Espírito Santo (estado)

[7]
Nota: Capixaba redireciona para este artigo. Para foi extinto.
o município do estado do Acre, veja Capixaba (Acre). O nome do estado é uma denominação dada pelo do-
Para outros significados, veja Espírito Santo. natário Vasco Fernandes Coutinho que ali desembarcou
em 1535, num domingo dedicado ao Espírito Santo.[8]
O Espírito Santo é uma das 27 unidades federativas do Como curiosidade dessa etimologia, merece destaque
Brasil. Está localizado na região Sudeste. Faz fronteira o Convento de Nossa Senhora da Penha, símbolo da
com o oceano Atlântico a leste, com a Bahia ao norte, religiosidade capixaba que abriga em seu acervo a tela
com Minas Gerais a oeste e noroeste e com o estado do mais antiga da América Latina, a imagem de Nossa Se-
[9]
Rio de Janeiro ao sul. Sua área é de 46 095,583 km². nhora das Alegrias.
É o quarto menor estado do Brasil, maior apenas que
Sergipe, Alagoas e Rio de Janeiro.[6] Sua capital é o mu-
nicípio de Vitória, e sua cidade mais populosa, o mu- 1 Etimologia
nicípio da Serra. O Espírito Santo é, ao lado de Santa
Catarina, um dos únicos entre os estados do Brasil no
Em junho de 1534 foram concedidas cinquenta léguas de
qual a capital não é a maior cidade. Outros importan-
litoral entre os rios Mucuri e Itapemirim. A concessão
tes municípios são Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim,
foi feita pelo rei de Portugal Dom João III entregando o
Colatina, Guarapari, Linhares, São Mateus e Vila Velha.
[6] lote da capitania ao veterano das Índias. Vasco Fernandes
O gentílico do estado é capixaba ou espírito-santense.
Coutinho, um português, desembarcou no território da
Em 1535, os colonizadores portugueses chegaram na capitania, a 23 de maio de 1535, e deu o nome ao futuro
Capitania do Espírito Santo e desembarcaram na região estado por ser domingo do Espírito Santo. No mesmo dia
da Prainha. Naquela época, teve início a construção do foi fundada uma vila, denominada pelo donatário como
primeiro povoado que recebeu o nome de Vila do Espí- Vila do Espírito Santo (atual cidade de Vila Velha).[10]
rito Santo. Por causa dos índios terem atacado a Vila do Em 1535, a vila deu o nome à capitania, à província em
Espírito Santo, o líder Vasco Fernandes Coutinho fun- 1822 e ao estado (1889).[11] Tal fato ocorreu 35 anos após
dou outra vila, naquela vez em uma das ilhas. Esta vila o Descobrimento do Brasil, conforme tenha sido expli-
passou a ser chamada de Vila Nova do Espírito Santo, cado que a capitania hereditária foi um dos estados mais
atual Vitória. Enquanto isso, a antiga recebeu o nome de antigos do Brasil.[10]
Vila Velha. Houve um tempo, que poucas pessoas conhe-
Os habitantes naturais do estado do Espírito Santo são de-
cem, em que houve a anexação do Espírito Santo à Bahia.
nominados capixabas (ou espírito-santenses). O gentílico
Isso ocorreu no ano de 1715. Então, a capital da extinta
foi dado aos futuros cidadãos do Espírito Santo devido às
Capitania do Espírito Santo passou a ser Salvador.[7] A
roças de milho que ficavam na ilha de Vitória. As roças
Capitania do Espírito Santo somente recuperou sua au-
de milho pertenciam aos índios, os primeiros habitantes
tonomia da Capitania da Bahia em 1809. Com a procla-
da região quando os portugueses aí chegaram. Tudo leva
mação da Independência do Brasil, em 7 de setembro de
a crer que a referida assertiva intelectual ajuda a evitar a
1822, o seu status foi alterado para província, permane-
confusão do nome da unidade federativa brasileira com o
cendo assim até a Proclamação da República Brasileira,
nome da terceira pessoa da Santíssima Trindade.[12]
em 15 de novembro de 1889, quando se transformou no
atual estado do Espírito Santo.
Atualmente, a capital Vitória é um importante porto ex-
portador de minério de ferro. Na agricultura, mere-
2 História
cem destaque os seguintes produtos econômicos: o café,
arroz, cacau, cana-de-açúcar, feijão, frutas e milho. Na Ver artigo principal: História do Espírito Santo
pecuária, há criação de gado de corte e leiteiro. Na
indústria, são fabricados produtos alimentícios, madeira,
celulose, têxteis, móveis e siderurgia.[7] O estado tam-
bém possui festas famosas. Entre elas podemos citar: a 2.1 Período pré-cabralino
Festa da Polenta em Venda Nova do Imigrante, a Festa
da Penha em Vila Velha e o Festival de Arte e Música de Ver artigo principal: História pré-cabralina do Brasil
Alegre. O Vital (carnaval fora de época, em novembro)

1
2 2 HISTÓRIA
Família de índios botocudos
Inicialmente, a região era habitada por diversas tribos
indígenas,[13] todas pertencentes ao tronco Tupi; as tri-
bos do interior eram chamadas de Botocudos,[13] sendo-
lhes atribuído comportamento hostil e belicoso, além da
prática de antropofagia.[14] No litoral, as tribos também
eram hostis, porém de hábitos um pouco diferentes.[13]
Na região Sul do actual estado e na região da serra do Ca- José de Anchieta (1534-1597).
paraó, as tribos não eram hostis,[13] e o seu nome deriva
de seu hábito de levar os visitantes para “ouvir o silêncio”
da Serra do Castelo.[13] As demais tribos eram os aimorés enfrentar as dissensões entre os portugueses. A seus com-
e os goitacás.[13]
2.2 Colonização europeia
Ver artigo principal: Colonização do Brasil
Em 23 de maio de 1535, o fidalgo português Vasco Fer-
nandes Coutinho, veterano das campanhas da África e da
Índia, aportou em terras da capitania, que lhe destinara
o rei D. João III.[15] Como era um domingo do Espírito
Santo, chamou de vila do Espírito Santo a povoação que
mandou construir nas terras que lhe couberam: cinquenta
léguas de costa, entre os rios Mucuri e Itapemirim,[16]
com outro tanto de largo, sertão adentro, a partir do ponto
em que terminava, ao norte, o quinhão concedido a Pero
de Campos Tourinho, donatário da capitania de Porto Se-
guro.[17] A Vila do Espírito Santo é hoje a cidade de Vila
Velha.[18] Ainda em 1535, a vila passou à capitania, em
1822 província e em 1889 a estado.
A fixação da vila foi uma história de lutas, pois os ín-
dios não entregaram aos portugueses, sem resistência,
suas roças e malocas. Recuaram até a floresta, onde se
concentraram para iniciar uma luta de guerrilhas que se
prolongou, com pequenas tréguas, até meados do século
XVII.[17] Foi assim das mais duras a empresa cometida a
Vasco Fernandes Coutinho. Para o patriarca do Espírito
Santo a capitania foi um prêmio que se transformou em
castigo; teve de empenhar todos os haveres para conser-
var sua vila; acabou por morrer pobre e desvalido.[17]
Além da insubmissão dos indígenas, o donatário teve de
panheiros Jorge de Meneses e Duarte Lemos concedera
extensas sesmarias, usando os poderes que recebera jun-
tamente com a carta de doação. Com isso, criou dois
rivais implacáveis.[17]
Duarte de Lemos fundou Vitória — chamada de Vila
Nova — na ilha de Santo Antônio, em posição estraté-
gica, mais vantajosa que Vila Velha para a defesa contra
os constantes ataques dos silvícolas. Para lá se transferiu
a sede da capitania. À mesma época, chegaram os missi-
onários jesuítas, empenhados na catequese, o que provo-
cou choques com os colonos, que preferiam a dominação
do gentio pela escravidão. A presença do padre José de
Anchieta deu um sentido muito especial à ação dos pa-
dres da Companhia de Jesus em terras do Espírito Santo.
Desde 1561, Anchieta elegera para seu refúgio a aldeia
de Reritiba, de onde teve de se afastar constantemente,
em virtude de seus encargos, ora em São Paulo, no Rio
de Janeiro ou na Bahia. Dois poemas escreveu ele em
Reritiba: "De Beata Virgine dei Marte Maria" (“Da Santa
Virgem Maria Mãe de Deus”) e "De gestis Mendi de Saa"
(“Dos feitos de Mem de Sá"). Neste último, está descrita
a epopeia de uma esquadra enviada da Bahia por Mem
de Sá, governador-geral do Brasil, em socorro a Vasco
Fernandes Coutinho e sua gente, que estavam sob cerco
dos tamoios na ilha de Vitória. A maior força dos gentios
estava concentrada numa aldeia forrificada junto ao rio
Cricaré. Ali ocorreu a batalha decisiva, em 22 de maio
de 1558. Os portugueses, embora vitoriosos, sofreram
pesadas baixas. Entre os mortos estavam o próprio filho
de Mem de Sá, Fernão de Sá, que comandava a esquadra;
e dois filhos de Caramuru (Diogo Álvares Correia) com
a índia Paraguaçu.[19]
2.3 Esmeraldas 3

Gonçalves da Câmara Coutinho, último descendente do

primeiro donatário, conseguiu a nomeação para capitão-
mor de Antônio Mendes de Figueiredo, governante ope-
roso e estimado. Em 1674 efetuou-se a compra do ter-
ritório ao último donatário da família Câmara Coutinho
pelo fidalgo baiano Francisco Gil de Araújo, por quarenta
mil cruzados, transação confirmada por carta régia de 18
de março de 1675.[19]

2.3 Esmeraldas

Thomas Cavendish (1555-1592)

A posição estratégica da capitania, dada a proximidade

com o Rio de Janeiro, ocasionou algumas tentativas
estrangeiras de invasão. Em 1592, os capixabas re-
chaçaram uma investida dos ingleses, sob o comando
de Thomas Cavendish. Em 1625, o donatário Fran-
cisco de Aguiar Coutinho enfrentou a primeira inves-
tida dos holandeses, comandados por Pieter Pieterszoon
Heyn,[19] luta em que se destacou a heroína capixaba Ma-
ria Ortiz.[20] Em 1640, com sete navios, os holandeses
atacaram novamente o Espírito Santo, sob o comando do
coronel Koin. Conseguiram desembarcar 400 homens,
mas foram repelidos pelo capitão-mor João Dias Gue-
des e não se firmaram em Vitória. Atacaram então Vila
Velha, de onde foram também rechaçados. O governo
colonial, diante de tão repetidos ataques, resolveu des-
tacar para Vitória quarenta infantes da tropa regular.[19]
Nessa oportunidade a capitania progride e Koin captura Escultura de Fernão Dias Pais, exposta no Museu Paulista.
duas naus carregadas de açúcar que, atingidas pelo fogo
de terra, ficam com a carga quase toda avariada.[19] No governo do novo donatário, o comércio e a lavoura
se desenvolveram, mas foi totalmente frustrado o mo-
O esgotamento da população, que nos primeiros tempos, tivo principal da compra da capitania: o descobrimento
por diversas vezes, ameaçara desertar a capitania, bem das “pedras verdes” — as esmeraldas. Essa busca come-
como a incapacidade de dar seguimento a sua incipiente çara por iniciativa do governo-geral. As expedições inici-
agricultura, denunciavam a fraqueza dos alicerces em que ais, denominadas por alguns historiadores “ciclo espírito-
se baseava a colonização local. Também aí os recursos santense”, incluem-se na categoria das entradas.[21] Na
particulares revelaram-se insuficientes para manter em- verdade, o ciclo limitou-se a poucas expedições relevan-
presa tão árdua e onerosa.[19] tes, cuja importância está menos nos resultados obtidos,
Em 1627, morreu o donatário Francisco de Aguiar Cou- do que na dinamização do interesse pela área e em um
tinho, cujo sucessor, Ambrósio de Aguiar Coutinho, não maior conhecimento do interior. Entre as mais destaca-
se interessou pelo senhorio e continuou como governa- das, contam-se as de Diogo Martins Cão (1596), Mar-
dor nos Açores. Sucederam-se os capitães-mores, com cos de Azeredo (1611) e Agostinho Barbalho de Bezerra
frequentes e sérias divergências entre eles e os oficiais da (1664), que vasculharam as imediações do rio Doce.
câmara. Ao atingir a maioridade, em 1667, Antônio Luís Francisco Gil de Araújo fundou a vila de Nossa Senhora
4 2 HISTÓRIA

