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Estruturas Algébricas
Este material é de apoio para a disciplina de Estruturas Algébricas, oferecida ao curso de Informática da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, não tendo a pretensão de esgotar os assuntos aqui abordados, mas sim de
enfocar os aspectos importantes para o uso em Informática.
O relato de quaisquer erros ou outras sugestões e criticas construtivas será sempre bem-vindo.
Não alterar este material!
Estruturas Algébricas i
Sumário
1 Relações de A em B ____________________________________________________________ 1
1.1 Relação de A em B__________________________________________________________ 2
1.1.1 Definição ______________________________________________________________ 2
1.1.2 Notação _______________________________________________________________ 2
1.1.3 Comentários ___________________________________________________________ 2
1.2 Exemplos _________________________________________________________________ 3
1.2.1 Exemplos Intuitivos ______________________________________________________ 3
1.2.2 Exemplos Conceituais____________________________________________________ 3
1.2.3 Mais um Exemplo Importante ______________________________________________ 3
1.3 Domínio e Imagem de uma Relação ____________________________________________ 3
1.3.1 Definições _____________________________________________________________ 3
1.3.2 Comentários ___________________________________________________________ 4
1.4 Exemplos _________________________________________________________________ 4
1.5 Representação Gráfica de Relações ____________________________________________ 4
1.5.1 Exemplos com Conjuntos Discretos _________________________________________ 4
1.5.2 Exemplos com Conjuntos Contínuos ________________________________________ 5
1.5.3 Exemplos com Conjuntos Discretos e Contínuos_______________________________ 5
1.5.4 Um Exemplo Importante __________________________________________________ 7
1.6 Operações Com Relações ____________________________________________________ 7
1.7 Um Exemplo Importante______________________________________________________ 7
2 Funções ______________________________________________________________________ 9
2.1 Comentários Iniciais _________________________________________________________ 9
2.2 O Conceito de Função _______________________________________________________ 9
2.2.1 Formalização do Conceito de Função ______________________________________ 10
2.2.2 Observação ___________________________________________________________ 10
2.2.3 Notação de Função _____________________________________________________ 11
2.3 Resumo _________________________________________________________________ 11
2.4 Exemplos ________________________________________________________________ 11
2.4.1 Exemplo 1 ____________________________________________________________ 11
2.4.2 Exemplo 2 ____________________________________________________________ 11
2.4.3 Exemplo 3 ____________________________________________________________ 12
2.4.4 Exemplo 4 ____________________________________________________________ 12
2.4.5 Exemplo 5 ____________________________________________________________ 13
2.5 Domínio, Imagem e Contradomínio de uma Função _______________________________ 13
2.5.1 Definições ____________________________________________________________ 13
2.5.2 Observações __________________________________________________________ 14
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Vedada a alteração ou o uso sem o consentimento prévio dos autores © Vaccaro & Canto
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Estruturas Algébricas v
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Estruturas Algébricas 1
1 Relações de A em B
Uma relação, em termos práticos, é uma forma de associação de entidades através de um certo
critério. Os termos “relação” ou “relacionamento” são comumente utilizados entre pessoas para
indicar algum tipo de “ligação”. Exemplos comuns de sinônimos do termo “relação” entre pessoas são
“falar”, “ser amigo” ou “namorar”. Poderíamos sistematizar estes exemplos da seguinte forma:
§ a pessoa “x” relaciona-se com a pessoa “y” se e somente se “x fala com y”
§ a pessoa “x” relaciona-se com a pessoa “y” se e somente se “x é amiga com y”
§ a pessoa “x” relaciona-se com a pessoa “y” se e somente se “x namora com y”
Observe-se, no entanto, que cada frase acima representa uma relação diferente. Isto porque “falar” e
“namorar” não são, obviamente, a mesma coisa. Isto é: o critério que define a relação mudou!
Observe-se ainda que, dependendo do critério que utilizamos para definir uma relação, certas
associações podem existir, ou não. Por exemplo, se Pedro é amigo de João e estivermos associando
pessoas através da relação “x é amiga de y” então Pedro e João estarão relacionados. No entanto, se
a relação fosse “x namora com y” dificilmente diríamos que Pedro e João estariam relacionados...
No entanto, uma relação pode ser muito mais genérica do que usada comumente. O conceito de
relação compreende qualquer tipo de associação entre entidades, tais como:
§ pessoas;
§ objetos;
§ entes matemáticos, como números, conjuntos e funções;
§ etc.
Um cuidado imprescindível, porém, é o de que sempre relacionemos tais entes através de um critério
bem definido. Isto significa, por exemplo, que não teria sentido criarmos relações como estas:
§ a pessoa “x” relaciona-se com o número “y” se e somente se “x come y”;
§ o objeto “x” relaciona-se com a pessoa “y” se e somente se “x é dono de y”.
No entanto, fariam sentido relações como estas:
§ a pessoa “x” relaciona-se com o número “y” se e somente se “y é o número de matrícula de x”;
§ o objeto “x” relaciona-se com a pessoa “y” se e somente se “x é usado por y”.
Cuidado!
Dizer, por exemplo, “x é dono de y” não é o mesmo que dizer “y é dono de x”. A associação que
fazemos está vinculada aos tipos de entes com os quais estamos lidando. No exemplo em questão, x
é um objeto e y é uma pessoa. Assim, “x é dono de y” não tem sentido pois um objeto não pode ser
dono de uma pessoa. No entanto, “y é dono de x” tem sentido e poderá ser uma proposição
verdadeira ou falsa, dependendo de quem seja “y” e de qual objeto seja “x”. Mesmo assim, se
representarmos por “y” uma pessoa e por “x” um objeto, as relações “x é dono de y” e “y é dono de x”
não serão a mesma!
Ainda: observe que uma relação é sempre uma associação entre elementos de um certo tipo com
elementos de um outro (eventualmente do mesmo) tipo. Nos exemplos acima estaríamos
relacionando:
§ pessoas com pessoas
§ pessoas com números
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1.1 Relação de A em B
1.1.1 Definição
Dados A e B conjuntos, chama-se de relação de A em B, qualquer subconjunto do produto cartesiano
A x B.
Em notação lógica:
R é relação de A em B ⇔ R ⊆ A x B
Observações:
§ O primeiro conjunto do produto cartesiano, A, é denominado conjunto de origem da relação;
§ O segundo conjunto do produto cartesiano, B, é denominado conjunto de destino (ou
contradomínio) da relação.
1.1.2 Notação
Para representar a proposição “x relaciona-se com y pela relação R” escreve-se x R y ou ( x, y ) ∈ R.
Assim:
x relaciona-se com y por R ⇔ x R y ⇔ ( x, y ) ∈ R
1.1.3 Comentários
Uma relação, em termos algébricos, pode ser compreendida de duas formas:
§ Uma relação é uma forma de associação entre elementos de um conjunto com elementos
de outro conjunto:
Esta é a interpretação mais usual na prática, e que nos permite sistematizar e organizar a forma
como os elementos de um conjunto relacionam-se com elementos de outro conjunto
§ Uma relação de A em B é um subconjunto de um produto cartesiano A x B:
Esta compreensão dá fundamento matemático ao conceito de relação. Podemos representar a
associação de elementos de um conjunto A com elementos de um conjunto B através de um par
ordenado, onde a primeira componente do par será destinada a um elemento do conjunto A e a
segunda componente do par, a um elemento do conjunto B. Assim, uma relação de A em B é
formada por associações do tipo
( elemento de A , elemento de B )
Ora, pares ordenados deste tipo são obtidos através do produto cartesiano de A com B. Como
sabemos, A x B é o conjunto formado por TODOS os pares da forma
( elemento de A , elemento de B )
Uma relação é a seleção de ALGUNS (eventualmente TODOS) destes pares segundo algum
critério.
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1.2 Exemplos
1.3.1 Definições
Seja R ⊆ A x B (isto é, R é uma relação de A em B). Então definem-se:
Dom(R) = { x ∈ A / ( ∃ y ∈ B )( ( x, y ) ∈ R ) }
Im(R) = { y ∈ B / ( ∃ x ∈ A )( ( x, y ) ∈ R ) }
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1.3.2 Comentários
O domínio da relação R ⊆ A x B representa o conjunto dos elementos de A que efetivamente foram
associados a algum elemento de B e que, portanto constam em um ou mais pares ordenados da
relação. Da mesma forma, a imagem da relação R ⊆ A x B representa o conjunto dos elementos de B
que efetivamente foram associados a algum elemento de A.
1.4 Exemplos
Nos exemplos apresentados anteriormente, temos:
§ Dom(R) = { 1, 2 } Im(R) = { 0, 1 }
§ Dom(S) = { 1, 2, 3 } Im(S) = { 0 }
§ Dom(T) = { 1, 2, 3 } Im(T) = { 0, 1 }
§ Dom(W) = ∅ Im(W) = ∅
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T ⊆ A x B, x T y ⇔ y = 4+2x
W ⊆ A x B, x W y ⇔ y ≤ 4+2x
Neste caso, as representações gráficas das relações acima ficam:
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Assim,
xRy⇔y =x .
2 2
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Sejam as relações
R ⊆ R x R, xRy⇔x +y ≤1
2 2
S ⊆ R x R, xSy⇔x≤y
Suas representações gráficas são:
R∩S ⊆ R x R, x R∩S y ⇔ (x + y ≤ 1 ) ∧ ( x ≤ y )
2 2
R’ ⊆ R x R, x R’ y ⇔ x + y > 1
2 2
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2 Funções
A B
input output
Conjunto de Entradas Conjunto de Saídas
Para que esta correspondência seja bem determinada é necessário que se defina qual é a condição
de “bom funcionamento” de uma função:
A cada elemento do conjunto de entradas deve estar relacionado um único elemento do conjunto de
saídas.
Vamos escrever esta condição de bom funcionamento em linguagem lógica:
( ∀ x ∈ A ) ( ∃! y ∈ B ) ( y = f ( x ) )
Uma análise mais detalhada de tal condição de “bom funcionamento” permite-nos dividi-la em duas
idéias fundamentais:
1 – Para cada entrada x deve existir pelo menos uma resposta y associada.
2 – Para cada entrada x não podem existir duas respostas diferentes
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Estes casos obviamente contradizem a condição de “bom funcionamento”. Isto porque não é
possível determinar o que acontecerá (qual a resposta que será dada)! Pode-se compreender
melhor porque este comportamento não é interessante através dos seguintes exemplos:
Imagine que você guia um automóvel. Que tal se, ao girar o volante para a direita,
você nunca tivesse certeza se o carro irá neste sentido?!?
Imagine que você utiliza um determinado software. Que tal se, ao repetir
a mesma operação, você nunca souber se o software funcionará ou
travará seu computador?!?
2.2.2 Observação
A condição de unicidade pode ser escrita a partir de sua proposição contrapositiva:
( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) ≠ f (x2) → x1 ≠ x2)
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2.3 Resumo
f : A →B
⇔ f é função de A em B ⇔
x a y = f(x)
⇔ ( ∀ x ∈ A )( ∃! x ∈ B )( y = f(x) ) ⇔
⇔ ( ∀ x ∈ A )( ∃ y ∈ B )( y = f(x) ) ∧ ( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 = x2 → f(x1) = f(x2) ) ⇔
⇔ ( ∀ x ∈ A )( ∃ y ∈ B )( y = f(x) ) ∧ ( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) ≠ f(x2) → x1 ≠ x2 )
2.4 Exemplos
2.4.1 Exemplo 1
Sejam P: conjunto de países, C: conjunto de cidades.
Podemos definir uma função f: P → C através da lei “f(x) é a capital política de x”.
f: P→C
Isto pode ser escrito da seguinte forma:
x a f ( x ) é a capital política de x
Esta relação é realmente uma função porque cada país só pode ter uma capital política.
2.4.2 Exemplo 2
f : R →R
é função.
x a y = x2
Solução:
Para verificar esta afirmação é necessário que sejam verdadeiras as duas condições descritas
anteriormente.
( ∀ x ∈ A )( ∃ y ∈ B )( y = f(x) )
a
1 Parte: Condição de existência:
( ∀ x ∈ R )( ∃ y ∈ R )( y = x )
2
Que, neste caso deve ser escrita como:
Prova: Seja x ∈ R.
x ∈ R ⇒ x ∈ R.
2
2
Chamando de y a expressão x , temos:
y = x ⇒ y ∈ R.
2
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Logo, ( ∀ x ∈ R )( ∃ y ∈ R )( y = x ) ⇔ V
2
Logo, ( ∀ x1, x2 ∈ R )( x1 = x2 ⇒ x1 = x2 ).
2 2
f : R →R
Conclusão final: Como valem as condições de unicidade e existência, então é função.
x a y = x2
2.4.3 Exemplo 3
Solução:
( ∀ x ∈ A )( ∃ y ∈ B )( y = f(x) )
a
1 Parte: Condição de existência:
(∃ x ∈ R)( x = -1 )( − 1 ∉ R ) ⇔ (∃ x ∈ R)( x = -1 )( ∃/ y ∈ R )( y = x )
Conclusão final: Como não vale a condição de existência, então f: R → R definida por y = x não é
função.
2.4.4 Exemplo 4
f : [0;+∞) → R
é função.
xay= x
Solução:
( ∀ x ∈ A )( ∃ y ∈ B )( y = f(x) )
a
1 Parte: Condição de existência:
Prova: Seja x ∈ [ 0; +∞ ).
x ∈ [ 0; +∞ ) ⇒ x ≥ 0 ⇔ x ∈ R.
y= x ⇒ y ∈ R.
Logo, ( ∀ x ∈ R )( ∃ y ∈ R )( y = x)⇔V
( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 = x2 → f(x1) = f(x2) )
a
2 Parte: Condição de unicidade:
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Então: x1 = x1 . x1 ≠ x 2 . x 2 = x2 , pois x 1 ≥ 0 ∧ x 2 ≥ 0.
Logo, x 1 ≠ x 2 ⇒ x1 ≠ x2.
Logo, ( ∀ x1, x2 ∈ R )( x 1 ≠ x 2 ⇒ x1 ≠ x2 ).
Conclusão final: Como valem ambas as condições, então f: R → R definida por y = x é função.
2.4.5 Exemplo 5
Verifique se x 2 + y 2 = 1 , x ∈ [ -1; 1 ], y ∈ R é função.
Solução:
Note que a expressão x 2 + y 2 = 1 não está na forma adequada para ser utilizada nestes raciocínios.
Portanto, é necessário primeiro transformá-la, isolando y:
x 2 + y 2 = 1 ⇔ y 2 = 1 − x 2 ⇔ ( y = 1 − x 2 ) ∨ ( y = − 1 − x 2 ).
Pela proposição acima, já torna-se claro que teremos problemas, pois como y ∈ R, será igualmente
válido que assuma valores tanto positivos como negativos. Isto nos faz desconfiar que a condição de
unicidade falhará... Então, para poupar trabalho, começaremos por ela:
( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 = x2 → f(x1) = f(x2) )
a
1 Parte: Condição de unicidade:
Esta proposição é falsa, pois, por exemplo, escolhendo x1 = x2 = 0, poderíamos ter:
x1 = 0 ⇒ y 2 = 1 − x 1 = 1 − 0 = 1 ⇒ y = 1 = 1
2
x 2 = 0 ⇒ y 2 = 1 − x 2 = 1 − 0 = 1 ⇒ y = − 1 = −1
2
Conclusão final: Como não vale a condição de unicidade, então x 2 + y 2 = 1 , x ∈ [ -1; 1 ], y ∈ R não é
função.
2.5.1 Definições
Seja f uma relação de A em B. Como visto anteriormente, as definições de domínio, imagem e
contradomínio de f serão dadas por:
Dom(f) = { x / x ∈ A ∧ ( ∃ y ∈ B )( y = f(x) ) }
Im(f) = { y / y ∈ B ∧ ( ∃ x∈ A )( y = f(x) ) } =
= { f(x) ∈ B / x ∈ A }
C(f) =B
Como toda a função também é uma relação (só que é um tipo muito especial de relação, que cumpre
as condições de “bom funcionamento” vistas anteriormente), as definições acima também podem ser
utilizadas para a determinação de seu domínio, de sua imagem e de seu contradomínio.
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Estruturas Algébricas 14
2.5.2 Observações
§ Note que estas definições são “cópia” das definições utilizadas para relações.
§ Na realidade, no caso de uma função, para se poder escrever a notação f: A → B, deve-se ter
certeza de que
Dom(f) = A.
Por quê? Vejamos:
Para f: A → B ser função , deve valer que
( ∀ x ∈ A ) ( ∃ y ∈ B ) ( y = f ( x ) ) ∧ ( ∀ x1 , x2 ∈ A )( x1 = x2 → f( x1 ) = f( x2 ) )
Note que a primeira parte da proposição acima diz que ( ∀ x ∈ A )( ∃ y ∈ B )( y = f ( x ) ).
Isto significa que se f é função, então ( ∀ x ∈ A )( ∃ y ∈ B )( y = f ( x ) ) ⇔ V
Mas esta também é a condição que é usada na definição do domínio que foi apresentada acima:
Dom(f) = { x / x ∈ A ∧ ( ∃ y ∈ B )( y = f( x ) ) }.
Então Dom(f) = A.
§ Note que a observação anterior só é válida para o domínio de uma função! Ou seja:
Nem sempre será verdade que Im(f) = B!!!
§ No entanto, sempre será verdade que
Im(f) ⊆ B
Ou ainda
Im(f) ⊆ C(f)
§ Cabe ainda notar que outra forma de definir a imagem de uma função seria escrever
Im(f) = { f(x) / x∈ A }
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2.5.4.1 Em Resumo...
Maior domínio de uma função é o maior intervalo de valores de entrada que produzam uma
resposta válida dentro do conjunto de saídas.
Domínio de uma função é o conjunto A (veja a observação no item 2.2).
2.5.4.2 Exemplos
Encontre o maior domínio real que torna cada uma das expressões abaixo funções reais:
(a). f ( x ) = x
1
(b). f ( x ) =
x
Solução: O maior domínio é x ∈ ( -∞; 0 ) ∪ ( 0; +∞ ).
1
Justificativa: ∈ R ⇔ x ≠ 0 ∧ x ∈ R. Então o maior domínio real é
x
x ∈ ( -∞; 0 ) ∪ ( 0; +∞ ).
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(c). f ( x ) = ln( x )
(d). f ( x ) = e x
x −1
(e). f ( x ) =
x +1
Solução: O maior domínio é x ∈ ( -∞; -1 ) ∪ ( -1; +∞ ).
x −1
Justificativa: ∉ R ⇔ x + 1 = 0 ⇔ x = -1. Então o maior
x +1
domínio real é x ∈ ( -∞; -1 ) ∪ ( -1; +∞ ).
