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tradução de MYRIAM
B. M. DE CASTRO
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QUARTA PARTE — PAULO E SEUS COMPANHEIROS
PEDRO
LIÇÃO I FONTES
DE LUZ
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LIÇÃO 2
INFÂNCIA E MEIO
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irmão Simão e João seu irmão Tiago. André
encontrou Simão primeiro e disse: "Já achamos o
Messias (que, traduzido, é o Cristo)".
Simão é chamado Cefas — E ele o trouxe a Jesus
quando Este o viu, disse: "Tu és Simão, filho de Jonas;
lu -serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)". Na-
queles dias os judeus falavam a língua hebraica, mas o
Novo Testamento foi escrito em grego. Em hebraico,
Cefas significa "pedra", mas em grego a palavra pe-
dra é "Petras" ou Pedro. Assim, daquele momento em
diante, Simão foi conhecido como Simão Pedro, ou Si-
mão a Rocha.
Quando pensamentos neste mundo maravilhoso no
qual vivemos, em suas grandes divisões de terra cha-
madas continentes, que no continente ocidental se en-
contram os países da Europa, Ásia, África; que num
cantinho da Ásia, há uma faixa de terra quase só duas
vezes maior do que o Lago Salgado; que naquela faixa
de terra havia uma divisão como um de nossos es-tados,
chamada Galiléia; que nesta província havia mais de
duzentas cidades e que em cada cidade habitavam
vários milhares de pessoas, entre as quais um dia nasceu
um menino cujos pais eram desconhecidos, e que este
menino cresceu para se tornar um homem de tal caróter
que Jesus o chamou "A Rocha" e que durante mil e
novecentos anos ele foi conhecido e honrado por milhões
e milhões de pessoas, precisamos compreender, mesmo
em nossa mocidade, que um nascimento humilde não é
um impecilho para a grandeza!
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LIÇÃO 3
DESENVOLVIMENTO
"Oh, sê meu amigo e ensina-me a ser teu amigo". SEU
LAR EM CAPERNAUM
Desde o momento em que Pedro encontrou Jesus,
seus pontos de vista na vida mudaram. Até aquele
tempo, ele havia esperado a vinda do Rei dos Judeus
como um acontecimento a se realizar em futuro inde-
finido. Com os outros judeus, ele havia pensado que a
vinda do Salvador seria marcada por maravilhosas
manifestações e que, vestido em trajes púrpura e servido
por muitos anjos ele viria em poder infinito e numa
expressão divina de Sua ira, quebrar as cadeias ro-
manas que prendiam a cativa nação judia.
Mas agora, Pedro havia encontrado o Messias —
um homem solitário nas margens do Jordão. Somente
cerca de cinco homens sabiam então que Ele clamava
ser o Messias. Não havia legiões de hostes celestes
acompanhando-O! Ele não trazia vestes purpúreas! Não
possuía meios visíveis ao seu alcance com os quais
pudesse quebrar o jugo romano. Seria Ele realmente o
Messias que deveria vir, ou deveria Pedro esperar
outro?
A influência de Jesus sobre Pedro — Êsíes pensa-
mentos e centenas de outros sem dúvida assomavam à
mente de Pedro, ao sair ele das proximidades do Jordão
e voltar à sua pesca na Galiléia. André e João, naquela
memorável visita, pareciam ter recebido um
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testemunho da divindade da missão de Jesus e eles le-
varam aquele testemunho aos seus irmãos, ao excla-
marem com alegria: "Já achlámos o Messias". Mas
Pedro, impetuoso e que, como aprenderemos, era na-
turalmente livre para falar o que sentia, até onde sa-
bemos ainda não havia expressado tal segurança.
Contudo, ele havia se impressionado profundamente;
pois não havia Jesus, à primeira vista, lido seu
caráter? Não havia Ele penetrado no mais profundo
da sua natureza? Não havia Ele irradiado um espírito
que tão com-pletamente envolvia Pedro que ele não
mais queria sair de Sua influência?
O Lar de Pedro — Pedro nessa ocasião era casado,
sendo, talvez, pai de um pequeno menino. Ele havia
mudado de seu antigo lar em Betsaida, e vivia com a
mãe de sua esposa, ou ela com ele, em Capernaum.
Com ele, achavam-se também André e seus dois fiéis
companheiros e amigos, Tiago e João, os filhos de
Zebedeu.
A casa de Pedro tornou-se conhecida em Caper-
naum e, posteriormente tornou-se, um dos pontos
memoráveis do mundo. Lá, sem dúvida, Jesus ficava
sempre que se achava em Capernaum. Depois que
Jesus foi tão impdedosiamente (rejeitado por seus
próprios conterrâneos em Nazaré, fez de Capernaum
sua cidade; e supõe-se que grande parte do tempo,
coube a Pedro a honra de hospedar em seu lar o
Salvador do mundo. Cada palavra, cada ato de seu
grande hóspede deve certamente ter aumentado a
confiança de Pedro em Jesus como o Messias!
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da Galiléia. Pedro e André estavam ocupados nas
proximidades, lavando suas redes, após terem
passado a noite toda no lago em tentativa baldada de
apanhar alguns peixes.
"E aconteceu que, apertando-o a multidão, para
ouvir a palavra de Deus, estava Ele junto ao lago de
Genezaré. E viu estar dois barcos juntos à pram do
lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam
lavando suas redes. E, entrando num dos barcos, que
era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da
terra e, assentando-se, ensinava do barco a multidão".
Primeiro caso registrado da obediência de Pedro —
Quando Pedro satisfez o pedido de Jesus "que o
afastasse um pouco da terra", fez o primeiro ato de
obediência à voz de Cristo, que foi registrado. Agora,
contudo, seguiu-se uma obediência que era
completa-mente contrária à maneira de pensar do
pescador. Quando Jesus havia acabado de falar à
multidão, disse à Pedro: "Faze-te ao mar alto, e
lançai as vossas redes para pescar. As folhas e a
sujeira haviam sido tiradas da rede vazia; estava seca,
e os fios arrebentados haviam sido emendados. Pedro
estava cansado e queria descançar. Estava com fome
também, ou talvez desencorajado. Não é de se
espantar, portanto, que tenha respondido: "Mestre,
havendo trabalhado toda a noite nada apanhámos".
Era o mesmo que dizer: "Não adianta nada, pois não
há peixes nesta manhã, nesta parte do lago e também
não havia nenhum durante toda a noite". Mas 'Pedro
estava aprendendo a honrar e obedecer este Homem
entre os homens; assim, rapidamente acrescentou
estas palavras: "mas sobre tua palavra lançarei a
rede". Como um pescador experimentado que era,
seu bom senso lhe dizia que uma o utra tentativa
seria inútil; como um seguidor de .Jesus, sua Fé lhe
ordenava que tentasse.
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(ZindocoResultado da Obediência — "E fazendo
assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e
rompia-se-lhes a rede. E fizeram sinal aos
companheiros que estavam no outro barco, para que
os fossem ajudar. E foram, encheram ambos os
barcos de maneira tal que quase iam a pique. É-nos
relatado que "o espanto se apoderara deles e de todos
que com ele estavam, por causa da pesca de peixe que
haviam feito". Pedro, o lider dos quatro e que mais
tarde se tornou o chefe dos Doze, "prostrou-se aos
pés de Jesus, dizendo: Senhor ausenta-te de mim, que
sou um pecador".
Teria sido simplesmente a dúvida e hesitação
expressas quando, alguns minutos antes, Jesus havia
pedido a ele que se "fizesse ao alto mar?" ou seria a
compreensão das muitas dúvidas da divindade de
Cristo que agora o abatiam, e lhe faziam sentir sua
própria inferioridade e fraqueza na presença deste
Todo Poderoso? Jesus havia manifestado seu poder, e
assim fazendo havia ensinado a Pedro uma lição que
ele e o mundo todo, mais cedo ou mais tarde deveriam
aprender: que a obediência às palavras de Cristo traz
bênçãos, tanto materiais como espirituais. Enquanto
a compreensão desta verdade embalava seus
sentimentos cheios de respeito, Jesus lhe disse: "Não
temas: de agora em diante serás pescador de homens".
UM SÁBADO MEMORÁVEL
Após ter sido rejeitado em sua própria cidade,
Nazaré, Ele "desceu a Capernaum e ali os ensinava
nos sábados".
Culto na Sinagoga — A última parte do culto na
sinagoga naqueles tempos, era a exposição das
escrituras e a sua pregação ao povo. Isto não era feito
sempre por um oficial mas por uma pessoa distinta
que estivesse na congregação. Naturalmente, Jesus
era conhecido em todos os lugares naquele tempo
como um gran-
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de mestre, um operador de milagres e um capaz intér-
prete da lei; "e admiravam a sua doutrina, porque a
sua palavra era com autoridade".
Cura de Um Endemoninhado — Certo slábado,
quando Jesus estava pregando, Pedro e todos os pre-
sentes firam surpresos por ver um homem levantar-se
na audiência e, repentinamente, interromper gritando
em alta voz: "Ah! que temos nós contigo, Jesus Naza-
reno? vieste a destruir-nos? Bem sei quem és; O Santo
de Deus". Ao calar-se este homem, que estava possuído
por um espírito mau, a audiência toda estava em
suspenso quando Jesus o repreendeu, dizendo: "Cala-te
e sai dele." E o demónio, lançando-o por terra no meio
do povo, saiu dele sem lhe fazer mau algum. E veio
espanto sobre todos, e falavam entre si uns e outros,
dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos
imundos manda com autoridade e poder e eles saem?"
A Cura da Sogra de Pedro — Ao terminar este culto,
Jesus foi com Pedro à casa deste, acompanhado de
André, Tiago e João.
Pedro, André, Tiago e João eram companheiros de
de infância, sócios como pescadores, companheiros co-
mo discípulos de João Batista e agora estavam se tor-
nando inseparáveis e amados elos da Irmandade de
Cristo! Ao entrarem em casa souberam que a mãe da
esposa de Pedro estava muito doente, com febre. Sem
dúvida, foi Pedro que contou a Jesus as condições de
sua sogra e rogou que Ele a abençoasse. "Inclinando-se
sobre ela, repreendeu a febre e esta a deixou. E,
levantando-se logo, servia-os".
É fácil imaginar como toda Capernaum comentava
como Jesus havia repreendido o espírito mau do ho-
mem afli to, na sinagoga! E que então, alguns minutos
n pós o culto, Ele havia curado uma mulher
instantân-ncnmentc, de febre! As notícias se
esparramaram de casa em casa e de grupo em grupo
até que "sua fama
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Domínio divulgou-se por todos os lugares em redor
daquela comarca" .
Muitos Curados — Durante toda a tarde a casa de
Pedro e as ruas ao seu redor estavam cheias de pes-
soas, algumas movidas por curiosidade, mas a maioria
desejando uma bênção. Homens possuídos de demó-
nios eram levados através da multidão até Jesus e
eram curados; aqueles que durante muitos dias
haviam sofrido de febre escaldante, aqueles que eram
afligidos por várias espécies de moléstias, eram todos
trazidos à presença deste Grande Médico que
impunha suas mãos sobre todos e os curava.
O sol desceu, veio a meia luz, e as sombras da noite
começaram a cair, mas os doentes e os sofredores ainda
buscavam aquela cura divina que somente Cristo, o Se-
nhor poderia dar. "Jamais", diz Eidersheim, "jamais,
sem dúvida, foi Ele mais verdadeiramente o Cristo do
que quando, no silêncio daquela noite passou por
aquela multidão sofredora colocando suas mãos sobre os
doentes curando todos os expulsando muitos
demónios".
Provavelmente naquele dia Jesus só pôde
descan-çar bem tarde. Depois que o povo havia
partido para os seus lares, agora mais alegres, Pedro e
os de sua casa queriam conversar com o hóspede
ilustre, sobre os grandes milagres daquele dia.
Finalmente, todos se retiraram e dormiram ao
escoarem-se as últimas horas daquele inesquecível
sábado.
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ele estavam. E, achando-o, lhe disseram: "Todos
Te buscam".
Que gloriosa será a situação deste velho mundo
quando puder ser verdadeiramente dito de Cristo, —
"Todos Te buscam".
O egoísmo, a inveja, o ódio, a mentira, o roubo, a
desonestidade, a desobediência aos pais, a crueldade
para com as crianças e animais, a discussão entre os
vizinhos e as lutas entre as nações — tudo
desaparecerá quando se puder dizer
verdadeiramente ao Redentor da humanidade, —
"Todos Te buscam".
Parece que Jesus e Seus amigos saíram de
Carper-naum naquele dia e "pregava nas sinagogas
deles por toda Galiléia e expulsava os demónios".
Onde quer que fossem, os doentes eram curados e os
leprosos eram limpos. Alguns dias mais tarde,
voltaram a Caper-naum. Assim que o povo soube que
Jesus se encontrava "na casa" (sem dúvida, na casa
de Pedro), "Logo que se ajuntaram tantos, que nem
ainda nos lugares junto à porta cabiam; e
anunciava-lhes a palavra".
O Paralítico de Capernaum — Foi nesta ocasião que
quatro homens trouxeram um paralítico. O pobre
infeliz jazia em sua cama que era carregada pêlos
quatro homens. "E não podendo aproximar-se d'Êle
por causa da multidão", subiram ao telhado. Ali
fizeram uma abertura comunicando com a sala "e
baixaram o leito em que jazia o paralítico".
"E Jesus vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho,
estão perdoados os teus pecados. E levantou-se e, to-
mando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte
que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizen-
do: Nunca tal vimos". Todas estas gloriosas manifes-
tações de poder divino e, sem dúvida muitas e muitas
mais, Jesus havia feito mesmo antes de escolher Seus
Do/c Apóstolos.
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'Pedro, como se vê, foi uma testemunha de todas
elas. Se ele tivesse tido qualquer dúvida alguns meses
antes, quando seu irmão André disse: "Já
encontramos/ o Messias", certamente elas haviam há
muito tempp sido banidas de sua mente; e podemos
entender porque, quando Jesus disse: "de agora em
diante serás pescador de homens", Pedro deixando
tudo, seguiu após Ele.
Mas, mesmo assim, não obstante todas as experi-
ências, a fé de Simão ainda não era a pedra em que
Jesus queria que ela se transformasse.
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LIÇÃO 4
OS DOZE
NA FESTA DE MATEUS
J oiro — Um dia Jesus e os Doze aceitaram um con-
vite para ir à casa de Mateus, o que muito ofendeu os
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fariseus, pois Jesus comeu com um publicano e os pe-
cadores. Enquanto Jesus e os Doze ainda estavam na
festa, e Jesus estava respondendo à acusação dos fari-
seus, "eis que chegou um dos principais da sinagoga,
por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés, e
rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribun-
da; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para
que sare e viva".
Jesus imediatamente abandonou os prazeres da
festa de seu amigo e irmão Mateus, e seguiu Jairo à
sua casa.
A FILHA DE JAIRO
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LIÇÃO 5
GLORIOSAS EXPERIÊNCIAS
"Os passos da fé caem no nada aparente, mas
sob eles encontram a rocha".
O TESTEMUNHO DE PEDRO
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cidade do evangelho, nem os homens, nem as ondas
da tentação e nem o poder do inferno poderão
privá-lo dela. Logo que Jesus encontrou Simão, Ele
disse que ele seria chamado "a Rocha". Parecia que
desde então Jesus havia estado esperando o tempo
em que o testemunho de Pedro fosse como seu
caráter — expressivo e firme. Este tempo chegou; e
Pedro estava agora preparado para receber uma
responsabilidade maior.
Chaves do reino — "E eu te darei as chaves do
reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será
ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será
desligado nos céus".
Uma chave era para abrir a porta do evangelho
aos gentios, mas levou algum tempo para que Pedro
soubesse como uslá-la.
Uma coisa é saber que o evangelho é
verdadeiro; mas outra coisa é compreender seu
propósito e significado .
Jesus prediz sua própria morte — Desse tempo em
diante Jesus começou a dizer aos Apóstolos que ele
sofreria e morreria e que eles precisavam continuar a
pregar o evangelho. Disse-lhes que dentro de alguns
meses Ele seria levado pêlos principais sacerdotes,
ser i a morto e ressurgiria novamente no terceiro dia.
Zelo desnecessário — Quando Pedro ouviu isto,
lev o u o Salvador para um lado, e ainda esperando
que Jesus um dia viesse a ser rei, disse: "Senhor, tem
compaixão de ti; de modo nenhum te aconteça isso".
Kru o mesmo que dizer, eles não O levarão se puder-
mos evitá-lo.
Pedro é repreendido — Corajoso, mas
incompre-eiiHÍvel Pedro! Ele não compreendia que
era necessário (j ue seu Senhor morresse, antes que
Sua missão de redenção fosse cumprida. Assim, em
seu amor cego, r v i l n r i i i que o Senhor completasse
Seu trabalho! O Salvador, percebendo isto, virou-se e
disse a Pedro:
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LIÇÃO 7 UMA
SOBERBA MANIFESTAÇÃO
O Monte Santo — Na região de Cesaréia de Filipo,
onde Pedro deu seu testemunho e recebeu bênção e po-
der de seu Mestre, achava-se uma alta montanha da ca-
deia do Líbano, conhecida como Monte Hermon. Pedro
a chamava Monte Santo. Após sabermos o que aconteceu
lá, todos concordaremos que Pedro deu-lhe um nome
adequado.
Um escritor que visitou esta região nos diz que o
"magnífico esplendor" deste pico "elevando-se como
um gigante sobre todos os outros picos da cadeia do
Líbano, com sua cabeça coberta de neve, é visível de to-
das as direções. É provavelmente o lugar mais alto na
terra sobre o qual o Senhor jamais se encontrou e do
qual Ele tinha uma vista das mais amplas. Do alto, Ele
olhava para baixo sobre a Galiléia, onde havia ensinado
c trabalhado, onde havia sido recebido por poucos e ne-
gado por muitos".
A renúncia a si mesmo é necessária — Seis dias (Lucas
diz oito) haviam se passado desde que Pedro linvia dado
seu grande testemunho — seis dias, sem dú-v ida, de
importantes instruções a Pedro e aos outros «m/c.
1'oi provavelmente durante aquele tempo que os
Do/c aprenderam que para ser um verdadeiro seguidor
i l r .lesus, é preciso negar a si mesmo muitos desejos e
np clit cs — controlar os sentimentos de raiva, ciúmes e
u u i r u s paixões. Disse o Salvador: "Se alguém quizer vir
após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a cruz
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LIÇÃO 8 LIÇÕES DE
VERDADEIRA LIDERANÇA
"O cará ter é formado pelas circunstâncias.
Com os mesmos materiais, um homem .
constrói palácios enquanto outro constrói
cabanas"
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a manutenção do Templo e de seus serviços. Esta lei
havia estado em vigor desde os dias dos filhos de Is-
rael, quando o grande Moisés disse: "a metade dum
siclo é a oferta do Senhor". (Êxodo 30-13).
Maleus nos relata que "chegando eles a
Caper-niuini, nproximaram-se de Pedro os que
cobravam as didrucmas e disseram: O vosso mestre
não paga as didracmas?" "Sim", prontamente
respondeu Pedro.
Se ele soubesse quando estava falando com os
co-lotores de impostos, que não havia dinheiro
disponível, teria se preocupado sobre como poderiam
pagar o meio siclo devido como tributo, naquele dia.
Os filhos são livres — Quando Pedro voltou à ca-
sa, Jesus antecipou-se ao que ele ia dizer, e pergun-
tou-lhe: "De quem cobram os reisi da terra os
tributos, ou o censo? De seus filhos ou dos alheios?"
"Dos alheios", respondeu Pedro.
"Logo, são livres os filhos", disse Jesus, querendo
dizer que desde que esse dinheiro de tributo se desti-
nava à manutenção da casa de Seu Pai, Ele, o Filho,
não teria que pagá-lo; mas acrescentou:
"Mas para que os não escandalizemos, vai ao
mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e,
abrindo-lhe a boca encontrarás um státer; toma-o e
dá-o por inim e por ti:" (Mateus 17:24-27).
Esta experiência deve ter introduzido na mente
de IPedro de que é melhor sofrer ofensa do que ofen-
der.
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puta ou pode ser que ele tenha sido provocado durante o
argumento que surgiu entre os discípulos, sobre quem
era o maior entre eles. Se algum deles o tivesse insultado
por ele ser o maior, é muito provável que sua paciência
se tivesse esgotado. De qualquer forma, ele queria saber
se há um limite no número de vezes que um homem
deveria perdoar seu irmão. Que grande lição deu a este
impetuoso apóstolo quando respondeu: "Não te digo:
Até sete, mas até setenta vezes sete". (Mateus 18:22).
Então, para tornar o ensinamento mais firme, o
Senhor lhes contou a parábola do servo impiedoso.
