Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Definição:
Sinusite é todo processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade paranasal.
Atualmente o termo rinossinusite tem sido mais aceito, pois rinite e sinusite são doenças em
continuidade.
A rinite existe isoladamente, mas a sinusite sem rinite é de ocorrência rara.
2. Classificação:
Etiologia:
Existem várias classificações para as rinossinusite. Uma das mais utilizadas é a etiológica, que
se baseia, principalmente, no tempo de duração dos sintomas:
a) RSA viral ou resfriado comum: uma condição usualmente autolimitada, em que a duração
dos sintomas é < 10 dias.
b) RSA pós-viral: definida quando há piora dos sintomas após 5 dias de doença ou quando os
sintomas persistem por mais de 10 dias de doença.
c) RSA bacteriana (RSAB): uma pequena porcentagem dos pacientes com RSA pós-viral podem
evoluir com RSAB. Ter conhecimento da RSAB é importante para definir a necessidade de usar
antibiótico ou não.
Evolução:
De acordo com o tempo de evolução dos sinais e sintomas, é classificada em:
a) Aguda (< 12 semanas)
b) Crônica (≥ 12 semanas)
Gravidade:
Segundo à gravidade do quadro pode ser classificada em:
a) Leve
b) Moderada
c) Grave
Geralmente feita por uma escala análago-visual.
3. Fisiopatologia:
Fisiologia dos seios paranasais:
- Patência dos óstios: é importante que esses óstios dos seios paranasais se mantenham
pérvios, para evitar o prejuízo na drenagem de secreções.
- Função ciliar
- Qualidade das secreções nasais: é importante que essas secreções estejam o mais
fisiologicamente possível para que não ocorra prejuízo na drenagem, podendo levar ao
acúmulo de secreção dentro dos seios.
O mais importante fator na patogênese da rinossinusite é a patência do óstio dos seios:
- A obstrução do óstio do seio na rinossinusite aguda é mais frequente devido ao edema de
mucosa nasal.
- Na rinossinusite crônica, uma anormalidade anatômica (ex: pólipo, tumor, desvio de septo,
corpo estranho) que interfere na drenagem através do óstio está frequentemente presente.
Resumindo a fisiopatologia:
Obstrução do óstio → queda de oxigênio dentro dos seios paranasais → ocorrência de
disfunção ciliar, vasodilatação e disfunção glandular → isso gera respectivamente estagnação,
transdução e secreção viscosa → resultado: retenção de secreção espessa → isso gera uma
piora da obstrução do óstio (ciclo vicioso) e é considerado um meio de cultura para
crescimento bacteriano.
4. Etiologia:
Rinossinusite aguda bacteriana: A grande maioria dos casos é causada por S. pneumoniae e H.
influenzae (70%).
Rinossinusite crônica: Aneróbios têm um papel significante na rinossinusite crônica em
adultos (88%) – predominam cocos anaeróbios e Bacterioides sp. Quando infecções mistas
(anaeróbios e aeróbios), Streptococcus sp. e Staphylococcus aureus são os aeróbios
predominantes.
5. Diagnóstico:
Diagnósticos das sinusites agudas: Diagnóstico clínico!!!
A avaliação subjetiva dos pacientes com RSA e seu diagnóstico são baseados na presença de
dois ou mais dos seguintes sintomas cardinais:
- Obstrução/congestão nasal;
- Secreção nasal/rinorreia anterior ou posterior (mais frequentemente, mas não
obrigatoriamente purulenta).
- Dor/pressão facial/cefaleia
- Distúrbio do olfato (adultos)/tosse (crianças)
Geralmente, quando não há obstrução/congestão nasal e secreção nasal/coriza normalmente
não está diante de um quadro de sinusite, pois esses sintomas estão presentes na maior parte
das sinusites. Ex: cefaleia + distúrbio do olfato pode ser sintomas de tumor e não sinusite,
logo, na ausência de obstrução nasal e secreção nasal considerar outros diagnósticos.
A possibilidade de se estar diante de uma RSAB é maior na presença de 3 ou mais dos sinais e
sintomas a seguir:
- Secreção nasal ou presença de pus na cavidade nasal com predomínio UNILATERAL.