de Guarapari e construiu os fortes do Monte do Carmo e

de São Francisco Xavier; o de São João, encontrado em
ruínas, foi reconstruído.[21]
Gil de Araújo promoveu 14 entradas através do rio Doce,
dirigidas à serra das Esmeraldas, as quais podem ter tra-
vado contato com os paulistas de Fernão Dias Pais. Da
grande atividade e do vultoso emprego de capital realiza-
dos por Francisco Gil não resultou qualquer descoberta
metalífera, embora se tenham produzido alguns frutos
na valorização das terras, pelo estabelecimento de po-
voadores e criação de novos engenhos.[21] Os lucros, de
qualquer modo, não compensaram o investimento feito.
Seu filho e herdeiro, talvez por esse motivo, preferiu
conservar-se ausente do senhorio e, por morte deste, a
capitania tornou-se devoluta, sendo vendida à coroa por
Cosme Rolim de Moura, primo do último donatário. Em
consequência, ficou o Espírito Santo submetido à jurisdi-
ção da Bahia, e seu governo sempre a cargo de displicen-
tes capitães-mores.[21]
Durante o século XVIII ainda perdurou o interesse pela
mineração, reanimado pela descoberta de Antônio Rodri-
gues Arzão de pequena quantidade de ouro no rio Doce, Dom João VI.
em 1692. Seguiram-se numerosas entradas, dando iní-
cio à abertura do caminho para as Minas Gerais, en-
Doce, por abertura de estradas, pela ampliação dos cul-
quanto as jazidas do Castelo e outras atraíam moradores
tivos e pelo povoamento da terra.[21] Em 1810 a capi-
de capitanias vizinhas.[21] Assistiu-se a um novo impulso
tania tornou-se autônoma em relação à Bahia, e passou
de conquista e ocupação do interior, e as concessões de
a depender diretamente do governo-geral. Governou na
sesmarias favoreceram a fixação dos colonos mais empre-
época Manuel Vieira de Albuquerque Tovar, que não se
endedores. O movimento desperrou a atenção das auro-
afastou do programa de Silva Pontes. Deu o nome de Li-
ridades baianas, e acabou prejudicado pelos cuidados do
nhares às antigas ruínas da aldeia de Coutins.[21]
monopólio real e receio de invasão estrangeira às Minas
Gerais a partir do Espírito Santo. Tomaram-se então me- O período colonial encerrou-se sob melhores auspícios,
didas para fortificar melhor a capitania, enquanto por or- sobretudo em função da diligência de Francisco Alberto
dem do rei ficou proibido o prosseguimento das explora- Rubim, nomeado governador em 1812. Rubim foi o
ções. Impediu-se a abertura de entradas para as minas. autor da "Memória estatística da capitania do Espírito
A capitania defendia-se de surpresas marítimas e ficava Santo", realizada em 1817, na qual afirmou haver na
isolada pelas defesas naturais: florestas cerradas e sel- época na capitania 24.587 habitantes, seis vilas, oito
vagens inimigos.[21] A colonização, portanto, continuou povoados e oito freguesias. Consolidara-se a ocupação do
sem maiores progressos, embora em 1741 fosse criada a território e ampliara-se a base demográfica. Em face das
comarca de Vitória, que abrangia São Salvador de Cam- dificuldades enfrentadas, esses dados revelam um pro-
pos e São João da Barra. Em 1747 o ouvidor Manuel gresso nada desprezível.[23]
Nunes Macedo assim descrevia a situação de Vitória:[21] Em 20 de março de 1820 foi empossado como governa-
É certo que a obstinação dos mineradores e as melhorias dor Baltazar de Sousa Botelho de Vasconcelos, a quem
efetuadas no sistema de defesa acabaram por diminuir o coube enfrentar os dias agitados da independência e pas-
rigor das proibições e, em 1758, de acordo com ordem sar a administração à junta do governo provisório. Antes
régia, abriu-se um caminho para as minas e estabeleceu- mesmo de promulgada a constituição do império, foi no-
se um posto de quitação na vila de Campos.[21] meado presidente da província o ouvidor Inácio Acióli de
Vasconcelos.[23]
Em 1797, o regente D. João dirigiu-se ao governador da
Bahia nesses termos:
O novo governador assumiu o cargo em 29 de março de 2.4 Independência do Brasil
1800. A obra de recuperação teve como objetivo princi-
pal melhores comunicações com a de Minas Gerais. Em
Ver artigo principal: Independência do Brasil
8 de outubro do mesmo ano, Silva Pontes assinou o auto,
Durante o movimento de independência, em março e
conjuntamente com o representante do governo de Mi-
abril de 1821, ocorreram várias comoções políticas no
nas, que regulou a cobrança de impostos entre as duas
Espírito Santo, enquanto se procedia à escolha de seus
capitanias. Interessou-se também pela navegação do rio
representantes às cortes de Lisboa. Após a proclamação
2.5 Século XIX 5

deamento e as tentativas de utilização de sua mão-de-

obra, sucediam-se os choques com os colonos,[23] e che-
gou mesmo a verificar-se grave contenda entre índios e
moradores de Cachoeiro de Itapemirim,[23] como ele-
vado número de mortos e feridos, em 1825. Duas déca-
das depois, o comendador e futuro barão de Itapemirim,
Joaquim Marcelino da Silva Lima, ainda tentou organizar
um grande aldeamento à base de terras devolutas.[23]

2.5 Século XIX

Ver artigo principal: Província do Espírito Santo

Os canaviais haviam sido substituídos pelos cafeeiros.

Ainda não tinha sido fundada nenhuma usina. Os enge-
nhos centrais pouco a pouco desapareciam. Além de fa-
zendeiros capixabas, que passam a cultivar o café, vieram
também, com o mesmo propósito, fluminenses, mineiros
Províncias imperiais do Brasil em 1822.
e até paulistas, como o barão de Itapemirim.[23]

da autonomia brasileira, foi dado total apoio à nova rea-

lidade política, e em 1º de outubro de 1822, reconhecido
imediatamente D. Pedro na condição de imperador do
Brasil.[23]
O governo provincial enfrentou séria crise econômica nos
primeiros anos da década de 1820, ocasionada pelo es-
trangulamento da produção agrícola em razão da pro-
longada estiagem. Mesmo assim, iniciou a cultura ca-
feeira. Para tanto, incentivou o aproveitamento de ter-
ras por colonos estrangeiros, o que se deu simultanea-
mente à chegada de fazendeiros fluminenses, mineiros e
paulistas.[23] A exemplo das demais províncias do sul, no
Espírito Santo essa experiência colonizadora baseou-se
na pequena propriedade agrícola, que logo se estendeu
ao longo da zona serrana central, em contraste com as
áreas do sul daquela região, onde predominava a grande
propriedade.[23]
Em 1846 fundou-se a colônia de Santa Isabel (Campi-
nho) com imigrantes alemães de Hunsrück e em 1855
uma sociedade particular — depois encampada pelo go-
verno — criou a colônia do Rio Novo com famílias suíças,
alemãs, holandesas e portuguesas. Entre 1856 e 1862
houve considerável afluência de imigrantes alemães para
a colônia de Santa Leopoldina, que tinha por sede o porto
de Cachoeiro de Itapemirim, no rio Itapemirim, a cin-
Imigrantes alemães e luxemburgueses na colônia Santa Leopol-
quenta quilômetros da foz, no sul do estado.[23] Rapi- dina na província do Espírito Santo, 1875
damente as antigas áreas de pastoreio pontilharam-se de
pequenos estabelecimentos agrícolas, que demonstraram Graças ao trabalho profícuo desses colonos, quando se
grande força expansiva. As colônias de Santa Isabel e aboliu a escravidão dos negros — o que derrocou as gran-
Santa Leopoldina,por exemplo, criaram desdobramenros des fazendas, de imediato ou não — a economia do Es-
através de todo o planalto, entre os rios Jucu e Santa Ma-
pírito Santo resistiu e proporcionou aos seus presidentes,
ria, e mais tarde atravessaram o rio Doce.[23] depois de proclamada a república, os meios necessários
No processo de colonização enfrentaram os imigrantes, para empreendimentos como a construção de estradas de
a par de outras dificuldades, o sério problema indígena ferro, expansão do ensino e organização de planos urba-
na região do rio Doce. Malgrado os esforços de al- nos, com Muniz Freire; instalação de água, luz, esgoto,
6 2 HISTÓRIA
bondes elétricos, de um parque industrial, de uma usina
elétrica e de uma usina de açúcar em Cachoeiro de Itape-
mirim e na vila de Itapemirim, de uma fazenda-modelo
em Cariacica, além de reforma da instrução pública e
construção de grupos escolares e de pontes entre Vitó-
ria e o litoral e Colatina e o norte do rio Doce. Essas e
outras obras foram realizadas com recursos provenientes
sobretudo do café produzido pelas colônias de imigrantes
europeus organizadas desde a monarquia.[23]
Com a irradiação ferroviária que o café suscitou em mea-
dos do século XIX, o Espírito Santo beneficiou-se da rede
de leitos, cujo centro estava em Campos dos Goitacases
e que estabelecia comunicações entre duas importantes
áreas cafeeiras: a Zona da Mata, em Minas, e o sul ca-
pixaba. Apesar de situada fora da região de cultivo, a
cidade de Vitória foi a que mais progrediu sob o surto
daquela lavoura, e já em 1879 processaram-se os primei-
ros estudos destinados à construção do porto, que deveria
escoar toda a produção da província. Atendendo às novas
exigências, em meados do século começou a funcionar a
imprensa capixaba,[23][24] com a circulação do jornal O
Correio da Vitória,[24] de propriedade de Pedro Antônio
de Azeredo,[24] a partir de 1849.[24]
Em 1850 a configuração territorial do Espírito Santo já
assinalava a existência de dez municípios: Vitória, Serra,
Nova Almeida, Linhares, São Mateus, Espírito Santo,
Guarapari, Benevente (hoje Anchieta) e Itapemirim.[24]
Pouco antes a província perdera parte de suas terras, em
virtude da desanexação de Campos dos Goitacases e São
João da Barra, restituídas ao Rio de Janeiro em 1832.[24]
No final do século XIX, os capixabas, sobretudo a in-
telectualidade, aderiram ao movimento abolicionista. A
exemplo do que aconteceu nas demais províncias, surgi-
ram associações ligadas à emancipação, como a Socie-
dade Abolicionista do Espírito Santo (1869) ao lado de
acirrada campanha jornalística e parlamentar. No pró-
prio edifício da Câmara Municipal de Vitória fundou-
se uma sociedade libertadora (1883). Durante a propa-
ganda, evocava-se a crueldade dos castigos infligidos aos
escravos, como sucedera após a insurreição de cerca de
200 negros no distrito de Queimados, em 1849.[24]
A abolição da escravatura, no entanto, conduziu os gran-
des proprietários à ruína, em virtude da privação da tradi-
cional mão-de-obra. Assim, com o advento da república,
o primeiro governador do estado não encontrou condições
materiais para levar a efeito os planos preconizados pela
propaganda republicana. As finanças da antiga província
encontravam-se exauridas.[24]
Ainda no final do século XIX, coincidindo com a fixa-
ção da constituição estadual (1891 e 1892), o governa-
dor eleito recorreu a reformas e incentivos econômicos
que deram novo impulso ao estado. A fim de assegurar
uma receita mais sólida, levantou empréstimos externos,
que favoreceram a lavoura cafeeira e permitiram maio-
res investimentos agrícolas. O Espírito Santo obteve as-
sim uma arrecadação cinco vezes mais alta que a da antiga
província. Efetuou-se o saneamento de Vitória e em 1895
foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Sul
do Espírito Santo, entre Porto de Argolas e Jabaeté.[24]
2.6 Séculos XX e XXI
A ocupação do norte do Espírito Santo só começou nas
primeiras décadas do século XX, e ganhou novo impulso
depois da construção da ponte de Colatina sobre o rio
Doce, inaugurada em 1928. A economia capixaba con-
tou com a migração de contingentes do sul e do centro
do país para aquela área, e assim firmou-se o cultivo do
café, que respondeu por 95% da receita em 1903. Du-
rante a primeira guerra mundial, o porto de Vitória figu-
rava como o segundo grande exportador nacional.[24]
Com a Revolução de 1930 assumiu a direção do estado,
na qualidade de interventor, João Punaro Bley, mantido
pelo Estado Novo até 1943, e sob cuja administração se
iniciaram obras para ampliar o porto de Vitória e para
construção de cais de minério, este arrendado em 1942
pela Companhia Vale do Rio Doce. No governo de Jones
dos Santos Neves, em 1945, foi criada a Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES), primeira iniciativa re-
ferente ao ensino superior no estado.[24] Para ampliar a
exportação de minério de ferro oriundo de Minas Gerais,
a Companhia Vale do Rio Doce construiu o porto de Tu-
barão, em Vitória, com capacidade para estocar um mi-
lhão de toneladas de minério, receber navios de até cem
mil toneladas e carregá-los a um ritmo de seis mil tone-
ladas por hora. As obras foram iniciadas em 1966 e ter-
minadas em tempo recorde. Situado dez quilômetros ao
norte da capital, é um dos maiores portos de minério do
mundo. Com a transferência para Tubarão da maior parte
da exportação de minério de ferro, o porto de Vitória fi-
cou liberado para outras aplicações.[24]
Com a instalação de Tubarão a região foi dotada de
uma infraestrutura que propiciou o surgimento de um
novo complexo industrial, do qual faz parte uma usina de
pelotização de minério de ferro, com capacidade de pro-
dução de dois milhões de toneladas anuais.[24] Inaugurada
em 1976, entrou em atividade em 29 de novembro de
1983, dez anos depois de iniciadas as obras, a Usina Si-
derúrgica de Tubarão, que representou um investimento
total de três bilhões de dólares. A fase foi marcada por
um intenso esforço de industrialização provomido pela
Companhia de Desenvolvimento Econômico do Espírito
Santo (Codes), mais tarde transformada no Banco de De-
senvolvimento do Espírito Santo (Bandes). No início
da década de 70 foi criado o FUNDAP (Fundo de De-
senvolvimento para Atividades Portuárias) que consis-
tia de um incentivo financeiro para a instalação de em-
presas importadoras, incentivando as atividades portuá-
rias. Instalaram-se fábricas de café solúvel, massas ali-
mentícias, chocolates, azulejos e conservas de frutas, e
aprovaram-se projetos para a implantação de fábricas de
laticínios, calçados, material elétrico, óleos comestíveis e
sucos cítricos.[24]
 7

