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ÍNDICE:
PÁG.
1. OBJETIVO 4
2. LOCALIZAÇÃO 4
3. FINALIDADE DO LAUDO 4
4. INTERESSADO 4
5. POSSEIRO 5
6. MEMORIAL DESCRITIVO 5
7. ÁREA DO TERRENO 5
8. METODOLOGIA 5
9. DA ANÁLISE DO LAUDO 5
9.1 DA BIBLIOGRAFIA 5
9.2 DA COMPETENCIA PROFISSIONAL 6
9.3 DA APRESENTAÇÃO DO LAUDO 10
9.4 QUANTO A METODOLOGIA 14
9.4.1 QUANTO A AMOSTRA 15
9.4.2 QUANTO AO TRATAMENTO TÉCNICO DOS DADOS 16
9.5 QUANTO AO PARECER TÉCNICO DE PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA 19
9.5.1 QUANTO A NORMA 19
9.5.2 QUANTO A PROFISSIONAL 19
9.5.3 DA METODOLOGIA 21
9.5.4 QUANTO AS CULTURAS 22
9.5.4.1 BANANA 22
9.5.4.2 LARANJA 22
9.5.4.3 LIMÃO 23
9.5.4.4 MAMÃO 23
9.5.5 QUANTO AS ESPÉCIMES FLORESTAIS MADEIRÁVEIS 23
9.5.5.1 VOLUME 23
9.5.5.2 VALOR 23
9.5.6 DO MEMORIAL DE CÁLCULOS E TABELAS 24
10. CONCLUSÃO 25
4
1. OBJETIVO
Analisar tecnicamente o Laudo de Avaliação Mercadológica do Perito XXX a luz das normas
técnicas vigentes, legislação, boas práticas e decisões judiciais acerca do tema.
2. LOCALIZAÇÃO:
3. FINALIDADE DO LAUDO:
4. INTERESSADO
XXX
5
5. POSSEIRO
XXX
6. MEMORIAL DESCRITIVO
A área de acordo com o laudo tem relevo misto, com áreas em declive, parte plana, parte
alagada, existe na área construções em alvenaria, em taipa, barracões, 2 poços artesianos e o
terreno encontra-se cercado em todos seus limites com estacas e arame farpado. O acesso se
dá por estrada de terra batida e piçarra com conservação regular. Não foi notada redes de água
e esgoto e existe serviço de energia elétrica disponível.
7. ÁREA DO TERRENO:
8. METODOLOGIA:
9. DA ANÁLISE DO LAUDO:
9.1. DA BIBLIOGRAFIA:
Verificamos nesse ponto que embora o laudo do Perito esteja com data de 24 de Março de 2020
o mesmo referiu-se a NBR 14653-1: Avaliação de Bens: procedimentos Gerais. Rio de Janeiro
2001.
Ocorre que a referida norma encontra-se obsoleta, visto que esta NBR foi atualizada em
27.0.2019 como percebe-se em https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=420739.
6
Segundo a norma NBR 14653-1/2019 em seu item 3.1.17 que define Engenharia de Avaliações:
E isto não é novidade da atualização da norma em 2019, mesmo analisando a versão 2001 usada
pelo perito encontramos em seu item 3.19 a definição do engenheiro de avaliações:
Ou em decisão do TRF-4:
Portanto o Laudo não foi elaborado por profissional Habilitado para realiza-lo de acordo com
as normas técnicas vigentes.
Conforme item 9 da norma NBR 14653-1 que trata da apresentação do laudo de avalição ficaram
evidentes a ausência ou incorreção de alguns elementos importantes:
j) especificação da avaliação
Como pode-se perceber na página 5 nenhuma classificação foi dada em relação a precisão.
Observamos ainda que o perito afirma ter obtido o grau de fundamentação I no laudo, sem ter
demonstrado objetivamente como. Vejamos os quadros de enquadramento da fundamentação
para o método comparativo direto de dados de mercado de acordo com a norma:
12
Ou seja, se ele tivesse utilizado essa metodologia para tratamento ele necessitaria demonstrar,
como obteve o grau de fundamentação em relação aos 6 parâmetros normativos acima
descritos pela norma.