Um certo rei quiz fazer contas com seus servos,
para ver os que lhe deviam e descobriu que um lhe devia
dez mil talentos. O servo não podia pagar esta divida, e
assim o rei ordenou q u e fosse vendido, juntamente com
sua esposa e filhos e tudo o que tinha. O servo pedi u
misericórdia, dizendo: "Senhor sê generoso para
comigo e tudo te pagarei."
"Então o senhor daquele sorvo, movido de íntima
compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida."
O rei não somente teve piedade do infeliz devedor,
como também o libertou da prisão, deixando que ficasse
com sua esposa e filhos e cancelou a divida.
O Servo ingrato — Mas, aquele mesmo servo saiu e
encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem
dinheiros, milhares de vezes menos do que o primeiro
servo devia a seu mestre.
Lançando mão do seu conservo, sufocava-o, dizen-
do: "Paga o que me deves".
Então o seu conservo, prostando-se aos seus pés,
rogava-lhe misericórdia, dizendo: "Sê generoso para
comigo, e tudo te pagarei".
Mas o maldoso servo, recusando-se a ter piedade,
"foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida".
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A RECOMPENSA DO SACRIFÍCIO
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LIÇÃO 9 NA NOITE DA
TRAIÇÃO
NO CENÁCULO
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tros. Nem podia ele concluir que seria melhor ir com
Jesus. Assim, ele não fez nem um e nem outro, mas "o
seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote".
A princípio, ele permaneceu no exterior, mas mais
tarde aventurouse no palácio, onde estavam os criados.
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LIÇÃO 10 DA
ESCURIDÃO PARA A LUZ
"A força nasce do profundo silêncio e dos
corações sofredores e não da alegria".
—x. x. x. x—
Força oriunda da fraqueza — Diz-se que quando
Pedro se afastou, sem fala, da face de todos e, cheio de
silêncio, chorou amargamente, sua dor era tão grande
que ele permaneceu sozinho durante a Sexta-feira e o
Sábado, após a crucificação do Salvador. Se assim f oi,
s ua dor pelo que havia feito, tornou-se muito mais
profunda ao lembrar-sc das muitas palavras bondosas
que o Salvador lhe havia d it o e dos muitos e muitos
momentos fcli/es que ele havia passado em companhia
do Salvador, dada p ala v ra, alo e olhar associados com
seu Mestre surdia c-in sua m rn lc com uni novo signifi-
cado. Talvez pela primeira vê/ em s ua vida compreen-
dia porque o Senhor li n h a q uerid o q ue sua natureza e
fé fossem como uma "pedra". A t ra v és de amargas lá-
grimas, ele viu todos os verdadeiros atributos da hu-
manidade, personificados em .k sus. Reverência, Fra-
ternidade, Paciência, Sinceridade, Coragem. Estas e
muitas outras qualidades nobres faziam Jesus parecer a
ele grandioso e, mais claramente compreendia sua
pequenez e miséria. Esta última manifestação de sua
fraqueza, que o levou a negar o seu Senhor, fez com que
ele se visse a si mesmo sob nova luz, e isto teve um efeito
decisivo sobre ele. Do profundo silêncio de
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seu sofrimento, naqueles dois dias, nasceu aquela for-
ça que Cristo lhe tentava dar desde que o chamara
"Pedro".
Uma triste reunião — Deve ter sido uma triste reu-
nião quando João e Pedro reuniram-se pela
primeira vez após a crucificação. Quando foi, ou
onde, não nos é dito; mas estamos certos de que João
deve ter reconhecido uma grande mudança em seus
companheiros apóstolos. Do olhar macilento e das
profundas linhas de dor, deve ter brilhado uma
humildade que João jamais havia visto antes na face
de 'Pedro. Podemos somente imaginar quais eram os
sentimentos de Pedro ao ouvir João contar tudo o
que havia acontecido ante Herodes e Pilatos e na
Cruz. Misturando-se com a dor de Pedro estava o
profundo desapontamento de saber que o Messias,
seu Rei, não ia libertar os judeus e governá-los como
ele havia esperado. Em dúvida sobre o que fazer, eles
provavelmente decidiram visitar o lugar onde seu
Mestre havia sido posto e então voltar à sua antiga
profissão de pescadores.
No Sepulcro — Mas havia uma cujo amor e devo-
ção a conduziram ao túmulo mesmo antes dos após-
tolos. Maria Madalena, quando ainda estava escuro,
aproximou-se do lugar onde pensava que Jesus
dormia na morte. Mas em vez de ver o corpo de seu
Senhor no sepulcro frio e escuro, ao redor do qual
nada mais havia além de tristeza e dor, ela
encontrou um túmulo vazio. Alarmada, correu a
Pedro e João e, sem fôlego, gritou: "Levaram o
Senhor do sepulcro". "Então Pedro saiu com o outro
discípulo e foram ao sepulcro". A princípio eles
correram juntos, mas Pedro, já cansado do
sofrimento, logo se distanciou do Apóstolo João que
era mais jovem, e que alcançou o local primeiro. "E
abaixando-se, viu postos os lençóis; todavia não
entrou".
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Olhar para dentro, contudo, não satisfez Pedro;
pois assim que chegou, "entrou no sepulcro". João o
seguiu. Notaram que o lenço que tinha sido posto sobre
a cabeça de Jesus não estava com os lençóis enrolado
num lugar à parte; os lençóis de linho também, estavam
bom dobrados c colocados ao lado, com cuidado, files
concluíram que ladrões não teriam feito isto o assim
desfizeram a teoria de Maria pela qual o corpo do
Senhor havia sido roubado. Mas, "ainda não sabiam a
Escritura: que era necessário que ressuscitasse dos
mortos".
Maria vê o Redentor Ressuscitado — Perplexos e
cheios de admiração, os dois discípulos "tornaram pa-
ra casa" mas Maria permaneceu perto do túmulo, e
como recompensa por sua fidelidade e devoção,
tornou-se a primeira pessoa no mundo a ver o
Redentor ressuscitado.
Pedro vê seu Senhor — Outras mulheres que ti-
nham vindo ao túmulo naquela manhã para render,
como pensavam, o último serviço ao Senhor, também
puderam vê-lo. Mais tarde, no mesmo dia, Ele deve ter
aparecido a Pedro; mas onde, ou sob quais circuns-
tâncias, ou o que foi dito, não sabemos. Podemos ter
certeza, contudo, que a alma arrependida de Pedro
encheu-se de eterna alegria ao receber o perdão divino
de Seu Senhor.
Os discípulos de Emaús — Naquela noite, ao se
reunirem os Onze no cenáculo, discutindo os aconte-
cimentos do dia e particularmente a aparição do Se-
nhor a Pedro, entraram dois discípulos de Emaús. Logo
ao entrarem na presença dos Onze, ouviram a ma-
ravilhosa mensagem "Ressuscitou verdadeiramente o
Senhor e já apareceu a Simão". Eles podiam crer pron-
tamente nisto pois contaram que quando voltaram de
Jerusalém, naquele dia, tendo ouvido dos anjos e do
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sepulcro vazio, Jesus em pessoa aproximou-se e foi com
eles.
Jesus apareceu aos onze — Enquanto estavam assim
reunidos, Jesus apareceu a eles novamente e disse-lhes:
Paz seja convosco". Cenas como estas não podem ser
descritas e os evangelistas que nos contam a respeito
dela simplesmente mencionam o fato e nos deixam
imaginar o que eles pensaram e sentiram naquela
gloriosa ocasião.
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João cujos olhos cheios de amor foram feitos mais
agudos por um coração cheio de amor, correu ao lado
de Pedro e murmurou: — "É o Senhor".
No mesmo momento, Pedro sabia que João havia
falado a verdade e, homem de ação que era, colocou seu
paletó de pescador, mergulhou no mar e correu aos pés
do seu Mestre. Os outros vieram no pequeno barco,
arrastando uma rede de peixes.
Jesus já havia começado a acender fogo, e estava
cosinhando algo para comer. Após as saudações, Ele
disse: "Trazei dos peixes que agora apanhastes".
Pedro foi à rede fez com que fosse puxada para a
terra. Enquanto os peixes estavam cosinhando, os dis-
cípulos contaram o número apanhado e verificaram
que duma vez haviam cento e cincoenta e três e, "sendo
tantos, não se rompeu a rede".
Pedro, um Pastor do rebanho de Cristo — Jesus havia
lhes mostrado onde apanhar os peixes, havia acendido
o fogo sobre o qual cozinhá-los e agora "tomou o pão c
deu-lhes e, semelhantemente, o peixe". Certamente
estes pequenos incjidentes serviam para salientar a eles
a verdade de que se eles 'buscassem primeiramente o
Heino de Deus o a sua justiça tudo o mais lhes seria
acrescentado. De qualquer modo, esta foi a lição
ensinada na grande ocasião: Os apóstolos não
deveriam agora passar suas vidas buscando as coisas
que perecem, mas procurando almas que durariam
através de toda a eternidade. Muitos estariam então
reunidos no redil de Crislo, e o pastor foi dele afastado.
Daquele momento em d iante Pedro e seus compa-
nheiros deveriam ser os guardadores deste rebanho.
Quando eles quebraram seu jejum, Jesus disse a
Simão Pedro, "Simão, f i lh o de Jonas, amas-me mais
do que estes?"
— "Sim, Senhor; tu sabes que te amo", respondeu
Pedro.
— 62 —
— "Apascenta os meus cordeiros". Isto é, lomr ton-
ta dos pequeninos da minha Igreja. Não deixe q u e se
afastem por veredas que os levarão ao pecado e ú mi-
séria.
Disse-lhe ele novamente, pela segunda vez:
— "Simão, filho de Jonas, amas-me?"
— "Sim, Senhor: Tu sabes que te amo".
— "Apascenta as minhas ovelhas". Mantenha os
mais velhos juntos e dê-lhes as palavras de vida como
as tens recebido de mini.
Unxa terceira vez. Jesus disse:
— "Simão, filho de Jonas, amas-me?" E Pedro,
entristecido, respondeu: — "Senhor, tu sabes tudo; tu
sabes que te amo".
— "Apascenta as minhas ovelhas".
O Dever Primeiro — Então o Salvador admoestou
Pedro a não seguir sempre as suas próprias
inclinações e a sua natureza impulsiva, mas sempre
fazer o seu dever como Pastor do Rebanho. Quando
Pedro era jovem, e não possuia o conhecimento e
responsabilidade de agora, podia ir pescar, ganhar
dinheiro, ou estudar, ou fazer qualquer outra coisa que
queria, mas agora precisava realizar seus deveres no
Reino de Deus, não importando o que pudesse
suceder ia ele pessoalmente ao fazer isto. Apesar dos
deveres de Pedro o levarem à cruz, o Salvador disse:
— "Siga-me".
Enquanto esta conversação se desenvolvia, Jesus e
Pedro estavam conversando a sós um pouco adiante
dos outros.
— Senhor, disse Pedro, o que seria de João?
— "Se eu quizer que ele fique até que eu venha,
que te importa a ti? Segue-me tu". Era o mesmo que
dizer. Limite-se aos seus deveres, Pedro, ensine os ou-
tros a fazerem o mesmo e tudo estará bem.
— 63 —
Esta é a última palavra registrada de Cristo a
Pedro, mas ele estava presente, naturalmente,
quando o Salvador deu suas últimas instruções aos
Doze (Veja Marcos 16:16).
Deste tempo em diante, o zelo de Pedro no traba-
lho do seu Ministério foi constante e sua ousadia
insu-perada.
— 64 —
LIÇÃO 11 UM VERDADEIRO
LÍDER E VALOROSO DEFENSOR
"A recompensa de alguém pelo cumprimento
do seu dever é a capacidade de poder
cumprir outros deveres". —x. x. x. x—
— 65 —
gar do traidor, Judas, no Quorum dos Doze Apóstolos.
Dois nomes foram sugeridos: José, chamado Barsabás e
Matias. Sabendo que o Senhor é que deveria escolher os
homens que deveriam ser suas testemunhas especiais,
eles oraram, dizendo: "Tu, Senhor, conhecedor dos
corações de todos mostra qual destes dois tens es-
colhido". Então lançaram sortes e caiu a sorte sobre
Matias; e "foi contado com os onze apóstolos".
O DIA DE PENTECOSTES
— 66 —
lutlflinem o seu espanto quando ouviram o evangelho
pregado em sua própria língua!
— "Pois que não são galileus todos estes homens
(|iic estuo falando?" perguntaram. — "Sim",, foi a
resposta.
— "Como pois os ouvimos, cada um, na nossa
pró-priti lingua em que somos nascidos?"
Ao contarem os apóstolos, um após outro, da sal-
vação dos homens através do evangelho de Jesus
Cristo, algumas das pessoas se admiraram, outras se
divertiram, mas todos estavam perplexos.
— "Que quer isto dizer?" perguntaram alguns.
— "Estão cheios de mosto (isto é: bêbados)".
O discurso de Pedro — Então Pedro se levantou e,
com grande poder, dirigiu-se à multidão. "Varões ju-
deus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto
notório e escutai as minhas palavras. Estes homens
não estão embriagados como vós pensais, sendo a
terceira hora do dia.
Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: (Leia
tudo o que foi dito, como se acha registrado em Atos
2:14-37).
Sem dúvida, somente uma pequena parte de discur-
so de Pedro nos é dada, mas ao lermos suas palavras
inspiradas, e ao partilharmos do destemor com o
qual disse aos judeus que eles haviam crucificado o
Cristo, lornamo-nos prontamente convencidos que a
fraqueza que ele manifestou cerca de um mês e meio
antes, foi .substituída pela força de um homem de
Deus. Naquela ocasião ele havia gaguejado e dito:
"Não o conheço", mas agora, ele declarava: "Deus
ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos
testemunhas".
Seu destemor — Com toda a coragem de sua con-
vicção, e como o poder do Espirito Santo, ele acrescen-
t o u: "Sabia pois com certeza toda a casa d'Israel
que
— 67 —
a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor
e Cristo".
Ao ouvirem da iniquidade da crucificação de Cristo e
de muitos outros pecados, desejaram obter perdão pelo
que haviam feito, e gritaram a Pedro e aos outros
apóstolos:
— "Que faremos, varões irmãos?"
Na resposta de Pedro, vemos a porta aberta através da
qual todos precisam passar para serem salvos no Reino de
Deus:
"Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados: e
recebereis o dom do Espírito Santo".
Então aqueles que acreditaram no que Pedro havia
dito, foram batizados; e o pequeno grupo de cento e vinte
pessoas cresceu para três mil cento e vinte. E todos os dias,
dali em diante, muitos outros foram convertidos e
juntaram-se à Igreja.
O HOMEM QUE NÃO ANDAVA
— 68 —
em sua vida. Os amigos o carregavam lá pela numlul 6 o
levavam de volta à noite. Em resposta ao sen p e d id o de
dinheiro, Pedro disse: — "Olha para nós".
A Resposta. — Enquanto o homem tentava ad iv i nhar
quanto dinheiro os apóstolos lhe dariam, Pedro
acrescentou: — "Não tenho prata nem ouro, mas o que
tenho isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
levanta-se e anda".
Tomando-o pela mão direita, Pedro levantou-o, e
imediatamente os ossos de seus pés e tornozelos rece-
beram energia.
O homem ficou tão contente que entrou no tempo
saltando e louvando a Deus pelo grande milagre que tinha
vindo à sua vida.
Novamente o povo ficou "cheio de pasmo e assombro"
e reuniram-se em grande número no alpendre de Salomão
,olhando para Pedro e João e tentando adivinhar que
espécie de homens eram.
Outro impressionunte discurso. — Aqui Pedro fez outro
grande discurso no qual ele disse que este homem havia sido
curado através da fé no nome de Jesus Cristo, a quem Deus
glorificou e a "quem vós entregastes e, perante a face de
Pilatos negastes, tendo este determinado que fosse solto.
Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos
desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida
ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos
testemunhas. (Atos 3:12-26).
— 69 —
LIÇÃO 12 PEDRO E
JOÃO APRISIONADOS
"Pois nenhum bem é feito, ou dito, ou ima-
ginado pelo homem, sem o auxílio de
Deus... portanto nenhum mal é feito, ou
dito, ou imaginado, sem o auxílio do
Demónio".
—x. x. x. x—
— 70 —
NIIIIKI Hiiccrdote e Caifás, e João c Alexandre, c parcn li
••, i In Mimo-sacerdote. Estes homens haviam condenado
JCMI S , talvez naquela sala, e haviam determinado q u e
a pregação em nome de Jesus de Nazaré deveria
terminar.
Outros estavam presentes naquela manhã, e entre
t'11 es, verdadeiros amigos dos apóstolos. Um deles era o
aleijado que havia sido curado.
Curiosidade e Espanto. — Como ele havia sido a
causa inocente da reunião da multidão na noite ante-
rior, todos pareciam estar ainda mais interessados nele
do que nos prisioneiros. Ele havia sido carregado, sa-
biam todos, somente há vinte e quatro horas atrás para
o portão do templo e agora estava andando
firmemente através da multidão para aproximar-se
dos apóstolos.
"Com que poder ou em nome de quem fizestes
isto?" perguntou um dos Juizes.
Então Pedro cheio do Espírito Santo lhe disse: —
"Principais do povo, e vós, anciãos d'Israel.
Visto que hoje somos interrogados acerca do bene-
fício feito a um homem enfermo, e do modo como foi
curado".
Pedro testifica de Cristo — "Seja conhecido de vós
todos, e de todo o povo dlsrael, que em nome de Jesus
Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a
quem Deus ressuscitou dos mortos em nome desse é que
este está são diante de vós".
Como aqueles homens pecadores devem ter fra-
quejado ao ver a dignididade de Pedro, sentir sua sin-
ceridade e ouvir as agudas palavras que penetravam
suas almas culpadas!
Disse-lhes mais que não poderiam obter salvação a
menos que também eles tomassem sobre si mesmos o
nome de Cristo: "porque também debaixo do céu ne
nhum outro nome há, dado entre os homens, pelo q mi
l devemos ser salvos".
— 71 —
O que poderiam dizer os sacerdotes? O que pode-
riam fazer? Nada.
Os Inimigos ficam confusos. — Lá estava um ho-
mem curado e são, que havia estado inutilizado por
quarenta anos!
Lá estava Pedro, ousadamente proclamando que o
milagre fora operado em nome de Jesus de Nazaré, a
quem haviam condenado à morte.
Eles consideravam Pedro como sem instrução, mas
ele os havia aturdido a todos.
Conselho. — Após mandar que os prisioneiros fos-
sem levados para outra sala, disseram entre eles: "Que
havemos de fazer a estes homens porque a todos que
habitam em Jerusalém é manifesto que por eles foi feito
um sinal notório, e não o podemos negar".
Assim, para que a doutrina que os apóstolos esta-
vam pregando não se esparramasse mais, eles combi-
naram de ameaçar Pedro e João e mandar que eles não
falassem "nesse nome" a homem algum.
Chamando os prisioneiros novamente à sua pre-
sença, disseram-lhes que "absolutamente não falassem,
nem ensinassem no nome de Jesus".
Disseram os Apóstolos: "Julgais vós se é justo di-
ante de Deus, ouvirmos antes a vós do que a Deus?"
É melhor obedecer a Deus que aos homens". —
"Porque não podemos deixar de falar do que temos vis-
to e ouvido".
Sem dúvida estes sacerdotes teriam punido os após-
tolos naquele momento se não tivessem medo do povo,
"porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera"
.
Quando foram postos em liberdade, (Pedro e João
foram "para os seus" e contaram aos seus amigos tudo
o que havia acontecido. Quando ouviram estas coisas,
os santos uniram-se em oração de graças a Deus por to-
das as Suas bênçãos. (Atos 4:23-31).
— 72 —
Nesta reunião verificou-sc nova e poderosa
manifestação do Espírito Santo "e anunciavam com
ousadia a palavra de Deus".
— 73 —
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LIÇÃO 13
PERSEGUIDOS MAS INCANSÁVEIS
"Eu não amaldiçoarei Senhor, pois ouvi
dizer que uma maldição é como uma pedra
atirada para os céus e cai sobre a cabeça de
quem atirou".
—x. x. x. x—
l
— 75 —
o interesse e a fé de tantos milhares, na mensagem de
Cristo. Que alegria, também, nos corações de todos
aqueles inválidos que, curados, pulavam de suas camas
e também louvavam o Redentor! Como os Doze devem
ter se amado mutuamente e as batidas de seus cora-
ções devem ter sido como uma, pois, dia a dia, eles le-
vavam seu testemunho da morte e ressurreição de seu
Senhor e recebiam certeza divina de que Ele ainda esta-
va se manifestando a eles através do Espírito Santo!
Como este Espírito permeava aqueles que se juntavam
à Igreja, não é de se admirar que a multidão dos que
acreditavam tivessem um só coração e uma só alma!