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2.6.1 Definição
Dada uma função f: A → B, y = f(x), chamamos de gráfico de f o conjunto
Gráfico(f) = { ( x, f(x) ) / x ∈ A }
2.6.2 Exemplos
2.6.2.1 Exemplo 1
1
Sabendo que f: ( 0; +∞ ) → R, f ( x ) = é função, encontre o gráfico de f.
x
Solução: O gráfico de f é o conjunto
1
G(f) = { ( x, )/x>0}
x
2.6.2.2 Exemplo 2
A representação gráfica ao lado não representa o gráfico de uma função.
Observe que os pontos ( x, y ) desta representação gráfica satisfazem a
equação x + y = 2 , x ∈ [ -2; 2 ], y ∈ [ -2; 2 ].
2 2 2
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
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1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B B
A
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
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1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3
A B A B A B
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Não é difícil observar que todas as 21 funções não selecionadas falham em pelo menos uma das
situações assinaladas para a função f acima.
Por que estas observações são importantes para a definição das funções g: B → A?
Usando a negação das proposições acima podemos determinar as propriedades que as 6 funções
selecionadas cumprem. As condições são:
(1) ( ∀ y ∈ B )( ∃ x ∈ A )( y = f(x) )
(2) ( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) ≠ f(x2) ∨ x1 = x2 )
Usando a equivalência lógica p → q ⇔ ¬ p ∨ q, podemos reescrever a segunda propriedade na
forma equivalente a dada acima.
(2) ( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f( x2 ) → x1 = x2 )
Finalmente, observe que:
§ Usando estas duas propriedades é possível resolver o problema.
§ Estas são as condições que definem uma função de B em A!!!
2.7.2.1 Definição
Sejam A e B conjuntos e f: A → B uma função.
Dizemos que:
f é injetora de A em B ⇔ ( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 )
2.7.2.2 Observações
§ Note que isto é o mesmo que ( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 ≠ x2 → f(x1) ≠ f(x2) )
§ Note que isto NÃO é o mesmo que ( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 = x2 → f(x1) = f(x2) )
2.7.3 Exemplos
2.7.3.1 Exemplo 1
Mostre que y = x , x ∈ R não é injetora.
2
Solução: Para verificar que a expressão acima não é injetora precisamos mostrar que a proposição
( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 )
falha para alguma combinação de valores x1 e x2 que satisfaçam à premissa f(x1) = f(x2).
Isto pode ser feito genericamente ou através de um exemplo:
o
1 modo: genericamente.
Sejam x1, x2 ∈ R tais que f(x1) = f(x2).
f(x1) = f(x2) ⇔ x1 = x2 ⇔ | x1 | = | x2 | ⇔ ( x1 = x2 ) ∨ ( x1 = -x2 ).
2 2
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2.7.3.2 Exemplo 2
Mostre que y = x , x ≥ 0 é injetora.
2
Solução: Para verificar que a expressão acima é injetora precisamos mostrar que a proposição
( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 )
vale para todas as combinações possíveis de valores x1 e x2 que satisfaçam à premissa f(x1) = f(x2):
Sejam x1, x2 ∈ [ 0; +∞ ) tais que f(x1) = f(x2).
f(x1) = f(x2) ⇔ x1 = x2 ⇔ | x1 | = | x2 | ⇔ ( x1 = x2 ) ∨ ( x1 = -x2 ).
2 2
Como x1 ≥ 0 ∧ x2 ≥ 0 ⇒ ( x1 = -x2 ⇔ F ).
Então ( x1 = x2 ) ∨ ( x1 = -x2 ) ⇔ ( x1 = x2 ) ∨ F ⇔ ( x1 = x2 ).
Logo, ( ∀ x1, x2 ∈ [ 0; +∞ ) )( x1 = x2 ⇒ x1 = x2 ).
2 2
2.7.3.3 Exemplo 3
Solução: Para verificar que a expressão acima é injetora precisamos mostrar que a proposição
( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 )
vale para todas as combinações possíveis de valores x1 e x2 que satisfaçam à premissa f(x1) = f(x2):
x1 = x 2 ⇒ ( x ) =( x ) . 1
2
2
2
Como ( x ) = x , então ( x ) = ( x ) ⇔ | x
2 2 2
1 2 1 | = | x2 | ⇔ ( x1 = x2 ) ∨ ( x1 = -x2 ).
Como x1 ≥ 0 ∧ x2 ≥ 0 ⇒ ( x1 = -x2 ⇔ F ).
Então ( x1 = x2 ) ∨ ( x1 = -x2 ) ⇔ ( x1 = x2 ) ∨ F ⇔ ( x1 = x2 ).
Logo, ( ∀ x1, x2 ∈ [ 0; +∞ ) )( x 1 = x 2 ⇒ x1 = x2 ).
2.7.3.4 Exemplo 4
Mostre que y = -x + 5x - 6, x ∈ R não é injetora.
2
Solução: Esta função não pode ser injetora pois possui duas raízes
reais diferentes.
Com efeito, sabemos que as raízes desta função são x = 2 e x = 3.
Isto significa que
( ∃ x1, x2 ∈ R )( x1 = 2 ∧ x2 = 3 )( f(x1) = f(x2) = 0 ∧ x1 ≠ x2 ).
Logo, f não é injetora!
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2.7.3.5 Exemplo 5
Mostre que y = | x |, x ∈ R não é injetora.
Solução: Sejam x1, x2 ∈ R tais que | x1 | = | x2 |.
| x1 | = | x2 | ⇔ ( x1 = x2 ) ∨ ( x1 = -x2 ).
Então não se pode garantir que, necessariamente, x1 = x2.
Logo, ( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 ) ⇔ F.
2.7.4 Teorema
Seja f uma função real. Então:
f estritamente crescente ⇒ f injetora
f estritamente decrescente ⇒ f injetora
1
Prova: Será apresentada a versão para uma função estritamente crescente .
Seja f uma função real e estritamente crescente.
Então: ( ∀ x1, x2 ∈ Dom(f) )( x1 < x2 ⇒ f(x1) < f(x2) ) .
Precisamos mostrar que ( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 ) é verdadeira.
Isto pode ser mais facilmente feito mostrando que a proposição contrapositiva
( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 ≠ x2 → f(x1) ≠ f(x2) )
é verdadeira. Para tanto:
Sejam x1, x2 ∈ Dom(f) tais que x1 ≠ x2.
x1 ≠ x2 ⇔ ( x1 < x2 ) ∨ ( x1 > x2 ).
Como f estritamente crescente,
( x1 < x2 ) ∨ ( x1 > x2 ) ⇒ ( f(x1) < f(x2) ) ∨ ( f(x2) < f(x1) ) ⇔ f(x1) ≠ f(x2).
Então, x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2).
Logo, f é injetora!
2.7.4.1 Observações
§ Note que a recíproca das implicações não é necessariamente verdadeira!
Isto significa que:
Se uma função não é estritamente crescente não se pode afirmar que ela não seja injetora!
Se uma função não é estritamente decrescente não se pode afirmar que ela não seja injetora!
1
A versão para uma função estritamente decrescente é semelhante e pode ser facilmente demonstrada seguindo os passos
aqui apresentados.
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2.7.4.2 Exemplo
Mostre que y = ln(x), x > 0 é injetora.
Solução:
Como sabemos, a função logaritmo natural é estritamente crescente.
Logo, é injetora!
2.7.5.1 Definição
Sejam A e B conjuntos, f : A → B uma função.
Dizemos que:
f é sobrejetora de A em B ⇔ ( ∀ y ∈ B )( ∃ x ∈ A )( y = f(x) )
2.7.5.2 Observação
Note que dizer que uma função é sobrejetora é o mesmo que mostrar que Im(f) = C(f).
Os seja, para qualquer função sempre será verdade que Im(f) ⊆ C(f).
Mas somente para as funções sobrejetoras poderemos escrever Im(f) = C(f).
2.7.6 Exemplos
2.7.6.1 Exemplo 1
Mostre que y = x , x ∈ R, y ∈ R não é sobrejetora.
2
Solução: Para mostrarmos que a lei acima não define uma função sobrejetora, basta encontrarmos
algum valor no conjunto das respostas (isto é, o contradomínio da função) que não tenha entrada
associada (ou seja, não pertença à imagem da função).
Para facilitar vamos chamar a função acima de f: Seja f: R → R definida por f(x) = x .
2
Logo, (∃ y ∈ R )( y = -1 )( ∃/ x ∈ R )( x = y ).
2
Logo, (∀ y ∈ B )( ∃ x ∈ A )( y = f(x) ) ⇔ F.
Logo, f não é sobrejetora.
2.7.6.2 Exemplo 2
Mostre que f: R → [ 0; +∞ ), f(x) = x é sobrejetora.
2
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Seja y ∈ [ 0; +∞ ).
y ∈ [ 0; +∞ ) ⇔ y ≥ 0.
Como ( ∀ x ∈ R )( x ≥ 0 ), então chamando y = x temos que
2 2
(∀ y ∈ [ 0; +∞ ) )( ∃ x ∈ R )( y = x )
2
Logo, f é sobrejetora.
2.7.6.3 Exemplo 3
y = x , x ∈ R, y ∈ ( 0; +∞ ) é função sobrejetora?
2
2.7.7.1 Definição
Sejam A e B conjuntos, f : A → B uma função.
Dizemos que f é bijetora se e só se f é sobrejetora e injetora.
Isto é:
f bijetora ⇔ f injetora ∧ f sobrejetora
Ou seja:
f bijetora ⇔ ( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 ) ∧ ( ∀ y ∈ B )( ∃ x ∈ A )( y = f(x) )
2.7.7.2 Teorema
Seja f uma função de A em B. Então
f bijetora ⇔ f inversível
-1
Isto é, f possui uma função inversa, denotada por f , de B em A.
Prova: Seja f: A → B função bijetora. Seja f : B → A tal que f (y) = x quando f(x) = y.
-1 -1
-1
Precisamos mostrar que f também é uma função!
Pelas hipóteses, é sabido que f cumpre todas as seguintes condições:
( ∀ x ∈ A ) ( ∃ y ∈ B )( y = f(x) ) (condição de existência)
( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 = x2 → f(x1) = f (x2) ) (condição de unicidade)
( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 ) (injetora)
( ∀ y ∈ B )( ∃ x ∈ A )( y = f(x) ) (sobrejetora)
Usando as condições de unicidade e injetividade pode-se escrever:
( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 = x2 ↔ f(x1) = f (x2) )
Isto significa que a associação entre valores x ∈ A e valores y = f(x), y ∈ B é única! Dessa forma,
lembrando que
-1
f (y) = x quando f(x) = y
pode-se escrever
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-1
Destas propriedades pode-se concluir que f é injetora e cumpre a condição de unicidade:
( ∀ y1, y2 ∈ B )( f (y1) = f (y2) → y1 = y2 )
-1 -1 -1
( f é injetora )
( ∀ y1, y2 ∈ B )( y1 = y2 → f (y1) = f (y2) )
-1 -1 -1
( f cumpre a condição de unicidade )
-1
Da mesma forma, partindo da sobrejetividade de f e usando que f (y) = x quando f(x) = y, pode-se
escrever:
( ∀ y ∈ B )( ∃ x ∈ A )( y = f(x) ) ⇔ ( ∀ y ∈ B )( ∃ x ∈ A )( f (y) = x )
-1
-1
que é a condição de existência para f .
Logo, f : B → A é função.
-1
2.7.8 Exemplos
2.7.8.1 Exemplo 1
( ∀ y ∈ [ 0; +∞ ) )( ∃ x ∈ [ 0; +∞ ) )( y = x )
y ∈ [ 0; +∞ ) ⇒ y ≥ 0 ⇔ y = x para algum x ≥ 0.
Então, ( ∃ x ∈ [ 0; +∞ ) )( y = x ).
Logo, f é sobrejetora.
Conclusão geral: como f é injetora e sobrejetora, então f é inversível.
Determinação da inversa: Queremos encontrar a expressão da função inversa de f:
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são todas a mesma função e, conseqüentemente, são todas expressões válidas para designar a
função inversa de f.
2.7.8.2 Exemplo 2
1
Encontre condições sobre os conjuntos A e B de modo que a relação f ⊆ A x B definida por y =
x2
seja uma função real inversível.
Solução: Precisamos definir os conjuntos A e B da forma mais ampla possível e, além disso, garantir
que as seguintes propriedades sejam válidas:
( ∀ x ∈ A ) ( ∃ y ∈ B )( y = f(x) ) ( f satisfaz à condição de existência )
( ∀ x1, x2 ∈ A )( x1 = x2 → f(x1) = f (x2) ) ( f satisfaz à condição de unicidade )
( ∀ y ∈ B )( ∃ x ∈ A )( y = f(x) ) ( f é sobrejetora )
( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 ) ( f é injetora )
Para f satisfazer às condições de existência e unicidade, é fácil verificar que a única restrição
evidente é que 0 ∉ A. Assim,
A ⊆ R – { 0 }.
Da mesma forma, para que f seja sobrejetora teremos y > 0. Assim, uma das restrições para que f
seja inversível é que
B ⊆ ( 0; +∞ )
Finalmente, precisamos encontrar condições para que f seja injetora, isto é, que satisfaça à condição
( ∀ x1, x2 ∈ A )( f(x1) = f(x2) → x1 = x2 )
1 1
Para isto: sejam x1, x2 ∈ A tais que 2
= 2 .
x1 x 2
1 1
Então: 2
= 2 ⇔ x12 = x 22 ⇔ ( x1 = x2 ) ∨ ( x1 = -x2 ).
x1 x 2
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A ⊆ R – { 0 } e A não pode possuir dois elementos com mesmo valor absoluto e sinais opostos
B = ( 0; +∞ )
Comentários:
Note que as seguintes escolhas para os conjuntos A e B sempre satisfazem às condições acima
determinadas:
a a
1 Possibilidade: 2 Possibilidade:
A = ( 0; +∞ ) A = ( -∞; 0 )
B = ( 0; +∞ ) B = ( 0; +∞ )
a a
3 Possibilidade: 4 Possibilidade: (bem diferente!!!)
1 2
A = [ -2; 0 ) ∪ ( 2; +∞ ) A = ( -2; -1 ) ∪ ( ; )
2 3
1 9
B = ( 0; +∞ ) B=( ;1)∪( ;4)
4 4
a
5 Possibilidade:
etc.
f é sobrejetora ⇒ Im(f) = B.
f é sobrejetora ⇒ Im(f ) = A.
-1 -1
Como:
Dom(f) = A
-1
Dom(f ) = B,
temos que ( Dom(f) = Im(f ) ) ∧ ( Im(f) = Dom(f ) )
-1 -1
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3 Relações em A
Um caso particular de relação é obtido quando relacionamos entre si elementos de um mesmo
conjunto. Neste caso, teremos uma relação que associa um elemento de um certo conjunto A com
outro(s) elemento(s) do próprio conjunto A. Relações deste tipo são denominadas relações de A em
A, ou, simplesmente, relações em A.
Relações desta natureza são importantes, por exemplo, para a identificação de informações de
mesma natureza ou para a ordenação de estágios de um determinado processo. A definição de
relações dentro de um único conjunto permite definir critérios de “varredura” do conjunto. A
identificação de quais relações são adequadas para cada propósito depende da identificação de
diversas propriedades, típicas das relações em A, e que as relações podem (ou não) ter.
3.1 Definição
Seja A um conjunto. Então R é relação de A em A se e somente se R é subconjunto do produto
cartesiano de A com A.
Em notação lógica:
R é relação em A ⇔ R ⊆ A x A
3.2 Exemplos
Em termos matemáticos, podemos descrever esta situação através de uma relação definida no
conjunto A da seguinte forma:
R ⊆ A x A, R = { ( análise, análise ), ( análise, projeto ), ( projeto, projeto ),
( projeto, implementação ), ( implementação, projeto ),
( implementação, implementação ), ( implementação, testes ),
( testes, implementação ), ( testes, testes ), ( testes, finalização ),
( finalização, finalização ) }
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Neste caso:
T = A x A – R, ou ainda,
T = { ( ∅, { ¡ } ), ( ∅, { o } ) , ( ∅, { ¡, o } ), ( { ¡ }, ∅ ), ( { ¡ }, { o } ), ( { ¡ }, { ¡, o } ),
( { o }, ∅ ), ( { o }, { ¡ } ), ( { o }, { ¡, o } ), ( { ¡, o }, ∅ ), ( { ¡, o }, { ¡ } ),
( { ¡, o }, { o } ) }
Observe-se que, neste caso, as variáveis “x” e “y” representam conjuntos pertencentes a P(M).
3.3.1 Reflexividade
Seja R uma relação definida em um conjunto A. Então:
R é reflexiva em A ⇔ ( ∀ x ∈ A )( ( x, x ) ∈ R )
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Neste caso:
§ Para testar a reflexividade em R, devemos verificar se a proposição x R x, ou seja “x tem o
mesmo peso que x” é verdadeira para qualquer pessoa x do conjunto A. Como toda pessoa tem
seu próprio peso (ou seja, pesa o mesmo que ela própria...), então R será reflexiva.
§ Para testar a reflexividade em S, devemos verificar se a proposição x S x, ou seja “x tem o
mesmo tipo de computador que x” é verdadeira para qualquer pessoa x do conjunto A. Para as
pessoas que tem computador, isto será, obviamente, verdadeiro. No entanto, esta proposição não
é sempre verdadeira, pois algumas pessoas não tem computador! Logo S não será reflexiva.
§ Para testar a reflexividade em T, devemos verificar se a proposição x T x, ou seja “x namora com
x” é verdadeira para qualquer pessoa x do conjunto A. Ora, uma pessoa não pode namorar com
si própria. Logo T não será reflexiva.
Observação:
Observe que há uma sutil, mas importante diferença entre os casos representados pelas relações S e
T. No caso de S, algumas pessoas relacionar-se-ão com si próprias, enquanto outras, não. Já no
caso de T, nenhuma pessoa relacionar-se-á com si própria.
T ⊆ R x R, xTy⇔x≠y
Então:
§ R é reflexiva pois qualquer número real será sempre menor ou igual a si mesmo. Formalmente
isto significa que ( ∀ x ∈ R )( x ≤ x ) é uma tautologia. Logo R é reflexiva.
§ S não é reflexiva, pois, sendo x ∈ R, então
x S x ⇔ x > x ⇔ x – x > 0 ⇔ x.(x–1) > 0 ⇔
2 2
⇔((x>0)∧(x–1>0))∨((x<0)∧(x–1<0))⇔
⇔((x>0)∧(x>1))∨((x<0)∧(x<1))⇔
⇔(x<0)∨(x>1)
Isto significa que a proposição só é válida para x < 0 ou para x > 1. Portanto, a proposição não é
válida para x ∈ [ 0 ; 1 ]. Logo a proposição não é sempre verdadeira. Logo S não é reflexiva.
