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de Imóveis
PROF° ALVINO JOSÉ JÚNIOR
2.016
Noções sobre a Norma ABNT 14.653
Exclusividade dos Engenheiros
No prefácio da Norma, está expresso, ser sua elaboração por Comissões de estudo,
formados por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores,
consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
São eles: Comitê CB-02, (Comitê Brasileiro de Construção Civil), e dentro deste comitê,
a comissão CE-02 (Comissão de Estudo de Avaliação na Construção Civil.
Porém é totalmente descabida a alegada atribuição privativa, até por estar pacificado
junto ao Superior Tribunal:
“que a avaliação de bens imóveis não exige formação específica na área de engenharia,
arquitetura ou agronomia, motivo pelo qual não há qualquer ilegalidade nas
disposições insertas na Resolução COFECI nº 957/2006”.
A Sentença acima foi proferida pela Primeira Vara de Justiça Federal de 1ª Instância da
Seção Judiciária do distrito federal, nos autos da ação 2007.34.00.010591-0, através do
juiz federal Marcelo Rebello Pinheiro, em que o réu era o Conselho Federal de
Corretores de Imóveis – COFECI, e o autor, o Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia – CONFEA e o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de
Engenharia – IBAPE.
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A própria norma 14.653, na sua introdução, traça um breve histórico da evolução das
avaliações no Brasil:
Em 1977 surge a primeira norma brasileira para avaliação de imóveis urbanos, a NBR
5676 (NB-502) da ABNT, cuja principal novidade é o estabelecimento de níveis de
precisão para as avaliações.
Nessa época a ABNT começa a produzir outras normas para avaliações, com a seguinte
tipologia: imóveis rurais; unidades padronizadas; máquinas, equipamentos e complexos
industriais; glebas urbanizáveis.
Parte 4: Empreendimentos;
Sempre que o avaliador presumir e assumir situações ou fatos que possam afetar a
escolha da abordagem ou o resultado do trabalho, deve deixar claramente expressos
no laudo de avaliação os pressupostos considerados, bem como as ressalvas e
condições limitantes.
Identificação da pessoa física ou jurídica e/ou seu representante legal que tenha solicitado o trabal ho
Objetivo da avaliação
Finalidade da avaliação
Memória de cálculo [demonstrativo dos procedimentos utilizados para a obtenção dos resultados da
avaliação]
Especificação da avaliação
Qualificação legal completa e assinatura do(s) profissional(is) responsável(is) técnicos pela avaliação
A apresentação do laudo de avaliação pode ser resumida, de acordo com o estabelecido entre as
partes contratantes, desde que atendidas as alíneas anteriores
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Tipos de desapropriações
Total: aquela que atinge o bem em sua totalidade, ou cujo remanescente seja
inaproveitável;
Temporária
Permanente
Devem ser apreciadas circunstâncias especiais, quando cabíveis, tais como alterações
de vocação, forma, uso, acessibilidade, ocupação e aproveitamento.
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Diagnóstico de Mercado
O profissional, conforme o tipo de bem, as condições de contratação, o método
empregado e a finalidade da avaliação, pode tecer considerações sobre o mercado do
bem avaliando de forma a indicar, tanto quanto possível, a estrutura, a conduta e o
desempenho do mercado.
QUESTÕES ÉTICAS
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL:
Manter-se atualizado quanto ao estado da arte e somente aceitar encargo para o qual
esteja especificamente habilitado e capacitado, assessorando-se de especialistas,
quando necessário.
SIGILO:
Considerar como confidencial o resultado do trabalho realizado e toda informação
técnica, financeira ou de outra natureza, recebida do cliente.
PROPRIEDADE INTELECTUAL:
Jamais reproduzir trabalhos alheios publicados sem a necessária citação. No caso de
trabalhos não publicados, obter autorização para reproduzi-lo. Ao reproduzir, fazê-lo
sem truncamentos, de modo a expressar corretamente o sentido das teses
desenvolvidas.
CONFLITO DE INTERESSES:
Declinar da sua contratação e informar as razões ao cliente se houver motivo de
impedimento ou suspeição em decorrência de conflito de interesse.
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Analise da Resolução COFECI 1066/2007 combinada
com o Ato Normativo 001/2011
O Paragrafo único do art. 1º da Resolução COFECI, estabelece o seguinte regramento
para a inscrição no CNAI:
Por sua vez, o paragrafo 2°, do Art. 2°, do Ato Normativo 001/2011, estabelece:
I) ...
II) O superior em gestão imobiliária, ou equivalente, cuja grade curricular
contemple a disciplina de Avaliação de Imóveis que atenda, no mínimo, ao
conteúdo programático listado no item 2 do Anexo VII.
Nos Parágrafos 1° e 2°, do citado Art. 3° do Ato sob análise, podemos encontrar a carga
horária da seguinte maneira:
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§ 1º - O curso de avaliação de imóveis deverá ter carga horária mínima de 24 horas, se
ofertado na modalidade presencial, e de 26 horas, se na modalidade EaD.
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O fornecimento do selo certificador, em três vias, condiciona-se ao preenchimento,
pelo Corretor de Imóveis Avaliador, de Declaração de Avaliação Mercadológica, em
documento eletrônico ou de papel, fornecido sem ônus pelo Conselho Regional.
§ 2º - Para custeio do arquivo permanente das DAM’s, assim como da emissão do selo
certificador, será recolhido pelo Corretor de Imóveis Avaliador, aos cofres do Conselho
Regional, emolumento único em valor correspondente a 5% (cinco por cento) do valor
da anuidade da pessoa física na data do recolhimento.
§ 3º - A primeira e a segunda vias do selo certificador serão afixadas, cada uma delas,
em uma via original do PTAM, para uso do Corretor de Imóveis Avaliador segundo suas
necessidades e as de seu cliente.
§ 4º - A terceira via do selo certificador será afixada em cópia do PTAM, a qual deverá
ser mantida em arquivo do Corretor de Imóveis Avaliador pelo período mínimo de 5
(cinco) anos.
§ 5º - A via-arquivo do selo certificador será afixada em via original da DAM, que ficará
arquivada no Conselho Regional, para constituição do acervo técnico do profissional
avaliador.
I. identificação do solicitante;
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II. objetivo do parecer técnico;
V. data da vistoria.
I. mapa de localização;
No Ato Normativo 001/2011, através do Anexo IV, instituído pelo Parágrafo Único do
Art. 7° determina os seguintes itens obrigatórios para a emissão do PTAM:
1. Identificação do solicitante
2. Finalidade do Parecer
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Descrição detalhada do imóvel e acessórios (construções, benfeitorias,
instalações, etc.);
Relatório fotográfico, da data da vistoria realizada no imóvel;
6. Encerramento
Conclusão do PTAM;
Data e assinatura do C.I. emissor do PTAM;
Aposição do Selo Certificador ao lado da assinatura.
7. Anexos:
Relatório fotográfico (quando não incluído na Caracterização do Imóvel);
Plantas de situação e localização, mapas, etc.
Certidão atualizada da matrícula no Cartório do Registro de Imóveis;
Documentos diversos (outras certidões, recibos de impostos, CCIR, etc.)
Currriculo do C.I. avaliador .
Características gerais
Dados colhidos na visita ao imóvel (existência de posseiros, edificação não registrada,
cerca fora do limite, etc), ou quando da peregrinação aos cartórios, prefeitura ou
outros órgãos no afã de colher dados sobre a regularização do imóvel.
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Demonstração do cálculo do valor atribuído
Demonstrativo com inserção de formulas matemáticas explicando os cálculos
realizados, apresentando o valor final atribuído ao imóvel.
Anexos:
Não colocar os documentos para encadernação direta, mas sim usando folhas
timbradas (cabeçalho e rodapé), para colar cada documento numa dessas folhas;
A pesquisa dos imóveis quando colocada como forma de anexo, poderá ser: Recorte
de jornal – mesma recomendação para documentos; Se utilizado o recurso de fotos,
deverá estar identificado cada imóvel e ser utilizado o sistema de recomendado para o
relatório fotográfico;
O Curriculum vitae deverá ser incluído na forma de anexo, podendo sua impressão
ocorrer diretamente em papel timbrado.
