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SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e

II Simpósio Internacional da FAEF

Medicina Veterinária

VOLUME 08

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 1


ANAIS
ISSN 1676-6814

MEDICINA VETERINÁRIA - VOLUME 08

GARÇA/SP - 2020
Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA
II Simpósio Internacional da FAEF

Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:

SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA


FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO INTEGRAL - FAEF
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CEP 17400-000, Garça/SP - Telefone: (14) 3407-8000
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EDIÇÃO, EDITORAÇÃO ELETRÔNICA e ARTE FINAL


Aroldo José Abreu Pinto

Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da


Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral - FAEF

Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF.


630
S621a

XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. Anais... – Garça:


Editora FAEF, 2020.
294 p. vol 08
15x22cm.

ISSN 1676-6814

1. Ciências Agrárias 2. Agronomia 3. Engenharia Florestal 4.


Medicina Veterinária 5. Pedagogia 6. Psicologia 7. Direito. 8
Enfermagem

Os autores são responsáveis pelo conteúdo das palestras e trabalhos científicos.


Reprodução permitida desde que citada a fonte.

Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça, km 1.


CEP 17400-000, Garça/SP - (14) 3407-8000
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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................. 11

Comissão Organizadora ................................... 12

Agradecimentos ............................................ 13

AGRADECIMENTO ESPECIAL............................... 14

TRABALHOS APRESENTADOS

MEDICINA VETERINÁRIA .................................... 15

HIPERTIREOIDISMO FELINO – REVISÃO DE LITERATURA


MICHELIM, Eduarda; CRUZ, Adriana Resmond .......... 17

OTITE EM CÃES – REVISÃO DE LITERATURA


MENDES, Nathália d’Avila; PEROTO, Nathália; MARIOTI,
Patricia Garcia; RAINERI NETO, Roque ................... 27

AEROFAGIA EM EQUINOS: REVISÃO DE LITERATURA


MONICO, Nathália D; BORGES, Beatriz T; SILVA,
Guilherme E. M.E; ROMÃO, Fernanda T. M. ............. 35
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IMPACTOS DE GATOS FERAIS EM RELAÇÃO A ANIMAIS


SILVESTRES – REVISÃO DE LITERATURA
OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de; Maria Vitória
Batista Dias; MARIOTI, Patricia Garcia; MELO, Augusto
Gabriel Claro de ............................................ 45

PARVOVIROSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA


CAVALCANTE, Vinícius Dantas; DIAS, Gabrielle; LUI,
Thiago Felipe Belinelli Torres; ROMÃO, Felipe
Gazza. ........................................................ 53

ALIMENTAÇÃO DE TAMANDUÁS EM CATIVEIRO E VIDA


LIVRE – REVISÃO DE LITERATURA
OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de; DIAS, Maria Vitória
Batista; MARIOTI, Patricia Garcia; MELO, Augusto
Gabriel Claro de ............................................ 63

IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA


ANIMAIS DE CATIVEIRO – REVISÃO DE LITERATURA
OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de; DIAS, Maria Vitória
Batista; MARIOTI, Patricia Garcia; MELO, Augusto
Gabriel Claro de ............................................ 73

PIOMETRA EM GRANDES FELINOS – REVISÃO DE


LITERATURA
OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de; DIAS, Maria Vitória
Batista; MARIOTI, Patricia Garcia; MELO, Augusto
Gabriel Claro de ............................................ 83

CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS EM PACIENTES


ONCOLÓGICOS – REVISÃO DE LITERATURA
GUSMÃO, Nicole de Mesquita; ROSSETO, Victor José
Vieira ......................................................... 93

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INSENSIBILIZAÇÃO DE FRANGO DE CORTE – REVISÃO DE


LITERATURA
NICOLETTI, Jean Carlos; CARVALHO, Natália Santos de;
TROLEZI, Rodrigo. ........................................ 103

PROLAPSO DA GLÂNDULA DA TERCEIRA PÁLPEBRA EM


CÃES- REVISÃO DE LITERATURA
GUTIERRES, Vanessa Fernanda; MARTINS, Murilo
Gonçalves; MENCK, Jessica Chagas Domingues;
ROSSETTO, Victor José Vieira ........................... 109

ANEMIA INFECCIOSA EQUINA-REVISÃO DE LITERATURA


FREIRE, Heloisa Rocha; MARCELINO, Guilherme Alves;
LEAL, Rodrigo; NITTA, Thiago Yukio .................... 117

IMPORTÂNCIA DO COLOSTRO PARA BEZERROS RECÉM-


NASCIDOS
RAMOS, Ana; BUZZO, Júlia; NOGUEIRA, Nataly; GUASTI,
Priscilla ..................................................... 125

PREVENÇÃO, CONTROLE, TRATAMENTO DAS MASTITES


BOVINAS
BUENO, Raissa Roque; RAINERI NETO, Roque ......... 133

CÂNCER EM PEQUENOS ANIMAIS – REVISÃO DE


LITERATURA
Maria Vitória Batista Dias; MARIOTI, Patricia Garcia;
TROLEZI, Rodrigo ......................................... 141

INFLUÊNCIA DO BEM-ESTAR ANIMAL NA QUALIDADE DE


CARNE BOVINA
FERREIRA, Beatriz Silva; PILLI, Maria Fernanda Marques;
FERNANDEZ, Wellington Fernandez .................... 151

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RINITE LINFOPLASMOCITÁRIA IDIOPÁTICA EM CÃO:


REVISÃO DE LITERATURA
PIZATTO, Letícia Fernanda; ROMÃO, Felipe Gazza .. 159

DEFICIÊNCIA DE ADESÃO LEUCOCITÁRIA DOS BOVINOS


DALÓIA, Rafaella Queiróz; FERREIRA, João Pedro;
FREIRE, Cezar Vinicius Oliveira; NITTA, Thiago
Yukio ........................................................ 167

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA EM CÃES –


REVISÃO DE LITERATURA
OLIVEIRA, Diogo Campos de; KOBAYASHI, Priscila
Emiko. ...................................................... 175

SILAGEM DE COLOSTRO NA NUTRIÇÃO DE BEZERRAS


LEITEIRAS
KLAUS, Samara Ellen Joaquim; VERSALI, Marco Aurélio
Rosa; CAMPANHA, Joice Elaine Teixeira. .............. 183

DEMODICIDOSE – RELATO DE CASO


PRADO, Marina Gabriela Ferreira; PIZATTO, Letícia;
TROLEZI, Rodrigo. ........................................ 193

JIBOIAS – REVISÃO DE LITERATURA


OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de; MARIOTI, Patricia
Garcia; MELO, Augusto Gabriel Claro de .............. 201

SÍNDROME DE PANDORA- REVISÃO DE LITERATURA


BORGES, Beatriz Teodoro; MONICO, Nathalia Duque;
SILVEIRA, Thais Moreira; MENCK, Jéssica Chagas
Domingues ................................................. 211

DISPLASIA COXO FEMURAL - REVISÃO DE LITERATURA


RAINERE NETO, Roque; JORDÃO, Miguel; LEAL, Rodrigo;
MONGE, Rogério ........................................... 219

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SÍNDROME DE SCHIFF-SHERRINGTON EM CÃES E GATOS


- UMA CONSEQUÊNCIA GRAVE DO TRAUMA EM MEDULA
ESPINHAL: REVISÃO DE LITERATURA
COLEVATI, Lucas Lopes; DOMINGUES, Maíra Luíza da
Silva; NEVES, Paloma Eleonora Gomes; ROSSETTO,
Victor José Vieira. ........................................ 227

DISTOCIA FETAL EM BOVINOS – REVISÃO DE


LITERATURA
PORTO, Beatriz Bergamo; GUASTI, Priscilla
Nascimento ................................................ 235

SÍNDROME RESPIRATÓRIA EM CÃES BRAQUICEFALICOS


BUZZO, Julia; GUASTI, Priscilla. ....................... 245

DIABETES MELLITUS – REVISÃO DE LITERATURA


MICHELIM, Eduarda; ANDREO, Julyan César Prudente de
Oliveira ..................................................... 257

EFEITO DA EUTROFIZAÇÃO NO ECOSSISTEMA


AQUÁTICO – REVISÃO DE LITERATURA
CARVALHO, Natália Santos de; GALVEZ, Laura Dameto;
BOTELHO, Renan de Mattos. ............................ 265

DOENÇA RENAL CRÔNICA EM FELINOS GERIÁTRICOS -


REVISÃO DE LITERATURA
MARTINS, Murilo Goncalves; GUTIERRES, Vanessa
Fernanda; MENCK, Jessica Chagas Domingues ....... 273

EFEITOS DA ODONTOPLASTIA NO TAMANHO DE FIBRA


FECAL E DIGESTIBILIDADE EQUINA – REVISÃO DE
LITERATURA
CATANANTI, Lucas Azevedo; ROMANINI, Julia Maria
Falavigna ................................................... 283

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NORMAS PARA REDAÇÃO DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS


QUE SERÃO SUBMETIDOS PARA AVALIAÇÃO DA
COMISSÃO CIENTÍFICA DO XXIII SIMPÓSIO DE
CIÊNCIAS APLICADAS E II SIMPÓSIO INTERNACIONAL
DA FAEF .................................................... 291

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APRESENTAÇÃO

É com grande satisfação que a Comissão Organizadora do XXIII


Simpósio de Ciências Aplicadas e II Simpósio Internacional da FAEF
apresenta seus Anais, que são compostos pelos trabalhos científicos
submetidos e aprovados pela Comissão Científica do evento.
Parabenizamos todos que se dedicaram na realização de suas
pesquisas e contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa
científica do Brasil. Avante Brasil! O Grupo FAEF valoriza os
pesquisadores! Parabéns e boa leitura para todos!

Profª. Me. Larissa Laraya Benez


Presidenta Executiva do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas
e II Simpósio Internacional da FAEF

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Presidente de Honra:
Profa. Dra. Dayse Maria Alonso Shimizu

Presidente Executivo:
Prof. Ms. Larissa Laraya Benez

Vice-Presidente:
Sra. Euceny Caroline Pedroso Saccá

Comissão Organizadora:
Dr. Wilson Shimizu, Profª. Drª. Vanessa Zappa, Prof. Me. Augusto
Gabriel Claro de Melo, Prof. Me. Odair Vieira da Silva, Prof. Esp.
Jonas Pedro Barbosa, Profª. Me. Joice Elaine Teixeira Campanha,
Prof. Dr. Rogério Zanarde Barbosa, Sr. Leandro Matta, Srta. Luciana
Siqueira Domingues, Sr. Luis Guilherme Duarte, Srta. Maria Júlia
Malange Manflin , Srta. Elisandra Leite André, Sra. Hannah Isabela
Rita Borges, Sr. Sidney Roberto Marques, Srta. Tainá da Silveira
Colachequi e Sr. Oscar Eduardo Rampazzo.

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AGRADECIMENTOS

A Comissão Organizadora do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas


e II Simpósio Internacional da FAEF é grata aos patrocinadores e
parceiros que colaboraram com o nosso evento científico e
contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa científica do Brasil.
São raras as empresas que têm este grau de consciência da
responsabilidade social que deve permear sua atividade comercial.
Avante Brasil! Com Educação e Pesquisa Científica! O Grupo FAEF
valoriza, parabeniza e agradece seus parceiros:

BANCO BRADESCO, 3S COMÉRCIO DE EMBALAGENS, AÇOUGUE DO RAUL/


CASA DE CARNES PANORAMA, BOM GÁS E ÁGUA, CAIXA - GOVERNO FEDERAL,
CARPELO S. A., CASA DA ORDENHA, CASA DOS PARAFUSOS, CAFÉ PASSAPORT,
CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO PAULO - CREA
SP E ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS, ARQUITETOS E AGRÔNOMOS DE GARÇA
- AEAAG, COMAUTO, CONSTRUGAR, COOPERATIVA AGRÍCOLA SUL BRASIL,
DAMÁSIO EDUCACIONAL, DANI CONFEITEIRA, DELICATO TINTAS, DESPACHANTE
EXATIDÃO, DISMAGRIL, ELETRO CENTER, FERRO FORTE, FUTURO FLORESTAL,
GAMAQ, GARSEG, GIROS E TRILHAS BIKE SHOP, GOU ODONTOLOGIA,
HIDROCENTER, KANABARA AÇAÍ, KNN IDIOMAS, KOXA BURGUER, LOJA
ILUMINA, LOJA VITÁ, LIAN SORVETES, LIFE INTERNET, MC - MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO, MERCADO DUCIDO, MINI SHOPPING GARÇA, PADARIA MARTINS,
PADARIA SANTO ANTONIO, PET SHOP SAPECA, QUERO CARIMBOS, REALIZE
IMÓVEIS, REDE POSTÃO, REIPEL, RR TRATORES, SACOLÃO GARÇA, SEGMAR,
SEVERO E MAGALHÃES, SORVETERIA ESKIMÓ, STÚDIO 176, TABELIONATO DE
NOTAS DE GARÇA, TINTAS E TINTAS, TOTAL UTILIDADES, TRATORTÉCNICA,
VILLAS BARBEARIA E ZAP AUTO ESCOLA.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

A Comissão Organizadora do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas


e II Simpósio Internacional da FAEF registra aqui um agradecimento
especial para nosso patrocinador principal CAIXA e Governo Federal
– Pátria Amada Brasil.

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TRABALHOS APRESENTADOS

MEDICINA VETERINÁRIA

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HIPERTIREOIDISMO FELINO – REVISÃO DE


LITERATURA

MICHELIM, Eduarda1
CRUZ, Adriana Resmond2
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça – SP – BRASIL-
eduarda.izildinha@hotmail.com
2
Médica Veterinária – Marília – SP – BRASIL- aresmond@hotmail.com

RESUMO

Considerada uma endocrinopatia de grande importância nos


felinos, o hipertireoidismo é o resultado de concentração excessiva
de hormônios tireoidianos. Os sinais são muitas vezes de poliúria e
polidipsia, podem esconder a ocorrência do IRC ou, ainda serem
confundidos com a hiperatividade e o aumento de apetite. A
mensuração de T4 é uma das provas mais utilizada, porém no início,
são encontradas normais. Existe animais que podem permanecer
eutireoideos por um período de tempo, porém mesmo assim,
desenvolvem o hipertireoidismo mais tarde Existem três formas de
tratamento, onde se utiliza fármacos antitireoidianos, o uso de iodo
radioativo e, o procedimento cirúrgico.
Palavras chave: concentração, hormônios, tireoide.

ABSTRACT

Considered an endocrinopathy of great importance in cats,


hyperthyroidism is the result of excessive concentration of thyroid

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hormones. The signs are often polyuria and polydipsia, can hide the
occurrence of IRC or even be mistaken for hyperactivity, and increased
appetite. The measurement of T4 is one of the most widely used
tests, but at the beginning, are found normal. There are animals
that can remain eutireoideos for a period of time, but even so,
develop hyperthyroidism later there are three forms of treatment,
where using antitireoidianos drugs, the use of radioactive iodine
and the surgical procedure.
Key words: concentration, hormones, thyroid.

1. INTRODUÇÃO

Uma endocrinopatia que é frequentemente encontrada em felinos


é o tireotoxicose ou, mais popularmente conhecido como
hipertireoidismo (MOONEY, 2001), constituindo que o diabetes
mellitus é uma outra endocrinopatia comum da espécie em adultos
(DALECK et al., 2009).
Considerada uma alteração clínica multissistêmica, que é
resultado de excessivas concentrações dos hormônios tireoidianos,
como a tiroxina e triiodotironina. Tanto na produção endógena dos
hormônios da tireoide, como na instituição da terapia convencional
com o levotiroxina, pode propor a manifestação de sinais clínicos de
hipertireoidismo (CARDOSO, 2002).
Quando encontrado nos ratos e no homem excesso de hormônios
tireoidianos, será prejudicada a concentração urinária devido a
ampliação do fluxo sanguíneo renal, da taxa de filtração glomerular
e ainda da capacidade de secreção e reabsorção (ADAMS et al., 1997).
Os metabolismos ósseo e mineral se modificam, onde o
metabolismo ósseo aumenta sua atividade osteoblástica e
osteoclástica, tendo como predomínio a reabsorção óssea, que resulta
na diminuição da massa óssea, ocorrido no hipertireoidismo
(MOSEKILDE et al., 1990; GARNERO et al., 1994; SERAKIDES et al.,
2004).
No hipertireoidismo felino, as concentrações séricas da fosfatase
alcalina óssea (FAO), osteocalcina, do paratormônio (PTH), do fósforo
e cálcio aumentam (BARBER e ELLIOT, 1996; CARDOSO, 2002; COSTA
et al., 2006), porém ocorre a redução da densidade mineral óssea

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(COSTA et al., 2006) e também a queda do cálcio ionizado (BARBER


e ELLIOT, 1996).
O hipertireoidismo é, na maioria das vezes, causada por uma
disfunção autonômica da tireoide e, muito raramente por uma
alteração seja no hipotálamo ou na hipófise (FELDMAN e NELSON,
1996).
Com frequência, são encontrados sinais de neoplasias tireóideas
em gatos com associação ao hipertireoidismo, podendo estas
neoplasias serem benignas e funcionais. Em gatos, a partir da década
de 1970 ocorreu um aumento elevado na incidência de neoplasias
de tireoide e outras lesões proliferativas focais, que resultam em
hipertireoidismo. A razão para o acréscimo da incidência é
desconhecida, mesmo assim, o hipertireoidismo clínico não era
relatado com frequência em gatos nos anos de 1980 (DALECK et al.,
2009).
A grande parte dos relatos de hipertireoidismo é determinada
pelo adenoma tireóideo ou pela hiperplasia adenomatosa
multinodular, podendo atuar em um ou ambos os lobos da glândula
tireoide, sendo este último mais comum. Menos de 2% dos casos tem
como resultado o de carcinoma tireóideo funcional (BIRCHARD, 2006).
Por estas neoplasias tireóideas em felinos serem benignas e também
funcionais, com associação de sinais clínicos de hipertireoidismo,
apenas de 3 a 5% dos gatos que apresentem realmente
hipertireoidismo exibem o carcinoma de tireoide, onde estes são
altamente metastáticos e invasivos (MARTINGO, 2013).
Os sinais de hipertireoidismo incluem a intolerância ao calor,
estresse, emagrecimento, polifagia, hiperexcitabilidade, tremores,
diarreia, polidipsia e poliúria, onde nestes dois últimos suas causas
são desconhecidas quando se trata de hipertireoidismo (ADAMS et
al., 1997; NELSON, 2001).
Gatos com hipertireoidismo possuem aumento de tiroxina e
triiodotironina séricas, sendo que as transaminases hepáticas como
o aspartato aminotransferase (AST), a alanina aminotransferase (ALT)
e, a Fosfatase alcalina sérica podem estar aumentadas
moderadamente. A mensuração de tiroxina (T4) basal é uma das
provas mais utilizada, sendo que nos casos iniciais, elas se encontram
em concentrações normais, sendo necessárias mensurações de

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tiroxina livre (T4 Livre) e o teste de supressão de triiodotironina


(T3), ou por meio de estimulação com TSH para a confirmação do
diagnóstico. Nos cães, a concentração sérica de T4 livre está
moderadamente elevada se comparada aos gatos hipertireoidicos
(MARTINGO, 2013).
Este trabalho tem por objetivo e, tendo como meio a revisão de
literatura, estudar e relatar as causas que levam o hipertireoidismo
nos felinos, seja ela confundida pelos tutores ou motivada por
hormônios irregulares.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Sinais clínicos e diagnósticos

De início, o aspecto clínico é confundido como um estado saudável


do animal, apresentando um aumento do apetite e aumento na
hiperatividade (FELDMAN e NELSON, 1996).
Para o diagnóstico definitivo de hipertireoidismo, se utiliza a
combinação dos sinais clínicos, da palpação da tireoide e, dos testes
laboratoriais ou de imagem (PETERSON, 2006).
Através de alterações como o aceleramento na taxa metabólica
basal, os sinais clínicos são realmente evidenciados, ocorrendo
aumento na concentração e no consumo de oxigênio pelos tecidos
(como o miocárdio), de energia e do débito cardíaco, induzindo a
um evento de hipertrofia cardíaca compensatória (SALISBURY, 1991);
relação de afinidade com os receptores beta adrenérgicos na
superfície celular e sensibilidade as catecolaminas pela ampliação
do número (FELDMAN e NELSON, 1996; CARDOSO et al., 2005).
Podendo ocorrer ainda sinais de taquicardia, emaciação progressiva,
êmese, hiperatividade, polidipsia, diarreia, polifagia e poliúria
(GUNN-MOORE, 2005; BIRCHARD, 2006).
Cerca de 87% dos casos em que tenha o aumento da pressão
arterial sistólica (PAS), tem como prováveis causas de manifestação
as combinações do estado hiperdinâmico do coração, perda de auto
regulação da pressão sanguínea glomerular, a retenção de sódio, as
baixas condições de vasodilatadores renais e a manifestação do
Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA) (OLSON, 2001).

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Como há o aumento da taxa de filtração glomerular, os sinais de


poliúria e polidipsia podem esconder a ocorrência de insuficiência
renal crônica (IRC) (LANGSTON e REINE, 2006).
Nos pacientes hipertireoideos, também são encontrados azotemia
e hiperfosfatemia (PETERSON et al., 1983).
As glândulas tireoides são classificadas por tamanhos,
apresentando zero (0), quando a glândula não é palpável; um (com
0,5 cm); dois (0,75 cm); três (1,0 cm); quatro (1,5 cm); cinco (2,0
cm) e; seis (2,5 cm); relatando a partir do tamanho classificado
como quatro, um aumento na produção do hormônio tiroxina
(NORSWORTHY et al., 2002a). Recomenda-se fazer a palpação da
tireoide quando houver suspeitas dessa afecção e, ter o
acompanhamento semestralmente aos que apresentam lobos de
classificações de um à três e, a partir do grau quatro, entrar em
tratamento para hipertireoidismo (FERGUSON e FREEDMAN, 2006).
No exame físico, quando há o aumento de poucos lobos tireóideos,
não pode afirmar se o animal é hipertireoideo, pois pode ser
encontrado aumento da tireoide, em gatos que não apresentem
alterações clínicas e sem evidência laboratorial (NORSWORTHY et
al., 2002b). Estes, podem permanecer eutireoideos por um grande
período de tempo, porém mesmo assim, desenvolvem o
hipertireoidismo mais tarde (PETERSON, 2006).

2.2 Tratamento

Para o hipertireoidismo existem três formas de tratamento, onde


inclui a utilização de fármacos antitireoidianos, o uso de iodo
radioativo e, o procedimento cirúrgico (TREPANIER, 2006).
O tratamento medicamentoso deve ser praticado primeiramente
antes que intervenciona no ato cirúrgico, uma vez que poderá ocorrer
um desequilíbrio da taxa de filtração glomerular do animal e, podendo
desencadear uma complicação da IRC (LANGSTON e REINE, 2006;
NAAN et al., 2006).
O iodo 131 é um radionucleotídeo utilizado para o tratamento
de hipertireoidismo, felinos com massas tireóideas ectópicas
hiperfuncionais, lobos tireóideos aumentados bilateralmente e, em
casos de carcinoma de tireoide (MOONEY, 1996). Porém, este

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tratamento se limita a locais específicos licenciados (SALISBURY,1991)


e, o resultado positivo ocorre em apenas 80% dos casos, em 10% não
tem respostas ao tratamento e, ou outros 10%, desenvolvem
hipotireoidismo (GUNN-MOORE, 2005).
A utilização de fármacos antitireoidianos (como o propiltiouracil,
carbimazole e metimazol), possui o inconveniente de ser administrada
continuamente e do monitoramento constante dos hormônios
tireoidianos, não causando a diminuição do bócio e, com frequência,
ocorre efeitos colaterais (NORSWORTHY, 1995; MOONEY, 2001). Estes
medicamentos bloqueiam a síntese do hormônio da tireoide, todavia,
não há efeito antitumoral e a glândula tireoide pode continuar
aumentando de volume (SALISBURY, 1991). Entre os fármacos, o
propiltiouracil é o mais eficaz, mas seus efeitos adversos são mais
sérios, porém o mais utilizado é o metimazole (MOONEY, 2001).
O tratamento cirúrgico, como a tireoidectomia, promove a cura
permanente sem a utilização do tratamento medicamentoso contínuo
(BIRCHARD, 2006). Tendo um procedimento com baixa incidência de
complicações, onde de tal maneira, emprega-se um protocolo
anestésico com um mínimo efeito cardiovascular adverso e, opera-
se a estabilização pré-operatória, corrigindo principalmente as
alterações cardíacas e a hipocalemia (NAAN et al., 2006).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitos dos sinais clínicos da tireotoxicose ou hipertireoidismo é


confundida ou mascarada com outros sinais, como a ocorrência de
insuficiência renal crônica (IRC), que são encobertas, muitas vezes
com sinais de poliúria e polidipsia, por exemplo, ou ainda a
hiperatividade e aumento de apetite. Por estas razões de
mascaramento, quanto mais precoce for diagnosticado e tratado
um paciente, maior são as chances de cura sem apresentar sequela.
Ressaltando ainda as formas mais eficazes de tratamentos com o
uso de fármacos e o cirúrgico (tireoidectomia).

4. REFERÊNCIAS

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OTITE EM CÃES – REVISÃO DE LITERATURA

MENDES, Nathália d’Avila¹


PEROTO, Nathália¹
MARIOTI, Patricia Garcia ¹
RAINERI NETO, Roque²
1-Discente do Curso de Medicina Veterinária da FAMED/ACEG – Garça -
tatanathalia@hotmail.com – nathalia_peroto@hotmail.com -
patyyygarcia@hotmail.com
2-Docente do Curso de Medicina Veterinária da FAMED/ACEG – Garça –
rr_neto@hotmail.com

RESUMO

Dentre as patologias auditivas que acometem os cães, a otite externa


(OE) representa uma das mais importantes, atingindo uma prevalência
de até 20% na população canina. A otite canina pode ser classificada
em externa, média ou interna, de acordo com as estruturas anatômicas
afetadas. A inflamação da camada epitelial do canal auditivo é
decorrente de fatores predisponentes como corpos estranhos, parasitas,
produção elevada de cerumem, umidade interna e umidade elevada do
meio ambiente sendo desencadeada por agentes etiológicos específicos
encontrados normalmente em animais clinicamente sadios.
PALAVRAS-CHAVES: Otite, fungos, bactérias, leveduras.

ABSTRACT

Among the auditory pathologies that affect dogs, otitis externa (EO)
represents one of the most important, reaching a prevalence of up to

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20% in the canine population. Canine otitis can be classified as external,


medium or internal according to the affected anatomical structures. The
inflammation of the auditory canal epithelial layer is due to predisposing
factors such as foreign bodies, parasites, high cerum production, internal
humidity and high environmental humidity being triggered by specific
etiological agents normally found in clinically healthy animals.
KEYWORDS: Otitis, fungi, bacteria, yeast.

1- INTRODUÇÃO

Cães e gatos representam uma fonte potencial de disseminação


de agentes resistentes a antimicrobianos, devido ao uso extensivo
de antibióticos nessas espécies e ao seu contato íntimo com os seres
humanos. O contato físico direto ocorre com alta frequência devido
à percepção humana de que os cães e gatos são membros da família
. Numerosas pesquisas comprovaram a presença de bactérias de cães
com potencial de transmissão zoonótica, como Staphylococcus aureus
resistente à meticilina, Enterococcus resistente à vancomicina,
Salmonella typhimurium resistente a diversas drogas e Escherichia
coli resistente a sulfonamidas e tetraciclina, entre outros exemplo
(Tunon; Silva; Faierstein, 2008).
Dentre as patologias auditivas que acometem os cães, a otite
externa (OE) representa uma das mais importantes, atingindo uma
prevalência de até 20% na população canina. Vários estudos sugerem
uma maior prevalência de otite em animais com orelhas pendentes
e com idade superior a 5 aos (Megid et al., 1990).
A inflamação da camada epitelial do canal auditivo é decorrente
de fatores predisponentes como corpos estranhos, parasitas,
produção elevada de cerumem, umidade interna e umidade elevada
do meio ambiente sendo desencadeada por agentes etiológicos
específicos (bactérias e fungos) encontrados normalmente em animais
clinicamente sadios (Megid et al., 1990).
As causas primárias da otite que podem alterar a homeostase da
orelha são agentes como os ácaros, corpos estranhos, atopia ou causas
iatrogênicas; e existem ainda os fatores predisponentes como a
conformação das orelhas, o excesso de pêlos no conduto auditivo ou
os distúrbios de queratinização (Santos, 2007).

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A microbiota residente do ouvido externo canino é constituída


por cocos Gram-positivos, bastonetes Gram-positivos e leveduras da
espécie M. pachydermatis (Bonates, 2003).
Quanto ao ouvido médio canino, poucos estudos têm sido realizados
na área de microbiologia devido à dificuldade de acesso a esse local.
Os microrganismos mais frequentemente isolados de OE canina são
M. pachydermatis e S. intermedius associados ou não a bastonetes
Gram-negativos, embora outras espécies tenham sido descritas. Quanto
à otite média (OM) canina, destacam-se S. intermedius, Streptococcus
sp. e Pseudomonas sp (Oliveira et al., 2006).
A otite canina pode ser classificada em externa, média ou interna,
de acordo com as estruturas anatômicas afetadas (Tuleski, 2007).
A orelha externa compreende o pavilhão auricular e o meato
canal acústico externo, que é dividido em canal auditivo vertical
(mais externo) e horizontal. A orelha média é protegida pela
membrana timpânica e pode ser definida como uma câmara onde se
situam três ossículos (martelo, bigorna e estribo) interligados entre
si, servindo como meio de ligação com a orelha interna. Na orelha
média também existe um canal de ligação com a faringe, denominado
tuba auditiva. Na orelha interna, a região mais especializada e
delicada de todo o aparelho auditivo, estão presentes os canais
semicirculares, a cóclea, o vestíbulo e o nervo acústico. As duas
funções primordiais da orelha interna são transformar impulsos
mecânicos em ondas nervosas (para posterior condução ao sistema
nervoso central) e controlar o posicionamento do animal em relação
à superfície do solo (Tuleski, 2007).
Para o sucesso do tratamento é importante reconhecer todos os
fatores causais. Entretanto, muitas vezes é difícil chegar à etiologia
da otite, principalmente nos casos crônicos, onde os micro-
organismos pertencentes à microbiota normal do ouvido, passando
da forma comensal para parasitária perpetuando a inflamação
(Baptista et al., 2010).
Esses agentes comumente fazem parte da microbiota resistente
do conduto auditivo, tornando-se patógenos oportunistas quando há
desequilíbrio no microambiente auricular (Almeida et al., 2016).
A ampla diversidade de agentes etiológicos envolvidos e a
diferente suscetibilidade dos mesmos aos antibióticos e

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quimioterápicos dificulta a escolha da terapia a ser utilizada,


tornando necessária a colheita de material do canal auditivo externo
para exames laboratoriais. A não aplicação deste procedimento leva
a utilização de antimicrobianos impróprios possibilitando seleção
de cepas resistentes e cronicidade das otites (Megid et al., 1990).
Estas terapias incorretas resultam em custos financeiros
excessivos para os proprietários e, no caso de otites crônicas severas,
em ossificação do canal auditivo externo (Megid et al., 1990).
O aumento de tolerância de vários microrganismos contra
antimicrobianos comumente usados representam um desafio aos
cientistas para encontrar meios alternativos de tratar tais infecções.
Estas medidas incluem a prudência no uso de antibióticos e,
principalmente, a condução de pesquisas para o desenvolvimento
de novos fármacos, tanto sintéticos como naturais (Ziech, 2013).

Figura 1 – Anatomia do canal auditivo interno de cães.


Fonte: http://clinipet.com/Artigo/listar/otites

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Figura 2 – Otite externa em cão.


Fonte: http://anaquevedodicasvet.blogspot.com/2011/11/otite-externa-e-
media.html

2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Etiopatogenia

A etiologia multifatorial inclui o gênero Staphylococcus,


principalmente as espécies pseudointermedius e intermedius, e a
Malassezia pachydermatis como principais agentes; embora bactérias
como Pseudomonas aeruginosa, Proteus mirabilis, Escherichia coli e
Klebsiella pneumoniae, Streptococcus spp também contribuam para
a patogênese da otite. Dentre esses últimos agentes a E. coli e a
Pseudomnas spp são as bactérias mais frequente (Martins et al.,
2011).

2.2 Fatores predisponentes

Os fatores predisponentes, que incluem a anatomia do pavilhão


auricular de algumas raças, pelos em excesso no meato acústico
externo, canais estenóticos, orelhas pendulares, doenças
subjacentes, como as alergias, umidade, doenças sistêmicas ou

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imunossupressoras e efeitos de tratamentos anteriores, não causam


diretamente a otite, mas aumentam o risco de seu desenvolvimento,
pois podem atuar em conjunto com a causa primária no
estabelecimento da doença clínica (Nascente et al., 2010).

2.3 Sinais clínicos

As alterações mais comuns detectadas na otite externa são:


eritema, edema, descamação, crostas, alopecia e pelos partidos na
face interna do pavilhão auditivo; alterações no posicionamento da
cabeça e dor, principalmente, quando a cartilagem auricular é
palpada (Nascente et al., 2010).

2.4 Diagnóstico

O diagnóstico clínico deve ser baseado na anamnese e nos achados


de exame físico detalhado; porém o conhecimento do agente
etiológico baseado na bacterioscopia, cultura e teste de sensibilidade
aos antimicrobianos são essenciais para o tratamento da doença, e
consequente diminuição do uso de terapia empírica (Martins et al.,
2011).

2.5 Tratamento

O tratamento da otite consiste na identificação dos fatores


predisponentes, primários e perpetuadores, além da limpeza do canal
auditivo, terapia tópica adequada, terapia sistêmica quando
necessária, educação do proprietário, acompanhamento do paciente,
terapia de manutenção e terapia preventiva (Tuleski, 2007).

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A otite externa é uma das principais afecções que levam cães ao


concultório veterinário. Essa doença causa uma série de desconfortos
para o animal, podendo evoluir e ter consequências graves, como
manifestações clínicas neurológicas e perda da audição. Muitos casos

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Figura 3 – Otite externa em situação avançada.


Fonte: http://anaquevedodicasvet.blogspot.com/2011/11/otite-externa-e-
media.html

de otite não respondem bem ao tratamento primariamente instituído,


sendo então, de suma importância que o diagnóstico das causas
primárias e das infecções que perpetuam a doença sejam
identificadas.

4- REFERÊNCIAS

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AEROFAGIA EM EQUINOS: REVISÃO DE


LITERATURA

MONICO, Nathália D¹.


BORGES, Beatriz T¹.
SILVA, Guilherme E. M.E¹.
ROMÃO, Fernanda T. M².
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:

RESUMO

Os equídeos de maneira geral tem tendência de executar


atividades repetitivas durante o seu dia- a- dia, adquirindo muitas
vezes alguns vícios, denominados estereotipias. Destes,a aerofagia
é o di st úrbi o c o mp o rta m en t a l m a i s co mum em a nima i s
acondicionados em baias, em que o animal estressado apoia seus
dentes incisivos em um objeto fixo, realizando movimentos de
reflexão e arqueamento do pescoço, engolindo certa quantidade
de ar.Esse trabalho foi realizado a partir de uma revisão de
literatura, um breve estudo sobre aerofagia, um tipo de problema
que acomete grande parte dos animais estabulados, podendo
causar grandes danos.
Palavra-chave:aerofagia; cavalo; comportamento.

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ABSTRACT

Equines generally tend to perform repetitive activities during


their daily lives, often acquiring some addictions, called stereotypes.
Of these, aerophagia is the most common behavioral disorder in
stalled animals, where the stressed animal rests its incisor teeth on
a fixed object, performing reflective and arching movements of the
neck, swallowing a certain amount of air. This work was carried out
from a literature review, a brief study on aerophagia, a type of
problem that affects most stabled animals and can cause great
damage.
Keywords: aerophagia; horse; behavior

1. INTRODUÇÃO

Atualmente o rebanho equino brasileiro é considerado o segundo


maior do mundo, com aproximadamente 7 milhões de animais
(TRIGUEIRO et al.,2010). Consequentemente, esse setor gera em
torno de 200 mil empregos indiretos e 640 mil empregos diretos,
movimentando cerca de 7,3 bilhões de reais ao ano (VIEIRAet
al.,2015).
Os equinos antes da sua domesticação viviam livres em seu
habit natural, porém com sua domesticação começaram a ser
estabulados e mantidos nas baias muitas vezes por até 24 horas.
Esse tipo de acontecimento levou os animais a alterar seus
comportamentos naturais, pela redução de liberdade e espaço físico
(PEREIRA, 2016).
Essas mudanças nos comportamentos naturais levaram os animais
a adquirir alguns comportamentos anormais, sendo alguns desses
denominados estereotipias. Estereotipias são consideradas
modificações no comportamento, ou seja, transtorno obsessivo-
compulsivo, como vícios. As estereotipias podem ser classificadas
entre: Lignofagia (roer madeira), aerofagia com apoio, aerofagia
sem apoio, Coprofagia e Geofagia (PEREIRA, 2016).
O objetivo deste trabalho é a partir de uma revisão de literatura
discorrer sobre o tema aerofagia, abordando as principais causas,
quais animais são mais comuns ocorrer, tratamentos, dentre outros.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Revisão Bibliográfica

Como citado anteriormente os comportamentos anormais


adquiridos pelos equinos considerados estereotipias podem ser
divididos entre Lignofagia (roer madeira), Coprofagia, Geofagia,
Aerofagia com apoio e Aerofagia sem apoio (PEREIRA, 2016).
A lignofagia é o comportamento obsessivo que o animal tende roer
madeiras, seja elas porta da baia, cascas de arvores e até mesmo porteiras
do piquete ao qual ele se encontra. A deficiência de alguns minerais pode
agravar ainda mais os casos, entre esses minerais estão, cobre, cloreto
de sódio e fósforo.Com o passar do tempo este comportamento obsessivo
pode ocasionar problemas nas instalações onde o animal está confinado,
além de problemas morfológicos como danos dentários, cólicas por
compactações, dentre outros (PEREIRA, 2016) (Figura 1).

Figura 1. Cavalo roendo madeira (sinal de Lignofagia)

A coprofagia é um comportamento em que o animal adquire de


comer suas próprias fezes, em animais jovens esse comportamento se
difere como normal, pois sua flora intestinal ainda não está totalmente

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formada, porém quando esse hábito permanecer repetitivo deve ser


investigado, pois a chance do animal desenvolver algum problema
nutricional é grande, nos animais adultos é indício de uma dieta
nutricional pobre em fibras e proteína (PEREIRA, 2016) (Figura 2).

Figura 2. Cavalo comendo suas fezes (sinal de Coprofagia)

A geofagia é um habito ao qual o animal tende a ingerir certa


quantidade de terra ou até mesmo a cama da baia onde este se
encontra, isso pode ser observado em animais que tem um déficit
nutricional muito grande, podendo acarretar problemas de
inflamação da mucosa gástrica no animal como úlceras gástricas ou
até mesmo quadros de cólicas (PEREIRA, 2016) (Figura 3).

Figura 3. Cavalo comendo terra (sinal de Geofagia).

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Dentre esses vários distúrbios, um deles mais se destaca por se


tratar de um vicio repetitivo, onde o animal apoia seus dentes
incisivos e com movimentos de arqueamento e reflexão do pescoço
consegue engolir uma quantidade considerável de ar. Conhecida
também como Aerofagia, esse distúrbio afeta vários animais sem
distinção de sexo e raça, sendo que ela pode ser dividida dentre
entre aerofagia de apoio e a aerofagia sem apoio (STEINERet al,2013).
A aerofagia com apoio é descrita normalmente como sendo a
movimentação dos lábios, língua e dentes incisivos em algum objeto,
nesse movimento observa-se o animal segurando o objeto com o dente
e deixando a sua mandíbula aberta, consequentemente engolindo certa
quantidade de ar (KONIECZNIAK etal, 2014) (Figura 4).

Figura 4. Cavalo apoiando a boca para engolir o ar (sinal de Aerofagia com apoio)

Jáa aerofagia sem apoio, é observada quando o animal movimenta


os lábios, fecha a boca e com movimentos de flexão do pescoço
consegue mover a sua cabeça para cima e para baixo

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consequentemente deixando entrar o ar. Além da deglutição de ar, o


animal que apresenta o problema produz um ruído característico
conhecido como grunhir o qual incomoda muito quem se encontra
por perto (PEREIRA, 2016) (Figura).

Figura. Cavalo movimentando a cabeça engolindo ar (sinal de Aerofagia sem apoio)

Todos esses comportamentos anormais acarretam ao animal uma


perda de peso, isto porque ele deixa de se alimentar na maioria das
vezes para realizar essas atividades (roer madeira, engolir ar, etc.),
isso por ser uma forma que esses encontram de se distrair
(KONIECZNIAK etal, 2014).

2.1.1. Sinais Clínicos e Diagnósticos

Com o tempo o animal que apresenta aerofagia vai ter seus dentes
incisivos desgastados, perda de peso, hipertrofia dos músculos do
pescoço, especialmente do músculo esternocefalico, cólicas por

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encarceramento do forame epiploico e a desvalorização do animal.


Além, dos sinais visuais descritos anteriormente, que podem ser
observados facilmente por pessoas da convivência dos
animais(STEINERet al,2013).
Trigueiro et al (2010), explica que além dos fatores de isolamento
e estresse dos animais, outro fator que pode ocorrer é a aquisição
do vicio de forma hereditária, onde os animais mais jovens podem
adquiri- ló observando e repetindo os animais mais velhos com este
problema.
Os distúrbios comportamentais podem levam ao
comprometimento dentário do animal, podendo ainda, causar
fraturas dos dentes exclusivamente de dentes superiores da arcada
dentária. Esse desgaste além de influenciar na boa oclusão dentária
pode ocasionar vários problemas na apreensão do alimento, afetando
assim a saúde nutricional e fisiológica do animal(TRIGUEIROet
al,2010).
Em casos da hipertrofia dos músculos esternocefálico vai
ocasionar um dano estético no animal, porém pode ocasionar dor ao
animal, pois as fibras musculares do pescoço vão estar hipertrofiadas
por conta do exercício intenso que o animal sofreu (SILVA, 2019).
Já a cólica por encarceramento do forame epiploico, é ocasionada
por conta da pressão intra-abdominalnegativa e a expansão do forame
com a elevação da caixa torácica que o animal adquire enquanto
executa os movimentos repetitivos da aerofagia. Este comportamento
pode levar a lesão,pois permite a passagem de ar e o jejuno fique
cheio de gás, se inserindo dorsalmente ao forame epiploico, o que
está relacionado á um fator predisponente e não causador da lesão
(STEINERet al,2013).

2.1.2. Tratamento Clínico

Para o tratamento da aerofagia aconselha-se mudanças no manejo


principalmente alimentar e de ambiente e, prática de algum exercício
físico, onde o animal se sinta ocupado e menos estressado
(VIEIRA,2015).
No caso da coprofagia e geofagia indica como tratamento
preventivo o fornecimento de uma dieta equilibrada com proteínas

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e fibras, diminuindo o fornecimento de concentrado e diminuindo o


tempo do animal estabulado. Dessa forma recomenda- se o
fornecimento de uma dieta mais regrada em horários corretos, e no
caso de problemas gastrointestinais o uso correto do vermífugo para
afim eliminar os possíveis parasitas (VIEIRA,2015).
Em animais que apresenta o vicio de lamber madeira não se
aplica nenhuma forma de prevenção específica necessária, podendo
ser realizada somente a disponibilização de sal mineral á vontade
para este (VIEIRA, 2015).
Devido ao fato do estresse ser um grande colaborador para o
aparecimento desses problemas, uma das atitudes que se pode tomar
é aumentar a área de habitação desses animais, isso para que esses
possam satisfazer suas necessidades naturais (BRITO 2019). Outra
forma de melhorar ainda mais os resultados é possibilitar a
convivência com outros animais da espécie (BRITO 2019).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a realização do trabalho pode se concluir que a Aerofagia


equina é um problema muito sério que pode trazer sérios danos aos
animais. Sendo esses diretos como, redução do bem estar animal e,
indiretos como, na depreciação comercial destes. Porém, a Aerofagia
possui tratamento e prevenções baseadas principalmente em redução
do estresse do animal e fornecimento de uma dieta bem equilibrada.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITO, D. S. Avaliação do comportamento de cavalos (Equus caballus,


Linnaeus 1758) (mammalia, perissodactyla) nas atividades de
Equoterapia e Equitação. Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia; Cruz das Almas – BA, 2019.

KONIECZIAK, P.; DIAS, I. F. T.; CALEFFO, T.; SINHORINI, W. A.; GUIRRO,


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jan./jun., 2014.

NICOLETTI, J. L. M.; HUSSNI, C. A.; THOMASSIAN, A.; GANDOLFI, W.;


LEME, D. P. Estudo retrospective de 11 casos de aerofagia em equinos

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operados pela técnica de Miectomia de Forssell modificada. Ciência


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Bibliográfica. Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha-
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STEINER, D.; ALBERTON, L. R. MARTINS, W. D. C. Aerofagia em equinos:


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PR, v. 16, n. 2, p. 185-190, Julho/Dezembro, 2013.

TRIGUEIRO, P. H. C.; URBANO, S. A.; LIMA, S. M.; COSTA, I. C. C.


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IMPACTOS DE GATOS FERAIS EM RELAÇÃO A


ANIMAIS SILVESTRES – REVISÃO DE
LITERATURA

OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de¹1


Maria Vitória Batista Dias²
MARIOTI, Patricia Garcia²
MELO, Augusto Gabriel Claro de³
1
- Graduada do Curso de Biologia da FiO faculdades integradas de
Ourinhos - hellen.brunhani@gmail.com
2-Discente do Curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça -
patyyygarcia@hotmail.com - mariavitoriadias770@gmail.com
3-Docente do Curso de Engenharia Florestal da FAEF

RESUMO

Acredita-se que o gato doméstico tenha se originado do gato


selvagem africano a partir de um processo de domesticação que
começou há cerca de nove mil anos, o que pode ser considerado
recente se comparado com outros animais domésticos como o cão e
o cavalo. O crescente abandono e descuido de gatos domésticos na
maioria das cidades brasileiras, vem causando preocupação para as
autoridades responsáveis pela saúde pública, pelo fato de que apenas
uma parte desses animais é vacinada ou está sob controle de um
responsável.
PALAVRAS-CHAVES: Gatos ferais, abandono, zoonoses.

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ABSTRACT

The domestic cat is believed to have originated from the African


wild cat from a domestication process that began about nine thousand
years ago, which can be considered recent compared to other
domestic animals such as the dog and the horse. The increasing
abandonment and carelessness of domestic cats in most Brazilian
cities, has been causing concern for the authorities responsible for
public health, due to the fact that only a part of these animals is
vaccinated or is under the control of a guardian.
KEYWORDS: Feral cats, abandonment, zoonoses.

