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ISSN 2358-9264

CADERNO DE
PROGRAMAÇÃO
E RESUMOS

Tubarão, SC
Volume 4, p. 1-254, 2016
Reitor
Sebastião Salésio Herdt
Vice-Reitor
Mauri Luiz Heerdt
Chefe de Gabinete
Willian Corrêa Máximo
Secretária Geral da Unisul
Mirian Maria de Medeiros
Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos
Valter Alves Schmitz Neto
Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional
Luciano Rodrigues Marcelino
Assessor de Promoção e Inteligência Competitiva
Ildo Silva
Assessor Jurídico
Lester Marcantonio Camargo
Diretor do Campus Universitário de Tubarão
Heitor Wensing Júnior
Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis
Hércules Nunes de Araújo
Diretor do Campus Universitário Unisul Virtual
Fabiano Ceretta

Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL


Av. José Acácio Moreira, 787
88704-900 – Tubarão – SC
Fone: (55) (48) 3621-3000 – Fax: (55) (48) 3621-3036
Homepage: http://www.unisul.br

3
4º Encontro da Rede Sul Letras

Caderno de Programação e Resumos do 4º Encontro da Rede Sul Letras:


Formação de Redes de Pesquisa

Editor
Fábio José Rauen

Ficha Catalográfica:

E46 Encontro da Rede Sul Letras: Formação de Redes de Pesquisa (4.: 2016 maio 11-13:
Palhoça, SC)

Caderno de programação e resumos [do] 4. Encontro da Rede Sul Letras / editor: Fábio
José Rauen ; comissão organizadora: Fábio José Rauen et al. – Palhoça : Programa de Pós-
graduação em Ciências da Linguagem, 2016.

254 p. ; 21 cm.
ISSN 2358-9264

1. Linguística – Congressos. 2. Letras - Congressos. 3. Literatura – Congressos. I.


Universidade do Sul de Santa Catarina. II. Título.
CDD (21. ed.) 410

Elaborado pela Biblioteca Universitária da Universidade do Sul de Santa Catarina

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COMISSÃO ORGANIZADORA
Fábio José Rauen (UNISUL)
Dilma Beatriz Rocha Juliano (UNISUL)
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
João Claudio Arendt (UCS)
Mauro Nicola Póvoas (FURG)

COMISSÃO DE COORDENADORES
Andréia Guerini (UFSC)
Aracy Ernst (UCPEL)
Brunilda Tempel Reichmann (UNIANDRADE)
Claudia Andrea Rost Snichelotto (UFFS)
Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
Eunice Terezinha Piazza Gai (UNISC)
Fabiane Verardi Burlamaque (UPF)
Fábio José Rauen (UNISUL)
Giovana Ferreira-Gonçalves (UFPEL)
Heronides Maurílio de Melo Moura (UFSC)
Ione guede Jovino (UEPG)
João Claudio Arendt (UCS)
Lourdes Kaminski Alves (UNIOESTE)
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
Maria da Glória Corrêa di Fanti (PUCRS)
Maria Lucia de Barros Camargo (UFSC)
Maria Thereza Veloso (URI)
Marinês Andrea Kunz (FEEVALE)
Mauro Nicola Póvoas (FURG)
Núbio Delanne Ferraz Mafra (UEL)
Patrícia da Silva Cardoso (UFPR)
Pedro Navarro (UEM)
Rejane Pivetta (UCS/UNIRITTER)
Rove Luiza de Oliveira Chishman (UNISINOS)
Sara Regina Scotta Cabral (UFSM)
Solange Mittmann (UFRGS)
Sônia Aparecida Vido Pascolati (UEL)
Valesca Irala (UNIPAMPA)
Viviane Maria Heberle (UFSC)
Wellington Ricardo Fiorucci (UTFPR)

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COMISSÃO EXECUTIVA
Alessandra Soares Brandão (UNISUL)
Ana Carolina Cernicchiaro (UNISUL)
Andréia da Silva Daltoé (UNISUL)
Antônio Carlos Gonçalves dos Santos (UNISUL)
Artur de Vargas Giorgi (UNISUL)
Deisi Scunderlick Eloy de Farias (UNISUL)
Dilma Beatriz Rocha Juliano (UNISUL)
Fábio José Rauen (UNISUL)
Giovanna Gertrudes Benedetto Flores (UNISUL)
Heloisa Juncklaus Preis Moraes (UNISUL)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
Maria Isabel Rodrigues Orofino (UNISUL)
Maria Marta Furlanetto (UNISUL)
Maurício Eugênio Maliska (UNISUL)
Nádia Régia Maffi Neckel (UNISUL)
Ramayana Lira de Sousa (UNISUL)
Silvânia Siebert (UNISUL)
Solange Maria Leda Gallo (UNISUL)

COMISSÃO CIENTÍFICA
Adail Ubirajara Sobral (UCPEL)
Amanda Scherer (UFSM)
Ana Carolina Cernicchiaro (UNISUL)
Ana Maria Lisboa de Mello (PUCRS)
Ana Paula Teixeira Porto (URI)
Anselmo Peres Alós (UFSM)
Andrea Guerini (UFSC)
Antonio Carlos Gonçalves dos Santos (UNISUL)
Aparecida de Jesus Ferreira (UEPG)
Aracy Ernst (UCPel)
Artur de Vargas Giorgi (UNISUL)
Carmen Lúcia Matzenauer (UCPEL)
Claudia Andrea Rost Snichelotto (UFFS)
Cláudia Regina Brescancini (PUCRS)
Cristiano Augusto Jutgla (UESC)
Dilma Beatriz Rocha Juliano (UNISUL)
Fábio José Rauen (UNISUL)
Freda Indursky (UFRGS)
Gloria Gil (UFSC)
Heronides Maurílio de Melo Moura (UFSC)
Ismara Tasso (UEM)

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João Claudio Arendt (UCS)
Juliana Steil (UFPEL)
Juracy Ignez Assmann Saraiva (FEEVALE)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
Leci Borges Barbisan (PUCRS)
Lourdes Kaminski Alves (UNIOESTE)
Luciana Abreu Jardim (FURG)
Luciane Baretta (UNICENTRO)
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
Maria Cristina Leandro Ferreira (UFRGS)
Maria da Gloria Correa di Fanti (PUCRS)
Maria Eduarda Giering (UNISINOS)
Maria Jose Gnatta Dalcuche Foltran (UFPR)
Maria Marta Furlanetto (UNISUL)
Marisa Corrêa Silva (UEM)
Mauro Nicola Povoas (FURG)
Núbio Delanne Ferraz Mafra (UEL)
Odete Pereira da Silva Menon (UFPR)
Ramayana Lira de Sousa (UNISUL)
Raquel Bello Vázquez (UNIRITTER)
Raquel da Cunha Recuero (UCPEL)
Raquel Terezinha Rodrigues (UNICENTRO)
Rejane Pivetta de Oliveira (UNIRITTER)
Rita Lenira de Freitas Bittencourt (UFRGS)
Rosângela Gabriel (UNISC)
Rove Luiza de Oliveira Chishman (UNISINOS)
Silvana Oliveira (UEPG)
Solange Maria Leda Gallo (UNISUL)
Ubiratã Kickhöfel Alves (UFRGS)
Valéria Neto de Oliveira Monaretto (UFRGS)
Wellington Ricardo Fiorucci (UTFPR)
Weslei Roberto Candido (UEM)

EDITOR
Fábio José Rauen (UNISUL)

SECRETARIA DO EVENTO
Patrícia de Souza de Amorim Silveira (UNISUL)
Elaine Aparecida Correa Pereira (UNISUL)
Karina Ramos Wagner (UNISUL)

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REALIZAÇÃO
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem (UNISUL)
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Línguas (UNIPAMPA)
Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (UEL)
Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (UFSC)
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (UFFS)
Programa de Pós-Graduação em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários (UFSC)
Programa de Pós-Graduação em Letras (Associação Ampla) (UCS/UNIRITTER)
Programa de Pós-Graduação em Letras (PUCRS)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UCPEL)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UEL)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UEM)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UFPEL)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UFPR)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UFRGS)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UFSM)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UNICENTRO)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UNIOESTE)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UNIRITTER)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UNISC)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UPF)
Programa de Pós-Graduação em Letras (UTFPR)
Programa de Pós-Graduação em Letras História da Literatura (FURG)
Programa de Pós-Graduação em Letras Literatura Comparada (URI)
Programa de Pós-Graduação em Letras, Cultura e Regionalidade (UCS)
Programa de Pós-Graduação em Linguagem, Identidade e Subjetividade (UEPG)
Programa de Pós-Graduação em Linguística (UFSC)
Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (UNISINOS)
Programa de Pós-Graduação em Literatura (UFSC)
Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária (UNIANDRADE)
Programa de Pós-Graduação Profissional em Letras (FEEVALE)

PATROCÍNIO
Programa de Apoio a Eventos no País da Fundação da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – PAEP/CAPES

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CONTATO
Rede Sul Letras
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem
Campus Tubarão: Av. José Acácio Moreira, 787, Bairro Dehon,
88.704-900 - Tubarão, SC - (55) (48) 3621-3369
Campus Grande Florianópolis: Avenida Pedra Branca, 25,
Cidade Universitária Pedra Branca, 88137-270 - Palhoça, SC - (55) (48) 3279-1061
E-mail: sul.letras@unisul.br

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SUMÁRIO GERAL

Apresentação 13

Programação Geral 15

Programação das Mesas 17

Lista de Trabalhos 65

Resumos 81

Índice de Autores 251

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APRESENTAÇÃO

A Rede Sul Letras de Programas de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Região Sul


do Brasil e o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul de
Santa Catarina – UNISUL têm a satisfação de publicar o Caderno de Programação e Resumos do 4º
Encontro da Rede Sul Letras, a ser realizado de 11 e 13 de maio de 2016 no Campus da Pedra
Branca da Unisul em Palhoça (SC), com o tema “Formação de Redes de Pesquisa”.
O Evento tem o propósito de congregar os Programas de Pós-Graduação em Letras e
Linguística da Região Sul do Brasil. Além de aprimorar a excelência acadêmica das pesquisas na
área, o 4º Encontro da Rede Sul Letras visa a induzir redes de parceria entre grupos de
pesquisa. Consoante, o Encontro dedica-se a promover espaços privilegiados de interlocução
para docentes, pesquisadores, egressos e discentes de doutorado e de mestrado abrigados em
grupos de pesquisa formalizados ou em formalização no CNPq. O objetivo, portanto, é o de
oferecer espaço aos grupos de pesquisa para a discussão de suas pesquisas concluídas ou em
andamento e para a formação de redes de parceria a partir de perspectivas comuns.
Para dar conta desta tarefa, a Rede Sul Letras está organizando as discussões em doze
eixos temáticos, conforme levantamento das expertises de pesquisa desenvolvidas nos três
estados da região. As discussões em cada eixo temático serão realizadas em oito sessões na
forma de simpósios temáticos distribuídos nos dois primeiros dias do evento. O terceiro dia, por
sua vez, será dedicado à Reunião político-administrativa de Coordenadores dos Programas de
Pós-Graduação em Letras e Linguística com a Coordenação de Área na Capes, bem como à
Reunião de Avaliação do Evento.
Os grupos de pesquisa inscreveram contribuições em doze eixos temáticos, a saber:
1. Estudos de Teoria Literária, envolvendo: Estudos da narrativa; Poéticas
contemporâneas; Teoria literária; Teorias da recepção; O estético: poéticas e políticas; Estudos
de autores; Literatura e filosofia; Poesia; Crítica genética; Escrita criativa; Estudos do drama;
Temas emergentes em teoria literária;
2. Estudos de Literatura Comparada, envolvendo: Literaturas de língua portuguesa;
Literaturas de língua estrangeira; Estudos literários da tradução; Temas emergentes em
literatura comparada.
3. Estudos Culturais, envolvendo: Estudos literários e culturais; Estudos de literatura na
cultura: relações entre estética e política; Gênero, etnia e sexualidade; Literatura de Gênero;
Literatura e imaginário; Literatura e processos culturais; Literatura, cultura e
interdisciplinaridade; Linguagem, discurso e sociedade; Temas emergentes em estudos
culturais;
4. Estudos de Literatura e Ensino, envolvendo: Literatura e formação do leitor; Literatura
para crianças e jovens; Leitura criativa; Literatura e ensino; Temas emergentes em literatura e
ensino.
5. Estudos de Literatura, Artes e Mídias, envolvendo: A relação da literatura com outras
artes (cinema, teatro, fotografia); Literatura como mídia; Narrativas audiovisuais; Estéticas e
políticas da imagem; Ciberespaço; Temas emergentes em literatura, artes e mídias.

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6. Estudos de Literatura, Memória e História, envolvendo: Escritas de si; História da
literatura; Processos culturais e memória; Temas emergentes em literatura, memória e história.
7. Estudos de Análise do Discurso, envolvendo: Discurso, língua e memória; Discurso,
cultura e política; Discurso, corpo e psicanálise; Discurso, escola e leituras; Discurso, rede e
conhecimento; Discurso, imagem e mídia; Temas emergentes em Análise do Discurso.
8. Estudos de Linguística Aplicada, envolvendo: Estudos de linguística aplicada ao ensino
de língua materna, língua estrangeira e libras em suas diferentes modalidades; Alfabetização e
letramento; Tecnologias digitais; Temas emergentes em Linguística Aplicada.
9. Estudos Sociolinguísticos, envolvendo: Variação e mudança linguística; Projeto Varsul;
Temas emergentes em Sociolinguística.
10. Estudos Fonéticos e Fonológicos, envolvendo: Estudos fonéticos e fonológicos;
Aspectos fonéticos e fonológicos de aquisição da Linguagem; Temas emergentes em fonética e
fonologia.
11. Estudos da Língua e da Linguagem I, envolvendo: Estudos gramaticais e
lexicográficos; Linguística histórica; Estudos semânticos e pragmáticos; Estudos
psicolinguísticos; Estudos cognitivos;
12. Estudos da Língua e da Linguagem II, envolvendo: Gêneros Textuais; Linguística
Sistêmico-Funcional; Análise Crítica do Discurso; Linguística Textual e Análise da Conversação;
Estudos da Enunciação; Estudos Bakhtinianos; Estudos da Tradução.
Neste caderno, o leitor poderá ter acesso à programação geral do evento, à programação
das mesas e aos resumos aprovados de congressistas regularmente inscritos no evento.

Tubarão, SC, 2 de maio de 2016.

Fábio José Rauen (UNISUL)


Dilma Beatriz Rocha Juliano (UNISUL)
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
João Claudio Arendt (UCS)
Mauro Nicola Póvoas (FURG)
Comissão Organizadora.

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PROGRAMAÇÃO GERAL

11 de maio de 2016 – Quarta-feira

08:00-09:00 – Credenciamento

09:00-10:00 – Conferência: “O papel dos estudantes na Consolidação


de Programas de Pós-Graduação em Letras e Linguística”
Conferencista: Dr. Dermeval da Hora Oliveira – UFPB/CAPES

10:30-12:00 – Primeira Sessão de Mesas

13:00-14:30 – Segunda Sessão de Mesas

14:45-16:15 – Terceira Sessão de Mesas

16:30-18:00 – Quarta Sessão de Mesas

12 de maio de 2016 – Quinta-feira

09:00-10:30 – Quinta Sessão de Mesas

11:00-12:30 – Sexta Sessão de Mesas

14:00-15:30 – Sétima Sessão de Mesas

16:00-17:30 – Oitava Sessão de Mesas

18:00-19:00 – Avaliação do Evento

13 de maio de 2016 – Sexta-feira

09:00-12:00 – Sessão Administrativa

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PROGRAMAÇÃO DAS MESAS

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EIXO TEMÁTICO 1: ESTUDOS DE TEORIA LITERÁRIA

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 - Bloco D: Sala 213

Tema: LITERATURA BRASILEIRA


Coordenador: Jéssica Fraga da Costa (UFRGS)
UM MOSAICO DE TEXTOS E ARTES: OS DIÁLOGOS E A INTERTEXTUALIDADE
EM SINFONIA EM BRANCO, DE ADRIANA LISBOA
Jéssica Fraga da Costa (UFRGS)
SERÁ “SÃO BERNARDO” DE GRACILIANO RAMOS UMA OBRA REGIONALISTA?
REGIONALISMO VERSUS REGIONALIDADES
Angélica Vinhatti Gonçalves Ferla (UCS)
A DICOTOMIA ENTRE BEM E MAL PRESENTE NA OBRA
GRANDE SERTÃO: VEREDAS DE GUIMARÃES ROSA: “SERTÃO: É DENTRO DA GENTE”
Wanessa Rox (SECAL)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco D: Sala 213

Tema: EXÍLIO E MORTE DO AUTOR


Coordenadora: Luciana Abreu Jardim (FURG)
O PROCESSO DE ESCRITA: DE MAURICE BLANCHOT A STEPHEN KING
Tábatha Belzareno dos Santos Rosa (FURG)
Luciana Abreu Jardim (FURG)
A MORTE NECESSÁRIA DO “EU” QUE ESCREVE: A HORA DA ESTRELA
Liziane de Oliveira Coelho (FURG)
O FIO DE ALICE: EXÍLIO DO NARRADOR EM A RAINHA DOS CÁRCERES DA GRÉCIA
Emanuelle Alves Adacheski (UEPG)
SOBRE FRATURAS E REALISMOS: EXÍLIO E IDENTIDADE EM ÍRISZ:
AS ORQUÍDEAS, DE NOEMI JAFFE
Camila Rodrigues Boff (UFRGS)

19
EIXO TEMÁTICO 1: ESTUDOS DE TEORIA LITERÁRIA

Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco D: Sala 213

Tema: PERSONAGENS: DO HERÓI ÉPICO AO NARRADOR PÓS-MODERNO


Coordenadora: Ana Claudia Munari Domingos (UNISC)
DA GRÉCIA ANTIGA A GALÁXIAS DISTANTES:
A TRAJETÓRIA DO HERÓI ÉPICO ATRAVÉS DOS SÉCULOS
Marlova Soares Mello (UFRGS)
O PERSONAGEM COM MOTIVO TORPE: DIÁLOGOS DE
ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA ENTRE O CINEMA E A LITERATURA
Débora Laís Ferraz dos Santos (PUCRS)
A FIGURA MARGINAL DE ANÍSIO: UM ESTUDO EM O INVASOR
Cristiano Araújo Vaniel (UFRGS)
REPRODUÇÃO: UM DISCURSO QUE SE REPETE
Ana Claudia Munari Domingos (UNISC)
Helena Jungblut (UNISC)
Ádria Graziele Pinto (UNISC)

Sessão 4 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco D: Sala 213

Tema: LIMIARES DA CRÍTICA E DA TEORIA


Coordenador: Caio Ricardo Bona Moreira (UNESPAR)
A CRÍTICA LITERÁRIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA:
NO LIMIAR ENTRE A CIÊNCIA E A POESIA
Caio Ricardo Bona Moreira (UNESPAR)
A IMAGEM PELO OUTRO: ÉTICA DA ALTERIDADE NA ARTE E O DEVIR-OUTRO DA LINGUAGEM
Ana Carolina Cernicchiaro (UNISUL)
A DISSOLUÇÃO DA CARNE
Vanessa Zucchi (PUCRS)
DECADENTISMO E INCERTEZA NO CONTO “RETRATO PROFÉTICO” DE GIOVANNI PAPINI
Adilson Barbosa (UFP)

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EIXO TEMÁTICO 1: ESTUDOS DE TEORIA LITERÁRIA

Sessão 5 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco D: Sala 213

Tema: LITERATURA EM DIÁLOGO


Coordenadora: Aline Venturini (UNESPAR)
HERMENÊUTICA: UM VIÉS PARA A INTERPRETAÇÃO DA OBRA “DESONRA”, DE COETZEE
Rosângela Beatriz Buhse (UNISC)
A ASA, A SERPENTE E O CADUCEU, DE VICENTE CECIM
Danieli dos Santos Pimentel (PUCRS)
A LEITURA DE DOIS PRÓLOGOS LATINO-AMERICANOS SOBRE A OBRA
DOM QUIXOTE: A OBRA COMO PRECURSORA DO ROMANCE MODERNO
Aline Venturini (UNESPAR)
CIDADE, SUBSTANTIVO CORROÍDO
André Winter Noble (UFRGS)

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EIXO TEMÁTICO 2: ESTUDOS DE LITERATURA COMPARADA
Sessão 1 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco D: Sala 214

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA COMPARADA I


Coordenador: Paulo Ricardo Kralik Angelini (PUCRS)
ENTRE O VISIONARISMO E A LOUCURA:
A PRIMEIRA RECEPÇÃO DA OBRA DE WILLIAM BLAKE
Ana Paula Cabrera (UFSM)
Daniela Schwarcke do Canto (UFSM)
O PERFIL FEMININO DA MULHER RELIGIOSA E DA MULHER COMUM
NA PRODUÇÃO POÉTICA DE D. ALFONSO X: ESTUDO DO TEXTO E DA IMAGEM
Carlos Henrique Durlo (UEM)
TRAÇOS E RASTROS: O NARRADOR DRAMATIZADO E COM CONSCIÊNCIA DE SI PRÓPRIO
NA LITERATURA PORTUGUESA DO SÉCULO XXI
Paulo Ricardo Kralik Angelini (PUCRS)

Sessão 2 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco D: Sala 214

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA COMPARADA II


Coordenadora: Gabriela Semensato Ferreira (UFRGS)
A PRESENÇA DA ALTERIDADE NA LINGUAGEM E NA TRADUÇÃO
DA OBRA DANCER, DE COLUM MCCANN
Valdirene Fontanella (UNIRITTER)
SOPHIE, MARIA, PAUL: UM JOGO DUPLO DE ARTICULAÇÃO E PARTIÇÃO
Gabriela Semensato Ferreira (UFRGS)
O DESENCANTAMENTO EM FIVE O’CLOCK, INTENÇÕES E A ALMA ENCANTADORA DAS RUAS
Mirian Ruffini (UTFPR)

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EIXO TEMÁTICO 2: ESTUDOS DE LITERATURA COMPARADA

Sessão 3 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco D: Sala 214

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA COMPARADA III


Coordenadora: Marina Bento Veshagem (UFSC)
NÃO EU: PERSPECTIVAS DE UMA TRADUÇÃO PARA BECKETT
Larissa Ceres Lagos (UFSC-PGET)
O ABSURDO EM EUGÈNE IONESCO: UMA RELEITURA A PARTIR DE SUA DRAMATURGIA
Marina Bento Veshagem (UFSC)
A RELATIVA LIBERDADE EM ACOSSADO, O ESTRANGEIRO E ANGÚSTIA
Marcos Hidemi de Lima (UTFPR)

Sessão 4 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco D: Sala 214

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA COMPARADA IV


Coordenador: Wellington Ricardo Fioruci (UTFPR)
LITERATURA COMPARADA: ESTUDO TÉORICO ACERCA
DA TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA DE LIVROS PARA ROTEIROS ADAPTADOS
Clarissa Mazon Miranda (UFSM)
A CULTURA TRADUZIDA E A CULTURA EM TRADUÇÃO:
A LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA NA REVISTA GRANTA
Lilia Baranski Feres (UNIRITTER)
Valéria Silveira Brisolara (UNIRITTER)
A NARRATIVA POLICIAL CONTEMPORÂNEA: PLENILUNIO E LA PREGUNTA DE SUS OJOS
Wellington Ricardo Fioruci (UTFPR)

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EIXO TEMÁTICO 3: ESTUDOS CULTURAIS

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco D: Sala 215

Tema: CULTURA E FORMAÇÃO DA “NAÇÃO”


Coordenação: Juracy Assmann Saraiva (FEEVALE)
NARRATIVAS DISTÓPICAS E PROCESSOS DE REESCRITA DA NAÇÃO
EM FILHOS DA PÁTRIA, DE JOÃO MELO
Kelly Ane Evangelista Santos (UFBA)
Maria de Fátima Maia Ribeiro (UFBA)
GILBERTO FREYRE: SUAS OBRAS COMO UM ÚNICO PROJETO INTELECTUAL
Ana Paula Ody Batista (UCS)
POSICIONAMENTO CRÍTICO DE MACHADO DE ASSIS,
EM REFERÊNCIAS À ARTE MUSICAL E DRAMÁTICA
Juracy Assmann Saraiva (FEEVALE)
MODERNIZAÇÃO E RESISTÊNCIA: ARTICULAÇÕES ENTRE POP E POPULAR
NA CULTURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Gustavo Arthur Matte (PUCRS)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco D: Sala 215

Tema: PROCESSOS POLÍTICOS CULTURAIS


Coordenação: Tatiane Kaspari (FEEVALE)
FORMAS POLÍTICAS DA CULTURA BRASILEIRA, DA DÉCADA DE 70,
EM SARAMANDAIA, DE DIAS GOMES
Dilma Beatriz Rocha Juliano (UNISUL)
OS SERIADOS STAR TREK E HEROES: DISSENSOS DO IMPERIALISMO AO IMPÉRIO
Jean Raphael Zimmermann Houllou (UNISUL)
GAME E TRANSMÍDIA: IDENTIDADES MÓVEIS EM WORLD OF WARCRAFT
Bryan Rafael Dall Pozzo (UNICENTRO)
“JOGA PEDRA NA GENI”: A CRÍTICA SOCIOCULTURAL E POLÍTICA
NA CANÇÃO DE CHICO BUARQUE
Tatiane Kaspari (FEEVALE)
Juracy Assmann Saraiva (FEEVALE)
Carlos Eduardo Ströher (FEEVALE)

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EIXO TEMÁTICO 3: ESTUDOS CULTURAIS

Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco D: Sala 215

Tema: CULTURA E EDUCAÇÃO


Coordenação: Ione da Silva Jovino (UEPG)
OS PONTOS DE CULTURA E A PROMOÇÃO DO EMPODERAMENTO: LEITURA E PRODUÇÃO
LITERÁRIA COMO ALAVANCAS DE PROTAGONISMO SOCIAL
Marília Crispi de Moraes (UNISUL)
BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS E PRÁTICAS DE LEITURA:
SEUS SIGNIFICADOS E EFEITOS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE JOVENS
EM COMUNIDADES URBANAS PERIFÉRICAS NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS.
Luís Paulo Arena Alves (UNIRITTER)
Rejane Pivetta de Oliveira (UNIRITTER)
A AUTOBIOGRAFIA NUMA PESQUISA SOBRE IDENTIDADE RACIAL
NUMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE PONTA GROSSA (PR)
Marivete Souta (UEPG)
Ione da Silva Jovino (UEPG)
A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE LINGUÍSTICA NA PÓS-MODERNIDADE:
CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DE MICHEL MAFFESOLI, STUART HALL E BORTONI-RICARDO
NA PERPECTIVA BAKHTINIANA DE LÍNGUA.
Andréa Andrade Alves (UNIBAVE)

Sessão 4 – Quinta-feira, 12de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco D: Sala 215

Tema: FICÇÕES DE GÊNERO


Coordenação: Daniel Conte (FEEVALE)
A CONSTRUÇÃO E A REPRESENTAÇÃO DAS MASCULINIDADES
NA REVISTA PARANAENSE O OLHO DA RUA
Jéssica Lange de Deus (UNICENTRO)
ELAS SÃO O QUE ELES NOS DIZEM (?): A FIGURAÇÃO DO FEMININO A PARTIR
DO DISCURSO MASCULINO EM DOM CASMURRO, SÃO BERNARDO E DIVÓRCIO
Rafael Eisinger Guimarães (UNISC)
RESPIRAS E OFERECES À MORTE UM SILÊNCIO BREVE: DOS MOVIMENTOS
DE CATARINA E DE SEU SILÊNCIO QUE TRAZ A DOR DO(S) CORPO(S) VIOLADO(S)
Daniel Conte (FEEVALE)

25
EIXO TEMÁTICO 3: ESTUDOS CULTURAIS

Sessão 5 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Bloco D: Sala 215

Tema: FICÇÕES DE GÊNERO


Coordenação: Rafael Eisinger Guimarães (UNISC)
REGIONALIDADE E GÊNERO SOCIAL EM SIMÕES LOPES NETO: A CARACTERIZAÇÃO DO
FEMININO ENQUANTO CONCEPÇÃO DO ESPAÇO REGIONAL MASCULINO
Karen Gomes da Rocha (UCS/UNIRITTER)
CATIVEIROS VISÍVEIS E INVISÍVEIS: AS PERSONAGENS FEMININAS E
A QUESTÃO ÉTNICA NO CONTO “A ESCRAVA”, DE MARIA FIRMINA DOS REIS
Rafael Eisinger Guimarães (UNISC)
A REPRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA PRINCIPAL, NO LIVRO INFANTIL “CARMEN”,
DE RUTH ROCHA: UMA ANÁLISE SEGUNDO A PERPECTIVA DO IMAGINÁRIO
Maria Aparecida Lima de Freitas (UNISUL)
O SUJEITO MULTIFACETADO E A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DE CIDADE LIVRE
Ernani Mügge (FEEVALE)

Sessão 6 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco D: Sala 215

Tema: FORMAÇÃO DAS “IDENTIFICAÇÕES” DE GÊNERO


Coordenador: João Claudio Arendt (UCS)
ÁFRICA E AFRICANIDADES NA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL
CONTEMPORÂNEA DE LÍNGUA ESPANHOLA: TECENDO CAMINHOS
Renan Fagundes de Souza (UEPG)
Ione da Silva Jovino (UEPG)
AS RELAÇÕES DE REGIONALIDADE EM A FERRO E FOGO, DE JOSUÉ GUIMARÃES
João Claudio Arendt (UCS)
ALTERIDADE E LITERATURA: CONTOS DE RUBEM FONSECA
André Natã Mello Botton (FEEVALE)
PROCESSOS DE MITIFICAÇÃO EM DEUSES AMERICANOS, DE NEIL GAIMANGuilherme Menezes
Vilanova (UFRGS)

26
EIXO TEMÁTICO 4: ESTUDOS DE LITERATURA E ENSINO

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco D: Sala 216

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA E ENSINO I


Coordenação: Jussara Bittencourt de Sá
SIGNIFICAÇÃO E RESSIGNIFICAÇÃO NO PROCESSO DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Ana Luisa Feijó Cosme (FURG)
A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO NO BRASIL E EM PORTUGAL: ENTRE FATOS E VERSÕES
Chirley Domingues (UFSC/UNISUL)
A LEITURA NAS LICENCIATURAS DE LETRAS E PEDAGOGIA
Deisi Luzia Zanatta (UPF)
LETRAMENTOS, LEITURAS E LITERATURAS NA ESCOLA E NA CLANDESTINIDADE:
UMA APROXIMAÇÃO POSSÍVEL ATRAVÉS DA LEITURA EXTENSIVA
Roberta Macedo Ciocari (UPF)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco D: Sala 216

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA E ENSINO II


Coordenação: Heloisa Juncklaus Preis Moraes (UNISUL)
LITERATURA E SOCIEDADE: ENTRE O CONCEITO DE DISTINÇÃO E AS REGRAS DO JOGO.
Eloisa da Rosa Oliveira (UNESC/UFSC)
A REPRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA EM CONTOS DE MARINA COLASANTI
Juracy Assmann Saraiva (PUCRS)
Ernani Mügge (FEEVALE)
Tatiane Kaspari (FEEVALE)
ARTE E LINGUAGEM: LEITURA DAS NARRATIVAS
NAS OBRAS DE CHACHÁ (RICHARD CALIL BULOS)
Monalisa Pivetta da Silva (UNOESC)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
LITERATURA CATARINENSE E O ENSINO: AS REPRESENTAÇÕES EM “NOTURNO, 1984”
OU PAIXÕES E GUERRA EM DESTERRO, E A PRIMEIRA AVENTURA
DE SHERLOCK HOLMES NO BRASIL DE RAIMUNDO CARUSO
Karina Silva Rosa (UNISUL)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)

27
EIXO TEMÁTICO 4: ESTUDOS DE LITERATURA E ENSINO

Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco D: Sala 216

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA E ENSINO III


Coordenação: Jussara Bittencourt de Sá
AS VIAGENS DE GULLIVER: ENTRE A LEITURA E A RELEITURA
Ádria Graziele Pinto (UNISC)
PELOS ENTREMARES DA LITERATURA E ENSINO: VINTE E ZINCO, DE MIA COUTO
Rosemary de Fátima de Assis Domingos (UNISUL)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
O TEXTO LITERÁRIO NO ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS:
ATIVIDADES COM LETRAS DE CANÇÕES EM LIVROS DIDÁTICOS
Maryualê Malvessi Mittmann (UNISUL)
Luiz Henrique Milani Queriquelli (UNISUL)
ENSINO DA LITERATURA EM UNIVERSIDADES GAÚCHAS: ALGUMAS CONSTATAÇÕES
Bianca Cardoso Batista (UNISC)

Sessão 4 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco D: Sala 216

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA E ENSINO IV


Coordenação: Rosemari Lorenz Martins (FEEVALE)
NARRATIVAS NO VIDEOGAME MASS EFFECT 3: ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DAS
FEMINILIDADES E DAS MASCULINIDADES SOB A ÓTICA DE TEORIAS FEMINISTAS
Cremilson Oliveira Ramos (UNISUL)
O ENSINO DA LEITURA LITERÁRIA COM BASE NOS PRESSUPOSTOS DA SEMIÓTICA DISCURSIVA
E DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL E DA ATIVIDADE
Marion Rodrigues Dariz (UCPEL)
COMPREENSÃO DA LEITURA:
COMPETÊNCIAS DE ALUNOS DA ESCOLA PRIVADA E DA ESCOLA PÚBLICA
Rosemari Lorenz Martins (FEEVALE)
A NARRATIVA COMO ELEMENTO CONFIGURADOR
NA CONSTITUIÇÃO DO PSIQUISMO INFANTIL
Juliana Canton Henriques (UNISC)

28
EIXO TEMÁTICO 4: ESTUDOS DE LITERATURA E ENSINO

Sessão 5 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco D: Sala 216

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA E ENSINO V


Coordenação: Rejane Pivetta de Oliveira (UNIRITTER)
ENTREMEIOS DA LITERATURA E ENSINO: NAÇÃO CRIOULA: A CORRESPONDÊNCIA SECRETA
DE FRADIQUE MENDES, DE JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
Mayara Gonçalves de Paulo (UNISUL)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
LITERATURA E ENSINO DE LÍNGUAS: A TRADUÇÃO COMO
INSTRUMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Meta Elisabeth Zipser (UFSC)
Juliana de Abreu (UFSC)
MACHADO DE ASSIS NA REDE: REPRODUÇÃO OU RENOVAÇÃO DE PARÂMETROS CRÍTICOS?
Sandra Mariza de Almeida (UNIRITTER)
Rejane Pivetta de Oliveira (UNIRITTER)
ABRAÇANDO A ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO: APROXIMAÇÕES ENTRE A LITERATURA DE
EDUARDO GALEANO E A AULA DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL
Gabrielle Lafin (UFRGS)

29
EIXO TEMÁTICO 5: ESTUDOS DE LITERATURA, ARTES E MÍDIA

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco D: Sala 219

Tema: LITERATURA E MÍDIAS


Coordenação: Maria Isabel Orofino (UNISUL)

O CINEMA E A LITERATURA DE FICÇAO CYBERPUNK PROBLEMATIZANDO IDENTIDADES


CULTURAIS. UMA ANÁLISE DOS FILMES DIVERGENTE E INSURGENTE
Alessandra da Rosa Trindade Camilo (UCS/UNIRITTER)

LITERATURA E MÍDIA EDUCAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE


CONSUMO CULTURAL E PRÁTICAS DE LEITURA ENTRE OS JOVENS
Daiana Orben Martins (UNISUL)
Maria Isabel Orofino (UNISUL)

MÍDIA, ARTES E LITERATURA: CAMPOS POSSÍVEIS, RESULTADOS DESEJÁVEIS


Scheyla Joanne Horst (UNICENTRO)

ANÁLISE SEMIOLÓGICA DA LINGUAGEM AUDIOVISUAL NA SÉRIE DE TV FAMÍLIA IMPERIAL


Elton Luiz Gonçalves (UNISUL)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco D: Sala 219

Tema: LITERATURA E ARTES NA REDE


Coordenação: Fabian Antunes Silva (UNISUL)

A ETICA DA ESTETICA NO IMAGINÁRIO CONTEMPORÂNEO:


O PARTO FILMADO NAS REDES SOCIAIS
Edla Maria Silveira Luz (UNISUL)

OS MUITOS THE WALKING DEAD: CONSIDERAÇÕES


ACERCA DE UM FENÔMENO TRANSMÍDIA
Gilberto Fonseca (UNIRITTER)

BREVE DISCUSSÃO ACERCA DA SOCIABILIDADE DO JOGO MODERNO DE MESA


Fabian Antunes Silva (UNISUL)

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EIXO TEMÁTICO 5: ESTUDOS DE LITERATURA, ARTES E MÍDIA

Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco D: Sala 219

Tema: VER/OUVIR
Coordenação: Graciela Rene Ormezzanno (UPF)

DO VISUAL PARA O VERBAL: ECFRASE X AUDIODESCRIÇÃO NO QUADRO MONA LISA


Ana Claudia Munari Domingos (UNISC)

CINEMA SURDO: UMA POÉTICA PÓS-FONOCÊNTRICA


Fabiana Bubniak (UNISUL)

OS HIBRIDISMOS DOS PROCESSOS CRIADOS


Nadja da S. Voss (PUCRS)

PREGAÇÃO AOS PÁSSAROS DE GIOTTO: UMA TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA


DO SERMÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Roberta Bassani Federizzi (UPF)
Graciela Rene Ormezzanno (UPF)

Sessão 4 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco D: Sala 219

Tema: IMAGEM E POLÍTICA


Coordenação: Júlio César Alves da Luz (UNISUL)

A POLÍTICA DA MISE-EN-SCÈNE DE O SOM AO REDOR


Júlio César Alves da Luz (UNISUL)

ANDREI TARKOVSKI E A DETERIORAÇÃO DA CULTURA:


UMA ANÁLISE DA OBRA STALKER E DA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE
José Ricardo da Rocha Cacciari (UNISUL)

AS (IM)POSSIBILIDADES DO DESLOCAMENTO
Juliene da Silva Marques (UNISUL)

CALENDÁRIO MINHA SÃO PAULO 2016:


CULTURA E IDENTIDADE NAS FOTOGRAFIAS PRODUZIDAS PELOS SEM-TETO
Roberto Svolenski (UNISUL)

31
EIXO TEMÁTICO 5: ESTUDOS DE LITERATURA, ARTES E MÍDIA

Sessão 5 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco D: Sala 219

Tema: NARRATIVAS AUDIOVISUAIS


Corodenação: Luís Roberto de Souza Júnior (PUCRS)

O INÍCIO DO HORROR: O NASCIMENTO DO GÊNERO DE TERROR


NO CINEMA E SUA RELAÇÃO COM A GUERRA
Daniel Lucas de Medeiros (UNISUL)

TIM BURTON: CINEMA, LITERATURA E AUTORIA


Xênia Amaral Matos (UFSM)

LAVOURA ARCAICA, UM FILME LITERÁRIO


Luís Roberto de Souza Júnior (PUCRS)

32
EIXO TEMÁTICO 6: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E
HISTÓRIA

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco D: Sala 220

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E HISTÓRIA II


Coordenação: Daniel Conte (FEEVALE)
A ANGOLA DO NARRADOR DE LOBO ANTUNES: (RE)SIGNIFICAÇÃO DO IMAGINÁRIO
Josiane Ribeiro (FEEVALE)
Daniel Conte (FEEVALE)
LITERATURA E HISTÓRIA: MEMÓRIA DE VIOLÊNCIA EM DESONRA DE COETZEE
Julia Tomazi (UNISC)
MEMÓRIA, TRADIÇÃO E IDENTIDADE: A RESSIGNIFICAÇÃO
DO SUJEITO HISTÓRICO NAS OBRAS DE PEPETELA E PAULINA CHIZIANE
Jéssica Schmitz (FEEVALE)
Daniel Conte (FEEVALE)
DIÁSPORA E VIOLÊNCIA EM OS EMIGRANTES DE W. G. SEBALD
Carla Lavorati (UFSM)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco D: Sala 220

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E HISTÓRIA I


Coordenação: Bruna Farias Machado (UFRGS)
CLARICE LISPECTOR: A LEGITIMIDADE DO ESTADO E O “DEVER DE PUNIR”
Adriana Yokoyama (UFSM)
DA MUTILAÇÃO À REDENÇÃO:
CORPO, VIDA E LINGUAGEM EM UMA DUAS, DE ELIANE BRUM
Bruna Farias Machado (UFRGS)
IDENTIDADE EM MOSAICO: MIGRAÇÃO EM
O INVENTÁRIO DE COISAS AUSENTES, DE CAROLA SAAVEDRA
Suelen Oliveira Dorneles (UFRGS)

33
EIXO TEMÁTICO 6: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E
HISTÓRIA

Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco D: Sala 220

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E HISTÓRIA III


Andrea Correa Paraiso Müller (UEPG)
A PRODUÇÃO NARRATIVA DE SALIM MIGUEL E AS DIFERENTES
PROJEÇÕES DO AUTOR EM SEU TEXTO
Ana Cláudia de Oliveira da Silva (UFSM)
“FELIZ AGOSTO NEGRO”: UMA TRILOGIA METAFICCIONAL FONSEQUIANA
Raul Henrique Amaro da Silveira (FURG)
MULHERES BRASILEIRAS NAS LETRAS
Francieli Winck (UNISC)

34
EIXO TEMÁTICO 6: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E
HISTÓRIA

Sessão 4 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco D: Sala 220

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E HISTÓRIA IV


Coordenação: Mariese Ribas (UTFPR)
HERDEIROS DE UM PASSADO EM RUÍNAS: A TRANSMISSÃO TRANSGERACIONAL
EM O SOM E A FÚRIA E ÓPERA DOS MORTOS
Ivens Matozo Silva (UFPel)
ESMURRANDO HEMINGWAY: UMA ANÁLISE DE THAT SUMMER
IN PARIS, DE MORLEY CALLAGHAN
Luis Roberto de Souza Júnior (PUCRS)
DIÁLOGOS CLAROS E INDISTINTOS: AS “MEMÓRIAS DE TROIA”
DE WILLIAM BUTLER YEATS EM CANÇÕES POPULARES IRLANDESAS
Mariese Ribas (UTFPR)
O ESPIRAL DA MEMÓRIA
Vanessa Zucchi (PUCRS)

Sessão 5 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco D: Sala 220

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E HISTÓRIA V


Coordenação: Cláudio José de Almeida Mello (UNICENTRO)
CRQ – SERRA DO APON: REFLEXÕES ACERCA DE IDENTIDADE CULTURAL E MEMÓRIA
Suzimara Ferreira de Souza e Ione da Silva (UEPG)
A POÉTICA DE XOSÉ LOIS GARCÍA: CONFLUÊNCIAS ENTRE MEMÓRIA E HISTÓRIA.
Sirlei da Silva Fontoura (UNICENTRO)
Cláudio José de Almeida Mello (UNICENTRO)
AS MUITAS FACETAS DE UM DIÁRIO:
DA EXPERIÊNCIA DE UM INDIVÍDUO ÀS REFLEXÕES DE UMA ÉPOCA
Vanessa Aparecida Kramer (UNICENTRO)
A VIAGEM DE AUTO-EXÍLIO EM A MAÇÃ ENVENENADA, DE MICHEL LAUB
Julia Nunes Azzi (UFRGS)

35
EIXO TEMÁTICO 6: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E
HISTÓRIA

Sessão 6 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Bloco D: Sala 220

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E HISTÓRIA VI


Coordenação: Heloisa Jucklaus Preis Moraes (UNISUL)
O MITO XOKLENG E O IMAGINÁRIO DO MEDO COMO MEMÓRIA E LINGUAGEM DOS
COLONIZADORES DO ALTO VALE DO ITAJAÍ - SC
Leidiane Jorge (UNISUL)
IMAGINÁRIO E CULTURA: PESQUISAS DO COTIDIANO
Heloisa Juncklaus Preis Moraes (UNISUL)
TUBARÃO, 1974: IMAGINÁRIO DE UM RIO PRESENTE, SERENO E VORAZ
Willian Corrêa Máximo (UNISUL)
Heloisa Jucklaus Preis Moraes (UNISUL)
AS ANDORINHAS DA TORRE: UM VOO POR MEIO DO IMAGINÁRIO, DO AR E DOS SONHOS
Heloisa Juncklaus Preis Moraes (UNISUL)
Luiza Liene Bressan (UNISUL/UNIBAVE)

Sessão 7 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco D: Sala 220

Tema: ESTUDOS DE LITERATURA, MEMÓRIA E HISTÓRIA VII


Coordenação: Antonio Carlos Gonçalves dos Santos (UNISUL)
A CHRISTMAS CAROL: A LEITURA DA CAPA SOB A LUZ DA HISTÓRIA DOS LIVROS
Samanta Kélly Menoncin Pierozan (UCS/UNIRITTER)
O CORTIÇO: REFLEXOS HISTÓRICOS E LITERÁRIOS NA SEGUNDA METADE
DO SÉCULO XIX NA OBRA DE ALUÍSIO AZEVEDO
Nára Boninsegna da Nobrega (UCS)
O FANTÁSTICO COMO AMEAÇA EM INCIDENTE EM ANTARES, DE ERICO VERISSIMO
Felipe Teixeira Zobaran (UCS)

36
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Auditório do Bloco C

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E ENSINO I


Coordenação: Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia (UFPR) e
Katia Cristina Schuhmann Zilio (UNISUL)
UMA REFLEXÃO ACERCA DAS FORMAÇÕES DISCURSIVAS QUE PERMEIAM O SUJEITO
QUE SE MOVE ENTRE AS MODALIDADES PRESENCIAL E VIRTUAL DE ENSINO NA UNISUL
Patrícia da Silva Meneghel (UNISUL)
O GÊNERO DISCURSIVO FÓRUM: A AUTORIA NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Conceição Aparecida Kindermann (UNISUL)
LETRAMENTO ESCOLAR E ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA EM CONTEXTO MULTILÍNGUE:
EDUCAÇÃO INDÍGENA DO PARANÁ
Raquel Fegadolli Gonçalves (UEM)
Ismara Tasso (UEM)
A ELABORAÇÃO DA PERGUNTA EM CONTEXTO DE
AVALIAÇÃO COMO INSTÂNCIA DO ESQUÍVOCO
Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia (UFPR)
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: SENTIDOS DO DIGITAL
Katia Cristina Schuhmann Zilio (UNISUL)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco B: Sala 213

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E CORPO I


Coordenação: Nádia Régia Maffi Neckel (UNISUL)
O CORPO-IMAGEM ENQUANTO MATERIALIDADE SIGNIFICANTE
Nádia Régia Maffi Neckel (UNISUL)
MATERIALIDADE, LEITURA E MEMÓRIA
Laise Aparecida Diogo Vieira (UNICAMP)
TAMBOR DE CRIOULA DO MARANHÃO: NO MOVIMENTO DOS CORPOS
Conceição de Maria dos Santos Pacheco (UNISUL)
MODOS DE SUBJETIVAÇÃO DO CORPO NO DIZER ARTÍSTICO
Carla Süssenbach (UNISUL)
Nádia Régia Maffi Neckel (UNISUL)

37
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Auditório do Bloco C

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E MÍDIAS I


Coordenação: Maria Cleci Venturini (UNICENTRO) e Giovanna Benedetto Flores (UNISUL)
DISCURSO, IMAGEM E MÍDIA
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
A LEI DA IMPRENSA E O FUNCIONAMENTO DO DISCURSO JORNALÍSTICO BRASILEIRO
Giovanna Benedetto Flores (UNISUL)
IMIGRANTES SÍRIOS: A DISCURSIVIDADE DAS FOTOGRAFIAS DIVULGADAS NA IMPRENSA
Cilene Macedo (UNISUL)
A REVISTA COMO LUGAR DE PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO DE SENTIDOS NO ESPAÇO URBANO:
A DISCURSIVIZAÇÃO SOBRE O ESTADO ISLÂMICO
Paula Maryá Fernandes (UNICENTO)
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)

Sessão 4 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco B: Sala 213

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E ENSINO II


Coordenação: Silvânia Siebert (UNISUL) e Clésia da Silva Mendes Zapelini (UNISUL)
OS SABERES SOBRE A LÍNGUA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA:
UM OLHAR DISCURSIVO
Fabiane Aparecida Pereira (UFFS)
FUNCIONAMENTO DISCURSIVO DO IMAGINÁRIO DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
EM GRADUAÇÃO DE DIREITO
Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset (UFFS)
A FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS: DA LEITURA À ESCRITURA
Luciane Botelho Martins (UCPEL)
A ELABORAÇÃO DE PRODUÇÕES ESCRITAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DIZERES E SENTIDOS
QUE MARCAM A ENTRADA DA CRIANÇA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Clésia da Silva Mendes Zapelini (UNISUL)
SUJEITO-LEITOR E INTERPRETAÇÃO: A RESPONSABILIDADE PERANTE
A INCOMPLETUDE DE SENTIDOS NOS CONTOS DE LYGIA FAGUNDES TELLES
Tatiani Longo Mazon (UNISUL)

38
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 5 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Auditório do Bloco C

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E ESPAÇO URBANO


Coordenação: Célia Bassuma Fernandes (UNICENTRO)
ANÁLISE DE DISCURSO E TURISMO: DESLOCAMENTOS POSSÍVEIS
Maicon Gularte Moreira (UCS)
Mateus Vitor Tadioto (UCS)
GOURMETIZAÇÃO E MEMÓRIA: A TIPOGRAFIA COMO MATERIALIDADE DO DISCURSO
PERSUASIVO-NOSTÁLGICO
Richarles Souza de Carvalho (UNISUL)
A INSTITUIÇÃO POLÍTICA “FAMÍLIA” NO ESPAÇO URBANO
Célia Bassuma Fernandes (UNICENTRO)

Sessão 6 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco B: Sala 213

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E POLÍTICA I


Coordenação: Andreia da Silva Daltoé (UNISUL) e Janaina Cardoso Brum (UCPEL/UFPEL)
A COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE E SUAS RESSONÂNCIAS NOS DOCUMENTÁRIOS
VERDADE 12.528 E EM BUSCA DA VERDADE
Andreia da Silva Daltoé (UNISUL)
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2014 E O DISCURSO SOBRE A VERDADE
Raquel de Freitas Arcine (UEM)
UM OLHAR SOBRE A POSSE DO SEGUNDO MANDATO DE DILMA ROUSSEFF
Silvia Caroline Gonçalves (UEM)
PRODUÇÃO DE SENTIDOS EM TORNO DE UMA IMAGEM AUSENTE:
A PROPÓSITO DA CONDUÇÃO COERCITIVA DE LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA
NO ÂMBITO DA OPERAÇÃO LAVA-JATO
Janaina Cardoso Brum (UCPEL/UFPEL)
IMÁGENES DEL SILENCIO: MEMÓRIA, POLÍTICA E LUTA POR “VERDAD Y JUSTICIA”
Luiza Boézzio Greff (UFSM)
Bruna Cielo Cabrera (UFSM)

39
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 7 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 16:30-18:00 – Auditório do Bloco C

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E LINGUA I


Coordenação: Verli Petri (UFSM) e Marilene Teresinha Stroka (UNC)
A INTERDIÇÃO DA LÍNGUA ALEMÃ: O SUSTENTÁCULO DA NACIONALIZAÇÃO
Marilene Teresinha Stroka (UNC)
PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO COM A LÍNGUA E A CULTURA ALEMÃ POR MIGRANTES
E/OU SEUS DESCENDENTES RESIDENTES NO SUL DO BRASIL
Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia (UFPR)
Silvia Milena Bernsdorf (UFPR)
A LÍNGUA PORTUGUESA EM MOÇAMBIQUE: PRÁTICAS DISCURSIVAS,
PEDAGÓGICAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
David António (UEM)
O FUNCIONAMENTO DE LÍNGUA, HISTÓRIA E MEMÓRIA
NA HISTÓRIA DAS IDEIAS LINGUÍSTICAS NO SUL
Verli Petri (UFSM)
Mary Neiva Surdi da Luz (UFFS)
Caroline Mallmann Schneider (UFFS)

Sessão 8 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 16:30-18:00 – Bloco B: Sala 213

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E REDE I


Coordenação: Solange Leda Maria Gallo (UNISUL)
ARQUIVO DE LEITURAS EM ANÁLISE DE DISCURSO
Bianca Queda Costa (UNISUL)
REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS:
UMA ANÁLISE DISCURSIVA A PARTIR DA NOÇÃO DE ARQUIVO
Márcio José da Silva (UNISUL)
#LUGARDONEGRO: A (RE)PRODUÇÃO DOS SENTIDOS DA ESCRAVIDÃO NA REDE
Guilherme Araujo-Silva (UNISUL)

40
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 9 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Auditório do Bloco C

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E CORPO II


Coordenação: Nádia Régia Maffi Neckel (UNISUL)
O CORPO FEMININO PLUS SIZE: UMA VISÃO ATRAVÉS DA ANÁLISE DO DISCURSO
Bárbara Pavei Souza (UNISUL)
CORPO E(M) CONSTRUÇÃO: DISCURSO E TRABALHO EM UM PROCESSO JUDICIAL
Stefany Rettore Garbin (UFRGS)
O DISCURSO DA FALTA E DO EXCESSO: A AUTOMUTILAÇÃO
Ana Paula Vieira de Andrade Assumpção (UCPEL)
DIZERES ACERCA DO ABORTO DIRIGIDOS AO SUJEITO-MASCULINO:
UMA ANÁLISE DISCURSIVA
Sandy Karine Lima dos Santos Semczeszm (UNICENTRO)

Sessão 10 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco B: Sala 213

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E POLÍTICA II


Coordenação: Camila Borges dos Anjos (UNISUL) e Raquel Alquatti (UFRGS)
SOBRE O NOME MADRE TIERRA NA LEI
E O FUNCIONAMENTO DISCURSIVO NA PRODUÇÃO DE SENTIDO
Cristina Zanella Rodrigues (IFSUL/UCPEL)
OS SUJEITOSDA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA REGIÃO DE TUBARÃO:
A ORDEM DO DISCURSO ENTRE O MOVIMENTO DE RESISTENCIA E TRANSFORMAÇAO
Joao Antolino Monteiro (UNISUL)
DEMOCRACIA E DISPERSÃO: UM GESTO DE ANÁLISE SOBRE
AS RETOMADAS DO TERMO DEMOCRACIA NO I FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
Raquel Alquatti (UFRGS)
UM CLUBE NEGRO...UMA VOZ NEGRA – ANÁLISE DISCURSIVA E IDENTITÁRIA
Merylin Ricieli dos Santos (UEPG)
A FUGA DE LUGAR E A FUGA DE SENTIDOS NA RELAÇÃO IMIGRANTE/REFUGIADO
Camila Borges dos Anjos (UNISUL)
Suelen Francez Machado Luciano (UNISUL)

41
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 11 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Auditório do Bloco C

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E POLÍTICA III


Coordenação: Luciana Iost Vinhas (FURG/UCPEL) e José Isaias Venera (UNISUL)
O EFEITO DE VERDADE NA COMPOSIÇAO DE BOATOS
Israel Vieira Pereira (UNISUL)
“BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO”: REPRODUÇÃO E EFEITO METAFÓRICO
Luciana Iost Vinhas (FURG/UCPEL)
O GRANDE OUTRO DA IMPRENSA E O OBJETO A NOS PROTESTOS DE JUNHO DE 2013
José Isaias Venera (UNISUL)
LEITURA DO DISCURSO POLÍTICO DE JOSUÉ GUIMARÃES
Vanessa Borges Fortes Serapio Ferreira (UPF)
O TRABALHO DA MEMÓRIA DISCURSIVA
NOS MOVIMENTOS GREVISTAS DOS PROFESSORES NO ESTADO DO PARANÁ
Débora Smaha Corrêa (UNICENTRO)

Sessão 12 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco B: Sala 213

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E LÍNGUA II


Coordenação: Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
MEMÓRIAS DE LÍNGUA: DEPARAR-SE COM UMA LÍNGUA
QUE NÃO É A DO USO, DA FLUÊNCIA E DA NATURALIDADE
Debbie Mello Noble (UFRGS)
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA: LUGAR DE MEMÓRIA, DE HISTÓRIA E DE CULTURA.
Maria Cláudia Teixeira (UNICAMP)
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
POLÍTICAS LINGUISTICAS: OS MECANISMOS DE ANTECIPACAO NOS ACORDOS ORTOGRÁFICOS
Valéria Schwuchow (UFSM)

42
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 13 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Auditório do Bloco C

Tema: ANÁLISE DO DISCRUSO E PSICANÁLISE


Coordenação: Maurício Eugênio Maliska (UNISUL)
REFLEXO(E)S DO/SOBRE O SUJEITO
Alexandre Wagner da Rocha (UNISUL)
A TRANSFIGURAÇÃO DISCURSIVA A PARTIR DE CONTRIBUIÇÕES
DA PSICANÁLISE, DA HISTÓRIA E DA LINGUÍSTICA
Silvania Siebert (UNISUL)
A VOZ ENTRE A ANÁLISE DO DISCURSO E A PSICANÁLISE
Maurício Eugênio Maliska (UNISUL)

Sessão 14 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Bloco B: Sala 213

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E MÍDIA II


Coordenação: Priscilla Rodrigues Simões (UNISUL) e Diego Vieira Braga (UCPEL)
MEMÓRIA, HISTORICIDADE E CULTURA: PRODUÇÃO DE SENTIDOS
NOS SUJEITOS NA/DA GASTRONOMIA.
Ana Carolina de Godoy (UNICENTRO)
OS SENTIDOS ACERCA DO NASCIMENTO E DAS FORMAS DE NASCER
EM (RE)VISTAS PELO VIÉS DISCURSIVO
Anacir Alves Przygocki Vanz (UNICENTRO)
BATMAN, O CAVALEIRO DAS TREVAS – OS QUADRINHOS, O DESENHO ANIMADO E O FILME:
TRADUÇÃO E TRANSFIGURAÇÃO
Ricardo Ribeiro Elias (UNISUL)
FORMULAÇÃO DOS SENTIDOS DE TECNOLOGIA EM NAQOYQATSI
Priscilla Rodrigues Simões (UNISUL)
Solange Leda Gallo (UNISUL)
“CERZINDO” IMAGENS: DISCURSO, INTERPRETAÇÃO E MEMÓRIA
Diego Vieira Braga (UCPEL)

43
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 15 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Bloco B: Sala 214

Tema: QUESTÕES EMERGENTES EM ANÁLISE DO DISCURSO I


Coordenação: Carlos Böes de Oliveira (FEEVALE) e Camila Borges dos Anjos (UNISUL)
ANÁLISE DO DISCURSO: AS NOMEAÇÕES PEDAGÓGICAS (A)ENUNCIADAS
EM “LA EDUCACIÓN PROHIBIDA
Alexandra Tagata Zatti (UNISUL)
SILENCIANDO O OUTRO: O CASO DA EDIÇÃO DE GORDON LISH
NA LITERATURA DE RAYMOND CARVER
Carlos Böes de Oliveira (FEEVALE)
É POSSÍVEL ASSUMIR UM LUGAR DE AUTORIA NUMA LÍNGUA ESTRANGEIRA?
Camila Borges dos Anjos (UNISUL)
LÍNGUA-ESTRUTURA, LÍNGUA-ACONTECIMENTO E MEMÓRIA DISCURSIVA:
UM OLHAR SOBRE O TÓPICO “GRAMÁTICA/DISCURSO”
DA PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA
Fabiane Aparecida Pereira (UFFS)

Sessão 16 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Auditório do Bloco C

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E REDE II


Coordenação: Vitor Pequeno (UNICAMP) e Pedro Augusto Bocchese (UNISUL; FSG)
DISCURSO PUBLICITÁRIO E O LÚDICO: SOBRE A OBSCURIDADE DA LINGUAGEM
NA PROPAGANDA DAS EMPRESAS DE JOGOS ELETRÔNICOS EM REDE
Igor Ramady Lira de Sousa (UNISUL)
TECNOLOGIA E O “NOVO”NA CONSTITUIÇAO DO SUJEITO-USUÁRIO
Vitor Pequeno (UNICAMP)
PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO: A RELAÇÃO DA FORMAÇÃO DISCURSIVA
A PARTIR DO CONCEITO DE FILTRO INVISÍVEL NOS BUSCADORES E REDES SOCIAIS
Pedro Augusto Bocchese (UNISUL; FSG)
AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) E
AS PRÁTICAS SIGNIFICATIVAS DE ESCRITA NOS ANOS INICIAIS:
UM PERCURSO PARA A AUTORIA SOB O VIÉS DA ANÁLISE DO DISCURSO
Rosane Lemos Barreto Custodio (UNISUL)

44
EIXO TEMÁTICO 7: ESTUDOS DE ANÁLISE DO DISCURSO

Sessão 17 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco B: Sala 213

Tema: ANÁLISE DO DISCURSO E ENSINO III


Coordenação: Mary Neiva Surdi da Luz (UFFS) e Diane Silva Zardo (UNISUL)
A ANÁLISE DO DISCURSO E A ESCOLA: UMA DISCUSSÃO SOBRE
AS POSIÇÕES-SUJEITO DE ALUNOS E PROFESSORES
Gabriela C Correa Moll (UNISUL)
AUTORIA NO ENSINO DE LÍNGUA: ENTRE A LÍNGUA MATERNA E A LÍNGUA ESTRANGEIRA
Camila Borges dos Anjos (UNISUL)
Giseli Fuchter Fuchs (UNISUL)
O POTENCIAL DA LEI DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS:
ENTRE O DISCURSO POLÍTICO E O DISCURSO PEDAGÓGICO
Maria Sirlene Pereira Schlickmann (UNISUL)
SIGNIFICADO/SENTIDO E MEMÓRIA AO TRATAR DA DISCURSIVIDADE DO ARTIGO Nº58,
DA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, Nº 9394/96.
Diane Silva Zardo (UNISUL)

Sessão 18 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco B: Sala 214

Tema: QUESTÕES EMERGENTES EM ANÁLISE DO DISCURSO II


Coordenação: Luiza Boézzio Greff (UFSM)
GRUPO DE PESQUISA EM ANÁLISE DE DISCURSO
Viviane Favaro Notari (UEM)
A REPRESENTAÇÃO INDÍGENA E A IDENTIDADE NACIONAL:
ANÁLISE DISCURSIVA DE MATERIALIDADES GRÁFICAS SOBRE A TRIBO KAINGANG
Bruna Cielo Cabrera (UFSM)
Luiza Boézzio Greff (UFSM)
OLHAR DISCURSIVO AO CRIANÇA ESPERANÇA: AS IMAGENS DA SOLIDARIEDADE
Érica Fernanda Zavadovski Kalinovski (UEM)
O CURSO DE LETRAS NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ:
“UM ESTRANHO NO NINHO”?
Heloisa Cristina Rampi Marchioro (UFFS)
Mary Neiva Surdi da Luz (UFFS)

45
EIXO TEMÁTICO 8: ESTUDOS DE LINGUÍSTICA APLICADA

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco B: Sala 215

Tema: LÍNGUA MATERNA: TEORIA


Coordenação: Vera Lúcia Lopes Cristovão (UEL)
ESTUDOS SOBRE DIFERENTES SITUAÇÕES DE TRABALHO
Siderlene Muniz-Oliveira (UTFPR)
Anselmo Pereira de Lima (UTFPR)
O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE PESQUISA EM REDES DE PARCERIA:
UMA PRÁTICA INVESTIGATIVA POTENCIALIZADORA
Vera Lúcia Lopes Cristovão (UEL)
Priscila A. da F. Lanferdini (UEL/SEED)
AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA:
REFLEXÕES SOBRE UM TRABALHO DOCENTE REALIZADO EM GRUPO
Simone de Fátima Colman Martins (UEPG)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco B: Sala 215

Tema: CULTURA E LÍNGUA ESTRANGEIRA


Coordenação: Valéria Silveira Brisolara (UNIRITTER)
INTERCULTURALIDADE NOS AMBIENTES TELECORABORATIVOS
Rodrigo Schaefer (UFSC)
IDENTIDADES ENTRE LÍNGUAS E CULTURAS: VOZES E OLHARES EM WALACHAI
Angela Kroetz dos Santos (UNIRITTER)
Valéria Silveira Brisolara (UNIRITTER)
TEORIA E PRÁTICA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
DE LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA CRIANÇAS
Marina Giosa Azevedo (UFSC)
A TRADUÇÃO COMO RETEXTUALIZAÇÃO: UM OUTRO OLHAR PARA
A PRÁTICA TRADUTÓRIA DENTRO DO ENSINO DE LÍNGUAS
Ana Paula de Carvalho Demétrio (UFSC)

46
EIXO TEMÁTICO 8: ESTUDOS DE LINGUÍSTICA APLICADA

Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco B: Sala 214

Tema: LÍNGUA ESTRANGEIRA: APRENDIZAGEM


Coordenação: Celso Henrique Soufen Tumolo (UFSC)
A COCONSTRUÇÃO DA INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE INGLÊS
COMO LÍNGUA ADICIONAL ATRAVÉS DA INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Adriano Silva Santos (UFSC)
ETNOGRAFIA VIRTUAL: UMA POSSIBILIDADE METODOLÓGICA
EM GRUPOS DE APRENDIZAGEM DE INGLÊS POR WHATSAPP
Bianca Legramante Martins (UFPEL)
ABORDAGENS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
ENVOLVENDO O USO DE TECNOLOGIA DIGITAL
Celso Henrique Soufen Tumolo (UFSC)
Rodrigo Schaefer (UFSC)
Juliane Regina Trevisol (UFSC/UNEB)
PROPAGANDA: DESENVOLVIMENTO DE CULTURA E CRITICIDADE
NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
Vera Lúcia Freitas Franco (UTFPR)

Sessão 4 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco B: Sala 215

Tema: LÍNGUA MATERNA E LIBRAS


Coordenação: Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
ESCRITA NA TELA: INTERCÂMBIO BRASIL-PORTUGAL-MOÇAMBIQUE
Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
Keli Andrisi Silva Luz (UNISINOS)
Rosangela Silveira (UFRGS)
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ESCRITA EM UMA ESCOLA BILÍNGUE PARA SURDOS
Daiana Steyer (UNISINOS)
COMPREENSÃO E EXPRESSÃO EM LIBRAS DE ALUNOS SURDOS
EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Priscila Anicet Hertz (UNISINOS)

47
EIXO TEMÁTICO 8: ESTUDOS DE LINGUÍSTICA APLICADA

Sessão 5 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco B: Sala 214

Tema: LÍNGUA ESTRANGEIRA E ENSINO


Coordenação: Raquel Salcedo Gomes (UNISINOS)
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA COMO LE
NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Bruna Rodrigues Goularte de Bastos (FURG)
Clarice de Pinho Valente Duarte (FURG)
UMA PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL PARA A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA EM LE
Raquel Salcedo Gomes (UNISINOS)
MOBILIDADE NA TECNOCULTURA: Q LINGUAJAR É ESSE?
Raquel Salcedo Gomes (UNISINOS)
Marcelo Salcedo Gomes (UNISINOS)

Sessão 6 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 16:30-18:00 – Bloco B: Sala 215

Tema: LÍNGUA MATERNA: DOCÊNCIA


Coordenação: Siderlene Muniz-Oliveira (UFTPR)
UM OLHAR PARA O PNPD 2015 DE LÍNGUA PORTUGUESA:
UMA QUESTÃO DE POLÍTICAS E IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS
Alexandra Nunes Santana (UEPG)
A OFERTA DE ENSINO BILÍNGUE NOS ANOS INICIAIS DE ESCOLARIZAÇÃO:
UM ESTUDO SOBRE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS
Katia B. G. Mulon (UFPR)
UMA VISÃO SOBRE OS ELEMENTOS DA ATIVIDADE DOCENTE
Sirlei Rodrigues (UFTPR)
Vera Lúcia Freitas Franco (UFTPR)
Siderlene Muniz-Oliveira (UFTPR)
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA SOB A PERSPECTIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS
Claudia Pagnoncelli (UTFPR)
Siderlene Muniz-Oliveira (UTFPR)

48
EIXO TEMÁTICO 8: ESTUDOS DE LINGUÍSTICA APLICADA

Sessão 7 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 16:30-18:00 – Bloco B: Sala 214

Tema: LÍNGUA ESTRANGEIRA: ENSINO


Coordenação: Raquel Salcedo Gomes (UNISINOS)
ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DE TEXTOS VERBO-VISUAIS
PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA
Andréia Roberta Rossi Colet (UFTPR)
AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO LEITORA:
DEMANDAS COGNITIVAS E LEITURABILIDADE TEXTUAL
Lucilene Bender de Sousa (IFRS)
Lilian Cristine Hübner (PUCRS)
REPRESENTAÇÕES E GRAMÁTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL: O QUE NOS DIZ
O DISCURSO DE ESTUDANTES SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Ederson Henrique de Souza Machado (UTFPR)
INTERAÇÃO NA SALA DE AULA DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL
Claudia Lima Pimentel (PUCRS)

Sessão 8 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco B: Sala 215

Tema: LÍNGUA ESTRANGEIRA E APRENDIZAGEM


Coordenação: Celso Henrique Soufen Tumolo (UFSC)
VIDEOGAMES, HISTÓRIAS DIGITAIS E WEBCONFERÊNCIA COMO
RECURSOS DIGITAIS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE INGLÊS
Celso Henrique Soufen Tumolo (UFSC)
Nayara Nunes Salbego (UFSC)
Caroline Chioquetta Lorenset (UFSC)
A APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MEDIADA
PELAS TECNOLOGIAS DIGITAIS MÓVEIS NUMA PERSPECTIVA ECOLÓGICA
Raquel de Oliveira (UFPEL)
A INFLUÊNCIA DO N-DROP EM APRENDIZES DE INGLÊS COMO L2
Renato Augusto Vortmann de Barba (PUCRS)

49
EIXO TEMÁTICO 8: ESTUDOS DE LINGUÍSTICA APLICADA

Sessão 9 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 9:00-10:30 – Bloco B: Sala 214

Tema: ESTUDOS EM LÍNGUA MATERNA


Coordenador: Anselmo Lima (UFTPR)
DA PRESCRIÇÃO AO TRABALHO REAL DOCENTE: O REPLANEJAMENTO DO OFÍCIO
Anselmo Lima (UFTPR)
INDÍCIOS DE AUTORIA E MARCAS IDENTITÁRIAS EM TEXTOS NOTA MIL
DO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM)
Maristela Rabaiolli (UNIRITTER)
Valéria Silveira Brisolara (UNIRITTER)
ESCRITA NA TELA: EU NAÇÃO – INTERCÂMBIO DE CULTURAS
Keli Andrisi Silva Luz (UNIRITTER/UNISINOS)

Sessão 10 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco B: Sala 215

Tema: APRENDIZAGEM E DEFICIÊNCIA


Coordenador: Cassiano Ricardo Haag (UNIRITTER)
LINGUAGEM E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: APRESENTAÇÃO DE FOCOS DE PESQUISA
Cassiano Ricardo Haag (UNIRITTER)
PRÁTICAS DE LEITURA E INCLUSÃO NA SALA DE AULA COM ALUNOS COM NECESSIDADES
EDUCATIVAS ESPECIAIS
Kathy Torma (UNIRITTER)
A APROPRIAÇÃO DA LEITURA POR ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Letícia Alves de Souza (UFSC)

50
EIXO TEMÁTICO 8: ESTUDOS DE LINGUÍSTICA APLICADA
Sessão 11 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco B: Sala 214

Tema: LÍNGUA MATERNA: TEORIA


Coordenação: Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
PRÁTICAS COMUNICATIVAS NO CONTEXTO
DE INTERCÂMBIO BRASIL-PORTUGAL-MOÇAMBIQUE
Rosângela Silveira Garcia (UFRGS)
Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
AS IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS DE ALUNOS MULTILÍNGUES DESCENDENTES
DE IMIGRANTES EM UMA ESCOLA NO INTERIOR DO PARANÁ
Vanessa Makohin Costa Rosa (UEPG)
Cloris Porto Torquato (UEPG)
GRAFITE E PICHAÇÃO: GÍRIA IMAGÉTICA?
Waldemberg Bessa (UNIRITTER)

Sessão 12 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Bloco B: Sala 215

Tema: LETRAMENTO
Coordenação: Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER) e Cassiano Ricardo Haag (UNIRITTER)
LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: NARRATIVAS DIGITAIS NA ESCOLA
Claudia de Faria Barbeta (UEL)
O AGIR EM LINGUAGENS
Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
Cassiano Ricardo Haag (UNIRITTER)
PRÁTICAS DE PROFESSORES PDE/PR DE LÍNGUA PORTUGUESA
EM PROCESSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Edneia A. B. Bernini (UEL)

51
EIXO TEMÁTICO 8: ESTUDOS DE LINGUÍSTICA APLICADA
Sessão 13 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco B: Sala 215

Tema: LÍNGUA MATERNA: TEORIA E DISCURSO


Coordenação: Cloris Porto Torquato (UEPG/UFPR)
CONTRIBUIÇÕES DO ARCABOUÇO TEÓRICO-METODOLÓGICO DO CÍRCULO DE BAKHTIN
PARA OS ESTUDOS DE IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS
Cloris Porto Torquato (UEPG/UFPR)
PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA (PNAIC):
O DISCURSO DOS PROFESSORES PÓS-FORMAÇÃO
Jair Joaquim Pereira (UNISUL)
O ENSINO/APRENDIZAGEM DE PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA DE
GÊNEROS DA ESFERA JORNALÍSTICA: O EDITORIAL E A NOTÍCIA
Tânia Maria Barroso Ruiz (UFSC)
O PROFESSOR DE PORTUGUÊS EM FORMAÇÃO
E O QUE ELE TEM A DIZER SOBRE A PROFISSÃO DOCENTE
Louise Cervo Spencer (UFSM)

52
EIXO TEMÁTICO 9: ESTUDOS SOCIOLINGUÍSTICOS

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco B: Sala 216

Tema: ESTUDOS SOCIOLINGUÍSTICOS PARANAENSES


Coordenação: Loremi Loregian-Penkal (UNICENTRO)
BANCO “VARLINFE”: AMPLIAÇÃO DO CÓRPUS DE FALA ESLAVA NO PARANÁ
Ivelã Pereira (UFSC/UNICENTRO)
A NÃO-ELEVAÇÃO DA VOGAL /e/ EM IRATI, PARANÁ
Loremi Loregian-Penkal (UNICENTRO)
ANÁLISE DA NÃO-ELEVAÇÃO DA VOGAL /O/ EM MALLET, PARANÁ:
UMA ABORDAGEM VARIACIONISTA
Lucelene Teresinha Franceschini (UNICENTRO)
Loremi Loregian-Penkal (UNICENTRO)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 16:30-18:00 – Bloco B: Sala 216

Tema: ESTUDOS SOCIOLINGUÍSTICOS


Coordenação: Odete Pereira da Silva Menon (UFPR)
PRESENÇA/AUSÊNCIA DE ARTIGO DIANTE DE NOMES PRÓPRIOS E
DE PRONOME POSSESSIVO NO PORTUGUÊS DO BRASIL (PB)
Odete Pereira da Silva Menon (UFPR)
A INVESTIGAÇÃO SOCIOFONÉTICA NA TAREFA DE COMPARAÇÃO DE LOCUTORES:
UM ESTUDO DE CASO
Cláudia Regina Brescancini (PUCRS)
Ana Paula Correa da Silva Biasibetti (PUCRS)
Felipe Bilharva (PUCRS)
PARTICÍPIO PASSADO NO PORTUGUÊS:
DIVERGÊNCIAS ENTRE NORMA, AVALIAÇÃO E USO ESCRITO
Fernanda Lima Jardim Miara (UFSC)
DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ÀS ATITUDES LINGUÍSTICAS DOS CHAPECOENSES
RENTE ÀS VARIEDADES DO CATARINENSE E DO NORDESTINO
QUANTO A VARIAÇÃO NOS PRONOMES DE SEGUNDA PESSOA (TU/VOCÊ)
Jezebel Batista Lopes (UFFS)

53
EIXO TEMÁTICO 10: ESTUDOS FONÉTICO E FONOLÓGICOS

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco B: Sala 216

Tema: ESTUDOS FONÉTICOS E FONOLÓGICOS I


Coordenação: Clara Simone Ignácio de Mendonça (UFSC)
A NASALIZAÇÃO VOCÁLICA REGRESSIVA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO:
UM ESTUDO ACÚSTICO
Clara Simone Ignácio de Mendonça (UFSC)
PRODUÇÃO DE SENTENÇAS EXCLAMATIVAS-WH EM PB:
UM ESTUDO EXPERIMENTAL
Karina Zendron da Cunha (UFSC)
A PRODUÇÃO DO ATAQUE COMPLEXO CCV(C) DO FRANCÊS
POR APRENDIZES BRASILEIROS DE FRANCÊS
Sara Farias da Silva (UFSC)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco B: Sala 216

Tema: ESTUDOS FONÉTICOS E FONOLÓGICOS II


Coordenação: Tatiane Henrique Sousa Machado (UNIPAR)
ASPECTOS FONOLÓGICOS DA FALA DE CRIANÇAS
E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN
Alexandra Oliveira dos Santos (UNISINOS)
PADRÕES ACÚSTICOS NA PRODUÇÃO DAS VOGAIS EPENTÉTICAS
DO PORTUGUÊS BRASILEIRO E EUROPEU
Roberta Quintanilha Azevedo (UCPEL)
RASURAS: CONFLITOS ENTRE O ORAL E O GRÁFICO
Tatiane Henrique Sousa Machado (UNIPAR)
AQUISIÇÃO FONOLÓGICA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO EM GÊMEOS DIZIGÓTICOS
Tayse Feliciano Marques (UFSC)

54
EIXO TEMÁTICO 11: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM I

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco B: Sala 217

Tema: ESTUDOS PRAGMÁTICOS I


Coordenação: Fábio José Rauen (UNISUL)
METÁFORA, PERSPECTIVAS E INTERFACES
Jorge Campos da Costa (PUCRS)
A PERSONALIZAÇÃO NO MECANISMO DE BUSCA DO GOOGLE E O FILTRO BOLHA: POSSÍVEIS
CONSEQUÊNCIAS NOS EFEITOS COGNITIVOS DESCRITOS PELA TEORIA DA RELEVÂNCIA
Fátima Hassan Caldeira (UNISUL)
A UTILIZAÇÃO DE PIADAS NO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA
Leila Minatti Andrade (UNISUL)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco B: Sala 217

Tema: ESTUDOS PRAGMÁTICOS II


Coordenação: Jorge Campos da Costa (PUCRS)
A NOÇÃO DE INTENÇÃO EM TEORIA DE CONCILIAÇÃO DE METAS
Fábio José Rauen (UNISUL)
CONCILIAÇÃO DE METAS E REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA DE CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS
Andréia da Silva Bez (UNISUL; IFC)
MODELAÇÃO PROATIVA DE METAS E CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA
Suelen Francez Machado Luciano (UNISUL)
CONVERSÕES DE REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA EM MATEMÁTICA: UMA
ABORDAGEM PRAGMÁTICO-COGNITIVA GUIADA PELA NOÇÃO DE CONCILIAÇÃO DE METAS
Marleide Coan Cardoso (IFSC; UNISUL)
Fábio José Rauen (UNISUL)

55
EIXO TEMÁTICO 11: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM I

Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco B: Sala 217

Tema: ESTUDOS PRAGMÁTICOS III


Coordenação: Jorge Campos da Costa (PUCRS)
DIREITO X RELIGIÃO: O CONCEITO DE FAMÍLIA NO BRASIL ATUAL:
UMA PERSPECTIVA PRAGMÁTICA
André Luiz de Oliveira Almeida (UFPR)
INTENÇÃO E DESEJO: OS USOS DE QUERER COM IMPLICATURAS DE FUTURIDADE
Valéria de Cassia Silveira Schwuchow (UFSC)
METARREPRESENTAÇÃO E METÁFORA: PARALELOS ENTRE TOM E RELEVÂNCIA
Otávio Henrique Koch (UFPR)
O DISCURSO EM TEMPOS DE CRISE
Daisy Batista Pail (PUCRS)

Sessão 4 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 16:30-18:00 – Bloco B: Sala 217

Tema: ESTUDOS PRAGMÁTICOS IV


Coordenação: Fábio José Rauen (UNISUL)
ANÁLISE OSTENSIVO-INFERENCIAL DE QUESTÕES DAS EDIÇÕES 1998 E 2014 DO ENEM
Manuela Camila da Silva Matias (UNISUL)
INFUÊNCIA DO GABARITO DE RESPOSTAS DE UM EXERCÍCIO DE INTERPRETAÇÃO NA
CORREÇÃO QUE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO FAZEM DE SUAS PRÓPRIAS INTERPRETAÇÕES:
ANÁLISE COM BASE NA TEORIA DA RELEVÃNCIA
Gabriela Niero (UNISUL)
INATISMO E COMPOSICIONALIDADE:
A LINGUÍSTICA E SEUS ENQUADRAMENTOS COGNITIVOS
Jorge Campos da Costa (PUCRS)
OS ATOS ILOCUTÓRIOS DO BAH
Gabrielle Perotto de Souza da Rosa (PUCRS)
Patrícia de Andrade Neves (PUCRS)
Patrícia Martins Valente (PUCRS)

56
EIXO TEMÁTICO 11: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM I

Sessão 5 – Quinta-feira, 11 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco B: Sala 217

Tema: ESTUDOS SEMÂNTICOS I


Coordenação: Rove Luiza de Oliveira Chishman (UNISINOS)
DICIONÁRIO ELETRÔNICO MODALIDADES OLÍMPICAS:
UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O DESENVOLVIMENTO DE FRAMES SEMÂNTICOS
Rove Luiza de Oliveira Chishman (UNISINOS)
Ana Flávia Souto de Oliveira (UFRGS)
Bruna da Silva (UNISINOS)
A CONSTRUÇÃO DE UM DICIONÁRIO JURÍDICO-PENAL BASEADO EM FRAMES:
DESDOBRAMENTOS E PERSPECTIVAS
Rove Luiza de Oliveira Chishman (UNISINOS)
Aline Nardes dos Santos (UNISINOS)
MODELOS ONTOLÓGICO-CULTURAIS: UMA PROPOSTA DE
CUNHO SEMÂNTICO-LEXICOGRÁFICO VOLTADA À DESCRIÇÃO DE CATEGORIAS
João Gabriel Padilha (UNISINOS)
BASES PARA A CRIAÇÃO DE UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO
DE SENTIMENTOS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Juliano Desiderato Antonio (UEM)

Sessão 6 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco B: Sala 216

Tema: ESTUDOS DA LEITURA I


Coordenação: Luciane Baretta (UNICENTRO)
ESTUDANTES CALOUROS E SUA BAGAGEM DE LEITURA
Luciane Baretta (UNICENTRO)
A APRENDIZAGEM DA LEITURA E SEUS EFEITOS NOS SISTEMAS
DE MEMÓRIA E FUNÇÕES COGNITIVAS
Marilane Maria Gregory (UNISC)
Rosângela Gabriel (UNISC)
A COMPREENSÃO LEITORA DE ESTUDANTES EM FORMAÇÃO INICIAL:
UM ESTUDO LONGITUDINAL
Claudia Finger-Kratochvil (UFFS)
Gabriel Augusto Scheffer (UFFS)
ASPECTOS QUE DIFICULTAM A COMPREENSÃO LEITORA
Márcia Regina Melchior (UNISC)
Onici Claro Flôres (UNISC)

57
EIXO TEMÁTICO 11: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM I
Sessão 7 – Quinta-feira, 12de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco B: Sala 217

Tema: ESTUDOS SEMÂNTICOS II


Coordenação: Dorival Gonçalves Santos Filho (UFSC)
VERBOS DE MODO DE MOVIMENTO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: UMA CLASSE REDUZIDA?
Dorival Gonçalves Santos Filho (UFSC)
A INTERAÇÃO ENTRE ASPECTO E AS INTERPRETAÇÕES DA CONJUNÇÃO “E” NO PB
Giuseppe Freitas da Cunha Varaschin (UFSC)
MASCULINO GENÉRICO E SEXISMO GRAMATICAL:
UMA CRÍTICA AO CONCEITO DE GÊNERO NÃO MARCADO
Guilherme Ribeiro Colaço Mäder (UFSC)
AS REPRESENTAÇÕES SINTÁTICAS DA SUBPREDICAÇÃO EM PB:
A NÃO-UNIFORMIDADE ENTRE FORMA E SENTIDO
Rafaela Miliorini Alves de Brito (UFSC)

Sessão 8 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco B: Sala 216

Tema: ESTUDOS DA LEITURA II


Coordenação: Onici Claro Flôres (UNISC)
ENSINO DE LEITURA E SEUS VÍNCULOS COM O SISTEMA DE ESCRITA DO APRENDIZ
Onici Claro Flôres (UNISC)
ENSINO E APRENDIZAGEM DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA: CAMINHO PARA A COMPREENSÃO?
Luciane Baretta (UNICENTRO)
Carlos Alberto Ramos (UNICENTRO)
ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS DE LEITURA:
UM ESTUDO COMPARATIVO SOBRE BILINGUISMO
Diane Blank Bencke (PUCRS)
Lilian Cristine Hubner (PUCRS)
A COMPREENSÃO LEITORA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES:
PESQUISA E EXPERIÊNCIA DO PROJETO OBEDUC: LER & EDUCAR
Claudia Finger-Kratochvil (UFFS)
Angela Cristina di Palma Back (UNESC)
Ana Claudia de Souza (UFSC)
LEITURA DE BLOG: A GERAÇÃO DE INFERÊNCIAS EM LÍNGUA INGLESA
Juliana Schinemann (UNICENTRO)
Luciane Baretta (UNICENTRO)

58
EIXO TEMÁTICO 11: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM I
Sessão 9 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Bloco B: Sala 217

Tema: ESTUDOS SINTÁTICO-SEMÂNTICOS


Coordenação: Anna Belavina Kuerten (UFSC) e Daniela Brito de Jesus (UFSC)
MOVIMENTO OU DEPENDÊNCIAS DESCONTÍNUAS: UMA REFLEXÃO INTRODUTÓRIA SOBRE
ABORDAGENS DE INTERROGATIVAS-Q NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
André da Luz Pereira (PUCRS)
VERBOS INACUSATIVOS: A SENSIBILIDADE EXIGIDA
PELA ESTRUTURA NA CORREÇÃO DE PRODUÇÕES TEXTUAIS
Cesar Trindade de Oliveira (UFPEL)
A REPRESENTAÇÃO MENTAL DA SINTAXE: ESTUDOS PSICOLINGUÍSTICOS
Anna Belavina Kuerten (UFSC)
Daniela Brito de Jesus (UFSC)

Sessão 10 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Bloco B: Sala 216

Tema: ESTUDOS COGNITIVOS I


Coordenação: Jorge Alberto Molina (UNISC; UERGS) e Cristina Becker Lopes Perna (PUCRS)
UNIVERSALISMO E VARIAÇÃO CULTURAL EM NEOLOGISMOS METAFÓRICOS
Helen Petry (UFSC)
LINGUÍSTICA E ARGUMENTAÇÃO: A TÓPICA
Jorge Alberto Molina (UNISC; UERGS)
PERCURSO HISTÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE BILINGUISMO:
DE CAUSADOR DE ‘CONFUSÃO MENTAL’ A PROMOTOR DE RESERVA COGNITIVA
Lisandra Rutkoski Rodrigues (PUCRS)
TERMINOLOGIA, METODOLOGIA E ENSINO EM PLA
Cristina Becker Lopes Perna (PUCRS)
Lucas Zambrano Rollsing (PUCRS)
Cláudia Lima Pimentel (PUCRS)

59
EIXO TEMÁTICO 11: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM I

Sessão 11 – Quinta-feira, 11 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco B: Sala 217

Tema: ESTUDOS SINTÁTICO-SEMÂNTICOS II


Coordenação: Leci Borges Barbisan (PUCRS)
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO NA LÍNGUA: UMA SEMÂNTICA LINGUÍSTICA
Cláudio Primo Delanoy (PUCRS)
Leci Borges Barbisan (PUCRS)
DETERMINISMO OU RELATIVIDADE LINGUÍSTICA:
QUAL DAS DUAS VERSÕES REALMENTE FAZ MAIS SENTIDO?
Angélica Vinhatti Gonçalves Ferla (UCS)
LÍNGUA E CULTURA: A TOPONÍMIA DA RCI-RS
Bruno Misturini (UCS)
ESTRANGEIRISMOS DE ORIGEM INGLESA NAS CAPAS DO JORNAL PIONEIRO
Mayra Moreira (UCS)

Sessão 12 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco B: Sala 216

Tema: ESTUDOS COGNITIVOS II


Coordenação: Lisandra Rutkoski Rodrigues (PUCRS) e Sabrine Amaral Martins (PUCRS)
A INFLUÊNCIA DO GRAU DE SEVERIDADE E DOS FENÔMENOS SOCIOCULTURAIS
E ECONÔMICOS NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO DE AFÁSICOS
Larissa Rizzon da Silva (UCS)
ANTECIPAÇÃO TERAPÊUTICA DE PARTO DE ANENCÉFALOS NO BRASIL:
UMA ANÁLISE DA ADPF 54 À LUZ DA SEMÂNTICA COGNITIVA
Aline Nardes dos Santos (UNISINOS)
CONEXÕES CORTICAIS ENVOLVIDAS NA LEITURA: QUESTIONAMENTOS
SOBRE A ÁREA DA FORMA VISUAL DAS PALAVRAS
Lisandra Rutkoski Rodrigues (PUCRS)
Sabrine Amaral Martins (PUCRS)
O EFEITO DE PRIMING SINTÁTICO EM PORTUGUÊS BRASILEIRO
Mariana Terra Teixeira (PUCRS)

60
EIXO TEMÁTICO 12: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM II

Sessão 1 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 10:30-12:00 – Bloco B: Sala 218

Tema: EDUCAÇÃO E TEXTUALIDADE


Coordenação: Luciana Maria Crestani (UPF)
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: SOB A PERSPECTIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS
Claudia Pagnoncelli (UTFPR)
ESTRATÉGIAS ENUNCIATIVAS NO JORNAL ON-LINE
Luciana Maria Crestani (UPF)
AVALIAÇÕES EM UM TEXTO SOBRE EDUCAÇÃO:
UM ESTUDO À LUZ DO SISTEMA DE AVALIATIVIDADE
Glivia Guimarães Nunes (UFSM)
Ariane de Fátima Escobar Rossi Niederauer (UFSM)
A APREENSÃO DE MARCAS LINGUÍSTICAS QUE INDICIAM
O ENDEREÇAMENTO EM PRODUÇÕES TEXTUAIS INFANTIS
Taynara Alcântara Cangussú (UEM)

Sessão 2 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 13:00-14:30 – Bloco B: Sala 218

Tema: ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO E INTERFACES


Coordenação: Débora de Carvalho Figueiredo (UFSC) e Sara Regina Scotta Cabral (UFSM)
DISCURSO E GÊNERO SOCIAL A PARTIR DAS PERSPECTIVAS DA ACD E DA GSF
Débora de Carvalho Figueiredo (UFSC)
Litiane Barbosa Macedo (UFSC)
FARMACOLOGIZAÇÃO E NEURONARRATIVAS DA INFÂNCIA:
O DISCURSO JURÍDICO NA AQUISIÇÃO DE PSICOFÁRMACOS
Débora de Carvalho Figueiredo (UFSC)
Pedro Rieger (UFSC)
O FAZER MIDIÁTICO E OS DISCURSOS TECNOLÓGICOS
Angela Maria Meili (UNESPAR)
MICROCRÔNICA VERBO-VISUAL, UM NOVO GÊNERO
NA PERSPECTIVA DA ESCOLA DE SYDNEY
Nara Augustin Gehrke (UFSM)
Sara Regina Scotta Cabral (UFSM)

61
EIXO TEMÁTICO 12: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM II
Sessão 3 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 14:45-16:15 – Bloco B: Sala 218

Tema: ESTUDOS BAKHTINIANOS


Coordenação: Maria da Glória Corrêa di Fanti (PUCRS) e Maria Marta Furlanetto (UNISUL)
TESSITURA: VOZES EM (DIS)CURSO
Maria da Glória Corrêa di Fanti (PUCRS)
“JÁ ACABOU JÉSSICA?”: APONTAMENTOS TEÓRICOS
DE PALAVRA PARA O CÍRCULO DE BAKHTIN
Viviane Favaro Notari (UEM)
Érica Fernanda Zavadovski Kalinovski (UEM)
UMA PROPOSTA BAKHTINIANA DE ANÁLISE DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS
Marice Fiuza Geletkanicz (UCPEL)
Ângela Mara Bento Ribeiro (UCPEL)
Fernanda Taís Brignol Guimarães (UCPEL)
BAKHTIN E/COM PÊCHEUX? PRESSUPOSTOS DE TRABALHO EM LINGUÍSTICA APLICADA
Maria Marta Furlanetto (UNISUL)

