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INFORMAÇÕES GERAIS
Quadrimestral
ISSN 1415-6326
SUMÁRIO
Pag. Pag.
CARIELI, E.P.O.; LIRA, L.B. ; VAZ, S.G.; RÊGO, SILVA, D.G.B.; TORRES, S.M.; MOTA, A.E.
E.W.; MENDES, S.K.M.; MANSO FILHO, H.C. Ehrlichiose e leptospirose em equino: relato de
Cavalo de cavalgada: bioquímica sanguínea em caso....................................................................15
diferentes grupos de idade...................................9
CARDOSO, E.A.; CARDOSO, F.S.; MELO,
LIMA, M.C.; COSTA NETO, J.N. Displasia fiseal D.P.B.B.; FERREIRA, L.M.C.; MANSO,
(epifisite) em potro quarto de milha....................10 H.E.C.C.C.; MANSO FILHO, H.C. Frequência
cardíaca em cavalos marchadores durante teste
BRANDÃO, R.R.G.; SILVA, B.C.; VALENÇA, de simulação de marcha.....................................16
S.R.F.A.; CAJÚ, F.M. Frequência de afecções
distribuídas por aparelho dos equideos atendidos LIRA, L.B.; VAZ, S.G.; ALMEIDA, T.L.A.C.;
no hospital veterinário cesmac...........................11 CARIELI, E.P.O.; MANSO FILHO, H.C.;
TEIXEIRA, M.N. Amplitude de tamanho dos
PIMENTEL, M.M.L.; CÂMARA, F.V.; FREITAS, eritrócitos em cavalos de cavalgada...................17
Y.B.N.; CATUNDA NETO, A.; FERREIRA, A.L.;
AGUIAR, K.K.; FONTES, M.D.P.; DIAS, R.V.C.; ALMEIDA, L.E.; ALMEIDA, R.D.; BASSO, K.M.;
SOUZA, M.V.. Biometria em equinos mestiços de OLIVEIRA, L.A.; ROLIM, R.D.; YAMASAKI, L.;
vaquejadas no Rio Grande do Norte, Brasil.......12 Miopatia fibrótica em equino: relato de caso......18
SILVA, C.M.B.A.S.; MEDEIROS, J.M.A.; MELO, SILVA, T.R.; ASSIS, A.C.O.; MEDEIROS, J.M.A.;
D.B.; PALMEIRA, R.B.; SANTOS, E.D.; SOUZA, MELO, D.B.; MIRANDA NETO, E.G.; NÓBREGA
J.P.O.; MIRANDA NETO, E.G..Laminite crônica NETO, P.I.. Distocia em eqüídeos.....................72
em equino...........................................................68
CAMPÊLO COSTA, P.; ABREU, J.M.G.
Intoxicação natural por selênio em equinos no
AGUIAR, G.M.N.; MELO, D.B.; PALMEIRA, R.B.; Estado do Ceará.................................................73
LIRA, M.A.A.; SILVA, C.M.B.A.; MIRANDA NETO,
Aurea Wischral
Editora
9
ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE
Carieli, E.P.O. 1; Lira, L.B. 2; Vaz, S.G. 2; Rêgo, E.W.4; Mendes, S.K.M.5 ; Manso Filho, H.C. 3
1. Graduanda em Medicina Veterinária, UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, S/n, Dois Irmãos -
PE.CEP: 52171-030. E-mail: Isacarieli@gmail.com; 2. Médica Veterinária Residente,
DMV/UFRPE. 3. Professor, DZ/UFRPE.; 4. Professora, DMV/UFRPE; 5. Médica Veterinária
Autônoma.
A criação de cavalos de raças nacionais atualmente está associada a utilização desses
animais em passeios e cavalgadas em diferentes regiões do Brasil. As raças mais utilizadas,
Mangalarga, Mangalarga-Marchador e Campolina, representam mais de 500 mil animais
registrados. Esses cavalos iniciam sua participação em cavalgadas após serem domados, por
volta dos 3 anos, indo até os 20 anos ou mais. Ainda há poucos dados sobre o efeito do
envelhecimento e adaptações do metabolismo proteico do ponto de vista da bioquímica
sanguínea. Avaliou-se alguns compostos bioquímicos no sangue de cavalos de cavalgada de
acordo com diferentes grupos etários. Foram colhidas amostras de sangue de 46 cavalos, adultos,
de ambos os sexos da raça Mangalarga-Marchador, que realizam exercício de longa duração e
baixa intensidade pelo menos 3 vezes por semana. Todos com manejo nutricional e sanitário
similares. Os animais foram agrupados em 3 grupos etários: grupo I <5 anos (n=18), grupo II entre
5 e 10 anos (n=18), e grupo III > 10 anos (n=10). Exames bioquímicos realizados por técnicas de
espectrofotometria com kits comerciais, determinaram as seguintes concentrações nas amostras:
proteínas plasmáticas totais ([PPT]), fibrinogênio ([FIB]), uréia ([URE]), creatinina ([CRET]), e
ácido úrico ([AcUR]). Os resultados foram submetidos a análise da variância e ao teste de Tukey,
com P estabelecido em 5%. Os resultados demonstram que não ocorreram variações
significativas (P>0,05) nos parâmetros analisados quando os animais são agrupados nos
diferentes grupos etários e sexuais utilizados nesse trabalho. As concentrações médias
encontradas, quando os animais estão reunidos, foram: [PPT] 69,16+7,36 g/L, [FIB] 38,12+3,85
g/L, [URE] 23,30+2,03 mg/dL, [CREAT] 1,07+0,03 mg/dL, [AcUR] 0,527+0,0265 mg/dL. Dentro da
população estudada não foi observada variação significativa nos parâmetros bioquímicos
avaliados, quando os animais foram comparados conforme três diferentes grupos etários. Todavia
esses resultados servem para que os envolvidos com esses animais possam utilizar tais valores
como parâmetros médios para avaliações clínicas e de performance.