3 Geografia

Ver artigo principal: Geografia do Espírito Santo

O estado do Espírito Santo ocupa uma área de 46

Vista da Terceira Ponte, entre Vitória e Vila Velha

O Pico da Bandeira, com 2 891 metros de altitude, é o ponto

culminante do estado

Em novembro de 2007, é inaugurada a expansão da side-

rúrgica Arcelor Mittal Tubarão (ex-Companhia Siderúr-
gica de Tubarão) para ampliar a produção anual de placas
de aço de 5 milhões para 7,5 milhões de toneladas.[25] O
estado é o maior produtor de placas de aço do país.[26]
Em abril de 2008, a Polícia Federal realiza a Opera-
ção Auxílio-Sufrágio, que desmantela uma quadrilha es-
pecializada em fraudes contra a Previdência Social no
estado.[27] O deputado estadual Wolmar Campostrini
(PDT) é acusado de ser líder do esquema.[28] Por causa
de trâmites burocráticos, as investigações ainda não fo-
ram concluídas e Campostrini mantém o cargo.[28] Em
outubro do mesmo ano, o prefeito da capital, João Coser
(PT) é reeleito em primeiro turno.[29] Em 2010, Renato
Vale do Canaã, típica paisagem na região central do Espírito
Casagrande (PSB) é eleito governador no primeiro turno,
[30] [31][32] Santo.
com 82,3% dos votos. Em 2014, Paulo Hartung
(PMDB)[31][33] foi eleito governador do estado e César
Colnago[32][34] (PSDB)[32] eleito vice-governador.
A partir de 2006, a precariedade dos presídios passou a
ser noticiada, pois provocou rebeliões, assassinatos e até
esquartejamentos (na Casa de Custódia de Viana); em
2009, presos são mantidos em contêineres de aço, sem
ventilação adequada, por falta de celas.[35] Em março de
2010, essa situação é discutida em um painel na Comis-
são de Direitos Humanos das Nações Unidas.[36] Cum-
prindo parcialmente compromissos assumidos, o governo
desativa as celas metálicas e demole a Casa de Custó-
dia de Viana, em maio de 2010.[37] Em outubro, sete
penitenciárias foram vistoriadas por uma comissão lide-
rada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Hu-
mana e da Ordem dos Advogados do Brasil.[26] O rela-
tório, a ser entregue à Procuradoria Geral da República, Cachoeira no município de Alfredo Chaves
sugere providências urgentes e intervenção federal no sis-
tema penitenciário do estado.[26] 095,583 km² no litoral do Brasil, localiza-se a oeste do
8 3 GEOGRAFIA

3.1 Relevo
A maior parte do estado caracteriza-se como um planalto,
parte do maciço Atlântico.[43] A altitude média é de seis-
centos a setecentos metros, com topografia bastante aci-
dentada e terrenos arqueozoicos, onde são comuns os pi-
cos isolados, denominados pontões e os pães-de-açúcar.
Na região fronteiriça com Minas Gerais, transforma-se
em área serrana, com altitudes superiores a mil metros,
na região onde se eleva a Serra do Caparaó[43] ou da Chi-
bata. Aí, se ergue um dos pontos culminantes do Brasil,
o Pico da Bandeira, com 2 890m.[40]
De forma mais esquemática, pode-se compor um quadro
morfológico do relevo em cinco unidades:
Vista de Pancas
• a baixada litorânea,[43] formada por extensos areais,
praias e restingas;[44]
• os tabuleiros areníticos, faixa de terras planas com
cerca de cinquenta metros de altura, que se ergue
ao longo da baixada e a domina com uma escarpa
abrupta, voltada para leste;[45]
• os morros e maciços isolados, que despontam no
litoral e, em alguns locais, dão origem a costas
rochosas, cujas reentrâncias formam portos natu-
rais, como a Baía de Vitória;[45]
• as planícies aluviais (várzeas), ao longo dos rios, que
às vezes terminam em formações deltaicas, de que é
exemplo a embocadura do Rio Doce;[45]

Rio Santa Maria da Vitória. • a serra, rebordo oriental do Planalto Brasileiro, com
uma altura geral de setecentos metros,[43] coroada
aqui e ali por maciços montanhosos, entre os quais
a referida Serra do Caparaó.[45]
Meridiano de Greenwich e a sul da Linha do Equador e
com fuso horário de menos três horas em relação à hora Ao contrário do que ocorre nos estados do Rio de Ja-
mundial GMT. No Brasil, o estado faz parte da região neiro e de São Paulo, onde constitui um escarpamento
Sudeste, fazendo divisa com os estados de Minas Gerais, quase contínuo, no Espírito Santo o rebordo do planalto
Bahia e Rio de Janeiro. O estado é banhado pelo oceano apresenta-se como zona montanhosa muito recortada
Atlântico.[38] pelo trabalho dos rios, que, nela, abriram profundos vales.
Cerca de 40% do território do estado encontra-se em uma A partir do centro do estado para norte, esses terrenos
perdem altura e a transição entre as terras baixas do litoral
faixa de planície,[39] porém a variação das altitudes é bem
grande. O relevo apresenta-se dividido em duas regiões e as terras altas do interior vai se fazendo mais lenta, até
distintas: A Baixada Espírito-Santense e a Serra do Cas- alcançar o topo do planalto no estado de Minas Gerais.
telo, na qual fica o Pico da Bandeira com 2.892 m, na Dessa forma, ao norte do Rio Doce, a serra é substituída
serra de Caparaó.[40] Seu clima predominante é o tropical por uma faixa de terrenos acidentados, mas de altura re-
de Altitude do tipo Cwb.[41] O bioma (dominío morfocli- duzida, em meio aos quais despontam picos que formam
mático) do estado são os chamados “Mares de Morros” alinhamentos impropriamente denominados serras.[46]
caracterizados pela vegetação tropical, em climas mais
amenos, formados por serras fortemente erodidas.[42] Os
3.2 Clima
principais rios capixabas são o Doce, o São Mateus, o
Itaúnas, o Itapemirim e o Jucu. Os cinco integram as Ocorrem no Espírito Santo dois tipos principais de
Bacias Costeiras do Sudeste.[38] climas, o tropical chuvoso e o mesotérmico úmido. O
O clima é tropical litorâneo úmido, influenciado pela primeiro domina nas terras baixas e caracterizam-se por
massa de ar tropical atlântica. As chuvas concentram-se temperaturas elevadas durante todo o ano e médias térmi-
no verão. A temperatura média varia entre 22 °C e 24 °C, cas superiores a 22 °C.[43] O tipo Am, das florestas plu-
e a pluviosidade, entre 1.000 mm e 1.500 mm anuais.[38] viais, com mais de 1.250mm anuais de chuvas[43] e com
3.4 Litoral 9

uma estação seca pouco pronunciada, ocorre no litoral
norte, no sopé da serra e na região de Vitória; o tipo Aw,
com cerca de 1.000mm de chuva[43] e estação seca bem
marcada, ocorre no resto das terras baixas.[46]
O clima mesotérmico úmido, sem estação seca, surge
na região serrana do sul do estado. Caracteriza-se por
temperaturas baixas no inverno (média do mês mais frio
abaixo de 18 °C).[43] Observam-se, entretanto, bruscas
alterações climáticas.[47]
o chamado "Corredor Central da Mata Atlântica".[53]
Os principais rios do estado são, de norte para o
sul,[43] o Itaúnas,[43] o São Mateus,[43] o Doce[43] e o
Itapemirim,[43] que correm de oeste para leste, isto é, da
serra para o litoral. O mais importante deles é o Doce,[43]
que nasce em Minas Gerais[43] e divide o território
espírito-santense em duas partes quase iguais.[45] Em seu
delta formam-se numerosas lagoas, das quais a mais im-
portante é a de Juparanã.[45]

