Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO
O ciclo sedimentar se inicia a partir da ruptura ou desagregação das rochas de uma área
fonte ou província geológica pré-existente, a qual fornece fragmentos que são eventualmente,
transportados e depositados em locais mais baixos topograficamente, constituindo os
sedimentos.
Por definição, o intemperismo encerra o conjunto de processos operantes na superfície
terrestre que ocasionam a desagregação e/ou decomposição da superfície das rochas. É em
essência uma adaptação dos minerais das rochas às condições superficiais, bastante diferentes,
daquelas em que elas se formaram.
Pelo já visto acima, o intemperismo tem maior ou menor atuação sobre as rochas da crosta,
a depender do tipo ou composição da rocha, da topografia, do clima, e do tempo geológico.
A composição química da rocha fornece suas características de resistência à abrasão,
tensão e compressão. A topografia fornece a gravidade, podendo, inclusive, modificar
localmente o clima de uma área.
O clima, por sua vez, é o resultado das variações de temperatura, umidade, do regime dos
ventos, da evaporação, da insolação, etc., fatores esses relacionados com as atividades
biológicas. Tais fatores dependem também da latitude.
Finalmente, o tempo geológico é parâmetro mais importante que a natureza dispõe para a
realização de seu constante modelamento da crosta terrestre.
3
das plantas. Estes ácidos aumentam conseqüentemente a efetividade da água como agente de
decomposição das rochas. As águas subterrâneas possuem em média 0,1-0,5g/litro de material
dissolvido.
A efetividade do intemperismo químico é influenciada principalmente, pelo tipo de
material (rocha fonte), clima, topografia, cobertura vegetal e tempo de exposição das rochas aos
processos de intemperismo.
Considerando a natureza da rocha fonte, a depender da maior ou menor estabilidade dos
minerais às condições físico-químicas do ambiente, maior ou menor será a intensidade de
atuação dos processos de intemperismo químico.
Olivina, augita, hornblenda, ortoclásio (albita), microclina, muscovita, sílex e quartzo
(zircão, turmalina). O quartzo é o mais resistente, mas mesmo o quartzo em clima tropical
úmido sofre dissolução lenta..
Pelo visto acima, a listagem representa a série de estabilidade química de minerais segundo
GOLDICH. A olivina é o menos estável, o quartzo, o zircão e a turmalina são os mais estáveis.
Esta relação entre as séries de cristalização magmática de BOWEN e a série de estabilidade do
GOLDICH, indica que, os minerais das rochas ígneas cristalizados nos estágios finais do
resfriamento do magma, são mais estáveis nas condições superficiais do que os minerais
formados em um estágio precoce de cristalização.
O clima úmido fornece o ambiente mais propício aos processos relacionados com o
intemperismo químico, especialmente condições de umidade e calor. Ele também favorece o
desenvolvimento abundante da vegetação e, conseqüentemente, o aumento da quantidade de
ácidos húmicos de origem orgânica.
Como já foi dito, o intemperismo químico é o processo de decomposição da rocha através
de reações químicas; estas reações podem ser: oxidação, redução, hidrólise, hidratação,
decomposição por acido carbônico e dissolução.
A oxidação é um dos primeiros fenômenos de decomposição subárea. É em essência uma
reação com o oxigênio para formação de óxidos, ou com o oxigênio e a água para formação de
hidróxidos. Os elementos mais suscetíveis à oxidação são: carbono, nitrogênio, fósforo, ferro e
manganês. Assim, por exemplo, o ferro bivalente (Fe +2) passa para a forma trivalente (Fe +3)
provocando modificações na estrutura dos minerais ricos em ferro. O aparecimento nas rochas
de cores amareladas e avermelhadas é característico das reações de oxidação do ferro.
A redução é uma reação de retirada do oxigênio de uma substância pela atuação de
redutores, tais como gás sulfídrico (H2S), carbono (C) e hidrogênio (H2), produtos comuns em
ambientes de putrefação.
