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R. KÜHNER. Ausführliche Grammatik der lateinischen Sprache. Zweiter Band.

Zweite Abtheilung. § 178. Hannover: Hahnsche Buchhandlung, 1878, p. 756-64.

§ 178. Observações sobre as relações coordenativas (parataxis) no lugar das


subordinativas (hypotaxis).1
1. A ligação paratática é, evidentemente, a modalidade original de conexão entre
orações. As orações, em princípio, são enfileiradas uma após a outra, sem
preocupação se elas são, de um ponto de vista lógico, isto é, relativamente ao
pensamento, iguais ou diferentes. A nossa literatura, no entanto, não alcança esse
período; pois os mais antigos exemplares escritos que nos alcançaram já conhecem
também a ligação hipotática entre as frases. Mas mesmo na época de florescimento
da literatura romana, nós encontramos exemplos de ligações paratáticas no lugar
das hipotáticas, para além dos casos examinados nos §§ 170 e seguintes, em que
se expressa certamente uma relação lógica entre as frases, de causa, explicação,
consequência, por meio de uma parataxe gramatical com nam, enim, itaque, igitur,
ergo, etc..
2. Nós precisamos distinguir inteiramente entre dois tipos de uso da parataxe: a
natural e a artificial, ou retórica. A natural advém de uma certa complacência ou
desatenção no pensamento, na medida em que o emissor enfileira os pensamentos
um ao outro, sem atentar para qual a relação interna, lógica entre eles. E essa é a
verdadeira parataxe, que todas as línguas constantemente empregam no primeiro
estágio de seu desenvolvimento. A parataxe artificial, ou retórica, ao contrário, por
meio da qual o emissor busca realçar e enfatizar um pensamento que deveria ser
ligado a outro – e que, pela forma, está no mesmo nível desse outro – e não apenas
confinado a um membro da frase, é empregada propositadamente, para dar um
peso maior ao discurso ou para emprestar maior vivacidade à representação. Por
certo, nem sempre é possível distinguir com certeza se determinada parataxe deve
ser enquadrada em um ou em outro tipo, já que nós não podemos perscrutar a alma
do emissor e portanto tampouco podemos saber se ele escolheu a forma discursiva
paratática propositadamente ou se ela apenas escapou involuntariamente.
3. A parataxe natural se encontra, evidentemente, no mais das vezes, em escritos
que buscam reportar a língua popular (Volkssprache) ou a língua cotidiana
(Umgangssprache), como, por exemplo, nos poetas que escreveram para o teatro,
especialmente Plauto, nos sermões e epístolas de Horácio, nas sátiras de Juvenal,
nos escritos filosóficos dispostos em forma dialogada e nas cartas de Cícero. C.
Tusc. 2. 26, 62 itaque semper Africanus Socraticum Xenophontem in manibus habebat,
cujus in primis laudabat illud etc., no lugar de itaque Afr. in Socratico X., quem semper
in m. habebat, in primis laudabat illud. 1. 24, 57 ad ea sic ille respondit ut puer ; et tamen

1
Cf. C. Fr. Hermann em Index scholar. aestivi 1850. Draeger II, p. 208 e ss., que, no entanto, não distingue
entre a parataxe natural e a artificial, ou retórica, e que conta muitas expressões parentéticas como casos de
parataxe.
ita faciles interrogationes sunt, ut gradatim respondens eodem perveniat, quo si
geometrica didicisset, no lugar de et tamen, quom f. interr. sint, gradatim etc. 4. 26. 57
sunt omnia ista ex errorum orta radicibus, quae evellenda et extrahenda penitus sunt,
no lugar de sunt omnia ista, quom ex err. r. orta sint, extrahenda. Off. 3. 3, 14 in iis, in
quibus sapientia perfecta non est, ipsum illud quidem perfectum honestum nullo modo,
similitudines honesti esse possunt. Haec enim omnia officia, de quibus his libris
disputamus, media Stoici appellant; ea communia sunt et late patent, quae et ingenii
bonitate multi assequuntur et progressione discendi, no lugar de: haec enim o. off., de
qu... d, quae m. St. app., quom c. sint et l. pateant, et ing. b. m. ass. et pr. d.2 (Cf. O. Heine
para uma apresentação mais precisa.) Tusc. 1. 17, 39 Platonem ferunt... didicisse
Pythagorea omnia primumque de animorum aeternitate non solum sensisse idem, quod
Pythagoram, sed rationem etiam attulisse, no lugar de primumque, quom de an. aet.
