Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
_________
(yfac&szwz
CM
I
O) F R A N C I S C O TADEU N E G R E I R O S
<0
(D
cm
O)
CN
F l o r i a n ó p o l i s , abril de 1994.
FA B R IC A Ç Ã O D E M A T E R IA L C E R Â M IC O C O M A R G IL A E
C IN Z A S D E C A R V Ã O M IN E R A L
F R A N C IS C O T A D E U N E G R E IR O S
P ro f. H u m b e rto R am o s R o m a n , P h .D .
Orientador
B A N C A E X A M IN A D O R A :
SUMÁRIO
SUMÁRIO
L I S T A D E F I G U R A S ...................................................................................................... ....
L I S T A D E T A B E L A S .................................................................................................... iv
R E S U M O ........................................................................................................... vi
1. I N T R O D U Ç Ã O ................................................................................. !
2. R E V I S Ã O B I B L I O G R Á F I C A ................................................................................ 6
2 . 1 . I n t r o d u ç ã o .............................................................................. 6
2 . 2 . P r o c e s s o s d e f a b r i c a ç ã o ................................................................... 7
2 . 3 . P r o d u ç ã o de c e r â m i c a e m S a n t a C a t a r i n a ........................................ 8
2 . 4 . A a r g i l a e a s c i n z a s ..................................................................................... 10
2 . 5 . P r o b l e m a s a m b i e n t a i s c o m c i n z a s ....................................................... 12
2 . 6 . U t i l i z a ç ã o de c i n z a no p r o d u t o c e r â m i c o .................................... 13
3. P R O G R A M A E X P E R I M E N T A L .........................................................................16
3 . 1 . M a t e r i a i s u t i l i z a d o s ........................................................... 16
3 . 2 . S e c a g e m da a r g i l a e da c i n z a d e c a r v ã o ......................................... 17
3 . 3 . A n á l i s e q u í m i c a ..................................................................... 17
3 . 4 . D e t e r m i n a ç ã o d o s l i m i t e s de l i q u i d e z e p l a s t i c i d a d e da
a r g i l a ......................................................................................................................
3 . 5 . D e s t o r r o a m e n t o d a a r g i l a ................................................................ 19
3 . 6 . D e s e n v o l v i m e n t o d o p r o c e s s o d e f a b r i c a ç ã o u t i l i z a d o .........19
3 . 6 . 1 . D e t e r m i n a ç ã o do t e o r d e u m i d a d e de m o l d a g e m .......22
3 . 6 . 2 . P r e p a r a ç ã o d a s m i s t u r a s .............................................................23
3 . 6 . 3 . M o l d a g e m d o s c o r p o s d e p r o v a ................. 24
ii
3 . 6 . 4 . S e c a g e m d o s c o r p o s de p r o v a ........................................... 24
3 . 6 . 5 . Q u e i m a d o s c o r p o s d e p r o v a .................................................. 25
3 . 7 . D e t e r m i n a ç ã o d a s c a r a c t e r í s t i c a s f í s i c a s e m e c â n i c a s .......... 26
3 . 7 . 1 . U m i d a d e d e m o l d a g e m ( U ) ...................................... 26
3 . 7 . 2 . R e t r a ç ã o l i n e a r d e s e c a g e m ( R s ) ..........................................27
3 . 7 . 3 . P e r d a a o f o g o ( P F ) .................................................... 28
3 . 7 . 4 . R e t r a ç ã o à q u e i m a ( R q ) ...............................................................28
3 . 7 . 5 . T a x a d e s u c ç ã o i n i c i a l ( T S i ) .................................................... 29
3 . 7 . 6 . A b s o r ç ã o de á g u a ( A A ) ...............................................................3 0
a p a r e n t e ( P a ) ..................................................................................... 3 0
3 . 7 . 8 . R e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o a p ó s a q u e i m a ( R C q ) .........31
4. A N Á L I S E D O S R E S U L T A D O S D O S E N S A I O S .....................................33
4 . 1 . R e t r a ç ã o l i n e a r d e s e c a g e m ...................................................... 33
4 . 2 . T a x a d e s e c a g e m .......................................................................................... 33
4 . 3 . P e r d a a o f o g o .......... ......................................................... 37
4 . 4 . R e t r a ç ã o à q u e i m a ........................................................................................ 38
4 . 5 . R e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o ....................................................................... 39
4 . 6 . T a x a d e s u c ç ã o i n i c i a l ................................................................................ 43
4 . 7 . A b s o r ç ã o d e á g u a ......................................................... 44
4 . 8 . P o r o s i d a d e a p a r e n t e .................................................................................. 45
4 . 9 . M a s s a e s p e c í f i c a a p a r e n t e ......................................................... 46
4 . 1 0 . I n f l u ê n c i a d o t i p o de c i n z a na f a b r i c a ç ã o d o
m a t e r i a l c e r â m i c o ................................................................................. 47
5. C O N C L U S Õ E S E R E C O M E N D A Ç Õ E S ..........................................................52
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S ...................................................................... 57
LISTA DE FIGURAS
i ii
LISTA DE FIGURAS
F i g u r a 3. 1 C i c l o d e q u e i m a p a r a t e m p e r a t u r a d e 9 5 0 ° C ........................ 25
F i g u r a 3. 2 C o r p o s d e p r o v a u t i l i z a d o s n o e x p e r i m e n t o a p ó s a
q u e i m a ........................................................................................................... 3 2
F i g u r a 4. 1 I n f l u ê n c i a d o t i p o e t e o r d e c i n z a n a r e t r a ç ã o l i n e a r
d e s e c a g e m ................................................ ............................................... 3 6
F i g u r a 4. 2 R e l a ç ã o e n t r e a t a x a d e s e c a g e m e o t e o r d e c i n z a .........36
F i g u r a 4.; 3 I n f l u ê n c i a d a t e m p e r a t u r a d e q u e i m a e d o t e o r de c i n z a
n a p e r d a a o f o g o ..................................................................................... 3 7
F i g u r a 4 . ‘\ I n f l u ê n c i a d a t e m p e r a t u r a d e q u e i m a e do t e o r d e c i n z a
n a r e t r a ç ã o a p ó s q u e i m a ....................................................................38
F i g u r a 4.Í 5 I n f l u ê n c i a d a t e m p e r a t u r a de q u e i m a e d o t e o r de c i n z a
n a r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o .............................................................3 9
F i g u r a 4 . ( > I n f l u ê n c i a d a t e m p e r a t u r a d e q u e i m a e d o t e o r de c i n z a
n a t a x a de s u c ç ã o i n i c i a l ............................. ......................................43
F i g u r a 4 . ' ' I n f l u ê n c i a da t e m p e r a t u r a de q u e i m a e do t e o r de c i n z a
n a a b s o r ç ã o d e á g u a .............................................................................. 4 4
F i g u r a 4. 8 ' I n f l u ê n c i a d a t e m p e r a t u r a d e q u e i m a e do t e o r d e c i n z a
na p o r o s i d a d e a p a r e n t e ....................................................................... 4 5
F i g u r a 4 . 9 I n f l u ê n c i a d a t e m p e r a t u r a d e q u e i m a e do t e o r d e c i n z a
na m a s s a e s p e c í f i c a a p a r e n t e ........................................................... 46
F i g u r a 4. 1 0 I n f l u ê n c i a d o t i p o e t e o r d e c i n z a n a r e s i s t ê n c i a à
c o m p r e s s ã o ............................................................................................... 4 7
LISTA DE TABELAS
iv
LISTA DE TABELAS
T a b e l a 3. 1 C o m p o s i ç ã o q u í m i c a d a a r g i l a e d a s c i n z a s d e c a r v ã o
u t i l i z a d a s .................................................................................................... ...
