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A educação clássica comete outro grande erro. Ela se esforça para transmitir o
conhecimento em sala de aula, mas raramente comenta sobre a vida do produtor do
conhecimento. As informações sobre química, física, matemática, línguas deveriam ter
um rosto, uma identidade. O que significa isso?
Por trás de cada informação dada comi tanta simplicidade em sala de aula
existem as lágrimas, as aventuras e a coragem dos cientistas. Mas os alunos
não conseguem enxergá-las.
Por que ocorre esse fenômeno inconsciente na ciência? Porque a primeira geração
participou da história viva do pensador. Sentiu o calor dos seus desafios, das suas
perseguições e da sua coragem, e por isso também abriu as janelas da sua inteligência
e ousou criar, correr riscos, propor algo novo. A segunda geração não participou dessa
história, por isso endeusou, e não humanizou o pensador.
Claro que há exceções, mas esse mecanismo é universal. Esteve presente na filosofia,
no direito, na física, no sistema político, e até no meio dos líderes espirituais. Sabe
quais são os piores inimigos de uma teoria e de uma ideologia? São seus defensores
radicais. Há muito que falar sobre isso, mas não é o momento.
Creio que 10 a 20% do tempo de cada aula deveriam ser gastos pelos professores com
o resgate da história dos cientistas. Esta técnica estimula a paixão pelo conhecimento
e produz engenheiros de idéias. Os alunos sairão com um diploma na mão e uma
paixão no coração. Serão aventureiros que enfrentarão e explorarão o mundo com
maestria.