sentiret idem, quod Pythagoras, rationem etiam attulisse. 2. 16, 38 videmus ex acie efferri
saepe saucios et quidem rudem illum et inexercitatum quamvis levi ictu ploratus
turpissimos edere, no lugar de videmus, quom ex acie efferuntur saucii, saepe rudem...
ploratus turp. edere. 5. 1, 2 quodsi ab iis inventa et perfecta virtus est et si praesidii ad
beate vivendum in virtute satis est, no lugar de : quodsi in virt., quae ab iis inv. et perf.
est, ad b. v. satis praesidii est.3
4. Não é possível separar em classes precisa e claramente delimitadas os exemplos
de emprego de uma conexão paratática, no lugar de uma hipotática. Por isso, nós
nos limitamos apenas àqueles casos em que esses fenômenos linguísticos se
mostram de forma especialmente frequente, e primeiramente na parataxe natural.
a) o caso mais simples consiste em que um verbo sentiendi, como sentio, audio,
video, cogito, intellego, opinor, credo, spero, censeo, scio, certum est e também
ocasionalmente moneo, é ligado [em parataxe] com uma oração principal, em vez
do acusativo com infinitivo. Isso acontece mais frequentemente com os
comediógrafos.4 Pl. Mil. 1377 et sensi, hinc sonitum fecerunt fores. Ter. Andr. 228
audivi, Archilis, Lesbiam adduci jubes. Eun. 714 non potest | sine malo fateri, video.
Catão em Gell. 16. 1, 4. cogitate cum animis vestris, si quid vos per laborem recte
feceritis, labor ille a vobis cito recedet etc. Pl. Aul. 4. 7, 19 nunc ego mecum cogito, | si
mihi dat operam, me illi irasci injuriumst. Ter. Eun. 56 etiam atque etiam cogita, | ere,
quae res, in se neque consilium neque modum | habet ullum, eam consilio regere non
potes. Pl. Pers. 802 ludos me facitis, intellego. Asin. 151 opinor, hinc ante ostium | meo
loquar modo, quae volam. Rud. 661 opinor, leno pugnis plectitur. Hor. S. 1. 3, 53 opinor,
haec res et jungit, junctos et servat amicos. Ep. 1. 16, 78. 2. 2, 17. Pl. Amph. 297 credo,
misericors est. Aul. prol. 39 credo, aurum inspicere volt, ne subreptum siet. 2. 2, 27 credo
edepol, ubi mentionem ego fecero de filia, | mihi ut despondeat, sese a me derideri rebitur.
Ter. Andr. 313 credo, inpetrabo, ut aliquot saltem nuptiis prodat dies (cf. Sprengel, para
um tratamento mais detalhado) e muito frequentemente Sall. C. 52, 13 bene et composite
C. Caesar... de vita et morte disseruit, credo, falsa existumans ea, quae de inferir
memorantur (cf. Kritz). C. Catil. 1. 2, 5 si te interfici jussero, credo, erit verendum mihi

2
Cf. Madvig ad C. Fin. 1. 6, 18, p. 41, ed. 3, especialmente Naegelsbach Lat. Stilist.3 § 160, 2, p. 444.
Kühner ad C. Tusc. 2. 16, 38 e 2. 26, 62.
3
Cf. Kühner ad Tusc. 3. 26, 63 p. 323 ed. 5.
