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ISSN 1415-6326

CIÊNCIA VETERINÁRIA NOS TRÓPICOS

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


CIÊNCIA VETERINÁRIA NOS TRÓPICOS
Volume 13, Suplemento 2, setembro, 2010

INFORMAÇÕES GERAIS

A revista Ciência Veterinária nos Trópicos é editada quadrimestralmente pelo


Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco - CRMV - PE, e destina-se a
divulgação de trabalhos técnico-científicos (trabalhos originais de interesse na área de
ciência veterinária, ainda não publicados, nem encaminhados a outra revista para o
mesmo fim) e de notícias de cunho profissional, ligadas a área de ciência veterinária.
Reconhecida como veículo de divulgação técnico-científica pelo Conselho Federal de
Medicina Veterinária (Resolução no 652, de 18 de novembro de 1998).

Endereço para Assinatura e correspondência:


Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco - CRMV - PE
Rua Conselheiro Theodoro, 460 - Zumbi. CEP 50711-030 Recife, PE, Brasil.
Telefone: (081) 3227.2517 - Fax: (081) 3227.2092.

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Os artigos publicados nesta Revista são indexados nas bases de dados:
CABI ABSTRACTS, AGRIS E AGROBASE

Ciência Veterinária nos Trópicos, v. 1, n.1 (1998) - Recife: CRMV - PE,


1998

Quadrimestral

ISSN 1415-6326

1. Veterinária - Ciência - Periódico I. Conselho Regional de Medicina


Veterinária de Pernambuco, Recife, PE.
CDD 636.08905

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


ANAIS IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS VETERINÁRIOS
DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE
24 a 26 de setembro de 2010 - Praia de Portos de Galinhas, Ipojuca-PE

SUMÁRIO

Pag. Pag.
CARIELI, E.P.O.; LIRA, L.B. ; VAZ, S.G.; RÊGO, SILVA, D.G.B.; TORRES, S.M.; MOTA, A.E.
E.W.; MENDES, S.K.M.; MANSO FILHO, H.C. Ehrlichiose e leptospirose em equino: relato de
Cavalo de cavalgada: bioquímica sanguínea em caso....................................................................15
diferentes grupos de idade...................................9
CARDOSO, E.A.; CARDOSO, F.S.; MELO,
LIMA, M.C.; COSTA NETO, J.N. Displasia fiseal D.P.B.B.; FERREIRA, L.M.C.; MANSO,
(epifisite) em potro quarto de milha....................10 H.E.C.C.C.; MANSO FILHO, H.C. Frequência
cardíaca em cavalos marchadores durante teste
BRANDÃO, R.R.G.; SILVA, B.C.; VALENÇA, de simulação de marcha.....................................16
S.R.F.A.; CAJÚ, F.M. Frequência de afecções
distribuídas por aparelho dos equideos atendidos LIRA, L.B.; VAZ, S.G.; ALMEIDA, T.L.A.C.;
no hospital veterinário cesmac...........................11 CARIELI, E.P.O.; MANSO FILHO, H.C.;
TEIXEIRA, M.N. Amplitude de tamanho dos
PIMENTEL, M.M.L.; CÂMARA, F.V.; FREITAS, eritrócitos em cavalos de cavalgada...................17
Y.B.N.; CATUNDA NETO, A.; FERREIRA, A.L.;
AGUIAR, K.K.; FONTES, M.D.P.; DIAS, R.V.C.; ALMEIDA, L.E.; ALMEIDA, R.D.; BASSO, K.M.;
SOUZA, M.V.. Biometria em equinos mestiços de OLIVEIRA, L.A.; ROLIM, R.D.; YAMASAKI, L.;
vaquejadas no Rio Grande do Norte, Brasil.......12 Miopatia fibrótica em equino: relato de caso......18

LOUREIRO, A.B.; SILVA, A.E.; DUARTE, T.L.;


SILVA, A.E.M.; MELO, D.P.B.B.; PEREIRA, V.C.;
LEAL, L.D.; CARDOSO, E.A.; BATISTA, N.M.;
WILLCOX, E.; CARDOSO, E.A.; MANSO,
MANSO FILHO, H.C. Curva glicêmica após a
H.E.C.C.C.; FERREIRA, L.M.C.; MANSO FILHO,
suplementação com farelo de vagem de algaroba
H.C. Hematócrito e proteínas plasmáticas totais
(Prosopis juliflora) em cavalos............................13
em equinos suplementados com milho
submetidos a diferentes processamentos..........19
ALMEIDA, T.L.A.C.; MELO, S.K.M.; SANTIAGO,
T.A.; WILLCOX, E.; MANSO, H.E.C.C.C.;
COSTA, M.S.; TINOCO, A.A.C.; LEANDRO,
MANSO FILHO, H.C. Mortalidade em equinos em
E.E.S.; MASCARENHAS M.N.; PALMA, V.A.;
Pernambuco: estudo de caso.............................14
RIZZO D.A. Hematoma etmoidal progressivo em
cavalo de vaquejada - relato de caso................20

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


SILVA, R.J.; OLIVEIRA, K.P.; MESQUITA, E.P.; ARAÚJO, I.G.R.; BEZERRA, K.B.; DORNBUSCH,
FAGUNDES, R.H.S.; VAZ, B. B. D.; SANTOS, P.T. Uso de neurolítico em deformidade flexural
B.M. Gel de Aloe vera (babosa) in natura na cárpica em potro.................................................29
cicatrização de ferida cutânea em equino: relato
de caso...............................................................21 CARDOSO, F.S.; SANTIAGO, T.A.;
MAGALHÃES, F.J.R.; MARTINS NETO, J.C.;
BROMERSCHENKEL, I.; FERREIRA, L.; MANSO, H.E.C.C.C.; MANSO FILHO, H.C.
OLIVEIRA NETO, C.R.; COSTA, M.N.C.; Biometria corporal e testicular em cavalos.........30
MARTINS, C.B. Intussuscepção de jejuno em
potro - relato de caso..........................................22 MELO, L.C.S.; MANSO FILHO, H.C.;
REVORÊDO, R.G.; SILVA, E.R.R.; FAGUNDES,
VELOSOS NETO, H.F.; SOUZA, M.I.; R.H.S.; SILVA, R.J.; VAZ, B.B.D. Fixação dorsal
COUTINHO, L.T.; QUIMARÃES, J.A.; RIET- patelar em equino – relato de caso....................31
CORREA, F.; FERREIRA, L.E.P.A. Papilomatose
BELLI, G.S.; CARRARA, C.H.; CASALECCHI,
em equinos: relato de caso.................................23
F.L.; VITORINO, A.S. Mastite em potra: relato de
.
SILVA, K.M.G. ; SILVA, M.A.R.; SANTOS, F.L.; caso....................................................................32
VIEIRA, R.T.A.; ANDRADE, R.L.F.S.; FREITAS,
COSTA, M.N.C.; BROMERSCHENKEL, I.;
A.C. Presença do Papilomavirus bovino tipos 1 e
FERREIRA, L.; MARTINS, C.B. Distocia fetal
2 e expressão gênica em sangue periférico de
versus laminite aguda em égua - relato de
equinos do Brasil................................................24
caso....................................................................33

SIQUEIRA, C.C.; GRAÇA FILHO, U.C. Acidente


MELO, S.K.M.; ALMEIDA, T.L.A.C.; SANTIAGO,
botrópico em equino no Recôncavo Baiano: relato
T.A.; MELO, R.E.; SILVA, A.E.; MANSO,
de caso...............................................................25
H.E.C.C.C.; FERREIRA, L.M.C.; VAZ, S.G.
LEAL, L.D.; MANSO, H.E.C.C.C.; GOUVEIA, Metabolismo proteico sanguíneo após a
A.B.; REGIS, B.A.; BATISTA, N.M.; CUNHA, suplementação com farelo de vagem de algaroba
S.C.F.G.; MANSO FILHO, H.C. Enfermidade (Prosopis juliflora) em equinos...........................34
ocular congênita em cavalos Campolina............26
CÂMARA, F.V.; PIMENTEL, M.M.L.; DANTAS,
PINHEIRO, L. M.; MAIA, A.P.L.; FRAGOMENI, R.A.; PEDROZA, H.P.; PESSOA, H.F.;
B.O. Efeito do Promater® no desempenho GRAMELEIRA, J.S.; AGUIAR, K.C.S.; DIAS,
reprodutivo de doadoras de embrião equino da R.V.C.; SOUZA, M.V. Biometria de equinos da
raça Mangalarga Marchador...............................27 raça Paint Horse em vaquejadas no Rio Grande
do Norte, Brasil...................................................35
MELO, J.M.; MANSO, H.E.C.C.C.; DUARTE, T.L.;
SANTOS, F.C.O; SOUZA, M.I.; DANTAS, A.C.;
MARTINS NETO, J.C.; ALMEIDA, T.L.A.C.;
RIET-CORREA, F.F.; REGO, R.O.; SILVA,
CARDOSO, F.S.; MANSO FILHO, H.C. Hérnia
M.L.C.R.. Raiva equina – relato de caso............36
escrotal congênita associada ao
criptorquidismo...................................................28

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


MELO, M.M.O.; MANSO FILHO, H.C.; ABREU, SANTIAGO, T.A; MANSO FILHO, H.C.; MANSO,
J.M.G. “Custo cavalo” na cavalaria da Polícia H.E.C.C.C.; ALMEIDA, T.L.; SILVA, F.S.;
Militar (EPMONT-CE) no período de maio/2009 a MAGALHÃES, F.J.R.; SANTOS, F. L.
abril/2010............................................................37 Concentração de aminoácidos no plasma em
cavalos “de esteira” após simulação de prova de
REGIS, B.A.; MELO, J.M.; MANSO, H.E.C.C.; vaquejada...........................................................45
MAGALHÃES, F.J.R.; CARDOSO, F.S.; MANSO
FILHO, H.C. Tratamento de contratura dos BOAKARI, Y. L.; ARRIVABENE, M.; MARQUES,
tendões flexores digitais congênita com A.L.A.; LEAL, A.B.G.; LOPES, J.B. Ocorrência de
oxitetraciclina......................................................38 tenossinovite em equinos de vaquejada nos
estados do Piauí e Maranhão.............................46
.
SILVIA, K.M.G; SANTOS, F.L ; ANDRADE,
. .
R.L.F.S ; VIEIRA, R.T.A ; MENDONÇA, L.B.R.; CÂMARA, F.V.; PIMENTEL, M.M.L.; DANTAS,
TORRES, S.M.; KORINFSKY, E.W.. Redução de R.A.; PEDROZA, H.P.; PESSOA, H.F.;
carcinoma espinocelular em equinos utilizando GRAMELEIRA, J.S.; AGUIAR, K.C.S.; DIAS,
sulfato de cobre..................................................39 R.V.C.; SOUZA, M.V.. Biometria de equinos da
raça Paint Horse em vaquejadas no Rio Grande
RIBEIRO, D.B.; FERREIRA, P.S.S.; OLIVEIRO, do Norte, Brasil...................................................47
R.M.R.; COELHO, M.O. ; BENTES, M.E.A.;
SILVA, J.S.; FIGUEIREDO, H.F.; MANGAS, T.P. CÂMARA, F.V.; PIMENTEL, M.M.L.; CATUNDA
Perfil sócio-econômico do serviço de tração NETO, A.; FERREIRA, A.L.; PEDROZA, H.P.;
animal em Belém-Pará.......................................40 PESSOA, H.F.; AGUIAR, K.K.; DIAS, R.V.C.;
SOUZA, M.V.. Biometria em cavalos Quarto de
CHAGAS, C.A.; MOTA, A.E.; TORRES, S.M.; Milha de vaquejada no Rio Grande do Norte,
SILVA, D.G.B.; LIMA, P.F. Indução de ovulação Brasil...................................................................48
em éguas: uso comparativo da gonadotrofina
coriônica humana e do acetato de deslorelina..41. FAGUNDES, R.H.S.; SILVA, R.J.; D’ULTRA VAZ,
B.B.; ALBUQUERQUE, R.F.. Sarcóide equino:
ALMEIDA NETO, J.B.; SÁ, F.B.; LAGUNA relato de caso....................................................49
LEGORRETA, G.G.; RIBEIRO, M.L.A.
Hemorragia pulmonar induzida por exercício em ALBUQUERQUE, R. F., FAGUNDES, R.H.S.,
cavalos de vaquejada.........................................42 SILVA, R.J., SILVA, E.R.R., D'UTRA VAZ, B.B..
Casuística de atendimentos realizados na Clínica
PORTO, R.A.N.; HENRIQUES, M.O.; CAMPOS, de Grandes Animais no Hospital Veterinário da
C.H.C.; OLIVEIRA, E.P.; COLLODEL, T.; Universidade Federal Rural de Pernambuco,
SOARES, O.A.B.. Uso tópico de metronidazol em Recife-PE, no período de janeiro de 2000 à junho
cancro da ranilha em equino militar da Academia de 2010...............................................................50
Militar das Agulhas Negras: relato de caso........43
RIZZO, D.A.; BROMERSCHENKEL, I.; COSTA,
ANDRADE, A.T.; MELLO, A.J.; TUNON, G.I.L.. M.N.C.; FERREIRA, L.; ARÊAS, V.S.; BARROS,
Pitiose equina tratada com iodeto de sódio: relato R.J.; SILVEIRA, T.L.; GUIMARÃES, L.C.; LUCAS,
de caso ..............................................................44 F.L.; PORFÍRIO, L.C.; MARTINS, C.B.
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
Concentrações sanguíneas de lactato em éguas FAGUNDES, R.H.S.; MENEZES, M.M.; SANTOS,
submetidas ao concurso de marcha...................51 F.L. Botulismo equino: relato de caso................58

MARINHO, A.P.; FINGER, M.A.P.; DECONTO,I..;


KIEVITSBOSCH, T.; MELO, C.M.; PAPA, F.O.;
DORNBUSCH, P.T.; ULLMANN, L.S.; LANGONI,
MAGALHÃES, L.C.; MARTIN, I.; GUASTI, P.N.;
H.; BARRROS FILHO, I.R.; BARROS, C.C.;
ROCHA, A.S.; DELL’AQUA JR, J.A.; MONTEIRO,
PAMPUSCH, R.; BONANCIN, J.;
G.A.. Criopreservação de sêmen de epidídimo
MORIKAWA,V.M.; BIONDO, A.W. Leptospirose
garanhões utilizando diferentes metodologias de
em cavalos carroceiros de Curitiba-PR e Região
congelação.........................................................59
Metropolitana......................................................52

PALMEIRA, R.B.; ASSIS A.C.O.; MEDEIROS,


SILVA, C.M.S.L., SANTANA, V.L.A., SOUZA,
J.M.A.; BACALHAO, M.B.M.; LIMA, S.M..
M.M.A., SILVA, J.C., SILVA, H.V., SANTOS, F.L.
Avaliação enzimática muscular em equinos
Ocorrência de casos de mormo no ano de 2008 e
(Equus caballus, Linnaeus, 1758) em treinamento
2009 em propriedades submetidas a um regime
para vaquejada, sob repouso e pós - atividade
de vigilância sanitária no Estado de
física...................................................................60
Pernambuco.......................................................53

GOBESSO, A.A.O.; WAJNSZTEJN, H.;


REVORÊDO, R.G.; MELO, L.C.S.; MANSO
GONZAGA, I.V.F.; ETCHICHURY, M.; TARAN,
FILHO, H.C.; SILVA, D.D.; SILVA, E.R.R.;
F.M.P; MOREIRA, C.G.; CAULA, E.S. Minerais
FAGUNDES, R.H.S.; SILVA, R.J.; MELO, L.E.H.;
orgânicos na prevenção de hiperparatireoidismo
VAZ, B.B.D.. Má-oclusão dentária em equinos –
nutricional secundário equino.............................61
relato de caso.....................................................54

NÓBREGA, S.M.D.; GONZAGA, I.V.F.; TARAN,


MELO, R.E.; SILVEIRA, P.P.M.; MACHADO,
F.M.P; WANSZTEJN, H.; ETCHICHURY, M.;
M.B.; SILVEIRA, A.V.M.; MANSO FILHO, H.C.
GOBESSO, A.A.O.. Suplementação mineral de
Mormo nos equideos em
potros criados em regiões com alta concentração
Pernambuco.......................................................55
de minerais na água...........................................62
;
BARBOSA, F.P.S. SOUZA, M.I.; COUTINHO,
SEIDEL, S.R.T.; MARCHESAN, A.L.; SOUSA,
L.T.; DANTAS, A.C.; SOUTO, R.J.C.; SILVA
M.G; SILVA, M.A.G.. Estudo eletrocardiográfico
FILHO, A.P.; FREITAS, B.C.. Obstrução esofágica
em equinos de tração no município de Araguaína
equina: relato de 06 casos..................................56
– TO....................................................................63

MONTE, G.M.S.; PESSOA, R.S.N.; PEREIRA,


M.F.; SANTOS, F.L.. Avaliação dos registros de MEDEIROS, J.M.A.; MIRANDA NETO, E.G.;
necropsias em equídeos entre 2000 e 2010 no ASSIS, A.C.O.; MEDEIROS J.M.; SILVA T.R.;
Hospital Veterinário da UFRPE..........................57 NÓBREGA NETO, P.I.; LIMA, S.M.. Estudo
retrospectivo de casos de síndrome cólica
PESSOA, R.S.N.; MONTE, G.M.S.; OLIVEIRA, diagnosticados no Hospital Veterinário da
K.P.; SANTOS, J.A.M.; SOUZA, J.H.; Universidade Federal de Campina Grande, Patos,
Paraíba...............................................................64
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
PALMEIRA, R. B.; LIRA, M.A.A.; SOUZA, J.P.O.; E.G. Ruptura do músculo gastrocnêmio em
SILVA, T.R.; MIRANDA NETO, E.G.; NÓBREGA equinos – relato de casos...................................69
NETO, P.I. Mastite em égua causada por Pythium
insidiosum...........................................................65 MELLO, S.A.X.; SILVA, J.H.C.; MONTE, G.M.S.;
MELO, L.C.S.; XAVIER, G.A.A.. Identificação das
RIET-CORREA, B.; PIMENTEL, L.A.; DANTAS, bases anatômicas correspondentes ao exterior do
A.F.M.; MIRANDA NETO, E.G.; MAIA, L.A.. corpo dos equídeos............................................70
Encefalopatia hepática em equinos intoxicados
por Crotalaria retusa...........................................66 LIRA, M.A.A; RIET–CORREA, B.; SANTOS, E.V.;
MIRANDA NETO, E.G.; SILVA, C.M.B.A.;
MELO, D.B.; PORTELA, R.A.; GALIZA, G.J.N.; DANTAS, A.F. M.; GARINO JR., F.; MEDEIROS,
MEDEIROS, J.M.; NOBREGA NETO, P.I.; RIET- J.M.. Infecção por Aspergillus sp. na cavidade
CORREA, F. Amiloidose em equino...................67 nasal de um asinino: relato de caso...................71

SILVA, C.M.B.A.S.; MEDEIROS, J.M.A.; MELO, SILVA, T.R.; ASSIS, A.C.O.; MEDEIROS, J.M.A.;
D.B.; PALMEIRA, R.B.; SANTOS, E.D.; SOUZA, MELO, D.B.; MIRANDA NETO, E.G.; NÓBREGA
J.P.O.; MIRANDA NETO, E.G..Laminite crônica NETO, P.I.. Distocia em eqüídeos.....................72
em equino...........................................................68
CAMPÊLO COSTA, P.; ABREU, J.M.G.
Intoxicação natural por selênio em equinos no
AGUIAR, G.M.N.; MELO, D.B.; PALMEIRA, R.B.; Estado do Ceará.................................................73
LIRA, M.A.A.; SILVA, C.M.B.A.; MIRANDA NETO,

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


EDITORIAL

Mais uma vez a revista Ciência Veterinária nos Trópicos publica, em


suplemento “on line”, uma edição especial que contempla os resumos apresentadas
no IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS VETERINÁRIOS
DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE realizado, nesta ocasião, em IPOJUCA –
PE, nos dias 24, 25 e 26 de Setembro de 2010 no centro de convenções do Hotel
Armação na Praia de Porto de Galinhas.
A programação do evento conta com palestras e mesas-redondas, onde
atuarão palestrantes brasileiros e estrangeiros, versando sobre temas como
reprodução, claudicação, neonatologia, preparação do cavalo atleta, abdome agudo,
feridas, ortopedia, encelopatias, oftalmologia e empreendedorismo.
Esta edição visa dar maior divulgação ao conteúdo dos resumos, permitindo o
acesso àqueles que eventualmente não tiveram a oportunidade de participar do
simpósio.
Parabéns aos organizadores do Simpósio, pelo evento de alto nível.

Aurea Wischral
Editora
9
ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

CAVALO DE CAVALGADA: BIOQUÍMICA SANGUÍNEA EM DIFERENTES GRUPOS DE IDADE


BLOOD BIOCHEMISTRY IN PLEASURE HORSES IN DIFFERENT AGE GROUPS

Carieli, E.P.O. 1; Lira, L.B. 2; Vaz, S.G. 2; Rêgo, E.W.4; Mendes, S.K.M.5 ; Manso Filho, H.C. 3
1. Graduanda em Medicina Veterinária, UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, S/n, Dois Irmãos -
PE.CEP: 52171-030. E-mail: Isacarieli@gmail.com; 2. Médica Veterinária Residente,
DMV/UFRPE. 3. Professor, DZ/UFRPE.; 4. Professora, DMV/UFRPE; 5. Médica Veterinária
Autônoma.
A criação de cavalos de raças nacionais atualmente está associada a utilização desses
animais em passeios e cavalgadas em diferentes regiões do Brasil. As raças mais utilizadas,
Mangalarga, Mangalarga-Marchador e Campolina, representam mais de 500 mil animais
registrados. Esses cavalos iniciam sua participação em cavalgadas após serem domados, por
volta dos 3 anos, indo até os 20 anos ou mais. Ainda há poucos dados sobre o efeito do
envelhecimento e adaptações do metabolismo proteico do ponto de vista da bioquímica
sanguínea. Avaliou-se alguns compostos bioquímicos no sangue de cavalos de cavalgada de
acordo com diferentes grupos etários. Foram colhidas amostras de sangue de 46 cavalos, adultos,
de ambos os sexos da raça Mangalarga-Marchador, que realizam exercício de longa duração e
baixa intensidade pelo menos 3 vezes por semana. Todos com manejo nutricional e sanitário
similares. Os animais foram agrupados em 3 grupos etários: grupo I <5 anos (n=18), grupo II entre
5 e 10 anos (n=18), e grupo III > 10 anos (n=10). Exames bioquímicos realizados por técnicas de
espectrofotometria com kits comerciais, determinaram as seguintes concentrações nas amostras:
proteínas plasmáticas totais ([PPT]), fibrinogênio ([FIB]), uréia ([URE]), creatinina ([CRET]), e
ácido úrico ([AcUR]). Os resultados foram submetidos a análise da variância e ao teste de Tukey,
com P estabelecido em 5%. Os resultados demonstram que não ocorreram variações
significativas (P>0,05) nos parâmetros analisados quando os animais são agrupados nos
diferentes grupos etários e sexuais utilizados nesse trabalho. As concentrações médias
encontradas, quando os animais estão reunidos, foram: [PPT] 69,16+7,36 g/L, [FIB] 38,12+3,85
g/L, [URE] 23,30+2,03 mg/dL, [CREAT] 1,07+0,03 mg/dL, [AcUR] 0,527+0,0265 mg/dL. Dentro da
população estudada não foi observada variação significativa nos parâmetros bioquímicos
avaliados, quando os animais foram comparados conforme três diferentes grupos etários. Todavia
esses resultados servem para que os envolvidos com esses animais possam utilizar tais valores
como parâmetros médios para avaliações clínicas e de performance.
Palavras-chave: equino, bioquímica, exercício
Key words: equine, biochemistry, exercise

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


10
ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

DISPLASIA FISEAL (EPIFISITE) EM POTRO QUARTO DE MILHA


PHYSEAL DYSPLASIA (EPIPHYSITIS) IN A QUARTER HORSE FOAL

Lima, M.C.1; Costa Neto, J.N.2


1- Médica Veterinária autônoma – NL Horse, Pernambuco. Rua Gonçalves Ledo, 935, Ap: 201,
CEP: 55.014-350, Caruaru – PE; email: nlhorse@bol.com.br; 2 – Médico Veterinário autônomo
– NL Horse, Pernambuco.

A displasia fiseal (DF) é uma síndrome ortopédica do desenvolvimento que atinge,


principalmente, cavalos de 4 a 8 meses de idade ou no início da fase de condicionamento, 12 a 24
meses. Nos casos mais severos, esta patologia pode deixar seqüelas que, no futuro,
comprometam a vida atlética do animal. Um potro da raça quarto de milha, do sexo masculino,
com 6 meses de idade, foi encaminhado com o histórico de aumento de volume na região dos
boletos dos membros torácicos, observado há 7 dias, quando foi apartado. Ao exame clínico este
aumento era consistente, com temperatura elevada na região medial de ambos os boletos,
sensibilidade à palpação e claudicação grau I. O estudo radiológico das articulações
metacarpofalangeanas revelou proliferação óssea na região do platô de crescimento. Foi prescrito
tratamento a base de AINEs – Meloxicam (0,6mg/Kg/VO/SID/10 dias); instituída alimentação
balanceada; e repouso em baia. A DF é uma doença óssea generalizada cuja causa exata é
desconhecida, porém o mais provável é que seja multifatorial, podendo ser de origem nutricional
(alimentação inadequada e/ou excessiva), traumática e claudicação severa. É caracterizada por
um distúrbio na ossificação da cartilagem endocondral de crescimento da fise, acarretando um
aumento do eixo transversal das fises no aspecto distal dos ossos afetados (formato de
ampulheta), além dos sinais de inflamação (calor, dor e aumento de volume) ao redor da fise
afetada, motivo pelo qual alguns utilizam os termos epifisite e fisite, e claudicação leve à severa
pode estar presente. Deformidades angulares ou flexurais dos membros podem estar associadas.
As regiões afetadas ficam mais susceptíveis ao trauma e consequentes fraturas. As fises
metacárpica, metatársica, radial e tibial distais são as mais frequentemente afetadas. O
diagnóstico é confirmado radiograficamente pela observação de espessura irregular e
neoformação óssea na metáfise e epífise distais. O tratamento consiste na correção dos
desequilíbrios nutricionais (relação energia x proteína), feno de boa qualidade, redução no peso
ou na razão de crescimento, AINEs (alívio da dor), confinamento em baia e correção das
deformidades nos membros. É de extrema importância o acompanhamento do desenvolvimento
dos animais em crescimento, para que se detecte qualquer alteração em fase inicial, evitando
assim que venham a apresentar problemas que possam causar transtornos à sua vida atlética.

