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MAC & WI - ASSESSORIA E CONSULTORIA

JURÍDICA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO


DO ___ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO DO
ESTADO DE SERGIPE

IVANILDA SOARES BRITO, brasileira, casada, autônoma,


portadora do CPF nº 228.667.524-49 e do RG nº 937.124 SSP/AL,
residente e domiciliada na Rua 17 B, nº 149, Loja 03, Conjunto João
Alves Filho, Nossa Senhora do Socorro/SE, CEP: 49160-000 por
intermédio da sua advogada devidamente constituída, consoante
instrumento procuratório em anexo, vem, mui respeitosamente ante
Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, instituição


financeira, sob a forma de Empresa Pública (agência 3532), dotada de
personalidade jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº
00.360.305/0001-04, com endereço no Calçadão da João Pessoa, nº
357, 3º andar, Bairro Centro, CEP: 49.010-130, Aracaju/SE, pelos
motivos fáticos e de direito a seguir delineados:

Avenida I, nº 275, 1º Andar - Conjunto João Alves Filho.


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PRELIMINARMENTE
Requer em sede preliminar, a assistência judiciária gratuita, haja
vista declarar-se pobre na forma da Lei, não possuindo condições de
arcar com despesas processuais, sem prejuízo do seu próprio sustento.

Em sendo a relação ora estabelecida, notadamente, regida pelo Código


de Defesa do Consumidor, requer, ainda a concessão da inversão do
ônus da prova em favor da autora, por ser de direito.

DOS FATOS

No dia 01/04/2013, a autora dirigiu-se a Caixa Econômica Federal,


situada na Avenida Principal, nº 815, Conjunto João Alves Filho, Nossa
Senhora do Socorro/SE, no intuito de fazer um depósito na conta
poupança de titularidade da Senhora GLAUCE MARA BASTOS DA
SILVA, de nº 001183.20-2, agência 1611, no valor de R$ 300,00
(trezentos reais), conforme se atesta através de comprovante em
anexo.

Ao chegar à supradita agência, a autora, por volta das 12h15min horas


da tarde, pegou a SENHA DE ATENDIMENTO, conforme comprovante
em anexo.

Ressalte-se que, a requerente esperou por todo o período de


atendimento em pé, tendo em vista que a insuficiência de bancos
disponibilizados pela requerida aos seus clientes era, sem dúvida
alguma, notória e evidente.

Assim sendo, para efetivar o respectivo depósito, a autora


SOMENTE foi atendida às 13h53min horas, ou seja, após 1h e
38min do horário de chegada, mencionando, oportunamente, que a
espera foi realizada de forma completamente desgastante, pelos
motivos citados acima, conforme se comprova pelos comprovantes
de atendimento junto aos autos.

Oportunamente, é imprescindível ressaltar o fato de que, na


agência supra o número de caixas/atendentes disponíveis, no dia
em questão, era considerada escassa e insuficiente, levando-se em
consideração a grande quantidade de clientes existentes, ou seja,
para atender à população consumerista, o banco disponibilizou,
apenas, 03 (três) caixas, sendo que, 01 (um) era de atendimento
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exclusivo aos idosos, aos gestantes, as lactantes e as pessoas


acompanhadas por criança de colo, conforme reza a Lei
10.048/2000.

Logo, diante do acima exposto, estavam disponíveis na agência


bancária, apenas, 02 (caixas) a fim de atender à grande demanda do
Banco. E, isso é considerado como um extremo absurdo, tendo em vista
que, na atualidade, é completamente inadmissível que, de acordo com o
porte da empresa requerida, ainda existam pouquíssimos funcionários à
disposição de um Banco renomado, como é o caso da requerida. O que
de fato lamenta-se muito!

Neste toar, está, definitivamente, comprovado o descaso, pelo qual o


referido Banco vem oferecendo atendimento aos seus clientes,
consumidores de boa fé, quando o mesmo disponibiliza, apenas, 03
guichês de atendimento, sendo um destinado exclusivamente para
atendimento preferencial.

Torna-se necessário esclarecer que, a autora é autônoma, tendo como


comércio, a venda de vestuários, brinquedos e variedades, obtendo
desta prática, renda mensal destinada para sustento e estabilidade da
sua própria família, a qual repudia a maneira com que a requerida trata
as pessoas, como se fossem desocupadas, com todo tempo livre para
ficar o seu bel-prazer, o que causou total descontentamento, dissabor,
irritação, desconforto e fadiga sofrida pela cliente frustrada.

