Você está na página 1de 9

SAÚDE

“Saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas
a ausência de doença ou enfermidade.” (OMS)

“Saúde é uma perfeita adaptação de um organismo ao seu ambiente.”


(SPENCER)

“Saúde é um ajustamento pessoal ótimo para uma vida completa, frutífera e


criativa.” (HOYMAN)

O direito da sociedade à saúde está previsto no art. 6º da Constituição Federal


como um direito humano fundamental, o que gera para o Estado o dever de
desenvolver ações e serviços em saúde para concretizá-lo, conforme normas
constantes do capítulo II, Seção II, artigos 196 a 200 de nossa vigente Carta
Magna

A promoção da saúde é uma estratégia na qual se confere visibilidade aos


fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças entre
necessidades, territórios e culturas presentes no nosso país, visando a criação
de mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade, defendam
radicalmente a equidade e incorporem a participação e o controle social na
gestão das políticas públicas

Promoção a Saúde (Otawa, 1986)

Capacitar a população para melhorar as suas condições de saúde e aumentar o


seu controle sobre as mesmas

Para alcançar um estado adequado de bem-estar físico, mental e social um


indivíduo ou um grupo deve ser capaz de identificar e realizar suas aspirações,
de satisfazer suas necessidades e de mudar ou adaptar-se ao meio ambiente.

A Educação em Saúde, diferente da informação em saúde, procura desencadear


mudanças de comportamento individual.

Promoção em Saúde, visa procurar mudanças de comportamento


organizacional, capazes de beneficiar a saúde de camadas mais amplas da
população, particularmente e não exclusivamente, por meio da legislação.

ATENÇÃO BÁSICA A Saúde

“A promoção da qualidade de vida é a redução da vulnerabilidade e dos riscos à


saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver,
condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura a bens e
serviços essenciais”.

A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde no âmbito


individual e coletivo que abrangem a promoção e proteção da saúde, prevenção
de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde”.
Prevenção em Saúde: “exige ação antecipada, baseada no conhecimento da
história natural da doença a fim de tornar improvável o progresso posterior da
doença.”

Promoção da Saúde: “refere-se a medidas que não se dirigem a uma


determinada doença ou desordem, mas servem para aumentar a saúde e o bem-
estar gerais.” (Leavell & Clark, 1976)

Prevenção orienta-se às ações de detecção, controle e enfraquecimento dos


fatores de risco ou causais de grupos ou de enfermidades específicas, tendo
como foco a doença. (Buss, 2003)

Promoção da Saúde busca modificar condições de vida para que sejam dignas e
adequadas, apontando para a transformação dos processos individuais de
tomada de decisão que sejam favoráveis à qualidade de vida e à saúde, mas
também a um conjunto de ações e decisões coletivas que possam favorecer a
saúde e a melhoria das condições de bem estar .

PROMOÇÃO DA SAÚDE X RESPONSABILIZAÇÃO MÚLTIPLA

Combinação de estratégias que envolvem:

 Ações do estado (políticas públicas saudáveis);

 Ações da comunidade ( reforço da ação comunitária);

 Ações de indivíduos ( desenvolvimento de habilidades pessoais);

 Ações do sistema de saúde;

 Ações de intersetorialidade ( parcerias intersetoriais)

A educação em saúde bucal implica na conscientização das pessoas para se


alcançar a saúde plena sendo, portanto, focada em oportunidades de
aprendizagem. (Mesquini, 2006)

RECURSOS HUMANOS

É necessária a aquisição constante de conhecimento técnico-científico; a


substituição da visão curativa pela visão preventiva (no sentido da promoção da
saúde individual e coletiva) e a capacidade de produzir resultados positivos que
impactem sobre os principais indicadores de saúde e de qualidade de vida da
população.

São cruciais para a fixação dos profissionais e a possibilidade de viabilizar-se os


princípios para promoção da saúde bucal e geral:

- Reconhecimento social dos profissionais,


- Possibilidade de educação permanente,

- Melhoria da infra-estrutura das unidades de saúde,

- Possibilidade de participação em congressos,

- Estímulo a produção intelectual.