Ódio. — Mas haviam alguns homens em Jerusa-
lém que tinham muitos ciúmes dos Apóstolos, e cujos
corações estavam cheios, não de alegria, mas de inve-
ja. Esses homens tinham sido os líderes na crucificação
de Jesus. Diz-se que: "Logo que se levanta um templo
a Deus, o demónio levanta uma capela ao lado".
Assim, enquanto o Senhor derramava o espírito de
amor sobre aqueles que se ligavam à Igreja, o demónio
derramava ódio no coração dos que eram maus e não
queriam se arrepender.
Pedro é aprisionado. — Assim, "levantando-se o
sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, enche-
ram-se de inveja, e lançaram mãos dos apóstodos e os
puzeram na prisão pública". Estes governadores igno-
rantes e cheios de preconceitos estavam determinados
a fazer com que os Doze cessassem de pregar Crist*
porque se o que os Doze diziam fosse verdade, estes
magistrados seriam culpados da morte do Rei dos Ju-
deus. Mas o homem fraco e pusilânime não pode inter-
romper o trabalho do Senhor.
Uma libertação milagrosa. — Durante a noite, en-
quanto os prisioneiros estavam reunidos na prisão —
talvez cantando e orando — um anjo do Senhor lhes
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LIÇÃO 14 UMA VISITA
ESPECIAL A SAMARIA
Diáconos. — Ao aumentar o número de membros
na Igreja, os homens foram chamados e ordenados aos
v.ários cargos no trabalho do ministério. Além dos
Apóstolos, havia Evangelistas, Pastores, Mestres, Diá-
conos, etc. Entre os primeiros a ser escolhidos e orde-
nados para um cargo determinado na Igreja, encontra-
vam-se "sete varões de boa reputação, cheios do Espi-
rito Santo e de sabedoria". Seus nomes eras Estêvão,
Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Parmenas e Nicolau.
Foram chamados diáconos e um de seus deveres era o
de observar a distribuição de alimentos entre os pobres.
O martírio de Estêvão. — Logo após a sua indicação,
uma perseguição amarga c cruel levantou-se contra a
Igreja em Jerusalém, durante a qual os Santos se
esparramaram para fora, pelas regiões da Judéia e
Samaria. Estêvão, um homem cheio de fé e do Espirito
Santo, foi apedrejado até à morte. Filipe desceu para a
cidade de Samaria e lá continuou a pregar Cristo aos
Samaritanos.
Filipe. — Parece que maior poder acompanhava o
ministério de Filipe, pois "muitos espíritos imundos
saiam de muitos que os tinham, clamarido em alta voz;
e muitos paralíticos e coxos eram curados. E havia
grande alegria naquela cidade". O povo ouvia a men-
sagem de Filipe e se batisava na Igreja.
Autoridade Limitada. — Mas o batismo pela água
não é suficiente. Deve ser seguido pelo batismo do Es-
pirito Santo. Parece, contudo, que Filipe, apesar de ter
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E JOPE
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E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona
os quais se converteram ao Senhor".
Tábua. — Não muito distante de Lida havia outra
cidade chamada Jope. Um dos motivos pêlos quais há
escritos sobre Jope é porque era a cidade de uma mu-
lher muito boa a quem todos amavam. Seu nome em
hebreu era Tabita e em grego Dorcas — Ambos estes
nomes significam "Gazela", o nome de um belo animal,
parecido com o veado. Tabita parece ter sido tão bela
como boa, e todo o seu tempo evidentemente era gasto
em dar conforto e felicidade a outros. Fazia benefício
aos pobres, dando-lhes agasalhos e roupas que ela mes-
ma fazia. Mas um dia ficou doente e todos os seus inú-
meros amigos ficaram muito preocupados. Quando sua
doença piorou e ela morreu, os seus corações enche-
ram-se de tristeza. Entre os que choravam, haviam al-
gumas viúvas a quem Tabita havia confortado. Esta-
vam mesmo muito tristes, como toda a Igreja em Jope.
Após terem lavado cuidadosamente o corpo, foi este le-
vado a um quarto a]to.
Não fizeram nenhuma cerimónia fúnebre, pois al-
guns dos discípulos ouviram dizer que Pedro estava ern
Lida, e "lhe mandaram dois varões, rogando-lhe que
não se demorasse em vir ler com eles".
Pedro consentiu em atender seu pedido e foi ime-
diatamente a Jope. "... e quando chegou, levaram-no
ao quarto alto e todas as viuvas o rodearam chorando
e mostrando as túnicas e vestidos que Dorcas fizera
quando estava com elas" e, sem dúvida, entre seus so-
luços, louvando as virtudes da irmã que partira.
Seguindo o exemplo de seu Mestre quando a pe-
quena filha de Jairo voltou à vida, Pedro pediu a todos
que estavam no quarto que saissem. Ele então ajoe-
lhou-se e orou. ^7irando-se para o corpo, disse: "Tabita,
levanta-te".
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Tabitn volta à vida. — À primeira rnanifcstiirào de-
vida, como nos é dito, "ela abriu os olhos". Q uiil não
deve ler sido a sua surpresa ao ver o Principal
Apóstolo ao seu lado, em vez de seus amigos mais
próximos, — que troca de cumprimentos foi feita, que
expressões de gratidão, não podemos dizer; mas, "ele,
lhe dando a mão, a levantou e chamando os santos e as
viúvas, apresentou-lh'a viva".
Como um resultado deste milagre, que ficou
conhecido em toda Jope "muitos creram no Senhor".
Pregação dòmenle aos judeus. — Até esta ocasião os
apóstolos pregavam somente aos Judeus porque, sendo
eles próprios judeus, pensavam que Jesus era o seu
Salvador mas não Salvador de outras nações, especial-
mente daquelas nações que adoravam ídolos.
Todos os que não eram judeus, eram chamados
gentios e eram considerados pêlos judeus "comuns" ou
"não limpos".
Cornélio. — Apesar do Senhor ter comandado,
"ensinai todas as nações", os apóstolos não pareciam
ter compreendido sua missão, até que Pedro recebeu
uma visão especial.
Enquanto ele estava em Jope, com um homem
chamado Simão, um curtidor, havia um oficial romano
cm Cesaréia, a trinta milhas ao norte. Seu nome era
Cor-nelius. Era o capitão de cem soldados, e era
portanto chamado um "centurião". Apesar de ser
gentio, Cor-iiélio aão adorava ídolos como fazia a
maioria dos gentios.
Um homem devoto. — Sem dúvida, ele ouviu falar
de Cristo e sabia que muitos dos Judeus O aceitavam
como seu Salvador; e imaginava porque o verdadeiro
Evangelho não podia salvá-lo da mesma forma que aos
judeus. Era um homem "piedoso e temente a Deus" e
ensinava o mesmo a todos em sua casa. Não somente
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isto, mas vivia também uma vida direita e, o que é me-
lhor, ajudava os pobres.
Uma tarde estava orando em sua casa quando um
anjo lhe apareceu e disse "Cornélio".
A inesperada aparição do anjo encheu o centurião de
medo; mas ele respondeu: "Que é Senhor?"
São respondidas as suas orações. — "As tuas «'rações
e as tuas esmolas têm subido para memória diante de
Deus; agora, pois, envia homens a Jope e manda
chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Este
está com um certo Simão curtidor, que tem a sua casa
junto ao mar. Ele te dirá o que deves fazer".
Assim que o anjo se foi, Cornélio chamou dois ser-
vos e um soldado que também adoravam o Senhor, e
dizendo-lhes o que o anjo havia dito, os enviou a Jope.
Seguiram pela praia rumo ao sul, toda a noite, e che-
garam a Jope mais ou menos ao meio dia do dia se-
guinte.
Uma visão ao meio dia. — Mais ou menos na hora
em que estes mensageiros entraram na cidade, Pedro,
como era costume, foi ao terraço para orar. Enquanto
estava lá, esperando que fosse preparada a sua
refeição do meio dia, foi-lhe arrebatado o sentido e viu
o céu aberto e descendo um vaso, "como se fosse um
grande lençol, atado pelas quatro pontas e vindo para
a terra, no qual havia de todos os animais
quadrúpedes e reptis da terra e aves do céu".
Enquanto Pedro olhava estes animais, pensando
que não eram próprios para comer, uma voz disse:
"Levanta-te, Pedro, mata e come".
"De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi
coisa alguma comum e imunda".
"Não faças tu comum", continuou a voz, "o que
Deus purificou".
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Isto foi repetido três vezes, e então o lençol foi U1
vado novamente para os céus.
Pedro perplexo. — Pedro estava perplexo, e sen-
tou-se tentando adivinhar o significado da visão. Con-
tudo, não ficou muito tempo em dúvida; pois
enquanto estava pensando na visão "disse-lhe o
Espirito: Eis que três varões te buscam. Levanta-te
pois e desce e vai com eles, não duvidando, porque eu
os enviei".
Aconteceu que enquanto Pedro recebia sua visão,
os três mensageiros de Cornélio bateram à porta de
Simão e foram admitidos à sua casa. Ao vê-los entrar
Pedro disse: "Sou eu a quem procurais qual é a causa
porque estais aqui?"
"Cornélio, o centurião *** foi avisado por um
santo anjo para que te chamasse à sua casa e ouvisse
as tuas palavras".
Os mensageiros permaneceram naquela noite com
Pedro, na casa de Simão; na manhã seguinte,
conduziram-no e a "alguns irmãos de Jope", para
Cesárea. No dia seguinte, ao chegarem em casa do
centurião, encontraram toda a sua casa, seus parentes
e amigos reunidos para recebê-los. Ao aproximar-se
Pedro da porta, Cornélio saiu para encontrá-lo, caiu
aos seus pés e começou a adorá-lo. Mas Pedro
levantou-o dizendo gentilmente :
"Levanta-te que eu também sou homem".
Ao entrarem os dois na casa, Pedro, vendo uni
grupo de pessoas presente, disse:
Pedro se mistura com gentios. — "Vós bem sabeis
que não é licito a um varão judeu ajuntar-se ou che-
gar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a
nenhum homem devo chamar comum ou imundo, ***
"Por que razão me mandastes chamar?"
Cornélio então contou tudo sobre seu jejum e
oração, a visita do anjo e as suas instruções. (Veja
Atos 10:30-34).
— 87 —
O preconceito que havia impedido que Pedro
compreendesse o significado total da ordem "Ensinai
todas as nações" começou a desaparecer de sua
alma, seus olhos começaram a ver mais claramente a
misericórdia de nosso Pai Celestial; e ao terminar
Cornélio de falar, exclamou:
"Reconheço por verdade que Deus não faz
accep-ção de pessoas. Mas que lhe é agradável
aquele que, em qualquer nação, o leme e obra o que é
justo". (Veja Atos 10:31-13).
Então, nesta primeira reunião dos gentios na
primitiva igreja, Pedro contou a história do redentor,
testificando da morte e ressurreição do Salvador.
É concedido o Espírito Santo. — Como prova final o
principal dos Apóstolos viu que Deus aceitaria os
gentios da mesma forma que aos judeus, em sua
Igreja, "caiu o Espírito Santo sobre todos os que
ouviam a palavra".
Aceitando isto como uma manifestação direta de
Deus, Pedro declarou:
"Pode alguém porventura recusar a água, para
que não sejam batisados estes, que também receberam
como nós o Espirito Santo?"
— 88 —
LIÇÃO 16 O TERCEIRO
APRISIONAMENTO
"Aqueles que procuraram a Deus, jamais o
fizeram em vão".
"Não faça aquilo sobre o que não puder
orar pela benção de Deus. Um segredo que
não dirias a Deus é um segredo que deveria
ser afastado de teu próprio coração".
—x. x. x. x—
Após haver completado seu trabalho em Lida, Jope
e nas cidades adjacentes, Pedro voltou a Jerusalém e
continuou em seu trabalho sincero no ministério.
f/m Rei iníquo. — Mas havia um rei iníquo que
governava a Judéia naquela ocasião, chamado Herodes
Agripa, que "estendeu as mãos sobre alguns da igreja,
para os maltratar". Era o neto de Herodes o Grande,
que, como nos lembramos, matou todas as criancinhas
em Belém em seus esforços para matar o pequeno me-
nino Jesus. Era também sobrinho de Herodes Anlipas, o
rei iníquo que mandou cortar a cabeça de João Ba-tista.
Herodes Agripa, tinha as mesmas paixões iníquos de seu
avô e de seu tio; assim, naturalmente, odiava e
desprezava os homens direitos que, ao pregar o Evan
gelho, condenavam o pecado e a iniquidade.
Pedro é joç/ado na prisão. — O primeiro apóstolo a
sofrer pela iniquidade do rei Agripa, foi Tiago, irmão de
João, a quem ele matou "à espada". Quando v i u que
Isso agradara aos judeus orgulhosos, pensou nu
— 89 —
matar mais alguns do grupo dos apóstolos. Assim,
prendeu Simão Pedro; mas, felizmente, resolveu não
matá-lo até depois da Páscoa e assim atirou-o na prisão
até uma ocasião mais favorável para a execução.
Fortemente guardado. — Para ter certeza de que
Pedro não escaparia desta vez, "entregou-o a quatro
quaternos de soldados para que o "guardassem". Isto
queria dizer quatro piquetes de quatro guardas,
dezes-seis no total. Cada grupo devia vigiar três horas
e então ser substituído por outro durante a vigília
noturna. Dois oficiais deveriam guardar o portão
exterior da prisão e dois deveriam estar na cela, um
em cada lado do prisioneiro com seus braços
acorrentados a ele". Assim firmemente guardado e
acorrentado, Pedro deitou-se para dormir "entre os
dois soldados, ligados com duas cadeias e os guardas
diante da porta guardavam a prisão".
A morte cruel de Tiago e a notícia da prisão de
Pedro, causou grande consternação entre os santos na
Judéia. Alguns, talvez, estivessem atemorizados; mas
todos oravam.
Reuniões Especiais de Oração. — Parece que grupos
de santos sinceros reuniam-se em diferentes lugares, e
rogavam em sincera oração a Deus para que poupasse a
vida de seu líder. Realmente, na Igreja, oravam a Deus
incessantemente por ele. Alguns historiadores pensam
que entre estes que assim suplicavam ao Senhor,
encontrava-se Paulo e Barnabé, que estavam
provavelmente em Jerusalém nessa ocasião.
Uma das principais reuniões foi feita em casa de
Maria, mãe de João Marcos, que muitos anos depois
escreveu o evangelho segundo S. Marcos.
Em Casa de Maria. — Enquanto os deixamos em
solene oração na noite anterior ao dia em que Pedro
seria morto, voltemos à prisão e vejamos o que está
acontecendo lá.
— 90 —
Um anjo aparece a Pedro. — Enquanto Pedro estava
dormindo em seu catre de palha, "eis que sobrc-veio
um anjo do Senhor, e resplandeceu uma l u / nn
prisão". Evidentemente, os guardas estavam adorme-
cidos, e não viram ou ouviram nada porque o anjo
tocou Pedro na ilharga e o levantou, dizendo:
"Levanta-te depressa".
Ao obedecer, suas cadeias caíram de suas mãos.
Então o anjo lhe disse: "Cinge-te e ata as tuas al-
parcas".
Pedro, mal sabendo o que fazia, obedeceu. Então o
anjo continuou:
"Lança às costas a tua capa e segue-me".
Ainda pensando estar sonhando, Pedro seguiu o
anjo.
Pedro é libertado da prisão. — Deixaram os guar das
na cela, passaram a primeira guarda, e a segunda;
ninguém tentou detê-los. Quando chegaram "à porta
de ferro, que dá para a cidade", ela "se lhes abriu por si
mesma". O anjo continuou a dirigir Pedro através de
uma das ruas da cidade e deixou-o tão repentinamente
como havia aparecido.
Nesta altura, contudo, Pedro compreendeu clara-
mente que não estava sonhando mas que estava de fato
fora da prisão. Disse consigo mesmo:
Sua vida é salva. — "Agora sei verdadeiramente
que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de
Herodes, e de tudo o que o povo dos judeus esperava".
Com este último comentário ele se referia à execução
pública que Herodes havia prometido fazer realizar
naquele mesmo dia. Mas a fé e as orações foram mais
poderosas a favor de Pedro do que o decreto de reis, e
as exigências dos perversos judeus.
Pensando por alguns momentos a que lugar se di-
rigir, dirigiu-se à casa de Maria, mãe de João Marcos,
— 91 —
onde, sabemos, alguns dos santos estavam no mesmo
momento orando pela sua libertação.
Rode. — "Batendo Pedro à porta do páteo" uma
jovem chamada Rode veio atender e perguntou quem
era. Quando ela ouviu a voz de Pedro, ficou tão con-
tente que não parou para abrir o portão, mas correu
imediatamente para a sala, dizendo:
O espanto dos amigos. — Pedro está aqui; está à
p<)rta.
Assim repentinamente interrompidos em sua ora-
ção as pessoas não acreditaram em Rode e disseram
que ela estava fora de si. Rode insistiu que estava certa.
Ela conhecia a voz de Pedro e sabia que ele estava à
porta. Eles finalmente concluíram que era um anjo.
Enquanto isso, Pedro continuava batendo até que
foi finalmente atendido. Parece que o pequeno grupo
não esperava que suas orações fossem atendidas de
maneira tão literal; assim "quando abriram, viram-no
e se espantaram".
Pedro levantando sua mão, e pedindo-lhes que fi-
zessem silêncio, contou como o Senhor o havia libertado
da prisão. Então acrescentou: "Anunciai isto a Tiago e
aos irmãos". Este Tiago era provavelmente o irmão de
Jesus que parece ter sido encarregado da Igreja de
Jerusalém (Gal. 1:19).
Pedro foge. — Sabendo que assim que fosse notada
a sua falta na prisão os soldados de Herodes estariam
procurando por ele, "Pedro partiu para outro lugar".
Quando veio a manhã, ihouve grande alvoroço entre a
multidão em virtude da fuga de Pedro. Herodes
ordenou que se fizesse uma busca completa, mas foi
em vão.
Os guardas são mortos. — Pensando então que os
guardas da prisão tivessem sido negligentes, o perverso
rei mandou que fossem mortos. Não muito tempo
depois ele próprio morreu tão repentina e tão miserà-
— 92 —
velmente que alguns disseram que a ira de Deus o vi.
sitara por sua maldade. Lucas nos diz que o anjo do
Senhor o matou.
A morte de Herodes. — Mas Pedro, a quem Herodes
tinha procurado matar, foi poupado, através de
bênçãos do Senhor, para abençoar a Igreja e pregar o
Evangelho ainda por muitos anos.
— 93 —
LIÇÃO 17 CENAS FINAIS DE UM
GRANDE MINISTÉRIO
— 94 —
elogiava sua força e o encorajava sempre, a permne-cer
fiel e verdadeiro no trabalho de "pescador de lio.
mens".
O Pescador de Homens. — Chegamos agora naquele
período de sua vida em que este homem que uni dia
puxava redes cheias de peixes do Mar da Galiléia poude
olhar para traz, para seus anos de ministério e ver
inúmeras redes cheias de homens, mulheres e crianças,
retiradas do mar da ignorância e do pecado e colocadas
a salvo na Igreja de Cristo.
Havia diferença, contudo, entre os resultados de
sua pesca de peixes e de homens: os peixes, ele retirava
do elemento de vida para morte física; os homens ele
tirava do elemento da morte para vida eterna.
Durante cinco anos após sua libertação do terceiro
aprisionamento, Pedro continuava suas visitas de cida-
de em cidade, de província em província, pregando a
Palavra do Senhor. Durante muitas dessas viagens ele
foi, sem dúvida, acompanhado por sua fiel esposa.
Aberta a porta aos gentios. — Havia sido dever e
privilégio de Pedro pregar o Evangelho primeiramente
aos gentios. Note que quando o Senhor queria que os
gentios ouvissem sua palavra, ele instruía o chefe dos
Apóstolos a girar a chave que abria a porta do Evan-
gelho a eles. Este é um doa deveres especiais do Apos-
tolado.
Cristãos. — Desde aqueles tempos, muitos gentios se
converteram; e em algumas cidades eles se reuniam e
prestavam culto juntamente com os judeus. Isto
acontecia particularmente na Antióquia, uma impor-
tante cidade da Síria, onde os seguidores de Jesus foram
pela primeira vez chamados cristãos.
Mas haviam certos homens na Judéia, que foram a
Antióquia e ocasionaram atrapalhações. Estes eram
judeus que haviam aceitado o Evangelho, mas qu e a i n da
acreditavam que os gentios teriam que fazer ludo o
— 95 —
que os judeus faziam antes de poderem obter a sal-
vação.
Pedro justifica os gentios. — A questão quanto à
possibilidade dos gentios receberem o evangelho e se-
rem salvos, sem estar de acordo com o rito judaico,
chegou aos apóstolos e outros líderes da Igreja em
Jerusalém.
"E havendo grande contenda, levantou-se Pedro
e disse-lhes: Varões irmãos, bem sabeis que já há
muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os
gentios ouvissem da minha boca a palavra do
evangelho e
cressem.
