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OAB PRIMEIRA FASE – XV EXAME

Direito Civil
Roberto Figueiredo

LIVRO III Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este


Do Direito das Coisas caráter no caso e desde o momento em que as
circunstâncias façam presumir que o possuidor
TÍTULO I não ignora que possui indevidamente.
Da posse
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-
CAPÍTULO I se manter a posse o mesmo caráter com que
Da Posse e sua Classificação foi adquirida.

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele CAPÍTULO II


que tem de fato o exercício, pleno ou não, de Da Aquisição da Posse
algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o
Dica – Enunciado 236 do CJF. momento em que se torna possível o exercício,
em nome próprio, de qualquer dos poderes
Jurisprudência vacilante no STJ! inerentes à propriedade.

Súmula 193 e 228 (usucapião) Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, seu representante;
achando-se em relação de dependência para II - por terceiro sem mandato, dependendo de
com outro, conserva a posse em nome deste e ratificação.
em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros
Parágrafo único. Aquele que começou a ou legatários do possuidor com os mesmos
comportar-se do modo como prescreve este caracteres.
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa,
presume-se detentor, até que prove o contrário. Art. 1.207. O sucessor universal continua de
direito a posse do seu antecessor; e ao
Enunciado 301 (converte detenção em posse). sucessor singular é facultado unir sua posse à
do antecessor, para os efeitos legais.
Enunciado 493 (autodefesa da posse).
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas permissão ou tolerância assim como não
possuírem coisa indivisa, poderá cada uma autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou
exercer sobre ela atos possessórios, contanto clandestinos, senão depois de cessar a
que não excluam os dos outros violência ou a clandestinidade.
compossuidores.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, prova contrária, a das coisas móveis que nele
clandestina ou precária. estiverem.

Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor CAPÍTULO III


ignora o vício, ou o obstáculo que impede a Dos Efeitos da Posse
aquisição da coisa.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser
Parágrafo único. O possuidor com justo título mantido na posse em caso de turbação,
tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova restituído no de esbulho, e segurado de
em contrário, ou quando a lei expressamente violência iminente, se tiver justo receio de ser
não admite esta presunção. molestado.

§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado,


poderá manter-se ou restituir-se por sua

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própria força, contanto que o faça logo; os atos TÍTULO II


de defesa, ou de desforço, não podem ir além Dos Direitos Reais
do indispensável à manutenção, ou restituição
da posse. CAPÍTULO ÚNICO
Disposições Gerais
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração
na posse a alegação de propriedade, ou de Art. 1.225. São direitos reais:
outro direito sobre a coisa. (STF, 487). I - a propriedade;
II - a superfície;
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se III - as servidões;
disser possuidora, manter-se-á provisoriamente IV - o usufruto;
a que tiver a coisa, se não estiver manifesto V - o uso;
que a obteve de alguma das outras por modo VI - a habitação;
vicioso. VII - o direito do promitente comprador do
imóvel;
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de VIII - o penhor;
esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, IX - a hipoteca;
que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o X - a anticrese.
era. XI - a concessão de uso especial para fins de
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
não se aplica às servidões não aparentes, XII - a concessão de direito real de uso.
salvo quando os respectivos títulos provierem (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
do possuidor do prédio serviente, ou daqueles
de quem este o houve. Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas
móveis, quando constituídos, ou transmitidos
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, por atos entre vivos, só se adquirem com a
enquanto ela durar, aos frutos percebidos. tradição.

Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis
em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, constituídos, ou transmitidos por atos entre
depois de deduzidas as despesas da produção vivos, só se adquirem com o registro no
e custeio; devem ser também restituídos os Cartório de Registro de Imóveis dos referidos
frutos colhidos com antecipação. títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos
expressos neste Código.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais
reputam-se colhidos e percebidos, logo que TÍTULO III
são separados; os civis reputam-se percebidos Da Propriedade
dia por dia.
CAPÍTULO I
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por Da Propriedade em Geral
todos os frutos colhidos e percebidos, bem
como pelos que, por culpa sua, deixou de Seção I
perceber, desde o momento em que se Disposições Preliminares
constituiu de má-fé; tem direito às despesas da
produção e custeio. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou detenha.