Palavras-chave: equino, bioquímica, exercício
Key words: equine, biochemistry, exercise
82,72±4,30) e peso vivo ( 394,52±140,94), 6-10 anos, ( 1,76 ±0,07), ( 1,49 ±0,06),(
± 0,09), comprimento corporal ( 1,46 ±0,10), índice corporal ( 85,83± 11,56) e peso vivo (
11-15, ( 1,72 ±0,07),( 1,46 ±0,07),( 83,95±3,50) e ( 413,75±48,45), 16 – 20, ( 1,8 ±0,06),
Nos últimos anos têm ocorrido surtos de enfermidade digestiva em equinos associadas à
ingestão de forragens, principalmente durante o período de transição do período seco para o
período chuvoso do ano. Esses surtos ocorreram em diferentes partes do estado de Pernambuco.
Relatar surto de mortalidade em equinos associadas à ingestão de forragens. No recente surto,
ocorrido em maio, em Carpina-PE, a propriedade contava com 29 animais de idade e manejo
nutricional variados. Foram afetados 16 animais (10 adultos [>4 anos] e 6 jovens [<24 meses]) e
13 faleceram. Os animais que sobreviveram foram os únicos com dor abdominal irregular e algum
grau de diarréia. Nos animais enfermos observou-se estupor, disfagia e relaxamento da cauda,
frequência cardíaca elevada (>90 bpm), respiração rápida e superficial, mucosas muito congestas
e tempo de preenchimento capilar >5 segundos, atonia intestinal em ambos os flancos sem
refluxo gástrico, desidratação grave, ausência de sinais de enfermidade neurológica. Os que
faleceram apresentaram [Uréia], [CK] e [TGO] mais elevadas do que o grupo enfermo que
sobreviveu (P<0,05). Os demais parâmetros analisados (CGV, Ht, CGB, PPT, Fibinogênio), foram
semelhantes entre os sobreviventes e os que faleceram (P>0,05). Um animal, que sobreviveu
após 5 dias foi sacrificado pois desenvolveu uma laminite aguda com exungulação dos cascos
nos membros posteriores e na necropsia foi encontrado uma reduzida área de lesões de
duodeno-jejunite. Os demais animais necropsiados apresentavam extensa duodeno-jejunite,
acometendo todo intestino delgado. Nessa propriedade foi incriminado o capim conhecido na
região como paraguai branco (Echinochloa polystachya), pois todos os animais do haras tinham
manejos nutricionais diferentes e o único ponto em comum entre todos os enfermos foi a ingestão
desse capim picado na forrageira. O quadro clínico, os exames laboratorias e o levantamento
epidemiológico no rebanho sugerem ingestão de toxina butolínica através dos alimentos
fornecidos no cocho. Os sinais clínicos descritos e os achados nas necropsias não indicam uma
enfermidade específica, necessitando de estudo mais aprofundados para que se possa obter o
diagnóstico mais preciso e se possa estabelecer programas de prevenção a esse tipo de
problema como os cavalos em Pernambuco.
A Ehrlichiose nos equinos pode ocorrer na forma monocítica, cuja etiologia é a riquétsia
Neorickettsia risticii transmitida pela transfusão sanguínea, infecções por via cutânea, intradérmica
e oral, por intermédio de trematódeos aquáticos. Há ainda a forma granulocítica, que é uma
zoonose transmitida pelo carrapato, tendo como agente biológico o Anaplasma phagocytophila
que possui tropismo por células granulocíticas. A Leptospirose equina pode ser causada por
diversos tipos de sorovares, cujos sinais clínicos são uveíte, aborto, fetos natimortos, fetos
prematuros, disfunção renal e hepática, hematúria, febre, anorexia, icterícia e angústia
respiratória. A transmissão da Leptospirose pode ser direta através de urina e fluídos placentários
ou indireta por contaminação ambiental. Dois equinos (A1 e A2) machos, adultos foram atendidos
no Haras Aparthorse com sinais clínicos de apatia, anorexia, icterícia, febre, dispnéia, freqüências
cardíaca e respiratória aumentadas e desidratação. No A2, além destes sintomas, observou-se
também diarréia profusa e fétida. Foram solicitados hemogramas, imunofluorescência indireta
para pesquisa de Ehrlichiose e soro aglutinação microscópica para Leptospirose. Em ambos
hemogramas não foram observados alterações. No A1 foi confirmada à presença de (anticorpos
contra? –esclarecer-) Neoickttsia risticii e Anaplasma phagocytophila e os sorovares de Leptospira
Ballum, Copenhageni, Bataviae. A2 foi positivo para Anaplasma phagocytophila e o sorovar
Canicola. Instituiu-se tratamento de suporte nos dois animais, com fluidoterapia (Ringer lactato
20L/animal/dia) e antibioticoterapia (oxitetraciclina 6,6mg/kg/dia) diariamente por via endovenosa,
por aproximadamente 30 dias. Após este período A1 recuperou-se completamente, enquanto A2
não respondeu ao tratamento e veio a óbito. A ocorrência de Ehrlichiose associada à Leptospirose
em equino se diagnosticada no início pode favorecer o tratamento com a reversão do quadro
clínico. (esta conclusão está inadequada, tentar realizar outra destacando a importância destas
enfermidades, pois são pouco diagnosticas no país). È fundamental incluir no texto a região
(cidade, estado) onde ocorreram as enfermidades.
M.N.6
1. Médica Veterinária Residente, DMV/UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, S/n, Dois Irmãos -
PE.CEP: 52171-030. E-mail: lilibatistalira@gmail.com: 3. Mestranda, Programa de Pós Graduação
em Ciência Veterinária, UFRPE; 4. Graduanda em Medicina Veterinária, UFRPE; 5. Professor,
DZ/UFRPE; 6. Professora, DMV/UFRPE.