1- INTRODUÇÃO

Gatos domésticos são velhos companheiros da historia humana,


sendo encontrados em quase todos os lugares do mundo. No entanto,
esta grande distribuição pode geral problemas, tais como predação
de animais domésticos e silvestres, transmissão de doenças, além
de ataques a seres humanos, o que demanda crescente atenção por
parte de gestores e cientistas. Apesar da ampla distribuição e da
estreita relação com o homem, são poucos os estudos realizados
com está espécie em estado errante (CAMPOS, 2004).
Acredita-se que o gato doméstico (Felis sylvestris catus) tenha se
originado do gato selvagem africano (F. s. lybica) a partir de um processo
de domesticação que começou há cerca de nove mil anos, o que pode
ser considerado recente se comparado com outros animais domésticos
como o cão (Canis lupus familiaris) e o cavalo (Equus caballus). Não
existem evidências que comprovem que esta domesticação tenha sido
propositalmente planejada pelo homem. Uma possibilidade amplamente
considerada é que essa aproximação teve um caráter mutualístico, uma
vez que esta relação se fundamentou na densidade de roedores presentes
nos vilarejos da época, atraídos pelo processo de armazenamento de
grãos e na sua capacidade em predar esses animais. Sendo assim, o
gato se aproximou das áreas habitadas pelo homem, já que era
favorecido pelas circunstâncias, bem como foi capaz de desenvolver
sua capacidade de socialização para a conquista desta nova condição
(FERREIRA; OLIVEIRA; GENARO, 2012).

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Aos poucos o gato doméstico foi se propagando ao longo do globo,


acompanhando todos os processos de conquistas humanas e colonização
de novos ambientes. Dados demonstram que, entre os últimos 50 a
100 anos, os gatos vêm se destacando cada vez mais como animais de
companhia, superando os cães em países como Estados Unidos, Reino
Unido e na maior parte da Europa Ocidental, devido a sua maior
tolerância a restrição de espaço como em apartamentos e a períodos
mais longos sem a companhia do seu dono. Pouco se sabe a respeito
da chegada desta espécie ao Brasil, mas estudos indicam que estes
animais, como também os da América do Norte, provavelmente
chegaram junto aos colonizadores europeus, como animais de
estimação ou auxiliares no combate a roedores presentes nos navios,
fato que pode ser confirmado pelas baixas diferenças do ponto de
vista genético, observado entre os atuais animais encontrados ao longo
das Américas e os da Europa, o que indica que não sofreram mudanças
significativas diante deste breve intervalo de tempo de isolamento
(FERREIRA; OLIVEIRA; GENARO, 2012).
O crescente abandono e descuido de gatos domésticos na maioria
das cidades brasileiras, vem causando preocupação para as
autoridades responsáveis pela saúde pública, pelo fato de que apenas
uma parte desses animais é vacinada ou está sob controle de um
responsável (CAMPOS, 2004).
Na imagens a seguir observa-se predação causada por gatos ferais.

Figura 1 – Gato feral (Felis catus) predando lagarto silvestre.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47343878

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Figura 2 – Presa abatida por gato feral.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47343878

2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Classificação dos gatos

Os gatos se adaptaram com grande sucesso aos mais diversos


ecossistemas e tornaram-se predadores dominantes em muitas ilhas,
áreas de mata suburbanas, bem como em áreas urbanas. Isto porque
estes felinos apresentam uma considerável flexibilidade comportamental
e ecológica, podendo apresentar total dependência em relação ao
homem através da nutrição. Há também a dependência parcial baseada
no aproveitamento de restos encontrados em áreas urbanas, ou de presas
que passaram a conviver com o homem. O gato é, portanto, um animal
de companhia, mas também um animal que manteve em sua evolução,
características de semi ou total independência em relação ao homem
(FERREIRA; OLIVEIRA; GENARO, 2012).
Os gatos podem ser agrupados em três categorias, de acordo
com o local e a maneira como vivem: 1-) Gatos Domésticos - gatos

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que se encontram sob atenção de um proprietário, ou uma família.


Seus donos fornecem a maior parte de suas necessidades. 2-) Gatos
Errantes - gatos encontrados perambulando em torno de cidades e/
ou propriedades rurais. Podem depender de alguns recursos fornecidos
por seres humanos, mas não são de propriedade dos mesmos. 3-)
Gatos Ferais - gatos que vivem e se reproduzem em estado selvagem,
sobrevivem por meio da caça ou da procura por restos de alimentos,
de forma que as suas necessidades não são satisfeitas
intencionalmente por pessoas (FERREIRA; OLIVEIRA; GENARO, 2012).

2.2 Transmissão de doenças

No meio urbano, a grande presença de gatos pode promover


peculiar impacto sobre a população selvagem vizinha, além da
atividade predatória, esses animais podem transmitir doenças sendo
vetor de vários agentes etiológicos, disseminando patologias para
várias espécies, incluindo humanos (PEREIRA et al., 2020).
A presença de animais domésticos e ferais é um fator importante
na emergência de doenças da vida silvestre. Estes ao entrarem em
contato, mesmo de maneira indireta (contato com fezes e urina,
por exemplo), tanto com animais silvestres quanto com outras
espécies domésticas, podem agir como vetores na troca de patógenos
com populações antes isoladas. Como resultado, estes animais
representam uma ameaça não apenas para a vida selvagem, mas
também para outros animais domésticos e também para a população
humana. Vários estudos indicam que os gatos podem ser potenciais
transmissores de doenças contagiosas para diversas espécies de
mamíferos: como toxoplasmose, sarcosporidiose, raiva, leucemia
felina, imunodeficiência viral felina, entre outras (FERREIRA;
OLIVEIRA; GENARO, 2012).

2.3 Reprodução

A captura, esterilização e devolução (CED) é utilizada desde 1960,


com início na Inglaterra, como estratégia de controle populacional
de colônias de felinos (gatos ferais ou ariscos). As autoridades
brasileiras perceberam que as alternativas utilizadas anteriormente,

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como a captura dos animais e solturas em outras áreas,


encaminhamento para abrigos (onde não poderiam ser manejados
ou adotados por causa de sua natureza selvagem) e eutanásia não
eram soluções definitivas para o problema. Pelas características de
seu ciclo reprodutivo e número significativo de filhotes por ano,
além de uma alta disponibilidade de alimentos, seja por fornecimento
de cuidadores e lixo doméstico, esses animais podem se multiplicar
com grande rapidez, de dezenas a centenas de indivíduos em um
curto período de tempo (MELLO, 2017).

2.4 Comportamento de caça

Gatos são caçadores solitários, cujas presas costumam ser de


pequeno tamanho, culminando em vários eventos de captura ao longo
do dia, característica semelhante ao observado em animais
domésticos que se alimentam de pequenas refeições no decorrer do
período de 24 horas. Suas presas costumam pesar menos de 100g
(eventualmente 200g), sendo geralmente aves e pequenos mamíferos.
São carnívoros obrigatórios e caçam mesmo quando bem alimentados.
Sendo caçadores oportunistas, a composição de sua dieta depende
da disponibilidade de presas. Assim, o número de capturas ao longo
do ano reflete a densidade populacional das presas nas diferentes
estações. Foram encontrados registros de maior número de capturas
na primavera e verão e menor número no inverno, maior número de
presas no outono, especialmente roedores e invertebrados, e maior
quantidade de aves no verão (KERBER et al., 2017).
Na imagem a seguir observa-se uma superpopulação de gatos
ferais.

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na literatura há uma escassez de trabalhos no Brasil sobre gatos


ferais, seus impactos causados aos demais animais, as enfermidades
que podem ser transmitidas e seu comportamento. A região que mais
pública no Brasil é a sudeste, local onde a população vive de forma
concentrada, e os gatos, animais extremamente adaptáveis a
ambientes adversos se estabeleceram e por uma série de fatores,

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Figura 3 – Super população de gatos ferais.


Fonte: http://castracaosolidaria.org/capturar-esterilizar-e-devolver-c-e-d/

como a interpretação incorreta de seu comportamento, são


abandonados e a partir daí podem se estabelecer de modo
independente, feral no ambiente. Os gatos ferais são passíveis de
transmitir doenças não somente à fauna silvestre brasileira, mas
aos demais animais domésticos e humanos.

4- REFERÊNCIAS

FERREIRA, G. A.; OLIVEIRA, E. N.; GENARO, G. Gatos: Vilões ou


vítimas. Revista Expedição de Campo, v. 3, p. 22-26, 2012.

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CAMPOS, C. B. Impacto de cães (Canis familiaris) e gatos (Felis catus)


errantes sobre a fauna silvestre em ambiente peri-urbano. Tese de
Doutorado. Universidade de São Paulo. Piracicaba – SP. p. 71. 2004.

PEREIRA, G. J. C. et al. Estudos científicos sobre gatos ferais no


Brasil. PUBVET, v. 14, p. 138, 2020.

MELLO, O. Captura, esterilização e devolução: uma proposta de


manejo para populações felinas. Revista de Educação Continuada
em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 1, p.
96-97, 2017.

KERBER, S. S. et al. Predação por gatos domésticos (Felis catus) em


ambiente urbano, Florianópolis - SC. p. 61. 2017.

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PARVOVIROSE CANINA – REVISÃO DE


LITERATURA

CAVALCANTE, Vinícius Dantas1,


DIAS, Gabrielle1,
LUI, Thiago Felipe Belinelli Torres1,
ROMÃO, Felipe Gazza2.
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: viniciusdcvet@gmail.com
2
Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e
Formação Integral – FAEF; E-mail:toledo@faef.br

RESUMO

Parvovirose Canina (CPV - Canine parvovírus) é uma doença


infecto-contagiosa que atinge, mais comumente, cães jovens. A
CPV é uma das doenças gastroentéricas que compõem grande
parte dos casos clínicos de pequenos animais com sinais
característicos, como êmese e diarreia sanguinolenta, além de
anorexia e desidratação. O diagnóstico pode ser feito pelos sinais
clínicos, dados epidemiológicos e alterações laboratoriais
s uges ti v as, co m o a leuco peni a, mui t as v ezes s ev era . A
terapêutica, mesmo sendo inespecífica, tem como base a
fluidoterapia e antibioticoterapia. Desta maneira o ideal é obter
o máximo conhecimento sobre esta enfermidade, para somente
assim, diminuir a taxa de mortalidade.
Pa la v ra s -C h a v e : H em a têm es e, ga s t r o en t er i te , v i ra l,
parvovírus.

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ABSTRACT

Canine Parvovirus (CPV - Canine parvovirus) is an infectious


disease that most commonly affects young dogs. CPV is one of the
gastroenteric diseases that make up a large part of the clinical cases
with typical character, such as vomiting and diarrhea. The diagnosis
can be made by clinical signs, epidemiological data and suggestive
laboratory changes, such as leukopenia, which is often severe.
Therapy, even though it is nonspecific, is based on fluid therapy and
antibiotic therapy. In this way, the ideal is to obtain the maximum
knowledge about this disease, in order only to decrease the mortality.
rate.
Keywords: Hematemesis, gastroenteritis, viral enteritis,
parvovirus.

1. INTRODUÇÃO

Em meados dos anos setenta, o parvovírus canino tipo 2 (CPV-2)


ganhou destaque como agente etiológico das gastroenterites em cães
jovens (com 12 meses de idade) que não possuem uma proteção
imunológica adequada, apresentando altas taxas de contágio
morbidade e mortalidade (SHAER, 2006).
O primeiro caso confirmado no Brasil ocorreu em 1979 em um
cão que possuía um quadro de gastroenterite hemorrágica (HAGIWARA
et al., 1980). A partir deste período, a parvovirose canina foi
considerada uma das principais doenças infecciosas da clínica de
pequenos animais (OLIVEIRA et al., 2009).
Cães domésticos, assim como todos ou a grande parte dos
canídeos, são susceptíveis à infecção pelo CPV. Infecções
experimentais em furões, gatos e visões mostram que o vírus é
autolimitante nestas espécies. As cepas do CPV-2 (2a e 2b) são
capazes de contaminar felinos através de infecções naturais ou
experimentais (GREENE, 2015).
A parvovirose está associada a altas taxas de morbilidade e
mortalidade em cães por afetar filhotes de 1 a 3 semanas de vida.
Dobermann Pinschers, Rottweilers, Pit Bulls, Labradores Retrievers
e Pastores-alemães apresentam maior suscetibilidade ao vírus do

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que outras raças, podendo desenvolver sintomatologia mais severa


(NELSON; COUTO, 2015).
Filhotes com início súbito de diarreia sanguinolenta de odor fétido
geralmente são diagnosticados com parvovirose, contudo, nem
sempre está correto. A leucopenia, em conjunto a clínica do animal,
costuma ser um bom indicativo da gravidade e do estágio da doença,
mesmo que nem todos apresentem alterações no leucograma
(GREENE, 2015)
A terapia consiste na reposição de fluidos e eletrólitos em
conjunto à antibioticoterapia de amplo espectro. A administração
de citrato de maropitant ou ondansetrona é importante em quadros
graves de êmese. Cães que forem submetidos à terapia adequada
possuem grandes chances de sobreviverem, principalmente após os
4 primeiros dias do início dos sinais clínicos (NELSON; COUTO, 2015).
Assim, esta revisão bibliográfica tem como o objetivo elucidar
pontos importantes relacionados ao diagnóstico e tratamento da
parvovirose pelos médicos veterinários, a fim de melhorar o
prognóstico dos animais acometidos.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 ETIOLOGIA DO PARVOVÍRUS CANINO (CPV)

O agente etiológico da doença é um vírus da família Parvoviridae,


subfamília Parvovirinae e gênero Parvovirus. É um vírus pequeno,
em que seu nome é dado de acordo com o latim, parvo, que significa
pequeno, com diâmetro de aproximadamente 22 nm. Pelo seu
tamanho, não há gene que codifique a enzima DNA-polimerase, que
é fundamental para a replicação viral. Assim, o CPV torna-se
dependente de células com altas taxas de multiplicação,
principalmente na fase S da mitose (MEGID et al., 2016).
O parvovírus possui quatro genes, distribuídos em duas regiões
co di fi ca nt es. Po de m anter-se i nf eccios o fo ra do trato
gastrointestinal do cão por até um ano em condições ambientais
ótimas. Existem dois parvovírus de cães: o CPV-1, ou parvovírus
diminuto dos cães (CnMV), sem muita importância clínica médica,
e o CPV-2, que possui três subtipos – CPV2a, CPV2b e CPV2c
(PETERSON; KUTZLER, 2011).

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No início da década de 1970, o parvovírus foi denominado vírus


diminuto dos cães (CnMV) com uma infecção subclínica, que causava
enterite, pneumonia, miocardite e linfoadenite. Em fêmeas imaturas
poderia levar à falha na concepção e aborto (PETERSON; KUTZLER,
2011). Já no final desta década surgiu o CPV-2, que posteriormente
originou dois tipos antigênicos do mesmo; CPV-2a e CPV-2b (FLORES,
2007).
A terceira variante do vírus, que foi detectada na Itália, intitulado
de CPV-2c (BUONAVOGLIA et al., 2001), possui curso clínico mais
grave, pois as vacinas não imunizam contra esse sorotipo
(MARULAPPA; KAPIL, 2009). Estas novas variantes do CPV-2 (CPV-2b
e CPV-2c) também podem infectar gatos, e por este motivo os esforços
para o controle desta doença devem aumentar e levar em
consideração este fato (PETERSON; KUTZLER, 2011).

2.2 FISIOPATOGENIA

O parvovírus possui predileção por células no ciclo S da mitose;


por este motivo afetam células em multiplicação (FLORES, 2007). O
parvovírus atinge principalmente células com alta taxa mitótica, o
que justifica seu aparente tropismo por tecidos embrionários, células
linfoides, medula óssea, miocárdio de neonatos e o epitélio do
intestino delgado dos cães mais jovens (PLETCHER et al. 1979; ZEE;
MACLACHLAN, 2004; MEGID et al., 2016).
A contaminação ocorre por via oronasal ou parenteral (JERICÓ
et al., 2017). Após a contaminação, o vírus se replica no tecido
linfoide da orofaringe e no timo, de onde, posteriormente, irá se
disseminar para a corrente sanguínea. A carga viral é crucial para
determinar a magnitude da viremia e a gravidade do quadro clínico
(MEGID et al., 2016).
Por volta do 3º ao 4º dia pós-infecção, ocorre a viremia; porém,
mesmo antes o vírus já começa a ser eliminado nas fezes. Esta viremia
dura até o 7º dia pós-infecção, que termina com o aumento dos
níveis de anticorpos neutralizantes sérico (MEGID et al., 2016).
O CPV-2 causa uma necrose do epitélio germinativo e colapso
das vilosidades, devido a sua intensa multiplicação. Por este motivo,
a absorção de nutrientes e água é prejudicada, estabelecendo uma

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grave diarreia. Caso o vírus comprometa a lâmina própria é provável


que ocorra diarreias hemorrágicas (MEGID et al., 2016). O parvovírus
é transmitido pelas fezes de cães infectados e ingerido por outros
cães, portanto a infecção ocorre por contato oro-nasal com fezes,
vômitos e ambientes contaminados (FLORES, 2007).

2.3 SINAIS CLÍNICOS

A doença pode ser assintomática (branda ou inaparente) ou


sintomática (MILLAN; PELTIER, 2013). Os sinais clínicos da doença
dependem de alguns fatores, como a patogenicidade viral, a
carga inoculada, as defesas do hospedeiro, a idade do filhote e
da presença de parasitas gastrointestinais. Inicialmente, são
observados nos cães sinais como depressão, anorexia e/ou
êmese, sendo que a diarreia frequentemente está ausente nas
primeiras 24-48 horas iniciais de infecção (NELSON; COUTO,
2015). De modo geral os sinais clínicos são anorexia, prostração,
êmese, diarreia sanguinolenta, desidratação, febre e alguns casos
podem evoluir ao óbito de 2 a 5 dias. É comum a cura de cães
que passam pelo curso do quinto dia pós-infecção (MORAILLON
et al., 2013).
A diarreia, resultante de má absorção intestinal, costuma
ser hemorrágica, por sangramento de capilares subjacentes ao
revestimento epitelial da mucosa (FLORES, 2007). A gastroenterite
com diarreia sanguinolenta e êmese vem acompanhada de
hipertermia. A replicação viral nas células linfoides e na medula
óssea, além da perda do epitélio intestinal, que facilita a penetração
de bactérias na circulação sanguínea, resulta em uma linfopenia e
neutropenia (FLORES, 2007; JERICÓ et al., 2017).
A morte geralmente é ocasionada devido intensa destruição do
epitélio intestinal, com consequente desidratação e choque
endotóxico, e em alguns casos septicemia e edema pulmonar. Há
relatos de miocardite aguda em filhotes entre 3 a 6 semanas de
vida. A taxa de mortalidade variou de 20% a 100%, com início rápido
da doença. A susceptibilidade pode estar relacionada a intensa divisão
das células do miocárdio, que ocorre em menos de 15 dias nos filhotes
(JERICÓ et al., 2017).

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2.4 DIAGNÓSTICO

Devido ao fato de muitas doenças terem sinais clínicos


gastrointestinais, é comum a confusão com relação ao diagnóstico
da doença. Todavia, além de ter como base os sinais clínicos, exames
complementares devem ser solicitados a fim de confirmar ou
descartar o diagnóstico. No hemograma, por exemplo, pode ser
observada intensa leucopenia (STROTTMANN et al., 2008).
A monitoração o leucograma pode informar a evolução da
infecção e o provável prognóstico do paciente. Filhotes que morreram
devido à infecção, em geral, apresentaram um número de leucócitos
menor ou igual a 1.030 células/ìL, em conjunto com linfopenia,
monocitopenia e eosinopenia durante os primeiros 3 dias
hospitalizados (GREENE, 2015).
Variantes do CPV-2 podem ser detectados em amostras
antemortem pela pesquisa de antígenos, ELISA ou microscopia
eletrônica de material fecal. Em cães acometidos também pode ser
realizada a sorologia, pois títulos para IgM específicos para CPV são
detectáveis no soro. Outro exame em que é possível a detecção do
CPV-2 é o PCR. No diagnóstico post-mortem é bem utilizada a
combinação de histopatologia e imuno-histoquímica. Os principais
tecidos escolhidos são do intestino delgado, linfonodos mesentérico
e baço (PETERSON; KUTZLER, 2011).
O diagnóstico precoce e definitivo da parvovirose canina é
essencial para o tratamento e controle da disseminação do agente
etiológico. Por essa razão, o PCR é o método mais eficaz para
diagnosticar diversas doenças virais, podendo ser até mais sensível
na detecção do CPV que os outros exames (STROTTMANN et al.,
2008).

2.5 TRATAMENTO

O tratamento da parvovirose é de suporte baseando-se na


reposição de fluidos e de eletrólitos, na antibioticoterapia de um
amplo espectro, no controle de vômitos e minimizar as perdas líquidas
e eletrolíticas (FLORES, 2007).
Os antimicrobianos são indicados devido à perda de integridade
do epitélio intestinal, facilitando a translocação bacteriana e

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consequente sepse. Podemos utilizar a associação da penicilina e


amicacina, contudo é contra indicado a administração de
aminoglicosídeos em animais desidratados. Cães que desde o primeiro
dia de tratamento são submetidos à alimentação enteral, por via
nasogástrica, apresentam melhor prognóstico com relação a animais
mantidos em jejum absoluto (GREENE, 2015).
É comum o paciente apresentar hipoglicemia e hipocalcemia (GREENE,
2015). Deve-se ser cauteloso ao administrar fluidoterapia no paciente,
pois sua aplicação inadequada poderá causar alguns danos como
hipoproteinemia severa e algum erro na administração da glicose pode
causar hiperglicemia (NELSON; COUTO, 2015). O tratamento com
antieméticos como metoclopramida, ondasterona e citrato de maropitant
é indicado também. Protetor gástricos, como bloqueadores de receptores
H2, como cimetidina, ranitidina, também auxiliam a reduzir os quadros
de êmese e melhoram o apetite destes animais (SHIRES et al., 2008).
Ointerferon-ômega felino é uma versão produzida comercialmente
e está licenciado na Europa para cães e gatos. Altas concentrações de
interferon felino (2,5 x 106 unidades/ kg) por via intravenosa (IV) em
cães com infecção experimental e houve diminuição dos sinais clínicos
e até diminuição da mortalidade, porém quando aplicado com 4 dias
ou menos de infecção (MADDISON et al., 2010; GREENE, 2015).
A t ransf usão t ot al séri ca pode auxi l i ar est es f i l hot es,
principalmente aqueles com hipoproteinemia. Caso não necessite
de eritrócitos, é possível t ransfundir apenas o plasma que fornecerá
imunoglobulinas e albumina coloidal. Écomum a ocorrência de edema
devido à queda de proteínas que se não for corrigido com a transfusão
de plasma, deve-se considerar administ ração de coloide sintético
at é a correção da desidratação (GREENE, 2015).
O uso de imunoglobulinas secret oras ainda não é t otalment e
definido, porém demonst rou que o número de anticorpos nas fezes
e a gravidade do quadro clínico são inversament e proporcionais
(JERICÓ et al., 2017).

2.6 PROFILAXIA

A imunidade materna pode proteger o filhote por até 13 semanas,


e títulos de anticorpos 1:20 em HI podem neutralizar os vírus vacinais

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e inviabilizar a imunidade ativa (JERICÓ et al., 2017).


As vacinas atenuadas são as mais indicadas por possuir maior
eficiência na soroconversão e não ocorre interferência dos anticorpos
maternos. Comercialmente as vacinas disponíveis utilizam as cepas
do CPV-2b, o que implica em uma deficiência na proteção contra as
cepas do CPV-2a e 2c (JERICÓ et al., 2017).
Alguns autores acreditam que as vacinas possam durar até 20
meses, já outros que são vitalícias. É indicada a vacinação aos 45
dias para os filhotes cuja as mães não foram vacinadas e 60 dias
para os filhotes das que foram vacinadas. A aplicação da última dose
da vacina deve ser efetuada depois da 15ª a 16ª semana de idade
dos filhotes. É recomendado, também, independente da faixa etária,
a aplicação a cada 30 dias das outras duas doses (MEGID et al.,
2016).
Desta maneira, é definido que vacinar filhotes lactantes é
arriscado, pois se houver anticorpos da parvovirose no colostro da
mãe o corpo atacará a vacina. Por este motivo que médicos
veterinários restringem os passeios em locais públicos para o caso
de filhotes com menos de 16 semanas de vida até estarem
devidamente vacinados (MILLAN; PELTIER, 2013).
Cães com parvovirose devem ser isolados e receber tratamento
em lugar específico. O combate sanitário é indispensável e efetivo,
com a desinfecção e a limpeza do ambiente ou do local, que deve
ser feita com hipoclorito de sódio a 0,175%, ou com alvejante diluído
em 1/30 (FLORES, 2007; MORAILLON et al., 2013).

3. CONCLUSÃO

A parvovirose canina, apesar de fácil profilaxia, é uma


enfermidade que continua sendo muito comum atualmente na clínica
de pequenos animais. Mesmo com poucos recursos, é fácil o
diagnóstico da doença, pelas informações obtidas na anamnese, sem
histórico de vacinação prévia, pela observação dos sinais clínicos
(êmese, hematêmese, diarreia, prostração), e pelos achados
laboratoriais, como a leucopenia na maioria dos casos. Apesar de
não haver uma definição de protocolo terapêutico específico, a
fluidoterapia acompanhada de antibioticoterapia de amplo espectro

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mostra-se eficaz, diminuindo os sinais clínicos e a taxa de mortalidade


e morbidade dos filhotes.

4. REFERÊNCIAS

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ALIMENTAÇÃO DE TAMANDUÁS EM CATIVEIRO


E VIDA LIVRE – REVISÃO DE LITERATURA

OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de¹1


DIAS, Maria Vitória Batista ²
MARIOTI, Patricia Garcia²
MELO, Augusto Gabriel Claro de³
1
- Graduada do Curso de Biologia da FiO faculdades integradas de
Ourinhos - hellen.brunhani@gmail.com
2-Discente do Curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça -
patyyygarcia@hotmail.com - mariavitoriadias770@gmail.com
3-Docente do Curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça

RESUMO

Os tamanduás tem a sua alimentação baseada principalmente


em formigas, contudo podem se alimentar de outros pequenos
invertebrados como os cupins. Devido a sua morfologia, como a forma
de sua língua, musculatura palatal e mandíbula, sendo essas
características ligadas diretamente ao seu hábito alimentar. Para os
mamíferos predadores, as formigas são de fácil apreensão
principalmente pela sua abundancia em locais neotropicais, estes
insetos também apresentam altos teores nutricionais. Por terem
características de viverem com colônias o seu acesso é mais facilitado
e possuem uma maior disponibilidade.
Palavras-chaves: insetos, Mymecophaga, Xenarthras

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ABSTRACT

Anteaters are mainly based on ants, however they can feed


on other small invertebrates such as termites. Due to its
morphology, such as the shape of your tongue, palatal musculature
and jaw, these characteristics are directly linked to your eating
habits. For predatory mammals, ants are easy to apprehend mainly
because of their abundance in neotropical sites, these insects
also have high nutritional levels. Because they have characteristics
of living with colonies, their access is easier and they have greater
availability.
Keywords: insects, Mymecophaga, Xenarthras

1- INTRODUÇÃO

A ocupação da agropecuária em território brasileiro


possivelmente colabora com o desaparecimento dos Mymecophaga
em diversas regiões do país. Com os incêndios, caças, danos em seu
habitat, ataques de cães, atropelamentos e as doenças que acometem
os animais selvagens, todos esses fatorem vêm causando grande
apreensão sobre a conservação desta espécie, por se tratarem de
animais que já estão sofrendo ameaça de extinção, resultante da
diminuição populacional e tendo por consequência a sua total
extinção (MENEZES et al., 2013).
Entre os Xenarthras, sendo classificados como uma super-ordem
de mamíferos placentários, estão os Mymecophaga que possuem uma
dieta baseada exclusivamente em cupins e formigas. Entre eles, o
Mymecophaga tridactyla é o que apresentam uma extrema
modificação na sua forma de se alimentar, onde não se tem nenhuma
modificação em sua mastigação e estruturas digestórias, porem existe
nas suas funções metabólicas, comportamento, e funções
locomotoras (MENEZES et al., 2013).
Para os mamíferos predadores, as formigas são de fácil apreensão
principalmente pela sua abundancia em locais neotropicais, estes
insetos também apresentam altos teores nutricionais. Por terem
características de viverem com colônias o seu acesso é mais facilitado
e possuem uma maior disponibilidade. Os tamanduás (Mammalia:

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Myrmecophagidae) tem a sua alimentação baseada principalmente


em formigas, contudo podem se alimentar de outros pequenos
invertebrados como os cupins. Devido a sua morfologia, como a forma
de sua língua, musculatura palatal e mandíbula, sendo essas
características ligadas diretamente ao seu hábito alimentar (GÓMEZ
et al., 2012).
Os tamanduás se alimentam principalmente de formigas e
cupins, por tanto são animais considerados insetívoros. Porem
em cativeiro esta dieta é impossível de ser mantida. Portanto,
nestas condições os animais passam a receber uma espécie de
mistura liquida com diferentes ingredientes, como iogurte, leite,
carne, ovos, mel, frutas, ração para cães e outros ingredientes,
podendo ser variável de acordo com o a instituição residente.
Contudo, um estudo aponta que sendo 11,5% por absorção
inadequada, 20% referem-se com problemas nutricionais, e 8,5%
por deficiências, sendo utilizados no total 103 Myrmecophagida
(LUPPI et al., 2008).
Estes animais classificados insetívoros obrigatório, entretanto
ainda podem se alimentar de pequenos vertebrados. Diferenciam-
se de animais insetívoros facultativos em razão de obter suas
necessidades nutricionais baseado pelo consumo de insetos. Existe
pouco conhecimento em relação a característica nutricional de
insetos e outros vertebrados. Podendo ser variável a sua
composição de acordo com cada fase de desenvolvimento que
estão. Tendo como exemplo a forma larval, que possui uma
deposição de gordura maior. Outra peculiaridade é em relação da
presença da quitina, sendo um polissacarídeo estrutural e tendo
como função parecida com a celulose em herbívoros (LUPPI et
al., 2008).
Outras variedades anatômicas entre espécies são capazes de
refletir em adaptações filogenéticas em diversas dietas alimentares
(MENEZES et al., 2013).
Nas figuras a seguir são apresentados exemplares de
tamanduás.
O objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão sobre a
alimentação de tamanduás em cativeiro e vida livre.

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Figura 1 – Tamanduá mirim (Tamandua tetradactyla).


Fonte: https://www.biologianet.com/biodiversidade/tamandua.htm

Figura 2 – Tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla).


Fonte:https://observatoriopantanal.org/2019/12/11/populacoes-de-tamandua-
bandeira-tem-desaparecido-nos-ultimos-25-anos/

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2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Alimentação de tamanduá mirim

Os tamanduás mirins (Tamandua tetradactyla) possuem


distribuição desde o Sul do Brasil até a Venezuela, sendo eles
mamíferos pertencentes à família Myrmecophagidae. São animais
de hábitos noturnos que saem no crepúsculo em busca de alimento.
Algumas análises foram realizadas com base no conteúdo estomacal
destes animais. Ao serem analisadas em microscópio estereoscópico,
as amostras apontaram que a alimentação destes ínvidos possui uma
variação de diversos insetos, entre eles cupins e formigas. Sendo
que os cupins representam 22,5% enquanto que as formigas são ao
todo 77,5% (FERREIRA et al., 2007).
Tem-se conhecimento que existe variação em sua alimentação
entre 12 gêneros da Família Formicidae: Acromyrmex,
Acanthognathus, Aenictus, Crematogaster, Camponotus, Cerapachys,
Linepithema, Leptogenys, Pheidole, Pachycondyla, Solenopsis e
Zacryptoceru. Entre os gêneros de formigas encontrados na analises
estão os Leptogenys sendo esse o menos ingerido com 0,07 %, já os
Solenopsis são os mais abundantes na dieta com 36,54 %, os
Camponotus são vistos com uma frequência de 26,45 %, e por fim as
cortadeiras (Acromyrmex) representando 4,3 % do total. Tendo em
vista que os tamanduás mirins favorecem pouco com controle das
formigas cortadeiras (FERREIRA et al., 2007).

2.2 Alimentação de tamanduá bandeira

Já o Myrmecophaga tridactyla, tamanduá-bandeira, apresenta


adaptações comportamentais, fisiológicas e anatômicas direcionadas
sobre a alimentação composta por cupins e formigas. Contem língua
longa e portátil, crânio alongado e glândulas salivares bem
desenvolvidas na qual sua secreção auxilia em sua atividade
alimentar. Suas garras posteriores são bem desenvolvidas, são usadas
para a abertura de cupinzeiros e formigueiros, mas também podem
ser usadas para defesa. A espécie decorre desde o norte da Argentina
e sul do Brasil até o sul de Belize, possuindo uma extensa diversidade
nos tipos de habitat de baixa altitude, especialmente em áreas com

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altas concentrações de cupinzeiros e formigueiros (MEDRI; MOURÃO;


HARADA, 2003).
O vasto preenchimento de humanos nos mais variados habitats
implicam nas possíveis mudanças da comunidade de formigas e
térmitas, os atropelamentos de animais silvestres, incêndios
florestais e a caça predatória são razões que colabora com a queda
da das populações dos tamanduás-bandeira e por seu
desaparecimento em algumas regiões de distribuição original. Sendo
considerada como uma espécie vulnerável pela IUCN, e consiste na
Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Embora
que esta espécie possui relevância nos termos de conservação existem
pouquíssimos estudos realizados sobre sua alimentação (MEDRI;
MOURÃO; HARADA, 2003).

2.3 Alimentação em cativeiro

Atualmente o alimento fornecido para os tamanduás bandeira,


mirim e cativos, consiste em uma formulação pastosa, que contem
ovos, carne, leite de baixa lactose, ração para gatos triturada,
complexos vitamínicos, e couve, podendo sofrer alterações em sua
formulação de acordo com o local de preparação. Considerando que
há poucos relatos em relação ao manejo nutricional do tamanduá-
mirim (Tamandua tetradactyla) e do tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla), levando em conta que os tamanduás-
mirim possuem situação vulnerável em determinados locais e os
tamanduás-bandeira atualmente estão em situações vulneráveis na
natureza, tornando-se necessário a conservação dessas espécies em
cativeiro par que sejam preservadas, planejando a realização de
uma sondagem bibliográfica sobre o manejo de tamanduás mantidos
em cativeiro e a sua biologia (FRANCISCO; TEIXEIRA, 2018).

2.4 Deficiência de Taurina

A taurina pode ser encontrada em grande quantidade na musculatura


estriada, em especial no miocárdio. O déficit na dieta deste aminoácido
tem sido relatado em algumas espécies, como o lobo-guará (Chrysocyon
brachyurus), cães (Canis familiares), tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla), urso polar (Ursus maritimus), e nos gatos

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domésticos (Felis catus) a sua ausência é mais comum. A falta de taurina


pode levar a degeneração da retina, anormalidades de desenvolvimento
e reprodutivas, e cardiomiopatia dilatada, além de distúrbios
neurológicos, aumento da agregação plaquetária e leucopenia. podendo
indicar os tamanduás não sejam necessariamente deficientes na sua
produção, contudo a ausência de precursores de taurina na dieta pode
levar a uma deficiência de produção (LUPPI et al., 2008).
Tem sido observado que entre os tamanduás que possuem uma dieta
com baixos teores em taurina apresentam cardiomiopatia dilatada.
Dentre os sinais clínicos é possível observar anorexia parcial, letargia,
perda de peso, dispneia, ascite, edema pulmonar e em exames
radiográficos apresentam um aumento da silhueta cardíaca, podendo
progredir para atrofia do miocárdio, refluxo de válvulas cardíacas com
consequência hidronefrose e anasarca. Nestas situações a porcentagem
de taurina se encontra com seus níveis abaixo do normal, referindo-se
a 18 nmols/mL no plasma e 75 nmols/mL em sangue total (valores
então em baixa quando se comparado a um animal saudável, sendo de
33 e 280nmols/mL,). Num estudo foi avaliado oito animais de diferentes
instituições, sendo eles considerados clinicamente saudáveis quanto a
níveis de taurino circulante e a cardiomiopatias em exames. Sete destes
animais apresentaram-se positivos em relação a cardiomiopatias. Foi
concluído que com níveis de taurina a baixo de 300-600 nmol/mL em
sangue total e 60-120 nmol/ mL está associado com esta enfermidade,
dessa forma os animais com tal deficiência é indicado a sua
suplementação (LUPPI et al., 2008).
Na imagem a seguir observa-se um filhote de tamanduá-bandeira
se alimentando.

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente trabalho foi possível concluir que apesar de


diferentes, as espécies de tamanduás possuem uma dieta
parcialmente parecida seja alimentação de animais cativos ou de
natureza. E os indivíduos da espécie Tamandua tetradactyla,
conhecidos popularmente como tamanduá-mirim ou tamanduá-de-
colete, são também susceptíveis à deficiência de taurina, e que é
possível a reversão de casos agudos a partir da suplementação oral
do aminoácido.

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Figura 3 – Filhote de tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla) alimentando-se


em cupinzeiro.
Fonte:https://www.patrocinioonline.com.br/noticia/filhote-de-tamandua-bandeira-
orfao-aprende-a-se-alimentar-sozinho-e-e-solto-5578.hmtl

4- REFERÊNCIAS

EVENTO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA FLORESTAS, 6., 2007,


Colombo. Anais. Colombo: Embrapa Florestas, 2007.

FERREIRA, A. C. et al. Composição da dieta de tamanduá mirim


(Tamandua tetradactila). In: Embrapa Florestas-Resumo em anais
de congresso (ALICE). In:

FRANCISCO, A. R.; TEIXEIRA, P. S. D. S. BIOLOGIA E MANEJO


NUTRICIONAL DE TAMANDUÁS DAS ESPÉCIES Myrmecophaga tridactyla
E Tamandua tetradactyl a MANTIDOS EM CATIVEIRO: REVISÃO. Revista
de Ciência Veterinária e Saúde Pública, v. 5, n. 1, p. 085-096, 2018.

GÓMEZ, V. E. S. et al. HÁBITOS, DISTRIBUIÇÃO E. Formigas


(Hymenoptera: Formicidae) na dieta de tamanduás (Mammalia:
Myrmecophagidae) colombianos.

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SOCIEDADE C
ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e
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LUPPI, M. M. et al. Deficiência de Taurina em filhote de Tamanduá-


mirim (Tamandua tetradactyla) alimentado com substitutos de leite
para cães e gatos. Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 4, p. 1004-
1009, 2008.

Universidade Federal de Viçosa, 2012.

MEDRI, I. M.; MOURÃO, G.; HARADA, A. Y. Dieta de tamanduá-bandeira


(Myrmecophaga tridactyla) no Pantanal da Nhecolândia,
Brasil. Edentata, v. 5, p. 29-34, 2003.

MENEZES, L. T. et al. Morfologia do tubo digestório do tamanduá


bandeira Myrmecophaga tridactyla (Pilosa: Myrmecophagidae). p.
79. 2013.

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IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL PARA ANIMAIS DE CATIVEIRO –
REVISÃO DE LITERATURA

OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de1


DIAS, Maria Vitória Batista ²
MARIOTI, Patricia Garcia²
MELO, Augusto Gabriel Claro de³
1
– Graduada do Curso de Biologia da FiO faculdades integradas de
Ourinhos - hellen.brunhani@gmail.com
2-Discente do Curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça -
patyyygarcia@hotmail.com - mariavitoriadias770@gmail.com
3-Docente do Curso de Engenharia Florestal da FAEF

RESUMO

A significância do enriquecimento ambiental foi reconhecida


primeiramente por Yerkes (1925) e depois por Hediger (1950; 1969), os
quais identificaram a importância do ambiente físico e social de animais
cativos como seu impacto no bem-estar dos animais. No contexto de
animais cativos, o cativeiro impõe aos animais selvagens um ambiente
diferente daquele no qual a espécie evoluiu. O cativeiro é tipicamente
caracterizado por alta densidade populacional, espaço limitado, baixa
pressão predatória, fácil acesso à comida e barreiras físicas prevenindo
a dispersão e a imigração. As condições ambientais às quais animais
cativos são submetidos podem afetar o bem-estar dos mesmos.
PALAVRAS-CHAVES: Cativeiro, bem-estar, enriquecimento
ambiental, estresse.

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ABSTRACT

The significance of environmental enrichment was recognized


first by Yerkes (1925) and then by Hediger (1950; 1969), who
identified the importance of the physical and social environment
of captive animals as their impact on animal welfare. In the context
of captive animals, captivity imposes on wild animals a different
environment from that in which the species evolved. Captivity is
typically characterized by high population density, limited space,
low predatory pressure, easy access to food and physical barriers
preventing dispersion and immigration. The environmental
conditions to which captive animals are subjected can affect their
well-being.
KEYWORDS: Captivity, well-being, environmental enrichment,
stress.

1- INTRODUÇÃO

O interesse pela área de bem-estar vem apresentando um


acentuado crescimento nos últimos anos, onde cientistas e
instituições se dedicam em busca da melhoria da qualidade de
vida animal. A preocupação em torno dos efeitos entre a interação
do meio ambiente e os organismos, há décadas, prende a atenção
de pesquisadores do mundo inteiro. A questão de como definir e
quantificar o bem-estar animal ainda está em constante debate.
O meio interno de um organismo devesse permanecer constante,
apesar das mudanças externas. Esse conceito foi o grande marco
no s e s tu do s do es t re s s e . Est res s e é u m a res po s ta
biocomportamental do organismo a qualquer desafio (estressor)
que perturbe a homeostase, a ponto de comprometer a regulação
das respostas, sendo inerente a todos os animais (PIZZUTTO; SGAI;
GUIMARÃES, 2009).
A significância do enriquecimento ambiental foi reconhecida
primeiramente por Yerkes (1925) e depois por Hediger (1950; 1969),
os quais identificaram a importância do ambiente físico e social de
animais cativos bem como seu impacto no bem-estar dos animais.

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Para Yerkes, se o animal cativo não puder ter a oportunidade de


trabalhar para sobreviver, ele deve ao menos ter a chance de exercitar
diferentes reações diante das invenções e dos aparatos colocados
em seu ambiente. Enriquecimento ambiental é sinônimo de aumento
de complexidade, que acarreta no desenvolvimento da flexibilidade
comportamental em resposta a ambientes dinâmicos, possibilitando
uma melhoria da funcionalidade biológica dos animais (PIZZUTTO;
SGAI; GUIMARÃES, 2009).
As limitações para acessar o bem esta são largamente
reconhecidas. Ivestigações científicas mostram que muitas vezes o
senso comum sobre o que os animais querem ou precisam para se
sentirem bem está errado. Além disso, não há um consenso na
maneira de se estudar e entender o bem estar animal. Os
pesquisadores discordam quanto ao que se deve chamar de
sofrimento, quanto, quando e onde ele é aceitável, e como podemos
medi-lo. Assim, pesquisas sobre bem estar ainda se fazem necessárias
(FURTADO, 2006).
No que se refere aos mamíferos e às aves, as pressões cotidianas
enfrentadas pelos indivíduos são tão diferenciadas, que seria
impossível, por mecanismos de seleção natural, o pré-
estabelecimento de um repertório comportamental adaptativo e
completo, capaz de garantir a sobrevivência e a reprodução (NUNES;
GUERRA; BUSSAB, 2003).
No contexto de animais cativos, o cativeiro impõe aos animais
selvagens um ambiente diferente daquele no qual a espécie evoluiu.
O cativeiro é tipicamente caracterizado por alta densidade
populacional, espaço limitado, baixa pressão predatória, fácil acesso
à comida e barreiras físicas prevenindo a dispersão e a imigração.
Desta forma, as condições ambientais às quais animais cativos são
submetidos podem afetar o bem-estar dos mesmos (BORGES; BYK;
DEL-CLARO, 2011).
Nas figuras a seguir são observadas práticas de enriquecimento.
O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão sobre a
importância do enriquecimento ambiental para animais de
cativeiro.

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Figura 1 – Enriquecimento ambiental com as espécies de aves Ramphastos toco e


Cariama cristata.
Fonte: http://sustentahabilidade.com/enriquecimento-ambiental-para-animais-
silvestres/

Figura 2 – Enriquecimento ambiental de Suricata suricatta.


Fonte: http://sustentahabilidade.com/enriquecimento-ambiental-para-animais-
silvestres/

2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Bem estar animal

O bem-estar animal refere-se a uma boa ou satisfatória qualidade


de vida, que inclui parâmetros predeterminados como: sentimentos,

76 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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como saúde e prazer. Ou seja, trata-se de um estado do ser em


certo momento e da forma com a qual ele se adapta ao ambiente.
Desta maneira é possível medir o grau de bem-estar como adequado
ou pobre. Toda espécie animal apresenta um comportamento normal
padrão (PEIREIRA; ALMEIDA; SOARES, 2009).
A presença de comportamentos anormais pode ser considerada
um indicador de que o bem estar desses seres vivos não está sendo
alcançando. Sabe-se que o cativeiro é um fator limitante, e leva
muitos animais a terem um comportamento diferenciado, até
neurótico, sendo considerado um comportamento anormal, já que
os locais onde permanecem confinados não proporcionam a eles as
mesmas condições que seu habitat natural, interferindo no seu bem-
estar (PEIREIRA; ALMEIDA; SOARES, 2009).

2.2 Enriquecimento ambiental

O enriquecimento ambiental consiste em uma série de medidas


que modificam o ambiente físico ou social, melhorando a qualidade
de vida dos animais cativos, proporcionando condições para o
desempenho de suas necessidades etológicas, bem como permitirem
a mensuração do bem-estar, considerando os efeitos do ambiente
no crescimento e no desenvolvimento. Enriquecimento ambiental
atua diretamente na redução de condição emocional negativa. A
aproximação do enriquecimento ambiental com o estado emocional
do animal ainda é difícil de ser medida, pois não é possível obter
evidências concretas de que mudanças ambientais tenham
proporcionado a substituição do estado emocional negativo pelo
positivo (PIZZUTTO; SGAI; GUIMARÃES, 2009).
Alguns avanços vêm sendo feitos na criação de estruturas teóricas
e práticas para o entendimento e a avaliação de bem-estar animal
Embora ainda não haja consenso sobre o modo de avaliar um
programa de enriquecimento ambiental, alguns critérios, como a
redução de comportamentos considerados anormais e o aparecimento
de desempenhos típicos da, têm se mostrado como indicadores da
eficácia das técnicas utilizadas. No entanto, é imprescindível escolher
cuidadosamente o enriquecimento ambiental a ser utilizado e
adequar a complexidade do ambiente às características

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comportamentais e à capacidade de cada espécie em interagir com


o item de enriquecimento introduzido. Ambientes que lembram o
habitat natural, com características naturalísticas, mostram uma
maior facilidade de expressão de comportamentos típicos da espécie
e um aumento da reprodução (PIZZUTTO; SGAI; GUIMARÃES, 2009).
A interação entre fatores genéticos, nutricionais e principalmente
ambientais é fundamental na vida de animais cativos. Fatores
ambientais representados pela temperatura, pela umidade e pela
ventilação também influenciam no bem-estar e, consequentemente,
a saúde, a reprodução animal (SILOTO et al., 2009).
Alguns exemplos de medidas na direção do enriquecimento
ambiental são: a colocação de objetos como “brinquedos” para
quebrar a monotonia do ambiente físico, o fornecimento de poleiros
ou materiais como a palha para servir de objeto de manipulação ou
como cama e também o aumento da área utilizada pelo animal
(CAMPOS et al., 2010).