"E Deus, que conhece os corações, deu
testemunho deles, dando-lhes o Espirito Santo, assim
como também a nós.
"E não fez diferença alguma entre eles e nós,
purificando os seus corações pela fé".
Ele então os exortou a não provocar Deus inven-
tando uma regra que faria com que os gentios
fizessem o que o Senhor não pedia deles. "Pois",
acrescentou ele "seremos salvos péla graça do
Senhor Jesus Cristo como eles também".
Apoio ao direito. — Houve um tempo quando
Si-mão, o pescador judeu, com todos os seus
preconceitos judeus, teria apoiado o lado judeu da
questão; mas agora, não era Simão, o pescador que
falava, mas Pedro, o chefe dos apóstolos do Senhor. O
que eram os preconceitos para ele à luz da inspiração
da verdade! Tudo o que era preciso é que ele soubesse
o que estava certo e, com ou sem preconceito, com ou
sem favor, ele o defenderia.
É verdade que após este conselho, assim diz
Paulo, (Gal. 2:7) Pedro retirou-se da companhia de
alguns gentios porque alguns judeus desceram de
Jerusalém. Paulo diz que repreendeu Pedro por suas
ações nesta ocasião, mas nada foi registrado sobre o
que Pedro-
— 96 —
disse ou fez. Conhecendo Pedro como nós, j concluir com
segurança que ele não deve ler se do da retidão
intencionalmente. Parece mais p r o v á v e l que Paulo
tivesse compreendido mal o motivo das acõrs de Pedro.
De qualquer modo, podemos ter certeza d r que o que
Pedro disse e fez foi para ajudar os que st-achavam
influenciados por seus atos.
Visita às igrejas. — Daquele tempo em diante, pouco
sabemos a respeito das viagens de Pedro. Pela leitura de
suas epístolas, temos uma pequena visão da natureza
dos seus trabalhos e viagens durante os últi mos anos de
sua vida. Sem dúvida, ele visitou todos os países em que
existiam ramos organizados da Igreja, até mesmo as
"sete Igrejas da Ásia".
Trinta e cinco anos de trabalho. — Não se sabe
exatamente onde morreu, e nem a espécie de morte que
sofreu; mas é evidente que o fim não estava longe
quando ele escreveu sua segunda carta às Igrejas. Isto
foi cerca de trinta e cinco anos após ter encontrado seu
Salvador. Ele havia estado no.ministério então, apro-
ximadamente trinta e cinco anos, ou talvez ainda mais.
Referindo-se à profecia do Senhor nas praias da
Galiléia, o velho apóstolo, escrevendo aos Santos e os
encorajando a serem verdadeiros ao Evangelho, disse:
"Sabendo que brevemente hei de deixar este meu
tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já
m'o tem revelado, mas também ou procurarei em toda a
ocasião que depois da minha morte tenhais lembranças
destas coisas".
Alguns dos mais antigos autores cristãos nos dizem
que Pedro e Paulo foram ambos aprisionados em Ro ma
durante as terríveis perseguições aos Santos pelo
perverso rei Nero.
Uma Lenda. — Conta-se que antes de Nero a p r i -
sionar Pedro, os Cristãos, percebendo o perigo em q u o
ele se encontrava, rogaram que deixasse Roínn. C.oni
— 97 —
muita relutância, ele cedeu aos seus pedidos e fugiu da
cidade à noite. Ao fugir, encontrou o Senhor levando
Sua cruz e dirigindo-se a Roma. "Mestre, para onde
vais?", perguntou Pedro, "Para Roma, para ser cruci-
ficado pela segunda vez", foi a resposta.
Pensando que o seu Senhor poderia ser crucificado
pela segunda vez, pela Verdade, ele também queria
morrer por ela, e voltou a Roma, e algum tempo mais
tarde, foi condenado pelo imperador Nero a sofrer
morte por crucificação. Ao aproximar-se do local da
execução, contudo, Pedro pediu que lhe fosse permitido
ser crucificado com a cabeça para baixo, o que lhe foi
concedido.
As circunstâncias são mais ou menos lendárias e
podem ou não ser verdadeiras. Mas seja qual for a
maneira ou tempo da morte de Simão Pedro, ele mor-
reu fiel a todas as tarefas que o Senhor e Mestre lhe
havia dado.
— 98 —
Segunda Parte
TIAGO
— 99 —
LIÇÃO TIAGO -O FILHO DE ZEBEDEU
— 101 —
u n i u à sua esquerda e outro à sua direita, em seu Reino.
Jesus disse: "Podeis vós beber do cálix que eu hei de
beber e ser balizados com o batismo com que eu sou
balizado?"
files responderam: "Podemos".
Hebcreisi do meu cálix. — "Na verdade bebereis do meu
cálix e sereis balizados com o batismo com que eu sou
batizado", respondeu o Senhor, "mas assentar-se à
minha direita ou à minha esquerda não me pertence
concedê-lo".
Verdadeiros servos. — A anciedade da mãe por ter
seus filhos assim honrados, fez os outros dez ficarem
um pouco enciumados mas Jesus viu seus sentimentos,
e disse-lhes que enquanto os homens que têm alta po-
sição no mundo exercem um domínio iníquo, aqueles
que recebem cargos em Sua Igreja são servos de todos.
"E qualquer que entre vós quizer ser o primeiro,
seja vosso servo".
De Bethsaida. — Tiago era de Bethsaida, na
Gali-léia, e era pescador.
Estava trabalhando em seu ofício quando o Senhor
chamou ao ministério. Quando veio a chamada, Tiago e
seu irmão estavam sentados num barco, remendando
suas redes. Seu pai e os servos empregados também se
encontravam no mesmo local. Naturalmente, Tiago ti-
nha visto Jesus antes disto e sem dúvida havia ouvido
as suas palavras; pois quando André apressou-se para
encontrar Simão Pedro, após ter encontrado o Senhor.
João havia corrido para encontrar seu irmão Tiago.
A chamada é aceita. — Assim, também Tiago, havia
encontrado o Messias e jiá havia se convertido ao
Evangelho. Portanto, quando Jesus parou naquela ma-
nhã na praia, disse: "\rinde após mim, eu vos farei
pescadores de homens" eles imediatamente deixaram
seu pai com os servos e seguiram Jesus.
— 102 —
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TERCEIRA PARTE
JOÃO
LIÇÃO 19 COM O
REDENTOR
— x. x .x. x —
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LIÇÃO 20
—x. x. x. x—
No mar da Galiléia — João foi um dos que, após a
morte e ressurreição de Jesus, quando Simão Pedro
disse: "Vou pescar", responderam: "Também nós va-
mos contigo". Labutaram toda a noite e nada apanha-
ram, mas quando a manhã veio, um homem que se
achava na praia lhes disse: "Lançai a rede para a banda
direita do barco". Isto eles fizeram imediatamente e
apanharam uma enorme quantidade de peixes. Quasi
imediatamente João reconheceu Jesus e disse a Pedro:
"É o Senhor".
Apascenta as minhas ovelhas — Um pouco mais tarde,
na praia, ele ouviu a admoestação a Pedro, para
apascentar ovelhas e cordeiros no rebanho de Cristo e
sem dúvida João partilhava do sentimento de respon-
sabilidade que então foi atirado sobre os Doze.
Foi nesta ocasião que Pedro perguntou a Jesus o que
aconteceria a João a que Jesus deu a significativa
resposta: "Se eu quero que ele fique até que eu venha,
que te importa a ti?" "Segue-me tu".
Uma profecia — Divulgou-se pois entre os irmãos
este dito, que aquele discípulo não havia de morrer,
Jesus, porém, não lhes disse que não morreria, mas: Se
— 112 —
eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa
a ti?
A este respeito, lemos em Doutrinas e Convénios
(secção 7) que João havia dito ao Senhor "Dá-me poder
sobre a morte, para que eu possa viver e trazer almas a
ti".
E o Senhor respondeu: "Na verdade, na verdade te
digo que, visto como o desejaste permanecerás até que Eu
venha em Minha glória e profetizarás perante nações,
tribos, línguas e povos".
O Senhor então disse a Pedro que Ele faria João
como "o fogo abrasador e um anjo ministrador e ele
ministrará àqueles que serão herdeiros da salvação e
habitam a terra".
Verdadeira grandeza — Assim foi expresso o amor de
João não somente por seu Senhor e Mestre mas por
todos os filhos de homens aos quais ele queria trazer
Cristo e participar das alegrias do evangelho eterno.
Por este espírito, João provou ter sido um dos maiores
homens que já viveram, pois a verdadeira grandeza
consiste em perder-se por amor de outros.
Fiel ao encargo — Cerca de quinze anos após a
ascenção do Salvador, acredita-se que João continuou em
Jerusalém e permaneceu um verdadeiro filho de Maria.
Durante todo o tempo, contudo, ele permaneceu ativo no
ministério.
O aleijado — Ele estava com Pedro, a caminho do
Templo, quando o aleijado do portão do templo pediu
esmolas.
Com Pedro ele exerceu sua fé na ocasião em que
abençoou o pobre homem que nunca tinha andado. (Atos
3:1-12).
Aprisionado —- João, sem dúvida, testificou à mul-
tidão que se reuniu no Alpendre de Salomão no dia deste
milagre; mas nenhum historiador nos diz o que ele disse.
Deduzimos pelo que Lucas nos diz, que João
— 113 —
falou na ocasião, mas somente o sermão de Pedro e
somente parte dele foi guardado.
Enquanto eles estavam falando, o capitão do tem-
plo prendeu-os e aprisionou-os.
Perante o conselho — Quando foram trazidos pe-
rante o Conselho no dia seguinte e lhes disseram que
não mais falassem de Jesus, João mostrou-se tão ousa-
do como Pedro, ao declarar: Julgai vós se é justo,
diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus;
porque não podemos deixar de falar do que temos visto
e ouvido" (Atos 4:19-20).
Após terem sido soltos, continuaram a pregar ao
povo e a louvar ao Senhor por todas as suas maravi-
lhosas manifestações a eles. A grande festa espiritual
que resultou de seus trabalhos, deve ter enchido a alma
de João com uma paz divina, tal como ele jamais havia
experimentado, pois, de todos os apóstolos, ele era o
mais espiritual.
Um verdadeiro servo — Durante este periodo, ele foi
aprisionado várias vezes, mas jamais hesitou em sua
determinação de fazer com que todo o povo soubesse
que Jesus era o Redentor do Mundo.
Ele podia sofrer e ser feliz porque amava todos
aqueles a quem servia. Assim, no princípio de seu mi-
nistério, seu caráter brilhou em verdadeira grandeza,
pois ele era paciente, serviçal e forte para sofrer pé-los
outros".
Em Samaria — Quando os samaritanos receberam
o Evangelho através da pregação de Filipe, João acom-
panhou Pedro a Samaria, e conferiu o Espírito Santo
pela imposição das mãos, sobre aqueles a quem Filipe
batizara (Atos 8:5-14).
Vários Oficiais — Sem dúvida esta foi apenas uma
das muitas visitas que ele fez durante aqueles quinze
anos em que permaneceu em Jerusalém. Os Doze, os
setentas, anciãos, sacerdotes, mestres e diá-
— 114 —
conos foram pregando em todas as cidades dos arredo-
res de Jerusalém e os três apóstolos principais Pedro,
Tiago e João seriam necessários e quando não necessá-
rios seriam convidados a organizar ramos e conhecer
os novos conversos e encorajá-los em sua fé gloriosa.
O Pilar da igreja — Quando surgiu a grande ques-
tão sobre os gentios que se filiavam à Igreja e sobre o
que deveriam fazer, João foi um dos que se assentaram
no conselho convocado em Jerusalém. Paulo, es-
crevendo sobre este conselho, menciona Tiago, Cephas
e João, que pareciam ser colunas. À luz da organização
da Igreja hoje, sabemos que Pedro, Tiago e João eram
os homens que presidiam naquela ocasião, sendo Tiago
o que tomava as decisões que eram adotadas em todas
as províncias.
Coração amoroso — Depois daquele tempo, sabe-
mos muito pouco sobre o ministério de João. Parte do
que é conhecido será ensinado na próxima lição. Sabe-
mos mais sobre a espécie de homem que ele era do que
de seus atos. Quando lemos suas cartas escritas à igreja
e seu Evangelho, podemos entender prontamente
porque Jesus o escolheu para cuidar de Sua Mãe Maria.
O coração de João estava cheio de amor, e ele queria
que todos se amassem. Disse que ninguém que diz que
"está na luz, e aborrece a seu irmão, até agora está em
trevas. Aquele que ama a seu irmão está na luz".
"Mas aquele que aborrece a seu irmão está em
trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deve ir;
porque as trevas lhe cegaram os oihos".
"Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são
perdoados os pecados". Naquela carta ele diz "E
agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando
ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos
confundidos por ele na sua vinda".
— 115 —
LI CÃO 21
ULTIMAS CENAS DO
MINISTÉRIO
"O amor era para a sua alma não
sòmen-le uma parte de sua existência, mas
o todo, o verdadeiro alento de seu coração.
—x. x. x. x—
Passam-se 18 anos — O importante conselho men-
cionado no último capítulo, foi realizado cerca de 50
anos depois do nascimento de Cristo (50 D.C.). Durante
os próximos 18 anos, João parece ter estado fora de
vista. Nada se sabe sobre o que ele fez ou onde esteve.
Presume-se que tenha deixado Jerusalém e raramente,
voltado, se é que o fez. Se assim foi, podemos concluir
que Maria, a mãe de Jesus também tenha saído de Je-
rusalém deixando-a e a todos os seus queridos parentes
e amigos na terra, para um feliz, e glorioso encontro
com o seu Filho, em seu lar celestial nas alturas. O
amor e a atenção que João dedicou a Maria podiam ser
dedicados inteiramente à Igreja que agora levava o
nome de seu Filho.
Sem dúvida ele visitou todos ou quasi todos os
lugares importantes onde os cristãos habitavam; mas a
maioria de seus últimos anos parecem ter sido pas-
sados na Ásia Menor.
Em Éfeso — A tradição nos informa que ele fez seu
lar em Éfeso, uma cidade grande e populosa de lona,
cerca de 40 milhas de Smirna. Era notória prin-
cipalmente por sua iniquidade e por seu belo templo
dedicado a Diana. Alguns dizem que Maria mãe de Je-
sus e Maria Madalena, foram a Éfeso com João, e lá
— 116 —
morreram. A tradição agrada porque moslrn como h
devoção de um filho à sua mãe, como é moslnuln por
João, se associou o amor de Maria Madalena, q m- p<»
deria bem ser expresso nas palavras de outra bela mu-
lher, que disse à mãe de seu marido: "Não me ins tes
para que te deixe e me torne de detrás de ti; porque
aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que
pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu
povo, o teu Deus é o meu Deus; onde quer que morre-
res, morrerei eu e ali serei sepultada". (Ruth 1:16-17).
De Éfeso João visitou todos os ramos da Igreja,
trabalhando especialmente entre "As Sete Igrejas da
Ásia".
Quando João havia passado muitos anos em Éfeso,
um cruel imperador Romano, durante sua perseguição
à Igreja, prendeu-o, mandou levá-lo a Roma, conde-
nou-o à inorte e mergulhou-o em óleo fervente. Tendo
sido a vida de João preservada pelo poder de Deus, foi
ele então banido para Patmos. Tudo o que João diz so-
bre isto é que ele esteve "na ilha que é chamada Patmos
por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de
Jesus Cristo". É evidente daí que ele tenha sido per-
seguido por sua crença no Evangelho e por seu indes-
trutível testemunho da vida, morte e ressurreição de
Jesus Cristo. Ele foi provavelmente a última
testemu--nha viva dos milagres e ensinamentos do
Salvador. Talvez este tenha sido o motivo pelo qual foi
degredado. Mas os homens iníquos não podiam banir o
testemunho que ele havia deixado. Este achava-se
plantado nos corações de milhares de crentes sinceros e
como sementes esparramadas em solo fértil, cresceriam
e produziriam ricas colheitas anos e anos depois.
O degredo não feriu o velho apóstolo, pois ele uno
estava só nem mesmo naquela rocha estéril e
dcsnbi-tada. Numa manhã de domingo ou o "dia do
Senhor" como ele o chamava, ele "ouviu atrás dele
"unin gnin
— 117 —
Ho voz, <-omo de trombeta, que dizia: O que vês, escrevi1 i»
n u m livro e envia-o às sete igrejas que estão na AHÍM : A
fifeso, e a Smirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, o n Sardo, e a
Filadélfia, e a Laodicéia". Ele virou-se r v i u o Filho do
Homem vestido até os pés com um v estid o comprido e
cingido com um cinto de ouro. Ao deparar com o Senhor
vestido com tal divino esplendor, caiu aos seus pés como
morto. Mas o Salvador, diz João, "pôs sobre mim a sua
dextra, dizendo-me: "Não temas; Eu sou o primeiro e o
último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo
para todo o sempre". Ele foi novamente mandado escrever
tudo o que havia presenciado e o que lhe seria mostrado em
visão. Assim foi dado às sete Igrejas da Ásia, e subse-
quentemente ao mundo, o que é conhecido como "Apo-
calipse", o último livro da Bdblia, mas o primeiro escrito
por seu autor.
Ao morrer Domiciano, o cruel imperador que o havia
banido, o Apóstolo poude voltar a Éfeso, onde continuou sua
pregação, suas escrituras e seu testemunho.
Os escritos de João — Além do "Apocalipse", ele
escreveu seu Evangelho e suas três epistolas. A segunda
epistola de João deve ser de especial interesse aos jovens.
Dela nós inferimos que ele escrevia cartas a dois lares
Cristãos. As mães desses lares eram irmãs. Sua carta é
endereçada "à Sra. Eleita", como é algumas vezes chamada
e a seus filhos. João diz de seu amor e do amor de outros
para com eles — mãe e filhos — em virtude de seu caráter
cristão. Diz de sua grande alegria por caminharem as
crianças na verdade, vivendo como devem viver os que
aprenderam os ensinamentos de Cristo.
Conta-se que quando ele ficou tão velho e fraco que
não mais podia caminhar para a Igreja, nem pre-tfnr ao seu
povo, seus amigos o carregavam para o lo-cnl da reunião.
Nestas ocasiões, ele repetia freqüente-
— 118 —
mente: "Queridos filhinhos, amai-vos uns aos outroi". Um
dia alguns lhe perguntaram :"Mestre, porque tem* pré
dizeis isto?. Ao que ele respondeu: "Isto é o <{Ut o Senhor
te ordena; e isto, se o praticares, é suficiente".
Diz-se que ele viveu mais de cem anos, mas de seus
últimos dias nada está especificamente registrado. Sa-
bemos, contudo, que ele resistiu à mais amarga perse-
guição, viveu mais que seus perseguidores, instruiu com sua
vida e ensinamentos milhares no Caminho da vida, e está
abençoando muitos milhares no mundo hoje em dia por
amor sublime e infantil.
"Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz bem é
de Deus: mas quem faz mal não tem visto a Deus".
— 119 -
QUARTA PARTE
— 123 —
de. Sem dúvida, uma boa mãe ele tinha, pois todos os
grandes homens foram abençoados com mães nobres.
Não sabemos, entretanto, se tinha algum irmão; mas
sabemos que tinha pelo menos uma irmã, a quem ele
sempre amou e para quem foi um irmão verdadeiro e
nobre toda a sua vida.
Um bom estudante — Saulo era um bom
estudan-Ic, e frequentou escola provtàvelmente desde
os seis anos de idade, até se tornar um homem. Mas
naqueles dias. os meninos não tinham livros.
Limitavam-se a ouvir o que lhes era dito pelo
professor, lembrá-lo, e tentar repeti-lo quando lhes
pedissem que o fizessem. O principal estudo na sala de
aula, naquele tempo, era o das santas escrituras.
Naturalmente, eles não tinham a Bíblia como a temos
agora, mas tinham o Velho Testamento e podiam
aprender tudo sobre Abrão, Isaque, e Jacó, os filhos de
Israel. Rei Saul. o Rei Davi. o Rei Salomão e os
profetas. Assim, ele aprendeu desde cedo e aguardar a
vinda do Messias que seria Rei dos Judeus.
Fariseus e Saduceus — Entre os judeus encontra-
vam-se diferentes seitas ou religiões, sendo as princi-
pais a dos Fariseus e Saduceus. Nos dias de Saulo, a
geita dos fariseus era a mais popular de todas elas, e
tinham eles os mais altos postos no governo do Estado
e na igreja. Acreditavam na lei oral dada por Deus a
Moisés, bem como na lei escrita. Acreditavam também
na ressurreição do corpo. Mas oravam longa c
frequentemente, não somente nas sinagogas e no tem-
plo, mas nas ruas, para que pudessem ser ouvidos pê-
los homens. Também em outras coisas eram muito hi-
pócritas.