4
Cf. Holtze II, p. 227 e ss., que, no entanto, como Draeger, aduz aqui outros exemplos.
etc. Hor. S. 2. 7, 68. Pl. Epid. 1. 2, 21 spero, servabit fidem. Rud. 1269 censen, hodie
despondebit eam mihi, quaeso? Ter. Heaut. 588 recte dicit, censeo. Pl. Capt. 326 scio
ego, multos jam lucrum homines luculentos reddidit. 971 pauca ecfugiam, scio. Amph.
1048 certumst, intro rumpam in aedis. Aul. 4.6, 10 certumst, Silvano potius credam quam
Fide. Most. 196 moneo ego te, te ille deseret aetate et satietate.
NOTA 1. Quando, no entanto, os verbos citados, assim como outros, tais como
puto, reor, dico, fateor, figuram no interior da oração, então não se trata de
parataxe. Pois então eles devem ser tomados como expressões interpoladas
parenteticamente. Como todos os parênteses, em todas as épocas da literatura
latina, assim como em todas as línguas, eles têm o direito de ser tomados como
um tipo específico de orações. (Cf. § 127. 9). C. Tusc. 3. 21, 50 ita, credo, de
honore aut de dignitate contendimus. Muito frequentemente de modo irônico,
como 1. 22, 53 (cf. Kühner para uma exposição mais detalhada); 2. 17, 39; 3. 17,
37; cf. οιμαι.5 Ademais: Ter. Ad. 101 non est flagitium, mmihi crede,
adulescentulum | scortari. Também em Cícero, não crede mihi, para evitar o fim
do hexâmetro, além de Att. 5. 10, 1; 6. 6, 1; 8. 14, 1; 14. 15, 2. Essa fórmula, que
tem o sentido de um advérbio afirmativo (profecto), também não afeta a
construção da oração quando ela está no começo da oração, como em: Ter. Phorm.
494 crede mihi, gaudebis facto. Também mihi credite C. Verr. 4. 59, 132; mas C.
Fam. 10. 6, 2 faz seguir o crede igitur mihi com o acusativo com infinitivo. C.
Tusc. 1. 36, 87 haec, opinor, incommoda sunt carentis. 38, 92. 39, 94 nam, reor,
nullis etc. Vatin. em C. Fam. 5. 9, 1 non, puto, repudiabis. Ov. M. 3. 266 e mais
à frente. Pl. Asin. 917 Argurippus exorari, spero, poterit, Aul. 1. 2, 10 pauper
sum, fateor, patior. Ter. Ad. 188. Ov. M. 8, 127 e cf. Ter. Hec. 770 noster socer,
video, venit.
NOTA 2. Também não pertencem aqui os exemplos em que há um demonstrativo
antes, pois então a oração principal que se segue aparece como uma aposição. Esse
uso também se encontra em todas as épocas. M. Cato ad Marc. fil. Jordan. p. 77
et hoc puta vatem dixisse, quandoque ista gens suas litteras dabit, omnia
corrumpet. Pl. Pseud. 119 ss. atque hoc... dico prius: | si neminem alium potero,
tuum tangam patrem. Te. Heaut. 795 e ss. verum illud, Chremes, | dicunt: jus
summum saepe summast malitia. Ad. 163 crede hoc: ego meum jus persequar.
346 e ss : hoc relicuomst: si infitias ibit, testis mecum est anulus. Eun. 898 e ss.
crede hoc meae fide: | dabit hic pugnam aliquam denuo. 971 e ss. ex meo
propinquo rure hoc capio commodi, neque agri neque urbis odium me unquam
percipit. Sen. ep. 115, 18 hoc tibi philosophia praestabit, quo quidem nihil majus
existimo: nunquam te paenitebit tui.
b) Alguns verbos são ligados a uma oração principal em vez de o serem a uma
oração subordinada dependente com ut, a saber: α) facio, especialmente faxo, mais
frequentemente em Plauto, algumas vezes em Terêncio,6 depois apenas em
Apuleio, que buscava bizarrices, mas apenas ocasionalmente, especialmente com

5
Cf. Kühner Ausf. Gramm. d. Griech. Spr.2 II, p. 873, 3.