Em diferentes áreas do Brasil, a cavalgada estimula a criação do cavalo de sela brasileiro,
que está representada por diferentes raças nacionais, como o Campolina e Mangalarga-
Marchador. Todavia, ainda se conhece pouco sobre os parâmetros hematimétricos desses
animais que realizam exercícios de baixa intensidade e longa duração, e com isso dependem
bastante do transporte de oxigênio entre os tecidos. De acordo com o sexo, avaliou-se a variação
da amplitude do tamanho dos eritrócitos (RDW) e outros índices hematimétricos em cavalos de
cavalgada. Foram colhidas amostras de sangue venoso em 46 cavalos, adultos, (masculino n=32;
feminino n= 14) da raça Mangalarga-Marchador, que realizam exercício de longa duração e baixa
intensidade pelo menos 3 vezes por semana. As amostras de sangue foram avaliadas em
equipamento automatizado, no contador eletrônico Symex Poch 100 iV (Roche Diagnóstica do
Brasil) determinando-se os seguintes parâmetros: contagem de glóbulos vermelhos (CGV),
concentração da hemoglobina (HB), percentagem do hematócrito (HT), volume corpuscular médio
(VCM), coeficiente de variação da amplitude da distribuição do tamanho do eritrócito (RDW).
Também foi determinado o índice de escore corporal (IEC), sendo 1 caracteriza o animal
caquético e 7 o obeso. Os resultados demonstram que não ocorreram variações significativas
quando se comparou os animais pelos sexos no valor do RDW (P>0,05), com os machos
(19,90+0,20) apresentando valores equivalentes aos das fêmeas (19,70+0,30). A determinação do
RDW pode ser importante na caracterização do tipo de anemia nos animais. Em outros tipos de
cavlaos tmabém não foram observadas diferenças entre machos e fêmeas para o RDW. Para os
demais parâmetros analisados não foram observadas diferenças (P>0,05) e os valores médios
encontrados foram: IEC 4,1+0,8; CGV 8,1+0,2. 1012/L; HB 150+24 g/L; HT 0,352+0,007 L/L; VCM
43,9+0,4 fL; RDW 19,80+0,16. Esses valores encontram-se dentro da variação da normalidade
para os cavalos de sela.
1 – Prof. Clínica Cirúrgica de Grandes Animais - UNOESTE, Prof. Patologia Geral - UNOESTE.; 2-
Residentes do HV – UNOESTE; 3 – Estagiários do setor de Clínica Cirúrgica de Grandes Animais
– UNOESTE.
Miopatia fibrótica e/ou ossificante é uma enfermidade que acomete principalmente equinos
da raça Quarto de Milha, que resulta em uma fibrose ou ossificação dos músculos, principalmente,
semimembranoso, semitendíneo e, menos frequente o grácil e bíceps femoral. Na maioria dos
casos ocorre uma aderência entre estes músculos ocasionando em uma restrição do movimento
do membro afetado. Geralmente as lesões são unilaterais, mas podendo também desenvolver-se
bilateralmente. São relatadas na literatura miopatia fibróticas congênitas. Em muitos equinos a
etiologia desta doença é o trauma, podendo este trauma ser provido de diversas formas, desde
estiramento da musculatura, injeções e traumas diretos sobre a musculatura. Em alguns casos a
etiologia permanece desconhecida. O diagnóstico é realizado através do histórico, exame clínico e
exames complementares, assim como o raio – x e o ultrassom. O diagnóstico definitivo pode ser
obtido a partir de biopsia, na qual se observa edema entre a fáscia e a musculatura, além de
degeneração das fibras musculares, associada a proliferação de tecido conjuntivo denso e
proliferação óssea. Relato de caso: um equino da raça Quarto de Milha de 12 anos foi atendido no
dia 26 de abril de 2010 no Hospital Veterinário da UNOESTE, apresentando encurtamento da fase
cranial do passo do membro posterior direito, sendo esta não dolorosa. Durante a palpação do
músculo semitendinoso foi notado uma rigidez do tecido muscular com característica de fibrose
com ausência de pontos dolorosos. A confirmação do diagnóstico foi realizada através do exame
ultrassonográfico do membro acometido e do membro contralateral. O tratamento instituído foi a
miectomia associada à tenectomia do músculo semitendinoso. O procedimento cirúrgico foi
realizado com o animal sobre anestesia geral inalatória em decúbito lateral direito. Foi realizada
uma incisão de pele na região caudal do membro de 25 cm, divulsão dos tecidos perimusculares
até o isolamento completo do músculo semitendinoso. Foi feita a tenectomia e em seguida a
miectomia deste músculo. O sucesso, bem como o prognóstico da cirurgia depende da técnica
utilizada para o tratamento, sendo que neste caso a técnica utilizada foi um sucesso, pois o
animal voltou a suas atividades atléticas normais.
1 Médico Veterinário Residente, Clínica de Animais de Grande Porte/UFRPE. Rua Dom Manuel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE. rafaeljs15@hotmail.com; 2 Graduandos em Medicina
Veterinária, UFRPE; 3 Profa. Dra. da Disciplina de Clínica de Eqüídeos, UFRPE; 4 Médico
Veterinário Residente, Clínica de Animais de Pequeno Porte/UFRPE.