T a b e l a 3 . 2 V a l o r e s m é d i o s de r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o o b t i d o s
p a r a d i f e r e n t e s t e n s õ e s d e p r e n s a g e m ...................................... 21
T a b e l a 3 . 3 V a l o r e s d e F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a u m n í v e l de
p r o b a b i l i d a d e d e 9 5 % p a r a as d i f e r e n t e s t e n s õ e s d e
p r e n s a g e m .................................................................................................. 21
T a b e l a 3 . 4 V a l o r e s m é d i o s de r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o e
a b s o r ç ã o d e á g u a p a r a t e o r e s d e u m i d a d e de
m o l d a g e m d e 8 e 1 0 % .........................................................................2 2
T a b e l a 3.5 V a l o r e s de F c a l c u l a d o p a r a t e o r e s de u m i d a d e de
m o l d a g e m d e 8 e 1 0 % ........................................................................ 23
T a b e l a 4. 1 R e s u l t a d o s p a r a c i c l o de q u e i m a de 10 h o r a s ..................... 3 4
T a b e l a 4 . 2 R e s u l t a d o s p a r a c i c l o de q u e i m a de 2 2 h o r a s ..................... 35
T a b e l a 4 . 3 V a l o r e s de r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o e a n á l i s e
e s t a t í s t i c a b á s i c a p a r a os d i f e r e n t e s c i c l o s e
t e m p e r a t u r a s de q u e i m a ..................................................................... 40
T a b e l a 4 . 4 V a l o r e s d e F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a u m n í v e l de
p r o b a b i l i d a d e de 9 5 % p a r a o s d i f e r e n t e s c i c l o s de
q u e i m a ........................................................................................................... 41
T a b e l a 4 . 5 V a l o r e s de F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a as d i f e r e n t e s
V
t e m p e r a t u r a s d e q u e i m a ..................................................................... 41
T a b e l a 4 . 6 V a l o r e s m é d i o s de r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o o b t i d o s
p a r a as c i n z a s v o l a n t e e p e s a d a ....................................................48
T a b e l a 4 . 7 V a l o r e s d e F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a as c i n z a s
v o l a n t e e p e s a d a ................................................................................... 4 8
T a b e l a 4 . 8 V a l o r e s d e a b s o r ç ã o de á g u a e a n á l i s e e s t a t í s t i c a
b á s i c a p a r a as c i n z a s v o l a n t e e p e s a d a .................................... 4 9
T a b e l a 4 . 9 V a l o r e s de F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a as c i n z a s
v o l a n t e e p e s a d a ..................................................................................... 4 9
T a b e l a 4 . 1 0 V a l o r e s de p o r o s i d a d e a p a r e n t e e a n á l i s e e s t a t í s t i c a
b á s i c a p a r a as c i n z a s v o l a n t e e p e s a d a .................................50
T a b e l a 4.11 V a l o r e s de F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a as c i n z a s
v o l a n t e e p e s a d a ..................................................................................50
T a b e l a 4 .1 2 V a l o r e s de t a x a de s u c ç ã o inicial e análise e s t a t í s t i c a
b á s i c a p a r a as c i n z a s v o l a n t e e p e s a d a .................................51
T a b e l a 4. 13 V a l o r e s de F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a as c i n z a s
v o l a n t e e p e s a d a ..................................................................................51
RESUMO
RESUMO
As p r i n c i p a i s c o n c l u s õ e s f o r a m : a r e t r a ç ã o l i n e a r de
s e c a g e m e a r e t r a ç ã o à queim a d im in u e m co m a ad iç ão de c in za e
p o d e m s e r i m p o r t a n t e s p a r a se o b t e r u m m e l h o r c o n t r o l e d a f o r m a e
h o m o g e n eid ad e das dimensões; a secagem natural, norm alm ente
u s a d a nas o l a r i a s da r e g i ã o , p o d e ser fe it a em m e n o r t e m p o e com
m e n o s f i s s u r a s c o m a a d i ç ã o de cinza; as r e s i s t ê n c i a s à c o m p r e s s ã o
obtidas estão dentro das especificações das normas brasileiras; a
d i m i n u i ç ã o da m a s s a e s p e c í f i c a p e r m i t e a p r o d u ç ã o de t i j o l o s ma is
leves.
O c o m p l e x o t e r m e l é t r i c o J o r g e L a c e r d a , e m T u b a r ã o , n o s ul
do E s t a d o d e S a n t a C a t a r i n a , p r o d u z a n u a l m e n t e c e r c a d e 8 0 0 mi l
t o n e l a d a s de c i n z a . 1
c o n s i d e r a n d o a r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o , a t a x a de sucç ão inicial e a
estabilidade dimensional do material e, para poder colocar seu
p r o d u t o no m e r c a d o , p r a t i c a m p r e ç o s m u i t o b a i x o s que m u i t a s v e z e s
nã o c o b r e m os c u s t o s de p r o d u ç ã o .
A má q u a l i d a d e do p r o d u t o c e r â m i c o g e r a um d e s p e r d í c i o
em cadeia por todo o setor produtivo da construção civil. Como
exemplos pode-se citar as quebras que ocorrem no transporte e
m o v i m e n t a ç ã o d o p r o d u t o , a d i f i c u l d a d e d e f a z e r - s e um a s s e n t a m e n t o
de paredes com prumadas verticais, a consequente necessidade de
maior espessura dos reb o co s para a co rreção e muitos o utros casos
de d e s p e r d í c i o .
C o n s i d e r a n d o o s p r o b l e m a s de p o l u i ç ã o c a u s a d o s p e l a c i n z a
d e c a r v ã o e a s i t u a ç ã o d as o l a r i a s c o m c o n s e q u ê n c i a s na c o n s t r u ç ã o
civil, d e c i d i u - s e i n v e s t i g a r a p o s s i b i l i d a d e de u s á - l a p a r a produzir
tijolos.
O o b j e t i v o g e r a l d e s t a d i s s e r t a ç ã o f oi a b u s c a d e s o l u ç õ e s
p a r a a u t i l i z a ç ã o d o s r e s í d u o s g e r a d o s p e l a s t e r m e l é t r i c a s e p a r a os
p r o b l e m a s de q u a l i d a d e do p r o d u t o c e r â m i c o das r e g i õ e s p r ó x i m a s da
usina.
Os o b j e t i v o s e s p e c í f i c o s são:
. A o t i m i z a ç ã o d a q u e i m a d o p r o d u t o c o m c o n s e q u e n t e e c o n o m i a de
recursos energéticos;
A m e l h o r i a d e q u a l i d a d e d o p r o d u t o c e r â m i c o e m r e l a ç ã o às s u a s
carac te rístic as físicas e mecânicas.
N o c a p í t u l o 2 a p r e s e n t a - s e u m a r e v i s ã o b i b l i o g r á f i c a c o m os
p rin c i p a is r e s u l t a d o s e n c o n t r a d o s a nível n a cio n a l e in te rn acio n al.
2. 1 . I n t r o d u ç ã o
Os t i j o l o s c e r â m i c o s a t i n g i r a m t a m a n h o ní ve l d e q u a l i d a d e
em p a í s e s d e s e n v o l v i d o s tais com o, I n g l a t e r r a , Canadá, Austrália e
outros, que possibilitaram a evolução da técnica construtiva em
a l v e n a r i a e s t r u t u r a l p a r a a t é 13 p a v i m e n t o s 5.
2 . 2 . P r o c e s s o s de F a b r i c a ç ã o
As o p e r a ç õ e s b á s i c a s n a f a b r i c a ç ã o d e p r o d u t o s d e c e r â m i c a
v e r m e l h a s ã o 6:
a) F o r m a ç ã o d a p a s t a d e m o l d a g e m p e l a m i s t u r a d e u m o u m a i s t i p o s
de á r g i l a s c o m á g u a ( H o m o g e n e i z a ç ã o ) ;
c) S e c a g e m , p a r a e l i m i n a ç ã o de á g u a de m o l d a g e m e á g u a a b s o r v i d a ;
E m t o d a s e s t a s f a s e s , a l i t e r a t u r a e n f a t i z a a i m p o r t â n c i a do
uso de p ro c e d im en to s técnicos corretos, para que o produto acabado
m o s t r e m e l h o r e s c a r a c t e r í s t i c a s de d e s e m p e n h o .