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Estruturas Algébricas 33
3.3.2.3 Comentários
Relações que são reflexivas possuem a particular característica de garantir que todos os elementos
do conjunto origem (na nossa notação, o conjunto A) participem pelo menos uma vez da relação. Na
realidade, a Reflexividade é mais forte que isto! A definição de Reflexividade diz que cada elemento
do conjunto origem deve relacionar-se com si próprio, o que traz à tona as seguintes idéias:
§ Uma relação reflexiva está presente mesmo quando se está operando com apenas um elemento
do conjunto origem. Por exemplo, a relação entre pessoas definida por “a pessoa x tem o mesmo
peso que a pessoa y” é reflexiva. Assim, se estivermos nos referindo a qualquer pessoa em um
dado momento, como uma pessoa tem sempre seu próprio peso, automaticamente a relação
estará presente e disponível para ser referida ou utilizada;
§ No caso de interpretarmos uma relação como um processo de “transmissão de informações” ou
como uma sucessão de estágios, a Reflexividade traduz a característica de se poder estacionar
em um determinado estágio. Por exemplo, se definíssemos, no conjunto
A = { análise, implementação, testes },
a relação R através do seguinte diagrama:
a reflexividade desta relação traduz a importante idéia de que, estando na fase de análise,
podemos continuar “por mais um período” na mesma fase. Da mesma forma, estando na fase de
implementação, podemos continuar por “mais um período” na fase de implementação; e o
mesmo vale para a fase de testes, pois a reflexividade, como sabemos, somente é válida se
todos os elementos do conjunto origem tiverem a característica de se relacionarem consigo.
§ Como, em uma relação reflexiva todos os elementos relacionam-se com si próprios, isto significa,
em particular, que todos os elementos aparecem pelo menos uma vez como primeiro elemento
de um par ordenado da relação. Assim, todos os elementos do conjunto origem relacionam-se
com algum elemento e, portanto, o domínio de uma relação reflexiva será o próprio conjunto
origem! Assim:
(R ⊆ A x A) ∧ (R reflexiva) ⇒ Dom(R) = A
§ Da mesma forma, todos os elementos de uma relação reflexiva aparecerão, pelo menos uma vez
como segundo elemento de um par ordenado da relação. Isto significa que todos os elementos do
conjunto origem foram relacionados com algum elemento e, portanto, a imagem de uma relação
reflexiva será o próprio conjunto origem! Assim:
(R ⊆ A x A) ∧ (R reflexiva) ⇒ Im(R) = A
§ Geometricamente, a Reflexividade pode ser visualizada quando para todos os elementos x do
conjunto origem, A, a reta y = x, estiver presente no gráfico da relação. Por exemplo:
A = [ -2, 2 ]
§ R ⊆ [ -2, 2 ] x [ -2, 2 ], xRy⇔x≤y
§ S ⊆ [ -2, 2 ] x [ -2, 2 ], xSy⇔x≠y
T ⊆ [ -2, 2 ] x [ -2, 2 ], xTy⇔x +y >1
2 2
§
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Estruturas Algébricas 34
3.3.3 Irreflexividade
Seja R uma relação definida em um conjunto A. Então:
R é irreflexiva em A ⇔ ( ∀ x ∈ A )( ( x, x ) ∉ R )
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T ⊆ R x R, xTy⇔x≠y
Então:
§ R não é irreflexiva pois ( ∀ x ∈ R )( ¬( x ≤ x ) ) ⇔ ( ∀ x ∈ R )( x > x ) ⇔ f. Na realidade, para a
relação aqui apresentada, nenhum número real poderá cumprir a proposição de irreflexividade.
Logo R não é irreflexiva.
§ S não é irreflexiva, pois, sendo x ∈ R, então já havíamos descoberto (item 3.1.3) que
xSx⇔(x<0)∨(x>1)
Então, tomando, por exemplo, x = 2 teremos:
x=2⇒2 =4∧4>2⇒x >x⇔xSx
2 2
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3.3.3.4 Comentários
Relações Irreflexivas podem ser entendidas como o extremo oposto das Relações Reflexivas, já que
nenhum elemento do conjunto origem relaciona-se com si mesmo. No entanto, deve-se ter em mente
que existem relações que não são reflexivas nem são irreflexivas.
Neste caso também é possível dar uma interpretação geométrica para a Irreflexividade. Ela pode ser
visualizada quando para todos os elementos x do conjunto origem, A, a reta y = x, não estiver
presente no gráfico da relação. Usando convenientemente os exemplos apresentados anteriormente:
A = [ -2, 2 ]
§ R ⊆ [ -2, 2 ] x [ -2, 2 ], xRy⇔x≤y
§ S ⊆ [ -2, 2 ] x [ -2, 2 ], xSy⇔x≠y
T ⊆ [ -2, 2 ] x [ -2, 2 ], xTy⇔x +y >1
2 2
§
§ R não é irreflexiva, pois todos os pontos da reta y = x para x ∈ A estão presentes no gráfico de R.
§ S é irreflexiva, pois nenhum ponto da reta y = x para x ∈ A está presente no gráfico de S.
§ T não é irreflexiva, pois alguns pontos da reta y = x para x ∈ A estão presentes no gráfico de T.
Observação:
Cuidado! A Reflexividade não é exatamente o contrário da Irreflexividade!!! A tabela a seguir resume
as informações que obtivemos sobre a Reflexividade e a Irreflexividade dos exemplos acima:
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3.3.4 Transitividade
Seja R uma relação definida em um conjunto A. Então:
R é transitiva em A ⇔ ( ∀ x, y, z ∈A )( ( x, y ) ∈ R ∧ ( y, z ) ∈ R → ( x, z ) ∈ R )
Esta relação é transitiva. Com efeito, todas as combinações que podemos fazer de elementos de R
tais que ( ∀ x, y, z ∈A )( ( x, y ) ∈ R ∧ ( y, z ) ∈ R ) são:
( soldado R soldado ) ∧ ( soldado R soldado )
( cabo R cabo ) ∧ ( cabo R cabo )
( cabo R cabo ) ∧ ( cabo R soldado )
( cabo R soldado ) ∧ ( soldado R soldado )
( sargento R sargento ) ∧ ( sargento R sargento )
( sargento R sargento ) ∧ ( sargento R cabo )
( sargento R sargento ) ∧ ( sargento R soldado )
( sargento R cabo ) ∧ ( cabo R cabo )
( sargento R cabo ) ∧ ( cabo R soldado )
( sargento R soldado ) ∧ ( soldado R soldado )
Para testarmos a transitividade de R, teríamos de verificar se os pares formados pelos elementos dos
“extremos” das combinações acima pertencem ou não a R. Isto é, temos de verificar se os pares
( soldado , soldado )
( cabo , cabo )
( cabo , soldado )
( cabo , soldado )
( sargento , sargento )
( sargento , cabo )
( sargento , soldado )
( sargento , cabo )
( sargento , soldado )
( sargento , soldado )
pertencem a R. Por inspeção, verificamos que:
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Estruturas Algébricas 38
Observação:
Veja que para o teste da transitividade, são necessários três variáveis para referenciar elementos do
conjunto origem, A, e que são representados pelas variáveis “x”, “y” e “z” (segundo a notação
utilizada). No entanto, devem-se tomar dois cuidados muito importantes:
1. Não se pode escolher quaisquer três elementos “x”, “y” e “z” do conjunto A, mas somente aqueles
que cumprirem a condição ( ∀ x, y, z ∈A )( ( x, y ) ∈ R ∧ ( y, z ) ∈ R )!
2. Os “valores” assumidos pelas variáveis “x”, “y“ e “z” podem ser, eventualmente, IGUAIS! Esta
observação é importante pois devemos lembrar de inspecionar também os casos em que temos
elementos de A que se relacionam com si mesmos.
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Estruturas Algébricas 39
T ⊆ R x R, xTy⇔x≠y
Neste caso, verificaremos que:
§ R é transitiva. Para tanto:
Sejam x, y, z ∈ R tais que ( x R y ) ∧ ( y R z ). Então:
( x R y ) ∧ ( y R z ) ⇔ ( x ≤ y ) ∧ ( y ≤ z ) ⇔ x ≤ y ≤ z ⇒ x ≤ z.
Logo x R z.
Logo R é transitiva.
§ S não é transitiva. Com efeito:
Sejam x, y, z tais que ( x S y ) ∧ ( y S z ), isto é, ( x > y ) ∧ ( y > z ).
2 2
2
Precisamos mostrar que x S z, ou seja, que x > z. No entanto,
( x > y ) ∧ ( y > z ) ⇒ x > z, o que não necessariamente implica o que queremos mostrar. Por
2 2 4
exemplo, escolhendo
x=2
y=3
z=4
temos que
2 2
x =2 =4>3=y
2 2
y =3 =9>4=z
Mas ¬ ( x > z ) pois 4 = 4.
2
3.3.4.4 Comentários
A propriedade de Transitividade representa a capacidade de uma relação “transmitir informações”
através dos elementos do conjunto em que está definida. A “informação” transmitida é a propriedade
(ou critério lógico) que define a relação.
Esta é, possivelmente, a mais importante propriedade que uma relação definida em um conjunto pode
ter. Isto porque ela dá condições para que diversas outras propriedades existam. Um exemplos de
propriedade que depende da transitividade, nos números reais, é , por exemplo:
( ∀ a, b, c ∈ R )( a > b ⇔ a + c > b + c )
Se a relação “>” não fosse transitiva, tal propriedade não seria verdadeira.
Além disso, a Transitividade garante a coerência com a realidade quando tentamos interpretar uma
relação como uma sucessão de estágios. Por exemplo, dado o conjunto
A = { terminal, servidor local, servidor global }
se imaginássemos a relação que descreve a transmissão de dados entre os elementos de A como
sendo
R ⊆ A x A, x R y ⇔ x transmite dados para y
certamente esperaríamos que se o servidor global transmite dados para o servidor local e o servidor
local transmite dados para o terminal, então o servidor global deveria transmitir dados para o terminal,
por exemplo. Caso esta suposição não fosse verdadeira, a relação escolhida não seria útil para a
representação do verdadeiro relacionamento entre os elementos de A.
Infelizmente, a Transitividade não pode ser facilmente visualizada através de características gráficas.
Em algumas situações particulares, entretanto, a visualização desta propriedade até pode ser
possível...
3.3.5 Simetria
Seja R uma relação definida em um conjunto A. Então:
R é simétrica em A ⇔ ( ∀ x, y ∈A )( ( x, y ) ∈ R → ( y, x ) ∈ R )
2
Até o momento da escrita deste material não foram inventadas viagens no tempo. E, mesmo neste caso, a simetria não
valeria, pois para uma pessoa viajar no tempo ela precisaria existir e para existir teria de ser filha de alguém...
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Estruturas Algébricas 42
W ⊆ R x R, xWy⇔x≠y
Então:
§ R é simétrica. Com efeito:
Sejam x, y ∈ R tais que x R y. Então:
xRy⇔x=y⇔y=x⇔yRx
Logo, x R y ⇒ y R x.
Logo, R é simétrica.
§ S não é simétrica, pois:
Sejam x, y ∈ R tais que x S y, ou seja x ≤ y.
Queremos concluir que y S x, ou seja, que y ≤ x.
Mas, se x < y então não poderá ser verdade que y ≤ x. Por exemplo, se tivermos
x=1
y=2
Então x ≤ y, mas ( y ≤ x ) ⇔ f.
Logo, ( ∃ x, y ∈ A )( ( ( x, y ) ∈ S ) ∧ ( ( y, x ) ∉ S ) )
Logo, S não é simétrica.
§ T não é simétrica. Por exemplo, se escolhermos
x=2
y=1
Então x = 2 = 4 > 1 = y ⇔ x > y ⇔ ( x, y ) ∈ T.
2 2 2
Mas y = 1 = 1 ≤ 2 = x ⇔ y ≤ x ⇔ ( y, x ) ∉ T.
2 2 2
Logo, ( ∃ x, y ∈ A )( ( ( x, y ) ∈ T ) ∧ ( ( y, x ) ∉ T ) )
Logo T não é simétrica.
§ W é simétrica. Com efeito:
Sejam x, y ∈ R tais que x ≠ y. Então:
x ≠ y ⇒ y ≠ x ⇔ y W x.
Logo W é simétrica.
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3.3.5.4 Comentários
A propriedade de Simetria traduz a idéia de que uma relação não é orientada. Isto significa que, se
imaginarmos uma relação como uma sucessão de estágios a percorrer, sempre que pudermos ir de
um estágio x para um estágio y através da relação, também poderemos voltar de y para x. Ademais, a
Simetria fundamenta certas propriedades lógicas muito importantes. Por exemplo, a relação de
igualdade é simétrica. Graças a isto é que na solução de uma equação qualquer, podemos escrever:
4=x+2⇒x+2=4
Se a relação de igualdade não fosse simétrica, a passagem acima não seria válida!
Entretanto, devemos tomar cuidado para não sermos levados a falsas conclusões com respeito a
propriedade de Simetria. Um erro comum é o de se imaginar que “toda relação simétrica é reflexiva”,
ou seja, que a Simetria implica a Reflexividade. Isto é falso! Um exemplo é o dado pela relação R da
seção 3.4.2 acima. Observe que R é simétrica, como já havíamos concluído, mas não é reflexiva,
pois ( 2, 2 ) ∉ R.
3.3.6 Assimetria
Seja R uma relação definida em um conjunto A. Então:
R é assimétrica em A ⇔ ( ∀ x, y ∈A )( ( x, y ) ∈ R → ( y, x ) ∉ R )
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3.3.6.4 Comentários
A Assimetria ocupa, relativamente à propriedade de Simetria, a mesma posição que a propriedade de
Irreflexividade ocupa em relação à Reflexividade. Isto significa que Simetria e Assimetria são
extremos opostos, mas que podemos ter relações que não são simétricas e nem são assimétricas.
A Assimetria traduz uma idéia de não reciprocidade. Isto significa que uma relação assimétrica,
quando associa elementos de um conjunto, o faz somente em um sentido.
3.3.7 Anti-Simetria
Seja R uma relação definida em um conjunto A. Então:
R é anti-simétrica em A ⇔ ( ∀ x, y ∈A )( ( x, y ) ∈ R ∧ ( y, x ) ∈ R → x = y )
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§ T obviamente não é anti-simétrica, pois se duas pessoas do conjunto A, x e y namoram entre si,
não há como a pessoa x ser a pessoa y.
§ V é anti-simétrica. Com efeito:
Para testarmos a Anti-Simetria de V, devemos tomar x e y pessoas do conjunto A tais que x é
descendente de y e y é descendente de x. Mas isto é impossível, pois
x descendente de y ⇒ y não é descendente de x
y descendente de x ⇒ x não é descendente de y
Ou seja, V é assimétrica.
Logo, a condição ( x V y ) ∧ ( y V x ) é sempre falsa! Logo,
( x, y ) ∈ V ∧ ( y, x ) ∈ V → x = y ⇔ v.
Logo V é anti-simétrica. (Diz-se que a relação é anti-simétrica “por falta”)
§ W é anti-simétrica. Com efeito:
§ Sejam x e y duas pessoas tais que “x tem o mesmo código genético que y” e “y tem o mesmo
código genético que x”. Então, obrigatoriamente, x será y, isto é, estamos falando da mesma
3
pessoa .
( x, y ) ∈ S ( y, x ) ∈ S x=y?
( 0, 0 ) ( 0, 0 ) Sim
( 1, 1 ) ( 1, 1 ) Sim
( 2, 2 ) ( 2, 2 ) Sim
3
Novamente, lembramos que até o momento da escrita deste material, ainda não haviam sido clonadas pessoas... No caso de
isto ser possível, a relação acima somente continuaria sendo anti-simétrica se no conjunto A não fossem permitidos clones...
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§ T é anti-simétrica. Isto porque as únicas situações válidas para a verificação da anti-simetria são:
( x, y ) ∈ S ( y, x ) ∈ S X=y?
( 0, 0 ) ( 0, 0 ) Sim
( 1, 1 ) ( 1, 1 ) Sim
Logo T é anti-simétrica.
Observação: O par ( 1, 2 ), apesar de representar um relacionamento válido, não pode ser
utilizado para a verificação da Anti-Simetria de T porque 2 não se relaciona com 1, ou seja,
porque seu par simétrico, ( 2, 1 ), não é um elemento do conjunto T.
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x y
No caso de uma relação anti-simétrica, estamos, justamente garantindo que a situação acima não
ocorre, ou seja:
Uma observação importante é a de que uma relação assimétrica é, necessariamente, irreflexiva. Isto
porque, se soubermos que uma relação R é assimétrica, então
( ∀ x, y ∈ A )( ( x, y ) ∈ R ⇒ ( y, x ) ∉ R ) ⇒
⇒ ( ∀ x ∈ A )( ( x, x ) ∈ R → ( x, x ) ∉ R ⇔ f ) ⇒
⇒ ( ∀ x ∈ A )( ( x, x ) ∉ R ).
Logo, a relação terá de ser irreflexiva.
Outra observação importante é a de que uma relação assimétrica é, necessariamente, anti-simétrica.
Isto porque, se soubermos que uma relação R é assimétrica, então
( ∀ x, y ∈ A )( ( x, y ) ∈ R ⇒ ( y, x ) ∉ R ) ⇒
⇒ ( ∀ x, y ∈ A )( ( x, y ) ∈ R ∧ ( y, x ) ∈ R ⇔ f ) ⇒
⇒ ( ∀ x, y ∈ A )( ( ( x, y ) ∈ R ∧ ( y, x ) ∈ R → x = y ) ⇔ v ).
Logo, a relação terá de ser anti-simétrica.
Observe também que as propriedades de Anti-Simetria e de Simetria não possuem relação entre si.
Isto significa que podemos ter relações que são simétricas e não são anti-simétricas, assim como
podemos ter relações que são anti-simétricas e não são simétricas. Podemos ainda ter relações que
são simultaneamente simétricas e anti-simétricas, bem como existem relações que não são
simétricas nem são anti-simétricas. Exemplos destas situações são (as demonstrações ficam para o
leitor):
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Conjunto origem A = { M, :, J }
Relações em A Simétrica ? Anti-Simétrica ?
R = { ( J, : ), ( :, J ), ( J, J ) } Sim Não
S = { ( J, J ), ( J, : ), ( :,: ) } Não Sim
T = { ( J, J ), ( :,: ) } Sim Sim
W = { ( J, J ), ( J, : ), ( :, J ), ( :, M ) } Não Não
3.3.9 Exercícios
3.3.9.1 Exercício
Dado o conjunto A = { 1, 2, 3 }, pede-se:
(a). Determine a relação R em P(A) definida por “E R F ⇔ E ⊂ F”.
(b). Determine o domínio e a imagem de R
3.3.9.2 Exercício
Sejam A = { 1, 2, 3 } em B = { 3, 4 }. Sejam as relações R e S definidas por
R = { ( 1, 3 ), ( 1, 4 ), ( 2, 4 ) }
S = { ( 1, 3 ), ( 1, 4 ), ( 3, 3 ) }
Determine:
(a). R ∩ S (b). R ∪ S
(c). R – S (d). S – R
(e). CAxBR (f). CAxBS
3.3.9.3 Exercício
Verifique as propriedades das relações em A abaixo:
(1). A ≠ ∅, R = { ( B, D ) ∈ P(A) x P(A) / B ⊆ D }
(2). A = Z, x ∈ Z, y ∈ Z, x S y ⇔ y = | x |.