Inúmeras medicações tópicas estão disponíveis no momento, porém, poucos têm sido avaliados
nos eqüinos. Foi atendido na Clínica de Grandes animais da UFRPE, um eqüino, fêmea, sem raça
definida, de pelagem baia, sete anos de idade, pesando 300 kg, proveniente da cidade de Recife-
PE, apresentando áreas de laceração extensas na região ventral do pescoço no antímero
esquerdo, e da região peitoral a região axilar, de aproximadamente 20 cm e 50 cm de
comprimento, respectivamente, segundo o proprietário, devido a um acidente automobilístico
ocorrido 24 horas antes. Ambas regiões apresentando anfractuosidades, bordas afastadas,
contendo pêlos e borra de café. Ao exame clínico, observou-se os parâmetros vitais dentro da
normalidade. Foram realizados exames parasitológico de fezes e hemograma cujos resultados
revelaram parasitose intensa e anemia. O tratamento instituído foi à base de ivermectina gel (via
oral, repetição após 20 dias); A limpeza da ferida era realizada com água corrente, sabão e, após,
secava-se a ferida com compressa. Posteriormente, foi aplicada no local a mistura, composta por
50g de gel de Aloe vera, 200g de açúcar comum e 250g de nitrofurazona, manipulado em
laboratório específico para o fim. O Aloe vera apresenta no parênquima de suas folhas um gel
com ação cicatrizante, antimicrobiana, anestésica e ação antiinflamatória que diferentemente dos
esteróides, ao mesmo tempo em que bloqueiam a inflamação, favorecem o crescimento dos
fibroblastos e a aceleração da cicatrização que estimula a produção de anticorpos e a varredura
dos radicais livres produzidos pelos neutrófilos. A nitrofurazona é uma substância bacteriostática,
empregada topicamente no tratamento de feridas superficiais contaminadas e abscessos. Já o
açúcar possui ação bacteriostática, devido ao seu poder hiperosmótico somente à bactéria, mas
também desidrata células epiteliais, macrófagos e fibroblastos nas margens da ferida, podendo
retardar a cicatrização. O animal ficou internado por 55 dias, sendo alcançado excelente resultado
na cicatrização tecidual, com diminuição significativa da extensão da lesão, concluindo-se que a
mistura utilizada contribui e estimula a cicatrização tecidual, sendo recomendada a utilização no
tratamento de feridas cutâneas em eqüinos.
Palavras-chave: Aloe vera, equino, ferida
Key words: Aloe vera, horse, skin wound
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
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ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE
Uma potra Mangalarga Marchador de 60 dias de idade com síndrome cólica foi atendida
em um haras situado em Alegre-ES. Foi relatado que o animal apresentava sinais de desconforto
abdominal pela manhã. O proprietário aplicou duas doses de 1,1 mg/kg de flunixim meglumine em
intervalo de duas horas e 1L de ringer lactado. Relatou-se ainda, que houve mudança no manejo
alimentar devido a troca de funcionário. O animal demonstrava dor intensa rolando
frequentemente, apresentava escaras de decúbito, tempo de perfusão capilar (TPC) cinco
segundos, enoftalmia, temperatura 38°C, frequência cardíaca 90 batimentos por minuto,
hipomotilidade intestinal. Realizou-se a sondagem nasogástrica que resultou em refluxo escasso
com odor e coloração normais; enema comercial (fleet enema) com eliminação de apenas duas
cíbalas; a palpação digital da ampola retal mostrou que a mesma estava vazia; fluidoterapia
enteral por meio de sonda nasogástrica administrando 400 mL de soro caseiro morno, não
havendo aumento da motilidade intestinal. A suspeita foi obstrução estrangulante de intestino
delgado indicando-se o tratamento cirúrgico. Devido à inexistência de local apropriado para a
realização do tratamento, o animal foi deixado em observação. Após 6 horas de evolução, o
animal apresentava-se apático, rolando frequentemente, frequência cardíaca 112 batimentos por
minuto, ausência de movimentos intestinais, abaulamento abdominal, temperatura 38,5°C,
extremidades frias, TPC seis segundos, mucosas cianóticas e halo cianótico. As 19h (mesmo
raciocínio anterior) realizou-se a eutanásia do animal após a sedação com xilazina. À necropsia
observou-se intussuscepção de intestino delgado, na região do jejuno afetando 180 centímetros.
A mucosa intestinal apresentava degeneração e áreas de necrose. A porção intestinal anterior a
intussuscepção apresentava-se repleta de líquido e gás, o estômago repleto de líquido,
apresentando torção e deslocamento e a ampola retal vazia. Através da necropsia foi possível
concluir o diagnóstico e que o tratamento seria estritamente cirúrgico.
Ferreira, L.E.P.A2.
1. Méd. Vet. Clínica de Bovinos Campus Garanhuns – UFRPE; 2. Méd. Vet., Residente, Clínica de
Bovinos Campus Garanhuns – UFRPE (humbertofvn@hotmail.com); 3. Prof. Universidade Federal
de Campina Grande
A reprodução equina é influenciada por diversos fatores intrínsecos a espécie, bem como a
nutrição. Sendo esta um fator dominante para que o animal possa alcançar todo o seu potencial
reprodutivo. A deficiência de minerais e vitaminas na dieta têm sido relacionados ao aumento da
incidência de problemas reprodutivos como o atraso da idade a puberdade, a redução das taxas
de concepção e prenhez, o período de serviço elevado, bem como, o alto índice de repetição de
cio e abortos. A suplementação com micro nutrientes mais diretamente ligados com as funções
reprodutivas pode melhorar os índices reprodutivos das fêmeas sendo importante a utilização das
Vitaminas A, E e B12, Selênio, L-Carnitina, Zinco, Beta caroteno e os ômegas 3 e 6 na dieta. Com
o objetivo de avaliar o incremento reprodutivo destes micro minerais na reprodução equina
utilizamos o Promater®(Laboratório VETNIL SP-Brasil) suplemento vitamínico mineral aminoácido
para alimentação, que compõem todos os elementos nutricionais que atuam diretamente na
reprodução animal. Este estudo avaliou a taxa de recuperação embrionária de 21 doadoras de
embrião da raça M. Marchador, entre 3 e 24 anos de idade, mantidas na central de reprodução
do Haras EAO durante as estações de monta 2007/2008 e 2008/2009. As mesmas éguas foram
acompanhadas na primeira estação, quando não foram suplementadas e na seguinte, quando
foram suplementadas diariamente com o nutraceutico Promater® (Laboratório VETNIL SP-Brasil),
seguindo as recomendações do fabricante. Comparou-se o número médio de embriões por coleta
nos grupos sem suplementação e com suplementação, que tiveram médias de 0,3610 ± 0,2450 e
0,6410 ± 0,2203 embriões por coleta respectivamente. Houve diferença significativa entre os
grupos (p<0,05), usando o teste t de student para dados pareados. Desta forma, pode-se concluir
que a administração do nutraceutico Promater® influenciou a taxa média de recuperação
embrionária das éguas e pode ser usado como forma de incrementar a taxa de recuperação
embrionária de éguas doadoras.