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PESQUISA E VISTORIA DO IMÓVEL
1.1. Vistoria do imóvel avaliando
a) Descrição interna;
b) Vistoria externa de áreas comuns, de outras unidades do mesmo edifício, no caso
de apartamentos, escritórios ou conjuntos habitacionais;
c) Vistoria externa, no caso de unidades isoladas.
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Relatar a existência de edificações e benfeitorias que não constem na documentação.
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2.1.1.2- Planejamento da pesquisa
O planejamento da pesquisa define a abrangência da amostragem, quantitativa e
qualitativa, e a forma de sua coleta e compilação, com utilização de fichas, planilhas,
roteiro de entrevistas, entre outros.
Caracteriza e delimita a região na qual o bem avaliando está inserido, para a obtenção
de uma amostra representativa de dados de mercado a ele semelhantes.
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2.2.1 Tratamento de Dados - Preliminares
Deve ser utilizado o método avaliatório que, em função dos dados observados em
pesquisa, permita conferir a maior consistência à manifestação do valor.
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EXEMPLO DE UMA FICHA DE
VISTORIA DO IMÓVEL
DADOS GERAIS
Fonte: Telefone:
Endereço: Estado:
Município: CEP:
A Global: A. Privat: A. U. Comum:
A. Terreno: Fr. Solo: Habite-se:
Venda (1) Oferta particular (2) Oferta Imobiliária (3)
Data da venda/oferta ____/____/______ Valor R$
CLASSIFICAÇÃO DO IMÓVEL
Lote Urbano Residência Unifamiliar Loja Gleba Rural
Terreno Industrial Prédio Comercial Armazém Galpão
Gleba Urbanizável Apartamento Industria Outro
SOBRE O TERRENO
Frente: Fundos:
Lateral: Lateral:
Frente (m): Área: M² Testada:
Profundidade: Perímetro: M Forma:
Meio de quadra Três frentes Mais de uma frente Esquina Quadra total Vila
Forma Regular Irregular Poligonal Triangular
Orientação solar Norte Sul Leste Oeste
Vegetação Mato Pomar Pasto Nenhum
Proteção Muro Cerca Prédio Divisa Nenhum
Plano Abaixo do logradouro = nível do logradouro Requer corte
Acidentado Acima do logradouro Inclinado% Requer aterro
Firme Brejoso Inundável Rochoso Arenoso Outro
SOBRE A EDIFICAÇÃO:
Padrão Construção Alto Normal Baixo
Estrutura Concreto Metálica Alvenaria Madeira
Cobertura Laje Telha de barro Fibro cimento Metálica
Revest. Fachada Reboco/Pintura Cerâmico Mármore/Granito
Est. Conservação Nova Nova/Regular Regular Reg/RepSimples
Reparos simples RepSimples/Imp Reparos Import RepImp/Semval
Prédio terreno Frente Fundos Lateral
Quanto ao Pav. Nº Pavimentos no prédio= Andar=
O Prédio possui: Piscina Playground Estacionamento
Elevadores Número= Marca=
Condomínio Mensal Trimestral Semestral Valor=
Ocupação Vazio Proprietário Inquilino Empréstimo
Valor da locação Entrega
Idade Real Idade Aparente Vida Útil
PEÇAS DO IMÓVEL
Sala Estar = Quartos = Banheiros = Dependência =
Sala Jantar = Varandas = Cozinha = Área Serviço =
Sala TV = Escritório = Lavabo = Despensa =
Garagens = Suíte = Sacada = Churrasqueira =
VIZINHANÇA
Padrão Construção = Escolas =
Atividades Poluentes = Comércio =
Atividades Incômoda = Estacionamento =
Arborização/A. verde = Transito =
SERVICOS URBANOS DISPONÍVEIS
Pavimentação Ilumin. Pública Rede de água Limp. Pública Coleta lixo
Passeio Rede elétrica Rede esgoto Telefone TV a cabo
Guias/sarjetas Gás encanado Rede pluvial Tran. Coletivo
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MELHORAMENTOS LOCAIS
Escola Posto de Saúde Comércio Banco Área lazer Segurança
ZONEAMENTO MUNICIPAL
Residencial Comercial Industrial Outros:
OUTRAS INFORMAÇÕES:
OBSERVAÇÕES DO PESQUISADOR
IDENTIFICAÇÃO
Local: ______________________________
Assinatura do Pesquisador
Data ___/___/___
Croqui
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Homogeneização das
amostras
Dificilmente iremos encontrar imóveis completamente iguais. O simples fato de estar
um imóvel de frente para o nascer do sol, ou situado do lado mais movimentado de
uma rua comercial, estes dados influenciarão no valor final do imóvel. Por isso, é de
importância vital a sensibilidade do avaliador para captar exatamente os fatores que
deverão ser comparados e ajustados, para que tenhamos imóveis os mais parecidos
para realizar a comparação.
Só poderemos comparar grandezas iguais, dessa forma iremos tabular os dados
pesquisados, homogeneizando-os com os diversos fatores para que tenhamos valores
parecidos na comparação do valor do metro quadrado dos terrenos.
FATOR ESQUINA
Terrenos em meio de quadra ou de esquina possuem valorização diferenciada,
igualmente diferente se comercial ou residencial, assim para aferirmos essa diferença,
sugerimos a utilização da tabela abaixo:
Vale lembrar que esses fatores serão aplicados, na planilha de cálculo, a cada imóvel
pesquisado, bem como no final, caso o imóvel avaliando possua as características para
a aplicação dos fatores de ajuste.
Exercício 01
Para exemplificar, vamos imaginar que após a pesquisa efetuada, estabelecemos o
valor do metro quadrado na região comercial central de determinada cidade, em R$
55,00. O terreno possui 10,00 metros de frente para a Rua “A” e 45,00 metros para a
Rua “B”.
Vi= VM² x A x Fe
Vi= 55,00 x 450,00 x 1,27
Vi=24.750,00 x 1,27
Vi=31.432,50
Onde:
Vi = Valor do Imóvel
VM² = Valor do Metro quadrado
A = Área do terreno
Fe = Fator esquina
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TOPOGRAFIA
Este fator corrigirá a irregularidade do terreno. Conforme a tabela abaixo:
Exercício 02
Continuando no exemplo anterior, vamos imaginar agora, após calcularmos o valor do
terreno aplicando o fator de Esquina, que o mesmo terreno, está situado num lugar
com declividade de 12%. Vamos determinar o valor do imóvel. Teremos:
Vi= VM² x A x Fe x Ft
Vi= 55,00 x 450,00 x 1,27 x 0,80
Vi=24.750,00 x 1,27 x 0,80
Vi=31.432,50 x 0,80
Vi=25.146,00
Onde:
Vi = Valor do Imóvel
VM² = Valor do Metro quadrado
A = Área do terreno
Fe = Fator esquina
Ft = Fator Topografia
PROFUNDIDADE
A profundidade do terreno influenciará diretamente no valor final. Comparando dois
terrenos com áreas iguais e profundidades diferentes, observamos ser o terreno com
maior profundidade bastante prejudicado, mesmo com a área igual.
Algumas teorias empíricas foram utilizadas para definir o fator profundidade. A
primeira hipótese foi a regra 4-3-2-1, que estabelece uma distribuição do valor da
seguinte maneira: 40% no primeiro quarto, a partir de sua testada; 30% no segundo
quarto; 20% no terceiro quarto e 10% no último quarto.
A segunda hipótese, foi a teoria de um terço e dois terços, que considera ser o valor do
lote distribuído da seguinte maneira: 50% no primeiro terço, a partir da testada e os
outros cinqüenta por cento, nos dois terços restantes.
Vários estudiosos, dentre eles HOFMANN, JARRET e HARPER, elaboraram suas
fórmulas na tentativa de aferir a distorção causada pela profundidade diferente.
