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1-Qual é a sua compreensão da Primeira Revolução Agrícola no Neolítico Tardio como um

enorme salto tecnológico que provocou profundas transformações no nosso modo de vida?

O ser humano já possuía características culturais e técnicas de trabalho, ao longo do tempo, ele
desenvolveu maneiras de enfrentar e entender a natureza, assim como formas de facilitar o convívio
social. Porém esses funcionamentos eram muito precários tanto para garantir uma qualidade de
vida diante das condições não favoráveis da natureza, o que levava esses grupos a rivalidades,
divisões e dispersões entre eles próprios, e a se dedicarem quase que integralmente à obtenção de
alimentos.
Esses pequenos bandos camponeses conquistavam seus alimentos através da coleta de raízes e
frutos e da caça de animais; tinham a vida regida pelas mudanças na natureza, adaptando-se sempre
às estações e à rotina dos animais a sua volta. Assim teve início o processo de fixação do homem e
o consequente aparecimento das primeiras civilizações.
Embora a Revolução Agrícola tenha como raízes o processo de sedentarização, ele aconteceu
bastante lentamente, em etapas.A primeira consequência da Revolução Agrícola, a mais visível, foi
o aumento na oferta de alimentos. O homem não dependia tanto quanto antes da natureza para
satisfazer sua dieta de vegetais e a grande quantidade de carne oferecida pelo pastoreio também
enriqueceu muito seus hábitos alimentares.
Toda essa relativa fartura alimentar proporcionou uma explosão demográfica antes inatingível,
todavia as novas técnicas que ocasionaram esse aumento populacional continuaram incapazes de
sedentarizar definitivamente as tribos e de criar grandes unidades sociais, portanto elas continuavam
a migrar de tempos em tempos em busca de novos terrenos e também continuavam a se subdividir
sempre que atingiam um número muito grande de membros.
Houve nessa época uma tendência a especialização das tribos: umas se tornaram aldeias agrícolas e
outra hordas pastoris, fato contribuinte para provocar a diferenciação étnica e cultural entre elas.
Independentemente se eram agricultores ou pastores, a economia era de subsistência em todas as
tribos, porém elas não se isolavam completamente, pois as guerras por terras para cultivar vegetais e
criar animais eram inevitáveis, sendo necessárias alianças tribais para defender ou invadir
territórios. Da mesma forma como nas sociedades coletoras e caçadoras, não existia propriedade
privada e o trabalho, dividido por sexo e idade, era realizado por toda comunidade para atender a
necessidade coletiva.
Cabe destacar também que, nesse momento, ocorreu o aprofundamento da divisão de trabalho entre
sexos e o surgimento das
Já na área tecnológica, são criadas e aperfeiçoadas técnicas artesanais e agrícolas (a cerâmica e o
arado puxado por animais, por exemplo), que elevaram a capacidade de produção e armazenamento
de alimentos.
Nessas sociedades de agricultores e pastores, não podemos falar sobre estratificação social, visto
que ainda vigoram o sistema de tribos e clãs, onde todos têm iguais direitos e deveres para a
perpetuação da comunidade e as relações sociais são todas pessoais. No entanto vemos que cada vez
mais essas tribos se sedentarizam e se desenvolvem, e começam a fazer uma especialização de
tarefas que determinará o modo de vida das civilizações que virão a surgir e dos futuros grupos
sociais.

RIBEIRO, Darcy. O processo Civilizatório: Etapas da Evolução Sócio-Cultural. 10º ed., Petrópolis:
Vozes, 1987.

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