3.3 Vegetação e hidrografia 3.4 Litoral

O Espírito Santo está incluído em sua totalidade no bioma

da Mata Atlântica, apresentando desde fitofisionomias
florestais em áreas com altitude menor, até fitofisiono-
mias abertas, em áreas com maior altitude.[48][49] Entre
as fitosionomias florestais destacam-se a floresta ombró-
fila densa, que ocupava quase 70% do estado, e a floresta
estacional semidecidual, que ocupava cerca de 23%.[50]
A floresta ombrófila aberta, mais rara, ocupava cerca de
3% do estado, sendo encontrada no sudeste e noroeste.[50]
Do ponto de vista geológico, o Espírito Santo é dividido
em zona de tabuleiros, zona serrana e planície costeira,
com extrema influência na vegetação encontrada nessas
zonas.[50]
Trindade e Martim Vaz é um arquipélago vulcânico localizado
As floresta úmidas da zona de tabuleiros (abaixo de 300 no Atlântico Sul, cerca de 1200 quilômetros a leste de Vitória
m de altitude) do norte do Espírito Santo e sul da Bahia
frequentemente são chamadas de “mata de tabuleiro”, e
Ver artigo principal: Litoral do Espírito Santo
apresentam pouca vegetação rasteira, muitas epífitas e
Ver também: Lista de ilhas do Espírito Santo
lianas.[51] As árvores podem ter até 30 m de altura e a
primeira vista, essa floresta apresenta semelhanças com
a Floresta Amazônica.[50] Hoje em dia, a mata de ta- O litoral capixaba é rochoso ao sul, com falésias de are-
buleiro só é encontrada em bom estado de conservação nito, e também na parte central, com grandes morros e
na Reserva Biológica de Sooretama e na Reserva Natu- afloramentos graníticos a beira mar, o litoral sul-central
ral Vale.[51] No litoral, também observa-se a presença é muito recortado com muitas enseadas e baias protegidas
de restingas e mangues, principalmente ao norte do rio por rochas e afloramentos rochosos a beira mar, é arenoso
Doce.[48] Muitas vezes, as restingas limitam-se apenas às ao norte, com praias cobertas por uma vegetação rasteira
praias, mas podem avançar para o interior, unindo-se com e extensas dunas, principalmente em Itaúnas e Conceição
as matas de tabuleiros.[50] da Barra.[54]
A zona serrana, localizada em terras altas e vales do in- A 1.140 quilômetros da costa, em pleno Oceano Atlân-
terior ao sul do rio Doce principalmente, possui desde tico, encontram-se a Ilha da Trindade (12,5 km²) e as
florestas com muita vegetação rasteira (entre 300 e 2 000 Ilha de Martim Vaz, situadas a 30 quilômetros de Trin-
m de altitude), até campos de altitude, acima dos 2 000 dade. Essas ilhas estão sob a administração do Espírito
m.[50] Alguns autores denominam essa vegetação de “flo- Santo.[54]
resta pluvial atlântica”.[50] Principalmente na Serra do O estado possui um litoral mais recortado no centro-sul,
Caparaó, encontra-se uma vegetação aberta denominada e mais mar aberto no norte, o que faz a maior parte das
campo rupestre, ainda muito pouco estudada pela ciência ilhas se concentrarem na parte central do estado, porém
e que vem se mostrando ser um ecossistema único.[52] o estado possui várias ilhas. Ao todo, são 73 ilhas locali-
Atualmente, a vegetação nativa do Espírito Santo está re- zadas na costa do estado, sendo 50 localizadas na capital
[54]
duzida a menos de 15% da cobertura original: em 2011, Vitória.
calculava-se que havia apenas 5 107,53 km² de florestas,
o que totalizava cerca de 11,07%.[49] Por conta de sua se-
melhança, principalmente na parte norte do estado, com 3.5 Ecologia
o sul da Bahia, a Mata Atlântica capixaba está incluída em
um projeto de corredor ecológico que visa integrar as uni- Ver artigo principal: Ecologia do Espírito Santo
dades de conservação desse estado com os do sul baiano, No Espírito Santo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambi-
10 4 DEMOGRAFIA

Ainda segundo o censo demográfico de 2000, o Espírito

Santo é o décimo quarto estado mais populoso do Brasil
e concentra 1,82% da população brasileira.[62] Do total
da população do estado em 2000, 1 562 426 habitantes
são mulheres e 1 534 806 habitantes são homens.[63] Para
2006, a estimativa é de 3 464 285 habitantes.[62]
Nos últimos anos, o crescimento da população urbana in-
tensificou muito, ultrapassando o total da população ru-
ral. Segundo a estimativa de 2000, 67,78 dos habitantes
viviam em cidades.[63] Dois municípios capixabas man-
têm o pomerano como segunda língua oficial (além
do português): Vila Pavão[64] e Santa Maria de Je-
Parque Estadual de Itaúnas tibá.[65][66] Também foi aprovada em agosto de 2011 a
PEC 11/2009, emenda constitucional que inclui no ar-
tigo 182 da Constituição Estadual a língua pomerana,
ente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) ad- junto com a língua alemã, como patrimônios culturais do
ministra dezessete unidades de conservação: dois parques Estado.[67][68][69][70]
nacionais, seis reservas biológicas, três reservas particu-
A densidade demográfica no estado, que é uma divisão
lares do patrimônio natural, duas áreas de proteção ambi-
entre sua população e sua área, é de 76,23 habitantes por
ental, uma estação ecológica e três florestas nacionais.[55]
quilômetro quadrado, sendo a sétima segunda maior do
O estado também é conhecido por possuir diversos locais Brasil e com uma densidade comparada à do país asiá-
que servem para armazenamento dos ovos de Tartarugas- tico Malásia.[71] A distribuição da população estadual é
marinhas (Cheloniidae). No estado, o TAMAR, um pro- desigual, apresentando maior concentração na região ser-
jeto conservacionista brasileiro dedicado à preservação rana, no interior. Nessa área, a densidade demográfica
de espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extin- atinge a média de 50 hab./km² e a ultrapassa no extremo
ção, mantém sete bases do projeto no estado: Itaúnas, sudoeste. A Baixada Litorânea, faixa que acompanha
Guriri, Pontal do Ipiranga, Povoação, Vila de Regência, o litoral, apresenta quase sempre densidades inferiores
Ilha da Trindade e Anchieta. Os trabalhos de monito- à média estadual. Apenas nas proximidades de Vitória
ramento das praias realizados pelas equipes do TAMAR observa-se uma pequena área com mais de 50 hab./km².
normalmente são realizados entre os meses de setembro A parte norte da baixada litorânea é a menos povoada
e março, no fim do período reprodutivo. As tartarugas do estado. Sete municípios (Vila Velha, Cariacica, Ca-
marinhas demoram até 20 anos para chegar à idade re- choeiro de Itapemirim, Colatina, São Mateus e Linhares)
produtiva e de cada mil filhotes que nascem apenas um concentram mais de 45% da população do Espírito Santo
chega à fase adulta. Ou seja, das 100 mil tartarugas nas- (1975).[72]
cidas no último ano, daqui a vinte anos, provavelmente,
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado,
estima-se que apenas 100 retornem para desovar.[56]
considerado como “elevado” pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,740, se-
gundo dados do ano de 2010, sendo naquele período, o
4 Demografia sétimo mais alto entre as unidades federativas do Bra-
sil[73][74] . Naquele ano, considerando apenas a educação,
o índice era de 0,653, considerado “médio"; o índice de
Ver artigo principal: Demografia do Espírito Santo
longevidade era de 0,835, considerado “muito alto” e o
índice de renda era de 0,743, considerado como “alto”.[73]
Segundo o censo demográfico de 2010 realizado pelo A renda per capita é de 20 231 reais.[75] Entre 1991 e
IBGE, em 2010, o estado do Espírito Santo possuía 3 2000, o estado registrou uma forte evolução tanto no seu
512 672 habitantes, sendo o décimo quarto estado mais IDH geral quanto na educação, longevidade e renda, cri-
populoso do Brasil, representando 1,8% da população térios utilizados para calcular o índice.[76] A educação foi
brasileira.[58][59] Segundo o mesmo censo, 1 729 670 o critério que mais evoluiu em nove anos, de 0,304 em
habitantes eram homens e 1 783 002 habitantes eram 1991 para 0,491 em 2000, e em 2010 o valor passou a
mulheres.[58] Ainda segundo o mesmo censo, 2 928 993 ser 0,653.[73] Depois da educação, vem a longevidade,
habitantes viviam na zona urbana e 583 679 na zona ru- que em 1991 tinha um valor de 0,686, passando para
ral.[58] Em dez anos, o estado registrou uma taxa de cres- 0,777 em 2000 e 0,835 em 2010.[73] E, por último, vem
cimento populacional de 13,59%.[60] a renda, o critério que menos evoluiu entre 1991, quando
Em relação ao ano de 1991, quando a população era de era de 0,619, e[73] 2000, ano em que foi calculado como
[61]
2 598 231, esses números mostram uma taxa de cres- sendo de 0,687, , avançando para o valor de 0,743 em
[73]
cimento anual de 2% ao ano, inferior a do Brasil como 2010. Quanto ao IDH, que é uma média aritmética
um todo (1,6%) para o mesmo período (1991-2000). [62] dos três subíndices, a evolução também foi significativa,
4.1 Religião 11

gar entre todos os municípios brasileiros, com um IDHM

considerado “médio” pelo PNUD[77] . No ano 2000, o
município capixaba mais bem avaliado de acordo com o
IDH era mais uma vez a capital, Vitória, com o índice no
valor de 0,759[74] , considerado como “elevado” no pe-
ríodo, estando ranqueado na sétima posição na época en-
tre todos os municípios do Brasil, ficando atrás apenas
de São Caetano do Sul (SP), Águas de São Pedro (SP),
Santos (SP), Balneário Camboriú (SC), Niterói (RJ) e
Florianópolis (SC). No mesmo período, o município com
menor valor de IDH era Santa Leopoldina, situado na
Mesorregião Central Espírito-Santense, com um índice
de 0,468 no período, considerado como “baixo” à época.
Já no ano de 1991, o município com melhor IDH do es-
tado era igualmente a capital, Vitória, com um índice de
0,644, considerado como “médio” pela ONU e sendo po-
sicionado na sexta posição entre todos os municípios do
Brasil, ficando atrás somente de São Caetano do Sul (SP),
Santos (SP), Florianópolis (SC), Niterói (RJ) e Porto Ale-
gre (RS).
O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social,
é de 0,50, sendo que 1,00 é o pior número e 0,00 é o
melhor.[78] A incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é
de 30,88%, o limite inferior da incidência de pobreza é de
29,04%, o superior é 32,73% e a subjetiva é 28,51%.[78]

Densidade demográfica do Espírito Santo.