Os saduceus não aceitavam a ressurreição do cor-
po. Veremos, mais tarde, como Saulo usou com vanta-
gem a diferença de crença destas duas seitas.
— 124 —
Fariseu — Saulo era fariseu e por sinal um bom
fariseu. Era justo e sincero em sua crença e educação,
como qualquer homem poderia ser. Se Saulo tivesse
sido um Fariseu hipócrita, provavelmente jamais teria
encontrado a verdade, mas sendo sincero, isto é. sempre
fazendo o que julgava certo, foi conduzido ao evangelho.
Um cidadão romano — Há mais uma coisa a
aprender a respeito deste menino, Saulo de Tarso. Ele
nasceu um cidadão romano. Tarso, uma cidade muito
rica e populosa, era um município romano, ou corpo-
ração livre. Isto significa que a liberdade de Roma (que
governava todos aqueles países naquela ocasião) havia
sido dado aos homens livres de Tarso. Esta liberdade
havia sido concedida porque os homens de Tarso
haviam defendido dois imperadores de Roma durante
uma rebelião contra eles.
Assim, Saulo, apesar de judeu, era um cidadão
romano livre. Nesta condição dupla, tinha dois nomes.
Saulo e Paulo; o primeiro, seu nome judeu e o viltimo
seu nome romano ou latino.
Fazedor de lendas — Como já foi dito, Saulo era um
estudante; mas era trabalhador, não somente com suas
mãos. Fazia tendas. Este oficio ele o aprendeu quando
ainda era menino. Era uma prática constante dos
judeus conduzir seus filhos a um oficio honesto para
que, em caso de necessidade, pudessem ganhar suas
vidas com o trabalho de suas próprias mãos. Houve
tempo em que Paulo, apesar de ser um apóstolo,
trabalhou em intervalos durante vinte e nove anos no
oficio que seu pai lhe dera. Foi durante esse tempo que
ele escreveu: "Estas mãos me serviram".
Gamaliel — Quando havia completado o estudo
que era ministrado nas escolas judaicas de Tarso, e ha-
via aprendido seu oficio, quiz aumentar sua educação.
Tinha ele então, cerca de catorze anos de idade. Ha-
— 125 —
via as universidades dos gentios, perto de sua cidade,
mas, como ele queria se tornar um Habí, foi a Jerusalém
e se tornou aluno da famoso "Escola de Hillel". O
presidente desta famosa instituição de ensino era "um
certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, vene-
rado por todo o povo" (Atos 5:34). Supõe-se que ele
tenha sido filho de Simão que estava no templo quando
o menino Jesus foi abençoado e que disse: "Agora.
Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua
palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação".
Mas, apesar de Gamaliel ser o homem mais instruído de
seus dias, não sabia que o Messias tinha vindo.
Evidentemente, ele não acreditou no que seu pai havia
dito sobre o menino Jesus.
Instruído e influenciado por este grande mestre.
Saulo continuou por vários anos estudando em hebreu e
grego, e decorando todos os mandamentos importantes
contidos no Velho Testamento.
Estêvão — Paulo completou seu curso sob a ins-
trução da Gamaliel e provavelmente retornou à Sicília.
Durante esse tempo, Jesus havia sido crucificado e havia
começado uma terrível perseguição contra alguns de
Seus discípulos. O primeiro a sofrer a morte durante
esta perseguição foi Estêvão, um dos sete diáconos
escolhidos para cuidar das provisões aos pobres. Estê-
vão era um servo muito fiel "cheio ,de fé e do Espírito
Santo". Ele declarou que Jesus era o Salvador do mun-
do e que todos os homens deviam crer em Seu nome se
quizessem ser salvos. Estêvão sabia que os fariseus es-
tavam errados no que acreditavam ser a salvação, e ele,
sem dúvida, lhes disse isto. De qualquer modo, discutiu
com eles na sinagoga.
Estêvão perante o Sinédrio — Tendo sido derrotados
em suas disputas, os judeus enraivecidos arrastaram
Estêvão perante o Sinédrio e o acusaram de blasfémia.
Mesmo no tribunal ele manteve o seu testemu-
— 126 —
nho da divindade, morte e ressurreição do Snlvndor o
que enraiveceu de tal modo os judeus que eles "mu-
giam os dentes contra ele" e finalmente o a rrasla n n n
para fora do tribunal e o apedrejaram até a morlc.
Entre estes cegos fariseus que disputavam com
Estêvão, encontrava-se o jovevn e instruído Saulo de
Tarso. E quando eles "gritaram com grande voz,
taparam os seus ouvidos e arremeteram unânimes
contra ele", presenciou a morte cruel deste primeiro
mártir cristão. Saulo era sincero em acreditar que
Estêvão era um inimigo da religião judaica.
Provavelmente Estêvão reconheceu este fato então,
pois, ao morrer, orou: "Senhor, não lhes imputes este
pecado". (Atos 7).
— 127 —
LIÇÃO 23 A
CONVERSÃO DE SAULO
"Melhor é estar errado com sinceridade do
que certo com falsidade".
— 128 —
contra o nome de Jesus nazareno devia m pratiClf!
muitos atos". Saulo era sincero no que f u/ i a. Não acre-
ditava que Jesus Cristo fosse o filho de Deus, c acredi-
tava que seria agradável ao seu Pai Celeslial fazer I o -
dos os crentes em Cristo negarem o Seu nome.
Assolava as Igrejas — Assim, Saulo assolava as
igrejas e quando havia aprisionado ou expulso de Je-
rusalém todo homem que podia encontrar e que con-
fessava Cristo, com sua alma "respirando ainda amea-
ças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se
ao Sumo Sacerdote, e pediu-lhe cartas para Damasco
para as sinagogas, afim de que, se encontrasse alguns
daquela seita, quer homens quer mulheres, os condu-
zisse presos a Jerusalém". (Atos 9:1-2).
Dúvida — Damasco, fica a cerca de cento e
cin-coenta milhas ao norte de Jerusalém, e, assim
sendo, levaria cerca de uma semana para Paulo e seus
acompanhantes vencerem a distância. Talvez durante
alguns daqueles dias de relativa inatividade, ele tivesse
começado a pensar se de fato o que estava fazendo era
cer. to. Talvez a face resplendente de Estêvão
agonizante e a última oração do mártir tivessem
começado a calar mais profundamente em sua alma do
que antes. Os gritos das criancinhas chorando pêlos
seus pais a quem Saulo havia perseguido, começavam a
penetrar mais agudamente em sua alma e fizeram-no
sentir-se miserável e infeliz ao olhar para as outras
experiências que o aguardavam em Damasco. Faria o
trabalho do Senhor com que ele se sentisse tão
amargurado e nervoso, se estivesse empenhado nele?,
Deve ter pensado Saulo. Logo aprendei-ia que somente
o trabalho do mal produz aqueles sentimentos, e que o
verdadeiro serviço do Senhor sempre trás paz e
contentamento.
Luz — Mas, fossem quais fossem os seus pensa-
mentos e sentimentos, a verdade é que ele se apressava,
com a determinação de prender todos os seguido-
— 129 —
rés de Jesus, que pudesse encontrar. Ao se aproximar
da cidade, contudo, "subitamente o cercou um resplen-
dor de luz do céu" Saulo caiu ao chão, e os homens
que estavam ao seu redor ficaram mudos em silêncio.
A revelação — Desde aquele momento, Saulo era um
homem mudado. Quando caiu ao chão, era um fariseu
orgulhoso e altivo, um perseguidor de inocentes:
quando se levantou, era um humilde procurador da
verdade, um arrependido seguidor daquele a quem
havia perseguido. Do meio da luz veio uma voz que
dizia: "Saulo, Saulo, porque me persegues?"
— "Quem és, Senhor?" perguntou Saulo.
— "Eu sou Jesus, a quem tu persegues", e então
acrescentou: "duro é para ti recalcitrar contra os
agui-Ihões".
Quando Saulo o compreendeu e viu que estava
igin-do errado, perguntou — "Senhor, que queres que
faça?"
— "Levanta-te e entra na cidade e lá será dito o
que te convém fazer", e não o que Saulo gostaria de fa-
zer, nem o que poderia fazer, mas o que conviria fazer
para ser aceito pelo Senhor. Saulo havia sido aben-
çoado com olhos, mas tinha estado cego espiritualmente.
Agora ele estava cego fisicamente mas chegava luz ao
seu espírito. Ao levantar-se nada podia ver e seus
acompanhantes o conduziram à cidade, onde se
hospedou em casa de Judas, numa rua chamada Di-
reita.
Ananias — Enquanto isto o Senhor, em visão, disse
a um de seus servos, chamado Ananias: "Levanta-te e
vai à rua chamada Direita, e pergunte em casa de
Judas por um homem de Tarso, chamado Saulo; pois
eis que ele está orando".
Mas Ananias respondeu: "Senhor, de muitos ouvi
acerca deste homem, quantos males tem feito aos
teus santos em Jerusalém; e aqui tem autorização dos
principais dos sacerdotes para prender a todos os que
invo-
— 130 —
cam o teu nome". Ananias era dos que,
provavelmente, Saulo prenderia primeiro.
O Senhor disse a Ananias que fosse como huvhi
sido instruído pois Ele havia escolhido Saulo para "le-
var o Seu nome diante dos gentios e dos reis e dos f i -
lhos dTsrael".
Saulo é ministrado — Ananias procedeu de acor-
do com as instruções recebidas, e quando entrou na ca-
sa de Judas encontrou Saulo penitente, como cego. To-
da a impiedade do orgulhoso fariseu havia
desaparecido e ele orava pela luz — luz, em seus olhos
e luz em sua alma. Suas orações foram respondidas,
pois o humilde servo de Deus pôs suas mãos sobre ele
e disse: "Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te
apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou
para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito
Santo".
Sua visão é restabelecida — E Saulo recebeu sua
visão imediatamente e levantou-se e foi batizado.
Isto era algo que precisava fazer se quizesse ser
contado como membro da Igreja de Cristo. Assim,
na conversão deste grande homem, encontramos
ilustrada a aplicação dos vários princípios do
Evangelho, isto é: Fé em Jesus Cristo;
Arrependimento dos maus atos; Ba-tismo e
reconhecimento da autoridade de Cristo na terra.
— 131 —
LIÇÃO 2A EM OUTRA
ESCOLA
"Todo o cabedal de conhecimento cai como
um medifício ante uma única palavra —
Pé".
—x. x. x. x—
— 132 —
O Espanto dos Judeus — Não nos c dito se qualquer
dos homens que o acompanharam a Damasco se
converteu. Talvez vim ou dois o tenham feito; mas, sem
dúvida, alguns deles pensaram que Saulo havia se tor-
nado um traidor. Assim também pensaram os Judeus
em Damasco, que se espantaram e murmuraram entre
si: "Não é este o que em Jerusalém perseguia os que
invocavam este nome, e para isso veio aqui, para nos
levar presos aos principais dos sacerdotes?" Mas,
quanto mais eles se opunham a ele, com maior
eloquência defendia o nome de Jesus e provava a eles
que Jesus era o Cristo.
A Escola da Solidão — Após alguns dias de fla-
mantes disputas nas sinagogas, Saulo decidiu deixar
Damasco e fazer um retiro. Assim, despediu-se de seus
novos amigos, partiu para a Arábia, nas montanhas
perto do Mar Vermelho. Aqui ele recebeu instruções na
Escola da Solidão.
Da mesma forma que Moisés, Elias, João Batista e
mesmo o próprio Salvador, Saulo agora procurava
estar a sós com Deus e aprender a comungar com o Es-
pírito Santo.
Quanto tempo ficou lá não o sabemos. Tudo o que
ele diz sobre a sua viagem é que "parti para a Arábia, e
voltei outra vez a Damasco".
FUGA DE DAMASCO
Assim que ele volou à cidade em que havia sido
convertido, começou a pregar novamente nas sinago-
gas. Novamente os Judeus começaram a disputar com
ele, e novamente ele os confundiu. Dia após dia, e se-
mana após semana a controvérsia religiosa prosseguiu
até que os judeus não puderam mais aguentar e "to-
maram conselho entre si para o matar".
— 133 —
Todos os portões guardados — Ao redor da cidade de
Damasco havia um grande muro, e ninguém poderia
entrar ou sair a não ser através dos portões. Portanto,
quando os Judeus decid^r)am<mtitar Saulo, a
primeira coisa que fizeram foi tentar barrar sua saída.
Colocaram guardas em todos os portões tanto de dia
como de noite para poderem tirar-lhe a vida".
Mas Saulo tanto tinha amigos como inimigos, e
tinha um Amigo que o havia escolhido para uma gran-
de e útil missão, e enquanto Saulo tivesse fé, sua vida
seria poupada até que seu trabalho especial fosse exe-
cutado. Por inspiração ou de qualquer outra maneira.
Saulo sabia que seus inimigos estavam esperando por
ele, e assim manteve-se fora de seu caminho.
Sobre o muro — Felizmente, um de seus amigos
vivia numa casa construída perto dos muros da cidade
e dali alguns dos discípulos auxiliaram Saulo a fugir.
Puzeram-no num cesto e então vigiando cuidadosamen
te para ver se havia algum inimigo à vista, eles carre-
garam Saulo para o alto do muro, e baixaram-no do
outro lado. Assim aconteceu que enquanto os guardas
vigiavam dia e noite, para apanhar Saulo, aquele dis-
cípulo do Mestre estava a caminho de Jerusalém.
— 134 —
não obstante até nem pode esperar qualquer espécie de
boa acolhida em Jerusalém, Seus antigos antigos e
professores pensavam que ele havia se tornado um
traidor de sua causa e os Apóstolos de Jesus duvida-
vam de sua conversão". ... todos o temiam, não crendo
que fosse discípulo".
Barnabé — Mas havia um velho e verdadeiro ami-
go, colega de escola, e concidadão, que estendeu a Saulo
uma mão amiga. Era Barnabé que "tomando-o consigo
o trouxe aos apóstolos" contando como Saulo tinha
sido convertido por uma luz e a voz do Senhor e como
31e havja pregado em Damasco em nome de Jesus.
Com este testemunho os Apóstolos aceitaram Sau-
lo, e deram-lhe sua companhia. Logo estava ele pre-
gando em Jerusalém com tanta ousadia como tinha
feito em Damasco. Em suas disputas com os gregos, ele
evidentemente os confundiu como havia feito com os de
Damasco e com o mesmo efeito: "tomaram conselho
entre si para o matar".
Retorno a Tarso — Quando os irmãos ouviram isto
"o acompanharam à Cesaráia e o enviaram a Tarso"
de volta ao seu antigo lar aos seus pais e à sua irmã.
Mas que homem diferente era ele do que quando
>havia partido para praticar em Jerusalém! Em nome,
ainda "Saulo de Tarso", mas em natureza era "Paulo e
discípulo de Jesus Cristo".
Chamado a auxiliar Barnabé — Durante a perse-
guição na qual Estêvão foi martirizado, os Santos se
esparramaram para diferentes lugares c, onde quer
que fossem, pregavam as alegres novas de grande ale-
gria. "E a mão do Senhor era com eles; e grande nú-
mero creu e se converteu ao Senhor'.
Cristãos — Muitos desses conversos reuniram-se
em Antióquia e foi lá, como já sabemos, q u<' os Smilos
foram pela primeira vez chamiidos Cristãos. Foi pri -
— 135 —
meiramente aplicado este apelido a eles como a pala^/
vra Mórmon é aplicada à Igreja nestes dias, mas
pojsí-teriormente foi aceito como título honroso.
Barnabé procura Saulo — Barnabé, que "era um
bom homem, e cheio do Espírito Santo e de fé" foi in-
dicado para cuidar dos Santos naquela cidade. Encon-
trando uma grande oportunidade missionária naquele
campo, e desejando ter alguém capaz para ajudá-lo a
levar adiante o grande trabalho que lhe foi destinado,
Barnabé decidiu ir a Tarso, sua antiga cidade, para
encontrar Saulo. Que felicidade esses antigos colegas
de infância devem ter sentido quando novamente se
encontraram nas cenas familiares de seus dias de in-
fância. Não sabemos o que fizeram, nem o que disse-
ram, e nem o que seus antigos amigos e parentes pen-
savam de sua nova religião. O que sabemos, contudo, é
que Paulo aceitou o chamado para ir com Barnabé a
Antióquia. Lá "eles se reuniram naquela igreja e ensi-
naram muita gente". Esta parece ter sido a primeira
tarefa de Saulo na Igreja.
136
LIÇÃO 25 MENSAGEIROS
ESPECIAIS A JERUSALÉM
"Deus ordenou aos homens, necessitando
estes uns dos outros, a se amarem mutua-
mente, e a carregaem as cargas do pró-
ximo".
"Lamentar os infortúnios, é somente hu-
mano; aliviá-los é divino".
—x.x.x.x—
Ágabo — Enquanto Saulo e Barnabé estavam na
Antióquia, vieram profetas de Jerusalém, um dos quais
era chamado Ágabo. Acredita-se que ele tenha sido um
dos setenta escolhidos pelo Salvador; mas exatamen-te
que grau do sacerdócio ou que posição na Igreja ele
ocupava, não sabemos ao certo. Mas ele deve ter sido
um homem direito, e cheio do Espírito Santo, pois podia
prever através de inspiração do Espirito, coisas que
outras pessoas, por sua própria inteligência, não
podiam ver. No tempo do qual falamos, ele profetizou
que "haveria uma grande fome em todo o mundo".
Ofertas aos pobres -— Os discípulos tinham fé em
Ágabo e acreditavam ser verdadeiro o que ele dizia.
Conheciam alguns santos na Judéia, que não poderiam
suportar a fome; muitos deles haviam dado tudo o que
possuíam à Igreja; assim "os discípulos determinaram
mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos
irmãos que habitavam na "Judéia". Saulo e Harnabó
foram escolhidos como mensageiros de socorro.
— 137 —
Fome — Foi bom que assim tivessem procedido,
pois a fome veio com Ágabo havia previsto. Lucas nos
diz que aconteceu nos dias de Cláudio César (44 D.C.) e
os historiadores profanos nos dizem que foi tão severa
que até mesmo o imperador foi insultado no mercado
por aqueles que passavam fome.
Perseguição sob Herodes — Mais ou menos no tempo
em que os dois élderes foram enviados da Antióquia
para Jerusalém, houve uma amarga perseguição con-
tra os Santos; e "o rei Herodes estendeu suas mãos so-
bre alguns da Igreja para os maltratar; e matou à es-
pada Tiago, irmão de João". Aqueles foram os dias nos
quais Pedro foi aprisionado e acorrentado aos seus
guardas, mas através da intervenção milagrosa de
Deus foi solto por um anjo. Saulo e Barnabé talvez
estivessem presentes na casa de Maria, a mãe de João
Marcos, unindo-se às orações para a preservação da
vida de Pedro, quando, como já aprendemos na lição
sobre Pedro, Rode anunciou a presença de Pedro à
porta.
Volta a Cesaréia — Após testemunhar esta
mara-vilh°sa manifestação de poder de Deus a favor
de seus servos, Saulo e Barnabé provavelmente
tenham testemunhado como Deus pune os iníquos. Se
assim foi. aconteceu da seguinte maneira: Seu dever
como mensageiro dos Santos da Antióquia havia sido
fielmente executado e o socorro enviado aos membros
da Igreja na Judéia, devidamente entregue a/queles a
quem o deveriam fazer. Haviam gasto muitos dias
revendo velhos amigos e gozando da companhia,
mesmo em perseguição, dos líderes e membros da
Igreja de Cristo. Estavam agora prontos para
retornar e relatar os seus trabalhos prestados à Igreja
na Antióquia. Sua viagem de volta os levou a Cesaréia.
Talvez eles tenham visitado Cornélio, cujo lar, como
você se lembra, lá ficava. De qualquer modo, alguns
dos que estudaram cuidadosamente a vida e as viagens
de Saulo nos dizem
— 138 —
que ao voltar para Jerusalém, desta vez, ele testemu-
nhou a morte do perverso Rei Herodes. Weed
descreve a cena da seguinte maneira:
Morte, de Herodes — "O Imperador Cláudio havia
conseguido grandes vitórias na Grã-Bretanha. Ao vol-
tar a Roma, houve grande alegria. Herodes pensou que
obteria grandes favores do imperador, oferecendo um
grande festival em sua honra em Cesaréia, para onde se
apressou partindo de Jerusalém. Na manhã do segundo
dia, o teatro estava lotado com uma massa enorme de
seres humanos para presenciarem a exibição
desumana de gladiadores que lutavam para
divertimento público. Herodes apresentou-se vestido
em maravilhoso manto, brilhando de prata. Ao cair
sobre ele os raios do sol da manhã, os olhos dos
espectadores foram feridos pelo brilhante manto.
Lisongeado por seus tolos gritos de admiração, ele disse
uma oração ao povo que gritava dizendo: "É a voz de
um Deus e não de um homem". Ele gostava de assim ser
chamado, apesar de ser isto blasfémia, dando a um
homem o que pertence a Deus somente.
