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1. INTRODUÇÃO
Temos toda certeza que o Corretor de Imóveis é o profissional mais qualificado para
realizar a avalição de um imóvel, entretanto, existem alguns pontos controversos.
A Lei 6.530/78, em seu Art. 3°, afirma textualmente:
“Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na compra, venda, permuta e
locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária”
(grifo nosso).
A Resolução COFECI 1.066/2.007, por sua vez, basicamente admite que o Corretor
deverá emitir PTAM – Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, com base no seu
conhecimento do mercado, entretanto, preceitua basicamente o único método
aceitável, o Método Comparativo de Dados de Mercado.
Assim deveremos buscar ainda por conceitos e conhecimentos contidos na Norma
ABNT NBR 14.653:
Parte 1 (2.019): Procedimentos Gerais;
Parte 2 (2.011): Imóveis Urbanos;
Parte 3 (2.019): Imóveis Rurais.
2. DOCUMENTAÇÃO
O início do processo avaliatório é a análise da documentação do imóvel. Com a cópia
da xerox atualizada da Ficha Matrícula, será possível encontrarmos eventuais
impedimentos, gravames averbados ou notícias de possíveis situações jurídicas
envolvendo o bem, que irão impactar negativa ou positivamente no valor do imóvel.
Além disso, o avaliador deverá buscar as informações constates do cadastro
imobiliário da prefeitura (planta de quadra e do boletim de informações cadastrais).
Importantíssimo é o requerimento da Consulta de Viabilidade, para apresentar as
informações da Lei de Zoneamento (onde conste Zona do imóvel, os usos
permitidos, permissíveis e proibidos, além das restrições do direito de construir).
Caso o imóvel avaliado, seja uma Gleba Urbanizável, deverá constar as informações
da Lei de Parcelamento do Solo, em especial aos parâmetros físicos e urbanísticos
exigidos para loteamentos, tais como: Percentual máximo de áreas vendáveis,
infraestrutura mínima, leitos carroçáveis, declives máximos, área mínima dos lotes,
área verde, área institucional, largura das ruas e calçadas.
CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO:
Aspectos gerais: análise das condições econômicas, políticas e sociais, quando
relevantes para o mercado, inclusive usos anteriores atípicos ou estigmas;
Aspectos físicos: condições de relevo, natureza predominante do solo e condições
ambientais
Localização: situação no contexto urbano, com indicação dos principais pólos de
influência
Uso e ocupação do solo: confrontar a ocupação existente com as leis de zoneamento e
uso do solo do município, para concluir sobre as tendências de modificação a curto e
médio prazos
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Infraestrutura urbana: sistema viário, transporte coletivo, coleta de resíduos sólidos,
água potável, energia elétrica, telefone, redes de cabeamento para transmissão de
dados, comunicação e televisão, esgotamento sanitário, águas pluviais e gás canalizado
Atividades existentes: comércio, indústria e serviço
Equipamentos comunitários: segurança, educação, saúde, cultura e lazer
CARACTERIZAÇÃO DO TERRENO:
Localização: situação na região e via pública, com indicação de limites e confrontações
definidas de acordo com a posição do observador, a qual deve ser obrigatoriamente
explicitada;
Utilização atual e vocação, em confronto com a legislação em vigor;
Aspectos físicos: dimensões, forma, topografia, superfície, solo;
Restrições físicas e legais ao aproveitamento;
Sub ou superaproveitamento.
CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO:
a) aspectos físicos: relevo, classes de capacidade de uso dos solos e classes de aptidão
agrícola predominantes, utilização existente e tendências de modificação a curto e
médio prazos, clima, recursos hídricos e outros;
b) aspectos ligados à infraestrutura, como canais de irrigação, energia elétrica, telefonia,
sistema viário e sua praticabilidade durante o ano agrícola;
c) sistema de transporte coletivo, escolas, facilidade de comercialização dos produtos,
cooperativas, agroindústrias, assistência técnica agrícola, sistemas de armazenagem de
produtos e insumos, comércio de insumos e máquinas agrícolas e rede bancária;
d) estrutura fundiária, vocação econômica, disponibilidade de mão de obra;
e) aspectos ligados às possibilidades de desenvolvimento local, posturas legais para a
utilização do solo, restrições físicas e ambientais condicionantes do aproveitamento e
outros.
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CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL - CARACTERÍSTICAS GERAIS:
a) denominação;
b) dimensões – área registrada e área levantada topograficamente, quando existente;
c) limites e confrontações;
d) situação;
e) destinação;
f) recursos naturais;
g) sistema viário interno;
h) telefonia; rede de energia elétrica interna e externa;
i) utilização econômica atual e condicionantes legais;
j) ancianidade das posses.
5. PLANEJAMENTO DA PESQUISA
Realizada a vistoria do Imóvel, será necessário caracterizar e delimitar uma região,
onde possamos buscar dentro do mercado em análise, um conjunto de imóveis o
mais semelhante possível com o bem avaliado, para a obtenção de uma pesquisa
expressiva com dados similares ao imóvel estudado.
Quando falamos em caracterizar e delimitar a região, essa referência não é
geográfica e sim mercadológica, com o mesmo perfil econômico, ou seja, a região
em que a ocorrência dos valores imobiliários se situe em igual patamar.
6. COLETA DE DADOS
Delimitado a região, deveremos sair a campo para colher as amostras o mais
semelhante possível com o imóvel avaliado.
7. ESCOLHENDO A METODOLOGIA
A recomendação para a escolha do método a ser utilizado na elaboração de
avaliações de imóveis urbanos, dependerá das informações possíveis de se colher
quando da realização da vistoria e da pesquisa.
Na maioria dos casos é recomendado o Método Comparativo de Dados de Mercado.