6
Cf. Madvig opusc. acad. altera, p. 76 e ss. Holtze, op. cit..
indicativo futuro, e menos frequentemente com o subjuntivo sem ut.7 Cato R. R.
145, 3 si viride oleum opus siet, facito, accedet oleum et sal suae usioni, quod satis siet.
Pl. Amph. familiaris accipere faxo hau familiariter. 1107 magis jam faxo mira dices.
Asin. 131 vostraque ibi nomina | faxo erunt. 749 horrescet faxo lena. Bacch. 715. jam
faxo hic erunt. 831 faxo jam scies e muito frequentemente. Cas. 5. 2, 23 cavebunt, qui
audierint, faciam. Ter. Andr. 285 faxo... insultabis. 663. Phorm. 208. Apul. Met. 7, 27
extr. senties efficiam misero dolori naturales vires adesse. – β) Verba orandi e
interrogandi. Pl. Amph. 923 e ss. per dexteram tuam te, Alcumena, oro, opsecro | te, da
mihi hanc veniam, ignosce, irata ne sis. Asin. 375 quaeso, arquo animo patitor. Turpil.
em Non. p. 429, 19 e ss. quaeso, cogita ac delibera. Sil. 11, 336 absiste inceptis, oro.
NOTA 3. Mas em muitos casos o verbo quaeso deve ser tomado parenteticamente
como um apelo. Caecil. em Gell. 2. 23, 13 sed tua morosane uxor, quaeso, est?
C. Verr. 4. 47, 105 ad ea, quae dicturus sum, reficite. Assim também: C. Att. 13.
13, 3 Attica mea, obsecro te, quid agit? Gell. 20. 1, 36 quae, obsecro te, ista
acerbitas est? Sil. 11, 350 parce, oro, et desine velle. Em passos, como C. Att. 7.
11, 1 quaeso, quid hoc est? ocorre uma interrogação direta, como Fin. 2. 34, 115
quaero de te, si sunt di, ut vos etiam putatis, qui possunt esse beati?
c) Muito frequente é o caso em que, em vez de uma oração subordinada
condicional com si, utiliza-se uma oração principal. Essa forma discursiva deve ter
sido empregada, em princípio, apenas como uma parataxe natural, e por isso ela se
encontra em um discurso calmo, sem emoção; contudo, ela figura também muito
frequentemente quando se trata de uma grande vivacidade da representação e o
discurso assume um caráter passional; então ela claramente foi empregada
propositadamente, tendo uma força expressiva bem maior do que a forma habitual
com si, e deve ser vista como uma parataxe retórica; ela é assim usada
frequentemente por Cícero em seus discursos. Cf. nota 4.
α) Indicativo Presente. Ter. Eun. 251. negat quis, nego; ait, ajo. Ad. 118 amat, dabitur
a me argentum, dum erit commodum. 120 foris ecfregit; resarcientur, discidit | vestem,
resarcietur. C. Tusc. 1. 36, 87 caret oculis, odiosa caecitas; liberis, orbitas. 2. 12, 28
rogo hoc idem Epicurum, majus dicet esse malum mediocrem dolorem quam maximum
dedecus. (cf. Kühner sobre este passo) 2. 24, 58 ira exardescit, libido concinatur; in
eandem arcem confugiendum est. 3. 24, 57 de paupertate agitur, multi patientes pauperes
commemorantur. Tull. 34 arma capint, dolo malo faciunt; tempus ad insidiandum...
idoneum eligunt, dolo malo faciunt; vi in tectum irruunt, in ipsa vi dolus est; occidunt
homines, textum diruunt, nec homo occidi nec consulto alteri damnum dari sine dolo malo
potest. Sest. 42, 92 vim volumus exstingui, jus valeat necesse est; ... judicia displicent aut
nulla sunt, vis dominetur necesse est. R. Am. 20, 55 innocens est quispiam, veruntamen...
suspicione tamen non caret. Verg. G. 2, 519 venit hiems, teritur Sicyonia baca trapetis.