R = { ( x, y ) ∈ Z / x – y é múltiplo de 3 }
2
(3). A = Z,
(4). A = { 1,2,3,4 } T = { (1,2), (2,1), (2,3), (3,2), (3,4), (4,3), (1,1), (2,2), (3,3), (4,4) }
em A = { 1, 2, 3, 4 }
R = { ( x, y ) ∈ R / y = e }
2 x
(5).
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4 Relações de Equivalência em A
Relações de Equivalência são muito úteis na identificação de grupos de elementos semelhantes
segundo algum critério. Por exemplo, os números pares são todos inteiros divisíveis por dois, já os
ímpares dão resto um na divisão por dois. Pode-se expressar estas idéias através de uma relação
entre os números inteiros. Esta relação, veremos adiante, será um exemplo de relação de
equivalência.
4.1 Definição
Seja R ⊆ A x A. Então:
R é relação de equivalência ⇔ R é reflexiva, transitiva e simétrica.
4.2 Exemplos
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( x, y ) R ( z, t ) ∧ ( z, t ) R ( a, b ) ⇔ ( x + t = y + z ) ∧ ( z + b = t + a ) ⇔
⇔(t–z=y–x)∧(b–a=t–z)⇒ y–x=b–a⇔x+b=y+a⇔
⇔ ( x, y ) R ( a, b )
Logo, R é transitiva.
§ R é simétrica ?
Sejam ( x, y ), ( z, t ) ∈ R tais que ( x, y ) R ( z, t ). Então:
2
( x, y ) R ( z, t ) ⇔ x + t = y + z ⇔ y + z = x + t ⇔ z + y = t + x ⇔ ( z, t ) R ( x, y )
Logo R é simétrica.
Logo R é relação de equivalência.
Observação:
Note que os raciocínios acima permitem que cheguemos a outras conclusões além das aqui
apresentadas; este fato ocorre, principalmente devido à comutatividade da soma. No entanto,
devemos ter em mente que são as conclusões acima apresentadas as que são relevantes para a
identificação de uma relação de equivalência e que, portanto, devemos reescrever as expressões
lógicas acima até que possamos verificar a validade (ou não) das propriedades testadas.
4.3.2 Exemplo
5
Seja A = { 0, 1, 2, 3 }. Seja a relação de equivalência definida por
4
Usaremos cores para facilitar a compreensão do raciocínio e, principalmente, para enfatizar o caráter posicional da definição
de relação.
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R ⊆ A x A, R = { ( 0, 0 ), ( 1, 1 ), ( 2, 2 ), ( 3, 3 ), ( 0, 2 ), ( 1, 3 ), ( 2, 0 ), ( 3, 1 ) }
Então, podemos identificar:
0≡2 1≡3
4.3.3 Exemplo
6
Seja A = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 }. Seja a relação de equivalência definida por
R ⊆ A x A, xRy⇔4|(x–y)
Então:
R = { ( 0, 0 ), ( 1, 1 ), ( 2, 2 ), ( 3, 3 ), ( 4, 4 ), ( 5, 5 ), ( 6, 6 ), ( 7, 7 ) , ( 8, 8 ), ( 9, 9 ),
( 4, 0 ), ( 5, 1 ), ( 6, 2 ), ( 7, 3 ), ( 8, 4 ), ( 9, 5 ),
( 0, 4 ), ( 1, 5 ), ( 2, 6 ), ( 3, 7 ), ( 4, 8 ), ( 5, 9 ),
( 8, 0 ), ( 9, 1 ), ( 0, 8 ), ( 1, 9 ) }
Então, podemos identificar:
5
A verificação fica a seu encargo.
6
A verificação fica ao encargo de você, leitor.
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( 0 = 4 = 8 ) ∧ ( 1 = 5 = 9 ) ∧ ( 2 = 6 ) ∧ (3 = 7 ) .
Isto significa que, segundo esta relação,
§ 0, 4 e 8 são equivalentes entre si
§ 1, 5 e 7 são equivalentes entre si
§ 2 é equivalente a 6
§ 3 é equivalente a 7
Novamente, poderíamos visualizar estas equivalências da seguinte forma:
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5 Relações de Ordem em A
Relações de Ordem são fundamentais para o desenvolvimento de uma estrutura lógica consistente.
Isto porque este tipo de relação permite definir uma hierarquia de prioridades entre os elementos de
um conjunto. Na realidade, como o próprio nome diz, uma relação de ordem cria um seqüenciamento,
uma ordem, entre os elementos do conjunto onde está definida.
5.1 Definição
Seja R ⊆ A x A. Então:
R é relação de ordem ⇔ R é reflexiva, transitiva e anti-simétrica.
5.2 Exemplos
Então:
§ R é relação de ordem, pois:
§ É reflexiva:
Seja x ∈ A. Então x é posto igual a x. Logo x R x.
Logo, R é reflexiva.
§ É transitiva:
Sejam x, y, z ∈ A tais que “x é posto igual ou superior a y” e “y é posto igual ou superior a z”.
Então:
⇒ se x for posto igual a y e y for posto igual a z, teremos que x é posto igual a z,
isto é, x R z
⇒ se x for posto igual a y e y for posto superior a z, teremos que x é posto superior a z,
isto é, x R z
⇒ se x for posto superior a y e y for posto igual a z, teremos que x é posto superior a z,
isto é, x R z
⇒ se x for posto superior a y e y for posto superior a z, teremos que x é posto superior a z,
isto é, x R z
Como em todas as possibilidades obtivemos que x R z, então R é transitiva.
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§ É anti-simétrica:
Sejam x, y ∈ A tais que “x é posto igual ou superior a y” e “y é posto igual ou superior a x”.
Então x não poderá ser posto superior a y e nem y poderá ser posto superior a x. Resta
somente a possibilidade de que x seja posto igual a y. Logo x = y.
Logo, R é anti-simétrica.
Logo R é relação de ordem.
R ⊆ N* x N*, xRy⇔x|y
S ⊆ N* x N*, xSy⇔x≤y
T ⊆ N* x N*, xTy⇔x<y
Então:
§ R é relação de ordem. Vejamos:
R é reflexiva?
Seja x ∈ N*. Como x = 1.x, então x | x. Logo, R é reflexiva.
R é transitiva?
Sejam x, y, z ∈ N* tais que x | y e y | z. Precisamos mostrar que x | z. Mas:
x | y ⇔ ( ∃ k1 ∈ Z )( y = k1.x )
y | z ⇔ ( ∃ k2 ∈ Z )( z = k2.y )
Então, z = k2.y = k2.k1.x.
Logo, ( ∃ k3 ∈ Z )( k 3 = k1.k2 )( z = k3.x ). Logo, R é transitiva.
R é anti-simétrica?
Sejam x, y ∈ N* tais que x | y e y | x. Precisamos mostrar que x = y. Mas:
x | y ⇔ ( ∃ k1 ∈ Z )( y = k1.x )
y | x ⇔ ( ∃ k2 ∈ Z )( x = k2.y )
Então, x = k2.y = k2.k1.x ⇒ k2.k1 = 1
Mas: k1 , k2 ∈ Z ∧ k2.k1 = 1 ⇒ k2 = k1 = 1
Logo: x = y. Logo, R é anti-simétrica.
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5.3.1 Definições
Seja R ⊆ A x A uma relação de ordem. Então:
R é de ordem total ⇔ ( ∀ x, y ∈ A )( ( x, y ) ∈ R ∨ ( y, x ) ∈ R )
R é de ordem parcial ⇔ ( ∃ x, y ∈ A )( ( x, y ) ∉ R ∧ ( y, x ) ∉ R )
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Observações:
As definições acima dizem que uma relação em A é de ordem parcial se e somente se existir pelo
menos um par de elementos, x e y, que não se relacionam entre si. Da mesma forma, uma relação
em A é de ordem total se e somente se todos os elementos de A relacionarem-se entre si de alguma
forma.
Além disso:
1. R é relação de ordem parcial ⇔ R não é relação de ordem total.
2. Uma relação de ordem total define um conjunto linearmente ordenado, também denominado uma
“cadeia”.
5.3.2 Exemplos
No conjunto dos números naturais positivos, N*, pode-se definir as seguintes relações:
R ⊆ N* x N*, xRy⇔x|y
S ⊆ N* x N*, xSy⇔x≤y
T ⊆ N* x N*, xTy⇔x<y
Então:
§ R é relação de ordem parcial. Vejamos:
§ R é relação de ordem, como já vimos anteriormente
§ R é de ordem parcial, pois, por exemplo, se escolhermos
x=3
y=5
temos que ¬ ( 3 R 5 ) ∧ ¬ ( 5 R 3 ), isto é, ( 3, 5 ) ∉ R ∧ ( 5, 3 ) ∉ R
Logo, R é de ordem parcial.
§ S é relação de ordem total. Vejamos:
§ S é relação de ordem, como já vimos anteriormente
§ S é de ordem total, pois
Dados x, y ∈ N*, temos que
( x ∈ N* ) ∧ ( y ∈ N* ) ⇒ ( x ≤ y ) ∨ ( y ≤ x ) ⇔ ( x S y ) ∨ ( y S x ).
Logo, S é de ordem total.
§ T não é relação de ordem (por quê?) e portanto não tem sentido verificar o tipo de ordem...
⇔ ( { a }, { b } ) ∉ R ∧ ( { b }, { a } ) ∉ R.
Logo, R é de ordem parcial.
5.4.1 Exemplo
Sejam A = { 1, 2, 3, 4 }
R ⊆ A x A, xRy⇔x≤y
1
5.4.2 Exemplo
Sejam A = { 1, 2, 3, 6, 8, 9 }
S ⊆ A x A, xSy⇔x|y
( ∃ x, y ∈ A )( ¬ ( x S y ) ∨ ¬( y S x ) ).
Logo S é relação de ordem parcial.
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Estruturas Algébricas 60
5.4.3 Exemplo
Sejam A = P( { a, b } ) = { ∅, { a }, { b }, { a, b } }
T ⊆ A x A, xTy⇔x⊆y { a, b }
5.4.5 Exemplo
Sejam A = { 2, 3, 6, 18 }
V ⊆ A x A, x V y ⇔ x é múltiplo de y
2 3
5.4.6 Exemplo
Sejam A = { 1, 2, 3, 6, 8, 9 }
R ⊆ A x A, xRy⇔y|x
1
8 6 9
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5.4.7 Exemplo
Sejam A = P({ a, b, c })
{ a, b, c }
W ⊆ A x A, xWy⇔x⊆y
{ a, b } { b, c }
{ a, c }
W é relação de ordem parcial, conforme o diagrama ao
lado. {b}
{a} {c}
∅
5.4.8 Observação: Tabela Booleana
Uma relação pode ser implementada computacionalmente através de uma matriz (ou tabela),
denominada Tabela Booleana, convencionada da seguinte forma:
§ A representação do relacionamento x R y ( x relaciona-se com y, ou ( x, y ) ∈ R ) é sempre feito
por um par ( linha, coluna );
§ Para representar o relacionamento, ( x, y ) ∈ R, a posição da tabela referenciada pela linha “x” e
coluna “y” é assinalada com o valor “1”;
§ Para representar o não relacionamento, ( x, y ) ∉ R, a posição da tabela referenciada pela linha
“x” e coluna “y” é assinalada com o valor “0”;
Exemplo:
Sejam A = { 2, 3, 6, 18 }
V ⊆ A x A, x V y ⇔ x é múltiplo de y
A Tabela Booleana que representa V é
Diagrama de Hasse
2 3 6 18
2 3
2 1 0 0 0
3 0 1 0 0
6
6 1 1 1 0
18 1 1 1 1
18
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Estruturas Algébricas 62
6.2.1.2 Comentários
1. As cotas inferiores e as cotas superiores do conjunto M são limitantes para este conjunto,
segundo o critério de ordenação imposto pela relação R. Isto pode ser melhor entendido da
seguinte forma:
§ As cotas inferiores são os “pontos de partida comuns” que nos permitem chegar a qualquer
elemento de M.
§ As cotas superiores são os “pontos de entroncamento comuns”, aos quais podemos chegar
independentemente de qual elemento de M partamos.
2. Os nomes “minorante” e “majorante” também podem ser usados como sinônimos de “cota
inferior” e de “cota superior”, respectivamente.
3. Deve-se observar ainda que nem sempre existirão cotas inferiores e cotas superiores para um
conjunto ordenado.
6.2.1.3 Exemplo
Seja A = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15 } ordenado pela relação | ( isto é, x R y ⇔ x | y ).
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Estruturas Algébricas 63
SA(T) = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15 }
(d). A IA(A) ={1} 1
SA(A) =∅
6.2.2.1 Comentários
Os conceitos de mínimo e máximo de um conjunto M são muito semelhantes aos conceitos de cota
inferior e de cota superior de M. A sutil, mas importante diferença é que o mínimo e o máximo,
quando existirem, devem pertencer ao próprio conjunto M. Podemos dizer que:
§ O mínimo de um conjunto M é uma cota inferior que pertence a M
§ O máximo de um conjunto M é uma cota superior que pertence a M
Devemos ainda observar que máximo e mínimo podem não existir.
6.2.2.2 Teorema
Seja A um conjunto ordenado por uma relação R. Seja M ⊆ A. Então:
§ O mínimo de M, se existir, é único.
§ O máximo de M, se existir, é único.
7
Demonstração :
Por absurdo, suponhamos que existam elementos m1 ∈ A e m2 ∈ A, ambos mínimos de M e m1 ≠ m2.
Então:
m1 mínimo de M ⇔ ( m1 ∈ M ) ∧ ( ∀ x ∈ M )( m1 R x )
m2 mínimo de M ⇔ ( m2 ∈ M ) ∧ ( ∀ x ∈ M )( m2 R x )
Então m1 R m2 e m2 R m1. Como R é relação de ordem, então
( m 1 R m2 ) ∧ ( m 2 R m1 ) ⇒ m1 = m2.
Mas isto é um absurdo, pois supusemos m 1 ≠ m2.
Logo, a contradição está em supor m1 ≠ m2. Logo, o mínimo de um conjunto, se existir, é único.
6.2.2.3 Exemplos
Encontre o mínimo e o máximo dos conjuntos M, N, T e A do exercício anterior.
7
Provaremos o caso do mínimo. O caso do máximo é semelhante e pode ser facilmente demonstrado com pequenas
alterações no raciocínio aqui apresentado.
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Estruturas Algébricas 64
6.2.3.1 Comentários
O ínfimo e o supremo de um conjunto M são, respectivamente, uma cota inferior e uma cota superior
de M. No entanto, não possuem a restrição de pertencerem ao conjunto M (como possuem o máximo
e o mínimo).
É importante observar que o ínfimo de M é o máximo de um outro conjunto ( o das cotas inferiores de
M). da mesma forma, o supremo de M é o mínimo de um outro conjunto (o das cotas superiores de
M). Assim, se existirem, ínfimo e supremo serão únicos!
Da mesma forma que os demais, ínfimo e supremo podem não existir. Quando existirem, uma das
duas situações pode ocorrer:
§ O ínfimo (ou o supremo) não pertence ao conjunto M; ou
§ O ínfimo (ou o supremo) pertence ao conjunto M. Neste caso ele é igual ao mínimo (ou ao
máximo) de M.
6.2.3.2 Exemplos
Encontre o ínfimo e o supremo dos conjuntos M, N, T e A do exercício anterior.
(a). Para M: infA(M) = 1
supA(M) =3
(b). Para N: infA(N) = 2
∃/ supA(N)
(c). Para T: infA(T) = 1
supA(T) = 1
(d). Para A: infA(A) = 1
∃/ supA(A)
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6.3 Exemplos
1 2
IA(F) = { 0, 1, 2 } ∃/ minA(F) ∃/ infA(F)
0
SA(F) = { 5 } ∃/ maxA(F) supA(F) = 5
6.3.1.2 Exemplo
Seja A = { a, b, c, d, e, f, g } ordenado pela relação do diagrama de Hasse ao a b
lado. Encontre os elementos notáveis para T = { c, d, e }.
c
IA(T) = { f } ∃/ minA(T) infA(T) = f
SA(T) = { a, b, c } maxA(T) = c supA(T) = c e
d
g
f
6.3.1.3 Exemplo
1 2
Seja A = { x / x ∈ N ∧ 1 ≤ x ≤ 8 } ordenado pela relação do diagrama de Hasse
ao lado. Encontre os elementos notáveis para T = { 4, 5, 6 }. 3
IA(T) = { 6, 8 } minA(T) = 6 infA(T) = 6
5
SA(T) = { 1, 2, 3 } ∃/ maxA(T) supA(T) = 3 4
7
6
8
6.3.1.4 Exemplo
Seja A = P( { 0, 1, 2 } ) ordenado pela relação ⊆. Encontre os elementos notáveis para
(a). M = { { 0 }, { 1 }, { 1, 2 } }.
IA(M) = { ∅ } SA(M) = { { 0, 1, 2 } } { 0, 1, 2 }
∃/ minA(M) ∃/ maxA(M)
infA(M) = ∅ supA(M) = { 0, 1, 2 } { 0, 1 } { 1, 2 }
{ 0, 2 }
(b). N = { { 0 }, { 1 }, { 0, 1 } }. {1}
{0} {2}
IA(M) = { ∅ } SA(M) = { { 0, 1 }, { 0, 1, 2 } }
∃/ minA(M) maxA(M) = { 0, 1 }
∅
infA(M) = ∅ supA(M) = { 0, 1 }
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Estruturas Algébricas 66
6.3.2.1 Exemplo
Seja R ⊆ R x R, x R y ⇔ x ≤ y.
Encontre o conjunto das cotas inferiores, o conjunto das cotas
superiores, o máximo, o mínimo, o supremo e o ínfimo dos
seguintes conjuntos:
(a). M = [ 1; 2 ]
IA(M) = (-∞; 1 ] SA(M) = [ 2; +∞ )
minA(M) = 1 maxA(M) = 2
infA(M) = 1 supA(M) = 2
(b). M = [ 1; 2 )
IA(M) = (-∞; 1 ] SA(M) = [ 2; +∞ )
minA(M) = 1 ∃/ maxA(M)
infA(M) = 1 supA(M) = 2
(c). M = ( 1; 2 ]
IA(M) = (-∞; 1 ] SA(M) = [ 2; +∞ )
∃/ minA(M) maxA(M) = 2
infA(M) = 1 supA(M) = 2
(d). M = ( 1; 2 )
IA(M) = (-∞; 1 ] SA(M) = [ 2; +∞ )
∃/ minA(M) ∃/ maxA(M)
infA(M) = 1 supA(M) = 2
(b). M = [ 1; 2 )
IA(M) = [ 2; +∞ ) SA(M) = (-∞; 1 ]
∃/ minA(M) maxA(M) = 1
infA(M) = 2 supA(M) = 1
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Estruturas Algébricas 67
(c). M = ( 1; 2 ]
IA(M) = [ 2; +∞ ) SA(M) = (-∞; 1 ]
minA(M) = 2 ∃/ maxA(M)
infA(M) = 2 supA(M) = 1
(d). M = ( 1; 2 )
IA(M) = [ 2; +∞ ) SA(M) = (-∞; 1 ]
∃/ minA(M) ∃/ maxA(M)
infA(M) = 2 supA(M) = 1
6 .3 .4 Exercício
Mostre que o conjunto N, ordenado por ≤ tem elemento mínimo, mas não tem elemento máximo.
