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Manual técnico
Cruzeiro do Sul, AC
2013
Organização:
ISBN 978-85-914918-0-3
Referências Bibliográficas:.................................................................43
INTRODUÇÃO
A agricultura nos trópicos úmidos deve estar centrada na adição
periódica de biomassa na área de cultivo que, a partir da ciclagem
de nutrientes, “abastecerá” o processo de formação de matéria
orgânica no solo com consequente melhoria de propriedades
físicas, químicas e biológicas.
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Neste enfoque, o sistema de cultivo em aleias propõe o uso de
adubação verde perene para suprir parte da demanda de biomassa
da unidade de produção, diminuir a erosão em solos tropicais e
aumentar a produtividade em cultivos agrícolas. Trata-se de uma
tecnologia viável para a Região Norte do Brasil e para agricultura
familiar.
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Capítulo 1
O Dr. Biauw Tjwan Kang (em memória) foi pioneiro na pesquisa so-
bre o Sistema de Cultivo em Aleias e deixou uma vasta contribuição
sobre este assunto em livros e artigos científicos publicados.
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Capítulo 2
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São as partes mais novas das raízes que absorvem maior
quantidade de água e nutrientes. No sistema de cultivo em aleias, a
competição entre as raízes das plantas é amenizada, pois as raízes
apresentam-se em tamanhos e estágios de desenvolvimentos
distintos e exploram diferentes profundidades do solo, onde o AVArb
por explorar maior profundidade possui vantagens na absorção e
reciclagem de nutrientes.
Os adubos verdes pere-
nes utilizados no cultivo
em aleias brotam com
bastante vigor, pois as
raízes das plantas já es-
tão desenvolvidas após
a poda, facilitando a
absorção de água e nu-
1 2 trientes para o desenvol-
vimento da brotação.
A sequência de figuras de 1 a 4
mostra o desenvolvimento do
AVarb, culminando em sua poda
e rebrota.
3 4
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Capítulo 3
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• Adequado para pequenas e grandes propriedades rurais;
16
Capítulo 5
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Outras características desejáveis, são:
• Poderem ser plantados diretamente no campo através de
sementes;
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Capítulo 6
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2- Limpar o terreno com roçadeira manual ou trator (microtrator
tobata pode ser usado com eficiência para limpeza de pequenas
áreas);
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4- Enleirar em nível a palhada nas linhas de plantio do AVArb. A pa-
lhada na linha de plantio diminui a incidência de plantas invasoras
e mantém a umidade do solo;
1- A ordem das etapas 4 e 5 pode ser alterada. Se o plantio ocorrer no final do período
chuvoso, recomenda-se o plantio após o acumulo da palhada, objetivando um solo
com maior umidade.
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Aplicação de herbicida
Vantagens X Desvantagens
• Processo rápido e • Necessidade de comprar o
eficiente; produto;
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Opção 2 – Roçagem, capina manual e arraste de cobertura morta
para as linhas de plantio
Atividades:
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2- Roçar o terreno com roçadeira manual ou trator;
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4- Acumular a palhada nas linhas de adubação verde. A palha di-
minui a incidência de plantas espontâneas e mantém a umidade
do solo;
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capina manual
Vantagens X Desvantagens
• Não há necessidade de • Maior gasto de mão de
comprar herbicida; obra.
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Área roçada e capinada. Experimento condu-
zido na UFAC / Campus Floresta, 2012.
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Capítulo 7
Atividades:
2. Fazer os aceiros;
3. Queimar a vegetação;
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Corte e queima
Vantagens X Desvantagens
• Mineraliza imediatamente
• Processo barato e
toda a reserva de material
rápido;
orgânico do sistema;
• Eliminação de pató-
• Problemas ambientais e
genos potenciais às
legislativos.
culturas e ao AVArb.
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Opção 2 – Corte e acúmulo dos restos vegetais nas entrelinhas
Esta opção é interessante por manter a diversidade biológica do
solo e por favorecer a liberação lenta de nutrientes provenientes
da decomposição do material orgânico.
Atividades:
Corte e acúmulo
Vantagens X Desvantagens
• Conserva o material
• Processo mais lento;
orgânico do solo;
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Capítulo 8
semeadura direta
Vantagens X Desvantagens
• Menor gasto de mão • Maior chance de ocorrer
de obra; falhas nas aleias;
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Opção 2 – Uso de mudas
No caso de mudas recomenda-se fazer um pequeno viveiro que re-
ceba, preferencialmente, sol na parte da manhã e sombra na parte
da tarde. É interessante utilizar áreas próximas de grandes árvo-
res que favoreçam esta condição. Duas a três semanas antes do
plantio é recomendável que as mudas sejam colocadas a pleno sol
visando a aclimatação das plantas.
