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Aula 1, História Colégio Naval.

- Expansão Ultramarina Portuguesa e chegada ao Brasil –


No contexto que principia a idade Moderna, uma crise vem ocorrendo no inicio
do séc. XIV, proporcionando aos reis, representantes de uma das muitas casas
dinásticas existentes, a apropriação de recursos fiscais e militares, antes a
cargo dos domínios feudais, acarretando a ocupação, por parte dos monarcas,
dos vazios criados no decurso da crise e assim decorrendo alguns processos:

 Guerras (revoltas camponesas e a Guerra dos Cem anos 1337-1453).


 Declínio populacional.
 Falta de alimentos.
 Epidemias (Peste Negra).

Diferente do restante da Europa, Portugal, um pequeno Condado


(Portucalense) as margens do Oceano Atlântico se torna um Estado, através
da revolução de Avis (1383-85), fazendo D. João I, Mestre de Avis reforçar e
centralizar o poder monárquico, reagrupando os vários setores como: a
nobreza, os comerciantes e a burguesia.

Desta forma, a expansão marítima lusitana correspondeu às diversas classes e


grupos sociais, juntamente com Igreja para torna-se um projeto nacional de
aquisição de riquezas, ou seja:

 Ouro – utilizado como moeda confiável (de grande valor monetário) e


usado pelos aristocratas asiáticos na decoração de templos, palácios e
confecção de roupas.
 Especiarias – utilizadas como condimento, remédio ou perfumaria (no
primeiro momento o açúcar entrou no conjunto de especiarias, mas
com sua alta produção e consumo, a mesma deixa de ser rara e
passa a ser trivial nas mesas europeias).

Portanto, estes dois produtos passaram a ser os mais procurados nos séculos
XV e XIV, e com passar do tempo o artigo mais desejado do mundo ocidental é
munido de fala, os africanos.
- Ocupação da Costa africana –

No decorrer de trinta anos após sua consolidação como, o reino de Portugal,


em 1415, os lusitanos conquista Ceuta (*) partindo daí para outras conquistas:

 Ilha da Madeira (1420).


 Ilha do Açores (1427).
 Passagem do Cabo Bojador (1434, Gil Eanes).
 Cabo Verde (1460).
 São Tomé (1471).
 Passagem do Cabo da Boa Esperança (1487, Bartolomeu Dias).
 Brasil (1500).

(*) sobre a conquista de Ceuta existem duas


explicações:
I. Abrir caminho para o Sudão em busca de
ouro e controle da costa portuguesa
contra piratas arabes.
II. Uma grande expedição da nobreza,
promovida pelo rei em busca de saque e
aventuras.

- Feitorias –

Foram postos fortificados de comércio construídos com a intenção de


concretizar uma exploração temporária, logo a opção pela feitoria tornava
desnecessária a colonização. A prática do escambo possibilitava a obtenção de
riquezas de uma determinada região. Assim, na ilha da Madeira dois sistemas
agrícolas competiram economicamente.

O trigo e cana-de-açúcar, sendo o último tornando-se laboratório para colônias


vindouras, Brasil.

- A chegada ao Brasil –
Acontece em função do retorno de Vasco da Gama, após encontrar o caminho
para Índias, em 1499, a coroa lusitana desenvolve uma nova expedição,
liderada por Pedro Ávares Cabral, cujo objetivo era aprofundar os contatos
iniciados em Calicute (Índia).

Assim, a frota Cabralina após passar as ilhas de Cabo Verde mudou sua
direção, para oeste se afastando da costa africana até avistar o litoral
brasileiro.

E aproximadamente quarenta dias de viagem, a expedição aportou na praia de


Porto Seguro (Bahia), e nomeando a terra “encontrada” de Ilha de Vera Cruz
( )
* . Posteriormente o nome foi alterado para Terra de Santa Cruz.

(*) Este nome foi dado ao Brasil, porque


Cabral carregava lascas do que
acreditava ser a verdadeira (vera) cruz
em que Cristo foi crucificado, já a outra
nomenclatura só acontece em 1504,
com a segunda expedição exploradora,
comandada por Gonçalo Coelho.
(Maria Vicentina do Amaral Dick)

Três documentos foram escritos ao chegarem à nova terra:

 A carta do escrivão (redigida por Pero Vaz de Caminha e de grande


importância histórica e etnológica a epistola é um elemento fundamental
para ser avaliar a dimensão das expectativas lusitanas em relação à
expansão marítima, além de descrever, a partir da visão europeia as
impressões do encontro inicial entre índios tupiniquins e os navegantes
portugueses).
 A carta do mestre João (Joam Faras; bacharel em artes e medicina,
físico e cirurgião particular de D. Manuel e batizou o Cruzeiro do Sul, em
1500).
 Relato do polito anônimo (Relação do piloto anônimo foi uma espécie
de diário escrito por um tripulante relatando a viagem de Cabral as
Índias, em suma muito parecida com a carta de Caminha).