Dica: Use o fato de que ( ∀ x ∈ R ) ( x ≤ x + 1 ).
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Estruturas Algébricas 68
7 Reticulados (Latires)
Reticulados são estruturas ordenadas muito importantes sob o ponto de vista teórico, principalmente
na fundamentação teórica da Informática. Isto porque reticulados definem estruturas ordenadas que
garantem a consistência da execução de certas operações, fundamentais para a conexão efetiva
entre princípios lógicos e sua implementação física em máquinas e computadores.
7.1 Definição
7.1.1 Observações
§ Note que um reticulado é formado por uma relação de ordem, R, definida em um conjunto, A, de
tal forma que todos os subconjuntos de dois elementos de A tenham supremo e ínfimo em A.
§ Também pode-se dizer que, nesta situação, o par ordenado ( A, R ) é um reticulado.
Observe a forma do par ordenado: ( conjunto, relação de ordem )
§ Nem todas as relações de ordem formam reticulados em um dado conjunto.
Logo, ( A, R ) é um reticulado.
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Inf 1 2 3 6 Sup 1 2 3 6
1 1 1 1 1 1 1 2 3 6
2 1 2 1 2 2 2 2 6 6
3 1 1 3 3 3 3 6 3 6
6 1 2 3 6 6 6 6 6 6
Esta forma é mais natural, principalmente sob o ponto de vista de sua implementação computacional,
pois já propõe uma certa organização no acesso aos resultados das operações de supremo e de
ínfimo. Por este motivo esta será a forma adotada para a representação dos supremos e ínfimos a
partir de agora, neste material.
Observação:
Dois cuidados devem ser tomados:
§ As tabelas de ínfimo e de supremo são sempre SIMÉTRICAS.
§ As matrizes acima devem ser completamente preenchidas.
7.1.4 Exemplos
7.1.4.1 Exemplo
Seja A = P( { u, n } ) = { ∅, { n }, { u }, { u, n } }, ordenado pela relação “⊇”. Verifique se ( A, ⊇ ) é
reticulado.
{ u, n } { u, n } { u, n } { u, n } { u, n } { u, n } ∅ {n} {u} { u, n }
Logo ( A, ⊇ ) é reticulado.
Questões importantes:
Você consegue identificar alguma operação conhecida que represente a obtenção do ínfimo neste
caso? Qual?
Você consegue identificar alguma operação conhecida que represente a obtenção do supremo neste
caso? Qual?
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7.1.4.2 Exemplo
Seja o conjunto ordenado conforme o diagrama. Verifique se é reticulado.
3 4
Sendo A = { 1, 2, 3, 4 }, então:
Não, pois, por exemplo, ∃/ infA( { 1, 2 } ).
1 2
Observe que também poderíamos dizer que não, pois ∃/ supA( { 3, 4 } ).
Logo, ( ∃ x, y ∈ A )( ∃/ infA( { x, y } ) ∨ ∃/ supA( { x, y } ) ).
Logo, ( A, R ) não é reticulado.
7.1.4.3 Exemplo
Verifique se ( { 1, 2, 3, 6, 12 } , | ) é reticulado, construindo as tabelas de supremo e de ínfimo.
Inf 1 2 3 6 12 Sup 1 2 3 6 12
12 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 6 12
6 2 1 2 1 2 2 2 2 2 6 6 12
3 1 1 3 3 3 3 3 6 3 6 12
2 3
6 1 2 3 6 6 6 6 6 6 6 12
1
12 1 2 3 6 12 12 12 12 12 12 12
7.1.4.4 Exemplo
Seja o conjunto ordenado conforme o diagrama ao lado. Verifique se é reticulado.
5
Sendo A = { 0, 1, 2, 3, 4, 5 }, vemos que a estrutura ao lado não é um reticulado,
3 4 pois,
∃/ infA( { 3, 4 } ).
1 2 ∃/ supA( { 1, 2 } ).
Logo, esta estrutura não é um reticulado.
0
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7.1.6 Exemplos
7.1.6.1 Exemplo 3
Seja o conjunto ordenado conforme o diagrama ao lado. Verifique se é reticulado.
2
Construindo as tabelas de ínfimos e de supremos temos:
1
Inf 0 1 2 3 Sup 0 1 2 3
0
0 0 0 0 0 0 0 1 2 3
1 0 1 1 1 1 1 1 2 3
2 0 1 2 2 2 2 2 2 3
3 0 1 2 3 3 3 3 3 3
∅ ∅ ∅ ∅ ∅ ∅ ∅ ∅ ∅
{ 0, 1 } { 0, 1 } { 0, 1 } { 0, 1 } { 0, 1, 2 } { 0, 1 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 }
{ 0, 2 } { 0, 2 } { 0, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 }
{ 1, 2 } { 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 1, 2 } { 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 1, 2 } { 0, 1, 2 }
{ 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 } { 0, 1, 2 }
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7.1.6.3 Exemplo
Seja A = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 900 }, ordenado pela relação “|”. Verifique se ( A, | ) é reticulado.
900
Observe que a forma do diagrama de Hasse é semelhante a do
exemplo anterior. Portanto, esta estrutura também será um
6 15 reticulado.
10
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 5 6 10 15 900
2 1 2 1 1 2 2 1 2 2 2 2 6 10 6 10 900 900
3 1 1 3 1 3 1 3 3 3 3 6 3 15 6 900 15 900
5 1 1 1 5 1 5 5 5 5 5 10 15 5 900 10 15 900
6 1 2 3 1 6 2 3 6 6 6 6 6 900 6 900 900 900
10 1 2 1 5 2 10 5 10 10 10 10 900 10 900 10 900 900
15 1 1 3 5 3 5 15 15 15 15 900 15 15 900 900 15 900
900 1 2 3 5 6 10 15 900 900 900 900 900 900 900 900 900 900
Logo ( A, | ) é reticulado.
Observação:
Qual a operação que representa a obtenção do ínfimo neste caso?
Qual a operação que representa a obtenção do supremo neste caso?
7.1.6.4 Exemplo 7
Seja A = { 2, 5, 6, 7, 8 }, ordenado conforme o diagrama ao lado.
6 8
Esta estrutura não é um reticulado, pois
∃/ infA( { 2, 5 } ).
2 5
7.1.7.1 Exercício
Seja A um conjunto qualquer, não vazio. Prove que ( A, ⊆ ) é reticulado.
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7.1.7.2 Exercício
Seja N o conjunto dos números naturais e | a relação “x divide y”, ou seja, “y é múltiplo de x”, ou
ainda, x | y ⇔ ( ∃ k ∈ Z )( y = k.x ). Prove que ( N, | ) é reticulado.
7.1.7.3 Exercício
Seja Z o conjunto dos números inteiros e ordenados por “≤”. Prove que ( Z, ≤ ) é reticulado.
.:LxL →L +:LxL →L
( x, y ) a x . y = infL{ x, y } ( x, y ) a x + y = supL{ x, y }
Observações:
1. Estas operações estão “bem definidas” em L, pois a cada combinação de valores ( x, y ) somente
está associado um valor de supremo e um valor de ínfimo. Isto porque, num reticulado, supremo
e ínfimo de conjuntos de dois elementos sempre existem e, como já sabíamos, supremo e ínfimo,
quando existem, são únicos.
2. Cuidado! Não confunda a notação destas operações com a notação usual.
M . não representa o produto ü . representa a operação de ínfimo
M + não representa a soma ü + representa a operação de supremo
Alguns autores chamam estas operações de “soma” e “produto”, apenas devido à notação
utilizada. O significado das operações é diferente e deve-se atentar para este fato de modo a não
se criar confusão!
3. Esta notação é a usual em Ciência da Computação e Informática.
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Estruturas Algébricas 74
(v). ( ∀ x, y ∈ L )( x R y ⇔ supL{ x, y } = y )
(vi). ( ∀ x, y ∈ L )( x R y ⇔ infL{ x, y } = x )
Demonstrações:
Como ( L, R ) é reticulado, então ( ∀ x, y ∈ L )( ∃ infL { x, y } ∧ ∃ supL { x, y } ). Então:
(i). Sejam x, y ∈ L.
Como supL{ x, y } é cota superior de { x, y }, então x R supL{ x, y } ∧ y R supL{ x, y }.
Logo, vale a propriedade.
(ii). Sejam x, y ∈ L.
Como infL{ x, y } é cota inferior de { x, y }, então infL{ x, y } R x ∧ infL{ x, y } R y.
Logo, vale a propriedade.
(iii). Sejam x, y, z ∈ L tais que x R z ∧ y R z.
Então z ∈ SL( { x, y } ). Como supL{ x, y } = minL( SL( { x, y } ) ) , então supL{ x, y } R z.
Logo, vale a propriedade.
(iv). Sejam x, y, z ∈ L tais que z R x ∧ z R y.
Então z ∈ IL( { x, y } ). Como infL{ x, y } = maxL( IL( { x, y } ) ) , então z R infL{ x, y }.
Logo, vale a propriedade.
(v). Sejam x, y ∈ L tais que x R y. Então, pela definição de supremo, supL{ x, y } = y.
(vi). Sejam x, y ∈ L tais que x R y. Então, pela definição de ínfimo, infL{ x, y } = x.
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Estruturas Algébricas 76
z R supL{ x, supL{ y, z } }
Pela propriedade (iii), poderemos dizer que
x R supL{ x, supL{ y, z } } ∧ y R supL{ x, supL{ y, z } } ⇒ supL{ x, y } R supL{ x, supL{ y, z } }
Então:
supL{ x, y } R supL{ x, supL{ y, z } } ∧ z R supL{ x, supL{ y, z } } ⇒
⇒ supL{ supL{ x, y }, z } R supL{ x, supL{ y, z } }
Da mesma forma podemos mostrar que supL{ x, supL{ y, z } } R supL{ supL{ x, y }, z }.
Logo, vale a propriedade.
(6). Esta propriedade pode ser demonstrada de forma semelhante à anterior e então sua prova será
omitida.
(7). Para mostrarmos esta propriedade, basta usarmos a propriedade (ii) e observarmos que
infL{ x, y } R x
Então supL{ x, infL{ x, y } } = supL{ x, x } = x
Logo, vale a propriedade.
(8). Para mostrarmos esta propriedade, basta usarmos a propriedade (i) e observarmos que
x R supL{ x, y }
Então infL{ x, supL{ x, y } } = infL{ x, x } = x
Logo, vale a propriedade.
Observação:
Note que esta notação, apesar de intuitiva, é muito pesada e de difícil operacionalização. Por este
motivo, optou-se por uma notação diferenciada, a vista no item anterior. A seguir, reescreveremos
estes mesmos resultados na notação usual, para comparação
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Estruturas Algébricas 77
Observação:
Note que a notação ficou mais leve e mais operacional!
Comentário:
Basicamente, há duas formas de se obter um reticulado:
§ começar com uma relação de ordem e verificar que, para quaisquer subconjuntos de dois
elementos sempre há supremo e ínfimo; ou
§ a partir de uma relação, definir as operações de supremo e de ínfimo e verificar se as oito
propriedades acima são cumpridas.
7.5.1.1 Observações
§ A notação utilizada na definição acima não é a usual em reticulados. Devido à influência histórica
da utilização de reticulados em Engenharia Elétrica e Informática, a notação mais comumente
aceita é:
0 ≡ minL(L)
1 ≡ maxL(L)
Assim, diz-se:
( L, R ) é reticulado limitado ⇔ ( ∃ 0, 1 ∈ L )(∀ x ∈ L )( ( 0 R x ) ∧ ( x R 1 ) )
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7.5.1.2 Exemplo
O reticulado ( { 1, 2, 3, 6, 12 }, | ) é limitado, pois sendo
A = { 1, 2, 3, 6, 12 }, então
( ∃ 1 ∈ A )( ∀ y ∈ A )( 1 | y )
( ∃ 12 ∈ A )( ∀ x ∈ A )( x | 12 )
12
Então, neste caso,
6
“0” =1
“1” = 12 2 3
Logo, o reticulado ao lado é limitado. 1
7.5.1.3 Exemplo
O reticulado ( P( { a, b, c } ), ⊆ ) é limitado, pois, chamando
A = P( { a, b, c } ), temos { a, b, c }
( ∃ ∅ ∈ A )( ∀ y ∈ A )( ∅ ⊆ y )
{ a, b } { b, c }
( ∃ { a, b, c } ∈ A )( ∀ x ∈ A )( x ⊆ { a, b, c } ) { a, c }
7.5.1.4 Exemplo
O reticulado ( N, ≤ ) não é limitado, pois
( ∃/ “1” ∈ N )( ∀ x ∈ N )( x ≤ “1” )
Uma das formas de demonstrar isto é usar um raciocínio por absurdo:
Suponhamos, por absurdo, que exista m ∈ N, tal que m seja máximo de ( N, ≤ ). Então,
maxN(N) = m ⇔ ( ∀ x ∈ N )( x ≤ m )
Mas: m ∈ N ⇒ m+1 ∈ N
E: m+1 > m.
Mas, então, m+1 ≤/ m ⇒ m ≠ maxN(N).
Então chegamos a um absurdo e a contradição está em supor que exista um elemento máximo em
( N, ≤ ). Logo, não existe máximo para esta ordenação.
Note, no entanto, que a mesma ordenação possui mínimo:
( ∃ 0 ∈ N )( ∀ y ∈ N )( 0 ≤ y )
Neste caso,
“0” = 0
∃/ “1”
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7.5.2.1 Exemplo
{ a, b }
O reticulado ( P( { a, b } ), ⊆ ) é distributivo, pois, como já sabemos,
podemos associar as operações de supremo e de ínfimo às operações
de união e interseção de conjuntos, para as quais são válidas as
{a} {b}
propriedades :
( ∀ x, y, z )( x ∪ ( y ∩ z ) = ( x ∪ y ) ∩ ( x ∪ z ) )
∅
( ∀ x, y, z )( x ∩ ( y ∪ z ) = ( x ∩ y ) ∪ ( x ∩ z ) )
Em particular, as propriedades acima são válidas para os conjuntos apresentados neste exemplo.
Logo, o reticulado acima é distributivo.
Observação:
Note que, se não formos capazes de identificar operações conhecidas verificar a distributividade,
teremos de fazê-lo por inspeção, o que pode ser muito fácil, mas extremamente laborioso. Para o
problema acima, temos apenas 4 conjuntos, mas, o número de arranjos de 3 elementos que podemos
3
fazer é de 4 . Se multiplicarmos pelas duas propriedades que devem ser testadas para cada caso,
chegaremos ao fantástico número de 128 casos!!! Tente imaginar quantos casos teriam de ser
resolvidos para um conjunto com 5 elementos...
Apenas para explicitar a discussão acima, vamos comprovar por inspeção a validade da
distributividade neste caso:
2 ∅ ∅ {a} ∅ ∅ ü ∅ ∅ ü
3 ∅ ∅ {b} ∅ ∅ ü ∅ ∅ ü
4 ∅ ∅ { a, b } ∅ ∅ ü ∅ ∅ ü
5 ∅ {a} ∅ ∅ ∅ ü ∅ ∅ ü
7 ∅ {a} {b} ∅ ∅ ü ∅ ∅ ü
9 ∅ {b} ∅ ∅ ∅ ü ∅ ∅ ü
10 ∅ {b} {a} ∅ ∅ ü ∅ ∅ ü
13 ∅ { a, b } ∅ ∅ ∅ ü ∅ ∅ ü
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Estruturas Algébricas 80
16 ∅ { a, b } { a, b } { a, b } { a, b } ü ∅ ∅ ü
49 { a, b } ∅ ∅ { a, b } { a, b } ü ∅ ∅ ü
52 { a, b } ∅ { a, b } { a, b } { a, b } ü { a, b } { a, b } ü
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Estruturas Algébricas 81
58 { a, b } {b} {a} { a, b } { a, b } ü { a, b } { a, b } ü
59 { a, b } {b} {b} { a, b } { a, b } ü {b} {b} ü
60 { a, b } {b} { a, b } { a, b } { a, b } ü { a, b } { a, b } ü
61 { a, b } { a, b } ∅ { a, b } { a, b } ü { a, b } { a, b } ü
62 { a, b } { a, b } {a} { a, b } { a, b } ü { a, b } { a, b } ü
63 { a, b } { a, b } {b} { a, b } { a, b } ü { a, b } { a, b } ü
64 { a, b } { a, b } { a, b } { a, b } { a, b } ü { a, b } { a, b } ü
7.5.2.2 Exemplo
O reticulado ( P( { a, b, c } ), ⊆ ) é distributivo, pois, como no exercício anterior, sabemos que o
supremo e o ínfimo desta relação são, respectivamente, a união e a
interseção dos conjuntos envolvidos. Assim, como sabemos que { a, b, c }
( ∀ x, y, z )( x ∪ ( y ∩ z ) = ( x ∪ y ) ∩ ( x ∪ z ) )
( ∀ x, y, z )( x ∩ ( y ∪ z ) = ( x ∩ y ) ∪ ( x ∩ z ) ) { a, b } { a, c } { b, c }
{b}
Em particular, as propriedades acima são válidas para os conjuntos {a} {c}
apresentados neste exemplo.
∅
Logo, o reticulado acima é distributivo.
7.5.2.3 Exemplo
O reticulado representado pelo diagrama de Hasse ao lado não é distributivo, pois
n.(p+r)=n.m=n m
(n.p)+(n.r)=p+q=p n
Então r
n.(p+r)≠(n.p)+(n.r) p
Logo, ( ∃ x, y, z ∈ A )( x . ( y + z ) ≠ ( x . y ) + ( x . z ) ) q
7.5.2.4 Exemplo
O reticulado ( { 1, 2, 3, 6, 12 }, | ) é distributivo, pois as operações de
supremo e de ínfimo podem ser associadas, neste caso, ao mínimo 12
múltiplo comum (mmc) e ao máximo divisor comum (mdc). Da teoria dos
números, da Matemática, sabe-se que:
6
mmc( x, mdc( y, z) ) = mdc( mmc( x, y ), mmc( x, z ) )
mdc( x, mmc( y, z) ) = mmc( mdc( x, y ), mdc( x, z ) )
2 3
que são as propriedades distributivas empregadas neste caso.