2.3 Estresse

Sabe-se que, atualmente, no meio científico, o conceito de


estresse não encontra consenso entre pesquisadores, justamente por
ser um mecanismo de adaptação. No entanto, alguns pesquisadores
o definem como sendo um mecanismo de defesa do organismo para
os desafios cotidianos ou extraordinários envolvendo primariamente
vias neuroendócrinas que sustentam o comportamento adaptativo.
Para os vertebrados, normalmente, os habitats não são estáticos, e
os animais têm que se adaptar a situações previsíveis por meio de
modificações fisiológicas e comportamentais. Os componentes não
previsíveis promovem o chamado “estágio de emergência”, que
resulta em mudanças nos parâmetros endócrinos e metabólicos de
um organismo. Um grande número de hormônios (ACTH,
glicocorticoides, catecolaminas, prolactina, etc.) está envolvido nas
respostas ao estresse (PIZZUTTO; SGAI; GUIMARÃES, 2009).
A resposta do corpo ao estresse ambiental (resposta estressora)
permite que o organismo resista a ameaças imediatas à sua
homeostase. Mesmo sendo prejudicial se ativado cronicamente,
poucos indivíduos podem viver muito tempo se seus corpos forem

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incapazes de exibir tal resposta (FURTADO, 2006).


As glândulas adrenais têm um papel-chave nas respostas
hormonais ao estresse, agindo, por exemplo, no eixo hipotalâmico-
pituitário-adrenal, que é altamente sensível a estressores psicológicos
resultantes da percepção de perigo ou ameaça, novidade ou incerteza
do ambiente. Situações adversas desencadeiam respostas das
adrenais, resultando em um aumento da secreção de glicocorticóides
e/ou catecolaminas. Este é o primeiro mecanismo de defesa do
organismo contra as condições estressantes. O mecanismo fisiológico
do estresse por si só não é considerado totalmente indesejável ao
organismo. Os glicocorticóides liberados em resposta a situações
que rotineiramente são consideradas estressantes são desejáveis, e
a normalidade nos níveis depende da concentração e da duração do
aumento. Entre outros, o cortejo sexual, a cópula, a caça e o parto
geralmente estão associados à liberação de glicocorticóides
(PIZZUTTO; SGAI; GUIMARÃES, 2009).
O estresse não pode e nem deve ser evitado, pois permite aos
indivíduos se prepararem para situações em que possa haver a
necessidade de enorme gasto energético e recuperação. Por isso, o
estresse tem um significado altamente adaptativo para a
sobrevivência dos indivíduos. A sensação desagradável que
acompanha certas situações de estresse, ou o efeito dessas, é um
sinal de alerta conspícuo de que danos poderão acontecer ou estão
ocorrendo, permitindo que os sistemas se preparem para período de
intenso desafio físico ou psíquico (PIZZUTTO; SGAI; GUIMARÃES,
2009).

2.4 Recintos

Para minimizar os efeitos do cativeiro sobre os animais, muitos


zoológicos vêm aplicando procedimentos de enriquecimento
ambiental, cujo objetivo é tornar o recinto mais complexo e
interativo, promovendo desafios e novidades que simulam situações
que ocorreriam na natureza, oferecendo, desta forma, oportunidade
de escolha e de controle do ambiente. Estes procedimentos envolvem
a colocação de objetos (troncos, rochas, folhas, cordas, plataformas,
escadas, entre outros), plantio de vegetação, oferta diferenciada
da alimentação (escondida, pendurada, congelada, cortada ou

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inteira, itens novos, horários diferentes) e estimulação dos sentidos


(audição: sons; olfato: cheiros de animais ou essências; visão e tato:
brinquedos; gustação: alimentação) (ALMEIDA; MARGARIDO; FILHO,
2008).
Através da aplicação do enriquecimento ambiental, um recinto
pode tornar-se mais estimulante, auxiliando no processo contrário à
apatia de cativeiro. O segredo de um bom recinto está na sua
complexidade, porém, qualquer modificação realizada deve ser
precedida do conhecimento da biologia da espécie, e a relação desta
com seu habitat (ALMEIDA; MARGARIDO; FILHO, 2008).
Na figura a seguir observa-se uma prática de enriquecimento em
recinto de arara.

Figura 3 – Recinto de araras com diversos enriquecimentos ambientais.


Fonte:https://www.clickfozdoiguacu.com.br/parque-das-aves-oferece-programacao-
especial-nas-ferias-de-verao/

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Medidas indiretas, como a saúde física, medidas de estresse e a


exibição de padrões comportamentais típicos têm sido utilizadas

80 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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como referência. Ambientes enriquecidos e dinâmicos acarretam um


aumento da excitação, que, por sua vez, pode trazer benefícios
funcionais e psíquicos para o animal. Esses ambientes são capazes
de influenciar respostas sócios-sexuais envolvidas na reprodução.
Essa adaptação do animal, modulada pela complexidade do ambiente,
acarreta comportamentos típicos e alterações endócrino-funcionais
satisfatórias que possibilitam um melhor desempenho reprodutivo e
de qualidade de vida. Finalmente, a introdução de técnicas de
enriquecimento ambiental para animais cativos apresenta efeitos
positivos sobre o bem-estar, facilitando a adaptação ao cativeiro.

4- REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A. M. R. D.; MARGARIDO, T. C. C.; FILHO, E. L. D. A. M.


Influência do enriquecimento ambiental no comportamento de
primat as do gênero At eles em cat iveiro. Arquivos de Ciências
Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, 11(2). 2008.

BORGES, M. P.; BYK, J.; DEL-CLARO, K. Influência de técnicas de


enriquecimento ambiental no aumento do bem-estar de Callithrix
penicillata (E. Geoffroy, 1812) (Primates: Callitrichidae).
Biotemas, 24(1), 83-94. 2011.

CAMPOS, J. A. et al. Enriquecimento ambiental para leitões na fase


de creche advindos de desmame aos 21 e 28 dias. Revista Brasileira
de Ciências Agrárias, 5(2), 272-278. 2010.

FURTADO, O. D. M. Uso de ferramentas como enriquecimento


ambiental para Macacos-prego (Cebus apella) cativos (Doctoral
dissertation, Universidade de São Paulo). p. 92. 2006.

NUNES, C. R. D. O.; GUERRA, R. F.; BUSSAB, V. S. R. Enriquecimento


ambiental, privação social e manipulação neonatal. Revista de
Ciências Humanas, (34), 365-394. 2003.

PEREIRA, L. B., ALMEIDA, A. R. V.; SOARES, A. F. Enriquecimento


ambiental para animais que vivem em cativeiro. Anais da IX Jornada
de Ensino, Pesquisa e Extensão. Recife: UFRPE. 2009.

PIZZUTTO, C. S.; SGAI, M. G. F. G.; GUIMARÃES, M. A. B. V. O

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 81


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II Simpósio Internacional da FAEF

enriquecimento ambiental como ferramenta para melhorar a


reprodução e o bem-estar de animais cativos. Revista Brasileira de
Reprodução Animal, 33(3), 129-138. 2009.

SILOTO, E. V. et al. Temperatura e enriquecimento ambiental sobre


o bem-estar de coelhos em crescimento. Ciência Rural, 39(2), 528-
533. 2009.

82 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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PIOMETRA EM GRANDES FELINOS – REVISÃO DE


LITERATURA

OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de1


DIAS, Maria Vitória Batista ²
MARIOTI, Patricia Garcia²
MELO, Augusto Gabriel Claro de³
1
– Graduada do Curso de Biologia da FiO faculdades integradas de
Ourinhos - hellen.brunhani@gmail.com
2-Discente do Curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça -
patyyygarcia@hotmail.com - mariavitoriadias770@gmail.com
3-Docente do Curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça

RESUMO

O ato de manter estes animais em cativeiro é geralmente


relatada, apesar de que estudos que estão voltados às condições
destes no ambiente cativo ainda sejam recentes. Sabe-se que este
tipo de ambiente afeta diretamente na sanidade do animal, estando
relacionado diretamente aos cuidados de sua integridade física e
psicológica. O predomínio da Hiperplasia Endometrial Cística se
estende em fêmeas felinas sexualmente intactas, e na maior parte
dos casos a piometra ou a endometrite em fêmeas felinas está ligada
com a retenção de corpo lúteo.
PALAVRAS-CHAVES: Onça, piometra, cativeiro, felinos.

ABSTRACT

The act of keeping these animals in captivity is generally


reported, although studies that focus on their conditions in the

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captive environment are still recent. It is known that this type of


environment directly affects the animal’s health, being directly
related to the care of its physical and psychological integrity. The
predominance of Cystic Endometrial Hyperplasia extends in sexually
intact feline females, and in most cases pyometra or endometritis
in feline females is linked to the retention of the corpus luteum.
KEYWORDS: Jaguar, pyometra, captivity, felines.

1- INTRODUÇÃO

Os felinos são pertencentes a ordem dos carnívoros, e


compreendem duas subfamílias: Felinae e Pantherinae. O leão
(Panthera leo), O tigre (Panthera tigris), a o leopardo (Panthera
pardus), o guepardo (Acinonyx jubatus), a onça pintada (Panthera
onca), a onça-parda ou suçuarana (Puma concolor), o gato selvagem
(Felis chaus), o gato de pesca (Prionailurus viverrinus) e a jaguatirica
(Leopardus pardalis) são pertencentes a esta família. Muitos são
habitantes de florestas ou vivem em áreas de preservação, porem
alguns encontram-se mantidos em cativeiros, igualmente conhecidos
como parques zoológicos, espalhados por diversas regiões do mundo
(PIMENTA et al., 2013).
Todos os grandes felídeos estão inclusas no apêndices da CITES
(Convention on International Trade in Endangered Species of Wild
Fauna and Flora: Convenção sobre o Comércio Internacional de
Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagem) e encontram-se
susceptíveis à extinção (PIMENTA et al., 2013).
O ato de manter estes animais em cativeiro é geralmente
relatada, apesar de que estudos que estão voltados às condições
destes no ambiente cativo ainda sejam recentes. Sabe-se que este
tipo de ambiente afeta diretamente na sanidade do animal, estando
relacionado diretamente aos cuidados de sua integridade física e
psicológica, no qual se constata a relevância do fator estresse
(SANCHIOLI, 2015).
O Complexo Hiperplasia Endometrial Cística – Piômetra
corresponde a uma desordem uterina sendo mediada pela
progesterona. Ao longo do ciclo estral na fase luteal, a resposta
leucocitária que ocorre no útero é suprimida pela progesterona,

84 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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agindo em conjunto com a diminuição da contratilidade miometral,


e estimulação do desenvolvimento e atividade secretória das
glândulas endometriais, predispondo o útero a um meio de infeção
bacteriana secundaria (TONIOLLO et al., 2000).
Acometendo animais de mais idade como os idosos e os de meia
idade, ocasionando mais frequentemente cadelas ao invés de gatas,
devido a fase luteínica da cadela ser extensa, e em gatas acontece
somente quando se tem a indução da ovulação por meio da copula.
Existem informações sobre a piometra felina, no entanto existe uma
carecia sobre relatos de felinos silvestres (TONIOLLO et al., 2000).
A piometra pode ser apresentada como aguda ou ate mesmo
crônica, sendo decorrendo em algumas semanas após o estro, como
uma sequela de endometrite ou metrite, tendo variação sobre a
espécie afetada. Em gatas e cadelas a piometra ocorre logo em
seguida da endometrite, onde se tem envolvimento de corpo lúteo
em desenvolvimento. No útero ocorre a multiplicação das bactérias
induzindo a resposta supurativa, por consequência o útero é
preenchido de pus e se distende. Contudo não se tem o fechamento
do colo do útero por completo em todas as situações, podendo ter
presença de exsudato sendo disperso pela vagina. Seu aspecto é
amarronzado e viscoso sendo decorrente de infecções por E. coli, e
amarelado e cremoso em infecções de Streptococcus sp. (MURER et
al., 2015).
Lesões que se localizam fora do trato genital envolvem as
glomerulopatia por imunocomplexos e hematopoiese extramedular
disseminada. Esta doença acomete com mais frequência cadelas que
não são castradas, sendo capaz de ser observado em gatas domesticas
e selvagens, mesmo que os estudos correspondestes a piometra de
grandes felídeos sejam pouco. é conhecido que no Brasil exitem
grandes felídeos em cativeiro, como, onças-pintadas (Panthera onca),
tigres (Panthera tigris) e leoas (Panthera leo), sendo capaz de
desenvolver esta patologia, onde as leoas possuem maior
predisposição de desenvolver a piometra do que as outras espécies
(MURER et al., 2015).
O predomínio da Hiperplasia Endometrial Cística se estende em
fêmeas felinas sexualmente intactas, e na maior parte dos casos a
piometra ou a endometrite em gatas está ligada com a retenção de
corpo lúteo (TONIOLLO et al., 2000).

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Na imagem a seguir observam-se os topos de piometra.

Figura 1 – Tipos de piometra (aberta e fechada).


Fonte: http://vetclinjacutinga.com.br/2019/02/21/piometra-felina/

O objetivo dessa revisão foi estudar e informar sobre a aparição


e tratamento da Hiperplasia Endometrial Cística ou Piometra em
grandes felinos, dando ênfase em como ela pode se desenvolver e o
tratamento de melhor eleição sendo a histerectomia a menos que o
animal seja cotado para reprodução.

2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Fisiopatogenia da piometra

A piometra é definida pelo acumulo de secreção purulenta


no interior do útero. Sendo que esta ação é precipitada pela

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ação hormonal do estrógeno e da progesterona, e o acumulo de


bactérias no seu interior. A abertura da cérvix é promovida pelo
estrógeno e juntamente o aumento de receptores de
progesterona, e as funções cita das anteriormente.
Posteriormente a ovulação, o corpo lúteo inicia a secreção de
progesterona. Tendo como execução diversas ações fisiológicas,
com por exemplo, o propósito de contribuir com a sobrevivência
dos embriões e o sucesso de uma gravidez até seu termino, sendo
o hormônio responsável pela multiplicação das glândulas
endometriais, circunstancia essa conhecida como hiperplasia
endometrial (BASTOS, 2019).
O surgimento a piometra se tem como resultado de vários fatores
et iológicos, por exemplo, em relação à quant idade dos ciclos est rais
e as alterações ovarianas que se fazem presentes, idade do animal,
a capacidade de multiplicação das infecções causadas por bactérias
e sua capacidade individual de combater infecções. O diagnóstico
da piomet ra em cadela são realizados exames de ult rassom,
permit indo a visualização do t amanho do út ero, se é apresentado
de forma aumentada e com presença de fluidos hipoecoico em seu
interior.
Geralment e a bactéria que prevalece no exame bacteriológico é
a E. coli, sendo uma bactéria gram-negativa presente em 70% dos
cultivos e secreção uterina em piometra, possuindo atração pelas
células endometriais que estão sendo influencias pela progesterona,
e no instante de sua destruição ela faz a liberação de endotoxinas,
que possuem responsabilidade sobre os sinais clínicos sistêmicos
apresentado pelo paciente. Sendo assim a E. coli é p principal
patógeno responsável causador de piometra em cadelas (MURER et
al., 2015).
Caso não seja diagnosticada e tratada previamente, a
enfermidade pode ter evolução para a septicemia. Sendo que a
septicemia é definida como uma síndrome da resposta inflamatória
sistêmica sendo relacionada às infecções na corrente sanguínea
(KALENSKI et al., 2012).
Na figura a seguir observam-se úteros com e sem
piometra.

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Figura 2 – Útero normal e útero com piometra.


Fonte: http://medfel.blogspot.com/2015/07/piometria-em-gatas.html.

2.2 Sinais Clínicos.

Os sintomas gerais que o animal apresenta incluem anorexia,


a p a ti a , dep res sã o , o ab dô m en po de es t ar di s ten di d o ,
desidratação, diarreia, vômito, polidipsia, poliúria, por vez a
anúria; sendo que raramente há hipertermia (moderada). Já os
sintomas locais são relacionados ao tipo de piometra, tendo como
a cérvix aberta ou cérvix fechada, quando se ela se encontra
aberta é possível observar corrimento vaginal abundante e vulva
edemaciada. Portanto a piometra pode levar a complicações
secundarias como a complicações digestivas, cardíacas e renais,
sendo que a síndrome urêmica é a maior causa de óbitos (TONIOLLO
et al., 2000).
O tempo prolongado entre a percepção dos primeiros sinais
apresentados, e pela busca do diagnóstico é um outro fator adverso.
O aumento da probabilidade do potencial maligno da infecção pode
se dar pela espera do diagnostico, correlacionado com um prognostico
desfavorável. Em grandes felídeos, o diagnostico de patologias
geralmente ocorre em situações mais avançadas, ou ainda em casos
mais isolados, dado como os “achados de necropsia” (PIMENTA et
al., 2013).

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2.2 Diagnósticos

Para o diagnóstico se tem como base o histórico clinico do animal,


os sintomas apresentados e pelos exames complementares. Os
exames de imagem como a radiologia revelam o aumento do útero e
o deslocamento de órgãos; já a ultrassonografia revela um conteúdo
fluido e anecogênico. Já os exames como o hemograma e bioquímicos
apresentam alterações como uma anemia que por sua vez pode estar
mascarada pela desidratação; a leucocitose com neutrofilia; aumento
na taxa de creatinina, proteínas totais (globulina) e uréia; e
diminuição do nível de albumina. E na urinálise as alterações podem
ser apresentadas como proteinúria e presença de cilindros (TONIOLLO
et al., 2000).

2.3 Tratamento

O objetivo do tratamento clínico se da pela drenagem do


conteúdo uterino, com o intuito de eliminar a infecção uterina, e
restaurar a capacidade reprodutiva do paciente. A utilização de
derivados de ergometrina e estrogênios, como a ocitocina, possui
sucesso limitante. Sendo que o melhor resultado tem sido alcançado
pela prostaglandina F2a, pela promoção da luteolise, contrações
uterinas e pela evacuação uterina, no entanto podem provocar efeitos
colaterais, como por exemplo, diarreias, vômito e até tremores. O
tratamento deve ser acompanhado pela a antibioticoterapia de amplo
espectro, e não é sempre que se pode obter bons resultados, podendo
assim ser seguidos de recidivas. Sendo indicado a sua utilização
somente em fêmeas jovens, reprodutoras, que apresentam a
piometra única e exclusivamente aberta e que o seu estado geral
não esteja afetado (TONIOLLO et al., 2000).
A modalidade realizada pela a utilização de medicamentos de
via oral é limitada pela dificuldade de contação dos indivíduos, assim
como a utilização de outras vias de administração e o emprego de
protocolos completos de antibióticoterapia (PIMENTA et al., 2013).
O tratamento com maior eficiência é o cirúrgico, realizado pela
utilização da ovarioisterectomia, logo que a condição geral do animal
é melhorada, porem existe uma complicação maior decorrente no

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pós-cirúrgico estando relacionado a toxemia e septicemia. Aconselha-


se um acompanhamento da função renal e a aplicação de uma
antibioticoterapia com amplo espectro, por no mínimo sete dias
durante o período pós-operatório (TONIOLLO et al., 2000).
A utilização do tratamento cirúrgico tem o mais adotado, no
entanto o pós-operatório dos grandes felídeos é um dos pontos
desfavoráveis para os que são mantidos em cativeiro. Tendo como
complicações na dificuldade de cicatrização do ferimento cirúrgico,
infecções na área de sutura, abscessos, automutilação e que no fim
pode levar o paciente à septicemia e por fim o óbito (PIMENTA et
al., 2013).

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A anamnese feita cuidadosamente na paciente quando possivel,


se faz necessária para tornar o diagnóstico mais rápido e confiável
já que a doença de 7 a 14 dias se apresenta de forma grave. O uso
de progesterona exógena pode disseminar na doença em várias épocas
da vida do animal, mostrando assim que o uso de contraceptivos em
animais é de extrema periculosidade já que a doença pode se tornar
letal. Os antibióticos seguindo a prescrição do médico veterinário,
junto com o procedimento cirúrgico de ováriohisterectomia, são os
constituintes para a cura da doença.
O principal causador da enfermidade é a bactéria Escheria coli,
que no ambiente pode não ser perigoso, mas agindo no sistema
reprodutor das fêmeas tem alto poder inflamatório.

4- REFERÊNCIAS

BASTOS, S. A. N. Alterações mamárias e reprodutivas em gatas no


Recôncavo da Bahia. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA
BAHIA. CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS.
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grave de fêmeas caninas com piometra submetidas a ovário-
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CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS EM PACIENTES


ONCOLÓGICOS – REVISÃO DE LITERATURA

GUSMÃO, Nicole de Mesquita¹


ROSSETO, Victor José Vieira¹
1
Discente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e
Formação Integral – FAEF; E-mail: joaosouza@faef.br
2
Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e
Formação Integral – FAEF; E-mail:toledo@faef.br

RESUMO

Conforme o avanço da medicina veterinária, houve um aumento


nos cuidados com os animais domésticos, aumentando a expectativa
de vidas e consequentemente um aumento das doenças relacionadas
a senilidade como o câncer. O tratamento cirúrgico de tumores sólidos
é o de eleição, portanto a preocupação com a anestesia do paciente
oncológico e o oferecimento de protocolos mais seguros,
considerando-se a debilidade orgânica dos pacientes e alterações
clínicas normalmente associadas ao processo neoplásico reduzindo
tanto a mortalidade associada a anestesia quanto recidivas tumorais.
Palavras-chave: anestesiologia veterinária, geriatria, metástase,
oncologia.

ABSTRACT

With the advance of veterinary medicine, there was na increase


in care for domestic animals, increasing life expectancy and,

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consequently, an increase in diseases related to senility, such as


câncer. Surgical treatment of solid tumors is preferred, which is why
the concern with the anesthesia of the câncer patient and the offer
of safer protocols, considering the patients organic weakness and
the clinical changes normally associated with the neoplastic process,
reducing both mortality associated with anesthesia and tumor
recurrences.
Keywords: veterinary anesthesiology, geriatrics, metastasis,
oncology.

1. INTRODUÇÃO

Assim como ocorreu na Medicina humana, na Medicina Veterinária


também houve uma explosão de medidas preventivas afim de
aumentar a expectativa de vida dos animais de companhia, como a
prevenção de doenças infecciosas e parasitárias, associada a
melhorias na nutrição dos animais, terapêutica e prática médica,
consequentemente, aumentou-se as chances de desenvolvimento de
doenças relacionadas a senilidade, como o câncer (HORTA et al.,
2013).
As neoplasias acontecem em decorrência do acúmulo gradativo
de mutações no genoma celular levando a uma ruptura irreversível
dos mecanismos homeostáticos que regulam o crescimento,
diferenciação e morte celular, sendo resultado fenotípico de uma
sequência de alterações genéticas e epigenéticas, que podem ter
acontecido durante um longo período. Podendo ser essas alterações,
herdadas ou adquiridas, em consequência de processos endógenos
ou ainda da exposição aos inúmeros fatores ambientais, como
algumas substâncias químicas, radiações ionizantes e vírus
oncogênico (HORTA et al., 2013).
Portanto, é de grande importância que o cirurgião e clínico
oncologista demonstrem sensibilidade e solidariedade para
buscar o melhor tratamento, de acordo com os recursos
disponíveis, priorizando sempre a qualidade de vida do paciente,
que é o principal objetivo no tratamento, acompanhado ao
aumento da sobrevida e intervalo livre de doença. (HORTA et
al., 2013).

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Anestesia em pacientes oncológicos

A anestesia em pacientes oncológicos é desafiadora por se tratar


de pacientes que normalmente possuem algumas comorbidades
associadas à neoplasia e comumente serem submetidos a tratamentos
adjuvantes, como quimioterapia antes da indicação do tratamento
cirúrgico (MORRIS, 2007).
O anestesista pode ainda se deparar com um paciente com dor
crônica intensa e de difícil controle (MORRIS, 2007), tendo em vista
que, a dor oncológica afeta negativamente a qualidade de vida e as
funções fisiológicas do paciente, o seu alivio é imprescindível,
portanto, o uso de técnicas analgésicas efetivas podem reduzir o
desconforto e o sofrimento associados ao câncer (FAN, 2017).
Em grande parte dos casos oncológicos, o tratamento cirúrgico
será o tratamento de eleição e a anestesia é fundamental para a
realização do tratamento. Atualmente as técnicas anestésicas e o
uso de diferentes agentes são considerados fatores que podem
influenciar nos resultados desses pacientes, tanto na cura quanto na
recidiva tumoral. Portanto vale se atentar aos novos conceitos
referentes aos cuidados anestésicos perioperatórios e a evolução da
população oncológica, para que sejam empregadas melhores técnicas
e protocolos anestésicos, minimizando as chances que recorrência
tumoral (RANGE et al., 2020).
A indicação cirúrgica cuja finalidade é curativa, durante o período
perioperatório é de grande risco para a disseminação das células
tumorais (RANGE et al., 2020), visto que, durante a manipulação
cirúrgica da massa tumoral, células tumorais podem disseminar-se
excedendo a função imunológica do hospedeiro resultando em
metástase (LEE et al., 2015).

2.2 CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS

AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA

A avaliação pré-anestésica é essencial para avaliação do risco


individual do paciente e planejamento anestésico de forma segura.

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Dentre os fatores avaliados, o histórico do animal é importante para


identificação de morbidades anteriores e estabelecer os fatores de
risco, além disso, a resposta farmacológica do paciente diante dos
fármacos administrados anteriormente, incluindo os anestésicos
(PIETRO et al., 2011).
Outros fatores importantes a serem considerados para o
planejamento anestésico é o exame físico do animal, a fim de
identificar possíveis problemas cardíacos como sopros, arritmias, e
sons pulmonares anormais na ausculta pulmonar, visto que essas
disfunções vão interferir no protocolo anestésico mais adequado para
o caso. A idade dos animais é outro fator importante a ser considerado
nos procedimentos anestésicos, tendo em vista que animais idosos
normalmente possuem alterações cardiovasculares e respiratórias
pronunciadas (BERNADISKI et al., 2011)
Quanto mais completa for a avaliação pré-anestésica, melhor
será o planejamento anestésico para o paciente de acordo com sua
individualidade, contudo em algumas situações será necessário a
estabilização do paciente ou realização de mais exames
complementares antes mesmo da anestesia. A classificação ASA
auxilia na avaliação do paciente, sendo classificada de um a cinco,
sendo a classificação um para pacientes e menor risco e a cinco de
maior risco, e essa classificação deve ser escrita e esclarecida ao
proprietário, tanto a classificação de risco do animal como o
protocolo a ser utilizado e descrição de todos os procedimentos que
serão realizados durante o procedimento cirúrgico, sendo necessária
a assinatura do termo de consentimento (BERNADISKI et al., 2011).

CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO E RISCO ANESTÉSICO

A classificação de estado físico e o risco anestésico preconizada


pela Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA, 2014), vem sendo
uma ferramenta importante nesse tipo de avaliação e deve ser
registrada após sua realização. Ela é de grande importância por
estimar riscos e possíveis complicações anestésicas e cirúrgicas, além
de fornecer o prognostico do paciente (LUZ et al., 2012).
Pacientes oncológicos normalmente se enquadram na categoria
ASA III, que são pacientes com doenças sistêmicas mais graves. Estudo

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realizado com 243 cães em avaliação pré-anestésicas, mostra que,


dentre as neoplasias classificadas como ASA III, a maioria corresponde
a tumores mamários (85,71%), seguido dos cutâneos (7,14%),
adenoma de glândula perianal (3,57%) e neoplasia mesenquimal
maligna ocular (3,57%) (RODRIGUES et al., 2018).

COMORBIDADES ASSOCIADAS AO CANCER

Estudos realizados no Brasil demonstram que o câncer é a segunda


maior causa de mortes em animais domésticos e a primeira em
animais idosos (HORTA et al., 2013). Portanto, deve-se levar em
consideração todas as possíveis comorbidades associadas tanto ao
envelhecimento quanto ao câncer nesses pacientes, que normalmente
possuem alterações em suas funções cardíacas, como cardiopatias
principalmente valvulares que acomete até 58% dos cães com mais
de 9 anos, e dentre as arritmias comumente vistas, incluem bloqueio
do ramo, complexos ventriculares prematuros e fibrilação atrial
(BAETGE, 2012).
O sistema respiratório também sofre alterações em sua fisiologia
conforme a idade do paciente, e mecanicamente o paciente tem
diminuição na complacência torácica, tem atrofia dos músculos
intercostais e elasticidade alveolar diminuída, e essas alterações
ocasionam redução da concentração do oxigênio arterial essas
alterações diminuem a reserva funcional respiratória do paciente, e
consequentemente menos tempo para intervenção caso haja
complicações respiratórias (BAETGE, 2012).
O sistema renal e hepático também sofrem, no sistema renal
ocorre alterações estruturais e funcionais importantes, como
diminuição de 50% nos néfrons funcionais, no fluxo sanguíneo
renal e da taxa de filtração glomerular, e consequentemente a
essas alterações o tempo de ação dos medicamentos
metabolizados pelos rins aumentam, como por exemplo a
quetamina em gatos. A função hepática também é prejudicada
já que podem apresentar uma diminuição na massa do fígado de
até 50%, o que resulta em diminuição das enzimas hepáticas
disponíveis diminuindo a taxa de metabolização e excreção de
fármacos (BAETGE, 2012).

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IMPORTANCIA DO CONTROLE DA DOR ONCOLOGICA

A taxa de cura diminui conforme a resposta ao estresse é


prolongada, sendo então importante minimizá-la a fim de melhorar
a saúde geral do paciente com câncer. A dor têm efeitos sistêmicos
negativos sobre a homeostase, interferindo no eixo neuroendócrino,
levando ao aumento da aldosterona, cortisol e catecolaminas
(GAYNOR, 2008).
O aumento dos níveis de aldosterona por sua vez, causa retenção
de sódio e desequilíbrio eletrolítico, ativação do eixo renina
angiotensina levando a retenção de líquidos, aumento da pressão
arterial e redução da perfusão renal, reduzindo a formação de urina
(DUQUE, 2008; PISERA, 2005; FANTONI, 2010; GAYNOR, 2009)
Altos níveis de cortisol levam a hiperglicemia, deprimem o
sistema imunológico e retardam a reparação tecidual, além, dos
níveis aumentados de insulina e glucagon que induzem ao desvio
metabólico, aumentando a gliconeogênese devido ao desequilibro
de ambos e o excesso de catecolaminas circulantes, aumentando o
catabolismo proteico e consequentemente inapetência e caquexia
(DUQUE, 2008; FANTONI, 2010; MASTROCINQUE, 2010; GAYNOR,
2009).
A liberação de catecolaminas estimula o sistema simpático,
aumentando a frequência cardíaca mesmo com o paciente em repouso,
aumentando o trabalho cardíaco e consumo de oxigênio do miocárdio
(GAYNOR, 2009). A estimulação simpática continua pode levar a desvio
do fluxo sanguíneo do trato gastrointestinal, comprometendo a
motilidade e a vascularização da mucosa intestinal, alterando a
microbiota bacteriana, levando a má absorção, tendência à constipação,
distúrbios eletrolíticos e sepse (DUQUE, 2008; PISERA, 2005).

SINDROMES PARANEOPLASICAS

Comumente pessoas direcionam sua atenção apenas ao tumor e


sua localização, entretanto componentes bioquímicos e celulares
liberados pelas neoplasias podem repercutir em locais distantes,
que são as denominadas síndromes paraneoplasicas, que podem ser
identificadas tanto antes quanto depois das neoplasias e podem

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diminuir drasticamente a qualidade de vida do paciente, sendo


importante que elas sejam levadas em consideração antes de
submeter o paciente ao procedimento anestésico/cirúrgico
(OLIVEIRA, 2013).
Essas síndromes incluem diversas manifestações clínicas
associadas a neoplasias benignas ou malignas (BERGMAN, 2013) que
podem ser tão prejudiciais quanto a causa inicial. Essas alterações
ocorrem em regiões distantes do tumor ou de suas metástases e não
estão associadas a invasão e progressão das neoplasias (BRASILEIRO
FILHO et al., 2009; BERGMAN, 2013).
Dentre as principais manifestações clínicas associadas a SPN, as
mais comuns estão associadas ao sistema gastrointestinal.
Comumente, pacientes oncológicos apresentam-se caquéticos, a
caquexia é caracterizada por fraqueza generalizada, anemia e
emagrecimento intenso, que são consequências importantes da
neoplasia (BRASILEIRO FILHO et al., 2009; BERGMAN, 2013).

PRINCIPAIS AGENTES ANESTÉSICOS E SEUS EFEITOS DIANTE DO


PACIENTE ONCOLOGICO

Os agentes anestésicos e drogas a serem administradas em


pacientes oncológicos devem ser levadas em consideração, visto que,
alguns estudos tanto in vitro quanto in vivo sugerem que,
determinados agentes anestésicos são capazes de influenciar na
sobrevivência das células tumorais através de interferências na
sinalização intracelular para apoptose dessas células, formação de
citoesqueleto, modulação da resposta neuroendócrina diante do
trauma, entre outros mecanismos. Embora existam resultados na
literatura que mostrem o contrário, alguns estudos clínicos já vêm
sendo desenvolvidos a fim de confirmar essas hipóteses (RANGEL et
al., 2020).
O propofol é um agente hipnótico bastante usado tanto na indução
quanto na manutenção anestésica. Ele tem ação anti-inflamatória e
antioxidante, exercendo um papel protetor contra a imunossupressão
perioperatória (RANGEL et al., 2020).
Os anestésicos inalatórios comprometem muitas funções imunes,
incluindo os neutrófilos, macrófagos, células dendríticas (células

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apresentadoras de antígeno), células T e células natural killer. Além


de regularem positivamente o fator indutor de hipóxia e possuir
propriedades antiapoptóticas que podem acarretar a proliferação
de células tumorais (RANGEL et al., 2020).

3. CONCLUSÃO

Portanto, faz-se necessário levar em consideração todas as


alterações orgânicas que o paciente possa apresentar, oferecendo o
melhor protocolo anestésico de acordo com sua necessidade
individual, oferecendo um bom controle analgésico, visto que a dor
está intimamente relacionada ao prognostico do paciente, trazendo
conforto e aumento na qualidade e expectativa de vida do paciente,
reduzindo recidivas tumorais.

4. REFERÊNCIAS

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Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA
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102 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e
II Simpósio Internacional da FAEF

INSENSIBILIZAÇÃO DE FRANGO DE CORTE –


REVISÃO DE LITERATURA

NICOLETTI, Jean Carlos1,


CARVALHO, Natália Santos de1,
TROLEZI, Rodrigo2.
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
nataliasantoscarvalho18@gmail.com
2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
rodrigo_trolezi@faefbr.onmicrosoft.com

RESUMO

Há diferentes métodos que promovem a insensibilização dos animais,


métodos que provocam a morte previamente à sangria, promovendo a
inconsciência desde o final da insensibilização à sangria, há também
métodos que provocam parada cardíaca ou fibrilação ventricular, entre
outros. Dessa forma, o objetivo da presente revisão de literatura foi
aprofundar conhecimentos a respeito dos diferentes métodos utilizados
para insensibilização de aves, visando o bem-estar animal.
Palavras chave: abate, bem-estar animal, eletrocussão,
eletronarcose, gás.

ABSTRACT

There are different methods that promote the stunning of


animals, methods that cause death prior to bleeding, promoting

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unconsciousness since the end of the stunning to bleed, there are


also methods that cause cardiac arrest or ventricular fibrillation,
among others. Thus, the objective of the present literature review
was to deepen knowledge about the different methods used for
desensitizing birds, aiming at animal welfare.
Keywords: slaughter, animal welfare, electrocution,
electronarcosis, gas.

1. INTRODUÇÃO

Antes de abordar o assunto insensibilização, deve-se ter em mente


todos os princípios de bem estar animal. Estes princípios visam
garantir que as aves e todos os animais que irão ser abatidos não
sofram durante o processo de abate. Vários comitês de ética vêm
analisando e estudando há vários anos os melhores métodos de
insensibilização a fim de promover um abate livre de sofrimentos
(MAPA et al, 2000).
Dentro dos princípios de bem estar animal estão, as condições
de transporte e manejo, ou seja, os animais devem ser transportados
apenas se estiverem em boas condições físicas, os manejadores
devem compreender o comportamento dos animais, animais
machucados devem ser abatidos de forma humanitária
imediatamente, não é permitido o uso de objetos que possam causar
dor ou injúrias aos animais, o abate deve ser realizado de forma
humanitária com equipamentos adequados a cada tipo de espécie e
equipamentos de emergência para a insensibilização devem estar
disponíveis para o uso em caso de falha do primeiro módulo (CIOCCA
et al., 2010).
La Vega (2019) afirma que os princípios de bem-estar animal
também determinam que os animais sejam abatidos apenas após
um processo de insensibilização, para que este promova um estado
de inconsciência, insensibilidade ou morte previamente à sangria.
Este processo, além de evitar o sofrimento das aves, facilita a captura
do pescoço na sangria, seja ela automática ou manual. É essencial
que a inconsciência e a insensibilidade dos animais sejam atingidas
em um menor tempo possível, visando um efeito positivo sobre o
bem-estar dos animais sem prejudicar a qualidade da carne.

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Existem diferentes métodos que promovem a insensibilização


dos animais, os que provocam a morte previamente à sangria,
promovendo a inconsciência desde o final da insensibilização à
sangria, são chamados de métodos de insensibilização simples. E
existem também os métodos que provocam a parada cardíaca ou
fibrilação ventricular, chamados de stun to kill (LA VEGA, 2019).
Dessa forma, o objetivo da presente revisão de literatura foi
aprofundar conhecimentos a respeito dos diferentes métodos
utilizados para insensibilização de aves.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Eletronarcose

Para Ludtke (2010) o método de insensibilização mais utilizado


no Brasil é o elétrico ou eletronarcose em cubas de imersão, isso
devido ao baixo custo para aquisição desse sistema, principalmente
em comparação à insensibilização por gás, além disso exige pouco
espaço e permite a insensibilização em massa. Esse processo se
resume na pendura das aves, ainda conscientes, pelas pernas, em
ganchos de metal que estão ligados à nória em movimento, as aves
por sua vez são imersas em uma cuba contendo água eletrificada.
Com essa imersão, a corrente elétrica flui da cuba para as aves,
dissipando-se para o gancho, convergendo à perda da consciência
imediata, tornando o animal apto a ser submetido para a próxima
etapa, a sangria.
A duração da inconsciência causada no animal é diretamente
relacionada à quantidade de corrente e frequência aplicada durante
a imersão. Contudo, é essencial que os parâmetros elétricos sejam
programados de forma que ave não retome a consciência antes da
sangria, visto que a eletronarcose promove um efeito temporário de
inconsciência (LUDTKE, 2010).
Ludtke (2010) afirma que os métodos de insensibilização elétrica
podem ter resultados positivos (quando realizados corretamente),
mas também podem ter resultados negativos (se realizados
erroneamente). Ao utilizar parâmetros elétricos adequados, estes
processos minimizam o sofrimento dos animais (já que a passagem
da corrente elétrica no cérebro causa despolarização dos neurônios

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no cérebro, o que impede a passagem de estímulos, tornando as


aves inconscientes e insensíveis à dor) e interferem minimamente
na qualidade de carcaça e da carne. No entanto, quando realizados
erroneamente estes processos podem gerar dor e sofrimento,
aumento da incidência de fraturas, petéquias e carne PSE,
ocasionando perdas significativas à indústria.

2.2 Eletrocussão

O sistema de insensibilização por eletrocussão é um método


irreversível, pois leva à inconsciência da ave e logo em seguida
ocasiona a morte por fibrilação ventricular, o que faz desse processo
um método mais seguro para a insensibilização das aves antes da
sangria. A eletrocussão deve ocasionar uma fibrilação ventricular
e uma arritmia cardíaca grave, que nada mais é do que uma série
de contrações ventriculares rápidas e fracas, produzidas por
múltiplos impulsos elétricos originado de vários pontos do
ventrículo, com isso, o coração não bombeia sangue suficientemente
para carrear oxigênio ao cérebro, convergendo à hipóxia cerebral
e posteriormente morte. Sendo os sinais de morte efetiva por
eletrocussão, a ausência de respiração rítmica, total relaxamento
da carcaça na saída da cuba, asas caídas no momento da sangria,
ausência de movimento coordenado ou reflexo durante a sangria e
midríase (LUDTKE, 2010).

2.3 Gás

A insensibilização a gás (CO2) é uma das inovações mais recentes.


Resumidamente, ela inicia-se assim que as aves são penduradas na
nória, dentro da linha de abate. As aves, então, atravessam um túnel,
contendo gás, que por sua vez, pode apresentar concentrações
variadas. A perda de consciência das aves nesse processo deve ser
gradual, de forma a acompanhar o avanço da linha, desta forma é
evitado que o gás cause sufocamento nas aves e as mesmas se
debatam, trazendo prejuízo à qualidade da carcaça como um todo,
em decorrência de possíveis fraturas, hematomas e hemorragias
(TECNO CARNE, 2019).

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Além de promover índices significativos de melhora no bem-estar


animal, esta técnica tem constatado baixa incidência de defeitos na
carcaça, como lesões de pele, petéquias, fraturas e contusões e
carnes PSE, já que a insensibilização por gás visa à anestesia do
frango, desta forma são eliminadas as intensas contrações
musculares, ou seja, há uma diminuição do estresse pré-abate,
preservando totalmente a qualidade da carcaça, principalmente dos
músculos peitorais, que permanecem livres de sanguinolência, após
a desossa, evitando perdas (TECNO CARNE, 2019).

3. CONCLUSÃO

Conclui-se que todos os métodos de insensibilização pré-abate


descritos no presente trabalho são eficientes e presam pelo bem-
estar animal, tendo como objetivo inibir o sofrimento durante o
processo de abate. Apresentando cada um as suas particularidades,
benefícios e custos, possibilitando ao responsável escolher dentre
as técnicas a mais viável à sua realidade.

4.REFERÊNCIAS

CIOCCA, Jose Rodolfo; DANDIN, Tatiane; VILELA, Juliana Andrade;


BARBALHO, Pat ricia Cruz. Abate humanitário de aves. WSPA-
SOCIEDADE MINUCIPAL DE PROTEÇÃO ANIMAL, Rio de Janeiro, 2010.

LA VEGA, L. T. L. Insensibilização elétrica em cuba de imersão:


abate humanitário de frango de corte. CarneTec, 2019.

LUDTKE, C. B. et al. Abate Humanitário de Aves. WSPA. Rio de


Janiero. 2010.

MAPA.; SDA.; DIPOA. Aprova o Regulamento Técnico de Métodos


de Insensibilização para o Abate Humanitário de Animais de
Açougue. Divisão de Normas Técnicas. Instrução Normativa n. 3, de
17 de janeiro de 2000. Lex: Diário Oficial da União de 24 de janeiro
de 2000, Seção 1, pág. 14-16. Brasília, 2000.

TECNO CARNE. Você sabe como funciona a insensibilização de aves


com o uso de gás? FoodConnection. Disponível em: <https://

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www.foodconnection.com.br/sustentabilidade/voc-sabe-como-
funciona-insensibilizao-de-aves-com-o-uso-de-gs>. Acesso em: 14/
09/2020.

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PROLAPSO DA GLÂNDULA DA TERCEIRA


PÁLPEBRA EM CÃES- REVISÃO DE LITERATURA

GUTIERRES, Vanessa Fernanda¹


MARTINS, Murilo Gonçalves¹
MENCK, Jessica Chagas Domingues²
ROSSETTO, Victor José Vieira²
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
vanessagutierres.13@gmail.com
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
2

Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: jessica.menck@hotmail.com

RESUMO

O prolapso da terceira pálpebra é uma patogenia muito comum


em cães jovens sendo também conhecida como “olho de cereja”, os
cães braquicéfalicos são os mais acometidos podendo ser de origem
congênita, hereditária, alguma alteração na musculatura ou causa
secundaria, não possui predileção por sexo e seu tratamento é
cirúrgico podendo trazer consequências para o animal se a escolha
for pela sua remoção, esse trabalho tem como objetivo explicar as
diferentes técnicas, os sinais clínicos da patologia, seu diagnóstico
e esclarecer um pouco mais sobre esse tema.
Palavras-chaves: olho de cereja, membrana nictitante,
braquicéfalicos.

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ABSTRACT

Prolapse of the third eyelid is a very common pathogenesis in


yo u ng d o g s. It i s a ls o kno w n as the “ ch erry eye ” , t he
brachycephalic dogs are the most affected, being congenital,
hereditary, having some alteration in the musculature or secondary
cause, has no predilection for sex and its treatment is surgical
and can have consequences for the animal if the choice is for its
removal, the work will explain the different techniques, the
clinical signs of the pathology, its diagnosis and clarify a little
more about this subject.
Keywords: cherry eye, nictitating membrane, brachycephalic.

1. INTRODUÇÃO

A terceira pálpebra também chamada de membrana nictitante


é uma prega que se localiza ventromedial na orbita, sendo
responsável pela proteção do globo ocular através da secreção de
lagrimas, os músculos bulbares retraem o globo, a terceira pálpebra
cobre o olho servindo de barreira protetora contra o ressecamento e
auxiliando na retirada de impurezas (RUDNICKI,2016;
LORENSET,2018).
O prolapso da glândula da terceira pálpebra ou “olho de cereja”
como é conhecida popularmente é um dos mais comuns distúrbios
da terceira pálpebra, sua ocorrência se dá pela sua tumefação e
inflamação da mesma, fazendo com que ela vá para a borda livre do
olho, sendo observada frequentemente em cães braquicéfalicos
(MENEZES,2007).
Há diversos procedimentos cirúrgicos para o seu tratamento, a
mais comum é o sepultamento da glândula. Não se trata de uma
enfermidade grave, mas se a técnica não for apropriada ou se optar
pela sua retirada pode levar a sérios problemas (CAPLAN, YU-SPEIGHT,
2015).
Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de
literatura sobre o prolapso de terceira pálpebra em caes, abordando
de modo descritivo, seus principais aspectos, modo de
desenvolvimento, diagnóstico e tratamento.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Revisão de Literatura

A terceira pálpebra é formada por uma fina cartilagem hialina


em forma de “T”, composta por tecido conjuntivo e ventralmente é
envolta pela glândula da terceira pálpebra que é responsável por
produzir de 30% a 40% da fração aquosa do filme lacrimal, esse filme
possui três camadas, a primeira que é lipídica localizada mais
externamente produzida pelas glândulas da pálpebra, as glândulas
lacrimais orbitaria principal e da terceira pálpebra, elas formam a
camada aquosa do filme lacrimal. A camada mais interna é mucosa
onde se produz a mucina que auxilia a porção aquosa a se fixar na
superficial da córnea (RUDNICKI,2016; BAUNGARTEN,2008).
O prolapso está relacionado na maioria dos casos com o
relaxamento do tecido subcutâneo decorrente do edema, que torna
a pálpebra mais fina, flácida e enrugada, denominado como
blefarocalase. Essa afecção pode ocorrer devido a outras causas
como o afrouxamento natural da pálpebra, que com o avanço da
idade vai se tornando mais flácida e das estruturas ligamentares e
musculares, que sustentam a glândula na sua posição anatômica
(RUDNICKI,2016).
É uma patologia que acomete principalmente cães jovens com
menos de 12 meses de vida, sendo mais observada em animais
braquicéfalicos como Buldogues Ingleses, Pequineses, Shih Tzus e
Lhasa Apso, mas outros cães que não são braquicéfalicos também
podem apresentar essa patologia como Cockers Spaniels Americano
e Inglês, Beagles, Boston Terriers, Basset Hounds, Poodles, Rottweiler,
Mastiff Napolitano, Maltês ou em cães sem raça definida
(LORENSET,2018). Em felinos é muito raro, pois o retináculo
periorbitário dessa espécie apresenta fibras musculares lisa que o
fixa na fáscia periorbitária (RUDNICKI,2016).
Os sinais clínicos mais recorrentes são o aparecimento de
estrutura avermelhada no canto medial do olho, irritação, epífora,
secreção purulenta, conjuntivite, hipertrofia glandular com elevação
da proeminência da membrana nictitante. Pode começar como
unilateral e depois evoluir para bilateral (LORENSET,2018).