A norma ainda tem outra metodologia para o método comparativo direto de dados de mercado,
que seria o tratamento por fatores. Se ele tivesse usado o tratamento por fatores:
14
Ou seja, se ele tivesse utilizado essa metodologia para tratamento ele necessitaria demonstrar,
como obteve o grau de fundamentação em relação aos 4 parâmetros normativos acima
descritos pela norma.
Portanto o Laudo não permite afirmar qual o grau de fundamentação adotado e sequer
apresenta o grau de precisão.
Aqui reside um grave equívoco do laudo na escolha da metodologia, visto que a quantidade e a
qualidade das amostras obtidas pelo perito se mostraram inadequadas para o uso do método.
15
Foram coletados conforme páginas 10 e 11 do laudo apenas 6 dados para referência de preços
e sem nenhuma homogeneização e tratamento técnico dos dados obtidos.
Quanto a quantidade de dados a norma NBR 14653-2 apresenta em sua tabela I que a
quantidade mínima de dados de mercado, efetivamente utilizados seja:
Onde K, é o número de variáveis independentes, no caso o perito optou por escolher apenas
uma variável independente, que seja a área. Ou seja, a quantidade de dados mínimas para essa
avaliação seriam 6 se todos fossem utilizados.
Importante salientar que o aspecto número de dados é apenas um de 6 elementos que devem
ser levados em consideração para enquadramento do grau de fundamentação.
No caso o perito optou sem nenhum tipo de tratamento técnico por considerar os 6 dados em
seu cálculo, mesmo esses dados se mostrando totalmente discrepantes com o imóvel avaliando.
Senão vejamos, o terreno avaliando de acordo com o laudo tem 13.877,28 m² em compensação
os dados obtidos para comparação foram:
% da área do do
Área (m²)
Avaliando
Avaliando 13877,28
Amostra 1 6750 -51,36%
Amostra 2 7200 -48,12%
Amostra 3 11000 -20,73%
Amostra 4 4060000 29156,45%
Amostra 5 50000 260,30%
Amostra 6 43000 209,86%
Portanto, além da quantidade de elementos serem insuficientes para essa avaliação os dados
coletados em mercado para ser usado como referência de comparação com o imóvel
avaliando, quer pelas grandes diferenças de áreas, bem como pelas condições de
infraestrutura, pois alguns deles possuíam muro ou ficava em estrada pavimentada, sem que
isso fosse levado em consideração ou justificado, o que definitivamente torna inconsistente o
método utilizado.
Ou seja, de acordo com a norma existem duas formas apenas de tratar os dados de uma
amostra, e nenhum dos dois critérios foram utilizados pelo Perito. Portanto, o perito não
trabalhou seus cálculos em cima de uma amostra tratada ou homogeneizada como determina
a norma.
Vejamos o que diz a norma para Avaliação de Imóveis Urbanos do Instituto Brasileiro de
Avaliações e Perícias/SP sobre saneamento das amostras:
AMOSTRA
Valor/m² Distância a Média
Amostra 1 R$ 118,52 R$ 43,22
Amostra 2 R$ 55,56 0
Amostra 3 R$ 31,82 -R$ 43,48
Amostra 4 R$ 9,61 -R$ 65,69
Amostra 5 R$ 120,00 R$ 44,70
Amostra 6 R$ 116,28 R$ 40,98
Média R$ 75,30
1,3x Média R$ 97,89
0,7x Média R$ 52,71
SANEAMENTO I
Valor/m² Distância a Média
Amostra 1 R$ 118,52 R$ 30,08
Amostra 2 R$ 55,56 -R$ 32,88
Amostra 3 R$ 31,82 -R$ 56,62
Amostra 4
Amostra 5 R$ 120,00 R$ 31,57
Amostra 6 R$ 116,28 R$ 27,84
Média R$ 88,43
1,3x Média R$ 114,96
0,7x Média R$ 61,90
SANEAMENTO II
Valor/m² Distância a Média
Amostra 1 R$ 118,52
Amostra 2 R$ 55,56 -R$ 47,03
Amostra 3
Amostra 4
Amostra 5 R$ 120,00
Amostra 6 R$ 116,28
Média R$ 102,59
1,3x Média R$ 133,36
0,7x Média R$ 71,81
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SANEAMENTO III
Valor/m² Distância a Média
Amostra 1 R$ 118,52
Amostra 2
Amostra 3
Amostra 4
Amostra 5 R$ 120,00
Amostra 6 R$ 116,28
Média R$ 118,27
1,3x Média R$ 153,75
0,7x Média R$ 82,79
Ou seja, apenas 3 elementos restariam na amostra saneada, o que seria insuficiente para a
realização da avaliação com grau de fundamentação mínimo, conforme tabela I da Norma já
citada anteriormente.
