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23/05/2001
HISTÓRICO
DIREITO DA REGULAÇÃO
AS AGÊNCIAS REGULADORAS
O autor:
INTRODUÇÃO
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A história não ocorreu de modo diverso no Brasil. Aqui, durante a maior parte
dos anos do século XX, vivemos sobre a égide da forte intervenção estatal na
vida da população e na economia. Se somarmos os anos de regime fechado, em
que vivemos sob a sombra de ditaduras, chegamos ao incrível número de 45
anos. Foram 15 anos de Vargas, mais 20 de regime militar. Isto sem contar os
regimes que viveram na sombra de leis que inibiam a livre iniciativa nacional e
que tornavam o país fechado para a entrada de investimentos externos.
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Neste momento surge o Direito Regulatório, que é a junção das regras de direito
público, constitucionais, econômicas e administrativas, que regem as agências
de regulação e sua relação com concessionários, pemissionários e usuários.
Portanto, além de ser classificado eminentemente como parte do Direito Público,
o Direito Regulatório, em função de sua ligação com as empresas privadas que
executam estes serviços, traz também nuances de Direito Privado.
HISTÓRICO:
"O Brasil ainda não tinha registrado tanto estridor como a transmissão de poder
que hoje se verifica no Rio Grande", referindo-se a posse de Getúlio Vargas
como Governador. Segundo Chateaubriand, Vargas se colocava entre as duas
correntes nacionais que se alternavam no poder e "Getúlio Vargas será a única
ponte para que todos atravessem". Assis Chateaubriand foi o elo entre os
governadores rebeldes, Antônio Carlos, João Pessoa e Getúlio Vargas.
A eleição de 1930 foi conturbada. Júlio Prestes, candidato do Catete, e até então
Governador do Estado de São Paulo, venceu Getúlio Vargas em uma eleição
marcada por denúncias de fraudes. Entretanto, não foi o candidato do Catete
quem ocupou a cadeira de Presidente. Ela estava reservada para o derrotado
nas eleições, Vargas, que após um grande levante começado no Rio Grande do
Sul, com o apoio dos estados da Paraíba e de Minas Gerais, tomou o poder.
Getúlio Vargas era o novo Presidente do Brasil.
O salto proposto por Vargas vinha das mãos Estado. O governo estava disposto
a financiar o desenvolvimento do país. Teve início, então, o "Estado
Desenvolvimentista", que com certos saltos, se estendeu até a década de 80.
Além disto, este novo modelo de Estado caracterizava-se principalmente pela
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Ainda durante estes anos, existiram inúmeras nomeações políticas (ao invés de
concurso público) para cargos da administração. Foi criada uma mega-estrutura
estatal.
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Inicialmente com Jânio Quadros e logo após sua renúncia, com Jango (herdeiro
político de Getúlio, assim como Leonel Brizola), teve início à ruptura da base de
sustentação do estado brasileiro, que culminou com o golpe militar de 1964.
Esta base de sustentação era fundado em três pontos: ideologia, sustentação
política e lógica econômica.
A sustentação política era formada por industriais, militares, classe média baixa
e classe média (bases do PSD/PTB) e proprietários de terra. Vale ressaltar que
os trabalhadores do campo se encontravam fora desta sustentação política (sem
direitos trabalhistas até a época dos militares). Com a ruptura provocada por
Jânio/Jango, esta base é dividida em duas partes, que passaram a ser
convencionadas como "direita" e "esquerda".
Como resultado dos atos de Jânio e Jango à frente do governo nacional, que
resultaram na ruptura da base de sustentação do Estado, em 1964 ocorre um
golpe militar.
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A linha mestra desta política ainda continuou durante um certo tempo, contudo,
o Estado não tinha mais recursos para financiar o desenvolvimento, logo, a
década de 80 foi o retrato desta herança. O Brasil era dono de muitas estatais e
não conseguia manter o nível de investimento necessário para gerar
desenvolvimento. Com o fim do regime militar em 1985, as liberdades políticas
e pessoais, como a liberdade de expressão são reconquistadas. O governo do
Presidente José Sarney atravessa os anos conduzindo o processo de
redemocratização, preparando o País para suas primeiras eleições diretas desde
a vitória de Jânio Quadros. O governo Sarney é herdeiro de uma política
econômica intervencionista que estrangulou as possibilidades de investimento
do Estado, aumentou exorbitantemente a dívida externa e gerou a inflação,
principal foco de atenção de seu governo.
