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MITOLOGIAS CELESTES
Fontes selecionadas para o ensino
fundamental e médio
de fogo do forno da criação cósmica. Outro exemplo da variedade cultural em torno das
constelações é a respeito do zodíaco: apesar de muitos povos da Ásia, Oriente e
Mediterrâneo utilizarem os conceitos advindos da Mesopotâmia, elas tiveram variações
em número e forma (8 entre os hindus, 13 entre os maias). Por sua vez, entre alguns
povos que possuíam mitologias celestes, como os indígenas sul-americanos, celtas e
nórdicos da Era Viking, não existem comprovações de que eles conheciam ou
desenvolveram constelações zodiacais.
Referência:
LANGER, Johnni. Constelações e mitos celestes na Era Viking. Roda da Fortuna 1(4).
2015, pp. 107-130. Disponível em: www.academia.edu/14285645
Contatos:
VIA LÁCTEA
Faixa brilhante e difusa quer circunda a esfera celeste. Entre os antigos gregos, a
Via Láctea era a estrada dos deuses, ladeada por palácios das divindades olímpicas.
Conta-se que foi originada pelo leite esguichado do seio de Hera, quando a deusa
amamentava o guloso Hércules ainda menino.
Referência:
AZEVEDO, Rubens de. No mundo da estelândia. São Paulo:
Editora do Brasil, 1968, p. 94.
Referência:
AZEVEDO, Rubens de. No mundo da estelândia. São Paulo:
Editora do Brasil, 1968, p. 94.
Camino de Compostela,
va un romero caminando,
y es el camino de estrellas
polvareda de sus pasos.
Referência:
CENTELHA, Ramón. Camino de Santiago: tras la estela del Apóstol,
http://www.muyhistoria.es/edad-media/articulo/camino-de-santiago-tras-la-estela-del-
apostol
Um dia, a deusa Ganga caiu do céu numa torrente de água e ficou presa na
emaranhada cabeleira de Xiva, de onde, depois, caiu mansamente à terra. Daí, nasceu o
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rio Ganges. O nome da Via Láctea entre os antigos hindus era Akash Ganga, o leito do
Ganges.
Referência:
AZEVEDO, Rubens de. No mundo da estelândia. São Paulo:
Editora do Brasil, 1968, p. 95.
Há muito tempo, vivia às margens do rio Azul um pobre pescador. Numa bela
manhã, ele navegou em seu barquinho na direção do Oeste e foi apanhado por violenta
tempestade. Naquelas circunstâncias, fez uma prece ao deus do rio. Dentro em breve
avistou uma ilha para a qual dirigiu o barco. Ali chegando, foi recebido por gentis
nativos que lhe deram roupas secas e arroz. Quando o pescador lhes perguntou quem
eram e a que raça pertenciam e qual o nome da ilha que habitavam, não souberam dizer.
Só sabiam que ali estavam porque haviam fugido da China, onde eram mal tratados pelo
imperador. O pescador estranhou que eles se referissem a um monarca que havia
morrido há muitos anos. Nesse mesmo dia, depois de restabelecido, o pescador pôs-se
ao largo em seu bote e navegou para o Leste, guiado pela Lua. Pouco depois, alcançava
a sua aldeia. Ali falou a um velho sacerdote de sua aventura, vindo a saber que navegara
na Via Láctea...
Referência:
AZEVEDO, Rubens de. No mundo da estelândia. São Paulo:
Editora do Brasil, 1968, p. 96.
Muitas etnias africanas chamam a Via Láctea de caminho de estrelas, e dizem que
ela organiza o céu e faz com que o Sol retorne ao lado leste ao amanhecer. De acordo
com um dos mais famosos mitos africanos, a via Láctea foi criada por uma menina da
raça antiga que, há muitos e muitos anos, jogou as cinzas de sua fogueira para cima,
fazendo uma estrada na escuridão do céu, para guiar de volta para casa um caçador que
estava perdido. Depois, a menina criou as estrelas brilhantes lançando raízes no céu,
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sendo que as estrelas brancas estão presentes para serem comidas, mas as vermelhas são
raízes velhas, não comestíveis.
Referência:
AFONSO, Germano Bruno. Relações afro-indígenas. Scientific American, edição
especial 14, Etnoastronomia, pp. 76.
AS PLÊIADES
As Plêiades são filhas de Pleione e Atlas. Seu pai foi punido por Zeus porque
inventou a Astronomia e trouxe para o homem o conhecimento do céu. Atlas foi
obrigado a sustentar o céu sobre os ombros durante toda a eternidade. As filhas
choravam dia e noite e nunca se conformaram com o castigo. Penalizado, Zeus levou-as
para o céu e transformou-as em estrelas. As Plêiades eram Maia (de onde se originou op
mês de maio), Taígeta, celeno, Astérope, Alcíone, Electra e Mérope. Consta que esta
última é quase invisível porque casou com um mortal, Sísifo. O nome Mérope significa
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mortal. Sísifo encontra-se no Hades, rolando, montanha acima, uma pedra que, ao
chegar ao topo da montanha torna a cair.