1
Médico Veterinário Autônomo – Pós Graduando em Medicina Veterinária , E-mail para contato:
2,3
vet.guilherme @yahoo.com Docentes de Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais,
UNIPINHAL 4 Graduanda em Medicina Veterinária, UNIPINHAL
Define-se mastite como a inflamação da glândula mamária. Na espécie equina a mastite
tem uma incidência menor do que na bovina devido a algumas particularidades anatômicas como
o tamanho inferior e posição mais oculta da glândula mamária, tetos menores com menor
exposição a traumas e a infecção. A glândula mamária da égua possui capacidade de
armazenamento lácteo menor, considerando que os potros se nutrem varias vezes por hora,
garantindo o frequente esvaziamento. Os sinais clínicos mais comuns são: tamanho anormal ou
tumefação da glândula mamária, calor e dor associados à palpação local, secreção mamária
serosa, purulenta ou com presença de sangue, febre, edema ventral e claudicação dos membros
posteriores.O diagnóstico é realizado através de anamnese, exame físico, cultura e citologia das
secreções mamarias e do leite. O tratamento local é o mais importante, consistindo em ordenhar
os lobos acometidos para remoção do patógeno e células inflamatórias, compressa quente,
hidroterapia, exercício leve para diminuir o edema e o uso de antibióticos e antinflamatórios
sistêmico depende da gravidade da mastite. Foi encaminhado ao Hospital Veterinário do
UNIPINHAL um equino fêmea, Quarto de Milha, 3 meses de idade, apresentando aumento de
volume evidente da glândula mamária esquerda e claudicação do membro posterior esquerdo, no
exame clínico não se observou nenhuma alteração de FC, FR e temperatura, ao exame da
glândula mamária observou-se dor a palpação,calor, edema, e ao ordenhar notou-se presença
de secreção purulenta, foi realizada a higienização rigorosa do úbere e após desprezar as
primeiras gotas da secreção, coletou-se em tubo estéril uma amostra que foi enviada ao
laboratório para realização de cultura e antibiograma, também foi coletado sangue para realização
de hemograma e dosagem de fibrinogênio porém não houve alterações. Enquanto aguardava o
resultado do exame a potra foi medicada com ceftiofur e meloxican e antinflamatório local e
mantida em piquete com a mãe, sem apresentar melhora. Na cultura bacteriana foi diagnosticado
Corynebacterium spp, e o antibiograma revelou-se sensível a amicacina, foi instituído o
tratamento com amicacina na dose de 25mg/kg, IM, SID, durante 10 dias, aplicação local de
pomada a base de beladona e como antinflamatório sistêmico permaneceu-se com o meloxican
havendo melhora do quadro após três dias.
Palavras chaves: mastite, potra, glândula mamaria.
Key words: foal, mammary gland, infection
A raça Paint horse de origem norte – americana, é um cavalo versátil, usado tanto para
lazer, como para corridas, provas de obstáculos, etc. É, sobretudo usado para a lida do gado.
Porém, pouco se sabe a respeito destes animais utilizados para prática de vaquejada, assim,
foram realizadas avaliações biométricas de 1289 eqüinos sendo que destes 50 (3,87%) foram da
raça Paint Horse, 35 machos (70%) e 15 fêmeas (30%), através de medições realizadas com o
auxílio de fitas métricas metálicas para a obtenção do diâmetro torácico e do comprimento
corporal, em vaquejadas no estado do Rio Grande do Norte no período de Agosto de 2009 a Abril
de 2010. A partir da análise dos dados do diâmetro torácico e do comprimento corporal pôde-se
obter o índice corporal e o peso vivo dos animais que foram divididos por faixa etária. Fêmeas
com idade de 0 -5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,78±0,07), comprimento corporal (
1,51± 0,06), índice corporal ( 85,03± 3,60) e peso vivo ( 454,75±53,69). De 6 –10 anos (
idade de 0–5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,77±0,07), comprimento torácico ( 1,43±
1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária, UFRPE, E-mail:
fabio_vet@ig.com.br ; 2Méd. Vet. Clínica de Bovinos- Campus Garanhuns, UFRPE; 3Prof.
Universidade Federal de Campina Grande; 4Doutoranda em Medicina Veterinária UFCG/CSTR.