Ov. Tr. 4. 3, 33 tristis es, indignor. Hor. S. 1. 3, 56 e ss. probus quis | nobiscum vivit,
multum demissus homo; illi | tardo cognomen, pingui damus. (cf. Dillenburger sobre este
passo) 2. 6, 50. Ep. 1. 1, 33 e 87. A. P. 25. Juven. 3, 100. 8, 25. 13, 227. Ind. Fut. ex. com

7
Madvig l. d. admite apenas o indicativo e muda os subjuntivos para o indicativo, em geral contra os
manuscritos.
futuro subsequente: Ter. Heaut. 487 dare denegaris, ibit ad illud ilico, | quo maxume apud
te se valere sentiet. Phorm. 265 unum cognoris, omnis noris. C. Ph. 11. 8, 19 assensus
ero, ambitionem induxero in curiam ; negaro, videbor suffragio meo... honorem homini
amicissimo denegavisse. Verr. 3. 2, 4. Fin. 2. 17, 57. Ac. 2. 36, 115. Att. 7. 1, 4. Hor. S.
1. 1, 45; 2. 3, 92. Tib. 1. 6, 51. Ov. Tr. 1. 11, 25 attigero portum, portu terrebor ab ipso.
Juven. 3, 78. 6, 332. Com presente subsequente: Hor. S. 2. 7, 32 e ss. jusserit... blateras.
Pers. 4, 25 f. 5, 189 e ss.
NOTA 4. Frequentemente essas orações, que podem ser tomadas como orações
condicionais, foram entendidas como orações interrogativas. Não podemos julgar
como os próprios antigos as entenderam, pois eles não dispunham de pontos de
interrogação. Por exemplo: negat quis, nego, quer-se escrever negat quis? nego,
isto é “Alguém diz não? Então eu também digo não.” Mas a questão quebra a força
retórica da frase; pois, como a frase interrogativa tem uma afinidade próxima com
a frase condicional, o significado condicional que nela reside já seria indicado
externamente pela forma da frase, e tudo o que há de surpreendente e cheio de
energia em tal frase, expressa sem uma interrogação, seria perdido.
β) Imperativo. Pl. Merc. 770 cras petito, dabitur; nunc abi. Ter. Ad. 123 postremo aut
desine aut cedo quemvis arbitrum, | te plura in hac re peccare ostendam. C. Tusc. 1. 13,
29 quaere.., tum denique... intelleges. § 30 tolle hanc opinionem, luctum sustuleris. 39,
94 extr. 2. 12, 28; 2. 16, 37 adduc... militem, mulier videbitur. 2. 17, 40 subduc cibum
unum diem athletae, ... ferre se non posse clamabit. 3. 20, 48; 4. 24, 53 e 54 remove...
jam videbuntur. 5. 34, 99 confer..., tum intelleges. Or. 48, 159 consule veritatem,
reprehendet; refer ad aures, probabunt. Cf. ibidem 50, 167; 63, 214. Brut. 17, 68 Id
muta... et adde numeros et... ipsa verba compone et quasi coagmenta...: jam neminem
antepones Catoni. Verr. 1. 17, 45; 2. 23, 57 attendite, jam intellegetis. 5. 65, 168. Pers. 4,
52. Sull. 2, 5 (cf. Halm). Sobre o et introduzido no segundo membro, cf. § 151, 6, p. 633.
γ) Subjuntivo. (Cf; § 47. 10. f) αα) Presente. C. Tusc. 1. 22, 51 haec reputent...
videbunt. Fin. 4. 25, 69 roges Aristonem..., ne roget; Zenonem roges, respondeat totidem
verbis. N. D. 1. 21, 57 roges me, qualem deorum naturam esse ducam; nihil fortasse
respondeam; quaeras, putemne talem esse, nihil dicam mihi videri minus. 1. 22, 60
roges... utar. Fam. 10. 10, 2 sit modo aliqua res publica..., omnibus, mihi crede,
amplissimis honoribus abundabis. Hor. ep. 1. 1, 28 non possis oculo quantum contendere
Lynceus: non tamen idcirco contemnas lippus iniungi. 1.10, 24 naturam expellas furca,
tamen usque recurret. Lucan. 10, 191 spes sit mihi certa vivendi Niliacos fontes, bellum
civile relinquam. 13, 215. Martial. 8. 56, 5 sint Maecenates, non deerunt, Flacce,
Marones. Negativo. C. Tusc. 2. 5, 14 ne sit sane summum malum dolor, malum certe est.
