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9

Edições da-ABM

1 a - 1959
2 a - 1965
3 a - 1971
4 a - 1977
1 9 7 9 (2- i m p r e s s ã o )
1981 (3-impressão)
5 a - 1982
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1987 ( 3 impressão)
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6 a - 1988
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Ficha Catalográfica / Cataioguing Card

Chiaveririi, Vicente
Aços e Ferros Fundidos : características gerais, tratamentos térmicas,
principais tipos / Vicente Chiaverini. — 7.ed.ampl e rev. — São Paulo,
Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2005.

Bibliografia.
À minha esposa e aos meus filhos
1 .Aço 2. Ferro Fundido 3. Ferro Fundido - Metalurgia I. Titulo

CDD - 669.1

índices para catálogo sistemático:

1. A ç o : Metalurgia: Tecnologia 669.1


2. Ferro Fundido : Metalurgia: Tecnologia 669.1

Proibida reprodução, m e s m o parcial a por qualquer processa, sem autorização


expressa d a A s s o c i a ç ã o Brasileira de Metalurgia e Materiais - A B M

Direitos autorais desta edição r e s e r v a d o s à

Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais


R u a Antonio Comparato, 2 1 8 - Campo Belo - 0 4 6 0 5 - 0 3 0 São Paulo - SP
Tel. 55 (11) 5 5 3 6 4 3 3 3 - Fax: 55 (11) 5 0 4 4 - 4 2 7 3

ASSOCA
I ÇÃO JRAS1UIM
5h#

I m p r e s s o no B r a s i l
2005

ISBN 83-36778-48-6

9 7B85fió 778483
li
VICENTE.CHIAVERINI
E n g e n h e i r o Civil e M e t a l u r g i s t a ; S ó c i o H o n o r á r i o d a A B M ;
Professor Titular da Escola Politécnica d a
Universidade de São Paulo

#
m

OS E FERROS FUNDI!
CARACTERÍSTICAS GERAIS
m TRATAMENTOS TÉRMICOS
PRINCIPAIS TIPOS

AGRADECIMENTOS 669.1 C532a 7.ed.-1996


m m Autor: Chiaverini, Vicente, 1914-
T í t u l o : A ç o s e ferros f u n d i d o s : carac
m m , A Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais - ABM 380975

31: :
agradece o importante apoio cultural, oferecido pelas empresas Ex.l CAR
«887

A r m c o do Brasil S.A, Companhia Siderúrgica de Tubarão e


Usiminas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A,
que viabilizaram a edição desta obra. 7 a Edição
a m p l i a d a e revista

lises
m ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE METALURGIA

m ABM 1 MATERIAIS

** •
W: "

P r o d u ç ã o Gráfica:
Estúdio Jl de Artes Gráficas S/C Ltda
SÃO PAULO
Rua Camanducaia, 100 - C a m p o Belo
Tel.: (011) 530-5589/530-2953/530-7321 - São Paulo - SP 2005
1 3 edição e m "Geologia e Metalurgia" n a 11,1955

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1 a - 1959
2 a - 1965
3 a - 1971
4 a - 1977
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1998 (2 a impressão)
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Ficha Catalográfica / Cataloguing Card

Chiaveririi, Vicente
Aços e Ferros Fundidos : características gerais, tratamentos térmicos,
principais tipos / Vicente Chiaverini. — 7.ed.ampl e rev. — São Paulo,
Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2005.

Bibliografia.
À minha esposa e aos meus filhos
1. Aço 2. Ferro Fundido 3. Ferro Fundido - Metalurgia I.Titulo

CDO-669.1

índices para catálogo sistemático:

1. Aço : Metalurgia: Tecnologia 669.1


2. Farra Fundido : Metalurgia: Tecnologia 669.1

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expressa da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais - ABM

Direitos autorais desta edição reservados à

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Tel. 55 (11) 5 5 3 6 4 3 3 3 - Fax: 55 (11) 5 0 4 4 - 4 2 7 3

I «sacudia WASiiaiA
Di HETA138GIA
ABM 1 M AT E i I A 1 5

I m p r e s s o no B r a s i l
20.05

ISBN 85-a6778-4a-6
Aços E FERROS FUNDIDOS

ÍNDICE

PREFÁCIO DA P R I M E I R A EDIÇÃO 15

PREFÁCIO DA S É T I M A EDIÇÃO 17

INTRODUÇÃO : 19

I - D E F I N I Ç Õ E S , D I A G R A M A DE E Q U I L Í B R I O F E R R O - C A R B O N O . EFEITO DOS
ELEMENTOS D E L I G A S O B R E A S LINHAS DETRANSFORMAÇÃO 21
1. Definições 22
2. A l o t r o p i a d o ferro puro 22
3. D i a g r a m a d e equilíbrio Fe-C 23
3 . 1 . Transformações que ocorrem entre 0 e 2,11 % de carbono 26
3.2. A l g u n s aspectos do f e n ó m e n o de solidificação dos aços 30
4. Propriedades dos constituintes do aço e s u a influência sobre os característicos
m e c â n i c o s destes 32
5. Efeito d o esfriamento e do a q u e c i m e n t o sobre a posição das linhas de
transformação 35
6. Efeito d o s elementos de liga sobre o diagrama de equilíbrio Fe-C 36

II - E F E I T O D A V E L O C I D A D E DE E S F R I A M E N T O S O B R E A T R A N S F O R M A Ç Ã O DA
AUSTENITA. DIAGRAMA'TRANSFORMAÇÃO-TEMPO-TEMPERATURA" . 41
1. Efeito d a velocidade de esfriamento sobre a transformação d a austenita 42
2. T r a n s f o r m a ç ã o isotérmica. C u r v a T T T ou e m C (também c h a m a d a em S) 42
3. Constituintes resultantes da transformação d a austenita e s e u s característicos 46
4. C u r v a s T T T p a r a a ç o s h i p o e u t e t ó i d e s e h i p e r e u t e t ó i d e s 47
5. T r a n s f o r m a ç ã o em resfriamento contínuo 47
6. Efeito d a secção da peça 51

III - F A T O R E S Q U E AFETAM A P O S I Ç Ã O DAS CURVAS DO D I A G R A M A TTT.


ENDURECIBILIDADE OUTEMPERABILIDADE 53
1 . Fatores que influem na posição d a s curvas T T T 54
2. Austenita retida ou residual 59
3. Endurecibilidade ou temperabilidade 63
4. Avaliação d a temperabilidade 64
5. M e d i d a d a temperabilidade 65
5 . 1 . Método de Grossmann 65
5.2. Método de Jominy i 67
6. Fatores que afetam a temperabilidade 70
7. Importância prática da temperabilidade. Faixas de temperabilidade 72"
8. Novo m é t o d o d e traçado de curvas de resfriamento 77

IV - T R A T A M E N T O T É R M I C O DOS A Ç O S : R E C O Z I M E N T O , N O R M A L I Z A Ç Ã O ,
T Ê M P E R A E REVENIDO; COALESCIMENTO 81
1. introdução 82
2. Fatores de influência nos tratamentos térmicos 82
2 . 1 . Aquecimento 83
2iTempodepermanênciaàtemperaturadeaquecimento 83
2.3. Resfriamento 83
2.4. A t m o s f e r a do forno 86
3. Recozimento 87
3 . 1 . Recozimento total ou pleno 87
3.2. Recozimento isotérmico o u cíclico : 91
3.3. Recozimento para alívio de tensões ou sub-critico 93
3.4. Esferoidização 93
3.5. Recozimento em caixa 96

7
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços E FERROS FUNDIDOS

K - A Ç O S - C A R B O N O E A Ç O S - L I G A . C L A S S I F I C A Ç Ã O E P R O P R I E D A D E S M E C Â N I C A S .... 175
4. Normalização - *
1 . S i s t e m a de classificação dos a ç o s 176
5. T ê m p e r a - ?j
2. Inclusões não-metálicas 177
6. Revenido —- 1 0 3

3. Propriedades_mecânicasdosaços-carbono 182
6 . 1 . Fragilidade de revenido 106
4. Importância e limitações dos a ç o s - c a r b o n o 185
6.2. Transformação da austenita retida - 107
5. Aços-liga; efeitos dos elementos d e liga; propriedades m e c â n i c a s 187
7. Coalescimento 108
5 . 1 . Tendência d a distribuição d o s elementos de liga nos a ç o s recozidos 188
V - AUSTÊMPERA, MARTÊMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMICOS „ 109 5.2. Efeito dos elementos d e liga s o b r e a ferrita 188
1. Introdução — 110 5.3. Efeito dos elementos de liga nos carbonetos 188
5.4. Efeito d o s elementos de liga n a forma de inclusões não-metálicas 189
2. Austêmpera 110
5.5. Efeito dos elementos d e liga n a forma de compostos intermetálicos 190
3. Martêmpera - 114
4. Patenteamento 115 5.6. Efeito dos elementos de liga n a f o r m a de partículas metálicas dispersas 190
5. Endurecimento por precipitação : 115 6. Efeito d o s elementos de liga n a f o r m a ç ã o d a austenita e na s u a transformação 190
7. Efeito d o s elementos de liga n a f a i x a de temperaturas de f o r m a ç ã o da martensita 191
VI-TÊMPERASUPERFICIAL . 117 8. Efeito d o s elementos de liga no revenido 192
1. Introdução 118 9. Recapitulação dos efeitos dos e l e m e n t o s de liga nos aços 192
2. T ê m p e r a por chama - 120 10. Classificação dos aços-carbono e d o s aços-liga 200
3. T ê m p e r a por indução : 122 1 0 . 1 . Classificação de acordo c o m a composição química 200
10.2. Classificação de acordo c o m a estrutura 201
4. T ê m p e r a p o r l a s e r 126
10.3. Classificação de acordo c o m a aplicação 201
5. T ê m p e r a porfeixe eletrõnico 126
.6. Revenido dos aços temperados superficialmente 126
7. A ç o s recomendados na t ê m p e r a superficial 127 X - A Ç O S PARA F U N D I Ç Ã O 203
1. Introdução ; 204
8. Conclusões 127
2. C o n s i d e r a ç õ e s a respeito d o projeto 204
2 . 1 . F o r m a d a peça 204
VII - T R A T A M E M T O S T E R M O - Q U Í M I C O S 129
2.2. E s c o l h a das espessuras d a s paredes 205
1. Definições .'. 130
.2.3. E s p e s s u r a s de membros e nervuras 205
2. Cementação 130
2.4. Prevenção de defeitos c a u s a d o s pela contração 205
2 . 1 . Considerações gerais s o b r e a cementação 132
2.5. Condições de vazamento e m o l d a g e m 206
2.2. Cementação a alta t e m p e r a t u r a •. 132
3. Tipos d e aço para fundição 206
2.3. Reações fundamentais d a cementação 133
3 . 1 . Aços-carbono para fundição 207
2.4. Processos de c e m e n t a ç ã o 134
3.2. Aços-liga para fundição 211
2 . 4 . 1 . Cementação s ó l i d a o u e m caixa 134
3.3. Aços-ligas para fundição c o m mais de um elemento de liga 213
2.4.2. Cementação a g á s 137
4. T r a t a m e n t o térmico das aços p a r a fundição 214
2.4.3. Cementação líquida 140 5. Soldabilidade dos aças para fundição 215
2.5. Cementação sob vácuo 142
2.6. Cementação a i o n p l a s m a 142 XI - A Ç O S E S T R U T U R A I S 217
2.7. Tratamentos térmicos d a cementação 143 1. Introdução 218
3. Nitretação 144 2. A ç o s - c a r b o n o para estruturas 218
3.1. Nitretaçãoagás 144 3. A ç o s d e alta resistência e baixo teor e m ligas 220
3.2. Nitretação líquida o u e m b a n h o de sal .„ 147 3 . 1 . Tipos de aços de alta resistência e baixo teor em ligas 223
3.3. Nitretação liquida sob p r e s s ã o 150 3.2. Aplicações •' 232
3.4. lonitretação ou plasmanitretação 150 4. Conclusões 233
4. Cianetação 152
5. Carbonitretação : 153 XII - A Ç O S P A R A T R I L H O S 235
5 . 1 . Carbonitretação a p l a s m a - - 154
5 . 2 . Carbonitretação ferrítica 154 XIII - A Ç O S PARA P R O D U T O S P L A N O S 239
5.3. Sulfocarbonitretação g a s o s a 154 1. Introdução ; 240
6. Boreiação 155 2. Aços-carbono 240
3. Problemas de fabricação 246
VIII - P R Á T I C A D O S T R A T A M E N T O S T É R M I C O S 157 4. Propriedades das chapas de aço 246
1. Generalidades _ — 158 5. Defeitos das chapas de aço 247
2. Equipamentos e acessórios 158 6. Tratamento das chapas .... 249
2 . 1 . Ferramentas e dispositivos manuais 158 7. C h a p a s e tiras de aço de baixo carbono modificado 249
2.2. F o m o s 158 8. Revestimentos de chapas de aço 250
2.3. Condições de aquecimento "rô4 9. Aços-liga para produtos planos '. 251
2.4. Avaliação da temperatura ~ 164 10. C h a p a s grossas de aço 252
2.5. Preservação d a superfície _ 165
3. A t m o s f e r a s controladas 165 XIV - A Ç O S P A R A T U B O S 253
3 . 1 . Potencial de carbono e s e u controle 168 1. Introdução 254
4. M e i o s de resfriamento 17-1 2. Tipos d e tubos e de aços para t u b o s 255
5. Defeitos e distorções durante o tratamento térmico 172
5 . 1 . Mudanças dimensionais 172 XV - A Ç O S P A R A B A R R A S , A R A M E S E F i O S 261
5.2. Falhas 173 1 . Introdução 262
6. S e g u r a n ç a 173 2. Barras '. 262
7. Conclusões 174 3. Fios e a r a m e s 263

9
A ç y E FERROS FUNDIDOS Aços E FERROS FUNDIDOS

& 4. T i p o s de arames; aços e t r a t a m e n t o s correspondentes 265 8.4. A ç o s semi-rápidos 338


8.5. A ç o s grafftícos 339
5. Aplicações
9. Aços-ferramenta para trabalho a frio 339
10. A ç o s p a r a trabalho a quente 346
XVI - A Ç O S P A R A MOLAS
. 1 . Introdução pz 11. A ç o s rápidos 351
11.1. Composiçãodosaçosrápidos 351
2. Fabricação e composição q u í m i c a
11.2. Propriedades dos aços rápidos 357
3. M o l a s helicoidais 276
11.3. Estrutura, curva de transformação isotérmica e t r a t a m e n t o s térmicos
4. Molas "semi-elípticas" 2 8 8

d o s aços rápidos 359


5. Conclusões - t ^
1 1 . 3 . 1 . Tratamento térmico dos aços rápidos 366
3

6. A ç o s alternativos para m o l a s
11.3.2. Tratamento subzero 368
2 8 8

XVII - A Ç O S DE USINAGEM F Á C I L 2 8 9
11.3.3. Têmpera para formação de bainita 368
1 . Introdução 2 9 9
11.3.4. Nitretação dos aços rápidos 369
2. Fatores metalúrgicos que influenciam a usinabilidade 290 11.4. A ç o s rápidos fundidos 369
3. Tipos de aços de usinagem fácil 291 11.5. Tratamentos superficiais e m aços para ferramentas 369
3 . 1 . Tipos com inclusões não-metálicas 291 12. Conclusões •. 371
3.2. Tipos com introdução d e c h u m b o 295
3.3. Outras adições 2 9 5
XXII - A Ç O S R E S I S T E N T E S A O D E S G A S T E 373
4. Encruamento dos aços d e u s i n a g e m fácil 2 9 8
1. Introdução 374
2. Aços-manganêsausteníticos 376
XVIII - A Ç O S PARA C E M E N T A Ç Ã O 2 9 9
2 . 1 . Tratamento térmico dos aços Hadfield 377
1. Seleçãodoaço 3 0 0
2.2. A d i ç ã o de outros elementos de liga no aço Hadfield 378
1.1. Meio de esfriamento 3 0 0
2.3. Características gerais dos aços-manganês tipo Hadfield 378
1.2. Tipo e grau de tensões 3 0 9

2. A ç o s para cementação 3 9 2
XXIII - A Ç O S R E S I S T E N T E S À C O R R O S Ã O 381
2 . 1 . Aços-carbono para c e m e n t a ç ã o 302 1. Introdução 382

#
2.2. Aços-liga de baixo t e o r e m liga 302 .1.1. Corrosão atmosférica 382
2.3. Aços-liga de alto teor e m liga 3 0 3
1.2. Corrosão no solo 382
3. Seleção do tratamento térmico .: 3 9 3
1.3. Corrosão è m água doce 384
1.4. Corrosão e m água salgada^ 384
XIX - A Ç O S PARA NITRETAÇÃO 305 2. Princípios d e proteção à corrosão 386
1 . Introdução - 3 9 6
3. Contribuição do cromo 386
2. A ç o s para nitretação 3 9 6
4. Fatores de que depende a passividade dos aços resistentes à corrosão 388
4 . 1 . Composição química 388
XX - A Ç O S P A R A MANCAIS 3 9 9
4.2. Condições de oxidação 389
1. Introdução 3 1 9
4.3. Suscetibilidade à corrosão localizada 389
2. A ç o s para mancais 310 4.4. Suscetibilidade à corrosão intergranular 389
3. A ç o s para mancais para fins especiais 311 4.5. Outros fatores 392
5. Classificação e constituição dos a ç o s inoxidáveis 394
XXI - A Ç O S PARA F E R R A M E N T A S E MATRIZES 313 5 . 1 . Efeito do cromo 394
1 . Introdução 314 5.2. Efeito do níquel 396
2. Característicos fundamentais dos aços para ferramentas e matrizes 314 6. A ç o s inoxidáveis martensíticos 397
2.1. Durezaàtemperaturaambiente — 314 6 . 1 . Propriedades e aplicações d o s aços inoxidáveis martensíticos 401
2.2. Resistência ao desgaste 314 6.2. Tratamentos térmicos dos a ç o s inoxidáveis martensíticos 401
2.3. Temperabilidade , - - 314 7. A ç o s inoxidáveis terríficos 403
2.4. Tenacidade 315 7 . 1 . Propriedades e aplicações d o s aços inoxidáveis ferríticos 406
2.5. Resistência mecânica 315 7.2. Tratamentos térmicos dos a ç o s inoxidáveis ferríticos 407
2.6. Dureza a quente 316 8. A ç o s inoxidáveis austeníticos 409
2.7. Tamanho de grão 316 8 . 1 . Propriedades e empregos d o s aços inoxidáveis austeníticos 409
2.8. Usinabilidade 31 7 8.2. Tratamento térmico dos aços inoxidáveis austeníticos 413
3. Condições que permitem atingir os requisitos exigidos nos aços 8 . 2 . 1 . Solubilização 413
p a r a ferramentas e matrizes 317 8.2.2. Alívio de tensões 413
3 . 1 . Composição química 317 8.2.3. Estabilização 415
3.2. Tratamento térmico 319 8.2.4. Tratamentos termo-químicos 415

#
4 . Classificação e seleção d o s aços para ferramentas e matrizes 320 9. A ç o s inoxidáveis duplex 415

ir
5. A ç o s temperáveis em á g u a 321 10. A ç o s inoxidáveis endurecíveis p o r precipitação 417
5 . 1 . Tratamentos térmicos dos aços temperáveis e m á g u a 323 11. A ç o s nitrônicos .'. 418
5.2. Aplicações dos aços temperáveis em água 326 12. Peças fundidas de aço resistente à corrosão 419
6. A ç o s resistentes ao c h o q u e 326 13. Novos desenvolvimentos no c a m p o dos aços inoxidáveis 421
6 . 1 . Aplicações dos aços resistentes ao choque ao silício 328 14. Usinabilidade dos aços inoxidáveis 423
7. Aços-ferramenta para m o l d e s 333 15. Conclusões 423
7 . 1 . Aplicações dos aços-ferramenta para moldes 334
8. Aços-ferramenta para fins especiais 334 XXIV - A Ç O S R E S I S T E N T E S AO C A L O R : 425
8 . 1 . Aços-ferramenta tipo "matriz" 335 1. Introdução 426
8.2. Aços ao tungsténio p a r a acabamento 335 1.1. R e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o e à o x i d a ç ã o a a l t a s t e m p e r a t u r a s 426
8.3. Aços de alto carbono e baixo teor em liga 338 1.2. Resistência à fluência 428

10 11
A ç o s E FERROS FUNDIDOS
Aços E FERROS FUNDIDOS

XXX - F E R R O S F U N D I D O S C I N Z E N T O S 515
1.3. Expansão térmica — 428 1. Introdução 516
1.4. Estabilidade estrutural - 4 2 8 2. Classificação dos ferros fundidos cinzentos 516
2. Elementos de liga nos aços resistentes ao calor — 429 3. Propriedades dos ferras fundidos cinzentos 519
3. T i p o s de aços resistentes a o calor 431 4 . A p l i c a ç õ e s do-ferro fundido cinzento 526
4. A ç o s fundidos resistentes a o c a l a r - 4 3 8
5. E l e m e n t o s d e liga nos ferros fundidos cinzentos 526
5. Conclusões 4 3 8
5 . 1 . Efeitos dos elementos de liga 526
5.2. F e r r o s fundidos cinzentos d e baixo teor de liga ... 528
XXV - A Ç O S PARA FINS E L É T R I C O S E M A G N É T I C O S 441 5.3. Ferros fundidos de alto teor e m liga 530
1. Introdução - 4 4 2 6. T r a t a m e n t o s térmicos dos ferros fundidos cinzentos ... 534
2. Magnetismo 4 4 2
6 . 1 . A l i v i o d e tensões o u envelhecimento artificial 534
2 . 1 . Intensidade de m a g n e t i z a ç ã o e indução magnética 442 6.2. Recozimento 537
2.2. Intensidade de saturação 4 4 3
6.3. Normalização 538
2.3. Permeabilidade 4 4 3
6.4. T ê m p e r a e Revenido 538
2.4. Suscetibilidade 4 4 3
6.5. Tratamentos isotérmicos 541
3. Propriedades magnéticas d a matéria 4 4 3
6.6. Endurecimento superficial 541
3 . 1 . Domínios ferromagnéticos 4 4 6

3.2. C u r v a de magnetização 4 4 8
XXXI - F E R R O S F U N D I D O S MALEÁVEIS 545
3.3. Características das c u r v a s de magnetização 443 1. Introdução : ; 546
3.4. Anisotropia dos materiais magnéticos 450 2. Processos de maleabilização 546
3.5. Efeito de inclusões, fisuras e constituintes não m a g n é t i c a s 450 2 . 1 . Maleabilização por descarbonetação 546
3.S. Influência d a temperatura nas propriedades ferromagnéticas 450 2.2. Maleabilização por grafitização 547
3.7. Magnetoestricção 450 3. Propriedades do ferro fundido maleável 548
4 . Metais e ligas para a indústria elétrica 4 5 2
4. Maleável perlítico 549
4 . 1 . Materiais magneticamente moles 453 5. Outros característicos dos ferros fundidos maleáveis . 550
4.2. Materiais com permeabilidade constante 453 6. Aplicações do ferro fundido maleável 553
4.3. Materiais para ímãs p e r m a n e n t e s .• 459
XXXII - F E R R O S F U N D I D O S DE GRAFITA C O M P A C T A D A 555
XXVI - A Ç O S U L T R A - R E S I S T E N T E S E A Ç O S C R I O G Ê N I C O S 463 1. Introdução 556
1. Introdução 4 6 4 2. Propriedades : 556
2. A ç o s ultra-resistentes 464 3. Aplicações 557
2 . 1 . A ç o s "maraging" 4 6 7

2.2. Conclusões 469 XXXIII- F E R R O S F U N D I D O S DÚCTEIS O U N O D U L A R E S . 559


3. A ç o s criogênicos 469 1. Introdução 560
3 . 1 . Temperatura de transição 473 2. Processo d e fabricação do ferro nodular 560
3. Tratamentos térmicos do ferro nodular 562
XXVII - A Ç O S SINTERIZADOS 477 3 . 1 . Alívio d e f e n s õ e s 562
1 . Introdução - — 4 7 3 3.2. R e c o z i m e n t o 562
2. Produção de peças sinterizadas d e ferro e aço - 4 7 8 3.3. Normalização 562
2 . 1 . Seleção da matéria p r i m a 4 7 8 3.4. T ê m p e r a e Revenido 562
2.2. Compressão 4 7 9 3.5. A u s t ê m p e r a 562
2.3. Sinterização *. ~ 4 7 9 3.6. T ê m p e r a superficial. 563
2.4. Recompressão au calibragem 4 7 9 4. Especificações e propriedades d o ferro fundido nodula 563
2.5. Acabamento — 9
4 7 5. Ferro fundido nodular ligado _ 571
2.6. Alternativas do processo de sinterização de p e ç a s d e ferro e aço 481 5.1.Aplicações _ 571
2.7. Forjado sinterizado .'. r 482 6. Conclusões 574
2 . 8 . Considerações sobre o projeto de peças sinterizadas d e aço 485
3. T i p o s d e f e r r o e aço sinterizado, suas propriedades e aplicações 485 BIBLIOGRAFIA 575
4. A ç o s para ferramentas sinterizadas 486
ÍNDICEANALÍTICO _ 583
XXVIII- F E R R O S FUNDIDOS - G E N E R A L I D A D E S 493
1. Introdução 494
2. Definições —- 494
3. D i a g r a m a de equilíbrio Fe-C p a r a a faixa correspondente a o s ferros fundidos 495
4. D i a g r a m a de equilíbrio Fe-C-Si 498
5. Fatores que influem na estrutura do ferro fundido 500 .
5 . 1 . Composiçãoqufmica '. •• • 501
5.2. Velocidade de resfriamento _ — 501
6. C o m p o n e n t e s estruturais d o s ferros fundidos 502
7. Fatores outros que influem n o s característicos de grafitização dos ferros fundidos 504

XXIX - F E R R O S FUNDIDOS B R A N C O S 507


1. Introdução 508
2. Efeito dos elementos de liga 509
3. Tratamentos térmicos 511
4 . Aplicações típicas do ferro f u n d i d o branco ou coquilhado 512

13
12
Aços s FERROS FUNDÍDOS

PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO

D s v e - s e c e r t a m e n t e considerar u m privilégio ser convidado p a r a escrever o prefácio d e


u m livro. Isso é p a r t i c u l a r m e n t e v e r d a d e neste caso, visto q u e c o n h e ç o o autor d e s t e livro
desde 1 9 4 4 , q u a n d o realizei m i n h a p r i m e i r a visita ao Brasil e lá encontrei o maravilhoso
grupo de j o v e n s engenheiros q u e - c o m o era evidente m e s m o n a q u e l a ocasião - e s t a v a m
destinados a d e s e m p e n h a r u m papel dos mais importantes n a industrialização do Brasil,
onde o d e s e n v o l v i m e n t o da indústria d e ferro e aço era e c o n t i n u a r á a ser o mais b á s i c o .
O Dr. V i c e n t e C h i a v e r i n i e r a u m d o s m a i s a t i v o s e i m p o r t a n t e s d a q u e l e g r u p o . Volta
R e d o n d a e s t a v a então quase pronta p a r a iniciar a sua p r o d u ç ã o . A ciência m e t a l ú r g i c a e a
e n g e n h a r i a a p r e s e n t a v a m - s e e m e s t a d o a l t a m e n t e g e r m i n a t i v o . O Instituto de Pesquisas
T e c n o l ó g i c a s , u m a o r g a n i z a ç ã o e m q u e o Dr. A r y T o r r e s e Dr. A d r i a n o M a r c h i n i t i n h a m d e -
s e m p e n h a d o p a p é i s dos mais essenciais, estava em processo d e renovação e c r e s c i m e n t o .
Visitantes e r a m c o n v i d a d o s do exterior p a r a trazer ao Brasil o m e l h o r d o s e u c o n h e c i m e n t o
e experiência d e países mais altamente industrializados. Foi o a n o em que se f u n d o u a
Associação Brasileira de Metais, o r g a n i z a ç ã o que tanto c o n t r i b u i u p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o e
o crescimento d a tecnologia metalúrgica no Brasil. Através dos a n o s , desde então, a A . B . M .
continuou a crescer e a exercer u m a influência cada vez mais importante sobre o d e s e n v o l -
vimento industrial do Brasil e agora, n a s u a sabedoria, entra, c o m e s t e trabalho, no c a m p o d a
publicação de livros.
Livros d e s e m p e n h a m u m a parte vital no desenvolvimento d e u m a indústria, u m a parte
muito m a i o r d o q u e m u i t o s j u l g a m . O s livros registram o q u e é c o n h e c i d o , eles s e r v e m p a r a
instruir o j o v e m e s t u d a n t e e p a r a g u i a r s e u c o l e g a mais v e l h o n a i n d ú s t r i a . A s s i m t e m s i d o
através d e t o d a a história. Os f a m o s o s livros d e Agrícola, T a m m a n n , D e s c h , Jeffries e A r c h e r ,
entre m u i t o s , s ã o u m t e s t e m u n h o e l o q u e n t e disso. O s livros r e g i s t r a m o m e l h o r e o mais
certo d o c o n h e c i m e n t o h u m a n o ; p o r s u a s o m i s s õ e s , eles m o s t r a m , c o m muito m a i s a u t o r i d a -
d e , q u a i s a s l a c u n a s d o c o n h e c i m e n t o q u e e x i g e m m a i o r a t e n ç ã o . E, c o m a ê n f a s e q u e t o d o s
os b o n s livros c o l o c a m os f u n d a m e n t o s d a m a t é r i a de q u e t r a t a m , eles auxiliam a i n d ú s t r i a a
se estabelecer s o b r e u m a base firme para maior rendimento n u m a economia sadia.
A s s i m é e s t e livro, escrito p o r u m d o s m a i s c a p a z e s e e m p r e e n d e d o r e s metalurgistas
b r a s i l e i r o s . A i n d ú s t r i a d o f e r r o e d o a ç o é u m a i n d ú s t r i a d a s m a i s b á s i c a s . Tal t e m s e v e r i f i -
c a d o d u r a n t e s é c u l o s . O s v e l h o s a l e m ã e s c o s t u m a v a m d i z e r "quem possui ferro é rei"; e o
país, a i n d a m e s m o nestes dias d e a d i a n t a m e n t o tecnológico q u a s e fantástico, q u e t e m uma
indústria d e ferro e aço grande e eficiente, apresenta a mais s e g u r a base para u m a c o n t í n u a
rndusSiaízaçãa.
O d e s e r t v o t v i m e n t a e a p e s q u i s a i n d u s t r i a l d o ferro' e d o a ç o p r o g r e d i r a m c o m u m a r a p i -
dez quase espantosa - sobretudo para aquele que gostaria de ser inteiramente competente
no c a m p o . A q u i b o n s livros r e p r e s e n t a m u m auxílio i m e n s o , t a n t o p a r a estudantes - e e s t e
livro é d e s t i n a d o a t o r n a r - s e livro d e t e x t o p a r a a E s c o l a P o l i t é c n i c a d e S ã o P a u l o - c o m o p a r a
e n g e n h e i r o s e m p e n h a d o s n a v i d a p r á t i c a . Ele é d e d i c a d o a o e s t u d o dos a ç o s - c a r b o n o e
aços-liga. A b r a n g e e s s e s assuntos d a m a i s alta importância à m e t a l u r g i a física de t o d o s o s
a ç o s . O a s s u n t o "aços-carbono e aços-liga" não é absolutamente simples, mas está a b o r d a -
d o n e s t a p u b l i c a ç ã o d e tal m o d o a s e r d a m a i o r u t i l i d a d e p o s s í v e l . D e v e - s e e s p e r a r q u e

15
A ç o s E FERROS FUNDIDOS Aços E FERROS FUNDIDOS

O
e s f o r ç o s c o m o este p o s s a m s e r r e p e t i d o s , de m o d o q u e a industrialização r e a l m e n t e notável
do Brasil p o s s a colher de m o d o c r e s c e n t e o inigualável b e n e f í c i o q u e tais livros t r a z e m a u m a
i n d ú s t r i a e a u m a n a ç ã o . O a u t o r , Dr. V i c e n t e C h i a v e r i n i , a A . B . M . e o Dr. A . M a r c h i n i , q u e
p a t r o c i n a r a m a publicação d e s t e livro, d e v e m ser e f u s i v a m e n t e c u m p r i m e n t a d o s ; neste es-
forço eles merecem o apoio e o aplauso da Nação.

ROSEHT R MEHL
Diretor do "Metals Research Laboratory"
do "Camegie instituía of Technology".

PREFACIO DA SÉTIMA EDIÇÃO

Apesar de todo o progresso tecnológico, no campo da mídia, ainda há pessoas que se


dedicam a e s c r e v e r livros. Serão elas s o n h a d o r a s ? A o contrário: s ã o e x t r e m a m e n t e realis-
tas. Elas s a b e m q u e , apesar da E n c i c l o p é d i a Britânica j á estar disponível em u m único
disquete de c o m p u t a d o r e que os a v a n ç o s tecnológicos r e c e n t e s p o d e m ser a c e s s a d o s v i a
Internet, a i n d a n ã o h á o q u e s u b s t i t u a a s o b r a s básicas, a q u e l a s q u e f o r n e c e m as f e r r a m e n -
tas n e c e s s á r i a s p a r a que o c o n h e c i m e n t o , e m sentido m a i s p r o f u n d o , seja a l c a n ç a d o e
consolidado.
Dentro d e s s e c o n t e x t o , as o b r a s d i d á t i c a s c o n t i n u a m d e s e m p e n h a n d o u m papel f u n d a -
mental. Este livro, e m s u a sétima e d i ç ã o , c u m p r e esta f i n a l i d a d e . Mela, o A u t o r procurou
atualizar alguns capítulos, com b a s e e m n o v o s dados e d e s e n v o l v i m e n t o s mais r e c e n t e s ,
abrangendo os dois mais importantes p r o d u t o s siderúrgicos - a ç o s e ferros fundidos.
V o l t a m o s a l e m b r a r a s p a l a v r a s d o p r o f e s s o r Dr. R o b e r t F. M e h l , q u e p r e f a c i o u a p r i m e i r a
edição d e s t a o b r a : "Livros d e s e m p e n h a m u m a parte vital no d e s e n v o l v i m e n t o d e u m a i n d ú s -
tria, u m a p a r t e m u i t o m a i o r d o q u e m u i t o s j u l g a m " .
C o m p l e m e n t a m o s as palavras d o p r o f e s s o r Mehl: "Livros d e s e m p e n h a m u m p a p e l f u n -
damental na f o r m a ç ã o dos engenheiros, capacitando-os a enfrentar a vida profissionai c o m
elevado nível d e excelência".
O Autor d e v e orgulhar-se da receptividade alcançada por e s t a o b r a no decorrer d o s a n o s ,
sendo motivo d e s a t i s f a ç ã o para a A s s o c i a ç ã o Brasileira de M e t a l u r g i a e Materiais - A B M t e r
patrocinado s u a publicação e incentivado s u a atualização.
A A B M , através de seus Cursos, Seminários e publicação de obras metalúrgicas
especializadas, c o n t i n u a contribuindo d e m o d o efetivo p a r a o a p r i m o r a m e n t o d a m e t a l u r g i a
brasileira e d e s e u s especialistas. S e m esquecer, é claro, q u e o m u n d o evolui e q u e essa
evolução atinge t a m b é m os meios d e c o m u n i c a ç ã o .
Acompanhando estes e prestigiando obras fundamentais, editadas por"muitos sncs,
acreditamos estar prestando um serviço permanente de f o r m a ç ã o e atualização às diversas
gerações de e n g e n h e i r o s e especialistas, q u e m a n t ê m aceso o farol do conhecimento, r e p r e -
sentado por e s t a entidade.

S ã o P a u l o , o u t u b r o de 1 9 9 5

André Musetti
PRESIDENTE DA A B M

16 17
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

INTRODUÇÃO

A s ligas f e r r o s a s s ã o as mais utilizadas dentre todas as ligas metálicas.


O f e r r o é u m m e t a l d e fácil p r o c e s s a m e n t o , a b u n d a n t e n a c r o s t a t e r r e s t r e e c a r a c t e r i z a - s e
por ligar-se c o m m u i t o s outros e l e m e n t o s m e t á l i c o s e n ã o - m e t á l i c o s , o principal d o s q u a i s é
o carbono.
O característico polimórfico do ferro é outro fator i m p o r t a n t e que explica a s u a ampla
utilização e m t o d o s os setores d a e n g e n h a r i a e da indústria. E s s a propriedade p e r m i t e q u e
as l i g a s f e r r o s a s s e j a m s u b m e t i d a s a o p e r a ç õ e s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o q u e m o d i f i c a m p r o -
f u n d a m e n t e a s s u a s propriedades m e c â n i c a s e possibilita s u a aplicação sob as m a i s v a r i a -
das condições d e serviço.
A c r e s c e n t a - s e a esses fatos, o c o n s t a n t e progresso que e s t á o c o r r e n d o no a p e r f e i ç o a m e n -
to d a s t é c n i c a s d e p r o d u ç ã o , v i s a n d o o b t e r l i g a s f e r r o s a s c a d a v e z m a i s " l i m p a s " e c o m p r o p r i -
edades m e c â n i c a s superiores e m e l h o r e s resistências à corrosão, oxidação, desgaste, etc.
A c o r r e i a a p l i c a ç ã o d a s ligas f e r r o s a s e x i g e u m c o n h e c i m e n t o a d e q u a d o d o s s e u s c a r a c -
terísticos e s t r u t u r a i s e m e c â n i c o s e d o s f a t o r e s que p o d e m a f e t á - l o s , des de as c o n d i ç õ e s d e
f a b r i c a ç ã o , o s e l e m e n t o s de l i g a b á s i c o s o u e s p e c i a l m e n t e a d i c i o n a d o s , até o s e f e i t o s d o s
tratamentos t é r m i c o s a que são geralmente submetidos.
E m p r i n c í p i o , p o r t a n t o , as p r o p r i e d a d e s d a s ligas f e r r o s a s d e p e n d e m d o s s e g u i n t e s f a t o r e s :
- composição química
- microestrutura
- condições de processamento
Q u a n t o à c o m p o s i ç ã o q u í m i c a , o e l e m e n t o d e liga b á s i c o é o c a r b o n o q u e i n f l u i n a e s t r u -
t u r a d o m a t e r i a l e, e m c o n s e q u ê n c i a , n a s s u a s p r o p r i e d a d e s . O s o u t r o s e l e m e n t o s d e l i g a ,
quer provenientes d a s matérias primas, quer especialmente adicionados em p e q u e n a s ou
altas q u a n t i d a d e s , m o d i f i c a m t a m b é m a estrutura, as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s e podem
ainda conferir característicos especiais, c o m o propriedades elétricas e magnéticas, r e s i s t ê n -
cias à c o r r o s ã o , o x i d a ç ã o , d e s g a s t e , e t c .
A s c o n d i ç õ e s d e f a b r i c a ç ã o , c o m o f u n d i ç ã o , c o n f o r m a ç ã o m e c â n i c a a frio e a q u e n t e e
tratamentos complementares, como tratamentos térmicos e termoquímicos, t a m b é m afe-
i a m , e m m a i o r o u m e n o r g r a u , a e s t r u t u r a das ligas f e r r o s a s e, e m c o n s e q u ê n c i a , suas
propriedades.
A b a s e d o e s t u d o d a s ligas f e r r o s a s é, p o i s , o c o n h e c i m e n t o d a s u a e s t r u t u r a , a q u a l e s t á
diretamente r e l a c i o n a d a ao e s t u d o d o " d i a g r a m a de equilíbrio" d e s s a s ligas.
Esse c o n h e c i m e n t o é fundamental, porque o diagrama de equilíbrio permite determinar,
nas c o n d i ç õ e s d e resfriamento e x t r e m a m e n t e lento, quais os constituintes estruturais q u e s e
f o r m a m a partir d o estado líquido, e m f u n ç ã o do teor de c a r b o n o , constituintes e s s e s que
determinam as propriedades das ligas.
Essas microestruturas, nas c o n d i ç õ e s de resfriamento lento, s ã o a s que s e f o r m a m nas
peças fundidas e nas peças c o n f o r m a d a s a quente ou recozidas. Se a v e l o c i d a d e de
resfriamento for a u m e n t a d a , r o m p e - s e o equilíbrio, e as estruturas deixam de ser n o r m a i s , o
que a c o n t e c e t a m b é m c o m as p r o p r i e d a d e s mecânicas.
E m r e s u m o , o p o n t o de partida p a r a o e s t u d o e o c o n h e c i m e n t o das ligas f e r r o s a s é o
conhecimento e a interpretação d a d i a g r a m a de equilíbrio F e - C , c o m o se v e r á p a r t i r do
primeiro capítulo desta obra.

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DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBONO
A ç o s E PERROS FUNDIDOS

A c a d a t r a n s f o r m a ç ã o alotrópica c o r r e s p o n d e um d e s p r e n d i m e n t o de calor latente de


1 . Definições-O aço é u m a liga de n a tu re za r e l a t i v a m e n t e c o m p l e x a e s u a definição não
fusão, c o m o aliás o c o r r e quando o f e r r o líquido solidifica. A s s i m , durante a solidificação e por
é s i m p l e s , v i s t o q u e , a rigor o s a ç o s c o m e r c i a i s n ã o s ã o l i g a s b i n á r i a s : d e f a t o , a p e s a r d o s
ocasião d a s transformações alotrópicas, verificam-se m u d a n ç a s de energia que causam
s e u s principais elementos d e liga s e r e m o ferro e o c a r b o n o , eles c o n t ê m s e m p r e outros
descontinuidade nas curvas de resfriamento e aquecimento, q u e s ã o traduzidas g r a f i c a m e n -
e l e m e n t o s secundários, presentes devido aos processos de fabricação. Nestas condições, a
te q u e r c o m o u m a "parada" a u m a temperatura constante, q u e r como u m a modificação na
definição adotada nesta o b r a é a seguinte:
inclinação d a c u r v a (fig. 1). C o m o e s s a s p a r a d a s f o r a m d e t e r m i n a d a s pelo f r a n c ê s Le

" A c o é a liga f e r r o - c a r b o n o c o n t e n d o g e r a l m e n t e 0 , 0 0 8 % até a p r o x i m a d a m e n t e 2 , 1 1 % C h a t e l i e r e m p r i m e i r o lugar, a t e r m i n o l o g i a o r i g i n a l c o n t i n u a s e n d o u s a d a p a r a i n d i c á - l a s . A

de c a r b o n o , além de certos e l e m e n t o s residuais, resultantes dos processos d e fabricação". o c o r r ê n c i a d e u m a p a r a d a é i n d i c a d a p e l a l e t r a " A " (do f r a n c ê s " a r r ê f ) . S e a t r a n s f o r m a ç ã o
ocorrer no r e s f r i a m e n t o utiliza-se c o m o índice a letra Y ( " r e f r o i d i s s e m e n t " ) ; s e o c o r r e r d u r a n -

O l i m i t e inferior a 0 , 0 0 8 % c o r r e s p o n d e à m á x i m a s o l u b i l i d a d e d o c a r b o n o n o f e r r o à t e m - te o a q u e c i m e n t o , o índice é a letra "c" ("chauffage"). A rigor o s p o n t o s A c e A r n ã o c o i n c i d e m

p e r a t u r a ambiente e o limite superior 2 , 1 1 % c o r r e s p o n d e à m á x i m a q u a n t i d a d e de carbo- exatamente, a n ã o s e r que as v e l o c i d a d e s de resfriamento e a q u e c i m e n t o sejam e x t r e m a -

no q u e s e dissolve no ferro e q u e ocorre a 1148°C(*). mente o u i n f i n i t a m e n t e lentas, e n t ã o , t e r - s e - i a u m a única t e m p e r a t u r a de equilíbrio e A c e A r

E s s a q u a n t i d a d e m á x i m a d e 2 , 0 % (ou 2 , 1 1 % c o n f o r m e s e v e r i f i c a n o d i a g r a m a d e equilí- c o i n c i d i r i a m c o m A e (fig. 1 ) .

brio) d e p e n d e , por outro l a d o , d a p r e s e n ç a ou n ã o n o s a ç o s de e l e m e n t o s d e liga ou d a


p r e s e n ç a dos elementos residuais e m teores superiores aos normais. Nessas condições será
n e c e s s á r i o , p a r a s e t e r u m a d e f i n i ç ã o m a i s p r e c i s a , c o n s i d e r a r dois t i p o s f u n d a m e n t a i s d e a ç o :

- aço-carbono ou "liga f e r r o - c a r b o n o c o n t e n d o g e r a l m e n t e 0 , 0 0 8 % até c e r c a d e 2 , 1 1 % de


c a r b o n o , a l é m de certos e l e m e n t o s residuais resultantes d o s processos d e fabricação";
- aço-liga ou "aço-carbono que contém outros elementos de liga ou apresenta os elemen-
tos residuais em teores acima dos que são considerados normais".

O primeiros podem ser subdivididos e m :


• a ç o s de baixo teor de c a r b o n o , c o m C inferior a 0 , 2 %
« a ç o s d e médio c a r b o n o , c o m C entre 0,2 e 0 , 5 %
• a ç o s d e alto t e o r d e c a r b o n o , c o m C a c i m a d e 0 , 5 %

O s aços-liga, por s u a v e z , p o d e m ser divididos e m 2 grupos:


• a ç o s de baixo teor d e ligas, c o m elementos d e liga a b a i x o de 8 %
• a ç o s d e alto t e o r d e l i g a s , c o m e l e m e n t o s d e l i g a a c i m a d e 8 %

2. Alotropia de ferro puro - O ferro é um m e t a l q u e se caracteriza p o r apresentar


v á r i a s f a s e s alotrópicas. (fig. 1). A t e m p e r a t u r a o u p o n t o de f u s ã o do f e r r o é 1538°C;
abaixo dessa temperatura, o ferro cristaliza de acordo com um reticulado cúbico
centrado e a forma alotrópica correspondente é c h a m a d a "delta". Essa forma persiste
estável até que se alcance a temperatura de c e r c a de 1394°C; nesse instante, ocorre
u m a redisposição e s p o n t â n e a d o s á t o m o s e f o r m a - s e u m novo reticulado - o cúbico de
f a c e c e n t r a d a q u e c o r r e s p o n d e à f o r m a a l o t r ó p i c a d o f e r r o c h a m a d a d e "gama". Decli-
n a n d o mais a temperatura a cerca de 912°C, ocorre n o v a transformação alotrópica, com TEMPO
n o v o rearranjo atómico, v o l t a n d o o reticulado a readquirir a forma cúbica c e n t r a d a ; essa
f o r m a alotrópica é c h a m a d a "alfa". Abaixo de 9 1 2 ° C , não ocorre mais q u a l q u e r rearranjo Rg. 1 - Representação esquemática das transformações alotrópicas d o ferro, mostrando-se à direita,
curvas de resfriamento e aquecimento c o m a nomenclatura usualmente empregada para indicar os vários
a t ó m i c o . Não surge, pois, n e n h u m a nova forma alotrópica. Entretanto, a c e r c a de 770°C
pontos em que ocorrem as transformações e as várias fases presentes.
verifica-se uma outra transformação, ou seja o ferro começa a comportar-se
f e r r o m a g n e t i c a m e n t e . A t e m p e r a t u r a de 7 7 0 ° C c o r r e s p o n d e o ponto c h a m a d o de "ponto
Curie" e a transformação ocorre devido não a u m rearranjo atómico, m a s sim a um A f i g u r a 1 i n d i c a t a m b é m a s t r a n s f o r m a ç õ e s c o r r e s p o n d e n t e s a o "ponto Curie".
rearranjo dos *spins" (**) d o s elétrons de c a d a á t o m o . Q u a n d o a esse f e n ó m e n o se É i m p o r t a n t e assinalar, d e s d e j á , q u e a f o r m a alotrópica g a m a de ferro t e m capacidade
c o n s i d e r a v a corresponder u m a n o v a f o r m a alotrópica, o ferro era c h a m a d o d e "beta". de dissolver u m a apreciável q u a n t i d a d e d e c a r b o n o , ao p a s s o q u e o m e s m o não o c o r r e c o m
a f o r m a alotrópica alfa, que só p o d e m a n t e r e m solução q u a n t i d a d e s mínimas ou d e s p r e z í -
(') O valor de 2,11% adotado para limite de solubilidade do carbono no ferro ê de conformidade com o v e i s d e c a r b o n o , c o m o aliás s e v e r á m a i s a d i a n t e .
diagrama de equilíbrio Fe-C da abra "Metallography, Structure and Phase Diagrams" volume 8, do Metais
Handbook.
3. Diagrama de equilíbrio Fe-C- É i m p r e s c i n d í v e l p a r a o c o n h e c i m e n t o perfeito d o s a ç o s , o
(**) Os elétrons possuem um movimento magnético e podem ser visualizados com piões girando em tomo de estudo d o s e u diagrama de equilíbrio. A figura 2' 11 mostrado d i a g r a m a d a liga binária F e - C , p a r a
~um eixo que passa pelo seu centro. Visto que uma carga elétrica girante cria um campo eletromagnético,
os elétrons podem ser imaginados como pequenos ímãs e concebidos como piões que giram; eles podem teores d e c a r b o n o a t é 6 , 7 % . E s s e d i a g r a m a ' é g e r a l m e n t e r e p r e s e n t a d o até 6 , 7 % d e c a r b o n o ,
girar para a esquerda ou para a direita: dlz-se então que possuem "spin"positivo ou negativo. porque este e l e m e n t o forma c o m o ferro o c o m p o s t o F e C q u e c o n t é m , aproximadamente, 6 , 7 %
3

22 23
A ç o s £ FERROS FUNDIDOS DEFINIÇÕES, DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO C-^

d e c a r b o n o . P o r outro l a d o , p o u c o o u n a d a s e c o n h e c e a c i m a d e s s e teor; n a realidade, acima de


" o
fosse, não d e v e r i a ocorrer qualquer m u d a n ç a de fase c o m o t e m p o ; verificou-se, entretanto, -
4,0% a 4 , 5 % d e c a r b o n o , e s s a s ligas a p r e s e n t a m p e q u e n a o u n e n h u m a i m p o r t â n c i a c o m e r c i a i .
que, m e s m o e m l i g a s F e - C r e l a t i v a m e n t e p u r a s (isto é, c o m b a i x o t e o r d e e l e m e n t o s r e s i d u - C )
A s c o n s i d e r a ç õ e s iniciais a s e r e m feitas s o b r e o d i a g r a m a F e - C s ã o a s s e g u i n t e s :
ais) m a n t i d a s d u r a n t e a n o s a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s ( d a o r d e m d e 7 0 0 ° C ) o F e C p o d e s e
3 f \
decompor e m f e r r o - e carbono, este último na forma de grafita' . Rigorosamente, pois, o 2 1 ^
• O referido d i a g r a m a c o r r e s p o n d e a liga b i n á r i a F e - C a p e n a s : os a ç o s comerciais,
d i a g r a m a d a f i g u r a 2 d e v e s e r c o n s i d e r a d o d e e q u i l í b r i o m e t a e s t á v e l ; o equilíbrio estável Fe- (~'\
e n t r e t a n t o , não são de fato ligas binárias, pois n e l e s estão presentes s e m p r e elementos
grafita no d i a g r a m a d a figura 2 é r e p r e s e n t a d o pelas linhas p o n t i l h a d a s , logo a c i m a das
residuais devido aos p r o c e s s o s de f a b r i c a ç ã o , tais c o m o fósforo, e n x o f r e , silício e
linhas P S K , S E e ECF. 0
manganês. A presença desses elementos nos teores normais pouco afeta, contudo, o
- O p o n t o A c o r r e s p o n d e a o p o n t o d e f u s ã o d o f e r r o p u r o , i s t o é, 1 5 3 8 ° C e o p o n t o D,
diagrama Fe-C.
ainda impreciso, ao ponto de fusão d o F e C . 3 C. )
- A parte s u p e r i o r d o d i a g r a m a , c o n s t i t u í d a pelas linhas A C , A D , A E e ECF, c o r r e s p o n d e , ^
0' às r e a ç õ e s q u e o c o r r e m na p a s s a g e m d o e s t a d o líquido a o s ó l i d o ; e x a m i n a n d o - s e a g o r a a ^ '
t 600
1 r J parte i n f e r i o r d o d i a g r a m a , c o n s t i t u í d a p e l a s l i n h a s G S , S E e P S K , v e r i f i c a - s e s u a s e m e l h a n - Ç \
[ 536
[ 5 ^ /
v^Llquido
, - 0 , 5 3 % C
+ F«o
/ ça com a p o r ç ã o superior. Essa parte do d i a g r a m a c o r r e s p o n d e às reações que o c o r r e m no
/ / estado s ó l i d o . . .0
0,0 9 % /
Líq ui lo / L í q u i d a - 0 p o n t o C , n a p o r ç ã o s u p e r i o r d o d i a g r a m a , a 1 1 4 8 ° C , i n d i c a a p r e s e n ç a d e u m liga ^.
^Fíd N^.
, A uai e niiò"-^.
+• eutética, com 4 , 3 % de carbono q u e é, p o r t a n t o , a d e m a i s baixo ponto de fusão ou ( )
\ F « r r o J \ / G r a f i t a
solidificação.
/
/
- Existe correspondência visível entre os pontos C e S, este último da porção inferior do \
í \u atónita 1
:' - 4 , 2 6 % c __ —• diagrama. Por esse motivo, o ponto S e c h a m a d o ponto eutetóide. Como se vê, S f\
\ £ - 2 . 0 8 %' " 5 4 ° — — " " " L í g u i d o * Fo.fi corresponde a 0,77% de c a r b o n o ; as ligas c o m essa composição são chamadas ^
^ E - Z, M % C J 14 3 C - 4 , 3 0 /oC eutetóides. £~J'
Cf» Ir) //
a

// - O ferro p u r o , c o m o se s a b e , a p r e s e n t a - s e até 9 1 2 ° C s o b a f o r m a alotrópica alfa (a) ;'


// e à p a r t i r d e 9 1 2 ° C a t é 1 3 9 4 ° C n o e s t a d o a l o t r ó p i c o g a m a (y). Essas formas alotrópicas \ }
1 000 //
Ferríta se c a r a c t e r i z a m por p o s s u í r e m reticulados cristalinos d i f e r e n t e s : o ferro a, reticulado .
O Austenita + F « j C '
Austenita cúbico de c o r p o centrado e o ferro y, reticulado cúbico de face centrada. A principal C .'
9i a
consequência d e s s e fato, de grande importância prática nos tratamentos térmicos das /- ^ .
2
K '/3' - o , s a % c
l i g a s f e r r o - c a r b o n o , é a s e g u i n t e : o ferro gama pode manter em solução o carbono, ao ^ •
<C SOO
<d passo que o ferro alfa não(*). A s o l u ç ã o sólida do c a r b o n o do ferro y é c h a m a d a r^>.
d)
— Tg m p r at u r a C u r i e 7 7 0 ° „

austenita. E s s e constituinte, p o r t a n t o , no d i a g r a m a de equilíbrio Fe-C, s o m e n t e aparece


\
0 77 % c » 7 J 7 »
O. a temperaturas elevadas. /-
% 0
£ i v p
x o,o2ta - E n t r e t a n t o , a solubilidade d o c a r b o n o no ferro g a m a n ã o é ilimitada. Ela é m á x i m a a
i *
i Ferri ta
1 (Fa*) 1148°C e c o r r e s p o n d e a 2 , 1 1 % de c a r b o n o . À m e d i d a que c a i a temperatura a partir de O
1148°C, a q u a n t i d a d e de carbono s o l ú v e l no ferro g a m a t o m a - s e c a d a vez menor, até q u e a s' \
C(Í Fl C
7 2 7 ° C ela é a p e n a s 0 , 7 7 % . N o d i a g r a m a d a f i g u r a 2 esse fato é indicado pela l i n h a S E C F . >-'*
Assim, n a faixa c o m p r e e n d i d a entre a linha S E C F e a linha S K estão presentes d u a s f a s e s : f\
ferro g a m a e c a r b o n o , o primeiro s o b a f o r m a de austenita e o segundo sob a f o r m a de •
c a r b o n e t o d e f e r r o ( c h a m a d o d e cementita). ( _)
- Por outro lado, o carbono afeta a temperatura de transformação alotrópica gama-

— — • E q u i l í b r i o Farra - F33C
alfa no r e s f r i a m e n t o (e, p o r t a n t o , a t e m p e r a t u r a d e e x i s t ê n c i a d a a u s t e n i t a ) : o a u m e n t o /
de c a r b o n o , a partir de 0%, a b a i x a p a u l a t i n a m e n t e a t e m p e r a t u r a d e s s a t r a n s f o r m a ç ã o ^
até q u e , p a r a 0,77 de c a r b o n o , ela é d e 7 2 7 ° C . A b a i x o d e 7 2 7 ° C , nas c o n d i ç õ e s de ^ >'
esfriamento m u i t o lento' para o d i a g r a m a n o r m a l Fe-C, e m n e n h u m a hipótese, existirá r'\
Q ferro g a m a o u a u s t e n i t a . No d i a g r a m a d a figura 2, tal fato é i n d i c a d o pela l i n h a P S K . ^
1
Entre t e o r e s de carbono muito baixos e 0 , 7 7 % de c a r b o n o ( p o n t o S) n ã o s ó o c o r r e ( \
3,0 4,0
abaixamento d a temperatura de transformação alotrópica gama-alfa, como t a m b é m se
% Carbono verifica a e x i s t ê n c i a s i m u l t â n e a das d u a s f a s e s - g a m a ou a u s t e n i t a e alfa. Isso significa ( J Ê
que, para os teores de carbono muito baixos até 0 , 7 7 % d e carbono, a t r a n s f o r m a ç ã o J „
Fig. 2 - Diagrama de equilíbrio F e - C
gama-alfa, c o m a q u e d a de t e m p e r a t u r a , é paulatina e n ã o instantânea e s o m e n t e a

O"
7 2 7 ° C ela s e p r o c e s s a i n s t a n t a n e a m e n t e . A linha G S m a r c a , p o r t a n t o , o início d a t r a n s -
• A parte superior do d i a g r a m a , e m t o m o do ponto A, m o s t r a u m a reação d e n a t u r e z a espe- formação d o ferro g a m a em ferro-alfa e a linha PS o s e u f i m : entre G S e P S existem
c i a l , c h a m a d a peritética, a qual entretanto, não apresenta qualquer importância comercial. s i m u l t a n e a m e n t e as duas fases g a m a e alfa. • Ç^f.
• , 0 d i a g r a m a equilíbrio F e - C é, d e fato, u m d i a g r a m a F e - F e C , visto q u e a e x t r e m i d a d e 3

d i r e i t a d o m e s m o c o r r e s p o n d e a 6 , 7 % de c a r b o n o q u e é a c o m p o s i ç ã o do c a r b o n e t o de ferro
F e C . P o r o u t r o l a d o , n ã o s e t r a t a a rigor d e d i a g r a m a d é e q u i l í b r i o e s t á v e l . D e f a t o , s e a s s i m
3
(*) Na realidade, o ferro alfa pode manter em solução uma pequena quantidade de carbono (0,008% à
temperatura ambiente), tão pequena, que pode ser desprezada ém primeira aproximação.
O
O
24 25
n
••
Aços E FERROS FUNDIDOS

t e ó r i c a entre os dois principais produtos siderúrgicos:


.

- O t e o r d e 2 , 1 1 % d e c a r b o n o , c o r r e s p o n d e n t e a o p o n t o E, é a d o t a d o c o m o separação
DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO

'# a ç o s - teores carbono até 2 , 1 1 % ;


ferros fundidos - teores d e carbono acima de 2 , 1 1 % .
I too qujdo
s | 0,53 •/. C 1 L í q l ido
I 33»

- A solubilidade d o c a r b o n o e m ferro alfa n ã o é d e f a t o nula. À t e m p e r a t u r a ambiente, 1493*


~ iI H
I40O
c e r c a d e 0,008% de c a r b o n o s e dissolve no ferro alfa e essa quantidade a u m e n t a c o m a


Líquido •+ \u4t«fV fã
t e m p e r a t u r a até que a 7 2 7 ° C , 0 , 0 2 % de carbono p o d e m s e dissolver n o ferro alfa. Dessa
1
t e m p e r a t u r a até 9 1 2 ° C , h á d e c r é s c i m o n o v a m e n t e d a solubilidade s ó l i d a d o carbono no
ferro alfa. Esses fatos s ã o representados no gráfico d a figura 2 pela linha Q P e P G . Devido
- 2,01 *4
a e s s a solubilidade s ó l i d a d o c a r b o n o no ferro alfa, c o s t u m a - s e muitas v e z e s considerar 1154*
^ /
c o m o a ç o s as ligas d e f e r r o - c a r b o n o com carbono d e 0,008% até aproximadamente
1>7 1148*
2 , 1 1 % . A t é 0 , 0 0 8 % d e c a r b o n o , o p r o d u t o s i d e r ú r g i c o s e r i a c h a m a d o ferro comercialmente t Aul tenit a
#
C 1 -t 1 «V
puro. "1" (F
•n
- A l i n h a G S q u e , n o r e s f r i a m e n t o , i n d i c a o i n í c i o d a p a s s a g e m d o f e r r o g a m a a f e r r o alfa i
é representada pela linha A ; a linha PSK, abaixo d a q u a l não pode existir ferro g a m a , é
3
Ur 1 Vu*t«n to


representada porA,; a linha E S , indicativa d a solubilidade m á x i m a do carbono no ferro gama, O 0 «ratur q Cur « -770" Aurt C

•#
y
o
iín + i 1 / X
é representada por A . E s s a s l i n h a s s ã o c h a m a d a s t a m b é m linhas de transformação, por- 03 l
Time
c m


i
q u e a o s e r e m atingidas, quer n o esfriamento, q u e r n o aquecimento, t ê m início o u terminam
i m p o r t a n t e s t r a n s f o r m a ç õ e s e s t r u t u r a i s n o e s t a d o s ó l i d o . A z o n a l i m i t a d a p o r e s s a s l i n h a s é,
H
3 U
* • v • • • 3' -0,£
u.
-11 _7jLt
p o r e s s a m e s m a r a z ã o , c h a m a d a d e zona crítica{*).
O. P <«. fxil S - 0 . 7 7 7» . V. 727' C
- E m resumo: entre as linhas A G , G S , S E e E A , a fase sólida q u e e s t á presente é
austenita; entre as linhas G Q , G R e P Q , a fase s ó l i d a p r e s e n t e é ferro alfa ( t a m b é m c h a m a d o
E "o.
021 8 1. I"C *!
«00

*
ferrita); entre as linhas G S , G P e P S d e u m lado e S E , E C F e S K d e outro, e x i s t e m a i s d e u m a F«rri
fase sólida e m processo de transformação; a abaixo d a linha P S K até a t e m p e r a t u r a ambien- (F«¥
t

j
te, estão presentes as f a s e s sólidas resultantes d a s transformações verificadas n a zona — 1 —

1
crítica e formadas e m caráter definitivo.
F«r 0 o< y F«j p
C o m o s e processam essas transformações e quais a s fases, resultantes n o caso das
ligas até 2 , 1 1 % de c a r b o n o ? Esse estudo é facilitado, ampliando-se, no d i a g r a m a d a figura 2, í
a e s c a l a d a z o n a c o r r e s p o n d e n t e a o s aços (fig. 3 ) .
!
- caUILÍORIO FERRO - «APITA
- EQUILÍBRIO r t R B O - r S j C
1
3 . 1 . Transformações que ocorrem entre 0 e 2,11% de carbono - Os aços c o m 0,77% de \
c a r b o n o s ã o c h a m a d o s eutetóides: os que a p r e s e n t a m carbono abaixo d e 0 , 7 7 % são cha- ! 1
m a d o s hipoeutetóides e os q u e apresentam carbono entre 0,77% e 2 , 1 1 % s ã o chamados
-\~
hipereutetóides.
C o n s i d e r e - s e o e s f r i a m e n t o d e u m a ç o h i p o e u t e t ó i d e c o m 0,3 d e c a r b o n o p o r e x e m p l o . A o -Li 1
3§ a t r a v e s s a r a l i n h a "solidus", ele está inteiramente solidificado, n a forma de u m a solução sólida
perfeita - austenita - e a s s i m p e r m a n e c e r á até atingir o limite superior d a z o n a crítica, linha A j ,
O*

X
0,4 O,»
( 0 , 3 % )
0,9 1,0 1,3 I 1,4

Yli.i-1
1,« M *•* *' S

n o p o n t o x . E s s a a u s t e n i t a c o n t e r á 0 , 3 % d e c a r b o n o d i s s o l v i d o s n o ferro g a m a e s e a p r e s e n -
3 % Carbono
t a r á n a f o r m a d e cristais c o m r e t i c u l a d o s c ú b i c o d e f a c e c e n t r a d a . S e f o s s e p o s s í v e l s e u e x a m e
Fig. 3 - Diagrama de equilíbrio Fe-C para teores de carbono entre 0% e 2,11 %
a o m i c r o s c ó p i o , este constituinte s e mostraria p a r e c i d o c o m o ferro puro. A o atingir o ponto x 3

o ferro g a m a c o m e ç a a s e t r a n s f o r m a r e m ferro alfa, o qual, c o m o não p o d e m a n t e r e m solução


s e n ã o u m teor mínimo de carbono, se separa o c a s i o n a n d o , e m consequência, u m enriqueci-
dente a o ponto é d a d a pela intersecção d a horizontal, p a s s a n d o p o r x c o m as linhas G P d e 2

m e n t o d e carbono n a austenita remanescente. P a r a q u e o c o r r a nova m u d a n ç a d e s t a austenita


u m l a d o G S d e o u t r o . V ê - s e c l a r a m e n t e q u e o ferro a l f a ( o u ferrita) separado apresenta u m a
n ã o t r a n s f o r m a d a s e r á , p o r t a n t o , n e c e s s á r i o u m rerjaixarnenlD u t t e a o r d e t e m p e r a t u r a . S u p o -
pequena p o r c e n t a g e m de carbono, a o passo q u e a austenita restante se enriquece paulatina-
n h a - s e q u e s e t e n h a a t i n g i d o o p o n t o Xj. N e s s e p o n t e , r n a i s fero g a n a terá s e t r a n s f o r m a d o
mente d e carbono.
e m alfa, q u e se separa o c a s i o n a n d o ainda m a i o r enriquecimento d e c a r b o n o d a austenita
À m e d i d a q u e o esfriamento p r o s s e g u e , s e p a r a - s e c a d a v e z mais ferrita, c u j a c o m p o -
r e m a n e s c e n t e . A exata c o m p o s i ç ã o das duas f a s e s e m equilíbrio, à t e m p e r a t u r a correspon-
sição p e r c o r r e a linha G P e a a u s t e n i t a restante se e n r i q u e c e d e carbono, p e r c o r r e n d o a
linha G S . A 7 2 7 ° C , n o ponto x , d a l i n h a inferior A , d a z o n a c r í t i c a , o a ç o consistirá d e u m a
certa q u a n t i d a d e d e ferro alfa ou f e r r i t a e d e u m a certa q u a n t i d a d e d e austenita r e s i d u a l
(") A maioria das obras da metalurgia faz distinção entre as linhas de transformação para esfriamento lento
a p a r a aquecimento lento porque de fato, sobretudo em tomo da "transformação eutetóide", verifica-sa c o m t e o r d e c a r b o n o igual a 0 , 7 7 % . E m outras p a l a v r a s ; a 7 2 7 ° C , o a ç o c o m 0 , 3 % d e
um deslocamento das linhasA eA para cima da posição média de equilíbrio no caso de aquecimen-
1 m
carbono, a p r e s e n t a r á a m á x i m a q u a n t i d a d e de ferrita q u e p o d e r i a s e separar e o r e s t a n t e
to, e para baixo no caso de esfriamento, como está indicado na figura 12. será constituído de austenita c o m 0 , 7 7 % de carbono. N e s s e instante, entretanto, o ferro

26 27
DEHMÇÕES. DIAGRAMA DE EQUCLIBRIO FERRO-CARBONO
Aços E FERROS FUNDIDOS

g a m a d a a u s t e n i t a p a s s a a f e r r o alfa, pois a b a i x o d e 7 2 7 ° C n ã o p o d e m a i s e x i s t i r ferro n a


f o r m a alotrópica g a m a .
A transformação d a a u s t e n i t a r e m a n e s c e n t e e m ferro alfa ao s e r a t i n g i d a a t e m p e -
r a t u r a de 7 2 7 ° C é b r u s c a e repentina, de m o d o q u e os constituintes q u e resultam da
t r a n s f o r m a ç ã o - ferro a l f a o u ferrita de u m l a d o e c a r b o n o n a f o r m a d e F e C d o outro - 3

n ã o t ê m tempo de a s s u m i r e m posições perfeitamente distintas: a ferrita e o Fe C 3

(cementita) que n e s s a c o n d i ç õ e s se f o r m a m , d i s p õ e m - s e de um m o d o característico,


aparentemente em lâminas extremamente delgadas, distribuídas alternadamente,
muito próximas umas das outras e perceptíveis ao microscópio somente mediante
grandes ampliações.
O r i g i n a - s e a s s i m u m n o v o c o n s t i t u i n t e d e f o r m a l a m e l a r t í p i c a , c h a m a d o perlita (fig. 4 ) .
A b a i x o de 727°C, até a t e m p e r a t u r a , prosseguindo-se no esfriamento lento, não se nota
m a i s qualquer alteração estrutural. Em resumo, os a ç o s hipoeutetóides o u c o m teor de
c a r b o n o a t é 0 , 7 7 % s ã o c o n s t i t u í d o s à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e d e ferrita e p e r l i t a (fig. 5 ) .
H a v e r á t a n t o m a i o r q u a n t i d a d e d e ferrita q u a n t o m e n o s c a r b o n o o aço c o n t i v e r e tanto m a i o r
q u a n t i d a d e de perlita q u a n t o m a i s se aproximar o a ç o d o ponto eutetóide. A l i á s , para s e
e s t i m a r a constituição e s t r u t u r a l d e s s a liga c o m 0 , 3 % d e c a r b o n o , b a s t a r á a p l i c a r a c o n h e c i -
d a "regra da alavanca":

% d e ferrita ( c h a m a d a p r o e u t e t ó i d e ) = 100 X °'Q 0 = 61,0%


Fig. 4 -Aspecto micrográfico da perlita.Ataque c o m reativo de nital em aço eutetóide esfriado lentamente.
Ampliação: 1.000 v e z e s . Nota-se a estrutura lamelar, as linhas escuras representando a cementita e as
linhas brancas a ferrita, a qual, na realidade, é u m a fase contínua no f u n d o . C o m pequenas ampliações,
% d e perlita = 100 X " ° = 39,0% da ordem de 1 0 0 o u 200 vezes, a presença do constituinte perlita é evidenciada por uma área escura,
visto que a constituição lamelar não é visível c o m e s s e s aumentos.

A liga c o m teor de c a r b o n o entre O e Q ou o ferro comercialmente puro, após a


s o l i d i f i c a ç ã o apresentará a s o l u ç ã o sólida a u s t e n i t a até atingir a linha de t r a n s f o r m a ç ã o A . 3

A t é a l i n h a G P o ferro comercialmente puro será constituído de austenita e d a linha GP até


a t e m p e r a t u r a ambiente d e ferrita.
S u p o n h a - s e , agora, o e s f r i a m e n t o de u m a ç o h i p e r e u t e t ó i d e por e x e m p l o c o m 1,3% d e
c a r b o n o . Esse aço t a m b é m s e r á exclusivamente c o n s t i t u í d o de austenita, d e p o i s d e atraves-
s a r a l i n h a "solidus", até a t in g ir o limite superior d a z o n a crítica, linha A , n o p o n t o ys.
E s s a linha, c o m o s e v i u , m a r c a o limite d a s o l u b i l i d a d e s ó l i d a do c a r b o n o n o ferro g a m a .
P o r t a n t o , ao ser a t r a v e s s a d a , c o m e ç a a haver s e p a r a ç ã o de carbono, n a f o r n i a de Fe C3

[cementita) c o m 6,7% de c a r b o n o ; e s s a cementita v a i s e localizar nos c o n t o r n o s dos grãos


d e a u s t e n i t a . Esta, e m c o n s e q u ê n c i a , se e m p o b r e c e d e c a r b o n o , e p a r a q u e h a j a ulterior
separação de Fe C é necessário um abaixamento de
3 temperatura
A u m a t e m p e r a t u r a c o r r e s p o n d e n t e a o p o n t o yz ( f i g . 3 ) , a s f a s e s e m equilíbrio são
c e m e n t i t a (ponto y" ) e austenita c o m a c o m p o s i ç ã o correspondente ao p o n t o y ' 2 .
2

A m e d i d a , pois, que o esfriamento p r o s s e g u e , verifica-se contínua s e p a r a ç ã o da


c e m e n t i t a e a austenita restante percorre a linha E S e m p o b r e c e n d o - s e c o n s t a n t e m e n t e de
carbono.
A o atingir-se, no esfriamento, a temperatura d e 7 2 7 ° C , tem-se de u m lado F e C e d e 3

o u t r o a u s t e n i t a c o m c o m p o s i ç ã o equivalente a o p o n t o e u t e t ó i d e , isto é, 0 , 7 7 % d e c a r b o n o .
N e s s e m o m e n t o , todo o ferro g a m a passa brusca e repentinamente a aifa e a austenita
r e s t a n t e adquire a f o r m a l a m e l a r d a perlita. A s s i m , a b a i x o de 7 2 7 ° C , a t é a temperatura
a m b i e n t e , os aços hipereutetóides serão constituídos d e periita e cementita (fig. 6).
T a m b é m a q u i , a p l i c a n d o - s e a "regra da alavanca", ter-se-á a composição estrutural seguinte: Fig. 5 - A s p e c t o micrográfico de um aço hipoeutetóide esfriada lentamente.Ataque: reativo d e nital.
Ampliação: 2 0 0 v e z e s . A s áreas brancas s ã o de ferrita e as áreas escuras s ã o de periita, cuja estrutura
% de cementita ( c h a m a d a proeutetóide) = 100 X " °'IZ = 9,0% lamelar não é evidenciada por s e tratar de ampliação relativamente pequena.

6,67 - 0,77
Finalmente u m aço eutetóide, depois d e inteiramente solidificado, não sofrerá q u a l q u e r
% d e perlita = 100 X " 1^ = 91,0% transformação até atingir a temperatura d e 7 2 7 ° C , m o m e n t o e m q u e toda a austenita p a s s a r á
0 , 0 / - U,//
bruscamente a periita. Nessas c o n d i ç õ e s , u m aço çom c o m p o s i ç ã o correspondente exata-

28 29
Aços E FERROS FUNDIDOS DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO

m e n t e à d o p o n t o e u t e t ó i d e s e r á - c o n s t i t u í d o à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e e x c l u s i v a m e n t e d e perlita
(fig. 4 ) . A c o m p o s i ç ã o e s t r u t u r a l d a periita, d e t e r m i n a d a p e l a "regra da alavanca" é a seguinte:

6,67 - 0,77 .
% d e ferrita = 1 0 0 X 6,67- 0 = 8 8 l 5 / °

% de cementita = 100 X - ° ' ^ " ° = 11,5%

E m resumo, a constituição estrutural à t e m p e r a t u r a ambiente d a s ligas ferro-carbono de


0 % a t é 2 , 1 1 % de c a r b o n o , e s f r i a d a s l e n t a m e n t e a partir de t e m p e r a t u r a s a c i m a da z o n a
crítica, é a seguinte: •

- ferro comercialmente puro - ferrita


- aços hipoeutetóides ( a t é 0 , 7 7 % d e C) - ferrita e periita
- aços eutetóides ( 0 , 7 7 % d e C) - perlita
- aços hipereutetóides ( 0 , 7 7 a 2 , 1 1 % C ) - perlita e cementita

Fig. 7 - Aspecto micrográfico d e ferro comercialmente puro. A t a q u e : reativo de água


régia.Ampliação: 200 vezes. •

Fig. 6 -Aspecto micrográfico de u m aço hipereutetóide esfriado lentamente.Ataque: reativo de picral.


A m p l i a ç ã o : 200 v e z e s . A c e m e n t i t a está disposta e m t o m o dos grãos de periita, f o r m a n d o u m a rede.

O s a ç o s hipoeutetóides apresentarão tanto m a i o r quantidade de ferrita q u a n t o menos


c a r b o n o contiverem e os a ç o s hipereutetóides tanto maior quantidade de cementita quanto
m a i s se aproximarem do teor 2 , 1 1 % de carbono.
A s figuras 7 e 8 m o s t r a m alguns outros a s p e c t o s mícrográficos de ligas F e - C . A primeira
( f i g . 7 ) r e f e r e - s e a f e r r o c o m e r c i a l m e n t e p u r o e a s e g u n d a (fig. 8) a a ç o h i p o e u t e t ó i d e c o m
aproximadamente 0,3% de carbono.

3 . 2 . Alguns aspectos do fenómeno de solidificação dos aços - C o n s i d e r e - s e , p o r e x e m p l o ,


Fig. 8 -Aspecto micrográfico d e aço hipoeutetóide c o m aproximadamente
u m a ç o c o m 0 , 5 % C e m p r o c e s s o d e s o l i d i f i c a ç ã o ' ' (fig. 9 ) . A o resfriar e s s e a ç o a partir d o
3

0.3% de carbono:Ataque: reativo de nital.Ampliação: 2 0 0 vezes.


e s t a d o l í q u i d o , ele e n c o n t r a r á a l i n h a liquidus n o p o n t o L, q u a n d o c o m e ç a m a s s f o r m a r cristais
m i s t o s s ó l i d o s , c u j a c o m p o s i ç ã o c o r r e s p o n d e a o p o n t o S, n a l i n h a solidus. N e s s e ponto, t e n -
s a , p o i s , e m equilíbrio c o m o s c r i s t a i s m i s t o s s ó l i d o s f o r m a d o s , u m r e s í d u o l í q u i d o d e c o m p o - N e s s e p o n t o i nt er v ém u m f e n ó m e n o c o m p l e x o de d i f u s ã o e s t u d a d o , entre o u t r o s , p o r
s i ç ã o L S e a t e m p e r a t u r a b a i x a r m a i s - até M , p o r e x e m p l o - s e p a r a r - s e - ã o n o v a s q u a n t i d a d e s R o p z e b o o m , Giolitti, Fick, M e h l , K i r k w o o d , Kirkaldy.
d e cristais mistos sólidos, c o m composição variando entre Se S, a o p a s s o q u e n o líquido A difusão d e p e n d e da mobilidade a t ó m i c a , sendo pois, m u i t o mais rápida nas s o l u ç õ e s
r e m a n e s c e n t e a c o m p o s i ç ã o p a s s a r á de L a L v v a l e n d o , e m particular, a r e l a ç ã o : líquidas do q u e n a s sólidas, pois e n q u a n t o n a s primeiras ela s e d á e m u m período d e t e m p o
curto, n a s s o l u ç õ e s sólidas ela e x i g e u m t e m p o muito m a i o r e o s s e u s efeitos s ã o , n a reali-
, q u a n t i d a d e de cristais m i s t o s _ M,!,
d a d e , l i m i t a d o s a p e q u e n a s d i s t â n c i a s . P o r o u t r o l a d o , a m o b i l i d a d e a t ó m i c a e, p o r t a n t o , a
quantidade de m a s s a líquida ~MjS|~ difusão s ã o f u n ç õ e s da t e m p e r a t u r a .

30 31
Aços E FERROS FUNDIDOS DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE 'Eojmiwmo FEXRO-CASBCNO O

A s s i m , no caso d a l i g a F e - C e m e x a m e (fig. 9), a difusão d e p e n d e r á , a l é m d a t e m p e - e apresenta u m a estrutura de grãos poligonais irregulares; p o s s u i b o a resistência m e c â n i c a
r a t u r a , d a duração ou d a v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o . A d m i t i n d o q u e e s t a s e j a suficiente- e apreciável tenacidade; é não m a g n é t i c a .
m e n t e lenta, os r e s í d u o s líquidos, devido à m a i o r mobilidade a t ó m i c a , t e r ã o t e m p o de A femfa ( d o l a t i m Jerrum') é ferro no estado alotrópico alfa, c o n t e n d o e m s o l u ç ã o t r a ç o s
c o l o c a r - s e em equilíbrio entre si e com as z o n a s periféricas dos cristais mistos de c o m - de c a r b o n o ; a p r e s e n t a t a m b é m u m a e s t r u t u r a d e grãos p o l i g o n a i s irregulares; p o s s u i b a i x a
p o s i ç ã o S , e de a s s u m i r e m u m a c o n c e n t r a ç ã o u n i f o r m e um p o u c o s u p e r i o r ao ponto L r dureza e baixa resistência à tração, c e r c a d e 28 k g f / m m (270 M P a ) , m a s excelente resistên-
2

A m a s s a solidificada, entretanto, será constituída de uma série c o n t í n u a de cristais- cia a o c h o q u e e e l e v a d o a l o n g a m e n t o .


mistos cuja concentração varia de aproximadamente S, nas c a m a d a s p e r i f é r i c a s até S A cementita ( d o latim "caementum") é o carboneto de ferro F e C contendo 6 , 5 7 %
3 de
e m d i r e ç ã o ao centro d o s cristais. Nestes, a d i f u s ã o m a i s lenta fará c o m q u e o d e s l o c a - carbono; muito dura (na escala Moh's ocuparia a p r o x i m a d a m e n t e o lugar do feldspato),
m e n t o ou migração do c a r b o n o d a parte e x t e r n a p a r a a interna se dê c o m a velocidade quebradiça, é responsável pela e l e v a d a dureza e resistência d o s aços de a t o carbono,
m e n o r do que a própria solidificação, de m o d o q u e , enquanto as c a m a d a s externas assim c o m o p e l a s u a m e n o r d u c t i l i d a d e . P o s s u i estrutura c r i s t a l i n a o r t o r õ m b i c a
readquirirão rapidamente o carbono migrado em direção à parte interna, as camadas A perlita ( n o m e devido à "nuance" de cores de m a d r e p é r o l a que esse constituinte
internas não conseguirão atingir a concentração S v a não ser q u e se parasse a frequentemente a p r e s e n t a ao m i c r o s c ó p i o ) é a mistura m e c â n i c a de 8 8 , 5 % d e ferrita e
solidificação. 11,5% d e c e m e n t i t a , n a f o r m a d e l â m i n a s finas (de e s p e s s u r a r a r a m e n t e s u p e r i o r a um
milésimo de milímetro) dispostas a l t e r n a d a m e n t e . A s p r o p r i e d a d e s mecânicas d a periita são,
portanto, i n t e r m e d i á r i a s entre as d a ferrita e d a cementita, d e p e n d e n d o , entretanto, d o t a m a -
nho d a s p a r t í c u l a s d è c e m e n t i t a . S u a resistência à t r a ç ã o é, e m m é d i a , 7 5 k g f / m m 2 (740
MPa). A p r o p o r ç ã o d e periita n u m a ç o c r e s c e de 0 % p a r a ferro a t é 1 0 0 % para a ç o e u t e t ó i d e
(0,77% de carbono), de modo que u m a ç o c o m 0,5% de c a r b o n o , por exemplo, a p r e s e n t a r á
cerca de 6 5 , 0 % d e perlita.
A t r a n s f o r m a ç ã o d a austenita e m perlita contendo ferrita e c e m e n t i t a é típica d e m u i t a s
reações no interior de sólidos, o u s e j a c o m e ç a nos contornos d o s grãos e p r o s s e g u e em
direção ao s e u c e n t r o , o q u e é d e s e e s p e r a r pois os á t o m o s n o s c o n t o r n o s d o s grãos
apresentam m a i o r e s energias que os á t o m o s dentro dos g r ã o s .
D i g a - s e d e p a s s a g e m , q u e o s c o n t o r n o s d o s g r ã o s não s ã o a s ú n i c a s localizações d e á t o m o s
de e n e r g i a m a i s e l e v a d a , pois os á t o m o s e m t o m o d o s d e f e i t o s " e m p o n t o " o u " e m l i n h a " a p r e -
s e n t a m t a m b é m e n e r g i a extra e p o d e m s e r v i r d e localização p a r a a n u c l e a ç ã o d e r e a ç õ e s (*).
Por outro l a d o ; as p r o p r i e d a d e s d a p e r l i t a d e p e n d e m mui t o d a e s p e s s u r a de s u a s l a m e l a s
e e s t a , p o r s u a v e z , d a v e l o c i d a d e d e s u a f o r m a ç ã o . A s u a e s p e s s u r a é, e n t r e t a n t o , l i m i t a d a
pela d i s t â n c i a a t r a v é s d a qual o c a r b o n o , n o t e m p o d i s p o n í v e l , s e d i f u n d e .
O u t r o f a t o i m p o r t a n t e a ressaltar é o s e g u i n t e : n u m a ç o h i p o e u t e t ó i d e , c o m t e o r d e c a r b o n o ,
portanto, i n f e r i o r a 0 , 7 7 % , o r e s u l t a d o d o r e s f r i a m e n t o lento é, c o m o s e v i u , a f o r m a ç ã o d e u m a

Fig. 9 - Esquema d e solidificação de uma liga (exemplo indicado: liga Fe-C c o m 0 , 5 % C ) . certa q u a n t i d a d e d e ferrita ( c h a m a d a p r i m á r i a o u proeutetóide) a t é q u e a a u s t e n i t a r e m a n e s c e n -
te se t r a n s f o r m e e m perlita. A s s i m a e s t r u t u r a resultante c o n t é m q u a n t i d a d e s d e ferrita e p e r i i t a
Continuando o resfriamento, repetem-se os m e s m o s f e n ó m e n o s ; assim o último resíduo que p o d e m s e r p r e v i s t a s . A d i s t r i b u i ç ã o d e s s e s m i c r o c o n s t i t u i n t e s d e p e n d e d o t a m a n h o d e g r ã o
q u e solidifica deveria ter a concentração L n e a m a s s a solidificada a c o m p o s i ç ã o S . Na
n de a u s t e n i t a , p o r q u e a n u c l e a ç ã o d a f e r r i t a p r i m á r i a ocorre n o s c o n t o r n o s d o s g r ã o s .
r e a l i d a d e , porém, a c o n c e n t r a ç ã o média do c a r b o n o n a m a s s a cristalina s e r á m e n o r ; portan- O m e s m o p o d e s e r dito e m r e l a ç ã o à c e m e n t i t a p r i m á r i a , s e o a ç o f o r h i p e r e u í e t ó i d e .
t o a r e t a MM m - c o r r e s p o n d e n t e à l i g a e m e x a m e - e n c o n t r a r á a l i n h a so/idus a u m a tempe- A ferrita f o r m a u m "rendilhado" n o s c o n t o r n o s de g r ã o s d e a u s t e n i t a , e m cujo i n t e r i o r s e
r a t u r a i n f e r i o r à real ( p o n t o S ' ) e a c o n c e n t r a ç ã o e m c a r b o n o d o ú l t i m o r e s í d u o l í q u i d o s e r á
n forma a perlita.
m a i o r ( p o n t o L' ). n Se o resfriamento, entretanto, s e acelerar, de modo a s e atingir u m a temperatura mais
Assim, pois, os cristais mistos, além de apresentarem concentração de carbono baixa antes q u e o c o r r a nucleação d a ferrita primária, a periita p o d e s e f o r m a r até c o m t e o r e s
c r e s c e n t e à medida que a temperatura cai, a p r e s e n t a r ã o concentrações decrescentes de ca r bono d a o r d e m de 0 , 4 % , o q u e p o d e s e r c o m p r e e n d i d o p e l o e x a m e d a f i g . 1 0 .
d a periferia p a r a o c e n t r o ; as c o n c e n t r a ç õ e s p e r i f é r i c a s s ã o as c o r r e s p o n d e n t e s à linha D e f a t o , c o n s i d e r e - s e u m a ç o c o m t e o r d e c a r b o n o d a d o p e l a r e t a S, s e n d o n a f i g u r a , E
SS n e as concentrações dos núcleos centrais s e r ã o representadas pela S S " , resultan- n o p o n t o e u t e t ó i d e . A c i m a d e 7" , a f a s e e s t á v e l é a a u s t e n i t a ; d e 7" a T e x i s t e e q u i l í b r i o e n t r e
A A a

do, então, para a c o m p o s i ç ã o média dos cristais a linha SS' . Em r e s u m o , os n últimos a austenita e ferrita; entre T e T a c e m e n t i t a é m e n o s estável d o q u e a austenita e, p o r t a n t o ,
B 0

c r i s t a i s t e r ã o j u s t a m e n t e a c o m p o s i ç ã o m é d i a S' n e o último resíduo solidificado a c o m - não p o d e n u c l e a r a p a r t i r d e l a ; a s s i m , f o r m a - s e f e r r i t a a t é q u e a c o m p o s i ç ã o d a a u s t e n i t a


posição A. c r u z e a l i n h a EC, l i n h a e s s a q u e d e f i n e a s c o n d i ç õ e s p a r a a c s m e n H a e s t a r su eguffibrio
R e s u l t a , de tudo i s s o , q u e os cristais s e p a r a d o s a t e m p e r a t u r a s d e c r e s c e n t e s serão c o m a a u s t e n i t a . S e a t e m p e r a t u r a e s t i v e r a b a i x o d e 7" , a c e m e n í n a p e d e r u c e s r
c raecã^s-
c o n s t i t u í d o s d e estrias de composição, de e s p e s s u r a d e c r e s c e n t e c o m o a b a i x a m e n t o da mente e e n t ã o s e f o r m a a perlita, a q u a l , d e s s e m o d o , terá m a i s ferrita e m e n o s c e m e n t f t a d o
temperatura. que rigorosamente d e v e r i a ter (ou s e j a d o q u e a periita e u t e t ó i d e q u e t e o r i c a m e n t e d e v e r i a
ter-se f o r m a d o ) e s e r á mais m o l e .
4 . Propriedades dos constituintes dos aços e sua influência sobre os característicos mecâni-
cos destes - O s c o n s t i t u i n t e s b á s i c o s d o s a ç o s s ã o , p o i s , a u s t e n i t a , ferrita, c e m e n t i t a e perlita.
(*) Pornucleação designa-se o fenómeno correspondente ao início de formação de núcleos, ou seja das
A austenita (do n o m e d o m e t a l u r g i s t a inglês R o b e r t s - A u s t e n ) , n o s a ç o s - c a r b o n o co- primeiras partículas estáveis capazes de iniciara recrístalização de uma fase ou o crescimento de uma
m u n s , s ó é.estável a c i m a d e 7 2 7 ° C ; consta de u m a s o l u ç ã o sólida de c a r b o n o n o f e r r o g a m a nova fase.

32 33
Aços E FERROS FUNDIDOS DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUHJERIO FERRO-CAKBONO

os a e s t r u t u r a p e r l í t i c a é a m a i s r e s i s t e n t e d a s q u e o s a ç o s e s f r i a d o s l e n t a m e n t e a p r e s e n -
tam; h a v e n d o c e m e n t i t a e n v o l v e n d o g r ã o s d e periita e s e n d o a c e m e n t i t a u m constituinte d e
grande d u r e z a , é de esperar que haja u m a u m e n t o d a resistência nos aços hipereutetóides;
esse a u m e n t o , e n t r e t a n t o , não é m u i t o s e n s í v e l , c o m o a c u r v a m o s t r a , visto q u e a p r ó p r i a
alta d u r e z a e c o n s e q u e n t e m e n t e e x c e s s i v a f r a g i l i d a d e d e c e m e n t i t a p o d e m , a p ó s u m a c e r t a
quantidade, afetar desfavoravelmente a resistência mecânica do aço.

Fig. 10 - Limite para f o r m a ç ã o d a perlita.

Devido aos característicos mecânicos dos constituintes dos aços, a s p r o p r i e d a d e s m e c â -


nicas destes quando esfriados lentamente, variam d e acordo com a proporção daqueles
constituintes. A s s i m , ferro c o m e r c i a l m e n t e puro, constituído só de ferrita, a p r e s e n t a - s e mole,
d ú c t i l , p o u c o r e s i s t e n t e à t r a ç ã o e c o m alta r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e ; à m e d i d a q u e o t e o r d e
c a r b o n o c r e s c e , ' a u m e n t a m o s v a l o r e s r e p r e s e n t a t i v o s d a r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , i s t o é, o
limite de escoamento, o limite de resistência à tração e à dureza, ao p a s s o q u e caem os
v a l o r e s relativos à d u c t i l i d a d e , c o m o a l o n g a m e n t o , e s t r i c ç ã o e r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e . A T a -
bela 1 ( 4 ) d á valores o b t i d o s p a r a a l g u m a s p r o p r i e d a d e s - m e c â n i c a s , e m f u n ç ã o d o teor de
c a r b o n o d e a ç o s n o e s t a d o r e c o z i d o , isto é, e s f r i a d o s l e n t a m e n t e d e t e m p e r a t u r a s a c i m a d a
z o n a crítica.
P o s t o s e m g r á f i c o s o s v a l o r e s d o limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o , d o a l o n g a m e n t o e d a
d u r e z a Brinell q u e s ã o o s d a d o s m a i s r e p r e s e n t a t i v o s d a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o s m e -
tais, pode-se obter três c u r v a s médias, c o m o e s t á indicado na figura 1 1 , q u e n o s mostra, de
u m m o d o m a i s n í t i d o , a i n f l u ê n c i a d o t e o r d e c a r b o n o s o b r e as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o s
a ç o s esfriados l e n t a m e n t e . Verifica-se que as c u r v a s de dureza Brinell e de resistência à
t r a ç ã o são a p r o x i m a d a m e n t e paralelas. E v i d e n t e m e n t e , as três curvas p o d e m sofrer deslo-
c a m e n t o s sensíveis p a r a v a l o r e s superiores e i n f e r i o r e s , pois outros f a t o r e s , a l é m do teor d e
c a r b o n o , e n t r a m e m j o g o t a m b é m . E s s e f a t o é i n d i c a d o n a f i g u r a 11 p e l a s á r e a s h a c h u r a d a s .
A c u r v a relativa a o s l i m i t e s d e resistência à t r a ç ã o m o s t r a q u e os m á x i m o s v a l o r e s para
Fig. 11 - Influência do teor de carbono s o b r e as propriedades de aços-carbono esfriados lentamente.
e s s a propriedade o b t ê m - s e logo a c i m a da c o m p o s i ç ã o eutetóide, p e r m a n e c e n d o os m e s -
m o s a s e g u i r p r a t i c a m e n t e c o n s t a n t e s e p o d e n d o m e s m o s o f r e r u m a c e r t a q u e d a . Tal f a t o D e v i d o à i n f l u ê n c i a d o c a r b o n o s o b r e a d u r e z a do a ç o , c o s t u m a - s e c o n s i d e r a r o s s e g u i n -
c o m p r e e n d e - s e facilmente, pois basta lembrar q u e , devido aos seus característicos própri- tes tipos d e a ç o s - c a r b o n o :

TABELA 1 - aços doces - c o m carbono entre 0 , 1 5 % e 0,25%


P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de a ç o s e s f r i a d o s l e n t a m e n t e e m f u n ç ã o d o t e o r d e c a r b o n o - aços meio-duros - com carbono entre 0,25% e 0,50%
Limite d e - aços duros - c o m carbono entre 0 , 5 0 % e 1,40%
Limite de Alguns autores subdividem ainda e s s a classificação:
resistência Alongamento Dureza
Carbono escoamento Estricção
à tração em 2 " - aço extradoce - com carbono inferior a 0,15%
% Brinell
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa % - aço doce-- c o m carbono entre 0 , 1 5 % e 0 , 3 0 %

0,01 12,5 125 28,5 275 47 71 - aço meio-doce - com carbono entre 0,30% e 0,40%
90
0,20 25,0 250 41,5 405 37 64 115 - aço meio-duro - com carbono entre 0,40% e 0,50%
0,40 31,0 300 52,5 515 30 48 145 - aço extraduro - c o m carbono entre 0 , 7 0 % e 1,20%
0,60 35,0 340 67,0 660 23 33 190
0,80 36,5 355 80,5 785 15 22 220 5 . Efeito do esfriamento e do aquecimento sobre a posição das linhas de transformação
1,00 36,5 355 75,5 745 22 26 195 - O s d i a g r a m a s v i s t o s ( f i g s . 2 e 3) e a s t r a n s f o r m a ç õ e s q u e f o r a m a n a l i s a d a s s ã o para
* 1,20 36,0 350 71,5 705 24 39 200 esfriamento lento; p a r a aquecimento lento, as m e s m a s t r a n s f o r m a ç õ e s ocorrem e m s e n t i -
1,40 35,0 340 69,5 685 19 25 215 do i n v e r s o ; e n t r e t a n t o , a p o s i ç ã o d a s l i n h a s críticas é l i g e i r a m e n t e diferente. A f i g u r a 12

34 35
Aços E FERROS FUNDIDOS DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO

m o s t r a os deslocamentos q u e ocorrem às t e m p e r a t u r a s prováveis de equilíbrio, nas con- tomá-la inexistente. A zona austenítica é totalmente c i r c u n d a d a por um c a m p o de duas
d i ç õ e s práticas de a q u e c i m e n t o e esfriamento. A s designações A e c A sào,
r c o m o se viu, fases: "alfa m a i s g a m a " ou " g a m a m a i s delta", o qual não é interrompido por compostos
originadas de: intermetálicosf) ou soluções s ó l i d a s n o s elementos de liga. E x e m p l o s : silício, cromo,
molibdênio, fósforo, vanádio, titânio, a l u m í n i o .
c = 'chauffagef, p a r a ciclos normais de a q u e c i m e n t o .
r= "refroidissemenf, p a r a ciclos normais de esfriamento.

Liquido L
P.F — , +L

A 4

cr

A 3

\ \

TIPO A-l

Fig. 12 - Influência do aquecimento e esfriamento sobre as temperaturas de transformação n a liga Fe-C.

6 . Efeito dos elementos de liga sobre o diagrama de equilíbrio Fe-C- C o m o s e viu, o ferro
e x i s t e e m d u a s f o r m a s a l o t r ó p i c a s - alfa e g a m a - e s t á v e i s e m d i f e r e n t e s f a i x a s d e t e m p e r a -
t u r a s . Essas formas s e caracterizam por p o d e r e m manter em solução sólida, dentro de
a m p l a f a i x a de teores, v á r i o s e l e m e n t o s de liga q u e p o d e m participar d a c o m p o s i ç ã o dos
aços. A s diferentes solubilidades dos vários elementos de liga n e s s a s duas formas
a l o t r ó p i c a s d o ferro l e v a m a m o d i f i c a ç õ e s n a s f a i x a s d e t e m p e r a t u r a s e m q u e a c o r r e m a s
t r a n s f o r m a ç õ e s estruturais d o s a ç o s . Se no ferro puro, a m u d a n ç a de alfa à g a m a ocorre e m
u m a ú n i c a t e m p e r a t u r a ( 9 1 2 ° C ) , a p r e s e n ç a d e q u a l q u e r e l e m e n t o a d i c i o n a l - c o m o , aliás, j á
s e v i u p a r a o caso do c a r b o n o - cria u m a faixa de t e m p e r a t u r a mais ou m e n o s estreita, n a
q u a l a m b a s as formas a l o t r ó p i c a s p o d e m coexistir e m equilíbrio. Esta c i r c u n s t â n c i a origina
tipos característicos de m o d i f i c a ç õ e s nas t e m p e r a t u r a s de transformação d a s ligas de ferro,
o q u e e s t á i l u s t r a d o n a fig. 1 3 q u e m o s t r a o s p o s s í v e i s t i p o s d e d i a g r a m a s d e e q u i l í b r i o d a s
ligas d e ferro B .
O s diagramas da f i g u r a d i v i d e m os elementos de liga e m dois g r u p o s : tipo A, correspon-
d e n t e s a o s eiemerrtos estabilizadores da austenita e o t i p o B, c o r r e s p o n d e n t e s aos
e s t a b i l i z a d o r e s da ferriia. F o r e x e m p l o , u m e l e m e n t o d e liga estabilizador d a a u s t e n i t a tende-
rá a a u m e n t a r a faixa d e te-mperaturas na qual a austenita é estável.
D e r i r c d o s fccs A = EL p c d e - s e c o n s i d e r a r a s e g u i n t e c l a s s i f i c a ç ã o d o s e l e m e n t o s d e l i g a :
Tipo-A-1 - cs d e m e n t e s d e liga alargam a faixa d e temperaturas para austenita estável, TIPO B -1
abaixando a transformação aifa-gama e aumentando a temperatura de transformação
g a m a - d e l t a . Exemplos: m a n g a n ê s , níquel, cobalto. Fig. 13 - Dois tipos possíveis - A e B - e as correspondentes subdivisões I e ll de diagramas V,<
Tipo-A-ll - m e s m o q u e a d i v i s ã o I, p o r é m o s c o m p o s t o s ricos em ferro (ou as soluções de equilíbrio para ligas de ferro.
s ó l i d a s no elemento de liga) t o m a m - s e estáveis, a c o m p o s i ç ã o a v a n ç a n d o s o b r e as fases
alfa o u delta. Exemplos: c a r b o n o , cobre, zinco, nitrogénio. ("/'Composto intermetálico" e' "um composto de dois ou mais metais com estrutura cristalina característica
Tipo-B-I-as elementos d e liga estreitam a faixa d e temperaturas da a u s t e n i t a estável até e que pode apresentar uma composição definida ou uma faixa de composições correspondente a uma "V*
solução sólida". O

36
37
DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

Tlpo-B-Il - mesma q u e a divisão I, p o r é m com o aparecimento de compostos


intermetáiicos ou constituintes outros que s o l u ç õ e s d e ferro alfa e ferro g a m a , interrom-
p e n d o a "lupa" c o m s u a z o n a envolvente de d u a s f a s e s . Exemplos: tântalo, zircônio, boro,
enxofre, nióbio.
D e s s e s elementos d e liga, o cromo t e m u m c o m p o r t a m e n t o especial, p o i s s e até 7 a 8 %
a b a i x a a faixa de t e m p e r a t u r a d e transformação a l f a - g a m a , c o m a u m e n t o s ulteriores verifi-
c a - s e o contrário. Entretanto, o abaixamento d a t e m p e r a t u r a de t r a n s f o r m a ç ã o gama-delta
n a f a i x a de 8 % C r é m a i s r á p i d o do que o d a t r a n s f o r m a ç ã o a l f a - g a m a , p o d e n d o - s e , pois, de
fato afirmar que o c r o m o estreita uniformemente a faixa de estabilidade d a austenita(*).
O s efeitos de a l g u n s e l e m e n t o s de liga s o b r e a s linhas de t r a n s f o r m a ç ã o d o d i a g r a m a d e
equilíbrio Fe-C estão i n d i c a d o s nas figuras 14 e 15.
D e f a t o , a ação dos elementos de liga sobre as linhas de transformação p o d e ser enca-
r a d a s o b os três a s p e c t o s seguintes:
- efeito sobre a c o m p o s i ç ã o do eutetóide;
- efeito sobre a t e m p e r a t u r a do eutetóide;
- efeito sobre o c a m p o austenítico.
O s d o i s p r i m e i r o s e f e i t o s e s t ã o s i n t e t i z a d o s n a f i g u r a 1 4 , o n d e s e v ê q u e t o d o s os e l e -
m e n t o s de liga a n a l i s a d o s ' ' t e n d e m a diminuir o t e o r d e c a r b o n o do e u t e t ó i d e , a o passo q u e
6

s o m e n t e o níquel e o m a n g a n ê s t e n d e m a diminuir a t e m p e r a t u r a d o e u t e t ó i d e , todos os


outros apresentando t e n d ê n c i a oposta.
O terceiro efeito - s o b r e o c a m p o austenítico - e s t á s i n t e t i z a d o na f i g u r a 1 5 , p e l a ação d o s
e l e m e n t o s manganês, c r o m o , molibdênio e silício' '. 7

Verifica-se que o m a n g a n ê s , e m teores c r e s c e n t e s , abaixa a t e m p e r a t u r a d o eutetóide,


a l é m de diminuir o s e u t e o r d e carbono; u m t e o r a d e q u a d o de m a n g a n ê s p o d e r á , por e xe m -
plo, produzir estrutura i n t e i r a m e n t e perlítica s o m e n t e c o m cerca de 0 , 3 % de carbono. O
c r o m o , molibdênio e silício c o m p o r t a m - s e de m o d o contrário ao m a n g a n ê s n o q u e se refere
à i n f l u ê n c i a sobre a t e m p e r a t u r a do eutetóide; q u a n t o à influência s o b r e o t e o r d e c a r b o n o do
e u t e t ó i d e , a t e n d ê n c i a é i d ê n t i c a à do m a n g a n ê s . T o d o s eles, c o m o se v ê , c o m e x c e ç ã o do
m a n g a n ê s , contraem o c a m p o austenítico, t e n d e n d o a tornar o aço q u a s e q u e inteiramente
ferrítico.
C o n v é m o b s e r v a r q u e e s s a p r o p r i e d a d e d e c e r t o s e l e m e n t o s d e l i g a , c o m o o M n , o Cr, o 1600
y
Mo, o Si, o Ni, o Ti, etc. d e produzirem! u m a estrutura eutetóide a p r e s e n t a n d o u m teor de 1400

c a r b o n o c o m p a r a t i v a m e n t e b a i x o é muito i m p o r t a n t e . D e fato, a liga e u t e t ó i d e é de grande 1300


y

r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a ; c o m o a d u r e z a e a f r a g i l i d a d e c r e s c e m c o m a p o r c e n t a g e m d e F e C, 1200

/ ? ~
é evidente que se s e p u d e r obter u m a estrutura resistente, inteiramente perlítica, mediante
i n t r o d u ç ã o de e l e m e n t o s d e liga n u m aço c o m m e n o r t e o r de carbono, e s s a estrutura será
t a m b é m mais mole e m e n o s frágil, ou seja, mais t e n a z do que a estrutura s e m e l h a n t e num
1100

1000

300
- 0 3fi%MN
A
• 4Jfíf
Mn
— 6,5%Mn
y
f -
/
1 í? Jí
f-
li ' /
' o-
/
A Cf".
aço-carbono comum. -9,6% y ú r y*"
800
&y
^ 600
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1
1,2 1,4 1,6 1,8 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,í
% de carbono

A
• /
1? V --- i
A? / \ /

(") A análise dos diagramas apresentados na Fig. 13 deve ser feita com grande cuidado, principalmente
i >

•^y
A y -
y
€*
' 1
porque a maioria dos aços, quando aqpecidos e esfriados, de fato se transformam a temperaturas muito
afastadas das de equilíbrio, devido a suas velocidades de reação muito lentas nas proximidades dessas
temperaturas. Além disso, é difícil predizer, a partir de qualquer diagrama de equilíbrio, as estruturas
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
r
1,2 1,4 1.6 1,8 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,£
% de carbono
resultantes, o que é um inconveniente pois o conhecimento realmente valioso em relação aos sistemas
de ligas é o relacionado com suas estruturas. Fig. 16 - Efeito de certos elementos de liga sobre o c a m p o austenítico.

38 39
EFEITO DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENTTA

EFEITO DA VELOCIDADE DE
ESFRIAMENTO SOBRE A
TRANSFORMAÇÃO DA
AUSTENITA. DIAGRAMA
TRANSFORMAÇÃO - TEMPO -
TEMPERATURA"

41
Aços E FERROS FUNDIDOS EFELTO DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENTTA

1 . Efeito da velocidade de esfriamento sobre a transformação da austenita - O diagrama mesmo t e m p o através de toda a s u a secção) são aquecidos a u m a temperatura a c i m a d e z o n a
d e equilíbrio e s t u d a d o e, p o r t a n t o , a localização d a z o n a crítica c o m o a p a r e c e n a s figuras 2 critica d e m o d o a a d q u i r i r e m estrutura i n t e i r a m e n t e austenítica; e m s e g u i d a s ã o m e r g u l h a d o s e m
e 3, s ã o para condições d e esfriamento muito lento. O s constituintes resultantes d a transfor- um b a n h o l í q u i d o (de c h u m b o f u n d i d o o u s a l f u n d i d o ) , a u m a t e m p e r a t u r a abaixo d a linha inferior d a
m a ç ã o d a austenita - ferrita, cementita e periita - d e acordo c o m s u a quantidade relativa, z o n a critica (Unha A , ) e aí m a n t i d o s p a r a q u e p o s s a m s e r o b s e r v a d o s o s t e m p o s n e c e s s á r i o s p a r a
permitem uma variação nas propriedades mecânicas doa aços, conforme se p ô d e observar que a a u s t e n i t a s e t r a n s f o r m a e m s e u s p r o d u t o s normais. O p r o c e s s o d a t r a n s f o r m a ç ã o p o d e s e r

n a s c u r v a s da f i g u r a 1 1 . E s s e efeito d o s c o n s t i t u i n t e s obtidos pela d e c o m p o s i ç ã o lenta d a acornparíbado o u p e l a m e d i d a d e c e r t o s característicos físicos, c o m o v o l u m e o u d u r e z a , o u p e l o

a u s t e n i t a sobre as p r o p r i e d a d e s mecânicas d o s a ç o s , e m b o r a apreciável, e s t á longe de se exame d a m i c r o e s t r u t u r a , c o m o e s t á i n d i c a d o e s q u e m a t i c a m e n t e n a figura 17. A m e d i d a d e s s a s

comparar, entretanto, ao efeito que pode ser conseguido pelo rápido esfriamento da p n ^ j f i e d a d e s o u o e x a m e d a m i c r o e s t r u t u r a s ã o feitos nos c o r p o s d e p r o v a esfriados e m á g u a o u
salmoura d e p o i s d e m a n t i d o s o s t e m p o s p r e v i s t o s à t e m p e r a t u r a a b a i x o d a crítica c o n s i d e r a d a .
austenita.
D e fato, a formação d a ferrita e da cementita - c o n s e q u e n t e m e n t e d a perlita - exige a m u d a n -
ç a d o reticulado cristalino d o f e r r o , a s s i m c o m o o m o v i m e n t o d e á t o m o s , p o r d i f u s ã o , através d a
a u s t e n i t a sólida; t a i s m o d i f i c a ç õ e s l e v a m t e m p o . E m c o n s e q u ê n c i a s e f o r a u m e n t a d a a v e l o c i d a -

/
500 "C
de de esfriamento d a austenita, ou seja s e o a ç o for esfriado mais r a p i d a m e n t e , não haverá
t e m p o suficiente p a r a u m a c o m p l e t a m o v i m e n t a ç ã o a t ó m i c a e a s r e a ç õ e s d e t r a n s f o r m a ç ã o d a
a u s t e n i t a s e m o d i f i c a m , p o d e n d o m e s m o d e i x a r d e f o r m a r - s e os c o n s t i t u i n t e s n o r m a i s - c o m o a
perlita - e surgirem n o v o s constituintes de g r a n d e i m p o r t â n c i a para a aplicação d o s aços.
Pode-se exprimir tais fatos, quando se a u m e n t a a velocidade de esfriamento d a austenita
/
no d i a g r a m a Fe-C, c o m o resultando n u m a alteração de posição d a z o n a crítica, traduzida
p e l o g r a d u a l a b a i x a m e n t o d a s linhas de t r a n s f o r m a ç ã o A 3 eA v o qual p o d e atingir a centenas
d e g r a u s . A rigor, o q u e s e v e r i f i c a n ã o é u m r e b a i x a m e n t o d a z o n a c r í t i c a , m a s s i m u m a t r a s o
n o início das t r a n s f o r m a ç õ e s , devido a u m a i n é r c i a p r ó p r i a de certos f e n ó m e n o s físicos.
S e j a um aço eutetóide. E s s e aço apresenta u m a única temperatura crítica a 7 2 7 ° C (A 3 e
A, se confundem). Abaixo dessa temperatura tem-se só perlita, e m condições de
esfriamento extremamente lento. Com velocidades de esfriamento cada v e z maiores, a t e m -
p e r a t u r a crítica d e t r a n s f o r m a ç ã o - que s e r i a n e s s e c a s o indicada por A r , - é c a d a v e z m a i s
0,1 1 10 100
baixa. O produto que resulta d a transformação n e s s a s condições, até u m a certa velocidade
Tempo, em seg.
d e esfriamento, ainda é perlita, com característicos estruturais e p r o p r i e d a d e s que depen-
dem, contudo, d a v e l o c i d a d e de esfriamento. A o s e atingir u m a c e r t a v e l o c i d a d e , a u m a
H g . 16 - C u r v a da reação isotérmica representativa da transformação d a austenita em perlita.
t e m p e r a t u r a mais baixa, a p a r e c e junto c o m a precedente, uma nova transformação, dando
o r i g e m a u m c o n s t i t u i n t e c o m p l e t a m e n t e d i f e r e n t e - a "martensita". Dentro d e u m a certa faixa
de velocidade de esfriamento há, portanto, f o r m a ç ã o simultânea de dois constituintes -
perlita e martensita. Finalmente, para u m a certa velocidade de esfriamento, desaparece
T=Transforrnação
inteiramente a primeira transformação e cessa, portanto, a formação d a perlita; permanece A=Austeníta
só a segunda transformação, tendo como produto resultante a martensita. À velocidade dé M=Martensita
100% E= Esfriamento
esfriamento em que isso a c o n t e c e dá-se o n o m e de velocidade crítica de esfriamento, de A PT=Praduto da
transformação
g r a n d e importância no e s t u d o dos tratamentos t é r m i co s dos aços, c o m o s e v e r á mais adian- (A,)
te. E m resumo, c o m v e l o c i d a d e s maiores q u e a v e l o c i d a d e crítica d e e s f r i a m e n t o , só se
v e r i f i c a a f o r m a ç ã o d o c o n s t i t u i n t e martensita, cujas propriedades serão estudadas posteri-
0%T 25 % T 50 % T 75 % T 100 % T
o r m e n t e e que d e s e m p e n h a papel de relevo n o s t r a t a m e n t o s térmicos d o s a ç o s .
100%A 75%A S0%A 25%A 0%A
0%PT 25%PT 50%PT 75%PT 100%PT
2 . Transformação isotérmica. Curva TTT ou em C (também chamada em S) - O s f e n ó m e -
n o s q u e ocorrem q u a n d o o a ç o é esfriado a diferentes velocidades de e s f r i a m e n t o são m e -
lhor compreendidos pelo estudo da transformação isotérmica d a a u s t e n i t a e m perlita, e m
diversas temperaturas a b a i x o de 727°C, ou seja pelo esfriamento rápido d e u m a ç o eutetóide
até u m a temperatura abaixo de 727"C, m a n t e n d o - s e a seguir essa t e m p e r a t u r a constante
a t é q u e toda a t r a n s f o r m a ç ã o d a austenita se p r o c e s s e . A transformação e m perlita o b e d e -
c e r á a u m a curva de r e a ç ã o isotérmica, c o m o a i n d i c a d a n a figura 15. n a q u a l s e considerou
t Temperatura
u m resfriamento brusco d a austenita a 600°C, por exemplo.
{ ambiente
100%M 75%M 50%M 25%M 0%M
A primeira pesquisa experimental no sentido d e determinar as relações e x i s t e n t e s entre a 0%PT 25%PT 50%PT 75%PT 100%PT
v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o e a s t r a n s f o r m a ç õ e s q u e o c o r r e m a t e m p e r a t u r a s c o n s t a n t e s foi realiza-
d a p o r Davenport e B a i n , o r i g i n a n d o - s e d e s s e s e s t u d o s o d e s e n v o l v i m e n t o d o s c o n h e c i d o s dia-
(6)

g r a m a s d e t r a n s f o r m a ç ã o i s o t é r m i c a , de g r a n d e v a l o r prático p a r a a c o m p r e e n s ã o e a realização T e m p o a u m a temperatura c o n s t a n t e


d o s t r a t a m e n t o s t é r m i c o s n o s a ç o s . O estudo e x p e r i m e n t a l consiste no s e g u i n t e : c o r p o s de p r o v a
H g . 17 - Representação esquemática do progresso da transformação d a austenita, a u m a
d e a ç o d e p e q u e n a s d i m e n s õ e s (para que, q u a n d o e s f r i a d o s r a p i d a m e n t e , o e s f r i a m e n t o s e d ê a o
temperatura constante abaixo da crítica.

42 43
EFEITO DA VELOODADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DAAUSTENTTA
A ç o s e FERROS FUNDIDOS

A s s i m , a c e r c a d e 2 0 0 ° C , u m n o v o c o n s t i t u i n t e , c h a m a d o martensita e cujos caracterís-


P a r a facilitar o e s t u d o , p o d e - s e c o n s i d e r a r i n i c i a l m e n t e u m aço e u t e t ó i d e , v i s t o q u e p a r a ticos s e r ã o v i s t a s m a i s a d i a n t e , a p a r e c e i n s t a n t a n e a m e n t e , e m p o r c e n t a g e n s crescen-
ele s ó existe u m a t e m p e r a t u r a de transformação - 7 2 7 " C - e resulta s o m e n t e u m produto de tes, a partir d e M até constituir, à t e m p e r a t u r a c o r r e s p o n d e n t e a M
t r a totalidade do
t r a n s f o r m a ç ã o - a perlita. produto de t r a n s f o j m a ç ã o O - A f o r m a ç ã o de martensita, e m f o r m a de agulhas, c o m o s e
Tomando corpos de prova desse aço, depois de convenientemente austenizados são verá posteriormente, através de uma reação c h a m a d a comumente de "reação
eles mergulhados n u m b a n h o de chumbo a u m a t e m p e r a t u r a de, por e x e m p l o , 680°C e aí martensítica" d á - s e por cisalhamento e m certas regiões do cristal do constituinte original
m a n t i d o s durante t e m p o d e t e r m i n a d o , 10, 1 0 0 , 2 0 0 , 5 0 0 , etc. s e g u n d o s . C o m o houve um e não d e p e n d e d e u m movimento extenso de átomos, c o m o nos fenómenos de difusão.
esfriamento brusco da t e m p e r a t u r a de austenização a 680°C, a austenita p e r m a n e c e u está-
vel, m a s ela t e n d e r á a t r a n s f o r m a r - s e no s e u p r o d u t o d e t r a n s f o r m a ç ã o - perlita, no caso e m
estudo - com o tempo.
Decorrido o tempo d e s e j a d o , os corpos de p r o v a s ã o mergulhados e m á g u a ou salmoura
e as propriedades são m e d i d a s ou a estrutura o b s e r v a d a para verificar o andamento da
t r a n s f o r m a ç ã o . No caso d o e x a m e de estrutura, a transformação é a c o m p a n h a d a ao micros-
c ó p i o p e l a a v a l i a ç ã o d o p r o d u t o r e s u l t a n t e d a t r a n s f o r m a ç ã o n o r m a l d a a u s t e n i t a , i s t o é, p e l a
avaliação da quantidade d e perlita presente, Verifica-se q u e a formação d a perlita à tempe-
r a t u r a c o n s i d e r a d a é p r o g r e s s i v a , i s t o é, as a m o s t r a s e s f r i a d a s e m á g u a d e p o i s d e m a n t i d a s
a 6 8 0 ° C , durante t e m p o s diferentes, mostram quantidades crescentes de perlita para tem-
p o s crescentes de p e r m a n ê n c i a a essa temperatura.
R e p e t i n d o - s e a e x p e r i ê n c i a , i s t o é, m e r g u l h a n d o - s e n o v a s a m o s t r a s d o m e s m o a ç o d e -
pois de c o n v e n i e n t e m e n t e austenizados, e m b a n h o s d e c h u m b o fundido m a n t i d o s a outras
t e m p e r a t u r a , t e m - s e u m a s é r i e de t e m p o s os q u a i s m a r c a m , para as várias t e m p e r a t u r a s , o
início e o fim da t r a n s f o r m a ç ã o .
P o d e - s e a s s i m c o n s t r u i r u m d i a g r a m a "temperatura-tempo" onde, para c a d a temperatu-
ra, s e t e m u m a i n d i c a ç ã o d a p o r c e n t a g e m d e t r a n s f o r m a ç ã o e m f u n ç ã o d o t e m p o . Esse
d i a g r a m a é c h a m a d o d e "transformação isotérmica" ou "a temperatura constante".
. N e s s e diagrama, e m q u e o tempo é levado e m e s c a l a logarítmica, m a r c a - s e para cada
t e m p e r a t u r a o s p o n t o s d e i n í c i o d e t r a n s f o r m a ç ã o d a a u s t e n i t a (isto é, q u a n d o c o m e ç a a s e
f o r m a r perlita) e os p o n t o s d e f i m de t r a n s f o r m a ç ã o ( q u a n d o se tem t o d a a a u s t e n i t a t r a n s -
f o r m a d a e m perlita). P a r a facilitar o e x a m e m i c r o g r á f i c o , c o n v e n c i o n o u - s e a d o t a r p a r a início
d e t r a n s f o r m a ç ã o o p o n t o c o r r e s p o n d e n t e à f o r m a ç ã o de 0 , 5 % de periita e p a r a fim d e
t r a n s f o r m a ç ã o o ponto c o r r e s p o n d e n t e à f o r m a ç ã o d e 9 9 , 5 % de perlita.
T e m - s e assim no d i a g r a m a u m a série de p o n t o s d e j n í c i o e de fim d e t r a n s f o r m a ç ã o , os
q u a i s l i g a d o s e n t r e s i o r i g i n a m d u a s c u r v a s c o m a f o r m a C (fig. 1 8 ) . E s s a s c u r v a s são
chamadas "em C" o u "TTT" (tempo-temperatura-transformação). São t a m b é m chamadas
"em S", d e v i d o à f o r m a q u e a s p r i m e i r a s c u r v a s d e t e r m i n a d a s p . o r D a v e n p o r t e B a i n a p r e s e n -
t a v a m . Estudos posteriores modificaram sua forma, q u e se aproxima mais d e u m C,
O e x a m e dessas c u r v a s , p a r a o aço eutetóide e m estudo, revela o s e g u i n t e :

a) a linha horizontal, n a parte superior do d i a g r a m a , r e p r e s e n t a a l i n h a inferior d a z o n a


c r í t i c a , isto é, a l i n h a A ; à temperatura de 7 2 7 ° C ;
b) a linha e m f o r m a d e ' C m a r c a d a I define o t e m p o n e c e s s á r i o p a r a q u e a t r a n s f o r m a ç ã o
d a austenita em perlita s e inicie;
c) a l i n h a t a m b é m e m f o r m a d e C e m a r c a d a F d e f i n e o t e m p o n e c e s s á r i o p a r a q u e a
t r a n s f o r m a ç ã o d a a u s t e n i t a e m perlita se c o m p l e t e ; 1 2 4 8 15 30 1 2 4 8 15 30 1 2 4 3 15

d) a t r a n s f o r m a ç ã o d e m o r a p a r a s e iniciar e p a r a s e c o m p l e t a r , à t e m p e r a t u r a l o g o a b a i x o , Segundos Minutos Horas —


d a crítica; e m outras p a l a v r a s , a velocidade d e t r a n s f o r m a ç ã o é baixa inicialmente;
e) a d e m o r a para a t r a n s f o r m a ç ã o se iniciar e se c o m p l e t a r é c a d a v e z m e n o r à m e d i d a T e m p c e m escala logarítmica
q u e d e c r e s c e a t e m p e r a t u r a , até q u e , a c e r c a d e 5 5 0 ° C , t e m - s e o m a i s r á p i d o início d e
transformação; Fig. 18 - Representação esquemática do d i a g r a m a de transformação isotérmica de um aço eutetóide.
f) a b a i x o d e 5 5 0 ° C , a u m e n t a n o v a m e n t e o t e m p o p a r a q u e a t r a n s f o r m a ç ã o s e i n i c i e , a o
m e s m o iempo que a v e l o c i d a d e de transformação decresce;
g ) f i n a l m e n t e , à t e m p e r a t u r a d e c e r c a d e 2 0 0 ° C , a l i n h a M, e m a i s a b a i x o d a l i n h a M,
i n d i c a m o a p a r e c i m e n t o d e outro tipo d e t r a n s f o r m a ç ã o , a qual t e m l u g a r instantanea- [') A rigor, a formação da martensita não deveria ser representada no diagrama de transformação
m e n t e independente, portanto, do tempo. A faixa d e temperaturas entre as quais ocorre isotérmica, pois independe do tempo, isto é, essa formação se dá com a queda da temperatura, prosse-
e s s a transformação, t o t a l m e n t e diferente da i n d i c a d a pelas curvas e m C, é d e /W, a M r
gue à medida que esta cai, mas estaciona se ela á mantida constantemente.

45
44
Aços E FERROS FUNDIDOS EFEITO DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENTTA

a Constituintes resultantes da transformação da austenita e seus característicos - Os 4 Curvas TTT para aços hipoeutetóides - O s aços que n ã o os eutetóides apresentam
constituintes resultantes d a transformação d a austenita nas diferentes faixas d e temperatu- c u r v a s e m "C"diferentes; n o t a - s e n e l a s , e m p r i m e i r o lugar, m a i s u m a l i n h a h o r i z o n t a l - A , ( f i g .
ras aparecem na seguinte sequência: 19 e f i g . 2 0 ) , a q u a l r e p r e s e n t a a t e m p e r a t u r a c r i t i c a inferior. A f i g u r a 1 9 ' ' é a c u r v a e m
1 0 C
para u m a ç o h i p o e u t e t ó i d e e n e l a p o d e s e r verificado t a m b é m o a p a r e c i m e n t o de o u t r a l i n h a
a ) L o g o a b a i x o d e A,, z o n a e m q u e a v e l o c i d a d e d e t r a n s f o r m a ç ã o é m u i t o b a i x a , f o r m a - i n d i c a d a p o r F. E s s a l i n h a i n d i c a a s e p a r a ç ã o i n i c i a l d a f e r r i t a q u a n d o o a ç o e n t r a , d u r a n t e o
s e perlita lamelar, de granulação grosseira e de baixa dureza (Rockwell C de 5 a 20); esfriamento l e n t o , n a z o n a crítica. A f i g u r a 20 é para u m a ç o h i p e r e u t e t ó i d e e n e l a s e n o t a
b) à m e d i d a q u e a t e m p e r a t u r a c a i , n a s p r o x i m i d a d e s d o c o t o v e l o d a c u r v a , e m t o m o d e t a m b é m u m a l i n h a i d ê n t i c a à d a figura, a n t e r i o r , d e s i g n a d a a g o r a p o r C , i n d i c a n d o a s e p a r a -
(

5 5 0 ° C , a periita q u e s e f o r m a adquire t e x t u r a c a d a v e z mais fina e d u r e z a c a d a vez mais ção inicial d a c e m e n t i t a q u a n d o e s s e a ç o p e n e t r a , n o e s f r i a m e n t o , n a z o n a c r í t i c a .


e l e v a d a , Rockwell C d e 3 0 a 40, o u c e r c a d e 4 0 0 Brinell. P a r a d i f e r e n c i á - l o de perlita
l a m e l a r n o r m a l , e s s e c o n s t i t u i n t e é c h a m a d o d e perlita fina (o t e r m o a n t i g o u s a d o p a r a
designá-lo é troostita). É a forma mais dura da perlita e a que apresenta as lamelas mais 1000
finas. A espessura d a s l a m e l a s é tão p e q u e n a , q u e dificilmente elas s ã o perceptíveis áo
microscópio;
c) à temperatura entre 5 5 0 ° C e 2 0 0 ° C , n o v a m e n t e há n e c e s s i d a d e d e u m t e m p o mais
longo para se iniciar a transformação d a austenita. N e s s a faixa de t e m p e r a t u r a s o produ-
to de transformação resultante varia de aspecto, d e s d e um a g r e g a d o d e ferrita e m forma
d e p e n a e carboneto d e ferro muito fino, e m t o r n o d e 4 5 0 ° C , até u m c o n s t i t u i n t e em f o r m a 700
de agulhas c o m coloração escura (em t o m o d e 2 0 0 ° C ) . Todas essas estruturas são hoje
o
d e s i g n a d a s c o m o n o m e d e bainita(*) e s u a d u r e z a v a r i a d e 4 0 a 6 0 R o c k w e l l C;
SS 600
d) finalmente, na f a i x a d e t e m p e r a t u r a s d e M, ( e m t o m o de 2 0 0 ° C ) a M (em t o m o de
100°C) forma-se u m constituinte novo, totalmente diverso dos anteriores, cuja formação
S. 500
d e p e n d e e x c l u s i v a m e n t e d a t e m p e r a t u r a - a martensita. Sua aparência e f o r m a são se- £
m e l h a n t e s à s d a b a i n i t a , i s t o é, a p r e s e n t a - s e e m a g u l h a s , m a s c o m c o l o r a ç ã o m a i s c l a r a . • (2
400
Devido a esse aspecto é frequentemente c h a m a d a acicular.

A verdadeira n a t u r e z a d a martensita não foi c o n v e n i e n t e m e n t e e x p l i c a d a durante muito


t e m p o . Sabendo-se que a estrutura martensítica dos aços temperados é magnética, chega-
s e à conclusão que o reticulado d a martensita a s s e m e l h a - s e ao do ferro alfa. P o r outro lado, aoo
f i c o u p r o v a d o e x p e r i m e n t a l m e n t e , d e s d e há m u i t o t e m p o ' ' , q u e a r e s i s t i v i d a d e elétrica d a
9

m a r t e n s i t a é c o n s i d e r a v e l m e n t e mais alta que a d o s c o n g l o m e r a d o s f e r r i t a - c e m e n t i t a , q u a l -


q u e r q u e seja o s e u g r a u d e d i s p e r s ã o . C o m o v a l o r e s elevados de r e s i s t i v i d a d e elétrica s ã o
característicos de soluções sólidas, poderia parecer que a martensita seria u m a solução j l i I_ j i i L
s ó l i d a de carbono no ferro alfa, que, por s u a v e z , c o m o se sabe, só d i s s o l v e quantidades 1 2 4 8 15 30 1 2 4 8 15 30 1 2 4 8 15
m í n i m a s de carbono. Tais a p a r e n t e s c o n t r a d i ç õ e s , p o r longo t e m p o , l e v a n t a r a m dúvidas
q u a n t o à natureza da martensita. Atualmente, entretanto, admite-se definitivamente a forma- Segundos Minutos
ç ã o d a martensita c o m o u m a reação por c i s a l h a m e n t o , através de planos cristalográficos, de Tempo e m escala logarítmica
m o d o t ã o rápido q u e n ã o p o d e s e r evitada m e s m o p o r resfriamento r á p i d o . E s t e resfriamento
r á p i d o t r a n s f o r m a e m alfa a f o r m a alotrópica d o ferro, a qual retém a s l â m i n a s estreitas e Fig. 19 - Diagrama de transformação isotérmica para u m a ç o hipoeutetóide.
a l o n g a d a s de a u s t e n i t a p r o v e n i e n t e s do c i s a l h a m e n t o , as q u a i s . s ã o r e a l m e n t e lâminas de
martensita que s e a p r e s e n t a m , e m microsecções, c o m o aspecto de a g u l h a s longas e finas.
C o m p a r a n d o a s f i g u r a s 19 e 2 0 , v e r i f i c a - s e m a i s o s e g u i n t e : o a u m e n t o d o t e o r d e c a r b o -
D e s e n v o l v e m - s e , c o m o s e d e v e r i a esperar, t e n s õ e s internas apreciáveis.
no t e n d e a d e s l o c a r a c u r v a e m C p a r a a d i r e i t a , isto é, r e t a r d a o i n í c i o e o fim d a r e a ç ã o p a r a
A martensita a p r e s e n t a u m reticulado tetragonal e s u a dureza é muito e l e v a d a , podendo formação d a perlita; a l é m disso, a t e m p e r a t u r a de reação da- m a r t e n s i t a é g r a n d e m e n t e
a t i n g i r 65 a 67 R o c k w e l l C. E m vista do e x p o s t o , e s s a alta dureza d a m a r t e n s i t a pode s e r rebaixada c o m o a u m e n t o do t e o r . d e c a r b o n o c o m o a figura 2 1 m o s t r a .
a t r i b u í d a entre outros, a o s s e g u i n t e s fatores: F i n a l m e n t e , u m a ú l t i m a o b s e r v a ç ã o p o d e s e r feita, a q u a l d i z r e s p e i t o à t e n d ê n c i a g e r a l
d a s curvas em C s e a p r o x i m a r e m t a n t o m a i s d o e i x o d a s o r d e n a d a s q u a n t o m e n o r o t e o r d e
- precipitação de p a r t í c u l a s s u b m i c r o s c ó p i c a s d e c a r b o n e t o de ferro d a s o l u ç ã o sólida c a r b o n o , o q u e s i g n i f i c a q u e . q u a n t o m e n o r o c a r b o n o , t a n t o m a i s difícil d e s e o b t e r p o r
g a m a e retenção d e s s a s partículas na f o r m a d e u m a solução sólida supersaturada no esfriamento, a i n d a q u e muâo rápido, esírutura unicamente martensítica.
reticulada do ferro alfa (formado no e s f r i a m e n t o ) onde atuam como espécies de
"chavetas", impedindo o escorregamento; 5. Transformação em resfriamento contínuo - As curvas e m C estudadas são curvas típicas
- distorção do reticulado; das t r a n s f o r m a ç õ e s q u e s e o p e r a m a u m a t e m p e r a t u r a c o n s t a n t e ; e n t r e t a n t o , d o p o n t o de
- tensões internas; vista p r á t i c o , a s t r a n s f o r m a ç õ e s q u e m a i s i n t e r e s s a m s ã o a s q u e s e v e r i f i c a m q u a n d o a t e m p e -
- t a m a n h o de grão m u i t o p e q u e n o . ratura d e c r e s c e c o n t i n u a m e n t e , v i s t o q u e a m a i o r i a d a s o p e r a ç õ e s d e t r a t a m e n t o térmico
envolve t r a n s f o r m a ç õ e s q u e o c o r r e m e m r e s f r i a m e n t o c o n t í n u o . A s s i m s e n d o , a rigor, o d i a g r a -
(*)Em homenagem a £. C. Bain. ma T T T n ã o p o d e r i a s e r utilizado c o m o objetivo de v e r i f i c a r estruturas r e s u l t a n t e s de

46 47
Aços E FERROS FUNDIDOS EFEITO DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENITA

Austenita k
900
Cl
A3
800

700
Pi
PI
600 "A
+ P(F+C)
F
500 +
\
e
400

300
I
200 Mi

100 - Mf

J L...1 I I 1 I I 1 i I I I i i i i I
2 4 8 15 30 1 2 4 8 15 30 1 2 4 8 15

Segundos ^4— Minutas fr>^ Horas —>

Tempo e m escala logarítmica

Fig. 20 - D i a g r a m a de transformação isotérmica para um aço hipereutetóide. 1,0 2 3 4 S 7 10 100 1000

Tempo em SBgundos (escala logarítmica)

Fig. 22 - Representação esquemática d o diagrama de transformação para resfriamento contínuo.

Esta indica, a i n d a , e m linhas p o n t i l h a d a s , a parte inferior d o d i a g r a m a , ou seja, a p a r t e d e


abaixo do " c o t o v e l o " ou "joelho" das c u r v a s . Isso porque, p a r a resfriamento contínuo, uma
vez u l t r a p a s s a d a s as curvas de início e d e fim de t r a n s f o r m a ç ã o , n u m a d e t e r m i n a d a v e l o c i -
dade d e r e s f r i a m e n t o , n a d a mais o c o r r e o u n a d a mais resta a transformar, pois as transfor-
mações previstas ou procuradas se completaram.
N a p a r t e i n f e r i o r d o d i a g r a m a , r e s t a r ã o a p e n a s as l i n h a s M e M, correspondentes
í à
formação d a martensita, a qual p o d e r á s e m p r e se formar, d e s d e que a v e l o c i d a d e de
r e s f r i a m e n t o a d o t a d a s e j a tal q u e a c u r v a c o r r e s p o n d e n t e e v i t e o u t a n g e n c i e o " j o e l h o " d a
curva de início de t r a n s f o r m a ç ã o .
Tais f a t o s f i c a m m a i s claros, a o e x a m i n a r o s e x e m p l o s i n d i c a d o s n a F i g . 2 3 relativos a v á r i a s
velocidades d e resfriamento. A figura permite t a m b é m c o m p r o v a r a importância do d i a g r a m a d e
resfriamento c o n t í n u o n a d e t e r m i n a ç ã o d a s e s t r u t u r a s e p r o p r i e d a d e s q u e r e s u l t a m q u a n d o o s
aços, depois d e a q u e c i d o s , são s u b m e t i d o s a diferentes v e l o c i d a d e s d e resfriamento.
Do e x a m e d a F i g . 2 3 , p o d e m s e r e x t r a í d a s as s e g u i n t e s c o n c l u s õ e s : um a ç o e s f r i a d o
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 muito l e n t a m e n t e , no forno por e x e m p l o ( c u r v a A ) , c o m e ç a a s e t r a n s f o r m a r em perlita ao

Teor d e C, % atingir o p o n t o A , e a o atingir o p o n t o A , é inteiramente c o n s t i t u í d o d e perlita. E s s a p e r l i t a


é de granulação grosseira e a p r e s e n t a baixa dureza; logo, aços esfriados muito lenta-
mente apresentam, à temperatura ambiente, o constituinte perlita grosseira e s ã o de
Fig. 21 - Influência d o teor de carbono s o b r e a posição das linhas M. e ívL
baixa dureza.
C o m e s f r i a m e n t o m a i s r á p i d o , a o a r p o r e x e m p l o ( c u r v a B), o aço apresentará periita
mais fina, c o m d u r e z a mais e l e v a d a . C o m velocidade d e e s f r i a m e n t o maior, e m óleo
r e s f r i a m e n t o c o n t í n u o e m d e t e r m i n a d a s v e l o c i d a d e s . É, c o n t u d o , p o s s í v e l , p e l o e m p r e g o d e
(curva C), a t r a n s f o r m a ç ã o iniciada e m C , e t e r m i n a d a e m C, d á c o m o constituinte periita
técnicas semelhantes às utilizadas para a determinação dos diagramas de transformação
m a i s f i n a , c o m d u r e z a m a i o r . C o m r e s f r i a m e n t o a i n d a m a i s r á p i d o ( c u r v a D) verifica-se
i s o t é r m i c a , obter u m d i a g r a m a c o m o o r e p r e s e n t a d o n a Fig. 2 2 . Essa d e t e r m i n a ç ã o leva a u m
q u e o i n í c i o d e t r a n s f o r m a ç ã o s e d á n o p o n t o D.. A v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o a g o r a é t a l
d e s l o c a m e n t o p a r a d i r e i t a e p a r a b a i x o d a s p a r t e s s u p e r i o r e s d a s c u r v a s d e i n í c i o e d e fim d e
que a c u r v a d e e s f r i a m e n t o n ã o t o c a n a c u r v a de fim de t r a n s f o r m a ç ã o , de m o d o q u e a
transformação, e m relação às curvas isotérmicas, c o m o se pode observar n a figura.
t r a n s f o r m a ç ã o e m p e r l i t a a p e n a s s e i n i c i a , i n t e r r o m p e n d o - s e e m s e g u i d a e, a o a t i n g i r o

48
49
Aços E FERROS FUNDIDOS Eemo DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENTTA

ponto D , a austenita que não se transformou p a s s a a martensita, c u j a formação termina Por outro l a d o , velocidades m a i o r e s d e esfriamento p o d e m o c a s i o n a r consequências
em D " a estrutura resultante dessa velocidade de esfriamento é simultaneamente sérias, c o m t e n s õ e s internas e x c e s s i v a s , e m p e n a m e n t o s d a s p e ç a s e até m e s m o a p a r e c i -
perlita e martensita. mento de f i s s u r a s . Isso significa q u e , o u d e v e m ser s a c r i f i c a d a s as p r o p r i e d a d e s f i n a i s d o
C o m e s f r i a m e n t o m u i t o r á p i d o ( c u r v a F), e m á g u a , v e r i f i c a - s e q u e a c u r v a d e e s f r i a m e n t o aço m e d i a n t e u m t r a t a m e n t o t é r m i c o c o m esfriamento m e n o s drástico, ou se d e v e p r o c u -
não toca a curva de transformação, de m o d o q u e n ã o há transformação d a austenita em rar u m a ç o q u e possibilite o b t e n ç ã o da máxima dureza com menor velocidade de
p r o d u t o lamelar, m a s s i m p l e s m e n t e p a s s a g e m a m a r t e n s i t a , q u a n d o , n o e s f r i a m e n t o , s ã o esfriamento.
a t i n g i d a s a s t e m p e r a t u r a s c o r r e s p o n d e n t e s a M. e M . t Logo, os aços e s f r i a d o s mais rapida- Finalmente, resta notar que p a r a a ç o s c o m diagrama s e m e l h a n t e ao das figuras 19
m e n t e são os mais d u r o s . ou 20, n ã o h á u m a c u r v a de e s f r i a m e n t o q u e p e r m i t a a f o r m a ç ã o da bainita. D e f a t o ,
Pode-se notar q u e h á u m a velocidade de esfriamento à qual c o r r e s p o n d e uma cur- como se v e r á m a i s adiante, a bainita só é obtida em t r a t a m e n t o isotérmico, isto é,
va de esfriamento que tangencia a curva C de início de t r a n s f o r m a ç ã o para tratamento em que o esfriamento é interrompido na temperatura correspondente à
formação da bainita para, depois que esta se f o r m o u , p r o s s e g u i r até a temperatura
ambiente.
Conhecida a relação que liga o d i a g r a m a de resfriamento contínuo ao isotérmico,
com as c u r v a s d o primeiro d e s l o c a d a s a b a i x o e à direita d a s do s e g u n d o , p o d e - s e para
os f i n s p r á t i c o s - o u s e j a p a r a o p l a n e j a m e n t o dos d i v e r s o s tratamentos t é r m i c o s dos
a ç o s - u s a r o d i a g r a m a d e t r a n s f o r m a ç ã o i s o t é r m i c a , i s t o é, a s c u r v a s T T T ou e m C.
Sobre estas, s e r ã o superpostas c u r v a s de resfriamento, t o d a v e z que se desejar c o n h e -
cer o s c o n s t i t u i n t e s r e s u l t a n t e s , a v á r i a s v e l o c i d a d e s d e r e s f r i a m e n t o t í p i c a s d o s t r a t a -
mentos térmicos usuais.