A raiva é uma virose pouco comum em equinos, mas em razão do seu potencial zoonótico,
deve ser considerada no diagnóstico diferencial dos quadros neurológicos. No Brasil a raiva tem
sido pouco estudada nos equinos. O vírus da raiva é transmitido pela saliva contaminada em
ferimentos, sendo que no equino o método mais comum de infecção é a mordida de um carnívoro
selvagem ou de morcegos hematófagos que transportam o vírus. Cães, gatos domésticos, além
de outros cavalos podem transmitir a raiva através de mordeduras e lambeduras. Em eqüinos a
clínica é muito variável, tanto na forma paralítica quanto a forma furiosa da enfermidade. Os sinais
incluem posturas anormais, relinchos frequentes, agressividade, mordidas, ataxia, cegueira,
claudicação, cansaço, passando posteriormente para decúbito esternal e posteriormente decúbito
lateral, seguido por convulsões com pateamento e paralisia terminal. A raiva é uma doença de
difícil diagnóstico, como na maioria dos casos existe probabilidade de exposição humana, a falha
na identificação da doença pode colocar a vida humana em risco. Qualquer animal sob suspeita
de raiva deve ser isolado e manipulado o menos possível. O presente estudo analisa um caso de
raiva em um equino, mestiço, de oito meses de idade, criado em regime extensivo, não vacinado
contra raiva que foi atendido na Clínica de Bovinos Campus Garanhuns-UFRPE. O proprietário
relatou que no período da manhã o animal estava bem e no meio da tarde foi encontrado com
incoordenação motora e logo depois veio ao decúbito. Ao exame clínico estava em decúbito
lateral, bastante agitado e com movimentos de pedaladas ou pedalagem e ao amanhecer o
animal veio a óbito. Na necropsia não foi encontrada nenhuma alteração macroscópica, sendo
enviado material do sistema nervoso central formolizado para análise no setor de histopatologia,
no qual, não foi observada a presença de Corpúsculo de Negri, porém a inoculação intracerebral
em camundongos e a reação em cadeia de polimerase foram positivos para raiva. Após a
confirmação do diagnóstico, o proprietário foi orientado quanto à necessidade de vacinação dos
animais e esclarecimento da enfermidade como zoonose. Apesar da baixa ocorrência em equinos
no estado de Pernambuco, devem-se tomar as medidas preventivas desta zoonose. Neste caso, o
uso da inoculação intracerebral em camundongos e a reação em cadeia de polimerase foram
fundamentais para o diagnóstico.
Palavras-chave: raiva, equino, morcegos
Key words: rabies, equine, bats
Filho, H.C. 2
1
Aluno graduação em Medicina Veterinária/UFRPE; 2 Professor, Departamento de Zootecnia,
Núcleo de Pesquisa Equina/UFRPE; 3 Programa de Pós-Graduação em Ciências
Veterinárias/UFRPE
Ribeiro, D.B.1; Ferreira, P.S.S.2; Oliveiro, R.M.R.2; Coelho, M.O. 2; Bentes, M.E.A. 2; Silva, J.S.
2
; Figueiredo, H.F,3; Mangas, T.P.4
1
Professor da Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA e Coordenador do Projeto
Carroceiro,2 Bolsista PROBEX/PROPED/REUNI do Projeto Carroceiro, 3 Médico
Veterinário/Projeto Carroceiro. 4 Médico Veterinário Residente/Projeto Carroceiro. Av. Pres.
Tancredo Neves, 2501, Montese, CEP 66077-530, CP 917 djacy.ribeiro@ufra.edu.br.
Almeida Neto, J.B.1; Sá, F.B.2; Laguna Legorreta, G.G.3; Ribeiro, M.L.A.4
1
Médico Veterinário Autônomo. R. Nilo Peçanha, 78 – centro, Garanhuns – PE.
jbn.vet@uol.com.br; 2Professor Adjunto DMFA - UFRPE; 3 Médico Veterinário Autônomo. São
Paulo, SP, Brasil; 4Médica Veterinária Autônoma. Maceió, AL, Brasil.
A raça Paint horse, de origem norte – americana, é um cavalo versátil, usado tanto para
lazer, como para corridas, provas de obstáculos, etc. É, sobretudo usado para a lida do gado.
Porém, pouco se sabe a respeito destes animais utilizados para prática de vaquejada, assim,
foram realizadas avaliações biométricas de 1289 eqüinos sendo que destes 50 (3,87%) foram da
raça Paint Horse, 35 machos (70%) e 15 fêmeas (30%), através de medições realizadas com o
auxílio de fitas métricas metálicas para a obtenção do diâmetro torácico e do comprimento
corporal, em vaquejadas no estado do Rio Grande do Norte no período de Agosto de 2009 a Abril
de 2010. A partir da análise dos dados do diâmetro torácico e do comprimento corporal pôde-se
obter o índice corporal e o peso vivo dos animais, que foram divididos por faixa etária. Fêmeas
com idade de 0 -5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,78±0,07), comprimento corporal (
1,51± 0,06), índice corporal ( 85,03± 3,60) e peso vivo ( 454,75±53,69). De 6 –10 anos (
idade de 0–5 anos apresentaram diâmetro torácico ( 1,77±0,07), comprimento torácico ( 1,43±
(1)
Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife,PE
Email: roberta.emelo@gmail.com, (2) Fiscal Federal Agropecuário MAPA, Recife, PE (3)
(4)
Coordenador do Programa de Sanidade dos Equídeos ADAGRO, Recife, PE, Professora,
(5)
DTA/UFRPE Professor, DZ/UFRPE.