A hidratação é o fenômeno da incorporação da água à estrutura cristalina e hidrólise é a
reação dos minerais com a água. A hidrólise dos feldspatos é uma das reações mais importantes
no intemperismo químico, já que os feldspatos são os minerais mais abundantes nas rochas
primárias (62 % do total dos minerais na rocha, segundo Wedepohl, 1969). Por exemplo:
2KAlSi3O8 + 9H2O + 2H+ Al2Si2O5(OH)4 + 4H2Si4 + 2K+
(Ortoclásio) (Caulinita)
feldspato argila
Parte do CO2 da atmosfera dissolvido na água se combina com esta formando ácido
carbônico (H2O + CO2 = H2CO3), que apesar de ser um ácido bastante fraco é, provavelmente,
o agente mais importante deste tipo de intemperismo.
4
Os ácidos presentes na água, tem papel importante no processo de dissolução. Assim por
exemplo, a dissolução de um calcário (CaCO3) em água pura é muito lenta, mas se esta água
possuir alguma acidez, a presença do íon H+ facilita a dissolução do calcário.
No segundo estágio, os minerais da superfície das rochas são totalmente decompostos mas
percebe-se, ainda, a textura original da rocha. No último estágio a rocha encontra-se totalmente
decomposta, não mais se percebendo sua textura original no solo (= regolito = manto do
5
intemperismo). Nas áreas onde não ocorrem freqüentes deslizamentos, a passagem de um
estágio a outro é transicional, gradual.
6
É também característico nos processos de intemperismo, em climas tropicais, a formação
de hidróxidos de alumínio e ferro. Este processo é denominado de laterização. Caracteriza-se
por uma intensa lixiviação, devido a alta pluviosidade, permanecendo no final no subsolo apenas
um resíduo dos produtos de menor solubilidade, como o ferro e o alumínio na forma de
hidróxidos. Ao produto final da laterização dá-se o nome de laterita, e, no caso de ocorrer o
predomínio de alumínio o produto recebe o nome de bauxita. A bauxita é o minério de alumínio
utilizado para a obtenção do metal alumínio.
FORMAÇÃO DO SOLO
Perfil do Solo
O solo apresenta horizontes ou níveis com espessuras variáveis, podendo estar ausentes,
designados pelas letras de A a D.
A - sujeito à ação direta da atmosfera, geralmente fofo, intensamente alterado e contendo a vida
bacteriana. Contém húmus (minerais e matéria vegetal e bacteriana) na parte superior. Intensa
lixiviação dos compostos solúveis.
B - argilas, carbonatos e hidróxidos lixiviados (dissolvidos) do horizonte A.
C - rocha parcialmente decomposta com blocos de rocha inalterada pouco alterada.
D - rocha inalterada.
A figura abaixo mostra a evolução dos solos em climas diferentes.
7
Conclui-se que a atuação dos processos meteóricos causam a desagregação e a
decomposição da superfície das rochas; fornecem uma fração grosseira (grãos) que vai
constituir os conglomerados e arenitos, uma fração fina (silte e argila) e também uma fração
em solução (íons). Estes produtos do intemperismo posteriormente podem ser transportados
pelas águas pluviais, fluviais, ventos, gravidade, etc., e finalmente depositar, quando o agente
transportador perde ou diminui sua energia
Ao somatório do intemperismo mais o transporte chamamos de erosão. Erosão é o
conjunto de processos mecânicos e ou químicos de remoção dos materiais desagregados da
8
superfície das rochas pelo intemperismo. A erosão se manifesta principalmente pela atuação da
gravidade. A gravidade é responsável diretamente pelo escorregamento das partículas nas
encostas ou, indiretamente, movendo a água ou gelo que vão remover e transportar os
fragmentos de rochas.
Agentes erosivos e transportadores são: Mar, água, gelo e vento e substâncias dissolvidas
quimicamente precipitadas nos oceanos, lagos, rios.
SEDIMENTOLOGIA
9
= Viscosidade do fluido
V = Velocidade do fluido
S = Diâmetro da seção
d = Densidade do fluido
Regime de fluxo. O fluxo em canais aluviais pode ser classificado em regime de fluxo
Superior e Inferior com uma transição entre ambos.
O número de Froude é aplicável quando o fluxo tem uma superfície livre, como, por
exemplo, um rio.