- Organização da Colônia –

Contexto geral:

 Tratado de Tordesilhas (1494) – Portugal e Espanha como


proprietários das Américas no período das Grandes Navegações tem
como consequência a disputa das novas terras, que intensificou com a
descoberta de ouro e prata no México e Peru.
 Fator econômico – o comercio de Portugal com Oriente entrou em
declínio, devido aos altos custos de transporte, manutenção de
entreposto e a concorrência de franceses, ingleses e espanhóis que
exploravam a mesma rota.
 Portugal – com medo de perder a recém-
conquistada terra (Brasil) promove (1) Extensão litorânea.
expedições para acabar com investidas
clandestinas de outros reinos europeus em especial, a França. Logo,
(1)
esta medida não deu certo por fator de logística , portanto com a
intenção de coibir o contrabando de Pau-brasil e
evitar invasões, os Lusitanos decidiu colonizar
(2)
Montagem de uma de forma exploratória a “Nova Terra”.
organização
 Expedição colonizadora (1530) (2)

produtiva dentro das
diretrizes do sistema Martin Afonso de Souza tinha o objetivo
colonial, pois de patrulhar a costa, estabelecer uma
Afonso de Souza colônia através de concessões não
chega ao Brasil com hereditárias de terras com a necessidade de
+/- 400 pessoas.
ocupação, desta forma, fundando a primeira
vila do Brasil, São Vicente (1532), dando inicio ao
cultivo da cana-de-açúcar instalação do 1° engenho, assim os núcleos
de povoamento.
 Donatarios – pessoas que tinham o monopólio da justiça, a fundação
de vilas, a doação de Sesmaria, alistamento de colonos e formação de
melicias. Recebiam doação de terras da Coroa, tornando-se possuidores
mas não proprietarios – não podiam vender ou dividir a Capitania -,
com extensos poderes na esfera econômica e administrativa, e pagando
a metrópoli tributos pela exploração do pau-brasil, metais preciosos e
derivados de pesca.

 Administração colonial – foi uma decisão de dividir o território brasileiro


em porções de terra (15 capitanias ou donatarias), entregando aos
(3)
O foral da Capitania de nomeados pelo rei (donatários). A doação era
Pernambuco serviu de
estabelecida por dois documentos: Carta de Doação
modelo aos forais das demais
capitanias do Brasil. – conferia ao doado a posse hereditária da terra (não
eram proprietários das capitanias, mas apenas de
uma parcela), entretanto tinham o direito de administrar e explora-la
(3)
economicamente toda sua posse. Carta Foral - estabelecia os direitos e
deveres dos Donatários relativo à exploração e regulava os direitos e
deveres que o Capitão-donatário passava a ter em virtude da Carta de
Doação recebida, Relacionando-se a: Criar vilas e distribuir terras a quem
desejasse cultivá-las; Exercer autoridade no campo judicial e administrativo;
Escravizar os indígenas para o trabalho na lavoura; Receber a vigésima
parte dos lucros sobre o comércio do pau-
brasil; Entregar 10% do lucro sobre os
produtos da terra à Coroa; Entregar 20% dos
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(4)
metais preciosos encontrados à Coroa; As capitanias mais
Observar o monopólio régio do pau-brasil. importantes foram São
Vicente e Pernambuco.
E por fim, a organização da colonia feito por
Capitanias Hereditarias (4)
teve alguns
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problemas tais como: extensão de terras, hostilidades dos indios, problema de
comunicação entre elas e o solo ruim para o cultivo de cana-de-açúcar, além
destes problemas esse sistema lançou as bases da colonização, estimulando a
formação dos primeiros nucleos de povoamento:

 São Vicente – 1532.


 Pernambuco – 1534.
 Porto Seguro – 1535.
 Ilhéus – 1536.
 Olinda – 1537.
 Santos – 1545.

Que preservou a posse da erra, revelando as possibilidades de exploração


econômica da colônia.

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