O mormo, importante zoonose que acomete os equídeos, tem sido combatido no Estado de
Pernambuco desde o início do anos 2000. Todavia ainda há poucos estudos que demonstrem os
resultados das medidas sanitárias tomadas pelo serviço de defesa oficial nesse estado. Os dados
foram analisados com o intuito de demonstrar os resultados do acompanhamento do trânsito de
animais com exames para o diagnóstico do mormo em Pernambuco entre os anos de 2007 e
2009. Foram avaliados todos os resultados de exames para o trânsito de animais realizados nos
laboratórios credenciados no Estado de Pernambuco nos anos de 2007, 2008 e 2009, assim
como as medidas seguintes a esse diagnóstico. As avaliações (informações) demonstraram que
foram realizados nos anos de 2007, 2008 e 2009 um total de 13.407, 14.612 e 15.576 exames,
respectivamente. Apresentaram resultados positivos, pelo teste oficial, os seguintes números: 9
(0.07%) em 2007, 4 (0.03%) em 2008 e 17 (0.11%) em 2009. Todos os animais positivos foram
sacrificados e os focos, detectados a partir dos casos positivos, foram sanados seguindo as
regras preconizadas pelo serviço oficial. O que indica um aumento gradativo do número de
animais examinado para o trânsito, colaborando assim para o controle dessa enfermidade no
Estado de Pernambuco. As informações do último censo agropecuário do IBGE (2006)
demonstraram que a população de equídeos em Pernambuco é de aproximadamente 190 mil
animais, sendo a maior parte composta de equinos (~114 mil animais). Tomando-se os números
de exames realizados no triênio 2007-2009, observa-se que em Pernambuco mais de 7,0% da
população de equídeos esta sendo submetida ao teste para o diagnóstico do mormo anualmente
e de forma aleatória, levando em consideração que alguns animais são retestados. Deve-se
observar que os animais que transitam são os mais expostos ao contato com animais de outros
rebanhos, que podem ser ou não testados, por isso estes animais servem de sentinela e são de
grande importância para o programa de controle da enfermidade. O dados discutidos ainda são
poucos para o Estado de Pernambuco, porém os laboratórios credenciados nesse estados só
passaram a funcionar a partir de 2005, logo esses dados preliminares podem ser utilizados para
melhorar o combate a essa importante zoonose.
Acidentes inesperados como traumas e cólicas podem precocemente acabar com a vida
reprodutiva de um garanhão. Sabe-se que há elevada quantidade de espermatozóides férteis
armazenados no epidídimo. Isto assegura aos proprietários a opção de uma colheita final de
sêmen em condições inesperadas e, associada à técnicas de criopreservação, permite a
propagação de material genético de qualidade.O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de três
curvas de congelação sobre a viabilidade de sêmen obtido da cauda do epidídimo de garanhões.
Foram castrados 6 animais da raça Brasileiro de Hipismo pertencentes ao Instituto de Zootecnia
(IZ-Colina/SP), com idade de 2,5 anos. Os epidídimos foram dissecados de modo a separar a
cauda da cabeça e do corpo. A recuperação dos espermatozóides da cauda se deu através do
fluxo retrógrado com o diluente comercial Botu-Turbo® (BT). Após a recuperação, as amostras
foram mantidas por 15 min à temperatura de 25ºC e então centrifugadas à 2200 rpm/10 minutos.
O sobrenadante foi dispensado e os pellets ressuspendidos com o diluente de congelação Botu-
Crio®. Em seguida, as amostras foram envasadas em palhetas de 0,5 mL e mantidas à 05ºC por
20 minutos. A congelação do sêmen se deu através de três curvas diferentes: A) -15ºC/min em
caixas isotérmicas de 40L (CAX), sendo mantidas a 6cm do nível líquido do nitrogênio durante 20
minutos, B) -40ºC/min em máquina TK 4000 (MAQ) e C) -50ºC/min em máquina Mini-digiticool
1400 (BIO). As palhetas foram descongeladas à 46 ºC/20” e avaliadas através da análise
computadorizada (CASA – HTM IVOS 12) e com o uso de sondas fluorescentes (CFDA and PI)
para avaliar a integridade da membrana plasmática. Os dados foram analisados através do
ANOVA seguidos pelo teste de Tukey (P<0,05). Os valores médios (±DP) de Motilidade Total
(MT), Motilidade Progressiva (MP) e Integridade de Membrana Plasmática (IMP) pós
descongelação das amostras foram, respectivamente em CX, MAQ e BIO: 33,8±19,55; 39,2
±21,95; 42,3±23,07; 17±12,33; 17±14,91; 19±13,01 e 45±13,69; 46±8,03; 48±13,10. Os resultados
obtidos nas três curvas de congelação foram similares embora os obtidos na BIO foram
numericamente superiores aos da CAX e MAQ. Verifica-se, portanto, que a criopreservação de
sêmen de epidídimo de garanhões pode ser perfeitamente aplicada em programas comerciais.
Diferentes metodologias estão disponíveis com comprovada eficácia, mas ainda são necessários
mais estudos para otimizar o uso do sêmen congelado de epidídimo nestes programas e
associado a outras biotécnicas da reprodução como a ICSI, por exemplo. Suporte financeiro
FAPESP, Proc Nº 2009/53396-3
Não é rara a criação de equinos em áreas onde o baixo teor de fósforo (P), a
indisponibilidade de cálcio (Ca) e o teor de oxalato nas plantas podem levar a desequilíbrios
resultando em hiperparatireoidismo nutricional secundário (HNS). Este estudo foi desenvolvido no
LABEQUI- FMVZ/USP, e teve por objetivos avaliar o efeito da adição de ácido oxálico na dieta,
causando desequilíbrio entre Ca e P, e analisar a possibilidade de prevenção do HNS através de
suplementação com minerais orgânicos. Foram utilizados 24 potros, SRD, com idades entre 18 e
24 meses, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com medidas repetidas no
tempo, e arranjo fatorial 2x2. Os dados foram analisados pelo PROC MIXED do SAS (2004),
utilizando 5% como nível de significância. Os animais foram divididos em 4 grupos (3 machos e 3
fêmeas em cada) e foram adicionadas cápsulas de oxalato de potássio (OP) a 2,5% ao
concentrado (CONC), de acordo com o peso e tratamentos, sendo: T1= CONC com minerais
orgânicos, sem OP; T2= CONC com minerais orgânicos + OP; T3= CONC com minerais
inorgânicos, sem OP; e T4= CONC com minerais inorgânicos + OP. A cada 30 dias foram
colhidas amostras de sangue para dosagem de paratormônio (PTH) e calcitonina, e mensurada a
densidade mineral óssea da metáfise dos III metacarpianos direitos. A cada 75 dias foram
colhidas amostras ósseas para dosagem de Ca, P e magnésio (Mg). Os resultados demonstraram
diferença no PTH plasmático entre o T4 em relação aos outros tratamentos. O hormônio
calcitonina não diferiu entre tratamentos e durante períodos. Quanto à densidade mineral óssea,
não foi observada diferença entre tratamentos, nem entre sexos. Foi observado efeito de período
na mobilização de Ca, P e Mg nos ossos, independente dos tratamentos. A partir dos resultados
desse estudo, pode-se concluir que a suplementação mineral é capaz de aumentar a densidade
mineral óssea, em potros, independente da fonte e do sexo. O desequilíbrio mineral induzido
através da inclusão de OP diminui as concentrações de Ca, P e Mg nos ossos, independente da
fonte suplementada. Potros suplementados com minerais orgânicos, mesmo quando desafiados
com a inclusão de OP na dieta, mantém níveis de PTH plasmáticos estáveis, demonstrando
melhor resistência ao desequilíbrio entre Ca e P e evitando o desenvolvimento do HNS. Comissão
de Bioética FMVZ/USP 1365/2008
Palavras chave: cálcio. fósforo. osteodistrofia.