V
Fr = V = Velocidade
Pg
P = Profundidade
g = Aceleração da gravidade
10
Arrasto (tração/deslizamento)
Transporte físico ou mecânico Saltação
Suspensão
11
12
Este processo de seleção granulométrica é função de vários fatores, entre eles:
do tipo de agente transportador (água, vento, gelo);
das variações climáticas da área (para um mesmo tipo de agente a intensidade de sua
atuação varia se for época de chuvas ou de seca);
do tipo da área (em uma mesma área podem ocorrer vários tipos de agentes de
transporte); e,
da localização da área (os agentes têm locais preferenciais de maior e menor energia. Ver
a figura a acima do rio).
Uma feição característica das rochas sedimentares é a estratificação, conseqüência dos
processos envolvidos na sua formação. Estratificação é a disposição em estratos ou camadas. A
estratificação pode ser plano paralela (horizontal) ou cruzada. A configuração destes estratos ou
camadas, que podem variar muito em espessura, é conseqüência da:
Variação da competência do agente transportador (o que acarreta diferenças
granulométricas);
Provisão ou quantidade do material sedimentar intemperizado a ser transportado;
Capacidade de solubilidade do meio ou agente transportador.
13
Nas regiões elevadas topograficamente, embora a concentração de água seja menor, as
encostas são íngremes com material permanentemente sendo decomposto pelo intemperismo e,
portanto, sendo removido rapidamente. Com um gradiente elevado e com bastante material
disponível, torna-se possível o transporte de fragmentos mais grosseiros. A medida que a encosta
vai se suavizando, há uma queda de energia do agente transportador (gravidade ou água de um
rio), e ele não é mais capaz de transportar as partículas maiores ou mais densas. Assim próximo
da origem (ou fonte) do rio material a ser transportado temos os seixos e cascalhos (1), em
seguida as areias (2), depois o silte (3) e finalmente as argilas (4).
14
A água meteórica ou água de precipitação, se infiltra (fenômeno da percolação) no regolito
e em algumas rochas sedimentares porosas. Desta forma os interstícios do regolito ou da rocha
estão saturados de água, desde o substrato impermeável até a superfície piezométrica, ou nível
freático da área; distingue-se assim:
Zona de saturação: abaixo da superfície piezométrica.
Zona de aeração: acima da superfície piezométrica.
A água de subsuperfície retira íons e moléculas das substâncias sólidas e gasosas pelo
processo de dissolução e, ao percolar chão adentro, carrega consigo as substâncias dissolvidas
(dissolução + carreamento = lixiviação). Como há substâncias mais e menos solúveis, o
fenômeno de lixiviação também é seletivo, deixando o material residual enriquecido em
substâncias insolúveis.
Na laterização há uma concentração maior de hidróxidos de alumínio e de ferro e remoção
dos mais solúveis. Laterita é um material muito rico em ferro residual que capeia chapadas em
locais de alta pluviosidade.
A mobilidade relativa dos óxidos dos principais elementos químicos das rochas decresce a
partir do cálcio e sódio para magnésio, potássio e alumínio. Por isso as rochas submetidas a
15
processos de intemperismo químico tendem a perder principalmente esses elementos o mostram
um relativo enriquecimento nas proporções de óxidos de ferro, alumínio e silício.
Quando o material solubilizado atinge um sítio deposicional (bacia), podo ocorrer por
evaporação, um aumento de sua concentração a um nível de saturação e então acontecerá uma
precipitação química, dando origem aos sedimentos químicos, principalmente do tipo
evaporítico. A precipitação também obedece uma ordem de solubilização.
Alguns produtos em solução podem ser retirados através da atividade biológica, como é o
caso dos carbonatos que são extraídos pelos organismos da água para construir esqueletos,
carapaças, conchas, testas de foraminíferos etc. Com a morte do organismo esse material se
acumula, formando rochas de origem bioquímica.
Pelo exposto, podem ocorrer na crosta três grupos distintos de sedimentos: terrígenos,
químicos e um terceiro constituído dos sedimentos bioquímicos, ou seja, aqueles (gerados pela
atividade biológica (deposição de carapaças e conchas de animais, por exemplo, construídas a
partir de substâncias dissolvidas na água).