Liv. 31, 7, 8 ne aequaveritis Hannibali Philippum, ne Karthaginiensibus Macedones;
Pyrrho certe aequabitis. 32. 21, 21 ne sint vera, quae... legatus de crudelitate, avaritia,
libidine regis disseruit; nihil ad nos pertineant, quae in terra Attica scelera sunt admissa,
... § 26 num id postularet facere nos? – ββ) Imperfeito e Mais-que-Perfeito. C. Verr. 3.
97, 224 negaret..., vos videremini. 5. 65, 168 cognosceret hominem, aliquid de summo
supplicio remitteres; si ignoraret, tum, si ita tibi videretur, hoc juris in omnes
constitueres. Off. 3. 19, 75 dares hanc vim M. Crasso..., in foro, mihi crede, saltaret.
Verg. A. 6, 31 tu quoque magnam | partem opera in tanto, sineret dolor, Icare, haberes.
Hor. S. 1. 3, 15 decies centena dedisses | huic..., quinque diebus | nil erat in loculis. A. P.
439 melius te posse negares | ... delere jubebat etc. Aqui também pertence o uso,
comum nos comediógrafos, da preposição absque com os subjuntivos esset e foret
no lugar de uma oração subordinada hipotética com si, sine com ablativo. Pl. Capt.
754 quod absque hoc esset, qui mihi hoc fecit palam, | usque offrenatum suis me ductarent
dolis. Pers. 836 nam hercle absque me | foret et meo praesidio, hic faceret te prostibilem
propediem. Men. 1022 nam absque ted esset, numquam hodie ad solem occasum viverem.
Trin. 832. 1127. Bacch. 412. Ter. Hec. 4. 2, 25. Phorm. 1. 4, 11.
5. A parataxe artificial ou retórica se encontra, como nós indicamos no Nr. 4, c),
p. 760 e ss., em muitos dos exemplos lá mesmo aduzidos. Além deles, podem ser
arrolados os seguintes casos:
a) Duas orações que se opõem uma à outra, embora a primeira oração devesse ser
expressa por meio de uma oração subordinada (de modo que nós a traduziríamos
começando por enquanto), são apresentadas com a mesma construção, como duas
orações principais, uma ao lado da outra, para que, por meio da primeira oração,
seja realçado um contraste. C. Att. 3. 24, 2 sed vereor, ne hos tamen tenere potuerimus,
tribunos pl. amiserimus (eu temo que, enquanto nós os recebemos, nós perdemos os
tribunos da plebe). Leg. 2. 7, 16 quid est verius quam neminem esse oportere tam stulte
arrogantem, ut in se rationem et mentem putet inesse, in caelo mundoque non putet? (no
lugar de quom in se rationem et m. putet inesse). Liv. 2. 12, 2 (C. Mucio) indignum
videbatur populum R. servientem, cum sub regibus esset, nullo bello nec ab hostibus ullis
obsessum esse, liberum eundem populum ab isdem Etruscis obsideri, quorum saepe
exercitus fuderit (no lugar de etsi nullo bello... obsessus esset, liberum... obsideri). 3. 19,
9 e ss. (cf. Weissenb.). 6. 14, 12 cum conferendum ad redimendam civitatem a Gallis
aurum fuerit, tributo conlationem factam, idem aurum ex hostibus captum in paicorum
praedam cecisse (“enquanto, quando o dinheiro tinha de ser pago, um tributo havia sido
cobrado, esse dinheiro...” etc.). 6. 23, 7. sed Camillo cum vitae satis, tum gloriae esse;
quid attinere cum mortali corpore uno civitatis, quam inmortalem esse deceat, pati
consenescere vires? (“mas, se Camilo..., então...” W.) 6. 38, 13 et quod usque ad
memoriam nostram tribuniciis consularibusque certatum viribus est, dictaturae semper
altius fastigium fuit (“que, enquanto os tribunos e cônsules até a época mais recente