2. 3. P r o d u ç ã o de C e r â mi c a em Sant a Ca t a r i n a
Em S a n t a C a t a r i n a a i n d ú s t r i a de m a t e r i a i s de c e r â m i c a
vermelha constitui um setor importante sob o ponto de vista
s ó c i o - e c o n ô m i c o p a r a o e s ta d o . A g r a n d e m a i o r i a das h a b i t a ç õ e s do
estado são construídas com tijolos e telhas, material este que é
s u p r i d o p o r 7 4 2 o l a r i a s , g e r a l m e n t e de p e q u e n o p o r t e , f u n c i o n a n d o
com estrutura artesanal. Estas empresas geram cerca de 11.000
e m p r e g o s d i r e t o s e 3 0 . 0 0 0 e m p r e g o s i n d i r e t o s 7.
i r r e g u l a r i d a d e s na a t i v i d a d e e x t r a t i v a da l e n h a e a rgila u s a d a s p a r a
a p r o d u ç ã o do m a t e r ia l;
u s o i n a d e q u a d o da m a t é r i a p r i m a ;
. d e s p e r d í c i o de e n e r g i a ;
. c o n t r i b u i ç ã o p a r a o a g r a v a m e n t o da d e g r a d a ç ã o d o m e i o - a m b i e n t e ;
a q u a l i d a d e d o p r o d u t o g e r a l m e n t e n ã o s a t i s f a z os p a d r õ e s m í n i m o s
aconselháveis;
2. 4. A A r g i l a e as Ci nz as
matéria orgânica P o s s u i e l e v a d o t e o r de p a r t í c u l a s de g r a n u l o m e t r i a
abaixo de 2 m i c r ô m e t r o s , é plástica quando pulverizada e rígida e
dura após secagem e queima.
S e g u n d o S A N T O S , as c a r a c t e r í s t i c a s e ss e n c ia is das a rg ila s
p a r a s e r e m u s a d a s na f a b r i c a ç ã o de p r o d u t o s de c e r â m i c a v e r m e l h a
s ã o . p o d e r s e r m o l d a d a s f a c i l m e n t e , t e r v a l o r m é d i o ou e l e v a d o p a r a
a tensão de ruptura à flexão, antes e após queimar; apresentar
mínimo de trincas e empenamento. Estas características são
d e t e r m i n a d a s p e la p l a s t i c i d a d e , pela c a p a c i d a d e de a b s o r ç ã o e c e s s ã o
de á g u a , e p el o seu c o m p o r t a m e n t o ao c a l o r ( a l t e r a ç ã o de v o l u m e
d urante a secagem e a queima).
A plasticidade, a á g u a de m o l d a g e m , o comportamento na
secagem e na queima dependem da granulometria e dos diversos
minerais presentes.
A composição q u í m i c a da a r g i l a p u r a é d e 4 7 % d e sílica,
39% de alumina e 14% de água; ela constitui o aglutinante dos
demais e le m e n to s que c o m p õ e m a argila industrial.
F i s i c a m e n t e , e n t r e t a n t o , a c i n z a e a a r g i l a s ão d i f e r e n t e s . As
cinzas são compostas de material vítreo, partículas esféficas e
p a r t í c u l a s a n g u l a r e s , e a a r g i l a é c o m p o s t a de c a m a d a s p l á s t i c a s de
silicatos-aluminosos, contendo água superficial. A granulometria
m é d ia das c in za s e s t á acima de 2 m i c r ô m e t r o s .
2 . 5. P r o b l e m a s A m b i e n t a i s com Ci nza
N o e n t a n t o , s e g u n d o G O T H E 11, n a s u p e r f í c i e d a s p a r t í c u l a s
esféricas encontram-se moléculas que foram adsorvidas durante o
resfriamento. Estas moléculas em presença de água se dissolvem.
E ste é o m ecanism o que p ro d u z o lixiviado, que pode co n ter ainda
algumas partículas menores.
D e v i d o t a n t o ao pH de sua d r e n a g e m , q u a n t o à s o l u b i l i z a ç ã o
d o s e l e m e n t o s p r e s e n t e s n a s u a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a , as c i n z a s s ã o
elementos potencialm ente poluidores.
2 . 6. U t i l i z a ç ã o de C i n z a no P r o d u t o C e r â m i c o
A r e v i s ã o d a l i t e r a t u r a 12 m o s t r a q u e a q u e i m a d a a r g i l a c o m
c in z a p a r a f a b r i c a ç ã o de t i j o l o s não é nova. I s to tem sido feit o d e s d e
o século XVII. As p r i n c i p a i s r a z õ e s p a ra f a z ê - l a são a r e d u ç ã o da
r e t r a ç ã o d a a r g i l a q u e se o b t é m c o m a a d i ç ã o d e c i n z a s e p a r a f a z e r
u so do v a lo r c a lo r ífic o do c ar v ão não q u e im a d o nas cinzas.
B R O O K S e t a 11i 13 i n v e s t i g a r a m a u t i l i z a ç ã o da c i n z a v o l a n t e
com argila. Os resultados mostraram que o uso de c i n z a volante
p o d e r i a c o n d u z i r a e c o n o m i a s na f a b r i c a ç ã o d e t i j o l o s . A l é m d i s t o ,
as r e s i s t ê n c i a s à c o m p r e s s ã o f o r a m p o u c o a f e t a d a s pelo d e c r é s c i m o
d e d e n s i d a d e e a u m e n t o na p o r o s i d a d e c a u s a d o s p e l a a d i ç ã o de c i nz a
volante.
U S A I 15 e s t u d o u a p o s s i b i l i d a d e d o u s o d e c i n z a v o l a n t e na
p r o d u ç ã o de t i j o l o s l e ve s. U ma m i s t u r a de 8 0 % de a r g il a e 2 0 % de
cinza foi feita. Duas temperaturas de queima, 1000°C e 1100°C,
f o r a m u s a d a s . A p r i m e i r a p r o d u z i u u m a r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o de
9.0 N/mm 2 e densidade de 1 . 1, enquanto a segunda deu uma
r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o d e 11. 5 N / m m 2 e d e n s i d a d e d e 1 . 6 5 .
C A B R E R A e S T E N T I F O R D 17 e s t u d a r a m as p r o p r i e d a d e s d o s
t i j o l o s f a b r i c a d o s c o m c in za v o l a n t e e a d i ç õ e s de lama de e s g o t o ,
areia e argila. Dos resultados obtidos, concluiu-se uqe os tijolos
feitos com cinza volante e adição de qualquer dos três materiais
p o d e m ser q u e i m a d o s u s a n d o um ciclo de q u e i m a mais c u r t o do que o
ciclo r e q u e r i d o p ara q u e i m a dos ti j o l o s de a rg i l a c o n v en c io n a l.
16 SULTAN, H. A., QAQISH, S.S. E FATANI, M. N. S ta b iliz e d copper m ill ta ilin g and
f l y ash f o r b rick manufacture. In.: HALOW, J. S. & COVEY, J. N. The challenge of
change; sixthe International Ash Utilization Symposium Proceedings, v. 2, Nevada,
Março de 1982.
n CABRERA, J. G. e STENTIFORD,E. I. Le p r o p ie tá dei mattoni fa b b ric a ti con ceneri
di com bustibile solido p o lv e r izz a to e depositi di fo g n a tu r a . Refrattari e Laterezi
set./out., n° 71, 1984, pp. 227-34.