O estudioso inglês, Sir HARPER, desenvolveu uma das fórmulas mais utilizadas:
VT = qm x S √ N/f
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Entretanto, com a prática notou-se que a fórmula de HARPER, não atendia a todos
casos, pois alguns casos de terrenos com pouca profundidade, ao invés de sofrer
desvalorização, estavam adquirindo valorização, o que não representa a realidade.
Os engenheiros brasileiros JOAQUIM MEDEIROS JUNIOR e NELSON ALONSO, do IBAPE
realizaram estudos, estabelecendo diversas fórmulas para o cálculo desse fator, sem
também expressar a exata situação.
Na prática verificou-se que a tabela apresentada a seguir, mesmo empírica, traduz com
maior exatidão a desvalorização dos valores, com base na profundidade efetiva dos
terrenos analisados.
Assim, por ser a presente tabela contemplativa das distorções com relação a
profundidade, aliado ao fato de não necessitar a utilização de fórmulas complexas,
passaremos a aplicar a seguinte tabela:
Exercício 03
Tomando como base o mesmo imóvel anteriormente analisado nos exercícios 01 e 02,
poderemos também calcular o Fator de Profundidade com base na tabela acima, da
seguinte maneira:
Vi= VM² x A x Fe x Ft x Fp
Vi= 55,00 x 450,00 x 1,27 x 0,80 x 0,95
Vi=24.750,00 x 1,27 x 0,80 x 0,95
Vi=25.146,00 x 0,95
Vi=23.888,70
Onde:
Vi = Valor do Imóvel
VM² = Valor do Metro quadrado
A = Área do terreno
Fe = Fator esquina
Ft = Fator Topografia
Fp = Fator Profundidade
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FORMA
Quase da mesma maneira que o fator de profundidade, o fator forma também está
ligado ao aproveitamento do terreno. Aqueles imóveis com desenho totalmente
irregular dificultam o aproveitamento, no momento da construção. Portanto quanto
maior o número de ângulos diferentes de 90º, maior sua depreciação.
Diante do exposto o aconselhamento é no sentido da utilização do Fator Forma nas
proporções a seguir:
Exercício 04
Vamos considerar que determinado terreno possua um desenho como segue:
30,00
15,00
30,00
20,00
15,00
Vi= VM² x A x Ff
Vi= 50,00 x 600,00 x 0,90
Vi= 27.000,00
Onde:
Vi = Valor do Imóvel
VM² = Valor do Metro quadrado
A = Área do terreno
Ff = Fator Foma
ATUALIZAÇÃO DO VALOR
Em períodos de processo inflacionário, é aconselhável desconsiderar informações
superiores a 90 dias, como hoje, os níveis estão bastante moderados, podemos
considerar até mesmo transações efetuadas com mais de ano, para tanto é vital o uso
dum índice de correção. Aliás, particularmente estamos desconsiderando este fator de
correção devido a sua baixa influência na apuração do valor final, em virtude da
grande margem de negociação que as ofertas trazem embutidas. Ressalvamos apenas
nos casos de vendas efetuadas e que tenham tempo o suficiente para aplicação do
índice, e que, realmente tenham sofrido modificações, ainda é por nós utilizado.
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Exercício 05
No dia 15 de fevereiro de 2016, estávamos fazendo a homogeneização dos dados
coletados, nos deparamos com um imóvel transacionado em setembro de 2015, ao
valor de R$ 180.000,00. Vamos atualizar o valor desse terreno?
Considerações:
Va = V i x Fa Va = VCUB x CUBatual
Va = 180.000,00 x 1,014619 Va = 117,2096 x 1.558,16
Va = 182.631,42 Va = 182.631,30
FORMA DE PAGAMENTO
Igualmente a forma de pagamento, em momentos de estágios inflacionários de pico, é
de vital importância ser apurado, entretanto no atual estágio inflacionário do país,
pagamentos em até cinco ou seis vezes, são desprezíveis qualquer correção. Por outro
lado, existem financiamentos de imóveis em até cem vezes, o que torna obrigatório a
utilização de índices de atualização, por índices, de modo a representar o custo do
dinheiro na transação.
Para adequar a forma de pagamento, obrigatoriamente teremos de utilizar algum
conhecimento de matemática financeira, mas nada que uma boa calculadora científica
não resolva. Vamos observar no exemplo a seguir.
Exercício 06
No momento da coleta de dados efetuada, deparamo-nos com o imóvel vendido por
R$ 250.000,00 nas seguintes condições: 30% de entrada e o saldo em 60 meses.
Sabendo que os juros legais cobrados gira em torno de 5% ao mês, bem como que o
empresário construtor provavelmente o embutiu, vamos calcular o valor à vista?
S 1 i n 1
Vv e n
xP
n i 1 i
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Onde:
Vv = valor à vista e = entrada (em percentagem)
S= Saldo devedor (em percentagem) n = período (meses)
i= taxa de juros P = Valor pago ao fim de “n” meses.
0,70 1 0,5 1
60
Vv 0,30 60
x 250.000
60 0,5 x1 0,5
0,70 652530,4 1
Vv 0,30 x132.000
60 0,25 x652530,4
0,70 652529,4
Vv 0,30 163132,6 x132.000
60
0,70
Vv 0,30 x 4 x 132.000
60
2,8
Vv 0,30 x 132.000
60
18 2,8
Vv x 132.000
60
Vv 0,346667 x132.000
Vv 45.759,99
TESTADA
Assim como a profundidade a testada influenciará no preço do imóvel. A tabela a
seguir foi desenvolvida empiricamente, levando-se em consideração as testadas reais
em relação as testadas de referência para a região. Assim após verificarmos o usual
nos terrenos de determinada região, iremos estabelecer sua valorização ou
desvalorização com a real testada do imóvel em questão.
Exercício 07
Ainda utilizando o exemplo inicial, analisado anteriormente nos exercícios 01, 02 e 03,
calcularemos o Fator Testada conforme tabela, sabendo-se que o terreno está situado
em região onde predomina uma testada de 12,00 m., da seguinte maneira:
Vi=22.933,15
Onde:
Vi = Valor do Imóvel
VM² = Valor do Metro Quadrado
A = Área
Fe = Fator Esquina
Ft = Fator topografia
Fp = Fator Profundidade
Fte = Fator Testada
MELHORAMENTOS PÚBLICOS
MELHORAMENTOS PÚBLICOS
Melhoria Fator Melhoria Fator
Rede de água 15 a 20% Iluminação Pública 5%
Rede de esgoto 10 a 15% Pavimentação 10 a 30%
Energia elétrica dom 15 a 20% Guias e sarjetas 5 a 10%
Galerias Pluviais 5% Transporte coletivo 10%
Rede Telefônica 5% Gás de rua 1%
Os terrenos servidos dos melhoramentos acima, obviamente serão mais valorizados.
A prática aceita nos processos de rigor normal, a aplicação dos percentuais acima, num
processo de relacionamento do terreno avaliado com o pesquisado, estabelecendo os
fatores de correção para cada caso. Vamos verificar no exemplo abaixo.
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Exercício 08
Vamos considerar que o mesmo imóvel utilizado nos exercícios 01, 02, 03 e 07, possua
o serviço de Rede de pavimentação e guias e sarjetas, enquanto o imóvel avaliando, ou
paradigma não os possua. Procederemos da seguinte maneira:
Para a pavimentação, vamos considerar 20% e a sarjeta 8%, portanto Fator 1,28.