Sessão 4 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016, 16:30-18:00 – Bloco B: Sala 218

Tema: TRADUÇÃO
Coordenação: Maria José Damiani Costa (UFSC)
TRADUÇÃO JORNALÍSTICA E AS INFLUÊNCIAS CULTURAIS
NA TRADUÇÃO DO FATO NOTICIOSO
Laís Gonçalves Natalino (UFSC)
UMA ANÁLISE DA TERMINOLOGIA E FRASEOLOGIA UTILIZADA
PELA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Ana Luiza Treichel Vianna (UNISINOS)
MARCADORES CULTURAIS E EQUIVALÊNCIA DE TRADUÇÃO:
UMA ABORDAGEM BASEADA EM FRAMES SEMÂNTICOS
Cesar Etges Lopes (UNISINOS)
TRADUÇÂO E JORNALISMO: A REPRESENTAÇÃO DO BRASIL
PRESENTE NAS ALUSÕES CULTURAIS DO JORNAL ARGENTINO LA NACIÓN
Mirella Nunes Giracca (UFSC/UNIR)
Maria José Damiani Costa (UFSC)
PARATRADUZINDO O HUMOR NA OBRA FIPPS DER AFFE DE WILHELM BUSCH
Greice Bauer (UFSC)

62
EIXO TEMÁTICO 12: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM II

Sessão 5 – Quinta-feira, 11 de maio de 2016, 09:00-10:30 – Bloco B: Sala 218

Tema: QUESTÕES EMERGENTES EM LÍNGUA E LINGUAGEM II


Coordenação: Éverton Gelinski Gomes de Souza (UNICENTRO)
GÊNEROS TEXTUAIS DO CAMPO ARGUMENTATIVO NO ENSINO MÉDIO:
UM TRABALHO A PARTIR DA LINGUÍSTICA TEXTUAL
Patrícia dos Santos (UFSM)
O SIGNO MUDANÇA E SUAS SIGNIFICAÇÕES DENTRO DO CONTEXTO POLÍTICO
Ellen Petrech Vasconcelos (UEPG)
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DE GÊNEROS, CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO
Éverton Gelinski Gomes de Souza (UNICENTRO)
PRODUÇÃO ENUNCIATIVA EM COMUNIDADE VIRTUAL: CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS
Rosangela Silveira Garcia (UFRGS)

Sessão 6 – Quinta-feira, 11 de maio de 2016, 11:00-12:30 – Bloco B: Sala 218

Tema: QUESTÕES EMERGENTES EM LÍNGUA E LINGUAGEM II


Coordenação: Ione da Silva Jovino (UEPG)
DIDATIZAÇÃO DE GÊNEROS LITERÁRIOS: DE CONCEPÇÕES TEÓRICAS AO ENSINO
Everton Gelinski Gomes de Souza (UNICENTRO)
OS GÊNEROS TEXTUAIS E AS AFRICANIDADES NO ENSINO DE LÍNGUA
PORTUGUESA: REFLEXÕES TEÓRICAS
Ione da Silva Jovino (UEPG)
GÊNEROS TEXTUAIS E AFRICANIDADES:
TEMÁTICAS DO PIBID DE LÍNGUA PORTUGUESA/UEPG
Ronicéia Aparecida Biscaia Solak (SEED)
Ione da Silva Jovino (UEPG)
O DISCURSO DIRETO NA AQUISIÇÃO DA ESCRITA: A PERSPECTIVA ENUNCIATIVA
Giordana França Ticianel (UEM)

63
EIXO TEMÁTICO 12: ESTUDOS DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM II

Sessão 7 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016, 14:00-15:30 – Bloco B: Sala 218

Tema: TEXTO E REVISÃO


Coordenação: Rosângela Gabriel (UNISC)
CLAREZA NA LINGUAGEM JURÍDICA (CLARITY IN LEGAL ENGLISH):
EXEMPLOS E REFLEXOS NO ENSINO DE ESP
Elisa Corrêa dos Santos Townsend (UNISC)
Rosângela Gabriel (UNISC)
ESCRITA E ARGUMENTAÇÃO: REFLEXÕES TEÓRICAS
Cristiane Dall Cortivo Lebler (UNISC)
MODELO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS EM EXTENSÃO RURAL:
UM ENFOQUE DO CONTEXTO DOS AGRICULTORES FAMILIARES
Giselle Liana Fetter (UFRGS)
A COERÊNCIA TEXTUAL E A ARGUMENTAÇÃO: UMA ANÁLISE DOS RECURSOS LINGUÍSTICOS E
TEXTUAIS EM DISSERTAÇÕES DE ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO
Virginia Maria Nuss (UEM)

Sessão 8 – Quinta-feira, 11 de maio de 2016, 16:00-17:30 – Bloco B: Sala 218

Tema: QUESTÕES EMERGENTES EM LÍNGUA E LINGUAGEM II


Coordenação: Ione da Silva Jovino (UEPG)
DISCURSO E PODER: ANÁLISE DAS DISPUTAS ACERCA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS NA UEPG
Daiane Franciele Morais de Quadros (UEPG)
Ione da Silva Jovino (UEPG)
A RELAÇÃO ENTRE O CINEMA E A PUBLICIDADE –
UM ESTUDO INTERTEXTUAL SOBRE WARS E THE FORCE
Renato Bittencourt de Melo (UNISUL)
DISCURSO, COGNIÇÃO E SOCIEDADE:
PAPÉIS SOCIAIS DOS PARTICIPANTES DA GUERRA DO CONTESTADO
Sueli Terezinha de Oliveira (UNC/PUCSP)
PARA ALÉM DAS GAME JAMS: UM ESTUDO DE CASO DA LOCJAM
Cristiane Denise Vidal (IFC/Brusque)
A LOCALIZAÇÃO DE UM GAME EDUCATIVO:
QUANDO OS ELEMENTOS PARATEXTUAIS ENTRAM (OU NÃO) EM JOGO
Cristiane Denise Vidal (IFC Brusque)

64
LISTA DE TRABALHOS

#LUGARDONEGRO: A (RE)PRODUÇÃO DOS SENTIDOS DA ESCRAVIDÃO NA REDE ......................... 83


“BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO”: REPRODUÇÃO E EFEITO METAFÓRICO ................................ 83
“CERZINDO” IMAGENS: DISCURSO, INTERPRETAÇÃO E MEMÓRIA ......................................................... 83
“FELIZ AGOSTO NEGRO”: UMA TRILOGIA METAFICCIONAL FONSEQUIANA....................................... 84
“JÁ ACABOU JÉSSICA?”: APONTAMENTOS TEÓRICOS DE PALAVRA PARA O CÍRCULO DE
BAKHTIN ............................................................................................................................................................................ 84
“JOGA PEDRA NA GENI”: A CRÍTICA SOCIOCULTURAL E POLÍTICA NA CANÇÃO DE CHICO
BUARQUE ........................................................................................................................................................................... 85
A ANGOLA DO NARRADOR DE LOBO ANTUNES: (RE)SIGNIFICAÇÃO DO IMAGINÁRIO. ................. 86
A APREENSÃO DE MARCAS LINGUÍSTICAS QUE INDICIAM O ENDEREÇAMENTO EM
PRODUÇÕES TEXTUAIS INFANTIS .......................................................................................................................... 86
A APRENDIZAGEM DA LEITURA E SEUS EFEITOS NOS SISTEMAS DE MEMÓRIA E
FUNÇÕES COGNITIVAS ................................................................................................................................................. 87
A APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MEDIADA PELAS TECNOLOGIAS DIGITAIS
MÓVEIS NUMA PERSPECTIVA ECOLÓGICA ......................................................................................................... 87
A APROPRIAÇÃO DA LEITURA POR ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ............................... 87
A ASA, A SERPENTE E O CADUCEU DE VICENTE CECIM ................................................................................ 88
A AUTOBIOGRAFIA NUMA PESQUISA SOBRE IDENTIDADE RACIAL NUMA ESCOLA DA
REDE PÚBLICA DE PONTA GROSSA (PR) ............................................................................................................. 88
A CHRISTMAS CAROL: A LEITURA DA CAPA SOB A LUZ DA HISTÓRIA DOS LIVROS.......................... 89
A COCONSTRUÇÃO DA INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA
ADICIONAL ATRAVÉS DA INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO....................................................................... 89
A COERÊNCIA TEXTUAL E A ARGUMENTAÇÃO: UMA ANÁLISE DOS RECURSOS
LINGUÍSTICOS E TEXTUAIS EM DISSERTAÇÕES DE ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO
ENSINO MÉDIO ................................................................................................................................................................ 90
A COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE E SUAS RESSONÂNCIAS NOS DOCUMENTÁRIOS
VERDADE 12.528 E EM BUSCA DA VERDADE ....................................................................................................... 90
A COMPREENSÃO LEITORA DE ESTUDANTES EM FORMAÇÃO INICIAL: UM ESTUDO
LONGITUDINAL ............................................................................................................................................................... 91

65
A COMPREENSÃO LEITORA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: PESQUISA E
EXPERIÊNCIA DO PROJETO OBEDUC: LER & EDUCAR ................................................................................... 92
A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE LINGUÍSTICA NA PÓS-MODERNIDADE:
CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DE MICHEL MAFFESOLI, STUART HALL E BORTONI-RICARDO
NA PERPECTIVA BAKHTINIANA DE LÍNGUA ..................................................................................................... 92
A CONSTRUÇÃO DE UM DICIONÁRIO JURÍDICO-PENAL BASEADO EM FRAMES:
DESDOBRAMENTOS E PERSPECTIVAS.................................................................................................................. 93
A CONSTRUÇÃO E A REPRESENTAÇÃO DAS MASCULINIDADES NA REVISTA
PARANAENSE O OLHO DA RUA ................................................................................................................................. 93
A CRÍTICA LITERÁRIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: NO LIMIAR ENTRE A CIÊNCIA E A
POESIA ................................................................................................................................................................................. 94
A CULTURA TRADUZIDA E A CULTURA EM TRADUÇÃO: A LITERATURA BRASILEIRA
CONTEMPORÂNEA NA REVISTA GRANTA ........................................................................................................... 95
A DICOTOMIA ENTRE BEM E MAL PRESENTE NA OBRA GRANDE SERTÃO: VEREDAS DE
GUIMARÃES ROSA: “SERTÃO: É DENTRO DA GENTE”.................................................................................... 95
A DISSOLUÇÃO DA CARNE .......................................................................................................................................... 96
A ELABORAÇÃO DA PERGUNTA EM CONTEXTO DE AVALIAÇÃO COMO INSTÂNCIA DO
EQUÍVOCO .......................................................................................................................................................................... 96
A ELABORAÇÃO DE PRODUÇÕES ESCRITAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DIZERES E
SENTIDOS QUE MARCAM A ENTRADA DA CRIANÇA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ........... 96
A ética da estética no imaginário contemporâneo: o parto filmado nas redes sociais....................... 97
A FIGURA MARGINAL DE ANÍSIO: UM ESTUDO EM O INVASOR ................................................................. 97
A FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS: DA LEITURA À ESCRITURA ................................... 98
A FUGA DE LUGAR E A FUGA DE SENTIDOS NA RELAÇÃO IMIGRANTE/REFUGIADO ..................... 98
A IMAGEM PELO OUTRO: ÉTICA DA ALTERIDADE NA ARTE E O DEVIR-OUTRO DA
LINGUAGEM ...................................................................................................................................................................... 99
A INFLUÊNCIA DO GRAU DE SEVERIDADE E DOS FENÔMENOS SOCIOCULTURAIS E
ECONÔMICOS NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO DE AFÁSICOS................................................................ 99
A INFLUÊNCIA DO N-DROP EM APRENDIZES DE INGLÊS COMO L2 ..................................................... 100
A INSTITUIÇÃO POLÍTICA “FAMÍLIA” NO ESPAÇO URBANO .................................................................... 100
A INTERAÇÃO ENTRE ASPECTO E AS INTERPRETAÇÕES DA CONJUNÇÃO “E” NO PB ................. 101
A INTERDIÇÃO DA LÍNGUA ALEMÃ: O SUSTENTÁCULO DA NACIONALIZAÇÃO ............................. 101
A INVESTIGAÇÃO SOCIOFONÉTICA NA TAREFA DE COMPARAÇÃO DE LOCUTORES: UM
ESTUDO DE CASO......................................................................................................................................................... 102
A LEI DA IMPRENSA E O FUNCIONAMENTO DO DISCURSO JORNALÍSTICO BRASILEIRO ........... 103
A LEITURA DE DOIS PRÓLOGOS LATINO-AMERICANOS SOBRE A OBRA DOM QUIXOTE: A
OBRA COMO PRECURSORA DO ROMANCE MODERNO. .............................................................................. 103

66
A LEITURA NAS LICENCIATURAS DE LETRAS E PEDAGOGIA .................................................................. 104
A LÍNGUA PORTUGUESA EM MOÇAMBIQUE: PRÁTICAS DISCURSIVAS, PEDAGÓGICAS E
FORMAÇÃO DE PROFESSORES .............................................................................................................................. 104
A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO NO BRASIL E EM PORTUGAL: ENTRE FATOS E
VERSÕES .......................................................................................................................................................................... 105
A LOCALIZAÇÃO DE UM GAME EDUCATIVO: QUANDO OS ELEMENTOS PARATEXTUAIS
ENTRAM (OU NÃO) EM JOGO ................................................................................................................................. 105
A MORTE NECESSÁRIA DO “EU” QUE ESCREVE: A HORA DA ESTRELA............................................... 105
A NÃO-ELEVAÇÃO DA VOGAL/e/EM IRATI, PARANÁ.................................................................................. 106
A NARRATIVA COMO ELEMENTO CONFIGURADOR NA CONSTITUIÇÃO DO PSIQUISMO
INFANTIL......................................................................................................................................................................... 106
A NARRATIVA POLICIAL CONTEMPORÂNEA: PLENILUNIO E LA PREGUNTA DE SUS OJOS ......... 107
A NASALIZAÇÃO VOCÁLICA REGRESSIVA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: UM ESTUDO
ACÚSTICO ........................................................................................................................................................................ 107
A NOÇÃO DE INTENÇÃO EM TEORIA DE CONCILIAÇÃO DE METAS...................................................... 108
A OFERTA DE ENSINO BILÍNGUE NOS ANOS INICIAIS DE ESCOLARIZAÇÃO: UM ESTUDO
SOBRE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS ........................................................................................................................ 108
A PERSONALIZAÇÃO NO MECANISMO DE BUSCA DO GOOGLE E O FILTRO BOLHA:
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS NOS EFEITOS COGNITIVOS DESCRITOS PELA TEORIA DA
RELEVÂNCIA .................................................................................................................................................................. 109
A POÉTICA DE XOSÉ LOIS GARCÍA: CONFLUÊNCIAS ENTRE MEMÓRIA E HISTÓRIA. ................... 109
A POLÍTICA DA MISE-EN-SCÈNE DE O SOM AO REDOR ............................................................................... 110
A PRESENÇA DA ALTERIDADE NA LINGUAGEM E NA TRADUÇÃO DA OBRA DANCER, DE
COLUM MCCANN. ......................................................................................................................................................... 110
A PRODUÇÃO DO ATAQUE COMPLEXO CCV(C) DO FRANCÊS POR APRENDIZES
BRASILEIROS DE FRANCÊS ..................................................................................................................................... 111
A PRODUÇÃO NARRATIVA DE SALIM MIGUEL E AS DIFERENTES PROJEÇÕES DO AUTOR
EM SEU TEXTO .............................................................................................................................................................. 112
A RELAÇÃO ENTRE O CINEMA E A PUBLICIDADE - UM ESTUDO INTERTEXTUAL SOBRE
WARS E THE FORCE ................................................................................................................................................... 112
A RELATIVA LIBERDADE EM ACOSSADO, O ESTRANGEIRO E ANGÚSTIA.......................................... 113
A REPRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA EM CONTOS DE MARINA COLASANTI......... 113
A REPRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA PRINCIPAL, NO LIVRO INFANTIL
“CARMEN”, DE RUTH ROCHA: UMA ANÁLISE SEGUNDO A PERPECTIVA DO IMAGINÁRIO ........ 114
A REPRESENTAÇÃO INDÍGENA E A IDENTIDADE NACIONAL: ANÁLISE DISCURSIVA DE
MATERIALIDADES GRÁFICAS SOBRE A TRIBO KAINGANG ...................................................................... 114
A REPRESENTAÇÃO MENTAL DA SINTAXE: ESTUDOS PSICOLINGUÍSTICOS ................................... 115

67
A REVISTA COMO LUGAR DE PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO DE SENTIDOS NO ESPAÇO
URBANO: A DISCURSIVIZAÇÃO SOBRE O ESTADO ISLÂMICO .................................................................. 115
A TRADUÇÃO COMO RETEXTUALIZAÇÃO: UM OUTRO OLHAR PARA A PRÁTICA
TRADUTÓRIA DENTRO DO ENSINO DE LÍNGUAS ......................................................................................... 116
A TRANSFIGURAÇÃO DISCURSIVA A PARTIR DE CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE, DA
HISTÓRIA E DA LINGUÍSTICA ................................................................................................................................. 117
A UTILIZAÇÃO DE PIADAS NO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA .......................................................... 117
A VIAGEM DE AUTO-EXÍLIO EM A MAÇÃ ENVENENADA, DE MICHEL LAUB ...................................... 117
A VOZ ENTRE A ANÁLISE DO DISCURSO E A PSICANÁLISE ...................................................................... 118
ABORDAGENS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
ENVOLVENDO O USO DE TECNOLOGIA DIGITAL........................................................................................... 118
ABRAÇANDO A ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO: APROXIMAÇÕES ENTRE A LITERATURA
DE EDUARDO GALEANO E A AULA DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NO
BRASIL .............................................................................................................................................................................. 119
ÁFRICA E AFRICANIDADES NA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL CONTEMPORÂNEA DE
LÍNGUA ESPANHOLA: TECENDO CAMINHOS .................................................................................................. 119
ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DE TEXTOS VERBO-VISUAIS PARA O ENSINO-
APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA .............................................................................................................. 120
ALTERIDADE E LITERATURA: CONTOS DE RUBEM FONSECA ................................................................ 120
ANÁLISE DA NÃO-ELEVAÇÃO DA VOGAL/O/EM MALLET, PARANÁ: UMA ABORDAGEM
VARIACIONISTA ........................................................................................................................................................... 121
ANÁLISE DE DISCURSO E TURISMO: DESLOCAMENTOS POSSÍVEIS ..................................................... 121
ANÁLISE DO DISCURSO E A ESCOLA: UMA DISCUSSÃO SOBRE AS POSIÇÕES-SUJEITO DE
ALUNOS E PROFESSORES......................................................................................................................................... 122
ANÁLISE DO DISCURSO: AS NOMEAÇÕES PEDAGÓGICAS (A)ENUNCIADAS EM “LA
EDUCACIÓN PROHIBIDA”......................................................................................................................................... 122
ANÁLISE OSTENSIVO-INFERENCIAL DE QUESTÕES DAS EDIÇÕES 1998 E 2014 DO ENEM ...... 123
ANÁLISE SEMIOLÓGICA DA LINGUAGEM AUDIOVISUAL NA SÉRIE DE TV FAMÍLIA
IMPERIAL ......................................................................................................................................................................... 123
ANDREI TARKOVSKI E A DETERIORAÇÃO DA CULTURA: UMA ANÁLISE DA OBRA
STALKER E DA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE..................................................................................................... 124
ANTECIPAÇÃO TERAPÊUTICA DE PARTO DE ANENCÉFALOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE
DA ADPF 54 À LUZ DA SEMÂNTICA COGNITIVA ............................................................................................ 124
AQUISIÇÃO FONOLÓGICA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO EM GÊMEOS DIZIGÓTICOS ................... 125
ARQUIVO DE LEITURAS EM ANÁLISE DE DISCURSO ................................................................................... 125
ARTE E LINGUAGEM: LEITURA DAS NARRATIVAS NAS OBRAS DE CHACHÁ (RICHARD
CALIL BULOS) ................................................................................................................................................................ 126
AS (IM)POSSIBILIDADES DO DESLOCAMENTO .............................................................................................. 126

68
AS ANDORINHAS DA TORRE: UM VOO POR MEIO DO IMAGINÁRIO, DO AR E DOS SONHOS ..... 126
AS IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS DE ALUNOS MULTILÍNGUES DESCENDENTES DE
IMIGRANTES EM UMA ESCOLA NO INTERIOR DO PARANÁ ..................................................................... 127
AS MUITAS FACETAS DE UM DIÁRIO: DA EXPERIÊNCIA DE UM INDIVÍDUO ÀS REFLEXÕES
DE UMA ÉPOCA ............................................................................................................................................................. 127
AS relações de regionalidade EM a FERRO E FOGO, DE Josué Guimarães ............................................ 128
AS REPRESENTAÇÕES SINTÁTICAS DA SUBPREDICAÇÃO EM PB: A NÃO-UNIFORMIDADE
ENTRE FORMA E SENTIDO ...................................................................................................................................... 128
AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) E AS PRÁTICAS
SIGNIFICATIVAS DE ESCRITA NOS ANOS INICIAIS: UM PERCURSO PARA A AUTORIA SOB
O VIÉS DA ANÁLISE DO DISCURSO....................................................................................................................... 129
AS VIAGENS DE GULLIVER: ENTRE A LEITURA E A RELEITURA ............................................................. 129
ASPECTOS FONOLÓGICOS DA FALA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE
DOWN ............................................................................................................................................................................... 130
ASPECTOS QUE DIFICULTAM A COMPREENSÃO LEITORA ....................................................................... 130
AUTORIA NO ENSINO DE LÍNGUA: ENTRE A LÍNGUA MATERNA E A LÍNGUA
ESTRANGEIRA ............................................................................................................................................................... 131
AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO LEITORA: DEMANDAS COGNITIVAS E LEITURABILIDADE
TEXTUAL ......................................................................................................................................................................... 132
AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA: REFLEXÕES SOBRE UM
TRABALHO DOCENTE REALIZADO EM GRUPO .............................................................................................. 132
AVALIAÇÕES EM UM TEXTO SOBRE EDUCAÇÃO: UM ESTUDO À LUZ DO SISTEMA DE
AVALIATIVIDADE ........................................................................................................................................................ 133
BANCO “VARLINFE”: AMPLIAÇÃO DO CÓRPUS DE FALA ESLAVA NO PARANÁ............................... 133
BASES PARA A CRIAÇÃO DE UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE SENTIMENTOS NO
PORTUGUÊS BRASILEIRO ........................................................................................................................................ 134
BATMAN, O CAVALEIRO DAS TREVAS – OS QUADRINHOS, O DESENHO ANIMADO E O
FILME: TRADUÇÃO E TRANSFIGURAÇÃO ......................................................................................................... 134
BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS E PRÁTICAS DE LEITURA: SEUS SIGNIFICADOS E EFEITOS
NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE JOVENS EM COMUNIDADES URBANAS
PERIFÉRICAS NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS ................................................................................ 135
BREVE DISCUSSÃO ACERCA DA SOCIABILIDADE DO JOGO MODERNO DE MESA ........................... 136
CALENDÁRIO MINHA SÃO PAULO 2016: CULTURA E IDENTIDADE NAS FOTOGRAFIAS
PRODUZIDAS PELOS SEM-TETO ........................................................................................................................... 136
CATIVEIROS VISÍVEIS E INVISÍVEIS: AS PERSONAGENS FEMININAS E A QUESTÃO ÉTNICA
NO CONTO “A ESCRAVA”, DE MARIA FIRMINA DOS REIS .......................................................................... 137
CIDADE, SUBSTANTIVO CORROÍDO .................................................................................................................... 137
CINEMA SURDO: UMA POÉTICA PÓS-FONOCÊNTRICA ............................................................................... 138

69
CLAREZA NA LINGUAGEM JURÍDICA (CLARITY IN LEGAL ENGLISH): EXEMPLOS E
REFLEXOS NO ENSINO DE ESP .............................................................................................................................. 138
CLARICE LISPECTOR: A LEGITIMIDADE DO ESTADO E O “DEVER DE PUNIR” ................................. 139
COM QUE ROUPA EU VOU? UM OLHAR SOBRE A POSSE DO SEGUNDO MANDATO DE
DILMA ROUSSEFF ........................................................................................................................................................ 139
COMPREENSÃO E EXPRESSÃO EM LIBRAS DE ALUNOS SURDOS EM ANOS INICIAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................................................................................................... 140
CONCILIAÇÃO DE METAS E REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA DE CRENÇAS
INTERMEDIÁRIAS........................................................................................................................................................ 140
CONEXÕES CORTICAIS ENVOLVIDAS NA LEITURA: QUESTIONAMENTOS SOBRE A ÁREA
DA FORMA VISUAL DAS PALAVRAS .................................................................................................................... 141
CONTRIBUIÇÕES DO ARCABOUÇO TEÓRICO-METODOLÓGICO DO CÍRCULO DE BAKHTIN
PARA OS ESTUDOS DE IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS..................................................................................... 141
CONVERSÕES DE REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA EM MATEMÁTICA: UMA
ABORDAGEM PRAGMÁTICO-COGNITIVA GUIADA PELA NOÇÃO DE CONCILIAÇÃO DE
METAS .............................................................................................................................................................................. 142
CORPO E(M) CONSTRUÇÃO: DISCURSO E TRABALHO EM UM PROCESSO JUDICIAL..................... 143
CRQ – SERRA DO APON: REFLEXÕES ACERCA DE IDENTIDADE CULTURAL E MEMÓRIA .......... 143
DA GRÉCIA ANTIGA A GALÁXIAS DISTANTES: A TRAJETÓRIA DO HERÓI ÉPICO ATRAVÉS
DOS SÉCULOS. ............................................................................................................................................................... 143
DA MUTILAÇÃO À REDENÇÃO: CORPO, VIDA E LINGUAGEM EM UMA DUAS, DE ELIANE
BRUM ................................................................................................................................................................................ 144
DA PRESCRIÇÃO AO TRABALHO REAL DOCENTE: O REPLANEJAMENTO DO OFÍCIO .................. 144
DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ÀS ATITUDES LINGUÍSTICAS DOS CHAPECOENSES FRENTE
ÀS VARIEDADES DO CATARINENSE E DO NORDESTINO QUANTO A VARIAÇÃO NOS
PRONOMES DE SEGUNDA PESSOA (TU/VOCÊ) .............................................................................................. 145
DECADENTISMO E INCERTEZA NO CONTO “RETRATO PROFÉTICO” DE GIOVANNI PAPINI ..... 145
DEMOCRACIA E DISPERSÃO: UM GESTO DE ANÁLISE SOBRE AS RETOMADAS DO TERMO
DEMOCRACIA NO I FÓRUM SOCIAL MUNDIAL ................................................................................................ 146
DETERMINISMO OU RELATIVIDADE LINGUÍSTICA: QUAL DAS DUAS VERSÕES
REALMENTE FAZ MAIS SENTIDO? ....................................................................................................................... 146
DIÁLOGOS CLAROS E INDISTINTOS: AS “MEMÓRIAS DE TROIA” DE WILLIAM BUTLER
YEATS EM CANÇÕES POPULARES IRLANDESAS ............................................................................................ 147
DIÁSPORA E VIOLÊNCIA EM OS EMIGRANTES DE W. G. SEBALD ........................................................... 147
DICIONÁRIO ELETRÔNICO MODALIDADES OLÍMPICAS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA
PARA O DESENVOLVIMENTO DE FRAMES SEMÂNTICOS .......................................................................... 148
DIDATIZAÇÃO DE GÊNEROS LITERÁRIOS: DE CONCEPÇÕES TEÓRICAS AO ENSINO ................... 148

70
DIREITO X RELIGIÃO: O CONCEITO DE FAMÍLIA NO BRASIL ATUAL: UMA PERSPECTIVA
PRAGMÁTICA................................................................................................................................................................. 149
DISCURSO E GÊNERO SOCIAL A PARTIR DAS PERSPECTIVAS DA ACD E DA GSF ........................... 149
DISCURSO E PODER: ANÁLISE DAS DISPUTAS ACERCA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS NA
UEPG .................................................................................................................................................................................. 150
DISCURSO PUBLICITÁRIO E O LÚDICO: SOBRE A OBSCURIDADE DA LINGUAGEM NA
PROPAGANDA DAS EMPRESAS DE JOGOS ELETRÔNICOS EM REDE..................................................... 151
DISCURSO, COGNIÇÃO E SOCIEDADE: PAPÉIS SOCIAIS DOS PARTICIPANTES DA GUERRA
DO CONTESTADO......................................................................................................................................................... 151
DISCURSO, IMAGEM E MÍDIA.................................................................................................................................. 151
DIZERES ACERCA DO ABORTO DIRIGIDOS AO SUJEITO-MASCULINO: UMA ANÁLISE
DISCURSIVA.................................................................................................................................................................... 152
DO SUJEITO HISTÓRICO NAS OBRAS DE PEPETELA E PAULINA CHIZIANE ...................................... 153
DO VISUAL PARA O VERBAL: ECFRASE X AUDIODESCRIÇÃO NO QUADRO MONA LISA .............. 153
É POSSÍVEL ASSUMIR UM LUGAR DE AUTORIA NUMA LÍNGUA ESTRANGEIRA? ........................... 154
ELAS SÃO O QUE ELES NOS DIZEM (?): A FIGURAÇÃO DO FEMININO A PARTIR DO
DISCURSO MASCULINO EM DOM CASMURRO, SÃO BERNARDO E DIVÓRCIO ...................................... 154
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2014 E O DISCURSO SOBRE A VERDADE ............................................ 155
ENSINO DA LITERATURA EM UNIVERSIDADES GAÚCHAS: ALGUMAS CONSTATAÇÕES............. 155
ENSINO DE LEITURA E SEUS VÍNCULOS COM O SISTEMA DE ESCRITA DO APRENDIZ ............... 156
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA SOB A PERSPECTIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS .................... 156
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: SOB A PERSPECTIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS ................... 157
ENSINO E APRENDIZAGEM DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA: CAMINHO PARA A
COMPREENSÃO? .......................................................................................................................................................... 157
ENTRE O VISIONARISMO E A LOUCURA: A PRIMEIRA RECEPÇÃO DA OBRA DE WILLIAM
BLAKE ............................................................................................................................................................................... 158
Entremeios da Literatura e Ensino: Nação Crioula: a correspondência secreta de Fradique
Mendes, de José Eduardo agualusa........................................................................................................................ 158
ESCRITA E ARGUMENTAÇÃO: REFLEXÕES TEÓRICAS ................................................................................ 159
ESCRITA NA TELA: EU NAÇÃO – INTERCÂMBIO DE CULTURAS ............................................................. 159
ESCRITA NA TELA: INTERCÂMBIO BRASIL-PORTUGAL-MOÇAMBIQUE ............................................. 160
ESMURRANDO HEMINGWAY: UMA ANÁLISE DE THAT SUMMER IN PARIS, DE MORLEY
CALLAGHAN ................................................................................................................................................................... 160
ESTRANGEIRISMOS DE ORIGEM INGLESA NAS CAPAS DO JORNAL PIONEIRO ................................ 161
ESTRATÉGIAS ENUNCIATIVAS NO JORNAL ON-LINE .................................................................................. 161
ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS DE LEITURA: UM ESTUDO COMPARATIVO SOBRE
BILINGUISMO ................................................................................................................................................................ 162

71
ESTUDANTES CALOUROS E SUA BAGAGEM DE LEITURA.......................................................................... 162
ESTUDOS SOBRE DIFERENTES SITUAÇÕES DE TRABALHO: LINGUAGEM E
DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................................................. 163
ETNOGRAFIA VIRTUAL: UMA POSSIBILIDADE METODOLÓGICA EM GRUPOS DE
APRENDIZAGEM DE INGLÊS POR WHATSAPP ................................................................................................ 164
FARMACOLOGIZAÇÃO E NEURONARRATIVAS DA INFÂNCIA: O DISCURSO JURÍDICO NA
AQUISIÇÃO DE PSICOFÁRMACOS ......................................................................................................................... 164
FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS EM/NO DISCURSO: A(S) FAMÍLIA(S) (IN)VISIBILIZADA(S) EM
PROPAGANDAS MIDIÁTICAS .................................................................................................................................. 165
FORMAS POLÍTICAS DA CULTURA BRASILEIRA, DA DÉCADA DE 70, EM SARAMANDAIA,
DE DIAS GOMES. ........................................................................................................................................................... 165
FORMULAÇÃO DOS SENTIDOS DE TECNOLOGIA EM NAQOYQATSI....................................................... 166
FUNCIONAMENTO DISCURSIVO DO IMAGINÁRIO DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
EM GRADUAÇÃO DE DIREITO ................................................................................................................................ 166
GAME E TRANSMÍDIA: IDENTIDADES MÓVEIS EM WORLD OF WARCRAFT ...................................... 167
GÊNEROS TEXTUAIS DO CAMPO ARGUMENTATIVO NO ENSINO MÉDIO: UM TRABALHO A
PARTIR DA LINGUÍSTICA TEXTUAL .................................................................................................................... 167
GÊNEROS TEXTUAIS E AFRICANIDADES: TEMÁTICAS DO PIBID DE LÍNGUA
PORTUGUESA/UEPG .................................................................................................................................................. 168
GILBERTO FREYRE: SUAS OBRAS COMO UM ÚNICO PROJETO INTELECTUAL ................................ 168
GOURMETIZAÇÃO E MEMÓRIA: A TIPOGRAFIA COMO MATERIALIDADE DO DISCURSO
PERSUASIVO-NOSTÁLGICO ..................................................................................................................................... 169
GRAFITE E PICHAÇÃO: GÍRIA IMAGÉTICA?...................................................................................................... 169
HERDEIROS DE UM PASSADO EM RUÍNAS: A TRANSMISSÃO TRANSGERACIONAL EM O
SOM E A FÚRIA E ÓPERA DOS MORTOS ............................................................................................................... 170
HERMENÊUTICA: UM VIÉS PARA A INTERPRETAÇÃO DA OBRA “DESONRA”, DE COETZEE...... 170
IDENTIDADE EM MOSAICO: MIGRAÇÃO EM O INVENTÁRIO DE COISAS AUSENTES, DE
CAROLA SAAVEDRA.................................................................................................................................................... 171
IDENTIDADES ENTRE LÍNGUAS E CULTURAS: VOZES E OLHARES EM WALACHAI ....................... 171
IMÁGENES DEL SILENCIO: MEMÓRIA, POLÍTICA E LUTA POR “VERDAD Y JUSTICIA” ................. 172
IMAGINÁRIO E CULTURA: PESQUISAS DO COTIDIANO .............................................................................. 172
IMIGRANTES SÍRIOS: A DISCURSIVIDADE DAS FOTOGRAFIAS DIVULGADAS NA
IMPRENSA....................................................................................................................................................................... 173
INATISMO E COMPOSICIONALIDADE: A LINGUÍSTICA E SEUS ENQUADRAMENTOS
COGNITIVOS ................................................................................................................................................................... 173
INDÍCIOS DE AUTORIA E MARCAS IDENTITÁRIAS EM TEXTOS NOTA MIL DO EXAME
NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM)............................................................................................................. 174

72
INFUÊNCIA DO GABARITO DE RESPOSTAS DE UM EXERCÍCIO DE INTERPRETAÇÃO NA
CORREÇÃO QUE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO FAZEM DE SUAS PRÓPRIAS
INTERPRETAÇÕES: ANÁLISE COM BASE NA TEORIA DA RELEVÃNCIA .............................................. 175
INTENÇÃO E DESEJO: OS USOS DE QUERER COM IMPLICATURAS DE FUTURIDADE .................... 175
INTERAÇÃO NA SALA DE AULA DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL .................................. 176
INTERCULTURALIDADE NOS AMBIENTES TELECOLABORATIVOS ...................................................... 176
Lavoura Arcaica, um filme literário ...................................................................................................................... 177
LEITURA DE BLOG: A GERAÇÃO DE INFERÊNCIAS EM LÍNGUA INGLESA .......................................... 177
LEITURA DO DISCURSO POLÍTICO DE JOSUÉ GUIMARÃES ....................................................................... 177
LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: NARRATIVAS DIGITAIS NA
ESCOLA ............................................................................................................................................................................. 178
LETRAMENTO ESCOLAR E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM CONTEXTO
MULTILÍNGUE: EDUCAÇÃO INDÍGENA NO PARANÁ .................................................................................... 179
LETRAMENTOS, LEITURAS E LITERATURAS NA ESCOLA E NA CLANDESTINIDADE: UMA
APROXIMAÇÃO POSSÍVEL ATRAVÉS DA LEITURA EXTENSIVA .............................................................. 179
LETRAMENTOS, LEITURAS E LITERATURAS NA ESCOLA E NA CLANDESTINIDADE: UMA
APROXIMAÇÃO POSSÍVEL ATRAVÉS DA LEITURA EXTENSIVA .............................................................. 180
LÍNGUA E CULTURA: A TOPONÍMIA DA RCI-RS ............................................................................................. 180
LÍNGUA-ESTRUTURA, LÍNGUA-ACONTECIMENTO E MEMÓRIA DISCURSIVA: UM OLHAR
SOBRE O TÓPICO “GRAMÁTICA/DISCURSO” DA PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA
CATARINA ....................................................................................................................................................................... 180
LINGUAGEM E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: APRESENTAÇÃO DE FOCOS DE PESQUISA ........... 181
LINGUÍSTICA E ARGUMENTAÇÃO: A TÓPICA.................................................................................................. 181
LITERATURA CATARINENSE E O ENSINO: AS REPRESENTAÇÕES EM “NOTURNO, 1984”
OU PAIXÕES E GUERRA EM DESTERRO, E A PRIMEIRA AVENTURA DE SHERLOCK
HOLMES NO BRASIL DE RAIMUNDO CARUSO ................................................................................................ 182
LITERATURA COMPARADA: ESTUDO TÉORICO ACERCA DA TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA
DE LIVROS PARA ROTEIROS ADAPTADOS ....................................................................................................... 183
LITERATURA E ENSINO DE LÍNGUAS: A TRADUÇÃO COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM........................................................................................................................................................... 183
LITERATURA E HISTÓRIA: MEMÓRIA DE VIOLÊNCIA EM DESONRA DE COETZEE ....................... 184
LITERATURA E MÍDIA EDUCAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE CONSUMO CULTURAL E PRÁTICAS
DE LEITURA ENTRE OS JOVENS ............................................................................................................................ 184
LITERATURA E SOCIEDADE: ENTRE O CONCEITO DE DISTINÇÃO E AS REGRAS DO JOGO ........ 185
MACHADO DE ASSIS NA REDE: REPRODUÇÃO OU RENOVAÇÃO DE PARÂMETROS
CRÍTICOS? ....................................................................................................................................................................... 185
MARCADORES CULTURAIS E EQUIVALÊNCIA DE TRADUÇÃO: UMA ABORDAGEM
BASEADA EM FRAMES SEMÂNTICOS .................................................................................................................. 186

73
MASCULINO GENÉRICO E SEXISMO GRAMATICAL: UMA CRÍTICA AO CONCEITO DE
GÊNERO NÃO MARCADO .......................................................................................................................................... 186
MATERIALIDADE, LEITURA E MEMÓRIA .......................................................................................................... 187
MEMÓRIA, HISTORICIDADE E CULTURA: PRODUÇÃO DE SENTIDOS NOS SUJEITOS NA/DA
GASTRONOMIA ............................................................................................................................................................. 187
MEMÓRIAS DE LÍNGUA: DEPARAR-SE COM UMA LÍNGUA QUE NÃO É A DO USO, DA
FLUÊNCIA E DA NATURALIDADE ......................................................................................................................... 188
METÁFORA, PERSPECTIVAS E INTERFACES ................................................................................................... 188
METARREPRESENTAÇÃO E METÁFORA: PARALELOS ENTRE TOM E RELEVÂNCIA .................... 189
MICROCRÔNICA VERBO-VISUAL, UM NOVO GÊNERO NA PERSPECTIVA DA ESCOLA DE
SYDNEY ............................................................................................................................................................................ 189
Mídia, Artes e Literatura: campos possíveis, resultados desejáveis ....................................................... 190
MOBILIDADE NA TECNOCULTURA: Q LINGUAJAR É ESSE? ...................................................................... 190
MODELAÇÃO PROATIVA DE METAS E CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA ............................................................ 191
MODELO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS EM EXTENSÃO RURAL: UM ENFOQUE DO
CONTEXTO DOS AGRICULTORES FAMILIARES .............................................................................................. 191
MODELOS ONTOLÓGICO-CULTURAIS: UMA PROPOSTA DE CUNHO SEMÂNTICO-
LEXICOGRÁFICO VOLTADA À DESCRIÇÃO DE CATEGORIAS .................................................................... 192
MODERNIZAÇÃO E RESISTÊNCIA: ARTICULAÇÕES ENTRE POP E POPULAR NA CULTURA
BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA ........................................................................................................................... 192
MODOS DE SUBJETIVAÇÃO DO CORPO NO DIZER ARTÍSTIco .................................................................. 193
MOVIMENTO OU DEPENDÊNCIAS DESCONTÍNUAS: UMA REFLEXÃO INTRODUTÓRIA
SOBRE ABORDAGENS DE INTERROGATIVAS-Q NO PORTUGUÊS BRASILEIRO................................ 194
MULHERES BRASILEIRAS NAS LETRAS ............................................................................................................. 194
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA: LUGAR DE MEMÓRIA, DE HISTÓRIA E DE CULTURA .......... 195
NÃO EU: PERSPECTIVAS DE UMA TRADUÇÃO PARA BECKETT .............................................................. 195
Narrativas distópicas e processos de reescrita da nação em Filhos da Pátria, de João melo ....... 196
NARRATIVAS NO VIDEOGAME MASS EFFECT 3: ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DAS
FEMINILIDADES E DAS MASCULINIDADES SOB A ÓTICA DE TEORIAS FEMINISTAS.................... 196
O ABSURDO EM EUGÈNE IONESCO: UMA RELEITURA A PARTIR DE SUA DRAMATURGIA ........ 197
O AGIR EM LINGUAGENS .......................................................................................................................................... 197
O CINEMA E A LITERATURA DE FICÇAO CYBERPUNK PROBLEMATIZANDO IDENTIDADES
CULTURAIS. UMA ANÁLISE DOS FILMES DIVERGENTE E INSURGENTE .............................................. 198
O CORPO FEMININO PLUS SIZE: UMA VISÃO ATRAVÉS DA ANÁLISE DO DISCURSO ..................... 198
O CORPO-IMAGEM ENQUANTO MATERIALIDADE SIGNIFICANTE ........................................................ 199
O CORTIÇO: REFLEXOS HISTÓRICOS E LITERÁRIOS NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO
XIX NA OBRA DE ALUÍSIO AZEVEDO ................................................................................................................... 199

74
O CURSO DE LETRAS NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ: “UM
ESTRANHO NO NINHO”?........................................................................................................................................... 200
O DESENCANTAMENTO EM FIVE O’CLOCK, INTENÇÕES E A ALMA ENCANTADORA DAS
RUAS .................................................................................................................................................................................. 200
O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE PESQUISA EM REDES DE PARCERIA: UMA
PRÁTICA INVESTIGATIVA POTENCIALIZADORA........................................................................................... 201
O DISCURSO DA FALTA E DO EXCESSO: A AUTOMUTILAÇÃO.................................................................. 201
O DISCURSO DIRETO NA AQUISIÇÃO DA ESCRITA: A PERSPECTIVA ENUNCIATIVA ..................... 202
O DISCURSO EM TEMPOS DE CRISE .................................................................................................................... 203
O EFEITO DE PRIMING SINTÁTICO EM PORTUGUÊS BRASILEIRO ........................................................ 203
O EFEITO DE VERDADE NA COMPOSIÇÃO DE BOATOS .............................................................................. 204
O ENSINO DA LEITURA LITERÁRIA COM BASE NOS PRESSUPOSTOS DA SEMIÓTICA
DISCURSIVA E DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL E DA ATIVIDADE ................................................. 204
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ESCRITA EM UMA ESCOLA BILÍNGUE PARA SURDOS ..... 205
O ENSINO/APRENDIZAGEM DE PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA DE GÊNEROS DA ESFERA
JORNALÍSTICA: O EDITORIAL E A NOTÍCIA ..................................................................................................... 205
O ESPIRAL DA MEMÓRIA ......................................................................................................................................... 206
O FANTÁSTICO COMO AMEAÇA EM INCIDENTE EM ANTARES, DE ERICO VERISSIMO................. 206
O FAZER MIDIÁTICO E OS DISCURSOS TECNOLÓGICOS ............................................................................. 206
O FIO DE ALICE: EXÍLIO DO NARRADOR EM A RAINHA DOS CÁRCERES DA GRÉCIA ...................... 207
O FUNCIONAMENTO DE LÍNGUA, HISTÓRIA E MEMÓRIA NA HISTÓRIA DAS IDEIAS
LINGUÍSTICAS NO SUL ............................................................................................................................................... 207
O GÊNERO DISCURSIVO FÓRUM: A AUTORIA NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .................................... 208
O GRANDE OUTRO DA IMPRENSA E O OBJETO A NOS PROTESTOS DE JUNHO DE 2013 ............. 208
O INÍCIO DO HORROR: O NASCIMENTO DO GÊNERO DE TERROR NO CINEMA E SUA
RELAÇÃO COM A GUERRA ....................................................................................................................................... 209
O MITO DO NATIVO DA LÍNGUA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE COMO IDENTIDADES SÃO
(CO)CONSTRUÍDAS EM UMA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA ...................................................... 209
O MITO XOKLENG E O IMAGINÁRIO DO MEDO COMO MEMÓRIA E LINGUAGEM DOS
COLONIZADORES DO ALTO VALE DO ITAJAÍ - SC.......................................................................................... 210
O PERFIL FEMININO DA MULHER RELIGIOSA E DA MULHER COMUM NA PRODUÇÃO
POÉTICA DE D. ALFONSO X: ESTUDO DO TEXTO E DA IMAGEM ............................................................ 210
O PERSONAGEM COM MOTIVO TORPE: DIÁLOGOS DE ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA
ENTRE O CINEMA E A LITERATURA ................................................................................................................... 211
O PROCESSO DE ESCRITA: DE MAURICE BLANCHOT A STEPHEN KING ............................................. 211
O PROFESSOR DE PORTUGUÊS EM FORMAÇÃO E O QUE ELE TEM A DIZER SOBRE A
PROFISSÃO DOCENTE................................................................................................................................................ 212

75
O SIGNO MUDANÇA E SUAS SIGNIFICAÇÕES DENTRO DO CONTEXTO POLÍTICO .......................... 212
O SUJEITO MULTIFACETADO E A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DE CIDADE LIVRE ............... 212
O TEXTO LITERÁRIO NO ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS: ATIVIDADES
COM LETRAS DE CANÇÕES EM LIVROS DIDÁTICOS ..................................................................................... 213
O TRABALHO DA MEMÓRIA DISCURSIVA NOS MOVIMENTOS GREVISTAS DOS
PROFESSORES NO ESTADO DO PARANÁ........................................................................................................... 213
OLHAR DISCURSIVO AO CRIANÇA ESPERANÇA: AS IMAGENS DA SOLIDARIEDADE..................... 214
OS ATOS ILOCUTÓRIOS DO BAH............................................................................................................................ 215
OS GÊNEROS TEXTUAIS E AS AFRICANIDADES NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA:
REFLEXÕES TEÓRICAS .............................................................................................................................................. 215
OS HIBRIDISMOS DOS PROCESSOS CRIADOS .................................................................................................. 216
OS MUITOS THE WALKING DEAD: CONSIDERAÇÕES ACERCA DE UM FENÔMENO
TRANSMÍDIA.................................................................................................................................................................. 216
OS PONTOS DE CULTURA E A PROMOÇÃO DO EMPODERAMENTO: LEITURA E PRODUÇÃO
LITERÁRIA COMO ALAVANCAS DE PROTAGONISMO SOCIAL ................................................................. 216
OS SABERES SOBRE A LÍNGUA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA
PORTUGUESA: UM OLHAR DISCURSIVO ............................................................................................................ 217
OS SENTIDOS ACERCA DO NASCIMENTO E DAS FORMAS DE NASCER EM (RE)VISTAS
PELO VIÉS DISCURSIVO ............................................................................................................................................ 217
OS SERIADOS STAR TREK E HEROES: DISSENSOS DO IMPERIALISMO AO IMPÉRIO ...................... 218
OS SUJEITOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA REGIÃO DE TUBARÃO: A ORDEM DO
DISCURSO ENTRE O MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO ....................................... 219
PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA (PNAIC): O DISCURSO DOS
PROFESSORES PÓS-FORMAÇÃO............................................................................................................................ 219
PADRÕES ACÚSTICOS NA PRODUÇÃO DAS VOGAIS EPENTÉTICAS DO PORTUGUÊS
BRASILEIRO E EUROPEU .......................................................................................................................................... 220
PARA ALÉM DAS GAME JAMS: UM ESTUDO DE CASO DA LOCJAM......................................................... 220
PARATRADUZINDO O HUMOR NA OBRA FIPPS DER AFFE DE WILHELM BUSCH .......................... 220
PARTICÍPIO PASSADO NO PORTUGUÊS: DIVERGÊNCIAS ENTRE NORMA, AVALIAÇÃO E
USO ESCRITO ................................................................................................................................................................. 221
PELOS ENTREMARES DA LITERATURA E ENSINO: VINTE E ZINCO, DE MIA COUTO..................... 221
PERCURSO HISTÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE BILINGUISMO: DE CAUSADOR DE
‘CONFUSÃO MENTAL’ A PROMOTOR DE RESERVA COGNITIVA ............................................................. 222
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS: OS MECANISMOS DE ANTECIPAÇÃO NOS ACORDOS
ORTOGRÁFICOS. ........................................................................................................................................................... 222
POSICIONAMENTO CRÍTICO DE MACHADO DE ASSIS, EM REFERÊNCIAS À ARTE MUSICAL
E DRAMÁTICA. .............................................................................................................................................................. 223

76
POTENCIAL DA LEI DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: ENTRE O DISCURSO
POLÍTICO E O DISCURSO PEDAGÓGICO ............................................................................................................. 224
PRÁTICAS COMUNICATIVAS NO CONTEXTO DE INTERCÂMBIO BRASIL-PORTUGAL-
MOÇAMBIQUE: POTENCIALIDADES DA FERRAMENTA FÓRUM............................................................. 224
Práticas de leitura e inclusão na sala de aula com alunos com necessidades educativas
especiais ........................................................................................................................................................................... 225
PRÁTICAS DE PROFESSORES PDE/PR DE LÍNGUA PORTUGUESA EM PROCESSO DE
FORMAÇÃO CONTINUADA....................................................................................................................................... 225
PREGAÇÃO AOS PÁSSAROS DE GIOTTO: UMA TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA DO SERMÃO
DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS................................................................................................................................. 226
PRESENÇA/AUSÊNCIA DE ARTIGO DIANTE DE NOMES PRÓPRIOS E DE PRONOME
POSSESSIVO NO PORTUGUÊS DO BRASIL (PB) .............................................................................................. 226
PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO: A RELAÇÃO DA FORMAÇÃO DISCURSIVA A PARTIR DO
CONCEITO DE FILTRO INVISÍVEL NOS BUSCADORES E REDES SOCIAIS ............................................ 227
PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO COM A LÍNGUA E A CULTURA ALEMÃ POR MIGRANTES
E/OU SEUS DESCENDENTES RESIDENTES NO SUL DO BRASIL .............................................................. 228
PROCESSOS DE MITIFICAÇÃO EM DEUSES AMERICANOS, DE NEIL GAIMAN .................................... 228
PRODUÇÃO DE SENTENÇAS EXCLAMATIVAS-WH EM PB: UM ESTUDO EXPERIMENTAL .......... 229
PRODUÇÃO DE SENTIDOS EM TORNO DE UMA IMAGEM AUSENTE: A PROPÓSITO DA
CONDUÇÃO COERCITIVA DE LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA NO ÂMBITO DA OPERAÇÃO
LAVA-JATO ...................................................................................................................................................................... 229
PRODUÇÃO ENUNCIATIVA EM COMUNIDADE VIRTUAL: CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS ........... 230
Propaganda: desenvolvimento de cultura e criticidade nas aulas de Língua inglesa ...................... 230
RASURAS: CONFLITOS ENTRE O ORAL E O GRÁFICO .................................................................................. 230
REFLEXÕ(E)S DO/SOBRE O SUJEITO .................................................................................................................. 231
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ......................................................................................... 231
REGIONALIDADE E GÊNERO SOCIAL EM SIMÕES LOPES NETO: A CARACTERIZAÇÃO DO
FEMININO ENQUANTO CONCEPÇÃO DO ESPAÇO REGIONAL MASCULINO ....................................... 232
REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: UMA ANÁLISE DISCURSIVA A PARTIR DA NOÇÃO DE
ARQUIVO.......................................................................................................................................................................... 232
REPRESENTAÇÕES E GRAMÁTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL: O QUE NOS DIZ O DISCURSO
DE ESTUDANTES SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ........................................................................ 233
REPRODUÇÃO: UM DISCURSO QUE SE REPETE .............................................................................................. 234
RESPIRAS E OFERECES À MORTE UM SILÊNCIO BREVE: DOS MOVIMENTOS DE CATARINA
E DE SEU SILÊNCIO QUE TRAZ A DOR DO(S) CORPO(S) VIOLADO(S). ................................................. 234
SERÁ “SÃO BERNARDO” DE GRACILIANO RAMOS UMA OBRA REGIONALISTA?
REGIONALISMO VERSUS REGIONALIDADES ................................................................................................... 235

77
SIGNIFICAÇÃO E RESSIGNIFICAÇÃO NO PROCESSO DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS ..................... 235
SIGNIFICADO/SENTIDO E MEMÓRIA AO TRATAR DA DISCURSIVIDADE DO ARTIGO Nº58,
DA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, Nº 9394/96. ....................................... 236
SILENCIANDO O OUTRO: O CASO DA EDIÇÃO DE GORDON LISH NA LITERATURA DE
RAYMOND CARVER..................................................................................................................................................... 236
SOBRE FRATURAS E REALISMOS: EXÍLIO E IDENTIDADE EM ÍRISZ: AS ORQUÍDEAS, DE
NOEMI JAFFE ................................................................................................................................................................. 237
SOBRE O NOME MADRE TIERRA NA LEI E O FUNCIONAMENTO DISCURSIVO NA
PRODUÇÃO DE SENTIDO .......................................................................................................................................... 237
SOPHIE, MARIA, PAUL: UM JOGO DUPLO DE ARTICULAÇÃO E PARTIÇÃO ......................................... 238
SUJEITO-LEITOR E INTERPRETAÇÃO: A RESPONSABILIDADE PERANTE A
INCOMPLETUDE DE SENTIDOS NOS CONTOS DE LYGIA FAGUNDES TELLES .................................. 238
TAMBOR DE CRIOULA DO MARANHÃO: NO MOVIMENTO DOS CORPOS ............................................ 239
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: SENTIDOS DO DIGITAL................................................................................... 239
TECNOLOGIA E O ‘NOVO’ NA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO-USUÁRIO................................................... 240
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO NA LÍNGUA: UMA SEMÂNTICA LINGUÍSTICA ................................... 240
TEORIA E PRÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
ESTRANGEIRA PARA CRIANÇAS ........................................................................................................................... 241
TERMINOLOGIA, METODOLOGIA E ENSINO EM PLA ................................................................................... 241
TESSITURA: VOZES EM (DIS)CURSO ................................................................................................................... 242
Tim Burton: Cinema, Literatura e Autoria ......................................................................................................... 243
TRAÇOS E RASTROS: O NARRADOR DRAMATIZADO E COM CONSCIÊNCIA DE SI PRÓPRIO
NA LITERATURA PORTUGUESA DO SÉCULO XXI ........................................................................................... 243
TRADUÇÂO E JORNALISMO: A REPRESENTAÇÃO DO BRASIL PRESENTE NAS ALUSÕES
CULTURAIS DO JORNAL ARGENTINO LA NACIÓN ......................................................................................... 243
TRADUÇÃO JORNALÍSTICA E AS INFLUÊNCIAS CULTURAIS NA TRADUÇÃO DO FATO
NOTICIOSO...................................................................................................................................................................... 244
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DE GÊNEROS, CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE MATERIAL
DIDÁTICO ........................................................................................................................................................................ 244
TUBARÃO, 1974: IMAGINÁRIO DE UM RIO PRESENTE, SERENO E VORAZ........................................ 245
UM CLUBE NEGRO...UMA VOZ NEGRA – ANÁLISE DISCURSIVA E IDENTITÁRIA ............................ 245
Palavras-chave: Discurso. Identidades. Negra. ............................................................................................. 246
UM MOSAICO DE TEXTOS E ARTES: OS DIÁLOGOS E A INTERTEXTUALIDADE EM
SINFONIA EM BRANCO, DE ADRIANA LISBOA ................................................................................................ 246
UM OLHAR PARA O PNLD 2015 DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA QUESTÃO DE POLÍTICAS
E IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS ................................................................................................................................ 246

78
UMA ANÁLISE DA TERMINOLOGIA E FRASEOLOGIA UTILIZADA PELA ORGANIZAÇÃO DAS
NAÇÕES UNIDAS .......................................................................................................................................................... 247
UMA PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL PARA A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA EM LE ........................... 247
UMA PROPOSTA BAKHTINIANA DE ANÁLISE DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS ..................................... 248
UMA REFLEXÃO ACERCA DAS FORMAÇÕES DISCURSIVAS QUE PERMEIAM O SUJEITO QUE
SE MOVE ENTRE AS MODALIDADES PRESENCIAL E VIRTUAL DE ENSINO NA UNISUL .............. 249
UMA VISÃO SOBRE OS ELEMENTOS DA ATIVIDADE DOCENTE ............................................................. 249
UNIVERSALISMO E VARIAÇÃO CULTURAL EM NEOLOGISMOS METAFÓRICOS .............................. 250
VERBOS DE MODO DE MOVIMENTO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: UMA CLASSE
REDUZIDA? ..................................................................................................................................................................... 250
VERBOS INACUSATIVOS: A SENSIBILIDADE EXIGIDA PELA ESTRUTURA NA CORREÇÃO
DE PRODUÇÕES TEXTUAIS ...................................................................................................................................... 251
VIDEOGAMES, HISTÓRIAS DIGITAIS E WEBCONFERÊNCIA COMO RECURSOS DIGITAIS NO
ENSINO E APRENDIZAGEM DE INGLÊS.............................................................................................................. 251

79
RESUMOS

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#LUGARDONEGRO: A (RE)PRODUÇÃO DOS SENTIDOS DA ESCRAVIDÃO NA REDE
Guilherme Araujo-Silva (UNISUL)
Resumo: Em novembro de 2015, o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos
Humanos, em nome do Governo Federal Brasileiro, colocou em circulação a Campanha
Publicitária #lugardonegro, com vistas à celebração do mês da Consciência Negra. Neste ensaio,
interessa-nos refletir sobre os efeitos de sentidos produzidos por enunciados disponíveis na
rede nas sessões de comentários sobre esta publicidade no Twitter, bem como identificar alguns
pré-construídos e a(s) posição(ões)-sujeito daqueles que se inscrevem através destes dizeres.
Para ampliarmos nossa compreensão acerca do funcionamento do nosso corpus, o dispositivo
teórico deste ensaio será construído a partir da Teoria da Análise de Discurso da vertente
Francesa. Conforme escreve Orlandi (2010, p.91), a AD encaixa-se no “[...]no entremeio de três
campos do saber: linguística, psicanálise e marxismo”. Sendo assim, tentaremos mobilizar
conceitos como interdiscurso, pré-construído, esquecimentos 1 e 2, formação discursiva, tomada
de posição, posição-sujeito, paráfrase, polissemia e condições de produção, no intuito de
demonstrar que nas discursividades on-line, assim como ocorre nas demais discursividades,
existe, conforme indicado por Pêcheux no livro Semântica e Discurso (2009), uma dissimetria na
luta de classes, e que esse fenômeno, ao mesmo tempo em que favorece o apagamento da
historicidade da escravidão, reforça o preconceito (os pré-construídos) relacionado.
Palavras-chave: Efeitos de sentido. Rede. Preconceito Racial.

“BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO”: REPRODUÇÃO E EFEITO METAFÓRICO


Luciana Iost Vinhas (FURG/UCPEL)
Resumo: O presente trabalho parte do pressuposto de que os processos de significação são
constituídos, por um lado, pela interpelação ideológica do indivíduo em sujeito, e, por outro, pela
determinação do sujeito pela instância inconsciente. Nesse sentido, é entre inconsciente e
ideologia que o sujeito se subjetiva, e pode-se afirmar que é a partir dos processos de
subjetivação que ocorre a circulação dos sentidos. Tais são concepções presentes no dispositivo
teórico-analítico da Análise do Discurso na tradição de Michel Pêcheux: uma região do
conhecimento dedicada ao estudo do discurso, seu objeto, compreendido enquanto efeito de
sentido entre locutores (PÊCHEUX, 1997). Ancorado nessa fundamentação teórica, o trabalho
discute elementos vinculados ao sujeito em situação de privação de liberdade. A partir da fala de
uma apenada da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, é feita uma reflexão sobre o processo
de identificação do sujeito com determinada formação discursiva, atentando para a reprodução
de saberes vinculados à ideologia dominante. Chega-se a tal debate através da análise da fala da
apenada, posto que é possível, a partir da materialidade linguística, pensar sobre o efeito
metafórico na discussão sobre os processos discursivos.

“CERZINDO” IMAGENS: DISCURSO, INTERPRETAÇÃO E MEMÓRIA


Diego Vieira Braga (UCPEL)
Resumo: Cerzir é costurar de modo que não se note o trabalho por trás do resultado. Esse
princípio se aplica a peças de roupa e também de linguagem. Neste trabalho, a partir da Análise
de Discurso de vertente pecheuxtiana, estudamos duas fotomontagens disponíveis na internet.
Elas foram coletadas na página intitulada “Atrasados do ENEM” no site de rede social

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Facebook®. Consistem, acredito, em exemplos de como uma situação eventual em torno da
realização do exame (atraso de candidatos), que passou a ser explorada midiaticamente com
vistas ao entretenimento, pode também ser mobilizada para fixar determinadas interpretações
quanto, por exemplo, aos usos do tempo. As fotomontagens em questão são formadas por duas
imagens dispostas lado a lado, cada uma portando legenda que “situa” o olhar-leitor quanto ao
que registram: candidatos se deparando com portões já fechados nos locais de prova e fãs
aguardando em filas para assistir a um espetáculo musical. É exatamente a justaposição das duas
situações e o trabalho de leitura quanto à relação entre elas, sustentado em um suposto
consenso intersubjetivo (Pêcheux, 1995 [1975]), que pretendo debater. O que costura
discursivamente as duas imagens, tece uma relação entre elas como algo evidente e parece
amarrar a direção em que essa relação deve ser interpretada, sem que o sujeito (enquanto
posição-sujeito de autor ou leitor) note? Julgo que a memória discursiva, operador pelo qual é
recuperada do interdiscurso uma parte da ordem do já-dito para significar o dizer, aqui
materializado como fotomontagem, opera também a “cerzidura” das imagens-base por
estabelecer como óbvia e pertinente uma leitura crítica aos usos do tempo extraída da
controversa comparação entre as situações representadas. É a mobilização parcial de saberes
históricos sobre tempo a partir de uma posição ideologicamente constituída que autoriza e
orienta a interpretação que se pretende legítima porque seria lógica e unívoca.
Palavras-chave: Fotomontagem. Interpretação. Memória discursiva.

“FELIZ AGOSTO NEGRO”: UMA TRILOGIA METAFICCIONAL FONSEQUIANA


Raul Henrique Amaro da Silveira Ortellado (FURG)
Resumo: O presente trabalho visa investigar a ficção fonsequiana, pela ótica pós-moderna da
metaficção historiográfica e da paródia. Essencialmente, analisa o romance Agosto, Romance
Negro e seus contos: Romance Negro e Labaredas em trevas; e Feliz ano novo com os contos:
Agruras de um Jovem escritor e intestino Grosso, de Rubem Fonseca, sob a análise do conceito
infracitado. Adentrando no estudo, é necessário postular um conceito de metaficção
historiográfica, pertinente ao seu desenvolvimento. Dessa forma, embasados na teoria de Linda
Hutcheon, podemos inferir que: “A metaficção historiográfica mantém a distinção de sua auto-
representação formal e de seu contexto histórico, e ao fazê-lo problematiza a própria
possibilidade de conhecimento histórico, porque aí não existe conciliação, não existe dialética-
apenas uma contradição irresoluta. [...]. Faz parte da postura pós-moderna de confrontar os
paradoxos da representação fictícia, histórica, do particular, geral e do presente, passado e por si
só, essa confrontação é contraditória, pois se recusa a recuperar ou desintegrar qualquer um dos
lados da dicotomia, e mesmo assim está mais do que disposta a explorar os dois”. (HUTCHEON,
p. 142). Em suma, o estudo explora a correlação entre a ficção Fonsequiana com a metaficção
historiográfica pós-moderna.
Palavras-chave: Rubem Fonseca. Metaficção historiográfica. Paródia.

“JÁ ACABOU JÉSSICA?”: APONTAMENTOS TEÓRICOS DE PALAVRA PARA O CÍRCULO DE


BAKHTIN
Viviane Favaro Notari (UEM)
Érica Fernanda Zavadovski Kalinovski (UEM)

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Resumo: Diante das diferentes formas possíveis de se compreender o termo palavra, a presente
pesquisa, de natureza teórica, tem o objetivo de apresentar uma caracterização do conceito de
palavra para o Círculo de Bakhtin. Para isso, utilizam-se, como referencial teórico, os
pressupostos de Bakhtin; Voloshinov (2006), Bakhtin (2003) e Voloshinov; Bakhtin (1976), os
quais apresentam os conceitos-chave do Círculo, e autores tidos como explicadores dessas obras,
como Stella (2005), Freitas (1999) e Bubnova (2009). Dessa forma, fez-se um levantamento das
principais características apresentadas por esses pesquisadores sobre o assunto. Observou-se,
então, que palavra pode ser entendida, principalmente, a partir de quatro perspectivas, as quais
estão imbricadas e inter-relacionadas: (1) enquanto expressividade neutra/isolada, (2)
decorrente da interação, (3) a partir do emprego de sentido contextual e real e (4) como signo
ideológico. Com base na expressão “Já acabou Jéssica?”, fruto de um vídeo que exibia a briga
entre duas meninas e, por isso, ganhou repercussão nas redes sociais, foi possível observar que a
palavra passa a veicular ideologia, representando e repassando valores sociais, constituindo-se
como um signo ideológico.
Palavras-chave: Palavra. Circulo de Bakhtin. “Já acabou, Jéssica?”.

“JOGA PEDRA NA GENI”: A CRÍTICA SOCIOCULTURAL E POLÍTICA NA CANÇÃO DE CHICO


BUARQUE
Tatiane Kaspari (FEEVALE)
Juracy Assmann Saraiva (FEEVALE)
Carlos Eduardo Ströher (FEEVALE)
Resumo: A qualidade estética da produção musical de Chico Buarque – aliada frequentemente à
contestação da ordem social e política vigente – lhe garantiu o reconhecimento como um dos
maiores compositores da MPB e permitiu que, mesmo após décadas do lançamento, muitas
composições prossigam impactando significativamente o cenário cultural brasileiro. Esta
comunicação enfoca Geni e o Zepelim (1978), cujo refrão “Joga pedra na Geni” se popularizou
como bordão irônico diante de situações de flagrante hipocrisia ou de falsa moralidade e, no
carnaval de 2016, tematizou a fantasia dos 270 ritmistas do Salgueiro – a maioria, homens – na
intenção de confrontar o preconceito, sobretudo, no tocante ao gênero e à sexualidade. A análise
proposta no presente trabalho considera que a representação das personagens da canção e as
interrelações entre elas evidenciam ser a ficção uma forma de transgressão do real (ISER, 2002),
capaz de extrapolar o contexto de produção do artista e instaurar um processo de
estranhamento do receptor do texto frente à sua realidade e, por extensão, um desejo de nela
intervir. Assim, a fina ironia, o entrecruzamento de vozes e a intertextualidade de que Chico
lança mão em Geni e o Zepelim, por um lado, recrudescem a crítica a respeito dos mecanismos de
exclusão social e os de alienação dos indivíduos pelo regime militar vigente no período de
produção da música. Por outro lado, os recursos imagéticos amplificam o alcance da composição,
que, na figura de Geni, metaforiza a opressão que recai sobre os seres marginalizados – anulados
socialmente por atitudes diversas aos padrões vigentes – e, concomitantemente, expõem a
fragilidade do sistema político brasileiro, o qual, desde as origens, se embasa em processos de
exploração, tendo, atualmente, denunciadas condutas hipócritas e imorais de gestores, devido
aos escândalos de corrupção, que geraram uma crise de confiabilidade de eleitores e mesmo de
organismos internacionais.

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Palavras-chave: Geni e o Zepelim. Chico Buarque. Análise crítica.

A ANGOLA DO NARRADOR DE LOBO ANTUNES: (RE)SIGNIFICAÇÃO DO IMAGINÁRIO.


Josiani Job Ribeiro (FEEVALE)
Daniel Conte (FEEVALE)
Resumo: O sentido colonial é íntimo da sociedade contemporânea, ainda que na forma de
conhecimento vulgar. A cena colonial foi demasiadamente longa, bem como a política
expansionista europeia, interrompidas apenas na segunda metade do século XX. Com base na
justificativa de que o homem branco deveria conduzir seus valores éticos e morais aos demais
grupos étnicos, que em seu entendimento eram selvagens e primitivos, os europeus
conquistaram diversos povos fundamentados pelo infundado anseio de conduzi-los ao
progresso. Assim, por um longo período, as conquistas europeias tiveram conotação social e
missionária. Aspectos que culminaram para que a ação colonial em África impelisse
essencialmente o imaginário social sobre o continente, fabricando um imaginário do território e
da sociedade africana desconexo do real. A inacessibilidade às colônias atribuiu à literatura um
papel imprescindível no que tange ao imaginário social de África, o de (re)construção. A leitura
possibilitou aos sujeitos acesso ao território africano, e consequentemente alterações na imagem
que lhe era atribuída, uma vez que, a literatura é uma manifestação dos homens e daquilo que
eles vivem. Considerando tais aspetos, a partir da contextualização histórica de Portugal e
Angola, dois países imersos no colonialismo, ainda que em posições diferentes (Colonizador X
Colonizado), será analisado na obra literária “Os Cus de Judas”, de António Lobo Antunes o
discurso construído sobre o imaginário de Angola e como este discurso poderá impactar no
imaginário metropolitano sobre a colônia. Nesse sentido, a problematização será realizada
através da análise teórico-crítica de estudos de Carlos Reis, Carlos Serrano, Eric Hobsbawm,
Kabengele Munanga, Michel Maffesoli, entre outros, para assim, compreender como a mudança
de contexto social do narrador impactou na ressignificação das suas representações de mundo.
Palavras-chave: Colonização, Literatura, África.

A APREENSÃO DE MARCAS LINGUÍSTICAS QUE INDICIAM O ENDEREÇAMENTO EM


PRODUÇÕES TEXTUAIS INFANTIS
Taynara Alcântara Cangussú (UEM)
Resumo: É uma premissa Bakhtiniana o fato de que todo enunciado possui um endereçamento.
Em alguns gêneros das esferas da atividade humana, esse endereçamento é explicitamente
marcado, como é o caso da carta, já em outros, não há uma marca formal explícita que esclareça
para quem o enunciado é endereçado. Nesses casos, na interpretação que fazemos de Bakhtin
(2011), o endereçamento se marca sob a forma de atuação do outro/destinatário tanto no estilo,
quanto na estrutura composicional e no conteúdo temático do enunciado. Neste trabalho,
buscamos evidenciar como essa atuação pode ser apreendida linguisticamente em enunciados
produzidos por crianças. Para tanto, ancoramo-nos em uma concepção de escrita que a entende
como heterogeneamente constituída, tal como proposto por Corrêa (2004). Nas análises,
utilizamos um corpus composto por 50 enunciados infantis, decorrentes de uma proposta de
produção textual aplicada em um colégio da rede pública de ensino em 2004. O suporte
metodológico para esta pesquisa ancora-se nos pressupostos do paradigma indiciário, de

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Ginzburg (1986). Com a análise dos dados, pudemos observar que o endereçamento pode ser
apreendido em diferentes marcas linguísticas, podendo se situar no plano sintático, lexical,
rítmico, gráfico, semântico, estrutural, etc. do enunciado.
Palavras-chave: Marcas linguísticas. Aquisição da Escrita. Endereçamento.

A APRENDIZAGEM DA LEITURA E SEUS EFEITOS NOS SISTEMAS DE MEMÓRIA E FUNÇÕES


COGNITIVAS
Marilane Maria Gregory (UNISC)
Rosângela Gabriel (UNISC)
Resumo: A aprendizagem da leitura e a memória são processos interrelacionados. A
aprendizagem e o processamento da leitura dependem da memória, mas a memória também é
afetada e aprimorada pela aprendizagem da leitura. A presente comunicação apresentará uma
revisão bibliográfica sobre as formas pelas quais a memória pode ser afetada pela aprendizagem
da leitura, em especial a memória de trabalho (MT) e as funções executivas, dentre elas a
atenção, inibição e flexibilidade mental. Apresentaremos ainda dados parciais da coleta de dados
realizada com 120 alunos de pré-escola, 1º e 2º ano de escolas públicas e particulares de um
município do interior do Rio Grande do Sul, antes e durante a aprendizagem da leitura, cujo
objetivo é verificar em que medida a memória de trabalho e funções executivas são alteradas
nesse período.
Palavras-chave: Aprendizagem da leitura. Memória de Trabalho. Funções cognitivas.

A APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MEDIADA PELAS TECNOLOGIAS DIGITAIS


MÓVEIS NUMA PERSPECTIVA ECOLÓGICA
Raquel Souza de Oliveira (UFPEL)
Resumo: O uso das tecnologias digitais móveis (TDMs) como ferramentas de mediação para o
aprendizado de línguas no ensino formal vem ganhando espaço no cenário educacional
brasileiro. Apesar de apresentar vasta capacidade de exploração, a inserção dessas ferramentas
culturais na realidade escolar ainda apresenta fragilidade metodológica. A partir da identificação
da referida lacuna, o presente trabalho busca analisar a possibilidade de aprendizagem de língua
estrangeira numa perspectiva Ecológica em tarefas mediadas por TDMs com fundamentação nas
teorias desenvolvidas por Van Lier (2000, 2002, 2004), Tudor (2003) e Willis (1996). Para tanto,
propõe-se investigar, à luz da perspectiva Ecológica e da Aprendizagem Baseada em Tarefas
(Task Based Learning), a criação de tarefas que propiciem o aprendizado de língua estrangeira
vinculado ao contexto, baseadas na atividade semiótica de ação e interação mediada pelas TDMs.
Cabe ressaltar que este trabalho é parte de dissertação de mestrado sobre a prática de MALL e
está vinculado ao grupo de pesquisa Elaboração de Materiais e Práticas Pedagógicas na
Aprendizagem de Línguas.
Palavras-chave: Tecnologias digitais móveis. Língua estrangeira. Aprendizagem Baseada em
Tarefas.

A APROPRIAÇÃO DA LEITURA POR ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL


Letícia Alves de Souza (UFSC)

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Resumo: Este estudo versa sobre a apropriação da leitura por parte dos alunos com deficiência
intelectual, os quais muitas vezes permanecem desacreditados em relação à capacidade de
aprender novos conhecimentos. Tendo em consideração o fato de que a leitura é um processo de
compreensão e recriação de significados, somente a partir da alfabetização será possibilitada ao
sujeito a prática da leitura, sendo ele, portanto, capaz de compreender e recriar enunciados.
Como a aprendizagem é um processo que requer a participação ativa da escola, da família, da
sociedade e do próprio sujeito, buscou-se mostrar que o uso das práticas sociais de leitura e
escrita, intrinsecamente relacionadas a essas instituições, podem contribuir para uma efetiva
alfabetização e concretização da conquista da leitura. Por fim, ressalte-se que a perspectiva
histórico-cultural deverá ser o ponto de partida para a constituição deste estudo, sobretudo
porque tal perspectiva prioriza a análise do sujeito diretamente em seu contexto social.
Palavras-chave: Aprendizagem. Deficiência Intelectual. Leitura.

A ASA, A SERPENTE E O CADUCEU DE VICENTE CECIM


Danieli dos Santos Pimentel (PUCRS)
Resumo: A comunicação de pesquisa estuda o universo imaginário do escritor Vicente Cecim,
com esse propósito, centramos a nossa investigação e análise nos chamados livros de Andara, ou
seja, no contexto das obras em que a mobilidade aérea e a metáfora terrestre se manifestam.
Assim sendo, como a escrita do autor se configura em um rico celeiro de imagens cifradas, em
um diversificado conjunto de elementos que perfazem o seu imaginário simbólico, procuramos
fixar o estudo em apenas dois elementos de sua narrativa: o Ar e a Terra. Por sua vez, essas duas
imagens justapostas trazem mobilidade, leveza e alternância para os elementos do imaginário
ceciniano, a reflexão teórica de metáforas aéreas e terrestres podem ser estudadas nos escritos
de Gaston Bachelard. Para tanto, elegemos as discussões em três obras do referido estudioso: O
ar e os sonhos: ensaio sobre a imaginação do movimento (2001); A terra e os devaneios da
vontade: ensaio sobre a imaginação das forças (2013), e, por fim, A terra e os devaneios do
repouso: ensaio sobre as imagens da intimidade (2003).
Palavras-chave: Imaginário. Ar. Terra.

A AUTOBIOGRAFIA NUMA PESQUISA SOBRE IDENTIDADE RACIAL NUMA ESCOLA DA REDE


PÚBLICA DE PONTA GROSSA (PR)
Marivete Souta (UEPG)
Ione da Silva Jovino (UEPG)
RESUMO: O presente trabalho apresenta pesquisa em andamento com alunos adolescentes e
jovens de um colégio da rede pública estadual de Ponta Grossa, no Paraná. Pretende-se analisar
quais conflitos permeiam a construção de identidade racial de alunos negros e brancos no meio
escolar, o papel da escola e das práticas escolares na construção dessa identidade e como o
ensino de língua portuguesa, por meio do gênero relato pessoal, poderá contribuir para isso. O
problema de pesquisa nasceu da observação do contexto escolar, no qual se pode perceber
alguns alunos negros que não se identificavam como tal e que o mesmo não acontecia com
alunos brancos. Como as práticas escolares podem contribuir para a negação da identidade
racial negra? Isso também acontece com alunos brancos? Pode um gênero textual ajudar a
compreender como os alunos negros e brancos significam suas identidades raciais? As

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concepções teóricas de Hall (2003,2010), Bauman (2005), Gomes (2002, 2003, 2005), Munanga
(2003, 2012), Schucman (2014), Bento (2002) dentre outros devem nortear a discussão
referente à construção das identidades. A relação entre identidade e linguagem será feita a partir
de Moita Lopes, Ferreira (2012, 2014), Muniz 2009, 2011). O trabalho com o relato pessoal nos
direciona para o campo da pesquisa (auto)biográfica. Para Souza (2008, 2014) e Delory-
Momberger (2012) na abordagem biográfica há produção de conhecimento sobre si, sobre os
outros e o cotidiano, o sujeito revela-se pela subjetividade, singularidade, experiências e saberes.
Assim, esta apresentação será centrada na discussão sobre linguagem e identidades, a partir de
revisão bibliográfica, tendo também as contribuições da pesquisa (auto)biográfica pensando nos
adolescentes e jovens no contexto escolar e suas relações com questões de identidade racial.
Palavras-chaves: Relato pessoal. Linguagem. Identidade racial.

A CHRISTMAS CAROL: A LEITURA DA CAPA SOB A LUZ DA HISTÓRIA DOS LIVROS


Samanta Kélly Menoncin Pierozan (UCS/UNIRITTER)
Resumo: A Christmas Carol, obra consagrada de Charles Dickens, narrativa originalmente
publicada em 1843, na Inglaterra, durante a era Vitoriana, é ainda hoje amplamente difundida no
mercado editorial. Trata-se do mais famoso conto de Natal, todavia, há diversos aspectos
periféricos ao conteúdo literário em si e que são normalmente alterados entre uma publicação e
outra. Esses aspectos envolvem elementos peritextuais, incluindo a capa, que tem caráter
mutável e que motiva a presente investigação. O objetivo deste artigo é fazer a leitura, uma
descrição-analítica, sob a luz da História dos Livros, tanto da capa da obra original quanto de
outras seis publicações realizadas no ano de 2015. Por meio dessa leitura, procura-se refletir
sobre as funções das capas dos livros, que, atualmente, estão estreitamente relacionadas às
estratégias do mercado editorial. Além disso, observa-se, em especial, a premissa de Barthes
(1977) - a relação texto-imagem e texto-leitor - o que contribui fortemente para com a
construção de sentido do texto.
Palavras-chave: A Christmas Carol. Capa. História do Livro.

A COCONSTRUÇÃO DA INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA


ADICIONAL ATRAVÉS DA INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Adriano Silva Santos (UFSC)
Resumo: O presente trabalho busca analisar a coconstrução da interculturalidade através da
interação entre alunos e professor na sala de aula de inglês como língua adicional. Tal proposta
fundamenta-se nos estudos de Kramsch (1993), que sugere que na sala de aula de língua
adicional seja adotada uma abordagem cultural, estabelecendo a ideia de um ‘terceiro espaço’,
um espaço de intersecção entre a cultura 1 (C1) e a cultura 2 (C2). Essa abordagem sugerida pela
autora se opõe à visão essencialista de ensino de línguas adicionais, que por muitos anos foi
utilizada, entendendo que cultura era apenas ligada a produtos culturais como música e artes, e
que desvinculava língua de cultura (Gimenez, 2001). A abordagem intercultural também é foco
dos estudos de Byram (1997), que propôs um modelo de desenvolvimento de competência
intercultural (savoirs), e de Lo Bianco, Liddicoat e Crozet (1999), que enfatizam a importância
da comparação e da exploração intercultural no ensino de línguas. Apesar de existirem muitos
trabalhos teóricos tratando sobre a interculturalidade, poucos trabalhos empíricos abordam o

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assunto; dessa forma, optou-se por realizar um estudo empírico qualitativo, analidando um
contexto real de sala de aula. O estudo será realizado na Universidade Federal de Santa Catarina,
através de uma pesquisa-ação, em que o professor/pesquisador atuará em duas turmas com o
mesmo nível de inglês. Os dados serão coletados por meio de observações de aula gravadas e um
diário de aula. Serão apresentados dados parciais neste Encontro, por se tratar de uma pesquisa
de mestrado ainda não finalizada.
Palavras-chave: Língua. Cultura. Interculturalidade.

A COERÊNCIA TEXTUAL E A ARGUMENTAÇÃO: UMA ANÁLISE DOS RECURSOS


LINGUÍSTICOS E TEXTUAIS EM DISSERTAÇÕES DE ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO
MÉDIO
Virginia Maria Nuss (UEM)
Resumo: Este trabalho tem por objetivo verificar as estratégias textuais que permeiam a
construção da coerência e da argumentação utilizadas por alunos do primeiro ano do ensino
médio em textos dissertativos. O foco da análise reside nos mecanismos de textualização e nas
formas de encadeamento utilizadas pelos alunos na estrutura textual, observando quais recursos
linguísticos predominam para a construção da coerência e da manutenção argumentativa, assim
como possíveis elementos linguísticos que possam prejudicar a coerência textual. As análises se
respaldam nos estudos da Linguística Textual e de algumas vertentes do Funcionalismo
Linguístico. Ao todo, foram analisados trinta textos de uma turma de alunos do primeiro ano do
ensino médio de uma escola particular do Noroeste do Paraná. A hipótese que se tem é a de que
esses alunos realizam um encadeamento predominantemente justaposto, o que prejudicaria um
pouco o recurso argumentativo do texto; mas, por outro lado, facilitaria a progressão textual e a
recursivização tópica, auxiliando na coerência. Ainda, o uso indevido de alguns conectivos
prejudicam a coerência do texto, criando uma “incoerência local”, mas que não se estende ao
nível macro textual.
Palavras-chave: Coerência textual. Argumentação. Recursos Linguísticos.

A COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE E SUAS RESSONÂNCIAS NOS DOCUMENTÁRIOS


VERDADE 12.528 E EM BUSCA DA VERDADE
Andréia da Silva Daltoé (UNISUL)
Resumo: Em dezembro de 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) entregou à Presidenta
Dilma o relatório final dos trabalhos desenvolvidos desde sua criação, com a Lei nº 12.528/2011.
A CNV buscou assegurar o resgate da memória e da verdade sobre as graves violações de
direitos humanos ocorridas no período de 1946-1988. Para tanto, seus trabalhos se somaram a
todos os esforços anteriores de registros dos casos de graves violações de direitos humanos
praticadas durante o referido período. Entregue o Relatório, a CNV, bem como as comissões da
verdade criadas em alguns Estados brasileiros como apoio técnico à primeira foram desfeitas,
todavia todo este trabalho de levantamento de dados e de reconstrução da história da ditadura
civil-militar no Brasil continua reclamando sentidos, tanto que a própria CNV entregou 29
recomendações à Presidência como necessária continuidade dos trabalhos. É diante da
importância dos trabalhos da CNV que objetivamos, nesta comunicação, investigar como todo
esse levantamento de dados, reunidos num Relatório Final, já está produzindo ressonâncias e

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como tem feito trabalhar sentidos outros sobre a ditadura no Brasil. Para isso, analisaremos
fragmentos de dois documentários que já foram organizados a partir dos trabalhos da CNV:
Verdade 12.528 (2013) e Em busca da verdade (2015), apontando para o modo como diferentes
materialidades significantes podem provocar diferentes deslizamentos em torno de um mesmo
tema. Nosso propósito é discutir justamente a tensão entre estas diferentes formas discursivas, o
Relatório e os documentários, a partir de nossa inscrição na Análise do Discurso (AD) de linha
francesa. Constitui material de análise, na forma de sequência discursiva (SD), alguns recortes
do Relatório Final da CNV e a transcrição de entrevistas realizadas para a confecção dos
documentários e a transcrição de depoimentos que os documentários trazem das audiências
promovidas pela CNV.
Palavras-chave: Ditadura. Comissão Nacional da Verdade. Documentário.

A COMPREENSÃO LEITORA DE ESTUDANTES EM FORMAÇÃO INICIAL: UM ESTUDO


LONGITUDINAL
Claudia Finger-Kratochvil (UFFS)
Gabriel Augusto Scheffer (UFFS)
Resumo: Considerando vários estudos realizados e diferentes mensurações da competência
leitora de estudantes ao longo da formação no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, em
especial, este trabalho tem por objetivo analisar e discutir a competência leitora e as habilidades
de leitura de um grupo de estudantes do curso de Letras, futuros formadores de leitores, sob a
perspectiva da psicolinguística. Dessa forma, buscou-se mensurar a competência leitora dos
participantes em dois momentos de sua formação: ao iniciar o curso e decorridos, pelo menos,
sete semestres de trabalho acadêmico. Foram aplicados questionários e testes de compreensão
leitora de Finger-Kratochvil (2010). Os testes eram compostos por Unidades de Leitura (ULs)
contendo de textos e tarefas com diferentes graus de complexidade, construídos a partir da
escala do Programa para a Avaliação Internacional de Estudantes (PISA). Inicialmente,
observou-se o desempenho em leitura destes sujeitos ingressantes no ensino superior, no
período do primeiro semestre, com o objetivo de verificar com que bagagem leitora estes alunos
chegaram a uma instituição de ensino superior (IES). Em um segundo momento, com intervalo
de 6 semestres, nova testagem foi realizada. De posse dos dados, procedeu-se a análise dos dois
momentos da experiência e compreensão leitora dos participantes que permaneceram até essa
fase de formação regularmente. A análise revela lacunas na formação do leitor e, portanto, na
competência leitora dos acadêmicos inicialmente, mas aponta para mudanças nesse quadro com
o percurso da formação acadêmica. Contudo, alguns aspectos da compreensão leitora
permanecem fragilizados, especialmente, nos níveis mais altos de trabalho com as informações e
nas habilidades que envolvem reflexão e avaliação. Dentre as aplicações possíveis dos resultados
dessa pesquisa, entende-se que os cursos de formação de professores precisam voltar sua
atenção para os processos cognitivos, linguísticos e psicolinguísticos da formação dos
formadores de leitores.
Palavras-chave: Leitura. Compreensão leitora. Formação de professores.

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A COMPREENSÃO LEITORA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: PESQUISA E
EXPERIÊNCIA DO PROJETO OBEDUC: LER & EDUCAR
Claudia Finger-Kratochvil (UFFS)
Angela Cristina di Palma Back (UNESC)
Ana Claudia de Souza (UFSC)
Resumo: Considerando o desafio de ensinar a ler e escrever, o professor, ou seja, o formador de
leitores (e escritores), apresenta-se como um dos importantes aliados na superação das lacunas
que têm sido apontadas, nas últimas décadas, pelas diferentes instituições, governamentais ou
não, que se preocupam com a leitura e a escrita. A leitura envolve uma gama complexa de
processos sociopsicolinguísticos que exigem formação sistemática do docente para o processo de
ensino e aprendizagem da leitura, na formação inicial ou continuada, para qualquer etapa da
formação acadêmica. Por essa razão, conhecer o que pensa e o que sabe, além do que carrega em
sua bagagem pela experiência e pela sua formação - seja ela, primeira formação, continuada e,
até mesmo, inicial - é muito importante para que qualquer trabalho, seja de formação ou
intervenção na escola possa ser realizado. Os trabalhos do projeto, em rede, OBEDUC: Ler &
Educar, em três instituições do Sul do país, têm revelado a necessidade urgente de qualificar a
formação inicial e continuada dos professores, observando os processos envolvidos no ensinar e
aprender a ler, independentemente da área de conhecimento (MALVEZZI; FINGER-
KRATOCHVIL, 2014; FINGER-KRATOCHVIL; BACK, 2014). A partir da análise dos trabalhos
desenvolvidos no projeto de formação e embasados em Kintsch (1998) e Kintsch; Kintsch
(2005), esse estudo volta-se à investigação do formador de leitores, focando a construção de sua
compreensão leitora, por meio dos trabalhos de sínteses elaborados para os momentos de
formação teórico-prática. Os dados, por ora analisados, indicam que o processo de formação e
compreensão leitora dos participantes ainda é frágil e aponta para a necessidade de trabalho
sistematizado: tanto para formar o leitor quanto para formar o formador de leitores que precisa
ser da leitura para sua formação continuada e contínua.
Palavras-chave: Formação de professores. Compreensão Leitora. OBEDUC: Ler & Educar.

A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE LINGUÍSTICA NA PÓS-MODERNIDADE: CONTRIBUIÇÕES


TEÓRICAS DE MICHEL MAFFESOLI, STUART HALL E BORTONI-RICARDO NA PERPECTIVA
BAKHTINIANA DE LÍNGUA
Andréa Andrade Alves (UNIBAVE)
Resumo: O sujeito pós-moderno, indicado por Hall (2005), é definido pelo contexto no qual está
inserido socialmente, i.e., iniciado, conforme apontam Bauman (2005), Maffesoli (1996) e
Jameson (2002), a partir da década de 1960 e enfatizado com a queda do Muro de Berlim. Com o
advento do capitalismo, consolidou-se a sociedade do consumo, da instantaneidade, velocidade
de informações, liquidez, transformação da importância da historicidade, conforme Jameson
(1983). Nesse contexto, o presente ensaio teórico visa a apresentar discussões acerca da
constituição da identidade do sujeito inserido no contexto globalizado, que permeia a sociedade
do século XXI, concebida como pós-moderna pela condição sócio-histórico-cultural e estética
prevalente na contemporaneidade, com ênfase na questão da língua sob o ponto de vista
sociointeracionista (BAKHTIN, 1988; BORTONI-RICARDO, 2004). Diante do exposto, tomam-se

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como contribuições, para o delineamento das discussões teóricas, os estudos de Maffesoli (1996)
e Hall (2005), entre outros, no que tange aos processos imbricados na constituição identitária do
sujeito inserido na pós-modernidade. Para a questão da língua, na perspectiva
sociointeracionista, os contributos são de Bakhtin (1988) e Bortoni-Ricardo (2004). Os
resultados obtidos nas discussões permeadas evidenciam que, a identidade torna-se múltipla e
fragmentada, resultando em um hibridismo cultural (HALL 2005). Desse modo, com foco no
objeto em análise, a língua, pode-se perceber, em comunidades que receberam fluxos
migratórios, a exemplo do Brasil, as transformações tanto na ordem da fala quanto da escrita.
Inserindo, além de expressões, que, para os linguistas, são chamadas de ‘estrangeirismos’,
representam as manifestações culturais dos diferentes povos.
Palavras-chave: Identidade Cultural. Pós-Modernidade. Sujeito Pós-Moderno.