0-25 hab/km² 4.1 Religião
25-50 hab/km²
50-100 hab/km²
100-150 hab/km²
Apesar de tradicionalmente o Catolicismo ser a reli-
150-200 hab/km² gião mais professada no Espírito Santo, nas últimas dé-
200-300 hab/km² cadas houve grande aumento no número de evangéli-
300-400 hab/km² cos. Segundo o Censo 2010, a Igreja Católica é a reli-
400-500 hab/km² gião de 53,4% dos capixabas. Divide-se administrativa-
> 500 hab/km² mente em uma arquidiocese, a Arquidiocese de Vitória,
e três dioceses sufragâneas: Cachoeiro de Itapemirim,
Colatina e São Mateus.[79] Na Igreja Católica, destaca-se
[80]
passando de 0,505 em 1991 (considerado como “baixo” o Convento da Penha, que é um dos principais mo-
numentos históricos do estado[80] e a Basílica de Santo
pela ONU) para 0,64 em 2000 (considerado “médio” pela [81]
ONU), e para 0,74 em 2010 (considerado “elevado” pela Antônio.
ONU).[73] Ainda segundo o Censo IBGE 2010, as Igrejas evangéli-
Em 2010, o município com o maior IDH era a capi- cas são seguidas por 33,1% dos capixabas, o que faz do
tal, Vitória, com um valor de 0,845, considerado como Espírito Santo o estado mais evangélico do Brasil. São
“muito elevado” pelo PNUD no período, posicionado na muitas as igrejas evangélicas, sendo a maior a Assembleia
primeira posição entre os municípios capixabas naquele de Deus em suas várias ramificações, seguida da Igreja
ano e na quarta posição entre todos os municípios do país, Cristã Maranata, fundada no estado há 43 anos e da mul-
empatado com Balneário Camboriú (SC), e ficando atrás tifacetada Igreja Batista e da Igreja Universal do Reino de
somente de São Caetano do Sul (SP), Águas de São Pedro Deus. É possível encontrar também praticantes de reli- [83]
(SP) e Florianópolis (SC)[74] . Já dentre as capitais esta- giões de origem africana, além de espíritas e outros.
duais do país, Vitória foi posicionada naquele período em O luteranismo também está presente em todo o estado,
segundo lugar, perdendo apenas para Florianópolis, Santa mas é nas regiões serranas, onde há maior quantidade de
Catarina. Concomitantemente, o município com me- descendentes[84] de alemães e pomeranos, que sua presença
[74]
nor IDH foi Ibitirama , situado na Mesorregião do Sul é mais forte.
Espírito-Santense, possuindo o índice no valor de 0,622, É no Espírito Santo que se encontra o Mosteiro Zen
que possuindo todos os indicadores sociais abaixo da mé- Morro da Vargem, primeiro da América Latina,[85] lo-
dia estadual no período, estava posicionado na 78° e úl- calizado em Ibiraçu[85] e aberto a visitação, no estado
timo lugar entre os municípios do estado e no 3653° lu- também foram construídos o Convento da Penha, 1º con-
12
vento do Brasil em 1555,[86] e a primeira igreja luterana
da América Latina.[87]
De acordo com dados do censo de 2010 realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
a população do Espírito Santo está composta por:
católicos (53,4%), evangélicos (33,1%), pessoas sem
religião (9,61%), espíritas (0,72%), budistas (0,02%),
muçulmanos (0,00%), umbandistas (0,14%) e judeus
(0,01%).[82]
4.2 Etnias
Ver artigo principal: Composição étnica do Espírito
Santo Vila Velha
O censo do IBGE de 2010 revelou os seguintes números:
1,7 milhão brancos (48,6%), 1,5 milhão Pardos (42,2%),
293 mil Negros (8,4%) e 0,8% amarelos (21,9 mil) ou
Indígenas (9 mil).[88]
A população do estado, assim como no resto do Brasil,
foi formada por elementos indígenas, africanos e euro-
peus. O Espírito Santo, no século XIX, contava com uma
grande população de origem indígena e africana. De-
pois da colonização portuguesa, a partir do século XIX
o estado recebeu levas consideráveis de imigrantes, na
maioria italianos, mas também alemães, portugueses e
espanhóis.[89]
4.3 Municípios mais populosos
Vitória.
Ver também: Lista de municípios do Espírito Santo e
Lista de municípios do Espírito Santo por população
• Vitória, a capital do estado, tem o segundo me-
lhor IDH entre as capitais do Brasil, ficando atrás
somente de Florianópolis,[90] . Foi construída numa
ilha montanhosa, o que também dificultou seu cres-
cimento, mas foi fundamental para sua fundação de
105 km². É ligada ao continente pela Ponte Flo-
rentino Avidos,[91] pela Ponte do Príncipe (Segunda
4 DEMOGRAFIA
Ponte)[91] e Terceira Ponte ao sul,[91] e pelas pon-
tes da Passagem,[91] Ayrton Senna[91] e de Cam-
buri ao norte.[91] Vitória é a capital e o mais impor-
tante município capixaba. Centro comercial e cul-
tural, destaca-se também pelos importantes portos
de Tubarão[91] e Vitória.[91] A capital forma com os
municípios de Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra,
Viana e Vila Velha a Região Metropolitana de Vitó-
ria,[92] conhecida como Grande Vitória, que abriga
1.627.651 habitantes (2005),[93] sendo Serra o mu-
nicípio de maior população.[94]
• Serra é o município mais populoso do estado, lo-
calizado na Grande Vitória. Nele ficam localizados
o Porto de Tubarão e vários balneários importantes,
como Jacaraípe e Nova Almeida. A cidade possui o
maior polo industrial do estado, tendo em seu terri-
tório os centros industriais Civit I, Civit II e o TIMS.
A ArcelorMittal Tubarão também se faz presente no
município, sendo a maior siderúrgica do estado e
uma das maiores do país.[95]
• Vila Velha é a cidade mais antiga e a segunda mais
populosa do estado, com quase 500 mil habitantes,
localizada na Grande Vitória; tem o segundo me-
lhor IDH do estado. A cidade vem experimentando
rápido desenvolvimento e progresso; nela fica tam-
bém a principal rodovia estadual, a Rodovia do Sol.
Possuí muitas fábricas, inclusive a Chocolates Ga-
roto, maior fábrica de chocolate da América La-
tina,[96][97] e dois portos, o de Capuaba e o de Vila
Velha.[98]
• Cariacica, localizado na Grande Vitória, é mais po-
pulosa que a capital Vitória, porém possui o menor
IDH da região, sendo uma grande periferia da ca-
pital. A maior atividade econômica e geradora de
empregos é a fábrica da Coca-Cola, a maior da em-
presa no Brasil. A cidade é cortada por duas das
mais importantes rodovias do Brasil, a BR-101 e a
BR-262.[99]
• Cachoeiro de Itapemirim é o principal centro
 13

urbano do sul do estado.[94] Além de centralizar superando ainda mais o Rio de Janeiro, Minas Gerais e
grande parte da produção agrícola e pecuária desta São Paulo. A taxa de homicídios é de 45,6 a cada mil.[106]
região,[100] o município destaca-se ainda pelo seu O município mais violento do Espírito Santo e da Região
parque industrial.[100] Sudeste do Brasil é Serra, na Região Metropolitana de Vi-
tória; é também o quarto mais violento do Brasil (102,4),
4.4 Problemas atuais registrando, em 2006,[107] taxas médias de homicídio
superiores apenas às dos municípios de Vitória, Viana,
O desenvolvimento social e econômico do Espírito Santo, Cariacica, Linhares e Pedro Canário. O município com
a par de transformar o estado em um dos mais ricos do a menor taxa média de homicídios é Marechal Floriano,
Brasil, acarretou também os seguintes fenômenos:[101] na Mesorregião Central Espírito-Santense, mais precisa-
mente na Microrregião de Afonso Cláudio.[108]
• Saúde: com 49% dos problemas,[101] a ausência
de médicos com frequência e a precariedade de um
sem-número de hospitais superlotados de pacientes 5 Governo e política
do Espírito Santo são a tônica preocupante desse se-
tor infraestrutural.[102]
• Criminalidade: com 34% dos problemas,[101] o
Espírito Santo é o segundo estado com o pior índice
de criminalidade da federação brasileira.[103] Em-
bora o número de homicídios tenha caído ultima-
mente, de acordo com o Mapa da Violência, feito
com base no Sistema de Informações de Mortali-
dade (SIM), do Ministério da Saúde, com divulga-
ção ocorrida em maio de 2014 foi confirmado que
o estado permaneceu nesta posição além disso, a ci-
dade de Pinheiros, no norte do Estado, é destaque
em cenário nacional, quanto aos índices altíssimos
de violência, levando em consideração sua popula-
ção. O município é considerada a 16ª cidade mais
violenta do Brasil.[103] Palácio Anchieta
• Educação: com 32% dos problemas,[101] os quais
as escolas públicas precisam combater são a eva-
são escolar, a estrutura física precária e a ques-
tão de gerir, acompanhar e investir o que está fal-
tando para construir mais escolas, bibliotecas es-
colares/colegiais/universitárias, jardins de infância,
colégios, salas de aula, faculdades, etc.[104]
• Impostos: o problema dos impostos corresponde a
20% do total,[101] sendo a oitava pior preocupação
dentre os maiores problemas do estado.[101]
• Drogas: com 21% dos problemas,[101] as drogas são
o quinto maior fator preocupante do estado em rela-
ção à média nacional.[101]
• Pobreza: com 22% dos problemas do estado,[101] Assembleia Legislativa
cerca de 126 mil pessoas consideram-se pobres ao
extremo no Espírito Santo. De acordo com a Se-
cretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho Ver artigo principal: Política do Espírito Santo
e Direitos Humanos, este é o número de capixa-
bas vivendo com uma renda inferior a R$ 78,00 por O estado do Espírito Santo é governado por três poderes,
mês.[105] o executivo, representado pelo governador, o legislativo,
representado pela Assembleia Legislativa do Estado do
O Espírito Santo é a segunda unidade federativa mais vio- Espírito Santo, e o judiciário, representado pelo Tribu-
lenta do Brasil, perdendo apenas para Alagoas, e lidera o nal de Justiça do Estado do Espírito Santo e outros tribu-
maior índice de criminalidade da Região Sudeste do país, nais e juízes. Também é permitida a participação po-
14 6 SUBDIVISÕES