Vi=29.354,43
Vi = Valor do Imóvel
VM² = Valor do Metro Quadrado
A = Área
Fe = Fator Esquina
Ft = Fator topografia
Fp = Fator Profundidade
Fte = Fator testada
Fmp = Fator Mel. Públicos
LOCALIZAÇÃO
Y aN b X
XY a X b X
2
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N X (m) Y (R$/M²) X² XxY
1 100 200 10.000 20.000
2 120 150 14.400 18.000
3 130 160 16.900 20.800
4 140 140 19.600 19.600
5 150 150 22.500 22.500
Totais 640 800 83.400 100.900
a = 289,7297 e b= -1,01351
Y = 289,7297 + (-1,01351) x X
Y = 178,2432
R$25,00 R$45,00
X R$50,00
25,00 x50,00
X
45,00
X= 27,77
FONTE
É mais que natural nas transações imobiliárias o valor de venda ser diferente do valor
inicialmente proposto, a famosa “queima de gordura”. Isto não se dá unicamente por
imobiliárias, também as ofertas particulares estão sujeitas a essa negociação.
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Geralmente quem compra quer fazer o melhor negócio e, acredita o comprador ter
feito bom negócio quando recebe um desconto da ordem de 10, 20 ou até 50% do
valor pedido. Assim após longos estudos, estudiosos chegaram aos seguintes números:
Quando se tratar de venda, fator igual a 1,00
Quando for oferta de particular, fator variando entre 0,80 a 1,00
Quando for oferta de imobiliárias, fator variando entre 0,60 a 0,90
CONCLUSÃO
O trabalho ora apresentado, não esgota o assunto, pelo contrário, abre a possibilidade
de maiores estudos para o perfeito entendimento da sistemática utilizada no processo
avaliatório, tornando possível o desenvolvimento de outras técnicas capazes de bem
mensurar as variáveis que melhor atendam a trabalhos específicos de regiões com
peculiaridades que o avaliador irá estudar com rigor para incorporar em seu trabalho.
Facilmente comprovamos nossa tese quando encontramos diversos trabalhos que
trazem um fator de viabilidade, atribuído à permissão ou permissividade dos planos
diretores a determinados imóveis, enquanto outros estabelecem, por exemplo, o fator
área, com base no tamanho da área avaliada e assim por diante, comprovando-se
assim que o tema não se esgota.
Apenas para conhecimento, iremos transcrever os fatores utilizados pelo Serviço do
Patrimônio da União - SPU, para a avaliação de imóveis do governo, colocados à venda,
são eles:
» Fator Profundidade » Fator de Frente ou Testada
» Fator de Transposição de local » Fator de Testadas Múltiplas
» Fator Topografia » Fator de Restrição Legal
» Fator Pedologia » Fator de Área
Portanto, quanto mais estudarmos iremos observar que teremos de encontrar uma
metodologia toda nossa, adaptada a nossa realidade.
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AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS
CONSIDERAÇÕES INCIAIS
A norma hoje em vigor para avaliações é a NBR 14653, de 01 a 07, Sendo que apenas
as partes 01, 02, 03 e 04, foram editadas. São elas:
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2. Método involutivo – Identifica o valor de mercado do bem, alicerçado no seu
aproveitamento eficiente, baseado em modelo de estudo de viabilidade
técnico-econômica, mediante hipotético empreendimento compatível com as
características do bem e com as condições do mercado no qual está inserido,
considerando-se cenários viáveis para execução e comercialização do produto.
Este método é muito utilizado para se determinar o valor de um terreno em
zona urbana de ocupação acentuada, onde a incidência de terrenos vagos seja
pequena, e ainda, para glebas. É também conhecido como método de
aproveitamento máximo eficiente.
UTILIZAÇÃO DO MÉTODO
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DETERMINANDO O MÉTODO PARA: TERRENOS
A sugestão anterior vale também para os terrenos, na maioria das vezes utilizamos o
MÉTODO COMPARATIVO DE DADOS DE MERCADO.
VALOR FINAL
A soma do valor encontrado para a terra nua, mais as benfeitorias reprodutivas e não
reprodutivas, será o valor final da propriedade.
AVALIAÇÃO DE EDIFICAÇÕES
O MÉTODO DE REPRODUÇÃO
O método de reprodução quando executado com rigor, deverá ser orçada toda
edificação, detalhando, com exatidão, os materiais empregados e seu custo, o que
demandaria um trabalho minucioso de levantamento de campo e posteriormente de
escritório, consumindo um tempo enorme.
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Como não pretendemos a avaliação radicalmente técnica, a qual sugerimos ser
executada por profissional com registro no CREA, utilizamos o método expedito do
custo de reprodução, no qual utilizaremos como ponto de partida os levantamentos do
Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB), mensalmente fornecido por órgãos
ligados ao setor da construção civil. Dessa forma pode o avaliador optar pelo valor
fornecido pelo SINDUSCON, ou outro semelhante, como o valor colhido pela Revista da
Construção, elaborado pela PINI.
EXERCÍCIO 09
Na avaliação do Ap. 302 do Edifício Ouro Preto, na Av. Beira-Mar, Laguna, SC, com a
área global de 334,50 M², está assim distribuído:
PADRÃO CONSTRUTIVO
É determinado pelo tipo de materiais empregados. São três os padrões: Baixo, Normal
e Alto. Admite-se ainda o uso do padrão popular. Para a classificação das edificações,
utilize a tabela a seguir:
Não sendo a edificação totalmente nova, ou mesmo que nova, mas em estado ruim de
conservação (talvez até mesmo por depredação de vândalos), necessário se faz a
depreciação. Esta depreciação se dará sob dois aspectos: de ordem física e de ordem
funcional. De ordem física é o desgaste natural pela ação do tempo, enquanto as de
ordem funcional são por exemplo: inadequalidade (falhas na concepção do projeto);
inadaptabilidade (uso inadequado ao caráter local), etc...
Para tanto, sugerimos a utilização do critério de ROSS-HEIDECKE, conforme tabela.
UTILIZANDO A TABALEA:
Como a tabela não possui uma leitura direta é necessário encontrar a VIDA ÚTIL DOS
IMÓVEIS, estabelecida pelo BUREAU OF INTERNAL REVENUE, para aplicarmos a regra
de três simples e descobrirmos a IDADE EM % DE VIDA do imóvel avaliando:
EXEMPLO PRÁTICO:
Se a vida útil de um apartamento é estimada em 60 anos, e a idade do mesmo, seja
estimada ou real, é de 25 anos, para conhecermos a IDADE EM % DE VIDA deste
imóvel, aplicamos a regra de três simples:
60 anos 100
25 anos X
Assim podemos afirmar, que um apartamento com 25 anos de construído, já atingiu
41,67%. Para sua perfeita utilização, faremos o arredondamento para 42%.
De posse da classificação do estado de conservação, eleito pelo Avaliador, no alto da
tabela (Códigos: A, B, C, D, E, F, G e H), identifica-se o percentual de depreciação a ser
adotado.
CONSIDERAÇÕES INTERMEDIÁRIAS
Residencial modesto ou popular 1,05 1,05 à 1,042 1,042 à 1,026 1,026 à 1,015
37
Edifícios com Edifícios sem Edifícios com
Serviço Residências
estacas estacas 3 ou 4 pav.
Estaqueamento 4,00% - - -
Fundações 3,00% 4,00% 5,00% 5,00%
Estrutura 17,00% 18,00% 19,00% 20,00%
Alvenaria 9,00% 9,00% 9,00% 8,00%
Elevadores 8,00% 8,00% - -
Impermeabilizações 1,00% 1,00% 1,00% 0,50%
Revestimentos 12,00% 12,00% 12,00% 12,00%
Pisos 7,00% 7,50% 9,00% 9,00%
Esquadrias 8,00% 8,50% 9,00% 10,00%
Ferragens 2,00% 2,00% 2,50% 2,50%
Vidros 1,00% 1,00% 1,00% 1,00%
Instalações elétricas 6,50% 6,50% 7,00% 7,00%
Instalações hidrossanitárias 5,50% 5,50% 6,00% 6,00%
Louças e metais 3,00% 4,00% 4,00% 4,00%
Telhado 0,50% 0,50% 3,00% 2,50%
Pintura 6,00% 6,00% 6,50% 6,50%
Instalações complementares 4,00% 4,00% 3,50% 3,50%
Limpeza geral 0,50% 0,50% 0,50% 0,50%
Totalização 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Para utilização deste método, igualmente aplicaremos os mesmos passos aplicados nas
avaliações de terrenos, ou seja, pesquisamos os imóveis ofertados ou vendidos, o mais
semelhante possível com o imóvel avaliando.