Resumindo:
O intemperismo atua em todas as rochas expostas à atmosfera, produzindo um material
desagregado e decomposto (solo, regolito ou manto de intemperismo) que eventualmente é
erodido e transportado (sedimentos mobilizados).
Os sedimentos transportados são depositados tão logo o agente de transporte perca sua
energia. Posteriormente, estes sedimentos depositados, sofrem processos de compactação e
cimentação (denominados processos diagenéticos), vindo a constituir uma rocha sedimentar.
Movimentos crustais podem elevar essas rochas acima do nível de erosão reiniciando o ciclo.
Temos assim uma cadeia de transformação:
DIAGÊNESE
16
formarem uma rocha dura como o tijolo prensado. Já a areia de praia endurece principalmente
pela introdução de substâncias cimentantes como carbonato de cálcio, óxidos de ferro, sílica etc.
Os sedimentos químicos, por sua vez, ao precipitarem, sofrem fenômenos de cristalização
que dão origem a rochas muito duras. O campo da diagênese é mostrado na figura abaixo.
4. Autigênese. Alteração de um mineral para formar outro mineral, que pode ou não atuar
como um cimento. Crescimento secundário (= intercrescimento) de quartzo sobre grãos de
17
quartzo é um exemplo. Mineral autigênico é formado de minerais e íons existentes nos
sedimentos acumulados. Feldspato autigênico pode se formar em arenitos.
7. Inversão. Substituição de um mineral por seu polimorfo (um mineral tendo a mesma
composição química mas diferente forma cristalina), comumente acompanhada por
recristalização. A aragonita das conchas de moluscos transforma-se em calcita.
Processos Biológicos
Reações químicas (bioquímicas) que ocorrem dentro da matéria orgânica depositada junto
com outros tipos de sedimentos.
18
1) Hulheização (Carbonificação). Formação do carvão = transformação da matéria
orgânica vegetal (celulose), pela eliminação da H 2O, H e O e a concentração de carbono.
Evolução da matéria vegetal em ambientes redutores apropriados.
Madeira Turfa ### linhito ### hulha ### antracito (série do carvão)
ROCHAS SEDIMENTARES
20
MORFOLOGIA DAS PARTÍCULAS SEDIMENTARES - TEXTURA
e) Estrutura - Ao contrário da textura, a estrutura trata das feições mais amplas das
rochas sedimentares e é melhor observada em afloramentos, no campo. Estratificação cruzada é
um exemplo de estrutura sedimentar.
22
TEXTURA SUPERFICIAL DAS PARTÍCULAS
ORIENTAÇÃO DA PARTÍCULA
1. Orientação do grão
2. Orientação da matriz
ESTRUTURAS SEDIMENTARES
ESTRUTURAS
TIPOS
Horizontal (Paralela), Cruzada, Ondulada e Gradacional
Acamamento fino Sedimentação lenta (Baixa energia do ambiente)
Acamamento espesso Sedimentação rápida (Alta energia do ambiente)
24
b)
Marcas ondulares. Simétrica e Assimétrica. Se formam pela ação da água corrente ou
oscilação de ondas.
25
c) Gretas de contração
Lamas argilosas e calcárias desenvolvem fendas de contração quando se ressecam, sob a
ação do calor do sol, formando uma rede de placas poligonais. Camadas de areia depositadas
acima, penetram entre as fraturas e formam moldes desse sistema poligonal. Essas feições
encontradas nos sedimentos indicam que houve exposição subaérea durante a sedimentação e
indica também se as camadas estão na sua ordem natural de exposição ou invertidas. Caso as
camadas estivessem invertidas a areia em um nível inferior preencheriam as fendas de baixo
para cima.
26
d) Corte e preenchimento (uma feição erodida preenchida). São denominadas feições
acanaladas, indicam o topo e a base das camadas e as vezes a presença de discordâncias.
27
e) Deformação convoluta ocorre no estágio plástico quando o sedimento mostra alguma
coesão e o meio ambiente apresenta alguma instabilidade. As camadas se deformam e as
camadas superiores mostram novamente estratificação plano-paralela.