DOENÇA PERIODONTAL

BIOFILME (PLACA BACTERIANA)

Película colonizada por microrganismos que aderem à superfície dental e


quando do organizados produzem ácidos, a partir da fermentação de substratos,
atacando os dentes e suas estruturas de suporte (gengiva e osso).

SALIVA

Importante para a saúde, contribui na mineralização dos dentes, contém


substâncias antibacterianas e auxilia na lavagem fisiológica dos dentes e
controle do pH da boca.

Periodonto é o conjunto de tecidos de proteção e sustentação dos dentes:


Gengiva, Ligamento periodontal e osso alveolar.

GENGIVA SAUDÁVEL

A gengiva sadia deve estar firmemente presa ao dente e ao osso abaixo do


dente.

Ela tem coloração rosa pálida em pessoas de pele branca ou mulata e


acinzentada em pessoas de pele mais escura.

Aspecto de casca de laranja.

GENGIVITE

A gengivite é uma infecção bacteriana da gengiva.

A gengivite deixa as gengivas inflamadas, vermelhas e inchadas.

Elas podem sangrar facilmente e ficar doloridas.

A gengivite leve causa pouca dor e pode passar despercebida, mas com o tempo
pode tornar-se grave.

Em algumas pessoas a gengivite progride para uma periodontite, que pode levar
à perda do dente.

PERIODONTITE

• A periodontite é uma infecção bacteriana da gengiva, que pode ou não


ser precedida de uma gengivite.
• Na tentativa de eliminar a infecção, o organismo produz substâncias que
causam a destruição do ligamento periodontal e do osso.

• São estas estruturas que "seguram " os dentes no osso.

 Os sintomas são gengivas com retração, mau hálito e gosto ruim na boca.

 A periodontite é relativamente indolor.

 A dor pode significar o aparecimento de um abscesso.

 Com a evolução do processo, os dentes ficam "moles" e formam-se


bolsas entre a gengiva e os dentes que facilitam o acúmulo de bactérias.

 Caso não seja tratada, a periodontite pode levar à perda do dente.

PERIODONTITE

 A periodontite é mais comum em adultos, sendo que cerca de 14% das


pessoas com idade entre 45 a 54 anos e 23% daquelas com idade entre 65
e 74 anos têm algum grau de periodontite.

 Os fumantes têm quatro a sete vezes mais chances de ter periodontite do


que os não fumantes. O fumo diminui as defesas do organismo contra as
bactérias.

 A doença Periodontal é considerada uma complicação comum do


Diabetes Mellitus, nos pacientes com controles metabólicos precário.

 O diabetes aumenta a suscetibilidade do indivíduo a periodontite


causando a perda de inserção do dente e perda óssea.

TRATAMENTO

 Depende da gravidade da periodontite, que pode ser classificada como


leve, moderada ou grave.

 A periodontite leve geralmente é tratada como uma limpeza que remove


placas e tártaro (cálculos) que ficam acumulados na coroa dos dentes
(parte do dente que é visível) e raízes (abaixo da gengiva).

 Em conjunto com a boa higiene oral em casa, geralmente este tratamento


é suficiente para a resolução do problema.

 O tratamento da periodontite moderada muitas vezes o tratamento é


cirúrgico.

 Os casos graves que geralmente necessitam cirurgia, existindo


possibilidade de perda do dente.
COMO EVITAR

 A escovação e uso diário do fio dental, pelo menos três vezes ao dia.

 Visitas regulares ao dentista para uma limpeza mais profunda podem


evitar a periodontite ou tratá-la nos estágios iniciais.

 No caso dos fumantes, parar de fumar diminui consideravelmente o risco


de periodontite.


O prognóstico é bom nos casos tratados logo no início, sendo necessário
acompanhamento para toda a vida

CÂNCER BUCAL

O Câncer é um crescimento desordenado de células que invadem tecidos e


órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo.