38
O retorno do capital é o mais variado possível, sempre levando em consideração o
mercado.
Iremos ver mais adiante, no capítulo Arbitramento de aluguéis, os índices aceitáveis
como forma de retorno do capital.
Por outro lado, nos imóveis do tipo: Hotel, Motel, Cinemas, Posto de Combustíveis,
etc..., a forma correta para avaliá-los é levarmos em consideração o movimento
financeiro auferido pelo comércio, para depois estabelecer seu valor.
EXERCÍCIO 10
Avaliar o imóvel constituído pelo apartamento 302, do edifício ARTUR DUARTE, à Rua
Jornalista Antonio Bessa, Mar Grosso, LAGUNA – SC, com as seguintes áreas: Área Real
Global = 120,99 M²; Área Real de Construção = 105,29 M²; Área Real e Privativa =
109,56 M²; Área Real de Uso Comum = 11,43 M² e Fração Ideal do Solo = 35,10 M²,
correspondendo a 4,823% do total do terreno, devidamente matriculado no C.R.I.
desta Comarca sob nº 18.687.
Sabe-se que após a pesquisa de campo e homogeneizados os valores, restou
comprovado que o M² do terreno na área é de R$ 1.923,08 M².
A unidade, classificada dentro da tabela do Custo Unitário de Edificações
Habitacionais, emitida pelo SIDUSCON, para o mês de Dezembro de 2015, com padrão
de acabamento alto, para prédio residencial Multifamiliar com até 08 andares, no valor
de R$ 1.632,67 por M².
Vt = A x V u
Onde:
Vt = Valor do Terreno
A = Área do imóvel avaliando em metros quadrados
Vu = Valor unitário básico adotado em R$ 1.923,08
Onde:
Ve = Valor da Edificação
A = Área Real Global Construída em metros quadrados
Cu = Custo Unitário da Edificação, R$ 1.632,67.
Fc = Fator Corretivo de depreciação da tabela Ross-Heidecke, para imóveis
com 15 anos de vida, com estado de conservação entre novo e regular,
apresenta uma depreciação de 14,90%, ou o índice 0,851.
39
Assim teremos:
Onde:
Vi = Valor do Imóvel Vt = Valor do Terreno
Ve = Valor da Edificação
EXERCÍCIO 11
A Média Aritmética, será apurada pela soma dos valores do M² e dividido pelo número
de imóveis, da seguinte maneira:
Ma = 3.046,92+1.862,78+2.069,95+2.475,25+1.966,18+1.783,12+2.170,20+
2.346,19+2.098,75+2.465,66/10»
Ma = 22.285,00/10 »
Ma = 2.228,50
40
Da Média Aritmética encontrada acima, devemos expurgar os valores discrepantes
dessa média. Para tanto, iremos desprezar os valores que estiverem 30% acima ou
abaixo da média.
Ms = 1.862,78+2.069,95+2.475,25+1.966,18+1.783,12+2.170,20+
2.346,19+2.098,75+2.465,66/9»
Ms = 19.238,07/9»
Ms = 2.137,56
O valor do imóvel será a média saneada, multiplicado pela área, dessa forma:
Vi= 2.137,56 x 120,99 »
Vi= 258.623,84
MÉTODO DA RENDA
EXERCÍCIO 12
Se 6% corresponde a R$ 14.400,00
100%corresponderá a X
Portanto, podemos notar que os valores encontrados nos três métodos, são bem
próximos, podendo o profissional fazer opção por algum dos métodos, ou fazer uma
média dos três, para adotar um quarto valor.
O Exemplo abaixo será hipotético, pois ainda não possuímos informações dos valores
praticados na capital. Dessa forma, como iremos avaliar um terreno com 20,00 x 50,00,
ou seja, 1.000,00 M², no bairro da Trindade, sabendo que após a pesquisa de mercado,
obtivemos os valores:
41
Nº Bairro Frente Área R$ R$/M²
01 Santa Mônica 18,00 900,00 1.380.000,00 1.533,33
02 Itacorubi 20,00 1.000,00 1.350.000,00 1.350,00
03 Trindade 22,00 770,00 1.250.000,00 1.623,38
04 Itacorubi 20,00 900,00 1.400.000,00 1.555,56
05 Trindade 15,00 450,00 1.250.000,00 2.777,78
06 Trindade 20,00 700,00 1.310.000,00 1.871,43
07 Trindade 18,00 720,00 1.370.000,00 1.902,78
08 Santa Mônica 22,00 1.100,00 1.300.000,00 1.181,82
09 Itacorubi 20,00 800,00 1.280.000,00 1.600,00
10 Itacorubi 18,00 540,00 1.270.000,00 2.351,85
MA = 1.533,33+1.350,00+1.623,38+1.555,56+2.777,78+1.871,43+1.902,78+
1.181,82+1.600,00+2.351,85/10
MA = 17.747,92/10
MA = 1.774,79
MS = 1.533,33+1.350,00+1.623,38+1.555,56+1.871,43+1.902,78+
1.181,82+1.600,00/08
MS = 12.618,30/8
MS = 1.577,28
VT = 1.000,00 x 1.577,28
VT = 1.577.287,50
MÉTODO INVOLUTIVO
Vamos conceber agora que tenhamos de avaliar um terreno, em local onde não exista
um número razoável de imóveis oferecidos ou vendidos, suficiente para realizarmos o
trabalho pelos métodos anteriormente estudados.
42
A solução para o caso em tela é a aplicação do MÉTODO INVOLUTIVO.
Não é aceitável que a cada cliente atendido na imobiliária o corretor tenha de recorrer
à Prefeitura para saber o que pode e quanto pode construir em determinado terreno.
EXERCÍCIO
AFASTAMENTOS:
Laterais = 5,0
43
A. Máx = 40,00 x 31,00
A. Max = 1.240,00 x 10
A. Máx = 1.240,00 M²
A. Max = 12.400,00 M²
TAXA DE PERMEABILIDADE:
TAXA DE OCUPAÇÃO:
Afastamentos 12.400,00 M²
I. Aproveitamento 6.000,00 M²
RESOLVENDO O EXERCÍCIO:
A Taxa de Ocupação de 60% nos permite construir até 1.200,00 M² por pavimento.
Portanto, nossa opção será a construção de uma torre com 10 pavimentos, com
600,00 M² por pavimento, onde teremos maior espeço no entono do prédio,
valorizando a ventilação, a insolação e, aliado a isso a beleza arquitetônica.
06 vagas de garagem
03 Depósitos privativos dos apartamentos
01 Depósito do Condomínio
PRIMEIRO PAVIMENTO:
13 Vagas de garagem
13 Depósitos privativos dos apartamentos
Escadaria, salão de festas, elevadores e circulação.
PAVIMENTO TIPO:
02 Apartamentos por andar
Escadaria, salão de festas, elevadores e circulação.
CALCULANDO
Para o Cálculo do valor do terreno, iremos utilizar a seguinte formula:
Vt = Vv – (Vc + L) onde:
Vt = Valor do terreno
Vv = Valor de venda das Unidades
Vc = Valor de Custo da Construção
L = Lucro do Incorporador
Vs = 1.867.176,00
45
CALCULANDO O VALOR DE VENDA
Para o Valor dos Apartamentos, utilizaremos a mesma fórmula, adequando o valor,
dessa forma:
Vap = 1.120.305,60 x 16
Vap = 17.924.889,60
Vtotal = 19.792.065,60
Vc = 11.203.056,00
L = 19.792.065,60 x 35%
L = 6.927.222,96
APLICANDO A FÓRMULA
Para o Cálculo do valor do terreno, iremos utilizar a seguinte formula:
Vt = Vv – (Vc + L)
Vt = 19.792.065,60 – (11.203.056,00 + 6.927.222,96)
Vt = 19.792.065,60 – 18.130.278,96
Vt = 1.661.786,640
46
GLEBAS URBANIZÁVEIS
INTRODUÇÃO
Segundo a Norma 14.653-2, GLEBA URBANIZÁVEL é o Terreno passível de receber
obras de infra-estrutura urbana, visando o seu aproveitamento eficiente, através de
loteamento, desmembramento ou implantação de empreendimento.