6. Efeitos da seção da p e ç a - A v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o é a f e t a d a p e l a s e c ç ã o d a p e ç a ,
pois é ó b v i o q u e o i n t e r i o r d a s p e ç a s s e e s f r i a m a i s l e n t a m e n t e q u e a s u a s u p e r f í c i e . A
d i f e r e n ç a ê t a n t o m a i o r q u a n t o m a i o r a v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o e, e v i d e n t e m e n t e , q u a n t o
maior a s e c ç ã o d a p e ç a . Esse fato é m e l h o r evidenciado através d o s exemplos d a f i g u r a 2 4 ,
onde estão r e p r e s e n t a d o s e s q u e m a t i c a m e n t e o esfriamento do centro e o da superfície de
uma peça e m três meios de esfriamento diferentes.
Em á g u a o u salmoura (meios m a i s drásticos), a superfície esfriou com velocidade
superior à v e l o c i d a d e crítica de e s f r i a m e n t o , ou seja, a superfície adquiriu inteiramente
a e s t r u t u r a m a r t e n s í t i c a e, p o r t a n t o , a m á x i m a d u r e z a . O c e n t r o d a p e ç a s o f r e u parci-
almente a t r a n s f o r m a ç ã o da austenita e m perlita, tendo a parte não t r a n s f o r m a d a pas-
sado a m a r t e n s i t a , ou seja, o centro a d q u i r i u , em parte, d u r e z a m á x i m a , em óleo, s ó a
superfície p a s s o u parcialmente a m a r t e n s i t a e no a r n e m mesmo a superfície. Se a
secção d a p e ç a for maior, a d i f e r e n ç a é m a i s a c e n t u a d a e o a s p e c t o , c o m esfriamento
em á g u a , p o d e r á ser o da f i g u r a 2 5 , isto é, m e s m o e m á g u a o centro não endureceu
Tempo em s e g u n d o s ( e s c o l a logarítimo) nem parcialmente.

,1 ! Fig. 23 - Representação esquemática da superposição de curvas de esfriamento no


í!!: d i a g r a m a de transformação p a r a resfriamento contínuo.

esfriamento contínuo. A essa velocidade de esfriamento chama-se velocidade de têm-


pera e ela indica q u e é d e s n e c e s s á r i o esfriar-sa o a ç o mais r a p i d a m e n t e p a r a que se
produza estrutura martensítica. Pode-se, pois, definir a velocidade crítica de
e s f r i a m e n t o (ou de t ê m p e r a ) c o m o "a menor velocidade de esfriamento que produzirá
estrutura inteiramente martensítica".
A v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o e, e m ú l t i m a a n á l i s e , o t i p o d e t r a t a m e n t o t é r m i c o s e r á ,
portanto, escolhido de a c o r d o c o m a estrutura e as propriedades que s e d e s e j a m . Assim,
q u a n d o s e v i s a o b t e r a m á x i m a cfuraza. d e v e - s e p r o c u r a r p r o d u z i r a e s t r u t u r a m a r t e n s í t i c a ,
isto é, escolher u m t r a t a m e n t o térmico c o m e s f r i a m e n t o rápido. Q u a n d o s e v i s a o mínimo d e
d u r e z a , é n e c e s s á r i a e s t r u t u r a perlítica, o u s e j a , e s f r i a m e n t o lento.
A consideração d a v e l o c i d a d e de esfriamento muito baixa, para o b t e n ç ã o d a estrutura
perlítica ou muito alta, p a r a obtenção da estrutura martensítica, é válida p a r a todo aço que Tampo Tampo Tempo

apresentar uma curva T T T idêntica à vista atrás. Ver-se-á mais adiante que a posição Esfriamento em Esfriamento em Esfriamento ao
d e s s a s curvas pode s e r g r a n d e m e n t e m o d i f i c a d a por inúmeros fatores, verificando-se e n - água óleo ar

tão q u e a estrutura m a r t e n s í t i c a pode ser o b t i d a c o m velocidades de e s f r i a m e n t o relativa-


Fig. 2 4 - Representação esquemática do efeito da secção d a p e ç a sobre a velocidade d e
mente baixas.
esfriamento e m meios diferentes.

50 51
FATORES QUE AFEOM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT

FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO


DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT
ENDURECIBILIDADE OU
TEMPERABILIDADE

52
53
••
••
FATORES QUE AJETAM A POSIÇÃO DAS CURWS DO DIAGRAMA TTT
•ACOSE FERROS FUNDIDOS

1 . Fatores que influem na posição das curvas TTT - Viu-se que o t e o r d e carbono pode de fim de t r a n s f o r m a ç ã o p a r a a d i r e i t a , a t r a s a n d o o início e o f i m d a t r a n s f o r m a ç ã o da

modificar s e n s i v e l m e n t e a posição das linhas d e início e de fim de t r a n s f o r m a ç ã o das curvas austenita.


TTT. A l é m do carbono, o s elementos de liga q u e p o d e m ser adicionados nos aços afeiam • A c o n s e q u ê n c i a m a i s i m p o r t a n t e d e s s e d e s l o c a m e n t o e, p o r t a n t o , d o retardamento nas
grandemente a posição d a s curvas isotérmicas. O u t r o s fatores d e influência são o tamanho transformações, consiste na m a i o r facilidade de obter, por esfriamento, a estrutura
d e g r ã o s e a h o m o g e n e i d a d e da austenita. Portanto, os principais f a t o r e s q u e p o d e m m o d i - martensítica'. N a r e a l i d a d e , c o n f o r m e o s e l e m e n t o s d e l i g a p r e s e n t e s , p o d e - s e t e r f o r m a ç ã o
m - ficar a posição das c u r v a s T T T são: quase que s o m e n t e de martensita m e s m o c o m esfriamento lento.

# - composição química; As figuras 2 6 , 2 7 , 2 8 e 2 9 l 1 D ) m o s t r a m as curvas T T T p a r a quatro tipos de aço c o m e l e m e n t o s

- tamanho de grão d e ausíenfta; de liga e c o m p r o v a m c l a r a m e n t e o s f a t o s q u e a c a b a r a m d e s e r e x p o s t o s . A f i g u r a 2 9 r e f e r e - s e

• homogeneidade d a austenita. a u m tipo d e a ç o p a r a o q u a l é p o s s í v e l a f o r m a ç ã o d e b a i n i t a p o r r e s f r i a m e n t o c o n t í n u o .

#
• N o q u e s e r e f e r e à composição química, t o d o s os elementos de liga q u e s ã o adicionados
a o s a ç o s , c o m e x c e ç ã o d o c o b a l t o , d e s l o c a m a s c u r v a s d e início e d e f i m d e t r a n s f o r m a ç ã o

••
p a r a a direita, o u s e j a , r e t a r d a m a t r a n s f o r m a ç ã o . A explicação p a r a e s s e c o m p o r t a m e n t o é
a seguinte:

- Praticamente t o d o s o s e l e m e n t o s d e liga s e d i s s o l v e m na austenita, isto é, q u a n d o o a ç o


s e encontra a t e m p e r a t u r a s e m que é constituído unicamente de a u s t e n i t a , os seus ele-
m e n t o s de liga s e e n c o n t r a m inteiramente d i s s o l v i d o s no ferro g a m a .

• - Os elementos da liga apresentam, entretanto, tendência diversa


esfriamento, se a c h a m n a z o n a crítica; e m o u t r a s palavras, h á u n s e l e m e n t o s que t e n d e m
quando, no


a ficar dissolvidos no ferro sob a forma alotrópica alfa e há outros e l e m e n t o s que tendem
a f o r m a r c a r b o n e t o s d a m e s m a m a n e i r a q u e o f e r r o ( v e r T a b e l a 2)< >. 11

II! í.
•Ih )! E n t r e os p r i m e i r o s c o n t a m - s e o a l u m í n i o , o s i l í c i o e o n í q u e l ; e n t r e o s s e g u n d o s , os q u e
a p r e s e n t a m a t e n d ê n c i a m a i s forte de f o r m a ç ã o d e c a r b o n e t o s s ã o o t i t â n i o , o nióbio e o
vanádio; o tungsténio e o molibdênio, a p r e s e n t a m igualmente t e n d ê n c i a forte, embora
10 10' 10' 10' 10'
# m e n o r que os a n t e r i o r e s ; finalmente, o c r o m o t e m tendência m o d e r a d a par formar
Tempo em segundas
carbonetos e o m a n g a n ê s apresenta t e n d ê n c i a fraca, a maior parte dele s e dissolvendo
( E s c a l a logarítmica)
:m n a ferrita.
Fig. 2 6 - Curva T T T para aço AIS11335 c o m 0,35% de carbono e 1,85% de manganês

D e q u a l q u e r m o d o , o s e l e m e n t o s de liga, n o e s f r i a m e n t o ao e n t r a r e m n a z o n a crítica,

••
p r o c u r a m se dispor d e a c o r d o c o m sua t e n d ê n c i a , q u e r se dissolvendo n a ferrita, quer for-
m a n d o carbonetos. E s s a s reações, tanto m a i s n u m e r o s a s e c o m p l e x a s quanto maior o
A


n ú m e r o d e e l e m e n t o s d e l i g a p r e s e n t e s r e q u e r e m , a s s i m , a p r e c i á v e l t e m p o p a r a s e iniciar e
-A 3
A —rz\
t a m b é m p a r a s e c o m p l e t a r , f a t o e s s e q u e o c a s i o n a r á o d e s l o c a m e n t o d a s c u r v a s d e início e
1 A
J11 O

TABELA2 - 21 g
/
Distribuição dos elementos de liga n o s aços esfriados lentamente
A+F+C \ F+C -
D i s s o l v i d o na C o m b i n a d o na Na f o r m a de Na f o r m a de \
I H : Ferrita f o r m a de Inclusões Compostas E \ 07 tD

••
Carboneto Não-Metálicas Intermetállcos \ J6 Q
X
Ni ML —
líi:
[M! I:
Si Si0 .MO
2
_... i L ^
Al AIA AI„N -Mg - 0
rl
Zr ZrtD 2 Zr N
x y
I ; MANHODEGRÃO
Cu N>7-B -
P
1n
i ! \\

#
M n (forte) Mn (fraca) MnS, MnO.Si0 2

In i Ih 1dia
Cr (forte) Cr (moderada)
A 1 10 10' 10' 10
- 10' 10'


Cf
W (fraca) W (moderada)
Tempo em segundas
M o (fraca) Mo (moderada)


V (muito fraca) V (forte) ( E s c a l a logarítmica)
V A
Ti (muito fraca) Ti (forte)
Nb (muito fraca) Nb (forte) Fig. 2 7 - Curva T T T para aço AISI 2340 com 0,37% C, 0 , 6 8 % Mn e 3,41 % Ni.

54 55'
Aços E FERROS FUNDIDOS FATORES QUE AEETAMA POSÍÇÃO DAS Custas a o DIAGRAMA TTT

1 . I —A •
: 1 A
- a
A i 1

J^-^yyy- :

- 30
"T : i - ( 39 O

- A+F+ \ +C
:
- 40 5>

\
35

.1 i • i í i
- 41 rr

f i. E
\
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- 1 • Ml - TAMANhODE GRÃ D 7 - 8
53
56
61
TA EGRÃO
vA
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II - \A .
n ín h 1aSa '" au ími10'
n Ih 10' 1
lia
1 10 10" 10' 10' 10' 10' 1 10 10' 10' 10'

Tempo em s e g u n d o s Tempo em segundos


(Escala l o g a r í t m i c a ) ( E s c a l a logarítmica)

Fig. 28 - C u r v a T T T para açoAISI 5140 c o m 0 , 4 3 % C, 0,58% M n e 0 , 9 3 % Cr. Fig. 30 - Curva T T T para aço 1321 cementado, com 0 , 8 0 % C, e 1,88% M n .

400

300
O
2_»
£J 200

100
CL
( í Ê \
0
E \
-100 o

-200 \ \
Manganês (%)

Fig. 31 - Influência do manganês e do carbono sobre a temperatura M, de início


1 10 10* 1tf Vt 10' 10'
da f o r m a ç ã o de martensita.

Tempo e m segundos
Ill'
(Escala tegsríirnica) raturas de r e a ç ã o martensítica, a b a i x a n d o - a s c o n s i d e r a v e l m e n t e , a p o n t o de evitar s u a for-
ip i mação total.
Fig. 29 - Cun/a T T T p a r a a ç o A I S I 4340 com 0,42% C, 0 , 7 8 % Mn, 1,79% Ni, 0 , 8 0 % e C r e 0,33% Mo. E m r e l a ç ã o a o tamanho de grão da austenita, verifica-se q u e q u a n t o maior esse t a m a n h o
d e g r ã o t a n t o m a i s p a r a a d i r e i t a s ã o d e s l o c a d a s a s c u r v a s d e i n í c i o e d e fim d a t r a n s f o r m a -
ção, c o m o c o n s e q u e n t e a t r a s o d o i n í c i o e d o f i m d a f o r m a ç ã o d a p e r l i t a . D e f a t o , o p r o d u t o
TU
O s e l e m e n t o s de liga a f e t a m n ã o s o m e n t e a p a r t e isotérmica dos d i a g r a m a s d e transfor- da t r a n s f o r m a ç ã o - periita - c o m e ç a a s e f o r m a r nos c o n t o r n o s d e grãos d a a u s t e n i t a ; é
mação, como também a reação de fcrrnação d a m a r t e n s i t a . A figura 30<' ' p e r m i t e ver as
1
evidente, e n t ã o , q u e se a austenita a p r e s e n t a r tamanho de g r ã o g r a n d e , s u a total transfor-
l i n h a s M j e M, p o d e m s e r s e r s í v s r r i e n ^ .,-T-TCT^-V^ = p o n i o ria. a s c a r t e s c a s o s , c o m o e m m a ç ã o l e v a r á m a i s t e m p o do q u e s e a p r e s e n t a r grão m e n o r (fig. 33)< 121 .
a ç o s cementados c o m alto t e o r d e carbono e níquei GU cromo em teores variáveis, não se ter Assim s e n d o , os a ç o s c o m t a m a n h o d e grão austenítico g r a n d e t e n d e m a apresentar, no
f o r m a ç ã o completa d a m a r t e n s i t a à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e pelo r e s f r i a m e n t o c o m u m , em esfriamento, estrutura martensítica mais facilmente do q u e aço c o m tamanho de grão
v i r t u d e d a l i n h a M, ficar l o c a l i z a d a a b a i x o d e s s a t e m p e r a t u r a . N e s s a s c o n d i ç õ e s , . t e m - s e à austenítico menor.
t e m p e r a t u r a a m b i e n t e u m a c e r t a q u a n t i d a d e d e "austenita retida" o u "austenita residual". O fato de u m t a m a n h o de grão g r a n d e facilitar a obtenção d e estrutura martensítica p o d e
A s f i g u r a s 3 1 e 32< ' p e r m i t e m n o t a r o s e f e i t o s d o m a n g a n ê s e d o c a r b o n o ( f i g . 3 1 ) e d o
11
levar à c o n c l u s ã o q u e se deve preferir u m a ç o d e granulação g r o s s e i r a . Essa c o n c l u s ã o é,
c r o m o e d o c a r b o n o ( f i g . 3 2 ) s o b r e a t e m p e r a t u r a M, d e início d e f o r m a ç ã o d a m a r t e n s i t a . entretanto, e r r ó n e a , visto que os prejuízos de u m a granulação g r o s s e i r a são maiores q u e as
E v i d e n c i a - s e mais u m a v e z a a ç ã o q u e os e l e m e n t o s d e liga p o d e m exercer s o b r e as t e m p e - v a n t a g e n s , c o m o s e p o d e constatar p e l o e x a m e da Tabela 3< '. 13

56 57
A ç o s £ FERROS FUNDIDOS FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT

D e v i d o à i n f l u ê n c i a d o t a m a n h o d e g r ã o a u s t e n í t i c o s o b r e a s c u r v a s e m "C", r e s u l t a n d o ,
j à m e d i d a q u e e l e c r e s c e , n a m a i o r f a c i l i d a d e d e s e o b t e r p e l o e s f r i a m e n t o e s t r u t u r a inteira-^
mente martensítica, é conveniente especificar-se s e m p r e o t a m a n h o de grão d o s a ç o s , a o
ser feita r e f e r ê n c i a às curvas TTT, c o m o aliás está i n d i c a d o e m vários dos diagramas
isotérmicos j á a p r e s e n t a d o s " .
I i
Tudo isso l e v a à conclusão de que o c o n h e c i m e n t o do t a m a n h o de grão austenítico do
aço a p r e s e n t a c o n s i d e r á v e l i m p o r t â n c i a . H á v á r i o s m é t o d o s p a r a d e t e r m i n a ç ã o d o t a m a n h o
de g r ã o a u s t e n í t i c o , o s q u a i s n ã o s e r ã o , c o n t u d o , a b o r d a d o s n a p r e s e n t e o b r a . U m a vez
determinado, é ele comparado c o m os " p a d r õ e s " estabelecidos p e l a A . S . T . M . n que os clas-
sificou e m 8 g r u p o s , c o n f o r m e i n d i c a a f i g u r a 3 4 .
D a d a a i n f l u ê n c i a do t a m a n h o de g r ã o s o b r e o c o m p o r t a m e n t o do aço nos t r a t a m e n t o s
térmicos, é i m p o r t a n t e que s e p o s s a controlá-lo. Esse controle é realizado de maneira
relativamente fácil, pela adição de d e t e r m i n a d o s elementos d e liga em teores baixos. O s
0 2 4 6 a 10 12 14 16
elementos q u e p o d e m controlar o c r e s c i m e n t o de grão d a a u s t e n i t a são o a l u m í n i o , o
C r o m o (%)
titânio, o z i r c ô n i o , o v a n á d i o ' ' e o n i ó b i o . A d m i t e - s e , g e r a l m e n t e , q u e o e f e i t o d o a l u m í n i o
1 4

Fig. 3 2 - Influência do cromo e do carbono sobre a t e m p e r a t u r a M, de início de f o r m a ç ã o da martensita. seja d e v i d o à f o r m a ç ã o de a l u m i n a f i n a l m e n t e dividida q u e a p a r e n t e m e n t e s e acumularia
nos c o n t o r n o s d e g r ã o s de a u s t e n i t a , e v i t a n d o a s s i m , por u m a a ç ã o m e c â n i c a , o c r e s c i -
mento dos g r ã o s desta. Admite-se t a m b é m que essa alumina s e dissolva p r o g r e s s i v a m e n -

TABELA3 te n a a u s t e n i t a , a t e m p e r a t u r a s m u i t o e l e v a d a s , e n e s s a s c o n d i ç õ e s p a u l a t i n a m e r t e a
Efeito d o t a m a n h o d e g r ã o a u s t e n í t i c o s o b r e c e r t a s c a r a c t e r í s t i c a s d o s a ç o s obstrução m e c â n i c a d e s a p a r e c e e o c r e s c i m e n t o da austenita v o l t a a se processar '" . 1 1

T E N D Ê N C I A S NOS A Ç O S T E M P E R A D O S Q u a n t o a o v a n á d i o , titânio e z i r c ô n i o , s e u efeito p a r e c e s e r d e v i d o a o s c a r b o n e t o s que


PROPRIEDADE Aços deAustenlta A ç o s deAustenita f o r m a m , o s q u a i s s e r i a m r e l a t i v a m e n t e e s t á v e i s , d e difícil s o l u ç ã o n a a u s t e n i t a , impedindo
Grosseira Fina desse m o d o o c r e s c i m e n t o desta.
(n 5 e acima)
a ( m a i s f i n a d o que A homogeneidade da austenita é outro fator de influência s o b r e a posição das c u r v a s do
n 2 5; d e 5 a 8 ) diagrama isotérmico. Quanto menos h o m o g é n e a a austenita, os seja, quanto maior a q u a n -
Endurecibilidade Endurecimento Endurecimento tidade d e c a r b o n e t o s r e s i d u a i s o u d e á r e a s l o c a l i z a d a s ricas e m c a r b o n o , t a n t o m a i s r á p i d o
mais profundo m e n o s profundo é o início d a r e a ç ã o d e f o r m a ç ã o d a p e r l i t a . D e f a t o , o s c a r b o n e t o s r e s i d u a i s n ã o d i s s o l v i d o s
Tenacidade ã m e s m a dureza Menos tenazes Mais tenazes a t u a m c o m o n ú c l e o s p a r a a r e a ç ã o d e f o r m a ç ã o d a p e r l i t a , d e m o d o q u e o início d a t r a n s f o r -
Empenamento Maior Menor mação da austenita é acelerado.
Fissuras de têmpera Mais frequentes Geralmente ausentes
Fissuras de retificação Mais susceptíveis M e n o s susceptíveis
2.Austenita retida ou residual - C o m o s e v i u , a principal c a u s a d a retenção d a a u s t e n i t a é
Tensões residuais Maiores Menores
Austenita retida Mais Menos a composição q u í m i c a dos aços. O e l e m e n t o mais importante n e s s e sentido é o c a r b o n o , o
N O S AÇOS R E C O Z I D O S E NORMALIZADOS qual r e b a i x a d e m o d o s i g n i f i c a t i v o a l i n h a M, d e início d e f o r m a ç ã o d a m a r t e n s i t a .
Usinabilidade (Desbaste) melhor (Desbaste) inferior Isso d e v i d o a o f a t o d o c a r b o n o e m s o l u ç ã o s ó l i d a a u m e n t a r a r e s i s t ê n c i a a o c i s a l h a m e n t o
Usinabilidade (casos especiais) (Acabamento fino) (Acabamento fina) da austenita s e n d o , portanto, n e c e s s á r i o aplicar-se m a i o r e s f o r ç o para que c o m e c e o
inferior melhar c i s a l h a m e n t o q u e l e v a a o início d a f o r m a ç ã o d a m a r t e n s i t a ' 151 .
Trabalhabilidade (casos especiais) superior inferior O m e s m o o c o r r e c o m a t e m p e r a t u r a M, a o fim d a f o r m a ç ã o d a m a r t e n s i t a . E s s a t e m p e -
ratura j á se s i t u a a b a i x o da t e m p e r a t u r a a m b i e n t e e m a ç o s c o m c a r b o n o s u p e r i o r a c e r c a
d e 0 , 3 % . A t e m p e r a t u r a fvl, p a r e c e s e r c o n s t a n t e a - 1 5 5 ° C p a r a a ç o s - c a r b o n o d e b a i x a l i g a
e - 1 0 0 ° C p a r a a ç o s rápidos e a ç o s d e alto c r o m o e alto c a r b o n o , i n d e p e n d e n t e m e n t e da
p o s i ç ã o da l i n h a M,' '. 16

D e s s e m o d o , apreciáveis q u a n t i d a d e s d e austenita não t r a n s f o r m a d a (ou a u s t e n i t a r e s i -


dual ou retida) podem estar presentes à temperatura ambiente juntamente com a
martensita, à m e d i d a que a u m e n t a o t e o r do carbono.
Por outro lado, os elementos de liga q u e tendem a estabilizar a austenita a u m e n t a m a
q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a r e t i d a a q u a i s q u e r n í v e i s d e c a r b o n o , c o m o j á foi m e n c i o n a d o (a
exceção é o cobalto).
Outro fator de que depende a retenção da austenita é a t e m p e r a t u r a de austenitização.

" Esse fato é expresso por "endurecibilidade" ou "temperabilidade", como se verá mais adiante, isto á,
tendência à produção de endurecimento a uma maior profundidade.
Fig. 33 - Efeito do tamanho de grão sobre a reação d e transformação d a austenita; nota-se que o grão n "American Society for Testing Materials".
menor apresenta reação completa, ao passo que no maior, cujo início d a reação coincidiu com o do O crescimento da austenita é tanto maior quanto mais alta a temperatura ou quanto mais longo o tempo
menor, a mesma não se completou. de permanência às temperaturas de austenização.

58 59
Aços E FERROS FUNDIDOS FATORES QUE AFEIAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT

Q u a n t o m a i o r f ô r a m e s m a , t a n t o m a i s p a r a b a i x o é d e s l o c a d a a l i n h a M,, e m r a z ã o d e s e Em r e s u m o :
dissolver uma m a i o r q u a n t i d a d e dos e x c e s s o s de carbonetos na austenita, antes do
resfriamento. • - os a ç o s - c a r b o n o c o m u n s , à m e d i d a q u e a u m e n t a o teor d e c a r b o n o , mostram t e n d ê n c i a
A l é m da influência d a composição e d a t e m p e r a t u r a de austenitização na posição da pronunciada à retenção da austenita;
l i n h a M, e s o b r e a q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a r e t i d a , p o d e o c o r r e r u m f e n ó m e n o conhecido - do m e s m o m o d o " a t u a m o s e l e m e n t o s d e liga, c o m e x c e ç ã o d o c o b a l t o ;
c o m o "estabilização d a austenita", quer d u r a n t e o processo de resfriamento (têmpera) do - outro fator que pode provocar a retenção da austenita é a temperatura de
aço, quer durante o r e a q u e c i m e n t o após e s s e resfriamento (revenido), f e n ó m e n o esse que austenitização; q u a n t o mais alta f ô r a m e s m a , maior a q u a n t i d a d e de austenita residual;
afeta igualmente a q u a n t i d a d e de austenita retida. - no q u e s e r e f e r e a o f e n ó m e n o d e e s t a b i l i z a ç ã o d e a u s t e n i t a , o s e l e m e n t o s d e l i g a m o s -
N o caso do r e s f r i a m e n t o , e s s a e s t a b i l i z a ç ã o d e p e n d e de dois f a t o r e s : tram u m a t e n d ê n c i a v a r i á v e l . A s s i m , o s e l e m e n t o s m a n g a n ê s e n í q u e l t e n d e m a d i m i n u i r
esse efeito. P o r e x e m p l o , n u m a ç o c o m 1 % de carbono, a t e n d ê n c i a para e s t a b i l i z a ç ã o é
- velocidade de resfriamento quase p r a t i c a m e n t e eliminada a c e r c a d e 2 , 5 % de m a n g a n ê s ou será diminuída d e dois
- interrupção do resfriamento, antes de s e c o m p l e t a r a transformação d a austenita. terços p e l a a d i ç ã o d e 4 , 5 % d e n í q u e l ;
- outros e l e m e n t o s f o r m a d o r e s d e c a r b o n e t o s c o m o t u n g s t é n i o e v anádi o, p o d e m i g u a l -
A s s i m , u m a ç o r e s f r i a d o e m óleo p o d e c o n t e r m a i o r q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a q u e ser resfriado mente a u m e n t a r a tendência à estabilização c o m temperaturas suficientemente e l e v a d a s
e m á g u a . Do m e s m o m o d o , se o resfriamento fôr interrompido pela m a n u t e n ç ã o a determinada para dissolvê-los n a austenita.
t e m p e r a t u r a e n t r e M, e M,, p o d e a c o n t e c e r q u e n ã o h a j a t r a n s f o r m a ç ã o d a a u s t e n i t a e m
martensita quando se r e t o m a r o resfriamento, a t é q u e se consiga suficiente sub-resfriamento. Convém l e m b r a r que a austenita retida é instável e pode transformar-se em martensita,
Tais fatos p o d e m s e r c o m p r o v a d o s pelo e x a m e d a Tabela n 9 4 q u e m o s t r a o efeito d a quer sob a a ç ã o d e t r a b a l h o a frio (os a ç o s austeníticos a o m a n g a n ê s Hadfield s ã o um
v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o ou da interrupção do resfriamento sobre a estabilização da exemplo), q u e r d u r a n t e o revenido, o u s i m p l e s m e n t e por e n v e l h e c i m e n t o à temperatura
a u s t e n i t a , ou seja, s o b r e a q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a retida. ambiente. E s s e f e n ó m e n o s podem ocasionar mudanças dimensionais inesperadas,
C o m o se vê, pelo u s o sucessivo de m e i o s d e resfriamento m e n o s r á p i d o s (água, óleo, ar fragilização o u f i s s u r a ç ã o .
e sal) ou pela m a n u t e n ç ã o a determinada t e m p e r a t u r a na faixa m a r t e n s í t i c a (inferior a 213°C) Grandes q u a n t i d a d e s de austenita r e t i d a p o d e m a i n d a i m p e d i r q u e se atinja a d u r e z a final
a n t e s do resfriamento a 2 0 ° C , obtem-se q u a n t i d a d e s crescentes d e a u s t e n i t a retida. desejada no a ç o , p o r q u e a austenita p o d e s e transformar n u m p r o d u t o mais mole (ferrita m a i s
A d m i t e - s e q u e e s s a estabilização se d e v a a o fato do c a r b o n o s e g r e g a r - s e na f o r m a d e carboneto) d o q u e a martensita, d u r a n t e as s u b s e q u e n t e s o p e r a ç õ e s de revenido.
e m b r i õ e s potenciais o u sítios d e n u c l e a ç ã o m a r t e n s í t i c a , durante o r e s f r i a m e n t o lento do a ç o Finalmente, e m determinados c a s o s , c o m o e m peças c e m e n t a d a s existe u m a c o n t r o v é r -
ou a sua manutenção a u m a temperatura constante. O carbono s e g r e g a d o aumentaria a s i a s o b r e o e f e i t o d a a u s t e n i t a r e t i d a n a e s t r u t u r a final d o a ç o . E s s e a s s u n t o s e r á a b o r d a d o
resistência ao c i s a l h a m e n t o d a austenita, d e m o d o a provocar u m a e s t a b i l i z a ç ã o efetiva' '. 15 por o c a s i ã o d o e s t u d o d a c e m e n t a ç ã o .
C o m o se m e n c i o n o u , n o s a ç o s c o m u n s n ã o - l i g a d o s , o c a r b o n o t e m g r a n d e influência
s o b r e a l i n h a M,: e s t a é r e b a i x a d a d e 2 8 ° C a 3 3 ° C p a r a c a d a 0 , 1 0 % d e c a r b o n o a d i c i o n a d o . 3. Endurecibilidade ou temperabilidade - E m v i s t a d o q u e foi e x p o s t o a t é a g o r a , p r i n c i p a l -
O s e l e m e n t o s m a n g a n ê s e níquel e x e r c e m o s e g u i n t e efeito: p a r a c a d a 1 % d e m a n g a n ê s mente e m r e l a ç ã o às curvas de T T T e à v e l o c i d a d e de e s f r i a m e n t o , é evidente q u e s ó s e
a d i c i o n a d o a l i n h a M, é r e b a i x a d a d e c e r c a d e 3 9 ° C e p a r a c a d a 1 % d e n í q u e l a d i c i o n a d o , o pode o b t e r n u m a ç o e n d u r e c i m e n t o t o t a l , o u s e j a , f o r m a ç ã o d a e s t r u t u r a m a r t e n s í t i c a , q u a n -
rebaixamento é de 2 0 ° C . do a v e l o c i d a d e d e esfriamento é tal q u e evite a f o r m a ç ã o d a periita fina.
Os elementos de liga (com exceção do cobalto), quando inteiramente dissolvidos na Ora, o m e i o d e esfriamento u s a d o ( á g u a , salmoura, óleo,etc.) retira o calor d i r e t a m e n t e
austenita, tendem a a u m e n t a r a quantidade d e austenita residual por a m b o s os m e c a n i s - só d a s u p e r f í c i e d o a ç o , e x i s t i n d o p o r t a n t o u m g r a d i e n t e d e t e m p e r a t u r a d o i n t e r i o r p a r a a
mos: d e r e b a i x a m e n t o d a l i n h a M, e d a e s t a b i l i z a ç ã o d a a u s t e n i t a ' 171 . superfície d a s p e ç a s , d e m o d o a n ã õ s e ter e n d u r e c i m e n t o u n i f o r m e e m t o d a a s u a s e c ç ã o .
C o n t u d o , os e l e m e n t o s de liga que p o s s u e m forte tendência a f o r m a r c a r b o n e t o s p o d e m Assim s e n d o , o q u e v a i determinar a p r o f u n d i d a d e na qual s e f o r m a u m a estrutura c o m p l e -
complicar a reação d e início de formação d a martensita, porque esses carbonetos comple- tamente m a r t e n s í t i c a é a velocidade d e esfriamento a várias p r o f u n d i d a d e s sob a superfície,
xos formados podem permanecer não dissolvidos na austenita à temperatura de c o n j u n t a m e n t e c o m a p o s i ç ã o d a s c u r v a s e m " C " no d i a g r a m a i s o t é r m i c o .
a u s t e n i t i z a ç ã o , p r o v o c a n d o e f e i t o i n v e r s o , o u s e j a , e l e v a r a t e m p e r a t u r a M. , p e l o f a t o d e s e
t É portanto, de grande importância prática o conhecimento de comportamento do aço,
dissolver menos carbono durante o aquecimento a uma determinada temperatura de quando esfriado d a t e m p e r a t u r a austenffjca, no que diz r e s p e i t o à f o r m a ç ã o d a estrutura
austenitização. Esse efeito é neutralizado pelo aquecimento do aço a u m a temperatura de martensítica o u p r o d u ç ã o d e e n d u r e c i m e n t o total a várias p r o f u n d i d a d e s sob a s u a s u p e r f í c i e .
austenitização suficientemente elevada que p r o v o q u e u m a solução mais c o m p l e t a do carbo- Chama-se temperabilidade" a "capacidade do aço endurecer" ou à "profundidade de
no e dos elementos d e liga: endurecimento". Note-se que "temperabDidade" ou profundidade de endurecimento, n ã o s e
referem à m á x i m a d u r e z a que p o d e s e r o b t i d a n u m aço, a q u a l é f u n ç ã o quase q u e e x c l u s i v a
TABELA 4 do seu teor d e c a r b o n o , e n q u a n t o q u e a p r o f u n d i d a d e de e n d u r e c i m e n t o d e p e n d e m a i s d o
Efeito d a v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o e d o r e s f r i a m e n t o I n t e r r o m p i d o tamanho d e g r ã o austenítico e d a p r e s e n ç a de elementos de liga do que do teor de c a r b o n o
s o b r e a q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a retida oc a ç c
Austenita Outro p o n t o que deve também ficar claro é que. na realidade, o significado da
Tratamento
retida, %
temperabilidade não deve ser t o m a d a c o m o dizendo respeito s o m e n t e à obtenção d a m á x i -
Resfriamento em água a 2 0 ° C 5,8 ma dureza, em várias profundidades, em função da velocidade de esfriamento;
Resfriamento em óleo a 2 0 ° C 7,0
"temperabilidade" deve ser ligada i g u a l m e n t e à obtenção da m á x i m a tenacidade, e m f u n ç ã o
Resfriamento e m ó l e o a 4 9 ° C ; resfriamento ao ar a 2 0 ° C 9,0
da micro-estrutura p r o d u z i d a no e s f r i a m e n t o . C o m o s e v e r á , p o r o c a s i ã o dos e s t u d o s dos
Resfriamento em óleo a 121 ° C ; resfriamento ao ar a 2 0 ° C 9,5
t r a t a m e n t o s t é r m i c o s , a s e s t r u t u r a s m a i s d e s e j a d a s p a r a e s s e f i m s ã o a s bainiticas obtidas
Resfriamento em banho d e sal a 232°C; resfriamento ao ar a 20°C 10,6
n a f a i x a d e m a i s b a i x a t e m p e r a t u r a e a "martensita revenida".
Resfriamento em banho d e sal a 232°C; resfriamento n a água a 20°C 6,1

62 63
Aços E FERROS FUNDIDOS
FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT O
Assim, o conhecimento da temperabilidade dos aços é essencial, p o q u e o mais importan- 5 Medida da temperabilidade - O s dois métodos mais conhecidos para medir a

t e objetivo do t r a t a m e n t o t é r m i c o do a ç o é o b t e r a m a i o r d u r e z a e a m a i s a l t a t e n a c i d a d e , e m t e m p e r a b i l i d a d e d e u m a ç o s ã o o "método de Grossmann" e o "método de Jominy".

condições controiadas de velocidade de esfriamento, a uma profundidade determinada ou


através de toda a s u a s e c ç ã o e de m o d o a r e d u z i r ao mínimo as t e n s õ e s d e esfriamento. 51 Método de G/ossmann c o n s i s t e * ' e m resfriar a partir d o e s t a d o austenítico,
1 3 uma
série de b a r r a s cilíndricas de diâmetros crescentes, em condições controiadas de
4 . A v a f i a ç ã o da temperabilidade - C o n s e q u e n t e m e n t e , pode-se d e s d e j á afirmar que, para esfriamento. A s b a r r a s s ã o e m s e g u i d a q u e b r a d a s , m e d i n d o - s e a d u r e z a através d e t o d a a
s e conseguir as p r o p r i e d a d e s acima m e n c i o n a d a s nos aços, resultantes d a formação dos sua secção t r a n s v e r s a l . Esse ensaio p e r m i t e , pois, d e t e r m i n a r a profundidade a q u e o a ç o
p r o d u t o s de t r a n s f o r m a ç ã o a baixas t e m p e r a t u r a s , é preciso evitar q u e a a u s t e n i t a se transfor- endurece, não s ó pela medida de d u r e z a c o m o t a m b é m p e l a observação das estruturas
m e e m p r o d u t o s m a i s m o l e s e d ú c t e i s , t í p i c o s d a s a l t a s t e m p e r a t u r a s d e t r a n s f o r m a ç ã o ; isto resultantes. S e s e r e p r e s e n t a r n u m g r á f i c o , e m abcissas, a s e c ç ã o transversal d e u m a b a r r a
significa que o aço d e v e s e r esfriado p a r a e v i t a r a transformação d a austenita, de m o d o a cilíndrica, o u s e j a , a d i s t â n c i a d o s e u c e n t r o à s e x t r e m i d a d e s e , e m o r d e n a d a s a d u r e z a n a
atingir, s e m a l t e r a ç ã o , a p a r t e inferior d o d i a g r a m a d e e s f r i a m e n t o c o n t í n u o . A v e l o c i d a d e d e
e s c a l a R o c k w e l l C , p o r e x e m p l o , p o d e r - s e - i a t e r os a s p e c t o s d a s f i g u r a s 3 6 e 3 7 , o n d e s e
esfriamento q u e p e r m i t e a o b t e n ç ã o d a m a r t e n s i t a , s e m q u a l q u e r t r a n s f o r m a ç ã o anterior d a
nota t a m b é m a i n f l u ê n c i a d o m e i o d e e s f r i a m e n t o e d a c o m p o s i ç ã o d o a ç o s o b r e a p r o f u n d i -
a u s t e n i t a , é c h a m a d a d e "velocidade crítica de esfriamento". Essa velocidade fornece um
dade do e n d u r e c i m e n t o .
m é t o d o para exprimir a temperabilidade d o s a ç o s , c o m o está d e m o n s t r a d o n a figura 35, rela-
No m é t o d o d e G r o s s m a n n , c o s t u m a - s e d e f i n i r o diâmetro crítico O., q u e c o r r e s p o n d e a o
t i v a a o d i a g r a m a p a r a r e s f r i a m e n t o c o n t í n u o d e u m a ç o S A E 4 3 4 0 , o n d e a v e l o c i d a d e crítica d e I
e s f r i a m e n t o c o r r e s p o n d e à c u r v a 5, q u e e q u i v a l e a c e r c a d e 3 0 . 0 0 0 ° C / s e g . ' . ( 1 a
diâmetro d a b a r r a que, esfriada d a t e m p e r a t u r a austenítica, m o s t r a r á no centro 5 0 % de
A utilização d a v e l o c i d a d e crítica de e s f r i a m e n t o p a r a exprimir a t e m p e r a b i l i d a d e constitui m a r t e n s i t a . P o r t a n t o , u m a b a r r a c u j o d i â m e t r o c o r r e s p o n d e a o d i â m e t r o crítico t e r á o s e u
u m método prático e s i m p l e s , com a restrição, entretanto, de q u e as velocidades de núcleo central c o m 5 0 % de m a r t e n s i t a ; q u a l q u e r diâmetro s u p e r i o r a p r e s e n t a r á n a t u r a l m e n -
r e s f r i a m e n t o n ã o s ã o c o n s t a n t e s , isto é, v a r i a m d u r a n t e o c i c l o d e r e s f r i a m e n t o , p r i n c i p a l - te u m c e n t r o c o m m e n o r q u a n t i d a d e d e m a r t e n s i t a , o u s e j a i n c o m p l e t a m e n t e e n d u r e c i d o e
m e n t e nos meios líquidos, visto que a v e l o c i d a d e d e esfriamento é s e m p r e m e n o r à medida qualquer d i â m e t r o inferior apresentará o centro c o m p l e t a m e n t e martensítico ou e n d u r e c i d o .
q u e a temperatura do m e i o é atingida e d e v i d o à p r e s e n ç a de v a p o r n o início do ciclo. A separação d a z o n a em que p r e d o m i n a a estrutura martensítica d a z o n a em que p r e d o m i n a
A s s i m s e n d o , p r e f e r e - s e e x p r i m i r a t e m p e r a b i l i d a d e e m t e r m o s d e profundidade de endu- a estrutura perlítica é p e r c e b i d a p o r u m a q u e d a brusca n a d u r e z a ; p o d e - s e , a s s i m , f a c i l m e n -
recimento determinada n u m ensaio padronizado. Adota-se um resfriamento ideal, segundo o
te d e t e r m i n a r o d i â m e t r o crítico p a r a u m d e t e r m i n a d o a ç o . S u p o n h a - s e , por e x e m p l o , um
qual se admite que á superfície da peça atinja instantaneamente a t e m p e r a t u r a do meio de
aço c o m c o m p o s i ç ã o p r ó x i m a d a do e u t e t ó i d e , cujo d i â m e t r o c r í t i c o s e queira c o n h e c e r . Uma
resfriamento. O d i â m e t r o d e u m a barra que resfriará exatamente c o m a estrutura ou com o
v a l o r d a d u r e z a c o r r e s p o n d e n t e n o c e n t r o é o "diâmetro ideal", i n d i c a d o p o r D. série d e d i â m e t r o s d i f e r e n t e s s ã o a n a l i s a d o s p e l o m é t o d o G r o s s m a n n , c o m r e s f r i a m e n t o e m

C o m o se v e r á m a i s a d i a n t e , devido ao f a t o d e existir u m a relação e n t r e as condições água, r e s u l t a n d o u m a série de c u r v a s d e d u r e z a c o m o a f i g u r a 3 8 indica. Os d i â m e t r o s d a s


n o r m a i s d è r e s f r i a m e n t o e u m resfriamento ideai, é p o s s í v e l u t i l i z a r - s e a t e m p e r a b i l i d a d e d e barras n o e x e m p l o c o n s i d e r a d o v a r i a m d e 1 1 / 1 6 " a 2 - 1 / 1 2 " .
u m aço, em t e r m o s do d i â m e t r o ideal, p a r a p r e d i z e r o diâmetro de u m a b a r r a redonda que Para a c h a r o d i â m e t r o crítico, f a z - s e u m gráfico e m q u e a b c i s s a s são r e p r e s e n t a d o s os
e n d u r e c e r á e m q u a l q u e r m e i o d e r e s f r i a m e n t o p a d r o n i z a d o . Tal d i â m e t r o p o d e s e r c o n v e r t i - diâmetros d a s b a r r a s e e m o r d e n a d a s a d u r e z a Rockwell C d o s centros das barras (fig. 3 9 ) .
do n o v a l o r do d i â m e t r o ideal utilizado para e x p r i m i r a t e m p e r a b i l i d a d e . Verifica-se q u e a m a i s b r u s c a q u e d a d e d u r e z a no centro t e m - s e p a r a a barra e m q u e o
d i â m e t r o f i c a e n t r e 1 " e 1-1/8" o u a p r o x i m a d a m e n t e 1,05", o q u a l a s s i m c o r r e s p o n d e ao
1 1

1
t 1
Temper itura da Aus tsnização diâmetro crítico. Tal fato poderia ser p e r f e i t a m e n t e c o m p r o v a d o pelo e x a m e das t e x t u r a s . A
dureza crítica é a d u r e z a do centro d a b a r r a d e diâmetro c r í t i c o .

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1
Ferrita
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• ~~ Bainita
1

5 10 20 Sn \d 2x102 SX1CÍ irj 2x1d 5x1d W 2xlt) 5x10 16 2x10 5x10

Tempo para transformação, s e g .


Fig. 35 - Diagrama p a r a resfriamento contínuo d e u m aço SAE 4340, com curvas de esfriamento Fig. 36 - Curvas de dureza para aços-carbono (SAE 1040): a) resfriamento em óleo;
superpostas, de m o d o a indicar as várias microesrairuras que podem s e r obtidas. b) resfriamento em água.

64 65
Aços E FERROS FUNDIDOS FATORES QUE AREIAM A POSIÇÃO DAS CÚRIAS DO DIAGRAMA TTT

5 2. Método de Jominy, t a m b é m c h a m a d o de ensaio do resfriamento d a extremidade" "". 1

Este m é t o d o f o i d e s e n v o l v i d o p o r J o m i n y e B o e g e h o l d é a t u a l m e n t e o m a i s u s a d o , t e n d o
sido m e s m o p a d r o n i z a d o p e l a A S T M , S A E e A I S I e n o B r a s i l p e i a A B N T . C o n s i s t e
n no
seguinte: u m c o r p o d e prova cilíndrico, d e 1 " de diâmetro por 4 " d e comprimento é a q u e c i -
d o até a t e m p e r a t u r a a u s t e n í t i c a e, e m s e g u i d a , p o r m e i o d e u m d i s p o s i t i v o adequado
(fig. 4 0 ) d i r i g e - s e u m j a t o d e á g u a , s o b c o n d i ç õ e s c o n t r o l a d a s d e q u a n t i d a d e , p r e s s ã o e
t e m p e r a t u r a , c o n t r a u m a de s u a s e x t r e m i d a d e s . D epoi s d e e s f r i a d o , faz-se u m c o r t e l o n g i -
tudinal no c o r p o d e p r o v a , retifica-se a s d u a s s u p e r f í c i e s p a r a l e l a s e o p o s t a s e m e d e - s e
sua d u r e z a a distâncias variáveis ( g e r a l m e n t e intervalos 1/16") a partir da e x t r e m i d a d e q u e
recebeu o jato de á g u a . Os valores o b t i d o s são lançados n u m gráfico, resultando numa
curva cujo a s p e c t o é o d a figura 4 1 . E s s a curva permite t a m b é m especificar a d i s t â n c i a d a
extremidade e s f r i a d a à zona de m e i a d u r e z a (ou 5 0 % de m a r t e n s i t a ) c o m o sendo a p r o f u n -
didade de e n d u r e c i m e n t o J o m i n y .

O m é t o d o J o m i n y está se t o m a n d o t ã o popular que g r a n d e n ú m e r o de aços j á t e m c u r v a s


Jominy, p e r f e i t a m e n t e determinadas.

70

Diâmetro das barras, em pol.

Fig. 39 - Curva representativa d a dureza dos centros das L d . j s á e aço SAH1GSG.


Dados extraídos da figura 3 8 .

35 ' 1 1 1 1 1 1

1,5 1,5 0,5 O 0,5 1,0 1,5 "End-quench tesf.


Distância do centro em polegadas ' ASTM-American Society for Testing Materials.
SAE-Society ofAutomotive Engineers.
Fig. 38 - Curvas de dureza para um aço S A E 1090 (0,89% C), em u m a série de barras AISI -American Iron and Steel instltute.
redondas, resfriamento e m água. ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas.

66 67
FATORES QUE AÍETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT

O d i â m e t r o c r í t i c o (D) pode s e r e x p r e s s o e m termos d e d i â m e t r o ideal ( D ) p e l o u s o de (

gráficos, c o m o o r e p r e s e n t a d o n a f i g u r a 4 2 .
• N e s s e g r á f i c o , n o t a - s e à d i r e i t a , v a l o r e s i n d i c a d o s p o r H, q u e r e p r e s e n t a m a "severidade C
de resfriamento", expressão utilizada p a r a definir q u a n t i t a t i v a m e n t e as c o n d i ç õ e s de
resfriamento' 201 -

0,20 %

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0
Valores D, (pol.)

Fig. 4 2 - Curvas representativas das relações entre valores d e diâmetro crítico, diâmetro .
ideal e severidade de resfriamento.

Existem gráficos que possibilitam a determinação do fator W 2 1 ) , partindo-se dos resulta-


dos o b t i d o s n a d e t e r m i n a ç ã o d a d u r e z a d o c e n t r o o u n ú c l e o d e u m a s é r i e d e b a r r a s c i l í n d r i -
cas d e d i â m e t r o s c r e s c e n t e s e s f r i a d a s a p a r t i r - d o e s t a d o a u s t e n í t i c o . N e s s e s g r á f i c o s , u m a
das o r d e n a d a s c o r r e s p o n d e e x a t a m e n t e à r e l a ç ã o DJD, em que D u equivale ao d i â m e t r o d a
secção central q u e não endureceu e D é o diâmetro total.
Para simplificar o estudo, p o d e - s e utilizar os v a l o r e s d a T a b e l a 5 ' 2 1 ) . Conhecido o
v a l o r d e H, o s v a l o r e s d e t e m p e r a b i l i d a d e em termos d e d i â m e t r o crítico p o d e m ser
transformados e m valores e m t e r m o s d e diâmetro ideal, a t r a v é s das curvas do gráfico
da figura 4 2 .
Um exemplo elucidará melhor a matéria. Suponha-se que a s e c ç ã o da barra cilíndrica e m
e s t u d o t e n h a i n d i c a d o u m d i â m e t r o c r í t i c o d e 1,2 p o l e g a d a s e q u e o v a l o r d e H s e j a 0 , 4 . S e
se s e g u i r a h o r i z o n t a l c o r r e s p o n d e n t e a 1,2 d e D, n a f i g u r a 4 2 a t é e n c o n t r a r a c u r v a c o r r e s -
p o n d e n t e a 0 , 4 0 d e H e d o p o n t o d e i n t e r s e c ç ã o , p e l a v e r t i c a l , c h e g a r - s e a t é os v a l o r e s d e
D,, e n c o n t r a r - s e - á p a r a o d i â m e t r o i d e a l D r o v a l o r 2,6 p o l e g a d a s .
Do m e s m o m o d o , pode-se d e t e r m i n a r o s diâmetros de b a r r a s cilíndricas que p o d e m s e r
endurecidos sob diferentes condições d e esfriamento, para u m aço com a t e m p e r a b i l i d a d e
do e x e m p l o a c i m a . U m novo e x e m p l o e x p l i c a r á este s e g u n d o c a s o : resfriamento e m á g u a ,

TABELAS

Estado d e a g i t a ç ã o d o
meio de r e s f r i a m e n t o Óleo Água Salmoura

Nenhuma 0,25 a 0,30 1,0 2,0


Pouca 0,30 a 0,35 1,0a1,1 2,0 a 2,2
Moderada 0,35 a 0,40 1 , 2 a 1,3 -
Boa 0,4 a 0,5 1,4a1,5 -
Forte 0,5-a0,3 1,6 a 2,0 -
Violenta 0,8 a 1,1 4,0 5,0

69
FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT
Aços £ FERROS FUNDIDOS

Diâmetro equivalente da barra (poi.)


Diâmetro equivalente da barra (mm)
c o m u m v a l o r d e H e q u i v a l e n t e a 1 , p o s s i b i l i t a r á e n d u r e c i m e n t o e m b a r r a d e 1,7 p o l e g a d a s
( p a r a d i â m e t r o i d e a i 2 , 6 p o l e g a d a s ) , a o p a s s o q u e e s f r i a m e n t o a o ar, c o m v a l o r d e H e q u i v a -
l e n t e a 0 , 0 2 p o s s i b i l i t a r á e n d u r e c i m e n t o s o m e n t e e m b a r r a d e a p r o x i m a d a m e n t e 1/4 de
p o l e g a d a de d i â m e t r o * 1 3 1 . o

\
â
A A m e r i c a n S o c i e t y of A u t o m o t i v e E n g i n e e r s - S A E ' 2 2 1 estabeleceu u m a correlação entre
a endureaDífídade J o m i n y e diâmetros de b a r r a s . Essa correlação está indicada na figura \
— \
n a 4 3 para os m e i o s d e resfriamento á g u a e óleo m e d i a n a m e n t e a g i t a d o s . Desse m o d o ,
pode-se relacionar a endurecibilidade c o m o definida por método J o m i n y (extremidade res- \
A
•o
f r i a d a ) c o m a e n d u r e c i b i l i d a d e c o m o d e f i n i d a p e l o m é t o d o G r o s s m a n n ( d i â m e t r o crítico). , A 1
6 . Fatores que afetam a temperabilidade - D e u m m o d o geral, p o d e - s e dizer que são os 1
m e s m o s que influem s o b r e a posição das c u r v a s n o s d i a g r a m a s i s o t é r m i c o s o u de transfor-

\
m a ç ã o contínua, isto é, t a m a n h o de grão a u s t e n í t i c o , h o m o g e n e i d a d e d a a u s t e n i t a e c o m p o - \'

sição química. \, í £
Adotando o critério s e g u i d o por Bain e P a x t o n ' , os fatores que a f e t a m a temperabilidade 5
_3 X
2 3 1
\
dos aços poderiam s e r agrupados da seguinte maneira:

A - Fatores que d i m i n u e m a temperabilidade:


a) G r a n u l a ç ã o f i n a d a a u s t e n i t a
, \

kA
N A
b) I n c l u s õ e s n ã o d i s s o l v i d a s :
- carbonetos (ou nitretos)
V
- inclusões não-metálicas

N A
B - Fatores que a u m e n t a m a temperabilidade:
a) E l e m e n t o s d i s s o l v i d o s n a a u s t e n i t a ( e x c e t o c o b a l t o ) .
b) Granulação g r o s s e i r a d a austenita.
c) H o m o g e n e i d a d e d a a u s t e n i t a .

O s fatores do g r u p o A a s s i m a g e m p o r q u e a c e l e r a m a n u c l e a ç ã o e o s f a t o r e s do grupo B
1

a u m e n t a m a temperabilidade por retardarem a nucleação e o crescimento dos produtos de


transformação. :

A influência c o n s i d e r a d a mais importante é a dos elementos de liga dissolvidos na

\ \
\\
austenita; entretanto, c o n v é m ressaltar que q u a n d o s e estuda a influência d e s s e s elementos

\
C
é necessário que os a ç o s s o b comparação a p r e s e n t e m condições s e m e l h a n t e s de t a m a n h o —
de grão e de inclusões. T o d o s os elemento d e liga c o m u m e n t e usados n o s aços, com exce- l
S
ç ã o d o cobafto, a u m e n t a m a t e m p e r a b i l i d a d e , n u m a p r o p o r ç ã o q u e d e p e n d e do tipo de
-a
1
\\ \
e l e m e n t o de liga, d e v e n d o - s e igualmente o b s e r v a r q u e p e q u e n o s t e o r e s d e certos e l e m e n -
D)
tos, s ã o tão eficientes q u a n t o muito m a i o r e s t e o r e s d e outros e l e m e n t o s , assim c o m o a
1
adição simultânea d e vários elementos.de liga e m p e q u e n a s quantidades a t u a de modo mais
eficiente que maiores porcentagens-de um ou dois elementos apenas. \
\
A figura 4 4 < 2 ! 1 m o s t r a , a t r a v é s dè-três c u r v a s d e distribuição d e d u r e z a s , o efeito sobre a
t e m p e r a b i l i d a d e de e l e m e n t o s de liga d i s s o l v i d o s n a austenita. O b a n h o d e esfriamento
\ 3
\
k
s
a p l i c a d o no e x e m p l o i l u s t r a d o a p r e s e n t a v a u m a " s e v e r i d a d e d e e s f r i a m e n t o " H de 2 , 3 . A
X O, \ q, tn

a d i ç ã o de 1 % de c r o m o a u m e n t o u o diâmetro crítico p a r a esse meio, de 0,86 pol. correspon-


d e n t e a o a ç o c o m s o m e n t e c a r b o n o ( 0 , 7 4 % ) p a r a 1,2 p o l . o u d e d i â m e t r o i d e a l d e 1,23 p a r a
\ \ r %\
°K
>
c e r c a c s 1.55 pcl. A a d i ç ã o posterior de 3 % de níquel a u m e n t o u d e tal m o d o a

k
V
terrçerafcSdaíe cue tanto resfriamento e m á g u a c o m o em óleo produziram a formação
rA
completa de martensita.

k
N
A
A temperabilidade d o s a ç o s é a u m e n t a d a p e l a p r e s e n ç a de e l e m e n t o s d e liga a p r o x i m a - K
d a m e n t e na seguinte o r d e m ascendente' 2 0 1 ; n í q u e l , silício, m a n g a n ê s , c r o m o , molibdênio,
v a n á d i o e boro. l n 1
O s elementos que f o r m a m carbonetos - c o m o c r o m o , molibdênio e v a n á d i o - exigem que
o s a ç o s que os c o n t é m s e j a m aquecidos p a r a austenitização a t e m p e r a t u r a s mais elevadas,
a n t e s do resfriamento necessário para produzir endurecimento, pois a p a r c e l a sob a forma Fig. 43 - Correlação entre endurecibilidade Jominy e diâmetro de barra.

70 71
A ç o s E FERROS FUNDIDOS FATORES QUE AFEIAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA rir

d e carboneto não s e a p r e s e n t a inicialmente dissolvida n a austenita e a s s i m a temperatura de


austenitização mais e l e v a d a possibilitará q u e e s s a dissolução se p r o c e s s e , de m o d o a g a -
rantir eficiente e n d u r e c i m e n t o do aço.

Mi'
Diâmetro 17«"

\-Ni^^^^ ^1
0 °
I|Í h
u

\
1

1
o
5 5

cc
\
S 50

\ 1
10 12 14 16 18 20 22 24 26 2a 30 32

Distância d a Extremidade resfriada, em 1/16"

Figura 4 4 - Curvas de distribuição de dureza em barra de 1,5/8" de diâmetro, mostrando o efeito dos
elementos de liga C r e Ni sobre a temperabilidade, e m comparação com u m aço-carbono comum. Fig. 46 - Faixa de endurecibilidade de aço 1 5 B 6 2 H

7 . Importância prática da temperabilidade. Faixas de temperabilidade - O conhecimento


Iji j d a profundidade de e n d u r e c i m e n t o nos a ç o s , s o b r e t u d o naqueles q u e a p r e s e n t a m e l e m e n -
t o s d e liga, é de i m p o r t â n c i a considerável p a r a a s u a aplicação p r á t i c a . R e c o n h e c i d o esse
fato, foram estabelecidos limites mínimos e m á x i m o s para a temperabilidade e desenvolvi-
d a s a s c h a m a d a s "faixas de temperabilidade". f:
O s a ç o s e s p e c i f i c a d o s p e l a t e m p e r a b i l i d a d e s ã o c o n h e c i d o s p o r a ç o s H ( d e "hardenability").
Al g u n s exemplos d e faixas de temperabilidade p a r a aço-carbono e a l g u n s tipos de aços- 51410 - H
0,3" -0.44C
liga estão indicados n a s figuras 45, 46, 47, 4 8 , 49< '. 24
0,6C -1,00 Mn
0,6C - 1,00 Cr
\
to-

f. \
\ A -843 C

1045-H \
\\
0,42 -0,S 1 c
s 0,50 -1,00Mn
\ N - S7T-C
q
\ \ I - \

\
rc so
1
\ \ I !
i

\ \
i I
j ! ! S 1D 12 1-1 16 18 20 22 24 26 28 30 32
\ I i I 1 í i ! i i Distância d a EjCremidade resfriada, em 1/16"
I I I
0 2 4 6 3 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Fig. 4 7 - Faixa d e endurecibilidade de aço 5 1 4 0 H
Distância da Extremidade resfriada, em 1/16"

Fig. 45 - Faixa de endurecibilidade de aço SAE 1045H

72 73
Aços E FERROS FUNDIDOS FATORES QUE AFEIAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT

Nos g r á f i c o s , N é a t e m p e r a t u r a d e n o r m a l i z a ç ã o p a r a o s a ç o s l a m i n a d o s ou f o r j a d o s e A
é a temperatura de austenitização.
Os a c c s - c a r b o n o e c o m boro c o n t é m t a m b é m 0,040 P m a x , 0,050 S m a x e 0,15 a 0 , 3 0 %
Si com e x c e ç ã o do tipo 1 5 B 6 2 H q u e c o n t é m 0,40 a 0 , 6 0 % S i . O t e o r d e boro p r e s e n t e v a r i a

1 | de 0,0005% a 0 , 0 0 3 % .

11 ! 9260-H 1 Cs fabricantes de aço fornecem os a ç o s tipo H sob p e d i d o , para faixas específicas de


0,55 - O ^ C !
i m p o s i ç ã o q u í m i c a . Não há muita d i f e r e n ç a entre os aços tipo H e os aços n o r m a i s de
1
0,65 -1,10Mn
o \ 1 N - 89S"C
- at
compcsiçã 0 q u í m i c a idêntica; quanto m u i t o , nestes últimos a ç o s , a faixa de endurecimento
é maior.
\
\\
£ 50 i
\
Q \ 70

A
íj_J,:.li;-.£i

d 50 \

\\
í--!i!»:-:*'i rr
\
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32

Distância d a Extremidade resfriada, e m 1/16"


\ c

30 \ A
!•! Fig. 48 - Faixa de endurecibilidade de aço 9260H
0 *
20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32

Distância da extremidade resfriada, em 1/16"

Fig. SO - Gráfico representativo de métodos recomendados pela S A E para designar a temperabilidade.

líllíiii 6150 - H C o m o se v ê , pelas figuras a p r e s e n t a d a s , os gráficos p e r m i t e m estimar o valor d e d u r e z a


•IIK f. 0,47 - 0.54C em vários p o n t o s d o s corpos d e p r o v a utilizados no e n s a i o d e e n d u r e c i b i l i d a d e , a l é m de
0,60 - 1,0OMn
o permitir c o m p a r a r , s o b o p o n t o d e v i s t a d e e n d u r e c i b i l i d a d e , v á r i o s a ç o s e n t r e s i .
az 0,75 -
- 0,15 - V min
1,20Cr
Não s e u t i l i z a m , c o n t u d o , e s s e s g r á f i c o s para fins de e s p e c i f i c a ç ã o .
g 50 N N - 899"C
A - H71°r.
Geralmente, c o m os gráficos s ã o f o r n e c i d a s Tabelas q u e m o s t r a m os valores m á x i m o e
\ mínimo de d u r e z a R C , às distâncias c o r r e s p o n d e n t e s d a e x t r e m i d a d e resfriada.
Q \
Os v a l o r e s d e s s a s T a b e l a s s ã o u t i l i z a d o s p a r a fins d e e s p e c i f i c a ç ã o . A " S o c i e t y of
i EM
I != \
Automotive E n g i n e e r s - S A E " r e c o m e n d a q u e dois pontos s e j a m utilizados para d e s i g n a r a
t e m p e r a b i l i d a d e , c o n f o r m e u m d o s s e g u i n t e s m é t o d o s (fig. 5 0 ( 2 2 ) ):

-valores m í n i m o s e máximos de d u r e z a n u m a desejada distância: pontos A-A d a figura,


e s p e c i f i c a d o s c o m o J 3 0 a 5 6 = 1 0 / 1 6 p o l . ; é claro q u e a d i s t â n c i a e s c o l h i d a s e r i a a d o
corpo d e p r o v a q u e corresponde à s e c ç ã o utilizada pelo c o n s u m i d o r ;
i i I ! i - distâncias m í n i m a s e máximas, nas quais um valor desejado de dureza ocorre: p o n t o s
0 2 4
B-E. e s p e c i f i c a d o s c o m o J 4 5 a 1 4 / 1 6 pol.;
- dois v a i o r e s m í n i m o s de d u r e z a a d u a s distâncias d e s e j a d a s , ilustradas pelos p o n t o s
D-D e e s p e c i f i c a d o s c o m o J 5 3 = 5 / 1 6 p o l . e J 2 8 = 1 3 / 1 6 p o l . ;
- q u a l q u e r v a l o r m á x i m o de d u r e z a , m a i s qualquer valor m í n i m o .

Fig. 49 - Faixa de endurecibilidade de aço 61S0H É muito importante salientar o efeito do carbono e dos elementos de liga na
II; t
endurecibilidade do aço.
O carbono, além de aumentar a dureza, aumenta a temperabilidade, como se viu, s e n d o
1 <ii
I II :'• que e s t e ú l t i m o e f e i t o é a c e n t u a d o p e l a p r e s e n ç a d e e l e m e n t o s d e l i g a . C o n t u d o , o a u m e n t o

74 75
Aços E FERROS FUNDIDOS FATORES QUE AFEIAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA T T T
Êí

do teor de carbono e m beneffcio da t e m p e r a b i l i d a d e , deve ser a n a l i s a d o c o m cuidado, por- Em cada s é r i e d e aço a p r e s e n t a d a , observa-se o efeito d o t e o r de carbono s o b r e a
q u e o carbono elevado diminui a tenacidade, f o r m a microestruturas m a i s duras nas condi- endurecibilidade n u m a faixa d e 0 , 3 5 % a 0 , 5 0 % de c a r b o n o . O efeito d a d u r e z a é m o s t r a d o
ç õ e s recozidas, o q u e dificulta o p e r a ç õ e s d e d e f o r m a ç ã o a frio e t o r n a a u s i n a g e m mais através d a d i s t â n c i a vertical entre a s c u r v a s c o r r e s p o n d e n t e s a o s t e o r e s de c a r b o n o , em
difícil, p o d e p r o v o c a r fragilidade a q u e n t e e p o d e induzir e m p e n a m e n t o s e fraturas nas qualquer p o s i ç ã o d o coroo de prova, p a r a qualquer v e l o c i d a d e d e resfriamento.
o p e r a ç õ e s de t r a t a m e n t o térmico. Por e s s e s m o t i v o s , r e c o m e n d a - s e n ã o ultrapassar 0 , 6 0 % Por e x e m p l o , e x a m i n a d o a s l i n h a s d o s g r á f i c o s b, c e d , u m a u m e n t o d o t e o r d e c a r b o n o
d e carbono, p r i n c i p a l m e n t e nas peças q u e s e r ã o s u b m e t i d a s a u s i n a g e m . O teor r e c o m e n - em c a d a u m a d e s s a s três séries p r o v o c a o a u m e n t o da d u r e z a e m quatro diferentes p o s i -
d a d o de carbono é e m torno de 0,50%. ções d a e x t r e m i d a d e d o c o r p o d e p r o v a , c o m o s e d e m o n s t r a a b a i x o :
Q u a n t o aos e l e m e n t o s d e liga, o m e i o m a i s e c o n ó m i c o de a u m e n t a r a e n d u r e c i b i l i d a d e
do a ç o , para u m d e t e r m i n a d o teor de c a r b o n o , é a u m e n t a r o teor d e manganês. Distância da superfície resfriada, pol.
Outros elementos c o m a ç ã o positiva s ã o o c r o m o , o molibdênio, o níquel e o boro, este Séries 1/16" 4/16" 8/16" 12/16"
r

último em quantidades diminutas. 41XXH 8 10 17 20


A figura n s 51 ( 2 5 ) m o s t r a as diferenças entre a s curvas de endurecibilidade para quatro 51XXH 8 10 9 8
tipos de aços. 86XXH 8 12 18 12

O efeito d o c a r b o n o s o b r e a e n d u r e c i b i l i d a d e é lido n o e i x o h o r i z o n t a l .
Para ter-se u m a ideia do efeito d o c a r b o n o , s u p o n h a - s e u m a d u r e z a de 45 R C . C o n s i d e -
rando o s a ç o s 4 1 X X H e 5 1 X X H , v e r i f i c a - s e q u e o e f e i t o d o c a r b o n o , e n t r e 0 , 3 5 % e 0 , 5 0 % é
3fc
muito m e n o r n a s é r i e 5 1 X X e m u i t o m a i o r n a s é r i e 4 1 X X . D a í a i m p o r t â n c i a d e c e r t o s e l e -
mentos de liga.
70 70
13 (XH 8. Novo método de traçado de curvas de resfriamento - N a d é c a d a d e 7 0 foi d e s e n v o l v i d o
41XXH
1,45 IV m min.
0,95 Cr min. um novo s i s t e m a de curvas de resfriamento contínuo para a v a l i a ç ã o da reação dos aços
60 60 0,15 Mo min. quando, a partir d a temperatura de austenitização, são resfriados de m o d o contínuo' 2 6 1 .
O
Um d i a g r a m a representativo d e s s e n o v o sistema está indicado n a figura n 52 em que,
rr
2

50

\A
JZ 50 em o r d e n a d a s , s ã o l a n ç a d a s as t e m p e r a t u r a s de t r a n s f o r m a ç ã o e, e m abcissas, d i â m e t r o s
0,60 C
to" 0,45 C
de b a r r a s p a r a o s t r ê s m e i o s d e r e s f r i a m e n t o m a i s u s u a i s : ar, ó l e o e á g u a . As curvas do
N
2 40 40 diagrama, portanto, não devem ser comparadas com as que são mostradas nos diagramas

O isotérmicos ou TTT comuns.
40 C 0,35 O
30 O e s t u d o q u e r e s u l t o u n e s s a c u r v a s n ã o c o n s i d e r o u o r e s f r i a m e n t o e m s a l m o u r a e, n o
30
o,; I 5 C *
^A caso do ó l e o , f o i e m p r e g a d o u m ó l e o p a d r o n i z a d o de t ê m p e r a d e m é d i a v e l o c i d a d e
resfriamento.
de

20 20,
A figura p e r m i t e perceber a c a p a c i d a d e de endurecimento d o s aços, de acordo c o m o
C 4 8 12 16 20 24 0 4 8 12 16 20 24
meio d e r e s f r i a m e n t o utilizado. P o r e x e m p l o , no c a s o de r e s f r i a m e n t o ao ar (utilizar os
a) D i s t â n c i a d a e x t r e m i d a d e b) D i s t â n c i a d a e x t r e m i d a d e
r e s f r i a d a , Vi6" diâmetros d e b a r r a s p a r a esse m e i o ) , n o t a - s e que, para o b t e r - s e martensita, a b a r r a n ã o
resfriada, Vie"
deve a p r e s e n t a r s e c ç ã o s u p e r i o r a c e r c a d e 0,18 m m . No c a s o d e resfriamento e m óleo
(utilizar o s d i â m e t r o s d e b a r r a s p a r a e s s e m e i o ) , a b a r r a p o d e r á a p r e s e n t a r d i â m e t r o em
70
51XXH tomo de 7 a 8 m m ; e no caso de r e s f r i a m e n t o e m água, a b a r r a p o d e r á possuir d i â m e t r o
0,60 a 0,75 Cr min. em torno de 1 2 m m .
60
N o r e s f r i a m e n t o a o ar, a c i m a d e 0 , 1 8 m m d e d i â m e t r o d e b a r r a , a t é c e r c a d e 2 mm,
O forma-se bainita e a c i m a desse d i â m e t r o , quantidades p r o g r e s s i v a m e n t e maiores de ferrita e

A
rr 50 \
perlita s ã o f o r m a d a s .
X
CO
N
N Tomando c o m o referência um determinado diâmetro de barra, por exemplo 10 mm,
ÇD 40 p o d e - s e e x t r a i r o s s e g u i n t e s d a d o s : n o r e s f r i a m e n t o a o ar, a t r a n s f o r m a ç ã o c o m e ç a em
=3 ),50C
Q t o m o d e 70CPC c o m a f o r m a ç ã o d e f e r r i t a a t é 6 4 0 ° C , q u a n d o s e t e m 5 0 % d e f e r r i t a , m o m e n -

30 A"-
\l0j4t
to e m q u e a p e r i i t a c o m e ç a a f o r m a r - s e . A 5 8 0 ° C a p a r e c e m
resfriamento e m óleo, bainita c o m e ç a a formar-se mais ou m e n o s a 560°C; a c e r c a
traços de bainita. No
de
o,: s r y "
3 4 0 ° C , a p ó s E ç r n x a ã E á s i n e n í e 4CT5> d e t r a n s f o r m a ç ã o , a a u s t e n i t a r e m a n e s c e n t e s e t r a n s -
20
forma em m a r t e n s i t a , até 150°C, q u a n d o a reação se c o m p l e t a . F i n a l m e n t e , para a b a r r a d e
4 8 12 16 20 24
0 4 8 12 16 20 24 10 m m , n o r e s f r i a m e n t o e m á g u a , c o m e ç a a f o r m a r - s e m a r t e n s i t a a c e r c a d e 3 6 0 ° C , t e r m i -
c) D i s t â n c i a d a e x t r e m i d a d e
d) D i s t â n c i a d a e x t r e m i d a d e nando a 1 5 0 ° C .
resfriada, VIB"
resfriada, Vi6" Na figura n s 5 3 , estão representadas superpostas as c u r v a s d e dois aços: ao c a r b o n o
(0,28%) r e p r e s e n t a d o na figura n 2 5 2 e a ç o - l i g a a o m a n g a n ê s - m o i i b d ê n i o ( 0 , 3 0 C, 1,55 Mn
e 0,28 M o ) , o q u e p e r m i t e c o m p a r a r a c a p a c i d a d e d e e n d u r e c i m e n t o d o s d o i s m a t e r i a i s . P a r a
simplificar, e m a b c i s s a s f o r a m i n d i c a d o s d i â m e t r o s de b a r r a a p e n a s p a r a e s f r i a m e n t o a o ar.
Fig. 51 - Curvas de endurecibilidade para quatro tipos de a ç o s
JÓ..*;.:
76 : 77
Aços E FERROS FUNDIDOS FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT '

Verifica-se, a s s i m , q u e , enquanto no a ç o - c a r b o n o de baixa endurecibilidade, somente s e


o b t é m m a r t e n s i t a e m r e s f r i a m e n t o a o ar, e m b a r r a s c o m d i â m e t r o s i n f e r i o r e s 0,18 m m , n o
aço-liga ao M n - M o , n a s m e s m a s condições d e resfriamento, p o d e - s e o b t e r martensita e m
d i â m e t r o s d e b a r r a s e m t o m o d e 1,30 m m .
A respeito d e s s e s d i a g r a m a s , a l g u m a s o b s e r v a ç õ e s d e v e m ser f e i t a s :
- e m primeiro lugar, as curvas c o r r e s p o n d e m s o m e n t e ao centro d e u m a barra; contudo,
as estruturas em outras posições que não o centro p o d e m ser d e d u z i d a s . Por e x e m p l o , . a
estrutura que se originou n u m a posição intermediária do centro à superfície n u m a barra d e
grande diâmetro c o r r e s p o n d e r á à obtida e m barra cujo diâmetro seja equivalente à posição
considerada na barra de diâmetro maior;
- as curvas referem-se a aços de composição média, dentro de uma certa
especificação. V a r i a ç õ e s d e c o m p o s i ç ã o , d e n t r o d a faixa e s p e c i f i c a d a , p o d e levar a dife-
r e n ç a s nas e s t r u t u r a s e, p o r t a n t o , n a s p r o p r i e d a d e s . A l é m d i s s o , h á f a i x a s críticas de
diâmetro de barras o n d e velocidades de r e s f r i a m e n t o ligeiramente m a i o r e s ou menores
p r o d u z e m u m a m o d i f i c a ç ã o n a estrutura p r e d o m i n a n t e . Por e x e m p l o , a f i g u r a n 2 52 mostra
q u e u m a p e q u e n a m o d i f i c a ç ã o no diâmetro d a b a r r a pode m u d a r a estrutura de bainita
p a r a martensita. N a s c u r v a s que m o s t r a m u m a inclinação abrupta d a região bainítica, a
barra poderá estar s e n d o submetida a t r a n s f o r m a ç õ e s estruturais diferentes, dentro de
a m p l a faixa de t e m p e r a t u r a s . Nota-se, n e s s a figura, para aço c o m 0 , 3 8 % de carbono, q u e
a s modificações m a i s p r o n u n c i a d a s o c o r r e m q u a n d o os d i â m e t r o s d a s b a r r a s se s i t u a m
dentro das seguintes faixas:

0 , 2 a 0,7 m m p a r a r e s f r i a m e n t o a o a r
9 a 15 m m p a r a r e s f r i a m e n t o e m ó l e o
14 a 24 m m para resfriamento em água
I i i i_
U m exame dos efeitos da c o m p o s i ç ã o do aço dentro da faixa especificada mostra RESFRIAMENTO AO A R

que todos esses diâmetros são a u m e n t a d o s de cerca de 6 0 % s e o teor de carbono - RESF. EM ÓLEO

a u m e n t a 0,05% dentro d a especificação, m a n t e n d o estável o teor de m a n g a n ê s . A u - — RESF. EM ÁGUA

mentando a porcentagem deste elemento de c e r c a de 0,05%, obtém-se um quarto DIÂMETRO DA B A R R A , m m


desse efeito'''.
Fig. 52 - Diagrama para resfriamento contínuo para aço com 0,38% C, ilustrando o comportamento de
transformação e m várias velocidades de resfriamento.

nAo leitor que desejar aprofundar-se na matéria, recomenda-se a consulta à obra indicada na bibliografia.

78 79
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS:


RECOZIMENTO, NORMALIZAÇÃO,
TÊMPERA E REVENIDO;
D i â m e t r o d a barra, mm CO ALES CIMENTO
H g . 5 3 - Superposição de curvas de resfriamento para aço-carbono e a ç o liga
Mn-Mo de baixo teor e m liga

80 81
Hm! i
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

1 . Introdução - T r a t a m e n t o térmico é o conjunto de operações d e a q u e c i m e n t o a que são 2 1 Aquecimento - O caso mais f r e q u e n t e de tratamento t é r m i c o d o aço é alterar u m a o u
submetidos os aços, sob condições controladas de temperatura, t e m p o , atmosfera e veloci- diversas d e s u a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s , m e d i a n t e u m a d e t e r m i n a d a m o d i f i c a ç ã o q u e s e
d a d e d e esfriamento, c o m o objetivo d e alterar a s s u a s p r o p r i e d a d e s o u corrferir-lhes carac- nrocessa n a s u a estrutura. Assim s e n d o , o aquecimento é g e r a l m e n t e realizado a u m a t e m -
terísticos determinados. oeratura a c i m a d a crítica, porque e n t ã o t e m - s e c o m p l e t a a u s t e n i t i z a ç ã o do a ç o , o u s ^ a t o t a l
As propriedades dos aços dependem, e m princípio, da sua estrutura. Os tratamentos d i s s o l u ç ã o d o c a r b o n e t o d e f e r r o n o f e r r o g a m a : e s s a a u s t e n i t i z a ç ã o é, c o m o s e v i u , o p o n t o
térmicos modificam, e m maior ou menor escala, a estrutura dos aços, resultando, em conse- de p a r t i d a p a r a a s t r a n s f o r m a ç õ e s p o s t e r i o r e s d e s e j a d a s , a s q u a i s s e p r o c e s s a r ã o e m f u n -
q u ê n c i a na alteração m a i s o u m e n o s p r o n u n c i a d a , d e s u a s p r o p r i e d a d e s . V i u - s e , de fato, n o s ção d a v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o a d o t a d a .
primeiros capítulos a b o r d a d o s , como se p r o d u z e m transformações n a austenita, segundo o Na fase d e aquecimento, dentro d o processo de tratamento t é r m i c o , d e v e m s e r a p r o p r i a d a -
tipo, a velocidade e as condições de esfriamento a d o t a d a s . Cada u m a d a s estruturas obtidas mente c o n s i d e r a d a s a s v e l o c i d a d e s d e a q u e c i m e n t o e a t e m p e r a t u r a m á x i m a d e a q u e o r n e r i t o .
a p r e s e n t a seus característicos próprios, q u e s e t r a n s f e r e m ao aço, c o n f o r m e a estrutura ou A velocidade de aquecimento, e m b o r a n a maioria dos c a s o s s e j a fator secundário, a p r e -
combinação de estruturas presentes. senta certa i m p o r t â n c i a , principalmente q u a n d o os aços es t ão e m e s t a d o de t e n s ã o i n t e r n a
Pelo exposto, p o d e - s e perfeitamente avaliar a importância dos tratamentos térmicos, ou p o s s u e m t e n s õ e s r e s i d u a i s d e v i d a s a e n c r u a m e n t o p r é v i o o u a o e s t a d o inteiramente
s o b r e t u d o nos a ç o s d e alto c a r b o n o e n o s q u e a p r e s e n t a m t a m b é m e l e m e n t o s de liga. D e rnartensíiico p o r q u e , nessa c o n d i ç õ e s , u m a q u e c i m e n t o muito rápido p o d e provocar
fato, se geralmente muitos aços de baixo e m é d i o carbono são u s a d o s n a s condições típicas empenamento ou m e s m o aparecimento d e fissuras. H á casos, contudo, de a ç o s f o r t e m e n t e
d o t r a b a l h a a q u e n t e , i s t o é, n o s e s t a d o s f o r j a d o e l a m i n a d o , q u a s e t o d o s o s a ç o s d e a l t o encruados q u e a p r e s e n t a m u m a t e n d ê n c i a para excessivo c r e s c i m e n t o de grão quando
c a r b o n o ou c o m e l e m e n t o s d e liga, s ã o o b r i g a t o r i a m e n t e s u b m e t i d o s a t r a t a m e n t o s t é r m i c o s aquecidos l e n t a m e n t e dentro da z o n a crítica, s e n d o então c o n v e n i e n t e realizar u m a q u e c i -
antes de serem c o l o c a d o s e m serviço. mento m a i s r á p i d o através d e s s a z o n a d e t r a n s f o r m a ç ã o .
O s principais objetivos dos tratamentos t é r m i c o s são os s e g u i n t e s : Nas m e s m a s condições estão, c o m o s e r á visto mais a d i a n t e , certos aços especiais q u e
exigem t e m p e r a t u r a final de a u s t e n i t i z a ç ã o muito e l e v a d a ; t a m b é m n e s s e c a s o s q u a n d o n o
- r e m o ç ã o d e t e n s õ e s ( o r i u n d a s d e e s f r i a m e n t o , t r a b a l h o m e c â n i c o o u outra causa); aquecimento é atingida a zona crítica é necessário que a m e s m a seja ultrapassada m a i s o u
- aumento ou diminuição da dureza; m e n o s r a p i d a m e n t e p a r a evitar e x c e s s i v o c r e s c i m e n t o d e g r ã o d e a u s t e n i t a .
- aumento da resistência mecânica; A temperatura de aquecimento é m a i s ou menos um fator fixo, determinado p e l a n a t u r e -
- melhora da ductibilidade; za do p r o c e s s o e d e p e n d e n d o , é e v i d e n t e , d a s p r o p r i e d a d e s e d a s estruturas finais d e s e j a -
- melhora da usinabilidade; das, a s s i m c o m o d a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a d o a ç o , p r i n c i p a l m e n t e d o s e u t e o r d e c a r b o n o .
- m e l h o r a d a r e s i s t ê n c i a ao d e s g a s t e ; Quanto m a i s alta essa t e m p e r a t u r a , acima d a z o n a crítica, m a i o r segurança s e t e m da
- m e l h o r a d a s p r o p r i e d a d e s de corte; completa d i s s o l u ç ã o das fases no f e r r o g a m a ; por outro lado, m a i o r s e r á o t a m a n h o de
- melhora da resistência à corrosão; grão d a a u s t e n i t a . A s d e s v a n t a g e n s d e u m t a m a n h o de g r ã o e x c e s s i v o s ã o m a i o r e s q u e a s
- m e l h o r a d a r e s i s t ê n c i a ao calor; desvantagens d e n ã o se ter total d i s s o l u ç ã o d a s fases no ferro g a m a , de m o d o q u e s e d e v e
- modificação d a s propriedades elétricas e m a g n é t i c a s . procurar evitar t e m p e r a t u r a s muito a c i m a d a linha superior ( A J d a z o n a crítica. N a p r á t i c a ,
o máximo que se admite é 50°C a c i m a de A 3 e assim m e s m o para os aços hipoeutetóides.
A simples e n u m e r a ç ã o dos objetivos a c i m a evidencia claramente a importância e a n e - P a r a os h i p e r e u t e t ó i d e s , a t e m p e r a t u r a r e c o m e n d a d a é i n f e r i o r à d a l i n h a A O T . A razão é
cessidade do tratamento térmico do aço. óbvia; a l i n h a A ^ sobe muito rapidamente em temperatura c o m o aumento da t e o r de
E m geral, a m e l h o r a de u m a ou mais p r o p r i e d a d e s , m e d i a n t e u m determinado tra- carbono (ver f i g . 3 ) ; para-que haja, p o r t a n t o , c o m p l e t a d i s s o l u ç ã o do carboneto d e f e r r o
tamento térmico, é conseguida com prejuízo de outras. Por e x e m p l o , o aumento da gama, são n e c e s s á r i a s temperaturas m u i t o altas com c o n s e q u e n t e e excessivo c r e s c i m e n -
ductibilidade provoca simultaneamente q u e d a nos valores de d u r e z a e resistência à to d e g r ã o d e a u s t e n i t a , c o n d i ç ã o e s s a m a i s p r e j u d i c i a l q u e a p r e s e n ç a d e c e r t a q u a n t i d a d e
tração. de:.carboneto n ã o dissolvido.

E necessário, pois, que o tratamento t é r m i c o seja escolhido e a p l i c a d o criteriosamente,


p a r a q u e os i n c o n v e n i e n t e s a p o n t a d o s s e j a m r e d u z i d o s a o m í n i m o . N ã o s e v e r i f i c a , p e l a 2.2. Tempo de permanência à temperatura de aquecimento - A influência do t e m p o de
simples aplicação de u m tratamento térmico, q u a l q u e r alteração d a c o m p o s i ç ã o química do permanência d o aço à temperatura escolhida de aquecimento é mais ou m e n o s idêntica à d e
aço. H á casos, entretanto, e m que interessa s o m e n t e u m a modificação parcial de certas máxima t e m p e r a t u r a de a q u e c i m e n t o , isto é, quanto m a i s l o n g o o t e m p o à t e m p e r a t u r a
p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s ; p o r e x e m p l o , m e l h o r a r s u p e r f i c i a l m e n t e a d u r e z a do aço. E s s e considerada de austenitização, tanto mais completa a dissolução do carboneto de ferro o u
efeito é conseguido p e l a alteração parcial d a s u a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a . O s tratamentos e m outras f a s e s p r e s e n t e s ( e l e m e n t o s d e l i g a ) n o f e r r o g a m a , e n t r e t a n t o m a i o r o t a m a n h o de
q u e a combinação d e operações de a q u e c i m e n t o e resfriamento é realizada em condições grão r e s u l t a n t e .
t a i s q u e c o n d u z e m a u m a m u d a n ç a parciaJ d a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a d a l i g a e, c o n s e q u e n t e - P r o c u r a - s e evitar, pois, p e r m a n ê n c i a à t e m p e r a t u r a a l é m d o e s t r i t a m e n t e necessário
m e n t e ; u m a modificação parcial de suas p r o p r i e d a d e s mecânicas, s e r ã o c h a m a d o s de "tra- para q u e s e c o n s i g a m a s m o d i f i c a ç õ e s e s t r u t u r a i s m a i s c o n v e n i e n t e s . T e m p o m u i t o l o n g o
tamentos termo-químicos". pode t a m b é m a u m e n t a r a ox i daç ão o u d e s c a r b o n e t a ç ã o do m a t e r i a l . S o b o p o n t o d e v i s t a d e
modificação estrutural, admite-se q u e u m a temperatura ligeiramente mais a e i í a c a s e j a snsis
2 . Fatores de influência nos tratamentos térmicos - Antes de s e r e m definidos e descritos vantajosa q u e u m t e m p o m a i s l o n g o a u m a t e m p e r a t u r a inferior, d e v i d o à m a i o r m o b i l i d a d e
os vários tratamentos térmicos, será feita u m a r á p i d a recaprtulação d o s diversos fatores q u e atómica. De q u a l q u e r modo, o t e m p o à t e m p e r a t u r a deve s e r p e l o m e n o s o suficiente a s e t e r
d e v e m ser levados e m conta na s u a realização. Representando o t r a t a m e n t o térmico um sua uniformização através de toda a s e c ç ã o .
ciclo de t e m p o - t e m p e r a t u r a , os fatores a s e r e m inicialmente c o n s i d e r a d o s s ã o : a q u e c i m e n -
to, t e m p o de p e r m a n ê n c i a à t e m p e r a t u r a e r e s f r i a m e n t o . A l é m d e s s e s , outro de g r a n d e 2.3. Resfriamento - Este é o f a t o r m a i s i m p o r t a n t e , p o i s ele q u e d e t e r m i n a r á e f e t i v a m e n t e a
i m p o r t â n c i a é a a t m o s f e r a d o recinto d e a q u e c i m e n t o , v i s t o q u e a s u a q u a l i d a d e t e m g r a n d e estrutura e, e m c o n s e q u ê n c i a , as p r o p r i e d a d e s finais d o s a ç o s . V i u - s e (fig. 23) c o m o p e i a v a r i a -
i n f l u ê n c i a s o b r e o s r e s u l t a d o s finais d o s t r a t a m e n t o s térmicos. ção d a v e l o c i d a d e d e resfriamento p o d e - s e o b t e r d e s d e a periita g r o s s e i r a d e b a i x a r e s i s t ê n c i a

32 83
Aços E FEEXOS FUNDIDOS TRATAAIENTO TÉRMICO DOS AÇOS C_J

m e c â n i c a e baixa d u r e z a até a martensita q u e é o constituinte mais duro resultante dos t r a t a m e n - c) A á g u a , à m e d i d a q u e s e a q u e c e , p e r d e s u a e f i c á c i a , f a t o e s s e q u e n ã o d e v e ser


tos térmicos. Por outro lado, a obtenção d e s s e s constituintes não é só função d a velocidade de mt...
ecido a o U s a , - - e esse líquido c o m o meio de resfriamento, p o i s s e o seu v o l u m e n ã o f o r
S

resfriamento, d e p e n d e n d o t a m b é m como s e s a b e , d a composição d o a ç o (teor e m elementos d e suficiente e l e s e a q u e c e r á e x c e s s i v a m e n t e , p e r d e n d o r a p i d a m e n t e a s u a e f i c á c i a : e v i i a - s e


Bça, d e s l o c a n d o a p o s i ç ã o d a s c u r v a s e m C ) , d a s d i m e n s õ e s ( s e c ç ã o ) d a s p e ç a s , letc. esse i n c o n v e n i e n t e p e i o u s o d e á g u a c o r r e n t e e m v e z d e á g u a e m r e p o u s o , o u p e l o s e u
Os meios de esfriamento usuais s ã o : a m b i e n t e do f o r n o , a r e m e i o s (líquidos. O resfriamento contínuo.
r e s f r i a m e n t o m a i s b r a n d o é, e v i d e n t e m e n t e , o r e a l i z a d o n o p r ó p r i o i n t e r i o r d o f o r n o e e l e s e Nos c a s o d o s ó l e o s , o efeito d a t e m p e r a t u r a não é tão s e n s í v e l , m a s c o m o m e d i d a d e
t o m a m a i s s e v e r o à m e d i d a q u e s e p a s s a p a r a o a r o u p a r a u m m e i o l í q u i d o , onaje a e x t r e m a segurança, deve-se evitar que s u a temperatura s u b a muito, para o que se utiliza
agitação dá origem a o s m e i o s de resfriamento m a i s drásticos ou v i o l e n t o s . frequentemente u m sistema apropriado de circulação.
N a escolha do m e i o d e resfriamento, o f a t o r inicial a s e r c o n s i d e r a d o é o tipo de estrutura A maior eficácia das soluções a q u o s a s é atribuída à s u a a ç ã o em remover a c a s a de
f i n a i d e s e j a d a a u m a d e t e r m i n a d a p r o f u n d i d a d e . N ã o é só, entretanto. D e fato, a s e c ç ã o e a óxido s u p e r f i c i a l e à m e n o r t e n d ê n c i a d e f o r m a r v a p o r n a s u p e r f í c i e d o a ç o , e v i t a n d o - s e
l i
forma da peça influem consideravelmente n a escolha daquele meio. Muitas vezes, por assim o i n c o n v e n i e n t e d o s c h a m a d o s " p o n t o s m o l e s " " , m u i t o c o m u n s n a t ê m p e r a d o s a ç o s .
e x e m p l o , a s e c ç ã o d a p e ç a é tal q u e a a l t e r a ç ã o e s t r u t u r a l p r o j e t a d a n ã o o c o r r e à p r o f u n d i - Finalmente, outro fator que deve s e r levado e m conta é o d a circulação do meio de
d a d e e s p e r a d a . A l i á s , a s f i g u r a s 2 4 e 2 5 j á e s t u d a d a s e s c l a r e c e m p e r f e i t a m e n t e tal f a t o . r e s f r i a m e n t o o u a a g i t a ç ã o d a p e ç a n o i n t e r i o r d e s s e m e i o . A T a b e l a 6 j á v i s t a e a T a b e l a 8< 2a)

P o r o u t r o l a d o , a l g u m a s v e z e s a f o r m a d a p e ç a é tal q u e u m r e s f r i a m e n t o m a i s d r á s t i c o , dada a seguir c o m p r o v a m que a agitação ou a circulação t o m a m o resfriamento m a i s rápido;


c o m o e m á g u a , p o d e p r o v o c a r c o n s e q u ê n c i a s i n e s p e r a d a s e r e s u l t a d o s indesejáveis, tais além d i s s o , c o m o é f á c i l e n t e n d e r , h a v e r á m e l h o r c o n t a t o e n t r e t o d a s a s p a r t e s d a p e ç a e o
c o m o e m p e n a m e n t o e m e s m o ruptura d a p e ç a . U m meio de resfriamento menos drástico, meio d e r e s f r i a m e n t o .
c o m o óleo, seria o indicado sob o ponto de vista d e e m p e n a m e n t o ou ruptura, porque reduz C o m o j á foi o b s e r v a d o , a e s c o l h a d o m e i o de resfriamento n ã o d e p e n d e s o m e n t e d a s
o gradiente de t e m p e r a t u r a apreciavelmente durante o resfriamento, m a s pode não satisfa- propriedades f i n a i s d e s e j a d a s no a ç o , pois o e m p e n a m e n t o ou as fissuras que podem
zer sob o ponto de v i s t a de profundidade d e endurecimento. É preciso, então, conciliar as :
resultar ao s e r o m a t e r i a l r e s f r i a d o , a s s i m c o m o o a p a r e c i m e n t o d e a p r e c i á v e i s tensões
d u a s coisas: resfriar a d e q u a d a m e n t e p a r a o b t e n ç ã o da estrutura e d a s propriedades d e s e - internas p o d e m d e t e r m i n a r a s u b s t i t u i ç ã o do meio ideal, s o b o p o n t o d e vista d e p r o p r i -
j a d a s à p r o f u n d i d a d e p r e v i s t a e, a o m e s m o t e m p o , e v i t a r e m p e n a m e n t o , d i s t o r ç ã o o u m e s - edades d e s e j a d a s , por um meio m e n o s s e v e r o , de m o d o a s e r e m c o n t o r n a d a s aquelas
m o ruptura da p e ç a q u a n d o submetida ao resfriamento. dificuldades. P o d e - s e chegar, então, à n e c e s s i d a d e de se u s a r m e i o s de resfriamento
Tal condição s e c o n s e g u e c o m a e s c o i h a a p r o p r i a d a do aço. cada vez menos severos, o que implica na escolha simultânea de aços com
D e qualquer m o d o , o m e i o de resfriamento é fator básico no q u e s e refere à reação d a temperabilidade c a d a v e z maior, d e m o d o a ser atingido o objetivo final - e s t r u t u r a e
a u s t e n i t a e, e m c o n s e q u ê n c i a , a o s p r o d u t o s f i n a i s d e t r a n s f o r m a ç ã o . propriedades desejadas com um mínimo de empenamento e tensões internas - nas
A T a b e l a 6< ) i n d i c a a s v e l o c i d a d e s r e l a t i v a s d e r e s f r i a m e n t o d e a l g u n s m e i o s " .
27
melhores condições.
A Tabela tem a utilidade de mostrar o efeito tanto do meio d e resfriamento c o m o da M e i o s d e r e s f r i a m e n t o a i n d a m e n o s s e v e r o s q u e ó l e o , á g u a a q u e c i d a o u ar, s ã o b a n h o s
s e c ç ã o da peça s o b r e a velocidade de resfriamento e de comprovar t a m b é m a necessidade de s a l o u b a n h o s d e m e t a l f u n d i d o .
d a seleção a d e q u a d a d a composição do a ç o .
TABELA7
V e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o n o c e n t r o d e u m a esfera de 4 " m m d e d i â m e t r o Ni-Cr
TABELA 6 a t r a v é s da f a i x a de t e m p e r a t u r a 7 2 0 ° C - 5 5 0 ° C d u r a n t e o r e s f r i a m e n t o
V e l o c i d a d e s relativas d e r e s f r i a m e n t o de d i v e r s o s m e i o s e m v á r i o s m e i o s a p a r t i r de 860°C
V e l o c i d a d e R e l a t i v a de
Velocidade de Resfriamento
Melo d e r e s f r i a m e n t o R e s f r i a m e n t o para D i â m e t r o s d e :
R e l a t i v a s à d a Á g u a a 18°C
1" 2" 3" M e i o de R e s f r i a m e n t o
na Faixa d e T e m p e r a t u r a de
0 mais drástico (teórico) 1,23 0,30 0,14 7 2 0 ° C a 550"C
Á g u a em agitação 1,00 0,27 ,0,13 2,06
Solução a q u o s a a 10% NaOH
Óleo em agitação 0,40 0,18 ''0,093 Solução a q u o s a a 1 0 % NaCI 1,96
Corrente de ar 0,032 0,0157 .0,0102 Solução a q u o s a a 1 0 % Na CO., 2 1,38
Artranquilo 0,0152 0,0075 |0,0048 Águaa0°C 1,06
Águaa18°C 1,00
O s meios de resfriamento mais c o m u m e n t e utilizados são: soluções aquosas, água, óleo Águaa25°C 0,72
e ar. A T a b e l a 7 ( 2 7 ) m o s t r a as velocidades de resfriamento no centro d e u m a esfera de níquel- Óleo 1 0,30
c r o m o de 4 m m de d i â m e t r o na faixa de t e m p e r a t u r a entre 7 2 0 ° C a 550°C durante o Óleo 2 0,22
r e s f r i a m e n t o a p a r t i r d e 8 6 0 ° C e m v á r i o s m e i o s . D o e x a m e d e s s a t a b e l a p o d e - s e tirar d i v e r - Óleo 3 0,20
sas conclusões: Águaa50°C 0,17
Óleo 4 0,16
a) O s m e i e s m a i s d r á s t i c o s s ã o as s o l u ç õ e s a q u o s a s de vários t i p o s . j
Óleo 5 0.14
b ) K á cSferaETça ris " c o m p o r t a m e n t o e n t r e v á r i o s t i p o s d e ó l e o , d e v i d o s o b r e t u d o à d i f e r e n -
Tetracloreto de carbono 0,055
ça de viscosidade e às características de f o r m a ç ã o de v a p o r " .
Água a 7 5 " C 0,047
Águaa100°C 0,044
n Essas velocidades são indicadas para o centro de cilindros longos de uma liga austenítíca Te-Ni, quando Ar líquido 0,039
a temperatura do centro é 550°C, comparadas com a velocidade de resfriamento de um cilindro de 1" de
Ar 0,028
diâmetro, resfriado em água em agitação a uma velocidade de 38"C/seg.
Vácuo 0,011
n O material quente transforma o líquido com o qual entra em contato imediato em vapor, de modo que se
fornia uma camada gasosa, a qual isola o aço e pode tornar mais lento o resfriamento. n "Softsports"

84 85
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS
Aços E FERROS FUNDIDOS

TABELA 8 Tais f e n ó m e n o s , d e o x i d a ç ã o e d e d e s c a r b o n e t a ç ã o , s ã o e v i t a d o s p e l o u s o d e uma


Efeito d o m o v i m e n t o d o meio de r e s f r i a m e n t o s o b r e a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o atmosfera protetora, ou controlada no interior do forno, a q u a l , ao prevenir a f o r m a ç ã o da

Oleo a 60°C Á gua a 20°C S a l m o u r a a 20°C " c a s c a d e ó x i d o " , t r o n a d e s n e c e s s á r i o o e m p r e g o d e m é t o d o s d e l i m p e z a e, a o e l i m i n a r a


E s t a d o do meio d e r e s f r i a m e n t o
descarbonetação, garante u m a superfície uniformemente d u r a e resistente ao d e s g a s t e .
Nenhuma tírculação d o líquido
ou agitação d a p e ç a 0,2 1,0 2,0 Escapa à finalidade desta obra u m a descrição dos vários tipos de atmosferas proteto-
Circulação ou agitação moderada 0,3 1,1 2,1 ras u s a d a s n o s t r a t a m e n t o s t é r m i c o s d o s a ç o s . P o r o u t r o l a d o , n o c a p í t u l o d e d i c a d o à
Boa circulação 0,4 1,4 - "Prática d o T r a t a m e n t o T é r m i c o " , a l g u n s n o v o s p o r m e n o r e s s e r ã o m e n c i o n a d o s . N u m r á -
Circulação forte 0,6 1,8 - pido a p a n h a d o , e n t r e t a n t o , c o n v é m m e n c i o n a r q u e a s a t m o s f e r a s m a i s c o m u n s s ã o obti-
Cácufeção violenta 1,0 4,0 5,0 das pela c o m b u s t ã o total ou parcial d e c a r v ã o , óleo ou g á s . Tais a t m o s f e r a s p o d e m a p r e -
sentar o x i g é n i o , n i t r o g é n i o , a n i d r i d o c a r b ó n i c o , v a p o r d e á g u a , ó x i d o d e c a r b o n o , h i d r o g é -
O s banhos d e sal s ã o particularmente u s a d o s n a t ê m p e r a dos a ç o s rápidos; não cabe nio h i d r o c a r b o n e t o s , etc. O h i d r o g é n i o e a amónia dissociada, esta última c o m o fonte
aqui u m a descrição pormenorizada desses m e i o s de resfriamento. Entretanto, cabe a ob- económica de hidrogénio, também pode ser usadas, se bem que não tanto
servação de que os b a n h o s de sal, para o resfriamento durante o tratamento térmico frequentemente.
daqueles tipos de aços, são preferidos ao óleo ou ar t r a n q u i l o porque permitem O h i d r o g é n i o a t u a c o m o a t m o s f e r a r e d u t o r a e do m e s m o m o d o a a m ó n i a d i s s o c i a d a . O
resfriamento u n i f o r m e e rápido nas faixas de altas temperaturas, o n d e o resfriamento é óxido d e c a r b o n o a t u a t a m b é m , n o t r a t a m e n t o t é r m i c o d o s a ç o s , c o m o a t m o s f e r a r e d u t o r a .
-i-
m a i s critico. É d e notar, c o n t u d o , q u e o h i d r o g é n i o e o ó x i d o d e c a r b o n o n ã o s ã o a p e n a s a g e n t e s r e d u t o -
Quanto a b a n h o s d e metal fundido, o m a i s c o m u m é o de c h u m b o , u s a d o particularmente res. O h i d r o g é n i o s e m p r e e o ó x i d o d e c a r b o n o , s o b c e r t a s c o n d i ç õ e s , p o d e m provocar
n o 'patenteamento", o p e r a ç ã o que será a b o r d a d a no Capítulo XV. descarbonetação, de modo que seu uso deve ser estudado adequadamente para q u e um
O outro m e i o d e resfriamento usado n a m o d e r n a indústria é r e p r e s e n t a d o por "gás", objetivo n ã o s e j a a t i n g i d o c o m s a c r i f í c i o d e o u t r o - p o r e x e m p l o , e v i t a r a c a s c a d e ó x i d o s e m
para velocidades de resfriamento superiores à s obtidas e m ar t r a n q u i l o e inferiores às impedir a d e s c a r b o n e t a ç ã o .
obtidas e m ó l e o ' ) . O resfriamento é r e a l i z a d o c o l o c a n d o - s e as p e ç a s austenitizadas
2 8 na De o u t r o l a d o , o s h i d r o c a r b o n e t o s sempre e o CO também sob certas condições
c â m a r a de resfriamento d o s f o m o s de t r a t a m e n t o térmico, o n d e s ã o s u b m e t i d a s à ação de podem carbonetar o aço. Em r e s u m o , é preciso sempre u m estudo cuidadoso d a s pro-
u m a corrente d e g á s q u e se move r a p i d a m e n t e . Esse meio de r e s f r i a m e n t o gasoso pode porções c o r r e i a s d o s vários c o n s t i t u i n t e s d e u m a a t m o s f e r a p r o t e t o r a para q u e , n o t r a t a -
ser constituído d e a r s i m p l e s m e n t e até m i s t u r a s c o m p l e x a s , c o m o a s caracterizadas peias mento térmico n o r m a l dos a ç o s , s e j a m evitadas a o x i d a ç ã o e tanto a descarbonetação
atmosferas protetoras, q u e não s o m e n t e p r o d u z e m o tratamento chamado "brilhante", como a c a r b o n e t a ç ã o . A Tabela 9 adaptada da p u b l i c a ç ã o "Metal Progress Data
c o m o t a m b é m a u m e n t a m a v e l o c i d a d e de t r a n s f e r ê n c i a de calor e n t r e o gás e as p e ç a s . Sheets"i '>3 r e s u m e a s r e a ç õ e s q u e o c o r r e m no interior d o s f o r n o s , d e v i d o às atmosferas
S ã o utilizados t a m b é m polímeros líquidos, c o m o meio de r e s f r i a m e n t o ' ' . 2 9 comuns presentes, apontando e s q u e m a t i c a m e n t e o tipo de reação, a p o r c e n t a g e m de-
Esses meios p o d e m substituir o óleo, s e n d o a l g u m deles, c o m o o s glicóis mais severos sejada p a r a q u e n ã o ocorra d e s c a r b o n e t a ç ã o , além de s u g e r i r q u a i s as a t m o s f e r a s mais
q u e os óleos p o r é m m e n o s que a á g u a ' ' . 3 0 indicadas p a r a c a d a fim.
A t m o s f e r a s a b a s e d e n i t r o g é n i o , s o b r e t u d o as n i t r o g é n i o / á l c o o l , e s t ã o s e n d o e m p r e g a -
2 . 4 . Atmosfera do forno - N o s t r a t a m e n t o s t é r m i c o s dos a ç o s , d e v e - s e evitar dois f e n ó - das d e m o d o c r e s c e n t e . P o r e x e m p l o , a a d i ç ã o d e m e t a n o l n o n i t r o g é n i o c o n s t i t u i n u m m e i o
m e n o s muito c o m u n s e q u e p o d e m c a u s a r s é r i o s aborrecimentos: a o x i d a ç ã o que resulta n a protetor q u e s u b s t i t u i u m a a t m o s f e r a e n d o t é r m i c a . U m a c o m p o s i ç ã o t í p i c a é a s e g u i n t e ' ' : 3 2

f o r m a ç ã o i n d e s e j a d a d a "casca de óxido" e a descarbonetação que p o d e provocar a forma- CO - 1 8 a 2 0 % , H 2 - 32 a 40%, N 2 - 36 a 49%, C H - 1 a 4 % , C 0


4 2 + H 2 - 0,10 a 0 , 3 0 % .
ção de u m a c a m a d a m a i s mole na superfície do metal. À s v e z e s , p a r a o b t e r os m e s m o s r e s u l t a d o s p r o p o r c i o n a d o s p e l a s a t m o s f e r a s p r o t e t o -
A s reações de o x i d a ç ã o mais c o m u n s s ã o : ras, u s a - s e c o m o m e i o d e a q u e c i m e n t o b a n h o s d e s a l f u n d i d o ; o t r a t a m e n t o t é r m i c o dos
aços r á p i d a s c o n s t i t u i o e x e m p l o m a i s i m p o r t a n t e .
2Fe + 0 2 = 2 F e O , p r o v o c a d a pelo o x i g é n i o ; Os tratamentos térmicos usuais dos aços são: recozimento, normalização, têmpera,
Fe + C 0 2 = F e O + C O , provocada pelo anidrido carbónico; revenido, c o a l e s c i m e n t o e os t r a t a m e n t o s isotérmicos.
Fe + H 0 2 = F e O + H , provocada pelo v a p o r de água.
2 .

3. Recozimento - É o tratamento térmico realizado c o m o fim d e a l c a n ç a r u m ou


A reação p r o v o c a d a pelo anidrido carbónico é reversível; de fato, s e a m i s t u r a gasosa de C O vários dos s e g u i n t e s objetivos: r e m o v e r tensões devidas a o s tratamentos m e c â n i c o s a
e C O f o r rica e m C 0 , e l a o x i d a r á o ferro a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s , m a s s e f o r relativamente
z 2 rica frio o u a q u e n t e , d i m i n u i r a d u r e z a p a r a m e l h o r a r a u s i n a b i l i d a d e d o a ç o , a l t e r a r as
e m C O , tal m i s t u r a r e d u z i r á o F e O . A r e a ç ã o p e l o v a p o r d e á g u a é i g u a l m e n t e reversível, pois propriedades m e c â n i c a s c o m o resistência, ductilidade e t c , modificar os característi-
u m a m i s t u r a d e K , e v a p o r d e á g u a é o x i d a n t e s e rica e m v a p o r e r e d u t o r a s e rica e m h i d r o g é n i o . cos e l é t r i c o s e m a g n é t i c o s , a j u s t a r o t a m a n h o de g r ã o , r e g u l a r i z a r a t e x t u r a b r u t a de
A d e s c a r b o n e t a ç ã o p o d e processar-se s i m u l t a n e a m e n t e c o m a o x i d a ç ã o ou a formação fusão, r e m o v e r g a s e s , produzir u m a microestrutura definida,.eliminar enfim os efeitos-
d e c a s c a de óxido; o processo nada mais é d o q u e u m a oxidação preferencial do carbono, de q u a i s q u e r t r a t a m e n t o s t é r m i c o s o u m e c â n i c a s a n u e o a ç o t i v e r s i d o anteriormente
o c o r r e n d o a s Teações i j o e r a t e m p e r a t u r a a b a i x o d a z o n a c r i t i c a , q u a n d o o c a r b o n o e s t á n a submetida
f o r m a de F e C o u a t e m p e r a t u r a a c i m a d a z o n a crítica, e s t a n d o o c a r b o n o presente
3 na O t r a t a m e n t o g e n é r i c o recozimento a b r a n g e os seguintes tratamentos específicos:
austenita. O s a g e n t e s descarbonetantes usuais s ã o o oxigénio, o anidrido carbónico e o
hidrogénio, segundo as reações seguintes:
*—& 3 . 1 . Recozimento total ou pleno, q u e consiste no a q u e c i m e n t o do aço a c i m a d a zona
crítica d u r a n t e o t e m p o n e c e s s á r i o e s u f i c i e n t e p a r a t e r - s e a s o l u ç ã o d o c a r b o n o o u dos
2C + 0 2 =2CO elementos d e liga no ferro g a m a , s e g u i d o d e resfriamento lento, realizado sob c o n d i ç õ e s q u e
C +C0 2 = 2C0 permitam a f o r m a ç ã o dos constituintes n o r m a i s de acordo c o m o diagrama de equilíbrio F e -
C +2H =CH4 C. E s s e r e s f r i a m e n t o lento p o d e s i g n i f i c a r m a n t e r a p e ç a n o i n t e r i o r d o f o r n o e c o n t r o l a r a
TABELA 9
R e a ç õ e s d e v i d a s a várias a t m o s f e r a s q u e p o d e m s e r u t i l i z a d a s n o s t r a t a m e n t o s d o s a ç o s

Porcentagem Porcentagem
Gases UBUalmonte desejada Reações Tipo Observações
preaentoa nas para evitar de reação
atmof)tora8 descarbonetação

Levemente
2CO + 3 F e - > F e C + C 0
Óxido
3 2

carbonetante O GO é desejável nas atmosferas dos fornos porque


carbono Até 3 4 % 10 a 3 4 % compensa a contaminação por parte de
(CO) Levemente traços de C 0 , vapor de água ou oxigénio.
2

CO + FeO -+ Fe + C 0 2
redutora

Fortemente
C0 + F e C -> 3Fe + 2 C O
descarbonetante
2 3

Anidrido Deve-se ellminartotalmente o C 0 das atmosferas


2

carbónico Até 1 5 % 0% dos fornos. Traços de G 0 p o d e m ser compensados


2

(COJ C 0 + F e - * F e O + CO pela presença de GO e metana.


2 Oxidante

Fortemente
Vaporda H 0 + F e C -> 3Fe + CO + H
Deve-se elimlnarcompletamente o v a p o r d e água
2 3 2

descarbonetante
água AIA 8 2 % abaixo de das atmosferas dos fomoa,Traços de v a p o r d e égua
(H.O) 0,09% p o d e m sar compensados pnla presença de CO e
H 0 + Fe -> FeO + H
2 2 Oxidante metana

Fortemente
H +FeO-»Fe + H O
2 a

redutora Ainda que o hidrogénio seja desejável em certas


Hidrogénio aplicações, geralmente deve ser mantido baixo por
0 II 4 0 % 3 a 20%
(H ) 2 formar vapor de água ou daacarbonatar.
2 H + F e C - > 3 F e + CH4
a 3 Descarbonetante

TABELA9
Reações devidas a várias atmosferas que p o d e m ser utilizadas n o s tratamentos t é r m i c o s d o s aços (continuação)

r
Porcentagem Porcentagem
Gases usualmente desejada Reações Tipo Observações
p r e s e n t e nas para evitar de r e a ç ã o
atmosferas descarbonetação

Fortemente
CH, + 3 F e - » F e C + 2 H Deseja-se geralmente metana em porcentagem
carbonetante
3 2

Metana muito baixa porque a maioria das atmosferas é


(CHJ 0 a 4% traços a 1 % contaminada pelo ar, vapor de água ou C 0 . 2

CH„ + 4 F e O 4Fe + C 0 + 2 H 0 2 2
Redutora

Seria a atmosfera ideal se pudesse ser mantida


Nitrogénio completamente Isenta de contaminação pelo ar,
(N )
2 0a100% restante Neutra vapor d'água ou C 0 . Para compensar essa
2

contaminação, devar-se-fa adicionar CO


e talvez traços de C H 4

Fortemente
0 +2Fe-*2FeO
2
oxidante Para evitar oxidação e descarbonetação, o
Oxigénio 0 0 oxigénio deve ser inteiramente eliminado das
Fortemente atmosferas dos fornos.
(° )
2

0 +Fe C-*3Fe + C0
2 3 2 descarbonante

u O O O- o w O ^ < y v O v ^ ^ v •v ^ — - v - y ^ ^ ••->•
v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o d o m e s m o o u d e s l i g a r o f o r n o , a p ó s o c i c l o d e a q u e c i m e n t o e "tfc 3.2. Recozimento isotérmico ou cíclico, q u e consiste n o a q u e c i m e n t o do a ç o n a s m e s m a s
d e i x a r que as p e ç a s d e a ç o resfriem ao m e s m o t e m p o que ele. condições q u e p a r a o recozimento total, s e g u i d o d e u m e s f r i a m e n t o r á p i d o até u m a t e m p e r a t u r a
O recozimento pleno está esquematizado na figura 54. Nessas c o n d i ç õ e s , obtém-se a situada dentro d a p o r ç ã o s u p e r i o r d o d i a g r a m a d e transformação i s o t é r m i c o , o n d e o m a t e r i a l é
periita grosseira que é a microestrutura ideal p a r a m e l h o r a r a usinabilidade d o s aços de baixo mantido d u r a n t e o t e m p o n e c e s s á r i o a s e p r o d u z i r a t r a n s f o r m a ç ã o c o m p l e t a . E m s e g u i d a , o
e m é d i o t e o r d e c a r b o n o . P a r a a ç o s d e alto c a r b o n o , a p e r l i t a g r o s s e i r a n ã o é v a n t a j o s a s o b esfriamento a t é a t e m p e r a t u r a a m b i e n t e p o d e s e r apressado c o m o m o s t r a o d i a g r a m a d a f i g u r a 5 7 .
o p o n t o de vista d e u s i n a b i l i d a d e e neles p r e f e r e - s e u m a estrutura d i f e r e n t e - a "esferoidita" O s p r o d u t o s r e s u l t a n t e s d e s s e t r a t a m e n t o t é r m i c o s ã o t a m b é m p e r l i t a e ferrita, p e r i i t a e
- o b t i d a pelo coalescimento, como se verá m a i s adiante. cementita o u s ó p e r l i t a . A e s t r u t u r a f i n a l , c o n t u d o , é m a i s u n i f o r m e q u e n o c a s o d o r e c o z i m e n t o
A figura 5 5 ( 3 3 ' m o s t r a a faixa de temperaturas p a r a recozimento p l e n o . pleno. A l é m d i s s o , o ciclo d e t r a t a m e n t o p o d e s e r e n c u r t a d o s e n s i v e l m e n t e d e m o d o q u e o
C o m o se vê, a prática c o m u m para recozer aços hipoeutetóides é a q u e c e r a temperatu- tratamento é m u i t o p r á t i c o p a r a c a s o s e m q u e s e q u e i r a tirar v a n t a g e m d o r e s f r i a m e n t o r á p i d o
ras acima da linha s u p e r i o r de transformação A 3 (mais ou menos 5 0 ° C a c i m a ) , de modo a desde a t e m p e r a t u r a de t r a n s f o r m a ç ã o e d e s t a à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e , c o m o e m peças
o b t e r - s e a u s t e n i t i z a ç ã o c o m p l e t a . N o s a ç o s h i p e r e u t e t ó i d e s , a q u e c e - s e a c i m a d a linha A , , relativamente p e q u e n a s q u e p o s s a m s e r a q u e c i d a s e m b a n h o s d e s a l ou d e c h u m b o f u n d i d o .
n ã o s e d e v e n d o a t i n g i r o u u l t r a p a s s a r a l i n h a A ^ , , p o r q u e , n o r e s f r i a m e n t o l e n t o posterior,
f o r m a - s e nos c o n t o r n o s d e g r ã o d a austenita u m invólucro c o n t í n u o e frágil de carbonetos,
q u e iria c o n f e r i r e x c e s s i v a f r a g i l i d a d e a o s a ç o s . J á n a n o r m a l i z a ç ã o , t r a t a m e n t o q u e s e r á
1150
discutido p o s t e r i o r m e n t e , c o m o o resfriamento é m a i s rápido - ao ar - n ã o s e t e m a f o r m a ç ã o
d e s s e invólucro de c a r b o n e t o s . Desse m o d o , o a q u e c i m e n t o na n o r m a l i z a ç ã o dos a ç o s
hipereutetóides pode s e r levado a temperaturas a c i m a d a linha A O T .
1100
(Fay)
/
/
Austenita (A)
A figura 55 indica q u e os constituintes estruturais q u e resultam d o r e c o z i m e n t o pleno são: 1050
p e r l i t a e ferrita p a r a o s a ç o s h i p o e u t e t ó i d e s , p e r l i t a e c e m e n t i t a p a r a o s a ç o s h i p e r e u t e t ó i d e s
e a p e n a s perlita p a r a o s a ç o s eutetóides. 1000
A influência d a t e m p e r a t u r a de a q u e c i m e n t o no recozimento s o b r e a s p r o p r i e d a d e s d o s Acm

\
950
a ç o s está indicada n a f i g u r a 5 6 , relativa a u m a ç o c o m 0 , 4 % de c a r b o n o , n o estado ligeira-
/\usten ta (A)
mente encruado' . wA-rvAf *\ +

V\
900
341

Cemen ttta(C)
C u r v a de Resfriamento 850

800 I N

l \
fr
750 / Ftecozímenfo Plano

"1
700
^ (Fea)
Ferrita (F)
650
E

600
M;
Ce mentít a(C)
550 +
Mf F+ P =erllta (P)
PRODUTO: PERLITA (OU PERLITA E \ 500
FERRITA OU PERLITA E CEMENTITA)
450
T e m p o , esc. l o g .
Fig. 5 4 - Diagrama esquemático de transformação para recozimento pleno
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2

Nota-se, por e x e m p l o , q u e à m e d i d a q u e a t e m p e r a t u r a s o b e , a n t e s d e atingir o limite % C


inferior da z o n a crítica e depois de ultrapassá-lo, a ductilidade m e l h o r a e a resistência m e c â -
Fig. 5 5 - Diagrama de equilíbrio Fe-C, mostrando as faixas para recozimento pleno.
nica (assim como a dureza) diminui. O máximo efeito, nesses s a r i V ^ , é c a r s c g r a d o s o o e n -
te quando é atingido o limite superior da z o n a critica. A o ser ultrapassado, venfica-se que a Para p e ç a s grandes, entretanto, o recozimento isotérmico não é vantajoso sobre o pleno,
resistência à t r a ç ã o é p o u c o afetada, o limite d e e s c o a m e n t o m e l h o r a a i n d a através de u m a visto q u e a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o n o c e n t r o d e p e ç a s d e g r a n d e s e c ç ã o p o d e s e r t ã o
certa faixa de t e m p e r a t u r a s e a ductilidade cai sensivelmente, d e v i d o a u m crescimento baixa q u e t o r n a i m p o s s í v e l o s e u r á p i d o r e s f r i a m e n t o à t e m p e r a t u r a d e t r a n s f o r m a ç ã o .
a c e n t u a d o do t a m a n h o d e g r ã o . Este c r e s c i m e n t o p o d e e deve n o r m a l m e n t e ser evitado - As temperaturas recomendadas d e austenitização para alguns tipos de a ç o s - c a r b o n o e
c o m aliás j á foi m e n c i o n a d o - e v i t a n d o - s e a q u e c i m e n t o m u i t o a l é m d o l i m i t e s u p e r i o r d a z o n a aços-liga e s t ã o a seguir i n d i c a d a s 134 '.
crítica, o que permitirá o b t e r a melhor c o m b i n a ç ã o d e resistência e t e n a c i d a d e . 1025- 857 a SOCC
O recozimento total r e q u e r u m tempo m u i t o l o n g o , de m o d o que, à s v e z e s , é conveniente 1030 - 8 4 3 a 870°C
substituí-lo pelo: 1033, 1035, 1036, 1037, 1038, 1 0 3 9 , 1040 - 829 a 857°C

90 91
A ç o s E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTO TÉRMICO DOS Aços

1135,1340, 1345, 3140 - 815 a 843°C


4037, 4 0 4 2 - 829 a 857°C
4047 - 815 a 857°C

& 4 7
4063 - 802 a 8 4 3 C q

& 4130-815 a871°C


4135, 4137, 4 1 4 0 , 4142 - 843 a 8 7 1 ° C
•tterwà
4145, 4147, 4150, 4 1 6 1 , 4337, 4340 - 815 a 843°C
50B40, 50B44, 5046, 50646 - 815 a 843°C

\ 24 £
50B50, 5 0 B 6 0 - 802 a S43°C
5130, 5 1 3 2 - 8 2 9 a 857°C
<0
2§Wo 22 g 5135, 5 1 4 0 , 5 1 4 5 - 815 a 8 4 3 ° C
< 5147, 5 1 5 0 , 5 1 5 5 , 5160 - 8 0 2 a 8 4 3 ° C
| 26 50100, 51100, 52100 - 774 a 802°C - para têmpera em á g u a
CO ™ 50100, 51100, 52100 - 815 a 871 ° C - para têmpera em óleo
o E p^ÇO jmentc 6150 - 843 a 8 8 5 " C
S E 24
lil ai 81B45 - 815 a 857°C
8 6 3 0 - 8 2 9 a 871 ° C
T> 22
8637, 8640 - 829 a 857°C

J 20650 700 750 800 860 900 950 1000" 8642, 8645, 8 6 B 4 5 , 8650 - 815 a 8 5 7 ° C
Temperatura °C 8655, 8660 - 8 0 2 a 843°C
8740, 8 7 4 2 - 829 a 857°C
Fig. 56 - Efeito da t e m p e r a t u r a de recozimento nas propriedades mecânicas d e um aço com 9254, 9255, 9260 - 815 a 900°C
0,40% de carbono ligeiramente encruado.
94B30, 9 4 B 4 0 - 843 a 855°C
9840 - 829 a 857°C

3 . 3 . Recozimento para alívio de tensões ou sub-crítico, q u e c o n s i s t e no a q u e c i m e n t o d o


aço a t e m p e r a t u r a s a b a i x o d o l i m i t e i n f e r i o r d a z o n a c r í t i c a . O o b j e t i v o é aliviar a s t e n s õ e s
originadas d u r a n t e a solidificação ou p r o d u z i d a s em o p e r a ç õ e s d e t r a n s f o r m a ç ã o mecânica
a frio, c o m o e s t a m p a g e m p r o f u n d a , o u e m o p e r a ç õ e s d e e n d i r e i t a m e n t o , c o r t e p o r c h a m a ,
soldagem o u u s i n a g e m . Essas t e n s õ e s c o m e ç a m a ser aliviadas a temperaturas logo a c i m a
da ambiente; entretanto, é a c o n s e l h á v e l aquecimento lento a t é pelo menos 5 0 0 ° C para
garantir o s m e l h o r e s r e s u l t a d o s . D e q u a l q u e r m o d o , a t e m p e r a t u r a d e a q u e c i m e n t o d e v e s e r
a mínima c o m p a t í v e l c o m o tipo e as c o n d i ç õ e s d a p e ç a , p a r a q u e não se m o d i f i q u e sua
estrutura i n t e r n a , a s s i m Como n ã o s e p r o d u z a m alterações s e n s í v e i s de suas p r o p r i e d a d e s
mecânicas.
A figura 58 l 3 3 ) m o s t r a a faixa de t e m p e r a t u r a s utilizadas n o recozimento p a r a alívio de
tensões ou sub-crítico.
C o m o s e v ê , o a q u e c i m e n t o é feito a u m a t e m p e r a t u r a inferior à d a linha A ^ onde as
p e ç a s p e r m a n e c e m o t e m p o n e c e s s á r i o , s e g u i n d o - s e r e s f r i a m e n t o a o ar g e r a l m e n t e . O
aquecimento a temperaturas entre 1 0 o e 2 0 ° C abaixo a linha A , produz a melhor c o m b i n a ç ã o
de m i c r o e s t r u t u r a , d u r e z a e p r o p r i e d a d e s mecânicas.
E PERLITA O U PERLITA E C E M E N T I T A )
A Tabela n a 10 ( 3 S ) a p r e s e n t a a l g u n s e x e m p l o s típicos d e t r a t a m e n t o p a r a alívio d e t e n s õ e s .

T e m p o , esc. log.
3 . 4 . Esferoidízação - E s s e t i p o d e r e c o z i m e n t o , r e p r e s e n t a d o n a f i g u r a 59™ tem por
objetivo m e l h o r a r a u s i n a b i l i d a d e e a t r a b a l h a b i i i d a d e a frio d o s a ç o s . O t r a t a m e n t o c o n s i s t e
Fig. 57 - Diagrama esquemática de transformação p a r a recozimento isotérmico o u cíclico. n u m a q u e c i m e n t o e r e s f r i a m e n t o «a i h s p r y V r t f p era c o n d i ç õ e s t a i s a p r o d u z i r u m a forma
gíobuiar ou esferoidal os carboneto no açc. Há várias maneiras de p r o d u z i r tal

1 0 4 1 , 1042, 1043, 1 0 4 5 , 1046, 1048, 1050, 1 0 5 2 , 1055, 1060, 1 0 6 4 , 1065, microestrutura, a saber:

1070, 1 0 7 4 - 8 0 2 a 843°C
1078, 1080, 1084, 1 0 8 5 , 1086, 1090, 1095 - 7 8 8 a 815"C • a q u e c i m e n t o a u m a temperatura l o g o a c i m a da linha inferior de transformação, s e g u i d o

1132, 1 1 3 7 - 829 a 857°C de e s f r i a m e n t o lento;

1138, 1140 - 8 1 5 a 8 4 3 ° C • a q u e c i m e n t o prolongado a u m a t e m p e r a t u r a logo abaixo d a linha inferior da z o n a crítica;

1 1 4 1 , 1144, 1145, 1 1 4 6 , 1151 - 8 0 2 a 8 4 3 ° C • a q u e c i m e n t o e resfriamento a l t e r n a d o s entre t e m p e r a t u r a s q u e estão logo a c i m a e l o g o

1130 - 829 a 8 5 7 ° C abaixo d a linha inferior de t r a n s f o r m a ç ã o .

92 93
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

115a O recozimento de esferoidização aplica-se principalmente e m aços de médio a alto teor


dè c a r b o n o , s o b r e t u d o p a r a m e l h o r a r a u s i n a b i l i d a d e . Q u a n d o o c a r b o n o é m u i t o b a i x o , a
1100
(Fea) c o n d i ç ã o e s f e r o i d i z a d a t o m a o a ç a e x t r e m a m e n t e m o l e e v i s c o s o , p o r a s s i m dizer, p r o d u z i n -

1050
Austenita (A)
/ do n a u s i n a g e m c a v a c a s l o n g o s e t e n a z e s q u e d i f i c u l t a m e s s a o p e r a ç ã o . A e s f e r o i d i z a ç ã o d e

1000
/ aços de baixo c a r b o n o t e m p o r o b j e t i v o p r i n c i p a l permitir d e f o r m a ç ã o s e v e r a , s o b r e t u d o e m
operações de e s t i r a m e n t o a frio.
Sob o p o n t o d e v i s t a d e irsinabiridade, a s m i c r o e s i n j t u r a s c o n s i d e r a d a s ideais p a r a o s
950 aços, estão i n d i c a d a s n a Tabela 1 1 1 3 3 1

900 /
\
T A B E L A 11
E s t r u t u r a s r e c o z l d a s para u s i n a b i l i d a d e
850
\ Teor de c a r b o n o % Estrutura ótima
p
A 3
/ 0,06-0,20 No estado laminado (mais económico)
<" 800
rr
/ 0,20-0,30 Abaixo de 75 mm de diâmetro: normalizada •
D
750
/ A c i m a d e 75 mm de diâmetro: no estado laminado
; — /
0,30-0,40 R e c o z i d a de modo a produzir perlita grosseira
rr
UJ
CL 1 ; Este roidizí ição 1
700 A
A

2 0,40-0,60 Perlita grosseira lamelar a carbonetos


UJ grosseiros esferoidizados
1- \
\
B50 0,60-1,00 1 0 0 % de carbonetos esferoidizados,
grosseiros a finos
Fea)
600
Fe rita (F
1 CE menti a ( C )
550 +
3 erlita (P)
500

450

400
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2

% C

Fig. 58 - Diagrama de equilíbrio Fe-C mostrando as faixas para recozimento sub-crítico.

T A B E L A 10
T r a t a m e n t o s t í p i c o s de alívio d e t e n s õ e s e m d i v e r s o s t i p o s d e a ç o s

T e m p o , horas
T i p o de a ç o Temperatura p o r polegada
de s e c ç ã o

Aço com 0,35% C, m e n o s de 3/4" de secção alívio de tensões geralmente


desnecessário
Aço com 0,35% C, c o m 3/4" ou mais de secção 595° a 6 7 5 " C I 1
Aço com mais que 0 , 3 5 % C, c o m menos de 1/2" de alívio de tensões geralmente
secção desnecessário
Aço com mais que 0 , 3 5 % C, c o m 1/2" ou mais de
secção 595°a675°C 1
Aço C-Mo, com menos que 0 , 2 0 % C (qualquer espessura) 595°a675°C 2
Aço C-Mo, com 0,20 a 0 , 3 5 % C (qualquer espessura) 675°a760°C 3a2
Aço Cr-Mo, com 2 % Cr e 0,5% Mo (qualquer espessura) 720°a745°C 2
Aço Cr-Mo, com 2 , 2 5 % Cr, 1 % Mo e 5% Cr, 0,5% M o 730°a760°C . 3
(qualquer espessura) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2
Aço Cr-Mo com 9 % Cr e 1 % M o (qualquer espessura) 745°a775°C 3
Aços inoxidáveis 410 e 430 (qualquer espessura) 775 aa00°C
870°C
o 2 % c
Aços inoxidáveis 309 e 310 (com secção superior a 3/4") 2
Fig. 59 - Diagrama de equilíbrio Fe-C, mostrando as faixas para esferoidização
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTO TÉSMCO DOS AÇOS

3 . 5 . Recozimento em caixa - É o tratamento utilizado para a proteção de grandes massas


o u g r a n d e número d e p e ç a s de aço, de m o d o a i m p e d i r que a superfície a c a b a d a das m e s - Sff

I
C u r v a de Resfriamento
m a s s e j a a f e t a d a p o r o x i d a ç ã o ou outro efeito t í p i c o d e t r a t a m e n t o t é r m i c o .

1
Aa„
No caso de c h a p a s e tiras d e aço, o n d e o p r o c e s s o é muito utilizado, o seu objetivo é
produzir u m a estrutura ferrítica recristaiizada d e p o i s d a laminação a frio. O equipamento de
a q u e c i m e n t o e m p r e g a d o p o d e ser intermitente o u contínuo. Nos f o m o s intermitentes, diver-
s a s bobinas de c h a p a s são colocadas nas soleiras dos fornos e cobertas por u m a capa,
s e n d o aquecidas c o m a t m o s f e r a controlada, n u m período de t e m p o , q u e p o d e durar diver-
s o s dias.
A o contrário, no r e c o z i m e n t o contínuo, as c h a p a s desbobinadas p a s s a m através de c â -
m a r a s de aquecimento e resfriamento, em t e m p o s muito mais curtos: p o u c o s minutos. A li' E

t
temperatura de aquecimento é da ordem de 7 5 0 ° C a 850°C, em cerca de 2 minutos. Segue-
s e resfriamento rápido até a temperatura de aproximadamente 4 0 0 ° C . E m seguida, num
t e m p o de 3 a 5 minutos, as chapas são s u b m e t i d a s a u m superenvelhecimento (uma espécie
d e revenido). O estágio d e superenvelhecimento reduz a concentração d e carbono dissolvi-
Mf
d o a m e n o s que 10 p p m , nos aços ferríticos e ferrítico-perifticos, d e m o d o a melhorar a
ductilidade e à resistência ao envelhecimento' 3 3 1 . P R O D U T O : ( PERLITA FINA O U P E R L I T A
A seguir, p r o m o v e - s e resfriamento até a t e m p e r a t u r a a m b i e n t e a u m a v e l o c i d a d e de 2 ° C FERRITA O U PERLITA E CEMENTITA)
a 1 0 ° C por s e g u n d o , c o m o q u e se obtém as m e l h o r e s propriedades. A n t e s d o tratamento, as
Tempo, esc. l o g .
c h a p a s de aço s ã o s u b m e t i d a s a limpeza q u í m i c a o u eletrolítica.

Fig. 61 - Diagrama esquemático de transformação para normalização


4 . Normalização - E s s e tratamento, e s q u e m a t i z a d o na figura 6 0 ( 3 6 ) consiste no aqueci-
m e n t o do aço a u m a t e m p e r a t u r a acima d a z o n a crítica, seguido d e resfriamento ao ar
A figura 61 m o s t r a a operação e m f u n ç ã o de hipotética c u r v a e m C.
tranquilo.
De a c o r d o c o m a figura 60, a t e m p e r a t u r a de a q u e c i m e n t o s u p e r a a linha A c 3 para os
aços h i p o e u t e t ó i d e s e a l i n h a A c , p a r a o s a ç o s h i p e r e u t e t ó i d e s . P a r a e s t e s ú l t i m o s a ç o s ,
m

como o r e s f r i a m e n t o , após a a u s t e n i t i z a ç ã o , é mais rápido q u e n o r e c o z i m e n t o pleno, n ã o h á


f o r m a ç ã o d o i n v ó l u c r o frágil d e c a r b o n e t o s ' * ' .
As t e m p e r a t u r a s t í p i c a s d e n o r m a l i z a ç ã o d e a ç o s - c a r b o n o e a ç o s - l i g a c o m u n s , s ã o as
seguintes:

1015, 1 0 2 0 , 1 0 2 2 915°C
1025, 1030 900°C

I
/
Faixa tf| ica de 1035 885°C
normal zação ^.
1040, 1045, 1050 860°C
1060, 1080, 1090 830°C
1095 845°C
1117 900°C

l/y 1137 885°C


E

t
/ 1141, 1144
1330
1335, 1340, 3 1 3 5 , 3140
3310
,
860"C
900°C
870°C
925°C
/ 4027, 4028, 4 0 3 2 900°C
4037, 4042, 4 0 4 7 , 4063 87Q°C
4118 925°C
4130 90G°C
4135, 4 1 3 7 , 4 1 4 0 , 4142, 4145, 4 1 4 7 , 4150 870*0
4320 935°C
4337, 4340 870°C
4520, 4620, 4 6 2 1 , 4718, 4720, 4815, 4817, 4820 925°C
5120 925°C
0,3 0,8 0,9 1,2 1,5
% C ie-
Existem, como s e verá mais adiante, aços de composição tal que podem endurecer quando, após o
Fig. 60 - Faixa típica de normalização para aços comuns. aquecimento, são resfriados ao ar. Esses aços não são considerados normalizáveis.

96 • 97
A ç o s E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

1150 O recozimento de esferoidização aplica-se principalmente em aços de médio a alto teor

1100
(Fea)
// dê carbono, sobretudo para melhorar a usinabilidade. Quando o carbono é muito baixo, a
condição esferoidizada toma o aça extremamente mole e viscoso, por assim dizer, produzin-
1050
Austenita (A)
// do na usinagem cavacos longos e tenazes que dificuitam essa operação. A esferoidização de

1000 // aços de baixo carbono tem por objetivo principal permitir deformação severa, sobretudo em
operações de estiramento a frio.

950
A 3
/ Sob o ponto de vista de Lsinabifidade, as microestruturas consideradas ideais para os
aços, estão indicadas na Tabela 1 1 ' 331

900 TABELA 11
Estruturas recozidas para usinabilidade
850 V
N Teor de carbono % Estrutura ótíma
p
800 0,06-0,20 No estado laminado (mais económico)
<" \
rr 0,20-0,30 Abaixo de 75 mm de diâmetro: normalizada .
Z>
<< 750 Acima de 75 mm de diâmetro: no estado laminado
cr . A i 0,30-0,40 Recozida de modo a produzir perlita grosseira
UJ
CL A • ; eáfdroidízi içãa A 1
2 700 0,40-0,60 Perlita grosseira lamelar a carbonetos
UJ
1-
\ I
grosseiros esferoidizados
S50 0,60-1,00 100% de carbonetos esferoidizados,

800 \ Faa)
Fa rita (F
grosseiros a finos

1 Ce menti a(C)
550 +
=>erlita (P) 1150
500
1100 (Fe ) T
450
Austenita (A)
1050
400
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 1000
% C
950 - - ..... —
Fig. 58 - Diagrama de equilíbrio Fe-C mostrando as faixas para recozimento sub-crítico.
/ *usíen+ ta (A)
\
900 i i / Cemen ita (C)
I / í
- 850
TABELA 10
\ j
A ;
j
3

Tratamentos típicos de alívio de tensões em diversos tipos de aços 800 . j _ .


/ i
f

A l
Tempo, horas i \ i
Temperatura por polegada 750 !
Tipo de aço ! ! >— / I Ai I I j
°C de secção . ,-f... ••,):•,.!.•. Recoám mto : . , .(•-.-'• -
700
:

' siib^rít co--:'-


Aço com 0,35% C, menos de 3/4" de secção alívio de tensões geralmente
\ i I
:

; - I
• I: •
650 --
Aço com 0,35% C, com 3/4" ou mais de secção
Aço com mais que 0,35% C, com menos de 1/2" de
595" a 675°C
desnecessário
I 1
alívio de tensões geralmente
600 \ Ferrita (F) i
i " P
!
T
I
" |
j
(Feo) : .Cementita (C)
secção desnecessário +
550
Aço com mais que 0,35% C, com 1/2" ou mais de Perlita (P)
secção 595°a675°C 1
500
Aço C-Mo, com menos que 0,20% C (qualquer espessura) 595°a675°C 2
;
Aço C-Mo, com 0,20 a 0,35% C (qualquer espessura) 675°a760°C 3a2 I i I
450
Aço Cr-Mo, com 2% Cr e 0,5% Mo (qualquer espessura) 720°a745°C 2 i i
i !
Aço Cr-Mo, com 2,25% Cr, 1% Mo e 5% Cr, 0,5% Mo 730°a760°C - 3
(qualquer espessura) 400 i
Aço Cr-Mo com 9% Cr e 1 % Mo (qualquer espessura) 745°a775°C 3 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2
Aços inoxidáveis 410 e 430 (qualquer espessura) 775°a800°C 2 % c
Aços inoxidáveis 309 e 310 (com secção superior a 3/4") 870°C 2
Fig. 59 - Diagrama de equilíbrio Fe-C, mostrando as faixas para esferoidização
A ç o s £ FERROS FUNDIDOS TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

5130, 5132 900°C A normalização visa refinar a granulação grosseira de p e ç a s d e aço fundido principal-
5 1 3 5 , 5140, 5 1 4 5 , 5 1 4 7 , 5 1 5 0 , 5155, 5 1 6 0 870°C mente; frequentemente, e c o m o m e s m o objetivo, a normalização é aplicada e m peças d e -
6118, 6120, 8 6 1 7 , 8 6 2 0 , 8 6 2 2 925°C nois de laminadas ou forjadas. A normalização é ainda usada c o m o tratamento preliminar à
8 6 2 5 , 8627, 8 6 3 0 900°C têmpera e ao revenido, justamente para produzir estrutura maisuniforme do que a obtida por
8 6 3 7 , 8640, 8 6 4 2 , 8 6 4 5 , 8 6 5 0 , 8655, 8 6 0 0 870°C laminação, por e x e m p l o , além d e reduzir a tendência ao e m p e n a m e n t o e facilitar a solução
9 2 5 5 , 9260, 9 2 6 2 900°C de carbonetos e elementos de liga. Sobretudo nos aços-liga q u a n d o os m e s m o s são esfria-
9310 925°C dos lentamente a p ó s a laminação, os carbonetos tendem a ser maciços e volumosos, difíceis
9 8 4 0 , 9850, 5 0 B 4 4 , 5 0 B 4 6 , 5 0 8 5 0 870°C de se dissolver e m tratamentos posteriores de austenitização. A normalização corrige e s s e
60B60, 81B45, 86B45 870°C inconveniente. O s constituintes q u e se o b t é m na normalização s ã o ferrita e perlita fina, o u
94B15, 94B17 925°C C8mentita e perlita fina. Eventualmente, d e p e n d e n d o do tipo d e aço, pode-se obter a baínrta,
94B30, 94B40 900°C c o m o a figura 6 2 mostra. .
C o m o se viu, n o caso dos aços-liga - produtos fundidos, laminados e forjados - utiliza-se
a normalização c o m o tratamento prévio d e tratamento térmico definitivo. E m geral, a t e m p e -
ratura situa-se 3 5 a 40°C acima das linhas Aj ou A O T , conforme o aço e m consideração.
T A B E L A 12
D o m e s m o m o d o , e m produtos fundidos, laminados ou forjados q u e não sofreram u m
Propriedades mecânicas dos aços nos estados normalizado e recozido
resfriamento uniforme a partir d e altas temperaturas, a normalização é aplicada para refinar
NORMALIZADO
Limite da Limita de Limita de resis- Alonga- Estric- Dureza
sua estrutura.
Limite de resis- Alonga- Estrlc- Dureza
escoamento tência à tração mento ção Brinell escoamento tência à tração mento ção Brinell
O s aços-liga hipereutetóides são normalizados para eliminação total ou parcial d o s
em 50 % e m 50 % rendilhados d e carbonetos que caracterizam suas estruturas. O b t é m - s e , assim, u m a estru-
Kgf/mm1 Kgf/mm» MPa mm, % Kgf/mm 1 Kgf/mm 1 mm, % tura q u e , n u m tratamento d e esferoidização posterior, apresenta-se c e m por cento
0,01 18,0 180 31,5 305 45 71 90 12,5 29,0 47 71 esferoidizada, conferindo boa usinabilidade ao material e é mais a d e q u a d a ao tratamento d a
0.20 31,5 305 45,0 440 35 60 120 25,0 41,0 37 54 têmpera.
0,40 35,5 345 59,5 585 27 43 165 31,0 52,5 30 48 A Tabela 12 ( 3 7 ) permite comparar a s propriedades mecânicas d e aços d e vários teores d e
0,60 42,0 410 76,5 755 19 28 220 34,5 87,0 23 33 carbono, nos estados recozido e normalizado. O estado "normalizado" foi t o m a d o c o m o
0,80 49,0 480 94.0 920 13 18 260 36,5 80,5 15 22
equivalente a o d o aço "laminado a quente", o n d e ocorreu resfriamento a o ar.
1,00 70,0 890 106,5 1045 7 11 295 36,5 75,5 22 26
1,20 70,0 690 107,0 1050 3 6 315 35,5 71,5 24 39
103,5 1015 1 3 300 35,0 69,0
5. Têmpera - Consiste no aquecimento d o aço até sua temperatura de austenitização -
1,40 67,0 660 19 25
entre 815° e 870°C - seguido de resfriamento rápido. A figura 63 esquematiza essa operação.