A sugestão vale para todos os imóveis, por ser o método que mais exprime a
realidade dos valores praticados na região. Existindo dados (amostras), em número
suficiente, nossa opção será por este método.
Assim, para estabelecer o método a ser usado, caso tenhamos um número razoável
de amostras semelhantes ao imóvel avaliando, deveremos utilizar o Método
Comparativo de dados. Ante a ausência de número suficiente de amostras,
poderemos optar pelo Método Involutivo, ou ainda o Método Evolutivo.
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7.2.2. GLEBA URBANIZÁVEL
A única diferença da Gleba para os terrenos urbanos em zona de ocupação
acentuada, é que agora usaremos a Lei de Parcelamento do Solo, onde
buscaremos as informações do tipo: Percentual máximo de áreas vendáveis,
infraestrutura mínima, leitos carroçáveis, declives máximos, área mínima dos
lotes, área verde, área institucional, largura das ruas e calçadas.
Com essas informações poderemos contratar um arquiteto para fazer um
anteprojeto de um loteamento. Com esse anteprojeto, podemos estabelecer a
quantidade de lotes possíveis na área, para realizarmos o cálculo da venda dos
lotes, o valor de custo direto e indireto da implantação do loteamento, bem como
o lucro do incorporador e finalmente o valor final da Gleba.
O valor da Gleba Urbanizável será dado pela fórmula: VG = VV – Custo – LI
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7.3.2.3. PROJETOS PADRÃO
Mensalmente são calculados pelos Sindicatos da Construção
Civil dos estados, os seguintes valores de custo das
construções para os Projetos Padrão de: Prédios Residenciais
com 01 pavimento, com padrões baixo, normal e alto; Prédios
Populares Residenciais com até 04 pavimento, com padrões
baixo e normal; Prédios Residenciais com até 08 pavimentos,
com padrões baixo, normal e alto; Prédios Residenciais com
até 16 pavimentos, com padrões normal e alto; Prédios
Residenciais de Interesse Social, de padrão baixo.
Prédio comercial de andar livre com até 08 pavimentos,
padrões normal e alto; Prédio comercial de Sala ou Lojas com
até 08 pavimentos, padrões normal e alto; Prédio comercial
de Sala ou Lojas com até 16 pavimentos, padrões normal e
alto. Além da Residência Popular e Galpão Industrial
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7.3.2.8. CALCULANDO O PERCENTUAL DE VIDA DA BENFEITORIA
Como a tabela não possui uma leitura direta é necessário encontrar
a VIDA ÚTIL DOS IMÓVEIS, estabelecida pelo BUREAU OF INTERNAL
REVENUE, para aplicarmos a regra de três simples e descobrirmos
a IDADE EM % DE VIDA do imóvel avaliando, conforme apresentado
na Apostila, através de uma Regra de Três Simples.
A. Folha de Resumo:
A Ficha Resumo ou Folha de Rosto, tem por finalidade identificar, de forma rápida,
o bem avaliado, a data da avaliação, o proprietário, a metodologia utilizada e o valor
final adotado.
B. Identificação do Solicitante:
Identificação da pessoa física ou jurídica ou seu representante legal que tenha solicitado o
trabalho;
C. Identificação do Proprietário:
Especificar o nome do titular do imóvel.
D. Finalidade do PTAM:
As principais finalidades do Parecer são: (alienação de bens; aquisição de imóveis
novos ou usados; arrematação em leilão ou adjudicação (retomada do imóvel);
doação; dação em pagamento, normalmente para quitação de dívidas contraídas em
banco pela área comercial; garantia de operação comercial; locação de imóveis
comerciais ou residenciais; levantamento patrimonial; permuta, etc.)
E. Objetivo do PTAM:
O objetivo do Parecer, geralmente é focado na determinação dos valores de
mercado (venda e locação), de liquidação forçada ou liquidação imediata, e de
outros valores definidos na NBR 14.653: (valor em risco; valor de desmonte; custo
de reprodução; custo de reedição e custo de reposição).
F. Objeto do PTAM:
Os tipos de bens normalmente avaliados são: (centros comerciais; shopping
center’s; lojas; prédios comerciais; hospitais; hotéis; universidades; complexos
industriais; postos de combustíveis; apartamentos; casas; conjuntos residenciais;
garagens autônomas; edifícios de garagem; galpões e armazéns; terrenos; glebas
urbana; loteamentos; salas e andares corridos; terrenos de vocação comercial).
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H. Infraestrutura básica disponível na região e para o Imóvel avaliado:
Relatar a infraestrutura existente tanto na região, quanto os disponíveis para o imóvel
avaliado (rede de água; esgotos pluviais e sanitários; energia elétrica pública e
domiciliar; telefone; pavimentação, etc.).
S. Encerramento:
Conclusão do PTAM;
Assinatura do C.I. emissor do PTAM;
Deverá conter nome do profissional com a respectiva assinatura e indicação do
número de registro no CRECI e CNAI.
Local e Data do Parecer Técnico;
Aposição do Selo Certificador ao lado da assinatura.
U. Anexos:
Relatório fotográfico (quando não incluído na Caracterização do Imóvel);
Plantas de situação e localização, mapas, etc.;
Certidão atualizada da matrícula no Cartório do Registro de Imóveis;
Documentos diversos (outras certidões, recibos de impostos, CCIR, etc.);
Currículo do C.I. Avaliador;
demais documentos que fundamentaram o trabalho e arquivos gerados em meio
digital, quando solicitado pelo contratante;
tratamento de dados e memorial de cálculos.
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Sugestão para Levar a Campo Nas Vistorias
Esporadicamente aparece a dúvida a respeito do que levar para a vistoria de imóveis.
A resposta para este questionamento é bem pessoal, exemplo:
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