Logo, este reticulado é distributivo.
1
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Estruturas Algébricas 82
7.5.3.1 Observações
Note que:
§ mesmo elemento x pode ter mais de um complemento.
§ cada elemento x ∈ L poderá ter um complemento diferente.
7.5.3.2 Exemplo
O reticulado representado pelo diagrama de Hasse ao lado é complementado, pois:
x x' x . x’ = 0 x + x’ = 1
q m q.m=q q+m=m
m
p r p.r=q p+r=m
n
r p r.p=q r+p=m r
r n r.n=q r+n=m
p
n r n.r=q n+r=m q
m q m.q=q m+q=m
Logo, ( ∀ x ∈ L )( ∃ u ∈ L )( ( x . u = 0 ) ∧ ( x + u = 1 ) )
7.5.3.3 Exemplo 8
O reticulado representado pelo diagrama de Hasse ao lado não é complementado,
pois, na verdade, 2 e 4 não possuem complemento. A verificação deste fato é deixada 4
ao encargo do leitor.
Logo, ( ∃ x ∈ L )( ∃/ u ∈ L )( ( x . u = 0 ) ∧ ( x + u = 1 ) ) 2
Logo, este reticulado não é complementado.
Observação: 1
É importante notar que o reticulado acima não é complementado, apesar de ser limitado.
7.5.4.1 Exemplo
O reticulado ( P( { a, b, c } ), ⊆ ) é unicamente complementado, conforme podemos evidenciar na
tabela a seguir:
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Estruturas Algébricas 83
x x' x . x’ = 0 x + x’ = 1
∅ { a, b, c } ∅ ∩ { a, b, c } = ∅ ∅ ∪ { a, b, c } = { a, b, c }
{ a, b, c }
{a} { b, c } { a } ∩ { b, c } = ∅ { a } ∪ { b, c } = { a, b, c }
{b} { a, c } { b } ∩ { a, c } = ∅ { b } ∪ { a, c } = { a, b, c } { a, b } { a, c } { b, c }
{c} { a, b } { c } ∩ { a, b } = ∅ { c } ∪ { a, b } = { a, b, c }
{b}
{ a, b } {c} { a, b } ∩ { c } = ∅ { a, b } ∪ { c } = { a, b, c } {a} {c}
{ a, c } {b} { a, c } ∩ { b } = ∅ { a, c } ∪ { b } = { a, b, c }
∅
{ b, c } {a} { b, c } ∩ { a } = ∅ { b, c } ∪ { a } = { a, b, c }
{ a, b, c } ∅ { a, b, c } ∩ ∅ = ∅ { a, b, c } ∪ ∅ = { a, b, c }
A evidência lógica de que os complementos são únicos pode ser dada da seguinte forma:
Dado um conjunto x ⊆ P( { a, b, c } ), temos que, que ele possua complemento x’ este conjunto deve
satisfazer simultaneamente as condições ( x . x’ = 0 ) ^ ( x + x’ = 1 ), que, neste contexto transformam-
se em:
( x ∩ x’ = ∅ ) ^ ( x ∪ x’ = { a, b, c } ).
Então um conjunto e seu complementar devem ser disjuntos (isto é, não podem ter elementos em
comum) e, quando unidos devem resultar no conjunto { a, b, c } (que é o conjunto universo deste
contexto). Ao inspecionarmos os conjuntos acima, observaremos que, para cada conjunto x há
somente um conjunto x’ capaz de cumprir ambas condições acima apresentadas. Logo, este
reticulado é unicamente complementado.
7.5.4.2 Teorema
Seja ( L, R ) reticulado limitado, distributivo e complementado. Então ( L, R ) é unicamente
complementado.
Demonstração:
Seja x ∈ L. Suponhamos, por absurdo, que existam u1 ∈ L e u2 ∈ L tais que:
u1 . x = 0 ∧ u1 + x = 1
u2 . x = 0 ∧ u2 + x = 1
u1 ≠ u2
Então u1 = u1 . 1 = u1 . ( u2 + x ).
Como ( L, R ) é distributivo, então u1 . ( u2 + x ) = ( u1 . u2 ) + ( u1 . x ) = ( u1 . u2 ) + 0 = u1 . u2
Então: u1 = u1 . u2
Analogamente, u2 = u2 . 1 = u2 . ( u1 + x ).
Como ( L, R ) é distributivo, então u2 . ( u1 + x ) = ( u2 . u1 ) + ( u2 . x ) = ( u1 . u2 ) + 0 = u1 . u2
Então: u2 = u1 . u2
Mas ( u1 = u1 . u2 ) ∧ ( u2 = u1 . u2 ) ⇒ u1 = u2 pois o ínfimo, se existe é único.
Mas isto é absurdo, pois supusemos u1 ≠ u2 .
Logo, x só pode ter um complemento.
Logo ( L, R ) é unicamente complementado.
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Estruturas Algébricas 84
7.5.4.3 Exemplo
O reticulado ( P( { a, b, c } ), ⊆ ) é unicamente complementado, pois é distributivo, limitado e
complementado, conforme já demonstrado anteriormente neste texto.
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Estruturas Algébricas 85
8 Álgebras Booleanas
As estruturas denominadas álgebras booleanas, ou álgebras de Boole, devem-se ao matemático
inglês George Boole ( 1815 – 1864 ). Seu trabalho foi publicado no livro “An Investigation of the Laws
of Tought”, em 1854.
O conceito de álgebra booleana tornou-se fundamental para a Ciência da Computação a partir de
1938, quando o estudante de mestrado Claude Shannon apresentou, em sua dissertação, no MIT,
aplicações das álgebra booleanas para a análise de relés e circuitos de chaveamento.
O trabalho de Shannon foi o ponto de partida para a compreensão de que os comportamentos de
circuitos eletrônicos poderiam ser analisados e descritos matematicamente de forma simples, através
das álgebras booleanas. Desta forma, circuitos poderiam ser testados e otimizados antes de sua
implementação física, economizando recursos e garantindo maior consistência aos projetos.
8.1 Definição
8.1.1 Observações
Como a utilização das álgebras booleanas é primariamente centrada em suas propriedades, é comum
representar uma álgebra booleana através de uma terna ordenada:
( conjunto, operação de supremo, operação de ínfimo )
Neste caso, escreveríamos:
( L, +, . ) é álgebra booleana ⇔ ( L, +, . ) é reticulado, distributivo, limitado e complementado
8.1.2 Exemplo
O reticulado ( P( { a, b, c } ), ⊆ ) é álgebra booleana, pois
+≡∪
{a,b,c} . ≡∩
{a,b} {b,c}
{a,c} É distributivo pois, dados x, y, z ∈ P( { a, b, c } )
8.1.3 Exemplo
O conjunto B = { 0, a, b, 1 } ordenado segundo o diagrama abaixo é álgebra booleana onde
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Estruturas Algébricas 86
. 0 a b 1 + 0 a b 1
1
0 0 0 0 0 0 0 a b 1
a b a 0 a 0 a a a a 1 1
b 0 0 b b b b 1 b 1
0
1 0 a b 1 1 1 1 1 1
Além disso:
§ É distributivo, como já provado anteriormente.
§ É limitado, sendo
minB(B) ≡ 0
maxB(B) ≡ 1
§ É unicamente complementado pois é o caso de um reticulado limitado e distributivo.
Então ( B, +, . ) é álgebra booleana.
(1). x+x=x
(idempotência)
(2). x.x=x
(3). x+y=y+x
(comutatividade)
(4). x.y=y.x
Reticulado
(5). x+(y+z)=(x+y)+z
(associatividade)
(6). x.(y.z) =(x.y).z
(7). x+(x.y)=x
(absorção)
(8). x.(x+y)=x
(9). x+(y.z)=(x+y).(x+z)
(distributividade) Distributivo
(10). x.(y+z)=(x.y)+(x.z)
(11). x+0=x
(12). x.0=0
Limitado
(13). x+1=1
(14). x.1=x
(15). x + x’ = 1
(16). x . x’ = 0
(17). ( x’ )’ = x Complementado
(18). ( x + y )’ = x’ . y’
(Leis de De Morgan)
(19). ( x . y )’ = x’ + y’
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Observação:
Uma Álgebra Booleana pode ainda ser definida como um sistema ( L, +, . , 0, 1 ), ou seja, um
conjunto L, com duas operações, + e . , e dois elementos especiais, 0 e 1, que satisfazem as
propriedades enunciadas acima. Qualquer estrutura lógica que possuir todas estas propriedades será
uma Álgebra Booleana.
1
+ 0 1 . 0 1 ‘
0 0 1 0 0 0 0 1
0
1 1 1 1 0 1 1 0
As operações lógicas acima representadas podem ser expressas através de circuitos elementares:
Observação:
Esta álgebra é conhecida como “álgebra dos comutadores” ou “álgebra dos interruptores”. É a mais
simples das álgebras booleanas e, possivelmente, a mais útil. É esta álgebra que fundamenta
matematicamente o projeto e a análise de circuitos digitais e comutadores que compõem os sistemas
digitais usados em aparelhos eletrônicos.
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Estruturas Algébricas 88
+ v f . v f ‘
v
v v v v v f v f
f f v f f f f f v
Observações:
• Observe que a estrutura aqui obtida é idêntica à estrutura apresentada no exemplo anterior!!!
A única diferença é a notação!
• Observe ainda que, nesta álgebra temos: +≡∨
.≡∧
Comprovemos que a álgebra das proposições é uma álgebra booleana inspecionando suas
propriedades:
Sejam x, y, z proposições. Então:
Propriedade (conceitual) ⇒ Propriedade (álgebra das proposições)
(1). x+x=x ⇒ x∨x⇔x
(2). x.x =x ⇒ x∧x⇔x
(3). x+y=y+x ⇒ x∨y⇔y∨x
(4). x.y =y.x ⇒ x∧y⇔y∧x
(5). x+(y+z)=(x+y)+z ⇒ x∨(y∨z)⇔(x∨y)∨z
(6). x.(y.z) =(x.y).z ⇒ x∧(y∧z)⇔(x∧y)∧z
(7). x+(x.y)=x ⇒ x∨(x∧y)⇔x
(8). x.(x+y)=x ⇒ x∧(x∨y)⇔x
(9). x+(y.z)=(x+y).(x+z) ⇒ x∨(y∧z)⇔(x∨y)∧(x∨z)
(10). x.(y+z)=(x.y)+(x.z) ⇒ x∧(y∨z)⇔(x∧y)∨(x∧z)
(11). x+0=x ⇒ x∨f⇔x
(12). x.0 =0 ⇒ x∧f⇔f
(13). x+1=1 ⇒ x∨v⇔v
(14). x.1 =x ⇒ x∧v⇔x
(15). x + x’ = 1 ⇒ x ∨ x’ ⇔ v
(16). x . x’ = 0 ⇒ x ∧ x’ ⇔ f
(17). ( x’ )’ = x ⇒ ( x’ )’ ⇔ x
(18). ( x + y )’ = x’ . y’ ⇒ ( x ∨ y )’ ⇔ x’ ∧ y’
(19). ( x . y )’ = x’ + y’ ⇒ ( x ∧ y )’ ⇔ x’ ∨ y’
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8.3.4.1 Exemplo
Avalie o polinômio booleano p( x, y ) = ( x + y’ ) . ( x’ + y ) na álgebra booleana ( { 0, 1 }, +, . )
Solução:
p( 0, 0 ) = ( 0 + 0’ ) . ( 0’ + 0 ) = ( 0 + 1 ) . ( 1 + 0 ) = 1 . 1 = 1
p( 0, 1 ) = ( 0 + 1’ ) . ( 0’ + 1 ) = ( 0 + 0 ) . ( 1 + 1 ) = 0 . 1 = 0
p( 1, 0 ) = ( 1 + 0’ ) . ( 1’ + 0 ) = ( 1 + 1 ) . ( 0 + 0 ) = 1 . 0 = 0
p( 1, 1 ) = ( 1 + 1’ ) . ( 1’ + 1 ) = ( 1 + 0 ) . ( 0 + 1 ) = 1 . 1 = 1
Observação:
Isto pode ser melhor representado através de uma “Tabela de Entradas e Saídas”:
x y x’ y' x + y’ x’ + y ( x + y’ ) . ( x’ + y )
0 0 1 1 1 1 1
0 1 1 0 0 1 0
1 0 0 1 1 0 0
1 1 0 0 1 1 1
Note que esta tabela nada mais é do que uma tabela-verdade em notação de álgebra de Boole!
8.3.4.2 Exemplo
Simplificar o polinômio booleano ( ( x . y )’ + ( z + z ) )’.
Solução:
( ( x . y )’ + ( z + z ) )’ = ( ( x . y )’ + z )’ = ( ( x . y )’ )‘ . z’ =
= x . y . z’
8.3.4.3 Exemplo
Simplificar o polinômio booleano ( x + y ) . ( x + y’ + z’ ).
Solução:
( x + y ) . ( x + y’ + z’ ) = ( x . ( x + y’ + z’ ) ) + ( y . ( x + y’ + z’ ) ) =
= ( x . x ) + ( x . y’ ) + ( x . z’ ) + ( y . x ) + ( y . y’ ) + ( y . z’ ) =
= x + ( x . y’ ) + ( x . z’ ) + ( y . x ) + 0 + ( y . z’ ) =
= x + ( x . ( y’ + y ) ) + ( x . z’ ) + ( y . z’ ) =
= x + ( x . 1 ) + ( x . z’ ) + ( y . z’ ) =
= x + x + ( x . z’ ) + ( y . z’ ) =
= x + ( x . z’ ) + ( y . z’ ) =
= x + ( y . z’ )
8.3.4.4 Exemplo
Encontrar o polinômio booleano associado ao circuito ao x
lado e simplificá-lo. Apresentar o circuito simplificado.
Solução: y
( x’ + y ) . ( x + y’ ) = ( x’ . ( x + y’ ) ) + ( y . ( x + y’ ) ) =
= ( x’ . x ) + ( x’ . y’ ) + ( y . x ) + ( y . y’ ) =
= 0 + ( x’ . y’ ) + ( y . x ) + 0 =
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= ( x + y )’ + ( x . y )
Diagrama simplificado:
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9 Exercícios
9.1 Relações de A em B
1. Determine todas as relações de A = { 1, 3 } em B = { {1}, 2 }.
2. Cada um dos enunciados formais seguintes definem uma relação nos números reais.
Representar cada relação em um diagrama cartesiano de R x R.
2
(c) y < 3 − x (e) y ≥ x
3
(a) y = x
(b) y ≤ x (d) y ≤ sen(x)
2 3
(f) y > x
3. Cada um dos enunciados formais que seguem define uma relação nos números reais.
Representar cada relação no diagrama cartesiano:
2 2
(c) x − 4y ≥ 9
2 2
(a) x + y < 16
(b) x + y ≥ 16 (d) x − 4y < 9
2 2 2 2
graficamente as relações A ∪ B, A ∩ B e A - B.
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Estruturas Algébricas 93
8. Seja A={ 1, 2, 3 } e seja R a relação em P(A) definida por: B R C ↔ #(B) = #(C) + 1. Determine os
elementos, o domínio e a imagem de R.
9.2 Funções
9. Verifique se cada uma das relações abaixo é função:
f : R → {0,1} f : R →R f : R → R+
1 x ∈ Q (b) (c)
(a)
x→
1
x → x4
x → x3
0 x ∉ Q
f : R+ → R f : R− → R−
(d) (e)
x → x4
x→ −x
10. Encontre , em cada caso abaixo , o maior domínio A que torna f : A → B uma função:
-2
(a) f(x) = (x-1)(x+2)
(b) f(x) = ln(x)
(c) f(x) = arcsen(x)
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Estruturas Algébricas 94
(b) Determine condições para m e n de forma que seja possível encontrar uma função bijetora
de A em B.
13. Cada uma das operações seguintes pode ser expressa através de uma função. Determine a lei
de definição de cada função, estabelecendo o maior domínio possível (contido em R ) e, para
este domínio, o menor contradomínio possível:
(a) inverso aditivo de um número(também chamado de simétrico)
(b) inverso multiplicativo de um número
(c) raiz cúbica de um número
x
17. Procure, em um livro de Cálculo, a representação de e por série de MacLaurin.
-1
(a) Use a resposta anterior para encontrar uma representação por séries para e .
-1
(b) Use uma calculadora para calcular um valor aproximado para e .
(c) Compare os resultados obtidos nos itens (c) e (d).
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Estruturas Algébricas 95
Uma bijeção de um conjunto nele mesmo é chamada de permutação do conjunto. A permutação mais
simples de um conjunto é aquela que associa cada elemento do conjunto a si próprio, chamada
identidade.
° f0 f1 f2 f3 f4 f5
f0 f1 f4 f5
f1 f3
f2 f5 f4
f3 f2
f4 f4 f3 f2
f5 f5 f4
Encontre a função inversa de cada uma das permutações do conjunto A do exercício anterior.
24. A "pilha" é uma estrutura de armazenamento de dados cuja operação é muito parecida com uma
pilha de pratos de um restaurante. Todos os locais de armazenamento começam vazios. Um
elemento de dado é incluído no topo da pilha através da instrução "push", que "empurra" todos
os itens já empilhados uma posição para baixo a fim de abrir espaço para ele. Apenas o elemento
do topo da pilha pode ser acessado a qualquer momento, pode ser examinado e removido da
pilha através da instrução "pop". Consideremos cadeias de inteiros que tenham um número par
de caracteres de tamanho e onde a metade dos caracteres são positivos e a outra metade são
zeros. Processamos estas cadeias através de um armazenamento na forma de pilha como a
seguir: a medida que lermos da esquerda para a direita, aplicamos a instrução push a qualquer
caractere diferente de zero. Caracteres zero causam a instrução pop na pilha e a impressão do
elemento recuperado por esta instrução. Portanto, o processamento da cadeia 12030040 resulta
na saída 2314, enquanto que o processamento da cadeia 12304000 resulta na saída 3421.Tanto
2314 quanto 3421 podem ser expressos como permutações, (123) e (1324) no conjunto A = { 1,
2, 3, 4 }. Uma cadeia como 10020340 não pode ser tratada por este procedimento porque não
podemos efetuar pop de dois elementos da pilha enquanto esta contiver nas um. Qual
permutação de A = { 1, 2, 3, 4 } é gerada pela aplicação deste procedimento à cadeia 12003400?
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Estruturas Algébricas 96
9.3 Relações em A
25. Os seguintes enunciados formais definem cada um uma relação R nos números naturais N. Dizer
em cada caso se a relação é ou não reflexiva.
(a) “x é menor ou igual a y”. (b) “x divide y”.
(c) “x + y = 10”.
26. Cada um dos enunciados formais seguintes definem uma relação R nos números naturais N.
Dizer e cada uma se é ou não uma relação simétrica.