P R O D U T O : F E R R I T A , P E R L I T A , BAINITA

T e m p o , esc. log. P R O D U T O : MARTENSITA REVENIDA

T e m p o , esc. log.
Fig. 62 - Diagrama esquemático de transformação para normalização, comprovando a
possibilidade de obtenção do constituinte bainita. Fig. 63 - Diagrama esquemático de transformação para têmpera e revenido.

98 99
O s meios de resfriamento utilizados d e p e n d e m da endurecibilidade d o s aços (teor d e
carbono e presença d e elementos d e liga), d a forma e dimensões d a s p e ç a s submetidas à
têmpera, porque o q u e s e procura nessa operação, é a obtenção d a estrutura martensítica, jtRor im liaa
para o q u e se d e v e , portanto, fazer c o m q u e a curva de resfriamento p a s s e à esquerda d o
o
cotovelo da curva e m C - c o m o a figura 6 3 mostra, evitando-se assim a transformação d a
austenita no seus produtos normais.

BC *J
O s meios mais c o m u n s d e resfriamento s ã o líquidos ou g a s o s o s . N o caso dos meios
liquides, os mais corrturnente usados são'32':

• água
• água contendo sai ou adfifvos cáusticos
• óleo, q u e p o d e conter u m a variedade d e aditivos
• soluções a q u o s a s d e polímeros 10
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90

O s meios g a s o s o s m a i s c o m u n s , além d o ar, s ã o gases inertes, c o m o nitrogénio, hélio e Teor de Carbono


argônio. Fig. 64 - Efeito do teor da carbono sobre a dureza da martensita.
A velocidade d e resfriamento d e alguns d e s s a s meios já foi vista.
Existe u m a série d e variações nas operações d e têmpera'381:

• têmpera direta, q u e é o processo m a i s u s a d o , ou seja resfriamento rápido, e m m e i o


apropriado, diretamente da temperatura d e austenitização;

• têmpera em tempo variável, técnica utilizada q u a n d o a velocidade d e resfriamento d e v e


ser repentinamente m u d a d a , durante o ciclo d e resfriamento. E s s a técnica pode significar O
u m a u m e n t o ou diminuição da velocidade d e resfriamento, e m função dos resultados X
desejados. O q u e se faz mais c o m u m e n t e é resfriar rapidamente até q u e o aço ultrapasse
o cotovelo d o diagrama l l l e, e m seguida, transferir o material para outro meio d e
resfriamento - óieo, ar ou gás inerte - d e m o d o a promover u m resfriamento mais lento,
através da faixa d e formação da martensita, o q u e diminui a tendência d e e m p e n a m e n t o ,
fissuração e m u d a n ç a s dimensionais;

• têmpera seletiva, q u e consiste e m temperar-se apenas determinadas secções das p e -


ças, para o q u e s e isola as áreas q u e n ã o d e v e m ser temperadas;

• têmpera em vapor, neblina para diminuir a velocidade de resfriamento;


Teor de C %
Fig. 65 - Relação entre dureza, teor de carbono e quantidade de martensita
• têmpera interrompida, q u e inclui os processos d e austêmpera e martêmpera, a s e r e m
estudados mais adiante. E m peças p e q u e n a s ou de p e q u e n a espessura, essa diferença é desprezível. O m e s m o ,
contudo, n ã o s e d á c o m peças d e grandes dimensões, n o centro d a s quais a velocidade d e
C o m o na têmpera o <x>nstituinte final desejada é a martensita, os objetivos dessa operação, sob esfriamento é m e n o r do que na superfície, resultando estruturas d e transformação mistas, a
o ponto de vista de propriedades mecânicas, são aumento da dureza do aço e d a sua resistência não ser que o teor d e elementos de liga d o aço seja suficiente para impedir essa transforma-
à tração. N a realidade, o aumento da dureza deve ocorrer até u m a certa profundidade. ção e produzir s o m e n t e a estrutura martensítica.
Resultam t a m b é m d a têmpera, redução d a ductilidade (baixos valores d e alongamento e À s vezes, por outro lado, é conveniente u m núcleo mais m o l e e, então, escolhe-se u m
estricção), da tenacidade e o aparecimento d e apreciáveis tensões internas, q u e p o d e m , se aço e u m a velocidade d e esfriamento q u e p r o d u z a m superffeie dura e núcleo naquelas
n ã o b e m controladas, ocasiortar deformação, e m p e n a m e n t o e fissuração. condições.
F s a q i E a cpEisçãD d s tgrmera seja b e m sucedida, vários fatores d e v e m ser levados A razão d a alta dureza da martensita já foi estudada. Para maior clareza será repetida e
e m canta. Inidaimente, a velocidade d e resfriamento deve ser tal q u e i m p e ç a a transforma- ampliada a seguir:
ção d a austenita n a s temperaturas mais elevadas, e m qualquer parte d a p e ç a q u e se deseja O carbono dissolve-se prontamente n o ferro g a m a , m a s é praticamente insolúvel n o ferro
endurecer. D e fato, a s transformações da austenita nas altas temperaturas p o d e m dar c o m o alfa. O s á t o m o s d e carbono no ferro g a m a se distribuem nos espaços entre os á t o m o s d e
resultado estruturas mistas, as quais ocasionam o aparecimento d e pontos moles além d e ferro, isto é, n o interior das unidades cúbicas d e face centrada. Entretanto, os espaços entre
conferirem ao aço baixos valores para o limite d e escoamento e para a resistência ao c h o - os átomos d e ferro no reticulado cúbico centrado do ferro alfa s ã o incapazes de a c o m o d a r
q u e . Portanto, a s e c ç ã o das peças constitui outro fator importante porque p o d e determinar átomos de carbono s e m q u e se produza considerável d e f o r m a ç ã o do reticulado. E s s e é o
diferenças de esfriamento entre a superfície e o centro. motivo da baixa solubilidade d o carbono no ferro alfa.

100 101
Aços g FERROS FUNDIDOS TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Q u a n d o a austenita é resfriada a u m a temperatura e m q u e n ã o é mais estável, o ferro


g a m a passa a alfa e o carbono é expulso d a solução sólida, c o m b i n a n d o - s e c o m o ferra d e
m o d o a formar o carboneto F e 3 C . Este F e 3 C possui reticulado c o m p l e x o c o m poucos planos
d e escorregamento e é extremamente duro. C o m o ferro ele forma, c o m o s e sabe, o cons-
tituinte lamelar perfila.
Q u a n d o se a u m e n t a a velocidade de esfriamento da austenita, pode-se chegar a u m a
velocidade tão alta q u e n ã o permite a expulsão d o carbono d a solução sólida para formar o
F e 3 C , veriScando-se"somente p a s s a g e m d a forma alotrópica do ferro d e g a m a a alfa. T e m -
s e , então, u m a solução sólida supersaturada d e carbono e m ferro alfa, constituindo a
martensita (fig. 66), cuja extrema dureza d e v e ser atribuída à distorção d o reticulado cúbico
centrado causada pela supersaturação.
Admite-se hoje q u e a martensita apresenta u m a estrutura tetragonal centrada e não
cúbica, formada por u m movimento d e á t o m o s e m planos específicos d a austenita. Essa
estrutura está sujeita a microtensões elevadas e s e apresenta t a m b é m supersaturada de
carbono ou contém partículas d e carbonetos grandemente dispersas.
A l é m do efeito d a supersaturação, a dureza d a martensita é atribuída t a m b é m a u m a
densidade d e defeitos cristalinos, especialmente discordâncias e contornos d e ângulos altos
e baixos. A tenacidade d a martensita fica assim prejudicada e, a n ã o ser e m aços de baixo
carbono, é insuficiente para determinadas aplicações. Hg. 66 -Aspecto micrográfico de aço temperado: martensita.Ataque: reativo de nital.Ampliação: 1.000
vezes. Percebe-se perfeitamente a estrutura tipicamente acicular desse constituinte.
O efeito d a t ê m p e r a n a estrutura dos aços-liga, sobretudo os altamente ligados, o n d e
estão presente.s alguns carbonetos, será a b o r d a d o por ocasião do estudo desses aços.
C o m o já foi m e n c i o n a d o , a martensita é constituinte mais duro e m a i s frágil dos aços. Pelo q u e foi exposto sobre a natureza d a estrutura martensítica, conclui-se q u e a m e s m a
A figura 64(,a> mostra c o m o p o d e variar a dureza d a martensita e m função do teor d e se caracteriza por excessiva dureza e por apresentar tensões internas consideráveis. Simul-
carbono. Por outro lado, o gráfico indicado apresenta duas curvas: a superior, relativa a taneamente a essa tensões, por assim dizer estruturais, o aço temperado caracteriza-se por
m á x i m a dureza q u e s e p o d e obter c o m o resfriamento mais rápido possível e a inferior, apresentar tensões térmicas. Estas s ã o ocasionadas pelo fato d e q u e materiais resfriados
relativa à dureza m é d i a , c o m o normalmente s e o b t é m nas condições práticas d e tratamen- rapidamente, esfriam de maneira não uniforme, visto que a s u a superfície atinge a t e m p e r a -
to d e têmpera. tura ambiente m a i s rapidamente d o q u e a s regiões mais centrais, ocasionando m u d a n ç a s
A figura 65' 391 ressalta a dependência d e dureza da martensita e m relação ao teor de volumétricas n ã o uniformes, c o m as c a m a d a s superficiais contraindo mais rapidamente d o
carbono do aço. que as regiões internas. C o m o consequência, tem-se a parte central sob c o m p r e s s ã o e a s
U m fator importante a considerar na operação d e têmpera, devido à a ç ã o q u e exerce n a c a m a d a s mais externas sob tração.
estrutura final d o aço, é a temperatura de aquecimento. E m princípio, qualquer que seja o E m última análise, pois, após temperado, o aço apresenta-se e m estado de apreciáveis
tipo d e aço - hipoeutetóide ou hipereutetóide - a temperatura de aquecimento para têmpera tensões internas, tanto de natureza estrutural c o m o de natureza térmica. Q u a n d o estas tensões
d e v e ser superior à d a linha d e transformação A,, q u a n d o a estrutura consistirá de grãos d e internas ultrapassam o limite de escoamento do aço, ocorre sua deformação plástica e as p e ç a s
austenita, e m v e z d e perlita. O aço s e n d o hipoeutetóide, entretanto, a l é m da austenita, apresentar-se-ão e m p e n a d a s ; se, entretanto, as tensões internas excederem o limite d a resistên-
estarão presentes grãos d e ferrita. Assim s e n d o , u m aço c o m tal estrutura, q u a n d o resfriado cia à tração d o material, então ocorrerão inevitáveis fissuras e as peças estarão perdidas.
e m á g u a , por exemplo, apresentará martensita conjuntamente c o m ferrita, pois esta que es- Essas tensões internas não p o d e m ser totalmente evitadas; p o d e m , contudo, ser reduzi-
tava presente acima d a temperatura A,, não sofre qualquer alteração a o ser o aço tempera- das, mediante vários artifícios práticos e d e vários tratamentos térmicos.
d o . T e m - s e , portanto, t ê m p e r a ou endurecimento incompleto do material, o q u e geralmente O s inconvenientes apontados, excessiva dureza da martensita e estado de tensões interj
d e v e ser evitado, pois n a têmpera visa-se obter a m á x i m a dureza. E m consequência, a o nas, são atenuados pelo reaquecimento d o aço temperado a temperaturas determinadas. E
aquecer-se u m aço hhpceutetóids para a têmpera, deve-se elevar s u a temperatura acima do óbvio q u e tal operação toma-se inócua s e as tensões internas originadas tiverem sido d e tal
limite superior da z o n a critica - linhaA 3 - pois então a s u a estrutura.consistirá exclusivamente vulto d e m o d o a provocar a inutilização d a s peças.
d e austenita q u e se transformará e m martensita n o resfriamento rápido subsequente. É A operação m e n c i o n a d a constitui o revenido.
evidente que d e v e m ser evitadas temperaturas muito acima da A 3 , devido a o superaqueci-
m e n t o que se poderia produzir, e que-ocasionaria u m a martensita acicular muito grosseira e 6. Revenido - O revenido é o tratamento térmico q u e n o r m a l m e n t e s e m p r e a c o m p a n h a a
d e elevada fragilidade. têmpera, pois elimina a maioria dos inconvenientes produzidos por esta; além d e aliviar ou
A o coníiárò o b s a ç o s nipaeiJiHiqtdes, os a ç o s hipereutetóides_são normalmente aqueci- remover as tensões internas, corrige a s excessivas dureza e fragilidade do material, a u m e n -
d o s a c m a de A,, s e m necessidade de se ultrapassar a temperatura correspondente a A 3 . D e tando sua ductilidade e resistência a o c h o q u e .
fato, acima de A , o a ç o será constituído d e grãos d e austenita e p e q u e n a s partículas de Este último efeito está indicado n a figura 6 7 .
carbonetos secundários. N o resfriamento subsequente, a estrutura resultante apresentará Verifica-se, pelo e x a m e d a curva relativa à resistência a o c h o q u e , q u e a m e s m a d e início
martensita e os m e s m o s carbonetos secundários. C o m o estes apresentam uma-dureza até aumenta, para a seguir, entre as temperaturas de 200°C e 300°C mais ou m e n o s , decrescer,
m e s m o superior à d a martensita, não haverá maiores inconvenientes. Procura-se, por outro para finalmente aumentar rapidamente e definitivamente. Deve-se, pois, evitar a m e n c i o n a -
lado, evitar, nesses a ç o s hipereutetóides, aquecimento acima d e A 3 , visto q u e a austenita da faixa d e temperaturas no revenido. Por outro lado, recomenda-se revenir logo a p ó s a
resultante apresentará granulação grosseira, c o m consequente martensita acicular grossei- têmpera, para diminuir a perda d e p e ç a s por ruptura, a qual p o d e ocorrer se se aguardar
ra, cujo inconvenientes já foram apontados. muito t e m p o para realizar o revenido.

102 103
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS
Aços E FERROS FUNDIDOS

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•§
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CE

0 100 200 300 400 500 600 700

T e m p e r a t u r a d e R e v e n i d o , °C

Fig. 67 - Efeito da temperatura de revenido sobre a dureza e a resistência ao choque (expressa e m Fig. 69 - Aspecto micrográfico de u m aço temperado e revenido. Estrutura: sórbita.
valores Charpy) de u m aço 1045 temperado. Ataque: reativo de nital. Ampliação: 1.000 vezes.

Si

ais-0

\
c

0,82% c

Fig. 68 -Aspecto micrográfico de u m aço temperado mostrando a estrutura mistatroosSa-martensfla. 0,75% c


Ataque: reativo de nital. Ampliação: 200 vezes.

O aquecimento d a martensita permite a reversão do reticiacSo ics£=yes a o F ^ . t e r ê


estável cúbico centrado, produz reajustamentos internos q u e aliviam a s Tensões e, além
disso, u m a precipitação d e partículas d e carbonetos q u e crescem e s e a g l o m e r a m , d e acor- 10S6ÇJ. 10 sii i a
d o c o m a temperatura e o t e m p o .
Conforme a temperatura de revenido, verificam-se as seguintes transformações' 371 : Intervalo de tempo na temperatura e m
escala logarítimica
- entre 25° e 100°C, ocorre segregação o u u m a redistribuição d o carbono e m direção a
discordâncias; e s s a p e q u e n a precipitação localizada do carbono p o u c o afeta a dureza. O Fig. 70 - Influência do intervalo de tempo no revenido de u m aço c o m 0,327» C, realizado a
f e n ó m e n o é predominante e m aços de alto carbono; quatro temperaturas diferentes.

104 105
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS
Aços E F ERROS FUNDIDOS

- entre 100° e 250°C - às vezes c h a m a d o 1 2 estágio d o revenido - ocorre precipitação d e ormal e ter a tenacidade por assim dizer restaurada, pelo aquecimento e m t o m o d e 600°C
carboneto d e ferro d o tipo epsilon, d e fórmula F e 2 3 C , e reticulado hexagonal; este n acima, seguido de resfriamento rápido, abaixo de a p r o x i m a d a m e n t e 300°C.
carboneto p o d e estar ausente e m a ç o s d e baixo carbono e d e baixo teor e m liga; a • ^gncione-se, mais u m a vez, o fato d e q u e a eliminação d e impurezas indutoras d o fenó-
dureza Rockwell c o m e ç a a cair, p o d e n d o c h e g a r a 60; m e n o evita a fragilidade. C o m o o antimônio é aparentemente o elemento mais prejudicial ele
- entre 200° e 300°C - à s vezes c h a m a d o 2- estágio do revenido - ocorre transformação deve ser evitado a qualquer custo. N a prática, tanto o antimônio c o m o o arsénio n ã o estão
d e austenita e m ferrita e cementita e m aços-carbono de média e alto teor de carbono; a comumente presentes. D e s s e m o d o , a maior atenção deve ser dirigida ao estanho e a o
dureza Rockwell continua a cair; fósforo, cujas quantidades não d e v e m ultrapassar 0 , 0 0 5 % e 0 , 0 1 % respectivamente.
- entre 250° e 350°C - às vezes c h a m a d o d e 3 S estágio d o revenido - forma-se u m U m a última prática para reduzir a severidade d a fragilidade d e revenido é manter o aço
carboneto metaestável, de fórmula F e s C 2 ; q u a n d o essa transfomiação se verifica e m - o r longo t e m p o n u m a faixa de temperaturas entre A c , e A c 3 . C o n t u d o , esse tratamento,
aços de alto carbono, a estrutura visível a o microscópio é u m a m a s s a escura, q u e era t a m b é m c h a m a d o "inter-crítico", só d e v e ser aplicado e m casos específicos.
c h a m a d a "troostita", d e n o m i n a ç ã o não m a i s utilizada; a dureza Rockwell continua caindo,
p o d e n d o atingir, valores pouco superiores a 50; • 6.2. Transformação da austenita retida - C o m o já se viu, d e p e n d e n d o da composição d o
- entre 400° e 600°C, ocorre u m a recuperação da subestrutura d e discordância; os aglo- aço, pode-se ter à temperatura ambiente u m a certa quantidade d e "austenita retida" o u
m e r a d o s d e F e 3 C p a s s a m a u m a forma esferoidal, ficando mantida u m a estrutura d e •"austenita residual" q u e , ao se transformar posteriormente, p o d e ocasionar-o f e n ó m e n o d e
ferrita fina acicular; a dureza Rockwell cai para valores variando d e 4 5 a 2 5 0 ; ^instabilidade dimensionai.
- entre 500° e 600°C, s o m e n t e nos aços contendo Ti, Cr, M o , V, N b o u W , h á precipitação f, A transformação d e s s a austenita residual é realizada por intermédio d e diversos
d e carbonetos d e liga; a transformação é c h a m a d a d e "endurecimento secundário" '•procedimentos' 411 .
(como se verá n o estudo dos tratamentos térmicos dos aços rápidos) ou 4 a estágio do U m deles é o revenido, operação já descrita. C o m o se viu, o c h a m a d o "2- estágio d e
revenido; 1' revenido" - entre 200° e 300°C - transforma a austenita retida e m ferrita e cementita. Esta
- finalmente, entre 6 0 0 ° e 700°C, ocorre recristalização e crescimento de grão; a •-reação do revenido prevalece s o m e n t e e m aços de médio ou alto carbono. M a realidade, n o
cementita precipitada apresenta a forma nitidamente esferoidal; a ferrita apresenta forma revenido, para a obtenção de u m certo grau de estabilidade dimensional, seria necessário
aqui-axial; a estrutura é frequentemente c h a m a d a "esferoidal" e caracteriza-se por ser lempregar-se a m á x i m a temperatura d e aquecimento permissível, tendo e m vista a dureza
muito tenaz e d e baixa dureza, variando d e 5 a 2 0 Rockwell C . desejada, de m o d o a desenvolver-se a contração m á x i m a possível. E m alguns tipos comple-
! xos de aço - c o m o os aços rápidos - surge a necessidade de m a i s d e u m revenido, visto q u e
Pelo q u e a c a b a d e ser exposto, percebe-se q u e a temperatura d e revenido p o d e ser ;-.no resfriamento posterior ao primeiro revenido, forma-se martensita q u e deve, e m consequ-
escolhida d e acordo c o m a combinação d e propriedades m e c â n i c a s q u e se deseja n o aço ência, ser revenida, o q u e se faz através d e u m segundo aquecimento do aço.
temperado. Outro m é t o d o é o "resfriamento subzero", ou seja resfriamento, a p ó s o aquecimento para
A s figuras 68 e 6 9 m o s t r a m , respectivamente, u m a estrutura mista martensita-troostita e ' a têmpera, a temperaturas abaixo d e zero, para - se possível - ultrapassar-se a linha M f d o s
u m a estrutura sorbítica. diagramas 7 T T . Q u a n t o mais baixa a temperatura subzero, mais completa a transformação
N a operação d e revenido importa não s ó a temperatura d o tratamento c o m o igualmente . da austenita e m e n o s provável o f e n ó m e n o de instabilidade dimensional. D e p e n d e n d o d a
o t e m p o de permanência à temperatura considerada, o que p o d e ser c o m p r o v a d o pelo exa- posição da linha M ( - q u e é função d a composição do aço - poderá haver necessidade d e
m e do gráfico da figura 7 0 . A influência maior verifica-se no início, diminuindo c o m intervalos recorrer-se a m e i o s d e resfriamento muito drásticos, c o m o "nitrogénio líquido" (-200°C) ou
d e t e m p o maiores. "gelo seco" (-68°C) ou "hélio líquido" (-268°C) ou métodos de resfriamento c o m o "refrigera-
ção mecânica", q u e permitem temperaturas d e -45°C a-100°C. E s s e tratamento, entretanto,
6.1. Fragilidade de revenido - Diversos a ç o s , principalmente aços-liga de baixo teor e m não é muito seguro devido ao c h o q u e térmico q u e resulta, p o d e n d o provocar o aquecimento
liga, caracterizam-se por adquirirem fragilidade, q u a n d o são aquecidos n a faixa de tempera- de fissuras d e resfriamento.
turas 3 7 5 - 575°C, ou q u a n d o são resfriados, lentamente através d e s s a faixa'401. Esse fenó- A tendência a fissuras de têmpera - e m certas peças d e aço para ferramentas - é tão
m e n o é conhecido c o m o n o m e de "fragilidade de revenido". A fragilidade ocorre mais rapida- . grande que se r e c o m e n d a exatamente o contrário do resfriamento subzero, ou seja a inter-
m e n t e na faixa 4 5 0 - 475°C. O s aços-carbono c o m u n s contendo m a n g a n ê s abaixo de 0 , 3 0 % rupção do resfriamento durante a t ê m p e r a a temperaturas de 65°C a 93°C, procedendo-se a
n ã o a p r e s e n t a m o f e n ó m e n o . C o n t u d o , a ç o s contendo apreciáveis quantidades d e revenido imediatamente a seguir. É claro q u e , desse m o d o , faoilita-se a retenção d a
m a n g a n ê s , níquel e c r o m o , além de u m a o u m a i s impurezas, tais c o m o antimônio, fósforo, austenita, a qual, nesse caso, favorece e n ã o prejudica o material.
estanho ou arsénio, são suscetíveis ao f e n ó m e n o . U m terceiro m é t o d o para transformar a austenita retida seria u m artifício q u e s e
N ã o se tem u m a explicação clara desse fato, e m b o r a se tenha observado concentração poderia c h a m a r d e " s a z o n a m e n t o " , o u seja, m a n u t e n ç ã o d a s p e ç a s tratadas e m esto-
de impurezas nos contornos dos grãos, o q u e c o m p r o v a q u e é necessária a presença d e s - que por u m determinado período d e t e m p o ou s u b m e t e n d o - a s repetidamente a o s e x -
sas impurezas, juntamente c o m u m elemento d e liga, para provocar e s s a fragilidade. tremos de temperaturas e s p e r a d a s e m serviço. Procura-se, a s s i m , forçar a ocorrência
Esta é s o m e n t e revelada no ensaio d e resistência ao c h o q u e , pois a s outras proprieda- das modificações dimensionais antes d e utilizar as p e ç a s , o q u e , entretanto, raramente
d e s mecânicas e a própria microestrutura n ã o s ã o afetadas. se c o n s e g u e .
A não ser q u e s e utilizem matérias primas muito puras, os a ç o s Cr-MT são mais suscetí- Outro m é t o d o q u e possibilita a transformação da austenita retida é a p r o m o ç ã o d e u m
veis ao f e n ó m e n o . certo grau de encruamento nas peças, o q u e , obviamente, não sen/e para garantir a estabi-
Aparentemente, o molibdênio, e m teores d e 0,5 a 1,0%, retarda a suscetibiiidade à fragi- lidade dimensional.
lidade de revenido. C h o q u e m e c â n i c o tem sido u s a d o c o m o o m e s m o objetivo, c o m resultados limitados,
O s aços q u e s e tornaram frágeis, devido à s causas apontadas, p o d e m voltar a o seu contudo, devido à dificuldade d o seu controle.
Finalmente, frequentemente têm sido usados ciclos acelerados d e envelhecimento, c o m
<? As estruturas resultantes têm sido chamadas de "sorbíticas". resultados aproximadamente idênticos a o s obtidos no revenido c o m u m .

106 107
Aços E FERROS FUNDIDOS AUSTEMPERA, MARTÊMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMICOS

"7."Coalescimento - Qualquer tratamento c a p a z d e produzir esferoidita (fig. 71) é c h a m a -


d o d e coalescimento. E s s e tratamento é aplicado principalmente e m a ç o s hipereutetóides e
p o d e consistir e m qualquer d a s seguintes operações:

-Aquecimento prolongado de aços laminados o u normalizados a u m a temperatura logo


abaixo da linha inferior d a zona crítica A , (").
- Aquecimento e resfriamento alternados entre temperaturas logo a c i m a e abaixo d e A ,
ou seja, fazer a temperatura d e aquecimento oscilar e m t o m o d e A r

O coalescimento, originando a esferoidita, d á c o m o resultado u m a dureza muito baixa,


normalmente inferior à d a perlita grosseira, obtida no recozimento. N e s s a s condições, objeti-
va-se c o m o coalescimento, facilitar certas o p e r a ç õ e s de deformação a frio e usinagem d e
aços d e alto teor e m carbono.

AUSTEMPERA, MARTÊMPERA
E OUTROS TRATAMENTOS
TÉRMICOS

Fig. 71 -Aspecto micrográfico de aço coalescido; esferoidita.Ataque: reativo de nital.


Ampliação: 1.000 vezes.

(*) Este tratamento é também chamado de "recozimento subcrítico.

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Aços E FERROS FUNDIDOS AUSTEMPERA, MARTÊMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMICOS

1. Introdução - O conhecimento das curvas e m C , o estudo mais acurado dos fenómenos T A B E L A 13


q u e ocorrem durante o aquecimento e o resfriamento dos aços e d a s correspondentes trans- Propriedades mecânicas de aço 1095 submetido a três tipos de tratamento térmico
formações estruturais permitiram o desenvolvimento de novas técnicas d e tratamentos tér- Dureza Resistência Alongamento
micos dessas ligas, alguns d o s quais c h e g a m a substituir c o m v a n t a g e m os tratamentos Tratamento Térmico Rockwell ao choque e m 1"
convencionais, sobretudo s o b o ponto d e vista d o s característicos finais obtidos. A seguir í M - C kgfm J (%)
serão estudados alguns desses tratamentos térmicos. vi* "Resfriado e m água e revenido 53,0 1,66 16,3 0
Resfriado e m água e revenido 525 1,94 19,0 0
Mariemperado e revenido 53,0 3,88 38,1 0
2. Austempera - E s s e tratamento tem substituído, e m diversas aplicações a têmpera e o ir Martemperado e revenido 5ZS 3J2 32,6 0
revenido. Baseia-se n o conhecimento d a s curvas e m C e aproveita a s transformações da
Austemperado 52,0 6,23 11
austenita q u e p o d e m ocorrer a temperatura constante. Por esse motivo, a austempera é
Attsíemoerado 52,5 5,54 54,3 8
considerada u m tratamento isotérmico. 'Hl'-:
O constituinte q u e se origina na austempera é a bainita, que, c o m o s e viu, tem proprieda- • ciclo de t e m p o reduzido para obter u m a faixa de dureza entre 3 5 a 55 R C , c o m e c o n o -
des idênticas, s e n ã o m e s m o superiores, às d a s estruturas martensíticas revenidas. C o m o li mia resultante d e energia.
nesse tratamento evita-se a formação direta d a martensita, eliminam-se o s inconvenientes
q u e essa estrutura apresenta q u a n d o obtida pelo revenido posterior. A grande v a n t a g e m da austempera sobre a têmpera e o revenido c o m u n s reside n o fato
O aço é a u s t e m p e r a d o mediante a seguinte sequência de operações e transformações: de que, devido à estrutura bainítica formar-se diretamente d a austenita a temperatura b e m
mais alta q u e a martensita, as tensões internas resultantes s ã o muito menores; c o n s e q u e n -
• aquecimento a u m a temperatura dentro d a faixa austenítica, geralmente 790° a 915°C; temente, não h á praticamente distorção ou e m p e n a m e n t o e d o m e s m o m o d o a possibilidade
• resfriamento n u m b a n h o mantido a u m a temperatura constante, geralmente entre 260° de aparecimento d e fissuras de têmpera é q u a s e que completamente eliminada.
e 400°C; Entretanto, n e m todos os tipos d e aço, assim c o m o n e m todas as secções d e p e ç a s ,
• permanência n o b a n h o a essa temperatura, para ter-se, isotermicamente, a transforma- apresentam resultados positivos na austempera.
ção da austenita e m bainita; N o q u e se refere aos tipos de aço, os mais convenientes para a austempera s ã o , e m
• resfriamento até a temperatura ambiente, e m ar tranquilo ou b a n h o d e sal. linhas gerais, o s seguintes'43!;

O tratamento está representado e s q u e m a t i c a m e n t e e m d i a g r a m a d e transformação a) aços-carbono c o m u n s , contendo 0,50 a 1,00% de carbono e u m mínimo de 0 , 6 0 % d e
isotérmica da figura 7 2 . manganês;
A s estruturas bainíticas obtidas na a u s t e m p e r a apresentam as seguintes vantagens'42': b) aços-carbono d e alto carbono, c o n t e n d o ^ a i s do q u e 0 , 9 0 % de carbono e, possivel-
• mente, u m p o u c o m e n o s do q u e 0 , 6 0 % d e m a n g a n ê s ;
. c) certos aços-carbono (como por e x e m p l o , o 1041), c o m carbono abaixo de 0 , 5 0 % , m a s
Curva de Resfriamento
c o m m a n g a n ê s na faixa de 1,00 a 1 , 6 5 % .
d) certos aços-liga, de baixo teor e m liga (tais c o m o os d a série 5100) contendo carbono
acima de 0 , 3 0 % ; o s aços das séries 1 3 0 0 a 4 0 0 0 c o m teores d e carbono acima de 0 , 4 0 % ;
e outros a ç o s , tais c o m o 4 1 4 0 , 6 1 4 5 e 9 4 4 0 .

Alguns outros aços, devido ao seu teor d e carbono ou de elementos de liga, poderiam ser
considerados convenientes para a operação d e austempera. C o n t u d o , seu e m p r e g o n ã o é
prático pelas seguintes razões:
REVENIDO A
DUREZA DESEJADA a) a transformação no cotovelo d a curva T 7 T c o m e ç a n u m t e m p o muito inferior a u m
segundo, tornando impossível resfriar secções que não sejam muito finas, s e m q u e ocor-
ra formação d e a l g u m a perfrta; e x e m p l o típico é o aço 1034;
b) o t e m p o necessário para a transformação da austenita e m bainita é excessivamente
longo; e x e m p l o típico é o aço 9261 q u e requer cerca d e 2 4 horas para a transformação d a
Mf austenita e m bainita. Outros aços-liga c o m os m e s m o s característicos são os d a s séries
P R O D U T O : BAINITA 4300, 4 6 0 0 e 4 8 0 0 .

N o q u e s e refere à secção d a s p « v - ^ . para o aço Í G 8 C p a r exemplo, a m á x i m a s e c ç ã o


Tempo, esc. Iog. permissível para austempera é 5rrun^'a,. Aços-carbono d e m e n o r teor de carbono exigirão
secções proporcionalmente de m e n o r espessura. Entretanto, e m alguns aço-liga, pode-se
Fig. 72 - Representação esquemática do diagrama de transformação para austempera. admitir, para a obtenção da estrutura inteiramente bainítica, secções até cerca d e 2 5 m m .
• melhores ductilidade, tenacidade e resistência, para u m a d e t e r m i n a d a dureza (Ta- Finalmente, ainda no caso de aços-carbono, se se permitir a presença de alguma perlita n a
bela 13) microestrutura, pode-se ausíemperar, e m produção corrente, secções b e m superiores a
• e m p e n a m e n t o reduzido, o q u e r e d u z o t e m p o posterior d e u s i n a g e m , sucata e 5 m m d e espessura.
inspeção; O banho d e austempera mais indicado e usado é sal fundido, constituído essencialmente

110 111
AUSTEMPERA, ^LARTÈMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMICOS
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

d e nitratos de sódio e d e potássio, e eventualmente nitreto d e sódio p o r q u e transfere calor - idem, p o r é m austemperado a 230°C - dureza Brinell 2 2 8 ; resistência à tração 78,9 kgf/
m r r ) z ( 7 7 5 M P a ) ; resistência a o c h o q u e 15,25 kgfm (149.6J);
rapidamente; s u a viscosidade é uniforme n u m a larga faixa d e temperatura, elimina virtual-
m e n t e o problema d e u m a barreira d e v a p o r durante o estágio inicial d o resfriamento, - aço Ni-Cr - temperado a 820°C e m óleo e revenido a 230°C - dureza Brinell 3 8 7 ; resis-
p e m a n e c e estável à s temperaturas de operação e é completamente solúvel e m água, facilt- tência à tração 133,5 kgf/mm 2 (1310 M P a ) ; resistência a o c h o q u e 9,06 kgfm (88.9J);
tando assim as operações subsequentes d e limpeza. - idem, p o r é m austemperado a 230°C - dureza Brinell 340; resistência à tração 117,5 kgf/
A figura 7 3 mostra o aspecto tfpico d a estrutura bainítica de u m a ç o a u s t e m p e r a d o . m m 2 (1155 M P a ) ; resistência a o c h o q u e 14,29 (140,2J).
A literatura especializada é farta e m e x e m p l o s elucidativos d a s v a n t a g e n s e dos resulta-
d o s positivos d a a u s t e m p e r a . A l é m dos d a d o s apresentados n a Tabela 1 3 , h á outras referên- A aplicação d o tratamento d e a u s t e m p e r a é feita e m peças a partir de barras d e p e q u e n o
cias a respeito do assunto. Assim, Brick, G o r d o n e Phillips'441 citam resultados comparativos diâmetro ou d e tiras e chapas de p e q u e n a espessura. Aplica-se e m particular e m p e ç a s d e
e m peças de 4,8 m m d e s e c ç ã o que, a u s t e m p e r a d a s , mostraram, n o ensaio de tração, 3 5 % pequena secção d e aço-carbono exigindo u m a tenacidade excepcional a u m a dureza próxi-
d e estricção e, no ensaio d e choque, absorveram 4,8 kgfm (47.1J) d e energia, ao passo q u e m a de 50 R C . Entretanto, deve-se entender q u e , muitas vezes, é mais importante q u e a
a martensita revenida à m e s m a dureza, apresentou a estricção inferior a 1 % e resistência ao austempera produza nas peças as desejadas e esperadas propriedades mecânicas, d o q u e
c h o q u e de a p e n a s 0,4 kgfm (3,9J). L e m b r a m , contudo, os citados autores, q u e as estruturas u m a estrutura inteiramente bainítica. A s s i m , n a prática industrial d a austempera, é c o m u m
bainíticas se m o s t r a m superiores s o m e n t e n a faixa de dureza Rockwell C 5 0 ou acima. N a ter-se aplicações b e m sucedidas, c o m m e n o s q u e 1 0 0 % de bainita.
faixa de dureza 4 0 C a 4 5 C , a martensita revenida é superior, pela m e s m a razão q u e é Para alguns tipos d e aços, conforme a posição das curvas d e l l l, a bainita p o d e ocorrer
superior à estrutura periítica fina. Por outro lado, a s estruturas bainíticas n ã o p o d e m ser por resfriamento contínuo.
obtidas na faixa d e durezas exigidas para a s ferramentas de corte, ou seja 6 0 C a 6 5 C . A bainita apresenta algumas variações estruturais'461. A c h a m a d a bainita superior, e m
D o m e s m o m o d o , Gerard D e Smet' 4 S ) relata experiências feitas c o m aço fundido d e acos hipoeutetóides, apresenta-se c o m o u m a pilha de tiras ou agulhas de ferrita; o excesso
1,20% de carbono e 0 , 4 0 % d e m a n g a n ê s , a ç o m e i o duro, c o m 0 , 3 5 % d e carbono e 0 , 4 0 % d e de carbono q u e resulta d a transformação d a austenita, fica a c u m u l a d o nesta austenita, s e n -
m a n g a n ê s e aço níquel-cromo, c o m 0 , 1 5 % d e carbono, 0 , 4 0 % d e m a n g a n ê s , 3 , 2 5 % d e do que u m a parcela desta, enriquecida d e carbono, fica presa entre as tiras. Ocorre, c o m o
níquel e 0 , 7 5 % d e c r o m o . O s resultados foram os seguintes: tempo, durante a m a n u t e n ç ã o do aço à temperatura correspondente à formação d a bainita,
precipitação d o carbono da austenita, n a forma de cementita, resultando u m agregado não-
- aço fundido - t e m p e r a d o a 790°C e m óleo e revenido a 250°C - dureza Brinell 680 (R.C. lamelar de ferrita e cementita, o qual constitui a bainita.
60/61); resistência à tração 2 0 0 k g f / m m 2 (1960 M P a ) ; resistência a o c h o q u e 0,628 kgfm N o s aços hipoeutetóides, o início d e formação da bainita superior corresponde à forma-
(6,2J); ção da ferrita. N o s hipereutetóides, forma-se a cementita antes, criando-se assim u m a região
- idem, p o r é m a u s t e m p e r a d o a 250°C - valores idênticos para dureza, resistência à tração de austenita exaurida de carbono e m torno d e cementita.
e resistência ao c h o q u e ; A c h a m a d a bainita /n/eríorforma-se a temperaturas abaixo d e aproximadamente 350°C.
- aço meio duro - t e m p e r a d o a 850°C e m óleo e revenido a 630°C - dureza Brinell 217; S u a estrutura difere d a correspondente à bainita superior. N o lugar d e tiras de ferrita, s u r g e m
SP-
resistência à tração 7 5 k g f / m m 2 (735 M P a ) ; resistência ao c h o q u e 10,64 kgfm (104.4J); placas. A fase carboneto q u e se f o r m a inicialmente é epsilon e n ã o propriamente a
cementita. C o n t u d o , durante o t e m p o e m q u e o aço fica na temperatura de formação d a

Curva de Resfriamento

|2

Trasformação

P R O D U T O : MARTENSITA REVENIDA

Tempo, esc. log.

Fig. 73 - Aspecto micrográfico de aço austemperado: bainita. Ataque: reativo de nital. Ampliação: 1000
vezes. Nota-se a formação acicular típica das estruturas bainíticas obtidas nas temperaturas mais baixas. Fig. 74 - Diagrama esquemático de transformação para martêmpera.
A ç o s e FERROS FUNDIDOS AUSTEMPERA, MARTÊMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMICOS

bainita, esse epsilon m u d a para cementita. E s s a m u d a n ç a d e p e n d e d o teor d e liga presente H á u m processo de martêmepra, q u e é c h a m a d o de martêmpera modificada'47), e q u e
n o s aços; por e x e m p l o , o silício e o alumínio retardam a m u d a n ç a , d e m o d o q u e a fase difere da m a r t ê m p e r a convencional pelo fato da temperatura d o b a n h o de m a r t ê m p e r a ser
epsilon p o d e ser observada mais nitidamente n o s aços contendo aqueles elementos. baixa - variando d e s d e pouco abaixo d o ponto Mi até cerca d e 93°C. Por esse processo,
conseguem-se velocidades de resfriamento mais rápidas, o q u e é importante para a ç o s d e
3. Martêmpera - E s s e tratamento consiste n u m a têmpera interrompida a partir da temperatu- endurecibilidade inferior. N e s s a s condições, a martêmpera modificada é aplicada a u m a
ra de austenitização, d e m o d o a retardar o resfriamento do aço logo acima da transformação maior quantidade d e composições d e a ç o .
martensítica, o q u e resulta n u m a equalização d a temperatura através d e toda a secção das
p e ç a s submetidas a e s s e tratamento. C o m e s s a técnica, diminui-se a probabilidade d e 4. patenteamento - A operação d e patenteamento, muito e m p r e g a d a n a indústria d e
e m p e n a m e n t o ou distorção das peças, defeitos causados por u m resfriamento rápido. arames e fios, p o d e ser considerada u m a modificação do processo de austempera.
A figura 7 4 representa esquematicamente o tratamento de m a r t ê m p e r a . Nessa técnica, a r a m e s e barras austenitizadas são resfriadas d e m o d o contínuo n u m b a -
A martêmpera c o m p r e e n d e a seguinte sequência de operações: nho, geralmente de c h u m b o fundido, a temperatura de 510° a 540°C e aí mantidos e m perío-
dos de tempo q u e variam de 10 s e g u n d o s (para arames) até 9 0 s e g u n d o s (para barras).
• aquecimento a u m a temperatura dentro d a faixa de austenitização; Nessa faixa de temperaturas o resfriamento é lento o suficiente para formar perlita fina.
• resfriamento n u m meio fluido quente (óleo aquecido, b a n h o d e sal, metal fundido ou A diferença entre a a u s t e m p e r a real e a a u s t e m p e r a modificada ou,, neste c a s o , o
leito fluidizado) até u m a temperatura geralmente a c i m a d a faixa d e f o r m a ç ã o d a patenteamento reside, portanto, no fato d e q u e a velocidade d e resfriamento e m v e z d e ser
martensita (ponto Mi); suficientemente rápida para evitar o cotovelo d a curva e m C é suficientemente lento d e m o d o
• manutenção n e s s e meio de resfriamento até q u e a temperatura s e uniformize através a interceptar o cotovelo e dar origem à perlita fina.
d e toda a secção d a s peças; O processo permite obter-se u m a c o m b i n a ç ã o de m o d e r a d a s altas resistência e dureza.
• resfriamento a velocidade m o d e r a d a (geralmente ao ar), d e m o d o a prevenir qualquer Nessa operação, c o m o na verdadeira austempera, (deve-se controlar as d i m e n s õ e s d a s
grande diferença d e temperatura entre a parte externa e a parte interna das secções. peças a s e r e m tratadas, para evitar-que se f o r m e m microestruturas mistas, as quais p o d e m
produzir nas p e ç a s durezas não uniformes.
. Tem-se'assim f o r m a ç ã o d a martensita d e m o d o bastante uniforme através de toda a
secção da peça, durante o resfriamento até a temperatura ambiente evitando-se, e m conse- 5 - Endurecimento por precipitação - E s s e tratamento - m a i s conhecido e aplicado n a s
quência, a formação d e excessiva quantidade d e tensões residuais. ligas leves.e e m algumas ligas d e cobre - p o d e ser utilizado e m alguns tipos d e aços' 4 8 1 .
A o contrário d a austempera, a m a r t ê m p e r a n ã o prescinde da operação d e revenido. E m Aproveita a propriedade de certos elementos de liga se dissolverem no ferro alfa f o r m a n d o
outras palavras, a p ó s a martêmpera, as p e ç a s s ã o submetidas a u m a operação c o m u m de soluções supersaturadas e, e m condições determinadas, s e precipitarem, na forma, por
revenido, c o m o se elas tivessem sido t e m p e r a d a s . exemplo, d e carbonetos ou nitretos.. O próprio carbono q u e , c o m o se sabe, dissolve-se e m
C o m o já se m e n c i o n o u , a martêmepra é u s a d a principalmente para diminuir a possibilida- quantidades muito pequenas naquela forma alotrópica do -ferro, p o d e estar sujeito a este
d e d e e m p e n a m e n t o d a s peças. Q u a n d o a endurecibilidade d o aço é a d e q u a d a , a aplicação fenómeno; entretanto, sua quantidade é tão limitada, q u e n ã o h á , praticamente, efeito
d a martêmpera resulta e m controle dimensional melhor do q u e mediante resfriamento con- endurecedor, c o m o se visa neste tratamento térmico.
vencional por têmpera, visto q u e as variações dimensionais são mais uniformes. D o m e s m o Entre os tratamentos de endurecimento por precipitação d o s aços, aquele q u e v e m e n -
m o d o , desenvolve-se m e n o r quantidade d e tensões residuais do q u e n a têmpera convenci- contrando maior aplicação industrial é o q u e se aplica n u m n o v o tipo de aços - aços
onal, porque as maiores variações térmicas ocorrem enquanto o a ç o ainda está na condição "maraging"1''. S ã o a ç o s de carbono muito baixo - c o m o se verá mais adiante - alto teor d e
austenítica relativamente plástica e porque a transformação final e as modificações térmicas níquel, possuindo ainda titânio, alumínio e, eventualmente, nióbio, cobalto e molibdênio. E m
ocorrem através d e toda a secção a p r o x i m a d a m e n t e no m e s m o tempo' 4 7 1 . A tabela 13, já I
princípio, o tratamento térmico e m referência consiste no seguinte 1491 :
indicada, mostras a s propriedades do aço 1 0 9 5 martemperado e revenido, e m c o m p a r a ç ã o |
c o m a têmpera e revenido e c o m a austêmepera. - austenitização, durante u m a hora para cada 25 m m d e secção. A temperatura usual
Geralmente, os aços-liga apresentam melhores condições para s e r e m martemperados para aços c o m 1 8 % de níquel é, por exemplo, 820°C. O resfriamento é feito até a t e m p e -
d o q u e os aços-carbono. O s tipos mais c o m u m e n t e usados nesse tipo d e tratamento térmico ratura ambiente s e m preocupação c o m s u a velocidade.
incluem 1090, 4 1 3 0 , 4 1 4 0 , 4 1 5 0 , 4 3 4 0 , 4 6 4 0 , 5 1 4 0 , 6150, 8 6 3 0 , 8 6 4 0 , 8 7 4 0 , 8745, além de * - envelhecimento a 480°C geralmente, durante 3 a 6 horas. À s vezes a temperatura d e
alguns tipos para c e m e n t a ç ã o , tais c o m o 3 3 1 2 , 4 6 2 0 , 5120, 8 6 2 0 e 9310 ( 4 a l . envelhecimento é maior, por e x e m p l o , 530°C, para matrizes para fundição s o b pressão.
C o m o na austempera, n a martêmpera t a m b é m se deve levar e m conta a espessura ou
secção das peças a s e r e m tratadas. Entretanto, para algumas aplicações não é absoluta- E m b o r a n ã o s e conheça perfeitamente o m e c a n i s m o mediante o qual os aços "maraging"
m e n t e necessária u m a estrutura inteiramente martensítica, aceitando-se u m a dureza central adquirem, pelo envelhecimento, elevados valores de resistência mecânica e dureza, admite-
10 unidades Rockwell C abaixo da m á x i m a q u e se p o d e obter, para u m determinado teor d e se que, nessa fase do tratamento térmico, ocorra a precipitação d e fases intermetálicas
carbono. contendo níquel, molibdênio, titânio e, eventualmente, o ferro(48).
O processo d e m a r t ê m p e r a d e p e n d e - c o m o , aliás, qualquer outro tipo de tratamento Por outro lado, a estrutura martensítica desses aços é e m tiras e sua estrutura cristalina
térmico - de u m n ú m e r o d e variáveis, q u e d e v e m ser rigorosamente controladas, tais c o m o , é cúbica centrada'50'.
a temperatura de- austenitização, q u e - entre outros fatores - afeta a própria temperatura A título d e esclarecimento, a martensita e m tiras pode ser igualmente produzida e m ferro
correspondente a Mr, atmosfera controlada durante a austenitização, pois casca de óxido puro, mediante u m resfriamento e x t r e m a m e n t e rápido de s e c ç õ e s finas ou pela aplicação d e
p o d e representar c o m o q u e u m a barreira para o resfriamento uniforme n o banho de óleo ou carga de c h o q u e a pressões superiores a 1300 kgf/mm z|5D '.
d e sal fundido; temperatura dos b a n h o s d e martêmepra, q u e d e p e n d e , por sua vez, do tipo
d e aço, da temperatura d e austenitização e dos resultados finais desejados; t e m p o de per-
manência no b a n h o d e martêmpera, q u e d e p e n d e d a espessura d a s e c ç ã o etc.
" "Maraging"=martensitic aging

114 115
TÊMPERA SUPERFICIAL
Aços E FERROS FUNDIDOS

1. Introdução - O endurecimento superficial d o s aços, e m grande n ú m e r o de aplicações cão significativa d a espessura d a p e ç a , p o d e m resultar tensões residuais d e c o m -
d e peças de m á q u i n a s , é, frequentemente, m a i s conveniente q u e s e u endurecimento total pressão d e p e q u e n o valor n e s s a c a m a d a endurecida, d e m o d o a ter-se melhora insig-
pela têmpera normal, visto q u e , nessa aplicações, objetiva-se a p e n a s a criação de u m a nificante n a resistência à fadiga.
superfície dura e d e grande resistência a o desgaste e à abrasão.
O endurecimento superficial pode ser produzido por vários m é t o d o s , a saber: A s temperaturas d e aquecimento d e v e m proporcionar a austenitização do aço, pois s o -
mente assim obtém-se no resfriamento posterior, a martensita.
a) tratamento m e c â n i c o d a superfície, m e d i a n t e o qual s e o b t é m u m a superfície A s temperaturas, os meios de resfriamento recomendados e as durezas resultantes para
encarada, c o m resistência e dureza crescentes, e m função d a s u a intensidade; 10 s ã o o s seguintes:
b) tratamento químico d a superfície d o a ç o , mediante m é t o d o s c o m o c r o m e a ç ã o dura,
siliconização e outros; 0,30%C - 900-975°C - água - 5 0 RC
c) tratamentos termo-químicos, tais c o m o c e m e n t a ç ã o , nitretação e carbonitretação; 0,35%C -900°C - água - 5 2 RC
d) têmpera superficial. 0,40%C - 870-900°C - água - 5 5 RC
0,45%C - 870-900°C - água - 5 8 RC
O s tratamentos a e b n ã o p o s s u e m n a d a e m c o m u m c o m os tratamentos térmicos, motivo 0,50%C -870°C - água - 60 RC
pelo qual não serão abordados na presente obra. O s tratamentos termo-químicos serão 0,60%C - 850-875°C - á g u a - 64 RC
abordados e m capítulo posterior. óleo - 6 2 RC
A têmpera superficial consiste e m produzir-se u m a têmpera localizada a p e n a s na super-
fície das peças d e aço, q u e assim adquirirá a s propriedades e o s característicos típicos da O s aços-liga e os aços de usinagem fácil, c o m o teor de carbono acima, são endurecidos
estrutura martensítica. por indução, n o caso de se adotar o processo d e têmpera superficial. Q u a n d o os elementos d e
Vários são os motivos q u e determinam a preferência do endurecimento superficial e m -Uga provocam a formação de carbonetos (cromo, molibdênio, vanádio ou tungsténio), o s a ç o s
relação .ao endurecimento total: correspondentes d e v e m ser aquecidos a temperaturas 50 a 100°C acima das indicadas.
A duração d o aquecimento é muito curta, geralmente p o u c o s s e g u n d o s , para produzir
- dificuldade, s o b o s pontos de vista prático e económico, d e tratar-se d e peças de gran- u m a nítida fronteira entre a secção endurecida e o resto da s e c ç ã o .
des dimensões n o s f o m o s de tratamento térmico convencionais; A figura 7 5 ( 5 1 ) mostra o efeito d o t e m p o d e aquecimento n a profundidade de endureci-
- possibilidade d e endurecer-se a p e n a s a s áreas críticas d e determinadas peças, c o m o mento e no início do aparecimento d e fissuras, na têmpera superficial por indução d e u m a
por exemplo, dentes d e grandes e n g r e n a g e n s , guias de m á q u i n a s operatrizes, grandes . barra de aço 1 0 4 5 , c o m 25 m m d e diâmetro.
cilindros, etc; A p ó s 4 s e g u n d o s d e aquecimento, notou-se o aparecimento d e fissuras superficiais, e m
- possibilidade d e melhorar a precisão dimensional de peças planas, grandes ou delgadas, seguida ao resfriamento. A p ó s 5 s e g u n d o s , a superfície d a barra aqueceu-se a u m a t e m p e -
evitando-se o endurecimento total. E x e m p l o s : hastes de ê m b o l o s d e cilindros hidráulicos; ratura próxima d a d e fusão do aço.
- possibilidade d e utilizar-se aços mais e c o n ó m i c o s , c o m o aços-carbono, e m lugar de A potência aplicada na experiência d a qual resultou o gráfico d a figura, foi 11,6 M W / m 2 a
aços-liga; 450 k H z .
- possibilidade d e controlar o processo, d e m o d o a produzir, s e desejável, variações e m O meio d e resfriamento usual na têmpera superficial é a á g u a , fácil de instalar e m a n t e r
profundidades d e endurecimento ou d e dureza, e m seções diferentes d a s peças; e m e n o s perigosa q u e os outros m e i o s . Estes outros são salmoura, óleo, ar comprimido e
- investimento d e capital médio, no c a s o d e adotar-se endurecimento superficial por polímeros líquidos.
indução e b e m m e n o r , n o caso de endurecimento por c h a m a ;
- diminuição d o s riscos d e aparecimento d e fissuras originadas n o resfriamento, após o 7,5
aquecimento.
Primeira evidência
de fissj ração
/
/
Por outro lado, a s propriedades resultantes d a têmpera superficial são:

/
- superfícies d e alta dureza e resistência a o desgaste;
r

/
- boa resistência à fadiga por dobramento;
Zona afetada
- boa capacidade para resistir cargas d e contacto; pelo caiar -
- resistência satisfatória a o e m p e n a m e n t o .
/
A l g u m a s reccrmertósções são necessárias para obtenção dos melhores resultados'5*.
2 ^\
50 RC
- procurar obter c a m a d a s endurecidas p o u c o profundas; de fato, profundidades maiores, CO
Q
desnecessárias p o d e m provocar o e m p e n a m e n t o ou fissuras d e t ê m p e r a ou desenvolver
tensões residuais excessivamente altas, s o b a c a m a d a endurecida; i
- levar e m conta q u e a espessura d a c a m a d a endurecida d e p e n d e d e c a d a caso e s p e - 1 2 3 4 5 S
cífico, tendo e m vista a s resistências a o desgaste e à fadiga desejadas, a carga d e
serviço d a s p e ç a s , a s d i m e n s õ e s destas e, inclusive, o e q u i p a m e n t o disponível; c o m o T E M P O DE AQUECIMENTO, s
por e x e m p l o , d e v e - s e lembrar q u e se a c a m a d a endurecida corresponder a u m a fra-
Hg. 75 - Efeito do tempo de aquecimento na profundidade de endurecimento portêmpera superficial

118 119
Aços E FERROS FUNDIDOS TÊMPERA SUPERFICIAL

Normalmente, o m e i o é aspergido ou borrifado sobre a s e c ç ã o aquecida ou a peça é


mergulhada no m e i o , terminado o aquecimento.
E m alguns casos, por exemplo e m p e ç a s maciças, c o m o e n g r e n a g e n s de passo largo,
p o d e ocorrer a rápida absorção do calor superficial pela m a s s a n ã o aquecida da peça. D e s s e
m o d o , tem-se o q u e s e poderia c h a m a r d e "auto-resfriamento", q u e eliminaria os meios líqui-
d o s d e têmpera.
A l é m das vantagens citadas, outras q u e p o d e m ser m e n c i o n a d a s são: eliminação dos
f o m o s de aquecimento, maior rapidez de tratamento, tratamento e m qualquer local d a oficina,
n ã o produz apreciável oxidação ou descarbonetação do aço, etc.
O s processos usuais d e têmpera superficial são:

«têmpera por c h a m a
• têmpera por indução
• têmpera por laser
• têmpera por feixe eletrônico
• têmpera por implantação iônica

2. Têmpera por chama - Neste processo procura-se apenas endurecer u m a fina c a m a d a da


superfície da peça, de m o d o a manter o núcleo d a peça na estrutura original. Para isso, aquece-se
a superfície do aço até a temperatura de austenitização, e m tempo curto, seguindo-se resfriamento
rápido, o que ocasiona a formação da estrutura martensítica apenas n a superfície da peça. O
aquecimento é feito através de c h a m a de oxiacetileno, enquanto o resfriamento é feito por jato de
água, e m forma de borrifo, d e m o d o a produzir a c a m a d a dura até a profundidade desejada.
Este processo permite a utilização de a ç o s d e m e n o r custo ou qualidade, nos quais se
c o n s e g u e obter resistência superficial ao desgaste, evitando-se, assim, a utilização de aços
m a i s complexos, c o m elementos de liga, a d e q u a d o s para a operação d e c e m e n t a ç ã o .
Existem inúmeros dispositivos utilizados n a operação. N o caso m a i s simples de formas
cilíndricas, leva-se a efeito o tratamento mediante a utilização d e u m dispositivo semelhante
a o torno, entre as pontas d o qual é colocado a p e ç a , sendo a tocha d e oxiacetileno e o bocal
d e á g u a colocados n o "carro" d o torno. A p e ç a gira a u m a velocidade periférica determinada,
a o m e s m o t e m p o q u e a torcha, dimensionada d e m o d o a abranger a área q u e se deseja
endurecer, a q u e c e sucessivamente a superfície, seguindo-se imediatamente o resfriamento
pela água. C o m esta disposição, h á probabilidade d e se formarem faixas mais moles c o m
alguns milímetros d e largura. Para evitar esse inconveniente, prefere-se aquecer a superfí-
cie c o m u m a torcha d e c h a m a múltipla e forma anular, q u e se m o v i m e n t a a o longo d a peça
girando rapidamente. O bocal de resfriamento apresenta t a m b é m forma anular. A espessura JpJt-i ~ _ Fig. 75-Três métodos de aplicação do endurecimento superficial por chama.A figura superior
d a c a m a d a endurecida p o d e variar desde a p e n a s , u m a casca superficial até cerca d e 10 m m . .te-ftíív' I corresponde ao método chamado "progressivo", e m que a chama é movida ao longo da área a ser
•vfPS^yr 1 ' endurecida; afiguracentral corresponde ao método "giratório", e m que a peça é feita girar; finalmente a
O dispositivo descrito, adaptado e m m á q u i n a d o tipo de u m t o m o , d á u m a ideia d a m a n e i - J p g V r T figura inferior refere-se ao método "combinado", e m que tanto a peça c o m o a chama se movimentam.
ra d e realizar-se a t ê m p e r a superficial por c h a m a . A figura 76 mostra m a i s claramente três
m é t o d o s de aplicação d e s s e tipo de endurecimento superficial'321. r j j j S j ^ g r A s velocidades d e aquecimento c o m c h a m a de oxiacetileno, variam de 5 a 30 c m / m i n . e
A l é m desses, o m é t o d o mais simples é o c h a m a d o "estacionário", e m q u e se a q u e c e m - p ^ i l ^ i o r m a l m e n t e , o meio d e resfriamento é á g u a à temperatura ambiente, ou eventualmente,
a p e n a s localmente áreas selecionadas d a p e ç a , c o m subsequente resfriamento, ou por bor- J ^ p ^ ^ g g y a n d o se deseja u m a têmpera m e n o s severa, ar*531.
rifo ou até m e s m o por imersão. Este é o m é t o d o mais simples, porque n ã o exige equipamen- ""f|~r"'-_ O método "giratório" é e m p r e g a d o e m p e ç a s de secção circular o u semicircular, tais c o m o
to elaborado, além evidentemente do dispositivo d e c h a m a e, eventualmente, dispositivo d e > J | 3 Í l K P d a s ' c a m e s e p e q u e n a s engrenagens. M a s u a forma mais simples, utiliza-se u m mecanis-
fixação e de controle d o t e m p o para permitir u m aquecimento m a i s uniforme. JIÉIIBRlJS? para girar a p e ç a n u m plano horizontal ou vertical, ficando s u a superfície sujeita à a ç ã o d a
O m é t o d o "progressivo" é e m p r e g a d o para endurecer secções g r a n d e s q u e não p o d e m ^SBfôchama.
ser aquecidas pelo processo estacionário. A s d i m e n s õ e s e a forma d a p e ç a a ser aoduredca, IffijÇÇv': D e s d e q u e s e "consiga u m aquecimento uniforme, a velocidade d e rotação é relativamen-
assim c o m o o v o l u m e d e oxigénio e de gás combustível necessário para aquecer a secção, pouco importante- Depois q u e a superfície d a peça tiver sido aquecida - por intermédio d e
s ã o fatores a s e r e m levados e m conta na escolha deste processo. = ^ h ^ y - m o u m a ' s cabeçotes d e c h a m a s - a c h a m a é extinta ou retirada e a peça é resfriada por
O equipamento necessário no m é t o d o progressivo consiste d e u m o u m a i s Gabeçotes de Y^-f'-.Aiffiersão, borrifo ou por combinação d e a m b o s os métodos.
c h a m a e de u m dispositivo d e resfriamento, m o n t a d o s n u m carro q u e p o d e se movimentar a 'lilfifèS É m contraste c o m o método progressivo, e m q u e o g á s combustível usado é geralmente
u m a velocidade regulável'531: as peças p o d e m , por exemplo, ser m o n t a d a s n u m t o m o e tanto i : £ Í J Í a c 8 t ' ' 6 n o " devido s u a elevada temperatura d e c h a m a e rápido aquecimento - no m é t o d o
o cabeçote da c h a m a c o m o a p e ç a p o d e m girar n ã o h a v e n d o , finalmente, limite prático ~rZ,~. ^ VSÍratório, resultados satisfatórios são obtidos c o m gás natural (metana), propana, além d e
quanto ao comprimento d a s peças q u e p o s s a m ser temperadas por este m é t o d o . -4rri«íígás fabricado'531.

120 121
Aços E FERROS FUNDIDOS TÊMPERA SUPERFICIAL

T A B E L A 14
Quantidade de oxigênio-gás combustíveis necessária para aquecer 1 c m 2 de aço
a 815°C a u m a profundidade de 32 m m
Proporção de T e m p o de Consumo C o n s u m o de. BOBINA SIMPLES PARA AQUECIMENTO
oxigénio para aquecimento de gás oxigénio (m 3 ) DE DIÂMETRO E X T E R N O
Gás
gás combustível (s) (m 3 ) por c m 2 por c m 2
Acetileno 1,1 10 0,0011 0,0012
Metana 1,75 20 0,00215 0,0038 •£25;
4,00 20 0,00215

m
Propana 0,0086

Finalmente, o m é t o d o "combinado progressivo-giratório" alia os dois anteriores: a peça é


girada, c o m o no m é t o d o giratório, ao m e s m o t e m p o que a c h a m a se m o v i m e n t a de u m a
extremidade à outra. S o m e n t e u m a faixa estreita d e circunferência é aquecida progressiva-
Indutor
m e n t e , ã medida q u e a c h a m a se m o v e de u m a extremidade à outra p e ç a . O resfriamento
s e g u e imediatamente atrás d a c h a m a .
mm . Campo magnético
Vários gases combustíveis p o d e m ser u s a d o s na têmpera por c h a m a . A Tabela 14'53'
mostra a quantidade d e oxigénio e de gás combustível necessária para aquecer u m centíme- BOBINA SIMPLES PARA AQUECIMENTO
tro quadrado d e aço a 815°C a u m a profundidade d e 3,2 m m , para alguns g a s e s combustíveis SUPERFICIAL
q u e i m a d o s c o m o oxigénio.
Para o m é t o d o c o m b i n a d o progressivo-giratório, Zahkarov 1 5 4 1 r e c o m e n d a a utilização
d a s fórmulas abaixo para calcular o c o n s u m o d e oxigénio e de acetileno:

C o n s u m o de oxigénio: C o = 0,70 -fp l/cm2


— Correntes Eddy induzidas
C o n s u m o de acetileno: C k = 0,45 V p l/cm2
T e m p o de aquecimento: T = 7 p^seg. ^ Campo magnético
Velocidade de m o v i m e n t a ç ã o da torcha: v- •Z2 cm/min, e m q u e p representa a profundi-
dade e m m m .
BOBINA SIMPLES PARA AQUECIMENTO
A s peças t e m p e r a d a s por c h a m a não ficam isentas de revenido posterior. Essa segunda DE DIÂMETRO E X T E R N O
operação pode t a m b é m ser feita através de aquecimento por c h a m a . E m peças de grande
d i m e n s ã o , endurecidas até cerca de 6,4 m m (1/4"), ou mais, o calor residual depois do
resfriamento p o d e ser suficiente para revenir a s p e ç a s , aliviando as tensões originadas pelo
resfriamento rápido e evitando a necessidade d e revenido posterior. Fig. 77 - Exemplos de campos magnéticos e correntes induzidas produzidas por bobinas de indução.

3. Têmpera por indução - O calor para aquecer u m a peça p o d e ser gerado na própria C a m a d a s mais espessas, de 12 m m ou mais, são obtidas por corrente de frequência baixa
p e ç a por indução eletromagnética. Assim se u m a corrente alternada flui através de u m - 3 a 25 k H z - e períodos de t e m p o m a i s longos'551-
indutor ou bobina d e trabalho, estabelece-se nesta u m c a m p o magnético altamente concen- E m r e s u m o , o controle da profundidade de aquecimento é conseguido, jogando-se c o m
trado, o qual induz u m potencial elétrico na p e ç a a ser aquecida e envolvida pela bobina e, as seguintes variáveis:
c o m o a peça representa u m circuito fechado, a voltagem induzida provoca o fluxo de corren-
te. A resistência d a p e ç a a o fluxo da corrente induzida causa aquecimento por perdas P R . - fornia d a bobina;
O modelo de aquecimento obtido por indução d e p e n d e da forma d a bobina de indução - distância ou espaço entre a bobina d e indução e a peça;
q u e produz o c a m p o magnético, do n ú m e r o d e voltas da bobina, d a frequência de operação - taxa de alimentação de força;
e d a força elétrica d a corrente alternada. - frequência;
A figura 77< 651 mostra alguns exemplos d e c a m p o s magnéticos e correntes induzidas - tempo d e aquecimento.
produzidas por bobinas d e indução.
A velocidade d e aquecimento obtida c o m bobinas de indução d e p e n d e d a intensidade do A figura 7 8 mostra esquematicamente a técnica de aquecimento por indução 1521 .
c a m p o magnético a o qual se expões a peça. Nesta, a velocidade d e aquecimento é função Para alguns tipos de equipamentos d e indução, as frequências mais c o m u m e n t e u s a d a s
d a s correntes induzidas e d a resistência a o seu fluxo. Q u a n d o se deseja aquecimento a são as representadas na Tabela 15 ( 5 S ) .
p e q u e n a profundidade, ou seja, c a m a d a endurecida d e p e q u e n a espessura, adota-se geral- Nessa Tabela, a s expressões A ç ã o Eficiente, A ç ã o Razoável e A ç ã o Inadequada indicam
m e n t e corrente d e alta frequência; baixas ou intermediárias são utilizadas e m aplicações o seguinte:
o n d e se deseja aquecimento a maior profundidade.
D o . m e s m o m o d o , a maioria das aplicações d e têmpera superficial exige densidade de - "ação eficiente" - frequência q u e aquecerá do m o d o m a i s eficiente o material até a
força (kW/cm 2 ) relativamente altas e ciclos d e aquecimento curtos, d e m o d o a restringir o temperatura d e austenitização para a profundidade especificada;
aquecimento à área superficial. - "ação razoável" - frequência q u e é inferior à ótima, m a s suficiente para a q u e c e r à
C a m a d a s endurecidas d a ordem de 0,25 m m são obtidas, mediante a aplicação de cor- temperatura d e austenitização, para a profundidade especificada;
rentes de frequência elevada - 1 0 0 h K z a 1 IvlHz - alta densidade d e força e t e m p o reduzido. - "ação inadequada" - frequência q u e poderá superaquecer a superfície.
TEMPERA SUPERFICIAL

T A B E L A 15
Fonte de energia e frequências para têmperasuperficiai por indução
Seleção de frequência para os equipamentos seguintes:
profundidade Secção Motor Gerador Tubo ã vácuo
de endureci- da peça acima de
mento mm 1000 3000 10.000 200 kHz
mm Hz Hz Hz

- - -
0,38-1,27 6,35-25,4 Eficiente

; 1,29-2,54 11,11-15,38
- - Razoável
Eficiente
Eficiente
Eficiente
-
15,88-25,4 —

25,4-50,8
Acima de 50,8 -
Razoável
Razoável
Eficiente
Eficiente
Eficiente
Razoável
. Inadequada

2,56-5,08 19,05-50,8 _ Eficiente Eficiente Inadequada

-
50,8-101,6 Eficiente Eficiente Razoável
Acima 101,6 Eficiente Razoável Inadequada

Por outro lado, o êxito d e muitas aplicações d e a q u e c i m e n t o por indução d e p e n d e d o


^desenho ou f o r m a d a bobina d e indução. E s s a forma é, evidentemente, influenciada por
^diversos fatores, entre os quais p o d e - s e mencionar as d i m e n s õ e s e a forma d a p e ç a a
iser a q u e c i d a , o m o d e l o d e a q u e c i m e n t o a ser obtido, n ú m e r o d e p e ç a s a s e r e m
'aquecidas,' etc.
'•:: A figura 7 9 mostra alguns d e s e n h o s básicos para utilização e m alta frequência (acima
do 200 kc) (5S '.
O tipo (a) consiste n u m simples solenóide para aquecimento externo; o tipo (b) consiste
inuma bobina para aquecimento interno d e orifícios; o tipo (c) permite elevadas densidades
de corrente n u m a faixa estreita d a peça; o tipo (d) consiste n u m a bobina de u m a única volta
para aplicação e m superfície giratória, possuindo meia volta contornada para possibilitar o
'aquecimento d e filetes, finalmente o tipo (e) é o indicado para aquecimento localizado d e
superfícies planas.
Para tais bobinas, usam-se tubos d e cobre comercial, c o m d i m e n s õ e s tais q u e permitam
u m fluxo de á g u a a d e q u a d o para seu resfriamento. A tubulação p o d e apresentar diâmetros
pequenos - d a o r d e m d e 1/8" - para m á q u i n a s de potência muito baixa; m a s para unidades
de 20 a 50 k W , o diâmetro de tubulação varia geralmente d e 3/16" a 1/4".
Entre os vários processos para aplicar-se aquecimento superficial por indução, pode-se
citar os seguintes:

. .. a) têmpera simultânea, e m q u e a p e ç a a ser temperada é feita girar dentro d a bobina;


• u m a v e z atingido o t e m p o necessário para o aquecimento, a força é desligada e a p e ç a
•• imediatamente resfriada por u m jato d e água;
•:. b) têmpera contínua, e m q u e a p e ç a , a o m e s m o t e m p o q u e gira n o interior da bobina d e
indução, m o v e - s e a o longo d e seu eixo, d e m o d o a se ter u m a aplicação progressiva d e
calor. O dispositiva de resfriamento está m o n t a d o a certa distância da bobina.

O processo d a têmpera superficial por inctução é apficadc cdncipairneníe e m tipos d e


aços endurecrveis,. entre os quais p o d e m ser citados os sepjánres 555 *:

• aços d e m é d i o teor d e carbono, c o m 1 0 3 0 e 1045, u s a d o s e m engrenagens, eixos e


outras p e ç a s automobilísticas;
• aços de alto teor de carbono, c o m o o 1070, e m p r e g a d o s e m ferramentas m a n u a i s ,
brocas de perfuração de rochas, etc.
• aços-liga e m p r e g a d o s e m m a n c a i s , válvulas de automóveis, e c o m p o n e n t e s d e m á q u i -
nas operatrizes.

125
Aços E FERROS FUNDIDOS TÊMPERA SUPERFICIAL

4. Têmpera por laser - Conforme a figura 80'57) mostra, o processo consta e m dirigir-se Considerando-se q u e os processos d e têmpera superficial s ã o adorados devido a carac-
u m feixe de laser sobre a superfície d a p e ç a . tensficas dimensionais das peças ou por outros motivos, pode-se t a m b é m concluir q u e se
A o atingir a superfície, parte da energia d o laser é absorvida pela superfície na forma da deve igualmente preferir os m é t o d o s d e c h a m a ou por indução para revenir o material.
calor. S e a densidade d a força do feixe d e laser - geralmente expresso e m watts por centíme- N o caso, por exemplo, da têmpera superficial por c h a m a e m peças de grandes d i m e n -
tro quadrado - for suficientemente elevada, a superfície absorve o calor gerado e aquece-se sões, através d o m é t o d o progressivo, o revenido é realizado imediatamente a p ó s o
rapidamente até atingir a temperatura d e austenitização do aço, enquanto o núcleo da peça resfriamento, pelo reaquecimento d a superfície temperada c o m u m a c h a m a colocada a p e -
p e r m a n e c e frio. quena distância do dispositivo de resfriamento.
E m peças grandes, temperadas até u m a profundidade e cerca d e 6 m m ou mais, o calor
residual presente depois da resfriamento, c o m o já foi m e n c i o n a d o , p o d e ser suficiente para
FEIXE D E L A S E R aliviar as tensões de têmpera, t o m a n d o - s e desnecessário u m revenido subsequente, c o m o
operação à parte.

7- Aços recomendados na têmpera superficial - Esse assunto já foi abordado. O s aços-


carbono c o m u n s , na faixa de 0,30 a 0 , 5 0 % d e carbono, são o s m a i s usados nas aplicações
de têmpera por c h a m a , podendo ser endurecidos inteiramente e m seções até aproximada-
mente 12,5 m m . O m e s m o pode-se dizer e m relação à têmpera superficial por indução.
Frequentemente u s a m aços-liga, q u a n d o se deseja maior resistência do núcleo e porque
os aços-carbono n ã o são a d e q u a d o s para a obtenção dessa resistência e m determinadas
secções, o u ainda p o r q u e , devido a o p e s o e à forma d a p e ç a e possibilidade d e
m e m p e n a m e n t o o u fissuração, não se r e c o m e n d a o uso de aço-carbono resfriado e m á g u a .
Finalmente, os aços de granulação fina d e v e m ser preferidos, visto que a granulação
grosseira é m a i s suscetível de fissuração, durante o resfriamento posterior.

8 - Conclusões - Nota-se u m a tendência e m substituir muitos tratamentos de t ê m p e r a e


revenido e m e s m o os tratamentos termo-químicos - a serem a b o r d a d o s n u m próximo capí-
Z O N A ENDURECIDA '•' tilo - por processo d e têmpera superficial, utilizando sobretudo o aquecimento por indução,
i e m que a fonte d e energia é a eletricidade.
3 S Além d a e c o n o m i a das fontes tradicionais de energia, é possível - c o m o se viu, durante a
Fig. 80 - Feixe quadrado de laser com densidade de força uniforme sobre u m a placa chata. exposição - substituir os aços-liga por aços-carbono, de custo m e n o r .
O endurecimento por raio laser ou feixe eletrônico está igualmente ganhando adeptos,
A o movimentar-se rapidamente o feixe d e laser sobre a superfície d a peça, c o m o a figura sobretudo q u a n d o atmosferas especiais estão envolvidas n o s tratamentos tradicionais,
mostra, toda a área escolhida aquece-se rapidamente. A p ó s a p a s s a g e m do feixe de laser, :. como c e m e n t a ç ã o e carbonitretação.
a área é, e m seguida, resfriada rapidamente pela condução d o calor interior da peça.
O s aços q u e p o d e m ser endurecidos por esse processo incluem aços-carbono (1040,
1 0 5 0 , 1070), aços-liga (4340, 52100), a ç o s para ferramentas e ferros fundidos (cinzento,
maleável e dúctil).

5. Têmpera por feixe eletrônico- Neste c a s o , u m feixe eletrônico é dirigido à superfície da


peça a ser endurecida parcialmente. O s eletrons d o feixe ao atingir a superfície penetram
rapidamente na superfície do aço. N e s s e m o m e n t o , os eletrons p e r d e m rapidamente sua
energia A maior parte d a energia perdida pelos eletrons é transformada e m calor1581, que
permite atingir-se a temperatura d e austenitização até u m a certa profundidade. O
• ÍÇv?
resfriamento rápido necessário para transformar a austenita e m martensita ocorre através
d e u m processo d e auto-resfriamento q u e d e p e n d e d a condutibilidade térmica e q u e c o m e ç a
assim que a transferência d e energia termina.
Esse processo apresenta a vantagem d e produzir e m p e n a m e n t o muito pequena. A l é m
disso, o c o n s u m o d e energia é relativamente p e q u e n o . O processo é preferida q u a n d o as
c a m a d a s endurecidas s ã o d a ordem de 0,3 a 1,0 m m .
O processo exige, contudo, equipamento sofisticado.

6 - Revenido dos aços temperados superficialmente - A p ó s a t ê m p e r a superficial, as


peças são submetidas a u m revenido, pois, qualquer que tenha sido o tratamento de têmpera
adotado, é necessário revenir a martensita. Geralmente, esse revenido e levado a efeito a
temperaturas baixas, objetivando-se sobretudo o alívio das tensões originadas.

126 127
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

1. Definições - V i s a m os tratamentos termo-químicos o endurecimento superficial dos é por sua vez, u m a função da temperatura e d a concentração d e carbono. N ã o é ele prati-
aços, pela modificação parcial da sua c o m p o s i ç ã o química, nas s e c ç õ e s q u e se deseja camente afetado pelo t a m a n h o d e grão d o aço, n e m pela presença das impurezas normais
endurecer. (fósforo enxofre e nitrogénio), n e m pelos elementos de liga n o s teores e m que s ã o usual-
A aplicação do calor n u m meio apropriado p o d e levar a essa alteração d a composição mente encontrados nos aços-liga para c e m e n t a ç ã o .
química do aço até u m a profundidade q u e d e p e n d e da temperatura d e aquecimento e do

V
t e m p o de permanência à temperatura de tratamento e m contato c o m o m e i o e m questão. A
s
modificação parcial d a c o m p o s i ç ã o química, seguida geralmente d e tratamento térmica
apropriado, produz t a m b é m u m a modificação d a estrutura do material, resultando, e m resu-
m o , n u m a modificação igualmente parcial d a s propriedades m e c â n i c a s . oO .0
O objetivo principal é aumentar a dureza e a resistência ao desgaste superficiais, ao <^>
m e s m o t e m p o q u e o núcleo d o material p e r m a n e c e dúctil e tenaz.
Essa possibilidade d e aliar-se u m a superfície dura c o m o núcleo m a i s mole e tenaz é de
grande importância e m inúmeras aplicações, sobretudo porque, pelo e m p r e g o dos aços c o m //
elementos de liga, pode-se conseguir núcleo d e elevada resistência e tenacidade, c o m su-
perfície extremamente dura, resultando n u m material capaz d e suportar e m alta grau, certos
1,5 / /
tipos de tensões.
O s processos d e endurecimento superficial s ã o o s seguintes:
//
/>
' cementação;
• nitretação;
• cianetação;
• carbonitretação;
• boretação. 0 4 8 12 16 20 24 28 32
T e m p o de cementação, horas
2. Cementação - Este é o processo clássico d e endurecimento superficial. Consiste no
Fig. 81 - Curvas mostrando a influência do tempo e da temperatura na
enriquecimento superficial d e carbono e m certos aços, aquecidos convenientemente e m penetração superficial de carbono.
contato c o m substâncias carbonáceas. É u m tratamento muito antigo, pois os r o m a n o s já o
praticavam. Através dele, introduz-se carbono n a superfície d o a ç o , d e m o d o a q u e este, c) Temperatura - É o fator mais importante, pois além d e afetar a difusão - acelerando-a
depois de temperado, apresente u m a superfície mais dura. É necessário q u e o aço, e m c o m a sua elevação - influi t a m b é m n a concentração de carbono n a austenita e na velocida-
contato c o m a substância c a p a z de fornecer carbono, seja aquecido a u m a temperatura e m de de reação d e carbonetação n a superfície do aço.
q u e a solução d o carbono no ferro seja fácil. Para isso, a temperatura d e v e ser superior à da d) Concentração de carbono na austenita - C o m o se sabe, a solubilidade de carbono n a
z o n a crítica (850° a 950°C), onde o ferro s e encontra na forma alotrópica g a m a , e m b o r a se austenita é determinada, no diagrama F e - C , pela linha A O T . O s elementos de liga t e n d e m a
t e n h a m usados temperaturas mais baixas, c o m o 790°C e mais elevadas, c o m o 1095°C. deslocar a linha A ^ para a esquerda, diminuindo os limites de concentração ou a solubilidade
Por outro lado, a profundidade de penetração d o carbono d e p e n d e d a temperatura e do do carbono no ferro g a m a ou na austenita. Contudo, essa influência é relativamente p e q u e -
t e m p o , sendo rápido a princípio, decrescendo depois, o q u e p o d e ser c o m p r o v a d o pelo na, para os teores usualmente encontrados nos aços-liga para c e m e n t a ç ã o , c o m e x c e ç ã o d o
e x a m e das curvas d a figura 81 l 5 9 1 . Essas curvas permitem verificar t a m b é m q u e as tempera- níquel, o n d e a influência é maior. Por outro lado, a difusão d o carbono processando-se d a
turas mais elevadas favorecem a penetração d e carbono, o q u e aliás seria de esperar. concentração m a i s alta da fonte d e suprimento à concentração mais baixa do núcleo d o
O s processos usuais d e cementação, d e v e m elevar o teor superficial de carbono até • material, forma u m gradiente de carbono. Finalmente, deve ser observado, q u e a velocidade
0 , 8 % ou 1,0%. F u n d a m e n t a l m e n t e , a c e m e n t a ç ã o é u m f e n ó m e n o d e difusão, isto é relaci- de difusão a u m e n t a c o m crescentes concentrações de carbono.
o n a d o c o m o m o v i m e n t o d e carbono no interior d o aço. Portanto, a velocidade de enriqueci- e) Natureza do agente carbonetante ou do gás de carbonetação - A reação envolvendo a
m e n t o superficial d e carbono depende, e m primeiro lugar, do seu coeficiente de difusão. transferência d e carbono ocorre na superfície do aço. O s agentes supridores d e carbono
Entretanto, na c e m e n t a ç ã o influem t a m b é m a fonte de suprimento d e carbono e transfe- p o d e m ser considerados s e p a r a d a m e n t e . O s dois mais c o m u n s s ã o C O e C H 4 e a s reações
rência deste para a superfície dos aços. A s s i m s e n d o , pode-se estabelecer que os fatores que ocorrem n a superfície do aço p o d e m ser representadas d a seguinte maneira:
q u e influem sobre a velocidade de enriquecimento d e carbono na superfície dos aços são os
seguintes'601: 2 C O 5 (C) + C 0 2 (1)
C H , í :(C)+2H (2)
a) Teor inicial de carbono no aço - É obvio q u e , as outras variáveis p e r m a n e c e n d o cons-
tantes, quanto m e n o r o teor inicial d e c a r b o n o n o aço, tanto m a i o r a velocidade d e onde (C) representa o carbono dissolvido no ferro na superfície d o aço. A velocidade d e
carbonetação. reação do g á s n a superfície, e m função d a temperatura, d e p e n d e d a natureza d o g á s :
b) Coeficiente de difusão do carbono no aço - Este é u m fator d e primordial jmportância, temperaturas crescentes deslocam a reação (1) para a e s q u e r d a e a reação (2) para a
visto q u e o f e n ó m e n o d e enriquecimento superficial de carbono do a ç o , é fundamentalmente direita.
u m f e n ó m e n o de difusão, isto é, de m o v i m e n t o relativo de carbono n o interior do aço. D e f) Velocidade de fluxo de gás - E s s e fator influencia a velocidade d e reação na superfície
fato, o que se visa n a c e m e n t a ç ã o é a solução d o carbono no ferro g a m a , f e n ó m e n o que é e, d e p e n d e n d o d a natureza do gás d e carbonetação, pode ser decisiva, pois, c o m alguns
determinado pela velocidade d o fluxo do carbono no ferro g a m a . E s s e coeficiente de difusão gases d e c e m e n t a ç ã o pode-se ter u m a deposição não desejada d e carbono na superfície d o

130 131
Aços £ FERROS FUNDIDOS TMMMENTOS TEKMO-QUJMTCOS

material ou u m a carbonetação insuficiente, a n ã o ser q u e se t o m e m todas as precauções Íl-Hí lumínio, o titânio e o nióbio. Entretanto, pelo e m p r e g o d o s a ç o s m o d e r n o s , o t e m p o d e
para u m perfeito equilíbrio entre a velocidade d e fluxo do gás e a c o m p o s i ç ã o . Éf:§§ cementação à temperatura de 1010°C, p o d e ser cortado d e 4 0 a 5 0 % , não h a v e n d o então
K K í B S r | f c r é s c i m e n t o d e grão do q u e a 925°C.
2.7. Considerações gerais sobre a cementação - N a c e m e n t a ç ã o , qualquer que seja o feísS*fSr-
processo adotado, deve-se, de início, levar e m consideração os seguintes pontos: y ~ '

- Para produzir u m a combinação d e u m a superfície dura c o m u m núcleo tenaz, deve-se ~N


\
partir, e m princípio, d e u m aço d e baixo c a r b o n o .
- A operação d e v e ser realizada a u m a temperatura q u e coloque o aço no estado \
austenítico, geralmente entre 850°C e 950°C.
Prefere-se, n a c e m e n t a ç ã o , aços de granulação fina, por sua melhor tenacidade tanto na
superfície endurecida c o m o no núcleo, a p e s a r d e ser conhecida a melhor capacidade de
endurecimento d o s a ç o s d e granulação grosseira. Estes últimos, por outro lado, poderão
exigir maior n ú m e r o d e operações c o m o : a iniciai, para cementar (o q u e aumentará mais o

\
t a m a n h o do grão); u m a s e g u n d a , d e esfriamento lento; outra, d e aquecimento acima d e
e Acm para refinar o grão d o núcleo e colocar o excesso de carboneto e m solução, seguindo-

\
s e resfriamento rápido; u m a outra operação d e aquecimento a c i m a d e pata. refinar a
c a m a d a de alto carbono, seguida de resfriamento rápido e, finalmente, u m a última operação
para aliviar as tensões d e têmpera. O s aços d e granulação fina necessitam s o m e n t e d e u m a
operação de têmpera, a qual conforme o tipo d e aço, p o d e ser realizada diretamente d a
temperatura de c e m e n t a ç ã o .
- O s aços antes d a c e m e n t a ç ã o d e v e m ser geralmente normalizados para permitir
\ \
usinagem, visto q u e depois da cementação, a s d i m e n s õ e s e as tolerâncias exigidas s o m e n t e
p o d e m ser corrigidas por ratificação.
- Deve-se procurar evitar u m a linha nítida d e d e m a r c a ç ã o entre a c a m a d a cementada e
o núcleo, isto é, a distribuição do carbono o u gradiente de carbono d a superfície ao centro 0 1.0 2.0 3.0
d e v e ser suave, evitando-se bruscas q u e d a s d e carbono, c o m o a curva d a figura 8 2 mostra.
O melhor gradiente ou o mais suave, o b t é m - s e aparentemente c o m resfriamentos mais Distância da Superfície (mm)
rápidosf6".
Fig. 82 - Gradiente de carbono, e m cementação durante 4 horas a 1050°C com etileno.
- O teor de carbono é controlado pelas temperaturas de c e m e n t a ç ã o ; temperaturas mais
altas produzem teores d e carbono mais elevados. Por outro lado, c a m a d a s d e m e n o r teor de
carbono são produzidas uti!izando-se p e q u e n a s quantidades d e substâncias ativadoras e
Afigura 8 3 mostra as profundidades d e cementação q u e p o d e m ser obtidas e m a ç o AISI
maior proporção d e c o m p o s t o de c e m e n t a ç ã o ; a o contrário, maior quantidade de substânci-
~ K i \ C ~ 4 6 1 5 , a várias temperaturas.
as ativadoras ou introduzindo-se hidrocarbonetos, c o m o C H 4 e t c , possibilitam a obtenção d e
c a m a d a s de alto carbono. N a cementação g a s o s a , altas temperaturas e altas concentrações
2.3. Reações fundamentais da cementação - Para dois d o s agentes carbonetantes mais
d e hidrocarbonetos p r o d u z e m carbono m a i s elevado.
,f usuais, as reações fundamentais d a c e m e n t a ç ã o são'611:
A o cementar-se u m a ç o , introduz-se n a superfície c e m e n t a d a tensões residuais d e c o m -
pressão, as quais s e contrapõem às tensões d e tração, m e l h o r a n d o o d e s e m p e n h o sob
2 C O + 3Fe í Fe3C + C 0 2
fadiga das peças c e m e n t a d a s .
C H , + 3Fe Fe,C + 21-L

2.2. Cementação a alta temperatura - Entre os progressos mais recentes da técnica d a


C o m o se v ê , e s s a s reações s ã o reversíveis: c o m e ç a n d o c o m C O ou C H 4 , adiciona-se
cementação, deve-se citar a utilização d e temperaturas superiores a 950°C'62)í a ) , c o m as
;õarbono à superfície; c o m e ç a n d o c o m C 0 2 ou H 2 , r e m o v e - s e carbono da superfície.
seguintes vantagens sobre a cementação convencional: é mais rápida e o gradiente entre a
Portanto, para garantir a adição do c a r b o n o , deve-se procurar r e m o v e r C 0 2 e H 2 e p r o d u -
superfície e o centro é mais gradual, p o r q u e o carbono se difunde mais rapidamente a
zir mais C O o u C H 4 ; d o contrário a reação para. Por outro lado, para u m a temperatura
temperaturas mais elevadas (figura 8 2 ) .
• determinada e para u m teor d e c a r b o n o determinado da superfície d o aço c o m a qual os
Essa aumento d e temperatura n o t r a t a m e n t o d e cementação t e m sido possível pelos aper-
•gases entram e m contato, h á a l g u m a relação definida
feiçoamentos tntxcxiuz5dos n c s fcmcs, n a s Sgas resisíEntss' a o calor para elementos de resis-
tência e no controle d e atmosfera. T e m - s e conseguido, assim, c o m certa facilidade temperatu-
ras d a ordem d e 1010°C, n a cementação a g á s , c o m apreciável a u m e n t o d e produção. CO CH,
Procura-se, é óbvio, adotar o processo q u a n d o se deseja c a m a d a s c e m e n t a d a s mais CO,
espessas, c o m o por e x e m p l o acima d e 1,25 m m .
U m a das principais objeções à c e m e n t a ç ã o a temperaturas superiores a 950°C tem sido jBipíp-^Para a qual as tendências carbonetantes ou descarbonetantes ficam e x a t a m e n t e e m
a possibilidade d e haver u m excessivo a u m e n t o d e grão; tal inconveniente poderia de fato, iípÍ||feequilíbrio. Afigura 84< w > representa a s curvas para o equilíbrio d e misturas C O e C 0 2 c o m
ser evitado, adicionando-se elementos q u e previnem o crescimento d e grão, tais c o m o o ' â p | | 8 | a ç o s d e diferentes teores de c a r b o n o . Por exemplo, a 950°C, s ã o necessárias cerca d e

132
u m 133
TRATAMENTOS TERMO-QUIMICOS
Aços E FERROS FUNDIDOS

2,5a

.o /
/ Equilíbrio
Austenita - Cementita

o
V o
2,00

/ /
1,50
/ m
o/ o
"0 / CO
3" / O"
/
/
o

o
/
//
/
1

ff
°" Q
3*
e 1,25
CO
O
700 750 800 850 900 950
|4:
Temperatura °C

Fig. 84 - Curvas representativas do equilíbrio de mistura de C O e C O a c o m aços de diferentes teores de


• carbono. Verifica-se, por exemplo, que quando se concede tempo suficiente para ser atingido o equilíbrio,
um gás com 9 0 % de C O e 1 0 % de C 0 2 , a 815°C carbonetará u m aço de baixo carbono até 0,80% C, m a s
"não mais.A870°C, esse gás carbonetará o aço considerado somente até 0,40%. C o m u m a temperatura
de cementação de 925°C, para ter-se nesse aço u m a camada cementada de composição hipereutetóide,
a composição do gás deve ser 9 7 % de C O ou mais, com 3 % de C 0 2 ou menos.
0 1 2 3

Tempo, h

Fig. 83- Profundidade de cementação obtida e m açoAISI 4615, e m função da temperatura.


\
9 8 partes d e C O para 2,5 partes d e C O ^ para manter a mistura g a s o s a ligeiramente
carbonetante, para a ç o s d e alto carbono, a o p a s s o q u e m e n o s d o q u e 1 parte d e C H 4 \
\
para 99 partes d e H 2 é necessária (figura- 8S),'641.
E m outras palavras, iniciando-se c o m o C O ' puro, não se pode permitir a formação senão de
pouco C 0 2 , para q u e a cementação não se interrompa; entretanto, iniciando-se c o m C H 4 puro,
pode-se ter formação d e grande quantidade d e H 2 , s e m que a c e m e n t a ç ã o seja interrompida.
E
2.4. Processos de cementação - Existem três métodos d e c e m e n t a ç ã o : por via sólida SD \

\
I- 900
( t a m b é m c h a m a d o "cementação em caixa."), pór via gasosa e por via líquida.
.•m-.f.-.t
F- ^,95*0
2.4.1. Cementação sólida ou emicaixa- Neste processadas peças d e aço são colocadas e m \
caixas metálicas, geralmente deaçp^iga resistente ao calor,, e m presença das c h a m a d a s mistu-
ras carburizantes. A s misturas mais usadas apresentam carvão de madeira, aglomerado c o m \^0,60%C
^ 0,20%C
cerca de 5 % a 2 0 % d e u m a substância ativadora, por meio de óleo c o m u m ou óleo de linhaça e m
quantidades que variam de 5 % a 1 0 % . Prefere-se c o m o substância diretamente carbonetante o
carvão de madeira, devido sua. pcrezs, c o m baixe teor de enxofre, c o m razoável resistência ao
choque e à abrasão. O s atfvadores mais c o m u n s são carbonatos alcalinos ou alcalino-ferrosos,
1:50 1:37 1:25
c o m o carbonato de sódio, carbonato d e potássio, carbonato de cálcio e carbonato de bário. Este
último é o mais c o m u m , sendo frequentemente e m p r e g a d o e m mistura c o m carbonato de sódio. Relação CH„: K,
T a m b é m costuma-se introduzir na mistura cerca d e 2 0 % de coque, o qual a u m e n t a a velocidade
de transferência do caior, facifitando a obtenção d e temperaturas mais uniformes.
Fig. 85 - Efeito de diferentes relações C H 4 / H 2 e m aços de vários teores de carbono, a diversas temperatu-
Existem outras misturas carburizantes, c o m o combinações der-materiais orgânicos - osso. ras. U m a composição à direita de u m a curva é carbonetante para o aço considerada; u m a composição à
q u e i m a d o ou osso cru c o m carvão de madeira. esquerda é descarbonetante.

134 135
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

O m e c a n i s m o d a cementação em caixa é o seguinte: - diminui a tendência ao e m p e n a m e n t o d a s peças devido a o fato delas se apoiarem b e m
- A temperaturas elevadas, por exemplo 9Q0°C, o carbono combina-se c o m o oxigénio do n amistura carburizante sólida;
ar inicialmente presente n o carvão de madeira: • - o resfriamento d a s peças a partir d a temperatura da c e m e n t a ç ã o é lento, o q u e p o d e
C + O £> C 0 2
Z representar u m a v a n t a g e m para p e ç a s q u e d e v e m ser submetidas a u m a u s i n a g e m d e
- O C 0 2 reage c o m o carbono do carvão incandescente: acabamento depois d a cementação antes d a têmpera.
C02 + C n 2CO
- O C O por sua v e z reage c o m o ferro d o aço, introduzindo-lhe carbono e formando mais C O : A par das vantagens acima, o processo apresenta, por outro lado, algumas desvanta-
3 F e + 2 C O £; F e 3 C + C 0 2 gens que são e n u m e r a d a s a seguir:
- Este C 0 2 reage n o v a m e n t e c o m o carbono do carvão incandescente, produzindo novo C O . - não é tão limpo, quanto os outros m é t o d o s ;
- O ciclo repete-se enquanto houver suficiente carbono presente para reagir c o m o C O a . - não é recomendável para a produção de c a m a d a s c e m e n t a d a s finas, que d e v a m ser
A presença do ativador, B a C O a , contribui para a u m e n t a r a velocidade d e fornecimento de controladas dentro d e tolerâncias estreitas;
C O , pois, às temperaturas d a cementação, ocorrem as seguintes reações: - não é o melhor m é t o d o para ter-se u m controle preciso d o carbono superficial e d o
B a C 0 3 -> B a O + C 0 2 gradiente de carbono;
C 0 2 + C -j. 2 C O - não é b e m a d e q u a d o para t ê m p e r a direta;
ou - não fornece o grau de flexibilização no controle das condições d e carbonetação, c o m o
BaC03 + C BaO + 2CO l ê possível obter n a c e m e n t a ç ã o a gás;
B a O + C O a t ? BaCO., - o p e s o d a mistura carburizante e d a s caixas de c e m e n t a ç ã o reduz as velocidades d e
ou seja o B a O (assim c o m o o N a 2 0 , se o ativador for carbonato d e sódio), reagiria c o m o aquecimento e resfriamento, necessitando-se, e m c o n s e q u ê n c i a , mais t e m p o para a
C 0 2 , havendo assim u m a tendência a ter-se g á s mais pobre e m C 0 2 , o u mais rico e m C O , operação.
c o m o se deseja.
Finalmente, conviria relacionar rapidamente alguns dos cuidados a s e r e m observados n a
A c e m e n t a ç ã o sólida é geralmente realizada a temperaturas q u e variam de 850°C a cementação e m caixa:
950°C. Entretanto, c o m o já foi m e n c i o n a d o , recentemente novas técnicas tem permitido, - as caixas d e v e m ser b e m proporcionadas e m relação às d i m e n s õ e s das peças, devido
m e s m o no caso d a c e m e n t a ç ã o e m caixa, elevar a temperatura para a l é m d e 1000°C, s e m ao fato do aço ser b o m condutor do calor, m a s não a mistura carburizante;
q u e se criem problemas e m relação a o crescimento d e grão, face a o t e m p o mais curto à - as peças d e v e m apresentar-se b e m limpas, antes da c e m e n t a ç ã o ;
temperatura e aos tipos m o d e r n o s de aços u s a d o s . - o t e m p o d e c e m e n t a ç ã o deve ser escolhido de acordo c o m a profundidade desejada na
É preciso notar q u e a geração de quantidade apreciável de C O dá-se acima de cerca de c a m a d a c e m e n t a d a , c o m as dimensões d a s peças, etc;
800°C, ao passo q u e abaixo dessa temperatura a u m e n t a o C 0 2 (fig. 8 4 ) . Por essa razão, - o controle d o processo p o d e ser feito c o m corpos d e prova colocados lateralmente n a s
deve-se evitar resfriamento muito lento, a p ó s a c e m e n t a ç ã o , abaixo d e 800°C (até mais ou caixas;
m e n o s 650°C), pois h a v e n d o formação de quantidade apreciável d e C 0 2 , produzir-se-á u m a - após a c e m e n t a ç ã o , as caixas d e v e m ser resfriadas rapidamente a o ar, para evitar, c o m o
casca mole. se viu, a u m e n t o d a quantidade d e C 0 2 n a mistura g a s o s a , o q u e p o d e p r o v o c a r
Procura-se, na c e m e n t a ç ã o e m caixa, obter carbono superficial p o u c o acima do teor r descarbonetação;
Er'"
eutetóide, nunca superior a 1,15%, visto q u e o excesso de suprimento d e carbono pode levar - as misturas carburizantes d e v e m ser e m p r e g a d a s secas, pois a u m i d a d e pode provocar
a u m a precipitação indesejável de carbonetos. Q u a n d o a quantidade d e carbonetos precipi- descarbonetação.
tado é apreciável, forma-se u m rendilhado q u e p o d e causar fissuras d e retificação, quebra
d e cantos, etc. A forma d e precipitação d o s carbonetos é g r a n d e m e n t e influenciada pela Devido a s desvantagens do processo d e cementação e m caixa, principalmente no q u e se
velocidade de resfriamento após a c e m e n t a ç ã o . refere à dificuldade d e obter-se u m a c a m a d a superficial endurecida de grande precisão,
Deve-se t a m b é m procurar u m a gradação uniforme do carbono d a superfície para o cen- essa técnica n ã o é m a i s usada q u a n d o s e exige total controle d e qualidade do material.
tro, c o m o já foi m e n c i o n a d o , o que se c o n s e g u e pelo controle da mistura: diminui-se o teor N e s s e caso, recorre-se aos outros processos de c e m e n t a ç ã o .
superficial de carbono, reduzindo-se a quantidade d o ativador e vice-versa. Por outro lado, por ser u m processo simples, que não exige equipamento sofisticado, a
N a cementação sólida, pode-se atingir profundidade de c e m e n t a ç ã o até 2 m m ou mais. cementação e m caixa continua s e n d o u m a técnica utilizada e m p e q u e n a s instalações indus-
Devido às dificuldades d e controle, não se d e v e procurar cementar abaixo de 0,635 m m triais e oficinas, o n d e eventualmente a c e m e n t a ç ã o deve ser aplicada e m peças, ferramen-
(0,025"). D e fato, m e s m o c o m a melhor técnica d e cementação e m caixa e a temperaturas tas e utensílios diversos.
d a o r d e m de 925°C, é difícil obter u m a espessura d e casca q u e apresente u m a variação total
d e m e n o s do q u e 0,25 m m do m á x i m o ao m í n i m o . - 2.4-2. Cementação a gás - Neste processo, a substância carbonácea é u m a atmosfera
D e qualquer m o d o , a c e m e n t a ç ã o sólida é u m processo q u e contínua s e n d o usado, prin- i
IV; " gasosa. A s coossd&ações iniciais a s e r e m feitas a respeito deste processo são as seguintes:
cipalmente devido a o s aperfeiçoamentos q u e nele t ê m sido introduzidos. Entre as principais
vantagens desse m é t o d o p o d e m ser citadas as seguintes 165 ' (6S| : - a mistura carburizante fica b e m definida e perfeitamente estável, durante toda a fase
ativa da c e m e n t a ç ã o , a o contrário do q u e ocorre na c e m e n t a ç ã o sólida, e m q u e a mistura
- p o d e utilizar u m a maior variedade de f o m o s , pois não exige o u s o d e u m a atmosfera carburizante perde e m eficiência, à m e d i d a q u e a operação se prolonga, diminuindo pois, a
preparada; ação carbonetante;
- é eficiente e e c o n ó m i c o para o processamento d e pequenos lotes ou para peças d e - constitui u m processo mais limpo q u e a cementação sólida, pois elimina os p ó s , a s
grandes dimensões; caixas p e s a d a s e custosas, etc;
- exige m e n o r experiência do operador; - permite m e l h o r controle do teor d e carbono e da espessura d a c a m a d a cementada;

136 137.
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

- é mais rápida e oferece possibilidade d e u m a só têmpera direta, a p ó s a cementação, 1 1 1


evitando-se o contato c o m o ar, prescindindo-se, e m consequência d a s operações de limpe- PROCESSO M ETANOL-ACETAT OOEETIL /S 17h 45mín

z a posteriores a o tratamento. PROCESSO Gi \ ENDOTEHMIC -4—


0 / s * 95min
S % da economia
Por outro lado, a c e m e n t a ç ã o gasosa oferece as seguintes desvantagens e m relação à
c e m e n t a ç ã o e m caixa: '/ 10h 3amín
- as reações d e carbonetação são muito m a i s complexas e a l g u m a s p o d e m ser prejudiciais; * ~4—
73 min
- a instalação é muito onerosa, exigindo t a m b é m aparelhagem c o m p l e x a de controle e de 12% de economia
segurança, o q u e ocasiona a necessidade d e pessoal mais habilitado;
- o controle n ã o é s o m e n t e d a s t e m p e r a t u r a s , c o m o é praticamente o caso da
c e m e n t a ç ã o sólida, m a i s igualmente d a constância d a mistura carburizante gasosa, sobretu- / 5h 1Sm[n
• 4-
d o do potencial d e carbono. 50min
16% de economia
O mecanismo da cementação gasosa é o seguinte: sendo o s g a s e s carburizantes, além
d o óxido de carbono C O , gases derivados d e hidrocarbonetos, c o m o g á s natural, propana, '/ 1h50min
etana, metana, etc; a s reações fundamentais q u e se verificam n o processo são'67':
> A—
30 min
2 C O *? (C) + C 0 2 27% dB economia

C O + H 2 * 5 (C) + H 2 0
C H 4 * (C) + 2 H 2 V 4 A9 .' 16 •J2S

(metana) T E M P O DE CEMENTAÇÃO, '/IT


C 2 H 6 tf ( C ) + x C H 4 + y H 2
(etana) Fig. 86 - Diminuição do ciclo de cementação pelo processo metanol-acetato de etila.
C3H„ X ( C ) + x C 2 H 3 + y C H 4 + zH2
(propana) T A B E L A 16
Composição de banhos de sal para cementação líquida
o n d e (C) é o carbono q u e se dissolverá n a austenita, difundindo-se para o interior do aço. Composição do Banho, %
G o m o se v ê , o s elementos de b a s e d e u m a atmosfera g a s o s a carburizante são o C a m a d a de Pequena C a m a d a de Grande
monóxido d e carbono, hidrocarbonetos e hidrogénio. ,. Constituinte Espessura Espessura
D o s derivados d e hidrocarbonetos, a propana é o mais e m p r e g a d o ; por dissociação, à Baixa Temperatura Aita Temperatura
(840° A 900°) (900° a 955°C)
temperatura de c e m e n t a ç ã o , transforma-se n a mistura gasosa, conforme está indicado acima.

P
Cianeto de sódio 10a23 6a16
O monóxido d e carbono e os hidrocarbonetos d e c o m p õ e m - s e q u a s e q u e completamente,
Cloreto de bário 0a40 30 a 55
e m carbono e hidrogénio, c o m o indicam as reações acima. Essa d e c o m p o s i ç ã o pode provo-
Outros sais alcalinos de metais terrosos 0a10 0a10
car o depósito d e carbono livre, e c o n s e q u e n t e m e n t e o aparecimento d e pontos mais moles
•'. Cloreto de potássio 0a25 0a20
na superfície d o a ç o . Por essa razão, procura-se diluir os hidrocarbonetos e m gases do tipo Cloreto de sódio 20 a 40 0a20
d o hidrogénio q u e estabilizam o processo d e carbonetação, visto q u e o hidrogénio, apesar de ' Carbonata de sódio 30 max. 30 max.
s u a ação predominantemente descarbonetante, favorece a carbonetação pela formação e Aceleradores outros que compostos
regeneração d o m o n ó x i d o d e carbono. A s s i m , n a cementação g a s o s a , o hidrogénio constitui de metais alcalinos terrosos' 0a5 0a2
u m a verdadeira fonte d e C O e age c o m o acelerador do processo. i Cianato de sódio 1,0 max. 0,5 max.
A função dos g a s e s diluidores - nitrogénio e hidrogénio - é evitar igualmente u m a atmos- Tl Dentre esses aceleradores, incluem-se dióxido de manganês, óxido de boro, fluoreto de sódio e
fera excessivamente concentrada adjacente às entradas de gás, garantir movimento rápido :arf}oneto de silício.
d o gás no interior d o forno e, principalmente, garantir no interior deste u m volume de gás
suficiente para manter u m a pressão positiva e m todos os pontos e, a o m e s m o tempo, evitar ros décimos d e espessura, além de ser especialmente vantajosa até 0,3 m m de espessura,
a necessidade d e adicionar quantidades excessivas de hidrocarboneto. : da c a m a d a carbo-nitretada;
A l é m das vantagens já mencionadas n o início d a exposição sobre este processo, outras - possibilitando a têmpera direta, s e m reaquecimento a p ó s a cementação, evita a u m e n t o
vantagens da c e m e n t a ç ã o gasosa sobre a c e m e n t a ç ã o sólida são: excessivo d o grão.

- o gás é protetor, devido à impossibilidade d e oxidação; A l g u m a s variações do m é t o d o clássico d e c e m e n t a ç ã o estão sendo utilizadas. Entre
- permite mais facilmente a c e m e n t a ç ã o d e peças delicadas; .elas, pode-se mencionar o processo "metanol-acetato de etila", conhecido c o m o n o m e
- apresenta maior velocidade de penetração d o carbono; CARBOMAAG'6"1.

i
- a c a m a d a c e m e n t a d a apresenta u m a espessura e teor de carbono mais uniformes; Neste processo, o metanol é utilizado c o m o o elemento "condutor" ou "veículo" e o
- as d e f o r m a ç õ e s n o material s o b c e m e n t a ç ã o s ã o r e d u z i d a s , eliminando-se acetato de etila ou acetona, na forma líquida, c o m o elementos carbonitretantes, substitu-
frequentemente a operação de retificação; fe- indo a atmosfera endotérmica carbonetante tradicional, c o m consequente e c o n o m i a d e
- possibilita a "carbo-nitretação", o n d e a s velocidades são muito grandes para os primei- •gás natural.

138 139
TRATAMENTOS TERÍAQ-QLUMICOS
Aços E FERROS FUNDIDOS

O s dois líquidos s ã o introduzidos no forno separadamente, m a s a o m e s m o t e m p o , o': Esta reação é reversível.


metanol desintegra-se, formando g á s e limpa o forno, propiciando, a l é m disso, a formação : Í | M S f p : N ã presença d o ferro, tem-se:
d e pressão positiva, durante o ciclo de carbonetação. O acetona o u acetato de etila desinte-;
gra-se e produz o g á s necessário para assegurar o potencial d e c a r b o n o . í Ba(CN)2 + 3Fe• - B a C N 2 + F e 3 C
O processo, c o m adição de amónia, p o d e substituir a carbonitetração. cianeto cianamida
d e bário de bário
A l é m de substituir o g á s endotérmico convencional, outra d a s vantagens do processo"
consiste na diminuição d o ciclo de c e m e n t a ç ã o , conforme está d e m o n s t r a d o na figura 86. \
Esta figura refere-se a o comportamento, n a c e m e n t a ç ã o g a s o s a , pelos dois processos, \ ^W$Ír' D e fato, a a ç ã o carburizante é devida principalmente a o cianeto d e sódio N a C N ativado
aos quais foi submetido u m aço c o m 0 , 1 5 % C , 3 , 5 % Ni e 0 , 7 5 % Cr. A c e m e n t a ç ã o foi efetu- ) i$^i>calal!zado pela presença de sais alcalinos terrosos, c o m o d e bário, cálcio o u estrôncio:
a d a à temperatura d e 930°C e o potencial d e carbono foi d e 1 , 1 5 % C . j
O gráfico da figura permite verificar q u e , n a temperatura m e n c i o n a d a para, por exemplo, i f | | f ! { 2 N a C N + B a C I 2 -> B a ( C N ) 2 + 2 N a C I .
0,51 m m de espessura d a c a m a d a c e m e n t a d a , h o u v e u m a redução d e t e m p o no processo
"metanol-acetato d e etila", e m relação a o processo "gás endotérmico" d e 3 0 min. ou 2 7 % ; , A s principais vantagens d a c e m e n t a ç ã o líquida sao as seguintes*701:
para u m a espessura d e 2,0 m m , a e c o n o m i a d o t e m p o foi de 9 5 minutos, ou 9 % . \
K'ir- rapidez d e operação, permitindo a obtenção de apreciáveis profundidades d e penetra-
í p ^ ã o , . e m t e m p o relativamente curto;
2.4.3. Cementação líquida - É realizada m a n t e n d o o aço à temperatura acima de A c , n u m banho
de sal fundido, c o m composição adequada para promover o enriquecimento superficial de carbono. ^â':-- supressão d o t e m p o gasto para pré-aquecimento d a s p e ç a s , as quais entram direta-
O s banhos carburizantes líquidos apresentam as composições indicadas n a Tabela 1 e'69'. J S M I n e n t e e m contato c o m a m a s s a líquida, à temperatura desta, n ã o necessitando m a i s d o q u e
C o m o se v ê pela análise da Tabela, consideram-se geralmente dois tipos d e b a n h o s para i ^ 3 S | o u o o s minutos para atingir a temperatura d o banho;
c e m e n t a ç ã o líquida: aqueles para c a m a d a s d e p e q u e n a profundidade e aqueles para c a m a - . proteção efetiva contra oxidação e descarbonetação;
das de grande profundidade. H á u m a superposição de composição d o b a n h o para os dois i •"' - - facilidade d e colocar as peças n o interior do b a n h o , s u s p e n s a s por g a n c h o s o u e m
tipos de c a m a d a s . E m geral, u m tipo de b a n h o se distingue do outro m a i s pela temperatura ^ í l í ^ S p e s t a s especiais;
d e operação do q u e pela composição, d e m o d o q u e as expressões "baixa temperatura" e -í'Ç-,V.Í V " - supressão d a limpeza posterior, salvo no caso da têmpera e m óleo; no caso da t ê m p e r a
"alta temperatura" s ã o preferidas. * r t si ' direta, não h á qualquer vestígio d e casca d e óxido;
S r e ^ ^ ^ r - maior controle d a profundidade d e penetração;
O s banhos de baixa temperatura são c o m u m e n t e operados entre a s temperaturas de
840° a 900°C, e m b o r a para certos efeitos específicos, essa faixa d e temperatura seja, algu-J a B y i j p l K i possibilidade d e operação contínua, pela colocação ou retirada das peças, enquanto
m a s vezes, estendida d e 790° a 915°C. C o m o s b a n h o s para operação e m baixa temperatu- doutras estão e m tratamento;
ra, a espessura d a s c a m a d a s cementadas varia d e 0,08 a 0,8 m m < 6 9 ) . ' l á s é ^ S * - menor possibilidade de e m p e n a m e n t o ;
O mecanismo da cementação c o m os b a n h o s d e baixa temperatura é complexo, devido «^«ííMÚv- - maior facilidade de produzir-se c e m e n t a ç ã o localizada.
a o n ú m e r o de produtos finais e intermediários q u e se f o r m a m , entre o s quais, h á os seguin-
tes'69': carbonatos alcalinos ( N a 2 C 0 3 ou K 2 C 0 3 ) , nitrogénio, m o n ó x i d o d e carbono, hidróxido '3Èâ%Êlí$*~ A l g u m a s d a s considerações d e o r d e m geral q u e p o d e r i a m ser feitas a respeito d e
' á ^ ^ ^ ; c e m e n t a ç ã o líquida são as seguintes:
d e carbono, cianamidas ( N a 2 C N 2 ou B a C N 2 ) e cianeto ( N a N C O ) .
A l g u m a s d a s reações s ã o as seguintes:
- os b a n h o s líquidos d e c e m e n t a ç ã o d e v e m ter u m a cobertura, a qual p o d e ser obtida pela
.{adição de grafita d e baixo teor e m sílica n o b a n h o fundido;
2NaCN Na2CN2 + C
2 N a C N + 0 2 ±* 2 N a N C O - as peças d e v e m ser introduzidas limpas e secas;
v- - os fornos exigem exaustão, visto q u e cianetos, a aftas temperaturas, são v e n e n o s o s ;
ou
j ; - - - do m e s m o m o d o e pelos m e s m o s motivos, deve-se evitar contato d e sais d e cianeto c o m
M a C N + C 0 2 ±s N a N C O + C O
Í^USEácidos, visto desprender-se ácido cianídrico;
A primeira e a terceira reação são, pelo m e n o s parcialmente reversíveis. A s reações q u e SJpêfPSi 1 ' - deve-se evitar, a p ó s a c e m e n t a ç ã o líquida, resfriamento a o ar, porque a película d e sal
p r o d u z e m seja C O o u C s ã o benéficas para obtenção da desejada c a m a d a c e m e n t a d a , 5|§fefK||tíiderente à s p e ç a s n ã o a s protege suficientemente, p o d e n d o ocorrer o x i d a ç ã o o u
c o m o por exemplo: 'fp&|0ftçjescarbonetação;
? f c K p ¥ 3 - "d e Preferência, deve-se empregar, c o m o meio de resfriamento, salmoura c o m 1 0 % a
3 F e + 2 C O _» F e 3 C + C 0 2 sfe'. ; Í<gi15% de cloreto d e sódio, ou, no caso d e óleos, utilizar óleos minerais puros ou óleo especial
e S-^i^í^fjara têmpera;
3 F e + C -» F e 3 C - o resfriamento e m á g u a provoca o desprendimento fàcii e completo d e qualquer sai
.;|p||p|jàderente, facilitando a lavagem posterior; n o caso d e rssíriaxnênin e m Sso, c o n v é m , a p ó s o
O s banhos de alta temperatura, operados a temperatura entre 9 0 0 " e 955°C, p r o m o v e m \rno, lavar a s p e ç a s e m á g u a quente;
c a m a d a s c e m e n t a d a s d e maior profundidade - entre 0,5 e 3,0 m m . O p e r a ç ã o e m tempera- W$ísfi<p- - no caso d e aços-liga, recomenda-se têmpera e m b a n h o d e sal quente a m a i s o u m e n o s
turas acima d e 950°C, entre 980° e 1035°C, resulta e m rápida penetração d e carbono, p o r é m -180°c-
a deterioraçãp do b a n h o , assim c o m o do equipamento, é g r a n d e m e n t e acelerada. gfâfeíS?'- Neste caso, entretanto, geralmente é necessário efetuar u m novo reaquecimento para
A principal reação, n a operação c o m b a n h o s d e alta temperatura é a seguinte*69': S S I $ n o v a têmpera, a qual, para prevenir a formação de austenita residual, deve ser levada a
| K r g | ê f e i t o a u m a temperatura mais baixa, d a o r d e m de 800°C.
Ba(CN)2 BaCN2 + C T t e S l R '-a profundidade d e cementação q u e p o d e ser obtida c o m b a n h o s d e sal varia c o m s u a

141
140
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

composição, c o m o t e m p o d e operação e c o m a temperatura d o b a n h o , podendo-se atingir, ? > v - P g 7 Tratamentos térmicos da cementação - O s aços depois d e submetidas à
e m 3 a 4 horas, cerca d e 1,5 m m . D e u m m o d o geral, os t e m p o s necessários são mais curtos _l & : cementação d e v e m ser temperados. Nesta operação, deve-se levar e m conta dois fatores
q u e nos outros processos d e c e m e n t a ç ã o . ''^t-r;-; '- •:• importantes:
- e m tempos mais curtos, 1 a 2 horas, obtém-se, c o m relativa facilidade, profundidade de £Jfpifi
.cementação de cerca d e 0,5 m m , apresentando u m teor de carbono d e 0 , 7 0 % a 1,00%, c o m apro- fi0S ^' . a o p e r a ç ã o d e -cementação muito prolongada desenvolve u m a granulação muito
ximadamente 0,2% d e nitrogénio, este último concentrado principalmente n a superfície do aço. grosseira;
. o aço c e m e n t a d o apresenta d u a s secções distintas: u m a superfície d e alto carbono,
2.5. Cementação sob vácudn) - N e s s e processo, as peças s ã o aquecidas à temperatura ' S p t e ^ acima d a c o m p o s i ç ã o eutetóide g e r a l m e n t e , c o m e x c e l e n t e s características d e
dentro da faixa d e 8 4 5 ° a 1040°C, n u m a c â m a r a o n d e se produz v á c u o , s e n d o submetidas à ;:
jemperabilida.de; e u m núcleo d e baixo carbono. Entre a s d u a s h á u m a z o n a d e transição
ação de gás d e hidrooarbono e, e m seguida, resfriadas e m óleo o u á g u a . "\ - S gradual. N a realidade, pois, o aço apresenta d u a s temperaturas criticas distintas.
O processo c o m p r e e n d e quatro etapas: •
ft- A figura 8 7 adaptada do "Metals Handbook"! 7 2 1 esquematiza o s vários tratamentos térmi-
• estágio de aquecimento e permanência à temperatura de cementação, c o m o q u e se • ; c c s a que os a ç o s c o m e n t a d o s p o d e m ser submetidos:
garante q u e a temperatura fique uniformizada através de toda a s e c ç ã o d o aço; -fr O s referidos tratamentos p o d e m ser resumidos da seguinte maneira:
• estágio de aumento do teor de carbono da austenita. Nesta etapa, a c â m a r a d e vácuo
é preenchida, s o b pressão parcial, c o m m e t a n a o u propana o u u m a mistura de gases de - Têmpera direta (E e F) - S o m e n t e é r e c o m e n d a d a para a ç o s d e granulação fina o u n o
hidrocarbonetos. A transferência do carbono ocorre pela dissociação d o hidrocarboneto ga- ;3çaso já peças c e m e n t a d a s e m b a n h o s d e sal, visto que o t e m p o d e permanência à tempera-
soso sobre a superfície d o aço, ocorrendo absorção direta d o c a r b o n o pela austenita e íSfiira-de c e m e n t a ç ã o foi mais curto, n ã o d a n d o oportunidade d e crescimento exagerado d o
liberação d o hidrogénio, s e g u n d o as seguintes reações: grão. Favorece a retenção da austenita (tratamento E) d a c a m a d a cementada, a qual p o d e ,
sentretanto, ser reduzida, por têmpera posterior logo acima d a z o n a crítica (tratamento F).
CHt + F e -»Fe(C) + 2 H 2 o u
(metana)
C 3 H a + 3 F e -> 3Fe(C) + 4 H 2
(propana)

É necessária u m a pressão parcial m í n i m a d o gás, para garantir rápida carbonetação da


austenita.

• estágio de difusão, em que ocorre a difusão gradual d o carbono e m direção a o núcleo


do aço, d e m o d o a ter-se u m a transição m a i s gradual superfície/núcleo; este estágio é rea-
lizado c o m vácuo correspondente a 0,5 a 1,0 torr (67 a 135 k P a ) , à m e s m a temperatura d a
cementação;
• estágio de resfriamento em óleo; esse resfriamento é direto, q u a n d o n ã o há necessida-
de de u m a etapa d e reaquecimento e n ã o s e exige operação adicional d e usinagem. S e a
cementação for realizada a u m a temperatura mais elevada q u e a n o r m a l m e n t e empregada,
c o m as atmosferas convencionais de-cementação, é conveniente resfriar a u m a temperatura
mais baixa, estabilizar o aço a essa temperatura antes da têmpera. O reaquecimento consis- i' Fig. 87 - Representação esquemática dos vários tratamentos de têmpera para os aços cementados.
te geralmente e m levar a temperatura entre 790° e 845°C, seguido d e resfriamento e m óleo.
- Têmpera simples (A, B e C) - Consiste e m têmpera, depois das peças cementadas terem
O processo d e c e m e n t a ç ã o a vácuo, s e b e m especificado e controlado, oferece u m a ^resfriado ao ar. O tratamento A aplica-se a aços de granulação fina, não refinando o núcleo. O
excelente uniformidade e precisão n a o p e r a ç ã o , tornando-o muito conveniente n a ^tratamento B permite refino parcial do núcleo, tomando-o mais resistente e tenaz. O tratamento C
cementação de a ç o s c o m alto teor d e elementos d e liga, assim c o m o d o s aços c o m teor ftéfina completamente o núcleo, m a s favorece o crescimento do grão d a c a m a d a cementada e
m o d e r a d o d e elementos de.liga. yjfãvarece igualmente a retenção da austenita e m aços de alto teor e m liga, o que pode reduzir
^ligeiramente a dureza da c a m a d a cementada. Por outro lado, favorece a dissolução de carbonetos.'
2.6. Cementação a ionplasmá7'1'1 - Este é basicamente u m processo d e cementação à - Têmpera dupla (D e F) - A p ó s a primeira têmpera, realizada d a temperatura d e
vácuo, e m q u e se utiliza a tecnologia de descarga incandescente q u e introduz íons contendo austenitização d o núcleo, para refiná-lo tempera-se novamente d e u m a temperatura logo aci-
carbono n a superfície d o aço, d e m o d o a ocorrer, e m seguida, difusão d o carbono e m dire- -- m a da temperatura critica da periferia. Promove-se não s ó o s e u refino c o m o Feduz-se a o
ção ao núcleo. O processo aumenta a velocidade d e carbonetação, além d e permitir a utili- mínimo a retenção d a austenita, evitando-se entre outros inconvenientes, pontos m o l e s n a
zação de temperaturas mais elevadas, visto q u e o processo é realizado e m vácuo isento d e • camada c e m e n t a d a . Alia-se, assim, à grande dureza da c a m a d a cementada, u m núcleo muito
oxigénio. C o m a velocidade maior de carbonetação, consegue-se, por exemplo, a u m a tem- tenaz. Indicado tanto para aços d e granulação grosseira (tratamento D ) c o m o de granulação
peratura d e 1050°C, u m a espessura c e m e n t a d a superficial d e 1 m m e m a p e n a s 10 minutos, .fina (tratamento F).
a partir d o plasma d a m e t a n a . A operação é realizada n u m forno especial, utilizando-se gás
m e t a n a ou propana para a fonte de carbono, a pressão subatmosférica. N ã o há, portanto, N ã o se faz geralmente o revenido n o s aços cementados. S e , entretanto, o m e s m o for
necessidade d e equipamento para gerar atmosfera, o que reduz o custo d a operação. Jiecessário para aliviar as tensões residuais d a têmpera o u a u m e n t a r a resistência à
Aços £ FERROS FUNDIDOS

fissuração durante a ratificação posterior d a s p e ç a s c e m e n t a d a s , faz-se o revenido a baixa


temperatura, geralmente entre 160°C e 200°C.

a Nitretação - A nitretação é u m tratamento d e endurecimento superficial e m q u e se


introduz superficialmente n o aço, até u m a certa profundidade, nitrogénio, s o b a ação d e u m
ambiente nitrogenoso, a u m a temperatura determinada.
A nitretação é realizada c o m os seguintes objefrvos:

- obtenção d e elevada dureza superficial;


- aumento d a resistência ao desgaste e d a resistência à escoriação;
- aumento da resistência à fadiga;
- melhora da resistência à corrosão;
- melhora da resistência superficial a o calor, até temperaturas correspondentes às de
nitretação.

Alguns dos característicos do processo são:

- temperatura d e tratamento inferior à crítica - compreendida n a faixa d e 500° a 575°C;


- e m consequência, as peças são m e n o s suscetíveis a e m p e n a m e n t o ou distorção;
- não há necessidade d e qualquer tratamento térmico posterior à nitretação, o q u e t a m b é m
contribui para reduzir a o mínimo as probabilidades d e e m p e n a m e n t o o u distorção das peças.

A razão fundamental d o aumento da resistência à fadiga dos a ç o s nitretados deve-se ao


fato de q u e o processo introduz tensões residuais d e compressão n a superfície do aço, além
d a c a m a d a nitretada possuir elevada resistência mecânica.
A figura 88 1 7 3 1 mostra o efeito da nitretação líquida na resistência à fadiga de u m aço
normal DIN 14, ao C r M o V , contendo 0,14C, í,5Cr, 0,90Mo e 0.25V.
A s curvas A e C referem-se ao aço t e m p e r a d o e revenido e n ã o nitretado; as curvas B e D
referem-se ao aço nitretado. O s corpos d e prova A e B extraídos d e s s e aço e que d e r a m
origem aos ensaios n ã o apresentam entalhe; o s corpos de prova C e D apresentaram enta-
lhe. Esse fato c o m p r o v a ainda que a nitretação supera o efeito prejudicial d o entalhe.
A nitretação p o d e ser realizada através d e três processos: a nitretação a gás, a nitretação
líquida ou e m b a n h o d e sal e ionitretação.

3.1. Nitretação a gás - É este o processo clássico, consistindo e m s u b m e t e r as peças a


s e r e m nitretadas à a ç ã o d e u m meio g a s o s o contendo nitrogénio, geralmente amónia, à
temperatura determinada. N e s s e processo, a difusão de nitrogénio é muito lenta, de m o d o
q u e a operação é muito d e m o r a d a , durando à s v e z e s cerca de 9 0 horas. Geralmente o t e m p o
varia de 48 a 7 2 horas. M e s m o c o m os t e m p o s m a i s longos, a espessura d a c a m a d a nitretada
é inferior à da c a m a d a c e m e n t a d a , dificilmente ultrapassando 0,8 m m , c o m o pode ser visto
pela curva da figura 89p4K
A dureza superficial obtida é da o r d e m d e 1.000 a 1.100 Vickers ( c o m 10kg de carga),
muito superior à obtida n a cementação. A profundidade da c a m a d a e a c h a m a d a " c a m a d a
branca 1 ' d e p e n d e m d a velocidade d e dissociação d a amónia (que por s u a v e z d e p e n d e da
velocidade do fluxo d e amónia) e da temperatura d o forno, além d e t e m p o , c o m o se viu.
A amónia, no processo, d e c o m p õ e - s e parcialmente e m nitrogénio d e acordo c o m a se-
guinte reação:

2NH3->2N + 3H2

O nitrogénio afjvo produzido combina-se parcialmente c o m o s elementos de liga do aço


formando nitretos c o m p l e x o s de elevada dureza.
O processo clássico d e nitretação apresenta, entretanto, alguns inconvenientes, entre os
quais o mais importante é o crescimento d o material q u e ele produz; e s s e crescimento, q u e

144
.ACOSE FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

d e p e n d e principalmente d o t e m p o - o qual constitui u m dos outros inconvenientes - e da 3.2. Nitretação líquida ou em banho de sal - Trata-se de u m processo de nitretação d e
temperatura, é constante s o b as m e s m a s condições. Assim s e n d o , depois d e determinado desenvolvimento relativamente recente, q u e .permite, e m t e m p o muito mais curto q u e a
para u m a dada peça d e u m aço de composição conhecida, pode ser descontado convenien- nitretação convencional ou clássica, obter superfícies muito resistentes a o desgaste, s e m ten-
temente na usinagem prévia d a peça ou p o d e ser removido pela retificação do material dência ao engripamento, de alto limite d e fadiga e elevada resistência à corrosão atmosférica.
depois de nitretado. Além disso, a o contrário da nitretação a gás q u e exige aços especiais para a obtenção d e
C o m o se verá e m outro capítulo, os a ç o s para nitretação a gás s ã o aços-liga, contendo melhores resultados, a nitretação líquida p o d e ser realizada e m aços c o m u n s , d e baixo
alumínio, cromo, vanádio e molibdênio, porque tais elementos f o r m a m nitretos que p e r m a - carbono, c o m o por exemplo S A E 1 0 1 5 n .
n e c e m estáveis às temperaturas de nitretação, a l é m d e exercerem outras influências b e n é - A faixa d e temperatura é aproximadamente a m e s m a q u e é utilizada na nitretação a g á s ,
ficas, c o m o oportunamente será estudado. ou seja entre 5 0 0 ° a 575°C. C o m o n a c e m e n t a ç ã o e m banho d e sal e na cianetação - a ser
Esse aços d e v e m , antes da nitretação, ser submetidos a u m tratamento térmico de têm- estudada mais adiante - o meio líquido é cianeto fundido. P o r é m , a o contrário desses dois
pera e revenido. A temperatura de revenido é muito importante: ela d e v e ser o suficientemen- processos, a nitretação líquida, além d e ser realizada a temperaturas b e m inferiores, adicio-
te elevada para garantir estabilidade estrutural à temperatura d e nitretação. A temperatura na à superfície d o aço mais nitrogénio e m e n o s carbono.
d e revenido m í n i m a é geralmente pelo m e n o s 30°C superior à temperatura m á x i m a utilizada D e u m m o d o geral, as aplicações d e nitretação a gás e de nitretação líquida são semelhantes.
n a nitretação*751. Pode-se preferir a nitretação a gás, q u a n d o se deseja c a m a d a s nitretadas mais profundas*761.
C o m o as peças d e aço a serem nitretadas d e v e m t a m b é m sofrer u m a usinagem prévia, U m banho comercial típico para nitretação líquida é constituído d e u m a mistura de sais d e
pode-se resumir o s diversos tratamentos - térmicos e de u s i n a g e m d a s peças a serem sódio e potássio, o s primeiros de 60 a 7 0 % e m peso da mistura total e os segundos de 3 0 a 4 0 % .
nitretadas - da seguinte maneira: O sais d e sódio consistem de*76':
- 96,5% N a C N
- antes da nitretação, o aço é temperado e revenido (entre 600°C e 700°C), de m o d o a - 2,5% Na2C03
produzir estrutura sorbítica; - 0,5% NaCNO
- e m seguida procede-se à usinagem inicial, q u e p o d e consistir n u m a r e m o ç ã o de mate- O s sais d e potássio consistem de:
rial d e 0,8 a 1,0 m m d e espessura; -96,0% K C N
- e m peças de forma delicada, procede-se a n o v o revenido (500°C a 600°C), para elimi- - 0,6% K2C03
nar as tensões de u s i n a g e m e outros tipos d e tensões; - 0,75% K C N O
- e m seguida procede-se à usinagem para conferir às peças suas d i m e n s õ e s definitivas, - 0,5% KCI
c o m remoção de material d a o r d e m de 0,03 a 0,05 m m ;
- as peças estão agora e m condições d e s e r e m nitretadas; U m outro b a n h o - utilizado na nitretação d e aços para ferramentas - apresenta a seguinte
- finalmente, a p ó s a nitretação, procede-se à retificação final, d e m o d o a conferir as di- composição*76':
m e n s õ e s definitivas, dentro das tolerâncias especificadas, e ao polimento, se desejado.
NaCN 30,0% m á x .
A nitretação a gás p o d e ser realizada e m "estágio simples" ou "estágio duplo" (7S) . N o está- Na2C03ou K2C03 25,0% m á x .
gio simples, a faixa d e temperaturas é de 4 9 5 ° a 525°C e a proporção d e dissociação d e Outros ingredientes ativos 4,0% m á x .
a m ó n i a varia de 15 a 3 0 % . E s s e processo produz u m a c a m a d a superficial rica e m nitrogénio Umidade 2,0% m á x .
e frágil, conhecida c o m o " c a m a d a nitretada branca". KCI restante
N o estágio duplo obtém-se u m a redução d a espessura da c a m a d a nitretada branca. N e s -
te processo, a temperatura p o d e ser a m e s m a d o primeiro estágio ou p o d e ser elevada até A relação entre cianeto e cianato é crítica, sendo o cianato o principal responsável pela
565°C e a proporção d e dissociação d e a m ó n i a é a u m e n t a d a para 6 5 a 8 5 % (preferivelmente ação de nitretação. D e fato, este cianato - às temperaturas d e nitretação - d e c o m p õ e - s e ,
80 a 8 5 % ) . liberando carbono e nitrogénio, os quais, c o m o se sabe, se caracterizam por difundir-se n o
N a prática não h á v a n t a g e m de utilizar-se o s e g u n d o estágio, a n ã o ser pela redução do ferro. Entretanto, às temperaturas d o tratamento, s o m e n t e o nitrogénio é mais ativo n e s s a
c o n s u m o de a m ó n i a por hora, ou a não ser q u e a quantidade de c a m a d a branca superficial ação de difusão, resultando nitretos e m maior quantidade d o q u e carbonetos. D e qualquer
seja inconveniente ou ainda a não ser q u e a quantidade de a c a b a m e n t o necessário após a m o d o , os nitretos e carbonetos - e m princípio o F e N e o F e 3 C - f o r m a m u m a faixa ou c a m a d a
nitretação seja muito reduzida. branca h o m o g é n e a c h a m a d a "zona d e compostos" q u e p o d e atingir u m a espessura d e
U m exemplo prático d e ciclo necessário para nitretar a gás à profundidade de 0,2 m m de 0,005 a 0,015 m m , conforme o t e m p o d e operação q u e , por s u a v e z varia d e 6 0 a 1 8 0
engrenagens de coroa (peso d e cada peça 5,3 K g ) , e m forno elétrico convencional intermi- minutos geralmente (figs. 90 e 91J*77)*78'.
tente tipo sino é apresentado a seguir175': Essa faixa, ainda q u e não apresente dureza muito elevada, é d e alta resistência a o d e s -
gaste, além d e caracterizar-se por grande resistência ao engripamento, propriedade q u e a
- - purgar c o m a m ó n i a 1,5h c a m a d a nitretada c o m u m obtida no processo clássico não possui. Outro seu característico é
- aquecer a 525°C 3,0h apreciável resistência à corrosão.
- nitretar a 525°C ( 4 0 % d e dissociação) 32,0h O nitrogénio, além de formar nitreto d e ferro, difunde-se para o interior do aço, c o m o já se
- purgar c o m a m ó n i a e resfriar 2,0h mencionou, f o r m a n d o u m a s e g u n d a faixa, c h a m a d a "zona d e difusão" (fig. 90). O efeito d o
- purgar c o m ar e resfriar continuamente 1,5h nitrogénio n e s s a z o n a de difusão d e p e n d e do tipo de aço; n o s aços c o m u n s , f o r m a m - s e
Total 40,0h segregações aciculares de F e 4 N , q u e entretanto, não influem n a dureza. S e , por outro lado,

n A nitretação líquida é também conhecida com o nome de "nitretação tenaz". C)A nitretação líquida é conhecida também com o nome de "nitretação tenaz".

146 147
Aços E FERROS FUNDIDOS
TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

o aço contém elementos d e liga, c o m o c r o m o , alumínio, tungsténio, vanádio, etc, capazes


A s figuras 9 2 , 9 3 e 94 ( 7 7 ) ( 7 8 ) permitem verificaras propriedades d e resistência a o desgaste
d e formar nitretos especiais, a dureza a u m e n t a consideravelmente, devido à precipitação de
resistência à fadiga de aço d e baixo carbono submetido à "nitretação e m banho d e sal".
partículas muito finas d e nitretos. O efeito m a i s importante, entretanto, d e s s a faixa d e difu-
• o característico d e alta resistência à fadiga t o m a os a ç o s nitretados pelo processo d e
s ã o d e nitrogénio é o a u m e n t o apreciável d a resistência à fadiga, aparentemente porque os
"nitretação e m banho- de sal" d e grande e m p r e g o na indústria automobilística, e m p e ç a s
nitretos formados bloqueiam, por assim dizer, qualquer deformação d o s cristais de ferro,
c o m o braços d e direções, virabrequins, anéis, pinhões, e n g r e n a g e n s , etc.
elevando os valores d o limite d e e s c o a m e n t o e, portanto, do limite d e fadiga d o material.
E m resumo, a "nitretação e m b a n h o d e sal" caracteriza-se pelos seguintes pontos básicos:
- utilização d e u m banho de sal constituído essencialmente d e cianeto e cianato d e potás-
sio ou sódio;
% 5m i - a temperatura d e tratamento varia d e 500°C a 560°C;
c - o t e m p o normal d e operação é d e d u a s horas;
N cornpoilds*' "
•n 2 OiHsrxrs?:;-
n
\av~ : -r- • sor.-:: :

<4f

1 "H

•y.
Zona de 0 1 a 3 . 4 5
difusão Duração do desgaste e m hs.

Distancia da superfície externa Fig. 92 - Resultados comparativos obtidos e m ensaios de desgaste aos quais foram submetidos corpos
de prova de aço e m banho de sal durante 90 minutos.