CAPÍTULO III
3. PROGRAMA EXPERI MENTAL
N a s o la ri a s, a argil a sof re um p r o c e s s o de m a c e r a ç ã o a n t e s
d e s e r u t i l i z a d a . N a o l a r i a v i s i t a d a , p a r a f i n s de c o l e t a d a a m o s t r a ,
h a v i a d o i s t i p o s d e a r g i l a em m a c e r a ç ã o : u m a a r g i l a a m a r e l a e u m a
a rg ila v e r m e l h a , esta em m e n o r q u a n t i d a d e . A n te s de p a s s a r e m p a ra o
processo de h o m o g e n e i z a ç ã o , ambas eram misturadas. A coleta da
a m o s t r a de a r g i l a foi f e i t a d e s s a m i s t u r a d as a r g i l a s .
3 . 2 . S e c a g e m da Ar g i l a e da Ci n z a de Ca r vão
E s t a t e m p e r a t u r a de 7 0 ° C foi e s c o l h i d a p o r q u e a c i m a d e s t a
ocorrem polimerizações irreversíveis na matéria orgânica natural
p resen te nas amostras.
3 . 3. A n á l i s e Q u í mi c a
T a b e l a 3. 1 - C o m p o s i ç ã o q uí m i c a da a r g i l a e das c i n z a s de c a r v ã o
utilizadas.
t ê m p e r a , o u t e o r d e u m i d a d e d e m o l d a g e m , é d a o r d e m d e 1/3 a 1/2
d o v a l o r d o l i m i t e d e p l a s t i c i d a d e d a a r g i l a 18.
E s t e s li m it es são i n d ic a çõ e s da m o l d a b i l i d a d e do m ate ri al e
do seu c o m p o r t a m e n t o à s e c a g e m , e f o r a m d e t e r m i n a d o s a t r a v é s do
m é t o d o N B R 7 1 8 0 d a A B N T 19
3 . 5 . D e s t o r r o a m e n t o da Ar gi l a
C o m a u x í l i o d e u m a l m o f a r i z e u m a m ã o - d e - g r a l a a r g i l a f oi
destorroada. Este destorroam ento faz-se necessário para o posterior
p e n e i r a m e n t o e elim in a çã o das p a rt í c u l a s mais g r o s s a s para que haja,
assim, uma melhor homogeneização dos materiais antes de serem
moldados.
3 . 6 . D e s e n v o l v i m e n t o do P r o c e s s o de F a b r i c a ç ã o U t i l i z a d o
Os c o r p o s d e p r o v a m o l d a d o s e m l a b o r a t ó r i o , m a n u a l m e n t e
ou por extrusão, em massas plásticas, são de uma resistência
mecânica muito baixa. O método de moldagem por prensagem de
18 IPT. M a n u a l de p r o c e d i m e n t o s p a r a a i n d ú s t r i a de c e r â m i c a v e r m e l h a .
I n s t i t u t o de P e s q u i s a s T e c n o l ó g i c a s do E s ta d o de São P a u lo . São P a u lo .
1 9 8 6 . ( R e la t ó r io n° 2 4 . 4 2 2 ) .
19 A B N T . A s s o c i a ç ã o B r a s i l e i r a de N orm as T é c n i c a s . S o lo - d e t e r m in a ç ã o do
l i m i t e de p l a s t i c i d a d e . N B R 7 1 8 0 ( M B - 3 1 ) . R io de J a n e ir o , 198 4 .
20
m a s s a s s e m i - s e c a s p e r m i t e a o b t e n ç ã o de c o r p o s de p r o v a q u e , a p ó s
a s e c a g e m , s ã o m a n u s e á v e i s s e m se e s f a r e l a r 20.
20 S A N T O S , P. S. Op. óit
21
r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s i io ( M P a )
t e n s ã o de t e o r de média desvio padrão c o e f i c i e n t e de
prensagem cinza (%) (MPa) (MPa) variação (%)
0 10.85 2.34 21.57
15 M P a 30 5.88 0.46 7.82
50 3.41 0.34 9.97
0 18.22 1.09 5.98
20 M P a 30 10.27 1.07 10.42
50 5.70 0.35 6.14
0 22.31 1.54 6.90
25 M P a 30 ' 10.57 0.62 5.87
50 6.03 0.53 8.79
T a b e l a 3.4 - V a l o r e s m é d i o s de r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o e a b s o r ç ã o
de á g u a p a r a t e o r e s de u m i d a d e de m o l d a g e m de 8 e
10 %.
resist à c o m p r. ( M P a ) a b s o r ç ã o de á g u a ( % )
t e o r de t e o r de média desvio coef. de média desvio c o e f . de
umidade cinza(%) padrão variação padrão variação(%)
0 14.54 2.67 18.36 15.93 0 ,4 2 2.64
8% 30 5.46 0.83 15.20 21.08 1. 11 5.27
50 4.22 0.19 4.50 25.90 0.34 1. 31
0 1 8. 31 2.74 14.96 14.82 0.52 3.51
10% 30 9.50 0.70 7.37 18.71 0.26 1.39
50 6.22 0.43 6.91 24.23 0.65 2.68
3 . 6 . 2 . P r e p a r a ç ã o das M i s t u r a s
F o r a m e s t u d a d a s seis m is tu ra s : um a m i s t u r a de c o n t r o l e com
1 0 0 % de a r g i l a e c i n c o m i s t u r a s de a r g i l a c o m c i n z a , v a r i a n d o - s e a
q u a n t i d a d e de c in za a d i c i o n a d a de 10% a 50 % em mass a.
24
O m a t e r i a l foi c o l o c a d o em u m m o l d e c i l í n d r i c o de 3 4 , 5 0 m m
de d i â m e t r o e c o n s o l i d a d o p o r p r e n s a g e m em uma p r e n s a ma nu al . A
c a r g a f oi a p l i c a d a l e n t a m e n t e a t é se o b t e r u m a t e n s ã o d e 20 M P a , a
q u a l foi m a n t i d a p o r 1 m i n u t o .
3 . 6 . 4 . S e c a g e m dos Co r po s de Prova
3 . 6 . 5 . Q u e i m a dos C o r p o s de Prova
tempo - horas
F i g u r a 3. 1 - C i c l o d e q u e i m a d e 10 h o r a s e t e m p e r a t u r a de 9 5 0 ° C
26
A p ó s o r e s f r i a m e n t o , q u a n d o os c o r p o s de p r o v a já estavam
na temperatura ambiente foram pesados e medidos, sendo então
d e t e r m i n a d a s a r e t r a ç ã o a que im a e a p e r d a ao fog o.
A p ó s , as a m o s t r a s f o r a m r e t i r a d a s d a á g u a e d e t e r m i n o u - s e
o seu peso s a t u r a d o c o n fo rm e a n orm a A S T M C 1 2 7 22 e o s e u p e s o
imerso.
3 . 7 . D e t e r m i n a ç ã o das C a r a c t e r í s t i c a s F í s i c a s e M e c â n i c a s
3 . 7 . 1 . U m i d a d e de M o l d a g e m (U)
21 B r i t i s h St a n d a r d I n s t i t u t i o n . S p e c i f i c a t i o n s for c l a y br i c ks . BS 392 1,
L o n d o n , 1985.
22 A m e r i c a n S o c i e t y for T e s t i n g and Ma t e r i a l s . Te s t for s p e c i f i c g r a v i t y and
a b s o r t i o n o f f i n e a g g r e g a t e . ASTM C 1 2 7 - 7 7 .
27
U=M - M x 100 ( 1)
Ms
onde,
U = U m idade de m o ld a g e m (% );
Mp = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a p r e n s a g e m ( g ) ;
Ms = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a s e c a g e m ( g ) .
3 . 7 . 2 . R e t r a ç ã o L i n e a r de S e c a g e m (Rs )
T a m b é m a p ó s a m o l d a g e m , com os r e s u l t a d o s das d i f e r e n t e s
medições, foi d e t e r m i n a d a a retração li n e a r de secagem dada pela
seguinte equação:
= D p - D s _ x 1W)
Ds
Rs = R e t r a ç ã o linear de s e c a g em ( % );
D p = D i â m e t r o do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a p re n s a g e m (m m ) ;
D s = D i â m e t r o do c o r p o de co rp o de p ro v a após a secagem (m m ).