A CONSTRUÇÃO DE UM DICIONÁRIO JURÍDICO-PENAL BASEADO EM FRAMES:


DESDOBRAMENTOS E PERSPECTIVAS
Rove Chishman (UNISINOS)
Aline Nardes dos Santos (UNISINOS)
Resumo: A Semântica de Frames tem sido aplicada à construção de recursos lexicográficos
desde o início de sua concepção. Mais recentemente, investigações voltadas à produção de
dicionários para o público leigo ou semileigo têm demonstrado que uma abordagem baseada em
frames permite uma consulta mais bem situada contextual e conceptualmente. Nesse contexto,
este trabalho objetiva refletir sobre a aplicação da Semântica de Frames (FILLMORE, 1982;
1985) a um recurso lexicográfico do domínio jurídico-penal, destinado ao público semileigo.
Abordam-se também os avanços e desafios em se adaptar um modelo semântico à prática
lexicográfica em uma perspectiva de trabalho multidisciplinar. Assim, esta proposta insere-se no
âmbito do projeto “Tecnologias Semânticas e Sistemas de Recuperação de Informação Jurídica”,
que visa ao desenvolvimento e à implementação de um recurso lexical do Direito Penal
brasileiro, organizado a partir de frames semânticos e unidades lexicais evocadoras do domínio
jurídico-criminal. A relevância de uma descrição lexicográfica baseada em frames deve-se
principalmente à relação de dependência entre a descrição das cenas jurídicas e o próprio
conhecimento do Direito e de sua complexidade. Seguindo esta orientação teórica, destacam-se
as investigações do grupo em torno da organização dos cenários jurídicos no âmbito do Direito
Penal a partir de frames e do planejamento de uma interface acessível ao público-alvo,
apresentando-se uma organização lexicográfica a partir de dois níveis macroestruturais. Nessa
estrutura, incluir-se-ão ilustrações no formato de infográficos, que permitirão uma melhor
compreensão desses eventos jurídicos. Os resultados preliminares mostram que a aplicação da
Semântica de Frames à construção de um dicionário jurídico-penal consiste uma estratégia
adequada de disposição dos dados, ainda que exija um planejamento cuidadoso em relação aos
preceitos lexicográficos – nomeadamente à adequação da interface ao usuário não especializado.
Palavras-chave: Semântica de Frames. Lexicografia. Direito Penal.

A CONSTRUÇÃO E A REPRESENTAÇÃO DAS MASCULINIDADES NA REVISTA PARANAENSE O


OLHO DA RUA
Jéssica Lange de Deus (UNICENTRO)

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Resumo: O presente trabalho busca, por meio de pesquisa bibliográfica, analisar como se dá a
representação das masculinidades na mídia impressa paranaense. Aqui se pretende discutir as
concepções acerca de gênero, a implicação destas na formação das masculinidades paranaenses
e também como o veículo midiático contribuiu para essas construções. Percebemos que o meio
impresso exerce um papel importante na disseminação de estereótipos, de como os homens
devem ser, agir e se comportar. Como embasamento teórico serão utilizados autores como
Roger Chartier, Robert Connell, Pierre Bordieu, Elisabeth Badinter, entre outros. Para tal estudo,
foi escolhida a capa do exemplar 58 da revista O Olho da Rua, que circulou durante os anos de
1907 a 1911. O conteúdo da revista traz temas variados indo de humor à economia, sendo as
capas, em sua maioria, ilustradas e coloridas. Além disso, a O Olho da Rua se tornou conhecida
pelas críticas ali expostas, principalmente por estarem relacionadas à política da época. A
ilustração selecionada para estudo, diz respeito ao período que antecede a Guerra do
Contestado, onde o Estado do Paraná faz uma provocação ao Estado de Santa Catarina, tentando
provar que é mais forte e que está disposto a lutar pelo território. Percebe-se que ao longo da
história, a sociedade vem se modificando tanto em aspectos culturais quanto sociais, ficando
cada vez mais difícil recorrer a conceitos e modelos tradicionais pré-formatados para se referir a
representações de gênero.
Palavras-chave: Impresso. Masculinidades. Gênero.

A CRÍTICA LITERÁRIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: NO LIMIAR ENTRE A CIÊNCIA E A


POESIA
Caio Ricardo Bona Moreira (UNESPAR)
Resumo: A pesquisa intitulada “A crítica literária contemporânea: no limiar entre a ciência e a
poesia” pretende apresentar um breve olhar acerca da crítica literária brasileira contemporânea
a partir de uma reflexão sobre o diálogo entre a ciência (filosofia) e a poesia que vêm se
estabelecendo com frequência em sua concepção. Trata-se de pensar na potência dos estudos
literários do presente voltados para a problematização da cisão da palavra que, segundo Giorgio
Agamben, ao longo da história, desde a filosofia platônica, colocou de um lado a filosofia e de
outro a poesia. Para Agamben, com a cisão da palavra, a filosofia, ao se afastar da poesia, passou
a conhecer seu objeto sem fruí-lo, sem gozá-lo, enquanto que a poesia, ao abrir mão de uma
maior reflexão sobre a sua prática, passou a fruir o seu objeto sem o conhecê-lo. Uma parcela
significativa da crítica contemporânea, ao praticar aquilo que Maria Esther Maciel chamou de
crítica poética, para usar uma expressão de Baudelaire, consegue não só problematizar a já
citada cisão da palavra, como praticar uma crítica ensaísta capaz de devolver potência ao texto
literário. Nesse sentido, a crítica passa a ser pensada não mais como mera interpretação ou
julgamento da obra, mas sim como intervenção e disseminação, já que não está dissociada de
todo do próprio objeto que lhe propicia existência. Daí a necessidade de entendermos como se
comporta o “gênero” ensaio tal como é praticado por pesquisadores da área da literatura, seja
dentro ou fora da universidade, seja em jornais, revistas especializadas ou em outros espaços de
produção crítica. Críticos/poetas/ensaístas como Alberto Pucheu, Raúl Antelo, Maria Esther
Maciel, Alexandre Eulálio, Sebastião Uchoa Leite, Eduardo Portella, Roberto Corrêa dos Santos
são alguns dos críticos-ensaístas que nos têm interessado na pesquisa.
Palavras-chave: Crítica literária contemporânea. Ensaio. Poesia.

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A CULTURA TRADUZIDA E A CULTURA EM TRADUÇÃO: A LITERATURA BRASILEIRA
CONTEMPORÂNEA NA REVISTA GRANTA
Lilia Baranski Feres (UNIRITTER)
Valéria Silveira Brisolara (UNIRITTER)
Resumo: Em 2011, o governo federal lançou o Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de
Autores Brasileiros no Exterior. Seu objetivo é difundir cultura e literatura brasileiras no
exterior através de apoio financeiro a editoras estrangeiras interessadas em traduzir e publicar
obras brasileiras. Dados do período 2010-2014 indicam acréscimo nos números de países
participantes e de obras publicadas a partir das bolsas, apontando para a importância e a
repercussão de iniciativas desse porte. Paralelamente, em 2012, é publicada a edição inglesa
n.121 da revista literária Granta – The best of young Brazilian novelists (2012b), traduzida a
partir da edição n.9 da Granta em português (2012a). O volume é fruto do programa federal e
objetiva apresentar “os melhores escritores brasileiros” da contemporaneidade por meio de um
conto por autor. A análise das traduções partiu dos elementos linguístico-culturais para
determinar se são mais domesticadoras ou estrangeirizadoras (VENUTI, 1995). Os resultados
indicam que, em geral, a tradução dos nomes próprios é mais estrangeirizadora, permitindo ao
leitor se deparar com outras culturas. Por outro lado, a tradução dos demais termos culturais
(substantivos, adjetivos, metáforas, etc.), no geral, é mais domesticadora; as especificidades
culturais são neutralizadas, impossibilitando o leitor de conhecê-las. Contudo, os métodos de
tradução não foram adotados de forma consistente, mostrando que os tradutores, numa mesma
obra, adotam ora uma estratégia, ora outra, evidenciando falta de consciência do impacto e dos
desdobramentos oriundos de suas escolhas tradutórias. Ademais, grande parte das obras
apresenta uma escrita estrangeirizadora na própria língua de partida (português), sugerindo
uma literatura brasileira de repertório universal. Assim, conclui-se que medidas que visem ao
incremento da participação brasileira no cenário literário mundial devem vir acompanhadas de
maior atenção para a forma como nossa literatura está chegando ao outro, sob pena de fomentar
estereótipos e divulgar discursos inverossímeis sobre nossa cultura.
Palavras-chave: Tradução. Cultura. Literatura brasileira contemporânea.

A DICOTOMIA ENTRE BEM E MAL PRESENTE NA OBRA GRANDE SERTÃO: VEREDAS DE


GUIMARÃES ROSA: “SERTÃO: É DENTRO DA GENTE”.
Wanessa Rox (SECAL)
Resumo: O presente artigo visa analisar a obra Grande Sertão: Veredas, do escritor modernista
João Guimarães Rosa, considerada pela crítica literária como um dos romances mais
representativos da literatura brasileira do século XX por transcender o regionalismo e abordar
as questões existenciais do Homem. A riqueza de dicotomias presente na narrativa suscita o
questionamento, por meio do jagunço Riobaldo, da presença de Deus em contraposição ao Diabo
durante todo o transcorrer da história. A ambiguidade maior na obra de Guimarães Rosa está
pautada e vinculada à questão que atormenta Riobaldo após ele fazer o pacto para vencer
Hermógenes: se o diabo existe, se o fato de conseguir atravessar o Liso do Sussuarão e vencer a
batalha deve-se a algo que não se vê, mas que possui poder maior. Diante da questão
existencialista tratada pelo autor nesta obra, este artigo pretende identificar como a figura do
bem versus mal está representada literalmente em toda a narrativa.

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Palavras-chave: Dicotomia. Bem versus mal. Matéria vertente.

A DISSOLUÇÃO DA CARNE
Vanessa Zucchi (PUCRS)
Resumo: Em seu famoso ensaio O erotismo, Georges Bataille (1987) defende que o desejo
erótico é sintomático da descontinuidade a que os sujeitos estão condicionados, por isso, está no
âmago da nossa existência, podendo assomar em qualquer momento da vida. O “erotismo dos
corpos” procede dessa busca por continuidade e culmina com o ato sexual – que não é
essencialmente erótico. Nessa perspectiva, as iniciações erótica e sexual podem acontecer em
momentos díspares, com particularidades dissonantes. A partir dessa asserção, esse trabalho
tem por objetivo analisar o conto “Artistas e modelos”, da escritora Anaïs Nin, de modo a
elucidar as etapas da vivência erótica da protagonista. Centrado nos movimentos que precedem
a instauração do desejo, ou seja, focalizando menos a experiência do que o despertar erótico, a
estrutura narrativa do conto acompanha os movimentos característicos da vivência erótica
abordados por Bataille. Através dessa leitura, espera-se evidenciar os recursos narrativos que a
escritora adota para figurar a experiência metafísica erótica nos parâmetros batailleanos.
Palavras-chave: Erotismo. Bataille. Anaïs Nin.

A ELABORAÇÃO DA PERGUNTA EM CONTEXTO DE AVALIAÇÃO COMO INSTÂNCIA DO


EQUÍVOCO
Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia (UFPR)
O estudo se propõe a refletir acerca da elaboração/proposição de questões de
leitura/interpretação em provas do ENEM, das quais recortou-se o campo “Linguagens e suas
Tecnologias”. O olhar sobre a elaboração considerou, a partir de uma perspectiva discursiva, os
domínios de antecipação constituídos desde o lugar histórico do sujeito-saber professor, aquilo
que é projetado em relação ao lugar histórico do sujeito-aluno e em relação ao objeto de
conhecimento. Para que a análise se revestisse de consequência, foi considerado, dentre o
conjunto de provas e de questões, os temas mais recorrentes, a saber, a relação
oralidade/escrita e o uso das tecnologias na contemporaneidade. Assim, elegeu-se uma questão
que entrelaça essas duas abordagens e, via recuperação das condições históricas de produção da
aplicação da prova do ENEM e de seus domínios de memória, procedeu-se à análise do processo
discursivo representado na questão em tela. Os gestos de análise privilegiaram a
interdiscursividade manifesta, para além dos limites das alternativas propostas aos estudantes;
os domínios de memória emergentes, as posições-sujeito em tensão, mas não necessariamente
manifestas nas alternativas. Esses e outros aspectos visaram a problematizar o quanto a
elaboração das questões possibilita aos estudantes a inscrição no lugar da interpretação e a
partir de que posições-sujeito, na medida em que a formulação abre (ou) não para o espaço do
equívoco, no sentido da não univocidade absoluta.
Palavras-chave: Pergunta. Ensino. Equívoco.

A ELABORAÇÃO DE PRODUÇÕES ESCRITAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DIZERES E SENTIDOS


QUE MARCAM A ENTRADA DA CRIANÇA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Clésia da Silva Mendes Zapelini (UNISUL)

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Resumo: A presente comunicação oral visa apresentar os resultados parciais da pesquisa de
tese em andamento, que trata do modo como o sujeito-criança elabora suas produções escritas e
ressignifica sentidos e dizeres que marcam a entrada da criança no universo da alfabetização. A
pesquisa foi desenvolvida durante o ano de 2012, em uma escola da rede particular de Tubarão,
turma do III infantil, com crianças de 4 e 5 anos. Pautados na análise do discurso de linha
francesa de Michel Pêcheux, compreendemos que a interpretação da criança está relacionada
com a ordem da língua e da discursividade. Após um ano de observação de como a criança
elabora a produção escrita, organizamos o nosso arquivo em quatro funcionamentos discursivos
que marcam os efeitos de sentido durante a elaboração. Desse modo, observamos que,
inicialmente, a criança movimenta os sentidos em torno de traços que nos remetem ao desenho
e a escrita, sem a distinção dos mesmos. Posteriormente, a separação começa a acontecer num
processo de construção e reconstrução dos sentidos em que o desenho e a escrita vão ganhando
um espaço próprio na produção. A cada funcionamento a produção se estrutura seguindo certas
regularidades, tanto no diz respeito aos traços do desenho, quanto da língua escrita. De acordo
com Pêcheux (2010, p. 52), podemos dizer que processos de repetição e regularização levam a
criança a compreender o funcionamento do desenho e da língua escrita. Entre as primeiras
produções e as últimas, observamos que a memória recorta os sentidos e atualiza-se no
momento de cada elaboração, sendo responsável pelos sentidos que dela derivam.
Palavras-chave: Educação Infantil. Produção Escrita. Sentidos

A ETICA DA ESTETICA NO IMAGINÁRIO CONTEMPORÂNEO: O PARTO FILMADO NAS REDES


SOCIAIS
Edla Maria Silveira Luz (UNISUL)
Resumo: Como registro e marca da visibilidade contemporânea a exposição da intimidade
através das redes sociais está cada vez mais presente na ética da estética do imaginário coletivo.
O que nos afirma Debord (1997) sobre essa relação é que a profusão de tecnologias submete o
indivíduo a uma espécie de submissão consentida e permitida ao imaginário coletivo através de
uma sustentação de prazer alicerçada nos símbolos arquetipais. O que fomenta uma discussão
evidenciada e referenciada através da exposição da intimidade e aqui, especificamente,
relacionada ao parto filmado e à prática que esse acontecimento envolve e é sustentado através
do espetáculo e da exposição nas redes sociais. Tendo como objeto o Facebook, discutimos, a
partir de algumas postagens, a prática social da divulgação de partos e respectivos comentários,
para refletir a exposição da intimidade e a relação público e privado. Ainda, pelas vias do
Imaginário, as representações das imagens arquetipais, os símbolos da intimidade (DURAND,
2002) e a vontade de potência. Fenômeno possível pela interpelação das tecnologias do
imaginário no cotidiano e como suporte de manifestações culturais. A imagem não é só
linguagem, faz-se ética da estética.
Palavras-chave: Imaginário. Parto filmado. Ética da Estética.

A FIGURA MARGINAL DE ANÍSIO: UM ESTUDO EM O INVASOR


Cristiano Araújo Vaniel (UFRGS)
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo mostrar os traços marginais no livro O invasor,
de 2002, do escritor Marçal Aquino, e demonstrar que a marginalidade expressa é transitória

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conforme a progressão do enredo. Através da leitura da obra, é feita uma análise da narrativa,
buscando identificar os traços que a aproximam de uma feição marginal de escrita, conforme as
distinções teóricas de Sergius Gonzaga, em estudo da questão. Com a análise, é possível perceber
o teor marginal expresso no personagem Anísio, pela sua origem, linguagem e vestimentas, e
conforme a narrativa se desenvolve, ele adquire o poder de decisão em uma construtora, por
causa de sua relação amorosa com uma das herdeiras da empreiteira. Sob a luz do teórico
Mikhail Bakhtin e os seus estudos referentes ao plurilinguismo no romance, é possível
identificar que, com o poder de decidir o rumo de uma empresa bem estabelecida no mercado, a
postura de Anísio se modifica, moldando a sua linguagem e a sua vestimenta conforme o
ambiente empresarial que o personagem frequenta, evidenciando, assim, a transitoriedade da
figura marginal para uma figura corporativa.
Palavras-chave: Narrativa. Personagem. Marginal.

A FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS: DA LEITURA À ESCRITURA


Luciane Botelho Martins (UCPEL)
Resumo: Tendo como tema a formação de leitores/produtores de textos nos anos iniciais,
buscamos compreender como se deu o processo de construção da escrita em textos de alunos do
6ºano do Ensino fundamental, visto que parte dos sujeitos pesquisados participaram de um
projeto de leitura durante o ano letivo de 2012, quando estava no 4º ano. Dessa forma, somos
movidos pelo desejo de compreender como se deu/dá o processo de construção da escrita e, a
partir daí, pensar práticas que estimulem a produção de sentidos, a produção de textos,
especialmente, ao longo dos cinco primeiros anos da educação básica. Buscamos, assim, verificar
se a prática da Hora do Conto nos anos iniciais contribuiu/contribui na formação de sujeitos
capazes de produzir textos com qualidade diferenciada. A referida pesquisa foi realizada na
Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Augusto Duprat, no município de Rio Grande/RS. Dessa
maneira, tendo em vista o projeto de leitura realizado na turma de 4º ano, em 2012, propomos
uma investigação comparativa entre os textos produzidos, em 2014, por esses alunos e textos
produzidos por alunos novos (que ingressaram na escola a partir de 2013 e não participaram do
projeto). Como é possível perceber, este trabalho de pesquisa permitiu/permite compreender, à
luz da Análise do Discurso francesa, a importância de um projeto de leitura, como a Hora do
Conto, não só na Educação Infantil, mas ao longo dos cinco anos da educação básica, como base
para a formação de leitores.
Palavras-chave: Leitura. Produção de textos. Sentido.

A FUGA DE LUGAR E A FUGA DE SENTIDOS NA RELAÇÃO IMIGRANTE/REFUGIADO


Camila Borges dos Anjos (UNISUL)
Suelen Francez Machado Luciano (UNISUL)
Resumo: Os movimentos de migração acontecem desde épocas muito remotas, na era das
Grandes Navegações, entre os séculos XV e XVI, quando povos de distintas nacionalidades se
lançaram aos mares, buscando expandir suas rotas marítimas e, consequentemente,
comercializar seus produtos, garantindo seu monopólio. Naquela época, no que tange ao Brasil,
os imigrantes buscavam não apenas consolidá-lo como nação forte, mas também melhores
condições de vida, uma vez que a promessa de um pedaço de terra nesse outro lugar poderia ser

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uma oportunidade. Atualmente o cenário não é muito diferente, pois ganeses, haitianos,
senegaleses têm saído de seus países e se deslocado, entre outros, para o Brasil, numa tentativa
de melhorar sua condição econômica. Nesse sentido, nos últimos anos, Santa Catarina recebeu
uma grande leva de imigrantes, que se instalaram ao longo do estado. Em Tubarão, a UNISUL
conta um grupo de imigrantes ganeses que participam de aulas de Língua Portuguesa, a fim de
aprimorar sua comunicação e seu contato com os brasileiros. Aprender uma segunda língua,
nesse entendimento, é aventurar-se em outras culturas, em outros espaços, partindo de uma
identidade – valores, crenças, concepções – construída na primeira língua. Vale dizer que as
línguas, em geral, carregam traços, características culturais, o que significa dizer que a
identidade do sujeito, na Língua Estrangeira, nesse caso, a Língua Portuguesa, é também fruto de
outras relações, de interferências de sua Língua Materna. Com base nessas questões, queremos
pensar a identidade e a memória do imigrante, enquanto sujeito afetado ideologicamente pelas
relações de sentido que se estabelecem nesse outro lugar que agora ele vem ocupar, um lugar
não seu, mas que ele deseja/necessita.
Palavras-chave: Imigrante. Língua Materna. Identidade.

A IMAGEM PELO OUTRO: ÉTICA DA ALTERIDADE NA ARTE E O DEVIR-OUTRO DA


LINGUAGEM
Ana Carolina Cernicchiaro (UNISUL)
Resumo: Em sua impessoalidade, em seu hibridismo, na pluralidade de sentidos, no fim da
assinatura, a literatura expõe o ser-com que somos e se torna um espaço de abertura à
alteridade. Dessa maneira, irrompe, no texto, o olhar do outro e, na linguagem, a voz sempre
nova, sempre estranha desse outro, um devir-minoritário da linguagem, um devir-outro da
cultura. O projeto de pesquisa “A imagem pelo outro: ética da alteridade na arte e o devir-outro
da linguagem” pretende pensar de que forma esta ética da alteridade, inseparável de uma
política e de uma estética, perpassa diferentes formas de arte, borrando as separações entre os
gêneros e dinamitando as dicotomias entre o eu e o outro, sujeito e objeto. A arte e a literatura
como instrumentos para traçar devires, linhas de vida, fugas ativas. Fugas que não fazem da arte
um refúgio, pois são “desterritorializações positivas, que não irão se reterritorializar na arte,
mas que irão, sobretudo, arrastá-la consigo para as regiões do a-significante, do a-subjetivo e do
sem-rosto” (DELEUZE; GUATTARI, 2008, p. 57). Espaços onde não há fixação do eu, mas ficção
do eu (ficcionalização do eu-escritor ou do eu-leitor), fricção do eu com muitas outras coisas que
o contagiam, afetação infinita e múltipla.
Palavras-chave: Estética. Política. Contemporaneidade.

A INFLUÊNCIA DO GRAU DE SEVERIDADE E DOS FENÔMENOS SOCIOCULTURAIS E


ECONÔMICOS NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO DE AFÁSICOS
Larissa Rizzon da Silva (UCS)
Resumo: A linguagem é considerada a primeira forma de socialização. A partir da interação com
a família, o indivíduo adquire as bases para um desenvolvimento sadio da linguagem, no que diz
respeito à sua forma, conteúdo e uso. Após esse percurso, o sujeito pode se deparar acometido
de um distúrbio de linguagem que corresponde à alteração no desenvolvimento linguístico, e
que interfere no uso da língua, na aquisição de vocabulário e na manipulação dos componentes

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da linguagem, de modo geral. A etiologia pode envolver fatores orgânicos,
intelectuais/cognitivos e emocionais. A afasia, por exemplo, é um distúrbio de linguagem
causado por uma lesão cerebral adquirida. Conforme a extensão e a localização da lesão
cerebral, a pessoa, que ainda possui a linguagem, pode apresentar dificuldades para acessá-la
e/ou articulá-la. A fim de garantir o diagnóstico e o prognóstico e, da melhor maneira possível,
entabular condutas para efetuar o processo reabilitatório, com o intuito de reestabelecer da
forma mais integral possível os padrões de conectividade na área neurológica lesionada, é
fundamental considerar os fatores socioculturais e econômicos e o grau de severidade
apresentados por cada indivíduo, uma vez que, através dessas categorias, é possível verificar se
a reabilitação do paciente afásico será profícua ou não. Portanto, cabe a esta pesquisa analisar a
influência do grau de severidade e dos fenômenos socioculturais e econômicos no processo
reabilitatório de afásicos. Este estudo resultará na minha dissertação de mestrado.
Palavras-chave: Cognição. Afasia. Reabilitação.
Palavras-chave: Afasia. Distúrbios de linguagem. Fatores socioculturais e econômicos.

A INFLUÊNCIA DO N-DROP EM APRENDIZES DE INGLÊS COMO L2


Renato Augusto Vortmann de Barba (PUCRS)
Resumo: O N-drop, fenômeno muito frequente em português, ocorre quando um sintagma
apresenta uma elipse nominal, ou seja, quando um substantivo não é abertamente realizado,
mas o seu conteúdo pode ser recuperado através de marcas de concordância de gênero e
número encontradas em adjetivos ou determinantes que se encontram dentro do mesmo
sintagma. O mesmo não ocorre na língua inglesa, na qual é necessário utilizar o pronome one
para que a sentença permaneça gramatical no caso da omissão do substantivo. O presente
trabalho tem como foco analisar se o nível de proficiência de inglês como L2 influencia a
percepção de aprendizes quanto à agramaticalidade do fenômeno N-drop na língua inglesa. Para
tanto, informantes divididos em dois níveis de proficiência foram testados através de uma tarefa
de julgamento de aceitabilidade na qual deveriam analisar diversas frases e corrigir as que
julgassem não-aceitáveis de acordo com o seu conhecimento da língua inglesa. Os aprendizes
com maior nível de proficiência tiveram maior facilidade em identificar e corrigir as frases
agramaticais, ao passo que os aprendizes com menor nível de proficiência apresentaram
maiores dificuldades na identificação dos problemas. Os resultados demonstram, portanto, que o
nível de proficiência influencia no reconhecimento da agramaticalidade do N-drop em inglês.
Palavras-chave: N-Drop. SLA. Transferência.

A INSTITUIÇÃO POLÍTICA “FAMÍLIA” NO ESPAÇO URBANO


Célia Bassuma Fernandes (UNICENTRO)
Resumo: A família é considerada a primeira forma de sociedade de que temos registros. No
Brasil, ela seguiu os padrões tradicionais europeus, alicerçados nos dogmas da igreja, a quem
cabia controlar e moralizar a vida na nova colônia, além de evitar que os bens materiais
familiares fossem divididos. A popularização da escola, a entrada da mulher no mercado de
trabalho, a invenção da pílula anticoncepcional, a liberação sexual, entre outros fatores, afetou
diretamente essa instituição, bem como sua estrutura. De instituição que visava assegurar a
manutenção dos bens materiais entre pessoas ligadas por laços de sangue àquela baseada no

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amor e no afeto, independentemente do sexo, foi um longo caminho. O Estado, por meio de
normas e leis, também vem, ao longo dos tempos, normalizá-la/normatizá-la. Pelo viés
discursivo, compreendemos a família como uma das instituições políticas que compõem o
espaço urbano e que tem ganhado visibilidade na formação social brasileira, seja pelas suas
novas configurações, por ter sido palco de barbáries, por ser alvo de leis, ou por ser o lugar em
que determinados sentidos são produzidos e outros são apagados ou interditados. Esse projeto
tem por objetivo analisar, em materialidades significantes que circulam na mídia impressa e/ou
digital, os sentidos de família e os deslocamentos presentes nos discursos sobre/em torno dela,
bem como que efeitos de sentido irrompem por esse discurso. Também nos interessa explicitar
como o público invade o privado, produzindo seus efeitos e, mais especificamente, como o
Estado determina a forma de existência da família moderna.
Palavras-chave: Instituição Política. Família. Espaço Urbano.

A INTERAÇÃO ENTRE ASPECTO E AS INTERPRETAÇÕES DA CONJUNÇÃO “E” NO PB


Giuseppe Freitas da Cunha Varaschin (UFSC)
Resumo: Para que haja sucesso na comunicação, é necessário que os interlocutores descubram
qual, dentre as várias possibilidades interpretativas disponíveis à conjunção, é aquela que está
sendo empregada pelo falante em um dado contexto. A questão que se coloca, então, é: que tipo
de pistas os usuários da língua usam para desempenhar essa tarefa? Podemos falar
genericamente de pistas sintáticas, semânticas e pragmáticas. Nossa hipótese geral é a de que as
informações aspectuais das sentenças que estão sendo concatenadas são fatores cognitivamente
relevantes na especificação de um sentido para a conjunção no contexto. Trata-se, portanto, de
uma busca por pistas semânticas, relativas ao funcionamento da estrutura conceitual humana
(cf. JACKENDOFF, 1983), que direcionam os interlocutores rumo às várias interpretações. Vamos
argumentar que o aspecto funciona como um mecanismo limitador, que restringe as
possibilidades interpretativas da conjunção. De início, assumiremos que a distinção aspectual
mais importante para limitar as possibilidades interpretativas da conjunção é a distinção entre
Estados e Eventos (cf. VENDLER, 1967; COMRIE, 1981). Boa parte das teorias a respeito do
assunto enfocam os mecanismos pragmáticos que subjazem ao vasto leque de enriquecimentos
contextuais possíveis à conjunção, que seria semanticamente mínima (cf. SCHMERLING, 1975;
POSNER, 1980; GRICE, 1981; CARSTON, 2002). Sem negar a relevância de tais princípios
pragmáticos (ou mesmo o caráter semanticamente pobre da conjunção em si), a ideia que
pretendemos propor é que, ao menos no caso da conjunção envolvendo sentenças estativas, há
restrições semânticas envolvidas. A saber, a estrutura conceitual humana não consegue
conceber como um Estado pode ser ordenado temporalmente. Não é, portanto, um fator
contextual específico que determina que, nesses casos, a conjunção não será temporal. É
somente após a restrição aspectual ao conjunto de intepretações possíveis que o raciocínio
pragmático poderá se dar, determinando, assim, em contexto, qual interpretação a conjunção
efetivamente receberá.
Palavras-chave: Conjunção. Aspecto. Estrutura Conceitual.

A INTERDIÇÃO DA LÍNGUA ALEMÃ: O SUSTENTÁCULO DA NACIONALIZAÇÃO


Marilene Teresinha Stroka (UNC)

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Resumo: O objetivo deste estudo está pautado na memória histórico-linguística do sujeito
imigrante alemão do norte de Santa Catarina - Brasil e como se constitui essa memória desse
sujeito da linguagem na prática discursiva, produzida por fatos históricos, particularmente na
campanha de nacionalização do Estado Novo (1937-1945) no Governo de Getúlio Vargas,
gerando uma política linguística nacionalista e de interdição da língua alemã em detrimento da
língua portuguesa. Para isso, apresentar-se-á um percurso pela Análise do Discurso da linha
Francesa de Michel Pêcheux, mobilizando um dispositivo teórico e analítico que sustentará uma
reflexão sobre a interdição da língua como objeto simbólico de identificação do sujeito imigrante
alemão. Para a análise desse objeto de estudo, serão apresentados alguns recortes do Decreto-
Lei nº 1545 de 25 de agosto de 1939 que regia a política do nacionalismo, determinando um
acontecimento histórico-linguístico fundado nas ideologias nacionalistas do Estado Novo que
tinha como função silenciar a língua alemã. Decorrentes desse Decreto-Lei também serão
apresentados depoimentos da memória desses sujeitos que foram protagonistas da interdição
linguística, imposta pelo nacionalismo de Getúlio Vargas. Serão analisados os enfretamentos e os
atravessamentos desses discursos autoritários: o jurídico, o político e pedagógico.
Palavras-chave: Discurso. Língua. Memória.

A INVESTIGAÇÃO SOCIOFONÉTICA NA TAREFA DE COMPARAÇÃO DE LOCUTORES: UM


ESTUDO DE CASO
Cláudia Regina Brescancini (PUCRS)
Ana Paula Correa da Silva Biasibetti (PUCRS)
Felipe Bilharva (PUCRS)
Resumo: A Sociofonética, como área de interface entre Sociolinguística e Fonética, tem oferecido
significativa contribuição para a Linguística Forense, especificamente para a tarefa pericial de
comparação de locutores (FOULKES; SCOBBIE; WATT, 2010). Nesse contexto, este estudo tem
por objetivo confrontar uma amostra de fala teste (amostra questionada), produzida por um
homem adulto de Porto Alegre-RS, com três amostras de fala de referência, pertencentes ao
irmão gêmeo do locutor questionado, ao próprio locutor questionado e a outro locutor
masculino, nascido e residente em Porto Alegre-RS, com idade semelhante ao do locutor
questionado. Busca-se apresentar e discutir a pertinência de características sociofonéticas
extraídas de cada uma das quatro amostras como elementos discriminantes capazes de
possibilitar a identificação das duas amostras que apresentam mesma origem, ou seja, que foram
produzidas pelo mesmo locutor. A análise é conduzida com base na verificação tanto perceptivo-
auditiva quanto acústica das amostras, de acordo com o chamado método combinado,
comumente adotado na atividade de comparação de locutores. Os elementos técnico-
comparativos encontrados na examinação evidenciam que mesmo irmãos gêmeos podem ser
diferenciados em razão de propriedades sociofonéticas e que, no caso em questão, o exame de
aspectos referentes à taxa de articulação, à frequência fundamental, à produção variável de
oclusivas alveolares e, sobretudo, de róticos em posição de coda são eficientes para a construção
de argumentos que sustentam a identidade do locutor questionado.
Palavras-chave: Comparação de Locutores. Sociofonética. Róticos.

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A LEI DA IMPRENSA E O FUNCIONAMENTO DO DISCURSO JORNALÍSTICO BRASILEIRO
Giovanna Benedetto Flores (UNISUL)
Resumo: Ao longo de quase 200 anos de imprensa no Brasil, o jornalismo brasileiro passou por
diversas transformações. Com a virada do século XIX para o século XX, o jornalismo que antes
era basicamente opinativo, se transforma em uma imprensa informativa. As marcas desta
transformação, da industrialização da imprensa, podem ser observadas na valorização da figura
do repórter, principalmente nos periódicos que circulavam no eixo Rio-São Paulo. O século XIX
foi marcado de inúmeros debates e discussões entre os jornalistas conservadores e liberais. Por
parte dos liberais havia uma defesa da abolição da escravatura e a mudança do regime político
para o sistema republicano. Fora pesquisando sobre esse cenário de confronto que meu olhar
recai sobre os acontecimentos históricos que foram marcados nos periódicos brasileiros. Meus
gestos de análise se debruçam tanto no século XIX como no século XX, buscando compreender
discursivamente as mudanças que a Lei de Imprensa produziu no discurso jornalístico
brasileiro. Para tanto, tomo como base teórica a Análise do Discurso, conforme proposto na
França por Pêcheux nos anos de 1960 e seus desdobramentos e avanços no Brasil proposto por
Orlandi, a partir de 1990. Quando pensamos a Lei da Imprensa no processo histórico-social
determinante dos sentidos, entendemos discursivamente a história como historicidade, ligada à
questão da linguagem e à do sujeito, contrapondo o conceito de historiografia como produtora
de dados e de conteúdos, numa dimensão temporal expressa como cronologia e evolução.
Portanto, analisar discursivamente os periódicos do final do século XIX e início do século XX, na
perspectiva discursiva trata-se de um gesto de compreensão e até mesmo de “atualização” dos
modos de relação da mídia com o processo político do Brasil, no sentido em que o político é
constitutivo no processo de inscrição dos sujeitos do no laço social.
Palavras-chave: Análise do Discurso. Discurso Jornalístico. Historicidade

A LEITURA DE DOIS PRÓLOGOS LATINO-AMERICANOS SOBRE A OBRA DOM QUIXOTE: A


OBRA COMO PRECURSORA DO ROMANCE MODERNO.
Aline Venturini (UNESPAR; UFRGS)
Resumo: A pesquisa proposta trata da análise de dois prólogos das edições da obra Dom Quixote
de la Mancha: a primeira consiste na edição do IV centenário, cujo prólogo selecionado é o de
Mário Vargas Llosa “Uma novela para el siglo XXI” e a tradução de Sérgio Molina, da Editora 34,
do qual a apresentação é realizada por Maria Augusta da Costa Vieira. Os dois textos trazem a
leitura dos dois intelectuais, sendo o primeiro um escritor latino-americano e a segunda, uma
das principais críticas de Dom Quixote no Brasil. Ambos têm em comum a análise da obra como
precursora do romance moderno, a qual traz características preliminares desse gênero,
presentes na obra de escritores modernos e contemporâneos. Nesse sentido, o objetivo da
pesquisa é investigar a leitura dos dois intelectuais sob a luz dos parâmetros teóricos da Estética
da Recepção proposta por Jauss (1960) e do estudo da hermenêutica de Gadamer (1988),
investigando o que os dois prólogos trazem de leituras anteriores sobre a obra. Desse modo,
Jauss (1960) afirma que uma obra literária deve romper com os horizontes de expectativas dos
leitores e Gadamer (1988) pontua que a leitura de alguém está sempre presa, em certa medida,
ao seu contexto literário e social e ao passado, o que não significa que este seja o único
pressuposto. O fato é que um leitor dificilmente poderá ver muito além do que o seu contexto

103
permite. Em relação aos prólogos dos dois críticos, resguardando a função social de cada um e
suas especificidades, podemos afirmar que a leitura de ambos é influenciada pelo conhecimento
que já possuem de outras obras e da evolução do gênero romance desde o século XVI, época da
primeira publicação de Dom Quixote, para os tempos atuais.
Palavras-chave: Prólogos. Estética da recepção. Romance.

A LEITURA NAS LICENCIATURAS DE LETRAS E PEDAGOGIA


Deisi Luzia Zanatta (UPF)
Resumo: Trata-se de pesquisa quali-quantitativa cuja finalidade é analisar o perfil leitor de
universitários ingressantes nas licenciaturas de Letras e Pedagogia, de quatro universidades
brasileiras, apontando princípios, conhecimentos e ações pedagógicas para a formação de
leitores na universidade como espaço privilegiado de mediação da leitura e de circulação de
práticas de leitura. A pesquisa será desenvolvida em cursos presenciais de graduação na
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP, campi de Marília e de Presidente
Prudente), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Serão sujeitos da pesquisa alunos ingressantes de ambas licenciaturas, em razão de formar
professores para a Educação Básica, que ensinam a leitura e suas práticas. O instrumento de
pesquisa foi um questionário aplicado aos universitários ingressantes no ano letivo de 2015, nas
quatro universidades brasileiras participantes do estudo, que pretende dar visibilidade às
práticas de leitura de universitários no espaço acadêmico e desenvolver um plano de ações
político-pedagógicas para qualificar a formação de leitores universitários na universidade, como
parte integrante da formação inicial, em licenciaturas e bacharelados, no âmbito do ensino, da
pesquisa e da extensão.
Palavras-chave: Leitura. Licenciatura. Práticas de leitura.

A LÍNGUA PORTUGUESA EM MOÇAMBIQUE: PRÁTICAS DISCURSIVAS, PEDAGÓGICAS E


FORMAÇÃO DE PROFESSORES
David António (UEM)
Resumo: O Português em Moçambique é a segunda língua para maior parte da população;
coexiste com outras línguas nacionais e foi adotada como oficial, de ensino e de formação. Dadas
as condições de emergência e de existência enunciativas, o dispositivo do pacto de segurança faz
mover a sociedade daquele país, no exercício da biopolítica (FOUCAULT, 1999), cujo
funcionamento institui condutas e possibilita a construção de subjetividades nas práticas
pedagógicas. Sob tal regime de verdade, concebe-se tal língua oficial como uma das tecnologias
de governabilidade, possibilitando a criação de uma posição do sujeito que vigia e cuida do
outro. Tais práticas pedagógicas fundam-se no Português europeu (norma prescritiva), criando
possibilidade de confronto e de contradições no ensino e na formação com o Português falado
em Moçambique (norma objetiva) (MONTEAGUDO, 2011). Sob a perspectiva da análise do
discurso da linha foucaultiana e da linguística, o estudo cinge-se em realizar uma avaliação
diagnóstica que possa estabelecer as relações conflituosas inscritas nas estruturas basilares do
ensino da língua oficial, recorrendo à formação das modalidades enunciativas e dos campos de
estabilização e de utilização. O mesmo vai contribuir para melhorar a qualidade de ensino e de
formação de professores de/em Português, baseando-se numa prática discursiva e pedagógica

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responsiva à situação linguística do país. O corpus constitui-se de discursos de formandos e
formadores em sala de aula e de dispositivos orientadores do ensino e formação de professores.
Os resultados parciais da pesquisa apontam a existência de uma prática discursiva na qual o
sujeito se estabelece numa pedagogia de variação, homogeneizando as práticas pedagógicas do
ensino do Português como primeira e como segunda língua.
Palavras-chave: Português europeu/Moçambique. Ensino e formação de professores de/em
Português. Práticas discursivas. Práticas pedagógicas.

A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO NO BRASIL E EM PORTUGAL: ENTRE FATOS E VERSÕES


Chirley Domingues (UNISUL)
Resumo: Analisar como o ensino da literatura em salas de aula do Ensino Médio é abordado
pelos documentos oficiais no Brasil e em Portugal é a proposta inicial desse trabalho. Sabemos
que em tais documentos, que se situam no plano ideológico, estão impressas sugestões e
prescrições que visam servir de instrumento aos professores para uma prática mais significativa
dos conteúdos a serem ministrados/estudados em sala de aula. Mas, será que em tais
documentos, que se querem como parâmetros e orientações, encontramos discussões que
possam fomentar o diálogo sobre a problemática que se destaca quando o assunto é o ensino da
literatura na escola, qual seja, literatura é para ser lida, apreciada e fluída, ou é para ser
estudada? Buscamos uma reflexão sobre a literaura e seu ensino. Esta, por sua vez, resulta da
análise dos documentos oficiais publicados no Brasil e em Portugal. Acreditamos que verificar de
que forma os dois países encaram o ensino da literaura, destacando as aproximações e os
distanciamentos dos discursos, podem nos ajudar a pensar sobre o processo de ensinar
literatura no Brasil, evidenciando as possibilidades de contribuirmos com as discussões que,
quem sabe, possam ajudar a melhorar a recepção da leitura literária nas nossas escolas.
Palavras-chave: Ensino. Literatura. Ensino Médio.

A LOCALIZAÇÃO DE UM GAME EDUCATIVO: QUANDO OS ELEMENTOS PARATEXTUAIS


ENTRAM (OU NÃO) EM JOGO
Cristiane Denise Vidal (IFC/Brusque)
Resumo: O propósito deste trabalho é ressaltar as dificuldades inerentes do processo de
localização de games, com foco especial em games educativos. Após uma breve contextualização
da área de Localização dentro dos Estudos da Tradução, apresentarei um estudo de caso com o
game educativo austríaco Ludwig, que buscou inspiração para seu design na animação Wall-E e
no game de entretenimento World of Warcraft, e cujo foco é o ensino-aprendizagem de Ciências.
Esse estudo de caso foi realizado no par linguístico Inglês-Português e analisou elementos
paratextuais, tanto linguísticos quanto não-linguísticos, do game Ludwig a partir de conceitos de
Paratradução (Genette, 1991; Yuste, 2012; Mendez Gonzales, 2014).
Palavras-chave: Games. Localização. Tradução.

A MORTE NECESSÁRIA DO “EU” QUE ESCREVE: A HORA DA ESTRELA


Liziane Coelho (FURG)
Resumo: O presente artigo vislumbra discutir o processo de escrita que se realiza na obra A
Hora da Estrela (1998), de Clarice Lispector, por meio de seu narrador Rodrigo S. M. a partir da

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teoria de Maurice Blanchot, em seu livro O espaço literário (2011) e de Michel Foucault, em sua
conferência publicada O que é um autor? (2009). Tendo em vista os aspectos citados por
Blanchot no momento da criação literária, serão apresentados elementos que evidenciam como
se realiza o “apagamento do autor”, um dos princípios éticos da escrita contemporânea, segundo
Foucault. Além disso, de acordo com a teoria de Julia Kristeva, em seu livro: Estrangeiros para
nós mesmos (1994), será apresentada a análise da construção da personagem Macabéa, a qual se
relaciona intimamente com o “eu” que narra justamente por lhe causar estranheza, pois é
possível observar que por meio da diferença que há entre narrador e personagem se manifesta,
de forma bastante explícita, a necessidade de escrever; contar a história de Macabéa; dar vida a
essa personagem já existente no interior desse narrador.
Palavras-chave: Escrita. Autor. Narrador.

A NÃO-ELEVAÇÃO DA VOGAL/E/EM IRATI, PARANÁ


Loremi Loregian-Penkal (UNICENTRO)
Resumo: O processo de elevação vocálica é abrangente no português brasileiro (PB), e sensível à
posição acentual da vogal na palavra (pretônica, tônica ou postônica). Um dos parâmetros
fonéticos de classificação vocálica é a altura do corpo da língua para a articulação do som. O
International Phonetic Alphabet (IPA) atribui quatro graus de altura vocálica nas línguas e o PB
faz suas distinções vocálicas nos quatro graus: 1) baixa/a/; 2) médias-baixas/ɛ/,/ɔ/; 3) médias-
altas/e/,/o/; 4); altas/i/,/u/. Ao lado da realização do fenômeno da elevação vocálica no PB, é
citada a sua não ocorrência em partes do sul do Brasil. Câmara Júnior, por exemplo, ao
apresentar o quadro reduzido das vogais em posição átona final, comenta, em nota de rodapé, a
não realização da elevação: “[...] numa ou noutra área do sul do Brasil não há a neutralização e,
por exemplo, jure (de jurar) se opõe a júri (tribunal popular) [...]” (1972, p. 34). Nesta
comunicação, cuja pesquisa é fundamentada nos pressupostos da Teoria da Variação Linguística
(cf. WEINREICH; LABOV e HERZOG, 2006 [1968], serão apresentados os principais resultados
obtidos na análise das ocorrências da vogal média/e/, em posição postônica final, na fala em
língua portuguesa de moradores da zona rural, descendentes de imigrantes eslavos (ucranianos
e poloneses) da cidade de Irati, localizada na região centro-sul do Paraná. Foram analisadas 24
entrevistas sociolinguísticas (com, no mínimo, 40 minutos de fala cada), pertencentes ao banco
de dados do projeto VARLINFE (Variação Linguística de Fala Eslava). Foram elencadas e testadas
sete variáveis linguísticas e quatro sociais. Os dados foram submetidos ao tratamento estatístico
do Programa GoldVarb X. (Pesquisa com apoio do CNPq. Processo número: 443809/2014-3).
Palavras-chave: Elevação vocálica. Irati, Paraná. Projeto VARLINFE.

A NARRATIVA COMO ELEMENTO CONFIGURADOR NA CONSTITUIÇÃO DO PSIQUISMO


INFANTIL
Juliana Canton Henriques (UNISC)
Resumo: Neste estudo, a partir de reflexões teóricas sobre o tema do conhecimento associado à
narratividade, à literatura, específicas da disciplina de “Estética e conhecimento”, ministrada por
Eunice Piazza Gai e de uma ocorrência significativamente exemplar com uma criança de uma
turma de Educação infantil, sob a orientação da mestranda Juliana Canton Henriques, chegamos
a um foco direcionado à constituição e desenvolvimento do psiquismo infantil a partir da

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influência das histórias narradas/ouvidas. A elaboração do texto contempla a tese de que a
literatura, neste caso, a narrativa literária confere uma espécie de conhecimento que não é
mensurável, não é considerado científico, mas contribui para os processos de constituição
psicológica dos leitores ou ouvintes. Inclusive, ela contribui mais do que muitas outras preleções
dogmáticas, legais, ou morais, e pode levar os indivíduos a agirem, a se modificarem. Vigotski,
bastante imbuído pela narrativa do contista russo Tchecov, constrói um significativo arcabouço
teórico-psicológico a respeito da influência da narrativa literária na construção do psiquismo
infantil. A criança se educa do ponto de vista estético a partir da prática de ouvir boas narrativas
literárias, pois, a exemplo do que acontece quando brinca, ela usa sua imaginação e vivencia
experiências que podem auxiliá-la na superação de conflitos. Nesse processo, o adulto, professor
ou familiar, age como um mediador possibilitando que o leitor/ouvinte infantil amplie sua zona
de desenvolvimento proximal. Após discorrermos sobre alguns aspectos teóricos, esboçamos
uma análise da história infantil “Macaquinho” de Ronaldo Simões Coelho, buscando mostrar
possíveis efeitos da literatura no desenvolvimento do interlocutor infantil. Nesse momento,
mencionamos o fato ocorrido com a criança da Educação Infantil, a partir da leitura dessa
história em sala de aula.
Palavras-chave: Psiquismo infantil. Narrativa Literária. Conhecimento.

A NARRATIVA POLICIAL CONTEMPORÂNEA: PLENILUNIO E LA PREGUNTA DE SUS OJOS


Wellington Ricardo Fioruci (UTFPR)
Resumo: O gênero policial, a exemplo de outras vertentes narrativas, vem sofrendo
transformações significativas ao longo de sua trajetória, transformações essas que apontam para
um diálogo sintomático com os respectivos contextos históricos dos quais se nutre. Sua
longevidade e, sobretudo, popularidade, devem-se em grande medida a esta capacidade de
metamorfosear-se e responder crítica e criativamente aos problemas caros à sociedade
burguesa ocidental, como marginalidade e violência, identidade e exclusão. Nesse sentido, pode-
se dizer que o mal-estar da modernidade e, por conseguinte, da pós-modernidade estão em
maior ou menor grau incorporados à problemática do gênero. Os romances Plenilunio (1997), do
espanhol Antonio Muñoz Molina, e La pregunta de sus ojos (2005), do argentino Eduardo Sacheri,
são bastante representativos dessas variações ocorridas no cerne da poética policial na
contemporaneidade. O gênero literário sofre as contribuições ou subversões dos autores
mencionados, sendo os estilos próprios às obras em questão uma amostra relevante da situação
do romance policial no que tange ao âmbito da contemporaneidade ibérica e ibero-americana.
Palavras-chave: Romance policial. Plenilunio. La pregunta de sus ojos.

A NASALIZAÇÃO VOCÁLICA REGRESSIVA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: UM ESTUDO


ACÚSTICO
Clara Simone Ignácio de Mendonça (UFSC)
Resumo: A nasalidade vocálica do PB é um tema controverso, principalmente quando olha para
as vogais nasais, tema frequentemente discutido. Contudo, existe um outro tipo de nasalidade, a
coarticulatória. Os dados apresentados nessa pesquisa, mostram que a nasalidade
coarticulatória do PB pode ser tanto regressiva quanto progressiva. Esta pesquisa tem por
objetivo apresentar um estudo acústico das vogais nasalizadas regressivamente do PB. Foram

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analisados os parâmetros acústicos de duração, formantes orais, formantes nasais (Fn1 e Fn2) e
análise espectral (FFT e cepstro), comparando-os com as vogais nasais e orais. O corpus
analisado foi formado por um conjunto de logatomas. A pesquisa contou com cinco sujeitos
normais, dois do sexo masculino e três do sexo feminino, sem patologias de fala. Todos os
sujeitos são naturais de Florianópolis e residem nesta cidade. Além dos parâmetros acústicos, os
dados foram analisados segundo duas variáveis: a tonicidade e o sexo. O arcabouço teórico da
Fonologia Gestual foi utilizado para justificar os resultados. Os achados desta pesquisa apontam
para uma duração maior das vogais nasalizadas, quando comparada com sua contraparte nasal.
Os formantes orais aparentemente não distinguem uma vogal nasal de uma nasalizada. A análise
espectral (FFT) aponta a presença dos efeitos da nasalidade na porção mais próxima a consoante
nasal. As vogais nasalizadas em sequência VCn, são gestos que se realizam em fase, constituindo-
se num fenômeno gradiente.
Palavras-chave: Fonética. Vogais nasalizadas. Análise acústica.

A NOÇÃO DE INTENÇÃO EM TEORIA DE CONCILIAÇÃO DE METAS


Fábio José Rauen (UNISUL)
Resumo: A teoria de conciliação de metas de Rauen (2014) consiste numa abordagem
pragmático-cognitiva que procura descrever e explicar processos interacionais em termos de
planos de ação intencional em direção à consecução de metas heteroconciliáveis. A arquitetura
conceitual da teoria provê uma modelação em quatro estágios, compreendendo, de um lado, a
projeção de uma meta e, de outro, a formulação, a execução e a checagem de pelo menos uma
hipótese abdutiva antefactual que conecta uma ação antecedente plausível para atingir a meta
projetada. Em planos coletivos de ação intencional, processos comunicacionais podem ser
descritos e explicados em termos de conversão de intenções práticas em intenções informativas
e comunicativas, de tal modo que uma meta prática só é atingida colaborativamente mediante o
reconhecimento pelo interlocutor de que o falante pretende tornar mais manifesto determinado
conjunto de suposições contextuais mediante estímulos comunicativos ostensivos.
Consequentemente, enunciados podem conter uma intenção comunicativa superordenada por
uma intenção informativa superordenada por uma intenção prática. Este estudo avalia
potencialidades de modelação de interações comunicativas levando em consideração estas três
camadas de intenção.
Palavras-chave: Pragmática Cognitiva. Teoria de Conciliação de Metas. Intenção.

A OFERTA DE ENSINO BILÍNGUE NOS ANOS INICIAIS DE ESCOLARIZAÇÃO: UM ESTUDO


SOBRE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS
Katia Barbara Gottardi Mulon (UFPR)
Resumo: A educação bilíngue precoce tem se popularizado como prática em escolas de
educação básica nos últimos anos, não obstante a ausência de legislação que especifique os
parâmetros do ensino de língua estrangeira para os anos iniciais de escolarização. O objetivo
desta pesquisa de mestrado, que está sendo desenvolvida no primeiro semestre de 2016, é
identificar e analisar as políticas linguísticas na educação bilíngue de elite, tanto oficiais quanto
desenvolvidas por outros atores sociais, como na mídia e nos âmbitos escolar e familiar,
especificamente nos anos iniciais do ensino fundamental. Esta pesquisa se pauta em uma

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perspectiva de investigação qualitativa com enfoque interpretativo. Primeiramente
focalizaremos a análise da publicidade e de outros discursos circulantes acerca da educação
bilíngue em jornais e revistas, além de analisar o projeto político-pedagógico da escola
participante, no que se refere à concepção de língua, bilinguismo e educação bilíngue.
Posteriormente, realizaremos entrevistas com pais e professores dessa escola, bem como com
pais de outras instituições de educação bilíngue da região metropolitana de Curitiba/PR, com o
objetivo de identificar que ideologias linguísticas (SCHIEFFELIN; WOOLARD; KROSKRITY, 1998)
orientam e dão forma às políticas linguísticas e como essas políticas alimentam as ideologias.
Espera-se, com o presente estudo, contribuir para a produção científica no campo de políticas
linguísticas no Brasil, em especial no contexto de bilinguismo de elite, uma vez que se constatou,
na revisão bibliográfica inicial, que a expansão da oferta de educação bilíngue no país ainda
carece de produção de conhecimento, como aponta Moura (2010). Os discursos sobre essa
oferta na fase inicial de escolarização, contidos tanto em políticas oficiais quanto em outras
esferas, como a mídia, trazem ideologias que podem orientar os pais na escolha do tipo de
educação para seus filhos, daí a necessidade de identificá-las, contribuindo para o maior
esclarecimento da sociedade como um todo.
Palavras-chave: Políticas linguísticas. Educação bilíngue. Ensino fundamental.

A PERSONALIZAÇÃO NO MECANISMO DE BUSCA DO GOOGLE E O FILTRO BOLHA:


POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS NOS EFEITOS COGNITIVOS DESCRITOS PELA TEORIA DA
RELEVÂNCIA
Fátima Hassan Caldeira (UNISUL)
Resumo: Este estudo constitui pesquisa fundamentalmente bibliográfica que tem como objeto o
impacto da personalização do mecanismo de busca do Google, conhecida como Filtro Bolha, no
balanço de efeitos cognitivos e custos de processamento descritos pela Teoria da Relevância de
Sperber e Wilson (1986, 1995), assumindo as variáveis moderadoras de exaustão e de saturação
apresentadas por Rauen (2008). Concluiu-se que a personalização representa sério risco ao
balanço ótimo de relevância. Do ponto de vista destas variáveis, percebe-se que a personalização
dos resultados sobreleva efeitos de fortalecimento de suposições contextuais, minimizando
efeitos de enfraquecimento/eliminação e enviesando implicações contextuais. A reiteração
constante de informações que apenas fortalecem suposições cognitivas prévias do indivíduo,
ultrapassado um limiar ótimo, nos termos de Pareto, pode saturá-las e exauri-las, de tal modo
que estas informações sejam tomadas pelos usuários como naturalizadas e, in extremis,
irrelevantes. Isso pode conduzir os indivíduos ao que Pariser (2012) denominou de
determinismo informativo, encarcerando os usuários em uma versão estática e repetitiva de si
mesmos, já que os resultados da busca estão sendo adequados à visão de mundo de cada um
deles, conforme a identidade gerada a partir dos sinais de personalização utilizados pelo
buscador.
Palavras-chave: Teoria da Relevância. Mecanismo de Busca. Personalização.

A POÉTICA DE XOSÉ LOIS GARCÍA: CONFLUÊNCIAS ENTRE MEMÓRIA E HISTÓRIA.


Sirlei da Silva Fontoura (UNICENTRO)
Cláudio José de Almeida Mello (UNICENTRO)

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RESUMO: Este estudo tem como foco de abordagem a poética de Xosé Lois García, poeta que
representa um papel importante na cultura e literatura galegas, e tem como objetivo investigar
seus versos como lugar onde se exploram confluências entre memória e história. Dentre tantas
possibilidades de pesquisas acerca da memória, interessa-nos compreender os estudos
relacionados à memória coletiva, a fim de se estudar a memória do povo galego representada
pela situação sombria tão retratada nos versos de García: a violência desatada na comunidade
galega durante a Guerra Civil. A memória explorada nos versos do escritor não se identifica,
portanto, unicamente com as suas lembranças pessoais, uma vez que mesmo o pensamento
individual sendo singular, este emerge do entrecruzamento das correntes do pensamento
coletivo, ou seja, a memória individual está estreitamente ligada à memória coletiva. Quanto à
história, esta diz respeito aos grandes acontecimentos de uma nação. Nessa perspectiva, García
trabalha tanto com elementos da história quanto com os procedimentos da memória, já que seus
escritos fazem referência a acontecimentos registrados pela historiografia oficial. Trata-se de um
trabalho de pesquisa qualitativa, de natureza bibliográfica, visando a análise e interpretação de
material bibliográfico embasado em autores como Halbwachs (2004), Nora (1993), Torres
(2015), Moura (2004).
Palavras-chave: Literatura galega, História, Memória coletiva.

A POLÍTICA DA MISE-EN-SCÈNE DE O SOM AO REDOR


Júlio César Alves da Luz (UNISUL)
Resumo: Tendo como cenário um quarteirão da praia de Boa Viagem, em Recife, o universo
fílmico de O som ao redor (Kleber Mendonça Filho, 2012) coloca no centro de cena, a princípio,
os dramas de uma classe média acuada, entrincheirada contra os perigos da violência urbana
crescente. Circulando nesse espaço extremamente fechado, porém, uma multidão de figuras
populares – empregadas domésticas, babás, porteiros, entregador de água, lavador de carros,
vendedores ambulantes, vigias noturnos – atravessam as muralhas da classe média,
inevitavelmente presentes por conta, sobretudo, das relações trabalhistas que pautam o contato
entre essas classes. Povoando o universo da intriga como que girando ao redor, o povo figura,
assim, numa condição de visibilidade tensionada entre o visível e o invisível, presença que
des/aparece, na mise-en-scène da obra, no limiar entre o dentro e o fora, o centro e o entorno, o
que se mostra e o que se elide. A fim de questionar, desse modo, a figuração dessas personagens
populares em O som ao redor, procuramos problematizá-la, a partir da política de sua mise-en-
scène, de modo a pensá-la na dialética de uma in/visibilidade que a obra coloca em jogo na
construção de suas imagens, assinalando, nessa leitura, o sentido intrusivo de que a presença e
os movimentos desse povo são portadores e que parecem colocar em xeque, sob o clima de
suspense da obra, muito mais do que a segurança da classe para a qual trabalha.
Palavras-chave: O som ao redor. Mise-en-scène. In/visibilidade do povo.

A PRESENÇA DA ALTERIDADE NA LINGUAGEM E NA TRADUÇÃO DA OBRA DANCER, DE


COLUM MCCANN.
Valdirene Fontanella (UNIRITTER)
Resumo: Acredita-se que existe um elemento intrínseco e fundamental à natureza da linguagem
e também à da tradução, o qual denomina-se alteridade. Percebe-se que a tradução de narrativas

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literárias é um meio propício para a observação e exemplificaçãode tal fenômeno, uma vez que
esse processo pode ser evidenciado em diversas traduções de obras literárias já realizadas ao
longo da história, das quais algumas seguiram pelo caminho da tradução domesticadora e outras
pela estrangeirizada. Este trabalho propõe-se a analisar, por meio da leitura, como o fenômeno
da alteridade se faz presente na voz do autor e como manifesta na do tradutor na tradução
interlinguística, a fim de evidenciar a presença desse elemento nas narrativas. Para isso, como
corpus de análise deste estudo será utilizada a obra Dancer (2003), do autor irlandês Colum
McCann e a tradução dessa obra para a língua portuguesa sob o título O Bailarino (2004), a qual
recria a história do bailarino Rudolf Nureiev, misturando fatos reais e fictícios. A fundamentação
teórica baseia-se, principalmente, nas ideias de Bakhtin, Spivak, Even Zohar e Lévinas, entre
outros. Espera-se que este trabalho possa contribuir como um estímulo à reflexão sobre os
estudos de leitura e de tradução de narrativas literárias, levando-se em consideração o
fenômeno da alteridade presente na linguagem.
Palavras-chave: Linguagem. Alteridade. Tradução.

A PRODUÇÃO DO ATAQUE COMPLEXO CCV(C) DO FRANCÊS POR APRENDIZES


BRASILEIROS DE FRANCÊS
Sara Farias da Silva (UFSC)
Resumo: Ao aprender uma língua estrangeira (LE), o aprendiz se depara com novos sons dessa
LE e pode apresentar, em sua produção de fala, interferências fonológicas de sua língua materna
(LM). Nesse sentido, o presente estudo propõe um detalhamento acústico de produções de
palavras que apresentam estrutura silábica do tipo CCV(C), nas quais será investigada a
presença de dois processos fonológicos do português brasileiro (PB): epêntese vocálica e
juntura. O foco são produções de fala de aprendizes brasileiros de francês. Para este estudo,
criamos um corpus com palavras e frases francesas, contendo a estrutura silábica CCV(C), tais
como sports e spectacles. O corpus foi baseado na pesquisa de Da Silva, Nunes e Seara (2016) e
no projeto IPFC (Interphologie du Français Contemporain). Os dados analisados são de
informantes brasileiros de três contextos diferentes: em sala de aula (alunos de graduação do
Curso de Letras-Francês da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC), uso profissional
(professores de língua francesa da UFSC) e uso social como segunda língua (brasileiros morando
em país francófono). Após a gravação dos dados, foram realizadas análises acústicas que
observaram a existência de interferências fonológicas do PB nas produções de fala dos
aprendizes brasileiros em todos os contextos verificados. Os ataques complexos do francês
consistem de sequências que não são permitidas no PB. Assim, o aprendiz brasileiro de francês,
ao se ver diante de ataques complexos, por exemplo, do tipo CCV(C), constituídos de sequências
consonantais como as observadas em sports e spectacles, tenderá a produzir epênteses vocálicas,
isto é, o aprendiz irá inserir uma vogal antes desse ataque complexo na produção de sintagmas
como les sports e les spetacles, resultando nas produções: [le.is.’pɔx] e [le.is.pe.’ta.kl],
respectivamente. Ou ainda realizará o processo de juntura, produzindo, dessa maneira,
[le.zis.’pɔx] e [se.zis.pe.’ta.kl]. Tais produções não ocorrem na fala do francês nativo.
Palavras-chave: Interferências fonológicas, Produção de fala, Aprendizes brasileiros de francês.
Português Brasileiro (PB).

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A PRODUÇÃO NARRATIVA DE SALIM MIGUEL E AS DIFERENTES PROJEÇÕES DO AUTOR EM
SEU TEXTO
Ana Cláudia de Oliveira da Silva (UFSM)
Resumo: O objetivo do presente trabalho é analisar na produção ficcional de Salim Miguel as
diferentes projeções do autor em seu texto. Para tal intento, foram selecionados os livros: A
morte do tenente e outras mortes (1979), A vida breve de Sezefredo das Neves (1987), Primeiro de
abril: narrativas da cadeia (1994), Onze de Biguaçu mais um (1997), Nur na escuridão (1999) e
Reinvenção da Infância (2009). Em tais narrativas, o escritor utiliza-se de diferentes estratégias
de autorrepresentação com vistas a embaralhar as fronteiras entre vida e obra, fato e ficção. No
entanto, mesmo que suas histórias apresentem um forte teor autobiográfico, facilmente
detectável a partir de sua cronologia ou de informações paratextuais, a instância narrativa
geralmente assume uma perspectiva distanciada em relação ao que conta, como se fosse um
outro “eu” que estivesse ali a desfiar sua vida. Tem-se, assim, a criação de diferentes “personas”,
nas quais o autor projeta os seus sonhos de infância, seus anseios da juventude, seu desejo de
escrever, suas obsessões e traumas. Personagens como o “filho do seu Zé Miguel”, circunscrito ao
passado e ao âmbito familiar, e o poeta Sezefredo das Neves, relacionado ao período de
efervescência e formação literária da juventude catarinense. Diferentes projeções ficcionais que
destacam o processo de experimentação linguística de Salim Miguel – que gosta de recriar,
deformar e reinventar constante as mesmas histórias e personagens – e estabelecem com o
leitor um jogo ambíguo. Diante desse cenário, algumas questões que permeiam as escritas de si
despontam, tais como a presença do autor em seu próprio texto, a definição genérica, o pacto
firmado com o leitor, a problemática do nome próprio e da identidade, as quais tentaremos
responder, mesmo que parcialmente.
Palavras-chave: Salim Miguel. Projeções ficcionais. Escritas de si.

A RELAÇÃO ENTRE O CINEMA E A PUBLICIDADE - UM ESTUDO INTERTEXTUAL SOBRE


WARS E THE FORCE
Renato Bittencourt de Melo (UNISUL)
Resumo: A intertextualidade é uma prática utilizada com recorrência por redatores e criativos
na realização de campanhas publicitárias premiadas. Em sua mobilização, o intertexto, ou seja, o
fato de empregar um texto a partir de um outro texto já existente, pode gerar resultados
surpreendentes no aumento de vendas, por exemplo. Como é o caso do comercial estudado em
trabalho monográfico anterior, intitulado: The Force - filme comercial concebido pela Deutsch
para a Volkswagen, para divulgação do novo Passat 2012. A campanha intertextualiza com os
filmes da série Star Wars, uma obra referência para o cinema mundial. No estudo monográfico,
entendemos que a campanha ativou a memória afetiva de seu público-alvo e esta ativação teve
implicação discursiva para o aumento das vendas, o que fez do comercial um dos maiores hits do
Youtube de todos os tempos. A partir destes objetos discursivos que fazem da intertextualidade
argumento de venda, busca-se compreender como se dá a contribuição da memória e do texto de
imagem na realização discursiva dessas campanhas publicitárias que foram bem-sucedidas para
o consumidor e para o anunciante.
Palavras-chave: Intertextualidade. Cinema. Publicidade.

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A RELATIVA LIBERDADE EM ACOSSADO, O ESTRANGEIRO E ANGÚSTIA
Marcos Hidemi de Lima (UTFPR)
Resumo: Esse trabalho busca elaborar, por meio de relações comparativas, algumas reflexões
sobre a relativa liberdade vivida por Michel Poiccard, Meursault e Luís da Silva, personagens
que, respectivamente, estão presentes em Acossado (1951), filme dirigido por Jean-Luc Godard, e
nos romances O estrangeiro (1942), de Albert Camus, e Angústia (1936), de Graciliano Ramos. As
três personagens aqui analisadas optam por uma forma de existência sem freios indo de
encontro às interdições da sociedade. Nesse sentido, a liberdade absoluta que almejam
corrobora a ideia expressa por Jean-Paul Sartre de que ser livre é uma forma de condenação.
No filme de Godard, Michel vai sendo aos poucos anulado em sua integridade existencial, ao
fazer escolhas que aqueles que estão ao seu redor julgam inaceitáveis. De modo análogo,
Meursault, o protagonista da narrativa de Camus, torna-se um estranho nas engrenagens
sociais, quando deixa de atender as expectativas que dele esperam. Similarmente, no romance
de Graciliano, após cometer um crime, o narrador-personagem Luís da Silva presume que não
existem mais amarras que o obrigue a representar uma máscara que lhe foi impingida pelos
que o cercam. Na análise das três personagens, subjaz o fato de que escolher a liberdade
ilimitada, desconhecendo a relatividade que lhe é inerente, não isenta nenhum dos
protagonistas das responsabilidades desse ato.
Palavras-chave: Questões sobre liberdade. Cinema. Literatura.

A REPRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA EM CONTOS DE MARINA COLASANTI


Juracy Assmann Saraiva (FEEVALE)
Resumo: O trabalho analisa a representação da personagem feminina nos contos A moça tecelã,
Entre a espada e a rosa e Um espinho de marfim, de Marina Colasanti, a partir da simbologia
presente nessas narrativas. A relevância do tema justifica-se pelo interesse que o público infantil
manifesta pelos contos de fadas, tanto os tradicionais quanto os modernos. Como autora desses,
Marina Colasanti é referência, e a análise de sua produção, no âmbito do gênero, permite
constatar que há diferença na composição das narrativas e na representação das personagens
femininas, quando se procede à comparação dos contos da escritora ítalo-brasileira com os
contos de fadas dos precursores, como os dos Irmãos Grimm. Sob o primeiro aspecto, os contos
de Colasanti não seguem o padrão das narrativas estereotipadas, de origem popular, deixando
de apresentar algumas invariantes; sob o segundo, as personagens instituídas pela escritora são
autônomas e tomam decisões sobre a própria vida, o que não acontece nos contos de fadas
tradicionais. Entretanto, não há só diferenças entre as narrativas clássicas e as de Marina
Colasanti: a presença da simbologia e o tratamento da temporalidade e da espacialidade são
processos idênticos, o que contribui para incluir seus contos no gênero maravilhoso. Além disso,
os enredos lineares e elementos profundamente simbólicos tornam possível interpretar e
reconhecer situações e temas reais. As personagens sentem e sofrem com a solidão, com o medo
e com a morte. Desse modo, Marina Colasanti renova os contos de fadas e aproxima o leitor
dessas narrativas, a partir dos dilemas humanos apresentados, por meio do trabalho particular
que a autora exerce com a linguagem.
Palavras-chave: Contos de fadas. Personagem feminina. Marina Colasanti.

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A REPRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA PRINCIPAL, NO LIVRO INFANTIL
“CARMEN”, DE RUTH ROCHA: UMA ANÁLISE SEGUNDO A PERPECTIVA DO IMAGINÁRIO
Maria Aparecida Lima de Freitas (UNISUL)
Resumo: Este trabalho pretende analisar como ocorrem as construções simbólicas em relação a
uma personagem feminina na literatura infantil. Parte-se da hipótese que as representações na
literatura infantil ou infanto-juvenil recorram a imagens onde a mulher é percebida por suas
características sedutoras e ousadas em relação à figura masculina. A feminilidade não é, no
entanto, uma qualidade da qual uma mulher pode se desviar facilmente. É o que se percebe em
“Carmen”, uma adaptação da ópera, feita por Ruth Rocha. Carmen é uma cigana que vive em
Sevilha, na Espanha, por volta de 1820. A narrativa se inicia com uma marcha de crianças que
cantam a chegada dos soldados na cidade. Ao citar Carmen, o texto diz que ela “provoca” um
jovem soldado, cantando e dançando uma linda canção. Percebe-se que o simbolismo de alguns
elementos do texto é uma maneira de expressar o imaginário, já que este é representando
simbolicamente. Assim, apresenta-se uma leitura dos simbolismos, presentes no texto literário
infantil, que envolvem a personagem feminina principal, sob a perspectiva do imaginário
proposto por Gilbert Durand (2002).
Palavras-chave: Gênero. Representação. Imaginário

A REPRESENTAÇÃO INDÍGENA E A IDENTIDADE NACIONAL: ANÁLISE DISCURSIVA DE


MATERIALIDADES GRÁFICAS SOBRE A TRIBO KAINGANG
Bruna Cielo Cabrera (UFSM)
Luiza Boézzio Greff (UFSM)
Resumo: O livro infantil Joaquim Toco e amigos na terra do Gãr (DMITRUK, 2015), além de expor
histórias voltadas às crianças, por meio de crônicas e diversas outras materialidades narrativas,
apresenta mitos, costumes e tradições da cultura Kaingang através de ilustrações de uma
realidade corrente, observada pelo viés dos autores, deste povo em constante contato com
comunidades não indígenas. Propomo-nos com o presente trabalho a análise discursiva das
imagens gráficas desse material, amparando-nos em um referencial teórico proveniente dos
estudos em Análise de Discurso de matriz francesa, segundo as ideias inaugurais de Michel
Pêcheux e, no Brasil, como maior expoente Eni Orlandi. Segundo a autora, em seu livro Terra à
vista (2008), “todo discurso é marcado enunciativamente. Não há apenas ‘algumas’ marcas que
são importantes” (p. 270) e, fazendo parte deste objeto, as gravuras são elementos
indispensáveis para a formação discursiva (FD) do livro. Uma vez que as FDs são consolidadas
pelo interdiscurso, “sendo este definido como o lugar de construção dos sentidos, a verticalidade
(domínio da memória) do dizer, que retorna sob a forma do pré-construído, o já-dito” (idem, p.
49), como as ilustrações, elaboradas por um artista não indígena, estão funcionando
discursivamente? Se através do discurso é possível o “falar sobre o ‘outro’ para instituir a
imagem de ‘si’, cria sua tradição (sou-sempre-já), além de sua imagem (como deve ser)” (idem, p.
52), de que forma os desenhos presentes em Joaquim Toco e amigos na terra do Gãr representam
uma relação simbólica e social de um imaginário de identidade indígena Kaingang e um
imaginário de identidade nacional?
Palavras-chave: Análise de Discurso. Identidade nacional. Kaingang.

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A REPRESENTAÇÃO MENTAL DA SINTAXE: ESTUDOS PSICOLINGUÍSTICOS
Anna Belavina Kuerten (UFSC)
Daniela Brito de Jesus (UFSC)
Resumo: O objetivo deste trabalho é contribuir para a compreensão do processamento da
linguagem, especificamente do processamento sintático, apresentando os resultados dos
recentes estudos psicolinguísticos e a sua contribuição para a área. A compreensão da linguagem
envolve o conhecimento do significado da palavra e a compreensão das relações estabelecidas
entre diferentes palavras em uma sentença. Esta habilidade de compreender essas relações tem
motivado vários pesquisadores a investigar a linguagem através de processamento sintático. O
resultado disso é o surgimento de inúmeros estudos, cujo objetivo é entender os diferentes
processos sintáticos no cérebro. Os principais aspectos de investigação do processamento
sintático são: processamento de violações sintáticas, processamento de estruturas sintáticas em
comparação com listas de palavras, e interação de complexidade sintática com a memória
sintática (Friederici, 2004). Os estudos recentes que utilizam os métodos neurobiológicos têm
contribuído de maneira relevante para a área de psicolinguística. Investigações que adotaram a
ressonância magnética funcional (fMRI) sugerem que o processamento sintático ocorre na área
de Broca (AB 44 e AB 45) no giro frontal inferior (Friederici et al., 2003). Já os estudos com
eletroencefalografia (EEG) detectaram as ondas cerebrais LA) e P600/SPS quando houve
violação sintática em um dado estímulo sentencial (Kaan et al., 2000; Wassenaar et al., 2004). De
maneira geral, os estudos de neuroimagem sobre a representação e do processamento da
sintaxe buscam identificar o contraste entre um conjunto de duas ou mais condições desenhadas
para diferenciar um dado processo de interesse. Evidências na literatura apontam estudos que
visaram isolar aspectos sintáticos na linguagem, utilizando contrastes tais como a comparação
de sentenças sintaticamente complexas com sentenças simples e a comparação de sentenças
contendo violações com sentenças sem violações (Kaan & Swaab, 2002). Em suma, a capacidade
humana de ler ou ouvir uma dada sentença demonstra o papel crucial da sintaxe na
compreensão normal da linguagem e na interação do indivíduo com o meio.
Palavras-chave: Processamento sintático. Neurobiologia da linguagem. Métodos
neurobiológicos.

A REVISTA COMO LUGAR DE PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO DE SENTIDOS NO ESPAÇO


URBANO: A DISCURSIVIZAÇÃO SOBRE O ESTADO ISLÂMICO
Paula Maryá Fernandes (UNICENTRO)
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
Resumo: A religião é um assunto polêmico que resulta não apenas em discussões acaloradas,
mas também em conflitos armados. O recente ataque ao jornal francês Charlie Hebdo e o
massacre na casa de shows Bataclan e em alguns restaurantes de Paris são exemplos dessa
prática. Quem assume a autoria dela é o grupo Estado Islâmico, que tem suas origens pautadas
na religião (Islamismo), mas também tenta exercer controle político no Oriente Médio. Esses
acontecimentos têm alcance mundial pelo espaço que a mídia concede a eles. Nesse sentido,
entendemos que a mídia tem o poder de controlar os sentidos, dando relevância ou não a
acontecimentos, tecendo teias e redes discursivas que muitas vezes atendem a interesses das

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classes dominantes. É no espaço urbano que essa teia/rede se constitui por meio de sujeitos, os
quais são a razão de discursos decorrentes de filiações ideológicas. O funcionamento dessa teia
depende do lugar ocupado pelos sujeitos, em dada formação discursiva e do trabalho da
memória discursiva que repete ou rompe com os discursos que circularam antes em outro lugar
e que sustentam as teias/redes instauradas pela mídia. Para desenvolver a pesquisa, recortamos
capas das revistas Carta Capital, Piauí e Revue des Deux Mondes. O foco são as designações em
torno dos acontecimentos e dos sujeitos que os desencadearam, bem como dos sujeitos e dos
países vítimas desses atentados ou atos de terrorismo. A questão é: que memórias sustentam
esses imaginários sobre o EI e deles em relação ao mundo? Como o EI constrói e se legitima?
Também mapeamos os discursos protagonizados pelo EI com vistas a verificar como diferentes
veículos de comunicação discursivizam um mesmo acontecimento e como cada um deles
constrói efeitos de evidência e de verdade, além de verificarmos como a tomada de posição dos
veículos de comunicação os inscrevem em determinadas formações discursivas.
Palavras-chave: Análise de Discurso. Revista. Estado Islâmico.

A TRADUÇÃO COMO RETEXTUALIZAÇÃO: UM OUTRO OLHAR PARA A PRÁTICA


TRADUTÓRIA DENTRO DO ENSINO DE LÍNGUAS
Ana Paula de Carvalho Demétrio (UFSC)
Resumo: O grupo de pesquisa Tradução e Cultura – TRAC – é um grupo vinculado à UFSC e ao
CNPq que estuda, analisa, publica e divulga estudos acadêmicos que investigam a relação
Tradução e Cultura no âmbito da interface Tradução-Jornalismo e Tradução-Ensino de Línguas,
tendo como demarcação teórica as investigações pautadas na teoria funcionalista para os
estudos tradutórios. Inserida nesse cenário, a presente proposta de trabalho tem como objetivo
apresentar o resultado de uma pesquisa, realizada em âmbito de mestrado, a qual ocupou-se em
investigar a atividade tradutória – concebida a partir da ótica funcionalista (NORD, 1991[1988])
e sob a perspectiva da retextualização, sendo esta entendida, à luz do conceito de Dell’ Isola
(2007), como uma estratégia para o desenvolvimento da produção textual em sala de aula de
espanhol como língua estrangeira. Dita proposta concretizou-se através de uma sequência
didática, na qual os alunos participantes da pesquisa realizaram uma atividade de
tradução/retextualização de gênero textual. Partindo de um texto originalmente produzido no
gênero textual reportagem, os alunos realizaram uma tradução/retextualização para o gênero
textual carta do leitor, a qual foi analisada a partir da perspectiva tradutória funcionalista e
também com base em um modelo de análise embasado nos elementos de textualidade propostos
por Beaugrande e Dressler (1981) e Cassany (2000), os quais serviram para verificar se a
atividade proposta contribuiu para o aprimoramento da escrita desses alunos. Logo, a partir da
análise e discussão dos dados obtidos com a atividade, constatou-se que a tradução, concebida a
partir dos pressupostos supracitados, se confirma como uma estratégia eficaz para a produção
de textos em aula de espanhol como língua estrangeira, e sua análise, feita a partir dos
elementos de textualidade, comprovou que essa estratégia auxilia no aprimoramento da escrita
dos alunos.
Palavras-chave: Tradução. Retextualização. Ensino de Línguas.

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A TRANSFIGURAÇÃO DISCURSIVA A PARTIR DE CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE, DA
HISTÓRIA E DA LINGUÍSTICA
Silvânia Siebert (UNISUL)
Resumo: A transfiguração discursiva se dá nos gestos de leitura e realização de obras
“adaptadas” para o Cinema, a Televisão, os Quadrinhos, entre outras. O leitor/autor da nova
versão trabalha na fronteira entre a escrita e a imagem. Entendemos que esse gesto
interpretativo “emoldura” a produção de efeitos de sentidos, dando forma à encenação, realizada
em planos, cenas e sequências que envolvem elementos próprios da linguagem audiovisual,
como cenários, iluminação, atores, figurinos, movimentos, etc. Para a análise discursiva das
diferentes textualidades apresentadas entendemos ser importante a observação do processo
enunciativo dos adaptadores, uma vez que será por meio do gesto de leitura/interpretação por
eles realizados que refletiremos sobre este movimento de ler uma obra e realizar outra versão.
Buscamos ampliar este conceito a partir de contribuições da psicanálise, da história e da
linguística.
Palavras-chave: Transfiguração. Encenação. Gestos de leitura.

A UTILIZAÇÃO DE PIADAS NO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA


Leila Minatti Andrade (UNISUL)
Resumo: Neste trabalho, argumentamos que a utilização de piadas pode ser produtiva como
estratégia de ensino e aprendizagem de Língua Espanhola para estudantes brasileiros, visto que
este gênero textual auxilia o aluno não apenas a conhecer e internalizar aspectos linguísticos do
idioma, mas também a contribuir para a discussão da cultura subjacente dos povos que falam
este idioma. Do ponto de vista cognitivo, piadas demandam processamento complexo que inclui
a elaboração de um contexto inicial que leva a determinadas conclusões e a reorganização deste
contexto em direção a conclusões incongruentes, acionadas por um gatilho denominado de
punchline. Cabe ao intérprete da piada, diante do punchline, reorganizar a interpretação inicial
em direção a estas novas conclusões e, caso esta reorganização seja suficientemente
surpreendente e humorística, rir no processo. Para prever os processos de compreensão dos
alunos e, assim, selecionar piadas adequadas a serem trabalhadas em sala de aula, considerando
diferentes níveis de aprendizagem e de domínio do idioma-alvo, utilizamos a classificação
proposta por Yus (2010). Os resultados parciais das análises sugerem que piadas transferíveis
têm mais chances de serem compreendidas pelos estudantes de língua estrangeira,
especialmente entre aqueles em nível inicial de aprendizagem, uma vez que eles tendem a
processar o texto em Língua Estrangeira partindo de seus conhecimentos em Língua Materna.
Palavras-chave: Humor. Ensino de espanhol. Teoria da Relevância.

A VIAGEM DE AUTO-EXÍLIO EM A MAÇÃ ENVENENADA, DE MICHEL LAUB


Júlia Nunes Azzi (UFRGS)
Resumo: O presente trabalho vincula-se ao projeto de pesquisa “O romance brasileiro do século
XXI: trânsitos, migrações e exílio”, que busca estudar romances contemporâneos cujos
personagens passem por situações de deslocamento entre diferentes lugares, adquirindo muitas
vezes status de migrantes ou exilados. O romance a ser analisado neste trabalho é A Maçã
Envenenada, de Michel Laub, no qual será dado enfoque para os trânsitos do personagem

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principal. Este realiza uma viagem de Porto Alegre para Londres, um momento central em sua
vida, que ocupa um papel definitivo em sua construção identitária e na busca por superação de
seus traumas. Isso porque, após algumas situações difíceis – como o suicídio da ex-namorada e
um acidente de carro que quase o deixa tetraplégico – o deslocamento aparece como
possibilidade única de fuga e reconstrução de si. Objetiva-se então com este trabalho perceber
de que forma os acontecimentos traumáticos pelos quais o personagem passa o induzem a
buscar o deslocamento e de que forma a viagem pode ser definidora em sua vida. Além disso,
visa-se a pensar a situação de auto-exílio em que ele se coloca, seu caráter estrangeiro em
relação àquele mundo e o desenraizamento que permeia sua estada em Londres. Como aporte
teórico para este estudo serão utilizadas as idéias de teóricos como Zigmunt Bauman, Tzvetan
Todorov e Julia Kristeva.
Palavras-chave: A maçã envenenada; Auto-exílio; Desenraizamento

A VOZ ENTRE A ANÁLISE DO DISCURSO E A PSICANÁLISE


Maurício Eugênio Maliska (UNISUL)
Resumo: A voz é um objeto heteróclito que vem sendo estudada em muitos domínios, desde as
ciências biológicas até as ciências humanas. Essa pesquisa visa investigar as articulações teóricas
que podem ser processadas a partir do entroncamento conceitual da voz tomada como objeto de
estudo nos domínios da Psicanálise e da Análise do Discurso. Na Análise do Discurso, os
trabalhos em torno da voz têm apontado para discussões que podem ser resumidas nos
seguintes pontos: a) como materialidade significante que produz efeitos de sentido naquilo que
marca a sua posição material como efeito da produção subjetiva. Nessa perspectiva, a voz,
através das acentuações, ritmos, entonações, aliterações, etc pode produzir certos efeitos de
sentidos que surgem da marca vocálica, apontando para determinadas formações discursivas e
não outras; b) pode-se ainda considerar o efeito da voz na clave daquilo que Pêcheux (1997)
aponta como o real da língua, na medida em que a voz está inscrita na categoria de letra, em que
há na língua um elemento inexorável, impossível, que escapa aos efeitos de significação; c) a voz
como corpo simbólico constituído e atravessado pelas insígnias do discurso. Trata-se de um
corpo que significa, que traz marcas materiais quando interpelado em sujeito. Na Psicanálise, a
voz é um elemento importante na prática clínica por assumir um lugar de destaque na
constituição do sujeito ─ no que concerne a construção do fantasma, do sintoma e da própria
pulsionalidade ─ e também no exercício mesmo da psicanálise, afinal, a voz é a materialidade
discursiva posta em ato. É na prática clínica que o sujeito farfalha, gagueja, tintila, hesita e se
extasia nas aliterações, nos picos prosódicos, naquilo que a voz emerge do sujeito como corpo
pulsional de sua constituição.
Palavras-chave: Voz. Análise do Discurso. Psicanálise.

ABORDAGENS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ENVOLVENDO


O USO DE TECNOLOGIA DIGITAL
Celso Henrique Soufen Tumolo (UFSC)
Juliane Regina Trevisol (UFSC/UNEB)
Rodrigo Schaefer (UFSC)

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Resumo: Entende-se, hoje, como importante a familiaridade do professor com novas
ferramentas tecnológicas (GIMENEZ; RAMOS, 2014) a fim de se ampliarem as possibilidades de
sucesso na sala de aula. Desse modo, este Simpósio Temático apresenta trabalhos de pesquisa
relacionados ao tema Ensino de Línguas com Tecnologia, envolvendo, especificamente, três
abordagens que podem ser usadas com recursos digitais e baseados no uso de computador, a
saber, abordagem embasada em conteúdo (GRABE; STOLER, 1997), abordagem embasada em
projetos (BOSS; KRAUSS; CONERY, 2007) e abordagem embasada em tarefas (ELLIS, 2003;
SKEHAN, 2003) que podem ser usadas para o ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras,
especificamente o Inglês. Os objetivos desta apresentação são: (a) caracterizar cada abordagem,
com referencial teórico na área; e (b) fazer uma reflexão sobre como cada uma pode ser usada
para ensino e aprendizagem de língua estrangeira. Assim, com a apresentação das três
abordagens e reflexão sobre o uso de cada uma, espera-se contribuir para a prática docente de
professores de inglês como língua estrangeira relativamente aouso de tecnologia digital.
Palavras-chave: Ensino-Aprendizagem. Língua Estrangeira. Tecnologia Digital.

ABRAÇANDO A ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO: APROXIMAÇÕES ENTRE A LITERATURA


DE EDUARDO GALEANO E A AULA DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL
Gabrielle Lafin (UFRGS)
Resumo: O presente trabalho pretende levantar questões acerca da obra do escritor uruguaio
Eduardo Galeano que possam auxiliar os professores de espanhol como língua estrangeira (ELE)
a desenvolverem o trabalho com a cultura hispano-americana por meio da literatura. Com base
nas principais referências pedagógicas atuais – os Referenciais Curriculares do Rio Grande do
Sul e a Matriz de Referência do ENEM -, pretende-se desenvolver uma proposta de ensino de
língua estrangeira por meio da literatura (mais especificamente, são abordadas as obras “El libro
de los abrazos” e “Patas arriba: la escuela del mundo al revés”). À luz da perspectiva
sociocultural no ensino e aprendizagem de língua estrangeira e da obra de Eduardo Galeano,
pretende-se analisar a posição do aluno brasileiro de espanhol como um integrante da América
Latina, repensando sua noção de pertencimento a essa região. A contribuição deste trabalho
destina-se a duas grandes áreas que são contempladas neste eixo temático: literaturas de língua
espanhola e ensino e aprendizagem de língua estrangeira.
Palavras-chave: Literatura hispano-americana. Espanhol. Latino-americanismo.

ÁFRICA E AFRICANIDADES NA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL CONTEMPORÂNEA DE


LÍNGUA ESPANHOLA: TECENDO CAMINHOS
Renan Fagundes de Souza (UEPG)
Ione da Silva Jovino (UEPG)
Resumo: Este trabalho tem como finalidade apresentar o andamento de uma pesquisa, em fase
inicial, cuja temática é a representação de África e africanidades na literatura infantil e juvenil
contemporânea em língua espanhola. Por africanidades se está tomando o conceito elaborado
por Silva (2003), para quem a expressão refere-se às raízes da cultura brasileira que tem origem
africana. Couto e Jovino (2013) fizeram uso ampliado desse conceito para aludir às raízes
africanas de práticas culturais dos países falantes de espanhol. Observa-se também a Lei
10.639/03 que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afrobrasileiras e

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africanas. A presença de personagens negras ou de elementos da cultura africana e afro-
brasileira em narrativas de recepção infantil e juvenil, produzidas no Brasil, quase que inexiste
anteriormente à década de 1970, e quando tal fato acontece tem as marcas da submissão, do
serviçalismo, ou do apiedamento (DEBUS, 2013, p.103). Tais discussões que podem ser
observadas em Rosemberg (1985), Bazzilli (1999), Oliveira (2003), Jovino (2006). Esta proposta
de investigação pretende se inserir nessa discussão, colocando em questão quais visões de África
e de africanidades se podem ter a partir da literatura infantil e juvenil, focalizando as discussões
por meio da análise de contos em língua espanhola de países falantes de espanhol. A questão
cultural aparece na discussão sobre estereótipos a partir de Hall (2010). Pode-se dizer que os
primeiros traços de africanidades levantados são a grande presença de animais nos contos, ou os
chamados contos de animais, e também o caráter educativo das narrativas, característica
herdada dos textos orais africanos. Esta apresentação dará prioridade ao levantamento
bibliográfico sobre literatura infantil e juvenil, suas relações com a representação de negros e
negras e as africanidades.
Palavras-chave: Literatura infantil e juvenil. Africanidades. Bibliografia.

ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DE TEXTOS VERBO-VISUAIS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM


DE LÍNGUA INGLESA
Andréia Roberta Rossi Colet (UTFPR)
Resumo: O trabalho em sala de aula de Língua Inglesa (LI) focado na multiplicidade de
linguagens – verbal, visual, multimodal, sonora – que constituem os textos por meio dos quais se
informa e se comunica é crucial para o letramento crítico de alunos de Educação Básica. A
presente comunicação tem por objetivo apresentar ações de um projeto de pesquisa em
desenvolvimento. Fundamentado no Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2010), o
projeto procura discutir a relevância da análise de textos verbo-visuais utilizados no ensino-
aprendizagem de LI, numa turma de 1º ano do Ensino Médio de uma escola pública do Paraná.
Trata-se de uma pesquisa-ação (GIMENEZ, 1999), na qual a pesquisadora procura analisar sua
própria prática pedagógica buscando entender como ela mesma trabalha textos verbo-visuais
nas aulas de LI e que percepções são construídas por seus alunos. Alguns textos verbo-visuais
autênticos foram selecionados e atividades correspondentes a esses foram construídas com base
nas capacidades de linguagem (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, CRISTOVÃO; STUTZ, 2011) e estão
sendo aplicadas em sala de aula. Resultados preliminares apresentam algumas contribuições
para o letramento crítico dos alunos, dentre elas a ampliação das capacidades de leitura de
textos pelos alunos que, ao contextualizá-los com a realidade na qual estão inseridos
socialmente, ultrapassam o papel de meros receptores e se tornam interlocutores, interagindo
com os discursos entranhados nos textos verbo-visuais e construindo novos significados.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Língua inglesa. Texto verbo-visual.

ALTERIDADE E LITERATURA: CONTOS DE RUBEM FONSECA


André Natã Mello Botton (FEEVALE)
Resumo: O termo alteridade conota relação de interesse, de aproximação, de comparação, de
responsabilidade, de dependência, de muitos outros envolvimentos de um “Eu” e um “Outro”. O
que se percebe no mundo contemporâneo é uma preocupação exacerbada no que tange à

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alteridade, especialmente nos discursos da mídia, mas que na prática pouco se vê. Prova disso
são os relatos diários que nos chocam pela violência e pelo desrespeito à vida humana. A
atualidade está, na verdade, imersa em um profundo esquecimento do Outro. Isso a literatura já
denunciou e continua apontando para uma futura amnésia em que as pessoas talvez não mais se
reconheçam como iguais, como seres humanos. A violência é, pois, tema da literatura, que se
empenha em discutir esse fenômeno social que marca a história da nação brasileira desde a sua
fundação. Pensando nisso, faz-se necessário pensar a literatura que aborda relações de violência,
para que o leitor reflita sobre como são representadas, nesse tipo de literatura, as relações de
alteridade entre as personagens. Nesse sentido, este trabalho objetiva analisar dois contos do
escritor Rubem Fonseca, Passeio Noturno parte I e O Outro, do livro Feliz Ano Novo, sob a
perspectiva da “Alteridade”, com base em Emmanuel Levinas. Para este, a relação humana de
alteridade se dá face-a-face, no contato com o “Outro”, em que até a própria filosofia nasceria. Ou
seja, nasce não mais da Ontologia, mas da Ética. A partir dessa proximidade com o estranho,
sabendo que o “Eu” possui responsabilidade intrínseca para com o “Outro”, é que o “Eu” vai
tomar a decisão de aproximar-se ou não do “Outro”.
Palavras-chave: Literatura. Alteridade. Violência.

ANÁLISE DA NÃO-ELEVAÇÃO DA VOGAL/O/EM MALLET, PARANÁ: UMA ABORDAGEM


VARIACIONISTA
Lucelene Teresinha Franceschini (Bolsista PNPD-CAPES, UNICENTRO)
Loremi Loregian-Penkal (UNICENTRO)
Resumo: Pretende-se, nesta comunicação, apresentar resultados de uma pesquisa
sociolinguística sobre o fenômeno de não-elevação da vogal/o/em posição postônica final, na
fala em língua portuguesa de moradores da zona rural de descendentes de imigrantes eslavos
(ucranianos e poloneses) de Mallet, cidade de aproximadamente 12 mil habitantes, localizada na
região centro-sul do Paraná. Para esta comunicação serão apresentados os resultados obtidos na
análise de todas as ocorrências da vogal média/o/em posição postônica final de entrevistas
sociolinguísticas (com, no mínimo, 40 minutos de fala cada) de 24 entrevistados, pertencentes
do banco de dados do projeto VARLINFE (Variação Linguística de Fala Eslava). As variáveis
linguísticas consideradas foram (i) Tipo de consoante em contexto fonológico precedente; (ii)
Ponto de articulação da consoante em contexto fonológico precedente; (iii) Contexto fonológico
seguinte; (iv) Ponto de articulação da Consoante seguinte; (v) Sonoridade do segmento
precedente; (vi) Tipo de sílaba; (vii) Presença/Ausência de vogal alta. Consideramos também as
seguintes variáveis sociais: idade; sexo; escolaridade e etnia. As frequências foram confrontadas
com os pesos relativos obtidos com o emprego do pacote de programas estatísticos VARBRUL
(PINTZUK, 1988). O objetivo desta comunicação será, então, contribuir para o conhecimento da
variação linguística no Brasil, apresentando as variáveis linguísticas e sociais que condicionam a
não-elevação da vogal estudada. (Apoio CNPq. Processo número: 443809/2014-3).
Palavras-chave: Variação linguística. Poloneses e ucranianos. Projeto VARLINFE.

ANÁLISE DE DISCURSO E TURISMO: DESLOCAMENTOS POSSÍVEIS


Maicon Gularte Moreira (UCS)
Mateus Vitor Tadioto (UCS)

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Resumo: Nesta pesquisa, propomos uma aproximação entre os campos do saber do Turismo e
da Análise do Discurso (AD) pecheutiana. A AD, articulada enquanto disciplina de
interface/entremeio, exige a criação de outro corpo teórico-analítico, que se inscreva na
articulação de três regiões do conhecimento: a linguística não positivista, o materialismo
histórico e a psicanálise. O analista de discurso confronta os objetos de estudo desses campos e
busca trabalhar nas fissuras do entrechoque entre eles. Na linguística, o sentido da língua está no
non-sense, que aparece através do equívoco; no materialismo, a falha da ideologia mostra-se
através da contradição e, na psicanálise, o furo do sujeito se dá a ver nas manifestações do
inconsciente. Em sua aproximação com a AD, problematizamos o turismo a partir do
Materialismo Histórico e Dialético, tal como João dos Santos Filho propõe em sua construção
epistemológica. Tomamos o deslocamento como objeto de estudo do turismo, entendido como
expressão de um ato político de resistência do sujeito, visto que as atividades de deslocamento
nascem como um corte no trabalho, instalando o não-trabalho. Ainda que as atividades de
deslocamento sejam validadas a partir da organização do Estado e das relações de produção
vigentes, é a partir do jogo de forças entre a resistência do sujeito do inconsciente e a regulação
da ideologia dominante sobre o tempo de não-trabalho, que o furo do deslocamento se
estabelece. Esse furo é o que pretendemos observar e discutir a partir das lentes da AD para
questionar o objeto e o campo do turismo.
Palavras-chave: Análise de Discurso. Turismo. Deslocamento.

ANÁLISE DO DISCURSO E A ESCOLA: UMA DISCUSSÃO SOBRE AS POSIÇÕES-SUJEITO DE


ALUNOS E PROFESSORES
Gabriela Moll (UNISUL)
Resumo: Correções e interferências do professor para com o aluno são comuns no dia-a-dia da
sala de aula e consideradas normais e importantes. A proposta desta pesquisa é analisar
discursivamente a relação das posições sujeito aluno e professor e como essas interferências
afetam a autoria dos textos produzidos pelos alunos. O corpus desta pesquisa é composto por um
vídeo produzido em sala de aula, que faz parte de um projeto de pesquisa do Programas de
Línguas da UNISUL. Este projeto visa trabalhar o aluno e sua comunidade, como ele a vê e como
ele próprio se insere nela, trabalhando as questões culturais e sociais dos alunos e, também,
promover um intercâmbio dos envolvidos no projeto com alunos de escolas internacionais. A
ideia é que alunos de escolas públicas produzam textos e vídeos falando sobre a sua
comunidade, textos esses que serão legendados por eles mesmos em Inglês. No vídeo a ser
analisado, a aluna está apresentando seu texto à professora, ela, por sua vez, está corrigindo o
texto da aluna. Para analisar este processo de ensino-aprendizagem, vamos ter por base teórica
a Análise de Discurso, conforme proposto na França por Michel Pêcheux e no Brasil por Eni
Orlandi. Estaremos mobilizando os conceitos de texto, posição-sujeito, autoria para
compreender a relação entre professor/aluno no Discurso Pedagógico.
Palavras-chave: Texto. Autoria. Posição-sujeito.

ANÁLISE DO DISCURSO: AS NOMEAÇÕES PEDAGÓGICAS (A)ENUNCIADAS EM “LA


EDUCACIÓN PROHIBIDA”
Alexandra Tagata-Zatti (UNISUL)

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Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a partir das formações discursivas, as
diferentes nomeações pedagógicas que aparecem no vídeo documental “La Educación Prohibida”
(2012). Pela teoria da AD as formações discursivas permitem compreender os processos de
produção de sentidos, a sua relação com a ideologia e a possibilidade de estabelecer
regularidades no funcionamento dos discursos como propõe Orlandi (2012). Já para pensarmos
as nomeações pedagógicas o interesse é pelo funcionamento dos nomes e as especificidades que
os designam. Caminho que teórico se dará através da Semântica do acontecimento em
Guimarães (2005). As nomeações que nos referimos pertencem às várias pedagogias e são
mantidas pelos discursos das ciências da Educação, sustentados, por sua vez, por discursos
outros nos âmbitos sócio-histórico e ideológico. [Re]pensar a escola contemporânea e os
discursos que a sustentam é um desafio. Escola que na sua forma atual, surge com as exigências
de uma sociedade industrial e da constituição do Estado Nacional, avança pelos séculos visando
romper as condições de dominação, de autoritarismo e do capital. Nesta perspectiva o
movimento da Escola nova, nos anos 20 veio criticar o tradicionalismo da educação e procurou
inovar com a proposta de que a escola fosse um ambiente de formação, onde o aluno fosse
ouvido nas suas necessidades básicas e que da escola saísse um “homem novo”. (LIBÂNEO,
2006). Freire (2014) vai contestar a aparente neutralidade do “novo”, na educação do país, pois
há também nesse modelo de educação formas domesticar para dominar. O documentário é
tomado como gesto de leitura para pensar como estas formações discursivas fortemente
marcadas por um discurso autoritário da/na escola.
Palavras-chave: Análise do Discurso. Semântica Enunciativa. Pedagogias.

ANÁLISE OSTENSIVO-INFERENCIAL DE QUESTÕES DAS EDIÇÕES 1998 E 2014 DO ENEM


Manuela Camila da Silva Matias (UNISUL)
Resumo: Analisamos neste estudo, com base na teoria da relevância de Sperber e Wilson (1986,
1995), dez questões da edição de 1998 e dez questões da edição de 2014 do Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM). Em específico, investigamos possíveis efeitos da primeira e da segunda
formatação deste instrumento de avaliação na proposição e na resolução de questões objetivas
do exame, assumindo-o como uma interação essencialmente dialógica e argumentativa. A teoria
da relevância é uma abordagem pragmático-cognitiva que pretende descrever e explicar como
determinada interpretação, dentre outras compatíveis com a decodificação da sentença, é
escolhida, mediante a operação de um procedimento ou heurística de compreensão guiada pela
noção teórica de relevância. Esta comunicação apresenta resultados parciais da aplicação deste
procedimento tanto na proposição como nas opções de resposta das questões selecionadas,
avaliando a pertinência descritiva e explanatória da teoria da relevância para a análise de
instrumentos de avaliação de ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: Pragmática cognitiva. Teoria da relevância. Exame Nacional do Ensino Médio.

ANÁLISE SEMIOLÓGICA DA LINGUAGEM AUDIOVISUAL NA SÉRIE DE TV FAMÍLIA IMPERIAL


Elton Luiz Gonçalves (UNISUL)
Resumo: Este trabalho se propôs a realizar uma análise semiológica da linguagem audiovisual a
partir dos códigos e subcódigos narrativos da mensagem televisional e seus elementos estéticos
empregados pelo diretor Cao Hamburger na série brasileira de TV Família Imperial, exibida pelo

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Canal Futura a partir de 2012. Para atingir tal objetivo discutiu-se, primeiramente, a importância
da TV no cotidiano dos brasileiros, a sua capacidade de educar através da fruição e como a
mensagem televisional nos afeta através das interpelações dos signos que compõem a
linguagem. Após essa reflexão, procurou-se contemplar as definições teóricas que envolvem a
metodologia da análise semiológica proposta por Eco (1979), também a importância da
recepção, dos receptores-leitores da mensagem, proposta por Jauss (1994) e os cuidados na
desconstrução e reconstrução da análise fílmica descritos por Vanoye & Goliot-Lété (1994). Na
pesquisa, por fim, os conceitos foram aplicados no exercício da identificação dos códigos e
subcódigos na estrutura narrativa (Eco, 1979) na série de TV investigada.
Palavras-chave: Análise Semiológica. Linguagem Audiovisual. Educação.

ANDREI TARKOVSKI E A DETERIORAÇÃO DA CULTURA: UMA ANÁLISE DA OBRA STALKER


E DA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE
José Ricardo da Rocha Cacciari (UNISUL)
Resumo: A proposta deste trabalho é refletir sobre as imagens de Stalker a partir das questões
políticas e culturais que a obra do cineasta Andrei Tarkovski desperta. No filme, a queda de um
meteorito faz surgir um local denominado “A Zona” onde os desejos dos seres humanos são
realizados. Em decorrência disso, o Estado determina o isolamento do local, mas os Stalkers
conduzem as pessoas, clandestinamente, à “Zona”. Tarkovski critica, por meio da narrativa
cinematográfica, a civilização humana e a formação de uma sociedade que cerceia a liberdade e
controla o pensamento através de suas práticas sociais. O objetivo é refletir sobre a deterioração
e decadência dos símbolos culturais apresentados no filme conforme seus personagens se
afastam da sociedade e adentram à “Zona”, um local onde o ser humano estaria liberto do
controle de pensamento e livre da coerção social. Serão debatidos os conceitos de “Estado-
nação”, comunidade e sociedade em Zygmunt Bauman, como forma de unificação da cultura de
um povo por meio de um poder que se institui e se legitima baseado no nacionalismo, e as
teorias da imagem de Jacques Aumont e Marcel Martin.
Palavras-chave: Sociedade. Cultura. Estado-Nação.

ANTECIPAÇÃO TERAPÊUTICA DE PARTO DE ANENCÉFALOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE DA


ADPF 54 À LUZ DA SEMÂNTICA COGNITIVA
Aline Nardes dos Santos (UNISINOS)
Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar as diferentes conceptualizações de feto
anencéfalo no contexto do processo da Arguição de Preceito Fundamental 54-8 (ADPF 54), cuja
decisão final autorizou a interrupção de gravidez de fetos anencefálicos. Como aporte teórico,
propõe-se uma articulação entre a Semântica de Frames, na perspectiva dos frames de
compreensão (ZIEM, 2014), e o conceito de perfilamento (LANGACKER, 1987; 2008). A partir
dos trabalhos de Fillmore (1982; 1985), Ziem (2014) retoma o conceito fillmoriano de frame de
compreensão, o qual implica um espaço de compreensão ativado por determinado uso
linguístico, que abrange conhecimento enciclopédico. Já a noção de perfilamento pressupõe que
a evocação de um frame também envolve perspectivas diferentes sobre o mesmo evento ou
entidade, o que faz com que falantes perfilem ou contrastem determinada situação contra frames
ou facetas de conhecimento diferentes, dependendo de seus propósitos (CROFT; CRUSE, 2004;

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KÖVECSES, 2006; ZIEM, 2014). Como corpus de estudo, foram utilizados acórdão da ADPF 54,
bem como as notas taquigráficas que registram os depoimentos das quatro audiências públicas
realizadas durante o processo. Esses dados foram processados pela ferramenta Sketch Engine. O
primeiro passo da análise consistiu na descrição do frame feto anencéfalo a partir das facetas de
conhecimento presentes em cada subcorpus, seguindo a metodologia de identificação de slots
proposta por Ziem (2014). Em seguida, verificou-se como essas facetas resultavam em
perfilamentos diferentes Os resultados mostraram que, no processo como um todo, predominam
as conceptualizações em que feto anencéfalo é conceptualizado por meio de perfilamentos
contra slots como [anomalia], [morte] e [ausência de atividade neurológica], negando-se ao feto
anencéfalo a proteção jurídica dada a outros fetos por meio da Constituição.
Palavras-chave: Frames de Compreensão. Perfilamento. ADPF 54.

AQUISIÇÃO FONOLÓGICA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO EM GÊMEOS DIZIGÓTICOS


Tayse Feliciano Marques (UFSC)
Resumo: Esta pesquisa buscou realizar, à luz do Modelo Padrão de Aquisição de Contraste
(PAC), proposto por Lazzarotto-Volcão (2009), a descrição e a análise do processo inicial de
desenvolvimento fonológico em gêmeos dizigóticos. Com base nos resultados verificados, foi
possível, também, depreender as semelhanças e diferenças do processo aquisicional dos irmãos.
As amostras dos dados linguísticos foram obtidas longitudinalmente, em contexto natural,
através de entrevistas que incluíram fala espontânea e fala eliciada com o auxílio de imagens.
Com o propósito de facilitar a organização e análise do corpus, optamos por agrupar os dados de
cada informante em quatro blocos, sendo o bloco 01 constituído pelas coletas realizadas na
faixa-etária de 1:2 a 1:6; o bloco 02 referente ao período de 1:7 a 1:10; o bloco 03 do intervalo de
1:11 a 2:2; e, por fim, o bloco 04 referente às coletas de 2:3 a 2:6. Assim, para cada bloco,
realizou-se a análise contrastiva, utilizando as fichas de descrição fonética e fonológica sugeridas
por Yavas, Matzenauer-Hernandorena e Lamprecht (1991). Em seguida, identificamos os traços
que agem em coocorrência para estabelecer os contrastes na gramática dos sujeitos. De posse
desses dados, comparamos a aquisição fonológica dos gêmeos e verificamos que os inventários
fonéticos e fonológicos dos irmãos apresentam comportamentos bastante semelhantes; em se
tratando da aquisição dos contrastes, os resultados apontaram que, apesar de uma das crianças
parecer um pouco mais adianta do que a outra, de modo geral, a emergência dos contrastes
seguiu um ordenamento similar entre os irmãos.
Palavras-Chave: Aquisição fonológica. Fonologia. Gêmeos.

ARQUIVO DE LEITURAS EM ANÁLISE DE DISCURSO


Bianca Queda Costa (UNISUL)
Resumo: A presente proposta de pesquisa insere-se nos estudos sobre divulgação do
conhecimento, especificamente, sobre o dispositivo teórico da Análise do Discurso de filiação
francesa. Esta corrente teórica é amplamente estudada no Brasil, país onde é mais proeminente
na atualidade e, inclusive, integra linha de pesquisa no Programa em Ciências da Linguagem da
UNISUL (PPGCL). O Arquivo de Leituras em AD reúne materiais e diversas obras que contêm
conceitos da Análise do Discurso e criará um banco de dados online para atualizações
constantes. O pesquisador pesquisará o conceito de online, questionando como produz sentido e
como se dá essa criação coletiva.

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Palavras-chave: Discurso online. Arquivo de leitura. Análise de discurso.

ARTE E LINGUAGEM: LEITURA DAS NARRATIVAS NAS OBRAS DE CHACHÁ (RICHARD CALIL
BULOS)
Monalisa Pivetta da Silva (UNOESC)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
Resumo: Este estudo sublinha a articulação das linguagens verbal e não verbal, tendo como foco
a linguagem artística, procurando destacar o papel das artes no Ensino. Partiu-se do pressuposto
que a imagem de cenas pode evocar narrativas, promovendo a articulação entre a pintura e
literatura. Observa-se que na contemplação de uma tela (linguagem artística) pode-se pensar em
narrativas pelas imagens colocadas em cena. Assim, investiga-se a relação entre as linguagens a
partir análise de imagem da obra (tela em óleo) do artista plástico Richard Calil Bulos, o Chachá,
avaliando os elementos visuais e as narrativas criadas, os elementos da teoria literária. A
linguagem, por meio de narrativas, revela como o homem compreende a própria existência. A
análise das obras de Chachá possibilita ainda, conhecer peculiaridades de sua linguagem
artística em representar a vida, vivida e imaginada. A representação do cotidiano da comunidade
pesqueira do município catarinense também reflete o cotidiano de muitas outras comunidades.
As telas são promovedoras de narrativas que desvelam, entre outros aspectos, os tempos e os
lugares. Entende-se que a pesquisa sobre a leitura de imagem enquanto narrativa faz-se
importante à medida que enseja refletir sobre a possibilidade de ler, pensar e intertextualizar o
que se vê, além da possibilidade de articular o estudo das obras do artista, ao ensino da
literatura. Ao criar narrativas, os espectadores estariam traduzindo o não verbal para o verbal, à
medida que a obra evoca palavras.
Palavras-chave: Leitura de imagens. Narrativas. Ensino

AS (IM)POSSIBILIDADES DO DESLOCAMENTO
Juliene da Silva Marques (UNISUL)
Resumo: Este estudo terá como objeto de análise a mobilidade humana e as formas de
(sobre)vivência das protagonistas colombianas Mariana, Gabriel e Andrea, apresentadas no
filme estadunidense Entre nós (Gloria La Morte, Paola Mendoza, 2009). As personagens citadas
representam na diegese variadas formas de deslocamento na sociedade contemporânea:
andantes, comerciantes de rua, catadores de lixo, moradores de rua, posições estabelecidas pela
imigração ilegal nos Estados Unidos. Nesse quadro serão analisadas as possibilidades de
deslocamento – entre uma posição e outra – e as impossibilidades de deslocar-se, considerando
o capital como fonte geradora desse movimento. Ainda serão investigadas teorias que analisam a
hibridização transcultural e as políticas de deslocamento na contemporaneidade. Dessa forma,
pretende-se esquadrinhar a narrativa andante do audiovisual fazendo uma analogia às
condições de transição dos imigrantes no mundo globalizado.
Palavras-chave: Deslocamento. Transculturalidade. Hibridização.

AS ANDORINHAS DA TORRE: UM VOO POR MEIO DO IMAGINÁRIO, DO AR E DOS SONHOS


Heloisa Juncklaus Preis Moraes (UNISUL)
Luiza Liene Bressan (UNIBAVE)

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Resumo: Este estudo objetiva analisar o poema “As Andorinhas da Torre”, publicada em 2014
de autoria de Valdemar Muraro Mazzurana. Trata-se de um poema alusivo ao centenário do
município de Orleans, Santa Catarina, em que o autor explora, em 266 décimas, a trajetória de
vida do orleanense, principalmente aquele que habita as encostas da serra geral que circunda o
lugar. Para empreender a análise, viajamos em asas de Bachelard para pensar de que forma a
imaginação e a mobilidade das andorinhas percorrem os mitos centenários da fundação do
referido município, buscando compreender o trajeto antropológico que moveu e move os sonhos
de um imaginário que se (des) constrói a partir da deformação de imagens passadas, presentes e
futuras. Bachelard (2001) afirma que a verdadeira mobilidade, o mobilismo em si que é o
mobilismo imaginado, não é bem alertado pela descrição do real, ainda que fosse pela descrição
de um devir do real. A verdadeira viagem da imaginação é a viagem ao país do imaginário, no
próprio domínio do imaginário. E de acordo com a natureza desta viagem, é o trajeto que nos
interessaria e não a estrada. Para Bachelard, o poema é essencialmente uma aspiração a imagens
novas. Corresponde à necessidade essencial de novidade que caracteriza o psiquismo humano. A
poesia requer profundo devaneio e memória. E é do devaneio que se insinua nas asas das
andorinhas que esse estudo trata.
Palavras-chave: Imaginário. Poema. Ar.

AS IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS DE ALUNOS MULTILÍNGUES DESCENDENTES DE


IMIGRANTES EM UMA ESCOLA NO INTERIOR DO PARANÁ
Vanessa Makohin Costa Rosa (UEPG)
Cloris Porto Torquato (UEPG)
Resumo: A presente pesquisa pretende investigar as ideologias linguísticas em comunidades de
descendentes de imigrantes (predominantemente ucranianos), na cidade de Prudentópolis, no
interior do Paraná; especificamente, analisar-se-á as ideologias linguísticas de alunos
multilíngues em processo de letramento, bem como as ideologias linguísticas dos professores
nesse contexto multilíngue. As ideologias linguísticas (BACHMANN, 2010; BARRET, 2006;
BRIGGS, 1998; BAUMAN; BRIGGS, 2000; GAL, 2006; STEVENSON, 2006; KROSKRITY, 2000) são
legitimadas pelos discursos presentes na sociedade; desse modo, elas legitimam o poder e
colaboram para a identidade nacional, uma vez que a ideologia do monolinguismo assume uma
única língua para a Nação. O contexto específico da pesquisa é uma escola rural multisseriada
em que são usadas as línguas portuguesa e ucraniana. Como metodologia norteadora pretende-
se realizar pesquisa qualitativa com o instrumento de entrevista semiestruturada aplicada à
professora de alunos multilíngues da referida escola e observações em sala de aula, para poder
compreender os processos ideológicos no ambiente escolar.
Palavras-chave: Ideologia. Multilinguismo. Nacionalidade.

AS MUITAS FACETAS DE UM DIÁRIO: DA EXPERIÊNCIA DE UM INDIVÍDUO ÀS REFLEXÕES


DE UMA ÉPOCA
Vanessa Aparecida Kramer (UNICENTRO)
Resumo: Neste projeto temos como proposta de pesquisa, analisarmos Um Falcão no Punho:
diário I da escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol (1931- 2008) à luz de O inconsciente
político (1992) de Fredric Jameson e Duas Meninas (1997) de Roberto Schwarz, de modo a

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apreender a obra literária pelo viés de uma hermenêutica com fundamentos sociais, a qual vê o
texto como um ato socialmente simbólico. Uma análise realizada em três níveis de leitura para o
entendimento de sua elaboração por mediações históricas. Com essa finalidade, inicialmente
faremos breves comentários sobre a bibliografia da escritora Maria Gabriela Llansol e
buscaremos discorrer sobre os fundamentos do gênero memorialístico, mais especificamente
sobre o diário, com as considerações de autores que tratam da escrita intimista para finalmente
analisar a obra como uma mediação única e particular no contexto histórico ao qual foi
imaginada, uma vez que seu diário apresenta uma subversão do gênero, quando a autora reflete
sobre assuntos como a cultura européia e de maneira significativa, trata da ditadura Salazarista
em Portugal, regime que levou Llansol para o exílio e sistema governamental que caracteriza o
seu país de origem nessa época. Assuntos tratados pela autora de uma maneira muito particular
e que apreendemos pelas estratégias de contenção propostas por Jameson.
Palavras-chave: Diário. Inconsciente político. Maria Gabriela Llansol.

AS RELAÇÕES DE REGIONALIDADE EM A FERRO E FOGO, DE JOSUÉ GUIMARÃES


João Claudio Arendt (UCS)
Márcio Miranda Alves (UCS)
Resumo: Este trabalho analisa declarações do escritor Josué Guimarães sobre sua conflituosa
relação com a literatura sul-rio-grandense, especialmente com a vertente regionalista surgida no
século XIX. Para mostrar que o autor de A ferro e fogo não se encontra sozinho sob o incômodo
rótulo regionalista, são discutidos depoimentos de outros autores, como Caio Fernando Abreu,
Erico Verissimo e Milton Hatoum. A contrapelo da posição do próprio autor, busca-se ler
brevemente o volume Tempo de solidão na perspectiva das suas relações de regionalidade, com o
intuito de mostrar que a importância da obra para as literaturas gaúcha e brasileira reside
justamente na representação de um evento histórico circunscrito a um espaço regional.
Palavras-chave: Regionalidade. Regionalismo. Literatura regional.

AS REPRESENTAÇÕES SINTÁTICAS DA SUBPREDICAÇÃO EM PB: A NÃO-UNIFORMIDADE


ENTRE FORMA E SENTIDO
Rafaela Miliorini Alves de Brito (UFSC)
Resumo: Este trabalho contesta a obrigatoriedade de uniformidade na interface sintaxe e
semântica, partindo da análise do fenômeno da subpredicação em português brasileiro. O objeto
foi delimitado a partir do conceito de predicação para Frege (2009) e para Searle (1969), que
definem esse fenômeno como a atribuição de uma propriedade a um objeto. A subpredicação é
definida por nós como uma segunda predicação, interna à principal. Nossa ancoragem teórica é a
proposta de Culicover e Jackendoff (2005) na Teoria da Sintaxe mais Simples, que defende um
sistema linguístico não transformacional, mas baseado em restrições, embora ainda gerativo e
formalizável; a arquitetura da gramática, para os autores, é composta por três níveis: fonologia,
sintaxe e semântica, gerados de forma independente e concomitante. Como a semântica deixa de
ser um nível meramente interpretativo, a sua geração não depende mais da forma sintática; é
postulada, então, a não-uniformidade de interface como opção de economia teórica: a estrutura
sintática é reduzida ao máximo, projetando somente os itens pronunciados. A representação
arbórea é flat, formada a partir de regras de constituência sintagmática e de ordem linear.

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Tomando a Sintaxe mais Simples como base, analisamos sentenças com verbos que selecionam
semanticamente uma subpredicação e aplicamos testes de constituência para verificar em quais
casos esses verbos licenciam um constituinte sintático como complemento. Nos casos em que é
atestada a formação de constituinte, a subpredicação é projetada sintaticamente como uma
small clause (SC); nos demais casos, a relação de predicação se dá diretamente com o verbo e,
portanto, não é formada uma SC. Os resultados mostraram que muitos verbos tradicionalmente
considerados selecionadores de SC pela tradição gerativa não o são, embora estabeleçam uma
relação de subpredicação no nível semântico. Constatamos que a postulação de complexidade
estrutural e de uniformidade de interface entre esses níveis deve ser empiricamente motivada.
Palavras-chave: Subpredicação. Sintaxe mais Simples. Uniformidade de Interface.

AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) E AS PRÁTICAS


SIGNIFICATIVAS DE ESCRITA NOS ANOS INICIAIS: UM PERCURSO PARA A AUTORIA SOB O
VIÉS DA ANÁLISE DO DISCURSO
Rosane Lemos Barreto Custodio (UNISUL)
Resumo: Este artigo procura discutir o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no
ensino da escrita através de práticas sociais realizadas no âmbito escolar, relatando uma
experiência integrante do corpus de uma tese em andamento. Trata-se de analisar, sob o viés da
Análise do Discurso de linha francesa, a influência do uso da escrita, tendo como suporte um
meio de comunicação virtual (mais especificamente a criação de um blog proposta aos alunos do
5º ano do Ensino Fundamental), no desenvolvimento da autoria. A proposta metodológica do
estudo está voltada para a análise da produção escrita de nove alunos em suporte virtual
denominado blog, no qual os mesmos postaram – após diversas atividades propostas – suas
opiniões sobre determinado tema. Dentro do planejado, as crianças ainda poderão realizar as
seguintes postagens: narrar algo que viram ou descobriram após um período de observação,
comentar filmes, sugerir livros, fazer comentários, etc. O trabalho se pautou no dispositivo
teórico e analítico da Análise do Discurso de linha francesa, cujo corpus se constituiu a partir da
seleção de fragmentos das postagens efetuadas no blog. Os escolares, assujeitados à língua e à
história, são constantemente interpelados pela conhecida sociedade tecnológica e/ou do
conhecimento, a qual, sabemos, é cada vez mais conduzida ao uso de equipamentos tecnológicos.
Por outro lado, seja por políticas públicas ineficazes, ou por falta de formação no uso das
tecnologias aplicadas ao processo de aprendizagem, ainda encontramos educadores que
comumente organizam atividades que transportam a utilização da escrita social (com ou sem o
uso de tecnologia) para um segundo plano, contribuindo para que o exercício de autoria do
aluno se caracterize, talvez, em um dos mais árduos desafios da educação contemporânea.
Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação. Autoria. Análise do Discurso.

AS VIAGENS DE GULLIVER: ENTRE A LEITURA E A RELEITURA


Ádria Graziele Pinto (UNISC)
Resumo: Nosso estudo vincula-se ao projeto de pesquisa Os estudos acadêmicos de literatura:
pressupostos teóricos e aplicabilidades, coordenado pela Profª Drª Eunice Terezinha Piazza Gai,
que contempla a realização de análises a partir de uma perspectiva hermenêutica, propondo
reflexões de natureza ontológica em relação ao texto que é lido. Para tanto, são utilizados os

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entendimentos propostos por Hans-Georg Gadamer (2005) acerca da leitura interpretativa e
hermenêutica filosófica com o objetivo de identificar aspectos como a ironia e a sátira que
permeiam a obra As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift. A fim de averiguarmos as críticas
veladas que compõem sua narrativa, atemo-nos aos relatos dos costumes e singularidades desse
universo em comparação com o mundo de nosso narrador, “ouvindo”, como pano de fundo, a voz
irônica que emerge à superfície da história. Em um segundo momento, observamos o tom
concedido por Jonathan Coe (2001) à releitura de Swift em um texto que abrange o público
infantil. Conscientes de que tanto a literatura infantil como a infantojuvenil dispõem de recursos
que vão para além do texto escrito, exploramos também nesse segundo momento a influência de
alguns artifícios narrativos, como, por exemplo, os recursos imagéticos, que induzem o jovem
leitor a desvelar o âmago do texto exposto ao aguçar sua capacidade de interpretar outros
signos. Enfim, tencionamos, através da observação do diálogo entre as duas composições,
investigarmos se a essência do texto-fonte, apesar das modificações sofridas, é mantida ou não
em sua adaptação, reforçando a busca pela entonação crítica e reflexiva que é encontrada na
obra de Swift.
Palavras-chave: As viagens de Gulliver. Ironia. Adaptação infantil.

ASPECTOS FONOLÓGICOS DA FALA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE


DOWN
Alexandra Oliveira dos Santos (UNISINOS)
Resumo: Este estudo, de caráter qualitativo, investiga e analisa aspectos fonológicos da fala de
um grupo de 4 crianças e 4 adolescentes com síndrome de Down, com idades entre 4:2 e 16
anos. Tais falas fazem parte do banco de dados sob coordenação da profa. Dra. Gilsenira de
Alcino Rangel, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), gerados durante a pesquisa Aquisição
Fonológica e aprendizagem da escrita por crianças com síndrome de Down. A base teórica que
permite compreender as produções em análise parte das considerações sobre linguagem e
síndrome de Down de autores como Chapman (1996), Cunninghan (2008), Wertzner (2004),
Rangel (2003), Fronza (2014), entre outros. Os apontamentos relacionados à aquisição da
fonologia do português brasileiro são trazidos, basicamente, da obra de Lamprecht (2004).
Foram verificados os contrastes fonológicos desvelados por estratégias de reparo capazes de
evidenciar o sistema fonológico de cada criança e adolescente em foco. As produções revelam
estratégias de reparo no uso de plosivas, fricativas e líquidas que, embora assemelhem-se às
utilizadas por crianças sem SD mais jovens, se comparadas ao que se tem verificado no processo
de aquisição fonológica da língua portuguesa, indicam que não há domínio no uso de tais classes
de sons. As especificidades da síndrome de Down devem ser consideradas e, justamente em
razão disso, defende-se que o estímulo ao uso da língua na escola e fora dela é capaz de
contribuir para desenvolvimento da linguagem de pessoas com síndrome de Down.
Palavras-chave: Linguagem. Fonologia. Síndrome de Down.

ASPECTOS QUE DIFICULTAM A COMPREENSÃO LEITORA


Márcia Regina Melchior (UNISC)
Onici Claro Flôres (UNISC)

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Resumo: O que está implícito no ato de ler é o que o presente artigo se propõe a debater. Por
meio de uma discussão teórica baseada em Pöppel, Ausubel, Fauconnier, Flôres entre outros,
busca-se apontar e problematizar aspectos que dificultam a compreensão leitora, na tentativa de
compreender os meandros do processamento cognitivo e de como o aluno chega à compreensão
total do texto, alcançando assim a consciência metapragmática. Neste sentido, o presente artigo
se propõe a apontar e discutir aspectos que possam dificultar a compreensão leitora.
Enfocaremos de início o conceito de tempo, defendido por Pöppel, tentando compreender a
janela do tempo (window time), ou seja, o tempo que o cérebro demora para processar uma
informação. Depois, partindo deste conceito, discorreremos sobre a Teoria dos Espaços Mentais
de Fauconnier, sobre o conceito de subsunçor de Ausubel e questões referentes à memória e à
decodificação, que podem representar obstáculos para o processamento da informação. E por
fim, abordaremos os conceitos de consciência, consciência metalinguística, para então
chegarmos na consciência metapragmática, que é alcançada quando o aluno chega à
compreensão do texto lido, situacionalmente.
Palavras-chave: Compreensão leitora. Time window. Espaços mentais.

AUTORIA NO ENSINO DE LÍNGUA: ENTRE A LÍNGUA MATERNA E A LÍNGUA ESTRANGEIRA


Camila Borges dos Anjos (UNISUL)
Giseli Fuchter Fuchs (UNISUL)
Resumo: O objetivo desta comunicação é refletir se/como, nas aulas de língua inglesa e língua
portuguesa, o aluno tem espaço, em suas produções textuais, para se expressar, interagir e
vivenciar a cultura do outro com vistas à autonomia autoral. O percurso metodológico acontece
no espaço da sala de aula, a partir de estudo de campo realizado com alunos do ensino médio,
em duas escolas públicas do estado de Santa Catarina. Observou-se que a prática de produção de
texto, tanto na língua inglesa quanto na língua materna, começou a fazer sentido para os
educandos a partir do envolvimento com a cultura do outro, desfazendo a ideia de que o
conhecimento tem na escola um lugar cativo. E, na tentativa de que isso fosse possível, as escolas
em que se desenvolveu a pesquisa foram palco de aproximações com a cultura, na tentativa de
contribuir com a formação de um educando que vivencie a língua de forma crítica e significativa
e que possa atuar de maneira mais autônoma na sala de aula e para além deste espaço, a fim de
que encontre mais sentido nas práticas desenvolvidas no ambiente escolar. O trabalho
possibilitou ao aluno ensaiar outras formas de construção de sentidos, por meio da linguagem
verbal-imagética, que atravessou a música, produção audiovisual, apresentação radiofônica.
Buscando respostas que possibilitem um trabalho significativo para o ensino de línguas, esta
pesquisa pretende alterar o cenário tradicional da sala de aula e propor novas estratégias de
trabalho para as aulas de língua sem dissociá-las das situações significativas em que acontecem.
A pesquisa fundamenta-se na perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, onde
julgamos encontrar possibilidade de contribuir para o aluno assumir o espaço de autor em
práticas de leitura, escrita e interação na língua.
Palavras-chave: Língua Inglesa. Língua Portuguesa. Autoria. Ensino.

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AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO LEITORA: DEMANDAS COGNITIVAS E LEITURABILIDADE
TEXTUAL
Lucilene Bender de Sousa (IFRS)
Lilian Cristine Hübner (PUCRS)
Resumo: Avaliar a compreensão leitora é uma tarefa que apresenta inúmeros desafios devido à
sua natureza cognitiva. Tal complexidade exige que se adotem inúmeros cuidados e critérios ao
longo do processo de construção das tarefas de avaliação da compreensão leitora. Neste trabalho
realizamos uma revisão teórica, não sistemática, sobre dois importantes fatores que podem
interferir na qualidade e eficácia das tarefas: as demandas cognitivas e a leiturabilidade dos
textos. Primeiramente, apresentamos diferentes tipos de tarefas que buscam ter acesso ao
produto da compreensão leitora, destacando seus objetivos e limitações. Juntamente, discutimos
os processos cognitivos subjacentes às tarefas que influenciam no produto da compreensão
leitora, como o reconhecimento de palavra, o conhecimento prévio, as memórias e a habilidade
de expressão verbal. Abordamos, ainda, os métodos quantitativos e qualitativos de análise da
leiturabilidade dos textos, bem como os fatores que devem ser levados em consideração quando
da escolha do texto para compor as tarefas avaliativas da compreensão leitora. Por fim, traçamos
algumas considerações sobre a existência de lacunas em relação a estudos integrados capazes de
promover a interface entre a pesquisa em leitura e a pesquisa em avaliação da compreensão
leitora. Essa interface se faz extremamente necessária, uma vez que a qualidade das tarefas
avaliativas depende das concepções teóricas acerca da compreensão leitora nas quais estão
embasadas.
Palavras-chave: Compreensão Leitora. Demandas Cognitivas. Leiturabilidade.

AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA: REFLEXÕES SOBRE UM TRABALHO


DOCENTE REALIZADO EM GRUPO
Simone de Fátima Colman Martins (UEPG)
Resumo: Este trabalho é parte integrante de uma pesquisa de mestrado em andamento, cujo
objetivo principal é investigar como acontece, na visão dos professores envolvidos, o processo
de elaboração de avaliações na disciplina de língua portuguesa pelo grupo que atua em um
colégio de Ponta Grossa/PR. No colégio em questão, por exigência da equipe diretiva, os
professores das diferentes unidades devem elaborar em conjunto as avaliações mensais e
bimestrais que são aplicadas em todas as sedes da escola. Metodologicamente, a pesquisa é
qualitativa e os dados foram obtidos através de dois instrumentos: entrevistas e grupo de
estudos. Tanto para participar das entrevistas quanto para o grupo de estudos, foram
convidados professores da área de língua portuguesa que atuam do 6º ao 9º ano. O referencial
teórico utilizado baseia-se em autores como Rajagopalan (2003, 2013), Sobrinho (2003), Costa
(2005), Faraco (2008), Barcelos (2004, 2007), Silva (2007), Moita Lopes (2013), Correa (2014).
Os resultados obtidos até o momento são os seguintes: segundo os docentes entrevistados, o
trabalho de elaborar avaliações em grupo é muito complexo, pois pressupõe administrar
confrontos e lidar com divergência de ideias, que dizem respeito tanto a questões de
relacionamento pessoal quanto às relativas a formação acadêmica, tratamento de conteúdos,
dentre outros fatores. Os professores revelam também a dificuldade em lidar com as críticas,
pois em alguns momentos sentem-se realizados e em outros, angustiados, especialmente quando

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têm de receber críticas dos colegas e também fazer críticas. Eles reconhecem que as críticas,
muitas vezes, não se restringem a questões de trabalho, mas extrapolam para a esfera pessoal;
no entanto, eles apontam a oportunidade de crescimento e maturidade que o trabalho
proporciona.
Palavras-chave: Avaliação. Língua portuguesa. Língua e gramática.

AVALIAÇÕES EM UM TEXTO SOBRE EDUCAÇÃO: UM ESTUDO À LUZ DO SISTEMA DE


AVALIATIVIDADE
Glivia Guimarães Nunes (UFSM)
Ariane de Fátima Escobar Rossi Niederauer (UFSM)
Resumo: Em meio às nossas práticas diárias, é natural tecermos avaliações em relação às
pessoas e a seus comportamentos, aos acontecimentos, aos objetos e aos seres em geral. Ou seja,
é característica inerente ao ser humano o fato de apresentar valores em relação aos demais. O
Sistema de Avaliatividade (MARTIN e WHITE, 2005) é, pois, uma abordagem que se preocupa
em sistematizar essas avaliações, procurando investigar que tipos de valores são expressos e
quais elementos linguísticos os materializam em textos que circulam socialmente, inclusive na
mídia. Essa abordagem, que se assenta na Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), (HALLIDAY,
1994; HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004), está estruturada em três subsistemas: atitude
(avaliações em termos de emoção, ética e estética), engajamento (perspectiva dialógica,
alinhamento ou distanciamento da voz autoral em relação a outras vozes/posicionamentos
presentes no texto) e gradação (intensidade das avaliações). Cada um desses subsistemas
engloba categorias específicas. Com base nisso e tendo em vista a discussão importante e
sempre atual sobre a educação brasileira, o objetivo deste estudo é analisar, considerando as
categorias do Sistema de Avaliatividade, um artigo de opinião, a fim de verificar como se
constroem as avaliações em relação à educação no Brasil e como a Avaliatividade contribui para
a argumentação no texto. O artigo analisado intitula-se “Educação: reprovada”, de Lya Luft, e foi
publicado na Revista Veja, em 14 de setembro de 2011. Inicialmente, realizamos a análise
contextual do artigo, com foco nas variáveis do contexto de situação da LSF (campo, relações e
modo). Em seguida, tendo por base os subsistemas do Sistema de Avaliatividade, atitude,
engajamento e gradação, bem como suas categorias, desenvolvemos a análise textual, de cunho
qualiquantitativo, para que, posteriormente, pudéssemos apresentar a interpretação dos dados
obtidos. Resultados preliminares evidenciam a ocorrência de avaliações concernentes aos três
subsistemas, sobretudo à atitude (apreciação e julgamento) e ao engajamento.
Palavras-chave: Artigo de opinião. Educação. Avaliatividade.

BANCO “VARLINFE”: AMPLIAÇÃO DO CÓRPUS DE FALA ESLAVA NO PARANÁ


Ivelã Pereira (UFSC/UNICENTRO)
Resumo: Considerando que o banco de dados “Variação Linguística de Fala Eslava” (VARLINFE,
UNICENTRO – Campus Irati), até 2015, era constituído pelas cidades de Irati, Ivaí, Mallet,
Rebouças, Rio Azul e Prudentópolis, mas, em 2016, expandiu suas entrevistas de campo para
Quedas do Iguaçu e Cruz Machado – cidades em que a cultura eslava (polonesa ou ucraniana) se
faz presente –, esta pesquisa tem por objetivo a descrição de tal processo de ampliação de
córpus (contemplando questões metodológicas), bem como o levantamento bibliográfico e

133
documental em resgate aos aspectos históricos e culturais dessas duas cidades paranaenses.
Para isso, levamos em conta estudos sociolinguísticos que focalizassem a construção de banco de
dados e também o estudo geográfico, social, histórico e cultural das regiões eleitas para
pesquisa, como Camacho (2010), Eckert (2000, 2012), Freitag (2013), Freitag et al (2012),
Labov (1972), Loregian-Penkal et al (2013), Milroy e Gordon (2003), Mattos e Silva (2008),
Weinrich, Labov e Herzog (1968), além de outros pesquisadores. A partir de nossos resultados,
esperamos trazer contribuições a futuras pesquisas sociolinguísticas, sobretudo àquelas
dedicadas ao Paraná e ao estudo da fala eslava no Brasil.
Palavras-chave: Sociolinguística. Banco de dados. Fala eslava.

BASES PARA A CRIAÇÃO DE UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE SENTIMENTOS NO


PORTUGUÊS BRASILEIRO
Juliano Desiderato Antonio (UEM)
Resumo: A análise de sentimentos é um campo em ebulição na interseção entre a Linguística e a
Ciência da Computação. Trata-se de ferramenta muito utilizada pelos departamentos de
marketing de grandes corporações e por analistas políticos para minerar as opiniões dos
usuários de redes sociais a respeito de produtos, serviços, temas debatidos na sociedade,
imagem de personalidades etc. Cabe aos linguistas descrever os recursos do léxico e da
gramática utilizados pelos falantes para expressão da subjetividade na forma de avaliação
positiva ou negativa. Várias categorias investigadas pela Linguística integram o escopo de
estudos da análise de sentimentos como, por exemplo, a subjetividade, a evidencialidade e a
modalidade. Dessa forma, a descrição dos meios gramaticais e lexicais de expressão da
subjetividade é utilizada para a criação de aplicações que realizem a análise automaticamente.
Este trabalho tem como objetivo apresentar as bases para a criação de um sistema de avaliação
de sentimentos para indicação de avaliação positiva, negativa ou neutra no discurso. O recorte
escolhido para o trabalho é composto pelos recursos linguísticos utilizados por falantes do
português brasileiro para expressão de avaliação na forma de comentários em páginas públicas
e em páginas de empresas no Facebook. Além dos adjetivos, que, por sua natureza, são
responsáveis por grande parte da carga subjetiva de um texto (excelente, horrível, por exemplo),
também serão levados em conta substantivos (obra-prima, desastre), verbos (amar, odiar) e
advérbios (habilmente, pobremente). Como não é possível realizar a análise de sentimentos por
meio de palavras isoladas, também devem ser utilizados para a identificação da orientação
semântica do texto elementos com função intensificadora (muito, super, -íssimo), moduladores
(meio, quase), modalidade irrealis (seria), construções em primeira pessoa com verbos
indicadores de opinião, crença e saber, dentre outros recursos linguísticos.
Palavras-chave: Análise de Sentimentos. Subjetividade. Avaliação.

BATMAN, O CAVALEIRO DAS TREVAS – OS QUADRINHOS, O DESENHO ANIMADO E O


FILME: TRADUÇÃO E TRANSFIGURAÇÃO
Ricardo Ribeiro Elias (UNISUL)
Resumo: Busca-se analisar como se dá o processo de tradução e transfiguração discursiva dos
quadrinhos, filme e desenho animado da obra Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller.
Esta análise investigativa basear-se-á na seguinte pergunta norteadora: como as condições de

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produção em Batman: O Cavaleiro das Trevas – quadrinhos e suas releituras – influenci(ar)am as
identidades das personagens Batman e Coringa. Estas duas personagens serão os objetos usados
para mostrar o acontecimento, nesta pesquisa, da transfiguração discursiva, noção que “marca
esta posição de analisar um texto que é lido, interpretado e reescrito para funcionar em outro
meio, em outro modo de produção e significação [...]” (SIEBERT, 2012, p. 13). É fundamental se
fazer valer das condições de produção, pois “elas compreendem fundamentalmente os sujeitos e
a situação” (ORLANDI, 2005, p. 30). Esta pesquisa baseia-se também no sentido de que estes
dois personagens/sujeitos, desde sua criação até hoje, nunca foram concretos, sempre com
reinvenções/reindentificações. Reforça-se, dizendo-se que “a identidade plenamente unificada,
completa, segura e coerente é uma fantasia” (HALL, 2011, p. 13). Nessa perspectiva, entendemos
o discurso como efeito de sentidos entre os interlocutores. Com a investigação de tais
personagens, mirando materialidades de cunho literário, amplia-se um viés, ainda jovem em
Análise do Discurso, sendo este descrito desta forma: formular novos estudos discursivos
através da análise de obras literárias contemporâneas, principalmente as que envolvem o não-
verbal. A partir dessas considerações entende-se a importância de investigar tais materialidades
discursivas consideradas “de agora”, pois nelas observa-se a relevância dos estudos discursivos
e culturais. Dessa maneira, a investigação de Batman e Coringa, levando em conta a relação entre
os discursos dos quadrinhos e suas ramificações para adaptação (cinema, desenhos animados e
traduções), fará com que compreendamos a questão da autoria e dos gestos de leitura
determinantes para a realização desses artefatos culturais.
Palavras-chave: O Cavaleiro das Trevas. Transfiguração Discursiva. Condições de Produção.

BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS E PRÁTICAS DE LEITURA: SEUS SIGNIFICADOS E EFEITOS


NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE JOVENS EM COMUNIDADES URBANAS PERIFÉRICAS
NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS
Luís Paulo Arena Alves (UNIRITTER)
Rejane Pivetta de Oliveira (UNIRITTER)
Resumo: Dentre as diversas questões sociais que continuam a desafiar as políticas de
desenvolvimento no Brasil, seguramente a violência é uma das mais preocupantes na atualidade,
pois abrange um número significativo de jovens que estão inseridos em realidades cada vez mais
complexas e com problemas socioestruturais. Nesse sentido, a questão central deste trabalho
construiu-se a partir da necessidade de investigar as práticas culturais de leitura desenvolvidas
pelas bibliotecas comunitárias em territórios urbanos periféricos no município de Porto
Alegre/RS, com altos índices de violência entre jovens. Trata-se de compreender, por um lado, os
propósitos e estratégias que orientam a implementação de projetos culturais relacionados à
promoção da leitura nessas comunidades e, por outro, os modos como tais atividades interferem
nas interações e construções identitárias do público jovem nesses espaços, sobretudo no que
concerne às representações sobre a violência. O problema de pesquisa se desdobra em duas
dimensões teórico-analíticas assim compreendidas: a) Dimensão Política: trata-se de analisar e
compreender quais são os princípios e diretrizes que orientam as políticas públicas através dos
programas e projetos do governo na área cultural e de incentivo à leitura, bem como examinar a
condição das bibliotecas, haja vista estudos que apontam problemas de acervo e gestão e
chamam atenção para a incapacidade de atender à demanda do público leitor; b) Dimensão
Cultural: sob o ponto de vista prático de intervenção, é fundamental compreender a inserção da

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leitura e da literatura nos espaços sociais periféricos e o seu papel como ferramenta de
transformação cultural.
Palavras-chave: Bibliotecas comunitárias. Práticas de leitura. Transformação cultural.

BREVE DISCUSSÃO ACERCA DA SOCIABILIDADE DO JOGO MODERNO DE MESA


Fabian Antunes Silva (UNISUL)
Resumo: A pesquisa pretende investigar os jogos modernos de mesa, compreendidos aqui como
os jogos desenvolvidos a partir do final da década de 80, principalmente na Europa, buscando
desenvolver um dispositivo teórico que nos permita apontar e compreender as manifestações e
movimentos de sociabilidade que se dão na relação entre jogo e jogadores. A partir daí
pretendemos investigar como os jogos assumem a função de sistemas relacionais na sua
constituição enquanto linguagem levando em consideração a importância da questão da
alteridade na experiência lúdica. Como destaque estão os estudos de Johan Huizinga, no seu
Homo Ludens, onde descreve como elementos do jogo podem ser encontrados em várias
manifestações culturais. Roger Caillois, no seu Os jogos e os homens, onde desenvolve uma
classificação para os jogos que abrange praticamente todas as formas de brincadeiras, desafios e
atividades de sorte e interpretação. Entre autores contemporâneos, destacam-se nesta pesquisa
os estudos de Jesper Juul, no seu The Art of Failure; Greg Costikyan, no seu Uncertainty in Games
e Miguel Sicart, no seu Play Matters. Os três referindo-se, de maneira geral, ao valor do jogar
como o verdadeiro campo de estudos do jogo, priorizando o a relação entre jogo e jogador bem
como suas relações com elementos que, algumas vezes, nos parecem elementos angustiantes na
vida: a incerteza e a falha. Nossa pesquisa se desenvolve a partir da conversa com esses e outros
autores e tem caráter puramente teórico. É no estudo e análise dos textos e jogos modernos de
mesa que tentamos construir um conhecimento que possa contribuir para uma discussão sobre
o atual e futuro cenário dos jogos no país e no mundo e das relações que se estabelecem entre os
jogos e a cultura, a linguagem e nas relações sociais das pessoas enquanto jogadoras.
Palavras-chave: Literatura. Arte. Jogos de Mesa

CALENDÁRIO MINHA SÃO PAULO 2016: CULTURA E IDENTIDADE NAS FOTOGRAFIAS


PRODUZIDAS PELOS SEM-TETO
Roberto Svolenski (UNISUL)
Resumo: O objetivo desse estudo é discutir de que maneira o calendário Minha São Paulo
2016 apresenta a cultura e a identidade dos moradores de rua. Estes sujeitos se tornaram
fotógrafos, produziram imagens a partir de sua vivência na cidade de São Paulo e
posteriormente foram selecionados em votação pública para compor o calendário. As máquinas
fotográficas descartáveis foram distribuídas a um número limitado de sem-teto. Nesta proposta,
foram analisadas as fotografias selecionadas para este calendário, bem como alguns
depoimentos de fotógrafos, e utilizamos teorias sobre a identidade e cultura do sujeito
em autores como Stuart Hall, Canclini e Bauman. Ressaltando a importância da coletividade e da
heterogeneidade do grupo na produção dessas imagens, principalmente pro se tratar de sujeitos
que estão à margem e muitos serem nascidos em outras regiões do país. Busca-se, dessa
maneira, refletir sobre a importância da multiculturalidade do sujeito e sua contribuição para a
cultura na qual está inserido.

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Palavras-chave: Cultura. Identidade. Fotografia.

CATIVEIROS VISÍVEIS E INVISÍVEIS: AS PERSONAGENS FEMININAS E A QUESTÃO ÉTNICA


NO CONTO “A ESCRAVA”, DE MARIA FIRMINA DOS REIS
Rafael Eisinger Guimarães (UNISC)
Resumo: O presente trabalho propõe uma discussão a respeito da condição feminina no
contexto escravocrata brasileiro do século XIX. Para tanto, será realizada uma leitura crítica do
conto “A Escrava”, publicado, em 1887, pela escritora maranhense Maria Firmina dos Reis. Em
termos mais específicos, o que se pretende aqui é verificar como as questões étnica e social
estabelecem um distanciamento entre as duas personagens femininas principais da narrativa.
Para tanto, tomaremos como referencial teórico as reflexões de Zahide Lupinacci Muzart, Nádia
Botella Gotlib, Constância Lima Duarte, Frantz Fanon, David Brookshaw, dentre outros nomes da
crítica feminista e das teorias pós-coloniais. Na narrativa em questão, analisaremos duas
personagens, identificadas apenas como a Senhora e a Escrava. No caso da primeira, trata-se de
uma mulher de pele branca pertencente à elite colonial, com liberdade para trafegar no meio
social e ousadia para se inserir no universo masculino marcadamente sexista à época,
participando, com desenvoltura, de debates públicos sobre a escravidão. Por sua vez, a Escrava é
uma personagem de pele negra, que se encontra foragida do seu “senhor” e que apresenta uma
relação de submissão com a outra personagem feminina, em função da sua condição étnica e do
contexto de escravidão no século XIX. Embora essas duas personagens sejam do mesmo gênero,
compartilhando a experiência de serem mulheres, observa-se entre elas um distanciamento
étnico e social que as torna diferentes. Porém, como se pretende demonstrar na leitura crítica
aqui proposta, ambas se encontram submetidas ao mesmo discurso patriarcal escravocrata que
impõe papeis sociais dos quais essas mulheres não conseguem se libertar.
Palavras-chave: Maria Firmino dos Reis; crítica feminista; personagem feminina.

CIDADE, SUBSTANTIVO CORROÍDO


André Winter Noble (UFRGS)
Resumo: O texto proposto versa sobre a cidade e as palavras nela inscritas, sobretudo trata a
cidade como possibilidade poética, como uma espécie de texto aberto: um lugar de/em
construção, de/em sobreposição, de/em corrosão. São esses abalos os motivadores dessas
espécies de neologismos urbanos, palavras motivadas pela ação do tempo sobre as letras das
ruas, gestos pixados, expressões dos muros, vocábulos dos cartazes, termos das placas,
imperativos das propagandas e publicidades. Tudo isso orna os frontispícios da urbe, reflete em
nossos olhos, ecoa em nossos pensamentos, proporciona a nossos lábios, ainda que
acidentalmente, a leitura fragmentada e sobreposta das palavras decalcadas ou gestualizadas
sobre os muros e platibandas da cidade. A partir da justaposição dessas tantas mídias, chegamos
no estopim deste texto, texto o qual pretende, perambulando por entre a Literatura e as Artes
Plásticas, abordar e rever as palavras espalhadas pela cidade e construídas a partida das
corrosões dos impressos. Para tanto, essas palavras e mídias serão consideradas e abordadas
aqui como possibilidade poética, ou ainda, como possível Poesia Expandida e Infinitesimal. Cidade,
Substantivo Corroído, parte de reflexões desenvolvidas ao longo de graduação e mestrado em
Artes Visuais (PPGAV/UFPEL) e ganham espessura neste doutoramento em Letras
(PPGLETRAS/UFRGS), na área de Literatura Comparada. Este texto reflete, por fim, o

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transbordar verbo-visual que a cidade proporciona e propõe a um dos seus
habitantes/leitores/colaboradores.
Palavras-chave: Palavra. Imagem. Cidade.

CINEMA SURDO: UMA POÉTICA PÓS-FONOCÊNTRICA


Fabiana Paula Bubniak (UNISUL)
Resumo: O objetivo do presente estudo é identificar o Cinema Surdo como uma poética pós-
fonocêntrica baseado nos conceitos de Jacques Derrida. Derrida, em sua Gramatologia, denuncia
o fonocentrismo como o “o etnocentrismo mais original e poderoso” (DERRIDA, 1973).
Utilizando a noção saussuriana de linguagem, ele desconstrói o sistema do “ouvir-se-falar” que
estrutura o pensamento ocidental. Apesar de não citar a língua de sinais em seus textos, Derrida
acaba fornecendo ao campo dos Estudos Surdos subsídios para uma crítica à supremacia da fala
na linguagem. Uma das consequências do Fonocentrismo é o conceito cunhado nos Estudos
Surdos de Audismo – a forma do ouvinte de se sentir superior em relação ao surdo, gerando uma
relação de poder e dominação. Derrida acredita que uma consciência pós-fonocêntrica
começaria a existir a partir de formas poéticas que busquem romper com essa tradição
fonocêntrica e logocêntrica. O cinema, apesar de nascer mudo, nunca foi completamente
silencioso. De uma importância fundamental para a comunidade surda pois permitiu o registro
da língua de sinais em uma época que o oralismo era dominante, sua criação, por outro lado, está
intimamente ligada à terapia da fala imposta pelos oralistas no século XIX. A fala, no Cinema
Mudo, apesar de não poder ser registrada inicialmente no filme, esteve sempre presente: seja
nas interpretações ao vivo nas salas de exibição, nos intertítulos “falados” ou na leitura labial dos
atores. Todas essas reflexões levam a questão: seria o Cinema Surdo uma expressão poética não-
fonocêntrica no sentido atribuído por Derrida?
Palavras-chave: Cinema. Fonocentrismo. Estudos Surdos.

CLAREZA NA LINGUAGEM JURÍDICA (CLARITY IN LEGAL ENGLISH): EXEMPLOS E REFLEXOS


NO ENSINO DE ESP
Elisa Corrêa dos Santos Townsend (UNISC)
Rosângela Gabriel (UNISC)
Resumo: A clareza na Linguagem Jurídica é necessária à inclusividade social do cidadão e ao
cumprimento das Políticas Públicas previstas em lei. Historicamente a linguagem jurídica
limitava-se aos jurisconsultos, que compreendiam suas complexidades, não sendo o cidadão,
então, exposto a ela. Hoje, predominando os contratos de massa, no ciberespaço ou não, o
cidadão necessita entender o conteúdo daquilo que assina e a que se obriga porque são pactos
previamente criados por empresas, reduzindo sua autonomia da vontade meramente à decisão
de contratar ou não. Suas cláusulas são longas, difíceis de compreender. Ao serem lidas, não são
entendidas senão por juristas. No mundo globalizado, muitos contratos são firmados pelo
cidadão comum com empresas internacionais (e.g., Amazon, eBay, PayPal, AliBaba, Ali Express,
etc.) e, não raro, em outros idiomas. Inegavelmente, o inglês é o idioma predominante como
“língua franca” nos negócios globalizados. Nesse sentido, note-se que, dentre os requisitos das
firmas de advocacia de grande porte para contratação está a redação fluente em inglês, na qual
são sabatinados os candidatos. Parcela da sobrecarga do judiciário resulta dos contratos de

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massa. Busca-se, então, difundir o uso da clareza e simplicidade na língua jurídica, em inglês e
português, para uma maior inclusividade dos cidadãos e eficiência geral na sua compreensão e
aplicabilidade. Neste desiderato, utilizam-se estudos transdisciplinares de caso comparativos à
prática estrangeira. Como resultado prático, analisam-se textos ‘antes’ e ‘após’ a aplicação das
regras de clareza e usabilidade propostas por profissionais e acadêmicos das áreas
Palavras-chave: Inglês. Linguagem Jurídica. Ensino.

CLARICE LISPECTOR: A LEGITIMIDADE DO ESTADO E O “DEVER DE PUNIR”


Adriana Yokoyama (UFSM)
Resumo: O trabalho objetiva abordar a relação política e resistente da obra de Clarice Lispector
em duas de suas crônicas: “Observações sobre o direito de punir”, veiculada em 1941, pela revista
A Época, mais tarde no livro Outros Escritos (2005), e “Mineirinho” publicada inicialmente na
revista Senhor, em 1962, constando no livro Para não esquecer (1999). Objetivando uma reforma
no sistema penitenciário brasileiro, Clarice escreve sobre a necessidade de um “dever de punir”
no intuito de restituir à vida a sua normalidade. Em “Mineirinho”, a escritora, imersa em um
sentimento de compaixão, sente a morte de um bandido assassinado com treze tiros pela polícia
carioca, trazendo em si os questionamentos em relação às formas de penalização legitimadas
pelo Estado. Esta pesquisa é fruto da constatação de que a obra de Clarice é capaz de aludir à
criação de novos horizontes de compreensão e reconhecimento da condição humana. Pois, o
efeito perturbador de sua escrita, que ultrapassa a enunciação e possibilita ao leitor uma
sondagem das experiências vividas, seja ela sua ou do “outro”, pode ser percebido a partir do
aprofundamento de tais obras. As crônicas projetam-se no recorte de um contexto social que,
embora distanciados por duas décadas, aproximam-se pela mesma percepção: o sentimento de
revolta ante as manifestações autoritárias do Estado, aliadas a um dever de justiça e de uma
política de recuperação a partir das bases. Essa discussão ganha considerável proporção à
medida que se aprofunda nos estudos memorialísticos e identitários, identificando, sob a face da
mesma autora, o viés social, político e autoritário do Estado, além das relações entre ficção e
realidade imbricados em suas obras. Essas narrativas, que se propõem a um processo de
intertextualidade, evocam associações que demonstram a importância dessas relações para
analisar e esclarecer os diferentes olhares e os aspectos interrelacionais presentes na obra.
Palavras-chave: Clarice Lispector. Memória. Autoritarismo.

COM QUE ROUPA EU VOU? UM OLHAR SOBRE A POSSE DO SEGUNDO MANDATO DE DILMA
ROUSSEFF
Silvia Caroline Gonçalves (UEM)
Resumo: Este estudo analisa os efeitos de sentidos produzidos na representação de Dilma
Rousseff em sua posse do segundo mandato pela instância jornalística. Este evento ganhou
notoriedade não apenas devido ao discurso proferido pela eleita, mas também pela atenção
considerável em relação ao seu figurino, o suficiente para emergirem muitas formulações
relacionadas ao humor (principalmente no meio digital). Apesar deste caso possibilitar a
circulação de novos enunciados, o presente artigo não tem a pretensão de discorrer sobre esse
evento especificamente. A escolha pela utilização deste título, então, reside na tentativa
metaforizar o funcionamento desse processo de deslocamento de sentidos, o qual pode

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estabilizar ou não as práticas discursivas vigentes em um determinado contexto sócio-histórico
e que só é possível devido à heterogeneidade constitutiva de todos os discursos. Para interpretar
essas questões, serão utilizados os dispositivos teórico-metodológicos da Análise do Discurso de
linha francesa. O material de análise para tal proposta são duas charges on-line de Chico Caruso,
veiculadas no site O Globo. O objetivo é entender como os efeitos de sentido produzidos por
essas charges podem legitimar ou deslegitimar a figura de Dilma Rousseff do seu lugar social de
presidente da república.
Palavras-chave: Dilma Rousseff. Charges on line. Legitimação.

COMPREENSÃO E EXPRESSÃO EM LIBRAS DE ALUNOS SURDOS EM ANOS INICIAIS DO


ENSINO FUNDAMENTAL
Priscila Anicet Hertz (UNISINOS)
Resumo: Este estudo está vinculado à pesquisa “Língua Portuguesa e Libras nos anos iniciais do
Ensino Fundamental de 9 anos: rumo ao letramento de surdos”, cujo objetivo é analisar o
aprendizado da leitura e da escrita nos anos iniciais do Ensino Fundamental em uma escola de
surdos. Nesse cenário, é possível refletir sobre e compreender o desenvolvimento linguístico de
crianças surdas, durante o aprendizado de Libras e Língua Portuguesa escrita no 2º, 3º e 4º ano
do Ensino Fundamental. É imprescindível que se (re)pense o contexto escolar dos alunos surdos,
dada a falta de ações que abranjam suas especificidades. Geralmente a criança surda chega à
escola sem ter conhecimento de Libras. A escola, portanto, deve ser o ambiente onde o aluno
desenvolve a língua, para que sua comunicação seja eficaz, e a aprendizagem da língua
portuguesa escrita tenha sucesso. Com a intenção de verificar a proficiência em Libras dos
alunos, foi utilizado o instrumento de avaliação de Libras proposto por Quadros e Cruz (2011).
Esse instrumento volta-se a habilidades de expressão e compreensão da língua de sinais. Nesta
apresentação, portanto, contextualiza-se o estudo, a partir do estágio em que se encontra, no que
diz respeito aos procedimentos de aplicação e resultados do teste de proficiência. Os resultados
obtidos fornecem informações sobre a proficiência em Libras dos alunos que integram a
pesquisa. Esses dados indicam parâmetros a partir dos quais pode-se planejar e promover ações
capazes de contribuir para o melhor uso da língua de sinais e da língua portuguesa escrita pelos
alunos surdos.
Palavras-chave: Libras. Surdez. Ensino Fundamental.

CONCILIAÇÃO DE METAS E REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA DE CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS


Andréia da Silva Bez (UNISUL; IFC/SOMBRIO)
Resumo: Descrevemos e explicamos neste estudo o processo de reestruturação de crenças
intermediárias em termos de força de conexão entre ações antecedentes e estados consequentes
de hipóteses abdutivas antefactuais necessárias para a conciliação empírica colaborativa de
metas entre paciente e terapeuta no contexto da terapia cognitiva. Para tanto, analisamos uma
sessão terapêutica específica para este fim. Concluímos que teoria de conciliação de metas
(RAUEN, 2014), articulada com a teoria da relevância (SPERBER; WILSON, 1986, 1995),
ofereceu meios de descrição e explicação do processo de reestruturação de crenças
intermediárias e tornou possível uma visão aprimorada do processamento cognitivo. Ao
trazermos a noção de meta como norteadora da heteronciliação de um plano intencional de ação

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terapêutica, superordenando a interação comunicativa, fornecemos outra perspectiva para
abordar o empirismo colaborativo. Ao relacionarmos a reestruturação cognitiva de uma crença
intermediária com estágios da modelação de metas e planos, destacamos a complexidade da
cadeia de metas e submetas que compõem uma sessão terapêutica e o quanto as intervenções do
terapeuta podem ser suscetíveis de reavaliação. Caso o plano não seja compartilhado,
compreendido, assumido pelo paciente, o processo terapêutico pode não evoluir. Terapeuta e
paciente devem construir ambientes cognitivos compartilhados, a partir de seus ambientes
cognitivos iniciais. As suposições tornadas mais manifestas pela interação comunicativa
favorecem uma aproximação destes contextos e, consequentemente, a possibilidade de o plano
de intervenção proposto pelo terapeuta ser relevante para o paciente, mesmo em cenários de
aumentos de custo cognitivo. É neste aspecto que a teoria de conciliação de metas se mostra
promissora para descrever cenários proativos de relevância.
Palavras-chave: Teoria de Conciliação de metas. Terapia Cognitiva. Crenças intermediárias.

CONEXÕES CORTICAIS ENVOLVIDAS NA LEITURA: QUESTIONAMENTOS SOBRE A ÁREA DA


FORMA VISUAL DAS PALAVRAS
Lisandra Rutkoski Rodrigues (PUCRS)
Sabrine Amaral Martins (PUCRS)
Resumo: A leitura é uma aquisição cultural, e não uma função natural. Ela é parte de um
processo adaptativo, o qual tem a capacidade de transformar o cérebro, ao especializar um
conjunto de áreas no córtex cerebral, habilitando-as a compreender significados, bem como os
símbolos da escrita. A área na região occipito-temporal é denominada área da forma visual das
palavras. Falhas nessa área podem comprometer a aprendizagem da leitura de indivíduos
disléxicos, uma vez que ela é imprescindível para a fluência da leitura. Nesse contexto, o
presente trabalho tem por objetivo discorrer sobre as conexões corticais envolvidas no
processamento da leitura, dentro de uma perspectiva neuropsicolinguística, procurando abarcar
questionamentos relacionados à área da forma visual das palavras em indivíduos disléxicos e
não-disléxicos. Ao discutir a temática do processamento da leitura e seus componentes
neurobiológicos, busca também promover uma conscientização acerca das dificuldades
envolvidas na dislexia durante a aprendizagem da leitura. Para tanto, são abordados conceitos
referentes ao processamento da leitura em indivíduos disléxicos e não-disléxicos, ao modelo da
dupla via – a rota fonológica e a rota semântico-lexical – e à neurobiologia da leitura.
Palavras-chave: Leitura. Dislexia. Neuropsicolinguística.

CONTRIBUIÇÕES DO ARCABOUÇO TEÓRICO-METODOLÓGICO DO CÍRCULO DE BAKHTIN


PARA OS ESTUDOS DE IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS
Cloris Porto Torquato (UEPG/UFPR)
Resumo: Este trabalho, de cunho teórico, visa refletir sobre contribuições do arcabouço teórico-
metodológico do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2003; VOLOSHINOV/BAKHTIN, 1992/1929;
BAKHTIN, 1998/1935) para os estudos das Ideologias Linguísticas (WOOLARD, 1998;
KROSKITY, 1998). Esses, por sua vez, são fundamentais para os trabalhos do campo das Políticas
Linguísticas (McCARTY, 2011; SPOLSKY, 2004), no qual se insere o grupo de pesquisa Políticas
linguísticas, letramentos, interculturalidade, identidades e ensino (sob minha coordenação), que

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busca “contribuir com a produção de estudos relativos às políticas linguísticas, às práticas e
políticas de letramentos, identidades e ensino de língua(s) em contextos sociolinguisticamente
complexos e, portanto, em contextos interculturais”; este “grupo volta-se para as relações de
poder entre os sujeitos e as línguas, para as ideologias e para as funções atribuídas às línguas em
contextos bi/multilíngues”. O estudo das ideologias linguísticas – compreendidas como
“representações, tanto implícitas quanto explícitas, que constroem o cruzamento entre
linguagem e seres humanos no mundo social.” (WOOLARD, 1998, p. 3) – constitui as pesquisas
sobre as políticas linguísticas, pois as relações que os sujeitos estabelecem entre si e com as
línguas e os modos de conceber as interações/relações sociais e as línguas configuram e são
configuradas pelas políticas linguísticas. Nesse sentido, a teoria dialógica da linguagem do
Círculo pode lançar luzes sobre os estudos das ideologias e políticas linguísticas, porquanto se
centra na compreensão de que os signos que constituem os sujeitos e constrói as
interações/relações sociais são essencialmente ideológicos. As tonalidades ideológicas dos
signos que compõem essas interações entre vozes sociais distintas se configuram sócio-
historicamente e, sobretudo, contextualmente, tecidas por e tecendo cadeias discursivas que
envolvem – mas também extrapolam – os enunciados relativos às línguas. Assim, o estudo das
ideologias e das políticas linguísticas requer que sejam analisadas as relações dialógicas que
envolvem e constituem um conjunto mais amplo de signos e enunciados.
Palavras-chave: Ideologia linguística. Política linguística. Análise dialógica da linguagem.

CONVERSÕES DE REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA EM MATEMÁTICA: UMA


ABORDAGEM PRAGMÁTICO-COGNITIVA GUIADA PELA NOÇÃO DE CONCILIAÇÃO DE
METAS
Marleide Coan Cardoso (IFSC/CRICIÚMA)
Fábio José Rauen (UNISUL)
Resumo: Neste estudo, desenvolvemos e ilustramos uma arquitetura descritiva e explanatória
dos processos cognitivos envolvidos nas operações de apreensão de unidades significativas, de
tratamento e de conversão de registros de representação semiótica fundamentada nas noções de
conciliação de metas e de relevância. Constatamos que relações cognitivas e comunicativas de
relevância guiadas pelo conceito de conciliação de metas fundamentam a identificação de
unidades significativas, o tratamento e a conversão dos registros de representação semiótica no
processo de ensino e aprendizagem de matemática. Identificamos, além disso, que a presunção
de relevância ótima e o procedimento de compreensão guiado pela noção de relevância são
aplicáveis à apreensão e ao processamento de unidades significativas de todo e qualquer
registro de representação semiótica em matemática, bem como aos seus tratamentos e
conversões no contexto da primeira constatação. Concluímos, por fim, que a expertise na
coordenação de diferentes registros de representação semiótica em processos congruentes e
não congruentes de conversão é indício de uma apreensão mais qualificada dos objetos
matemáticos, no contexto das duas constatações anteriores.
Palavras-chave: Registros de representação semiótica. Teoria da relevância. Teoria de
conciliação de metas.

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CORPO E(M) CONSTRUÇÃO: DISCURSO E TRABALHO EM UM PROCESSO JUDICIAL
Stefany Rettore Garbin (UFRGS)
Resumo: O presente estudo parte de um processo judicial de Acidente de Trabalho, ocorrido em
um prédio em construção. Trago o acidente como materialidade para pensar sujeito e trabalho
através da língua. A leitura do processo é feita pelo viés do dispositivo teórico-analítico da
Análise de Discurso (AD) de linha pêcheutiana. Na teoria, um dos modos de visualizar o sujeito é
através do corpo. Lugar de inscrição do discurso, este corpo-acontecimento que se acidenta é
efeito de sentido no sujeito que se constitui entre a língua e a ideologia. No corpo trabalhador
irrompe o impossível de dizer e de não dizer. Sendo o ser-em-falta, do inconsciente, que falha, o
acidente é sintoma daquilo que retorna na forma que o trabalho pode assumir para o sujeito:
pulsão de morte. A justiça condiciona os dizeres possíveis como verdadeiros ou falsos, formando
uma rede de proposições lógicas que devem resultar numa conclusão definitiva que incidirá na
decisão do juiz. O processo judicial depende da unidade, da homogeneidade e da transparência
dos sentidos. No processo analisado, procuradoria e polícia narram o acidente, mas parecem
incapazes de nomear o que aconteceu. Na pretensão da verdade e da totalidade, o testemunho
do traumático se marca no equívoco da língua. Segundo Michel Pêcheux, a necessidade universal
de um mundo semanticamente estável começa com a relação de cada um com seu corpo e seus
arredores imediatos. Mas, no caso analisado, a discrepância dos pré-construídos judiciais não
aponta para o assujeitamento completo, mas para sua falha. A evidência satura o sentido e marca
a equivocidade no processo como um todo. O corpo reclama sentidos e não se deixa recobrir, o
corpo resiste.
Palavras-chave: Discurso. Trabalho. Corpo.

CRQ – SERRA DO APON: REFLEXÕES ACERCA DE IDENTIDADE CULTURAL E MEMÓRIA


Ione da Silva Jovino (UEPG)
Suzimara Ferreira de Souza (UEPG)
Resumo: O presente trabalho apresenta pesquisa em fase inicial, que intenta compreender
construção da identidade cultural de uma comunidade remanescente quilombola na região do
Socavão (Castro/PR), situada na região da Serra do Apon. A partir do olhar e dos discursos dos
sujeitos dessa comunidade, partindo do pressuposto de que analisar a construção simbólico-
discursiva da identidade e da memória conecta-se com as narrativas do passado e tal qual afirma
o pensador Michael Foucault os elementos históricos são fundamentais para compreender a
constituição da formação discursiva e dos discursos na sociedade contemporânea, tomaremos a
história oral para nortear esta pesquisa. Justifica-se a pesquisa não pela intenção de resgatar,
mas sim de registrar um pouco mais da história e da memória desta comunidade tecendo
algumas reflexões acerca de identidade cultural. O recorte a ser apresentado é relativo à revisão
bibliográfica relativa aos conceitos de identidade cultural e sua relação com a memória, que
serão fundamentais para o trabalho.
Palavras-chave: Identidade. Memória. Comunidade Quilombola.

DA GRÉCIA ANTIGA A GALÁXIAS DISTANTES: A TRAJETÓRIA DO HERÓI ÉPICO ATRAVÉS


DOS SÉCULOS.
Marlova Soares (UFRG)

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Resumo: Todo grande épico começa com uma viagem, uma série de acontecimentos orientados
com a finalidade de dar um movimento de ação à obra. Os episódios de uma epopeia funcionam
de maneira autônoma, assim, prendem a atenção do leitor durante toda a jornada do
personagem. A primeira grande tarefa do herói épico, segundo Joseph Campbell, consiste em
retirar-se da cena mundana iniciando, assim, uma jornada na qual irá encontrar inúmeras
dificuldades, o personagem então deve superar esses percalços tirando proveito das situações
em seu favor, embora o teórico frise que o mais importante é seu regresso, já transfigurado,
podendo repassar as lições valiosas que aprendeu. O presente trabalho tem como intuito
apontar as mudanças de caráter que o esse herói épico sofreu com o passar do tempo traçando
as diferenças e as semelhanças de dois protagonistas pertencentes a esse gênero. A Odisseia de
Homero narra as aventuras de Ulisses, o herói épico por excelência, já o britânico Douglas
Adams, no seu O Guia do Mochileiro das Galáxias (1979), nos apresenta Arthur Dent, o quase
anti-herói épico interplanetário pós-moderno.
Palavras-chave: Herói. Épico. Estrutura.

DA MUTILAÇÃO À REDENÇÃO: CORPO, VIDA E LINGUAGEM EM UMA DUAS, DE ELIANE


BRUM
Bruna Farias Machado (UFRGS)
Resumo: O romance Uma Duas (2011) da escritora e jornalista Eliane Brum é uma trama
psicológica narrada em primeira e em terceira pessoa com fluxo de consciência. Trata-se de uma
autoficção - caracterizada por processo de reinvenção do eu - no contexto de um drama familiar
permeado por acontecimentos traumáticos, como abuso sexual, assassinato e doença terminal. A
fim de representar tais acontecimentos, o presente romance utiliza alguns elementos-chave para
representar os acontecimentos narrados, numa tentativa quase fílmica de ilustrar o que é
narrado. A relação conflituosa entre mãe e filha, a mutilação, a escrita em vermelho, as
diferentes fontes de texto utilizadas para ilustrar a troca de personagens são algumas das
metáforas que serão analisadas, tendo como aporte teórico estudos de trauma sob o viés
psicanalítico. A proposta de análise contemplará, concomitantemente, a análise acerca da
importância da escrita, representada no corpo-linguagem do romance como a possibilidade de
cura, de transfiguração e de redenção.
Palavras-chave: Trauma. Corpo. Memória.

DA PRESCRIÇÃO AO TRABALHO REAL DOCENTE: O REPLANEJAMENTO DO OFÍCIO


Anselmo Lima (UTFPR)
Resumo: Este estudo apresenta a relação, muitas vezes distante, entre o trabalho prescrito ao
docente e o trabalho realizado. Inicialmente é apresentada a ergonomia da atividade como
abordagem que tem por objetivo a atividade de trabalho; aqui o docente é visto como
trabalhador. Para melhor compreensão do tema e para o entendimento da implacável distância
entre o prescrito e o realizado, serão expostas as quatro dimensões do trabalho docente:
impessoal, pessoal, interpessoal e transpessoal. As prescrições fazem parte do ofício do
professor, mas algumas instituições de ensino não conhecem a distância existente entre o real e
o prescrito e acabam por “obrigar” o docente, muitas vezes, a realizar atividades sem considerar
essa distância, o que pode vir a afetar a saúde do profissional. Geralmente as prescrições não

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levam em consideração, por exemplo, a falta de condições adequadas para o trabalho ou o
engajamento dos alunos, o que leva o docente a replanejar e readequar as prescrições, algumas
vezes ainda em sala de aula, assim transformando o seu oficio.
Palavras-chave: Trabalho prescrito. Trabalho realizado. Replanejamento.

DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ÀS ATITUDES LINGUÍSTICAS DOS CHAPECOENSES FRENTE ÀS


VARIEDADES DO CATARINENSE E DO NORDESTINO QUANTO A VARIAÇÃO NOS PRONOMES
DE SEGUNDA PESSOA (TU/VOCÊ)
Jezebel Batista Lopes (UFFS)
Resumo: Pensar em língua é compreender que esta é uma atividade social e que as mudanças
são reflexos da ação coletiva dos falantes, da necessidade de comunicação, precisão e
expressividade. Muitos estudos (LOREGIAN-PENKAL, 2004; COSTA, 2013; NOGUEIRA, 2013)
descrevem os usos dos pronomes de segunda pessoa do singular (tu/você) em diferentes
comunidades linguísticas brasileiras, contudo, ainda são poucos os trabalhos (ROCHA, 2012;
RAMOS, 1989; ZILLI, 2009) que buscam diagnosticar quais as atitudes linguísticas dos falantes
frente a esta variação. Os chapecoenses percebem que há variação no uso dos pronomes tu/você
na fala dos informantes de sua própria cidade? Os chapecoenses percebem que há variação dos
pronomes na fala de informantes de outras comunidades, como Florianópolis/SC, Natal/RN e
Itabaiana/SE? Se sim, qual sua atitude frente a essa variação? Esses são alguns dos
questionamentos que este projeto objetiva responder. Para tanto, analisar-se-á a variação dos
pronomes de segunda pessoa de entrevistas sociolinguísticas que compõem o projeto Variação e
mudança linguística no Português do oeste de Santa Catarina, estratificadas em gênero
(feminino, masculino), idade (15-24 anos, 25-49 anos) e escolaridade (E.F. 1º ciclo, E.F. 2º ciclo,
E.M. e E.S.). Após este primeiro momento, será aplicado um teste de percepção a informantes
chapecoenses, com base em excertos de fala, como meio de perceber as avaliações e atitudes
frente a essas variantes, inquirindo de maneira semiestruturada, por exemplo: Que acha desta
fala? Quem está falando? Em que lugar do mapa se situa essa fala?, entre outras perguntas. Esta
pesquisa embasa-se nas perspectivas teóricas da Sociolinguística Variacionista e na Dialetologia
Perceptual. Destacamos que, nesta comunicação, objetivamos apresentar resultados parciais
desta pesquisa.
Palavras-chave: Mudança e variação linguística. Pronome de segunda pessoa. Atitudes e
julgamentos linguísticos.

DECADENTISMO E INCERTEZA NO CONTO “RETRATO PROFÉTICO” DE GIOVANNI PAPINI


Adilson Barbosa (UPF)
Resumo: Esse artigo pretende analisar o conto “O retrato profético”, do escritor italiano
Giovanni Papini (1881- 1956), publicado pela primeira vez em 1912, período considerado como
a primeira fase do autor. Por essa razão, supõe-se que carregue traços temáticos que
caracterizam esse momento, como o decadentismo e a destruição das antigas convicções
românticas. Acredita-se que o conto disponha de dispositivos que exploram a crítica às formas
“tradicionais” das artes, à organização social ultrapassada e à vida cotidiana medíocre. Crítica
essa repleta de sentimento de fim, de término, de crepúsculo e de incerteza. Dessa forma,
procura-se confirmar a presença dessas características no conto. A partir do conceito

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psicanalítico de “estranhamento” de Sigmund Freud e do estudo do arquétipo da Sombra do
psicólogo suíço Carl Gustav Jung, objetiva-se demonstrar que, no conto, enquanto o duplo e o
grotesco desvelam a transitoriedade da vida; o mistério e o terror denunciam que o indivíduo, na
maioria das vezes, não é completamente consciente de si mesmo.
Palavras-chave: Papini. Retrato. Decadentismo.

DEMOCRACIA E DISPERSÃO: UM GESTO DE ANÁLISE SOBRE AS RETOMADAS DO TERMO


DEMOCRACIA NO I FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
Raquel Alquatti (UFRGS)
Resumo: O presente trabalho trata da questão da democracia junto ao dispositivo teórico-
metodológico da Análise de Discurso formulada por Michel Pêcheux, uma teoria materialista do
discurso, que entende que sujeitos e sentidos se constroem ao mesmo tempo, na e pela língua.
Afetados pela exterioridade da história que se desenvolve na tensão da luta de classes. Como
materialidade linguística, democracia é dispersão. Evoca uma multiplicidade de conceitos,
saberes e memórias. Palavra historicizada ao longo de toda história moderna por diferentes
acontecimentos discursivos no campo do político. Trata de termos universais sobre a construção
do que foi, do que é e do que pode vir a ser o modo como os aparelhos sociais se organizam. Ao
lado dos preceitos ideológicos tal como concebidos por Althusser, democracia é a forma pela
qual a ideologia burguesa se organiza enquanto Estado. Para Marx, democracia não passa de
uma superstição. Contudo, democracia figura incessantemente as discussões políticas, como um
espectro que paira sobre a sociedade, trazendo a promessa da diluição do poder. Deste modo,
busco trabalhar os deslizamentos de sentido da palavra democracia junto aos materiais de
divulgação do I Fórum Social Mundial, realizado na cidade de Porto Alegre, no ano de 2001.
Fundado como contraponto ao Fórum Econômico Mundial, o I FSM configura-se como uma
possibilidade de “um outro mundo” a partir de uma relação especular com o existente da
dominação do capital. Tomo neste trabalho o I FSM como porta-voz do embate do social,
representado pelas instituições da sociedade civil organizada, com o econômico, das grandes
instituições internacionais que controlam a circulação financeira. Neste espaço, democracia é
discursivizada como meio de prevenir a tirania derivada do poder ilimitado do capital, ao
mesmo tempo em que remete à memória da vitória da sociedade sobre a dominação totalitária
do Estado. Marca-se, então, a necessidade de distinção da verdadeira democracia tomada como
objetivo de luta do I FSM.
Palavras-chave: Análise do Discurso. Democracia. Fórum Social Mundial.

DETERMINISMO OU RELATIVIDADE LINGUÍSTICA: QUAL DAS DUAS VERSÕES REALMENTE


FAZ MAIS SENTIDO?
Angélica Vinhatti Gonçalves Ferla (UCS)
RESUMO: O presente pôster discute as duas versões de Sapir-Whorf: a forte e a fraca; pretende
através de exemplos destacar a viabilidade ou inviabilidade de cada uma. Na primeira versão o
autor diz que tudo o que pensamos é devido à língua que falamos; essa ideia é bastante radical,
pois se sabe que um falante pode compreender o que outra pessoa de língua diferente quer
dizer, apesar de não ser o seu idioma materno, a versão forte não permitiria a compreensão.
Mesmo não utilizando certos conceitos como números ou cores os povos são capazes de

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aprendê-los mediante a necessidade de usá-los. As línguas surgem a partir de culturas, se há
mais vocábulos relativos a tal categoria, eles não existem ao acaso. A versão fraca, por sua vez,
prega que o falante é influenciado a pensar de determinada maneira devido à língua que fala,
essa vertente é mais assertiva, predispostos a ver o mundo de certa forma todos são e a língua
contribui fortemente para isso.
Palavras-chave: Determinismo. Relatividade. Culturas.

DIÁLOGOS CLAROS E INDISTINTOS: AS “MEMÓRIAS DE TROIA” DE WILLIAM BUTLER


YEATS EM CANÇÕES POPULARES IRLANDESAS
Mariese Ribas Stankiewicz (UTFPR)
Resumo: “Troy”, de Sinéad O’Connor e “Yeat’s Grave”, de Dolores O’Riordan, são analisadas no
contexto dos estudos culturais e da apropriação do poema “No Second Troy” de William Butler
Yeats, considerando-se, entre outros aspectos, os traços ideológicos dos diálogos entre os textos.
Foi verificado que as memórias de acontecimentos passados dos autores e seus entendimentos
dessas memórias estão em constante revisão e se combinam com novas tendências de suas
contemporaneidades. Neste sentido, a teoria de Mikhail Bakhtin, especificamente, seu conceito
de discurso bivocal e algumas ideias sobre apropriação de críticos teóricos, como Julie Sanders,
Linda Hutcheon e Robert Stam, entre outros, podem ajudar com algumas reflexões sobre como
O’Connor e O’Riordan mostram situações históricas particularizadas em suas canções, que fazem
o ouvinte prestar atenção à condição de presença/ausência de mudança que permeia a memória
cultural de um povo.
Palavras-chave: Apropriação. Memória. Intertextualidade.