Key words: calcium, osteodistrophy. phosphorus.
Ciência Veterinária nos Trópicos, volume 13, Suplemento 2, Setembro, 2010.
62
ANAIS DO IV SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MÉDICOS
VETERINÁRIOS DE EQUÍDEOS - ABRAVEQ - NORDESTE
Medeiros, J.M.A.1*; Miranda Neto, E.G.4; Assis, A.C.O.1; Medeiros J.M.3; Silva T.R.2;
Nóbrega Neto, P.I.4; Lima, S.M.4
1
Médico(a) Veterinário(a), PPGMV, HV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB. *Av. Universitária,
s/n, Santa Cecília, Cep: 58708-110, Patos-PB. E-mail: jmarcosvet@bol.com.br ; 2-Médica
Veterinária, PPGCV, UFRPE, Recife, PE.; 3-Médico Veterinário, HV/CSTR/UFCG, Campus de
Patos-PB.; 4 Médico(a) Veterinário(a), professor(a), UAMV/CSTR/UFCG, Campus de Patos-PB.
Net, P. I.4
1-
Médico Veterinário, PPGMV/CSTR/UFCG, rodrigopalmeiravet@yahoo.com.br; 2-Médico(a)
Veterinário, PAMV HV/CSTR/UFCG; 3- Medica Veterinária, PPGCV/UFRPE.; 4-Médico(a)
Veterinário(a), professor(a), UAMV/CSTR/UFCG.
AMILOIDOSE EM EQUINO
AMYLOIDOSIS IN HORSE
Melo, D.B. ; Portela, R.A. ; Galiza, G.J.N. 1; Medeiros, J. M. 2; Nobrega Neto, P.I. 3; Riet-
1 1
Correa, F3.
1- Médico(a) Veterinário (a) PPGMV/HV/UFCG/CSTR - Campus de Patos-PB, Av.
Universitária, s/n, Santa Cecília, Cep: 58708-110, Patos-PB. E-mail:
diego_catole@hotmail.com ; 2-- Médico Veterinário - HV/UFCG/CSTR - Campus de Patos-
PB; 3-- Professor - UAMV/ UFCG/CSTR , Campus Patos-PB.
DISTOCIA EM EQUÍDEOS
DYSTOCIA IN HORSES
Silva, T. R. ; Assis, A. C. O. ; Medeiros, J. M. A.2; Melo, D. B.2; Miranda Neto, E. G.3;
1 2
A intoxicação por selênio em animais, tem sido descrita em diversos países em três
síndromes clínicas; uma aguda de evolução rápida e duas crônicas conhecidas como Blind
Staggers e Alkali Diserse. Em pesquisas científicas feitas no Brasil, tem sido relatado que o solo
brasileiro é pobre em selênio e que só existe em pequena concentração em uma região do estado
do Acre e ainda afirmando que não existem plantas acumuladoras de selênio no Brasil. Oito
eqüinos, quarto de micha, adultos, no litoral leste do estado do ceará, apresentaram anorexia,
emagrecimento progressivo, esfacelamento dos cascos seguido de aumento dos sulcos, alopecia
de pelos longos (cauda e crina), despigmentação de pelos (mudança de cor), desidratação
severa, anemia grave, cólica, decúbito prolongado, arritmia cardíaca, taquipnéia e temperatura de
41°C. Os animais estavam em semiconfinamento, com acesso a pasto de Cynodon spp,
Penissetum purpureum e Brachiaria mútica. Anteriormente, há seis anos passados, treze animais
eqüinos, em cidade circunvizinha apresentaram os mesmos sinais, sendo atendidos e registrado o
óbito de nove animais no dia seguinte e quatro dias após o óbito dos outros quatro. O estado
estava muito avançado. Dos oito animais transcritos acima foram colhidas amostras de pelos,
raspas de cascos, amostras do solo, capim e água do haras, é enviada ao laboratório da
faculdade de zootecnia e engenharia de alimentos-USP de Pirassununga SP, que constatou altas
concentrações em todas amostras, principalmente no capim Brachiaria mútica. Os animais foram
confinados em baias e mudado suas dietas. Foram tratados com cobre quelato, drogas arsenicais,
vitaminas do complexo B, drogas hematínicas, fluidoterapia intensa, aminoácidos sulfonados,
diuréticos,o que levou a completa recuperação em um prazo de 9 meses de tratamento. Estudos
adicionais são necessários para verificação da composição do solo e plantas nacionais como
também uma revisão nas formas controversas da síndrome Blind Staggers e Alkali Disease. O
estudo das concentrações de selênio no solo brasileiro é importante devido ao risco de seres
humanos se contaminem ao se alimentarem do leite,carne bovina,ovina,caprina,aves e ovos de
animais contaminados transformando em problema de saúde pública e sanidade animal. O relato
desse caso é em primeira edição na América Latina. Protocolo comitê de ética- nº 065 41563-9