28
3 . 7 . 3 . P e r d a ao Fogo ( PF)
A p ó s a q u e i m a , c o m os r e s u l t a d o s d a s d i f e r e n t e s p e s a g e n s ,
foi d e t e r m i n a d a a perda ao f o g o , que indica a perda d e m a s s a do
material d u rante o cozim ento. Esta é dada pela seguinte equação:
Ms-Mq
PF = ------------ — x 100 (3)
Mq y }
PF = P e r d a ao f o g o ( % ) ;
Ms = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a s e c a g e m ( g ) ;
M q = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a q u e i m a ( g ) .
3 . 7 . 4 . R e t r a ç ã o à Q u e i m a ( Rq)
A r e t r a ç ã o à q u e i m a foi d e t e r m i n a d a pe la s e g u i n t e e q u a ç ã o :
Rq = D s ~ Dq x 100 (4)
Dq
Rq = R e t r a ç ã o à q u e im a ( % ) ;
Ds = D i â m e t r o do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a s e c a g e m ( m m ) ;
Dq = D i â m e t r o do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a q u e i m a ( m m ) .
29
3 . 7 . 5 . Taxa de S u c ç ã o I n i c i a l (TSI )
A t a x a d e s u c ç ã o i n i c i a l i n d i c a a v e l o c i d a d e d e a b s o r ç ã o de
á g u a pelo m a t e r i a l lo g o a p ós e s ta r em c o n t a t o com a mesma. É uma
c a r a c t e r í s t i c a i m p o r t a n t e u m a ve z q u e i n f l u i r á na q u a l i d a d e d a p a r e d e
acabada. Um material com alta taxa de sucção inicial necessita
p r o c e d i m e n t o s c o r r e t i v o s p o r m o lh a g e m a n tes do a ss e n tam e n to .
T S I = T a x a de s u c ç ã o i n i c i a l ( K g / m m 2. m i n ) ;
M m = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s 1 mi n . de i m e r s ã o ( g ) ;
Mq - M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a q u e i m a ( g ) ;
Dq = D i â m e t r o do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a q u e i m a ( m m ) .
23 B r i t i s h St andar d I n s t i t u t i o n . S p e c i f i c a t i o n s f o r c l a y b r i c k s a n d b l o c k s , BS
3 92 1, Lo n do n, 1985.
30
3 . 7 . 6 . A b s o r ç ã o de Ág u a ( AA)
P a r a e s t e e n s a i o f oi u t i l i z a d a a n o r m a A S T M C 6 7 24 A p ó s
f i c a r e m 24 h o r a s i m e r s o s em á g u a , os c o r p o s de p r o v a f o r a m p e s a d o s
para determinar-se a massa saturada. A absorção de água f oi
determ in ad a pela seguinte equação:
AA = M t - M q x 100 (6)
Mq
AA = A b s o r ç ã o de á g u a ( % ) ;
Mt = M assa do c o rp o de c o r p o de p r o v a s a t u r a d o ( g ) ;
Mq = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a q u e i m a ( g ) .
24 A m e r i c a n S o c i e t y for T e s t i n g and Ma t e r i a l s . S t a n d a r t m e t h o d s o f s a m p l i n g
a n d t e s t i n g b r i c k a n d s t r u t u r a l c l a y t i l e . AS TM C 6 7 - 8 3 .
25 A m e r i c a n S o c i e t y for T e s t i n g and Ma t e r i a l s . T e s t f o r s p e c i f i c g r a v i t y a n d
a b s o r t i o n o f f i n e a g g r e g a t e . AS TM C 1 2 7 - 7 7 .
31
( 7)
M E a = M a s s a e s p e c í f i c a a p a r e n t e ( g / c m 3);
Pa = P o ro sid a d e aparen te (% );
M t = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a s a t u r a d o ( g ) ;
Mq = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a a p ó s a q u e im a (g );
Mi = M a s s a do c o r p o de c o r p o de p r o v a i m e r s o ( g ) .
3 . 7 . 8 . R e s i s t ê n c i a à C o m p r e s s ã o após Q u e i m a ( RCq )
(9)
CR = C a r g a de r u p t u r a d o s c o r p o s de p r o v a ( N ) ;
Dq = D i â m e t r o do c o r p o de p r o v a a p ó s a q u e i m a ( m m ) .
A f o t o a b a i x o m o s t r a os c o r p o s de p r o v a a p ó s a q u e i m a .
CAPÍTULO IV
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
4 . 1 . R e t r a ç ã o L i ne a r de S e c a g e m
4. 2. Taxa de S e c a g e m
T a b e l a 4 . 1 . R e s u l t a d o s p a r a c i c l o d e q u e i m a d e 10 h o r a s .
temperatura t i p o de
t e o r de c i n z a n a m i s t u r a (% e m n e s o ï
de a u e i m a teste
0 10 20 30 40 50
PF(%)
4.87 5.12 5.21 5.09 5.03 4.86
Rq(%) -0.38 -0.30 -0.43 -0.29 0.00 -0.09
RCq 19.26 15.56 13.36 9.75 6.46 4.45
750°C AA(%) 15.45 16.93 18.34 20.39 23.26 24.92
MEa 1.851 1.749 1.664 1.568 1.465 1.405
Pa(%) 28.59 29.59 30.52 31.98 34.08 35.01
TSi 1.79 2.47 3.06 3.85 4.81 5.38
PF(%) 5.53 5. 41 5.45 5.42 5. 21 4.73
Rq(%) 0.15 0.20 0.52 0.71 0.52 0.23
RCq 18.22 15.60 10.99 10.28 6.92 5.70
9 5 0°C AA(%) 14.96 16.45 17.47 18.35 22.34 24.34
MEa 1.862 1. 768 1.691 1.626 1.486 1.419
P a (%) 27.84 29.07 29.54 29.81 33.20 34.53
TSi 3.42 4.09 5.22 5.60 6.40 6.36
PF(%) 5.56 5.49 5.39 5.24 5.09 5.00
Rq(%) 0.34 0.76 0.98 1.75 1.68 2.63
RCq 14.47 12.59 13.06 12.53 7.83 7.38
1 0 5 0°C AA(%) 13.80 14.36 14.96 15.11 19.93 19.71
MEa 1.887 1.810 1.738 1.681 1.535 1.530
Pa(%) 26.03 25.98 25.99 25.36 30.58 30.08
TSi 4.34 5.47 5.77 6.03 7.54 7.28
PF(%) 5.47 5.03 4.63 4.23 3.66 3.23
Rq(%) 0.00 0.14 0.63 0.93 0.74 0.23
RCq 17.37 17.77 13.64 11.06 7.86 5.59
*950°C AA(%) 15.55 1 6. 11 16.65 18.01 22.53 24.92
MEa 1.840 1.778 1.714 1.637 1.498 1.409
Pa(%) 28.60 28.64 28.53 29.48 33.74 35.11
TSi 3.63 3.78 4.80 5.52 5.32 6.12
* cinza volante
Nota: Rq - r e t r a ç ã o a p ó s q u e im a
RCq - resistência à compressão após queima(MPa)
AA - a b s o r ç ã o de ág ua
M E a - m a s s a e s p e c í f i c a a p a r e n t e ( g / c m 3)
Pa - p o ro sidad e aparente
T S i - t a x a d e s u c ç ã o i n i c i a l ( K g / m m 2. m i n )
35
T a b e l a 4 .2. R e s u l t a d o s p a r a c i cl o de q u e i m a de 22 horas.