Palavras-chave: Epifisite, displasia fiseal, potro


Key words: Epiphysitis, fiseal dysplasia, foal

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

FREQUÊNCIA DE AFECÇÕES DISTRIBUÍDAS POR APARELHO DOS EQUIDEOS


ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO CESMAC
FREQUENCY OF EQUINE DISORDERS ACCORDING TO SYSTEM IN VETERINARY
HOSPITAL

Brandão, RR.G1; Silva, B.C.1; Valença, S.R.F.A2; Cajú, F.M3


1
Acadêmico de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac; 2 Professora do Centro
Universitário CESMAC; 3 Médica Veterinária Mestranda- UFRPE. 1 rayssa-goes@hotmail.com

Além da utilização do cavalo em diferentes formas de atividades como tração, transporte,


na segurança pública e no tratamento de doenças humanas através da Equoterapia, o número de
animais destinados ao lazer e ao esporte tem aumentado consideravelmente. Dentre as inúmeras
utilizações do cavalo, uma das mais populares e difundidas na região Nordeste é a vaquejada.
Nesse esporte, os cavalos são extremamente exigidos necessitando assim de um atendimento
especializado a estes animais. Há poucos estudos sobre a frequência de doenças de equídeos
atendidos em Instituições de Ensino Superior no Nordeste, especialmente no Estado de Alagoas,
o qual vem apresentando forte potencial de desenvolvimento no setor. O objetivo desse
levantamento é descrever as principais afecções desses animais, atendidos no período de janeiro
de 2004 a dezembro de 2009 no Setor de Grandes Animais da Clínica Escola de Medicina
Veterinária do Centro Universitário CESMAC, sendo este relevante uma vez que o Hospital é
considerado referência no Nordeste. Os dados dos atendimentos realizados foram obtidos nos
arquivos de fichas de atendimento de equídeos, realizado no setor da Clínica-Escola. Todos os
casos clínicos receberam classificação conforme o sistema orgânico acometido. Foram atendidos
um total de 608 equídeos no período correspondente (janeiro de 2004 a dezembro de 2009) e
dentre as afecções, as osteomusculares apresentaram-se mais freqüentes com 247 animais
(40,63%), seguida das afecções digestivas com 139 casos (22,86%), tegumentares 89 animais
(14,64%), reprodutivas 31 (5,10%), infecciosas 28 (4,61%), respiratórias 26 (4,28%), circulatórias
16 (2,63%), neurológicas 18 (2,96%), oculares 12 (1,97%) e do aparelho urinário 2 casos (0,33%).
Estudos como esse, expõem a real situação da região facilitando o direcionamento de pesquisas
específicas aumentando a eficiência dos atendimentos à espécie.

Palavras chave: equídeos, afecções locomotor


Key Words: equids, locomotor diseases

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

BIOMETRIA EM EQUINOS MESTIÇOS DE VAQUEJADAS NO RIO GRANDE DO NORTE,


BRASIL
BIOMETRICS OF “VAQUEJADA” CROSSBRED HORSES IN RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL
Pimentel1, M.M.L.; Câmara1, F.V.; Freitas1, Y.B.N.; Catunda Neto1, A.; Ferreira1, A.L.; Aguiar1,
K.K.; Fontes1, M.D.P; Dias2, R.V.C.; Souza3, M.V.
1.Graduando do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido –
UFERSA; 2. Prof.(a). Msc. Departamento de Ciências Animais – UFERSA; 3.Prof.(a). Dra.
Departamento de Veterinária – UFV
A vaquejada é um esporte característico do nordeste brasileiro que vem ganhando mais
adeptos por todo o país. A profissionalização do esporte, aliada ao aumento do número de
eventos e competidores, requer uma maior exigência física dos cavalos mestiços a provas
extenuantes. Porém, pouco se sabe a respeito destes animais utilizados para prática de
vaquejada, assim, foram realizadas avaliações biométricas de 1289 eqüinos sendo que destes
338 (26,2%) foram mestiços, com 254 machos (75,1%) e 84 fêmeas (24,9%), através de
medições realizadas com o auxílio de fitas métricas metálicas para a obtenção do diâmetro
torácico e do comprimento corporal, em vaquejadas no estado do Rio Grande do Norte no período
de Agosto de 2009 a Abril de 2010. A partir das análises dos dados do perímetro torácico e do
comprimento corporal foram obtidos os seguintes dados: fêmeas de 0-5 anos apresentaram

diâmetro torácico ( 1, 76 ± 0,06), comprimento corporal ( 1,45 ±0,09), índice corporal (

82,72±4,30) e peso vivo ( 394,52±140,94), 6-10 anos, ( 1,76 ±0,07), ( 1,49 ±0,06),(

84,8±3,84) e ( 435±96,42), 11 – 15 anos, ( 1,68 ±0,06), ( 1,46 ±0,08), ( 86,83±4,2) e (

386,93±96,42), respectivamente. Os machos de 0-5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,71

± 0,09), comprimento corporal ( 1,46 ±0,10), índice corporal ( 85,83± 11,56) e peso vivo (

404,47±60,83), 6-10 anos, ( 1,737±0,07),( 1,483±0,09),( 85,46±11,56) e ( 415,49±48,45),

11-15, ( 1,72 ±0,07),( 1,46 ±0,07),( 83,95±3,50) e ( 413,75±48,45), 16 – 20, ( 1,8 ±0,06),

( 1,53 ±0,06), ( 85,42±0,07) e ( 468,90±0,07). 21 – 25 anos, ( 1,72 ±0,07),( 1,48 ±0,06),(

86,14±0,04) e ( 413,10±0,05). Podemos concluir que os eqüinos da mestiços utilizados nas


provas de vaquejada visitadas no estado do Rio Grande do Norte, no período de Agosto de 2009
a Abril de 2010, são longilíneos, com idade e peso influenciando nos parâmetros biométricos
avaliados. Aprovado dentro das normas de condutas para o uso de animais, pela comissão de
ética do DVT/UFV (proc. 32/2008
Palavras-chave: biometria, mestiços, vaquejada
Key words: biometrics, crossbred, vaquejada

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

CURVA GLICÊMICA APÓS A SUPLEMENTAÇÃO COM FARELO DE VAGEM DE ALGAROBA


(Prosopis juliflora) EM CAVALOS
GLICEMIC CURVE AFTER SUPPLEMENTATION WITH MESQUITE (Prosopis juliflora) POD
MEAL IN HORSES
Loureiro, A.B. 1; Silva, A.E. 2; Duarte, T.L. 2; Leal, L.D. 2; Cardoso, E.A. 4; Batista, N.M. 2;
Manso Filho, H.C. 3
1.Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail:
anabia007@hotmail.com; 2. Graduando em Zootecnia/UFRPE; 3. Professor, Núcleo de Pesquisa
Equina/UFRPE; 4. Médico Veterinário Autônomo.

Os alimentos concentrados energéticos produzem diferentes variações na concentração


plasmática da glicose, e por conseguinte, na insulina. Alimentos que produzem concentrações de
glicose e insulina elevadas por longos períodos de tempo tem sido relacionados com o
aparecimento de laminites e síndrome metabólica nos equinos. Esse trabalho teve como objetivo
avaliar a variação da concentração da glicose plasmática ([Glic]) em equinos após a ingestão do
farelo vagem de algaroba (FVA). Foram utilizados quatro animais da raça puro-sangue árabe, que
receberam uma quantidade de FVA equivalente a 3,8 Mcal de energia digestível. Após um
período de adaptação de 15 dias, os animais foram submetidos a colheita de sangue, pela
venopunção em tubos contendo fluoreto de sódio, antes do fornecimento do FVA (T0), após jejum
alimentar de 12 horas. Em seguida foram colhidas amostras de sangue nos seguintes tempos:
0,5h (T1), 1,0h (T2), 2,0h (T3), 3,0h (T4), 4,0h (T5), 5,0h (T6), e 6,0h (T7) após a ingestão do
FVA. Os resultados foram avaliados pelo ANOVA, com P estabelecido em 5%, e o teste post doc
foi o Tukey (P<0,05). Todos os animais consumiram seus concentrados energéticos em menos de
0,5h após fornecimento do alimento. Os animais apresentavam a [Glic] em jejum dentro da
normalidade (T0 ~4,6 mmol/L) e os resultados demonstraram que o FVA produziu rápida elevação
na [Glic] (P<0,05) nas horas seguintes a ingestão do FVA. A elevada [Glic] manteve-se bastante
elevada em até 6 horas após a ingestão do suplemento (T7 ~6,8 mmol/L), mesmo com os animais
em jejum alimentar durante todo o período. No Nordeste há relatos de ocorrência de laminite em
animais atletas que consomem grandes quantidades de FVA, já que esse alimento é
reconhecidamente de elevado valor energético, mas até então não haviam estudos que
demonstrassem o efeito da FVA sobre a curva glicêmica de cavalos. A resistência à insulina ou
manutenção da [Glic] elevada por longos períodos tem sido incriminada na patogenia da laminite
em cavalos e em pôneis, então o uso excessivo do FVA pode estar associado ao aparecimento
dessas enfermidades. O FVA produz significativas modificações na [Glic] em equinos após a
ingestão de quantidade equivalente a 3,8 Mcal ED, sendo que essas modificações persistem por
até 6 horas após a ingestão desse alimento.

Palavras-chave: Curva glicêmica, algaroba, cavalo.


Key words: glicemic índice, mesquite, horse
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

MORTALIDADE EM EQUINOS EM PERNAMBUCO: ESTUDO DE CASO


LARGE MORTALITY IN EQUINE IN PERNAMBUCO: CASE REPORT.
Almeida, T.L.A.C.1; Melo, S.K.M.2; Santiago, T.A. 2; Willcox, E. 3; Manso, H.E.C.C.C.4;
Manso Filho, H.C.4
1
Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias/UFRPE; 2 Médico Veterinário
Autônomo; 3 Professor, Departamento de Medicina Veterinária/UFRPE; 4
Professor, Núcleo de
Pesquisa Equina/UFRPE;

Nos últimos anos têm ocorrido surtos de enfermidade digestiva em equinos associadas à
ingestão de forragens, principalmente durante o período de transição do período seco para o
período chuvoso do ano. Esses surtos ocorreram em diferentes partes do estado de Pernambuco.
Relatar surto de mortalidade em equinos associadas à ingestão de forragens. No recente surto,
ocorrido em maio, em Carpina-PE, a propriedade contava com 29 animais de idade e manejo
nutricional variados. Foram afetados 16 animais (10 adultos [>4 anos] e 6 jovens [<24 meses]) e
13 faleceram. Os animais que sobreviveram foram os únicos com dor abdominal irregular e algum
grau de diarréia. Nos animais enfermos observou-se estupor, disfagia e relaxamento da cauda,
frequência cardíaca elevada (>90 bpm), respiração rápida e superficial, mucosas muito congestas
e tempo de preenchimento capilar >5 segundos, atonia intestinal em ambos os flancos sem
refluxo gástrico, desidratação grave, ausência de sinais de enfermidade neurológica. Os que
faleceram apresentaram [Uréia], [CK] e [TGO] mais elevadas do que o grupo enfermo que
sobreviveu (P<0,05). Os demais parâmetros analisados (CGV, Ht, CGB, PPT, Fibinogênio), foram
semelhantes entre os sobreviventes e os que faleceram (P>0,05). Um animal, que sobreviveu
após 5 dias foi sacrificado pois desenvolveu uma laminite aguda com exungulação dos cascos
nos membros posteriores e na necropsia foi encontrado uma reduzida área de lesões de
duodeno-jejunite. Os demais animais necropsiados apresentavam extensa duodeno-jejunite,
acometendo todo intestino delgado. Nessa propriedade foi incriminado o capim conhecido na
região como paraguai branco (Echinochloa polystachya), pois todos os animais do haras tinham
manejos nutricionais diferentes e o único ponto em comum entre todos os enfermos foi a ingestão
desse capim picado na forrageira. O quadro clínico, os exames laboratorias e o levantamento
epidemiológico no rebanho sugerem ingestão de toxina butolínica através dos alimentos
fornecidos no cocho. Os sinais clínicos descritos e os achados nas necropsias não indicam uma
enfermidade específica, necessitando de estudo mais aprofundados para que se possa obter o
diagnóstico mais preciso e se possa estabelecer programas de prevenção a esse tipo de
problema como os cavalos em Pernambuco.

Palavras-chave: cavalos, enfermidade, forragem


Key-words: equine, disease, grass
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

EHRLICHIOSE E LEPTOSPIROSE EM EQUINO: RELATO DE CASO

EHRLICHIOSIS AND LEPTOSPIROSIS IN A HORSE: CASE RELATE REPORT


Silva, D.G.B.!; Torres, S.M.!; Mota, A.E.!
1
Departamento de Medicina Veterinária, UFRPE. R. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife/PE. danillovetbeltrao@hotmail.com

A Ehrlichiose nos equinos pode ocorrer na forma monocítica, cuja etiologia é a riquétsia
Neorickettsia risticii transmitida pela transfusão sanguínea, infecções por via cutânea, intradérmica
e oral, por intermédio de trematódeos aquáticos. Há ainda a forma granulocítica, que é uma
zoonose transmitida pelo carrapato, tendo como agente biológico o Anaplasma phagocytophila
que possui tropismo por células granulocíticas. A Leptospirose equina pode ser causada por
diversos tipos de sorovares, cujos sinais clínicos são uveíte, aborto, fetos natimortos, fetos
prematuros, disfunção renal e hepática, hematúria, febre, anorexia, icterícia e angústia
respiratória. A transmissão da Leptospirose pode ser direta através de urina e fluídos placentários
ou indireta por contaminação ambiental. Dois equinos (A1 e A2) machos, adultos foram atendidos
no Haras Aparthorse com sinais clínicos de apatia, anorexia, icterícia, febre, dispnéia, freqüências
cardíaca e respiratória aumentadas e desidratação. No A2, além destes sintomas, observou-se
também diarréia profusa e fétida. Foram solicitados hemogramas, imunofluorescência indireta
para pesquisa de Ehrlichiose e soro aglutinação microscópica para Leptospirose. Em ambos
hemogramas não foram observados alterações. No A1 foi confirmada à presença de (anticorpos
contra? –esclarecer-) Neoickttsia risticii e Anaplasma phagocytophila e os sorovares de Leptospira
Ballum, Copenhageni, Bataviae. A2 foi positivo para Anaplasma phagocytophila e o sorovar
Canicola. Instituiu-se tratamento de suporte nos dois animais, com fluidoterapia (Ringer lactato
20L/animal/dia) e antibioticoterapia (oxitetraciclina 6,6mg/kg/dia) diariamente por via endovenosa,
por aproximadamente 30 dias. Após este período A1 recuperou-se completamente, enquanto A2
não respondeu ao tratamento e veio a óbito. A ocorrência de Ehrlichiose associada à Leptospirose
em equino se diagnosticada no início pode favorecer o tratamento com a reversão do quadro
clínico. (esta conclusão está inadequada, tentar realizar outra destacando a importância destas
enfermidades, pois são pouco diagnosticas no país). È fundamental incluir no texto a região
(cidade, estado) onde ocorreram as enfermidades.

Palavras-chave: erliquiose, leptospirose, equino.


Key words: ehrlichiosis, leptospirosis, horse.

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FREQUÊNCIA CARDÍACA EM CAVALOS MARCHADORES DURANTE TESTE DE


SIMULAÇÃO DE MARCHA
HEART RATE IN GAITED HORSES DURING SIMULATION MARCHA TEST
Cardoso, E.A. 1; Cardoso, F.S. 2; Melo, D.P.B.B. 3; Ferreira, L.M.C. 4; Manso, H.E.C.C.C. 4;
Manso Filho, H.C.4
1
Médico Verterinário Autônomo; 2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias/UFRPE;
3
Aluno graduação em Zootecnia/UFRPE; 3 Professor, Departamento de Zootecnia, Núcleo de
Pesquisa Equina/UFRPE;

A marcha é utilizada para a seleção de raças nacionais, como Campolina e Mangalarga-


Marchador, mas há poucos relatos da frequência cardíaca (FC) durante os exercícios. Avaliar
tipos de FC de cavalos marchadores no teste de simulação de marcha. Utilizaram-se 31 animais
das raças Campolina e Mangalarga-Marchador, todos com registro definitivo, adultos e
condicionados. Os animais se locomoveram em seus andamentos naturais. Foram avaliadas: FC
máxima (FCmax; batimentos por minuto=bpm), FC em repouso com animal selado (FCsela), FC
após 15 minutos de recuperação (FC+15), velocidade média (m/s) e distância percorrida (km). O
teste de simulação de marcha (TSM) consiste em um prova com 15 minutos de aquecimento, 30
minutos na marcha e mais 15 minutos de recuperação, em uma pista plana de areia firme. Todas
as medidas foram anotadas com os animais montados e com seus arreios de condução e
montaria utilizando-se um frequenciômetro acoplado a uma aparelho de GPS (Polar RS800CX).
Todos os animais completaram a simulação sem maiores dificuldades. O peso médio dos cavalos
foi de 436,3+9,4Kg, a FCmax 183,0+3,3 bpm, a FCsela 64,9+3,6bpm e a FC+15 106,8+4,4 bpm.
A velocidade média e a distância percorrida pelos animais foi de 3,6+0,07m/s e 6,2+0,1 Km.
Esses resultados demonstram que os marchadores apresentam FCMax pouco acima do limite do
exercício aeróbico, que está por volta dos 150-170 bpm, mas deve-se observar que a FCmax não
representa a FC média durante o TSM. A FCmédia durante um TSM deverá estar abaixo desse
valor da FCmax e com isso fica claro que durante o TSM os cavalos desenvolvem exercícios
tipicamente aeróbicos, como já foi demonstrado em outros estudos. Também a FCsela está
dentro do limite fisiológico no qual os equinos podem elevar ou baixar a sua FC de acordo com os
estímulos externos. Também observou-se que FC+15 está elevada, mas deve-se considerar que
os cavalos estavam montados. Concluindo a FCmax nos cavalos marchadores está pouco acima
dos valores da FC para exercício aeróbico, e as FCsela e FC+15 estão dentro do esperado para
cavalo com seus arreios em locais de competição. A velocidade média está dentro da variação
para animais marchadores.

Palavras chaves: equinos, macha, exercicio


Key words: equine, four-beat gait, exercise
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AMPLITUDE DE TAMANHO DOS ERITRÓCITOS EM CAVALOS DE


CAVALGADA
RED BLOOD CELL WIDTH DISTRIBUTION IN PLEASURE HORSES
Lira, L.B. ; Vaz, S.G. 1; Almeida, T.L.A.C.3; Carieli, E.P.O. 4; Manso Filho, H.C. 5; Teixeira,
1

M.N.6
1. Médica Veterinária Residente, DMV/UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, S/n, Dois Irmãos -
PE.CEP: 52171-030. E-mail: lilibatistalira@gmail.com: 3. Mestranda, Programa de Pós Graduação
em Ciência Veterinária, UFRPE; 4. Graduanda em Medicina Veterinária, UFRPE; 5. Professor,
DZ/UFRPE; 6. Professora, DMV/UFRPE.
Em diferentes áreas do Brasil, a cavalgada estimula a criação do cavalo de sela brasileiro,
que está representada por diferentes raças nacionais, como o Campolina e Mangalarga-
Marchador. Todavia, ainda se conhece pouco sobre os parâmetros hematimétricos desses
animais que realizam exercícios de baixa intensidade e longa duração, e com isso dependem
bastante do transporte de oxigênio entre os tecidos. De acordo com o sexo, avaliou-se a variação
da amplitude do tamanho dos eritrócitos (RDW) e outros índices hematimétricos em cavalos de
cavalgada. Foram colhidas amostras de sangue venoso em 46 cavalos, adultos, (masculino n=32;
feminino n= 14) da raça Mangalarga-Marchador, que realizam exercício de longa duração e baixa
intensidade pelo menos 3 vezes por semana. As amostras de sangue foram avaliadas em
equipamento automatizado, no contador eletrônico Symex Poch 100 iV (Roche Diagnóstica do
Brasil) determinando-se os seguintes parâmetros: contagem de glóbulos vermelhos (CGV),
concentração da hemoglobina (HB), percentagem do hematócrito (HT), volume corpuscular médio
(VCM), coeficiente de variação da amplitude da distribuição do tamanho do eritrócito (RDW).
Também foi determinado o índice de escore corporal (IEC), sendo 1 caracteriza o animal
caquético e 7 o obeso. Os resultados demonstram que não ocorreram variações significativas
quando se comparou os animais pelos sexos no valor do RDW (P>0,05), com os machos
(19,90+0,20) apresentando valores equivalentes aos das fêmeas (19,70+0,30). A determinação do
RDW pode ser importante na caracterização do tipo de anemia nos animais. Em outros tipos de
cavlaos tmabém não foram observadas diferenças entre machos e fêmeas para o RDW. Para os
demais parâmetros analisados não foram observadas diferenças (P>0,05) e os valores médios
encontrados foram: IEC 4,1+0,8; CGV 8,1+0,2. 1012/L; HB 150+24 g/L; HT 0,352+0,007 L/L; VCM
43,9+0,4 fL; RDW 19,80+0,16. Esses valores encontram-se dentro da variação da normalidade
para os cavalos de sela.

Palavras-chave: equinos, eritrograma, exercício.


Key words: equine, red cell count, execise

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MIOPATIA FIBRÓTICA EM EQUINO: RELATO DE CASO


FIBROTIC MYOPHATY IN A HORSE: CASE REPORT
Almeida , L.E.; Almeida3, R.D.; Basso2, K.M.; Oliveira3, L.A.; Rolim1, R.D.; Yamasaki1, L.;
2

1 – Prof. Clínica Cirúrgica de Grandes Animais - UNOESTE, Prof. Patologia Geral - UNOESTE.; 2-
Residentes do HV – UNOESTE; 3 – Estagiários do setor de Clínica Cirúrgica de Grandes Animais
– UNOESTE.

Miopatia fibrótica e/ou ossificante é uma enfermidade que acomete principalmente equinos
da raça Quarto de Milha, que resulta em uma fibrose ou ossificação dos músculos, principalmente,
semimembranoso, semitendíneo e, menos frequente o grácil e bíceps femoral. Na maioria dos
casos ocorre uma aderência entre estes músculos ocasionando em uma restrição do movimento
do membro afetado. Geralmente as lesões são unilaterais, mas podendo também desenvolver-se
bilateralmente. São relatadas na literatura miopatia fibróticas congênitas. Em muitos equinos a
etiologia desta doença é o trauma, podendo este trauma ser provido de diversas formas, desde
estiramento da musculatura, injeções e traumas diretos sobre a musculatura. Em alguns casos a
etiologia permanece desconhecida. O diagnóstico é realizado através do histórico, exame clínico e
exames complementares, assim como o raio – x e o ultrassom. O diagnóstico definitivo pode ser
obtido a partir de biopsia, na qual se observa edema entre a fáscia e a musculatura, além de
degeneração das fibras musculares, associada a proliferação de tecido conjuntivo denso e
proliferação óssea. Relato de caso: um equino da raça Quarto de Milha de 12 anos foi atendido no
dia 26 de abril de 2010 no Hospital Veterinário da UNOESTE, apresentando encurtamento da fase
cranial do passo do membro posterior direito, sendo esta não dolorosa. Durante a palpação do
músculo semitendinoso foi notado uma rigidez do tecido muscular com característica de fibrose
com ausência de pontos dolorosos. A confirmação do diagnóstico foi realizada através do exame
ultrassonográfico do membro acometido e do membro contralateral. O tratamento instituído foi a
miectomia associada à tenectomia do músculo semitendinoso. O procedimento cirúrgico foi
realizado com o animal sobre anestesia geral inalatória em decúbito lateral direito. Foi realizada
uma incisão de pele na região caudal do membro de 25 cm, divulsão dos tecidos perimusculares
até o isolamento completo do músculo semitendinoso. Foi feita a tenectomia e em seguida a
miectomia deste músculo. O sucesso, bem como o prognóstico da cirurgia depende da técnica
utilizada para o tratamento, sendo que neste caso a técnica utilizada foi um sucesso, pois o
animal voltou a suas atividades atléticas normais.

Palavras-chave: equinos, claudicação, Miopatia ossificante,


Key words: horses, lameness, Fibrotic Myophaty

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

HEMATÓCRITO E PROTEÍNAS PLASMÁTICAS TOTAIS EM EQUINOS SUPLEMENTADOS


COM MILHO SUBMETIDOS A DIFERENTES PROCESSAMENTOS
HEMATOCRIT AND TOTAL PLASMA PROTEIN IN HORSES SUPPLEMENTED WITH
DIFFERENT TYPES OF PROCESSED CORN
Silva, A.E.M. 1; Melo, D.P.B.B. 1; Pereira, V.C.1; Willcox, E. 2 ; Cardoso, E.A. 3 ; Manso,
H.E.C.C.C. 4; Ferreira, L.M.C. 4; Manso Filho, H.C.M 4
1
Aluno graduação em Zootecnia/UFRPE, alinemmanuelle@hotmail.com; 2 Professor,
Departamento de Med. Veterinária, UFRPE; 3 Médico Veterinário Autónomo; 4 Professor,
Departamento de Zootecnia, Núcleo de Pesquisa Equina/UFRPE;

O processamento do milho facilita a digestão pré-cecal desse alimento, reduzindo a


possibilidade de modificação no pH cecal, entretanto poderia provocar adaptações no volume
plasmático devido à rápida absorção de glicose. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a
percentagem do HT e a [PPT] em equinos suplementados com milho submetidos a diferentes
tipos de processamentos. Foram utilizados quatro animais da raça puro-sangue árabe, adultos e
em manutenção. Os animais foram distribuídos de forma aleatória e as variações analisadas pelo
quadrado latino, com P estabelecido em 5% tanto para a ANOVA como no teste post doc (Tukey).
Os animais receberam milho processado de quatro formas diferentes (triturado (MT), umedecido
em água potável por 12 horas (MU), extrusado (ME) e floculado (MF)) em quantidades
isocalóricas. O experimento teve quatro rodadas, sendo que em cada uma os animais tiveram um
período de adaptação a dieta de 15 dias antes da colheita de sangue, e com intervalo de 1
semana entre cada rodada. No dia anterior a colheita de sangue, pela venopunção e em tubos a
vácuo contendo heparina, os animais foram submetidos a um jejum alimentar de 12 horas, mas
com livre acesso a água. No dia da colheita foi colhida uma amostra de sangue com os animais
em jejum (T0) e em seguida os animais receberam o equivalente em quilograma a 3,8 Mcal de
energia digestível de cada tipo de milho processado. Então, novas amostras de sangue foram
colhidas em: +0,5h (T1), +1,0h (T2), +2,0h (T3), +3,0h (T4), +4,0h (T5), +5,0h (T6), e +6,0h (T7)
após a ingestão do alimento. As amostras de sangue foram imediatamente processadas para
determinação do HT e da [PPT]. Observou-se que todos os animais consumiram seus
concentrados em menos de 0,5h após fornecimento. Os valores do HT não se modificaram ao
longo da avaliação em todos os tipos de processamento (P>0,05), mas a [PPT] modificou-se em
todos os tratamentos (P>0,05), sendo os valores mais elevados observados no T0 e os mais
baixos no T7. Os valores do HT e da [PPT] ficaram dentro dos valores da normalidade. Os
animais não tiveram acesso a forragens ou concentrados durante do dia de colheita, mas livre
acesso à água, o que pode ter influenciado na redução do [PPT] observado nas fases finais da
experimentação. Concluiu-se que o fornecimento do milho, submetido a diferentes tipos de
processamentos, modificou a [PPT], mas não o HT nas horas seguintes a ingestão de milho
submetido a diferentes tipos de processamentos.