pular nas decisões do governo através de referendos e

plebiscitos.[109]
A atual constituição do estado do Espírito Santo foi pro-
mulgada em 1989,[110] acrescida das alterações resultan-
tes de posteriores emendas constitucionais.[110]
O Poder Executivo capixaba está centralizado no gover-
nador do estado,[110] que é eleito em sufrágio universal
e voto direto e secreto,[110] pela população para manda-
tos de até quatro anos de duração,[110] e podem ser ree-
leitos para mais um mandato.[110] Sua sede é o Palácio
Anchieta, que desde o século XVIII é a sede do governo
capixaba.[111] A residência oficial do governador fica na
Praia da Costa,[112] localizada no município de Vila Ve-
lha.
O Poder Legislativo do Espírito Santo é unicameral, cons-
tituído pela Assembleia Legislativa do Estado do Espí-
rito Santo, localizado na Enseada do Suá. Ela é cons-
tituída por 30 deputados, que são eleitos a cada 4 anos.
No Congresso Nacional, a representação capixaba é de
3 senadores e 10 deputados federais.[110] A maior corte
do Poder Judiciário capixaba é o Tribunal de Justiça do
Estado do Espírito Santo, localizado na Enseada do Suá.
Compõem o poder judiciário os desembargadores e os
juízes de direito.[110]
O Espírito Santo está dividido politicamente em 78
municípios.[113] O mais populoso deles é Vila Velha, com Imagem mostrando a divisão do estado de Espírito Santo em
416 mil habitantes,[94] sendo o município mais antigo do mesorregiões, microrregiões e municípios.
estado.[114] Sua região metropolitana possui aproximada-
mente 1,7 milhão de habitantes.[115] pulosa do estado, formada pela união de três mi-
crorregiões que compartilham quinze municípios.
Municípios mais importantes da mesorregião são
6 Subdivisões Aracruz, Pinheiros, Linhares e São Mateus;[117]
• Noroeste Espírito-Santense: é a menos populosa
6.1 Mesorregiões do estado, formada pela união de dezessete municí-
pios agrupados em três microrregiões, além de ser
Ver também: Lista de mesorregiões do Espírito Santo a única do estado onde nenhum de seus municípios
Uma mesorregião é uma subdivisão dos estados brasilei- tem litoral. Municípios importantes dessa mesor-
ros que congrega diversos municípios de uma área geo- região são São Gabriel da Palha, Nova Venécia e
gráfica com similaridades econômicas e sociais. Foi cri- Colatina.[118]
ada pelo IBGE e é utilizada para fins estatísticos e não
constitui, portanto, uma entidade política ou administra- • Sul Espírito-Santense: é a segunda mais popu-
tiva. Oficialmente, as quatro mesorregiões do estado são: losa do estado, formada pela união de 22 muni-
cípios agrupados em três microrregiões. Municí-
pios importantes dessa mesorregião são Marataízes,
• Central Espírito-Santense: é uma mesorregião
Cachoeiro do Itapemirim e Castelo.[119]
formada pela união de vinte e quatro municípios
agrupados em quatro microrregiões. Pelo fato de
nela estar localizada a capital do estado, é a mais 6.2 Microrregiões e municípios
populosa, reunindo a maioria da população ca-
pixaba. Municípios importantes dessa mesorre- Ver também: Lista de microrregiões do Espírito Santo e
gião são Vitória, Vila Velha, Cariacica,Guarapari, Lista de municípios do Espírito Santo
Domingos Martins, Serra, Afonso Cláudio, Venda
Nova do Imigrante e Santa Maria de Jetibá. É a
única mesorregião limítrofe com todas as demaisAlém da mesorregião, existe a microrregião, que é, de
mesorregiões do Espírito Santo.[116] acordo com a Constituição brasileira de 1988, um agru-
pamento de municípios limítrofes, com a finalidade de
• Norte Espírito-Santense: é a terceira mais po- integrar a organização, o planejamento e a execução de
7.1 Setores 15

funções públicas de interesse comum, definidas por lei abriga indústrias químicas, metalúrgicas, alimentícias e
complementar estadual. O Espírito Santo é dividido em de papel e celulose.[125]
treze microrregiões. São elas: Vitória, Afonso Cláudio, Em 2012, a pauta de exportação do Espírito Santo se
Guarapari, Santa Teresa, Linhares, Montanha, São Ma- baseou em Minério de Ferro (52,49%), Petróleo Cru
teus, Barra de São Francisco, Colatina, Nova Venécia, (10,87%), Pastas Químicas de Madeira Á Soda ou
Alegre, Cachoeiro do Itapemirim e Itapemirim.[120] Sulfato (10,01%), Pedras de Cantaria ou Construção
Por último, existem os municípios (as menores unidades (5,58%) e Café (4,42%)[124] .
autônomas da federação), que são circunscrições territo- O Espírito Santo é sede de importantes cooperativas agro-
riais dotadas de personalidade jurídica e com certa auto- pecuárias, entre as quais se destacam: a Capil, de Itarana;
nomia administrativa.[121] Em geral, o Espírito Santo está a Ceaq, de São Domingos do Norte; a Cooaprucol de
dividido em 78 municípios, sendo a vigésima unidade de Colatina; a Coop-Forgrande, de Castelo; a Cocaes, de
federação com o maior número de municípios e a quarta Brejetuba; a Cavil, de Bom Jesus do Norte; e a Coopeves,
e última do Sudeste (atrás de Minas Gerais, São Paulo e de Vila Velha.[126]
Rio de Janeiro).[122]
A atividade turística do estado concentra-se no litoral,
onde há belas praias, como a de Itaúnas e a de Guarapari.
6.3 Regiões administrativas O pico da Bandeira, terceiro mais alto do país, é ou-
tro destino turístico bastante procurado. Ultimamente,
Durante a década de 2000, por sucessivas leis estaduais, tem ganhado destaque um novo tipo de turismo: o
foram criadas e alteradas regiões de gestão e planeja- gastronômico, em que se aprecia a típica culinária capi-
mento, estabelecidas com o objetivo de centralizar a ati- xaba, herdeira de diversas culturas.[125]
vidades das secretarias estaduais. Seus limites nem sem- O sistema rodoviário se organiza a partir da BR-101, que
pre coincidem com os das mesorregiões e microrregiões corta o Espírito Santo de norte a sul, margeando o lito-
do Espírito Santo.[123] As onze regiões administrativas do ral. O estado possui 30,1 mil quilômetros de estradas de
estado são: Metropolitana (Grande Vitória), Pólo Linha- rodagem, mas apenas 10% são pavimentados.[125]
res, Litoral Sul, Pólo Afonso Cláudio (Sudoeste Serrana),
Litoral Norte, Extremo Norte, Pólo Colatina, Noroeste
1, Noroeste 2, Pólo Cachoeiro de Itapemirim, Caparaó 7.1 Setores
(Microrregião de Alegre).[123]

7 Economia

Ver artigo principal: Economia do Espírito Santo

Na economia do Espírito Santo, têm destaque a

Unidade de referência de café conilon em Timbuí

[124]
Exportações do Espírito Santo - (2012)
[125]
agricultura, a pecuária e a mineração.
Na produção agrícola, destacam-se a cana-de-açúcar (2,5
milhões de toneladas), a laranja (175 milhões de frutos),
o coco-da-baía (148 milhões de frutos) e o café (1 milhão
de toneladas). O total de galináceos no estado é de apro-
ximadamente 9,2 milhões de aves, e o de gado bovino
ultrapassa 1,8 milhão de cabeças. Há reservas importan-
tes de granito e uma incipiente extração de gás natural
e petróleo. Areias e mármores também são importan-
tes produtos do extrativismo capixaba. Embora relati-
vamente pequeno, o parque industrial do Espírito Santo
O produto agrícola tradicional do estado é o café,[127]
cultura que orientou a ocupação de praticamente todo o
território capixaba.[128] Após uma fase de decadência no
estado, o café recuperou uma posição de relativo destaque
nacional.[128] Seguem-se a ele, em ordem de importância,
as culturas de milho,[129] banana, mandioca, feijão, arroz
e cacau.[127][129]
A criação de bovinos serviu-se de solos virgens no norte
do estado, em terrenos desmatados.[17] Nessa área cria-
se e engorda-se gado de corte, e ali desenvolveu-se a
indústria frigorífica, cuja carne é enviada principalmente
para o Rio de Janeiro, além de abastecer a região de Vi-
16 7 ECONOMIA

As 10 maiores empresas industriais do Espírito Santo

são a Companhia Vale do Rio Doce, ArcelorMittal,
Samarco Mineração, Aracruz Celulose, Fertilizantes
Heringer, ArcelorMittal Brasil, Escelsa, Garoto (a maior
fábrica de chocolates da América Latina e a mais impor-
tante empresa industrial de alimentos do estado) e Sol
Coqueria.[130]
É deficitário o comércio do estado com as demais
unidades federativas do Brasil. O valor da exportação
por cabotagem, em junho de 2010, foi da ordem de
US$ 1.075.429[131] e o da importação de US$ 642.997.
Quanto ao seu comércio exterior, devido à exporta-
Fábrica da Garoto em Vila Velha ção de minério, a situação é completamente inversa do
comércio por cabotagem. O valor total da exportação
para o exterior, em 2009, foi de US$ 6.510.241 e a da
importação, de US$ 5.484.252.[131]
O setor terciário é pouco desenvolvido em todo o
Estado.[132] No entanto, a atividade comercial adquire
certa importância com as exportações de minério de ferro
proveniente de Minas Gerais, através da Estrada de Ferro
Vitória a Minas e é embarcado nos portos de Atalaia
e ponta do Tubarão. Por outro lado, a ligação de Ca-
choeiro de Itapemirim à cidade do Rio de Janeiro, por
rodovia pavimentada, permitiu a incorporação da região
à bacia leiteira fluminense e facilitou a exportação de
produtos agrícolas, como café, milho, mandioca, arroz
e hortigranjeiros.[132]

Porto de Tubarão, no Município de Vitória.

7.2 Petróleo

tória. No sul pratica-se muito a pecuária leiteira, e o leite

é comercializado, por meio de cooperativas, nos merca-
dos do Rio de Janeiro e Vitória.[17] De desenvolvimento
mais recente são a silvicultura e a fruticultura, com apro-
veitamento para conservas de frutas e para a produção
de celulose, destacando-se nessa última atividade alguns
projetos de reflorestamento, que poderão compensar em
parte o desmatamento avassalador sofrido pelo estado.[17]
O subsolo do estado é rico em minerais, inclusive pe-
tróleo. Há consideráveis reservas de calcário, mármore,
manganês, ilmenita, bauxita, zircônio, monazitas e terras
raras, embora nem todas em exploração. No extrativismo
mineral, destaca-se a exploração, na área de Cacho-
eiro de Itapemirim, de reservas de mármores, calcário e Instalação petrolífera
dolomita.[17]
Nos centros urbanos da capital e de Cachoeiro de Ita- Nos últimos anos, o Espírito Santo vem se destacando na
pemirim concentram-se praticamente todas as princi- produção de petróleo e gás natural. Com várias descober-
pais unidades da indústria de transformação capixaba. tas realizadas, principalmente pela Petrobras, o Estado
Na grande Vitória localizam-se as indústrias siderúrgi- saiu da quinta posição no ranking brasileiro de reservas,
cas: Companhia Ferro e Aço de Vitória, usina de pe- em 2002, para se tornar a segunda maior província petro-
lotização de minério de ferro da Companhia Vale do lífera do País, com reservas totais de 2,5 bilhões de barris.
Rio Doce; madeireira, têxtil, de louças, de café solúvel, São cerca de 140 mil barris diários. Os campos petrolífe-
de chocolates e frigorífica. No vale do rio Itapemirim, ros se localizam tanto em terra quanto em mar, em águas
desenvolvem-se indústrias de cimento, de açúcar e álcool rasas, profundas e ultraprofundas, contendo óleo leve e
e de conservas de frutas.[17] pesado e gás não associado.[133]
8.2 Energia 17

enfermeiros diplomados e 210 auxiliares de enferma-

gem.[135] Em 2010, dos 1.755 hospitais existentes, 125
eram de adultos e crianças, 88 eram exclusivamente de
crianças, sendo 98 gerais e 22 especializados.[135][136] Em
2005, da população, 84,4% dos capixabas tinham acesso
à rede de água,[134] enquanto 75,7% se beneficiam da rede
de esgoto sanitário.[134]