§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido


em consonância com as suas finalidades
econômicas e sociais e de modo que sejam
preservados, de conformidade com o

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estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e
as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o exclusiva, até prova em contrário.
patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas. Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa
pertencem, ainda quando separados, ao seu
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário, salvo se, por preceito jurídico
proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, especial, couberem a outrem.
e sejam animados pela intenção de prejudicar
outrem. Seção II
Da Descoberta
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa,
nos casos de desapropriação, por necessidade Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia
ou utilidade pública ou interesse social, bem perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo
como no de requisição, em caso de perigo possuidor.
público iminente.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o
§ 4o O proprietário também pode ser privado da descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o
coisa se o imóvel reivindicado consistir em encontrar, entregará a coisa achada à
extensa área, na posse ininterrupta e de boa- autoridade competente.
fé, por mais de cinco anos, de considerável
número de pessoas, e estas nela houverem Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada,
realizado, em conjunto ou separadamente, nos termos do artigo antecedente, terá direito a
obras e serviços considerados pelo juiz de uma recompensa não inferior a cinco por cento
interesse social e econômico relevante. do seu valor, e à indenização pelas despesas
que houver feito com a conservação e
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz transporte da coisa, se o dono não preferir
fixará a justa indenização devida ao abandoná-la.
proprietário; pago o preço, valerá a sentença
como título para o registro do imóvel em nome Parágrafo único. Na determinação do montante
dos possuidores. da recompensa, considerar-se-á o esforço
desenvolvido pelo descobridor para encontrar o
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do dono, ou o legítimo possuidor, as
espaço aéreo e subsolo correspondentes, em possibilidades que teria este de encontrar a
altura e profundidade úteis ao seu exercício, coisa e a situação econômica de ambos.
não podendo o proprietário opor-se a
atividades que sejam realizadas, por terceiros, Art. 1.235. O descobridor responde pelos
a uma altura ou profundidade tais, que não prejuízos causados ao proprietário ou
tenha ele interesse legítimo em impedi-las. possuidor legítimo, quando tiver procedido com
dolo.
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange
as jazidas, minas e demais recursos minerais, Art. 1.236. A autoridade competente dará
os potenciais de energia hidráulica, os conhecimento da descoberta através da
monumentos arqueológicos e outros bens imprensa e outros meios de informação,
referidos por leis especiais. somente expedindo editais se o seu valor os
comportar.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o
direito de explorar os recursos minerais de Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da
emprego imediato na construção civil, desde divulgação da notícia pela imprensa, ou do
que não submetidos a transformação industrial, edital, não se apresentando quem comprove a
obedecido o disposto em lei especial. propriedade sobre a coisa, será esta vendida
em hasta pública e, deduzidas do preço as
despesas, mais a recompensa do descobridor,