Geralmente estão situadas nas proximidades dos centros urbanos, porém, sem infra-
estrutura, mas passível de urbanização, por apresentar características, possíveis de
fracionamento em lotes.
A diferença básica entre lote e gleba é que a gleba não possui infra-estrutura, e, o
grande desafio do avaliador é determinar o valor da gleba, antes de qualquer
benefício, levando-se em consideração que os lotes resultantes, por comparação com
outros lotes vizinhos, podem alcançar determinado preço.
A avaliação das glebas urbanizáveis deve ser feita preferivelmente com a utilização do
método comparativo direto de dados de mercado.
47
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
MÉTODO PRÁTICO
48
O MÉTODO INVOLUTIVO
Deve-se estabelecer o valor da provável renda que irá se obter com os lotes da gleba
urbanizada. Para tanto será necessário estimar o número de lotes, bem como o preço
a ser alcançado por eles nessa região, para depois deduzir as despesas de implantação
do empreendimento e o lucro que se deseja alcançar, o resultado encontrado dessa
subtração, será o valor da gleba.
EXERCÍCIO 15
O EMPREENDIMENTO
49
Área AGROFORTE Indústria, Comércio e Transporte LTDA 21.771,11 M²
Área AGROFORTE Indústria, Comércio e Transporte LTDA 19.098,85 M²
Área TIELI Supermercados 31.602,06 M²
Faixa de Domínio Rede de Transmissão 65.264,24 M²
Arruamentos internos 288.684,72 M²
APP – Área de Preservação Permanente 8.904,97 M²
Área Verde 51.339,52 M²
Área de Utilidade Pública 131.084,39 M²
Imóvel Ofertado ao Município – DAÇÃO DE PAGAMENTO 70.000,00 M²
Condomínio Residencial 207 Lotes 87.098,01 M²
Loteamento Industrial 154 lotes 572.545,28 M²
Quadra A 20 Lotes 76.594,90 M²
Quadra B 18 Lotes 49.619,32 M²
Quadra C 18 Lotes 50.149,49 M²
Quadra D 18 Lotes 47.848,75 M²
Quadra E 16 Lotes 47.070,64 M²
Quadra F 13 Lotes 39.301,30 M²
Quadra G 18 Lotes 53.647,91 M²
Quadra H 22 Lotes 63.553,21 M²
Quadra I 16 Lotes 46.667,83 M²
Quadra J 02 Lotes 13.691,18 M²
Quadra L 02 Lotes 14.400,75 M²
Condomínio Residencial 207 Lotes 87.098,01 M²
Loteamento Industrial 154 lotes 572.545,28 M²
Quadra A 20 Lotes 76.594,90 M²
Quadra B 18 Lotes 49.619,32 M²
Quadra C 18 Lotes 50.149,49 M²
Quadra D 18 Lotes 47.848,75 M²
Quadra E 16 Lotes 47.070,64 M²
Quadra F 13 Lotes 39.301,30 M²
Quadra G 18 Lotes 53.647,91 M²
Quadra H 22 Lotes 63.553,21 M²
Quadra I 16 Lotes 46.667,83 M²
Quadra J 02 Lotes 13.691,18 M²
Quadra L 02 Lotes 14.400,75 M²
Sub – Total 1.162.188,57 M²
50
O Valor de Venda dos lotes
Em reunião havida entre o profissional e vários colegas do setor imobiliário de Laguna,
após verificação através de pesquisa e estudo de mercado, convictos de que o
loteamento será facilmente comercializado, tendo em vista tratar-se de
empreendimento com completa infraestrutura, com padrão condizente com a
realidade local e regional, aliado à carência de incorporações desse porte no
município, ou região de Laguna, além da inexistência de Loteamentos residências
sendo ofertados no momento, estabelecemos como estimativa de venda das áreas, em
aproximadamente R$ 25,00 (Vinte e cinco reais) o metro quadrado do lote, após a
implantação do loteamento.
Vv = 1.304.660,59 x 25,00
Vv = 32.616.514,75
Custos Diretos
Após a conclusão da análise do projeto, levantamos os valores dos seguintes custos
diretos:
51
Custos Indiretos
Pela análise do projeto constamos a necessidade dos valores dos custos indiretos
seguintes:
Lucro do Incorporador
Em contato com diversos empreendedores, no ramo de loteamento, verificamos que
na região, o lucro mínimo esperado é de 25%(Vinte e Cinco por Cento) da receita,
dessa forma, o cálculo do Lucro do Incorporador, será a aplicação do percentual de
25%, sobre o Valor de Venda, da seguinte maneira:
Vv = 25 % x 32.616.514,75
Vv = 8.154.128,69
Onde:
Vg = Valor da Gleba
Vr = Valor da Receita
Vcd = Valor do Custo Direto
Vci = Valor do Custo Indireto
Li = Lucro do Incorporador
Vg = 32.616.514,75 – 19.897.128,69
Vg = 12.719.386,06
52
ÁREAS RURAIS
INTRODUÇÃO
Por IMÓVEIS RURAIS define a Norma 14643-3:2004 = Imóvel com vocação para
exploração animal ou vegetal, qualquer que seja sua a localização.
QUANTO A DIMENSÃO
Módulo Fiscal = Unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município,
considerando os seguintes fatores:
Tipo de exploração predominante no município;
Renda obtida com a exploração predominante;
Outras explorações existentes no município que, embora não predominantes,
sejam significativas em função da renda ou da área utilizada; e
Conceito de propriedade familiar.
QUANTO A EXPLORAÇÃO
TERRAS
Terra Bruta;
Terra Nua;
Terra Cultivada
BENFEITORIAS
53
VEÍCULOS
SEMOVENTES
(Os constituídos por animais selvagens, domesticados ou domésticos)
RECURSOS NATURAIS
a) Florestais;
b) Hídricos;
c) Minerais.
FRUTOS
DIREITOS
a) Servidões;
b) Usufrutos;
c) Concessões;
d) Comodatos;
e) Direitos hereditários
f) Direitos possessórios;
g) Outros.
CONSIDERAÇÕES
BENFEITORIAS
Reprodutivas:
São as culturas permanentes: pastagens, reflorestamento, pomares, etc.
Não-Reprodutivas:
São as acessões industriais: edificações, cercas, instalações em geral, etc.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
MÉTODO SINTÉTICO
Na realidade o método consiste na comparação com outra área rural, porém devemos
observar com maior cuidado, pois os fatores produtividade e qualidade das terras,
ainda que na mesma região, poderão ser diferentes. A avaliação de benfeitorias e
semoventes, são avaliadas à parte.
Em 1.971, o Escritório Técnico de Agricultura Brasil-Estados Unidos, fez a classificação
das classes de terras relacionada com sua capacidade de produzir rendas, cujo
resultado pode ser visto na tabela abaixo:
CLASSE CARACTERÍSTICAS
55
Observada a grande importância do escoamento da produção das fazendas, o
engenheiro Otávio Teixeira Mendes Sobrinho, tabelou o quadro considerando a
influência do valor da terra em função da facilidade de escoamento, conforme abaixo:
SITUAÇÃO CARACTERÍSTICAS
Ótima - 100% Imóvel com face para rodovia asfaltada, importância limitada das distâncias.
Imóvel servido por rodovia de primeira classe, não pavimentada, importância relativa das
Muito boa - 90%
distâncias.
Imóvel servido por rodovia não pavimentada, mas que ofereça seguras condições de
Boa - 80%
praticabilidade, durante todo ano, importância significativa das distâncias.
Regular - 70% Imóvel servido por rodovia secundária em condições satisfatórias de praticabilidade.