Fig. 90 - Penetração do carbono e do nitrogénio na superfície de aço c o m 0,15% C


m
submetida à nitretação líquida. 51 -
49--

CD 4 3 -
í?:-'-v •
41 •
O 39._
37 -

s io* s 10*
N a d e flexões alternadas
5 ia
Horas Fig. 93 - Gráfico demonstrativo do aumento do limite de fadiga, obtido e m aços de carbono 0,15%,
submetidos à nitretação líquida.Acurva base corresponde a aço não tratado, o qual, submetido
a u m a carga de 25 kgf/mm 2 (250 M P a ) , rompeu depois de 10 milhões de flexões alternadas;
a curva (1) corresponde a aço nitretado a 600°C, durante 30 min e esfriado e m salmoura; a
Fig. 91 - Profundidade de nitretação obtida e m alguns aços submetidos à nitretação líquida a 570°C.
curva (2), a aço nitretado a 570°C, durante 90 min e esfriado ao ar; finalmente, a curva (4),
Nota-se a influência do teor de carbono: a profundidade de penetração é tanto menor, quanto
a aço nitretado a 570°C, durante 90 min, e esfriado em salmoura. Nota-se a vantagem
maior o teor de carbono.
do esfriamento e m salmoura, após a nitretação.

148
149
17"""
ACOSE FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS
Ah.

- os aços q u e p o d e m ser submetidos à "nitretação e m b a n h o d e sai" são tanto aços-


carbono c o m u n s , d e baixo carbono c o m o aços-liga especiais;
- admfte-se q u e insuflando o banho d e sal c o m bolhas finas d e ar, aumenta-se o limite de
fadiga do aço nitretado;
- depois d o tratamento, resfria-se ao ar, ou m a i s rapidamente e m salmoura, c o m o obje-
tivo de manter o nitrogénio e m solução, garantindo-se assim o limite d e fadiga. É preciso
cuidado, entretanto, para evitar e m p e n a m e n t o s d a s peças;
- além dos aço c o m u n s ou especiais, entre o s quais os inoxidáveis, p o d e m ser submeti-
d o s à "nitretação e m b a n h o de saí", os ferros fundidos.

3.3. Nitretação líquida sob pressão - Nesta variação do processo d e nitretação líquida, •li--
a m ó n i a líquida é introduzida n u m a retorta, pelo fundo, contendo u m b a n h o de cianeto-
st
cianato(70). O b a n h o é v e d a d o e mantido s o b pressão de 1 a 3 atmosferas. A amónia flui
verticalmente através d o b a n h o e a porcentagem d e nitrogénio nascente no b a n h o é contro-
lada pelo e m p r e g o d e u m a velocidade do fluxo d e a m ó n i a entre 0,6 a 1 nvYh, o que resulta .
n u m a dissociação d a a m ó n i a de 15 a 3 0 % .
A média d e duração d o ciclo de nitretação é d e 2 4 horas, p o r é m h á ciclos q u e variam de
4 a 7 2 horas. A espessura d a c a m a d a nitretada d e p e n d e do t e m p o e d a temperatura.

3.4. lonitretação ou Plasmanitretação - Este processo utiliza a tecnologia da descarga THMPO DE OPERAÇÃO, h
Mi?™
incandescente q u e introduz nitrogénio nascente n a superfície do a ç o . Para formar u m plas-
Fig. 95 - Influência da nitretação iônica sobre a velocidade de formação da camada nitretada.
m a no vácuo, e m p r e g a - s e energia elétrica d e alta voltagem - entre 5 0 0 e 1 0 0 0 V - de m o d o
a excitar o gás e ionizá-lo, resultando n u m brilho ou n a incandescência. Através do plasma,
íons de nitrogénio s ã o acelerados c o m o objetivo d e bombardear a superfície do aço, ocor- A s peças a s e r e m nitretadas por esse processo são colocadas n o interior de u m a c â m a r a
rendo absorção d o nitrogénio e difusão e m direção ao núcleo. simples, que constitui o forno de nitretação e q u e não p o s s u e m elementos de aquecimento.
: Essa técnica aplicada quando o processo foi desenvolvido foi substituída no m o m e n t o presen-
te pela utilização d e elementos de aquecimento, geralmente resistências q u e elevam a carga
às temperaturas d e nitretação - 375" a 650°C, antes da descarga incandescente'80'. Durante o
aquecimento, a pressão é a u m e n t a d a , evitando-se, assim, q u e o feixe incandescente n ã o
fique muito espesso d e m o d o a causar superaquecimento. A seguir, o gás de processamento
é admitido a u m a determinada velocidade d e fluxo, conforme a área superficial da carga.
A pressão é regulada na faixa de 1 a 10 torr. O gás d e processamento é geralmente u m a
/ mistura de nitrogénio, hidrogénio e, às vezes, pequenas quantidades de metana.
T3 /•«.^ A s peças ficam isoladas eletricamente das paredes da c â m a r a , paredes essas q u e c o n s -
cd tituem o â n o d o . A s peças propriamente ditas, sob vácuo, constituem o cátodo.
c

/
<D / A ionriretação apresenta e m relação à nitretação a gás, a vantagem d e obter-se maior controle
^ 4 5 do suprimento d e nitrogénio e a desvantagem de poder ocasionar superaquecimento localizado.
cd Aplica-se e m c o m p o n e n t e s de aço-liga e ferro fundido q u e exigem resistência a o d e s g a s -
o
íctí te, c o m o e n g r e n a g e n s , virabrequins, camisas de cilindro, pistões, etc.

/
x
CD A figura 95( 81 ) mostra a maior velocidade de f o r m a ç ã o d a c a m a d a nitretada pela
^ 40 •nitretação iônica. Sobretudo nos primeiros estágios do processo.
-<d
a T A B E L A 17

f
O) Composição das c a m a d a s cianetadas e cementadas
CD
rr
Cianetação a 850°C Cementação líquida a 925"C
Profundidade Aço S A E 1 0 2 0 - 3 0 % N a C N Aço S A E 3312-8% N a C N
1
em m m
%C %N %C %N
1
3 4 0,1 0,60 0,56 0,73 0,12
Horas 0,2 0,51 0,19 0,73 0,03
0,3 0,32 0,05 0,65 0,02
0,4 0,26 0,02 0,55 0,01
R g . 94- Curvas comparativas do limite de fadiga e m relação ao tempo, para aço nitretado pelo
0,5 0,19 0,01 0,48 0,01
processo gasoso c o m u m e para aço submetido à nitretação e m banho de sal. Verifica-se que,
pelo menos nas seis primeiras horas, os valores obtidos na nitretação e m banho de sal são 0,6 - - 0,35 0,01
superiores aos obtidos na nitretação clássica. 0,7 - - 0,25 -

150 151
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

m:.
lonitretado a 550"C, ah O tempo d e imersão n o banho varia d e 3 0 minutos a u m a hora, a espessura d a c a m a d a
N tratado a gás, 500'C, 36h ^ S f ^ á n e t a d a variando geralmente d e 0,10 a 0,30 m m .
" l i ? ? . ^ cianetação é apitada mais c o m u m e n t e e m aços-carbono d e baixo teor d e carbono, quan-
íiíS^Hn se deseja rapidamente u m a c a m a d a c o m dureza e resistência a o desgaste satisfatórias.
" ^ J » A c a m a d a cianetada c o m p õ e - s e d e d u a s z o n a s distintas: u m a , m a i s externa,
^martensítica; outra, m a i s interna, bainítica, apresentando teor m a i s baixo d e carbono.

5EB;-~ 5 Carbonitretação - A carb o nitretação é t a m b é m c h a m a d a d e "cianetação a g á s " ou


^ps^ítrcicaroonetaçâo" e consiste e m s u b m e t e r - s e o a ç o a u m a temperatura elevada -
^ n e r a i m e n t e a c i m a d a d e transformação - n u m a atmosfera g a s o s a q u e p o d e fornecer
^carbono e nitrogénio s i m u l t a n e a m e n t e , o s quais s ã o absorvidos pela superfície d o
fmètal-
" '.-Be fato, a carbo-nitretação é u m processo d e c e m e n t a ç ã o a g a s modificado: a modifica-
Wiò consiste e m se introduzir a m ó n i a n a atmosfera gasosa carburizante.
Números de ciclos alternados
" i & O s constituintes d a atmosfera utilizada n a carbonitretação s ã o o s seguintes'851:
a ? 1 I

Fig. 96 - Efeito da nitretação iônica, e m comparação c o m a nitretação a gás, sobre o limite de fadiga. •—gás endotérmico, produzido pela d e c o m p o s i ç ã o e m gerador endotérmico d e g á s natural
«-Sou; outro hidrocarboneto e q u e é essencialmente constituído d e u m a mistura d e nitrogénio,
t <« ^ríiSrogênio e C O , c o m traços d e m e t a n a , oxigénio, vapor d e á g u a e C O a ;
A figura 96<75> mostra a influencia d a nitretação iônica sobre o limite d a fadiga, e m c o m p a - : " p,.- gás natural, propana cu butana; e
ração c o m a nitretação a g á s . -amónia anidra (99,9% + d e pureza).

4. Cianetação - E s s e processo p o d e ser c o m p a r a d o à c e m e n t a ç ã o líquida já estudada, V: 0 primeiro é suprido n o forno e m v o l u m e suficiente para produzir u m a pressão positiva n a
c o m a diferença d e q u e nele o b a n h o líquido apresenta maior p o r c e n t a g e m d e cianeto, tâmara d e aquecimento, d e m o d o a impedir a penetração d e ar. Outra função é diluir os
resultando n u m a superfície mais rica e m nitrogénio e m e n o s rica e m carbono, c o m o ocorre S^-fasas mais ativos (hidrocarbonetos e amónia) d e m o d o a facilitar o controle d o processo.
II
n a cementação líquida. A cianetação é t a m b é m d e n o m i n a d a carbo-nitretação líquida. O segundo t e m c o m o função principal suprir o carbono necessário para carbonetar a
O aquecimento d o a ç o é feito acima d a temperatura crítica- A c , - e o resfriamento poste- Superfície d o a ç o .
>- I rior e m óleo, á g u a o u salmoura. Finalmente, o terceiro, por dissociação, forma nitrogénio nascente na superfície d o a ç o ,
Devido s u a maior eficiência e custo m a i s baixo, usa-se cianeto d e sódio, d e preferência p r o m o v e n d o a s u a nitretação.
a o d e potássio, e m teores variando d e 3 0 a 97%' S 2 >. O restante é constituído principalmente de "v- Pode-se dizer q u e , basicamente a s atmosferas utilizadas n a carbonetação são obtidas
N a 2 C 0 3 (40 a 2,3%) e N a C I (de 3 0 % a traços). Spela introdução d e 2 a 1 2 % d e a m ó n i a n u m a atmosfera carburizante.
Admite-se q u e o c o r r a m as seguintes reações' 831 : ^•A carbonitretação é levada a efeito a temperaturas geralmente entre 705° e 900°C la6) .
- -^Temperaturas m a i s baixas, c o m o 705° apresentam perigo d e explosão e d ã o c o m o resultado
- p a s s a g e m d o cianeto d e sódio a cianato d e sódio n a presença d e oxigénio d o a n 1 ^ c a m a d a s superficiais ricas e m nitrogénio e frágeis e núcleo d e baixa dureza, o q u e é incon-
2MaCN + 0 2 -»2NaCNO %*veniente para a maioria das aplicações.
- decomposição d o cianato d e sódio: *~ _ O objetivo principal d a carbonitretação é conferir a o aço u m a c a m a d a dura e resistente a o
4 N a C N O -> N a 2 C 0 3 + 2 N a C N + C O + 2 N ;í*-desgaste , c o m espessura variando geralmente d e 0,07 a 0,7 m m | B 5 ) . Por outro lado, u m a
- o nitrogénio f o r m a d o combina-se diretamente c o m o ferro; r^r camada carbonitretada apresenta melhor temperabilidade q u e u m a c a m a d a c e m e n t a d a , d e
- o C O , e m contato c o m o ferro, passa provavelmente a C 0 2 e a carbono ativo: i=~^rnodo que, por carbonitretação e têmpera subsequente, pode-se obter u m a c a m a d a dura a
2CO-^ C 0 2 + C ícusto mais baixo, dentro d a faixa d e espessura indicada, u s a n d o aço-carbono ou aço-liga d e
o qual é t a m b é m absorvido pelo metal, e m m e n o r quantidade, p o r é m , q u e n a cementação :baixe teor e m liga.
líquida, devido à interferência d o nitrogénio; §í' O s aços m a i s c o m u m e n t e carbonitretados incluem os tipos 1 0 0 0 , 1200, 1 3 0 0 , 4 0 0 0 ,
- reação d o cianeto d e sódio c o m o C O a originando-se mais cianato: |fÍ00, 4800, 5 1 0 0 , 6 1 0 0 , 8600 e 8 7 0 0 , c o m teores de carbono até 0 , 2 5 % . Entretanto, costu-
N a C N + C 0 2 -> M a C N O + C O •jna-se t a m b é m carbonitretar peças d e aço-carbono ou aço-liga, c o m teor d e carbono m é d i o ,
:Qbterrdc~se assim u m a c a m a d a fina d e maior dureza e maior resistência a o desgaste d o q u e
A Tabela 17 (3Í1 mostra a variação dos teores d e carbono e nitrogénio d a s c a m a d a s cianetadas 5£Í*à. que seria produzida a p e n a s pela têmpera.
e m comparação c o m a s c a m a d a s cementadas pelo processo d e c e m e n t a ç ã o líquida. - • A s anncações d a carborairetação s ã o mais limitadas q u e as d e c e m e n t a ç ã o , sobretudo
A velocidade s e g u n d o a qual se forma cianato q u e a seguir se d e c o m p õ e , deixando livres ííevido às limitações d a profundidade superficial endurecida. D e outro lado, a resistência d e
nitrogénio e carbono n a superfície do aço, determina a atividade d e endurecimento superfi- ^ u m a superfície carbonitretada a o amolecimento durante o revenido é muito superior à d e
cial d o b a n h o . u m a superfície c e m e n t a d a .
A faixa d e temperaturas d e operação d o s b a n h o s d e cianetação varia d e 760° a 870°C(8a|. fS? C o m o conclusão, pode-se dizer q u e a carbonitretação d e aços d e m e n o r custo resulta e m
A s temperaturas m a i s baixas diminuem as probabilidades d e e m p e n a m e n t o durante a têm- propriedades equivalentes às obtidas pela cementação a gás d e aços-liga.
pera subsequente; a s temperaturas mais elevadas contribuem para maior velocidade de yH^-v U m a aplicação m o d e r n a importante d a carbonitretação reside n o endurecimento superficial
penetração, além d e produzir u m núcleo completamente endurecido a p ó s a têmpera. Igsjde peças sinterizadas d e ferro elevada densidade (7,2 g/cm 3 ).

152 153
Aços E FERROS FUNDIDOS i -£;^£*'jT'.' TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

Finalizando, u m estudo de D A V I E S e SMITH' 8 7 1 chegou, entre outras, às seguintes conclu- ^ ' ~ ^ 0 processo formam-se duas c a m a d a s : a d e "ligação", contendo enxofre, sulfeto d e ferro
soes e m relação a o processo de carbonitretação: _11-~ çarèonitreto; a d e "difusão" q u e apresenta nitrogénio e m solução sólida no ferro alfa, quan-
t â f í H s t ' J 0 0 resfriamento é rápido, ou nitrato e m forma de agulhas, para resfriamento lento.
a) O nível d e adição d e amónia deve ser mantido relativamente baixo - e m tomo de 3 % aJlfiiSSí;
850°C, 6 % a 925°Ce 1 0 % a 950°C-para impedir a formação de porosidade abaixo da superfície; t i f ^ l t a Boretação - Por este processo, introduz-se na superfície do aço, por difusão, o ele-
b) Essa porosidade sub-superficial é mais suscetível d e aparecer nos aços acalmados É f f f | v ; - m e n t o boro, formando-se e m boreto d e ferro c o m dureza Vfckers d e 1.700 a 2.000 K g f / m m a .
c o m silício ou n o s efervescentes, de m o d o q u e tais aços exigem maior controle d a quantida--^|.:3ísfeo processo, d e desenvolvimento relativamente recente, e m p r e g a , normalmente, u m meio
de de amónia adicionada; í^§ÍJ®'só1ido d e u m granulado composto d e carboneto d e boro B 4 C e d e u m ativador, fluoreto duplo
c) N o s a ç o s a c a l m a d o s c o m alumínio, e n c r u a m e n t o prévio agrava a formação de WmÊIi^de boro e potássio. O carboneto d e boro fornece o metal para a boretação, enquanto o
porosidade sub-superficial; J--J ^ a d o r facilita e acelera a formação d a c a m a d a superficial dura e garante sua uniformidade.

reduz a quantidade d e carbono que é necessária para produzir-se a m á x i m a dureza superficial; jÇ


| §^fi§ífe[TO
d) O nitrogénio q u e é incorporado na superfície do aço durante o processo de carbonftretação.^§l^J: : r p o d e m ser tratados aços-carbono c o m u n s e aços-liga, d e baixo e alto teor, assim c o m o
fundido c o m u m e ferro fundido nodular.
e) O nitrogénio adicionado d u r a n t e o p r o c e s s o a u m e n t a s u b s t a n c i a l m e n t e a IftgffiÇí' O tratamento é levado a efeito e m f o m o s que permitam controle rigoroso de temperatura,
endurecibilidade d a c a m a d a carbonitretada e m aços doces; ^i.~J\o a s p e ç a s colocadas e m caixas (de aço resistente a o calor) envoltas pelo granulado d e
f) S o b o ponto d é vista d e endurecibilidade, a carbonitretação aparentemente oferece l ^ l i M l É o r e t a ç ã o . A temperatura d e tratamento varia d e 800 a 1.050°C; 900°C é a mais c o m u m ,
maiores vantagens q u e a cementação, n o endurecimento superficial d e secções s u p e r i o r e s t í g ^ g S í - rj tempo d e p e n d e d a espessura desejada d a c a m a d a boretada: a 900°C, por e x e m p l o u m
a 12,5 m m , a temperaturas d e 925°C, o q u e n ã o seria válido para secções m e n o r e s . x0^M^ aço S A E 1 0 4 5 , adquire, e m 4 horas, u m a c a m a d a c o m p o u c o mais d e 10Op d e espessura, a
-'.[""' 1-
qual supera 1 5 0 u e m 8 horas e atinge 2 0 0 u e m 12 horas.
5.1. Carbonitretação a plasma - E s s a técnica é, essencialmente, u m a variação do pro- J f p i f i ^ - ' o tratamento deve ser levado, a efeito e m condições tais q u e se forme d e preferência
cesso d e nitretação a plasma por descarga incandescente e apresenta, e m linhas gerais, as. ! | | ! 3 S i j r n a c a m a d a d e boreto de ferro d o tipo F e 2 B , cuja dureza, m e d i d a n a escala Vickers, alcança
seguintes vantagens: S Í | P S S í . 7 0 n a 2.000 k g f / m m 2 (16.680 a 19.620 M P a ) .
A alta dureza superficial d a c a m a d a boretada induz u m a excelente resistência a o desgas-
• n e n h u m a f u m a ç a tóxica ou produção d e resíduos; ^ S P l ® t e ao material.
• n e n h u m risco d e explosões; fiKSfí O aço boretado pode ser t e m p e r a d o e revenido.
• redução do t e m p o de processamento; ;|||:ir®|=;
• redução d o c o n s u m o d e energia; JstesíSx""
• redução d o c o n s u m o do gás de tratamento. :£^.^p$.-.''

É u m a técnica q u e tem tido aplicação importante e m auto-peças. t- -----

5.2. Carbonitretação ferrítica - Este processo distingue-se d a carbonitretação, por que |||jpfç?
enquanto esta última operação é realizada na faixa austenítica, a nitrocarbonitretação -4|ííl^>Si
ferrítica é levada a efeito n a faixa totalmente ferrítica, abaixo d e 675°C (S8) . ilfâSfS
Normalmente, o processo e m p r e g a atmosfera gasosa, constituída, por exemplo, de par- F~Q ,_
tes iguais de a m ó n i a e gás endotérmico o u 3 5 % d e amónia e 6 5 % d e g á s exotérmico refina- M^p^lÇ" 1 '
d o . O s t e m p o s d e tratamento variam de. u m a a cinco horas. . ^£*~=
O processo p o d e ser aplicado e m aços-carbono, aços inoxidáveis, aços para ferramen- ;||pf:Sí5"
tas e, inclusive, e m ferros fundidos. O s aços-carbono e os aços d e baixo teor e m liga reagem " fà3?v *
melhor ao tratamento. fftpflííft
Por esse tratamento, obtém-se b o a s características de resistência ao roçamento, pelo ^$ÈMff:"
fato d e criar-se n a superfície u m a .camada c o m p o s t a fina d e nitretos e carbonitretos d e ferro, .
a qual melhora igualmente as propriedades d e resistência à fadiga. E f í - *~

5.3. Sulfocarbonitretação gasosa - U m novo processo que poderia eventualmente subs-


tituir a nitretação g a s o s a ou e m b a n h o d e sal foi desenvolvida n a Europa' 891 . Consiste na
sulfocarbonitretação gasosa - ou processo S C N - que apresentaria, sobre os outros acima
mencionados, vantagens sob o ponto d e vista d e conferir aos aços tratados melhores carac- - j&Mrfí:.
terísticos d e engripamento, ao m e s m o t e m p o d e que os característicos d e atrito, desgaste e -.-gji^yf.
resistência à fadiga s ã o equivalentes. ^SS&Sêí
E m resumo, o processo consiste e m introduzir enxofre, além d o nitrogénio, e carbono.
O processo p o d e ser aplicado e m p e ç a s aço-carbono e aços-liga c o m baixo teor de ele- jptFv,-
mentos de liga q u e sofrem u m a grande solicitação e m atrito originado por deslizamento. fg?'vp
A temperatura r e c o m e n d a d a varia de 5 5 0 ° a 575°C, conseguindo-se c o m cerca d e duas ffêjfâjji&i.
horas, razoável profundidade da c a m a d a endurecida.

154 fei''*1 1S5


Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

1. Generalidades - O conhecimento d o s aspectos práticos d o s tratamentos térmicos ' O s primeiros - fornos intermitentes - apresentam, entre outras, a s seguintes variedades
d e a ç o s é essencial para a obtenção d o s m e l h o r e s resultados n a s operações d e trata-; mais importantes:
m e n t o . A prática d o s tratamentos, c o m o todas a s práticas metalúrgicas, tem evoluído
consideravelmente, d e s d e as é p o c a s heróicas, e m q u e se p r o d u z i a m a s f a m o s a s espa • fornos d e caixa
d a s d e D a m a s c o , até n o s s o s dias, e m q u e o s m a i s m o d e r n o s e sofisticados e q u i p a m e n - ' . fornos d e fundo móvel
tos e aparelhos d e controle são e m p r e g a d o s n a s diversas o p e r a ç õ e s . Ainda assim, tal- ' • f o m o s d e elevador
v e z aqui mais d o q u e e m qualquer outra técnica metalúrgica, o e q u i p a m e n t o m e s m o • fornos-sino
automático, não resolve todos os p r o b l e m a s . S ã o inúmeros o s c a s o s e m q u e ainda a arte 5 . forno-poço
e a experiência d o tratador térmico s ã o imprescindíveis na realização eficiente dos trata-
m e n t o s térmicos. Neste grupo p o d e m ser ainda incluídos os:
Q u a n d o , na d é c a d a d e 7 0 , ocorreu a crise d o petróleo, várias técnicas novas foram - ' • fornos d e b a n h o de sal
adotadas visando principalmente a e c o n o m i a d e energia, a l g u m a s d a s quais continuam e m • fornos a v á c u o
prática, por reduzir principalmente o custo d a s operações. ' fomos d e leito fluidizado
Entre elas p o d e m ser citadas as seguintes'81"90"31':

• utilização crescente d o leito fluidizado;


• e m p r e g o de mini-processadores e c o m p u t a d o r e s para controle d a operação de fomos
intermitentes ou linhas completas de produção, d e s d e as várias fases d o tratamento térmico,
até a inspeção, controle e e m b a l a g e m ;
• e m p r e g o d e recuperadores de calor. H á o exemplo de utilização d o fluxo de gás quente
proveniente de u m forno d e cementação para aquecer o forno d e revenido associado, c o m
u m a grande e c o n o m i a d e combustível;
• aplicação crescente das técnicas d e t ê m p e r a superficial por indução, raios laser e feixe
eletrônico;
• elevação, dentro d o s limites recomendáveis, d a s temperaturas d e tratamento, propici-
a n d o às vezes a redução d o ciclo de tratamento;
• e m p r e g o de polímeros liquefeitos, e m lugar d e óleos. •»r>

2. Equipamentos e acessórios - S ã o diversos e os mais variados o s recursos de q u e se Fig. 97 - Exemplos de ferramentas e dispositivos usados e m operações de tratamentos térmicos.
dispões para a realização eficiente das operações d o tratamento térmico, desde os disposi- Todos eles c o m p r e e n d e m u m a c â m a r a d e aço reforçada, c o m isolamento térmico, u m
tivos e ferramentas m a i s simples, até os equipamentos simples ou sofisticados, banhos de sistema térmico e aberturas para acesso às c â m a r a s de aquecimento.
resfriamento, atmosferas controladas, etc, para a produção seriada, dentro das mais rigoro- O s fornos intermitentes são geralmente e m p r e g a d o s para processar termicamente p e -
sas condições de controle das diferentes fases d e operação. quenos volumes d e peças, e m face de, n a maioria dos casos, c o n s u m i r e m muito t e m p o para
: carregar, descarregar e m a n u s e a r as p e ç a s e/ou bandejas contendo as m e s m a s . Por outro

2.1. Ferramentas e dispositivos manuais - T e n a z e s são ferramentas imprescindíveis para lado, seu e m p r e g o é r e c o m e n d a d o para tratar peças que não s e adaptam aos f o m o s contí-
serviços gerais, principalmente q u a n d o n ã o s e dispõe de equipamento automático. É conve- nuos ou para p e ç a s de grandes d i m e n s õ e s e e m casos e m q u e s e exige u m a larga faixa d e
niente possuir u m a coleção razoável d e tenazes d e diversos formatos e pesos que p o s s a m • ciclos de tratamento q u e p o s s a m ser rapidamente modificados.
1 -m4< prender e sustentar, seja por fechamento, seja por abertura, peças d e vários formatos. S u a N ã o cabe descrever nesta obra, e m pormenores, essas variedades de fomos intermiten-
Hf4»
construção deve ser tal q u e permita a p e n a s u m mínimo de contato c o m as peças. Normal- tes. Contudo, alguns dados serão apresentados a seguir:
m e n t e essas tenazes s ã o fabricadas de a ç o s c o m u n s de baixo carbono, d e m o d o a sofrer
p e q u e n a influência d a variação de temperatura durante o serviço. H á , contudo, tenazes e m • o forno caixa é o mais simples e c o m u m , consistindo d e u m caixa de aço reforçada,
q u e os cabos são feitos d e aços de alta resistência. .isolada termicamente, c o m várias entradas para combustível e atmosfera controlada ou
A l é m das tenazes, outro dispositivo d e grande utilidade é o g a n c h o , d e peso e conforma- contendo, no s e u interior, elementos elétricos d e aquecimento e d u a s portas, para carga e
ç ã o adequados, para permitir m o v i m e n t a ç ã o eficiente das peças n o interior dos f o m o s , nos descarga d o material a ser tratado; adapta-se b e m para instalações industriais e m q u e p o u -
b a n h o s de sal ou n o s b a n h o s de resfriamento. cas peças s ã o tratadas;
A figura 9 7 apresenta algumas variedades d e ferramentas e dispositivos e m p r e g a d o s por • o forno de fundo móvel é u m forno e m que seu fundo é rarrstruído n u m carro c e m
u m experiente temperador. isolamento térmico, o qual é movido para dentro e fora do forno propriamente dito, para
carga e descarga das peças;
2.2. Fornos - O s f o m o s e m p r e g a d o s e m tratamentos térmicos a b r a n g e m duas categorias • o forno tipo elevador é semelhante a o forno de fundo móvel; a diferença consiste n o fato
principais'32': que o fundo ou a soleira do forno carregado d e peças é levantado para entrar no forno, por
intermédio d e u m m e c a n i s m o mecânico ou elétrico;
• fornos intermitentes • o forno-sino s ã o os que p o s s u e m retortas ou coberturas q u e são abaixadas rias soleiras
• fornos contínuos carrregadas d e peça;

158 159
ACOSE FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

• o fomo-poço ê u m forno e m q u e a c â m a r a d e aquecimento propriamente dita esta FORÇA


situada n u m poço q u e s e estende até o nível d o solo ou ligeiramente a c i m a e u m a cobertura
q u e s e estende para c i m a a partir do nível d o solo.

A figura 9 8 ilustra u m d o s tipos desses f o m o s - p o ç o .

P A R T E R M O E 1 . HTRICO

ÍLEMENTOS DE AQUeCJMENTOJ POTE METÁLICO,


TRANSFORMADOR
U

poçooe
HESFKAUEWrO

CONECTORES

VENTILADOR PARA CIRCULAÇÃO


DEATMOSFERA

Fig. 98 - Representação esquemática do forno tipo "poço", aquecido eletricamente Fig. 99 - Forno de banho de sal aquecido eletricamente por meio de eletrodos.

O s fornos de banho de sal são fornos d e u s o geral e m operações tais c o m o têmpera


c e m e n t a ç ã o líquida, nitretação líquida, a u s t e m p e r a , m a r t ê m p e r a e revenido. S ã o fornos
aquecidos por c o n d u ç ã o . O sal líquido fornece u m a fonte rápida d e calor e, e m b o r a as
p e ç a s sob tratamento entrem e m contato c o m o calor na sua superfície, a temperatura do Retorta
núcleo das peças a u m e n t a a a p r o x i m a d a m e n t e a m e s m a velocidade d e q u e s u a superfí- estanque do vácuo
cie ( 3 3 ) . P o s s u e m as v a n t a g e n s d e reduzir a o m í n i m o os efeitos d o a q u e c i m e n t o não-unifor- $82 * **"
m e , a diminuição d a s possibilidades d e e m p e n a m e n t o e distorção, a l é m d e permitir trata-
m e n t o selecionado.
Para aquecê-los utilizam-se quer combustíveis líquidos (óleo), g á s o u eletricidade, neste
último caso por meio d e eletrodos imersos n o b a n h o líquido ou s u b m e r s o s , colocados no
fundo da câmara, debaixo d a s peças.
E s s e f o m o s exigem alguns cuidados especiais durante a operação relacionados c o m a Isolamento
segurança dos operadores, tais c o m o utilização d e luvas, anteparos protetores nas faces, de refratórios Eiementos
'de aquecimento
etc. O s operadores d e v e m estar b e m instruídos s o b a s precauções q u e d e v e m tomar.
A figura 99 mostra esquematicamente u m forno d e banho de sal aquecido eletricamente
por eletrodos.
O s fomos a vácuo consistem essencialmente d e u m a c â m a r a d e v á c u o , u m sistema de
suprimento d e energia, u m sistema de b o m b e a m e n t o , um" sistema para processamento de
g a s , q u a n d o a operação exige o e m p r e g o d e atmosferas especiais e soleira isolada para
assegurar isolamento elétrico entre as peças e a c â m a r a de vácuo.
Estes f o m o s p o d e m ter s u a s paredes externas resfriadas a á g u a o u n ã o . Por outro lado,
p o d e m apresentar c o n f o r m a ç ã o de "carregamento pelo topo", "carregamento pelo fundo" Fundo
c o m o o forno a sino o u "carregamento horizontal", c o m o os f o m o s d e c â m a r a . estanque do vácuo
A figura 100 ( 9 4 1 mostra esquematicamente u m forno a vácuo tipo sino s e m resfriamento
d a s paredes.
Fig. 100 - Forno a vácuo tipo sino

160 161
O s fomos de leito fluidizado, e m b o r a d e c o n c e p ç ã o antiga, s o m e n t e mais recentemente"í|pS;£';,r ^ p a r ( e (a) d a figura refere-se a o leito inteiramente aquecido: o g á s e o ar são misturados
têm sido usados e m operações de tratamento térmico. S e u princípio baseia-se na utilização^ r|lS;5v-. - nroporções aproximadamente estequiométricas e a mistura é passada através d e u m a
d e partículas finas d e óxido de alumínio, as quais constituem u m leito o n d e as peças a s a r e m \S f f e s " " '^ca cerâmica porosa, e m cima d a qual as partículas sólidas s ã o fiuidizadas na corrente d e
tratadas são m e r g u l h a d a s . A s partículas sólidas e finas são mantidas e m suspensão por u m j P . Esses tipos d e leito fluidizado s ã o e m p r e g a d o s para temperaturas elevadas, variando
fluxo d e g á s , q u e s o b e d o fundo à parte superior do b a n h o . H á vários tipos de leitos*'; de 7 6 0 " a 1 2 1 5 ° C .
fiuidízados, d e p e n d e n d o d a fonte de aquecimento: -i
â f e b a * ^ ; A parte (b) d a figura 1 0 1 corresponde a o sistema de leito fluidizado aquecido e x t e m a -
I p l i J : ^ ^ . neste caso, u m queimador c o m excesso d e ar a q u e c e u m a c â m a r a de distribuição,
• leito fluidizado aquecido por elementos externos de resistência elétrica;
^ p â f e ' " g o b r e a qual o leito fluidizado é suportado por u m a placa metálica porosa. O leito é fluidizado
• leito fluidizado aquecido por c o m b u s t ã o externa; ;
S ^ P ^ í r f e e i o s produtos d e c o m b u s t ã o , a partir d a c â m a r a de distribuição. Leitos fluídfeados aqueci-
• leito fluidizado aquecido por c o m b u s t ã o interna de gás; %
S p S f c S v dos externamente são e m p r e g a d o s e m aquecimentos a temperaturas mais baixas, d a or-
• leito fluidizado d e dois estágios, aquecidos a gás, por c o m b u s t ã o interna. j
^f'}-.• deu: de 7 6 0 ° C ou m e n o s .
P f g ^ á g . . o s f o m o s d e leito fluidizado p o d e m ser adaptados a praticamente todas as operações d e
A figura 1 0 1 mostra dois tipos de leito fluidizado. ;
^ ^ ^ K ^ ô a t a m e r r t o térmico, inclusive têmpera d e aços rápidos.
S ^ f f l ; v S - - o s fomos contínuos, utilizados e m grandes séries, c o n t ê m , e m princípio, os m e s m o s
j | l s S ® ? c o m p o n e n t e s básicos dos fornos intermitentes, ou seja, a c â m a r a d e aquecimento c o m
í^ftSísí isolamento térmico, o sistema d e aquecimento e portas de a c e s s o e de descarga. A diferen-
3'ça fundamental é q u e esses equipamentos o p e r a m de m o d o contínuo, ou seja, as p e ç a s a

; serem tratadas se m o v i m e n t a m continuamente. S ã o f o m o s q u e se adaptam facilmente à


: automação e, portanto, são e m p r e g a d o s para tratar grandes v o l u m e s d e peças. Alguns tipos
TTJ
«possuem t a m b é m c â m a r a d e resfriamento c o m atmosfera controlada. A relativa desvanta-
g e m desses f o m o s é q u e a cobertura e o fechamento das portas d e carga e descarga d a s
; peças p o d e m dificultar o controle d a atmosfera protetora.
'V' >
í : H á vários tipos d e fornos contínuos"92':

LEITO V • fornos c o m correia transportadora


GRELHA .•.f=LUIDiLlZADO.-.'.:v.-y. ' • f o m o s d e soleira móvel c o m roletes
• f o m o s c o m vigas movediças
• f o m o s m u n i d o s d e empurradores
a, • f o m o s c o m soleira giratória ou vibratória
. 2
3 ? T E O s com correia transportadora s ã o m u n i d o s de correias q u e m o v i m e n t a m as p e ç a s ,
desde a carga até a descarga. Geralmente são e m p r e g a d o s n o tratamento d e p e ç a s d e
SUPORTE menor d i m e n s ã o . O s fornos p o s s u e m u m a c â m a r a de carregamento n a frente d o forno c o m
CERÂMICO MISTURA u m a atmosfera protetora para não prejudicar a câmara de aquecimento.
(a)
AR/GÁS
O s fomos de soleira móvel com roletes caracterizam-se pelo fato das peças diretamente
ou colocadas e m bandejas serem m o v i m e n t a d a s facilmente através d a c â m a r a d e aqueci-
mento. Esses f o m o s prestam-se b e m a o tratamento de p e ç a s maiores e peças d e g r a n d e
• feíi" comprimento.
; fejíjf O s fornos com vigas movediças p o s s u e m trilhos móveis q u e levantam as p e ç a s e a s
: deslocam a o longo d e trilhos estacionários para dentro d a soleira d o forno. O p e r a m d a
'pl-yS. s e 9 u ' n t e maneira: os trilhos móveis levantam as peças colocadas nos trilhos estacionários,

f :íi-Í?' movimentam a s m e s m a s para a frente e as rebaixam sobre o s trilhos estacionários. O s


móveis voltam à posição original e repetem o processo de m o d o a movimentar de n o v o a s
: peças para a frente. N e s s e s tipos d e f o m o s não se u s a m bandejas para colocar as p e ç a s ,
p i ^ ' U m a d e s v a n t a g e m desse tipo de forno reside no fato de q u e o m e c a n i s m o de m o v i m e n t a ç ã o
DISTRIBUIDOR
i*;;" • é complicado e d e custo elevado.
O s fomos munidos de empurradores caracterizam-se por possuir u m dispositivo q u e
QUEIMADOR empurra u m a fila d e bandejas d a c â m a r a d e carga até o interior d o forno e paulatinamente
COM EXCESSO até a zona d e descarga. S ã o os f o m o s mais c o m u m e n t e s u s a d o s e m cementação g a s o s a .
DE AR •^;íj O s fornos de soleira giratória ou vibratória caracterizam-se pelo fato de ter u m movi-
fep. mento da soleira q u e produz inércia n a s p e ç a s . Esse m o v i m e n t o p o d e ser regulado para
r' • * controlar o ciclo d e t e m p o . A utilização d e s s e s fornos é limitada a peças de p e q u e n a s
m:'-.;j. dimensões q u e d e v e m ser c e m e n t a d a s a profundidades d e superfície endurecida n o m á -
Fig. 101 - Representação esquemática de dois tipos de fomos de leito fluidizado. ^ -V ximo de 0 , 3 m m .
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

2.3. Condições de aquecimento - O a q u e c i m e n t o é, c o m o s e viu, fator de fundamentai mento c o m combustíveis líquidos t e m a vantagem do baixo custo e é b e m adaptado para
importância no tratamento térmico, n ã o s ó n o q u e respeita à temperatura d e aquecimento, recuperadores d e calor. Apresentam a desvantagem de exigir sistemas d e ventilação, perigo
c o m o t a m b é m quanto a o t e m p o d e p e r m a n ê n c i a à temperatura. Reside aqui u m a das con- de explosões ou incêndios, mais mão-de-obra e apenas certos materiais ou tipos d e produ-
dições q u e p o d e tornar u m operador d e tratamentos térmicos u m a d a s p e ç a s básicas nessa tos p o d e m ser tratados e m f o m o s c o m aquecimento direto, devido a o efeito d o elevado
importante fase d e p r o d u ç ã o metalúrgica. U m a qualidade pessoa! q u e lhe é indispensável é ponto de orvalho d o s gases oxidantes n a superfície das p e ç a s .
a paciência, a fim d e q u e o aquecimento seja efetivo e haja completa uniformização de . energia elétríca - o aquecimento elétrico dos fornos e o controle da temperatura é
temperatura. Para a q u e c e r e uniformizar u m a p e ç a d e aço-carbono d e d i m e n s õ e s normais a aplicado e m qualquer tipo de forno d e tratamento térmico. O aquecimento é feito geralmente
e m perfis chatos até cinco quilos, a regra usual é permitir q u e p e r m a n e ç a n o forno u m t e m p o í através dos c h a m a d o s "elementos d e aquecimento", cujos tipos variam de acordo c o m as
q u e corresponda a u m minuto para c a d a milímetro d e espessura; a l é m deste t e m p o para temperaturas a s e r e m utilizadas. O elemento d e aquecimento m a i s c o m u m é feito d e u m a
uniformizar, há necessidade d e u m t e m p o adicional e m função d a forma d a peça. jlga Nf-Cr, c o m o por exemplo 35Ni-18Cr-44Fe, fabricado e m tiras. Para temperaturas mais
A experiência mostra q u e a penetração d e calor se faz à razão d e cerca d e u m milímetro -elevadas a liga m a i s c o m u m corresponde a 80Ni-20Cr. Para temperaturas acima d e 1010°C,
por minuto e m barras redondas. Existe, contudo, u m fator d e aquecimento q u e é maior para ;:utjiizam-se elementos de aquecimento não-metálicos de carboneto d e silício, fabricados e m

p e ç a s esféricas e cilíndricas cerca d e 5 0 % d o q u e para peças longas ou quadradas e q u e é 'vários diâmetros e comprimentos. O s elementos de aquecimento elétrico apresentam as
três v e z e s maior d o q u e e m placas retangulares. Observa-se ainda q u e quanto maior a vantagens, além d e aquecer e permitir u m controle mais rigoroso d a temperatura, d e limpe-
p o r c e n t a g e m d e e l e m e n t o s d e liga, tanto m a i o r será o t e m p o d e a q u e c i m e n t o para z a , ausência d e poluição, ausência d e dispositivos d e exaustão, maior uniformidade n o
solubilização completa. 'aquecimento, etc. A s desvantagens são: custo inicial de equipamento maior, custo maior d e
C o m o se verá, h á a ç o s q u e n ã o p o d e m ser aquecidos continuamente até as temperatu- 'operação e, n o c a s o de elementos não-metálicos, t o m a r e m - s e quebradiços c o m o t e m p o ,
ras críticas. N e s s a s condições, recorre-se a pré-aquecimentos, simples o u duplo; tal é o além de maior cuidado para manuseá-los.
caso d e aços c o m elevada porcentagem d e elementos d e liga, c o m o os a ç o s rápidos, c o m
alto teor d e cobalto, cuja temperatura d e t ê m p e r a situa-se n a s proximidades d a linha ; Outro tipo d e a q u e c i m e n t o é através d o s c h a m a d o s "tubos radiantes" ou "tubos
liquidus. Nestes a ç o s , a permanência a altas temperaturas (1300°C a 1330°C), d e v e ser : irradiadores d o calor" q u e p o d e m e m p r e g a r t a m b é m combustíveis líquidos e gasosos s e m
reduzida a u m m í n i m o d e 2,3 e até 7 m i n u t o s n o m á x i m o , para q u e s e evite a fusão '{$•)... causar d a n o s à s c â m a r a s de aquecimento, ou elementos d e aquecimento elétrico, o s quais
incipiente. '" ficam protegidos d a ação da atmosfera protetora, pois se situam dentro dos tubos.
N o revenido, igualmente, a p e r m a n ê n c i a d a s p e ç a s t e m p e r a d a s à temperatura do
revenido, o b e d e c e a critérios a d e q u a d o s . P o r outro lado, as p e ç a s , logo a p ó s a têmpera, '-,-. 2.5. Preservação da superfície - Este cuidado deve ser t o m a d o sobretudo durante o
d e v e m ser transferidas a o s fornos ou b a n h o s d e revenido, o n d e d e v e m p e r m a n e c e r por •'aquecimento para evitar oxidação ou formação de casca d e óxido. À s vezes, procura-se
t e m p o mínimo necessário, q u e , entretanto, será tanto mais longo quanto maior o teor de Áobter a formação d e u m a c a m a d a d e óxido azulada ou negra, para evitar ulterior oxidação.
elementos de liga n o a ç o . Para peças delgadas (até 3/8") d e aços-carbono, é suficiente a A prevenção à oxidação é possível e m fornos à óleo, praticamente abertos, através d e u m
permanência à temperatura d e revenido durante 1 5 minutos, enquanto q u e , para as peças ; controle a d e q u a d o d e c h a m a e do ciclo d e aquecimento; por e x e m p l o , é prática corrente

d e alto c r o m o , alto c a r b o n o ou de aço rápido, o s t e m p o s de revenido d e v e m ser d e 8 a 10 aquecer-se o forno à temperatura superior e m cerca de 100°C à temperatura d e t ê m p e r a e,
vezes maiores. A l é m disso, para os aços c o m alto teor de ligas, r e c o m e n d a - s e a adoção de e m seguida, fazer c o m b u s t ã o incompleta d o óleo e, m e s m o c o m perda d e temperatura,
pelo m e n o s dois revenidos, c o m o objetivo d e garantir a precipitação d a maior parte da . conseguir-se atmosfera protetora para a têmpera de ferramentas.
austenita retida n a o p e r a ç ã o d e têmpera e para q u e s e verifique completo alivio de tensões. Outro recurso largamente e m p r e g a d o e m fornos de mufla à óleo, a gás ou elétricos, é o
N o q u e diz respeito a o alfvio d e tensões, é importante m e n c i o n a r q u e é b o a prática do e m p a c o t a m e n t o das peças e m caixas contendo carvão d e madeira granulado, ou limalha
processar-se o reaquecimento c o m revenido a baixa temperatura e m todas as ferramentas de ferro fundido cinzento. D o m e s m o m o d o , e m fornos de mufla q u e p o s s a m ser fechados
a p ó s o uso e antes d e enviá-la à e s t o c a g e m . Este alívio d e tensões i m p õ e - s e principalmente hermeticamente, a o colocar a peça para aquecimento, lança-se a o m e s m o tempo no interior
para o s aços para trabalho a quente. : do forno substâncias redutoras, pulverizadas, tais c o m o can/ão d e madeira e aditivos para a
iprodução de atmosferas redutoras e altas temperaturas. E m equipamentos rudimentares,
2.4. Avaliação da temperatura - U m operador prático tem' o recurso d e avaliar as t e m p e - •,pode-se condicionar as peças a tratar e m recipientes de grafite devidamente conformados e
raturas pela emissividade a altas temperaturas; assim a cor m a r r o m corresponde a aproxi- "cobertos, no interior dos quais o aquecimento se processa e m condições excelentes.
m a d a m e n t e a 550°C; o cereja escuro a. a p r o x i m a d a m e n t e 700°C; cereja, 8 0 0 C C ; o '.; E ainda prática usual o aproveitamento d e restos de eletrodos d e grafite utilizados n o s
alaranjado, 900°C; o amarelo 1000°C e o a m a r e l o claro, 1100°C. É evidente q u e esse recur- •fomos de fundição d e aço, ou a formação d e u m leito de carvão d e madeira, c o m resultados
s o d e v e ser evitado e substituído pelo e m p r e g o d e aparelhos d e m e d i d a e controle d e t e m p e - ^excelentes n a têmpera de p e q u e n a s ferramentas, m e s m o d e a ç o rápido. É importante o b -
ratura. Esses aparelhos, por outro lado, d e v e m oferecer leituras reais e periodicamente veri- servar q u e para conseguir êxito são necessárias duas faculdades a o temperador. a primeira
ficados. A aferição d e s s e s aparelhos medidores, reguladores ou registradores de temperatu- é a acuidade visual para observação d a s temperaturas correspondentes à emissividade d a
ra é tanto mais importante quanto mais c o m p l e x o s o s f o m o s d e tratamento térmico e as 'peça sendo aquecida; e a segunda, a percepção do t e m p o m í n i m o d e permanência à t e m p e -
operações a realizar. rratura d e tratamento para que seja garantida a solubilidade d o s carbonetos na austenita e a
Para o aquecimento d o s f o m o s utilizam-sa vários tipos de combustíveis. consequente operação de têmpera.
A preservação d a superfície é melhor garantida pelo e m p r e g o d e f o m o s a b a n h o d e sal,
• combustíveis gasosos (gás natural, p r o p a n a o u u m a mistura d e ar e propana). Através ^devidamente controlados, assim c o m o pelo e m p r e g o de atmosferas controladas e m f o m o s
d a relação combustível/ar, pode-se reduzir o efeito d a formação d e c a s c a de óxido nas de mufla aquecidos eletricamente ou n ã o .
peças;
« combustíveis líquidos, o s quais p o d e m ser satisfatoriamente a t o m i z a d o s c o m ar 3. Atmosferas controladas - A s ligas ferro-carbono quando aquecidas a temperaturas eleva-
pressurizado. Esses combustíveis exigem q u e i m a d o r e s a d e q u a d o s . O sistema de aqueci- j p j d a s estão sujeitas a o s fenómenos d e oxidação e descarbonetação, a m b o s prejudiciais porque,

164 165
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

enquanto a oxidação forma u m a casca de óxido superficial, e descarbonetação retira carbono da - à base endotérmica, obtida por reação parcial de u m a mistura d e gás combustível e ar
superfície, produzindo pontos mais moles, sobretudo no caso de aços d e carbono mais elevado n u m a câmara cheia de substância catalisadora externamente aquecida;
Esses f e n ó m e n o s d ã o devidos à ação d o oxigénio, anidrido carbónico e umidade, segun-
T A B E L A 18
d o as seguintes reações simplificadas:
-Classificação das principais atmosferas controladas
' C o m p o s i ç ã o Nominal, Ponto de Relação
2Fe + O a = 2 F e O
Tipo (%) e m Volume Orvalho Ar/Gás
Fe + C 0 2 = F e O + C O
N, CO CO, CH4 °F
Fe + H 2 0 = F e O + H 2
Exotérmica pobre 86,8 1,5 10,5 1,2 * 9,0
todas elas d e oxidação, e
Exotérmica rica 71,5 10,5 5,0 12,5 0,5 * 6,0
2C + 0 2 = 2 C O
C + C02 = 2CO
Nitrogénio preparado pobre 97,1 1,7 - 1,2 - -40 9,0

Fe„C+ F L O = C O + H , + 3Fe
Nitrogénio preparado rico 75,3 11,0 - 13,2 0,5 -40 ' 6,0
Endotérmica pobre 45,1 19,6 0,4 34,6 0,3 +20 a 50 2,6
ou eventualmente Endotérmica rica 39,8 20,7 - 38,7 0,3 +25 a -5 2,5
Carvão de madeira 64,1 34,7 - 1,2 - -20 -
C + 2 H 2 = C H 4 , todas elas d e descarbonetação Exotérmica-endoténnica pobre 63,0. 17,0 - 20,0 - -70 7,5
Exotérmica-entiotémiica rica 60,0 19,0 - 21,0 - -50 7,2
A s reações d e oxidação a altas temperaturas diretamente pelo oxigénio são irreversíveis Amónia dissociada 25,0 - - 75,0 - -60 -
e não p o d e m ser controladas. Amónia queimada pobre 99,0 - - 1,0 - * 3,7
A l é m da reação 2 F e + 0 2 = 2 F e O , outras reações irreversíveis d e oxidação são: Amónia queimada rica 80,0 - - 20,0 - 1,9
' O ponto de orvalho é cerca de 10"F acima da temperatura da água de resfriamento; pode ser reduzido
4Fe + 3 0 2 = 2 F e 2 0 3 a +40 F por refrigeração ou a -50 F e m torre absorvente de desidratação.
ou
3Fe + 2 O 2 = F e 3 0 4 T A B E L A 19
Aplicações c o m u n s das principais atmosferas controladas
Tipos Aplicações C o m u n s
A o contrário, as reações d e oxidação c o m o vapor d'água e anidrido carbónico são rever-
Exotérmica pobre Revestimento de óxido de aço
síveis e p o d e m ser controladas:
Exotérmica rica Recozimento brilhante; brasagem de cobre; sinterização
Nitrogénio preparado pobre Aquecimento neutro
Fe + H 2 0 ••> F e O + H 2 Nitrogénio preparado rico Recozimento e brasagem de aços inoxidáveis
Fe + C O , t F e O + C O Endotérmica pobre Têmpera
Endotérmica rica Cementação à gás
N e s s a s reações, o vapor d'água e o anidrido carbónico são agentes oxidantes e o hidro- À carvão de madeira Cementação à gás
génio e o monóxido d e carbono são agentes redutores. Exotérmica-endotérmica pobre Têmpera
E m última análise, conforme a predominância d e gases redutores ou oxidantes forma- Exotérmica-endotérmica rica Cementação à gás
d o s , uns p o d e m anular o efeito dos outros.. Amónia dissociada Brasagem; sinterização
. Amónia queimada pobre Aquecimento neutro
É possível mediante u m controle efetivcn d e s s a s reações, produzir-se ação neutra, redu-
Amónia queimada rica Sinterização de pós de aço inoxidável.
tora ou oxidante.
Para evitar esses f e n ó m e n o s de oxidação e descarbonetação n o s tratamentos térmicos
dos aços, são e m p r e g a d a s as c h a m a d a s "atmosferas protetoras" ou "atmosferas controla- - à base d e carvão de madeira, obtida fazendo-se passar ar através de u m leito d e carvão
das", produzidas artificialmente, nas quais se procura manter s o b controle o s elementos q u e de madeira incandescente;
p r o d u z e m u m a , outra ou a m b a s aquelas reações. - à base exotérmica-endotérmica, obtida pela completa c o m b u s t ã o de u m a mistura d e
Essas atmosferas s ã o obtidas, na maioria d o s casos, por c o m b u s t ã o total ou parcial de gas combustível e ar, removendo-se o vapor d'água e formando d e novo o C 0 2 a C O m e d i -
carvão, óleo e gás. N e s s a s condições, elas c o s t u m a m apresentar u m a grande variedade de ante u m a reação c o m gás combustível n u m a câmara cheia d e substância catalisadora exter-.
c o m p o n e n t e s , tais c o m o monóxido d e carbono C O , anidrido carbónico, N 2 e oxigénio O r namente aquecida;
A Tabela n a 9 (ver Capítulo IV) reproduz a a ç ã o desses c o m p o n e n t e s n o q u e diz respeito - à base de amónia, que p o d e consistir d e amónia crua, a m ó n i a dissociada ou a m ó n i a
à descarbonetação o u oxidação', assim c o m o a s porcentagens usualmente presentes. dissociada parcialmente ou completamente queimada c o m ponto d e orvalho regulado.
D e acordo c o m a "Cornmittee on F u r n a c e A t m o s p h e r e s " d a A m e r i c a n Sccieíy for
Metals195', as atmosferas controladas comercialmente importantes foram dassfncadas pela A composição d e doze atmosferas c o m u m e n t e utilizadas está indicada na Tabela 18 ( 3 5 ) e
"American G a s Association" e m seis grupos, c o m base no m é t o d o d e preparo e nos consti- a Tabela 19 1 9 5 1 indica aplicações típicas dessas atmosferas.
tuintes originais e m p r e g a d o s : O conhecimento do "ponto d e orvalho" d o gás produzido n o s vários geradores q u e d ã o
o n g e m às atmosferas controladas é muito importante, visto q u e existe u m a correlação entre
- à base exotérmica, obtida por c o m b u s t ã o parcial ou completa d e u m a mistura gás/ar; esse fator e o potencial de carbono d o g á s , e m função da temperatura no interior d o forno.
pode-se remover o vapor d e água para produzir o desejado "ponto d e orvalho"; Existem curvas q u e definem essa relação, e portanto, permitem saber se a quantidade d e
- à base de nitrogénio preparado, obtida a partir d a base exotérmica, c o m remoção d e carbono q u e u m gás d e u m determinado ponto de orvalho, introduzirá no aço, e m função d a
C O e do vapor d e á g u a ; temperatura.
3.1. Potencial de carbono e seu controle - C o m o a maioria das atmosferas controladas REGISTRO
e m p r e g a d a s nos tratamentos térmicos c o n t ê m C O , C 0 2 , C H 4 , N 2 , H 2 e vapor de água, p o - TERMÓMETRO
d e m ocorrer várias reações entre esses c o m p o n e n t e s , c o m o se mostra a seguir'96':

H„ + C O „ ±5 H „ 0 + C O
H 2 + 1/20 2 H20 SAÍDA DE G A S
(ACESO)
C O + 1/20, CO,

Essas são reações g a s o s a s que se admite estar e m equilíbrio n a s atmosferas d o s for-


n o s , a temperatura superior a 790°C.
T U B O POLIDO
A s reações gás/sólidos q u e acontecem s ã o a s seguintes:

2CO C + CO,
C O + H, C + H20
CH.k C + 2H.
R g . 102 -Aparelho rudimentar para determinação do ponto de orvalho.
O potencial de carbono n a fase gasosa determina a concentração d e carbono na superfí-
cie das peças d e aço e m processamento. Para tratamentos térmicos, no c a s o d o e m p r e g o d e gasogênio, utilizam-se os q u e o p e -
Para manter u m determinado potencial d e carbono na atmosfera g a s o s a , as reações ram a carvão de madeira. S ã o estes constituídos de u m recipiente, no interior d o qual se
importantes para restaurar C O e H 2 e para m a n t e r n u m baixo e a d e q u a d o nível de concen- queima c a r v ã o d e madeira, originando-se u m g á s cuja c o m p o s i ç ã o química m é d i a
tração de C Q 2 (porque eles introduzem m e t a n a e g á s enriquecedor), s ã o a s seguintes: corresponde a aproximadamente 6 4 % N 2 , 3 5 % C O e 1 % H 2 (ver Tabela 13), c o m ponto d e
orvalho de -20°F. A figura 103 mostra o e s q u e m a de U m gasogênio.
C H 4 + H a O • » C O + 3H2 A atmosfera à base exotérmica é produzida e m geradores exotérmicos, utilizando o calor
C H , + C O , - 2 C O + 2FL gerado pela própria combustão parcial d o g á s . O s fluxos d e g á s e d e ar são devidamente
" medidos por medidores de vazão. O g á s produzido é resfriado e eventualmente purificado e
O potencial de carbono é controlado ou através d a determinação d o ponto de orvalho, ou secado e m filtros. O s geradores exotérmicos p o d e m t a m b é m utilizar catalisadores (fig. 104)
seja a concentração d e á g u a , ou através d a concentração de dióxido ou através da pressão cuja função é a d e d e c o m p o r o C 0 2 , e m C O .
parcial de oxigénio.
O controle pelo ponto d e orvalho é o m é t o d o m a i s simples: CARREGAMENTO
U m a mistura de g a s e s , a u m a certa temperatura, para u m a d a d a pressão, precipitará seu DO CARVÃO
teor de umidade. A temperatura exata e m q u e a u m i d a d e precipita ou n a qual o ar fica saturado
é c h a m a d a "ponto de orvalho". Q u a n d o ar e g á s são misturados e m proporções fixas e deter-
minadas e são aquecidos de m o d o a permitir q u e as reações químicas atinjam o equilíbrio, o
ponto de orvalho reflitirá o equilíbrio químico d o s vários componentes, incluindo os produtos de
reação. E m consequência, o controle do potencial d e carbono pela utilização do ponto de
orvalho é u m procedimento rápido, seguro e relativamente simples. Existem aparelhos de
controle automático para determinação do ponto d e orvalho, os quais possibilitam manter-se
constante u m determinado ponto de orvalho, durante todo o ciclo d e tratamento térmico. É
possível, contudo, construir-se u m aparelho simples para sua medição q u e funciona c o m efici-
ência necessária e suficiente. A figura 102 mostra u m desses aparelhos, q u e consta d e u m
v a s o d e vidro transparente, e m cuja tampa d e borracha está inserido u m cilindro c o m fundo, no
interior do qual se p o d e vaporizar C 0 2 . N e s s e m e s m o cilindro, cuja superfície é altamente
VENTOINHA
polida, repousa u m termómetro de leitura rápida, e m graus Fahrenheit. Através desse vaso
p a s s a m tubos de entrada e saída para o gás, cujo ponto de orvalho s e quer medir e q u e é
PORTA PARA
q u e i m a d o ao ar pelo tubo d e saída. U m a v e z cheio de gás o interior d o v a s o , inicia-se a LIMPEZA
vaporização d e C 0 2 n o interior do cilindro polido até q u e sua superfície c o m e c e a se e m b a ç a r D E CINZAS
por deposição de orvalho; nesse ponto, faz-se a leitura do termómetro e corta-se a p a s s a g e m
H g . 103-Diagrama esquemático de u m gasogênio
d e C 0 2 ; a seguir observa-se a temperatura e m q u e desaparecem n o tubo polido os últimos
vestígios daquele e m b a ç a m e n t o . A média d e d u a s temperaturas dará o ponto d e orvalho do A s atmosferas exotérmicas c o n t ê m grandes quantidades d e nitrogénio (67 a 8 7 % ) e
g á s . C o m alguma prática, pode-se determinar o ponto d e orvalho e m dois minutos. quantidades relativamente m e n o r e s d e C O (1,5 a 2 0 % ) d e 0 O 2 (5 a 1 1 % ) e hidrogénio (1
Conhecida é a aplicação d e gasogênios portáteis q u e o p e r a m c o m hidrocarbonetos líqui- a 1 3 % ) , p o d e n d o conter t a m b é m traços d e m e t a n a ( C H 4 ) . S ã o geralmente divididas e m
d o s , cuja vaporização s e efetua e m c â m a r a s aquecidas e cujos g a s e s s ã o conduzidos aos duas classes: ricas e pobres. N a s primeiras, a mistura gás/ar é rica do lado d o g á s , resul-
f o m o s . U m sistema d e gotejamento controlado permite a produção d e maior ou m e n o r q u a n - tando assim n u m efeito redutor a c e n t u a d o . C o m o se verifica pela Tabela 18, a mistura rica
tidade de gás a ser introduzido nos fornos. contêm maiores porcentagens de C O e H 2 . A atmosfera exotérmica pobre c o n t é m porcsn-
Aços E FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS

tagens muito baixas d e s s e s gases e maiores porcentagens d e N 2 e C O z . O C 0 2 presente ; ESCAPE


tanto nas misturas ricas c o m o pobres, p o d e ser convertido e m C O pelo uso de u m a subs- • LINHA D E D E S V I O P A R A P A R T I D A

tânoia catalisadora, o u seja, fazendo-se p a s s a r a atmosfera através d e carvão de madeira CHAMA DE


Z .
incandescente; e s s a técnica a u m e n t a a c e n t u a d a m e n t e o potencial redutor das misturas GAS DESVIO -

pobres. MEDIDOR DE
A s atmosferas à base endotérmica são produzidas por geradores endoténvicos, que VAZÃO
requerem u m fonte d e aquecimento para m a n u t e n ç ã o de temperatura satisfatória à reação.
E s s a s atmosferas s ã o preparadas pela c o m b u s t ã o parcial c o m ar d e g á s natural, gás artifi-
cial, propana, butana, e t c , na presença d e u m a catalista à base d e níquel. A figura 105
mostra o diagrama esquemático de u m gerador endotérmico.
A s atmosferas endotérmicas p o d e m t a m b é m ser ricas e pobres, c o m o a Tabela 18 m o s - -CONTROLE „,_- _
AUTOMÁTICO SIFÃO E CONDENSADOR
tra. S u a composição varia d a seguinte maneira: N a - 4 0 a 4 5 % ; C O - 2 0 a 21 % ; H 2 - 3 5 a 3 9 % SEPARADOR DE
PARA O DE A G U A SUPEHFÍCIF.
aproximadamente. E s s a s atmosferas prestam-se para quaisquer tipos d e tratamentos térmi-
cos dos aços, s e j a m o s brilhantes, s e j a m o s c o m u n s , servindo ainda d e veículo para FORNO
• Dnr-iPM
RENAGEM
c e m e n t a ç ã o a gás e para carbonitretação.

Fig. 105 - Diagrama esquemático de u m gerador endotérmico.

-. Finalmente, está s e t o m a n d o u m a prática c o m u m o e m p r e g o d a atmosfera sintética


rnitrogênio/á!cool, n u m a mistura de nitrogénio e álcool etílico (etanol hidratado), e m porcenta-
g e n s que possibilitem obter-se a seguinte composição' 97 ':
1,. CO - 18 a 2 0 %
t: H2 - 32 a 4 0 %
N2 - 36 a 4 9 %
• CH, - 1 a 4%
C 0 2 + H a - 0,1 a 0 , 3 %
O e m p r e g o d e s s a s atmosferas é feito e m operações d e recozimento e têmpera e e m
tratamentos termo-químicos, tais c o m o c e m e n t a ç ã o e carbonitretação.
Pode-se m e n c i o n a r igualmente, c o m o possíveis atmosferas protetoras, alguns g a s e s
MAÇARICO •inertes, c o m o o argônio, que se presta para o tratamento térmico d o s aços inoxidáveis.

4. Meios de resfriamento - E m b o r a , a o descrever as várias operações de tratamento


CONTROLE térmico, principalmente têmpera, esse assunto já tinha sido abordado de u m a forma geral,
VÁLVULA AUTOMÁTICA ,
AUTOMÁTICO DE P R E S S Ã O E V A S Ã O DE G A S será feita a seguir u m a descrição mais precisa dos diversos m e i o s d e resfriamento utilizados
• nos tratamentos térmicos.
Fig 104 - Diagrama esquemático de u m gerador exotérmico. O s mais e m p r e g a d o s são os seguintes'83':

A s atmosferas â b a s e exotérmica-endotérmica s ã o pouco utilizadas n a prática devido ao ' agua;


elevado custo da s u a geração e a maior complexidade de equipamento. • salmoura (soluções de sais aquosas);
A s atmosferas à base de nitrogénio preparado são atmosferas exotérmicas (obtidas pela • óleos;
c o m b u s t ã o de u m a mistura d e ar e gás combustível) das quais se r e m o v e r a m C 0 2 e vapor 1 soluções a q u o s a s de polímeros;

d'água. P o d e m ser u s a d a s virtualmente e m todas as aplicações de tratamentos térmicos que • gases;


n ã o exigem condições altamente redutoras. Entretanto, devido a o s e u ponto de orvalho •; • borrifos.
muito baixo, q u e só p o d e ser mantido e m f o m o s d e construção q u e permitam b o a vedação
d a atmosfera, o seu maior uso, na prática atual, é feito no recozimento d e bobinas de aço e m C e m aplicação imitada pede-se mencionar: soluções a q u o s a s cáusticas, sais fundidos e
fornos tipo sino. vapor (neblina).
Entre as atmosferas à base de amónia, a m a i s c o m u m é a amónia dissociada, obtida pelo : O meio m a i s simples e de m e n o r custo é a água, cuja velocidade de resfriamento é
aquecimento de a m ó n i a líquida anidra n a presença d e u m catalista d e ferro ou-níquel. Apre- -..satisfatória n a maioria dos casos. A l é m disso, a água é muito eficiente na ruptura d a casca d e
senta u m a c o m p o s i ç ã o equivalente a 2 5 % d e N 2 e 7 5 % de H z , c o m u m ponto de orvalho de -mm óxido da superfície d o aço que é t e m p e r a d o a partir de fornos q u e n ã o contém atmosferas
-60°F. É utilizada principalmente c o m o u m substituto para hidrogénio puro e m processos de protetoras. Para obter-se os melhores resultados, a temperatura d a á g u a deve ser controla-
recozimento q u a n d o se deseja u m a atmosfera protetora ou q u a n d o h á necessidade de redu- :.da, sendo q u e e s s e produz u m a velocidade d e resfriamento uniforme quando sua tempera-
zir óxidos superficiais. -tura é mantida entre 15° e 25°C. A agitação do meio é igualmente outro fator importante,
Aços s FERROS FUNDIDOS TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS
P 8 p
m m
p o d e n d o produzir velocidades d e resfriamento superiores a 2 5 m / s . Outro fator a s e r v i l ^ « S f á f • p o í m e n t o e o resfriamento s u b s e q u e n t e e das t e n s õ e s m e c â n i c a s e t é r m i c a s q u e s e
considerado é s u a possível c o n t a m i n a ç ã o . N o capítulo IV, item "resfriamento", esse t e m a f f i t i S I t ^ d n a m n 0 p r o c e s s o . A m u d a n ç a n a f o r m a d a s p e ç a s é d e v i d a s o b r e t u d o à s t e n s õ e s m e c â -
já foi a b o r d a d o . <§§§fí>. s e t é r m i c a s , p r o v o c a d a s p e l a s m o d i f i c a ç õ e s das características d o reticulado cristalino.
A salmoura é u m a s o l u ç ã o a q u o s a q u e c o n t é m diversas p o r c e n t a g e n s d e sais, tais c o m o " ^ f p ^ i f t ^ e fato ao ser a q u e c i d o , o a ç o a s s u m e a estrutura austenítica e a o ser resfriado l e n t a m e n t e
cloreto d e s ó d i o e d e cálcio. A s v e l o c i d a d e s d e resfriamento d e s s e s m e i o s s ã o s u p e r i o r e s - â K f - ^ f t m i a r n - s e a s f a s e s ferrita e c a r b o n e t o , o u a ser resfriado r a p i d a m e n t e a e s t r u t u r a
a o s d a á g u a , c o n s i d e r a n d o o m e s m o g r a u d e a g i t a ç ã o . Por outro l a d o , p o d e - s e ter m e n o s ftp^^^rnartensítica. Novas transformações ainda ocorrem q u a n d o o a ç o é submetido a o revenido.
a g i t a ç ã o para a m e s m a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o . Mais d o q u e á g u a , esse m e i o p o d e l f i l p S s Q o r r i o todas a s fases m e n c i o n a d a s p o s s u e m diferentes estruturas lafetaflnas e d e reticulado,
provocar e m p e n a m e n t o e distorção, d e m o d o q u e ele só d e v e ser utilizado n a têmpera w ^ í ^ l i í j r s e u v o l u m e é diferente. Outra c a u s a é a r e t e n ç ã o d a austenita, c o m u m e m a ç o s d e alto
q u a n d o a á g u a e o ó l e o n ã o p r o d u z i r e m a d u r e z a d e s e j a d a d e v i d o a insuficiente s e v e r i d a d e : ' y s S ^ i ^ ^ à r b o n o e c o m e l e m e n t o s de liga. A s m o d i f i c a ç õ e s nas d i m e n s õ e s d a s p e ç a s s ã o c a u s a d a s
d e resfriamento. N a t ê m p e r a c o n v e n c i o n a l , verificou-se q u e u m a s o l u ç ã o d e 1 0 % d e N a C I é í '|b -1 " t a m b é m p e l a s t e n s õ e s t é r m i c a s e m e c â n i c a s . E m r e s u m o : as m u d a n ç a s de v o l u m e s ã o
p l e n a m e n t e satisfatória. 'Srjausadas p e l a s m u d a n ç a s d e f a s e d u r a n t e o t r a t a m e n t o t é r m i c o e s ã o relativamente difíceis
O s óleos, c o m o m e i o s d e resfriamento, p o d e m ser classificados c o m o lentos, convenctlB&tíSíSije-controlar,
o n a i s , rápidos e ó l e o s aquecidos ( e m p r e g a d o s n a m a r t ê m p e r a ) . T o d o s o s ó l e o s d e têmpera pfeí áífe A s
;: m u d a n ç a s d e forma, igualmente devidas às t e n s õ e s internas, s ã o mais fáceis d e
m o d e r n o s são b a s e a d o s e m ó l e o s minerais* 3 8 1 . Q u a n t o m a i o r a v i s c o s i d a d e , m e n o r é a velo-fp^KS^oritrolar, m e d i a n t e a aplicação a d e q u a d a d a s f a s e s d e a q u e c i m e n t o e resfriamento e a
c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o . A l g u n s materiais c o n t a m i n a n t e s d e v e m ser r e m o v i d o s dos ó l e o s para ^srjtilização d e dispositivos especiais f i x a d o s n a s p e ç a s para p o d e r m a n t e r s u a fornia d e n t r o d e
t ê m p e r a , tais c o m o : c a s c a d e ó x i d o , materiais c a r b o n á c e o s q u e p o d e m resultar d a o x i d a ç ã o •-í& - -- ""limites aceitáveis.
d o próprio óleo, alguns sólidos insolúveis, c o m o areia, á g u a e c o m p o s t o s solúveis c o m o C O Jíí&i'feijfe>' A s m u d a n ç a s d e f o r m a e d i m e n s õ e s q u e , e m última a n á l i s e , c a u s a m d i s t o r ç ã o e
E s s a r e m o ç ã o p o d e ser feita por filtragem, e v a p o r a ç ã o ou d r e n a g e m . O C0 2 é removido, ^ ' l ^ ^ f ^ p e n a m e n t o d a s p e ç a s , p o d e m ser c a u s a d a s i g u a l m e n t e por u m projeto i n a d e q u a d o d a s
através d e aquecimento. S^4^Èpeças, d e m o d o q u e u m b a l a n c e a m e n t o apropriado entre as várias s e c ç õ e s , p o d e reduzir a
A s soluções aquosas de polímeros t ê m a p r e s e n t a d o u m a certa i m p o r t â n c i a n o s últimos S t p S t í n e c e s s i d a d e d o e m p r e g o d e dispositivos f i x a d o r e s ,
a n o s , p o r q u e os p o l í m e r o s o r g â n i c o s solúveis e m á g u a tem s e m o s t r a d o úteis n o sentido de '"v - Outra c a u s a d o e m p e n a m e n t o é o c a r r e g a m e n t o das p e ç a s n o s f o m o s e, p r i n c i p a l m e n t e ,
modificar as características d e resfriamento d a á g u a . O s principais tipos d e p o l í m e r o s e m - ;\>; • a sua c o l o c a ç ã o n o b a n h o d e t ê m p e r a . R e c o m e n d a - s e , a s s i m , q u e p e ç a s finas e p e ç a s d e
Drenados
pregados nara para esseesse fim sãn: glicol
fim são: nlinnl polialkileno,
nniiaikiicsnn poiyvinii
nniwinii pyrrolidone
nvrrniirinno o acrilado nniicnriinmssi
e anrúadn polisodium<S8f - T£ .'maior c o m p r i m e n t o s e j a m m e r g u l h a d a s n o s b a n h o s de t ê m p e r a v e r t i c a l m e n t e . A e x p e r i ê n c i a
O álcool poiyvinii igualmente t e m sido u s a d o . O e u m m o d o geral, e s s a s soluções, a o m e s m o ' %'id'o operador, n e s s e s c a s o s , é m u i t o i m p o r t a n t e .
t e m p o q u e p o s s u e m u m a severidade d e resfriamento idêntica à d a á g u a , elas r e d u z e m as A v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o é u m fator adicional q u e p o d e c a u s a r e m p e n a m e n t o e
tendências d e fissuramento e distorções devido a o fato d e diminuir a velocidade d e S i d l s t o r ç ã o . E s s e p r o b l e m a p o d e r i a ser c o n t o r n a d o m a n t e n d o a temperatura do banho
resfriamento às temperaturas mais baixas. i S r n a i s e l e v a d a , o q u e , entretanto, p o d e c a u s a r a p e r d a d e a l g u n s p o n t o s d e d u r e z a n o s
O s meios de resfriamento gasosos m a i s c o m u n s são os gases inertes hélio, argõnio e WfKnúcleos d a s p e ç a s .
nitrogénio. O processo d e resfriamento através d e gases é utilizado q u a n d o s e deseja u m a
velocidade de resfriamento maior q u e a d o ar tranquilo e inferior d o q u e s e o b t é m e m p r e g a n - j^'*- V - - 5.2. Falhas - A s falhas.mais graves s ã o as trincas, resultado d a s tensões que se originam
d o óleo. N a têmpera d e g á s , a s peças austenitizadas s ã o colocadas diretamente n a zona de S f g p l í ^ i n a têmpera. A s principais razões q u e c a u s a m a s trincas são'" 1 : projeto d a s peças, tipos d e
resfriamento o n d e u m a corrente rápida d e g á s p r o m o v e o resfriamento. C o m o a o resfriar os S ^ f É f f e a ç o s , defeitos d a s próprias peças sob tratamento, a prática d o tratamento térmico e a prática
g a s e s a b s o r v e m calor d a s p e ç a s , ele d e v e ser por s u a vez, ser resfriado p a s s a n d o por IftSIÍdo revenido. N o q u e s e refere a o projeto d a peça, as causas q u e p r o v o c a m esses defeitos s ã o
serpentinas resfriadas a á g u a ou refrigeradas'981, o processo representa u m compromisso |ír"cl cantos vivos, o n ú m e r o , tamanho e localização d o s orifícios, chavetas profundas, e m u d a n ç a s
entre o resfriamento e m ar tranquilo e o resfriamento e m óleo q u e p o d e causar distorção nas Sjgi^fíprofundas d a espessura das secções, porque n u m resfriamento rápido p o d e ocorrer velocida-
p e ç a s ou não produzir a dureza final desejada. J|£des diferentes d e resfriamento e m secções adjacentes. O recurso seria utilizar u m n o v o tipo d e
O s bonitos d e vapor s ã o meios de resfriamento q u e extraem rapidamente o calor d o aço. f * ~ - í ^ a Ç ° °im permita resfriamento mais lento. Outros fatores q u e p o d e m causar as trincas s ã o
A capacidade d e resfriamento é devida à rápida absorção d o calor pelo ar e o calor de - f ~ \..defeitos superficiais, inclusões, etc. A prática usada no tratamento térmico é outro fator a
vaporização d a á g u a . A adição d e gotas d e á g u a n u m a corrente d e v a p o r a u m e n t a a sua ^^Sii|!S?tiDnsiderar. Por exemplo: temperaturas muito elevadas d e austenitização, granulação muito
capacidade d e resfriamento por u m fator d e 4,5. A formação d e neblina pelos borrifos de ^l&ltjjífjrosseira dos a ç o s , aquecimento muito rápido e m alguns tipos d e a ç o s e o tipo d e m e i o d e
vapor é mais eficiente n a s faixas mais baixas d e temperaturas. . I^é/-*-resfriamento. Finalmente, outro fator q u e p o d e ser responsável pelas falhas mencionadas está
C o m o já foi m e n c i o n a d o , é importante q u e o s meios d e resfriamento líquidos sejam "f^ií^diretamente ligado a o próprio equipamento d e tratamento térmico, sobretudo no q u e s e refere
agitados, o q u e p o d e ser feito, n o s tanques d e resfriamento convencionais, através d e b o m - £"*,„"- a°s dispositivos d e controle d e temperatura, porque aquecimentos acima d o estabelecido
b a s , m o v i m e n t o m a n u a l o u mecânica d a s p e ç a s através d o líquido e hélices colocadas perto i f t ^ f í ^ p o d e m ocasionar excessivo crescimento d e grão ou, n a c e m e n t a ç ã o , c a m a d a s mais e s p e s s a s
d o fundo dos tanques. ""°"lKque as necessárias e, q u a n d o a s t e m p e r a t u r a s forem inferiores à s especificadas,
•fíg^-austenitização incompleta e estruturas finais diferentes das previstas. N ã o s ã o talhas mecâni-
5. Defeitos e distorções durante ó tratamento térmico - O s p r o b l e m a s q u e s e verificam rjfejllgfícas, m a s estruturais, a s quais p o d e m levar a o refugo das peças
durante o tratamento térmico d e peças d e a ç o s ã o d e várias naturezas e, n a m e d i d a do
possível, d e v e m ser c u i d a d o s a m e n t e previstos e detectados convenientemente controlados. !'-^pfP§!|f! 6. Segurança - C o m o todos os e q u i p a m e n t o s industriais, os f o m o s d e tratamento térmico
O s principais problemas s ã o : m u d a n ç a s dimensionais, falhas e e m p e n a m e n t o d a s peças. ^ ' T ^ C ^ e seus acessórios, c o m o banhos d e resfriamento, atmosferas controladas, etc, exigem pro-
Poder-se-ia dizer ainda q u e outro problema d e relevância é a s e g u r a n ç a . ^.(.'^-""cedimentos d e segurança' 1 0 0 1 .
' % P 5 ^ . ' ! ' ' ^ ° 0 3 8 0 ° - e f o m o s aquecidos c o m combustíveis gasosos ou líquidos, os principais elementos
5.1. Mudanças dimensionais - Estas c o m p r e e n d e m m u d a n ç a s n a s d i m e n s õ e s e n a fornia " " " I K ^ 8 controle para a d e q u a d a combustão são: a fonte de aquecimento, o agente oxidante e o t e m p o .
d a s p e ç a s e são consequência d a c o m p o s i ç ã o química, d a s m u d a n ç a s d e fases durante o Sr|l^|Por exemplo, ventiladores ou ventoinhas d o ar d e combustão d e v e m ser previstos para interromper
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS-CARBONO EAÇOS-LICA

o processo na eventualidade de se ter u m a p a n e , interruptores da pressão de gás d e v e m ser


instalados nas principais linhas de gás, verificadores visuais auxiliam os operadores dos fomos na
verificação do suprimento adequado de combustível. E m resumo, e m todas as situações, deve-se
prever a instalação d e instrumentação adequada para identificar a controlar m u d a n ç a s e desvios' •
q u e permitam minimizar ou eliminar as causas d e panes e atingir os resultados desejados.
N o caso de f o m o s elétricos, existem igualmente muitos dispositivos d e proteção e regulação
do processo de tratamento térmico e que garantem u m a operação segura e eficiente.
A m a n u t e n ç ã o d e s s e s f o m o s deve, e m r e s u m o , ser encarada c o m o u m a necessidade
importante. O ideal é realizar-se m a n u t e n ç ã o preventiva, visto q u e a m a n u t e n ç ã o , de urrf
m o d o geral, é muito cara e dificilmente as usinas d e tratamento térmico p o s s u e m equipamen-
to d e reserva. I

H
N o caso d a segurança dos operadores, e m b o r a esse item já tenha sido abordado ainda
q u e superficialmente, o importante é treinar a d e q u a d a m e n t e os operadores. Esse treinamen-
to deverá incluir instruções sobre as misturas ar/gás de c o m b u s t ã o , riscos de explosões;,
finalidade e princípios básicos dos geradores d e gás, análise do g á s , manuseio de gases
inflamáveis, m a n u s e i o d e gases tóxicos, etc.

7. Conclusões - H á u m a grande disponibilidade de fornos para tratamento térmico, c o m o se viu' •


Contudo, c o m o é c o m u m ocorrer o defeito d o e m p e n a m e n t o e m p e ç a s submetidas ao
V
tratamento térmico, é conveniente lembrar alguns cuidados q u e d e v e m ser t o m a d o s na utiliza-

AÇOS-CARBONO E AÇOS-LIGA.
ção dos f o m o s . Por e x e m p l o , deve-se evitar carregar peças e m forno c o m soleiras irregulares *
É necessário igualmente q u e as peças sejam apoiadas de m o d o a d e q u a d o nas soleiras e que-"

CLASSIFICAÇÃO E PROPRIEDADES
as peças de grande secção transversal sejam dispostas horizontalmente, ao passo que a s '
peças de secções finas sejam suspensas ou dispostas verticalmente. A o m e s m o tempo, deve- F -
se empregar para o seu manuseio ferramentas rígidas e b e m proporcionadas. fr t
A imersão das p e ç a s nos meios líquidos d e resfriamento deve ser feita c o m muito cuida-
d o , introduzindo-se a s secções mais finas e m primeiro lugar.
P

MECÂNICAS
Outra causa d e e m p e n a m e n t o está ligada a o projeto inadequado d a peça, o qual pode :
ainda levar ao aparecimento de fissuras, pela concentração de tensões e m determinadas
áreas. Assim, o diálogo entre o projetista e o tratador térmico torna-se indispensável quando
se trata de peças d e formas mais complexas.
U m inconveniente q u e p o d e surgir no tratamento térmico está relacionado c o m a dureza
superficial, a qual varia e m função da forma d e carregamento das p e ç a s nos fomos. Deve-se,
para contornar esse problema, evitar cargas extremamente d e n s a s d e peças de pequena
dimensão, sobretudo q u a n d o colocadas e m cestas, porque quanto estas estão mergulhadas
nos banhos de têmpera, o fluxo do meio de resfriamento para o centro d a carga fica prejudicar
do. O m e s m o problema p o d e surgir durante o revenido dessas cargas muito densas.
A l é m do equipamento principal - f o m o s - outros recursos de q u e o tratador térmico deve
dispor para executar satisfatoriamente as operações d e tratamento térmico incluem tintas de
proteção, bórax, lápis indicadores de temperatura, amianto e m pó ou e m placas, a r a m e de aço
recozido, etc. E m b o r a simples, esses materiais s ã o elementos indispensáveis para facilitar as
operações. D o m e s m o m o d o , máquinas d e dureza - Rockwell, Brinell ou d o tipo escleroscopio
são aconselháveis. À s vezes, u m a lima m u r s a permite ao temperador experiente avaliar, com
razoável precisão, se o s resultados obtidos estão d e acordo c o m o previsto.
Quaisquer q u e sejam, entretanto, os recursos disponíveis, a importância d o "elemento h u m a -
no" não pode ser subestimada no tratamento térmico. D e certo m o d o , o tratamento térmico e
ainda u m a arte, pois n ã o consiste somente e m produzir o aquecimento ou o esfriamento, m a s
produzi-los c o m m é t o d o e controle, do m e s m o m o d o que é u m a arte n o manuseio correto do
material nas várias fases d e operação. U m b o m "temperador" é tão importante quanto u m
"ferramenteiro", pois se os métodos modernos de tratamento térmico incluem fomos contínuos,
IÍ1 controles automáticos, atmosferas especiais, etc, o êxito final da operação p o d e ainda depender
muito da habilidade, julgamento, inteligência e experiência'dó operador. O forno, os controles e o
restante do equipamento são comparáveis às máquinas e às ferramentas d o ferramenteiro. as
quais, s e m este, t o m a m - s e praticamente inúteis, na quase totalidade dos casos.

174 -175
1. Sistemas de classificação dos aços - D a d a a grande variedade d e tipos de aço s ! TABELA20
foram criados sistemas para s u a classificação, o s quais periodicamente s ã o submetidos g- Sistemas S A E , AISI e U N S de classificação d o s aços
revisões. -. Designação
Tipos d e A ç o
O s aços p o d e m ser classificados e m g r u p o s , e m base d e propriedades c o m u n s : UNS
AISI-SAE
a - composição, c o m o aços-carbono e aços-liga GlOXXX Aços-carbono comuns
b - processo d e a c a b a m e n t o , c o m a ç o s laminados a quente ou a ç o s laminados a frio G11XXX Aços de usinagem fácil, c o m alto S
c - fornia do produto a c a b a d o , c o m o barras, c h a p a s grossas, c h a p a s finas, tiras, tubos ou G12XXX Aços de usinagem fácil, c o m alto P e S
perfis estruturais. i: G15XXX Aços-Mn com manganês acima de 1 %
H á ulteriores sub-divisões desses grupos, c o m o aços-carbono d e baixo, médio ou alto G13XXX Aços-Mn com 1,75% de M n médio
teor d e carbono. O s aços-liga são frequentemente classificados d e acordo c o m o principal ou; G40XXX ços-Mo c o m 0,25% de M o médio
principais elementos d e liga presentes. ' G41XXX Aços-Cr-Mo com 0,4 a 1,1 % de Cr e 0,08 a 0,35% de M o
U m a das classificações mais generalizadas - e q u e , inclusive, serviu d e base para o; G43XXX Aços-Ni-Cr-Mo c o m 1,65 a 2 de Ni, 0,4 a 0,9% de Cr e 0,2 a 0,3% de M o
sistema adotado n o Brasil - é a q u e considera a composição química d o s aços e, dentre os G46XXX Aços-Ni-Mo com 0,7 a 2 % de Ni e 0,15 a 0,3% de M o
sistemas conhecidos, s ã o muito usados o s d a "American Iron a n d Steel Instítute - AISI" e daí G47XXX Aços-Ni-Cr-Mo c o m 1,05% de Ni,0,45% de Cr e 0,2% de M o
"Society od Automotive Engineers - S A E " . G48XXX Aços-Ni-Mo com 3,25 a 3,75% de NI e 0,2 a 0,3% de M o
A Tabela 2 0 , a d a p t a d a d o D A T A B O O K - 1 9 8 0 , editado pela A m e r i c a n Society for G51XXX Aços-Crcom 0,7 a 1,1% de Cr
Metals* 1011 mostra a designação adotada pela AISI e S A E q u e coincidem e a do "Unifield" G51986 Aços-cromo (forno elétrico) c o m 1 % de Cr
Numbering S y s t e m - U N S " , devido à "American Society forTesting Materials - A S T M " e S A E » G52986 Aços-cromo (forno elétrico) com 1,45% de Cr
M e s s e sistema, a s letras X X ou X X X c o r r e s p o n d e m à cifras indicadoras dos teores de G61XXX Aços-Cr-V com 0,6 ou 0,95% de Cr e 0,1 ou 0,15% de V min.
carbono. Assim, por e x e m p l o , nas designações AISI-SAE, a classe 1 0 2 3 significa aço-carbo- G86XXX Aços-Ni-Cr-Mo c o m 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,2% de M o
n o c o m 0 , 2 3 % d e carbono e m média e n a designação U N S , a classe G 1 0 2 3 0 , significa o' G87XXX Aços-Ni-Cr-Mo c o m 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,25% de M o
m e s m o teor d e carbono. G88XXX Aços-Ni-Cr-Mo c o m 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,3 a 0,4 de M o
Por outro lado, o s dois primeiros algarismos diferenciam os vários tipos d e aços entre si, G92XXX Aços-Si com 1,8% a 2,2% de Si
pela presença ou s o m e n t e d e carbono c o m o principal elemento d e liga (além, é claro, das- G50XXX Aços-Cr com 0,2 a 0,6% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro
impurezas normais silício, m a n g a n ê s , fósforo e enxofre), ou d e outro elementos de liga,, G51601 Aços-Cr com 0,8% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro
c o m o níquel, c r o m o , e t c , além do carbono. G81451 Aços-Ni-Cr-Mo c o m 0,3% de Ni, 0,45% de Cr, 0,12% M o e 0,0005 a 0,003% de boro
Assim, q u a n d o o s dois primeiros algarismos s ã o 10, os aços são simplesmente ao carbo- G94XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,45% de Ni, 0,4% de Cr, 0,12% M o e 0,0005 a 0,003% de boro
no; q u a n d o são 11, o s a ç o s são de u s i n a g e m fácil c o m alto enxofre; q u a n d o são 40, os aços
s ã o a o molibdênio, c o m 0 , 2 5 % de molibdênio e m m é d i a e assim e m seguida. ir. D e acordo c o m a n o r m a 6006 d a A B T N , os aços-carbono s ã o assim c h a m a d o s q u a n d o
O s aços d e alto teor e m liga, c o m o os inoxidáveis, refratários, para ferramentas, etc, são' js^õs teores de silício e m a n g a n ê s não ultrapassam os teores d e 0 , 6 % (Si) e 1,65% (Mn). Neles,
classificados d e m o d o diferente, c o m o s e verificará por ocasião d e discussão dos m e s m o s . íiipodem ainda ser especificados teor m á x i m o d e 0 , 1 % de alumínio, teor mínimo de boro d e
O s alemães - cujas n o r m a s são t a m b é m populares no Brasil - a d o t a m u m critério de Í 0 , 0 0 0 5 % , teor m á x i m o d e cobre d e 0 , 3 % ou ainda u m teor m á x i m o d e c h u m b o de 0 , 3 5 % . S e
classificação diferente. A n o r m a DIN 1 7 1 0 0 classifica os "aços para construção e m geral", írffífòrem adicionados outros elementos c o m o selênio, telúrio e bismuto, para melhorar a s ca-
por exemplo, e m função d o seu limite d e resistência à tração. A s s i m , a designação St 42 p e l a racterísticas d e usinabilidade dos a ç o s , estes são ainda considerados aços-carbono, d o
corresponde a u m a ç o c o m limite d e resistência à tração entre 4 2 e 5 0 k g f / m m 2 (410 e 490 jpffjí.tTiesmo m o d o q u e o aço c o m adição d e nióbio.
M P a ) , St 60, limite d e resistência à tração entre 6 0 e 7 2 k g f / m m 2 (590 e 7 1 0 M P a ) . Ainda de acordo c o m a A B T N , os aços-liga são os aços e m q u e p o s s u e m outros e l e m e n -
J á a n o r m a D I N 1 7 2 0 0 , os classifica d e a c o r d o c o m a c o m p o s i ç ã o química: por t o s de liga, n ã o s e considerando c o m o tais os elementos adicionados para melhorar s u a
e x e m p l o , 0 3 5 significa a ç o - c a r b o n o c o m c a r b o n o m é d i o d e 0 , 3 5 % ; 3 4 C r M o 4
corresponde a a ç o c o m c a r b o n o m é d i o d e 0 , 3 5 % c o m c r o m o e molibdênio, equivalente
a o tipo A 1 5 1 4135C>.
Hl
^^•usinabilidade. A s o m a d e todos esses elementos, inclusive carbono, silício, m a n g a n ê s , fós-
iífí faro e enxofre n ã o p o d e ultrapassar 6 % .
. N o caso d o s elementos silício, m a n g a n ê s e alumínio, s e m p r e presentes nos aços-carbo-
N o Brasil, a Associação Brasileira de N o r m a s Técnicas - A B T M , por intermédio das nor- V.o, os aços serão considerados ligados q u a n d o seus teores ultrapassarem 0,6%, 1 , 6 5 % e
m a s N B R 6006< 1 0 2 1 classifica os aços-carbono e o s d e baixo teor e m liga s e g u n d o os critérios | ^ g p , 1 respectivamente.
adotados pela AISI e S A E .
Muitos aços-ligas s ã o igualmente especificados pela s u a endurecibilidade q u a n d o í: 2. Inclusões não-metáiicas - C o m o s e viu, as impurezas normais são o fósforo, o enxofre,
e s s e característico é exigido. N e s s e c a s o , e m p r e g a - s e o sufixo "H" (hardenability) para o. m a n g a n ê s , o silício e o alumínio. A maior parte delas reage entre si ou c o m outros e l e m e n -
distingui-los d o s tipos c o r r e s p o n d e n t e s q u e n ã o a p r e s e n t a m e x i g ê n c i a s d e tos não-metálicos c o m o o oxigénio e, eventualmente o nitrogénio, formando as c h a m a d a s
eí^Tedcfikiãde. "inclusões não-metálicas". A formação d e s s a s inclusões se dá, e m grande parte, na fase final
Para o s produtos d e a ç o , as especificações m a i s utilizadas s ã o d a "American Society de desoxidação d o s aços.
for Testing Materials - A S T M " e muitas d e s s a s especificações d a A S T M são adotadas Devido à tendência de se produzirem aços c o m propriedades c a d a vez melhores, e m
pela "American Society of Mechanical Engineers - A S M E " , c o m p e q u e n a ou n e n h u m a face das condições d e s u a aplicação se tornarem cada vez m a i s severas, o estudo do efeito
modificação. das inclusões n e s s a s propriedades e o aperfeiçoamento das condições de fabricação, t ê m
concentrado, n o s últimos anos, a atenção dos estudiosos na matéria.
r> As publicações especializadas contendo essas normas devem ser consultadas pelos leitores que dese- N a realidade, a l g u m a s das inclusões p o d e m até m e s m o s e r e m consideradas necessári-
jam aprohndar-se no assunto. as ou benéficas devido a o efeito de certo m o d o positivo q u e p o d e m acarretar. M e s m o assim,
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS-CARBONO E AÇOS-LIGA

e principalmente q u a n d o a s condições d e serviço provocam o aparecimento de esforços esboroamento d o aço se este for deformado a quente. C o m o , entretanto, teores altos d e
cíclicos e alternados, alguns tipos de inclusões, p o d e m ser prejudiciais, sobretudo quando fósforo nos a ç o s n ã o são c o m u n s , a s estruturas do tipo apresentado na figura 1 0 7 s ã o
s u a quantidade, forma e dimensões estão a l é m d o q u e se considera aceitável. "relativamente raras.
Dentre as impurezas, o fósforo foi considerado, por muito t e m p o , u m elemento exclusivar Quanto aos outros elementos, enxofre, m a n g a n ê s , silício e alumínio, eles são o s princi-
m e n t e nocivo, devido à fragilidade a frio q u e confere aos aços, sobretudo n o s aços duros, de nais responsáveis pela formação d e inclusões não-metálicas.
alto carbono e q u a n d o o s e u teor ultrapassa certos limites. Por essa razão, as especificações Estas, de acordo c o m sua origem, p o d e m ser classificadas e m dois grupos principais'105"106':
s ã o rigorosas a respeito. Certas especificações restringem a s porcentagens m á x i m a s , - "endógenas", a s quais são devidas a reações que se desenrolam durante a elaboração
admissíveis aos valores abaixo, conforme a s aplicações consideradas 1 1 0 3 1 . •do aço ou durante s u a solidificação e geradas pela precipitação d o enxofre e do oxigénio s o b
trilhos eixos estrutura d e pontes estrutura d e construção e a forma de sulfetos, óxidos, silicatos e aluminatos;
0,04% 0,05% 0,06% barras d e concreto armado M - "exógenas", derivadas de fontes externas, c o m o de escórias, corrosão ou erosão d o s
0,10% ;| refratários das paredes do forno e canais d e vazamento , metais e ligas de dissolução difícil
no banho metálico, etc. Essas inclusões exógenas são geralmente constituídas d e silicatos,
N o s aços-liga, o fósforo é especificado c o m 0 , 0 4 % no m á x i m o e m alguns casos e orn.".'. aluminatos e óxidos vários e se caracterizam por dimensões maiores, forma irregular e c o n s -
outros, 0 , 0 2 5 % m á x i m o . M ã o possui esse elemento tendência a formar carbonetos, m a s í a tituição c o m p l e x a .
dissolve-se na ferrita, endurecendo-a e a u m e n t a n d o o t a m a n h o d e grão d o material, ocasi- f? É importante assinalar q u e o c o m p o r t a m e n t o das inclusões s o b o ponto d e vista d e
o n a n d o a "fragilidade a frio", representada por baixa resistência a o c h o q u e ou baixa ter.aci-': leformabiiidade, q u a n d o o aço é sujeito à conformação m e c â n i c a , p o d e alterar o seu carac-
d a d e . Essa influência é tanto mais séria, quanto mais alto o teor d e carbono do aço. terístico de maior ou m e n o r nocividade.
Por outro lado, o fósforo apresenta alguns aspectos favoráveis, pois a o aumentar a dureza do '•* if; D e fato, d e início as inclusões p o d e m ser imaginadas c o m o partículas esféricas o u
aço, aumenta igualmente sua resistência à tração, fato esse que pode ser aproveitado nos aços do ' globulares d e p e q u e n a s dimensões. N o processo de conformação mecânica, a l g u m a s delas
baixo carbono onde seu efeito nocivo é menor, juntamente c o m outros elementos c o m o cobre, níquel J ç a a l o n g a m n a direção da laminação, por exemplo, enquanto outras se m a n t ê m intactas ou
e cromo e m baixos teores. Além disso, o fósforo melhora a resistência à corrosão e a usinabilidade' é se fragmentam e m partículas menores' 1 0 7 1 .
dos aços, principalmente neste último caso, quando adicionado juntamente c o m o enxofre. s r=L Silicatos e sulfetos, por e x e m p l o , f o r m a m estrias alongadas. C o n t u d o , ao passo q u e a s
O fósforo se caracteriza por ser u m tanto incompatível c o m o carbono, ou seja, ele tende, "is ^estrias de sulfetos t ê m extremidades c o m raios apreciáveis, a s d e silicato apresentam n a s
a expulsar o carbono d a austenita, de m o d o q u e , q u a n d o no resfriamento se ultrapassa a • extremidades arestas vivas, mais favoráveis à concentração d e tensões e iniciação d e
linha Ar, as áreas originalmente ricas e m fósforo ficam praticamente constituídas s o m e n t e de 5 micro-fissuras.
ferrita, c o m ausência q u a s e q u e completa d e perlita'104'. Afigura 1 0 6 mostra a estrutura que...|
resulta desse f e n ó m e n o - d e n o m i n a d o textura "ghost lines" - caracterizada, c o m o se vê, por a
estrias constituídas q u a s e q u e exclusivamente d e ferrita, devido à presença d e fósforo, agru- 3
pando-se a perlita, por seu turno, nas beiradas dessas faixas.
U m alto teor d e fósforo pode acarretar a presença de u m eutético fosforoso. A figura 107 í
reproduz o aspecto micrográfico de aço m e i o d o c e moldado c o m fósforo elevado. O fenôme- 4
no q u e ocorre q u a n d o o fósforo se situa e m torno d e 0,4% é nocivo, pois o eutético fosforoso
f u n d e a temperatura p o u c o a c i m a d e 1000°C, o q u e p o d e o c a s i o n a r a ruptura ou

111
Fig. 107 - Aspecto micrográfico de aço meio doce moldado c o m alto teor de fósforo notado pela
Fig. 106 -Aspecto micrográfico de aço doce forjado mostrando a textura c h a m a d a "ghost lines". presença de u m eutético fosforoso, existente quando o teor de fósforo se situa e m tomo de 0,4%.
Ataque: reativo de nital. Aumento: 100 vezes. Nota-se no eutético inclusão de MnS.Ataque: reativo de nital.Aumento: 700 vezes.
o-
o
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS-CARBONO E AÇOS-LIGA

O alumínio, p o r outro lado, fragmenta-se e m partículas diminutas, c o m m e n o r pre-


juízo para o a ç o .
O efeito d o enxofre sobre as propriedades mecânicas d o s a ç o s é mínimo, q u a n d o o teor
de carbono é muito baixo<104>, t o m a n d o - s e mais sensível, n o sentido negativo, q u a n d o a u - o
C o m o já s e m e n c i o n o u , a s inclusões n o s a ç o s s ã o de várias naturezas e são devidas a menta a quantidade d e carbono. A s propriedades mais afetadas s ã o a resistência à tração,
o
o
u m a série d e c a u s a s , todas elas ligadas a reações q u e ocorrem n o a ç o líquido, durante seu a ductilidade e a tenacidade. C u m p r e ressaltar, entretanto, q u e até o limite d e 0 , 1 % d e
processo d e fabricação. enxofre, essa influência não é tão pronunciada c o m o às v e z e s s e admite.

o
A s causas m a i s importantes são" 0 5 " 1 0 8 1 : O m a n g a n ê s , além d e atura c o m o agente desulfurante, atua d o m e s m o m o d o q u e o
- precipitação, durante o processo d e solidificação d o a ç o , d e óxidos e sulfetos cuja silício e o alumínio, c o m o elemento desoxidante. D e fato, o m a n g a n ê s , ao reagir c o m o
solubilidade n o a ç o líquido o u sólido diminui à m e d i d a q u e cai a temperatura; oxigénio, f o r m a o composto sólido M n O , d e preferência a o C O o u C 0 2 , evitando assim o
- separação deficiente dos produtos d e oxidação e desulfuração resultantes d a adição de #S^jSfj>.,j e S prendimento d e bolhas. O M n O n ã o exerce influência d e maior vulto. o-
desoxidantes e desulfurantes;
- formação d e escórias nos f o m o s e n a s panelas d e v a z a m e n t o ;
>íÉ0'ã§-:? O m a n g a n ê s q u e n ã o se c o m b i n o u c o m o enxofre ou c o m o oxigénio p o d e atirar d e d u a s
o
o-
íffiSí^naneiras: q u a n d o o teor d e carbono é baixo, ele se dissolve n a ferrita, a u m e n t a n d o s u a
- arrastamento para o metal líquido d e produtos d e erosão e corrosão d o material refra- W^tM^:>dureza e resistência mecânica; c o m teor d e carbono mais elevado, admite-se q u e s e forme

o
tário das paredes d o s f o m o s o u dos canais d e v a z a m e n t o ; * " " _ "-"o composto M n 3 C < 1 0 9 1 q u e se associaria c o m o F e 3 C , a u m e n t a n d o ainda mais a dureza e a
- adição d e produtos c o m o ferro-ligas o u aditivos d e fundição, m a i s difíceis de s e dissol- ~ resistência d o a ç o . N o r m a l m e n t e , o m a n g a n ê s é especificado e m teores q u e variam d e
v e r e m n o b a n h o metálico. -®SIIíO,23% a 0 , 9 % , p o d e n d o e m certos c a s o s (aços d e usinagem fácil) apresentar valores -mais
E m resumo, as inclusões formadas e m função desses vários f e n ó m e n o s químicos e mecâni- £ ^ 3 â | ? e l e v a d o s . E m teores acima d e 1 % , portanto, já deve ser considerada sua influência n o sen- o
cos correspondem a compostos químicos c o m o óxidos diversos, sulfetos, silicatos é aluminatos. E ^ M ^ ; | : t í d o d e conferir a o s aços características especiais.
A quantidade d e inclusões é muito grande; admite-se q u e u m a tonelada d e aço-carbono o
o
O silício, responsável pela formação d e silicatos, varia n o s aços c o m u n s d e 0,05 a 0 , 3 % .
c o m u m possua cerca d e 10|12> e 10 ( 1 3 ) Inclusões s o m e n t e d e óxidos, s e n d o q u e a maior sif f . i X í ^ Dissolve-se n a ferrita d o m e s m o m o d o q u e o fósforo, s e m contudo, afetar apreciavelmente a

o
quantidade, cerca d e 9 8 % , t e m d i m e n s õ e s inferiores a 0,2 micron. D e s s e m o d o , s o m e n t e 1 '. 1 -s u a ductilidade, e m b o r a aumente ligeiramente a sua dureza e a s u a resistência mecânica. A
a 2 % são visíveis a o microscópio. A s inclusões d e sulfetos são, e m quantidade, da m e s m a WJV>CÃ5|t função principal d o silfcio é a d e agente desoxidante, isto é, q u a n d o adicionado a o aço líquido,

o
o r d e m d e grandeza. ^ j l S / f ^ c o m b i n a - s e c o m o oxigénio, originando c o m p o s t o s sólidos e evitando a combinação d o oxigê-
N o caso d e "aços efervescentes", as inclusões d e óxidos p o d e m atingir dimensões supe- .'- " V nio c o m o carbono, o q u e provocaria o desprendimento d e C O o u C O a c o m a resultante
riores a 3 0 microns n a c a m a d a superficial d o aço' 1 0 5 1 . Esses óxidos s ã o principalmente F e O , l H : r ® l r f o i m a Ç ^ d e b o ^ a s . Entretanto, n ã o s e d e v e esquecer a a ç ã o d a s inclusões d e silicatos,
M n O , A I 2 0 3 e S i O a e o s e u agrupamento junto à superfície p o d e provocar defeitos superficiais " ' t t f t ^ í t " 0 alumínio, adicionado e m princípio c o m o desoxidante, a g e n e s s e sentido mais eficien-
nos laminados a frio. *r _ temente q u e o silício e o m a n g a n ê s , f o r m a n d o c o m o oxigénio inclusões e m partículas dimi-
Outros tipos d e inclusões n o s aços efervescentes são o s sulfetos F e S e M n S q u e se ^ ^ ^ í S í r i u t a s , c o m m e n o r efeito nocivo p a r a o a ç o . O alumínio atua, ainda, c o m o e l e m e n t o
localizam nas regiões d e maior segregação e, portanto, são igualmente prejudiciais. 1gi|||^eontrolador d o crescimento d e grãos n o s aços.
O sulfeto d e ferro possui u m ponto d e fusão muito baixo, e m relação a o do aço (o F e S "rÍ,~t>'-~ O "hidrogénio", d e u m m o d o geral, aparece e m teores d e 0,001 a 0,0001 % f 1 0 9 1 . A s u a
solidifica e m torno d e 1000°C), d e m o d o q u e s u a presença nos processos d e conformação .^líffilKppresença produz certa fragilidade n o material.
mecânica a quente, realizados normalmente a c i m a d e 1000°C, confere a o aço a c h a m a d a 5 | í S J * £ 0 "nitrogénio", q u e se dissolve na ferrita, produz nos aços d e baixo carbono o f e n ó m e n o d e
"fragilidade a quente", defeito q u e deve ser evitado para permitir u m a conformação mecânica í;i^||||S:rendurecimento por precipitação, visto q u e sua solubilidade na ferrita é, à temperatura ambiente,
correta. N e s s a s condições, faz-se necessária a adição d o m a n g a n ê s , pois o enxofre t e m •"*|||gf||iàe somente 0,001 %' 1 1 0 ) aumentando a p o u c o mais de 0 , 0 2 % a425°C. D e s s e m o d o , q u a n d o seu
maior afinidade por e s s e elemento d o q u e pelo ferro e o sulfeto d e m a n g a n ê s formado, cujo - " i - t e o r e s í l v e r a c i m a de 0,01 % poderá causar aquele fenómeno. E s s e elemento, precipitado e m tais
ponto d e fusão é e m t o m o d e 1600 a C' 1 I B ', elimina a fragilidade a quente. A l é m disso, o M n S TTjj.í£Tvaços, sob certas condições, pode ser notado a o microscópio c o m o agulhas d e nitreto de ferro.
forma-se e m partículas diminutas, relativamente plásticas, deformando-se e amoldando-se " "i||fSlí O "oxigénio" forma u m a variedade d e óxidos Ifquidos o u g a s o s o s , q u a n d o o a ç o está
n o sentido e m q u e o material é trabalhado. '-f^j- fundido. Q u a n d o o aço solidifica, alguns desses óxidos p e r m a n e c e m na forma d e bolhas;
Sugere-se q u e a relação M n / S seja superior a 4 para garantir a f o r m a ç ã o d e M n S . t ~ outros, isolados o u combinados c o m outros óxidos f o r m a m c o m p o s t o s resultando, c o m o já

Contudo, c o m o a s outras inclusões, o M n S p o d e ser prejudicial, principalmente nos aços •3%QBt;se viu, e m inclusões não-metálicas.
efervescentes e semi-acalmados onde o teor d e oxigénio é mais elevado q u e o normal. Pode- U m outro elemento q u e p o d e estar presente nos aços é o "estanho", devido 'ao e m p r e g o
se ter, então, a formação d e inclusões duplex 4 1 0 5 1 , caracterizadas por s e r e m constituídas de 2 Í f ê g ! S | d e sucata estanhada. O estanho p o d e t o m a r susoetível à fragilidade a quente e à fragilidade
silicatos monofásicos o u óxidos multifásicos possuindo u m a c a m a d a d e sulfeto que pode atin- Sjgftgiírie revenido.
gir dimensões maiores q u e 100 microns. S e tais inclusões se formarem n a s proximidades de •Lr^-/ Outros elementos residuais que p o d e m ser encontrados nos aços são certos elementos d e
bolhas, elas dão origem a o defeito c h a m a d o "pontos pretos"11051. O a ç o é, e m consequência, j=7^Sf"IÍ9a existentes n a s matérias primas e m p r e g a d a s na fabricação d o aço. Então nesse caso, o
prejudicado q u a n d o submetido a operação d e dobramento e estiramento a frio. f^^^^^°< 0 vanádio, o zircõnio, o c r o m o e o cobre. C o m o elementos residuais, pouco afetam,
A substituição d o silício pelo alumínio n a fase d e desoxidação reduz o efeito nocivo dos f^^^gjisoladamente, a s propriedades daquelas ligas. Contudo, c o m o a maioria desses elementos au-
pontos pretos, pois s e u n ú m e r o e d i m e n s õ e s fj-=n rJrrãnuitícs. ^§5||P menta a endurecibilidade dos aços, seu efeito adicionado pode ter consequências indesejáveis,
D e qualquer m o d o , pela ação relativamente prejudicial d o enxofre, procura-se mantê-lo " fs--32' P n n cipalmente q u a n d o a ductilidade é fator crítico, c o m o e m aplicações d e e s t a m p a g e m profun-
até 0 , 0 5 % o u p o u c o m a i s nos aços-carbono c o m u n s e até 0 , 0 2 5 % n o s aços-liga especiais. P _ ^ da Por isso, o s fabricantes de aço d e v e m ter o cuidado d e reduzir ao mínimo a quantidade
Excetua-se o c a s o d o s aços d e usinagem fácil, o n d e a presença d e M n S e m quantidades -E" z- desses elementos nos aços c o m u n s , mediante u m a seleção cuidadosa d a sucata utilizada.
maiores - exigindo pois maiores porcentagens d e enxofre e m a n g a n ê s nesses aços, inter- 'i^^-Z P a r a concluir, n o q u e se refere a impurezas e inclusões não-metálicas, pode-se tirar a s
r o m p e m a continuidade d a matriz ferrítica q u e , c o m o se s a b e , é muito plástica; obtém-se, 3||||ípseguintes conclusões:
assim, condições d e u s i n a g e m mais rápida, c o m m e n o r potência e melhor a c a b a m e n t o
jf " 0e n x °fr e '0 fósforo, o oxigénio, o hidrogénio são elementos considerados indesejáveis s o b
superficial.
•xf^ P ° n í o de vista d e qualidade de aço: o fósforo pela sua ação c o m o elemento que pode acarretar

180 181
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS-CARBONO EAÇQS-UGA

a "fragilidade a frio"; o enxofre pelos sulfetos q u e forma, sobretudo o de ferro q u e pode acarretar N o q u e se refere à microestrutura, esta é inicialmente afetada pela composição química,
a "fragilidade a quente"; o oxigénio, pelas inclusões q u e forma e o hidrogénio pela fragilidade que pois sabe-se q u e os constituintes presentes são ferrita e perlita, ou perlita e cementita ou
p o d e conferir ao aço. Esses elementos não p o d e m ser totalmente eliminados, nas condições somente perlita, conforme se trate d e aço hipoeutetóide, hipereutetóide ou eutetóide.
normais de fabricação dos produtos siderúrgicos, m a s d e v e m ser mantidos dentro de faixas de Por outro lado, a microestrutura d o s a ç o s d e p e n d e t a m b é m d o s seguintes fatores:
teor que não ultrapassem os limites de influência prejudicial àqueles produtos;
- o m a n g a n ê s , o silício e o alumínio, os três agindo c o m o desoxidantes e o m a n g a n ê s - estado ou condição do aço, s o b o ponto de vista de fabricação; se fundido, trabalhado
t a m b é m c o m o desulfurante são elementos d e u m lado benéficos, m a s d e outro lado prejudi- a quente (laminado, forjado, etc.) ou trabalhado a frio (encruado);
ciais pelas inclusões q u e f o r m a m de sulfetos, silicatos e aluminatos; - tamanho de grão austeníticcr,
- o conceito "aço limpo", ou seja, isento d e inclusões é relativo, porque, sob o ponto de - velocidade de esfriamento;
vista técnico é impossível produzir-se u m a ç o totalmente isento d e inclusões; além disso,
a l g u m a s delas - as micro-inclusões - são e m geral necessárias. O importante é a identifica- N o estado fundido o aço apresenta granulação grosseira, d o tipo dentrítico, visto q u e a
ção dessas inclusões s o b o s pontos d e vista d e composição, quantidade e dimensões e austenita se forma a altas temperaturas e o esfriamento do interior dos moldes é muito lento
otimizar os processos d e fabricação dos produtos siderúrgicos, d e m o d o a q u e elas afetem (fig. 108).
o m e n o s possível a s propriedades básicas daqueles produtos. A s inclusões mais prejudiciais N o estado trabalhado a quente, em q u e a maioria dos aços é utilizada (laminados, forja-
s ã o a s maoro-inclusões: frequentemente utiiiza-se c o m o fronteira q u e separa as micro das dos, etc), c o m o as operações de conformação a quente são realizadas a temperaturas e m
macro-inclusões a d i m e n s ã o d e inclusão d e 5 a 1 0 0 microns' 1081 . que o aço se apresenta no estado austenítico, verificam-se as seguintes consequências:
- outro fator importante a considerar é a deformabilidade das inclusões*1081: os óxidos F e O ,
M n O e (Fe.MnO) apresentam alta deformabilidade à temperatura ambiente e perdem gradual- - h o m o g e n e i z a ç ã o apreciável da estrutura, pela tendência a eliminar ou reorientar as inclu-
m e n t e esse característico n a faixa de temperaturas d e 400° a 800°C; o A I 2 O a e aluminatos de sões e segregações q u e ocorrem durante a solidificação do metal no interior dos moldes;
cálcio são indeformáveis e m toda a faixa d e temperaturas de fabricação d o aço, assim c o m o os - destruição d a estrutura dendrítica;
óxidos duplos tipos "spinel" (de alumínio e m a g n é s i o , por e x e m p l o ) ; o s silicatos são - recristalização, c o m acentuada influência sobre o t a m a n h o do grão, que, por s u a v e z ,
indeformáveis à temperatura ambiente, m a s d e p e n d e n d o de sua composição, t o m a m - s e alta- depende das temperaturas finais d e deformação; geralmente, o trabalho a quente produz
m e n t e deformáveis n a faixa de 800° a 1300°C, a qual corresponde à d a maioria das operações u m a redução d o t a m a n h o de grão d e a ç o .
d e conformação mecânica dos aços. Por esse motivo, essas inclusões s ã o d e grande impor- E m consequência, as propriedades mecânicas finais do a ç o são melhoradas sensivel-
tância para as propriedades Anais desses produtos; o M n S é altamente deformável até t e m p e - mente, e m relação às do material fundido.
raturas e m torno de 1000°C, a partir da qual s u a deformabilidade diminui gradualmente.
- finalmente, a necessidade mundial crescente d e aços de m e l h o r qualidade envolve
u m a série de providências por parte dos produtores, a s quais d e v e m abranger todo o ciclo
d e produção d o aço, d e s d e a s práticas d o refino d o aço líquido até s u a transferência aos
m o l d e s . Entre as técnicas q u e estão s e n d o a d o t a d a s para reduzir o efeito prejudicial das
inclusões não-metálicas pode-se citar as seguintes: tratamento a v á c u o d o aço na panela,
d e m o d o a minimizar o s s e u s níveis d e oxidação; a injeção na panela, prática relativamente
recente, a qual, se realizada s o b condições d e perfeito controle, p o d e significar u m a impor-
tante contribuição n o q u e se refere à r e m o ç ã o d o enxofre, modificação das inclusões
e n d ó g e n a s e redução d o v o l u m e total d e inclusões; seleção correia d o s revestimentos
refratários de m o d o a reduzir as inclusões e x ó g e n a s ; prevenção para impedir a transferên-
cia d e escórias d o forno e d a panela às fases subsequentes d o processamento d o aço;
projeto a d e q u a d o d a s panelas intermediárias, incluindo o seu revestimento e assim e m
seguida. É claro q u e todas essas práticas significam u m a u m e n t o d e custo de produção,
fato esse s e m dúvida c o m p e n s a d o pela m e l h o r qualidade do aço produzido.

3. Propriedades mecânicas dos aços-carbono - A s propriedades mecânicas dos aços-


carbono são afetadas, e m princípio, pelos dois fatores seguintes:

- composição química;
- microestrutura.

M o que se refere à composição química, n o s a ç o s esfriados n o r m a l m e n t e , isto é, e m


condições tais q u e s e processe transformação total d a austenita, o elemento predominante
é o carbono q u e , c o m o s e viu, à medida q u e a u m e n t a , melhora as propriedades relativas à
resistência mecânica, isto é, o limite de e s c o a m e n t o , o limite de e s c o a m e n t o , o limite da
resistência à tração e a dureza e piora as propriedades relativas à ductilidade e à tenacidade,
isto é, o alongamento, a estricção e a resistência ao choque. Q u a n t o a o s elementos residu- Fig. 108 - Aspecto c o m u m de aço moldado, no estado bruto de fusão. Parte da estrutura
ais, a sua influência já foi comentada. é acicular e parte é rendilhada.

182 183
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇQS-CARBONO E AÇQS-LIGA

N o estado encruado, característico d e alguns d o s mais importantes produtos siderúrgi- 4. Importância e limitações dos aços-carbono - O s aços-carbono constituem o m a i s
c o s , c o m o fios, fitas, c h a p a s , etc, os efeitos mais importantes são o s seguintes: importante grupo d e materiais utíiizados n a engenharia e n a indústria. D e fato, as proprie-
dades m e c â n i c a s d e s s e s aços simplesmente ao carbono, s e m qualquer elemento d e liga,
- a u m e n t o da resistência mecânica; e n a maioria d o s c a s o s t a m b é m s a m qualquer tratamento térmico, são suficientes para
- a u m e n t o da dureza; r atender à maioria d a s aplicações d a prática. C o m o se s a b e , o s estados normais d e utiliza-
- diminuição d a ductilidade, representada por u m decréscimo d e a l o n g a m e n t o e estriçao ção desses materiais são o fundido e o trabalhado. A s p e ç a s fundidas geralmente r e q u e -

t
í-
rem u m tratamento térmico de recozimento ou normalização para alívio das tensões origi-
A figura 1 0 9 m o s t r a o aspecto micrográfico d e u m aço m e i o d u r o , encruado por nadas na soCdfncação e para h o m o g e n e i z a ç ã o d a microestrutura. O aço trabalhado por
!,i:sUít
martelamento a frio. -4. forjamenío, laminação, estiramento, trefilação, etc, é utilizado diretamente na forma d e
O efeito do e n c r u a m e n t o sobre a ductilidade d o aço p o d e ser verificado na figura 110(,11> 'perfis obtidos através desses processos, s e m necessidade d e tratamentos térmicos c o m -
Afigura 111<1,2) mostra o efeito do e n c r u a m e n t o sobre as curvas tensão-de-formação de , plexos, a não ser nos casos d e trabalho final a frio, q u a n d o é necessário eliminar o efeito
a ç o d e baixo carbono. >do encruamento.
Finalmente, a Tabela 21 <113) d á alguns valores d e propriedades m e c â n i c a s de aço c o m
0 , 1 4 % de carbono, para diversos estados d e fabricação.
N o que s e refere a o tamanho de grão austenítico, a Tabela 3 apresentada n o Capítulo III
permite avaliar o seu efeito e m alguns dos m a i s importantes característicos d o s aços.
Finalmente, o fator velocidade d e esfriamento já foi abordado n o Capítulo II. Viu-se.
n
então, c o m o , modificando-se essa velocidade a partir do estado austenítico, originam-se as ' A
diversas estruturas típicas d o s aços e q u e determinam as suas propriedades finais.
.'

M

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i
•'A
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"A
'//,////// //,
! I I i ! I T T T -
50 60 70

Encruamento, representado
Fig. 109 - Aspecto micrográfico de aço duro encruado por martelamento a frio. pela redução da área
Ataque: reativo de nital. Aumento: 200 vezes. no estiramento, %

TABELA21 Fig. 110 - Efeito do encruamento sobre a ductilidade do aço.


Efeito do encruamento obtido por laminação a frio sobre as propriedades de tração de aço de
baixo carbono. "^T For outro fedo. e m : , e s aço-carbono p o d e m , dentro d e certos limites,
Encruado Encruado :.ser esfriados a velocidades q u e sejam suficientes para produzir qualquer u m a das possíveis
Estado
Propriedade c o m 3 0 % de c o m 6 0 % de :^stribuições d e cementita na ferrita, inclusive a formação d a martensita. Sabe-se q u e , para
recozido
redução redução içada tipo particular d e distribuição d e carbonetos, o teor d e carbono é o principal fator d e
Limite de proporcionalidade kgf/mm 2 (MPa) 19,0(190) 11,0(110) 7,0 (70) íinfluencia n a dureza e n a resistência m e c â n i c a do aço. M a n t e n d o - s e constante o teor d e
Limite de escoamento kgf/mm z (MPa) 24,0 (240) 52,5(515) 67,5 (665) carbono, a resistência a u m e n t a à m e d i d a q u e a u m e n t a a finura d a dispersão de carbonetos,
Limite de resistência à tração, kgf/mm 2 (MPa) 41,0(400) 56,5 (555) 68,5 (675) ao passo q u e a ductilidade e propriedades semelhantes d i m i n u e m . Para a m e s m a dureza,
Alongamento e m 4", % 41,7 22,0 10,5 ipor outro lado, a dispersão do tipo esferoidal possui maior tenacidade do q u e a estrutura
Estricção, % 65,8 58,0 43,0 •lamelar.
A ç o s E FERROS FUNDIDOS AÇOS-CARBONO E AÇOS-LIGA

T A B E L A 23
Propriedades mecânicas dos microconstituintes dos aços
Umrte de resis-
AJongamento e m Dureza Poder endurecedor
Constituinte tência ã tração
2", % . BrinellI (com a têmpera)
Kgf/mm 2 (MPa)
r\
Ferriia 35(340) cerca de 40 90 nenhum
Periita 85(830) cerca de 10 250/300 máximo
Cementita 3(30) 0 650 nenhum

É preciso lembrar, entretanto, q u e as propriedades da perlita variam grandemente c o m o


grau de finura d a s u a estrutura.
Ainda s e g u n d o S A V E U R , u m a v e z admitido q u e as propriedades dos constituintes d o aço
' sejam aquelas, pode-se prever as propriedades de qualquer tipo d e aço-carbono resfriada
"normalmente, d e s d e q u e se conheça a s u a estrutura e admitindo ainda q u e essas proprieda-
des d e p e n d a m s o m e n t e das quantidades relativas dos diversos constituintes. A s s i m , por
• exemplo, u m a ç o q u e apresente 5 0 % d e ferrita e 5 0 % de periita d e v e ter propriedades q u e
0 5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 92 ^correspondem à m é d i a das propriedades daqueles dois constituintes.
É evidente q u e os aços-carbono apresentam limitações, sobretudo quando se d e s e j a m
Redução pelo encruamento, % "propriedades especiais de resistência à corrosão, resistência a o calor, resistência a o d e s -
gaste, característicos elétricos ou magnéticos, etc. N e s s e s casos, recorre-se aos aços-liga,
Fig. 111 - Influência do encruamento sobre as curvas tensão-defromação e m aço de baixo carbono.
euja importância cresce dia a dia.
T A B E L A 22
Efeito do tipo de estrutura sobre as propriedades de tração do aço 5. Aços-liga; efeitos dos elementos de liga; propriedades mecânicas - A introdução de outros
A ç o c o m 1 % d e carbono elementos de liga nos aços-carbono é feita quando se deseja u m ou diversos dos seguintes efeitos:
Ferro c o m e r - Temperado
Propriedade cialmente Perlítlco Coalescido e a) aumentar a dureza e a resistência mecânica;
puro Revenido b) conferir resistência uniforme através de toda a secção e m peças d e grandes dimensões;
Limite de escoamento, kgf/mm 2 (MPa) 18,2(182) 59,5 (585) 28,0 (280) - c) diminuir o p e s o (consequência d o a u m e n t o da resistência), d e m o d o a reduzir a inércia
Limite de resistência à tração, "de u m a parte e m movimento ou reduzir a carga-morta e m u m veículo ou n u m a estrutura;
kgf/mm 2 (MPa) 29,4 (284) 105,0(1030) 54,6 (536) 182,0(1785) d) conferir resistência à corrosão;
Alongamento, % 40-44 10 31 33 e) aumentar a resistência ao calor;
Estricção, % 70-75 12-15 57 45 f) aumentar a resistência ao desgaste;
Dureza Brinell 80-85 300 156 540 g) aumentar a capacidade de corte;
h) melhorar a s propriedades elétrioas e magnéticas.
E m r e s u m o , p e q u e n a s secções de aço-carbono p o d e m d e fato ser submetidas a trata-
m e n t o s térmicos tais q u e p o s s a m produzir excelentes propriedades à temperatura ambien- O s três primeiros requisitos são alcançados porque os elementos de liga, c o m o s e viu,
te. A Tabela 2 2 < m ) ilustra b e m esse fato. • aumentam a resistência da ferrita e f o r m a m ainda outros carbonetos, além do F e 3 C , contri-
Nota-se, pelo e x a m e d a s d u a s primeiras colunas, q u e s o m e n t e a presença d o carbono ja buindo para a melhora da resistência d o aço, sobretudo e m s e c ç õ e s q u e , se se tratasse d e
é suficiente para dar a o aço, laminado por e x e m p l o , maior resistência, c o m prejuízo, entre- :. aços-carbono c o m u m , dificilmente teriam a resistência alterada.
tanto, da ductilidade. A terceira coluna indica a restauração de certa ductilidade pela produ- Geralmente e s s e a u m e n t o d a resistência é conseguido pela adição de u m ou vários
ção da estrutura esferoidita. A última coluna indica q u e u m a estrutura intermediária entre a elementos d e liga e m teores relativamente baixos, não ultrapassando sua s o m a o valor d e
dura martensita e a m a i s m o l e e mais grosseira esferoidal permite obter u m a resistência 5 % . Nessas condições, os princípios fundamentais dos tratamentos térmicos p e r m a n e c e m
muito elevada c o m razoável ductilidade. E m r e s u m o : porque, ainda q u e a presença d e n o v o s elementos de liga obrigue a u m ajuste nas tempera-
A resistência à tração dos aços-carbono eleva-se c o m o teor d e carbono até 0,7/0,8% de -turas dos tratamentos, a transformação d a austenita e a s estruturas resultantes s ã o a s
carbono; o limite d e e s c o a m e n t o mostra u m a alteração m e n o s acentuada: Iimita-se a 0,6/0.7%. - m e s m a s q u e ocorrem nos aços-carbono.
O alongamento e a resistência ao c h o q u e d e c r e s c e m a c e n t u a d a m e n t e . Pode-se dizer, A ctferiçãc c o s cutrcs caracierfsíiccs_ d e d a h, requer a introdução dos elementos d e
d e u m m o d o geral, q u e a resistência atinge valor m á x i m o para cerca d e 0 , 8 % de carbono, - liga e m teores m a i s elevados, produzindo-se alterações mais profundas na ferrita, além d e
para e m seguida decrescer ligeiramente, a o p a s s o q u e a ductilidade decresce s e m p r e e mais re ultarem carbonetos mais complexos. Neste caso, os tratamentos térmicos t a m b é m de-
rapidamente para o s teores mais altos d e carbono. • vem ser m u d a d o s , para facilitar muitas vezes a formação d o s carbonetos especiais.
C o m o se viu, as propriedades mecânicas d o s aços estão intimamente relacionados c o m Esses a ç o s d e alto teor e m liga são mais difíceis de fabricar e tratar termicamente d e
os vários constituintes estruturais, dos quais n ã o se conhece, n a realidade, as verdadeiras m o d o que s ã o muito despendiosos, m e s m o porque alguns d o s elementos de liga utilizados
características, c o m a devida precisão. sao relativamente raros.
D e acordo c o m a S A V E U R ' 1 1 5 1 , as propriedades dos vários constituintes p o d e m ser resu- D e quantidade total de aços-liga produzida, cerca de 6 0 % pertence à série 8 6 X X , c o m
midas de acordo c o m o q u e mostra a Tabela 2 3 . tre elementos d e liga (Ni, Cr e M o ) e m baixos teores.

186 187
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS-CARBONQ E AÇOS-LIGA

5.1. Tendência da distribuição dos elementos de liga nos aços recozidos - C o m se sabe,
n o s aços recozidos, o s dois microconstituintes essenciais são:
- ferrita - isto é, ferro alfa contendo elementos dissolvidos;
240

220
í
/ /
/
- carboneto - essencialmente a cementita ou carboneto d e ferro contendo elementos
(D
2D0
í
i
dissolvidos ou carbonetos especiais contendo ferro e elementos d e liga.
m 180
O s aços contém ainda p e q u e n a s quantidades d e materiais não metálicos, na forma de
partículas diversas. E s s a s inclusões, nos a ç o s comerciais, são geralmente partículas de ti /,1
certas substâncias mineralógicas, c o m o óxidos complexos, sulfetos, nitretos, silicatos, etc. S 160 li 1 Cr

L1 /
C o n v é m lembrar, por outro lado, q u e tais dispersões finamente divididas s e r v e m para evitar
excessivo crescimento d e grão. S 140 A
U m quarto tipo d e constituinte, presente e m certas circunstâncias, é representado por
compostos intermetálicos especiais. N o s a ç o s , entretanto, tais c o m p o s t o s s ã o muito raros.
120 i A
Finalmente, u m quinto constituinte presente p o d e ser representado pelo próprio elemen- ião k
to d e liga adicionado; por exemplo: cobre o u c h u m b o . 0 2 4 6 3 10 12 14 16 18 20 22 24
L e m b r a d o s esses fatos, deve-se fazer referência à Tabela 2, apresentada no Capítulo III, Elemento de liga, %
a qual, n u m a primeira aproximação, mostra a tendência geral d e distribuição de vários ele-
m e n t o s de liga nos a ç o s esfriados lentamente. Fig. 112 - Ação relativa de alguns elementos de liga que se dissolvem na ferrita,
O s elementos indicados, c o m exceção d o cobre e do c h u m b o , t e n d e m na ausência do no sentido de aumentar a sua dureza.
carbono, a se dissolver n a ferrita, a não ser p e q u e n a s quantidades q u e p o d e m aparecer
c o m o inclusões não-metálicas.
Por outro lado, a tendência formadora d e carbonetos desses elementos só s e revelará na I Y /
/

presença d e teores apreciáveis de carbono.


D o s elementos q u e s e consideram e m definitivo c o m o formadores d e carbonetos, o
0,1%C-
Y n

m a n g a n ê s é talvez, o m a i s fraco. A tendência geral nesse sentido s e manifesta mais ou f /


/
m e n o s na seguinte o r d e m d e intensidade crescente: Mn,' Cr, M o , W , T a , V, N b e Ti. O s que 0.1 %c•Cr
apresentam m e n o r tendência do q u e o ferro para combinar-se c o m o carbono formando A /
carbonetos são: Si, Al, C u , Ni, C o e talvez Zr. A posição do M o é considerada incerta. 5
Q
120 A
5.2. Efeito dos elementos de liga sobre a ferrita - A figura 112<114' mostra a ação relativa de
d Cr

diversos elementos de liga q u a n d o dissolvidos na ferrita, no sentido d e a u m e n t a r a sua dureza (e, /\


portanto, a resistência mecânica) antes m e s m o d e qualquer tratamento térmico. Esse aumento
d e resistência não é a c o m p a n h a d o por sensível decréscimo da ductilidade, c o m o acontece
tSj- ' 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
q u a n d o se verifica a u m e n t o d e dureza ou resistência devido a modificações estruturais.
QsJíí " Elemento de liga, %
- Efeito endurecedor dos elementos de liga na presença de carbonetos - A figura 113 !114)
mostra comparativamente o efeito endurecedor na ferrita do m a n g a n ê s e d o cromo e m ligas
^! Fig. 113 - Curvas mostrando o aumento da dureza causado pela presença de cromo e de manganês
isentas de carbono e c o m 0 , 1 % deste elemento. A s faixas para as ligas contendo 0 , 1 % de
ÍSTSÍ?' em ferro puro e e m aço com 0,1 % C (faixa). Pela disposição das linhas e das faixas, verffica-se que
carbono indicam q u e os d a d o s experimentais q u e levaram à determinação dás curvas não são . 'saife o efeito endurecedor do cromo e do manganês deve também ser atribuído à solução desses
suficientes n e m tão precisos quanto seria desejado. D e qualquer m o d o , a figura confirma o efeito fcajírí elementos na ferrita.
endurecedor dos elementos indicados, devido a sua solução nafenita, c o m o já foi explicado.
'tsé*gi^': D o s elementos conhecidos c o m o formadores de carbonetos, c o m e x c e ç ã o d o
5.3. Efeito dos elementos de liga nos carbonetos - O segundo dos constituintes básicos dos ipÉpf m a n g a n ê s , cuja tendência formadora d e carbonetos é a p e n a s ligeiramente superior à d o
aços esfriados lentamente é o carboneto; é conhecida a influência sobre as propriedades dos CV:F-" ' e r r ° . s o m e n t e u m a p e q u e n a q u a n t i d a d e daqueles e l e m e n t o s citados é aceita pela
aços da quantidade, assim c o m o da forma e d a finura d a dispersão das partículas de carboneto. l^Cj* cementita ou pelos cristais de F e 3 C , formandc-se assim n o v o s carbonetos, relativamente
Por outro lado, s e n d o todos os carbonetos encontrados nos aços muito frágeis e relativa- r^f- complexos, tais c o m o (FeCr) 3 C, contendo até cerca de 1 5 % d e Cr, (CrFe) 7 C 3 , contendo u m
m e n t e muito duros, s u a influência sobre as propriedades de tração d o s a ç o s , obtido normal- mínimo de 3 6 % d e Cr, ( F e M o ) 8 C , ( F e W ) 6 C , (VFe) 4 C 3 , etc.
m e n t e , é idêntica, independentemente das s u a s composições específicas, d e s d e , é claro, pHiEr E m r e s u m o , d e u m m o d o geral, as partículas d e carbonetos, q u a n c c sua dispersão for
q u e suas partículas apresentem as m e s m a s condições d e dispersão. g||í|P semelhante, a t u a m n o m e s m o sentido, diferenciando-se a p e n a s n a resistência à tração,
Entretanto, as propriedades especiais p o d e m ser conferidas aos a ç o s pela presença de assim c o m o n a s propriedades especiais q u e p o d e m conferir a o s aços, d e p e n d e n d o d a s u a
carbonetos especiais. composição química.
D e qualquer m o d o , s o b o ponto de vista d e propriedades m e c â n i c a s , sobretudo as rela-
tivas à tração, as m u d a n ç a s d e composição d o s carbonetos pouco interesse apresentam. 5.4. Efeito dos elementos de liga na forma de inclusões não-metálicas - G e r a l m e n t e
A fase carboneto é p o u c o modificada pelo níquel, silício ou alumínio, a não ser q u e a j§§ inclusões não-metálicas de grandes d i m e n s õ e s são indesejáveis, a o passo que dispersões
grafitização seja acelerada pela sua presença, d e s d e q u e haja ou n ã o p e q u e n a porcentagem muito finas p o d e m ser benéficas ou prejudiciais. O nitreto d e alumínio, por exemplo, exerce
d e elementos formadores d e carbonetos*"4'. grande e importante controle sobre o crescimento da austenita. O maior interesse nas inclu-

188 189
soes não-metálicas relaciona-se c o m o seu efeito n o sentido d e melhorar a usinabilidade dos m teores d a o r d e m d e 2 0 % ; d o m e s m o m o d o atua o molibdênio, q u e acima d e cerca d e
c 0

aços recozidos, c o m o , por exemplo, através d e criteriosa presença d o sulfeto de m a n g a n ê s g 2 % elimina o c a m p o austenítico'114'; o tungsténio igualmente, e m teores d e cerca d e 1 2 % ,
n a forma de p e q u e n a s tiras alongadas. impede completa austenitização. O silício, apesar d e n ã o ser elemento f o r m a d o r d e
A grafita é igualmente considerada u m a f o r m a d e inclusão não-metálica n o s aços' 1141 , às ' S f f i S carboneto c o m o o tungsténio e o molibdênio, t a m b é m restringe o c a m p o austenítico, até
vezes desejada para conferir certas e particulares propriedades e m alguns tipos de aços de que acima de cerca d ê 8 , 5 % não h á possibilidade de ter-se austenita c o m o único constitu-
alto carbono. inte. Finalmente, o efeito do titânio n o c a m p o austenítico no sentido de restringHo paulati-
namente é ainda m a i s acentuado, a ponto d e u m teor d e 1 % d e s s e elemento praticamente
5.5 Efeito dos elementos de Siga na forma de compostos intermetálicos - Considerando- eliminar a fase austenítica.
s e os nitretos c o m o c o m p o s t o s intermetálicos, eles constituirão o e x e m p l o mais importante
d a formação de tais c o m p o s t o s . D e fato, certos a ç o s a o alumínio para nitretação apresentam 7. Efeito dos elementos de liga na faixa de temperaturas de formação da martensita. -
a formação de u m a dispersão de partículas duras d e grande finura, constituídas de AIN, Esses efeitos p o d e m ser considerados s o b dois pontos de vista:
levando a notável endurecimento do aço.
- influência n a s temperaturas d e início e d e fim de formação d a martensita;
5.6. Efeito dos elementos de liga na forma de partículas metálicas dispersas - O s dois - influência sobre a dureza da martensita.
exemplos importantes referem-se ao cobre e a o c h u m b o . O cobre, q u e é solúvel e m apreci-
áveis proporções n o ferro g a m a , dissolve-se n a ferrita, a 810°C, e m porcentagem inferior a Quanto a o primeiro efeito - sobre a s temperaturas de início e de fim da formação da
2 % e a 593°C s u a solubilidade na ferrita é provavelmente inferior a 0 , 3 % ( 1 1 4 ) . Assim sendo, o martensita - viu-se já, no Capítulo III (figs. 31 e 32), c o m o os elementos de liga m a n g a n ê s e
cobre dissolvido a altas temperaturas, é rejeitado n a forma d e partículas q u a s e que inteira- cromo p o d e m abaixar as temperaturas d a reação martensítica, a ponto de evitar s u a f o r m a -
m e n t e puras, a temperaturas inferiores, ocasionando, e m aços c o m 1 , 5 % a 1,75% de cobre, ção total. Lembre-se, d e início, q u e dentre o s elementos q u e p o d e m estar presentes n o s
endurecimento por precipitação. O c h u m b o , e m a ç o s c o m cerca de 0 , 2 5 % desse elemento, aços, o carbono é o q u e apresenta á influência mais acentuada. S e g u e m - s e , aparentemen-
produz o conhecido efeito d e aumentar a s u a usinabilidade, devido a o fato de diminuir a . te, o m a n g a n ê s , o c r o m o , o níquel, o molibdênio, o tungsténio. O cobalto a u m e n t a a t e m p e -
formação de cavacos alongados. ratura de início d e formação da martensita. O s efeitos d o vanádio e do titânio são discutí-
veis'1171. Quanto à influência sobre a temperatura de fim d e formação d a martensita, a p a r e n -
6. Efeito dos elementos de liga na formação da austenita e na sua transformação - Até temente é a m e s m a por parte dos vários elementos de liga indicados. A distância entre a s
agora foram considerados os efeitos da adição d o s elementos de liga n o s característicos temperaturas M , e M , varia desde cerca d e 160°C até cerca de 245°C, sendo a maior para o s
mecânicos dos a ç o s não-endurecidos, ou seja, n o estado recozido o u normalizado, à t e m p e - elementos d e tendência m a i s forte n o sentido de diminuir a temperatura M,, isto é,
ratura ambiente. Antes d e ser feita u m a recapitulação geral desses efeitos, será conveniente manganês, c r o m o e níquel'1171.
abordar ou, e m alguns casos, recordar a a ç ã o d e tais elementos n a austenita, na formação A temperatura d e fim de f o r m a ç ã o d a martensita é muito importante, pois representa
d a martensita e no revenido. - a eliminação total d a austenita, d e m o d o q u e se houver condições para a m e s m a n ã o ser
N o que se refere à formação da austenita, o aquecimento dos a ç o s à temperatura de atingida, ficará certa quantidade d e austenita retida. M e s m o e m aços-carbono, c o m teor
austenitização retém e m solução na austenita todos os elementos d e liga q u e estavam pre- desse elemento a c i m a de 0 , 5 5 % , a l g u m a austenita p e r m a n e c e retida, sobretudo n a p r e -
viamente dissolvidos n a ferrita, c o m o é óbvio, alterando as propriedades d a austenita muito sença de níquel, m a n g a n ê s e c r o m o , p o d e n d o nestes c a s o s o carbono ser até m e s m o
p o u c o , a não s e r t o m a n d o - a u m pouco mais dura o u resistente à d e f o r m a ç ã o . S u a influência inferiori1161. N o reaquecimento d o a ç o a u m a temperatura conveniente, essa austenita
sobre o t a m a n h o d e grãos faz-se sentir principalmente no sentido d e q u e elevam ligeiramen- pode transformar-se, d e acordo c o m a tendência d e transformação isotérmica d o a ç o .
te a temperatura d e crescimento do grão. O t a m a n h o de grão d e p e n d e m a i s dos constituin- Pode-se evitar a retenção da austenita por u m resfriamento sub-zero, o q u e , entretanto,
tes q u e não se dissolvem n a austenita, c o m o as inclusões não-metálicas, a s quais forçam exige c o n h e c i m e n t o exato da temperatura M,, e p o d e c a u s a r tensões internas muito
acentuadamente a elevação d a temperatura d e crescimento d e grão d a austenita, o que, e m severas, ou m e s m o o aparecimento d e fissuras. Geralmente, q u a n d o a quantidade d e
outras palavras, significa q u e tais inclusões p o d e m evitar o crescimento d e grão. É o caso de austenita retida é p e q u e n a , n ã o se verificam efeitos apreciáveis n a s propriedades, e m -
inclusões de nitreto d e alumínio q u e previnem o crescimento-de grão até temperaturas b e m bora a p a r e n t e m e n t e os limites d e elasticidade e de e s c o a m e n t o sejam ligeiramente
superiores a 925°C e, à s vezes, da o r d e m d e 1100°C'11B). A s inclusões d e elevado teor de diminuídos. P a r a quantidades maiores d e austenita retida, 1 0 % a 2 0 % ' 1 1 6 1 , a transforma-
silício já não atuam d a m e s m a maneira, pois dissolvem-se e m parte n a austenita. ção subsequente e m bainita d a faixa inferior, durante o revenido n ã o produz modifica-
ções ou, e m alguns casos, melhora a resistência a ductilidade e a tenacidade. Entretan-
O s carbonetos, n o c a s o d e aço de c o m p o s i ç ã o até médio teor d e carbono, t a m b é m se
t o , o revenido a temperaturas m a i s elevadas, produzindo a bainita superior ou a perlita,
dissolvem totalmente n a austenita. Entretanto, para aços de alto teor d e carbono ou c o m
produz efeitos prejudiciais.
elementos de liga q u e f o r m a m carbonetos, a solução destes não é total, s e n d o e m alguns
casos, c o m o nos a ç o s rápidos, impossível. N e s s a s condições, o efeito m a i s importante é no O segundo efeito mencionado - sobre a dureza da martensita - deve t a m b é m ser levado
sentido de impedir o crescimento de grão. D e qualquer m o d o , as propriedades finais dos e m consideração, pois, ao contrário d o q u e se acredita geralmente, os elementos d e E g a -
aços são grandemente afetadas pela proporção d a fase carboneto n a austenita. outros q u e o carbono - exercem u m a influência endurecedora n a martensits. c que p o d e sar
Finalmente, lembre-se as figuras 14 e 15 apresentadas no Capítulo I, relativas à influ- demonstrado por experiências realizadas por Viiella, A b o m , Price e W y c h e , dos laboratórios
ência dos elementos d e liga sobre o teor d e c a r b o n o e a temperatura d o eutetóide sobre o de Pesquisas d a United States Steel Corp.'" 61 , e m ligas Fe-Cr c o m a p e n a s 0 , 0 2 % d e carbo-
c a m p o austenítico. A figura 14 mostra q u e alguns elementos e l e v a m a temperatura de no. O s resultados estão resumidos n a figura 114.
formação da austenita e outra a abaixam; entretanto, n e n h u m elemento d e liga passa a O m e s m o efeito endurecedor de elementos de liga foi observado e m aços c o m 0 , 3 5 % d e
c o m p o s i ç ã o d o eutetóide a valores m a i s e l e v a d o s . A figura 1 5 m o s t r a os efeitos d o carbono, c o m teores variáveis de c r o m o e d e molibdênio'1161.
m a n g a n ê s , c r o m o , molibdênio e silício sobre a faixa de existência d e austenita. C o m o o D e qualquer m o d o , c o n v é m não esquecer q u e o carbono é o elemento fundamental n o
m a n g a n ê s , a t u a m o níquel e o cobalto; o c r o m o praticamente elimina o c a m p o austenítico que diz respeito à s propriedades da martensita.