Em observância à legislação brasileira, as Câmaras Municipais, como é


o caso da nossa Capital, vem tentando disciplinar o atendimento ao
público pelas Instituições Bancárias, inclusive havendo por parte desde
segmento de mercado financeiro uma enorme resistência no
cumprimento das normas emanadas do Legislativo Municipal.

Respectiva situação não é diferente da enfrentada pela população de


Nossa Senhora do Socorro/SE, onde o atendimento disponibilizado pela
Rede Bancaria é, significativamente, deficitária, mormente nos bancos
públicos, onde a falta de funcionários se constitui em fator, inclusive de
reivindicação na pauta durante as greves.

Inobstante a requerida em informar algumas melhorias no atendimento


aos consumidores, sendo notório que o atendimento ainda continua
sendo prestado de forma desrespeitosa e descabido aos consumidores.

Para a requerente é precária e falha a prestação de serviços oferecidos


pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, face à falta de pessoal, com serviço
lento, longas filas, ambiente desconfortável e desgastante, ensejando
um tratamento vexatório ao cliente, cujos serviços bancários são
imprescindíveis nos dias atuais.
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Além de tudo isso, é relevante registrar que a empresa ré,


trata-se da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, Empresa
Pública Federal, que deveria ser modelo e exemplo de
atendimento ao consumidor, face ao relevante papel que
representa no Sistema Financeiro e Bancário Nacional,
inclusive como regulamentadora do aludido Sistema.

Por conseguinte, A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, também está


submetida ao Princípio da Eficiência de que trata o art. 37 da Carta
Política, não podendo buscar a justificativa de mau atendimento aos
seus clientes e ao público geral no volume de serviços e atividades que
lhe são cometidas.

No caso em epígrafe, está demonstrado que a autora permaneceu na


fila, aguardando atendimento, por 1 hora e 38 minutos, o que revela
menosprezo a cliente, gerando um sentimento de baixa estima, desgaste
físico e emocional, aborrecimentos, angústia, sensação de descaso e
irritação, o que enseja sofrimento psicológico e íntimo incomuns, o que
deve sujeitar a entidade financeira às sanções administrativas previstas
na lei municipal e a indenização pelos danos morais sofridos pelo
consumidor lesado pelo ato ilícito do fornecedor do serviço mal prestado
e ineficiente.

Devido a todos esses fatores expostos, bem como aos documentos


juntados nos autos, há a efetiva comprovação de que abusos e
ilegalidades com que a ré trata seus consumidores, é que faz jus ao
autor a indenização por danos morais, e assim se faz a partir da
proposição desta ação.

DO DIREITO

Em primeiro lugar, o Código de Defesa do Consumidor, por


determinação expressa, é aplicável ao serviço bancário que a entidade
requerida fornece que dispõe:

“Art. 3º: Fornecedor é toda pessoa física ou


jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação,

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distribuição ou comercialização de produtos ou


prestação de serviços (...)

§ “2º: Serviço é qualquer atividade fornecida no


mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.”.

A Lei da fila, conquanto sua boa intenção, não tem logrado o resultado
que a sociedade dela espera. Os problemas que fazem com que tal lei
tenha pouca efetividade, como se verá, são vários. O primeiro deles
parece residir nas sanções cominadas aos infratores. Reza o art. 3º da
lei nº 2.636/1998 em sua redação originária, in verbis:

Art. 3º. As sanções administrativas serão


aplicadas quando da reincidência de abusos ou
infrações, sendo:
I – Advertência quando da primeira infração ou
abuso;
II – Multa;
III – Suspensão do Alvará de Funcionamento por
06 (seis) meses;
IV – Cassação do Alvará de Funcionamento.

A primeira sanção, qual seja, a advertência, não tem conteúdo


patrimonial, servindo apenas como um pressuposto para a aplicação da
sanção pecuniária que vem em seguida. Essa, a seu turno, que se inicia
pelo valor de R$1.000,00 (mil reais) e chega a R$2.000,00 (dois mil
reais) na reincidência, não “assusta” os bancos, tendo em vista a sua
ínfima densidade econômica, comparada à capacidade patrimonial dos
infratores. Como exemplo, no Município do Rio de Janeiro, a sanção
pecuniária tem como limite mínimo R$10.000,00 (dez mil reais) e
máximo R$160.000,00 (cento e sessenta mil reais).