Isto, prova que a amostra era insuficiente e não homogênea com o dado avaliando, o que
resultaria em um LAUDO SEM FUNDAMENTAÇÃO.
Para as avaliações dos componentes dos Imóveis rurais existe uma norma, a NBR 14653-3 que
em nenhum momento foi citada no referido documento. Porém, por se tratar de uma avaliação
a mesma está sujeita aos rigores também da norma NBR 14653-1.
Verificando junto ao site do CREA, que tem área de consulta de profissionais de forma pública e
gratuita, e que deveria ser verificado pelo perito diga-se de passagem, a profissional encontra-
se inadimplente desde 2014, conforme imagem abaixo retirado de consulta no dia 06 de Junho
de 2020.
Sendo assim a profissional não cumpriu com suas obrigações e vejamos as consequências
dispostas na mesma lei:
Portanto, o registro profissional da Engenheira deve ser considerado cancelado e a mesma por
desenvolver essa atividade regulada exerceu ilegalmente a profissão.
Sendo assim o judiciário não deve acolher o laudo por possuir parte dele autoria de
profissional com registro cancelado.
9.5.3. DA METODOLOGIA
A engenheira agrônoma XXX não usou o método recomendado pela norma e nem justificou o
não uso.
“Para obtenção dos valores, foi usado método comparativo direto com
os valores de mercado, tendo em vista a obtenção mais precisa das
informações”.
Quanto ao roteiro de entrevistas. Por que o mesmo não foi juntado ao laudo para que ficasse
demonstrada de forma clara e transparente os fundamentos do laudo?
Prossegue a engenheira:
Ora, que fontes são essas que não podem ser citadas em um documento técnico isento que
permitam uma consulta ou confirmação dos dados obtidos?
Embora não dita a fonte no Laudo, qualquer pessoa, por mais leiga que seja pode encontrar
algumas dessas informações (embora apenas uma única fonte não seja suficiente) no site:
http://www3.ceasa.gov.br/prohortweb/?page=reports.consulta_relatorio_preco_medio_mens
al
9.5.4.2. Laranja:
9.5.4.3. Limão:
9.5.4.4. Mamão:
23
Isso considerando o preço direto ao consumidor, não levando em conta, por exemplo, que
geralmente o produtor vende no atacado para os distribuidores ou feirantes, por um valor ainda
mais baixo.
Outra pergunta que se faz, toda a produção será vendida? Não há nenhuma perda? Não há
nenhum investimento para a produção? É um negócio ausente de riscos? Qual o valor presente
líquido do negócio?
9.5.5.1. Volume:
9.5.5.2. Valor:
Qual a fonte da pesquisa de valores já que foi utilizado o método comparativo direto de dados
de mercado?
Observa-se que foi considerada uma simples média para obtenção do valor de mercado dos
imóveis, sem nenhum tratamento dos dados e nem levando em consideração a
heterogeneidade dos dados coletados, principalmente em relação as áreas, muito discrepantes
em relação ao avaliando, ou a infraestrutura.
Quanto aos valores da casa de taipa, barraca de estocagem, poço artesiano e açude nada foi
demonstrado como fonte de obtenção de valor.
24
Quanto ao custo da casa de alvenaria, não foi justificado o uso do CUB desonerado. Também
não foi justificado e nem dada a fonte do percentual de depreciação em 10%.
Também não foi considerado no cálculo o BDI conforme tabela de grau de fundamentação
previsto na norma NBR 14653-2.
10. CONCLUSÃO:
Como pudemos demonstrar nada disso se apresenta como característica do laudo pericial
apresentado.
Para que o resultado do laudo fosse o valor de mercado necessitaria se descobrir a quantia mais
provável pela qual se negociaria voluntária e conscientemente um bem, em uma data de
referência, dentro das condições do mercado vigente.
Utilizar um valor médio que não representa as condições do mercado vigente não me parece
que possa ser levado em consideração como uma fundamentação técnica e científica que se
espera de laudo pericial.
Que a nova perícia tenha de 30 a 60 para realização, para que possa ser feita com calma e
fundamento.