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pertencerá o remanescente ao Município em Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois)
cuja circunscrição se deparou o objeto perdido. anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, de até 250m² (duzentos e cinquenta metros
poderá o Município abandonar a coisa em favor quadrados) cuja propriedade divida com ex-
de quem a achou. cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o
lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde
CAPÍTULO II que não seja proprietário de outro imóvel
Da Aquisição da Propriedade Imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de
2011)
Seção I
Da Usucapião § 1o O direito previsto no caput não será
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem vez.
interrupção, nem oposição, possuir como seu
um imóvel, adquire-lhe a propriedade, § 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.424,
independentemente de título e boa-fé; podendo de 2011)
requerer ao juiz que assim o declare por
sentença, a qual servirá de título para o registro Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz
no Cartório de Registro de Imóveis. seja declarada adquirida, mediante usucapião,
a propriedade imóvel.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste
artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor Parágrafo único. A declaração obtida na forma
houver estabelecido no imóvel a sua moradia deste artigo constituirá título hábil para o
habitual, ou nele realizado obras ou serviços de registro no Cartório de Registro de Imóveis.
caráter produtivo.
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário imóvel aquele que, contínua e
de imóvel rural ou urbano, possua como sua, incontestadamente, com justo título e boa-fé, o
por cinco anos ininterruptos, sem oposição, possuir por dez anos.
área de terra em zona rural não superior a
cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo
seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua previsto neste artigo se o imóvel houver sido
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. adquirido, onerosamente, com base no registro
constante do respectivo cartório, cancelada
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área posteriormente, desde que os possuidores nele
urbana de até duzentos e cinqüenta metros tiverem estabelecido a sua moradia, ou
quadrados, por cinco anos ininterruptamente e realizado investimentos de interesse social e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia econômico.
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio,
desde que não seja proprietário de outro imóvel Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de
urbano ou rural. contar o tempo exigido pelos artigos
antecedentes, acrescentar à sua posse a dos
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso seus antecessores (art. 1.207), contanto que
serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos
ambos, independentemente do estado civil. do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.

§ 2o O direito previsto no parágrafo Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto


antecedente não será reconhecido ao mesmo quanto ao devedor acerca das causas que
possuidor mais de uma vez. obstam, suspendem ou interrompem a
prescrição, as quais também se aplicam à
usucapião.

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Seção II CAPÍTULO VI
Da Aquisição pelo Registro do Título Do Condomínio Geral

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a Seção I


propriedade mediante o registro do título Do Condomínio Voluntário
translativo no Registro de Imóveis.
Subseção I
§ 1o Enquanto não se registrar o título Dos Direitos e Deveres dos Condôminos
translativo, o alienante continua a ser havido
como dono do imóvel. Art. 1.319. Cada condômino responde aos
outros pelos frutos que percebeu da coisa e
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de pelo dano que lhe causou.
ação própria, a decretação de invalidade do
registro, e o respectivo cancelamento, o Seção II
adquirente continua a ser havido como dono do Do Condomínio Necessário
imóvel.
Art. 1.327. O condomínio por meação de
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o paredes, cercas, muros e valas regula-se pelo
momento em que se apresentar o título ao disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298;
oficial do registro, e este o prenotar no 1.304 a 1.307).
protocolo.
Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a estremar um imóvel com paredes, cercas,
verdade, poderá o interessado reclamar que se muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a
retifique ou anule. adquirir meação na parede, muro, valado ou
cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá que atualmente valer a obra e o terreno por ela
o proprietário reivindicar o imóvel, ocupado (art. 1.297).
independentemente da boa-fé ou do título do
terceiro adquirente. Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da
obra, será este arbitrado por peritos, a
Seção III expensas de ambos os confinantes.
Da Aquisição por Acessão
Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da
Art. 1.248. A acessão pode dar-se: meação, enquanto aquele que pretender a
I - por formação de ilhas; divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso
II - por aluvião; poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou
III - por avulsão; qualquer outra obra divisória.
IV - por abandono de álveo;
V - por plantações ou construções. CAPÍTULO VII
Do Condomínio Edilício

Seção I
Disposições Gerais

Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes


que são propriedade exclusiva, e partes que
são propriedade comum dos condôminos.

§ 1o As partes suscetíveis de utilização


independente, tais como apartamentos,
escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as
respectivas frações ideais no solo e nas outras