Palavras-chaves: cavalo, grãos, sangue


Key words: horse, grains, blood

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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HEMATOMA ETMOIDAL PROGRESSIVO EM CAVALO DE VAQUEJADA - RELATO DE CASO


PROGRESSIVE ETHMOIDAL HAEMATOMA IN VAQUEJADA HORSE - CASE REPORT
Costa, M.S.1 ; Tinoco, A.A.C.1 ; Leandro, E.E.S.1 ; Mascarenhas M.N.1 ; Palma, V.A.1 ; Rizzo
D.A.2
1. Médico Veterinário – Clinica do Rancho; 2. Discente de Medicina Veterinária da Universidade
Federal do Espirito Santo, Estrada do coco, Km 9,5, Condominio Vale Verde 34, Catu de
Abrantes, Camaçari – BA clinicadorancho@yahoo.com.br

O hematoma etmoidal progressivo (HEP) é uma patologia de etiologia desconhecida que


provoca frequentemente epistaxe, porém, dispnéia e ruídos respiratórios também podem ser
encontrados. É caracterizado por formar uma massa angiomatosa encapsulada, de tendência
expansiva, originado na submucosa do turbinado etmoidal crescendo rostralmente na cavidade
nasal, contudo, dependendo da localização de origem podem atingir os seios paranasais mais
próximos. O presente relata um caso de HEP em um equino de vaquejada da raça Appaloosa, de
oito anos de idade, que apresentava secreção serossanguinolenta, de odor fétido, proveniente da
narina esquerda, respiração irregular (dispnéia) e estertores respiratórios evidentes. À percussão
evidenciou-se som maciço na região do seio paranasal maxilar caudal esquerdo. O animal foi
submetido ao exame endoscópico, no qual se observou uma neoformação de coloração
amarelada e enegrecida ao centro, próxima a região das conchas etmoidais. O estudo
radiográfico apresentou uma massa radiopaca na região caudal da cavidade nasal. Na citologia
aspirativa por agulha fina obteve-se presença de células sem características de malignidade,
macrófagos e cristais de hemossiderina. O tratamento foi realizado por meio de ablação química
com injeções intralesional de 40 a 60 mL de formaldeído a 4%, inicialmente por meio de
sinusotomia do seio frontal e posteriormente transendoscópica. A sinusotomia foi mantida por um
período de um mês, após isto as aplicações passaram a ser transendoscópicas, realizadas
quinzenalmente, totalizando seis aplicações. Não foi observada qualquer alteração neurológica
durante ou após o tratamento. Após três meses de terapia com o animal mantido repouso, o HPE,
havia regredido e apresentava-se com tamanho reduzido de característica necrótica, a secreção
serossanguinolenta havia cessado e não havia mais ruídos estertorosos durante a respiração.

Palavras-chave: Hematoma etmoidal, formaldeído, equino


Key-words: Ethmoidal haematoma, formaldehyde, equine

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GEL DE ALOE VERA (BABOSA) IN NATURA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDA CUTÂNEA EM


EQUINO: RELATO DE CASO
ALOE VERA GEL (ALOE) IN NATURE IN THE HEALING OF SKIN WOUNDS IN HORSES: CASE
REPORT
Silva, R.J.1; Oliveira, K.P.2; Mesquita, E.P.2; Fagundes, R.H.S.1; Vaz, B. B. D.4; Santos, B.M.5

1 Médico Veterinário Residente, Clínica de Animais de Grande Porte/UFRPE. Rua Dom Manuel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE. rafaeljs15@hotmail.com; 2 Graduandos em Medicina
Veterinária, UFRPE; 3 Profa. Dra. da Disciplina de Clínica de Eqüídeos, UFRPE; 4 Médico
Veterinário Residente, Clínica de Animais de Pequeno Porte/UFRPE.

Inúmeras medicações tópicas estão disponíveis no momento, porém, poucos têm sido avaliados
nos eqüinos. Foi atendido na Clínica de Grandes animais da UFRPE, um eqüino, fêmea, sem raça
definida, de pelagem baia, sete anos de idade, pesando 300 kg, proveniente da cidade de Recife-
PE, apresentando áreas de laceração extensas na região ventral do pescoço no antímero
esquerdo, e da região peitoral a região axilar, de aproximadamente 20 cm e 50 cm de
comprimento, respectivamente, segundo o proprietário, devido a um acidente automobilístico
ocorrido 24 horas antes. Ambas regiões apresentando anfractuosidades, bordas afastadas,
contendo pêlos e borra de café. Ao exame clínico, observou-se os parâmetros vitais dentro da
normalidade. Foram realizados exames parasitológico de fezes e hemograma cujos resultados
revelaram parasitose intensa e anemia. O tratamento instituído foi à base de ivermectina gel (via
oral, repetição após 20 dias); A limpeza da ferida era realizada com água corrente, sabão e, após,
secava-se a ferida com compressa. Posteriormente, foi aplicada no local a mistura, composta por
50g de gel de Aloe vera, 200g de açúcar comum e 250g de nitrofurazona, manipulado em
laboratório específico para o fim. O Aloe vera apresenta no parênquima de suas folhas um gel
com ação cicatrizante, antimicrobiana, anestésica e ação antiinflamatória que diferentemente dos
esteróides, ao mesmo tempo em que bloqueiam a inflamação, favorecem o crescimento dos
fibroblastos e a aceleração da cicatrização que estimula a produção de anticorpos e a varredura
dos radicais livres produzidos pelos neutrófilos. A nitrofurazona é uma substância bacteriostática,
empregada topicamente no tratamento de feridas superficiais contaminadas e abscessos. Já o
açúcar possui ação bacteriostática, devido ao seu poder hiperosmótico somente à bactéria, mas
também desidrata células epiteliais, macrófagos e fibroblastos nas margens da ferida, podendo
retardar a cicatrização. O animal ficou internado por 55 dias, sendo alcançado excelente resultado
na cicatrização tecidual, com diminuição significativa da extensão da lesão, concluindo-se que a
mistura utilizada contribui e estimula a cicatrização tecidual, sendo recomendada a utilização no
tratamento de feridas cutâneas em eqüinos.
Palavras-chave: Aloe vera, equino, ferida
Key words: Aloe vera, horse, skin wound
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INTUSSUSCEPÇÃO DE JEJUNO EM POTRO - RELATO DE CASO


JEJUNUM INTUSSUSCEPTION IN A FOAL - CASE REPORT
Bromerschenkel, I.; Ferreira, L.; Oliveira Neto, C.R.; Costa, M.N.C.; Martins, C.B.
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo. Alto Universitário, s/n,
Guararema, Alegre, ES. cbm@cca.ufes.br

Uma potra Mangalarga Marchador de 60 dias de idade com síndrome cólica foi atendida
em um haras situado em Alegre-ES. Foi relatado que o animal apresentava sinais de desconforto
abdominal pela manhã. O proprietário aplicou duas doses de 1,1 mg/kg de flunixim meglumine em
intervalo de duas horas e 1L de ringer lactado. Relatou-se ainda, que houve mudança no manejo
alimentar devido a troca de funcionário. O animal demonstrava dor intensa rolando
frequentemente, apresentava escaras de decúbito, tempo de perfusão capilar (TPC) cinco
segundos, enoftalmia, temperatura 38°C, frequência cardíaca 90 batimentos por minuto,
hipomotilidade intestinal. Realizou-se a sondagem nasogástrica que resultou em refluxo escasso
com odor e coloração normais; enema comercial (fleet enema) com eliminação de apenas duas
cíbalas; a palpação digital da ampola retal mostrou que a mesma estava vazia; fluidoterapia
enteral por meio de sonda nasogástrica administrando 400 mL de soro caseiro morno, não
havendo aumento da motilidade intestinal. A suspeita foi obstrução estrangulante de intestino
delgado indicando-se o tratamento cirúrgico. Devido à inexistência de local apropriado para a
realização do tratamento, o animal foi deixado em observação. Após 6 horas de evolução, o
animal apresentava-se apático, rolando frequentemente, frequência cardíaca 112 batimentos por
minuto, ausência de movimentos intestinais, abaulamento abdominal, temperatura 38,5°C,
extremidades frias, TPC seis segundos, mucosas cianóticas e halo cianótico. As 19h (mesmo
raciocínio anterior) realizou-se a eutanásia do animal após a sedação com xilazina. À necropsia
observou-se intussuscepção de intestino delgado, na região do jejuno afetando 180 centímetros.
A mucosa intestinal apresentava degeneração e áreas de necrose. A porção intestinal anterior a
intussuscepção apresentava-se repleta de líquido e gás, o estômago repleto de líquido,
apresentando torção e deslocamento e a ampola retal vazia. Através da necropsia foi possível
concluir o diagnóstico e que o tratamento seria estritamente cirúrgico.

Palavras chaves: potro, intussuscepção, jejuno


Key words: foal, intussusception, jejunum

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PAPILOMATOSE EM EQUINOS: RELATO DE CASO


PAPILLOMATOSIS IN EQUINE: CASE REPORT
Velosos Neto, H.F ., Souza, M.I. 1, Coutinho, L.T.1, Quimarães, J.A1., Riet-Correa, F.3,
2

Ferreira, L.E.P.A2.
1. Méd. Vet. Clínica de Bovinos Campus Garanhuns – UFRPE; 2. Méd. Vet., Residente, Clínica de
Bovinos Campus Garanhuns – UFRPE (humbertofvn@hotmail.com); 3. Prof. Universidade Federal
de Campina Grande

Em eqüinos os papilomas são as formas mais comuns de neoplasias de tecido epitelial


induzida por vírus, apresentando comportamento benigno. A papilomatose é transmitida
diretamente ou indiretamente através de fômites, onde a infecção natural requer dano à pele.
Suspeita-se que simulídeos ou outros artrópodes, por promoverem lesões cutâneas pela picada
ou por atuarem como vetor mecânico do vírus, participem da patogênese da doença. Nos cavalos
as lesões são geralmente pequenas e provocam o inconveniente estético, podendo interferir nas
vendas e exposições por causa do aspecto desagradável. Não existe predileção por raça ou sexo
e ocorre mais comumente em animais jovens por volta de 1-3 anos. As lesões geralmente
acometem o focinho e lábios, menos comumente as pálpebras, genitália externa e parte distal dos
membros podem ser solitárias ou múltiplas e no início são pequenas (1 mm), em relevo, com
pápulas de coloração variando do cinza ao branco. A remissão espontânea da lesão pode ocorrer
de um a nove meses. A eficácia da vacina autógena não está devidamente comprovada. A
excisão cirúrgica e a criocirurgia são considerados efetivos. O presente trabalho refere-se a um
potro, macho, quarto de milha, de aproximadamente 1,5 anos, criado em regime semi-intensivo e
atendido na Clínica de Bovinos da UFRPE. O proprietário relatou que há dois meses começaram
a aparecer pequenas verrugas em uma narina, sendo que as mesmas foram progressivamente se
espalhando por toda a região do focinho e dos lábios. Ao exame clínico e laboratorial, o animal
não apresentou nenhuma alteração exceto pequenas lesões cutâneas de aproximadamente 1
mm, de coloração cinza e características de hiperqueratose. Foi colhido material para exame
histopatológico obtendo-se diagnóstico. Foi realizado um tratamento com autohemoterapia, que
consistiu da retirada de 10 ml de sangue venoso do animal em questão e inoculação por via
intramuscular. O procedimento foi repetido três vezes com intervalo de oito dias entre cada
aplicação. Após um mês da última aplicação não houve regressão significativa das lesões,
optando-se por aguardar alguns meses na tentativa de haver regressão espontânea. Conclui-se
que, neste caso, a autohemoterapia não foi eficaz.

Palavras-chave: eqüino, papilomas


Key words: equine, sink diesase

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PRESENÇA DO PAPILOMAVIRUS BOVINO TIPOS 1 E 2 E EXPRESSÃO GÊNICA EM


SANGUE PERIFÉRICO DE EQUINOS DO BRASIL
BOVINE PAPILOMAVIRUS TYPES 1 AND 2 PRESENCE AND GENIC EXPRESSION IN
PERIPHERAL BLOOD OF EQUINES FROM BRAZIL
Silva, K.M.G.1,2; Silva, M.A.R.2; Santos, F.L.1; Vieira, R.T.A. 3; Andrade, R.L.F.S.3; Freitas,
A.C.2
1-UFRPE; 2-UFPE-LEMTE; 3-Faculdade Pio Décimo; 1- Av. Boa Viagem, 5554/602, Boa Viagem,
Recife-PE, 51030-000, antonio.freitas@pq.cnpq.br

O papilomavírus bovino (BPV) é estritamente espécie-específico e os tipos 1 e 2 (BPV 1/2)


estão envolvidos na patogenia do sarcóide equino. Este corresponde a um terço de todos os
tumores de eqüinos descritos; não sofrem metástase, mas tendem a crescer a depender do
tratamento e nos tipos agressivos, podem comprometer a utilização e o bem estar do animal. O
sarcóide equino difere da papilomatose bovina por esta se resolver espontaneamente. O objetivo
desse estudo foi analisar a expressão de BPV-2 em sangue de equino apresentando sarcóide e
em sangue de animais assintomáticos. Foi coletado sangue de quatro cavalos de uma mesma
propriedade sendo que apenas um dos animais apresentava sarcóide, confirmado pelo exame
histopatológico. Foi realizada a extração do DNA e RNA do sangue total e posteriormente, foi
realizada uma PCR para detecção da presença de BPV 1/2 com primers que amplificaram um
fragmento dos genes E5 e L2. Após a detecção, a expressão foi verificada por meio de RT-PCR,
utilizando primers para E5 e E2 de BPV-2. A expressão do E2, proteína que desempenha papel
crucial no ciclo de vida viral e serve como reguladora de transcripção, replicação e segregação do
genoma viral nas células, foi verificada no sangue de dois animais. A expressão de E5, que é a
menor oncoproteína que orquestra a transformação celular, foi verificada no sangue de 3 animais
– um deles apresentou o tumor. Isso reforça a hipótese de que a corrente sanguínea pode
trabalhar como reservatório e transporte do BPV. Maiores estudos nessa área são necessários
para descobrir a forma de transmissão do sarcóide.

Palavras-chave: sarcóide equino, papilomavírus bovino, sangue.


Key words: equine sarcoid, bovine papillomavirus, blood.

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ACIDENTE BOTRÓPICO EM EQUINO NO RECÔNCAVO BAIANO: RELATO DE CASO


SNAKE BITE IN HORSE ON RECÔNCAVO BAIANO: CASE REPORT
Siqueira, C.C. 1 ; Graça Filho, U.C.2
1. Mestranda em Saúde Animal/ UFBA; Rua Itatuba, 201/ sala 909, Parque Bela Vista,
Salvador/ Bahia; cândida.conrado@ufba.br. 2. Médico Veterinário, Diretor Laboratório
CLINILAB; ulissesvet1@hotmail.com.

Os acidentes ofídicos têm importância médica em virtude de sua frequência e gravidade


representando um problema de saúde pública nos países tropicais. A maioria dos acidentes é
causada pelos gêneros Bothrops e Crotalus, sendo o primeiro responsável pela maioria dos
acidentes ofídicos nos animais domésticos. Em equinos, uma menor percentagem dos acidentes
ocorre nos membros e no tronco do animal, e a maioria das picadas ocorre no focinho ou próximo
a ele, resultando em destruição tissular local grave, e consequentemente, tumefação cefálica e
obstrução das vias aéreas, devendo-se instituir um diagnóstico rápido e um tratamento adequado,
imprescindíveis para um prognóstico favorável. Descreve-se um caso de ofidismo em uma égua
de cinco anos de idade, raça Campolina, em Santo Amaro da Purificação e foi realizado
diagnóstico sintomático de envenenamento por picada de serpente do gênero Bothrops sp. À
inspeção clínica o animal apresentou picada na face palmar da quartela do membro anterior
esquerdo, edema generalizado da coroa do casco ao antebraço e peito, sangramento local,
petéquias na mucosa vaginal e gengivorragia moderada. O tratamento emergencial foi a
aplicação de soro antiofídico (Master Soro Plus/ Soro Antiofídico Polivalente®) dose de 300 mg,
via endovenosa lenta; soro anti-tetânico em dose única, via intra-muscular; corticosteróide,
diurético e e fluidoterapia via endovenosa. Nos cinco dias consecutivos manteve-se a
corticoterapia e fluidoterapia, além de ducha de água no membro afetado por trinta minutos duas
vezes ao dia. Alterações hematológicas, bioquímicas e urinárias, nas primeiras 24 horas,
demonstraram anemia hemolítica, leucocitose, neutrofilia com desvio à esquerda, plaquetopenia,
hematúria, insuficiência renal aguda e injúria muscular como conseqüências das ações
hemorrágica, coagulante, proteolítica e necrosante do veneno botrópico. O completo
restabelecimento do animal ocorreu após sete dias do acidente ofídico. Na literatura nacional, não
há descrições de ofidismo eqüino no Nordeste do Brasil, concluindo que a falta uma notificação
obrigatória na Medicina Veterinária tem como conseqüência, informações epidemiológicas
equivocadas sobre a ocorrência de envenenamentos ofídicos em animais de grande porte.
Palavras-chave: Bothrops sp. , equino, acidente botrópico
Key words: Botrhrops sp., equine, snake bit

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ENFERMIDADE OCULAR CONGÊNITA EM CAVALOS CAMPOLINA


CONGENITAL OCULAR DISEASE IN CAMPOLINA HORSES
Leal, L.D. ; Manso, H.E.C.C.C.2; Gouveia, A.B. 3; Regis, B. A. 3; Batista, N.M. 1; Cunha,
1

S.C.F.G. 1; Manso Filho, H.C.2


1 Aluno graduação em Zootecnia/UFRPE; 2 Professor Adjunto, Departamento de Zootecnia,
Núcleo de Pesquisa Equina/UFRPE; 3 Aluno graduação em Medicina Veterinária/UFRPE

Diferentes enfermidades congênitas acometem os cavalos. Dentre esse grupo de


enfermidades, as que acometem a visão são importantes porque podem não se manifestar com
gravidade no nascimento mas se tornar um grande problema com o desenvolvimento dos animais.
Descreve-se a ocorrência de enfermidade ocular congênita em três equinos da raça Campolina.
Animal I (fêmea, 320kg, nascido em 2009), Animal II (fêmea, 480kg, nascimento 2005) e Animal
III (fêmea, 520kg, nascimento 2004) nasceram aparentemente normais mas com o avançar da
idade os problemas de visão foram sendo notados pelos cavalariços. Esses animais
demonstravam claras dificuldades em ver objetos, tanto ao entardecer como ao amanhecer com o
envelhecimento. Animal I: não tinha lesões aparentes em ambos os olhos, mas durante o
entardecer e durante a noite não se deslocava no pasto sem se chocar com diferentes tipos de
objetos ou com outros animais; não havia sinais de uveites. Animal II: com sérios problemas de
visão ao entardecer e a noite, chocava-se com objetos frequentemente; havia cataratas em
ambos os olhos dificultando a visão diurna. Animal III: acometido de graves uveites recorrentes
que, mesmo quando tratadas, deixaram graves sequelas; esse animal já perdeu por completo a
visão do olho esquerdo e ~ 80% da visão do olho direito; ele também passou toda a estação de
monta 2007/2008 e 2008/2009 com ambos os ovários pequenos (20x20x20mm) e lisos, sem
atividade folicular. Os animais descritos possuem elevado grau de parentesco com o animal Gás
Rex (RG 03/308; animal morto) (animal I:25,0%; animal II: 31,26%; animal III: 12,50%), que foi
importante reprodutor da raça com muitos filhos e netos campeões nacionais, e com isso é
facilmente encontrado no pedigree de animais dessa raça. Todos aos animais enfermos citados
ainda não haviam recebido os registros definitivos, que é emitido pela Associação Brasileira dos
Criadores do Cavalo Campolina (ABCCC), mas devido ao grau de disfunção da visão que
apresentam não deverão receber esse registro, caso seja detectado pelo avaliador. Todavia o
reconhecimento precoce da enfermidade e/ou o afastamento dos programas de reprodução dos
portadores e enfermos deve ser uma meta dos criadores de equinos de diferentes raças. Conclui-
se que enfermidades oculares nos animais da raça Campolina podem ter carácter genético, como
acontece com outras raças equinas. Com isso deve-se sugerir a ABCCC que inclua exames
oculares dos animais da raça Campolina que serão destinados à reprodução.

Palavras-Chave: potro, olho, genética


Key words: foal, eye, genetic
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EFEITO DO PROMATER® NO DESEMPENHO REPRODUTIVO DE DOADORAS DE


EMBRIÃO EQUINO DA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR
EFFECT OF PROMATER ® ON THE REPRODUCTIVE PERFORMANCE OF EQUINE
EMBRYO DONORS MANGALARGA MARCHADOR
Pinheiro, L.M.1; Maia, A.P.L.2; Fragomeni, B.O3
1
MUNDO VET Centro Veterinário;2Haras EAO;3Mestrando em Zootecnia UFMG;
luanamev@gmail.com

A reprodução equina é influenciada por diversos fatores intrínsecos a espécie, bem como a
nutrição. Sendo esta um fator dominante para que o animal possa alcançar todo o seu potencial
reprodutivo. A deficiência de minerais e vitaminas na dieta têm sido relacionados ao aumento da
incidência de problemas reprodutivos como o atraso da idade a puberdade, a redução das taxas
de concepção e prenhez, o período de serviço elevado, bem como, o alto índice de repetição de
cio e abortos. A suplementação com micro nutrientes mais diretamente ligados com as funções
reprodutivas pode melhorar os índices reprodutivos das fêmeas sendo importante a utilização das
Vitaminas A, E e B12, Selênio, L-Carnitina, Zinco, Beta caroteno e os ômegas 3 e 6 na dieta. Com
o objetivo de avaliar o incremento reprodutivo destes micro minerais na reprodução equina
utilizamos o Promater®(Laboratório VETNIL SP-Brasil) suplemento vitamínico mineral aminoácido
para alimentação, que compõem todos os elementos nutricionais que atuam diretamente na
reprodução animal. Este estudo avaliou a taxa de recuperação embrionária de 21 doadoras de
embrião da raça M. Marchador, entre 3 e 24 anos de idade, mantidas na central de reprodução
do Haras EAO durante as estações de monta 2007/2008 e 2008/2009. As mesmas éguas foram
acompanhadas na primeira estação, quando não foram suplementadas e na seguinte, quando
foram suplementadas diariamente com o nutraceutico Promater® (Laboratório VETNIL SP-Brasil),
seguindo as recomendações do fabricante. Comparou-se o número médio de embriões por coleta
nos grupos sem suplementação e com suplementação, que tiveram médias de 0,3610 ± 0,2450 e
0,6410 ± 0,2203 embriões por coleta respectivamente. Houve diferença significativa entre os
grupos (p<0,05), usando o teste t de student para dados pareados. Desta forma, pode-se concluir
que a administração do nutraceutico Promater® influenciou a taxa média de recuperação
embrionária das éguas e pode ser usado como forma de incrementar a taxa de recuperação
embrionária de éguas doadoras.

Palavras Chaves: égua, promater ®, reprodução


Keywords: mare, promater ®, reproduction

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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HÉRNIA ESCROTAL CONGÊNITA ASSOCIADA AO CRIPTORQUIDISMO


CONGENITAL SCROTAL HERNIA ASSOCIATED WITH LATE CRIPORQUIDISM
Melo, J.M.1; Manso, H.E.C.C.C.2; Duarte, T.L.3; Martins Neto, J.C.4; Almeida, T.L.A.C.4;
Cardoso, F.S.4; Manso Filho, H.C.2
1
Graduanda em Medicina Veterinária/UFRPE, jessica.melo@veterinaria.med.br; 2Professor,
Núcleo de Pesquisa Equina/UFRPE; 3 Graduando em Zootecnia/UFRPE; 4Mestrando do
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias/UFRPE.

Enfermidades congênitas são regularmente associadas a algum tipo de defeito congênito e


com isso animais portadores desses tipos de problemas devem ser excluídos dos programas de
reprodução ou do registro definitivo das associações de criadores. Hérnias escrotais congênitas
tem sido relatadas em animais das raças marchadoras, como Campolina e Mangalarga-
Marchador, assim como em animais “Pacers” Standardbred. Relata-se um caso de hérnia escrotal
bilateral associada ao criporquidismo unilateral na idade adulta. Um potro da raça Campolina
apresentou, dois dias após o nascimento, um aumento de volume na bolsa escrotal e no prepúcio,
associados a dificuldade de urinar. Examinando-se o animal observou-se, respectivamente, à
palpação e à auscultação a presença de alças e sons intestinais na bolsa escrotal que foi
confirmada pela ultrassonografia da região. O animal foi colocado em decúbito dorsal e a hérnia
reduzida manualmente, com facilidade. Nos dias que se seguiram a redução, o animal
permaneceu no pasto, realizando exercícios livres para melhorar a musculatura abdominal. A
hérnia não teve recidiva nos dias seguintes a redução. Passados 3 anos do nascimento do
animal, ele foi submetido à orquiectomia total pelo método do testículo descoberto, pois além dos
problemas apresentados ao nascimento ele não apresentava o testículo direito na cavidade
escrotal. Após a tranquilização e colocação do animal na posição de decúbito lateral esquerdo,
pode-se palpar o testículo criptorquídico no canal inguinal. Inicialmente o testículo esquerdo foi
extirpado e logo se observou que a cauda do epidídimo desse testículo encontrava-se a cerca de
10,0cm do local normal, junto ao testículo. Já o testículo direito foi removido com dificuldade do
canal inguinal pois apresentava o cordão espermático e o cremaster bastante curtos, dificultando
a emasculação. O pós-cirúrgico seguiu a rotina de aplicação de antibióticos, soro antitetânico,
medicação cicatrizante local e exercícios leves acompanhados.. A descrição desse caso
demonstra a existência da possibilidade de associação entre problemas congênitos, como a
hérnia escrotal, e ausência do posicionamento correto do testículo na cavidade escrotal no animal
adulto. Todavia devido esse ser um único caso, os autores sugerem o acompanhamento de um
número maior de animais, mesmo sabendo das dificuldades desse tipo de acompanhamento a
longo prazo.