190 191
Aços E íE3s.cs FUNDIDOS AÇOS-CARBONO E AÇOS-LICA
O
o
1
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EsfrU da dn sticanlente
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T 100 200 300 400 500 600 700
Temperatura de revenido °C

2 3 4 S 6 7 10 11 12 Fig. 115 - Efeito do reaquecimento a várias temperaturas sobre a dureza de aço de alto carbono e o
% Cr cromo, temperado. A têmpera a partir de 900°C retém alguma austenita; a têmpera a partir
de 1093°C produz u m estado quase que completamente austenítico: note-se o o
Fig. 114-Dureza martensítica numa série de ligas Fe-Crcom 0,02% de carbono, mostrando-se, para
endurecimento pelo revenido.
o
o
efeitos comparativos, a dureza no estado recozido.
- ao m e s m o tempo, diminuem-se os riscos de empenamento ou fissuração;

o
- outro efeito do aumento da temperabilidade relaciona-se c o m a temperatura de
3. Efeito dos elementos de liga no revenido - U m d o s principais, s e n ã o o principal •revenido, a qual, nos aços ligados, é mais elevada que nos aços-carbono comuns, para os

o
efeito, está relacionado c o m a austenita retida o u residual n o s a ç o s sujeitos a esse «l^íJJilS;;mesmos níveis de dureza; essa maior temperatura de revenido facilita a remoção de tensões
f e n ó m e n o . H á a l g u m t e m p o , acreditava-se q u e a retenção d a austenita a s u a s u b s e - 1 i - "y,-. internas. Do m e s m o modo, para o m e s m o nível de dureza ou de endurecibilidade, os aços-
quente c o m p o s i ç ã o durante o revenido e r a m a única c a u s a d o retardamento d o a m o l e -
cimento d o aço o u d o c h a m a d o "endurecimento secundário" o u "dureza secundária".
liga apresentam maior tenacidade;
--: - aumentar a dureza e a resistência mecânica da ferrita, quando se dissolvem nesse o
D e fato, u m a grande proporção d e austenita p o d e causar u m e n d u r e c i m e n t o d o a ç o por
ocasião do revenido, o q u e é ilustrado pela figura 115 ( 1 1 7 ) , relativa a u m a ç o d e carbono
«Ê$Jte¥: ; c o n s ' i í u ' n t e ' c o m consequente aumento de dureza e resistência mecânica do aço, m e s m o
o
o
antes de qualquer tratamento térmico;
muito elevado (1,8%) e 6 , 4 % d e c r o m o , t e m p e r a d o d e d u a s t e m p e r a t u r a s . A t ê m p e r a "Wfewfe "e s s 8 característico é mais saliente e m relação a o s aços c o m elementos d e liga q u e têm

o
d a temperatura m a i s elevadas (1093°C) p r o v o c o u retenção d e g r a n d e quantidade d a T§2||f|: a tendência de formar carbonetos, c o m o o cromo, o molibdênio, o vanádio e outros, os quais
austenita ( 8 0 % a 9 0 % ) e peio revenido s u b s e q u e n t e , a temperaturas entre 500°C e |£íg|&:..não s ° elevam a temperatura de revenido como também provocam u m retardamento no
600°C, originaram-se constituintes mais d u r o s q u e a austenita. A t u a l m e n t e , admite-se
q u e o endurecimento secundário é c a u s a d o t a m b é m pela precipitação d e u m a disper-
^|||g|ç;amolecimento d o aço pelo revenido, podendo-se verificar até m e s m o o f e n ó m e n o de "en-
SKBSfGdurecimento secundário" ou "dureza secundária"; o
s ã o e x t r e m a m e n t e fina d e carbonetos d e e l e m e n t o s d e liga. E s s a precipitação ocorre-
ria n a faixa d e temperaturas entre 480°C e 650°C Í 1 1 8 >, e o s c a r b o n e t o s c a p a z e s d e
aumentar a resistência à corrosão; os elementos mais atuantes nesse sentido são,
como se verá, o cromo, o níquel, o cobre e o fósforo, os quais, m e s m o e m teores relativa- o
produzir tal efeito seriam W 2 C , M o 2 C e V C . A o m e s m o t e m p o , e s s e s carbonetos preci- ^íft^-ij mente baixos, melhoram muito a resistência à corrosão atmosférica; o cromo, e m teores
Q
o
pitados provocariam u m a melhora d a resistência a o a ç o e altas temperaturas. Para ~ ' '••**/>•; elevados, toma o aço inoxidável;
qualquer resistência o u dureza final, os a ç o s t e m p e r a d o s p o s s u i n d o tais elementos d e aumentar a resistência ao desgaste;
liga, d e v e m ser a q u e c i d o s a t e m p e r a t u r a s c o n s i d e r a v e l m e n t e m a i s elevadas n o
revenido a esta circunstância presumivelmente permite u m a m a i o r eliminação d e ten-
modificar os característicos elétricos e magnéticos;
o
s õ e s internas. S^lliiP-S"'-
A Tabela 2 4 , adaptada do "Metals Handbook" resume os principais efeitos dos elementos de
o
o
^•jí^^^É'''9 a _ nos aços. Afigura 116 indica os efeitos do níquel, do cromo e do manganês sobre os valores
9. /feeasrfwsçac .ccs efeitos dos elementos de liga nos aços - Recapitulando, os princi- • / â ^ ^ ^ ; o b 8 d o s no ensaio de tração e m corpos de prova de pequena secção de aço laminado com 0 , 2 %
pais efeitos dos elementos d e liga sobre a s propriedades mecânicas, microestrutura, trata- ,
m e n t o s térmicos e outros característicos d o s a ç o s são:
|g§|Í|fÍig
:de carbono. Verifica-se que o níquel que, como se sabe, se dissolve na ferrita, aumenta razoavel-
€ í ? J e ? " ' m 6 r r t e o s '' m ' t e s de resistência à tração e de escoamento, sem afetar muito sensivelmente a o
- aumentar a temperabilidade, pelo deslocamento para a direita d a s curvas d e início e fim -^^^^Jluofllldade. O c r o m o , q u e além d e se dissolver n a ferrita forma carbonetos, possui efeito mais
d e transformação d a austenita, no diagrama TTT; o
o
apreciável que o níquel no q u e se refere a o limite d e escoamento e à resistência à tração,
- esse efeito, c o m o s e viu, torna possível a t ê m p e r a d e secções m a i s grossas e a utiliza-r f t ^ ^ l ê P m v o c a n d o < entretanto, queda maior nos valores de alongamento e estricção. O m a n g a n ê s , cujo
l3íf§PllS*'
o
ção d e meios d e t ê m p e r a mais brandos, por exemplo, óleo ou m e s m o ar, e m vez d e água, e 8 to ® analisado e m três tipos de aço, com teores baixo e médio de carbono, aumenta as
garantindo u m a estrutura temperada c o m maior quantidade d e martensita; '-si- / ^Propriedades de resistência mais ou menos na m e s m a proporção do que o cromo.

192
_Lt' *
193 o
o
5,* r
ACOSE FERROS FUNDIDOS AÇOS-CARBONQ E AÇOS-LIGA

100
Estria Limite de resistência/
90 a tração

30

70 Linníte de TEslsíônci.a.
airação
\
Alongamento
-

c d E
i
U m te da es.
coamen 0 Q cr
o
<§ ^« O aí <
ol ca ai
.
lesist à tração -T-
Alongamento Jm.de escoam. T- Cl

% de níquel % de cromo % de manganês

Fig. 116-Efeito do níquel e d o cromo sobre propriedades mecânicas de aço laminado c o m 0,20% de
carbono; efeito do manganês sobre aços de baixo e médio carbono, laminados.

C a b e , u m a referência especial a o e l e m e n t o boro, o qual, c o m o s e verificou já há


cerca d e vinte e cinco a n o s , e m p e q u e n a s quantidades, exerce u m efeito acentuado
sobre a endurecibilidade d o s aços' 1191 . O s a ç o s d e boro d e v e m ser, primeiro, cuidadosa-
m e n t e desoxidados, e o s e u teor de nitrogénio d e v e ser baixo, pois, d o contrário, o boro
reagirá c o m o o oxigénio e o nitrogénio, d e i x a n d o d e contribuir p a r a melhorar a
temperabilidade. as <s
A porcentagem d e boro a adicionar para o s efeitos q u e se d e s e j a m é extremamente
CM CO 2 2
J 01
p e q u e n a , ficando entre 0 , 0 0 8 % e 0 , 0 0 0 3 % , d e p e n d e n d o do tipo d e aço< 1 2 0 ) . Entretanto, se
m s
s u a quantidade ultrapassar de certos limites, poderá provocar a falta d e ductilidade a quen- 3 o»
,<
te". O limite é de cerca de 0 , 0 0 8 % para a ç o s d e baixo carbono e d e cerca de 0 , 0 0 5 % para I- -o
aços d e alto carbono.
A atuação d o boro n ã o é propriamente c o m o elemento de liga. C o n t u d o , seu efeito sobre
certos característicos dos aços, c o m o temperabilidade, é apreciável, fazendo-se sentir da
seguinte maneira 1 1 2 0 1 : E -o
< S
- desloca para a direita a curva de início d e transformação do diagrama TTT;
- desloca t a m b é m para a direita a curva d e fim d e transformação, p o r é m relativamente
pouco;
- d e qualquer m o d o , a consequência imediata é o a u m e n t o da temperabilidade dos aços.
Admite-se 1 1 2 1 1 q u e a presença de u m c o m p o s t o submicroscópico d e boro nos contornos
d o s grãos ( B C , B N ou boretos) seria a causa d o atraso na transformação d a austenita que,
c o m o se sabe, c o m e ç a nos contornos dos grãos. E 2
Afigura 117 ( 1 2 1 ) mostra o efeito desse elemento sobre a temperabilidade de u m aço c o m LU E 43
0 , 6 3 % de carbono.
A Fig. 118 ( 1 2 2 > mostra as faixas de endurecibilidade para aço tipo S A E 5 0 4 6 s e m e c o m
boro. N e s s e s aços, a temperatura de normalização para material foq'ado ou laminado é de E £
tD F
CO =
870°C: a temperatura d e austenitização é d e 843°C.
Buflerts^ d t a c e x e m p l o de u m aço c o m 0 , 4 2 % C , 1,60% M n e 0 , 3 0 % Si q u e , por
têmpera e m óleo, endurece a 55 Rockwell C s o m e n t e até diâmetros d e m e i a polegada, ao ta o E
p a s s o que c o m adição d e a p e n a s 0 , 0 0 1 % a 0 , 0 0 2 % de boro, p o d e r á adquirir a m e s m a s ° S ô
dureza até diâmetros d e u m a e meia polegada. E a. E £
.a E
U m a consequência importante d a adição d o boro nos aços é q u e esse elemento, se
n ã o ultrapassar o s teores m e n c i o n a d o s , n ã o altera o s característicos d o a ç o d e trabalho

(*) "Hot-shortness".

194. 195
TABELA24
Efeitos específicos dos elementos de liga nos aços (continuação)

Solubilidade sólida Influência exercida através dos


Influência sobre a Influência sobre a
carbonetos
Elemento Ferrita Austenita Principais funções
N o ferro y N o ferro a (Endurecibilidade) Tendência formadora A ç ã o durante o
de carbonetos revenido
Mo 3% 37,5% Produz o sistema en- Aumenta a endureci- Forte; maior que Opõe-se à diminuição 1 - Eleva a temperalura de crescimento
(8% c o m durecível por precipi- bilidade fortemente o Cr de dureza criando a de grão da austenita
0,3% C ) tação nas ligas Fe-Mo (Mo > Gr) dureza secundária 2 - Produz maior profundidade de endu-
recimento
3 - Contrabalança a tendência à fragili-
dade de revenido
4 - Eleva a dureza a quente, a resistên-
cia a quente e a fluência
5 - Melhora a resistência à corrosão doa
aços Inoxidáveis
6 - Forma partículas resistentes à abra-
são
Ni Sem 10% Aumenta a resistên- Aumenta a endureci- Negativa Muito pequena e m 1 - Aumenta a resistência de aços reco-
limitas (sem relação cia a a tenacidade por bilidade llfjelramente; (grafitiza) teores baixos zidos
c o m o teor solução sólida m a s tende a reter a 2 - Aumenla a tenacidade de aços for-
do carbono) austenita com C rítlcos-perllllcos (sobretudo a baixas
mais elevado temperaturas)
3 - Torna austanítloas ligas Fo-Cr altas
e m Cr
P 0,5% 2,8% Endurece fortemente Aumenta a endureci- Nenhuma 1 - Aumenla a resistência da aços da
(sem relação por solução sólida bilidade baixo 0
c o m o teor - 2 - Aumenla a resistência è corroBão
do carbono) 3 -Aumenla a uslnobllldada e m açoa usi-
n a g e m (áoll

T A B E L A 24
Efeitos específicos dos elementos de liga n o s aços (continuação)

influência exercida através dos


Solubilidade sólida Influência sobre a
Influência sobre a carbonetos
Elemento Austenita Principais funções
Ferrita
N o ferro y N o ferro a (Endurecibilidade) Tendência formadora A ç ã o durante o
de carbonetos revenido
2% 18,5% Endurece c o m per-
(9% c o m (nãomuilD da de plasticidade
0,35% C) alterada (Mn < SI < P) Aumenta a endureci- Negativa Sustenta a dureza por 1 - Desoxidante
pelo C) bilidade moderada- (grafitiza) solução sólida 2 - Elemento de liga para chapas elétrl-
mente cas e magnéticas
SI 3 - Aumenta a resistência à oxidação
4 - Aumenta a endurecibilidade de aços
contendo elementos não grafitlzan-
tes
5 - Aumenta a resistência de aços de
baixo teor e m liga
0,75% 6% Produz sistema endu- Provavelmente au- A maior conhecida Carbonetos persisten- 1 - Reduz a dureza martenslllca a a en-
(1 % c o m recfvel por precipita- menta multo a endu- tes provavelmente durecibilidade e m aços a o Gr da m é -
Tl 0,20% C) ção e m ligas Tl-Fe clbllldade no estado não afetados. dio Cr
c o m alto TI dissolvido. O s Algum endurecimento 2 - Impede a formação de austenita e m
efeitos de carbone- secundário aços de alto Cr
tos reduzem-na
6% 33% Idem e m ligas Aumenta a endureci- Forte Opõe-se à diminuição 1 - Forma partículas duras e realslBnlos
W (11% o o m W-Fe bilidade fortemente de dureza por endure- ao desgaste e m aços-fBrramenla
0,25% C) o o m alto W e m pequenos teores cimento secundário 2 - Promova dureza e resistência a altas
temperaturas
1% Sem Endurece moderada- Aumenta multo for- Muito forte Máxima para endure- • 1 - Eleva a temperatura de crescimento
(4% c o m limites mente por solução temente a endureci- ( V < T l o u Cb) cimento secundário de grão da austenita (promove refi-
0,20% C) sólida bilidade do estado no do grão)
V dissolvido 2 - Aumenta a endurecibilidade (quando
dissolvido)
3 - Resiste ao revenido e causa acentua-
do endurecimento secundário.

o. r*\; ^ r\ ^ - s / - s , r> o n ^, ^. ^ ^ ^ ^ ^ ,^ ^ n ^ O ^ ^ ^ O Ó ,A
Aços E FERROS FUNDÍDOS AÇOS-CARBONO E AÇQS-LJGA

a quente, n e m d e trabalho a frio ou d e usinabilidade, visto q u e n ã o altera a dureza a QO H á dúvidas, contudo, que precisam ser elucidadas c o m maiores pesquisas, sobre o efeito
resistência m e c â n i c a e a plasticidade d a cementita e d a ferrita, a o contrário dos e l e m e n - n a resistência à fadiga, característico importante e m e m p r e g o s na indústria automobilística.

tos d e liga q u e ele substitui, c o m o M n , Ni, Cr, etc.(,2<1>. D o m e s m o m o d o , nos estados


recozido ou normalizado, as propriedades d e u m aço a o boro s ã o praticamente idênticas
à s d o m e s m o aço s e m boro. Tais característicos, principalmente a inalterabilidade das 1
N 33
qualidades d e trabalho m e c â n i c o ou d e usinabilidade, constituem inegavelmente u m a \ 5048 - H
vantagem. 5
s l 56
0,43 - 0,50 C

\
0,55-1,10 M n

^ ~ -O.C 01 % a
40 \ \
0,13-0,43 Cr

V 3 3
32 32
\ \
\
o 30
28

\
^ o,c t2%a , 23
^ 2 4 23 21 24

Sen
— \
\\
\ \A 50

/8" IZ IB- IV 78" 1" 178" 1/4- 178"

Penetração de dureza, pol,

Fig. 117- Efeito do boro sobre a temperabilidade de u m aço c o m 0,63% de carbono.


H á algum t e m p o , foi desenvolvido nos Estados Unidos u m novo grupo d e aços ao boro'123)
e m substituição a o s S A E ou AISI c o m u n s a o carbono simplesmente. E s s e s aços apresentam
comparativamente m e n o r e s teores de carbono,, m a s maiores teores d e m a n g a n ê s e boro. Distância da Extremidade
combinação essa q u e propiciou endurecibilidadeicrescente, permitindo reduções nos níveis de Resfriada, e m 1/16"

carbono, s e m diminuição d a resistência. M e n o r quantidade de carbono resulta e m dureza mais


Fig. 118 - Faixas de endurecibilidade para aço S A E 5046 s e m e com boro
baixa na condição laminada, possibilitando fácil conformação mecânica.
Esses aços apresentam ainda o característico d e auto-revenido, devido a o baixo carbo-
n o , q u e eleva a temperatura d e transformação M , a u m ponto o n d e o revenido ocorre logo
a p ó s a transformação. Tal característico diminui as fissuras d e têmpera e a s probabilidades
d e e m p e n a m e n t o , causadoras daqueles inconvenientes.
A s aplicações m a i s importantes dos- a ç a s a o boro situam-se no c a m p o dos a ç o s para
cementação, e m substituição aos aços c o m alto teor dè níquel.
Finalmente, estudos v ê m sendo desenvolvidos e m relação ao nitrogénio, aproveitando o o
•<
seu efeito de endurecimento por precipitação, e m aços de médio teor d e carbono. o
<
A ideia básica é adicionar esse elemento, e m quantidade suficiente, durante a fusão do aço. rr
I—
Afigura 119 mostra a influência conjunta d e carbono e nitrogénio n o limite de resistência ~<
<
à tração de aços cuja composição se situa dentro das seguintes faixas: o
C -0,19 a 0 , 5 3 %
S1 ; -Q,04 a 0 , 4 4 %
M n - 0,26 a 0 , 9 5 % LU
CE
C r - 0,04 a 0 , 2 4 % LU
Ali-0,001 a 0 , 0 1 7 %
Ni - 0,10 a 0 , 1 7 % /
C o m o se vê, é u m a ç o q u e p o d e ser considerado microligado e q u e , e m virtude d o efeito
endurecedor do nitrogénio, p o d e r » eventualmente substituir aços-liga d e baixo-teorem liga.
os quais para atingir elevados valbres d e propriedades mecânicas, deveriam ser tratados
termicamente ou endurecidos superficialmente. 0,6
N+C, %
A s vantagens desses aços para, por e x e m p l o , aplicações automotivas, seriam, entre ou-
tras, redução de custo e grande economia pela eliminação das operações d e tratamento térmi- Fig. 119 - Influência conjunta do nitrogénio e do carbono sobre a resistência à tração.
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS-CARBQNO E AÇOS-UGA

Outro elemento d e liga q u e está s e n d o intensamente pesquisado e já e m p r e g a d o nos ^ítfl-y-j^í'; _ag0s-liga, de médio teor em liga, q u e poderiam ser considerados c o m o constituindo u m
aços é o nióbio. U m a p e q u e n a quantidade d e nióbio (0,03%) e m aços-carbono c o m u n s , ~70r^^' grupo Intermediário entre os dois anteriores.
a u m e n t a de 20 a 3 0 % s u a resistência m e c â n i c a , levando esta a u m valor correspondente ao
q u e seria obtido c o m a adição de 1 % d e manganês* 1 2 4 '. Entre outras razões, admite-e que a -|o.2. Classificação de acordo com a estrutura - T o m a d a a estrutura c o m o b a s e para
habilidade do nióbio fortalecer o aço resulta d a separação de fases dispersas de carbonitreto rággsifjcação, o s seguintes subgrupos poderiam ser considerados:
d e nióbio - N b (C,N) - formadas durante a d e c o m p o s i ç ã o da solução sólida supersaturada
para u m a solução sólida e m equilíbrio e partículas dispersas. O s precipitados dispersos de •íSkííIíi?^ - perlítlcos, s e m elementos d e liga o u c o m o elementos d e liga e m teores relativamente
carbonitreto d e nióbio s ã o observados tanto n a s condições d e laminação a quente c o m o baixos (até o m á x i m o d e 5 % ) ; suas propriedades mecânicas, e m função do teor d e carbono
normalizada'124'. "•»!_ ""X-g de elemento d e liga, p o d e m ser consideravelmente melhoradas por tratamento térmico d e
A s adições de nióbio p r o d u z e m igualmente u m a estrutura mais fina e conferem maior • ^ í ^ l ^ í ^ t ê m p e r a e revenido; t a m b é m e m função d o teor de carbono, s u a usinabilidade p o d e ser
resistência ao crescimento d o grão austenítico a altas temperaturas. '•.'•>•]'. considerada boa;
M o s aços inoxidáveis, o nióbio forma u m carboneto d e nióbio, r e m o v e n d o o carbono que S S i í ê r f ® - martensíticos, q u a n d o o teor d e elemento d e liga supera 5 % ; apresentam dureza muito
p o d e formar o carboneto d e c r o m o , prejudicial e m certos tipos d e aços inoxidáveis1125'. j f elevada e baixa usinabilidade;
N o s aços para ferramentas, esse elemento é considerado u m a alternativa viável para g à ; v S v 3 ^ . . - austenfticos, caracterizados por reterem a estrutura austenítica à temperatura a m b i e n -
substituir os elementos mais tradicionais, fortes formadores d e carbonetos 1 1 2 6 '. •falt: l'^*;te' devido a o s elevados teores de certos elementos d e liga (Ni, M n ou C o ) ; os inoxidáveis,
:'!^£'4£#ÔiKn8o magnéticos e resistentes ao calor, por exemplo, pertencem a esse grupo;

10. Classificação dos aços-carbono e dos aços-liga - É muito difícil estabelecer-se u m a L-;r|-'i»;,^;:r' - ferríScos, igualmente caracterizados por elevados teores d e certos elementos d e liga
classificação precisa e completa para todos os tipos de aços. M e s m o n o caso dos aço- íSfíf-[•''••'M'''[0T, W ou Si), m a s c o m baixo teor d e carbono. N ã o r e a g e m à têmpera; no estado recozido,
carbono c o m u n s , os sistemas usuais d e classificação - A B N T , S A E , AISI, etc. - c o m o se viu ^Í.F'/--"?v&?caracterizam-se por representar u m a estrutura predominante ferrítica, c o m eventualmente
n o início deste Capítulo, c o b r e m apenas os a ç o s até carbono m é d i o equivalente a 1,00%. 4=s-jl:"r*3Spequenas quantidades de cementita;
N o caso de aços-liga, a elaboração d e sistemas d e classificação é m a i s difícil, devido ao •s?r'#$l£ - carbídicos, caracterizados por apresentarem quantidades consideráveis de carbono e
constante acréscimo d e n o v o s tipos, não só c o m modificações nos teores d e elementos de '.sSfí?#t-^ elementos formadores de carbonetos (Cr, W , M n , Ti, N b e Zr). S u a estrutura c o m p õ e - s e d e
liga, e m relação aos tipos já existentes, m a s igualmente c o m a presença d e novos elementos ÍS^í/::?S*Jcarbonetos dispersos n a matriz q u e p o d e ser do tipo sorbítico, martensítico ou austenítico,
d e liga. Ainda assim, para os tipos mais c o m u n s e teores relativamente baixos de elementos i ^ r i í ^ i j ê p e n d e n d o d a composição química. S ã o aços usados especialmente e m ferramentas d e
d e liga, tanto a S A E , a AISI e outras associações técnicas, c o m o a A B N T n o Brasil, elaboram corte e e m matrizes.
sistemas d e classificação q u e a t e n d e m satisfatoriamente às necessidades do meio. D o
m e s m o m o d o , já se estabeleceram sistemas d e classificação para alguns tipos de aços jut "\. Classificação de acordo com a aplicação - Esta será a classificação adotada na
especiais - aços-ferramenta, aços inoxidáveis, a ç o s resistentes ao calor, etc. - c o m o se verá -?'} -á"'»,.presente obra. D e acordo c o m a m e s m a , p o d e m ser considerados os seguintes subgrupos:
por ocasião d a sua descrição. Essas classificações especificam principalmente as composi-
ções químicas dos a ç o s , subdivididos e m inúmeros grupos, a b r a n g e n d o d e z e n a s de análi-
mm.
-Jg$^jj££? - aços para fundição, caracterizados por apresentarem b o a combinação de resistência,
s e s químicas diferentes. " S ^ S J ^ d u c t i l i d a d e e tenacidade; a l é m disso, a p r e s e n t a m b o a usinabilidade e a d e q u a d a
Para os fins do presente estudo, poder-se-ia classificar os aços d e três m o d o s diferentes: Mií?|||'"soldabilidade; muitos tipos são suscetíveis d e tratamentos térmicos d e têmpera e revenido;
'íSÃiSssí''- ' - aços estruturais, ao carbono ou c o m p e q u e n o s teores d e elementos de liga, c o m b o a s
- de acordo c o m a c o m p o s i ç ã o química; *a*iÍ^SSfe ductibilidade e soldabilidade e elevado valor de relação limite d e resistência à tração para
- d e acordo c o m a estrutura; ^Ksllí/lifnite de e s c o a m e n t o ;
- de acordo c o m a aplicação. - aços para trilhos, cujas condições d e serviços exigem característicos de boa resistência
"-flB^^%mecânica, b o a resistência ao desgaste etc,; são, tipicamente, aços a o carbono;
10.1. Classificação de acordo com a composição química - Considerada a composição a'!^*^-' - aços p a r a produtos planos, q u e d e v e m apresentar excelente deformabilidade, b o a
química dos aços c o m o b a s e d e classificação, poderiam ser considerados os seguintes .,;/|íiS|íg:goldabilidade, entre outras qualidades;
subgrupos: . v5f|||BfKKv - aços para tubos, c o m , e m princípio, a s m e s m a s qualidades dos aços para c h a p a s ;
f-iíS^-l^como os anteriores, são normalmente a o carbono, e m b o r a , nestes últimos, algumas aplica-
- aços-carbono, o u seja, aqueles e m q u e estão presentes o carbono e os elementos *. v A : : . ?c«« p o d e m exigir a presença de elementos de liga;
; ;

residuais, m a n g a n ê s , silício, fósforo, enxofre e outros, nos teores considerados normais: ri£j$C-~ - aços para barras, arames e fios, o s quais, conforme aplicações, p o d e m apresentar
- aços-liga de baixo teor em liga, ou seja, aqueles e m que os elementos residuais estão l í s f e i característicos d e resistência à tração realmente notáveis;
presentes acima dos teores normais, ou o n d e ocorre a presença d e n o v o s elementos de liga, •^1*§||pfê - aços para molas, caracterizados por elevado limite elástico;
cujo teor total não ultrapassa u m valor determinado (normalmente até 5 , 0 % ) . Nestes aços, a ]»Jp|g||p- - aços às tsscnagaas sei, c a r a u a l u g f o s sela sua elevada usinabilidade, teores a c i m a
quantidade total d e elementos de liga não é suficiente para alterar profundamente as estru- . • S q ^ & c b s normais d o s elementos enxofre e fósforo, principalmente o primeiro, e, eventualmente,
turas dos aços resultantes, assim c o m o a natureza dos tratamentos térmicos a que d e v a m KíjfâJ^Ssà presença d e c h u m b o ;
ser submetidos; iWc^S^í - aços para cementação, normalmente d e baixo carbono e baixos teores de elementos d e
- aços-liga, de alto teor em liga, em q u e o teor total d o s e l e m e n t o s d e liga é, no J;;®ffi|í^- liga, d e m o d o a apresentarem os melhores característicos para enriquecimento superficial
m í n i m o , de 10 a 1 2 % . N e s s a s condições, n ã o só as estruturas d o s a ç o s correspondentes ^Ifi£§g|f de carbono, além d e u m núcleo tenaz, depois d a c e m e n t a ç ã o e d a têmpera;
p o d e m ser p r o f u n d a m e n t e alteradas, c o m o igualmente os tratamentos térmicos comerci- - após para nitretação, simplesmente a o carbono ou c o m o s elementos d e liga c r o m o ,
ais sofrem modificações, exigindo ainda técnica e cuidados especiais e, frequentemente, . tt;T:; V.T.cíibdônic e alumínio;
operações múltiplas; T^ffiPfÇísi - aços para ferramentas e matrizes, caracterizados por alta dureza à temperatura a m b i -

200 201
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS RARA FUNDIÇÃO

ente, assim c o m o , n o s tipos m a i s sofisticados, alta dureza à t e m p e r a t u r a elevada,


satisfatória tenacidade e o n d e as propriedades c o m u n s de resistência m e c â n i c a e principal-
m e n t e d e ductilidade, p o u c o significado a p r e s e n t a m . O s tipos mais sofisticados apresentam
elementos de liga e m teores muito elevados, s e n d o o s mais importantes e f a m o s o s os "aços
rápidos", c o m e l e v a d o teor d e tungsténio, m a i s c r o m o e vanádio e, eventualmente,
molibdênio, cobalto e outros elementos de liga. A p r e s e n t a m alta capacidade d e corte. Outros
tipos, alta capacidade d e suportarem deformações;
- aços resistentes ao desgaste, entre os quais o mais importante é o q u e apresenta
m a n g a n ê s e m quantidade muito acima d o normal (entre 10 e 1 4 % ) , a l é m d e alto carbono
(entre 1,0 e 1,4%);
- a ç o s para mancais, e m p r e g a d o s e m m a n c a i s d e esfera ou de rolete;
- a ç o s resistentes à corrosão ( t a m b é m c h a m a d o s "inoxidáveis"), c o m elevados teores de
c r o m o ou cromo-níquel;
- aços resistentes ao calor ( t a m b é m c h a m a d o s "refratários"), caracterizados por apre- stjSlsl
sentarem elevados teores d e c r o m o e níquel e por possuírem elevada resistência à oxidação-
pelo calor e por m a n t e r e m as propriedades m e c â n i c a s a temperaturas a c i m a da ambiente,
-Tf
à s vezes, relativamente elevadas;
- a ç o s para fins elétricos, e m p r e g a d o s n a fabricação d e motores, transformadores e
outros tipos de m á q u i n a s e aparelhos elétricos, caracterizados por apresentarem silício e m
teores acima dos normais (até 4 , 7 5 % ) , ou altos teores de cobalto (até 5 0 % ) ou altos teores
d e níquel;
- aços para fins magnéticos, c o m alto teor d e carbono, c r o m o m é d i o , eventualmente
tungsténio relativamente elevado, eventualmente molibdênio e (os m e l h o r e s tipos) ele-
v a d a quantidade d e cobalto (até cerca d e 4 0 % ) ; esses aços, q u a n d o t e m p e r a d o s , apre-
AÇOS PARA FUNDIÇÃO
s e n t a m o característico d e imantação p e r m a n e n t e representado pelo produto (BH) max-
bastante elevado; «SB
- a ç o s ultra-resistentes, desenvolvidos principalmente pela necessidade d a s aplicações
d a indústria aeronáutica, m a s cuja utilização está se estendendo a outros setores da enge-
nharia; nesses aços procura-se u m a elevada relação resistência/peso; alguns p o d e m apre-
sentar limites de e s c o a m e n t o superiores a 1 5 0 K g f / m m 2 (1470 M P a ) ; a s excepcionais propn-
e d a d e s mecânicas s ã o conseguidas mediante o e m p r e g o de tratamentos térmicos e m c o m -
posições contendo diversos elementos de liga e m teores geralmente baixos. U m tipo espe-
cial d e aço ultra-resistente é o aço "maraging", e m q u e os elementos d e liga presentes estão
e m teores mais elevados ( c o m o níquel até 1 8 % ou mais), além d e possuírem cobalto,
molibdênio, titânio e baixo carbono. S ã o obtidos por u m tratamento d e endurecimento por
precipitação q u e permite atingir-se valores d e resistência à tração d a o r d e m de 280 K g f / m m 2
(2745 M P a ) , além d e excelente ductilidade.
- aços criogênicos, caracterizados por s u a resistência ao efeito d e baixas temperaturas.
- aços sinterizados, produtos da metalurgia do pó, incluindo ferro praticamente isento de
carbono, aços c o m u n s e alguns aços especiais, d e aplicação crescente n a indústria m o d e r n a
mm

202 203
Aços E FERROS FUNDIDOS

1. Introdução - A ç o fundido é aquele q u e é geralmente vazado e m m o l d e s d e areia ou i . -. -gflgxam flanges, saliências, nervuras, etc. Assim sendo, ao projetar-se u m peça fundida, os seguin-
metálicos, o n d e adquire a forma exata d a cavidade d o molde. Q u a n d o s e trata de peças .jt- :|Sí ( e s p 0n tos d e v e m ser levados e m consideração'1281:

fundidas, os moldes conferem às m e s m a s , s u a s formas praticamente definitivas, necessitan-


d o eventualmente, p e q u e n o s acertos, através d e operações d e u s i n a g e m para acabamento. - -ViSfe-. - semelhança com outra peça fundida;
Entretanto, q u a n d o o a ç o é vazado e m "lingoteiras", produzindo "lingotes", estes são sub- - posição ocupada no conjunto mecânico onde será montada;
metidos, posteriormente à solidificação, a processos diversos de conformação mecânica. '~ . condições de serviço (propriedades mecânicas, resistência à corrosão, à oxidação, etc.).
Nestes últimos c a s o s , o s aços p o d e m ser classificados e m quatro tipos, d e acordo c o m
a prática e m p r e g a d a n a desoxidação d o a ç o , o u alternativamente pela quantidade d e gás ¥i£'tí$r. D a d a a resistência mecânica, o projeto d a forma da p e ç a d e v e obedecer à s seguintes
desprendido durante a solidificação11271: ~r condições:

• a ç o s acalmados, e m q u e s e verifica a p e n a s u m p e q u e n o desprendimento d e gases )%• v . i . sob o ponto de vista estrutural, e m peças sujeitas a esforços de flexão, diminuir a
durante a solidificação. P a r a conseguir-se e s s a situação, s ã o adicionados elementos ~z quantidade de material no eixo neutro (na posição e m que não há esforços); a resistência
desoxidantes, principalmente silício e alumínio e, eventualmente, titânio e zircônio; " ao dobramento poderá ser aumentada pela adição de nervuras de diferentes alturas e
; '*'espessuras;
• a ç o s semi-acalmados, e m q u e o desprendimento de gases é maior q u e nos aços acal-
m a d o s , m a s m e n o r q u e n o s aços efervescentes e semi-dèsoxidados; A&^ã:*, - e m p e ç a s sujeitas a esforços d e torção, considerar secções o u perfis fechados, o q u e
• aços efervescentes; n o s quais n ã o se utilizam elementos desoxidantes e, por esse m o - -~c - ^ '''riem sempre pode ser conseguido facilmente, de m o d o que esse tipo de construção só deve-
tivo, apresentam u m a diferença acentuada d e c o m p o s i ç ã o química através d a secção trans- A A A f i r á ser admitido, q u a n d o a alta resistência à torção é imprescindível;
versal e do fundo a o topo d o lingote, e m função d o processo d e solidificação e desprendimen- - evitar ângulos vivos, pois aí pode haver concentração de tensões, causando a ruptura.
to d e gases;
• aços semi-desoxidados, os quais apresentam características semelhantes aos aços A -.õ,7&-L 2.2. Escolha das espessuras das paredes - Determinada a forma d a peça, deve-se procurar
efervescentes, p o r é m e m m e n o r degrau. Neles pode-se eventualmente acrescentar u m :*jí^V?wS|;qtje as paredes apresentem espessura a mais uniforme possível, compatível c o m as exigênci-
desoxidante para controlar o desprendimento d e g a s e s . •_ W a s da fundição. A mudança brusca de espessura pode causar defeitos de fundição e fissuras
..• * ....^superficiais. U m aumento localizado de espessura da parede, com o objetivo de garantir u m a
N o caso das peças fundidas d e aço, o grande e m p r e g o d a técnica d e fundição deve-se ao melhor resistência mecânica, pode comprometer a homogeneidade da peça fundida,
fato d e se poder produzir p e ç a s d e grande variedades d e forma e d i m e n s õ e s , c o m razoáveis til?;-isfSi-í A resistência e a h o m o g e n e i d a d e d e u m a peça fundida dependem mais da uniformidade
resistência mecânica e tenacidade, a u m custo relativamente baixo. A ^ 3 espessura do que do reforço localizado e m certas partes, do m o d o que é preferível, às
N a realidade, s o b o ponto d e vista d e propriedades mecânicas, admite-se geralmente ^ 1 » vezes, modificar a sua forma, do que aumentar certas espessuras de paredes.
q u e o aço fundido seja d e qualidade inferior a o trabalhado. A l é m disso, é frequente as peças '*. .: *•• h Na impossibilidade de ter-se u m a espessura uniforme de paredes, como é o caso de
fundidas apresentarem alguns defeitos superficiais o u internos, típicos d o s processos d e íjjcgJIPpeças d e formas complicadas, deve-se procurar reduzir a o mínimo a quantidade d e espessu-
fundição: A rigor, portanto, a s peças d e aço fundido d e v e m possuir certos requisitos, os mais ras diferentes.
importantes dos quais s ã o : j| Por outro lado, havendo sido diminuído a u m mínimo o número de espessuras diferentes, é
-t *'ift:.'À necessário que a transição de u m a espessura para outra seja progressiva e uniforme; essas

- h o m o g e n e i d a d e (secção sã e m toda a s u a extensão); l&^iM transições d e v e m ser n a direção d e u m a área q u e possa ser alimentada c o m metal líquido e
- granulação fina; ~íWttfe^devem evitar mudanças bruscas de secções que sempre produzem defeitos de fundição.
- completa isenção d e tensões internas.
-V , 2.3. Espessuras de membros e nervuras - A espessura das paredes - as quais constituem
O primeiro requisito é alcançado mediante projeto a d e q u a d o d a p e ç a e d o molde, c o m os -5í*?íi|p.í;o contorno externo d a peça fundida - d e p e n d e d a resistência exigida. O s membros ligam
canais convenientemente localizados e mediante apropriada desoxidação d o aço na fusão. Ah várias paredes e tem por finalidade aumentar arigidezdas peças. As nervuras sen/em para
O s outros - granulação fina e isenção d e tensões internas'- mediante tratamento térmico - ^- reforçar cartas partes, tais como as juntas entre as paredes e os membros.
apropriado, q u e possibilite normalizar a textura excessivamente grosseira e dendrítica do ípjílHSSJ-:' C o m o os m e m b r o s não estão comumente e m contato direto c o m os canais de aiimenta-
aço fundido e eliminar tensões internas originadas durante a solidificação d o metal no interior tjA/íAç 30 e não são, portanto, tão b e m alimentados com metal fundido, é necessário reduzir sua
d o m o l d e e q u e poderiam causar e m p e n a m e n t o e distorção d a s p e ç a s e m serviço. ife§ls|§fespessura, adotando-se geralmente u m valor correspondente a 4/5 ou às vezes m e n o s d a
Devido à importância d o assunto, serão feitas a seguir algumas considerações de ordem ;'AA e s P e s s u r a das paredes que são ligadas c o m os canais. As nervuras geralmente tem uma
técnica, relativamente a o projeto das peças e m o l d e s correspondentes, assim c o m o os méto- espessura d a o r d e m d e 2/3 da espessura d a parede.
d o s d e produção (fusão d o aço, vazamento, e t c ) .
T§|§§|PP- 2 -4- Prevenção de defeitos causados pela contração - O s defeitos originados peia c c n t e -
2. Considerações a respeito do projeto - A resistência mecânica d e p e ç a s d e aço fundido í f i l p S / Ç ã 0 ocorrem e m locais onde há excesso de massa de metal, denominados de "pontos s u p e -
d e p e n d e inicialmente d e :
-S§ll|Sta
f raquecidos" f), os quais, devido à massa adicional que apresentam, são as últimas secções
solidificar:
ífte§SSfi: A localização desses pontos ocorre'1291 na intersecção o u n a s junções d e partes d a p e ç a
- resistência real d o metal, e m função d a espessura das peças;
- forma d a peça, a qual é determinada, dentre outros fatores, e m função d o sistema de %^.y*'?^i c'e espessura uniforme, ou nas intersecções ou junções de partes de secções abruptamente
esforços q u e ela deverá suportar. fhf|JI#g^:diferentes, ou na transição abrupta d e espessuras diferentes de u m a m e s m a parte, e m con-

2.1. Forma da peça - Geralmente, todas as peças são constituídas d e u m "corpo", no qual se •^^0&-()uHotSpots".

204
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RARA FUNDIÇÃO

centrações isoladas d e m a s s a s de metal, tais c o m o saliências e ressaltos, ou e m massas 3.1. Aços-carbono para fundição - O s aços-carbono d e baixo carbono para fundição
relativamente p e s a d a s situadas sobre u m a estrutura geralmente m a i s leve, e m posições difí- apresentam, n a maioria, a composição química seguinte'1271:
ceis d e serem atingidas pelo metal líquido, o u e m cavidades profundas, etc.
Para prevenir e s s e defeito, o princípio fundamental reside n a equalização das secções a C - 0,16 a 0,19%
n o projeto de m o d o a produzir u m a sequência apropriada d e solidificação, levando e m conta Mn - 0,50 a 0,60%
a s junções de d u a s paredes (ou intersecções e m ângulo reto), as junções d e três paredes Si - 0,35 a 0,70%
(peças e m forma d e tê), a s junções de quatro, cinco ou mais paredes, o reforço de nervuras •P - 0,05% máx.
e vãos, as d i m e n s õ e s d o s orifícios e outras particularidades das p e ç a s , cuja discussão esca- S - 0,06% máx.
p a à finalidade da presente o b r a 0 .
A figura 1 2 0 mostra as propriedades mecânicas de aços-carbono de baixo carbono para
2.5. Condições de vazamento e moldagem - O conhecimento d a s técnicas de vazamento fundição, no estado recozido. N ã o h á muita diferença entre as propriedades desses a ç o s n o s
e m o l d a g e m permite geralmente que o projeto d a s peças assegure a obtenção de matenal estados recozido, normalizado ou m e s m o no estado fundido. C o n t u d o , as peças fundidas a
sadio e económico. partir desses a ç o s são recozidas ou normalizadas para refinar ou normalizar a estrutura e
U m estudo conveniente d o projeto ou s u a modificação permitirão aperfeiçoar e facilitar a aliviaras tensões internas, sobretudo q u a n d o s e trata de p e ç a s c o m diferentes s e c ç õ e s .
m o l d a g e m , t o m a n d o o projeto mais e c o n ó m i c o e localizar convenientemente os canais de Eventualmente, a s propriedades indicadas na figura 1 2 0 p o d e m ser ligeiramente m e l h o -
v a z a m e n t o e alimentação, para garantir maior h o m o g e n e i d a d e d o material. radas por têmpera e revenido, d e s d e q u e a forma das peças fundidas permita a têmpera e m
A localização b e m estudada dos canais assegurará alimentação e suprimento adequados água, s e m fissuração.
d e metal líquido, evitando u m a série grande d e falhas de fundição, muito c o m u n s quando A s p e ç a s fundidas d e a ç o - c a r b o n o c o m baixo teor d e c a r b o n o a p r e s e n t a m b o a
aquela localização for imprópria, tais c o m o inclusões d e areia, deslocamento dos m a c h o s , soldabilidade e p o d e m ser endurecidas superficialmente por c e m e n t a ç ã o .
vazios de contração, etc. Aplicam-se e m equipamentos ferroviários, onde as forma são, e m geral, simétricas e as condições
O projetista não p o d e ignorar esses fatos, assim c o m o deve levar e m conta as secções para o aparecimento de tensões foram b e m determinadas, de m o d o a serem evitadas; ou e m fornias
q u e serão usinadas, a s secções mais maciças d a s peças, a possibilidade d e dar vazão aos e dimensões as m a s variadas, para aplicações gerais, que exigem tratamentos de alívio d e tensões.
g a s e s provenientes d o s m a c h o s , as tolerâncias exigidas nas peças fundidas e outros fatores A s propriedades magnéticas desses tipos d e aço para fundição tornam as peças resultan-
q u e irão influir decisivamente na localização d e todos os tipos de canais, para prevenir os tes indicadas para a fabricação d e equipamento elétrico.
defeitos já m e n c i o n a d o s e facilitar as condições d e m o l d a g e m . Para melhorar a usinabilidade, costuma-se aumentar o teor d e enxofre até 0 , 0 8 %
E m resumo: O s aços-carbono de médio carbono para peças fundidas apresentam a seguinte composição' 1271 :
O projetista d e v e estar ciente de certas características fundamentais d o aço, quando
este esfriar do estado líquido até a temperatura ambiente' 1291 : C - 0,20 a 0,50%
Mn- 0,50 a 1,50%
- baixa fluidez; Si - 0,35 a 0,80%
- contração elevada; P - 0,05% máx.
- p e q u e n a resistência a cerca de 1480°C. S - 0,06% máx.

O não atendimento d a s exigências fundamentais do projeto é responsável por muitos A figura 121 mostra o efeito do teor d e carbono e m a l g u m a s propriedades m e c â n i c a s
defeitos das peças fundidas, entre os quais, o s m a i s típicos são: trincas d e fundição, vazios desses aços.
devido à contração, inclusões de areia, além d e outras falhas de natureza diversa. N a s peças fundidas c o m aços d e m é d i o teor de carbono é s e m p r e aplicado o tratamento
de alívio d e tensões, para refinar a estrutura e melhorar a ductilidade. Muitas p e ç a s s ã o
3. Tipos de aço para fundição - P o d e m ser consideradas cinco classes d e aços fundidos revenidas, a p ó s a normalização.
comerciais: A s melhores propriedades mecânicas nesses materiais s ã o obtidas por têmpera e m á g u a
.8 revenido posterior, cuja temperatura p o d e chegar de 650° até 750°C, para obtenção d a
- aços de baixo carbono (C inferior a 0,2%) melhor ductilidade e resistência ao c h o q u e .
- aços de médio carbono (C entre 0,2 e 0 , 5 % ) O manganês, nos teores mais elevados, melhora a resistência mecânica, c o m o seria de esperar.
- aços de alto carbono (C acima de 0,5%) Esses aços p o s s u e m t a m b é m b o a usinabilidade e soldabilidade.
- aços-liga d e baixo teor e m liga (teor total d e liga inferior a 8 % ) A maioria d a s aplicações industriais d e peças fundidas s ã o feitas c o m esses tipos d e
- aços-liga d e alto teor e m liga (teor total d e liga superior a 8 % ) aços, destinadas sobretudo às indústrias automobilística, ferroviária, naval, de equipamento
eletncor maquinário agrícola, equipamento d e escavação e construção, etc
D e s s e s aços, n ã o serão discutidos neste Capítulo os d e alto teor e m liga, visto q u e sao O s aços-carbono para peças fundidas d e alto teor de carbono apresentam a seguinte
a ç o s para aplicações especiais, c o m o resistência à corrosão, a o calor, a o desgaste, para faixa de c o m p o s i ç ã o química:
cujo estudo serão dedicados Capítulos particulares.
C - acima de 0 , 5 0 %
Mn - 0,50 a 1,50%
Si - 0,35 a 0,70%
C) Maiores pormenores podem ser obtidos pela consulta dos trabalhos indicados na Bibliografia e outros,
tais como "Steel Castings", "Cast Metals Handbook", "The Metallurgy of Steel Castings", "A Practical P - 0,05% máx.
Guide to lhe Steel Castings", etc. S - 0,05% máx.

206 207
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FUNDIÇÃO

14Cf

T A B E L A 25
Propriedades mecânicas de aços-carbono para fundição
Baixo C Médio C Alto C
;• Propriedade (0,1 a 0,2%) (0,2 a 0,5%) (0,5 a 0,9%)
no estado recozido no estado recozido
: Limite de escoamento
'kgf/mm2 (MPa) 20-27 (200-270) 24-37 (240-360) 38-47 (370-460)
: Limite de resisl. à tração,
: kgf/mm2 (MPa) 39-48 (380-470) 46-68 (470-670) 66-91 (650-890)
^Alongamento, % 37 a 32 31 a 17 18 a 3
•Estncção, % 62 a 52 52 a 23 26 a 3
: Dureza Brinell 118 a 132 120 a 200 187 a 252

A figura 1 2 2 mostra as propriedades mecânicas no estado recozido, desses tipos d e a ç o s .


A- A s peças fundidas p o d e m ser ocasionalmente submetidas a normalização e revenido; a
Sgntêmpera e m óleo e o revenido m e l h o r a m apreciavelmente a resistência mecânica.
A s principais aplicações desses a ç o s s ã o feitas quando se exige altas durezas e resistên-
£ cia à abrasão, e m peças tais c o m o matrizes o u estampas, cilindros d e laminadores, partes
de máquinas operatrizes, etc.
ATabela 2 5 adaptada de gráficos'127* d á u m a ideia das faixas d e valores para as diversas
^propriedades m e c â n i c a s , dentro d a s quais p o d e m se situar o s aços-carbono para p e ç a s
Fig. 120 - Propriedades mecânicas de aço-carbono de baixo carbono para fundição. Ufundidas, no estado normalizado.

208
209
Aços PARA FUNDIÇÃO

3.2. Aços-liga para fundição - Serão tratados apenas os aços c o m teor total de elementos d e
liga inferior a 8 % . Tais aços foram desenvolvidos c o m o objetivo de suportarem maiores pressões,
maiores esforços d e tração, temperaturas d e serviço tanto baixas, c o m o elevadas, apresentando
maior dureza, maior tenacidade, maior resistência ao desgaste, maior resistência a o choque,
assim c o m o superior temperabilidade. S u a resistência à tração, d e p e n d e n d o do tipo e d a quanti-
dade de elementos de liga presentes e dos tratamentos térmicos a q u e se s u b m e t a m , p o d e variar
de cerca de 50kgt7mrn 2 (490 M P a ) até aproximadamente 1 4 0 k g f / m m 2 (1370 M P a ) .
São utilizados e m máquinas-ferramenta, turbinas de vapor, equipamento de transporte, d e esca-
vação, para indústria química, para indústria naval, para refino de petróleo, para indústria d e papel,
para indústria aeronáutica e inúmeras outras aplicações nos c a m p o s d e engenharia e da indústria.
Dentre os elementos de liga utilizados, o m a n g a n ê s é considerado o mais económico, apre-
sentando, por outro lado, u m efeito muito importante sobre a temperabilidade do aço. A s s i m
sendo, é c o m u m a utilização de aços a o m a n g a n ê s para fundição contendo 1 % a 2 % d e M n .
Outros elementos c o m u m e n t e adicionados são: vanádio, titânio e alumínio, q u a n d o se d e -
seja refino de grão e m aços normalizadas; níquel ou molibdênio q u e , c o m o o m a n g a n ê s , a u -
mentam a temperabilidade do aço, permitindo o seu-esfriamento a o ar; do m e s m o m o d o , a g e m
o cromo e o cobre, e m maior grau, s e n d o q u e o cobre, além de melhorar ligeiramente a resistên-
cia à corrosão, confere às vezes aos a ç o s q u e o contém, o característico de endurecerem por
precipitação, o q u e resulta e m limite de escoamento e de resistência à tração mais elevados.
A adição simultânea de cromo,'molibdênio, vanádio e tungsténio'1281 confere às p e ç a s
fundidas b o a s condições de serviço, q u a n d o as m e s m a s estão sujeitas a temperaturas d e
vapor até cerca d e 650°C.Aços c o m níquel e níquel-vanádio estão s e n d o usados para p e ç a s
sujeitas a temperaturas sub-zero, devido a b o a tenacidade q u e apresentam a essas t e m p e r a -
turas. Para p e ç a s c o m b o a resistência a o desgaste, o c r o m o é o elemento mais indicado,
sobretudo e m conjunto c o m outros elementos c o m o o molibdênio, níquel, vanádio o u
m a n g a n ê s . D o m e s m o m o d o , e m p e ç a s e m q u e se deseja alta resistência ao desgaste, além
da alta resistência m e c â n i c a , r e c o m e n d a m - s e a ç o s a o níquel-vanádio, m a n g a n ê s -
molibdênio e níquel-manganês.
N a realidade, é possível, e m face d o s elementos de liga disponíveis cujos efeitos s ã o
perfeitamente conhecidos, realizar u m n ú m e r o muito grande d e combinações, resultando
talvez e m centenas d e composições químicas diferentes. N o m o m e n t o , cerca de 7 0 a 1 0 0
combinações estão à disposição d o s interessados sendo duvidoso, entretanto, q u e tantas
composições s e j a m económicas e d e fato necessárias.
Alguns tipos m a i s c o m u n s são abordados a seguir:

- Aços para fundição ao níquel- Caracterizam-se por apresentarem altas tenacidades e resis-
tência mecânica, além de excelente limite d e fadiga às temperatura normais. C o m o se viu, o efeito
do níquel se faz sentir principalmente na ferrita, onde se dissolve, fortalecendo-a. A l é m disso,
tende a produzir, nos aços de baixo e médio carbono, u m a estrutura fina, o que contribui para a
melhora da resistência e da tenacidade d o aço, s e m afetar s u a ductilidade. N o estado recozido,
portanto, os aços fundidos ao níquel p o s s u e m excelentes resistência à tração e tenacidade.
U m aço c o m baixo carbono ( 0 , 1 % a 0 , 1 5 % ) , teores normais d e m a n g a n ê s e silício e c o m
níquel e m torno d e 2 , 5 % apresenta a s seguintes propriedades mecânicas aproximadas:
limite d e e s c o a m e n t o 3 5 k g f / m m 2 ( 3 4 0 M P a ) ; limite de resistência à tração 5 0 a 6 0 Kgf/
m m 2 ( 4 9 0 M P a a 5 9 0 M P a ) ; alongamento e m t o m o de 3 5 % ; estricção e m t o m o d e 6 5 % e
resistência ao c h o q u e d e 4 a 10 K g f m ( 3 9 a 98 J). O s aços-níquel para fundição c a e m normal-
mente dentro d a seguinte faixa d e composição:

carbono - 0,15% a 0 , 6 0 %
manganês - 0,50% a 1,00%
silício - 0,20% a 0 , 7 5 %
níquel - 2,00% a 4 , 0 0 %

211
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FUNDIÇÃO

A s aplicações m a i s importantes d e s s e s a ç o s s ã o feitas e m material ferroviário, e m " "ligeiramente elevadas e o n d e se verifica t a m b é m desgaste, c o m o e m usinas d e força e
maquinário d e e s c a v a ç ã o e mineração, equipamento naval e u m a série d e peças e dispositi- refinarias d e petróleo. Adições d e 0 , 7 5 % a 1,25% d e tungsténio e 0 , 4 0 % a 0 , 7 0 % d e
vos para indústria siderúrgicas, mecânica, etc. molibdênio m e l h o r a m a resistência m e c â n i c a e a resistência à corrosão.
- Aços para fundição ao vanádio - A principal ação do vanádio n o aço é refinar o grão, ação
Aços para fundição ao manganês - S e r ã o considerados s o m e n t e os aços c o m teor de ' : e s s a aparentemente devida à tendência desses elementos e m formar carbonetos. O vanádio
m a n g a n ê s entre 1 % a 3 % . O s aços d e m a n g a n ê s mais elevados, muito importantes e m igualmente melhora a resistência ao c h o q u e dos aços. C o m p o s i ç ã o típica desses materiais é a
certos tipos d e p e ç a s fundidas e mais conhecidos c o m o n o m e d e aços Hadfíeíd, serão : seguinte:
estudados e m outro capítulo. N o s teores e m q u e se encontra n o r m a l m e n t e n o s aços, o M n ,
c o m o se sabe, tem por efeito, evitar a fragilidade a quente c a u s a d a peio enxofre. Admite-se carbono - 0,20% a 0 , 4 0 %
q u e já acima d e 0 , 6 % o M n c o m e ç a a atuar c o m o elemento d e liga. Neste sentido, a ação do
m a n g a n ê s - 0,50% a 1 , 0 0 %
m a n g a n ê s é dupla, isto é, reforça a ferrita, o n d e s e dissolve, e forma carboneto complexo de
Fe e Mn. silício - 0,25% a 0 , 7 5 %
A faixa composição típica de a ç o s - m a n g a n ê s para fundição é a seguinte: vanádio -0,100% a 0,2%

carbono - 0,25% a 0,50%


-- Geralmente s ã o usados no estado normalizado e revenido. U s a m - s e e m peças fundidas
m a n g a n ê s - 1,0% a 1,75% í para locomotivas e outras aplicações ferroviárias, equipamento d e mineração, etc.
silício - 0,25% a 0,70%
3.3. Aços-liga para fundição com mais de um elemento de liga - O s aços mais u s a d o s e m
s e n d o que, para a maioria das aplicações, o carbono é mantido abaixo d e 0 , 4 % e o m a n g a n ê s peças fundidas s ã o os que apresentam mais d e u m elemento d e liga. O s mais c o m u n s são
abaixo de 1,75%. C o m carbono e m teor de 0 , 3 2 % e m a n g a n ê s 1,48%, o limite de resistência à . os seguintes:
tração, no estado normalizado, é de aproximadamente 60 kgf/mm 2 (590 M P a ) ; aumentando
ligeiramente o carbono - para 0,35% - e o m a n g a n ê s passando a 1,6%, o valor daquela proprie- - Aços ao níquel-cromo - Constituem u m dos grupos mais importantes, pois a adição d e
giíLJ d a d e toma-se cerca d e 7 0 kgf/mm 2 (690 M P a ) , ainda no estado normalizado. A introdução de : !cromo c o m os aços contendo só níquel a u m e n t a a sua profundidade d e endurecimento, os
molibdênio - relativamente c o m u m no aço para fundição ao m a n g a n ê s - melhora ainda mais a limites de e s c o a m e n t o e de resistência à tração, a resistência a o desgaste, o limite d e fadiga
resistência mecânica. Assim'130', u m aço contendo 0 , 3 2 % de carbono, 1,60% d e m a n g a n ê s e .sem que sejam afeíadas apreciavelmente a ductilidade e a resistência ao choque. G e r a l m e n -
0 , 4 0 % de molibdênio apresenta u m limite de resistência à tração d a o r d e m d e 95 kgf/mm 2 (930 t e , esses elementos são usados n a proporção de 2 a 2,5 d e níquel para 1 de c r o m o . A faixa
M P a ) , no estado temperado e revenido a 620°C. N o s dois exemplos anteriores - s e m molibdênio do composição usual é a seguinte:
- o aço após normalizado foi revenido a cerca d e 650°C, O último exemplo dado comprova, par
outro lado, que os melhores resultados são obtidos quando os aços s ã o submetidos à têmpera ( carbono - 0,30% a 1 , 0 0 %
e revenido. A normalização seguida de revenido a d e q u a d o t a m b é m apresenta excelentes resul-
m a n g a n ê s - 0,60% a 1 , 0 0 %
tados, não só quanto à resistência mecânica, c o m o t a m b é m quanto à ductiiidade.
A ç o s fundidos a o m a n g a n ê s são e m p r e g a d o s e m peças para equipamento d e escavação silício - 0,30% a 0 , 7 0 %
e construção d e estradas q u e exigem tenacidade aliada à resistência a o desgaste. cromo - 0,50% a 2,00%
níquel - 1,00% a 4 , 0 0 %
- Aços para fundição ao cromo - O c r o m o a u m e n t a a resistência m e c â n i c a do aços, à
custa, entretanto, d a q u e d a d a ductilidade. Esta, contudo, p e d e ser mantida peio crjntrole do
*4? teor d e carbono. C o m o o c r o m o a u m e n t a t a m b é m a endurecibilidade, as peças fundidas de L C o m u m e n t e s ã o temperados e revenidos. Aplicam-se e m p e ç a s sujeitas a esforços d e
fadiga, ao c h o q u e , a o desgaste e a temperaturas elevadas, e m equipamentos de escavação
aço a o cromo são t e m p e r a d a s e revenidas para uso e m peças sujeitas à corrosão pela água
sg*f» e construção, cilindros de laminadores, maquinários de exploração de petróleo, etc.
ou a temperaturas elevadas. A sua ação n a microestrutura consiste e m refinar o t a m a n h o do
grão. A faixa d e c o m p o s i ç õ e s típicas d o a ç o - c r o m o é: Esses aços já foram muito e m p r e g a d o s , estando no m o m e n t o sendo substituídos pelos
•nfc f aços níquel-cromo-molibdênio.

carbono - 0,20% a 0,60%


- Aços ao níquel-cromo-molibdênio - Para peças fundidas d e grande porte, são estes os aços
cromo - 0,50% a 3,50% m a s comuns' 1 3 0 ' devido aos seus característicos de grande endurecibilidade no resfriamento a o ar.
Por outro lado, a têmpera e o revenido p o d e m produzir resistência mecânica apreciável, m e s m o
st., O s mais usados e m p e ç a s para aplicações d e resistência a o desgaste, são os q u e con- e m grandes secções. O s dois tipos mais gerais pertencem às classes 8600 e 4300. Desta última
- r
t ê m 2 , 8 0 % a 3 , 2 0 % d e c r o m o e 0 , 3 5 % a 0 , 4 O % d e carococ. C c s u m a - s e aeícienar nesses ciasse, u m aço contendo 0,33% C , 0 , 7 5 % M n , 1,75% Ni, 0 , 7 % C r e 0 , 3 % M o , pode apresentar - no
a ç o s 0,10% a 0 , 1 5 % d e vanádio ou 0 , 3 0 % a 0 , 4 0 % d e molibdênio, c o m o fim de melhorar a estado normalizado e revenido - limite d e resistência à tração d a o r d e m d e 84 kgf/mm 2 (820 M P a ) ,
tenacidade (vanádio) o u diminuir a fragilidade (molibdênio)'131'. com apreciável ductilidade ( 1 8 % e m 2"). U m aço da classe 8600, c o m 0 , 3 % C , 0,9% M n , 0 , 5 5 % Ni,
.f ; O cromo simplesmente e m teor de cerca d e 2 , 5 0 % n u m aço c o m a p r o x i m a d a m e n t e 0,40% 0,5% Cr e 0 , 2 % M o , temperado e revenido a cerca de 540°C, mostra u m limite de resistência à
d e carbono p o d e a u m e n t a r sua resistência à tração a mais ou m e n o s 110 K g f / m m 2 (1080 tração de aproximadamente 110 kgf/mm 2 (1080 M P a ) e alongamento e m tomo de 1 7 % .
M P a ) desde q u e o aço tenha sido convenientemente normalizado e revenido. Para peças fundidas do tipo mais geral, o teor de carbono é geralmente mantido abaixo
Outros tipos de a ç o a o c r o m o para fundição contém teor mais alto d e c r o m o , d e 4 % a de 0,40%; m a s e m aplicações o n d e s e exige resistência a o desgaste e à abrasão, pode-se
6 , 5 % . Esses aços, d e baixo carbono, são u s a d o s e m aplicações o n d e ocorrem temperaturas usar teor d e carbono d a ordem de 0,75%' 1 3 0 '.

212 213
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FUNDIÇÃO

-AÇOS ao manganês-níquel-A adição d o níquel a o s a ç o s - m a n g a n ê s (de baixo M n ) a u m e n - dentrítica d e fusão, típica desses materiais e eliminar a s tensões internas causadas pelas
ta a sua resistência a o c h o q u e e diminui a fragilidade de revenido. C o m o esses aços são diferentes velocidades d e resfriamento n a s várias secções. Frequente t a m b é m , principal-
endurecíveis ao ar, aconselha-se após a normalização, u m revenido para garantir boas propri- mente nos aços-liga, é a têmpera seguida do revenido.
e d a d e s de ductilidade e resistência ao c h o q u e . Faixa típica de composições é a seguinte: para normalizar a textura bruta d e fusão, os tratamentos r e c o m e n d a d o s são recozimento
ou normalização, preferindo-se este último devido às melhores propriedades mecânicas q u e
carbono - 0,20% a 0,40% ' r e s ultam. N o s c a s o s e m que a normalização produz tensões devido a o tipo de aços, deve-se
níquel - 0,50% a 2,50% revenir, o q u e melhora t a m b é m a ductilidade. Para os aços d e composição normal, a t e m p e -
m a n g a n ê s - 1,00% a 1,70% ratura de recozimento o u de normalização é geralmente d a o r d e m d e 900°C e o t e m p o d e v e
: s e r necessário para assegurar m á x i m a uniformidade de aquecimento e temperatura através
S ã o aços r e c o m e n d a d o s e m aplicações o n d e a s peças estão sujeitas a esforços conside- • de toda a s e c ç ã o . Geralmente, 2 0 a 2 5 minutos por centímetro d a secção são suficientes.
ráveis, c o m o e m certas partes d e equipamento ferroviário, d e construção e escavação, etc. • No recozimento é preciso que a carga resfrie até cerca de 250°C ou m e n o s , antes de ser retirado
S u a resistência à tração, n o estado normalizado e revenido, c h e g a facilmente a 7 0 kgf/rrrm2 ; do interior do forno. Q u a n d o o revenido for necessário, após a normalização, para alívio de tensões,
(690 M P a ) c o m limite d e escoamento d e cerca d e 4 5 kgf/mm 2 (440 M P a ) . ;a temperatura p o d e variar de 250°C a 700°C, as mais baixas s e m afetar as propriedades mecâni-
;-cas; se for necessário melhorar a ductilidade e resistência ao choque por ser o aço endurecível a o
ar, m e s m o à custa d e resistência, a temperatura do revenido deve subir a 540°C - 700°C.
- Aços ao níquel-molibdênio - A s u a faixa típica d e composição é a seguinte:
Para peças muito pesadas, de grande secção, muitas v e z e s é necessário u m tratamento
carbono 0,15% a 0,40% ' múltiplo: normalização a 900°C, recozimento a 840°C e prolongado coalescimento a 675°C-
manganês 0,60% a 1,00% ;705°C, para destruir completamente a textura bruta de fusão e produzir m á x i m a ductilidade.
níquel 0,50% a 2,50% : A têmpera é aplicada principalmente e m aços-liga; m a s m e s m o nos aços-carbono é essa
molibdênio 0,20% a 0,60% iioperação utilizada c o m o fim d e melhorar as propriedades m e c â n i c a s .
t Antes d a t ê m p e r a , as peças geralmente d e v e m ser recozidas o u normalizadas, visto q u e
i estes tratamentos h o m o g e n e í z a m a estrutura, diminuindo o s perigos de fissuração n a têm-
O molibdênio, adicionado aos aços-níquel melhora suas propriedades mecânicas não só à tempe-
~pera. Devido a esses tratamentos prévios, a temperatura d e t ê m p e r a é inferior à utilizada n o
ratura ambiente c o m o t a m b é m a altas temperaturas, além de melhorar a sua endurecibilidade. Esses
•recozimento o u n a normalização (855°C-885°C conforme o teor d e carbono) e o t e m p o d e
aços são temperados e revenidos, sendo de ressaltar que eles tem a tendência de endurecer pelo
aquecimento é t a m b é m mais curto. A g u a ou óleo são usados c o m o meios de resfriamento,
resfriamento no ar, motivo pelo qual são indicados para fabricação de peças fundidas de dimensões
^dependendo d o teor d e carbono. A temperatura do revenido posterior varia d e 425,°C a
avantajadas e formas complexas, onde.não se aconselha a têmpera e m água.
;-700°C, durante u m t e m p o que p o d e ir até cerca de 12 horas.
- Aços ao cromo-molibdênio - Caracterizam-se por possuírem, n o estado temperado e
revenido, elevados valores para o limite d e e s c o a m e n t o e excelente resistência ao desgaste. 5. Soldabiiidade dos aços para fundição - Peças de aço fundido são frequentemente solda-
D e u m m o d o geral, a adição d e molibdênio e m a ç o s a o cromo a u m e n t a todas as proprieda- dos; a sua s o l d a g e m envolve as m e s m a s considerações q u e s ã o feitas a respeito de peças d e
d e s mecânicas, principalmente a ductilidade e a resistência ao c h o q u e . O M o t a m b é m reduz . aço forjado o u transformado mecanicamente c o m a m e s m a composição química. A Tabela
a tendência q u e apresentam certos aços a o c r o m o à fragilidade d e revenido. Devido à sua 26'13'1 relaciona a composição química à soldabilidade dos aços, verificando-se que, à m e d i d a
resistência à fluência, t e m sido e m p r e g a d o s o n d e e se verificam temperaturas moderada- que aumenta o teor de carbono, o aço toma-se cada vez mais difícil d e ser soldado, devido a o
m e n t e elevadas. S u a composição típica é a seguinte: efeito d e endurecimento pelo resfriamento após a soldagem, n a z o n a afetada pela solda.
••• Verifica-se, ainda, q u e nesses aços d e carbono elevado, assim c o m o nos aços-liga d e baixo
carbono - 0 , 2 0 % a 1,00% : teor e m liga, é necessário u m pré-aquecimento e u m tratamento para alívio de tensões.
cromo - 0 , 7 5 % a 1,70%
molibdênio - 0 , 2 0 % a 0 , 6 0 % T A B E L A 26
Soldabilidade de aços
Muitos outros tipos d e aços-liga para fundição c o m dois o u mais elementos d e liga são Tipos Recozimento
conhecidos e usados, c o m o por exemplo, a ç o s a o cromo-vanádio, a o manganês-vanádio, ao de Composição Soldabilidade Pré-aquecimento para alívio
manganês-cromo-molibdênio, etc. Aço geral de tensões
T ê m sido e m p r e g a d o s o n d e se verificam temperaturas m o d e r a d a m e n t e elevadas. Todos 1 Aço-carbono, com C abaixo Prontamente Desnecessário Desnecessário
eles apresentam propriedades superiores a o s aços-liga d e q u e s e originaram c o m u m só de 0,30% soldável
elemento liga, quer propriedades mecânicas e m si, quer melhores característicos de endure- Aço-liga, de baixo teor e m
cimento, quer melhor resistência à corrosão o u a o calor. liga e C abaixo 0,15%
O seu estudo completo n ã o cabe dentro d a s finalidades d a orssaiE cora. fiecornenria- li Aço-carbono, com C entre Soldável com Preferfvel Preferível
s e pois, aos engenheiros e metalurgistas q u e s e interessam pelo assunto, q u e consultem a entre 0,35% e 0,50% precauções
excelente obra "Cast Metals Handbook", editada pela "American F o u n d d r y m e n ! s Society, Aço-liga, de baixo teor e m
assim c o m o o "Metals H a n d b o o k - 9 S E d . - Vol I - Properties and Selection of Metals: Iron and liga e C entre 0,15 e 0,30%
Steels", editado pela "American Society for Metals", que apresentam d a d o s condensados, 111 ' Aço-carbono, com C acima Difícil de Necessário Necessário
mais completos sobre o s principais tipos d e a ç o s para fundição. de 0,50% soldar
Aço-liga, com teor em liga
4. Tratamento térmico dos aços para fundição - O s principais objetivos d o tratamento acima de 3 % e C acima de
térmico das peças d e aço fundido são refinar a granulação, destruindo a textura bruta ou 0,30%
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços ESTRUTURAIS

1. Introdução - Entre os materiais de construção, como é do conhecimento geral, o aço f i n a l m e n t e , a resistência à corrosão só é alcançada c o m adição de p e q u e n o s
tem uma posição de relevo: combina resistência mecânica, trabalhabilidade, disponibilidade teores de c o b r e , elemento q u e , a d i c i o n a d o em t e o r e s muito baixos, da o r d e m d e
e baixo custo. Assim sendo, é fácil compreender a importância e a extensão da aplicação dos rj-25%! melhora aquela propriedade d e mais ou menos duas vezes em relação ao m e s -
aços em todos os campos da engenharia, nas estruturas, quer as fixas, como de edifícios, mo aço sem c o b r e .
pontes etc, quer as móveis, na indústria ferroviária, automobilística, navai, aeronáutica etc. Para a maioria das aplicações estruturais, o teor de carbono desses aços varia de
Para a maioria das aplicações consideradas, a importância da resistência mecânica é, de 0 15% a 0,40%, com os outros elementos (Mn, Si e S) nos teores considerados normais.
certo modo, relativamente pequena, do mesmo modo que o fator peso não é primordial. 0 aço com carbono e manganês em t o m o de 0,20% e 0,50% respectivamente, apresenta
Assim sendo, os aços-carbono comuns, simplesmente laminados, sem quaisquer tratamen- limite de escoamento de cerca de 24,5 kgf/rnm (245 MPa) e limite resistência de 42,0 kgf/
2

tos térmicos, são plenamente satisfatórios e constituem porcentagem considerável dentro do *(410MPa).
m r n

grupo de aços estruturais. A elevação do teor de carbono aumenta esses limites, atuando no mesmo sentido, como
Em outras a p l i c a ç õ e s , entretanto, e x i g e - s e u m a relação r e s i s t ê n c i a / p e s o mais se sabe, embora em menor grau, a elevação do teor de manganês. A melhora desses carac-
satisfatória. É o caso da indústria de transporte onde o equipamento utilizado - caminhões, teristicos é feita, contudo, à custa da trabalhabilidade ou deformabilidade do aço que decres-
ônibus, aviões, equipamento ferroviário, equipamento rodoviário, navios, etc. - devido às cem, de modo que é necessário levar em conta esses fatores quando se projeta a utilização
condições próprias do serviço, deve caracterizar-se por peso relativamente baixo e alta re- de um aço de maior resistência mecânica.
sistência, por estar sujeito a esforços severos e choques repentinos, além de resistência à Nas estruturas, os perfis de aço-carbono utilizados são os mais diversos, sobressaindo-
corrosão adequada, visto que nas secções mais leves, a perda de resistência por ação se os seguintes: barras redondas (inclusive as empregadas em concreto armado), quadra-
corrosiva, poderia ser fatal. Nestas aplicações, os aços indicados são os de baixo teor em das, hexagonais, ovais, barras chatas, cantoneiras, tês, eles, duplos tês, etc.
liga, conhecidos como "de alta resistência e baixo teor de liga". Todos esses perfis são produzidos por laminação e empregados nesse estado, geral-
Assim sendo, poder-se-ia estabelecer inicialmente a seguinte divisão dos aços utilizados mente sem qualquer tratamento ou mecânico posterior.
em estruturas: Os aços de alto carbono - em torno do eutetóide ou mesmo acima - já são considerados
materiais de natureza e aplicações especiais, visto que são utilizados na forma de fios ou
- aços-carbono; barras, geralmente com tratamento térmico particular ou no estado encruado, em estruturas
- aços de alta resistência e baixo teor em liga. do tipo de pontes pênseis, concreto protendido, cabos, etc.
Como já foi mencionado, uma das aplicações importantes dos aços-carbono estruturais
2. Aços-carbono para estruturas - Os requisitos fundamentais a que devem obedecer é em concreto armado. Para esse emprego, os aços-carbono podem ser classificados das
esses aços são os seguintes: seguinte maneira' '. 132

- ductilldade e homogeneidade; - aços de dureza natural, laminados a quente;


- valor elevado da relação entre limite de resistência e limite de escoamento; - aços encruados a frio;
- soldabilidade; - aços "patenting" (ou patenteados).
- suscstibilidade de corte por chama, sem endurecimento;
- resistência razoável à corrosão. Ao primeiro grupo - aços de dureza natural - pertencem os aços utilizados pela indústria
de construção civil, classificados pela ABNT (Especificação NBR-7480) nas categorias CA-
Com exceção da resistência à corrosão, todos os outros requisitos são satisfeitos em 25, CA-40, CA-50 e CA-60, com limites mínimos de escoamento de 250 MPa, 400 MPa, 500
maior ou menor grau pelos aços-carbono, de baixo a médio carbono, obtidos por laminação, MPa e 600 MPa respectivamente. A categoria CA-60 aplica-se somente para fios.
cujos limites de resistência à tração variam de 40 a 50 kgf/mm (390 a 490 MPa) e cujo
a
Os aços pertencentes ao segundo grupo - encruados a frio - caracterizam-se por apre-
alongamento gira em tomo de 20%. sentarem superior resistência, devida justamente ao encruamento que sofrem durante a sua
De fato, o teor de carbono relativamente baixo e o trabalho a quente proporcionado pela fabricação. Podem ser esses aços subdivididos nos seguintes grupos:
laminação dos perfis estruturais garantem a ductilldade necessária, além de produzir uma
homogeneidade muito b o a em toda a extensão das peças, com pequenas variações de - aços encruados por tração;
resistência à tração e à compressão, variações essas que, entretanto, não chegam a preju- - aços encruados por torção;
dicar. A ductilidade q u e esses aços a p r e s e n t a m , por outro lado, garante excelente - aços encruados por compressão.
trabalhabilidade em operações tais como corte, furacão, dobramento, etc, sem que se origi-
nem fissuras ou outros defeitos. Os primeiros são aços trefilados, isto é, após a laminação a quente, são submetidos a
O limite de escoamento, assim como o módulo de elasticidade, característicos de grande uma trefilação a frio, verificando-se uma compressão radial do material e uma tração apreci-
importância no projeto e cálculo das estruturas, são nos aços referidos perfeitamente ável, ambos os feDõmencs sendo responsáveis peia modificação estrutural do aço e pelo
satisfatórios, sobretudo considerando-se que s u a resistência não deve ser necessariamente consequente aumento c a ressÊncia. Ccnsegue-se assim um limite convencional n d a or-
muito elevada. dem de 590 MPa, embora com diminuição do alongamento que cai para 6 a 8%. O limite de
A soldabilidade é um característicos muito importante para esse tipo de material de cons- resistência à tração pode atingir valores entre 640 e 740 MPa.
trução, visto que a soldagem de peças estruturais é comum. Os aços-carbono comuns tam- Os aços encruados por torção - j á sujeitos a especificações brasileiras (*) - são obtidos
bém satisfazem plenamente esse requisito, pois podem ser soldados sem alteração da es- mediante torções e estiramentos simultâneos, conseguindo-se dessa maneira, limites con-
trutura. Da mesma maneira, o corte por chama, muito empregado em peças estruturais, vencionais n d a ordem de 390, 490, 590 MPa, conforme a categoria do aço. O limite de
pouco afeta os aços em estudo, sob o ponto de vista de alterações estruturais, nas vizinhan-
ças da zona de corte.
(") Normas ABNT EB-130 e P-EP 130 A

218 219
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços ESTRUTURAIS

resistência, conforme estabelecido nas especificações, deve s e r p e i o menos 10% acima do não ser que a redução da secção seja acompanhada por um aumento correspondente da
limite convencional n, c o m o objetivo de evitar uma aproximação muito grande e perigos a resistência à corrosão do material;
entre escoamento e ruptura. Ainda de acordo com as especificações, os alongamentos vari- . c) melhorar a resistência ao choque e o limite de fadiga;
am de 8% min. a 10% m i n . d) elevar a relação do limite de escoamento para o limite de resistência à tração, s e m
Finalmente, os aços encruados por compressão, também chamados de aços "mordidos" perda apreciável da ductilidade.
são obtidos mediante a aplicação de um sistema de compressão ou "mordida", em duas
direções perpendiculares, produzindo-se um achatamento dos grãos e seu consequente É preciso insistir no fato de que os efeitos acima devem ser conseguidos sem afetar
alongamento na direção do eixo da barra. A s características mínimas exigidas para esses muito a trabalhabilidade e a soldabilidade do aço. Realmente, as aplicações desses mate-
tipos de aço são: limite convencional n de 490 MPa, limite de resistência à tração de 540 a riais em estruturas fixas de edifícios, pontes, reservatórios ou empregos semelhantes e em
650 MPa e alongamento de 4 a 6%. Como se vê, esses aços são menos dúcteis que os estruturas móveis, no campo do transporte (indústria automobilística, ferroviária, aeronáu-
torcidos. tica etc.) exigem:
Quanto aos aços utilizados em concreto protendido, convém inicialmente mencionar que a) que os aços possam ser fabricados facilmente e economicamente por deformação
as secção das barras de aço para esse tipo de aplicação são geralmente menores que as mecânica a frio ou a quente, além de poderem sofrer rapidamente deformações e operações
usuais para concreto armado: até 8 mm de diâmetro, com o que se consegue resistências lais como dobramento, corte, furacão, rebitagem e qualquer tipo de usinagem;
mecânicas mais elevadas. b) que possam ser facilmente soldados pelos processos normais de soldagem, devendo
Sua composição química está dentro da seguinte faixa: ainda a solda resultante apresentar suficiente resistência e ductilidade, correspondentes peio

carbono - 0,60 a 0,90% _r


T A B E L A 27
manganês - 0,50 a 0,90%
C o m p a r a ç ã o g e r a l de a ç o de b a i x o c a r b o n o c o m v á r i o s t i p o s d e a ç o s de alta r e s i s t ê n c i a
silício - 0,10 a 0,35%
enxofre - 0,04% max. C o m p o s i ç ã o q u í m i c a , % (a) Propriedades mecânicas

fósforo - 0,04% max. U m . E s - L i m . Resis. A l o n g a m e n t o


Tipo de a ç o C Mn Si Outros coamento à tração em 5 0 m m
São todos eles fabricados do chamado "fio-máquina", submetido antes da trefilação ao MPa MPa %

tratamento "patenteamento", a ser estudado mais adiante. Aço baixo C 0,29 0,6/1,35 0,15/0,40 (b) 170-250 310-415 25-30
Há três tipos, diferenciados pelo tratamento térmico final. Aço C-Mn
Os aços do primeiro tipo são inicialmente patenteados e, em seguida trefilados. Não têm laminado 0,40 1,0/1,65 0,15/0,40 250-400 415-690 15-20
nenhum outro tratamento. a quente
Os do segundo tipo originam-se dos primeiros, os quais são submetidos a um tratamento Aco alta
de alívio de tensões, após a trefilação, mediante um reaquecimento entre 250 e 500°C, em resist. b. teor 0,08 1,3 (max.) 0,15/0,40 0,02 Nb 275-450 415-550 1S-24
em ligas ou 0,05V
banho de chumbo derretido. Além do alívio de tensões, o limite de proporcionalidade é sen-
sivelmente melhorado. Aço-C tratado
termicamente
Finalmente, os do terceiro tipo são "estabilizados", ou adquirem a propriedade de "relaxa-
Normalizado 0,36 0,9 max. 0,15/0,40 200 415 24
ção", definida como o característico pelo qual o fio estirado e mantido sob comprimento
Temp. Rev. 0,20 1,5 max. 0,15/0,30 0,0005 B min 550-690 660-760 18
constante, cede com o tempo e perde tensão.
Aço de 0,45/0,65
Os aços para concreto protendido são designados com as letras CP, às quais se seguem
baixo teor Mo
algarismos que indicam aproximadamente a tensão de ruptura, em kgf/mm . 2
em liga 0,21 0,45/0,70 0,2/0,35 0,001 - 620-690 720-800 17-18
A ABNT - de acordo com a especificação EB-780 - especifica os seguintes tipos (com trat. lermic. 0,005 B
relaxação normal e relaxação baixa): CP-150, CP-160 e CP-170. As tensões de escoamento
(a) Composições típicas incluem 0,04 P m a x . e 0,05 S max.
ou limite proporcional n devem localizar-se pelo menos 10% abaixo das de ruptura.
(b) No normalizada, sé o cobre for especificado, o mínimo é 0,20%.

3. Aços de alta resistência e baixo teor em liga - A tendência moderna no sentido de , menos à do aço comum.
utilizar estruturas cada vez maiores, tem levado os engenheiros, projetistas e construtores a
considerar o emprego de aços cada vez mais resistentes, para evitar o uso de estruturas cada Os aços estruturais de alta resistência podem ser divididos e m quatro grupos' 1331 :
vez mais pesadas. Tais considerações não se aplicam somente ao caso de estruturas fixas,
como de edifícios ou pontes, mas igualmente e principalmente em estruturas móveis, no setor - aços laminados carbono-rnanganês;
de transportes, onde o maior interesse se concentra na redução do peso-morto da estrutura. - aços laminados de alta resistência e baixo teor em liga (aços microligados);
Em resumo, tais aços são de grande utilidade toda a vez que se deseja: - aços-carbono tratados termicamente (normalizados ou temperados e revenidos);
- aços de baixo teor em liga tratados termicamente.
a) aumentar a resistência mecânica, permitindo um acréscimo da carga unitária da estru-
tura ou tornando possível uma diminuição proporcional da secção, ou seja o emprego de A Tabela 2 7 mostra que esses quatro tipos de aços apresentam um limite de escoa-
( 1 3 3 )

secções mais leves; .• mento maior que o dos aços doces (carbono máximo de 0,29%).
b) melhorar a resistência à corrosão atmosférica. Esse é um fator importante a conside- * - Como se vê pela Tabela, basta apenas aumentar o teor de manganês, para que o aço-carbo-
rar, porque a utilização de secções mais finas pode significar vida mais curta da estrutura, a no se tome um aco de alta resistência que possa ser empregado em aplicações estruturais.
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços ESTRUTURAIS

Do mesmo modo - e esse assunto já foi abordado em capítulos anteriores - através de apto quanto a superfície a adquirir resistência pelo reaquecimento. Nessas condições, pode-
tratamento térmico adequado, eles podem adquirir maiores valores de resistência mecânica. se aumentar a resistência de peças de consideráveis dimensões, uniformemente da superfí-
Contudo, os aços temperados e revenidos não podem ser utilizados em peças estruturais, cie ao centro, de até 15 kgf/mm (150 MPa).
2

como vigas em I, em T ou duplo T e secções idênticas, devido ao empenamento das peças Convém lembrar, entretanto, que qualquer reaquecimento posterior, como o provocado
que ocorre durante o tratamento térmico. pela soldagem, anula o efeito dessa precipitação na zona de aquecimento, de modo que
Pelo contrário, os aços de alta resistência e baixo teor em ligas são comumente disponí- esse fato deve ser sempre lembrado no emprego dos aços estruturais com cobre.
veis nas formas de chapas, tiras, barras e nas formas estruturais mais comuns. - Cromo - Em teores baixos aumenta a resistência, o limite elástico, a tenacidade e
Em resumo, para fins estruturais onde se deseja uma relação resistência/peso melhor, resistência ao choque do aço. Em teores mais elevados, aumenta a resistência ao desgaste,
uma maior resistência à corrosão atmosférica, maior limite de escoamentos sem prejuízo da por formar carbonetos duros. Geralmente é associado ao níquel e ao cobre, quando também
trabalhabilidade e soldabilidade, os "aços de alta resistência e baixo teor em ligas" são os melhora a resistência à corrosão atmosférica.
mais indicados. - Níquel-A introdução do níquel beneficia o aço no sentido da melhora das suas proprie-
Além do carbono, esses aços podem apresentar os seguintes elementos de liga: dades mecânicas, da resistência à corrosão, além de refinar a granulação. Sob o ponto de
vista de resistência à corrosão atmosférica, o níquel é quase tão benéfico quanto o cobre,
Si, até 0,90% sem os inconvenientes deste que tende a concentrar-se na superfície do aço, debaixo da
Mn, até 1,60% casca de óxido que se forma durante o seu aquecimento em atmosfera oxidante. De fato,
Cu, até 1,25% quando o aço está sendo aquecido para a laminação, a uma temperatura que é geralmente
Cr, até 1,80% superior à de fusão do cobre, se este metal estiver presente e concentrado na superfície do
Ni, até 5,25% aço, pode fundir e penetrar nos seus contornos de grão, causando fissuras por ocasião do
Mo, até 0,65% trabalho mecânico. Tal fenómeno limita as adições de cobre a 0,40%-0,50%, a não ser que
Zr, até 0,12% se tomem cuidados especiais no aquecimento, e que um teor de cobre mais elevado seja
. Al, até 0,20% acompanhado pela introdução de níquel, em quantidade de pelo menos um terço da do
S, até 0,03% cobre. O níquel liga-se ao cobre e a liga formada é de ponto de fusão mais alto, mantendo-
Ti, até 0,05% se sólida durante o aquecimento do aço para a laminação, evitando-se assim sua penetração
B, até 0,005% por entre os contornos dos grãos.
Nb, até 0,10% - Molibdênio - Além de aumentar a resistência mecânica, sua ação, quando adicionado, é
no sentido de reduzir a suscetibilidade à "fragilidade de revenido", além de melhorar as
Conhece-se bem o efeito do carbono, fósforo e enxofre. Quanto aos outros elementos, propriedades a temperaturas mais elevadas.
será feita a seguir uma rápida recapitulação dos seus efeitos: - Zircônio - E eventualmente adicionado para desoxidar, atuando igualmente no sentido
- Manganês. Como o carbono, o Mn fortalece a ferrita aumentando a resistência mecâni- de garantir granulação fina.
ca do aço. O Mn acima de 1 % por si só melhora a resistência, ficando então os outros - Alumínio - Utilizado para desoxidar e refinar o grão. De todos os elementos de liga, é
elementos desnecessários. No caso do manganês mais elevado, os outros elementos de liga considerado o mais eficiente para controlar o crescimento de grão.
ficam com a finalidade de controlar o crescimento de grão do aço. - Vanádio - Aumenta a resistência dos aços considerados, porque atua em dois sentidos:
- Silício - Aumenta a resistência mecânica e a resistência à oxidação a temperaturas fortalece a ferrita por endurecimento por precipitação e refina a sua granulação. O endureci-
elevadas. Nos aços em consideração, entretanto, é geralmente mantido baixo, adicionado mento mencionado deve-se à precipitação de carboneto e de nitreto de vanádio na ferrita.
nas quantidades suficientes para acalmar os aços. - Nitrogénio - Até cerca de 0,2% atua, de modo económico, para melhorar a resistência
- Cobre - Seu principal efeito é melhorar a resistência à corrosão atmosférica do aço; a mecânica. Junto com o vanádio promove o endurecimento por precipitação, acima mencionado.
presença de 0,25% de cobre já é suficiente para aumentar a resistência à corrosão atmosfé- - Nióbio - Pequenos teores de nióbio elevam o limite de escoamento do aço e, em menor
rica duas vezes em relação ao aço-carbono sem cobre. Tal efeito é mais acentuado pelo proporção, o limite de resistência à tração. Com 0,02% de nióbio, esse incremento do limite
aumento simultâneo do teor de fósforo. O cobre exerce ainda considerável influência na de escoamento pode ser da ordem de 7 a 10,5 kgf/mm (70 a 105 MPa).
2

resistência do aço, aumentando-a apreciavelmente, com somente ligeiro decréscimo da Outras adições que estão sendo desenvolvidas correspondem a terras raras - sobretudo
ductilidade. Para isso é preciso, contudo, que o seu teor supere 0,60%. Nesses aços com cério, lantânio ou prasiodímio - ou "mish-metal" (liga de cério, lantânio e didímio)! "
134 em
1351

cobre relativamente alto - acima de 1,0% e mais acentuadamente na faixa entre 1,20% e aplicações envolvendo sulfeto de hidrogénio e outros gases sulfurosos, como em linhas
1,50% - e baixo carbono, ocorre o fenómeno de "endurecimento por precipitação '. 1
soldadas de tubulações de aço, onde, juntamente com adições de cálcio, evita-se o início de
De fato, nos aços ao cobre, cerca de 0,30% de cobre podem se dissolver na ferrita à formação de bolhas internas, mediante a esferoidização de inclusões não metálicas.
temperatura ambiente, formando uma solução sólida, desde que haja ocorrido resfriamento As adições de terras raras produzem sulfetos de pontos de fusão mais elevados, os
lento; o excesso de cobre, por sua vez, pode ser precipitado da solução. Assim, se um aço quais, na laminação a quente, não se alongam, melhorando os característicos de tenacidade
com teor de cobre superior a 0,70%, depois de resfriado lentamente, é reaquecido a tempe- na secção transversal.
raturas variando de 510°C a 605°C durante uma a quatro horas e em seguida resfriado,
precipitam-se diminutas partículas de cobre, as quais, embora moles, tendem a evitar 3.1. 77pos de aços de alta resistência e baixo teor em ligas - Esses aços podem ser
deslizamento dos cristais, dificultando a deformação plástica e, em consequência, elevando agrupados nas seguintes categorias" ':
33

os limites de escoamento e de resistência à tração.


Um característico importante dos aços com cerca de 1,0% de cobre consiste no fato da • aços resistentes à corrosão atmosférica
solubilidade desse metal ser garantida com uma velocidade de esfriamento tão baixa que • aços ferrftico-perlíticos microligados
mesmo em secções pesadas, como por exemplo com 15 cm de espessura, o centro está tão • aços perlíticos no estado laminado

222
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços ESTRUTURAIS

' aços de ferrita acicular, com baixo carbono (abaixo de 0,08%) T A B E L A 28


E s p e c i f i c a ç õ e s A S T M para a l g u n s t i p o s d e a ç o s de alta r e s i s t ê n c i a e baixo t e o r e m l i g a s
• aços de fase dupla, que apresentam uma microestrutura de martensita dispersa numa'-
matriz terrífica e fornece uma boa combinação de ductilidade e alta resistência mecânicail ASTM
Tipo de aço Elementos Formas disponíveis Características espedaís Aplicações
• aços com forma de inclusões controlada de liga
•i
Estruturai de alta Cr, Cu, N, Ni Chapas, barras, Resistência à corrosão Membros estruturais em
A242
Os primeiros - aços resistentes à corrosão atmosférica - contêm pequenos teores de e baixa liga SI, Tl, V, Zr perfis atmosférica quatro vezes construções soldadas,
elementos ce Bga, tais como cobre e fósforo - com o objetivo de não apenas melhorar a ; maior que aço-carbono aparafusadas ou rebitadas

resistência à corrosão atmosférica, como também para reforçar a solução sólida e propiciar ao Nb-V com baixa Nb, V, N Chapas, barras Limite de escoamento Estruturas soldadas,
S A572
qualidade estrutural perfis da 290 a 450 MPa aparafusadas, rebitadas
, algum refinamento d e grão da microestrutura terrífica. .J
para pontes e edifícios
Os aços periítico-ferríticos microligados contêm adições abaixo de 0,10% de elementos
[ A607 Tíras e chapas da aço, Nb, V, N, Cu Chapas e tíras lami- Resistência à corrosão Aplicações estruturais e
de liga formadores de carbonetos ou carbonitretos como nióbio, vanádio e/ou titânio paraí
laminadas a quente e a nadas aquente a a atmosférica duas vezes maior miscelâneas para maior
aumentar a resistência de aço laminado a quente, sem necessidade de aumentar os teores frio, de alta resistência frio que aço-carbono; limite de resistência ou redução
de carbono e manganês. Existem vários tipos desses aços microligados: com vanádio, com com Nb e V baixos escoamento de 310 a 485 MPa de peso
nióbio, com nióbio-molibdênio, com vanádio-nióbio, com vanádio-nitrogênio, com titânio, corrr Estruturai de afta resis- Nb, V, Cr, Ni Chapas, barras, Melhor tenacidade; limite Estruturas soldadas, apara-
*A633
nióbio-títãnio e com vanádio-titânio. * :. tência e baixa liga, nor- Mo, Cu, N, Si perfis de escoamento de 290 a fusadas, rebitadas para tem-
Os aços periíticos no estado laminado consiituem um grupo específico de aços, em que 1 1 malizado 415 MPa peraturas acima de -45°C
as propriedades mecânicas são melhoradas pela adição de pequenas quantidades de ele-'" * A656 Alta resistência, de liga V.AI, N, Ti, Si Chapa Limite de escoamento dB Carcaças de caminhões, can-
mentos de liga. Alguns desses aços são do tipo carbono-manganês, com teor de manganês baixa, laminado a quente 552 MPa toneiras, peças da guindastes
* -
maior que o comum. Esses aços se caracterizam por atingir, no estado laminado, limites de-" ! e pontos rolantes, peças de
canos e outras aplicações
escoamento entre 290 e 345 MPa. i
onde reduçâp de peso é
Os aços de ferrita acicularsão caracterizados por possuírem uma microestrutura muito fina" 4
importante
de ferrita acicular de alta resisiência, com suficiente endurecibilidade, apesar do baixo teor de !
Estruturai V. Nb. N, Cr, NI
* A709 Todos os grupos de Limito de escoamento Pontes
carbono, através de adições de manganês, molibdênio e/ou boro. Os aços de ferrita acicular chapas a elementos 345 MPa
podem ser obtidos por têmpera ou, preferivelmente, por resfriamento ao ar, devido à presença estruturais
de elementos de liga que propiciam a endurecibilidade. Esses tipos de aço apresentam uma * A 715 Chapas etíraslamina- Nb, V, Cr, Mo Laminados aquenta Limite de escoamento de Aplicações estruturais e mis-
boa combinação de limite de escoamento - 415 a 690 MPa - com alta tenacidade e boa ' i das a quente, com tra- N, Si, U Z r . B 345 a 550 MPa celâneas onde se exige alta
<
soldabilidade. A principal aplicação desses aços é em tubos de oleodutos em condições árticas ._,'- t balhabilidade melhorada resistência, redução de peso,
Os após de fase dupla caracterizam-se por apresentar uma microestrutura com 80% a 90% de trabalhabilidade melhorada a

ferrita poligonal e 10 a 2 0 % de ilhas de martensita dispersas ao longo da matriz ferrítica. Esses aços *
v
boa soldabilidade
A 808 Alta resistência e baixa V.Nb Laminados aquente Energia de impacto com Vagões tanques de carros
podem ser obtidos através de: austenitização intercrítica de aços C-Mn, seguida de resfriamento _
liga com resistência ao entalhe V de 40 a 60 J ferroviários
rápido, ou laminação a quente de elementos formadores de ferrita como o silício e elementos que ~ -
impacto meiharada a-45°C
atrasem a transformação como cromo, manganês e/ou molibdênio ou, finalmente pelo recozimenfo -r
Alta resistência e V Nb
t Chapas em forma Limita de escoamento de Vasos de pressão com cama-
contínuo de aços carbono-manganês laminado a frio seguido de têmpera e revenido. baixa liga bobinada 450 a 550 MPa das soldadas
Os aços com forma de inclusão controlada caracterizam-se pelo fato de produzir-se inclu TU» Aita resistência, baixa Cu, Cr, Ni, Sf Tubulação saldada Limite de escoamento Tubos estruturais redondos,
soes de sulfeto com plasticidade insignificante mesmo à temperaturas mais elevadas de liga para tubos confor- V, Tl, Zr, Nb com periferia máx. 345 MPa com o dobro da quadrados ou com secções
laminação. O método preferido para obter o controle da forma do sulfeto é adicionar na panela " 1 mados a frio e soldados de 1625 mm e es- resistência ã corrosão at- especiais para construção de
cálcio-silício. Esses aços apresentam uma meihora na energia de choque transversal e sao e/ou sem costura com pessura de parede mosférica de aço-carbono pontes ou edifícios soldadas,
F resistência à corrosão de 16 mm ou tubos aparafusadas ou rebitadas
superiores em aplicações de estruturas soldadas.
atmosférica melhorada sem constura com
A Tabela 2 8 ' ' mostra alguns tipos de aço de alta resistência e baixo teor em liga de
133

perifiriamáx, de 810
acordo com as especificações da ASTM.
mm de espessura de
s parede de 13 mm
1

A composição química desses aços está indicada na Tabela 2 9 [1331 .

- M 7 «.^ftaasu. »c.
224 225
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L i m i t e s d e c o m p o s i ç ã o d o s a ç o s A S T M de alta r e s i s t ê n c i a e b a i x o t e o r e m l i g a s

Tipo ou Limite de composição, %


ASTM
Grau C Mn P S Si Cr Ni Cu V Outros

A 242
A 572
Tipo 1
Grau 42
0,15
0,21
1,00
1,35
0,45
0,04
0,05
0,05 0,30
0,20 min
0,20 min
...
Grau 50 0,23 1,35 0,04 0,05 0,30 0,20 min
...
Grau 60
Grau 65
0,26
0,23
1,35
1,65
0,04
0,04
0,05
0,05
0,30
0,30
0,20 min
0,20 min ... ...
A 607 Grau 45 0,22 1,35 0,05 0,20 min
Grau 50 • 0,23 1,35 0,04 0,05 0,20 min
Grau 55 0,25 1,35 0,04 0,05 0,20 min
Grau 60 0,26 1,50 0,04 0,05 0,20 min
Grau 65 0,26 1,50 0,04 0,05 0,20 min
Grau 70 0,26 1,65 0,04 0,05 0,20 min
A 633 Grau A 0,18 1,0/1,35 0,04 0,05 0,15/0,30 0,05 Nb min.
Grau G 0,20 1,15/1,50 0,04 0,05 0,15/0,50 0,01/0,05 Nb
Grau D 0,20 0,70/1,60 0,04 0,05 0,15/0,50 0,25 0,25 0,35 0,08 Mo
Grau E 0,22 1,15/1,50 0,04 0,05 0,15/0,50 0,04/0,11 0,01/0,05 Nb
A 656 Tipo 3 0,18 1,65 0,025 0,035 0,60 0,08 0.02N
0,05/0,1 ONb
Tipo 7 0,18 1,65 0,025 0,035 0,60 0,005/0,15 0,02 N
0,005/0,10 Nb

D.
BI
a.
0)

T A B E L A 29
L i m i t e s de c o m p o s i ç ã o d o s a ç o s A S T M de alta r e s i s t ê n c i a e b a i x o t e o r em ligas ( c o n t i n u a ç ã o )

T i p o ou L i m i t e de c o m p o s i ç ã o , %
ASTM
Grau C Mn P S Si Cr Ni Cu V Outros
A 709 Grau 50
Tipo 1 0,23 1,35 0,04 0,05 0,40 0,05Nb max
Tipo 2 0,23 1,35 0,04 0,05 0,40 0,01/0,15
Tipo 3 0,23 1,35 0,04 0,05 0,40 0,05Nb max

8 A 715
Tipo 4 0,23
0,15
1,35
1,65
0,04
0,025
0,05
0,035
0,40
V, Ti, Nb
0,015N max
adicionados
se necessários
A 808 0,12 1,65 0,04 0,01/0,05 0,15/0,20 0,10 0,02/0,10Nb
V+Nb 0,15 max
Dl A 812 65 0,23 1,40 0,035 0,04 0,15/0,50 0,02/0,15 0,05 Nb
CL
V + Nb max
A812 80 0,25 1,50 0,035 0,04 0,15/0,20 0,02/0,15 0,05 Nb
D)
V + Nb mâx

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L i m i t e s d e c o m p o s i ç ã o q u í m i c a , % (b)
Grau C Mn P Outros Formas disponíveis Característicos especiais
(a) (max.) (max.) (max.) (o)

942X 0,21 1,35 0,04 Nb, V Chapas, barras e perfis- com menos Semelhante a 945X e 945G, m a s c o m melhor
de 100 m m d e espessura soldahllidade e trabalhabilidade
945A 0,15 1,00 0,04 Chapas, tiras e perfis com menos de Excelente soldabilidade,
75 m m de espessura trabalhabilidade e tenacidade
945C 0,23 1,40 0,04 Idem como 945A Semelhante a 950C, exceto que os teores mais
baixos de C e Mn melhoram a soldabilidade,
a trabalhabilidade e a tenacidade
945X 0,22 1,35 0,04 Nb, V Idem como 945A Semelhante a 945, exceto por melhor
soldabilidade e trabalhabilidade
950A 0,15 1,30 0,04 Idem como 945A Boas soldabilidade,
trabalhabilidade e tenacidade
950B 0,22 1,30 0,04 Idem como 945A Tenacidade e trabalhabilidade boas
950C 0,25 1,60 0,04 Idem como 945A Tenacidade e trabalhabilidade boas
950D 0,15 1,00 0,15 Idem como 945A boas soídabilidade e trabalhabilidade;
o fósforo deve ser considerado e m
conjunto c o m outros elementos
950X 9,25 1,33 0,04 Nb, V Chapas, tiras, barras e perfis Semelhante a 950C, exceto por
com espessura menor que 4 0 m m melhor soldabilidade

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CD L i m i t e s de c o m p o s i ç ã o q u í m i c a , % (b)
Grau C Mn P Outros Formas disponíveis Característicos e s p e c i a i s
(a) (max.) (max.) (max.) 0)

955X 0,25 1,35 0,04 Nb, V, N Idem como 950X Semelhantes a 945X e 950X exceto
que se obtém
960X 0,26 1,45 0,04 Nb, V, N Idem como 950X progressivamente maiores resistências
965X 0,26 1,45 0,04 Nb, V, N Idem como 950X, porem espessura pelo aumento de carbono e manganês ou
o. inferior a 20 mm pela adição de H abaixo de 0,015%; a
D>
970X 0,26 1,65 0,04 Nb, V, N Idem como 965X trabalhabilidade e soldabilidade geralmente
980X 0,26 1,65 0,04 Nb, V, N Idem como 965X, porem com decrescem à medida que aumenta a
espessura inferior a 10 mm resistência mecânica; a tenacidade
CD
varia com a composição e a prática de
•O
£01 produção.
O
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> (a) Aço completamente acalmado; (b) 0,05 P max e 0,90 Si Max.; elementos geralmente adicionados Isoladamente ou em combinação para
m
produzir propriedades mecânicas específicas e outras características. Outros elementos de liga como cobre, cromo e níquel podem ser
adicionados pura melhorar a resistência à corrosão atmosférica.
o
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O
Aços E fERAOS FUNDIDOS AÇOS ESTRUTUBAIS (J)

No primeiro caso, o interesse reside ao fato de que, na construção de equipamento de O


. — — transporte, podem ser adotadas as duas soluções seguintes:
o
A
• redução das dimensões dos perfis das peças, com consequente redução do peso-morto
o
o
das estruturas de transporte, sobretudo transporte de carga;
• aumento de capacidade de carga e da vida do equipamento de transporte, sem decrés-

f
cimo do peso-morto, mas com melhora da resistência mecânica e da resistência à corrosão

//: atmosférica.

<
. - —
Tais soluções podem aplicar-se não só ao equipamento de transporte ferroviário como
/ também em transporte rodoviário, em equipamento pesado para movimento de terras e ou-
o

c
o tras aplicações de maquinário para copstrução.
cn O segundo setor mencionado - da engenharia civil - compreende a construção de edifíci-
UJ
LU : os, pontes, torres metálicas e estruturas análogas. Lembre-se que o cálculo das estruturas é
a
ai
1-
V feito dividindo-se um valor relativo à resistência mecânica - limite de escoamento ou limite
convencional n por um conveniente fator de segurança.
A relação dos limites de escoamento entre aços-carbono estruturais e aços de alta resis-
tência e baixo teor em ligas sendo aproximadamente de 1,5/1,0, conclui-se que a taxa de
trabalho em tensão será aumentada de 50%.
A vantagem inicial, como aliás já foi mencionado, é economia de peso, pois vê-se logo
c que somente 2/3 do aço de alta resistência são necessários para conferir à estrutura a mes-
Teor de carbono ma resistência que um aço-carbono comum.
Convém lembrar ainda que o característico de boa soldabilidade que esses aços apresen-
Tf tam, podendo ser rapidamente soldados pelos processos a arco, a resistência ou a gás, sem
Fig. 123 - Efeito de microadições no limite de escoamento de aço-^carbonp c o m u m , em função
qualquer endurecimento superficial, desde que o carbono seja mantido abaixo de 0,20-0,25%.
do teor d e carbono.
Finalmente, a resistência à corrosão é superior à dos aços-carbono para estruturas, como
é evidenciado pela figura 124' '. 138

Ej!I
ATabela 33 compara as propriedades de aços tipo-padrão SAE acalmados com alumínio,
50
em comparação com aços do mesmo teor de carbono microligados com vanádio e nitrogénio.

3.2 Aplicações - Como se viu, esses aços, pertencendo à categoria de aços estruturais,
IO o ™
encontram seu principal campo de aplicação nos setores de transporte, incluindo o automo- CO CL
P X
bilístico, ferroviário, naval e aéreo, e na construção civil. 53 *
rh & e
„ £ 30
O Y
•S E
/
T A B E L A 33
P r o p r i e d a d e s de a ç o s S A E t i p o - p a d r ã o a c a l m a d o s c o m a l u m í n i o e m c o m p a r a ç ã o c o m a ç o s do
CO
"P
°
o
2 0

/
' m e s m o t e o r de carbono m i c r o l i g a d o s c o m vanádio e n i t r o g é n i o

1046 padrão 1046 m i c r o l i g a d o no


/ r •
w
//
1046 p a d r ã o 1
Aços estr uturais de alta resistência - 4 - J >
Propriedades laminado temperado estado laminado
e baixo teor em líga
a quente e revenido a quente
1 1 1 :
Limite de escoamento, MPa 360 470 495
0 1 2 3 4 5 6 7
Limite de resist. à t r a ç ã o , M P a 640 750 760
23 25 19 Anos
Alongamento, %
38 56 40
Estricção, % Fig 124 - Gráfica relacionando corrosão e composição p a r a a ç o s estruturais.
380 365
Umite de fadiga, M P a
Resistência ao c h o q u e Charpy, J
43 84 4. Conclusões - A maioria das aplicações comuns da engenharia requer aços estruturais
a25°C
7 . 26 de custo moderado e resistência mecânica razoável; tais requisitos são preenchidos satisfa-
a95°C
Dureza toriamente pelos aços-carbono comuns.
85 95 94 Para melhores propriedades mecânicas e certa resistência à corrosão atmosférica, são utili-
Rockwell B
163 212 207 zados s chamados "aços de alta resistência e baixo teor em liga" que se caracterizam pela presen-
Brinell

Os teores de vanádio e nitrogénio são inferior a 0,25%.


ça sm teores relativamente baixos dos elementos cobre, níquel, cromo e molibdênio principal-

232 233
Aços E FERROS FUNDIDOS

mente, além da elevação acima das porcentagens normais dos elementos fósforo, silício e
manganês, procurando-se manter sempre o teor de carbono a níveis relativamente baixos

Alta resistência mecânica e superior resistência à corrosão permitem:

- projetar a estrutura com a mesma vida que a do aço comum, com apreciável redução do
seu peso;
- projetar a estrutura com o mesmo peso que a de aço-carbono, mas com maior resistên-
cia e vida mais longa;
- projetar a estrutura com o menor peso-morto que assegura as maiores vantagens eco- :

nõmicas, mas com o risco de se obter uma vida um tanto mais curta.

Esses característicos, a/iados às menores despesas de manutenção necessárias, como


se pode facilmente compreender, tomam esses tipos de aços de emprego importante nas-
estruturas do tipo móvel, tais como vagões de passageiros e carga, reboques, caminhões;'
ônibus, navios, botes e lanchas, além do equipamento utilizado em manuseio de carga, cons-
trução de estradas, mineração etc. Além desses, outras aplicações desses tipos de aços
incluem estruturas de pontes, resen/atório, máquinas agrícolas etc.
Finalmente:
Para aços de alta resistência a serem utilizados na condição laminada ou na condição
tratada termicamente, há um enorme campo de emprego de microelementos de liga.
Nos aços normalizados, o refino de grão pode ser obtido por precipitados de NbC relati-
vamente grosseiros ou mediante o endurecimento por dispersão de precipitados finos de
V(C, N) e mediante a formação de precipitados finos e estáveis de TiM para controle do-
crescimento de grão .
VS7)

Aços temperados e revenidos são preferivelmente ligados com boro que retarda a trans-
formação da austenita.
Para aços conformados a frio, o emprego de titânio e zircônio é vantajoso, pois permite o
controle da forma dos sulfetos. Para aumentar a resistência mecânica, adições adequadas
são nióbio, titânio, assim como vanádio.
Os aços microligados que não exigem tratamento térmico para possuírem alta resistên-
cia, devem, contudo, ser submetidos a cuidados especiais no seu processamento " : 1 81

- os blocos a serem forjados devem ser aquecidos a temperaturas suficientemente eleva-


das para que os carbonetos - como os de vanádio ou nióbio - sejam dissolvidos na austenita.
Por exemplo, para um aço SAE 1045 com 0,1 % de vanádio, a faixa de temperaturas conside-
rada adequada se situa entre 1205° e 1315°C. Contudo, um superaquecimento pode resultar
numa microestrutura acicular indesejável;
- a segunda e mais importante precaução é que as peças forjadas devem ser imediata-
mente resfriadas ao ar até cerca de 540"C, antes de serem colocadas nas caçambas de
transporte. Se as peças forem colocadas nas caçambas imediatamente após o forjamento,
elas resfriam lentamente. Esse fato pode exigir a instalação de um transportador especial
para manter as peças até que elas escureçam.

234
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA TRILHOS

Os trilhos são materiais sujeitos a condições de serviço relativamente severas. Além T A B E L A 35


dos choques e esforços de flexão alternados, verifica-se desgaste d a superfície de traba- C o m p o s i ç õ e s q u í m i c a s t í p i c a s d e t r i l h o s de a ç o c o m u m e d e alta r e s i s t ê n c i a
C o m p o s i ç ã o química, %
lho. As extremidades, p o r outro lado, estão sujeitas a um amassamerftoitevido ao golpe Fabricante Tipo C Mn Si Cr V Nb Mo
produzido pelo choque das rodas das composições quando estas atravessam as juntas sãs?*
dos trilhos. padrão "American Railway Engineering Associatian" 0,80 0,90 0,20
Esses esforços e os correspondentes efeitos crescem à medida que as composições se A.R.E.A.
- - - -
t o m a m mais pesadas e mais. rápidas. Por essa razão, os pesos dos trilhos têm crescido e,
simultaneamente, a s u a composição química variado.
h CF. & 1. Alto silício
Cr-Mo
0,75
0,78
0,80
0,84
0,65
0,65 0,74 - - 0,18

Um dos meios que têm sido empregados para evitar o amassamento das extremidades Algoma Cr 0,75 0,65 0,25 1,15 - - -
ou o seu mais rápido desgaste é reduzir ao mínimo o número de juntas, pela sua soldagem British Steel Cr 0,75 1,25 0,35 1,15 - - -
Krupp Cr-Si 0,70 1,05 0,75 1,00 - - -
criando-se, por assim dizer, um "trilho contínuo", em pedaços que podem atingir ou ultrapas-
sar 200 metros de comprimento.
Thyssen Cr-Si-V 0,65 1,05 0,60 1,15 0,20 - -

Outros meios consistem em adicionar determinados elementos de liga ou temperar o


Klockner Cr-Mo-V 0,65 0,80 0,30 1,00 0,10 - 0,10

w~ Sydney Mn-Cr-V 0,70 1,65 0,20 0,30 0,10 - -


boleto dos trilhos. Cr-Si-Nb 0,70 1,10 0,55 0,80 - 0,06 -
A.Tabela n- 34 apresenta as composições químicas representativas de aços comuns Aco brasileiro (CSN) Si-Nb 0,74 1,30 0,80 - - 0,03 -
para trilhos. Bethlehem Totalmente temperado 0,80 0,90 0,20 - - -' -
Us"
U S . Steel Boleto temperado 0,80 0,90 0,20 - - - -
T A B E L A 34 Wi" Rússia Totalmente t e m p e r a d o 0,75 0,90 0,30 - - - -
C o m p o s i ç õ e s q u í m i c a s r e p r e s e n t a t i v a s de t r i l h o s w s ..• Nippon Steel Boleto temperado 0,75 0,80 0,22 - - - -
P e s o n o m i n a l em Ib/jd
SBÉ 1 Nlppon Kokan Boleto temperado 0,75 0,83 0,22 - - - -
Constituintes
90/120 121 e acima
carbono 0,67-0,80% 0,72-0,82%
manganês 0,70-1,00% 0,75-1,05%
fósforo (max.) 0,035 0,035
enxofre 0,040 0,035
silício 0,10-0,35 0,10-0,35

T A B E L A 36
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d e t r i l h o s de a ç o c o m u m e d e a l t a re s i s t ê n c i a
O manganês, em teores relativamente elevados, contribui para melhorar a resistência ao Propriedades mecânicas
desgaste e garantir a ausência total da "fragilidade a quente" (causado pelo FeS), o que é Limite de resist Alon- Esiri- Dure-
Fabricante Tipo Limite conven-
fundamental visto que esses aços são laminados a quente. cional 0,2% à tração gamen- ção za
Propriedades típicas desses aços são:
MPa kgf/mm 2 MPa kgf/mm J to, % % Brinell!

P t Padrão ÁREA 510 51,7 920 93,4 11 18 255


limite de escoamento 59,5 kgf/mm (495 MPa) 2

CF. & l. Allo silfcio 520 52,8 980 99,5 11 14 285


limite de resistência à tração 98,0 kgf/mm (960 MPa) 2
Cr-Mo 807 81,9 I228 124,7 9 17 352
alongamento 9% Algoma Cr 650 66,0 1100 111,6 9 17 320
BnSsh Sieal Gr 690 70,1 1130 114,7 11 17 325
estricção 12%
Krupp Cr-Si 675 68,5 1140 115,7 12 20 315
dureza Brinell 300 Thyssen Cr-Si-V 680 69,0 1130 114,7 12 20 320
Klockner Cr-Mo-V 705 71,6 1145 116,3 12 20 325
resistência ao choque (Izod) 0,28 kgfm (2,75 J)
Sydney Mn-Cr-V 705 71,6 1035 105,1 12 18 325
Cr-Si-Nb 705 71,6 1040 105,6 10 16 340
A resistência ao choque medida em corpo de prova izod com entalhe ó, como se ve. Aço brasileiro (CSN) Si-Nb 646 65,4 1070 108,6 10 15 320
muito baixa, de modo que para perceber pequenas diferenças de comportamento, empre- Bethlehem Totalmente temperado 870 88,3 1220 123,8 13 30 365
gam-se geralmente, no ensaio de resistência ao choque, corpos de prova s e m entalhes. US Steel Boleto temperado 910 93,4 1260 128,0 12 33 380
Corpos de prova Izod s e m entalhes dão valores de resistência ao choque, à temperatura Rússia Totalmente temperado 820 83,2 1250 126,9 14 40 330
ambiente, de 2,8 a 5,6 kgfm (25,5 a 54,9 J). Nippon Steel Boleto temperado 857 87,0 1231 124,9 12 34 370
As tabelas 35 e 3 6 dão, respectivamente, as composições químicas e as propriedades
(13S1 Nippon Kokan Boleto temperado 817 82,9 1192 121,0 14 37 365
mecânicas de aço comum e aço de alta resistência, inclusive nos estados totalmente ou As propriedades de resistência à tração e de dureza foram determinadas a 10 mm e 5 mm respecSvamente dos cantos do
parcialmente temperados, produzidos por. alguns fabricantes. lopo dos boletos dos trilhos.
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA PRODUTOS PLANOS

1. Introdução - Os produtos planos podem ser classificados da seguintes maneira: Pevide a sua pureza, o ferro Armco possui boa resistência à corrosão, característico esse
"que é consideravelmente melhorado por galvanização ou estanhação. A soldabilidade é
• folha - laminado cuja espessura é inferior a 0,30 mm de espessura; igualmente excelente, assim como a sua trabalhabilidade.
• ííra - laminado c o m espessura compreendida entre 0,30 m m e 5,00 mm inclusive o a A maior parte do aço utilizado em chapas e folhas é, contudo, do tipo "de baixo carbono"
extremos e largura inferior a 300 mm; i 'doce", cuja composição obedece aproximadamente aos seguintes limites i >.
o l 141

• chapa fina - chapa com espessura compreendida entre 0,30 mm e 6,00 mm, inclusive os
extremos e largura igual ou superior a 300 m m ; carbono - 0 , 0 3 a 0,12%
• barra chata - laminado com espessura superior á 5,00 mm e largura inferior a 300 mm' manganês - 0,20 a 0,60%
«chapa grossa-chapa, com espessura superior a 5,00 mm e largura igual ou superior a 300 mm. fósforo - 0,04% (max.)
silício - 0,15 (max.)
Como se vê, a distinção entre os vários tipos de produtos é feita pela relação largura/espessura. outros elementos - tão baixos quanto possível
A maioria desses produtos é geralmente caracterizada pela ductilidade e grande facilidar
de de conformação. Não apresentam normalmente vaiores elevados de propriedades mecâ- Esse aço tem propriedade semelhante às do ferro Armco, com vantagens quanto ao cus-
nicas, mesmo porque, em geral, as cargas que irão suportar são baixas. Em muitas aplica- Jto, visto não ser tão puro e ser de fabricação mais fácil.
ções e devido às condições de trabalho, esses produtos devem possuir certa resistência à São aços que apresentam a melhor trabalhabilidade tanto no que se refere à sua obtenção por
corrosão atmosférica e, em outros casos, resistência ao ataque por parte de outros agentes"- íiaminação, como no que diz respeito à sua facilidade de conformação posterior. Evidentemente sua
químicos. Caso o aço utilizado na fabricação d e chapas comuns não possuam esses carac- Jresistência à corrosão é inferior à do ferro comercialmente puro, devido à presença de maior teor do
terísticos de resistência à corrosão, costuma-se aplicar-lhe um" revestimento protetor, cujo ^carbono, que aumenta a tendência à corrosão eletroquímica. Entretanto, a galvanização e
tipo depende da aparência desejada e do custo. yèstanhação contornam de modo satisfatório esse inconveniente. Por outro lado, uma pequena
Os seus principais requisitos são, em linhas gerais, os seguintes: •adição de cobre, em tomo de 0,25%, melhora apreciavelmente a sua tendência à corrosão.
As porcentagens dos elementos considerados dependem grandemente das aplicações
• elevada trabalhabilidade, ainda que a custo da resistência mecânica, para maior facilida- •/para as quais as chapas e as tiras são reservadas e dos tratamentos superficiais de proteção
de de conformação; e m alguns casos, quando se deseja certa resistência e principalmente: corrosão aos quais serão submetidas.
rigidez, adota-se a técnica de corrugamento do material;
• boa soldabilidade, para maior facilidade de sua montagem em estruturas; T A B E L A 37
« superfície sem defeitos, sobretudo no caso de sua aplicação em estampagem profunda;; C a r a c t e r í s t i c o s de c h a p a s f i n a s e tiras de b a i x o c a r b o n o
• características de acabamento , que permitam que o produto apresente aspecto super-; Especificação Faixa de e s p e s s u r a
Tipo Forma do
ficial conveniente, o que é geralmente obtido através de revestimentos superficiais; e Especificação d e q u a l i d a d e aplicável AISI-SAE produto normalmente
• baixo custo ASTM disponível
Laminadas a q u e n t e
Na fabricação de produtos planos de aço, além do aço-carbono são utilizados em certas ^Comerciai A569 1008-1012 chapa fina 1,50-5,82
tira 0,86-5,82
aplicações aços-liga de baixo teor em ligas.
A635 1008-1012 chapa fina 5,84-12,70
tira 0,86-5,82
2. Aços-carbono - Para a maioria das aplicações, o aço é de baixo carbono, havendo,, A659 1015-1023 chapa fina 1,50-5,82
contudo, importantes aplicações de aços de médio e alto carbono. tira 0,36-5,32
Na categoria dos aços de baixo carbono pode-se considerar o ferro comerciaimente puro,, Estampagem A621 1006-1008 chapa fina 1,91-4,75
tira
cujo tipo mais comum é o chamado "ferro Armco". Estampagem especialmente
O ferro Armco, marca registrada pela "American Rolling Mills Companf, é um material de lastimada A622 1006-1008 c h a p a fina 1,91-4,75
grande pureza, pois apresenta um teor de impurezas, inclusive o carbono, inferior a 0,16%.. tira
Uma análise típica é a seguinte- L 1140
Estrutural A570 Nenhum c h a p a fina
tira
Laminadas a t r i o
carbono - 0,012% ;Comercial
manganês - 0,017% [classe 1 (encruada p o r lamina-
fósforo - 0,005% r ã o a frio) A366 1008-1012 c h a p a fina 0,64-2,79
Jf t:
enxofre - 0,025% .ciasse 2 (totalmente recozida) A366 1008-1012 c h a p a fina 0,64-2,79
ÍEstampagem
siiído - traços ciasse 1 (encruada p o r lamina-
d o a frio) A6I9 1006-1008 c h a p a fina 0,54-2,79
Propriedades mecânicas típicas são as seguintes: classe 2 (totalmente recozida) A619 1006-1008 chapa fina 0,64-2,79
|Estampagem especialmente
acalmada
Limite de escoamento 18,0 a 22,5 kgf/mm (180 a 225 MPa)
2
:ciasse 1 (encruada por lamina-
Limite de resistência à tração 29,5 a 35 kgf/mm (285 a 340 MPa)
2
r ã o a frio) A620 1006-1008 c h a p a fina 0,64-2,79
Alongamento 2 2 % a 28% (até 40%) classe 2 (recozida totalmente) A620 1006-1008 c h a p a fina 0,64-2,79
Estricção 65% a 78% Estrutural A611 Nenhum c h a p a fina
Dureza Brinell 82 a 110 r Nata: encruada por laminação a frio = "tempar ralled"

240 241
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA PRODUTOS PLANOS

A Tabela 37 < > apresenta os caractensticos de chapas finas e tiras de aço de baixo
i42 T A B E L A 39
carbono. Como se vê, as chapas estão disponíveis nas ciasses "encruada por laminação a Aços-liga utilizados em chapas e tiras
frio" ("temper rolled") e "totalmente recozida". •Tipo C Mn SI Cr NI Mo
A primeira classe destina-se a aplicações onde o aspecto superficial é importante e onde se 4130 0,28 - 0,33 0,40 - 0,60 0,15-0,30 0,80-1,10 - 0,15.-0,25
exige superfície plana. A segunda classe correspondente a material totalmente recozido desti- 4140 0,38 - 0,43 - 0,75-1,00 0,15-0,30 0,80 - 1,10 - 0,15-0,25
na-se a aplicações onde a aparência superficial é menos importante, assim como são menos 4142 0,40 - 0,45 0,75 - 1,00 0,15-0,30 0,80 - 1 , 1 0 - 0,15-0,25
•importantes a textura superficial, imperfeições, planeza e tendência à formação de linhas de 4145 0,43 - 0,48 0,75 - 1,00 0,15-0,30 0,80 - 1,10 - 0,15-0,25
distensão. 4150 0,48 - 0,53 0,75-1,00 0,15-0,30 0,80-1,10 - 0,15-0,25
4340 0,38 - 0,43 0,60 - 0,80 0,15-0,30 0,70 - 0,90 1,65-2,00 0,20 - 0,30
A chamada qualidade "estruturar tem composição subordinada às propriedades mecâni-
cas desejadas. Estas variam da seguinte maneira: 5140 0,38 - 0,43 0,70 - 0,90 0,15-0,30 0,70 - 0,90 - -
Laminadas a quente (especificação ASTM A570 de A a E)
5150 0,48 - 0,53 0,70-0,90 0,15-0,30 0,70-0,90 - -
5160 0,55-0,65 0,75-1,00 0,15-0,30 0,70-0,90 - -
6150 0,48 - 0,53 0,70-0,90 0,15-0,30 0,80-1,10 - -
limite de escoamento 17,5 a 29,4 kgf/mm (170 a 290 MPa) 2
8615 0,13-0,18 0,70-0,90 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40 - 0,70 0,15-0,25
limite de resistência à tração ... 31,5 a 40,6 kgf/mm (310 a 400 MPa) 2
8617 0,15-0,20 0,70-0,90 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40 - 0,70 • 0,15-0,25
alongamento em 50 m m 27 a 13% 8620 0,18--0,23 0,70-0,90 0,15-0,30. 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8630 0,28 - 0,33 0,70-0,90 , 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8640 0,38-0,43 0,75-1,00 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
T A B E L A 38
8645 0,43 - 0,48 0,75-1,00 0,15-0,30 0,40 - 0,60 0,40 - 0,70 0,15-0,25
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de t i r a s d e a ç o d o c e l a m i n a d a s a f r i o ( A S T M A109)
O tipo 6150 apresenta 0.15V min. Para aços produzidos pelos processos Slemens-Martin ou oxigénio básico, os
Umite de resistência Alonga-
Dureza . teores de P e S devem ser no máximo 0,035% e 0,040% respectivamente. Para aços produzidos em fomos elétricos,
à tração (aprox.) mento
Condição Rockwell B Oobramento ambos os elementos não podem ultrapassar os ceoras de 0,025%.
em 50 mm
kgf/mm 2 MPa %(d)
N 1 - Dura
2 90 min (a) Nenhum dobramento em qual- 56-70 550-690 As chapas e tiras de "qualidade regulai" estão cobertas pela especificação ASTM A 5 0 6 .
84 min (b) quer direção Esses materiais são destinados a aplicações gerais ou miscelâneas, onde se exige m o d e -
W 2 - Maio dura 70-85 Dobramento de 90° transver- rada estampabilidade ou moderado dobramento. As. condições superficiais não são muito
salmente à direção da lamina- exigentes.
çhão em tomo de 1t do raio (c) 38,5-52,5 380-620 4-16 As chapas e tiras de "qualidade para estampagem", cobertas pela especificação A S T M
H" 3 - Um quarto A507, são destinadas a aplicações q u e envolvem condições muito severas de conforma-
dura 60-75 Oobramento de 180° transver- ção mecânica a frio, como estampagem profunda. Devem possuir uma composição quími-
salmente à direção de lamina- ca relativamente uniforme e não apresentar imperfeições superficiais. O recozimento a que
ção e 90° ao longo da direção são submetidas antes da conformação mecânica deve resultar .numa microestrutura -
de laminação, ambos em tomo
como, p o r e x e m p l o , e s f e r o i d i t a - q u e p r o p o r c i o n e a s m e l h o r e s c o n d i ç õ e s d e
de 1tdo raio (c) 31,545,5 310-450 13-27
conformabilidade.
N» 4 - Mole 65 max. Dobramento completo sobre si
mesma em qualquer direção 29,4-37,8 290-370 24-40 A "qualidade para construção aeronáutica", coberta pela especificação ASTM A634, é
N 5 - Muito mole
a 55 max. Idem 26,6-35,0 260-340 31-47 destinada a peças de aeronaves sujeitas a altas tensões. Por isso esses produtos exigem
(a) para tiras de espessura inferior a 1,78 mm; (b) para liras de 1,78 mm de espessura ou maior;
cuidados especiais de processamento, desde a fundição do aço, lingotamento, laminação
(c) t =s espessura da rira; (d) paratirascorn 1,27 mm de espessura. etc. Para esses aços recomenda-se um tamanho de grão aústenítico predominantemente n-
5 ou mais fino, permitindo-se, contudo, tamanho de grão n 3. 9

Laminadas a frio (especificação ASTM A611 de A a E) Outras qualidades incluem: "qualidade para mancais", "qualidade para serras" e "qualida-
de aeronáutica estrutural".
limite de escoamento 17,5 a 56,0 kgf/mm (170 a 550 MPa) 2 A "qualidade para mancais" corresponde a chapas finas e tiras de aço-iliga destinadas a fabricar
limite de resistência à tração ... 29,4 a 57,4 kgf/mm (290 a 570 MPa) 2 peças de mancais antí-fricção. São geralmente aços-liga dos tipos AISI-SAE para cementação.
alongamento em 50 mm 26 a 2 0 % A "qualidade para serras" devem possuir propriedades características para fabricar lâmi-
nas de serras de fita.
A Tabela 3 8 ' ' mostra as propriedades mecânicas aproximadas de tiras de 1,27 mm de
,4Z Finalmente, a "qualidade aeronáutica estruturai, coberta pela especificação ASTMA634,
espessura (meia polegada) em várias condições. -além de possuir todos os característicos típicos da "qualidade para construção aeronáutica",
Empregam-se igualmente cbapas finas e tiras de sços-figa de baixo teor em liga, quando devem obedecer a exigências específicas de limite de escoamento, limite de resistência à
se trata de aplicações especiais que exigem propriedades mecânicas normalmente obtidas tração, alongamento, dobramento etc.
por tratamento térmico. Apesar de grande parte das chapas serem construídas de aço de baixo carbono, é comum
Os aços-liga mais comuns nesses casos são os seguintes tipos S A E : 4130,.4140, 4142, o emprego de composições contendo carbono mais elevado, até da' ordem de 0,50% ou mes-
4145, 4150, 4340, 5140, 5150, 5160, 6150, 8615, 8617, 8620, 8630, 8640 e 8645. mo mais.
A tabela 3 9 " apresenta a composição desses aços.
( 2 ) Trata-se de materiais para fins estruturais especiais, em que se deseja maior resistência
As chapas de aço-liga são classificadas pela norma ASTM A505 em "qualidade regular", mecânica, e as especificações exigem frequentemente valores mínimos de resistência à tra-
"qualidade para estampagem" e "qualidade para construção aeronáutica" '. 1143 ção de 60 kgf/mm (590 MPa).
2

242 243
De acordo com as aplicações e os critérios adotados em especificações da A B N T , as 0
Apiicaçoes: peças e partes de máquinas e veículos, tubos, recipientes, estruturas me-
chapas de aço-carbono podem ser assim classificadas: tálicas etc. '

- QUALIDADE USOS GERAIS (Chapas Finas a Frio; Chapas Finas a Quente) - Q U A L ] D A D E ESTRUTURAL (Chapas Grossas)
Composição química: Composição química:
carbono - 0,08 a 0,55% carbono - 0,25 a 0,30%
manganês - 0,25 a 0,90% manganês - 1 , 2 0 a 1,50%
silício - 0,30% max. silício - 0,30% max.
fósforo - 0,04% max. fósforo - 0,04% max.
enxofre - 0,05% max. enxofre - 0,05% max.
cobre - 0,20% min. (quando especificado)
- QUALIDADE ESTRUTURAL PARAAUTOMÓVE1S (Chapas Grossas, Chapas Finas a Quente) Propriedades mecânicas:
Composição química: limite de escoamento - 1 9 a 30 kgf/mm (190 a 300 MPa)
z

carbono - 0,15 a 0,20% alongamento, em 50 mm - 30 a 22%


enxofre - 0,035% max.
manganês - 1 , 5 0 % max. Aplicações: pontes, locomotivas, vagões, edifícios, máquinas, equipamentos em geral.
fósforo - 0,035% max.
- QUALIDADE ESTRUTURAL SOLDÁVEL DE ALTA RESISTÊNCIA (Chapas Grossas,
Propriedades mecânicas: Chapas Finas a Quente)
limite de escoamento • 20 a 38 k g f / m m (200 a 370 MPa)
2

limite de resistência, à tração • 32 a 50 kgf/mm (310 a 490 MPa)


a
Composição química:
alongamento, em 50 mm • 35 a 2 8 % carbono - 0,23 max.
Aplicações: longarinas, chassis, aro e centro de rodas etc. manganês - 1,50% max.
enxofre - 0,05% max.
- QUALIDADE RECIPIENTES TRANSPORTÁVEIS PARA G A S E S LIQUEFEITOS DE cobre - 0,20% min. (quando especificado)
PETRÓLEO; CUBAS DE GALVANIZAÇÃO (Chapas Finas a Quente; Chapas Grossas, estas
últimas para cubas de galvanização) Propriedades mecânicas:
Composição química: limite de escoamento - 30 a 40 kgf/mm (300 a 390 MPa)
2

carbono - 0,20 max. i *• limite de resistência ã tração - 40 a 50 kgf/mm (390 a 490 MPa)
2

manganês - 0,20 a 0,60% alongamento, em 50'mm - 24 a 2 0 %


fósforo - 0,03% max.
enxofre - 0,035% max. A p l i c a ç õ e s : estruturas em g e r a l , p o n t e s ; edifícios, n a v i o s , guindastes, v a g õ e s ,
Propriedades mecânicas: implementos agrícolas, vasos de pressão etc).
limite de escoamento • 0,55 a 0,75 LR
limite de resistência à tração • 34 kgf/mm (340 MPa) min.
2
- QUALIDADE TUBOS (Chapas Grossas; Chapas Finas a Quente)
alongamento, em 50 mm • 24 a 3 4 % , conforme a espessura.
Composição química:
Aplicações: conforme a qualidade
carbono - 0,21 a 0,30%
- QUALIDADE ESTRUTURAL (Chapas Finas a Frio; Chapas Finas a Quente) manganês - 0,90 a 1,35%
Composição química: •• • . fósforo - 0,04% max.
carbono - 0,20 a 0,30% enxofre - 0 , 0 5 % max.
manganês - 0 , 6 0 a 1,50%
silício - 0,30% m a x Propriedades mecânicas:
fósforo - 0,04% max. limite de escoamento • 21,00 a 36,5 kgf/mm (210 a 355 MPa)
2

enxofre - 0,05% max. limite de resistência à tração • 33,5 a 46,5 kgf/mm (325 a 455 MPa)
2

cobre - 0,20% min. (quando especificado) alongamento, em 50 mm • 35 a 2 2 %

Propriedades mecânicas: Aplicações: tubulações, oleodutos, etc.


limite de escoamento • 19 a 30 kgf/mm (190 a 300 MPa)
2

limite de resistência à tração • 33 a 50 kgf/mm (320 a 490 MPa)


2
- QUALIDADE ESTAMPAGEM (Chapas Finas a Frio; Chapas Finas a Quente)
alongamento, em 50 m m •25 a 1 4 %
Composição química:
(*) Para maiores pormenores, consultaras publicações ABNT EB-255, EB-276, EB-29S, EB-32S, NB-32, carbono - 0,10 max.
EB-593, EB-253, EB-248. manganês - 0,20 a 0,50% max.
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA PRODUTOS PLANOS

fósforo • 0,035% max. I Acima


da
enxofre • 0,040% max. Aço SAE 1008
média
A orna
Laminada a da
_máflia_
Propriedades mecânicas:
frio ' Abaixo Aama
da da
_mMa_ média
limite de escoamento - 27 kgf/mm (270 MPa) max.
2 Abaixo "
da
limite de resistência à tração - 28 a 40 k g f / m m (280 a 390 MPa)
2 . JSÊSÍÍL
Abaixo
cia
alongamento, em 50 m m - 40 a 3 0 % y média

embutimento - 1 2 mm, e m média, para espessura de 2,0 mm.