brigaram uns com os outros, a ditadura, não sendo passível de responsabilização, foi
sublime.” W.) Também em grego, é frequente o caso em que duas orações são
opostas em construções idênticas, mas se trata de algo mais restrito, que apenas
ocorre em orações no indicativo com μεν e δε e ocasionalmente no imperativo.8
b) Aqui pertencem especialmente as duas formas de conclusão interrogativas com
ergo e an na argumentatio e contrario.9 C. Off. 1. 31, 114 ergo histrio hoc videbit in
scaena, non videbit sapiens in vita? (= ergo, quam histrio hoc videat in scaena, multo
magis videbit in vita.). Para mais exemplos, cf. § 175, 5. C. Tusc. 5. 26, 104 an tibicines
suo, non multitudinis arbitrio cantus numerosque moderantur; vir sapiens, multo rte
majore praeditus, non, quid verissimum sit, sed quid velit vulgus exquiret? (= an, quom
tibicines... moderentur, vir sapiens non... exquiret?) Arch. 12, 30 an statuas et imagines...

8
Cf. Kühner Ausf. Gramm. d. Griech. Spr.2 II, § 518, 9 e § 397, 2 ao fim.
9
Cf. Seyffert Schol. Lat. I, §§ 54 e 55.
studiose multi summi homines reliquerunt; consiliorum relinquere ac virtutum nostrarum
effigiem nonne multo malle debemus, summis ingeniis expressam et politam? Catil. 1. 1,
3 an vero vir amplissimus, P. Scipio, ..., Ti. Gracchum, mediocriter labefactantem statum
rei publicae, privatus interfecit; Catilinam, orbem terrae caede atque incendiis vastare
cupientem, nos consules perferemus? Dois pretéritos: Balb. 23, 54 an lingua et ingenio
patefieri aditus ad civitatem potuit? anne de nobis trahere spolia licebat, de hostibus non
licebat? an quod adipisci poterant dicendo, id eis assequi pugnando non licebat? Ps. C.
pro domo 10, 26. Dois imperfeitos condicionais: Fin. 1. 21, 72 an... eas... artes
persequeretur, vivendi artem.. relinqueret? Essa forma discursiva é mais comum em
Cícero e rara entre outros escritores, e. g. Liv. 5. 52, 4 e 8, Plin. ep. 1. 16, 8. 8. 12,
3; bastante frequente em Quintiliano: 2. 5, 16; 5. 12, 21; 6, 2, 30; 10. 2, 5; 10. 3,
29; 11. 2, 33; 12. 1, 21.10
c) No lugar de uma oração condicional, frequentemente se usa, com uma ênfase
mais forte, uma oração principal adversativa com sed. C. Sest. 15, 35 tamen his tantis
malis, tanto bonorum studio resistissemus; sed me alii metus atque aliae curae
suspicionesque moverunt (no lugar de nisi... movissent). Liv. 2. 39, 7 quae (discordia)
profecto orta esset..., sed externus timor... wuambis suspectos infensosque inter se
jungebat animos (cf. Weissenb.). 3. 25, 9 tribuni suo more impedire dilectum; et forsitan
ad ultimum impedissent; sed novus subito additus terror est. 5. 9, 5. 22. 21, 1. Assim
também em grego, por ex. Il. F. 23. ουδε γαρ ουδε κεν αυτος υπεκφυγε Κηρα μελαιναν
| αλλ Ηφαιστος ερυτο (neque subterfugisset...; sed... servavit).11
d) No lugar de uma oração subordinada temporal, emprega-se frequentemente uma
oração principal mais enfática. Ela é ligada com um et quando a
contemporaneidade ou o rápido seguir-se da ocorrência de dois eventos deve ser
enfatizado. Curt. 4. 12 (46), 23 jamque nitidior lux... aciem hostium ostenderat, et
Macedones ingentem edidere clamorem (no lugar de quom M. ingentem edidere
clamorem, cf. § 203, 5) Frequente na linguagem poética. Verg. A. 5, 857 vix primos
inopina quies laxaverat artus, | et... projecit in undas. 2, 705. Ov. F. 3, 575. Her. 14, 79.