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partes comuns, sujeitam-se a propriedade Parágrafo único. Para ser oponível contra
exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas terceiros, a convenção do condomínio deverá
livremente por seus proprietários, exceto os ser registrada no Cartório de Registro de
abrigos para veículos, que não poderão ser Imóveis.
alienados ou alugados a pessoas estranhas ao
condomínio, salvo autorização expressa na Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art.
convenção de condomínio. (Redação dada 1.332 e das que os interessados houverem por
pela Lei nº 12.607, de 2012) bem estipular, a convenção determinará:
I - a quota proporcional e o modo de
§ 2o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a pagamento das contribuições dos condôminos
rede geral de distribuição de água, esgoto, gás para atender às despesas ordinárias e
e eletricidade, a calefação e refrigeração extraordinárias do condomínio;
centrais, e as demais partes comuns, inclusive II - sua forma de administração;
o acesso ao logradouro público, são utilizados III - a competência das assembléias, forma de
em comum pelos condôminos, não podendo sua convocação e quorum exigido para as
ser alienados separadamente, ou divididos. deliberações;
IV - as sanções a que estão sujeitos os
§ 3o A cada unidade imobiliária caberá, como condôminos, ou possuidores;
parte inseparável, uma fração ideal no solo e V - o regimento interno.
nas outras partes comuns, que será
identificada em forma decimal ou ordinária no § 1o A convenção poderá ser feita por escritura
instrumento de instituição do condomínio. pública ou por instrumento particular.
(Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)
§ 2o São equiparados aos proprietários, para os
o
§ 4 Nenhuma unidade imobiliária pode ser fins deste artigo, salvo disposição em contrário,
privada do acesso ao logradouro público. os promitentes compradores e os cessionários
de direitos relativos às unidades autônomas.
§ 5o O terraço de cobertura é parte comum,
salvo disposição contrária da escritura de Art. 1.335. São direitos do condômino:
constituição do condomínio. I - usar, fruir e livremente dispor das suas
unidades;
Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por II - usar das partes comuns, conforme a sua
ato entre vivos ou testamento, registrado no destinação, e contanto que não exclua a
Cartório de Registro de Imóveis, devendo utilização dos demais compossuidores;
constar daquele ato, além do disposto em lei III - votar nas deliberações da assembléia e
especial: delas participar, estando quite.
I - a discriminação e individualização das
unidades de propriedade exclusiva, Art. 1.336. São deveres do condômino:
estremadas uma das outras e das partes I - contribuir para as despesas do condomínio
comuns; na proporção das suas frações ideais, salvo
II - a determinação da fração ideal atribuída a disposição em contrário na convenção;
cada unidade, relativamente ao terreno e (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)
partes comuns; II - não realizar obras que comprometam a
III - o fim a que as unidades se destinam. segurança da edificação;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das
Art. 1.333. A convenção que constitui o partes e esquadrias externas;
condomínio edilício deve ser subscrita pelos IV - dar às suas partes a mesma destinação
titulares de, no mínimo, dois terços das frações que tem a edificação, e não as utilizar de
ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para maneira prejudicial ao sossego, salubridade e
os titulares de direito sobre as unidades, ou segurança dos possuidores, ou aos bons
para quantos sobre elas tenham posse ou costumes.
detenção. § 1o O condômino que não pagar a sua
contribuição ficará sujeito aos juros moratórios

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convencionados ou, não sendo previstos, os de


um por cento ao mês e multa de até dois por
cento sobre o débito.
§ 2o O condômino, que não cumprir qualquer
dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV,
pagará a multa prevista no ato constitutivo ou
na convenção, não podendo ela ser superior a
cinco vezes o valor de suas contribuições
mensais, independentemente das perdas e
danos que se apurarem; não havendo
disposição expressa, caberá à assembléia
geral, por dois terços no mínimo dos
condôminos restantes, deliberar sobre a
cobrança da multa.

Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não


cumpre reiteradamente com os seus deveres
perante o condomínio poderá, por deliberação
de três quartos dos condôminos restantes, ser
constrangido a pagar multa correspondente até
ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição
para as despesas condominiais, conforme a
gravidade das faltas e a reiteração,
independentemente das perdas e danos que se
apurem.

Parágrafo único. O condômino ou possuidor


que, por seu reiterado comportamento anti-
social, gerar incompatibilidade de convivência
com os demais condôminos ou possuidores,
poderá ser constrangido a pagar multa
correspondente ao décuplo do valor atribuído à
contribuição para as despesas condominiais,
até ulterior deliberação da assembléia.

Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar


área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em
condições iguais, qualquer dos condôminos a
estranhos, e, entre todos, os possuidores.

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