Referência:
AZEVEDO, Rubens de. No mundo da estelândia. São Paulo:
Editora do Brasil, 1968, p. 61.
Jó 9:9
Jó 38:31
Amós 5:8
Referência:
ANÔNIMO. Bíblia de Jerusalém: nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus,
2002.
XERENTES (TOCANTINS)
Ceiuci era um fada indígena que vivia perseguida por uma fome eterna, como
relata o General Couto de Magalhães, que recolheu a lenda durante os quatro meses que
passou no Tocantins em 1865. Segundo o relato, a jovem virgem Ceiuci era a mãe do
Jurupari, que fora concebida pelo sumo do curura-do-mato que escorreu pelo ventre da
rapariga distraída. Tal sumo constitui um mero agente do Sol, Coaraci, que encontrou
em Ceiuci, a mão-modelo que deveria dar à luz o índio encarregado de modificar e
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Referência:
MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Astronomia do Macunaima. RJ: Francisco
Alves, 1984, pp. 37-38.
Quando adulta, Keraná foi raptada e forçada a se casar com Taú, o espírito do
mal, e os dois geraram sete filhos monstros: Tejú-jaguá (um grande lagarto com sete
cabeças de cachorro); Mboi-tu-i (uma enorme serpente com bico de pagagaio), Moñai
(monstro com forma humana), Jasy-Jatereé (um menino com cabelos dourados e
enrolados que tinha o poder de ficar invisível); Aó-aó (um animal com aspecto de
ovelha, mas com garras terríveis), Kurupi (que tinha os pés virados para trás, para
confundir seus inimigos) e Huichó (um homem feio e pálido, de cabelos longos e sujos).
Como os sete irmãos causaram uma confusão danada na tribo, os sábios da aldeia
reuniu os caciques e pajés para discutir o problema e elaborar um plano a fim de destruir
os monstros. Vendo a gravidade da situação, a jovem Porásy, considerada a mãe da
beleza, se ofereceu para namorar com um dos irmãos e, na festa de casamento,
embriaga-los, de modo que não oferecessem resistência e pudessem ser derrotados.
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Referência:
FONSECA, Omar Martins da. Uma viagem ao céu dos índios Guarani-Mbya. Ciência
Hoje das Crianças n. 277, 2016, p. 8-19.
Era uma vez uma jovem que tinha sete filhas ilegítimas. Uma vez, um homem
encontrando-se com ela, disse-lhe: “Bom dia, bela jovem; para onde vai com as suas
sete bastardas? Para puni-lo, Deus o transformou em cuco. As crianças foram
transportadas para o céu em forma de estrela. Durante a estação em que as Plêiades
aparecem – dizem – o cuco perde o seu canto.
Referência:
AZEVEDO, Rubens de. No mundo da estelândia. São Paulo:
Editora do Brasil, 1968, p. 61-62.
Referência:
TAHAN, Malba. As Plêiades. Diário de Notícias, rio de Janeiro, 1 de agosto de 1965, p.
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AS TRÊS MARIAS
Três Marias é o nome popular das estrelas Alnitek, Anilam e Mintaka, que
formam a Cinta ou Talabarte da constelação de Órion. De acordo com a mitologia
grega, Órion ou Oríon era um caçador gigantesco, filho de Poseidon (deus do mar).
Artemis (deusa da caça) fez com que um escorpião o picasse sendo então transformado
em constelação, junto com o artrópode.
Heu! Domine,
Salvator noster!
Referência:
PASSARELLI, Ulisses. Três Marias, Tradições Populares das Vertentes, 2013.
http://folclorevertentes.blogspot.com.br/2013/10/tres-marias.html
Minas Gerais
Referência:
PASSARELLI, Ulisses. Estrelas: o brilho das tradições, 2015.
http://folclorevertentes.blogspot.com.br/2015/03/estrelas-o-brilho-da-tradicao.html
Estrêla brilhante,
qu’ó céu subistes,
e menino achastes;
quem seria, quem não seria,
Filho da Virgem Maria,
cobertinho c’um véu,
levai a minh’alma
d’reitinha p’ró céu
(Salvè-Raínha).
Referência:
Padre Firmino Martins, Portugal, 1987. A estrada de Santiago,
http://www.lendarium.org/narrative/a-estrada-de-santiago/?tag=349
Na crença popular as estrelas que correm no céu são espíritos errantes, zelações,
que estão pagando os seus pecados antes de entrar no Paraíso, como nos relata Pereira
da Costa em Folclore Pernambucano.