A sanção de Suspensão do Alvará de Funcionamento por seis meses é


grave, desarrazoada e desproporcional e, assim sendo, apesar de já ter
sido aplicada a seis agências bancárias da capital, tais sanções não se
tornaram efetivas, pois está pendente de recursos administrativos
perante a segunda instância, qual seja, Conselho Municipal de
Contribuintes. A Cassação do Alvará de Funcionamento, medida
extremada, não mais existe, haja vista que foi expressamente revogada
pela lei 3.441/2007.

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Noutro giro, segundo a doutrina, conforme Eduardo C. B. Bittar (2010,


p.31), referente às condutas éticas, não destoa do pensamento acima
asseverado, quando assim se posiciona:

“(...) fala-se no bom governo da coisa pública


quando não somente de intenções se constrói o
espaço público. Diz-se quase a prática de
condução das políticas públicas é ética se se
realizaram atitudes positivas e reais em prol da
coisa pública. Também se fala em bom proceder
quando se constata não somente uma mínima
intenção de não lesar, mas sim um esforço
efetivo no sentido de conter toda e qualquer
conduta capaz de suscitar a mínima lesão ao
patrimônio espiritual, material, intelectual e
efetivo de outrem”.

Logo, considerando que o direito que as disposições da Lei Municipal


em vigor (Lei n.º 2.636/1998 e Decreto nº 1422/2007) visam proteger,
também foi objeto da preocupação do próprio Código de Defesa do
Consumidor, verifica-se que a requerida não escapa do dever de prestar
atendimento adequado ao consumidor. Esse é o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça quando da análise da matéria, senão
vejamos:

"BANCOS. SUJEIÇÃO AO REGIME DO CDC. O


CDC é aplicável a todas as operações
bancárias, sejam elas os contratos de
financiamento ou até mesmo os serviços
oferecidos pelas instituições financeiras a
seus clientes. O CDC incide sobre todas as
relações e contratos pactuados pelas
instituições financeiras e seus clientes e não
apenas na parte relativa à expedição de
talonários, fornecimento de extratos,
cobrança de contas, guarda de bens e outros
serviços afins. As relações existentes entre
os clientes e os bancos apresentam nítidos
contornos de uma relação de consumo".
(STJ–4ª. T.–Resp 213.825/RS–Rel. Min.
Barros Monteiro D. j. 22.08.2000) (grifo e
negrito nosso).

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Consolidando tal entendimento, de maneira a não mais surgir subsídios


para questionamentos quanto à aplicabilidade do CDC às instituições
financeiras, o STJ editou a Súmula n. 297, inverbis:

"O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições


financeiras".

Ora, é clara violação permitir que o consumidor permaneça à espera de


atendimento bancário por período superior à 1 (uma) hora, visto que, a
uma, o mesmo terá de ter se afastado de suas tarefas laborativas e,
pois, deixado de auferir a remuneração respectiva; a duas, desola o
consumidor constatar o desprezo impune que lhe dedicam a instituição
requerida quanto a seus mais básicos direitos, ainda que disponham de
meios materiais suficientes para respeitá-los, mantendo, pelo menos,
número suficiente de funcionários no setor de caixa, para uma eficaz
prestação de serviço.

Como se vê, sem que a requerida manifeste qualquer preocupação em


adequar à prestação do serviço bancário ao respeito ao direito do
consumidor, violam-na todas as disciplinas legais acerca do assunto,
como se ao poder econômico que detém nada nem ninguém pudesse se
opor.

Se assim é, pergunta-se: a confiança que tem o consumidor de ser


atendido no tempo legal; a boa-fé objetiva, que é princípio
estampado no Código Civil Brasileiro; as regras protetivas
estabelecidas no Código de Defesa do Consumidor no que se refere
a produtos e serviços fornecidos de forma inadequada; e os deveres
anexos nas relações contratuais etc., nada disso os bancos que
lesam a legítima expectativa dos consumidores têm que obedecer?
A Lei nº 2.636/98 somente se aplica na esfera administrativa? O
consumidor que não acredita na eficiência da administração
pública (até porque sabe que as sanções administrativa não têm o
condão de coibir as atitudes dos bancos em desrespeitar a Lei)
nunca terão o socorro do poder judiciário?