uso de mudas
Vantagens X Desvantagens
• Economia de semen-
• Maior gasto de mão de obra;
tes;
• Maior flexibilidade na
• Necessidade de rega, subs-
escolha da época de
trato etc;
plantio;
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Capítulo 9
33
Capítulo 10
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Tabela 1
Corte com altura de Corte com altura de Corte com altura de
50 cm, 2x ao ano 100 cm, 2x ao ano 50 cm, 1x ao ano
Espécie 1° ano 2° ano 3° ano 4° ano 1° ano 2° ano 3° ano 4° ano 1° ano 2° ano 3° ano 4° ano
C. racemosa 14,04 13,33 1,66 0,06 14,33 18,33 14,04 10,48 0,78 3,15 2,78 1,18
C. tinctoria 5,96 12,88 2,26 0,41 12,58 28,73 11,43 0,20 0,00 0,01 0,01 0,01
C. cajan 11,99 0,39 0,00 0,00 4,41 0,03 0,00 0,00 0,21 0,11 0,01 0,01
P. platycephala 20,13 29,37 15,38 20,31 14,76 42,18 22,02 41,72 1,63 11,07 0,17 0,01
F. rodocarpha 25,87 13,76 0,46 0,10 31,44 2,59 0,89 0,97 5,94 2,52 1,16 0,20
F. congesta 30,88 17,36 0,20 0,04 30,70 34,85 0,09 0,58 2,93 16,34 1,06 0,47
G. sepium 10,90 31,47 22,58 29,54 4,68 27,35 18,53 33,47 7,22 59,79 36,51 25,04
P. edwalli 1,65 2,63 2,65 0,58 0,47 2,53 3,44 0,63 0,01 2,72 6,55 4,36
A. augustíssima 17,70 33,70 0,80 14,50 23,18 3,46 0,14 1,85 0,22 3,96 8,11 0,73
A. mangium 46,88 0,01 0,01 0,00 24,28 0,23 0,12 0,00 7,76 58,79 0,07 0,01
I. edulis 39,04 32,19 8,97 1,02 44,75 61,18 42,78 45,42 24,07 0,33 0,31 0,27
Tabela 1: Massa fresca, em tonelada por hectare, de onze espécies leguminosas, em três sistemas de poda,
avaliadas por quatro anos com um espaçamento de 5 metros entre linhas e 0,5 m entre plantas, em latos-
solo amarelo (RAMOS et al, 2007) . Embrapa Rondônia, Porto Velho, RO. 2007.
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Sistema de cultivo em aleias com ingás com 1 ano de
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idade. Sítio Mapinguari, Cruzeiro do Sul, Acre. 2012
Capítulo 11
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Fitomassa formada após a poda. Sítio Mapinguari, 2012.
38
Capítulo 12
Plantas de
ingá atacadas
por formigas
cortadeiras
39
Plantas de ingá sem ataque de formigas cortadeiras.
Capítulo 13
Quais são as principais plantas utilizadas
como adubos verdes no Sistema de
Cultivo em Aleias?
A tabela 2 apresenta quatro adubos verdes indicados para o siste-
ma de cultivo em aleias, incluindo as características e hábito de
crescimento dos mesmos.
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Tabela 2
Hábito de
Nome popular Nome científico Considerações crescimento
Flemingia Flemingia macrophylla Pode ser utilizada como forragem animal (AVIZ et al, Arbustivo
(Willd.) Kuntze ex Merr. 2013 ).
Leucena Diversas espécies do gê- Pode ser utilizada como forragem animal (BARRETO Arbóreo
nero Leucaena. et al, 2010). Apesar de ser vista por técnicos como
uma planta invasora, segundo COSTA & DURIGAN
(2010), apresenta-se como ruderal e não oferece
ameaça aos ecossistemas naturais.
Inga, ingá de metro Inga edulis Mart. Sua semente é recalcitrante. Assim, o armazenamen- Arbóreo
to da mesma não é viável. Tem bom crescimento nas
regiões tropicais úmidas, mas não deve ser utilizada
como forragem animal.
Gliricidia Gliricidia sepium (Jacq.) Pode ser utilizada como forragem animal (MATOS et Arbóreo
KunthexWalp. al, 2013).
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Referências Bibliográficas:
AVIZ, M. A. B. de; et al. Valor nutritivo da leguminosa Flemimgia
macrophylla (Willd.) Merrill para suplementação alimentar
de ruminantes na Amazônia Oriental. Amazônia: ciência &
desenvolvimento, Belém, v. 4, n. 8, jan./jun., 2009. Disponível em:
< http://www.basa.com.br/bancoamazonia2/Revista/edicao_08/
C&D_N_8_Valor_Nutritivo_da_Legu.pdf > Acesso em: 15 de fev.
2013.
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MATOS, L. V.; et al. Plantio de leguminosas arbóreas para
produção de moirões vivos e construção de cercas ecológicas.
Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2005. Versão eletrônica.
(Sistemas de Produção 3). ISBN 1679-6721. Disponível em: < http://
sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Moirao/
MoiraoVivoCercaEcologica/index.htm >. Acesso em: 09 de fev.
2013.
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Sistema de Cultivo em Aleias
Manual técnico
ISBN 978-85-914918-0-3
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