Sofrível - 60% Imóvel servido por rodovia secundária em condições relativas de praticabilidade.
Inconveniente -
Imóvel servido por rodovia secundária em más condições de praticabilidade.
50%
Como a anterior, porém interceptada por fechos nas servidões e com problemas sérios de
Má - 40%
praticabilidade na estação chuvosa, distância e classe de estrada equivalendo.
Como a anterior, com sérios problemas de praticabilidade mesmo na estação seca,
Péssima - 30%
interceptada por córregos e ribeirões, sem pontes, com vau cativo ao volume das águas.
EXERCÍCIO 16
Calcular o valor de uma propriedade rural, de terras para culturas, com pequenos
problemas de conservação, com a área de 567.832,54 M², imóvel este que faz frente
para rodovia de primeira classe.
Segundo informações na redondeza, recentemente foi vendida uma fazenda, em terra
para culturas, sem problemas de conservação, no valor de R$ 15.000,00/ha, com
frente para rodovia asfaltada.
56
FAZENDO O ENQUADRAMENTO DOS IMÓVEIS
O primeiro imóvel está (terras para culturas, com pequenos problemas de conservação
– classe II, com frente para rodovia de primeira classe – situação Muito boa).
O primeiro imóvel está (terras para culturas, sem problemas de conservação – classe I,
com frente para rodovia asfaltada – situação ótima).
Com estes dados, iremos calcular o valor do hectare do terreno a ser avaliado, através
de uma regra de três, da seguinte maneira:
15.000,00 1,00
X 0,81
Encontrado o valor do hectare, basta multiplicar o valor encontrado pela área, para
obtermos o valor da terra nua. Da maneira como segue:
V(tn) = 689.877,00
BENFEITORIAS REPRODUTIVAS
VALOR FINAL
58
ALUGUÉIS
INTRODUÇÃO
Para falarmos de Arbitramento de Aluguel, vamos iniciar lembrando a legislação que
rege cada tipo de locação, são elas:
Neste momento é necessário estabelecer que a locação dita Rústica (de prédios rurais)
são as locações incidentes em imóveis utilizados para o fim rural, portanto mesmo
estando determinado imóvel dentro da zona urbana, poderá eventualmente ser regido
pelo Estatuto da Terra e vice-versa, ou seja, imóveis situados na zona rural poderão
estar sujeitos à lei 8.245/91.
Para tanto, especial atenção deve ser dada na utilização dos dados utilizados na
amostragem, principalmente quando utilizados aluguéis com distintos períodos de
reajuste ou estágios do contrato, devendo ser observados os seguintes procedimentos:
Assim é que, especial atenção deve ser dada na utilização dos dados utilizados na
amostragem, principalmente quando utilizados aluguéis com distintos períodos de
reajuste ou estágios do contrato, devendo ser observados os seguintes procedimentos:
59
PELA REMUNERAÇÃO DO CAPITAL
A norma determina que este método só deverá ser utilizado em casos isolados ou
atípicos em que a comparação direta de dados seja impraticável. Somente nesses
casos, o aluguel será determinado em função do valor do imóvel.
A taxa de remuneração dever ser objeto de pesquisa específica para cada caso, pois
varia para cada tipo de imóvel, localização e, também, ao longo do tempo,
dependendo da conjuntura econômica.
AÇÕES JUDICIAIS
A necessidade de estabelecer o montante exato a ser cobrado num contrato de
locação, ocorre num cenário bastante amplo. Podemos sentir essa necessidade no
início da locação comercial, ou residencial, ou nas ações revisionais.
60
MÉTODO COMPARATIVO DE DADOS DO MERCADO
Devemos sempre lembrar que os dados obtidos na pesquisa deverão ser o mais
semelhante possível com o imóvel avaliando, sob pena do resultado ser distante da
realidade, fazendo imprestável, o trabalho apresentado.
Exercício 13
Vm= 4,47 + 4,04 + 4,44 + 4,57 + 4,95 + 5,42 + 5,42 + 6,61 + 4,95 + 4,91/10
Para encontrarmos o valor locativo, basta multiplicar a área pelo valor médio:
MÉTODO DA RENDA
Neste método iremos estabelecer como capital para rendimentos, o valor do imóvel,
ou seja, deveremos avaliar o terreno e benfeitoria, pelos métodos tradicionais
anteriormente vistos, para depois aplicarmos a taxa líquida anual que queremos
aplicar como forma de remuneração do capital. Assim, as taxas aceitáveis são:
61
Imóveis residenciais têm taxa variável de 5% a 12% a.a. (quanto maior e mais luxuoso,
verifica-se menor ser a taxa), lojas comerciais (8% a 12 % a.a.), salas comerciais (6% a
10% a.a.).
A Jurisprudência maciça do antigo Tribunal de Alçada Cível do Rio de Janeiro (que
antes de ser extinto, em 1.998, era a Instância Superior encarregada de julgar em
segundo grau as ações de locação) consagrou a taxa de 8% a.a. para imóveis
residenciais em geral e 10% a 12% a.a., para os comerciais. Após a promulgação do
Plano Real em julho de 1.994, estão sendo revistas.”
José Fernandes Arend e Domingos Bonin, ambos engenheiros civil, em sua apostila -
“Avaliação de Imóveis - Subsídio à formação do valor de mercado”, à página 53, traz a
seguinte tabela de taxas liquidas:
Residencial
Padrão Alto de 5% a 8% a.a.
Padrão Normal de 8% a 10% a.a.
Padrão Baixo de 10% a 12% a.a.
Mais à frente, o professor Sérgio Antonio Abunahman, em seu livro “Curso Básico de
Engenharia Legal e de Avaliações” 2ª edição, maio de 1998, Editora PINI, São Paulo, SP,
mais especificamente nas Páginas 147 e 148, temos:
“Tese apresentada no XI Congresso Pan-Americano de Avaliações realizado em agosto
de 1.979, em São Paulo, após pesquisa em várias regiões daquela cidade, apresentou
uma taxa líquida para imóveis residenciais, observando-se, de modo geral, que, quanto
maior e mais luxuoso for o imóvel menor será a taxa, verificando-se que a taxa de
renda líquida empregada no cálculo dos aluguéis comerciais (12% ao ano) não pode ser
aplicado indistintamente para imóveis residenciais, visto que estes apresentam taxas
mais elásticas, sendo diretamente relacionada com o padrão construtivo do imóvel”.
Assim, podemos, de forma geral e explicativa, montar o seguinte quadro:
Exercício 14
62
Com o valor do aluguel anual, apenas dividimos por 12, para encontrar o valor mensal:
A = 7.800,00 ÷ 12 » A = 650,00
Com o valor do aluguel anual, apenas dividimos por 12, para encontrar o valor mensal:
A = 14.400,00 ÷ 12 » A = 1.200,00
As locações rústicas ou rurais são regidas pela lei 4.504/64, conhecida como
estatuto da terra, portanto tratadas com normas diferentes, das aqui tratadas.
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REDAÇÃO DE LAUDOS
CAMPO DE ATUAÇÃO
O serviço que o Corretor de Imóveis poderá atuar refere-se principalmente nos
campos de:
Avaliação de terrenos;
Avaliação de Casas;
Avaliação de apartamentos;
Avaliações de pontos comerciais;
Avaliação de conjuntos comerciais;
Avaliação de shoppings;
Avaliação de Hospitais;
Avaliação de Escolas;
Arbitramento de aluguéis;
Avaliações de rendimentos;
Avaliações de glebas;
Avaliação de imóveis rurais;
Outras.
Finalidades
No âmbito privado:
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determinado imóvel, o laudo deverá possuir um estilo próprio, fundamentalmente
com (Segundo o Engenheiro José Fiker):
LAUDOS JUDICIAIS
Como Assistente técnico das partes, estaremos trabalhando para a parte que nos
contratou. Dessa forma, mesmo procurando encontrar o caminho do mais justo, ainda
assim, estaremos trabalhando para uma das partes envolvidas e nos cabe, defender
nosso cliente, com guarida técnica, destacando os pontos relevantes a seu favor
colhidos do laudo do Perito e criticando aqueles que não lhe pareçam corretos, ou
mesmo apontando os equívocos em que tenham incorrido o trabalho pericial.