Palavras-chave: hérnia escrotal, testículo, potro


Key-words: escrotal hernia, testicol, foal
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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USO DE NEUROLÍTICO EM DEFORMIDADE FLEXURAL CÁRPICA EM POTRO


USE OF NEUROLYTIC IN CARPAL FLEXURAL DEFORMITY IN FOAL
Araújo, I.G.R.1; Bezerra, K.B.2; Dornbusch, P.T.3
1 Prof. Msc. UFMA. ivoaraujo@ufma.br; 2 Residente do HOVET – FMVZ/USP ; 3 Prof. Dr. UFPR

As deformidades flexurais são problemas comuns em potros, e podem estar presentes


desde o nascimento ou ser adquiridas durante a vida. As deformidades flexurais adquiridas têm
maior ocorrência em raças de crescimento rápido, como os Quarto de Milha, raça mais numerosa
no Brasil e de maior uso em vaquejadas. Os animais acometidos podem ser submetidos à terapia
clínica ou cirúrgica, ou ainda a associação destas modalidades. Foi atendido um potro, macho,
Quarto de Milha, de 23 meses de idade, que apresentava deformidade flexural cárpica adquirida
em ambos os membros. À avaliação clínica notou-se um desvio flexural menor que 20º. No exame
radiográfico apresentava reação periosteal na região de inserção do ligamento acessório do
tendão flexor digital superficial. Diante desde quadro, seguiu-se uma investigação semiológica
minuciosa antes da indicação de uma desmotomia bilateral, procedimento que requeria estrutura
hospitalar mínima, inexistente no local. No decorrer da avaliação clínica foi procedido bloqueio
anestésico com objetivo de isolar o foco de dor, tendo resultado positivo quando feito sobre o
ligamento suspensor superior. Diante disso, optou-se pela administração de um neurolítico
(cloridrato de amônia 3%) na região de inserção do check superior para inibir a sensação dolorosa
e proporcionar bem-estar ao animal, além de evitar lesões complementares. Inicialmente tal
conduta tinha como objetivo a estabilização do quadro de deformidade até que se viabilizasse a
opção cirúrgica, em caso de insucesso da terapia conservativa. Passados 20 dias, o animal
apresentou melhora significativa na postura e deambulação, encorajando o início do
casqueamento corretivo até que se atingisse uma conformação anatômica aceitável. Com o
controle da dor através da infiltração do neurolítico, além de terapêutica auxiliar (hidroterapia,
casqueamento e ferrageamento), foi possível reverter o quadro de deformidade flexural do animal,
com perfeito alinhamento rádio-metacárpico, suprimindo a necessidade cirúrgica e reduzindo os
custos de tratamento.

Palavras-chaves: deformidade flexural, equino, neurolítico


Key words:flexural deformity, equine, neurolytic

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


30
ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

BIOMETRIA CORPORAL E TESTICULAR EM CAVALOS


CORPORAL AND TESTICULAR BIOMETRICS MEASUREMENTS IN HORSES
Cardoso, F.S. 1; Santiago, T.A. 1; Magalhães, F.J.R 1; Martins Neto, J.C. 1; Manso,
H.E.C.C.C.2; Manso Filho, H.C. 2.
1
Mestrando, Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária/UFRPE, 2 Professor,
Departamento de Zootecnia, Núcleo de Pesquisa Equina/UFRPE

A avaliação biométrica e testicular ainda são importantes características a serem


analisadas durante o registro definitivo das raças nacionais. Diferentes estudos têm demonstrado
que há uma relação entre idade e tamanho testicular mas pode não haver entre o tamanho
corporal e o tamanho testicular. O tamanho testicular nos equinos é avaliado através da
mensuração do comprimento, largura e altura do testículo e com isso pode-se determinar o
volume testicular. Para avaliar a relação da biometria corporal e testicular de cavalos com o grupo
etário, foram utilizados 76 animais que foram agrupados nos seguintes grupos etários: jovem
(<5 anos), adultos (entre 5 e 15 anos) e idosos (>15 anos). Em seguida foram analisadas a
medidas de altura da cernelha, com um hipômetro, e perímetro torácico, com uma trena métrica
flexível. Já o comprimento, a largura e a altura testicular através do uso do paquímetro. Os
resultados foram analisados pelo ANOVA (P <0,01), e o teste Holm-Sidak utilizado para
caracterização das diferenças entre os grupos e com P estabelecido em 1%. Não
ocorreram variações na altura a cernelha e no perímetro torácico (P>0,01), conforme o grupo
etário. Essa ausência de variação pode estar associada ao fato que todos os animais avaliados já
possuíam os testículos na bolsa escrotal, e com isso já estavam com a idade de 30 meses,
quando os equinos diminuem bastante, a velocidade de crescimento. Foram observadas
variações no comprimento, largura e altura do testículo direito (P<0,01). Já para o testículo
esquerdo foram observadas diferenças no comprimento e largura dos testículos (P<0,01). Nesses
casos o grupo de animais adultos apresentou medidas significativamente maiores quando
comparado com os grupos jovem e idoso. Não ocorreram diferenças nas medidas entre os grupos
jovens e idosos (P>0,01). A ausência de diferenças entre os grupos jovens e idosos devem-se a
dois fatores distintos entre os grupos, pois os animais jovens ainda não completaram o seu
desenvolvimento, principalmente o reprodutivo, enquanto que os animais idosos estão reduzindo
a capacidade reprodutiva, e com isso a produção espermática. Essas avaliações podem ajudar no
melhor entendimento das adaptações da capacidade reprodutiva com o desenvolvimento e
senilidade dos animais. Conclui-se que na espécie eqüina não há variação nas medidas
biométricas corporais em animais adultos longo da idade e que a biometria testicular está
relacionada com a atividade reprodutiva dos animais.

Palavras-chaves: biometria, equino, reprodução


Key words: biometric, equine, reproduction
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

FIXAÇÃO DORSAL PATELAR EM EQUINO – RELATO DE CASO


DORSAL PATELLAR FIXATION ON EQUINE – CASE REPORT
Melo, L.C.S.!; Manso Filho, H.C."; Revorêdo, R.G.#; Silva, E.R.R.4; Fagundes, R.H.S.5; Silva,
R.J.5; Vaz, B.B.D.6
!Graduando em Medicina Veterinária, UFRPE leocsmelo@hotmail.com; "Professor Adjunto
DZ/UFRPE; #Graduanda em Medicina Veterinária, UFRPE; 4 Mestranda, Programa em Pós-
Graduação em Ciência Veterinária, UFRPE; 5Médico Veterinário residente da Clínica de Grandes
Animais, UFRPE ; 6 Professora Associada do DMV/UFRPE

A fixação dorsal ou luxação de patela é o deslocamento ou a lesão da mesma. Os fatores


predisponentes incluem o aumento do ângulo fêmoro-tibial, diminuição do tônus muscular do
quadríceps e hiperextensão traumática dos membros posteriores, comprometendo a função
atlética do cavalo. O primeiro episódio é acompanhado por dor e incapacidade de andar, mas com
a cronicidade esses sintomas podem desaparecer. Essa enfermidade pode aparecer
temporariamente, com uma extensão drástica do membro no sentido caudal, ou permanente,
onde a patela fica impossibilitada de retornar à posição normal. Em eqüinos, o membro afetado
parecerá mais longo que o normal, com a pinça do casco arrastando no chão. Esse realto de caso
tem como objetivo descrever o caso de fixação de paleta em um equinos. O animal foi
encaminhado ao Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de Pernambuco por
aprsentar uma postura anormal do membro posterior. Ele era do sexo feminino, da raça Palomina,
com 12 a 14 meses de idade, apresentando emboletamento do membro posterior direito, com
desgaste de muralha do casco deste e claudicação grau três, tipo elevação. O proprietário relatou
que esse problema já havia ocorrido outras vezes, sem motivo aparente. No exame ainda
observou-se que quando o animal recuava o membro afetado não voltava ao normal. Foi realizada
uma radiografia do membro posterior direito, revelando uma fixação dorsal da patela, confirmando
a suspeita. O proprietário preferiu não realizar a desmotomia mesmo após o diagnóstico da
enfermidade, já que para a função que ele desempenhava no haras esse não havia sido um
problema sério até o momento
Palavras-chave: fixação patelar; equino; desmotomia.
Key words: patellar fixation; equine; desmotomy.

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VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

MASTITE EM POTRA: RELATO DE CASO


MASTITIS IN FILLY: A CASE REPORT
Belli, G.S. , Carrara, C.H.2, Casalecchi, F.L.3, Vitorino, A.S.4
1

1
Médico Veterinário Autônomo – Pós Graduando em Medicina Veterinária , E-mail para contato:
2,3
vet.guilherme @yahoo.com Docentes de Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais,
UNIPINHAL 4 Graduanda em Medicina Veterinária, UNIPINHAL
Define-se mastite como a inflamação da glândula mamária. Na espécie equina a mastite
tem uma incidência menor do que na bovina devido a algumas particularidades anatômicas como
o tamanho inferior e posição mais oculta da glândula mamária, tetos menores com menor
exposição a traumas e a infecção. A glândula mamária da égua possui capacidade de
armazenamento lácteo menor, considerando que os potros se nutrem varias vezes por hora,
garantindo o frequente esvaziamento. Os sinais clínicos mais comuns são: tamanho anormal ou
tumefação da glândula mamária, calor e dor associados à palpação local, secreção mamária
serosa, purulenta ou com presença de sangue, febre, edema ventral e claudicação dos membros
posteriores.O diagnóstico é realizado através de anamnese, exame físico, cultura e citologia das
secreções mamarias e do leite. O tratamento local é o mais importante, consistindo em ordenhar
os lobos acometidos para remoção do patógeno e células inflamatórias, compressa quente,
hidroterapia, exercício leve para diminuir o edema e o uso de antibióticos e antinflamatórios
sistêmico depende da gravidade da mastite. Foi encaminhado ao Hospital Veterinário do
UNIPINHAL um equino fêmea, Quarto de Milha, 3 meses de idade, apresentando aumento de
volume evidente da glândula mamária esquerda e claudicação do membro posterior esquerdo, no
exame clínico não se observou nenhuma alteração de FC, FR e temperatura, ao exame da
glândula mamária observou-se dor a palpação,calor, edema, e ao ordenhar notou-se presença
de secreção purulenta, foi realizada a higienização rigorosa do úbere e após desprezar as
primeiras gotas da secreção, coletou-se em tubo estéril uma amostra que foi enviada ao
laboratório para realização de cultura e antibiograma, também foi coletado sangue para realização
de hemograma e dosagem de fibrinogênio porém não houve alterações. Enquanto aguardava o
resultado do exame a potra foi medicada com ceftiofur e meloxican e antinflamatório local e
mantida em piquete com a mãe, sem apresentar melhora. Na cultura bacteriana foi diagnosticado
Corynebacterium spp, e o antibiograma revelou-se sensível a amicacina, foi instituído o
tratamento com amicacina na dose de 25mg/kg, IM, SID, durante 10 dias, aplicação local de
pomada a base de beladona e como antinflamatório sistêmico permaneceu-se com o meloxican
havendo melhora do quadro após três dias.
Palavras chaves: mastite, potra, glândula mamaria.
Key words: foal, mammary gland, infection

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DISTOCIA FETAL VERSUS LAMINITE AGUDA EM ÉGUA - RELATO DE CASO


FETAL DYSTOCIA VERSUS ACUTE LAMINITIS IN MARE - CASE REPORT
Costa, M.N.C.1; Bromerschenkel, I.1; Ferreira, L.1; Martins, C.B.1
1
Universidade Federal do Espírito Santo. Alto Universitário, s/n, Guararema, Alegre, ES.
cbm@cca.ufes.br

A distocia é considerada dificuldade no parto em decorrência de alterações de origem


materna e/ou fetal. Como resultado pode ocorrer morte da mãe e/ou produto. Pode ocorrer a
retenção placentária e laminite aguda como consequência. Este trabalho tem por objetivo relatar
um caso de distocia com retenção de placenta, evoluindo para laminite e óbito. Uma égua da raça
Mangalarga Marchador foi encontrada com o feto morto insinuado na vulva, com cabeça
edematosa e perda tecidual na região do focinho decorrente de mordedura de cão. Ao exame
clínico, apresentou frequências cardíaca e respiratória de 80 bpm e 60 mpm, respectivamente e
mucosas rósea claro. Observou-se edemaciação da vulva e região perineal. Na palpação
transvaginal constatou-se que o feto encontrava-se em apresentação longitudinal anterior, posição
dorsosacral e desvio dorsal dos membros torácicos. Realizou-se a correção da estática fetal com
manobras obstétricas seguida de tração sob intensa lubrificação. Foi realizada lavagem uterina
com solução fisiológica; fluidoterapia com gluconato de cálcio intravenoso; antibioticoterapia a
base de penicilina procaína, penicilina benzatina, penicilina potássica e estreptomicina; flunixim
meglumine em dose anti toxêmica e ocitocina. Após 24 horas, procedeu-se nova lavagem uterina,
administração de ocitocina e ducha nos quatro membros preventiva à laminite. Após 48 horas da
distocia, o animal apresentou sintomas característicos de laminite: alternância constante de apoio,
dificuldade de locomoção, “andar pisando em ovos” e aumento do pulso nas artérias digital palmar
e plantar. Iniciou-se a crioterapia, com imersão dos quatro membros em gelo duas vezes ao dia;
flunixim meglumine em dose antitoxêmica e dipirona dódica como analgésico. No dia seguinte, o
animal apresentava hiporexia, apatia, dor intensa, decúbito lateral, frequências cardíaca e
respiratória aumentadas. Cinco dias após, a égua veio a óbito. É importante que os partos na
espécie eqüina sejam assistidos na tentativa de prevenir e/ou corrigir complicações, aumentando
assim, a probabilidade de sobrevivência da mãe e do produto.

Palavras chaves: distocia, laminite, equinos.


Key words: dystocia, laminitis, horses.

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METABOLISMO PROTEICO SANGUÍNEO APÓS A SUPLEMENTAÇÃO COM FARELO DE


VAGEM DE ALGAROBA (Prosopis juliflora) EM EQUINOS
BLOOD PROTEIN METABOLISM AFTER SUPPLEMENTATION WITH MESQUITE (Prosopis
juliflora) POD MEAL IN HORSES
Melo, S.K.M.1; Almeida, T.L.A.C.2; Santiago, T.A. 2; Melo, R.E. 3; Silva, A.E. 4 ; Manso,
H.E.C.C.C. 5; Ferreira, L.M.C. 5; Vaz, S.G.6.
1- Médica Veterinária Autônoma/UNISA. skmendesss@hotmail.com; 2- Mestranda do Programa
de Pós-Graduação em Ciência Veterinária/UFRPE; 3-Graduanda em Medicina
Veterinária/UFRPE; 4-Graduanda em Zootecnia/UFRPE; 5- Professora, DZ/UFRPE, 6- Residente
em Patologia Clínica no Programa de Pós-Graduação/UFRPE.

O farelo da vagem de algaroba é reconhecidamente um alimento energético, rico em


carboidratos solúveis, todavia também tem sido utilizado como fonte proteica para diferentes
espécies domésticas. Esse alimento possui grande disponibilidade na região Nordeste mas ainda
enfrenta um certo preconceito na sua utlização para os cavalos por parte dos criadores e técnicos.
Esse trabalho teve como objetivo avaliar as concentração da creatinia ([CREAT]), uréia ([UREIA])
e ácido úrico ([AcURI]) no sangue de equinos após a ingestão do farelo da vagem de algaroba
(FVA). Foram utilizados quatro animais da raça puro-sangue árabe, que após um período de
adaptação de 15 dias com FVA (1,3 Kg/animal/dia; 9,31% PB, 1,30% EE, 25,12% FDN) foram
submetidos a colheita de sangue, pela venopunção, para as análises. Foram colhidas amostras
antes do fornecimento do FVA (T0), após jejum alimentar de 12 horas, e em seguida amostras
nos seguintes tempos: 0,5h (T1), 1,0h (T2), 2,0h (T3), 3,0h (T4), 4,0h (T5), 5,0h (T6), e 6,0h (T7).
Os resultados foram avaliados pelo ANOVA, com P estabelecido em 5%. Foram utilizado kits
comerciais para o diagnóstico dos metabólitos associados ao metabolismo proteico. Os resultados
demonstraram que não ocorrerem variações significativas (P>0,05) na [CREAT], [UREIA] e
[AcURI] no sangue de equinos após a ingestão do FVA. A [CREAT], [UREIA] e [AcURI], média, foi
de 5,30+0,16 mmol/L, 116,50+2,61 mmol/L, e 0,024+0,0022 mmol/L, respectivamente, e estavam
dentro dos valores da normalidade para a espécie equina. Também foi observado que todos os
animais consumiram o FVA em menos de 0,5h após fornecimento do alimento, demonstrando a
boa palatabilidade do alimento. A ausência na variação das concentrações sanguíneas não era
esperada pois o FVA possui elevada concentração de proteínas, o que poderia modificar algum
desses metabólitos. Finalmente, concluí-se que a ingestão do FVA, na quantidade acima, não foi
capaz de modificar a concentração de metabólitos ligados ao metabolismo das proteínas.

Palavras chave: nutrição, equino, sangue


Key words: nutrition, equine, blood

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BIOMETRIA DE EQUINOS DA RAÇA PAINT HORSE EM VAQUEJADAS NO RIO GRANDE DO


NORTE, BRASIL
BIOMETRICS OF “VAQUEJADA” PAINT HORSES IN RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL
Câmara, F.V.1; Pimentel, M.M.L.1; Dantas, R.A.1; Pedroza, H.P.1; Pessoa, H.F.1; Grameleira,
J.S.1; Aguiar, K.C.S.1; Dias, R.V.C.2; Souza, M.V.3
1- Graduando do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido –
UFERSA; 2-Prof.(a). Msc. Departamento de Ciências Animais – UFERSA; 3- Prof.(a). Dra.
Departamento de Veterinária – UFV

A raça Paint horse de origem norte – americana, é um cavalo versátil, usado tanto para
lazer, como para corridas, provas de obstáculos, etc. É, sobretudo usado para a lida do gado.
Porém, pouco se sabe a respeito destes animais utilizados para prática de vaquejada, assim,
foram realizadas avaliações biométricas de 1289 eqüinos sendo que destes 50 (3,87%) foram da
raça Paint Horse, 35 machos (70%) e 15 fêmeas (30%), através de medições realizadas com o
auxílio de fitas métricas metálicas para a obtenção do diâmetro torácico e do comprimento
corporal, em vaquejadas no estado do Rio Grande do Norte no período de Agosto de 2009 a Abril
de 2010. A partir da análise dos dados do diâmetro torácico e do comprimento corporal pôde-se
obter o índice corporal e o peso vivo dos animais que foram divididos por faixa etária. Fêmeas
com idade de 0 -5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,78±0,07), comprimento corporal (

1,51± 0,06), índice corporal ( 85,03± 3,60) e peso vivo ( 454,75±53,69). De 6 –10 anos (

1,73±0,04), ( 1,50±0,07), ( 86,60±3,06) e ( 420,60±31,28), respectivamente. Os machos com

idade de 0–5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,77±0,07), comprimento torácico ( 1,43±

0,07), índice corporal ( 35,72±42,38) e peso vivo ( 400,37±154,98), de 6 – 10 ( 1,77±0,08),

( 1,50±0,08), ( 85,16±18,56) e ( 446,24±110,55), respectivamente. Portanto, os eqüinos da


raça Paint Horse utilizados nas provas de vaquejada visitadas no estado do Rio Grande do Norte,
no período de Agosto de 2009 a Abril de 2010, são longilíneos, com idade e peso influenciando
nos parâmetros biométricos avaliados. Aprovado dentro das normas de condutas para o uso de
animais, pela comissão de ética do DVT/UFV (proc. 32/2008).
Palavras Chave: biometria, Paint Horse, vaquejada.
Key words: biometrics, Paint Horse, “vaquejada”.

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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RAIVA EQUINA – RELATO DE CASO


EQUINE RABIES – CASE REPORT
Santos, F.C.O ; Souza, M.I. ; Dantas, A.C. 2; Riet-Correa, F.F. 3; Rego, R.O. 1; Silva, M.L.C.R.4
1 2

1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária, UFRPE, E-mail:
fabio_vet@ig.com.br ; 2Méd. Vet. Clínica de Bovinos- Campus Garanhuns, UFRPE; 3Prof.
Universidade Federal de Campina Grande; 4Doutoranda em Medicina Veterinária UFCG/CSTR.

A raiva é uma virose pouco comum em equinos, mas em razão do seu potencial zoonótico,
deve ser considerada no diagnóstico diferencial dos quadros neurológicos. No Brasil a raiva tem
sido pouco estudada nos equinos. O vírus da raiva é transmitido pela saliva contaminada em
ferimentos, sendo que no equino o método mais comum de infecção é a mordida de um carnívoro
selvagem ou de morcegos hematófagos que transportam o vírus. Cães, gatos domésticos, além
de outros cavalos podem transmitir a raiva através de mordeduras e lambeduras. Em eqüinos a
clínica é muito variável, tanto na forma paralítica quanto a forma furiosa da enfermidade. Os sinais
incluem posturas anormais, relinchos frequentes, agressividade, mordidas, ataxia, cegueira,
claudicação, cansaço, passando posteriormente para decúbito esternal e posteriormente decúbito
lateral, seguido por convulsões com pateamento e paralisia terminal. A raiva é uma doença de
difícil diagnóstico, como na maioria dos casos existe probabilidade de exposição humana, a falha
na identificação da doença pode colocar a vida humana em risco. Qualquer animal sob suspeita
de raiva deve ser isolado e manipulado o menos possível. O presente estudo analisa um caso de
raiva em um equino, mestiço, de oito meses de idade, criado em regime extensivo, não vacinado
contra raiva que foi atendido na Clínica de Bovinos Campus Garanhuns-UFRPE. O proprietário
relatou que no período da manhã o animal estava bem e no meio da tarde foi encontrado com
incoordenação motora e logo depois veio ao decúbito. Ao exame clínico estava em decúbito
lateral, bastante agitado e com movimentos de pedaladas ou pedalagem e ao amanhecer o
animal veio a óbito. Na necropsia não foi encontrada nenhuma alteração macroscópica, sendo
enviado material do sistema nervoso central formolizado para análise no setor de histopatologia,
no qual, não foi observada a presença de Corpúsculo de Negri, porém a inoculação intracerebral
em camundongos e a reação em cadeia de polimerase foram positivos para raiva. Após a
confirmação do diagnóstico, o proprietário foi orientado quanto à necessidade de vacinação dos
animais e esclarecimento da enfermidade como zoonose. Apesar da baixa ocorrência em equinos
no estado de Pernambuco, devem-se tomar as medidas preventivas desta zoonose. Neste caso, o
uso da inoculação intracerebral em camundongos e a reação em cadeia de polimerase foram
fundamentais para o diagnóstico.
Palavras-chave: raiva, equino, morcegos
Key words: rabies, equine, bats

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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
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“CUSTO CAVALO” NA CAVALARIA DA POLÍCIA MILITAR (EPMONT-CE) NO PERÍODO DE


MAIO/2009 A ABRIL/2010
MAINTENANCE COSTS AT HORSE CAVALRY OF MILITARY POLICE IN THE PERIOD FROM
MAY/2009 TO APRIL/2010
Melo1, M.M.O.; Manso Filho2, H.C.; Abreu3, J.M.G,
1-EPMont – CE; 2-UFRPE; 3-FAVET/UECE, zemariovet@yahoo.com.br

Diversos empreendimentos contribuem para o chamado “custo cavalo” na eqüinocultura


moderna, uma variável desconhecida pela maioria dos criadores que permite a visualização dos
gastos reais realizados nos haras e planejamento de medidas econômicas. Utilizou-se um plantel
de 162 animais (machos e fêmeas em diversas fases de desenvolvimento). Os animais recebiam
4 refeições/dia e sal mineral. O manejo sanitário consistia em vermifugações trimestrais,
vacinações, exames para o diagnóstico de AIE e mormo semestrais e hemogramas anuais. Para
os custos fixos, considerou que 80% da água e 20% da energia destinados ao criatório. Foram
considerados os custos com pessoal (serviços de enfermeiros, baieiros e veterinários). O presente
trabalho propõe as percentagens discriminadas para um haras controlado. A alimentação
contribuiu com 50,45% dos custos totais. De acordo com os objetivos e condições locais de
produção de verde, este é um índice que pode ser melhorado colocando-se os animais que
estejam somente em manutenção com pouco ou nenhum concentrado. O custo com
medicamentos de 12,66% parece estar apropriado para uma propriedade com os problemas
clínicos controlados, sendo a intervenção veterinária diária de fundamental importância para a
minimização destes valores. Os exames sanitários contribuíram com 1,62% dos custos e
resultaram em certificação da propriedade pelo Ministério da Agricultura como livre para AIE e
mormo. Os custos fixos (água e energia) com 8,22% podem ser avaliados como aceitáveis. É
possível diminuí-los ainda mais com providências de perfuração de poços profundos, pois a água
utilizada advém de empresa privada. O custo com pessoal (27,06%) apresenta um impacto no
qual podem-se lançar estratégias para minimizá-lo com uma distribuição mais racional das
atividades. No presente trabalho, um custo agregado nos valores de todas as variáveis deveu-se
a permanência de vários animais idosos que já cumpriram suas campanhas ou com problemas
clínicos não recuperáveis e que recebem manejo igual aos animais que estão trabalhando
normalmente. O conhecimento de custos em criatórios eqüinos é de fundamental importância para
fins de programação de despesas. De acordo com o impacto de cada variável no custo cavalo,
compreendendo-se ponto a ponto os investimentos, podem-se programar estratégias para
manutenção de patamares quando aceitáveis e diminuir outros quando se julga que ultrapassam o
bom senso. CEUA-UECE n° 41/2009
Palavras-chave: eqüino, custo, equinocultura
key words: horse, cost, breeding

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


38
ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

TRATAMENTO DE CONTRATURA DOS TENDÕES FLEXORES DIGITAIS CONGÊNITA COM


OXITETRACICLINA
CONGENITAL CONTRACTURE OF DIGITAL FLEXOR TENDONS TREATMENT WITH
OXYTETRACYCLINE
Regis, B.A. ; Melo, J.M. ; Manso, H.E.C.C. 2; Magalhães, F.J.R. 3; Cardoso, F.S.3; Manso
1 1

Filho, H.C. 2
1
Aluno graduação em Medicina Veterinária/UFRPE; 2 Professor, Departamento de Zootecnia,
Núcleo de Pesquisa Equina/UFRPE; 3 Programa de Pós-Graduação em Ciências
Veterinárias/UFRPE

Diferentes enfermidades acometem os recém-nascidos, e entre uma das mais frequentes


está a contractura dos tendões flexores digitais. A causa dessa enfermidade não está clara, mas
acometem animais que nascem com tamanho acima do esperado para determinada raça. Vários
métodos têm sido empregados para o tratamento dessa enfermidade, como o uso de
imobilizadores, o gesso e o tratamento com medicamento como a tetraciclina, ou mais
recentemente a oxitetraciclina. Esses medicamentos atuam competindo com o cálcio nas ligações
entre os tendões e os ossos, sendo o relaxamento do tendão um efeito colateral do medicamento.
Objetivamos descrever o tratamento de dois potros com emboletamento congênito bilateral, com a
oxitetraciclina. Dois potros de raças diferentes (animal I: quarto-de-milha, 12 horas de vida,
macho; animal II: campolina, 24 horas de vida, fêmea) nasceram emboletados com o eixo canela-
quartela completamente linear e com a perda da angulação natural. Detectado o problema, cada
animal recebeu 2,4g de oxitetraciclina base (Tetrabac®, BAYER), por via intravenosa. Não
ocorreram reações adversas após 2 horas de aplicação do medicamento, já que o mesmo não é
indicado para equinos. Os animais foram medicados com a autorização dos proprietários. Todos
os dois potros estavam com menos de 48 horas de vida, seguindo essa indicação original para a
tetraciclina, que não está disponível no mercado nacional sem ser combinada com outros
produtos. Cerca de 7 dias após a aplicação da oxitetraciclina, os animais estavam normais, com
visível angulação no eixo canela-quartela, que deve ser semelhante a angulação da paleta como
o piso. Esse efeito do medicamento deve-se basicamente a competição entre o princípio do
produto e o cálcio em ponto da junção dos tendões e os ossos, produzindo a redução da
contratura do tendão e com isso, o emboletamento. Todavia o criador deve ser alertado pelo
médico veterinário que esse é um efeito colateral do medicamento e a aplicação desses
medicamentos não está livre de reações secundárias. A aplicação de oxitetraciclina pode ser
empregada nos casos de emboletamento congênito bilateral, nas primeiras horas de vida do
neonato, como método alternativo para correção da perda da angulação cogênita nessa região.