(a) “x é menor ou igual a y”. (b) “x divide y”.
(c) “x + y = 10”.
32. Sob que condições uma relação R definida em um conjunto A pode não ser transitiva? Prove.
33. Demonstrar: Se uma relação R é transitiva, então sua relação inversa R−1 também o é.
34. Estabelecer a verdade ou falsidade dos raciocínios que seguem, supondo que R e S são relações
em um conjunto A.
(a) Se R é simétrica, então R−1 é simétrica.
(b) Se R é anti-simétrica, então R−1 é anti-simétrica.
(c) Se R é reflexiva, então R ∩ R ≠ ∅.
-1
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Estruturas Algébricas 97
36. Verifique:
(a) se toda relação assimétrica definida em um conjunto qualquer A é também simétrica em A.
(b) se toda relação irreflexiva e transitiva definida em um conjunto qualquer A é também
assimétrica em A.
(c) se toda relação não vazia simétrica e transitiva definida em um conjunto qualquer A é também
irreflexiva em A.
37. Seja S o conjunto de todos os livros de uma biblioteca. Seja R uma relação definida em S por:
x R y ↔ "a cor da capa de x é a mesma da cor da capa de y". Mostre que R é uma relação de
equivalência e descreva as classes de equivalências resultantes.
38. Seja R a relação nos números inteiros definida pelo enunciado formal “(x−y) é divisível por 5”; é
dizer, R = { ( x, y ) / x ∈ Z, y ∈ Z, ( x − y ) é divisível por 5 }. Demonstrar que R é uma relação de
equivalência.
39. Seja S o conjunto de todas as proposições compostas com n proposições simples. Seja R uma
relação definida em S por x R y ↔ (x ⇔ y). Mostre que R é uma relação de equivalência.
41. Seja A = { 1, 2, 3, 5, 7, 21, 42, 105, 210 }. Seja R a relação definida em A por x R y ⇔ y / x ∈ A.
(a) Mostre que R é relação de ordem parcial em A.
(b) Determine o diagrama de Hasse da relação de ordem parcial definida no conjunto A.
(c) Apresente um subconjunto de A totalmente ordenado e com quatro elementos.
42. Ernani e seus irmãos gerenciam uma marcenaria que fabrica cadeiras de balanço com acentos
de almofada. O processo de fabricação pode ser dividido em algumas tarefas, algumas das quais
têm como pré-requisitos outras tarefas. A tabela a seguir mostra as tarefas envolvidas na
fabricação das cadeiras de balanço ,seus pré-requisitos.
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Estruturas Algébricas 98
Nº TAREFAS PRÉ-REQUISITOS
1 Seleção da madeira Nenhuma
2 Entalhamento dos arcos 1
3 Entalhamento do assento 1
4 Entalhamento do encosto 1
5 Entalhamento dos braços 1
6 Seleção do tecido Nenhuma
7 Costura da almofada 6
8 Montagem do acento e do encosto 3,4
9 Fixação dos braços 5,8
10 Fixação dos arcos 2,8
11 Aplicação do verniz 9,10
12 Colocação da almofada 7,11
Podemos definir uma relação no conjunto das tarefas por X R Y ↔ “a tarefa X é pré-requisito da
tarefa Y ou é a própria tarefa Y”.
(a) Mostre que R é uma relação de ordem parcial.
(b) Determine o diagrama de Hasse da relação R.
44. Classifique as relações do exercício anterior como ‘de ordem’, ‘de equivalência’, ‘de ordem e de
equivalência’ ou ‘nem de ordem e nem de equivalência’.
45. Escreva, por compreensão, os conjuntos que definem cada uma das relações do exercício 43.
x z
(f) ( x, y ) R ( z, w ) ⇔ ≤ , definida em R x R .
* *
y w
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Estruturas Algébricas 99
(b) A = { 1, 2, 3, 4, 5 } R = { ( 5, 3 ), ( 5, 1 ), ( 4, 2 ), ( 4, 1 ), ( 3, 2 ), ( 3, 1 ), ( 2, 1 ) }
50. Seja R uma relação definida no conjunto { a, b, c, d, e } e determinada pela matriz R abaixo:
a b c d e
a 1 0 0 1 1
b 1 1 1 1 1
c 0 0 1 0 1
d 0 0 0 1 1
e 0 0 0 0 1
(a) Determine R por extensão.
(b) Determine o diagrama de Hasse para R.
(c) Verifique se R forma reticulado em A.
51. Sejam
A = { x ∈ N / 1 ≤ x ≤ 9 }, B = { x ∈ N / x é par ∧ 0 < x < 10 },
C = { x ∈ N / x é ímpar ∧ x ≤ 10 }, D = { 3, 4, 5 }, E = { 3, 5 }.
Sejam H = { A, B, C, D, E } e a relação R ⊂ H x H definida por M R N ↔ M ⊆ N.
Pede-se:
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Estruturas Algébricas 100
1
55. Seja o conjunto A = { 1, 2, 3, 4, 5 }, ordenado conforme o diagrama
abaixo. Seja E a coleção de todos os subconjuntos de A contendo dois
3
ou mais elementos e totalmente ordenados. 2
(a) Determine todos os elementos da coleção E.
(b) Determine o diagrama da relação de ordem parcial definida em E 5
4
por x R y ↔ x ⊆ y
56. Considere o conjunto dos números racionais Q, ordenado pela ordem "≤ " (menor ou igual a) .
Seja o conjunto A = { x ∈ Q / 16 < x < 32 } subconjunto de Q. Determine supQ(A) e infQ(A).
2
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Estruturas Algébricas 101
2 e 4 5 6
4
1
1
3
1 2
58. Considerando o conjunto dos números reais ordenado pela relação " ≥ " (maior ou igual a) e seu
subconjunto dado pelo intervalo I = [ -2, 6 ], determine:
(a) o elemento máximo e o elemento mínimo de I , se existirem.
(b) o conjunto das cotas superiores e o conjunto das cotas inferiores de I.
60. Determine os conjuntos ordenados dados no exercício 40 que são reticulados e os conjuntos que
são reticulados limitados.
d e
(a) o conjunto das cotas superiores e o conjunto das cotas inferiores dos
conjuntos E , F e G. f g
62. Sejam
A1 = { n / n ∈ Z }, A2 = { 2 n / n ∈ Z } , A3 = { 3 n / n ∈ Z } ,
A4 = { 4 n / n ∈ Z }, A6 = { 6 n / n ∈ Z } , A12 = { 12 n / n ∈ Z }.
Verifique se o conjunto C = { A1, A2, A3, A4, A6, A12 } ordenado pela relação de ordem
X R Y ↔ X ⊆ Y é um reticulado.
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Estruturas Algébricas 102
c f
b e
b d
c
(a) Este reticulado é limitado?
(b) Encontre os complementos dos elementos de L. f
e g
(c) Este reticulado é uma álgebra booleana ?
h
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Estruturas Algébricas 103
10.1 Relações de A em B
1.
R1 = ∅
R2 = { ( 1, {1} ) }
R3 = { ( 1, 2 ) }
R4 = { ( 3, {1} ) }
R5 = { ( 3, 2 ) }
R6 = { ( 1, {1} ), ( 1, 2 ) }
R7 = { ( 1, {1} ), ( 3, {1} ) }
R8 = { ( 1, {1} ), ( 3, 2 ) }
R9 = { ( 1, 2 ), ( 3, {1} ) }
R10 = { ( 1, 2 ), ( 3, 2 ) }
R11 = { ( 3, {1} ), ( 3, 2 ) }
R12 = { ( 1, {1} ), ( 1, 2 ), ( 3, {1} ) }
R13 = { ( 1, {1} ), ( 1, 2 ), ( 3, 2 ) }
R14 = { ( 1, {1} ), ( 3, {1} ), ( 3, 2 ) }
R15 = { ( 1, 2 ), ( 3, {1} ), ( 3, 2 ) }
R16 = { ( 1, {1} ), ( 1, 2 ), ( 3, {1} ), ( 3, 2 ) }
2.
(b). y ≤ x
2 2
(a). y = x (c). y < 3 – x
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Estruturas Algébricas 104
3.
(b). x + y ≥ 16
2 2 2 2
(a). x + y < 16
4.
A = { (x, y) ∈ R | y = |x| - 1 } B = { (x, y) ∈ R | y = 1 - x }
2 2 2
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Estruturas Algébricas 105
5.
(a). Dom(R) = { 1, 2, 3, 4 } Im(R) = { 2, 3, 4, 5 }
(b). Dom(R) = { 1, 2, 3, 4 } Im(R) = { 2, 3, 4, 5 }
(c). Dom(R) = { (2,3), (4,3) } Im(R) = { (1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (2,1), (2,2), (2,3), (2,4) }
(d). Dom(R) = [ 0; 1 ) Im(R) = ( 0; 1 ]
(e). Dom(R) = 2Z Im(R) = 4Z
6.
(a). R1 (b). R2 (c). R3
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Estruturas Algébricas 106
(g). R7
Dom(R7) = N
Im(R7) = [ 1; +∞ )
7.
R S R∩S
Dom( R ∩ S ) = [ -1; 2 ]
Im( R ∩ S ) = [ 0; 4 ]
8.
R = { ( ∅, { 1 } ), ( ∅, { 2 } ), ( ∅, { 3 } ),
( { 1 }, { 1, 2 } ), ( { 1 }, { 1, 3 } ), ( { 1 }, { 2, 3 } ),
( { 2 }, { 1, 2 } ), ( { 2 }, { 1, 3 } ), ( { 2 }, { 2, 3 } ),
( { 3 }, { 1, 2 } ), ( { 3 }, { 1, 3 } ), ( { 3 }, { 2, 3 } ),
( { 1, 2 }, { 1, 2, 3 } ), ( { 1, 3 }, { 1, 2, 3 } ), ( { 2, 3 }, { 1, 2, 3 } ) }
Dom(R) = { ∅, { 1 }, { 2 }, { 3 }, { 1, 2 }, { 1, 3 }, { 2, 3 } }
Im(R) = { { 1 }, { 2 }, { 3 }, { 1, 2 }, { 1, 3 }, { 2, 3 }, { 1, 2, 3 } }
10.2 Funções
9.
f : R → {0,1}
(a). 1 x ∈ Q
x→
0 x ∉ Q
É função. Prova deixada ao encargo do aluno.
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Estruturas Algébricas 107
f : R →R
(b). 1
x → x3
É função. Prova deixada ao encargo do aluno.
f : R → R+
(c).
x → x4
f : R+ → R
(d).
x → x4
f : R− → R−
(e).
x→ −x
Não é função. Falha a condição de existência. Prova deixada ao encargo do aluno.
10.
-2
(a). f(x) = (x-1)(x+2) (b). f(x) = ln(x) (c). f(x) = arcsen(x)
0; + ∞ )
*
Dom: R – {-2 } Dom: R +=( Dom: [ -1; 1 ]
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Estruturas Algébricas 108
11.
f1(1) = a, f1(2) = a, f1(3) = b
f2(1) = b, f2(2) = a, f2(3) = a
f3(1) = a, f3(2) = b, f3(3) = a
f4(1) = b, f4(2) = b, f4(3) = a
f5(1) = a, f5(2) = b, f5(3) = b
f6(1) = b, f6(2) = a, f6(3) = b
f7(1) = a, f7(2) = a, f7(3) = a
f8(1) = b, f8(2) = b, f8(3) = b
12.
(a). m > n.
(b). m = n.
13.
(a). inverso aditivo de um número(também chamado de simétrico)
f(x) = -x , Dom: R; C: R
14.
Ver apostila.
15.
16.
(a). Condição de existência: ( ∀ x ∈ A )( ∃ y ∈ B )( y = f(x) )
f : f(1) = a, f(2) =b, f(3) = c, f(4) =d, f(5) = e, f(6) = f, f(6) = g
Observação: f não é função.
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Estruturas Algébricas 109
17.
∞
x x2 x3 x4 x5 xn
e x = 1+ +
1! 2!
+
3!
+
4!
+
5!
+ ... , ∀x ∈ (-∞ ; +∞), ou seja, e x = ∑
n =0
n!
+∞
( −1)n ( −1) ( −1) 2 ( −1) 3 ( −1) 4 ( −1) 5
(a). e −1 = ∑
n=0
n!
= 1+
1!
+
2!
+
3!
+
4!
+
5!
+ ...
(b). e ≅ 0,3678796886266
-1
(c). Note que a função exponencial pode ser convertida em uma soma de infinitos termos e que os
valores de sua imagem podem ser aproximados usando apenas somas, subtrações, produtos e
divisões (isto é, as quatro operações aritméticas).
18.
(a). uma bijeção de A em B:
f: { 1, 2, 3 } → { a, b, c }
f(1) = a, f(2) = b, f(3) = c
19.
Sejam ( 2, 0 ), ( 4, 2 ) ∈ Z x Z. Então:
f( 2, 0 ) = 2 – 0 = 2 ∧ f( 4, 2 ) = 4 – 2 = 2.
Logo f não é injetiva.
Sejam a, b ∈ Z. Então a = b – a + b = b – ( a – b ) = f( b, a – b ).
Mas ( b, a – b ) ∈ Z x Z.
Chamando y = x – a, temos
( ∀ a ∈ Z )( ∃ ( b, a – b ) ∈ Z x Z )( f( b, a – b ) = a )
Logo f é sobrejetora.
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Estruturas Algébricas 110
20.
Seja a função f : R x R → R x R, f( x, y ) = ( x + 2y , x – y )
f é injetora?
Sejam ( x1, y1 ), ( x2 , y2 ) ∈ R tais que f( x1 , y1 ) = f( x2 , y2 ).
2
f é sobrejetora?
Seja ( x, y ) ∈ R . Então f( a, b ) = ( x, y ) ⇔ ( a + 2b, a – b ) = ( x, y )
2
x−y
a + 2b = x a = 3
⇒
x + 2y
a − b = y b =
3
Então, a ∈ R ∧ b ∈ R. Então ( a, b ) ∈ R .
2
Logo, f é sobrejetora.
21.
CA∩B(x) = 1
CA(x) . CB(x) = 1.1 = 1
2 )x∉A∧x∉B
o
CA∩B (x) = 0
CA(x) . CB(x) = 0 . 0 = 0
3 )x∈A∧x∉B
o
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Estruturas Algébricas 111
CA∩B(x) = 0
CA(x) . CB(x) = 0 . 1 = 0
4 ) x ∉A ∧ x ∈ B
o
CA∩B(x) = 0
CA(x) . CB(x) = 1 . 0 = 0
Conclusão: ∀ x ∈ S, CA∩B(x) = CA(x) . CB(x)
CA∪B(x) = 1
CA(x) + CB(x) = 1 + 1 = 2
2 ) x ∉ A ∧ x∉ B
o
CA∪B(x) = 0
CA(x) + CB(x) = 0 + 0 = 0
3 )x∈A∧x∉B
o
CA∪B(x) = 1
CA(x) + CB(x) = 1 + 0 = 1
4 )x∉A∧x∈B
o
CA∪B(x) = 1
CA(x) + CB(x) = 0 + 1 = 1
Conclusão: ∃ x ∈ A∩B ⊆ S, CA∪B(x) ≠ CA(x) + CB(x) .
22.
23.
o f0 f1 f2 f3 f4 f5
f0 f0 f1 f2 f3 f4 f5
f1 f1 f0 f4 f5 f2 f3
f2 f2 f5 f0 f4 f3 f1
f3 f3 f4 f5 f0 f1 f2
f4 f4 f3 f1 f2 f5 f0
f5 f5 f2 f3 f1 f0 f4
24.
-1 -1 -1 -1 -1 -1
f0 = f0 ; f1 = f1 ; f2 = f2 ; f3 = f3 ; f4 = f 5 ; f5 = f4
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Estruturas Algébricas 112
10.3 Relações em A
25.
(a). Relação: x ≤ y
R é reflexiva. Prova:
Seja x ∈ N. x ≤ x ⇔ x R x.
Logo, a relação é reflexiva.
(c). Relação: x + y = 10
R não é reflexiva. Prova:
Por exemplo, escolhendo x = 0 temos
x ∈ N, mas 0 + 0 ≠ 10.
Logo a relação não é reflexiva.
26.
(a). Relação: x ≤ y
R não é simétrica. Prova:
Sejam x = 1, y = 2. Temos que x ∈ N, y ∈ N e x ≤ y,
mas 2 não é menor ou igual a 1, isto é, 2 ≤ 1 ⇔ F.
Logo, a relação não é simétrica.
(c). Relação: x + y = 10
R é simétrica. Prova:
Sejam x, y ∈ N tais que x + y = 10.
Como x + y = y + x pela comutatividade da adição, temos que y + x = 10. Logo y relaciona-se com x.
Logo a relação é simétrica.
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Estruturas Algébricas 113
27.
Todas contêm D.
28.
Sejam R e S relações em um conjunto A.
29.
Sejam R e S relações simétricas em um conjunto A.
Sabemos que R ∩ S = { ( x, y ) / ( x, y ) ∈ R ∧ ( x, y ) ∈ S }
Seja ( x, y ) ∈ R ∩ S.
( x, y ) ∈ R ∩ S ⇔ ( x, y ) ∈ R ∧ ( x, y ) ∈ S ⇒ ( y, x ) ∈ R ∧ ( y, x ) ∈ S ⇒ ( y, x ) ∈ R ∩ S.
Logo, R ∩ S é relação simétrica.
30.
Pode! Por exemplo, a relação “x = y” é simétrica e anti-simétrica.
Seja R ⊆ A x A, x R y ⇔ x = y.
R simétrica em A: Sejam x, y ∈ A tais que x = y.
x = y ⇔ y = x ⇔ y R x.
Logo R é simétrica.
R anti-simétrica em A: Sejam x, y ∈ A tais que x = y e y = x
Então x = y.
Logo R é anti-simétrica.
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31.
Sim, o conjunto vazio. Prova:
Na definição de simetria temos que
R ⊆ A x A é simétrica ⇔ ( ∀ x, y ∈ A )( x R y → y R x )
Então, seja A = ∅. Neste caso,
Sejam x, y ∈ A tais que x R y.
Como a premissa é falsa, pois ( x ∈ ∅ ⇔ F ) ∧ ( y ∈ ∅ ⇔ F ), então a relação é simétrica.
Como R é uma relação desconhecida, a prova acima vale para qualquer relação.
Outra possibilidade é um conjunto unitário. A verificação é deixada ao encargo do leitor.
32.
Quando A ≠ ∅, R ⊆ A x A, R ≠ ∅ e ( ∀ x, y, z ∈ A )( x R y ∧ y R z → x R z ) ⇔ F.
Prova:
Caso A = ∅ ou R = ∅, a premissa da propriedade de transitividade será falsa e a relação será
transitiva.
Caso a propriedade de transitividade seja verdadeira, a relação será transitiva.
Logo, a única forma de uma relação não ser transitiva é garantindo que a propriedade de
transitividade seja falsa e isto passa por A ≠ ∅ e R ≠ ∅.