- Dor local com predomínio UNILATERAL
- Febre > 38°C
- Deterioração/piora dos sintomas após o período inicial de doença (critério muito utilizado
para iniciar ou não antibiótico).
- Elevação da velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C reativa (PCR) → sinais de
inflamação sistêmica.
Exames complementares:
a) Endoscopia: Permite a ampliação dos dados obtidos com a rinoscopia. Pode ser realizada
com endoscópio rígido ou flexível.
b) Radiografia simples: As alterações radiológicas que podem estar presentes na rinossinusite
aguda são: espessamento de mucosa, nível líquido ou opacificação completa do seio.
Apresenta baixa especificidade e sensibilidade, sendo pouco útil no diagnóstico de RSAB
devido ao número elevado de falsos positivos e falsos negativos.
c) Tomografia Computadorizada: A CT permitiu avaliação mais precisa do complexo óstio-
meatal, bem como do acometimento sinusal. É considerada “gold standard” para avaliação de
rinossinusite crônica (presença de espessamentos na TC). Na rinossinusite aguda: TC usada na
suspeita de complicação; programação cirúrgica quando indicada; imunossuprimidos e doença
grave.
Nota: Presença de materiais de alta densidade dentro do seio na TC geralmente está
relacionada geralmente à sinusite fúngica.
6. Tratamento:
Medidas gerais: Higiene nasal e hidratação adequada – ajuda a melhorar o Clearance de
secreção no nariz.
Corticoide tópico!!!!!!!!! – parece ser hoje a melhor opção de iniciar o tratamento – ou oral (o
oral somente em casos de gravidade: dor facial ou obstrução nasal)
Descongestionantes tópicos devem ser usados por um curto período.
O uso de anti-histamínicos H1/Sprays nasais com corticoesteroides/corticoides orais são
indicados sempre quando há suspeita de componente alérgico.
Antibioticoterapia (7-10 dias): A introdução do ATB deve ser considerada quando não há
melhora após o tto com medidas adjuvantes ou se os sintomas acentuarem. Os antibióticos
estão indicados:
- RSAB moderada ou grave
- Pacientes com sintomas intensos (febre > 37,8C e dor intensa em face).
- Imunodeprimidos (para evitar complicações)
- RSAB leve ou não complicada que não apresentam melhora com o tto inicial.
Antibióticos:
- Amoxicilina (principal)
- Amoxicilina com clavulanato – quando o paciente fez uso de ATB prévio
- Macrolídeos (claritromicina – ideal usar por 14 dias) – indicado para pacientes alérgicos
Nota: Azitromicina normalmente não é um ATB de escolha para sinusite.
- Quinolonas – boas para quadros agudos de sinusite.
- Na rinossinusite crônica pode usar clindamicina; amoxicilina + clavulanato (mais usado; por
21 dias); metronidazol + cefalosporina.
7. Sinusite fúngica:
As rinossinusites fúngicas são divididas, clinicamente, em formas invasivas e não invasivas.
Classificação que leva em conta o estado imunológico do paciente (imunodeprimidos podem
ter mais a invasiva).
Suspeita em pacientes com sinusite sem melhora com ATB.
Classificação:
a) Não invasiva
- Rinossinusite Fúngica Alérgica - Componente alérgico
- Saprófita - Geralmente em crostas dentro do nariz (no pós operatório geralmente)
- Bola fúngica - Único Seio afetado
b) Invasiva (mucomicose)
Aguda !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Paciente imunocomprometidos
- Fungo Mucor / aspergillus
- Evolução fulminante / alta mortalidade
- Febre / perda de sensibilidade do nariz (necrose do nariz)
- Evolução muito rápida
Nota: Em pacientes muito imunodeprimidos (doenças hematológicas, reumatológicas,
quimioterapia etc) é sempre importante encaminhar para locais para avaliação melhor do
paciente (endoscopia nasal entre outros exames).
Crônica
- Mais de 4 semanas de sintoma
- Indolente (normalmente não tem focos de necrose, somente descobrindo o fungo no
histopatológico).
- Aspergillus
Às vezes somente se descobre se é crônica (infiltração da mucosa por fungo) pelo
histopatológico.