temperatura t i p o de T e o r de c i n z a na m i s t u r a (% em o e s o )
de a u e i m a teste 0 10 20 30 40 50
PFf%) 4.96 4.93 4.86 4.81 4.66 4.29
Rq(%) -0.40 -0.29 -0.29 -.024 -0.24 -0.17
RCq 18.64 16.29 12.02 8.96 6.26 3.81
750°C AA(%) 15.91 16.99 18.63 20.70 22.79 24.95
MEa 1.837 1 . 751 1.660 1.568 1.490 1.412
Pa(%) 29.23 29.75 30.92 32.46 33.97 35.23
TSi 2.28 2.73 3.20 4.06 4.52 5.35
PFÍ%) 6.12 6.02 5.91 5.82 5.64 5.51
Rq(%) 0.07 0.27 0.58 0.81 0.55 0.24
RCq 18 . 3 1 15.53 11.03 9.50 7.65 6.22
950°C AA(%) 14.82 15.93 17.23 18.71 21.90 24.23
MEa 1.870 1.788 1.703 1.625 1 . 501 1.430
Pa(%) 27.72 28.45 29.33 30.41 32.86 34.64
TSi 3.40 4.01 5.13 5.76 5. 9 3 6.10
PFÍ%) 5.82 5.66 5.57 5.42 5.24 5.04
Rq(%) 0.77 0.90 1.42 1.89 1. 75 1.59
RCq 15.82 12.77 11.18 10.29 6.82 5.84
10 5 0 ° C AA(%) 12.72 14.83 15.55 16.44 20.31 22.49
MEa 1.909 1.804 1.729 1.673 1. 531 1.461
Paf%) 24.27 26.75 26.87 27.48 31.08 32.84
TSi 5.00 5.64 6.40 6.57 7.68 7.40
PFr%) 5.79 5.49 5.09 4.60 4.17 3.61
Rq(%) 0.27 0.80 1.05 0.78 0.60 0.23
RCq 29.32 20.76 16.72 12.11 7.51 4.43
*950°C AA(%) 14.40 14.42 15.81 18.32 21.49 24.71
MEa 1.914 1.860 1.771 1.654 1.528 1.422
Paí%) 27.57 26.82 28.00 30.29 32.84 35.14
PFÍ%) 5.77 5.65 5.56 5. 5 1 5.26 5.12
Rq(%) 0.33 0.58 0.55 0.85 0.59 0.24
RCq 14.54 10.55 7.49 5.47 4.66 4.22
* *950°C AA(%) 15.93 17.86 19.55 21.08 23.42 25.90
MEa 1.822 1.710 1.639 1.561 1. 481 1.397
Pa(%) 29.02 30.55 32.04 32.88 34.67 36.18
TSi 4.71 5.87 6.52 7.22 7.28 6.99
*cinza volante
* * t e o r de u m i d a d e = 8%
36
F i g u r a 4 . 1 - I n f l u ê n c i a d o t i p o e t e o r d e c i n z a n a r e t r a ç ã o l i n e a r de
secagem.
tempo (horas)
F i g u r a 4 . 2 - R e l a ç ã o e n t r e a t a x a de s e c a g e m e o t e o r d e c i n z a .
37
4 . 3 . Per da ao Fogo
0 10 20 30 40 50
teor de cinza (%)
—*-750°C -*-950°C 1050°C
Figura 4.3 - I n f l u ê n c i a da t e m p e r a t u r a de q u e i m a e do t e o r de c in z a
na p e r d a a o f o g o .
38
4 .4 . R e t r a ç ã o à Q u e i m a
O e f e i t o da t e m p e r a t u r a de q u e i m a foi s i g n i f i c a t i v o p a r a a
retração à queima do material. As amostras à menor temperatura
d e r a m c o n s i s t e n t e m e n t e v a l o r e s m e n o r e s d e r e t r a ç ã o ( F i g u r a 4 . 4 ) . As
a m o s t r a s q u e i m a d a s à 750°C m o s t r a r a m p e q u e n a e x p a n s ã o ao invés
de r e t r a i r e m . Este comportamento é confirmado pela lite ra tu ra que
indica uma expansão da argila quando a temperatura de queima
encontra-se entre 500°C e 800°C. Por outro lado, a figura mostra
q u e , p a r a a t e m p e r a t u r a de q u e i m a de 1050°C a r e tr a ç ã o à queim a
aumenta com o acréscimo do teor de cinza, enquanto permanece
r e l a t i v a m e n t e c o n s t a n t e pa ra as t e m p e r a t u r a s de q u e im a de 750°C e
950°C.
0 10 20 30 40 50
teor de cinza (%)
—*-750°C 950°C — 1050°C
F i g u r a 4 . 4 - I n f l u ê n c i a da t e m p e r a t u r a de q u e i m a e do t e o r de c i n z a
na r e t r a ç ã o a p ó s q u e i m a .
39
4. 5. R e s i s t ê n c i a à C o m p r e s s ã o
O g r á f i c o da F i g u r a 4.5 m o s t r a a v a r i a ç ã o da r e s i s t ê n c i a à
compressão para os diferentes teores de cinza e temperaturas
máximas de queima. Observa-se que há redução da resistência à
c o m p r e s s ã o c o m o a u m e n t o d o t e o r d e c i n z a . N o e n t a n t o , t o d o s os
valores o b tid o s estão acima dos valores mínimos re c o m en d a d o s pela
norma brasileira para tijolo maciço (N BR 7170/1983).
0 10 20 30 40 50
teor de cinza (%)
— 750°C -*-950°C 1050°C
F i g u r a 4.5 - I n f l u ê n c i a da t e m p e r a t u r a de q u e i m a e do t e o r de c inz a
na r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o .
T a b e l a 4.3 - V a l o r e s de r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o e análi se e s t a t í s t i c a
básica para os diferentes ciclos e temperaturas de
queima.
Em r e l a ç ã o à t e m p e r a t u r a de q u eim a o b s e r v a - s e na T a b e l a
4.5 que para as amostras de argila pura ocorre uma diferença
significativa estatisticamente para ambos os ciclos. Neste caso
o b t e v e - s e m a i o r r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o p a r a as a m o s t r a s q u e i m a d a s
à 7 5 0 C, s e g u i d a p e l a d e 9 5 0 ° C e 1 0 5 0 ° C . J á a c o m p a r a ç ã o e n t r e as
t e m p e r a t u r a s de 750°C e 950 °C não m o s t r o u d i f e r e n ç a sig n i f i c a t i v a .
E s t e r e s u l t a d o p o d e s e r e x p l i c a d o p e l o f e n ô m e n o de r e q u e i m a e p e l a
q u a lid a d e da argila. E sta, n ã o s e n d o a p r o p r i a d a p a r a f a b r i c a ç ã o de
m a t e r i a l de a l t a r e s i s t ê n c i a n ã o a p r e s e n t o u g a n h o c o m o a u m e n t o da
t e m p e r a t u r a . E s t e s v a l o r e s e x p li c a m - s e pela o c o r r ê n c i a do fe n ô m e n o
da superqueima, quando a temperatura excede a temperatura
e s p e c í f i c a ó t i m a de c o z i m e n t o .
4.6. T a x a de S u c ç ã o I n ic ia l
A F i g u r a 4 . 6. m o s t r a a i n f l u ê n c i a do t e o r de c i n z a na t a x a
de s u c ç ã o inicial do m aterial. Observa-se que esta aumenta com o
a c r é s c i m o de c i n z a na m i s t u r a . Além disto, os v a l o r e s o b t i d o s são
bastante elevados, muito a ci m a do v a l o r m á xi m o r e c o m e n d a d o de
1.5 K g / m 2. m i n .
F i g u r a 4.6 - I n f l u ê n c i a da t e m p e r a t u r a de q u e i m a e do t e o r de c in za
na t a x a de s u c ç ã o inicial.
q u e f i z e r a m c o m q u e a s u p e r f í c i e e m c o n t a t o c o m a á g u a f o s s e , em
p o r c e n t a g e m , bem m a i o r do qu e a o b s e r v a d a p a r a um ti jo lo com um.