Palavras-Chave: Emboletamento Bilateral; Oxitetraciclina; enfermidade congênita


Key words: tendon contracture, oxytretracyclin, congenital disease

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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REDUÇÃO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR EM EQUINOS UTILIZANDO SULFATO DE


COBRE
EQUINE SPINOCELLULAR CARCINOMA REDUCTION USING COPPER SULPHATE
Silvia, K.M.G1A; Santos, F.L 1; Andrade, R.L.F.S 2; Vieira, R.T.A 2; Mendonça, L.B.R.3 ; Torres,
S.M.!; Korinfsky, E.W.4
1-UFRPE, A- Av.Boa Viagem, 5554/602, Boa Viagem, Recife-PE, 51030-000,
karenmascaro1@hotmail.com 2-Faculdade Pio Décimo; 3-Médica Veterinária; 4-CESMAC,
Maceió-AL.

Carcinoma espinocelular (CEC) é uma neoplasia maligna, localmente invasiva comum em


eqüinos, principalmente os de pelagem clara, ocorrendo sobretudo nas junções mucocutâneas,
em especial nas pálpebras. Esse tipo de neoplasia ocular geralmente é proliferativo e ulcerado,
podendo estar associado à conjuntivite purulenta. O tratamento de eleição é a excisão cirúrgica
total da massa neoplásica, sendo que a enucleação transpalpebral deve ser considerada a
depender da extensão da lesão. Utiliza-se o sulfato de cobre nas feridas de eqüinos quando há
grande exacerbação de tecido de granulação, pois a exposição da pele de forma prolongada a
sais de cobre pode causar necrose tissular. Égua mestiça, 6 anos, Palomino, prenhe de 6 meses,
com aumento de volume (5 cm) na pálpebra inferior do olho direito com evolução de mais de 4
meses. Cavalo mestiço, 10 anos, Branco de Pampo, com aumento de volume (4,5 cm) na
pálpebra inferior do olho direito, com edema na região da pálpebra superior e evolução de mais de
3 meses. Ambos apresentaram conjuntivite purulenta e úlcera de córnea. Os exames
histopatológicos confirmaram CEC bem diferenciado. A terapia constou de lavagem do olho e do
tumor com solução fisiológica e aplicação BID de Epitezan® pomada oftálmica no olho por 10 dias
e aplicação tópica no tumor de sulfato de cobre (CuSO4) adicionado ao Ungüento Pearson® a
uma solução de 20% a cada 24 horas. Acompanhamento do tratamento na égua durou três
meses, onde houve regressão significativa do tumor e o potro não apresentou nenhuma
anormalidade após nascimento. No cavalo iniciou-se tratamento tópico idêntico ao da égua por 15
dias e posterior excisão cirúrgica de grande parte do tumor. Complementou-se com terapêutica
tópica. Houve diminuição significativa do tumor com, aproximadamente, 2 meses desde o início do
tratamento. Podemos concluir que a utilização de sulfato de cobre para terapia tópica no CEC
evita enucleação transpalpebral com redução do tumor.

Palavras-chave: Carcinoma espinocelular, equino, sulfato de cobre.


Key words: Spinocellular carcinoma, equine, copper sulphate.

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
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PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DO SERVIÇO DE TRAÇÃO ANIMAL EM BELÉM-PARÁ


PROFILE SOCIO ECONOMIC OF THE ANIMAL TRACTIVE SERVICE IN BELÉM-PARÁ

Ribeiro, D.B.1; Ferreira, P.S.S.2; Oliveiro, R.M.R.2; Coelho, M.O. 2; Bentes, M.E.A. 2; Silva, J.S.
2
; Figueiredo, H.F,3; Mangas, T.P.4
1
Professor da Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA e Coordenador do Projeto
Carroceiro,2 Bolsista PROBEX/PROPED/REUNI do Projeto Carroceiro, 3 Médico
Veterinário/Projeto Carroceiro. 4 Médico Veterinário Residente/Projeto Carroceiro. Av. Pres.
Tancredo Neves, 2501, Montese, CEP 66077-530, CP 917 djacy.ribeiro@ufra.edu.br.

A problemática envolvendo a violência e os maus tratos em animais de tração nos centros


urbanos, tem sido continuamente debatida nas principais cidades brasileiras. Em Belém, Pará,
principalmente nos bairros mais populosos e carentes, constantemente vimos animais mal
nutridos, mal tratados, com excesso de carga e de serviço, isso quando não são abandonados
nas ruas promovendo sofrimento e acidentes de trânsito. Objetivando cadastrar e conhecer o
perfil sócio-econômico do carroceiro, realizamos coleta de dados através de Diagnóstico Rápido
Participativo (DRP), por questionário estruturado, contendo 34 perguntas envolvendo temas
relacionados aos aspectos sociais, familiares, econômicos, educacionais e de maus tratos. Foram
entrevistadas 36 famílias de carroceiros, residentes nos 04 bairros mais carentes e com maior
numero de animais de tração de Belém. Dentre os dados mais relevantes estão: 58,30% são
casados; 30,50% tem no mínimo 04 filhos; 52,80% trabalha há mais de 10 anos na profissão; 50%
tem somente primeiro grau; 91,70% tem acesso somente a televisão como fonte de informação;
50% ganha até 1 salário mínimo; 86,10% não possui outra fonte de renda; 83,30% tem casa
própria, mesmo vivendo em condições precárias e em invasões; 30,60% residem mais de 06
pessoas na mesma residência; Quanto aos animais 55,60% trabalham mais de 06 horas
ininterruptas e 33,30% em até 09 horas; 11,10% não tem intervalo para descanso e/ou
alimentação; 100% comem somente farelo de soja, grãos de milho e gramínea de má qualidade.
O carroceiro do município de Belém tem baixa escolaridade e renda, também carece de atenção
através de projetos sociais, não somente de educação ambiental, mas de novas oportunidades de
emprego e renda, assim como, cursos técnicos e serviço Médico Veterinário à atual fonte de
renda.

Palavras chave: animais de tração, maus tratos, perfil sócio-econômico.


Key words: working animals, misuse, sócio-economic profile

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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INDUÇÃO DE OVULAÇÃO EM ÉGUAS: USO COMPARATIVO DA GONADOTROFINA


CORIÔNICA HUMANA E DO ACETATO DE DESLORELINA
INDUCTION OF OVULATION IN MARES: COMPARATIVE USE OF hCG AND DESLORELIN
ACETATE
Chagas, C. A.1; Mota, A. E.1; Torres, S. M.1; Silva, D. G. B.2; Lima, P. F.3
1
Médica Veterinária Autônoma; 2Graduando em Medicina Veterinária da Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife- PE. 3Professor Adjunto do Departamento de Medicina
Veterinária – DMV, UFRPE. E-mail: camilachagas@hotmail.com

A utilização de novas biotécnicas de reprodução assistida, como inseminação artificial com


sêmen refrigerado e transportado, sêmen congelado e transferência de embriões, leva à
necessidade de um conhecimento específico da duração dos componentes do ciclo estral, bem
como do momento exato de ovulação e da época ideal de inseminar a égua. O acompanhamento
folicular através do auxílio da ultrassonografia permite o uso de drogas cuja finalidade é aumentar
a eficiência reprodutiva. Através de algumas destas drogas podemos induzir a ovulação,
ferramenta importante para reduzir o número de inseminações necessárias por ciclo, resultando
em um programa reprodutivo mais eficiente. O objetivo do presente estudo foi comparar o uso e
eficácia da gonadotrofina coriônica humana (hCG) e um análogo do GnRH, a deslorelina, ambas
com propriedades indutoras de ovulação. Para tanto utilizou-se 33 ciclos ovulatórios de 18 éguas
sem raça definida, com idade entre 3 e 15 anos, com peso entre 300 e 400 kg e boa condição
corporal, localizadas no Estado de São Paulo, Brasil (Latitude 22°52’S, Longitude 48°27’W, e
temperatura média de 22°C). Todas as éguas estavam em diestro e tiveram o estro sincronizado
com Dinoprost trometamina na dose de 5mg via intramuscular. As éguas foram monitoradas
diariamente, sendo palpadas e ultrassonografadas via retal. Os animais foram monitorados com
intervalo de 24 horas até que o diâmetro folicular mínimo para ovulação atingisse 35mm. A partir
de então, foram procedidos os respectivos tratamentos e após 12 horas dos tratamentos, os
animais passaram a ser monitorados a cada 6 horas até que a ovulação fosse detectada. As
fêmeas foram aleatoriamente divididas em dois grupos experimentais: o G1, no qual 13 ciclos
ovulatórios foram tratados com 2.500 UI de hCG intravenoso; e o G2, no qual 20 ciclos ovulatórios
foram tratados com 1mg de acetato de deslorelina intramuscular. Os resultados foram
estatisticamente analisados e constatou-se que não houve diferença significativa entre o tempo de
ovulação após o uso de cada uma destas drogas, já que o tempo médio de ovulação do G1 foi de
40,7 ± 11,66 horas e do G2 foi de 43,25 ± 12,82 horas, sendo portanto, ambas as drogas eficazes
na indução da ovulação em éguas.

Palavras-chave: Indução de ovulação, gonadotrofina coriônica humana (hCG), deslorelina.


Key words: Induction of ovulation, hCG, deslorelin
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HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM CAVALOS DE


VAQUEJADA
EXERCISE-INDUCED PULMONARY HAEMORRHAGE IN VAQUEJADA HORSES

Almeida Neto, J.B.1; Sá, F.B.2; Laguna Legorreta, G.G.3; Ribeiro, M.L.A.4
1
Médico Veterinário Autônomo. R. Nilo Peçanha, 78 – centro, Garanhuns – PE.
jbn.vet@uol.com.br; 2Professor Adjunto DMFA - UFRPE; 3 Médico Veterinário Autônomo. São
Paulo, SP, Brasil; 4Médica Veterinária Autônoma. Maceió, AL, Brasil.

A Hemorragia Pulmonar Induzida pelo Exercício (HPIE), definida como a presença de


sangue na árvore traqueobronqueal proveniente dos capilares alveolares, por sua alta incidência é
uma das mais importantes patologias respiratórias do eqüino atleta. Porém não se tem referências
na literatura científica sobre sua ocorrência em cavalos de vaquejada, atividade eqüestre de maior
importância socioeconômica no Nordeste. Este trabalho tem por objetivo relatar sua primeira
observação em animais destinados a esta prática eqüestre. Durante uma etapa do Campeonato
Pernambucano de Vaquejada, 15 cavalos, machos, com idade entre cinco e 12 anos, da raça
Quarto de Milha, utilizados para puxar o boi, foram submetidos ao exame endoscópico do trato
respiratório cranial e traquéia. A competição se deu em uma pista de areia fofa com 140m de
comprimento. Nenhum animal apresentou alteração física antes do exame ou houve relatos de
diminuição de rendimento. A avaliação endoscópica em repouso foi realizada por um único
examinador, cerca de 30 minutos após o término do exercício (três corridas em seqüência).
Utilizou-se um fibrocolonoscópio flexível, com 1,60 m de comprimento útil e 14 mm de diâmetro, e
uma fonte de luz halógena de 15 v / 250W, com uma câmera de vídeo específica para endoscopia
acoplada e imagens visualizadas em uma tela de televisão. Observaram-se três (20%) animais
positivos, sendo um dos casos graduado como hemorragia de grau IV e os outros como grau II.
Pelo fato da HPIE ser uma afecção até então desconhecida entre os cavalos de vaquejada, é
necessário que estudos mais aprofundados, visando um melhor entendimento sobre suas
particularidades nesta atividade eqüestre, sejam realizados, além de um trabalho de divulgação e
conscientização junto a vaqueiros e proprietários, com o intuito de estabelecer condições mais
racionais para a utilização dos animais sangradores.

Palavras Chave: endoscopia respiratória, hemorragia pulmonar, vaquejada.


Key words: respiratory endoscopy, pulmonary hemorrhage, vaquejada.

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USO TÓPICO DE METRONIDAZOL EM CANCRO DA RANILHA EM EQUINO MILITAR DA


ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS: RELATO DE CASO
TOPIC USAGE OF METRONIDAZOL IN MILITARY EQUINE FROG CANKER OF AGULHAS
NEGRAS MILITARY ACADEMY: CASE REPORT
Porto, R.A.N.1; Henriques, M.O.1 2; Campos, C. H.C.1 2; Oliveira, E. de P. 2 ; Collodel, T. 3;
Soares, O.A.B.1 2.
1
Academia Militar das Agulhas Negras, Rod. Pres. Dutra Km 306, Hospital Veterinário AMAN.
ranporto@yahoo.com.br; 2 Fundação Educacional Dom André Arcoverde (FAA); 3Universidade de
Barra Mansa (UBM).

No presente trabalho foi descrito um caso de dermovilite exsudativa vegetante crônica


(DEVC) ou cancro de ranilha, em eqüino militar da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN),
Exército Brasileiro, localizada no município de Resende no Estado do Rio de Janeiro, fêmea, com
oito anos de idade, da raça Brasileiro de Hipismo, mantida em regime de semi-estabulação,
utilizada em instruções militares e hipismo clássico, a qual apresentou lesões na ranilha e casco
dos membros posteriores e anterior direito, com aspecto infiltrativo na região da ranilha e sola,
caracterizado por crescimento rápido e desordenado, de aspecto papiliforme, de coloração
esbranquiçada na raiz e escura nas pontas, com secreção necrótica e de odor fétido. Bactérias
gram-negativas, má higiene e excesso de umidade no casco são considerados fatores etiológicos
e predisponentes para o desenvolvimento da enfermidade. O tratamento instituído incluiu
debridamento cirúrgico parcial da massa invasiva e posterior aplicação diária de metronidazol gel
à 10%, que juntamente com a correção do manejo e o diagnóstico precoce, obteve resultaram em
recuperação satisfatória do quadro nosológico descrito.

Palavras- chave: Cancro, secreção necrótica, metronidazol.


Key words: frog canker, necrotic secretion, metronidazol

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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PITIOSE EQUINA TRATADA COM IODETO DE SÓDIO: RELATO DE CASO


EQUINE PYTHIOSIS TREATED WITH SODIUM IODIDE: CASE REPORT
Andrade, A.T.1*; Mello, A.J.2; Tunon, G.I.L.3
1
Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdade Pio Décimo. angelica.teles@hotmail.com; 2
Médica Veterinária Autônoma; 3 Laboratório de Bacteriologia, DMO/Universidade Federal de
Sergipe

A pitiose equina é uma enfermidade piogranulamatosa com distribuição mundial, causada


pelo oomiceto Pythium insidium, presente em água parada e utiliza plantas aquáticas em seu ciclo
biológico. Nos equinos, a doença é caracterizada por intenso prurido e formação de úlceras
granulomatosas de evolução rápida e de difícil tratamento, sendo o mesmo influenciado pelo
tamanho, duração, local das lesões e estado fisiológico do animal (esta frase está sem sentido). O
presente trabalho relata a ocorrência de pitiose em um equino da raça Mangalarga Marchador, do
município de São Domingos-SE. A queixa do proprietário era a presença de feridas nos membros
anteriores. Ao exame clínico foram observadas lesões com aspecto granulomatoso, exsudativo,
secreção serossanguinolenta, com áreas de necrose e intenso prurido. O animal apresentou
parâmetros clínicos normais. O diagnóstico inicial foi de habronemose cutânea, no entanto, com o
aparecimento dos “kunkers”, suspeitou-se de pitiose. Foram realizados exames de cultivo
microbiológico e de histopatologia processado com hematoxilina e eosina e com coloração pela
prata. Confirmado o diagnóstico de pitiose, foi iniciada a imunoterapia com a vacina Pythium-
Vac®, sendo administrada com intervalo entre aplicações de 14 dias, totalizando 13 doses.
Associado à vacina, utilizou-se a anfotericina B tópica com DMSO 20% em penso úmido trocado
diariamente, assim como, a administração de iodeto de potássio na dose de 40 mg/kg por via oral
(durante quantos dias?). Com a falta de resultados expressivos, optou-se pela remoção cirúrgica
de todo o tecido de granulação e limpeza diária com água e iodo degermante. O iodeto de
potássio oral foi substituído por iodeto de sódio a 10% endovenoso na dosagem diária de 20 ml,
com aplicação lenta, por 10 dias consecutivos e no final deste período diminuía-se 1 ml ao dia,
totalizando 30 dias de tratamento, com a manutenção da vacina. Após 15 dias de tratamento,
houve recidiva das secreções, levando o clínico a optar por mais 30 dias de iodeto de sódio a 10%
endovenoso. Finalizado esse período de 30 dias, continuou-se com a limpeza diária da lesão que
cicatrizou bem, podendo o animal ficar solto em piquete sem risco de automutilação, estando sem
recidiva e até o presente momento. Apesar da associação de fármacos e a excisão cirúrgica
promoverem resultado satisfatório no caso apresentado, o diagnóstico precoce aumenta a chance
de cura.

Palavras-chave: Pythium insidium,, Dermatopatias, oomiceto


Key words: Pythium insidium, skin diseases, fungal hyphae
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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CONCENTRAÇÃO DE AMINOÁCIDOS NO PLASMA EM CAVALOS “DE ESTEIRA” APÓS


SIMULAÇÃO DE PROVA DE VAQUEJADA
PLASMA AMINOACIDS CONCENTRATION AFTER VAQUEJADA SIMULATION IN “ESTEIRA”
HORSES
Santiago, T.A!; Manso Filho, H.C."; Manso, H.E.C.C.C."; Almeida, T.L.!; Silva, F.S.!;
Magalhães, F.J.R.!; Santos, F. L".
!Aluno da pós-graduação em ciência veterinária UFRPE, "Professor da UFRPE.
titosantiago@gmail.com

A vaquejada é o esporte equestre que movimenta o maior número de cavalo no Brasil.


Com isso o mercado de nutrição animal tem desenvolvido inúmero produtos nutricionais para
melhorar a performance desse grupo de animais. Esse trabalho tem como objetivo as
concentrações de glutamina ([GLN]), alanina ([ALA]) e glutamato ([GLU]) nos cavalos de “esteira”
numa simulação de prova de vaquejada (TSV).
Foram utilizados quatro cavalos de “esteira”, da raça Quarto de Milha, com peso variando entre
450 a 550 kg e idade entre cinco e dez anos. Todos os animais eram arraçoados com capim
elefante (Penisetum purpureum; ~10 kg/animal/dia) e concentrado comercial (5,0kg /animal/dia;
níveis de garantia do concentrado: proteína bruta 14%, extrato etéreo 4%, fibra bruta 12,0%). Os
animais correram seis vezes, a 7,0 m/s, numa pista de areia fofa com 90m de comprimento foram
feitas coletas por meio de venopunção da veia jugular, no: pré teste (T jejum), após as três
primeiras corridas (T0 C1), após as três últimas corridas (T0 C2) e, logo em seguida, em 15
(T+15), 30 (T+30) e 240 minutos (T+240). As [ALA] e de [GLU] não variam após TSV (P>0,05).
Todavia a [GLN] modificou-se significativamente (P<0,05) após o TSV, sendo que a [GLN]
observado em T0-C1 (~179,0 #mol/L), foi diferente dos valores em T+30 (~324 #mol/L) T+15
(~301 #mol/L) e T jejum (~290 #mol/L). Tanto a alanina como a glutamina são aminoácidos
produzidos e liberados pelo tecido muscular em grandes quantidades, principalmente durante e
após o exercício físico. Nos cavalo de esteira observou que a [GLN] ficou bastante reduzida o que
poderia comprometer a recuperação energética desses animais, já que tanto a GLN como a ALA
são aminoácidos gluconeogênicos. A [ALA] não variou durante o TSV, todavia a [ALA]
imediatamente após a corrida do sexto boi foi cerca de 75% maior que o valor observado com os
animais em jejum, com isso favorecendo a reconstituição energética mesmo com a grande
redução na [GLN]. Nos animais “de esteira”, foram registradas variações estatísticas
significativas nos níveis de glutamina (P<0,05), indicando a necessidade de dieta especial para
esse tipo de cavalo de vaquejada e que favoreça o bem-estar do atleta.

Palavras chave: alanina, glutamina, exercício anaeróbico.


Key words: alanine, glutamine, aerobic exercise.
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OCORRÊNCIA DE TENOSSINOVITE EM EQUINOS DE VAQUEJADA NOS ESTADOS DO


PIAUÍ E MARANHÃO
OCCURRENCE OF TENOSYNOVITIS IN EQUINES IN THE STATES OF PIAUÍ AND
MARANHÃO
Boakari, Y. L.1; Arrivabene, M.2; Marques, A.L.A.1. ; Leal, A.B.G. 1; Lopes, J.B.2
1 Graduanda em Medicina Veterinária. Universidade Federal do Piauí; 2 Profa. Dra. Centro de
Ciências Agrárias. Universidade Federal do Piauí; Av. Mal. Castelo Branco, 611. T- 2. Apt-502.
Bairro Porenquanto. CEP- 64.000-810. Teresina, PI. yattalb@yahoo.com

A vaquejada é o esporte eqüestre mais praticado no Nordeste e tem uma enorme


importância econômica. Como este esporte exige muito do sistema locomotor dos eqüinos resulta
em patologias, sendo a tenossinovite uma das mais comuns. É uma inflamação da membrana
sinovial da bainha tendínea com uma maior secreção de líquido sinovial, geralmente devido a
trabalhos exagerados e exercícios inadequados. Geralmente não resulta em calor, dor ou
claudicação. Deve-se deixar o animal em repouso, usar hidroterapia além de antiinflamatórios
como a fenilbutazona e dimetilsulfóxido. Nos casos crônicos não se obtêm resultados eficazes
com os tratamentos de rotina, portanto é indicada a cauterização. Nesta pesquisa foram
utilizados 61 equinos, dos estados do Piauí e Maranhão que estavam em treinamento para o
esporte de vaquejada. Para a identificação da patologia foi realizado exame do aparelho
locomotor, composto de anamnese, exame visual, seguido por um método sistemático de
palpação direta, iniciado pela porção proximal de cada membro. Dos eqüinos examinados
81,97% se mostraram positivos, destes 69,93%, foram machos. Sendo a incidência mais alta nos
membros pélvicos (p<0,05), 36,89% e 16,39% nos membros anteriores. Embora não tenha
havido uma diferença estatisticamente significativa em relação à idade dos animais, aqueles
entre 3 e 8 anos apresentaram a maior porcentagem, 60,66%. Nenhum destes apresentou
claudicação. De acordo com os resultados obtidos, nota-se que a tenossinovite é uma afecção
muito freqüente em eqüinos que praticam vaquejada, evidenciando uma realização de esforços
físicos exagerados. Como a afecção não é acompanhada de claudicação os animais continuam a
competir e não recebem tratamento.

Palavras chave: Cavalo, aparelho locomotor, líquido sinovial


Key words: Horse, locomotor system, synovial fluid.

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BIOMETRIA DE EQUINOS DA RAÇA PAINT HORSE EM VAQUEJADAS NO RIO GRANDE DO


NORTE, BRASIL
BIOMETRICS OF “VAQUEJADA” PAINT HORSES IN RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.
Câmara, F.V.1; Pimentel, M.M.L.1; Dantas, R.A.1; Pedroza, H.P.1; Pessoa, H.F.1; Grameleira,
J.S.1; Aguiar, K.C.S.1; Dias, R.V.C.2; Souza, M.V.3.
Graduando do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido –
UFERSA; 2- Prof.(a). Msc. Departamento de Ciências Animais – UFERSA; 3 - Prof.(a). Dra.
Departamento de Veterinária – UFV

A raça Paint horse, de origem norte – americana, é um cavalo versátil, usado tanto para
lazer, como para corridas, provas de obstáculos, etc. É, sobretudo usado para a lida do gado.
Porém, pouco se sabe a respeito destes animais utilizados para prática de vaquejada, assim,
foram realizadas avaliações biométricas de 1289 eqüinos sendo que destes 50 (3,87%) foram da
raça Paint Horse, 35 machos (70%) e 15 fêmeas (30%), através de medições realizadas com o
auxílio de fitas métricas metálicas para a obtenção do diâmetro torácico e do comprimento
corporal, em vaquejadas no estado do Rio Grande do Norte no período de Agosto de 2009 a Abril
de 2010. A partir da análise dos dados do diâmetro torácico e do comprimento corporal pôde-se
obter o índice corporal e o peso vivo dos animais, que foram divididos por faixa etária. Fêmeas
com idade de 0 -5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,78±0,07), comprimento corporal (

1,51± 0,06), índice corporal ( 85,03± 3,60) e peso vivo ( 454,75±53,69). De 6 –10 anos (

1,73±0,04), ( 1,50±0,07), ( 86,60±3,06) e ( 420,60±31,28), respectivamente. Os machos com

idade de 0–5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,77±0,07), comprimento torácico ( 1,43±

0,07), índice corporal ( 35,72±42,38) e peso vivo ( 400,37±154,98), de 6 – 10 ( 1,77±0,08),

( 1,50±0,08), ( 85,16±18,56) e ( 446,24±110,55), respectivamente. Portanto, os eqüinos da


raça Paint Horse utilizados nas provas de vaquejada visitadas no estado do Rio Grande do Norte,
no período de Agosto de 2009 a Abril de 2010, são longilíneos, com idade e peso influenciando
nos parâmetros biométricos avaliados. Aprovado dentro das normas de condutas para o uso de
animais, pela comissão de ética do DVT/UFV (proc. 32/2008).
Palavras Chave: biometria, Paint Horse, vaquejada.
Key words: biometrics, Paint Horse, “vaquejada”.