Imediatamente o anjo do Senhor feriu-o porque não
deu a glória a Deus". Esta experiência não foi diferente
da que Pedro teve na prisão, quando o anjo do Senhor
desceu sobre ele e o tocou na ilharga, afastando-o da
morte.
O golpe do anjo sobre Herodes feriu-o com uma
terrível doença, tal como a que havia causado a morte
de seu avô. Ele foi levado do teatro ao seu palácioi
onde permaneceu cinco dias em agonia até que a
morte encerrou sua vida no quinquagésimo quarto
ano de sua vida. Era o quarto ano do seu reinado
sobre a região onde havia reinado seu avô, cujo mau
exemplo ele seguiu para um fim igualmente inglório.
Quando no teatro a cena foi repentinamente mu-
dada, das diversões gladiatórias e iníquas, para o
julgamento
— 139-
— 140-
LIÇÃO 26 PRIMEIRA
VIAGEM MISSIONÁRIA
—x. x. x. x—
— 141-
KM >PAFOS
ELIMAS, O ENCANTADOR
— 142 —
judeu e falso profeta. Saulo leu seu coração perverso e
sabia que era por egoísmo e amor ao dinheiro que ele
rejeitava o Evangelho.
Então Saulo, também chamado Paulo, "cheio do
Espírito Santo e fixando os olhos nele, disse: Ó filho do
diabo, cheio de todo engano e de toda malícia, inimigo
de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos
caminhos do Senhor?"
"Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e
ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo".
O Governador Crê. — Sérgio Paulo, contudo, "creu,
maravilhado, na doutrina do Senhor". Muitos outros
também acreditaram e na perversa cidade de Pafos
onde os habitantes adoravam a deusa do amor, uma
igreja foi organizada, e um pequeno corpo de cristãos se
reuniu para adorar o verdadeiro Deus e Seu Filho,
Jesus Cristo.
EM PAMFÍLIA
_ 143 —
_ 144 —
EM LISTRA E DERBE
—x. x. x. x—
— 146 —
— 147 —
148
— 149 —
LIÇÃO 28 UMA
GRANDE CONTROVÉSIA
Textos: Atos 15 1-35.
"A união dos cristãos em Cristo, sua ca-
beça comum, por meio da influência que
dele emana, pode ser ilustrada por um imã.
Não somente junta as partículas de ferro a
si mesmo por sua virtude magnética, mas
também por esta virtude as une umas às
outras".
—x.x.x.x—
Os judeus espalhados pelo império — Ao seguirmos
Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária,
notamos que em quase todas as cidades que visitaram
Judeus e que judeus estavam espalhados por quase todo
o império romano. Estavam nas costas e Ühas da Ásia
ocidental, no litoral do Mar Cáspio, e alguns se
encontravam até mesmo na China.
Os judeus mantinham-se em sua religião — Mas não
importa onde o judeus vivesse, ele sempre mantinha sua
religião e estudava cuidadosamente a Lei de Moisés. Foi
isto que Tiago quiz dizer quando disse "Moisés, desde os
tempos antigos, tem em cada cidade quem o segue, e
cada sábado é lido nas sinagogas". Sua religião os
ensinava a não se misturarem com os gentios em
casamento ou intercurso social.
Os gentios, por outro lado, olhavam com desprezo para
os judeus, enquanto as festividades alegres e li-
cenciosas da adoração grega e romana fazia com que
— 151 —
— 152 —
A QUESTÃO É AGITADA
A Igreja é agitada — Mas havia muitos judeus na
Igreja que não criam nisto e a única condição sob a
qual aceitariam um gentio, era que estes deveriam
também obedecer à religião mosaica. Quando esta classe
de Cristãos ouviu que Paulo e Barnabé haviam
batizado centenas de gentios .ficaram muito agitados
em seus sentimentos, e alguns deles foram a Antióquia
e começaram a pregar, primeiro particularmente e de-
pois publicamente, que a menos que os gentios obede-
cessem um certo rito judeu, não poderiam ser salvos.
Paulo e Barnabé haviam dito aos Santos que a obediên-
cia ao Evangelho de Cristo salvaria os Gentios da mes-
ma forma que os judeus e que os gentios não tinham
que se tornar judeus. Estes homens do principal ramo
da Igreja declararam que Paulo e Barnabé estavam
errados. Sem dúvida aqueles que dentre os gentios se
voltaram para Deus estavam perturbados e perplexos.
A controvérsia se tornou tão aguda que ameaçou de
afastar alguns da Igreja.
MENSAGEIROS ENVIADOS A JERUSALÉM
Mensageiros a Jerusalém — Assim foi determinado
que Paulo e Barnabé e outros dentre eles fossem a
Jerusalém e levassem esta questão perante os apóstolos
e anciãos.
A Igreja em Antióquia, evidentemente acreditava
que (Paulo e Barnabé estavam certos pois quando ini-
ciaram sua viagem foram acompanhados em seu ca-
minho pela Igreja. Ao passarem através da
Siro-^Fení-cia e Samaria, e dizerem aos Santos que os
cumprimentavam, como os gentios haviam sido
convertidos, «lês "davam grande alegria a todos os
irmãos".
A Terceira visita de Paulo — Esta foi a terceira visita
de Paulo a Jerusalém desde a conversão. A pri-
— 153 —
— 154 —
estando como que presos a esses dois grandes missio -
nários que haviam sido os primeiros a organizar ramos
da Igreja entre as nações dos gentios. Finalmente,
Tiago, o irmão do Senhor, que era conhecido entre os
judeus como "Tiago o Justo", levantou-se e proclamou
a decisão do conselho, que estabelecia a união dos
cristãos judeus e gentios.
-155 —
LIÇÃO 29
PAULO INICIA SUA SEGUNDA VIAGEM
MISSIONÁRIA
"O homem deveria confiar em Deus, como
se Deus cuidasse de tudo, e não obstante,
trabalhar tanto como se ele mesmo fizesse
tudo".
—x. x. x. x—
Paulo deseja visitar os ramos — Depois que Silas e
Judas Barsabás permaneceram na Anüóquia por algum
tempo "ensinando e pregando a palavra do Senhor"
com Paulo e Barnabé e "muitos outros", Judas prova-
velmente retornou a Jerusalém, e "pareceu bem a Si Ias
ficar ali". Dois anos se passaram desde que Paulo e
Barnabé haviam voltado de sua primeira missão e
Paulo quiz visitar novamente as igrejas que eles haviam
estabelecido naquela memorável viagem. Assim, um dia
ele disse a Barnabé: "Tornemos a visitar nossos irmãos
por todas as cidades em que j/á anunciamos a palavra
do Senhor, para ver como estão".
Desacordo — Barnabé logo consentiu, mas disse
"Vamos levar meu primo João Marcos conosco".
"Não", respondeu Paulo, "não adianta levar Marcos
conosco pois ele se afastou de nós em Pamfilia e não foi
trabalhar conosco".
Separação — Mas Barnabé sabia porque Marcos
havia feito aquilo e tinha certeza de que ele não de-
sistiria desta vez. Paulo contudo não consentiu e assim
estes dois grandes missionários concordaram em se se-
parar e cada um tomar seu próprio companheiro. Bar-
— 156 —
nabé escolheu João Marcos e Paulo escolheu Silas. Eles
provavelmente concordaram que Barnabé e Marcos
fossem visitar as igrejas nas ilhas e Paulo e Silas
visitariam as do continente.
Não nos consta que Paulo e Barnabé jamais te-
nham se encontrado novamente, mas Paulo se refere a
ele posteriormente, como um apóstolo ativamente
empenhado no serviço do Mestre. Marcos também, pos-
teriormente, conquistou a confiança de Paulo, pois mais
tarde se refere a ele como um companheiro de trabalho
e um dos que tinham sido úteis no ministério.
Barnabé e Marcos em Chipre — Barnabé e Marcos
partiram primeiro e navegaram para Chipre, a ilha
natal de Barnabé. Aqui Marcos também se sentiria em
casa, pois foi onde iniciou seu trabalho missionário.
Aqui os deixaremos entre os novos cristãos e seguire-
mos Paulo e Silas.
PROVÁVEL VISITA À TERRA NATAL DE PAULO
Estes dois missionários iniciaram por terra, em
di-reção ao norte, através da "Síria e Sicília,
confirmando as igrejas". Levaram com eles,
naturalmente, a decisão do Conselho que, sem dúvida,
deu grande conforto aos gentios cristãos nestes ramos.
Exatamente quais cidades Paulo e Silas visitaram
na Siria e na Sicília, não sabemos; mas havia uma pela
qual Paulo certamente passaria: a sua cidade natal,
Tarso. Se ele conseguiu estabelecer uma igreja lá, com
que alegria e satisfação ele não retornaria agora. Paulo
sempre foi muito orgulhoso de Tarso e referiu-se a ela
mais tarde como "cidade não pouco célebre".
EM DERBE E OUTRAS CIDADES
Derbe, Primeiro — Em sua primeira viagem Paulo
e Barnabé visitaram, por ordem, Icônio, Listra e
— 157 —
— 158 —
— 159 —
Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia e
ajuda-nos".
Lucas — Mas antes deles tomarem o barco para
atravessar, ele e seus companheiros haviam recebido
entre eles outro converso fiel a quem introduziremos
agora em nossa lição. Pode ser que Paulo o tenha en-
contrado quando estava doente pois o homem era um
médico, e podia ser de grande utilidade para ele em sua
doença. Este novo companheiro fez várias notas e
posteriormente escreveu os "Atos dos Apóstolos" em
que aprendemos a maioria das coisas que ora estamos
estudando. Seu nome era Lucas, chamado por Paulo "o
amado médico".
Paulo contou sua visão aos irmãos e "imediata
mente" Lucas disse: "e logo depois desta visão, pro-
curamos partir para a Macedônia, concluindo que o
Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evange
lho".
Eles navegaram de Troa, em caminho direito atra-
vés da Samotrácia e no dia seguinte para Nápoles e dali
para Filipos, que é a primeira cidade desta parte da
Macedônia.
— 160—
LIÇÃO 30
EM FILIPOS
—x. x. x. x—
— 161—
LÍDIA
A PITONISA
— 162 —
estava atormentando, voltou-se para ela um dia e disse
aos maus espíritos:
"Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias de-
la" e imediatamente ela foi curada.
Efeito — Quando seus mestres compreenderam
que sua escrava tinha sido curada, e que a esperança de
ganhos havia desaparecido, ficaram muito zangados,
"prenderam Paulo e Silas e os levaram à praça, à
presença dos magistrados" Mas eles foram suficien-
temente espertos para não contarem aos magistrados a
verdadeira razão porque Paulo e Silas haviam sido
levados lá. Não disseram "estes homens curaram nos sã
escrava e não mais podemos enganar o povo por
dinheiro". Não. Eles os acusaram de quebrar a lei ro-
mana introduzindo costumes e crenças que eram ilegais
perante a lei romana.
"E a multidão se levantou unida contra eles" e os
magistrados sem dar aos Élderes uma oportunidade
para se defenderem mandou açoitá-los com varas.
AÇOITADOS E APRISIONADOS
— 163 —
co". Ao prender somente seus pés, contudo, ele de-
monstrou um pouco de misericórdia pois havia buracos
no tronco para os punhos e o pescoço também.
Alegria na tristeza — Com suas costas feridas e
sangrentas, seus corpos gelados pelo frio e humidade,
suas pernas apertadas e doendo, esfaimados e sono-
lentos e rodeados pela escuridão da noite, Paulo e Silas
que sabiam estar sofrendo pelo verdadeiro Evangelho,
podiam regosijar-se e louvar a Deus. Isto eles fizeram à
meia noite, orando e cantando "hinos a Deus". Suas
vozes soaram através das celas da prisão e os
prisioneiros de corações duros e pecadores ouviram
com surpresa o primeiro hino cristão que jamais
tinham ouvido. O Poder de Deus se manifestou não
somente nos corações de Seus verdadeiros servos, mas
em toda a prisão e também na cidade, pois "de repente
sobreveiu um tão grande terremoto, que os alicerces do
cárcere se moveram". Todos os ferrolhos e barras das
portas caíram e as portas da prisão se abriram e
"foram soltas todas as prisões", mas nem um prisio-
neiro tentou fugir.
O temor do carcereiro — Acordado de seu sono pelo
barulho e tremor de terra, o carcereiro correu para a
prisão somente para encontrar as portas escancaradas.
Lembrando-se de sua vida se algum deles escapasse
,desembainhou sua espada para suicidar-se, quando
Paulo gritou: "Não te faças nenhum mal, que todos
aqui estamos".
Então ele, (o carcereiro) "pedindo luz, saltou den-
tro, e, todo trémulo, se prostrou ante Paulo e Silas".
SUA CONVERSÃO
Umai pergunta muito importante — Talvez ele tivesse
ouvido a pitonisa dizer, "estes homens são servos do Deus
Altíssimo", pode ser que os tivesse ouvido
— 164 —
pregar, ou pelo menos tenha ouvido pela boca de
oa-tros o que eles pregavam. Provavelmente o
próprio tremor de terra o tivesse convencido de que
aqueles homens não somente eram inocentes, mas
também servos de Deus. De qualquer modo, ele gritou:
"Senhores, que é necessário que eu faça para me
salvar?" Esta é a pergunta que todos deviam fazer e a
resposta, quando dada com verdade, todos deveriam
obedecer. A Resposta — Note a resposta: "Crê no
Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa".
Então os servos do Senhor explicaram o que é a
verdadeira crença, expondo "a palavra do Senhor",
ensinou-lhes fé, arrependimento e batismo ;e quando
o carcereiro e sua família disseram que acreditavam
ser verdadeiro o Evangelho, ele levou-os para fora
lavou seus vergões e foi batizado na mesma noite "ele e
todos os seus".
Então eles os levou, não de volta è prisão, mas à
sua própria casa, e lhes pôs a mesa. Conta-se que seu
coração encheu-se de alegria porque ele creu no
Senhor
com toda a sua casa.
Por fazer o bem havia aberto as janelas de sua al-
ma e o sol de pura felicidade havia irradiado através
de todo o seu ser.
Os Prisioneiros são soltos — O terremoto ou qual-
quer outra coisa havia amedrontado outros homens da
cidade, também, e entre estes os magistrados que ha-
viam sentenciado e condenado, dois homens inocentes
a serem açoitados e aprisionados. Compreendendo seu
erro, logo de manhã enviaram a seguinte ordem ao
carcereiro. "Soltai aqueles homens".
Paulo surpreende o carcereiro — Satisfeito com a
mensagem o carcereiro correu a Paulo e Silas, dizendo:
"Os magistrados mandaram que vos soltasse; agora
pois saí e ide em paz".
— 165 —
Ele surpreendeu-se ao ouvir Paulo responder
friamente: "Açoitaram-nos publicamente e, sem
sermos condenados, sendo homens romanos, nos
lançaram na prisão e agora encobertamente nos
lançam fora? Agora eles querem que saiamos
quietamente para que o povo pense que somos
pestilentos que fugimos da cadeia. "Não será assim;
mas venham eles mesmos e ti-rem-nos para fora".
Os magistrados se humilham — Quando os magis-
trados perceberam ter eles sido açoitados e lançados
na prisão sem mesmo um julgamento, ficaram muito
amedrontados e compreenderam que poderiam até
mesmo perder o seu cargo. Assim eles vieram e le-
varam Paulo e Silas para fora da prisão, e expressa-
ram o desejo de que os missionários saissem da cidade.
Os prisioneiro»! soltos haviam conquistado uma
grande vitória e embora não fizessem ostentação na
frente dos seus perseguidores, aproveitaram a ocasião
para irem à casa de Lídia e encontrar-se com todos os
Santos. Talvez Paulo tenha relembrado aos santos a
noite em Jerusalém em que Pedro foi solto da prisão e
veio à casa de Maria.
Não sabemos o que foi dito, com exceção de que "vendo
os irmãos, os confortaram e depois partiram". Lucas
ficou para fortalecer e levantar a Igreja em Filipos e
Paulo e seus outros companheiros prosseguiram para
Tessalônica.
— 166 --
LIÇÃO 31 NA
MACEDÔNIA
—x.x.x.x—
— 168 —
ressucitasse dos mortos". E este Jesus, que vos
anuncio, dizia ele, é o Cristo".
Não era só na sinagoga que os esforçados missio-
nários proclamavam a mensagem, mas também nas
ruas.
Com Jason — Paulo e Silas hospedaram-se com
um homem chamado Jason, onde Paulo trabalhava
no ofício que havia aprendido em Tarso. O próprio
Paulo relata que "trabalhando noite e dia para não
sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o
evangelho de Deus", (l Tess. 2:9). Assim, tarde da
noite, quando o sol há muito se havia deitado sobre
os incessantes trabalhos espirituais do dia, o
apóstolo poderia ser visto à luz da vela trabalhando
no áspero pano de crina, para que não fosse uma
carga para ninguém. (Sua profissão era tendeiro,
isto é fabricante de tendas).
Auxiliados pêlos santos — Podemos bem imaginar
que ele tenha sido frequentemente interrompido neste
trabalho por homens e mulheres que procuravam
mais luz nas doutrinas do Evangelho. O resultado foi
que Paulo mal ganhava o necessário para pagar seus
alimentos e roupas, e se os bons santos de Filipos não
lhes tivessem enviado socorro, ele e Silas teriam talvez
passado grandes necessidades.
Poucos judeus aceitaram sua mensagem e assim
Paulo e seu companheiro se voltaram para os gentios,
muitos dos quais acreditaram e "também uma grande
multidão de gregos religiosos e não poucas distintas
mulheres".
ARMA-SE A TEMPESTADE
Quando os judeus descrentes viram grande
número de pessoas aceitarem este novo Evangelho,
ficaram enciumados e zangados. Dirigiram-se a uma
classe bai-
— 169 —
xá e ignorante de cidadãos "homens perversos, dentre os
vadios" e lhes disseram que estes cristãos estavam pondo o
mundo todo em alvoroço e deviam ser expulsos da cidade.
Assim reuniram uma multidão e cercaram a casa de Jason
onde os Élderes estavam hospedados.
Os missionários são avisados — Mas, felizmente, Paulo
e Silas não estavam e não puderam ser encontrados.
Talvez algum amigo ou o Espirito do Senhor tivesse
prevenido os servos de Deus para que não fossem para
casa naquela hora. Não encontrando os Élderes, a
multidão arrastou Jason e alguns outros irmãos para
diante dos magistrados da cidade e disseram:
Jason é preso — Estes que têm alvoroçado o mundo,
chegaram também aqui". Os quais Jason recolheu; e
todos estes procederam contra os decretos de César,
dizendo que há outro rei, Jesus".
Como é fácil, às vezes, fazer da verdade uma mentira.
Paulo e Seus companheiros escapam — Jason e seus
amigos dando "satisfação" (pelo que talvez se que-ra dizer
que tiveram de depositar dinheiro como ga rantia de que
nada fariam contra o governo), foram postos em liberdade.
Mas a multidão ainda estava movida contra Paulo e Silas
que foram aconselhados pêlos irmãos a partirem
imediatamente.
Eles partiram à noite, viajando cincoenta e uma
milhas para Beréia.
EM BERÉIA
— 170 —
cutiram sobre as escrituras que eram constituídas pelo
Velho Testamento, guardado em pergaminhos sagrados na
sinagoga. Assim, concluímos que os bereanos não somente
ouviram atenciosamente ao que os missionários disseram
mas também buscaram nas escrituras para ver se o que
diziam estava de acordo com a lei. Quando verificaram que
estava, muitos acreditaram e" também mulheres .gregas da
classe nobre e não poucos varões".
A TEMPESTADE OS SEGUE
— 171 —
LIÇÃO 32 EM
ATENAS E CORINTO
"Algumas vezes um nobre fracasso serve
ao mundo tão fielmente como um grande
sucesso".
"Na vida não há maior bênção do que a
de ter-se um amigo prudente".
—x. x. x. x—
Solidão. — Talvez poucos dos que leram este livro
tenham tido a oportunidade de ficar sozinhos, mesmo
por pouco tempo, numa cidade estranha; mas pode ser
que alguns de seus parentes o tenham feito. Se assim é,
poderão saber como se pode sentir sozinho, mesmo
quando se está entre uma grande multidão, numa cidade
extranha, e sem a amizade das pessoas que o rodeiam.
Esta deve ter sido a condição de Paulo depois que se
despediu de seus irmãos e caminhava pelas ruas de
Atenas, sozinho.
Esta solidão o impressionou tanto que posterior-te
escreveu aos Tessalonicenses dizendo que fora deixado
só em Atenas. Ele enviou uma ordem a Beréia, para que
"Silas e Timóteo fossem ter com ele o mais depressa
possível" mas até que eles chegaram, ele era o único
cristão na grande cidade pagã.