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Figura 1- Prolapso Bilateral da Glândula da Terceira Pálpebra (MENEZES,2007).

Figura 2- Prolapso da Glândula com Presença de Folículos Linfóides (BRANDÃO,2007).

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Seu diagnóstico é realizado durante a anamnese, histórico do


animal, inspeção do paciente durante a consulta e através da
visualização de uma “massa avermelhada” no canto do olho
(MENEZES,2007). Os diferenciais são as neoplasias, adenite, folículos
linfoides hiperplásicos, elevação da terceira pálpebra, e malformação
da membrana nictitante (CAPLAN, YU-SPEIGHT, 2015).
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, o clínico em casos
mais leves que é feito pelo uso de antibióticos e anti-inflamatórios
para reduzir o tamanho do prolapso, mas não é o mais indicado por
não ser tão efetivo e sim sendo mais como um meio de “controlar”
o seu tamanho, já o cirúrgico pode ser através de técnicas onde se
reposiciona a glândula para seu local de origem com o intuito de
preservá-la (D’OLIVEIRA,2017; LORENSET,2018).
Sua remoção pode ser uma opção de tratamento, se a produção
estiver acima do normal que deve ser feito pelo controle de produção
de lagrimas por meio do teste de Schirmer, mas por se tratar de uma
glândula importante na produção de fluido lacrimal, pode levar o
animal a desenvolver uma ceratoconjuntivite seca e alguns autores
dizem que se ela não for tratada também pode ser uma das causas
para essa complicação (BRANDÃO, 2007).

2.2. Técnicas Cirúrgicas

A técnica de ancoramento fixa a membrana nictitante aos


músculos oblíquos, esclera equatorial, fáscia periorbital ou borda
periorbital, esse método acaba interferindo na mobilidade sendo
mais utilizado em casos de prolapsos mais extensos e crônicos onde
o sucesso pode ser maior (CAPLAN, YU-SPEIGHT, 2015). Dentro dessa
técnica temos a de Blogg que foi a primeira descrita para preservar
a glândula, ela é realizada da seguinte maneira, primeiramente é
feita uma incisão da conjuntiva na face bulbar da terceira pálpebra,
se pinça a conjuntiva ventralmente para rotacionar o globo ocular
dorsalmente e em seguida se faz uma dissecção até o tecido epibulbar
com cuidado, quando se afasta a terceira pálpebra do globo ocular é
possível se fazer uma dissecção mais profunda. Se posiciona a sutura
no ponto mais profundo da episcleral utilizando fio absorvível sendo
levada o mais dorsalmente possível da glândula prolapsada, o seu
correto posicionamento é verificado quando se serra o nó de sutura,

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a glândula é retraída a sua posição anatômica (MENEZES,2007).


Outra técnica é a de Kasman e Martin, onde se realiza uma incisão
paralela á borda da órbita na conjuntiva anterior da terceira pálpebra
para logo em seguida fazer a inserção de um fio de sutura não
absorvível na extensão medial do bolso conjuntival direcionando para
a borda da órbita, se faz uma agulhada nos tecidos periostais para
que fiquem bem seguros e o direciona para fora do bolso, se faz a
ancoragem da glândula na borda da órbita por meio de uma sutura
que englobe toda a estrutura, a conjuntiva pode ser fechada com
pontos simples ou ficar aberta (D’OLIVEIRA,2017).
A técnica de “bolso” nada mais é que a criação de um envelope
ou bolso na mucosa adjacente que a cobre com ou sem escarificarão
da superfície, mas esse método pode danificar os ductos excretores,
se trata de um método mais eficaz em animais jovens ou nos casos
de prolapsos mais leves (CAPLAN, YU-SPEIGHT, 2015).
Há ainda a técnica de Moore que é uma técnica de “bolso” onde
se inicia com a utilização de um afastador para que se possa visualizar
toda a glândula, em seguida com o auxílio de duas pinças se fixa a
terceira pálpebra pra acessar a sua porção bulbar, se remove uma
secção da conjuntiva em formato de elipse com duas incisões acima
e abaixo ao redor da glândula, a porção da conjuntiva remanescente
é separada e são realizadas três sutura de Lembert na região
subconjuntival com fio absorvível, pressionando a glândula para que
assuma sua posição anatômica, é realizada uma fixação externa na
base da terceira pálpebra para mantê-la na posição correta até a
cicatrização (SANTOS,2012).
A última é a técnica de Morgan que é uma modificação da técnica
de Moore, onde é realizada com o cão em decúbito lateral e o olho
deve estar voltado para cima, se faz uma sutura na pálpebra superior
e é ancorada com uma pinça para expor o olho, com o auxílio de
duas suturas a terceira pálpebra é exteriorizada uma sutura é
colocada na conjuntiva ventral a glândula para manipular a mesma,
se realiza duas incisões paralelas a glândula no lado bulbar da
pálpebra criando uma bolsa de tecido, a sutura que estava
sustentando a glândula é removida e ela é empurrada para a cavidade
com uma pinça, logo após as bordas são suturadas com um padrão
simples e contínuo (UKWUEZE,2015).

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3. CONCLUSÃO

O prolapso da terceira pálpebra se trata de uma alteração muito


comum em cães jovens e braquicéfalicos, onde sua etiologia ainda
não é muito definida e seu diagnóstico se dá principalmente através
do aparecimento de uma massa avermelhada no olho, seu tratamento
pode ser clínico com a utilização de medicamentos nos casos mais
leves ou cirúrgico com técnicas de remoção e de reposicionamento,
sendo mais indicado nos casos mais avançados.

4. REFERÊNCIAS

BAUNGARTEN, L.B. et al. Avaliação Da Produção De Lágrima Em Cães


Sem Raça Definida Após Exérese Da Glândula Da Terceira Pálpebra-
estudo experimental. Revista Ceres, v. 55, n. 4, p. 293-296, 2008.

BRANDÃO, C.V.S. et al. Prolapsed third eyelid gland in dogs: cytologic


and histopathologic evaluation. Archives of Veterinary Science, v.
12, n. 3, p. 21-25, 2007.

D’OLIVEIRA, T.M. Prolapso Bilateral da Glândula da Terceira Pálpebra


em Cão: Relato de Caso. UFRB Centro de Ciências Agrárias,
Ambientais e Biológicos. Cruz das Almas/BA, março 2017.

CAPLAN, E.R.; YU-SPEIGHT, A. Cirurgia do Olho. In: FOSSUM, T. W.


Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
parte 2, cap. 17, p. 887-898.

LORENSET, J.A.; SCHERER, M.E.; SERAFINI, G.M.C. Protrusão Da


Glândula Da Terceira Pálpebra Em Cão- Relato De Caso. Revista
Científica De Medicina Veterinária, ano X, n. 30, 2018.

MENEZES, C.L.M. Prolapso da Glândula da Terceira Pálpebra em Cães.


UFRGS-Faculdade de Veterinária. Porto Alegre/RS, 2007.

RUDNICKI, H.F. et al. Prolapso da Glândula da Terceira Pálpebra em


Cão da Raça Bulldog Inglês. Faculdade IDEAU, Getúlio Vargas/RS,
2016.

SANTOS, I.F.C. et al. Prolapso da Glândula da Terceira Pálpebra em

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Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA
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Cão- Relato de Caso. Acta Veterinaria Brasilica, v. 6, n. 4, p. 329-


334, 2012.

UKWUEZE, O.C.; UCHECHUKWU, N.N.; THERESAH, J.K. A Case of


Prolapsed Third Eyelid Gland in a Two Month Old Bull Mastiff.
International Journal of Medical and Pharmaceutical Case Reports,
v. 3(5), p. 121-126, 2015.

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ANEMIA INFECCIOSA EQUINA-REVISÃO DE


LITERATURA

FREIRE, Heloisa Rocha 1

MARCELINO, Guilherme Alves1


LEAL, Rodrigo2
NITTA, Thiago Yukio3
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça – SP – BRASIL-
heloisarfvet@gmail.com
2
Médico veterinário mestrando em Morfologia dos animais selvagens-
FMZ- UNESP- Campus Botucatu- SP- rlealvet@gmail.com
3
Docente do curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça – SP-BRASIL-
thiago_nitta@hotmail.com

RESUMO

A anemia infecciosa equina é causada por um retrovírus, que


pode ser ter vários tipos diferentes de contágio. Tem caráter crônico,
os sinais clínicos podem variar de acordo com o animal, sendo os
mais comuns a anemia hemolítica, febre, hepatomegalia e
esplenomegalia, e além disso, pode manifestar de maneira
assintomática. Não há tratamento, nem vacina, em grande parte
dos casos, os animais diagnosticados são sacrificados. Existem testes
que devem ser realizados de 3 em 3 meses em caso de contaminação
em uma propriedade. Uma vez infectado pelo vírus, o equino será
sempre o portador, podendo disseminar a doença. O objetivo dessa
revisão de literatura é mostrar a importância dessa doença. Mesmo
não sendo uma zoonose, tem a sua importância, por trazer um
prejuízo econômico.

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Palavras chave: AIE, Infecção, Vírus, Epidemiologia,


Assintomático.

ABSTRACT

Infectious equine anemia is caused by a retrovirus, which can be


several different types of contagion. It has a chronic character,
clinical signs may vary according to the animal, the most common
being hemolytic anemia, fever, hepatomegaly and splenomegaly, and
in addition, it may manifest asymptomatically. There is no treatment
or vaccine, in most cases, the diagnosed animals are euthanized.
There are tests that must be carried out every 3 months in case of
contamination on a property. Once infected by the virus, the horse
will always be the carrier and may spread the disease. The purpose
of this literature review is to show the importance of this disease.
Even though it is not a zoonosis, it has its importance, because it
brings an economic loss.
Keywords: EIA, Infection, Virus, Epidemiology, Asymptomatic.

1. INTRODUÇÃO

A Equideocultura é uma potência que tem crescido e tomado o


seu espaço a cada ano. Com um enorme rebanho espalhado pelo
país, tem sido fonte de emprego de mais de 3 milhões de pessoas, e
movimenta mais de R$ 16 bilhões por ano. A produção é dividida em
animais utilizados para trabalho, lazer e esporte. (MAPA, 2016).
Dentre das inúmeras doenças que acometem a espécie, a Anemia
Infecciosa Equina (AIE) pode comprometer consideravelmente um
rebanho (EMBRAPA, 2001), visto que é uma patologia infecto
contagiosa, sem tratamento e implica no desenvolvimento da
equideocultura e acarreta grandes prejuízos econômicos, sendo até
mesmo um impedimento para o mercado internacional (ALMEIDA et
al., 2006).
A Anemia é definida pela deficiência de hemácias e/ou
hemoglobina. Essa patologia acarreta em diminuição da função das
células sanguíneas que é a de transportar o oxigênio (SOUZA et al.,
2008).

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A AIE é causada por um retrovírus que faz parte do gênero


lentivírus, que por sua vez, infecta os membros da família Equidae.
O vírus é transmitido através de vetores mecânicos, sendo eles as
moscas dos est ábulos (Stomoxys calcitrans) e tabanídeos (Tabanus
sp.). A AIE pode causar febre, icterícia, depressão, edema, perda de
peso e anemia hemolítica. (FRANCO et al., 2011).
Existem alguns animais que são assintomáticos, servindo apenas
de reservatório para o vírus, podendo gerar um surto no rebanho.
Para que isso não aconteça, é muito importante o diagnostico
laboratorial, sendo ele o teste sorológico de Coggins, para que então
o animal infectado seja sacrificado (GUIMARÃES et al., 2011).
O objetivo dessa revisão de literatura é dissertar sobre a Anemia
Infecciosa Equina, tendo em vista a importância econômica que essa
patologia tem sobre o rebanho equino, já que a única solução para
essa doença é a eutanásia.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Agente Etiológico

O agente etiológico é o Vírus da Anemia Infecciosa Equina (VAIE),


um vírus que é classificado à família Retroviridae, subfamília
Orthoretrovirinae gênero Lentivirus, sendo um Lentivírus (QUINN
et al., 2005). Logo, está de certa forma ligado a outros lentivírus
mais comuns, que acomete outras espécies, como o Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) e o Vírus da Imunodeficiência Felina
(FIV). O VAIE foi observado pela primeira vez em 1843, na França.
Mas só em 1904, que o vírus foi classificado como o agente etiológico
da doença. (RODRIGUES, 2019).
O genoma do vírus é diploide, composto por duas moléculas
idênticas de RNA de fita simples, que é codificado em DNA logo depois
do vírus ter entrado na célula do hospedeiro. Existem três genes
principais no genoma, sendo elas: antígenos específicos de grupo,
polimerase e envelope. Os antígenos específicos codificam as
proteínas da Matriz, do capsídeo e do nucleocapsídeo. A polimerase
codifica as enzimas protease, transcriptase reversa e integrasse. E
por fim, o envelope codifica a proteína transmembrana e as
glicoproteínas de superfície (RAVAZZOLO; COSTA, 2017).

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Os retrovírus são inativados por solventes lipídicos, detergentes,


isso por ser envelopado, e pelo aquecimento a 56ºC por 30 minutos.
Mas, tem mais resistência à radiação UV e X do que outros vírus,
provavelmente por que o genoma é diploide (QUINN et al., 2005).

2.2. Epidemiologia

A Anemia Infecciosa Equina é uma doença que está presente no


rebanho de mundial, só não é evidente na Islândia e no continente
antártico. Sua proliferação é ainda maior em países tropicais, pelo motivo
de alta temperatura, o que possibilita a alta população das moscas, que
são vetores diretos dessa patologia. (RODRIGUES, 2019). No Brasil, os
estados que tem o maior índice de surtos da AIE, são: Pará, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás. (FRANCO et al., 2011).
O vírus é transmitido primeiramente por picadas das moscas
Tabanus sp. e Stomoxys Calcitrans, conhecidas popularmente como
mutucas e moscas dos estábulos. Esses insetos são os vetores
mecânicos, já que o vírus não faz a sua replicação nas moscas, e
sobrevivem a pouco tempo no aparelho bucal das mesmas.
(RAVAZZOLO; COSTA, 2017).
Existem outras formas de o VAIE ser transmitido, sendo elas de
forma intrauterina (transmissão vertical), da ingestão de leite
materno de uma mãe infectada. Além dessas, existem as transmissões
horizontais, por meio de vetores como insetos hematófagos, do sêmen
e a iatrogênica pelo uso de matérias contaminados como agulhas
descartáveis, esporas, instrumentos cirúrgicos em animais sadios
(RODRIGUES, 2019).
Os animais acometidos pelo VAIE são todos os classificados como
membros da família Equidae, sendo eles: cavalos, pôneis, jumentos
e burros. Não existe maior preferencia para idade, raça ou sexo. E
uma vez que infectados, se tornam portadores do vírus para sempre,
não existindo um tratamento ou cura. (VAN DER KOLK et al., 2013).

2.3- Patogenia

As células alvo do VAIE são os monócitos e os macrófagos. Logo,


os órgãos mais acometidos, por serem ricos de macrófagos são os

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fígados, baço, linfonodos, pulmões e rins. A carga alta e a constante


replicação viral nesses órgãos, os sinais clínicos tem a ver com as
lesões dos mesmos, sendo mais comum a hepatomegalia e
esplenomegalia (CRAIGO; MONTELARO, 2008).
Os antígenos vão para a circulação pelo brotamento da membrana
da célula infectada (QUINN et al., 2005), lá, são absorvidos pelos
eritrócitos, e quando IgG e IgM começam a reagir, ativando o sistema
complemento, provocando a hemólise, intra e extravascular, dando
origem a uma anemia. No começo a medula óssea consegue mascarar
a anemia, pois há uma resposta da eritropoiese, mas, depois de um
tempo, acaba entrando em exaustão (CAELTON, 1998).
Essa respost a do hospedeiro é gerada por mais ou menos 45
dias pós infecção, e segue acont ecendo durant e a vida do animal
(FRANCO et al, 2011). Nem t odos animais vão apresent ar os sinais
clínicos, podendo ser assint omát icos. Mas em algum moment o em
que a imunidade do animal for abaixada, por cort icoides ou alt o
nível de est resse, alguns sint omas serão manifest ados. (CRAIGO
et al., 2002).

2.4 – Diagnóstico e profilaxia.

O diagnóstico de confirmação da AIE, é feito através de teste


sorológico e confirmações de testes de ELISA competitivo, teste de
Coggins ou IDGA (NEVES, 2015).
A princípio, os testes sorológicos devem ser realizados em todos
os equideos do rebanho, mesmo nos que não apresentam os sintomas.
A coleta de sangue e o diagnóstico da Anemia Infecciosa Equina devem
ser feitos por um médico veterinário credenciados pelo Ministério
da Agricultura e do Abastecimento. (EMBRAPA, 2001).
Após os testes no rebanho, é recomendado a separação dos
animais positivos dos negativos, com uma distância recomendada
de 200 m, para evitar a contaminação através de vetores. Depois
disso, somente os animais negativos vão fazer os testes periódicos,
de 3 em 3 meses. (EMBRAPA, 2001)
A profilaxia é feita através do descarte de matérias descartáveis,
evitando o compartilhamento entre animas, visto que contaminados
podem estar assintomáticos, podendo contaminar animais sadios.

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Além disso, os testes em animais novos que estão chegando na


propriedade. (RAVAZZOLO; COSTA, 2017).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por ser uma doença de caráter crônico, sem tratamento ou vacina,


os proprietários devem fazer sempre os testes periodicamente,
tomando medidas profiláticas, para que não haja contaminação, pois,
a AIE é uma potência de prejuízos econômicos no meio da criação de
equídeos.

4. REFERÊNCIAS

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IMPORTÂNCIA DO COLOSTRO PARA BEZERROS


RECÉM-NASCIDOS

RAMOS, Ana¹
BUZZO, Júlia¹
NOGUEIRA, Nataly¹
GUASTI, Priscilla²
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF
E-mail: anaclararamosmoraes17@gmail.com;
larissanataly740@gmail.com; buzzo.julia4@gmail.com.
²Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral - FAEF
E-mail: priguasti@icloud.com

RESUMO

O colostro é o primeiro leite que uma fêmea mamífera produz


durante uma gestação e após o parto, de modo a fornecer vitaminas,
energia e imunidade ao filhote. A transferência de anticorpos do
organismo materno para o neonato ocorre pela amamentação, onde
e chamada de imunidade passiva, auxiliando no desenvolvimento
imunológico até que o recém-nascido produza seus próprios
anticorpos. Contudo, esta revisão de literatura tem como objetivo
visar o colostro e sua importância para a sobrevivência do bezerro
após o nascimento.
Palavras-chave- anticorpos, imunidade, neonato.

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ABSTRACT

Colostrum is the first milk that a female mammal produces during


pregnancy and after giving birth, in order to provide vitamins, energy
and immunity to the calf. The transfer of antibodies from the
maternal organism to the newborn occurs through breastfeeding,
where it is called passive immunity, helping in the immune
development until the newborn produces its own antibodies. However,
this literature review aims colostrum and its importance for the
calf’s survival after birth.
Keywords- antibodies, immunity, newborn

1. INTRODUÇÃO

Os bovinos possuem um tipo de placenta chamada de


sindesmocorial, responsável por proteger o feto de possíveis agressões
do meio externo. Contudo, essa proteção é tão eficaz que
impossibilita a passagem de anticorpos para o animal, sendo assim,
ao nascer o bezerro não possui nenhum tipo de imunidade, obtendo-
a só após o nascimento durante a ingestão do colostro (BUENO, 2017).
O colostro é o primeiro leite produzido pela fêmea mamífera,
durante a gestação e após o parto. Este contém alto teor energético,
vitaminas, minerais e imunoglobulinas que auxiliam na criação de
uma imunidade conhecida como passiva, sendo adquirida pela
amamentação que a mãe proporciona ao neonato e a absorção dos
nutrientes feito pelo bezerro durante a alimentação (TEIXEIRA et al,
2017).
As imunoglobulinas são os anticorpos adquiridos durante a
amamentação e são categorizadas em IgG, IgM e IgA, em que
cada uma possui função especifica dentro do organismo do
animal, variando de proteção contra patógenos do meio externo,
até a absorção de nutrientes que auxiliam nas primeiras horas
de vida. Contudo, muitos fatores interferem na obtenção dessa
imunidade como, falha na ingestão, na transferência e na
produção, podendo acarretar uma má obtenção da imunidade,
causando assim, vários problemas para a saúde do recém-nascido
(TEIXEIRA et al, 2017).

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Esta revisão de literatura tem por objetivo abordar a importância


do colostro para o neonato bovino.

2. REVISÃO DE LITERATURA

Os ruminantes ao nascerem não possuem nenhum tipo de


imunidade, devido ao tipo de placenta, chamada de Cotiledonia.
É caracterizada por uma destruição parcial do epitélio uterino,
levando o tecido conjuntivo em contato com o cório (figura 1)
(MOTA 2000).

Figura 1: placenta bovina


Fonte: Anatomia Veterinária, 2013.

A placenta protege totalmente o feto no ambiente uterino contra


a maioria das agressões que são causadas por bactérias ou vírus.
Contudo, esta impede a passagem das imunoglobulinas, sendo assim
o bezerro desprovido de anticorpos ao nascimento, sendo mais
sensível a infecções. O colostro é o primeiro leite que o neonato se
alimenta, e o primeiro leite que a vaca produz antes e após o pa(rto.
A produção do colostro aumenta no momento do nascimento do

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animal. É rico em energia e minerais como fósforo, zinco, cálcio,


ferro, magnésio, cobre e manganês e consiste na primeira fonte de
nutrientes que o bezerro ira ingerir (FEITOSA, 1999).
Da mesma forma, é composto por imunoglobulinas (Ig), que
são proteínas de extrema importância vital, pois influenciam no
equilíbrio do sistema imunológico, como neutralização e
eliminação de bactérias e vírus. Há três tipos de imunoglobulinas
no colostro, a Ig G, Ig M e Ig A. A Ig G se liga aos receptores na
superfícies das células do sangue ou em algumas outras células
de órgãos, capaz de influenciar o comportamento da mesma. A
proliferação e a maturação celular são regulados desta forma. Ao
se ligar na célula, a imunoglobulina tem uma certa influência no
controle de alguns processos inflamatórios, bem como na
regeneração de variados tipos de tecidos e na manutenção de
alguns órgãos. Já Ig M tem como função a primeira linha de defesa
contra certas septicemias. O Ig A auxilia na proteção das mucosas,
como a parede do intestino, isto é , ela se liga na parede intestinal
e evita a adesão de possíveis patógenos na mucosa. Contudo o
efeito da Ig A dura enquanto o bezerro se alimentar do colostro,
pois esta imunoglobulina atua na parede externa do intestino
(CAMARGOS, 2020).
Existem diversas formas de se avaliar a qualidade do colostro,
e uma das formas é a utilização do aparelho chamado Colostrômetro
(figura 2). Sua principal função consiste em mensurar a densidade
de imunoglobulina presente no colostro. Outra forma utilizada
também se refere a mensuração da quantidade de colostro
produzido.
A concentração da imunoglobulina G presente no soro do leite e
de extrema importância para a saúde e sobrevivência do animal.
Um fornecimento inadequado do colostro pode aumentara a taxa de
mortalidade para até setenta vezes. O risco de mortalidade e maior
durante o período de 21 dias de vida do bezerro, uma vez que o
animal está recebendo a imunidade ainda não consegue combater
agentes presentes no ambiente. Para a sobrevivência do animal
recém-nascido e que a sua imunidade alcance níveis adequados, deve-
se oferecer colostro de boa qualidade e quantidade no momento
correto (PERES, 2000).

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Figura 2: colostrômetro- utilizado para medir a quantidade de Imunoglobina no Colostro


Fonte: MilkPoint, 2014.

Encontram-se algumas falhas no momento da transferência da


imunidade para o animal, sendo algumas delas a falha na produção,
em que a mãe produz colostro de má qualidade ou em quantidade
insuficiente para o bezerro. Outra se dá pela falha de ingestão (figura
3), em que o colostro é produzido em uma escala suficiente, porém
o consumo por parte do bezerro é inadequado. Por fim, há a falha
de absorção, em que o animal não consegue realizar uma boa
absorção intestinal das imunoglobulinas (ANTUNES, 2016). A
capacidade absortiva se inicia logo após o nascimento e pode durar
até as próximas 24 horas de vida do animal, sendo ideal a ingestão
do colostro até 12 horas depois do nascimento (SANTOS, 2020).
Outros fatores que afetam a transferência de imunidade passiva,
como a idade da mãe. Bezerros nascidos de mães mais velhas ou
idosas apresentam uma certa falta de vigor no momento da
alimentação, e a quantidade de colostro produzido é menor do que
as próximas lactações. Da mesma forma o manejo pode influenciar,
uma vez que alguns produtores realizam ordenha das matrizes antes
do parto para evitar complicações no úbere, no entanto, o colostro
é eliminado na ordenha, e este é mais rico em minerais e
imunoglobulina de três a nove dias antes do parto. A demora da

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ingestão do colostro após o nascimento também pode afetar a


transferência de imunidade (SANTOS, 2020).

Fonte: Pecuária em alta, 2017.


Figura 3: ingestão do colostro pelo bezerro.

Contudo, ao longo do desenvolvimento, o animal desenvolve


imunidade ativa, sendo realizada pelo sistema imune do indivíduo
que ao entrar em contato com algum agente externo como infecções
naturais e vacinas, onde ira produzir células de defesa e anticorpos
(CALICH, 2009).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O colostro e de extrema importância para os bezerros recém


nascidos, pois o mesmo ao nascer não possui nenhum tipo de
imunidade, sendo que a imunidade é somente adquirida após a
ingestão do colostro, o qual contém proteínas, vitaminas e minerais
que irão auxiliar no desenvolvimento e no combate contra agentes
externos como bactérias e vírus.

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fornecimento-do-colostro-16622n.aspx#:~:
text=Colostro%20%C3%A9%20a%20secre%C3%A7%C 3%A3o%20da,
24%20horas%20ap%C3%B3s%20o%20parto.&text=Todavia%2C%20a%20fun%C3
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PREVENÇÃO, CONTROLE, TRATAMENTO DAS


MASTITES BOVINAS
BUENO, Raissa Roque¹
RAINERI NETO, Roque²
1
Acadêmica do curso de Medicina Veterinária – FAEF – Garça – SP
2
Docente do curso de Medicina Veterinária – FAEF – Garça – SP –
rr_neto@hotmail.com

RESUMO

A mastite é uma inflamação da gandula mamaria, podendo ser


obtida por duas formas, sendo mastite clinica e mastite subclínica
que possui sua diferenciação através dos sinais clínicos, as formas
de diagnósticos também são diferenciados sendo o mais importante
o teste da caneca do fundo preto que é um exame simples do leite.
A doença mastite é o maior impacto ambiental e econômico para os
produtores de bovinos de leite podendo afetar as industrias de
laticínios também. A prevalência da mastite está relacionada,
principalmente, ao manejo antes, durante e após a ordenha. Isso
explica a importância da conscientização do ordenhador,
Palavras chaves: ubere, infecção do teto, vaca

ABSTRACT

Mastitis is an inflammation of the mammary gland, which can be


obtained in two ways: clinical mastitis and subclinical mastitis, which
are differentiated by clinical signs. Diagnostic forms are also
differentiated. It is a simple examination of milk. Mastitis disease is
the biggest environmental and economic impact for dairy cattle

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producers and can affect dairy industries as well. The prevalence of


mastitis is mainly related to management before, during and after
milking. This explains the importance of milker awareness,
Key words: udder, roof infection, cow

1. INTRODUÇÃO

A mastite ou inflamação das glândulas mamaria é uma das doenças


que mais acomete o rebanho de animais bovinos leiteiros, sendo
considerada uma das doenças mais caras. É uma inflamação por bactérias
invasivas e outros microrganismos como fungos, leveduras, e vírus.
Causando uma alteração química e física do leite, as alterações
mais importantes, observadas no leite, é a descoloração, o aparecimento
de coágulos e a presença de grande número de leucócitos.
Mastite bovina é uma das principais doenças que acomete sérios
prejuízos nas economias, quanto ao produtor, quanto à indústria de
laticínios, tendo uma diminuição de produção de leite e na sua
qualidade e um aumento na produção de mão- de- obra.
A prevalência da mastite está relacionada, principalmente, ao
manejo antes, durante e após a ordenha. Isso explica a importância
da conscientização do ordenhador, dos procedimentos adequados
de ordenha, incluindo as formas corretas de higienização e
desinfecção do ambiente, do animal, do profissional e de todos os
utensílios utilizados na ordenha.
Este trabalho tem como objetivo mostrar de forma clara os
procedimentos de prevenção da mastite bovina, pois ela é uma das doenças,
se não a mais, que maiores prejuízos trazem ao produtor de leite.

2. DESENVOLVIMENTO

A mastite esta relacionado aos fatores de animal, patógenos e


ambientes (BRITO & BRITO 2000), tem por características um processo
inflamatório da glândula mamária relacionadas a agressões físicas,
químicas, térmicas ou microbianas.
Segundo Costa (1998), a mastite é uma das mais complexas e
dispendiosas doenças da indústria leiteira, devido à sua alta
prevalência e aos prejuízos que acarreta, afetando a qualidade e

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quantidade do leite além disso, seu efeito é notado, principalmente,


pela redução na produção e as alterações na composição do leite.
Ao mesmo tempo, representa um risco potencial à saúde pública,
em decorrência da eliminação de patógenos causadores de zoonoses
e toxinas produzidas pelos microrganismos do leite.
Os agentes acusadores dependem dos microrganismos causadores
de mastite são divididos em espécies contagiosas ou ambientais. A
distinção entre estes dois tipos de microrganismos depende,
principalmente, de sua forma de transmissão. O perfil de transmissão
ambiental é caracterizado pela infecção da vaca por bactérias de
origem do ambiente, já o perfil de bactérias contagiosas é
caracterizado pela transmissão de vaca para vaca, enquanto

2.1 Mastite Clinica

Os sinais da mastite clínica são bastante evidentes, tais como:


edema, aumento de temperatura, endurecimento, dor na glândula
mamária, grumos, pus ou qualquer alteração das características do
leite (Figura 1). As mudanças do úbere se tornam evidente pela
mudança física na aparência do leite e do úbere.

Figura 1 – Úbere bovino com características evidentes de mastite clínica.

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2.2 Diagnostico de Mastite Clinica

O diagnóstico da mastite clínica é facilmente realizado por meio


do exame da glândula mamaria, o teste da caneca do fundo preto
(Figura 2), sendo relacionada com a palpação onde observa presença
de inflamação no úbere, coloração avermelhada e edema das quatro
glândulas mamária, tendo aumento das glândulas mamarias
ferimentos e nódulos.

Figura 2 – Teste da caneca do fundo preto.

Já no exame do leite consegue se avaliar já nos primeiros jatos


a presença de grumos, coágulos, pôs e sangue. A visualização da
glândula deve ser feita sempre antes cada vez que mantiver a
ordenha.
A presença de grumos ou pus de sangue nos primeiros jatos de
leite representa mastite aguda na fase inicial. O diagnóstico da
mastite clínica é possível pela avaliação do aspecto do leite, quanto
às características peculiares desse produto, à existência de grumos
e às alterações do parênquima glandular, como o aumento de

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temperatura, vermelhidão local e consistência enrijecida da glândula


(Fonseca & Santos, 2001). A mastite clínica pode ser classificada em
superagudo, aguda, subaguda, crônica e gangrenosa
Forma Superagudo está relacionada por infecção de agente
ambiental sendo uma inflamação muito intensa com a presença de
sinais sistêmicos tais como febre, dispneia, hipotensão, prostração
e anorexia
Forma aguda, está presente com os mesmos sinais do superagudo
mais com a evolução mais lenta.
Forma subaguda, é confirmatória pois há presença de grumos no
teste da caneca seus sinais clínicos está presente na forma
inflamatória causando inflamação do úbere podendo acometer sinais
de fibrose podendo ser acompanhado de atrofia.

2.3 Mastite Subclínica

Segundo (CARDOZO,2013) é considerada a mais importante


economicamente pela dificuldade de detecção e comprometimento
com a saúde do animal acometido alteração na qualidade e
quantidade do leite
Sendo a forma de mastite que mais acomete o rebanho de
bovinos leiteiros é caracterizada pela ausência de sinais de
inflamação, por isso a demora para se perceber a alteração.
A mastite subclínica altera a composição do leite tendo o
aumento de contagem de células somáticas (CCS), aumento de
teores de cloro e sódio e uma bruta diminuição de lactose e caseína.
Sendo uma mastite que pode acometer o rebanho completo
quando não percebido pelo proprietário ou ordenhador causando
uma diminuição na produção de leite, podendo acometer a saúde
do animal.
Em relação ao diagnóstico, (Fonseca & Santos 2001) afirmaram
que, não existem sinais evidentes da doença, não sendo possível
diagnosticá-la sem a utilização de testes auxiliares. Salientam,
ainda, estes autores que o sinal clássico é a elevação da CCS, que
pode ser).

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2.4 Diagnóstico de Mastite Subclínica

O diagnóstico de mastite subclínica é feito através de exames


complementares tais como CCS (contagem de células somáticas no
leite de tanque de resfriamento) CMT (California mastites Test) e
perfil microbiológico.

O CMT é o teste mais importante para a avaliação da glândula


mamaria pois avalia os leucócitos e detecção de células epiteliais.
O CMT estima o conteúdo o conteúdo de células somáticas e é
interpretado subjetivamente estabelecendo escores que são variados
entre 1 e 3.

2.5 Prevenção e Controle

Para se ter uma prevenção e um controle da Mastite Clinica e


Subclínica, é recomendado o uso de métodos adequados para no
manejo de ordenha, a instalação para os animais correto,

138 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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higienização dos equipamentos antes e após a utilização de cada


animal, higienização de cada úbere antes e após a ordenha todas as
vezes, fazer a limpeza dos pastos , estábulos e do local da ordenha,
assim como o ordenhador também tem que estar em boas condições
de higienização tais como roupas e botas limpas, higiene completa
das mãos não utilizar nenhum tipo de acessórios, a limpeza dos tetos
não usar a mesma toalha para enxugar, deixar os animais livres para
a alimentação logo após a ordenha pois eles precisam ter uma boa
nutrição pois elas precisam ficar em pé por pelo menos uma hora
logo apos a ordenha, deixar as vacas contaminadas por ultimo na
ordenha, fazer o descarte de vacas com doença crônica.
O ordenhador tem que estar sempre atento ao úbere do animal,
observar sempre se há alguma alteração, pois, a mastite subclínica
não possui um diagnostico completo.
Outro ponto importante é em relação ao tempo de duração da
infecção vacas, pois quanto mais rápido for a eliminação melhor
será para o rebanho para o animal e para o proprietário, tendo um
maior sucesso no seu programa de tratamento.
As maneiras pelas quais as infecções podem ser eliminadas
descarte seletivo dos animais do rebanho são, tratamento a secagem
recuperação espontânea, tratamento durante a lactação. (BRITO &
BRITO, 2000).
O antibiograma não é eficaz para ter um tratamento adequado
pois há uma grande variação em resposta de rebanho e individual
pois há uma variação em cada tipo de microrganismo, tipo de glândula
mamaria, grau de contaminação, duração da infecção.
Outro tratamento são as metas da antibioticoterapia que atua
como prevenção da mortalidade nos casos hiperagudos, o retorno
da composição e produção normal de leite, a eliminação das fontes
de microrganismos invasores. Tradicionalmente utiliza-se a via de
administração intramamária, numa tentativa de concentração do
agente quimioterápico no local ativo da infecção.

3. Conclusão

A mastite bovina é uma doença que acomete a produção leiteira,


sendo acometida na glândula mamaria, causa o maior impacto na

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qualidade e quantidade do leite. Sendo dividida em Clinica e


Subclínica, o principal diagnostico é através de exame da caneca do
fundo preto.
Seu controle de prevenção deve ser através da higienização tanto
dos animais, local de manejo e ordenha, principalmente do
ordenhador.

4. Referências Bibliográficas

BRITO, JRF; BRITO, MAVP; Mastite bovina, São Paulo, 2000 p. 114-
129

CARDOZO, LL; Identificação de fatores de risco para mastite


subclínica em rebanhos leiteiros no estado de Santa Catarina, Santa
Catarina, 2013 p100

COSTA, O; Uso de antimicrobiano na mastite, in: Spinoza, HS;


Gornide, SL; Bernardi, M.M; 2 ed, Rio de Janeiro, 1998 p.422-434

FONSECA, L. F. L; SANTOS, MV; Qualidade do leite e controle da


mastite, São Paulo: Lemos, 2001, p,175

RIBEIRO, MER; PETRINI, L.A; Relação entre mastite clínica e


subclínica, infecciosa e não infecciosa em unidades de produção
leiteira na região de Rio Grande do Sul, revista brasileira de agro
ciência, Rio Grande do Sul, p.287-290,2008

SANTOS, TOMAZI, marcos e Thiago, Conceitos atuais sobre mastite


contagiosa ou ambiental, parte 1. 2012

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CÂNCER EM PEQUENOS ANIMAIS – REVISÃO DE


LITERATURA

Maria Vitória Batista Dias¹


MARIOTI, Patricia Garcia ¹
TROLEZI, Rodrigo ²
1-Discente do Curso de Medicina Veterinária da FAMED/ACEG- Garça –
mariavitoriadias770@gmail.com- patyyygarcia@hotmail.com
2-Docente do Curso de Medicina Veterinária da FAMED/ACEG- Garça –
rodrigo_trolezi@hotmail.com

RESUMO

O que constantemente causa mortes de cães é o acometimento


de processos neoplásico, aumentando constantemente a incidência
em animais seniores, relatados na clínica de pequenos animais. As
neoplasias são classificadas de acordo seu aspecto de crescimento,
sendo malignas ou as benignas. As neoplasias mostram uma grande
ameaça à saúde e o bem estar e de cães e gatos, se da origem quando
uma célula do organismo sofre algum tipo de transformação mudando
assim os mecanismos fisiológicos que controlam a diferenciação e
divisão celular. Ocorrendo a proliferação descontrolada da célula e
de suas replicas, ocasionando surgimento de uma neoformação.
PALAVRAS-CHAVES: Carcinoma, neoplasia, tumor.

ABSTRACT

What constantly causes deaths of dogs is the involvement of


neoplastic processes, constantly increasing the incidence in senior

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animals, reported in the clinic of small animals. Neoplasms are


classified according to their aspect of growth, being malignant or
benign. Neoplasms show a great threat to the health and well-being
of dogs and cats, if they originate when a cell in the organism
undergoes some type of transformation, thus changing the
physiological mechanisms that control cell differentiation and
division. Occurring the uncontrolled proliferation of the cell and its
replicates, causing the emergence of a new formation.
KEYWORDS: Carcinoma, neoplasm, tumor.

1 - INTRODUÇÃO

A oncologia veterinária vem crescendo consideravelmente nas


últimas décadas, entre os anos de 1960 e 1970, o principal objetivo
sobre os tumores que possuíam uma maior agressividade eram baseadas
através da realização da necropsia e seu diagnóstico. Conforme foi
aumentando o interesse pela oncologia, novas organizações
importantes foram se manifestando, em 1976 foi originado a Veterinary
Cancer Society, sendo a primeira sociedade de oncologia veterinária,
logo após, em 1978 Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolveu
os primeiros sistemas de estadiamento, abrangendo o atual TNM
(Tumor, Node, Metastasis) (ELIAS, 2013, p. 26).
Sem o uso das técnicas de imagem, como por exemplo a
cintilografia, ressonância magnética, ultrassonografia e a tomografia
computadorizada, os avanços em oncologia não teriam obtido
sucesso, a correta aplicação dos agentes anestésicos também teve a
sua importância, assim como o aparecimento de equipamentos
adequados, médicos e cirurgiões com maior experiencia e o
aperfeiçoamento dos cuidados paliativos e a sua monitorização
(ELIAS, 2013, p. 26).
O que constantemente causa mortes de cães em território
brasileiro é o acometimento de processos neoplásico, aumentando
constantemente a incidência em animais seniores, tendo assim,
destaque na área de oncologia clínica de pequenos animais (MARTINS
et al., 2011, p. 2).
A cerca de 500 a.C., o primeiro a ter descrito as palavras Karkínos
e carcinoma foi Hipócrates na Grécia antiga, de maneira que o câncer

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foi definido como uma doença de mau prognostico, tendo em vista


que milhares de cães foram diagnosticados com neoplasmas. A palavra
neoplasia atesta o crescimento atípico associado com a presença de
proliferação celular descontrolada do tecido, tendo o seu
desenvolvimento mais acelerado do que os tecidos normais, de forma
desordenada e aderida, sendo os cães como os animais onde se
baseiam os estudos de neoplasia, porem as outras espécies também
possuem acometimento, como roedores, felinos, bovinos e equinos
(MARTINS et al., 2011, p. 2).
Com o desenvolvimento da urbanização mundial se tenha
modificações nos hábitos, costumes e a condição de vida de cada
ínvido, levando ao avanço tecnológico, contribuindo uma maior
exposição aos fatores de riscos ambientais que atrapalham o perfil
de morbimortalidade, aumentando quadros de doenças crônico-
degenerativas, tendo como diversos tipos de carcinoma (MENDONÇA,
2015, p. 27).
As evoluções em prevenções de doenças infectocontagiosas e a
melhora na alimentação, levando a uma extensão da longevidade
dos animais de companhia, aumentando as ocorrências de câncer
em cães e gato. Uma das condições que são consideradas como
clinicamente importante é a dor, resultante do sofrimento, e
alterando a qualidade de vida destes animais (ANTUNES; MORENO;
GRUMADAS, 2008, p. 1).
As neoplasias são classificadas de acordo seu aspecto de
crescimento, sendo malignas (tumores invasivos e com seu
crescimento invasivo, possui uma grande chance de desenvolver
metástase estando em via linfática, linfonodos regionais ou locais
ou via hematógena, sendo capaz de dar origem a tumores secundários
que por sua vez se pode se desenvolver em qualquer órgão do corpo,
caso não se inicie um tratamento de imediato se tem como resultado
a morte) ou as benignas (tumores que possuem seu aumento e
invasão, porém não se apresentam metastáticos, e não possuem como
consequência a morte) (ANDRADE, 2008, p. 2).
Se tem uma maior frequência de acometimento em animais de
determinadas raça, idade ou o sexo, essas informações também
auxiliam no diagnostico (NARDI et al., 2002, p. 3).
Como mencionado as neoplasias mostram uma grande ameaça à
saúde e o bem estar e de cães e gatos, uma neoplasia se da origem

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quando uma célula do organismo sofre algum tipo de transformação


(ex: mutação genética) mudando assim os mecanismos fisiológicos
que controlam a diferenciação e divisão celular. Deste modo, ocorre
a proliferação descontrolada da célula e de suas replicas, ocasionando
no surgimento de uma neoformação (ELIAS, 2013, p. 28).
O estadiamento clínico descreve a extensão anatômica do câncer,
estabelecendo a intensidade em que a neoplasia de espalha durante
um determinado período de tempo, e se fundamentando na escolha
do tratamento e nas chances de sobrevivência associado sobre a
expansão neoplásica em seu local primário e sua provável invasão
de tecidos e órgãos adjacentes, o aparecimento de metástase local
ou para linfonodos regionais e pela presença de metástase em órgãos
distantes (MENDONÇA, 2015, p. 34).
Sendo de extrema importância para o diagnóstico dos pacientes,
prognostico e terapia dos animais que são possuem neoplasias sua
avaliação completa, na maioria das vezes a triagem pode esclarecer
etiologicamente o tumor, assim sendo, o médico veterinário será
capaz de alertar os tutores em relação a prevenção e a utilização
correta de agentes etiológicos, tendo por exemplo, a influencia da
utilização de anticoncepcionais hormonais na oncogênese mamaria
em fêmeas caninas, junto com o histórico do paciente oncológico,
junto com o exame físico associado a citologia, ultrassonografia,
tomografia computadorizada, radiografia e a histopatologia, é o que
determina corretamente o diagnóstico, determinando assim o tipo
de terapia a ser instituída (NARDI et al., 2002, p. 2).
O propósito do tratameto é em maior parte paliativo do que
curativo nos pacientes que foram acometidos pela neoplasia de grau
mais avançado ou que possuem metástase. Sendo possível prorrogando
a vida e mantendo ou estabelecer uma qualidade de vida, atreves de
recursos paliativos (ANTUNES; MORENO; GRUMADAS, 2008, p. 2).
O tratamento do câncer de cães nas últimas décadas cresceu
gradualmente, em consequência do uso de diferentes antineoplásicos. No
momento atual existem inúmeros fármacos citotóxicos que são utilizados
na rotina da oncologia veterinária, aplicado nos tratamentos de neoplasias
hematopoiéticas, já nas terapias adjuvantes é utilizada para o controle de
micro metástase que possuem potencial, a prevenção de ressurgimento de
tumores sólidos e no tratamento paliativo de neoplasias disseminadas de
difícil acesso ou metastáticos (BARROS; REPETTI, 2015, p. 1).

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Existindo pequenas exceções, todas as neoplasias com potencial


metastático, e sua disseminação metastática em células tumorais,
sendo o principal responsável pelos casos de mortes por neoplasias
(MENDONÇA, 2015, p. 40).
Dessa forma, o objetivo apresentado neste trabalho é exaltar
a importância do tratamento de neoplasias, destacando causas e
consequências.

Tabela 1. Casos de câncer registrados no Hospital Veterinário de Pequenos animais na


Instituição Faef/Garça no período de Janeiro-Junho/2018.

Fonte: Registro do Hospital Veterinário de pequenos animais da Faef/Garça.

2- MATERIAIS E MÉTODOS

O material e métodos utilizados para a elaboração do trabalhos,


foram artigos acadêmicos para a revisão de literatura, e para a

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montagem da tabela, foram utilizados dados do Hospital de Pequenos


Animais da instituição de ensino FAEF – Garça.

