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2° Reinado: situação econômica, a questão dos escravos, a campanha

abolicionista e a questão religiosa.


Situação econômica – A grande expansão econômica ocorrida no Brasil
durante o século XIX não foi um fato isolado, mas insere-se num fenômeno
mundial que foi a integração dos mercados e a incorporação da terra e do
trabalho à economia mundial. A produção especializou-se para atender às
necessidades das atividades comerciais e industriais. Desvinculou-se o homem
da terra, onde produzia para subsistência, e incorporou-lhe no mercado de
trabalho assalariado.
E no Brasil, onde havia escravidão, as pressões internacionais para que se
abolisse esse regime de trabalho foram constantes desde o início do século e
só cessaram com a adoção total do trabalho assalariado. Mas, ainda por volta
de 1850, a regulamentação da propriedade da terra ainda não estava resolvida
e era urgente. A crescente procura pelo café impelia a cultura para as novas
fronteiras no interior, conforme se esgotavam as lavouras mais antigas. Até a
época da Independência, o acesso a terra era por meio de concessões reais
(sesmarias) ou pela ocupação clandestina, que era amplamente difundida e
quando o Brasil se torna um Estado ficou proibida a concessão de lotes de
terra, que passou a ser obtida apenas pela posse clandestina. Consumou-se
uma anarquia geral da propriedade rural, que se agigantava à medida que
crescia a necessidade de novas terras. Essa agitação, que estava diretamente
atrelada aos problemas do abastecimento de mão de obra, levou as elites
dirigentes do país a reavaliarem e legalizarem a propriedade rural e a força de
trabalho. Assim foi o tráfico abolido em 1850, dando o golpe fatal na
escravidão e dinamizando a economia. No mesmo ano, foram promulgadas a
Lei de Terras e o Código Comercial do Império, que consagraram o regime
da grande propriedade e coroavam a obra da construção do Estado Nacional
brasileiro.
E no período de 1865-1870, o custo da guerra deixou uma grande nódoa nas
finanças públicas do Brasil, entretanto essa mesma guerra também estimulou a
indústria brasileira como fábricas de produtos têxteis e o arsenal do Rio,
modernizando a infraestrutura do país, assim o recrutamento, o treinamento, o
fornecimento de vestuário, de armamentos e o transporte organizou ainda mais
o Estado brasileiro.
Assim o regime monárquico acabava vítima de transformações econômicas e
sociais a que não fora capaz de adequar-se. Instaurava-se um novo regime em
que não apenas novas instituições foram adotadas, mas também novas forças
sociais passaram a ter controle sobre o Estado, articulando um novo sistema
de dominação.
A questão dos escravos e os movimentos de abolição – em Maio
de 1867, D, Pedro II anunciou que após a guerra, seriam tomadas medidas
para emancipar os escravos brasileiros, assim estimulando discussão sobre a
reforma política no Brasil.
Desta forma, com o termino da Guerra do Paraguai cresceu no país a
campanha abolicionista, um movimento popular pela libertação dos escravos
que conquistou o apoio de vários setores da sociedade brasileira:
parlamentares, imprensa, militares, artistas e intelectuais.
O fim da escravidão atendia aos interesses dos industriais europeus, que
desejavam ampliar o mercado consumidor para seus produtos – o que seria
possível com o desenvolvimento do trabalho assalariado. Assim, o governo
promulgou nesse período duas leis que emanciparam parcelas da população
escrava do país.

Libertava também os
Ventre Livre (1871)- donos de escravos da
declarava livre todos os obrigação de alimentar
nascidos de mãe escrava a os filhos de escravos,
parti da data de que seriam “livres”.
promulgação.

Lei...
Também liberava os
Sexagenários (1885) –
donos de escravos da
declarava livres os
“inútil” obrigação de
escravos com mais de 65
sustentar alguns raros
anos.
negros idosos...
Essas leis, não puseram o fim à escravidão, mas permitiu os senhores de
escravos ganharem tempo e adiar ao máximo a abolição definitiva, tornando a
justiça uma arena de luta pela liberdade, impulsionando a libertação em
13/05/1888, com a lei Áurea.

A questão religiosa – foi à proibição do vinculo entre a maçonaria e a


igreja católica em 1864, pela Bulla Syllabus, os maçons não poderiam
frequentar a igreja mesmo que fossem sacerdotes. Portanto, isso ocasionou
uma “rusga” no Estado e o catolicismo, - instituição predominante em todo o
período colonial -.

Assim, através da Bulla em 1872, os Bispos de Olinda e Belém puniram os


religiosos (padres) que apoiavam os maçons.

E D. Pedro II sob a influência da maçonaria suspende as punições e condena


os bispos a quatro anos de prisão, mas em 1875, por intermédio de duque de
Caxias, então ministro recebem perdão imperial, consequentemente fazendo
alguns sacerdotes se aproximarem da ideia de construção de um Estado laico.
– pensamento republicano de quebra do padroado -.

Movimento Republicano.

Além, destes acontecimentos ocorrendo a parti de 1870, também foi criado o


Partido Republicano no RJ, uma união de segmentos civis e militares mediante
de disputas políticas entre os principais partidos (Saquarema e Luzias).

E uma das suas maiores contribuições foi o Manifesto Republicano que


defendia:

 Fim da vitaliciedade do Sanado.


 Criação do Estado laico.
 Instalação de uma república federativa, garantindo a autonomia das
províncias.