Aplicações: para estampagem média, estampagem profunda ou estampagem extra pro-


Exemplo: Esta linha apresenta
funda e resistência ao envelhecimento.
a vaior uísen mínimo esperado
para aço com faixa da dureza
de Rockwell B 46 a 50. é inferior
3. Problemas de fabricação - As chapas, grossas ou finas, e as tiras são produzidas por à rriédia para aço açaimado,
laminação a quente ou a frio, a partir de aços "efervescentes" ou "acalmados". módía para aço afervecanla para
estampagem a acima da média
Na maioria dos casos, utiliza-se aço efervescente, devido principalmente a problemas para aço de qualidade comercial.
de custo. O desprendimento de CO e C 0 à medida que o aço resfria no interior das
2
0,050 0,060
lingoteiras, causa a diminuição do teor médio de carbono do lingote e produz segregação E s p e s s u r a d a chapa, p o l .
do restante do carbono assim como do fósforo e do enxofre em direção ao centro e à
superfície do lingote. Essa segregação é responsável pela variação na composição e nas Fig. 125 - Gráfico representativo d a classificação aproximada d e a ç o para chapas, b a s e a d a
propriedades mecânicas que se verifica de uma chapa para outra e e m diferentes secções em ensaios d e ductilidade e de dureza Rockwell B
da mesma c n a p a . Assim sendo, as chapas fabricadas a partir de a ç o efervescente não
(,42)

são rigorosamente controladas em sua c o m p o s i ç ã o química, nem apresentam grande Uma vantagem importante do ensaio de ductilidade é a possibilidade, para um técnico
uniformidade de propriedades. experiente, de prever o comportamento aproximado do aumento de tamanho de grão do aço
Nos aços acalmados, -caracterizados porque neles se adiciona suficiente quantidade de depois de conformado, pelo exame dos lados do "copo". Com tamanho de grão ASTM 8 e 9,
um forte desoxidante, geralmente alumínio, o desprendimento de gases é praticamente nulo, os lados apresentam-se macios; com tamanho de grão 7, nota-se uma aspereza moderada,
resultando um lingote uniforme e homogéneo, apenas com pequena segregação. As chapas a qual se acentua progressivamente, à medida que o tamanho de grão cresce.
produzidas a partir desses aços são, em consequência, de melhor qualidade, sobretudo Para a medida da dureza, recomenda-se o uso da escala Rockwell B em espessuras
quando destinadas a operações de conformação severa, como estampagem profunda e acima de 0,75 m m . Abaixo dessa espessura, deve-se empregar a escala F.
igualmente quando devem ficar sujeitas a longo período de estocagem. A principal vantagem Quanto às propriedades relacionadas com o esforço de tração, seu conhecimento é de
dessas chapas é que elas estão menos sujeitas ao fenómeno de "envelhecimento" ' após 1 1
grande importância para avaliar-se a capacidade de deformação desses aços. Nesse senti-
deformação, isto é, mudanças de propriedades com o tempo. do, as considerações que se podem fazer são as seguintes:
Os aços acalmados são geralmente laminados a frio, embora possam ser ocasionalmente - quanto mais alto o limite de resistência à tração, tanto melhor, se as outras propriedades
empregados no estado laminado a quente, resultando chapas de granulação fina, com propri- forem favoráveis;
edades mecânicas uniformes e superiores, mais vantajosas para operações de estampagem - quanto mais baixo o limite de escoamento, tanto melhor, se as outras propriedades forem
e de soldagem. favoráveis; de fato, limite de escoamento muito baixo combinado com tamanho de grão muito
grosseiro, pode causar o defeito "casca de laranja", donde um baixo limite de escoamento é
4. Propriedades das chapas de aço - Pelo exame das especificações propostas pela desejável, quando outros característicos forem adequados, como se mencionou;
A B T N , pode-se ter u m a ideia das propriedades que se desejam nesses produtos planos - o alongamento, desde que outros característicos sejam favoráveis, deve ser o mais alto
de aço. possível, pois o aço será facilmente deformado;
No caso das chapas destinadas a serviços de estampagem e semelhantes, que constitu- - a relação elástica, isto é, a relação entre o limite de escoamento e o limite de resistência
em uma das mais importantes aplicações desses tipos de produtos, além dos característicos à tração, é um valor importante, pois quanto menor, maior a separação entre o escoamento
mecânicos usuais, é necessário conhecer-se sua "qualidade de conformação". e a ruptura, o que toma o aço mais indicado para conformação muito severa.
Os ensaios empregados para medir essa qualidade são os de dureza Rockwell e de ATabela 40 < ! mostra as propriedades que chapas de aço laminado a frio destinadas a
144

ductilidade tipo O l s e n ' . 1431


estampagem profunda devem apresentar.
O ensaio Olsen é realizado num corpo de prova da chapa, com 3 3/4" de largura, mantido
entre matrizes planas em forma de anel com 1 " de diâmetro interno. U m a esfera de 7/8" de 5. Defeitos das chapas de aço - Os mais comumente encontrados ocorrem na superfície
diâmetro é comprimida progressivamente de encontro à chapa de modo a formar um 'copo", do aço, representados por marcas superficiais pronunciadas, ou rugosidades superficiais
ao mesmo tempo que a carga e a altura do copo são medidas continuamente. O valor que acentuadas, e t c , originadas quando o aço se apresenta excessivamente mole. Em outras
interessa é a altura do "copo", em milésimos de polegada, no momento em que a carga palavras, a dureza muito baixa, embora favorável sob o ponto de vista de conformação seve-
começa a cair. A espessura das chapas para o ensaio Olsen é limitada a 1,57 mm (0,062"), ra, traz os inconvenientes apontados.
devido à folga entre a esfera e o anel. Valores de ductilidade Olsen e m função da espessura Esses defeitos são geralmente conhecidos com os nomes, entre outros de "linhas de
e da qualidade do aço estão expressos na figura 125< '. 143
Luder", "casca de laranja", etc.

(*) "Strain aging". (*) "Stretcherstrains".

246 247
Aços E FERROS FUNDIDOS

T A B E L A 40 espessura, o que pode causar transtornos na estampagem, não só prejudicando a uniformi- ( )


P r o p r i e d a d e s d e s e j a d a s e m c h a p a s de a ç o l a m i n a d o a f r i o para e s t a m p a g e m p r o f u n d a dade de um lote de peças, produzidas com a mesma matriz de estampagem, como também
Limfte d e Alonga-
a própria ferramenta de estampagem. Ç^)
Dureza Limite de
resistência mento Relação "Copo"
Rockwell escoamento"
T i p o de a ç o à tração em elástica Olsen"* 6. Tratamentos das chapas - As chapas, tiras e folhas são produzidas a partir de aços
B . pol. efervescentes e acalmados, no estado laminado a quente ou a frio.
50 m m
kgf/mm ! 2 MPa kgf/mm 2 MPa Os aços efervescentes apresentam menor tendência a defeitos superficiais do que os acalma-
Comercial, efervescente dos, com consequente melhor rendimento nas operações de conformação. Os acalmados (geral-
e recozido 50 24,5 245 29,4 284 37 0,85 0,380 mente por adição de alumínio) caracterizam-se por melhores propriedades mecânicas e sujeitam-
Comercial, efervescente
se melhor a operações de estampagem profunda muito severa. Além disso, têm menor tendência
e aplainado' 55 24,5 245 30,8 298 35 0,80 0,370
ao "envelhecimento'*^, isto é, à mudança de propriedades com o tempo, fenómeno esse que ocorre
Para estampagem p r o f u n -
muitas vezes em aços efervescentes, dificultando sua utilização em estampagem profunda.
d a , efervescente e reco-
zido 45 22,4 224 28,7 277 41 0,75 0,400 A distinção entre laminação a quente e a frio reside, como se sabe,' na diferença de
Para estampagem p r o f u n - temperatura da laminação. No primeiro caso, essa operação é realizada a temperatura bem
da, efervescente e aplai- acima da linha crítica inferior do aço. Os "laminados a frio" são, na realidade, produtos
nado 48 21,0 210 29,4 284 39 0,70 0,390 acabados a partir de laminados a quente, os quais, após terem atingido uma certa espessura
P a r a estampagem p r o f u n - por laminação a quente, são terminados a frio até a dimensão final, principalmente por ques-
da, acalmado e aplainado 45 17,5 175 28,7 277 41 0,60 0,400 tões económicas. Além da vantagem económica, a laminação a frio permite, por outro lado,
'Aexpressão "aplainado" corresponde a "temper roíled" uma superfície mais perfeita, produz espessura mais uniforme e melhora as propriedades
" Valor dado na direção da laminação; numa direção perpendicular, o valor é aproximadamente 1,5 kgf/mm mais 2 mecânicas do aço, devido ao encruamento que se verifica.
elevado Devido às alterações estruturais e físicas produzidas na laminação desses produtos, há
~ Os valoras apresentados correspondam a espessura de 0,91 mm 0,036"); geralmente necessidade de submetê-los a tratamentos térmicos, cujos objetivos vão desde
a simples eliminação de tensões internas até a recristalização total.
As "linhas de Lúdef, defeitos designados t a m b é m pelo nome de "linhas de distensão""
As chapas laminadas a quente são geralmente normalizadas, a não ser quando elas são
têm a forma de tiras alongadas que aparecem sobre a superfície do aço de baixo carbono que
acabadas na laminação a temperaturas entre 815°C a 870°C, de modo a se processar um
sofreu um recozimento como etapa final de s u a fabricação. Essas linhas se originam toda vez
recozimento ou normalização natural.
que o aço for deformado a uma carga imediatamente superior ao limite de escoamento, desa-
As laminadas a frio apresentam-se muito encruadas, com alta resistência mecânica e alta
parecendo quando a carga de deformação excede a 5% a 10% esse valor. Em tensão, as
dureza. Somente em casos especiais são usadas nesse estado. Assim sendo, para a maioria
linhas apresentam-se como depressões na superfície; em compressão elas apresentam-se
das aplicações, as chapas, tiras e folhas laminadas a frio são submetidas a um tratamento
saliente.
térmico de amolecimento - "recozimento em caixa"- levado a efeito a temperaturas relativa-
As "linhas de LQder" não são prejudiciais no que diz respeito à resistência do aço; entre-
mente baixas, da ordem de 590°C a 760°C, visto que temperaturas muito elevadas causari-
tanto, produzem um mau aspecto nas chapas deformadas por estampagem profunda, as-
am excessivo crescimento de grão, originando na estampagem profunda o defeito "casca de
pecto que se mostra claramente também através da pintura.
laranja". Ocasionalmente, contudo, alguns desses produtos laminados a frio opõem uma
Essas linhas podem ser eliminadas por u m a operação de ligeira laminação a frio, de
certa reação contrária à recristalização, devendo então ser aquecidos a temperaturas mais
cerca de 0,5% a 1,5%, depois do recozimento f i n a l < . Essa eliminação é permanente em
n 1431
elevadas. Efetua-se assim a normalização, a temperaturas acima do ponto Ac - cerca de
3

aços acalmados; entretanto, nos aços efervescentes, eventualmente as linhas de Luder po-
930 C - para aço com teor de carbono inferior a 0,15%, em forno contínuo, contendo uma
D

dem reaparecer após uma semana ou menos, dependendo da porcentagem de laminação a


atmosfera oxidante, com resfriamento ao ar.
frio posterior, da temperatura, da porcentagem de deformação durante a estampagem 9
Esse tratamento - eventualmente chamado de "blue annealing" - confere à chapa um tom
outras variáveis.
azulado, de certo modo decorativo.
O defeito "casca de laranja" é atribuído ao tamanho de grão grosseiro do aço, o qual, ao
Outro tratamento comum nas chapas, folhas e tiras é o "recozimento para alívio de ten-
ser submetido à estampagem profunda mostrará uma superfície grosseira e rugosa, aparên-
sões", feito para melhorar as propriedades de estampagem, pela remoção de tensões residu-
cia essa que é indicada com aquela expressão. Para melhorar a aparência da peça acabada,
ais que resultam do resfriamento rápido durante a normalização ou durante as operações de
pode-se limá-la ou poli-la.
nivelamento ou laminação leve após a normalização.Atemperatura varia entre 500°C e 650°C.
Recomenda-se, para as chapas destinadas a estampagem profunda, um tamanho de
grão uniforme e intermediário (ASTM 5 a 8), porque, se de um lado a granulação grosseira
7. Chapas e tiras de aço de baixo carbono modificado - Para atender às necessidades de
pode provocar o defeito mencionado, de outro lado, um tamanho de grão muito pequeno
serviços específicos, são produzidas chapas e Sras de baixo carbono, com os teores dos
poderá resultar em valores de limite de escoamento, limite de resistência à tração e dureza
restantes elementos químicos presentes ligeiramente alterados. Em gerai, tais aços, para
mais elevados do que o desejável, e consequentemente alongamento insuficiente.
serem ainda considerados aços-carbono comuns, não devem apresentar C, Mn, S e Cu
Finalmente, um último defeito que eventualmente pode ocorrer nas chapas é variação na
acima dos seguintes teores respectivamente : 0,25%, 1,65%, 0,60% e 0,60%. Podem
(,4Z)

conter outros elementos como nitrogénio, fósforo e boro, sós ou combinados, em pequenos
(*) "StretcherStrains". teores, para conferir às chapas e tiras resultantes, maior resistência mecânica, com boa
trabalhabilidade e, inclusive, melhor resistência à corrosão.
(**) 'Temper pass": trata-se de uma operação de laminação a frio ou nivelamento ou aplainamento, que
consiste na passagem através de cilindros de uma máquina especial; nessa passagem elimina-se o
alongamento na zona de escoamento que causa as Unhas de Lúder. f) "StretcherStrains".

248 249
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços SARA PRODUTOS PLANOS

Os aços C-Mn, com carbono de 0,15 a 0,25% e manganês de 1,00 a 1,50% apresentam t a l é depositado por imersão a quente em alumínio fundido ou em liga de alumínio conten-
m e

melhor limite de fadiga, com boa ductilidade. Os componentes estampados, a partir desses do 5 a 10% de silício fundida. Aplicações típicas incluem: componentes automobilísticos,
materiais, podem ser temperados e revenidos, de modo a apresentar valores ligeiramente fomos e estufas de secagem, equipamento para aquecimento industrial, aparelhos eletrodo-
melhorados de resistência mecânica, com boa tenacidade. mésticos, mobiliário externo, equipamento agrícola etc.
O silício, como o manganês, fortalece a ferrita e é, às vezes, adicionado em teor de A anodização é aplicada em aço galvanizado e resufta numa superfície com excepcionais
0,50%, juntamente com manganês entre 1,0 e 1,5%, de modo a resultar maior resistência resistências à corrosão, ao desgaste, ao aquecimento e à abrasão. Além disso, a película
mecânica nas chapas e Uras laminadas a quente e a frio. anodizada constitui um isolador elétrico. Essa película forma-se pela simples imersão das partes
O nitrogénio pode ser adicionado entre 0 , 0 1 % a 0,015% em aços de baixo carbono para acabadas num eletrólito simples e pela aplicação de uma voltagem durante até 10 minutos.
produzir chapas e tiras com resistência de 28 a 35 kgf/mm (280 a 340 MPa), para compo-
2 A fosfatização é aplicada como base de pintura de chapas de aço-carbono não galva-
nentes estruturais de baixo custo, para utilização em veículos e edifícios. O nitrogénio, como nizadas. Consiste num tratamento c o m uma solução diluída de ácido fosfórico e outros
se sabe, é um elemento que atua como fortalecedor intersticial. elementos, de modo que a superfície do metal, ao reagir quimicamente com o ácido
O fósforo, por seu turno, como elemento fortalecedor por solução sólida, em teores de fosfórico, fica convertida numa camada integral de um composto fosfatado cristalino inso-
0,07 a 0,13%, atua como o nitrogénio. lúvel. Há dois tipos de fosfatos geralmente aplicados: fosfato de zinco e fosfato de ferro.
O boro, sendo um forte formador de carbonetos e nitretos, quando adicionado nesses A pintura é geralmente aplicada em aço galvanizado, com excelente aderência. Aumenta
aços de baixo carbono, permite a substituição de aços de maior teor de carbono, e de baixo a durabilidade do material, além de conferir diversos efeitos decorativos.
teor em liga, para chapas e tiras. Nesse caso, tais aços de baixo carbono e com boro apre- Finalmente, a esmaltação porcalânica, aplicada em aço com teor de carbono muito baixo
- de 0,008 a 0,08 - e com manganês, fósforo e enxofre também mantidos em teores muito
sentam melhores característicos de conformação à frio e as peças estampadas resultantes
baixos, consiste num revestimento inorgânico, aplicado a temperaturas entre 730° e 870°< '. 147
podem ser temperadas e revenidas para produzir a mesma dureza, com melhor tenacidade,
Esse revestimento é um esmalte contendo óxidos de diversas naturezas, cuja denominação
em componentes de máquinas, grampos e peças similares.
genérica é "frita". Os componentes dessa frita são S i 0 , B 0 , N a 0 , K 0 , L i 0 , CaO, BaO,
2 2 3 2 2 2

Finalmente, o cobre melhora a resistência à corrosão atmosférica, fato j á conhecido, de modo


ZnO, A l 0 , Z r O , T i 0 , CuO, M n 0 , NiO, C o 0 P 0 . Essa frita é fundida, esfriada em água,
2 3 s 2 2 3 4 2 5

que sua presença em teores mínimos de 0,20%, permite que as peças produzidas a partir de moída e a p l i c a d a em suspensão e m água, por imersão ou aspersão. A e s m a l t a ç ã o
chapas e tiras contendo esse elemento, possam ser expostas ao ambiente atmosférico. porcalânica confere aparência e proteção adequada em aparelhos domésticos, sanitários,
recipientes para indústria química, painéis arquitetónicos, trocadores de calor, etc.
8. Revestimentos de chapas de aço - Os vários revestimentos superficiais a que são
submetidas as chapas de aço, com o objetivo precípuo de melhorar sua resistência à corro- 9. Aços-liga para produtos planos- Muitos aços-liga de baixo teor em ligas são usados na
são e, eventualmente, proporcionar uma aparência superficial decorativa, incluem: fabricação de produtos planos. Alguns, depois de conformados na forma final, são submeti-
- zincagem dos a tratamento térmico para melhorar as propriedades mecânicas, superiores às que pos-
- estanhação suem o produto acabado a quente.
- revestimento de chumbo ("terne", com 3 % a 15% de estanho) A Tabela n 4 1 s dá as composições de alguns desses aços.
( 1 4 a )

- revestimento de alumínio Os aços de alta resistência e baixo teor em ligas caracterizam-se, como já se sabe, além
- fosfatização de valores elevados de resistência mecânica, maior resistência à corrosão atmosférica. H á
- anodização duas categorias de composição : í14S)

- pintura • aços ao vanádio ou ao nióbio/vanádio, com manganês geralmente até 1,35% e pelo
- esmaltação poroelânica menos 0,20% de cobre, quando especificado;
• aços ao manganês intermediário, com teor de manganês variável entre 1,10 e 1,60% e,
Embora não seja objetivo desta obra descrever os processos de revestimento, serão
quando especificado, com 0,20% de cobre mínimo.
feitos alguns rápidos comentários a respeito dos mesmos.
• Os outros elementos adicionados são, alternativamente ou em conjunto: Si até 0,65%,
A zincagem visa proteger o ferro e o aço contra a ferrugem. É aplicada por galvanização Cr até 0,90%, Ni até 1,25%, Mo até 0,25%, titânio, nióbio, zircônio, alumínio e nitrogénio.
ou por eletrodeposição. Pode o zinco ser aplicado por metalização. Esse metal atua em dois.
sentidos: protege contra o ataque corrosivo e m diversos meios e atua como protetor
Tabela 41
gaivânico, devido a o fato de ser eletroquimicamente mais ativo d o q u e o aço' '. A 146
C o m p o s i ç ã o q u í m i c a de a ç o s A I S I - S A E d e baixo teor e m c h a p a s para a p l i c a ç õ e s e s t r u t u r a i s
galvanização é aplicada em chapas de aço bobinadas ou cortadas, promovendo uma prote-
Designação Composição Química, %
ção económica e de durabilidade satisfatória contra a ação do ar, água ou solo.
AISI-SAE C Mn SI Cr Ni Mo
O estanho é aplicado ou por eletrodeposição ou por imersão a quente. O estanho por
imersão a quente é utilizado em equipamento de manuseio e embalagem de alimentos e 1330 0,27/0,34 1,50/1,90 0,15/0,30
leite, proporcionando proteção não tóxica e decorativa. O estanho por eletrodeposição e 1340 0,35/0,44 1,50/1,90 0,15/0,30
4118 0,17/0,23 0,60/0,90 0,15/0,30 0.40/0.65 0,08/0,15
empregado no mesmo tipo de equipamento e em equipamento de processamento de ali-
mentos, de laboratório e eletrônico, onde além dos característicos de proteção contra a
4130 0,27/0,34 0,35/0,60 0,15/0,30 _. 0.-3/0^25
4140 0,36/0,44 0,70/1,00 0,15/0,30 0,80/1,15 0,15/0,25
corrosão e decorativo, a soldabilidade é importante (folha de flandres).
4340 0,36/0,44 0,55/0,80 0,15/0,30 0,65/0,90 1,65/2,00 0,20/0,30
O revestimento "terne" fornece resistência à corrosão, trabalhabilidade, excelente 4617 0,15/0,21 0,40/0,65 0,15/0,30 1,65/2,00 0,20/0,30
soldabilidade e capacidade de receber pintura. A sua principal aplicação é em tanques de 5160 0,54/0,65 0,70/1,00 0,15/0,30 0,60/0,90
gasolina de veículos automotores. Outras aplicações incluem condicionadores de ar, filtros 6150 0,46/0,54 0,60/0,90 0,15/0,30 0,80/1,15
de ar, filtros de óleo, peças de radiadores, chassis de equipamento eletrônico, etc. 8620 0,17/0,23 0,60/0,90 0,15/0,30 0,35/0,60 0,40/0,70 0,15/0,25
O revestimento de alumínio é empregado quando se deseja resistência ao calor, 8742 0,38/0,46 0,70/1,00 0,15/0,30 0,35/0,60 0,40/0,70 0,20/0,30
refletividade ao calor e resistência à corrosão, além de proporcionar um efeito decorativo. O Boro e chumba podem ser adicionados.

250
Aços E FERROS FUNDIDOS

10. Chapas grossas de aço - As c h a p a s g r o s s a s de aço - c o m e s p e s s u r a superior a


5 m m e largura i g u a l ou s u p e r i o r a 3 0 0 m m - s ã o utilizadas g e r a l m e n t e no estado
l a m i n a d o a q u e n t e , n a c o n s t r u ç ã o de e d i f í c i o s , p o n t e s , n a v i o s , v a g õ e s ferroviários,
t a n q u e s de a r m a z e n a m e n t o , vasos de p r e s s ã o , tubulações, m á q u i n a s de porte e ou-
tras estruturas p e s a d a s , o n d e se e x i g e b o a c o n f o r m a b i l i d a d e , s o l d a b i l i d a d e Q-
usinabilidade. Por e s s a s r a z õ e s , os aços p a r a chapas grossas s ã o de baixo e médio
c a r b o n o , com p r e d o m i n â n c i a dos tipos d e m a i s baixo c a r b o n o . H á t a m b é m chapas
grossas produzidas a p a r t i r de diversos a ç o s de baixo teor e m l i g a e alta resistência
m e c â n i c a . À Tabela 4 2 < 1 4 a | a p r e s e n t a as c o m p o s i ç õ e s usuais de a ç o - c a r b o n o para c h a -
pas grossas.

T A B E L A 42
C o m p o s i ç ã o de chapas g r o s s a s de aço-carbono

Especificação Grau o u tipo Composição química, %


d e material C Mn P S SI
Qualidade estrutural
A36 0,29 0,80/1,20 0,04 0,05 0,15/0,30
A131 A 0,26 0,05 0,05
B 0,21 0,80/1,10 0,04 0,04 0,35
D 0,21 0,60/1,40 0,04 0,04 0,10/0,35
E 0,18 0,70/1,50 0,04 0,04 0,10/0,35
CS, DS 0,16 1,00/1,35 0,04 0,04 0,10/0,35
A284' A 0,24 0,90 0,04 0,05 0,10/0,30
B 0,29 0,90 0,04 0,05 0,15/0,30
C 0,36 0,90 0,04 0,05 0,15/0,30
D 0,35 0,90 0,04 0,05 0,15/0,30
A440 0,28 1,00/1,60 0,04 0,05 0,30
A529 0,27 1,20 0,04 0,05
AS73 58 0,23 0,60/0,90 0,04 0,05 0,10/0,35
65 0,26 0,85/1,20 0,04 0,05 0,15/0,30
70 0,28 0,85/1,20 0,04 0,05 0,15/1,30
A678 A 0,16 0,90/1,50 0,04 0,05 0,15/0,50
B 0,20 0,70/1,60 0,04 0,05 0,15/0,50
C 0,22 1,00/1,60 0,04 0,05 0,20/0,30
A709 36 0,29 0,80/1,20 0,04 0,05
Qualidade Vasc d e Pressão
A28S A 0,17 0,90 0,035 0,045
B 0,22 0,90 0,035 0,045
C 0,28 0,90 0,035 0,045
A299 0,30 0,90/1,50 0,035 0,045 0,15/0,30
A422 55 0,24 0,60/1,10 0,04 0,05 0,15/0,30
60 0,27 0,60/1,10 0,04 0,05 0,15/0,30
A455 l 0,33 0,85/1,20 0,04 0,05 0,10
II 0,28 0,35/1,20 0,04 0,05 0,15/0,30
A51S 55 0,28 0,90 0,035 0,04 0,15/0,30
60 0,31 0,90 0,035 0,04 0,15/0,30
65 0,33 0,90 0,035 0,04 0,15/0,30
70 0,35 0,90 0,035 0,04 0,15/0,30
A516 55 0,26 0,60/1,20 0,035 0,04 0,15/0,30
60 0,27 0,60/1,20 0,035 0,04 0,15/0,30
65 0,29 0,85/1,25 0,035 0,04 0,15/0,30
70 0,31 0,85/1,25 0,035 0,04 0,15/0,30
A537 Classe 1,2 0,24 0,70/1,60 0,035 0,04 0,15/0,50
A562 0,12 1,20 0,04 0,05 0,15/0,30
A612 0,27 1,00/1,50 0,035 0,04 0,15/0,50
A662 Ã 0,14 0,90/1,35 0,035 0,04 0,15/0,30
B 0,19 0,85/1,50 0,035 0,04 0,15/0,30
A724 A 0,18 1,00/1,60 0,035 0,04 0,55
A738 0,24 1,60 0,035 0,04 0,15/0,50
Nota: o cobre, em teor d e 0,20 está presente no tipo A 4 4 0 e em teor de 0,15 no tipo A 5 6 2 ; em alguns
outros tipos pode estar p r e s e n t e , se especificado. N o s tipos A 7 2 4 e A728, p e q u e n a s quantidades de
elementos de liga p o d e m igualmente estar presentes.
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA TUBOS

1. Introdução - A importância dos produtos tubulares de aço na engenharia e na indústria T A B E L A 44


deve-se sobretudo à diversidade do seu emprego; encanamentos de água, vapor, óleo, gás, T i p o s e e m p r e g o s p r i n c i p a i s de t u b o s para p r e s s ã o
ar comprimido, aquecimento; poços de água e de petróleo; fins estruturais e mecânicos; fins Emprego Tipos
estruturais e ornamentais em construção, arquitetura e aplicações semelhantes; eletrodutps Caldeiras com tubulação'de água Tubos geradores, tubos de sobreaquecedores, tubos recupe-
para fios elétricos e telefónicos, etc. Essas e inúmeras outras aplicações constituem um radores, tubos de circulação, tubos de paredes de fomos.
atestado da importância desses materiais. Caldeiras flamo-tubulares • Tubos de fogo, tubos para sobreaquecedores, tubos tirantes, etc.
Em princípio, pode-se considerar dois tipos fundamentais de produtos tubulares, tendo Outros Tubos de aquecimento de água de alimentação, tubos para
em vista seu princípio básico de fabricação: desoladores de petróleo.

- tubos inteiriços ou sem costura;


- tubos soldados ou com costura. 2. Tipos de tubos e de aços para tubos - As Tabelas 43 e 4 4 mostram respectivamente (140)

os principais tipos e empregos de tubos e os tipos e empregos principais para tubos de


Os tubos sem costura são fabricados a partir de tarugos cheios de aço por processos pressão.
diversos, geralmente perfuração, extrusão ou mandrilagem, podendo atingir diâmetros até Esses tubos podem ser com costura ou sem costura e são do tipo padrão ou especial,
cerca de 660 mm (26 p o l e g a d a s ) . 0 com diâmetros que variam desde 1/8" (tubos para niples) até 96" (tubos para linhas de servi-
Os tubos com costura são obtidos a partir de tiras de aço laminados a quente, cuja ço), espessura de paredes variáveis, dependendo do emprego, resistência normal ou ultra-
largura corresponde à circunferência do tubo e cuja espessura à espessura do tubo, as quais resistentes, extremidades lisas, rosqueadas, expandidas ou frangeadas (dependendo igual-
são aquecidas a elevada temperatura (correspondente à da soldagem do aço) e em seguida mente da aplicação) e, em vários casos, galvanizados.
passadas através de uma matriz adequada que as dobra na forma de um cilindro, ao mesmo Para aplicações mais comuns, o aço para tubos é aço-carbono de baixo teor de carbono
tempo que suas extremidades são soldadas de modo a ficar constituído o tubo. Há vários (de 0,10 a 0,25%), possuindo uma resistência à tração variando de 35 a 50 kgf/mm (340 a 2

métodos de soldagem dos tubos com costura, os quais podem atingir até 762 mm (30 pole- 490 MPa); no caso de aplicações de maior responsabilidade, usa-se aço de carbono médio,
gadas) de diâmetro. de 0,30 a 0,50%, com resistência à tração de 50 a 60 kgf/mm (490 a 590 MPa). 2

De um modo geral, os tubos de aço são produzidos em grande variedade de dimensões Os valores mais elevados de resistência mecânica são obtidos no estado encruado pelo
desde 1/8 de polegada de diâmetro interno até 96 polegadas de diâmetro externo. A espes estiramento' '.
150

sura do tubo também é variável, dando origem a classes diferentes de produtos, como de Nota-se que a resistência à tração nos produtos tubulares de aço, provenientes do mes-
peso normal, extra-fortes, duplo-extra-fortes, de acordo com seu peso ou sua resistência, de mo lingote, é maior nos tubos de menor diâmetro' , devido à conformação mecânica mais
1511

modo a permitir uma seleção mais adequada e rigorosa tendo em vista a aplicação final, intensa a que s ã o submetidos.
desde o eletroduto leve para fios elétricos até os tubos para perfuração de poços de petróleo. A A B T N , pelas suas Especificações Brasileiras EB-349 e EB-193, de 1973, especifica
Frequentemente, os tubos são estirados a frio, com os seguintes objetivos, entre outros respectivamente T u b o s de Aço de Precisão com Costura" e T u b o s de Aço de Precisão
sem Costura".
- produzir paredes mais finas; Pela EB-349, os tubos são fornecidos nos estados "trefilado duro", "trefilado macio",
- produzir diâmetros muito pequenos; "recozido" e "normalizado", A composição química varia da seguinte maneira:
- melhorar o acabamento superficial;
- obter tolerâncias dimensionais mais rigorosas; C - 0,08% a 0,38%
- melhorar certas propriedades mecânicas, como resistência à tração; Mn -0,25% a 1,40%
- produzir formas diferentes da circular. Si -0,10% a 0,55%
P - 0,04% max.
Finalmente, muitos produtos tubulares de aço são recobertos superficialmente de uma S - 0,05% max.
camada de zinco, por galvanização, com o fim de melhora sua-resistência à corrosão.
Os valores das propriedades mecânicas variam dentro das seguintes faixas:
T A B E L A 43
P r i n c i p a i s t i p o s e e m p r e g o s de t u b o s - no estado normalizado:
- resistência à tração: 34 a 50 kgf/mm (330 a 490 MPa) 2

Tipo Empregos
- limite de escoamento: 21 a 26 kgf/mm (210 a 260 MPa) 2

Standard Á g u a residencial ou industrial, vapor, transmissão de óleo o u gás, linhas - alongamento: 26 a 20%
de serviço, usos estruturais. - no estado trefilado duro:
Especial Conduites, tubos-estaca, t u b o s para niples etc. - resistência à tração: 42 a 60 kgf/mm (410 a 590 MPa) 2

Linhas de serviço Transmissão de óleo ou gás, adutoras de água - alongamento: 6 a 4%


Petróleo Perfuração, tubulações, revestimento - no estado trefilado macio:
Poços de água Perfuração, revestimentos, tubos usinados e alargados. - resistência à tração: 36 a 55 kgf/mm (350 a 540 MPa) 2

Pressão Para elevadas temperaturas o u para serviços sob pressão. - alongamento: 10 a 6%


- no estado recozido:
- resistência à tração: 32 a 40 kgf/mm (310 a 390 MPa) 2

(*) Um dos métodos mais conhecidos é o "Mannesmann". - alongamento: 28 a 24%

254 255
Aços e FERROS FUNDIDOS Aços RARA TUBOS

Pela EB-193, os tubos são fornecidos, igualmente, nos estados "trefilado duro", "trefilado T A B E L A 45
macio", "recozido" e "normalizado". A composição química varia da seguinte maneira: C o m p o s i ç ã o q u í m i c a de a ç o s - l i g a p a r a p r o d u t o s t u b u l a r e s r e s i s t e n t e s ao calor

_C Mn S P Si Cr Mo
C - 0,08% a 0,38% Tipo d e liga (%) (%)
(%) (%) (%) (%) (%)
Mn - 0,25% a 1,40% max. max.
Si -0,10% a 0,55% 0,5 Mo 0,10-0,20 0,30-0,80 0,045 0,045 0,10-0,50 - 0,45-0,66
P - 0,04% max. 0,5 Cr-0,5 Mo 0,10-0,20 0,30-0,61 0,045 0,045 0,10-0,30 0,50-0,80 0,45-0,66
S - 0,05% max. 1,0 Cr-0,5 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,61 0,045 0,045 0,50 (max.) 0,80-1,25 0,45-0,66
2,0 Cr-0,5 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 0,50 (max.) 1,65-2,35 0,45-0,66
As propriedades mecânicas, de acordo com os estados, variam como s e segue: 3,0 Cr-1,0 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 0,50 (max.) 2,65-3,35 0,30-1,06
5,0 Cr-0,5 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 0,50 (max.) 4,00-6,00 0,45-0,65
5,0 Cr-0,5 Mo-Si 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 1,00-2,00 4,00-6,00 0,90-1,10
- no estado normalizado:
9,0 Cr-1,0 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 0,25-1,00 8,00-10,00 0,90-1,10
- resistência à tração: 35 a 65 kgf/mm (340 a 640 MPa)
2

- limite de escoamento: 24 a 36 kgf/mm (240 a 350 MPa)


2

- alongamento: 25 a 1 7 %
- no estado (refilado duro:
- resistência à tração: 45 a 65 kgf/mm (440 a 640 MPa)
2

T A B E L A 46
- alongamento: 6 a 4 %
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s t í p i c a s à t e m p e r a t u r a ambiente d e a ç o s - l i g a para t u b o s ,
- no estado trefilado macio:
no e s t a d o recozido
- resistência à tração: 38 a 55 kgf/mm (370 a 540 MPa)
2

- alongamento: 10 a 6% L i m i t e de Alonga-
Limite d e resistência Resistência a o
- no estado recozido: mento Dureza
escoamento à tração em 50 m m choque, Charpy
Brinell
- resistência à tração: 3 2 a 50 kgf/mm (310 a 490 MPa)
2

- alongamento: 28 a 1 8 %
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa % kgfm J

No caso de se desejar tubos para aplicações a elevadas temperaturas (que exijam resis- 0,10-0,20 C 30,0 290 42,0 410 46- 117 6,3 61,8
0,5 Mo 34,5 335 45,0 440 47 141 7,3 71,6
tência à fluência) ou para aplicações que exijam resistência à corrosão e à oxidação, usam-
0,5 Cr-0,5 Mo 30,0 290 43,5 425 50 140 7,2 70,6
se aços-liga. No caso de se desejar resistência ao calor e à fluência, adiciona-se molibdênio
1,0 Cr-0,5 Mo 24,5 245 48,5 475 40 130 6,3 61,8
ou molibdênio e cromo em pequenos teores! . Aumentando-se o teor de cromo, melhora-se
1601
2,0 Cr-0,5 Mo 32,0 310 48,5 475 44 140 7,2 70,6
a resistência à corrosão do tubo. 3,0 Cr-1,0 Mo 28,0 270 48,5 475 53 146 7,3 71,6
Para serviços a alta temperaturas, em aplicações tais como de fomos e fornalhas, radiado- 5,0 Cr-0,5 Mo 27,0 260 49,0 480 47 139 6,3 61,8
res, para indústrias químicas e de refino de petróleo, em caldeiras, aquecedores de diversos 5,0 Cr-0,5 Mo-Si 41,5 405 61,5 605 40 172 8,3 81,4
tipos e aplicações similares, há uma variedade grande de tipos de aços, todos apresentando 9,0 Cr-1,0 Mo 30,5 295 51,5
l i i
505 41 145 6,3 61,8
como elementos de liga principais o cromo e o molibdênio, por possuírem os efeitos seguintes:

- o cromo melhora a resistência à oxidação e à corrosão, além de aumentar ligeiramente


o limite de escoamento, a resistência à tração e a dureza. Nesses produtos tubulares, o teor
máximo encontrado de cromo é de 9%. T A B E L A 47
- o molibdênio melhora a resistência à fluência a elevadas temperaturas, mas não melho- C o m p o s i ç ã o e P r o p r i e d a d e s M e c â n i c a s d e A l g u n s A ç o s para T u b o s s e g u n d o a A S T M e A P I
ra a resistência à corrosão ou à oxidação. O teor máximo encontrado é de 1 % . Especi- L i m i t e de resis- Limite de
ficação Qualidade C Mn P S SI tência à tração escoamento
Normalmente, os dois elementos considerados estão associados, como se pode verificar ASTM do material
kgf/mm 2 MPa kgf/mm MPa2

pelo exame da Tabela 4 5 , que mostra alguns tipos de aços para tubos sem costura para
(1s21
A-53 A 0,25 0,95 0,050 0,060 - 33,6 326 21,0 210
serviço a alta pressão e temperatura. Como se vê, o carbono é mantido no máximo a 0,15% A-106 A 0,25 0,27-0,93 0,048 0,058 0,10 33,6 326 21,0 210
nos aços Cr-Mo e 0,20% nos aços C-Mo. A-106 C 0,35 0,29-1,06 0.04S 0,058 0,10 49,0 480 28,0 270
As propriedades mecânicas típicas desses aços à temperatura ambiente estão represen- A-139 B 0,30 1,00 0,040 0,050 - 42,0 410 24,5 245
tadas na Tabela 46. Os resuitados indicados provera das médias de ensaios de tubos. A-381 - 0,26 1,40 0,040 0,050 - 42,0 410 24,5 245
Na indústria automobilística, os produtos tubulares são de baixo carbono (0,05 a 0,15%), A-524 I,ll 0,21 0,90-1,35 0,048 0,058 0,10-0,40 42,0 410 24,5 245
do tipo com costura, no estado recozido, apresentando limite de resistência à tração da or- A-587 - 0,15 0,27-0,63 0,048 0,058 - 33,6 326 21,0 210
dem de 30 kgf/mm (290 MPa), com alongamento medido em 50 mm de 1 4 a 4 0 % .
2
A-135 A 0,25 0,95 0,050 0,060 - 33,6 326 21,0 210
Especi-
São empregados igualmente tubos de carbono médio, 0,30 a 0,40% de carbono, com
ficação API
0,35 a 0,65 de manganês e níquel variando de 2,75 a 3,50%, com limite de escoamento de 5L A-25-I 0,21 0,30-0,60 0,045 0,060 - 31,5 305 17,5 175
50 kgf/mm (490 MPa) e limite de resistência à tração de 70 kgf/mm (690 MPa).
2 a
5LX X-42 0,28 1,25 0,040 0,050 - 33,6 326 21,0 210
A Tabela 4 7 apresenta algumas composições e propriedades mecânicas, de acordo
(144) 5LS B 0,26 1,15 0,040 0,050 - 42,0 410 24,5 245
com a ASTM e a A P I ("American Petroleum Institute").
Os valores indicados para as propriedades mecânicas são mínimos.

256 257
= : O. -
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O. BI
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T A B E L A 48
C o m p o s i ç ã o e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d e a ç o s - l i g a para t u b o s

Especi- L i m i t e de r e s i s t ê n c i a Limite de
ficação Qunli- C Mn P S - SI Ni Outros à tração escoamento
ASTM dado kgf/mm 2 MPa kgf/mm' MPa
A-333 3 0,19 0,31/0,64 0,050 0,050 0,18/0,37 3,18/3,82 - 45,5 445 24,5 245
A-333 8 0,13 0,90 0,045 0,045 0,13/0,32 8,40/9,60 - 70,0 690 52,5 515
A-333 9 0,20 0,40/1,06 0,045 0,050 - 1,60/2,24" 0,75/1,25 Cu 44,1 431 32,2 312
A-714 II 0,22 0,85/1,25 0,040 0,050 0,30 - 0,20 Cu min. 49,0 480 35,0 340
A-714 V 0,16 0,40/1,06 0,035 0,040 - 1,65 min. 0,80 Cu min. 38,5 375 28,0 270
Especi-
flcaçãoAPI
5AC C-76 0,50 1,90 0,040 0,060 0,35 0,15/0,30 Mo 66,5 655 52,5 615
SAC C-9B 0,45 1,90 0,040 0,0B0 0,35 0,25 - 73,5 725 66,5 655
5LX X-56 0,26 1,35 0,040 0,050 0,005 Nb Min. 52,5 515 39,2 382
0,02 min.
0,03Timin.

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T A B E L A 49
C o m p o s i ç ã o e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de a ç o s para t u b o s de p r e s s ã o
Especi-
Propriedades Mecânicas mínimas
ficação Quali- C Mn P S S1 Cr NI Mo Cu Tração Escoamento
ASTM dade
kgf/mm' | MPa k g f / m m | MPa J

A178 A 0,06/0,18 0,27/0,63 0,050 0,060 _ _ _


não há exigências mínimas
A178 C 0,35 0,80 0,050 0,060 - _ _ _
42,0 410 25,9 259
A210 A-1 0,27 0,93 0,048 0,058 0,10 min. _ _
42,0 410 25,9 259
A254 - 0,05/0,15 0,27/0,63 0,050 0,060 - _ _
29,4 284 17,5 175
A334 1 0,30 0,40/1,06 0,050 0,060 - - _ _
38,5 375 21,0 210
A334 3 0,19 0,31/0,64 0,050 0,050 0,18/0,37 3,18/3,82 _ _
45,5 445 24,5 245
A334 8 0,13 0,90 0,045 0,045 0,13/0,32 - 8,40/9,60 _
70,0 690 52,5 515
A209 T1 0,15/0,25 0,30/0,25 0,045 0,045 0,1/0,50 - _ 0,44/0,65 _
38,5 375 21,0 210
A423 - 0,15 0,55 0,06/0,16 0,060 0,10 0,24/1,31- 0,20/0,70 0.10 0,20/0,60 42,0 410 25,9 259
Aços E FERROS FUNDIDOS .Aços PARA BARRAS, ARAMES E FIOS

Finalmente, a T a b e l a
Í0
50W apresenta a c o m - CJ
r
CM I O O
ITJ N r
O
-3-
posição e propriedades tO C t CO CO

m e c â n i c a s de a l g u n s t i -
pos de aços destinados a E
f a b r i c a r tubos p a r a f i n s jj
estruturais, conforme "•í
especificação d a A S T M .
Esses tubos são e m p r e - to in o o
a. ol c) í f m co
g a d o s na construção de -sf co -9- -<i- tf
p o n t e s , edifícios e p a r a o

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aplicações gerais. <o

1
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AÇOS PARA BARRAS,


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01
ARAMES E FIOS
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260 261
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA BARRAS, ARAMES E FIOS

1. Introdução - Barras, arames e fios de aço são produtos de secção transversal unifor- Além de produzidas em aço-carbono, as barras podem ser fabricadas a partir de aços
me, com diâmetros variáveis desde 0,02 m m até 20 mm ou mais. ligados, para obtenção de melhores propriedades mecânicas e de propriedades especiais.
As barras, obtidas por laminação a quente, dão origem ao chamado "fio-máquina", cujo
diâmetro varia, em geral, de 5,0 a 5,5 mm. Podem, contudo, apresentar diâmetros maiores. 3. Ros e arames - Esses materiais são produzidos pela trefilação do fio-máquina, obtido
Os aços utilizados na produção desses materiais variam em composição, desde aços de a partir de barras.
carbono mais baixo, para aplicações mais comuns, passando pelos aços de médio e de alto O fio-máquina,. antes de ser submetido à "trefilação", é decapado em solução de ácido
carbono, para as aplicações de maior responsabilidade até os aço-liga, com teores variáveis sulfúrico ou ácido muriático, com 5 a 2 0 % de concentração, sendo normalmente os banhos
de elementos de liga. Em qualquer caso, os produtos resultantes podem ser empregados no aquecidos a vapor. O material é, em seguida, lavado em água corrente e, posteriormente,
estado recozido ou no estado encruado, sendo comum, no caso de baixo carbono, o estado recebe uma capa de cal ou outro material, com diversas finalidades, como neutralizar o excesso
recozido e nos aços de médio carbono ou com elementos de liga, o estado encruado. Alguns de ácido, evitar ferrugem e servir como "carregador" de lubrificante, durante a trefilação.
dos produtos resultantes podem ser igualmente submetidos à têmpera e ao revenido. O material é puxado na máquina de trefilar através de fieiras de metal duro (carboneto de
tungsténio sinterizado), em passes sucessivos.
2. Barras - Essas barras são produzidas semi-acabadas obtidas na laminação e destina- Os lubrificantes empregados podem ser cal, bórax, fosfato ou uma combinação deles,
das à produção de fios e arames, através d a trefilação do 'ífio-máquina". Essa operação de aplicados na superfície da barra a frio. Na matriz de trefilação, os lubrificantes utilizados são
trefilação é realizada a frio. sabão, graxa ou óleo.
A s barras são usualmente redondas, com diâmetros variáveis de 5,6 mm (7/32") a 18,7 Naturalmente, as deformações muito intensas que se processam durante a trefilação
mm (43/64")< >. 153 acarretam u m aquecimento dos fios e das matrizes. Por isso, tanto as matrizes ou fieiras,
As bobinas resultantes possuem geralmente um diâmetro interno de cerca de 760 mm como os blocos ou cabeças das máquinas, são resfriados a água, ar ou por ambos.
(30") e seu peso pode ser superior a 2.000 k g . O esfriamento adequado das máquinas, aliado à grande durabilidade das fieiras de metal
As barras de aço-carbono são produzidas em várias composições químicas: duro possibilitam o processo contínuo de trefilação e velocidade de operação muito alta, como,
por exemplo, cerca de 5 metros por segundo para arames de aço de alto carbono e 15 metros
• 0,15% de carbono máximo para barras de baixo carbono; por segundo para arames de aço de baixo carbono. As velocidades indicadas são para diâme-
• 0,15% a 0,23% de carbono, para barras de aço de baixo a médio carbono; tros em tomo de 2 mm e são normalmente maiores para diâmetros inferiores a 2 mm.
• 0,23 a 0,44% de carbono para barras de médio/alto teor de carbono; O número de passes na trefilação pode ser de 1 a 19, numa mesma máquina, dependen-
• acima de 0,44% de carbono, para barras de aço de alto teor de carbono. do da análise do aço e das características do arame a ser produzido. As reduções de área
podem ir de 5 % a 4 0 % por passe, ficando mais comumente entre 20% e 30%.
O fósforo e o enxofre são mantidos nos limites usuais para cada grupo de aço, mas podem Entende-se por redução de área porcentual a relação
ser eventualmente aumentados para melhorar a usinabilidade. O carbono, o manganês e o
silício variam de acordo com as propriedades mecânicas desejadas. Por exemplo, a resistên-
cia à tração de uma barra de 5,6 mm (7/32") laminada a quente, de aços de baixo, médio e
A^L x100
s ,
alto carbono, com 0,60 a 0,80% de manganês pode variar conforme a Tabela 51 mostra '. 1163

onde S, e S, são, respectivamente, nas secções inicial e final do arame.


T A B E L A 51 Durante a trefilação, o material toma-se progressivamente mais resistente e mais duro.
R e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d e b a r r a l a m i n a d a a q u e n t e d e 5,6 m m de d i â m e t r o d e a ç o s d e baixo, médio e Com o encruamento repetido, combinado com tratamento térmico adequado, em aços de
alto t e o r d e c a r b o n o alto teor de carbono, têm sido conseguidas propriedades mecânicas excepcionais, como
T i p o de aço Efervescente Acalmado comAI Com 0,6% Mn C o m 0,80% Mn limite de resistência à tração superior a 300 kgf/mm (2943 MPa), se não mais.
2

MPa MPa MPa MPa Para diâmetros de 6,35 mm a 0,10 mm - "fio de música" ou fio para instrumentos musicais -
1005 350 380 - - o limite de resistência à tração varia de um mínimo correspondente a 160 kgf/mm (1570 MPa)
2

1008 370 405 - - .a um máximo correspondente a 340 kgf/mm (3335 MPa).


2

1010 385 420 - - Em aplicações mecânicas, pode-se obter valores de limite de resistência à tração para os
1015 425 450 - - menores diâmetros e de acordo com a intensidade e natureza da deformação, da ordem de
1020 470 .485 - - 260 kg/mm (2550 MPa).
2

1030 - - 641 676 A influência do trabalho mecânico a frio sobre as propriedades mecânicas dos aços está
1040 - - 745 779 representada nas figuras 110, 111 e 126. A primeira (ver Capítulo XI) mostra o efeito do
1050 - - 848 883
encruamento sobre o alongamento. Nota-se que este característico, após um único passe
1060 - - 951 986
correspondente a menos de 10% de redução de área por trefilação, cai para cerca de 2,5%,
1070 - - 1055 1089
mantendo-se pouco abaixo desse valor para reduções de áreas maiores ou passes sucessi-
1080 - - 1151 1193
vos. Donde se conclui que o alongamento pouco significado tem para o julgamento das quali-
dades de um arame, visto que seu valor, num ensaio rotineiro de tração, além de ser o mesmo
A s barras de aço carbono que são destinadas a produzir fios e arames para aplicações feito com reltivamente pouca precisão, pequena variação sofre, seja o arame extremamente
especiais, como "fio de música", "molas de válvula", "aros de pneus" e outras aplicações de dúctil ou muito frágil, visto que sua medida é feita geralmente em comprimento de 250 m m .
maior responsabilidade, devem ser produzidas de modo a reduzir-se ao mínimo a incidência Afigura 111 j á apresentada mostra a influência do encruamento sobre o diagrama ten-
de imperfeições superficiais, porque estas diminuem a resistência à fadiga do produto final, são-deformação de um aço de baixo carbono, notando-se claramente o desaparecimento do
propriedade essa fundamental nessas e outras aplicações. fenómeno de escoamento, após uma determinada redução de área.

262 263
O
o
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA BARRAS, ARAMES E Fios

Finalmente, a figura 126 mostra a melhora da resistência à tração que se obtém pelo
encruamento de aços de baixo, médio e alto carbono' . Nota-se que quanto maior o teor de
quatro passes de 22,5% cada, ou três passes de 29%. A melhora de resistência à tração,
correndo com u m número menor de passes, porém com reduções de área por passes mai- o
o
1541

carbono, tanto maior é a melhora na resistência à tração por trefilação; nota-se ainda que a •ores, será maior que para o outro caso.

o
melhora dessa propriedade é muito grande quando se passa de 7 0 % a 8 0 % de redução de área Na prática, a trefilação dos arames, realizadas a frio, além de alterar as propriedades
portrefilação. De fato, no início, quando se passa de uma redução de 2 0 % para 30%, em um aço mecânicas d a maneira vista, permite obter os seguintes resultados:

o
de alto teor de carbono, por exemplo, obtém-se uma melhora de aproximadamente 8 kgf/mm 2

(80 MPa) na resistência à tração do material, ao passo que ao passar-se de 7 0 % para 80% de - reduzir o material a um diâmetro que não se pode conseguir por qualquer outro processo;
p redução de área portrefilação, a melhora é superior a 20 kgf/mm (200 MPa), para o mesmo aço.
2

Outras influências sobre a resistência à tração são devidos aos seguintes fatores:
- obter dimensões mais precisas e secções mais uniformes;
- produzir superfície perfeita e polida. o
- manganês - quanto maior o conteúdo de manganês, tanto maior será a melhora da 4. Tipos de arames; aços e tratamentos correspondentes - Os arames de aço podem ser o
resistência e,o arame tpma-se, por assim dizer, mais "endurecível", aumentando ainda, de classificados quer pela forma, quer pela composição química, quer pelas suas aplicações
(

o
forma apreciável, o limite elástico, que se aproxima do limite de resistência à tração; comerciais. N a Tabela 52 faz-se uma tentativa de classificação, adotando-se os critérios de
- por outro lado, devido à elevação do limite de elasticidade, os arames com teores de Mn composição, química e das aplicações.

o
m a i s altos, t o r n a m - s e t a m b é m mais q u e b r a d i ç o s , quando s u j e i t o s a o dobramento, Os aços de baixo carbono são empregados em aplicações de menor responsabilidade.
estampagem, etc; sua fragilidade pode tomar-se de tal ordem a impossibilitar o seu empre- Entre os aços recomendados para essas aplicações citam-se os tipos AIS11005,1006, 1008,
go, uma vez que, para conformação da peça, por exemplo uma mola, deve-se ultrapassar o
limite elástico e este se situa muito próximo do limite de resistência à tração. Usando-se um
1010,1012, 1 0 1 5 , 1 0 2 0 , 1 0 2 2 . São utilizados quer sem tratamento térmico, isto é, no estado
encruado, quer no estado recozido, isto é, submetidos a um recozimento ou normalização o
aço com teor de Mn menor, porém apresentando a mesma resistência à tração, poder-se-á após a trefilação. Em certas aplicações, como para eletrodos de solda, as propriedades
o
o
facilmente produzir as peças ou molas em questão; mecânicas n ã o constituem um requisito importante, mas sim a análise química. Mo caso
- finalmente, a melhora da resistência à tração depende ainda da maneira como é levada citado de eletrodos, com carbono em torno de 0,08%, o teor de impurezas deve ser mantido

o
a efeito a trefilação, quanto ao número de passes e à redução de área por passe. Para uma ao mínimo, para evitar problemas de soldagem; o enxofre, por exemplo, em teores acima de
mesma redução total de área, por exemplo de 6 4 % , pode-se efetuar a trefilação por meio de 0,03%, provoca uma formação superficial muito grande de crateras*').
Para propriedades mecânicas melhores, aliadas a boa trabalhabilidade, em aplicações
como para pregos, pinos ou peças conformadas, o teor dé carbono pode variar de 0,10% a o
0,20/0,25%, variando a resistência à tração entre 50 a. 100 k g f / m m (490 a 980 MPa).
Os aços de baixo carbono para arames, quando .recozidos, apresentam propriedades
2

o
mecânicas mais uniformes e são mais indicados a operações de conformação mais profunda,
o
o
como é o caso de parafusos ou rebites. Esses arames são normalmente submetidos ao
seguinte processamento: trefilação, recozimento e posterior trefilação, sendo a porcenta-

o
o
T A B E L A 52
C l a s s i f i c a ç ã o d e arames

J§fi
!
Tipo d e A ç o Porcentagem
de Carbono
Estado A p l i c a ç õ e s comerciais mais
Importantes
o
Baixo Carbono 0,08 a 0,20% S e m tratamento
térmico (isto é no
Eletrodos de solda, pregas, pinas e
peças conformadas a partir de ara- o
estado encruado) m e s . Resistência à tração variável d e
50 a 100 k g f / m m (490 a 980 MPa). o
o
2

Recozido ou A r a m e s lisos e farpados, arames p a -


Normalizado ra telas, parafusos, rebites, etc.
Médio Carbono 0,20 a 0,50% Recozido Parafusos (posteriormente tempera-
o
o
dos e revenidos)
Patenteado e Cabos, molas de pequena responsa-

o
trefilado bilidade, etc.
Alto Carbono 0,80 a 1,00% S e m tratamento Eletrodos de solda, arruelas d e p r e s -
térmico são (pccsíEnorrnente temperadas e re-
venidas) etc.
( >

o
Patenteado e Fio (ou corda) de piano (ou de m ú s i -
trefilado ca); cabos para serviço pesado; tiran-

o
tes e outras aplicações estruturais de
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
responsabilidade; molas, etc.

Redução de área no estiramento, %


o
Figura 126 - Efeito d o encruamento n a resistência à tração de a ç o s - c a r b o n o . nVitting".
o
o
264 265
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA BARRAS, ARAMES E FIOS

gem de redução nesta última trefilação compatível com as propriedades mecânicas a serem No p a t e n t e a m e n t o do ar o b t é m - s e u m a estrutura d e perlita fina; esse t i p o de
obtidas. No caso de arames normalizados, sua aplicação faz-se principalmente em arames patenteamento pode ser aplicado em fios até um mínimo de 2-2,25 mm; para diâmetros meno-
galvanizados, lisos ou farpados, ou para fabricação de telas. res, corre-se o risco de formação de alguma martensita, pois a secção, sendo muito pequena,
Em resumo, o arame de baixo carbono é, geralmente, trefilado o máximo possível e o resfriamento até a temperatura ambiente pode ser tão rápido que cruze a linha M
recebe um tratamento de recozimento ou normalização apenas com o objetivo de adquirir No resfriamento em banho de chumbo ou de sal, a estrutura que se obtém pode ser
propriedades mecânicas desejadas ou quando se toma excessivamente frágil. Um exemplo perlita também muito fina ou bainita, de acordo com a temperatura do banho que, como j á foi
da necessidade de recozimento tem-se em arames muito finos, por exemplo com 0,50 mm mencionado, varia de 450° a 550°C.
de diâmetro ou menos. O encruamento resultante da trefilação pode tornar o material tão A temperatura de aquecimento, no patenteamento, fica compreendida entre 8 0 0 ° C e
frágil que impossibilita sua posterior deformação. Faz-se, então, um recozimento, seguido de 1000°C, sendo tanto maior quanto maior o teor de carbono; assim, a temperatura é geral-
decapagem, a fim de possibilitar posterior trefilação. mente bem superior à linha A , pois os tempos de aquecimento são relativamente curtos, da
3

Os aços de médio carbono aliam altos limites de resistência à tração e fadiga a elevados ordem de apenas alguns minutos.
valores de dobramento e ductilidade, donde o seu emprego em cabos para elevadores e Os objetivos fundamentais do patenteamento são os seguintes:
aplicações análogas. Entre os aços recomendados citam-se os tipos AISI 1022 e AISI 1041
inclusive. Em g e r a l , s ã o processados p o r trefilação e r e c o z i m e n t o ou também por - aumentar a resistência à tração do arame;
coalescimento e trefilação; exemplos: arames de aços SAE 1035, 1040 ou 5410 para fabri- - aumentar sua tenacidade.
cação de parafusos a serem temperados. Esses aços de médio carbono podem também ser
processados por "patenteamento" e posterior trefilação que permitem a sua aplicação em Num aço de alto carbono, ao ser trefilado a partir do fio-máquina, a resistência à tração
cabos já mencionados, molas de pequena responsabilidade e empregos semelhantes. cresce, como se sabe; simultaneamente, entretanto, o material toma-se mais frágil e a tena-
Os arames de aço de alto carbono são os mais importantes devido às aplicações a que cidade cai a ponto de os arames tornarem-se tão quebradiços que impossibilitam sua poste-
se destinam e que exigem elevados valores para as propriedades mecânicas. Tais arames rior redução de secção por trefilação ou conformação a frio, como dobramento, torção, etc.
são os mais difíceis de serem produzidos, requerem métodos e precauções principalmente O patenteamento elimina esses inconvenientes, pois a par de conferir ao material a
nos tratamentos térmicos e podem ser agrupados em dois grupos: resistência a tração desejada, confere-lhe igualmente uma tenacidade suficiente para permi-
tir maiores deformações. O patenteamento em banho de chumbo produz melhor resistência
- não patenteados, cujas aplicações são limitadas, como para eletrodos de solda utiliza- que o patenteamento ao ar, como s e pode verificar pela figura 127 . Por sua vez, no
(1541

dos para revestir peças gastas que devam apresentar apreciável resistência ao desgaste ou patenteamento ao chumbo, a melhora d a resistência é tanto maior, quanto menor for a
à abrasão, ou em peças que serão submetidas a tratamento térmico posterior, como arruelas temperatura do banho de chumbo.
de pressão, cujo material de origem é coalescido antes de ser trefilado e, posteriormente, A figura 128 permite - mediante o exame dos respectivos gráficos tensão-deformação -
após a obtenção d a s arruelas, estas são temperadas e revenidas, a fim de atingirem a comparar as propriedades obtidas e m ensaio de tração de dois arames: um patenteado e
dureza necessária. Outros exemplos d i z e m respeito à molas a s e r e m temperadas e trefilado e outro temperado e revenido.
revenidas, após devidamente conformadas; O patenteamento é uma operação que exige uma série de precauções para serem evita-
- patenteados, que se caracterizam por receberem, antes da trefilação, um tratamento dos diversos inconvenientes que podem prejudicar os resultados. Os problemas que podem
térmico especial denominado "patenteamento". surgir nessa operação são os seguintes:

O "patenteamento" é um tratamento que visa a obtenção de uma estrutura (perlita fina ou - quanto ao aquecimento - temperatura de aquecimento insuficiente, não permitindo c o m -
bainita) que combine alta resistência à tração e ductilidade suficiente, de modo a permitir que os pleta austenitização, resulta em diversidade de tamanho de grão, produzindo uma matriz
arames sofram satisfatoriamente as operações severas de trefilação e apresentem os caracte- heterogénea facilmente comprovável num exame micrográfico. As consequências s ã o : ma-
rísticos mecânicos finais desejados, ou seja alta resistência à tração e elevada tenacidade. terial quebradiço, impossibilitando redução acentuada de área na trefilação e falta de unifor-
Consiste em a q u e c e r o aço a u m a t e m p e r a t u r a acima d e A , seguindo-se um
3 midade no material final; temperatura de aquecimento, por seu turno, muito elevada ou
resfriamento rápido ao ar, ou em banhos de chumbo ou sal mantidos a temperaturas entre tempos de aquecimento excessivamente longos, resultam em "queima" do aço, fato também
450°C e 550°C. A estrutura resultante, perlita fina ou ferrita, ou somente perlita fina, ou ainda facilmente comprovável num ensaio mecânico, pois causa queda brusca no alongamento
somente bainita, dependendo da composição do aço e do meio de resfriamento, apresenta dos arames patenteados nessas condições. O aquecimento excessivo pode também causar
excelentes propriedades de tenacidade e possui os melhores característicos para produzir excessivo crescimento do grão, o que pode ser evitado utilizando-se aços de granulações
por trefilação, fios e arames de alta resistência à tração. ASTM 6 ou menor.
O equipamento para patenteamento de arames compreende, basicamente, os seguintes - quanto ao resfriamento - temperaturas do banho de chumbo muito baixas podem produ-
itens: zir uma estrutura bainítica de caractensticas inadequadas para trefilação intensa posterior;
- desenroladeiras (que alimentam os fios); tempo relativamente longo para a transferência do material do forno ao banho de chumbo -
- fomos de aquecimento; devido à distância entre o forno e o banho - poderá provocar uma estrutura de perirla mars"
- meios de resfriamento; grossa na superfície e mais fina no núcleo, pois a superfície resfria-se praticamente no ar, ao
- enroladeiras. passo que o núcleo se resfria quando o material estiver mergulhado no banho de chumbo,
Os fornos de aquecimento podem ser elétricos, a óleo, a gás e ainda por passagem direta resultando em falta de homogeneidade no material.
da corrente nos fios (efeito Joule), servindo de contatos elétricos, neste caso, dois banhos de
chumbo fundido ou sais fundidos. Resumindo o patenteamento seguido de trefilação permite obter fios de alta qualidade
Os meios de resfriamento, como já foi mencionado, podem ser ar, chumbo fundido ou sais com limite de resistência à tração que pode atingir valores muito elevados, da ordem de 250/
fundidos. 300 kgf/mm (2450/2940 MPa), os quais, a par dessa alta resistência, apresentam tão boas
2

266 267
Aços e FERROS FUNDIDOS Aços PARA BARRAS, ARA^ÍES E FÍOS

2.200
175

_ —

140

/
c
105 1 Patenteado e trefilado

//
Res. tração 149 kgf/mm 2

E
Alongamento 2,5%

//
1 7 0 Estricção 40,5%
2 • Temperado em óleo
Res. tração 148 kgf/mm 2
35
Lim. elástico 136 kgf/mm 2

r Alongamento em 250mm 6,£


Estricção 48
1 2 3 4 5 6
Alongamento, % em 250 mm

Fig. 128 - Comparação de propriedades mecânicas entre a r a m e patenteado e trefilado


e a r a m e temperado e revenido.

Fios de aço nessas condições possibilitam resistência à deformação permanente sob


tensões repetidas e contínuas. Em aplicações sujeitas à abrasão - como em peneiras - pode-
se recomendar a utilização desses fios.
As qualidades de fios de alto carbono, patenteados e encruados, tem sido comprovadas
em diversas aplicações de grande responsabilidade.
Um dos exemplos e dos mais citados é o do seu emprego nas pontes pênseis de Mount
Hope, em Providence (Est. de Rhode Island, EE.UU.) e Ambassador, em Detroit (Est. de
. Michigan, EE. UU.p . O aço empregado na fabricação desses cabos apresentava os seguin-
ss>

tes característicos químicos: C - 0,75%; Mn - 0,50%; Si - 0,15%; P - 0,02% e S - 0,03%.


Os responsáveis pela construção das referidas pontes pênseis acreditaram que as me-
lhores propriedades dos fios de aço acima podiam ser obtidas sem patenteamento seguido
de trefilação a frio, e simplesmente com um tratamento térmico especialmente estudado para
o fio; esse tratamento constou do seguinte: depois de trefilado o fio até o diâmetro final (cerca
de 4,9 mm), ele foi rápida e consecutivamente passado através de vários banhos de chumbo
na seguinte sequência: no primeiro, mantido a 720°C durante 24 segundos para o
preaquecimento; no segundo mantido a cerca de 840"C durante 35 segundos; no terceiro
mantido a 675°C durante 33 segundos e finalmente num quarto, mantido a 840"C durante 37
segundos. Deste último banho de chumbo o fio passou através de um banho de óleo mantido
a cerca de 120°C, durante 90 segundos e através de areia durante 10 segundos. A seguir, foi
revenido em banho de chumbo mantido a uma temperatura em torno de 440°C, durante 18
300
0 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 segundos. Finalmente, foi decapado, lavado e galvanizado por imersão em zinco fundido a
455°C. As propriedades mecânicas obtidas foram consideradas plenamente satisfatórias;
%C 154 kgf/mm (1510 MPa) para limite de resistência à tração, 133 kgf/mnf (1300 MPa) para
2

Fig. 127 - Efeito do teor d e carbono e do tratamento térmico sobre a resistência à tração de fios de aço.
limite de escoamento, 70 kgf/mnf (690 MPa) para limite de proporcionalidade, 6% de alonga-
mento e estricção média de 37%.
ductilidade e tenacidade que podem ser enrolados em tomo de si várias vezes ou martelados O mesmo aço patenteado pelo aquecimento num banho de chumbo a cerca rie 1010"C
até ficarem achatados, sem que apareçam fissuras de qualquer natureza. e pelo resfriamento em outro banho idêntico mantido à temperatura de 480°C apresentou
.Outro tratamento a que são submetidos os fios de aço - neste caso após a trefilação - é a uma estrutura bainítica fina com dureza Brinell de aproximadamente 400, sem formação
têmpera e o revenido*, o qual consiste no aquecimento do fio acabado na dimensão definitiva intermediária de martensita; a trefilação a frio que se seguiu até o diâmetro de cerca de 4,9
a uma temperatura adequada acima da crítica, resfriamento em óleo e, finalmente, passagem mm produziu as seguintes propriedades: 154 kgf/mnf (1510 MPa) para limite de resistência
através de banho de revenido. Esse tratamento é aplicado em certos tipos de fios de aço de à tração, 128 kgf/mrrf (1260 MPa) para limite de escoamento, 59 kgf/mnf (580 MPa) para
alto carbono a serem empregados na fabricação de molas mecânicas que não serão mais limite de proporcionalidade, 6,5% de alongamento e estricção, em média, de 4%.
tratadas termicamente, depois de conformadas. Vê-se, pois, que o mesmo aço submetido ao tratamento térmico complexo citado atrás,
em substituição ao patenteamento, apresentava limites de escoamento e proporcionalidade
"No caso de arame e fios, esse tratamento é chamado "oil tempenng". superiores aos do aço patenteado, sendo, portanto, aparentemente de melhor qualidade.

268 269
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RARA BARRAS, ARAMES E FIOS

Entretanto, quando as pontes estavam em adiantado estado de montagem, os fios dos • empacotamento. Nessa aplicação, os arames apresentam as seguintes variedades:
cabos começaram a romper com tal intensidade que precisaram ser substituídos pelos fios • de embalagem, de baixo ou baixo/médio carbono, no estado recozido, com resistência
patenteados. O "Bureau of Standards" foi incumbido de estudaras causas da ruptura. Verifi- à tração de 345 a 485 MPa;
cou-se então, que o fio de aço tratado termicamente, quando submetido durante 48 horas a • fitas para embalagem e reforço de pacotes como caixas e t c , no estado recozido, po-
um esforço de tração equivalente a 105 kgf/mm (1030 MPa), carga inferior ao seu limite de
2
dendo ser galvanizados ou revestidas de cobre. São, essas fitas, confeccionadas sob
escoamento, mas superior ao seu limite de proporcionalidade, alongou-se somente 3%, ao exigências específicas de resistência à tração e d e v e m apresentar s u f i c i e n t e s
passo que o fio patenteado, ensaiado nas mesmas condições, alongou-se 12%. Verificou-se ductilidade e tenacidade para resistir à ruptura por dobramento ou torção;
também que a superfície do fio tratado termicamente e galvanizado apresentava ocasional- • aplicações estruturais (exceto concreto protendido). Incluem arames galvanizados para
mente fissuras que chegavam a profundidades às vezes apreciáveis, com cantos vivos, e pontes, edifícios e tirantes. São de alto carbono. As propriedades do aço galvanizado para
cheias de uma liga de Zn de natureza frágil. Ensaios de tração em corpos de prova assim, pontes variam, de acordo com o teor de carbono, de 1380 a 1520 MPa para a resistência à
fissurados indicavam uma estricção de somente 7%, ao passo que em corpos de prova sem 111?; tração e 965 a 1030 MPa para limite de escoamento, com um mínimo de 2,0% de alongamento;
essas fissuras, a estricção atingiu 53%. • arames para concreto protendido, fabricados a partir de aços de alto carbono, produzi-
Foram realizados também ensaios de fadiga tanto no fio tratado termicamente como no fio dos em duas condições: trefilado a frio è trefilado a frio com subsequente alívio de tensões.
patenteado. Numa determinada faixa de esforços, estando os fios enrolados numa polia de ralo O teor de carbono varia de 0,45 a 0,88%. A resistência à tração depende do diâmetro do fio,
correspondente ao dos suportes de sustentação dos cabos das pontes, verificou-se que os fios ' variando de 1380 MPa, para arame de 4,11 mm de diâmetro, a 1200 MPa para arames de
tratados termicamente falharam antes de se atingir um milhão de ciclos, ao passo que os paten- 7,92 mm de diâmetro;
teados e encruados, não. Esses últimos fios tinham se adaptado ao suporte de sustentação • fio de música ou corda de piano, considerado o máximo que se pode atingir em propri-
perfeitamente ou, ao serem ancorados nesse suporte, haviam sofrido deformação permanente, edades mecânicas na fabricação de fios de aço, pois além d a resistência à tração que pode
devido ao seu baixo limite de proporcionalidade; isso não se verificara com os fios tratados termi- superar 2940MPa, deve apresentar propriedades acústicas especiais; todos esses requisi-
camente que, ao serem removidos dos suportes, abriam-se novamente a um raio de curvatura até tos exigem rigorosa escolha do aço, geralmente de alto carbono (0,80 a 0,95%), além de
mesmo superior ao original, indicando portanto, a sua não adaptação ao citado suporte. rigorosa precisão dimensional e superior acabamento.
Deduziu-se que esse fato teria causado a introdução no cabo de tensões de dobramento • arames para aplicações elétricas. Neste grupo incluem-se fios de alumínio reforçados
sob a ação das cargas flutuantes do vento e do movimento resultante, tensões essas que com aço, produzidos em diâmetros de 1,27 a 4,83 mm com resistência à tração numa faixa
foram de tal grandeza a superar o limite de fadiga do fio tratado termicamente. As fissuras de 1140 a 1450 MPa; arames para suporte, recobertos de zinco, de alta resistência, em
foram consideradas outra causa da falha prematura sob fadiga do fio tratado termicamente. diâmetros variáveis de 2,77 a 2,76 mm com resistência à tração mínima de 1310 MPa;
Aparentemente, pois, as principais causas da ruptura dos fios tratados termicamente e do • arames para linhas telefónicas e telegráficas;
comportamento satisfatório dos fios patenteados foram as seguintes: • arames para cabos ou tirantes, geralmente no estado galvanizado, com resistência à tração
que pode variar de 590 a 1960 MPa ou mesmo mais, conforme a responsabilidade de aplicação;
a) maior quantidade de imperfeições superficiais no fio tratado termicamente, principal- os arames utilizados em cabos para pontes pênseis devem apresentar qualidade superior, obtida
mente depois da galvanização, como fissuras que provocaram concentração de esforços; mediante a escolha do aço quanto à composição química, como também mediante o seu
b) maior ductilidade e menores limites de proporcionalidade e de escoamento do fio pa- processamento, como foi mencionado através de um exemplo nesta exposição;
tenteado, característicos que contribuíram para a sua deformação plástica ou permanente • arames para grampos, parafusos, rebites, porcas e produtos semelhantes. Dependen-
sob a ação dos esforços de dobramento, ao ser o fio ancorado nos suportes de sustentação; do da sua aplicação, esses arames podem ser forjados, extrudados, recalcados a frio,
c) ofíotratado termicamente apresentava-se tão rígido que precisou serpremoldado de modo a rosqueados, broqueados e endurecidos através de tratamento térmico. A composição quími-
se adaptar perfeitamente nos suportes de sustentação, o que não foi necessário fazer no fío paten- ca varia desde aço de baixo carbono até aços de médio e alto carbono (0,55 a 0,65%), de
teado. Essa premoldagem resultou em tensões de dobramento residuais nas fibras externas do fío acordo com as exigências do produto final;
tratado termicamente, que apresentava maior quantidade de imperfeições superficiais. Essas ten- • molas. (Ver capítulo seguinte).
sões residuais elevadas não puderam ser aliviadas naturalmente devido à baixa ductilidade do aço.

Pode-se assim resumir, afirmando que os fios de aço para aplicações de responsabilidade
exigem característicos mecânicos adequados: não só altos limites de resistência à tração e à
f a d i g a , como t a m b é m u m a c o m b i n a ç ã o d e v a l o r e s de limites d e e s c o a m e n t o , de
proporcionalidade, alongamento e estricção tal que os tome facilmente adaptáveis às condi-
ções de serviço, por vezes extremamente severa. Para isso, é importante que se fixe perfei-
tamente tanto a composição química do aço, como também, e talvez principalmente, o tipo
e as condições de tratamento térmico antes ou após a trefilação.

5. Aplicações - Os arames e fios de aço são utilizados em inúmeras aplicações industri-


ais, entre as quais as mais importantes são:

• pregos, quer s i m p l e s m e n t e a c a b a d o s p o r t a m b o r a m e n t o , q u e r g a l v a n i z a d o s ,
estanhados ou azulados por oxidação;
• cercas, lisas ou farpadas, no estado galvanizado;
• concreto armado.
Aços K FERROS FUNDEIOS Aços PARA MOLAS

1. Introdução - As molas constituem elementos de máquina que exigem cuidados excep- Para as molas de extensão e compressão, os cálculos das tensões são baseados nas
cionais tanto no que se refere ao seu projeto, como em relação aos materiais de que são propriedades de torção, ao passo que nas molas de torção os cálculos são baseados nas
fabricadas. De fato, as condições de serviço das molas são, muitas vezes, extremamente propriedades de tensão e no módulo de elasticidade sob tensão. Nas molas "semi-elípticas",
severas, quer pelas cargas e tipos de esforços que irão suportar, quer devido às temperatu- sujeitas a esforços de tensão e dobramento, os cálculos são baseados também nas proprie-
• ras, meios corrosivos, vibração, e t c , a que podem estar sujeitas. dades de tensão e no rnódulo de elasticidade sob tensão* . 1661

De modo geral, há dois tipos de molas: molas helicoidais ou em espiral e molas semi- Em vista do exposto, conclui-se que sob o ponto de vista físico, exige-se que uma mola
elípticas. As helicoidais compreendem as seguintes subdivisões (fig. 129): apresente os seguintes característicos mecânicos:

a) molas de extensão caracterizadas por serem de bobina fechada, destinadas a suportar - altos valores para os limites de elasticidade ou proporcionalidade sob tensão ou para
esforços de tração; limite de proporcionalidade sob torção, para que possa suportar apreciáveis cargas s e m
b) molas de compressão, de bobina aberta, destinadas a suportar esforços de compres- apresentar deformação permanente.
são e choque; - alto limite de fadiga, pois, como j á se mencionou no caso da indústria automobilística,
c) molas de torção, caracterizadas por serem de bobina fechada, destinadas a suportar praticamente todas as molas falham por fadiga, originando-se a ruptura em algum ponto de
esforços laterais de torção. concentração de tensões, devido a imperfeições ou irregularidades já citadas:
- elevada resistência ao choque, principalmente em molas para automóvel, aviões e apli-
Na realidade, nas molas de extensão e compressão o material trabalha sob torção e nas cações similares.
de torção o material trabalha sob dobramento.
As molas "helicoidais'' são fabricadas a partir de barras e fio, ao passo que as "semi- 2. Fabricação e composição química - Os aços-carbono, com teor de carbono variando
elípticas", a partir de tiras de aço. de 0,50% a 1,20%, satisfazem quase que completamente aos requisitos exigidos das molas,
Os materiais das molas, sobretudo as barras e fios de certas molas helicoidais (como as de modo que a maioria desses elementos de máquinas é feita com aqueles tipos de aços. Há
utilizadas em válvula), devem apresentar-se isentos de imperfeições as quais, se em outras aplicações, contudo, que exigem aços-liga. De qualquer modo, a escolha do material depen-
aplicações ou em tipos mais simples de molas não têm maior efeito, no caso de certas molas, de das propriedades desejadas, das aplicações, do custo e da técnica de fabricação.
como as acima citadas, devido a altas tensões e à fadiga interna a que esses materiais estão Em princípio, há dois métodos básicos para a fabricação de molas:
sujeitos, podem ser grandemente prejudiciais.
As imperfeições ou defeitos que devem ser evitados são os seguintes: marcas das ferra- - As molas são obtidas a partir de tiras ou fios de aço-carbono ou aço-liga no estado
m e n t a s , riscos d a s m a t r i z e s de t r e f i l a ç ã o , i n c l u s õ e s , r u g o s i d a d e s u p e r f i c i a l , recozido; estes materiais, depois de conformados na forma de molas, são temperados em
descarbonetração superficial, e t c Essas imperfeições são críticas, principalmente quando óleo e revenidos.
..as molas estão sujeitas a condições severas de fadiga. De fato, pesquisas feitas pela indús- -As molas são fabricadas a partir de tiras ou fios de aços já endurecidos, isto é, no estado
tria automobilística revelaram que praticamente todas as rupturas por fadiga em molas de temperado e revenido, ou patenteados e estirados a frio ou encruados, incluindo-se a "corda
válvulas começaram numa imperfeição ou defeito interno ou superficial. de piano"; estes materiais, depois de conformados em molas, sofrem usualmente um trata-
mento térmico a baixa temperatura por alívio de tensões originadas no trabalho a frio. As

o rm. o amo €••••»


molas obtidas nestas condições são suficientemente endurecidas de modo a apresentar um
limite de proporcionalidade elevado, que resiste satisfatoriamente às cargas de serviço; não
devem, entretanto ser excessivamente duras, para não romperem ao serem conformadas.
Os aços-liga apresentam melhores propriedades de fadiga e limites elásticos mais eleva-

<sMÍilll8^ dos do que os aços-carbono, sendo, portanto, preferidos em algumas aplicações. São, con-
tudo, mais suscetíveis a certas imperfeições superficiais.
Por outro lado, o emprego de molas a temperaturas acima da ambiente cria problemas,
(a) devido à maior possibilidade de se produzir deformação permanente, mesmo a cargos inferiores.
Verificou-se que as molas de aço-carbono com diâmetro até 5/8" podem ser utilizadas
(16a)

com suficiente segurança até temperaturas da ordem de 175°C desde que não sejam carre-
gadas além de 56 kgf/mm (550 MPa); se for permitida uma pequena deformação permanen-
2

te em serviço, poderão ser utilizadas até cerca de 200°C, com carga não superior a 84 kgf/
mm (820 MPa). De qualquer modo, em molas de compressão, o aço-carbono não permite
2

temperaturas superiores a 200°C porque resulta uma fluência cuja intensidade vai depender
das tensões de serviço e do tempo de aplicação das cargas.
Já os aços-liga Si-Mn, Cr-V e t c , típicos para molas, possibilitam o seu emprego, em
diâmetros até 5/8", até temperaturas d a ordem de 200°C se a carga de serviço não for
superior a 56 k g f / m m (550 MPa) ou até temperaturas de aproximadamente 230°C se se
2

permitir pequena deformação permanente e desde que a tensão de serviço não ultrapasse
84 kgf/mm (820 MPa).
2

Acima de 230°C, deve-se recorrer às ligas Cr-Ni ou a aços do tipo dos aços rápidos. A
Tabela 5 3 permite ter-se uma ideia inicial dos tipos mais comuns de aço utilizados em
(167)

Fig. 129 -Alguns tipos de molas helicoidais; a) de extensão; b) de compressão; c) de torção. molas, segundo a ASTM e "Spring Manufactures Institute".

274 275
A Tabela 54 apresenta os métodos de fabricação e principais aplicações dessas molas
Nota-se que o limite de resistência à tração mínimo é apresentado em faixas, os valores
mínimos variando em função da intensidade da deformação a frio.
U
Esses materiais são indicados igualmente para outros tipos de peças conformadas a (U CO
partir de fios, que não apenas molas.
ATabela 55 indica os principais tipos para tiras laminadas a frio e a Tabela 56 seus méto-
dos de fabricação e principais aplicações.
t
Ç
Ê
es
A Tabela 5 7
(157) apresenta as qualidades de fios recomendadas pela ASTM para molas 2 te
Q x
. helicoidais enroladas a frio.
Na classificação AISI-SAE esses aços correspondem a: um
A227 - 1050, 1055, 1060, 1065, 1070
A228 - 1078, 1085, 1084, 1090
3 o -o O

A229 - 1059,1060, 1065, 1070 £ o •o —


A 2 3 0 - 1064 CO MD
A401 - 9254 •° £
ATabela 58( 157)mostra os tipos de aços recomendados para molas helicoidais enroladas"
a quente.

3. Molas helicoidais - A s molas helicoidais de pequena secção (diâmetro máximo de 1/2")


são geralmente obtidas enrolando-se a frio arames ou fios de aço, numa das três condições
seguintes:

- temperada e revenida ' C%i&È


- trefiiada a frio
- patenteada e encruada ("fio de música" ou "corda de piano").
N co
co" co" ^ o
CD T-
As Tabelas 53 e 57 mostram as principais composições de aços utilizados nesses tipos de S2 Si T- CM

molas quando conformadas a frio. ATabela 5 9 as faixas de composição, propriedades


Í 1 E 6 )

mecânicas aproximadas, assim como aplicações típicas desses aços para molas helicoidais;
nas três condições acima mencionadas.
ò o ò _
ATabela 6 0 mostra os valores mínimos para limite de resistência à tração, correspon-
(15B) ca co co io
CD LO 1 - CJ
x- CM
dentes a diversos diâmetros, de aços para molas helicoidais enroladas a frio, recomendadas T- CJ

para condições mais severas de serviço.


O tipo designado, "fio de mola trefilado duro" (encruado) é de custo mais baixo, de qua-
lidade relativamente inferior e não apresenta a garantia de completa isenção de certas im-
IO _T
10 cn
perfeições superficiais. Esse fio, no estado trefilado duro e não revenido, é indicado geral- <~-. o "
— o o s -
mente em condições de esforços estáticos ou quando as tensões de serviço não forem muito SL E
1-3 <°. 8
severas. £ ?
O fio designado pela expressão "temperado e revenido"- é idêntico ao "temperado em O 2 O 2 ó Ô 55
óleo e revenido em banho de chumbo" da Tabela 59; é um material para aplicações gerais, de
custo ligeiramente superior ao primeiro e melhor igualmente no que se refere às qualidades
da superfície e a resistência à fadiga.

a
0'tipo "fio de música" (ou "corda de piano") é considerado, dentre os aços-carbono, o de CO
O CO aí
melhor qualidade para molas de pequenas dimensões. Apresenta superfície com acabamen- ISi N
12 ,-, CM

to excelente e é pouco afetado por revestimentos superficiais eletrolíticos; entretanto, essas


T3 « 5> < S •§ <
O <
a 5
• s a f e g- i P
-SP
molas não devem ser expostas a temperaturas superiores a 120°C, pois que sofrerão, já a c s ^ co e i- i co y °? I-
120°C, uma perda de carga da ordem de 5%, quando solicitada a 70 kgf/mm (690 MPa) 2
4= < S £ < oi ca<
aproximadamente e tal perda de carga aumenta rapidamente com a temperatura.
4= ca
Esses três tipos de aços compreendem a maioria das aplicações de molas de pequenas
"2 *
dimensões. Na indústria automobilística americana, por exemplo dentre os tipos de molas 'Õ =>
enroladas a frio, cerca de 3 5 % são do tipo "fio temperado e revenido", 3 5 % do tipo "fio de •*= tn
música" e 25% do tipo "trefilado duro". « aj
w >
CO (D
O fio de aço-carbono designado "para mola de válvula" é o de menor custo dentre os tipos o
o» « o
empregados em molas de válvulas, que se caracterizam pela qualidade excelente da super-

277
> o > o > 3 o-
Cn 7 cn °
1

3 22 CO 7 H a a
d < S 11

i" > 3 S
Í5 ' io co
m 8"

ro

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• * s m
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01
-t.

a
CD


3

T A B E L A 55
A ç o s para t i r a s e m p r e g a d o s n a f a b r i c a ç ã o d e m o l a s c o n f o r m a d a s a f r i o

Propriedades de tração
Grau e Composição
Material Resistência M ó d u l o de
especificação nominal, % Dureza
tração, m i n . elasticidade E HRC
MPa kgf/mm GPa
;
kgf/mm,
Tira l a m i n a d a a f r i o
aço-carbono C médio (1050) C - 0,47/0,55 Revenlda
A682 Recozida
Mn-0,60/0,90 1100/1930 | 112/196 210 21.000 85 máx.
Revenlda
38-5
C "regular" (1074) C-0,69/0,80 Revenida
A682 Recozida
Mn - 0,50/0,80 1100/2210 I 112/224 210 21.000 85 max.
Revenlda
38-50
Alto C (1095) C - 0,90/1,04 Revenida
A682 Recozida
Mn-0,30/0,50 1240/2340 | 126/238 210 21.000 88 max.
Revenlda
40-52
aço-llga Cr-V (AMS 6455) C-0,48/0,53 1380/1720 140/175 210 21.000 42-48
Cr-0,80/1,10
V - 0 , 1 5 min.
Cr-SI (AISI 9254) C-0,51/0,59 1720/2240 175/227 210 21.000 47-51
Cr-0,60/0,80
SI-1,20/1,60

1
T A B E L A 57
F i o s d e a ç o r e c o m e n d a d o s pela A S T M para m o l a s h e l i c o i d a i s e n r o l a d a s a f r i o

M á x i m a t e n s ã o de t r a b a l h o Diâmetros dos fios, m m


kgf/mm 2 MPa 0,13 a 0,51 0,51 a 0,89 0,89 a 3,18 3,18 a 6,35 6,35 a 12,7 12,7 a 15,88
Molas de compressão, carga estática i
(deformação removida, molas tratadas para alívio de tensões)
70 690 A228 A227 A227 A227 A227-A229 A229
84 825 A228 A227 A227 A227-A299 A229 -
98 965 A228 A227 A227-A229 A229 A401 -
112 1100 A228 A227 A229 A229-A228 A401 -
126 1240 A228 A228 A228 A288 - -
140 1380 A228 A228 A22S -
154 1515 A228 A228 - - _ -
168 1655 A228 - - - - -
Molas de compressão, carga variável, projetadas para vida de 100.000 ciclos
(deformação removida, molas com tensões aliviadas)
56 550 A228 A227 A227 A229-A227 A229-A401 A401
70 690 A228 A227 A229 A229-A401 A401 A401
84 825 A226 A227 A227-A229 A229-A401 A-401 -
98 965 A228 A229 A229-A228 A228 -
112 1100 A228 A228 A228-A401 - - -
126 1240 A228 A228 - _

140 1380 A228 - - - -


Molas de compressão, carga dinâmica, projetadas para vida mínima da 10 milhões de ciclos
(deformação removida, molas com tensões aliviadas)
42 415 A228 A227 A227 A227 A229 -
56 550 A228 A227 A227-229-22B A230 - -
70 610 A228 A228 A228-A230 A230 - -
84 825 A228 A228 A230 - - -

O O C C.C.OO G C C G C C C C O O Q C C O O C C O O C O.C O C O O O
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RARA MOLAS

T A B E L A 58
T i p o s de a ç o s p a r a m o l a s h e l i c o i d a i s e n r o l a d a s a q u e n t e

Tipo d e C o m p o s i ç ã o Química (%)


Aço C . Mn Si Cr V Mo
1070 SAE 0,65-0,75 0,60-0,90 0,15-0,20 - - -
1080 SAE 0,75-0,88 0,60-0,90 0,20-0,35 - - -
1095 S A E 0,90-1,03 0,30-0,50 0,15-0,30 - - -
4160 (mod.) 0,55-0,65 0,70-1,00 - 0,60-0,90 - 0,25-0,35
5150 H 0,47-0,54 0,60-1,00 0,20-0,35 0,60-1,00 - -
5160 H 0,55-0,65 0,65-1,10 0,20-0,35 0,60-1,00 - -
51860H 0,55-0,65 0,65-1,10 0,20-0,35 0,60-1,00 - B-0005%
min.
6150 H 0,47-0,54 0,60-1,00 0,20-0,35 0,75-1,20 0,15 min. -
8660 H 0,55-0,65 0,70-1,05 0,20-0,35 0,35-0,75 0,35-0,55 0,15-0,25
Mi
INI
9260 H 0,55-0,65 0,65-1,10 1,70-2,20 -
9850 H 0,47-0,57 0,60-0,95 0,20-0,35 0,80-1,20 0,65-0,95 0,20-0,30
Ni

ficie. O tipo Cr-V é, entretanto, superior ao anterior para serviços a temperaturas de 120°C
ou acima. Já as molas de fio de aço Cr-Si podem ser usadas a temperaturas da ordem de
230°C. Os aços-liga, entre os quais os mais importantes para molas são os tipos Cr-V e Cr-
Si, classes S A E 6150 e 9260 respectivamente, assim como o tipo Si-Mn, são recomendados
sempre que s e desejam molas para suportar tensões mais elevadas, principalmente a
temperaturas superiores à ambiente, visto que apresentam melhores valores de limite de
resistência à tração, de limite de elasticidade e limite da fadiga.
A tabela 61 dá as principais propriedades mecânicas dos aços-liga SAE 6150 e 9260, no
estado temperado e revenido
Os aços "fio de música", "fio trefilado duro" e "temperado e revenido" devem ser aqueci-
dos entre 175°C e 400°C ou preferivelmente a 260°C durante cerca de meia hora, para alívio
de tensões, logo após o enrolamento a frio.
No caso de molas helicoidais de grande secção e para serviço pesado, parte-se geral-
mente de barras de aço-carbono ou aço-liga no estado laminado a quente ou recozido, as
quais são enroladas a quente na forma de molas. Em seguida, as molas são temperadas e
revenidas, para obtenção das propriedades mecânicas desejadas.
A superfície das barras deve apresentar-se lisa e isenta de descarbonetação, pois do
contrário será afetado o limite de fadiga da mola resultante. Para algumas aplicações, as
barras são retificadas antes do enrolamento em molas.
Os tipos de aços mais comumente empregados para molas de grande secção e serviço
pesado são de alto carbono (classe S A E 1085 ou 1095) ou de aço-liga. Na indústria ferro-
viária, por exemplo, o tipo SAE 1095 é usado quase que exclusivamente para suspensão
de vagões de carga. Os aços-liga d o s tipos SAE 5100, 8600 e 9200 predominam n a s
suspensões de carros de passageiros e locomotivas' '. Para aplicações industriais em
159

geral, e para maquinário usado em movimento de terra, empregam-se também de prefe-


rência aços-liga, sendo os tipos mais utilizados, na ordem d a importância, 5100 (devido ao
custo), 8600, 9200, 6100 e, recentemente, 4100 para barras com diâmetro superior a duas
polegadas. A indústria automobilística emprega aços-liga, s e n d o as barras geralmente
retificadas.
As cargas admissíveis para molas de compressão de grande secção com alto teor de
carbono, são: 5 7 kgf/mm (560 MPa) para serviço leve, 49 kgf/mm (480 MPa) para serviço
2 2

médio e 40 k g f / m m (390 MPa) para serviço pesado.


2

4. Molas "semi-elfpticas" - Estas são as molas manufaturadas a partir de tiras de aço que
são, em seguida, geralmente reunidas em feixes.
Os aços para molas de pequena espessura (inferior a 1/8") podem ser fornecidos nas

282 283
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços ÍARA MOLAS

Tabela 59 final desejada. Esta deve ser da ordem de 40 a 44 Rockwell C quando se tolera certa'
C o m p o s i ç ã o e p r o p r i e d a d e s d e a ç o s - c a r b o n o para m o l a s h e l i c o i d a i s deformação permanente, e 44 a 48 Rockwell C quando se exige máxima resistência à
Jfííi- .
; C o n d i ç ã o d o aço deformação permanente. De qualquer maneira, as molas de aço-carbono nunca devem
T e m p e r a d o e m óleo Patenteado e apresentar dureza Rockwell C superior a 50, pois acima desse valor o material tende a
e revenido em encruada encruado tornar-se frágil.
j|*fT,: banho de chumbo ( c o r d a de piano) Tratando-se de aços-liga - dos tipos SAE 6150, 9260 ou 8650 - as temperaturas dos
carbono 0,60-0,70 0,45-0,75 0,75-1,00 tratamentos térmicos são:
manganês 0,60-1,20 0,90-1,20 0,25-0,50
fósforo 0,04 max. 0,045 max. 0,03 max. - têmpera, de 855°C a 885°C, c o m resfriamento em óleo;
enxofre 0,04 max. 0,045 max. 0,035 max. - revenido, de 385°C a 480°C, dependendo da dureza final desejada.
silício 0,10-0,20 0,10-0,20 0,10-0,25
limite de resistência 108-210 kgf/mm 2 105-210 kgf/mm 2 175-280 kgf/mm 2

A dureza Rockwell C nos aços-liga pode ser superior à dos aços-carbono de cerca de 4
à tração (1060-2060 MPa) (1030-2060 MPa) (1720-2750 MPa)
limite de elasticidade 70-140 kgf/mm 105-210 kgf/mm
pontos, devido à presença dos elementos de liga.
84-175 kgf/rrim 2 2 2

em tensão (820-1720 MPa) (690-1370 MPa) (1030-2060 MPa) As molas "semi-elípticas" de espessura superior a 1/8", aplicadas principalmente na i n -
limite de torção 80-140 kgf/mm 2 8 4 - 1 5 4 kgf/mm 2 105-210 kgf/mm 2
dústria automobilística, ferroviária e de equipamento agrícola, são obtidas a partir de aços-
(780-1370 MPa) (820-1520 MPa) (1030-2060 MPa) carbono ou aços-liga, das mesmas composições já estudadas, no estado laminado a quente
limite de elasticidade 7 0 - 8 4 kgf/mm 2 77-98 kgf/mm 2 9 1 - 1 4 0 kgf/mm 2 ou recozido. A s molas são conformadas a quente e depois de esfriadas são reaquecidas
em torção (690-820 MPa) (760-960 MPa) (890-1370 MPa) para a têmpera. A temperatura desse tratamento varia da faixa de 830°C-885°C para aços-
alongamento 5-2% 3-2% c e r c a de 8 % carbono até 850°C-900°C. O esfriamento é feito em óleo recirculando e mantido a tempera-
módulo de elasticidade 20.300 kgf/mm 2 20.300 kgf/mm 2 21.000 kgf/mm 2
turas entre 40° e 60°C. O revenido, realizado imediatamente após a têmpera, é levado a
em tensão (199 GPa) (199 GPa) (210 GPa)
efeito a temperaturas entre 360°C a 425°C para aços-carbono e 385°C a 480°C para aços-
idem em torção 8.050 kgf/mm 2 8.050 kgf/mm 2 8.050 kgf/mm 2

liga, dependendo da dureza final desejada.


(80 GPa) (80 GPa) (80 GPa)
40-48 42-46
De acordo com a deformação permanente tolerável, a dureza final dessas molas deve ser
dureza Rockwell C 40-50
a seguinte' '.
mil
159
cargas de trabalho
recomendadas:
- aços-carbono - 352 a 388 Brinell, quando se tolera certa deformação permanente; 383 a
fel :: serviço leve 56 k g f / m m (510 MPa)
2 42 k g f / m m (410 MPa)
2 7 0 k g f / m m (690 MPa)
2

5 serviço médio 45,5 k g f / m m (445 MPa) 35 k g f / m m (340 MPa) 59,5 k g f / m m (585 MPa) 444 Brinell, quando se exige máxima resistência à deformação permanente;
pi:
2 2 2

sen/iço pesado 38,5 k g f / m m (375 MPa)


2 28 k g f / m m (270 MPa)
2 52,5 k g f / m m (515 MPa)
2 - aços-liga - 375 a 415 e 415 a 460 Brinell, nas mesmas circunstâncias, respectivamente.
aplicações usuais E m p r e g o s gerais onde a Tipo de menor preço; U m d o s aços de melhor
c a r g a não é muito eleva- empregos em molas s u - qualidade que se conhe- Também n a s molas "semi-elípticas", tanto de pequena c o m o de grande e s p e s s u r a ,
da e quando a mola não jeitas a cargas constan- ce; para pequenas mo- as imperfeições superficiais d e v e m s e r evitadas, sobretudo em condições s e v e r a s de
é sujeita a choques con- tes ou quando a repeti- las helicoidais e de tor- serviço, pois tais irregularidades s ã o , como se viu, os p o n t o s iniciais de ruptura p o r
tínuos. Um dos tipos de ção de esforços não é ção que devem obede- fadiga.
molas mais importantes muito frequente. cer a rigorosos requisi-
dentro desta classe é o tos físicos, sujeitas a
5. Conclusões - Os aços para molas são de certo modo semelhantes aos aços comerciais
de molas para válvulas cargas elevadas ou a
comuns, com a diferença que geralmente apresentam maiores teores de carbono e manganês
cargas repentinamente
aplicadas. Sobretudo em
e requerem muito maior cuidado e maior número de operações para a sua fabricação.
m o l a s até 1/8" de dia. Os principais fatores na sua seleção são os seguintes:

• F5-
condições seguintes: laminada a quente, laminada a frio e recozida, temperada e revenida. - composição química;
Os aços de carbono mais baixo SAE 1045 s ã o usados no estado laminado a frio, sem - propriedades mecânicas;
necessidade de têmpera e revenido, quando a mola for de pequena espessura (1/16" ou - qualidade superficial;
. tu menos), quando não for solicitada com elevadas cargas e também quando o baixo custo for -
-
disponibilidade;
custo.
"Vi .' ' fator importante.
Os aços de carbono mais elevado, assim como os aços-liga, suportam condições de

A; ST' serviço mais severas.


E m moias fabricadas a partir de tiras laminadas à frio ou já temperadas e revenidas, o
Das propriedades mecânicas, as mais críticas dizem respeito aos limites de elasticidades
e de fadiga, que devem ser muito elevados. O primeiro é conseguido mediante bem estuda-
único tratamento térmico usado, depois de conformada, é um aquecimento para alívio de dos e cuidadosos tratamentos mecânicos e térmicos e o segundo também pela obtenção de
Site- • uma superfície perfeita, tanto q u a n t o possível isenta de irregularidades, tais c o m o
tensões, realizado durante 20 a 30 minutos a baixas temperaturas de 230°C a 290°C para
aços-carbono e até 385°C para aços-liga" . 691
descarbonetação superficial, marcas de ferramentas, riscos de matrizes de trefilação, pe-
As molas fabricadas a partir de aço-carbono laminados a quente ou recozidos exigem quenas fissuras, etc.
t ê m p e r a e revenido. O a q u e c i m e n t o p a r a a t ê m p e r a varia de 7 8 5 ° C a 830°C com A melhor condição tem-se em arames que, antes de serem enrolados, são retificados de
5i-y- esfriamento em banho de óleo mantido entre 40°G a 60°G, seguindo-se, o mais depressa modo a eliminar toda e qualquer falha superficial. Tal procedimento entretanto, só se justifica
possível, o revenido a temperaturas variando entre 360°C e 425°G, dependendo da dureza pata aplicações especiais, devido ao elevado custo da operação de retificação.

>M I 284 285


Aços PARA MOLAS
Aços E FERROS FUNDIDOS

T A B E L A 60 T A B E L A 61
T i p o s d e a ç o s e c o r r e s p o n d e n t e s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s para m o l a s h e l i c o i d a i s enroladas a frio C o m p o s i ç õ e s e p r o p r i e d a d e s de a ç o s - l i g a p a r a m o l a s

A ç o SAE 6150 A ç o S A E 9260


Valores m í n i m o s p a r a r e s i s t ê n c i a à trãçãõ
V (Cr-V) (Si-Mn)
(kgl/mm - MPa) para diâmetros de:
2

Designação Mn Si Cr carbono 0,48-0,53% 0,55-0,65%


C
Ni 0,81 m m 1,60 m m 3,43 m m 7,92 mm manganês 0,70-0,90% 0,70-1,00%
(0,032") (0,063") (0,135") (0,312") 0,025% max.
fósforo 0,04% max.
0,45 0,60 0,10 185,5 166,0 144,0 122,0 enxofre 0,025% 0,04%
H o de mola
trefflado duro 0,75 1,20 0,30 - - (1825) (1630) (1410) (1200) . silício 0,20-0,35% 1,80-2,20%
cromo 0,80-1,10% -
Ro temperado 0,55 0,60 0,10 192,5 169,5 147,0 . vanádio 0,15-0,20% -
e revenido 0,75 0,90 0,30 - - (1885) (1665) (1440) - limite de resistência à tração 140-175 kgf/mm 2 140-175 k g f / m m 2

(1370-1720 MPa) (1370-1720 MPa)


0,70 0,20 0,10 229,0 205,0 180,5 limite de elasticidade em tensão 126-161 kgf/mm 126-161 k g f / m m
Ro de música 2 2

1,00 0,60 0,30 - - (2250) (2010) (1775) - (1240-1580 MPa) (1240-1580 MPa)
0,50 0,12 143,5 limite de torção 112-136 kgf/mm 98-136 k g f / m m
Ra para mola de 0,60 2 2

0,80 0,30 (1405) (1100-1330- MPa) (960-1330 MPa)


válvula (aço-C) 0,70
limite de elasticidade em torção 105-126 kgf/mm 2 84-126 k g f / m m 2

0,45 0,60 0,15 0,80 0,15 199,5 185, 5 171,5 157,5 (1030-1240 MPa) (820-124 MPa)
R o aço Cr-V
0,55 0,90 0,30 1,10 V min. (1995) (1825) (1685) (1545) alongamento 8-5% 1 2 -9 %
módulo de elasticidade em tensão 21.000 kgf/mm 2 21.000 k g f / m m 2

0,55 0,70 1,80 185,5 175,0 164,5 (210 GPa) (210 GPa)
Aço Si-Mn
(SAE 9260) 0,65 1,00 2,20 - - - (1825) (1720) (1615) idem em torção 8.050 kgf/mm 2 8.050 k g f / m m 2

(80 GPa) (80GPa)


0,50 0,50 1,20 0,50 192, 5 178,5 161,0 dureza Rockwell C 42-48 42-48
Aço Cr-Si
(SAE 9254) 0,60 0,80 1,60 0,80 - - (1885) (1755) (1580) cargas de trabalho recomendadas
(em molas de compressão);
Dentre os defeitos superficiais mencionados, a descarbonetação apresenta o inconveni-. serviço leve 59,5 kgf/mm (585 MPa) 2 56,0 k g f / m m (550 M P a )
2

ente de aumentar à tendência da mola a adquirir uma deformação permanente, além de serviço m é d i o 52,5 kgf/mm (515 MPa) 2 49,0 kgf/mm (480 M P a )
2

serviço p e s a d o 42,0 kgf/mm (410 MPa) 38,5 k g f / m m (375 M P a )


reduzir o limite de fadiga. 2 2

características gerais resistência à corrosão resistência ao calor


O limite de fadiga das molas é melhorado pela operação de "jacto-percussão"(*), a qual
e ao calor superior superior ao tipo C r - V
cria uma pré-tensão de compressão na superfície. Essa operação pode ser aplicada em aos aços-C
arames de 1,6 mm de diâmetro ou mais. As molas enroladas a frio, quando expostas a esse

tratamento, devem ser submetidas a um tratamento de alívio de tensões, para readquirem o


escoamento que as deve caracterizar. A temperatura é de 230°C e não superior.
A figura 1 3 0 ' mostra os resultados que a operação de "jacto-percussão" pode cau-
1601

sar na resistência à fadiga de molas. A tensão do dobramento aplica-se a molas s e m i -


elípticas e a molas de torção; as tensões de torção aplicam-se a molas de compressão e
S ao de extensão.

1
As vezes, as molas são revestidas de cádmio por eletro-deposição, de modo a adquirirem

)
resistência à corrosão e à abrasão. O aumento de fragilidade que pode aparecer nas opera-
Jacteadas
ções de eletrodeposição, devido a uma possível absorção de hidrogénio, pode ser eliminado
pelo aquecimento das molas revestidas a temperaturas entre 175°C e 205°C, durante 1 a 3
\

111
^-Tensão em dobramenl horas, 15 minutos depois da eletrodeposição . 11591

Para a maioria das aplicações, em condições normais de serviço e à temperatura ambien-

li" JaclBadas Não Jacteadas


te, os aços de alto carbono são satisfatórios, devendo-se salientar o tipo chamado "fio de
música" ou "corda de piano", que constitui um dos aços mais finos que se conhece.

mm
^"Tensão êrmlÕfçãõ~~" Para condições mais severas de serviço, em que se exige principalmente maiores valo-
Não Jacteadas ... res de resistência à tração e de elasticidade, além de melhor comportamento a temperaturas
mm
mais elevadas, recorre-se aos aços-liga de baixo teor em liga, entre os quais os mais impor-
N de ciclos até ruptura
a
tantes são: Cr-V (tipo SAE 6150) e o Si-Mn (tipo SAE 9260).
Em alguns casos (e um deles j á foi mencionado acima) para determinados tipos de
Fig. 130 - Curvas de fadiga para fios de m o l a de aço, jacteados e n ã o jacteados molas, como molas de compressão, enroladas a frio ou conformadas a frio, a partir de aço de
por percussão. alto carbono pré-temperado, devem ser sempre submetidas a um alívio de tensões para
, remover as tensões que se originam no enrolamento, sobretudo quando se trata de molas
(*} "shot-peening"

286 287
A ç o s E FERROS FUNDIDOS AÇOS DE USINAGEM FÁCIL

fabricadas a partir de aço "fio de música" ou "fio estirado duro". Essas propriedades melho-
ram pelo aquecimento n u m a faixa de 230°C a 260°C.

tis
As propriedades das molas não são melhoradas por alívio de tensões durante mais do
) que 30 minutos.
ATabela 62 indica as temperaturas consideradas ótimas para alívio de tensões de fios de '
aço para molas.

6. Aços alternativos para mo/as< > - Para substituir o cromo, na hipótese desse elemento
,61

tornar-se pouco disponível, foram propostos dois tipcs de aços modificados para molas helicoi-
dais. Um deles - 15B62 - substituiria também o tipo 5160. Sua composição é a seguinte:
0,55/0,66 C; 1,10/1,40 Mn; 0,40/0,60 Si; 0,0005 B min., indicado para molas helicoidais
de suspensão.
O outro apresenta a composição: 0,56/0,64 C; 0,75/1,00 Mn; 0,701/1,10 Si e 0,24/0,40 Cr
e substituiria também o tipo SAE 5160.
ÍJr'. í', T A B E L A 62
(AIA"' T e m p e r a t u r a s ó t i m a s para a l í v i o d e t e n s ã o de f io d e a ç o p a r a m o l a

Aço °C

tf -" 1
fio d e música 230-260
fio trefilado duro 230-290
fio temperado e revenido 230-400
fio de mola de válvula
fio Cr-V
315-345
315-370 AÇOS DE USINAGEM FÁCIL
fio Cr-Si 425-455
Essas temperaturas só se aplicam para aliviar as tensões após a conformação a não são válidas para aliviar
tensões após o jacto-percussão. O tratamento é baseado num tempo de 30 min. à temperatura.

i. I « t

r
I TJ !

In i
fí, 1
Aços B FERROS FUNDIDOS Aços DE USINAGEM FÁCIL

1. Introdução - A usinabilidade é um dos característicos mais complexos dos metais, podendo ou separado inteiramente da peça, ocorre um certo encruamento do material sob a ação da ferra-
.ser definida como "uma propriedade relacionada com a facilidade com que um metal pode ser menta de corte. Além disso, dureza muito baixa pode, de certo modo, significar menores facilidades
cortado, de acordo com a dimensões, forma e acabamento superficial requeridos comercialmente". de usinagem. De fato, como a ação da usinagem consiste no arrancamento de partículas do metal,
Como se vê, pela própria definição, a usinabilidade é um característico que depende de se este for muito dúctil, será também muito plástico - como é o caso do constituinte ferrita em aço -
um grande número de fatores, entre os quais a qualidade, o tipo e a forma da ferramenta de e o material tende a aderir, em vez de ser arrancado, à ferramenta de corte.
corte, o tipo e o estado dás máquinas-ferramenta, a velocidade de avanço e a profundidade "* O segundo fator metalúrgico a ser considerado - e o que de fato melhor caracteriza a
de corte, o fluido para resfriamento, etc. usinabilidade - e a microestrutura. Sem alterar, por exemplo, a composição química de um
Em consequência, a usinabilidade não é propriedade fácil de ser determinada; um dos aço, mas simplesmente provocando u m a modificação na sua microestrutura, pode-se facil-
métodos mais comuns para medir a usinabilidade relativa dos metais consiste em se deter- mente obter melhor usinabilidade. Aços de carbono muito baixo - 0,15% ou menos - são
minar, sob condições prefixadas de tipo de ferramenta e de condições de corte, isto é, veloci- melhor usinados, quando normalizados, em vez de recozidos ou quando encruados.
dade, avanço e profundidade de corte, qual o material que garante vida mais longa da ferra- O efeito da microestrutura da usinabilidade dos aços pode ser resumido da seguinte maneira '.1162

menta, entre afiamentos consecutivos. a) os aços de carbono muito baixo (até 0,20%) são mais economicamente usinados no
Esse método corresponde, em outros termos, à determinação da vida da ferramenta. estado simplesmente laminado; entretanto, são melhor usinados no estado encruado, desde
Outro método corresponde à velocidade de corte, no qual se determina a máxima velocida- que, neste último caso, as tensões internas do encruamento tenham sido aliviadas; além d a
de segundo a qual uma ferramenta padronizada, sob condições pré-determinadas de opera- dureza mais elevada provocada pelo encruamento, um tamanho de grão ferrítico pequeno
ção, pode continuar a apresentar resultados satisfatórios, num período específico de tempo. melhora a usinabilidade;
A vida da ferramenta e a velocidade de corte estão relacionadas pela equação b) os aços de carbono entre 0,20% e 0,30% mostram melhor usinabilidade quando apre-
sentam estrutura perlítica, em secções acima de 75 mm de diâmetro, obtida por simples
laminação; abaixo de 75 mm, a melhor estrutura é a normalizada;
c) os aços de médio carbono (0,30% a 0,40%) devem apresentar estrutura perlítica
onde V é a velocidade de corte, Ta vida da ferramenta e ne C representam constantes
t grosseira, com um mínimo de ferrita obtida por recozimento;
empíricas que correspondem às condições de corte e à usinabilidade do material. d) os aços de médio e alto carbono (0,40% a 0,60%) apresentam melhor usinabilidade
Um terceiro método corresponde ao consumo de força, medido pela força necessária com estrutura perlítica lamelar e esferoidita grosseira;
para remover um volume unitário de material, sob condições específicas de usinagem. e) aços de alto carbono (acima de 0,60%) apresentam melhor usinabilidade com estrutu-
O consumo de força equivale aproximadamente ao produto da velocidade de corte V e a ra esferoidita, de grosseira a fina;
componente da força de corte paralela à direção de corte F T
f) aços de tamanho de grão austenítico pequeno (inferior a 5 na escala ASTM), são mais
Para determinar o consumo unitário de força, que corresponde à força necessária para usinar difíceis de usinar que outros de maior tamanho de grão, desde que outras condições sejam
um material particular, divide-se o consumo de força pela velocidade de remoção do metal, que idênticas; entretanto, para acabamento fino, esses aços de granulação fina são melhores.
é, no torneamento, o produto da velocidade de corte pela avanço f e peia profundidade de corte d. g) a introdução controlada de inclusões não metálicas melhora apreciavelmente a usinabilidade;
O consumo unitário de força é expresso pela equação tais aços são, na realidade, os mais importantes sob o ponto de vista da usinabilidade. Constituem
eles os chamados "aços de usinagem fácil", objeto de presente Capítulo;
P = Í h) a introdução controlada de metais moles - chumbo e bismuto - igualmente melhora
f.d
apreciavelmente a usinabilidade dos aços.
onde P é dado em megajoules por m . 3 As figuras 1 3 1 , 132 e 133 exemplificam o efeito da estrutura dos aços sobre a s u a
Se F f o r expresso em libras-força e f e ciem polegadas, P é expresso em HP por polegada
r usinabilidade.
cúbica por minuto, segundo a equação em newtons e f e d em mm. As figuras 131 e 132 mostram que, no torneamento de uma aço SAE 4140, a máxima
vida da ferramenta corresponde ao estado recozido ou normalizado desse aço e o desgaste
2,525.1 O^F,
P= — - da ferramenta aumenta com o aumento da dureza, de modo que o máximo desgaste se
f.d verifica com a dureza mais elevada do aço.
A figura 1 3 3 comprova que a estrutura coalescida do aço S A E 5160 possibilita a
A importância que se dá na indústria moderna a essa característica dos metais, principal- usinagem com menor desgaste da ferramenta, em comparação com o estado recozido, em
mente nos aços, provém da utilização sempre crescente de processos de produção em massa. que a estrutura é perlítica de dureza mais elevada.
Esses métodos de fabricação exigem máquinas automáticas com as quais, em determinado
período de tempo, pode-se conseguir produção de peças em números excepcionalmente ele- 3. Tipos de aços de usinagem fácil- Como já se mencionou os aços de usinagem fácil são
vado. É evidente que, para se tirar o máximo proveito da capacidade dessas máquinas, é aqueles em que se introduzem, de modo controlado, inclusões não metálicas. Do mesmo
necessário que os materiais nelas trabalhados apresentem característicos adequados de modo, a introdução de metais moles origina tipos importantes de aços de usinagem fácil.
usinabilidade. Essa é a razão principal da contínua atenção que se vem olsperrsancio ac-desen-
volvimento e aperfeiçoamento dos aços de "usinagem fáciT, também chamados de "corte fácif. 3.1 Tipos com inclusões não metálicas- Essas inclusões são de sulfureto de manganês e são
obtidas pela introdução de enxofre em quantidade suficiente para combinar-se com o manganês
2. Fatores metalúrgicos que influenciam a usinabilidade - O fator metalúrgico predominante é, e com o ferro, formando uma série de sulfuretos de manganês e de ferro, principalmente o primei-
obviamente a dureza. Geralmente, valores altos para a dureza significam dificuldades de usinagem, ro, os quais são insolúveis no aço, tanto no estado líquido como no sólido. As inclusões de MnS
ao passo que valores médios e baixos associam-se com boas propriedades de usinabilidade. A podem ser do tipo globular ou podem tomar-se alongadas durante a laminação do aço. De qual-
rigor, entretanto, as medidas de dureza não servem, de um modo absoluto, como guia para determi- quer modo, elas favorecem a usinabilidade porque causam a formação de um cavaco quebradiço
nação de verdadeira usinabilidade do material, devido ao fato de que, antes do cavaco ser retirado e atuam como uma espécie de lubrificante, impedindo que o cavaco adira à ferramenta e destrua

290 291
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços DE USINAGEM FÁCIL

o seu gume cortante. Nessas condições, a máquina-ferramenta é menos solicitada, o acabamen-


to da peça é melhorado, além da velocidade de usinagem poder ser aumentada, às vezes
duplicada, em comparação com o que acontece com aço comum não ressulfurado.

Dureza Metalrernovido
Condição do a ç o Brinell Entre Afiações
cm 3

Temperado e revenido 300 1890

Normalizado 192 2700

0 20 40 60
vida d a ferramenta
entre afiações, m i n .
0 50 100

Característicos d o a ç o e condições da o p e r a ç ã o Normalizado Temperado


e revenido VIDA D A F E R R A M E N T A E N T R E A F I A Ç Õ E S , m i n .

Tipo SAE 4140 4140 Fig. 133 - Efeito d a estrutura sobre a usinabilidade de aço SAE 5160.
Dureza Brinell 192 300
Microestrutura Tais aços s ã o incluídos na classificação SAE-AISI. A Tabela 63 mostra os tipos mais
Perlita, % 90 1 0 0 % marten- importantes.
Ferrita, %
Velocidade de corte, m / m i n .
15
9^5
sita revenida
91,5
Mos aços com alto teor de enxofre, um aspecto importante é a forma, tamanho e distribui-
ção das partículas de MnS. Um exemplo prático confirma esse fato< : dois aços de compo- ,a31

Avanço, mm/r 0,25 0,25


Profundidade de corte, m m . 2,5 2,5 T A B E L A 83
F a i x a s de c o m p o s i ç ã o d e a ç o - c a r b o n o SAE-AISI r e s u l f u r a d o s
Ferramenta Metal duro
Designação Composição %
Fig. 131 - Efeito d a estrutura sobre a usinabilidade de aço S A E 4 1 4 0 . AISI-SAE C Mn S
1110 0,08-0,03 0,30-0,60 0,08-0,13
Velocidade Metal removido 1117 0,14-0,20 1,00-1,30 " 0,08-0,13
Condição do a ç o de corte entre afiações 1118 - 0,14-0,20 1,30-1,60 0,08-0,13
1137 0,32-0,39 1,35-1,65 0,08-0,13
m/min. cm 3

1139 0,35-0,43 1,35-1,65 0,13-0,20


Normalizado 91,5 2700 1140 0,37-0,44 0,70-1,00 0,08-0,13
I I 1141 0,37-0,45 1,35-1,65 0,08-0,13
Recozido 110,0 3120
1144 0,40-0,48 1,35-1,65 0,24-0,33
Recozido 91,5 4270
1146

c
0,42-0,49 0,70-1,00 0,08-0,13
0 20 40 60 80
1151 0,48-0,55 0,70-1,00 0,08-0,13
vida d a f erram ent a
O fósforo é mantido no máximo a 0 , 0 4 0 % . Devido ao efeito adverso do silício sobre a usinabilidade,
entre afiações, m i n . estes aços n ã o s ã o desoxidados com silício.

C a r a c t e r í s t i c o s d o a ç o e c o n d i ç õ e s da o p e r a ç ã o Normalizado Recozido
sição idêntica, ou seja, 0,07C; 0,94Mn; 0.2QS; 0,094 ou 0,093P, com exceção do silício que,
Tipo S A E 4140 4140
num deles e r a de 0,044% e no o u t r o 0,009% a p r e s e n t a r a m diferentes índices de
Dureza Brinell 192 180 usinabilidade.
Microestrutura O aço com inclusões de MnS maiores apresentou índice 176, enquanto o outro com inclu-
Perlita, % 90 65 sões mais afongadas e mais finas, esse índice foi 125. A presença no primeiro de maior teor
Ferrita, % 10 35 de silício - elemento desoxidante - modificou a forma de inclusões do MnS e conferiu maior
Velocidade de corte, m / m i n . 91,5 110 usinabilidade. O alumínio atua no mesmo sentido. A prática de laminação pode igualmente
Avanço, m m / r 0,25 0,25 ' afetar as características dessas inclusões e influenciar a usinabilidade.
Profundidade de corte, m m . 2,5 2,5 - O teor de carbono dos aços 11XX pode chegar a 0,55%, preferindo-se os de maior
carbono em aplicações em que, além d a usinabilidade, se deseja também melhores propri-
Ferramenta Metal duro
edades mecânicas. Por exemplo, o tipo 1137 substituiu muitas vezes os SAE 1045 e 1050,
Fig. 1 3 2 - Efeito d a estrutura sobre a usinabilidade de aço S A E 4 1 4 0 . devido ao seu comportamento mais satisfatório em aplicações como eixos de geradores,

292 293
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços DE USINAGEM FÁCIL

certos tipos de parafusos, engrenagens e peças semelhantes, as quais, além de fácil 3.2 77pos com introdução de chumbo - A adição de chumbo constitui outro meio de melho-
usinabilidade, d e v e m $ e r d u r a s , r e s i s t e n t e s ao resgate e t e n a z e s . S e u índice de rar a usinabilidade dos aços-carbono, além de melhorar o seu acabamento. A maioria dos
usinabilidade é 70 e suas propriedades mecânicas médias no estado encruado são< >: ,63 aços das séries 10XX e 11XX pode ser encontrada com adição de chumbo, em teores variá-
veis de 0,15% a 0,35%' >. O chumbo é adicionado no aço líquido durante seu vazamento nos
1frt

- Limite de resistência à tração 70,0 a 84,0 kgf/mm (690 a 820 MPa)


2 moldes; como esse metal é insolúvel no aço fundido, forma-se uma fina dispersão de partícu-
- Limite de escoamento 59,5 a 79,0 kgf/mm (585 a 770 MPa)
a
las de chumbo, tão pequenas que às vezes são imperceptíveis ao microscópio.
-Alongamento, em 2" 1 0 % a 15% ATabela 6 5 indica a usinabilidade dos principais tipos de aço de usinagem fácil t o m a n -
(16S1

- Estricção 3 0 % a 45% do-se como índice o aço B1112. Com a introdução de chumbo, a produção de peças dg
- D u r e z a Brinell 187 a 235 responsabilidade, como bombas (aço 41L50), buchas (aço 52L50), pistões (aço 11L26), apa-
relhos domésticos (aço 86L20), por intermédio das mais diversas operações de usinagem,
- Em alguns tipos de baixo carbono, pode-se introduzir fósforo além dos teores normais; aumentou, em alguns casos até 100% resultando, pois, em apreciável redução do custo e
esse elemento, como se sabe, dissolve-se na ferrita cuja dureza e resistência mecânica vida mais longa das ferramentas* . 1641

ficam aumentadas, o que melhora a usinabilidade, pois promove a ruptura dos cavacos na
usinagem. Não se ultrapassa, entretanto, 0,12% de P, pois do contrário, os seus efeitos nega-
T A B E L A 65
tivos poderiam prevalecer. A tabela 64 mostra esses tipos de aços.
U s i n a b i l i d a d e d e a ç o s de u s i n a g e m f á c i l
Afigura 134 apresenta o aspecto micrográfico de um aço de usinagem fácil de alto teor em
(por cento de velocidade de corte para o tipo 1212)
enxofre.
T i p o (a) Usinabilidade, % Dureza Brinell
1117 90 137
1118 85 143
1137 70 197
1140 70 170
1141 70 212
1144 80 217
1146 70 187
1151 65 207
1212 100
1213 136
1215 136
12L14 160 163
12L14(b) 190 137
12L14 (c) 235 137
12L14(d) 295 137
(a) todos os valores são para aços encruados
(b) tipo alternativo ao 12L14
(c) tipo alternativo ao 12L14, contendo bismuto
(d) tipo alternativo ao 12L14, contendo bismuto, selênio e telúrio.

A figura n 135í > mostra o efeito do teor de enxofre na usinabilidade.


a l66

Suas propriedades, plenamente satisfatórias, são comparáveis, no estado temperado e


revenido, às dos aços de maior teor de carbono, aos mesmo aços sem chumbo, o que c o m -
R g . 1 3 4 - Micrografia de uma aço de u s i n a g e m fácil com alto teor de enxofre. prova que este metal não produz qualquer efeito mecânico nocivo, mesmo na resistência ao
Ataque: reativo de nital. A u m e n t o : 500 vezes. choque do material.
Seu uso deve, entretanto, ser limitado a baixa temperatura, pois o chumbo funde a 260°C
T A B E L A 64 de modo que, acima dessa temperatura, ocorre queda de resistência à tração e do limite de
Faixas de c o m p o s i ç ã o d e a ç o - c a r b o n o A I S I - S A E r e s u l f u r a d o s e ref o s f o r a d o s fadiga do aço.

Designação
C Mn P S 3.3. Outras adições - Outras a d i ç õ e s têm sido experimentadas para m e l h o r a r a
AISI-SAE
usinabilidade dos aços. Entre elas, selênio e telúrio, adicionados em porcentagens de 0,04
1211 0,13 0,60-0,90 0,07-0,12 0,10-0,15
1212 0,13 • 0,70-1,00 0,07-0,12 0,16-0,23 ou 0,05% para qualquer deles. Quando utilizados, são em combinação com o enxofre ou
1213 0,13 0,70-1,00 0,07-0,12 0,24-0,33 chumbo. Admite-se que o efeito benéfico que exercem na usinabilidade do aço é devida à
12L14 0,15 0,85-1,15 0,040,09 0,26-0,35 retenção de inclusões do tipo sulfeto de forma globular. Pela mesma razão, eles são conside-
1215 0,09 0,75-1,05 0,04-0,09 0,26-0,35 rados como tanto um efeito menos danoso para as propriedades mecânicas. Contudo, esses
Esses aços não são geralmente desoxidados com silício devido ao efeito adverso desse elemento na elementos não tiveram o êxito esperado, pois o custo de seu emprego é alto e eles podem
usinabilidade. O tipo 12L14 contêm 0,15 a 0,35 de chumbo. provocar gases tóxicos.

294 295
Aços B FERROS FUNDIDOS AÇOS DE UsiNACEM FÁCIL

40 Laminada a quente
O P E R A Ç Ã O DE U S I N A G E M
Encruado
Velocidade de corte (m/min) A

B 225 Usinagem grosseira


A 250
Usinagem de acabamento
« 275
* 300 Furacão grandes diâmetros
+ 350
• 400 Furacão pequenos diâmetros

Corte abrasivo
ç -*
E / 30 35
E vida da ferramenta, horas
CD
cd
"a 1016
Característicos do aço e
-5- L a mi n a d o 1016
C o n d i ç õ e s da o p e r a ç ã o
a quente E n c ru a d o
10 Resistência à tração, k g / m m 2 42,0 61,0
Dureza Brinell 124-128 174-133
Velocidade de corte, m/min. 44 44
Avanço, m m / r 0,15 0,15

O aço laminado a quente foi endireitado e retificado

O aço encruado foi reduzido de 1/8 em barra de 1"

0,05 0,10 0,15 Fig. 136 - Efeito do encruamento (portrefilação a frio) na vida da ferramenta na usinagem
do aço S A E 1016.
Teor de enxofre %
3 L a m i n a d o a quente
Fig. 135 - Efeito da teor de enxofre n a usinabilidade. O P E R A Ç Ã O DE U S I N A G E M Encruado
sa»*i^Ws»Ei Recozido e encruado
Adições de cálcio m e l h o r a m os característicos de usinagem e m aços totalmente
desoxidados com alumínio' . A adição de cálcio resulta na formação de grandes inclusões
1671 Usinagem grosseira
de silicatos de Ca-AI, que são consideradas mais moles e menos abrasivas do que as exis-
tentes nos aços não tratados com cálcio. Essa condição melhora a usinabilidade. Outro efeito Usinagem de acabamento
positivo do cálcio reside na possível eliminação do chumbo, adição essa que acarreta igual-
Furacão grandes diâmetros
mente diversos problemas.
Furacão pequenos diâmetros
4. Encruamento dos aços de usinagem fácil - Para melhorar a usinabilidade dos aços,
• 1
tanto os comuns como ta m b é m os de usinagem fácil, sobretudo no caso de barras destina- Corte abrasivo
das à produção seriada de peças por usinagem, costuma-se encruar os aços, resultando em
fel ... aumento de resistência mecânica e, sobretudo, da dureza, condições favoráveis sob o ponto 5 10 15 20 25

tf- i de vista de usinagem e de acabamento superficial.


A s figuras 1 3 6 e 1 3 7 ' ilustram bem o efeito do encruamento num aço-carbono comum,
1 8 5 1 C a r a c t e r í s t i c o s do aço e 1144
vida da ferramenta, horas

1144 1144
tipo SAE 1 0 1 6 , na forma de barra de 1 polegada de diâmetro para produção de parafusos e c o n d i ç õ e s da operação laminado 1144 Recozido e
num aços de usinagem fácil, tipo SAE 1144. a quente encruado encruado
Pelo exame das figuras, verifica-se que os efeitos do encruamento sobre a vida da ferra- Resistência à tração, k g / m m 2 77,0 88,2 74,2 ~
menta variam consideravelmente de acordo com a composição do aço e com a operação DurezaBrinell 228 255 217
específica de usinagem. Velocidade de corte, m/min. 42,4 38,7 43,9
Avanço, m m / r 0,180 0,188 0,188

A redução d o aço encruado foi de 1/16"


A microestrutura do aço recozido e encruado era 9 0 % perlita e 1 0 % ferrita
O acabamento superficial era o m e s m o e m todos os materiais

Fig. 1 3 7 - Efeito do encruamento (por trefilação a frio) na vida d a ferramenta na


usinagem do aço SAE 1144.

296 297
Aços PARA CEMENTAÇAO

A Ç O S P A R A C E M E N T A Ç A O

1%
«ff
f it
flt

m m
299
Aços E FERROS FUNDIDOS
O
Aços PARA CEMENTAÇAO ^-N

1. Seleção do aço - O enriquecimento superficial de carbono n o s aços, proporcionado temperatura e pelo tempo. Vários autores admitem também que os elementos de liga pos-
pela cementaçao, visa produzir uma superfície de alta dureza e resistência ao desgaste, sam influenciar a profundidade de cementaçao e a velocidade de penetração do carbono n a
suportada por um núcleo tenaz. Em princípio, inúmeros tipos de aços apresentam condições superfície' '.
169

satisfatórias para esse fim. É preciso considerar, entretanto, que a cementaçao exige trata- Outra opinião mais ou menos generalizada é que a tenacidade da camada cementada
mento térmico relativamente complexo, de m o d o que a s e l e ç ã o de aço para peças pode ser melhorada pela presença d e certa quantidade de austenita residual' ', embora a 189

cementadas não pode ser feita baseada somente na aplicação final do material, mas tam- dureza superficial seja prejudicada. A austenita pode ser retida por têmpera direta em muitos
bém tendo em vista o tratamento térmico que v a i sofrer. De início, dois fatores básicos tipos de aço para cementaçao, principalmente quando o teor de carbono superficial é eleva-
devem ser levados em conta ao se escolher um aço para cementaçao' ': 168
do. A tendência à formação da austenita residual é acentuada por teores mais elevados de ( ~
elementos de liga (além do carbono mais alto), pela temperatura de têmpera e pelo emprego
de óleo como meio de esfriamento, em lugar da água.
• Meio de esfriamento a ser usado na têmpera após a cementaçao.
• Tipo e grau de tensões a que as peças poderão estar sujeitas. Lembre-se que a temperatura de revenido para os aços cementados é geralmente baixa,
de 150°C (ou menos) a 175°C, de modo a reter a estrutura martensítica dura; na realidade,
1.1. Meio de esfriamento - As principais variáveis a serem aqui consideradas são: forma e há passagem d a martensita tetragonal à martensita cúbica. De qualquer modo, as tempera-
secção das peças e distorção ou empenamento tolerável. Os meios usualmente empregados turas mencionadas não são suficientes para eliminar a austenita retida, quando esta estiver
na cementaçao são água ou soluções aquosas e óleo. Os primeiros são os mais drásticos e presente.
são empregados quando as peças são de forma simples ou apresentam secções apreciáveis O efeito aparentemente benéfico da austenita retida parece provir do fato dela produzir
e também quando a possibilidade de empenamento é menor. Além de se caracterizarem pela como que uma ação de amortecimento, o que diminui as tensões internas ou mesmo a
alta velocidade de esfriamento, esses meios são de baixo custo e facilitam a limpeza final das formação de verdadeiras fissuras nas agulhas de martensita. Nessas condições, a resistên-
peças. O óleo é recomendável quando as peças apresentam secções complexas ou finas, as cia à fadiga também deveria ser melhorada pela presença de austenita retida. C o n v é m ,
quais são mais suscetíveis ao empenamento ou mesmo à ruptura na têmpera. entretanto, esclarecer que as vantagens ou desvantagens da retenção da austenita não
estão ainda claramente explicadas(*).
É evidente que, em qualquer caso, a velocidade de esfriamento deve permitir a obtenção
da dureza superficial desejada e as propriedades convenientes de tenacidade e resistência • Núcleo - Aparentemente deve-se procurar produzir um núcleo o mais possível tenaz. A
do núcleo. Neste caso, a velocidade crítica de esfriamento do aço, ou seja, o tipo de aço a ser importância d a tenacidade do núcleo parece ter sido exagerada. De fato, nada adianta u m
usado constitui fator preponderante. Quando a única exigência é a máxima dureza superfici- núcleo excepcionalmente tenaz, se existir uma fissura na camada superficial rica em carbo-
al, a escolha recairá num aço de baixo carbono sem ou com teores de elementos de liga e em no, pois essa fissura propagar-se-á através do núcleo, por mais tenaz que ele seja. Conclui-
água ou preferivelmente soluções aquosas, como meio de têmpera, desde, é claro, que o se que parece ser muito mais importante produzir uma camada cementada muito dura e
formato e as dimensões das peças permitam a utilização desse meio de esfriamento. convenientemente suportada. A menor importância que se têm dado à tenacidade do núcleo,
tem permitido substituir os aços com 0 , 1 % de carbono pelos de 0,2% de carbono, que são
Quando o formato e as dimensões das peças sob cementaçao forem tais que haja proba-
mais facilmente usináveis.
bilidade de ruptura ou empenamento pela utilização de um meio drástico de esfriamento, á
escolha recairá em óleo, como meio de têmpera, e num aço apresentando teores convenien- • Zona de transição - O ideal é produzir-se uma zona de transição gradual, a qual propor-
tes de elementos de liga, para que sua velocidade crítica de esfriamento produza endureci- cionará o melhor suporte para a camada cementada. Duas variáveis afetam a qualidade da
mento satisfatório com emprego do meio de têmpera mais brando. Esses aços, com teores zona de transição: difusão e estrutura. Se a difusão for insuficiente, produzir-se-á uma zona
apreciáveis de elementos de liga, são também vantajosos sob o ponto de vista de proprieda- de transição muito viva, que favorecerá o lascamento da superfície. Com difusão constante,
des finais do núcleo. a resistência da zona de transição dependerá da sua estrutura que pode ser ferrita, perlita ou
bainita.
1.2. Tipo e grau de tensões - As variáveis que aqui entram em jogo são principalmente: Por outro lado, quanto maior a temperabilidade do aço, tanto mais resistente a zona de
espessura e estrutura metalográfica da camada cementada, propriedades mecânicas do transição. Uma das razões do emprego de aços-liga para cementaçao seria essa. Também
núcleo e característicos da zona de transição. a adição de boro é muito eficiente n a produção de uma zona de transição mais gradual e
mais resistente.
• Camada cementada - Em linhas gerais pode-se dizer que dois tipos de camadas
cementadas são usados: hipereutetóide, quando se visa em primeiro lugar alta resistência Em resumo: o melhor suporte da camada cementada é dado por uma zona de transição
ao desgaste; eutetóide ou ligeiramente hipoeutetóide, quando o requisito importante da su- gradual e resistente; sob esse aspecto, quanto maior for a temperabilidade do aço, tanto
perfície endurecida for tenacidade, visto que um rendilhado de carboneto livre intergranular melhor. Daí uma das principais razões de se empregar aços-liga para cementaçao e o motivo
presente nos aços hipereutetóides é mais propício para conferir fragilidade. pelo qual se tende à utilização de aços com carbono mais elevado; com isso, além de se
No caso da aplicação em que o desgaste é fator importante, deve-se procurar igualmente melhorar o suporte da camada cementada, produz-se também núcleos mais resistentes. A
a produção de uma camada com espessura razoável, pois com isso s e prolonga a vida das não ser que as condições de serviço exijam uma camada cementada muito espessa, prefe-
peças.
Sob o ponto oe-visía de dureza e resistência d a camada cementada, a introdução de
(*) Durante a última guerra mundial, utillzou-sa naAlemanha para certas peças cementadas muito sujeitas
elementos de liga pouco afeta essas propriedades. Entretanto, os elementos de liga pare- ao desgaste, empregadas em metralhadoras"' !, aço de alto níquel e alto cromo, apesar da escassez de
9

cem influir no teor de carbono dessa camada assim como na sua profundidade '. Assim é
1169 Ni existente no país. Esses aços apresentavam 3-1/3% a4-l/2% de Ni; 1/2% a 1-1/2% de Cre 0,05 a 0,20
que os elementos formadores de carbonetos, principalmente o c r o m o e o molibdênio de Mo; em engrenagens cementadas para serviço pesado em motores de avião, usaram-se aços seme-
lhantes, com mais Mo, até 0,35%, Ni reduzido a2%eCr elevado para 2%.Admite-se que o emprego de
(manganês também, embora em menor escala) tendem a produzir carbono elevado na super-
tais aços teria sido motivado pelo fato do Ni assegurar a retenção da austenita na camada cementada; o
fície: os elementos formadores de ferrita, como silício e níquel (este em altos teores) tendem Cr, por sua vez, contribuiria para conferir profundidade de endurecimento e estabilizara cementita de
a produzir baixo carbono. Por outro lado, a espessura da camada cementada e o gradiente de modo a contrabalancaar a tendência do aço a grafiiizar devido ao alto teor de Ni presente e o Mo evitaria
carbono dependem da difusão do carbono, a qual por sua vez é afetada principalmente pela a fragilidade de revenido.