Verg. A. 2, 692 vix ea fatus erat senior, subitoque fragore | intonuit laevum etc. 11, 296.
Ov. M. 7, 774 vix bene missus erat, nec jam poteramus, ubi esset, | scire etc. Verg. E. 7,
1 forte sub arguta consederat ilice Daphnis | conpulerantque greges Corydon et Thyrsis
in unum... ; | huc mihi, dum teneras defenso a frigore myrtos, | vir gregis ipse caper
deerraverat, atque ego Daphnim | aspicio. A. 4, 663. – Na linguagem poética e
ocasionalmente na latinidade tardia, sem conjunção; assim, o efeito se torna ainda
mais surpreendente. Verg. A. 3, 90 vix ea fatus eram, tremere omnia visa repente, no
lugar de quom... visa sunt). 10, 659 vix proram attigerat, rumpit Saturnia funem. 12, 650.
2, 804 jamque jugis summae surgebat Lucifer Idae | ... cessi et sublato montis genitore
petivi. 5, 722 et nox atra polum bigis subvecta tenebat, | visa dehinc caelo facies delapsa
parentis | Anchisae subito tales effundere voces. 9, 459. 10, 258 et interea revoluta
ruebat | matura jam luce dies noctemque fugarat, | principio sociis edicit, signa
sequantur. Ovid. M. 2, 47 vix bene desierat, currus rogat ille paternos. 3, 14 vix...

10
Cf. Hand Tursell. I, p. 349 e ss. Wesenberg Emend III, p. 31; Stürenburg ad C. Arch. 12, 30 p. 160 e ss.
Draeger I, p. 322 e ss. Kühner ad Tusc. 5. 14, 42, p. 457 ed. 5.
11
Cf. Kühner Ausf. Gramm. d. Griech. Spr.2 II, § 577, 2.
Cadmus descenderat antro, | incustoditam lente videt ire juvencam. 50. 7, 100. 789 e
frequentemente Hor. S. 1. 9, 1. Em Cícero: Att. 2. 15, 3 quom haec maxime scriberem,
ecce tibi Sebosus! Nondum plane ingemueram, Salve, inquit Arrius.12 Apul. Met. 3, 46
extr. vix me praesaepio videre proximantem..., infestis calcibus insequuntur (cf.
Hildebr.).
e) No lugar das conjunções usuais tantum abest, ut..., ut..., encontra-se, no lugar
da segunda oração consecutiva com ut, também uma oração principal, por meio da
qual a consequência é indicada de forma mais enfática. C. Fin. 2. 17, 54 is, qui
occultus et tectus dicitur, tantum abest, ut se indicet; perficiet etiam, ut dolore alterius
improbo facto videatur. 5. 20, 57 qua in vita tantum abest, ut voluptates consectentur,
etiam curas, sollicitudines, vigilias perferunt. Br. 80, 278 itaque tantum abfuit, ut
inflammares nostros animos; somnum isto loco vix tenebamus. Att. 13. 21, 5 tantum
porro aberat, ut binos scriberent; vix singulos confecerunt. Mas, em 6. 2, 1, a oração
principal é colocada antes: dixerim me vel plurima vincla tecum summae conjunctionis
optare, etsi sunt amoris artissima; tantum abest, ut ego ex eo, quo adstricti sumus, laxari
aliquid velim (no lugar de tantum abest, ut... laxari aliquid velim, dixerim me, etc.).

12
Cf. Hoffmann Constr. der Lat. Zeitpart. Wien 1873, p. 164 e ss.

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