Referência:
MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Astronomia do Macunaima. RJ: Francisco
Alves, 1984, p. 45.
sorte. Neste átimo de luz efêmera deve-se fazer um pedido para ser atendido, desde que
não se conte a ninguém. O povo crê, tanto aqui quanto no Nordeste, que é uma estrela
comum que muda de lugar no céu. Esta quadra cantada no reis de boi (reisado, bumba-
meu-boi) potiguar registra a crença:
VÊNUS
Vênus e Júpiter fotografados acima das ruínas de Stonehenge em 2008, Inglaterra (um dos mais
antigos sítios astronômicos do mundo)
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Referência:
BARBAS, Helena (Tradutora). A saga de Inanna (antologia de poemas).
http://helenabarbas.net/traducoes/2004_Inanna_H_Barbas.pdf
Referência:
SILVA, Flávia. Poemas sobre a deusa e o feminino.
https://peppertouch.wordpress.com/2009/05/17/poemas-sobre-a-deusa-e-o-feminino/
Sua aparição vespertina ("Estrela Vésper), a mais nítida "estrela" do cair da noite,
muitas vezes a primeira visível, ganha o nome de "Papa-ceia":
Referência:
PASSARELLI, Ulisses. Estrelas: o brilho das tradições, 2015.
http://folclorevertentes.blogspot.com.br/2015/03/estrelas-o-brilho-da-tradicao.html
Conta esta lenda que um índio arekuná, ao sentir muito frio, pediu a Caiuano-gue,
a estrela da alvorada, que lhe desse fogo ou o levasse para o céu. A estrela respondeu
“Não te quero ajudar! O Sol que te ajude, pois é ele quem ganha os bolos de mandioca”.
Referência:
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"Estrela do Norte,
Cruzeiro do Sul,
vamos dar um viva
ao cordão azul!"
(Apodi/RN, 1994)
Referência:
PASSARELLI, Ulisses. Estrelas: o brilho das tradições, 2015.
http://folclorevertentes.blogspot.com.br/2015/03/estrelas-o-brilho-da-tradicao.html
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Após o ocorrido, Thor retorna a sua casa, em Trudvángar, com a lasca em sua
cabeça. Thor é auxiliado pela feiticeira Groa, esposa do gigante Aurvandil, o valente.
Por meio de sons mágicos (galdra), a pedra começa a se mover no seu crânio. Neste
instante, acreditando que a operação seria bem sucedida e como sinal de agradecimento
para Groa, Thor comenta que antes de chegar a sua casa, pelo caminho de volta do norte
(do reino de Jotunheimr), transportou o seu esposo Aurvandil em uma cesta. Um dos
dedos do pé do gigante, que havia ficado de fora do cesto, acaba se congelando e Thor o
parte e o arremessa ao céu, transformando-o em uma estrela, chamada O dedo de
Aurvandil (Aurvandilstá). O deus proclama para Groa que seu marido não tardará em
retornar para casa, fato que deixa a feiticeira feliz e transtornada, impedindo que o
restante da magia seja cumprido e como consequência, a lasca acaba não saindo da
cabeça do deus. Isso seria a explicação porque não se deve retirar de uma casa nenhuma
pedra de amolar, pois do contrário, fará com que a lasca do crânio de Thor se mova
(Sturluson, 1998, p. 20-24).
Referência:
STURLUSON, Snorri. Edda Menor, século XIII. Texto adaptado da tradução
espanhola de Luis Lerate, Madrid: Alianza Editorial.
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VÍDEOS NO YOUTUBE:
- A lenda das Três Marias na tradição ibérica-portuguesa (em português, projeto visual
desenvolvido por crianças do Colégio Marista santa Maria), um minuto
https://www.youtube.com/watch?v=UDvX44efNhA
https://www.youtube.com/watch?v=Z2RqvxC9ngo
- Tapi'i'rapé: o Caminho da Anta (Céu dos índios Aikewára), português, oito minutos
https://www.youtube.com/watch?v=1mHm3B2WHCs
https://www.youtube.com/watch?v=8Uo7Gn_wjgU
https://www.youtube.com/watch?v=iCtyh1nxVn8
https://www.youtube.com/watch?v=ykTETMQYjC4
- Muitos povos, muitos céus: palestra com o astrônomo Valmir Cardoso sobre
Etnoastronomia, em português, uma hora e dezoito minutos.
https://www.youtube.com/watch?v=YpOUYdaatK4
https://www.youtube.com/watch?v=iANzY4Hb4Oc
https://www.youtube.com/watch?v=DAEdMe2GfAk
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BIBLIOGRAFIA
Fonseca, O. (2009). Uma viagem ao céu dos índios Guarani Mbya. Ciência Hoje das
Crianças 198, 2009, pp. 2-5.
Jalles, Cíntia et al. Olhai pro céu, olhai pro chão: Arqueoastronomia. RJ: MAST, 2013.