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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
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BIOMETRIA EM CAVALOS QUARTO DE MILHA DE VAQUEJADA NO RIO GRANDE DO


NORTE, BRASIL.
BIOMETRICS OF “VAQUEJADA” AMERICAN QUARTER HORSES IN RIO GRANDE DO
NORTE, BRASIL.
Câmara, F.V.1; Pimentel, M.M.L.1; Catunda Neto, A.1; Ferreira, A.L.1; Pedroza, H.P.1; Pessoa,
H.F.1; Aguiar, K.K.1; Dias, R.V.C.2; Souza, M.V.3.
Graduando do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido –
UFERSA; 2 - Prof.(a). Msc. Departamento de Ciências Animais – UFERSA; 3 - Prof.(a). Dra.
Departamento de Veterinária – UFV
A raça Quarto de Milha é tida como “a mais popular do mundo" e no nordeste brasileiro é a
mais utilizada em vaquejadas devido a sua docilidade, robustez, velocidade, partidas e voltas
rápidas e paradas curtas.Porém, pouco se sabe a respeito destes animais utilizados para prática
de vaquejada, assim, foram realizadas avalições biométricas de 1289 equinos sendo que destes
866 (67,2%) da raça Quarto de Milha, 268 fêmeas (31%) e machos 598 (69%), através de
medições realizadas com o auxílio de fitas métricas metálicas para a obtenção do diâmetro
torácico e do comprimento corporal, em vaquejadas no estado do Rio Grande do Norte no período
de Agosto de 2009 a Abril de 2010.Fêmeas com idade de 0 -5 anos apresentaram diâmetro
torácico ( 1.77±0,07), comprimento corporal ( 1,45 ± 0,10), índice corporal ( 81.96± 5,57) e

peso vivo verdadeiro ( 425,54±110,65). De 6 – 10 anos ( 1,77±0,08), ( 1,51±0,09), (

85,42±4,01) e ( 446,08±68,16), de 11 – 15 anos ( 1,78±0,06), ( 1,54±0,08), ( 86,55±3,96) e

( 454,15± 42,59), respectivamente. Machos com idade de 0 – 5 anos apresentaram diâmetro

torácico ( 1,76±0,09), comprimento corporal ( 1,42± 0,17), índice corporal ( 52,01±40,39) e

peso vivo verdadeiro ( 442,42±61,83). De 6 -10 anos ( 1,77±0,06), ( 1,49±0,08), (

84,20±4,59) e ( 442,95±58,00), de 11 – 15 anos ( 1,79±0,08), ( 1,53±0,08), ( 85,32±4,59) e

( 467,94±58,00), de 16 – 20 aos ( 1,80±0,06), ( 1,53±0,04), ( 85,21±3,70) e ( 472,51±


44,01), respectivamente. Concluindo que os animais da raça Quarto de milha utilizados em
vaquejadas no estado do Rio Grande do Norte representaram a maioria dos animais encontrados
nas vaquejadas visitadas no período de Agosto de 2009 a Abril de 2010. Além disso, são eqüinos
longilíneos e selecionados para provas de corrida que exijam partidas rápidas, como no caso das
vaquejadas. Aprovado dentro das normas de condutas para o uso de animais, pela comissão de
ética do DVT/UFV (proc. 32/2008).
Palavras Chave: biometria, Quarto de Milha, vaquejada.
Key words: biometrics, American Quarter Horse, “vaquejada”.

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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SARCÓIDE EQUINO: RELATO DE CASO


EQUINE SARCOIDE: CASE REPORT
Fagundes, R. H. S.1; Silva, R. J.1; d’Ultra Vaz, B. B.2; Albuquerque, R.F.3
1 - Médico Veterinário Residente, Clínica de Animais de Grande Porte da UFRPE. Rua Dom
Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE. renanhsfagundes@hotmail.com; 2 -Profa.
Associada da área de Clínica do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE; 4- Discente
do curso de Medicina Veterinária da UFRPE.
O sarcóide é uma neoplasia cutânea bastante comum de eqüinos, podendo acometer
cavalos, jumentos e mulas. Provavelmente é causado pela infecção com o vírus do papiloma
bovino (VPB) tipo 1 ou 2, caracterizando-se pela presença de protuberâncias cutâneas de
diversos tamanhos e localizadas em qualquer parte do corpo, sendo bem semelhantes à
papilomatose bovina. Suas lesões têm sido classificadas em: verrucosa, fibroblástica e mista. Na
forma verrucosa as lesões apresentam superfície seca, plana e córnea, podendo ser sésseis ou
pedunculadas. O tipo fibroblástico apresenta lesões com aspectos variados, algumas como
nódulos fibrosos bem circunscritos e recobertos com epiderme intacta e outras se apresentam
como grandes massas ulceradas, muitas vezes recobertas por tecido necrótico. O tipo misto é
menos freqüente e é classificado como uma forma tumoral de transição. Um sarcóide verrucoso
pode se transformar em fibroblástico em resposta a traumatismos ou a uma biópsia cirúrgica. Esta
neoplasia é muito rara nos eqüinos com menos de um ano de idade, e a prevalência do
acometimento aumenta conforme o animal fica mais velho, sendo que a idade média para o
aparecimento desses tumores é de sete anos. Chegou ao hospital veterinário da UFRPE, um
eqüino, macho, castrado, 8 anos de idade, raça campolina e pelagem castanha, onde o
proprietário percebeu o surgimento de uma pequena verruga na região abdominal direita, próximo
a região ingnal, onde foi realizado um procedimento de excisão daquela lesão, onde, este tecido
ressurgiu de forma rápida e com presença de secreção sero purulenta. Optou-se por coletar
amostra do tecido pra exame de histopatológico, onde foi observado algumas áreas de hiperplasia
de cristas dermais, enquanto outras áreas há ulceração do epitélio com reação inflamatória
constituída em sua maioria por neutrófilos. Mais internamente percebe-se proliferação fibroblástica
cujas células possuem arranjo indefinido, e figuras de mitoses sejam freqüentes, fechando assim
o diagnostico de sarcóide eqüino. Foi feita a extirpação cirúrgica da massa tumoral e em seguida
foi feita hemostasia com nitrogênio liquido. Foi estabelecido um tratamento sistêmico com
fenilbutazona (2,2mg/kg, IV, durante 3 dias) e um tratamento imunoterapico com aplicações
intralesional de onco –BCG(bacillus Calmette-guerin), com repetição após 21 dias, onde, foi
observada cicatrização da ferida com presença de tecido de granulação exuberante, fazendo-se
assim o debridamento da mesma. Após as 2 aplicações a lesão reduziu consideravelmente de
tamanho. A prática de procedimentos realizados empiricamente por pessoas não habilitadas
podem agravar as lesões, dificultando assim a terapêutica indicada, porem ainda conseguiu-se
boa resposta do organismo com a terapêutica instituída pela equipe de médicos veterinários.

Palavras Chaves: Sarcóide, eqüino, onco-BCG.


Key words: Sarcoide, equine, onco-BCG

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CASUÍSTICA DE ATENDIMENTOS REALIZADOS NA CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS NO


HOSPITAL VETERINÁRIO/UFRPE, RECIFE-PE, NO PERÍODO DE JANEIRO/2000
À JUNHO/2010
CASUISTRY OF CLINICAL SERVICES MADE AT THE LARGE ANIMALS CLINIC OF THE
VETERINARIAN HOSPITAL/UFRPE, RECIFE-PE, IN THE PERIOD OF JANUARY/2000
TO JUNE/2010
Albuquerque, R. F. , Fagundes, R. H. S.2, Silva, R. J.2, Silva, E. R. R.3, d'Utra Vaz, B. B.4
1

Discente em Medicina Veterinária - Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE; 2 -


Residente do Ambulatório de Grandes Animais, DMV/UFRPE; 3 - Mestranda do Programa de
Pós-Graduação em Ciência Veterinária – UFRPE; 4 - Professora Associada, DMV/UFRPE,
albuquerque.1989@yahoo.com.br

Os atendimentos a equinos realizados no Setor de Clínica de Grandes Animais (CGA)


constituem parte da rotina clínica do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (HOVET-DMV-UFRPE), apresentando algumas das principais enfermidades
ocorrentes nesta espécie. O objetivo do presente estudo é descrever a casuística de
atendimentos prestados a equinos pela CGA, nos períodos de janeiro de 2000 a junho de 2010,
somente fazendo referência às possíveis localidades e/ou cidades de origem. Os dados de
atendimentos prestados e internações foram obtidos nas fichas de atendimentos arquivadas da
CGA. No período acima citado, 924 cavalos, oriundos da Região Metropolitana do Recife, Litoral,
Zona da Mata e Agreste foram encaminhados para a CGA. De todos os animais atendidos,
146(15,78%) apresentaram afecções nos aparelhos locomotor, 65(7,02%) reprodutor e 43(4,64%)
respiratório; 79(8,54%) no trato digestório; 177(19,13%) nos sistemas tegumentar, 30(3,24%)
nervoso e 31(3,35%) cárdio-circulatório; 28(3,02%) oftálmicas; 67(7,24%) parasitoses e
258(27,89%) diagnósticos indefinidos. No sistema locomotor as principais afecções foram
laminites, fraturas de ossos longos, osteoartrites, tendinites, exostoses, artrites e distensões
musculares, provocadas por trabalho excessivo e acidentes. Quanto aos casos que envolveram o
trato gastrintestinal, as cólicas foram frequentes, sendo desecadeadas em geral por erros de
manejo nutricional. Broncopneumonias, garrotilho e mormo foram as principais afecções que
acometeram o aparelho respiratório. Entre os equinos encaminhados a CGA, as feridas
contribuíram para o maior número de atendimentos dos problemas relacionados ao sistema
tegumentar, sendo em grande parte, ocasionadas por acidentes ocorridos pelo alojamento em
locais inadequados, choques com automóveis e brigas entre animais.

Palavras chave: equinos, casuística, atendimentos


Key words: equine, frequency,

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CONCENTRAÇÕES SANGUÍNEAS DE LACTATO EM ÉGUAS SUBMETIDAS AO CONCURSO


DE MARCHA
BLOOD LACTATE CONCENTRATION IN MARES SUBMITTED TO CONTEST START
Rizzo, D.A.; Bromerschenkel, I.; Costa, M.N.C.; Ferreira, L.; Arêas, V.S.; Barros, R.J.;
Silveira, T.L.; Guimarães, L.C.; Lucas, F.L.; Porfírio, L.C.; Martins, C.B.
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito SantoAlto Universitário, s/n,
Guararema, Alegre, ES. cbm@cca.ufes.br

Ao atingir determinada intensidade de esforço ocorre repentina elevação do lactato


sanguíneo, formando um ponto de inflexão na curva lactato velocidade. Este ponto é referido
como limiar anaeróbio, e geralmente ocorre quando a concentração atinge de 2 a 4mmol/L. O
limiar anaeróbio tem sido utilizado para a determinação da intensidade do exercício em programas
de treinamento e avaliação do condicionamento de cavalos atletas. Dessa forma, o presente
estudo teve o objetivo mensurar a concentração de lactato sanguíneo (LS) em éguas da raça
Mangalarga Marchador antes e após o concurso de marcha da Copa Capixaba do Mangalarga
Marchador. O estudo foi realizado no município de Alegre, Espírito Santo utilizando 8 éguas com
idade de 3 a 9 anos e peso corporal de 380 a 450 Kg. Amostras de 10 mL de sangue venoso
foram colhidas por venopunção jugular às 7 horas da manhã (colheita basal) e após o término da
prova. Imediatamente após a colheita, as amostras foram submetidas à dosagem de lactato em
aparelho portátil (Accutrend Lactate®). Os resultados foram submetidos à análise de média e
desvio padrão. A média ± desvio padrão do LS basal foi 2,31±0,38 mmol/L. Após a prova a média
± desvio padrão do LS foi 3,41±1,74 mmol/L. Não houve diferença significativa entre os
momentos. No entanto, dois animais, pertencentes à mesma propriedade, apresentaram
concentração de LS acima do limiar de anaerobiose (6,0 e 5,5 mmol/L). Provavelmente esses
animais não estavam aptos ao esforço realizado, necessitando de maior condicionamento físico.
Os demais animais apresentaram concentrações abaixo do limiar de anaerobiose sendo
considerados aptos a tal prova e não tiveram desgaste físico excessivo durante o esforço.
Treinadores, proprietários e veterinários podem dispor dessa eficiente ferramenta para decidir
qual o melhor método e intensidade de treinamento que os animais devem ser submetidos a fim
de exercer um desempenho desejável.

Palavras chaves: lactato, equinos, exercício.


Key words: lactate, horses, exercise.

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LEPTOSPIROSE EM CAVALOS CARROCEIROS DE CURITIBA-PR E REGIÃO


METROPOLITANA
LEPTOSPIROSIS IN CART-HORSES OF CURITIBA AND METROPOLITAN REGION
Marinho, A.P.!; Finger, M.A.P."; Deconto,I..#; Dornbusch, P. T. #; Ullmann, L.S. 4; Langoni,
H.5; Barrros Filho, I.R. 3; Barros, C.C6.; Pampusch, R6.; Bonancin, J7.; Morikawa8,V.M.;
Biondo, A.W3.
1. Acadêmica de Medicina Veterinária-UFPR; 2. Mestranda de Ciências Veterinárias-UFPR; 3.
Docente DMV -UFPR; 4. Pós-Graduação SASPVSA-UNESP Botucatu; 5. Docente DHVSP-FMVZ-
UNESP Botucatu; 6. Médica Veterinária do CCZ de Pinhais; 7. Médico Veterinário do CCZ de São
José dos Pinhais; 8. Médica veterinária do CCZ de Curitiba; ana.marinho@ufpr.br

A leptospirose equina se manifesta principalmente de forma subclínica ou por abortos e/ou


uveíte recorrente. Os cavalos podem eliminar leptospiras na urina, atuando como disseminadores
do agente. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento sorológico para leptospirose em
cavalos de tração utilizados na coleta de material reciclável em Curitiba-PR e região
metropolitana. Foram coletadas 115 amostras de sangue da veia jugular de cavalos carroceiros
dos municípios de São José dos Pinhais, Pinhais e Curitiba (Bairro Vila Pantanal) em atividades
pontuais denominadas “Dia do Carroceiro”. O soro dos cavalos foi enviado para o laboratório de
Zoonoses – DHVSP - FMVZ - UNESP Campus Botucatu para pesquisa de aglutininas anti-
Leptospira frente a 16 diferentes sorovares, pela soroaglutinação microscópica (SAM),
considerado o método ouro para diagnóstico da doença. Considerou-se amostra reagente aquela
que apresentou título ! 100. Dos 55 cavalos de São José dos Pinhais, 29% (16) foram reagentes
sendo 3 para o sorovar Hardjo bovis, 3 para o sorovar Canicola, um para o sorovar Bratislava, um
para o sorovar Gryppothiphosa, 2 para o sorovar Pomona e 9 para o sorovar
Icterohaemorrhagiae. Dos 40 cavalos de Pinhais, 25% (10) foram reagentes, sendo 10 para o
sorovar Icterohaemorrhagiae e um para o sorovar Canicola. Das 20 amostras da Vila Pantanal,
60% (12) foram positivas, sendo 10 para o sorovar Icterohaemorrhagiae, um para o sorovar
Gryppothiphosa, um para o sorovar Canicola e um para o sorovar Bratislava. Animais que vivem
em áreas urbanas, cujas condições sanitárias e de infra-estrutura são precárias, como os cavalos
carroceiros se constituem numa população de risco. Os resultados são preocupantes no aspecto
de saúde pública, pois se trata de uma zoonose e os cavalos de tração, por serem ferramentas de
trabalho, circulam por todo o centro urbano e estão em contato íntimo com o homem e outras
espécies animais, podendo contribuir na disseminação da doença e ter um papel importante no
ciclo epidemiológico da leptospirose.

Palavras-chave: Leptospira sp., sorologia, equino


Key-words: Leptospira sp., serology, equine

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OCORRÊNCIA DE CASOS DE MORMO NO ANO DE 2008 E 2009 EM PROPRIEDADES


SUBMETIDAS A UM REGIME DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO ESTADO DE PERNAMBUCO
OCCURENCE OF GLANDERS DISEASE BETWEEN 2008 AND 2009 ON PROPERTIES UNDER
HEALTH SURVEILLANCE IN PERNAMBUCO STATE
Silva, C.M.S.L.1, Santana, V.L.A.2, Souza, M.M.A.2, Silva, J.C.3, Silva, H.V3, Santos, F.L1.
1
UFRPE, cecilia.leao@hotmail.com; 2Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;3
Agência de Defesa Agropecuária de Pernambuco;4DMV/FRPE
O Mormo, doença da lista da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conhecido na
zona da mata do nordeste do Brasil como “catarro de burro”, constitui-se em uma doença infecto-
contagiosa causada pela Burkholderia mallei acometendo burros, mulas e cavalos e,
incidentalmente humanos e felinos. Os sinais clínicos observados são corrimento nasal,
abscessos cutâneos e broncopneumonia piogranulomatosa. O diagnóstico oficial da enfermidade
é baseado na reação a teste de Fixação do Complemento ou teste da Maleína, segundo a OIE. A
maleína quando utilizada é aplicada por via intradermo-palpebral, onde é verificada uma reação
inflamatória edematosa, com secreção purulenta ou não em um período de até 48 horas. A OIE
também prescreve métodos alternativos de ensaios, porém a sensibilidade, especificidade, e
precisão dos testes ainda não foram validados. Foram analisadas, resultante da vigilância
passiva, no ano de 2008 um total de 2829 amostras entre eqüinos, asininos e muares, em que 58
(2,1%) foram positivas, 2665 (94,2%) foram negativas e 106 (3,7%) inconclusivas. No ano de
2009 foram analisadas 6220 amostras sendo 144 (2%) positivas, 5888 (95%) negativas e 188
(3%) inconclusivas. Apesar da prevalência baixa, os animais positivos são provenientes de áreas
endêmicas do Estado de Pernambuco. Existe a possibilidade dos animais negativos serem falsos
negativos, pois quando animais com sintomatologia clínica e até cronicidade da doença podem
não apresentar anticorpos IgG detectáveis na prova sorológica. O diagnóstico precoce de mormo
constitui uma das mais importantes e difíceis tarefas que enfrentam médicos e médicos
veterinários no trabalho sanitário. Nas propriedades onde ocorrem casos, há interdição da
propriedade e saneamento do foco pelo serviço de defesa sanitária animal do Estado. Os cavalos
infectados com a forma subclínica, são, sem dúvida, grandes fatores na propagação do agente.
As medidas de controle e erradicação envolvem a investigação sorológica e o sacrifício dos
animais positivos seguida de incineração dos cadáveres; desinfecção das instalações e de todo
material que esteve em contato com os animais doentes.
Palavras-chave: Fixação do Complemento, mormo, erradicação
Key-words: Complement fixation, glanders disease, eradication

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MÁ-OCLUSÃO DENTÁRIA EM EQUINOS – RELATO DE CASO


BAD TEETH OCCLUSION ON EQUINE – CASE REPORT
Revorêdo, R.G.!; Melo, L.C.S.1; Manso Filho, H.C."; Silva, D.D.3; Silva, E.R.R.4; Fagundes,
R.H.S.5; Silva, R.J.5; Melo, L.E.H.6; Vaz, B.B.D.6
2-
1 - Graduando em Medicina Veterinária, UFRPE; renatinharevo@hotmail.com.; Professor,
DZ/UFRPE; 3- Graduando em Zootecnia, UFRPE; 4 – Mestranda em Ciência Veterinária,
UFRPE; 5 – Medico Veterinário Residente, DMV/UFRPE; 6 – Professor, DMV/UFRPE

A má-oclusão dentária é uma enfermidade caracterizada pelo assentamento inadequado


dos dentes superiores sobre os inferiores, e tem como fatores predisponentes a alimentação
inadequada, com dieta rica em fibras e outros tipos de alimentos, que exijam do animal um maior
esforço no ato de mastigação, comprometendo a arcada dentária; certos vícios como roer
paredes, cercas e portas, também podem levar a este quadro. No Ambulatório de Grandes
Animais da UFRPE foram atendidos dois equinos, masculinos, SRD, pertencentes ao mesmo
proprietário, que apresentavam como queixa principal diminuição na ingestão alimentar, por parte
dos animais, os quais se alimentavam de ração à base de milho, soja, trigo, cálcio e água à
vontade, além de sal mineral. O primeiro animal, com 16 anos de idade, ao ser examinado
apresentou atitude de estação, comportamento ativo, condição nutricional regular e mucosas
normocoradas. O referido equino, na observação da cavidade oral, apresentava molares
superiores pontiagudos, presença de dente de lobo e úlceras. No segundo animal atendido, com
três anos e meio de idade, foi observado atitude de estação, comportamento ativo e bom estado
nutricional. Porém, durante a observação da cavidade oral, foi identificado o mesmo quadro que
apresentava o equino anterior. Como tratamento, foram encaminhados para cirurgia, onde foram
extraídos os dentes de lobo. Houve também nivelamento dos dentes molares para um melhor
assentamento da mesa dentária. Para os equinos a dentição é um importante instrumento para
avaliação da idade e para a manutenção da saúde. Alterações no hábito alimentar dos cavalos
como a adição de rações concentradas e menor oferta de forragem diminuem o tempo de
ingestão e estimulam a ocorrência de movimentos mastigatórios mais verticais, predispondo a
alterações de desgaste dentário, podendo ocasionar até uma síndrome secundária, como a cólica.
Não houve retorno dos animais à clínica após o tratamento e o proprietário não informou como
estavam os animais, mas a literatura fala que há melhora significativa no quadro do animal, sendo
considerado um prognóstico bom, podendo voltar aos hábitos e apetite normais.
Palavras-chave: má-oclusão, alimentação, equino.
Key words: Bad occlusion, feeding, equine.

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MORMO NOS EQUIDEOS EM PERNAMBUCO


GLANDERS IN HORSES IN PERNAMBUCO
Melo, R.E. ; Silveira, P.P.M.2; Machado, M.B.3; Silveira, A.V.M.4; Manso Filho, H.C.5
1

(1)
Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife,PE
Email: roberta.emelo@gmail.com, (2) Fiscal Federal Agropecuário MAPA, Recife, PE (3)
(4)
Coordenador do Programa de Sanidade dos Equídeos ADAGRO, Recife, PE, Professora,
(5)
DTA/UFRPE Professor, DZ/UFRPE.

O mormo, importante zoonose que acomete os equídeos, tem sido combatido no Estado de
Pernambuco desde o início do anos 2000. Todavia ainda há poucos estudos que demonstrem os
resultados das medidas sanitárias tomadas pelo serviço de defesa oficial nesse estado. Os dados
foram analisados com o intuito de demonstrar os resultados do acompanhamento do trânsito de
animais com exames para o diagnóstico do mormo em Pernambuco entre os anos de 2007 e
2009. Foram avaliados todos os resultados de exames para o trânsito de animais realizados nos
laboratórios credenciados no Estado de Pernambuco nos anos de 2007, 2008 e 2009, assim
como as medidas seguintes a esse diagnóstico. As avaliações (informações) demonstraram que
foram realizados nos anos de 2007, 2008 e 2009 um total de 13.407, 14.612 e 15.576 exames,
respectivamente. Apresentaram resultados positivos, pelo teste oficial, os seguintes números: 9
(0.07%) em 2007, 4 (0.03%) em 2008 e 17 (0.11%) em 2009. Todos os animais positivos foram
sacrificados e os focos, detectados a partir dos casos positivos, foram sanados seguindo as
regras preconizadas pelo serviço oficial. O que indica um aumento gradativo do número de
animais examinado para o trânsito, colaborando assim para o controle dessa enfermidade no
Estado de Pernambuco. As informações do último censo agropecuário do IBGE (2006)
demonstraram que a população de equídeos em Pernambuco é de aproximadamente 190 mil
animais, sendo a maior parte composta de equinos (~114 mil animais). Tomando-se os números
de exames realizados no triênio 2007-2009, observa-se que em Pernambuco mais de 7,0% da
população de equídeos esta sendo submetida ao teste para o diagnóstico do mormo anualmente
e de forma aleatória, levando em consideração que alguns animais são retestados. Deve-se
observar que os animais que transitam são os mais expostos ao contato com animais de outros
rebanhos, que podem ser ou não testados, por isso estes animais servem de sentinela e são de
grande importância para o programa de controle da enfermidade. O dados discutidos ainda são
poucos para o Estado de Pernambuco, porém os laboratórios credenciados nesse estados só
passaram a funcionar a partir de 2005, logo esses dados preliminares podem ser utilizados para
melhorar o combate a essa importante zoonose.