Estas células tendem a ser muito agressivas, se multiplicam rapidamente


formando o tumor, ou neoplasia malígna.

Quando estas células desordenadas se multiplicam vagarosamente, e não


invadem outros tecidos, chamamos de tumores benígnos. Estes raramente
causam risco de morte.

Basicamente, chamamos de carcinoma os tumores que iniciam em células


epiteliais (pele e mucosas).

E de sarcoma, quando iniciam em células conjuntivas (ossos, músculos,


ligamentos e cartilagens).

Pessoas mais susceptíveis:

 idade superior a 40 anos

 sexo masculino

 tabagistas crônicos

 etilistas crônicos

 má higiene bucal

 desnutridos e imunodeprimidos

 portadores de próteses mal-ajustadas ou que sofram

de outra irritação crônica da mucosa bucal

 dieta pobre em proteínas, vitaminas e minerais

 dieta rica em gorduras e álcool


O uso do tabaco, quer fumado (cigarro, cachimbo, charuto, cigarro de palha),
mascado (fumo de rolo) ou aspirado (rapé), constitui um dos principais fatores
de risco do câncer da cavidade bucal, o que é confirmado por estudos
epidemiológicos em todo o mundo. Dependendo do tipo e da quantidade do
tabaco usado, os tabagistas apresentam uma probabilidade 4 a 15 vezes maior
de desenvolver câncer da boca do que os não-tabagistas.

Segundo o Ministério da Saúde o hábito de fumar está associado a 90% dos


cânceres de boca em homens e 60% em mulheres;

O uso de tabaco sem fumaça, que inclui o rapé e tabaco para mascar, já está
bem estabelecido como causa do câncer bucal.

Esta forma de consumo de tabaco permite que resíduos deixados entre a


bochecha e a língua tenham um contato mais prolongado, favorecendo a ação
das substâncias cancerígenas do tabaco sobre a mucosa bucal.

Organização Mundial da Saúde: cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com


câncer de boca eram tabagistas.

Existem atualmente suficientes evidências sobre o potencial carcinogênico do


álcool para o homem.

Câncer de boca: sobretudo os tumores do soalho bucal e da língua, faringe,


laringe, esôfago, fígado e mama.

O consumo de bebidas alcoólicas aumenta cerca de 9 vezes o risco de câncer da


boca, e quando associado ao tabagismo esse risco torna-se 35 vezes maior.

Ao consumo excessivo de álcool são atribuídas 2 a 4% das mortes por câncer e,


mais especificamente, de 50 a 70% de todas as mortes por câncer de língua,
cavidade oral, faringe e esôfago.

Conhecimentos atuais vêm ressaltando o papel importante dos hábitos


alimentares na etiologia do câncer.

Estudos revelaram que deficiências nutricionais (como por exemplo dos


antioxidantes) e dietas inadequadas funcionam como fontes de radicais livres
(RL) que seriam responsáveis por alterações no ADN, tornando-o mais
vulnerável ao desenvolvimento do câncer.

Uma dieta rica em gorduras, álcool ou pobre em proteínas, vitaminas (A, E, C,


B2) e alguns minerais, tais como cálcio e selênio, é considerada um importante
fator de risco.

O consumo habitual de frutas e vegetais frescos tem sido considerado um fator


protetor contra o câncer da boca.

A ação constante e prolongada sobre a mucosa bucal de próteses dentárias mal-


ajustadas, de câmaras de sucção (artifício utilizado para obter-se uma maior
fixação de dentaduras) e de dentes quebrados ou restos dentários constituem,
ao longo de anos, causas de lesões hiperplásicas.
Esta ação contínua pode ser um co-fator do desenvolvimento do câncer da boca,
por favorecer a ação de outros carcinógenos, particularmente, o tabaco e o
álcool.

É importante ressaltar que todo paciente portador de prótese móvel deve


submeter-se a controle odontológico anual.

Nos últimos anos, o vírus do papiloma humano (HPV) tem sido correlacionado
com lesões da boca semelhantes àquelas localizadas no trato genital, sendo
também implicado na etiologia do carcinoma bucal.