3- CRONOGRAMA

4 – DESENVOLVIMENTO

4.1 Causas

Os resultados do metabolismo celular de oxigênio de da pelos


radicais livres de oxigênio (RLO) que possuem estimulação das vias
que realizam a sinalização celular em resposta em relação as
mudanças ambientais e climáticas sendo intra ou extracelular,
portanto, as baixas concentrações de RLO sobre as células é benéfico
e se apresenta indispensável para os processos que apresentam
mensagens intracelulares, a proliferação, defesa contra
microrganismos, apoptose, detecção do crescimento celular e a
diferenciação celular, contudo, quantidades maiores de RLO em
produção exacerbada tenciona a remoção celular inadequada,
provocando um stress oxidativo, no qual se é produzido alterações
metabólicas e lesões em macromoléculas biológicas, como os lipídios,
proteínas ADN, estas alterações levam a instabilidade dos
cromossomos, tendo como modulações do crescimento e/ou
mutações genéticas, que levam, por sua vez, o desenvolvimento de
neoplasias (INÁCIO, 2015, p. 20).
A hereditariedade e as atividades celulares diárias são controladas
pelos genes. Na maioria dos casos a causa do câncer é proveniente

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de mutações, ou pela estimulação anormal dos genes que agem no


crescimento do célula, tendo como resultado transformações
progressivas da biologia celular definida pela modificação da
proliferação, diferenciação e na relação das células com o meio
extracelular (SILVA; SERAKIDES; CASSALI, 2004, p. 1).

4.2 Sinais clínicos

Conforme a localização anatômica, os sinais clínicos apresentados


ocorrem variação. Somete 20 a 40% manifestam sinais clínicos, deste
modo dificultando o diagnóstico, alguns sinais clínicos que se podem
ser observados são as linfadenomegália anorexia, perda de peso,
letargia, diarreia, vomito, ascite, dispneia, polidipsia/poliúria (PU/
PD) e febre (INÁCIO, 2015, p. 41).

4.3 Diagnóstico

O local em que se encontra a neoplasia é necessário a realização do


exame físico completo para o diagnóstico do paciente, os exames
complementares, tais como, hemograma, perfil bioquímico (incluindo
cálcio ionizado), urianálise, punção aspirativa por agulha fina (PAAF)
e/ou biópsia permitem realizar o estadiamento da enfermidade e avaliar
o grau de mielossupressão do animal enfermo (INÁCIO, 2015, p. 43).

4.4 Tratamentos

As principais formas e combater esta doença são cirurgia,


quimioterapia, radioterapia. Sendo que a cirurgia é o método com
maior eficácia de tratamento ne diversas neoplasias ‘sólidas’, tendo
como exemplo os sarcoma, mastocitoma e o carcinoma com baixa
malignidade (ELIAS, 2013, p. 29).
Para os acometidos, o seu tratamento é definido pelo estado
clinico do paciente, juntamente com a localização, o estadio e sub-
estadio da doença, pelo aparecimento de síndromes paraneoplasicas
e pelo estado financeiro, grau de conforto dos tutores, ao
estabelecimento do diagnostico, a abordagem terapêutica adequada
é aquela que passa pela realização de um tratamento severo, visto

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que nesse momento a oportunidade de se eliminar todas as células


neoplásicas é maior (INÁCIO, 2015, p. 49).
Embora com o grande progresso em radioterapias e
quimioterapias, a cirurgia permanece sendo o método de tratamento
mais utilizado em neoplasias dos animais. A vantagem de um
tratamento cirúrgico tem como a cura imediata, sendo mais eficaz
do que a radioterapia e quimioterapia de grandes tumores. Sendo
que algumas das desvantagens incluem pela passagem de anestesia
e a alteração da anatomia e fisiologia local realizada pela cirurgia,
sendo associado a mortalidade e morbidades (SAKUMA; MATERA;
VALENTE, 2003, p. 1).

5- CONCLUSÃO

Conclui-se que ano após ano é notório que o número de pessoas


e de animais acometidos por algum tipo de neoplasia aumenta de
forma alarmante. O estilo de vida da sociedade moderna faz com
que ocorra um aumento a exposição da população a alguns fatores
ambientais, nutricionais, químicos e hormonais potencialmente
carcinogênicos. É claro que a interferência humana nos hábitos
alimentares dos animais e no seu ambiente também o coloca sob o
mesmo risco. Talvez essa seja uma das explicações pela qual a
frequência de algumas neoplasias se equivale no homem e nos
animais.

6- REFÊRENCIAS

ANDRADE, S. A. F. D. Tumores ósseos e cães. UNILUS Ensino e


Pesquisa, v. 5, n. 9, p. 5-12, 2013.

ANTUNES, M. I. P. P.; MORENO, K.; GRUMADAS, C. E. S. Avaliação e


manejo da dor em cães e gatos com câncer-revisão. Arquivos de
Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 11, n. 2, 2008.

BARROS, V. T. M.; REPETTI, C. S. F. Quimioterapia metronômica em


cães: revisão de literatura Metronomic chemotherapy in dogs: a
review. Revista Portuguesa de Ciência Veterinárias, v. 110, p. 593-
594, 2015.

148 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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INÁCIO, F. L. Contribuição para o estudo da paraoxonase sérica


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Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA
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SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e
II Simpósio Internacional da FAEF

INFLUÊNCIA DO BEM-ESTAR ANIMAL NA


QUALIDADE DE CARNE BOVINA

FERREIRA, Beatriz Silva¹


PILLI, Maria Fernanda Marques¹
FERNANDEZ, Wellington Fernandez ²
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
mariafernandampilli@gmail.com
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
2

Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: fernandezws@gmail.com

RESUMO

Esta revisão busca destacar a maneira que o bem-estar animal age


nos sistemas de produção da pecuária e no produto final, a carne bovina.
Nasce uma necessidade de preocupação das condições vistas no manejo
dos bovinos que chegam para abate nos frigoríficos. Por vezes os mesmos
acarretam um prejuízo íntegro de toda cadeia produtiva, mostrando-
se necessário a aquisição de produtos com qualidade e produzidos de
forma correta. Um manejo adequado no decorrer de todo o sistema de
criação influencia na qualidade da carne.
Palavras-chave: Manejo, produto final, gado de corte.

ABSTRACT

This review seeks to highlight the way that animal welfare acts
in livestock production systems and in the final product, beef. There

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is a need for concern about the conditions seen in the handling of


cattle arriving for slaughter in the slaughterhouses. Sometimes they
cause a complete loss of the entire production chain, showing that
it is necessary to acquire products with quality and produced
correctly. Proper handling throughout the entire breeding system
influences the quality of the meat.
Keywords: Management, final product, beef cattle.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente há uma vasta propagação da qualidade da carne


bovina e do bem-estar animal, sendo desempenhados abundantes
estudos com relação ao tema. Mostra-se não somente necessário
possuir uma alta produtividade, a melhor genética, uma dieta de
boa qualidade, se o manejo está sendo realizado de maneira
incorreta. Diante disso, é necessário para o sucesso do produto final
um bom manejo no pré-abate (BROOM & MOLENTO, 2004).
Esses temas possivelmente nascem por conta do progressivo
interesse dos consumidores pela garantia dos produtos que ingerem.
Os consumidores atuais mostram-se cada vez mais interessados por
produtos com uma boa antecedência, que promovem uma maior
satisfação e confiança, sendo assim, expõem seus interesses em
conhecer como os animais foram alimentados, criados e de que modo
foram abatidos (GREGORY & GRANDIN, 1998).
O conceito bem-estar animal, nos últimos anos, está sendo
implantado no cenário da produção animal, com princípios de
definição como protocolos de boas práticas de manejo. De início, o
propósito dessas ações eram oferecer um produto de qualidade, o
manejo adequado e atender ao mercado de exportação junto com
suas exigências (PARANHOS DA COSTA, 2000).
O Animal e seu bem-estar é uma nova ciência, vital aos
profissionais que dependem do trabalho voltado a interação entre
humanos e animais, e devem estar ciente dos conceitos como:
liberdades, necessidades, adaptação, felicidade, capacidade de
previsão, controle, sofrimento, sentimentos, ansiedade, dor, tédio,
medo, saúde, estresse, doenças, fome, traumatismos, interações
sociais, condições de alojamento, manejo, tratamento inadequado,

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mutilações, transporte, tratamento veterinário, entre outras (BROOM


& MOLENTO, 2004).
Bem-estar animal tem se referido ao sofrimento e à satisfação
dos animais, mesmo que as variáveis tenham uma difícil estimação
e suas causas e consequências sejam tratadas de diversas maneiras
(GREGORY & GRANDIN, 1998).
Existem diversas ferramentas que os produtores têm em seu
alcance para uma melhoraria aos índices de eficiência como: manejo
sanitário, prevenir seu rebanho contra várias enfermidades, como
Febre Aftosa, BSE/Vaca Louca (Encefalopatia Espongiforme Bovina),
há também as enfermidades reprodutivas, o controle do estado
corporal das vacas de cria que são de suma importância e a
alimentação adequada para terminação de gado de corte entre outras
(LLAVALLOL, 2006).
Na atualidade, é possível perceber a importância das técnicas
de bem-estar animal, já que os animais não expressarão o seu grande
potencial produtivo se não estiverem sendo tratados da melhor e
correta maneira. Essas necessidades surgiram para aumentar e
melhorar a produção de carne bovina e para atender a alta demanda.
As cautelas vão mais adiantes das demandas ecológicas, tendo uma
atuação direta na qualidade e rentabilidade da carne
(LLAVALLOL,2006).

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 BEM-ESTAR ANIMAL NA QUALIDADE DO PRODUTO

É necessário estar sempre preocupado com o bem-estar animal


pois é iminente a exigência dos fregueses internacionais cativados
na qualidade da carne, da mesma maneira que exigem sobre as
qualidades dos processos de produção. Dentre os clientes, há um
destaque para a União Europeia, sendo um dos agentes mais
relevantes na averiguação dos quesitos relacionados ao bem-estar
animal. O mercado europeu possui uma preferência declarada por
seus padrões elevados sobre o bem-estar dos animais de produção.
Desse modo, cada vez mais o bem-estar animal obtém uma maior
relevância no mundo todo, sendo que diversos países e consumidores
contem exigências legais sobre (MOLENTO, 2005).

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Contudo, quaisquer das vinculações da cadeia da carne bovina é


pertinente que sejam realizadas as práticas de bem-estar dos animais,
visto que benefícios econômicos e qualitativos serão repartidos aos
integrantes da cadeia produtiva. Sobre as informações das condições em
que os animais de produção são mantidos, onde percorrem e se tornam
atributos por toda a cadeia produtiva do produto final. (MOLENTO, 2005).
Pesquisas apontam que as práticas operativas e o manejo correto
certificam um bem-estar animal melhor e com resultados econômicos
preferíveis, impedindo uma ineficiência e um dano que abrange toda
a bovinocultura de corte, assim como possuirá um produto que não
perde sua origem de matéria prima, mas que por sua qualidade ser
melhor, se difere dos demais. Com a alta competição dos mercados
e o cenário de oferta ser maior que a demanda, empresas lutam
cada vez mais para melhorar sua posição relativa de mercado e saber
diferenciar sua oferta de seus concorrentes. (NEVES et al., 2005).
A vantagem competitiva se dá quando uma empresa com um
grande desempenho se apresenta a longo prazo e isso se dá por
baixo custo e diferenciação (ANDREOTTI et al., 2002). A
diferenciação, quando atingida, vira uma estratégia para se obter
uns rendimentos maiores que a média, pois a identificação
juntamente com o reconhecimento de um produto se tem uma
lealdade nos clientes, assim como também proporciona uma menor
sensibilidade ao preço dos produtos (PORTER, 1991).
Pressupõe que com uma estratégia de diferenciação a empresa
pode oferecer, no âmbito de toda a indústria, um serviço ou produto
que seja considerado original pelos clientes. Nesse caso, o produto
final será algo diferenciado dos demais, sendo uma carne de boa
qualidade, com o uso da prática de bons tratos com os animais.
(CARNEIRO et al., 1997; PORTER, 1991).
A diferenciação é observada em quatro dimensões: pessoal,
imagem, produto e serviço. A distinção de produto envolve
características de desempenho, durabilidade, conformidade, facilidade
de conserto, confiabilidade e uso. A diferenciação de serviços envolve
instalação, entrega, treinamentos, conserto e consultoria. Já os
diferenciadores de pessoal são cortesia, competência, credibilidade,
responsabilidade, confiabilidade e comunicação. Por último, imagem
se envolve pela diferenciação da maneira que os consumidores reagirão
diante dos produtos aparentemente semelhantes, porém, de origem

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ou marca diferentes (KOTLER, 1996).


Cria-se então um novo conceito de benefício e produção, que
diante de uma grande rivalidade de mercados mundiais compradores
de carne, a diferença é dada pela “qualidade do produto”. Logo,
animais tratados de maneira certa desde o nascimento no local do
produtor até o momento da sua chegada no frigorífico, resultará em
uma carne de melhor textura, aspecto e sabor comparada à que foi
manejada em condições piores.

2.2 PRÁTICAS E MANEJO DE BEM-ESTAR ANIMAL

Os humanos têm responsabilidade pela sofrência dos animais nas


seguintes circunstâncias: a) inexperiência - conhece os passos daquilo
que se faz, mas não se sabe como executa-lo; b) ignorância - a pessoa
não conhece aquilo que faz e não busca conhece-lo; e c)
incompetência – falta de compromisso para desempenhar as tarefas
recomendadas, bem como, não as executando de forma correta visto
que, acarreta na falta de consideração ou zelo pelos animais.
(GREGORY & GRANDIN, 1998).
 Para que sejam exercidas as regras básicas de bem-estar animal,
a planificação certa de instalações pecuárias torna-se indispensável.
Tais regras fundamentam-se, de maneira simplificada, na exiguidade
de condições de estresse, já que atua como uma resposta biológica.
Há o desencadeamento de um estado de alerta, a partir do momento
que um indivíduo recebe uma ameaça às suas condições normais,
que quando estendido, pode haver uma exaustão. Juntamente com
este prolongamento, há a redução do bem-estar do animal. (GREGORY
& GRANDIN, 1998).
O sofrimento usualmente relaciona-se com o bem-estar dos
animais, sucedendo que o estresse é o mecanismo cardeal da medida
do bem-estar animal, mas a ausência de bem-estar não é,
obrigatoriamente, sinônimo de sofrimento. (SOUSA, 2005).

2.3 MAUS TRATOS

De uma maneira generalizada, podemos caracterizar como maus


tratos a forma forçada que o manejo com os animais é feito para

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que ele responda ao que se deseja, como: subir no caminhão, ficar


imóvel, entrar na mangueira (curral), entrar no brete, etc. Durante
o manejo, podemos citar alguns exemplos de maus tratos, tais como:
agressões com guizos, paus, uso de cães, choque, seringas cheias,
mangueiras em precário estado de conservação e manejo realizado
de forma rápida.
No caso da pecuária, o mau trato dos animais surge da ignorância
sobre o comportamento dos bovinos. Uma das maneiras corretas de
realizar esse manejo, seriam as pessoas que lidam com esses animais
conhecessem o modo que o bovino vive, tanto sozinho quanto em
rebanho, para assim utilizar desta informação e manejá-los sem erro.
Medidas para melhorias de bem-estar animal, do sistema de
criação extensiva de bovino, seriam a adesão de um melhor
planejamento alimentar em períodos secos e suplementação, a
utilização da castração com técnicas menos invasivas, uma grande
necessidade de modificação na legislação em relação à identificação
(marcação) dos animais, o uso de protocolos mais apropriado nos
programas de vacinação e em relação as condições climáticas utilizar-
se dos genótipos que mais se adequa (PETHERICK, 2005).
Considerações relevantes para um bom manejo de acordo Zapiola
(2006, p.12-16) são:

(1) eliminar as condutas agressivas: como os gritos, o uso de cães agressivo,


as agressões físicas e procurando sempre trabalhar em silêncio; (2) jamais
trabalhar com pressa; (3) não movimentar mais animais do que o necessário;
(4) separar os animais em lotes de categorias e mover os animais nem muito
folgados, nem muito apertados; (5) não misturar lotes na hora de trabalhá-
los na mangueira; (6) separar animais aspados dos mochos para evitar lesões
durante a descorna; (7) desmamar em duas etapas: não separar por completo
no primeiro momento a vaca do terneiro; (8) não fazer os animais esperarem
mais do que o necessário e nem encerrá-los por nada: a mangueira é um local
somente de passagem e não para os animais ficarem presos durante horas;
(9) nunca manejar o bovino isoladamente; (10) habituar o gado à presença
humana; (11) trabalhar a pé na mangueira; (12) capacitar e selecionar os
peões: são estas pessoas que trabalham diretamente com o patrimônio dos
produtores; (13) revisar, manter e melhorar as instalações; (14) eleger os
motoristas para o transporte do gado e cuidar para que o caminhão boiadeiro
esteja com o número adequado de animais para o seu espaço; (15) monitorar
o frigorífico: o produtor deve acompanhar o abate dos seus animais; (16) não
se descuidar do bem-estar dos animais, pois esta prática não é só mais um
requisito para cumprir por obrigação externa e, sim, uma prática integral e
permanente do gerenciamento moderno.

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3. CONCLUSÃO

Diante deste trabalho, vimos que as preocupações com o manejo


dos animais de maneira errônea estão cada vez maiores e deixando
de serem visualizadas somente como exigências de comercialização.
Algumas vezes o mau manejo acaba não sendo visto, fazendo com
que haja certas perdas de eficiência do sistema produtivo, que em
inúmeros casos, são responsabilizadas pelas deficiências na
alimentação, enfermidades etc.
Do mesmo modo que pela ausência ou pela pouca expressividade
das práticas de bem-estar animal a pecuária e pelos prejuízos
causados pelo manejo inadequado, os ganhos da individualização
que tais ações podem gerar, serão compartilhados por todos os
participantes da cadeia produtiva. Portanto, o bem-estar animal
influência de maneira direta na carne, já quanto mais aplicado o
manejo com o animal de forma correta, melhor será o resultado do
produto final.

4. REFERÊNCIAS

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n.2, p.1-11, 2004.

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estratégica do mestre. In: ENANPAD, 21., 1997, Rio de
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marketing para o agronegócio. In: SEMEAD, 7., 2005. Anais....
Capturado em 21 ago. 2006.

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corte. In: ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA, 18., 2000.
Florianópolis. Anais.... Sociedade Brasileira de Etologia, 2000. p.1-
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PORTER, M.E. Estratégia competitiva - Técnicas para análise de


indústrias e da concorrência. 7.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

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(Cuadernillo Técnico).        

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RINITE LINFOPLASMOCITÁRIA IDIOPÁTICA EM


CÃO: REVISÃO DE LITERATURA

PIZATTO, Letícia Fernanda¹


ROMÃO, Felipe Gazza²
¹ Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação integral – FAEF – Garça/SP. E-mail:
leticia.pizatto@gmai.com
²Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação integral – FAEF – Garça/SP. E-mail:
fgazza_vet@hotmail.com

RESUMO

A rinite linfoplasmocitária é uma importante causa de doenças


nasais, de origem pouco conhecida. Os sinais mais comuns são de
secreções nasais crônicas, o que é inespecífico tornando o diagnóstico
um desafio para o clínico. O tratamento da rinite linfoplasmocitária
consiste na interação de medicamentos. O objetivo do presente
trabalho é realizar uma revisão de literatura a respeito do tema.
Palavras-chaves: Doença nasal. Inflamatória. Crônica.
Rinoscopia. RLF. Linfócitos. Plasmócitos

ABSTRACT

Lymphoplasmacytic rhinitis is an important cause of nasal


diseases, of little known origin. The most common signs are chronic
nasal secretions, which is nonspecific making the diagnosis a

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challenge for the clinician. The treatment of lymphoplasmacytic


rhinitis consists of the interaction of drugs. The aim of this paper is
to conduct a literature review on the subject.
Keywords: Nasal disease. Inflammatory. Chronic. Rhinoscopy. RLF.
Lymphocytes. Plasmocytes

INTRODUÇÃO

Disfunções nasais, normalmente, são relacionados com edema


de mucosa, inflamação e infecção bacteriana secundária, já que a
cavidade e os seios nasais são habitados por bactérias. Esses fatores,
contribuem para tornar o diagnóstico de doenças nasais um desafio
e só pode ser desvendado com uma abordagem minuciosa (NELSON;
COUTO, 2015).
Doenças nasais crônicas em cães podem ter diversas causas como
corpos estranhos, causas infecciosas, neoplasias, problemas
odontológicos ou inflamatórios (RUDD; RICHARDSON, 1985).
A rinite linfoplasmocitária (RLF) é uma causa importante de
doença crônica e pode ser mais comum do que se pensava
anteriormente. Seus sinais clínicos são semelhantes a outras doenças
nasais crônicas, tornando o diagnóstico um desafio maior ainda
(LOBETTI, 2014). Segundo Rolemberg (2017) 30% das afecções
respiratórias encontradas resultavam em rinite linfoplasmocítica,
seguidas de rinites crônicas e hiperplásicas (30%), neoformações
nasais (30%) e corpos estranhos (10%).
Devido à grande importância da RLF como causa de doença nasal
crônica, e a escassez de estudos abordando esse tema, o objetivo
do presente trabalho é realizar uma revisão de literatura abordando
os principais aspectos da rinite linfoplasmocitária.

REVISÃO DE LITERATURA

A rinite linfoplasmocítica (RLF), rinite crônica canina ou rinite


idiopática em cães foi relatada, pela primeira vez, por Burgener et
al (1987) sendo uma desordem como resposta á esteroides. Dezessete
anos depois, foi visto que nem sempre os corticóides são capazes de
tratar as rinites linfoplasmocíticas (WINDSOR et al, 2004). Segundo

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Lobetti (2014), a RLF é uma causa importante de doenças nasais, e


não é tão raro de ser encontrada, como se pensava previamente.
A etiologia da doença ainda é pouco conhecida, porém acredita-
se que a rinopatia inflamatória (WINDSOR; JOHNSON, 2006; HAWKINS,
2010), agentes irritantes como corpos estranhos, alérgenos, infecções
virais, fúngicas e bacterianas podem causar a rinite linfoplasmocítica
(WINDSOR; JOHNSON, 2006; LOBETTI, 2014). A RLF acomete animais
de meia idade a idosos e não tem predileção sexual. Ainda, as raças
mais pré-dispostas são: dachshund, yorkshire terrier e pastor alemão
(LOBETTI, 2014; WINDOSR et al, 2004). De acordo com Gianella et
al. (2020) 12% dos animais estudados eram da raça labrador
retrievers.
Os sinais clínicos são semelhantes aos de outras patologias
respiratórias crônicas (LOBETTI, 2014). O sinal mais comumente
achado na rinite linfoplasmocítica é a secreção nasal crônica,
bilateral, de aspecto mucoide ou mucopurulenta. Pode ainda, ter
presença de sangue nas secreções, tosse, espirro (LOBETTI, 2014;
JERICÓ, 2015). Por se tratar de uma doença idiopática, ou seja, que
não possui uma causa conhecida, os sinais são sempre inespecíficos
(NELSON,2015).

Diagnóstico

Um dos pontos mais importantes para diagnosticar doenças nasais


é a anamnese do paciente. Deve-se indagar o tutor qual o principal
sinal, quanto tempo está ocorrendo, qual a progressão, lados
acometidos, tipo de descarga nasal, dentre outros (AULER, 2010).
Deve-se excluir todas as possíveis causas de doenças nasais
crônicas (LOBETTI, 2009; WINDSOR; JOHSON, 2006). Feito isso, a
análise histológica é caracterizada por infiltrados inflamatórios de
linfócitos e plasmócitos na mucosa nasal. Mas, podem também
apresentar infiltrados eosinofílicos e neutrofílicos, mais tardiamente
(HAWKINS, 2010; LOBETTI, 2014). Podem apresentar, ainda,
hiperplasia epitelial, erosão da mucosa e remodelação das conchas
nasais (WINDSOR; JOHNSON, 2006).
Radiograficamente, a RLF pode se apresentar com opacificação
das passagens nasais, além de focos de radiopacidade, opacificação

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de tecidos moles, acúmulo de fluídos no seio frontal (WINDSOR;


JOHNSON, 2006). Apenas com a radiografia é difícil diagnosticar a
RLF, tendo em vista que possui baixa sensibilidade na diferenciação
entre rinite inflamatória, neoplasia ou rinite fúngica (WINDSOR et
al, 2004).
A rinoscopia é um grande aliado no diagnóstico de doenças nasais,
pois permite a visualização da lesão, presença de placas fúngicas,
destruição dos cornetos nasais e, ainda, pode guiar o instrumento
de biopsia (LOBETTI, 2009). Os achados mais comuns foram a
hiperemia de mucosa, acúmulo de muco nas passagens nasais, inchaço
difuso da área, mostrando sinais clássicos de inflamação local (TASKER
et al. 1999; WINDSOR et al. 2004) e, ainda, foram encontradas lesões
tipo placa (LENT; HAWKINS, 1992) e tipo massa (WILLARD; RADLINKSY,
1999).

Tratamento

Nenhum tratamento testado é eficaz para a RLF, portanto os


animais são tratados com uma junção de medicamentos como
antibióticos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos e antifúngicos
(WINDSOR, et al. 2004).
Animais que apresentam secreções nasais mucopurulentas tem
grandes chances de terem uma contaminação bacteriana secundária.
Para esses animais, o tratamento de antibioticoterapia (enrofloxacina
ou amoxicilina + clavulanato de potássio) é o mais indicado, para
reduzir a quantidade e o tipo de secreção (WINDSOR, et al. 2004;
LOBETTI, 2014), mas é improvável que o antibiótico ocasione a cura
da doença (WINDSOR, et al. 2004).
Os anti-inflamatórios, segundo Burgener et al. (1987) tem uma
resposta fraca e devem ser evitados a longo prazo, devido aos
seus efeitos colaterais sistêmicos. Em cães tratados apenas com
corticóides os sinais clínicos eram poucos controlados e retornaram
imediatamente após a interrupção do tratamento (LOBETTI, 2014).
O uso de corticóides tópicos, em humanos, mostraram mais efeito
em relação aos sistêmicos, anti-histamínicos e até antibióticos
(MORI et al, 2010). Segundo Lobetti, 2014 o melhor protocolo de
tratamento da RLF foi a dessensibilização com prednisolona,

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levando a resolução completa dos sinais, seguida de ciclosporina,


que ocorreu a redução acentuada dos sinais e em menor período
de tempo.

CONCLUSÃO

Sendo assim, constata-se que ainda existem muitos desafios para


esclarecer a etiologia da rinite linfoplasmocitária. Ainda, mostra
que a RLF entra no diagnóstico diferencial de doenças que acometem
o trato respiratório superior.
O principal sinal clínico encontrado na literatura é a secreção
nasal uni ou bilateral, que pode variar de consistência serosa até
purulenta. O infiltrado inflamatório, presente na mucosa nasal é
responsável por alterar as funções fisiológicas dos mecanismos de
defesa do trato respiratório superior.
O diagnóstico deve ser realizado através da histologia com a
presença de infiltrado inflamatório de linfócitos e plasmócitos,
tornando a rinoscopia uma grande aliada no diagnóstico de doenças
nasais, detalhando a cavidade nasal e fornecendo informações
adicionais como afecções concomitantes presentes.

REFERÊNCIAS

AULER, F. A. B. Associação da radiografia, tomografia


computadorizada e rinoscopia no auxilio diagnóstico das afecções
em cavidade nasal e seios paranasais de cães. 2010. (Dissertação:
mestrado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

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DEFICIÊNCIA DE ADESÃO LEUCOCITÁRIA DOS


BOVINOS

DALÓIA, Rafaella Queiróz1


FERREIRA, João Pedro1
FREIRE, Cezar Vinicius Oliveira1
NITTA, Thiago Yukio 2
1
Discente do curso de Medicina veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
2
Docente do curso de Medicina veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:

RESUMO

As biotecnologias da reprodução como inseminação artificial


e transferência de embrião possibilitou a muitos produtores o
acesso a genética melhoradora, através do sêmen de touros com
elevado valor genético de diferentes regiões, porém, essa
demanda por genética de produção também pode acarretar em
sérios problemas que podem desapercebidos, como por exemplo
problemas de origem genética e que na maioria das vezes não
podem ser identificados apenas com avaliação fenotípica. A
deficiência de adesão leucocitária dos bovinos (BLAD) pode estar
presente na genética de um determinado rebanho mas nem
sempre se manifestara, pois depende de um acasalamento entre
dois indivíduos descendentes do portador original dos genes para
a doença.
Palavras chave: Blad, Bovinos, Enfermidades.

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ABSTRACT

Reproduction biotechnologies such as artificial insemination


and embryo transfer have enabled many producers to access state-
of-the-art genetics, through semen of bulls, consideration of high
genetic value worldwide, but this demand for genetics of
production can also lead to serious problems that can be
overlooked until the eyes are more attentive because they are
problems of genetic origin and that most of the times can not be
seen with the naked eye, as if it were a phenotypic characteristic
for example. Blad may be present in the genetics of a particular
herd but not always manifested because it depends on a mating
between two individuals descended from the original carrier of
the genes for the disease.
Keywords: Blad, Bovinos, diseases.

1. INTRODUÇÃO

A domesticação dos animais teve seu início nos primórdios com


a seleção daqueles que melhor servissem ao homem, pautando-se
principalmente naqueles mais dóceis e de fácil manejo. Após esse
período até a metade da década de 1990, na maior parte do mundo,
a seleção teve como foco principal o aumento da produção e
componentes do leite, bem como as caraterísticas morfológicas e
capacidade do úbere. Durante muito tempo a seleção genética
baseava-se em critérios fenotípicos, e a partir do século XX começou-
se a selecionar baseando-se em hereditariedade e estatista moderna
(GAMA, 2002; OLTENACU & BROOM, 2010).
O uso das avançadas biotecnologias da reprodução como IA e TE
permite que o sêmen de touros com alto valor genético seja
comercializado entre vários países (MEYDAN et al., 2010). O rápido
aumento na produção de leite nas ultimas quatro décadas deu-se
por causa de uma melhor gestão, baseado em um melhor manejo
nutricional, aplicação das técnicas de seleção e das biotecnologias
da reprodução como Inseminação artificial (IA), transferência de
embrião (TE) e testes de progênie (GAMA, 2002; RODRIGUEZMARTINEZ
et al., 2008; OLTENACU & BROOM, 2010).

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Os fatores determinantes para o sucesso de um programa de


seleção genética são três a hereditariedade, a receptibilidade e a
relação entre fenótipo e genótipo (RAO & BHATIA, 1992; GAMA, 2002).
Este trabalho tem como Objetivo fazer uma breve revisão de
literatura sobre Deficiência de Adesão Leucocitária nos Bovinos.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Hereditariedade

A hereditariedade corresponde a proporção das diferenças entre


indivíduos e que é transmissível a seus descendentes, ou seja, é a
correlação de variação fenotípica e que é de origem genética aditiva.
Representada por h² onde 0,4 alta (GAMA, 2002).
Isso significa que se h² for baixa o progresso genético dentro de
um rebanho pode ser demorado e se alta pode ser rápido, estas
relações mostram que estes índices devem ser usados para melhorar
características indesejáveis ou de baixa hereditariedade (PRYCE et
al., 2016).

2.2 Repetibilidade

A repetibilidade é definida pela proporção entre as diferenças


entre indivíduos e que é repetida de um registro para outro (GAMA,
2002). Entender este conceito de repetibilidade das características
economicamente importante será útil para tomar decisão sobre
manejo e refugo, dando uma certa noção sobre como serão as vacas
em termos produtivos futuramente (WILCOX et al., 2003).

2.3 Relação entre Fenótipo e Genótipo

A relação fenotípica é estimada a partir de duas características


medidas no mesmo animal indicando se tais fenótipos para dois
caracteres estão associados ou não, ou seja, de que forma uma
característica está relacionada a outra (GAMA, 2002; NICHOLAS,
2010). Já a relação genotípica diz respeito a duas características
que serão pelo mesmo conjunto de genes, ou seja, avalia de um

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animal com elevado valor genotípico para uma determinada


características, terá também ou não um valor elevado para outra
(GAMA, 2002; NICHOLAS, 2010).
A herança genética, determina as características normais de todos
os seres vivos e também pode ser a causa de enfermidade
denominadas hereditárias ou genéticas. No caso dos bovinos a pouca
variabilidade genética sempre utilizando os mesmos reprodutores
por muito tempo pode favorecer o aparecimento de enfermidades
de origem genética, neste trabalho será feita uma breve descrição
sobre a deficiência de adesão leucocitária dos bovinos (BLAD).

3. DEFICIENCIA DE ADESÃO LEUCOCITARIA DOS BOVINOS (BLAD)

A deficiência de adesão leucocitária dos bovinos (BLAD) é uma


enfermidade autossômica de bezerros de raças europeias
principalmente os de raça holandesa, tendo por característica clinica
infecções bacterianas crônicas e morte prematura. Os leucócitos
dos bezerros acometidos apresentam ausência de glicoproteínas de
superfície as â-2. Uma mutação do gene codificador do CD-18 bovino
causa esta enfermidade. O defeito do gene é chamado de mutação
do alelo D128G (SMITH, 2006).
Os carreadores heterozigotos são normais clinicamente, no
entanto, touros e vacas com esta mutação podem produzir bezerros
homozigotos que manifestam a deficiência. Todos os bezerros com
BLAD podem ser rastreados até um único ancestral que deve estar
presente em ambos os registros genealógicos, paterno e materno.
Nos Estados Unidos, aproximadamente 14% dos reprodutores e quase
6% dos bezerros acometidos com a BLAD (SMITH, 2006). Os bezerros
homozigotos apresentam infecções bacterianas crônicas redicivantes.
Achados clínicos consistentes incluem febre, broncopneumonia,
estomatite, gengivite, diarreia redicivante ou crônica,
linfoadenopatia periférica, vasculite e dermatite.
Os bezerros aparentam ser normais ao nascimento, mas
frequentemente os sinais clínicos estão presentes ainda nas primeiras
semanas de vida. Os bezerros acometidos geralmente morrem no
primeiro ano de vida. Aqueles que por mais de um ano de idade
apresentam falta de desenvolvimento persistente. Anormalidades

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hematológicas incluem neutrofilia (>40.000/ìL) sem desvios


significativos a esquerda, linfocitose e monocitose. Achados anormais
de bioquímica sérica incluem hipoalbuminemia; hiperglobulinemia
e baixa concentração sérica de creatinina, uréia e glicose (SMITH,
2006).

3.1 A genética pelo mundo

Rastreando a mutação no gado Holandês chegou-se a origem,


trata-se de um touro heterozigoto (Osborndale Ivanhoé) (Figura 1),
este touro possui um alto valor genético para a produção de leite.
Ele e mais dois de seus filhos formam uma linhagem importantíssima,
cujo sêmem foi vendido para vários países, disseminando a BLAD
para rebanhos pelo munda a fora por meio da IA (RIBEIRO ET AL.,
2000). É comum que muitos anos se passem entre a ocorrência de
uma mutação e o aparecimento da doença, pois é necessário que
haja o acasalamento entre descendentes macho e fêmea do portador
original (GENTIL e TESTONI, 2006).

Figura – 1 Touro Osborndale Ivanhoé

Fonte: Renisberg

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A endogamia na população bovina tem aumentado o risco de


ocorrência de enfermidades genéticas como a BLAD, o amplo uso de
poucos touros de elite aumenta a chance de unir dois genes recessivos
com mutação no genótipo de um a animal. Os animais de raça pura
têm maiores chances de serem acometidos que os animais de raças
cruzadas. A maior dificuldade em controlar das enfermidades
genéticas é que quando as mesmas são identificadas, o número de
alelos já está distribuído de forma “homogênea” dentro da mesma
população.

4. REFERÊNCIAS

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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA EM


CÃES – REVISÃO DE LITERATURA

OLIVEIRA, Diogo Campos de¹,


KOBAYASHI, Priscila Emiko².
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail
2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:

RESUMO

A Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é caracterizada como


uma síndrome clínica complexa que resulta de diversas cardiopatias,
e apresenta desenvolvimento rápido ou vagaroso. A ICC desencadeia
diversas reações bioquímicas no organismo do animal, envolvendo o
sistema nervoso, de modo que possa haver a compensação da função
cardíaca. A ICC em cães tornou-se muito comum na rotina do médico
veterinário, portanto essa revisão de literatura tem como objetivo
abordar os diversos aspectos da ICC, incluindo fisiopatologia, sinais
clínicos, diagnóstico e tratamento.
Palavras Chaves: Cardiopatias, Fisiopatologia, Cães, Degeneração
Valvular.

ABSTRACT

Congestive heart failure (CHF) is characterized by a complex


clinical syndrome that results from different cardiopathies, and can

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develop gradually or quickly. CHF develop various biochemical


reactions in animal organism due to compensatory mechanism
involving nervous system. CHF is common in the veterinarian´s
routine, then the purpose of this literature review is to summarize
different topics of CHF, including physiopathology, clinical signs,
diagnosis and treatment.
Keywords: Cardiopathies, Physiopathology, Canine, Valvular
Degeneration.

1. INTRODUÇÃO

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma síndrome clínica


comum em cães que resulta da disfunção sistólica e/ou diastólica,
com sinais clínicos variáveis que incluem congestão, edema pulmonar,
efusão pleural ou abdominal e circulação sanguínea inadequada
(CALVERT, 1991; TILLEY & GOODWIN, 2002; SEO et al., 2020).
As principais cardiopatias que podem resultar em ICC são as
miocardiopatias dilatada, hipertrófica e restritiva, miocardites,
endocardites e endocardioses, parasitoses cardíacas, efusões
pericárdicas, arritmias, tumores e cardiopatias congênitas (KNIGHT,
1992). Em cães, ocorre mais frequentemente secundária à doença
degenerativa da válvula mitral ou a cardiomiopatia dilatada (SCHOBER
et al., 2010; Nakamura et al., 2014; VATNIKOV et al., 2019).
É uma síndrome clínica comum e em muitos casos pode ocasionar
um prognóstico ruim, principalmente na insuficiência cardíaca
congestiva direita devido a inapetência e caquexia severa, além dos
efeitos adversos de algumas terapias existentes (Adin et al., 2019).

1.1 FISIOPATOLOGIA

Na ICC, ocorre a incapacidade cardíaca de bombear sangue,


resultando na redução do débito cardíaco (DC) e posteriormente
aumentando a pressão diastólica final do ventrículo esquerdo
(CAMACHO & PEREIRA, 1999).
A redução do débito cardíaco, ira acarretar na diminuição da
pressão arterial sistêmica, enquanto que, o aumento da pressão
diastólica final do ventrículo esquerdo poderá acarretar na congestão

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das veias pulmonares (Brown et al., 2007). Em cães com insuficiência


na valva de mitral, a elevação da resistência vascular periférica
acarreta no aumento da volemia regurgitada para o átrio esquerdo,
esses mecanismos mostram as alterações complexas para que se
tenham reações compensatórias e possa preservar a função cardíaca
e o fluxo sanguíneo (CAMACHO & PEREIRA, 1999; Brown et al., 2007).
A diminuição na pressão arterial sistêmica causa modificação
nos barorreceptores aórticos e carotídeos e, portanto, como reação
compensatória há aumento na atividade do sistema nervoso autônomo
simpático, através da liberação de catecolaminas (CHEUNG, 2015).
O aumento da atividade do sistema nervoso simpático e
consequentemente da redução de fluxo sanguíneo renal, demarcam
aumento na liberação de renina e a ativação do sistema renina-
angiotensina-aldosterona (CAMACHO & PEREIRA, 1999).
A renina catalisa a conversão de angiotensinogênio em
angiotensina I, que é um hormônio vasoativo de baixa potência e é
convertido posteriormente em angiotensina II pela enzima conversora
de angiotensina (ECA) (TILLEY & GOODWIN, 2002).
A angiotensina II é um potente vasoconstritor e atua nos túbulos
renais facilitando diretamente a reabsorção e retenção circulatória
de sódio e água. No sistema nervoso central, promove liberação de
hormônios antidiuréticos e ativa o reflexo da sede, para que haja
aumento de ingestão de água e, consequentemente maior retenção
de fluido e aumento da pré-carga (CAMACHO & PEREIRA, 1999).
Além disso, a angiotensina II estimula a síntese de aldosterona
pela região cortical das adrenais, que por sua vez promove regulação
da pressão arterial, reabsorção de sódio e excreção de potássio nos
túbulos renais (KATZ, 1994; TILLEY & GOODWIN, 2002).
A ECA também atua na inativação da bradicinina, a qual possui
efeito vasodilatador, inibe crescimento e proliferação celular,
portanto, esta ligada à estimulação e inibição da hipertrofia cardíaca
(KATZ, 1994).
O aumento da retenção de sódio e água, e consequente aumento
de volume sanguíneo e pré-carga geram a hipertrofia cardíaca
excêntrica (PUGLIESE; MASI; TADDEI, 2019).
A hipertrofia cardíaca se caracteriza como uma resposta
inadequada dos miócitos, com aumento de síntese proteica e

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crescimento indesejado dessas células, e consequente morte precoce


por apoptose (KATZ, 1994).
A elevação da pós-carga e a atividade descontrolada do sistema
renina- angiotensina- aldosterona, pode causar efeitos desfavoráveis
que incluem a diminuição do débito cardíaco, maior consumo de
oxigênio pelo miocárdio, além de danos vasculares e renais
(PUGLIESE; MASI; TADDEI, 2019).
Em humanos, está bem estabelecido que a ativação do sistema
imune e mediadores inflamatórios são importantes componentes
da ICC (HAMILTON-ELLIOTT et al., 2018; PETRIC et al., 2018). Em
cães, não é totalmente compreendido, porém há estudos que
demonstram que há alteração de proteína C reativa ou leucocitose
nos pacientes com ICC, ou seja, células envolvidas no processo
inflamatório decorrentes do aumento da produção de corticoides
ou outras alterações neuro-hormonais que ocorrem na doença
(DEEPTI & YATHIRAJ, 2015; HAMILTON-ELLIOTT et al., 2018; PETRIC
et al., 2018).
Sendo assim, cada um desses mecanismos compensatórios ou
alterados na fisiopatologia da ICC gera efeitos nocivos à saúde quando
ativados por tempo excessivo, sendo esses efeitos responsáveis pelos
sinais clínicos da ICC (CAMACHO & PEREIRA, 1999).

1.2 SINAIS CLÍNICOS

A ICC pode ser esquerda, direita ou generalizada, também


chamada de bilateral e, portanto, os sinais clínicos são variáveis de
acordo com a doença e severidade. A ICC esquerda pode apresentar
sinais respiratórios como tosse, taquipnéia, taquicardia e edema
pulmonar. A ICC direita pode ocasionar congestão venosa da circulação
sistêmica, hepatomegalia, esplenomegalia, efusões em cavidades
corpóreas, edema em membros, caquexia e ganho de peso por
retenção de água. No caso da ICC generalizada ou bilateral, os
sintomas da ICC esquerda e direita são agravados, como intolerância
a exercícios, causando fraqueza e fadiga, perda de peso, caquexia
cardíaca, dispneia ao fazer esforço, taquiarritmia, perfusão periférica
deficiente, membranas pálidas, cianose e extremidades frias
(CALVERT et al., 1991; KNIGHT et al., 1992).

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1.3 DIAGNÓSTICO

Há diversas ferramentas para o diagnóstico de uma doença


cardíaca em cães, incluindo a ICC, dentre elas temos os exames
clínicos e auscultação, raio-x de tórax, eletrocardiograma e
ecocardiograma (HOQUE et al., 2019). A auscultação auxilia no exame
cardíaco para a detecção de ritmos e sons cardíacos alterados (HOQUE
et al., 2019). A radiografia torácica não é um método tão específico,
especialmente em cenários de doenças cardíacas e pulmonares
combinadas, além do exame poder sofrer variação considerável de
seu observador; Um método extremamente recomendado e eficaz é
a ecocardiografia para o diagnóstico da ICC (SCHOBER et al., 2010).

1.4 TRATAMENTO

O tratamento da ICC é individualizado, sendo prioridade a


correção dos sinais clínicos que trazem risco à vida. As bases para o
tratamento da ICC é a redução da ingestão de sódio, o uso de
vasodilatadores para que reduza a oposição à ejeção de sangue pelo
ventrículo esquerdo e o uso de antiarrítmicos para o controle das
arritmias cardíacas. Além disso, utilizam-se diuréticos e
venodilatadores para a redução de volemias ou pré-carga, e
inotrópicos positivos para o aumento da contratilidade cardíaca. A
identificação de cardiopatias e eliminação dos fatores que precipitam
a ICC são fatores importantes para a eficácia terapêutica (KNIGHT,
1992).
Associado a isso, há diversos tipos de manejo não
medicamentosos, como regimes, exercícios moderados e controle
de peso, sendo essas opções muito recomendadas no tratamento do
paciente (DAVIES; EVERITT; COBB, 2014).

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Material e métodos

Foi realizada uma revisão de literatura sobre a fisiopatologia da


insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em cães, abordando os

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principais aspectos fisiopatológicos e clínicos da ICC, destacando os


mecanismos compensatórios que envolvem a síndrome, além de
destacar as doenças que podem ocasionar a ICC no qual como
métodos, se utilizaram tanto da literatura quanto de artigos da área.

3. CONCLUSÃO

As doenças cardíacas em cães são comuns, e dentre elas, há as


insuficiências cardíacas congestivas. A ICC é caracterizada como uma
síndrome clínica, no qual se pode decorrer a partir de diversas
cardiopatias, seus sintomas estão presentes em diversas doenças
cardíacas, portanto caracteriza-se como um estado fisiopatológico
que acomete o coração, refletindo na circulação corpórea, e
desencadeando diversas reações compensatórias para preservar a
função cardíaca.
Os estudos e revisões de literatura relacionadas com a ICC fazem-
se necessário, pois se trata de uma doença comum e de extrema
relevância na rotina do médico veterinário, e a identificação precoce
auxilia no tratamento e prognóstico do paciente.

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SILAGEM DE COLOSTRO NA NUTRIÇÃO DE


BEZERRAS LEITEIRAS

KLAUS, Samara Ellen Joaquim1,


VERSALI, Marco Aurélio Rosa1,
CAMPANHA, Joice Elaine Teixeira.
x1Discente do curso de Medina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
2

Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:jetcampanha@gmail.com

RESUMO

As melhorias na produção de leite e nas tecnologias de processamento


tornaram as opções econômicas viáveis para a criação de bezerros. O
colostro ou silagem de leite de transição é um método barato que pode
substituir o leite para obter uma boa qualidade nutricional, e o leite
deve ser substituído para reduzir os custos do produtor. O objetivo desta
revisão de literatura é apresentar a silagem de colostro ou leite de
transição como ferramenta para a redução dos custos de produção de
leite, resultado do desempenho animal, e o desafio de aprimorar a
tecnologia como alimento alternativo na dieta de bezerras.
Palavras-chave: Anaerobiose, Colostragem, Fermentação

ABSTRACT

Improvements in milk production and processing technologies


have made economic options viable for raising calves. Colostrum or

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transitional milk silage is an inexpensive method that can replace


milk to obtain good nutritional quality, and milk must be replaced to
reduce producer costs. The objective of this literature review is to
present colostrum silage or transitional milk as a tool to reduce milk
production costs, as a result of animal performance, and the
challenge of improving technology as an alternative food in the cow
diet.
Keywords: Anaerobiosis, Colostration, Fermentation.