O estado brasileiro, que nunca foi liberal, como é mostrado nesta abordagem
histórica, dá um grande passo ao livre-mercado, começando a deixar de ser um
"estado interventor" e passando a ser um "estado regulador" dos antigos
serviços que antes eram fornecidos por ele.
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Nesta nova fase de prestação dos serviços públicos, o estado brasileiro deixou
de ser um "Estado Executor", que atuava na ordem econômica por meio de
pessoas jurídicas a ele vinculadas (intervenção, monopólio) e passa a ser um
"Estado Regulador", que, de acordo com a Constituição Federal de 1988 em seu
artigo 174, fixa as regras disciplinadoras da ordem econômica para ajustá-la aos
ditames da justiça social, exercendo o papel de fiscalização.
concessão
permissão
autorização
terceirização
Há uma outra forma de retirada do Estado da prestação de serviços públicos, é a
chamada "privatização". Não pode ser considerada uma forma de delegação,
porque não é uma prestação indireta do Estado, pois nesta modalidade, o
Estado se retira por completo da prestação do serviço, não restando
responsabilidade indireta ou residual.
Portanto, utilizar o termo "privatização" como um termo geral, que designe todo
o processo de retirada do Estado da prestação de serviços e obras públicas, não
é o mais adequado. O mais indicado seria chamar este processo de
"desestatização", que engloba todas as modalidades. Vale lembrar que o Estado
brasileiro não se retirou do cenário da prestação de serviços públicos, quando da
delegação à iniciativa privada. As empresas privadas, concessionárias ou
permissionárias, atuam como uma "longa manus" do poder estatal. A
responsabilidade constitucional da prestação destes serviços concedidos, na
maioria das vezes, continua com o Estado, portanto, ele está simplesmente
delegando a execução para a iniciativa privada, visto que continua a ser definido
por lei como um serviço público.
2. CONCESSÃO
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Além da CF 88, existem duas leis que disciplinam o sistema de delegação dos
serviços públicos. São elas:
No que tange aos casos de serviços e obras públicas delegadas por intermédio
de CONCESSÃO, a lei, expressamente dispõe sobre as possibilidades de
retomada pelo Poder Público, chamada de "Encampação". O art. 37 da
Constituição Federal deixa claro que a retomada ocorrerá somente mediante a
presença dos seguintes pressupostos:
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AS AGÊNCIAS REGULADORAS
1. O PAPEL DAS AGÊNCIAS NACIONAIS
Nos países que adotam o sistema regulador, as agências são uma realidade. Nos
Estados Unidos, o maior exemplo da história de Estado Regulador, onde ora as
agências tem mais força, ora menos, elas existem no número de 72. Outros
países também te experiência no setor. Alguns exemplos de países e o número
de agências existentes em seu território são: Canadá: 15, Argentina: 12;
Dinamarca: 9; Holanda: 7; Alemanha e Suíça: 6; China: 5 e França: 4.
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Cada agência conta com uma lei de criação. Inicialmente foram constituídas 3
agências:
Em alguns Estados, foram criadas agências que visam, da mesma forma que as
nacionais, regular serviços delegados. No Rio Grande do Sul foi constituída a
AGERGS – Agência Estadual dos Serviços Públicos Delegados. As agências
estaduais já são uma realidade, visto que além do RS, encontramos a mesma
figura nos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, Ceará, Rio de Janeiro,
Sergipe, Pernambuco e São Paulo. Nos estados não há necessidade de criação
de várias agências setorizadas, chamado modelo multisetorial, visto que uma
pode englobar todos os serviços delegados. Por conseguinte, foi adotado o
modelo unisetorial, com a AGERGS. Tem-se como única exceção o estado de
São Paulo, que já está em fase de constituição de sua segunda agência.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se pelo exposto que o Brasil mudou substancialmente a forma de
atuação do Estado na década de 90. Acompanhando uma tendência que se
verificou em vários países, o Brasil estruturou inúmeras reformas visando
diminuir a área de atuação do Estado, pois este não conseguia manter um nível
desejável de investimento que pudesse gerar desenvolvimento.
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O Brasil vive uma nova realidade depois de muitos anos. Existe uma grande
chance de finalmente o desenvolvimento brasileiro tomar o rumo certo. A
criação das agências foi uma decisão correta, pois era impossível que o poder
executivo efetuasse as mudanças necessárias a partir de sua estrutura
tradicional. Logo, dentro uma nova estrutura, independente, autônoma, neutra,
transparente, imune a pressões político-partidárias, existe uma grande
possibilidade de sucesso. A constituição destes órgãos deve ser algo muito
cuidadoso, para que estes não herdem os vícios da antiga administração
pública.
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