Se assim for, somente vão restar aos consumidores, o profundo lamento


e o descrédito nas instituições públicas. Agindo assim, a Lei em tela não
sairá da mínima efetividade.

No entanto, ao Poder Judiciário cabe resolver, com o status de


definitividade, os conflitos sociais. Qualquer lesão ou ameaça a
direito faculta ao lesado ou ameaçado de lesão socorrer-se do Poder
Judiciário e o acesso à justiça não pode ser confundido com o
acesso ao Poder Judiciário, tendo em vista que o sistema deve
propiciar ao cidadão o acesso a uma ordem jurídica justa.
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DO DANO MORAL

Sobre danos morais bem apropriados são os escólios de CLAYTON


REIS (Avaliação do Dano Moral, 1998, ed. Forense), extraídos, senão
vejamos:

(...) lesão que atinge valores físicos e espirituais,


a honra, nossas ideologias, a paz íntima, a vida
nos seus múltiplos aspectos, a personalidade da
pessoa, enfim, aquela que afeta de forma
profunda não os bens patrimoniais, mas que
causa fissuras no âmago do ser, perturbando-lhe
a paz de que todos nós necessitamos para nos
conduzir de forma equilibrada nos tortuosos
caminhos da existência.

Não é demais mencionar que a obrigatoriedade de reparar o dano moral


está consagrada na Constituição Federal, precisamente em seu art. 5º,
inciso V e X do mesmo diploma legal, respectivamente, senão vejamos:

"assegurado o direito de resposta,


proporcionalmente ao agravo, além de
indenização por dano material, moral ou à
imagem".

“são invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação”.

A jurisprudência dos Tribunais é dominante no sentido do


dever de reparação por dano moral, em especial neste caso de
aborrecimento suportado pelo consumidor:

“INDENIZATÓRIA. ESPERA DEMASIADA EM FILA


DE BANCO. VIOLAÇÃO À DIGNIDADE PESSOAL
DO USUÁRIO. DANO MORAL CONFIGURADO.
FUNÇÃO DISSUASÓRIA DO SANCIONAMENTO.
Recurso provido. Maioria. (Recurso Cível Nº
71001564434, Terceira Turma Recursal Cível,
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Turmas Recursais, Relator: João Pedro Cavalli


Junior, Julgado em 22/07/2008)”.

Assim, cabe ao Judiciário atuar para que a legislação vigente seja


cumprida, independente do poderio econômico que a requerida detém,
evitando o desconforto das intermináveis esperas, em pé, em longas
filas e, consequentemente, a exposição da saúde e, talvez, da própria
vida dos consumidores aos graves riscos que poderão surgir.

A falta do cumprimento dos aludidos dispositivos legais, pela requerida,


com a formação de longas filas de usuários, em pé, à espera de
atendimento, da qual resulta uma má prestação de serviço, apesar de
terem tido tempo suficiente para cumpri-los, pois a Resolução n.
2.878, do BACEN, entrou em vigor em 2.000 e Código de Defesa do
Consumidor, em 1990, tem gerado o total descrédito, angústia,
indignação, aborrecimento, intranquilidade, perda de tempo, revolta,
ansiedade e desprezo nos consumidores, pois está vendo seu dia
passar, seus compromissos pendentes e tantas outras coisas para fazer,
enquanto permanecem "presos" a uma fila de banco.

Nota-se, desta forma, total descaso e desatenção da requerida para com


os consumidores, tanto daqueles que chegaram a utilizar o serviço
bancário, como de qualquer outro com potencialidade para utiliza-lo,
em total ofensa aos DIREITOS DA PERSONALIDADE e,
consequentemente, à DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, além de estar
contrapondo-se aos ditames do princípio da BOA-FÉ OBJETIVA, quais
sejam: LEALDADE +CONFIANÇA e do EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES
DE CONSUMO, o que acarreta o Dano Moral.

Verifica-se, pois, que o precário serviço de atendimento no caixa


prestado pela requerida, além de, muito frequentemente, ter a origem
na falta de pessoal suficiente designado para prestá-lo,
indubitavelmente, dá mostras de que valores que toda a sociedade
esperava fossem respeitados, tais como a defesa dos direitos do
consumidor, em verdade, foram esquecidos, pois, de outro lado, é
notório que a requerida têm tido os mais expressivos marcos de
crescimento econômico do País, sem que a crise que o assola venha
também a atingi-las antes, parece instigar a expansão do lucro.