1. INTRODUÇÃO

Sabemos que na fase de cria dos animais é um grande desafio


que precisa ser vencido, exigindo atenção que não é oferecida
normalmente devido as bezerras apresentar custos alto não
retornando lucro em curto prazo. Para SILPER et al. (2012), bezerras
e novilhas de leite representam partes importantes do custo de um
sistema de produção de leite, sendo de forma necessária a saúde
desses animais para uma criação eficiente.
Como problema de pesquisa precisou descobrir se os produtores
estão separando esses bezerros antes de tomar o leite da mãe e
assim ter imunidade passiva adquirida através do colostro pois embora
muitas explorações leiteiras, logo após ao nascer, bezerros são
separados de suas mães, mal sabe se chegam mamar o colostro em
grandes volumes ou não mamam , depois de levados são criados de
maneira artificiais de modo infelizes, levando os apresentar um
grande risco, podendo levar a morbidade e mortalidade. (KHAN et
al., 2016). Dentre as relações da viabilidade e da produtividade da
bovinocultura leiteira, deve ser bem orientada e ter o manejo correto
para a busca da desmama antecipada, para que não venha interferir
no bem-estar animal e no crescimento das bezerras leiteiras
(AZEVEDO et al., 2013).
O objetivo desse trabalho tem com base em trazer lucro ao
produtor leiteiro na qual, eles poderão vender o leite viável para
laticínios ou fazer derivados do leite. Antigamente o colostro que
era desprezado aos porcos ou descartado para cães agora passa a
ser engarrafado e transformado em silagem de colostro no
aleitamento desses animais, dando maior eficiência e

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desenvolvimento desses animais sem trazer gastos econômicos aos


produtores, que essa técnica se fortaleça como uma alternativa de
alimento na dieta de bezerras leiteiras ou até mesmo bezerros
machos, com finalidade a ser destinado para uso comercial.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Colostro

A primeira secreção láctea assim como é descrito, de fêmeas


mamíferas, que são produzidos durante um período que a vaca se
encontra em gestação dado como período seco, no qual a vaca bovina
ira ter um descanso de 60 dias antes o parto para melhorar o escore
corporal (ecc), e para poder fazer a produção de colostro de excelente
qualidade (CORTESE, 2009; YANG et al., 2015), contendo a mistura da
secreção láctea com constituintes do plasma sanguíneos que podemos
chamarmos de leite (DAVIS; DRACKLEY, 1998, GODDEN, 2008).
O colostro se responsabiliza também pela nutrição do neonato,
regulação da temperatura corporal e manutenção, fatores de
crescimento fornecidos (crescimento semelhante à insulina tipo 1)
ele vai transferir a imunidade celular nas proteínas determinadas
por vários órgãos e na regulação endócrina. (REBER et al., 2008;
DAVIS; DRACKLEY, 1998; TEIXEIRA, 2017).
É de suma importância fazer a avaliação da qualidade do colostro,
para evitar de fornecer colostro de baixa qualidade aos neonatos, a
muita variação de imunoglobulina entre colostro, na qual está ligada
diretamente com seu conteúdo em sólidos (MCGUIRK, 1998).

2.2 Importância da imunidade passiva

Para que haja a transferência da imunidade passivas nos bezerros


recém-nascidos procede da formação do colostro, na sua ingestão e
absorção das imunoglobulinas através do epitélio intestinal. É
fundamental fazer a avaliação da transferência passiva de imunidade
no sistema de criação de bezerros, na qual vai indicar as condições
de saúde e de sobrevida desses animais durante seu desenvolvimento
(DAVIS; DRACKLEY, 1998; DE SOUZA, 2015).

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O tempo é crucial para que a transferência de imunidade passiva


seja eficiente. Pois o colostro vai perdendo a sua qualidade devido
ao tempo que o bezerro demora a mamar, de gradativamente
perdendo a capacidade de absorver imunoglobulinas. No trato
gastrointestinal das bezerras, fazem a captação das imunoglobulinas
e outras proteínas presente no colostro, através de células cilíndricas
no epitélio intestinal por endocitose; assim atingindo a circulação
sistêmica, por vias capilares venosos e linfáticos, na onde há
transferência maciça de imunoglobulinas maternas (GODDEN, 2008).

2.3 Colostro fermentado

A forma que o colostro e o leite de transição eram armazenados


nas propriedades rurais e estudado a decadas, sendo por refrigerção
ou congelamento. O metodo para o produtor rural conseguir manter
o produto conservado é atraves de equipamentos necessario como
(geladeira e freezers ), na qual havia uma inesxistencia ou falha de
rede eletrica na zona rural, dificultando a falta de eletricidade,
exigindo o produtar a comprar geradores que produzisem ernergia
eletrica para fazer a manutenção dos equipamentos. Foram
desenvolvidos outras formas de armazenamento atravéz de estudos
para ser ultilizados pelos produtores com maior facilidade, levando
em consideração a manutenção do valor nutricional e da segurança
microbiologica, pois o produto sera utilizados na alimentação dos
animais jovens, na qual são mais sucptiveis a disturbios
gastrointestinais (CARLSON et al., 1979).
Uma tecnica de armazenamento do colostro e na forma de
fermentação com objetivo de poder conservar o valor nutricional e
conseguindo fazer o armazenamento de grandes volumes. O processo
de fermentação e feita de maneira natural e sem produtos inucuo, essa
forma foi desenvolvida com base de minimizar a forma de armazenagem,
feita de maneira economica, e diminuindo a perda do colostro,
constituindo-se em um potente substituto ao leite (MATOS, 1996).

2.4 Processos do Colostro Fermentado

O processo da silagem de colostro foi estudado na decada de 70 e 80


por diversos pesquisadores, o processo fermentativo aerobico in natura

186 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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consistia no armazenamento de colostro durante 4 semanas, em recipientes


vetados com saco plastico, e fornecido aos bezerros varias vezes ao dia
(SWANNACK, 1974; JENNY et al., 1977; FOLEY e OTTERBY, 1978).
De acordo com Drevjany et al. (1975), deve-se manusiar o colostro
de maneira higienica para evitar a contaminação microbiana e
posteriormente armazenado em recipientes com tampas devidamente
limpos com detergente neutro, feito o envase, o material deve ser
alojado em lugares que tenha uma temperatura inferior a 25°c e ser
homogenizado todos os dias para neutralizar a separação de solidos,
deve fornecer aos animais dentro das primeiras semanas apos o
armazenamento. Colostro que demonstrar presença de sangue nao
deveram ser ultilizados para fazer a silagem de colostro.
Segundo os estudos Carlson e Muller (1977); Daniels et al. (1977)
e Folley e Otterby (1979), o colostro fermentado caracterizou baixo
custo, embora teve resultados promissores obtito, a grande
viabilidade do produto final, foi motivo a qual a tecnica de
armazenamento não foi ultilizada de forma intensificada.

2.5 Microbiologias da silagem de colostro

Na avaliação microbiológica da silagem de colostro poderá verificar


o material de boa fermentação, não apresentando os crescimentos
dos grupos das Enterobacteriacea, Staphylococcus spp. e fungos. O
cultivo microbiano desejável e ter presença de bactérias com
características morfológicas compatíveis com Lactobacillus spp. Pois
demonstra boa característica de fermentação (GERASEEV et al., 2011).
Assim tambem foram analisados alteraçoes indesejaveis
observadas na silagem de colostro que ocorreu uma inadequação
durante o processo fermentativo, na qual se observou uma dilataçao
da garrafa pet, avendo uma alta produção de gases e odor putido.
Caracterizando o indicativo de Enterobacteriacea, Staphylococcus
spp. e fungos, apresentando uma baixa concentração de
Lactobacillus spp. (GERASEEV et al., 2011).

2.6 Aleitamento e Nutrição

Em um sistema de lactação convencional, o bezerro recebe uma


quantidade limitada de leite e começa a consumir a textura ou
alimento granulado fornecido após o desmame até algumas semanas

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após o desmame. Muitos produtores desmamam os bezerros muito


jovens para reduzir os custos associado a alimentação com leite ou
substitutos do leite, mas os bezerros nascem com rúmen não funcional
e devem inicialmente contar apenas com leite para atender as
necessidades nutricionais de manutenção e crescimento (KHAN et
al., 2016).
Embora o leite seja um alimento rico e completo, é importante
considerar que a quantidade e a qualidade do leite são diretamente
afetadas pelos métodos operacionais, elementos físicos e químicos,
limpeza do meio ambiente e processo de ordenha. O conteúdo da
lactose, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais são características
deste produto, sendo afetado pela raça, genética, nutrição e saúde
do gado. Fatores relacionados a personalidade de cada animal, como
tempo de lactação, escore de condição física ou desconforto, também
estão relacionados a composição do leite (NASCIMENTO et al., 2013).

3. CONCLUSÃO

A silagem de colostro é uma fonte de nutriçao barata para os


recém nascidos, sendo rica em proteina e em solidos totais, suprindo
a exigência nutricionais desses aniamais. A silagem de colostro ou
leite de transição é o resultado do processo de fermentação em
condições anaeróbias, aproveitando a secreção excessiva de leite
dos bezerros após o parto, não tem valor industrial, mas tem valor
nutricional, podendo ser preservado e substituto ao leite. Porém, se
a fermentação for insuficiente, pode resultar em altas taxas de
descarte do produto e altas concentrações de microorganismos
patogênicos, que podem causar danos à saúde dos bezerros.

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DEMODICIDOSE – RELATO DE CASO

PRADO, Marina Gabriela Ferreira1,


PIZATTO, Letícia,
TROLEZI, Rodrigo2.
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
1

Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: ma.gprado@outlook.com


2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
rodrigo_trolezi@hotmail.com

RESUMO

A demodicidose, também conhecida como sarna


demo déc ica , é uma derma topatia provo cada pelo áca ro
Demodex sp que acomete cães (Demodex canis) e gatos
(Demodex cat e Demodex gatoi) jovens ou adultos e pode
apresentar-se da forma localizada ou generalizada. Ele reside
normalmente nos folículos pilosos, ductos e glândulas sebáceas
e se prolifera como doença base em animais jovens com falha
em funcionalidade linfocitária ou secundária, em indivíduos
imunossuprimidos ou com patologias de base sistêmicas. O
diagnóstico envolve exame parasitológico com raspado profundo
ou fita de acetato. Em alguns casos são necessários exame
histopatológicos. O tratamento envolve protocolos de
administrações mensais e tem bom prognostico.
Palavras chave: Demodécica; Sarna negra; Demodex canis

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 193


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ABSTRACT

Demodicidosis also known as demodectic scabies, is a


dermatopathy caused by the mite Demodex sp that affects dogs
(Demodex kennels) and cats (Demodex cat and Demodex gatoi) young
or adults and can present itself in a localized or generalized way. It
usually resides in hair follicles, ducts and sebaceous glands and
proliferates as a base disease in young animals with lymphocyte or
secondary function failure, in immunosuppressed individuals or with
systemic base pathologies. The diagnosis involves parasitological
examination with deep scrape or acetate tape. In some cases
histopathological examination is necessary. Treatment involves
monthly administration protocols and has good prognosis.
Keywords: Demodecica; Black scab; Demodex canis

1. INTRODUÇÃO

O Demodex canis é transmitido ao filhote nas primeiras horas de


vida por meio do contato direto entre o filhote e a mãe durante o
aleitamento e o ácaro começa a residir no folículo piloso em torno
de 16 horas após seu nascimento (DELAYTE, 2016).
A demodicidose ou sarna demodécica, popularmente conhecida
como sarna negra, é uma dermatite primária causada pelo ácaro em
questão que é um comensal da pele que reside nos folículos pilosos,
ductos e glândulas sebáceas da espécie canina; além desse, outros
ácaros como o Demodex injai e Demodex cornei já foram encontrados
em cães com demodicidose generalizada. Ocorre, normalmente, pela
proliferação excessiva em casos de imunossupressão e distúrbios
imunológicos (TILLEY, SMITH JT, 2003; DELAYTE, 2016).
A demodicidose é classificada em virtude da sua distribuição pelo
corpo sendo localizada e generalizada ou também em decorrência de
sua idade, podendo ser doença de base quando juvenil (até 12º mês
de vida) ou secundária em cães adultos (entre 2 a 5 anos de vida)
assintomáticos quando filhotes. É uma enfermidade mais comum em
animais de pelame curto e as raças variam de acordo com a região do
mundo. No Brasil, os Terriers, Cockers, Daschunds, Lhasa apsos e Pit
Bulls são as raças mais acometidas no último século (DELAYTE, 2016).

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Os sinais clínicos são variados sendo alopecia circunscrita nos


casos localizados e hipotricose ou alopecia com hiperqueratose,
hiperpigmentação, descamação, vesículas, pústulas, edema, eritema
ou exsudação nos casos graves ou generalizados (RONDELLI, 2012).
O diagnóstico é realizado através da visualização do Demodex canis
por exame parasitológico (raspado cutâneo, tricograma, fita de acetato).
O raspado profundo da pele, segundo SANTAREM (2007) é o mais fidedigno
já que os ácaros se localizam nos folículos pilosos. Deve-se evitar locais
ulcerados, pois a hemorragia dificulta a visualização do ácaro (LARSSON,
LUCAS, 2016). O parasita pode ser observado em todas as fases da vida
como ovo, jovens e adultos (CRIVELLENTI, 2012).
Em casos específicos, é necessário exame histopatológico, com
folículos pilosos repletos de ácaros e queratina, perifoliculite,
foliculite ou furunculose supurativa (LARSSON, LUCAS, 2016).
O tratamento da demodicidose tende a ser longo e mesmo após
a cura clínica do animal, o protocolo de terapia não deve ser
abandonado para não ocorrer a remissão dos sinais, tendo em vista
que a cura dos sinais não, necessariamente, coincide com a cura do
parasita (LARSSON, LUCAS, 2016).
Os fármacos utilizados para o tratamento são: ivermectina,
moxidectina, milbemicina e doramectina, além de antibioticoterapia para
infecções secundárias (CRIVELENTTI, CRIVELENTTI, 2012). Além disso, um
princípio ativo com bons resultados é o sarolaner presente no Simparic,
medicamento indicado para tratamento de Demodex canis (SIMPARIC, 2016).
Banhos com clorexidine também são indicados associado a glicerina
e/ou ureia de 1 a 3 vezes na semana (CRIVELENTTI, CRIVELENTTI, 2012).
Independente de qual for o protocolo adotado, o tratamento só pode
ser cessado após três exames parasitológicos negativos, com intervalo
de 15 dias entre eles, para que seja constatada, após intervalo de 4-6
meses sem medicamentos, a “cura clínica” (LARSSON, LUCAS, 2016).

2. RELATO DE CASO

Foi atendido em uma clínica médica especializada, localizada na


cidade de Bauru-SP um cão, fêmea, lhasa apso, 7 anos, castrada com
queixa de aparecimento de uma lesão crostosa, eritematosa,
exsudativa e circunscrita, pruriginosa em região de face lateral (figura

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1) com evolução de 7 dias. Segundo relato de tutora, fora administrado


por conta pomada a base de bacitracina por uma semana sem sucesso.
Ao exame físico todos os parâmetros estavam dentro da
normalidade. Foi realizado exame parasitológico com fita de acetato
na lesão onde foi observado grande quantidade de bactérias tipo cocos
e celularidade. Iniciado o protocolo para o controle da piodermite
com antibioticoterapia tópica, fora administrado em associação
dexametasona por 2 dias, pois havia suspeita de demodecidose
associada. A lesão piorou e o exame parasitológico com a mesma
técnica empregada anteriormente repetido, onde observaram-se
Demodex canis na lâmina (figura 2), fechando o diagnóstico.
O tratamento instituído foi a administração de Sarolaner, via
oral, a cada 30 dias. Os demais protocolos são para a infecção
bacteriana secundária.
O retorno está marcado para daqui a 50 dias para reavaliação do
paciente e repetição do exame parasitológico de raspado cutâneo.
Figura 1: Lesão crostosa, circunscrita e exsudativa do paciente.

Fonte: Arquivo pessoal, Bauru/SP

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Figura 2: Lâmina do raspado parasitológico cutâneo profundo da lesão do paciente


em questão.

Fonte: Arquivo pessoal, Bauru/SP.

2.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A demodicidose é mais frequente em filhotes e adultos jovens


(PEREIRA et al., 2015), fato que refuta a idade do paciente do relato,
que possui 7 anos.

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A demodicidose provoca lesões alopécicas, crostosas e


eritematosas podendo ou não ter prurido, este associado a presença
de infecções secundárias concomitantes (MULLER, KIRK, 1996), esse
fato corrobora com o caso em questão onde a lesão apresentava-se
com essas características descritas e a localização da lesão em face,
corrobora com os locais mais predispostos às lesões de demodicidose
segundo Sousa Filho et al., 2017.
O primeiro raspado cutâneo profundo foi realizado quando a lesão
estava inflamada e ulcerada e não possibilitou a visualização do
ácaro, o que valida dados da literatura feitos por Larsson, Lucas
(2016) que afirmam que locais ulcerados devem ser evitados pois
dificulta a visualização do ácaro e também que, apesar de ser uma
dermatite de diagnóstico simples, de acordo com Mueller et al.
(2012), as vezes não é possível a visualização dos ácaros mesmo em
raspados profundos.
Após controle da infecção secundária e o uso do corticóide, novo
raspado fora realizado, de acordo com Santarem (2007) e
Saridomichelakis et al., (2007).
O tratamento foi instituído com Sarolaner, dose única, via oral
de acordo com o peso do animal notou-se melhora do quadro clínico,
o que valida a pesquisa feita por SIX et al., (2016) onde observou-se
melhora do quadro e redução de Demodex spp superior a 99% após
administração de dose única oral de 2mg/kg com frequência mensal.

2. CONCLUSÃO

Conclui-se que a demodicidose é uma dermatopatia que pode


ser mais comum em animais jovens, no entanto, pode acometer
animais adultos. O clínico deve realizar o exame de eleição para o
diagnóstico para instituir o tratamento o mais rápido possível e
descartar outras dermatopatias.

4. REFERÊNCIAS

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R. Tratado de Medicina Externa: Dermatologia Veterinária. Ed:
Interbook; São Caetano do Sul. SP, Cap. 21,369-391, 2016.

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LARSSON, C. E.; LUCAS, R. Tratado de medicina externa :


dermatologia veterinária. São Caetano do Sul : Interbook, 2016.

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Janeiro: Interlivros. 385-388, 390- 392, 394-397, 399p, 1996.

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SANTAREM,V. Demodiciose canina: revisão. Revista Clínica


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& KASABALIS, D. Relative sensitivity of hair pluckings and exsudate
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Beneduzzi. Kalamazoo, MI: Zoetis Inc; 2016. Bula de remédio).

SIX, R.H.; BECSKEI, C.; MAZALESKI, M.M.; FOURIE, J.J.; MAHABIR


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Janeiro: Guanabara Koogan. 169-170, 175p, 1998.

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JIBOIAS – REVISÃO DE LITERATURA

OLIVEIRA, Hellen Mara Brunhani de¹1


MARIOTI, Patricia Garcia²
MELO, Augusto Gabriel Claro de³
1
- Graduada do Curso de Biologia da FiO faculdades integradas de
Ourinhos - hellen.brunhani@gmail.com
2-Discente do Curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça -
patyyygarcia@hotmail.com
3-Docente do Curso de Engenharia Florestal da FAEF

RESUMO

As serpentes são consideradas um dos animais mais temidos e


rejeitados do mundo, possivelmente por conta da ausência de patas,
da forma alongada do corpo, dos ágeis movimentos ondulatórios, do
olhar fixo, das cores vivas e, definitivamente, da capacidade de
produzir e injetar uma peçonha mortal. A palavra réptil significa
rastejar ou reptar, portanto, é utilizado para aqueles animais que se
arrastam ou rastejam. Outros animais que também pertencem a esse
grupo são jabutis, tartarugas e cágados (quelônios), crocodilos e jacarés
(crocodilianos) e os lagartos que são considerados irmãos das serpentes.
Palavras-chaves: Serpentes, jiboias, répteis.

ABSTRACT

Snakes are considered one of the most feared and rejected animals
in the world, possibly due to the absence of paws, the elongated shape

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of the body, the agile wave movements, the stare, the bright colors
and, definitely, the ability to produce and inject a deadly venom. The
word reptile means to crawl or repeat, so it is used for those animals
that crawl or crawl. Other animals that also belong to this group are
tortoises, turtles and turtles (turtles), crocodiles and alligators
(crocodilians) and lizards that are considered brothers of the snakes.
Keywords: Snakes, boa constrictors, reptiles.

1- INTRODUÇÃO

As serpentes são consideradas um dos animais mais temidos e


rejeitados do mundo, possivelmente por conta da ausência de patas,
da forma alongada do corpo, dos ágeis movimentos ondulatórios, do
olhar fixo, das cores vivas e, definitivamente, da capacidade de
produzir e injetar uma peçonha mortal (VALENÇA, 2012).
Esses animais tiveram origem no período cretácio inferior, cerca de
aproximadamente 100 a 130 milhões de anos, os lagartos são os ancestrais
das serpentes, dos quais foram perdendo os membros anteriores e
posteriores ao longo da sua evolução biológica (LOBO et al., 2014).
Estes animais fazem parte de um grupo denominado de répteis.
A palavra réptil significa rastejar ou reptar, portanto, é utilizado
para aqueles animais que se arrastam ou rastejam. Outros animais
que também pertencem a esse grupo são jabutis, tartarugas e cágados
(quelônios), crocodilos e jacarés (crocodilianos) e os lagartos que
são considerados irmãos das serpentes (DIAS; ANDRADE, 2015).
A divisão dos répteis é feita através de 4 ordens, dentre essas,
as serpentes são responsáveis pelos acidentes mais graves. Existem
cerca de 2.900 espécies de serpentes em todo o planeta. No Brasil,
a aproximadamente 321 espécies que são divididas em 9 famílias,
portanto, 10% do total de espécies, entre tanto, apenas duas famílias
(Viperidae e Elapidae) possuem glândulas de produção de peçonha e
presas que inoculam a toxina (OLIVEIRA; JÚNIOR, 2017).
As serpentes apresentam diversas características fisiológicas e
morfológicas. Possuem corpo coberto por escamas, alongado, não
possuem membros anteriores ou posteriores para locomoção, também
não possuem ouvido externo, sons são transmitidos através de
vibrações do crânio e do maxilar, suas pálpebras não são móveis,

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possuem língua bífida que transporta informações químicas para o


órgão de Jacobson, localizado na zona anterior do palato, que
desempenha uma função semelhante ao olfato. Seus órgãos internos
são como os dos demais vertebrados, contudo tem um formato
alongado e não possuem bexiga, expelem a urina junto com as fezes
pela da cloaca (JUNQUEIRA, 2005).
As serpentes são animais ectotérmicos, ou seja, mantêm a temperatura
corporal através de uma fonte de calor proveniente do ambiente. Contudo,
conseguem controlar a variação térmica corporal em um intervalo de poucos
graus, através do seu comportamento. Evitam o sol ou se expõem para
elevar ou diminuir a temperatura corporal (SILVA et al., 2005).
Serpente, cobra e ofídio são relativamente a mesma coisa, os
três termos podem ser usados para designar o mesmo animal. No
entanto, nem todo animal alongado e sem patas é cobra. Existem
muitos outros como lagartos, anfíbios, peixes e até invertebrados
(animais sem vértebras) que são confundidos com serpentes pelo
aspecto morfológico (DIAS; ANDRADE, 2015).
Na imagem a seguir observa-se um indivíduo de jiboia.

Figura 1 – Boa constrictor constrictor macho, aproximadamente 2 anos, animal cativo


legalizado.
Fonte: Fotos de arquivo pessoal.

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2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Alimentação

A alimentação baseia-se exclusivamente na ingestão de animais.


A perda da sínfise mandibular permite às serpentes abrirem muito a
boca e engolirem presas muito grandes (SANTOS, 2005).
Se alimentam tanto de invertebrados quanto de vertebrados,
estes são engolidos inteiros, podendo superar em até 3 vezes o
diâmetro do predador (JUNQUEIRA, 2005).
A capacidade de ingerir uma determinada presa limita-se em
relação entre o perímetro da região de maior volume da presa e o
grau de distensão da região cervical da serpente, no seu local mais
estreito, bem como pela abertura bucal máxima (SAZIMA; MARTINS,
1990).

2.2 Reprodução

Possuem ambos os sexos e sua reprodução é vivípara,


caracterizada pelo nascimento dos filhotes já completamente
desenvolvidos. A quantia de filhotes varia de acordo com a espécie
(JUNQUERA, 2005).
A maior parte das serpentes são ovíparas, como as grandes pítons,
entretanto os boídeos apresentam reprodução vivípara (LIMA et al.,
2019).
Na imagem a seguir observa-se um filhote de jiboia.

2.3 Classificação taxonômica

As serpentes pertencentes a família Boidae são descritas em


quatro gêneros: Boa - Epicrates, Chilabothrus, Eunectes e Corallus,
sendo aqui abordadas as jiboias arco-íris ou salamantas (Epicrates
spp.) e as jiboias (Boa constrictor). Algumas décadas atrás os boídeos
incluíam as pítons, contudo já se reconhece a família Pythonidae,
que encontra-se distribuída na Ásia, Oceania, África e Índia. As jiboias
são serpentes que fazem constrição, possuem dentição áglifa, com

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Figura 2 – Filhote com poucos dias de vida de Boa constrictor amarali.


Fonte: Arquivo pessoal.

uma expectativa de vida em cativeiro de 20 a 30 anos, podem atingir


até quatro metros, já as jiboias arco-íris, cerca de dois metros. Os
boídeos são uma família de serpentes muito primitiva, apresentam
dois esporões vestigiais próximos à cloaca, osso coronoide, duas
artérias carótidas e dois pulmões funcionais (LIMA et al., 2019).
São um grupo de grandes ofídios escamados que habitam regiões
tropicais e que matam as presas por constrição. O termo taxonômico
Boa significa cobra aquática (MARTINI, 2014).

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 205


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2.4 Conservação

O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta. Esta abundante


variedade de vida que se traduz em mais de 20% do número total de
espécies da Terra, eleva o Brasil ao posto de principal nação entre
os 17 países mega diversos. E conforme o disposto no Art. 29 da Lei
de n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, conhecida como Lei dos
Crimes contra a Fauna, considera-se crime, matar, perseguir, caçar,
apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente (SILVA; ABREU, 2014).
Assistimos nas últimas décadas uma verdadeira devastação em
nome do progresso, as florestas estão diminuindo velozmente e com
elas os animais que dela dependem para sobreviver. A atividade
humana tem ameaçado habitat, e consequentemente espécies de
animais, isso se deve principalmente a abertura de vias de acesso
que facilitam práticas desregradas de atividades como a pecuária, a
agricultura, a construção de hidrelétricas e a retirada ilegal de
madeira da floresta. Mesmo os animais silvestres sendo protegidos
pela força da lei, estima-se que, a cada ano, 12 milhões de espécimes
sejam retirados das florestas brasileiras para abastecer o tráfico
interno e externo. Por ser a fiscalização predominantemente reativa,
os dados podem ser muito maiores, pois apenas pequena parte desses
animais e seus subprodutos são efetivamente apreendidos (SILVA;
ABREU, 2014).
Além disso, todas as subespécies conhecidas do gênero Boa e as
espécies de Epicrates spp. são inseridas no apêndice II da Convenção
sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens
em Perigo de Extinção (CITES), sendo a Boa constrictor occidentalis
(jiboia argentina), incluída no apêndice I, ou seja, ameaçada (LIMA
et al., 2019).
A maior ameaça à sobrevivência dos animais é a destruição
dos hábitats naturais e sua substituição por áreas alteradas pela
presença do homem, como plantações, criações de animais
domésticos e áreas urbanas. Esse fator de ameaça atinge
magnitude ainda maior quando é observado que a velocidade de
destruição do ambiente é maior do que o avanço dos estudos sobre
biologia e ecologia in situ ou sobre a reprodução em cativeiro das

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espécies. Ou seja, corre-se o risco de reduzir tanto os ambientes


naturais das espécies que não haverá área disponível para
reintrodução das mesmas (SILVA; ABREU, 2014).

2.5 Comportamento, habitat e relação com humanos

Ao longo dos anos, uma grande variedade de espécies selvagens


tem sido domesticada. Nos Estados Unidos da América
aproximadamente vinte milhões de norte-americanos são criadores
de algum tipo de réptil, em sua maioria serpentes e dentre elas as
jiboias. A combinação de um comportamento tranquilo em cativeiro,
associado ao tamanho e seu padrão estético, tem influenciado no
aumento da procura comercial destes animais. Esse fato tem
aumentado a necessidade de um maior contingente de informações
em relação a esta espécie. Estas serpentes habitam um vasto
território nas Américas Central e do Sul, sendo mais encontradas
nas florestas densas da Costa Rica e em toda a floresta Amazônica.
As jiboias (Boa constrictor) apresentam um tamanho variável,
podendo chegar a quatro metros de comprimento, com corpo
cilíndrico e ligeiramente comprimido nas laterais, evidenciando uma
forte musculatura constritora (NETO et al., 2009).
São serpentes robustas e consideradas ótimos pets mundialmente
devido à sua beleza e docilidade. São reconhecidas como as serpentes
mais populares como animais de estimação, incluindo diversas
mutações selecionadas no cativeiro (LIMA et al., 2019).

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

As serpentes são animais presentes em diversos momentos da


história, por fazer parte do imaginário humano, tendo valores
simbólicos, religiosos e culturais. Interpretações erradas da biologia
das serpentes prejudicam diversos procedimentos de prevenção a
acidentes e ainda aumentam a negatividade do ser humano com
relação a estes animais, levando a uma grande mortalidade e redução
das espécies na natureza.
As serpentes são animais importantes na cadeia alimentar na
natureza, muitas espécies são tímidas e temem a presença humana.

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Estes animais não atacam como se imagina, elas apenas estão se


defendendo para sobreviver.

4- REFERÊNCIAS

DIAS, E. J. D. R.; ANDRADE, H. Serpentes, um réptil amado, odiado e


importante. Revista Curiá: Múltiplos Saberes, Vol. 1, Nº 1, p. 5, 2015.

JUNQUEIRA, M. R. Aplicação de técnicas proteômicas na


caracterização do veneno da serpente Bothrops insularis (Viperidae).
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Rio de Janeiro, RJ. p. 63, 2005.

LOBO, L. M. et al. Análise comparativa dos diferentes tipos de


dentição em serpentes. Acta Tecnológica, Vol. 9, Nº 2, p. 1- 8, 2014.

MARTINI, A. Espadarte, Espírita Obras de Caridade Príncipe; ESPÍRITA,


Centro. Conhecimento Indígena e Patrimonialização da
Ayahuasca. Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos
(NEIP). Accessed May, v. 25, p. 2014, 2014.

NETO, F. C. P. et al. Ultra-sonografia do fígado, aparelho renal e


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Brasileira, v. 29, n. 4, p. 317-321, 2009.

OLIVEIRA, N. B.; Júnior, O. R. P. Venenos e peçonhas animais:


aplicações tecnológicas e Biopirataria. p. 20, 2017.

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(Serpentes: Viperidae). 2005. Tese de Doutorado. Universidade de
São Paulo, SP. p. 206, 2005.

SAZIMA, I.; MARTINS, M. Presas grandes e serpentes jovens: Quando


os olhos são maiores que a boca . Mem. Inst, Butantan, Vol. 52, Nº 3,
p. 73-79, 1990.

SILVA, S. M.; LIMA, R. A. Levantamento da fauna silvestre no centro


de reabilitação do batalhão da polícia militar ambiental nos anos de
2010, 2011 e 2013 no município de Candeias do Jamari-RO. Revista
Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Digital, v. 18, n. 1,
p. 296-311, 2014.

208 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e
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SILVA, S. T. et al. Escorpiões, Aranhas e Serpentes: aspectos gerais e


espécies de interesse médico no estado de Alagoas. Maceió:
Eufal.[livro online], 2005. Maceió, AL, 2005, p. 54.

LIMA, T. O. et al. Manejo reprodutivo de jiboias e outros boídeos


criados em cativeiro. Rev. Bras. Reprod. Anim, v. 43, n. 2, p. 276-
283, 2019.

VALENÇA, N. S. M. S.; Guarnieri, M. C. Caracterização hematológica


e bioquímica sanguínea de Crotalus durissus cascavella (Serpentes,
Crotalinae) acometidas por acromia cutânea em cativeiro, Recife,
p. 109, 2012.

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 209


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SÍNDROME DE PANDORA- REVISÃO DE


LITERATURA

BORGES, Beatriz Teodoro¹


MONICO, Nathalia Duque¹
SILVEIRA, Thais Moreira¹
MENCK, Jéssica Chagas Domingues²
1
Discente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e
Formação Integral – FAEF; E-mail: bia_tborges1@hotmail.com
2
Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e
Formação Integral – FAEF; E-mail:

RESUMO

A Síndrome de pandora, um termo mais recente, utilizado para


relacionar problemas de caráter pscineuroendocrinos, tem sido
caracterizada por uma ansiopatia que mais acomete o trato urinário
inferior em felinos, porém pode acometer também outros sistemas.
É uma ocorrência frequente nas clínicas veterinárias. Sua etiologia
ainda não é completamente compreendida, com diagnóstico
baseado somente na exclusão das demais possíveis causas de
doenças que acomete o trato urinário inferior.
Palavras chaves: trato urinário inferior, cistite intersticial,
Síndrome.

ABSTRACT

Pandora’s syndrome, a more recent term, used to relate psycho-


neuroendocrine problems, has been characterized by an anxiety

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 211


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disorder that most affects the lower urinary tract in felines, but can
also affect other systems. It is a frequent occurrence in veterinary
clinics. Its etiology is not yet completely comprehensive, with
diagnosis based only on the exclusion of other possible causes of
diseases that affect the lower urinary tract.
Keywords: lower urinary tract, interstitial cystitis, syndrome.

1. INTRODUÇÃO

Devido a enfermidade assemelhar-se muito a cistite intersticial


humana, ou seja, uma doença crônica irritativa, estéril, com citologia
negativa a agentes patogênicos, sem identificação de causa, passou
a se denominar “Cistite Intersticial Felina” ou “Cistite Idiopática”,
ou seja, quando não se sabe a origem (Buffington et al., 1999).
Entretanto, a característica psiconeuroimunendócrina, com o
envolvimento de vários sistemas, a terminologia mais atual utilizada
para se referir de cistite intersticial felina é Síndrome de Pandora
(Forrester, Towell, 2015).
A nomenclatura faz uma analogia com a caixa de pandora da
mitologia grega, que foi confiada a Pandora por Zeus, seu criador. O
objeto fornecido abrangia uma regra, de que nunca deveria ser
aberto, porém ao desacatar a ordem, Pandora libertou todos os males
mundo. Assim sendo, passou-se a acreditar que a bexiga é apenas
uma das vítimas e não a causadora do problema (Buffington, 2011).
A síndrome de pandora é uma enfermidade de etiologia ainda
desconhecida em felinos, com sinais clínicos inespecíficos e
diagnóstico baseado na exclusão das demais enfermidades do trato
urinário inferior (Defauw, 2011).
A Doença do Trato Urinário Inferior dos Felinos (DTUIF) abrange
uma série de sinais clínicos relacionados a alterações que afete a
vesícula urinária ou uretra de gatos domésticos. Entre os sinais está
a polaciúria, disúria, estrangúria, hematúria e todo o processo
inflamatório pode levar a obstruções uretrais. Dentre essas
alterações, acredita-se que a Cistite Intersticial seja uma das causas
mais comuns de DTUIF atualmente (Nelson, Couto, 2010;).
É uma afecção que possui um impacto ético-social, devido aos
sinais apresentados, em especial as causas de periúria, e recidivas

212 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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constantes. Isso se evidência, porque problemas de comportamento


são uns dos motivos comuns para abandono de gatos (Kass, 2007).
Além de problemas comportamentais afetar negativamente o bem
estar animal, principalmente quando são consequência de estresse
ou ansiedade (Heath,2007).
Desse modo, devido as frequentes ocorrências dessa enfermidade
nas clinicas veterinárias, o objetivo do presente trabalho é apresentar
uma revisão de literatura sobre a Síndrome de Pandora.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. REVISÃO DE LITERATURA

2.2 FISIOPATOGENIA

A síndrome de pandora é caracterizada como uma doença crônica,


inflamatória, sem presença de infecção bacteriana, apresentação
clínica de micção dolorosa, mas com etiopatogenia ainda não definida.
Dessa maneira, de acordo com várias evidencias, propõe que alterações
neuroendócrinas e na permeabilidade epitelial da bexiga tem um
importante envolvimento na fisiopatogenia (Keay et al., 2014).
O epitélio vesical contém uma camada de glicosaminoglicanos,
que são responsáveis por impedir a adesão bacteriana e proteger o
epitélio dos componentes nocivos da urina e fibras C, que são fibras
nervosas. Quando há o comprometimento dessa camada, pela
ativação do sistema nervoso simpático devido estímulos estressantes,
esses componentes entram em contato com os neurônios sensoriais
presentes na submucosa, resultando em inflamação neurogênica,
ou seja, inflamação mediada por neurotransmissores e liberação de
neuropeptídios, desenvolvendo dor, vasodilatação e aumento da
permeabilidade vesical, além da exocitose de mastócitos que
desencadeia a liberação de mediadores inflamatórios, exacerbando
os efeitos das fibras C, levando a dor, estimulando mais inflamação
e se tornando um ciclo (Forrester, Towell, 2015).

2.3 EPIDEMIOLOGIA

Segundo estudos epidemiológicos, demonstram que a prevalência


dessa doença pode chegar a 70% dos felinos atendidos em clinicas

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 213


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veterinárias (Sparkes, 2018). E que há predisposição para gatos


machos, e geralmente a idade dos animais varia em diferentes faixas
etárias, com maior incidência entre 2 a 7 anos (Cameron et al.,
2004).
De acordo com Chew (2012), gatos que convivem com vários
contactantes, que apresentam sobrepeso, baixa ingestão hídrica
associada a uma dieta de ração seca, sedentarismo, são fatores de
risco para o desenvolvimento da síndrome de pandora.
Outrossim, ambientes pouco enriquecidos, mudanças recentes e
constantes na rotina, aglomeração de animais em um mesmo
ambiente é considerado fatores que predispõe ao aparecimento dessa
enfermidade em felinos (Grauer et al., 2010).

2.4 SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos podem ser os mais variados possíveis, porém os


mais percebidos pelos tutores que acabam acarretando na procura
para atendimento são: periúria, hematúria, disúria, estrangúria,
polaquiúria, anúria, anorexia, êmese, apatia, (Chew et al., 2011).
Também são relatadas tentativas múltiplas e prolongadas de urinar
com vocalização e agitação, lambedura excessiva da região perineal
(Alho, 2012). Essa lambedura constante, desencadeia uma inflamação
crônica da pele, denominada de dermatite psicogênica, onde esses
animais apresentam alopecia, ulcerações, e infecções secundarias
(Scott, 1996).
A demora do diagnóstico pode favorecer o agravamento dos sinais
clínicos, levando a obstruções uretrais, acarretando em azotemia
pós-renal, acúmulo dos resíduos metabólicos e consequentemente
injúria renal aguda (Lenzi, 2015). Normalmente apresenta recidiva
e cronicidade por ser tratado somente os sinais clínicos e não a
causa primária (Lemberger et al., 2011).

2.5 DIAGNÓSTICO

De acordo com a característica multifatorial da síndrome de


pandora, é necessário a realização de uma anamnese detalhada,
que consiste em uma etapa inicial do diagnostico, onde é estabelecido

214 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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mudanças comportamentais, alterações de ambiente, evolução dos


sinais clínicos e recidivas da cistite como ponto importante (Oliveira,
2017). No exame físico muitas vezes os animais podem não apresentar
nenhuma alteração, a não ser os animais que apresentam obstrução
urinária, onde poderá ser visualizada a bexiga distendida e repleta,
podendo ocorrer dor a palpação. Deve-se também ficar atendo a
possíveis rarefações pilosas devido lambedura excessiva (Towell,
2011).
O diagnóstico é realizado por exclusão das outras causas de DTUIF,
como urolitíases, distúrbios anatômicos, infecção bacteriana ou
fúngica do trato urinário e neoplasias, através da realização de uma
anamnese detalhada, exame físico e exames complementares de
imagem radiográfica e ultrassonográfica na tentativa de descartar
cálculos e sedimentos, permitindo também a avaliação de
espessamento da parede vesical e irregularidades que possam supor
uma possível inflamação (Defauw et al., 2011; Forrester, 2015; Hecht,
2015; Little, 2016; Neri et al, 2016).

2.6 TRATAMENTO

O tratamento consiste em controle do estresse, através de


enriquecimento ambiental e controle da cistite que ocasiona dor
devido a inflamação, podendo ser usados analgésicos e anti-
inflamatórios. Deve-se estimular a atividade física desses animais
com brinquedos, disponibilidade de acesso aos recursos importantes
como água, caixa de areia, e alimento. O manejo da bandeja
sanitária diminui as fontes de estresse, além de diminuir a frequência
de periúria. Sendo assim, a presença de um único gato é necessária
duas caixas sanitárias em locais separados, em ambientes com vários
animais é importante ter pelo menos uma caixa de areia a mais do
que o número total de gatos (Amat, 2016).
O manejo nutricional deve ser estabelecido, com a finalidade de
aumentar a ingestão hídrica do animal. Desse modo, a utilização de
dieta úmida ajuda a diminuir os riscos de recidivas e severidade
sinais clínicos apresentados, isso porque, reduzem a densidade
urinaria, e consequentemente promovem a dissolução das substancias
nocivas da urina em contato com epitélio urinário comprometido
(Oliveira, 2017)

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Enriquecimento ambiental com estruturas físicas que permitam


arranhar, escalar, além de evitar mudanças físicas do ambiente, evitar
a introdução de novos contactantes. Pode-se utilizar também o uso
de feromônios (Feliway), que ajudam os felinos a interagirem em
ambientes, reduzindo a ansiedade e consequentemente recidivas
da enfermidade (Cameron et al., 2001; Buffington 2011).
Para alguns casos mais graves onde o manejo ambiental não resolve
e o paciente continua apresentando recidivas é necessário a utilização
de psicofármacos como antidepressivos, como a amitriptilina ou
estimulantes como a paroxetina, porém o animal deve ser
acompanhado de perto e exige um esforço maior por parte do tutor,
pois é necessário que se continue 0o enriquecimento ambiental e as
medicações sejam administradas corretamente (Carney et al., 2014).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A síndrome de pandora é uma enfermidade de etiologia ainda


desconhecida em felinos, e possivelmente multifatorial, onde o
estresse desempenha papel importante no desenvolvimento da
doença. Sendo assim, devido a recidiva e cronicidade dos sinais
clínicos, como demonstração de dor, hematúria, polaquiúria,
vocalização, possui um impacto ético social, podendo levar tutores
a considerar atitudes como abandono e eutanásia do animal.
Dessa maneira, por conter sinais clínicos inespecíficos e
diagnostico baseado somente na exclusão das demais enfermidades
do trato urinário inferior, mais estudos são necessários para melhor
compreensão da doença, dando enfoque aos métodos de diagnostico
precocemente, para então assegurar uma terapia mais adequada.
Além disso, é necessário de acordo com o comportamento
apresentado pelo animal, diagnosticar a ansiedade e promover a
intervenção terapêutica, devido a influência no bem estar animal e
alterações comportamentais.

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DISPLASIA COXO FEMURAL - REVISÃO DE


LITERATURA

RAINERE NETO, Roque 2

JORDÃO, Miguel¹
LEAL, Rodrigo¹
MONGE, Rogério¹
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: migueljordao9@hotmail.com
rgmongevet@gmail.com
2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: rr_neto@hotmail.com

RESUMO

A displasia coxo femural (DCF), doença multifatorial, é a principal


alteração patológica ortopédica em cães de raça grande.
Caracterizado pelo desenvolvimento anormal da articulação
coxofemoral, vários fatores podem contribuir para este
desenvolvimento. Devido os sintomas que o indivíduo apresentar será
definido a forma de tratamento clínico ou cirúrgico.
Palavras chaves: Displasia coxofemoral (DCF), Patológica, Exames
radiográficos.

ABSTRACT

Femoral limb dysplasia (DCF), multifactorial disease, is the main


pathological orthopedic alteration in large dogs. Characterized by

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the abnormal development of the coxofemoral joint, several factors


may contribute to this development. Due to the symptoms that the
individual present will be defined the form of clinical or surgical
treatment.
Keywords: Coxo femural dysplasia (DCF), Pathological,
Radiographic examinations.

1. INTRODUÇÃO

A displasia coxofemoral sendo uma doença genética que afeta


cães de porte grande, como Pastor alemão, Rotweiller, Labrador,
São-Bernardo, entre outras, é hereditária e não se deve ser
colocado nenhum dos animais que a possui para reprodução
(COSTA, 2003).
É uma deformação nos membros pélvicos que causam dor,
desconforto e a diminuição da vida útil dos cães (SOMMER,
1998). Os animais que são propícios a adquirir a DCF, nas com
as articulações coxofemorais de forma normal, e com o decorrer
do crescimento que a patologia se desenvolve (LUST et al.,
1985).
Médicos veterinários é de extrema preocupação e a partir disto
a transmissão das informações aos tutores e o entendimento dos
exames radiográficos para concluir o diagnóstico é muito importante
(TELLHELM e BRASS, 1989, TORRÊS, 1993).
Este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão bibliográfica
sobre a displasia coxo femoral que é uma patologia recorrente.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Histórico

Tendo como primeira descrição da DCF foi em 1935 por Schnelle,


sendo que o nome primordial era de luxação coxo femoral congênita
bilateral (COSTA et al., 2004).
Porem em 1966 com Henricson, Norberg e Olsson que foi avaliado
com uma má formação hereditária e tendo sua luxação devido a
alteração anatômica (SOMMER et al., 1998).

220 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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2.2 Anatomia

A DCF está relacionada com dois ossos: coxal e fêmur. O coxal é


formado pelo ílio, ísquio e púbis que se unem para formar o acetábulo,
uma cavidade que por intermédio da articulação coxo femoral se
liga com a cabeça do fêmur (COLLADO, 2009).
Tal articulação tem uma grande capacidade de movimentos
e estabilidade, fazendo movimentos de uma articulação esferoidal,
flexão, extensão, abdução, adução e circundução. Sendo que os
membros envolvidos trabalham de forma simultânea em seu
desenvolvimento (SISSON, 1986; RIBEIRO, 2009).
As articulações possuem o liquido sinovial, capsula articular e a
superfície articular, sendo os componentes responsáveis pela
execução dos movimentos (COSTA, 2003).
O acetábulo dispõe de uma superfície articular em forma de
meia lua, sendo atravessada medialmente pela incisura e fossa
acetabular. O lábio acetabular que é m grande anel de fibrocartilagem
tendo localizado à margem óssea. O ligamento que cruza a incisura
é nomeado por ligamento transverso. O ligamento redondo é uma
estrutura elástica contendo uma forma achatada, sendo resistente
e introduzida no sulco púbico próximo a incisura acetabular que é
ligada externamente na cabeça do fêmur (SISSON, 1986).