DIÁSPORA E VIOLÊNCIA EM OS EMIGRANTES DE W. G. SEBALD


Carla Lavorati (UFSM)
Resumo: W. G. Sebald nasceu em 1944, em Wertach, na Alemanha. Professor na Universidade de
East Anglia, Inglaterra, começa sua carreira de escritor com o livro de poesias Do Natural: Um
poema Elementar (2012), mas ganha reconhecimento a partir da publicação de suas ficções em
prosa: Vertigem, Os emigrantes, Os anéis de Saturno e Austerlitz. Essas obras são de difícil
definição, pois são construídas na fronteira dos gêneros, numa mescla entre ensaio,
autobiografia, relato de viagem e ficção; organizadas sempre por narradores solitários que
apoiados na memória escrevem sobre as andanças que empreendem pelas paisagens arruinadas
da Europa do pós-guerra. Os Emigrantes, objeto desse estudo e primeiro romance de Sebald,
publicado em língua alemã em 1990, narra a história de quatro personagens que cruzam a vida
do narrador: Dr. Henry Selwyn, Paul Bereter, Ambros Adelwarth, Max Feber. As histórias que são
contadas pelo narrador se aproximam na medida em que todos os personagens têm a vida
transformada pela Segunda Guerra e pelo Holocausto. Portanto, o objetivo é estabelecer relações
entre o contexto histórico traumático do pós-guerra e a representação literária no romance, para
refletir sobre o enfrentamento do autor W. G. Sebald diante do silêncio na literatura alemã no
pós-guerra. Nesse sentido, os narradores de Sebald retomam a possibilidade de experiência que
Benjamin (1983) constatou como enfraquecida pelos eventos traumáticos das guerras.
Palavras-chave: Literatura. Trauma. Sebald.

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DICIONÁRIO ELETRÔNICO MODALIDADES OLÍMPICAS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA
PARA O DESENVOLVIMENTO DE FRAMES SEMÂNTICOS
Rove Chishman (UNISINOS)
Ana Flávia Souto de Oliveira (UNISINOS)
Bruna da Silva (UNISINOS)
Resumo: O objetivo geral deste trabalho é apresentar o projeto Dicionário Eletrônico
Modalidades Olímpicas (CHISHMAN, 2015), empreendimento de pesquisa desenvolvido pelos
integrantes do grupo de pesquisa SemanTec. Importante destacar que o projeto sobre os
esportes olímpicos parte da expertise adquirida pelo grupo no desenvolvimento do Field –
dicionário de expressões do futebol, recurso lexicográfico trilíngue organizado em torno da noção
de frame (Fillmore, 1985) e lançado na ocasião da Copa do Mundo 2014. Ainda que a experiência
com o Field tenha nos levado a atentar para a importância em aproximar Semântica Cognitiva e
Lexicografia, é no âmbito do projeto Modalidades que passamos a assumir o compromisso em
aprofundar as investigações acerca dessa interface e em aplicar os preceitos teóricos da
Semântica de Frames na organização da micro e macroestrutura do dicionário. Em termos
aplicados, a quantidade e diversidade de subdomínios esportivos têm imposto novos desafios. A
fim de ilustrar o processo de desenvolvimento do dicionário propriamente dito e a forma como
temos lidado com os novos desafios, é também nosso propósito, nesta apresentação, trazer
alguns resultados do estudo realizado por Silva (2015) para o subdomínio voleibol. Esse estudo
não apenas permitiu que a metodologia fosse testada e ajustada, como também confirmou o
potencial da SF para a descrição dos cenários da modalidade olímpica. No que diz respeito à
subetapa de proposição de frames, esse experimento confirmou a pertinência em se utilizarem
mapas conceituais como ponto de partida para se ter uma visão panorâmica dos esportes e de
seus principais cenários. Frames prototípicos foram identificados, tais como Voleibol,
Saque, Levantamento, Manchete, Bloqueio, assim como os principais
relacionamentos entre os frames, tais como Herança (o frame filho Tie-break herda
elementos de frame do frame pai Set), Perspectiva (como entre os frames Defesa e Ataque),
Precedência (Saque precede Recepção) e Subframe (Início_do_set é subframe de Set).
O trabalho de compilação do corpus também precisou ser revisto. Ao contrário do corpus do
Field, que serviu como fonte eficiente para a proposição de frames e demais elementos, os textos
do gênero match report se mostraram insuficientes por não apresentarem toda a riqueza dos
cenários que compõem uma partida de voleibol.
Palavras-chave: Semântica de frames. Lexicografia cognitiva. Esportes olímpicos.

DIDATIZAÇÃO DE GÊNEROS LITERÁRIOS: DE CONCEPÇÕES TEÓRICAS AO ENSINO


Everton Gelinski Gomes de Souza (UNICENTRO)
Resumo: O presente estudo visa demonstrar possibilidades de ensino de gêneros literários em
língua inglesa, na escola regular, a partir da ótica genebrina sobre didatização de gênero (DOLZ;
SCHNEUWLY, 2004) e da funcionalidade desses artefatos para a prática com as línguas
estrangeiras (CRISTOVÃO, 2007). Para tanto, ancoramo-nos em pressupostos do interacionismo
sociodiscursivo (ISD) (BRONCKART, 1999) e em sua perspectiva de gênero como materialidade
que engendra e fundamenta as atividades do ser humano, portanto, importante ferramenta para
o ensino. Do mesmo modo, baseamo-nos em estudos que conceituam modelo e sequência

148
didática como ferramentas de transposição de saberes de gênero para a prática de ensino
(NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004; CRISTOVÃO, 2005; 2007; DOLZ; STUTZ, 2012). A partir disso,
elaboramos um corpus contendo 4 horror short stories de Edgar Allan Poe e 4 da literatura
ordinária, visando a uma turma de 9º ano de uma escola privada no estado do Paraná.
Posteriormente, cada texto foi desmembrado mediante critérios do ISD e utilizado para a criação
de um modelo didático. Isso posto, desenvolvemos uma sequência didática alicerçada em (a)
fragilidades observadas nas primeiras produções dos alunos do gênero em discussão, e, (b) nos
saberes sobre horror short stories de nosso modelo didático. Os resultados evidenciaram que a
didatização dos gêneros literários aproximou os 8 textos do corpus a partir de bases temáticas
comuns e de sua construção narrativa. Entretanto, as obras de Poe possuem níveis
organizacionais complexos, distantes da realidade dos alunos e inadequados para o ensino. Por
sua vez, as obras acanônicas foram julgadas pertinentes, pois as variantes organizacionais que
vão desde o contexto de produção até o nível de textualização/enunciativo apresentaram-se de
forma elementar e mais próximas de objetos de ensino. Assim, o processo de didatização de
gêneros mostrou-se imprescindível para o ensino de sua forma global, possibilitando a interface
entre língua inglesa e literatura.
Palavras-chave: Interacionismo sociodiscursivo. Gêneros literários. Ensino de língua inglesa.

DIREITO X RELIGIÃO: O CONCEITO DE FAMÍLIA NO BRASIL ATUAL: UMA PERSPECTIVA


PRAGMÁTICA
André Luiz de Oliveira Almeida (UFPR)
Resumo: Considerando a afirmação feita por Benfatti e Godoy (2014) que “o desenvolvimento
da pragmática tem demonstrado ao longo dos tempos que a manifestação concreta da linguagem
é vastamente ostensivo-inferencial, ou seja, não se define por questões vericondicionais, mas
sim demanda a intensa negociação entre as partes envolvidas na interação”, propomos uma
reflexão, com suporte em alguns postulados da Teoria da Relevância de Sperber e Wilson
(1995), sobre o atual debate entre os membros dos Poderes Legislativo e Judiciário brasileiro
quanto ao uso do termo ‘família’ no ordenamento nacional, haja vista o conflito entre a definição
inserida no “estatuto da família” que tramita no Congresso Nacional, baseada na tradição cristã:
“define-se entidade familiar como núcleo social formado a partir da união entre um homem e
uma mulher, por meio do casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes”, versus a interpretação de viés laico que o Supremo
Tribunal Federal deu ao mesmo termo: “a Constituição Federal não faz a menor diferenciação
entre a família formalmente constituída e aquela existente ao rés dos fatos. Como também não
distingue entre a família que se forma por sujeitos heteroafetivos e a que se constitui por
pessoas de inclinação homoafetiva. Por isso que, sem nenhuma ginástica mental ou alquimia
interpretativa, dá para compreender que a nossa Magna Carta não emprestou ao substantivo
‘família’ nenhum significado ortodoxo ou da própria técnica jurídica”.
Palavras-chave: Pragmática. Interpretação. Linguística forense.

DISCURSO E GÊNERO SOCIAL A PARTIR DAS PERSPECTIVAS DA ACD E DA GSF


Débora de Carvalho Figueiredo (UFSC)
Litiane Barbosa Macedo (UFSC)

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Resumo: O presente trabalho propõe uma reflexão sobre o percurso da Análise Crítica do
Discurso (ACD - Fairclough, 1999, 2003) como teoria e método de análise aplicado aos estudos
sobre gênero social. Através das pesquisas em andamento orientadas pela profa. Dra. Débora
Figueiredo na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, discutiremos a importância de
uma abordagem da língua como parte central das práticas sociais, relacionada dialeticamente
com outros elementos dessas práticas, para apontar como os discursos recorrentes em nossa
sociedade não estão livres de ideologias implícitas, evidenciando assim o papel da linguagem em
uso para naturalizar e manter relações assimétricas de poder, estereótipos e discriminação.
Como ferramenta de descrição linguística, ACD baseia-se na Gramática Sistêmica-Funcional
(GSF) de Halliday (2004), que teoriza as estruturas linguísticas em termos de suas funções na
estruturação do social. Apontaremos como a GSF contribui para descrever e coletar evidências
linguísticas das funções sociais da linguagem em diversos textos (escritos ou orais),
exemplificando como as escolhas linguísticas refletem, representam e significam o mundo, os
indivíduos e suas relações sociais, assim como mostraremos como interpretar tais evidências
com o suporte da ACD.
Palavras-chave: Gramática Sistêmica Funcional. Análise Crítica do Discurso. Gênero Social.

DISCURSO E PODER: ANÁLISE DAS DISPUTAS ACERCA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS NA UEPG
Daiane Franciele Morais de Quadros (UEPG)
Ione da Silva Jovino (UEPG)
Resumo: Pretendemos apresentar neste artigo parte de uma pesquisa em andamento, cujo
objetivo principal é analisar os discursos que resultaram no atual sistema de reservas de vagas,
tendo como foco principal as falas sobre o sistema de cotas raciais dentro da Universidade
Estadual de Ponta Grossa. Para compreendermos os embates e as contradições que culminaram
nas alterações aplicadas na política de cotas adotada pela Universidade, realizaremos a análise
crítica dos discursos presentes nas atas e gravações de reuniões dos Conselhos de Ensino,
Pesquisa e Extensão e do Universitário do ano de 2013. A Resolução UNIV. Nº 17 DE 9 de
dezembro de 2013 foi precedida de um intenso debate, mas culminou na retirada das cotas
raciais. Após manifestações públicas, o processo volta à pauta e, depois de nova votação, a
referida resolução manteve as cotas para alunos negros oriundos de escolas públicas. Outro
material a ser analisado é uma cartilha informativa sobre cotas raciais, desenvolvida pela
instituição no ano de 2015. Este material, após ter sido divulgado na internet e impresso,
também foi alvo de críticas e disputas de poder internas, motivo pelo qual foi retirado do site
institucional e sua distribuição da versão impressa às escolas foi cancelada. Pensando a partir de
Machado, Lázaro e Tavares (2013) a importância das ações afirmativas, de Gomes (2003) e
Sant’Anna (2006) a função social destas, de Muniz (2009) e Ottoni (2014) sobre a linguagem e as
relações de poder, o foco desse trabalho será a análise da cartilha e de sua nova versão ainda no
prelo. Buscará, ainda, destacar as relações entre a estrutura social e a discursiva, em especial as
escolhas lexicais, as estratégias discursivas, as propriedades visuais, evidenciando as questões
que o discurso exerce num sistema social de desigualdade racial segundo Dijk (2010).
Palavras-chave: Análise crítica do discurso. Política de ações afirmativas. UEPG.

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DISCURSO PUBLICITÁRIO E O LÚDICO: SOBRE A OBSCURIDADE DA LINGUAGEM NA
PROPAGANDA DAS EMPRESAS DE JOGOS ELETRÔNICOS EM REDE
Igor Ramady Lira de Sousa (UNISUL)
Resumo: Este estudo discorre sobre a noção de gratuidade veiculada nas mensagens de cunho
propagandístico de empresas de jogos eletrônicos em rede. Na formulação free to play ou
gratuito para jogar que se apresenta na descrição oficial de títulos de jogos em lojas virtuais e
nas páginas de estúdios de jogos. Não se pretende aqui gastar considerações técnicas de
publicidade e propaganda como é desígnio deste trabalho considerar as condições de produção
dos enunciados. Com este propósito, o trabalho debate sobre o sentido de lúdico na teoria dos
jogos presente em Huizinga (1996) e Caillois (1990) e da ludicidade para a teoria discursiva por
meio da leitura de Orlandi (1999) e Neckel (2004). Na interpretação dos diferentes textos
elencados para esta análise revelam-se contradições estranhamente aceitas pelos sujeitos a
quem se dirigem os enunciados, manifestação da não transparência da linguagem e do trabalho
do ideológico e da memória. Este trabalho trata-se de um esforço para se compreender a matéria
simbólica que constitui as propagandas que as empresas veiculam para as comunidades de
jogadores online.
Palavras-chave: Lúdico. Jogos. Publicidade. Linguagem. Discurso.

DISCURSO, COGNIÇÃO E SOCIEDADE: PAPÉIS SOCIAIS DOS PARTICIPANTES DA GUERRA DO


CONTESTADO
Sueli Terezinha de Oliveira (UNC/PUCSP)
Resumo: Esta pesquisa está vinculada à linha de pesquisa Texto e Discurso nas modalidades
oral e escrita do Programa de Estudos Pós-graduados em Língua Portuguesa da PUCSP. O tema
da pesquisa focaliza os papéis sociais representados pelos discursos da História do Brasil na
Guerra do Contestado entre Paraná e Santa Catarina, de 1912 a 1916. Tem como objetivos:
contribuir com os estudos relativos à Guerra do Contestado; resgatar o histórico do panorama
político-econômico da época, através de textos dos discursos da história, do jornalismo e da
enciclopédia; analisar os papéis sociais dos participantes da guerra do Contestado, destacando a
figura de João Maria, representados em língua, por nominalizações, adjetivações e processos
verbais e verificar os valores ideológicos e culturais contidos nas formas de representações
sociais. A pesquisa situa-se na área da Análise de Discurso e apresenta a vertente sociocognitiva
de Van Djik (1997), cujas categorias básicas analíticas são sociedade, cognição e discurso. Tais
categorias são inter-relacionadas de modo que uma se define pela outra. Interessa-nos também,
a análise da ideologia em Thompson (1990), a qual está primeiramente interessada com as
maneiras como as formas simbólicas se entrecruzam com relações de poder. E em Serge
Moscovici (2000), para quem as representações são o conjunto de explicação que se originam
por meio das comunicações interindividuais da vida cotidiana. O procedimento metodológico
será o teórico-analítico, na análise de documentos relacionados à Guerra do Contestado.
Palavras-chave: Discurso da história do Brasil. Guerra do Contestado. Papéis sociais.

DISCURSO, IMAGEM E MÍDIA


Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)

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Resumo: A análise do discurso de orientação francesa é um campo de pesquisa cujo objetivo é
compreender a produção social de sentidos, realizada por sujeitos históricos, por meio de
materialidades diversas. Os trabalhos aqui apresentados são resultados parciais das pesquisas
produzidas pelo Grupo Linguagem, sentido e memória (GrPesq/CNPq), coordenado pela Profª.
Amanda Scherer (UFSM), o qual propõe elementos de fundamentação teórica e analítica sobre a
relação entre língua, sujeito, ideologia, história e memória, sempre de uma perspectiva
materialista da linguagem e pelo Grupo de Pesquisa Estudos do Texto e do Discurso:
entrelaçamentos teóricos e analíticos – (GPTD/CNPq), coordenado por Maria Cleci Venturini
(UNICENTRO) e visa o fortalecimento da Análise de Discurso no Paraná, por meio de pesquisas e
ações conjuntas. Com a contribuição entre os dois grupos de pesquisa, buscamos compreender
os movimentos discursivos de produção de sentidos, em torno do texto e da imagem, colocando-
nos frente a frente com diferentes discursividades. Recortamos, neste simpósio, a ideologia e a
memória como dispositivos teóricos e destacamos que a imagem significa pela memória, que lhe
dá legibilidade por/em sujeitos, que ocupam determinadas posições, nas quais a ideologia é
determinante tanto na leitura quanto na produção de seus efeitos de sentidos. Essas
materialidades significantes circulam e são compreendidas/interpretadas na/pela mídia, que
produz e conecta memórias pela ideologia, cujo lugar material são os espaços interdiscursivos,
pelos quais o sujeito tem a ilusão de liberdade, prática decorrente da constituição de evidências,
trabalho da língua na história, realizado preponderantemente na/pela mídia. Nesse sentido, a
mídia constitui-se como articulador entre o político e o simbólico na escritura da sociedade, de
sujeitos e do que circula, na formação social, sempre por meio da
língua/sujeito/ideologia/história, constituindo redes e diferentes nós.
Palavras-chave: Imagem. Discurso. Mídia.

DIZERES ACERCA DO ABORTO DIRIGIDOS AO SUJEITO-MASCULINO: UMA ANÁLISE


DISCURSIVA
Sandy Karine Lima dos Santos Semczeszm (UNICENTRO)
Resumo: O aborto é um tema polêmico e muito discutido atualmente e, por isso, circulam na
nossa formação social, vários discursos sobre ele. De um lado, a igreja defende a vida
independentemente de qualquer circunstância, discurso esse reforçado pelo jurídico, que
considera a vida um direito fundamental do ser humano. De outro lado, são formulados
discursos que defendem o direito de a mulher decidir sobre o próprio corpo e pela
descriminalização dessa prática no país. No entremeio desses discursos, a medicina e a biologia
se ocupam em definir o momento exato em que se inicia a vida. São esses vários discursos e os
diversos efeitos de sentidos produzidos pela designação “aborto” e pela grande visibilidade dada
ao tema pela mídia, mais recentemente, que despertou nosso interesse por essa pesquisa.
Pensamos que sua relevância reside no fato de que os discursos sobre a descontinuação
voluntária da gravidez, em sua maioria, sejam em defesa ou contrários a essa prática, são
dirigidos ao sujeito-feminino, como se o sujeito-masculino se isentasse de qualquer
responsabilidade ou, até mesmo, de opiniões a respeito do assunto. Os fundamentos teóricos que
serão utilizados para o desenvolvimento da pesquisa são os da Análise de Discurso, de
orientação francesa, fundada por Michel Pêcheux e desenvolvida, no Brasil, por Eni Orlandi e
demais pesquisadores. Temos como objetivo principal para a realização desta pesquisa,
mobilizar conceitos da AD e, por meio de um gesto analítico, verificar como a interrupção

152
provocada da gravidez é discursivizada, nas redes sociais, especificamente no Facebook, na
página denominada Homens contra o aborto dirigida ao sujeito-masculino, buscando
compreender quais sentidos circulam no espaço digital acerca dessa prática.
Palavras-chave: Aborto. Discurso. Sujeito-masculino.

DO SUJEITO HISTÓRICO NAS OBRAS DE PEPETELA E PAULINA CHIZIANE


Jéssica Schmitz (FEEVALE)
Daniel Conte (FEEVALE)
Resumo: O período colonial deixou em África marcas profundas que se fazem presentes na
sociedade contemporânea. Durante esse período, que foi de extrema banalização do sujeito
africano, a cultura e a identidade daquelas pessoas foram excluídas. O período colonial terminou,
contudo, as sociedades de África, como Angola e Moçambique, ainda buscam formas de se
reorganizar e se firmar como nações. A literatura africana, nesse sentido, tem recebido destaque
nos últimos anos devido a sua contribuição para os estudos sobre cultura e identidade dos
países de África, principalmente no que tange à ressignificação dos sujeitos históricos, além de
servir como forma de resistência e de organizar a materialidade do imaginário dessas nações. A
Casa dos Estudantes do Império, surgida em Lisboa, em 1944 contribui para a difusão dessa
literatura que denuncia as irregularidades instituídas pelo colonialismo. Como temática deste
trabalho, tem-se o papel da Casa dos Estudantes do Império e sua relação com a memória,
tradição e identidades da África contemporânea, representadas nas obras de Pepetela e Paulina
Chiziane. Assim sendo, existe a necessidade de analisar o papel desempenhado pela tradição e a
ressignificação do sujeito histórico na representação das identidades africanas nacionais.
Objetiva-se, portanto, analisar a apropriação de eventos históricos e o tratamento ficcional que
lhes é conferido nas narrativas A Geração da Utopia, de Pepetela e O Sétimo Juramento, de
Paulina Chiziane, que apresentam a sociedade de Angola e Moçambique. A metodologia é de
natureza bibliográfica, atentando para um diálogo interdisciplinar entre história e ficção visando
a relação que estas narrativas estabelecem com a emergência da memória e a representação de
conflitos identitários surgidos, principalmente, no período pós-independências através da
análise teórico/crítica das obras que são corpus dessa pesquisa.
Palavras-chave: Identidade. Literatura. Memória.

DO VISUAL PARA O VERBAL: ECFRASE X AUDIODESCRIÇÃO NO QUADRO MONA LISA


Ana Claudia Munari Domingos (UNISC)
Resumo: O presente artigo pretende analisar como a écfrase (ekphrasis) participa do exercício
da audiodescrição, a partir do trabalho audiodescrito da tela da Mona Lisa (1797), do pintor
Leonardo da Vinci. A audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional, através do
qual se traduz o visual em verbal, ampliando o entendimento dos cegos em diversos momentos,
a exemplo da assistência a filmes no cinema, a espetáculos e programas de televisão, à leitura de
jornais e revistas, e na participação em palestras e na sala de aula, entre outros. Já a écfrase,
derivada do grego ekphrasis, que significa descrição, é definida, brevemente, como uma
atividade verbal que descreve as imagens, ou seja, nas palavras de Menegazzo (2013, p. 4), a
écfrase é a descrição verbal propriamente dita de uma obra de arte ou texto visual. Dessa forma,
a pesquisa tem como objetivo inicial realizar uma revisão bibliográfica sobre écfrase e

153
audiodescrição, a fim de entender como estes conceitos estão postos. Em um segundo momento,
o trabalho discute pragmaticamente como estes termos funcionam na obra audiodescrita.
Palavras-chave: Ecfrase. Audiodescrição. Arte.

É POSSÍVEL ASSUMIR UM LUGAR DE AUTORIA NUMA LÍNGUA ESTRANGEIRA?


Camila Borges dos Anjos (UNISUL)
Resumo: O objetivo deste estudo é investigar se/como acontece o processo de autoria nas aulas
de Língua Inglesa, enquanto um segundo idioma. Nesse movimento, não estamos tratando de um
falante ideal, que aprenderá uma segunda língua na escola como se fosse sua primeira, mas de
um aluno que vivenciará o idioma e os valores culturais de outros países sem a exigência de falar
como um nativo. O percurso metodológico se dá no espaço da sala de aula, a partir de um estudo
de campo realizado com alunos do ensino médio de uma escola pública, onde se observou que as
práticas de ensino, voltadas principalmente à tradução, classificação gramatical e decodificação
textual, não possibilitavam ao aluno um trabalho de construção de sentidos na língua, para
constituição do sujeito autor. E, na tentativa de que isso fosse possível, a escola em que se
desenvolveu a pesquisa foi palco de propostas de ensino e de aprendizagem de língua inglesa
voltadas à prática discursiva da língua-alvo a partir de atividades com vídeos, banners, etc. O
trabalho possibilitou ao aluno ensaiar outras formas de construção de sentidos, por meio da
linguagem imagética, que atravessou a música e a produção audiovisual. Esta pesquisa
fundamenta-se na perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, onde julgamos
encontrar possibilidade de contribuir para o aluno assumir o espaço de autor num segundo
idioma em práticas de leitura, escrita e interação na língua.
Palavras-chave: Língua Inglesa. Sentido. Autoria.

ELAS SÃO O QUE ELES NOS DIZEM (?): A FIGURAÇÃO DO FEMININO A PARTIR DO
DISCURSO MASCULINO EM DOM CASMURRO, SÃO BERNARDO E DIVÓRCIO
Rafael Eisinger Guimarães (UNISC)
Resumo: O presente trabalho pretende discutir o processo de construção da imagem da mulher
na literatura brasileira de autoria masculina. Para tanto, serão analisados e postos em diálogo
três romances, escritos em períodos distintos – Dom Casmurro, de 1899, São Bernardo, de 1934,
e Divórcio, de 2013 –, na tentativa de apontar aproximações e distanciamentos entre eles no que
tange à forma como as vozes narrativas constroem, para seus narratários, a personalidade de
suas respectivas esposas. A partir de uma leitura preliminar, nota-se que tanto a obra de
Machado de Assis quanto a de Graciliano Ramos e Ricardo Lísias partem de uma necessidade dos
protagonistas de, diante de um momento de crise, organizarem, por meio da escrita, as
experiências por eles vividas. Afora essa similaridade, observa-se também que, nos três casos,
um dos pontos culminantes para o estado de desequilíbrio que impele esses homens a narrar é a
sua incapacidade de compreender e, em certo sentido, conter as figuras femininas sob o seu jugo.
Tendo como fundamentação teórica as concepções de pensadoras feministas como Elaine
Showalter, Luce Irigaray, Lucía Guerra e Simone de Beauvoir, dentre outras, o objetivo da leitura
crítica aqui proposta é demonstrar como a perspectiva dos protagonistas-narradores
masculinos do referido corpus reforça o estereótipo do feminino como a corporificação daquilo

154
que Showalter designa como “zona selvagem”, associando essa figura, via de regra, ao
enigmático, ao rebelde e ao desviante.
Palavras-chave: Figurações de gênero. Crítica feminista. Literatura brasileira.

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2014 E O DISCURSO SOBRE A VERDADE


Raquel de Freitas Arcine (UEM)
Resumo: As eleições presidenciais são sempre marcadas pela disputa de ideias e propostas dos
candidatos ao cargo. Um dos meios para a divulgação da imagem dos concorrentes é o Horário
Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) que, transmitido pela televisão e rádio, permite aos
candidatos apresentarem seus discursos, planos de governo, jingles e slogans. A partir disso,
lançamos a esse material um olhar discursivo, analisando-o enquanto arquivo a ser lido, em
busca dos funcionamentos que tornam possíveis o surgimento e a interpretação desse discurso.
Dessa forma, questionamos como o efeito de verdade é produzido no discurso de Aécio Neves
(PSDB) no HGPE/TV das eleições, no ano de 2014, para Presidente da República. Temos, como
objetivo geral, analisar o discurso de Aécio Neves em circulação no HGPE/TV durante o segundo
turno das eleições presidenciais de 2014, de modo a observar os sentidos mobilizados para
construção discursiva do efeito de verdade. Para esse propósito, a partir da transcrição dos
programas, serão recortados trechos de enunciados nos quais é possível observar a produção do
efeito de verdade no discurso político do referido candidato. É a partir dessa observação que
levantaremos os recortes discursivos que constituem nosso corpus de análise. Podemos dizer
que, em uma investigação inicial, foi possível perceber a organização da construção discursiva
em torno de eixos temáticos. Um dos funcionamentos observados se constitui na própria
formação discursiva política eleitoral, no qual a verdade é construída a partir de um
funcionamento que estabiliza logicamente a questão da verdade e da mentira, de modo que se
instale no discurso o espaço da verdade para o enunciador e o da mentira para o candidato da
oposição.
Palavras-chave: Eleições Presidenciais. Discurso. Verdade.

ENSINO DA LITERATURA EM UNIVERSIDADES GAÚCHAS: ALGUMAS CONSTATAÇÕES


Bianca Cardoso Batista (UNISC)
Resumo: O presente artigo vincula-se ao projeto “Os Estudos Acadêmicos de Literatura:
pressupostos teóricos e aplicabilidades”, que tem por finalidade realizar pesquisas no âmbito da
prática docente em relação à área da literatura. A partir desta perspectiva, este texto propõe
uma análise a partir do modo como ocorrem os estudos de literatura em algumas Instituições
Gaúchas de Ensino Superior. Para tanto, foi elaborada uma pesquisa com levantamento de dados
para averiguar como se dá e qual é o espaço destinado à prática literária nessas universidades.
Após o levantamento da carga horária, disciplinas, ementas e currículos de cada curso de Letras
nas Instituições selecionadas, constatou-se que há uma diminuição expressiva em termos de
carga horária, se considerados os últimos 10 anos. Ao mesmo tempo, com base nas ementas e
propostas analisadas – percebe-se que apresentam um enfoque historiográfico, e com pouca ou
nenhuma reflexão por parte dos alunos sobre as obras literárias em si mesmas. A área de Letras
apresenta uma significativa quantidade de horas destinadas às línguas, entretanto, em
contraposição, a literatura acaba sendo um tanto esquecida já que a atual metodologia acaba por

155
menosprezar um dos atos – se não o – mais importante para a formação acadêmica: a leitura
prazerosa. Cabe ressaltar que as consequências a médio e longo prazo são preocupantes tendo
em vista que o graduando que não desenvolve o gosto pela leitura na universidade não poderá
despertar tal sentimento em seus próprios alunos e o processo se repete inevitável e
sucessivamente. Diante disso, é necessário buscar alternativas para tornar a literatura nos
Cursos de Letras uma disciplina em que o ato da leitura – de contos, romances, poesias, etc. e não
apenas resumos, ou a historicidade de autores e movimentos literários – seja algo que encante e
motive o acadêmico a ler cada vez mais.
Palavras-chave: Estudos Acadêmicos. Literatura. Leitura Prazerosa.

ENSINO DE LEITURA E SEUS VÍNCULOS COM O SISTEMA DE ESCRITA DO APRENDIZ


Onici Claro Flôres (UNISC)
Resumo: O presente estudo embasou-se em Aaron e Joshi (1989), Girolami-Boulinier e Pinto
(1994), Pinto (1998), e Grabe (2009), pesquisadores que comprovaram a necessidade de
relacionar a pesquisa sobre leitura e seu aprendizado ao sistema de escrita em que o aprendiz
está aprendendo a ler. A inter-relação existente foi comprovada pelos investigadores citados que
consideraram os princípios fonológicos de cada sistema (dentre eles, inglês, francês, português
de Portugal etc.), embora a tradição da psicologia cognitiva seja investigar a leitura, de modo
independente dos princípios fonológicos das línguas e de seu sistema de escrita. Em vista disso,
o objetivo deste trabalho é propor a abordagem das dificuldades de leitura, no contexto escolar,
a partir de dois focos: o da natureza do sistema ortográfico e o da prevenção e detecção precoce
de casos patológicos (dislexia de desenvolvimento). Para tanto, retomam-se as duas principais
fontes de estudo da leitura: a biológica (ciências naturais) e a(s) das ciências humanas e sociais
(FIJALKOW, 2014), de modo a possibilitar a construção de uma base analítica que subsidie os
professores do ensino básico, quanto aos vínculos entre fala, leitura, fonologia e ortografia, em
português brasileiro, justificando-se dessa forma a proposta aqui apresentada em função da
natureza da linguagem (psicológica e social). Sobre os princípios fonológicos do português
brasileiro, em particular, refere-se o estudo de Scliar-Cabral (2003) que pode fundamentar os
professores, auxiliando-os a entenderem a inter-relação fonologia-ortografia. Por fim, reitera-se
que o enfoque conjunto de leitura/sistema de escrita demanda uma descrição/explicação que
situe o iniciante em leitura, quanto ao contexto situacional, social e cultural, o que pode ser feito,
caso sejam considerados três requisitos: variedade de fala (aquisição incidental), aprendizado
da leitura e sistema ortográfico em que o iniciante está aprendendo a ler/escrever.
Palavras-chave: Leitura. Princípios do sistema fonológico. Dificuldades de leitura.

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA SOB A PERSPECTIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS


Claudia Pagnoncelli (UTFPR)
Siderlene Muniz-Oliveira (UTFPR)
Resumo: O presente trabalho visa a apresentar um estudo sobre gêneros textuais
fundamentado nas contribuições do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) proposto por
Bronckart (1999), Schneuwly e Dolz (1998), dentre outros; e nas propostas dos PCNs para o
ensino de Língua Portuguesa. Considera-se objeto de estudo livros didáticos do Ensino
Fundamental do 6º ao 8º ano, para saber se estes apresentam propostas de atividades que

156
envolvem gêneros textuais, e em que medida isso se dá. Segundo estes autores, o trabalho
pedagógico envolvendo gêneros textuais proporciona uma ampliação dos conhecimentos
prévios dos alunos favorecendo a autonomia destes sujeitos quanto às interações sociais,
especialmente no que tange aos processos de ensino-aprendizagem de leitura e produção
textual, não devendo, portanto, ater-se apenas ao ensino das características e à forma estrutural
dos discursos. Quando o ensino dos gêneros é feito de forma adequada, observando-se sua
função sociocomunicativa (contexto, função, finalidade, etc.), é possível promover um ensino-
aprendizagem que faça sentido para o aluno, pois este vivencia a língua(gem) empregada nas
mais diversas situações de comunicação.
Palavras-chave: Linguagem. Ensino. Gêneros Textuais.

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: SOB A PERSPECTIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS


Claudia Pagnoncelli (UTFPR)
Resumo: O presente trabalho visa a apresentar um estudo sobre os gêneros textuais
fundamentado nas contribuições do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), proposto por
Bronckart (1999) e Schneuwly e Dolz (1998), e orientado pelas propostas dos PCNs para o
ensino de Língua Portuguesa. Consideramos objeto de estudo livros didáticos do Ensino
Fundamental para saber se estes apresentam propostas de atividades que envolvam gêneros
textuais e em que medida isso se dá. Segundo estes autores, o trabalho pedagógico envolvendo
gêneros textuais proporciona uma ampliação dos conhecimentos prévios dos alunos e favorece a
autonomia destes sujeitos quanto às interações sociais, especialmente no que tange aos
processos de ensino-aprendizagem de leitura e produção textual, não devendo, portanto, ater-se
apenas ao ensino das características e à forma estrutural dos discursos. Quando o ensino dos
gêneros é feito de forma adequada, observando-se sua função sociocomunicativa (contexto,
função, finalidade...), é possível promover um ensino-aprendizagem que faça sentido para o
aluno, pois este vivencia a língua(gem) empregada nas mais diversas situações de comunicação.
Palavras-chave: Gêneros textuais. Linguagem. Ensino.

ENSINO E APRENDIZAGEM DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA: CAMINHO PARA A


COMPREENSÃO?
Luciane Baretta (UNICENTRO)
Carlos Alberto Ramos Souza (UNICENTRO)
Resumo: O principal objetivo deste estudo é fazer um estado de arte sobre as pesquisas
desenvolvidas no contexto brasileiro acerca do ensino de estratégias de compreensão leitora.
Trabalhos desenvolvidos por pesquisadores no exterior (e.g., NAGY; MEALEY, 1991;
BORUCHOVITCH, 1999; MACKEE, 2012) revelam que apesar de haver um número significativo
de pesquisas conduzidas sobre estratégias de leitura, poucas são aquelas de natureza
intervencionista, ou longitudinal. Mais restritas ainda, são as pesquisas que investigam a eficácia
da instrução direta de estratégias de compreensão leitora, verificando se o leitor é capaz de
trabalhar independentemente do professor, utilizando-se do seu conhecimento condicional, isto
é, saber quando e como utilizar determinadas estratégias. Diante deste pano de fundo, nossa
proposta é fazer um levantamento dos estudos realizados no Brasil, a partir de 2000, que tratem
do ensino, aprendizagem e utilização de estratégias de leitura para a compreensão de textos em

157
língua materna e língua estrangeira, inglês. Interessa-nos saber: (a) quais foram as estratégias
de leitura investigadas e qual a população envolvida (leitores proficientes, não proficientes,
ensino superior, educação básica); (b) qual a natureza das pesquisas conduzidas e quais os
métodos utilizados para a coleta de dados; (c) se há estudos que consideraram o processo de
formação do professor de leitura; e (d) se há estudos que verificam a independência do aprendiz
após o período de instrução. O intuito dessa revisão de literatura é contribuir para o retrato da
pesquisa sobre estratégias de leitura no Brasil para, num segundo momento, desenvolvermos e
aplicarmos materiais didáticos para o ensino de leitura em língua materna e estrangeira, junto
às escolas de educação básica em Guarapuava, PR.
Palavras-chave: Estratégias de Leitura. Compreensão. Ensino e Aprendizagem.

ENTRE O VISIONARISMO E A LOUCURA: A PRIMEIRA RECEPÇÃO DA OBRA DE WILLIAM


BLAKE
Ana Paula Cabrera (UFSM)
Daniela Schwarcke do Canto (UFSM)
Resumo: O gravurista, pintor e visionário William Blake era dono de um talento inegável e um
homem de personalidade forte. Por conta de suas conversas com os espíritos de figuras
religiosas, heróis de guerra, grandes governantes, poetas e pintores famosos da antiguidade,
Blake foi considerado por muitos de seus contemporâneos como louco. A obra compósita de
William Blake significou e significa um desafio aos seus leitores. Neste artigo, descreveremos
como essas duas instâncias de sua criação, a visual e a textual – ambas fundidas na criação
singular de seus livros iluminados – foram recebidas por seus contemporâneos. Em primeiro
lugar, estudaremos a relação da viúva de Blake com um grupo de pintores conhecidos como Os
Antigos, grupo que assegurou a sobrevivência de um grande número de obras e histórias sobre o
artista visionário. Em segundo, como os primeiros textos dedicados a Blake destacaram bem
mais sua singular e exótica personalidade, relegando muitas vezes sua obra como de menor
importância. Para tanto, recorreremos aos apontamentos críticos de Lister, Hoover, Bentley e
Mishra, entre outros.
Palavras-chave: William Blake. Recepção Crítica. Biografia.

ENTREMEIOS DA LITERATURA E ENSINO: NAÇÃO CRIOULA: A CORRESPONDÊNCIA SECRETA


DE FRADIQUE MENDES, DE JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
Mayara Gonçalves de Paulo (UNISUL)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
Resumo: Em nossa pesquisa, propomos articular o estudo da obra Nação Crioula – a
correspondência secreta de Fradique Mendes, do escritor angolano José Eduardo Agualusa, ao
ensino da Literatura, evidenciando-a como promovedora de reflexão e sobre a cultura, os
tempos, os espaços, dentre outros, bem como os diálogos de que dela ensejam e se ensejam. Na
análise, observamos que Agualusa, ao (re)visitar o passado, aponta-nos os acontecimentos que
marcaram a época do colonialismo português em Angola e o período de escravidão no Brasil.
Quanto aos aspectos referentes à linguagem em Nação Crioula, apresentamos pressupostos
sobre o dialogismo, a intertextualidade e a polifonia, a partir da perspectiva de Bakhtin,
observando como se apresenta a relação com outros textos para a produção de um novo, bem

158
como as diferentes vozes sociais. O que provocou nossa atenção durante a leitura da obra
referida foram as reflexões que envolviam as manifestações culturais marcadas pelos diálogos,
pelas migrações temporais e espaciais, bem como as interações de identidades. Em sua
composição, o romance é narrado por epístolas, nas quais Agualusa coloca em cena a
personagem – Carlos Fradique Mendes – para contar as experiências e os conflitos das épocas
coloniais de Angola e Brasil, respectivamente. Evidenciamos que o romance pode ser apreendido
como uma obra epistolar, desenhando-se por meio do diálogo entre literatura, história, cultura,
sublinhando a relevância da Literatura ao processo de ensino.
Palavras-chave: Literatura. Linguagem. Ensino

ESCRITA E ARGUMENTAÇÃO: REFLEXÕES TEÓRICAS


Cristiane Dall Cortivo Lebler (UNISC)
Resumo: Existe uma pergunta que se fazem os docentes do ensino superior, independente da
área do conhecimento em que atuam: por que os estudantes, mesmo depois de haver
frequentado a escola por doze anos, tendo aulas de língua materna em todas as séries, ainda
ingressam no ensino superior com deficiências na escrita (e, frequentemente, na compreensão)
de textos? Essa pergunta tem motivado vários especialistas da área da Linguística a buscarem
identificar o que origina tais deficiências e a proporem meios de intervenção. É quanto a este
último objetivo que se dedica este trabalho, enquanto parte da pesquisa intitulada “A escrita, a
reescrita e a construção do sentido no discurso”, embasada na Teoria da Argumentação na
Língua de Oswald Ducrot e de Marion Carel, e desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em
Letras – Mestrado em Leitura e Cognição – da Universidade de Santa Cruz do Sul. O trabalho que
ora propomos tem como objetivo realizar uma discussão em torno da possibilidade de, a partir
dos postulados da Teoria da Argumentação na Língua (ANL), desenvolver estratégias para o
ensino da escrita. Para isso, realizamos algumas leituras de textos fundadores da ANL com vistas
a discutir o modo como essa vertente teórica compreende o discurso e, a partir disso, realizar
observações a respeito da sua aplicabilidade para o ensino da escrita. Consideramos que a ANL
pode servir de fundamento para pensarmos a construção dos discursos escritos tendo em vista o
fato de entender o sentido de um discurso como construído tanto pelas relações entre as
palavras e os enunciados que o compõem quanto pelo fato de ser fruto da atividade de fala de
um locutor, que produz sentido para um alocutário.
Palavras-chave: Argumentação. Discurso. Escrita.

ESCRITA NA TELA: EU NAÇÃO – INTERCÂMBIO DE CULTURAS


Keli Andrisi Silva Luz ( (UNIRITTER/UNISINOS)
Resumo: O fortalecimento do uso da língua portuguesa, para seu desenvolvimento no mundo
globalizado, a partir da cultura local e de experiências, faz parte do projeto de
internacionalização da língua em documento elaborado pela Comunidade de Países de Língua
Portuguesa, em Brasília, 2010. EU Nação – Intercâmbio de Culturas é a quarta de cinco etapas de
trabalho a ser desenvolvida no intercâmbio Brasil – Portugal – Moçambique. No decorrer do
módulo Eu – Nação objetiva-se que os participantes identifiquem aspectos culturais do seu país,
que se reconheçam como indivíduos inseridos em uma cultura e reflitam sobre si a partir de
marcas culturais do seu país, que os atravessam. Toda a proposta será desenvolvida em uma

159
comunidade virtual de conhecimento, gerando subsídios para a reflexão acerca de língua,
cultura, identidade e mediação tecnológica. Entre os resultados deseja-se que os participantes
consigam firmar a comunicação com os parceiros de Brasil – Portugal – Moçambique fazendo
uso das tecnologias digitais móveis.
Palavras-chave: Cultura. Identidade. Comunidade virtual.

ESCRITA NA TELA: INTERCÂMBIO BRASIL-PORTUGAL-MOÇAMBIQUE


Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
Keli Andrisi Silva Luz (UNISINOS)
Rosangela Silveira (UFRGS)
Resumo: A internacionalização da língua portuguesa constitui-se, atualmente, em um princípio
de política científica para o seu desenvolvimento no mundo globalizado. Assim, justifica-se o
presente projeto, que busca reunir esforços interinstitucionais e internacionais entre o Brasil,
através do Serviço Social da Indústria (SESI), Portugal, com a Ciberescola de Lisboa, e
Moçambique (com instituição a definir). Consiste na produção de uma comunidade linguística a
distância entre os três países, através do intercâmbio entre estudantes adultos, falantes do
português como língua materna, em suas variedades geopolíticas Brasil-Portugal-Moçambique.
Aprendizagens de multiletramentos podem tomar forma em comunidades de prática (WENGER,
2002), nas quais as pessoas interagem, síncrona e/ou assincronamente, ao redor de um
interesse genuíno, construindo conhecimento em conjunto, através da partilha de saberes e
experiências. Os objetivos do ponto de vista da extensão são os seguintes: ampliar as
oportunidades de aprendizagem dos jovens e adultos; colaborar para a otimização dos
programas de formação de professores de língua portuguesa e em língua portuguesa; articular
ações de cooperação entre Brasil-Portugal-Moçambique para a capacitação de professores de
língua portuguesa do ensino fundamental/básico e médio/secundário; possibilitar que os alunos
criem propostas com as tecnologias digitais, com ênfase nas tecnologias móveis, incentivando
seu uso como mediações tecnológicas e dispositivos inventivos para sua comunicação no
cotidiano Brasil-Portugal-Moçambique, no cenário da internacionalização da língua portuguesa.
Já do ponto de vista da pesquisa, os objetivos são: teorizar sobre processos comunicacionais,
linguísticos, cognitivos e educacionais em uma comunidade virtual de conhecimento entre três
modalidades geopolíticas da língua portuguesa e socializar os resultados da pesquisa através da
produção intelectual de livros, da publicação em periódicos científicos e da participação em
eventos acadêmicos, contribuindo para disseminação da atividade desenvolvida e para a
promoção da língua portuguesa como marco cultural transnacional.
Palavras-chave: Escrita na tela. Intermacionalização. Comunidade virtual.

ESMURRANDO HEMINGWAY: UMA ANÁLISE DE THAT SUMMER IN PARIS, DE MORLEY


CALLAGHAN
Luís Roberto de Souza Júnior (PUCRS)
Resumo: Mesmo que tenha sido autor de romances e contos de sucesso, mesmo que tenha
ganhado reconhecimento crítico – a ponto de Edmund Wilson compará-lo em qualidade a
Chekhov e Turgenev –, o canadense Morley Callaghan (1903-90) é mais lembrado por ter
nocauteado Ernest Hemingway numa luta, a princípio amistosa, de boxe. O episódio é contado

160
em That Summer in Paris, livro de memórias em que Callaghan revisita a temporada que passou
na capital francesa em 1929, quando a cidade atraía os principais escritores, pintores, músicos e
bailarinos, fazendo dela a capital intelectual e artística do período. Esse trabalho analisa That
Summer in Paris, mostrando como o livro recupera a atmosfera da capital francesa nos anos 20
como também revela um pouco da personalidade de Ernest Hemingway. Além dos autores
citados, também são usados como referência Norman Mailer, Carlos Baker e William Wiser.
Palavras-chave: Ernest Hemingway. Morley Callaghan. That Summer in Paris.

ESTRANGEIRISMOS DE ORIGEM INGLESA NAS CAPAS DO JORNAL PIONEIRO


Mayra Moreira (UCS)
Resumo: O processo de globalização transpôs as fronteiras da linguagem e nos deixou
familiarizados com diversos sons, imagens e produtos. Durante as leituras diárias de seus
jornais, o público percebe alguns vocábulos que há algum tempo não existiam ou não eram
comuns. Palavras estrangeiras e “diferentes” agora passaram a ser faladas e escritas diariamente
em todas as regiões. Partindo do ponto de vista teórico de que a língua é um fenômeno social
vivo e dinâmico que sofre mudanças, este estudo centraliza-se na análise de itens lexicais de
língua inglesa presentes, regularmente, no jornal Pioneiro (principal jornal impresso na Região
Nordeste do Rio Grande do Sul). O tema da presente pesquisa tem como base a importância do
estudo do uso naturalizado de estrangeirismos. Dentro desta realidade, o problema de pesquisa,
aqui apresentado, é o possível aumento da incidência da escrita de lexias de língua inglesa ao
longo de 20 anos (exemplares dos anos de 1995, 2000, 2005, 2010 e 2015) e a utilização
naturalizada de estrangeirismos no referido jornal. É importante explicitar que a escolha do
jornal Pioneiro como corpus de análise foi motivada pela longa duração do trabalho ininterrupto
de veiculação e divulgação das especificidades culturais da região, bem como sua abrangência
geográfica e populacional. Até este momento da pesquisa, verifica-se que há maior necessidade
de estudos acadêmicos específicos sobre a utilização de lexias de língua inglesa em jornais
impressos com tiragem diária e com conteúdo direcionado para a população de qualquer região
periférica do estado do Rio Grande do Sul. Como resultado do recorte aqui proposto, espera-se a
confirmação do uso de lexias de língua estrangeira, de maneira naturalizada, nas capas e
contracapas de 60 edições impressas do jornal em análise.
Palavras-chave: Estrangeirismos. Língua Inglesa. Jornal Pioneiro.

ESTRATÉGIAS ENUNCIATIVAS NO JORNAL ON-LINE


Luciana Maria Crestani (UPF)
Resumo: Este estudo se volta à abordagem do jornal on-line numa perspectiva enunciativa.
Partindo de observações empíricas e comparativas entre jornais tradicionalmente impressos e
jornais on-line, formulamos a hipótese de que o jornal on-line, por sua natureza, assume um
caráter oralizado. Embora também manifestada por recursos mediais (modo sonoro de
materialização do discurso), essa oralidade se evidencia, principalmente, em sua realização
conceptual, ou seja, no modo como a elaboração escrita dos textos evoca interações faladas. O
objeto de estudo foi o jornal Zero Hora on-line, mantido pelo Grupo RBS (Rede Brasil Sul) e
editado na cidade de Porto Alegre - RS. Para análise, selecionamos, nesse jornal, três notícias que
contemplassem em sua estruturação o maior número possível de recursos semióticos. À luz da

161
perspectiva sociointeracional da linguagem, dos estudos da conversação e da oralidade e,
principalmente, das teorias da enunciação, buscamos, por meio da análise do processo de
enunciação, examinar mecanismos de construção do sentido nas notícias on-line, com prioridade
às estratégias enunciativas consolidadas nos procedimentos de oralidade. O estudo realizado
aponta que o jornal on-line apresenta complexidade enunciativa maior que o jornal impresso,
assumindo características de imprensa televisiva. Também evidencia que o processo de
enunciação do jornal on-line lembra características de um texto falado in statu nascendi
(inacabado, dinâmico, interativo, efêmero), inclusive materializando nos enunciados a
participação efetiva do leitor como coenunciador explícito da troca interativa. Além disso, os
recursos enunciativos utilizados na constituição das notícias on-line projetam efeitos de sentido
– de realidade, verdade, subjetividade, oralidade, aproximação – mais intensos, mais
aproximando o leitor dos fatos noticiados e, principalmente, do enunciador jornal. Há, portanto,
mais apelo ao sensível, ao sentido, neste jornal. Este estudo mostra, enfim, que o jornal on-line
apresenta e “autoriza” uma enunciação mais marcadamente oralizada, mais enunciativa que os
jornais tradicionalmente impressos.
Palavras-chave: Enunciação. Efeitos de sentido. Jornal on-line.

ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS DE LEITURA: UM ESTUDO COMPARATIVO SOBRE


BILINGUISMO
Diane Blank Bencke (PUCRS)
Lilian Cristine Hubner (PUCRS)
Resumo: A metacognição consiste no monitoramento de qualquer iniciativa cognitiva
(FLAVELL, 1981). Trata-se de um fenômeno que pode se manifestar, em contextos bilíngues ou
não, na compreensão leitora (KLEIMAN, 1998). O presente trabalho investiga os tipos e a
frequência de uso de estratégias metacognitivas de leitura em L1 (Português brasileiro) em dois
níveis distintos de proficiência em Inglês, aliando teórica e empiricamente a noções de
metacognição, bilinguismo e compreensão leitora. O estudo verifica se há vantagem bilíngue, que
a literatura aponta no processamento cognitivo em funções executivas como a atenção seletiva e
o controle inibitório (BIALSTOK, 2004), em habilidades linguísticas e metalinguísticas no
público infantil, (BIALYSTOK et al., 2007), também na metacognição em leitura na primeira
língua. Para tal, será utilizado o protocolo verbal retrospectivo a partir de marcadores, em que o
sujeito reporta seus pensamentos leitores, junto ao Translog, software que indica pausas,
apagamentos e outros comportamentos de leitura. As estratégias metacognitivas de leitura
utilizadas serão avaliadas a partir de uma adaptação compilada da taxonomia de Filho (2002),
Joly, Cantalice e Vendramini (2004), Joly, Santos, Marini (2006) e Joly (2007), o que será
comparado, intra e intergrupos, aos resultados dos sujeitos no questionário de avaliação da
consciência metacognitiva de Reichard e Mokthari (2002).
Palavras-chave: Metacognição. Compreensão leitora. Bilinguismo.

ESTUDANTES CALOUROS E SUA BAGAGEM DE LEITURA


Luciane Baretta (UNICENTRO)
Resumo: Várias pesquisas têm mostrado, nos últimos anos, a fragilidade dos leitores brasileiros,
independente do seu nível de escolarização. Estudos desenvolvidos com estudantes do ensino

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superior mostram que eles chegam à universidade com déficits nas capacidades e habilidades de
leitura, fato que os deixa vulneráveis na compreensão de textos e os prejudica quanto ao
desenvolvimento e continuidade nos estudos. Diante deste contexto, a proposta desta pesquisa é
conhecer quem é o leitor-estudante do curso de Letras de uma universidade pública paranaense,
estudante este que será futuro professor de línguas e, consequentemente, formador de novos
leitores. Com o intuito de fazer um diagnóstico do nível de leitura dos estudantes calouros do
curso de Letras Português e Letras Inglês, utilizou-se a taxonomia de Escala Geral de Leitura
adotada pelo Exame Pisa (OCDE, 2002), para elaborar um teste de leitura, composto por três
unidades de leitura, com textos e tarefas com diferentes graus de complexidade, instrumentos
elaborados por Finger-Kratochvil (2010). Além do teste de leitura, os estudantes responderam
questionários socioeconômicos e de hábitos de estudo e leitura. Os resultados apontam que os
estudantes de Letras (também) ingressam na universidade com deficiências na habilidade de
leitura; mais da metade dos participantes (n=57) conseguem realizar inferências fáceis,
reconhecer partes de informações específicas e empregar algum conhecimento prévio no
entendimento do texto, conhecimentos esses que são insuficientes para atender a complexidade
das leituras e discussões requeridas no curso e necessárias para a formação de um profissional
da linguagem competente e autônomo.
Palavras-chave: Compreensão. Estudante Calouro. Curso de Letras.

ESTUDOS SOBRE DIFERENTES SITUAÇÕES DE TRABALHO: LINGUAGEM E


DESENVOLVIMENTO
Siderlene Muniz-Oliveira (UTFPR)
Anselmo Pereira de Lima (UTFPR)
Resumo: Este simpósio objetiva apresentar três estudos sobre situações de trabalho da esfera
educacional. Partimos de uma concepção de linguagem dialógica bakhtiniana/voloshinoviana
que extrapola os limites do diálogo face a face, e que considera que a palavra de um falante,
escrita ou falada, é sempre atravessada pela palavra de outros, sendo também palavra dos
outros. De acordo com essa concepção, a palavra é considerada como uma arena onde se
entrecruzam e lutam os valores sociais de orientação contraditória (BAKHTIN/VOLOSHINOV,
1997). No que se refere ao conceito de trabalho, partimos de uma concepção marxista que
considera que o trabalho cumpre um papel mediador entre o homem e a natureza (material
e/ou simbólica), havendo uma interação entre o sujeito e o ambiente. Nesta concepção, o sujeito,
ao agir diretamente ou indiretamente (mediação instrumental) sobre o meio pela atividade de
trabalho é, ao mesmo tempo, transformado por ele em função dos efeitos e resultados de sua
ação. Por outro lado, a interação é guiada por objetivos que o sujeito estabelece para o trabalho.
Para Amigues (2004), a atividade de trabalho do professor pode ser considerada o ponto de
encontro de várias histórias (da instituição, do ofício, do indivíduo etc.), ponto este a partir do
qual o professor estabelece relações com as prescrições, com as ferramentas, com a tarefa a ser
realizada, com os outros (colegas, superiores hierárquicos, alunos), com os valores e consigo. Em
síntese, os pressupostos teórico-metodológicos que fundamentam as pesquisas deste simpósio
originam de estudos da linguagem, articulados com a Ergonomia da Atividade e com a Psicologia
do Trabalho (CLOT, 2006, 2010).
Palavras-chave: trabalho, linguagem, desenvolvimento.

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ETNOGRAFIA VIRTUAL: UMA POSSIBILIDADE METODOLÓGICA EM GRUPOS DE
APRENDIZAGEM DE INGLÊS POR WHATSAPP
Bianca Legramante Martins (UFPEL)
Resumo: O presente trabalho é um recorte de dissertação de mestrado sobre a aprendizagem de
inglês mediada por dispositivos móveis, vinculada ao grupo de pesquisa Elaboração de Materiais
e Práticas Pedagógicas na Aprendizagem de Línguas. São observados dois grupos de
aprendizagem de inglês constituídos de forma autônoma e colaborativa, em ambiente não
formal, por meio de dispositivos móveis, mais especificamente do aplicativo Whatsapp. Cumpre
assinalar que a língua inglesa é percebida enquanto Língua Adicional (LA) conforme De Angelis
(2007), Judd, Tan e Walberg (2003) e Hall e Verplaetse (2002). A partir disso, neste trabalho, o
objetivo reside em discutir as possibilidades de utilização de uma metodologia permeada pela
Etnografia Virtual a fim de analisar a aprendizagem de inglês como Língua Adicional nesses
grupos. Primeiramente é realizada uma leitura crítica dos escritos sobre o aporte supracitado, a
saber Hine (2000, 2005, 2008, 2015); Fragoso, Recuero e Amaral (2009); Amaral (2009) e
Poliavnov (2013). Na sequência, são discutidos procedimentos para coleta e análise dos dados; a
postura da pesquisadora enquanto insider (HINE, 2000; FRAGOSO, RECUERO e AMARAL, 2015)
e a observação participante. Espera-se, com essa pesquisa, poder perceber como se dá a
aprendizagem de língua inglesa em um espaço virtual a partir do contato, da inserção da
pesquisadora no campo de estudo e da percepção dos próprios sujeitos da pesquisa. Palavras-
chave: Etnografia Virtual. Língua inglesa. Dispositivo móvel.

FARMACOLOGIZAÇÃO E NEURONARRATIVAS DA INFÂNCIA: O DISCURSO JURÍDICO NA


AQUISIÇÃO DE PSICOFÁRMACOS
Débora de Carvalho Figueiredo (UFSC)
Pedro Rieger (UFSC)
Resumo: Este estudo investiga práticas discursivas de agenciamento e supressão na
representação pública de participantes da prática social de judicialização do direito à saúde, com
foco no diagnóstico de transtornos mentais em crianças e na aquisição de psicofármacos para
tratamento através do poder público. Para tanto, ancora-se em princípios da Análise Crítica do
Discurso (FAIRCLOUGH, 2003; VAN LEEUWEN, 2008) e da Sociologia da Saúde (CAPONI, 2009;
GABE, WILLIAMS & MARTINS, 2011) para investigar a construção e representação de atores e
eventos sociais em processos de medicalização e farmacologização da saúde mental, bem como
suas possíveis implicações socioeconômicas e de gênero. Entende-se por medicalização o
processo pelo qual questões não médicas são definidas e tratadas como questões médicas,
geralmente em termos de doenças e distúrbios (CONRAD, 2007); e por farmacologização o
processo pelo qual se traduz ou transforma as condições e capacidades humanas em
oportunidades para intervenções farmacêuticas (GABE et al, 2011). O estudo aborda o gênero
discursivo jurídico acórdão em processos que determinam a aquisição de psicofármacos para o
tratamento de crianças que receberam diagnósticos de, por exemplo, Transtorno por Déficit de
Atenção, Hiperatividade ou Autismo. A análise dos dados indica que os sujeitos diagnosticados
ocupam um papel secundário dentro das narrativas construídas em seus diagnósticos. Entende-
se que as neuronarrativas criadas em tais processos contribuem para a criação de realidades
convencionalizadas e pautadas na cerebralização do sujeito. Este processo de cerebralização do

164
sujeito nos discursos oficiais de instituições de poder como o judiciário cria e sustenta
oportunidades de intervenção pela indústria farmacêutica, que opera a nível bioquímico sobre a
subjetividade de cada um, beneficiando-se de sua patologização. Em termos discursivos, a
imagem que se cria é de um tratamento unicamente possível por vias químicas, excluindo-se
intervenções humanizadas sobre identidades localizadas dentro de um contexto sociocultural
amplo.
Palavras-chave: Analise crítica do discurso. Discurso jurídico. Neuronarrativas. TDAH.

FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS EM/NO DISCURSO: A(S) FAMÍLIA(S) (IN)VISIBILIZADA(S) EM


PROPAGANDAS MIDIÁTICAS
Viviane Favaro Notari (UEM)
Resumo: A presente pesquisa tem o objetivo de investigar qual imagem de família um
hipermercado paranaense produz em sua campanha publicitária. Para tanto, utilizam-se os
pressupostos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa, especialmente, as discussões
acerca das formações imaginárias propostas por Pêcheux (1997) e as explicações postuladas por
seus estudiosos, como Orlandi (1987; 1988), Grigoletto (2005), Angelossi (2004) e Brito (2012).
O material de análise é composto por cartazes de campanhas publicitárias divulgados na mídia
online pela empresa. A partir das análises, foi possível observar os seguintes jogos imaginários:
(1) a imagem que o hipermercado tem do que é família (tradicional, composta por homem,
mulher e filho, silenciando outros tipos de organizações familiares e apagando as construções
marginalizadas), (2) a imagem que o hipermercado tem dele mesmo (empresa politicamente
correta, ancorada nos preceitos religiosos e próxima de seu público), (3) a imagem que o cliente
tem dele mesmo (pertencente a uma família que deve ter como base um casal tradiconal) e (4) a
imagem que o cliente tem do hipermercado (uma rede paranaense que quer agradar e
representar seu público).
Palavras-chave: Análise do Discurso. Formações Imaginárias. Hipermercado paranaense.

FORMAS POLÍTICAS DA CULTURA BRASILEIRA, DA DÉCADA DE 70, EM SARAMANDAIA, DE


DIAS GOMES.
Dilma Beatriz Rocha Juliano (UNISUL)
Resumo: Nas sociedades do espetáculo a forma simulacral das imagens pode, por um lado,
tomar o lugar das coisas e o da ação dos homens sobre o mundo e, por outro lado, fazendo-se
nova forma de experiência. Propõe-se, neste texto, extrair das imagens de Saramandaia (DIAS
GOMES,1976) as formas políticas da cultura brasileira, da década de 70, pela via da
“sobrevivência das imagens” em sua potencialidade na reconstrução histórica. Para isso, duas
serão as personagens abordadas, como imagens, para argumentar a leitura do contexto histórico
brasileiro: o Coronel Rosado e Gibão. O primeiro é dono de engenho de cana-de-açúcar, tem um
formigueiro no nariz; formigas carregadeiras, representantes da acumulação, que saem do corpo
sempre que o coronel se vê contrariado. O segundo tem asas que, como alegorias do desejo de
liberdade, precisam ficar escondidas pelas roupas e só podem ser usadas à noite, na hora
destinada ao sono/sonho da humanidade, na hora sem testemunha. A telenovela desdobra-se
em planos de imagens capazes de ligar momentos de olhar a tela à memória coletiva de uma
história brasileira recente, tanto naquilo que está representado no corpo das personagens,

165
quanto na organização ficcional que os fazem ‘cidadãos’ de uma mesma ‘comunidade real’, um
Brasil.
PALAVRAS-CHAVES: Saramandaia – Telenovela – Cultura Brasileira – Realismo Mágico

FORMULAÇÃO DOS SENTIDOS DE TECNOLOGIA EM NAQOYQATSI


Priscilla Rodrigues Simões (UNISUL)
Resumo: Nesta pesquisa, propomos uma análise do documentário Naqoyqatsi (2002), de
Godfrey Reggio. Estamos interessados nas redes de sentido imbricadas na constituição e
formulação (ORLANDI, 2012b) dessa materialidade fílmica. Lagazzi (2007) entende o “discurso
como a relação entre a materialidade significante e a história” em suas análises de
documentários/filmes, a autora também concebe o “sentido como efeito de um trabalho
simbólico sobre a cadeia significante, na história”, de modo que estamos propondo uma análise
com o intuito de buscar as condições de produção dessa materialidade, de explicitar como é
possível dizer o que se diz sob determinada expressão simbólica. Uma das particularidades
deste documentário é sua relação com a tecnologia, pois as imagens que o compõem são todas
trabalhadas digitalmente, produzindo efeitos de sentido marcados por sua historicidade, haja
vista que essa formulação só foi possível a partir dos meios técnicos disponíveis na
contemporaneidade. Entendemos, assim, que o documentário remete, intradiscursivamente e
interdiscursivamente, ao contexto histórico em que aparece, o ano 2000, século XX, momento
em que artefatos tecnológicos tornam-se dominantes no modo de organização social do século
XXI. Com base nesta estrutura fílmica, procuramos observar as assimetrias entre as práticas
técnica, política e social, assim, busca-se questionar tanto a forma de atualização do
documentário observado quanto a relação dessa discursividade com as condições de sua
produção: o momento histórico atual, a sociedade tecnológica cujo imaginário é constituído
pelos discursos que a significam, tal como faz o documentário em questão.
Palavras-chave: Tecnologia. Formulação. Condições de produção.

FUNCIONAMENTO DISCURSIVO DO IMAGINÁRIO DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM


GRADUAÇÃO DE DIREITO
Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset (UFFS/UNOESC)
Resumo: A comunicação que propomos para este simpósio é um recorte discursivo que integra
pesquisa de mestrado e busca compreender as (des)construções do imaginário de ensino de
Língua Portuguesa no Ensino Superior em graduação de Direito, olhando para as vertentes de
ensino e os saberes linguísticos mobilizados, à luz da Análise de Discurso da escola francesa de
Michel Pêcheux (2009) e, no Brasil, de Eni Orlandi (2008), em diálogo com a História das Ideias
Linguísticas. A partir de arquivo documental-institucional do Curso de Direito da Universidade
do Oeste de Santa Catarina – Unoesc Xanxerê, analisam-se, em movimento pendular (PETRI,
2013), os ementários dos componentes curriculares de Língua Portuguesa e nomenclaturas
congêneres de Português Aplicado ao Direito e Produção de Textos. A materialidade linguística
que emergiu do corpus trouxe indícios de que há ecos e ressonâncias do imaginário de língua, da
historicidade do ensino de língua e da constituição do Ensino Superior no Brasil, de mais de dois
séculos. Na escrit(ur)a desta dissertação, percebemos visibilidade também nos pilares que
ecoam no ensino de língua, quais sejam, gramática, retórica e poética. Observamos que os

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exames admissionais para cursos eram efetuados em latim e isso ecoa na contemporaneidade,
traço sublinhado no ementário com conteúdo de Locuções latinas. São efeitos de verdade e de
evidência que se linearizam no funcionamento do discurso como saturados, como memórias não
lacunares. Consideramos relevante que professores de Língua Portuguesa conheçam as práticas
pedagógicas norteadas pela legislação, em distintos momentos históricos, bem como a ideologia
que as sustentam, de forma a contribuir acerca das reflexões em torno do discurso sobre
(MARIANI, 1998; ORLANDI, 2008; VENTURINI, 2009) o ensino de Língua Portuguesa na
Educação Superior e seus modos de disciplinarização.
Palavras-chave: Imaginário de Língua. Memória Discursiva. Língua Portuguesa no Ensino
Superior.

GAME E TRANSMÍDIA: IDENTIDADES MÓVEIS EM WORLD OF WARCRAFT


Bryan Rafael Dall Pozzo (UNICENTRO)
Resumo: O presente trabalho analisa questões que envolvem a tríade transmídia, identidades e
gênero, sendo que essas serão levantadas a partir do universo do game online World of Warcraft.
A pesquisa se propõe a entender como o processo de transmídia ajuda a expandir a história do
universo em diversas mídias diferentes. Dessa maneira, pretende-se identificar como a
utilização e propagação para vários veículos midiáticos ajudaram a disseminar o universo do
game em diversos formatos (jogo, livros, quadrinhos, blogs, fóruns de discussão e etc.), além
disso busca-se refletir acerca da formação de identidades na contemporaneidade, como os
jogadores em frente a tantas e variadas escolhas posicionam seu eu fragmentado da
modernidade. Para embasamento teórico serão utilizados os postulados de Stuart Hall (2003),
Henry Jenkins (2009), Robert Connell (2013), Zigmunt Bauman (2011) e entre outros. O corpus
consiste na narrativa da história apresentada no jogo e em seu conteúdo online, bem como seus
features e possibilidades de criação, além de passagens dos livros, quadrinhos e blogs, os quais
são relacionados com a fragmentação identitária dos jogadores/consumidores.
Palavras-chave: World of Warcraft; Transmídia; identidade.

GÊNEROS TEXTUAIS DO CAMPO ARGUMENTATIVO NO ENSINO MÉDIO: UM TRABALHO A


PARTIR DA LINGUÍSTICA TEXTUAL
Patrícia dos Santos (UFSM)
Resumo: O presente trabalho faz parte de um recorte que diz respeito a uma pesquisa de
mestrado, vinculada à linha de pesquisa “Linguagem e Interação” – área de concentração em
Estudos Linguísticos, da Universidade Federal de Santa Maria-RS. O estudo objetiva investigar
como a argumentação se efetiva em textos do campo argumentativo, produzidos por estudantes
de Ensino Médio da Rede Pública Estadual. A metodologia de ensino utilizada é a pesquisa-ação,
pois está voltada para um trabalho com oficinas de produção textual, na escola, investindo no
texto enquanto processo de ensino. O aporte teórico que embasa o trabalho apoia-se na
Linguística Textual, com Fávero & Koch, (2012), Koch & Elias, (2012) e Marcuschi (1983, 2012),
nos estudos do Process Writing, modelo escrita-processo, de White & Arndt, (1991) e na
pesquisa-ação, a partir de Thiollent, (1996). O estudo prevê momentos de reflexão a partir de
debates, produções de textos e reescritas, durante as oficinas, investigando, preferencialmente, a
argumentação. Os textos dos estudantes serão o instrumento de coleta de dados e os critérios de

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análise da pesquisa pretendem investigar como se constitui a argumentação ante os diferentes
tipos de intertextualidade (temática, estilística, implícita e/ou explícita). Essa pesquisa visa
priorizar o momento da produção de texto, em sala de aula, no turno inverso, no intuito de
auxiliar o trabalho que a escola realiza, a partir de leitura, discussão/debate, escrita, reescrita e
versão final. Assim, a produção textual se apresenta como atividade base nas aulas de Língua
Portuguesa para estudantes de Ensino Médio. Os resultados obtidos dizem respeito à
qualificação e à melhoria da produção escrita dos participantes
Palavras-chave: Produção Textual. Argumentação. Ensino Médio.

GÊNEROS TEXTUAIS E AFRICANIDADES: TEMÁTICAS DO PIBID DE LÍNGUA


PORTUGUESA/UEPG
Ronicéia Aparecida Biscaia Solak (SEED)
Ione da Silva Jovino (UEPG)
Resumo: O presente trabalho pretende relatar as atividades desenvolvidas no grupo de estudos
do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) de Língua
Portuguesa/Espanhol da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), e ainda, como o
embasamento teórico tem contribuído com a professora supervisora e nas intervenções
realizadas no 6º ano ensino fundamental de uma escola pública. O relato do grupo de estudo
compreende o período de março de 2015 até o presente momento. Diante da perspectiva da Lei
10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira, do
Parecer CNE/CP 3/2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Ético-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileiras e Africanas e as
Diretrizes Curriculares do Paraná (2008), o projeto deste PIBID contempla como referencial
teórico a temática Africanidades (Silva, 2005), para quem a expressão refere-se às raízes da
cultura brasileira, que têm origem africana, e na teoria dos gêneros textuais segundo Marcuschi
(2008), o qual defende que o “os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida
diária [...] são formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, histórica e socialmente
situadas”. Assim, busca-se relatar os estudos e as atividades desenvolvidas neste programa como
professora supervisora, juntamente com os bolsistas do PIBID e coordenação do projeto; as
experiências trazidas pelos alunos bolsistas, que têm auxiliado os educandos na construção do
conhecimento, e ainda, impressões de como vêm sendo conduzidas as intervenções e estudos
dos alunos do PIBID no ambiente escolar. Os resultados deste grupo de estudos têm evidenciado
que é de grande relevância o referencial teórico utilizado pelo PIBID Língua
Portuguesa/Espanhol na vida profissional dos professores e que é possível oportunizar práticas
diferenciadas em relação ao tema Africanidades por meio de gêneros textuais, contribuindo para
reflexões a respeito das questões étnico-raciais no contexto escolar.
Palavras-chave: PIBID. Africanidades. Gêneros Textuais.

GILBERTO FREYRE: SUAS OBRAS COMO UM ÚNICO PROJETO INTELECTUAL


Ana Paula Ody Batista (UCS)
Resumo: Gilberto Freyre, como sociólogo e escritor, tem uma obra vasta distribuída em livros,
artigos científicos e matérias para jornais. Entretanto, por mais extensa que seja sua produção
intelectual, sua temática e seus objetivos persistiram os mesmos: explicar a formação do Brasil

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no âmbito social e cultural. Para isso o pernambucano utilizou métodos e fontes de pesquisa
variadas, desde documentos oficiais até receitas culinárias. Dentre todas suas obras, uma das
mais conhecidas é Casa Grande & Senzala (1933), que revolucionou os estudos sociais da época
no Brasil e que acabou ofuscando a relevância e a organicidade de outros escritos do autor.
Tendo isso em vista, esta pesquisa pretende demonstrar o vínculo entre algumas obras de
Freyre (de todas seria um trabalho muito extenso), no que se refere às suas temáticas e
objetivos, configurando assim, um projeto intelectual do autor que é incompreensível
separadamente. Tem-se por base nesta argumentação as palavras do próprio escritor, que foram
encontradas em pesquisa documental na Fundação Gilberto Freyre na casa-museu Magdalena e
Gilberto Freyre, em visita de março de 2016, quando a autora deste trabalho viajou para a cidade
de Recife – PE, no intuito de conseguir informações complementares para sua dissertação de
mestrado.
Palavras-chave: Gilberto Freyre. Projeto intelectual. Formação social do Brasil.

GOURMETIZAÇÃO E MEMÓRIA: A TIPOGRAFIA COMO MATERIALIDADE DO DISCURSO


PERSUASIVO-NOSTÁLGICO
Richarles Souza de Carvalho (UNISUL)
Resumo: O presente trabalho (que faz parte de um doutorado em andamento) busca discutir
questões relacionadas à memória e ao fenômeno contemporâneo da gourmetização, dentro do
quadro teórico da Análise do Discurso. Entendemos o fenômeno da gourmetização como a
grande exposição da gastronomia que atualmente acontece, sobretudo a alta gastronomia, e a
busca do requinte (às vezes duvidoso ou falacioso) na elaboração de comidas que agregam valor
de venda. A gourmetização tem em sua constituição discursiva o alicerce de elementos textuais
persuasivo-nostálgicos. Dentre esses elementos, encontram-se expressões que remetem a
épocas memoráveis, frequentemente emolduradas em gêneros plurissemióticos que se valem de
cores, desenhos e tipografias de estética retrô. O foco desta pesquisa é exatamente em relação à
semiose da tipografia. Logo, o objetivo principal é analisar a maneira pela qual a publicidade
feita para restaurantes e eventos gastronômicos evoca estereótipos relacionados ao requinte e
ao chique, por meio de recursos tipográficos persuasivo-nostálgicos. A fundamentação teórica
foi feita a partir da leitura de vários autores, dentre os quais destacamos: Barthes (2005),
Halbwachs (2006) e Maingueneau (2006; 2010; 2015). Foram recolhidas e analisadas imagens
pertencentes a peças publicitárias de eventos gastronômicos (Food Trucks) e logotipos de
restaurantes ditos gourmet. Como resultados preliminares, percebemos que as fontes
tipográficas mais encontradas são caligráficas ou que imitam a escrita em quadro de giz.
Portanto, remetem memoravelmente ao artesanal, ao feito a mão, a uma obsolescência que ora
se apresenta como nostálgica. Também foram registradas fontes que relembram o cinema
hollywoodiano de décadas passadas. Constatamos, assim, que a publicidade contemporânea,
voltada para o fenômeno da gourmetização, utiliza tipografias e recursos imagéticos com
estética retrô, mobilizando estereótipos de requinte e fino e a memória de épocas nostálgicas.
Palavras-chave: Discurso persuasivo-nostálgico. Memória. Gourmetização.

GRAFITE E PICHAÇÃO: GÍRIA IMAGÉTICA?


Waldemberg Bessa (UNIRITTER)

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Resumo: A história dos estudos sobre a gíria mostra apenas o contexto oral, com poucas
referências à escrita e nenhuma às imagens. No entanto, nossas cidades estão repletas de
imagens e imagens misturadas a textos. A proposta do presente trabalho é refletir sobre as
imagens, principalmente o grafite e a pichação, objeto de estudo das Artes, mas que também
merecem toda atenção da área da linguagem, a partir de uma perspectiva sociolinguística.
Busca-se diferenciar os fenômenos, para que este trabalho possa contribuir para o estudo de um
segmento da linguagem ainda pouco discutido: o estudo dos textos visuais. Pretende-se ainda
relacionar gíria à pichação e ao grafite, através de análise tanto da forma quanto do conteúdo
das imagens. Ainda merecem destaque os aspectos convergentes dessa aliança que se pretende
chamar de gíria imagética. Observando a necessidade de criar um elo entre as pichações,ografite
e os conceitos de gíria de grupo e gíria comum, surgiu o interesse de pesquisar e aprofundar os
estudos linguísticos e semióticos. Interessa analisar os conceitos e definições de ambos para que,
após estudo, possamos chegar ao ponto nodal entre essas duas ciências da linguagem.
Palavras-chave: Língua. Gíria. Pichação e grafite.

HERDEIROS DE UM PASSADO EM RUÍNAS: A TRANSMISSÃO TRANSGERACIONAL EM O SOM


E A FÚRIA E ÓPERA DOS MORTOS
Ívens Matozo Silva (UFPEL)
Resumo: O campo dos estudos literários tem se tornado um ambiente fecundo para a
elaboração de um número cada vez mais expressivo de estudos que procuram refletir sobre uma
variedade de concepções teóricas relacionadas aos laços familiares. Entre os diversos temas
abordados, vem crescendo o interesse pelos aspectos inerentes aos papéis da memória familiar e
da transmissão transgeracional. É sob esse contexto que se destacam os romances O som e a
fúria (1929), do escritor norte-americano William Faulkner, e Ópera dos mortos (1967), do autor
brasileiro Autran Dourado, por dramatizarem, através das personagens Quentin Compson e
Rosalina Honório Cota, a representação de um legado familiar em vias de extinção, consequência
direta das profundas mudanças no âmbito político, econômico e social ocorridas no final do
século XIX e início do século XX no Sul dos Estados Unidos, no romance de Faulkner, e em Minas
Gerais, na narrativa de Autran Dourado. Diante disso, o presente trabalho procura analisar, por
meio das personagens Quentin Compson e Rosalina Honório Cota, o valor simbólico da
transmissão geracional, suas consequências e a relação que as duas personagens estabelecem
com os seus antepassados. O embasamento teórico se ampara nas contribuições teóricas
prestadas por Aleida Assmann (2011) e Walter Benjamin (2013).
Palavras-chave: Herança e transmissão. William Faulkner. Autran Dourado.

HERMENÊUTICA: UM VIÉS PARA A INTERPRETAÇÃO DA OBRA “DESONRA”, DE COETZEE


Rosângela Beatriz Buhse (UNISC)
A presente pesquisa propõe uma interpretação da obra ”Desonra”, do escritor sul-africano John
Maxwell Coetzee a partir dos estudos da hermenêutica e das relações entre história e ficção.
Dessa forma, primeiramente, é intento dessa investigação abordar a relação da arte com as
funções que ela estabelece com o leitor a partir de autores como Searle, Compagnon, Gai, entre
outros. Logo após, serão apresentadas algumas visões sobre a hermenêutica a partir
de pesquisadores como Bosi e Palmer que tratam desse tema em suas pesquisas, bem como

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verificar através da interpretação sob a perspectiva da hermenêutica como o
romance ”Desonra” retrata a realidade social, política e econômica pós-apartheid na África do
Sul. A proposta de pesquisa torna-se relevante, principalmente, por seu objetivo de aprofundar
os questionamentos sobre a hermenêutica e a relação que ela pode estabelecer com a arte
literária, além de propiciar um melhor entendimento da obra ficcional de Coetzee.
Palavras-chave: Literatura. História. Hermenêutica. “Desonra”

IDENTIDADE EM MOSAICO: MIGRAÇÃO EM O INVENTÁRIO DE COISAS AUSENTES, DE


CAROLA SAAVEDRA
Suelen Oliveira Dorneles (UFRGS)
Resumo: O presente trabalho vincula-se ao projeto de pesquisa “O romance contemporâneo do
século XXI: trânsitos, migrações e exílio”, cujo objetivo é estudar personagens migrantes que
vivenciam a condição de exilado no país de acolhida, ou viajantes em trânsito. Visa-se analisar a
trajetória da personagem Nina da narrativa O inventário das coisas ausentes, de Carola Saavedra.
Os traços étnicos de Nina destacam-se em sua face, de modo a transparecer suas origens, as
quais se revelam a partir de seu histórico familiar. Este aspecto torna-se importante no percurso
da personagem, uma vez que sua identidade se constrói como um mosaico, o qual se constitui de
peças distintas. De ascendência espanhola e origem chilena, a trajetória de Nina é narrada no
Brasil pelo escritor Pedro. Deste modo, pretende-se verificar de que maneira os processos
migratórios de sua família influenciam na formação identitária da personagem, bem como
transformam sua trajetória. Estudos acerca de identidade, migração e memória servirão de
aporte teórico para esta análise.
Palavras-chave: migração; identidade; memória.

IDENTIDADES ENTRE LÍNGUAS E CULTURAS: VOZES E OLHARES EM WALACHAI


Angela Kroetz dos Santos (UNIRITTER)
Valéria Silveira Brisolara (UNIRITTER)
Resumo: As comunidades de imigrantes alemães fundadas em várias regiões brasileiras a partir
do início do século XIX são marcadas por traços que mesclam características das culturas
brasileira e alemã, a ponto de serem visualizadas e de se autocompreenderem como grupos
distintos. Muitas delas vivem em contextos de entre-línguas e entre-culturas, situação que traz
marcas para a sua constituição. Com base em tal realidade objetiva-se problematizar, neste
trabalho, a construção identitária dos habitantes de uma dessas comunidades de colonização
alemã, processo que é forjado na tensão que se estabelece nesses contextos interlinguísticos e
interculturais que são resultado, em grande parte, das ondas de globalização e de seus
desdobramentos. As diversas culturas são produto de hibridização cultural e linguística, de
modo que se pode afirmar que são formadas pela alteridade, caracterizando-se por ser resultado
de vários “dizeres” e de múltiplas “vozes”. A pesquisa em questão centra-se em uma
representação fílmica da localidade de Walachai, povoado fundado em 1829 por imigrantes
alemães e ainda hoje habitado por descendentes desses colonizadores. Dessa forma, a análise é
realizada com base no documentário Walachai (2009), obra cinematográfica brasileira dirigida e
roteirizada por Rejane Zilles, que recolhe impressões dos descendentes de imigrantes que ainda
vivem no distrito a respeito da vida, do tempo, da língua, da cultura e da identidade, de modo a

171
instigar o estudo do plurilinguismo que se estabelece nos enunciados apresentados. A realidade
de vivência entre-línguas e entre-culturas experienciada pela comunidade teuto-brasileira em
questão justifica o trabalho analítico que leva em consideração as falas expressadas no
documentário pelos habitantes do lugar. Assim, como procedimento metodológico, efetua-se
uma análise dos enunciados registrados no filme, a fim de se evidenciarem marcas culturais e
traços identitários resultantes de fenômenos como hibridismo, multilinguismo e plurilinguismo.
Palavras-chave: Língua. Cultura. Identidade.

IMÁGENES DEL SILENCIO: MEMÓRIA, POLÍTICA E LUTA POR “VERDAD Y JUSTICIA”


Luiza Boézzio Greff (UFSM)
Bruna Cielo Cabrera (UFSM)
Resumo: O ano de 2015 marcou a vigésima edição da Marcha del Silencio na cidade de
Montevidéu (Uruguai), mobilizando os cidadãos a marcharem silenciosamente pelas ruas da
capital protestando pelas vítimas do processo ditatorial enfrentado nas décadas de 1970 e 1980.
Como parte da agenda de celebração desses vinte anos de luta, tomou corpo uma série de
eventos artísticos e culturais, dentre eles a exposição fotográfica Imágenes del Silencio, objeto
deste estudo. Nela, trinta e oito fotógrafos expuseram seus olhares sobre o evento, tendo suas
fotos expostas em grandes painéis em um importante parque a céu aberto da cidade, durante
várias semanas. Do lugar teórico de onde nos posicionamos, cabe-nos um enfoque discursivo
sobre tal exposição: ancoradas pelas reflexões da Análise de Discurso pecheutiana (e tal como se
desenvolve com fôlego no Brasil, tendo como grande expoente a professora e pesquisadora Eni
Orlandi), interessa-nos compreender o funcionamento de tal exposição como um discurso que
conta, portanto, com condições de produção, sujeitos, memórias e uma série de sentidos e
efeitos de sentido. Em nossa leitura, buscamos compreender os processos de produção de
sentido da exposição Imágenes del Silencio e como a mesma pode ser compreendida como parte
de uma Política de Resgate de Memória (INDURSKY, 2015), memória que embora a ditadura já
tenha sido superada há algumas décadas, ainda tem seu lugar pouco visível na sociedade
uruguaia. Buscaremos compreender tais relações através da compreensão da imagem
funcionando como operador de memória (DAVALLON, 2007) que opera tanto no social
(PÊCHEUX, 2011; DAVALLON, 2007) quanto no coletivo (HALBWACHS, 1990).
Palavras-chave: Discurso. Memória. Imagem

IMAGINÁRIO E CULTURA: PESQUISAS DO COTIDIANO


Heloisa Juncklaus Preis Moraes (UNISUL)
Resumo: As pesquisas em Imaginário e Cotidiano buscam a discussão sobre as manifestações
simbólicas e formadoras da noção de realidade presentes em nosso cotidiano. Para tanto,
procura-se alinhavar reflexões teórico-práticas acerca da linguagem, do imaginário e das
imagens que nos cercam e são motivadoras da vida social. Pelas lentes da teoria do imaginário,
podemos entender as materialidades das artes, das mídias e tantas outras formas de
representação como potência simbólica. A convergência, o isomorfismo e a totalidade das
imagens, traços fundantes da antropologia do imaginário proposta por G. Durand (2002), estão
presentes nas atitudes imaginativas que dão sentido à vida. Podemos observar o tempo e o
espaço de determinada sociedade através das imagens-símbolos presentes nos discursos

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produzidos. Maffesoli (1999) nos apresenta uma relação entre ética e estética, na medida em
que o valor tribal que fundamenta o que ele chama de narcisismo coletivo é causa e efeito de um
mundo de vida (não consciente). A imagem é estruturante neste contexto. Não nos referimos
somente à imagem estática, mas a imagem-mundo. Se partirmos do pressuposto que a mídia é a
mais importante produtora de efeitos de sentido sobre a realidade ou, ao menos, seleciona os
fatos a serem discutidos socialmente, também é importante destacar que muito desta seleção
nos chega através de imagens. Não só imagens materiais, mas imagens-conceito, imagens
enquanto valor. Criação imaginal para a partilha do sensível, marca da socialidade
contemporânea. Mescla paradoxal entre o impalpável e o real que faz sentido nos atos
cotidianos, nas ações mais corriqueiras, com o intuito de promover uma reflexão sobre a ética e
a estética pós-moderna, tendo como potência as imagens cotidianas e socialmente significadas.
Palavras-chave: Imaginário. Cultura. Cotidiano.

IMIGRANTES SÍRIOS: A DISCURSIVIDADE DAS FOTOGRAFIAS DIVULGADAS NA IMPRENSA


Cilene Macedo (UNISUL)
Resumo: A imigração dos refugiados sírios tem sido noticiada pela imprensa do mundo todo.
Desde 2011 quando uma guerra civil se instaurou no país, a população vem sofrendo com
ataques aéreos e terrestres pelos rebeldes. As condições de precariedade em que este povo está
vivendo têm sido alvo de imagens exibidas pela imprensa. Pessoas feridas, com fome, fazendo
travessias pelo mar de forma irregular e suas mortes vêm sendo registradas pelos mais diversos
olhares que ficam atrás das lentes dos fotógrafos. Muitas destas imagens são vendidas a agências
de comunicação, que as distribui a toda a imprensa mundial. Tais registros são usados sem que
as pessoas fotografadas sejam identificadas e, na maioria das vezes, as suas histórias não são
contadas. Elas são apenas a representação de uma cena que se repete para ilustrar as matérias
jornalísticas. Nesta pesquisa, iremos analisar discursivamente as fotos dos refugiados sírios e o
contexto em que elas estão inseridas. Para isso, utilizaremos o dispositivo teórico da Análise de
Discurso, conforme proposto na França por Michel Pêcheux nos anos de 1960, e posteriormente
proposto por Eni Orlandi, a partir de 1990, no Brasil. Desta forma, procuraremos compreender
os efeitos de sentidos transmitidos por estas imagens divulgadas pela imprensa, os gestos de
leitura, os processos de paráfrase e polissemia, e se pode ou não se tratar de um acontecimento
discursivo.
Palavras-chave: Imprensa. Fotografia. Refugiados sírios.

INATISMO E COMPOSICIONALIDADE: A LINGUÍSTICA E SEUS ENQUADRAMENTOS


COGNITIVOS
Jorge Campos da Costa (PUCRS)
Resumo: Abdutivamente, a partir da relação de interface entre as Ciências da Linguagem e as
Ciências Cognitivas, este trabalho propõe-se, em uma linha de estudos intradisciplinares acerca
da manifestação da linguagem humana, a uma investigação de caráter teórico-aplicado sobre a
estrutura inferencial da comunicação dialógica (2004), concentrando-se na manifestação da
metáfora em linguagem natural. O presente estudo pretende estabelecer uma relação entre
sintaxe, semântica e pragmática, instaurando um enquadramento cognitivo como perspectiva
epistemológica, de modo a aproximar e contrastar as nomeadas áreas a partir de um conceito

173
teórico particular: o de que o princípio dialógico é inato à cognição humana, engendrando um
princípio da linguagem e suas implicações vinculadas ao fenômeno da comunicação humana. O
escopo mais específico no qual se concentra tal investigação compreende o fenômeno fregeano
acerca da composicionalidade (1953), analisando-se sua presença/manifestação ou
inocuidade/latência no ínterim do potencial de aplicação descritivo-explanatório de modelos
teóricos de sintaxe, semântica e pragmática, mantendo-se a metáfora como cerne de estudo que
concatena tais áreas. A partir da proposta imbricação, é possível colocar em pauta muitas
propriedades que, por exemplo, não aparecem nos modelos de Chomsky (1978), de Lakoff &
Johnson (1999) ou de Sperber & Wilson (1995), mas que são passíveis de interdisciplinaridade,
fazendo parte da faculdade da linguagem broad sense. Argumenta-se que estudar diálogo, por
sua vez, remete ao estudo do uso da linguagem, manifestação comunicativa que é capaz de
colocar a cognição como uma ideia ou tópico discutível dentro da Linguística e que instaura, por
si, o estabelecimento de uma interface sintático-semântico-pragmática, além de reforçar a
hipótese de que princípios inatos são conceitos válidos dentro de específicos modelos teóricos
que buscam observar, descrever e explicar fenômenos comuns que se enquadram
ontologicamente à ótica de uma determinada ciência, construindo-se interfaces possíveis sob
uma perspectiva ou mais perspectivas.
Palavras-chave: Linguagem. Cognição. Composicionalidade.

INDÍCIOS DE AUTORIA E MARCAS IDENTITÁRIAS EM TEXTOS NOTA MIL DO EXAME


NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM)
Maristela Rabaiolli (UNIRITTER)
Valéria Silveira Brisolara (UNIRITTER)
Resumo: Desde 1998, ano de sua primeira versão, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
tem se consolidado como um dos principais instrumentos não só de avaliação da educação
básica, como também de ingresso à universidade. Avaliar a aprendizagem não é uma
preocupação apenas dos professores, mas também do Ministério da Educação que, de posse dos
dados, pode construir estratégias para superar os desafios relativos à qualidade da educação.
Uma dessas avaliações diz respeito ao nível de proficiência dos estudantes em leitura e escrita,
habilidades que o Enem também avalia quando solicita a escrita de uma redação. Um dos
critérios contemplados na matriz de avaliação do exame refere-se ao investimento autoral do
candidato no momento da escritura do texto. Logo, a capacidade do estudante de exercer uma
autoria na redação, posicionando-se frente ao tema proposto, é avaliada. Afinal, o texto instancia
o lugar de dizer do candidato e reflete suas convicções a respeito do mundo, da cultura e da
historicidade, num espaço enunciativo no qual, ainda que pese o caráter artificial do contexto de
produção, ele se pretende autor. Diante desse contexto, o presente trabalho objetiva identificar
traços de autoria e marcas identitárias presentes em cinco redações que obtiveram nota mil no
concurso 2014, cujo tema foi A publicidade infantil no Brasil. Para embasar este trabalho,
buscam-se os conceitos de autoria e de identidade elucidados por teóricos como Michel
Foucault, Roland Barthes, Mikhail Bakhtin, Stuart Hall e Sírio Possenti, cujas noções de indícios
de autoria contribuem para a construção de uma matriz de avaliação específica cujos critérios
servem para investigar marcas autorais e identitárias deixadas no texto pelo candidato.
Palavras-chave: Autoria. Identidade. Enem.