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Para a nomeação como Perito do Juiz, em muito dependerá do grau de conhecimento
mantido entre o profissional e o Juiz. Portanto, vale uma visita ao Juiz onde o Corretor
irá apresentar um trabalho por ele efetuado, acompanhado de “curriculum vitae”,
para conhecimento do magistrado sobre sua qualificação.
Neste instante, cabe uma ressalva importante: Não muito raro, o Juiz o nomeará para
atuar em processos onde as partes não poderão arcar com o ônus da perícia. Cabe ao
profissional decidir o interesse em trabalhar sem receber. O profissional não é
obrigado, porém no nosso sentir, nem sempre é interessante recusar. Dessa decisão,
poderá o Juiz “entender que o profissional igualmente estará com problemas para
atuar em processos envolvendo grandes valores” e fazer um favor a esse profissional
não o constrangendo em novas recusas.
No nosso campo de atuação, na esfera judicial, nossa maior atuação será: AÇÕES
ONDE HOUVER NECESSIDADE DE ESTIPULAR O VALOR DE VENDA DE IMÓVEIS e EM
AÇÕES RENOVATÓRIAS e AÇÕES REVISIONAIS.
REVISIONAL é a ação proposta com o fim único de estabelecer o exato e justo valor de
mercado da locação revista, em contratos, residências ou comerciais, depois de
decorridos 03 (três) anos.
Além das duas ações acima, ainda pode o Corretor de Imóveis avaliador, ser nomeado
em qualquer ação cuja discussão envolva valor do imóvel, quer seja para locação ou
venda, assim é que poderá o Corretor ser nomeado em ações de: Desapropriações e
ordinárias (por demais abrangentes e complexas, são todas ações que versem sobre
indenizações por danos causados a terceiros e as demais que envolvam a participação
pecuniária onde exista a necessidade de estabelecer o valor exato do imóvel), bem
como todas ações de execução, onde exista dúvida do valor do bem dado em garantia.
Geralmente nos processos judiciais, além do LAUDO DE AVALIAÇÃO, ainda pode ser
solicitada a resposta a alguns quesitos.
Quesito é a formulação de indagações que as autoridades Judiciárias ou as partes
fazem ao Perito.
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O aconselhável é a resposta aos quesitos em lauda separada da avaliação
propriamente dita, que deverá possuir a seguinte forma: No frontispício é lançado o
endereçamento a quem é dirigido o trabalho, por exemplo:
LAUDOS EXTRAJUDICIAIS
Na elaboração dos laudos extrajudiciais os profissionais estarão libertos do rigor dos
laudos judiciais, porém, nem por isso se fará um laudo fora dos padrões com o mínimo
de rigor redacional, com técnica e apuro na apresentação.
Embora existam os mais diversos tipos de laudos extrajudiciais, vamos nos concentrar
nos de avaliação.
LAUDOS DE AVALIAÇÃO
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NOÇÕES DE PERÍCIAS
Conceito de Perícia
O Perito
Técnico ou especialista que opina sobre questões que lhe são submetidas pelas partes
ou pelo Juiz, a fim de esclarecer fatos que auxiliem o julgador a formar sua convicção.
(Wikipédia)
Acentua o parágrafo primeiro do artigo 145 do CPC, que os peritos serão escolhidos
entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe
competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código.
Assim é que o parágrafo segundo do artigo 145 do CPC, estabelece que os peritos
comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante
certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.
O parágrafo terceiro do artigo 145 do CPC, diz que Nas localidades onde não houver
profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a
indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. Portanto, com base no parágrafo
terceiro, poderá o Juiz nomear sem o pré-requisito imposto.
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Campo de Trabalho
Perícias judiciais
Perito (nomeado pelo Juiz – C.P.C.)
Assistente Técnico (indicado pelas partes – Lei 8.255/92)
Aspectos gerais
Componentes da Perícia
Exame:
Perícia realizada em pessoas, documentos, etc.
Vistoria:
Perícia em bem imóvel
Avaliação:
dar valor a um direito
Por sua vez o Art. 927 e seu Parágrafo Único do mesmo Código Civil, assevera:
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
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Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
Imperícia:
O profissional não possui os conhecimentos necessários, pois nunca aprendeu.
Negligência:
O profissional aprendeu os conhecimentos, mas não os aplicou, até mesmo por
esquecimento.
Imprudência:
O profissional possui os conhecimentos, não esqueceu, mas assume os riscos,
talvez motivado por não ter acontecido nada até o momento.
Responsabilidade Subjetiva:
Aquela em que é necessário provar a culpa do agente causador do dano.
Responsabilidade Profissional
Corrupção ou venalidade;
Não há como falar em dolo no que se refere ao assistente técnico, salvo nos casos de
comprovada má fé.
Direitos e Obrigações
Para cumprir seu ofício o Perito pode se valer de todos os meios (Art. 429);
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Omissão da verdade – inabilitação por dois anos profissionais e sanção penal (Art.
147);
Não existe impedimento ou suspeição, mas exige habilitação legal (exercício ilegal da
profissão);
Questionamentos frequentes
É lícito aceitar ser assistente de uma parte, em que foi perito oficial?
O assistente pode ser denunciado pela parte contrária por atos na perícia
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Sistemática da Perícia
DEFERIMENTO DA PERÍCIA
Nomeação do Perito
O entendimento é que o Perito não pode ser Pessoa Jurídica, em virtude de não
existir Suspeição ou impedimento.
Quesitos Pertinente
Fundamentação do indeferimento
Obs.: No último caso o perito deverá deixar de responder, mas ao mesmo tempo
fundamentar sua postura
Proposta de Honorários
Extinção do processo
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Apresentação de quesitos suplementares
Entrega do laudo
Usar Art. 397, entregar laudo, mas com ressalvas, para complementação.
O Assistente Técnico pode assinar conjuntamente o laudo elaborado pelo perito (laudo
de concordância), porém, deve EVITAR esse procedimento.
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BIBLIOGRAFIA PARA OS INTERESSADOS, SE QUISEREM, PODERÃO ADQUIRIR
AVALIAÇÃO
Imóveis Urbanos Avaliação de Terrenos Método Involutivo Vertical Imóveis Urbanos Avaliação de Terrenos Método Involutivo Vertical (CD)
D'AMATO, Monica e ALONSO, Nelson Roberto Pereira D'AMATO, Monica e ALONSO, Nelson Roberto Pereira
São Paulo: PINI, 2009 São Paulo: PINI, 2009
A pericial Judicial – Como redigir laudos e argumentar dialeticamente Linguagem do laudo pericial – técnicas de comunicação e persuasão
MEDEIROS JÚNIOR, Joaquim da Rocha e FIKER, José FIKER, José
São Paulo: Liv. E Ed. Universitária de Direito (LEUD), 2ª ed. Revisada, 2006 São Paulo: Liv. E Ed. Universitária de Direito (LEUD), 2005
Avaliação de Imóveis - Manual de Redação de Laudos Manual de Avaliações e Perícias em Imóveis Urbanos
FIKER, José FIKER, José
São Paulo: PINI, 1989 São Paulo: PINI, 2005 (2ª edição de acordo com a Norma 14.653-2)
Perícias e Avaliações de Engenharia – Fundamentos Práticos Modelos de Petição para Peritos & Vocabulário Jurídico Básico
FIKER, José YEE, Zung Che
São Paulo: Liv. E Ed. Universitária de Direito (LEUD), 2007 Curitiba: Ed. Juruá, 2003
Perícias Judiciais e Engenharia – Doutrina Prática e Jurisprudência Perícias Rurais & Florestas – Aspectos processuais e casos práticos
Francisco Maia Neto YEE, Zung Che
Ed.Del Rey Curitiba: Ed. Juruá, 2007 (2ª edição revista e atualizada)
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