Palavras chave: Zoonose; Equino; Diagnóstico


Key words: zoonotic disease, equine, dianostic.
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OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA EQUINA: RELATO DE 06 CASOS


EQUINE ESOPHAGEAL OBSTRUCTION: REPORT OF 06 CASES
Barbosa, F.P.S.2, Souza, M.I.1, Coutinho, L.T.1, Dantas, A.C.1, Souto, R. J. C2. , Silva Filho,
A.P.3, Freitas, B.C.2
1 – Medico Veterinário Residente, Clinica de Bovinos/UFRPE; 2 – Médico Veterinário, Clínica de
Bovinos/UFRPE; 3 – Aluno, Programa de Pós-graduação em Ciência Veterinária/UFRPE
A obstrução do esôfago quase sempre se constitui de um quadro de emergência, demandando
intervenção imediata. Os alimentos armazenados constituem causas comuns de obstruções em
eqüinos que se alimentam logo após uma corrida ou treinamento, já alimentos cortados em cubos
ou peletizados são perigosos quando ingeridos vorazmente e deglutidos em grandes bolos sem
salivação. Dentre os sinais clínicos observados destacam-se a desidratação, sialorréia abundante,
angústia, dificuldade de deglutição, desequilíbrio hidro-eletrolítico e pneumonia aspirativa e em
casos extremos ruptura esofágica. Em se tratando de obstrução por alimentos secos e grosseiros
pode-se através de sonda nasogástrica realizar lavagem com água e óleo mineral, objetivando
umectação e deslizamento do material. Realizou-se um estudo retrospectivo dos casos clínicos de
eqüídeos do arquivo da Clínica de Bovinos-UFRPE, referente ao período de junho de 2009 a
junho de 2010, dentro do qual ocorreram seis casos de obstrução do esôfago. Foram avaliados
dados referentes ao tipo de material ingerido, localização da obstrução, principais sintomas,
procedimentos realizados, ocorrência de pneumonia por aspiração e resposta ao tratamento. Em
todos os casos o material ingerido foi ração concentrada, sendo dois casos com ração farelada e
quatro com ração granulada. Em dois casos havia histórico de adição de óleo a ração. Os animais
eram de idades variadas e a maioria passava o dia no piquete e a noite na baia. Dentre os
achados mais comuns cita-se a presença de ingesta obstruindo o esôfago desde a região do
cárdia, sialorréia abundante que em alguns casos fluía pelas narinas misturada a ingesta. Dois
animais se apresentavam apáticos e os demais angustiados e aflitos. A desidratação variou de
grau um a três e os animais também apresentavam sensibilidade no terço final do esôfago,
dificuldade de deglutição, tosse esporádica e nos quatro casos onde houve aspiração auscultou-
se crepitações pulmonares bilaterais. Em dois casos houve resolução somente com a passagem
da sonda nasogástrica, entretanto nos demais foi necessária a lavagem com água, dos quais foi
retirada grande quantidade de material ingerido. Quatro animais ficaram internados para
tratamento da pneumonia por aspiração, tendo recuperação significativa a partir do quarto dia,
porém o tratamento persistiu até o oitavo. Medidas preventivas da ocorrência de obstrução
esofágica devem ser repassadas pelo veterinário aos criadores e, em casos de ocorrência, a
sondagem nasogástrica com lavagem esofágica é segura e eficaz. Porém, o exame detalhado do
pulmão para observação de pneumonia por aspiração e posterior tratamento é fundamental.
Palavras-chave: obstrução, esôfago, engasgo
Key words: shoke, esophageal obstruction,
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

AVALIAÇÃO DOS REGISTROS DE NECROPSIAS EM EQUÍDEOS ENTRE 2000 E 2010 NO


HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFRPE.
EVALUATION OF THE REGISTERS OF AUTOPSIES IN EQUIDS BETWEEN 2000 AND 2010 AT
THE HOSPITAL VETERINARIAN OF THE UFRPE.
Monte, G.M.S.1; Pessoa, R.S.N. 1; Pereira, M.F.2; Santos, F.L. 2
1 - Graduanda em Medicina Veterinária- UFRPE, Avenida Presidente Costa e Silva, 325,
Paudalho-PE, CEP: 55825-000. E-mail: gabryelladomonte@hotmail.com, UFRPE; 2 - Professor,
DMV/UFRPE.

Os laudos de necropsia podem fornecer importantes dados que vão desde os


epidemiológicos relativos as doenças em geral até informações sobre ocorrência de zoonoses.
Eles também podem auxiliar na detecção de fraudes, classificando a morte de um animal de
grande valor zootécnico como natural, acidental ou induzida. O objetivo desse trabalho é relatar
as informações colhidas a partir dos arquivos de necropsias realizadas no Hospital Veterinário do
DMV/UFRPE. Coletou-se informações do Anuário de Necropsia, no período de Janeiro de 2000,
até Julho de 2010. Considerou-se os dados dos equídeos, que ainda foram subdivididos quanto
ao sexo e faixa etária. Durante esse período 1.407 animais de diferentes espécies foram
submetidos à necropsia, sendo destes 65 equídeos (4,62%). Realizando a distribuição da
freqüência observa-se que desses, 64 eram equinos (98,46%) e apenas 1 muar (1,54%). Entre os
equídeos havia 33 machos (50,77%) e 29 fêmeas (44,62%), entretanto 3 animais (4,61%) não
tinham registro do sexo. Ainda observou-se a faixa etária dos animais: 29 jovens (44,61%), 22
adultos (33,85%) e 1 senil (1,54%), no entanto sobre 13 animais (20,00%) não continha tal
informação. Os laudos estão distribuídos pelos sistemas orgânicos quanto a causa mortis.
Observa-se o seguinte: Digestório - 30 animais (46,15%); Respiratório - 13 animais (20,00%);
Nervoso - 1 animal (1,54%); Cardiovascular - 4 animais (6,15%); Aparelho Locomotor - 7 animais
(10,77%); Urinário - 1 animal (1,54%); achados insuficientes para determinação do sistema - 9
animais (13,85%). Conclui-se que menos de 5% das necropsias realizadas no departamento são
em eqüídeos e a maior parte das necropsias resultou no diagnostico de enfermidade do Sistema
Digestório, seguido pelo Sistema Respiratório.
Palavras chave: cavalo, doença,epidemiologia
Key words: equine, disease, epidemiology

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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

BOTULISMO EQUINO: RELATO DE CASO


EQUINE BOTULISM: A CASE REPORT
Pessoa, R.S.N. ; Monte, G.M.S.1; Oliveira, K.P.1; Santos, J.A.M.1; Souza, J.H.1;
1

Fagundes, R.H.S.2; Menezes, M.M.3; Santos, F.L.3


1 - Graduando em Medicina Veterinária - UFRPE, Rua Alcides Codeceira, 115, Iputinga. Recife,
PE, CEP 50800-090. E-mail: renata_snp@hotmail.com; 2 - Médico Veterinário Residente da
Clínica de Grandes Animais - UFRPE; 3 - Professor, DMV/UFRPE

Os casos de botulismo em equídeos podem ser associados à ingestão da toxina pré-


formada ou não, sendo mais frequente a primeira. A toxina botulínica liga-se a receptores no
Sistema Nervoso Periférico, bloqueando a síntese e liberação de acetilcolina, que atua como
mediadora do impulso nervoso, e por isso causa elevada mortalidade por paralisia flácida dos
músculos, inclusive o diafragma. Esse trabalho visa relatar um acaso de toxi-infecção por toxina
botulínica em um equino. Animal do sexo feminino, gestante (~5 meses), adulto (~6 anos) em boa
condição corporal e que recebia capim elefante (Pennisetum purpureum), apresentou à Clinica de
Grandes Animais do DMV/UFRPE com sinais de cólicas (FC 60bpm; atonia intestinal, dores
discretas, mucosas congestas). Examinando-se o animal, no dia seguinte a internação, observou-
se atonia intestinal: freqüência cardíaca elevada (>80bpm), mucosas congestas. Exames
laboratoriais revelaram: Ht 39,0% [PPT] 8,2mg/dL, [Uréia] 162,0mg/dL, [Creatinina] 4,43mg/dL. O
líquido peritoneal era avermelhado, turvo e com proteína de 4,5mg/dL. Também foi observado
ausência de movimentação da cauda e leve torpor. No terceiro dia de internação, o quadro
agravou-se (FC 100bpm, Ht 47,0%, [PPT]6,8mg/dL, [Uréia] 168,0mg/dL, [Creatinina] 2,9mg/dL) e
a ausência de movimentação da cauda continua seguida de paralisia dos beiços. O torpor
agravou-se. O animal morreu ao quarto dia de internação e foi realizada a necropsia. Ao exame
externo o cadáver apresentava dilatação da região abdominal e os achados na necropsia foram:
edema e enfisema pulmonar; grande volume de líquido sanguino-purulento na cavidade
abdominal; amolecimento hepático e renal; sinais de grave enterite e congestão acentuada nas
serosas das alças intestinais (delgado e grosso). O diagnóstico final foi o de toxi-infecção
botulínica e peritonite, pois há clara associação entre o quadro clínico, os sintomas nervosos e a
necropsia.

Palavras chave: cavalo, doença, toxina


Key words: equine, disease, toxine

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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN DE EPIDÍDIMO GARANHÕES UTILIZANDO DIFERENTES


METODOLOGIAS DE CONGELAÇÃO
CRYOPRESERVATION OF STALLION EPIDIDYMAL SPERM USING DIFFERENT FREEZING
METHODS
Kievitsbosch, T., Melo, C.M., Papa, F.O., Magalhães, L.C., Martin, I., Guasti, P.N., Rocha,
A.S.,Dell’Aqua Jr, J.A., Monteiro, G.A.
DRARV- FMVZ – UNESP– Botucatu – SP – thais_kievits@hotmail.com

Acidentes inesperados como traumas e cólicas podem precocemente acabar com a vida
reprodutiva de um garanhão. Sabe-se que há elevada quantidade de espermatozóides férteis
armazenados no epidídimo. Isto assegura aos proprietários a opção de uma colheita final de
sêmen em condições inesperadas e, associada à técnicas de criopreservação, permite a
propagação de material genético de qualidade.O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de três
curvas de congelação sobre a viabilidade de sêmen obtido da cauda do epidídimo de garanhões.
Foram castrados 6 animais da raça Brasileiro de Hipismo pertencentes ao Instituto de Zootecnia
(IZ-Colina/SP), com idade de 2,5 anos. Os epidídimos foram dissecados de modo a separar a
cauda da cabeça e do corpo. A recuperação dos espermatozóides da cauda se deu através do
fluxo retrógrado com o diluente comercial Botu-Turbo® (BT). Após a recuperação, as amostras
foram mantidas por 15 min à temperatura de 25ºC e então centrifugadas à 2200 rpm/10 minutos.
O sobrenadante foi dispensado e os pellets ressuspendidos com o diluente de congelação Botu-
Crio®. Em seguida, as amostras foram envasadas em palhetas de 0,5 mL e mantidas à 05ºC por
20 minutos. A congelação do sêmen se deu através de três curvas diferentes: A) -15ºC/min em
caixas isotérmicas de 40L (CAX), sendo mantidas a 6cm do nível líquido do nitrogênio durante 20
minutos, B) -40ºC/min em máquina TK 4000 (MAQ) e C) -50ºC/min em máquina Mini-digiticool
1400 (BIO). As palhetas foram descongeladas à 46 ºC/20” e avaliadas através da análise
computadorizada (CASA – HTM IVOS 12) e com o uso de sondas fluorescentes (CFDA and PI)
para avaliar a integridade da membrana plasmática. Os dados foram analisados através do
ANOVA seguidos pelo teste de Tukey (P<0,05). Os valores médios (±DP) de Motilidade Total
(MT), Motilidade Progressiva (MP) e Integridade de Membrana Plasmática (IMP) pós
descongelação das amostras foram, respectivamente em CX, MAQ e BIO: 33,8±19,55; 39,2
±21,95; 42,3±23,07; 17±12,33; 17±14,91; 19±13,01 e 45±13,69; 46±8,03; 48±13,10. Os resultados
obtidos nas três curvas de congelação foram similares embora os obtidos na BIO foram
numericamente superiores aos da CAX e MAQ. Verifica-se, portanto, que a criopreservação de
sêmen de epidídimo de garanhões pode ser perfeitamente aplicada em programas comerciais.
Diferentes metodologias estão disponíveis com comprovada eficácia, mas ainda são necessários
mais estudos para otimizar o uso do sêmen congelado de epidídimo nestes programas e
associado a outras biotécnicas da reprodução como a ICSI, por exemplo. Suporte financeiro
FAPESP, Proc Nº 2009/53396-3

Palavras chave: sêmen, epidídimo, garanhões


Key words: semen, epididymis, stallions

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

AVALIAÇÃO ENZIMÁTICA MUSCULAR EM EQÜINOS (Equus caballus, Linnaeus, 1758) EM


TREINAMENTO PARA VAQUEJADA, SOB REPOUSO E PÓS - ATIVIDADE FÍSICA
ENZYMATIC EVALUATION MUSCLE IN HORSE (Equus caballus, Linnaeus, 1758) IN TRAINING
FOR VAQUEJADA, UNDER REST AND POST PHYSICAL ACTIVITY
Palmeira, R.B.1; Assis A.C.O.1; Medeiros, J.M.A.1; Bacalhao, M.B.M.2; Lima, S.M.3
1
Médico(a) Veterinário(a), PPGMV, CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB.:
rodrigopalmeiravet@yahoo.com.br ; 2 -Médico Veterinário Autônomo.; 3 - Médica Veterinária,
professora, UAMV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB.

Eqüinos de vaquejada são extremamente exigidos, realizando esforço físico de alta


intensidade e de curta duração, exigindo elevada força física. Essas exigências estão comumente
associadas a esforço muscular intenso e as alterações da função muscular podem ser verificadas
através da aferição da atividade sérica da Creatinafosfoquinase (CPK), Aspartato
Aminotransferase (AST) e da Lactatodesidrogenase (LDH). A determinação destas enzimas
possibilita estabelecer um perfil confiável da condição funcional muscular quanto à diminuição ou
queda do desempenho durante treinamento ou competição e, especialmente, concernente a
miopatia. Com objetivo de avaliar a atividade sérico-enzimática muscular de eqüinos utilizados em
vaquejadas, sob condição de repouso e pós atividade física foi realizado estudo, no período de
agosto a setembro/ 2008, em dez eqüinos do Centro de Treinamento Joames Bacalhau, Município
de Ingá – PB, com faixa etária de dois a 13 anos de idade, da raça Quarto de Milha e
mestiçagens, sob sistema de criação semi-intensivo, dieta alimentar constituída de pastagem
nativa, Brachiara spp e capim grama (Cynodon spp) e, ofertas de concentrado industrial
peletizado de acordo com o regime de treinamento. As amostras sangüíneas para as dosagens
bioquímicas foram coletadas a cada 12 horas e enviadas ao Laboratório de Patologia Clínica do
Hospital Veterinário/ CSTR /UFCG, Patos – PB, onde foram mensuradas as taxas séricas
enzimáticas através de kits comerciais (LABTEST), em Analisador semi-automático - Bioplus
2000. Verificando-se sob condição de repouso, valores médios e desvio padrão de
Creatinafosfoquinase (CPK), Aspartato aminotransferase (AST), Lactato desidrogenase (LDH),
respectivamente, de 267,50±45,14 U/L, 164,75±111,23 U/L e 609,50±216,18 U/L; enquanto que,
as verificações de CPK (489,2±180,47 U/L), AST (190,1±168,28 U/L) e de LDH (814,85±215,77
U/L) registradas pós - atividades físicas foram marcadamente superiores. Conclui-se que os
valores sérico-enzimáticos musculares de eqüinos utilizados em vaquejada são mais elevados em
contingências preponderantes pós - atividade física, com marcante interação entre dieta alimentar
e atividade física intensa.
Palavras chave: Equinos, miopatias, enzimas
Key words: Horse, miopathies, enzymes

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MINERAIS ORGÂNICOS NA PREVENÇÃO DE HIPERPARATIREOIDISMO NUTRICIONAL


SECUNDÁRIO EQUINO
PREVENTION OF SECONDARY NUTRITIONAL HYPERPARATHYROIDISM IN HORSES USING
ORGANIC MINERALS
Gobesso1, A.A.O.; Wajnsztejn1, H.; Gonzaga1, I. V. F.; Etchichury1, M.; Taran1, F. M. P;
Moreira,2 C.G.; Caula3, E. S.
1
FMVZ/USP, 2 FZEA/USP, 3 UNIFEOB. Av. Duque de Caxias Norte 225, Pirassununga SP, CEP:
13630-000. E-mail: cateto@usp.br

Não é rara a criação de equinos em áreas onde o baixo teor de fósforo (P), a
indisponibilidade de cálcio (Ca) e o teor de oxalato nas plantas podem levar a desequilíbrios
resultando em hiperparatireoidismo nutricional secundário (HNS). Este estudo foi desenvolvido no
LABEQUI- FMVZ/USP, e teve por objetivos avaliar o efeito da adição de ácido oxálico na dieta,
causando desequilíbrio entre Ca e P, e analisar a possibilidade de prevenção do HNS através de
suplementação com minerais orgânicos. Foram utilizados 24 potros, SRD, com idades entre 18 e
24 meses, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com medidas repetidas no
tempo, e arranjo fatorial 2x2. Os dados foram analisados pelo PROC MIXED do SAS (2004),
utilizando 5% como nível de significância. Os animais foram divididos em 4 grupos (3 machos e 3
fêmeas em cada) e foram adicionadas cápsulas de oxalato de potássio (OP) a 2,5% ao
concentrado (CONC), de acordo com o peso e tratamentos, sendo: T1= CONC com minerais
orgânicos, sem OP; T2= CONC com minerais orgânicos + OP; T3= CONC com minerais
inorgânicos, sem OP; e T4= CONC com minerais inorgânicos + OP. A cada 30 dias foram
colhidas amostras de sangue para dosagem de paratormônio (PTH) e calcitonina, e mensurada a
densidade mineral óssea da metáfise dos III metacarpianos direitos. A cada 75 dias foram
colhidas amostras ósseas para dosagem de Ca, P e magnésio (Mg). Os resultados demonstraram
diferença no PTH plasmático entre o T4 em relação aos outros tratamentos. O hormônio
calcitonina não diferiu entre tratamentos e durante períodos. Quanto à densidade mineral óssea,
não foi observada diferença entre tratamentos, nem entre sexos. Foi observado efeito de período
na mobilização de Ca, P e Mg nos ossos, independente dos tratamentos. A partir dos resultados
desse estudo, pode-se concluir que a suplementação mineral é capaz de aumentar a densidade
mineral óssea, em potros, independente da fonte e do sexo. O desequilíbrio mineral induzido
através da inclusão de OP diminui as concentrações de Ca, P e Mg nos ossos, independente da
fonte suplementada. Potros suplementados com minerais orgânicos, mesmo quando desafiados
com a inclusão de OP na dieta, mantém níveis de PTH plasmáticos estáveis, demonstrando
melhor resistência ao desequilíbrio entre Ca e P e evitando o desenvolvimento do HNS. Comissão
de Bioética FMVZ/USP 1365/2008
Palavras chave: cálcio. fósforo. osteodistrofia.
Key words: calcium, osteodistrophy. phosphorus.
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SUPLEMENTAÇÃO MINERAL DE POTROS CRIADOS EM REGIÕES COM ALTA


CONCENTRAÇÃO DE MINERAIS NA ÁGUA
MINERAL SUPPLEMENTATION OF FOALS IN REGIONS WITH HIGH CONCENTRATION OF
MINERALS IN THE WATER
Nóbrega1, S.M.D.; Gonzaga2, I.V.F.; Taran3, F.M.P; Wansztejn3, H.; Etchichury4, M.;
Gobesso4, A.A.O
1 2-
Zootecnista – UFPB - E-mail: sara@zootecnista.com.br ; Doutoranda do Programa de Pós-
3-
Graduação em Nutrição e Produção Animal – FMVZ/USP; Mestrando do Programa de Pós-
Graduação em Nutrição e Produção Animal – FMVZ/USP; 4-Professor Doutor do Departamento
de Nutrição e Produção Animal – FMVZ/USP

Os minerais têm grande importância na nutrição animal, por participarem em diversas


funções vitais do organismo. A salinização da água pode influenciar a absorção intestinal de
diversos elementos, resultando em deficiências dos minerais que compõem a estrutura óssea. Os
minerais orgânicos, por usarem outra via de absorção, escapam a esta interação. Para verificar a
eficiência da suplementação com minerais orgânicos em equinos criados em regiões com alta
concentração de minerais na água, foram utilizados seis potros da raça quarto de milha, com
aproximadamente seis meses de idade, pesando 183 ± 21 kg, pertencentes a um criatório
particular localizado em Serrinha, Rio Grande do Norte. Os animais foram igualmente divididos em
três lotes: sem suplementação mineral (controle); com suplementação mineral à vontade
(Kromium® - Companhia Agrozootécnica Tortuga); e com ingestão forçada de 50 gramas por dia
do mesmo suplemento mineral. Amostras de pêlo foram retiradas 60 dias após o inicio do
tratamento para mensuração de minerais através de mineralograma capilar. Os resultados
observados indicaram maior concentração de cálcio e fósforo no pêlo dos animais suplementados
ad libitum, quando comparados aos animais que receberam suplementação forçada e sem
suplementação. Durante a sua formação, a fixação de determinado mineral no pêlo tem uma
relação direta com a sua concentração sanguínea. A conclusão deste estudo é que nestas
condições, a suplementação ad libitum de cálcio e fósforo orgânicos aumenta os níveis
sanguíneos destes elementos, favorecendo um bom desenvolvimento das estruturas ósseas.
Palavras chave: equino, minerais, água
Key words: equine, minerals, water

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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE

ESTUDO ELETROCARDIOGRÁFICO EM EQUINOS DE TRAÇÃO NO MUNICÍPIO DE


ARAGUAÍNA – TO
ELECTROCARDIOGRAPHIC STUDY IN DRAFT HORSES IN THE CITY OF ARAGUAÍNA – TO
Seidel, S.R.T.1; Marchesan, A.L.! ; Sousa, M.G3; Silva, M.A.G".
!Graduando, Universidade Federal do Tocantins, sarahseidel@veterinaria.med.br ; 2 Professor,
Universidade Federal do Tocantins.

A técnica eletrocardiográfica é um procedimento pouco oneroso, não invasivo, facilmente


executável a campo, configurando um exame complementar de importante auxílio ao diagnóstico
de doenças cardíacas. O sistema mais utilizado em equinos é a derivação ápice-base, devido à
praticidade na fixação dos eletrodos e fornecimento de traçados regulares com complexos de
grande amplitude. O objetivo desse trabalho foi estudar e traçar o perfil eletrocardiográfico de
equinos utilizados para tração de carroças na cidade de Araguaína – TO. Foram utilizados 20
animais, sendo 7 machos e 13 fêmeas. As coletas foram realizadas todas no período da manhã.
Para o exame eletrocardiográfico, utilizou-se um aparelho Eletrocardiógrafo Computadorizado
(modelo ECG-PC - TEB®) com traçado registrado em velocidade de 25 mm e sensibilidade de
1mV=1cm. A derivação escolhida foi a ápice-base e os eletrodos foram fixados à pele por meio de
clipes tipo “jacaré” e umedecidos com álcool nos pontos de fixação. O eletrodo negativo foi fixado
no sulco da veia jugular, o positivo sobre a superfície torácica, próximo ao olécrano e o terra
fixado na região da cernelha do animal. Os parâmetros avaliados foram: duração e amplitude da
onda P (PmS e PmV, respectivamente), intervalo entre as ondas P e R (P-R), duração do
complexo QRS (QRS), amplitude da onda R (RmV), intervalo entre as ondas Q e T (Q-T),
amplitude da onda S (SmV), amplitude da onda T (TmV), ritmo e frequência cardíaca (FC). Os
exames foram realizados com o animal em estação e o traçado, registrado e armazenado em
mídia digital para posterior leitura e interpretação dos dados. O ritmo sinusal foi encontrado em
100% dos animais avaliados, sendo considerado normal para a espécie. A FC manteve-se na
média de 60 bpm, possivelmente devido alguns animais terem sido avaliados após atividade
física. Verificou-se ainda a ocorrência de 4 ondas T bifásicas, sendo 3 positivas e 1 negativa.
Quanto à onda P, no parâmetro PmS, foram registradas duas ondas bifásicas. Referente a onda P
e intervalo P-R observou-se valores menores aos encontrados em literaturas, enquanto os valores
do complexo QRS e intervalo P-R estão dentro da normalidade. Apesar da divergência dos
valores referentes à onda P e intervalo QRS quando em comparação ao da literatura consultada,
acredita-se que as causas sejam devido a características individuais dos animais, sendo
recomendável a realização de exames complementares para um diagnóstico mais assertivo.

Palavras-chave: eletrocardiografia, derivação ápice-base, ritmo sinusal.


Key words: electrocardiophic, cardiac frequency,
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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ESTUDO RETROSPECTIVO DE CASOS DE SÍNDROME CÓLICA DIAGNOSTICADOS NO


HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, PATOS,
PARAÍBA.
RETROSPECTIVE STUDY OF COLIC SYNDROME DIAGNOSED AT THE VETERINARY
HOSPITAL OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF CAMPINA GRANDE, PATOS, PARAÍBA.

Medeiros, J.M.A.1*; Miranda Neto, E.G.4; Assis, A.C.O.1; Medeiros J.M.3; Silva T.R.2;
Nóbrega Neto, P.I.4; Lima, S.M.4
1
Médico(a) Veterinário(a), PPGMV, HV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB. *Av. Universitária,
s/n, Santa Cecília, Cep: 58708-110, Patos-PB. E-mail: jmarcosvet@bol.com.br ; 2-Médica
Veterinária, PPGCV, UFRPE, Recife, PE.; 3-Médico Veterinário, HV/CSTR/UFCG, Campus de
Patos-PB.; 4 Médico(a) Veterinário(a), professor(a), UAMV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB.

Embora a etiopatogenia da síndrome cólica seja relativamente bem estabelecida, a natureza


múltipla dessa síndrome é bastante controversa. Objetivou-se com este estudo estabelecer-se
uma fonte informativa, como detectar fatores predisponentes ao desencadeamento da síndrome
cólica. Um estudo foi desenvolvido mediante levantamento realizado nas fichas clínicas dos
eqüídeos atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, no
período de janeiro de 2000 a julho de 2010. Foram verificados 55 casos, sendo 50 (90,90%) em
eqüinos, três (5,45%) em muares e dois (3,63%) em asininos, com idades entre oito meses e 16
anos e de ambos os sexos. Os eqüinos eram da raça Quarto de Milha e treinados para vaquejada,
os muares e os asininos eram de tração, sem raça definida e da raça de jumento Nordestino,
respectivamente. Esses animais tinham manejo semi-intensivo, com dieta alimentar constituída de
farelos de trigo e milho, vagens e farelo de algaroba (Prosopis juliflora) e forragens, como o capim
elefante (Pennisetum purpureum). O tempo para o atendimento dos animais variou de seis horas
até cinco dias. No tratamento clínico de 46 (83,63%) animais, 41 (74,45%) obtiveram alta e cinco
(9,09%) foram a óbito, destes, dois muares sendo um com ruptura na porção final do cólon maior
dorsal direito causada por um enterólito constituído de brita e areia, e três eqüinos com
compactação do cólon maior ventral por capim elefante maduro. Nove (16,36%) eqüinos foram
submetidos à laparotomia, um com obstrução intestinal por sacola plástica e outro com fecaloma,
os dois tiveram alta; e sete foram a óbito, três com obstrução intestinal causada por vagens de
algaroba. Conclui-se que a ocorrência do abdome agudo está relacionada principalmente a erros
de manejo alimentar e o prognóstico está relacionado ao tempo decorrido entre os sintomas
iniciais e o atendimento do animal.