8.2 Energia
Atualmente a situação energética do Estado do Espírito
Santo é de confiabilidade, por se conectar ao Sistema In-
terligado Sul/Sudeste/Centro-oeste através de um anel de
Extração em São Mateus transmissão. O estado produz 33% de suas necessidades,
importando, consequentemente, 67% da energia reque-
rida de FURNAS Centrais Elétricas S.A. As concessio-
Dentre os destaques da produção está o campo de Gol- nárias de distribuição de energia elétrica operando no Es-
finho, localizado a norte do estado, com reserva de 450 pírito Santo são a Espírito Santo Centrais Elétricas S/A
milhões de barris de óleo leve, considerado o mais nobre. (Escelsa), atualmente uma empresa do grupo EDP, e Em-
O primeiro módulo de produção do local já está em ope- presa Luz e Força Santa Maria (ELFSM).[137]
ração, com o FPSO Capixaba, e o segundo deve iniciar Com seu franco desenvolvimento, expansão e a crescente
a operação até o final deste ano, com o FPSO Cidade de demanda por fontes energéticas que sustentem de ma-
Vitória.[133] neira consistente este processo, o Espírito Santo vem uti-
Há ainda os campos de Jubarte, Cachalote, Baleia Franca, lizando como principal energia alternativa a energia eó-
Baleia Azul, Baleia Anã, Caxaréu, Mangangá e Pirambu, lica. O processo consiste na conversão do vento em ener-
que fazem parte do denominado Parque das Baleias, no gia elétrica através de aerogeradores - gigantes turbinas
Sul, que somam uma reserva de 1,5 bilhão de barris. O em forma de cata-vento colocadas em pontos estratégi-
Espírito Santo é atualmente responsável por 40% das no- cos onde a ação do vento é intensa.[138]
tificações de petróleo e gás natural brasileiras, conforme
levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Na-
tural e Biocombustível (ANP) desde sua criação, em ja- 8.3 Educação
neiro de 1998.[133]
A indústria de petróleo no Espírito Santo possibilita o pa-
gamento de royalties relacionados à exploração de petró-
leo e gás natural aos municípios nos quais estão localiza-
dos os campos produtores e as instalações das empresas.
Para beneficiar os 68 municípios capixabas que não re-
cebem royalties petrolíferos, o Governo do Estado criou
o Fundo para Redução das Desigualdades Regionais, o
primeiro projeto desta natureza aprovado no país. Os re-
cursos são provenientes do repasse de 30% dos royalties
creditados no cofre público estadual. Em vigor desde ju-
nho de 2006, a distribuição do dinheiro do fundo leva
em consideração a população, o percentual de repasses
do ICMS e a condição de não ser grande recebedor de A Reitoria do Instituto Federal do Espírito Santo, no bairro Santa
royalties. As cidades que têm participação acima de 10% Lúcia, em Vitória.
no ICMS e mais de 2% dos royalties não têm acesso aos
recursos do Fundo.[133] O Estado dispunha em 2008 de uma rede de de 2.733
escolas de ensino fundamental, das quais 482 estadu-
ais, 1.986 municipais, 1.157 particulares e 6 federais.
O corpo docente era constituído de 29.282 professores,
8 Infraestrutura sendo que 6.777 trabalhavam nas escolas públicas estadu-
ais, 18.146 nas escolas públicas municipais e 4.359 nas
8.1 Saúde escolas particulares. Estudavam nestas escolas 553.396
alunos, dos quais 491.342 nas escolas públicas e 62.054
Em 2005, existiam, no Estado, 1.755 estabelecimentos nas escolas particulares. O ensino médio foi minis-
hospitalares, com 7.684 leitos e 378 médicos, 35 trado em 438 estabelecimentos, com a matrícula de
18
139.984 alunos. Dos 139.984 discentes, 119.478 es-
tavam nas escolas públicas e 20.506 nas particulares.
Quanto ao ensino superior, em 2008, o estado possuía
91 estabelecimentos, com 6.490 professores e 89.610
discentes.[139]
Em 2004 a taxa de analfabetismo no estado era de 9,5%,
uma das mais baixas do Brasil. Da população, 21,0% dos
capixabas são analfabetos funcionais. O Espírito Santo
é a 12ª melhor educação do Brasil, com um Índice de
Desenvolvimento Humano de 0,887.[134]
As principais universidades do Espírito Santo são a
Escola Agrotécnica Federal de Alegre,[140] o Instituto Fe-
deral do Espírito Santo,[141] a Universidade Federal do
Espírito Santo[142] e o Centro Universitário Norte do Es-
pírito Santo.[143]
8.4 Comunicações
Os principais jornais diários editados em Vitória são a
Gazeta, o mais antigo e de instalações mais modernas; o
Diário, Diário Oficial do Estado e A Tribuna. Em Ca-
choeiro de Itapemirim, circula o Correio do Sul; em Co-
latina, a Folha do Norte. As principais emissoras de radi-
odifusão da capital são a Rádio Espírito Santo,[144] que
emite em ondas médias, tropicais e de frequência mo-
dulada, a Rádio Vitória e a Rádio Capixaba, ambas em
ondas médias e curtas. Os municípios de Cariacica, Co-
latina, Mimoso do Sul e Santa Teresa também possuem
emissoras de rádio.[144] Na capital, funcionam a TVE Es-
pírito Santo,[145] a TV Gazeta, a TV Vitória, a TV Tri-
buna, a TV Capixaba e a RedeTV! ES.[145] Há torres re-
petidoras de emissoras do Rio de Janeiro.[146]
8.5 Transportes
Terceira Ponte, ligação entre Vitória e Vila Velha
No estado existe apenas um aeroporto administrado
pela Infraero, o Aeroporto Eurico de Aguiar Salles
(Vitória),[147] além dos aeroportos como o de Baixo
Guandu/Aimorés, o de Cachoeiro de Itapemirim, o de
Guarapari, o de Linhares e o Tancredo de Almeida Ne-
ves (São Mateus), que são de responsabilidade das suas
respectivas administrações municipais.[148] O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito
A Estrada de Ferro Vitória a Minas escoa minério de Santo (CBMES) é uma Corporação cuja missão primor-
ferro de Itabira (MG) até o porto de Tubarão, e volta dial consiste na execução de atividades de defesa civil,
com carvão para siderurgia. Também faz transporte de prevenção e combate a incêndios, buscas, salvamentos e
8 INFRAESTRUTURA
passageiros e carga geral no vale do rio Doce. A Ferrovia
Centro-Atlântica serve ao sul do estado e comunica Vi-
tória com o estado do Rio de Janeiro. As principais
rodovias são a BR-101, que corta o estado de norte a sul,
pelo litoral, e a BR-262, que liga Vitória a Belo Horizonte
(MG) e ao extremo oeste do país. Outras rodovias im-
portantes são a BR-482, que atravessa Alegre e Jerônimo
Monteiro e entronca com a BR-101 no distrito de Safra;
a BR-342, que liga Ecoporanga a Nova Venécia, no norte
do estado; e a BR-381, que liga o município de São Ma-
teus ao município de São Paulo, passando por Nova Ve-
nécia e Barra de São Francisco.[149] O estado possui dois
portos, ambos na capital: o cais comercial de Vitória e o
porto de exportação de minério de ferro de Tubarão.[149]
8.6 Segurança pública
As principais unidades das Forças Armadas com sede
no Espírito Santo são: no Exército Brasileiro, o Espí-
rito Santo integra a 1ª Região Militar (juntamente com
o estado do Rio de Janeiro) destacando aí o 38º Bata-
lhão de Infantaria;[150] na Marinha do Brasil, o Espí-
rito Santo faz parte do 1º Distrito Naval (com sede no
Rio de Janeiro),[151] destacando-se no Estado a Escola de
Aprendizes-Marinheiros; e na Força Aérea Brasileira, o
Espírito Santo integra o III Comando Aéreo Regional,
com sede na cidade do Rio de Janeiro,[152] destacando-
se o Estado como parte integrante do Cindacta I, que
forma o quadrilátero com as cidades do Rio de Janeiro,
São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.[153]
Viatura da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo
A Polícia Militar do Estado do Espírito Santo (PMES) é
uma das forças de polícia militar do Brasil, sendo respon-
sável pelo policiamento ostensivo no Estado do Espírito
Santo. Seu Quartel do Comando Geral (QCG) é situ-
ado na Avenida Maruípe, na cidade de Vitória, capital do
Estado.[154]
9.2 Monumentos 19

socorros públicos no âmbito do estado do Espírito Santo. tória, Geografia e Arte Religiosa.[160] Em Cachoeiro de
Ele é Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, Itapemirim há a Academia Cachoeirense de Letras.[160]
e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa So- A capital conta com as bibliotecas Estadual, Municipal,
cial do Brasil. Seus integrantes são denominados Milita- do Tribunal de Justiça, dos Comerciários, Embaixador
res dos Estados pela Constituição Federal de 1988, assim Macedo Soares (da delegacia da Fundação IBGE), Cen-
como os membros da Polícia Militar do Estado do Espí- tral da Universidade Federal do Espírito Santo e da
rito Santo.[155] Companhia Vale do Rio Doce, entre outras.[160] Em
A Polícia Civil do Estado do Espírito Santo é uma das Cachoeiro de Itapemirim destacam-se as Bibliotecas Mu-
polícias do Espírito Santo, Brasil, órgão do sistema de nicipal, do Centro Espírita Fraternidade e Luz, do Colé-
segurança pública ao qual compete, nos termos do artigo gio Estadual Muniz Freire e da Casa dos Braga — pe-
144, § 4º, da Constituição Federal e ressalvada competên- queno museu dedicado aos irmãos escritores Newton e
cia específica da União, as funções de polícia judiciária Rubem Braga, na casa onde nasceram.[160] Muitos ou-
e de apuração das infrações penais, exceto as de natu- tros municípios do interior possuem também pequenas
reza militar.[156] As principais instituições penitenciárias bibliotecas.[161]
do estado são o Instituto de Readaptação Social (em Vila O teatro mais relevante da capital é o Theatro Carlos Go-
Velha) e Colônia Penal (em Viana).[157] mes, inaugurado em 1927 e inovado em 1970, sob a res-
A Superintendência do Departamento de Polícia Federal ponsabilidade da Fundação Cultural do Espírito Santo,
no Espírito Santo está localizada no bairro vilavelhense com 311 poltronas e 40 camarotes.[162]
do São Torquato e é responsável pelo cadastro de Na capital, o museu histórico mais relevante é o Museu
passaportes brasileiros de capixabas e outras pessoas re- Solar Monjardim, antigo Museu de Arte e História e Mu-
sidentes no Estado, controles de passageiros nacionais e seu Capixaba, anteriormente vinculado à Universidade
estrangeiros no aeroportos internacionais e defesa mú-
Federal do Espírito Santo e na atualidade, administrado
tua e obrigatória das fronteiras do Brasil como outros pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).[163] O mu-
países sul-americanos ao lado do Exército Brasileiro, da
seu encontra-se instalado no Solar Monjardim, tom-
Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira.[158] bado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artís-
tico Nacional e antiga Casa-Grande da Fazenda, hoje
bairro, de Jucutuquara.[164] No centro histórico da capital
9 Cultura encontram-se o Museu de Arte do Espírito Santo Dioní-
sio del Santo (Maes)[165] e o Museu Capixaba do Negro
Verônica da Paz (Mucane).[166] No município vizinho de
9.1 Instituições culturais Vila Velha, o Museu Ferroviário da Vale, na antiga sede
da Estação Pedro Nolasco, oferece vista para o centro de
Vitória.[167]
Em Santa Teresa, há o Museu de Biologia Professor
Mello Leitão, instituição criada pelo ilustre naturalista ca-
pixaba Augusto Ruschi em sua própria residência, onde
também existe uma das melhores bibliotecas do mundo
especializadas na fauna e na flora do país.[168]