4 . 7 . A b s o r ç ã o de Ág u a
N a F i g u r a 4 . 7 o b s e r v a - s e q u e a a b s o r ç ã o de á g u a a u m e n t a
c o m a a d i ç ã o de c i n z a . P a r a t e o r e s de a d i ç ã o d e c i n z a m a i o r e s q u e
20% a absorção de á g u a atingiu valores acima de 15%. Para esta
v a r i á v e l , o b s e r v a - s e a i n d a q u e a t e m p e r a t u r a m á x i m a de q u e i m a t e m
bastante influência, diminuindo a absorção com o aumento da
t e m p e r a t u r a de queima .
teor de cinza (%
-750°C -950°C 1050°C
F i g u r a 4 . 7 - I n f l u ê n c i a d a t e m p e r a t u r a de q u e i m a e do t e o r de c i n z a
na a b s o r ç ã o de á g u a .
4. 8. P o r o s i d a d e A p a r e n t e
O e f e i t o d a t e m p e r a t u r a de q u e i m a foi s i g n i f i c a t i v o p a r a a
porosidade do material. As amostras à menor temperatura deram
altos v alo res de p o r o s i d a d e (F igura 4.8). C o n tu d o , em bora o m aterial
tenha mostrado elevada porosidade, o resultado pode ter sido
a f e t a d o pelo t a m a n h o e f o r m a d os c o r p o s de p r o v a u ti li z a d o s.
Figura 4.8 - I n f l u ê n c i a da t e m p e r a t u r a de q u e i m a e do t e o r de c i n z a
na p o r o s i d a d e a p a r e n t e .
46
F i g u r a 4 .9 - I n f l u ê n c i a da t e m p e r a t u r a de q u e i m a e do t e o r de c in z a
na m a ss a e s p e c í f i c a a p a r e n t e .
47
As T a b e l a s 4 . 6 e 4.7. m o s t r a m a i n f l u ê n c i a do t i p o de c i n za ,
volante ou pesada, utilizado na resistência à compressão dos
m a t e r i a i s f a b r i c a d o s . O b s e r v a - s e q u e a p e n a s p a r a o t e o r d e c i n z a de
20% ocorre diferença estatisticamente significante, sendo que nos
d e m a i s , o t i p o de c i n z a n ã o i n f l u i u n a r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o d a s
a m o s t r a s . A F i g u r a 4 . 1 0 m o s t r a e s t a p e q u e n a v a r i a ç ã o n o s v a l o r e s de
resistência à compressão das amostras de cinza pesada e cinza
volante queimadas a uma temperatura de 950°C. A resistência à
c o m p r e s s ã o d i m i n u i c o m o a u m e n t o d e a d i ç ã o d e a m b a s as c i n z a s .
F i g u r a 4 . 1 0 - I n f l u ê n c i a do t i p o e t e o r de c i n z a na r e s i s t ê n c i a à
compressão.
48
r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o ( MPa ' )
t i p o de t e o r de média desvio padrão c o e f i c i e n t e de
cinza cinza (%) (MPa) (MPa) v a ri a ç ã o (%)
0 17.37 3.85 22.16
cinza 20 13.64 1.37 10.04
volante 30 1 1.06 0.50 4.52
50 5.5 9 0.29 5.19
0 18.22 1.09 5.98
cinza 20 10.98 1. 11 10.11
pesada 30 10.27 1.07 10.42
50 5.68 0.34 5.99
T a b e l a 4 . 7 - V a l o r e s de F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a a c i n z a v o l a n t e e
a cinza pesada.
t e o r de Fcalc Ftab
cinza (%)
0 0.23
20 11.30 5.32
30 2.22
50 0.2 3
A s T a b e l a s 4 . 8 e 4.9.. m o s t r a m a i n f l u ê n c i a d o t i p o d e c i n z a
na absorção de água. Observa-se que não há diferença
estatisticamente.
49
a b s o r ç ã o de ág ua (%)
t i p o de t e o r de média desvio padrão c o e f i c i e n t e de
cinza c i n z a ( %) (%) (%) v a r i a ç ã o (%)
0 15.55 0.34 2.19
cinza 20 16.65 0.69 4.14
volante 30 18. 01 0.64 3.55
50 24.92 0.63 2.53
0 14 . 9 6 0.54 3.61
cinza 20 17.47 0.42 2.40
pesada 30 18,35 0.73 3.98
50 24.34 0.40 1.64
T a b e l a 4 . 9 - V a l o r e s d e F c a l c u l a d o e t a b e l a d o p a r a as c i n z a s v o l a n t e
e pesada.
t e o r de Fcalc Ftab
cinza (%)
0 4.23
20 5.15 5.32
30 0.59
50 3.02
b á s i c a p a r a as c i n z a s v o l a n t e e p e s a d a .
t e o r de Fcalc Ftab
cinza (%)
0 2.62
20 4.75 5.32
30 0.39
50 3.03
Tabela 4. 12 - V a l o r e s d e t a x a de s u c ç ã o inicial e análise estatística
b á s i c a p ar a as c i n z a s v o l a n t e e p e s a d a .
t a x a d e s u c ç ã o i n i c i a l ( K s / m m 2 . min")
t i p o de t e o r de média desvio padrão c o e f i c i e n t e de
cinza cinza(%) ( Kg/ mm2. mi n) ( Kg / mm2. mi n ) v a ri a ç ã o (%)
0 3 . 63 0.78 21.49
cinza 20 4 . 80 0.45 9.38
volante 30 5 52 0.55 9.96
50 6 12 0.80 13.07
0 3 42 0.43 12.57 *
cinza 20 5 22 0.61 1 1.69
pesada 30 5 60 0.32 5.71
50 6. 36 0.57 8.96
t e o r de Fcalc Ftab
cinza (%)
0 0.26
20 1. 5 3 5.32
30 0.08
50 0.29
CAPÍTULO V
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O t r a b a l h o b u s c o u a v e r i f i c a ç ã o da p o s s i b i l i d a d e t é c n i c a do
u s o de c i n z a p e s a d a de u s i n a s t e r m o e l é t r i c a s m i s t u r a d a na a r g i l a p a r a
a f a b r i c a ç ã o de m a t e r i a l c e r â m i c o .
C o r p o s de p r o v a c i l í n d r i c o s de 3 4 , 4 mm x 3 6 , 5 mm f o r a m
moldados por prensagem, secos em estufa no laboratório e
queimados. D u ra n te o p ro c e sso experim ental foram usados 2 ciclos
d i f e r e n t e s de q u e i m a e 3 d i f e r e n t e s t e m p e r a t u r a s má xi m a s.
r e t r a ç ã o l i n e a r de s e c a g e m
. t a x a de s e c a g e m
p e r d a ao f o g o
53
re tra ç ão à queima
. porosidade aparente
. t a x a de s u c ç ã o inicial
a b s o r ç ã o de á g u a em 24 h o r a s a fr io
. resistência à compressão
Os r e s u l t a d o s d o s e n s a i o s p e r m i t e m as s e g u i n t e s c o n c l u s õ e s :
1. O u s o de c i n z a m o s t r o u a o c o r r ê n c i a d e m e n o r r e t r a ç ã o d o c o r p o
de prova durante a secagem. Considerando que nas cerâmicas da
r e g i ã o , a s e c a g e m se d á g e r a l m e n t e d e f o r m a n a t u r a l e, p o r t a n t o , s e m
p o s s i b i l i d a d e de c o n t r o l e da v e l o c i d a d e de s e c a g e m , est e r e s u l t a d o
m o s t r a - s e b a s t a n t e i m p o r t a n t e . O u s o de c i n z a na a r g i l a p o s s i b i l i t a r á
a diminuição de ocorrência de fissuras e deformações no produto
acabado.
2. O u s o d e c i n z a s , a l é m d i s s o , c a u s o u u m a a c e l e r a ç ã o do t e m p o d e
secagem com menor retração, o que igualmente aparece como
vantagem nas condições operacionais de produção das olarias da
região.