Pesquisas comprovam que o vírus HPV está relacionado a alguns casos de


câncer de boca. E fazer sexo oral sem camisinha é uma forma de contagio.

Falta de higiene ou má higiene bucal:

Observa-se em pacientes com câncer de boca uma higiene bucal deficiente.

A exposição repetida e excessiva aos raios solares (raios ultravioleta), por


períodos superiores a 15 ou 30 anos, provoca alterações dos lábios capazes de
evoluir para o carcinoma.

Pessoas de cor clara, com pouca pigmentação melânica, são as que apresentam
o maior risco de desenvolver carcinomas do lábio inferior.

Dentre os outros fatores associados à gênese do câncer bucal, a


susceptibilidade genética é, sem dúvida, um dos mais importantes.

A sensibilidade a diversos agentes mutagênicos aos quais a mucosa oral se


expõe, reflexo da deficiência do hospedeiro em reparar o seu ADN danificado, é
o mecanismo de indução-promoção da carcinogênese mais freqüente.

Sinais e Sintomas

Os principais sinais que devem ser observados são:

 Lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 07
dias;

 Manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas,


palato, mucosa jugal;

 Nódulos no pescoço; rouquidão persistente.

Nos casos mais avançados, observa-se:

 Dificuldade de mastigação e de engolir;

 Dificuldade na fala;

Sensação de que há algo preso na garganta.

 Os tumores são mais frequentes na língua, no assoalho (embaixo da


língua) e no palato (céu da boca).
 Mas eles podem ocorrer também nos lábios, na mucosa (bochechas), na
gengiva e nas amígdalas.

Diagnóstico Precoce

 A alta sensibilidade da cavidade oral pode facilitar a percepção do


indivíduo bem orientado para sinais de alerta, como feridas que não
cicatrizam nos lábios e na boca, manchas brancas ou avermelhadas nas
gengivas, língua ou mucosa oral, tumorações ou caroços na região da
boca ou pescoço.

 É importante orientar os usuários quanto aos sinais de alerta!

AUTOEXAME

 Fazer o autoexame é simples;

 Fazer com um espelho, num ambiente bem iluminado;

 Você pode identificar lesões precursoras do câncer de boca;

 Doença curável, se tratada desde o início;

Segundo dados da OMS, se descoberto no início, a chance de cura do câncer


de boca é de 80%.

O tratamento de, praticamente, todo tipo de câncer consiste em REMOÇÃO


CIRÚRGICA do tumor e seus prolongamentos, QUIMEOTERAPIA,
RADIOTERAPIA e TRANSPLANTE de órgãos.

O sucesso do tratamento está diretamente ligado à gravidade do tumor, a


reação do paciente ao tratamento e principalmente ao DIAGNÓSTICO
PRECOCE.

Prevenção Primária

Visa ações ou iniciativas que possam reduzir a incidência e a prevalência da


doença, modificando os hábitos da comunidade, buscando interromper ou
diminuir os fatores de risco como o tabaco, o álcool e a exposição solar dos
lábios, antes mesmo que a doença se instale.

Para isto é fundamental a orientação e educação, além da importância de se


oferecer recursos para a cessação do tabaco e alcoolismo.

Prevenção Secundária

A prevenção secundária visa o diagnóstico precoce da doença em uma fase


anterior ao paciente apresentar alguma queixa clínica.

O câncer bucal pode levar meses antes de apresentar algum sinal ou sintoma
percebido pelo paciente e o diagnóstico precoce dessa doença faz com que
os níveis de cura alcancem mais de 90% dos casos.
Por isso a importância de uma anamnese que aborde os fatores de risco e
um exame físico detalhado.

Prevenção Terciária

Visa limitar o dano, controlar a dor, prevenir complicações secundárias,


melhorar a qualidade de vida durante o tratamento, e, sempre que possível,
reintegrar o indivíduo à sociedade, tornando-o apto a realizar as atividades
diárias exercidas anteriormente.

Você também pode gostar