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INFUÊNCIA DO GABARITO DE RESPOSTAS DE UM EXERCÍCIO DE INTERPRETAÇÃO NA
CORREÇÃO QUE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO FAZEM DE SUAS PRÓPRIAS
INTERPRETAÇÕES: ANÁLISE COM BASE NA TEORIA DA RELEVÃNCIA
Gabriela Niero (UNISUL)
Resumo: Analisamos neste estudo, com base na teoria da relevância de Sperber e Wilson (1986,
1995), a influência do gabarito de respostas de um exercício de interpretação na correção que os
próprios estudantes do ensino médio fazem de suas interpretações. O gabarito foi
propositalmente elaborado com algumas respostas incorretas para viabilizar a mensuração do
nível de confiança que os estudantes têm neste instrumento. O trabalho contou com as seguintes
etapas: seleção de um texto de base para o exercício de interpretação; elaboração de perguntas
para a interpretação conforme a tipologia de perguntas proposta por Marcuschi (2008);
elaboração do gabarito de repostas; sessão de interpretação individualizada do texto em sala de
aula como parte das atividades curriculares normais de ensino e aprendizagem da disciplina de
Língua Portuguesa; e sessão de correção da interpretação uma semana após a sessão de
interpretação. O trabalho consiste na obtenção e na análise de dados audiovisuais do exercício
individualizado de correção, seguido de entrevistas orais individuais sobre o papel do gabarito
neste processo. Nesta comunicação, apresentamos o estado de arte da análise qualitativa dos
dados.
Palavras-chave: Interpretação textual. Gabarito. Teoria da Relevância.

INTENÇÃO E DESEJO: OS USOS DE QUERER COM IMPLICATURAS DE FUTURIDADE


Valéria Cunha dos Santos (UFSC)
Resumo: Com base em estudos sobre tempo, aspecto e modalidade (PALMER, 1986; BYBEE;
PAGLIUCA; PERKINS, 1991; 1994; GIVÓN, 2001; SWEETSER, 2001), destacamos o processo de
gramaticalização de marcadores de futuro em algumas línguas, envolvendo implicaturas
(CHIERCHIA, 2003; LEVINSON, 2007; PINKER, 2008) e atos de fala (SEARLE, 1995). Para
compreender esse tipo de marcação de tempo em português brasileiro (PB), observamos a
implicatura de futuridade a partir de usos em que o verbo de volição querer atua como auxiliar.
Como referencial teórico foram utilizados estudos sobre a gramaticalização de itens lexicais que
denotavam desejo, vontade e necessidade e se tornaram marcadores de futuro, como will em
inglês. Tomando o futuro como uma previsão feita pelo falante de que a situação colocada na
proposição, que se refere a um evento localizado após o momento da fala, irá se realizar,
avaliamos se as implicaturas associadas à expressão de intenção ou desejo levam ao futuro nas
ocorrências em primeira pessoa acompanhadas de auxiliar/verbo de volição ([eu/nós/a gente] +
querer + verbo). Sugerimos que ocorre em PB o mesmo processo ocorrido em outras línguas:
marcas de volição podem tornar-se marcas de futuridade. Tendo como corpus de análise o C-
ORAL-BRASIL I (RASO; MELLO, 2012), composto por amostras de fala espontânea, com diálogos,
monólogos e conversações, em contextos públicos e privados, destacamos os atos de fala
compromissivos e a atitude dos participantes da comunicação em relação às proposições. Nossa
abordagem partiu da análise da conversa, ressaltando o contexto extralinguístico de cada
registro. Foram analisadas 105 gravações em contexto privado e 34 em contexto público, que
somam 759 usos do verbo querer. Desse número, destacamos as 55 ocorrências como auxiliar

175
em primeira pessoa que disparam implicatura de futuridade, atuando como perífrase de futuro
nesses casos.
Palavras-chave: Gramaticalização. Implicatura. Modalidade.

INTERAÇÃO NA SALA DE AULA DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL


Cláudia Lima Pimentel (PUCRS)
Resumo: Os estudos de português como língua adicional (PLA) vêm assumindo uma posição de
destaque no cenário brasileiro atual. O UPLA (Uso e Processamento de Língua Adicional) é um
projeto da PUCRS, coordenado pela Professora Cristina Becker Lopes Perna, que tem como
objetivo desenvolver a competência linguística em PLA de estudantes estrangeiros que estão em
mobilidade acadêmica. Como forma de contribuir com o projeto, o presente trabalho tem por
objetivo apresentar a Teoria da Análise da Conversa (AC) em uma interface com a teoria de Atos
de Fala para analisar que expressões são mais utilizadas no estabelecimento da organização da
fala na linguagem acadêmica. A AC se preocupa em analisar detalhadamente como a fala-em-
interação é conduzida, por uma atividade por si só e como instrumento para o arranjo da ação
social. A teoria visa a demonstrar que a conversa não é uma ação caótica e que as pessoas se
organizam socialmente através da fala. Como metodologia utilizaremos a Linguística de Corpus
para análise dos padrões reais de uso decorrentes da interação em sala de aula.
Palavras-chave: PLA. Interação. Análise da Conversa.

INTERCULTURALIDADE NOS AMBIENTES TELECOLABORATIVOS


Rodrigo Schaefer (UFSC)
Resumo: Nos últimos anos, o desenvolvimento de uma abordagem intercultural no ensino e
aprendizagem de línguas está relacionado com novas formas fluidas de entender línguas e
culturas (Canagarajah, 2007). Entre os muitos teóricos que defendem a inserção de uma
abordagem intercultural em salas de aula de línguas adicionais convém mencionar Baker
(2012), para quem o objestefativo principal dessa abordagem é o desenvolvimento da
Consciência Intercultural (CI). A CI abarca diferentes tipos de consciência: a consciência do papel
dos contextos culturais na comunicação, principalmente os dos próprios indivíduos, “da
complexidade das culturas e, finalmente, uma consciência da fluidez dos quadros de referência
culturais em que se rompe a fronteira entre culturas ‘próprias’ e ‘do outro’ (Baker, 2012, p. 5).
Nesse contexto, alguns autores estão bastante interessados em compreender a forma pela qual
esta consciência intercultural pode ser desenvolvida através da Aprendizagem de Línguas
Assistida por Computador (ALAC). Uma das áreas que tem recebido considerável atenção dos
pesquisadores é o desenvolvimento da consciência intercultural por meio dos ambientes
telecolaborativos. O objetivo desta apresentação é, portanto, revisar a bibliografia referente à
consciência intercultural e à telecolaboração a fim de mapear essas áreas. Mais especificamente,
este estudo compara e contrasta os contextos de investigação, os procedimentos metodológicos
e os resultados dos estudos revisados. Os resultados desta investigação apontam que muitos dos
estudos revisados estão associados ao uso de ferramentas assíncronas e investigam a interação
entre os participantes através da troca de e-mails. Por outro lado, os estudos que investigam
ferramentas síncronas, como chats, centram-se principalmente na análise da expressão escrita.
Assim, a literatura recente parece indicar que carecemos de pesquisas que investiguem como os

176
usuários de Internet compartilham informações interculturais por meio da colaboração nas
redes sociais e nas novas ferramentas de tecnologia digitais.
Palavras-chave: Interculturalidade. Aprendizagem de Línguas. Telecolaboração.

LAVOURA ARCAICA, UM FILME LITERÁRIO


Luís Roberto de Souza Júnior (PUCRS)
Resumo: Lavoura Arcaica (2001), transposição do livro homônimo (1976), é uma viagem
cinematográfica em que os universos de dois artistas, um da palavra, outro da imagem, se
sobrepõem. O diretor Luiz Fernando Carvalho, que também co-produziu, roteirizou e editou o
filme, foi fiel aos anti-naturalistas diálogos do livro de Raduan Nassar. Ao mesmo tempo, buscou
transcender a literatura e acoplar-lhe uma personalidade imagética própria. As câmeras de
Carvalho mostram com cenas fortes e elaboradas a história de André, um filho pródigo que volta
ao lar e acaba por arruinar a família por não conseguir evitar que venham à tona os motivos de
seu desgarre: o autoritarismo do pai e o excesso de ternura da mãe, que o sufocavam, e uma
arrebatadora paixão pela irmã Ana. A partir de considerações de estudiosos como Marcel Martin,
Neil Postman e Jorge Furtado, esse trabalho busca dissecar os procedimentos responsáveis pela
transfiguração da obra literária na obra cinematográfica.
Palavras-chave: Lavoura Arcaica. Cinema. Literatura.

LEITURA DE BLOG: A GERAÇÃO DE INFERÊNCIAS EM LÍNGUA INGLESA


Juliana Schinemann (UNICENTRO)
Luciane Baretta (UNICENTRO)
Resumo: A presente pesquisa, em nível de mestrado, a ser realizada com estudantes do curso de
Letras e tem como intuito verificar como esses futuros professores de Língua Inglesa interagem
com textos informativos em um suporte digital – o blog. O trabalho, em fase de desenvolvimento,
busca analisar a geração de inferências em leitores proficientes na Língua Inglesa como língua
estrangeira, visto que o processo de inferir é de grande relevância para a compreensão leitora –
considerando-se que é durante essa etapa que o leitor une a informação do texto a seu
conhecimento prévio, a fim de construir sentidos. Portanto, foca-se como o leitor processa um
dos níveis mais altos da compreensão. Quanto à escolha do suporte digital, ela se deu pela
realidade cada vez mais tecnológica da sociedade atual, a qual tem exigido indivíduos cada vez
mais multiletrados. Destaca-se que os textos trabalhados serão retirados dos arquivos do blog
americano de notícias The Huffington Post e a análise terá como suporte a teoria dos
multiletramentos (COPE; KALANTZIS, 2000), da multimodalidade (KRESS; VAN LEEUWEEN,
1996; 2001), dos componentes de leitura (GAGNÉ; YEKOVICH; YEKOVICH, 1993) e da
compreensão leitora (KINTSCH; KINTSCH, 2005).
Palavras-chave: Leitura. Multiletramentos. Compreensão.

LEITURA DO DISCURSO POLÍTICO DE JOSUÉ GUIMARÃES


Vanessa Borges Fortes Serapio Ferreira (UPF)
Resumo: O presente trabalho busca analisar o discurso político que permeou o escritor e
jornalista Josué Guimarães durante o período em que ele exerceu o cargo de Vereador da cidade

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de Porto Alegre/RS. Para tanto, a pesquisa tem como base os pressupostos teóricos da Análise
do Discurso pecheutiana – a AD. O corpus da pesquisa é composto pelos Anais da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre do quadriênio 1952-1955, bem como pela obra literária de Josué
Guimarães, em especial o romance intitulado “Os Tambores Silenciosos” que descreve o
cotidiano de uma cidade do interior do estado do Rio Grande do Sul durante a década de 1930.
Essa investigação é um primeiro momento do trabalho de pesquisa desenvolvido na dissertação
de mestrado, inscrita na linha de pesquisa “Leitura e Formação do Leitor” do Programa de Pós-
Graduação da Universidade de Passo Fundo – PPGL/UPF, que se propõe a compreender esse
importante momento da história política nacional e sul-rio-grandense, assim como colaborar na
investigação da biografia de um sujeito de grande importância para as Jornadas Literárias de
Passo Fundo. O período do mandato de Josué Guimarães coincide com uma época de acirrada
divisão de “forças políticas” no Brasil. Segundo Flach e Cardoso (2007, p. 59) na obra “República:
da Revolução de 1930 à ditadura militar (1930-1985)”, seria lícito dizer que as forças políticas
tinham como principal elemento de divisão partidária o apoio ou a oposição a Getúlio Vargas,
essa situação de conflito que aumenta com a morte do então Presidente da República. Logo, o
objetivo desse trabalho é compreender como se dá a articulação entre um sujeito e um contexto
político, tendo em consideração o momento histórico de fortes conflitos ideológicos, e as
eventuais relações entre uma posição ideológica e a produção literária de Josué Guimarães.
Palavras-chave: Josué Guimarães. Análise do Discurso. Leitura.

LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: NARRATIVAS DIGITAIS NA


ESCOLA
Claudia de Faria Barbeta (UEL)
Resumo: A convergência de mídias traz as tecnologias digitais de informação e comunicação
(TDIC) para a sala de aula, criando condições para estimular a produção e a troca de
conhecimentos. Ao agregar hipertextos, imagens e sons, amplia as experiências de aprendizagem
e auxilia os aprendizes a desenvolverem seu letramento digital. É nesse cenário que situamos o
presente trabalho, que apresenta resultados de uma fase exploratória de uma pesquisa que
busca investigar o letramento digital de professores em escolas da rede pública. Nesse momento,
a proposta é apresentar as primeiras análises acerca da composição de textos multimodais por
alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola estadual, numa perspectiva de uso das
narrativas digitais. A metodologia fundamenta-as na etnografia, embasada nas propostas
teórico-metodológicas da Linguística Aplicada. Fundamentada em Marcuschi e Xavier (2004),
Rojo (2012), Coscarelli (2012), entre outros, investigamos as representações iniciais de
professores de língua portuguesa no uso das novas tecnologias como ferramenta de ensino de
língua portuguesa. As observações iniciais permitem inferir que o professor de língua
portuguesa, ao compreender as possibilidades de utilização das TDIC e ampliando suas
competências digitais como docente, é capaz de abordar em sala de aula os novos gêneros
textuais emergentes do meio digital, de maneira a explorá-los e integrá-los no processo de
ensino e aprendizagem. Espera-se, ao final dessa pesquisa, indicar algumas possibilidades de a
escola utilizar as tecnologias digitais de informação e comunicação em favor de uma
aprendizagem de língua portuguesa mais efetiva na leitura e na escrita, incentivando
professores a inovarem seu fazer pedagógico, fazendo com que esses docentes se sintam
motivados a integrar em suas práticas as TDIC.

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Palavras-chave: Letramento digital. Ensino. Escrita colaborativa.

LETRAMENTO ESCOLAR E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM CONTEXTO


MULTILÍNGUE: EDUCAÇÃO INDÍGENA NO PARANÁ
Raquel Fregadolli Gonçalves (UEM)
Ismara Tasso (UEM)
Resumo: Os estudos e pesquisas realizados pelo GEDUEM-CNPq definem-se pelos regimes de
(in)visibilidades nos quais estão inscritos os discursos da exclusão e da inclusão. Perspectiva na
qual esta pesquisa, em nível de doutoramento, em desenvolvimento na Universidade Estadual de
Maringá – UEM, faz parte como uma possibilidade de investigação e problematização acerca da
constitucionalização da língua portuguesa como forma de governamentalidade para manutenção
da identidade nacional pelo dispositivo da cidadania, haja vista a necessidade de refletir, discutir
e propor melhorias no ensino de língua portuguesa em contextos multilíngues, como ocorre em
escolas indígenas do Estado do Paraná. Diante disso, o ensino de língua portuguesa em contexto
multilíngue e multicultural se constitui como um desafio a ser vencido pela Educação, em
especial, no que diz respeito à educação indígena, dada a desarmonia existente entre o ensino
escolar, a educação familiar e as práticas culturais. Sob tais circunstâncias, o letramento,
entendido como o conjunto de práticas escritas de cada cultura e reconhecendo que muitas
comunidades têm a língua étnica como língua primeira, quais
métodos/procedimentos/estratégias estão empreendidos no ensino do português, como
segunda língua, em contexto multilíngue e multicultural? Diante dessa inquietação, buscamos
investigar o funcionamento do letramento escolar nas redações do Vestibular Indígena como
procedimento disciplinar cujos efeitos de normalização são investidos de um poder que age pelo
efeito de inclusão no regime da biopolítica. Nesse propósito, a pesquisa tem apontado como
resultados parciais que a fragilidade de leitura e de escrita apresentada nas redações do
Vestibular para os Povos Indígenas no Paraná procede do ensino de língua portuguesa como
primeira língua em comunidades em que a primeira língua é a indígena. Para tanto, pautamo-nos
na Análise de Discurso franco-brasileira, na Linguística, na Linguística Aplicada Crítica e na
Sociolinguística.
Palavras-chave: Letramento escolar. Educação indígena. Língua Portuguesa.

LETRAMENTOS, LEITURAS E LITERATURAS NA ESCOLA E NA CLANDESTINIDADE: UMA


APROXIMAÇÃO POSSÍVEL ATRAVÉS DA LEITURA EXTENSIVA
Roberta Macedo Ciocari (UPF)
Resumo: A partir do recorte de uma turma do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto
Federal Sul-rio-grandense, campus Passo Fundo, sobre seus hábitos (ou não hábitos) de leitura
em língua materna, pode-se inferir algumas das causas que levam vários estudantes a não gostar
de ler. Para o embasamento teórico, foi feita uma comparação entre dois regimes de letramento:
o generalizado e o restrito, com duas abordagens de leitura: a extensiva e a intensiva. Também
foi analisado o modo como a literatura é tratada na escola, como se desenvolvem as leituras
clandestinas e como se dá a leitura em uma língua estrangeira, mais especificamente no inglês,
devido ser esta a língua de trabalho da professora pesquisadora. Logo após, foi apresentada a
abordagem de leitura chamada de leitura extensiva (LEx) como uma prática que pode ser

179
altamente eficaz para desenvolver o gosto pela leitura, tanto na língua materna quanto em uma
língua estrangeira. Utilizando os princípios da LEx, um plano de aula de inglês direcionado para
a turma em questão foi elaborado, proporcionando ensejo a estudos futuros.
Palavras-chave: Letramento. Literatura. Leitura Extensiva.

LETRAMENTOS, LEITURAS E LITERATURAS NA ESCOLA E NA CLANDESTINIDADE: UMA


APROXIMAÇÃO POSSÍVEL ATRAVÉS DA LEITURA EXTENSIVA
Roberta Macedo Ciocari (UPF)
Resumo: A partir do recorte de uma turma do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto
Federal Sul-rio-grandense, campus Passo Fundo, sobre seus hábitos (ou não hábitos) de leitura
em língua materna, pode-se inferir algumas das causas que levam vários estudantes a não gostar
de ler. Para o embasamento teórico, foi feita uma comparação entre dois regimes de letramento:
o generalizado e o restrito, com duas abordagens de leitura: a extensiva e a intensiva. Também
foi analisado o modo como a literatura é tratada na escola, como se desenvolvem as leituras
clandestinas e como se dá a leitura em uma língua estrangeira, mais especificamente no inglês,
devido ser esta a língua de trabalho da professora pesquisadora. Logo após, foi apresentada a
abordagem de leitura chamada de leitura extensiva (LEx) como uma prática que pode ser
altamente eficaz para desenvolver o gosto pela leitura, tanto na língua materna quanto em uma
língua estrangeira. Utilizando os princípios da LEx, um plano de aula de inglês direcionado para
a turma em questão foi elaborado, proporcionando ensejo a estudos futuros.
Palavras-chave: Letramento. Literatura. Leitura Extensiva.

LÍNGUA E CULTURA: A TOPONÍMIA DA RCI-RS


Bruno Misturini (UCS)
Resumo: O presente trabalho visa a traçar um breve panorama sobre a toponímia da Região de
Colonização Italiana do Nordeste do Rio Grande do Sul (RCI-RS). Para tanto, analisar-se-ão os
nomes dos cinquenta e oito municípios que compõem a região, pretendendo, dessa forma,
verificar como a cultura de imigração está representada nos nomes próprios de lugares. Buscar-
se-ão as motivações que levaram à escolha dos nomes, bem como suas classificações, de acordo
com a taxonomia proposta por Dick (1990), pioneira nos estudos toponímicos no Brasil. Na RCI-
RS, Frosi (2007) e seu grupo deram início a uma série de pesquisas sobre o assunto. Este
trabalho faz parte dessas investigações, e constitui-se como um projeto de pesquisa de
doutorado em andamento que pretende a construção de um atlas toponímico da região referida.
Estudos como este justificam-se à medida que a Toponímia, ramo da Lexicologia – uma das
Ciências do Léxico –, devido ao seu caráter interdisciplinar, revela elementos históricos,
culturais e linguísticos inerentes à memória da região, os quais correm o risco de perderem-se
com o passar dos anos caso não sejam recuperados.
Palavras-chave: Lexicologia. Toponímia. Região de Colonização Italiana do RS.

LÍNGUA-ESTRUTURA, LÍNGUA-ACONTECIMENTO E MEMÓRIA DISCURSIVA: UM OLHAR


SOBRE O TÓPICO “GRAMÁTICA/DISCURSO” DA PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA
CATARINA
Fabiane Aparecida Pereira (UFFS)

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Resumo: O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre as noções de língua-estrutura,
língua-acontecimento e memória discursiva sob a perspectiva da Análise de Discurso, e uma
discussão acerca da aplicação e relação entre essas concepções na proposição do tópico
“Gramática/Discurso” da Proposta Curricular de Santa Catarina, no que diz respeito ao ensino da
Língua Portuguesa. Através de pesquisas bibliográficas e análise do texto constituinte desse
importante documento norteador de práticas pedagógicas dos educadores, busca-se uma melhor
compreensão sobre a proposta de ensino para a formação gramatical/discursiva dos alunos na
disciplina curricular de Língua Portuguesa. O ensino da gramática em sala de aula deve ser
aliado à exploração do discurso, pois a relação resultante entre essas duas facetas da língua
contempla forma e sentido, relacionados à memória discursiva, sendo esses fatores essenciais
para a formação da identidade linguística de uma comunidade. Nesse sentido, destacam-se as
implicações e a importância das noções de língua-estrutura, língua-acontecimento e memória
discursiva presentes em um instrumento-referência para professores que desempenham ações
fundamentais para a formação de qualidade dos educandos.
Palavras-chave: Língua-estrutura; Língua-acontecimento; Memória Discursiva.

LINGUAGEM E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: APRESENTAÇÃO DE FOCOS DE PESQUISA


Cassiano Ricardo Haag (UNIRITTER)
Resumo: O objetivo desta comunicação é apresentar diferentes focos de investigação das
relações entre o desenvolvimento da linguagem e a deficiência intelectual, numa perspectiva
interacionista. Esses focos compõem o interesse da pesquisa de pós-doutorado “Linguagem e
inteligência para a coletividade: educando para a vida, vivendo para a paz”. A partir de Haag
(2015), defende-se que a compreensão sobre a deficiência intelectual conforme o modelo
socioecológico proposto pela American Association on Intellectual and Developemental
Disabilities (AAIDD, 2010) depende de uma concepção interacionista de linguagem, o que
implica que grande parte do conhecimento sobre essa característica de desenvolvimento precisa
ser repensada. O primeiro foco se interessa pelo lugar que a linguagem ocupa (ou deve ocupar)
no processo de avaliação da deficiência intelectual. O segundo volta-se para o estudo das
características e do desenvolvimento da linguagem de pessoas com deficiência intelectual. O
terceiro foco de investigação busca compreender os efeitos das representações a respeito da
deficiência intelectual sobre o desenvolvimento das pessoas com essa característica de
desenvolvimento. Por fim, o quarto foco visa à formação de professores que tomem a linguagem
como instrumento central do desenvolvimento humano (BRONCKART, 2006).
Palavras-chave: Linguagem. Deficiência intelectual. Desenvolvimento humano.

LINGUÍSTICA E ARGUMENTAÇÃO: A TÓPICA


Jorge Alberto Molina (UNISC/UERGS)
Resumo: Até a década dos 60 do século passado o estudo da argumentação nas linguagens
naturais foi abordado principalmente pelos filósofos e os tratadistas de Retórica. Desde a
Antiguidade clássica se formaram três disciplinas que, desde diferentes perspectivas, se
ocuparam com o discurso argumentativo: A Lógica, a Dialética e a Retórica. Pode-se dizer que só
uma vez que começou a se constituir a Teoria da Argumentação na Língua (ADL) pela obra de
Ducrot, Anscombre e outros teóricos, ao redor de 1970, os linguistas passaram a se interessar

181
pela argumentação. Um dos conceitos chave da tradição Dialética e Retórica era o de topos, locus
argumentorum ou lugar de argumentação. Em uma das fases da evolução da ADL, que, na
verdade, nunca foi uma teoria completa e terminada senão um programa de pesquisa, Ducrot e
Anscombre se ocuparam dos lugares de argumentação. Dessas pesquisas resultou a publicação
do livro Théorie des Topoï em 1995. O que faremos em nossa exposição é comparar a abordagem
do conceito de topos por parte dos autores desse livro, com as concepções da Dialética e da
Retórica clássica sobre os lugares de argumentação. Tomaremos como representativas da
tradição dessas disciplinas quatro obras: a Retórica e os Tópicos de Aristóteles, os Tópicos de
Cícero e Sobre os diferentes tópicos de Boécio. Mostraremos que, no tratamento dos lugares de
argumentação, em alguns aspetos, os teóricos da ADL completam a tradição da Dialética e da
Retórica clássica, explicando fenômenos linguísticos que aquela tradição não analisou. Mas por
outra parte, argumentaremos, que, em relação a outros aspetos, a abordagem da ADL é menos
abrangente que a da Dialética e Retórica clássica pelo fato de reconhecer apenas um tipo de
topoi, aqueles que podemos chamar de lugares de argumentação lexicais.
Palavras-chave: Argumentação; Argumentação na língua, Retórica.

LITERATURA CATARINENSE E O ENSINO: AS REPRESENTAÇÕES EM “NOTURNO, 1984” OU


PAIXÕES E GUERRA EM DESTERRO, E A PRIMEIRA AVENTURA DE SHERLOCK HOLMES NO
BRASIL DE RAIMUNDO CARUSO
Karina Silva Rosa (UNISUL)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
Resumo: O presente estudo tenciona promover reflexões sobre ensino da literatura catarinense.
Para tanto, analise-se o romance “Noturno, 1984” ou paixões e guerra em Desterro, e a primeira
aventura de Sherlock Holmes no Brasil, de Raimundo Caruso, destacando as representações, com
foco nas personagens femininas, avaliando os silêncios e o diálogo com momentos históricos
presentes no enredo. Nossa motivação decorreu dos questionamentos sobre os tipos mulheres
presentes na obra e que vozes sociais receberiam representação por meio delas no enredo;
como a ausência de falas das personagens femininas apreenderia a representação do imaginário
e de momentos da história da mulher catarinense, e ainda quais diálogos históricos estariam
presentes na obra. Temos como objetivos específicos contribuir com um ensino efetivo da
literatura catarinense no âmbito escolar, uma vez que é nesse ambiente que o aluno tem contato
com esses textos e pode ver sua História nas narrativas e com isso valorizar os trabalhos locais.
Além disso, compreendemos ser importante o trabalho com autores que resgatem a identidade
dos nossos alunos. Entendemos que analisar a obra literária é sempre instigante, principalmente
quando se focaliza uma obra que coloca em evidência silenciamentos presentes ao longo da
História. Assim, salientamos a relevância de se investigar a referida obra, na medida em que
coloca em cena representações das mulheres, mais especificamente, representações
catarinenses silenciadas e momentos históricos da História de Santa Catarina, promovendo a
interlocução Literatura e História. Em nosso estudo constamos que as representações colocadas
em cena representam grupos historicamente silenciados e que por meio da literatura muitas
vezes apresenta fatos silenciados em evidencia por colocar a História como fundo nas narrativas.
Palavras-chave: Representações. Literatura Catarinense. Ensino.

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LITERATURA COMPARADA: ESTUDO TÉORICO ACERCA DA TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA
DE LIVROS PARA ROTEIROS ADAPTADOS
Clarissa Mazon Miranda (UFSM)
Resumo: O conceito de tradução intersemiótica mostra-se hoje em ampliação no âmbito dos
estudos literários e uma das vias observadas desse avanço seria a consideração dos estudos das
transtextualidades. O roteiro adaptado é, assim, ponto importante de conexão entre o romance e
o filme em si. Entre ele e o romance, serão observados diversos pontos de aproximação ou
afastamento. Enquanto o livro será escrito para estabelecer uma relação com o leitor, o
argumento cinematográfico será lido por interlocutores como a equipe técnica, os atores, os
realizadores, os produtores, os agentes do filme, entre outros. Esse aspecto fará com que o
argumento apresente determinadas decisões técnicas e dramatúrgicas para o texto. Como
elementos chave na criação de um roteiro, podem ser elencados: caracterização, enredo, ação,
diálogo e ambientação. Vê-se, portanto, que apesar dos muitos aspectos em comum que
permitem, inclusive, uma tradução intersemiótica de uma obra em outra, o romance e o roteiro
mantêm seus pontos de afastamento, os quais, sem dúvida, contribuem para o espaço bem
delimitado de cada uma dessas artes na sociedade atual. Este projeto visa refletir acerca do tema
da tradução intersemiótica por meio dos principais autores que dele tratam, entre eles DINIZ, T.
F. N. (2005); PEREIRA, M. V. (2007); SANFILIPPO, M. V. (2013); VIEIRA, A. S. (2014);
ZILBERMAN, R. (2007); STAM, R. (2008); HUTCHEON, L. (2011). O objetivo desta pesquisa é a
reunião de arcabouço teórico que demonstre os caminhos e as prerrogativas do roteiro
adaptado na realidade e a evolução dos estudos acerca da tradução intersemiótica como tema
emergente em literatura comparada.
Palavras-chave: Roteiro Adaptado. Tradução Intersemiótica. Transtextualidade.

LITERATURA E ENSINO DE LÍNGUAS: A TRADUÇÃO COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E


APRENDIZAGEM
Meta Elisabeth Zipser (UFSC)
Juliana de Abreu (UFSC)
Resumo: Através da leitura de textos relevantes do ponto de vista estético e histórico, alunos 7ª
fase do curso de Letras Alemão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem a
oportunidade de estudar algumas obras mais representativas dos movimentos Romântico,
Realismo, Naturalismo, algumas ilustrações do Jugendstil e das criações literárias da passagem
para o século XX. O texto realista Der Schimmelreiter (O homem do cavalo branco) de Theodor
Storm (1888) foi selecionado com o intuito de promover o diálogo entre a teoria funcionalista de
Christiane Nord e a abordagem do texto literário mencionado, através de uma sequência
didática. O grupo de alunos da disciplina de Literatura Alemã III desenvolveu estratégias de
análise literária com base no Modelo de Análise Textual (NORD, 2009), o qual contempla os
elementos externos e internos ao texto. Foram estudados o contexto histórico e sociocultural, o
perfil do autor e o Realismo Alemão, seguidos da leitura do texto original em língua alemã. Ainda
foram proporcionados aos estudantes dois filmes baseados no livro, Der Schimmelreiter,
produzidos em momentos históricos distintos (1934 e 1977) e quatro traduções, pautadas no
original em alemão, para o português brasileiro, sendo uma da década 50, outra dos anos 70 e
outras duas de 2009, tudo com o propósito de ampliar o olhar sobre a obra, a audiência, o

183
gênero textual e a estrutura narrativa. O cenário metodológico construído ao longo do semestre
possibilitou aos alunos reflexões sobre a importância da contextualização dos elementos
internos e externos ao texto, bem como o papel da tradução e seus deslocamentos contextuais
sem que se alterasse a essência da história da obra de Storm.
Palavras-chave: Literatura. Ensino. Tradução.

LITERATURA E HISTÓRIA: MEMÓRIA DE VIOLÊNCIA EM DESONRA DE COETZEE


Julia Tomazi (UNISC)
Resumo: O escopo deste trabalho é estudar a presença de memória da violência nas
personagens de Desonra, de Coetzee. A narrativa é ambientada na África pós Apartheid e carrega
marcas também deste período denso para a história do país. O estudo se apoia, portanto, na
hermenêutica e estudos da memória de Ricoeur, bem como nas definições sobre violência
estudadas por Michaud e Girard e sobre memória pesquisadas por Le Goff e Halbwachs. Os
rastros de violência investigados são aqueles deixados não apenas pela violência física, mas
também pela violência psicológica. As marcas são armazenadas não apenas em uma memória e
são sinais de uma sociedade que esteve oprimida por um considerável período e que se revolta.
Na costura final busca-se apontar finalmente o papel da literatura na denúncia de episódios
violentos e relevantes historicamente. Como forma de sustentar a existência de memória da
violência nas personagens, será indispensável olhar também para o silêncio como podendo ser
uma marca.
Palavras-chave: Memória. Violência. Apartheid.

LITERATURA E MÍDIA EDUCAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE CONSUMO CULTURAL E PRÁTICAS


DE LEITURA ENTRE OS JOVENS
Daiana Orben Martins (UNISUL)
Maria Isabel Orofino (UNISUL)
Resumo: Este artigo apresenta uma reflexão sobre as contribuições do campo da mídia-
educação para o ensino de literatura na educação formal de crianças e jovens. A mídia-educação,
também conhecida como Educomunicação, surge como um campo emergente para a reflexão
sobre práticas educativas com uso de metodologias participativas na educação formal. Busca-se
aqui construir uma relação entre as contribuições deste campo emergente com a literatura e o
seu ensino na escola. Para tanto realizamos uma pesquisa teórica sobre a convergência entre os
campos da literatura e da mídia-educação a partir dos seguintes autores: Antonio Candido Mello
e Souza, Adilson Citelli, Renata Junqueira de Souza, Maria Aparecida Baccega e Ismar de Oliveira
Soares. A partir da identificação deste referencial foi realizada uma primeira etapa da pesquisa
empírica com metodologia participativa sobre consumo cultural e práticas de leitura com jovens
estudantes de uma instituição de ensino fundamental e médio. Os dados da pesquisa mostraram
que os alunos têm prazer na leitura, mas que não consomem clássicos da literatura e sim
produtos da indústria cultural, conteúdos dispostos nas mídias digitais, revistas sobre esporte,
automobilismo e jornais locais.
Palavras-chave: Literatura. Mídias-educação. Leitura

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LITERATURA E SOCIEDADE: ENTRE O CONCEITO DE DISTINÇÃO E AS REGRAS DO JOGO
Eloisa da Rosa Oliveira (UNESC)
Resumo: Este trabalho corresponde a um trabalho de tese em andamento que apresenta uma
proposta de estudo no campo literário usando, para isso, as lentes da sociologia, apresentadas
por Pierre Bourdieu. De modo específico, buscar-se-á refletir nesse estudo sobre o conceito de
distinção, concebido pelo referido autor. A partir daí, juntamente com o amparo de outros
autores como Hans Robert Jauss (teoria da recepção), e Walter Benjamin (conceito de história),
pretende-se dar especial atenção às implicações do jogo da distinção no discurso e na prática
acadêmica de estudantes-leitores do curso de Letras-Português. Seguindo a metodologia
sugerida pelos estudos da História Oral, serão observados e entrevistados estudantes-leitores da
primeira fase de dois cursos de Letras no estado de Santa de Catarina. Com isso, objetiva-se
compreender melhor as tensões presentes entre a literatura canônica e popular na perspectiva
desses estudantes-leitores. A intenção é ampliar o olhar científico da teoria até o leitor concreto
e analisar os discursos coletados à luz dos estudos da sociologia a fim de perceber de que modo
um comportamento, explicitado a partir do conceito de distinção, está incorporado pelos
estudantes entrevistados. A hipótese lançada aqui é a de que o conceito de distinção,
apresentado por Bourdieu, está muito presente e incorporado ao discurso desses estudantes.
Palavras-chave: Pierre Bourdieu. Distinção. Literatura Popular. Cânone Literário.

MACHADO DE ASSIS NA REDE: REPRODUÇÃO OU RENOVAÇÃO DE PARÂMETROS


CRÍTICOS?
Sandra Mariza de Almeida (UNIRITTER)
Rejane Pivetta de Oliveira (UNIRITTER)
Resumo: O objetivo desta pesquisa é de identificar os parâmetros críticos a partir dos quais
leitores contemporâneos, cadastrados na comunidade virtual Skoob, constroem a interpretação
sobre os romances Dom Casmurro (DC) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (MP), a fim de se
verificar fatores indicativos de reprodução ou de renovação de padrões sociais de gosto e valor.
Para isso, analisam-se as resenhas sobre DC e MP registradas na Skoob e observam-se as
relações existentes entre os comentários nelas manifestados e a crítica produzida em contexto
acadêmico, segundo o que dizem sobre Machado de Assis e sua obra, especialistas indicados nas
bibliografias de disciplinas dos cursos de mestrado e doutorado de algumas universidades
brasileiras. Justifica-se o empreendimento desta pesquisa porque avaliar as resenhas dos
leitores poderá revelar os modos como se constroem, atualmente, os sentidos na leitura dos
referidos romances machadianos fora dos contextos tradicionais de ensino. É uma pesquisa
qualitativa de cunho antropológico, visto que se dedica a estudar um fenômeno social no lugar
onde ele se manifesta. Utilizam-se como referencial teórico principal as teorias de Pierre
Bourdieu (2014) sobre a formação do gosto, a correspondência entre os campos de produção e
de consumo de bens, as de Itamar Even-Zohar (1993; 2013a; 2013b) sobre o papel da literatura
como produto dentro de um polissistema e as de Rakeft Sheffy (2002) sobre a formação do
cânone dos repertórios culturais.
Palavras-chave: Machado de Assis. Leitura. Comunidade virtual.

185
MARCADORES CULTURAIS E EQUIVALÊNCIA DE TRADUÇÃO: UMA ABORDAGEM BASEADA
EM FRAMES SEMÂNTICOS
Cesar Etges Lopes (UNISINOS)
Resumo: O presente trabalho analisa um grupo de palavras semanticamente carregadas de
significado cultural, os marcadores culturais (HERRERO RODES, 1998), encontrados na obra de
Gilberto Freyre, Casa-Grande & Senzala (FREYRE, 1998), como “senzala”, “engenho” e “mucama”,
contrastando-as com seus correspondentes na tradução de Samuel Putnam The master and the
slaves (FREYRE, 1986). O objetivo é expor as dificuldades do processo de tradução, especialmente
seu aspecto intercultural, o qual leva o tradutor a constantemente fazer escolhas que podem
alterar o significado original de um texto ao traduzir termos que não possuem equivalentes
plenos na língua-alvo. Para tal, foi construído um corpus paralelo das duas versões do texto,
através do qual foi feita a quantificação e a apreciação dos dados obtidos. O resultado mostra a
tentativa de adaptação da realidade descrita por Freyre para uma realidade diferente, concebida
por Putnam (escravidão no Brasil x escravidão nos Estados Unidos), uma aproximação
conceptual de frames (FILLMORE, 1982) que nem sempre produz resultados satisfatórios,
resultando em uma tradução inapropriada.
Palavras-chave: Equivalência de Tradução. Marcadores Culturais. Frames Semânticos.

MASCULINO GENÉRICO E SEXISMO GRAMATICAL: UMA CRÍTICA AO CONCEITO DE GÊNERO


NÃO MARCADO
Guilherme Ribeiro Colaço Mäder (UFSC)
Resumo: O masculino genérico pode ser definido como o uso do gênero gramatical masculino
para denotar o gênero humano (homens e/ou mulheres), e o conceito de gênero não marcado,
surgido na tradição estruturalista, ainda ocupa um lugar de destaque nos estudos linguísticos
atuais como suporte teórico para a descrição do masculino genérico. Esta descrição do
masculino como gênero não marcado apresenta, entretanto, alguns problemas. Restringindo-nos
aos problemas mais relacionados à análise linguística, contam-se três: a) nem sempre é o
masculino que é usado genericamente, logo, nem sempre seria ele o “gênero não marcado”; b)
estudos experimentais revelam que o masculino favorece uma interpretação masculina do
referente, mesmo quando o masculino parece ser usado genericamente; e c) em alguns
contextos é simplesmente impossível fazer uma leitura genérica a partir do masculino. Além
desses problemas, há a importante questão social do apagamento das mulheres no discurso,
apontado por muitas autoras e alguns autores, e da interpretação do masculino como genérico
ou específico segundo os interesses políticos de quem domina o discurso. Assim, considerando a
inadequação do conceito de gênero não marcado na descrição do masculino genérico, proponho
um conceito de “gênero prototípico”, construído no quadro teórico da Linguística Cognitiva, com
base nos conceitos de efeitos prototípicos e modelos metonímicos. Resumidamente, o gênero
masculino seria considerado cognitivamente mais saliente do que o feminino, tanto por causa de
representações e práticas culturais que privilegiam o masculino quanto por causa da frequência
de uso (fala-se mais de humanos do que de seres inanimados, e, entre humanos, fala-se mais de
homens do que de mulheres). O masculino, portanto, representaria metonimicamente a
categoria humano como um todo. Através desse processo metonímico, evidenciar-se-iam os
efeitos prototípicos que são identificados como o uso do masculino genérico.

186
Palavras-chave: Masculino genérico. Modelos metonímicos. Efeitos prototípicos.

MATERIALIDADE, LEITURA E MEMÓRIA


Laise Aparecida Diogo Vieira (UNICAMP)
Resumo: Este trabalho se situa na esteira dos estudos do discurso e parte do referencial teórico
proposto por M. Pêcheux, na França, e que, no Brasil, teve consequências teórico-analíticas, das
quais destacamos os trabalhos de E. Orlandi. Na proposta discursiva, partimos da noção de
materialidade, a fim de refletirmos a cena no âmbito do teatro ou, mais especificamente, a cena
na performance teatral. Nessa especificidade, mobilizamos tanto a leitura quanto a memória no
processo de constituição e formulação de cenas. Retomamos, assim, duas importantes passagens
da teoria discursiva para lidar com tais manifestações de linguagem. Primeiramente destacamos
o fato de que na teoria do discurso, ao lidarmos com espaços discursivos não estabilizados
logicamente, a leitura não se configura pelo viés psicológico ou cognitivista, assim como também
não é vista como um simples tratamento de informação, conforme descreve Pêcheux (2012). E a
outra consideração que enfatizamos é no que diz respeito à língua e à memória, na análise
discursiva. A língua constitui-se como “o espaço privilegiado de inscrição de traços linguageiros
discursivos, que formam uma memória sócio-histórica. É esse corpo de traços que a análise de
discurso se dá como objeto”. É a partir dessa configuração que nos atentamos para a
materialidade da cena e buscamos compreender o seu funcionamento. Dentre os teóricos
mobilizados para esta reflexão encontram-se Pêcheux (1980, 1983), Orlandi (1994), Badiou
(2002), Indursky (2011), Lehmann (2013).
Palavras-chave: Discurso. Cena. Memória.

MEMÓRIA, HISTORICIDADE E CULTURA: PRODUÇÃO DE SENTIDOS NOS SUJEITOS NA/DA


GASTRONOMIA
Ana Carolina de Godoy (UNICENTRO)
Resumo: Filiamo-nos ao Grupo de Pesquisa “Estudos do texto e do discurso: entrelaçamentos
teóricos e analíticos” e “Interfaces entre língua e literatura”, ambos da Universidade Estadual do
Centro-Oeste – UNICENTRO. O objeto de análise é o discurso da Gastronomia, tendo em vista um
fenômeno social, histórico e antropológico no que se refere aos sujeitos da área, na qual sujeitos
que ocupam a mesma posição-sujeito são significados pelo imaginário e pelo simbólico
distintamente, na/pela mídia. Filiamo-nos à Análise de Discurso e, por meio dessa teoria,
entendemos que, pelo funcionamento da memória e da ideologia, os discursos sobre os sujeitos-
femininos na Gastronomia sinalizam que esses sujeitos, estando na cozinha, estão no lugar
próprio deles. Isso significa discursos marcados pela homogeneidade e por sentidos que se
repetem, repetindo memórias e discursos marcados pela continuidade, linearidade,
estabilização. Já os sujeitos-masculinos, nesse mesmo lugar e posição, representam a novidade,
instaurando efeitos discursivos de ruptura, de acontecimento, de deslinearização em discursos
produzidos e que circulam no meio gastronômico. Nessa pesquisa, pensamos a história e a
cultura da Gastronomia, para buscar historicizar o lugar dos sujeitos-femininos e masculinos,
bem como sua identidade nesse domínio. O corpus de pesquisa se constitui de discursos que
circulam na mídia, responsável pela circulação de discursos e pelo controle de sentidos, que
reproduzem ou transformam a formação social, pela repetição ou pela ruptura em discursos
efetivamente produzidos. Pelo andamento da pesquisa, temos entendido que a cultura, na

187
perspectiva discursiva, será bastante importante, porque os sujeitos se filiam a uma formação
discursiva e é ela que determina a sua significação e essa significação tem a ver com a
gastronomia e sua singularidade em cada formação social, bem como as relações sócio-históricas
que determinam essas significações.
Palavras-chave: Memória. Historicidade. Cultura.

MEMÓRIAS DE LÍNGUA: DEPARAR-SE COM UMA LÍNGUA QUE NÃO É A DO USO, DA


FLUÊNCIA E DA NATURALIDADE
Debbie Mello Noble (UFRGS)
Resumo: As pesquisas de nosso grupo (orientadora e orientandos) envolvem uma variedade de
temas – escrita, tradução, revisão de textos, jornalismo, publicidade, entre outros – mas as
análises dos objetos têm apresentado algumas recorrências. Um dos aspectos recorrentes é que
os discursos analisados trazem em si o retorno de um certo “saber” sobre língua. O que temos
observado é uma concepção de língua que a coloca num certo lugar de isolamento, apartada do
sujeito e da ideologia, para que possa ser tomada como objeto de uso. Neste estudo, vamos
cruzar dois eixos a partir do dispositivo teórico da Análise do Discurso pêcheutiana: no primeiro,
que chamamos de eixo do retorno, acionamos as noções de arquivo e memória; no segundo, que
chamamos de eixo do escape, trabalhamos com uma concepção de língua des-comportada. No
primeiro eixo, circundamos a noção de língua a partir de um arquivo institucional que exerce
controle tanto sobre a entrada de elementos como sobre a produção de novos discursos.
Consideramos que o que dá sustentação aos efeitos de sentido sobre língua é a memória, pré-
existente e exterior, ausente mas presente, funcionando sob a forma de retorno. Nesse
funcionamento entre memória e arquivo, há uma estabilização provisória realizada: a) pelo
arquivo através do efeito de totalidade e b) pela memória através do efeito de já-sabido. No
segundo eixo, tomamos a língua como não passível de controle, pois está sempre sujeita ao
equívoco e à possibilidade de sentidos deslizantes. Isso porque a língua se constitui na sua
relação com o sujeito e a ideologia, relação essa que leva o sujeito a significar e significar-se a
partir da formação discursiva com a qual se identifica. Este trabalho pretende, então, colocar
esses dois eixos em contato, observando o funcionamento da língua nos objetos com os quais
nosso grupo tem trabalhado.
Palavras-chave: Língua. Memória. Discurso.

METÁFORA, PERSPECTIVAS E INTERFACES


Jorge Campos da Costa (PUCRS)
Resumo: Objetos teóricos como a metáfora têm sido identificados como complexos à medida
que vêm sendo descritos, ao longo dos anos, como constituídos por propriedades
heteromórficas, cognitivas, sociais, linguísticas, literárias, lógicas, etc. Isso implica que são
objetos construídos, mais adequadamente, no interior de relações interdisciplinares. (LAKOFF;
JOHNSON; FAUCONNIER e TURNER; GIBBS; NUNEZ; KÖVECSES; FORCEVILLE; van DYICK, etc.)
Dado tal quadro, trata-se de justificar uma investigação interdisciplinar da metáfora, em que
fundamentos cognitivos, formais e comunicativo-sociais são desenhados por um quadro de
interfaces externas e internas (CAMPOS), descrevendo e explicando o fenômeno metafórico sob,
pelo menos, as três perspectivas mencionadas. Para isso, um primeiro objetivo a ser atingido é a

188
defesa de que a interface externa deve ser entendida pelas relações entre disciplinas como a
Psicologia Cognitiva (PINKER; HAPPÉ), a Teoria da Computação (VEALE), a Teoria da
Comunicação-Social, (SPERBER e WILSON), entre outras, representando métodos indutivo-
experimentais, dedutivo-formais e argumentativo-naturais, respectivamente. Um segundo
objetivo é o de que a interface interna diz respeito a relações entre subáreas como a semântica, a
pragmática, e a sintaxe, representando conexões com o que se pode chamar Ciências da
Linguagem. A hipótese mais geral é a de que uma metateoria das interfaces seja assumida como
alternativa adequada para uma abordagem interdisciplinar, tendo em vista objetos complexos
como a metáfora, a partir da perspectiva de Ciências da Linguagem. Quatro secções caracterizam
o presente ensaio: uma primeira secção de caráter introdutório ao contexto da metáfora, uma
segunda seção sobre a noção de perspectiva (GIERE) na construção de processos metafóricos,
uma terceira secção sobre a metáfora e suas interfaces, especialmente a comunicativo-social e
uma quarta parte de considerações finais, em que a forma do tratamento investigativo da
metáfora deveria ficar mais transparente e explícita, considerando-se como aceitáveis as
suposições do presente ensaio.
Palavras-chave: Metáfora. Interdisciplinaridade. Perspectivismo.

METARREPRESENTAÇÃO E METÁFORA: PARALELOS ENTRE TOM E RELEVÂNCIA


Otávio Henrique Koch (UFPR)
Resumo: A abordagem da linguística cognitiva lança luz aos mais variados mecanismos mentais
envolvidos na interpretação da metáfora. No entanto, os mecanismos da pragmática cognitiva
são ignorados por tal abordagem. Notoriamente, tanto falantes como ouvintes lidam com
expectativas sobre a mente alheia para efetivarem a comunicação. Diante disso, a proposta desse
trabalho é evidenciar como a Teoria da Mente (ToM) se relaciona à interpretação da metáfora.
Para tanto, um estudo teórico-argumentativo é realizado a partir da abordagem de Sperber e
Wilson (2008) e Wilson (2010) para a metáfora, dando especial ênfase nos processos
metarrepresentativos.
Palavras-chave: Metáfora. Metarrepresentação. Relevância.

MICROCRÔNICA VERBO-VISUAL, UM NOVO GÊNERO NA PERSPECTIVA DA ESCOLA DE


SYDNEY
Nara Augustin Gehrke (UFSM)
Sara Scotta CabralUFSM)
Resumo: Apresentamos uma pesquisa cujo objeto de estudo é um novo gênero multimodal em
processo de estabilização na esfera jornalística (CAPLE, 2009; BEDNARECK, CAPLE, 2012), por
nós denominado microcrônica verbo-visual. Para avaliar a hipótese de esse gênero poder ser
abordado na perspectiva da Escola de Sydney (MARTIN; ROSE, 2008, 2012), realizamos uma
pesquisa descritivo-analítica com abordagem quali-quantitativa. Protocolos de análise foram
formulados para verificar como significados ideacionais, interpessoais e textuais (HALLIDAY;
MATTHIESSEN, 2004, 2014) eram produzidos multimodalmente por meio da articulação de dois
modos semióticos em um único quadro. Esses instrumentos foram aplicados a um conjunto de
100 microtextos retirados de um jornal com publicação diária e, numa fase posterior da
pesquisa, coletaram-se também textos no ambiente digital. Os contextos de situação e de cultura

189
(HALLIDAY; HASAN, 1989; EGGINS; MARTIN, 1998) foram delimitados e as opções léxico-
gramaticais e visuais nos sistemas da TRANSITIVIDADE e do TEMA (HALLIDAY; MATTHIESSEN,
2004, 2014) foram mapeadas. Os significados interpessoais foram tratados com as categorias de
distância social, contato, status e poder (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006). Por fim, a interação
entre os modos foi abordada em termos de relações simétricas/assimétricas e lógico-semânticas
(BARTHES, 1969; SALWAY; MARTINEC, 2005). Concluímos que a microcrônica verbo-visual é
compatível com a descrição comentada, um dos gêneros do sistema de estórias, porém com
singularidades congruentes com o contexto cultural brasileiro.
Palavras-chave: Gêneros. Multimodalidade. Produção de significados.

MIDIA, ARTES E LITERATURA: CAMPOS POSSIVEIS, RESULTADOS DESEJAVEIS


Scheyla Joanne Horst (UNICENTRO)
Resumo: A presente investigação centra forças nas relações entre Mídia, Artes e Literatura,
explorando cinco conceitos-chaves da Contemporaneidade: as Culturas do Conceito, do Visual,
do Eu, da Portabilidade e da Memória. Neste cenário, o estudo promove reflexão sobre como
objetos produzidos no tempo presente no âmbito do Jornalismo, da Publicidade e das Artes
Plásticas são reapropriados pelo fazer literário, produzindo novos conteúdos que são
consumidos em distintos suportes (para além dos livros impressos) e com diferentes narrativas.
Há aqui ampla análise da bibliografia disponível, em especial os escritos de Andreas Huyssen,
Pierre Nora, Alberto Manguel, Roger Chartier e Wilson Dizard Jr. Uma das hipóteses testadas no
artigo é de que o pastiche, essa técnica cada vez mais utilizada no campo cultural, tende a ser um
forte elemento de ligação entre a Mídia e a Literatura, gerando uma interessante
intertextualidade em muitos casos. Isto é, aquilo que a priori seria algo negativo (já que o
pastiche é também a imitação de estilos em boa medida) tem igualmente condições de contribuir
para inovações no campo da Literatura. A investigação, portanto, toma alguns casos dentro e
fora do Brasil como referência, apresentando subsídios para que o leitor possa seguir com suas
próprias conclusões.
Palavras-chave: Mídia. Literatura. Artes.

MOBILIDADE NA TECNOCULTURA: Q LINGUAJAR É ESSE?


Raquel Salcedo Gomes (UNISINOS)
Marcelo Salcedo Gomes (UNISINOS)
Resumo: Considerando que o plano de trabalho do GT Linguagem e Tecnologias da Anpoll para
o biênio de 2014-2016 congrega o tema tecnologias móveis e levando em conta a participação da
primeira autora no grupo de pesquisa Escrita na Tela, o qual conjuga pesquisadores de
diferentes instituições em investigações sobre a linguagem mediada por tecnologias digitais,
propomos aqui uma reflexão sobre o linguajar enquanto atividade humana situada no fluir de
coordenações de coordenações consensuais de ações (MATURANA, 2001) na era da mobilidade
tecnocultural. Intentamos circunscrever nossa discussão em torno dos conceitos de
tecnocultura, mobilidade, linguajar e suas relações. Tomamos tecnocultura como conceito
guarda-chuva que possibilita distinguir o tempo em que vivemos, de dinâmicas interações com
dispositivos digitais; dentre esses, as tecnologias móveis. Adotamos o conceito devido a seu
caráter antropológico de autorreferencialidade, permitindo pensar a cultura em suas dimensões

190
acionais, no próprio fazer teórico-metodológico do pesquisador e em seu processo de produzir
explicações sobre cultura, mobilidade e atividades de linguagem. Pensamos mobilidade como
um componente da tecnocultura contemporânea que diz respeito ao deslocamento e ao
posicionamento, às tensões entre presença e ausência, à produção de espacializações que
emergem do interagir conversacional mediado por tecnologias móveis, as quais balizam
atividades linguageiras que reestabelecem, a cada enunciação, novas semioses no que concerne
ao estar perto e ao estar longe, aos sentidos que se produzem sobre os espaços, os quais são
hibridizados, sobrepostos e dispersos nos fluxos discursivos. Entendendo o linguajar como um
agir junto (con)sensualmente, em um tocar-se através de signos sonoros e/ou verbo-visuais, nas
telas de nossos dispositivos móveis, objetivamos discutir implicações desse linguajar específico
para a própria linguagem, enquanto sistema semiótico humano, e para a tecnocultura, como
cultura do humano que produz a si mesmo e ao mundo enquanto age e linguajeia.
Palavras-chave: Linguajar. Tecnocultura. Tecnologias Móveis.

MODELAÇÃO PROATIVA DE METAS E CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA


Suelen Francez Machado Luciano (UNISUL)
Resumo: Este estudo busca analisar o processo de formulação, de execução e de checagem de
hipóteses abdutivas antefactuais em situações proativas de criação de campanhas publicitárias.
Defendemos que a teoria de conciliação de metas (RAUEN, 2014), associada às noções de
inferências intuitiva e reflexiva (MERCIER; SPERBER, 2009), pode descrever e explicar a
emergência e a avaliação de insights durante a criação publicitária. Assumimos que a
criatividade na publicidade é superordenada por metas que a equipe de atendimento da agência
publicitária negocia com os clientes, materializa em briefings e entrega à equipe de criação.
Neste contexto, argumentamos que a emergência e a avaliação de insights podem ser mais bem
compreendidas concebendo-as como hipóteses abdutivas em direção à consecução ótima de
metas definidas nos briefings. Nesta perspectiva, defendemos que hipóteses abdutivas
antefactuais de consecução de metas emergem intuitivamente como categóricas por default, mas
podem ser flexibilizadas em seguida por inferências reflexivas auto ou heteromotivadas.
Palavras-chave: Teoria de conciliação de metas. Hipóteses abdutivas antefactuais. Criação
publicitária.

MODELO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS EM EXTENSÃO RURAL: UM ENFOQUE DO CONTEXTO


DOS AGRICULTORES FAMILIARES
Giselle Liana Fetter (UFRGS)
Resumo: Esta pesquisa em desenvolvimento tem como objetivo propor diretrizes de produção
textual voltada para agricultores familiares do Rio Grande do Sul. A comunicação na extensão
rural tem contribuição fundamental para os agricultores no campo, tornando-se ferramenta
crucial para o intercâmbio de técnicas agrícolas, mas que ainda carece de abordagens
linguísticas mais significativas. Inicialmente, realizar-se-á uma análise do perfil cultural e social
dos agricultores familiares a partir dos estudos em comunicação na extensão rural, aliados à
Complexidade Textual e à Sociolinguística. Esta pesquisa fundamenta-se na Linguística
Sistêmico-Funcional e nos princípios de textualidade de Beaugrande e Dressler para a
organização do modelo proposto. Utilizar-se-á um corpus de referência constituído de textos

191
informativos publicados por uma instituição de extensão rural do Rio Grande do Sul. Devido à
alta frequência de termos principalmente da Agronomia e da Veterinária, far-se-á um
levantamento da terminologia, do ponto de vista do extensionista rural e do agricultor, à luz da
Socioterminologia. Percebe-se que há uma preocupação por parte dos extensionistas rurais em
fornecer textos informativos acessíveis, porém esta pesquisa pretende analisar o corpus a partir
da perspectiva dos agricultores para verificar sua adequação ao público-alvo.
Palavras-chave: Extensão Rural. Linguística Sistêmico-Funcional. Socioterminologia.

MODELOS ONTOLÓGICO-CULTURAIS: UMA PROPOSTA DE CUNHO SEMÂNTICO-


LEXICOGRÁFICO VOLTADA À DESCRIÇÃO DE CATEGORIAS
João Gabriel Padilha (UNISINOS)
Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de tese situada no âmbito da
Semântica Cognitiva e da Lexicografia, e cujo tema é a categorização – que, em linhas gerais,
pode ser entendida como o processo de organização e atribuição de sentidos dos seres no
mundo. Por exemplo, sabe-se que uma cadeira é um móvel, assim como a cama e a mesa. Embora
cada um desses móveis tenha uma função no ambiente doméstico, não é esse o critério que os
agrupa sob a categoria mobília, mas a relação parte-todo que mantêm: cadeira, cama e mesa são
partes da mobília. Aparentemente óbvio, esse exemplo ilustra algo recorrente na vida diária:
categorizamos o mundo à nossa volta valendo-nos da linguagem. Entretanto, em muitos casos,
esse expediente não se dá de forma pacífica, como parece ser o caso de álcool, entre outros, em
que não há uma forma de categorização, mas categorizações que parecem conflitar: se, por um
lado, textos institucionais consideram álcool um tipo de droga, textos jornalísticos contradizem
essa ideia ao fazer uso da expressão álcool e drogas. Algo semelhante também se observa no
mundo publicitário, que, em um comercial de cerveja, por exemplo, o álcool não é abordado
como droga, mas como uma substância facilitadora do convívio em sociedade – contradizendo os
pareceres institucionais. Nossa proposta advoga que a compreensão de categorias como álcool,
drogas, acidente etc. bem como sua descrição em um dicionário eletrônico podem ser melhor
sistematizadas através de um modelo ontológico-cultural, ideia calcada, inicialmente, em três
noções: ontologia, Modelos Cognitivos Idealizados (LAKOFF, 1987) e Modelos Culturais
(D´ANDRADE, 1987). Essa proposta acarreta uma abordagem da microestrutura distinta daquela
dispensada pela Lexicografia tradicional, que acomoda a categorização na definição do verbete.
Nesse sentido, os modelos ontológico-culturais apresentam-se como uma contribuição da
Semântica Cognitiva à prática lexicográfica.
Palavras-chave: Categorização. Semântica. Lexicografia.

MODERNIZAÇÃO E RESISTÊNCIA: ARTICULAÇÕES ENTRE POP E POPULAR NA CULTURA


BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Gustavo Arthur Matte (PUCRS)
Resumo: A proposta consiste em pensar a contemporaneidade brasileira pela transição
geracional da cultura pop à popular em meados dos anos 1990, através de paralelos notáveis (de
continuidade e ruptura) entre o período da Tropicália/Marginália e da chamada arte marginal
periférica. A articulação do estudo se dará em torno da hipótese de que a arte pop brasileira dos
anos 1960 e 70, por seu interesse e incorporação de formas, temas e mídias da cultura

192
internacional de massas, baseia-se num gesto de desterritorialização (parcial) do imaginário
cultural, associando-se à globalização e à modernização em curso; a arte periférica da passagem
para o século XXI, por outro lado, movimenta-se no sentido de retratar a experiência da
globalização e da modernização a partir da perspectiva de populações marginalizadas e não-
beneficiárias da modernidade globalizada, denunciando-a por uma ótica interna e de classe, que
afirma a territorialidade cultural e conduz a um resgate do popular – aproximando-se do que
Milton Santos denominou utopicamente como a “revanche da periferia”, ou seja, o momento em
que as tecnologias de massa, tornando-se acessíveis, seriam apropriadas pelos segmentos
populares para produzir o próprio discurso. Para fins desta hipótese, assim, o termo “popular”
refere-se às representações e relações culturais calcadas na comunidade e no território; “pop”,
por sua vez, diz respeito às linguagens, símbolos e formas que atingem escala massiva e
transnacional através da indústria cultural. A investigação proposta partirá de um panorama
sobre obras paralelas (cronológica e formalmente) dos dois períodos, em várias mídias:
coletâneas de poesia (26 poetas hoje [1975, org. Heloísa Buarque de Hollanda] e Literatura
Marginal [2005, org. Ferréz]); ficção (Panamérica [1967, José Agrippino de Paula] e Cidade de
Deus [1997, Paulo Lins]); além de álbuns de canção popular (Tropicália [1968, vários artistas] e
Sobrevivendo no inferno [1998, Racionais Mcs]).
Palavras-chave: Tropicália/Marginália. Literatura de periferia. Pop/popular.

MODOS DE SUBJETIVAÇÃO DO CORPO NO DIZER ARTÍSTICO


Carla Süssenbach (UNISUL)
Resumo Este trabalho traz alguns pontos da minha pesquisa de doutorado: “O Corpo Feminino
na Videoinstalação Espelho Diário de Rosângela Rennó”. A pesquisa se inscreve no campo teórico da
Análise do Discurso pecheutiana, marcado por um lugar de dizer da história e da ideologia
afetado pelos aspectos sociais, procurando fazer uma interlocução com o campo da Arte para
construção do dispositivo teórico-analítico. Espelho Diário é uma instalação multimídia,
concebida no ano de 2001, vídeo de duas horas de duração exibidos em duas telas como se fosse
um espelho. As imagens expostas no vídeo são um resgate de fotografias e anúncios de jornais
que envolviam pessoas de nome Rosângela. A artista interpreta a vida dessas mulheres (133
personagens) que foram compiladas de notícias de jornais durante oito anos (entre 1992 a
2000), empresta-lhes o corpo e a voz. Uma instalação para pensar a especificidade das
linguagens artísticas, as heterogeneidades e as diferenças que compõem a “tecedura” da arte,
condição da arte contemporânea, na qual os diferentes estilos e materiais se interpenetram,
impossibilitando classificações e dicotomias apriorísticas. O vídeo marca a impossibilidade da
identidade do unoe marca os modos de subjetivação que “...desloca-se do eu e passa a ser vista
como inerente a toda a linguagem, constituindo-se, portanto, mesmo quando este eu não é
enunciado” (ORLANDI; GUIMARÃES, 1988). Desloca a fixidez do eu e por meio da performance,
marca a constituição do sujeito pelas múltiplas subjetividades. O objetivo dessa pesquisa é
compreender, por meio das relações discursivas marcadas na videoinstalação Espelho Diário, as
transformações do corpo social da/na contemporaneidade, seus deslocamentos, suas rupturas e
as diferentes posições sujeitos. Tal gesto de compreensão problematiza o jogo entre a memória e
identidade/modos de subjetivação do corpo no dizer artístico.
Palavras-chave: Modos de subjetivação. Corpo. Posição-sujeito.

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MOVIMENTO OU DEPENDÊNCIAS DESCONTÍNUAS: UMA REFLEXÃO INTRODUTÓRIA SOBRE
ABORDAGENS DE INTERROGATIVAS-Q NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
André da Luz Pereira (PUCRS)
Resumo: Tendo por base a perspectiva gerativista, que se desenvolve nos estudos linguísticos a
partir da década de 1950, especialmente pelas contribuições do filósofo e linguista Noam
Chomsky, este trabalho tem por objetivo comparar duas abordagens acerca de interrogativas-Q
(em inglês, wh-questions). O ponto central da comparação é relevância da noção de movimento
para os estudos de interrogativas-Q. Neste sentido, identificamos que há uma corrente que
defende que a noção de movimento é necessária para explicar os fenômenos e outra que acredita
que esta noção não seja necessária, já que haveria uma explicação mais simples.
Especificamente, serão analisadas explicações sobre a construção de estruturas interrogativas
pela Hipótese da Sintaxe mais Simples (CULICOVER; JACKENDOFF, 2005), que considera mais
adequada a abordagem de dependências descontínuas do que a abordagem de movimento. A
ideia de movimento, às vezes qualificada como uma metáfora, se transforma em um eixo
importante na teoria gerativista, especialmente a partir da Teoria de Princípios e Parâmetros
(CHOMSKY, 1982; 1986), ainda que seja mencionada anteriormente – e.g. On wh-movement –
(CHOMSKY, 1977) e se mantém no programa minimalista (CHOMSKY, 1993; 1995). Tendo por
base a hipótese da sintaxe mais simples, os fenômenos descritos e explicados como
dependências descontínuas em interrogativas-Q neste estudo são os seguintes: interrogativas-Q
simples, interrogativas-Q in situ e pied-piping. Além destas, analisamos aspectos sintáticos,
semânticos e pragmáticos de interrogativas eco (echo question) e interrogativas pedagógicas
(quizmaster question). Há outros fenômenos em interrogativas-Q que não são tratados neste
trabalho. Tendo em vista a comparação entre as abordagens movimento e não-movimento, este
é um ponto de partida para analisar outros fenômenos que envolvem a noção de movimento e
interrogativas, como topicalização e deslocamento para a direita e para a esquerda, entre outros.
Para atingir os objetivos propostos, será utilizado um modelo hipotético-dedutivo, em que se
consideram as premissas propostas pelas linhas teóricas em estudo.
Palavras-chave: Interrogativas-Q. Sintaxe. Gerativismo.

MULHERES BRASILEIRAS NAS LETRAS


Francieli Winck (UNISC)
Resumo: Este trabalho apresentará um estudo sobre a condição social e educacional das
mulheres brasileiras, a partir do século XIX. Far-se-á um breve histórico da formação das
Academias Brasileira de Letras e da Rio-Grandense de Letras, além de apresentar a trajetória das
mulheres brasileiras que foram eleitas membros das Academias, devido ao seu reconhecimento
na área das letras. Apesar de a trajetória da mulher brasileira no campo literário ter se
manifestado de forma lenta e conturbada, muitas ocuparam e vêm ocupando com mais
frequência, uma posição de destaque na literatura brasileira. Sabe-se que, até o século XIX, elas
não podiam exercer nenhuma atividade cultural ou intelectual, condicionavam-se a ser
subalternas. As mulheres que iniciaram o movimento feminista, na luta contra o preconceito,
dominação masculina e melhores condições de vida, romperam limites, fazendo com que
pudessem iniciar seu processo de emancipação e conquistar seu reconhecimento social. Foi
nesse período, que elas começaram a se inserir no mundo das letras, conquistando espaços na

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literatura e imprensa. Os primeiros jornais e revistas com características feministas
evidenciaram a imprensa como forma de expressão e reivindicação de direitos políticos e
sociais.
Palavras-chave: Mulheres brasileiras. Academia Brasileira de Letras. Academia Rio-Grandense
de Letras.

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA: LUGAR DE MEMÓRIA, DE HISTÓRIA E DE CULTURA


Maria Cláudia Teixeira (UNICAMP)
Maria Cleci Venturini (UNICENTRO)
Resumo: Este artigo resulta de discussões realizadas pelos componentes e participantes do
projeto de extensão “Museus e arquivos: lugares de memória do/no espaço urbano”, financiado
pela SETI (Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), pelo Programa Universidade
Sem Fronteiras. Filiamo-nos à Análise de Discurso, tal como foi desenvolvida por Pêcheux e, por
Eni Orlandi, a quem coube reler a teoria com vistas a implementar avanços e também pela
Semântica do Acontecimento, que tem como principal teórico Eduardo Guimarães. Diante dessas
duas perspectivas dizemos que os museus funcionam como lugares que guardam memórias e se
constituem por meio de arquivos, os quais se definem pelo viés da história como conjunto de
documentos escritos, desenhos e material impresso, recebidos ou produzidos oficialmente por
determinado órgão administrativo ou por um funcionário. Objetivamos, neste trabalho,
promover discussões teóricas em torno de museus, arquivos históricos e patrimônios no espaço
urbano, buscando destacar a relação entre a cidade e os sujeitos-cidadãos que constituem o seu
corpo sócio-histórico-cultural, polemizando posições-sujeito na constituição de arquivos
estruturadores de museus e arquivos históricos, destacando o lugar institucional desses sujeitos
e o retorno de discursos e de memórias que sustentam a história e a oficialidade desses espaços.
Palavras-chave: Museu. Arquivo. Patrimônio.

NÃO EU: PERSPECTIVAS DE UMA TRADUÇÃO PARA BECKETT


Larissa Ceres Lagos (UFSC)
Resumo: Este trabalho apresenta parte da dissertação de mestrado de mesmo nome que aborda
o estudo e a tradução para a língua portuguesa brasileira da peça Not I, escrita originalmente em
inglês, em 1972, por Samuel Beckett. A peça trabalha com diversos elementos explorados pelo
autor em sua grande obra, como a experimentação das variadas formas artísticas e a
problematização dos limites da linguagem. Pensando em uma tradução que ofereça suporte para
a encenação, o projeto tradutório parte da ideia de como Beckett problematiza a linguagem:
desmembrando não apenas o físico dos seus personagens, fragmentando a unidade pensante
interna, como também a ordem cronológica do enredo através do estilo conciso e do vocabulário
econômico. Nesta breve peça, são apresentadas duas figuras distintas na cena: BOCA e AUDITOR.
Enquanto o texto é interpretado por BOCA, cuja descrição indica estar fracamente iluminada e
com o restante do rosto nas sombras, ao seu lado está AUDITOR, apresentado por silenciosos
movimentos com o braço, coberto da cabeça aos pés por uma djellaba. A pesquisa parte da
análise da peça publicada em língua inglesa e conta com o suporte da versão francesa (traduzida
pelo próprio autor como Pas moi) para propor a uma versão do texto, refletindo não apenas na

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peça enquanto texto escrito, mas que também na qualidade de dramatúrgico, tornando-se
necessário certo cuidado acerca do ritmo e interpretação das palavras ditas em cena.
Palavras-chave: Tradução. Teatro. Samuel Beckett.

NARRATIVAS DISTÓPICAS E PROCESSOS DE REESCRITA DA NAÇÃO EM FILHOS DA PÁTRIA,


DE JOÃO MELO
Kelly Ane Evangelista Santos (UFBA)
Maria de Fátima Maia Ribeiro (UFBA)
Resumo: Tomando como base o livro de contos, Filhos da Pátria, o presente trabalho analisa as
formas como o discurso literário, do escritor João Melo, está interligado a uma corrente literária
angolana pós-colonial que questiona, interroga e reinterpreta a nação fundada após a conquista
da independência nacional. Inicialmente, demonstra-se como essa reescrita crítica da nação se
organiza por meio da construção de uma narrativa amplamente distópica, marcada pela
representação de um presente social onde a realidade destoa amplamente das ideologias e
utopias que caracterizaram o discurso nacionalista da era colonial. Em seguida, aponta-se a
ironia e o diálogo crítico com a história nacional como recursos utilizados para a elaboração dos
quadros sociais de distopia que delineiam o contexto pós-colonial. Por fim, tenta-se evidenciar
como a demarcação dessa realidade distópica não se resume a propagação de uma visão
marcadamente pessimista em relação à nação, se apresentando antes como uma apreensão
crítica do presente com vistas à construção de uma nação verdadeiramente emancipada. Para
efeito de elucidação considera-se especialmente os contos: O elevador, O cortejo, O homem que
nasceu para sofrer, O feto, Abel e Caim e Tio me dá só cem.
Palavras-chave: distopia; desigualdade social; lutas de emancipação.

NARRATIVAS NO VIDEOGAME MASS EFFECT 3: ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DAS


FEMINILIDADES E DAS MASCULINIDADES SOB A ÓTICA DE TEORIAS FEMINISTAS
Cremilson Oliveira Ramos (UNISUL)
Resumo: Este trabalho apresenta análise do caráter inclusivo das diferenças de gênero e sexuais
na construção da narrativa do videogame Mass Effect 3 por meio da representação das
feminilidades e das masculinidades de personagens. O escopo teórico que dá sustentação aos
conceitos de gênero, sexualidade e corpo mobilizados no trabalho recorreu a autores como
Michel Foucault e as feministas Judith Butler(?), Tina Chanter(?), Elizabeth Grosz (?), entre
outros. O conteúdo analisado corresponde a recortes do videogame feitos por meio de imagens e
narração de acontecimentos diegéticos após um amplo reconhecimento do jogo pelo autor por
meio de gaming com mais de duzentas horas. As imagens capturadas representam os corpos das
personagens que contêm indícios de marcações culturais de gênero e sexualidade que sinalizam
para duas categorias da análise: padrões normativos e padrões não normativos. Também foram
feitas aproximações com narrativas fílmicas e de telenovelas, observando-se as formas como
veiculam a representação do sujeito sexual, na tentativa de corroborar a reprodução de um
discurso hegemônico binário totalizante sobre as formas ideais dos corpos gendrados, por meio
da reprodução em massa de determinados padrões, articulando assim teorias sociais
contemporâneas com a literatura. Os achados mostram que o jogo em questão é forjado dentro

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da matriz heteronormativa da sexualidade, que produz e adequa sujeitos dentro do gênero
binário, não dando visibilidade àqueles que não se enquadram na norma hegemônica.
Palavras-chave: Videogame. Gênero. Normatividade.

O ABSURDO EM EUGÈNE IONESCO: UMA RELEITURA A PARTIR DE SUA DRAMATURGIA


Marina Bento Veshagem (UFSC)
Resumo: Eugène Ionesco, dramaturgo romeno radicado na França, produziu em francês a partir
da década de 50 e é identificado como integrante do Teatro do Absurdo, título compartilhado
com seu contemporâneo Samuel Beckett. O termo Teatro do Absurdo foi elaborado na década de
1960 por Martin Esslin, em O Teatro do Absurdo, para agregar o teatro produzido por alguns
dramaturgos – além de Ionesco e Beckett, Fernando Arrabal, Arthur Adamov, Jean Genet e
outros – principalmente nos anos 50. Releituras deste conceito foram feitas em 1980, por
Michael Bennet em Reassessing the Theatre of the Absurd, e em 1984, por Jan Kott em The
Theater of Essence. Essas novas análises do absurdo no teatro fornecem mais ferramentas para a
reflexão sobre as peças desses dramaturgos, como, por exemplo, encarar o absurdo a partir de
sua estrutura, e não de sua temática. Essas são as bases para este trabalho, que propõe repensar
o absurdo em Ionesco a partir da análise de peças como O Rinoceronte, A Cantora Careca e
Macbett, bem como de sua relação com Samuel Beckett. Tais reflexões fazem parte da pesquisa
da autora, que trabalha a tradução de Macbett, de 1972, do francês ao português brasileiro.
Palavras-chave: Absurdo. Teatro. Ionesco.

O AGIR EM LINGUAGENS
Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
Cassiano Ricardo Haag (UNIRITTER)
Resumo: O pressuposto epistemológico que orienta as diferentes pesquisas deste grupo é o de
afirmar a leitura e a escrita como agir de linguagem. Assume-se, também, que a tomada de
consciência das propriedades efetivas dessas ações, de suas tendências, sentimentos e
mecanismos de pensamento, de comunicação e de expressão geram desenvolvimento e
aprendizagem (BULEA, 2010). A leitura e a escrita serão abordadas nas dimensões praxiológicas
e gnoseológicas, a partir da investigação das propriedades dessas ações em sua especificidade e
em suas implicações entre si. Essa prática humana e sua tomada de consciência nos sujeitos das
pesquisas e dos próprios pesquisadores, serão localizadas em situações concretas de
investigação, envolvendo a pesquisa empírica e teórica (pesquisa básica). Esses processos
inserem-se na teoria do agir humano, constituído na linguagem, seja verbal ou não verbal, ou,
ainda, nas linguagens sincréticas (influência de uma sobre a outra), como é o caso da linguagem
digital das mídias. Nesse sentido, a perspectiva logocêntrica, própria da racionalidade, será
estendida, no grupo, para uma perspectiva complementar, própria dos processos afetivos e
estéticos (perspectiva estético-afetiva). Os principais objetivos deste grupo de pesquisa são:
Inserir os processos de leitura e escrita na teoria do agir humano, localizando-os como questão
central dos fenômenos de linguagem; Identificar, descrever e conceituar (conceito em
construção) processos específicos pelos quais novas informações e novas significações são
criadas pela leitura e escrita, assim como processos de tomada de consciência desse processo e
das propriedades especificas da leitura e da escrita; Inserir a leitura e escrita na dimensão

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gnoseológica, identificando como a verbalização, pela tomada de consciência, retorna sobre a
capacidade linguageira de ler e escrever dos falantes, sujeitos das pesquisas, incluindo o
processo de teorização dos dados da pesquisa, por parte dos pesquisadores (princípio do
observador na observação).
Palavras-chave: Linguagem. Agir. Tomada de consciência.

O CINEMA E A LITERATURA DE FICÇAO CYBERPUNK PROBLEMATIZANDO IDENTIDADES


CULTURAIS. UMA ANÁLISE DOS FILMES DIVERGENTE E INSURGENTE
Alessandra da Rosa Trindade Camilo (UNIRITTER)
Resumo: A relação literatura e cinema é uma temática em evidência em discussões no cenário
atual da educação brasileira por introduzir novas possibilidades de leitura de obras, antes
literárias, para a linguagem fílmica. O ato de ler não somente é mediado pelas grandes telas, um
dos manifestos da mídia de largo alcance mais relevantes na contemporaneidade, mas também
passa a ser interferido pelas representações culturais que o cinema lança à sociedade. Um dos
estilos literários que vem se destacando nas adaptações fílmicas é o cyberpunk, um gênero
literário/fílmico advindo da ficção científica e inicialmente considerado um subgênero. A
literatura cyberpunk surgiu na década de 80, ganhando evidência por diversas obras,
especialmente as de William Gibson, que introduziram discussões sobre a relação homem e
tecnologia e a composição de um sujeito orgânico/mecânico. Seguindo os estudos de Duarte
(2000) que tratam do carácter eminentemente pedagógico do cinema e inspirado pelos estudos
de Kellner (2001) que abordam as representações culturais que o gênero literário/fílmico
cyberpunk vem apresentando, o presente estudo visa refletir sobre as identidades que estão
sendo introduzidas pela cinema e que problematizam, interferem e (re)constroem o sujeito
contemporâneo. Para a análise proposta, dois filmes de ficção científica cyberpunk foram
selecionados, sendo eles: Divergente, lançado em 2014 sob direção de Neil Burger, e Insurgente,
lançado em 2015 sob direção de Robert Schwentke, ambos baseados nos livros homônimos de
Veronica Roth, lançados em 2011 e 2012. O referencial teórico dessa pesquisa também encontra
aporte nos estudos de Sibilia (2014), do homem pós-orgânico, e Hall (2003), da identidade
cultural na pós-modernidade, pensando a alquimia entre corpo e tecnologia sob à luz das mídias
digitais.
Palavras-chave: Cinema. Ficção Cyberpunk. Identidades Culturais.

O CORPO FEMININO PLUS SIZE: UMA VISÃO ATRAVÉS DA ANÁLISE DO DISCURSO


Bárbara Pavei Souza (UNISUL)
Resumo: Como linguagem socioculturalmente construída, o corpo enuncia e presentifica
valores. O corpo é o suporte da identidade do indivíduo, sua personificação no mundo, e é a
estrutura básica que estabelece as primeiras relações do ser com outras esferas. Corpo e
discurso andam próximos no campo teórico da análise do discurso. O corpo é tanto uma
linguagem, como uma forma de subjetivação e possuí uma relação estreita com o discurso. Para
a análise do discurso o corpo surge estreitamente relacionado a novas formas de assujeitamento
e, portanto, associado à noção de ideologia. Mais do que objeto teórico o corpo comparece como
dispositivo de visualização, como modo de ver o sujeito, suas circunstâncias, sua historicidade e
a cultura que o constituem. Trata-se do corpo que olha e que se expõe ao olhar do outro. O corpo

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intangível é o corpo que se deixa manipular como lugar do visível e do invisível, do dito e do não
dito. É importante considerar que o corpo funciona como materialidade simbólica de
significação, e que pertencemos sempre a diferentes posições- sujeito, dependendo da formação
discursiva na qual estamos inseridos naquele determinado momento. Assim, o corpo da mulher,
aqui mais especificado pelo da mulher plus size, vai sendo marcado por diferentes posições
sujeitos à medida que os discursos vão interpelando e constituindo essas posições sujeitos das
mulheres que foram adensando papéis sociais da mulher. Este corpo feminino sempre
provisório é produzido pelo efeito que os discursos midiáticos produzem.
Palavras-chave: Análise do Discurso. Corpo Feminino Plus Size. Posição-sujeito.

O CORPO-IMAGEM ENQUANTO MATERIALIDADE SIGNIFICANTE


Nádia Neckel (UNISUL)
Resumo: As análises do Corpo-Imagem na estética contemporânea estão filiadas ao dispositivo
teórico analítico, à Análise do Discurso de linha francesa, a fim de compreender os efeitos de
sentido na opacidade de um discurso atravessado pelo Artístico. Michel Pêcheux já apontara
sobre os modos de significar desde AD69, sendo enfático em seu texto “O papel da Memória”
(1983), a respeito do lugar da imagem na perspectiva discursiva. Assim como os inúmeros
desdobramentos das “Formas do Silêncio” (1995) de Orlandi que nos fazem compreender que
diferentes materialidades significam de modos distintos. Lagazzi (2004/2009) contribui
enormemente com a noção de imbricação material, formulação que nos permitiu abandonar a
velha dicotomia verbal/não verbal. Fora na esteira dessas formulações que chegamos à
Tessitura (funcionamento do significante no artístico), à Tecedura (rede de memória do/no
Discurso Artístico) e às Projeções Sensíveis (NECKEL, 2010), a fim de compreender o corpo-
imagem no audiovisual (vídeos-arte), produções contemporâneas capazes de textualizar o corpo
enquanto materialidade discursiva. Um percurso analítico que se pauta na forma e
funcionamento da imagem/corpo em suas diferentes tessituras, assim como em processos de
produção de sentido da/na materialidade significante e memória discursiva - suas teceduras -,
considerando tanto as condições de produção dos dizeres do corpo/imagem, quanto as suas
formas de circulação.
Palavras-chave: Corpo. Imagem. Discurso.

O CORTIÇO: REFLEXOS HISTÓRICOS E LITERÁRIOS NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX


NA OBRA DE ALUÍSIO AZEVEDO
Nára Boninsegna da Nobrega (UCS)
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo contribuir para o debate sobre as ideias
fundamentadas no discurso científico, com base no evolucionismo e no determinismo climático-
racial, utilizadas como análise social no Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, no
discurso literário. Nesse período, o homem era interpretado como uma máquina guiada pela
ação das leis físicas e químicas, pela hereditariedade e pelos meios físico e social. A análise dar-
se-á a partir da obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, romance de cunho naturalista ambientado na
cidade do Rio de Janeiro, o qual representa a sociedade brasileira e suas relações econômicas,
sociais e de poder, denunciando o insólito cotidiano das classes populares que se acotovelavam
em miseráveis cortiços na então capital brasileira. Por fim, propõe-se uma reflexão sobre o

199
impacto da obra supracitada na literatura nacional que, até então, se apoiava na face sonhadora
e idealizadora da vida, fomentada pelo Romantismo.
Palavras-chave: Literatura. O Cortiço. Aluísio Azevedo.

O CURSO DE LETRAS NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ: “UM


ESTRANHO NO NINHO”?
Heloisa Cristina Rampi Marchioro (UFFS)
Mary Neiva Surdi da Luz (UFFS)
Resumo: Esse trabalho tem por objetivo analisar o discurso da tecnologia e o discurso da
tradição materializados nos documentos institucionais da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR) – campus Pato Branco e do curso de Licenciatura em Letras Português – Inglês,
voltado para a formação de professores, oferecido pela universidade. Procuramos ainda,
compreender como os sentidos para educação, trabalho e tecnologia se filiam ao discurso sobre
a língua, nos documentos institucionais do curso de Letras. O arquivo (corpus) da pesquisa é
constituído pelos seguintes documentos: PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional da
UTFPR, PPI - Projeto Político-Pedagógico Institucional da UTFPR, PAC - Projeto de Abertura do
Curso de Licenciatura em Letras Português – Inglês e o PPC - Projeto Pedagógico do Curso de
Licenciatura em Letras Português – Inglês da UTFPR, campus Pato Branco. A perspectiva teórico-
metodológica da Análise de Discurso (AD) em diálogo com a História das Ideias Linguísticas
(HIL) é basilar em nossa pesquisa, em que mobilizamos as noções de discurso (paráfrase e
polissemia), condições de produção, ideologia, formações ideológica e discursiva, memória,
interdiscurso e intradiscurso e noções de língua. Partimos de dizeres consolidados nos discursos
da Educação Tecnológica no Brasil, em que funciona uma noção de tecnologia que a significa
enquanto um saber especializado, que produz soluções para problemas, matéria com usos e
funções. Nessas condições de produção, o curso de Letras seria tomado como estranho ao
ambiente de uma instituição que se diz tecnológica. Entretanto, a análise dos documentos nos
direciona a uma escolha teórica dentro da Linguística que significa a língua como instrumento,
com seus usos e funções, a de mediadora entre sujeito e realidade. Assim sendo, o curso de
Letras, antes tido como um “estranho no ninho” justifica-se enquanto tecnológico e ganha espaço
na UTFPR, universidade discursivizada enquanto tradicionalmente tecnológica.
Palavras-chave: Análise de Discurso. História das Ideias Linguísticas. Curso de Letras.

O DESENCANTAMENTO EM FIVE O’CLOCK, INTENÇÕES E A ALMA ENCANTADORA DAS


RUAS
Mirian Ruffini (UTFPR)
Resumo: Este estudo analisa as marcas do decadentismo nas obras Five o’clock, de Elysio de
Carvalho (1909), Intenções, de Oscar Wilde (1891) e A alma encantadora das ruas, de João do
Rio (1908). As obras partilham da estética literária Decadentismo, escolhida por seus autores no
intuito de demonstrar, em sua literatura, a oposição ao realismo e à revolução industrial
dominantes na Europa e no Brasil no final do século XIX e início do século XX. O texto
decadentista preconiza a ênfase na escuridão, na civilização e na artificialidade em detrimento
aos elementos da natureza e do mundo real. Em Five o’clock, a personagem de Elysio de
Carvalho empreende o passeio do Flâneur de Baudelaire, transitando entre o Rio de janeiro e

200
Petrópolis e relatando sua visão desiludida da sua sociedade. Observa seu entorno com
estranhamento e nostalgia, ansiando pela beleza e o alento das horas mais silenciosas. No texto
ensaístico de Oscar Wilde, os Dândis Cyril e Vyvian discutem sobre verdade e mentira, máscaras
sociais e realidade. A obra oferece um retrato do modo de vida torpe da sociedade burguesa da
Inglaterra vitoriana e do spleen, que torna as personagens entediadas e reclusas no seguro
ambiente doméstico, propicio à ociosidade e à elucubração. Por fim, João do Rio instaura o
repórter em suas crônicas, descrevendo o ambiente surpreendente das ruas e dos grupos sociais
desprestigiados, refletindo assim a outra face da belle époque carioca.
Palavras-chave: Decadentismo. Belle époque brasileira. Inglaterra vitoriana.

O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE PESQUISA EM REDES DE PARCERIA: UMA


PRÁTICA INVESTIGATIVA POTENCIALIZADORA
Vera Lúcia Lopes Cristovão (UEL)
Priscila Azevedo da Fonseca Lanferdini (UEL/SEED)
Resumo: Este trabalho objetiva apresentar dois Projetos de Pesquisa financiados por agências
de fomento brasileiras e desenvolvidos por membros do Grupo de Pesquisa Linguagem e
Educação (LED), coordenado pela Profa. Dra. Vera Lucia Lopes Cristovão na Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Trata-se de dois projetos “guarda-chuva” articulados a projetos de
pesquisa individuais de temáticas afins, realizados em uma rede de parceria com membros de
outros três grupos de pesquisa: Gêneros Textuais e Práxis Docente (GTPD-UNICENTRO),
Linguagem, Desenvolvimento, Educação e suas Relações (LIDERE-UNESPAR) e Gêneros textuais
e ensino de língua inglesa (GETELIN/UENP). O Projeto de Pesquisa intitulado (Educ)ação de
professores de línguas: trabalho e desenvolvimento na práxis docente visa investigar a práxis
docente (em serviço e em pré-serviço), seus elementos constitutivos e o desenvolvimento
decorrente dessa práxis. Já o projeto de pesquisa Formação inicial e continuada de professores:
(re)configurando o agir docente no trabalho de planejamento, produção e implementação de
materiais didáticos visa investigar o agir docente no tocante ao planejamento, produção e
implementação de Sequências Didáticas (SD) (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004), bem como a outros
dispositivos didáticos utilizados no ensino de línguas. Ambos enfocam questões relacionadas à
linguagem e à educação no processo do desenvolvimento humano. Os referenciais teóricos e
metodológicos utilizados advêm da corrente teórica do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD)
(BRONCKART, 2008; 2006; 1999; SCHNEUWLY; DOLZ, 2004; MACHADO; BRONCKART, 2009) em
articulação com outros referenciais teóricos. As pesquisas desenvolvidas no âmbito dos projetos
têm apresentado resultados importantes para a área de formação inicial e continuada de
professores, sejam elas decorrentes das atividades desenvolvidas no âmbito de programas
institucionais ou realizadas nas escolas e universidades envolvidas. Além disso, o espaço coletivo
de pesquisa possibilitado por essa rede de parceria tem se apresentado como uma ferramenta
potencializadora de desenvolvimento.
Palavras-chave: Grupo de pesquisa Linguagem e Educação (LED). Projetos de Pesquisa. Redes
de parceria.

O DISCURSO DA FALTA E DO EXCESSO: A AUTOMUTILAÇÃO


Ana Paula Vieira de Andrade Assumpção (UCPEL)

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Resumo: Tomamos o corpo afetado por um sintoma que vem aumentando gradativamente nos
últimos anos entre os jovens: a automutilação. Entendendo que se faz necessário compreender
que prática é essa que o sujeito investe em seu corpo, mobilizamos, em nosso corpus empírico,
material teórico oriundo da Psicanálise em sua articulação com a Análise de Discurso
pêcheutiana. A AD trabalha com as estruturas-funcionamento, ideologia e inconsciente, que se
encontram materialmente ligadas na ordem do significante da língua. Isso significa dizer que,
nos processos de constituição do sujeito pela linguagem, o inconsciente e a ideologia são
inseparáveis. A presente pesquisa visa à compreensão do discurso inscrito literalmente no corpo
do sujeito. O corpo, de acordo com a perspectiva adotada no presente trabalho, é percebido
como objeto discursivo. É o corpo dominado pela linguagem que não escapa da interpelação
ideológica, corpo desejante e desejado, submetido ao poder, culturalmente construído, corpo
dócil e submisso, mas que também resiste simbolicamente, que se manifesta em diferentes
práticas discursivas. Vista historicamente, a construção do corpo através da estética, da
religiosidade, do consumo e da sexualidade demonstra a fragmentação dos sujeitos, sujeitos
vazios, angustiados, insatisfeitos com sua aparência física e existência, que não se reconhecem
na passagem para a vida adulta. Daí a automutilação, um ato simbólico de transgressão, uma
tentativa de discursivizar a angústia que o sujeito sente em decorrência do assujeitamento à
forma-sujeito contemporânea. Nossa proposta é tomarmos o corpo como lugar de observação de
sentidos e identificarmos de que forma, através de elementos linguísticos e enunciativos
retirados de enunciados do Facebook, esse sintoma é discursivizado. Os enunciados possuem
pistas indicativas do movimento exacerbado de autopunição criando a “necessidade” de uma
configuração corpórea diferenciada, submetida à sensação de domínio e poder sobre o corpo de
um sujeito que, pela falta de uma falta, busca o gozo excessivo.
Palavras-chave: Discurso. Falta. Excesso.