E em consequência deste, novo “BOOM” de ideias foi criado em 1873, o


Partido Republicano Paulista (PRP) na convenção de Itu, apoiado por
cafeicultores de SP. – mostrando a força OLIGARQUICA que perdurou ao
longo de 1889-1930, Republica Velha -.

A oposição ao império faz efeito, tanto que o governo imperial apresentou uma
proposta à câmera dos deputados um programa de reformas políticas que
incluía:

 Liberdade religiosa.
 Liberdade de ensino.
 Autonomia das províncias.
 Mandato temporário para senadores.

Entretanto, esta tentativa não deu certo, pois a instituição, Monarquia, estava
falida nas Américas e em 15 de novembro de 1889, Marechal Deodoro da
Fonseca depõem o primeiro-ministro visconde de Ouro Preto e proclama a
República no Brasil, com apoio dos dois partidos republicanos (PR e PRP).

Exercitando.
CN/2013.
1) A Lei Eusébio de Queiroz ficou conhecida por proibir o tráfico internacional
de escravos no Brasil. Assinale a opção que indica setores da economia em
que foram aplicados recursos antes destinados ao tráfico internacional de
escravos.
A) No tráfico negreiro interprovincial, no setor industrial, além da área de
transportes e comunicações.
B) No combate à pirataria, nas lavouras açucareiras e na compra de mão-de-
obra escrava indígena.
C) Nas indústrias siderúrgicas, na prospecção de novas áreas mineradoras e
no trabalho assalariado.
D) No comércio clandestino de escravos africanos, no extermínio de índios e
no setor manufatureiro de gêneros alimentícios.
E) Na compra e distribuição de terras para os imigrantes estrangeiros e no
setor industrial têxtil.

2) Instaurado o regime republicano,existiam claramente três projetos de


República para o Brasil de 1889. Sobre estes projetos políticos pode-se afirmar
que:
A) a Igreja Católica aliou-se ao projeto dos militares positivistas, conseguindo
com esse apoio que o catolicismo, possuidor do maior número de adeptos,
continuasse como religião oficial do Estado brasileiro.
B) os cafeicultores paulistas, na maioria contrários à República,planejavam a
volta da monarquia que assumiria um caráter liberal, descentralizando o poder
político por meio do federalismo.
C) para setores politizados da população urbana, que incluía a baixa classe
média e grupos intelectualizados, a República deveria garantir as liberdades
públicas e ampliar a participação popular nas decisões políticas.
D) os militares defendiam a necessidade de um poder executivo fortes, capaz
de coordenar e impulsionar o progresso do Brasil, por isso, apoiava o projeto
desenvolvimentista dos cafeicultores paulistas.
E) tanto o projeto da República positivista quanto o projeto da República liberal
defendiam uma ampla participação popular no poder republicano, demonstrado
posteriormente com o fim do voto censitário, na constituição de 1891.

CN/2012.
3) À segunda Constituição brasileira estabeleceu o voto direto. No entanto, a
grande maioria da população foi excluída das eleições porque:
A) a Constituição de 1891 adotou o voto censitário. Assim, só eleitores com
renda acima de 100 mil-réis poderiam votar, deixando a maioria da população
sem acesso ao voto.
B) os coronéis, querendo manter o controle político do país, ameaçavam e, em
alguns casos, agrediam os eleitores que compareciam às urnas: Eram as
“eleições do cacete”.
C) preocupado com a forte oposição popular à seu governo, o presidente
Deodoro da Fonseca fixou um decreto que limitou-se a participação popular.
D) A constituição só considerava eleitores aos cidadãos brasileiros maiores de
21 anos, os analfabetos e também outras categorias. Com isso cerca de 80%
da população não podia votar.
E) as pessoas desiludidas com o sistema político vigente não se interessam
pelo comparecimento às urnas, pois sabiam que as eleições seriam fraudadas.

4) Em relação á economia cafeeira no segundo Reinado, é correto afirmar que


a:
A) região Sul Fluminense foi a principal área produtora do Brasil, só sendo
superada na década de 1870 pelo vale do Paraíba.
B) produção e a mão de obra nos cafezais não conservaram nenhuma
característica do período colonial, tendo em vista o fato de o Brasil ser um país
independente.
C) produção de café no vale do Paraíba foi favorecida pelo fim do tráfico
negreiro em 1850, ocorrendo uma mudança nas relações de trabalho com a
introdução do imigrante.
D) região do oeste Paulista, superou a região do Vale do Paraíba na produção
de café, dentre outros motivos, porque o solo da região do oeste paulista era
mais apropriado para o tipo de cultura.
E) produção do café foi caracterizada pelo minifúndio, monocultura, escravidão
e economia voltada para o mercado externo, tal como era a economia de
Plantation no período colonial.

CN/2015.
4) Sobre a Guarda Nacional, é correto afirmar que:
a) foi criada logo após o inicio da Guerra do Paraguai e complementou o
efetivo brasileiro, destacando-se na batalha do Curupaiti.
b) era um corpo de elite do Exército brasileiro, também conhecido como
“Voluntários da Pátria” e que se tornou famoso devido à repressão aos
cabanos.
c) era uma força paramilitar, criada durante o Primeiro Reinado, e que teve
uma importante participação na consolidação da independência brasileira.
d) era formada por milícias civis, comandadas pelos grandes fazendeiros, e um
de seus objetivos era reprimir movimentos sociais que ameaçassem o governo
e as elites.
e) foi criada pelo ministro da justiça Antônio Feijó e foi extinta durante o
Segundo Reinado, após participar de vários motins ocorridos no Rio de
Janeiro.

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