28
f) Brecha Intraformacional. Fragmentos angulosos da parte inferior da própria unidade. A
sedimentação retoma às condições normais anteriores a perturbação do ambiente de
sedimentação.
29
h) Concreções. Concreções são massas geralmente nodulares ou esféricas(desde
centímetro a metro de diâmetro) de substâncias químicas e mineral diferente agregadas nos
poros de um sedimento clástico, frequentemente em torno de um núcleo. As concreções
comumente apresentam estrutura concêntrica (crescimento por deposição de películas
sucessivas) e os nódulos têm forma mais irregular. É um processo de formação diagenético de
concentração química em determinados pontos ou níveis. Existem concreções de sílex, calcário,
ferrosiderita etc.
30
31
PROPRIEDADE DOS AGREGADOS SEDIMENTARES
32
POROSIDADE
Ao contrário das rochas ígneas nas quais a porosidade é mínima, as rochas sedimentares
clásticas, possuem porosidade geralmente moderada a alta. Entende-se por porosidade a
percentagem de espaços vazios de uma rocha quando comparada com seu volume total.
É uma propriedade muito importante das rochas sedimentares e é o caminho natural por
onde se movimentam os fluidos contidos nas rochas. Fluidos como água subterrânea, gás e
petróleo podem transitar e ser armazenados nos poros das rochas sedimentares.
A porosidade nas rochas sedimentares é uma função da forma das partículas, do
empacotamento e da seleção.
Vv VT VS VV
= VS = Volume dos Sólidos
VT VT V V V S
A porosidade pode ser medida por vários métodos. Macroscopicamente ou com uma lupa
binocular através de estimativa visual ou por comparação e microscopicamente também através
de estimativa visual ou por comparação. Medidas mais precisas são realizadas através de
análises petrofísicas em aparelhos chamados porosímetros. Através de perfis elétricos tais como
perfil sônico, perfil neutrônico e de densidade obtém-se valores de porosidade bastante preciso.
Classificação da porosidade
33
b) quanto ao tipo
d) quanto a origem
pré-deposicional
sin-deposicional
pós-deposicional
Quanto melhor a seleção das partículas maior será a porosidade. Exemplo. Arenitos provenientes de
dunas eólicas.
34
e) Compactação
f) Cimentação
g) Dissolução
J) Permeabilidade
É a propriedade de um meio poroso permitir a passagem de fluidos através dele sem se deformar
estruturalmente ou ocasionar deslocamento relativo das suas partes. E' normalmente, expressa
em Darcys (D) ou milidarcys (md).
Uma rocha tem permeabilidade de 1 Darcy quando transmite um fluído de 1 cp (centipoise) de
viscosidade através de uma seção de 1 cm2 à vazão de 1 cm3 por segundo sob um gradiente
de pressão de uma atmosfera por cm2.
Q. . L
K
P
K = 1 Darcy quando:
Q = 1 cm3/seg
= 1 Cp (Centipoisy)
A = 1 cm2
L = 1 cm
P = 1 Atm
35
A permeabilidade é determinada com aparelhos denominados PERMEABILÍMETROS.
Faz-se passar pela amostra da rocha (plug) um fluxo de ar cuja vazão Q é medida e a
viscosidade () conhecida. Os manômetros fornecem a diferencial de pressão (P). A área (A) e
o comprimento (L) são conhecidos.
Ao contrário da porosidade, a permeabilidade é grandemente influenciada pelo tamanho
das partículas. Os sedimentos grosseiros possuem permeabilidades mais altas que os sedimentos
mais finos.
A permeabilidade é uma função do também da forma das partículas, da seleção, da fábrica
e do empacotamento.
A permeabilidade decresce a medida que a seleção do sedimento diminui (aumento da
heterogeneidade do tamanho dos grãos). Assim, areias finas, porém bem selecionadas, podem ter
permeabilidade igual ou maior do que areias mais grosseiras, porem mal selecionadas.
Na produção do petróleo, é a porosidade efetiva que ira determinar o cálculo do volume
das reservas, mas, é a permeabilidade que irá determinar quanto desse óleo será extraído, isto é,
recuperado.