O DISCURSO DIRETO NA AQUISIÇÃO DA ESCRITA: A PERSPECTIVA ENUNCIATIVA


Giordana França Ticianel (UEM)
Resumo: Neste trabalho, propomos duas classificações para o estudo do discurso direto (DD):
normativa e enunciativa. A perspectiva normativa reúne abordagens do DD voltadas, de forma
quase exclusiva, à identificação de características e proposição de regras de uso dessa forma do
discurso relatado (Cf. AZEREDO, 2008; BECHARA, 2006; CUNHA, 1985; GARCIA, 1985; MANUAL
DE REDAÇÃO DA FOLHA, 2008; NICOLA, 2014). A perspectiva enunciativa, por sua vez, reúne
abordagens do DD que, a nosso ver, estariam mais preocupadas com os efeitos de sentido
provocados pelo uso do DD (CF. AUTHIER-REVUZ, 1990, 1998, 2004; BAKHTIN, 2010; BENITES,
2002; CANDIDO, 1989; LEITE, 2005; MAINGUENEAU, 1993, 1996, 2011; MICHELLETI, 2008;
ROMUALDO, 2003; SCADELAI, 2003; VENANCIO, 2002). Essas duas perspectivas podem ser
utilizadas para a análise do DD produzido por escreventes em processo de aquisição da escrita;
entretanto, elege-se uma perspectiva enunciativa. Assim, nosso objetivo é investigar o DD em
493 produções textuais de escreventes dos quatro antigos primeiros anos do ensino
fundamental. Para essa investigação, elencaremos as principais características de
funcionamento do DD nessas produções, partindo, para isso, das contribuições de Ferreiro e
Pontecorvo (1996), Ticianel (2012, 2013), Capristano e Ticianel (2014), Perroni (1989, 1992),
Rojo (1990), Tfouni e Monte-Serrat (2013). Nesse percurso, buscaremos evidenciar,

202
principalmente, que uma perspectiva enunciativa se mostra mais produtiva, já que investiga o
DD como instância enunciativa e não como um mero recurso gráfico.
Palavras-chave: Aquisição da escrita. Discurso direto. Perspectiva enunciativa.

O DISCURSO EM TEMPOS DE CRISE


Daisy Batista Pail (PUCRS/ULBRA)
Resumo: O presente trabalho tratará de argumentos apresentados em diálogos de interesse
jurídico. O tratamento se dará através de interface entre linguística e lógica formal e informal,
fazendo-se distinção entre argumentos práticos e técnicos. Uma vez que o tema se apresenta
complexo e amplo, será realizado recorte com enfoque em aspectos de natureza pragmática.
Conforme Wilson e Sperber (2012), para se ter uma proposição completa se faz necessário um
processo de enriquecimento (chamado de explicatura), para o qual a pragmática se torna
determinante. Uma vez que em contexto jurídico a noção de verdadeiro e falso é assumida como
premissa para tomada de decisões, é importante que a proposição seja completa. Apesar disso,
não apenas argumentos dedutivos compõem o diálogo jurídico (que apresenta uma heterogenia
de tipos, como apontado por Walton, 2008), há uma mistura também de argumentos indutivos e
plausíveis, que podem se caracterizar como falácias e ainda assim serem aceitos. Ademais,
também se abordará aspectos retóricos desses argumentos, pois a sua forma pode vir a ser
determinante para as implicaturas geradas. Esse último aspecto é abordado em uma perspectiva
de retórica linguística (COSTA, 2010), na qual se defende que a forma tem efeito sobre o
conteúdo. Esse efeito, contudo, não é composicional (e nem proposicional), e, logo, se encontra
fora do escopo da semântica formal, impossibilitando condições de verdade, inserindo-se
inevitavelmente no âmbito pragmático. Desta forma, as interfaces internas linguísticas serão
entre pragmática e semântica, morfologia, fonologia e sintaxe, porquanto elementos dessa
natureza podem vir a contribuir para a geração de implicaturas, ainda que fracas (na acepção da
Teoria da Relevância de Sperber e Wilson, 1995). Este trabalho está em desenvolvimento e
integra um projeto maior, inserido no grupo de pesquisa SynSemPra.
Palavras-chave: Proposição. Retórica. Inferência.

O EFEITO DE PRIMING SINTÁTICO EM PORTUGUÊS BRASILEIRO


Mariana Terra Teixeira (PUCRS)
Resumo: Priming sintático é o efeito de repetir a estrutura de uma sentença processada
anteriormente. Nas línguas naturais em geral, na oralidade, produzimos mais frases na voz ativa
(88% em inglês, 92% em holandês e 89,5% em português brasileiro, por exemplo) do que na voz
passiva. É possível estimular a produção de estruturas passivas (ou de estruturas infrequentes),
como “A mulher foi ajudada pelo homem”, se for dado ao falante, em um momento anterior, um
prime passivo, como a sentença “O menino foi fotografado pela menina”. O efeito de priming
sintático ocorre quando, ao ser induzido, em um primeiro momento, a produzir uma frase na voz
passiva, o falante gera, em um segundo momento, uma sentença também na voz passiva,
indicando que essas duas sentenças têm uma relação estrutural entre si. Neste trabalho,
investigamos o efeito de priming sintático na produção de sentenças ativas e passivas de
crianças e adultos falantes de português brasileiro (PB). Os participantes do presente estudo são
crianças de 8 e 9 anos matriculadas em escolas públicas vinculadas ao Projeto ACERTA

203
(Avaliação de Crianças Em Risco de Transtorno de Aprendizagem), do Instituto do Cérebro do
Rio Grande do Sul, e adultos estudantes de graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul e da Universidade Federal do Rio Grande do sul. Os objetivos desta pesquisa são
(i) investigar o processamento sintático de crianças e adultos através do efeito de priming
sintático; (ii) verificar, através da produção de sentenças passivas e ativas, a existência do efeito
de priming sintático em português brasileiro; (iii) verificar se o efeito de priming sintático pode
ser explicado pela teoria cognitiva de Implicit Learning (CHANG; DELL; BOCK, 2006). O efeito de
priming sintático se manifestou significativamente em crianças e não foi encontrado em adultos
falantes do PB.
Palavras-chave: Priming sintático. Aprendizagem implícita. Processamento da linguagem.

O EFEITO DE VERDADE NA COMPOSIÇÃO DE BOATOS


Israel Vieira Pereira (UNISUL)
Resumo: Neste trabalho, buscamos discutir sobre o efeito de verdade que os boatos provocam
com base nos estudos discursivos. Para tanto, utilizamos as reflexões discursivas sobre boatos
apresentadas por Eni Orlandi (2012), conjugadas com as teorizações em relação à verdade
formuladas por Arendt (2011), Chauí (2004) e Foucault (2013). Para tanto, adotaremos como
corpus o boato do show do Radiohead em meio ao movimento de esquerda Occupy Wall Street.
Concluímos que o boato assume o lugar de Verdade Fatual por conta dos critérios discursivos de
produção e interpretação de enunciados.
Palavras-chave: Boatos. Verdade. Política.

O ENSINO DA LEITURA LITERÁRIA COM BASE NOS PRESSUPOSTOS DA SEMIÓTICA


DISCURSIVA E DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL E DA ATIVIDADE
Marion Rodrigues Dariz (UCPEL)
Resumo: Inúmeras são as colocações que apontam para o fato de os estudantes brasileiros não
serem leitores proficientes na língua materna. Tal fato tem sido comprovado diante dos
resultados ruins apontados nos exames nacionais e nos levam a acreditar que essa defasagem é
consequência da falta de um trabalho efetivo em sala de aula com leitura de textos literários ou
não. Tendo em vista essa situação problemática, sentimos a necessidade de repensar a situação
que se apresentava e procuramos desenvolver algumas atividades, até então desenvolvidas
“intuitivamente”, sem embasamento teórico, e que não estivessem presas a roteiros pré-
estabelecidos como a ficha de leitura, por exemplo. Assim, nosso objetivo é discutir/apresentar
estratégias de construção do sentido nos processos de ensino e de aprendizagem da literatura
(leitura e escrita), por meio uma Atividade Orientadora de Ensino (AOE) (MOURA, 2010), na
qual inclui, dentre outras tarefas, a gravação de pequenos curtas-metragens com base no texto
literário estudado. Ao lerem a obra, discutirem-na, assistirem a versões cinematográficas
diversas e produzirem seus “curtas”, os alunos transitam em vários meios semióticos,
interpretando-os e posicionando-se criticamente. Para desenvolvimento e análise do trabalho,
utilizaremos, além da Teoria Histórico-Cultural e da Atividade (VYGOTSKY, LEONTIEV,
DAVYDOV), os pressupostos teórico-metodológicos da Semiótica Discursiva (GREIMAS), a qual
se encarrega de explicitar e explicar a organização do texto, o que torna possível uma
compreensão, interpretação e avaliação. A apreensão do sentido é, consoante a Semiótica

204
Discursiva, possível de ser explicitada e aprendida. Para isso, o professor precisa desenvolver
uma competência, como sujeito dotado de um saber e/ou poder para operar a transformação em
outro sujeito, por meio de performance, ou seja, uma AOE, capaz de proporcionar ao educando
entrar em conjunção com seu objeto de valor: o saber, o aprender (a ler, compreender,
interpretar...), ficando disjunto do desconhecimento, da ignorância.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Atividade Orientadora de Ensino. Semiótica Discursiva.

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ESCRITA EM UMA ESCOLA BILÍNGUE PARA SURDOS


Daiana Steyer (UNISINOS)
Resumo: Este trabalho está vinculado à pesquisa “Língua Portuguesa e Libras nos anos iniciais
do Ensino Fundamental de 9 anos: rumo ao letramento de surdos”, cuja meta é analisar o
aprendizado da leitura e da escrita em turmas de anos iniciais do Ensino Fundamental em uma
escola de surdos, a fim de compreender e refletir sobre o desenvolvimento linguístico de
crianças surdas durante o ensino de leitura e escrita nesse nível de escolaridade. Como apontam
Pereira (2005) e Fernandes (2006), as dificuldades que os alunos surdos geralmente
apresentam na leitura e na escrita não decorrem da surdez, mas do conhecimento que têm da
língua portuguesa, o que resulta, em grande parte, da forma de ensino a que foram submetidos.
Com o objetivo de saber mais sobre esse contexto, têm sido observados momentos de ensino da
língua portuguesa. Nesta comunicação, portanto, serão partilhadas algumas situações em que a
língua portuguesa escrita foi trabalhada com alunos surdos no 2o e no 3o ano do Ensino
Fundamental. Serão apresentadas propostas desenvolvidas em sala de aula, destacando-se as
relações possíveis entre a modalidade escrita da língua-alvo e as potencialidades das crianças
surdas e o uso da Libras nesses contextos. Além disso, evidenciam-se aspectos relacionados às
diferentes modalidades das línguas em uso, uma vez que língua portuguesa escrita e Libras
permitem o ensino e a aprendizagem desses alunos. Diante de uma realidade educacional que
vem passando por constantes mudanças em busca do acesso e do uso produtivo de ambas as
línguas dentro e fora da escola, entende-se que os dados deste estudo podem contribuir para
que sejam (re)pensadas as propostas pedagógicas, tendo em vista não só uma aprendizagem
significativa mas também a qualidade de vida.
Palavras-chave: Educação de surdos. Língua portuguesa. Ensino fundamental.

O ENSINO/APRENDIZAGEM DE PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA DE GÊNEROS DA ESFERA


JORNALÍSTICA: O EDITORIAL E A NOTÍCIA
Tânia Maria Barroso Ruiz (UFSC)
Resumo: Esta comunicação apresenta uma proposta de elaboração didática para a prática de
produção textual escrita de gêneros da esfera jornalística através do jornal escolar. Para isso, foi
realizada uma pesquisa-ação colaborativa com a professora de Língua Portuguesa e 27
estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental em uma escola pública municipal de Florianópolis,
SC, Brasil. A base teórico-metodológica se insere nos estudos do Círculo de Bakhtin e na
Linguística Aplicada no âmbito do ensino das práticas de linguagem mediadas pela noção de
gêneros do discurso. O objetivo é investigar se os estudantes conseguiram se apropriar dos
conhecimentos discursivos e linguísticos requeridos para a compreensão e produção textual
escrita do editorial e da notícia durante a experiência de edição do jornal escolar. Os dados

205
gerados foram o processo de elaboração didática e as duas edições impressas do jornal escolar
De olho no Carva. Os resultados da análise apontam que os estudantes construíram os saberes
requeridos para a compreensão e produção textual dos gêneros editorial e da notícia e tiveram
uma experiência significativa de ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa.
Palavras-chave: Ensino/aprendizagem. Linguística Aplicada. Círculo de Bakhtin.

O ESPIRAL DA MEMÓRIA
Vanessa Zucchi (PUCRS)
Resumo: A existência de uma identidade nacional portuguesa foi um dos temas que ressoaram
nos debates intelectuais do país. A difusão de imagens e discursos que formam um imaginário
coletivo relacionado à nação, não é, entretanto, exclusividade dos acadêmicos. A eles coube,
contudo, a transformação dessa discussão em uma constante, como se percebe em movimentos
como Romantismo, a Geração de 70, o Neogarrettismo, o Saudosismo, a Renascença Portuguesa,
o Integralismo Lusitano, entre outros. Contemporaneamente, enquanto a discussão das
identidades nacionais adquire modelos que tencionam menos a exaltação do que a
problematização do caráter excludente, a questão parece não ter alterado tanto. Na esteira dessa
constatação, esse trabalho enseja evidenciar como o escritor Baptista-Bastos ensaia, no interior
da narrativa ficcional Um homem parado no inverno (2002), uma forma de pensar a identidade
nacional portuguesa, ao intercalar a narrativa ficcional de um homem viúvo em um autoexílio,
com o resgate e a representação do elementos que constituem (ou não) o ser português.
Palavras-chave: Identidade. Literatura portuguesa. Literatura contemporânea.

O FANTÁSTICO COMO AMEAÇA EM INCIDENTE EM ANTARES, DE ERICO VERISSIMO


Felipe Teixeira Zobaran (UCS)
Resumo: Este trabalho busca analisar a importância do elemento fantástico na obra Incidente
em Antares, de Erico Verissimo. Para tanto, parte-se de Roas (2014), que define que a literatura
fantástica não propõe mera evasão, mas subverte e ameaça a realidade e pode,
consequentemente, servir para promover denúncia social. Com base na crítica contemporânea
de Verissimo, focalizada por autores como Zilberman (2001), Bordini (2004), Lima e Silva
(2005) e Bastos (2008), constata-se que a última obra publicada em vida pelo romancista
gaúcho, embora altamente crítica com relação ao governo militar vigente em 1971, obteve
aprovação pela censura e sucesso imediato e duradouro. A escolha narrativa de representar
defuntos insepultos que julgavam os vivos e revelavam seus podres subverte a realidade
construída na própria narrativa, e também fora dela; a crítica ao governo contida na diegese, por
mais clara que seja, não diz respeito ao plano da realidade concreta sem que haja interpretação
literária. O elemento fantástico em Incidente em Antares é um clamor por liberdade em tempos
difíceis.
Palavras-chave: Erico Verissimo. Literatura Brasileira. Fantástico.

O FAZER MIDIÁTICO E OS DISCURSOS TECNOLÓGICOS


Angela Maria Meili (UNESPAR)
Resumo: Se “tecnologia” significa “conhecimento sobre a técnica”, entendemos que o uso das
tecnologias condiz com formas de pensamento ou discursos sobre a técnica e,

206
consequentemente, sobre o seu papel na vida humana. Assim, concepções acerca da técnica
criam condições para o desenvolvimento de práticas, quais sejam, culturas tecnológicas. As
práticas culturais contemporâneas, de modo geral, atrelam-se à manipulação de artefatos
midiáticos de toda natureza e, por isso, manifestam apropriações diversas de formações
discursivas (FDs) que amparam o universo tecnológico. Exploraremos três FDs (o liberalismo
econômico do mercado de bens midiáticos; a tecnologia e o acesso igualitário à informação; e o
ativismo tecnológico e o discurso libertário), associando-as a práticas culturais específicas de
apropriação das ferramentas e conteúdos midiáticos. Nos servirão de base autores como Michel
de Certeau, Henry Jenkins, Michel Foucault, Norman Fairclough e Chris Anderson.
Palavras-chave: Tecnologia. Discursos. Mídia.

O FIO DE ALICE: EXÍLIO DO NARRADOR EM A RAINHA DOS CÁRCERES DA GRÉCIA


Emanuelle Alves Adacheski (UEPG)
Resumo: O gato de Cheshire aparece aos poucos. Primeiro o sorriso, depois os olhos, as orelhas,
a cabeça. Para Alice, na obra de Carroll, em meio ao jogo de críquete com a Rainha de Copas, e
citado dentro de A rainha dos cárceres da Grécia (1976), de Osman Lins. Seguindo o fio dessa
ideia de aparição e progressão, buscamos refletir como Lins tenta dizer o indizível num
movimento de texto que metamorfoseia o narrador do romance, escritor de um diário que
registra a leitura de obra inédita (o fundo falso e homônimo de A rainha), em personagem desse
romance que ele lê. A viagem de Alice se dá com o fundo de um retorno e uma explicação (Alice
sonhava), culminando em narração, e sempre na superfície do sem sentido, que é abrigado na
explicação onírica. Já o exílio do narrador da Rainha culmina na língua morta, como observa
Vecchi (2014) valendo-se de Agamben. Ele ingressa no sem retorno, no sem explicação, na
barreira mesma da impossibilidade do sentido final. Localizamos, assim, a narrativa de Lins num
pensamento blanchotiano da literatura, pensada como fala errante, separada e que anuncia o
perigo da linguagem. O narrador, ao contrário da obra de Carroll, avança no sem sentido da
linguagem, busca explicá-la e é nesse processo que ela se rompe, mostra-se incapaz de garantir a
identidade, o reconhecimento e a memória.
Palavras-chave: Exílio. Osman Lins. Alice no país das maravilhas.

O FUNCIONAMENTO DE LÍNGUA, HISTÓRIA E MEMÓRIA NA HISTÓRIA DAS IDEIAS


LINGUÍSTICAS NO SUL
Verli Petri (UFSM)
Mary Neiva Surdi da Luz (UFFS)
Caroline Mallmann Schneider (UFFS)
Resumo: O GrPesq/CNPq Linguagem, sentido e memória, liderado por Amanda Scherer (UFSM),
trabalha a partir de duas linhas de pesquisa bem atuantes, trata-se da linha “Língua, sujeito e
história” e da linha “História das Ideias Linguísticas no Sul”. Para apresentação de resultados
parciais de nossas pesquisas, inscrevemos nossas reflexões na segunda linha de pesquisa citada.
Portanto, a presente proposta de trabalho traz à baila uma das discussões engendradas no
interior do grupo sobre as noções de discurso, língua e memória da perspectiva da História das
ideias Linguísticas. Desta perspectiva, o discurso é tomado em suas relações com a história,
tendo como materialidade de análise a língua; ou seja, partimos do princípio de que todo

207
discurso está situado na história e é afetado por uma exterioridade que o constitui. Diante disso,
temos nos dedicado a estudos que se caracterizam, sobretudo, pela reflexão acerca de questões
que perpassam o processo de produção do conhecimento linguístico na história, tomando por
base a observação de diferentes materialidades vinculadas a discursos da e sobre a língua.
Dentre esses estudos, destacamos nossas reflexões sobre a história e a constituição teórica que
sustentou a fundação disciplinar da linguística, bem como a introdução da disciplina nos cursos
de Letras na Região Sul. Os objetos de análise por nós mobilizados voltam-se, por exemplo, a
materiais instrucionais, instrumentos linguísticos, história de vida profissional, periódicos
científicos, programas e ementários da disciplina de linguística, dentre outros. Tais discursos são
considerados como objetos históricos e possibilitam a compreensão tanto do modo como a
produção do conhecimento linguístico constitui-se, em determinada conjuntura sócio-histórica e
ideológica, como o modo de circulação do conhecimento e dos efeitos de sentidos que aí são
produzidos.
Palavras-chave: Língua. História das Ideias Linguísticas. Discurso.

O GÊNERO DISCURSIVO FÓRUM: A AUTORIA NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Conceição Aparecida Kindermann (UNISUL)
Nesta comunicação, apresento como o sujeito se constitui autor, no gênero discursivo fórum, na
EaD. Para isso, utilizo a sala virtual – EVA – da Unisul Virtual, campus da Universidade do Sul de
Santa Catarina. Para analisar a configuração da autoria, busca-se o como o Outro (alteridade) se
inscreve no processo de escrita do sujeito-autor. Adota-se, desta forma, os pressupostos teórico-
metodológicos da Análise de Discurso. Pressupõe-se, a partir dessa base teórica, a construção
heterogênea do texto e dos sentidos. No processo de aprendizagem da língua, não são apenas
habilidades de escrita que o sujeito adquire, mas habilidades que atendam às exigências sociais,
habilidades de práticas discursivas para inserir-se na sociedade. A instituição educacional, como
agência de letramento, deve estar compromissada com uma formação geral. Nesse sentido, o
ensino da língua portuguesa deve (ou deveria) se pautar nos diferentes gêneros discursivos que
se formam, se alteram e circulam na sociedade. Bakhtin (1953) trata dos gêneros discursivos
como tipos de enunciados marcados pelas esferas de utilização da língua e, também,
caracterizados por essas dimensões. Esse autor relaciona o uso da língua com as diversas
atividades humanas em sua concretude. A língua se realiza em enunciados concretos e únicos,
que refletem as esferas de comunicação. Percebe-se a preocupação do teórico em demonstrar
que a língua se materializa em acontecimento e marcado pela esfera social em que se inscreve.
Palavras-chave: Gênero discursivo; função autor; acontecimento: autoria.

O GRANDE OUTRO DA IMPRENSA E O OBJETO A NOS PROTESTOS DE JUNHO DE 2013


José Isaías Venera (UNISUL)
Resumo: O desafio é de articular a noção de grande Outro lacaniano nos discursos da grande
imprensa sobre os protestos de junho de 2013 com a noção de objeto a, objeto causa de desejo. O
recorte se dá nos primeiros protestos quando a grande imprensa fez funcionar um conjunto de
significantes para criminalizar os manifestantes, sobretudo, ligados ao Movimento Passe Livre
(MPL) e aos partidos de esquerda. Para Lacan, “[...] o desejo do homem é o desejo do Outro”
(2005, p. 30). O grande Outro nos protestos não são os políticos e nem a Polícia Militar na busca

208
para conter os manifestantes, mas se manifesta nos discursos, como o que está em análise, dos
maiores veículos de comunicação do país ao reivindicar, por exemplo, maior rigor das
autoridades, como o que aparece no editorial do O Estado de S. Paulo: “As autoridades da área de
segurança pública, já sabendo disso, deveriam ter determinado à polícia que agisse, desde o
início do protesto, com maior rigor” (08/06/13). Une-se ao discurso como sendo sempre de
outra ordem que não a do sujeito (tomamos aqui o editorial como uma tipologia discursiva que
expressa a posição ideológica do veículo), a noção de objeto a, como o que fica sempre faltando
para que o grande Outro se efetive, por isso é causa de desejo. Entre os questionamentos
levantados pela imprensa, fica a angústia de querer saber o que querem os manifestantes. Este
resto a-significante, que nunca se resume ao que se consegue articular nos registros do
simbólico e do imaginário vem também como uma variação do Real. O que querem os
manifestantes, como se vê articulado nos discursos, não pode ser só a redução de 20 centavos na
tarifa do transporte público, nem o fim da corrupção, nem mais educação e saúde.
Palavras-chave: Outro. Objeto a. Discurso.

O INÍCIO DO HORROR: O NASCIMENTO DO GÊNERO DE TERROR NO CINEMA E SUA


RELAÇÃO COM A GUERRA
Daniel Lucas de Medeiros (UNISUL)
Resumo: Desde a sua criação, o cinema está associado ao medo. Nos primórdios da invenção do
cinematógrafo, esse medo estava ligado à nova tecnologia que se apresentava de maneira mágica
diante dos espectadores. A história conta que as pessoas que assistiram ao curta A Chegada de
um Trem à Estação (1896), dos irmãos Lumière, deixaram a sala de exibição com medo de serem
atropelados pelo trem que era mostrado na tela. Ainda assim, o filme em si não trazia nada de
sobrenatural que o pudesse caracterizar como um filme de terror. Isso veio pouco tempo depois,
com Georges Méliès, que dirigiu em 1896 o curta A Mansão do Diabo, no qual aparece
caracterizado como Mefistófeles. Essa foi uma das primeiras manifestações do que viria a ser o
gênero de terror no cinema, trazendo referências da literatura. Na década de 1920, outras
manifestações que poderia se chamar de um cinema de terror apareceram na Alemanha, em
meio às sombras do expressionista. Porém, os filmes expressionistas ainda não se encaixaram no
gênero de terror justamente porque essa noção de gênero não existia dentro do cinema. O
gênero de terror no cinema só surgiu na década de 1930, quando o estúdio Universal apresentou
a proposta de uma realidade fantasiosa que contrapunha a seriedade da crise econômica que
assolou o país. Esse conceito se agravou ainda mais na década de 1940, quando os horrores da
guerra se tornaram quase insuportáveis, o que fez com que os filmes ficassem ainda mais
fantasiosos, tornando-se paródias de si mesmos. A proposta deste trabalho é apresentar melhor
essa relação político social entre o cinema de terror e a maneira como o medo se apresenta na
sociedade contemporânea à sua produção, tendo como base os primeiros cinquenta anos de sua
existência.
Palavras-chave: Cinema. Terror. Política.

O MITO DO NATIVO DA LÍNGUA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE COMO IDENTIDADES SÃO


(CO)CONSTRUÍDAS EM UMA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA
Paula Cortezi Schefer Cardoso (UNISINOS)

209
Resumo: Neste trabalho, debruço-me sobre o tema da construção de identidade de falantes em
uma sala de aula de inglês como língua estrangeira com base nos autores Rajagopalan (1997,
2004), Crystal (1994, 2000a, 2000b, 2008) e Kramsch (2009) e no aparato teórico-metodológico
da Análise da Conversa (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974). Tendo em vista que o objetivo
deste trabalho é verificar se o conceito de falante ideal de língua inglesa é socialmente
construído na sala de aula e, caso seja, como os participantes demonstram isso uns aos outros,
analisei dez aulas de uma turma de língua inglesa. A geração dos dados se deu a partir da
gravação em áudio das aulas de uma turma de nível intermediário em uma escola de idiomas
localizada no sul do Brasil. Posteriormente, as interações foram transcritas com base nas
convenções propostas por Jefferson (2004) e analisadas por meio da perspectiva êmica
(ROBINSON, 2013) e pela sequencialidade interacional (STIVERS, 2013). Os resultados da
investigação apontam que, nesse contexto, os interagentes se mostram competentes
comunicativamente para liderar discussões, sugerir novos tópicos e assumir identidades
variadas e que, portanto, o conceito de nativo da língua inglesa como falante-alvo e prestigioso
está fora das orientações demonstradas por esses interagentes.
Palavras-chave: Variação Linguística. Identidade. Língua Inglesa.

O MITO XOKLENG E O IMAGINÁRIO DO MEDO COMO MEMÓRIA E LINGUAGEM DOS


COLONIZADORES DO ALTO VALE DO ITAJAÍ - SC
Leidiane Coelho Jorge (UNISUL)
Resumo: O mito, para estabelecer-se como tal, constitui-se de elementos matrizes-arquetipais
que são narrados e tecidos por um determinado grupo em dado tempo-espaço. Da mesma forma,
o fortalecimento do mito se faz através dos usos, de repetidos exercícios de memória e de
linguagem na busca por manter viva e atualizada sua percepção acerca de um determinado fato,
pessoa, cultura, etc. Os fios que compõem a tessitura dessas narrativas míticas são tingidos pelo
contexto sócio-histórico-cultural dos atores sociais, assim, seus sentimentos, predileções e
experiências amparam a construção das narrativas. Esse trajeto social cerceia e enreda os
componentes dessa bacia semântica constituída em sua essência por constelações de imagens
simbólicas, que passam a ser reconhecidas e disseminadas até por gerações. Em se tratando das
narrativas dos descendentes dos colonizadores do Alto Vale do Itajaí – SC, acerca dos Xokleng,
traços elementais presentes insurgem encharcados de um Imaginário do Medo resultante das
relações estabelecidas pelos grupos indígenas e os primeiros colonizadores da região.
Constatação essa evidenciada nas narrativas orais coletadas no mesmo local. Compreender a
força desse imaginário resgatado pela memória e reafirmado pela linguagem é o propósito a que
se destina esse trabalho.
Palavras-chave: Memória. Linguagem. Imaginário do Medo.

O PERFIL FEMININO DA MULHER RELIGIOSA E DA MULHER COMUM NA PRODUÇÃO


POÉTICA DE D. ALFONSO X: ESTUDO DO TEXTO E DA IMAGEM
Carlos Henrique Durlo (UEM)
Resumo: O presente estudo tem por objetivo analisar o perfil feminino da mulher religiosa e da
mulher comum em Cantigas de Santa Maria, em especial as de loor (louvor) e as cantigas de
amor presentes no Cancioneiro Profano do Rei Sábio. Pesquisando sobre a importância da

210
religiosidade para o homem do século XIII, fica evidente que o ideal de vida era teocêntrico, bem
como o catolicismo era essencial para o desenvolvimento cultural, social, político e artístico da
época. A metodologia utilizada para a pesquisa consistiu em uma pesquisa bibliográfica e uma
análise estrutural, interpretativa e histórica de quatro cantigas de loor e de suas respectivas
iluminuras pertencentes ao cancioneiro mariano e quatro cantigas de amor selecionadas do
Cancioneiro Profano. Para este artigo, efetuamos um recorte, apresentando a análise da cantiga
de número 10 e sua respectiva iluminura, e da cantiga de amor XII, ambas pertencentes aos
Cancioneiros Mariano e Profano de Alfonso X. Apoiados teoricamente em Lapa (1973), Leão
(2007; 2011) e Paredes (2010), observamos, por meio do texto literário e das iluminuras que
acompanham e ampliam a narrativa verbal da cantiga, a valorização do perfil feminino religioso,
sendo a Virgem Maria o modelo de beleza, virtude, perfeição e singularidade a ser seguido pela
mulher comum do século XIII.
Palavras-chave: Perfil feminino. Cantigas de loor. Cancioneiro profano.

O PERSONAGEM COM MOTIVO TORPE: DIÁLOGOS DE ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA ENTRE


O CINEMA E A LITERATURA
Débora Laís Ferraz dos Santos (PUCRS)
Resumo: A partir do romance A historia do cabelo do escritor argentino Alan Pauls, tentaremos,
nesta comunicação, traçar uma constelação de personagens que, cada vez mais presentes nos
romances contemporâneos, perseguem, na narrativa, uma meta banal onde equiparam-se duas
questões por natureza díspares: a questão existencial, a vida e a consciência da própria morte do
sujeito. No caso do romance de Alan Pauls, as reflexões implodem da busca do personagem pelo
corte de cabelo perfeito. É esta constelação que aqui chamarei de personagem com motivo torpe.
Para chegar a uma estética do personagem com motivo torpe e seus modos de narração,
personagens que, tal como no poema de Drumond, “estão menos livres, mas levam jornais”, e
que se confundem, na banalidade da vida, aos seus próprios objetos, talvez tenhamos que partir
das reflexões feitas no âmbito do cinema, mais especificamente, às considerações feitas por
Denilson Lopes (2012) quando, ao pensar numa poética do cinema contemporâneo, considera
apostar numa poética dos homens comuns, chegando a filmes como Mouchette (Robert Bresson,
1967), que crescem pela sua proposta de desdramatização, uma aposta que aponta também para
outros filmes como Café Lumiére (Hou Hsiao-Hsien, 2003) e Five Dedicated to Ozu (Abbas
Kiarostami, 2003).
Palavras-chave: Estética. Narrativa. Experiência.

O PROCESSO DE ESCRITA: DE MAURICE BLANCHOT A STEPHEN KING


Tábatha Belzareno dos Santos Rosa (FURG)
Luciana Abreu Jardim (FURG)
Resumo: O presente trabalho trata da relação entre Literatura e Filosofia. A obra O Espaço
Literário, de Maurice Blanchot, nos traz uma perspectiva sobre o processo de escrita e a relação
entre o artista e sua criação: a aniquilação do autor diante da sua obra, as metamorfoses
provocadas pela criação, as influências de suas experiências, a necessidade de exílio, etc.
Pensando em como a teoria literária aplica-se numa obra, o ensaio traz a relação entre os
pensamentos de Blanchot e a obra Sobre a Escrita: a arte em memórias, do autor contemporâneo

211
Stephen King, que nos narra toda a sua trajetória na profissão de escritor e o que ele pensa sobre
o ato de escrever. Partindo desse ponto, pretende- se refletir de que forma os pensamentos e
teorias do filósofo e crítico literário Blanchot se enquadram no que está sendo produzido nos
dias atuais e em como a trajetória de um escritor consagrado exemplifica isso.
Palavras-chave: Escrita. Blanchot. Stephen King.

O PROFESSOR DE PORTUGUÊS EM FORMAÇÃO E O QUE ELE TEM A DIZER SOBRE A


PROFISSÃO DOCENTE
Louise Cervo Spencer (UFSM)
Resumo: O objetivo deste estudo é perceber a (des)construção das representações pertinentes
ao trabalho docente apresentadas por um acadêmico de Letras em seus discursos, por meio de
questionamentos a respeito dos processos de decisão e reflexão sobre a prática (O que é ser
professor? Quer ser professor?), visto que está inserido em um Curso de Licenciatura. Para
tanto, foram realizadas entrevistas com alunos de graduação em Letras de uma Universidade,
ingressantes em 2011, uma em cada ano de graduação. Este estudo tem sua sustentação teórica
nos processos teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), de Bronckart e
Bronckart e Machado. A escolha por essa teoria se deve à importância que ela dá ao estudo do
papel da prática da linguagem (agir discursivo) em situações de trabalho, no caso, trabalho
docente. Assim, a proposta do ISD é analisar (compreender) as relações entre linguagem e
trabalho (docente).
Palavras-chave: Formação de professores. Interacionismo sociodiscursivo. Trabalho.

O SIGNO MUDANÇA E SUAS SIGNIFICAÇÕES DENTRO DO CONTEXTO POLÍTICO


Ellen Petrech Vasconcelos (UEPG)
Resumo: Este artigo enfoca o contexto político dando ênfase aos slogans apresentados durante a
campanha eleitoral para presidente da república no ano de 2014. Para nossa análise, iremos nos
pautar nas teorias do Círculo de Bakhtin, especialmente em seus estudos sobre enunciado, signo
e ideologia. Além do contexto verbal, também daremos especial atenção ao contexto extraverbal,
que abrange as relações políticas presentes em todo o processo eleitoral. Em nosso trabalho,
adotaremos a perspectiva do Círculo de Bakhtin, que relaciona o enunciado e o signo ao valor
ideológico e, com base neste pressuposto, vamos analisar o signo mudança e outros signos que
carreguem semelhante tonalidade ideológica. Dentro do contexto eleitoral, o signo mudança irá
receber diferentes significações podendo variar conforme o grupo político e sócio-ideológico a
que pertence. Para realização deste trabalho, faremos uso de um corpus formado por slogans da
campanha presidencial de 2014 dos concorrentes que apresentaram maior intenção de voto
durante.
Palavras-chave: Enunciado. Signo Ideológico. Slogan Político.

O SUJEITO MULTIFACETADO E A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DE CIDADE LIVRE


Ernani Mügge (FEEVALE)
Resumo: Cidade livre, quinto romance de João Almino, lançado em 2010, ano do cinquentenário
de Brasília, reedifica a capital federal do Brasil, por meio da ficção. Para construir os eventos que
compõem a trama, o narrador-personagem João (ou JA, como ele assina na introdução do

212
romance) vale-se de uma multiplicidade de fontes, como memórias pessoais, memórias e
anotações de seu pai, relatos de pessoas e observações de blogueiros. O procedimento narrativo
faz emergir uma constelação de personagens, de identidades que vão compondo o cenário da
cidade livre, transformando-a em um território marcado por diferenças. Essas diferenças
embasam e moldam a civilização que se estrutura no planalto central brasileiro, desafiando os
sujeitos envolvidos a um constante exercício de alteração das identidades pessoais em favor de
um novo projeto de sociedade. Analisar de que maneira se comporta esse sujeito multifacetado,
assim definido por Stuart Hall, diante da complexidade do mundo moderno em que a
subjetividade se forja, e perceber como se constitui a identidade aberta e variada da nova cidade
é o objetivo desta comunicação, que reconhece, na obra de João Almino, a intencionalidade de
engendrar, por meio da fundação de Brasília, um mito fundacional para a identidade brasileira.
Palavras-chave: Cidade Livre. Sujeito multifacetado. Identidade.

O TEXTO LITERÁRIO NO ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS: ATIVIDADES COM


LETRAS DE CANÇÕES EM LIVROS DIDÁTICOS
Maryualê Malvessi Mittmann (UNISUL)
Luiz Henrique Milani Queriquelli (UNISUL)
Resumo: O texto literário em geral, e em particular o gênero lírico de letras de canções, é
comumente encontrado em atividades de ensino de português voltado para estrangeiros. Mas
como este gênero é explorado pelos materiais didáticos? Em que medida os objetivos
instrucionais subjacentes às atividades de aprendizagem enfocam as características textuais
típicas desse gênero, como o uso de linguagem denotativa e figuras de linguagem, e aspectos
prosódicos, como acento lexical e ritmo? Que habilidades e competências são enfatizadas pelas
atividades propostas? Que traços da cultura brasileira estão mais presentes? De que outras
maneiras esse gênero pode ser utilizado para o ensino da língua e cultura brasileira? Este estudo
visa a apresentar uma análise qualitativa de atividades de ensino de português como língua
estrangeira (PLE) encontradas em livros didáticos para aprendizes nos níveis inicial a
intermediário (A1 a B2 do Quadro Comum Europeu de Referência para Ensino de Línguas). As
etapas metodológicas adotadas para o estudo são: (a) levantamento e categorização das canções
presentes nos materiais analisados de acordo com autoria, estilo e período; (b) identificação dos
objetivos instrucionais das atividades propostas nos livros didáticos; (c) análise crítica das
atividades em face das competências e habilidades desejadas para cada nível de ensino,
conforme definidas pelo Quadro Comum Europeu. De modo geral, observa-se que as letras de
canções são utilizadas enfocando-se a fixação de vocabulário e em atividades voltadas para o
desenvolvimento da habilidade de leitura ampla, não sendo comumente trabalhadas
explicitamente características próprias desse gênero.
Palavras-chave: Letras de canções. Português para Estrangeiros. Ensino de Português.

O TRABALHO DA MEMÓRIA DISCURSIVA NOS MOVIMENTOS GREVISTAS DOS


PROFESSORES NO ESTADO DO PARANÁ
Débora Smaha Corrêa (UNICENTRO)
Resumo: No mestrado em Letras, da Unicentro, participamos de dois grupos de pesquisa: que
enfoca as interfaces entre língua e Literatura e outro, em torno do Texto e do Discurso e se

213
centra em questões teóricas e práticas. O aporte teórico que conduz a pesquisa é a Análise de
discurso de linha francesa de vertente pecheutiana, pela qual realiza-se a leitura e a
interpretação de discursos inseridos nas mais variadas práticas sociais, posto que para essa
teoria a linguagem não pode ser estudada fora da sua relação com o sujeito e com o social. Nossa
dissertação, em andamento, tem como foco os conflitos urbanos, mais precisamente, a greve dos
professores estaduais, que aconteceu em 2015. A proposta é a análise de materialidades do
espaço urbano recortadas de dois acontecimentos em torno da greve dos professores que
entendemos ser um conflito urbano porque envolve sujeitos filiados a distintas formações
discursivas e, também, porque transforma a cidade. Entendemos que a greve de 2015 e o
movimento grevista dos professores do Paraná, no ano de 1988 instauraram discursos em rede,
tendo em vista que em 1988, o então governador Álvaro Dias protagonizou um acontecimento
que marcou a educação paranaense, pois colocou “cavalos” em cima dos
manifestantes/professores. Esse acontecimento ressoou em 2015, quando na gestão de Beto
Richa, os professores sofreram violência e foram alvejados com balas de borracha e gás
lacrimogêneo desferidas pela tropa de choque. Nosso objetivo, com esta dissertação, é mostrar
como após 27 anos de diferença, entre uma greve e a outra, discursos e memórias da greve de
1988, que aparentemente estavam esquecidos, voltaram a circular, ressoando e atualizando
sentidos no movimento grevista de 2015. Isso ocorre pelo trabalho da memória que resulta de
redes parafrásticas em torno desses acontecimentos urbanos. Os fios que permeiam as análises
passam, portanto, pelas noções ligadas ao sujeito, à ideologia e à memória no discurso sobre o
urbano. Isso porque, na Análise de Discurso, os sujeitos e a cidade constituem um corpo sócio-
histórico, formando um só corpo.
Palavras-chave: Discurso Urbano. Memória. Movimento Grevista.

OLHAR DISCURSIVO AO CRIANÇA ESPERANÇA: AS IMAGENS DA SOLIDARIEDADE


Érica Fernanda Zavadovski Kalinovski (UEM)
Resumo: Este trabalho tem como objetivo identificar o jogo de imagens que ocorre na produção
do Criança Esperança, Programa desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho em parceria com
a Unesco. Para tanto, foi proposta a seguinte pergunta de pesquisa: como ocorrem as formações
imaginárias entre telespectadores/doadores e produtores do Criança Esperança? Visando
problematizar as projeções que são feitas, especialmente, da imagem que o Programa veicula,
será realizada uma análise com base nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso francesa,
cujo principal representante, foi Michel Pêcheux. De um lado, constata-se, por meio do exame
realizado, que a imagem da posição dos telespectadores/doadores, vista por eles próprios e/ou
pelo Criança Esperança, é a de pessoas comprometidas com os problemas que assolam grande
parte da vida de crianças e jovens do país, bem como de sujeitos solidários, o que pode ser
comprovado com os valores das doações que aumentam a cada ano. Por outro lado, as
antecipações imaginárias tanto que o Projeto tem de si mesmo quanto a visão que os
telespectadores/doadores têm dele é a de que se trata de uma campanha séria, que contribui
para minimizar problemas sociais que deveriam ser dever do Estado. Entretanto, o trabalho
preocupou-se em desconstruir determinadas imagens, na busca pela compreensão dos
interesses que os idealizadores desse Programa possuem, a partir de seus discursos.
Palavras-chave: Análise de Discurso Francesa. Formações imaginárias. Criança Esperança.

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OS ATOS ILOCUTÓRIOS DO BAH
Gabrielle Perotto de Souza da Rosa(PUCRS)
Patrícia de Andrade Neves (PUCRS)
Patrícia Martins Valente (PUCRS)
Resumo: A filosofia da linguagem é uma das principais áreas da filosofia contemporânea. É essa
corrente que é a responsável pelos estudos dos fenômenos linguísticos e pela interação da
linguagem com o mundo. As teorias de Austin e John Searle sobre Os Atos de fala ajudam os
falantes da língua a entenderem um pouco mais sua complexidade e a perceberem o quão
profundas são as reflexões sobre a faculdade da linguagem. O presente trabalho pretende
analisar as diferentes formas e entonações da interjeição usada especificamente no Rio Grande
do Sul, o Bah!, embasando-se na teoria dos Atos de Fala de Austin e também nos estudos de John
Searle. Os nativos do estado utilizam-se de forma muito recorrente desta interjeição, mas ela não
tem somente um significado, pode ser dada a inúmeras interpretações. E sem o interlocutor
dizer o significado do bah que ele está proferindo no momento, somente emitindo a interjeição, a
comunicação entre locutor e ouvinte se faz eficiente, de forma que uma simples palavra consiga
resumir a emoção sentida e a intenção expressada no momento. Para esta pesquisa, foram
utilizados exemplos que demonstram as diversas situações em que a interjeição bah é utilizada
por seus interlocutores, por meio do vídeo de um comercial local, assim como definição do
Dicionário de Porto-Alegrês de Augusto Fischer, que trata desse uso. O embasamento teórico
auxilia na análise das interjeições utilizadas pelos seus falantes.
Palavras-chave: Atos ilocutórios. Atos de fala. Bah.

OS GÊNEROS TEXTUAIS E AS AFRICANIDADES NO ENSINO DE LÍNGUA


PORTUGUESA: REFLEXÕES TEÓRICAS
Ione da Silva Jovino (UEPG)
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo discutir questões teóricas relacionadas aos gêneros
textuais e às africanidades no ensino de língua portuguesa, com base nos estudos e discussões
realizadas no grupo do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, projeto de
Português/Espanhol da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O estudo está em
andamento e, para a sua realização, utilizamos como referencial teórico a concepção de gêneros
textuais de Marcuschi (2008), o qual salienta que gênero textual é o texto, tanto oral quanto
escrito, materializado em situações comunicativas recorrentes. Marcuschi (2007) defende que
utilizar os gêneros textuais nas aulas de língua materna é uma grande oportunidade para se
trabalhar com a língua em seus usos legítimos. As Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação
Básica/Língua Portuguesa (PARANÁ, 2008) apontam para a teoria dos gêneros textuais e a
metodologia da sequência didática como norteadores do ensino de língua materna. Baseamo-nos
também nas propostas das Parecer CNE/CP 3/2004 e na Lei 10.639/2003, que tornou
obrigatória a inclusão do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos da
educação básica, para trabalhar o conceito de africanidades, atentando para as raízes da cultura
brasileira que têm origem africana (SILVA, 2005). É importante também pensar na relação
linguagem e racismo porque, para van Dijk (2012), na atualidade, o racismo vem se
reproduzindo e atualizando por meio do discurso. Pretende-se expor os resultados parciais, as

215
discussões sobre conceito de gêneros textuais e sua importância no ensino, bem como discorrer
sobre as africanidades e sua relação com a educação, demonstrar a função que o discurso exerce
nas questões raciais e apontar direcionamentos teóricos para o trabalho com as africanidades e
com os gêneros textuais nas aulas de português dentro do projeto.
Palavras chave: Ensino de Língua Portuguesa. Africanidades. Gêneros Textuais.

OS HIBRIDISMOS DOS PROCESSOS CRIADOS


Nadja da S. Voss (PUCRS)
Resumo: O presente artigo parte dos processos de criação, principalmente através dos conceitos
de scriptor (WILLEMART, 1993) e imagem primordial (VOSS, 2013), para compreender o
hibridismo entre diferentes técnicas artísticas. É claro que esse hibridismo sempre fez parte dos
processos de criação, mas cada vez mais eles ganham destaque, principalmente porque as
fronteiras humanas e, portanto, artísticas, tornam-se cada dia mais tênues. Assim sendo,
propomos a apresentação tanto de manuscritos clássicos, como os de Franz Kafka e Fiodor M.
Dostoiévski, que já trazem a marca do hibridismo em seu processo de criação, quanto
manuscritos e processos de criação modernos, em especial os que dizem respeito à criação do
livro Marcas no Corpo (VOSS, 2013), que prevê a passagem da hibridização do processo para o
leitor. É objetivo aqui também demonstrar o quanto o hibridismo gera tensões produtivas no
cerne do potencial criador, e o quanto estas tensões podem ser repassadas para o leitor.
Palavras-chave: Imagem. Hibridismo. Processo de criação.

OS MUITOS THE WALKING DEAD: CONSIDERAÇÕES ACERCA DE UM FENÔMENO


TRANSMÍDIA
Gilberto Fonseca (UNIRITTER)
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar, à luz das teorias que envolvem a cultura
da convergência, de Henry Jenkins, o fenômeno transmídia em The Walking Dead, seus pontos de
aproximação e de distanciamento narrativo nas mais variadas plataformas em que se manifesta
(história em quadrinhos, série de TV, jogos de videogame e literatura). The Walking Dead surgiu
como HQ em 2003, nos Estados Unidos, e rapidamente se tornou uma série de sucesso,
recebendo, inclusive, a maior premiação da indústria de quadrinhos, o Eisner Awards. A seguir, a
franquia migrou, com estrondoso sucesso, para a televisão, tornando-se uma das séries de maior
audiência de todos os tempos. A partir de 2011, teve histórias de seu universo ficcional contadas
através de uma série de livros, além de, em 2012, ser escolhido o game do ano. O ponto de
partida do trabalho é a hipótese de que cada um dos elementos da franquia tanto pode servir
como porta de acesso à história sobre o apocalipse zumbi, criado pelo escritor Robert Kirkman e
pelo ilustrador Charles Adlard, como atuar como uma narrativa independente.
Palavras-chave: The Walking Dead. Fenômeno Cultural. Cultura da Convergência.

OS PONTOS DE CULTURA E A PROMOÇÃO DO EMPODERAMENTO: LEITURA E PRODUÇÃO


LITERÁRIA COMO ALAVANCAS DE PROTAGONISMO SOCIAL
Marília Crispi de Moraes (UNISUL)
Resumo: Autonomia, protagonismo e empoderamento constituem o tripé da ação Ponto de
Cultura, que integra o programa nacional Cultura Viva, do Ministério da Cultura, pelo qual o

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governo federal reconhece a importância de organizações não governamentais que desenvolvem
atividades culturais em nível comunitário. Por suas ações no campo das artes e da cultura, os
Pontos de Cultura objetivam interferir na realidade de suas comunidades, buscando uma
transformação que se efetive na prática, tal como preconizam teóricos dos Estudos Culturais, a
exemplo de Raymond Williams, Stuart Hall e Terry Eagleton, e também como ensinam Bauman
(cultura como práxis) e o brasileiro Paulo Freire. Esta apresentação atém-se à discussão e
análise de experiências de promoção e democratização do acesso à leitura, bem como de
fomento à produção literária de grupos costumeiramente excluídos, tais como idosos, crianças
em situação de vulnerabilidade social, presidiários, etc., como meio de empoderamento e
estímulo ao protagonismo social. Mais especificamente, trata-se de experiências desenvolvidas
pelos Pontos de Cultura Borrachalioteca, em Sabará-MG, e Barca dos Livros, de Florianópolis-SC.
O estudo é parte de tese defendida em 2015 junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
da Linguagem da Unisul. Tal pesquisa demonstrou que os Pontos de Cultura constituem uma
experiência de exercício da democracia participativa e colocam em prática um modelo de gestão
compartilhada de cultura em que governantes e governados deliberam conjuntamente sobre as
políticas públicas, complementando as ações do modelo de democracia representativa vigente
no país.
Palavras-chave: Leitura. Pontos de Cultura. Empoderamento.

OS SABERES SOBRE A LÍNGUA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA:


UM OLHAR DISCURSIVO
Fabiane Aparecida Pereira (UFFS)
Resumo: Este trabalho refere-se a uma pesquisa em andamento que tem como objetivo analisar
como e quais os saberes sobre a língua - com ênfase nas representações da língua-estrutura e da
língua-acontecimento - são mobilizados e como se relacionam nos ementários de um curso de
Letras voltado à formação de professores de Língua Portuguesa. O estudo será realizado com
base na perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso de linha francesa em diálogo
com a História das Ideias Linguísticas. O dispositivo analítico da pesquisa será o Projeto
Pedagógico do curso de graduação em Letras Português e Espanhol– Licenciatura, da
Universidade Federal da Fronteira Sul, tomado como objeto discursivo, a partir do qual será
constituído o corpus da pesquisa, composto por um conjunto de recortes de sequências
discursivas (SDs) destacadas dos ementários das disciplinas curriculares referentes ao domínio
da Língua Portuguesa, que apontam para o discurso sobre o lugar dos saberes sobre a língua na
constituição do Curso. Até o presente momento, os resultados da pesquisa apontam, por meio da
observação de regularidades e atualizações, que os saberes sobre a língua, de forma mais
específica os relativos à língua-estrutura e à língua-acontecimento, circulam e complementam-se
nos ementários do Curso, de modo a propor uma formação de docentes pautada no
conhecimento da multiplicidade de representações da língua.
Palavras-chave: Língua. Língua-estrutura. Língua-acontecimento.

OS SENTIDOS ACERCA DO NASCIMENTO E DAS FORMAS DE NASCER EM (RE)VISTAS PELO


VIÉS DISCURSIVO
Anacir Alves Przygocki Vanz (UNICENTRO)

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Resumo: O parto, ou nascimento, é considerado, historicamente, um evento natural que, ao
longo da história das civilizações, sofreu várias transformações, sem, contudo, perder o status de
um dos acontecimentos mais marcantes da vida dos sujeitos. De evento antes restrito ao âmbito
familiar, e, logo, do domínio do privado, o parto passa a constituir um evento externo, cercado
por personagens estranhas, em uma relação em que os laços afetivos passam a ser
desconsiderados. No ambiente hospitalar, a prática tecnicista e despersonalizada privilegiava os
profissionais em detrimento das mulheres e os discursos sobre a violência obstétrica sofrida por
elas, por muito silenciados, tornam-se uma constante. No Brasil, a fim de tentar controlar essa
prática, que fere a dignidade do sujeito-feminino, a Organização Mundial da Saúde, o Ministério
da Saúde e Organizações Não Governamentais, formularam propostas de mudanças no
atendimento às parturientes, as quais incluem o respeito “a sua individualidade, valorizando o
seu protagonismo no momento do nascimento e respeitando as diferenças, sejam elas culturais,
sociais, de crenças, ou outras. Em virtude dessas mobilizações, passou-se a discutir amplamente
acerca do nascimento e das formas de nascer, fazendo irromper inúmeros discursos advindos de
vários campos do saber, acerca da violência contra a mulher e a negação dos seus direitos no
momento do parto. Neste trabalho, pretendemos investigar como a violência obstétrica é
discursivizada no discurso jornalístico e que memórias nele ressoam, tomando por base duas
reportagens publicadas em duas revistas de circulação no país. Para dar conta dos nossos
objetivos, nos embasaremos nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso, fundada por
Michel Pêcheux, na França, e difundida no Brasil, por Eni Orlandi e pelo grupo de pesquisadores
que a ela se ligam.
Palavras-chave: Discurso. Sentido. Violência obstétrica.

OS SERIADOS STAR TREK E HEROES: DISSENSOS DO IMPERIALISMO AO IMPÉRIO


Jean Raphael Zimmermann Houllou (UNISUL)
Resumo: O objetivo geral dessa pesquisa consiste em averiguar dissensos da multidão dentro
dos seriados Heroes e Star Trek. Dessa forma, partimos da tese de que tais objetos não carregam
um regime único de apresentação, ligado à lógica mercantil, mas permitem constatar, dentro de
seus respectivos contextos de produção, capacidades transformadoras contra a ordem
instituída. O seriado Star Trek foi transmitido em 1966, num momento em que a política externa
americana passou a tender menos para uma atividade imperialista do que para uma ação de
policiamento a serviço de uma ordem supranacional. Star Trek apresenta as novas estratégias de
soberania global tencionadas pela posição da multidão para superar as lutas nacionalistas.
Observado dessa forma, o seriado se torna apto a apresentar as lutas da multidão que
questionam a dominação. No seriado Heroes (2006) objetivamos indicar constatar
características que demonstram como a multidão continua tencionando o domínio do capital
após um período de afirmação mais contundente da atual ordem global. A série aborda a história
de personagens que, em razão de mutações genéticas, se descobrem portadores de poderes
especiais. Cada personagem possui uma habilidade como capacidade de voar, ler pensamentos,
viajar no espaço e no tempo, autorregenerar-se, entre outros. Eles estão interligados numa
situação muito similar ao ponto de união do qual parte o conceito de multidão (HARDT; NEGRI).
Além disso, os poderes, no seriado, muitas vezes podem ser observados como possibilidades de
singularização que sugerem a construção de formas inovadoras de organização coletiva.
Palavras-chave: Multidão, Star Trek, Heroes, Dissensos

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OS SUJEITOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA REGIÃO DE TUBARÃO: A ORDEM DO DISCURSO
ENTRE O MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO
João Antolino Monteiro (UNISUL)
Resumo: O presente artigo busca compreender a econômica solidária enquanto movimento de
resistência dos trabalhadores excluídos do processo produtivo. Como sabemos o sistema
capitalista tem como premissa básica transformar tudo em mercadoria em busca do lucro, e
quando os trabalhadores não são mais servíveis a esse sistema são excluídos. Esse processo de
exclusão se agrava com a revolução industrial inglesa e se aprofunda com a introdução da
maquinaria no processo produtiva, tirando do trabalhador o trabalho. Na busca de inserção no
sistema produtivo, a economia solidária tem como fundamento um processo de produção que
coloca o homem no centro e valoriza o trabalho enquanto forma de vida, enquanto capacidade
produtiva e criativa do homem. A organização a economia solidária se em empreendimento que
tem como fundamento a autogestão, a cooperação e a solidariedade no processo produtivo.
Porém, mesmo apresentando-se como oportunidade de inclusão o movimento da economia
solidária enfrenta resistências. O movimento encontra resistência por parte dos seus membros
em aderirem ideologicamente a economia solidária. Nesta perspectiva procura-se através da
análise do discurso procura-se saber se a economia solidária consegue romper com a ideologia
capitalista ao instituir um discurso baseado na solidariedade em contraposição o discurso
individualista do capitalismo.
Palavras-chave: Economia Solidária. Capitalismo. Cooperação

PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA (PNAIC): O DISCURSO DOS


PROFESSORES PÓS-FORMAÇÃO
Jair Joaquim Pereira (UNISUL)
Resumo: Com base no referencial teórico da Análise de Discurso (AD) de matriz francesa, este
trabalho apresenta parte de nossos estudos, em desenvolvimento no Doutorado em Ciências da
Linguagem (UNISUL, 2014), sobre o funcionamento do Pacto Nacional pela Alfabetização na
Idade Certa (PNAIC). Selecionamos, como material de análise, recortes de portfólios produzidos
pelos professores da rede municipal de ensino de Palhoça (SC) que concluíram o PNAIC no ano
de 2015, a fim de analisar a relação que esse professor estabeleceu com o PNAIC e como tal
relação refletiu em sua prática alfabetizadora. Para isso, contrapomos os discursos político-
educacionais subjacentes aos documentos que expressam a ideologia educacional do PNAIC e os
discursos do professor pós-formação. É a partir desse contraponto entre os discursos do Estado
e do professor pós-formação que discutimos a formação ofertada pelo PNAIC. Em especial,
observamos que o discurso do professor pós-formação destoa do discurso oficial do Estado
veiculado nos diversos materiais do PNAIC. De maneira diferente ao discurso do Estado, o
discurso dos professores pós-formação indicam que, assim como outros programas de formação
continuada, o PNAIC não superou: o isolamento do professor pós-formação, a responsabilização
do professor pelo fracasso da alfabetização e o apagamento das responsabilidades do Estado na
empreitada de alfabetizar todas as crianças até os oito anos de idade.
Palavras-chave: Análise de Discurso. Discurso político-educacional. Professor pós-formação.

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PADRÕES ACÚSTICOS NA PRODUÇÃO DAS VOGAIS EPENTÉTICAS DO PORTUGUÊS
BRASILEIRO E EUROPEU
Roberta Quintanilha Azevedo (UCPEL)
Resumo: No português brasileiro (PB), em sequências heterossilábicas com plosiva em coda
medial (“apneia” ou “acne”), há epêntese para licenciar a estrutura silábica (CAGLIARI, 1998;
COLLISCHONN, 2002; CÂMARA JR., 2007). No português europeu (PE), diferentemente, parece
haver consenso na literatura acerca da ausência desse tipo de epêntese (MATEUS, s. d; MATEUS
E ANDRADE, 2000; FROTA E VIGÁRIO, 2000; PARLATO-OLIVEIRA, 2007; PEREYRON, 2008;
HŘIBALOVÁ, 2009). Entretanto, os trabalhos tendem a descrever as produções apenas sob dois
padrões: ausência ou presença de epêntese plenamente vozeada. Há carência de tratamento
acústico das características da epêntese vocálica, que possa revelar padrões ainda não descritos.
Nesse sentido, a presente pesquisa teve dois objetivos: verificar, nos contextos mediais de
palavras “k.t, k.n, p.t, p.n, p.s, b.s, g.n, g.m, f.t, d.m, d.j, d.v, t.m, t.n”, os índices de epêntese nas
produções de falantes nativos do PB e do PE; descrever a qualidade da vogal epentética
encontrada, verificando se há um padrão de epêntese para cada contexto silábico. Para a
obtenção dos dados, participaram da pesquisa oito falantes do PB e oito do PE. Optou-se pela
utilização de um instrumento de coleta de dados, em detrimento de fala espontânea, de forma a
controlar os contextos e a eliciar múltiplos tokens. Na análise instrumental dos dados, foi
utilizado o software PRAAT (BOERSMA e WEENINK, 2014), que permitiu a verificação das
propriedades acústicas dos segmentos, como duração e frequências formânticas, possibilitando
a caracterização da vogal epentética do português. O estudo mostrou a presença de epêntese
tanto no PB como no PE, e também evidenciou que a vogal epentética, usualmente transcrita
como uma vogal lexical, dela é acusticamente distinta: possui especificidades formânticas,
duração reduzida, além de desvozeamento. Embora a vogal epentética presente no PE e no PB
seja variada, o estudo apontou um padrão de acordo com o contexto silábico.
Palavras-chave: Epêntese. Português Brasileiro. Português Europeu.

PARA ALÉM DAS GAME JAMS: UM ESTUDO DE CASO DA LOCJAM


Cristiane Denise Vidal (IFC/Brusque)
Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar diferentes modalidades de game jams, ou
maratonas. Inicialmente, faremos uma breve discussão acerca dos principais aparatos teóricos e
metodológicos relacionados a estes eventos. Em seguida, faremos um relato sobre a experiência
adquirida durante as oficinas ofertadas em três edições da maratona mundial de localização de
games (LOCJAM), evento promovido pela associação internacional de desenvolvedores de game
(IGDA). Por fim, o trabalho dará atenção à importância de a localização estar integrada ao
desenvolvimento de games como um processo continuado, de forma a não a relegar a um
segundo plano, seja na indústria de games ou na esfera acadêmica – tanto em Estudos da
tradução quanto em áreas afins.
Palavras-chave: Games. Localização. Tradução.

PARATRADUZINDO O HUMOR NA OBRA FIPPS DER AFFE DE WILHELM BUSCH


Greice Bauer (UFSC)

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Resumo: A partir da integração entre iconotextos e textos linguísticos – cujo conjunto compõe
politextos – objetiva-se discutir efeitos cômicos desencadeados por jogos de antropomorfização
e zoomorfização aplicados na caracterização de personagens e cenas da história Fipps der Affe
(1879) de Wilhelm Busch. Os suportes teóricos e metodológicos provêm das propostas de
Gérard Genette (1982, 1987, 2009) no quesito “paratextualidade” e de José Yuste Frías (2010,
2014) no que concerne à “paratradutologia”. Em relação à comicidade, ao humor e ao riso adota-
se os postulados de Bergson (2001) e Propp (1992). As discussões remetem aos espaços que
envolvem o ego, nunc e hic do autor e de seu texto. Para levar a cabo a proposta, parte-se de
informações peritextuais e epitextuais para a realização de análises contrastivas de base micro e
macroestrutural. Finalmente, cabe explicitar que Wilhelm Busch (1832 – 1908) foi escritor,
ilustrador, poeta e caricaturista na Alemanha do século XIX. Desenvolveu sua arte em um
período de francas rupturas, que conduziram a profundas mudanças de paradigmas em grau
sociológico, científico e artístico, sendo um dos principais precursores do gênero Histórias em
Quadrinho (HQ).
Palavras-chave: Paratradução. Fipps der Affe. Wilhelm Busch.

PARTICÍPIO PASSADO NO PORTUGUÊS: DIVERGÊNCIAS ENTRE NORMA, AVALIAÇÃO E USO


ESCRITO
Fernanda Lima Jardim Miara (UFSC)
Resumo: Divergências entre norma, avaliação dos falantes e uso escrito podem ser evidenciadas
ao observarmos o uso de particípios passados de verbos abundantes do português, em
construções de tempo composto – com os auxiliares ter e haver – e em sentenças passivas – com
o auxiliar ser. Apoiando-se na Teoria da Variação e Mudança, segundo a qual a variação é
inerente ao sistema linguístico e a heterogeneidade é ordenada (WEINREICH; LABOV; HERZOG,
2006 [1968]), este estudo se propõe a apresentar alguns resultados, especificamente para os
verbos salvar, pegar, abrir e chegar, de modo a levar em conta a avaliação de falantes, obtida por
meio de testes de avaliação, bem como o uso efetivo escrito, a partir de uma pesquisa feita no
Diário Catarinense online, e na Web, em geral. Diante disso, o objetivo é mostrar que a
preferência dos falantes, tanto na avaliação quanto no uso, muitas vezes, vai de encontro ao que
prevê a norma padrão atual do português (SAID ALI, 2008 [1908], 1969 [1923], 1964 [1931],
ROCHA LIMA, 2005 [1972], CUNHA E CINTRA, 2001, BECHARA, 2001 [1999], MARTINS, 2014
[1990]), de modo que, em muitos casos, inclusive, novas formas de particípio passado são
criadas, com base em formas já existentes no léxico.
Palavras-chave: Particípio passado. Avaliação. Uso escrito.

PELOS ENTREMARES DA LITERATURA E ENSINO: VINTE E ZINCO, DE MIA COUTO


Rosemary de Fátima de Assis Domingos (UNISUL)
Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL)
Resumo: Esta pesquisa procura evidenciar a relevância da Literatura no contexto escolar. Para
tanto, analisa-se, com base na Teoria Literária, a obra Vinte e zinco, de Mia Couto, sublinhando as
reflexões que dela emergem enquanto promovedora e sintonizadora de tempos, lugares,
contextos. A história de Vinte e zinco desenvolve-se em forma de diário, iniciando em 19 de abril
e encerrando em 30 de abril. Quanto ao ano, é possível situar em 1974 por passagens como “Um

221
rádio transmite noticiário de Portugal. O locutor fala da Revolução dos Cravos, manifestações de
rua em Lisboa” (p. 59), do autor moçambicano Mia Couto. A análise sinaliza as relações das
personagens (entre si e com o mundo que as cerca e/ou as cercou). No enredo, o romance de Mia
Couto coloca em cena fatos alicerçados pela ocorrência real da Revolução dos Cravos, em 1974,
cujas consequências atingiram predominantemente o povo de Moçambique, dando origem à
“liberdade” daquele povo. Ainda que se traduza como uma obra terceiro-mundista, as
personagens, sobretudo as femininas, tem suas subjetividades, identidades e representações
afetadas pelo tempo e pelo espaço, atravessando fronteiras e chegando até nós. Todas essas
personagens, apesar de viverem em épocas e localidades diferentes, apresentam suas histórias
de vida as quais as fazem tão iguais a tantas outras personagens da vida real, uma vez que, tais
como estas, tem a existência marcada por conflitos internos e externos. Como a obra literária
(re)cria uma nova realidade, é imprescindível associar essas leituras às aulas de Literatura,
fazendo refletir o aluno sobre esse mundo novo que se descortina nas páginas, aqui, de Vinte e
Zinco.
Palavras-chave: Literatura Africana. Ensino. Mia Couto

PERCURSO HISTÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE BILINGUISMO: DE CAUSADOR DE ‘CONFUSÃO


MENTAL’ A PROMOTOR DE RESERVA COGNITIVA
Lisandra Rutkoski Rodrigues (PUCRS)
Resumo: O presente estudo faz um percurso histórico a respeito das pesquisas referentes a
bilinguismo e cognição. O ponto de partida é a preocupação inicial e equivocada, vigente até a
década de 1960, de que falar mais de uma língua acarretaria possíveis impactos negativos ao
cérebro, tais como confusão mental, conflito de identidade e até mesmo esquizofrenia (BAKER,
2006), e termina por apresentar o atual status do bilinguismo, como um dos fatores promotores
de reservas cognitivas (BIALYSTOK et al., 2007; CRAIK, BIALYSTOK, FREEDMAN, 2010). Para
tanto, são revistos os diferentes conceitos que o bilinguismo teve ao longo da história, desde a
“Hipótese do Duplo Monolíngue” (SAER, 1922), até a ideia de um continuum que vai do
monolinguismo ao bilinguismo, ao invés de um estágio exato a partir do qual uma pessoa se
torna bilíngue (GROSJEAN, 1985, 1997). São elencadas as vantagens e desvantagens cognitivas
advindas da prática bilíngue ao longo da vida (BIALYSTOK, 2009), as quais vêm sendo
questionadas em estudos mais recentes (HILCHEY, KLEIN, 2011; PAAP, 2014; PAAP,
GREENBERG, 2013). Também apresenta estudos comportamentais e de neuroimagem estrutural
e funcional que investigam a representação e o processamento das línguas coexistentes no
cérebro (ABUTALEBI, CHANG‐SMITH, 2013), além dos comprometimentos linguísticos advindos
da afasia bilíngue sob uma perspectiva neuropsicolinguística (e.g. AKBARI, 2014; GORAL et al.,
2012).
PALAVRAS-CHAVE: Bilinguismo. Cognição. Neuropsicolinguística.

POLÍTICAS LINGUÍSTICAS: OS MECANISMOS DE ANTECIPAÇÃO NOS ACORDOS


ORTOGRÁFICOS.
Valéria de Cassia Silveira Schwuchow (UFSM)
Resumo: Nossa pesquisa se detém nas políticas linguísticas, especialmente nos Acordos
Ortográficos, que circulam há mais de 100 anos nos países falantes de língua portuguesa.

222
Propomo-nos, nesta fase inicial, a trazer algumas reflexões resultantes de nossas primeiras
observações. Sabemos que a formulação desta política de língua sofreu diversas alterações,
presentes na própria nomeação/designação empregada, em que tínhamos inicialmente ‘reforma’
e atualmente ‘acordo’. Nesse sentido, nosso objetivo é investigar no campo político, jurídico,
histórico e linguístico como este ‘jogo’ de nomeações/designações evidencia mecanismos de
antecipação e as formações imaginárias que dele derivam. Seguiremos como pressupostos a
teoria da Análise de Discurso Francesa, fundada por Michel Pêcheux e desenvolvida no Brasil
por Eni Orlandi e outros estudiosos. Unida a esta teoria utilizaremos, também, a teoria da
História das Ideias Linguísticas, partindo do que propõe Sylvain Auroux na França. Nossa
metodologia se centra na realização de um levantamento discursivo em instrumentos
linguísticos, como dicionários, acerca dos vocábulos ‘reforma’ e ‘acordo’. Para, então,
estabelecermos regularidades/ou não de sentidos, estes por sua vez nos remeterão/ou não às
formações imaginárias dos sujeitos a que se destinam tais políticas. Por resultado inicial,
observamos que os sentidos inscritos nas palavras antecipam imagens distintas de sujeitos.
Desse modo, encontramos de um lado ‘reforma’, sugerindo uma proposta que projeta o exercício
de uma autoridade superior, capaz de tomar decisões e promulgá-las; e, de outro lado, ‘acordo’
mobilizando sentidos em que as partes envolvidas atuam e se posicionam deliberando as
decisões. Assim, encontramos diferentes antecipações de sujeitos, evidenciando movimentos e
concepções político-ideológicas desiguais.
Palavras-chave: Políticas linguísticas. Antecipação. Formações imaginárias.

POSICIONAMENTO CRÍTICO DE MACHADO DE ASSIS, EM REFERÊNCIAS À ARTE MUSICAL E


DRAMÁTICA.
Juracy Assmann Saraiva (FEEVALE)
Resumo: Em sua ficção, Machado de Assis concede um espaço significativo à correlação entre o
“mundo possível”, nela instituído, e elementos do âmbito das artes, compondo personagens que
são apreciadores de espetáculos musicais e dramáticos. Ao referir compositores, obras, ritmos,
atores e atrizes em sua ficção, o escritor introduz elementos que se correlacionam à estrutura
significativa do texto e à realidade, mas, igualmente, faz uma apreciação valorativa em relação a
eles, instituindo um exercício crítico que os toma por objeto. Esta comunicação centra-se nos
romances Ressurreição, A mão e a luva e Helena, publicados por Machado de Assis, entre 1872 e
1876, e cuja diegese abrange o período que vai de 1850 a 1862, para apreender significações que
a menção a espetáculos teatrais e musicais agregam às narrativas, para abstrair aspectos da
sociedade brasileira e para identificar o posicionamento crítico que essas referências instalam.
Elas convidam o receptor a transcender a história narrada para participar das reflexões de
Machado de Assis sobre o contexto cultural em que realiza sua produção. Sugerem, por um lado,
a adesão do escritor a determinados paradigmas estéticos; por outro, denunciam a submissão da
cultura brasileira a padrões e a costumes europeus, expondo, dessa forma, um processo de
“colonização”, gerado pela indigência de produções que pudessem afirmar a identidade nacional
brasileira.
Palavras-chave: Machado de Assis. Contexto sócio-estético. Remissões intertextuais.

223
POTENCIAL DA LEI DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: ENTRE O DISCURSO POLÍTICO
E O DISCURSO PEDAGÓGICO
Maria Sirlene Pereira Schlickmann (UNISUL)
Resumo: Esta pesquisa é resultado de investigação desenvolvida na linha de pesquisa “Texto e
Discurso”, do Programa de Doutorado em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul de
Santa Catarina. Reflete acerca do processo de implementação da Lei n. 11.274/2006, que amplia
o Ensino Fundamental de oito para nove anos de duração. São objetivos desta comunicação: a)
investigar o processo de implantação do Ensino Fundamental de nove anos – Lei nº.
11.274/2006 – e seu impacto em instituições educacionais de Santa Catarina; conhecer os
limites e desafios encontrados por essas instituições para adequarem-se ao que foi instituído
pela Lei nº. 11.274/2006. O dispositivo teórico-metodológico e analítico é o da Análise de
Discurso (AD) de linha francesa, mais especificamente os estudos de Pêcheux e Orlandi. Para
pensar a instituição escola enquanto espaço institucionalizado, instituições de poder, Althusser e
Foucault. Em relação ao discurso pedagógico do Ensino Fundamental de nove anos, subsidiaram
as reflexões os documentos oficiais produzidos pelo Ministério da Educação e as discussões
sobre o processo de alfabetização e letramento a partir de Soares e Tfouni. A pesquisa de campo
foi realizada em quatro escolas públicas de Ensino Fundamental, situadas em quatro municípios
da região da AMUREL (SC). Os resultados apontam um discurso centrado numa realidade
multifacetada, onde o discurso político e o discurso pedagógico, situados numa dimensão
discursiva macro, que envolvem o discurso oficial do EF9A, não chegam às dimensões meso e
micro da mesma forma e, por conseguinte, também não chegam às instituições escolares. Há
uma heterogeneidade discursiva que constitui os sujeitos em cada um desses lugares
discursivos, sendo que na instância discursiva micro (da escola), os professores continuam
trabalhando a partir dos seus saberes, atuando a partir de uma lógica da escolarização, sem
considerar a infância e mantendo o sujeito criança, nesse espaço institucionalizado que é a
escola, na (in)visibilidade.
Palavras-chave: Análise de discurso. Ensino Fundamental de nove anos. Lei 11.274/2006.

PRÁTICAS COMUNICATIVAS NO CONTEXTO DE INTERCÂMBIO BRASIL-PORTUGAL-


MOÇAMBIQUE: POTENCIALIDADES DA FERRAMENTA FÓRUM
Rosangela Silveira Garcia (UFRGS)
Dinora Moraes de Fraga (UNIRITTER)
Resumo: A tecnologia não é neutra, mantemos com ela uma relação dialógica – mesmo quando
não percebida –, sendo que as diferentes interfaces com as quais os sujeitos interagem
impactam, em menor ou maior grau, as formas de composição do discurso e das interações entre
atores sociais. Partindo dessa premissa, o trabalho a ser apresentado tem o propósito de se
constituir como uma reflexão sobre as potencialidades do uso da ferramenta Fórum/Moodle
como espaço de produção e compartilhamento do narrar sobre si no ciberespaço. No caso desse
estudo, esse narrar – enquanto materialização da escrita digital – se constitui como resultante
das situações de interação advindas de proposta de intercâmbio entre países falantes da língua
portuguesa, mais especificamente, de estudantes-trabalhadores que integram projeto de
intercâmbio linguístico/cultural entre Brasil-Portugal-Moçambique. Como aporte teórico de
suas discussões operam os pressupostos bakhtinianos e de estudos da comunicação mediada

224
pelo computador que pesquisa os processos de comunicação humanos realizados através da
mediação das tecnologias digitais (RECUERO, 2012).
Palavras-chave: Interação. Fórum. Intercâmbio linguístico-cultural.

PRÁTICAS DE LEITURA E INCLUSÃO NA SALA DE AULA COM ALUNOS COM NECESSIDADES


EDUCATIVAS ESPECIAIS
Kathy Torma (UNIRITTER)
Resumo: Através de pesquisa de suporte metodológico bibliográfico, o presente trabalho
pretende justificar as interações de práticas de leitura situadas dentro do contexto de salas de
aula em que se encontram os alunos com necessidades educativas especiais pertencentes à
educação especial. Toma-se como base a característica transdisciplinar da leitura existente nas
interações ocorridas através da leitura em Língua Inglesa como Língua Adicional para a
promoção da inclusão realizável via empoderamento linguístico em contexto de ensino-
aprendizagem da língua inglesa. Discute-se os meios pelos quais as práticas de leitura podem
promover a inclusão social enquanto elemento mediador das relações simbólicas implicando em
empoderamento da participação periférica construída através do trabalho colaborativo, da
performance assistida, como a forma espontânea da sensibilidade humana. Ressalta-se a
importância do uso da Língua Inglesa como Língua Adicional em sala de aula na perspectiva das
comunidades de prática (LAVE; WENGER, 1991) na qual se encontram os alunos com
necessidades educativas especiais em processo de inclusão (STAINBACK; STAINBACK, 1999).
Para tal intento, toma-se como base a teoria sociocultural, a partir de uma perspectiva
transdisciplinar (GIBBONS, NOWOTNY, SCHWARTZMAN, SCOTT e TROW, 1994) e o documento
legal que define as políticas de inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais
definidas no decreto 7.611/11.
Palavras-chave: Línguas Adicionais. Inclusão Linguística. Necessidades educativas especiais.

PRÁTICAS DE PROFESSORES PDE/PR DE LÍNGUA PORTUGUESA EM PROCESSO DE


FORMAÇÃO CONTINUADA
Ednéia Aparecida Bernardineli Bernini (UEL)
Resumo: Este trabalho busca discutir e analisar a formação continuada de professores, tendo
em vista o Programa de Desenvolvimento Educacional, oferecido pelo Paraná – PDE/PR e a
prática de ensino/aprendizagem de professores de língua portuguesa mediada pelas novas
tecnologias da informação e comunicação (NTIC) no momento da implementação do projeto do
PDE. Parte-se do princípio de que a formação continuada pelo PDE tem contribuído para
práticas mais contextualizadas no que se refere ao desenvolvimento de conteúdos e ao uso das
NTIC, causando, portanto, impacto no âmbito educacional por essa perspectiva de ensino e
desenvolvimento do letramento tecnológico-digital, fato que justifica a viabilidade do PDE e a
necessidade de formação continuada de professores de forma consistente. Para subsidiar esta
pesquisa qualitativa de cunho interpretativo, recorremos a leituras sobre a formação continuada
de professores, a partir de produções científicas neste campo de estudo, principalmente por
Perrenoud (2000), Lopes (2005), Teruya (2006), Garcez (2007), Libâneo, Oliveira e Toschi
(2009); especificamente sobre o PDE por Moraes e Teruya (2010), Ogliari (2012), Silva (2012),
Paraná (2013). Além disso, a literatura sobre as NTIC no âmbito educacional também

225
contribuirá para compreensão de nosso enfoque tais como Assmann (2000), Brito e Purificação
(2008), Carvalho e Ivanoff (2010), Santos (2012), Queiroz (2013) entre outros. O corpus do
trabalho serão as informações obtidas dos artigos produzidos pelos professores PDE (de 2007 a
2012); respostas dadas a questionário, elaborado a partir do recurso disponível pelo
Google.docs e entrevista aplicada a professores. O trabalho insere-se em discussões teóricas
sobre a formação contínua de professores e sobre as práticas de língua portuguesa por meio das
NTIC. Mesmo diante dos trabalhos já realizados, nossa contribuição será substancial, pois visa a
práticas docentes em período de formação continuada no Paraná e, consequentemente, a
continuidade dessa prática a partir da formação.
Palavras-chave: Ensino. Língua Portuguesa. Novas Tecnologias.

PREGAÇÃO AOS PÁSSAROS DE GIOTTO: UMA TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA DO SERMÃO


DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Roberta Bassani Federizzi (UPF)


Graciela Rene Ormezzanno (UPF)
Resumo: O “Sermão às aves” [1209-1210], de São Francisco de Assis, e o afresco ”Pregação aos
pássaros” [1296-1297], supostamente de autoria do pintor Giotto ou de seus discípulos, tematizam este
estudo. A questão norteadora esboça a possibilidade de haver uma tradução intersemiótica da
linguagem verbal para a linguagem não verbal procurando entender: quais as contribuições da teoria
do imaginário de Gilbert Durand à compreensão do significado de ambas semioses? O objetivo é
interpretar o significado do sermão e da pintura através da teoria durandiana do imaginário. Trata-se
de uma pesquisa bibliográfica de cunho hermenêutico simbólico. Os resultados mostram que no século
XIII houve grandes mudanças socioculturais e que São Francisco, através dos sermões, especialmente
pelo “Sermão às aves”, demonstrou, sem as imposições que a série de vinte e oito pinturas dispostas
na parte baixa da nave da Basílica Superior de Assis, que inclui quatro alegorias: a pobreza, a
castidade, a obediência e a glória de São Francisco. Giotto realizou as trevas da Inquisição e as
relações opressoras feudo-vassálicas que infligiam no período medieval, a possibilidade de uma saída
da escuridão e um acesso ao estado luminoso e edénico, o que oportunizou a emergência do
franciscanismo refletida não só no afresco em estudo, como em toda uma adaptação do sermão ao
pintar este momento em particular, reconstruído em signos e símbolos visuais, como uma parte da
biografia do Santo e dos principais eventos da sua vida transformados em um dos mitos cristãos.
Numa época em que predominava a cultura ágrafa, a palavra falada e a imagem eram as estratégias
textuais primordiais no processo evangelizador de uma sociedade atormentada pelo medo que se
afastava da Igreja. Entretanto, a pregação de São Francisco e a luz sacralizadora do espaço presente na
arte gótica renovaram a esperança dos habitantes do medievo italiano.
Palavras-chave: Intersemiótica. Imaginário. Mito.

PRESENÇA/AUSÊNCIA DE ARTIGO DIANTE DE NOMES PRÓPRIOS E DE PRONOME


POSSESSIVO NO PORTUGUÊS DO BRASIL (PB)
Odete Pereira da Silva Menon (UFPR/UTFPR)
Resumo: Historicamente, no português foi ocorrendo um incremento no uso do artigo definido
(o, a, os, as) diante de pronome possessivo (meu, teu, seu, nosso, vosso, seus), como já assinalava

226
Said Ali (1964 [1921]). Porém, algumas gramáticas tradicionais publicadas no Brasil, embora
digam que o uso de artigo diante de possessivo é indiferente, ainda apresentam como regra a
omissão do artigo diante de pronome possessivo junto a nomes de parentesco (pai, mãe, tio,
irmão). Segundo Monteagudo (2012), comparando o galego com o PB e com o PE, há mais
semelhanças entre galego e PB do que entre galego e PE. Ao afirmar que no PE o uso do artigo é
de tendência “a fazer obrigatório o uso do determinante”, contrastando com o que ocorreria no
PB (dando a entender que não se usa artigo diante de possessivo no PB), Monteagudo se
fundamenta em autores (de gramáticas prescritivas, em geral) que não demonstram cabalmente
esse (não) emprego, porque não utilizaram dados reais de fala. Quem viaja pelo Brasil afora
percebe essa diferença no emprego do artigo definido diante de nome próprio e de possessivo,
porque o fenômeno se comporta, justamente, de forma variável. Uma primeira distinção seria
entre os grupos de dialetos das regiões norte-nordeste em contraste com os das regiões do
centro-sul do país: grosso modo, os primeiros fariam menos uso do artigo diante do possessivo e
os segundos, o contrário. Porém, já em 1934, Marroquim distinguia diferentes realizações entre
Alagoas e Pernambuco, dois estados nordestinos contíguos. Para verificar o comportamento do
artigo diante de possessivo e diante de nome próprio no PB, pretendemos comparar Curitiba
com João Pessoa, utilizando amostras reais de fala, de coleta sistemática, sociolinguística, de dois
bancos de dados: VARSUL e VALPB. Este trabalho vai apresentar os resultados estatísticos de
Curitiba (variáveis: sexo, faixa etária, escolaridade).
Palavras-chave: Varsul-Curitiba. Uso do artigo. Pronome possessivo.

PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO: A RELAÇÃO DA FORMAÇÃO DISCURSIVA A PARTIR DO


CONCEITO DE FILTRO INVISÍVEL NOS BUSCADORES E REDES SOCIAIS
Pedro Augusto Bocchese (UNISUL/FSG)
Resumo: Em um ambiente em que as relações se baseiam no mundo virtual, tanto no que tange
a busca por conhecimento como nos processos de colaboração e relações humanas, a sociedade
está utilizando mecanismos de busca para adaptar-se nesse novo universo de interesses. Para
Ruiz (2010, p.16), “somos desafiados a selecionar e atribuir significação àquilo que identificamos
como pertinente a nosso universo de interesses”. O objetivo geral deste artigo é analisar a
relação da formação discursiva a partir do conceito do Filtro Invisível nos buscadores e redes
sociais quanto ao processo de individuação, ou seja, até onde estamos submetidos a concordar
com as formas de funcionamento dos buscadores e redes sociais que utilizamos. O Filtro
Invisível foi um conceito originado no TED por Eli Pariser. O TED (acrônimo de Technology,
Entretainment, Design; em português: Tecnologia, Entretenimento, Design) traz uma série de
conferências realizadas na Europa, na Ásia e nas Américas destinadas à disseminação de ideias.
Suas apresentações são limitadas a dezesseis minutos, e os vídeos são divulgados na internet. Eli
Pariser trouxe uma reflexão a respeito da forma que os algoritmos criados pelos buscadores e
redes sociais retornam registros. Para ele, o processo de personalizar o indivíduo, gerado por
esses mecanismos de busca faz com que as pessoas não tenham ciência do que não está
retornado, e sim, acredita que tudo que está visível é o que existe. Esta pesquisa tem como
sustentação teórica a Análise do Discurso, produzindo desse modo gestos de interpretação e
tendo como dispositivo teórico as noções de formação discursiva, memória discursiva e metálica
e a individuação. Os principais autores utilizados nesta pesquisa são Pêcheux, Courtine, Baronas,
Foucault, Indusky e Orlandi.

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Palavras-chave: Individuação. Filtro Invisível. Análise do Discurso.

PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO COM A LÍNGUA E A CULTURA ALEMÃ POR MIGRANTES


E/OU SEUS DESCENDENTES RESIDENTES NO SUL DO BRASIL
Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia (UFPR)
Silvia Milena Bernsdorf (UFPR)
Resumo: Apesar do espanto que muitos brasileiros demonstram ao perceberem, por exemplo, a
grande presença de haitianos e sírios atualmente em nosso país, a vinda de estrangeiros ao
Brasil não é novidade. Desde o século XIX, recebemos grandes contingentes de migrantes, que
vieram (e continuam vindo), principalmente, em busca de melhores condições de vida longe de
suas terras natais. Na Região Sul, as nacionalidades que se fizeram mais presentes a partir da
década de 80 do século XIX foram a italiana e a alemã. Neste trabalho, especificamente,
interessa-nos compreender como foi a instalação dos povos de origem germânica em terras
brasileiras e como se constituíram suas representações em relação à sua língua materna e à sua
cultura. Para constituir nosso corpus de análise, coletamos depoimentos orais dos sujeitos de
acordo com os seguintes vetores: ano e local de nascimento, vida familiar e escolar, práticas de
uso das línguas alemã e portuguesa, sentimentos relacionados ao “ser alemão” e ao “ser
brasileiro” e práticas religiosas e culturais, tanto na Alemanha quanto no Brasil. A Análise de
Discurso (AD) de vertente pêcheuxtiana é uma de nossas teorias norteadoras e, principalmente,
suas noções de língua e de memória discursiva são conceitos-chave para compreendermos que
domínios de memória emergem desses relatos, em quais lugares os sujeitos migrantes e/ou seus
descendentes se inscrevem em relação à língua e à cultura alemã e como sua identidade é
construída. Assim, procuramos contribuir para a AD em diálogo constante com os estudos
relacionados à constituição identitária dos sujeitos, nosso outro arcabouço teórico, bem como
para o ensino e a aprendizagem da língua alemã, os quais, sob a nossa perspectiva, não podem
ser desvinculados dos contextos que envolvem tal idioma e o relacionam com nosso país,
especialmente com a Região Sul.
Palavras-chave: Língua. Memória. Identidade.

PROCESSOS DE MITIFICAÇÃO EM DEUSES AMERICANOS, DE NEIL GAIMAN


Guilherme Menezes Vilanova (UFRGS)
Resumo: A obra Deuses Americanos de Neil Gaiman apresenta um processo de mitificação onde
a existência de entidades mitológicas passa pela adoração e sacrifício. Nesse sentido, a presença
de diferentes culturas, com diferentes mitos, em um mesmo espaço geográfico acaba por criar
mitos deslocados e conflitantes. Ocorre que com a aplicação desse processo a cultura moderna,
criam-se entidades mitológicas modernas como: Deusa Mídia, Deus Tecnológico, Deuses Carros,
Deuses Drogas, Etc. O enredo da obra se focasse no embate dessas entidades fruto de culturas
antigas e da cultura moderna. Há ainda outro processo de mitificação, mais complexo e mais
extenso; o processo pelo qual o personagem principal, Shadow, passa tem como fator
determinante uma perda constante de identidade. Sendo um humano, sua construção como
indivíduo passa por construções de identidades, construções essas que ao longo da narrativa se
mostram não formadas no personagem. Identidade nacional, étnica, cultural e outros fatores
determinantes do indivíduo, neste personagem, apresentam-se apenas como sombras.

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Palavras-chave: Identidade. Imaginário. Mito.

PRODUÇÃO DE SENTENÇAS EXCLAMATIVAS-WH EM PB: UM ESTUDO EXPERIMENTAL


Karina Zendron da Cunha (UFSC)
Resumo: Nesta comunicação apresentaremos os resultados de um experimento de produção de
fala que teve por objetivo responder se há mais de um tipo de contorno entoacional para as
exclamativas-wh com wh que, quanto e como. Nossa hipótese é a de que há pelo menos dois
comportamentos entoacionais diferentes para as exclamativas-wh em PB, conforme o tipo de
elemento-wh (como, que e quanto) presente nelas, e esse fato pode estar relacionado à existência
de mais de uma estrutura sintática para esse tipo de sentença. Essa hipótese vai ao encontro dos
resultados apresentados por Zendron da Cunha (2012) e Zendron da Cunha e Seara (2014),
cujas análises evidenciaram diferenças no comportamento entoacional das exclamativas com wh
como, por um lado, e das exclamativas com wh que e quanto, por outro. Para testar nossa
hipótese, propomos um experimento de produção de fala, no qual foram gravados 6 informantes
do sexo feminino, falantes nativas de PB, variedade de Florianópolis. Foram gravadas 4
repetições de 12 enunciados por informante, somando 288 enunciados para análise. Para a
análise acústica dos dados, usamos o programa PRAAT, versão 5.1.38 e o script
MOMEL/INTSINT for PRAAT, versão 10.3. Na análise dos dados consideramos a medida de F0
(St) e a distribuição de tons feita pelo script em quatro pontos diferentes dos enunciados.
Usamos o programa SPSS, versão 22.0, para a análise estatística. Os resultados mostraram que
há comportamentos entoacionais diferentes para as exclamativas-wh com wh que, quanto e
como, tanto em relação às médias de F0 quanto em relação à distribuição de tons. Esse resultado
pode estar relacionado ao fato de que há, no PB, assim como no italiano, no paduano e no inglês
(ZANUTTINI; PORTNER, 2003), mais de um tipo de exclamativa-wh.
Palavras-chave: Sentenças Exclamativas-wh. Frequência Fundamental. Interface Sintaxe-
Semântica-Prosódia.