Palavras-chave: Equino, abdome, laparotomia, Prosopis juliflora.


Key words: Equine, abdomen, laparotomy, Prosopis juliflora
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
65
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MASTITE EM ÉGUA CAUSADA POR Pythium insidiosum


MASTITIS IN MARE CAUSED BY Pythium insidiosum
Palmeira, R. B. ; Lira, M. A. A.1; Souza, J. P. O.2; Silva, T. R.3; Miranda Neto, E. G.4; Nóbrega
1

Net, P. I.4
1-
Médico Veterinário, PPGMV/CSTR/UFCG, rodrigopalmeiravet@yahoo.com.br; 2-Médico(a)
Veterinário, PAMV HV/CSTR/UFCG; 3- Medica Veterinária, PPGCV/UFRPE.; 4-Médico(a)
Veterinário(a), professor(a), UAMV/CSTR/UFCG.

A pitiose é uma enfermidade de freqüente diagnóstico em equinos, apresentando um


aspecto de piogranuloma cutâneo, podendo ocorrer de outras formas clínicas, como forma
intestinal e a metastática que atingem vários órgãos, sendo uma zoonose. O agente Pythium
insidiosum causador da pitiose é um pseudofungo de habitat aquático, termofílico, que se
reproduz assexuadamente através de zoósporos biflagelados contidos em zooesporângios, que
aderem em plantas aquáticas ou em vegetais em decomposição. O homem e os animais são
hospedeiros casuais não tendo importância no ciclo evolutivo do microrganismo. Quando os
equinos são colocados em contatos nestas áreas contaminadas, os zoósporos são atraídos para
o pêlo, onde liberam uma substância adesiva, permitido uma melhor fixação e a formação de
filamentos com poder invasivo. No tecido subcutâneo o P. insidiosum prolifera formando
piogranuloma eosinofílico e é envolto por uma massa necrótica chamada de “kunker”.
Macroscopicamente caracterizar-se pela presença de grande quantidade de tecido fibroso,
esbranquiçado e brilhante, com galerias preenchidas pelos “kunker”, que se constituem em
material necrótico, firme, rugoso, ramificado e amarelado de desprendimento fácil. Este trabalho
tem a finalidade de relatar a ocorrência de mastite provocada pelo Pythium insidiosum. Um eqüino
fêmea, com três anos de idade, 270 Kg de peso vivo, sem raça definida e criada extensivamente,
alimentando-se de pasto nativo e bebendo água de açude, foi encaminhada para o Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos - PB, com um
aumento de volume na região inguinal de aproximadamente cinqüenta centímetros de diâmetro,
com consistência firme, drenando secreção mucopurulenta, acometendo o lado esquerdo da
glândula mamária e com ausência de secreção láctea. Apresentava escore corporal ruim,
desidratação, apetite caprichoso e relutância em andar. O animal foi submetido à mastectomia
total para remoção do tecido fibrótico exuberante e dos “kunker”. O diagnostico de pitiose foi
confirmado pelo exame hispatológico. Após a cirurgia o animal foi a óbito.
Palavra chave: Equino, Mastite, Pythium insidiosum.
Key Word: Horse, Mastitis, Pythium insidiosum

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
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ENCEFALOPATIA HEPÁTICA EM EQUINOS INTOXICADOS POR Crotalaria retusa


HEPATIC ENCEPHALOPATHY IN HORSES POISONED BY Crotalaria retusa
Riet- Correa, B1.; Pimentel, L.A1.; Dantas, A.F.M2.; Miranda Neto2, E.G.; Maia, L.A3.
1
Médico(a) Veterinário(a), PAMV, HV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB. *Av. Universitária, s/n,
Santa Cecília, Cep: 58708-110, Patos-PB. E-mail: beatrizriet@hotmail..com; 2- Médico Veterinário,
professor, UAMV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB
3
Aluna graduação UFCG

Dentre as doenças do sistema nervoso central (SNC) dos eqüídeos, a encefalopatia


hepática causada pela intoxicação por Crotalaria retusa é a mais freqüente no semi-árido da
Paraíba. O quadro clínico se caracteriza por anorexia, emagrecimento progressivo, pressão da
cabeça contra objetos, ataxia, andar em círculos, andar a esmo, incoordenação, e, posteriormente
decúbito seguido de morte. Alguns animais apresentam fotossensibilização. Descreve-se os casos
de intoxicação por C. retusa em eqüinos diagnosticados no período de janeiro de 1993 a junho de
2010, diagnosticados no Hospital Veterinário e Laboratório de Patologia Veterinária da UFCG,
Patos-PB. Durante esse período foram diagnosticados 39 casos de intoxicação crônica por C.
retusa em eqüinos, correspondendo a aproximadamente 16% das necropsias em eqüinos. Os
sinais clínicos incluíram depressão, andar a esmo, pressão da cabeça contra objetos e galopes
sem rumo. Os animais intoxicados permaneceram em decúbito e morreram entre 12 e 20 dias
após o aparecimento das alterações clínicas. Macroscopicamente, o fígado apresentava-se com a
superfície capsular irregular e com acentuação do padrão lobular. Ao corte, o fígado apresentava-
se firme. Os pulmões estavam não colapsados, mais pesados e brilhantes, e ao corte, fluía
bastante sangue e líquido espumoso. Microscopicamente, em todos os casos havia fibrose
hepática, vacuolização do citoplasma de hepatócitos, necrose e hemorragia centrolobular a
mediozonal e necrose individual de hepatócitos. Verificou-se moderada megalocitose, proliferação
de células epiteliais de ductos e estase biliar. Nos pulmões observou-se congestão, edema e
hemorragias. No encéfalo verificaram-se astrócitos tumefeitos com cromatina dispersa,e astrócitos
Alzheimer tipo II localizados, principalmente, no córtex cerebral e núcleos da base. Havia
moderada gliose e hemorragia perivascular. A intoxicação por C. retusa em eqüinos no semi-árido
da Paraíba se destaca na região como sendo a principal doença do SNC de eqüinos. Isso se deve
provavelmente, pela planta ser resistente a longos períodos de seca que ocorre na região,
permanecendo verde nesse período, favorecendo sua ingestão pelos eqüinos.

Palavras-chave: Crotalaria retusa, eqüinos, encefalopatia hepática.


Key words: Crotalaria retusa, horses, hepatic encephalophaty.

Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.


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AMILOIDOSE EM EQUINO
AMYLOIDOSIS IN HORSE
Melo, D.B. ; Portela, R.A. ; Galiza, G.J.N. 1; Medeiros, J. M. 2; Nobrega Neto, P.I. 3; Riet-
1 1

Correa, F3.
1- Médico(a) Veterinário (a) PPGMV/HV/UFCG/CSTR - Campus de Patos-PB, Av.
Universitária, s/n, Santa Cecília, Cep: 58708-110, Patos-PB. E-mail:
diego_catole@hotmail.com ; 2-- Médico Veterinário - HV/UFCG/CSTR - Campus de Patos-
PB; 3-- Professor - UAMV/ UFCG/CSTR , Campus Patos-PB.

Amiloidose é um grupo de doenças do metabolismo protéico caracterizada por deposição


nos tecidos de proteína amilóide extracelular, podendo ser primária ou secundária à outra
patologia e é classificada em diferentes tipos, dependendo da proteína formadora do
amilóide. Em eqüinos a amiloidose pode ser sistêmica, ou localizada e esta é a mais
comumente encontrada, sendo rara nesta espécie. O amilóide se deposita no tecido
conjuntivo, vasos sanguíneos e membrana basal das glândulas submucosas, associada à
presença de células gigantes, linfócitos e macrófagos. O objetivo deste trabalho é relatar um
caso de amiloidose nasal em um eqüino, quarto de milha, de 16 anos de idade, admitido no
Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, campus Patos - PB em
abril de 2009, com episódios recorrentes de epistaxe há cerca de um ano. Clinicamente, o
animal apresentou dispnéia mista; narinas dilatadas; intolerância ao exercício; frequência
respiratória durante o repouso de 32 movimentos por minuto; uma massa irregular
multinodular, lisa, brilhante, avermelhada, superfície não ulcerada, firme, consistência
elástica e bilateral localizada na porção rostral da cavidade nasal, causando estenose
parcial das vias aéreas anteriores. Grande parte da massa foi removida cirurgicamente para
melhorar a condição respiratória do animal e realização de biópsia. No exame histológico
observou-se dilatação dos vasos linfáticos e das glândulas nasais por material amorfo e
eosinofílico com presença de áreas com centro calcificado, circundadas por infiltrado
inflamatório mononuclear e células gigantes. Esse material eosinofílico corou-se de
vermelho-laranja pela coloração de Vermelho Congo, confirmando amiloidose. O diagnóstico
foi baseado na história clínica e confirmado pela histopatologia. O exame histológico foi
conclusivo para o diagnóstico de amiloidose nasal. Também neste caso, a lesão estava
localizada na cavidade nasal anterior favorecendo a sobrevivência do animal. Mesmo um
ano após a remoção cirúrgica de parte da lesão o animal encontra-se em condição estável,
mas não é mais utilizado para práticas esportivas.

Palavras-chave: Amilóide, cavidade nasal, eqüino.


Key words: Amyloidosis, nasal cavity, horse
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LAMINITE CRÔNICA EM EQUINO


CHRONIC LAMINITIS IN EQUINE
Silva, C.M.B.A.S.!; Medeiros, J.M.A."; Melo, D.B."; Palmeira, R.B."; Santos, E.D.!.; Souza,
J.P.O.!; Miranda Neto, E.G3.
Médico Veterinário, PAMV/HV/UFCG/Campus de Patos-PB. Av. Universitária, s/n, Santa Cecília,
Cep: 58708-110. Patos-PB. E-mail: bezerradeazevedo@gmail.com; 2 Médico Veterinário,
PPGMV/UFCG/Campus de Patos-PB; 3 Médico Veterinário, UAMV/UFCG/Campus de Patos-PB.

A laminite é um processo inflamatório das lâminas sensíveis do casco provocando a


diminuição na adesão e sustentação da parede interna com a falange distal na cápsula do casco.
Na maioria dos casos acomete os membros torácicos, embora, possa acometer qualquer membro
e evoluir para rotação da falange distal. Um equino, fêmea, Quarto de Milha, pesando 430 Kg,
sete anos de idade foi encaminhada ao Hospital Veterinário da UFCG/Campus de Patos - PB com
queixa de há 15 dias o animal ter apresentado quadro de síndrome cólica, no qual permaneceu
por dois dias, em seguida apresentou dificuldade no apoio dos membros pélvicos, passando
grande parte do dia em decúbito. Ao exame clínico foi observado presença de edemas nas
regiões ventral e vulvar, hiperemia ocular bilateral e escaras difusas decorrentes do decúbito,
pulso digital aumentado, desprendimento do casco posterior esquerdo, temperatura corpórea
elevada, relutância a movimentos e incapacidade de manter-se em estação. De acordo com o
histórico e sinais clínicos foi diagnosticado o quadro de laminite crônica e através do exame
radiográfico observou-se rotação de falange nos quatro membros com maior intensidade nos
membros pélvicos. O tratamento inicial foi fluidoterapia, analgésicos, antitérmicos, antibióticos,
inibidores da secreção gástrica, benzodiazepínicos e ducha fria, posteriormente, compressa
morna, perfusão regional com antibiótico e antiinflamatório, limpeza e desinfecção local,
bandagens diárias e suplementos minerais. Houve uma melhora no estado geral do animal,
porém, devido o descolamento dos cascos dos membros posteriores após 21 dias de tratamento
foi instituído a eutanásia do animal.

Palavras-chaves: Rotação de falange, casco, decúbito.


Key words: Rotation phalanx, hoof, decubitus

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RUPTURA DO MÚSCULO GASTROCNÊMIO EM EQUINOS – RELATO DE CASOS


RUPTURE OF THE GASTROCNEMIUS MUSCLE IN HORSE – CASES REPORT
Aguiar, G.M.N.1; Melo, D.B. 1; Palmeira, R.B. 1;Lira, M.A.A. 1; Silva, C.M.B.A.2; Miranda Neto,
E.G. 3

1- Médico(a) Veterinário (a) PPGMV/HV/UFCG/CSTR - Campus de Patos-PB, Av. Universitária,


s/n, Santa Cecília, Cep: 58708-110, Patos-PB. E-mail: gil_mev@yahoo.com.br ; 2- Médico
Veterinário – PAMV/HV/UFCG/CSTR - Campus de Patos-PB; 3- Professor - UAMV –
UFCG/CSTR , Campus Patos-PB.

A ruptura do músculo gastrocnêmio é relativamente rara, podendo ocorrer em potros com


menos de três semanas de vida devido a debilidade ou por excesso de esforço ao levantar-se. Em
adultos o trauma é a causa principal. As manifestações clínicas mais comuns são incapacidade de
sustentar o peso, perda da integridade do aparelho recíproco (flexão do jarrete e extensão do
joelho), há edema na região caudal da coxa, rotação lateral do calcâneo e desvio medial do
membro afetado. O tratamento baseia-se na sustentação do membro e repouso do animal
facilitando a fibrose no ponto de ruptura. Foram atendidos dois eqüinos no Hospital Veterinário da
Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos – PB, um macho de oito anos, sem
raça definida, no ano de 2006 (Animal 1) e um potro da raça Quarto de Milha, de dois anos e meio
em 2009 (Animal 2). O Animal 1 apresentou uma claudicação de apoio de grau IV no membro
posterior esquerdo após trauma. Observou-se edema na região da coxa, não havia sensibilidade
dolorosa aos movimentos de flexão, extensão, abdução e adução do membro. O Animal 2
apresentava claudicação no membro posterior esquerdo, com características semelhantes ao
Animal 1, evidenciada após queda durante o período de doma. A sensibilidade a palpação estava
ausente, exceto na articulação fêmuro-tibio-patelar. Não foram observadas alterações nos exames
radiográficos.. Aos dois animais foi recomendado repouso, ducha fria e antiinflamatório tópico. No
Animal 2, foi sugerido, além destes, o uso de fenilbutazona (4,4 mg/kg IV) e dexametasona (0,1
mg/kg IV). O diagnóstico da ruptura do músculo gastrocnêmio foi baseado nos sinais clínicos e na
ausência de alterações radiográficas. Após um ano de repouso o Animal 2 retornou a atividade
esportiva, contudo, ainda apresenta claudicação leve durante o exercício. Assegurar o repouso
aos animais acometidos é extremamente importante para determinar o sucesso do tratamento,
entretanto, o desempenho das funções atléticas ainda é desconhecido.

Palavras-chaves: Claudicação, músculo gastrocnêmio, equino


Key words: Lameness, gastrocnemius muscle, equine

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IDENTIFICAÇÃO DAS BASES ANATÔMICAS CORRESPONDENTES AO EXTERIOR DO


CORPO DOS EQUÍDEOS
IDENTIFICATION OF ANATOMICAL BASES RELATED TO THE EXTERIOR OF THE BODY OF
EQUIDAE
Mello, S.A.X.1; Silva, J.H.C. 1; Monte, G.M.S.1; Melo, L.C.S. 1; Xavier, G.A.A.2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UFRPE, Rua Visconde de Barbacena, 223/01,
Várzea, 50.740-445, Recife-PE. E-mail: <scheillaaxm@hotmail.com>; 2Professor do
DMFA/UFRPE.

A gênese do saber interdisciplinar repousa na idéia de relação entre as partes de um dado


conhecimento. A interdisciplinaridade é um tipo de abordagem e conduz a uma ordenação
específica do processo ensino-aprendizagem, no plano dos conteúdos e das atividades. Os
professores proporcionam aos alunos uma aprendizagem simultânea dos saberes e dos métodos
comuns a várias disciplinas. Reordena conhecimentos diversos e provoca um conhecimento novo.
A anatomia funcional é a ciência que, em cada nível de organização, relaciona a estrutura com
suas funções e para ser eficaz, deve ser ensinada e aprendida como uma disciplina
tridimensional, para que o praticante seja capaz de visualizar as modificações que se realizam no
corpo com vida. O estudo do exterior dos animais domésticos ou Ezoognósia, constitui a parte da
Zootecnia que trata da conformação e do aspecto, que permite a avaliação do animal, servindo-se
de princípios fundamentais de anatomia, fisiologia, mecânica e patologia, tendo em vista sua
aplicação funcional, o julgamento de suas aptidões, e consequentemente, sua importância
econômica. O presente trabalho objetivou correlacionar a osteologia, com a nomenclatura do
exterior dos equídeos, em aulas práticas de anatomia. Para isso, foi realizada pesquisa da
nomenclatura do exterior do corpo do animal, em tratados de ezoognósia, foram feitas as devidas
correlações entre as delimitações das mesmas e suas respectivas estruturas ósseas. Executou-se
um exercício prático no qual os alunos identificaram as bases anatômicas correspondentes ao
exterior do corpo do animal, com auxílio de um esqueleto montado e ilustrações. Observaram-se
dificuldades na identificação quanto às regiões da cabeça, visto que esta é uma parte do corpo do
equino que apresenta regiões com nomenclaturas do exterior mais diferenciadas em relação
àquelas estudadas na osteologia. Para facilitar, foram fornecidos crânios com seus respectivos
ossos coloridos previamente, nos quais foi possível identificar as regiões do exterior, sobre os
ossos cranianos. Esta nova proposta promoveu uma maior motivação por parte dos alunos e sua
aplicação rotineira em aulas práticas da disciplina de anatomia animal.

Palavras chave: Anatomia, Interdisciplinaridade, Nomenclatura.


Key words: Anatomy, Interdisciplinarity, Nomenclature.

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INFECÇÃO POR ASPERGILLUS SP. NA CAVIDADE NASAL DE UM ASININO: RELATO DE


CASO
INFECTION BY ASPERGILLUS SP.IN THE NASAL CAVITY OF A DONKEY: A CASE REPORT
Lira, M. A. A!*; Riet–Correa, B." ; Santos, E.V.# ; Miranda Neto, E.G."; Silva, C.M.B.A.4;
Dantas, A.F.M."; Garino Jr., F.5; Medeiros, J.M6.
1.Médica Veterinária- HV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB.*Av.Universitária, s/n, Santa
Cecília, Cep:58708-110, Patos-PB. E-mail: aquila_vet1@hotmail.com; 2.Médico Veterinário-
UAMV/CSTR/UFCG; 3. Médico Veterinário –PAMV, HV/CSTR/UFCG; 4. Médico Veterinário-
UAMV/CSTR/UFCG; 5. Pós–Doutorando em Microbiologia; 6. Médico Veterinário-
UAMV/CSTR/UFCG

Infecções fúngicas do trato respiratório superior incluem infecções primárias por


determinadas espécies de fungos, como criptococose, rinosporidiose, ficomicose e
coccidioidomicose. Rinite micótica causada por Aspergillus sp. em muitos casos, é considerada
como sendo uma infecção secundária oportunista. A infecção por Aspergillus sp. é comum após
cirurgias da cavidade nasal ou secundária a outras condições supurativas, como abscedação
dentária. O modo de infecção usual é por inalação com produção de lesões granulomatosas e
nódulos no trato respiratório, a partir do qual pode se disseminar para outros tecidos e órgãos. O
tratamento com cetaconazol é efetivo, porém, o tratamento é demorado e o alto custo se torna um
fator limitante. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande,
Campus de Patos-PB, um asinino, fêmea, com 9 anos de idade, prenhe, sem raça definida, cujo
histórico relatava que o animal apresentava uma verruga no interior da narina direita que
apareceu após sangramento na cavidade nasal. Durante o exame físico foi observado
crescimento exagerado da mucosa nasal direita com nodulação de aproximadamente 4cm de
diâmetro, com aspecto de papiloma, obstruindo parcialmente o fluxo de ar da narina direita, com
presença de secreção sanguinolenta. A nodulação foi retirada cirurgicamente e encaminhada para
exames microbiológico e histopatológico . No pós-operatório foi realizada a limpeza da narina com
água, clorexidina a 2% e aplicação tópica de oxitetraciclina e hidrocortisona. Após a confirmação
do diagnóstico iniciou-se o tratamento com infusão de chá de camomila (Matricaria recutita,
Chamomilla recutita, Matricaria chamomilla) (5g/l) por 20 dias, porém, não houve uma completa
cicatrização da lesão. O tratamento com chá de camomila á 5% não foi efetivo para Aspergilose
desse asinino, ao contrário do que foi descrito em eqüinos. Esse fato pode estar relacionado à
interrupção do tratamento.

Palavras- chaves: Papiloma, cavidade nasal, camomila.


Key Word: Papilloma, nasal cavity, chamomile.
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DISTOCIA EM EQUÍDEOS
DYSTOCIA IN HORSES
Silva, T. R. ; Assis, A. C. O. ; Medeiros, J. M. A.2; Melo, D. B.2; Miranda Neto, E. G.3;
1 2

Nóbrega Neto, P. I.3


1
Médica Veterinária, PPGCV, UFRPE, Campus de Recife-PE. *Universidade Federal Rural de
Pernambuco – UFRPE Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52171-900 -
Recife/PE. Email: ane_vet@hotmail.com; 2 Médico(a) Veterinário, PPGMV, CSTR/UFCG,
Campus de Patos-PB; 3Médico Veterinário, professor, UAMV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-
PB.

Este trabalho objetiva relatar a ocorrência de dois casos de distocia em equídeos na


Clínica Médica de Grandes Animais da Universidade Federal de Campina Grande, Patos/PB. O
primeiro caso ocorreu em um asinino sem raça definida e o segundo caso em uma égua da raça
quarto de milha, ambas tinham quatro anos de idade e eram primíparas. No primeiro caso, a
fêmea foi encontrada em trabalho de parto e no exame clínico o animal apresentava um bom
quadro geral. Ao exame específico do sistema reprodutivo foram constatadas contrações
abdominais fortes, presença de parte da placenta pendular na vulva de aspecto enegrecido e
friável, região da base da cauda edemaciada e secreção uterina sanguinolenta e fétida. À
palpação retal pôde-se observar estática fetal longitudinal, dorsal, com desvio lateral esquerdo da
cabeça e flexão dos membros anteriores. Foi feita a correção da distocia, lubrificação do canal
materno e tração do feto morto. Realizado antibioticoterapia com penicilina benzantina, soro
antitetânico e antiinflamatório. O animal recebeu alta no mesmo dia do atendimento e foi
recomendado repouso durante 30 dias. No segundo caso, o animal foi encaminhado para realizar
cesariana, pois já havia sido feito fetotomia parcial por um Médico Veterinário. O feto apresentava-
se enfisematoso e a égua não tinha abertura suficiente de cérvix, resultando no insucesso do
procedimento. Ao exame físico do animal verificou-se taquicardia, mucosas congestas e
desidratação moderada. Foi feito a cesariana imediatamente após a realização do exame clínico,
sob anestesia geral e com acesso pela linha alba. No pós-cirúrgico utilizou-se antibioticoterapia,
antiinflamatório e fluidoterapia. O animal veio a óbito no dia seguinte a cirurgia e durante a
necropsia observou-se corno direito do útero aumentado de tamanho, com coloração vermelho
enegrecido externamente e internamente, enfisema pulmonar subpleural e intesticial com
presença de petéquias, congestão difusa no intestino e na região glandular estômago. O
prognóstico para éguas cesariadas é reservado e mesmo quando sobrevivem podem apresentar
distúrbios reprodutivos e laminite. Vale ressaltar que a taxa de mortalidade de potros é muito alta.
Existe uma escassez de dados acerca do assunto e há necessidade de maiores estudos e
notificações sobre o tema.

Palavras-chaves: Parto distócico, tração fetal, cesariana.


Key words: Dystocia, fetal traction, cesarean.
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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INTOXICAÇÃO NATURAL POR SELÊNIO EM EQUINOS NO ESTADO DO CEARÁ


NATURAL SELENIUM INTOXICATION IN HORSES IN CEARÁ STATE.
Campêlo Costa, P.1; Abreu, J.M.G.2
1 - Médico Veterinário Autônomo, Av. Santos Dumont 5500 Aptº 22-A-Papicu-Fortaleza-Ceará,
Cep- 60.150.160, placidocampelovet@hotmail.com; 2 - Faculdade de Veterinária-Universidade
Estadual do Ceará.

A intoxicação por selênio em animais, tem sido descrita em diversos países em três
síndromes clínicas; uma aguda de evolução rápida e duas crônicas conhecidas como Blind
Staggers e Alkali Diserse. Em pesquisas científicas feitas no Brasil, tem sido relatado que o solo
brasileiro é pobre em selênio e que só existe em pequena concentração em uma região do estado
do Acre e ainda afirmando que não existem plantas acumuladoras de selênio no Brasil. Oito
eqüinos, quarto de micha, adultos, no litoral leste do estado do ceará, apresentaram anorexia,
emagrecimento progressivo, esfacelamento dos cascos seguido de aumento dos sulcos, alopecia
de pelos longos (cauda e crina), despigmentação de pelos (mudança de cor), desidratação
severa, anemia grave, cólica, decúbito prolongado, arritmia cardíaca, taquipnéia e temperatura de
41°C. Os animais estavam em semiconfinamento, com acesso a pasto de Cynodon spp,
Penissetum purpureum e Brachiaria mútica. Anteriormente, há seis anos passados, treze animais
eqüinos, em cidade circunvizinha apresentaram os mesmos sinais, sendo atendidos e registrado o
óbito de nove animais no dia seguinte e quatro dias após o óbito dos outros quatro. O estado
estava muito avançado. Dos oito animais transcritos acima foram colhidas amostras de pelos,
raspas de cascos, amostras do solo, capim e água do haras, é enviada ao laboratório da
faculdade de zootecnia e engenharia de alimentos-USP de Pirassununga SP, que constatou altas
concentrações em todas amostras, principalmente no capim Brachiaria mútica. Os animais foram
confinados em baias e mudado suas dietas. Foram tratados com cobre quelato, drogas arsenicais,
vitaminas do complexo B, drogas hematínicas, fluidoterapia intensa, aminoácidos sulfonados,
diuréticos,o que levou a completa recuperação em um prazo de 9 meses de tratamento. Estudos
adicionais são necessários para verificação da composição do solo e plantas nacionais como
também uma revisão nas formas controversas da síndrome Blind Staggers e Alkali Disease. O
estudo das concentrações de selênio no solo brasileiro é importante devido ao risco de seres
humanos se contaminem ao se alimentarem do leite,carne bovina,ovina,caprina,aves e ovos de
animais contaminados transformando em problema de saúde pública e sanidade animal. O relato
desse caso é em primeira edição na América Latina. Protocolo comitê de ética- nº 065 41563-9

Palavras-chave: Equino- selênio – saúde pública.


Key Word: equine, selenium, public health
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.

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