3. A a d i ç ã o d e c i n z a f e z c o m q u e o c i c l o d e q u e i m a e a t e m p e r a t u r a
de cozimento tivessem pequena diferença nas características
m e c â n i c a s do m a t e r i a l . A t e m p e r a t u r a m á x i m a de q u e i m a m o s t r o u - s e
54
4. A p o s s i b i l i d a d e d e se f a z e r a q u e i m a c o m m e n o r e s t e m p e r a t u r a s e
c i c l o s ma is c u r t o s p o d e r á p r o p o r c i o n a r g r a n d e e c o n o m i a de m a t e r i a l
energético.
5. O t i p o d e m o l d a g e m p o d e t e r i n f l u e n c i a d o o s r e s u l t a d o s . O u s o de
equipamentos de extrusão permitiria o uso de maiores teores de
um idade com provável melhora dos resultados.
6. A adição de c in za o c a s i o n a a u m e n t o na p o r o s i d a d e e absorção,
com c o n s e q u e n t e re d u ç ã o da m assa e sp ecífica a p ar e n te do material
c e r â m i c o . E s t e r e s u l t a d o c o n f e r e ao m a t e r i a l g a n h o n a s p r o p r i e d a d e s
t é r m i c a s , além de o c a s i o n a r m e n o r p e s o p o r m e t r o li n e a r de p a r e d e .
8. O s r e s u l t a d o s d e r e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o n ã o c o n f e r e m c o m os
o b s e r v a d o s na l i t e r a t u r a . A e x p l i c a ç ã o p o d e e s t a r no f a t o de t e r - s e
55
u s a d o u m a a r g i l a n ã o a d e q u a d a a f a b r i c a ç ã o d e m a t e r i a l c e r â m i c o de
grande resistência.
L e v a n d o - s e em c o n s i d e r a ç ã o as c o n c l u s õ e s acima, pode-se
concluir que o uso de cinza pesada misturada na argila para a
f a b r i c a ç ã o de p r o d u t o s c e r â m i c o s é viá vel e a p a r e c e como um a boa
alternativa para as i n d ú s t r i a s das regiões carboníferas. Da mesma
forma, aparece como uma alternativa econômica e eficiente para a
d i m i n u i ç ã o d os p r o b l e m a s de p o l u i ç ã o da r e g iã o .
. D e s e n v o l v i m e n t o d e t e s t e s de l a b o r a t ó r i o u t i l i z a n d o - s e o p r o c e s s o
de e x t r u s ã o p a r a a m o l d a g e m ;
. A n á l i s e m a is d e t a l h a d a da c i n z a p a r a a v e r i f i c a ç ã o da e x i s t ê n c i a ou
n ã o d e c o m p o n e n t e s q u e p o s s a m o c a s i o n a r p r o b l e m a s p a t o l ó g i c o s na
alvenaria, tais como sulfatos;
F a b r i c a ç ã o de b l o c o s c e r â m i c o s em o l a r i a da r e g i ã o pa ra v e r i f i c a r
a v i a b i l i d a d e do p r o c e s s o na p r á t i c a ;
V e r i f i c a ç ã o d a p o s s i b i l i d a d e d a u t i l i z a ç ã o d e c i n z a na f a b r i c a ç ã o d e
t e l h a s , d e v i d o ao a u m e n t o de p o r o s i d a d e q u e o c a s i o n a ;
56
A m e r i c a n S o c i e t y f o r T e s t i n g a n d M a t e r i a l s . Test f o r s p e c i f i c g r a v i t y
and absortion o f fine aggregate. A S T M C 127-77.
B A R B E R , E. G . , J O N E S , G. T . , K N I G H T , P. G. K. & M I L E S , M. H.
PFA U t i l i z a t i o n . C e n t r a l E l e t r e c i t y G e n e r a t i n g B o a r d , 1 9 7 6 .
D A Y , R. L. E B E R G M A N , J. W. Fl y Ash as a Su bs t i t u t e f o r Cl a y in
Brick Manufacture. Proceedings of 8th International
Brick/Block Masonry Conference, Dublin, Ireland, September,
1 98 8 , pp. 14-25.
F A B E R , J. H. e S L O N A K E R , J. F. An o v e r v i e w o f the f l y ash br i c k
p r o c e s s usi ng b i t u mi n o u s a n d l i gn i t e c o a l ashes. I n . : C o u n c i l
for Scientific and In d u s tria l R ese ar ch . Ash, a value reso u rce,
C S I R c o n f e r e n c e c e n t r e , v. 3, P r e t o r i a , 2 - 6 F e b r u a r y , 1 9 8 7 .
GUEDERT, L. O. E s t u d o da v i a b i l i d a d e t é c n i c a e e c o n ô m i c a do
aproveitamento da cinza de casca de arroz como material
pozolâmico. Dissertação de M estrado, PPGEP/UFSC,
F l o r i a n ó p o l i s , 1989.
G O T H E , C. A. S i s t e ma s de c o n t r o l e e d i s p o s i ç ã o f i n a l das c i n z a s do
complexo termelétrico Jor ge Lacerda - SC e da usi na
t e r m e l é t r i c a de J a c u í - RS. Anais do I e II Seminário de
Aplicação dos Resíduos de Combustão do Carvão Mineral.
F l o r i a n ó p o l i s , 1989.
H E N D R Y , A. W. S t r u c t u r a l bri ckwork. M a c M i l l a n , L o n d o n , 19 8 3
59
H E N D R Y , A. W . , S I N H A , B. P. & D A V I E S , S. R. An i nt r o d u c t i o n to
l o a d b e a r i n g b r i c k w o r k de si gn. E l l i s H a r w o o d L t d , C h i c h e s t e r ,
1981.
MORGADO, A. F. C a r a c t e r i z a ç ã o c e r â m i c a de al g uma s a r g i l a s e
c a u l i n s de Sant a C a t a r i n a . D i s s e r t a ç ã o de Mestrado, Escola
P o l i t é c n i c a da U S P , São P a u l o , 1993.
M O U L T O N , L. K. Bo t t o m ash a n d b o i l e r sl ag. P r o c e e d i n g s o f t h i r d
I n t e r n a t i o n a l Ash U t i l i z a t i o n S y m p o s i u m , P i t t s b u r g , U S A , 1973.
N A V A R R O , J. E . , A L B A R O , J. L. A. e F U S T E R , M. M. Te c n o l o g i a
Cerâmica. 2° volume, Universidade de Valência, Valência,
1985.
R O M A N , H. R. D e t e r m i n a ç ã o d a s C a r a c t e r í s t i c a s F í s i c a s e A n á l i s e
Estatística da Capacidade Resistente de T i j ol os Cerâmicos
60
Ma c i ç o s . Dissertação de M e s t r a d o , Curso de P ó s - G r a d u a ç ã o
em E n g e n h a r i a Civil da U F R G S , P o r t o A l e g r e , 1983.
S A N T O S , P. S. C i ê n c i a e T e c n o l o g i a de A r g i l a s . v o l . 1, E d . E d g a r d
B l u c h e r L t d a , S ã o P a u l o , 1989.
S C H N E I D E R , R. R . , & D I C K E Y , W. L . , 1980. R e i n f or ce d Ma so nr y
De s i gn. E n g l e w o o d C l i f f s , N. J . , P r e n t i c e - H a l l , 1 9 8 0 .
S U L T A N , H. A . , Q A Q I S H , S . S . E F A T A N I , M. N. S t a b i l i z e d c o p p e r
mi l l t a i l i n g a n d f l y ash f o r br i c k manuf act ur e. I n . : H A L O W , J.
S. & COVEY, J. N. The challenge of change; sixthe
International Ash Utilization Symposium Proceedings, v. 2,
N e v a d a , 7- 1 0 M a r c h , 1982.
T A Y L E R , G. V. A. & S N E D D O N , P. A s p e c t s o f CFA u t i l i z a t i o n f o r
b r i c k manuf act ur e. In.: Council for Scientific and Industrial
R e s e a r c h . A sh ; a v a lu e r e s o u r c e , C S I R c o n f e r e n c e c e n t r e , vol.
3, P r e t o r i a , 2 - 6 F e b r u a r y , 1 9 8 7 .