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No âmbito da ONU, o conselho de direitos humanos manifestou sua grave preocupação pelos
atos de violência e discriminação, em todas as regiões do mundo, que se cometem contra as
pessoas por sua orientação sexual. “78
Pág. 23.
O relator especial das nações unidas sobre a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,
desumanas ou degradantes assinalou que “a discriminação por razões de orientação ou
identidades sexuais pode contribuir muitas vezes para desumanizar a vítima, o que com
frequência é uma condição necessária para que aconteçam a tortura e os maus tratos “87
Pág. 24.
As pessoas LGBTI também sofrem de discriminação oficial, na “forma de leis e políticas estatais
que tipificam penalmente a homossexualidade, as proíbem certa forma de emprego e as
negam acesso a benefícios, como de discriminação extraoficial, na forma de estigma social,
exclusão e preconceitos, inclusive no trabalho, a escola, e as instituições de cuidado com a
saúde “93
Pág. 26
A discriminação fica ainda mais exacerbada por outros fatores tais quais o sexo, a origem
étnica, a idade, a religião, assim como fatores socioeconômicos como a pobreza e o conflito
armado”104
Pág. 27.
Na Argentina, desde 2005 existe um plano nacional contra a discriminação que conta com
componente relativo a pessoas LGBTI ”114
Pág. 28
A Costa Rica, em 2015 adotou a “Política do poder executivo para erradicar de suas instituições
a discriminação contra a população LGBTI”
CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO
Pág. 30
O trabalho interpretativo que o tribunal deve cumprir em exercício de sua função consultiva
difere de sua competência contenciosa em que não existem partes envoltas no procedimento
consultivo nem um litígio a ser resolvido. O propósito central da função consultiva é obter uma
interpretação judicial sobre uma ou várias disposições da convenção ou de outros tratados
concernentes à proteção dos direitos humanos nos estados americanos”125
Pág. 31.
Os tratados de direitos humanos são instrumentos vivos, cuja interpretação tem que
acompanhar a evolução dos tempos e as condições de vida atuais “136
Pág. 32
Pág. 32.
33.
A convenção americana, assim como o pacto internacional de direitos civis e políticos, não
contém uma definição explícita do conceito de discriminação. Pode-se definir discriminação
como “toda distinção, exclusão , restrição ou preferência que se baseie em determinados
motivos, como a raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra índole, a origem
nacional ou social, a propriedade, o nascimento ou qualquer outra condição social, e que
tenham por objeto ou por resultado anular ou menosprezar o reconhecimento, gozo ou
exercício, em condições de igualdade, dos direitos humanos e liberdades fundamentais de
todas as pessoas.” 150
35.
Nem toda diferença de tratamento será reputada discriminatória, mas apenas aquelas que se
baseiem em critérios que não possam ser racionalmente apreciados como objetivos e
razoáveis “158
41.
46.
Certamente o nome, por exemplo, é parte do direito à identidade, mas não seu único
componente. “217
Frente à identidade sexual, este Tribunal estabeleceu que a vida afetiva com o cônjuge ou
companheira permanente, dentro da que se encontram, logicamente, as relações sexuais, é
um dos aspectos principais desse âmbito ou círculo da intimidade “223 no qual também influi
a orientação sexual da pessoa, a qual dependerá de como esta se auto identifique “224
47.
A identidade de gênero foi definida nesta opinião como a vivência interna e individual do
gênero tal como cada pessoa a sente, a qual poderia corresponder ou não com o sexo assinado
no momento do nascimento. O anterior, considera também a vivencia pessoal do corpo e
outras expressões de gênero, como o são a vestimenta, a forma de falar e os modos. O
reconhecimento da identidade de gênero se encontra ligado necessariamente com a ideia
segundo a qual o sexo e o gênero devem ser percebidos como parte de uma construção
identitária que é resultado da decisão livre e autônoma de cada pessoa, sem que deva estar
sujeita a sua genitalidade. “225
49.
O direito à identidade tem sido reconhecido pelo tribunal como um direito protegido pela
convenção americana (par.90)
O direito à identidade compreende, por sua vez, outros direitos, de acordo com as pessoas e
as circunstâncias de cada caso, o que se encontra estreitamente relacionado com a dignidade
humana, com o direito à vida e com o princípio de autonomia da pessoa (arts. 7 e 11 da
convenção) (par 90)
50.
54.
A resposta para a primeira pergunta feita pela costa rica sobre a proteção que dão os artigos
11.2, 18 e 24 em relação ao artigo 1.1 da convenção ao reconhecimento da identidade de
gênero é o seguinte:
55.
58.
Os procedimentos devem estar baseados unicamente no consentimento livre e informado do
solicitante sem que se exijam requisitos como as certificações médicas ou psicológicas ou otras
que possam resultar irrazoáveis ou patologizantes.
59.
60.
62.
65.
A carga imposta a uma pessoa de provar a necessidade médica de tratamento, incluída uma
intervenção cirúrgica irreversível, em uma das zonas mais íntimas da vida privada, parece
desproporcionado e violatório do direito à vida privada contido no artigo 8 da Convenção “310
69.
Dado que a corte nota que os trâmites de natureza materialmente administrativos ou notariais
são os que melhor se ajustam e adequam a estes requisitos, os Estados podem prover
paralelamente uma via administrativa, que possibilite a eleição da pessoa.
79.
86.
Os Estados devem garantir o acesso a todas as figuras já existentes nos ordenamentos jurídicos
internos, para assegurar a proteção de todos os direitos das famílias formadas por casais do
mesmo sexo, sem discriminação com respeito às que estão constituídas por casais
heterossexuais. Para eles, poderia ser necessário que os Estados modifiquem as figuras
existentes, através de medidas legislativas, judiciais ou administrativas, para ampliá-las aos
casais constituídos por pessoas do mesmo sexo. Os Estados que tivessem dificuldades
institucionais para adequar as figuras existentes, transitoriamente, e em tanto de boa-fé
impulsionem essas reformas, tem da mesma maneira o dever de garantir aos casais
constituídos por pessoas do mesmo sexo, igualdade e paridade de direitos a respeito dos de
sexo distinto, sem discriminação alguma.