9.2 Monumentos

São tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e

Theatro Carlos Gomes, no bairro do Centro.
As principais entidades culturais do estado encontram-
se na capital: a Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES),[159] o Instituto Histórico e Geográfico, a
Associação Espírito-Santense de Imprensa, a Academia
Espírito-Santense de Letras, a Associação Espírito-
Santense de Juristas, a Arcádia Espírito-Santense, a
Associação Médica do Espírito Santo, a Academia Femi-
nina de Letras, o Instituto dos Advogados, o Centro Ca-
pixaba de Folclore e o Instituto Espírito-Santense de His-
Artístico Nacional os seguintes monumentos: a igreja de
Nossa Senhora da Assunção (1587) e residência contígua,
em Anchieta, onde morou o clérigo José de Anchieta;[169]
a igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Viana;[170] a
igreja dos Reis Magos (1558) e residência contígua, em
Nova Almeida, município da Serra.[171] Em Vitória, está
localizados o Solar de Monjardim,[161] a igreja de São
Gonçalo Garcia (1766),[172] a igreja de Nossa Senhora do
Rosário (1765)[173] e a igreja de Santa Luzia (1547).[161]
Em Vila Velha, o célebre convento e igreja de Nossa Se-
nhora da Penha,[174] localizado a 135m de altura sobre a
entrada da baía de Vitória,[175] e a igreja matriz de Nossa
Senhora do Santo Rosário, todos do século XVI.[176]
20
Convento da Penha
9.3 Folclore
Em Vitória, as festas populares tradicionais mais distin-
tas são as de Nossa Senhora da Penha,[177] as comemo-
rações católicas de Santo Antônio, em 13 de junho,[178]
de São Pedro dos Pescadores, na praia do Suá, em 29
de junho,[179] e de Nossa Senhora da Vitória, em 8
de setembro.[180] Em Guarapari e Conceição da Barra,
realizam-se as festas de Nossa Senhora da Conceição, em
8 de outubro,[161] e o alardo, realizada no ciclo de Natal
ou nos dias 19 e 20 de janeiro.[161] Em Cachoeiro de Ita-
pemirim, o Dia de Cachoeiro, 29 de junho,[181] é cele-
brado com uma semana de eventos em que ocorrem ex-
posição agropecuária, bailes, shows populares, desfiles e
caxambu da ilha da Luz.[161] Em diversas cidades e al-
deias litorâneas, como Guarapari, Marataízes, Anchieta,
Piúma e Conceição da Barra, o dia de São Pedro, 29
de junho, padroeiro dos pescadores, é festejado também
com procissões marítimas.[161] Em Conceição da Barra,
acontece a festa do Reis de Bois, no ciclo natalino.[182]
9.4 Pontos turísticos
Uma moqueca capixaba feita em casa em panela de barro.
As praias de areia monazítica de Guarapari, aconselhadas também a tradicional festa de Corpus Christi, realizada
para a cura de reumatismo e artrose,[183] e o convento de por volta dos meses de maio e junho, onde em Castelo
9 CULTURA
Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha, são os maio-
res pontos turísticos do estado.[161] Em Vitória, são locais
importantes o palácio Anchieta, prédio onde funciona o
governo estadual;[184] as igrejas tombadas de Santa Luzia,
do Rosário e de São Gonçalo Garcia;[161] o Parque Mos-
coso, com concha acústica com capacidade para atrair
400 espectadores sentados;[185] o porto, com seu termi-
nal de exportação de minério; as praias: Comprida, Suá,
Camburi e do Canto;[186]
A costa capixaba é margeada de belas praias, que re-
cebem muitos turistas — principalmente mineiros que
aproveitam o sol e a água do mar e que são trajados
de sunga e biquíni — no verão, sobressaindo-se Guriri,
em São Mateus, Marataízes, Guarapari, Piúma, Iriri,
Anchieta e Conceição da Barra, onde se situam as cé-
lebres dunas da barra do rio Itaúnas.[186]
Nas serras capixabas também são encontrados pontos de
grande atração turística,[187] sobressaindo-se Domingos
Martins, Santa Teresa, Rio Novo e Venda Nova do Imi-
grante.No interior, junto à divisa com Minas Gerais,
localiza-se o Parque Nacional do Caparaó.[188] O pico
do Itabira e as pedras do Frade e da Freira (310m),
em Cachoeiro de Itapemirim, são o símbolo maior da
cidade,[189] onde se pode visitar também a tradicional fá-
brica de pios de pássaros em madeira.[190]
O prato típico mais lembrado do estado é a torta capi-
xaba,[191] feita tradicionalmente nas casas de Vitória du-
rante a semana santa, mas também oferecida durante todo
o ano aos turistas nos melhores restaurantes da capital.
Sobressai-se ainda a moqueca capixaba, de peixes e frutos
do mar cozidos em panelas de barro artesanais, ao molho
de urucum.[192]
9.5 Festivais
A cultura do estado sofre forte influência de alemães, ita-
lianos e afro-descendentes, o que gera diversas manifes-
tações culturais e festas singulares. Os principais eventos
no estado, são de entretenimento, culturais e musicais, o
maior evento do estado é a Vitória Stone Fair, maior ex-
posição de Rochas Ornamentais do mundo, porém exis-
tem vários outros de importância quase igual, voltados ao
setor agropecuário e ao setor alimentício.[193] A maioria
dos eventos, de pequeno, médio e grande porte, ocorre no
Pavilhão de Carapina, espaço construído pelo governo do
estado, para sediar eventos, no município de Serra.[193]
Existe em Itapemirim a Tradicional Festa do Atum e do
Dourado, sendo uma das principais festas da cultura pes-
queira do Brasil, onde há anexado a festa o Festival de
Frutos do Mar Capixaba, no distrito de Itaipava. Reúne
mais de 50 mil pessoas por dia, onde tem a oportunidade
de experimentar tradicionais pratos em frente ao mar,
além da tradicional volta dos barcos, em que pecorrem a
ilha dos Franceses e o preparo do Peixe no Rolete.[194] Há
9.6 Esportes 21

são confeccionados tapetes artesanais em um perímetro desfilarão em 3 dias distintos.[203]

aproximado de um quilômetro pelo entorno do centro da
cidade. Esse tapetes com vários quadro e passadeiras de
desenho e muito colorido são de inspiração religiosa e fei-
tos basicamente de flores, serragem colorida e grãos. Ou-
9.6 Esportes
tro importante evento é a Festa do Cafona, em Colatina,
evento que reúne pessoas de todo o Brasil, que se vestem
de forma inusitada e propositalmente ridícula para ouvir
músicas com letras provocativas e também ridículas e fa-
zerem coisas bizarras e obscenas. Também há o Festival
de Alegre, na cidade de Alegre, importante evento do ce-
nário musical nacional, reúne as maiores e mais popula-
res bandas brasileiras e as vezes, até bandas estrangeiras.
Há também a tradicional e italiana festa da polenta rea- Estádio Estadual Kleber José de Andrade
lizada em Venda Nova do Imigrante. O maior rodeio do
estado é o de Ibiraçu, onde a um encontro de música Ser-
No setor esportivo, a secretaria responsável por atuar
taneja. O Festival de Inverno de Domingos Martins e a
nessa área é a Secretaria de Esportes e Lazer,[204] que
Festa do Vinho, são os maiores eventos da região serrana
tem como secretário Vanderson Alonso Leite,[204] , ape-
do estado.[194]
lidado de Vandinho, natural de Baixo Guandu e for-
mado em administração com ênfase em análise de sis-
temas.[205] O estado é sede de diversos clubes de fu-
tebol conhecidos nacionalmente, como, por exemplo,
o Rio Branco Atlético Clube, a Desportiva Ferroviária,
Sociedade Desportiva Serra Futebol Clube e o Vitória
Futebol Clube.[206] O Campeonato Capixaba de Fute-
bol é organizado pela Federação de Futebol do Estado
do Espírito Santo e realizado ininterruptamente desde
1917, sendo um dos mais antigos torneios de futebol or-
ganizados no Brasil.[207] O estado possui diversos está-
dios de futebol, como o Salvador Venâncio da Costa, o
Governador Bley (todos em Vitória), o Mário Monteiro
(em Cachoeiro do Itapemirim), o Engenheiro Alencar de
Carnaval de Vitória 2009 Araripe (em Cariacica), o Municipal Justiniano de Mello
e Silva (em Colatina), entre muitos outros.[208] Em 2010,
Há também várias manifestações culturais importantes, segundo a Confederação Brasileira de Futebol, o estado
como a festa de Exposição Municipal Afonso-Claudense aparece na décima-quinta colocação no ranking nacional
e a festa do Afonso-Claudense Ausente e Presente, que das federações estaduais.[209]
comemora o aniversário do município de Afonso Cláu-
dio;[195] o Boi Pintadinho, em Muqui;[196] a Sömmer- Outros esportes também têm popularidade no estado. No
fest em Domingos Martins;[197] a Festa do Imigrante em vôlei, o órgão responsável pela atuação no esporte é a Fe-
Santa Teresa;[198] a Festa do Morango em Domingos deração Espírito-Santense de Voleibol, que possui diver-
Martins;[199] a Festa de São Benedito, na cidade de sos clubes filiados e organiza todos os torneios oficiais
[210]
Serra;[200] e a Festa da Penha, maior festa religiosa do que envolvam as equipes do estado. No basquete, a
estado que reúne cerca de 900 mil fiéis durante a Semana federação responsável é a Federação Capixaba de Bas-
[211]
Santa, no Convento da Penha em Vila Velha, durante o quetebol. No skate, existe a Associação Capixaba de
período são celebradas muitas missas e romarias. [201] Skate (ACSK) responsável pela organização de eventos e
afins relacionados ao esporte.[212] Todos os anos, o estado
Na capital acontece o desfile das escolas de samba capi- realiza os “Jogos Escolares do Espírito Santo”, evento da
xabas, que reúne no Sambão do Povo, como é conhecido secretaria de esportes do governo estadual, que reúne di-
o Sambódromo Capixaba, mais de cinquenta mil pessoas, versas modalidades esportivas.[213]
fora os que desfilam, prestigiam as 14 escolas da Grande
Vitória que desfilam em três dias de muita festa e ani-
mação. O desfile das escolas de samba capixabas acon-
tece sempre uma semana antes do carnaval oficial e tem 9.7 Feriados
como atual campeã a Independentes de Boa Vista.[202] A
Liga Espírito-santense de Escolas de Samba (LIESES) é No Espírito Santo há dois feriados estaduais que são eles
o órgão organizador dos desfiles em parceria com a pre- o dia da Colonização do solo espírito-santense, no dia
feitura. Depois de dois anos em grupo único, os desfiles 23 de maio, e o Dia do Servidor Público, no dia 28 de
voltarão, em 2011, a serem divididos em dois grupos que outubro.[214]
22
10 Ver também
• Capixabas
• Capitanias do Brasil
• Lista de governadores do Espírito Santo
• Lista de municípios do Espírito Santo
• Lista de municípios do Espírito Santo por população
• Lista de municípios do Espírito Santo por IDH
• Lista de municípios do Espírito Santo por PIB
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Anónimo: 483

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(by “Thiago.” = Thiagonegris) Artista original: Thiagonegris
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Vit%C3%B3ria%2C_Esp%C3%ADrito_Santo.svg Licença: Public domain Contribuidores: Obra do próprio, based on oficial drawing
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13.2 Imagens 31

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