300 '. 3 0 1
A ç o s E FERROS FUNDIDOS Aços VARA CEMENTAÇAO

re-se camadas relativamente finas, com núcleos de carbono mais elevado, portanto mais As aplicações típicas desses aços correspondem a uma série de componentes da indús-
resistente e que dão melhor suporte à superfície endurecida. tria automobilística, incluindo engrenagens de transmissão, coroas, pinhões, engrenagens
de diferenciais, parafusos, eixos de comando de válvulas, pinos de pistão etc. Peças desses
2. Aços para cementaçao - Do exposto acima, verifica-se que a tendência atual na produção mesmos tipos são empregadas no estado cementado em tratares, caminhões, aviões, m á -
de peças cementadas é a utilização de aços-liga. A introdução de elementos de liga, entretanto quinas operatrizes etc. -
quando em teores apreciáveis, reflete-se no custo dos aços, além de afetar, tomando mais
difíceis, as operações de fundição, forjamento, laminação e tratamentos térmicos. Por esse 2.3. Aços-liga de alto teor em liga - No caso presente, a soma total de elementos de liga
motivo, procura-se utilizar, sempre que possível, para aplicações mais simples, aços-carbono ou, ultrapassa 2%; esses aços apresentam temperabilidade muito elevada, de modo que o teor
quando riecessário, aços de baixo teor em liga com carbono mais elevado do que nos aços de carbono não deve superar 0,25%.
simplesmente ao carbono. Em certos casos, contudo, devido às secções e formas das peças Com esses aços consegue-se excepcionais valores de resistência e tenacidade do n ú -
cementadas, pode-se ter necessidade de um aço de alta temperabilidade. Nesse caso, a solução cleo, muito importantes para certas condições de serviço. Além disso, eles possibilitam a
é introduzir elementos de liga em teores mais elevados para garantir o endurecimento máximo produção de peças cementadas de secção apreciável, possuindo as desejadas proprieda-
Os aços para cementaçao são, portanto, de três tipos: des do núcleo. O custo desses aços e as maiores dificuldades na sua fabricação e tratamen-
tos térmicos limita o seu uso a casos especiais. A tabela 67 dá algumas composições típicas.
• aços-carbono;
T A B E L A 67
• aços-liga de baixo teor em liga;
A ç o s - l i g a d e a l t o t e o r em liga para c e m e n t a ç a o
• aços-liga de teor em liga mais elevado.
SAE C Mn P S Si Ni Cr Mo
2.1. Aços-carbono para cementaçao - O teor normal de carbono nesses aços é 0,08% a 0,25% 3310 0,08/0,13 0,45/0,60 - - 0,20/0,35 3,25/3,75 1,40/1,75 -
4320 0,17/0,22 0,45/0,65 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 0,40/0,60 0,20/0,30
os outros elementos aparecendo nas porcentagens usuais. O tipo padrão é o SAE1020 empregan-
do-se também a variação com manganês mais alto (0,70% a 1,00%) por apresentar melhor
4615 0,13/0,18 0,45/0,65 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 - 0,20/0,30
4617 0,15/0,20 0,45/0,65 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 - 0,20/0,30
usinabilidade, capacidade de carbonetare endurecer-com menor tendência à formação de pontos
4620 0,17/0,22 0,45/0,65 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 - 0,20/0,30
moles, em relação ao primeiro. O seu tratamento térmico é fácil e perfeitamente controlável. 4621 0,18/0,23 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 - 0,20/0,30
Apesar de não apresentarem uma resistência e uma tenacidade tão boa como as dos 4815 0,13/0,18 0,40/0,60 0,035 0,040 0,20/0,35 3,25/3,75 - 0,20/0,30
aços-liga, esses aços convenientemente cementados, temperados e revenidos, são capa- 4817 0,15/0,20- 0,40/0,60 0,035 0,040 0,20/0,35 3,25/3,75 - 0,20/0,30
zes de adquirir um núcleo suficientemente tenaz cuja resistência pode chegar a 70 kgf/mm 2 4820 0,18/0,23 0,50/0,70 0,035 0,040 0,20/0,35 3,25/3,75 - 0,20/0,30
(£90 MPa), combinado a u m a superfície carbonetada de grande dureza, o que os toma
indicados a uma grande variedade de aplicações, em que o principal requisito é a superfície
As peças cementadas a partir desses aços destinam-se a aplicações idênticas às dos
dura e resistente ao desgaste.
aços-liga de baixo teor em liga, quando as condições de serviço forem mais severas, portanto
Exemplos típicos são: pinos, pequenas engrenagens, alavancas, eixo de comando de quando o equipamento ou veículos onde as peças forem montadas forem mais pesados e de
válvulas, fusos, roletes, pequenos mecanismos, enfim, peças que não estão sujeitas a soli- maior responsabilidade.
citações severas de outra natureza a não ser desgaste superficial.
3. Seleção do tratamento térmico - O tratamento térmico de peças cementadas, como foi
2.2. Aços-liga de baixo teor em liga - Esses aços-liga são os que contêm um total de 1 %
mencionado no início do Capítulo, é relativamente complexo pois, na realidade, o material
a 2 % de elementos de liga, como níquel, cromo, molibdênio e manganês, em combinações cementado apresenta duas zonas com composições químicas distintas: a camada superfici-
adequadas. A introdução desses elementos confere suficiente temperabilidade de modo a se al, de alto carbono e o núcleo de baixo carbono, além de uma zona intermediária de transição.
obter dureza elevada por têmpera em óleo, além de alta resistência à tração. (superior a 100 ATabela 68< °> apresenta as temperaturas de transformação e os tratamentos térmicos prefe-
17

kgf/mm ou 980 MPa) com apreciável ductilidade do núcleo, aumentando-se o teor de carbo-
2
ridos para alguns dos tipos mais comuns de aços para cementaçao.
no até 0,40%. A Tabela 66 mostra algumas composições típicas.

T A B E L A 66
A ç o s - l i g a de baixo teor e m l i g a para c e m e n t a ç a o

SAE C • Mn P S Si Ni Cr Mo
8115 0,t3/0,18 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,20/0,40 0,30/0,50 0,08/0,15
8615 0,13/0,18 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,60 0,40/0,60 0,15/0,25
8617 0,15/0,20 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8620 0.1&t>,23 0.70/0,93 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8622 0,20/0,25 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8625 0,23/0,28 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8627 0,25/0,30 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8720 0,18/0,23 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 • 0,20/0,30
8822 0,20/0,25 0,75/1,00 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,30/0,40
94B15* 0,13/0,18 0,75/1,00 0,035 0,040 0,20/0,35 0,30/0,60 0,30/0,50 0,08/0,15
94B17* 0,15/0,20 0,75/1,00 0,035 0,040 0,20/0,35 0,30/0,60 0,30/0,50 0,08/0,15
* O teor de boro é 0,0005% mínimo

302 303
Aças s FERROS FUNDIDOS

T a b e l a 68
T r a t a m e n t o s t é r m i c o s t í p i c o s de a ç o - c a r b o n o e a ç o s - i l g a p a r a c e m e n t a ç a o

Designação Pré- Resfriamento Resfriamento


T e m p e r a t u r a de Máxima
AISI-SAE' ' 1 tratamento após a reaquecimerrto, após t e m p e r a t u r a de
cementaçao °C reaquecimento revenido, " c
10XX< ) 2
- água 785 água 200
11XX' ' 2
- água, óleo 785-900 água, óleo 200
15XX< >2
- óleo 785 óleo 200
49XX.4118 N óleof - - 175
4320 N, R C óleaO - - 175
RC RC 830 - 845 óleo 175
44XX N, R C óleo» - - 175
46XX N, R C óleoPi - - 175
RC' ' 4 815-845 óleo 175
óleoi ! 5 815-845 óleo 175
4720 N, R C óleo' ! 5 815-845 óiec 175
48XX NT, RC óleoP) - - 160
RC' ' 4 795 - 830 óleo 160
óleol ) 5 795 - 830 óiec 160
5015,51XX N óleo' ' 3 - - 175
6118 N óleofi - - 160
8115, 86XX N, R C óleo' ' 3
- - 175
8720,8822- - RC' ' 4 845 - 870 óíeo 175
óleaO 845 - 870 óleo 175
9310 MT RC' >4 730-830 óleo 160
óleo' ' 5 7 9 0 - 830 óleo 160
94BXX N óleo' ' 3
- - 175

(1) XX indica que h á dois ou mais tipos c o m teor de carbono de 0 , 3 0 % ou menos, comumente
utilizados em cementaçao.
(2) Esses tipos p o d e m s e r carbo-nitretados de 7 9 0 ° a 900°C, temperados e m óleo e revenidos entre
120a200°C.
(3) Este tratamento é mais comum, pois geralmente diminui o risco de e m p e n a m e n t o . A s peças são
normalmente resfriadas, a partir de temperatura de cementaçao até 850°C, antes d a têmpera.
(4) Este tratamento é aplicado se for necessária usinagem após a c e m e n t a ç a o ou se não houver
facilidades para t ê m p e r a direta após a cementaçao
(5) Este tratamento é aplicado para refinar a estrutura do aço, produzindo u m a combinação desejável
de propriedades da c a m a d a cementada e do núcleo. Pode produzir e m p e n a m e n t o d a s peças.
N - significa normalização a u m a temperatura pelo menos da ordem da de c e m e n t a ç a o , seguido de
resfriamento ao ar.
NT - significa normalização e revenido entre 6 0 0 ° e 6 5 0 ° C .
RC - indica recozimento cíclico, consistindo de austenitização a uma t e m p e r a t u r a da ordem da de
cementaçao, resfriamento rápido entre 535° e 675° e manutenção nessa temperatura durante uma a três
horas e resfriamento ao ar.

N O T A - A s temperaturas típicas de cementaçao, aplicáveis apenas a aços de granulação fina, são


900°a925°C.

304
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS DE USINACEM FÁCIL

1. Introdução - A nitretação consiste, como se viu, na formação de nitretos de natureza, A Tabela 69 indica o efeito desses e de outros elementos de liga sob o ponto de vista de
complexa na superfície de certos aços, originando uma camada superficial de dureza excep. formação de nitretos e ação de endurecimento superficial" . 711

cionalmente elevada, alta resistência ao desgaste, capaz de reter a dureza até temperaturas . Há um tipo de aço - chamado grafítico - de alto carbono (entre 1,25% a 1,50%) e alto silício
da ordem de 500°C, resistente a certos tipos de corrosão e maior resistência à fadiga. Uma (entre 1,25% a 1,50%), como cromo, alumínio e molibdênio, que tem apresentado resultados
das grandes vantagens do processo sobre outros tratamentos termo-químicos de endureci- interessantes na nitretação. De fato, a nitretação produz nesse aço uma superfície dura e
mento superficial, reside no fato dele ser levado a efeito numa faixa de temperaturas relati- resistente ao desgaste, contendo depressões ou verdadeiros orifícios originalmente cheios-
vamente baixa - entre 500° e 550°C ou 650°C (no máximo) - o que, aliado à ausência de de grafita, de modo que, pelo menos temporariamente, o aço será dotado de uma espécie de
qualquer tratamento térmico posterior, reduz ao mínimo as probabilidades de empenamento lubrificação. Essa estrutura oferece boas possibilidades para emprego em superfícies sujei-
das'peças submetidas ao processo. tas ao desgaste ou superfícies de mancais operando a altas temperaturas devido à retenção
Em alguns processos de nitretação, os tempos de tratamento são longos, o que encarece de dureza a essas temperaturas elevadas e à presença de grafita.
o processo, exige equipamento especializado e pode provocar crescimento aço. Este último Os aços tipo Nitralloy apresentam, após a nitretação, a camada superficial mais dura e o
inconveniente, contudo, pode ser controlado através de projeto e dimensionamento adequa^ ^ núcleo de resistência mecânica mais adequada. Quando se pode admitir dureza superficial
do das peças a serem nitretadas. menor, pode-se empregar aços AISI contendo cromo e molibdênio, sem alumínio portanto. A
Tabela 7 0 " apresenta os tipos mais comuns de aços para nitretação, inclusive alguns espe-
721

2. Aços para nitretação - Os processos atuais de nitretação permitem que uma grande ciais, com as temperaturas de tratamentos térmicos, antes da nitretação.
variedade de aços possa ser submetida a essa prática de tratamento superficial, desde aços" Não há, em princípio, vantagens de se nitretar, pelo processo clássico de nitretação a
simplesmente ao carbono até aços ligados. gás, um aço-carbono comum, pois o nitreto de ferro que se forma, apesar de duro, é muito
Quando o processo mais comum de nitretação era o processo a gás, foram desenvolvia frágil; o mesmo pode ser dito em relação ao aço com cromo, o qual, apesar de poder ser
dos alguns tipos de aços contendo como elementos de liga fundamentais o alumínio, o nitretado, produz uma camada nitretada que, devido à ausência do alumínio, não é tão dura
cromo e o molibdênio, porque os mesmos, nas condições de nitretação gasosa, facilitavam quanto a que contém aquele metal".
a formação de nitretos estáveis à temperatura ambiente. Esses aços foram designados O aço a ser nitretado, além de possuir composição determinada, deve apresentar estrutura
"Nitralloy" e são utilizados correntemente. adequada. A estrutura que melhor se presta à nitretação é a sorbítica, porque a presença na
Os teores e os efeitos dos elementos de liga acima mencionados, além do carbono, são superfície do aço de carbonetos em emulsão na ferrita contribui para que a camada nitretada
os seguintes: formada adquira as desejadas qualidades de tenacidade. Essa estrutura sorbítica é obtida por
um revenido prévio, entre as temperaturas de 540° a 700°C, como a Tabela 70 indica.
- carbono- 0,30% a 0,45% - confere ao aço não só temperabilidade como também suporte O conjunto de operações a que geralmente se submete o aço para a fabricação de peças
adequado à camada nitretada extremamente dura e muito fina; nitretadas é, em resumo, o seguinte:
- alumínio e cromo - 0,85% a 1,20% e 0,90% a 1,80% respectivamente - são elementos
que formam prontamente nitretos; quanto maior a quantidade desses elementos dissolvidos - recozimento ou normalização;
na ferrita, tanto mais fácil a difusão do nitrogénio e tanto mais espessa a camada nitretada - têmpera, em óleo ou água; prefere-se a água quando as secções tiverem espessura ou
para um tempo de nitretação determinado; diâmetro superior a 2,5 cm; as temperaturas estão indicadas na Tabela 70;
- molibdênio - 0,15% a 0,45% - diminui a fragilidade de revenido e confere resistência ao - revenido, dependendo da dureza desejada no núcleo; as temperaturas estão indicadas
revenido às temperaturas da nitretação " ; 1 1 na Tabela 70;
- níquel - normalmente ausente, é adicionado em teores de 3,25% a 3,75%, quando se
deseja um núcleo de dureza mais elevada. T A B E L A 70
C o m p o s i ç õ e s e temperaturas de tratamentos térmicos de a ç o s c o m u m e n t e nitretados

T A B E L A 69 Tipo C o m p o s i ç ã o Química, (%) Tratamento T é r m i c o


E f e i t o d e e l e m e n t o s de liga e m r e l a ç ã o à f o r m a ç ã o d e n i t r e t o s ou "C
Marca Austeni- Revenido
Elemento Nitretos q u e s e f o r m a m Efeito sobre o C Mn Si Cr Ni Mo Al outros tlzação
(com amónia) endurecimento superficial
Nitralloy - G 0,35 0,55 0,30 1,20 - 0,20 1,00 - 950 565-700
Manganês Mn,N 5 • quase nulo Nitralloy 135 M o d . 0,42 0,55 0,30 1,60 - 0,38 1,00 - 950 565-700
Níquel - sozinho, nulo Nitralloy N 0,24 0,55 0,30 1,15 3 50 0,25 1,00 - 900 650-675
Cromo C r N , CrN
2 forte Nitralloy EZ 0,35 0,80 0,30 1,25 - 0,20 1,00. 0,2Se 950 565-700
'Alumínio muito forte H11 modificado 0,40 0,30 0,90 5,00 - 1,30 - 0,5V 1010 540-625' 11

Molibdênio medíocre; j u n t o c o m o cromo, mais H13 0,40 0,40 1,10 5,00 - 1,35 - 1,1 V 1010 540-6251'>
forte (aumenta a penetração). 18NÍ250 0,015 0,05 0,05 - 1 8,00 4,80 0,10 7,5Co - (ai

Tungsténio nenhum mio 0,4Ti
Titânio TiN bastante forte, máximo com o Cr
1SNÍ300 0,015 0,05 0,05 - 1 3,00 4,80 0,10 9,0Co - (2)
0,6Ti
Zircônio ZrN (Zr N ) idem
- - -
3 2
SAE 4140 0,40 0,90 0,30 0,95 0,20 850 575-625
Vanádio VN medíocre ou fraco; entretanto, é no-
SAE4340 0,40 0,70 0,30 0,80 1 85 0,25 - - 815 575-625
tável nos aços contendo Cr e Al. 31 CrMóV9 (alemão) 0,30 0,55 0,25 2,50 - 0,20 - 0.15V 860 575-625
Silício quase nulo 2240 (sueco) 0,32 0,70 0,27 2,50 0 50 0,30 - 0.25V 915 575-675
30CD 12 (francês) 0,32 0,55 0,25 3,00 - 0,40 - - 900 575-650
(*) Não há revenido na nitretação; mas devido às temperaturas usadas no processo, poderia ocorrer o (1) Revenido d u p l o .
fenómeno da fragilidade de revenido, evitado pela presença do molibdênio. (2) Envelhecimento a 480°C, durante três horas.

306 307
Aços E FERROS FUNDIDOS

- usinagem grosseira;
- usinagem finai e ratificação; .
- nitretação.

Dependendo da temperatura de revenido, os valores para as propriedades mecânicas


que podem ser obtidos estão representados na Tabela 7 1 . ( 1 7 3 )

T A B E L A 71
Propriedades mecânicas de aços Nitralloy temperados e r e v e n i d o s

Temperatura L i m i t e d e escoa- L i m i t e d e re- Alonga- Estrie-


Dureza
Tipo de r e v e n i d o mento sistência à tração mento ção Brinell
°C % %
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa
593 96,0 940 108,5 1065 15 52 310
135 650 84,0 820 96,5 945 20 58 280
705 72,0 710 84,5 825 23 62 230
537 127,0 1250 144,0 1410 13,2 45,8 415
135 595 115,5 1135 126,5 1245 15,5 54,3 368
modificado 650 98,5 965 111,0 1030 17,5 56,8 320
705 87,5 855 101,5 995 20,5 64,5 285

Os dados mostrados são relativos a corpos de prova de 2,5 cm de diâmetro para uma
composição típica 135 com têmpera em óleo a partir de 955°C e para uma composição típica
modificada com têmpera em óleo a partir de 925°C.
. O tipo de aço para nitretação mais comumente usado é o 135. O 135 modificado é larga-
mente usado na indústria aeronáutica. De um modo geral, as indústrias automobilística e
aeronáutica são as que mais empregam aços nitretados. Entre outras, podem ser citadas as
seguintes aplicações: virabrequins, camisas de cilindro, eixos de bomba, pinos, rotores, ei-
xos. Outras aplicações incluem assentos de válvulas de turbina a vapor, excêntricos, engre-
nagens, etc.
Além dos aços "Nitralloy" especialmente desenvolvidos para nitretação a gás, outros
tipos de aços podem ser submetidos ao processo, principalmente devido ao desenvolvimen-
to de novos processos.
Assim é que, aços comuns de baixo carbono do tipo SAE 1015 podem ser nitretados pelo
processo "nitretação em banho de sal". Alguns aços de alto teor em liga vêm igualmente
sendo submetidos a processos de nitretação, o que aliás está demonstrado na Tabela 70.
Entre exemplos dignos de menção situam-se alguns aços para matrizes e aços inoxidáveis.
Um aço de classificação AISI-SAE H11, contendo 0,35%C, 5,00%Cr, 0,40%V e 1,50%Mo
convenientemente nitretado apresentou dureza superficial de 65 a 70 Rockwell C, com um
núcleo de dureza 50 RC; esta dureza elevada do núcleo foi possível devido ao característico
de endurecimento secundário que o aço apresenta.
Também os aços inoxidáveis são comumente nitretados de modo a aumentar sua resis-
tência superficial ao desgaste, o que contribui também para melhorar a resistência ao
engripamento, indesejável em certas peças de aço inoxidável. Além disso, esses aços inoxi-
dáveis de elevados teores de cromo e de níquel e mesmo os que contém apenas cromo
adquirem, após nitretados, grande resistência ao vapor superaquecido, ao vapor saturado,
aos combustíveis a base de petróleo, e t c . . Entretanto, a nitretação reduz a resistência à
|,r4)

corrosão por parte do ácido nítrico concentrado.


Aços E PERROS FUNDIDOS Aços PARA MANCAIS

1. Introdução - Mancais são importantes acessórios para todo o tipo de equipamento A Tabela 73< 175) apresenta a composição dos aços cementados.
mecânico, fixo ou móvel, pois sua função principal é facilitar o movimento entre parte fixas
T A B E L A 73
e parte móveis. Mancais são empregados desde em motores elétricos mais simples até em
A ç o s c e m e n t a d o s para m a n c a i s
aviões. Deduz-se, portanto, que os materiais para mancais variam de qualidade, mas, de
um modo geral, devem satisfazer a inúmeros requisitos, tanto mais importantes quanto Composição química, %
Tipo
C Mn Si Cr Ni Mo
maiores as tensões a q u e estarão sujeitos. Esses requisitos são: resistência mecânica,
4118 0,20 0,80 0,22 0,50
dureza, resistência ao desgaste, além de satisfatória resistência à corrosão e, eventual- 0,11
5120 0,20 0,80 0,22 0,80
mente, ao calor.
8620 0,20 0,80 0,22 0,50 0,55 0,20
2. Aços para mancais - No sentido mais amplo, os aços para mancais podem ser divididos,
4620 0,20 0,55 0,22 ... 1,82 0,25
4320 0,20 0,55 0,22 0,50 1,82
em categorias destinadas a serviço normal, a serviço a alta temperatura e a serviço sob 0,25
3310 0,10 0,52 0,22 1,57 3,50
condições corrosivas.
3CM420 0,20 0,72 0,25 1,05 0,22
Os mancais para condições normais de serviço correspondem a praticamente 95% de
20MnCr5 0,20 1,25 0,27 1,15
todos os elementos de mancais e são aplicados nas seguintes condições : 11751

. temperatura máxima de 120°C a 150°C, embora possa ser tolerada temperatura afã
3. Aços para mancais para fins especiais - A Tabela 74f i mostra a composição química
,75
175°C, por curto prazo de tempo;
de aços para mancais utilizados a temperaturas acima de 150°C.
. não devem ser aplicados em temperaturas abaixo de -50°C;
. as superfícies de contato devem ser lubrificadas com óleo, graxa ou neblina; T A B E L A 74
. as máximas tensões de contato Hertzianas devem ser da ordem de 2,1 a 3,1 GPa. C o m p o s i ç ã o q u í m i c a d e a ç o s para mancais e m p r e g a d o s a
a l t a s temperaturas
Esses materiais d e v e m apresentar i g u a l m e n t e t e n a c i d a d e e estabilidade
microestrutural às temperaturas extremas, devido ao fato d e s s e s elementos estarem Composição química, % Max.
sujeitos a ações de vibrações, choques, desalinhamento, detritos e manuseio. Final- Aço
temp. de
C Mn Si Cr NI Mo V Outros
mente, devem apresentar adequada d u r e z a superficial, resistências ao desgaste e à. u s o °C
M50 0,85 4,10 4,25 1,00
fadiga. 315
M50-NÍL 0,13 0,25 0,20 4,20 3,40 4,25 1,20 315
Os tipos mais comuns de aço para mancais são de alto carbono (1,00%), utilizados nó' Pyrowear 5 3 0,10 0,35 1,00 1,00 2,00 3,25 0,10 2,00 Cu 205
estado temperado e revenido ou endurecido superficialmente. Utilizam-se também aços de CBS-600 0,19 0,60 1,10 1,45 1,00 0,06 Al 230
baixo carbono (0,20%), empregados no estado cementado . (17fi) Vasco X2-M 0,15 0,29 0,88 5,00 1,50 0,50 1,50 W 230
Os de alto carbono tratados termicamente suportam melhor as tensões de contato e CBS-1000M 0,13 0,55 0,50 1,05 3,00 4,50 0,40 0,06 Al 315
oferecem melhor estabilidade dimensional sob extremos de temperatura, em função do teor BG42 1,15 0,50 0,30 14,5 4,00 1,00 370
mais baixo de austenita retida. Máxima temperatura baseada numa dureza a quente mínima de 3 8 H R C .
Os de baixo carbono cementados têm a vantagem de apresentar um núcleo mais tenaz
que resiste mais, através da secção, aos efeitos de tensões que aparecem devido a aspere- Como se vê, esses aços são ligados com elementos estabilizadores de carboneto - cro-
zas, mau alinhamento e detritos. mo, molibdênio, vanádio e silício - os quais melhoram sua dureza a quente.
A Tabela 72< ' apresenta as composições de aços para mancais de alto carbono.
175 Aplicações típicas desses aços são feitas em mancais para aviões e motores estacioná-
rios de turbinas.
Alguns desses aços, como os tipos M50-NÍL e CBS-1000M, são cementados. Nesse
caso, a tenacidade do núcleo é mais que o dobro da tenacidade dos aços temperados.

TABELA 72
C o m p o s i ç ã o q u í m i c a de a ç o s d e a l t o c a r b o n o para m a n c a i s

C o m p o s i ç ã o química, %
Aço
C Mn Si Cr Ni Mo
AISI52100 1,04 0,35 0,25 1,45 ...
A.STMA485-1 0,97 1,10 0,60 1,05
4STMA485-3 1,02 0,78 0,22 1,30 0,25
• TBS-9 0,95 0,65 0,22 0,50 0,25 max. 0,12
SUJ (a) 1,02 abaixo 0,25 1,05 abaixo abaixo
0,50 0,25 0,08
105 C r 6 ( b ) 0,97 0,32 0,25 1,52
SHK H15-5HD (c) 1,00 0,40 0,28 1,42 abaixo
0,30
( a ) - j a p o n ê s ; (b) alemão; (c) russo

310 311
A ç o s PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

AÇOS PARA FERRAMENTAS


E MATRIZES
Vi

"ir.
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

1. Introdução - As ferramentas utilizadas n a indústria em geral e, particularmente, na gndurecimento sobretudo em secções superiores a 25 mm; entretanto, uma pequena a d i -
indústria mecânica, são um acessório imprescindível na usinagem e conformação de peças ção de cromo resultará, nessas dimensões, em temperabilidade completa. De qualquer
metálicas ou não, fabricadas pelos processos tradicionais de produção. Essas ferramentas modo, o aumento do teor de elementos de liga tem a tendência de diminuir a diferença d e
devem apresentar requisitos que possibilitem realizar as operações a que foram destinadas .dureza entre a superfície e o centro. Essa mesma elevação do teor de elementos de liga
com precisão e a um custo relativamente baixo. Em consequência, não basta escolher o permite a utilização de"meios mais brandos de têmpera, ainda com garantia de endureci-
melhor material para confeccioná-las em função do trabalho exigido, m a s igualmente ' ento total.
m

projetá-las adequadamente e escolher as máquinas operatrizes que apresentam as melho-


res condições de rigidez, velocidade de corte e outros requisitos importantes. 2.4. Tenacidade - Geralmente, é um característico desejável em qualquer ferramenta ou
Os aços são os materiais mais importantes de ferramentas, embora outros materiais matriz. Entretanto, difícil é aliar-se os conceitos de elevada tenacidade e alta dureza. P o r
como por exemplo o metal duro estejam sendo empregados de modo crescente. Neste I outro lado, a própria definição de tenacidade pode levar a interpretações erróneas. A t e n a -
capítulo, a ênfase será dada à descrição dos vários tipos de aços disponíveis para essas : cidade, em outras palavras, pode ser definida como "a capacidade do material deformar-se
aplicações. antes de romper" ou como "a capacidade do material absorver considerável quantidade de
É notório que o ferro e o aço foram os primeiros materiais utilizados por um ser ; energia sem romper". No primeiro caso, o conceito é aparentemente de que o material deve
humano na forma de ferramenta e a arte d e endurecer o aço pelo s e u aquecimento a ; deformar-se plasticamente antes de romper, ou seja, antes da ruptura, deve ocorrer apreci-
elevadas temperaturas e subsequente resfriamento em água é tão antiga, que a data de á v e l deformação de natureza plástica. No segundo caso, o conceito é de que o material
descoberta por acaso desse processo de endurecimento não pode ser apontada com , deve suportar a máxima carga ou tensão sem romper; em outras palavras, neste caso, a
absoluta precisão. importância reside na tensão ou carga necessária à ruptura e a definição parece mais
É certo, por outro lado, que somente a partir do início do século XX, a utilização de aplicável no caso de ferramentas e matrizes onde, geralmente, não são permitidas defor-
ferramenta de aço se generalizou e começou a adquirir a importância que apresenta na mações de natureza plástica. O método clássico de determinar-se a tenacidade é, como s e
presente época, graças a estudos e pesquisas no campo da técnica de sua fabricação,, ..sabe, o do "ruptura por choque", o que consiste em aplicar-se uma carga repentina, m e d i -
assim como no constante desenvolvimento de novos tipos de aços, mediante a incorporação ante "martelo de queda" ou "martelo pendular" ou dispositivo semelhante, num corpo de
de novos elementos de liga, para aplicações de responsabilidade cada vez maior. : prova, de forma e dimensões especificadas. A massa do martelo é dotada de uma certa
Esses aços são, possivelmente, os que exigem maiores cuidados e tanto sob o ponto de 'energia inicial, visto que se move de uma determinada altura ou posição; ao chocar-se com
vista de fabricação, desde a sua fundição, transformação mecânica até o tratamento térmico ,õ corpo de prova, transmite-lhe parte da energia; essa energia que é absorvida pelo corpo
final, como também sob o ponto de vista de aplicação. Isso é perfeitamente compreensível de prova serve como medida de tenacidade e é expressa em kgfm ou Joule. Outro método
quando se considerar os requisitos que eles devem preencher e os tipos e condições de : que tem sido usado para medir a tenacidade é o do "impacto por torção" . Nela, o corpo 11761

serviços a que se destinam. de prova, também de formato e dimensões apropriadas, é preso numa extremidade, ao
passo que na outra se adapta um dispositivo em posição transversal que permite o
engrenamento do corpo de prova com um volante, depois que este estiver dotado de u m a
2. Característicos fundamentais dos aços para ferramentas e matrizes - São os seguintes:
certa velocidade d e rotação, à qual corresponde u m a e n e r g i a conhecida. O b r u s c o
engrenamento causa a ruptura por torção do corpo de prova e simultaneamente o volante
2.1. Dureza à temperatura ambiente - É óbvia a importância dessa propriedade, visto
diminui de velocidade, adquirindo uma energia final; a diferença entre a energia inicial c o -
que a dureza da ferramenta ou matriz deve s e r superior à dureza d a peça sobre a qual
nhecida e a final medida, corresponde a energia absorvida pelo corpo de prova, que expri-
exercerão sua ação de corte, usinagem ou conformação. A dureza depende essencialmen-
miria também o torque em kgfm, ou seja, a tenacidade do material, por este método de
te do teor de carbono, a não ser nos aços com elevados teores de elementos de liga. A
ensaio. Evidentemente, quanto maior a tenacidade do material, mais depressa o volante
maioria das ferramentas e matrizes, tais c o m o ferramentas de corte, matrizes para
parará, porque maior a quantidade de energia transmitida ao corpo de prova. Não há rela-
estampagem profunda, e t c , é usada à máxima dureza que se pode obter. Em outros casos,
ção entre os dois tipos de ensaio. Pelo contrário, tem sido verificado praticamente q u e o
entretanto, como nas matrizes para deformação a quente ou nas ferramentas de percus-
comportamento do material quando submetido aos dois tipos de ensaio é muito diferente
são, a dureza não é, por assim dizer, o requisito essencial e, nessas aplicações, as ferra-
como indica a figura 138.
mentas ou matrizes são geralmente aplicadas com durezas abaixo das máximas que se
podem obter. . Finalmente, outro método igualmente usado para medir a tenacidade é o do "dobramen-
to", ou melhor, da "determinação da resistência transversal".
2.2. Resistência ao desgaste - Constitui este igualmente um requisito muito importante, Os fatores que afetam a tenacidade do aço são: tensões internas, produzidas por têmpera
pois o desgaste pode causar falhas em muitos tipos de ferramentas. Há, aparentemente, um drástica, reaquecimento muito rápido dos aços temperados, retificação inadequada, e t c , por-
grande número de fatores que afetam essa propriedade: a composição do aço (que determi- que p o d e r ã o p r o v o c a r c o n c e n t r a ç ã o d e t e n s õ e s , a t u a n d o c o m o falhas i n t e r n a s ;
na o tipo e a composição dos carbonetos), a suscetibilidade do aço e m endurecer por encniamento; granulação grosseira; dureza excessivamente alta; segregação anormal, teor
encruamento da superfície, e resistência mecânica do aço, além de fatores estranhos ao em ligas, exigindo maiores temperaturas de revenido e, em consequência, contribuindo a
material, como tipo de lubrificante, tipo de operação, calor gerado durante a operação, etc. uma maior tenacidade, pela diminuição daquelas tensões internas.
Também para esta propriedade, o carbono é o elemento de maior influência; entretanto, nos
aços altamente ligados, os elementos de liga podem influir, devido à dureza e à distribuição 2.5. Resistência mecânica - Uma elevada resistência mecânica é indispensável, visto que
dos carbonetos que se formam. os aços para ferramentas e matrizes devem apresentar a capacidade de suportar esforços
sem o aparecimento de falhas ou de deformação permanente. Exige-se igualmente altos
2.3. Temperabilidade - É um requisito indispensável, pois uma maior penetração de valores para os limites elásticos e de escoamento. A resistência mecânica é determinada
dureza garante perfeita uniformidade de característicos mecânicos em secções apreciá- pelos ensaios de tração e de torção estática. Costuma-se ainda especificar, em alguns c a -
veis. Como se sabe, nos aços-carbono comuns, é difícil alcançar alta profundidade de sos, a resistência à compressão.

314 315
Aços E FERROS FUND/POS Aços PARA FERRAMENTAS E NÍATRTZES

. . . J w ^ d n , para exame da fratura, esta segue os pontos de contato do carboneto com a matriz,
Aço - Carbono com 0,8% C
Temparado de S75°C am água ^fSr indicando, em consequência, um grão maior que o real.

IIK 2.8. Usinabilidade - Evidentemente, não se pode associar às propriedades mencionadas,


x
/ SS^b''sobretudo alta d u r e z a e resistência a o desgaste, u m a usinabilidade satisfatória. A
/ .
D)
j \ • usinabilidade é tanto menor quanto maior o teor em ligas, visto que se forma um apreciável
Ê
CD
',
Chitt](io - Corpos
de prova de
/ número de carbonetos duros. Por outro lado, aumentando o teor de carbono e de elementos
|||.?J^ de liga, mais difícil toma-se o recozimento do material para diminuir su dureza. Têm, pois, os
CD

V
"O \ especialistas um problema relativamente complexo para resolver na usinagem desses aços,
m :i-~ ' às veze, imprescindíveis, para a confecção das ferramentas e das matrizes necessárias.
/ \ \
T
//
3. Condições que permitem atingir os requisitos exigidos nos aços para ferramentas e
/ Torçãa
Arnost •as da •$$S« matrizes - Os requisitos ou característicos exigidos por esses tipos de aços, comprovam a

3,0 / SS;
S* sua complexidade e os problemas que os produtores e os usuários têm de enfrentar para
possibilitar o seu emprego nas melhores condições.
"ífr " 7 Em princípio, dois são os fatores que fundamentalmente possibilitam o atendimento das
150 200 2S0 000 350 400 450 500 •fêM exigências de qualidade dos aços considerados:
T e m p e r a t u r a d e revenido, ° C
;Ss- - composição química;
Fig. 138 - Comportamento d e aço quando s u b m e t i d o a ensaio para m e d i d a d e tenacidade por •yg:; - tratamento térmico.
c h o q u e e p o r torção em f u n ç ã o de temperatura de r e v e n i d o .

''€§, 3.1. Composição química - Os principais elementos de liga presentes nos aços para ferra-
2.6. Dureza a quente - Este é um característico altamente desejável e m certos aços para ?:í*íí mentas e matrizes são os seguintes: carbono, silício, manganês, cromo, vanádio, tungsténio,
ferramentas e matrizes, utilizados em altas temperaturas, devido ao calor das próprias condi- " ~ ! " molibdênio e cobalto. Sua ação é a seguinte:
ções de serviço ou ao que se desenvolve durante as operações de usinagem. A dureza a.
quente é propriedade q u e os aços podem apresentar de reter alta dureza a temperaturas - carbono - é o elemento essencial, pois é ele, por intermédio dos carbonetos que se
elevadas (da ordem de 6 0 0 " C para os aços rápidos). Os aços em q u e tal característico é formam, que confere dureza e resistência ao desgaste; seu teor é geralmente alto - em torno
fundamental são os "aços rápidos" e os "aços de matrizes para trabalho a quente"; essas são- do eutetóide ou acima - podendo atingir, em alguns casos, valores superiores a 2 % . E m
aplicações em que, além da alta dureza a temperaturas elevadas, é desejável alta resistên- | | f outros casos, desejam-se valores abaixo do eutetóide, q u a n d o os característicos de
cia ao desgaste a essas temperaturas, ao mesmo tempo que é imprescindível que sejam f j | | ; ductibilidade e tenacidade são mais importantes do que os de dureza e resistência ao des-
mantidas as formas e as dimensões das ferramentas e das matrizes. A composição química H f f gaste, por exemplo, em ferramentas sujeitas a golpes, como martelos, ferramentas de ferrei-
do aço é fator determinante desse característico, sendo os elementos responsáveis direta- 'fe certas matrizes, e t c ; nelas, o teor de carbono é, no máximo, de 0,60%/0,70%.
mente por essas propriedades, o tungsténio e m primeiro lugar, o molibdênio a seguir, o - silício - geralmente em teores baixos (0,10 a 0,30%), é adicionado como desoxidante;
cobalto, o cromo e o vanádio. como se dissolve na ferrita e tende a decompor os carbonetos, n u n c a é usado isoladamente
|||f: como elemento de liga, a não ser que se procure propositadamente a formação da grafita
2.7. Tamanho de grão - Geralmente é desejável um tamanho d e grão pequeno, ou. | | & (aços grafíticos); portanto, quando há necessidade de um teor de silício mais elevado, adici-
granulação fina, pois que esta se associa com característicos mecânicos superiores. Para os § £ v ona-se também elementos estabilizadores de carbonetos, tais como molibdênio e cromo;
aços-ferramenta, o tamanho de grão é determinado pela fratura, quando o material é que- >S1-- - • manganês - também desoxidante (até 0,5%) e dessulfurante. Em teores mais elevados,
brado numa condição de dureza de aproximadamente 55 Rockwell C. O material deve ser Sp!- melhora a temperabilidade apreciavelmente. O efeito do manganês neste sentido é tão gran-
suficientemente duro para romper intergranularmente. Se o aço apresentar-se em condições, ífH! de, que a adição de cerca de 1,60% de Mn em aço-carbono com 0,90%C, permite a têmpera

M
d e b a i x a d u r e z a , c o m o n o e s t a d o r e c o z i d o , e l e r o m p e r á a t r a v é s d o grão ou: . Sff? em óleo;
transgranularmente. Nessas condições, vários grãos podem combinar-se de modo a formar íHS' " cromo - adicionado principalmente para aumentar a temperabilidade, tomando, com o Mn,
uma face individual, dando a aparência de um único grão. O aço-carbono para ferramenta o aço temperável em óleo. Aumenta a resistência ao desgaste, porque aumenta a dureza.
constitui um exemplo de aço apresentando os dois tipos de fraturas da m e s m a peça. De fato, íÊt Devido sua ação simultânea na ferrita, q u e reforça, o aumento d a dureza é realizado s e m
e m certas dimensões, a peça endurecerá por t ê m p e r a na superfície até uma certa profundi- H|: prejudicar sensivelmente a ductilidade. O cromo é encontrado nos aços para ferramentas e
:

dade, e continuará mole no núcleo: a camada superficial romperá intergranularmente e_o t g s | matrizes, nos teores os mais variados, desde baixos até muito altos; 5 % de cromo, juntamente
n ú d e o transgrariuiarmeníe; assim, o tamanho de grão da camada superficial aparecerá pe- "íà;-com 1 % de molibdênio' compõem um aço com característicos de temperabilidade apreciá-
1775

queno e o núcieo grande, quando, de fato, a granulação é a mesma. . jiyg vel, endurecível ao ar, de muita utilidade para cartas matrizes. O cromo pode atingir teores de
Obtida a fratura, a mesma é comparada com o sistema de fraturas-padrão, desenvolvido fèf; 11,0% a 14,00%, com carbono também elevado (1,50% a 2,20%). Os aços correspondentes
por B. F. Shepherd, q u e relacionou a fratura de 1 a 10, correspondendo o n- 1 a mais ÍM'- P notável resistência ao desgaste e são temperáveis em óleo ou ao ar. Também nos
o s s u e r n

grosseira e a 10 a mais fina. Este ensaio é o chamado "P.F," (P de penetração e F de fratura). % | : aços rápidos, encontra-se cromo em tomo de 4 % - juntamente com tungsténio e vanádio - os
A determinação do tamanho de grão pelo ensaio d e fratura tem, entretanto, limitações, quais, nos mesmos, têm por objetivo aumentar a temperabilidade e a dureza a quente;
sobretudo nos aços de alto teor em liga, como nos aços rápidos e nos aços de alto carbono S íSÇ - vanádio - desoxidante e controlador do tamanho de grão. Forma carbonetos estáveis e
e de alto cromo; neles, os carbonetos podem ser tão grosseiros que quando o aço é quebra- melhora a temperabilidade dos aços. O principal efeito é impedir o crescimento do grão,

316 317
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

refinando-os. Os carbonetos que forma são muito estáveis, mesmo a temperaturas eleva- - os elementos de liga conferem maior resistência à abrasão à mesma dureza porque
das, o que resulta não só no impedimento do crescimento do grão, como também na melhora formam carbonetos duros, estáveis e resistentes ao desgaste, os quais são em maior quan-
da dureza a quente do aço. Sua adição nos aços-carbono para ferramentas não é geralmen- tidade, à medida que aumentam os teores de carbono e de elementos de liga;
te superior a 0,50%, normalmente 0,25%-0,35%. Sua ação nesses aços é refinar e uniformi- - os elementos de liga conferem maior tenacidade à mesma dureza, em seções menores,
zar o grão< . Como os carbonetos de vanádio não se dissolvem na austenita a temperatu-
178) porque conferem granulação mais fina, diminuem as tensões internas (devido a menores velo-
ras normais de tratamento térmico, eles constituem pontos de nucleação da periita. Portanto, cidades de resfriamento) e, além disso, ao permitir o emprego de maiores temperaturas de
o t a m a n h o de g r ã o m e n o r e as n u m e r o s a s p a r t í c u l a s d e c a r b o n e t o reduzem a revenido, sem prejudicara dureza final, aliviam de modo mais pronunciado as tensões internas;
temperabilidade do aço. Entretanto, se a temperatura de tratamento térmico for aumentada, - finalmente, os elementos de liga permitem a obtenção de maiores dureza e resistência a
os carbonetos de vanádio se dissolvem, resultando então em aumento da temperabilidade. temperaturas elevadas, devido à relutância dos carbonetos de liga coalescerem quando s u -
Assim sendo, quando há suficiente quantidade de carboneto de vanádio presente, esse jeitos às condições de serviços das ferramentas.
efeito pode ser combinado com a tendência das partículas de carboneto prevenirem cresci-
mento de grão, de modo a resultar em aços de granulação fina com simultâneos caracterís- A Tabela 75' > mostra os principais elementos de liga adicionados nos aços para ferra-
180

ticos de média a profunda temperabilidade. Assim, um aço para ferramenta contendo 1,00% mentas e matrizes, na sua ordem aproximada de potencialidade para conferir os caracterís-
de carbono e 0,40% a 0,50% de vanádio comumente usado para certas matrizes para traba-
,8*
• t i lho a frio pode ser temperado em água ou salmoura a partir de temperaturas de 790°C a
980°C' > sem perigo de aparecerem fissuras. Nos aços rápidos, o vanádio pode entrar em
17B
TABELA75
H a b i l i d a d e d o s e l e m e n t o s d e liga e m conferir c e r t o s c a r a c t e r í s t i c o s a o s
teores até 4,00-4,50%, sobretudo com o objetivo de melhorar a capacidade de corte e a aços para ferramentas e matrizes

dureza a quente, porque, como já se mencionou, os seus carbonetos são muito estáveis a Característicos E l e m e n t o s d e liga
altas temperaturas; Dureza a quente W, M o , Co (com W ou Mol), V, Cr, M n
- tungsténio - é essencialmente um formador de carbonetos, melhorando a dureza do aço a Resistência ao desgaste V, W, M o , Cr, Mn
temperatura ambiente. Em teores até cerca de 1,50%, em aços de alto carbono, melhora ligei- Profundidade d e endurecimento M n , M o , Cr, Si, Ni, V (a)
ramente a resistência ao desgaste. Até cerca de 4,00%, com aproximadamente 1,30% de car- Empenamento mínimo Mo (com Cr), Cr, Mn
bono, o aço já adquire apreciável resistência ao desgaste, a ponto de, no estado temperado, ser Tenacidade pelo refino de grão V, W, M o , M n , Cr
difícil de retificar. Tungsténio mais elevado - entre 12% e 20% - sobretudo juntamente com o (a) O vanádio fornece elevada profundidade de endurecimento se austenizado a temperatura suficiente-
cromo, confere a mais importante propriedade dos aços para ferramentas e matrizes: dureza a mente elevada p a r a dissolver o carboneto d e vanádio.
quente, isto é, capacidade de retenção da dureza até temperaturas da ordem de 600°C, propn-
edade de grande importância nas operações de corte a alta velocidade ou de conformação a ticos principais a esses aços.
altas temperaturas. Ainda que o tungsténio seja o elemento mais eficiente na "dureza a quente", 3.2 Tratamento térmico -Em todos os aços não comuns, o tratamento térmico constitui
a obtenção deste característico é mais efetiva quando se adiciona juntamente com o talvez a mais importante fase de fabricação, pois é ele que irá determinar a estrutura e as
tungsténio, molibdênio, cobalto, vanádio ou cromo, em combinação de dois, três ou mais des- propriedades finais, de acordo com as condições e as necessidades de serviço. Tal fato
ses elementos. Seu efeito explicar-se-ia pela formação de um carboneto complexo (Fe, W, Cr, cresce de importância nos aços para ferramentas e matrizes, devido às condições extrema-
V) C que precipita da martensita e subsequente coalesce muito lentamente a temperaturas
6 mente especiais de serviço e utilização desses materiais e devido, nos tipos altamente liga-
abaixo de 600°C, assim retendo a dureza do aço essas temperaturas' '. dos, à complexidade de sua composição química e estrutura.

I r
179

- cobalto - utilizado somente em alguns tipos de aços (certos aços rápidos); aumenta sua As temperaturas empregadas nos tratamentos térmicos dos aços para ferramentas e
dureza a quente, aparentemente devido ao seu efeito direto na resistência e dureza a quente matrizes abrangem a mais larga faixa, dentre todos os produtos metalúrgicos, desde t e m p e -

MB» :
da matriz do aço' '. Diminui a temperabilidade, mas esse efeito não é muito significativo nos
179

aços para ferramentas onde é adicionado, visto que, nos mesmos, os outros elementos
raturas subzero até temperaturas da ordem de 1.320°C. As mais elevadas são aplicadas nos
aços rápidos e tornam os aços suscetíveis de adquirirem granulação grosseira, a não ser que
existentes aumentam a temperabilidade de tal modo, a tomá-los endurecíveis ao ar. Os aços cuidados especiais sejam tomados. Essas elevadas temperaturas não podem ser evitadas
com cobalto são sujeitos à descarbonetação, de modo que precauções especiais são neces- porque é necessário garantir completa solução dos carbonetos complexos existentes nesses
sárias durante o seu aquecimento para o tratamento térmico; tipos de aços, no ferro gama. As precauções normais para evitar excessivo crescimento de
- molibdênio - dissoive-se na ferrita e tende também a formar carbonetos; contribui no grao consistem em dividir o aquecimento em duas etapas, a primeira das quais consiste n u m
sentido de melhorar a "dureza a quente", além de aumentar a resistência e a ductilidade. preaquecimento entre 700°C e 870°C. À s vezes, recomenda-se um duplo preaquecimento:
1BÍ Muito ativd no sentido de melhorar a temperabilidade. Seu uso mais importante é como
substituto parcial do tungsténio. A prática mostra que a metade da quantidade de molibdênio,
num primeiro forno entre 540°C e 650°C e num outro, entre 845°C e 870°C< ', havendo
finalmente a transferência ao forno à temperatura final de aquecimento.
181

em relação a do tungsténio, produz resultados comparáveis; por exemplo: 6 % Mo + 5% W Os açoa-carbono para ferramentas, principalmente com os mais elevados teores de car-
equivaleriam a cerca de 1 8 % de W. bono, são os mais difíceis para temperar, j á que os tempos de transferência à esquerda do
cotovelo das curvas TTT são os mais curtos. Por outro lado, esses aços, assim como a q u e -
Em resumo, como j á se sabe e especificamente no caso dos aços para ferramentas. les que possuem também molibdênio e cobalto são os que mostram maior tendência à
descarbonetação superficial. Sendo a descarbonetação mais prejudicial nesses aços do q u e
- os elementos de liga produzem menor empenamento durante a têmpera, pqrque aumen^ em outros tipos, é necessário que precauções j á conhecidas para evitar tal fenómeno sejam
tam a endurecibilidade dos aços e permitem o emprego de meios de resfriamento menos rigorosamente seguidas no seu tratamento térmico. A própria adoção do aquecimento e m
drásticos, o que se traduz em menores tensões de natureza térmica. Esse fato é importante duas etapas, contribui para diminuir a tendência à descarbonetação, pelo menor tempo q u e
no caso particular dos aços para ferramentas, devido às peças serem muitas vezes de natu- o material fica exposto às temperaturas mais elevadas.
reza complexa e com arestas finas; No que se refere ao resfriamento observa-se também nos aços para ferramentas e matri-

318 319
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços SARA FERRAMENTAS E MATRIZES

zes todas as velocidades comercialmente disponíveis de resfriamento, como salmoura, água, recalque, matrizes de rebarbação, matrizes para recorte de discos, punções e aplicações seme- ^
óleo, banho de sal, ar, etc. Do mesmo modo, a temperatura do meio de esfriamento pode variar lhantes. Estão também sujeitas a altas tensões e exigem, além de resistência ao desgaste, alta O
grandemente, desde as temperaturas dos meios mais drásticos como água e salmoura até as tenacidade. Exigências secundárias são segurança e mínimo empenamento na têmpera; r~N
temperaturas dos banhos de sal, que podem atingir 540°C s 590°C. N a têmpera, podem - ferramentas para usinagem, incluindo todas as ferramentas empregadas em máquinas
ocorrer deformações e são os aços-carbono para ferramentas os mais suscefíveis a esses operatrizes, as quais exigem alta dureza à temperatura ambiente e dureza a quente, além de ( )
fenómenos, devido à temperatura mais drástica a que são submetidos com o objetivo de obter resistência ao desgaste. Tenacidade é um característico secundário;
durezas mais altas. Nesses aços, a têmpera drástica origina ainda tensões internas muito - ferramentas para moldes, incluindo aplicações tais como moldes para plásticos, moldes O
elevadas, o que torna o revenido final uma operação muito importante. para fundição sob pressão de metais e ligas de zinco, alumínio e cobre e ferramentas para
A faixa de temperaturas de revenido nos aços para ferramentas e matrizes é muito extensa. ' metalurgia do pó (compactação), briquetagem de tijolos e de materiais cerâmicos;
Os aços-carbono ou contendo baixo teores de elementos de liga são frequentemente revenidos - aplicações miscelâneas, onde s e exige alta resistência ao desgaste, como discos para
a temperaturas relativamente baixas, da ordem de 120°C a 350°C, ao passo que os aços rápidos máquinas de moldar por projeção centrífuga de areia e discos de esmeris, ou alta tenacida-
e os aços para trabalho a quente podem ser revenidos a temperaturas muito elevadas da ordem de, como peças de percussão, ou alta dureza, como calibres, e t c '
de 600°C ou 650°C. Por outro lado, é frequente, em certos tipos desses aços, a necessidade de
mais de um revenido, sobretudo naqueles aços em que, após a têmpera, a estrutura consiste em Para selecionar um aço para ferramenta deve-se considerar, portanto, as aplicações para {
martensita tetragonal altamente ligada, austenita retida igualmente ligada a carbonetos comple- as quais as ferramentas são destinadas e, para cada caso, as propriedades de maior ou 1"
xos não dissolvidos. Esses aços no estado temperado são extremamente duros, frágeis, em menor importância.
estado de elevadas tensões e muito instáveis. O revenido múftiplo alivia as tensões internas, a Para a maioria das aplicações, os característicos de maior importância são resistência ao >
fragilidade e a instabilidade sem prejudicar a dureza. Durante o aquecimento para esse revenido, desgaste, tenacidade e dureza a quente. v ,
o aço desenvolve a "dureza secundária", da mesma ordem de grandeza que a dureza original no Outras propriedades, como dureza de trabalho (relacionada com o limite de escoamento í
estado temperado.Convêm obsen/ar ainda que o revenido dos aços para ferramentas e matrizes ou limite de elasticidade do aço), profundidade de endurecimento (relacionado com o carac-
é comumente realizado logo após a têmpera, para permitir o alívio imediato das tensões internas, terístico de tensões internas do aço) e tamanho de grão são considerados de menor impor- Q
que são muito elevadas na maioria desses aços no estado temperado. Finalmenie, o revenido tância para certas aplicações, mas para outros podem ser relevantes.
pode ser realizado em fomos com circulação forçada de ar, ou em banhos de sal ou de chumbo. Para facilitar a seleção de cada aço destinado a uma aplicação determinada, estabele-
Maiores pormenores sobre o tratamento térmico dos aços para ferramentas e matrizes ceu-se um sistema numérico de 1 (baixo) a 9 (alto) que permite qualificar o aço em função
serão abordados quando da sua descrição. dos característicos considerados de maior importância, ou seja resistência ao desgaste,
tenacidade e dureza a quente.
4. Classificação e seleção dos aços para ferramentas e matrizes Os característicos de menor importância (relativa) são relacionados em números corres-
De acordo com o "American Iron and Steel Institute AIS!", os aços para ferramentas e pondentes à dureza Rockwell C, tamanho de grão Shepherd e profundidade de endurecimen-
matrizes podem ser classificados em sete categorias principais : 11821 to, neste caso utilizando as letras S ("shallow" = pouco profunda), M ("médium" = profundida-
de média) e D ("deep" - grande profundidade).
- Aços temperáveis em água, identificados pela letra W; A Tabela 76< > indica, em função dos fatos acima expostos, o primeiro passo para a
la3

- Aços resistentes ao choque, identificados pela letra S; seleção de aços para ferramentas e matrizes.
- Aços-ferramenta para moldes, identificados pela letra P;
- Aços-ferramenta para fins especiais identificados pelas letras L e F ou sem identificação. 5. Aços temperáveis em água (Tabela 77) -Apresentam o carbono como o principal elemen-
Estes aços podem ser sub-divididos nos seguintes grupos: to de liga. Constituem, por assim dizer, o ponto de partida ou a base na escolha dos aços para
- aços-ferramenta "matriz"; ferramentas e matrizes. A não ser que se exijam os requisitos "maior resistência ao desgaste",
- aços ao tungsténio para acabamento; "maior tenacidade", "maior temperabilidade" e "dureza a quente", esses aços, ao carbono sim-
- aços de alto carbono e baixo teor em liga; plesmente, ou com pequenas adições de cromo e vanádio, são plenamente satisfatórios e são,
- aços semi-rápidos; sobretudo de menor custo. Como o carbono à medida que aumenta, melhora a dureza e a
- aços grafíticos; resistência ao desgaste do aço, mas diminui a sua tenacidade, a sua escolha apropriada de-
- Aços-ferramenta para trabalho a frio, identificados pelas letras O, A, D; penderá das condições de serviço. Geralmente, os diversos tipos são classificados pela por-
- Aços-ferramenta para trabalho a quente, identificados pela letra H; centagem de carbono e, de acordo com o teor desse elemento, pode-se estabelecer uma esca-
- Aços rápidos, identificados pelas letras T e M. la, como se vê abaixo, correspondendo à tenacidade e à dureza do aço.
0,50% C - simplesmente tenaz;
As aplicações podem ser agrupadas em cinco tipos básicos de operação: 0,60% C - muito tenaz, com característicos adequados para têmpera e revenido; resisten-
te ao choque;
- ferramentas de conformação, a quente ou a frio, incluindo apficações tais como blocos s 0,70% C - tenacidade excelente e gume cortante; resistente ao choque;
insertos de matrizes, ferramentas para forjamento a quente, ferramentas para prensagem e 0,80% C - gume cortante satisfatório aliado a boa tenacidade;
estampagem profunda, matrizes e punções para recalque a frio, ferramentas para extrusão e 1,00% C - gume cortante e tenacidade aproximadamente idênticos;
aplicações semelhantes. Devido ao fato deles serem expostos a elevadas tensões por curtos 1,20% C - grande dureza aliada a certa tenacidade;
períodos de tempo durante a operação, seus característicos principais devem ser, além da 1,30% C - grande dureza no gume cortante; a tenacidade é menos importante;
resistência ao desgaste, tenacidade e usinabilidade. As aplicações em sen/iço de conforma- 1,40% C - o primeiro requisito é grande dureza no gume cortante; a tenacidade é secundária.
ção a quente, devem caracterizar-se igualmente por dureza a quente; Assim sendo, as aplicações dos vários tipos de aço-carbono para ferramentas e matrizes
- ferramenta de corte, incluindo lâminas de tesoura, matrizes de corte em forjamento e são as seguintes ':
1184

320 321
Aços s FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

- aços com carbono até 0,75% - martelos, ferramentas de ferreiro, matrizes p a r a - aços com carbono de 0,90% a 1,10% - frezas, m a n d r i s , matrizes para c o r t e ,
forjamento a quente em matriz, etc. - ou seja, empregos onde se exige grande tenacidade ernbutimento, estiramento, lâminas de faca, limas, etc. ou seja, aplicações em que é essert-
aliada a conveniente dureza, além de alta resistência ao choque; •cial gume cortante de grande dureza, além de boa resistência ao desgaste;
- após com carbono de 0,75% a 0,90% - formões, punções, ferramentas pneumáticas, - aços com carbono de 1,10% a 1,40% - ferramentas de t o m o s , plainas, broc as ,
lâminas de tesoura, matrizes para estampagem profunda, matrizes para forjamento rotativo',, alargadores, matrizes para estiramento; para trabalho em madeira, navalhas, etc. - o u seja,
etc. - ou seja, emprego onde se exige superfície dura com considerável tenacidade, além de empregos em que se exige gume cortante de máxima dureza e máxima durabilidade, além de
certa resistência ao desgaste e boa resistência ao choque; alta resistência ao desgaste.
A introdução de pequena quantidade de vanádio contribui para obtenção de granulação fina e
T A B E L A 76 prevenção contra crescimento do grão se o aço for superaquecido. O vanádio, portanto, melhora a
P r i m e i r o p a s s o para a s e l e ç ã o d o s a ç o s para f e r r a m e n t a s e m a t r i z e s 'tenacidade e os aços carbono-vanádio são recomendados para os casos em que se deseja máxi-
... ma tenacidade. A introdução de cromo, também em baixos teores, aumenta ligeiramente a profun-
Requisitos Caractensticos desejados
didade de endurecimento e melhora levemente a resistência ao desgaste. Cromo e vanádio, intro-
Natureza do Requisitos secundários Condições de Resistên- Tenaci- Dureza Grupo potencial :

cia ao dade a quente Classe do aço duzidos simultaneamente em baixos teores, melhoram anda mais a temperabilidade do aço.
serviço principais (podem ser serviço
necessários) desgaste Afigura 1 3 9
(185)mostra a curva T T T de um aço-carbono com 1 % de carbono. Verifíca-se
Resistência Facilidade Cortes leves, que tais aços devem ser esfriados muito rapidamente - em água - na têmpera-, para adquiri-
Usinagem
desgaste; de retificar baixas 4a8 1 a3 1 a6 100,340,600 rem a estrutura martensítica.
resistência Tenacidade velocidades A pequena profundidade de endurecimento que caracteriza esses aços - ao carbono e ao
ao amoleci- Cortes pesa- carbono-vanádio - para ferramentas é, de certo modo, uma vantagem, pois quando tempera-
mento pelo dades, altas dos em secções com mais de 1/2" de diâmetro, eles apresentarão uma camada superficial
calor velocidades 7a9 1 a3 8a9 600 ; dura com um núcleo mole e tenaz. Por outro lado, a necessidade de temperá-los em água,
Corte Resistência Segurança Pedaço fino; toma-os mais suscetíveis de empenamento ou fissuração, de modo que deve ser evitada a
ao desgas- e pequeno percurso curto 4a6 1 a7 (a) 100,410,420 fabricação, a partir desses aços, de peças com formas relativamente complexas ou apresen-
te; tenaci- empena- Pedaço espesso tando rasgos de chavetas, orifícios, cantos muito vivos, etc. Outra desvantagem é que as ferra-
dade mento na percurso longo 6a9 1 a7 (a) 420,430 440 mentas confeccionadas com esses aços temperáveis em água, se excessivamente aquecidas
têmpera Pedaço pesado; 600
quando em serviço, amolecerão mais ou menos rapidamente, perdendo o seu gume cortante.
percurso curto 2a4 7a9 (a)
Pedaço pesado; 100, 310, 520 ;
percurso longo 3a5 7a9 (a)
320, 520
Conformação Resistência Usinabilida- A frio; percurso
ao desgaste de e tenaci- curto 4a6 1 a7 (a) 100, 410, 420
dade A frio, percurso
1 a4 430,440, 600 600
longo 7a9 (a)
A quente, per-
curso curto 3a6 6a9 Sa7 100,211,230,
520, 530
A quente, per-
curso longo 4a6 6a9 7a9 530, 540

Estiramento Resistência Pequeno Percurso curto 4a6 1 a7 (a) 100,410,420


ao desgaste empena-
mento na
têmpera Percurso longo 7a9 1 a4 (a) 340, 430
440,600

Extrusão Resistência A frio 4a9 1 a7 (a) 100, 340,400


ao amoleci- 540, 600,500
mento pelo
calor, tena- A quente 3a6 6a9 5a7 500
cidade e Tempo, escala logarítima
resistência
ao desgaste Figura 1 3 9 - C u r v a e m C p a r a a ç o - f e r r a m e n t a c o m 1%decarbono.
Laminação Resistência Percurso curto 4a6 1a7 (a) 100, 410,420
ao desgaste Percurso longo 7a9 1 a4 (a) 340, 430, 5.1. Tratamentos térmicos dos aços temperáveis em água - Esses aços, sendo os mais
440,600 simples dentre os aços para ferramentas são os mais fáceis de processar, inclusive no que
Percussão Tenacidade Resistência Percurso curto 2a4 7a9 (a) 100, 310,320 diz respeito aos seus tratamentos térmicos.
ao desgaste A Tabela 78< > mostra as temperaturas empregadas nos diversos tratamentos térmicos.
1as

(a) Importante s o m e n t e no trabalho a quente, como nos exemplos de c onf orm aç ão, extrusão ou Inclui-se ainda na Tabela a dureza usual de trabalho e a dureza superficial após a têmpera.
usinagem. I Não está indicada a prática de normalização a qual, embora não seja absolutamente

322 323
Aços E FERROS FUNDIDOS .Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

T A B E L A 78
T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o s t é r m i c o s e d u r e z a s d e a ç o s t e m p e r á v e i s em á g u a

o) • } o: O)
Dureza T e m p e r a t u r a d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
D u r e z a de
trabalho superfiaai
Tipo AIS! usual no estado Meio de Revenido
RC temperado Recozimento Têmpera resfria-
(faixa)
RC mento

110 W1 58a6S 65a67 738/788 760/843 água 149/343


120 W2 58 a 65 65 a 6 7 738/788 760/843 água 149/343
'121 W3 58 a 65 65 a 6 7 738/788 760/843 água 149/343
122 58 a 65 65 a 67 738/788 760/S43 água 149/343
"f 130 58a65 65 a 67 738/788 760/843 água 149/343
ctí ctí ctj CO 131 W4 58 a 65 65 a 6 7 738/788 760/843 água 149/343
c o c o co
132 W5 58 a 65 65 a 67 738/788 760/843 água 149/343
133 W4 58 a 65 65 a 67 738/788 760/843 água 149/343
140 W7 5 8 a 65 65 a 67 738/788 760/843 água 149/343

N t-~ l~- N f-
cu co ca CTJ t d '
necessária, é conveniente após o forjamento e antes do recozimento, de modo a produzir
co c o c o c o c o co c o
uma estrutura mais uniforme. A normalização é realizada a u m a temperatura ligeiramente
acima da linha A ^ (o diagrama de equilíbrio destes tipos de aços não difere do diagrama de
equilíbrio apresentado na figura n- 3, no primeiro capítulo desta obra).
A estrutura que resulta da normalização é predominantemente perlítioa, de baixa dureza,
ttíaJctj-2 (fl tfl tfl nj o nJ
com alguma tendência de apresentar cementita nos contornos dos grãos, se o teor de carbo-
c c c c c c
ai <D ta ÍD a ) CD 03 CU
3 3
CD (D o
3 3 n 3
5 0 no for superior a 0,9 ou 1,0%.
" J D O 3 cr o CT i-r-
a* 3cr =3 cr cr
í-r cr tz r-r
j~r- «i*
0 recozimento, cuja faixa de temperaturas está indicada na Tabela 78, objetiva reduzir a
(D CD CU COtB (D CD Q5 Ctl
D . CL C L "r^ CL CL a a o
dureza, facilitando a usinagem, aliviar as tensões que tenham sido introduzidas por confor-
mação mecânica e produzir uma estrutura mais adequada para a têmpera.
UJ $ 5 -
—-w - Como se v ê pela Tabela 78, a temperatura de recozimento é sempre inferior à de norma-
m 2
LU lização e nunca superior a 800°C.
= 5
5 o CO Para reduzir a tendência à oxidação ou descarbonetação, convêm colocar as ferramen-
tas em caixas contendo uma substância inerte, como areia seca ou tratadas em fomos de
atmosfera controlada. O empacotamento assegura uma velocidade de resfriamento lento a
£ £ £ IO O IO
W IO CM partir da temperatura de recozimento. O tempo à temperatura depende da espessura das
IO IO IO ' a" o" a" peças: até 2,5 cm de secção, são suficientes 15 minutos à temperatura de recozimento; uma
peça com cerca de 20 cm de secção exige cerca de 2 a 2-1/2 horas de permanência à
temperatura. O resfriamento deve ser lento, com uma velocidade máxima de 28°C/h até a
temperatura de 538°C, a partir da qual o resfriamento pode ser acelerado.
o o o o A importância do controle da velocidade de resfriamento reside no fato de que se deve evitar a
formação de rendilhado de cementita nos contornos de grão da perlita resultante e procurar obter-se
w roto o uma distribuição de carboneto fino típico dariniCToestruturaesferoidita ou uma estrutura mista lamentar
CM W W N
S. e esferoidal. Ambas essas estruturas são favoráveis para a usinagem e para a têmpera posterior.
o" o" o" o"
ATabela 78 mostra a faixa de temperaturas para a têmpera. Pela mesma, verifica-se que
as temperaturas empregadas são superiores às da linha de transformação A,, mas bem
inferiores às da linha A , o que revela que, antes da têmpera, as microestruturas dos aços
m

de alto carbono consistem de austenita e carboneto residual. O resfriamento após o aqueci-


mento deve ser muito rápido, em água ou salmoura para ter-se a quantidade suficiente de
martensita (ver a curva em C, figura 139). Não há transformação total da austenita e m
. T f IO -3- martensita, isto é, forma-se também periita, sobretudo em direção ao núcleo das peças e,
S33 além disso, a zona temperada apresenta certa quantidade de carboneto que não se dissol-
veu na temperatura de austenitização e certa quantidade de austenita retida. A quantidade
desta austenita retida influi nas propriedades do aço, sobretudo n a dureza no estado tempe-
rado e na estabilidade dimensional.
Na realidade, os aços-ferramenta simplesmente ao carbono, ainda que este seja eleva-
do, não apresentam temperabilidade suficiente para endurecê-los completamente, mesmo

324 325
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços EARA FERRAMENTAS E NIATRIZES

em secções relativamente moderadas, de modo que a adição de cromo, vanádio ou f j '• 6 Suas principais aplicações são feitas em punções e matrizes, além das ferramentas
ambos esses elementos, ainda que em baixos teores, assegura uma maior profundidade de ' gspecificamente operando em serviço e m condições de choque. A adição de silício, e m
endurecimento, permitindo a confecção de ferramentas de maiores dimensões. teores que o t o m a m um elemento de liga, produz os seguintes efeitos' ': 189

A operação final é o revenido, com ampla faixa de temperaturas, como a Tabela 78 mostra *
dependendo a sua escolha da dureza final desejada. O revenido, como se sabe, corrige o exces- ''. - eleva a temperatura critica do aço, o que exige para a têmpera temperaturas mais eleva-
so de dureza da têmpera e alivia as tensões provocadas pelo resfriamento drástico em água ou das (Tabela 81);
salmoura. No revenido entre 230°C e 290°C nota-se uma brusca queda da tenacidade, revelada ~ - promove a endurecibilidade, ao deslocar as curvas em C para a direita (figura n 140); 2

por ensaio de choque por torção. Essa propriedade volta, entretanto, a melhorar a temperaturas' ^ contudo, o silício não rebaixa a temperatura Mi;
mais elevadas. Durante muito tempo, esse fenómeno tem sido atribuído a uma decomposição de S - retarda o amolecimento durante o revenido;
austenita retida ou a uma coagulação de partículas de carboneto a um determinado tamanho "S - tende a provocar descarbonetação mais rápida do aço, quando aquecido ao ar;
crítico' '. Estudos mais recentes atribuem o fenómeno, chamado de "fragilidade a 260°C" à for- -1
187 - confere ao aço tendência crescente à formação de carbono livre (grafitização).
mação de películas de cementita nos contornos de grão de cementita. ;íí=
T A B E L A 80
TABELA 79 A ç o s para . f e r r a m e n t a r e s i s t e n t e s ao c h o q u e
V a n t a g e n s , d e s v a n t a g e n s e a p l i c a ç õ e s t í p i c a s de a ç o - c a r b o n o p á r a f e r r a m e n t a s
C o m p o s i ç ã o química n o m i n a l , % C a r a c t e r í s t i c o s gerais
Vantagens Desvantagens A p l i c a ç õ e s típicas
Profundi- Tena- Resis- Dureza U s i n a -
Boa usinabilidade Dureza a quente muito baixa Machos d e tarraxas Tipo AISI C Mn Si Cr V Mo dade e n - cidade tência a quen- bilida-
Cossinetes dureci- ao ao te
Brocas helicoidais mento desgaste desgaste
Gume cortante agudo Suscetibilidade à fissura Limas
310 S2 0,50 0,40 1,00 0,20 0,50 média 8 2 2 8
no tratamento térmico, q u a n - Alargadores manuais
311 0,65 0,50 1,00 0,20 0,50 média 7 3 2 8
Tratamento térmico fácil do se exige na p e ç a m u d a n ç a s Escareadores de tubos
312 S4 0,55 0,80 2,00 0,25 0,20 ... média 8 2 2 8
drásticas de d i m e n s ã o Escareadores ajustáveis
313 S5 0,55 0,80 2,00 0,25 0,20 (a) média 8 2 3 8
Serras d e fita
314 S6 0,45 1,40 2,25 1,50 0,30 0,40 média 8 2 3 8
Dureza superficial e l e v a d a ' Baixa capacidade d e manter Frezas p a r a acabamento espe-
315 0,45 0,90 2,00 0,25 0,25 1,20 média 8 2 4 8
com núcleo de tenacidade estabilidade dimensional d u - cial
Os tipos mais importantes são 310 e 313; n o s tipos 3 1 2 , 3 1 3 e 315, o c r o m o é opcional; nos tipos 3 1 0 ,
satisfatória rante o tratamento térmico Talhadeiras, cinzéis e formões
311,312,313 e 3 1 5 , o vanádio é opcional, (a) Mo varia de 0,20 a 1,35%.
manuais

-
O tratamento térmico dos aços temperáveis em água de baixo teor em liga (com vanádio,
cromo, ou cromo-vanádio) não difere essencialmente do tratamento térmico dos aços sim-
plesmente ao carbono, como se pode notar pelo exame da Tabela 78. 29f ÍC

4flC
5.2 Aplicações dos aços temperáveis em água - A tabela 7 9 ' ' resume as vantagens, as 188

desvantagens e aplicações típicas de aços-carbono para ferramentas.


As ferramentas confeccionadas com esses aços, a rigor, não apresentam quaisquer limi-
tações de forma, porque podem ser, de modo relativamente fácil, conformadas por usinagem,
retificação ou outro método similar. Uma precaução a tomar, na operação de retificação final,,
depois da têmpera, é evitar que a ferramenta fique danificada pelo calor desenvolvido nessa £ TernoaBdc 0
CD
operação, visto que o aço-carbono amolece entre as temperaturas de 2 0 0 C a 260°C. P CL emólac -6 0 ic
De qualquer modo, as razões pelas quais os aços carbono ainda desempenham um papel t10%
importante na indústria de ferramentas são, entre outras, as seguintes: 1
95%
( 1 1
- custo mais baixo que os outros materiais para ferramentas;
- disponibilidade mais fácil; M
- usinabilidade melhor; I
(,
70"
- maior facilidade de têmpera, à dureza máxima, pois não exigem temperaturas excessi- I I
95% -
vamente elevadas, como os aços rápidos e utilizam um meio de resfriamento simples e de
grande disponibilidade (água), que permite atingir dureza da ordem de 65 Rockwell C; 99"%,
- menor suscetibilidade à descarbonetação que qualquer outro aço para ferramenta;
- soldabilidade maior que a de qualquer outro aço para ferramenta.

6. Aços resistentes ao choque - O principal grupo desses aços está representado na SEGUNDOS MINUTOS HORAS
Tabela SO' '. Como s e vê, são aços ao silício, de 1,00 a 2,25%. Possuem, além de alta
183
Figura 140 - Diagrama de transformação isotérmica para aço tipo 3 1 4 com 0,43% C, 1,35% M n ,
resistência ao choque, boa resistência à fadiga e ao desgaste. 2 , 2 5 % Si, 1,35% Cr, 0 , 4 0 % Mo e O,30% V, austenitlzado a 927°C.

326 : 327
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

N a realidade, como o teor de carbono nesses aços é relativamente baixo, essa tendência
de grafitização não é importante. Além disso, a presença de molibdênio - elemento formador
de carbono - contribui para prevenir o fenómeno. co eo ao ca co oo

A Tabela 8 1 ' indica as temperaturas recomendadas de recozimento, têmpera e revenido


( 1 8 9

No recozimento, o resfriamento é feito no forno a uma velocidade de 27°C a 28°C por


hora, de modo a resultar numa dureza entre 183 a 228 Brinell' '. Na ausência de um forno 189
•o io m i o co
com atmosfera controlada, o material pode ser colocado em caixa envolto numa mistura de
carvão vegetal e uma substância inerte, como areia, cal, ou mica ou ainda cavaco de ferro
fundido limpo. O recozimento é praticado nesses aços, sempre após o forjamento.
As temperaturas de têmpera e os meios de resfriamento estão indicados na Tabela 8 1 .
~ CO O) - t ^ - " T cg
C o m o a endurecibilidade desses aços é média, na maioria dos casos emprega-se um meio
a) o tu
de resfriamento mais brando, como o óleo.

T A B E L A 81
T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o e durezas d o s a ç o s p a r a f e r r a m e n t a s r e s i s t e n t e s ao c h o q u e
CO CQ CO N CO CO
Dureza de Dureza s u - T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o , C
4

trabalho perficial no
Tipo AISI usual estado Recozi- Têmpera Meio de res- Revenido
temperado mento friamento (faixa)
RC RC
1* s b
Çd _Cfl TO 03 Cri CD"
T J T 3 T 3 T J TJ
CQ
"D
(O

310 S2 50 a 60 61 a 63 760/788 843/900 água 149/427 Ht3 *CD '00 *íD *<D KD MD HD
311 50 a 60 61 a 63 788/843 871/900 óleo 149/427
2 o ? E E E E E E EE
312 S4 5 0 a 60 58 a 63 760/802 871/954 á g u a , óleo 149/427
313 S5 50 a 60 61 a 63 760/802 871/927 óleo 149/427
314 S6 5 0 a 60 56 a 58 788/845 913/9.54 óleo 149/427
315 50 a 80 58 a 63 788/815 843/900 óleo 149/427

A faixa de temperaturas de revenido é ampla. Os aços dos tipos S resistem ao revenido


mais do que os aços carbono, ou seja, eles apresentam uma queda de dureza mais lenta, até UJ
CM CM CM CM T -
atingir-se as temperaturas de 315°C a 370°C, porque, de acordo com estudos de OWEN' ',. 190

a presença de silício exige temperaturas de revenido muito elevadas para que ocorra o tercei- í °-

ro estágio da transformação da martensita.

6.1. Aplicações dos aços resistenies ao choque ao silício - A aplicação desses aços é
muito diversificada. Deve-se levar em conta nessas aplicações, os seguintes pontos '. 1189

- o tipo 310 (S2) é ligeiramente mais tenaz que o 312 (S4), mas de menor resistência ao
desgaste; esses aços estão sujeitos a mudanças dimensionais na têmpera relativamente gran-
des, o que aconselha a não empregar-se tais aços onde é necessária a garantia de formas e
dimensões precisas durante a têmpera. Esses tipos 310 e 312 são empregados em talhadeiras "> T~ O O
manuais ou pneumáticas, punções, contra-rebites, matrizes de rebarbação, matrizes para
-az' m forjamento rotativo, lâminas de tesoura, chaves inglesas, garras e matrizes de cunhagem;
- o tipo 311 possui menor tenacidade que os anteriores, mas maior resistência ao desgas-
m m
o o o o o
te, em vista do maior teor de carbono; assim, ele é empregado como uma opção para os
tipos de menor teor de carbono sem grande resistência ao desgaste ou para os tipos de
maior teor de carbono, sem suficiente tenacidade;
o o a a o o
- os outros tipos 313 (S5), 314 (S6) e 315 possuem maior endurecimento, de modo que
sua aplicação é recomendada em peças de maiores dimensões, como grandes talhadeiras,
lâminas de corte e matrizes.
o o o o o o
Outros aços para ferramentas que podem ser classificados como resistentes ao desgas-
te estão agrupados nas Tabelas 82 > e 83' >.
< T- T - T - • CO
(191 192

A Tabela 82 mostra os tipos de 320 e 325, empregados não só e m talhadeiras, mas


' ifHi»"^! igualmente em aplicações de conformação a quente. Possuem valores razoáveis de resis-
tência ao choque e resistência ao desgaste, devido à presença de tungsténio. O - i - CM CO Tfr i o
CM CM-CM CM 04 CM
O 1-
CO CO
CO CO
Os tipos 330 e 331 s ã o aços que podem ser colocados em serviço apenas no estado CO CO CQ CO CO CO

328 , • 329
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

T A B E L A 84
T r a t a m e n t o s t é r m i c o s e durezas d e a ç o s - f e r r a m e n t a r e s i s t e n t e s a o c h o q u e para t a l h a d e i r a s
o o m c í r a i D c o o o c o c o c o c o N N h h
Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
D u r e z a de superficial
Tipo AISI trabalho no e s t a d o Meio de Revenido
Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
RC
W W W ^ W W W W C Ã l C Q C O C M W W l N W
320 S1 50 a 58 55 a 58 788/815 899/982 óleo 260/649
321 S1 50 a 58 55 a 58 788/815 899/982 óleo 260/649
322 S1 50 a 58 55 a 58 774/829 899/954 óleo 260/649
323 50 a 58 65 a 61 774/815 899/954 água, óleo 260/649
324 S3 50 a 58 54 a 58 788/815 815/871 água 260/649
•5 " S. co cd a j Tf- C M W C O C O C M - T - C M C M C M C M
CM CO 325 50 a 5 8 55 a 58 788/815 885/941 óleo 260/649
330 50 a 55 53 a 55 760/788 815/1093 água, óleo

-
331 50 a 55 53 a 55 760/788 815/1093 água, óleo

T A B E L A 85
1? Tratamentos t é r m i c o s e durezas d o s a ç o s - f e r r a m e n t a r e s i s t e n t e s a o c h o q u e (de baixo teor e m l i g a )
D)

Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
w D u r e z a d e superficial-
o
c Tipo AISI trabalho no e s t a d o Melo de Revenido
c d c t i o j c t i c d c d c f l c f l c t i c t i c O c ú c n ctí cd ca cQ Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
£ ^ ^ y U s D M D ^ ^ S D ^ ^ K D - a J M l J S U v D - O ^ ^ a j ^ K D - í B S U
Cl) RC
E E E E E E E E Ê Ê E E E E E E E E E E Ê E
£ 210 L1 56 a 63 58 a 67 774/802 788/843 água, óleo 177/315
CD
L- 211 L2.L3 45 a 63 58 a 67 760/815 760/815 água, óleo 177/538
O
O O O O O L O O O O L O O
0> ^ • t l f J ( D N C 4 Í - Í O S CM I O 212 L7 56 a 64 58 a 67 788/815 815/871 óleo 177/315
CO o T - " r-" T - " o T c D - r ^ - r - ^ - r - " C\ CO" ^ *
1

213 56 a 64 58 a 67 802/857 815/871 óleo 177/315


CO X
'w
J3
LU CD 220 L2 4 5 a 60 54 a 61 788/829 788/927 água.óleo 177/538
CD "O • O O LO O O

< : LO
o o o a o o o
221
222
L2 45 a 62
50 a 62
56 a 62
58 a 63
788/829
788/815
802/885
843/899
água.óleo
óleo
177/593
O"
149/538
o 223 50 a 62 58 a 63 774/815 788/843 óleo 149/538
-C
o 224 40 a 62 58 a 63 774/815 788/843 óleo 149/538
o
(0
V)
: o o CM : : : : : : : LO LO 225 4 5 a 55 56 a 63 788/843 829/899 óleo 149/538
CD
226 35 a 50 56 a 63 774/802 899/1010 óleo 149/538
c
4)
CM CM 230 45 a 62 58 a 63 760/788 802/815 óleo 177/538
« o
M
- O
TJ-
LO ~ " o LO
r-. r- r- ^
O LO O LO LO
CO h
O O O O
; I O CD CD o
O <
t • 231 45 a 62 58 a 63 760/788 802/815 óleo 177/538
o" o" " O" O" O O" O* O" •
Ifí 232 L6 45 a 62 58 a 63 760/788 760/788 óleo 177/538
o
< L O L O L O O L O I O L O L O L O O L O L O L O L O O O L O L O O
233
234
45 a 62
45 a 62
58 a 63
58 a 63
760/788
760/788
802/815
802/843
óleo
óleo
177/538
177/538
C M C M C O C O C M C M C M C M C M C O O J C M C M C M ^
o" o" o" T - " o" o" o" o" o" o o" o" o" o" a" o" o" o" o"
240 35 a 20 54 a 61 829/857 815/857 óleo 177/538
241 40 a 60 58 a 63 774/802 774/843 óleo 177/538
• L O O O O O L O O L O O
c M c o c o N í D c o c n c o c o 242 40 a 60 58 a 63 760/802 774/829 óleo 177/538
O" r O O d " O" O" O" O"
- o o o o o o o o o o o
243 ... 40 a 60 58 a 63 760/802 815/871 óleo, ar 177/538
244 40 a 60 58 a 63 760/802 815/871 óleo, ar 177/538
LO LO
CO CD 245 35 a 60 5 4 a 61 788/843 815/899 ar 177/538
o o O r - T r - r L O O L O L O L O O O O l O O O L O L O L O O i
O ^ y i f l i O i O ^ t f C D O N N N ^ l O l O l O C O '
T~* ^ o" o~ o" CD o" o o" o" o" o" o~ o" o" o~ o
o" o temperado, s e m necessidade de revenido, apresentando n e s s a s condições s u f i c i e n t e
tenacidade.
^3 Podem ser empregados em talhadeiras, punções, matrizes e lâminas de tesoura. Esses
< — 1 Cj
aços 330 e 331 t ê m , contudo, um emprego limitado, tendo sido substituídos pelos tipos resis-
tentes ao choque ao silício ou ao tungsténio.
o W C O O T - W O ^ - I O t D O - r - N O ^ O r - C M C O t
O. As Tabelas 8 4 ( 1 9 1 ) e 85 (1S2) indicam as temperaturas recomendadas de tratamento térmico
F para esses dois grupos de aços.

330 331
A ç o s E FERROS FUNDIDOS
Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES c.
7. Aços-ferramenta para moldes - Estes aços estão representados na Tabela 8 6 ' ' . Os
c
c
133

pertencentes aos tipos 370 a 376 (AISI P1 a P6) caracterizam-se por baixo teor de carbono e

•3 2
Z3
J>, J>. f-, h, CO LO IO co N (O W ^ ^ . a presença, em porcentagens variáveis, de diversos elementos de liga. Esses aços somente
apresentam resistência ao desgaste necessária para as aplicações a que se destinam, após c
tratamento termo-químíco de cementaçao.
C":
Depois de cementado, o tipo 370 ( P i ) apresenta uma resistência ao desgaste semelhante
ca
T"
cd cd cd cd
0 4 * CM* CM* C O
cd
^
cd
•«*• CM CM C O
~=t LO <D co
a dos aços-carbono simples para ferramentas tipo 110, enquanto o tipo 376 (P4) cementado
possui uma resistência ao desgaste próxima da do aço para trabalho a frio temperável ao ar
c
tipo 420 (A2). c
2 'S
CD (0
cd cd ca ca ca co cd ^ ^ ^ T - CM CO LO
O tipo 370 (P1) é o mais fácil de ser conformado. A presença de vanádio nesse aço tende
a produzir u m a camada cementada de granulação fina. c
Os outros tipos, de 371 a 376, ainda são facilmente conformáveis (embora menos que o
tipo 370). A presença de elementos de liga tende a aumentar a sua endurecibilidade, a qual o
cresce à medida que se caminha para o tipo 376.
Os tipos utilizados em cavidades usinadas (380 a 386) são de média profundidade de
c
o
CO N 00 C D C O C O L O
O) C35 CD CD CD O) O)
endurecimento, com exceção do tipo 383 (P21) que endurece mais profundamente. Este tipo
possui ainda o característico de ser um aço endurecívei por precipitação, comportando-se
como cartas ligas de alumínio. Ele é temperado em óleo. Um revenido entre 677 e 690°C o
t/l
c c c c cd cd cd
CD CD CD 0) •
_td as
TJ H TJ r T J "O T3
jd ® çd j d çd
durante uma hora age como um tratamento de solubilização e reduz a dureza a um valor (em
tomo de 30 RC) que permite a usinagem do material. Um tratamento posterior de envelheci- a
S «1 e
cr cr cr cr £
CD CD
a a
CD CD
a a
£
C
£
t
•CD MD MD (rt >cfl fj) 'fl)
E E B • E E E
mento a 565°C, durante 8 horas, causa o endurecimento por precipitação (46 RC), provavel-
mente pela formação de um composto intermetálico níquel-alumínio. o
Os tipos 384, 385 e 386 podem ser considerados aços inoxidáveis martensíticos, apre-
sentando boa resistência à corrosão.
o
As temperaturas de tratamento térmico estão indicadas na Tabela 87, devendo-se notar o
que as temperaturas de têmpera propostas e as durezas apresentadas para os tipos de 370
(D J=
Qrt (O a 376 são após a cementaçao. o
LU C
m «
O O
•>t
CD o "
IO
Oj,
O*
O recozimento confere excelente usinabilidade e capacidade de conformação de cavida-
des. Contudo, os moldes de cavidades conformadas podem exigir recozimentos intermediá- o
o
< E
H S rios de alívio de tensões antes que a conformação tenha atingido a profundidade desejada.

T A B E L A 87 o
T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o e durezas de a ç o s - f e r r a m e n t a para m o l d e s
o
o
Dureza Temperaturas de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
1-^ o* D u r e z a de s u p e r f i c i a l

o
Tipo AISI trabalho no estado Meio de Revenido
Recozimento Têmpera
o o to o o a RC temperado resfriamento (faixa)
to q <M in LO o_ RC
o" CM~ CM~ T - *T lO~
o
7

370 P1 5 0 a 64 62 a 64 732/900 788/802 água 149/260

o
371 P3 5 8 a 64 62 a 64 732/815 802/829 óleo 149/260
o o a a to o o a LO LO o
_ 04 CM cj CM 372 P2 58 a 64 62 a 63 732/815 829/843 óleo 149/260
d o d d d o o *f CO C0_ CO CM CM CO_
o" d o" o" d o" o 373
374
P5
P6
50 a 64
58 a 61
62 a 65
60 a 6 2
843/871
677/693
843/871
788/815
óleo, água
óleo
149/260
149/232 o
O
(N
O
CO
O
IO
O
CO
ò* o" o~ o~ o cd" o
O LO
CJ
O
CO
LO o o o o o o
r- co to_ co_
CD o " o " o " d * o
co_
o"
375
376
P4
P4
58 a 64
58 a 62
62 a 65
61 a 63
871/900
843/871
885/927
940/954
água, óleo
água, óleo
149/260
149/427
o
380 P20 3 0 a 50 52 a 5 4 760/788 815/871 óleo 149/260
o
o o o o o o o o o o o o o o 381
382
40 a 55
40 a 54
55 a 57
52 a 55
788/843
788/843
829/900
788/843
óleo
óleo, água
177/260
149/260
o
<
383
384
P21 38 a 39
40 a 42
22 a 26
40 a 43
871/900
788/845
715/900
954/1010
óleo
óleo, água
482/538
260/427
o
385 50 a 53 50 a 53 843/900 982/1038 óleo 149/427 g
o
O T - W CO lo CO 386 51 a 57 55 a 58 843/900 1010/1065 óleo, água 149/427
O i - CJ CO rj- LO CO CO CO CO CO CO CO CD
N N f- N t - N r- CO CO CO CO CO CO CO Para os tipos 370 a 376, os valores de d u r e z a e as temperaturas d e têmpera são após a cementaçao.
CO CO CO CO CO CO CO
o
332
333
o
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMEIVTAS E MATRIZES

Essas temperaturas de alfvio de tensões são as seguintes' '. 194 8. Aços-ferramenta para fins especiais - Esses aços foram agrupados da seguinte maneira:
tipo 383 399°Ca427°C
tipo 370 (P1) 649-C a 677°C - Aços-ferramenta "matriz"
tipos 371 (P3) e 3 7 4 (P6) 677°C a 693°C - Aços ao tungsténio para acabamento
tipos 372 (P2), 373 (P5), 380 (P20), 3 8 1 , 382 7 0 5 ° C a 732°C - Aços de alto carbono e baixo teor em liga
tipos 375 (P4), 376 (P4), 384, 385, 386 746°C a 774°C - Aços semi-rápidos
- Aços grafíticos

8.1. Aços-ferramenta tipo "matriz" - A Tabela 88' ' mostra os dois tipos desse grupo, os
195

quais se caracterizam por teor de carbono médios e a p r e s e n ç a de cromo, v a n á d i o ,


tungsténio, molibdênio e cobalto, em teores variáveis.
A composição química desses aços é baseada nas composições químicas das matrizes
dos aços rápidos: assim, o tipo 300 é essencialmente a composição-matriz do aço rápido 650
78 (M2) e o tipo 301 corresponde à matriz do aço rápido 645 (M42).
São empregados em matrizes de extrusão, matrizes de compactação, mandris, matrizes
( ( A- C4
( 12 RB
de laminadores de rosca, lâminas de serra e punções.
S
87
1 A Tabela 8 9 ' ' indica as temperaturas de tratamento térmico. O meio de resfriamento
195

mais comum é o banho de sal a uma temperatura entre 540°C e 620°C. Pode-se utilizar óleo
e, para peças finas, ar.

O
O 8.2. Aços ao tungsténio para acabamento - ATabela 9 0 ' ' apresenta os dois tipos usuais. 198

S 500 0 mais importante é o 340 (F2).


rs São empregados quando se deseja extrema resistência ao desgaste e habilidade de
"co
i_ retenção de uma aresta fina de corte.
CD
Q. Um dos empregos mais utilizados desses aços destina-se a matrizes de estiramento de
fios e pequenos tubos. Para operações de usinagem são pouco usados.

50*.

T A B E L A 89
M T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o e durezas d e a ç o s - f e r r a m e n t a t i p o " m a t r i z "

Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
N >s adc (8 npe -aú
3 48,5F C
Dureza de superficial
Tipo AISI trabalho no e s t a d o Melo d e Revenido
Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
RC
300 5 5 a 60 59 a 61 871/900 1107/1181 sal, óleo, água 510/621
SEGUNDOS MINUTOS HORAS 301 58 a 6 4 61 a 64 871/900 1107/1121 sal, óleo, água 510/621

TEMPO
Fig. 141 - D i a g r a m a d e transformação isotérmica ao aço tipo 3 8 4 austenido a 982°C

T A B E L A 91
A cementaçao é sempre praticada na ciasse 370, antes da têmpera e do revenido. Temperaturas d e t r a t a m e n t o t é r m i c o e d u r e z a s d e a ç o s - f e r r a m e n t a a o t u n g s t é n i o para a c a b a m e n t o
Os tipos 380 (P20) e 3 8 1 , quando empregados em moldes para plásticos, são igualmente
Dureza T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
csrneniados. A s temperaturas de cementaçao variam de 870°C a 9 3 0 ° C e o tempo à
Dureza de superficial
cementaçao de 2 a 2 4 horas.
Tipo AISI trabalho no e s t a d o Melo d e Revenido
As temperaturas de têmpera e revenido estão representadas na Tabela 87. Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
A figura 141 apresenta o diagrama de transformação isotérmica do aço tipo 384 austenita RC
a982°C. 340 F2 64 a 67 65 a 68 788/815 788/871 água 149/260
341 F3 6 4 a 67 65 a 68 788/815 788/871 água, óleo 149/260
7.1. Aplicações dos aços-ferramenta para moldes - A maioria desses aços é utilizada erri-
cavidades para moldes de plásticos e moldes de fundição de ligas metálicas de baixo ponto'
de fusão. Alguns são empregados em discos ou placas de reforço e em blocos espaçadore%

334 335
T A B E L A 88
A ç o s - f e r r a m e n t a para f i n s e s p e c i a i s , t i p o " m a t r i z "
Composição química, % Características gerais
Profundi-
d a d e de Resistên- Dureza a Usinabi-
Tipo AISI
C Mn Si Cr V W Mo Co Tenacidade cia a o
endureci- quente lidade
mento desgaste

300 0,50 0,20 4,50 1,00 2,00 2,75 grande 7 4 6 7


301 0,55 0,20 4,00 1,00 1,00 5,00 8,00 grande 7 4 6 7

T A B E L A 90
A ç o s - f e r r a m e n t a ao t u n g s t é n i o p a r a a c a b a m e n t o

Composição química, % Características g e r a i s

Tipo AISI Profundidade de Resistência Dureza


C Mn SI W Mo Cr Tenacidade ao desgaste quente Usinabilidade
endurecimento

340 F2 1,2(5 0,25 0,25 3,50 0,30 ou 0,30 pequena 2a6 8 3 6


341 F3 1,2(5 0,25 0,25 3,50 0,75 pequena 2a6 8 3 8

0 tipo mais importante rj o 340; o Mo e o Cr são elementos opcionais.

§ falii^ , .......

T A B E L A 92
A ç o s - f e r r a m e n t a de a l t o c a r b o n o e b a i x o t e o r e m liga
Composição química, % C a r a c t e r í s t i c a s gerais
Profundi-
Tipo AISI dade de Resistên- Dureza a Usinabi-
C Mn SI Cr V W Mo Co Tenacidade cia a o
endureci- quente lidade
mento desgaste
350 1,25 0,60 0,25 0,50 0,25 média 2a6 4 2 8
351 1,25 0,85 0,25 0,50 0,60 média 2 a 6 4 2 1 8
352 F1 1,25 0,25 0,25 1,40 pequena 2a6 5 2 7
353 F1 1,25 0,30 0,30 0,35 0,15 1,45 pequena 2a6 5 3 7
354 F1 0,90 0,25 0,25 0,35 0,15 1,45 pequena 2 a 6 4 3 7
355 1,00 0,25 0,25 1,50 1,50 pequena 2a6 4 3 7

T A B E L A 94
A ç o s s e m l - r á p i d o s para f e r r a m e n t a s

Composição química, % Características gerais

Tipo AISI Profundidade de Resistência Dureza a


C Mn SI Cr V W Mo Usinabilidade
endurecimento Tenacidade ao d e s g a s t e quente
360 0,80 0,25 0,25 4,00 1,10 4,25 grande 3 6 6 6
361 0,90 0,25 0,25 4,00 2,00 1,00 4,25 grande 3 6 6 5
362 1,20 0,25 0,25 4,00 3,15 4,25 grande 2 7 6 4
363 1,40 0,25 0,25 4,00 4,15 4,25 grande 2 8 6 3
364 0,95 0,25 0,25 4,00 2,30 2,80 2,50 grande 2 6 6 5
365 0,90 0,25 0,25 4,00 2,25 1,00 2,00 grande 3 6 6 5
366 1,20 0,25 0,25 4,00 2,90 1,40 1,60 grande 3 7 6 4
367 0,95 0,25 0,25 4,00 2,20 1,90 1,10 grande 3 6 6 5
368 1,10 0,25 0,25 4,00 4,00 2,50 2,60 grande 2 7 6 3
369 0,95 0,25 0,25 4,00 1,20 1,70 5,00 grande 3 6 6 5

OO OQ D v Q O Q O Q O O O O Q Q &D.G Q C.QG O O O C O 0 O O
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços VARA FERRAMENTAS E Â/IATRTZES

ATabela 91' > indica as temperaturas de tratamento térmico e os meios de resfriamento.


196
95). Sua dureza a quente é razoável, devido ao fenómeno de endurecimento secundário que
As temperaturas de têmpera são relativamente elevadas podendo provocar a retenção da podem apresentar no revenido. Entretanto, a dureza máxima, após o revenido, não é tão
austenita. Essa austenita retida, contudo, não é muito estável e decompõe-se no revenido elevada como no caso dos aços rápidos.
em torno de 260°C. ATabela 9 5 ' ' indica as temperaturas de tratamento térmico dos aços semi-rápidos.
19a

O recozimento é sempre feito nas peças conformadas, devendo-se utilizar ambiente pro-
8.3. Aços de alto carbono e baixo teor em liga - ATabela 9 2 mostra os principais tipos (197)

tetor durante o aquecimento ou empacotar as peças em substâncias inertes.


desse grupo.
As temperaturas de tempera podem atingir valores próximos de 1200°C e os meios de
TABELA 93
resfriamento são brandos (sal fundido, óleo ou ar).
Temperaturas de tratamento térmico e durezas d e aços-ferramenta de alto
c a r b o n o e b a i x o t e o r e m liga
Para reduzir a quantidade de austenita retida, recomenda-se um revenido duplo ou triplo.
0 duplo consiste em revenir durante 2,5 horas por operação e é considerado o ciclo de
Dureza T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C revenido mais adequado.
Dureza de superficial
Meio de
Além das aplicações já mencionadas, os aços semi-rápidos são indicados para pistas de
Tipo AISI trabalho no estado Revenido
Recozimento Têmpera resfriamento mancais de esfera ou de rolamento empregados em altas temperaturas, em conjuntos de
RC temperado (faixa)
RC
bombas hidráulicas, pistões de bombas, lâminas de serras de fita e de serrotes para metais.
350 60 a 67 64 a 67 774/788 815/843 í l e o , água 149/538
351 60 a 67 64 a 67 774/788 815/843 óleo, água 149/538 8.5. Aços grafíticos - Esses aços, devido aos altos teores de carbono e silício, são carac-
352 F1 60 a 67 65 a 67 760/802 788/871 água 149/260 terizados pela decomposição do carboneto em carbono livre (grafitização), de modo que
353 F1 60 a 64 64 a 66 760/802 788/871 óleo, água 149/260 aliam à razoável endurecibilidade, boas resistências ao desgaste e usinabilidade. A presença
354 F1 60 a 64 63 a 65 760/802 738/871 óleo, água 149/260
815/843 788/843 água 149/315
de carbono livre ou grafita formam descontinuidades na superfície, facilitando a formação de
355 60 a 64 65 a 68
cavacos frágeis e curtos, durante a operação de usinagem.
São aços de custo relativamente baixo, utilizados na fabricação de ferramentas com
arestas de corte finas tais como machos de tarraxa, brochas e alargadores. Isso devido ao T A B E L A 97
fato de que os tipos podem ser temperados e m óleo e sofrem menor empenamento. T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o e durezas d e a ç o s grafíticos

A Tabela 9 3 ' indica as temperaturas usuais de tratamento térmico.


197) Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
8.4 Aços semi-rápidos - durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães, devido às pers- D u r e z a de superficial
pectivas de corte de suprimento, desenvolveram um tipo de aço para ferramentas de corte Tipo AISI trabalho no estado Melo de Revenido
RC temperado Recozimento Têmpera resfriamento
que se aproximavam dos rápidos, com maior resistência ao desgaste que os aços-carbono, (faixa)
RC (a)
porém com menor dureza a quente que os rápidos.
390 60 a 66 64 a 66 704 788/843 água 149/205-
Mais tarde, aços semelhantes foram desenvolvidos nos Estado Unidos, tendo sido criada
391 60 a 66 66 a 68 704 788/815 água 149/205
a classe 360, conforme a Tabela 94 mostra' '. 198
392 60 a 66 66 a 69 704 788/815 água 149/205
Alguns empregos específicos incluem ferramentas para trabalho de madeira e folhas de 393 06 58 a 63 65 a 67 774 788/815 óleo 149/315
serrotes para metais. 394 60 a 63 60 a 63 650 788/843 ar 149/260
O teor de cromo desses aços é o mesmo que se encontra nos aços rápidos. O tungsténio 395 A10 55 a 62 60 a 63 774 788/815 ar 149/426
e o molibdênio, fortes formadores de carbonetos, aparecem em teores menores que nos (a) As temperaturas mostradas são as que seriam empregadas se fossem necessárias para retrabalhar
rápidos; contudo, essa menor porcentagem de tungsténio e molibdênio é, de certo modo, o metal após a t ê m p e r a e revenido.
compensada pelas altas porcentagens de carbono e vanádio.
Como se vê pelo exame da Tabela 94, a sua endurecibilidade é elevada, de modo que é A Tabela 9 6 ' ' apresenta os tipos 390 a 395, revelando inclusive uma larga faixa de
199

possível temperar as ferramentas em meios brancos, como sal fundido, óleo e ar (Tabela endurecibilidade, o que obriga a utilizar como meios de resfriamento desde a água até o ar
(Tabela 97).
T A B E L A 95
T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o s t é r m i c o s e d u r e z a s de a ç o s semi-rápidos ATabela 9 7 ' ' indica as temperaturas de tratamento térmico.
199

O recozimento promove não somente a esferoidização dos carbonetos como igualmente


Dureza T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
estabelece a quantidade de carbono livre presente.
Dureza de superficial
Melo de Revenido A têmpera é realizada a temperaturas relativamente baixas, do mesmo modo q u e o
Tipo AISI trabalho no estado
RC temperado
Recozimento Têmpera resfriamento (faixa) revenido. Quando se visa estabilidade dimensional elevada nos tipos 393, 394 e 395 (por
RC exemplo em calibres-padrão), recomenda-se o emprego de ciclos múltiplos de revenido que
360 61 a 63 63 a 65 8157829 1065/1120 s a i , óleo. a r 510/552 podem incluir um resfriamento sub-zero após cada operação de revenido.
361 62 a 64 63 a 65 815/829 1150/1176 idem 524/552 Entre as aplicações mais comuns desses aços grafíticos incluem-se: mancais, carnes,
362 63 a 65 64 a 66 815/829 1205/1232 idem 524/552 matrizes de recorte, punções, calibres (tipo 393); punções e matrizes para recorte, buchas e
363 63 a 65 64 a 66 813/829 1205/1232 idem 524/552 matrizes para estampagem profunda de alumínio (tipo 390); matrizes para forjar cabeças,
364 63 a 65 63 a 65 843/871 1190/1232 idem 510/565
matrizes de estiramento de barras e fios (tipo 391); eixos-motores, punções e matrizes de
365 63 a 65 63 a 65 843/871 1190/1218 idem 510/565
recorte, matrizes de conformação a frio etc. (tipos 394 e 395).
366 63 a 65 62 a 64 843/871 1150/1205 idem 510/565
367 60 a 62 64 a 66 843/871 1093/1150 idem 510/565
368 62 a 64 63 a 65 829/857 1218/1246 idem 510/565 9. Aços-ferramenta para trabalho a frio - Também chamados de indeformáveis, porque
369 63 a 65 61 a 63 815/843 1150/1205 óleo 550/593 são os menos sujeitos a alterações de forma e dimensões durante o tratamento térmico. O

338 339
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS H M FERRAMENMS E M/ffiUZES
O
o
fato de serem temperados em óleo ou ar favorece essa indeformabilidade. Por esse motivo,
são indicados para aplicações que exigem cuidadoso controle dimensional, como matrizes
Oi CO CD CO CO para trabalho a frio (foqamento, estampagem, corte, compactação de pós metálicos etc.) e ( _ )
ferramentas como brochas, alargadores e peças como punções, calibre etc.
ATabela 98 > apresenta os quatro grupos principais:
poo V.)

- temperáveis em óleo O
T— T— CO CM CM CO
- temperáveis ao ar Ç'
- de alto cromo e alto carbono
- resistentes ao desgaste ( j

CO CO CO CO CO CO Os temperáveis em óleo apresentam profundidade de endurecimento média. A sua dure-


za a quente é baixa, de modo que não se recomenda seu uso em trabalho a quente.
Desse modo, o aço mais empregado é o tipo 410 (01), porque suas condições de trata-
mento térmico são muito favoráveis e porque apresenta razoável endurecibilidade para apli-
cação em ferramentas de dimensões não muito grandes. Não tem tendência de apresentar
( O <o t o
cd cd c o c o c o crescimento de grão em eventual super-aquecimento.
CM CM CM
A Tabela 3 9 ' indica as temperaturas de tratamento térmico desse grupo, assim como
2001

dos aços pertencentes aos outros grupos.


Alguns exemplos típicos de aplicações de aços pertencentes à classe 410 - temperáveis
I em óleo - são: machos de tarraxa, alargadores, brochas, fresas helicoidais, brocas, serras
ca cd cd m m

C
m
C c
CD
cd ®
to =5 ^
® circulares, matrizes de recorte, calibres, punções, ferramentas de brunimento, ferramentas
para recartilhar, pequenas lâminas de tesoura, matrizes de cunhagem, matrizes de rebarba
ID m D t r j oi
a c. a a frio, moldes para plásticos, matrizes de estiramento etc.
O grupo de aços para trabalho a frio temperáveis ao ar (tipos 420 a 429) apresenta
grande profundidade de endurecimento. Por isso, o empenamento é mínimo na operação de
têmpera, de modo que os aços pertencentes a esse grupo são recomendados para matrizes
IU de forma complexa que devem manter o mais possível suas dimensões originais após a

l i m
o
LO
to a
CM
o* o" o" o"
M L O LO_
o têmpera, como matrizes para a compactação de pós metálicos. A resistência ao desgaste é
muito elevada e a combinação desse característico com tenacidade igualmente elevada os
tomam recomendados na fabricação de punções, matrizes de estiramento, matrizes de re-
t corte, matrizes de estampagem e alguns tipos de lâmina de tesoura.
Pelo exame da Tabela 99, verifica-se que as temperaturas de têmpera são mais elevadas
que no caso dos aços temperáveis em óleo. Esses aços são também mais suscetíveis à
descarbonetação que os temperáveis em óleo, sobretudo quando a temperatura de têmpera
é muito elevada, como é o caso dos tipos com cromo em teores mais altos.
Como se pode verificar pela Tabela 98, há tipos com manganês, relativamente alto e tipos
com cromo igualmente relativamente altos, os quais exigem, no aquecimento para a têmpe-
ra, um pré-aquecimento a 788°C, para os tipos com cromo e 649°C para os tipos com
manganês, o que elimina a necessidade de um tempo mais extenso à temperatura de
austenitização, além de minimizar o efeito de descarbonetação.
o a o LO o LO
As temperaturas de revenido estão indicadas na Tabela 99< '. Alguns dos aços desse
200

LO CO LO CO_ C 0 _
o* o" o" o" o" grupo, como o tipo 420 (A2) mostram um ligeiro efeito de endurecimento secundário, quando
a temperatura de têmpera for superior a 9 5 0 C ° ' .
o (2 1

Dependendo igualmente da temperatura de austenitização, pode-se ter quantidade apre-


o a o o o o
ciável de austenita retida " , a qual s e decompõe no revenido, contribuindo para o ligeiro
12 1

O O O LO O LO endurecimento secundário.
LO LO I O T U3 CO
O £ O tipo 420 é o mais empregado. A classe 420, de um modo geral é utilizada na confec-
ção de matrizes de recorte, matrizes de cunhagem, matrizes de estiramento, punções, ca-
libres, mandris, brochas, ferramentas de brunimento, lâminas de tesoura, moldes p a r a
tf) ™ plásticos, etc.
< 2
O grupo de alto carbono e alto cromo (tipos 431 a 436) apresenta grande profundidade de
T- W CO V
O l O ) d ) Q O)
endurecimento, o que permite sua têmpera em óleo ou, na maioria dos tipos, ao ar.
i 0 0 0 0 CO CO CO
Esses tipos foram inicialmente desenvolvidos como possíveis substitutos para os aços

340 . 341
T A B E L A 98

Composição química, % Características gerais


Profundi-
dade de Resistên- Dureza a Usinabi-
Tipo AISI
C Mn SI Cr V W Mo Tenacidade c i a ao
endureci- quente lidade
mento desgaste

Temperáveis em óleo

410 01 0,95 1,20 0,25 0,50 0,20 0,50 média 3 4 3 8


411 02 0,95 1,60 0,25 0,20 0,15 0,30 média 3 4 3 8
412 1,00 " 1,10 0,60 1,00 média 3 3 3 8
413 07 1,20 0,25 0,25 0,60 0,20 1,60 0,25 média 3 5 3 7
414 1,05 0,70 0,25 1,60 0,50 média 3 4 3 8

Temperáv eis ao ar

420 A2 1,00 0,60 0,25 5,00 0,25 1,00 grande 4 6 5 8


421 1,10 , 0,30 1,20 7,75 2,40 1,55 grande 5 8 6 5
422 A3 1,25 ' 0,60 0,25 5,00 1,00 1,00 grande 3 7 5 8
423 A5 1,00 3,00 0,25 1,00 1,00 grande 4 5 4 6
424 A4 1,00 2,00 0,25 1,00 1,00 grande 4 5 4 6
425 0,95 2,00 0,25- 2,00 1,00 grande 4 5 4 6
426 A6 0,70 2,00 0,25 1,00 1,25 grande 5 4 4 6
427 A8 0,55 0,30 1,00 5.Q0 0,40 1,25 1,25 grande 8 4 6 8
428 A9 0,50 0,40 1,00 5,00 1,00 1,40 grande 8 4 6 7
429 1,00 0,60 0,25 3,00 0,25 1,05 1,10 grande 4 8 5 5
Os tipos 01 eA2 são os mais importantes; no tipo 411, o Cr, o V e o Mo são elementos opcionais; no tipo 423, o Mo é elemento opcional; no tipo 427, o V é elemento opcional;
o tipo 428 tem 1,50% de níquel e o tipo 429 tem 1,00 de Ti.

T A B E L A 98
Aços-ferramenta para trabalho a frio (continuação)

Composição química, % C a r a c t e r í s t i c a s gerais


Tipo AlSl P r o f u n d i d a d e de Resistência Dureza a
C Mn SI Cr NI V W Mo Co endurecimento Tenacidade ao d e s g a s t e quente Usinabilidade

Aços para trabalho a frio de altos carbono e cromo


430 D2 0,50 0,30 0,25 12,00 0,60 0,80 grande 2 8 6 3
431 D4 2,20 0,30 0,25 12,00 0,50(a) 0,80 grande 1 8 6 2
432 D3 2,20 0,30 0,25 12,00 0,50(a) 0,60(a) grande 1 8 6 2
433 D6 2,10 0,30 0,85 12,00 0,75 grande 1 8 6 2
434 D5 1,50 0,30 0,50 12,50 0,35 0,50(a) ... 1,00 2,00 grande 2 8 7 3
435 D1 1,00 0,30 0,25 12,00 0,60 0,80 grande 3 6 6 4
436 0,75 0,30 0,25 12,00 1,00(a) 0,25(a) 0,50 grande 4 5 8 4
Aços especiais de matrizes para trabalho a frio resistentes ao desgaste
440 D7 2,30 0,50 0,50 5,25 4,75 1,10(a) 1,10(a) grande 1 9 6 1
441 2,20 0,40 0,30 4,00 4,00 grande 1 9 6 1
442 D7 2,40 0,40 0,40 12,50 4,00 1,00(a) grande 1 9 6 1
443 1,50 0,30 0,30 17,50 4,00 grande 1 9 6 2
444 1,50 2,00 0,30 0,90 ... 4,00 1,00 grande 2 9 3 3
445 1,40 0,40 0,30 0,50(a) 3,75 pequena 2 9 2 6
446 3,25 0,30 0,30 1,00 12,00 1,00 média 1 9 6 1
447 2,70 0,70 0,40 8,25 4,50 1,12 grande 1 9 6 1
448 1,10 1,00 5,25 4,00 1,12 grande 2 9 2 1
449 2,45 0,50 0,90 5,25 9,75 1,30 grande 1 9 6 1
Os tipos mais Importantes são D2, D4, D 3 e A 7 ; (a) elemento opcional.
li !.
Aços E FERROS FUNDIDOS
1

Aços PARA FERRAMENTAS E MATRJZES


í:i;.
!íil : rápidos, durante a Segunda Guerra Mundial' ', mas não foram bem sucedidos em aplica-
202 T A B E L A 99
ções de ferramentas de corte, por serem frágeis e por não apresentarem suficiente dureza a T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o e d u r e z a s de a ç o s - f e r r a m e n t a para t r a b a l h o a f r i o
quente. Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
l i
Contudo, a presença de numerosos carbonetos duros de cromo, associada a caracte- Dureza de superficial
rísticos notáveis de indeformabilidade t o m a m esses aços muito úteis para a fabricação de Tipo AISI trabalho no e s t a d o Meio de Revenido
Recozimento Têmpera
matrizes. RC temperado resfriamento (faixa)
U:-i- O aito cromo presente t o m a esses aços mais resistentes à corrosão que os aços simples- RC
mente ao carbono ou com baixo teor de elementos de liga. Esse fato causa apreciável resis- 410 01 5 7 a 62 61 a 64 760/788 738/815 óleo 149/260
tência à tendência dos aços adquirir manchas quando temperados e polidos. 411 02 5 7 a 62 61 a 64 746/774 760/802 óleo 149/260
412 57 a 62 61 a 64 774/802 788/871 óleo 149/260
A resistência ao desgaste desses aços é cerca de oito vezes maior que a dos aços-
413 07 5 8 a 64 61 a 64 788/815 788/885 água, óleo 163/288
carbono sem vanádio ou outros tipos de carbonetos.
414 58 a 62 62 a 64 815/843 815/843 óleo 149/260
ATabela 99' ' mostra as temperaturas de tratamento térmico.
202

O recozimento deve ser seguido de resfriamento lento e a superfície deve ser protegida 420 A2 5 7 a 62 63 a 65 843/871 927/982 ar 177/538
com atmosfera controlada ou colocando as peças em caixas contendo substância inerte. 421 58 a 64 63 a 65 843/871 1038/1093 ar 524/621
Em alguns casos pode-se conseguir economia de tempo, aplicando-se o seguinte ciclo de 422 A3 5 8 a 63 63 a 65 815/843 968/996 ar 177/566
recozimento isotérmico: 423 A5 5 4 a 60 60 a 62 738/760 788/843 ar 149/427
424 A4 5 4 a 62 61 a 63 738/760 815/871 ar 149/427
"A 425 5 4 a 61
1 - aquecer a 900°C, durante duas horas
e 61 a 63 760/788 829/857 ar 149/427
P
2° - resfriar a 774°C e manter a esta temperatura de 4 a 6 horas 426 A6 5 4 a 60 60 a 62 . 732/746 829/871 ar 149/427
3 3 - resfriar ao ar
o
427
428
A8
A9
4 8 a 57
40 a 56
60 a 62
55 a 5 7
815/843
788/829
982/1010
968/1010
ar
ar
482/649
482/649
429 59 a 60 63 a 64 899 968 ar 177/204
Para a têmpera, o aquecimento deve ser lento e uniforme, o que reduz as possibilidades
de mudanças dimensionais. Recomenda-se um pré-aquecimento entre 650° e 750°C e o 430 D2 58 a 64 61 a 64 871/899 982/1024 ar 204/538
* ç , emprego de fornos de atmosfera controlada ou banhos de sal. 431 D4 58 a 64 64 a 36 871/899 968/1010 ar 204/538
Como Se vê pelo exame da Tabela 99, as temperaturas de têmpera são relativamente 432 D3 58 a 64 64 a 66 871/899 927/982 óleo 204/538
elevadas, sobretudo quando o teor de carbono é mais baixo (tipos 430, 434, 435 e 436). 433 D6 58 a 64 64 a 66 871/899 927/954 óleo 204/538
• 1/ •
O revenido pode causar endurecimento secundário quando a têmpera tiver sido realizada 434 D5 5 8 a 63 61 a 64 871/899 982/1024 ar 240/538
1 K> a temperaturas acima de 1010°C. 435 D1 58 a 6 4 61 a 64 871/899 968/1010 ar 240/538
Para aumentar a dureza e melhorar a estabilidade dimensional desses aços, pode-se 436 5 6 a 61 59 a 63 871/899 968/1038 ar 240/538
empregar tratamento sub-zero.
ipHf-tíi- 440 A7 5 8 a 66 64 a 66 871/899 927/982 ar 149/538
5,:J-V .• Para a máxima estabilidade dimensional à temperatura ambiente, os seguintes ciclos de
441 5 8 a 66 64 a 66 871/899 927/982 ar 149/538
tratamento térmico, após a têmpera, mostraram-se benéficos' ',203
442 D7 58 a 66 64 a 66 871/899 1010/1066 ar 149/538
ciclo 1 - 1 - resfriar continuamente até - 196°C
s
443 5 6 a 61 58 a 61 829/857 1121/1149 ar 149/538
2 - manter uma hora à temperatura de 343°C
2
444 6 3 a 65 62 a 66 815/871 788/802 ar 149/260
3 - resfriar em óleo.
2
445 5 6 a 67 66 a 68 774/802 774/788 água 149/288
Sp;.
Dureza resultante: 63 RC 446 6 2 a 66 64 a 66 815/829 954/982 ar 149/371
w ciclo 2 - 1 - resfriar continuamente até - 196°C
a 447 5 8 a 66 64 a 66 815/843 927/982 ar 149/538
86* 2° - manter uma hora a 510°C 448 5 8 a 62 62 a 64 871/899 1024/1093 ar 538/621
3 - resfriar em óleo
2
449 60 a 65 63 a 66 871/899 1066/1177 ar 524/552
4 - repetir os estágios 1 e 2 , três vezes
2 2 2

m 5 - manter uma hora à temperatura de 232°C


2
extrusão de peças cerâmicas, revestimento de equipamento de areia, de equipamento de
6 - resfriar ao ar
2
moldagem de tijolos refratários e de equipamento de limpeza a jato. Outras aplicações inclu-
Dureza resultante: 59,5 RC em mancais para alta temperatura (tipo 443, devido sua elevada resistência à corrosão e à
Alguns desses aços de alto carbono e alto cromo são nitretados de modo a obter-se uma oxidação), matrizes de cunhagem, matrizes de estiramento, punções (tipo 445) etc.
superfície com maior resistência ao desgaste. As temperaturas de tratamento térmico desse grupo de aços para trabalho a frio estão
Finalmente, o grupo de aços para trabalho a frio resistentes ao desgaste incluem os tipos indicadas na Tabela 99.
de 440 a 449, indicados na Tabela 98. No recozimento, recomenda-se o emprego de fomos de atmosfera controlada ou a vácuo,
Esses aços apresentam uma resistência ao desgaste muito pronunciada, devido aos altos para reduzir as possibilidades de oxidação e descarbonetação superficial. O resfriamento deve
teores de carbono e vanádio que todos apresentam (com exceção de u m tipo). O carboneio ser lento até 538°C, a uma velocidade de cerca de 17°C/h, podendo, a seguir, ser acelerado.
as...
AM de vanádio é extremamente duro e difícil de dissolver-se na austenita. Comparáveis a esses As temperaturas de têmpera são, e m geral, elevadas, acima de 1000°C. Também é n e -
li aços em resistência ao desgaste, há somente certos aços rápidos de alto teor de vanádio. cessário controle da atmosfera dos fornos ou emprego de fornos a vácuo ou ainda, preferivel-
Desse modo, os aços da classe 440 são empregados quando as condições de serviço mente, de banhos de sal neutro. Os aços são resfriados ao ar, com exceção do 445 que é
são de abrasão intensa ou quando se visa uma produção em grande série. Entre as aplica- resfriado em água.
ções mais importantes podem ser citadas matrizes de estampagem profunda, matrizes de O revenido, e m alguns tipo (442-DI) e 443, provoca endurecimento secundário.

344 345
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços RARA FERRAMENTAS E MATRIZES

10. Aços para trabalho a quente - As Tabelas 100 e 101 mostram os tipos incluídos nessa
categoria e os correspondentes tratamentos térmicos' '. 204

ATabela 100 mostra que eles se dividem em cinco grupos:


CO CO 00 00 CO CO CO C O CO CO CO S co s t a to co t f

- ao cromo
-
- ao cromo-molibdênio
- ao cromo-tungstênio
- ao tungsténio LO LO LO LO IO CO (O co t o to c o N N CO S S h . CO
- ao molibdênio

Contudo, o cromo está sempre presente (com exceção do tipo 555) em maiores ou meno-
res quantidades.
LO IO ^ CO CO CO C O C O C O CO CO LO L O L O L O CD lo
Os aços para trabalho a quente, devido às aplicações a que s e destinam envolvendo
temperaturas elevadas, devem apresentar dureza a quente média (tipos 510 a 514 e 520 a
525) e dureza a quente de média a alta (tipos 530 a 536, 540 a 549 e 550 a 556).
Além disso, outros característicos necessários são: resistência ao choque, usinabilidade
razoável, resistência à temperatura de serviço, resistência à erosão às temperaturas de ser-
-^f -cj- tD 00 C O o) a i c n CD 0 ) o i CD C D C O C O I O TJ- I O
viço, resistência à fissuração devida ao calor e grande profundidade de endurecimento.
Nenhum dos tipos apresentados na Tabela 100 é indicado para toda e qualquer aplicação
de trabalho a quente, visto que seus característicos variam de um grupo a outro.
Por exemplo, a dureza a quente dos tipos contendo cromo mantem-se até aproximada-
mente 425°C, ao passo que a dos tipos contendo tungsténio mantem-se até cerca de 620°C, e CD CO CD CD (D
(0 TJ TJ TJ TJ TJ
Nessas condições, essas temperaturas seriam os limites máximos aproximados de trabalho C c ç C C.
íH 5 C 2 2
para os aços respectivos. D) Dí Q D) D)

Por outro lado, ao desejar-se esfriar as matrizes em serviçocom o fim de manter a tempe-
ratura baixa para prevenir amolecimento do aço, os tipos ao cromo devem ser preferidos aos o

contendo tungsténio, porque resistem melhor à fissuração.


2
Os tipos ao cromo apresentam esse elemento em teores variáveis de 3,25 a 4,00%. São os de
menor custo porque contêm o mínimo dos outros elementos de liga (vanádio e molibdênio). Os tipos b o
de alto carbono (510 e 511) possuem melhor resistência ao desgaste, mas sua tenacidade é baixa o o
M CO
e, por isso, são preferidos quando o trabalho a quente é aplicado com ação de compressão. Exem- « CO

&
O o
o
plos típicos de aplicação desses aços: dispositivos de aperto na fabricação de parafusos e rebites... <
<
Os tipos de menorteor de carbono (512,513 e 514) apresentam baixa resistência ao desgaste com
razoável tenacidade, de modo que são indicados em condições de choque, como por exemplo em
punções, talhadeiras, matrizes de formar cabeças de rebite a quente e matrizes de forjamento. o o o o o
> ^ o o -<f :
o" i-~ o" T ^ " o"
As temperaturas de tratamento térmico estão indicados na Tabela 1 0 1 .
O recozimento requer resfriamento lento. o o o 10 t o o o o o to o o to o to to o 2
A têmpera, realizada a temperaturas elevadas, exige, em alguns casos, pré-aquecimento o
-t
o o CM CM
-<f -si-" c o co"
O O O I O CM o O CM O C M CM O -
uí t o to" co" co" to" to" ^ f L O ~ ! < " r-" NT W
em torno de 750°C para reduzir o tempo à temperatura d e austenitização e garantir uma
qualidade superficial melhor. Normalmente, o resfriamento é ao ar tranquilo ou ar comprimido; O L O LO L O LO O 5
O CM CM CM O -
às vezes, quando se deseja dureza máxima superficial ou endurecimento mais profundo em ló" Tf r - " " | C N"

peças de grande dimensões, estas podem ser resfriadas em óleo.


O revenido pode provocar algum endurecimento secundário. 5>
O grupo ao cromo-molibdênio apresenta baixo teor de carbono, de modo que os aços
respectivos se caracterizam por elevada tenacidade (portanto, excelente resistência ao cho- c o o to o o o a
S trj N co co to to
o" o o " o" c f o" o
que) e baixa resistência ao desgaste. Os aços d a classe 520 (tipos 520, 521 e 522) são os
mais empregados dentre os aços para matrizes em trabalho a quente. Possuem melhor dure-
za a quente que a do primeiro grupo (ao cromo). Assim aplicações típica incluem: matrizes O
to to to o o to
co c o c o ^r -^r c o
para fundição sob pressão, matrizes de forjamento, punções, perfuratrizes e mandris para o" o" o o" o" o"
trabalho a quente, ferramental de extrusão a quente, lâminas de tesoura para cprte a quente
e todo tipo de aplicações de trabalho a quente sob condições de choque. T— C O CM O •*f c n co co
5 i Sfc S X X X : X : x x = = ; x x
O recozimento exige resfriamento lento. As peças recozidas depois de resfriadas podem
ser submetidas a um tratamento de alívio de tensões, entre 675° e 730°C, o que reduz a ^r i-
o T - CVJ co o cxi co -<t t o O T- C M C O -M- L O CO
probabilidade de empenamento na têmpera. CM CM CM CM <M CM CO CO CO CO
C O CO CO
LO to to to t o to I O t o to to to LO L O L O LO LO LO Lc5

346
347
T A B E L A 100
8
Aços-terramenta para trabalho a quente (continuação)
"Tl
Composição química, % Características g e r a i s
Tipo AISI P r o f u n d i d a d e de Resistência Dureza a
C Mn SI .W Cr V Mo Co Ni Tenacidade Usinabilidade
endurecimento ao d e s g a s t e quente

Aços ao tungsténio
540 H21 0,35 0,30 0,30 9,00 3,50 0,50 grande 6 4 8 6
541 H20 0,35 0,30 0,30 9,00 2,00 0,50 grande 6 4 8 6
542 0,30 0,30 0,30 10,00 2,75 0,3Ó(a) 0,25(a) 1,75 grande 6 4 8 5
543 H22 0,35 0,30 0,30 11,00 2,00 0,40 grande 5 5 8 6
544 0,30 0,30 0,30 12,00 2,50 0,40 3,60 grande 5 4 8 6
545 H25 0,25 0,30 0,30 15,00 4,00 1,00 grande 6 4 8 6
546 0,40 0,30 0,30 14,00 3,50 0,40 grande 5 4 8 6
547 H24 0,45 0,30 0,30 15,00 3,00 0,50 grande 5 5 8 6
548 0,35 0,30 0,30 14,00 4,00 2,00 2,50 grande 4 4 8 3
549 H26 0,50 0,30 0,30 18,00 4,00 1,00 grande 4 6 8 5
Aços ao molibdênio
550 H15 0,35 0,30 0,40 1,00 3,75 0,75 6,00 grande 6 4 7 6
551 H15 0,40 0,30 0,50 1,00 5,00 0,75 5,00 grande 5 4 7 6
552 H43 0,55 0,30 0,30 4,00 2,00 8,00 grande 4 6 7 6
553 H42 0,65 0,30 0,30 6,40 4,00 2,00 5,00 grande 4 6 7 6
554 H41 0,65 0,30 0,30 1,50 4,00 1,00 8,00 grande 4 6 6
7
555 0,30 0,50 0,30 3,00 3,00 grande 6 4 6 5
556 0,10 0,30 0,30 4,00 3,50 0,50 5,00 25,00 grande 4 4 8 1
3 s tipos mais importantes são H 1 1 , H13, H12, H14, H 2 1 , H24 e H26; (a) elemento opcional

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Aços E FERROS FUNDIDOS .Aços RARA FERRAMENTAS E MATRIZES

O grupo ao cromo-tungstênio (tipos 530 a 536) possuí, como tipo mais importante, 0 encontradas em serviço, desde que estas não ultrapassem 700°C. Essa prática evita que a
530(H14) de médio c a r b o n o e cromo, v a n á d i o , tungsténio em t e o r e s variáveis, além superfície de trabalho da peça amoleça mais rapidamente em serviço que seus núcleos.
molibdênio e cobalto como elementos opcionais. . Esses aços desenvolvem a máxima dureza quando revenidos entre 565°e 595°C, ocasião
Esses aços apresentam maior dureza a quente que a dos grupos anteriores para trabalho em que aparece o fenómeno de endurecimento secundário.
a quente, mas sua resistência ao choque (tenacidade) é inferior. Finalmente, o grupo de aços resistentes ao calor ao molibdênio (tipos 550 a 556) foi
A profundidade de endurecimento é grande e a presença de cromo em teores mais eleva- desenvolvido como alternativa ao grupo ao tungsténio.
das produz menor formação de casca de óxidos às temperaturas elevadas empregadas. Como o molibdênio tem cerca de metade do peso atómico do tungsténio e possui propri-
Além disso, a presença, n a maioria dos tipos, de silício em teores relativamente elevados, edades químicas semelhantes, ele é tido como duas vezes mais eficiente que o tungsténio.
melhora a resistência à oxidação. Esse fatos devem ser considerados na substituição parcial do tungsténio pelo molibdênio.
ATabela 101 indica as temperaturas de tratamento térmico. Em matéria de aplicações, esses aços se comportam como os ao tungsténio. Do mesmo
O recozimento, levado a efeito durante 1 a 2 horas por polegada de secção, é seguido de modo, as condições de tratamento térmico são mais ou menos análogas. Durante o revenido,
resfriamento lento à velocidade de 28°C por hora até 593°C, quando pode ser acelerado. neles ocorre também o fenómeno de endurecimento secundário.
As temperaturas de têmpera são muito elevadas, podendo em alguns tipos ultrapassar
1100°C, o que recomenda um pré-aquecimento entre 650°e 840°C ou, para matrizes de for- 11. Aços rápidos - São esses os principais tipos de aços utilizados em ferramentas, em
m a complexa, dois pré-aquecimento: a 650°C e a seguir a 870°C. face dos seus característicos de alta dureza no estado temperado e retenção da dureza em
Devido sua elevada endurecibilidade, esses aços são comumente resfriados ao ar ou em temperaturas e m que o gume cortante d a ferramenta se torna vermelho, devido ao calor
banho de sal fundido. gerado na operação de usinagem.
O revenido provoca, em alguns tipos, um evidente endurecimento secundário, à tempera- Os tipos convencionais de aços rápidos estão representados, quanto à sua composição nomi-
tura de 650°C ou acima. nal, naTabela 102 . Em princípio, há duas categorias de aços rápidos: a categoria T ' que compre-
<20S)

Esses aços são aplicados em matrizes de extrusão de cobre, latão e alumínio, blocos de ende os tipos predominantemente ao tungsténio e a categoria "M" que compreende os tipos predo-
apoio de matrizes de forjamento e insertos para a conformação de latão, punções para minantemente ao molibdênio. Essas duas categorias podem, por sua vez, ser subdivididas em duas
trabalho a quente e aplicações similares. subcategorias contendo ambas cobalto. Tem-se, pois, os tipos ao W, indicados na classificações
O grupo ao tungsténio (540 a 549) é o que apresenta a maior dureza a quente. Como se AISI e SAE com a letra ' T ; os tipos ao W-Co, ainda indicados naquelas classificações com a letra
vê, pelo exame da Tabela 100, o tungsténio pode chegar a 18% ; o carbono é mantido em T ; os tipos ao Mo e ao Mo-Co, ambos indicados nas classificações AISI e SAE com a letra "M".
teores de baixo à média, devido à tenacidade necessária nesses aços. A sua aplicação é, Como se pode verificar, todos os tipos de aços rápido contêm ainda cromo e vanádio (*).
pois, dirigida, à confecção de matrizes onde são necessários requisitos de alta dureza a Seu característico principal é a capacidade de operar em velocidade e outras condições de
quente e máxima resistência ao amolecimento a elevadas temperaturas. corte que podem elevar a temperatura do gume cortante da ferramenta a cerca de 550°C-
Aplicações típicas incluem matrizes de extrusão de aço, latão e bronze, matrizes para 600°C, durante a operação de usinagem. Nessas temperaturas, os aços em estudo retêm a
compressão a quente, matrizes para forjamento rotativo a quente, punções para trabalho a dureza que lhes permite ainda continuar na operação de usinagem; ao resfriar, após realizada
quente etc. essa operação readquirem a dureza original. Esse característico é chamado "dureza a quente"
Nesses aços três tipos diferentes de carbonetos foram identificados: M C , cementita com
3 e constitui a mais importante propriedade dos aços rápidos. Além disso, devido ao alto teor de
tungsténio até 1 % , i V ^ C , , carboneto de cromo com 5 a 15% de tungsténio e M C, duplo
8 carbono e ao elevado teor de elementos de liga formadores de carbonetos, forma-se um eleva-
carboneto contendo 5 5 % de tungsténio ou mais. Devido à composição variável desses do número de carbonetos de liga, o que confere ao aço uma resistência ao desgaste superior a
carbonetos, a letra M representa um átomo metálico, ou ferro ou tungsténio. de outros tipos de aços para ferramenta, tornando sua durabilidade maior.
A presença desses carbonetos influencia a temperatura de austenitização para a têmpera, a Sua composição é tal que os torna facilmente endurecíveis por têmpera através d a
qual pode superar os 1200°C o acentuado endurecimento secundário que se verifica no revenido. secção inteira, mesmo pelo resfriamento em óleo ou em banho de sal; nessas condições, a
As temperaturas de tratamento térmico estão indicadas na Tabela 1 0 1 . tendência a empenamento ou ruptura, no resfriamento por têmpera, é menor, desde que
O tratamento térmico desses aços requer cuidados especiais. Como a temperaturas são certas precauções - como suporte adequado das peças durante o aquecimento, em vista das
muito elevadas, recomenda-se o uso de atmosferas controladas ou banhos de sal e pré- temperaturas de austenitização serem muito elevadas - sejam tomadas.
aquecimentos entre 615°e 900°C, para prevenir empenamento. Seu custo, entretanto, é mais elevado do que o de outros aços para ferramentas, devido
O recozimento às temperaturas indicadas exige uma a duas horas por polegada de não só a sua própria composição química, como igualmente às suas operações de tratamen-
secção e deve ser seguido de resfriamento lento à velocidade de 28°C/hora até 590°C, quan- to térmico, muito mais complexas e demoradas. São ainda mais difíceis de retificar, exigindo
do pode ser acelerado. maiores cuidados nesse sentido.
Um alívio de tensões, entre 590° e 680°C, antes da usinagem final de acabamento, reduz
o empenamento na têmpera posterior. 11.1. Composição dos aços rápidos- ATabela 102 apresenta os vários tipos de aços rápidos.
Na têmpera, os meios de resfriamento incluem: resfriamento em óleo quenteícerca de Nota-se q u e todos eles apresentam carbono elevado, tungsténio muito alto, podendo
6 5 C ) , resfriamento interrompido em óleo a t é q u e a superfície e s c u r e ç a seguido de
= elevar-se a 2 0 % , molibdênio até 8/9%, vanádio até 5% (em tipos mais recentes) e cobalto até
resfriamento ao ar, resfriamento em sal fundido ou em chumbo derretido mantido entre 540°e 12%, quando presente.
590°C seguindo-se resfriamento ao ar e resfriamento em jato de ar comprimido.
O resfriamento ao ar reduz o empenamento e o resfriamento interrompido ou direto em
meios fundidos ou em óleo produz menor quantidade de casca de óxido. (*) A introdução dos aços rápidos na indústria deu-se em 1890 e deve-se a Taylor, um dos pioneiros no
Pré-aqueciijiento, como já foi mencionado, entre 815°e 900°C, reduz as probabilidade de estudo e adoção de métodos científicos de administração de empresas e White, os quais estudaram
empenamento. o efeito do tungsténio sobre a dureza a quente dos aços. Esse desenvolvimento revolucionou os
métodos de cortes dos metais. O mesmo Taylor interessou-se grandemente pela determinação das
Mo revenido é aconselhável aquecer-se as peças temperadas às máximas temperaturas velocidades, avanços e profundidades de corte mais convenientes na usinagem dos metais.