Enquanto, os CONSUMIDORES se deparam, numa drástica situação,


pois têm que se SUBMETER ÀS LONGAS FILAS, EM PÉ, NAS
REFERIDAS AGÊNCIAS, DEVIDO À FALTA DE MAIS FUNCIONÁRIOS

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PARA DESEMPENHAR TAIS FUNÇÕES, vê-se, de outro lado, a


crescente expansão econômica da respectiva instituição bancária.

Essa espera, em pé, em uma fila bancária, é fato inadmissível e


inaceitável na sociedade moderna. Em pleno horário comercial de um
dia útil, é lógico presumir-se que as pessoas possuem muitos
compromissos e obrigações a cumprir, não sendo tolerável que
permaneçam mais de 1 hora em uma fila bancária; nos dias de hoje.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Na aferição do quantum indenizatório, CLAYTON REIS (Avaliação do
Dano Moral, 1998, Forense), em suas conclusões, assevera que deve ser
levado em conta o grau de compreensão as pessoas sobre os seus
direitos e obrigações, pois "quanto maior, maior será a sua
responsabilidade no cometimento de atos lícitos e, por dedução lógica,
maior será o grau de apenamento quando ele romper com o equilíbrio
necessário na condução de sua vida social".

Isso leva à conclusão de que diante do dano suportado pelo autor, o


gravame produzido à honra deste e, considerando que este sempre agiu
honesta, mister se faz que o quantum indenizatório corresponda a uma
cifra cujo montante seja capaz de trazer a devida penalidade à
Requerida, e de persuadi-la a nunca mais deixar que ocorram
tamanhos desmandos contra as pessoas. É de bom alvitre suscitar,
ainda, que a importância da indenização vai além do caso concreto,
posto que a sentença tenha alcance muito elevado, na medida em que
traz consequências ao direito e toda sociedade.

O Ministro Oscar Correa, em acórdão do STF (RTJ108/287), ao falar


sobre dano moral, bem salientou que:

“não se trata de pecúnia doloris, ou pretium


doloris, que se não pode avaliar e pagar; mas
satisfação de ordem moral, que não ressarce
prejuízo e danos e abalos e tribulações
irreversíveis, mas representa a consagração e o
reconhecimento pelo direito, do valor da
importância desse bem, que é a consideração
moral, que se deve proteger tanto quanto, senão
mais do que os bens materiais e interesses que a
lei protege.”
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Disso resulta que a toda injusta ofensa à moral deve existir a devida
reparação. Resta a Vossa Excelência calcular o quantum indenizatório,
levando-se em consideração tudo aquilo que foi exposto.

DOS PEDIDOS

Dado todo o exposto, requer:

PRELIMINARMENTE:

1. A concessão do benefício da Justiça Gratuita, vez que a autora não


possui meios para arcar com as custas do processo, sem prejuízo de
seu sustento e de sua família, nos termos do artigo 4º e seguintes da
Lei 1060/50;

2. A aplicação da inversão do ônus probatório, com base no Código de


Defesa do Consumidor.

DO MÉRITO

3. Seja citada a EMPRESA RÉ, para querendo, contestar a presente, sob


pena de sofrer as consequências da revelia e confissão;

4. A condenação da requerida ao pagamento de INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS, estes arbitrados por este Juízo, considerando o
caráter de sansão e satisfação relativos aos fatos e razões de direito
aqui expostos, mormente pelas consequências da sua negligência,
abalando sobremaneira o emocional da requerente, causando-lhe dor
e sensação de desrespeito, frustração e fracasso, diante da sua conduta.

5. Finalmente, seja a pretensão autoral julgada PROCEDENTE,


condenando à requerida ao pagamento da indenização requerida, bem
como ao pagamento das custas processuais, honorários advocatícios,
estes arbitrados em percentual determinado por este Juízo, sobre o
valor da condenação, e demais cominações legais.

Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitido,


principalmente, por provas documentais e depoimento pessoal das
partes.

Dá a causa o valor da causa de R$ 678,00 (seiscentos e setenta e


oito reais).

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Termos em que,
Pede e Espera deferimento.

Nossa Senhora do Socorro/SE, 02 de maio 2013.

BELA. MARTA ALMEIDA SANTOS


OAB/SE 2.914

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