Paralelamente aos planos de estratificação há uma maior permeabilidade devido à presença
de minerais lamelares que inibem o fluxo perpendicular à estratificação.
As variações internas de permeabilidade dependem do sistema deposicional, estágio
diagenético (cimento, minerais de argila, dissolução etc). O estudo desses elementos são
fundamentais na definição das barreiras de permeabilidade e de permeabilidade direcional. Uma
rocha não porosa é impermeável e uma rocha altamente porosa não é necessariamente
permeável, se a rocha não tiver os poros interconectados. Exemplo: as argilas são porosas, mas
bastante impermeáveis.
Escala de Permeabilidade
1 mD Baixa
1 - 10 mD Regular
10 - I00 mD Boa
100 - 1000 mD Muito Boa
1000 ou 1 Darcy Excelente
36
Ortoquímicos - São os componentes químicos formados ou quimicamente precipitados
dentro da bacia sem evidências de transporte. Ex.: Os cimentos de sílica e calcita dos arenitos.
As rochas sedimentares mais abundantes da crosta são aquelas que se formam pela erosão,
transporte, deposição e diagênese das rochas pré-existentes. São elas denominadas de terrígenas,
detríticas ou clásticas.
Segundo Pettijohn, 1955, os arenitos representam aproximadamente 32% das rochas
sedimentares crustais, os folhelhos 46% e os carbonatos apenas 22%.
A desagregação das rochas pela erosão produz fragmentos de tamanhos diversos, que vão
desde os matacões e cascalhos até a fração mais fina que é a lama. A fração que resiste aos
processos de alteração e que forma a parte mais grosseira de uma rocha sedimentar é
denominada de resistato. A fração que é quimicamente alterada na área fonte, e que é
transportada em suspensão (lama), é o hidrolisato. Por decantação, material vem a preencher o
espaço vazio entre os grãos mais grosseiros.
Posterior à deposição ocorrem fenômenos denominados diagenéticos, os quais, entre
outros efeitos, proporcionam a precipitação (a partir da água aprisionada entre grãos), de
minerais que poderão servir de liga ou cimento, de modo a promoverem uma maior união dos
grãos, formando uma rocha propriamente dita.
6.1.1. As rochas terrígenas grosseiras possuem três partes, para efeito descritivo devemos
distinguir: arcabouço, matriz e cimento.
Arcabouço - é a parte constituída pelas frações mais grosseiras e que constitui a estrutura
ou "esqueleto" da rocha, dando-lhe sustentação. No caso dos conglomerados, o arcabouço é
constituído pela fração maior do que os grânulos, ou seja, todo material maior que 2 mm. No
caso dos arenitos, o arcabouço é constituído pela fração tamanho areia, isto é, todo material
compreendido entre 2,0 - 0,062 mm.
O espaço existente entre as partículas ou grãos do arcabouço é denominado de espaço
intersticial ou poro. As rochas de granulometria fina não têm arcabouço.
Cimento - O cimento é a fração precipitada quimicamente nos poros das rochas clásticas e
é o responsável pela rigidez da rocha. Geralmente o cimento é constituído por sílica, sulfatos de
cálcio, carbonato de cálcio e magnésio ou óxidos e hidróxidos de ferro. Pode ser escasso,
37
abundante ou mesmo estar ausente. Quando existente tende a obliterar os espaços vazios pré-
existentes, tornando a rocha mais fechada ou menos porosa.
38
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Arenitos (Psamitos). São os sedimentos mais abundantes. Podem ser definidos como toda
rocha cujos constituintes tenham tamanho entre 2 e 0,062 mm de diâmetro (segundo a escala de
Wentworth).
O quartzo é o componente predominante, por ser mais duro, resistente e estável
quimicamente. Quando outros componentes entram na composição dos arenitos em quantidades
apreciáveis, estes passam a denominar-se grauvacas, ou ainda, arenitos sujos. Estes sedimentos,
em sua composição, além de grãos de quartzo, contêm feldspato, fragmentos líticos (=
fragmentos de rochas) e argilas. Esta constituição é devida ao transporte por suspensão sob
vigência de climas secos, Os arenitos limpos são constituídos, predominantemente, por grãos de
quartzo, que sofreram um transporte bastante efetivo, suficiente para eliminar os demais
constituintes de natureza instável e produzir alto grau de arredondamento nos grãos de quartzo.