PRODUÇÃO DE SENTIDOS EM TORNO DE UMA IMAGEM AUSENTE: A PROPÓSITO DA


CONDUÇÃO COERCITIVA DE LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA NO ÂMBITO DA OPERAÇÃO
LAVA-JATO
Janaina Cardoso Brum (UCPEL/UFPEL)
Resumo: Na manhã do dia quatro de março de 2016, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi
conduzido de forma coercitiva pela Polícia Federal até o pavilhão de autoridades do Aeroporto
de Congonhas em São Paulo a fim de prestar depoimento sobre seu envolvimento em atividades
suspeitas investigadas pela operação Lava-Jato. Antes mesmo de a Polícia Federal chegar à casa
de Lula, jornalistas já se movimentavam em torno do mandado expedido pelo juiz Sérgio Moro.
Tendo sido proibida a filmagem ou qualquer outro registro da condução coercitiva, a mídia
nacional passou a trabalhar nas margens dessa “imagem negada”. Não tardaram a circular,
então, boatos sobre uma suposta prisão do ex-presidente. No presente trabalho, pretendemos
investigar, sob os pressupostos da Teoria do Discurso, os processos de produção de sentidos em
torno da “imagem ausente” através de outras imagens e materialidades diversas que circularam
no jogo discursivo-midiático em torno da desestabilização/estabilização de evidências sobre os
acontecimentos do dia quatro de março.

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Palavras-chave: Discurso. Mídia. Imagem.

PRODUÇÃO ENUNCIATIVA EM COMUNIDADE VIRTUAL: CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS


Rosangela Silveira Garcia (UFRGS)
Resumo: O trabalho a ser apresentado tem o propósito de analisar como os conceitos, unidades
de pensamento e conhecimento Hardy-Vallée (2013), se formam, e como circulam em situações
de interação social instauradas em uma comunidade virtual. Dessa forma, nos propomos à
reflexão sobre os conceitos que são emergentes a partir das interações sociais em grupos de
estudos online. No caso desse estudo, o corpus se direciona aos enunciados produzidos em
situações de interação entre estudantes de curso de pós-graduação advindas do uso do software
Forchat, ferramenta tecnológica de comunicação que possibilita interação virtual síncrona e
assíncrona. Como aporte teórico de suas discussões opera com os pressupostos bakhtinianos e
de estudos da comunicação mediada pelo computador que pesquisa os processos de
comunicação humanos realizados através da mediação das tecnologias digitais (RECUERO,
2012).
Palavras-chave: Enunciado. Conceito. Comunidade Virtual.

PROPAGANDA: DESENVOLVIMENTO DE CULTURA E CRITICIDADE NAS AULAS DE LÍNGUA


INGLESA
Vera Lúcia Freitas Franco (UTFPR)
Resumo: A propaganda faz parte do cotidiano das pessoas em qualquer país, em qualquer língua
e através de diversos meios de comunicação, tais como outdoors, comerciais de TV, rádio,
revistas, internet, dentre outros. Segundo essa ideia, identifica-se nesse gênero uma grande
possibilidade de contribuição para o desenvolvimento crítico e cultural dos envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem de diversas disciplinas, especialmente de línguas. Desta
forma, o projeto de dissertação em andamento a ser aqui apresentado tem como objetivo
verificar propostas de ensino com o gênero propaganda impressa em materiais didáticos de
língua inglesa e discutir sua aplicabilidade em sala de aula, notadamente na Educação Básica,
mas também em escolas de idiomas ou em outros níveis de ensino. Para isso, buscando orientar
o trabalho docente com a propaganda, este estudo baseia-se no Interacionismo Sociodiscursivo
(BRONCKART, 2012), que busca compreender e considerar as ações humanas em seus aspectos
discursivos e sociais. O trabalho fundamenta-se também nas capacidades de linguagem dos
estudiosos Schneuwly e Dolz (2004), que foram ampliadas no Brasil por Cristovão e Stutz
(2011), no letramento verbo-visual proposto por Brait (2010) e no conceito de sequência
argumentativa de Adam (apud BRONCKART, 2012). Após a apresentação de alguns dados já
coletados, será analisada a proposta e a frequência com que o gênero propaganda aparece
nesses materiais, bem como seu potencial para contribuir significativamente para o
desenvolvimento crítico e cultural dos sujeitos aprendizes de língua inglesa.
Palavras-chave: Propaganda. Letramento verbo-visual. Livro didático.

RASURAS: CONFLITOS ENTRE O ORAL E O GRÁFICO


Tatiane Henrique Sousa Machado (UNIPAR)

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Resumo: Neste estudo foram analisadas as rasuras, marcadas por apagamentos, inserções,
sobreposição, ligadas ao conflito entre a variante fonética falada pelo escrevente e a imagem que
o escrevente supõe da representação gráfica prescrita pela escola. Consideram-se as rasuras um
momento de “aceitação” e “recusa” do escrevente à heterogeneidade da (sua) escrita. A hipótese
que norteia este estudo é que as rasuras seriam sinais de um deslocamento da criança em
relação à (sua) escrita e à escrita do outro e, portanto, indícios de divisão enunciativa do sujeito
escrevente (CAPRISTANO, 2013). Adota-se para tanto, o referencial teórico da heterogeneidade
constitutiva da escrita (CORRÊA, 2004), na qual se supõe a não existência de enunciados
puramente escritos ou falados. O corpus examinado refere-se a 449 enunciados escritos por
crianças da antiga primeira série do Ensino Fundamental I, no qual foram identificadas 35
rasuras. Dentre os principais momentos de conflitos ressalta-se: a omissão da coda vibrante
final; a marcação do ditongo; o registro das vogais pretônicas; e a neutralização das vogais
postônicas finais. Esses conflitos são consubstanciais à linguagem, não-coincidências que
emergem na superfície do dizer, em que o escrevente por meio de ‘escolhas’ e ‘recusas’ circula
pela gênese da escrita e pela representação do código institucionalizado, destacando o conflito
na representação da (sua) escrita, constitutivamente heterogênea.
Palavras-chave: Escrita. Rasura. Variante fonética.

REFLEXÕ(E)S DO/SOBRE O SUJEITO


Alexandre Wagner da Rocha (UNISUL)
Resumo: As reflexões apresentadas neste trabalho emergiram a partir de questionamentos
lançados sobre o processo de constituição do(s) sujeito(s) que se inscreve(m) através da rede
(internet). Apesar de o presente trabalho não abordar propriamente questões relativas a web,
mobilizaremos aqui alguns conceitos que pretendemos desenvolver futuramente, também em
relação a esta, como o real e o virtual, bem como outras questões relativas a estes tanto pelo viés
deleuziano, quanto pelo viés lacaniano. Considerando que nosso trabalho se desenvolve a partir
do escopo teórico e analítico da Análise do Discurso (AD) de vertente francesa, e que este se
constrói no entremeio entre o materialismo histórico (conforme releitura de Marx por
Althusser), a linguística (saussuriana) e a psicanálise (Freud relido por Lacan), neste momento
buscaremos traçar aproximações entre conceitos relativos ao processo de constituição do
sujeito próprios à AD, como Ideologia, Formações Discursivas, Interdiscurso, Posição Sujeito,
Identificação, Contra-identificação e Desidentificação; com noções oriundas das reflexões
propostas por Lacan sobre o estádio do espelho, entre eles: o inconsciente, as relações com o
Outro e com o outro, objeto de desejo, matriz simbólica, simbólico, imaginário e real. Neste
sentido, desenvolveremos uma breve explanação sobre como a AD e a psicanálise compreendem
o processo de constituição do sujeito para, então, a partir do esquema proposto por Lacan sobre
o estádio do espelho buscarmos aproximações entre estas compreensões, bem como propor
novas interpretações sobre os processos de constituição e de (des)identificação do(s) sujeito(s).
Palavras-chave: Sujeito. Análise do Discurso. Estádio do Espelho.

REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NOS


ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Bruna Rodrigues Goularte de Bastos (FURG)

231
Clarice de Pinho Valente Duarte (FURG)
Resumo: Considerando a importância do ensino de língua estrangeira desde os anos iniciais do
ensino fundamental, o presente trabalho visa discutir formas de tornar o ensino da Língua
Espanhola eficaz nessa etapa da educação, bem como discutir acerca da identidade do
profissional responsável por tal aprendizado. Qual é a sua formação? Essas considerações são
oportunas, pois sendo, provavelmente, o primeiro contato dos alunos com uma língua
estrangeira em um ambiente formal de ensino, essa experiência poderá determinar o interesse e
a motivação futura do aluno em relação ao aprendizado da ‘língua meta’. O trabalho com
crianças dos anos iniciais exigirá do professor um conhecimento acerca das metodologias de
ensino do espanhol como língua estrangeira considerando as especificidades da infância.
Buscou-se por isso, através de revisão bibliográfica, produções sobre o tema. Pesquisadores na
área sustentam a necessidade de abordar os aspectos linguísticos da LE de forma lúdica,
utilizando os mais variados gêneros textuais, bem como o trabalho com jogos. Rocha (2008)
sugere que os diferentes gêneros combinados possibilitam ao aluno ‘narrar cantando, contar
brincando ou brincar narrando’. Silva (2008) defende os benefícios do trabalho com jogos no
processo de ensino-aprendizagem, pois eles desenvolvem as capacidades motora, afetiva e
cognitiva dos alunos. Além disso, o jogo na sala de aula possibilitará um ambiente no qual os
alunos utilizarão os conhecimentos linguísticos com um propósito comunicativo significativo, o
que, consequentemente, motivará o aprendizado. A leitura e estudo do referencial teórico
embasou o planejamento das aulas de Língua Espanhola ministradas em turmas de primeiro a
quinto ano do ensino fundamental em uma escola em tempo integral na cidade de Rio Grande,
Rio Grande do Sul. Estas questões e experiências motivam o projeto de pesquisa que será
apresentado no 4º Sul Letras – Formação de Redes de Pesquisa.
Palavras-chave: Ensino. Língua Espanhola. Ensino Fundamental.

REGIONALIDADE E GÊNERO SOCIAL EM SIMÕES LOPES NETO: A CARACTERIZAÇÃO DO


FEMININO ENQUANTO CONCEPÇÃO DO ESPAÇO REGIONAL MASCULINO
Karen Gomes da Rocha (UCS/UniRitter)
Resumo: O presente ensaio aborda, sob a perspectiva da regionalidade, questões inerentes à
temática da literatura regional e regionalista, localizando a obra Contos gauchescos num espaço
definido como terra natal, o pampa gaúcho, na perspectiva de Schumann (2013). Essa concepção
do espaço regional vem a colaborar para o estabelecimento do mito do tipo gaúcho, através da
busca pela unificação de particularidades inerentes ao estereótipo gauchesco masculino, assim
como reforça o status excludente daqueles que com o meio não se identificam: o estrangeiro, o
brasileiro, a mulher, etc. Em relação ao gênero social, analisa-se o papel da personagem feminina
Tudinha, no conto intitulado “O negro Bonifácio”, como a mulher que, através da representação
feita pela visão masculina de Blau Nunes, é tida como contradição do mundo social estabelecido.
Palavras-chave: Terra natal. Gênero social. “O negro Bonifácio”.

REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: UMA ANÁLISE DISCURSIVA A PARTIR DA NOÇÃO DE


ARQUIVO
Márcio José da Silva (UNISUL)

232
Resumo: Os Repositórios Institucionais (RI) surgiram como desdobramento político de uma
mobilização mundial em favor do amplo acesso à informação científica, e vêm ganhando espaço
no cenário científico-acadêmico atual (WEITZEL, 2006; MURAKAMI e FAUSTO, 2013;
KURAMOTO, 2015). Segundo o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, um
RI é definido como “um tipo de biblioteca digital. (…) um serviço de informação científica – em
ambiente digital interoperável – dedicado ao gerenciamento da produção científica e/ou
acadêmica de uma instituição” (IBICT, 2012, p. 7). Esta definição evidencia a dimensão
institucional dos RI enquanto uma espécie de arquivo, mas parece silenciar sua dimensão
discursiva. A noção de arquivo, tomada aqui como “campo de documentos pertinentes e
disponíveis sobre uma questão” (PÊCHEUX, 1982/1994, p. 57), remete-nos ao fato de que todo
arquivo constitui-se como “uma instância e um lugar de autoridade” (ROMÃO; LEANDRO-
FERREIRA; DELA-SILVA, 2011, p. 11) que funda-se no âmbito do controle e do político. Para
Pêcheux (1982/1994) a leitura do arquivo se dá na relação da língua com a discursividade, num
gesto que é sempre afetado pela exterioridade constitutiva, que é de ordem histórico-ideológica.
Na perspectiva discursiva, a noção de arquivo institucional se diferencia da noção de arquivo
discursivo, isso porque a primeira concepção é de natureza empírica e é determinada
politicamente (entre outros fatores), enquanto a segunda é de natureza simbólica e é
determinada histórica e ideologicamente. É na exata medida dessa distância entre uma e outra
que se encontra nosso interesse pelos RIs. No presente trabalho, exploraremos essa diferença
visando estabelecer uma relação entre essas duas dimensões de um RI.
Palavras-chave: Repositórios Institucionais. Arquivo. Discurso.

REPRESENTAÇÕES E GRAMÁTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL: O QUE NOS DIZ O DISCURSO DE


ESTUDANTES SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Ederson Henrique de Souza Machado (UTFPR)
Resumo: O presente trabalho compila alguns resultados obtidos durante uma pesquisa que
observou as representações sociais sobre relações tangentes ao ensino e aprendizagem de
língua inglesa no discurso de estudantes do ensino fundamental público da região sudoeste do
Paraná (MACHADO; DENARDI, 2012; MACHADO, 2013a, 2013b, 2013c, 2014). Os dados
analisados foram obtidos mediante aplicação de questionários a 402 alunos de 9º ano do ensino
fundamental público. Esses participantes eram de oito instituições de ensino público de
diferentes municípios da região sudoeste do Paraná. O estudo dialogou com diferentes aportes
teóricos, dentre eles: a Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 2003), Análise Crítica de
Discurso (FAIRCLOUGH, 2003) e Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY; MATTHIESSEN,
2004, 2014). No que se refere aos resultados, o trabalho apresenta: 1) a recorrência temática
associada ao ensino de língua inglesa; 2) A representação do participante Sujeito Aprendiz nos
enunciados dos jovens investigados; e 3) levantamento de uma hipótese para explicação do
distanciamento entre os estudantes da escola pública e a disciplina de língua inglesa (que é
marcado gramaticalmente em seus discursos), com base na correlação dos resultados das duas
primeiras etapas de análise com o contexto material dos estudantes. Nesse sentido, ainda que o
propósito inicial do estudo não fosse pedagógico, os dados obtidos e analisados expressam um
componente relevante a ser considerado nas práticas de ensino de língua inglesa na escola
pública.
Palavras-chave: Discurso. Representação social. Língua Inglesa.

233
REPRODUÇÃO: UM DISCURSO QUE SE REPETE
Ádria Graziele Pinto (UNISC)
Ana Claudia Munari Domingos (UNISC)
Helena Jungblut (UNISC)
Resumo: Este trabalho vincula-se ao projeto Vozes da Cultura Contemporânea: ficção em
primeira pessoa, coordenado pela Profª Dr. Ana Cláudia Munari, cujo objetivo é refletir sobre as
mentalidades e tendências da ficção contemporânea, centralizando sua atenção no narrador. A
partir da perspectiva que Santaella (2013) propõe, de que as práticas realizadas no ciberespaço
têm influenciado os modos de produção e recepção de textos, infere-se que os modos de dizer
são afetados por tecnologias, sendo um reflexo dos modos de vida. Ao concentrar-se no sujeito
moderno e no meio que o circunda, o trabalho abrange três diferentes campos de atuação: a
sociologia, aqui representada através das reflexões sobre a cultura contemporânea; a
comunicação, quando discorre a respeito da interação entre mídias e a escrita de ficção e, por
fim, a teoria da literatura, ao observar a figuração do narrador e sua produção narrativa atual.
Para tanto, sustentamo-nos em Norman Friedman (2002) e Schøllhammer (2009) para pensar o
ponto de vista do narrador na ficção brasileira contemporânea. Vinculado a esse estudo, este
trabalho tem a intenção de realizar uma leitura interpretativa da obra Reprodução, de Bernardo
Carvalho (2014). Em um jogo entre narradores monológicos, em um discurso parcial, a lógica
narrativa é construída através de ironias a respeito da “hiper(des)informação” do sujeito
moderno, que constrói suas opiniões e ideologias através do conteúdo de revistas, blogs e redes
sociais, em uma cadeia de reprodução de sentidos. O romance, como desejamos mostrar,
apresenta, assim, a tendência à desconstrução da voz autoral a partir da sua inserção na cultura
digital.
Palavras-chave: Narrativas Contemporâneas. Cultura Digital. Reprodução.

RESPIRAS E OFERECES À MORTE UM SILÊNCIO BREVE: DOS MOVIMENTOS DE CATARINA E


DE SEU SILÊNCIO QUE TRAZ A DOR DO(S) CORPO(S) VIOLADO(S).
Daniel Conte (FEEVALE)
Resumo: A obra Réquiem para o navegador solitário, de Luís Cardoso, não escapa à
retratação dolorosa comum às literaturas contemporâneas das ex-colônias de Portugal. O Timor
Leste foi colônia portuguesa durante cinco séculos, aproximadamente, e nunca teve a atenção
devida da metrópole. O império português só voltou os olhos com um pouco mais de atenção ao
Timor quando da ameaça de invasão pelos japoneses em 1941 em meio às tensões da II guerra
mundial. O território foi um espaço relegado à insipidez do cotidiano histórico e serviu de
depósito de pessoas não queridas na Metrópole. É nesse espaço que a jovem Catarina, a
narradora, apresenta ao leitor uma colônia repleta de sujeitos deslocados em sua condição
imaginária e, por outro lado, a resistência organizada e fantasmagórica dos nativos. Em busca de
seu príncipe encantado, Catarina é enviada pelo pai – já prometida em casamento a Alberto
Sacramento Monteiro – ao Timor para ver como andavam os negócios da sociedade que
estabeleceram junto à fazenda de café. Ao chegar, o que se apresentou foi um território hostil e
permeado de uma violência constante contra a mulher. A própria Catarina foi violentada pelo
noivo Alberto, que se desenhava príncipe longe dali. Há duas personagens fundamentais na

234
obra: uma, a narradora Catarina; a outra, uma terra relegada a uma condição de insignificância
desde o olhar colonial, o próprio Timor Leste, que estava à deriva antes da independência. É
desde essa ordem contextual que este trabalho pretende evidenciar o deslocamento dos
personagens que figuram na narrativa de Luís Cardoso e o silêncio histórico a que são relegados.
Bachelard, Bakhtin, Cassirer, Meletínski, Paz, Said e Steiner servirão de base teórica para a
construção dessa materialidade.
Palavras-chave: Literatura. Timor Leste. Luís Cardoso.

SERÁ “SÃO BERNARDO” DE GRACILIANO RAMOS UMA OBRA REGIONALISTA?


REGIONALISMO VERSUS REGIONALIDADES
Angélica Vinhatti Gonçalves Ferla (UCS)
Resumo: Este artigo problematiza o termo regionalismo ligado à obra São Bernardo de
Graciliano Ramos, classificação utilizada por muitos autores para caracterizar a narrativa. O
objetivo é expandir a visão tratando desse tema, uma vez que se encontra ultrapassada. A
pesquisa faz uso de comprovações da obra São Bernardo para exemplificar argumentos por ela
levantados. O estudo pretende analisar regionalidades presentes na obra, as quais configuram o
pano de fundo e asseguram a verossimilhança ao romance. Regionalidades que não significam
regionalismos, não exaltam ou exageram aspectos locais, apenas caracterizam o enredo. Quando
se busca pelo Modernismo de 30, acham-se várias obras ditas regionalistas, apenas por
utilizarem determinadas regiões do Brasil como lugar já recebem essa nomenclatura. O artigo
procura afirmar que uma obra não é regionalista apenas por estar inserida em dada região, se
assim fosse muitas outras narrativas seriam compreendidas como tal. Através deste artigo será
discutida mais longamente essa questão, que hoje se pode compreender como antiga.
Palavras-chave: São Bernardo. Regionalismo. Regionalidades.

SIGNIFICAÇÃO E RESSIGNIFICAÇÃO NO PROCESSO DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS


Ana Luisa Feijó Cosme (FURG)
Resumo: O presente trabalho consiste em um relato de experiência da prática de contação de
histórias desenvolvida no projeto “Oficina de contação: a formação de leitores”, coordenado pela
professora Drª Mairim Linck Piva (FURG), e vinculado ao projeto “Socializando leitura”, da
mesma Universidade, que tem como premissa principal a formação de mediadores de leitura e
leitores de literatura, auxiliando o despertar do gosto pela leitura. O objetivo desse relato é
apresentar uma das ações realizadas na turma de 2° ano da Escola Municipal de Ensino
Fundamental em Tempo Integral Prof. Valdir Castro, localizada na cidade de Rio Grande. A ação
desenvolvida contempla a leitura da história O mistério da floresta, de Gerusa Rodrigues Pinto. A
escolha do texto ocorreu em razão deste possuir temática relacionada ao “terror”, indicada pelos
próprios alunos no decorrer do projeto. Durante a contação da história, os alunos tiveram um
momento para refletir sobre as possíveis criaturas que habitavam a floresta e criaram seus
próprios monstros, justificando os motivos de os mesmos estarem ali. Após falarem de seus
monstros, a contação da história continuou e eles puderam descobrir, de fato, qual era o mistério
da floresta. Essa atividade proporcionou que os alunos refletissem sobre a narrativa e
utilizassem sua criatividade para interagir com a história e com os demais colegas. O tempo da
leitura é entendido como um meio de “refletir e pensar em possibilidades diferentes da vida”

235
(MACHADO, 2009, p. 18). Nesse exercício de (re)criar sentidos, o espaço escolar passa a ter
papel importante, visto que, segundo Zilberman (1991), é delegada à escola a função de
despertar na criança o gosto pela leitura. Dessa forma, as atividades propostas em sala de aula, a
partir da leitura, devem estimular o interesse dos alunos, não apenas servindo de pretexto para
o ensino de gramática, conforme explicação de Lajolo (1982).
Palavras-chave: Literatura. Leitura. Contação de histórias.

SIGNIFICADO/SENTIDO E MEMÓRIA AO TRATAR DA DISCURSIVIDADE DO ARTIGO Nº58,


DA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, Nº 9394/96.
Diane Silva Zardo (UNISUL)
Resumo: Este estudo pretende trazer uma reflexão sobre a questão social e histórica da
exclusão de pessoas com deficiência na sociedade, através das noções da Análise do Discurso
como proposto por Michel Pêcheux, nos anos de 1960 na França e desenvolvido no Brasil por
Eni Orlandi na década de 1980, tendo como recorte as noções de Sentido e Memória. A Análise
de Discurso francesa concebe a linguagem como mediação necessária entre o homem e a
realidade natural e social. Essa mediação, que é o discurso, torna possível tanto a permanência e
a continuidade quanto o deslocamento e a transformação do homem e da realidade em que vive.
Atualmente, nos deparamos com diversas formas de pensar e tratar a exclusão social que, ao
longo dos tempos, vêm impondo marcas em diferentes grupos sociais, que podem ser percebidas
ou tratadas sob as formas de silenciamento/apagamento/interdição. Para compreendermos este
funcionamento, vamos analisar discursivamente o Artigo nº 58, da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, LDB nº 9394/96, o qual se refere especificamente à educação especial e à
Inclusão Escolar de alunos com necessidades especiais em escolas públicas. Tratado como
materialidade discursiva, pretendemos compreender como se constituem os diferentes sentidos
postos para os sujeitos e para a história. Sentidos estes que determinam a posição ou a forma-
sujeito histórica dos indivíduos e que constituem o objeto deste estudo. Entendemos que o
percurso da exclusão social se estendeu como rede, por muitas décadas, sem se “significar”, sem
nunca “fazer sentido”. E, no interior desta rede, percebemos que acontecimento não tem história,
apaga-se a memória histórica, não há transferência, o sentido não desliza só se multiplica. Como
um “efeito”, os sentidos permitidos socialmente transitam sob a forma de discursos já postos,
determinando um bloqueio para o percurso dos sentidos, seus deslocamentos, sua historicidade,
seus deslizamentos.
Palavras-chave: Sentido. Memória. Exclusão.

SILENCIANDO O OUTRO: O CASO DA EDIÇÃO DE GORDON LISH NA LITERATURA DE


RAYMOND CARVER
Carlos Böes de Oliveira (FEEVALE)
Resumo: Estuda-se aqui a influência literária do famoso Editor Gordon Lish na coleção de
contos mais celebrada de Raymond Carver. Gordon Lish foi o editor de Raymond Carver em suas
primeiras duas coleções de contos. E, através dessa relação, o mundo literário testemunhou um
dos casos mais célebres de censura editorial já conhecida. Em sua segunda coleção de contos Do
Que Falamos Quando Falamos de Amor (1981), Raymond Carver teve sua obra editada em mais
de dois terços do manuscrito original. Gordon Lish não apenas redefiniu esteticamente os contos

236
(consolidando Carver como um escritor minimalista), mas também remodelou os sentidos
empregados nas histórias. Ao cotejarmos o manuscrito original de Carver com a versão editada
por Gordon Lish percebemos que o editor silencia os personagens de Carver, relegando-os a
posições sociais inferiores, incapazes de lidar com os seus problemas e inábeis ao comunicarem-
se uns com os outros. Este aspecto, em particular, era ultrapassado nos manuscritos originais,
publicados pela viúva de Carver 20 anos após a versão editada de Lish. Através de um encontro
interdisciplinar entre componentes da análise do discurso e os estudos culturais pretendemos
revelar as distorções ideológicas que permeiam a narrativa editada por Lish. Para embasar este
artigo, me amparo nas teorias da análise do discurso francesa e em seus pressupostos acerca do
sujeito, história e língua. A questão do silenciamento e da censura editorial é analisada tomando
como base as teorias desenvolvidas por Eni Orlandi.
Palavras-chave: Raymond Carver. Gordon Lish. Silenciamento.

SOBRE FRATURAS E REALISMOS: EXÍLIO E IDENTIDADE EM ÍRISZ: AS ORQUÍDEAS, DE


NOEMI JAFFE
Camila Rodrigues Boff (UFRGS)
A literatura brasileira contemporânea é frequentemente caracterizada pela multiplicidade.
Aberta a diversos tipos de produção, a literatura do século XXI permite que debates de longa
data sejam recolocados no centro de alguns questionamentos. É o que tem acontecido com a
categoria do Realismo. Dada a variedade de visões teóricas que trataram e tratam desta questão,
acredita-se que falar de Realismo possa ser fértil para o estudo do romance brasileiro
contemporâneo. Tendo isso em vista, o presente trabalho propõe uma análise do romance Írisz:
as orquídeas, de Noemi Jaffe, publicado em 2015. A narrativa traz a história de Írisz, botânica
húngara que, exilada em decorrência da Revolução Húngara, chega ao Brasil para estudar
orquídeas, e de Martim, pesquisador do Jardim Botânico, que a acolhe. Visa-se, a partir dos
conceitos de Realismo propostos por Erich Auerbach e Tânia Pellegrini, tratar do exílio e da
identidade cultural, questões centrais na obra em questão. Ainda pretende-se fazer um breve
comentário sobre a forma do romance, intimamente ligada às questões que serão abordadas.
Palavras-chave: Realismo. Exílio. Identidade.

SOBRE O NOME MADRE TIERRA NA LEI E O FUNCIONAMENTO DISCURSIVO NA PRODUÇÃO


DE SENTIDO
Cristina Zanella Rodrigues (IFSUL/UCPEL)
Resumo: A proposta deste trabalho é, a partir da Análise do Discurso pecheutiana, apresentar
uma análise das seguintes leis: Ley nº 71 (2010) – Lei de Derechos de La Madre Tierra e a Ley nº
300 (2012) – Ley Marco de La Madre Tierra y Desarrollo Integral para Vivir Bien promulgadas no
Estado Plurinacional de Bolívia. O nomear a lei e a concessão de uma subjetividade jurídica
(ir)rompem na ordem de sentidos do discurso jurídico para colocar uma série de contradições,
que jogam no limiar da falta e do excesso, imbricados no funcionamento de um texto legal. É
possível perceber o funcionamento interdiscursivo que resgata saberes historicamente
relacionados à questão ecológica e à cosmovisão indígena. Elenco as seguintes questões
norteadoras: Como ocorre o funcionamento discursivo do sintagma Madre Tierra que a faz
sujeito de direito, uma vez que através da lei se instaura a constituição de uma subjetividade

237
ligada ao dever-ser? O funcionamento de Madre Tierra como um nome que dá identidade à lei e a
“algo” dotado de personalidade jurídica não é suficiente para pensar que a opacidade deste
nome, escrito na letra da lei, constitui uma subjetividade? Seria a cosmovisão dos povos nativos
o real da lei, que agora o Estado simboliza, como porta voz das lutas indígenas? Há que
considerar, pois, que o processo de subjetivação, na AD, pressupõe teoricamente a concepção de
uma subjetividade em corpo, pois atravessada pelos questionamentos da Psicanálise de viés
lacaniana, que traz o sujeito do inconsciente para pensar o processo de interpelação. Ao atentar
para o processo de subjetivação e os ruídos que este acontecimento pode ocasionar, há por
objetivo analisar que efeitos de sentido e deslocamentos teóricos são produzidos a partir das
formas de nomear, designar, referenciar, subjetivar a Madre Tierra na sua materialização
linguístico-discursiva num texto legal/legítimo.
Palavras-chave: Subjetividade. Nome. Madre Tierra.

SOPHIE, MARIA, PAUL: UM JOGO DUPLO DE ARTICULAÇÃO E PARTIÇÃO


Gabriela Semensato Ferreira (UFRGS)
Resumo: Esta pesquisa reflete sobre o trabalho artístico suplementar, ou de articulação, entre
Sophie Calle e Paul Auster, que culmina na publicação de Double Game (Jogo Duplo, 2000), de
Calle. No romance Leviathan (1992), Paul Auster cria a personagem Maria, que segue estranhos
para fotografá-los, baseando-a em publicações e exposições de Sophie Calle. A artista, por sua
vez, decide recriar Maria, através deste jogo duplo com a obra de Auster, em que se imita a
ficção, através de performances, da fotografia e da escrita, e se “ficcionaliza” a experiência.
Assim, cada trabalho surge da interação com o outro, e não há um que se constitua como origem,
ou original. A personagem Maria baseada em Sophie é ao mesmo tempo inspirada na artista, mas
seguida por esta como um modelo para posterior experiência com cores, comidas, cheiros, etc.
Investiga-se aqui, por isso, o jogo com os nomes próprios dos personagens e dos artistas, a
referência ao “real” externo, mas não pré-existente, e esse pensar sobre o si como outro, em uma
relação de presença e ausência, de vazios, a partir do trabalho com as palavras e com a
visualidade. Para isso, parte-se de investigações desenvolvidas no grupo de Estudos de Poéticas
do Presente, do departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, da UFRGS. Nesse
sentido, são abordadas ideias desenvolvidas por Jacques Derrida referentes ao suplemento e ao
nome unido e dividido, de Jean Jacques/Rousseau, em Gramatologia (1967). Além disso, através
da leitura de David Wills, em Prosthesis (1995), dessa problemática em Derrida, percebem-se
ainda outras leituras possíveis desse trabalho de articulação e partição, que se estendem à
percepção e performance do corpo na arte.
Palavras-chave: Articulação. Nomes divididos. Jogo Duplo.

SUJEITO-LEITOR E INTERPRETAÇÃO: A RESPONSABILIDADE PERANTE A INCOMPLETUDE


DE SENTIDOS NOS CONTOS DE LYGIA FAGUNDES TELLES
Tatiani Longo Mazon (UNISUL)
Resumo: Existem diversas formas para analisar, interpretar e compreender um texto seja ele
histórico, jornalístico ou literário. Para a Análise de Discurso, o percurso interpretativo é
influenciado pelos sentidos pré-construídos, pela historicidade e a ideologia que atuam sobre o
sujeito. Segundo a autora Eni Orlandi, o espaço simbólico é marcado pela incompletude e sua

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relação com o silêncio e é este movimento que abre espaço ao gesto de interpretação. Ao ler
alguns contos da autora brasileira Lygia Fagundes Telles, o leitor se depara com a ausência de
uma estrutura clássica a respeito do destino da personagem principal. Por clássica, entende-se
aquela composição de texto que se apresenta de forma linear, com começo meio e fim. A
ausência desta linearidade, principalmente ao que se refere ao final dos contos, que costumam
ser marcados por dúvidas, incertezas e ambiguidades, transfere ao leitor a responsabilidade de
interpretação e efeito de fecho dos casos. Neste contexto, busca-se, então, analisar e
compreender como se dá o envolvimento do sujeito-leitor com a forma de escrita destes contos e
suas relações com os sentidos, o gesto de interpretação e sua responsabilidade ao assumir o
efeito de fecho.
Palavras-chave: Sujeito-leitor. Interpretação. Incompletude.

TAMBOR DE CRIOULA DO MARANHÃO: NO MOVIMENTO DOS CORPOS


Conceição de Maria dos Santos Pacheco (UNISUL)
Resumo: A brincadeira do Tambor de Crioula, como representação cultural maranhense
reclama, discursivamente, a interpretação de uma fala que se propaga no tempo e no espaço
acompanhando a construção política do sujeito brasileiro. Como materialidade discursiva,
apresenta um conjunto que se movimenta em torno do Tambor (tronco de madeira escavado,
coberto por pele de animal, preso por pequenos torniquetes de madeira) seu som dá o ritmo e,
em torno do qual, acontece a brincadeira. Fazem parte também, a imagem do São Benedito, para
quem a louvação é dirigida; as toadas lançadas pelos cantadores e as coreiras, que brincam na
roda em homenagem ao santo da igreja católica. A brincadeira do Tambor de Crioula se realiza
no momento em que todos esses requisitos estão reunidos e acontecendo. Pois, é na junção deles
que se significam e podem produzir o efeito de sentido de sincretismo cultural afro-brasileiro. É,
nesse efeito de sentido de conclamar a trajetória do batuque do Tambor desde os tempos da
senzala passando pelo pagamento das promessas feitas ao São Benedito, às manifestações de
comemorar a conterraneidade do baixadeiro, às festas promovidas pelos órgãos
institucionalizados da cultura e as brincadeiras de Ponta de Rua que é possível marcar a
resistência do Tambor de Crioula, bem como, do espaço da mulher negra que gira no meio da
roda. Desta forma, analisar a brincadeira do Tambor de Crioula requer observar a sua
organização como um corpo discursivo, que se potencializa política/culturalmente como uma
trama. Numa linguagem própria que evoca os conceitos de Tecedura e Tessitura (Discurso
Artístico) na dimensão do Discurso Lúdico para a sua interpretação dos enlaces presentes na
brincadeira do Tambor que beiram o non sense. Mas, que se permite analisar à luz da Análise do
Discurso o gesto de leitura/interpretação que esse corpo provoca.
Palavras-chave: Corpo discursivo. Tambor de Crioula do Maranhão. Tecedura/Tessitura.

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: SENTIDOS DO DIGITAL


Katia Cristina Schuhmann Zilio (UNISUL/UNC)
Resumo: Este trabalho tem por objeto de estudo o discurso sobre a tecnologia e seu “uso” e de
como está materializado em documentos que regem a educação nacional, a partir do documento
Diretrizes Curriculares Nacionais; a educação catarinense, no documento Proposta Curricular de
Santa Catarina (2014); e a lei que rege o funcionamento dos laboratórios de informática nas

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escolas brasileiras, chamada de ProInfo. No gesto de leitura e interpretação, mobilizamos
dispositivos teóricos que podem ajudar na discussão e compreensão do que é visível no texto e
no discurso e o que sofre apagamento. Tomamos o termo ‘Tecnologia’ e seus derivados a fim de
responder à pergunta: qual o lugar da tecnologia no processo educativo indicado pelos
documentos analisados? Na contradição da realidade educacional, entre o real e o ideal, o
discurso da tecnologia povoa o imaginário como a resolução de problemas. Considerar a
textualidade digital como uma das práticas que podem e devem fazer parte daquelas que
ampliam conhecimentos significa o primeiro passo para uma modificação que já acontece na
sociedade e que a Escola não quis ver durante muito tempo. Há, com a tecnologia, o efeito de
sentido de modernização das Escolas, e isso inclui o uso da tecnologia e a força do contexto
sócio-histórico que reserva mais ao discurso da modernização do que à ação propriamente dita.
A garantia de uso não é garantia de aprendizagem, no entanto é, talvez, a possibilidade de
sentido de construção da autonomia, no contexto digital, a partir da prática, da reflexão, do uso.
Os sentidos dispostos dão conta que o papel que o Estado toma para si é o de provedor, e
também apaga o sentido de que não há responsabilidade além de prover, não há reflexão ou ação
empreendedora de construção de autonomia do sujeito.
Palavras-chave: Tecnologia. Análise de Discurso. Escola.

TECNOLOGIA E O ‘NOVO’ NA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO-USUÁRIO


Vitor Pequeno (UNICAMP)
Resumo: No desenvolvimento de nossa pesquisa de doutorado, já viemos a descrever – a partir
dos princípios epistemológicos estabelecidos por Michel Pêcheux na Análise do Discurso – o
funcionamento discursivo das tecnologias digitais como clivadas subterraneamente pela posição
do técnico. Buscamos precisar também, a partir do artigo de 1966, do mesmo autor, Reflexões
Sobre A Situação Teórica das Ciências Sociais e, Especialmente, da Psicologia Social, nossa noção
de tecnologia como prática técnica. Gostaríamos, portanto, de continuar com uma análise
referente à questão do Avatar, da velocidade da produção tecnológica contemporânea, e do
sujeito-usuário imbricado no discurso de produção e propaganda dos produtos de tecnologia
digital. Justamente aí, no espaço de produção da tecnologia, temos um lugar privilegiado de
investigação sobre as formas de relacionamento e demanda-comanda entre o sujeito
contemporâneo e a tecnologia digital. Buscamos através dessa análise, então, dar mais um passo
em direção a descrever melhor essa relação infra e superestrutural entre as formas de produção
da e sobre a tecnologia digital e a constituição do sujeito sob as forças de uma nova forma-
discurso e suas consequências. Para tal, apoiamo-nos centralmente na obra de Michel Pêcheux e,
mais fundamentalmente, no materialismo histórico como suporte epistemológico de nossa
investigação.
Palavras-chave: Discurso. Tecnologia. Sujeito.

TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO NA LÍNGUA: UMA SEMÂNTICA LINGUÍSTICA


Cláudio Primo Delanoy (PUCRS; Bolsista DOCFIX FAPERGS/CAPES)
Leci Borges Barbisan (PUCRS)
Resumo: Este trabalho está vinculado ao projeto O papel da alteridade na concepção da Teoria
da Argumentação na Língua, apoiado pelo CNPq. Apresenta como tema geral a concepção da

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semântica argumentativa proposta por Oswald Ducrot e colaboradores, a Teoria da
Argumentação na Língua (ANL). O objetivo é evidenciar que a ANL foi criada a partir das
reflexões de Saussure sobre a língua como um sistema de signos em relação, que motivaram o
desenvolvimento de uma semântica linguística. Esta investigação parte das bases conceituais da
ANL até sua forma recente, a Teoria dos Blocos Semânticos (TBS), de Carel e Ducrot. A proposta
é que a concepção saussuriana de sistema de signos relacionados entre si permitiu a criação de
conceitos básicos da ANL/TBS, tais como os de orientação argumentativa e de interdependência
semântica entre segmentos de um encadeamento argumentativo. Segundo os princípios da
ANL/TBS, o sentido de uma expressão linguística se dá a partir das relações estabelecidas com
outras expressões no discurso. Dessa maneira, percebe-se que o sentido não é construído a
partir da entidade linguística tomada isoladamente, mas sim pelas entidades em relação, o que
está de acordo com o preceito saussuriano de valor do signo linguístico.
Palavras-chave: Sistema. Relação. Valor.

TEORIA E PRÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA


PARA CRIANÇAS
Marina Giosa Azevedo (UFSC)
Resumo: A presente proposta de trabalho tem como objetivo apresentar alguns resultados de
estudos realizados por pesquisadoras – participantes do grupo Tradução e Cultura (TRAC) –, as
quais compartilham o caráter interacional da linguagem, visando o uso da língua como prática
social e sua relevância no fazer pedagógico do docente de língua estrangeira (LE). Nesse sentido,
este trabalho relata e descreve os passos metodológicos na elaboração de uma sequência
didática em sala de aula de língua espanhola, desenvolvida na prática pedagógica realizada na
ONG “Casa São José”, cujo público-alvo são crianças da faixa etária de 6 a 12 anos. Utilizamos
como eixo norteador o conceito de Sequências Didáticas – SD – proposto por Dolz (DOLZ, 2008),
e a partir das teorias norteadoras aplicamos Mapas Semânticos (PEARSON; JOHSON, 1978)
objetivando a organização destas unidades, bem como utilizamos os gêneros textuais como
fundamentação para o desenvolvimento dos conteúdos programáticos. O conjunto de atividades
da respectiva sequência foi planejado e teve como finalidade a construção do conhecimento
através da aproximação dos gêneros textuais, estimulando assim a prática da produção escrita
em sala a partir da elaboração de gêneros textuais. Portanto, evidenciamos a relevância do
planejamento a partir de SD, posto que verificamos que seu uso contribui efetivamente na
aprendizagem, tanto por ser uma metodologia valiosa para o docente, como também importante
na construção e apropriação do conhecimento do aprendiz de LE. Nesse contexto, a prática
pedagógica visa uma mudança da abordagem fragmentada no ensino de LE, para uma
abordagem que integra diversos gêneros textuais e as práticas sociais reais do universo infantil,
pois percebemos que as crianças, ao apropriarem-se de uma nova língua, de novos textos,
ampliam sua percepção do mundo e de seu próprio entorno.
Palavras-chave: Língua Estrangeira. Sequência Didática. Gênero textual.

TERMINOLOGIA, METODOLOGIA E ENSINO EM PLA


Cristina Becker Lopes Perna (PUCRS)
Lucas Zambrano Rollsing (PUCRS)

241
Cláudia Lima Pimentel (PUCRS)
Resumo: O português como língua adicional assume uma posição de destaque no cenário
brasileiro atual, pois existe significativo aumento na entrada de estrangeiros em universidades
brasileiras devido a fatores socioeconômicos, políticos etc. que se destacam no país. Aliada à
crescente demanda, existe a necessidade de se trabalhar com propostas metodológicas
interessantes, atuais e que contribuam para o ensino e aprendizagem do estudante de
português. A partir dos Jogos Olímpicos de 2016, teremos a oportunidade de trabalhar com
Objetos de Aprendizagem (OAs) que visem à proficiência do aprendente de português, utilizando
essa temática. De um lado, os OAs nos permitem apresentar sugestões de recursos educacionais
oriundos das reais necessidades linguísticas do aluno- estrangeiro. De outro lado, a
Terminologia serve como sustentação teórica para pesquisa e descrição de termos e fraseologias
que devem ser manejadas eficazmente pelo aluno- estrangeiro em suas atividades. A face
aplicada da Terminologia, a Terminografia, converge no objetivo de atender a necessidade de
um falante mediante uma variedade técnica da língua, e produzir obras de referência, como
glossários, léxicos, dicionários terminológicos etc. Tomando o léxico dos Esportes Olímpicos
como contexto, temos uma tríplice interface, a fim de criarmos condições para os alunos se
motivarem a aprender não apenas o português como língua adicional, mas também a variedade
lexical das Olimpíadas, seus valores desportivos e culturais.
Palavras-chave: PLA. Objetos de Aprendizagem. Terminologia

TESSITURA: VOZES EM (DIS)CURSO


Maria da Glória Corrêa di Fanti (PUCRS/FAPERGS)
Resumo: Esta reflexão visa apresentar o grupo de pesquisa Tessitura: Vozes em (Dis)curso,
certificado pelo CNPq e filiado ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Para ilustrar as pesquisas desenvolvidas
pelo grupo, é apresentado um recorte de um projeto em andamento “A tensa relação com o
discurso do outro e a produção de sentidos: contribuições bakhtinianas para a pesquisa e a
formação na contemporaneidade”, integrado por Maria da Glória Corrêa di Fanti
(coordenadora), Kelli da Rosa Ribeiro, Tamiris Machado e Vanessa Ribeiro Barbosa
(pesquisadoras). O projeto, apoiado pela FAPERGS (Edital Pesquisador Gaúcho), tem como
objetivo estudar noções, conceitos e princípios na obra de Bakhtin sobre a relação de tensão
entre discursos, observando como o outro aparece no discurso e quais são os modos de
apreensão/transmissão do discurso alheio. A motivação da pesquisa é subsidiar análises do
funcionamento do discurso, especialmente do tenso diálogo de vozes em diferentes
materialidades midiáticas, a fim de compreender como ocorre a produção de sentidos e, por
consequência, possibilitar a formação de leitores críticos e pesquisadores atentos aos problemas
da contemporaneidade. Com a apresentação do grupo e da pesquisa em andamento, espera-se
contribuir com o debate acerca das perspectivas e dos desafios que se impõem aos estudos do
discurso nos dias de hoje.
Palavras-chave: Perspectiva bakhtiniana. Tensão entre discursos. Formação na
contemporaneidade.

242
TIM BURTON: CINEMA, LITERATURA E AUTORIA
Xênia Amaral Matos (UFSM)
Resumo: Tim Burton é um cineasta norte-americano reconhecido mundialmente por filmes
como The Nightmare Before Christmas (1993), Edward Scissorhands (1990) e Beetlejuice (1988).
Em 1997, ele publica o livro The Melancholy Death of Oyster Boy and Other Stories (1997), um
compilado de 23 histórias em verso acompanhadas de ilustrações feitas pelo próprio Burton. As
personagens dessas histórias destacam-se pela estranheza que causam: em sua maioria, seres
infantis impressionam o leitor ou pelos seus corpos (possuir muitos olhos, ter uma cabeça de
ostra ou de melão, um corpo que se transforma em uma cama, que é usado como lata de lixo), ou
por seus hábitos (cheirar cola, olhar fixamente para tudo), ou ainda por possuir um corpo
peculiar e hábitos peculiares (ser menino tóxico que intoxica o ambiente em sua volta, por
exemplo). Tendo em vista as discussões sobre autoria nas áreas do cinema e da literatura, o
presente trabalho busca investigar quais possíveis marcas autorais permanecem em ambas as
áreas. Para tal, o corpus selecionado é composto pelos filmes The Nightmare Before Christmas
(1993), Edward Scissorhands (1990) e Beetlejuice (1988) e pelo livro The Melancholy Death of
Oyster Boy and Other Stories (1997).
Palavras-chave: Tim Burton. Autoria. Mídias.

TRAÇOS E RASTROS: O NARRADOR DRAMATIZADO E COM CONSCIÊNCIA DE SI PRÓPRIO


NA LITERATURA PORTUGUESA DO SÉCULO XXI
Paulo Ricardo Kralik Angelini (PUCRS)
Resumo: A tradição do narrador dramatizado, e consciente de si próprio, como postula Wayne
Booth em A retórica da ficção, encontra espaço profícuo na literatura portuguesa há centenas de
anos. Podemos encontrar nos séculos XVI e XVII exemplos em Bernardim Ribeiro e Thomé
Pinheiro da Veiga, o Turpin. Mas é a partir dos anos 1950 que a construção das narrativas
portuguesas tem potencializada a presença de um narrador inventivo, conversador, demiurgo. E
a hipercontemporaneidade não se distingue deste grupo de obras, ao contrário, intensifica o jogo
com o leitor. Este trabalho pretende apontar algumas destas marcas que, ao longo dos séculos,
têm sido recorrentes nas obras lusitanas, com olhar especial para três textos do século XXI:
Hotel, de Paulo Varela Gomes; Debaixo de algum céu, de Nuno Camarneiro e Meu amante de
domingo, de Alexandra Lucas Coelho. O trio de obras recupera e amplia muitas das
características deste narrador e suas técnicas retóricas de sedução e manipulação frente ao
leitor.
Palavras-chave: Literatura portuguesa. Narrador. Hipercontemporâneo.

TRADUÇÂO E JORNALISMO: A REPRESENTAÇÃO DO BRASIL PRESENTE NAS ALUSÕES


CULTURAIS DO JORNAL ARGENTINO LA NACIÓN
Mirella Nunes Giracca (UFSC/UNIR)
Maria José Damiani Costa (UFSC)
Resumo: Os estudos da tradução têm ampliado seus diálogos com diferentes áreas do
conhecimento, permitindo um novo olhar sobre o fazer tradutório e a reflexão dos elementos
internos e externos ao texto, sua contextualização sócio-histórica e cultural. Nesse sentido, o

243
diálogo entre a tradução e o jornalismo, em especial na análise do fazer tradutório e o fazer
jornalístico, gera o conceito do jornalista-tradutor, acreditando que, ao elaborar a notícia sobre o
fato-fonte, o jornalista traduz o fato e, como sujeito social, seu texto está embebido de fatores
externos ao texto que determinam suas escolhas e suas estratégias tradutórias. De acordo com
Vermeer (1996), existem os diferentes olhares tradutórios para o mesmo objeto. Nord (1981)
defende a tradução como ato comunicativo e intercultural, afirma que toda tradução tem como
propósito o leitor-meta, e Zipser (2002) ressalta que, para que ocorra a tradução, não é
necessária a existência de um texto fonte, e sim um fato fonte a ser traduzido. Nesse cenário
teórico, o objetivo do presente trabalho é apresentar a análise realizada no gênero textual
notícia “El mundo del fútbol habla de Brasil” do jornal argentino “La Nación”, publicado durante o
sorteio para ser o Brasil a sede da Copa do Mundo Fifa de 2014, identificando com a aplicação do
Modelo de Análise Textual de Nord (1991) os elementos intratextuais e extratextuais e suas
implicações alusivas à cultura brasileira. Esta linha de pesquisa é contemplada pelo grupo de
pesquisa Tradução e Cultura - TRAC/UFSC/CNPq.
Palavras-Chave: Tradução funcionalista. Alusões culturais. Gênero textual.

TRADUÇÃO JORNALÍSTICA E AS INFLUÊNCIAS CULTURAIS NA TRADUÇÃO DO FATO


NOTICIOSO
Laís Gonçalves Natalino (UFSC)
Resumo: A tradução, sob a concepção funcionalista, é vista como ação comunicativa, portanto,
carregada de intenção. O tradutor, nesse sentido, é considerado como um produtor de textos na
cultura de chegada, e a tradução funciona como ponte entre culturas, não apenas entre textos.
Ancorada no funcionalismo alemão, Zipser (2002), faz a interface tradução-jornalismo, em que
tradutor e jornalista desempenham papeis semelhantes e, através de diferentes olhares de um
mesmo fato, o reproduzem, ancorando propósitos e públicos distintos. Partindo desses
conceitos, o objetivo deste trabalho é analisar, a partir do modelo de análise textual orientada à
tradução de Nord (1991), duas notícias, no par de línguas português-espanhol, retiradas dos
jornais online “Folha de São Paulo” e “El Clarín”, que tratam da escolha do novo Papa, fato que
ocorreu em março de 2013, no Vaticano. O resultado deste trabalho é a identificação e discussão
do modo com que cada cultura representa em texto sua visão do mesmo fato noticioso.
Palavras-chave: Funcionalismo. Tradução. Jornalismo.

TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DE GÊNEROS, CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE MATERIAL


DIDÁTICO
Éverton Gelinski Gomes de Souza (UNICENTRO)
Resumo: Esta proposta visa apresentar um panorama dos estudos realizados pelo grupo de
Pesquisas Gêneros Textuais e Práxis Docente. Sob um viés sócio-histórico e interacionista, com o
intuito de compreender a interface entre a linguagem e o trabalho do docente de línguas,
ancoramo-nos nos pressupostos teórico-metodológicos do interacionismo sociodiscursivo, da
escola genebrina de gêneros textuais, bem como na práxis, que parte de análises do trabalho
real/realizado com base nos estudos de ergonomia francesa e no ensino como trabalho. Os
estudos finalizados e em andamento contemplam a análise descendente de determinados
corpora em textos, com o intuito de construir modelos didáticos de gêneros. As pesquisas que

244
envolvem o procedimento citado foram realizadas por alunos de mestrado, de iniciação
científica e do PIBID, estando situadas na interface entre língua e literatura e abordando gêneros
como horror short stories (SOUZA, 2015), contos de animais (QUEROZ, em andamento) e
mitos/lendas (MIKULIS, 2014) e gêneros de entretenimento como role playing games - Dungeons
and Dragons (RAMOS, em andamento) e capas de jogos eletrônicos (LIZ, 2015). A transposição
da maior parte desses estudos visa à construção de sequências didáticas, instrumento para a
mediação da prática de ensino em línguas estrangeiras para alunos do ensino básico e da
educação infantil. Outros estudos também importantes voltam-se para a análise de material
didático como as pesquisas sobre gêneros digitais em material apostilado de língua portuguesa
(STUZ; CACILHO, 2015; CACILHO, em andamento) e de livros didáticos de inglês aprovados no
Plano Nacional do Livro Didático (LOPES, em andamento). A partir dessas propostas, esperamos
tecer redes com outros grupos de pesquisa para compartilhar e ampliar as diversas acepções
teórico-metodológicas adotadas para o estudo da linguagem, do estatuto dos gêneros de texto
nas atividades sociais e sua relevância para o ensino.
Palavras-chave: Gêneros textuais. Ensino de línguas. Interacionismo sócio-discursivo.

TUBARÃO, 1974: IMAGINÁRIO DE UM RIO PRESENTE, SERENO E VORAZ


Willian Corrêa Máximo (UNISUL)
Heloisa Juncklaus Preis Moraes (UNISUL)
Resumo: Em 1974, pela terceira vez em 136 anos, Tubarão (SC) - do tupi tuba-nharô, sinônimo
de ‘pai feroz’ - sofria com os efeitos de uma inundação. Se por antropia e/ou decorrente de
forças naturais, o fato foi que o rio topônimo do município, até então potável, sereno e
navegável, transformou-se num monstro voraz. Quarenta e dois anos depois, mesmo sob um
esforço conjunto do caos à resiliência, os tubaronenses ainda rememoram a enchente de 74 em
eventos específicos, mas, sobretudo, presentificam-na, ao experimentarem sensações múltiplas
sempre que se manifestam trovões, relâmpagos e nuvens conduzidas pelo vento leste -
evidências que deflagram imagens que significam e se ressignificam sob o mito de uma ‘grande
enchente’, estabelecendo um elo imaginário, uma comunidade local imaginada. Neste sentido, o
presente estudo visa, por intermédio do teste AT-9, o modelo experimental de pesquisa de Yves
Durand, e a partir da obra bachelardiana, A água e os sonhos, identificar marcas da dinâmica dos
microuniversos míticos individuais, apontando, por meio da pregnância simbólica do elemento
água, um trajeto antropológico coletivo que se manifesta na transversalidade das narrativas. Os
resultados apontam que: a) na leitura do universo mítico, gráfica e simbolicamente representado
pelos respondentes, há núcleos convergentes e organizados em imagens; b) há um isomorfismo
no trajeto antropológico do mito da grande enchente tubaronense; e c) por intermédio dos
arquétipos, os tubaronenses vivenciam, metaforicamente sob a fluidez, os respingos e o
transbordamento das águas, um mito comum - na alegria e dor, na clareza e escuridão, na
superfície e profundidade, de modo a driblarem a angústia do tempo e de sua inevitável finitude.
Palavras-chave: Imaginário. Tubarão (SC). Enchente. AT-9.

UM CLUBE NEGRO...UMA VOZ NEGRA – ANÁLISE DISCURSIVA E IDENTITÁRIA


Merylin Ricieli dos Santos (UEPG)

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Resumo: O presente trabalho é uma análise discursiva que busca tratar de questões identitárias,
raciais e sociais através da voz de apenas um sujeito.O objetivo da atual pesquisa é construir
problematizações que apontem para o lugar social de um Clube negro em um município
predominantemente branco, a cidade de Ponta Grossa (PR), visto que a instituição em questão
sempre foi rotulada de forma pejorativa e marginalizada, porém ainda é o símbolo da resistência
e da presença negra na região. O objeto de análise desta produção é o discurso construído por
uma mulher, negra, pobre e ex-participante da instituição analisada, denominada de Clube
Literário e Recreativo Treze de Maio. O sujeito de pesquisa é a mesma senhora citada. Em
relação a metodologia utilizada para realizar esta pesquisa, optou-se pela Análise do Discurso
bakthiniana (1929/2005) e pela metodologia pautada no Paradigma Indiciário, de Carlo
Ginzburg(1990); esta escolha ocorreu com o intuito de apresentar as possibilidades de
desenvolver um trabalho com enfoque em perspectivas discursivas e com base nestes dois
aportes metodológicos de diferentes áreas.
Palavras-chave: Discurso. Identidades. Negra.

UM MOSAICO DE TEXTOS E ARTES: OS DIÁLOGOS E A INTERTEXTUALIDADE EM SINFONIA


EM BRANCO, DE ADRIANA LISBOA
Jéssica Fraga da Costa (UFRGS)
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de realizar uma análise do romance
contemporâneo Sinfonia em Branco, da autora brasileira Adriana Lisboa. Para tal análise, parte-
se do pressuposto de que o romance é um gênero que abriga em sua forma outros gêneros,
literários ou não. Ao longo da narrativa, tais gêneros são incorporados à sua estrutura
romanesca, sem quaisquer alterações ou prejuízos, podendo ser percebidos com facilidade. Além
disso, serão destacados os diálogos que este romance faz com outros textos e com outras áreas.
Os diálogos são os mais variados, ocorrem com a pintura, música, cinema e também com a
literatura. Pretende-se levantar algumas hipóteses com relação aos diálogos presentes a fim de
refletir sobre a construção da obra, assim como a obter maior compreensão de personagens e de
questões de enredo devido às escolhas feitas. As questões levantadas ainda não são totalmente
respondidas, uma vez que o levantamento de hipóteses se torna mais rico, por não fechar as
especulações, e sim destacá-las. Para essa pesquisa fez-se necessário o uso de estudiosos tais
como Mikhail Bakhtin e Júlia Kristeva, autores que discutem os diálogos e a intertextualidade,
respectivamente.
Palavras-chave: Intertextualidade. Romance. Sinfonia em Branco.

UM OLHAR PARA O PNLD 2015 DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA QUESTÃO DE POLÍTICAS E


IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS
Alexandra Nunes Santana (UEPG)
Resumo: O objetivo deste trabalho é realizar uma reflexão sobre as ideologias linguísticas
presentes no livro didático para o ensino de língua portuguesa do Ensino Médio, observando o
PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), uma vez que os livros didáticos utilizados nas
escolas públicas são aprovados por esse Programa. Mais especificamente, o foco recai sobre o
PNLD 2015 e a coleção “Português Linguagens”, (Cereja; Magalhães, 2013) da Editora Saraiva
aprovada pelo MEC – PNLD/2015, com o intuito de observar que ideologia(s) linguística(s) para

246
o ensino de língua portuguesa está/estão ou deveria/deveriam estar percorrendo as salas de
aula. Para isso, revisitamos alguns estudiosos no assunto, como Bagno (2012, 2013, 2014, 2015),
Bortoni (2012), Faraco (2008) Gal (2006), Kroskity (1998), Milroy (2011), Moita Lopes (2013),
Ribeiro da Silva (2013), Schiffman (1996), Signorini (2004) e Tormena (2007), Woolard (1998),
assim como o guia de livros didáticos PNLD 2015 de língua portuguesa. Entendemos que a
concepção de ensino de língua portuguesa abordada pelo PNLD configura políticas linguísticas
exercidas por meio do material didático. Diante disso, percebemos a necessidade de o professor
estar atento ao escolher um livro didático, pois ao escolhê-lo estará optando por um conceito,
por uma filosofia de ensino e por ideologias linguísticas, e assim concordando com o sistema de
ensino adotado pelos autores do livro didático, a concepção de língua que assumem e como se dá
o ensino-aprendizado da língua.
Palavras-chave: Ideologia. PNLD 2015. Política linguística.

UMA ANÁLISE DA TERMINOLOGIA E FRASEOLOGIA UTILIZADA PELA ORGANIZAÇÃO DAS


NAÇÕES UNIDAS
Ana Luiza Treichel Vianna (UNISINOS)
Resumo: Este trabalho investiga a correspondência terminológica e fraseológica em declarações
da ONU sobre o Direito das Mulheres nas versões oficiais em inglês, espanhol e francês, e na
versão não oficial em português. Pretendemos verificar se as fraseologias e terminologias
presentes no texto em inglês se mantêm nos demais textos ou se a terminologia varia de acordo
com a língua da declaração. Essa pesquisa interessa-se pelos fatores culturais, ideológicos, de
poder e cognitivos que estão envolvidos nas escolhas terminológicas nas diferentes línguas das
declarações. Para isto, utilizamos a Linguística de Corpus como abordagem metodológica,
levantando os termos e fraseologias tipicamente utilizadas para tratar da proteção e da
promoção dos direitos da mulher em inglês e compararmos os dados com seus equivalentes nas
versões pesquisadas. Para verificarmos os equivalentes, partimos da base de termos da ONU,
que descreve os termos utilizados pela Organização e suas traduções nas línguas oficiais. Em
uma análise parcial dos dados, percebemos que o termo empowerment, como descrito na base de
dados não condiz com os equivalentes encontrados no corpus. Dessa forma, empowerment é
traduzido para empoderamiento e émancipation nas línguas oficiais e empoderamento, em
português. Porém o corpus apresenta potenciación, em pé de igualdade e accroître como
equivalentes. De acordo com Fairclough (2003) esses fenômenos podem ser mudanças
discursivas que estão relacionadas a mudanças culturais e sociais. Pelo viés da tradução, essa
equivalência pode ser entendida como uma mudança cultural ou adaptação (AUBERT, 1998;
BARBOSA, 2004), recurso adotado para estabelecer uma equivalência parcial de sentido, bem
como a aplicação de um caso ou situação proposta na língua-fonte, que não existe na outra
língua. Por fim, este trabalho apontou para os problemas de equivalentes nas declarações da
ONU, mostrando a necessidade de um estudo sobre as traduções da Organização e a criação de
políticas para a tradução oficial.
Palavras-chave: Terminologia. Linguística Contrastiva. Análise Crítica do Discurso.

UMA PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL PARA A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA EM LE


Raquel Salcedo Gomes (UNISINOS)

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Resumo: Bagno e Rangel (2005) propõem um conceito irrestrito de educação linguística, o qual
abrange aprendizagens sobre a língua materna, outras línguas, a linguagem e demais sistemas
semióticos em um conjunto de fatores socioculturais que se interpelam ao longo da vida dos
indivíduos. Os autores sugerem uma lista com seis tarefas para a educação linguística no Brasil,
quais sejam: letramento; português brasileiro; norma, variação e mudança linguística; reflexão
linguística; literatura e direitos linguísticos. Munidas desta definição de educação linguística e
das tarefas arroladas por Bagno e Rangel (2005), intentamos, no presente trabalho, tecer uma
discussão sobre as implicações de uma proposta de educação linguística em LE a partir de uma
perspectiva sociocultural de ensino, aprendizagem e desenvolvimento humano. Nos
fundamentamos na teoria sociocultural de Vygotsky e em autores (LANTOLF, 2000, 2006, 2011;
JOHNSON, 2006, 2009; SWAIN, 2000, 2005) que, a partir dele, avançaram na área de ensino e
aprendizagem de LE. Nossa proposta considera a proeminência do ensino de LE após a segunda
metade do século XX, decorrente dos processos de globalização, fenômeno que elevou a língua
inglesa ao status de língua franca para a comunicação internacional (LONGARAY, 2009;
GRADDOL, 2006) e incentivou políticas linguísticas para qualificar o ensino e a aprendizagem de
LE no país. A partir de noções seminais à teoria sociocultural de matriz vygotskyana, tais como
mediação, interação, colaboração e andaimento, objetivamos discutir princípios norteadores de
uma educação linguística em LE que, mais do que tornar alunos proficientes em uma língua
estrangeira, tenha por meta a expansão das possibilidades de encontro do aluno consigo mesmo
através da língua do outro, mediante a apropriação desse sistema semiótico, o que é enfatizado
nos PCNs de língua estrangeira (BRASIL, 1998) e nos Referenciais Curriculares estaduais (RIO
GRANDE DO SUL, 2009), ao advogarem em favor da ampliação dos horizontes culturais dos
estudantes.
Palavras-chave: Educação Linguística. Teoria Sociocultural. Língua Estrangeira.

UMA PROPOSTA BAKHTINIANA DE ANÁLISE DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS


Marice Fiuza Geletkanicz (UCPEL)
Ângela Mara Bento Ribeiro (UCPEL)
Fernanda Taís Brignol Guimarães (UCPEL)
Resumo: Buscamos, neste estudo, demonstrar os parâmetros analíticos da Análise Dialógica do
Discurso – ADD, a partir da análise de três comerciais da cerveja Itaipava que circulam na mídia
utilizando-se da imagem da mulher associada ao consumo do produto. Sabe-se que Bakhtin não
estabeleceu um método de análise, mas um complexo e valioso conjunto de considerações a
respeito do funcionamento da linguagem humana, que a concebe como um fenômeno social vivo
e dinâmico. Portanto, o percurso metodológico deverá partir sempre da observação do que o
objeto requer e será construído de acordo com suas especificidades. Para a análise desses
comerciais, refletimos a respeito da ressignificação do nome Vera (dado à mulher) e da palavra
“verão”, que assumem outros sentidos a fim de alcançar os propósitos publicitários de
marketing. Tomamos como base a sequência metodológica de descrição, análise e interpretação
proposta por Brait (várias datas) e ressignificada em Sobral (2006; 2009), usando
subsidiariamente propostas da semiótica greimasiana (BARROS, 2011). Procede-se, assim, à
identificação do propósito enunciativo do locutor, em termos de estilo, forma de composição e
tema (que não se confunde com tópico ou assunto). Partimos da descrição dos comerciais, o que

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inclui elencar desde aspectos sócio-históricos envolvidos na construção de seu projeto
enunciativo até aspectos mais pontuais identificados, que serão apontados na análise a partir da
seleção de algumas imagens capturadas dos vídeos. Em seguida, passamos à análise do que foi
descrito, buscando compreender como se dá o funcionamento discursivo desses elementos de
acordo com seu funcionamento na construção da enunciação desses comerciais, considerando a
junção entre marcas linguísticas e marcas enunciativas no objeto considerado. Por fim,
buscamos interpretar, a partir da descrição e análise do objeto, de que maneira se constrói a
arquitetônica do anúncio em questão, nos termos da interação específica proposta, fundada em
uma dada relação enunciativa.
Palavras-chave: Dialogismo. Análise Dialógica do Discurso. Parâmetros Analíticos.

UMA REFLEXÃO ACERCA DAS FORMAÇÕES DISCURSIVAS QUE PERMEIAM O SUJEITO QUE
SE MOVE ENTRE AS MODALIDADES PRESENCIAL E VIRTUAL DE ENSINO NA UNISUL
Patrícia da Silva Meneghel (UNISUL)
Resumo: Este artigo objetiva refletir e discutir acerca das formações discursivas que permeiam
o sujeito/aluno de duas modalidades de ensino da Unisul – Universidade do Sul de Santa
Catarina: de um lado a modalidade presencial e, de outro, a modalidade virtual. Pautaremos
nossa análise a partir do contexto comparativo acerca do sujeito que se constrói na modalidade
presencial, mas, eventualmente, se vê também parte integrante da modalidade virtual, através
das ofertas de matrículas que se mesclam entre as referidas modalidades. Através de uma
pesquisa bibliográfica, pautada em referenciais teóricos da Análise do Discurso e um estudo de
caso focado na Unisul, ressaltaremos as formações discursivas que se atualizam nos
acontecimentos singulares, experenciados pelos alunos/sujeitos envolvidos no processo ensino-
aprendizagem da Universidade. Cabe ressaltar que essas modalidades ocupam formações
discursivas distintas e, como tal, apresentam suas peculiaridades. Não é pretensão deste artigo
aplicar teorias em um determinado corpus, mas, fundamentalmente, refletir acerca das
formações discursivas que permeiam o sujeito/aluno que se move entre as referidas
modalidades de ensino.
Palavras-chave: Ensino a distância. Formação discursiva. Presencial e virtual.

UMA VISÃO SOBRE OS ELEMENTOS DA ATIVIDADE DOCENTE


Sirlei Rodrigues (UTFPR)
Vera Lúcia Freitas Franco (UTFPR)
Siderlene Muniz-Oliveira (UTFPR)
Resumo: Este trabalho visa a analisar elementos da atividade docente e a influência deles sobre
o professor. Utilizamos para a análise pressupostos teóricos oriundos do Interacionismo
Sociodiscursivo como a concepção de trabalho de Bronckart (2008), os elementos de trabalho
docente proposto por Machado (2007, p. 92), e também o de “real da atividade” proposto por
Clot (2007) no âmbito da Psicologia do Trabalho (Clínica da Atividade). O material de análise é
um trecho de um tipo de entrevista denominada Instrução ao Sósia, realizada em 2008 por uma
doutoranda da PUC-SP, em que a participante de pesquisa é uma renomada professora e
pesquisadora da USP. Dentre alguns dos resultados da análise é possível perceber que o trabalho
docente envolve muito mais do que geralmente se pensa, pois é necessário analisá-lo em sua

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totalidade, sem ignorar os inúmeros elementos que o compõem e modificam. Assim, é necessário
considerar não somente as ações realizadas pelo professor, mas também o contexto sócio-
histórico, as prescrições, os instrumentos e os outros que estão envolvidos em um trabalho que
vai além de um produto, já que se trata de um processo construído a partir da interação.
Palavras-chave: Atividade. Trabalho. Docência

UNIVERSALISMO E VARIAÇÃO CULTURAL EM NEOLOGISMOS METAFÓRICOS


Helen Petry (UFSC)
Resumo: Esta pesquisa analisa o papel da metáfora nos vocábulos neológicos de língua
portuguesa brasileira, com o objetivo de verificar a incidência do fator cultural e universal
nessas metáforas. O corpus foi constituído por entradas lexicais captadas a partir do banco de
dados do Projeto BaseNeo, da Universidade de São Paulo. Tomamos como a base a Teoria
Cognitiva da Metáfora, a partir de Lakoff e Johnson (1980), Lakoff e Turner (1989) e as
discussões posteriores sobre universalismo e cultura, conforme abordagem de Sweetser (2014),
Kövecses (2005), Bowdle e Gentner (2005), Lakoff e Johnson (1999) e Moura (2007, 2008).
Consideramos a metáfora como processo multidimensional, admitindo-se a variação cultural e a
existência de conceitos cognitivos potencialmente universais, e propomos para esta análise uma
classificação gradativa das metáforas em imagéticas, conceptuais e culturais. A produtividade
neológica demonstrou-se alinhada à produtividade cultural da metáfora, fornecendo indícios da
relevância da variação cultural na prática lexicológica, em contraponto ao aspecto universalista,
eis que as metáforas potencialmente universais foram menos frequentes do que aquelas
culturalmente imbricadas. Pudemos constatar que o papel da cultura nas metáforas conceptuais
é principalmente o de atualizar metáforas primárias e, nas metáforas culturais, é o de exprimir
novas realidades socioculturais. Observamos, por fim, que a presença do mapeamento primário
torna a metáfora mais potencialmente universal e menos culturalmente dependente e, por outro
lado, o preenchimento cultural não exclui a influência da metáfora primária, mas torna a
expressão mais marcada culturalmente.
Palavras-chave: Metáfora. Cognição. Neologismo.

VERBOS DE MODO DE MOVIMENTO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: UMA CLASSE


REDUZIDA?
Dorival Gonçalves Santos Filho (UFSC)
Resumo: Segundo Talmy (2000b), verbos de modo de movimento são aqueles que possuem no
mesmo lexema verbal os primitivos semânticos de MOVIMENTO e MODO. Em outras palavras,
isso significa que esses tipos de verbo exprimem o MOVIMENTO e o MODO como esse
MOVIMENTO se desenvolve num determinado evento. Para Slobin (2004, 2006), verbos de
modo de movimento são mais restritos em línguas neolatinas do que em línguas germânicas. Nas
línguas neolatinas, os verbos de movimento tendem a expressar os primitivos MOVIMENTO e
TRAJETO na raiz, deixando o MODO ser expresso por um gerúndio. Ao contrário, línguas
germânicas fazem parte de uma tipologia em que MOVIMENTO e MODO são expressos na raiz
verbal, já o TRAJETO é expresso por uma partícula que se associa ao verbo. Neste trabalho,
propomos: (i) revisar as definições desses verbos na literatura para que se torne mais
homogênea e (ii) incluir verbos que não se encaixam nas definições tradicionais. Com exemplos

250
retirados da internet e por meio da decomposição em primitivos semânticos, esperamos
demonstrar que verbos de modo de movimento não são tão restritos no português brasileiro.
Palavras-chave: Modo de movimento. Tipologia. Primitivos semânticos.

VERBOS INACUSATIVOS: A SENSIBILIDADE EXIGIDA PELA ESTRUTURA NA CORREÇÃO DE


PRODUÇÕES TEXTUAIS
Cesar Trindade de Oliveira (UFPEL)
Resumo: A predileção da gramática tradicional relaciona a flexão verbal com o sujeito e, em boa
parte dos casos, dá explicação a comportamentos linguísticos. Todavia, determinados fatores
estruturais parecem ocasionar um cenário no qual o tratamento dado a elementos componentes
da produção linguística diverge daqueles prescritos em anos de policiamento gramatical e
linguagem monitorada, como o ambiente escolar. Analisando redações de vestibular Ufpel, foi
possível identificar uma substancial divergência à GT, ainda que em ambiente monitorado de
linguagem. A estrutura que, aparentemente, mais favorece tais desvios são as dotadas de
unidades verbais inacusativas. Inacusatividade verbal seria, em suma, a incapacidade de o verbo
atribuir caso acusativo ao seu argumento interno. Levando em consideração a existência de uma
estrutura profunda de linguagem, tem-se a explicação para o alçamento do complemento verbal
à posição de especificador de IP (SpecIP) para o recebimento de caso nominativo, único
disponível. Contudo, comportamentos linguísticos identificados em redações do Vestibular-Ufpel
enfatizam o tratamento dado ao sujeito (caso nominativo): complemento verbal (caso
acusativo), ainda que o verbo não possua essa propriedade. Encontramos frases como:... existir
campanhas;... sempre existiu aqueles colegas; Acontece também dois itens importantes...;... as
diferenças, seja elas de cor raça ou etnia;... surge problemas sérios. Tais ocorrências estão
conformes com a linguagem oral difundida entre os brasileiros, que permite frases como Chegou
uns cara(s), apareceu umas pessoa(s). Verbos como chegar, aparecer, cair, existir não têm a
propriedade agentiva no seu sujeito, fazendo o candidato inverter a ordem SV (tratando sujeito
como complemento) e, consequentemente, não realizar a flexão verbal. Faz-se necessário o
conhecimento, por alunos de licenciatura, de tais estruturas para que tenha-se a sensibilidade
necessária no momento da correção de produções escolares, afastando a noção única de erro
gramatical (GT) através da noção da estrutura profunda de linguagem tangente aos verbos
inacusativos.
Palavras-chave: Sintaxe. Inacusatividade Verbal. Ordem sujeito-verbo.

VIDEOGAMES, HISTÓRIAS DIGITAIS E WEBCONFERÊNCIA COMO RECURSOS DIGITAIS NO


ENSINO E APRENDIZAGEM DE INGLÊS
Celso Henrique Soufen Tumolo (UFSC)
Nayara Nunes Salbego (UFSC)
Caroline Chioquetta Lorenset (UFSC)
Resumo: Este Simpósio Temático apresenta trabalhos de pesquisa relacionados ao tema Ensino
de Línguas com Tecnologia, abordando, especificamente, três recursos digitais, baseados no uso
de computador, a saber, histórias digitais, videogames e webconferência, que podem ser usados
para o ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, especialmente Inglês. Os objetivos desta
apresentação são: (a) caracterizar cada recurso digital, abordando referencial teórico na área;

251
(b) trazer uma reflexão sobre como cada recurso digital pode ser usado para ensino e
aprendizagem de língua estrangeira; e (c) apresentar resultados de pesquisa sobre os três
recursos digitais, com foco no ensino e aprendizagem de língua estrangeira. Com base em
discussões na área de CALL (Computer Assisted Language Learning), os resultados são
apresentados, permitindo o estabelecimento de bases para pesquisas e para o trabalho
pedagógico de professores de línguas estrangeiras. Assim, com a apresentação dos três recursos
digitais, reflexão sobre o uso de cada um e levantamento de pesquisas na área, espera-se
contribuir para estudos na área do uso de tecnologia para o ensino e aprendizagem de línguas
estrangeiras, de forma a orientar a prática docente de professores de línguas estrangeiras.
Palavras-chave: Videogames. Histórias Digitais. Webconferência.

252
ÍNDICE DE AUTORES

Adilson Barbosa, 145 Bianca Cardoso Batista, 154


Ádria Graziele Pinto, 129, 232 Bianca Legramante Martins, 163
Adriana Yokoyama, 138 Bianca Queda Costa, 125
Adriano Silva Santos, 89 Bruna Cielo Cabrera, 114, 171
Alessandra da Rosa Trindade Camilo, 197 Bruna da Silva, 147
Alexandra Nunes Santana, 245 Bruna Farias Machado, 143
Alexandra Oliveira dos Santos, 130 Bruna Rodrigues Goularte de Bastos, 230
Alexandra Tagata-Zatti, 122 Bruno Misturini, 179
Alexandre Wagner da Rocha, 230 Bryan Rafael Dall Pozzo, 166
Aline Nardes dos Santos, 93, 124 Caio Ricardo Bona Moreira, 94
Aline Venturini, 103 Camila Borges dos Anjos, 98, 130, 153
Ana Carolina Cernicchiaro, 99 Camila Rodrigues Boff, 235
Ana Carolina de Godoy, 186 Carla Lavorati, 147
Ana Cláudia de Oliveira da Silva, 111 Carla Süssenbach, 192
Ana Claudia de Souza, 91 Carlos Alberto Ramos Souza, 157
Ana Claudia Munari Domingos, 153, 232 Carlos Böes de Oliveira, 235
Ana Flávia Souto de Oliveira, 147 Carlos Eduardo Ströher, 85
Ana Luisa Feijó Cosme, 234 Carlos Henrique Durlo, 209
Ana Luiza Treichel Vianna, 245 Caroline Chioquetta Lorenset, 250
Ana Paula Cabrera, 157 Caroline Mallmann Schneider, 206
Ana Paula Correa da Silva Biasibetti, 102 Cassiano Ricardo Haag, 180, 196
Ana Paula de Carvalho Demétrio, 116 Célia Bassuma Fernandes, 100
Ana Paula Ody Batista, 168 Celso Henrique Soufen Tumolo, 118, 250
Ana Paula Vieira de Andrade Assumpção, Cesar Etges Lopes, 185
200 Cesar Trindade de Oliveira, 249
Anacir Alves Przygocki Vanz, 216 Chirley Domingues, 105
André da Luz Pereira, 193 Cilene Macedo, 172
André Luiz de Oliveira Almeida, 148 Clara Simone Ignácio de Mendonça, 107
André Natã Mello Botton, 120 Clarice de Pinho Valente Duarte, 230
André Winter Noble, 137 Clarissa Mazon Miranda, 182
Andréa Andrade Alves, 92 Claudia de Faria Barbeta, 177
Andréia da Silva Bez, 140 Claudia Finger-Kratochvil, 91
Andréia da Silva Daltoé, 90 Cláudia Lima Pimentel, 175, 240
Andréia Roberta Rossi Colet, 120 Claudia Pagnoncelli, 156
Angela Cristina di Palma Back, 91 Cláudia Regina Brescancini, 102
Angela Kroetz dos Santos, 170 Cláudio José de Almeida Mello, 109
Ângela Mara Bento Ribeiro, 246 Cláudio Primo Delanoy, 239
Angela Maria Meili, 205 Clésia da Silva Mendes Zapelini, 96
Angélica Vinhatti Gonçalves Ferla, 146, 233 Cloris Porto Torquato, 127, 141
Anna Belavina Kuerten, 114 Conceição Aparecida Kindermann, 207
Anselmo Lima, 144 Conceição de Maria dos Santos Pacheco, 237
Anselmo Pereira de Lima, 162 Cremilson Oliveira Ramos, 195
Ariane de Fátima Escobar Rossi Niederauer, Cristiane Dall Cortivo Lebler, 158
132 Cristiane Denise Vidal, 105, 219
Bárbara Pavei Souza, 197 Cristiano Araújo Vaniel, 97

253
Cristina Becker Lopes Perna, 240 Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia, 96,
Cristina Zanella Rodrigues, 236 226
Daiana Orben Martins, 183 Gilberto Fonseca, 215
Daiana Steyer, 204 Giordana França Ticianel, 201
Daiane Franciele Morais de Quadros, 149 Giovanna Benedetto Flores, 102
Daisy Batista Pail, 202 Giseli Fuchter Fuchs, 131
Daniel Conte, 86, 152, 233 Giselle Liana Fetter, 190
Daniel Lucas de Medeiros, 208 Giuseppe Freitas da Cunha Varaschin, 101
Daniela Brito de Jesus, 114 Glivia Guimarães Nunes, 132
Daniela Schwarcke do Canto, 157 Graciela Rene Ormezzanno, 224
Danieli dos Santos Pimentel, 88 Greice Bauer, 219
David António, 104 Guilherme Araujo-Silva, 83
Debbie Mello Noble, 187 Guilherme Menezes Vilanova, 227
Débora de Carvalho Figueiredo, 149, 163 Guilherme Ribeiro Colaço Mäder, 185
Débora Laís Ferraz dos Santos, 210 Gustavo Arthur Matte, 191
Débora Smaha Corrêa, 212 Helen Petry, 248
Deisi Luzia Zanatta, 103 Helena Jungblut, 232
Diane Blank Bencke, 161 Heloisa Cristina Rampi Marchioro, 199
Diane Silva Zardo, 234 Heloisa Juncklaus Preis Moraes, 126, 172,
Diego Vieira Braga, 83 243
Dilma Beatriz Rocha Juliano, 164 Igor Ramady Lira de Sousa, 150
Dinora Moraes de Fraga, 159, 196, 223 Ione da Silva Jovino, 88, 119, 143, 149, 167,
Dorival Gonçalves Santos Filho, 248 214
Ederson Henrique de Souza Machado, 232 Ismara Tasso, 178
Edla Maria Silveira Luz, 97 Israel Vieira Pereira, 203
Ednéia Aparecida Bernardineli Bernini, 224 Ivelã Pereira, 133
Elisa Corrêa dos Santos Townsend, 138 Ívens Matozo Silva, 169
Ellen Petrech Vasconcelos, 211 Jair Joaquim Pereira, 218
Eloisa da Rosa Oliveira, 184 Janaina Cardoso Brum, 228
Elton Luiz Gonçalves, 123 Jean Raphael Zimmermann Houllou, 217
Emanuelle Alves Adacheski, 206 Jéssica Fraga da Costa, 244
Érica Fernanda Zavadovski Kalinovski, 84, Jéssica Lange de Deus, 93
213 Jéssica Schmitz, 152
Ernani Mügge, 211 Jezebel Batista Lopes, 144
Everton Gelinski Gomes de Souza, 148 João Antolino Monteiro, 217
Éverton Gelinski Gomes de Souza, 243 João Claudio Arendt, 127
Fabian Antunes Silva, 135 João Gabriel Padilha, 191
Fabiana Paula Bubniak, 137 Jorge Alberto Molina, 181
Fabiane Aparecida Pereira, 180, 216 Jorge Campos da Costa, 173, 187
Fábio José Rauen, 108, 142 José Isaías Venera, 207
Fátima Hassan Caldeira, 109 José Ricardo da Rocha Cacciari, 123
Felipe Bilharva, 102 Josiani Job Ribeiro, 86
Felipe Teixeira Zobaran, 205 Júlia Nunes Azzi, 117
Fernanda Lima Jardim Miara, 220 Julia Tomazi, 183
Fernanda Taís Brignol Guimarães, 246 Juliana Canton Henriques, 106
Francieli Winck, 193 Juliana de Abreu, 182
Gabriel Augusto Scheffer, 91 Juliana Schinemann, 176
Gabriela Moll, 122 Juliane Regina Trevisol, 118
Gabriela Niero, 174 Juliano Desiderato Antonio, 133
Gabriela Semensato Ferreira, 236 Juliene da Silva Marques, 126
Gabrielle Lafin, 119 Júlio César Alves da Luz, 110
Gabrielle Perotto de Souza da Rosa, 213 Juracy Assmann Saraiva, 85, 113, 222

254
Jussara Bittencourt de Sá, 125, 158, 181, Maria Sirlene Pereira Schlickmann, 222
220 Mariana Terra Teixeira, 202
Karen Gomes da Rocha, 231 Marice Fiuza Geletkanicz, 246
Karina Silva Rosa, 181 Mariese Ribas Stankiewicz, 146
Karina Zendron da Cunha, 227 Marilane Maria Gregory, 87
Kathy Torma, 223 Marilene Teresinha Stroka, 101
Katia Barbara Gottardi Mulon, 108 Marília Crispi de Moraes, 215
Katia Cristina Schuhmann Zilio, 238 Marina Bento Veshagem, 196
Keli Andrisi Silva Luz, 159 Marina Giosa Azevedo, 239
Kelly Ane Evangelista Santos, 195 Marion Rodrigues Dariz, 203
Laís Gonçalves Natalino, 242 Maristela Rabaiolli, 173
Laise Aparecida Diogo Vieira, 186 Marivete Souta, 88
Larissa Ceres Lagos, 194 Marleide Coan Cardoso, 142
Larissa Rizzon da Silva, 99 Marlova Soares, 143
Leci Borges Barbisan, 239 Mary Neiva Surdi da Luz, 199, 206
Leidiane Coelho Jorge, 209 Maryualê Malvessi Mittmann, 212
Leila Minatti Andrade, 117 Mateus Vitor Tadioto, 121
Letícia Alves de Souza, 87 Maurício Eugênio Maliska, 117
Lilia Baranski Feres, 94 Mayara Gonçalves de Paulo, 158
Lilian Cristine Hubner, 161 Mayra Moreira, 160
Lilian Cristine Hübner, 131 Merylin Ricieli dos Santos, 244
Lisandra Rutkoski Rodrigues, 140, 221 Meta Elisabeth Zipser, 182
Litiane Barbosa Macedo, 149 Mirella Nunes Giracca, 242
Liziane Coelho, 105 Mirian Ruffini, 199
Loremi Loregian-Penkal, 106, 121 Monalisa Pivetta da Silva, 125
Louise Cervo Spencer, 211 Nádia Neckel, 198
Lucas Zambrano Rollsing, 240 Nadja da S. Voss, 214
Lucelene Teresinha Franceschini, 121 Nara Augustin Gehrke, 188
Luciana Abreu Jardim, 210 Nára Boninsegna da Nobrega, 198
Luciana Iost Vinhas, 83 Nayara Nunes Salbego, 250
Luciana Maria Crestani, 161 Odete Pereira da Silva Menon, 225
Luciane Baretta, 156, 162, 176 Onici Claro Flôres, 130, 155
Luciane Botelho Martins, 98 Otávio Henrique Koch, 188
Lucilene Bender de Sousa, 131 Patrícia da Silva Meneghel, 247
Luís Paulo Arena Alves, 135 Patrícia de Andrade Neves, 213
Luís Roberto de Souza Júnior, 160, 176 Patrícia dos Santos, 166
Luiz Henrique Milani Queriquelli, 212 Patrícia Martins Valente, 213
Luiza Boézzio Greff, 114, 171 Paula Cortezi Schefer Cardoso, 208
Luiza Liene Bressan, 126 Paula Maryá Fernandes, 115
Maicon Gularte Moreira, 121 Paulo Ricardo Kralik Angelini, 241
Manuela Camila da Silva Matias, 123 Pedro Augusto Bocchese, 226
Marcelo Salcedo Gomes, 189 Pedro Rieger, 163
Márcia Regina Melchior, 130 Priscila Anicet Hertz, 139
Márcio José da Silva, 231 Priscila Azevedo da Fonseca Lanferdini, 200
Márcio Miranda Alves, 128 Priscilla Rodrigues Simões, 165
Marcos Hidemi de Lima, 112 Rafael Eisinger Guimarães, 136, 153
Maria Aparecida Lima de Freitas, 113 Rafaela Miliorini Alves de Brito, 128
Maria Cláudia Teixeira, 194 Raquel Alquatti, 145
Maria Cleci Venturini, 115, 151, 194 Raquel de Freitas Arcine, 154
Maria da Glória Corrêa di Fanti, 240 Raquel Fregadolli Gonçalves, 178
Maria de Fátima Maia Ribeiro, 195 Raquel Salcedo Gomes, 189, 246
Maria José Damiani Costa, 242 Raquel Souza de Oliveira, 87

255
Raul Henrique Amaro da Silveira Ortellado, Simone de Fátima Colman Martins, 132
84 Sirlei da Silva Fontoura, 109
Rejane Pivetta de Oliveira, 135, 184 Sirlei Rodrigues, 247
Renan Fagundes de Souza, 119 Stefany Rettore Garbin, 142
Renato Augusto Vortmann de Barba, 100 Suelen Francez Machado Luciano, 98, 190
Renato Bittencourt de Melo, 112 Suelen Oliveira Dorneles, 170
Ricardo Ribeiro Elias, 134 Sueli Terezinha de Oliveira, 150
Richarles Souza de Carvalho, 168 Suzimara Ferreira de Souza, 143
Roberta Bassani Federizzi, 224 Tábatha Belzareno dos Santos Rosa, 210
Roberta Macedo Ciocari, 178, 179 Tânia Maria Barroso Ruiz, 204
Roberta Quintanilha Azevedo, 218 Tatiane Henrique Sousa Machad, 229
Roberto Svolenski, 136 Tatiane Kaspari, 85
Rodrigo Schaefer, 118, 175 Tatiani Longo Mazon, 237
Ronicéia Aparecida Biscaia Solak, 167 Taynara Alcântara Cangussú, 86
Rosane Lemos Barreto Custodio (, 128 Tayse Feliciano Marques, 124
Rosângela Beatriz Buhse, 170 Valdirene Fontanella, 110
Rosângela Gabriel, 87, 138 Valéria Cunha dos Santos, 174
Rosangela Silveira, 159 Valéria de Cassia Silveira Schwuchow, 221
Rosangela Silveira Garcia, 223, 228 Valéria Silveira Brisolara, 94, 170, 173
Rosemary de Fátima de Assis Domingos, Vanessa Aparecida Kramer, 127
220 Vanessa Borges Fortes Serapio Ferreira, 177
Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset, 165 Vanessa Makohin Costa Rosa, 127
Rove Chishman, 93, 147 Vanessa Zucchi, 95, 205
Sabrine Amaral Martins, 140 Vera Lúcia Freitas Franco, 229, 248
Samanta Kélly Menoncin Pierozan, 89 Vera Lúcia Lopes Cristovão, 200
Sandra Mariza de Almeida, 184 Verli Petri, 206
Sandy Karine Lima dos Santos Semczeszm, Virginia Maria Nuss, 90
151 Vitor Pequeno, 238
Sara Farias da Silva, 111 Viviane Favaro Notari, 84, 164
Sara Scotta Cabral, 188 Waldemberg Bessa, 169
Scheyla Joanne Horst, 189 Wanessa Rox, 95
Siderlene Muniz-Oliveira, 156, 162, 248 Wellington Ricardo Fioruci, 107
Silvânia Siebert, 116 Willian Corrêa Máximo, 243
Silvia Caroline Gonçalves, 139 Xênia Amaral Matos, 241
Silvia Milena Bernsdorf, 226

256

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