Estátuas e divindade. — Ao caminhar através das
ruas de Atenas, Paulo viu muitas estátuas e monumentos
erigidos em homenagem a homens e a deuses místicos.
Algumas destas eram as estátuas de grandes ho-
172 —
MH - IIS de Alenas, tal como "Solon o fazedor de leis,
Co-iioii, o almirante, Demóstenes, o orador". Entre
seus heróis se encontravam Hércules, Mercúrio, Apoio,
Ne-liino, Júpiter, Minerva e muitos outros e num
lugar, no centro de todos esses encontrava-se um altar
erigido aos "Doze Deuses". Havia mais estátuas em
Atenas do que em todo o resto da Grécia. Diz-se como
quase verdade que era mais fácil encontrar um deus em
Atenas do que um homem" (Weed). Havia também
altares erigidos à Fama, à Modéstia, à Energia, á
Persuassão, à Piedade e Paulo viu uma inscrição:
"Ao Deus desconhecido"
Na cidade havia um local de reunião comum cha-
mado Agora. Ali os atenienses se reuniam para falar e
discutir as questões do dia. Os vadios e os grandes fi-
lósofos se misturavam, anciosos para ouvir algo de no-
vo. Enquanto Paulo esperava por seus companheiros,
visitava diariamente este local e conversava com aque-
les que encontrava. Dele a multidão ouviu, pela primei-
ra vez, sobre Jesus e sobre a ressurreição.
Ele também frequentava o culto na sinagoga, e
discutia com os judeus.
Interesse despertado. — Assim, Paulo, apesar de
sozinho e desencorajado, e talvez triste por ver a igno-
rância e a iniquidade que havia ao seu redor, começou
a agitar a cidade, por causa da mensagem que anun-
ciava. Os atenienses e estrangeiros também, começa-
ram a ficar curiosos; pois alguns deles, nos conta Lu-
cas, "de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de
dizer e ouvir alguma novidade".
Então alguns filósofos o notaram e ouviram falar
dele. Alguns disseram:
"Que quer dizer este paroleiro?"
E outros:
"Parece que é pregador de deuses estranhos;
porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição."
— 173 —
A colina de Marte. — No alto da colina do Areópago,
existia uma plataforma e um lance de degraus de pedra,
saindo diretamente de Agora, davam acesso a ela. Nesta
haviam se sentado os principais juizes que haviam,
desde tempos imemoriais, decidido as importantes
questões de religião, ou pronunciado sentenças sobre os
maiores criminosos. Supunha-se que Marte tivesse sido
julgado ali, e porisso era chamada "A colina de Marte".
No alto desta colina erguia-se o templo
de Marte.
Para este lugar importante e memorável, os
filósofos levaram o apóstolo, dizendo: "Poderemos
nós saber que nova doutrina é essa de que falas? Pois
coisas estranhas nos trazes aos ouvidos: queremos
pois saber o que vem a ser isto.
Um discurso memorável. — Paulo aceitou o con-
vite, e pronunciou um dos discursos mais notáveis no
mundo. Pode-se notar, entretanto, que ele nem
siquer menciona o nome de Cristo, mas tenta
influenciar seus ouvintes atraindo-os para o que
queria que eles se interessassem (Atos 17:22-31).
Logo que Paulo mencionou a ressurreição dos
mortos, foi interrompido. Alguns começaram a rir e
fazer pouco de sua afirmativa. Outros eram mais
cortezes e disseram ao afastar-se dele "Acerca disso
te ouvire
mós outra vez".
Dionísio é convertido. — Paulo deve ter se sentido
quasi esmagado com o pensamento de que seu
sermão tivesse sido um grande fracasso; mas ele
havia se desin-cumbido de seus deveres e as sementes
da verdade haviam sido semeadas. Produziram
frutos na forma da conversão de Dionisio membro
da corte do Areópago e uma mulher cujo nome era
Damaris, "e outros com
eles".
Após permanecer curto tempo, ele partiu de
Atenas como havia nela vivido, um 'homem
desprezado e solitário. Não obstante, aquela curta
visita e aquele
— 174—
discurso interrompido, foram caracterizados por um
sincero desejo de reunir os que andam no erro e na
iniquidade para arrependimento e fizeram Paulo
mais famoso do que qualquer dos filósofos, tão sábios
em seu próprio conceito, que caçoaram e o
desprezaram.
— 175 —
Na Sinagoga. — Todos os dias de Sábado, estes três
amigos e companheiros de trabalho punham de lado
suas tendas e iam à sinagoga adorar a Deus. Paulo,
como de costume, falava aos seus compatriotas e aos
gregos conversos, e proclamava a eles a gloriosa
mensagem do Redentor ressurreito. Discutia com eles
sobre as escrituras e os persuadia a se tornarem cris-
tãos.
Timóteo e Silas reunem-se a Paulo. — Por algum
tempo ele parecia ser menos enérgico do que o comum.
Mas naquele mesmo período, juntaram-se a eles seus
queridos amigos, Timóteo e Silas. Sua vinda deu-lhe
novo alento, ou como diz Lucas, "impulsionado pela
palavra, testificava aos Judeus que Jesus era o Cristo".
Julgando pela força que Paulo recebeu de seus compa-
nheiros, ele compreendeu que "Um verdadeiro amigo é
um dom de Deus e somente Ele que fez os corações pode
uni-los".
Os judeus recusam a verdade. — Quanto mais ou-
sadamente Paulo pregava, mais acirradamente os ju-
deus inconversos se opunham a ele. Finalmente, quan-
do blasfemaram em nome de Deus e se recusaram a
aceitar a verdade, Paulo "sacudiu os vestidos" e disse:
"O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou
limpo e desde agora parto para os gentios".
A conversão de Crispo. — Mas muitos se converte-
ram e entre esses se encontrava Crispo, o principal da
sinagoga — "ele com toda a sua casa". Sua conversão,
com as multidões de coríntios que também foram
bati-zados, somente fizeram os judeus mais ofendidos
que nunca; e começaram a ameaçar Paulo.
Conforto. — Mais ou menos nesta ocasião Paulo
escreveu sua segunda carta aos Tessalonicenses. Nesta
ele pede, especialmente, orações para que eles pu-
dessem se libertar dos homens iníquos que tinham ao
seu redor. "Rogai por nós, para que a palavra do Se-
nhor tenha livre curso e seja glorificada, como tam-
— 176 —
l>t'm o é entre vós. E para que sejamos livres de ho-
mens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos."
(II. Tess. 3:1-2).
E Paulo orou também e recebeu uma resposta
di-rcta do Senhor, que disse: "Não temas mas fala e
não lê cales; porque eu estou contigo e ninguém
lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito
povo nesta cidade".
Na casa de Justo. —- Quando Paulo deixou a sina-
goga, promoveu reuniões na casa que estava "junto de
sinagoga", talvez vizinha. Aqui Paulo e seus dois com-
panheiros continuaram a pregar. Isto exasperou os ju-
deus de tal modo que eles decidiram fazer com que
Paulo fosse expulso ou punido. Mias aconteceu que na-
quele mesmo tempo, um novo governador foi nomeado
para governar Acais.
Ante Gálio. — Seu nome era Gálio e era conhecido
como um homem muito amável e gentil. Pensando que
ele seria facilmente influenciado, os judeus prenderam
Paulo e o levaram perante a cadeira do julgamento,
dizendo falsamente "Este persuade os homens a servir
a Deus contra a lei".
Paulo levantou-se e indicou de qualquer maneira
que queria responder à acusação; mas Gálio o impe-
diu e, dirigindo-se aos judeus, disse: "Se houvesse ó
judeus, algum agravo ou crime enorme, com razão vos
sofreria; mas se a questão é de palavras e de nomes, e
da lei que entre vós há, vede-o vós mesmos: porque eu
não quero ser juiz dessas coisas".
E expulsou-os do tribunal.
Assim Paulo não sofreu injúrias, como o Senhor
havia prometido. Mas os judeus sim, pois os gregos
pegaram seu líder e o açoitaram mesmo diante da ca-
deira de julgamento.
Paulo permaneceu em Corinto um ano e meio, e
estabeleceu lá uma forte igreja.
— 177 —
Então, como se aproximasse o tempo da Páscoa em
Jerusalém, ele despediu-se dos Santos; e tomando
Áquila, Priscila, Silas e Timóteo, seus amigos e com-
panheiros fiéis, partiu para Éfeso, daí para a Cesaréia
e Jerusalém.
— 178 —
LIÇÃO 33
—x. x. x. x—
Uma Promessa. — Quando Paulo se deteve em
Éfeso a caminho de Jerusalém, como mencionamos na
lição anterior, os Judeus a quem ele pregou
pediram-lhe que permanecesse um pouco mais entre
eles. Não sendo possível atendê-los, prometeu voltar
novamente, se Deus quizesse. Esta promessa, como
veremos, Paulo cumpriu literalmente.
Saudações à Igreja. — Não sabemos se ele chegou a
Antióquia em tempo de estar presente à Páscoa. Somos
levados a crer que não o fez, pois tudo o que sabemos de
sua visita é que ele saudou a Igreja e continuou para
Antióquia.
Início da Terceira Viagem. — Após ter ficado algum
tempo com a importante Igreja da Antióquia, Paulo
iniciou sua terceira viagem missionária. É difícil
determinar exatamente o curso que ele seguiu, mas
desde que Lucas nos conta que ele esteve "cm todo ò país
da Galácia e Frigia", podemos concluir com segurança
que ele visitou sua cidade natal, Tarso, bem como as
cidades de Derbe, Listra, Icônio e possivelmente
Antióquia na Pisídia. O bom povo da Galácia tam-
— 179 —
bem teve o prazer de receber o apóstolo que foi o pri-
meiro a lhes pregar o Evangelho, e a quem ele havia tão
bondosamente administrado em aflição.
Também não sabemos com certeza quem foram
seus companheiros. Timóteo, sem dúvida, foi um dos
que o acompanharam em toda a sua viagem.
APOLO
Um Eloquente Pregador. — Enquanto «Paulo e Ti-
móteo estava visitando as Igrejas na Galácia e na Frigia,
vamos adiante deles até Éfeso, pois lá se encontra um
homem que devemos conhecer. Seu nome é Apoio e ele
veio a Alexandria. Era, sem dúvida, um dos mais
eloquentes pregadores do Evangelho naqueles dias.
Mas logo que chegou a Éfeso, "conhecia somente o
batismo de João". Havia aceitado a mensagem de João
Batista, mas não tinha ouvido o Evangelho como havia
sido ensinado por Jesus e Seus discipulos. Parecia
desconhecer também a missão do Espírito Santo.
Com ele havia outros homens que tinham a mesma
crença incompleta.
Nova Luz — Acreditando ter a verdade, estes ho-
mens foram à mesma sinagoga na qual Paulo pregou
quando os judeus lhe pediram que ficasse mais tempo e
Apoio falou ao povo. Na congregação se achavam Áquila
e Priscila. Estes dois bons cristãos perceberam
imediatamente que Apoio não compreendia o evange-
lho; assim, eles o convidaram para ir à sua casa e "lhe
expuseram minuciosamente os caminhos de Deus".
Logo depois disto, Apoio deixou Éfeso e partiu para
Corinto, levando consigo uma carta de recomendação
dos Santos em Éfeso.
É CONCEDIDO O ESPÍRITO SANTO
As coisas se achavam neste pé quando Paulo chegou
a Éfeso. Encontrou os doze homens que haviam
— 180 —
aprendido o evangelho como Apoio o sabia. Quiin do
disseram a Paulo que acreditavam no Evangelho, ôlr
lhes perguntou: "Recebestes vós já o Espírito Sa nlo
quando crestes?"
E eles disseram-lhe: "Nós nem ainda ouvimos que
haja Espírito Santo".
— "Em que sois batizados então?"
— "No batismo de João" responderam-lhe eles.
— "Certamente João batizou com o batismo do
arrependimento dizendo ao povo que cresse no que
após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
Eles foram batizados pela autoridade própria em
nome do Senhor Jesus. Paulo então "impondo-lhes as
mãos, veio sobre eles o Espírito Santo e falavam línguas
e profetizavam".
Três meses na sinagoga — Durante três meses Paulo
continuou a pregar na sinagoga, "disputando e per-
suadindo-os acerca do reino de Deus". Durante este
tempo, ele trabalhou em seus ofício mantendo-se a si
próprio com suas mãos. Diariamente a Igreja crescia
em força, e diariamente seus inimigos se tornavam tão
mais acérrimos em sua oposição que Paulo saiu da si-
nagoga, e fazia suas reuniões numa escola onde ensina -
va um homem chamado Tirano.
Dois anos em Éfeso — Neste lugar Paulo trabalhou
durante dois anos, um período em sua vida marcado
por maravilhosas manifestações do Senhor. Doentes
eram curados pelo poder da fé, nas formas mais mila-
grosas. Algumas vezes Paulo não podia visitar em pes-
soa estes doentes, eles se curavam apenas tocando um
lenço ou um avental que ele tivesse usado. "Assim o
nome do Senhor Jesus Cristo era engrandecido".
HOMENS QUE AGIAM SEM AUTORIDADE
Filhos de Sceva — Entre aqueles que testemunharam
estes milagres haviam alguns vagabundos judeus
— 181 —
que ganhavam a vida angariando do povo, fingindo
ser mágicos. Quando viram Paulo curar os doentes
em nome de Jesus, pensaram que podiam fazer o
mesmo e assim ganharem uma grande quantidade de
dinheiro. Assim, um dia estes sete homens, que eram
filhos de Sceva, encontrando um homem que se
achava dominado por um mal espírito, disse um
deles: "Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo
prega", a sair dele.
— "Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo, mas
quem sois vós?"
"E, saltando neles o homem que tinha o espirito
maligno e assenhoreando-se de dois, poude mais que
eles, de tal maneira que, nus e feridos, fugiram
daquela casa".
A Grande Fogueira — O tratamento que estes sete
homens receberam pela sua hipocrisia, logo se espar-
ramou por toda a cidade. Muitos que haviam
praticado tais artes, como os filhos de Sceva,
trouxeram todos os seus livros de mágica e fizeram
uma fogueira com eles. Paulo viu se queimar naquele
dia uma quantidade de papeis e livros que valiam
cerca de cincoen-ta mil peças de prata.
Festa anual — Todos os anos em Éfeso, no mês de
maio, havia um grande festival em honra à Deusa
Diana. Homens ricos vinham de todas as partes da
Ásia "e pagavam vastas somas de dinheiro para
diversões entre o povo". Eram de diferentes espécies.
Nos teatros haviam consertos e espetáculos; no
hipódromo, corridas; no estádio, jogos de ginástica,
de correr, pular e lutar. Havia cenas barulhentas
tanto de dia como de noite. Em todas as horas do dia
havia alegres procissões ao templo, seguindo-se os
animais coroados com guirlandas, levados ao
sacrifício. "Vagabundos e bêbados podiam ser vistos
quase em todos os lugares naquela época" (Weed). As
lojas e bazares enchiam-se de todas as coisas atraentes
daquela época, que os pais e os amigos compravam
para eles próprios e para aque-
— 182 —
lês que estavam distantes. Os principais enfeites eram
os pequenos modelos de Diana e seu santuário. Os com-
pradores mais pobres compravam modelos feitos de
madeira, enquanto os ricos os compravam de ouro.
Paulo, sem dúvida havia dito aos efésios, como o fez
aos atenienses, que Deus não é feito de madeira, de
prata ou de ouro, e nem esculpido pela arte do homem.
Milhares de pessoas acreditavam em Paulo e adoravam
o verdadeiro Deus. Conseqüentemente, nesta festa
anual, não havia tantas imagens de Diana como tinha
havido nos outros festivais.
REUNE-SE UMA MULTIDÃO
Demétrio — Demétrio, um ourives de prata, que
fazia nichos de prata para Diana, ficou muito agitado
quando viu interferência em seu negócio. Reuniu os que
trabalhavam no mesmo ramo e disse: "Varões, vós bem
sabeis que deste oficio temos a nossa prosperidade. E
bem vedes et ouvis que não só em Éfeso, mas até quase
em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado
uma grande multidão, dizendo que não são deuses os
que se fazem com as mãos".
Ele continuou a falar a eles até que todos se agi-
taram e gritaram: "Grande é a Diana dos efésios".
Os companheiros de Paulo são presos — Logo a cidade
toda entrou em confusão. Reuniu-se uma multidão que
tentava encontrar Paulo. Não o conseguindo,
apanharam Gaio e Aristarco, dois dos companheiros
de Paulo e os arrastaram ao teatro.
Paulo foi mantido em segurança por seus amigos
que se recusaram deixá-lo entrar no teatro, apesar
dele insistir em fazê-lo.
Um judeu chamado Alexandre tentou falar com a
multidão, mas ninguém queria ouvir e continuaram a
gritar por duas horas: "Grande é a Diana dos efésios".
— 183 —
Quando cansaram, o escrivão de cidade levantou-se
e lhes disse que era melhor que fossem para casa e
ficassem quietos, ou os romanos poderiam acusá-los de
"sedição". Ele disse também que se Demétrio tinha
qualquer questão contra Paulo, poderia mandar pren-
dê-lo e apresentá-lo na corte.
Como a metade deste povo, como no caso de todas
as multidões, não sabia porque tinha vindo, começa-
ram a evacuar o teatro. "Os assentos de pedra foram
esvasiados gradualmente, cessou o grande clamor e os
arruaceiros se dispersaram para as svias várias ocupa-
ções e diversões".
Como Paulo já havia feito os necessários prepa-
rativos para ir à Macedônia, chamou seus discípulos a
si e após abraçá-los, deixou Éfeso, até onde sabemos,
para sempre. Posteriormente, contudo, como veremos
na próxima lição, ele encontrou alguns Élderes e
San-los de Éfeso.
— 184 —
LIÇÃO 34
TERCEIRA VIAGEM DO MISSIONÁRIO
(Continuação)
— 185 —
Paulo, Timóteo e Silas pregaram pela primeira vez às
mulheres que se achavam às margens do rio. Lídia e o
carcereiro e um enorme grupo de outros membros fiéis
/ estavam todos lá para relembrarem a sua prisão, seu
açoitamento, o tronco, os hinos cantados à meia noite, o
terremoto, o temor das autoridades e todas as mara-
vilhosas experiências daquela primeira visita a Filipos.
.A depressão de Paulo — Não obstante, apesar da
boa acolhida, Paulo diz: "a nossa carne não teve re-
pouso algum, antes em tudo fomos atribulados: por
fora combates, temores por dentro. Mas Deus, que
consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Ti
to". (II Cor. 7:6).
Segunda epístola aos Coríntios — Tito contou-lhes
que os membros da Igreja em Corinto que não estavam
agindo direito foram excomungados e que muitos dos
santos haviam melhorado. Ao ouvir isto, Paulo escre-
veu outra carta a eles (a segunda epístola aos
corin-tios) e mandou Tito de volta com ela.
Ofertas — Tito parece ter sido um dos principais
em arrecadar contribuições para o socorro dos pobres
na Judéia. Quando voltou a Corinto continuou a fazer
arrecadações para Paulo levar a Jerusalém em futuro
próximo. (II Cor. 8)
A próxima vez que ouvimos de Paulo, ele se en-
contrava em Corinto. Aí ele ouve que os Gaiatas esta-
vam dizendo que ele não era um apóstolo porque Jesus
não o havia escolhido como um dos Doze. Assim, ele
escreveu uma carta aos Gaiatas, na qual ele diz:
Os Gaiatas são reprovados — "Maravilho-me que
tão depressa passásseis daquele que vos chamou à
graça de Cristo para outro evangelho". (Gal. 1:6)
Então ele admoesta a não aceitarem qualquer
outro Evangelho, pois qualquer que pregar outro
Evangelho, "seja anátema" (amaldiçoado).
Aqui ele também escreveu sua espístola aos ro-
manos.
— 186
Paulo preparou-se para ir à Palestina,
d i r c l n m m - te de Corinto, mas soube que estava sendo
tramado um plano para tirar sua vida. Para frustá-lo,
ele volln polo mesmo caminho até a Macedônia.
Quando o g r u p o chegou novamente a Filipos, Timóteo
e vários ou lios seguiram na frente para Troas. Paulo e
Lucas perm ii -neceram por algum tempo e depois
juntaram-se novii-mente ao grupo em Troas.
— 187 —
Em Assos ele embarcou e navegou até Mitilene, daí
a Chios e depois para Samos, e permaneceram em
Tro-gilio cerca de uma milha de lá.
Em Mileto — No dia seguinte, Paulo passou de na-
vio por Éfeso, julgando que não teria tempo para visi-
tar os Santos, pois queria estar em Jerusalém no dia de
Pentecostes. Mas quando chegou a Mileto, a algumas
milhas de Éfeso, enviou uma mensagem para que os
Élderes da Igreja viessem ter com ele. Isto eles fizeram
com toda a satisfação e ouviram com intenso interesse
suas palavras, (veja Aios 20:17-35)
"E havendo dito isto pôs-se de joelhos e orou com
todos eles".