2.3 Sinais clínicos

Os primeiros aparecimentos são visíveis em cães tendo


aproximadamente de 4 a 1 ano, devido a rotação e abdução da
articulação coxofemoral que se torna dolorosa, musculatura pélvica
mal desenvolvida, rejeição ao exercício, dificuldade ao levantar-se
após o repouso e tendo movimentos trêmulos e inseguros. Em sua
maioria os animais acometidos têm sua corrida com ambos os
membros pélvicos movimentando-se em conjunto, como um salto
de coelho (LUST, 1998; HULSE e JONSON, 2002).
Sinais em animais mais senis é relacionada a dor na articulação
coxofemoral, sendo eles, movimentos trêmulos depois de exercícios
com muita energia gasta ou prolongada, e frequência de ruídos e
movimentação limitada da articulação, acontece atrofia da

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musculatura pélvica e movimentos bagunçados devido ao movimento


anormal dos membros pélvicos posteriores (BRINKER et al, 1999).
Apresenta dor crônica devido a micro fraturas na borda acetabular
dorsal, sendo causada pelas repetições e solicitações mecânicas do osso
malformado que é sobrecarregado pela fragilidade (BRINKER et al., 1998).
As dores do indivíduo representam a interpretação de um
estímulo adversivos denominados de nociceptivos, que seria a
resposta a um estímulo nocivo (PADDLEFORD, 2001).

2.4 Diagnóstico

O diagnóstico pode ser pela anamnese, sinais clínicos, exame


físico, porém, para fechar o diagnostico apenas o exame radiográfico
que confirmara a presença da enfermidade (OLMSTEAD, 1998).
Os sinais clínicos é fundamentado ao relato do tutor, na descrição
do modo de andar, sua rotina, dificuldades presentes ao realizar
movimentos e se teve alguma mudança no habito do animal (SOUZA
e TUDURY, 2003).
Para realizar o exame físico do quadril é feito com o animal sob
efeito de anestesia geral para que a musculatura não intervenha na
lassitude articular, sendo capaz de facilitar o posicionamento dos
membros favorecendo a avaliação das articulações (FARROW, 1989).
Exame radiográfico é necessário anestesia geral de rápida duração,
para que o animal sinta-se livre de qualquer reação e obter um
posicionamento adequado (SOMMER, et al., 1998; FRATOCCHI, 1998).
O animal deve estar na posição dorsal ventral sobressaindo a
pelve, para que este fique estendida simetricamente e rotacionados
medialmente de forma que esteja centralizado com as patelas sobre
os sulcos trocleares (SCHULZ e FOSSUM, 2008).

2.5 Classificações do grau de displasia

Possui cinco categorias para DCF:


A) Cão normal ou HD-: As cabeças femorais e os acetábulos
congruentes, o espaço articular de forma fechada e regular formando
um ângulo de 105° (SOMMER, 1998; FRATOCCHI, 1998).

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B) Suspeito de DCF: As cabeças femorais e os acetábulos


discretamente incongruentes, formando um ângulo igual ou maior
que 105°, podendo ser também menor que 105°, porém a cabeça do
fêmur e o acetábulo congruentes (CFMV, 2001).
C) Displasia leve ou HD +/-: As cabeças femorais e acetábulos
incongruentes, a borda crânio lateral um pouco mais achatada
cranialmente, com ângulo maior que 100° e menor que 105°
(SOMMER, E.L.; FRATOCCHI, 1998).
D) Displasia Moderada ou HD + +: As cabeças do femorais com
sub-luxação, ou seja, cabeça nítidas, formando um ângulo entre 90°
e 100°, dores à palpação, com presença de artrose bem evidentes e
ossos irregulares (SOMMER, E.L.; FRATOCCHI, 1998).
E) Displasia Grave ou HD + + +: As cabeças femorais com sub-
luxação ou luxação, formando um ângulo menor que 90°, presença
de sinais de artrose bem visível, diminuição do colo femoral e
aplainamento do acetábulo (SOMMER, E.L.; FRATOCCHI, 1998).

2.6 Tratamentos

O tratamento é feito em duas formas: clinico ou cirúrgico, vai


depender do grau de desconforto, a idade e as conclusões dos exames
radiográficos.
O clinico é composto pelo uso de analgésicos para suavizar a
dor, levando um melhor desempenho em sua movimentação. O
excesso das drogas esteroidais pode ocasionar em ulcerações
gastrointestinais (HULSE e JOHNSON, 2002).

Quadro 1: Drogas não esteróides usadas no tratamento clínico da DCF.

Fonte: HULSE e JOHNSON, 2002

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Para tratamentos de longa duração, devido a dor crônica, o


paciente deve ser pesado semanalmente, tendo uma rotina de
exercícios como natação e passeios (FOX e JOHSTON, 1997; HULSE e
JOHNSON, 2002).
Caso o tratamento clínico não ofereça resultados, outra opção é
o tratamento cirúrgico de acordo com as recomendações do
profissional (SLATTER, 1998).

2.7 Tratamento cirúrgico

A cirurgia é feita dependendo dos fatores que são ligados ao


animal, como a idade, estado geral, ambiente que vive,
temperamento e o grau da enfermidade (BICHARD e SHERDING, 2003).
Os tratamentos cirúrgicos são indicados em pacientes idosos e
em cães jovens quando se deseja retardar o desenvolvimento da
DCF (ANNE, et al., 2005).
A técnica de melhor escolha é a de artroplastia excisional de
cabeça e colo femoral, podendo ser realizado quando houver
insucesso do tratamento conservador, assim limitando o contato da
cabeça do fêmur e o acetábulo, porem possui outras técnicas para
tratamentos cirúrgicos (FOSSUM, 2014).

3. CONCLUSÃO

A displasia coxo femoral é um distúrbio ortopédico que causa


alterações. Sendo de maior importância o bem-estar do animal,
aliviando ou eliminando a dor crônica, podendo assim por métodos
clínicos ou cirúrgicos. Como trata-se de uma doença hereditária a
melhor forma de combates, é retirando os animais já acometidos
pela enfermidade da reprodução e conscientizar a população

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SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e
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SÍNDROME DE SCHIFF-SHERRINGTON EM CÃES


E GATOS - UMA CONSEQUÊNCIA GRAVE DO
TRAUMA EM MEDULA ESPINHAL: REVISÃO DE
LITERATURA

COLEVATI, Lucas Lopes1,


DOMINGUES, Maíra Luíza da Silva1,
NEVES, Paloma Eleonora Gomes1,
ROSSETTO, Victor José Vieira2.
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
1

Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: lucascolevati@gmail.com


2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:toledo@faef.br

RESUMO

A Síndrome de Schiff-Sherrington é um fenômeno que causa


hipertonicidade dos membros torácicos, decorrente de lesão grave
do seguimento espinhal toracolombar, e importante disfunção
neurológica em cães e gatos. Ocorre devido a acidentes, que podem
ocasionar sequelas que prejudicam o paciente ou comprometem sua
qualidade de vida. Geralmente está associada a um prognóstico ruim
e lesões traumáticas de grau V da medula espinhal toracolombar. A
postura de Schiff-Sherrington frequentemente se resolve
espontaneamente em 10 a 14 dias, mas sinais neurológicos podem
persistir. Objetiva-se com o presente trabalho, discorrer sobre as
consequências graves que um trauma em medula espinhal pode
causar.

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 227


Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA
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Palavras chave: lesão, medula, membros, toracolombar.

ABSTRACT

Schiff-Sherrington Syndrome is a phenomenon that causes


hypertonicity of the thoracic limbs, resulting from severe injury to
the thoracolumbar spinal segment, and important neurological
dysfunction in dogs and cats. It occurs due to accidents, which can
cause sequelae that harm the patient or compromise his quality of
life. It is usually associated with a poor prognosis and traumatic
grade V injuries of the thoracolumbar spinal cord. The Schiff-
Sherrington posture often resolves spontaneously in 10 to 14 days,
but neurological signs can persist. The aim of this study is to discuss
the serious consequences that trauma to the spinal cord can cause.
Keywords: lesion, marrow, members, thoracolumbar.

1. INTRODUÇÃO

A Síndrome de Schiff-Sherrington está completamente associada


às lesões traumáticas da coluna vertebral e medula espinhal, e ocorre
geralmente com grande frequência na Medicina Veterinária, podendo
levar a sequelas devastadoras, como perda parcial ou completa das
funções motoras, sensoriais e viscerais (BERGMAN, 2000).
A Síndrome de Schiff-Sherrington pode ocorrer de forma endógena
ou exógena, sendo a primeira geralmente decorrente da extrusão
ou protrusão do disco intervertebral, fraturas patológicas,
anormalidades congênitas e instabilidade (ARIAS, 2007).
A forma exógena, por sua vez, geralmente está relacionada a
acidentes, quedas e traumas, e figura entre as possíveis
consequências de um quadro de fratura de corpos vertebrais e
consequentemente compressão medular (ROBERTSON, 2012).
Além disso, os impactos externos podem resultar em subluxação
e/ou luxação vertebrais; hemorragia, hematoma e/ou edema
medulares; ou laceração medular e/ou das raízes associadas,
incluindo a cauda equina, que resultam isoladamente ou não em
disfunções neurológicas de diferentes graus de gravidade
(GRASMUECK, 2004).

228 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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As fraturas dos corpos vertebrais toracolombares são mais comuns


em animais adultos e quando ocorrem, afetam com maior frequência
as vértebras torácicas craniais T1 a T3, mediotorácicas T9 a T16 e
lombares L1 a L6 (SAMII, 2012).
As lesões em medula espinhal causam inúmeros graus de
debilidade, ataxia, alterações nocioceptivas e do sistema nervoso
autônomo. A presença e gravidade dos sinais clínicos dependem de
dois fatores: o segmento de medula em que se localiza a lesão e a
extensão e profundidade, determinando os tratos acometidos e se a
substância cinzenta está afetada (RIET, 2002).
O prognóstico para um paciente com traumatismo medular
depende de inúmeros fatores, no entanto, os resultados do exame
neurológico devem ser o principal fator a considerar. Pacientes que
mantenham o movimento voluntário dos membros após um
traumatismo medular têm um bom prognóstico para a recuperação
total das funções neurológicas. A avaliação da percepção de dor é
essencial para um prognóstico exato (LeCOUTER, 2005).
Objetiva-se com o presente estudo discorrer sobre as
consequências graves que um trauma em medula espinhal pode
causar, fornecendo informações ligadas a Síndrome de Schiff-
Sherrington por levantamento de conceitos, reunindo os tipos de
tratamentos existentes com base em estudos de diversos autores.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Diagnóstico

O exame clínico minucioso e o conhecimento dos prováveis


diagnósticos diferenciais são considerados os meios mais valiosos de
reconhecimento das enfermidades no sistema nervoso. Métodos
diagnósticos como a radiografia simples pode revelar o local da lesão
e permitir ao clínico instituir um tratamento com maior rapidez
(CORREA, 2002).
O diagnóstico definitivo de fratura vertebral torácica com
compressão medular e mielomalácia ocorre por meio da associação
entre dados epidemiológicos, achados clínicos e patológicos. O
prognóstico é considerado desfavorável devido a severidade da lesão
e outras consequências decorrentes do trauma, porém um tratamento

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conservativo com imobilização externa e aplicação de ataduras


elásticas, algodão ortopédico e tala de alumínio, associado ao
repouso, com reavaliação periódica, pode ser bastante eficaz (PLATT
et.al., 2010).
A percepção de um estímulo doloroso deve ser diferenciada da
atividade reflexa. Em animais com ausência de percepção da dor
profunda há mais de 24 horas o prognóstico é ruim, mesmo com o
tratamento médico e cirúrgico. Em pacientes sem dor profunda há
menos de 24 horas, o prognóstico é decadente, mas a terapêutica
cirúrgica pode melhorar as probabilidades de recuperação (GRANDY,
2005).

FIGURA 1: Síndrome de Schiff-Sherrington - postura e células limítrofes (EC VETERINARY


SCIENCE ECRONICON)

2.2 Tratamento

O tratamento inicial é realizado com glicocorticóides nas


primeiras horas após o diagnóstico da síndrome, seguindo por até 5
dias. O fármaco de eleição é a metilpredinisolona, na dosagem de 2-
4mg kg/IV. Pois possui efeito na inibição da peroxidação lipídica

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induzida pelos radicais livres, e melhora do fluxo sanguíneo pôs


traumático à medula espinhal (TAYLOR, 2003).
Posteriormente, tanto as fraturas, luxações e subluxações
vertebrais como as hérnias discais de tipo I podem ter uma
terapêutica conservativa ou cirúrgica dependendo das características
de cada caso. A fisioterapia é bastante benéfica para a recuperação
dos casos de traumatismo medular, pode ser incluída como parte do
tratamento conservativo, bem como após abordagem cirúrgica
(TAYLOR, 2003).
Existem várias técnicas cirúrgicas a serem aplicadas, cada uma
com as suas vantagens e desvantagens. A escolha da técnica a utilizar
depende da localização do local de fratura ou lesão, das
particularidades anatómicas da região, presença de lesões
compressivas na medula espinhal (fragmentos ósseos), do tamanho
e idade do paciente, material disponível, bem como experiência do
médico veterinário especialista (BAGLEY, 2000).
Para a estabilização das fraturas e luxações na região
toracolombar, o acesso é geralmente dorsal e a estabilização pode
ser conseguida com recurso à colocação de cavilhas de Steinmann e
polimetilmetacrilato, a técnica pode ser utilizada em qualquer animal
e é bastante eficaz. A colocação de placas com parafusos
dorsolateralmente nos corpos vertebrais também pode ser utilizada
e alcança uma boa estabilização, mas, implica a secção das raízes
nervosas no espaço intervertebral fixado, o acesso na região torácica
é difícil e bastante problemático, devido assegurar o ângulo de
perfuração correto (OLBI, 2005).
Os procedimentos cirúrgicos para a estabilização vertebral
toracolombar incluem a fixação dos processos espinhosos dorsais
com placas plásticas ou metálicas, fixação dos corpos vertebrais
com pinos Steinman ou parafusos interligados com
polimetilmetacrilato, ou ainda com placas plásticas ou metálicas; e
a fixação segmentar dorsal, dentre demais outras (TUDURY et.al.,
2003).
Após a cirurgia os pacientes devem ser avaliados
neurologicamente duas vezes por dia. Na maioria dos casos é
necessária a administração de analgésicos nos primeiros dias pós-
cirurgia, também sendo necessário administrar relaxantes musculares

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caso ocorram espasmos. O exercício deve estar restringido nas


primeiras 3 a 4 semanas e ser lentamente aumentado ao longo das 3
a 4 semanas seguintes (MULLER, 2008).
Nos pacientes que forem submetidos a cirurgia, a fisioterapia
pode se iniciar imediatamente no período pós-cirúrgico, com a
colocação de compressas frias na periferia da incisão de modo a
reduzir a inflamação, dor e edema. A aplicação de crioterapia deve
ser realizada durante os primeiros dois dias após a cirurgia, em
períodos de 10 a 15 minutos, de 4 em 4 horas (HALLING, 2005)
A termoterapia também é bastante utilizada, com excessão de
animais em pós-operatório. Este calor tem um efeito vasodilatador,
analgésico e facilita a amplitude de movimentos, por isso aconselha-
se aplicar antes da realização de exercícios. A massagem também é
uma parte importante da preparação para a realização de exercícios,
pois melhora a circulação sanguínea, reduz edemas, minimiza a
formação de tecido cicatricial, e pode acalmar os pacientes mais
ansiosos. (GLICK, 2005).

3. CONCLUSÃO

A Síndrome de Schiff-Sherrington está ligada a lesões da coluna


vertebral e a medula espinhal, consequentemente podem mudar
completamente a vida e rotina do animal acometido. Caso aconteça
de um animal ser afetado por algum problema relacionado a essas
estruturas, elas poderão gerar outras sequelas que incapacitem as
funções motoras, sensoriais e viscerais.
Muitos autores possuem a mesma linha de raciocínio ao se falar
sobre a Síndrome de Schiff-Sherrington, caracterizando-a como uma
rigidez extensora ou hipertonia dos membros pélvicos, comum em
cães, causada por algum trauma e condições compressivas da medula
espinhal. Podemos concluir que através de um bom e minucioso
exame clínico no paciente, possamos diferenciar e reconhecer
possíveis diagnósticos ligados ao sistema nervoso.
O diagnóstico eficaz é a radiografia, onde poderá ser indicado lesões
ou traumas localizados na medula espinhal ou na coluna vertebral. O
tratamento deve ser interligado ao diagnóstico, paciente e tutor, visando
seu bem-estar e enaltecer o que o animal necessita no momento.

232 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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O tratamento cirúrgico só é indicado nos casos de instabilidade


vertebral e problemas de compressão da medula espinhal. O objetivo
da terapêutica cirúrgica é descomprimir a medula e estabilizar os
segmentos vertebrais numa posição mais favorável possível.
O prognóstico para um animal com problemas medulares depende
de inúmeros fatores, mas ficar atentos aos resultados do exame
neurológico devem ser o principal fator a se considerar como
indicativo de melhora e estabilidade do paciente.

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DISTOCIA FETAL EM BOVINOS – REVISÃO DE


LITERATURA

PORTO, Beatriz Bergamo¹


GUASTI, Priscilla Nascimento²
¹
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF.
²
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF.

RESUMO

Tendo o segundo maior rebanho mundial, o Brasil perde apenas


para a Índia, se tornando o maior exportador e segundo maior produtor
de carne bovina. Desta forma, a distocia fetal acaba sendo um fator
negativo para a indústria de carne e leite, pois essa enfermidade traz
prejuízos para a bovinocultura, acarretando diminuição da fertilidade
dos animais, aumento na susceptibilidade a doenças, atraso no retorno
ao estro, aumento de descarte do rebanho e óbito das progenitoras e
bezerros durante o parto. Portanto, esta revisão de literatura tem
por objetivo abordar a distocia fetal na espécie bovino e assim expor
as principais causas dessa enfermidade.
Palavras chave: Bovinocultura; Incidência; Partos Distócicos;
Progenitoras.

ABSTRACT

Having the second largest herd in the world, Brazil is second


only to India, becoming the largest exporter and second largest

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producer of beef. Thus, fetal dystocia ends up being a negative


factor for the meat and milk industry, as this disease can cause
damage to cattle, resulting in decreased fertility of animals,
increased susceptibility to diseases, delayed return to estrus,
increased disposal of the herd and death of the parents and calves
during delivery. Therefore, this literature review aims to address
fetal dystocia in the bovine species and thus expose the main
causes of this disease
Keywords: Cattle farming; Incidence; Dystocic births;
Parents.

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é responsável por ter aproximadamente 213,5 milhões


de cabeça de gado e, além disso, representar o maior rebanho
comercial de bovinos do mundo. O Mato grosso é líder no ramo de
criação de bovinos, desde 2004, e tem 14,1% ponderado de todo
rebanho nacional, que equivale a 30,2 milhões de cabeça. Portanto,
oque afeta de modo exponencial a reprodução do rebanho brasileiro,
é a distocia, uma vez que atinge elevadas taxas de mortes (IBGE,
2013; Dematawena e Berger, 1997).
A distocia é o principal problema na indústria de carne e
leite, são complicações onde a fêmea não consegue exercer seu
papel e expulsar o feto e alguns fatores que podem ocasionar
isso vem de origem materna ou fetal, essa enfermidade traz
problemas desfavoráveis à bovinocultura, e os demais problemas
reprodutivos que podem acarretar um rebanho, além de
prejudicar o rebanho, é um problema econômico que resulta em
altas perdas na produtividade (Leite et al., 2001). Quando se
trata de causas fetais com maiores incidências, destacam-se a
desproporção de tamanho entre o feto e o tamanho do canal do
parto, malformações e alteração de posicionamento que favorece
o prolongamento na duração do pa rto, resultando na
incapacidade de parição, levando em risco de vida a fêmea e o
bezerro (Resende, 2018). Entretanto, a revisão de literatura a
seguir tem como objetivo abordar de modo a expor principais
causas e prevenções da distocia fetal.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Distocia fetal

Ao se tratar de um parto normal e sadio, o feto deve estar em


apresentação longitudinal anterior ou posterior, posição superior e
atitude estendida (Prestes e Alvarenga, 2006), o que não ocorre em
alguns casos. A distocia é definida pela não expulsão do animal que
está dentro do útero, o que pode ser ocasionado de origem materna
ou fetal (Toniollo e Vicente, 2003).
O aumento da duração do trabalho de parto de um animal geram
consequências como a mortalidade da mãe e do filhote e a redução
quase por completo da fertilidade da mãe (Funnell & Hilton, 2016). Razões
que ocasionam a distocia são os fatores externos, stress, nutrição, manejo
e o mais importante, a estação do ano. Mas, além disso, também está
associado aos fatores internos que incluem problemas maternos ou fetais.
Os problemas maternos estão relacionados à idade do animal, a duração
da gestação, o número de partos, condição corporal e a raça. Quando se
trata de problemas fetais é incluso o tamanho do feto, peso, sexo e o
número de animais presente no útero (Noakes et al., 2001).
Da mesma forma, existem causas multifatoriais, ou seja, que
englobam vários problemas e que dão origem à dificuldade que o
animal vai apresentar no parto. Os problemas maternos dessa origem
estão designados ao defeito de força expulsiva do canal pélvico, e o
de origem fetal consiste na desproporção feto-materna sendo o mais
comum, podendo levar a óbito (Noakes et al., 2001).
O tempo de um parto normal pode variar, sendo assim, é complexo
o diagnóstico do parto distócico. Alguns sinais clínicos são
apresentados pela vaca, os quais podem ser um indicativo de distocia,
como prolongamento na primeira ou na segunda fase do parto de
forma não progressiva e postura normal com intensas contrações
com um período de 30 minutos sem ter a visualização do bezerro na
vulva. Desta forma, é necessário que haja intervenção do Médico
Veterinário no caso, uma vez que a intervenção precoce durante o
parto contribui com a redução da mortalidade fetal (Silva, 2016).

2.2. Fatores predisponentes

Em estudo para predição da distocia em bovinos de leite, foram


utilizados 1.342 registros de novilhas e 1.699 vacas holandesas, os

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dados foram coletados em 2002 á 2013, em fazendas leiteiras


comerciais. Os fatores em destaque nessa pesquisa foram que a
distocia pode ocorrer devido à idade do parto, a classificação dado
ao pai da novilha com base na média de dificuldade de parto de suas
filhas, a dificuldade apresentada no parto anterior e as doenças do
úbere durante toda a gestação. Um fator importante, considerado
por (Zaborqui, 2017) é a classificação dos touros e a idade do parto
de novilhas, e enquanto em vacas, é a produção diária de leite e a
duração do intervalo entre os partos.

2.2.1 Nutrição

Um fator considerável é a nutrição, que engloba vários fatores


da reprodução, pois a nutrição influencia diretamente o desempenho
reprodutivo do animal. O estado nutricional da vaca durante uma
gestação é essencial para evitar a mortalidade perinatal. Nos
primeiros estágios de gestação a placenta ainda está se
desenvolvendo sendo responsável por controlar toda a via de nutrição
da fêmea para o feto, assim a desnutrição neste período pode
prejudicar o crescimento e desenvolvimento do feto (Fernandes,
2019). Do mesmo modo, a má nutrição promove a parada de atividade
cíclica, estro silencioso, falhas na ovulação, levando a morte
embrionária e fetal (Jackson, 2005).

2.2.2 Manejo

As vacas que não se movimentam diariamente, como as mantidas


em confinamento, são as mais susceptíveis a apresentar alterações
durante a gestação e parto, como a torção uterina, em comparação
aos animais mantidos e criados em condições naturais de pastagem.
O exercício é um fator importante, por proporcionar o aumento do
tônus, força e resistência ao corpo, que resulta em contrações mais
fortes durante todo o trabalho de parto, garantindo menos fadiga e
menor duração de tempo de parto (Mekonnen & Moges, 2016).

2.2.3 Idade

A distocia fetal afetam animais com idade abaixo de quatro anos, e


com o avanço da idade pode diminuir relativamente a incidência da

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enfermidade, isto está relacionado ao porte do animal, que é menor no


primeiro parto do que em partos seguintes (Viswanath et al., 2018). A
puberdade se inicia em novilhas taurinas aproximadamente aos 9-11
meses de idades contendo um peso vivo variado de 250-280 kg, mas
esses preceitos podem variar muito entre raças (Sejrsen e Purup, 1997).

2.2.4 Raças

A raça europeia tem sido frequentemente utilizada nos


cruzamentos, a qual possui tempo de gestação maior em comparação
as fêmeas de raças zebuínas e também possui maior porte e súbito
crescimento muscular, o que pode acabar gerando mais partos
distócicos, relacionado ao tamanho do feto (Schafhãuser et al., 2004).
Há com predisposição para distocia, como a Belgian Blue (figura
1), a qual possui grande maior incidência. Outras raças como a
Charolês, Simental, Holandesa e o Aberdeen Angus podem desenvolver
essa enfermidade (JACKSON, 2005). A dificuldade do parto tem relação
com o bezerro de musculatura dupla por apresentar um alto peso ao
nascer. Somando as anormalidades anatômicas, as vacas que mais são
acometidas possuem musculatura dupla, tendo uma redução
significativa do esqueleto que tem um grande efeito na pelve, o que
irá resultar no estreitamento da abertura pélvica (Teixeira et al., 2006).

Figura 1. Raça Belgian Blue. Fonte: Compre Rural (2018).

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2.2.5 Causas Maternas e Fetais

Existem diversas causas de distocias maternas, as mais


importantes são a atonia e hipertonia uterina, o estreitamento das
vias fetais moles e duras, a torção e prolapso uterino e contrações
excessivas (Prestes e Alvarenga, 2006). A atonia uterina, chamada
de inércia uterina, ocorre devido á deficiência de contrações uterinas,
que podem ser de origem primária, quando o útero não contrai, ou
de origem secundária, quando o útero entra em exaustão (Prestes e
Alvarenga, 2006). A hipertonia uterina está relacionada ao aumento
das contrações uterinas e abdominais, fazendo que não ocorra a
expulsão do feto. É comum ocorrer na última fase do parto (Noakes,
1992; Toniollo e Vicente, 2003).
A distocia de origem fetal resume-se em uma anomalia, que pode
ocorrer durante a gestação, podendo ser uma alteração da estática
fetal, partos gemelares ou múltiplos fetos, deformações ou morte
fetal (NoakeS et al., 2001; Jackson, 2004). Com ênfase na alteração
da estática fetal, ou seja, o feto deixar de assumir a posição que irá
lhe permitir ser expulso sem assistência manual (Noakes et al., 2001).
É considerada a responsável por aproximadamente 95% dos casos de
distocia fetal (Jackson, 2004). A dominância de mau posicionamento
fetal ocorre predominantemente em vacas multíparas, com uma taxa
de 44% (De Amicis et al., 2018). Partos gemelares tem uma incidência
de 3%, sendo assim, 3 ou mais fetos é considerado raro (Jackson,
2004). Assim, a incidência de distocia está relacionada ao número
de fetos, em que partos gemelares tem uma taxa de 15,5% e partos
singulares 6,5% (Gaafar et al., 2011).
Diversos fatores que podem ocasionar as deformações fetais, as
quais ocorrem nos estágios iniciais de desenvolvimento do feto. É
classificada de origem genética, física, químicas e virais. Nas causas
genéticas, as anomalias genéticas são causadas por genes recessivos
como a hidrocefalia, acondrosplasia, hiperplasia muscular e
atrogripose que causam a distocia devido sua conformação. As
anomalias congênitas estão relacionadas a agentes teratogênicos,
como o vírus que causa diarreia viral bovina, o vírus da língua azul e
planta lupinos, ocasionando a formação de monstros fetais, tais como
o Perosomus elumbis (figura 2), Schistosoma reflexus e Amorphous
globosus (Noakes et al., 2001).

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Figura 2. Anomalia Congênita: Perosomus elumbis. Fonte: C.J Jones (1999).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A distocia fetal em bovinos é um problema reprodutivo que afeta


a economia do setor. O principal problema tem como causa as
dificuldades para expulsar o feto. Essa enfermidade afeta
negativamente a fertilidade da progenitora, e por esses motivos, a
o conhecimento dos fatores predisponentes, detecção da distocia
no momento do parto e o auxílio obstétrico podem prevenir perdas
econômicas.

4. REFERÊNCIAS

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SÍNDROME RESPIRATÓRIA EM CÃES


BRAQUICEFALICOS

BUZZO, Julia1,
GUASTI, Priscilla2.
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: Buzzo.julia4@gmail.com
2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: priguasti@icloud.com

RESUMO

A síndrome respiratória em cães braquicefálicos é caracterizada


pela obstrução parcial das vias superiores devido a alterações
anatômicas. Em consequência eles podem apresentar sáculos laríngeos
evertidos, estenose das narinas, estreitamento da epiglote, hipoplasia
da traqueia ou colapso da laringe, comprometendo o animal e podendo
ocasionar dispneia, respiração ruidosa e aquecimento durante
excitação ou atividade física. Cada animal vai apresentar um grau de
intensidade, sendo importantíssimo o diagnóstico correto. Esta revisão
tem por objetivo abordar os principais aspectos da síndrome
respiratória em cães braquicefálicos, assim como alternativas para
proporcionar melhor qualidade de vida ao animal acometido.
Palavras chave: alterações, cães, estenose, narinas, obstrução.

ABSTRACT

Respiratory syndrome in brachycephalic dogs is characterized by


partial upper airway obstruction due to anatomical changes.

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Consequently, they may present everted laryngeal saccules, stenosis


of the nostrils, narrowing of the epiglottis, hypoplasia of the trachea
or collapse of the larynx, compromising the animal and may cause
dyspnea, wheezing and heating during excitation or physical activity.
Each animal will have a degree of intensity, the correct diagnosis
being extremely important. This review aims to address the main
aspects of respiratory syndrome in brachycephalic dogs, as well as
alternatives to provide a quality of life to the affected animal.
Keywords: changes, dogs, stenosis, nostril, obstruction.

1. INTRODUÇÃO

A síndrome braquicefálica é caracterizada pela obstrução das


vias áreas superiores ocasionada por alterações anatômicas como
estenose das narinas, sáculos laríngeos evertidos, estreitamento da
epiglote, hipoplasia da traqueia e colapso da faringe/laringe (Daniel
et al., 2003; Fossum & Duprey, 2005; Senn et al., 2011).
Os cães braquicefálicos foram selecionados com o objetivo de
alcançar um padrão estético, dando origem as raças como, Pug, Buldog
inglês e francês, Boxer, Boston terrier, Maltes, Pequinês e Shi Tzu,
Yorkshire (Daniel et al., 2003; Fasanella et al., 2010; Fonfara et al.,
2011; Fossum & Duprey, 2005; Oechtering, 2012; Riecks et al., 2007;
Tilley & Smith, 2008). Além da síndrome braquicefálica, tais animais
possuem predisposição a apresentar hidrocefalia, paralisia de nervo
facial, dermatites de dobras cutâneas, prolapso do bulbo ocular e
posicionamento inadequado dos dentes (Daniel et al., 2003).
Em cães normais, as vias aéreas superiores são responsáveis por
50 a 70% da resistência aérea total, enquanto nos cães braquicefálicos
essa porcentagem é maior por conta das alterações congênitas (Tilley
& Smith, 2008). As alterações anatômicas acabam dificultando o
fluxo de ar de forma correta nas vias áreas superiores, provocando
respiração ruidosa, dispneia, cianose e em casos mais graves sincope
(Monnet, 1993; Lang et al., 2003). O histórico clínico habitua em
intolerância a exercícios físicos e estresse térmico (Daniel et al.,
2003; Tilley & Smith, 2008).
O diagnóstico pode ser feito através dos sinais clínicos, avaliação
do padrão respiratório e das vias aéreas superiores (Davidson et al.,

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2004; Fossum; Duprey, 2005). Mais recentemente, em estudo


publicado pela Current Biology (2017), foi identificado o gene que
causa a alteração no focinho dos animais braquicefálicos, deixando-
o achatado. Animais com genes normais, possuem focinhos longos,
já em animais com cara “amassada”, foram identificadas variações
genéticas e uma delas é a mutação do gene SMOC2. Os pesquisadores
concluíram que existem outros genes responsáveis por essas
alterações, mas o SMOC2 contribui de uma forma mais significativa
que os demais, o que futuramente poderá auxiliar no diagnóstico
precoce e exclusão dos animais portadores dos programas
reprodutivos.
Esta revisão tem por objetivo abordar os principais aspectos da
síndrome respiratória em cães braquicefálicos, assim como
alternativas para proporcionar melhor qualidade de vida ao animal
acometido.  

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Etiopatogenia

Os padrões cranianos são resultados das seleções feitas nas raças


durante ação da domesticação do cão para alcançar um padrão
estético, no entanto, em alguns casos podem ocorrer alterações
indesejadas, como diminuição da cavidade nasal, e decréscimo
patológico da cavidade oral (Harvey, 1982). Os animais das raças
braquicefálicas apresentam as maiores alterações e variações na
forma quando comparados aos mesaticefálicos (Apollo, 2009).
A síndrome braquicefálica, também denominada como síndrome
da via aérea do cão braquicefálico, é caracterizada por alterações
primárias e secundárias das vias aéreas superiores. As alterações
primárias incluem estenose da narina, hipoplasia traqueal,
prolongamento do palato mole, podendo desencadear alterações
secundarias como eversão dos sáculos laríngeos e colapso laríngeo
(Monnet, 2003; Vadillo, 2007).
Frequentemente observada em cães como Pug, Shihtzu, Boxer, Mâltes,
Buldogue inglês e francês, Cavalier King Charles Spaniel, Pequinês, Boston
terrier e Lhasa Apso, e com uma frequência menor em gatos de face
curta como as raças Himalaia e Persa (Nelson; Couto, 2001).

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2.2 Sinais clínicos

Com a presenças dessas irregularidades, o fluxo de ar não entra


de maneira correta nas vias aéreas superiores, causando
sintomatologia clínica compatível ao grau de obstrução, podendo
variar de suave a severa, incluindo respiração ruidosa, estritor,
cianose, engasgos, espirros reversos, intolerância ao exercício,
dispnéia, mucosas pálidas ou cianóticas, agonia respiratória e em
casos mais graves síncope (Vadillo, 2007). Por fim, a obstrução severa
pode causar edema pulmonar por conta da redução da pressão
intratorácica (Monnet, 1993; LANG et al., 2003). É importante
observar os sinais clínicos e realizar um diagnóstico correto, uma
vez que a gravidade da doença está relacionada com as alterações
anatômicas encontradas (Nelson; Couto, 2001).
Animais com narinas estenóticas, durante a inspiração,
apresentam um deslocamento medial da asa da narina, colapsando
e fechando o espaço aéreo (Torrez; Hunt, 2006), sendo crucial a
desobstrução das vias nasais para uma respiração nasal adequada
(Oechtering, 2010). Já em cães com a presença do prolongamento
do palato mole, o tecido se estende além da borda da epiglote
causando obstrução da rima glótica, interferindo na respiração,
originando edema inflamatório na faringe devido a vibração do tecido
pela passagem de ar (Vadillo, 2007).

2.3 Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito através dos sinais clínicos


apresentados, levando em consideração as raças acometidas,
avaliação do padrão respiratório e das vias aéreas superiores através
de exames complementares (Davidson et al., 2004; Fossum; Duprey,
2005).
A radiografia do tórax, é responsável por mostrar a presença da
hiperplasia da traqueia e alterações secundárias (Tilley; Smith, 2008).
Já a radiografia da laringe é responsável por mostrar se há o aumento
de partes moles na região. A endoscopia e broncoscopia revelará o
prolongamento do palato mole, eversão dos sáculos laríngeos, hipoplasia
de traquéia e prolapso de laringe/traquéia (Oechtering, 2012).

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2.4 Tratamento

O tratamento escolhido deve conter recomendações a fim de


minimizar os fatores que estimulam os sinais clínicos como exercício,
excitação e superaquecimento, além de exigir um fluxo maior de ar
através das vias aéreas superiores (Fossum; Duprey, 2005; Camacho,
2006). Da mesma forma, deve ser realizado o controle de peso do animal,
pois o aumento do peso pode intensificar os sinais clínicos (Meola, 2013).
Em casos mais graves, é necessária a intervenção cirúrgica, em que o
primeiro ponto a ser corrigido são as narinas estenóticas, de modo a
prevenir alterações secundárias, como a protrusão do tecido mole da
nasofaringe ou colapso da laringe e traqueia. A intervenção cirúrgica é
recomendada o mais precoce possível, em animais com cerca de três a
quatro meses de idade (Daniel et al., 2003).
Dependendo do grau da alteração, em alguns casos o tratamento
cirúrgico pode incluir o alargamento das narinas externas para ressecção
vertical (Figura 1), lateral ou horizontal (Figura 2), com auxílio de um
bisturi ou do laser (Keats, 2012a), com cautela pois se trata de uma
área de alta vascularização (Monnet, 1993; Nelson; Couto, 2001).
Figura 1: Rinoplastia por ressecção vertical

Fonte: Leal, 2017.

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Figura 2: Rinoplastia por ressecção horizontal

Fonte: Bowlt; Moore, 2009.

Pode ser necessária também, a ressecção do palato mole (Figura


3), em virtude do seu prolongamento (Orozco; Gómez, 2003). Uma
técnica muito utilizada é a palatoplastia, definida pela redução da
maior parte dos músculos palatinos, visando corrigir não apenas o
comprimento do palato, mas também a sua espessura, aliviando
assim, as obstruções orofaríngeas e nasofaríngeas (Findji; Dupré,
2009).
Existem diversas técnicas cirúrgicas a serem adotas para correção
das narinas estenóticas e do prolongamento do palato, sendo
descritas as mais relevantes. Além dessas técnicas, pode ser realizada
a saculectomia, que consiste na remoção dos sáculos laríngeos quando
se encontram evertidos (Packer; Tivers, 2015; Hughes, et al., 2018).
Quando corrigidos, permite uma abertura maior da rima da glote
liberando uma melhor passagem para o ar (Torrez; Hunt, 2006; Riecks
et al., 2007; Trostel; Frankel, 2010). Hunghens et al (2018) realizaram
um estudo que mostra os resultados positivos e favoráveis dessa

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Figura 3: Ressecção e amputamento palato

Fonte: Corsi, 2018.

técnica, porém pode resultar em complicações de leve a moderada


no pós-operatório imediato, sugerindo assim que a indicação para
execução da técnica deve ser ponderadamente analisada antes.
Em alguns casos mais agravantes, é indicada a realização da
eutanásia, por não se obter sucesso nas técnicas descritas e existentes
(Pink et al., 2006).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A seleção feito para se obter um padrão estético acabou


desencadeando diversas alterações anatômicas prejudiciais a vida
dos braquicefálicos. Além da obstrução do fluxo de ar, animais das
raças braquicefálicas podem sofrer com predisposição a apresentar
hidrocefalia, paralisia de nervo facial, prolapso do bulbo ocular, entre
outras. É importante a realização de um diagnóstico correto, uma

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vez que a gravidade da doença está relacionada com as alterações


anatômicas encontradas, para que o tratamento seja referente a
gravidade da alteração.
Sendo assim, quanto antes a identificação dos sinais clínicos,
por meio dos exames complementares, é indicada uma intervenção
cirúrgica com o proposito de permitir um fluxo de ar maior, garantindo
uma melhor qualidade de vida ao animal e diminuindo os sinais
clínicos, além de reduzir as chances de alterações secundarias.

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. Acessado em 27/09/2020.

VADILLO, A.C. Síndrome braquicefálica e paralisia laríngea em cães.


Interbook: São Caetano do Sul, SP, 2007. p.93-98.

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DIABETES MELLITUS – REVISÃO DE LITERATURA

MICHELIM, Eduarda1
ANDREO, Julyan César Prudente de Oliveira2
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da FAEF – Garça – SP – BRASIL-
eduarda.izildinha@hotmail.com
2
Médico veterinário – Marília – SP – BRASIL - julyanandreo@hotmail.com

RESUMO

A doença endócrina que afeta a maioria dos animais é a diabetes


mellitus, sendo essa muitas vezes relacionadas com a obesidade e a
resistência à insulina, caracterizando um aumento nos níveis
sanguíneos de glicose. A obesidade é o fator principal relacionada a
diabetes, são encontrados tanto nos cães como nos gatos. Para um
diagnóstico é necessário a presença de hiperglicemia de jejum
persistente e glicosúria. Os sinais clínicos são o emagrecimento,
poliúria, polifagia e polidipsia, mesmo em animais obesos. Há diversos
medicamentos para o tratamentos, todos eles tem ação eficácia
associados ao manejo nutricional adequado e a perda de peso.
Palavras chave: glicose, insulina, obesidade.

ABSTRACT

Endocrine disease that affects most of the animals is diabetes


mellitus, often related to obesity and insulin resistance, an increase
in blood levels of glucose. Obesity is the main factor related to
diabetes, are found in both dogs as cats. For a diagnosis is necessary

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the presence of hyperglycemia and glycosuria fasting. Clinical signs


are weight loss, polyphagia, polyuria and polydipsia, even in obese
animals. There are several medicines for treatments, they all have
action effectiveness associated with the appropriate nutritional
management and weight loss.
Key words: glucose, insulin, obesity.

1. INTRODUÇÃO

A Diabetes Mellitus é uma doença endócrina, muito observada na


clínica de pequenos animais, pois esta, causa uma desordem pancreática,
uma vez que as células produtoras do hormônio insulina (células B), por
alguma ocasião deixa de secretá-la ou diminuem sua secreção (diabetes
tipo I), ou ainda, ocorre uma resistência periférica à insulina (diabetes
tipo II). Atualmente, há relatos de diabetes tipo III, que é causada por
hormônios diabetogênicos (tiroxina, glucagon, adrenalina, GH,
glicocorticoides, ACTH) ou drogas e, a tipo IV, ocasionada pela resistência
transitória à secreção de insulina resultado da pancreatite, sintoma
principalmente observada em felinos obesos (VEIGA, 2005).
O diabetes mellitus canino é dividido em três grupos. O grupo I,
também conhecido como dependente de insulina (DMDI), tem uma alta
concentração basal de glicose sanguínea, tendo a incapacidade de agir
ao aumento da glicemia com a liberação de insulina. É um caso que
leva a uma hiperglicemia sensível à insulina, envolvendo as células betas
pancreáticas. O grupo II, possui uma concentração basal de insulina
elevada e também concentração basal de glicose sanguínea, podendo
ser tanto normal ou sendo elevada. Já o terceiro grupo (III), consta a
concentração sanguínea de glicose pouco elevada e uma concentração
basal de insulina normal, induzidos pela elevada concentração elevada
de qualquer um dos hormônios diabetogênicos (NICHOLS, 1992).
Os hormônios diabetogênicos podem levar ao desgaste temporário
das células beta das ilhotas pancreáticas (NELSON e COUTO, 1994).
Devido à secreção demasiada de qualquer um desses hormônios ou a
degradação lesionada, ocorre um aumento das concentrações
plasmáticas, resultando num antagonismo à insulina nos tecidos
periféricos e/ou ainda a um auxílio da ocorrência da glicogenólise
hepática e gliconeogênese, tolerância prejudicada à glicose e
hiperinsulinemia (FARIA, 2007).

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Com a impossibilidade do hormônio da insulina atuar ou a


diminuição da sua secreção, a primeira reação do organismo com
essa alteração seria o aumento nos níveis sanguíneos da glicose, ao
mesmo tempo em que ocorrerá um débito energético em todo o
organismo, visando que a glicose, ela é a principal fonte de energia
orgânica, permanece no líquido extracelular. Alterações como esta,
estimula rotas metabólicas de neoglicogênese, tentando assim,
manter o equilíbrio energético celular (VEIGA, 2005).
Este trabalho tem por objetivo entende o diabetes mellitus por
meio de revisão de literatura, patologia esta que vem crescendo
muito nos atendimentos clínicos devido a vários fatores como idade,
alimentação e desequilíbrio

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Obesidade

O animal sendo obeso, precisa de um maior aporte de insulina para


se manter, sendo que, a médio e a longo prazo, induz à exaustão das
células â-pancreáticas. Além disso, a translocação para a membrana
plasmática do transportador GLUT4, é diminuída (VEIGA, 2005).
Estudos comparativos (ZERBÉ, 2001), comprovam que tanto nos
cães como nos gatos, o fator obesidade é uma das principais causas
na etiologia dessa doença.

Tabela 1 Etiologia comparativa da diabetes mellitus entre cães e gatos.

ZERBÉ, 2001

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2.2 Sinais clínicos

Como toda doença, os sinais clínicos irá depender do tempo de


decorrência, do tipo, do grau e, na diabetes mellitus, irá depender
ainda das condições anteriores ao início da insuficiência de insulina
(CHASTAIN e GANJAN, 1986; LILLEY, 1988; NELSON e FELDMAN, 1988;
FELDMAN, 1989).
Um animal que pode apresentar a diabetes, observa-se os sinais
clínicos característicos da doença, como o emagrecimento, a poliúria,
polifagia e polidipsia (VEIGA, 2005).
A incidência de infecção do trato urinário, por exemplo é muito
comum, como pancreatites, piometra, alopecia de aspecto
endócrino, piodermatite, insuficiência cardíaca congestiva e outros
distúrbios (KANEKO et al., 1978; NELSON, 1992; NICHOLS, 1992;
NELSON, 1994a).
Há ocorrência de lipidose hepática e, consequentemente a
hepatomegalia que pode ser palpada em até 20% dos casos. Um outro
achado é a catarata bilateral (KANEKO et al., 1978; NELSON, 1992;
NICHOLS, 1992; NELSON, 1994a).

2.3 Diagnóstico

Para a confirmação de um diagnóstico para a diabetes mellitus,


é preciso que haja a presença de hiperglicemia de jejum persistente
e glicosúria. Apenas uma demonstração de hiperglicemia não
implicará no diagnóstico definitivo, visto que as alterações
metabólicas causadas pela administração de glicocorticóides ou de
ainda outros hormônios hiperglicemiantes, podem causar um
acréscimo nos níveis de glicose sanguínea, mesmo que haja a
liberação de cortisol endógeno e de adrenalina no momento de
estresse na retirada da amostra sanguínea, já é suficiente para
determinar tal elevação. Muitas vezes, é preciso estabelecer uma
curva glicêmica, para que o diagnóstico seja estabelecido, auxiliando
assim, na diferenciação entre os tipos de diabetes (VEIGA, 2005).

2.4 Tratamentos

Tendo o princípio terapêutico de reverter os efeitos catabólicos


que são associados à deficiência e, restabelecer a homeostase normal

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do metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídeos (LILLEY, 1988;


NELSON, 1992; NELSON, 1994b; HOENIG, 2002), existem diversos
tipos de tratamentos, porém, todos eles tem como ação de imediata,
o controle da obesidade, pelo controle do peso e do manejo
nutricional, principalmente, seguindo o exercício físico (VEIGA, 2005).
O oferecimento ao animal de várias e pequenas refeições, até
quatro vezes ao longo do dia e, iniciando o tratamento com a
administração de insulina, podem minimizar os efeitos da glicemia
pós-prandial (NELSON, 1992).
A restrição calórica é o processo para redução do peso corpora utilizada
em animais. Esta redução chega a apresentar perdas de até 3% do peso
corporal por semana (NELSON e LEWIS, 1990; NICHOLS, 1992).
Existe atualmente a insulinoterapia, que possui eficácia pela
remissão dos sintomas clínicos e pela normalização dos parâmetros
laboratoriais (JERICÓ e MARCO, 2011).