33.
Seja R ⊆ A x A relação transitiva. Então: ( ∀ x, y, z ∈ A )( x R y ∧ y R z ⇒ x R z )
-1
Queremos mostrar que R também é transitiva.
Sejam x, y, z ∈ A tais que x R y e y R z.
-1 -1
x R y ∧ y R z ⇔ y R x ∧ z R y ⇔ z R y ∧ y R x ⇒ z R x ⇔ x R z.
-1 -1 -1
-1
Logo, R é transitiva.
34.
(a) Verdadeiro. Prova:
Seja R ⊆ A x A relação simétrica. Então: ( ∀ x, y ∈ A )( x R y ⇒ y R x )
Como x R y ⇔ y R x
-1
Então y R x ⇔ x R y ⇒ y R x ⇔ x R y.
-1 -1
-1
Logo, R é simétrica.
Então x R y ∧ y R x ⇔ y R x ∧ x R y ⇒ x = y.
-1 -1
-1
Logo, R é anti-simétrica.
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Estruturas Algébricas 115
Então ( x, x ) ∈ R ∩ R .
-1
Logo, R ∩ R ≠ ∅.
-1
( y, x ) ∈ R ⇔ ( x, y ) ∈ R
-1
Então ( x, y ) ∈ R ⇔ ( x, y ) ∈ R ⇒ ( x, y ) ∈ R ∩ R ⇒ R ∩ R ≠ ∅
-1 -1 -1
Logo, R ∩ R ≠ ∅.
-1
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Estruturas Algébricas 116
R = { ( 1, 2 ) }
S = { ( 2, 1 ) }
Temos que R e S são ambas anti-simétricas por omissão (a premissa é sempre falsa!), mas
R ∪ S = { ( 1, 2 ), ( 2, 1 ) }
não é anti-simétrica, pois
( 1, 2 ) ∈ R ∪ S ∧ ( 2, 1 ) ∈ R ∪ S, mas 1 ≠ 2.
Logo, a proposição é falsa.
35.
(a). A = { 1, 2, 3 } R = { ( 1, 1 ) }
(b). A = { 1, 2, 3 } S = { ( 1, 2 ), ( 2, 1 ), ( 1, 3 ) }
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Estruturas Algébricas 117
36.
(a). Falso. Por exemplo, sejam A = { 1, 2 }, R = { ( 1, 2 ) }.
Temos que R é assimétrica em A, pois o único par da relação é ( 1, 2 ) e seu simétrico, ( 2, 1 ) não
pertence à mesma. Logo ( ∀ x, y ∈ A )( x R y ⇒ y R x ).
Da mesma forma, R não é simétrica em A, pois ( 1, 2 ) ∈ R ∧ ( 2, 1 ) ∉ R.
37.
Sejam S o conjunto de todos os livros de uma biblioteca,
R ⊆ S x S, x R y ↔ "a cor da capa de x é a mesma da cor da capa de y".
R é reflexiva?
Seja x ∈ S. Como a cor da capa de x é a mesma da cor da capa de x, então x R x.
Logo, R é reflexiva.
R é transitiva?
Sejam x, y, z ∈ S tais que x R y e y R z.
x R y ⇔ a cor da capa de x é a mesma da cor da capa de y
y R z ⇔ a cor da capa de y é a mesma da cor da capa de z
Então x e z têm a mesma cor de capa. Logo x R z.
Logo, R é transitiva.
R é simétrica?
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Estruturas Algébricas 118
As classes de equivalência geradas são “os conjuntos de livros de mesma cor de capa”. Exemplo:
livros de capa vermelha, livros de capa azul, etc.
38.
R = { ( x, y ) / x ∈ N, y ∈ N, ( x − y ) é divisível por 5 }
R é reflexiva?
Seja x ∈ N.
x R x ⇔ x – x divisível por 5 ⇔ 0 divisível por 5 ⇔ V
Logo, R é reflexiva
R é transitiva?
Sejam x, y, z ∈ N tais que x R y e y R z.
x R y ∧ y R z ⇔ x – y divisível por 5 ∧ y – z divisível por 5.
Chamando k = x – y, m = y – z temos
x – z = x – y + y – z = k + m.
Como k divisível por 5 e m divisível por 5, então k + m divisível por 5.
Então x – z divisível por 5 ⇔ x R z.
Logo, R é transitiva.
R é simétrica?
Sejam x, y ∈ N tais que x R y.
x R y ⇔ x – y divisível por 5.
Mas x – y divisível por 5 ⇔ y – x divisível por 5, pois o sinal não afeta a divisibilidade de um
número. Então y – x divisível por 5 ⇔ y R x.
Logo, R é transitiva.
39.
Sejam S o conjunto de todas as proposições compostas com n proposições simples,
R ⊆ S x S, x R y ↔ ( x ⇔ y ).
R é reflexiva?
Seja x ∈ S. Como x ⇔ x, então ( ∀ x ∈ S )( x R x ).
R é transitiva?
Sejam x, y, z ∈ S tais que x R y e y R z.
xRy∧yRz⇔(x⇔y)∧(y⇔z)⇒(x⇔z)⇔xRz
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Estruturas Algébricas 119
Logo, ( ∀ x, y, z ∈ S )( x R y ∧ y R z ⇒ x R z )
R é simétrica?
Sejam x, y ∈ S tais que x R y.
xRy⇔(x⇔y)⇒(y⇔x)⇔yRx
Logo, ( ∀ x, y ∈ S )( x R y ⇒ y R x )
Logo, R é relação de equivalência.
40.
60 90 72
12
30 45
2 3 5 6
8 9
3 5 2 3
1
1
(a). (b). (c).
41.
42.
(a). X R Y ↔ “a tarefa X é pré-requisito da tarefa Y ou é a própria tarefa Y”
R é reflexiva?
Seja x ∈ A. Como x é a própria tarefa x, então x R x.
Logo, R é reflexiva.
R é transitiva?
Sejam x, y, z ∈ S tais que x R y e y R z.
xRy∧yRz⇔
⇔ ( a tarefa x é pré-requisito da tarefa y ou é a própria tarefa y ) ∧
∧ ( a tarefa y é pré-requisito da tarefa z ou é a própria tarefa z ) ⇔
⇔ ( ( a tarefa x é pré-requisito da tarefa y ) ∧ ( a tarefa y é pré-requisito da tarefa z ) ) ∨
∨ ( ( a tarefa x é pré-requisito da tarefa y ) ∧ ( a tarefa y é a própria tarefa z ))∨
∨ ( ( a tarefa x é a própria tarefa y ) ∧ ( a tarefa y é pré-requisito da tarefa z ) ) ∨
∨ ( ( a tarefa x é a própria tarefa y ) ∧ ( a tarefa y é a própria tarefa z ))⇒
⇒ ( a tarefa x é pré-requisito da tarefa z ) ∨
∨ ( a tarefa x é pré-requisito da tarefa z ) ∨
∨ ( a tarefa x é pré-requisito da tarefa z ) ∨
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Estruturas Algébricas 120
Para mostrarmos que R é de ordem parcial, basta observar, por exemplo, que as tarefas
“entalhamento dos arcos” e “entalhamento do assento” não relacionam-se entre si.
(b).
12
11
10 9
2 3 4 5 7
1 6
43.
(a). x R y ⇔ x – y = 5
Não reflexiva, Irreflexiva, Não transitiva, Não simétrica, Assimétrica, Anti-simétrica.
(b). x R y ⇔ x + y ≤ 4
2 2
Não reflexiva, Não irreflexiva, Não transitiva, Simétrica, Não assimétrica, Não anti-simétrica.
(c). x R y ⇔ y ≤ x
2
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Estruturas Algébricas 121
Reflexiva, Não irreflexiva, Não transitiva, Não simétrica, Não assimétrica, Não anti-simétrica.
(d). x R y ⇔ x = y
-1
Não reflexiva, Não irreflexiva, Não transitiva, Simétrica, Não assimétrica, Anti-simétrica.
(e). x R y ⇔ y = e
x
44.
(a). x R y ⇔ x – y = 5 Relação nem de ordem nem de equivalência
(b). x R y ⇔ x + y ≤ 4
2 2
Relação nem de ordem nem de equivalência
(c). x R y ⇔ y ≤ x
2
Relação nem de ordem nem de equivalência
(d). x R y ⇔ x = y
-1
Relação nem de ordem nem de equivalência
(e). x R y ⇔ y = e
x
Relação nem de ordem nem de equivalência
(f). x R y ⇔ x = y Relação de equivalência
(g). x R y ⇔ x < y Relação nem de ordem nem de equivalência
(h). x R y ⇔ x ≠ y Relação nem de ordem nem de equivalência
(i). x R y ⇔ x.y é par Relação nem de ordem nem de equivalência
45.
(a). R = { ( x, y ) ∈ R x R / x – y = 5 }
(b). R = { ( x, y ) ∈ R x R / x + y ≤ 4 }
2 2
(c). R = { ( x, y ) ∈ R x R / y ≤ x }
2
(d). R = { ( x, y ) ∈ R x R / x = y }
-1
(e). R = { ( x, y ) ∈ R x R / y = e }
x
(f). R = { ( x, y ) ∈ R x R / x = y }
(g). R = { ( x, y ) ∈ R x R / x < y }
(h). R = { ( x, y ) ∈ R x R / x ≠ y }
(i). R = { ( x, y ) ∈ R x R / x.y é par }
46.
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Estruturas Algébricas 122
y
(a). x R y ⇔ ∈ A, definida em A = { 1, 2, 3, 4, 6, 12 }
x
Reflexiva, Não irreflexiva, Transitiva, Não simétrica, Não assimétrica, Anti-simétrica.
Classificação: Relação de ordem
y
(b). x R y ⇔ ∈ A, definida em Z.
x
Reflexiva, Não irreflexiva, Transitiva, Não simétrica, Não assimétrica, Anti-simétrica.
Classificação: Relação de ordem
(c). ( x, y ) R ( z, t ) ⇔ x = z, definida em R x R.
Reflexiva, Não irreflexiva, Transitiva, Simétrica, Não assimétrica, Não anti-simétrica.
Classificação: Relação de equivalência
(d). ( x, y ) R ( z, t ) ⇔ x + t = y + z, definida em N x N.
Reflexiva, Não irreflexiva, Transitiva, Simétrica, Não assimétrica, Não anti-simétrica.
Classificação: Relação de equivalência
(e). ( x, y ) R ( z, t ) ⇔ x ≤ z ∧ y ≤ t, definida em R x R .
* *
x z
(f). ( x, y ) R ( z, w ) ⇔ ≤ , definida em R x R .
* *
y w
Reflexiva, Não irreflexiva, Transitiva, Não simétrica, Não assimétrica, Não anti-simétrica.
Classificação: Relação nem de ordem nem de equivalência
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Estruturas Algébricas 123
(b).
Não pois a relação não é de ordem! A relação não é transitiva, pois
( 5, 3 ) ∈ R ∧ ( 3, 2 ) ∈ R, mas ( 5, 2 ) ∉ R.
Logo, a relação não é transitiva e, por conseqüência, não é de ordem. Logo, a estrutura formada não
é um reticulado.
48.
(a). A = { 0, 1, 2, 3, 4, 5 }
(b). R = { (0,0), (1,1), (2,2), (3,3), (4,4), (5,5), (0,1), (0,2), (0,3), (0,4), (0,5), (1,3), (1,4), (1,5), (2,3),
(2,4), (2,5), (3,4), (3,5) }
(c). Não, pois não existe supremo para { 4, 5 }.
(d). D(R) = A, I(R) = A e C(R) = A
(e). SA(T) = { 5 }
IA(T) = { 0 }
supA(T) = 5
infA(T) = 0
maxA(T) = 5
∃/ minA(T)
49.
(a). A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }
(b). R = { (6,6), (6,5), (6,4), (6,3), (6,2), (6,1), (5,5), (5,3), (5,1), (4,4), (4,3), (4,2), (4,1), (3,3), (3,1),
(2,2), (2,1), (1,1) }
(c).
+ 1 2 3 4 5 6 . 1 2 3 4 5 6
1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 4 5 6
2 1 2 1 2 1 2 2 2 2 4 4 6 6 2 3
3 1 1 3 3 3 3 3 3 4 3 4 5 6 5
4 1 2 3 4 3 4 4 4 4 4 4 6 6 4
5 1 1 3 3 5 5 5 5 6 5 6 5 6 6
6 1 2 3 4 5 6 6 6 6 6 6 6 6
Logo, ( A, R ) é um reticulado.
(d). D(R) = A, I(R) = A e C(R) = A
(e). SA(T) = { 1, 3 } IA(T) = { 6 }
supA(T) = 3 infA(T) = 6
maxA(T) = 3 ∃/ minA(T)
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Estruturas Algébricas 124
50.
(a). R = { (a,a), (a,d), (a,e), (b,a), (b,b), (b,c), (b,d), (b,e), (c,c), (c,e), (d,d), (d,e), (e,e) }
(b).
d c
b
(c).
+ a b c d e . a b c d e
a a a e d e a a b b a a
b a b c d e b b b b b b
c e c c e e c b b c b c
d d d e d e d a b b d d
e e e e e e e a b c d e
Logo, ( A, R ) é um reticulado.
51.
(a).
A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 } A
B = { 2, 4, 6, 8 }
C = { 1, 3, 5, 7, 9 } B C
D = { 3, 4, 5 } D
E = { 3, 5 } E
52.
(a). SA(E) = { 1, 2, 3 } IA(E) = { 8 } SA(F) = { 2 } IA(F) = { 6, 8 } SA(G) = ∅ IA(G) = { 8 }
(b). ∃/ maxA(E) ∃/ minA(E) maxA(F) = 2 minA(F) = 6 ∃/ maxA(G) ∃/ minA(G)
(c). supA(E) = 3 infA(E) = 8 supA(F) = 2 infA(F) = 6 ∃/ supA(G) infA(G) = 8
(d). ∃/ maxA(A) minA(A) = 8
(e). ∃/ supA(A) infA(A) = 8
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53.
A = { { 1 } , { 3 } , { 1, 2 } , { 1, 3 } , { 2, 3 } , { 1, 2, 3 } }
(a). Já provado na apostila!
(b). D(R) = A, I(R)=A
(c).
{ 1, 2, 3 }
{ 1, 2 } { 2, 3 }
{ 1, 3 }
{1} {3}
(d). SA(B) = { { 1, 2, 3 } } IA(B) = { { 1 } }
∃/ maxA(B) ∃/ minA(B)
supA(B) = { 1, 2, 3 } infA(B) = { 1 }
54.
(a). Provado na apostila para qualquer conjunto!
(b). É cópia do exercício 89 (a).
(c). SA(T) = { 6, 12 } IA(T) = { 1 }
maxA(T) = 6 ∃/ minA(T)
supA(T) = 6 infA(T) = 1
(d). É cópia do exercício 89 (b).
55.
(a). E = { { 4, 1 } , { 4, 2 } , { 5, 1 } , { 5, 2 } , { 5, 3 } , { 2, 1 } , { 3, 1 } , { 4, 2, 1 } , { 4, 3, 1 } , { 5, 2, 1 } ,
{ 5, 3, 1 } }
(b).
{ 4, 2, 1 } { 4, 3, 1 } { 5, 2, 1 } { 5, 3, 1 }
{ 2, 1 } { 3, 1 } { 4, 1 } { 4, 2 } { 5, 1 } { 5, 2 } { 5, 3 }
56.
supQ(x) = 16 = 4
infQ(x) = 32 = 4 2
57.
(a). Não é álgebra booleana, pois não é distributivo. Com efeito:
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2+(e⋅4)=2+1=2
(2+e)⋅(2+4)=5⋅5=5
Como são diferentes, o reticulado não é distributivo.
(b). É álgebra booleana, pois é reticulado limitado, distributivo e, por conseqüência, unicamente
complementado. Prova:
+ 1 2 ⋅ 1 2
V
1 1 2 1 1 1
2 2 2 2 1 2
Logo é reticulado
F
Max(L) = 2
Min(L) = 1
Logo, é limitado
É distributivo, por associação com o reticulado, que dá origem à lógica proposicional.
Logo, é álgebra booleana.
(c). Não é álgebra booleana porque não é reticulado. Com efeito, não existe ínfimo para { 1, 2 }
58.
(a). maxR(I) = -2 minR(I) = 6
(b). SR(I) = ( -∞ ; -2 ] IR(I) = [ 6 ; +∞ )
59.
L = { ( 2, 5 ) , ( 2 , 10 ) , ( 3, 5 ) , ( 3, 10 ) }
(a).
( 3, 10 )
( 3, 5 ) ( 2, 10 )
( 2, 5 )
(b). É ordem parcial, pois, por exemplo, ( 3, 5 ) R/ ( 2, 10 ) e ( 2, 10 ) R/ ( 3, 5 ).
(c). É reticulado. Construindo as tabelas de supremo e de ínfimo temos:
Logo, é reticulado.
E o complemento do elemento (2,5) é dado por (2,5)' = (3,10).
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60.
(a). É reticulado, pois
+ 1 2 3 5 12 60 . 1 2 3 5 12 60
1 1 2 3 5 12 60 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 12 60 12 60 2 1 2 1 1 2 2
3 3 12 3 60 12 60 3 1 1 3 1 3 3
5 5 60 60 5 60 60 5 1 1 1 5 1 5
12 12 12 12 60 12 60 12 1 2 3 1 12 12
60 60 60 60 60 60 60 60 1 2 3 5 12 60
61.
O reticulado é idêntico ao do exercício 89!!! Basta associar as respostas aos elementos:
62.
É reticulado. Montando o diagrama de Hasse, temos:
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A1
A2
A3
A4
A6
A12
+ A1 A2 A3 A4 A6 A12 . A1 A2 A3 A4 A6 A12
A1 A1 A1 A1 A1 A1 A1 A1 A1 A2 A3 A4 A6 A12
A2 A1 A2 A1 A2 A2 A2 A2 A2 A2 A6 A4 A6 A12
A3 A1 A1 A3 A1 A3 A3 A3 A3 A6 A3 A12 A6 A12
A4 A1 A2 A1 A4 A2 A4 A4 A4 A4 A12 A4 A12 A12
A6 A1 A2 A3 A2 A6 A6 A6 A6 A6 A6 A12 A6 A12
A12 A1 A2 A3 A4 A6 A12 A12 A12 A12 A12 A12 A12 A12
63.
Não é distributivo, pois, por exemplo:
b+(c.f)=b+a=b
(b+c).(b+f)=c.d=c
Como os resultados não foram iguais, a propriedade de distributividade não é sempre válida.
64.
(a). Sim: “1” = a, “0” = h
(b).
x x'
a h
b g
c f
d e
e d
f c
g b
h a
(c). É reticulado limitado, distributivo e unicamente complementado (veja os detalhes na apostila).
Logo é uma álgebra booleana.
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