Estes arenitos denominam-se ortoarenitos e encontram-se frequentemente em ambientes eólicos
(dunas), marinhas (praias) e canais fluviais.
Pelitos (Lutitos). Como pelitos são englobados todos os sedimentos cujos tamanhos dos
grãos são inferiores a 0,062 mm de diâmetro (escala de Wentworth).
Sob esta denominação, englobam-se os siltitos, em que os tamanhos dos grãos variam entre
0,062 e 0,004 mm de diâmetro e os argilitos, cujas partículas têm diâmetro menor que 0,004
mm. Os siltitos têm composição muito heterogênea, com a predominância de quartzo sobre finos
resíduos de rocha, argilas e outros minerais de natureza variável. Os argilitos podem conter alta
39
porcentagem de argilas de natureza diversa, provenientes, em geral, da alteração de feldspatos,
piroxênios e anfibólios, conferindo grande plasticidade à rocha.
Quando os pelitos possuem muita mica, esta se dispõe segundo lâminas plano-paralelas
entre os grãos finos, o que confere à rocha grande fissilidade, ou seja, a propriedade de esfoliar-
se segundo planos paralelos. Neste caso, o sedimento é denominado folhelho. Os pelitos
encontram-se comumente em ambientes de baixa energia, subaquáticos de águas calmas, tais
como, partes profundas de lagos, zonas abissais marinhas, pântanos etc.
ROCHAS ENDÓGENAS
São rochas formadas no interior da própria bacia de deposição devido a ação de material
química e biogenicamente precipitado, a partir de águas superficiais.
Os constituintes aloquímicos constituem o arcabouço das rochas carbonáticas. Os tipos
mais importantes de aloquímicos são:
Oólitos - Partículas esféricas ou ovais de estrutura concêntrica principalmente de
carbonato de cálcio. Forma-se em águas ricas em carbonato de cálcio, movimentas do tipo vai e
vem, como nas ondas do mar.
Oncólitos - Partículas formadas por acresção concêntrica geradas por algas azuis que
formam crostas descontínuas em águas agitadas e calmas.
Bioclastos - Esqueletos e pedaços de esqueletos de organismos de carapaça calcária.
Pellets - Pequenos corpos ovalados (< 0,15 mm) sem estrutura interna e origem fecal
Pelóides - Corpos de > 0,15 mm arredondados ou ovalados resultantes de fragmentos de
conchas.
Intraclastos - Componente de um calcário como fragmento erodido dentro da bacia de
deposição e redepositado dentro da bacia e na mesma formação.
Micrita - Equivale a matriz e é formado por calcita microcristalina.
Espato - Cimento precipitado quimicamente.
Dolomitas são rochas constituídas por dolomita [CaMg (CaCO 3)]. Em geral, resultam da
substituição da calcita pela dolomita ou precipitação direta da água do mar devido a evaporação.
Quando os calcários se transformam em dolomita, ocorre aumento da porosidade, porque os
cristais de dolomita são mais densos e menores que os cristais de calcita.
40
Evaporitos são rochas resultantes da precipitação da água do mar, devido a evaporação.
Formam-se em braços de mar, mares interiores, lagos salgados etc., donde o nome evaporitos.
São exemplos o sal em Cotiguiba em Sergipe e o sal de Nova Olinda, na Bacia do Amazonas.
SULFATOS ANIDRITA
GIPSITA
CLORETOS HALITA
SILVITA
CARNALITA
HIDROCARBONETOS
42
43
EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DAS ROCHAS SEDIMENTARES
ÁGUA
AREIA, PEDRAS, ARGILAS (Materiais de construção e ornamentação)
PETRÓLEO e GÁS
URÂNIO
EVAPORITOS
SULFETOS
OURO
DIAMANTE
ESTANHO
TERRAS RARAS (Columbita e Tantalita)
FERRO
ALUMÍNIO
CALCÁRIOS e DOLOMITOS
CAULIM
44