2.5 Agentes hipoglicemiantes orais

Os agentes hipoglicêmicos orais são drogas sulfonilureias


utilizadas na medicina humana, com propriedade na prática
veterinária. Esses hipoglicemiantes orais podem apresentar
resultados positivos quando utilizados com a redução de peso e o
manejo dietético (ALLEN, 1987).
Dois medicamentos sulfonilureias são utilizados para tratar cães
e gatos a Glipizide e Glibenclamide (NICHOLS, 1992). Essas drogas
possuem ações antidiabéticas, onde inclui a estimulação da secreção
de insulina pelas células beta, o transporte mais prolongado de
carboidratos no músculo e gordura, com direta diminuição da glicose
hepática e a potencialização da ação da insulina no fígado, porém,
existe seus efeitos colaterais como hipoglicemia, vômito e anorexia
(KANEKO et al., 1978; NICHOLS, 1992).
No grupo das tiazolidinedionas existe a pioglitazina, troglitazona
e rosiglitazona, que possuem propriedades com o potencial
hipoglicêmicos semelhante ao da troglitazona (este retirado do
mercado por causar insuficiência hepática aguda e morte), sem
evidencias de hepatotoxidade. Podem ser associados a outros agentes
hipoglicemiantes, como a metformina (JERICÓ e MARCO, 2011).

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3. CONCLUSÃO

Na maioria das clínicas, o maior desafio dos médicos veterinários


é convencer o proprietário que o seu animal está obeso. Muitas das
vezes o tutor não tem como dar continuidade no tratamento
domiciliar, por exemplo, pois o resto de sua família oferece ao animal
petiscos com alto teor calórico, dificultando assim o manejo
nutricional e a perda de peso; nos casos de exercícios físicos. A
hipoglicemia é a complicação mais comum na diabetes mellitus,
ocasionada por doses excessivas de insulina. Há tratamentos com
drogas sulfonilureias e atualmente a insulinoterapia.

4. REFERÊNCIAS

ALLEN A. T. The endocrine pancreas. In: Drazner F. H. Small animal


endocrinology. Churchill Liningstone, New York, p.161-199, 1987.

CHASTAIN C. B.; GANJAN V. K. Clinical endocrinology companion


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FARIA, P. F. Diabetes Mellitus em cães. Acta Veterinaria Brasílica,


v.1, n.1, p.8-22, 2007.

FELDMAN E. C. Enfermidades del páncreas endocrino. In: Ettinger,


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JERICÓ, M. M.; MARCO, V. Insulina e hipoglicemiantes orais. In:


Spinosa, H. S. Farmacologia aplicada à medicina veterinária, 5.ed.
Guanabara Koogan. cap.31, p. 380-384, 2011.

KANEKO, J. J.; MATTHEEUWS, D.; ROTTIERS, R. P.; VERMEULEN, A.


Renal function, insulin secretion, and glucose tolerance in mild
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Research, v.39, n.5, p.807-809, 1978.

LILLEY, R. Diabetes mellitus in small animals. Australian Veterinary

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Practice, v.18, n.1, p.22-30, 1988.

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Tratado de medicina interna veterinária, 3.ed. São Paulo. p.1752-
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NELSON, R. W.; FELDMAN, E. C. Diabetes mellitus canino. In: Kirk,


R. W. Atualização terapêutica veterinária. São Paulo: Manole. v. 2,
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Saunders manual of small animal practice. 18.ed. USA: Saunders
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In: Nelson, R. W.; Couto, C. G. Fundamentos de medicina interna de
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ZERBÉ, C. A. Proceedings of ESFM symposium at BSAVA Congress,


2001: What is so special about feline diabetes mellitus? Journal of
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EFEITO DA EUTROFIZAÇÃO NO ECOSSISTEMA


AQUÁTICO – REVISÃO DE LITERATURA

CARVALHO, Natália Santos de1,


GALVEZ, Laura Dameto1,
BOTELHO, Renan de Mattos2.
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:
nataliasantoscarvalho18@gmail.com
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
2

Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: rmbotelho88@gmail.com

RESUMO

Cada dia as interações da humanidade com os recursos


pesqueiros têm se ampliado, diversificado, tecnificado e
intensificado. Dessa forma, o objetivo da presente revisão de
li t e ra t u ra f o i a pr o f un d a r c o n he ci m e nt o s a r es pe i t o de
piscicultura de forma geral, desde os sistemas de produção, os
impactos ambientais que estes causam e as possíveis soluções
para diminuição destes impactos. Como uso de práticas de
manejo sustentáveis e de leis que visem promover a preservação
dos ecossistemas aquáticos e segurança da biota local ao mesmo
tempo em que permite a atividade agropecuária, considerando
que esta é uma fonte de renda importante para inúmeros
produtores.
Palavras chave: aquicultua, meio ambiente, piscicultura,
preservação, sustentabilidade.

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ABSTRACT

Each day, humankind’s interactions with fisheries resources have


expanded, diversified, technified and intensified. Thus, the objective
of the present literature review was to deepen knowledge about
fish farming in general, from production systems, the environmental
impacts they cause and the possible solutions to reduce these
impacts. How to use sustainable management practices and laws
that aim to promote the preservation of aquatic ecosystems and the
safety of the local biota while allowing agricultural activity,
considering that this is an important source of income for countless
producers.
Keywords: aquaculture, environment, fish farming, preservation,
sustainability.

1. INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade há uma relação de dependência da


humanidade com os rios e seus recursos pesqueiros. A cada dia estas
interações tem se ampliado, diversificado, tecnificado e intensificado
por meio das pisciculturas, por exemplo. Toda interação com os
ecossistemas aquáticos interiores acarretam impactos sobre a biota
local e quanto mais intensa estas interações, mais impactos elas
causam (RAMOS et al., 2008).
Segundo Esteves (1998), a piscicultura é atividade agropecuária,
portanto, quando praticada de maneira irresponsável pode resultar
em impactos negativos, como a eutrofização (surgimento excessivo
de organismos como algas, e cianobactérias, causando a mortalidade
das espécies que ali vivem, devido ao aumento da quantidade de
nutrientes no ambiente aquático), resíduos químicos, produção de
efluentes, introdução e escape de animais exóticos, introdução de
organismos patogênicos, alteração de biodiversidade, impacto
socioeconômico e alteração de paisagem.
De forma geral, o principal impacto gerado pela piscicultura é o
aumento da quantidade de nutrientes no ambiente aquático, que
por sua vez, ocorre por meio do acúmulo de matéria orgânica e
elevação da concentração de nitrogênio (N) e fósforo (P). Esse

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aumento, como um todo, tem origem pelo excesso de ração e


biomassa animal, o que serve de substrato para o crescimento de
macrófitas aquáticas (FAVACHO et al., 2017). Estes impactos também
podem causar interferências na qualidade da água, nas comunidades
botânicas, planctônicas e peixes.
Dessa forma, o objetivo da presente revisão de literatura foi
aprofundar conhecimentos a respeito de piscicultura de forma geral,
desde os sistemas de produção, os impactos ambientais que estes
causam e as possíveis soluções para diminuição destes impactos.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Piscicultura Intensiva

De acordo com Rocha & Vital (2012), a piscicultura é um ramo


da aquicultura a qual consiste no cultivo de peixes, que por sua vez
pode ser dividida de acordo com as características produtivas,
métodos empregados e tipo de produção alcançada, sendo,
classificada em extensiva, semi-intensiva e superintensiva.
A piscicultura intensiva tem como principal característica o uso
de rações balanceadas, o que permite aumento na produtividade
(SENAR, 2018). Sua atividade é comumente realizada em viveiros
construídos exclusivamente para a criação de peixes, pois a finalidade
desse sistema é obter alta produtividade por metro quadrado. Além
do uso de rações balanceadas e adequadas para cada espécie e de
acordo com a fase de cultivo, esse sistema tem como características
a realização de um manejo criterioso e criação de espécies adaptadas
à criação em alta estocagem, como é mostrado na figura 1. De modo
geral nos viveiros de criação intensiva, é realizado monocultivo, ou
seja, a criação de apenas uma espécie de peixe (LOPES, 2012).
Para Silva (1998), o uso de rações balanceadas na piscicultura
intensiva se dá devido às altas densidades de estocagem nesse sistema
de criação, o que torna os alimentos naturais disponíveis
insuficientes, mesmo estes estando presentes e podendo ser
adicionados por meio de fertilizantes. O fornecimento diário da ração
deve ser dividido em duas ou mais refeições, podendo este alimento
ser lançado diretamente na água ou colocada em comedouros, dando
preferência pelo fornecimento no período da manhã (bem cedo) ou

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no final da tarde. A alimentação deve ser suspensa para a renovação


da água, em casos da água do viveiro se apresentar com coloração
verde e com baixo teor de oxigênio dissolvido, ou excesso de matéria
orgânica em consequência de adubações.
Resumidamente, para aumentar a produtividade da água utilizam-
se fertilizantes orgânicos (adubos orgânicos) e ou inorgânicos; já
quando o objetivo passa a ser o aumento direto na produção ou
crescimento dos peixes utilizam-se “alimentos artificiais” (CHACON,
1988). Geralmente, na produção intensiva, a criação é dividida em
fases de crescimento, como alevinagem, recria e engorda (SENAR,
2018).
Silva (1998) diz ainda que existem algumas condições básicas
essenciais para a criação de peixes em piscicultura intensiva, como
uso de técnicas apropriadas para o cultivo; meio econômico favorável,
inclusive com infraestrutura de estradas, energia elétrica, fábrica
de gelo; existência de mercado consumidor; disponibilidade de
insumos (fertilizantes, subprodutos agrícolas, rações balanceadas);
material para calagem; alevinos entre outros.
Sabendo que o processo de eutrofização é consequência de
excesso de ração e densidade populacional elevadas é importante
que se tenha controle da biomassa, peso médio e taxa de
alimentação. Para calcular a taxa de alimentação para um dado mês,
retiram-se alguns peixes da água e obtém-se o peso médio, o qual
multiplicado pelo número de indivíduos no viveiro fornece a biomassa.
E deste valor então sabe-se a quantidade diária de alimento
necessária, de acordo com a taxa adotada (SILVA, 1998).

2.2. Impactos no Ambiente Aquático

Para Almeida (2006), a piscicultura por ser uma cultura situada


dentro do ecossistema aquático, inevitavelmente irá causar impactos
negativos nesse ambiente. As principais alterações se dão na
qualidade da água, devido aos descartes de efluentes e os conflitos
entre usuários da água, quando não há a regulamentação e
administração dos recursos hídricos de forma planejada.
O ideal é que haja estabilidade biológica das substâncias
orgânicas em água contendo oxigênio dissolvido, porém essa

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estabilidade pode ser alterada, como ocorre na eutrofização,


mostrado nas figuras 2 e 3. PÁDUA (2002) relata que em grandes
piscícolas, há elevada concentração de matéria orgânica,
representada pelas excretas e rejeitos alimentares dos peixes, que
por sua vez causam a alteração das características físicas, químicas
e biológicas do tanque ou viveiro (CIRYNO et al., 2010).
Segundo Lima (2001), o acúmulo de excretas e rejeitos
alimentares ocasiona o aumento de nutrientes presentes na água,
sendo os principais o nitrogênio e o fósforo, que por sua vez dão
suporte à cadeia alimentar. O aumento dessas concentrações
converge na proliferação de algas, no efeito tóxico da amônia nos
peixes e nos déficits de oxigênio consumido no processo. E mesmo
os efluentes da piscicultura apresentando grande volume e baixos
teores de nutrientes (N e P), na renovação das águas da piscicultura,
com o lançamento direto e contínuo destas nos efluentes pode
resultar em bioacumulação crônica e posteriormente a eutrofização
dos mesmos, com consequências ecológicas negativas sobre o
ambiente aquático.
O uso indiscriminado e não controlado de nascentes e efluentes
não tratados do tanque/viveiro, podem causar impactos negativos
sobre os recursos hídricos. O que torna relativamente comum a
piscicultura ser uma atividade degradante à medida que aumenta a
sua produtividade intensificando os impactos causados no meio
aquático (FAVACHO et., 2017).
Outros impactos que são causados no meio aquático pela
piscicultura e pela aquicultura de modo geral são as contaminações
com produtos químicos; acúmulo de sedimento rico em matéria
orgânica; poluição e erosão; e aumento dos riscos de doenças
(MACEDO; SIPAÚBA, 2010).

2.3. Soluções para uma piscicultura mais sustentável

O termo sustentabilidade está relacionado à conservação, ao


ato de sustentar, conservar, manter, e no contexto de piscicultura,
visa especialmente a preservação dos recursos naturais, controle e
manutenção do uso ao mesmo tempo permitindo o uso pelo ser
humano para seus devidos fins econômicos (CIRYNO et al., 2010).

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De modo geral, é impossível produzir sem causar impactos ambientais,


por isso, se faz necessário o uso de técnicas de manejo que minimizem o
impacto da atividade e mantenha a biodiversidade, a estrutura e
funcionamento dos ecossistemas adjacentes (MACEDO; SIPAÚBA, 2010).
Boyd (2003) propõem algumas soluções para redução dos impactos
provocados nos efluentes de piscicultura, tais como a utilização de
fertilizantes em quantidades necessárias para manutenção da
biomassa de fitoplâncton, seleção de densidades de estocagem e
taxas de alimentação que não excedem a capacidade de assimilação
de nutrientes dos viveiros, fornecimento de dietas com alta
digestibilidade, estáveis na água e sem excesso de nitrogênio.
Boas práticas de manejo podem não determinar uma
sustentabilidade perene, assim deve-se buscar uma preservação da
biodiversidade e uso racional dos recursos naturais sem degradação
dos ecossistemas aquáticos (MACEDO; SIPAÚBA, 2010).
De maneira geral, a aquicultura é envolta por leis de saúde
pública, leis sanitárias, leis de exportação e importação, leis
tributárias, dentre outras. Os aquicultores comumente relatam
dificuldades e complexidade ao realizar o licenciamento de atividades
aquícolas, até mesmo por ser um processo que envolve muitas
instituições diferentes. Essa burocracia visa promover cuidado maior
com o meio ambiente, para que estas atividades interfiram o mínimo
possível no ecossistema, sendo então uma medida de segurança
(VENTURIERI, 2000; ELER et al., 2006).
A legislação brasileira oferece um conjunto de atos
administrativos normativos regulamentadores para a organização da
atividade aquícola brasileira. Todos estão disponíveis nos sites das
organizações afins (MMA, M. Agricultura, Secretarias Estaduais de
meio ambiente e da agricultura, FUNASA). Além disso, é importante
destacar que códigos de conduta para o desenvolvimento da
aquicultura responsável foram elaborados e são respeitados em
diversos países do mundo (QUEIROZ & KITAMURA, 2001).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A piscicultura é atividade de grande relevância sócio-econômica


e que tem se expandido a cada dia, porém, é atividade com alto

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grau de impacto e degradação a corpos hídricos, por isso se faz


necessário o aprofundamento científico no desenvolvimento de
técnicas e métodos de manejo que venham gerar o mínimo de
impactos possíveis no ecossistema aquático. Além de fiscalização
rigorosa para cumprimento das leis que têm como objetivo proteger
o meio ambiente e os recursos naturais.

4. REFERÊNCIAS

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Sustentável. Ed. Thex. p. 495-496. Rio de Janeiro, 2006.

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DOENÇA RENAL CRÔNICA EM FELINOS


GERIÁTRICOS - REVISÃO DE LITERATURA

MARTINS, Murilo Goncalves¹


GUTIERRES, Vanessa Fernanda¹
MENCK, Jessica Chagas Domingues²
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF;
E-mail: murilo.g.m.com@hotmail.com
2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF;
E-mail: jessica.menck@hotmail.com

RESUMO

A doença renal crônica é uma enfermidade comumente


diagnosticada em animais idosos, que tem alto poder de
mortalidade. Infelizmente quando já instaurada não possui caráter
reversível e sim progressiva, que possui como protocolo terapêutico
os cuidados de suporte, como técnicas de reestabilização do
paciente. Seu diagnóstico é baseado nas alterações clínicas,
laboratoriais e de marcadores séricos específicos que podem ser
também confirmados e esclarecidos através da análise de biópsia
ou por exames de imagem como a ultrassonografia. Este trabalho
visa trazer as novas diretrizes de estadiamento, tratamento e
diagnostico desta enfermidade.
Palavras chave: Injúria, gato, IRIS.

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ABSTRACT

The chronic kidney disease is a disease commonly diagnosed in


elderly animals, which has a high mortality rate. Unfortunately, when
it is already in place, it does not have a reversible character, but
rather a progressive one, which has supportive care as a therapeutic
protocol, such as patient stabilization techniques. Its diagnosis is
based on clinical, laboratory and specific serum marker changes that
can also be confirmed and clarified through biopsy analysis or by
imaging tests such as ultrasound. This work aims to bring the new
guidelines for staging, treatment and diagnosis of this disease.
Keywords: Injury, cat, IRIS.

1. INTRODUÇÃO

A doença renal crônica (DRC) ou também conhecida como


insuficiência renal crônica (IRC), pode assustar ao proprietário com
a terminologia “insuficiência” o levando a acreditar que se trata de
uma enfermidade muito mais grave que pode fazer com que optem
por não realizar o tratamento ou suspender algo que já tenha sido
indicado. Essas terminologias descrevem processos patológicos que
ocorrem nos rins, apesar de empregadas em um termo único se
referem a um conjunto de sinais clínicos que pode ser causa de
diferentes etiologias e entidades patológicas (SCHERK, 2015; KOGIKA;
WAKI; MARTORELLI, 2015).
Os rins são órgãos pares situados no retroperitônio, comprimidos
pelas estruturas abdominais contra a parede dorsal do abdome,
paralelos à coluna vertebral. Localizados na região lombar, possuem
formato de feijão e encontram-se apontados para as últimas costelas
e espaço intratorácico do abdome. Assim como a maioria das
espécies, os felinos apresentam o rim direito mais cranialmente em
relação ao esquerdo, posicionado em contato com as estruturas
hepáticas, espaço denominado de fossa do fígado que limita sua
mobilidade (KONIG; LIEBICH, 2016).
As doenças renais podem ser oriundas de vários fatores podendo
ser hereditárias ou congênitas, sua origem vária desde alterações por
infecções, toxinas, fatores imunomediadas, descompensações

274 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


SOCIEDADE C
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eletrolíticas e até mesmo traumáticas. Os rins sendo órgãos de múltiplas


funções, podem apresentar sintomas como, alterações de densidade
urinária, proteinúria, cilindrúria, hematúria, alterações de pH urinário,
cistinúria, glicosúria e alterações laboratoriais como aumento de ureia
e creatinina principalmente, de acordo com o estágio de insuficiência
renal e porcentagem de perda das funções (WAKI et al, 2010).
Dentre as principais raças acometidas estão o Maine Coonn,
Abissínio, Siamês, Russian Blue, Burnese, no entanto, qualquer animal
pode ser acometido, sua prevalência é de duas a três vezes maior
que nos cães e está entre 1-3 %, pode ser observada com mais
frequência em animais idosos o qual 30% deles apresentam mais de
15 anos de idade quando diagnosticados, contudo, animais mais
jovens também são acometidos, porém com uma menor constância
(KOGIKA; WAKI; MARTORELLI, 2015).
O diagnóstico pode ser realizado através das apresentações
clinicas, associada as alterações observadas em exames
complementares, como hemograma, bioquímicos e exames de imagem
que avaliarão as funções renais, aspecto visual e concomitâncias a
partir desta enfermidade (TOZZETTI; ÂNGELO, 2009).
Seu tratamento deve ser personalizado de acordo com cada paciente,
em decorrer do estágio de doença renal crônica (DRC) que o paciente se
encontrar (IRIS, 2019). Segundo a sociedade internacional de interesse
renal (2019), para o sucesso terapêutico destes animais deve ser avaliado
constantemente as alterações séricas, adequando as terapias aplicadas
de acordo com a resposta do organismo individualmente.
Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de
literatura sobre a afecção doença renal crônica em felinos, abordando
de modo descritivo com foco em animais geriátricos, seus principais
aspectos, apresentações, alterações sistêmicas, diagnóstico e
aplicação de protocolos terapêuticos.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão de literatura

Fisiologia Renal

Os rins basicamente possuem duas funções principais, sendo elas


a excreção de resíduos metabólicas junto a regulação volêmica

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 275


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corporal e sua composição no meio interno do corpo, observados


através do líquido extracelular (LEC). Deste modo, hoje sabe-se que
a composição dos líquidos corpóreos é constituída pelo que os rins
conservam e não através da ingestão oral. Algumas das também
funções essenciais executadas por estes órgãos é a secreção de
hormônios que participam de regulagem dinâmica do sistema renal,
eritropoiese e metabolização dos ossos e alguns minerais como cálcio
e fosforo (REECE, 2017).
Os rins ainda possuem o dever de hidrolisar pequenos peptídeos,
com o intuito de preservar os aminoácidos, desintoxicar os peptídeos
tóxicos e regular taxas plasmáticas de hormônios peptídicos.
Atribuído a estas múltiplas funções sistêmicas é muito comum que
alterações renais repercutem sinais clássicos e característicos
associados a disfunção deste órgão (REECE, 2017).

Etiopatogenia

Segundo Bartges (2012), a doença renal crônica é uma afecção


comumente diagnosticada em gatos idosos, sendo uma das doenças
mais comuns encontradas em pacientes geriátricos. Definida a partir
de estruturas e/ou funcionalidades comprometidas em ambos os rins,
que persistam durante o período de 3 meses.
Na maior parte de casos durante a DRC existem perdas
estruturais e funcionais do sistema renal, no entanto, as alterações
funcionais nem sempre estão ligadas ao grau de comprometimento
estrutural. Caracterizada pela perda irreversível de funções e/ou
pelas perdas estruturais, pode permanecer estável por um período
de tempo, mas possui caráter progressivo, no qual pode ser
influenciado por lesões pré e pós-renais agravando o problema, no
entanto, se estabilizadas podem auxiliar melhorando a situação
(BARTGES, 2012).
Embora possa ocorrer em quaisquer idades a DRC é uma
enfermidade comumente geriátrica, que frente a população geral
de cães e gatos compreende apenas 0,5-1,5% de incidência. Em estudo
com compilação literária de intuito estatístico, foi relatado que 30%
dos felinos acima dos 15 anos de idade apresentam DRC, em outro
estudo sobre distribuição de idade na doença renal crônica 37% dos

276 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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gatos tinham menos de 10 anos, 31% tinham entre 10 a 15 anos e


32% com idade acima de 15 anos (BARTGES, 2012).

Manifestação Clínica

É muito comum que felinos portadores de DRC cheguem ao


atendimento clínico apresentando sinais característicos, como pelos
sem brilho que normalmente possuem aspecto espetado, pouca
elasticidade cutânea e atrofia ou definhamento muscular. As mucosas
normalmente se apresentaram pálidas devido à desidratação e úlceras
orais podem ser visualizadas ocasionadas pelo aumento sérico da
ureia. A letargia ou depressão podem ocorrem, assim como perdas
de peso em decorrência de ausência ou perda de apetite, associada
a náuseas e êmese (SCHERK, 2015).
Com relação ao trato urinário a poliúria é esperada, mas pode
passar despercebida a não ser que o animal viva apenas em ambiente
fechado, sem companhia de outros felinos, utilizando caixas de areias
que contenham materiais formadores de grumos, com tutores que
se atentem em alterações de tamanhos e número de grumos
formados. A polidipsia compensatória é uma alteração também difícil
de ser evidenciada, já que estes animais descendem do deserto e
tender a sofrer desidratação e constipação antes mesmo de que seja
notado o aumento de ingestão hídrica (SCHERK, 2015).

Diagnóstico

O diagnóstico da DRC é embasado na avaliação clínica e exames


complementares, como anamnese, exame físico e achados
laboratoriais, o que pode ser melhor avaliado através da análise
histológica e visual por meio de biópsia e exames de imagem, como
a ultrassonografia. Além disso, a injúria renal pode ser avaliada por
marcadores renais séricos e urinários, possibilitando também o
estadiamento do paciente após o diagnóstico (WAKI et al, 2010).
Anemias arregenerativas podem ser observadas no hemograma,
mas aconselha-se que o hematócrito seja avaliado em conjunto a
proteína plasmática devido a influência de desidratações no exame.
Sob estresse pela DRC, neutrofilia e linfopenia podem se apresentar.

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 277


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Alterações de função podem estar alteradas mesmo com


concentrações séricas normais. Com perdas de 75% das funções renais
é esperado azotemia (aumento sérico de ureia, sem apresentação
de sinais clínicos) e com 85% hiperfosfatemia. Na hemogasometria
as concentrações de bicarbonato podem estar alteradas, sendo
comum acidose metabólica (moderada a severa) tardiamente na DRC.
Felinos possuem a capacidade de concentrar a urina evitando a
isostenúria de 58- 83% de perda funcional dos néfrons (NELSON;
COUTO, 2015).
Contudo é muito comum o aparecimento da síndrome urêmica,
devido aos altos índices séricos de ureia, tornando as alterações
clinicas mais evidentes por síndrome toxica e polissistêmica afetando
multisistemas do organismo como trato gastrointestinal, nervoso,
cardiorrespiratório e endócrino. Ocorrendo desequilíbrios em
minerais (cálcio e fosforo), eletrólitos (sódio e potássio), acidobásico,
hematológico, hemostático e nutricionais. As alterações mais
comumente observadas são: ulceras gástricas ou orais, estomatites,
necrose na borda da língua, enterocolite urêmica, constipação
associado a desidratação e poliúria, alterações hemostáticas, perda
de produção hormonal como a eritropoetina e gastrina (KOGIKA;
WAKI; MARTORELLI, 2015).
A proteinúria pode ser um indicador de progressão da nefropatia
e também da hipertensão glomerular. Estudos mostram que a
mensuração de proteína-creatinina urinária (UP/C), quando >1 é
associada a riscos maiores de uremia ou progressão acelerada com
maior risco de mortalidade. Piúria e bacteriúria podem ser observados
em infecções do trato urinário, consequentemente associadas as
alterações de densidade urinária (NELSON; COUTO, 2015).
Normalmente animais portadores de DRC durante a palpação renal
podem apresentar irregularidade e diminuição do tamanho renal, no
qual podem ser avaliados confirmados através de exames de imagem
como a ultrassonografia, além de outras informações como aspecto
estrutural e perda de definição corticomedular (BARTGES, 2012).

Classificação e Estadiamento

Para se instituir o tratamento e prognóstico é necessário realizar


o estadiamento da DRC, o qual é realizado embasado nos critérios

278 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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da IRIS (2019). É realizado após a confirmação diagnostica com


estabilização e hidratação do paciente, que deve estar em jejum
sendo realizado inicialmente a avaliação sérica de creatinina e
Dimetilarginina simétrica (SDMA) expostos na tabela 1. Após isso o
cão ou gato são subestagiados pela avaliação da pressão arterial e
proteinúria.

Tabela 1- Estadiamento do paciente com foco em felinos portadores de DRC, adaptado


pelo guideline IRIS (2019).

Segundo a sociedade internacional de interesse renal (2019),


ainda após o estadiamento da doença, deve-se realizar um
subestagiamento, o qual é realizado pela proteinúria (averiguação
de lesões pré e pós-renais) e pressão arterial (estimativa de riscos e
averiguação de lesões e complicações a órgãos-alvos). A proteinúria
em felinos é classificada através do UP/C, em pelo menos duas
amostras coletadas no intervalo de 2 semanas, sendo <0.2 um não-
proteinúrico, 0.2 – 0.4 proteinúrico limite e >0.4 um animal
proteinúrico, pacientes proteinúricos limite deve ser reavaliados em
2 meses e a diminuição da proteinúria pode ser decorrente de piora
da lesão, frequentemente observados em estágios 3 e 4. A pressão
arterial (mmhg) deve variar de acordo com a raça e temperamento
do animal, mas em média <140 é considerado normotensão de risco
a órgãos-alvos mínimos, de 140 – 159 é um pré-hipertenso de baixo

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risco, de 160 – 179 é um hipertenso de risco moderado e >180 é


severamente hipertenso com alto risco a órgãos-alvos.
Estas informações devem ser monitoradas e reavaliadas, caso
existam alterações o paciente deve sofrer reestadiamento e
consequentemente mudanças no protocolo terapêutico (IRIS, 2019).

Tratamento e Prognóstico

Todos os tratamentos do DRC devem ser atribuídos


individualmente a cada paciente, o monitoramento seriado destes
animais é o ideal para o sucesso, se adequando a cada resposta do
organismo em relação ao tratamento instituído. As recomendações
terapêuticas se adequam a duas categorias: a que retarda a
progressão das lesões preservando as funções renais, e a aquela no
qual abordamos os sinais clínicos da DRC melhorando a qualidade de
vida do gato (IRIS, 2019).
Normalmente os estágios de 1-2 possuem poucos sinais extra
renais e a ênfase terapêutica é retardar a progressão da DRC. Em
relação ao estágio 3 por diante os sinais extra renais tornam-se mais
acentuado e graves. Os protocolos terapêuticos devem abordar os
sinais clínicos da DRC, para que melhore a qualidade de vida do
gato, inclusive se tornam mais importantes do que os protocolos
terapêuticos para retardo progressivo das lesões até o estagio 4 (IRIS,
2019).
Em estágios 1 e 2, deve-se suspender todos os medicamentos
potencialmente nefrotóxicos, se possível, identificar e tratar
quaisquer anomalias pré ou pós-renais (proteinúria), excluindo
quaisquer condições tratáveis, como pielonefrite e urolitíase renal,
com radiografias e/ou ultrassonografia, e meça a pressão sanguínea
e a UP/C. No estágio 2 em diante recomenda-se considerar a
alimentação de dieta renal clínica: isso pode ser realizado mais
facilmente no início do curso da DRC, antes que a inapetência se
desenvolva, tratar também hipocalemia (KOGIKA; WAKI; MARTORELLI,
2015).
Em estágio 3 e 4, a gama de apresentações é provavelmente
ampla, desde a ausência de sinais clínicos até sinais clínicos extra
renais bastante acentuados. Retardar a progressão se aplicam e ao

280 Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814


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estágio 3 podem ser as únicas terapias necessárias para gatos com


sinais extra renais leves ou nenhum. No entanto, os tratamentos
destinados a melhorar a qualidade de vida do gato tornam-se mais
importantes quanto mais sinais extra renais estiverem presentes como
no estágio 4. Isso inclui tratamentos para tratar a desidratação,
náuseas e vômitos, anemia e acidose. Em estados mais graves deve-
se considerar a dialise e transplante renal, tomar cuidado com
acidoses metabólicas e considerar a alimentação por sonda (IRIS,
2019).
O prognóstico varia de acordo com o grau em que foi
diagnosticada, os estágios 1 e 2 apresentam uma expectativa de
vida de 1 a 3 anos após confirmação, já nos estágios 3 e 4 a média
de sobrevida pode varia entre 778 dias a 103 dias respectivamente
(KOGIKA; WAKI; MARTORELLI, 2015).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A doença renal crônica em felinos é uma afecção comum em


animais idosos e rotineira na clínica de pequenos animais, que apesar
de possuir muita pesquisa sobre o assunto ainda carrega consigo
suas dificuldades, principalmente em associar a doença em si com
suas concomitâncias. A International Renal Interest Society que
atualmente representa as guidelines mais completas e confiáveis,
recomenda o estadiamento e acompanhamento precoce desta
afecção, já que possui caráter progressivo com alta mortalidade,
modulando o protocolo terapêutico individualmente, de acordo com
o estágio e a resposta corpórea as terapias instituídas, reforçando a
importância em adquirir conhecimentos atualizados sobre esta
enfermidade.

4. REFERÊNCIAS

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SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e
II Simpósio Internacional da FAEF

EFEITOS DA ODONTOPLASTIA NO TAMANHO DE


FIBRA FECAL E DIGESTIBILIDADE EQUINA –
REVISÃO DE LITERATURA

CATANANTI, Lucas Azevedo1


ROMANINI, Julia Maria Falavigna2
Médico Veterinário de Clínica Médica de Grandes Animais graduado na
1

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP campus


de Jaboticabal; E-mail: lucascatananti@hotmail.com
2
Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: j_f.romanini@hotmail.com

RESUMO

A avaliação odontológica periódica é associada a boa qualidade


de vida nos equinos, tornando-se necessária e recomendada para
animais de passeio e de esporte. Com isso, questões como a
relação de anomalias da cavidade oral com patologias sistêmicas
vieram à tona, além da necessidade de estabelecer parâmetros
para comparação entre animais não tratados e os que receberam
o devido cuidado. O aumento do tamanho da fibra fecal é
frequentemente relacionado a uma pobre mastigação, que pode
ser causada por problemas de oclusão ou ainda por dor. A
digestibilidade intestinal, pode estar intimamente ligada com
quadros de cólica por compactação no cólon. Reforçando a
necessidade da avaliação dentária constante por profissional
qualificado.
Palavras-chave: Alimentação, fibra fecal, odontologia.

Garça/SP: Editora FAEF, 2020. Vol 08 - ISSN 1676-6814 283


Anais do XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e SOCIEDADE C ULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA
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ABSTRACT

Periodic dental evaluation is associated with a good quality of


life in horses, making it necessary and recommended for walking
and sport animals. As a result, issues such as the relationship of
anomalies of the oral cavity with systemic pathologies related to
the surface, as well as the need to establish parameters for
comparison between untreated animals and those that have received
due care. The increase in the size of the fecal fiber is often related
to poor chewing, which can be caused by occlusion problems or pain.
Intestinal digestibility may be closely linked with colic conditions by
compaction in the colon. Reinforcing the need for constant dental
evaluation by a qualified professional.
Keywords: Food, fecal fiber, dentistry.

1. INTRODUÇÃO

A avaliação odontológica periódica, é atualmente associada a


boa qualidade de vida em equinos, fazendo-se fundamental na
manutenção de atividades esportivas de alto rendimento, do início
da doma até a aposentadoria dos animais (ARAUJO et al., 2018). A
mastigação correta é necessária para obtenção de bom escore
corporal, pois garante adequada digestibilidade e previne afecções
do trato gastrointestinal (PAIVA NETO ET AL., 2018).
Os animais hipsodontes, como o cavalo, apresentam mudanças
dentárias contínuas ao longo da vida (MCGAVIN, 2009). Havendo
erupção constante junto a gengiva e desgaste oclusal na região
dentária externa, que ocorre de forma diferente nas faces lingual e
bucal de cada hemi-arcada (STASZYK et al., 2015). A alimentação
pobre em fibras longas e com altas cargas de concentrado, contribui
para o aparecimento das anomalias (PAIVA NETO et al., 2018).
Segundo Meirelles et al. (2016) até 84% de uma população de
equinos apresenta pelo menos uma anomalia dentária, sendo que as
pontas de esmalte e os ganchos estão entre as mais comuns, causando
lesões ulcerativas na língua e nas bochechas. A perda de peso e a
síndrome cólica por compactação gástrica ou intestinal, podem ser
relacionadas a trituração inadequada dos alimentos, seja por

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alterações biomecânicas ou dor (DI FILIPPO et al., 2018).


Estudos recentes associaram fibras fecais maiores que 3,6 mm
com desordens dentárias em burros, cavalos e éguas gestantes,
podendo indicar um parâmetro de avaliação da capacidade
mastigatória do indivíduo, sabe-se ainda que o tratamento
odontológico periódico, possibilita maior conforto, aumentando o
tempo que o alimento permanece na boca, intervindo
positivamentente na digestibilidade (DI FILIPPO et al., 2018).
De tal forma, essa revisão teve como objetivo abordar a relação
de patologias odontológicas com a digestibilidade e reunir estudos
sobre a relação entre o comprimento das fibras fecais e o correto
manejo dentário, avaliando o impacto nas enfermidades gástricas e
intestinais de equinos, contribuindo para a profilaxia de tais afecções.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Revisão de Literatura.

A arcada dentária dos equinos, favorece o atrito provocado por


uma mastigação prolongada, em geral possuem 6 incisivos
mandibulares e 6 na maxila, o primeiro pré-molar “dente do lobo”,
constantemente associado a não aceitação de embocaduras, e mais
3 pré-molares e 3 molares em cada hemi-arcada (DIXON; DACRE,
2005). Em animais idosos, as patologias dentárias são mais
frequentes, entre elas a doença periodontal, grande causadora de
dor. (GUNNARSDOTTIR et al., 2014).
Segundo descrição de Lorenzo-Figueiras et al., (2002) o consumo
de 0,5g/kg do peso vivo de volumoso, demora 617 segundos e 176
para concentrado. Em 2018, Araujo et al., obtiveram resultado
proporcionalmente similar, demonstrando que o tempo para digestão
do volumoso é três vezes maior que o tempo de passagem do
concentrado pelo trato gastrointestinal. Observaram ainda
diminuição (pd”0,05) do tempo de mastigação após o tratamento
odontológico de 23,62±1,53 minutos para 17,33±1,49 quando
fornecido concentrado e de 79,2 minutos para 66 quando fornecido
volumoso. Situação provavelmente transitória, já que os testes foram
realizados imediatamente após o tratamento realizado. No trabalho
de Di Filippo et al., (2018) eles apontam a importância de considerar

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o período de adaptação após os procedimentos corretivos serem


realizados, de pelo menos uma semana. Pois trata-se de um período
de mudanças nas características, tempo e eficiência da mastigação,
onde somente animais com graves patologias dentárias iriam
demonstrar melhora significativa. Fato este que pode explicar
resultados encontrados por Araujo e Lorenzo-Figueiras.
Paiva Neto et al., (2018) realizaram um estudo que conseguiu
correlacionar o aumento da amplitude mastigatória, com o
procedimento odontológico corretivo. Quanto ao movimento
laterolateral, observaram tendência de aumento, apesar de não
ocorrer diferença significativa (pd” 0,05), antes do tratamento
obtiveram amplitude média de 26,048mm com erro padrão médio
0,49mm, chegando a 27,24±0,45 após os procedimentos. O
deslocamento dorsoventral apresentou antes e após o tratamento
6,184±0,228 e 7,430±0,374, respectivamente, enquanto o movimento
rostrocaudal também apresentou aumento na amplitude, com valores
médios antes e depois de 7,782±0,299 e 8,802±0,251,
respectivamente. Resultados que corroboram com Dixon e Dacre
(2005) que apontam que animais que passam por tratamento
odontológico precisam de menor esforço para realizar os movimentos
mastigatórios, exigindo menos da musculatura local.
Di Filippo et al., (2018) realizaram trabalho que buscava
relacionar o tratamento odontológico com o tamanho das fibras
encontradas nas fezes, foram utilizados cavalos adultos de 4 a 19
anos que nunca haviam passado por odontoplastia e não
apresentavam anomalias graves, escore corporal bom e receberam
vacinas e anti-helmínticos de rotina antes do estudo, confinados em
baias e alimentados com feno Tifton (Cynodon spp.) fornecido em
duas refeições por dia, totalizando 1,5% do peso vivo. Eram coletadas
amostras de 200 gramas de fezes do reto, imediatamente antes e 15
dias após os procedimentos odontológicos, as amostras eram secas
e peneiradas com auxílio de escova de cerdas macias sendo separadas
e medidas 30 fibras por amostra recolhida. Ao final 90% dos animais
apresentaram menor tamanho de fibra fecal após do tratamento
odontológico.
De encontro a esses resultados o trabalho de Araujo et al.,
(2018) utilizou nove cavalos pesando 531±38,7kg com idade de
14,5±3,3 anos que apresentavam afecções dentárias leves,

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alimentados com 1,5% do peso vivo em forragem Tifton (Cynodon


spp.) e 0,75% do peso vivo em concentrado. Para calcular o tamanho
das fibras, 250 gramas de fezes secas eram colocadas em um
agitador automático com peneiras de diferentes tamanhos por 10
minutos, então as amostras coletadas em cada peneira eram
pesadas e convertidas em porcentagens para avaliação. Foi
observada diferença no tamanho das fibras (pd”0,05) nas peneiras
de maior tamanho, porem não houve diferença nas menores. Além
disso foram definidos parâmetros para avaliação do grau de
digestibilidade antes e após a odontoplastia, incluindo matéria seca,
matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra
em detergente ácido e hemicelulose. Para todos os parâmetros os
valores de digestibilidade aparente foram maiores após as correções
odontológicas.
Fatores como o nível das afecções dentárias antes dos
procedimentos corretivos, podem influenciar diretamente nos
resultados desses estudos, animais com anomalias leves a moderada,
podem apresentar fibras de menor tamanho nas fezes já antes da
odontoplastia (DI FILIPPO et al., 2018). Os níveis de digestibilidade
aparente melhoram consideravelmente em todos os casos, reforçando
a importância das correções. O tamanho da partícula fibrosa pode
não sofrer redução, porém a maceração é aumentada, favorecendo
a ação da flora intestinal. Além disso as diferentes metodologias
para análise das fezes também refletem em diferentes resultados,
já que alguns métodos implicam em atrito excessivo das fibras
(ARAUJO et al., 2018).
O tamanho final da partícula nas fezes é inesperado e
contraditório (ZWIRGLMAIER et al., 2013). Gunnarsdottir et al., (2014)
avaliou a relação do tamanho da fibra com afecções de cólon, como
a compactação. Porém observou que seu grupo controle apresentou
fibras significativamente maiores (pd”0,05) que os animais com
cólica, o que sugere que as patologias dentárias e o comprimento de
fibras poderiam não apresentar relação com as patologias do cólon.
Todavia Müller (2009) indicou que a variação individual nos cavalos
em relação ao tamanho de fibra é maior do que a variação dado o
tipo de alimento fornecido, além disso o estudo de Gunnarsdottir
utilizou animais hospitalizados que não se encontravam plenamente
hígidos.

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3. CONCLUSÃO

Conclui-se, por esta revisão de literatura a grande importância


dos procedimentos odontológicos corretivos, frequentes ao longo
da vida dos equinos, por apresentarem erupção contínua e desgaste
heterogêneo. Existe grande relação, de animais com dentes tratados
corretamente e o aumento da digestibilidade intestinal, consequente
melhor aproveitamento da alimentação e maior ganho de peso. Outro
ponto relevante é a necessidade de metodologia adequada quanto a
análise do tamanho da fibra fecal, utilizando grupo uniforme e com
patologias dentárias semelhantes, sendo ainda necessários mais
estudos para uma correta correlação entre o tamanho de fibra e as
patologias de origem gástrica e intestinais.

4. REFERÊNCIAS

ARAÚJO, F. C. D. et al. Effect of odontoplasty on apparent digestibility


and consumption time of diet for equines. Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 70, n. 1, p. 29-36, 2018.

DI FILIPPO, Paula Alessandra et al. Effect of dental correction on


fecal fiber length in horses. Journal of equine veterinary science,
v. 64, p. 77-80, 2018.

DIXON, P. M.; DACRE, I. A review of equine dental disorders. The


veterinary journal, v. 169, n. 2, p. 165-187, 2005.

GUNNARSDOTTIR, Helga et al. Hospital-based study of dental


pathology and faecal particle size distribution in horses with large
colon impaction. The Veterinary Journal, v. 202, n. 1, p. 153-156,
2014.

LORENZO-FIGUERAS, Mireia; JONES, Galin; MERRITT, Alfred M. Effects


of various diets on gastric tone in the proximal portion of the stomach
of horses. American journal of veterinary research, v. 63, n. 9, p.
1275-1278, 2002.

MCGAVIN, Donald. Bases da patologia em veterinária 4a edição.


Elsevier Brasil, 2009.

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MÜLLER, Cecilia E. Long-stemmed vs. cut haylage in bales—Effects


on fermentation, aerobic storage stability, equine eating behaviour
and characteristics of equine faeces. Animal feed science and
technology, v. 152, n. 3-4, p. 307-321, 2009.

PAIVA NETO, A. O. et al. Biomechanical analysis of the masticatory


movement before and after adjusting dental occlusion in
equine. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.
70, n. 1, p. 6-12, 2018.

SILVA-MEIRELLES, Jéssica Rodrigues et al. Prevalência de afecções


da cavidade oral de cavalos de tração da região metropolitana de
Curitiba–Paraná. Archives of Veterinary Science, v. 21, n. 4, 2016.

STASZYK, C.; SUSKE, A.; PÖSCHKE, A. Equine dental and periodontal


anatomy: a tutorial review. Equine Veterinary Education, v. 27, n.
9, p. 474-481, 2015.

ZWIRGLMAIER, S. et al. Effect of dental correction on voluntary hay


intake, apparent digestibility of feed and faecal particle size in
horse. Journal of animal physiology and animal nutrition, v. 97, n.
1, p. 72-79, 2013.

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NORMAS PARA REDAÇÃO DOS ARTIGOS


CIENTÍFICOS QUE SERÃO SUBMETIDOS PARA
AVALIAÇÃO DA COMISSÃO CIENTÍFICA DO XXIII
SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS APLICADAS E II
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DA FAEF

TÍTULO – EM FONTE TIMES NEW ROMAN, 12, CAIXA


ALTA, NEGRITO E CENTRALIZADO

Autores: SILVA, João¹


Máximo 4 SOUZA, André²

RESUMO
O resumo deverá ser escrito em Times New Roman
tamanho 10 com letras minúsculas com espaçamento
entre linhas simples e sem recuo na primeira linha. Será
escrito em parágrafo único justificado com no máximo
100 palavras.
Palavras chave: de três a cinco palavras-chave que
identificam o trabalho, colocadas em ordem alfabética.

ABSTRACT
O abstract deve seguir uma tradução fiel do resumo,
obedecendo às mesmas normas, configurações.
Keywords: deve ser uma tradução fiel das palavras-chave.

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1. INTRODUÇÃO
A formatação geral da introdução seguirá a formatação
geral de textos. O texto geral deverá ser escrito em Times
New Roman 12 justificado, obedecendo a um recuo de
1,25 cm a cada início de parágrafo. O espaçamento entre
linhas no texto deve ser 1,5 linhas.

2. DESENVOLVIMENTO
Apresentar os subtítulos derivados do título, corpo de
texto com reflexões e detalhamento do trabalho
realizado. A transcrição do texto pode ocorrer das
seguintes maneiras.
2.1 Material e métodos
2.2 Resultados e discussão
Ou,
2.1. Revisão de Literatura.

3. CONCLUSÃO

4. REFERÊNCIAS
As referências devem ser feitas no final do trabalho, em
ordem alfabética do sobrenome do autor, obedecendo a
ABNT (NBR 6023, de agosto de 2002).
Ex: SOBRENOME, nome. Título: subtítulo (se houver).
Local de Publicação: Editora, Ano
Mais exemplos em: http://www.faef.edu.br/
imagens_arquiv os/artigos/files/pdf /bibliotec a/
nbr6063.pdf

¹Nota de rodapé: indicar os autores e contatos. Dividir


em alunos¹ e docente².

O texto geral deverá ser escrito em Times New Roman 12


justificado obedecendo a um recuo de 1,25 cm a cada início de
parágrafo. O espaçamento entre linhas entre linhas no texto deve
ser de 1,5 linhas. O papel utilizado deverá ser o A4. Com número
de paginas entre 6 e 8. A referenciação no texto deverá ser feita
com sobrenome entre parênteses (Autor, 1999) ou (Autor; Autor,
2000) ou (Autor et al., 2004)

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Os trabalhos deverão ser submetidos no site www.faef.br

Só serão aceitos artigos de inscritos no XXIII Simpósio de


Ciências Aplicadas e a II do Simpósio Internacional da FAEF.
Maiores informações: nupes@faef.br

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Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça, km 1,


CEP 17400-000, Garça/SP - Telefone: (14) 3407-8000
www.faef.br / florestal@faef.br

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