Aquele pequeno grupo de cristãos reunidos num
lugar obscuro na praia, apresenta às nossas mentes
uma das mais belas figuras do mundo, e sua saudação
de despedida uma ds mais impresionantes e patéticas.
Uma triste despedida — Quando o querido apóstolo
estava para de(ixtá-los, "Levantou-se um grande
pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo,
o beijavam, entristecendo-se muito, principalmente pe-
la palavra que dissera, que não viriam mais o seu ros-
to". Parecia que eles não podiam suportar a dor de
vê-lo partir. Agarraram-se a ele até mesmo quando
embarcou e foi com dificuldade que seus companheiros
conseguiram afastá-lo.
Uma cena semelhante verificou-se em Tiro, onde o
grupo permaneceu sete dias. Enquanto Paulo visitava e
confortava os Santos ali, eles o aconselhavam a não ir a
Jerusalém onde sua vida estaria em perigo. Mas Paulo
não se deixou convencer.
Quando chegou a hora da despedida, os homens,
mulheres e crianlças, todos foram com Paulo e seu
grupo até a praia. Ali se ajoelharam, oraram e fizeram
as despedidas. Paulo e seus companherios embarca-
— 188 —
ram e os Santos tristemente regressaram para seus
lares.
EM CESARÉIA
Em Cesaréia os missionários foram hospedados
por Filipe, o evangelista, um dos sete diáconos esco-
lhidos.
Uma profecia — Enquanto lá estavam, Ágabo, um
profeta, desceu de Jerusalém e após cumprimentar a
todos, tomou a "cinta de Paulo e ligando-se os seus
próprios pés e mãos, disse: Assim ligarão os judeus, em
Jerusalém, o varão de quem é esta cinta, e o entregarão
nas mãos dos gentios".
Ouvindo esta profecia, Lucas e o grupo de Paulo
rogavam para que ele não fosse a Jerusalém. Mas
Paulo respondeu:
"Que fazeis vós, chorando e magoando-me o co-
ração? Porque eu estou pronto, não só a ser ligado,
mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Se-
nhor" ao que seus amigos responderam: "Faça-se a
vontade do Senhor".
De Cesaréia viajaram de carruagem até Jerusalém
onde foram recebidos festivamente pêlos irmãos
— 189 —
LIÇÃO 35 EXCITANTES
EXPERIÊNCIAS EM JERUSALÉM
— 190 —
fosse a providencial interferência de um oficial
romano.
Postada num castelo ao norte do templo havia
uma guarda de soldados, sob o comando de um
oficial chamado o "tribuno da corte".
Salvo da Morte — Quando alguém disse ao capi-
tão, cujo nome era Cláudio Lisias que havia confusão
na parte exterior do templo apressaram-se os
soldados para o local, chegando lá exatamente
quando a multidão começava a bater e a pisar em
Paulo para que morresse. Os soldados salvaram
'Paulo, mas o capitão, pensando que era um
desordeiro, mandou que fosse acorrentado.
"Quem é e o que tem feito?" perguntou
Cláudio aos enraivecidos judeus.
Alguns gritaram uma coisa, outros outra, em tal
confusão que o tribuno nada poude compreender.
Assim, disse aos soldados: "conduzam-no à fortaleza".
Nos degraus do castelo — Ao levarem Paulo, a
multidão, agindo como lobos atrás da presa,
acompanhou-os, gritando: "Mata-o". Ao subirem os
degraus da fortaleza, Paulo, faiando em grego, disse
ao tribuno :
— É-me permitido dizer-te alguma coisa?"
— "Sabes o grego", respondeu o capitão, "Não
és porventura aquele egípcio que antes destes dias fez
uma sedição e levou ao deserto quatro mil salteado-
res?"
— "Sou um homem judeu, cidadão de Tarso, ci-
dade não pouco célebre na Sicília: rogo-te, porém
que me permitas falar ao povo".
Na esperança de saber alguma coisa a respeito do
motim, o tribuno deu seu consentimento. Paulo vol-
tou-se à multidão e pediu-lhes que fizessem silêncio.
Cessaram de gritar, especialmente quando ouviram
que Paulo falava em hebreu, sua própria língua
(Leia todo o discurso, como se acha registrado em Atos
22:1-21)
— 191 —
A palavra "gentios" — Os judeus ouviram em si-
lêncio até que ele mencionou a palavra "gentios". En-
tão eles gritaram: "Tira da terra um tal homem, por-
que não convém que viva". Em seu rancor, arranca-
ram suas vestes e jogavam pó no ar para mostrar o
quanto o odiavam.
Paulo é açoitado — Estando ainda em dúvida
quanto ao que Paulo havia feito, o tribuno mandou
que ele fosse levado para dentro da fortaleza e o açoi-
taram até que Paulo dissesse porque os judeus grita-
vam tanto contra ele. Ao prenderem-no para açoitá-lo.
Paulo disse ao centurião que estava ao seu lado: "É-vos
lícito açoitar um romano, sem ser condenado?"
Ouvindo isto o centurião correu ao tribuno dizen-
do: "Vê o que vais fazer, porque este homem é ro-
mano". Então o tribuno veio e disse a Paulo:
— "Dize-me, és tu romano?"
— "Sim", respondeu Paulo.
— "Eu com grande soma de dinheiro alcancei este
direito de cidadão", respondeu Cláudio.
— "Mas eu sou-o de nascimento", respondeu or
gulhosamente Paulo.
Quando eles ouviram isto, aqueles que iam tortu-
rá-lo afastaram-se dele e o tribuno também se pertur-
bou, pois que não tinha o direito de acorrentar um ci-
dadão romano que não tenha tido um julgamento jus-
to.
— 192 —
Ao ouvir isto, Ananias enfureceu-se e disse aos que
estavam ao lado de Paulo:
— "Firam-no na boca".
— "Deus te ferirá, parede branqueada", respon-
deu Paulo com repentina fúria, "tu estás aqui
assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a
lei me mandas ferir?"
Aqueles que estavam sentados ao lado de Paulo,
disseram: "Injuriais o sumo-sacerdote de Deus?"
Então, Paulo, controlando seus sentimentos, disse:
— "Não sabia, irmãos, que era o sumo-sacerdote:
porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu
povo.
Duas Seitas — Paulo então notou que no conselho
haviam dois grupos, alguns fariseus e outros
sadu-ceus; assim, falando sabiamente sobre a
ressurreição, conquistou os fariseus para o seu lado,
que disseram: "Nenhum mal achamos neste homem, e,
se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a
Deus". Isto enfureceu os fariseus e as duas seitas
começaram a discutir e tanto se enfureceram que o
tribuno, temendo que eles esfacelassem Paulo,
mandou que seus soldados Q levassem de volta à
fortaleza.
Na noite seguinte, quando Paulo ainda estava no
castelo, o Senhor surgiu ao seu lado e disse:
Conforto Divino — "Paulo, tem ânimo: porque,
como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa
que testifiques também em Roma".
Conjuração assassina — Na manhã seguinte, cerca
de quarenta desses judeus enraivecidos, ligaram-se
por um juramento, de que não comeriam e nem
beberiam enquanto não matassem Paulo. Para isto real
i/a r, disseram ao sumo-sacerdote: "conjuramo-nos,
sol) poiui de maldição, e nada provaremos até que
matemos ;i 1'an Io. Agora, pois, vós, como conselho,
rogai no I r i l m n o que v<Ho traga amanhã, como que
querendo snlx-r
— 193 —
mais alguma coisa de seus negócios e, antes que che-
gue, estaremos prontos para o matar".
Mas o filho da irmã de Paulo soube da conjura-
ção e indo à fortaleza, contou, a seu tio tudo o que sa-
bia. Após ouvir a história de seu sobrinho, Paulo cha-
mou um dos centuriões e disse: "Leve este mancebo
ao tribuno, porque tem alguma coisa que lhe comuni-
car". O centurião fez como lhe havia sido dito e disse
ao tribuno:
— "O preso Paulo, chamando-me a si rogou-me
que te trouxesse este mancebo, que tem alguma coisa
que te dizer".
— "Que tens a me contar?" perguntou o
tribuno.
"Os judeus combinaram rogar-te que amanhã
leves Paulo ao conselho, como que tendo de inquirir
dele mais alguma coisa, mas tu não creias porque
mais de quarenta homens dentre eles lhe andam
armando ciladas: os quais se obrigaram, sob pena de
maldição, a não comerem nem beberem até que o
tenham morto.
O tribuno acreditou no que lhe dizia o jovem e
disse:
— "Não contes a ninguém que me mostrastes es-
tas coisas".
E chamando dois centuriões, disse:
— "Aprontai para as três horas da noite,
duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos
arqueiros para irem até Cesaréia. Aparelhai as
cavalgaduras, para que pondo nelas a Paulo, o levem
a salvo ao presidente Félix".
Cláudio escreveu então uma carta ao
Governador Pélix, explicando brevemente porque
Paulo lhe estava sendo enviado (Atos 23:25-30).
Mandou também um recado aos acusadores de
Paulo, dizendo que fossem ao governador fazerem suas
queixas.
— 194 —
— 195 —
LIÇÃO 36 DOIS ANOS
EM PRISÃO
— x. x. x. x —
PERANTE FÉLIX
196 —
— "Porque sei que já vai para muitos anos que
desta nação és juiz, com tanto melhor ânimo respondo
por mini. Pois bem podes saber que não há mais de doze
dias que subi a Jerusalém a adorar, mas nego que tenha
disputado com qualquer homem ou que tenha
amotinado o povo, nas sinagogas nem na cidade. Nem
tão pouco podem provar as coisas de que agora me
acusam. Mas confesso-te isto: que, conforme aquele
caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de
nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos
profetas, e na ressurreição dos mortos, tanto para os
justos como para os injustos. E por isso procuro sempre
ter uma consciência sem ofensa tanto para com Deus
como para com os homens".
Inocente, mas prisioneiro. — íPaulo falou com tanto
entusiasmo e sinceridade que Félix se convenceu de que
falava a verdade. Quando ele concluiu, Félix sabia que
era inocente, mas, com medo de desagradar os judeus,
que como ele via, odiavam a Paulo, disse aos oficiais
que mantivessem Paulo prisioneiro, mas que lhe
dessem alguma liberdade, e que permitissem que seus
amigos viessem vê-lo. Assim Ananias e Tértulo tiveram
que voltar a Jerusalém sem ter visto Paulo punido. Eles
ainda esperavam, contudo, fazer com que fosse
açoitado ou morto.
Perante Félix e Druscila. — Vários dias mais tarde,
Félix e sua esposa Druscila, uma judia, chamaram
Paulo perante eles para ouvirem a respeito de sua
doutrina cristã. Infelizmente o presidente e sua
cxpòsn não tinham vivido corretamente. E assim,
quando Paulo falou da "justiça e da temperança, e do
j u i / o vindouro, Félix, espavorido, respondeu:
— "Por agora vai-te e em tendo o p o rlu n id i id c
Ic chamarei".
Félix não era um juiz justo, mas i ju cr in liv rn rl
Paulo. Queria porém dinheiro paru fa/.ê-lo.
<',liiiinnil|
— 197 —
— 199 —
assembleia real e a ocasião era solene, mas o persona-
gem mais real entre eles era o humilde prisioneiro que
apareceu em correntes para defender sua inocência e
buscar a justiça de sua causa.
O rei, olhando Paulo com mais curiosidade do que
desprezo, disse:
— "Permite-se que te defendas". Então Paulo,
dirigindo-se principalmente a Agri-pa, disse um
impressionante discurso, como se segue:
— "Tenho-me por venturoso, ó rei Agripa, de que
perante ti me haja hoje de defender de todas as coisas
de que sou acusado pêlos judeus; mormente sabendo eu
que tens conhecimentos de todos os costumes e questões
que há entre os judeus; pelo que te rogo que me ouças
com paciência.
A minha vida, pois,desde a mocidade, qual haja
sido, desde o principio em Jerusalém, entre os de minha
nação todos os judeus o sabem.
Sabendo mais de mim, desde o princípio (se o
qui-zerem testificar) que, conforme a mais severa seita
da nossa religião, vivi fariseu.
E agora pela esperança da promessa que por Deus
foi feita a nossos pais estou aqui e sou julgado, á qual as
nossas doze tribos esperam alcançar, servindo a Deus
continuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó Rei
Agripa, eu sou acusado pêlos judeus.
Pois que? julga-se coisa incrível entre vos que Deus
ressucite os mortos? Bem tinha eu imaginado que con-
tra o nome de Jesus nazareno devia eu praticar muitos
atos. O que também fiz em Jerusalém. E, havendo
recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei
muitos dos santos nas prisões e quando os matavam eu
dava o meu voto contra eles. "E, castigando-os muitas
vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar.
E, enfurecido demasidamente contra eles, até nas cida-
des estranhas os persegui. Sobre o que, indo então a
— 200 —
Damasco, com poder e comissão dos principais dos sa -
cerdotes, ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do
céu, que excedia o esplendor do sol, cuja claridade me
envolveu a mim e aos que vinham comigo. E, caindo nós
todos por terra, ouvi uma voz que falava, e em língua
hebraica dizia: Saulo, porque me persegues? Dura coisa
te é recalcitrar contra os aguilhões. E disse eu: Quem és,
Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu
persegues: Mias levanta-te e põe-te sobre teus pés,
porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e
testemunha tanto das coisas que tens visto como
daquelas pelas quais te aparecerei ainda; livrando-te do
povo e dos gentios, para os quais agora te envio. Para
lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz,
do poder de Satanaz a Deus; afim de que recebam a
remissão dos pecados, e sorte entre os santificados pela
fé em mim.
"Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à vi-
são celestial. Antes anunciei primeiramente aos que está
em Damasco e em Jerusalém, e por toda a terra da
Judéia, e aos gentios, que se emendassem e se con-
vertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependi-
mento. Por causa disto os judeus lançaram mão de mim
no templo, e procuraram matar-me. Mas alcan çando
socorros de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço,
dando testemunho tanto a pequenos como a grandes,
não dizendo nada mais do que o que os profetas a
Moisés disseram que devia acontecer.
"Isto é, que o Cristo devia padecer, e, sendo o p r i -
meiro da ressureição dos mortos, devia anunciar ;i l u/,
a este povo e aos gentios. E, dizendo ele islo cm sim
defesa, disse Festo em alta voz: — Estás louco, 1'imlo ;
as muitas letras te fazem delirar. Mas ele disse1: N n < >
deliro, ó potentíssimo Festo; antes digo palnvrn.s « Ir
verdade e de um são juizo. Porque o rei, i l i a n u - de
quem falo com ousadia, sabe estas coisas, pois mm rn-iii
— 201 —
— 202
Lição 37
A VIAGEM A ROMA
PAULO ADVERTE
— 204 —
grande mastro, em cuja cabeça passavam enormes cor.
das e uma grande vela. Era dirigido por dois limões.
Estando facilmente sujeito a fazer água, corria o peri-
go de adernar, apesar das cordas para amarrar o casco,
quando este se enfraquecia pelas tempestades. Na proa
estava pintado um olho, como que para procurar a
direção e vigiar contra perigos. Seus ornamentos eram
figuras de divindades pagãs, a quem os marinheiros
idólatras e supersticiosos procuravam para pedir
proteção".
Na opinião de Paulo, seria perigoso tentar cruzar o
Mediterrâneo em tal barco, e ele sabia por inspiração
do Senhor que, se os marinheiros tentassem fazê-lo.
encontrariam o desastre.
Havia duzentas e setenta e seis pessoas a bordo
quando levantaram âncoras em Bons Portos e, conti-
nuaram sua viagem. O bom tempo e o vento favorável
prometiam uma viagem bem sucedida e segura; e sem
dúvida os marinheiros riam-se de Paulo por seus
temores.
Inicia-se a Tempestade. —Mas, de repente, tudo se
modificou. Um forte vento descendo das montanhas
pela praia, abateu-se sobre o navio e o fazia andar à
roda. Os marinheiros eram incapazes de controlá-lo e o
leme se desgovernou. Atraz do navio havia um pequeno
barco, que eles agora puxavam a bordo para q u e
quando o navio estivesse ameaçado de se despedaçar,
eles o amarrassem com cordas para que, não se e s f a -
celasse e não fizesse água.
Mas, não obstante todos os seus esforços, o ba rco
começou a vazar e a ser levado para alto mar. Foi e n tão
que começaram a aliviar o barco. Mas ainda o veiu to
tempestuoso açoitava o navio e a chuva a lia li» - s c contra
ele e o perigo de afundamento era i m i i i c n l o
aumentava sempre. As horas se prolongai a i n p n n dias
e os passageiros e marinheiros esfomeados c n i i i i
nhavam aterrorizados dia e noite. No loivoiro din. n-
— 205 —
lata Lucas, "lançamos ao mar a armação do navio,
com as nossas próprias mãos", donde concluimos que
o navio estava fazendo tanta água, que mesmo os
passageiros auxiliavam a jogar para fora tudo o que
podia ser dispensado.
"E não aparecendo, havia muitos dias, nem sol
nem estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena
tempestade, fugiu-nos toda a esperança de nos
salvarmos". Mesmo Lucas, parece, perdeu a coragem,
e estava a ponto de desistir.
Ttodos em desespero, com exceção de um. — Sem
alimentação regular, pois o que tinham estava prova-
velmente estragado, ensopados e gelados, o desespero
se apossou de todo o grupo. Mas havia uma exceção
•— (Paulo. Enquanto os outros estavam perdendo a es-
perança, empenhou-se em oração. Nem a falta de con-
forto e nem o perigo, nem a oposição aos seus conse-
lhos, nem tudo isto junto poderia perturbar sua calma
que tanto diferia do temor e da angústia que havia ao
seu lado. Havia um grande contraste entre o inseguro
navio e a sua firmeza; estava na escuridão mas a luz
divina subsistia nele. Ele distinguia entre a fraqueza
física e a força espiritual, entre os gritos desesperados
ao seu redor e a paz interior, entre os olhos pintados
na proa do navio e o olho que tudo via e que estava
com ele, entre as imagens ornamentais de deuses fal-
sos e impotentes e o governador de todas as coisas.
Em meio a este desespero e escuridão, Paulo le-
vantou-se e disse: "Fora na verdade razoável, varões,
ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim
evitariam este incómodo e esta perdição. Mas agora
vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque não se
perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o
navio. Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de
quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo:
"Paulo, não temas: importa que sejas apresentado a
César e eis que Deus te deu todos quantos navegam
contigo.
— 206 —
— 209 —
LIÇÃO 38
O MUNDO ENRIQUECIDO POR UM PRISIONEIRO
ACORRENTADO
"O Sangue dos mártires é a semente da
Igreja."
/
—x. x. x. x—
Antecipação versas Realização. — Alguns meninos da
escola reuniram-se um dia para discutir a questão: A
Antecipação dá mais prazer que a realização". Um do
lado dos que tentavam provar que a Antecipação dá
mais prazer, referiu-se a todas as experiências de um
menino no Natal, dizendo que o dia antes do Natal que é
a véspera de Natal, sempre dá maior satisfação que o
próprio Natal — "Assim que o menino recebe seus
presentes, começa a lamentar-se que o Natal não seja
amanhã".
O menino expressou em seus modos simples, mais
ou menos o mesmo pensamento contido nesta sentença
de Emerson: "O homem olha para a frente com sorri-
sos, mas para traz com suspiros" ou, como outro autor
o descreve "O que esperamos é sempre melhor do que o
que gozamos".
Nem sempre é assim na vida; mas certamente deve
ter sido isto o que aconteceu com Paulo e sua esperada
visita a Roma. Durante muitos anos ele havia
aguardado com prazer a ocasião em que pregaria o
Evangelho na famosa capital do grande Império Ro-
mano. Mas agora, ao aproximar-se da realização de
210 —
— 211 —
— 214 —
Degolado. — Foi logo depois do incêndio de Roma
por este perverso imperador, que Paulo, o mais
enérgico de todos os missionários, após 30 anos de cons-
tante serviço no ministério, foi degolado. Um pouco
antes de sobrevir a morte, ele escreveu a Timóteo estas
belas e patéticas palavras: "Porque eu já estou sendo
oferecido por aspersão de sacrifício e o tempo da minha
partida está próximo. Combati o bom combate, acabei
a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça
me está guardada a qual o Senhor, justo juiz, me dará
naquele dia; e não somente a mini. mas também a todos
os que amarem a sua vinda".
Ao inclinar sua cabeça para receber o golpe fatal,
sabemos que poderia ter dito em toda verdade: "Sinto
minha imortalidade sobrepujar todas as dores, todas
as lágrimas, todo o tempo, todos os temores e
penetrar, como os eternos trovões das profundezas, nos
meus ouvidos esta verdade — tu vives para sempre!"
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