350 351
T A B E L A 102
A ç o s r á p i d o s para f e r r a m e n t a s
Composição química, % Características gerais
Profundi-
dade de Resistên- Dureza a Usinabi-
Tipo AISI
C Mn Si Cr W V Mo Co Tenacidade cia ao
endureci- quente lidade
mento desgaste

Tipc s ao tuns stênio

610 T1 0,75 0,30 0,30 4,00 18,00 1,00 0,70(a) grande 3 7 8 5


611 T2 0,80 0,30 0,30 4,00 18,00 2,00 0,60 grande 3 8 8 5
612 0,95 0,30 0,30 4,00 18,00 2,00 0,60(a) grande 2 8 8 5
613 1,00 0,30 0,30 4,00 14,00 3,00 0,75 grande 2 8 8 4
614 T3 1,05 0,30 0,30 4,00 18,00 3,00 0,80 grande 2 8 8 4
615 T9 1,20 0,30 0,30 4,00 18,00 4,00 0,75(a) grande 2 9 8 3
616 T7 0,75 0,30 0,30 4,00 14,00 2,Q0 grande 2 7 8 5
Tipos ao tungstênio-cobalto

620 T4 0,75 0,30 0,30 4,00 18,00 1,00 0,70(a) 5,00 grande 2 7 8 3
621 T5 0,80 0,30 0,30 4,00 18,00 2,00 0,80(a) 8,00 grande 1 7 9 2
622 T6 0,(10 0,30 0,30 4,50 20,00 1,80 0,70 12,00 grande 1 8 9 1
623 T15 1.BQ 0,30 0,30 4,00 12,00 5,00 0,50(a) 5,00 grande 1 9 9 1
624 T8 0,78 0,30 0,30 ' 4,00 14,00 2,00 0,75(a) 5,00 grande 2 8 8 3
Tipos ao molibdênio
630 M1 0,85 0,30 0,30 4,00 1,50 1,00 8,50 grande 3 7 8 6
631 M10 0,90 0,30 0,30 4,00 2,00 8,00 grande 3 7 8 6
632 M7 1,00 0,30 0,30 4,00 1,75 2,00 8,75 grande 3 8 8 5
Tipos ao mollbdênio-cobalto
640 M30 0,80 0,30 0,30 4,00 2,00 1,20 8,00 5,00 grande 2 7 8 3
641 M34 0,90 0,30 0,30 4,00 2,00 2,00 8,00 8,00 grande 1 8 9 2
642 0,65 0,30 0,30 5,00 1,20 8,00 2,50 grande 1 8 8 1

R ^ ^ í f^y,: : ••.^ : V:'.;y


HilKÉlrM
mm

TABELAI02
Aços rápidos para ferramentas (continuação)
Composição química, % Características gerais
Profundi-
Tipo AISI dade de Resistên- Dureza a Usinabi-
C Mn SI Cr W V Mo Co Tenacidade cia ao
endureci- quente lidade
mento desgaste
l
Tipos ac mollbdêr lio-cobalto 1

643 0,65 0,30 0,30 4,00 1,75 1,80 8,50 8,00 grande 1 8 9 1
644 M33 0,90 0,30 0,30 4,00 1,50 1,20 9,50 8,00 grande 1 8 9 2
645 M42 1,10 0,30 0,30 3,75 1,50 1,15 9,50 8,00 grande 1 8 9 2
646 M43 1,20 0,30 0,50 3,75 2,75 1,60 8,00 8,25 grande 1 8 9 2
647 M46 1,25 0,30 0,30 4,00 2,00 3,20 8,25 8,25 grande . 1 8 9 2
648 M47 1,10 0,20 0,30 3,75 1,50 1,25 9,50 5,00 grande 1 8 9 2
Tipos ao tungstênio-molibdênio
650 M2 0,85 0,30 0,30 4,00 6,00 2,00 5,00 grande 3 7 8 5
651 M3 1,05 0,30 0,30 4,00 6,00 2,50 5,00 grande 3 8 8 4
652 M3 1,20 0,30 0,30 4,00 6,00 3,00 5,00 grande 3 8 8 4
653 M4 1,30 0,30 0,30 4,00 5,50 4,00 4,50 grande 3 9 8 3
654 M8 0,80 0,30 0,30 4,00 5,00 1,50 5,00 grande 3 7 8 5
Tipos ao tungstênlo-molibdênio-cobalto
660 M35 0,80 0,30 0,30 4,00 6,50 2,00 5,00 5,00 grande 2 7 8 3
661 M36 0,80 0,30 0,30 4,00 6,00 2,00 5,00 8,00 grande 1 7 9 2
662 M6 0,80 0,30 0,30 4,00 4,00 1,50 5,00 12,00 grande 1 7 9 1
663 M15 1,50 0,30 0,30 4,00 6,50 5,00 3,50 5,00 grande 1 9 9 1
664 1,25 0,30 0,30 4,25 10,00 4,25 2,50 5,50 grande 9 9 2
665 M41 1,10 0,45 0,30 4,25 6,75 2,00 3,75 5,00 grande 1 8 9 2
666 M44 1,15 0,30 0,30 4,25 5,25 2,00 6,25 12,00 grande 1 8 9 2
667 M45 1,25 0,30 0,30 4,25 8,00 1,60 5,00 5,50 grande 1 8 9 2
668 1,15 0,30 0,30 3,75 10,00 1,30 5,25 12,00 grande 1 8 9 2
669 1,50 0,30 0,30 3,75 10,00 3,10 5,25 9,00 grande 1 8 9 2
670 1,27 0,30 0,30 4,20 6,40 3,10 5,00 8,50 grande 1 8 9 2
671 2,30 0,30 0,40 4,00 6,50 6,50 7,00 '10,50 grande 1 9 9 2
Os tiposTI , T 2 , T 4 , T 5 , T 6 , T 1 5 , M 1 , tvUO, M2, M3, M4 são os mais Importantes; os tipos 642 e 643 possuem 0,25% de boro ollpo M8 possi i 1,25 da nióbio; (a) elemento opcional.

o o o ^ o ^ n ^ , ^ n r . P
OOOO r-\, c~\. r^, A n n

<~\> r\ ^ ' w V w
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

Por outro lado, todos os aços rápidos, devido ao excesso de elementos de liga que resutta em quantidade de ferrita. Assim sendo, é necessário que o carbono seja igualmente aumentado,
excesso de carbonetos complexos na estrutura tratada, podem endurecer a um mínimo de toda vez que se eleva o teor de vanádio dos aços rápidos, o que aliás pode ser comprovado
Rockwell C 63. Sua temperatura de têmpera é muito elevada, geralmente cerca de 65°C abaixo pelo exame dos tipos apresentados na Tabela 102. O carboneto de vanádio é o carboneto
do seu ponto de fusão, o que exige cuidados especiais no seu aquecimento; a estrutura tempera- mais duro encontrado nos aços rápidos. ATabela 1 0 3 ' compara a dureza de carboneto de
lzos

da apresenta uma granulação 8 ASTM ou mais fina; sua temperabilidade é excelente, a ponto de vanádio com vários outro carbonetos, eventualmente encontrados em materiais para ferra-
peças de 30cm de diâmetro endureceram através de toda secção. Caracterizam-se ainda por mentas. A figura 1 4 2 ' , por outro lado mostra a proporção do excesso de carboneto
1207

apresentarem "endurecimento secundário" acentuado, entre as temperaturas de revenido 500°C (carboneto que não se dissolve durante a austenitização) que existe como carboneto de
a 600°C; e finalmente a máxima dureza pode ser obtida pelo resfriamento em ar tranquilo. vanádio em vários tipos de aço rápido. Pelo exposto, os aços rápidos de alto teor de carbono
Os efeitos do elemento liga presentes nos aços rápidos são os seguintes 8 alto teor de vanádio - conhecidos também pelo nome de "aços super- rápidos'- são os que
possuem a melhor resistência ao desgaste, donde sua grande eficiência de corte. Essa gran-
- Carbono - Normalmente seu teor varia entre 0,70% a 1,30%, podendo chegar a 1,60%. de resistência ao desgaste toma, entretanto, esses aços mais difíceis de serem afiados,
os teores mais baixos de carbono podem causar uma dureza inferior no estado temperado, devendo-se, preferivelmente, afiá-los com rebolos impregnados de diamante. Finalmente, o
resultando em menor dureza no estado revenido. À medida que o carbono aumenta, aumenta vanádio também aumenta de modo apreciável a dureza a quente dos aços rápidos, ao que s e
a formação de carboneto complexos, o que possibilita a obtenção de melhores durezas e deve atribuir igualmente a sua melhor eficiência de corte.
resistência ao desgaste finais. Do mesmo modo, carbono mais elevado causará uma maior
retenção da austenita no estado temperado, o que exigirá tempos de revenido mais longos e T A B E L A 103
temperaturas de revenidos mais elevadas. Como os aços rápidos são aquecidos a tempera- M i c r o d u r e z a de c a r b o n e t o s
turas muita elevadas para o seu tratamento térmico, deve-se dispensar a máxima atenção a Dureza K n o o p
Material
p o s s i b i l i d a d e de a l t e r a ç ã o do teor de c a r b o n o , na s u p e r f í c i e d o a ç o , quer por (média)
descarbonetação, quer por carbonetação. A descarbonetação, evidentemente, é desvantajo-
Matriz de aço para ferramentas (com 60,5 RC) 790
sa porque a dureza do gume cortante das ferramentas será menor. A carbonetação, pelo Carboneto de ferro em aço-carbono para ferramenta 1150
contrário, poderá ser vantajosa, sobretudo se resistência ao desgaste for uma exigência im- Carboneto de c r o m o em aço de alto carbono e alto cromo 1820
portante. Óxido de alumínio em rebolo de retificação 2440
- Tungsténio- Esse elemento está s e m p r e presente nos aços rápidos. Forma um Carboneto de v a n á d i o em aço de alto c a r b o n o e alto vanádio 2520
carboneto complexo duro juntamente com o ferro e carbono (M C) responsável pela elevada
6
Material Dureza R o c k w e l l
resistência ao desgaste do aço rápido. Esse carboneto dissolve-se somente parcialmente na C convertida
austenita, depois que a temperatura ultrapassou 980°C; quando dissolvido, é muito renitente Matriz de aço rápido 66,0
a precipitar-se por ocasião do revenido; quando isso ocorre - entre temperaturas de 510°C a Carboneto de ferro-tungstênio-molibdênio e m aço rápido 75,2
595°C - o faz provavelmente na forma de W C , tornando-se um dos elementos efetivos no
2 Carboneto de tungsténio em metal duro 82,5
endurecimento secundário e na dureza a quente dos aços. A medida que o tungsténio au- Carboneto de vanádio em aço rápido de alto carbono e
menta, a quantidade de carbonetos complexos também cresce e, do mesmo modo, aumenta alto vanádio 84,2
a quantidade de tungsténio dissolvido na matriz austenítica. É importante observar que se o
carbono se mantiver constante, quantidades crescentes de tungsténio promoverão o
reaparecimento da ferrita; em outras palavras, nos aços com carbono relativamente baixo, o
100
aumento do teor de tungsténio poderá causar a permanência de grandes quantidades de
ferrita à temperatura do resfriamento, após a têmpera. Finalmente, aumentando o teor de
tungsténio, aumenta a resistência ao desgaste e a eficiência de cortes d a ferramenta.
- Molibdênio - Este elemento é introduzido como substituto parcial do tungsténio. O
molibdênio forma o mesmo tipo de carboneto duplo como ferro e carbono formado pelo
tungsténio. Por outro lado, como o molibdênio tem um peso atómico menor que o tungsténio
(cerca da metade) ao ser adicionado na mesma porcentagem em peso, produzirá o dobro de
átomos para ligar-se ao aço. Nessas condições, 1 % de molibdênio, por exemplo, pode subs-
tituir 1,6% a 2,0% de tungsténio. Assim sendo para substituir 18% a 2 0 % de tungsténio serão
suficientes 8% a 9,5% de molibdênio. Estes aços ao tungstênio-molibdêriio, devido ao seu
menor ponto de fusão, são temperados a temperaturas inferiores às dos tipos ao tungsténio.
Uma das desvantagens do molibdênio é atendência de.descarbonetação que os aços corres-
pondentes apresentam o que exige maior controle nas cjperações de tratamento térmicos. A
austenita residual nos aços rápidos ao molibdênio é menos estável que a dos aços ao
tungsténio, resultando em temperaturas do revenido ligeiramente inferiores. Do mesmo modo
a dureza a quente é ligeiramente inferior.
- Vanádio - Adicionado inicialmente como espécie de desoxidante, verificou-se posterior-
T-1 T-4 T-2 M-1 M-2 M-10 M-4 T-1S
mente que ele aumenta o rendimento de corte dos aços rápidos. Uma observação importante
a respeito desse elemento é que, quando o teor de carbono é fixo, o vanádio, acima de um
Fig. 142 - Volume, e m porcentagem, do carboneto total que existe como carboneto de vanádio e m oito
certo teor, causa rápida queda da dureza do aço, pela formação crescente de apreciáveis
tipos de aço rápido nas condições recozidas e temperadas.

354 355
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E NLATRIZES

- Cromo - Esse elemento aparece nos aços rápidos em tores quase sempre em torno de
DECOMPOSIÇÃO DA MAHTENSrTA
4,0%. Aparentemente, o cromo, exatamente no teor indicado, é que atribui as melhores condi- :

ções de dureza combinada com tenacidade nos aços rápidos. O cromo ainda, juntamente corri
o carbono, é o principal responsável pela elevada temperabilidade desses aços, tomando-o s

facilmente temperáveis ao ar. Um outro efeito aparente do cromo é diminuir a tendência de


oxidação e formação de casca de óxido durante o tratamento térmico dos aços rápidos. : i

700

ENDURECIMENTO POR PRECIPITAÇÃO


CAUSADO POR CARBONETOS ESPECIAIS

T E M P E R A T U R A D E REVENIDO

Rg. 144 - Curvas d e revenido para três condições.

descarbonetação; enxofre, adicionado em certos aços rápidos para conferir-lhes o caracterís-


tico de usinagem fácil; para isso o enxofre é adicionado entre 0,06% a 0,15%.

tf.2.Propiedades dos aços rápidos - eximo essas ligas são aplicadas principalmente em
operações de usinagem, o seu característico fundamental é a capacidade de corte.
Essa capacidade de corte está intimamente relacionada à dureza do aço, quer a tempera-
tura ambiental, quer altas temperaturas (dureza a quente).
A dureza a temperatura ambiente é elevada e a importância do seu conhecimento reside
no fato de que o valor da dureza serve de avaliação do tratamento térmico a que o aço é
submetido.
0 1 1 1 1 1 —'
1 1 1 A dureza a quente corresponde à capacidade do aço resistir ao amolecimento pelo calor
0 100 200 300 400 500 600 700
que se desenvolve nas operações de usinagem em condições mais severas, principalmente
Temperatura, °C altas velocidades de corte.
Para compreender melhor a dureza a quente, convêm lembrar que, na condição tempera-
Fig. 143 - Dureza a quente de três tipos de aços rápidos. da, o aço rápido consiste de martensita, austenita retida e carbonetos residuais. Os elemen-
tos de liga estão presentes quer na matriz martensítica, quer na forma de carbonetos residu-
- Cobalto - Seu principal efeito é aumentar a dureza a quente, aumentando, em consequ-
ais. Admite-se que a composição da austenita retida seja a mesma da martensita, isto é, que
ência a eficiência de corte durante as operações de usinagem em q u e se verificam altas
ambos os constituintes carbono, cromo, vanádio, tungsténio e molibdênio. Ao revenir-se um
temperaturas. A figura 143 por intermédio de curvas indicativas do comportamento dos aços
aço, ocorrem modificações da sua dureza. O gráfico na figura 144 apresenta três curvas de
rápidos ao tungsténio, ao tungstênio-cobalto e ao molibdênio a diferentes temperaturas de
revenido. A curva pontilhada correspondente a um aço comum, caracterizando-se pela queda
serviços, comprova essa afirmativa.
contínua da dureza em função da temperatura de revenido, devido à decomposição da
Por essa razão, os aços rápidos com cobalto são considerados excelentes nas operações
martensita. A segunda curva- tracejada- é relativa a um aço do tipo "endurecível por precipi-
de desbaste ou de corte muito profundo, sem serem melhores para os cortes de acabamento,
tação", ou seja, nele pode ocorrer, no reaquecimento pelo revenido, precipitação de compos-
em que a temperatura n ã o se eleva muito. O cobalto, nos aços rápidos, dissolve-se
tos, causando elevação da dureza; finalmente, a curva cheia refere-se a um aço rápido. Pelo
grandemente na matriz, reforçando-a e dando como consequência uma dureza generalizada
exame dessas curvas, pode-se notar o seguinte:
mais elevada, tanto à temperatura ambiente como a altas temperaturas. A quantidade de
austenita retida nesses aços também é muito elevada, resultando em endurecimento secun-
dário muito grande e, é óbvio, na. melhor dureza a quente, dentre todos tipos de aços rápidos. - às temperaturas de revenido mais baixas, a curva correspondente ao aço rápido é mais
- Outros elementos - Periodicamente são realizados estudos e desenvolvimento visando ou menos paralela a do aço-C comum;
melhorar as propriedades dos aços rápidos, a maior parte dos quais se relaciona com a introdu- - às t e m p e r a t u r a s elevadas, a c u r v a do aço rápido a s s e m e l h a - s e às d o s a ç o s
ção de outros elementos de liga. Entre esses elementos, podem ser mencionados os seguintes: endurecíveis p o r precipitação.
titânio, adicionado para substituir todo ou parte do vanádio; o carboneto de titânio TiC é mais
duro que o de vanádio VC e produz um tamanho de grão fino e grande quantidade de partículas Esse "endurecimento secundário' ou o aparecimento de uma "dureza secundária" - fenó-
finas de carbonetos; boro, o qual parece manter a dureza secundária; contudo apresenta uma meno típico de muitos aços altamente ligados e mais acentuados nos aços rápidos, onde se
certa tendência a produzir uma granulação mais grosseira, se as mesma temperaturas de desenvolve principalmente na faixa de temperaturas 550/565°C, é atribuído a uma combina-
ção de dois processos:
têmpera forem usadas; em aços rápidos ao molibdênio, para cada 0,10% de redução do teor de
carbono, deve-se adicionar 0,20% de boro; mais que 0,25% prejudica sensivelmente sua capa-
cidade de forjar e aumenta sua fragilidade; nióbio, o qual tem sido empregado no aço rápido ao - transformação da austenita retida em martensita, durante o resfriamento no revenido;
tungstênio-molibdênio tipo 654 (M8) com a aparente vantagem de diminuir sua tendência à - precipitação de uma dispersão extremamente fina de carbonetos de elementos de liga,
contendo principalmente vanádio, tungsténio e molibdênio.

356 357
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

TABELA 104 ATabela 1 0 4 apresenta alguns valores de dureza a quente de certos tipos comerciais de
(209>

Dureza a quente de alguns t i p o s d e aços rápidos aços rápidos. Esses valores foram determinados em amostras de aços temperadas e dupla-
Dureza R o c k w e l l C mente revenidas e reaquecidas durante 5 horas em banhos de sal a 593°C, 620°C e 635°C.
Tipo À temperatura
A Figura 1 4 5 mostra a curva de revenido de aço rápido ao cobalto de alta dureza,
p 1 0 1

A 593°C A 620°C A 635°C comparada com os dos aços T-15 e M-2.


ambiental
M1 66 63 57,5 A capacidade de corte está igualmente relacionada com a resistência ao desgaste ou seja
M2 65,5 62,5 58,0 56,5 a resistência que a área da ferramenta em contato com a peça sob usinagem apresenta a seu
M3 66 62,5 56,5 desgaste.
M10 65,5 62 57,0 Essas propriedades nos aços rápidos depende da composição e da dureza da matriz dos
M35 66,5 63 57,5 carbonetos precipitados M C e MC responsáveis pela dureza secundária e pelo volume e
2

T1 66 62,5 57,5 natureza dos carbonetos de liga em excesso.


T2 65,5 63 59,5 59 Para a maior resistência ao desgaste, aumenta-se o teor de carbono simultaneamente
T9 66 64 61,5 60
com o teor de vanádio. Com isso, introduz-se uma maior quantidade de carboneto e u m a
T4 66 64 57,5
grande quantidade de carboneto de vanádio extremamente duro.
T5 65,5 63 60,0 59,5
T6 65,5 63 61,5 Finalmente, a tenacidade é outro característico que não pode ser ignorado, embora nos
60
T8 66 63,5 60,5 59 aços rápidos ela seja normalmente baixa.
As duas possíveis definições de tenacidade devem ser consideradas, no caso dos aços
rápidos. A primeira definição - habilidade de deformação antes da ruptura (ductilidade) - pode
A contribuição da austenita retida verifica-se pelo revenido a temperaturas entre 540°C e ser importante quando as ferramentas estiverem sujeitas a tensões devido a sobrecargas,
590°C; a contribuição devida à precipitação de carbonetos de ligas dá-se quando o revenido choques, cantos vivos e t c , que excedam o limite elástico; a segunda definição - ou seja
é realizado entre 480°C e 650°C' . Estudos e pesquisas revelaram q u e somente três
Z0B1
habilidade de suportar deformação permanente (resistência elástica) - pode parecer mais
carbonetos de liga são capazes de produzir o efeito de endurecimento secundário, a saber: prática, no caso dos aços rápidos, porque raramente ocorrem grandes deformações nas
W C , Mo C e VC.
2 2
ferramentas de aresta fina de corte.

11.3. Estrutura, curva de transformação isotérmica e tratamentos térmicos dos aços rápidos
Aços rápidas - Amicroestrutura dos aços rápidos caracteriza-se pela presença de carbonetos complexos.
' ao Co de alta Conforme longas pesquisas realizadas, o carboneto complexo existente consiste na rea-
dureza
lidade de diferentes fases ': 1211

T-16
I - um carboneto rico em tungsténio ou molibdênio expresso por M C (onde "M" representa
6

a soma dos átomos metálicos W, Mo, Cr, V e Fe) correspondente ao carboneto complexo
t cúbico de face centrada de composição que vai desde Fe W C até Fe W C ou Fe Mo C até
3 3 4 2 3 3

o M-2 Fe Mo C e que pode também dissolver certa quantidade de cromo, vanádio e cobalto;
4 2

- um carboneto rico em cromo correspondente ao carboneto cúbico de face centrada


Cr^C,, capaz de dissolver ferro, tungsténio, molibdênio e vanádio;
\ - um carboneto rico em vanádio expresso por MC, correspondente ao carboneto cúbico de
\
\ face centrada cuja composição vária dentro da faixa VC a V C e capaz de dissolver quantida-
4 3

des limitadas de tungsténio, molibdênio, cromo e ferro;


- um carboneto rico em tungsténio ou moíibdênio M C correspondente ao carboneto hexa-
a

gonal W C (Mo C). Este carboneto tem sido observado apenas como uma fase de transição
2 2

durante o revenido.

Além desses carbonetos, pode aparecer um composto inter-metálico de fórmula F e W ou 3 2

45
Fe Mo como uma fase em excesso nos aços com quantidade de carbono insuficiente que
3 2

não satisfaça o número total de átomos presentes de tungsténio, molibdênio e vanádio.


Pelo exposto, verifica-se a impc)rtência do acpLEcimento dos aços rápidos durante s e u
tratamento térmico. Esses carbonetos dissotvem-se a velocidades diferentes; por exemplo o
300 400 500 600 700 800
carboneto rico em cromo - M^C - dissolve-se rapidamente, ao passo que os outros muito
S

Temperatura de Revenido, ° C mais lentamente. Por outro lado, a estrutura dos aços rápidos apresenta ainda alguma ferrita,
a. o que significa que à temperatura ambiente, no estado recozido, a composição do aço rápido
E situa-se aproximadamente dentro da seguinte região: ferro alfa + M C + M C . Ao ser aque-
6 23 6

cido o aço, ocorrem modificações conforme as temperaturas envolvidas no processo de


aquecimento, conforme a composição, em relação ao carbono e demais elementos de liga,
Fig. 145 - Efeito d a t e m p e r a t u r a de revenido n a dureza dos tipos de aço rápido ao cobalto
etc. Por exemplo, um aço rápido com 0,50%C, 18%W, 4%Cr e 1 %V, a 800°C é constituído de
de alta dureza, comparado c o m os tipos T-15 e M-2.

358 :359
A ç o s E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

ferrita mais carboneto; se o carbono estiver em t o m o de 0,75%, esse aço a 800°C seria esferoidita muito fina, sendo precedida por uma precipitação de carbonetos. Na faixa de
constituído de ferrita, carbonetos e certa quantidade de austenita. A medida que a tempera- temperaturas d e aproximadamente 600°C a 370°C não se nota qualquer transformação,
tura de aquecimento aumenta, nos aços rápidos de carbono mais elevado - que são os mais ainda que nos tempos de permanência a essas temperaturas sejam muito longos. A partir de
usados comercialmente - verifica-se gradual desaparecimento d a ferrita e solução dos aproximadamente 375°C até cerca de 175°C, novas transformações podem ocorrer, com a
carbonetos, comprovados pela continua elevação d a quantidade de austenita. formação de bainita acicular. Essa transformação não se completa, entretanto, o que significa
De qualquer modo, nota-se que às temperaturas normais de austenitização, os aços rápi- que, mesmo após uma permanência muito longa nessas temperaturas, a estrutura final ainda
dos contêm cerca de 7 % a 12,5% de excesso de carbonetos. Esses carbonetos podem dife- apresentará quantidade apreciável de austenita. Essa austenita que ainda permanece, d e -
renciar quanto à composição, fato esse que é responsável pelas variações de eficiência de pois que a bainita deixou de se formar, é muito estável e não sofre qualquer transformação
corte dos diversos tipos de aços rápidos. Ao contrário, a matriz austenítica caracteriza-se por pelo resfriamento subsequente até a temperatura ambiente e até mesmo, em certos casos, a
apresentar níveis uniformes de carbono e de elemento de liga, o que daria como consequên- temperaturas abaixo de zero.
cia característica semelhantes no resfriamento e no revenido subsequente. O resfriamento direto do aço rápido a partir das temperaturas austenitização provocará
Ao resfriar o aço rápido a partir da temperatura de austenitização, os carbonetos tendem o início da formação da martensita a temperaturas em tomo d e 200°C, como a figura 146
a se precipitar da austenita, visto que a solubilidade do molibdênio, tungsténio, cromo, mostra. A formação desse constituinte continuará até a temperatura ambiente. A estrutura do
vanádio e carbono decresce com a diminuição da temperatura. Até temperaturas de aproxi- aço temperado caracteriza-se por apresentar uma certa quantidade de austenita retida, que
madamente 760°C não há apreciável precipitação. é de grande importância no que se refere ao comportamento desses aços durante o revenido.
O diagrama de transformação isotérmica de um aço rápido apresentado na figura 146 dá A quantidade de austenita retida depende da temperatura de têmpera.
u m a ideia das transformações que podem ocorrer durante o resfriamento, desde que os tem- É preciso ainda notar que as temperaturas de início e de fim de formação de martensita
pos de permanência às várias faixas de temperatura sejam suficientes. Nota-se que até cerca dependem da temperatura de austenitização, a qual influi também na quantidade de austenita
de 650°C, a decomposição d a austenita pode ocorrer mais ou menos rapidamente, sendo retida. A quantidade de austenita retida pode ser afetada por têmpera interrompida a qualquer c -
mais rápida em tomo de 750°C. Nessas temperaturas, a austenita transforma-se-ia em temperatura acima da faixa de formação da martensita, do mesmo modo que a manutenção a
temperaturas em tomo de 370°C permitirá a formação de bainita, às expensas da martensita. O
C
As temperaturas de início e fim da formação de martensita, nos aços rápidos, são função
tanto da temperatura de têmpera como do tempo à temperatura. No aço rápido tipo T 1 , a
temperatura usual de têmpera é 1290°C. À medida que a temperatura cai, a cerca de 200°C
a martensita começa a se formar e termina de formar-se ao se atingir a temperatura de apro- O
ximadamente - 101 °C. Na realidade, somente uma pequena quantidade de transformação
da austenita em martensita ocorre abaixo de 73°C.
G
C
c >

c
x \
"x- \ c
— 62 \
\
// \
V c
\
> /
CD \
/
\
c
X
o 60
o
cc
cti
\

\ \
c
N 58
o
\
\
CU
\
Q
o
\
56

Temperatura - à 1090° em olea


Curva 1 - 25 min. à temperatura c
Curva 2 - 5 0 min. à temparatura
\
Curva 3 - 9 0 min. à temperatura
c -

100 160 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
G
0,01 0,1 1,0 10 100 Temperatura de revenido - °C o
Tempo, h
Fig. 1 4 7 - Curvas de revenido para u m aço rápido 18- 4 . 1 , m o s t r a n d o a relação entre
Fig. 146 - Cun/a do transformação isotérmica para aço rápido 1 8 - 4 - 1 austenitizado a 1290°C. a dureza e a temperatura de revenido.

360 361
Aços £ FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

Depois que o resfriamento for interrompido dentro da faixa de formação da martensita, um 20


resfriamento posterior não significa o prosseguimento imediato de formação de martensita. Esse
fenómeno é conhecido com o nome de "estabilização da austenita". A formação da martensita reco-
meça apenas após um certo atraso, o qual é tanto maior quanto maior for a manutenção à tempera-
tura, o que se atribui a ocorrência de um alívio de tensões nessa temperatura de manutenção..
Como se pode prever pelo exame das curvas em C indicada na figura 146, as estruturas tempera-
das dos aços rápidos apresentam sempre uma certa quantidade de austenita retida. No aço tipo T1
temperado a partir de 1290°C, a quantidade de austenita retida varia de 2 0 % a 25%. Esta austenita
retida exerce uma grande influência no comportamento do aço durante a operação de revenido.
Em resumo, pode-se dizer que o aço rápido temperado contém martensita tetragonal
altamente ligada (58 a 8 0 % ) , austenita retida altamente ligada (15 a 30%) e carbonetos M C
e MC não dissolvidos (5 a 12%). Nessa condição, o aço é muito duro, frágil, com altas tensões
internas e dimensionalmente instável.
Cabe ao revenido corrigir esses excessos.
Nessa operação, aquece-se o aço temperado, uma ou mais vezes, na faixa de tempera-
turas de 510°C a 595°C, ocorrendo então o fenómeno de endurecimento secundário Já men-
cionado, produzindo dureza final da mesma ordem de grandeza que a original no estado
- temperado.
O desenvolvimento da dureza secundária está representado na figura 147 .
(21Z)

O revenido dos aços rápidos pode ser dividido em quatro estágios que se superpõem na
seguinte sequência' : 2131

0 30 60
>í.í. - no primeiro estágio, ocorre queda da dureza (2 a 6 pontos Rockwell C) ao mesmo TEMPO DE REVENIDO, min
r* • tempo que vários fenómenos se verificam na martensita ; da temperatura ambiente até
jj.i 270°C, a martensita tetragonal decompõe-se e m martensita cúbica, c o m rejeição de uma
T i fase de transição de carboneto extremamente fino, que posteriormente desaparece com o Fig. 148 -Transformação d a austenita retida, em função do t e m p o de revenido.
aparecimento de cementita Fe C, entre 300°C a 400°C. Esses fenómenos característicos
3

Pr? do primeiro estágio verificam-se até cerca de 400°C. Nada acontece aparentemente com
a austenita retida;
I - no segundo estágio- que ocorre entre 400°C e 565°C - verifioa-se uma redissolução de
uma parte da cementita e a precipitação de um carbono de liga, M C, com simultaneamente
2

um acentuado endurecimento por precipitação;


- no terceiro estágio ocorre principalmente a transformação da austenita retida, no
resfriamento a partir da temperatura de revenido, provavelmente precedida de uma precipita-
ção de carbonetos de liga da austenita;
I. - no quarto estágio verifica-se a redissolução de M C e solução final de carboneto M C,.
2 3

<\m simultânea precipitação e coalescimento dos carbonetos M C e M C . Este estágio,


S 23 6

L entretanto, é raramente encontrado no revenido comercial dos aços rápidos e a ele associa o
| amolecimento drástico do aço ao ser revenido a temperaturas acima de 650°C.
, i Os efeitos combinados do segundo e terceiro estágio e são parcialmente responsáveis
pelo endurecimento secundário do aço rápido; entretanto, a precipitação dos carbonetos
I M C e MC e a sua resistência a coalescerem são consideradas as principais causas do
2

endurecimento do aço e da sua capacidade de reter a dureza através de revenidos repeti-


j-v dos, mesmo depois que a austenita seja eliminada.
Sli. Como se mencionou, a transformação da austenita - que ocorre no terceiro estágio - d á -
!i se durante o resfriamento a partir da temperaturas de revenidos. Esse fato foi comprovado
J; mediante medidas dilatométricas, realizadas durante o aquecimento e o resfriamento, as
|j. quais revelaram que, no aquecimento e durante o tempo em que o aço é mantido à tempera-
u tura de revenido - de 450°C a 590°C - não há expansão do material, apesar do mesmo
mostrar aumento de volume, após o revenido. Entretanto, as medidas durante o ciclo de
resfriamento, revelaram expansão pronunciada. A transformação d a austenita durante o
b*:: resfriamento é uma transformação típica da martensita, acompanhada de aumento de volu-
TEMPO DE REVENIDO, min
me e aparecimento de tensões. Assim, a estrutura depois de revenida, contém cerca de 20%
de martensita recém-formada.
Fig. 149 -Transformação d a austenita retida, em função do t e m p o de revenido.
í
362 , 363
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços SARA FERRAMENTAS E MATRIZES

O mecanismo de transformação da austenita foi estudado por B. Fredriksson' , cujo 2141

trabalho se relaciona c o m a otimização da temperatura de revenido em relação à quantidade


de austenita retida na estrutura. Como resultados dos estudos, foram traçados os gráficos
das figuras 148 e 149, os quais permitem as seguintes observações:
Pela figura 148, verifica-se que, no aço rápido tipo M2, são necessários 60 minutos a
550°C, para transformar toda austenita retida, qualquer que tenha sido a técnica adotada
para a operação (um o u mais revenidos).
A figura 149 indica que aumentando o teor de carbono do aço M2 (de 0,85 para 1,25%), a
quantidade de austenita retida é maior contudo, partido-se de um teor de vanádio equivalen-
te a 1 ,9%, se a quantidade deste elemento for aumentada de 1,2%, a quantidade de austenita
retida diminui, o que se explica pelo fato de ser o vanádio um elemento com forte tendência
para formar carboneto.
A comparação entre as figuras 148 e 149 mostra igualmente que, passando o carbono de
0,85 para 1,25%, o tempo de transformação da austenita é muito maior, independentemente
de ter-se mais vanádio.
A figura 150 mostra o efeito de 8,00%= de cobalto, como acelerador d a transformação da
austenita. Afigura 151 mostra o efeito do silício e do nitrogénio, o primeiro com ação mais
rápida. Finalmente, a figura 152 indica o tempo para a transformação de vários tipos de aços
IOO 200
rápidos.
TEMPO DE REVENIDO, m i n .
Fig. 151 - Efeitos do silício e do nitrogénio na transformação d a austenita.

15

30 60 90 I20

TEMPO DE REVENIDO, m i n .
Fig. 152 - T e m p o de revenido necessário p a r a a transformação d a austenita retida para vários
tipos d e aços rápidos.

O aquecimento para o revenido deve ser lento e as ferramentas devem ser colocadas no
forno de revenido, cuja a temperatura não pode ser superior a 200/260°C. Quanto ao tempo
de revenido recomenda-se um tempo mínimo de duas horas à temperatura de revenido para
a secções até 5 0 mm, com tempos proporcionalmente mais longos para secções de maiores
o IOO zoo dimensões. Finalmente, para pequenas ferramentas não é necessário e, às vezes, não é
TEMPO DE REVENIDO, min. recomendável, revenir imediatamente após a têmpera; entretanto, para peças grandes e de
forma complexa, deve-se proceder dessa maneira, para evitar o perigo de ruptura das peças.
Um segundo revenido é aconselhável para revenir os 2 0 % de martensita formados no
Fig. 150 - Efeito da presença de cobalto n a transformação de austenita. primeiro revenido e para aliviar-se as tensões criadas na formação da segunda martensita.

364 365
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

T A B E L A 105 T A B E L A 106
Temperaturas d e t r a t a m e n t o térmico e durezas d e aços rápidos para ferramentas Temperaturas d e t e m p e r a d o s b a n h o s d e s a l p a r a t ê m p e r a e t e m p e r a t u r a s s u g e r i d a s de r e v e n i d o ,
para a l g u n s t i p o s d e aços r á p i d o s
Dureza d e Dureza T e m p e r a t u r a de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
superficial Tipo Têmpera Revenido Tipo Têmpera Revenido
trabalho
Tipo AISI após a Melo de AISI °c - °C AISI °C °C
usual Revenido
têmpera Recozimento Têmpera resfria- 1277 552 641 1204 552
RC 610
(faixa)
RC mento 611 1277 552 644 1204 552
610 T1 63a65 64 a 66 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593 616 1274 552 645 1177 538
611 T2 63 a 6 6 65 a 67 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593 620 1288 552 650 1210 554
612 63 a 6 6 65 a 67 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593 621 1288 552 651 1215 554
613 63 a 6 6 65 a 67 871/899 1246/1274 sal, óleo, ar 538/593 622 1274 552 652 1215 554
614 T3 63 a 66 64 a 66 871/899 1232/1274 sal, óleo, ar 538/593 623 1243 538 653 1218 554
615 T9 63 a 6 7 65 a 67 871/899 1246/1274 sal, óleo, ar 538/593 624 1265 566 660 1215 554
616 T7 63 a 65 65 a 67 871/899 1260/1288 sal, óleo, ar 538/593 630 1193 552 661 1232 554
631 1193 552 662 1215 554
620 T4 63 a 6 5 63 a 66 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593
632 1204 552 663 1218 538
621 T5 63 a 65 6 4 a 66 871/899 1274/1302 sal, óleo, ar 538/593
640 1204 552
622 T6 63 a 65 64 a 66 871/899 1274/1302 sal, óleo, ar 538/593
623 T15 64 a 66 65 a 68 871/899 1204/1260 sal, óleo, ar 538/649
624 T8 63 a 65 64 a 66 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593 Em relação ao tratamento térmico dos aços rápidos, serão feitas a seguir as seguintes
64 a 66 815/871 1177/1218 sal, óleo, a r considerações:
630 M1 63 a 6 5 538/593
631 M10 63 a 6 5 6 4 a 66 815/871 1177/1218 sal, óleo, a r 538/593 O aquecimento exige ambiente protetor. O meio mais adequado consiste em "banhos de
632 M7 63 a 6 5 6 4 a 66 815/871 . 1177/1218 sal, óleo, ar 538/593 sal", os quais oferecem a velocidade de aquecimento mais rápida e impede a formação de
871/899 1204/1232 sal, óleo, ar
casca de óxido às elevadas temperaturas de aquecimento. Para evitar descarbonetação, os
640 M30 63 a 65 64 a 66 538/593
641 M34 63 a 65 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
banhos de sal devem ser mantidos limpos e periodicamente ratificados na sua composição.
642 63 a 66 62 a 65 843/871 1107/1149 sal, óleo, ar 538/566 Fomos de mufla exigem atmosferas controladas, com rigoroso controle da sua composi-
643 63 a 66 62 a 65 843/871 1107/1149 sal, óleo, ar 538/566 ção, em função dos fenómenos de carbonetação ou descarbonetação superficial que podem
. 644 M33 63 a 65 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593 ocorrer, dada a variedade de composição dos aços rápidos. Fornos à vácuo têm sido empre-
645 M42 66 a 70 63 a 65 871/899 1163/1190 sal, óleo, ar 510/593 gados mais recentemente.
646 M43 66 a 70 63 a 65 871/899 1149/1177 sal, óleo, ar 510/593 Dadas as altas temperaturas envolvidas, é necessário que os aços subrpetidos a pré-
647 M46 66 a 69 63 a 65 871/899 1190/1218 sal, óleo, ar 524/566 aquecimentos, c o m duas vantagens principais: eliminar o severo choque térmico a que as
648 M47 66 a 70 63 a 65 871/899 1177/1204 sal, óleo, ar 524/593
ferramentas podem estar sujeitas se colocadas diretamente nos fornos às temperaturas finais
650 M2 63 a 65 64 a 66 871/899 1190/1232 sal, óleo, ar 538/593 de tratamento e, e m consequência reduzir a possibilidade de empenamento e formação de
651 M3 63 a 66 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593 fissuras sobretudo em peças complexas e de maiores dimensões.
652 M3 63 a 66 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
Aconselha-se um pré-aquecimento acima de 760°C (temperaturas em torno da qual a
653 M4 63 a 66 65 a 67 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
843/871 1204/1260 sal, óleo, ar
austenita começa a se formar). Nesse pré-aquecimento previne-se descarbonetação que
654 M8 63 a 65 6 4 a 66 538/593
poderia ocorrer se as peças fossem submetidas imediatamente às altas temperaturas e, além
660 M35 63 a 65 64 a 66 871/899 1218/1246 sal, óleo, a r 538/593
disso, reduz-se a quantidade de tensões que podem originar-se devido à transformação
661 M36 63 a 65 64 a 66 871/899 1218/1246 sal, óleo, a r 538/593
alotrópica.
662 M6 63 a 66 63 a 65 817 1177/1204 sal, óleo, a r 538/593
663 M15 64 a 68 65 a 68 871/899 1190/1232 sal, óleo, a r 538/649 Quando se trata de uma única operação de pré-aquecimento, emprega-se duas faixas de
664 63 a 67 64 a 66 871/899 1218/1260 sal, óleo, a r 538/593 temperaturas: 7 0 5 ° C a 790° C , p a r a p r e v e n i r d e s c a r b o n e t a ç ã o parcial e, se e s t a
665 M41 66 a 70 63 a 65 871/899 1190/1215 sal, óleo, a r 538/593 descarbonetação não constituir um problema, pode-se pré-aquecer entre 815°C e 900°C.
666 M44 66 a 70 63 a 65 871/899 1200/1227 sal, óleo, ar 538/627 Frequentemente, recomenda-se um duplo pré-aquecimento, num forno entre 540°C e
667 M45 66 a 70 63 a 65 871/899 1204/1232 sal, óleo, a r 538/593 650°C e o segundo entre 845°C e 870°C. Esse duplo pré-aquecimento é principalmente
668 66 a 70 61 a 63 871 1190/1204 s a l , óleo 538/593 aconselhável no caso de utilizar-se banhos de sal.
669 66 a 70 6 4 a 63 871 1190/1204 sal, óleo 538/593
ATabela 105 indica a faixa de temperaturas de austenitização para a têmpera. No caso dos
670 65 a 6 8 850/899 1100/1200 sal, óleo, ar 538/593
aços da classe 650 (baseados em tungstênio-molibdênio), a sua maioria é aquecida entre 1200°C
671 64 a 69 850/899 1100/1190 sal, óleo, ar 549/593
e 123Q°C. Os aços da classe 630 (baseados no molibdênio) são aquecidos na faixa 1180°C a
1220°C. Quando o cobalto esta presente, pode-se ter outras temperaturas de austenitização. De
um modo geral, portanto, as variações de composição que afetam o ponto de fusão do material ou
Esse segundo revenido é feito, geralmente, à mesma temperatura do primeiro, durante um
sua tendência de crescimento de grão, podem resultar na adoção de diferentes temperaturas.
tempo mais curto (cerca de uma hora). Esse duplo revenido aumenta a tenacidade e a efici-
ência de corte das ferramentas. Recomenda-se também novo revenido, toda vez que se tiver A T abel a 106< ' apresenta sugestões das temperaturas normais de têmpera e de
20S

necessidade de realizar operações de endireitamento ou retificação. revenido (assumindo revenido múltiplo de 2 a 3 horas para cada ciclo), quando se empregam
banhos de sal.
11.3.1. Tratamento térmico dos aços rápidos - A Tabela 105Í apresenta as temperatu 205)
Ao considerar essas temperaturas, deve-se ter em mente o tipo de ferramenta a s e r
ras de recozimento, têmpera com os meios de resfriamento e revenido (faixa). tratada; por exemplo, ferramentas de uma única aresta de corte são, às vezes, aquecidas de

366 367
Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s RARA FERRAMENTAS E MATRIZES

28°C a 42°C acima das ferramentas de fina aresta de corte, tais como machos de tarraxa e grande aplicação comercial. Recomenda-se, as vezes, seu emprego em ferramentas gran- - A

cossinetes, as quais, por sua vez, podem ser muitas vezes aquecidas de 14°C a 28°C abaixo des ou complexas, devendo ser evitada em ferramentas pequenas e uniformes, que, na v
da temperatura usualmente recomendada. realidade, constituem a maior parte d a produção de ferramentas de aço rápido. r \
Do mesmo modo, essas temperaturas não se aplicam a todos os tipos de fomos, porque
um banho de sal aquece mais rapidamente que um forno de mufla e é geralmente operado de 11.3.4. Nitretação dos aços rápidos - A nitretação de aços rápidos produz uma camada
11°C a 17°C abaixo da temperatura de um forno de mufla, ao passo que um forno de atmos- superficial de dureza excepcional, caracterizada ainda por melhor resistência à corrosão. O
fera controlada é frequentemente operado de 11 °C a 17°C acima, para compensar a tempe- processo considerado ideal para os aços rápidos é a nitretação em banho de sal, a tempera-
ratura mais baixa que s e desenvolve na ferramenta. turas entre 535°C e 565°C, durante 15 minutos a uma hora. O banho é constituído de uma
Como se vê pela Tabela 105, os meios de resfriamento usuais n a têmpera dos aços mistura de cianetos de sódio e potássio; obtém-se uma profundidade de nitretação da ordem
rápidos são ar, óleo, banhos de sal (ou chumbo derretido). '•: de 0,025 mm, com um mínimo de empenamento. Além da alta dureza superficial e melhor
Se se admitir u m a pequena quantidade de casca de óxido, o resfriamento ao ar é ; resistência à corrosão, o aço rápido nitretado apresentara melhor resistência ao desgaste e
satisfatório. Caso contrário, prefere-se o resfriamento em óleo. um baixo coeficiente de atrito, o que significa, em última instância, numa melhora da vida d a
O método mais recomendado é um banho de sal mantido a uma temperatura acima do - ferramenta. Admite-se também que a nitretação possa servir de correção para superfícies
início de formação de martensita (linha Mi), geralmente entre 538°C e 649°C. Uma vez inici- .. moles que tenham se originado através de uma retificação ou afiação mal feita.
ado o resfriamento, espera-se que a temperatura uniformize e logo a seguir deixa-se resfriar Os melhores resultados d a nitretação têm sido obtidos em cossinetes, m a c h o s e
ao ar, quando ocorre a formação de martensita. tarrachas, alargadores, ferramentas de conformação e brochas, além certas matrizes para
Para o revenido, os fomos empregados são os comuns, ou fornos de banho de sai (ou estiramento e trefilação.
chumbo derretido), ou fomos com circulação forçada de ar. Outras informações sobre o
revenido do aços rápidos j á foram dadas no decorrer desta exposição. 11.4. Aços rápidos fundidos - Embora a fundição de fresas de aço rápido já tivesse ocor-
rido em 1916 ou 1 9 7 0 , somente mais recentemente o método tornou-se mais popular,
(ia8)

11.3.2. Tratamento subzero-0 tratamento a temperaturas abaixo de zero grau centígra- graças principalmente ao aperfeiçoamento dos processos de fundição, tais como a introdu-
dos, a fim de provocar transformação praticamente total da austenita em martensita, foi du- , ção do molde tipo cerâmico e a inovações nos ciclos de tratamento térmico. Um dos proble-
;

rante muitos anos admitido como uma melhora da eficiência de corte das ferramentas. Atual- mas com às estruturas fundidas de aços rápidos era baixa tenacidade, o que foi, de certo
mente, não se acredita que o tratamento subzero possa proporcionar melhor rendimento de modo, resolvido mediante um melhor controle das temperaturas de vazamento e das veloci-
corte do que o que se obtém das praticas convencionais de tratamento, desde que levadas a dades de resfriamento, além da introdução de variações nos ciclos de tratamentos térmicos.
efeitos adequadamente. Esse fato é, aliás, comprovado pelo pouco uso comercial do trata- ; Os tipos de aços para ferramentas que podem ser fundidos são praticamente ilimitados. A
mento subzero. O mesmo, entretanto, pode tornar-se conveniente, e m certos casos, para aplicação de fundição de aço rápido é feita principalmente nos tipos de alto teor de liga, como
correção de um superaquecimento ou para a estabilização dimensional. o T-15, que geralmente são mais difíceis de se produzir pelos métodos convencionais.
O resfriamento até a temperatura de cerca de - 100°C somente deixa de transformar Ferramentas de aço rápido fundidas apresentam formas complexas que exigiriam muita
aproximadamente 8% da austenita. Se o resfriamento for interrompido à temperatura ambien- usinagem, se produzidas a partir de material trabalhado. Embora apresentado essas vanta-
te antes de atingir temperaturas abaixo de zero, a austenita retida dificilmente se transforma gens, a produção de ferramentas de aço rápido por fusão tem algumas limitações, como, por
em temperaturas subzero, produzindo-se fenómeno denominado "estabilização da austenita mi- exemplo, a precisão não é tão boa como as ferramentas usinadas, não é possível produzir
retida". A experiência mostra que quanto mais longo o tempo de permanência à temperatura ferramentas delicadas e de pequenas dimensões e a tenacidade, embora satisfatória, não se
ambiente, menor a quantidade de austenita que se transforma. equipara com a do material trabalhado.
Como já foi mencionado, não há uma evidência clara a respeito dos benefícios do trata-
mento subzero em relação à vida da ferramenta; contudo estudos recentes que levaram ao 11.5. Tratamentos superficiais em aços para ferramentas - A s ferramentas de aços rápi-
controle do processo através de microprocessadores estão voltando a despertar o interesse
de especialistas' .
2161
1 dos podem ser submetidas a tratamentos superficiais que modifiquem o aspecto da superfí-
cie do material ou que melhore as suas propriedades de corte.
Essas tratamentos incluem acabamento de óxido preto brilhante ou de nitreto ou, o mais
11.3.3. Têmpera para formação da bainita - Pelo exame da curva T T T do aço rápido (fig. importante de todos, a aplicação, através do processo de "revestimento físico a vapor"(*), de
146), verifica-se que interrompendo o resfriamento do aço na faixa de temperaturas entre uma película de nitreto metálico. O mais importante desses revestimentos é o de nitreto de
170°C e 370°C e mantendo a temperatura durante um certo tempo, ocorrerá transformação titânio, com o objetivo de aumentar a resistência ao desgaste e a vida da ferramenta. Esse
parcial da austenita, resultando uma estrutura que poderá conter até 5 5 % de bainita e o processo é considerado mais conveniente que o processo de "deposição química a vapor"(**).
mi
restante de austenita retida. Quando se desejar a transformação dessa bainita - denominada Além do nitreto de titânio, outros tipos de revestimentos têm sido usados, como nitreto de
de bainita primária - a temperatura mais indicada é de 260°C, para a maioria de aços rápidos, háfnio, nitreto de zircônio, carboneto de titânio, carboneto de zircônio e carboneto de háfnio.
sendo os tempos necessários considerados mais práticos de cerca de 4 horas. Resulta uma O revestimento de NiT, além de aumentar a resistência ao desgaste, reduz o atrito, previ-
estrutura contendo aproximadamente 50% de bainita com u n a óursza de 5 7 a 58 RccScweS C, ne empastamento, atua como lubrificante seco e produz melhor acabamento d a peça
depois de resfriado o aço até a temperatura ambiente. O aço deve ser, em seguida, revenido usinada' . A s ferramentas assim revestidas exigem máquinas-ferramenta mais rígidas e
2,sl

duas ou três vezes, de modo a transformar a austenita restante em martensita. Por outro lado, m operação de usinagem com maiores velocidades de corte e de avanço.
pode-se obter nova formação de bainita, denominada bainita secundária, a partir.da austenita ATabela 1 0 7(2181 apresenta alguns exemplos de melhora d a vida da ferramenta de aço
retida, pelo revenido durante 4 horas a 565°C, resfriando-se a 260°C e mantendo-se. o mate- rápido através desses revestimentos.
rial a essa temperatura novamente durante 4 horas.
O resultado dessa operação para obtenção de bainita em aços rápidos consiste numa (*) Conhecido com o nome de "Physica! Vapor Deposition" - PVD
melhora, relativamente pequena, da eficiência de corte, de modo que o tratamento não tem (") Conhecido com o nome de "Chemical Vapor Deposition" - CVD

368 365
Aços e FERROS FUNDIDOS Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES'

TABELA 107 12. Conclusões - As especificações mais recentesf) dão a entender que muitos dos tipos
Aumento da v i d a d a ferramenta obtido c o m revestimentos aplicados e m ferramentas de aços para ferramentas apresentados neste capítulo não são mais usados. Além disso,
de corte de a ç o rápido pequenas alterações de composição química apenas têm sido feitas. Apesar de não ter havi-
N 3 d e p e ç a s usina- do grandes mudanças nos tipos de aços-ferramentas disponíveis, a qualidade do material
Ferramenta d e c o r t e
d a s a n t e s de reafiar vem melhorando paulatinamente nos últimos vinte anos, o que é facilitado pelo fato de que
Revesti- Material muitos produtores desses tipos de materiais se especializam em determinados produtos ape-
Aço rápido
mento usinado Sem Com nas. Outro ponto a considerar é a evolução da técnica de produção de aços para ferramentas
Tipo usado
revest. revest
AISI através da metalurgia do pó.
Fresa de Finalmente convém lembrar que a qualidade da ferramenta depende muito do tratamento
topo M7 TiN Aço 1 0 2 2 , 35 HRC 325 1-200 térmico a que a mesma é submetida depois de confeccionada. Esse tratamento pode ser c om-
Idem M7 TiN Liga de A l 6061-T6 166 1.500
plexo e exige do tratador profundo conhecimento das características estruturais do material.
Idem M3 TiN Liga de A l 7 0 7 5 T 9 53
Fresa M2 TN A ç o 8620 40 80
Brocha M2 TiN Liga 4 3 % N i 200 3.400
Brocha M2 TiN Aço inox 4 1 0 11.000 31.000
Macho de
tarraxa M2 TiN Aço 1050, 30/33 HRC 60/70 750/800
Ferramenta
de perfilar T15 TiN Aço 1045 5.000 23.000
Idem T15 TiN Aço inox 3 0 3 1.840 5.890
Broca M7 TiN A ç o baixo C 1.000 4.000
Ferramenta
para corte M2 TiC-TiN Aço baixo C 150 1.000

TABELA 108
T i p o de r e v e s t i m e n t o e m f u n ç ã o d o m a t e r i a l e da o p e r a ç ã o a r e a l i z a r

Fresamento Furacão Mandrllhamento Brochamento Plainamento Estampagem


Liga Torneamento
(conformação)
Aço não TICN TiCN TiCN TiN TiN TiN TiN
ligado TíNC TiCN TiCN TiCN
Aço 1.000 TiCN TiCN TiCN TiN TiN TiN TiN
N/mm ! TiCN TiCN TiCN TiCN
Aço TiAIN TiN TICN TÍNC TiCN TiCN TiN
inoxidável TiCN CrN CrN TiCN
Ferro TiAIN TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN TiAIN
fundido TiAIN
Liga de TiN TiN TiN TiN TiN TiN TiAIN
alumínio
forjada
Liga de TICN TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN TiAIN
alumínio
(undido
Cobre CrN CrN CrN CrN CrN CrN CrN
(puro)
Latão TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN ClN
Bronze TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN TCN CrN

Por outro lado, outros tipos de revestimentos, além do nitreto de titânio TiN,.que estão
sendo aplicados. Incluem o nitreto de cromo C r N , o carbonitreto de titânio TiNC e o nitreto de
titânio-alumínio A I T i N . (217)
(*) Essas especificações estão incluídas no capítulo "Wrought Tool Steels" do Metals Handbook- 10 Edição
a

ATabela número 1 0 8 indica o tipo de revestimento adequado em função do material e


(2171
- Vol. 1 - Properties and Selection: Irons, Steels and High-PeríormanceAlloys -1990 -ASM International
a operação a realizar. - 747 e seg.

370 371
A ç o s RESISTENTES ABIDJÊSGASTR

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AÇOS RESISTENTES A O DESGASTE

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373
Aços E FERROS FUNDÍDOS Aços RESISTENTES AO DESGASTE

1 . Introdução - O desgaste é um fenómeno que ocorre em peças e m movimento, corno das superfícies em movimento pode causar: assim, o calor produzido causaria como que
em eixos, pistões, válvulas, cilindros, engrenagens e peças semelhantes em máquinas, apa- uma soldagem de partículas metálicas, as quais devido à pressão exercida e ao movimento,
relhos de transporte, m a q u i n a d o agrícola, de construção, b r i t a d o r e s , escavadeiras, são arrancadas deixando vazios na forma de depressões e produzindo saliências que mais
misturadores, enfim um sem número de aparelhos e máquinas utilizadas na engenharia e na contribuem para ulterior desgaste. Por outro lado, a temperatura desenvolvida pelo atrito
indústria. pode reduzir a resistência e a dureza do metal e facilitar a oxidação ou outro ataque químico,
Trata-se de um fenómeno superficial, devido ao contato de superfícies, uma das quais, tomando as superfícies mais suoeptíveis ao desgaste.
pelo menos, em movimento e que resulta na deformação gradual das peças ou na modifica- Admite-se que o desgaste abrasivo seja causado pela penetração na superfície do metal
ção das suas dimensões, com paulatina redução das mesmas até um ponto que elas perdem de partículas não-metálicas de caráter abrasivo, ocasionando o arrancamento de partículas
sua eficiência quando em serviço, ou apresentam profunda alteração d a sua ajustagem, de metálicas.
modo que, em qualquer caso, criam-se tensões inesperadas, ocasionando sua ruptura pela Quaisquer que sejam as explicações das causas que produzem o desgaste metálico ou o
aplicação de uma pequena sobrecarga, por fadiga ou por outro esforço dinâmico. desgaste abrasivo, é certo que os mesmos são reduzidos pelo melhor acabamento das s u -
O desgaste ocorre pelo deslocamento ou pelo arrancamento de partículas metálicas de perfícies em contato e pelo aumento d a dureza e da resistência mecânica do metal.
uma superfície metálica. Esses efeitos podem ser causados pelo contato de uma superfície Em outra palavras, a resistência ao desgaste dos metais depende dos seguintes fatores:
IHHHÍ metálica contra outra superfície metálica ou de uma superfície metálica contra outra não
metálica ou de uma superfície metálica contra líquidos ou gases em movimento. Assim sen- - acabamento da superfície metálica, a qual deve se apresentar tão macia e plana quanto
do, podem ser considerados três tipos de desgaste :( a l a ) possível, de modo a eliminar depressões e projeções que ao coincidirem umas com as o u -
tras, produzem o arrancamento de partículas além de proporcionar, pela energia produzida,
uma elevação de temperatura;
IIf< - desgaste de metal contra metal (chamado também desgaste metálico);
- desgaste de metal contra uma substância não metálica abrasiva (chamado também de - dureza, a qual deve ser elevada, para que o metal resista à penetração inicial;
desgaste abrasivo); - resistência mecânica e tenacidade que, quanto mais altas, mais dificultarão o
- desgaste de metal contra líquidos ou vapores (também chamado erosão). arrancamento das partículas metálicas, quaisquer que sejam as causas passíveis de produzir
tal efeito.
O primeiro - desgaste metálico - pode subdividido em desgaste por deslisamento, com
lubrificação, como num eixo em mancai, ou sem lubrificação, como em parafusos, porcas e A dureza é o fator mais importante, pois dele depende o início do desgaste.
arruelas e desgaste por rolamento, com lubrificação, como em mancais de rolamento e en- Outro fator também ponderável e que deve ser levado em devida conta é a estrutura
grenagens e sem lubrificação, como em rodas sobre trilhos. metalográfica do material. De fato, num metal apresentando um sistema de duas fases, a
O segundo - desgaste abrasivo - pode ser subdividido em desgaste por esmerilhamento, presença de partículas relativamente grandes de um constituinte de baixa dureza e, portan-
úmido, como em moinhos de bolas ou seco, como em alguns tipos de britadores de minérios; to, vulnerável ao desgaste, numa matriz dura prejudica a sua resistência ao desgaste, ain-
em desgaste por deslisamento, úmido, como em transportadores de areia úmida ou seca, da que o conjunto seja duro, ao passo que se a estrutura apresenta um constituinte p o s s u -
como em arados ou dispositivos de equipamento de manuseio de terra em solos secos; em indo partículas duras - carbonetos geralmente - numa matriz mais mole, ela possuirá maior
desgaste por impacto, úmido, como em rotores de bombas de lodo, ou seco, como em jatos resistência ao desgaste, principalmente quando essas partículas duras não forem excessi-
de areia. vamente frágeis e quando forem de pequenas dimensões e uniformemente distribuídas n a
O terceiro - desgaste erosivo - pode ser por vapor, como em turbinas, por gases de com- matriz.
bustão, como em turbinas a gás, por água, como em rotores de bombas e por cavitação, O requisitos de alta dureza, elevados valores de resistência e tenacidade e estrutura
como em dispositivos de fluxos turbulentos e alta velocidade de líquidos. adequada são conseguidos nos aços mediante os seguintes artifícios:
Os dois primeiros tipos são os mais importantes.
O desgaste metálico pode ser explicado pela interferência mecânica de pequenas proje- - composição química conveniente, pela introdução em altos teores de determinados ele-
ções ou asperezas das superfícies em contato e em movimento. Ao se deslocarem as duas mentos de liga;
superfícies uma em relação a outra, admite-se que as saliências de u m a possam coincidir - tratamentos térmicos ou termo-químicos de aços de composições apropriadas;
com as depressões da outra de modo a causar um aumento da resistência a movimento
ulterior. Se a força causadora deste for suficiente para mantê-Io, as saliência das superfícies Assim sendo, a resistência ao desgaste dos metais pode ser obtida mediante os seguin-
serão deformadas ou arrancadas, se o metal for pouco dúctil. tes meios:
É de se supor pois, que o desgaste metálico possa ser reduzido pela melhora do acaba-
mento das superfícies em movimento e em contato, ou seja, tomando-as planas e macias de - mecânicos, peio trabalho a frio o u encruamento proporcionados por l a m i n a ç ã o ,
modo a diminuir o número de saliências que coincidem com as depressões. estiramento ou deformação a frio; ou pela aplicação do processo de "jacto-percussão" ou
íi». i Também diminui o desgaste, a introdução entre as duas superfícies de uma película lubri- "jacto-abrasivo" nas superfícies das peças;
ficante a qual, sendo suficientemente espessa, poderá separar as superfície de modo a elimi- - térmicos - pela têmpera total ou têmpera superficial (por chama ou por indução);
nar o contato metálico. - termo-químicos, pelos tratamentos de cementaçao, nitretação, e t c ;
Consegue-se mais facilmente a separação completa, se as superfícies adjacentes em - revestimentos superficiais, p e l a a p l i c a ç ã o d e " c r o m o duro", s i l i c o n i z a ç ã o ,
contacto forem macias, a não ser por asperezas microscópicas. Certos detritos de desgaste eletrodeposição, metalização, etc.
que se formam nas superfícies em atrito podem ser eliminados pela lubrificação, a qual ainda,
mediante um sistema adequado de alimentação e fluxo do lubrificante, permite controlar O objetivo do presente Capítulo é estudar os aços que, por si só, devido aos seus carac-
melhor a elevação de temperatura provocada pelo atrito. terísticos de composição química, possuem elevada resistência ao desgaste, ainda que a

• I O desgaste metálico é igualmente explicado pelos efeitos que o calor produzido pelo atrito mesma lhes seja garantida por tratamentos térmicos ou mecânicos suplementares.

374 375
2. Aços-manganês austeníticos - O m e l h o r meio de elevar a d u r e z a do aço e, ser utilizado em teores até 2%, para produzir um certo aumento do limite de escoamento e
consequentemente a sua resistência ao desgaste, é pelo encruamento de determinados tipos certa resistência à deformação plástica sob choques repetídos< ); enxofre, cujo teor não é 22a
c
de aços austeníticos onde a austenita é pouco estável e que, pelo encruamento, quando .crítico, devido a alta quantidade de manganês presente; fósforo, cujo teor máximo pode
colocados em serviço, p o d e m ser tomados martensíticos. Tais são os "aços-manganês atingir 0,10%, preferindo-se, entretanto, cerca de 0,06% no máximo para garantir boa
austeníticos". soldabilidade ao aço; outros elementos, como níquel, molibdênio, cromo, cobre e vanádio
Um dos precursores desse tipo de aço foi Hadfield, cujo nome identifica o tipo por ele podem ser adicionados para melhorar o limite de escoamento, a usinabilidade, etc. U m a das
desenvolvido, com 1,2% de carbono e 12% de manganês. Esse aço é ainda hoje o principal adições comuns é certa quantidade de cromo (até 2%) que aumenta o limite de escoamento,
do grupo de aços resistentes ao desgaste, de natureza austenítica. mas pode reduzir a ductilidade.
O êxito da utilização do aço Hadfield para peças submetidas ao desgaste deve-se a duas
propriedades: endurecimento superficial propiciado pelo trabalho e tenacidade. Esses aços,
contudo, estão sujeitos a um fenómeno de fragilização intergranular, que é muito prejudicial a
\ I
Carbonei DS Aciculares dos
levam, frequentemente à rejeição de peças ou perda das mesmas por falhas em serviço' ). 219
Cante mos da Grão
Os tipos comerciais apresentam o carbono entre 1,0% e 1,4% e o manganês entre 10% e
14%, havendo uma tendência a utilizar-se teor de carbono de 1,2% e manganês de 12% e 13%.
O diagrama de equilíbrio para 13% de manganês está representado na figura 153. Do seu
exame concluiu-se:
- o eutetóide apresenta baixo teor de carbono; \ Carbonetos +• Pariita Fina

- a austenita é tão estável que ela não se transforma, mesmo c o m velocidades de <
esfriamento moderadas. .. i
\
\v

rx \s
iu
- % \s
ç \o Grão
UJ •5
H-

O
<; 900
CC

b / 20Q
< aoo
0C / c

/
10 10' 10' 10' 10' 10'
LU
CL Tempo segundos
700
LU / Fig. 154 - Diagrama isotérmico d e transformação de um aço c o m 1,28% C, 12,4% M n ,
b 0,35% Si, 0,009% S, 0,30% P, 0,28% Ni e 0,23% Cu, austenítizado durante 30 min. a 1050°C.
Tamanho de grão 5 a 6.

' +c

2.1. Tratamento térmico dos aços Hadfield - A estrutura fundida ou laminada do aço-
cc + 0 manganês contêm carbonetos e outros produtos de transformação que conferem grande
1# : fragilidade ao aço: sua resistência à tração é de cerca de 42 a 49 kgf/mm (410 a 480 MPa) 2

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8


com alongamento e estricção às vezes inferiores a 1 %.
As propriedades mecânicas normais desses aços são obtidas com um tratamento de
Porcentagem de carbono austenitização a uma temperatura suficientemente alta para assegurar completa solução dos
Fig. 153 - Diagrama de equilíbrio para aço-C-Mn, com 1 3 % M n . c a r b o n e t o s , s e g u i d a de r e s f r i a m e n t o muito rápido - e m á g u a . A t e m p e r a t u r a de
austenitização situa-se entre 1000°C e 1065°C. O tempo de permanência à temperatura não
A figura 154< ' apresenta o diagrama de transformação isotérmica de um aço contendo
2 31 é considerado crítico.
1,28%C, 12,4% Mn, 0,35% Si, 0,009% S, 0,30% P, 0,28% Ni e 0,23% Cu, austenítizado Após o resfriamento em água, o aço torna-se mais resistente e mais dúctil, apresentando
durante 30 minutos. um alongamento que pode variar de 3 0 % a 60%, uma dureza Brinell de 180 a 220, Smfte da
Essa transformação c o m e ç a entre 300 e 7 0 0 ° C com a precipitação de carbonetos escoamento de 30 a 42 kgf/mm (290 a 410 MPa) e limite de resistência à tração de 57 a 100
2

intergranulares após alguns segundos de período de incubação. Passado esse período, sur- kgf/mm (560 a 980 MPa).
2

gem carbonetos aciculares, em tomo de 600°C num período de incubação mais longo, da O valor da dureza, entretanto, tem pouco significado, tanto no que se refere à resistência
ordem de um minuto. A transformação perlítica é muito lenta e a periita aparece após um ao desgaste como à usinabilidade do aço, porque ela aumenta consideravelmente, por
longo período de i n c u b a ç ã o , numa faixa de temperatura mais estreita do que a dos encruamento, quando o aço começa a sofrer o efeito das condições de serviço.
carbonetos aciculares. ATabela 1 0 9 ' mostra valores representativos das propriedades mecânicas de aços-
2201

Os outros elementos presentes nos aços-manganês austeníticos são: silício, com o ob- manganês dos tipos comerciais, no estado fundido sem e com tratamento térmico e no estado
jetivo principalmente de desoxidação, raramente ultrapassa 1 % ; entretanto, às vezes pode laminado com tratamento térmico.

376 377
Aços s FERROS FUNDIDOS
Aços RESISTENTES AO DESGASTE

A resistência ao choque também é muito elevada, podendo atingir valores da ordem de


14 a 15 kgfm (137 a 147J) (corpos de prova tipo Charpy).
O encruamento que se verifica no aço-manganês austenítico quando em serviço - geral-
mente devido a golpes - eleva a sua dureza de cerca de 200 Brinell no estado tratado Q m
(resfriado em água) a 500-600. Provavelmente nenhum outro aço supera o aço Hadfield na
capacidade de endurecer pelo encruamento.
Os aço-manganês austeníticos, devido suas propriedades de tenacidade, resistência ao : 3 ; !Ç
• o IO
desgaste e ainda não-magnérjcas, têm suas mais importantes aplicações nas indústrias de co co
construção, mineração, exploração de pedreiras, perfuração de poços de petróleo, fabrica-
ção de cimento e produtos cerâmicos, estradas de ferro, dragagem, e t c , na fornia de peças
para equipamento de manuseio de materiais, britadores, moinhos de bola, caçambas de
dragas, caçambas de escavadeiras, bombas para trabalho em pedras e rochas, assim como
em peças de linhas ferroviárias, como jacarés, chaves e cruzamentos. Por outro lado, como
< E
eles suportam igualmente o desgaste metálico (metal contra metal) são empregados em
rodas dentadas ou pinhões para correntes, engrenagens, rodas, correntes de transportado-
res, sapatas, etc.

i2 S?
2.2 Adição de outros elementos de liga no aço Hadfield- Cromo, níquel e cobreiem sido
adicionados ao aço-manganês. O cromo parece melhorar a dureza do aço-manganês antes
33
do encruamento; por exemplo, um aço-manganês Hadfield sem cromo com dureza Brinell
200, antes do tratamento térmico apresentará dureza de 220 com 1,5% de cromo e cerca de
280 com 2,0% de cromo. Por outro lado, a adição de cromo parece exigir menor quantidade
de encruamento ou deformação para a obtenção d a dureza superficial necessária nesses
aços. Nessas condições, o cromo tem sido acrescentado toda vez que as peças forem
sujeitas a desgaste de natureza principalmente abrasiva (com ausência, de choque que
possa desenvolver rapidamente a dureza superficial), tais como em peças de máquinas
destinadas ao britamento, moagem ou transporte de material leve e de pequenas dimensões
tais como areia e pedregulho. 3LU (0i > CD CD
Às vezes adiciona-se cobre nos aços-manganês-cromo, sobretudo quando o cromo é tn " ° 00 LO

elevado - da ordem de 5% - com o objetivo de melhorar sua ductilidade.
O níquel tem sido um elemento de adição útil nos aços-manganês austeníticos de carbo-
no mais baixo que o normal, que após austenitizados podem ser resfriados ao ar para a
obtenção da necessária ductilidade. Aços com 0,60% e 0,90% de carbono, cerca de 3,0% de
níquel e 12% de manganês são usados para eletrodos de solda, na forma de barras ou fios
laminados ou trefilados e em certas peças fundidas ou trabalhadas. O T -

LO O"
m co
2.3. Características gerais dos aços-manganês tipo Hadfield - As propriedades mecâni-
cas, antes e após o tratamento térmico, j á foram estudadas.
A usinabilidade desses materiais é de natureza complexa. Tais aços são muitos tenazes a
E
e além disso encruam nos pontos de contato com a ferramenta de corte, de modo que uma o
o
técnica especial de usinagem é usada, quando essa operação se torna necessária, devendo-
se para isso empregar ferramentas de metal duro (carboneto de tungsténio sintetizado) ou
aço rápido ao cobalto. ^??
Esses aços não podem ser usados a temperaturas superiores a 260°C, porque tomam-se c5 ^
frágeis, provavelmente devido à transformação parcial da austenita meta-estável' .2201

378
379
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES À CORROSÃO

1. Introdução - A perda de peças metálicas por ação da corrosão tem preocupado enge- T A B E L A 110
nheiros e metalurgistas que procuram constantemente não só aperfeiçoar ou desenvolver V e l o c i d a d e s de c o r r o s ã o de a m o s t r a s de a ç o - c a r b o n o e m d i v e r s a s localizações
novos métodos de proteção, como também aperfeiçoar ou criar novas ligas que apresentem Velocidade de c o r r o s ã o ,
Localização T i p o de ambiente
o caracteristico de resistência à corrosão. ujn/ano
A corrosão pode s e r considerada como u m ataque gradual e contfnuo de metal por Norman Wells, C a n a d á polar 0,76
parte do meio circunvizinho, que pode ser a atmosfera mais ou menos contaminada das Phoenix rural árido 4,6
cidades, ou em meio q u í m i c o , líquido ou gasoso. Como resultado de reações químicas Esquimalt, ilha de Vancouver
entre os metais e elementos não-metáiicos contidos nesses meios, t e m - s e mudança gra- (Canadá) rural maritimo 13
Detroit industrial 14,5
dual do metal num c o m p o s t o ou em vários compostos químicos, q u e s ã o geralmente
Montreal urbano 23
óxidos ou sais.
Pittsburg industrial 30
Admite-se que a corrosão não passa de uma forma de atividade química ou, mais pre- Cleveland industrial 38
cisamente, eletroquímica. A velocidade do ataque e sua extensão dependem não só da Londres industrial 46
natureza do meio circunvizinho, como igualmente do tipo de metal ou liga sofrendo a ação East Chicago industrial 84
corrosiva. Dayton Beach (Flórida) marítimo 295
Quando um metal não corrói, admite-se que se produz alguma reação química entre ele e Galeta Point B e a c h (Panamá) maritimo 686
o meio que o circunda, com a formação de uma camada fina, a qual adere à superfície metá- um = 0,001 m m
lica e é aí mantida por forças atómicas. Se, por qualquer motivo, essa camada protetora for
destruída momentaneamente, ela será instantaneamente restabelecida e a lesão o metal é,
por assim dizer, automaticamente sanada. T A B E L A 111
C o r r o s ã o de a ç o - c a r b o n o em ambiente t r o p i c a l
O tipo de corrosão mais comum é atmosférica. Por outro lado, como a corrosão do ferro é
a mais importante, será feito a seguir um apanhado sucinto dos fenómenos que levam à V e l o c i d a d e de c o r r o s ã o , u m / a n o
destruição, por corrosão, desse metal. Tipo d e a m b i e n t e Exposto, depois Exposto, d e p o i s Abrigado, depois
A teoria mais simples e aceita para explicar a corrosão do ferro é a eletrolftica: de 6 m e s e s de 24 m e s e s de 20 m e s e s
urbano, industrial 82,0 42,0 4,6
- o ferro está colocado acima do hidrogénio na tabela dos potenciais eletroquímicos; marítimo 121,0 119,0 4,1
- portanto, pode deslocar os átomos de hidrogénio da água; floresta 12,0 4,3 3,3
- tal se dá pelo envio de íons de ferro (Fe**-) em solução na água, deslocando os íons de
hidrogénio (H ) da água; +

- logo, a camada de água circundando o o b j e t o d e ferro contém íons F e " e íons 20Ph, ou Outros dados obtidos em ensaios realizados por especialistas americanos comprovam
seja, Fe(OH) dissociado em considerável concentração.
2 que a corrosão atmosférica é função mais da composição do material do que da espessura
- se o oxigénio do ar for admitido nesta camada - por difusão através d a água - forma-se dos corpos de prova utilizados. Assim, à medida que o teor de ligas introduzidas no aço é
Fe(OH) ; 3 aumentado, a velocidade de corrosão em ambientes industriais e rurais decresce mais rapi-
- este é menos solúvel que o Fe(OH),, e precipita de acordo com a reação 2Fe(OH) -> 3 damente; por exemplo, aço-carbono exige cerca de cinco anos para que a velocidade de
F e 0 + 3 H 0 como um depósito marrom;
2 3 2
corrosão se estabilize, ao passo que essa estabilização em aços com cobre ocorre em três
- em resumo, o Fe(OH) passa gradualmente a F e 0 , conhecido comumente com o nome
3 2 3
anos e nos aços de baixo teor em liga e alta resistência, ela ocorre em cerca de dois anos.
de fenvgem. Um pequeno acréscimo de cobre - de 0,01 para 0,04% - já provoca uma grande mudança
do comportamento do material em relação à resistência à corrosão; do mesmo modo atua o
Os meios corrosivos são inúmeros e a respeito dos mais comuns cabem os seguintes níquel, na ausência do cobre; cromo só é eficiente, na presença do cobre.
comentários: Para combater a corrosão atmosférica, os processos mais económicos incluem não só a
adição, acima citada, de pequenos teores de alguns elementos de liga, como a pintura, apli-
1.1. Corrosão atmosférica - Admite-se que, nas áreas urbanas, os principais agentes cor- cada em peças b e m limpas e protegidas com uma primeira camada de recobrimento. A
rosivos existentes na atmosfera são os óxidos sulfurosos gasosos que s e originam de com- galvanização é igualmente empregada como meio protetor relativamente económico.
bustíveis fósseis de veículos, indústrias e, eventualmente, usinas termo-elétricas a carvão
mineral. Nas áreas costeiras, atuam como meio corrosivo as partículas de água salgada 1.2 Corrosão no solo - Admite-se que, em estruturas enterradas, a corrosão é devida ao
transportadas pelo ar. baixo pH, a correntes parasitas, à baixa resistividade e à ação de batériasf '. Contudo, t a m - 222

A intensidade da corrosão depende, por outro lado, das condições climáticas, em face ao bém no caso do solo, a água e o oxigénio são considerados fatores fundamentais. Alguns
fato de que os cfrmas que prevalecem no'mundo, nas suas diversas regiões, incluem condi- pesquisadores admitem que quando o pH estiver na faixa de 5 a 9, este fator não é importante
ções de clima seco, d i m a tropical chuvoso, clima úmido, clima polar, e t c , que atuam de modo no sentido de afetar a velocidade de corrosão. Nesse caso, somente a resistividade do solo
diferente no comportamento do material perante a ação corrosiva. e a concentração de oxigénio seriam críticos.
Na ausência de dados brasileiros, serão apresentados, por intermédio da Tabela 110' " 22 Do mesmo modo, a corrosão por aeração diferencial pode acelerar a corrosão. Esse tipo
alguns dados americanos, que demonstram a influência das condições ambientais sobre a de diferenciação pode ocorrer, por exemplo, quando uma canalização atravessa dois solos
velocidade de corrosão de aço-carbono. que se distinguem pela permeabilidade ao oxigénio. Nesse caso, origina-se uma corrente
Em ambiente tropical, a Tabela m i ) apresenta dados adicionais, que permitem avaliar
2 2 1 galvânica da superfície da canalização com menor aeração (anódica), através do solo, em
o efeito positivo do abrigo no sentido de diminuir a velocidade de corrosão. direção à superfície com maior aeração.

382 383
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços RESISTENTES A CORROSÃO

Os solos mais corrosivos são os que contêm grandes concentrações de sais solúveis que T A B E L A 113
pela sua presença, apresentam alta condutibilidade elétrica, ou seja, baixa resistividade* ). 223 V e l o c i d a d e s de c o r r o s ã o t í p i c a s de d i v e r s o s a ç o s e m á g u a s t r o p i c a i s
A ação de baterias é considerada como a responsável por mais de 5 0 % de todas as falhas
Velocidade d e p e n e t r a ç ã o , u m / a n o
que ocorrem em metais enterrados' . 2221
Tipo de aço
1 ano 8 anos 16 a n o s
Para combater a ação corrosiva em aço enterrado, considera-se que a prática mais efici- Água doce
ente e económica consiste na aplicação de proteção catódica, em que s e aplica corrente de aço-carbono 195 65 45
retificadores e corrente de ânodos, sacrificados isoladamente ou em conjunto com revesti- aço com 0,3 C u 200 75 45
mentos orgânicos. Água salgada
aço doce 150 80 75
1.3. Corrosão em água doce - Água doce inclui águas, poluídas ou não, de rios, lagos, aço c o m 0,3Cu 150 90 80
represas, poços etc. Nesse meio, os fatores mais importantes no sentido de acelerar a velo- aço c o m 2,0Ni 190 100 85
cidade de corrosão são representados por gases dissolvidos na água. O oxigénio age não aço c o m 5 , 0 N i 160 100 85
aço c o m 5,0Cr 70 100 85
somente por si só, como igualmente acelera a ação do dióxido de carbono, sulfeto de hidro-
génio e de outros gases sólidos dissolvidos na água* '. O dióxido de carbono atua porque é
223
aço-carbono, no estado decapado.

grandemente solúvel n a água e possui grande reatividade química com esta. O sulfeto de
hidrogénio é elemento corrosivo importante, mesmo na ausência de oxigénio. No ferro fundi-
Finalmente, aTabela 114Í ) apresenta uma espécie de guia para proteção de aço-carbo-
225

do, por exemplo, esse sulfeto produz a chamada corrosão grafítica. Em águas doces naturais, no em alguns ambientes.
o efeito do pH entre 4,5 e 9,5 é mínimo.
Em relação aos sais dissolvidos na água, os efeitos das soluções concentradas sobre a velo-
T A B E L A 114
cidade de corrosão são menores que os de soluções diluídas, porque a maioria dos sais dissolvi- G u i a de p r e v e n ç ã o de c o r r o s ã o d e a ç o - c a r b o n o e m a l g u n s a m b i e n t e s
dos na água tendem a diminuir a solubilidade tanto do oxigénio, como do hidróxido de ferro' ). 223
Método de
Para prevenir a corrosão em água doce, os métodos mais eficientes são: galvanização, Atmosfera Solo Água doce Água salgada
prevenção
em tubos e tanques para água potável; eventualmente para aquecedores de água quente, Revestimento Galvanização N ã o recomen- Galvanização Não r e c o m e n -
revestimento à base de vidro, com ânodos de magnésio para proteção catódica dos poros e metálico: e l e - muito eficien- dada usada e m dada
dós dispositivos diversos do aparelho; revestimentos orgânicos, nas superfícies internas de trodeposição, te; eletrodepo- água potável.
tanques de água fria e inibidores em conjunção com fungicidas, em sistemas de resfriamento galvanização. sição eficiente
por onde circula a água. para proteção
à corrosão e
efeito decorati-
1.4 Corrosão em água salgada - A água salgada consiste numa solução relativamente
uniforme principalmente de cloretos de sódio e magnésio em água. Esses são os principais
Pintura Prática mais Raramente Moderada- Sistema de pin-
agentes corrosivos desse meio, embora muitos outros minerais se encontrem dissolvidos na eficiente e usada mente eficien- tura especiais.
água. económica. te
ATabela 112 apresenta as velocidades de corrosão típicas em água salgada e aTabela
(224) Proteção cató- Não recomen- Prática mais Moderada- Muito eficiente
113' , em água salgada de regiões tropicais, em comparação com a água doce.
2241 dica dada eficiente e mente eficien-
As medidas preventivas mais económicas e eficientes para atenuar a corrosão sm água económica so- te c o m revesti-
s a l g a d a incluem aplicação de revestimentos orgânicos, em c o n j u n ç ã o c o m proteção bretudo com mentos o r g â -
catódica. Inibidores são igualmente utilizados. revestimentos nicos.
orgânicos.
Inibidores: l i - Não recomen- Não recomen- Eficiente e m Moderadamente
quido e vapor dados dados água de r e s - eficiente e m a l -
• friamento. gumas aplica-
ções.
Adição de ele- Muito eficien- Pouco Pouco Só eficiente
T A B E L A 112
mentos de liga. tes, sobretudo eficiente eficiente com muitas ele-
V e l o c i d a d e s d e c o r r o s ã o t í p i c a s d e d i v e r s o s a ç o s em á g u a s a l g a d a
aços com Cu e mentos de liga.
V e l o c i d a d e s de p e n e t r a ç ã o m é d i a para de alta resis-
Tipo de a ç o t e m p o de s e r / i ç o , u m / a n o tência e baixo
1,5 a n o s 2,5 a n o s 4,5 a n c s 8,5 a n o s teor em liga.
Remoção do Não recomen- Não recomen- Raramente Muito eficiente
carbono estrutural 120 105 85 70
oxigénio do dada dada usada sobretudo n a
aço com 0.12C max; 0,25-0,55Cu; 0,65
ambiente desalinização e
Ni max; 0,30-1,25Cr 105 110 95 80
a ç o c o m 0,22C max; 0,25Mn max; água salgada
0,20Cu min 110 95 75 65 quente.
Revestimentos Raramente Empregados Muito eficien- Empregados
aço com 1,8Mi e 0,81 Cu 135 115 90 80
orgânicos o u - usados para c o m vantagem tes c o m prote- com vantagem
aço com 2,6Cr e 0,52 M o 35 40 40 33
tros que substituir a c o m proteção ção catódica com proteção
Ensaios realizados em Wrightsville Beach, Carolina do Norte, USA. pintura pintura catódica | catódica

384
385
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços RESISTENTES A CORROSÃO

2. Princípios de proteção à corrosão - Geralmente a proteção contra a corrosão é feita criando-


se caracterizam por apresentarem não só resistência à oxidação a elevadas temperaturas de
se sobre a superfície do metal uma película protetora que separa o metal-base do meio corrosivo. serviço, como também razoável resistência mecânica nessas temperaturas
Essa película protetora pode ser criada artificialmente, mediante depósito propositado de uma outra
O gráfico da figura 1 5 6 ^ ilustra o efeito do cromo na resistência do aço à oxidação a
substância - metálica ou orgânica - sobre a superfície do metal a proteger, ou naturalmente, isto é, altas temperaturas,. Verifica-se que o efeito mais positivo do cromo, neste caso só s e desen
pela produção espontânea da película superficial, através da formação de um composto químico volve quando o seu teor está acima de 20%.
mantido sobre a superfície metálica por forças atómicas, como se mencionou, composto esse que
resulta da reação de certos elementos de liga introduzidos no metal com o meio drcunvizinho.
Chama-se "passividade" a propriedade típica de certos metais e ligas metálicas de perma- - Aço doca
necerem inalterados no meio circunvizinho.
A origem da passividade desses metais é ainda hoje objeto de discussão. A teoria originai O 0,0200
e ainda aceita por muitos é justamente a que liga a inalterabilidade adquirida pelo material
sujeito à ação do meio corrosivo à formação de uma "camada ou película de óxido", no mo-
c
cd
>=t 0,0175 \
mento que o mesmo for exposto àquele meio.
Além do mecanismo da formação de uma película de óxido para explicar a resistência à
0,0150 \
corrosão, outros dois mecanismos têm sido propostos ': 1226 'I 0,0125

- absorção de gás oxigénio por átomos de cromo na camada superficial dos aços contendo o
O
0,0100 /A
y

esse elemento de liga (que como se verá é o mais importante nos aços resistentes à corrosão):
O
AA
W \
- criação de uma distribuição favorável de elétrons entre o ferro e o cromo, auxiliada pela
absorção do oxigénio e prejudicada por hidrogénio.
a / Ay/77,
y / 7'///?.
7, Aço Et oxídável

V/A y/A m
O primeiro mecanismo - formação da película de óxido - ainda é o mais aceito. JRROSAO ;
De qualquer modo, a presença da película superficial de cromo - de espessura inferior a 7>^~
dois centésimos de micron -• é indispensável para conferir resistência à corrosão. A concen- o IU 12 14
tração de cromo nesta película é maior que a do metal e tanto a espessura da película como Cromo, %
o seu teor em cromo aumentam à medida que se melhora o polimento superficial. Fig. 1 5 5 - Gráfico ilustrando a passividade dos aços-cromo expostos durante 10 a n o s
Conclui-se, como aliás se observa na prática, que quanto melhor o polimento superficial, a u m a atmosfera Industrial.
tanto melhor será a resistência à corrosão dos aços.
O ferro ou o aço-carbono não se caracterizam normalmente por serem "passivos", entre- O gráfico da figura 157 > ilustra o fenómeno da passividade medido pela velocidade de
(227

tanto, a condição de passividade pode ser-lhes conferida, em grau maior ou menor, pela ataque de ligas Fe-Cr por ácido nítrico a 33%. As três curvas representam ensaios a três
introdução de elementos de liga. temperaturas diferentes. Enquanto é mais difícil resistir a ácido quente, a velocidade do ata-
Poder-se-ia esperar que os elementos nobres como ouro, prata e platina, seriam de gran- que químico a qualquer temperatura caí repentinamente a valor praticamente desprezível
de utilidade nesse sentido, quando ligados ao ferro. Até o momento, entretanto, esses ele- quando o teor de cromo excede 1 2 % .
mentos não apresentaram boas possibilidades práticas.
Os mais importantes metais no sentido de ligar-se ao ferro e m condições económicas
para formar as películas protetoras discutidas acima são, na realidade, relativamente poucos, • Aço doca
e incluem o cromo, o níquel e, em menor grau, o cobre, o silício, o molibdênio e o alumínio.

3. Contribuição do cromo - O cromo é, de fato, o elemento mais importante e quando o


d
usado em elevados teores - acima de 1 0 % - é o mais eficiente de todos, na maioria das co
condições, embora os aços ao cromo e ao cromo-níquel não sejam resistentes em certos e . Aço-CTO no
meios, como ácido clorídrico. 100
Parece que nenhum dos elementos citados, a sós ou combinados, em teores abaixo de o
icei
1 % retarda materialmente a corrosão, c o m exceção do cobre que j á em teores de 0,2% po inoxidável
retarda definitivamente a corrosão atmosférica melhorando a resistência dos aços à corrosão O
atmosférica de três a cinco vezes em relação aos aços sem cobre. O so
De qualquer modo, o cromo é o elemento essencial, podendo-se dizer que a d ê n d a dos
aços inoxidáveis é a ciência do cromo como elemento de liga no ferro. Aço resistente ao caJor

O papel do cromo como elemento protetor à corrosão está ilustrado no gráfico da figura 155
onde se observa que, numa atmosfera industrial, o aço, à medida que o seu teor em cromo aumenta,
passa de um metal de grande corrosibilidade a um metal praticamente indestrutível pela corrosão.
t227,l

W
0 5
Ê m
1 0 15
- /I
20 25 30

A temperaturas elevadas, nota-se também o mesmo fato, isto é, à medida que aumenta o Cromo, %
teor de cromo, diminui a tendência à oxidação. Passa-se assim dos aços simplesmente ino- i» f
a F \!1 5 6 ° cromo na resistência d o s aços à oxidação a
i l u s t r a n d 0 0 e f e i t o d

xidáveis aos aços resistentes ao calor, que serão objeto de estudo no próximo capítulo e que altas temperaturas. A curva mostra a penetração d a oxidação e m c u b o s de 1/2» aquecidos
durante 4 8 horas a 1.000°G no ar.

386
387
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES A CORROSÃO

Em resumo: particularmente na água do mar. O cobre é, às vezes, adicionado nos aços inoxidáveis para
melhorar sua resistência à corrosão em certos reagentes, entre os quais o ácido sulfúrico. D a
- o cromo é capaz de assegurar-se o oxigénio para manter uma camada impermeável de mesma maneira atua o silício, cujo efefto principal, entretanto, é no sentido de melhorar a
oxigénio ou de óxido a qual é extremamente estável; resistência à oxidação a temperaturas elevadas. O manganês só é levado em conta como
- esta camada, embora invisível, é contínua e, e m meios oxidantes, possui uma pressão produzindo efeitos acentuados quando é usado para substituir o níquel. O tântalo e o nióbio
de solução tão baixa que concede ao metal um comportamento nobre; são às vezes adicionados, sobretudo nos aços inoxidáveis cromo-níquel, devido à sua gran-
- esta propriedade do cromo é possuída também por certas de suas ligas com o ferro; de avidez pelo carbono, evitando que s e produza um dos .tipos mais nocivos de corrosão - a
- a película Cr-0 é, entretanto, removida pela HCI e o metal, uma v e z desprovido da "corrosão intergranular". O nitrogénio também tem sido adicionado em aços ao cromo onde
pelfcula protetora é menos nobre que o ferro. há pequenas quantidades de níquel (0,5 - 1,0%, para melhorar a trabalhabilidade), níquel
esse que pode ser substituído por nitrogénio; do mesmo modo, pequenas quantidades de
nitrogénio podem ser introduzidas nos aços com 0,3 - 0,4% de carbono e 14,0% de cromo,
para melhorar sua dureza, sem prejudicar sua resistência à corrosão (o que ocorreria aumen-
22,5
tando-se o teor de carbono). O nitrogénio, em aços com 16 a 1 9 % de cromo e baixo carbono,
ca
melhora sua soldabiiidade e a sua resistência à corrosão intercristalina. Finalmente, em aços
E 20
E
17,5 l EBUU ÇÂO
cromo-níquel e cromo-manganês, o nitrogénio melhora a estabilidade da austenita, em rela-
ção a temperatura de trabalho a frio, resultando numa economia de níquel! .
E
I 80 °C
2281

CD 1
15 15 "C
o" V 4.2. Condições de oxidação - É evidente que a velocidade e a extensão do ataque depen-
ICO o
CO 12,5 dem da capacidade oxidante do meio circundante. Messe sentido, podem se classificar todos
o
1_
O
1— > os meios corrosivos, quer líquidos, quer gasosos, em dois grupos: oxidantes, que tendem a
o 10
O tornar passiva u m a determinada liga; redutores, que tendem a diminuir sua passividade.
7,5 Em relação aos ácidos fortes, pode-se verificar experimentalmente que a linha divisória
\ entre os ácidos oxidantes e os redutores é representada pelo ácido sulfúrico. No lado
5

2,5
\ oxidante encontra-se o ácido nítrico e nq redutor o ácido clorídrico e o fluorídrico entre outros.
Assim sendo, o aço inoxidável que é perfeitamente empregado em meio oxidante como ácido
nítrico, perde toda a sua utilidade quando em contato com ácidos redutores.
10
4.3. Suscetibilidade à corrosão localizada - Os aços inoxidáveis são suscetíveis de apre-
% de Cr 1

sentarem um tipo de corrosão localizada somente em certos pontos da superfície e o ataque


Fig. 157 - Gráfico ilustrando o fenómeno d a passividade medido pela v e l o c i d a d e d e ataque corrosivo, uma vez iniciado, progride principalmente em profundidade, chegando a ocasionar
de ligas ferro-cromo por ácido nítrico a 33%. orifícios às vezes tão profundos que podem atravessar todo o metal. Esse tipo de corrosão é
devido a ação do íon negativo cloro de soluções aquosas. São, pois, as soluções de cloreto
que provocam mais frequentemente a corrosão localizada nos aços inoxidáveis. Tal fato pre-
4. Fatores de que depende a passividade dos aços resistentes à corrosão - A passividade cisa ser lembrado ao se tentar utilizar os aços inoxidáveis em contato com qualquer concen-
dos aços resistentes à corrosão depende essencialmente dos seguintes fatores: a) composi- tração de ácido clorídrico, ou soluções de cloreto de ferro, cloreto de cobre, cloretos alcalinos
ção química; b) condições de oxidação: c) suscetibilidade à corrosão localizada ("pitting"); d) e alcalino-terrosos* '. Assim sendo, até mesmo a atmosfera salina tende a prejudicar as
223

suscetibilidade à corrosão intergranular; e) outros. excelentes qualidades de resistência à corrosão de muitos aços inoxidáveis.
A corrosão localizada pode ser, às vezes, mais prejudicial do que a corrosão generaliza-
4 . 1 . Composição química - O cromo, como foi visto, é o elemento mais importante; um teor da, visto que cria pontos de concentração de tensões que levarão o metal à ruptura por
mínimo de 10% é exigido para atingir a necessária passividade que é, por assim dizer, com- fadiga. Aparentemente, inclusões tais como óxidos ou silicatos não têm importância na corro-
pleta com 20% a 30% de cromo. são localizada. Certas adições de elementos de liga, especialmente o molibdênio, e outros
O níquel segue ao cromo em importância; sua atuação faz-se sentir não só na melhora da meios têm sido usados para evitar a corrosão localizada. Entre esses outros meios, mencio-
resistência à corrosão dos aços inoxidáveis ao cromo em soluções neutras de cloreto e em nam-se: um melhor acabamento da superfície metálica, um tratamento prévio, para aumentar
ácidos de baixa capacidade de oxidação, como igualmente no sentido de melhorar suas a passividade, em um banho de ácido nítrico a quente com concentração 10-20%, tratamento
propriedades mecânicas. Essa influência é particularmente grande quando o teor de níquel é térmico correto, etc.
superior a 6% ou 7%.
Na realidade, os aços inoxidáveis contendo simultaneamente cromo e níquel, chamados 4.4. Suscetibilidade à corrosão intergranular - Os aços inoxidáveis cromo-níquel (tipos
austeníticos, constituem os melhores tipos de aços resistentes à corrosão. O carbono, forço- austeníticos) estão sujeitos, quando tratados termicamente ou aquecidos para trabalho a
samente presente em todos os tipos de aços, diminui ligeiramente a corrosão dos aços inoxi- quente ou para soldagem numa certa faixa de temperaturas, a uma precipitação de um cons-
dáveis quando no estado dissolvido, decresce-a apreciavelmente q u a n d o na forma de tituinte de contorno de grão que pode provocar um dos tipos mais danosos da corrosão, a
carbonetos livres e uniformemente distribuídos e pode causar completa desintegração dos chamada "corrosão intergranular". A faixa de temperaturas críticas é 400°C-900°C, e quando
aços inoxidáveis ao cromo-níque! quando precipitado na forma de carbonetos nos contornos o aço for aquecido dentro dessa faixa ainda que por um tempo muito curto (poucos minutos
dos grãos. O molibdênio geralmente aumenta a passividade e a resistência à corrosão nos
ácidos sulfúrico e sulfuroso a altas temperaturas e pressão e em soluções neutras de cloreto, (*) Este tipo de corrosão localizada é chamado na literatura inglesa de "pitting".

388 •389
A ç o s E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES A CORROSÃO

ou mesmo segundos) pode sofrer uma quase completa desintegração após algumas horas
de exposição numa solução corrosiva. A temperatura que produz o f e n ó m e n o varia com o
0

tempo de aquecimentoí ; assim, por exemplo, num aço inoxidável do tipo 18-8 (18% de
2291

cromo e 8% de níquel) com 0,08%. de carbono, com aquecimento de poucos segundos ou


minutos, a temperatura mais perigosa é em t o m o de 750°C; com um tempo de aquecimento
de uma hora, esta temperatura fica compreendida na faixa 550°C-740°C,
A explicação mais acerta do fenómeno é a seguinte:

- certos constituintes, principalmente um carboneto complexo de cromo e ferro, dissol-


vem-se na austenita com facilidade cada vez maior, à medida que a temperatura sobe além
de 900°C. Um aço inoxidável aquecido nessas condições apresenta, quando resfriado rapi-
damente, uma estrutura homogénea à temperatura ambiente. Esse estado estrutural é, entre-
tanto, instável em temperaturas inferiores à linha de solubilidade sólida do carbono na
austenita (ver diagrama da figura 170 correspondente aos aços 18-8), de modo que quando
se reaquece o aço acima de 4O0°C, o carboneto, pelo aumento da solubilidade dos átomos de
carbono, precipita-se e essa precipitação, mais acentuada na faixa entre 600°C a 800°C, se
oI / I I I
dá ao longo dos contornos dos grãos. 0,05 0,10 0,15 0,20
Esses carbonetos, precipitados ao longo dos contornos dos grãos, não constituem em si Teor de carbono, %
zonas mais suscetíveis à corrosão, mas como eles são muito mais ricos em cromo (às vezes
Fig. 158 - Efeito do teor de carbono sobre a corrosão de aço inoxidável 18-8 tratado
até 90%) que o metal do seio do qual precipitam, para sua formação houve uma retirada de
termicamente de modo a produzir a máxima precipitação de carbonetos.
cromo das regiões vizinhas. Essas regiões, que correspondem aos contornos dos grãos,
empobrecem-se, portanto, em cromo, tomando-se menos resistentes a o ataque químico por sitadamente aquecidas a temperaturas que provocaram, no maior grau possível, a precipita-
parte de certos reagentes: produz-se assim a corrosão entre os grãos, provocando sua sepa- ção de carboneto.
ração e consequente desintegração da liga. • Nota-se que à medida que o carbono decresce, diminui o ataque corrosivo, o mínimo
verificando-se quando o mesmo atinge 0,03%. Até 0,03% de carbono, qualquer que tenha
Em face das explicações feitas a respeito do fenómeno da corrosão intergranular nos sido o tratamento térmico usado, o carbono ou permanece dissolvido sem qualquer efeito
aços inoxidáveis do tipo austenítico, pode-se dizer que a suscetibilidade desses aços à cor- nocivo, ou precipita-se nos contornos dos -grãos na forma de uma carboneto de cromo, em
rosão intergranular depende de uma série de fatores, entre os quais poderiam ser enumera- quantidades, entretanto, ainda insuficientes para formar um invólucro contínuo em torno dos
dos os seguintes: grãos, de modo que não resulta qualquer prejuízo. Acima de 0,03%, o carboneto de cromo
formado começa a envolver de modo contínuo os grãos, ocorrendo então o empobrecimento
- tempo de permanência dentro da faixa de temperaturas consideradas críticas; do metal adjacente a tal ponto que sua inoxibilidade fica prejudicada.
- teor de carbono; Estudos têm sido feitos para determinar o teor de carbono compatível com a resistência à
- granulação do aço; corrosão intergranular. De um desses estudos' ! resultou o traçado das linhas da figura 159
229

- deformação a frio; que mostra, para teores diversos de cromo e carbono, a probabilidade de c o r r o s ã o
- presença de determinados elementos de liga. intergranular. Verifica-se, por exemplo, que para uma probabilidade de 99,8% de resistência
à corrosão intergranular, o teor de carbono deve ser inferior a 0,02% com 18% de cromo;
A discussão da influência desses fatores será feita concomitantemente com os meios que aumentando-se o teor deste metal, o teor de carbono aumenta até cerca de 0,03%; para 2 0 %
podem ser empregados para combater o fenómeno. Esses meios são, entre outros, os seguintes: de cromo, o aço ainda apresenta excelente resistência à corrosão intergranular, com cerca de
0,04% de carbono. Em resumo, normalmente para os aços 18-8 comuns o máximo recomen-
- Reaquecimento do aço, que havia sido anteriormente aquecido na faixa perigosa 400- dável de carbono seria em torno de 0,03%.
800°C, a temperaturas entre 950°C e 1150°C, de modo a ter-se u m a redissolução dos - Manter um tamanho de grão pequeno, pois a granulação grosseira toma o aço mais
•carbonetos existentes nos contornos dos grãos. É preciso, para evitar s u a nova precipitação, suscetível à corrosão intergranular que a granulação fina.
resfriar-se rapidamente através da faixa perigosa. - Promover deformação a frio após a solubilização; admite-se, de fato, que a precipitação
Esse reaquecimento, n e m sempre é c o n v e n i e n t e , pois pode o c o r r e r oxidação e de carbonetos, responsável aparente pela corrosão intergranular, se dará preferivelmente ao
empenamento ou mesmo deformação das peças a essas temperaturas. Por outro lado, toda longo dos planos de escorregamento originados na deformação a frio no interior dos grãos e
vez que for preciso reaquecer o aço dentro daquela faixa de temperaturas, devido a uma não nos seus contornos, resultando uma dispersão dos carbonetos dentro dos grãos, o que
soldagem, por exemplo, pode ocorrer nova precipitação de carboneto com as consequências diminuirá a suscetibilidade à corrosão jntergrantiar. É necessário, após a deformação a frio,
indesejáveis j á conhecidas. aquecer o aço dentro da faixa critica para forçar a precipitação dos carbonetos ao longo dos
- Redução do teor de carbono do aço a teores que o tomem ineficaz na formação de planos de escorregamento.
carbonetos ou na remoção do cromo dos grãos. A f i g u r a 158 ilustra de modo claro o efeito
(229) - O método mais comum e mais satisfatório consiste na adição de um elemento de liga que
do carbono na resistência à corrosão do aço inoxidável austenítico tipo 18-8. Para o traçado tenha maior afinidade pelo carbono do.que o cromo, evitando, pois, que este precipite como
da curva representada no gráfico, amostras de aço 18-8 com carbono crescente foram propo- carboneto e deixando-o em condições de agir como elemento realmente promotor da passi-
vidade. Os elementos de liga empregados para esse fim são o titânio, o nióbio e o tântalo, os
(*) Chamado, na literatura inglesa, de"sensitizatíon". dois primeiros sendo os preferidos.

390 391
A ç o s E FERROS PUWDÍDOS A ç o s RESISTENTES A COKROSAO

0,080 cidade de corrosão. A corrosão galvânica pode ocorrer num mesmo material metálico
que, por apresentar falta de homogeneidade de composição química ou de fases estrutu-
rais e, em contato com o eletrólito, provoque a criação de zonas distintas anódicas e
0,070
catódicas. Em resumo, não se aconselha, por exemplo, prender com pregos ou rebites de
alumínio ou de aço-carbono, peças de aço inoxidável mergulhadas em ambientes corro-
sivos, porque o aço comum e o alumínio estão mais próximos d a extremidade anódica d a
§ 0.060
série galvânica. Do mesmo modo, não s e aconselha juntar peças de aço inoxidável entre
o
_g si ou com elementos nobres mediante soldagem ou brazagem pelo emprego de ligas
cõ anódicas (menos nobres).
O 0,050
CD - tensões - podem originar corrosão - denominada "corrosão sob tensão"'"' - l e v a n d o
"O a rupturas de p e ç a s em serviço. Esse tipo de corrosão nos aços inoxidáveis não é muito
1_
frequente; entretanto, o fenómeno t e m sido notado em s o l u ç õ e s que contêm cloretos
CD 0,040
quando tensões elevadas (residuais o u aplicadas) estão presentes n o a ç o i n o x i d á v e l .
As soluções tidas como agressivas s ã o de cloreto de sódio, magnésio, cálcio, z i n c o e
0,030 lítio. Dentre e s s a s , uma solução f e r v e n t e concentrada de cloreto de magnésio é muito
agressiva e p o d e causar a ruptura de peças de aço inoxidável austenítico em p o u c o
tempo (1/2 a 2 horas), se o aço estiver sob uma tensão p r ó x i m a ao seu limite de e s c o -
0,020 amento. A f r a t u r a p o r " c o r r o s ã o s o b t e n s ã o " , pode s e r t a n t o i n t e r g r a n u l a r c o m o
17 18 19 20 transgranular. Admite-se que os aços inoxidáveis ferríticos n ã o estão sujeitos ao f e n ó -
Teor de Cromo, % meno de corrosão sob tensão p r o v o c a d a pela presença de soluções de cloretos. A i n c i -
dência da "corrosão sob tensão" p o d e ser atenuada ou evitada desde que se p r o c u r e
Fig. 159 - Probabilidade d e corrosão intergranular em função dos teores de c r o m o e carbono. preencher os seguintes requisitos: projeto adequado da p e ç a , de modo a reduzir as
tensões flutuantes, térmicas ou m e c â n i c a s ; composição q u í m i c a adequada dos aços
Por outro lado, a presença de 1 % a 3% de molibdênio toma o aço inoxidável austenítico inoxidáveis ( p o r exemplo, os aços inoxidáveis austeníticos contendo molibdênio s ã o
m e n o s susceptível à c o r r o s ã o intergranular., pois, sendo o m o l i b d ê n i o u m elemento menos sujeitos ao fenómeno); t r a t a m e n t o térmico adequado, como recozimento final
estabilizador da ferrita, favorece a formação de estrutura austenítico-ferrita. Sua ação, entre- para alívio de tensões (entre 815°C e 925°C), seguido de resfriamento ao ar o u e m
tanto, é somente no sentido de diminuir ligeiramente a suscetibilidade dos aços ao fenómeno forno, confere imunidade à corrosão s o b tensão; tratamentos mecânicos como p o r j a c -
em discussão. to-abrasivo ou jato de areia melhoram as condições de resistência do material a esse
tipo de corrosão, pois introduzem t e n s õ e s superficiais de c o m p r e s s ã o , c o n t r a b a l a n ç a n -
4.5. Outros fatores - A resistência à corrosão dos aços pode ainda ser afetada pelos do as tensões de tração; tratamento q u í m i c o , como d e c a p a g e m , tornando a superfície
seguintes fatores adicionais! ': 230 menos s e n s í v e l (do q u e u m a s u p e r f í c i e p o l i d a ) ; e v i t a r a s o l d a g e m e n t r e a ç o s
austeníticos e aços-carbonos ou ferríticos, em vista das t e n s õ e s originadas pela dife-
- condição da superfície - a probabilidade de corrosão é diminuída pela presença de rença entre os coeficientes de dilatação durante o aquecimento e o resfriamento.
superfícies macias, isenção de defeitos superficiais, isenção de casca de óxido e outras
substâncias estranhas. Geralmente, pois, uma superfície muito polida apresenta maior resis- Como complemento das considerações até aqui feitas, podemos fazer as seguintes gene-
tência à corrosão, visto que superfícies grosseiras têm maior tendência de acumular poeiras, ralizações:
sais e umidade que podem provocar ataque corrosivo local;
- fissuras - formadas em juntas e conexões ou em pontos de c o n t a t o entre o metal e a) a resistência à corrosão depende da passividade;
substâncias não m e t á l i c a s , s ã o mais f r e q u e n t e m e n t e sujeitas a a t a q u e . De fato, numa b) o cromo é o elemento básico para conferir passividade dos aços;
fissura, o suprimento de oxigénio é limitado e insuficiente para reparar a película passi- c) condições fortemente redutoras, ou seja, ausência de condições oxidantes, causam
v a de óxido, se destruída. Aparece, então, a c h a m a d a "célula de c o n c e n t r a ç ã o diferen- suscetibilidade ao ataque corrosivo;
cial" ou "célula de c o r r o s ã o " . Nessas fissuras p o d e - s e acumular u m i d a d e do ar atmos- d) condições fortemente oxidantes promovem extraordinária resistência ao ataque;
f é r i c o ou da água do m a r (com sais, portanto), criando condições mais propícias ao e) e íon cloro é destrutivo em relação aos aços-cromo;
a t a q u e corrosivo; f) o níquel além de melhorar as propriedades mecânicas dos inoxidáveis, melhora s u a
- fenómenos de natureza galvânica - Esses fenómenos se verificam na presença de resistência à corrosão em soluções neutras de cloretos e ácidos de baixa capacidade de
um eletrólito (uma solução ácida, ou, no limite, a própria umidade atmosférica), quando oxidação;
dois elementos metálicos ficam ligados entre si diretamente com continuidade elétrica, g) o molibdênio aumenta a faixa de passividade dos aços inoxidáveis e melhora, s u a
formando uma verdadeira p i l h a ' " . O elemento que sofre a corrosão mais rapidamente é
23 resistência à corrosão em ácidos sulfúrico e sulfuroso quentes, e m soluções neutras de
o mais anódico. Por e x e m p l o , um parafuso de aço comum numa c h a p a de aço inoxidável cloretos, como água do mar;
será rapidamente corroído porque o aço inoxidável atua como um cátodo de grandes h) o ataque intergranular dos aços-níquel-cromo, fenómeno típico nesses tipos de aços
dimensões; ao contrário, u m parafuso de aço inoxidável numa chapa de grandes dimen- inoxidáveis, é evitado por baixos teores de carbono, tratamento térmico adequado ou introdu-
sões de aço comum c a u s a r á a corrosão desta, de modo relativamente lento: essa ação ção de titânio e nióbio.
deve-se ao fato de que u m pequeno ânodo e um grande cátodo originam um aumento da
densidade de corrente d o ânodo, o que produz como consequência u m aumento da velo- {*) "Stress-corrosion".

392 393
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES A CORROSÃO

5, Classificação e constituição dos aços inoxidáveis - A classificação mais simples e mais a fase sigma dura e quebradiça, sua presença tende a reduzir a ductilidade e principalmente
usada dos aços inoxidáveis é baseada na microestrutura que apresentam à temperatura a tenacidade d o aço. A influência sobre a resistência à corrosão da fase sigma, no sentido dé
ambiente. Nessas condições, são considerados os três grupos seguintes: prejudicá-la, foi verificada experimentalmente. Alguns autores consideram que a fase sigma é
parcialmente responsável pelo fenómeno denominado "fragilidade a 475°C", que pode ocor-
I - Aços Inoxidáveis Martensíticos - ou endurecíveis. rer nos aços inoxidáveis ferríticos. Esse assunto será novamente abordado. Verificando-se
II - Aços Inoxidáveis Ferríticos - não endurecíveis. que a presença da fase sigma é realmente prejudicial, pode-se atenuar esse inconveniente
III - Aços Inoxidáveis Austeníticos - também não endurecíveis. pelo aquecimento do aço acima da máxima temperatura de estabilidade da fase sigma, de
modo a dissolvê-la na austenita ou convertê-la em ferrita delta. Assim, são restauradas as
Os aços pertencentes a essas classes são os de uso mais generalizado. Contudo, outros propriedades normais. As temperaturas recomendadas são superiores a 900°C.
tipos de aços resistentes à corrosão, com características importantes, vêm sendo emprega-
dos em condições especiais: O sistema Fe-Cr toma-se bem complexo, quando o carbono estiver presente, mas seu estudo é
simplificado pela observação do que ocorre no diagrama Fe-C quando se introduz cromo em teores
• aços inoxidáveis duplex crescentes. O efeito mais importante é verificado na zona austenítica, como mostra a figura 162.
• aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação
• aços inoxidáveis nitrônicos.

Os grupos I e II são essencialmente ligas de ferro e cromo; o grupo III compreende as ligas
de ferro-cromo níquel.
O carbono desempenha papel importante para localizar um aço de alto cromo na classe
martensítica ou ferrítica, como se pode verificar peio exame da figura 1 6 0 ' \, por 232

exemplo, que um aço com 1 6 % de cromo pode pertencer tanto ao grupo martensítico como
ao ferrítico, dependendo do teor de carbono.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
% de C r o m o
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Fig. 160 - Gráfico esquemático mostrando a influência do carbono sobre a capacidade
da endurecimento das ligas ferro-cromo. % de Cromo

Fig. 161 - D i a g r a m a de constituição d a liga Fe-Cr.


A seguir serão estudados os efeitos dos elementos cromo e níquel no diagrama de cons-
tituição Fe-C.
Note-se que, à medida que o teor de cromo aumenta, a faixa austenítica diminui, até
5.1. Efeito do Cr- Primeiramente será considerado o diagrama de equilíbrio da liga Fe-Cr, isenta de praticamente desaparecer para cerca de 2 0 % de cromo. Esse fato leva à conclusão de que,
qualquer carbono (fig. 161' ). Os principais pontos a notar no referido diagrama são os seguintes:
2331 à medida que o cromo cresce, a composição das ligas Fe-C-Cr que permitirá a obtenção de
- presença da chamada "lupa austenítjca", a qual indica que todas as ligas de composição endurecimento total por têmpera fica reduzida a limites cada vez mais estreitos.
à direita da lupa, mais ou menos além de 1 2 % ou 13% de cromo, solidificam na fornia de Os diagramas das figuras 163, 164 e 1 6 5 correspondem a secções transversais do
(232)

ferrita e como tal permanecem até a temperatura ambiente; diagrama Fe-Cr-C com respectivamente 6 % , 12% e 18% de cromo. Do seu exame, além da
- a presença de uma fase quebradiça Fe-Cr, denominada "fase sigma", entre 42% e 48% paulatina redução da faixa austenítica, nota-se a precipitação, pelo esfriamento muito lento,
de cromo. À esquerda do campo em que está presente somente a fase sigma, nota-se um de excesso de carbonetos acima do eutetóide (ponto P), os quais serão encontrados em
campo em que estão presentes duas fases: ferrita ou ferro alfa e sigma. Assim sendo, os aços equilíbrio no campo "gama mais carbonetos", à direita na linha SE.
inoxidáveis ferríticos com teor de cromo acima de cerca de 23% (como o AISI 446) já podem Essas considerações são importantes, pois certos aços inoxidáveis com teores de cro-
apresentar essa fase quebradiça. A desvantagem da sua presença reside no fato de que a mos elevados - entre 16% e 20% - podem tornar-se quebradiços pelo esfriamento muito lento,
mesma afeta as propriedades mecânicas do aço e sua resistência à corrosão. De fato, sendo admitindo-se que esse fenómeno seja associado a uma precipitação de carbonetos. Essa

394 395
Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s RESISTENTES A CORROSÃO

fragilidade pode, entretanto, ser eliminada pelo reaquecimento a temperaturas entre 790°c Q

6 5 0 C seguido de resfriamento razoavelmente rápido.


a

V\:
íliír 5.2. - Efeito do Ni - É interessante inicialmente verificar o efeito do níquel e do cromo na'
transformação alotrópica do ferro, o que está demonstrado na figura 166Í '. 234

Nessa figura estão colocados lado a lado os diagramas de constituição aproximados dossistemas
Fe-Ni e Fe-Cr. Qualquer dos elementos adicionados em quantidades apreciáveis, elimina o alotropia
U: do ferro, mas o níquel estabiliza a austenita, ao passo que o cromo estabiliza a ferrita. Assim, quando
ambos os elementos estão presentes, resulta uma situação de compromisso e ambas as formas
f.U: • alotrópicas podem se desenvolver nas suas temperaturas apropriadas. Aparentemente o níquel exer-
m ce uma influência mais decisiva do que o cromo, nos que diz respeito às formas alotrópicas do ferro.

1
1500
ifr- ,-'o

1400
5 \

O 1300
/ /15X
ir
i l i £ 1100
/ /
19% C r /
Fig. 164 - Secção transversal do diagrama Fe-Cr-C c o m 12% de Cr.

ili
CD
Q. /
\/•air
E 1000 A figura 167 mostra a influência aproximada do níquel quando adicionado a uma liga Fe-

*
r o

Ni com 8% de níquel. Esses teores foram escolhidos devido à importância dos aços inoxidá-
BEI* 900

800
/
o-
1
veis do tipo 18-8 (18% Cr e 8% Ni).
A figura mostra que essa liga 18-8 seria, em princípio, terrífica à temperatura ambiente, no
f>i'i
0 estado de equilíbrio. Entretanto, como se verá, as condições de s u a fabricação são tais que
§ê|i 700 o equilíbrio não é geralmente alcançado, de modo que a liga, na realidade é austenítica às
temperaturas de serviço.
A figura 168< ) mostra secções uniformes a 0%, 3%, 6%, 9%, 12%, 15%, 18%, 2 1 % e
-mm 0,2 0.4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 234

Teor de Carbono % 24% de cromo, dos diagramas Fe-Ni-Cr, revelando a mudança gradual que sofrem as fases,
à medida que s e adiciona cromo.
Fig. 162 - Efeito do teor de c r o m o s o b r e o campo austenítico.
As figuras 169 e 1 7 0 correspondem a secções dos diagramas de equilíbrio Fe-Cr-Ni-C,
(23al

•c para 18% de cromo com 4% e 8% de níquel respectivamente.


Verifica-se que a fase gama, à medida que aumenta o teor de níquel, toma-se cada vez
mais estável a ponto de, com 8% de níquel, para baixos teores de carbono, as ligas ficarem
inteiramente austeníticas, mesmo com recozimento. Nessas condições, a liga 18-8 para to-
dos os fins práticos, pode ser considerada austenítica.

6. Aços inoxidáveis martensíticos - Estes aços caracterizam-se por serem aços-cromo,


contendo cromo entre 11,5% e 18,0%; eles tomam-se martensíticos e endurecem pela t ê m -
pera. Dentro desse grupo podem ser ainda consideradas três ciasses:

a) baixo carbono, também chamado tipo "turbina"


b) médio carbono, também chamado tipo "cutelaria"
c) alto carbono, também chamado tipo "resistente ao desgaste".

Esses aços estão todos incluídos na classificação AISI que considera os tipos indicados
na Tabela 115(235x236x237)1.238),
Os característicos mais importantes desses aços são os seguintes:
1,5 2.0 2,5
% de Carbono - são ferro-magnéticos;
- podem ser facilmente trabalhados, tanto a quente como a frio, sobretudo quando o teor
Fig. 1 6 3 - Secção transversal do d i a g r a m a Fe-Cr-C com 6 % d e Cr. de carbono for baixo;

396 397
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES A CORROSÃO

-
i
Li ziuido L quido
-
-
' /
7 - - 2400
01200
<
rr
/ - ) -
>
- 1600
^uste irta At stenit i
ST
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5= \\
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0- \ X <S v \
\ _ _
2
LU
\
400
\ Austenita e r
Fi srrita Ferrita
|
0 4 8 12 16 o 4 8 12 16 20 24

8 2 Fe % d e N ' q u e l 9 2 F e % de Cromo

Fig. 167 - Efeito do NI (à esquerda) s o b r e a constituição de u m a liga c o m 18% de Cr e


do Cr (à direita) s o b r e u m a liga com 8 % de Ni.

Fig. 165 - Secção transversal do d i a g r a m a Fe-Cr-C com 1 8 % d e Cr.

O
LU
I I I I —
<
0C F / /
Z3
te A
rr
LU
o_
LU \F+A
F- F
i t

i l i i

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 FERRO 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 F


- « — PORCENTAGEM DE NÍQUEL—« P U R O »—PORCENTAGEM DE C R O M O — • \"

CONSTITUIÇÃO APROXIMADA DAS LIGAS Fe-Ni E Fe-Cr


t i
9 12 15 0 3 6 9 12 15 0 3 6 9 12 15

Fig. 1 6 6 - C o m p a r a ç ã o dos sistemas Fe-Ni e Fe-Cr sob o ponto de vista d e influência na TEOR DE NÍQUEL EM %
transformação alotrópica do ferro.
Fig. 168 - S e c ç õ e s uniformes dos diagramas Fe-Cr-NI c o m vários teores de cromo.
398 399
Aços RESISTENTES A CORROSÃO

- apresentam boa resistência à corrosão quando expostos ao tempo, à ação da água e de


certas substâncias químicas; à medida que aumenta o teor de carbono, fica prejudicada a
resistência à corrosão, o que, entretanto, é compensado pelo maior teor de cromo;
- o níquel melhora a sua resistência à corrosão; o melhor aço inoxidável martensítico, sob
o ponto de vista de resistência à corrosão, é o 4 3 1 , devido ao baixo carbono, alto cromo e
presença de níquel;
- a têmpera também melhora a resistência à corrosão, pois contribui para evitar a possibi-
lidade de precipitação de carbonetos.

6.1. Propriedades e aplicações dos aços inoxidáveis martensíticos - Em função da sua com-
posição química, os característicos desses aços e as aplicações mais comuns são as seguintes:

- tipos 403 e 410 - pelo seu baixo carbono são fáceis de conformar a frio no estado
recozido; são empregados em lâminas forjadas ou usinadas de turbina e compressores, te-
souras, canos de fusii, componentes de micrômetros e instrumentos de medida, componen-
tes para a indústria petroquímica e t c ;
- tipos 420 - pela alta dureza e razoável tenacidade que adquirem após adequado trata-
mento térmico, são empregados em cutelaria, instrumentos cirúrgicos, eixos de bomba, vál-
vulas, peças de motores a jato, mancais de esfera, parafusos, buchas, e t c ;
- tipos 414 e 431 - pelas altas dureza e resistência mecânica, são empregados em molas,
parafusos e porcas, peças para bombas, peças para aviões, eixos de hélices marítimas,
peças para fomos, componentes para a indústria petroquímica, etc. O tipo 431 é o de melhor
resistência à corrosão entre os aços inoxidáveis martensíticos;
- tipos 416, 416 Se e 420 F - por serem de usinagem fácil, adaptam-se facilmente a
operações de usinagem, sendo empregados em parafusos, porcas, hastes de válvulas, lâmi-
nas de turbina, cutelaria e t c ;
- tipos 440A, 440 B e 440 C- devido ao alto teor de carbono, possuem alta resistência ao
desgaste; por isso são empregados em instrumentos cirúrgicos e odontológicos, mancais de
esfera, válvulas, bocais e outras aplicações em que, além de resistência à corrosão, sejam
exigidas altas dureza e resistência ao desgaste.

6.2 Tratamentos térmicos dos aços inoxidáveis martensíticos - A Tabela 116 apresenta
(237)

as temperaturas de recozimento pleno e de recozimento isotérmico que são aplicados nesses


aços, para obtenção da estrutura que permita a conformação mecânica a frio e eliminar total
ou parcialmente as suas tensões internas.
ATabela 1 1 7 indica as temperaturas recomendadas para têmpera e revenido desses
(237)

aços, com as propriedades mecânicas médias resultantes. A esse respeito podem ser feitos
os seguintes comentários:

- todos os aços inoxidáveis martensíticos são temperados e devido a alta temperabilidade


conferida pelo alto teor de cromo podem, geralmente, ser esfriados ao ar; alguns são esfria-
dos em óleo ou em água (carbono mais baixo);
- após a têmpera, aplica-se um revenido a baixa temperatura - geralmente entre 150°C e
400°C - que constitui mais um alívio de tensões, pois não afeta de modo significativo as
propriedades mecânicas, além de pouco favorecer a possível precipitação de carbonetos;
- o revenido propriamente dito aplica-se aos aços de carbono mais baixo e é realizado
entre 550°C e 750°C, de 1 a 4 horas, dependendo das alterações desejadas nas proprieda-
des mecânicas; deve-se procurar evitar a faixa entre 480°C e 6 0 0 ° C , pois, do contrário,
(237)

tanto a tenacidade como a resistência à corrosão são afetadas;


- para completa recuperação das propriedades no estado recozido, faz-se recozimento na
faixa de temperatura de 725°C a 915°C.

A figura ^ l ' ) mostra o efeito do revenido sobre a resistência ao ataque em solução


2 3 6

normal de ácido nítrico de aço inoxidável martensítico tipo "cutelaria". O gráfico mostra como

401
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES A CORROSÃO

a perda em peso pelo ataque por parte de ácido nítrico diluído aumenta em vários aços
temperados de temperaturas diferentes quando são revenidos a diferentes temperaturas
5
IO durante uma hora. A melhora gradual da resistência à corrosão em função da temperatura de
CvJ_
c têmpera é evidente. O estudo foi realizado em aço com 17,4% de cromo e 0,77% de carbono.
ío A explicação aparente" do fenómeno é a seguinte: a martensita, sendo uma solução
tn
o
r-
o grandemente supersaturada de carbono, sofre uma precipitação de carboneto, quando o aço
o >
O II o for reaquecido após a têmpera; esse carboneto é muito rico em cromo. O aço, que exige que
<D CO
todo o cromo fique em solução, perderá, em consequência, resistência à corrosão. O
cn o
to revenido deverá, pois, ser aplicado com rigoroso controle. O gráfico d a figura 171 mostra, e m
o" resumo, dois fatos importantes:

- maiores temperaturas de têmpera melhoram a resistência à corrosão do aço;


ffl <M. S - à medida que aumenta a temperatura de revenido, a resistência à corrosão diminui,
, £ devido à mencionada precipitação de carbonetos ricos em cromos de martensita.
o |P LO
ta t-
o" ° a
Um outro fato que deve ser mencionado, em relação aos aços inoxidáveis martensíticos,
diz respeito ao fenómeno denominado "fragilidade pelo hidrogénio", o qual pode ocorrer nes-
ses aços quando a sua dureza e o seu carbono são elevados. Essa fragilidade pode ser
(TJ rd
E E adquirida durante o processo de fusão do aço, ou durante o seu tratamento térmico devido à
atmosfera usada, ou durante os tratamentos químicos ou eletroquímicos como decapagem
ou eletrodeposição que eventualmente sejam empregados nesses aços. A prevenção é a
33 melhor maneira de eliminar esse inconveniente, o qual, por outro lado, pode ser atenuado por
um aquecimento do aço, sob essa condição de fragilidade, a uma temperatura no máximo
O 10 O O O O . LO_ 0_ O Q_ 0_ CD 0_ igual a 400°C, às vezes da ordem de apenas 100°C' >. a37

co" co" TF -i-" -<f -=f cn r^" co" co" co" Além do níquel, outras adições que podem serfeftas nesses aços ao cromo são as seguintes! .
2381
<1)
LO t ioifi o o ô o l f l q ô â o q q
i - ro ~ -r^ OÍ C J W C\j" C\ Cj" tn to" co" co"
- titânio-que diminui a tendência ao crescimento dos grãos e aumenta a soldabilidade; no
LU g mesmo sentido, atua o nióbio;
< T3
- molibdênio - que, entre 1 a 2%, aumenta sensivelmente a resistência à ação de ácidos
_ X I O O O O LO o o diluídos, ácidos orgânicos etc.
03 3 i o o o o• r*-
O o o
- i - 1- T - V- - alumínio - que aparentemente diminui o crescimento de grão, a altas temperaturas.

Uma composição característica com molibdênio e vanádio é a seguinte:


C Si Mn Cr Ni Mo V
0,25% 0,50% 0,50% 12,50% 0,50% 1,00% 0,30%
o o o o . • o o o o
Esse aço, temperado a partir de 1010°C, durante 15 minutos, revenido a 480°C durante 4
horas, apresenta as seguintes propriedades mecânicas:
Tj-Tj.totD^J--^-^r*tD Tf Limite de resistência à tração - 1 8 0 k g f / m m (1770 MPa)
2

o o o o o o o o o o a o_
o" o" o" o" o" o " o" o - o o o o"
Limite de escoamento - 1 4 5 kgf/mm (1420 MPa)
2

Alongamento - 1 0 % .

7. Aços inoxidáveis ferríticos - Neste grupo, o cromo é ainda o principal elemento de liga,
podendo atingir valores muito elevados, superiores a 25%. Como o teor de carbono é baixo -
máximo de 0,20% - a faixa austenítica fica totalmente eliminada e, em consequência, esses
x x x >< LO LO LO ^ tn x m m a aços não são endurecíveis pela têmpera.
oòSâScMcOTf-.EtNtclr-cnoi
E E E E g o p E g E g O T - ATabela 118 (2«)P«IP«!) apresenta os tipos principais.
Os tipos 405 e 409 são os de cromo mais baixos. A estrutura ferrrrjca é no 405 garantida
o o o o o o o o o o o o o pela adição de alumínio que, como se sabe, é poderoso estabilizador da ferrita. Nesse tipo, a
quantidade de alumínio adicionada é suficiente para evitar a formação de quantidade apreci-
ável de austenita, quando o aço é aquecido a altas temperaturas. Esse fato tem grande
T t - T j - c o C O o O O „ C M i - < ca O importância e significado nas operações de soldagem, as quais podem ser feitas normalmen-
.i-i-mMIMWOMffl
F < m ^Tf~Tj-Tt-Tt-ojTt-Tf' te, sem que haja formação de martensita próximo à zona soldada, o que exigiria u m
o íí "*
recozimento posterior.
O tipo 430 é o mais usado, devido s u a grande resistência à ação de ácidos, sobretudo o.

402 403
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. . ., . . .....

TABELA117
Tratamentos térmicos dos aços Inoxidáveis martensíticos e propriedades
mecânicas resultantes
Têmpera Revenido Propriedades mecânicas médias, após o tratamento térmico
Temperatura Tempo Melo d e r e s - Temperatura Tempo Dureza Limite resis- L i m i t e de es- Alonga- Resistência
Tipo
°C min. friamento °C h Brinell tência àtração coamento mento ao c h o q u e
AISI
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa % kgfm J
403 925/1000 15a30 óleo 225/375 1 a3 360/380 130 1280 98 960 15 2,8/6,2 27,5/60,8
410 925/1000 15 a 30 óleo 225/375 1 a3 360/380 130 1280 98 960 15 2,8/6,2 27,5/60,8
414 975/1050 15 a 30 óleo ou ar 225/400 1 a3 370/400 137 1340 102 1000 15 4,1/8,3 40,2/81,4
416 925/1000 15a30 óleo 225/375 1 a3 360/380 130 1280 98 960 12 2,8/6,2 27,5/60,8
431 975/1075 15a30 ar, ÓIBO, água 225/400 1 a3 370/400 137 1340 102 1000 17 4,1/8,3 40,2/81,4
420 975/1050 15 a 30 ar, óleo
quente 150/375 1 a2 470/530 .175 ' 1720 158 1550 8 ' 1,1/2,1 10,8/20,6
440A 1000/1075 15 a 30 idem 150/375 1 a2 500/560 189 1850 182 1790 5 0,4/0,8 3,9/8,85
440B 1000/1075 15 a 30 Idem 150/375 1 a2 520/590 196 1920 189 1850 3 2,9/6,9
0,3/0,7
440C 1000/1075 15 a 30 idem 100/375 1 a2 540/620 200 1960 193 1890 2 0,3/0,7 2,9/6,9

0.0 0.0 O.P O, O Ç O O OO O C O O O O. Q/Q Q P O O O O P O Q O O O


A ç o s E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES À CORROSÃO

temperatura ambiente como a temperaturas mais elevadas. Resiste à ação de gases sulfurosos
AÇO INOXIDÁVEL DE secos e quentes. Seus usos abrangem um campo muito grande, como indústria automobilística,
ALTO CARBONO PARA CUTELARIA indústria de aparelhos defrodomésticos e indústria química. Outros empregos incluem: decora-
ções arqurtetônicas interiores, equipamento de restaurantes e de cozinhas, peças de fomos etc.
Os tipos 430 F e 430 Se são variações do tipo 430. Devido seus característicos de fácil
usinabilidade são empregados para produzir peças em máquinas operatrizes automáticas,
tais como parafusos, porcas, ferragens etc.
O tipo 405, pelo fato de apresentar alumínio, apresenta bons característicos de tenacida-
de em estruturas soldadas, onde é empregado em temperaturas elevadas. Aplicações típicas
incluem tubos de radiadores, caldeiras, recipientes para indústria petroquímica etc.
O tipo 409 é facilmente trabalhável a frio e produz soldas muito tenazes. Seu emprego faz-
se principalmente em exaustores de automóveis.
O tipo 434 é semelhante ao 430, com adição de molibdênio que melhora seus caracterís-
ticos de resistência à corrosão atmosférica. Tem sido empregado na manufatura de compo-
nentes da indústria automobilística, como por exemplo, pára-choques de automóveis.
.UMJIgífíSfÇilMADfi,
O tipo 436 é também semelhante ao 430, com adição simultânea de molibdênio e nióbio,
de modo a melhorar suas resistências à corrosão e ao calor.
O tipo 442 apresenta boa resistência à oxidação, por isso é empregado para serviço a alta
400 450 500 550°C temperatura quando não se exige facilidade de conformação. Seus principais empregos são:
TEMPERATURA DE REVENIDO, 1h peças de fomos e de câmaras de combustão.
O tipo 446, por ser dentre todos os aços inoxidáveis ferríticos, o que contêm maior teor de
Fig. 171 • Influência do revenido sobre a resistência a o ataque em solução normal de ácido
nítrico do aço inoxidável martensítico tipo cutelaria. cromo, possui excelente resistência à oxidação até temperaturas da ordem de 1200°C. Por
isso, são erripregados em peças de fomos, queimadores, radiadores, recuperadores etc.
nítrico e ácidos orgânicos e à ação da água do mar. Esse é o único tipo de aço do grupo Contudo, sua resistência mecânica a temperaturas elevadas é baixa, de modo que para
ferrítico que não é inteiramente ferrítico, podendo por resfriamento rápido sofrer um ligeiro essas aplicações prefere-se os aços inoxidáveis austeníticos do tipo AISI 310.
endurecimento. Entretanto, nesse aço como nos outros tipos do mesmo grupo, o tratamento As principais propriedades mecânicas desses aços inoxidáveis ferríticos estão indicadas
térmico usual é o recozimento para alívio de tensões e obtenção da máxima ductilidade. A na Tabela 119< >.
242

a d i ç ã o de enxofre, f ó s f o r o ou selênio, d a n d o o r i g e m ao tipo 4 3 0 F , melhora a sua


usinabilidade. 7.2 Tratamentos térmicos dos aços inoxidáveis ferríticos - Como esses aços não s ã o
O tipo 442 possui melhor resistência à corrosão que os anteriores. endurecíveis, o tratamento usual é um recozimento para alívio de tensões originadas na
O tipo 446, sendo o de mais alto cromo da série, é o que apresenta maior resistência à conformação a frio e para obtenção da máxima ductilidade. A T a b e l a 120< ) indica, para
243

corrosão e à oxidação a altas temperaturas. Esse aço pode apresentar carbonetos dispersos alguns tipos de aços dessa categoria mais empregados, as temperaturas, tempos às t e m p e -
na ferrita ou nos contornos dos grãos, o que constitui um inconveniente, sobretudo porque raturas e as condições de resfriamento.
favorece o crescimento de grão durante o aquecimento, resultando em resistência ao choque Os aços inoxidáveis terríficos estão sujeitos a adquirirem fragilidade quando aquecidos em tomo
mais baixa que a normal. de 475°C ou resfriados lentamente através dessa temperatura " '. O fenómeno traduz-se por
1227 229

aumento de dureza e queda da ductilidade e alguns autores o atribuem à fase sigma (Fe-Cr)' . 2291

7.1. Propriedades e aplicações dos aços inoxidáveis ferríticos - Como j á foi mencionado o tipo A fase sigma aparece principalmente nos aços com 2 5 % a 3 0 % de cromo. O seu apareci-
430 é o mais conhecido e utilizado. É facilmente conformado a frio e apresenta um encruamento mento é acelerado por adições de níquel, manganês e silício. Por outro lado, aparece tanto
inferior ao dos aços austeníticos. Possui ainda boas propriedades de resistência à corrosão tanto à mais rapidamente quanto mais ele se aproxima de temperatura do limite superior de estabili-
dade (cerca de 600°C). O aquecimento a uma temperatura mais elevada transforma a fase
TABELA118 sigma em ferrita e provoca o desaparecimento da fragilidade que ela confere aos aços. Esse
Aços Inoxidáveis ferríticos aquecimento deverá ser de várias horas a 800°C ou de aproximadamente meia hora a 850°C.
Tipo C Mn P s Si
Cr Ni Mo Outros
Sua aparência microscópica é na f o r m a de um precipitado de rendilhado contínuo ao
AISI max. m a x . m a x . max max. longo dos contornos dos grãos.
405. 0,08
1,00 0,040 0,030 1,00 11,50/14,50 - — Al=0,10/0,30 Essa fragilidade - denominada "fragilidade a 475°C"- que se revela nos aços inoxidáveis
409 0,08
1,00 0,045 •0,045 1,00 10,50/11,75 - — T i = 6 X C m i n . (0,75 max.) ferríticos de alto cromo é, segundo alguns autores, devida a u m a modificação do reticulado
429 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 14,00/16,00 - — — •> cristalino e rearranjo atómico, que precede e prepara a precipitação d a fase sigma. O assunto
430 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 16,00/18,00 - — — é ainda muito controvertido. Parece, por outro lado, que o carbono, o nitrogénio, o hidrogénio
430F 0,12 1,25 0,060 0,15 min. 1,00 16,00/18,00 - 0,60 max.' — e oxigénio favorecem o fenómeno de "fragilidade a 475°C", principalmente o oxigénio, pela
4 3 0 F Se 0,12 1,25 0,060 0,060 1,00 16,00/18,00 - - Se=0,15 min. provável formação de óxido de cromo CrO, ao ser mantido o aço em certas faixas de t e m p e -
434 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 16,00/18,00 - 0,57/1,25 —
raturas. De qualquer modo, a última palavra sobre o assunto parece que ainda não foi dada.
436 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 16,00/18,00 - 0,75/1,25 Nb+Ta=5xC min.(0,70 max.)
É certo, finalmente, que a fragilidade a 475°C pode ser eliminada pelo reaquecimento do
442 0,20 1,00 0,040 0,030 1,00 18,00/23,00 - — —
aço a temperaturas superiores a 600°C, seguido de resfriamento rápido através da tempera-
446 0,20 1,50 0,040 0,030 1,00 23,00/27,00 - — N=0,25 max.
tura perigosa.
* Elemento opcional.

406 407
O
A ç o s E FERKOS FUNDIDOS Aços RESISTENTES À CORROSÃO ^

T A B E L A 119 8. Aços inoxidáveis austeníticos - A T a b e l a 1 2 1


(242) apresenta os tipos mais comumenteÇ^)
Propriedades mecânicas mínimas d e aços inoxidáveis ferríticos empregados.
Forma Limite resis. L i m i t e de Alonga- Estnc- Esses aços podem ser divididos e m dois grupos: {_)
Tipo Dureza
do Condição à tração escoamento mento ção
AlSl RB
produto kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa % % - aços ao cromo-níquel O
405 fio recozida 49,0 480 28,0 275 20 45 - - aços ao cromo-manganês-níquel ^ )
fio recozida
e s t i r a d a a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 - A maior parte dos aços austeníticos comumente empregados pertence ao primeiro grupo. Os í~j
chapa, folha r e c o z i d a 42,0 415 17,5 170 20 - 88 max. mais conhecidos e populares são os 18-8 em que o teor médio de cromo é 18% e o de níquel 8%.
409 barra recozida 45,5 450 24,5 240 25 - 75 max. A introdução do níquel melhora consideravelmente a resistência à corrosão e a resistência à oxida- O
chapa, folha r e c o z i d a 42,0 415 21,0 205 22 - 80 max. ção a altas temperaturas, visto que, na maioria dos reagentes, o níquel é mais nobre que o ferro e, f
429 barra recozida 49,7 490 31,5 310 30 65 - além disso, forma uma camada de óxido que protege o aço espontaneamente. Para comprovar v.1

chapa, folha r e c o z i d a 45,5 450 21,0 205 22 - 88 max.


esse fato, demonstra-se que a restauração da película inerte protetora que tenha sido retirada de
430 barra recozida
uma aço inoxidável ao Cr-Ni é muito mais rápida do que a de um aço inoxidável somente ao cromo. —
acabada a quente 49,0 480 28,0 275 20 45 -
barra recozida
O segundo grupo, menos importante, apareceu na década de 30 e o seu desenvolvimento Ç\
430
ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, em razão da menor disponibilidade de níquel. Neles, "
a c a b a d a a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 -
430 fio recozida 49,0 480 28,0 275 20 45 - parte do níquel (cerca de 4 % ) é substituído por outros elementos de tendência austenitizante, (^)
430 no recozida como o manganês (em torno de 7%) e o nitrogénio (em teores não superiores a 0,25%). ^
estira a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 - Os característicos principais dos aços inoxidáveis austeníticos são: C.
430 chapa, folha r e c o z i d a 45,5 450 21,0 205 22 - 88 max.
430 P fio recozida 59,5 585 - - - - - - não magnéticos; . C.'
87,5 860
- não endurecíveis, por serem austeníticos; ç~
430 Ti barra recozida 52,5 515 31,5 310 30 65 - - quando encruados, apresentam um fenómeno interessante: o aumento de dureza que
434 fio recozida 55,3 545 42,0 415 33 78 90 max.
se verifica é bem superior ao que se encontraria, mediante a mesma deformação, em outros <^ "
434 folha recozida 53,9 530 37,1 465 23 - 83 max.
açost . Esse aumento além do normal da dureza, pode ser atribuído à instabilidade da
530 37,1 ' 365 23 - 85 max. 234)
436 folha recozida 53,9
442 barra recozida 56,0 550 31,5 310 20 40 90 max. austenita que, sob o efeito das tensões do encruamento, transforma-se parcialmente e pau- ( . . )
442 chapa, folha r e c o z i d a 52,5 515 28,0 275 20 - 95 max. latinamente em ferrita. Essa ferrita, supersaturada de carbono, nas mesmas condições que v
444 chapa, tolha r e c o z i d a 42,0 415 28,0 275 20
- 95 max. uma martensita, contribui para o endurecimento excepcional do aço. O estiramento a frio, por v . '
446 barra recozida exemplo, do aço 18-8 pode produzir resistência à tração da ordem de 250 kgf/mm (2450 2

acabada a quente 49,0 480 28,0 275 20 45 - MPa) com uma porcentagem de deformação que num aço comum não produziria mais do que ^~
446 barra recozida cerca de 140 kgf/mm (1370 MPa).
2

a c a b a d a a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 -


446 fio recozida 49,0 480 28,0 275 20 45 - Um reaquecimento a temperaturas moderadas do aço encruado - que se encontrará no Q
446 fio recozida
estado ferrítico - restaura a austenita. _
estirada a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 -
Nota-se ainda nos aços inoxidáveis austeníticos que, à medida que o teor de níquel aumenta, o C J
446 chapa, folha recozida 52,5 515 28,0 275 20 - 95 max.

O
efeito do encruamento é menos pronunciado, tendo em vista a ação estabilizadora desse elemento.
A importância desse fenómeno é t ã o grande que se c o s t u m a classificar os aços
austeníticos pelos níveis de resistência que se consegue pelo encruamento, desde o tipo
recozido mole até o tipo inteiramente duro.

T A B E L A 120
Valores i n d i c a t i v o s d e t e m p e r a t u r a , t e m p o e m e i o s d e r e s f r i a m e n t o p a r a o p e r a ç ã o de
Na prática são obtidos valores muito maiores. Por exemplo, conforme a porcentagem do
encruamento, o aço do tipo AlSl 301 pode apresentar valores correspondentes às principais
o
propriedades mecânicas indicados na Tabela 122' '. 244 ' O
r e c r i s t a l l z a ç ã o de a l g u n s a ç o s i n o x i d á v e i s í e r r í t i c o s

Tipo
AlSl
Tempo'
horas
Temperatura
°C
Resfriamento
Um dos fenómenos indesejáveis que pode ocorrer nos aços inoxidáveis austeníticos é a
corrosão intergranular, devido à precipitação de carboneto de cromo. Um dos meios de evitá- o
405
430
1 a2
1 a2
650/820
710/790
ar ou água
a r ou água
la é, como se mencionou, pela adição de titânio e de nióbio, porque esses elementos fixam o
carbono na forma de carbonetos de titânio e de nióbio. A ação do trtânio pode ser analisada
através do gráfico da figura 172 >, que mostra a redução aproximada da solubilidade do ( }
(234
o
ou 1 a2 820/900 n o f o r n o " até 590°C,
depois no ar carbono em aço 18-8 obtida pela adição de cerca de 0,5% de titânio.
430 F 1 a2 710/790 ar ou água As micrografias das figuras 173 e 174 correspondem a aço inoxidável austenítico, do tipo £
442
446
1 a2
1 a2
760/830
760/830
a r o u água
ar ou água
18-8; a primeira micrografia mostra uma zona superficial de corrosão intergranular; a segunda,
o núcleo do mesmo aço, sem corrosão; sua estrutura é típica de aço inoxidável austenítico. o
' É função da espessura e d a f o r m a das secções; p a r a c h a p a s aconselha-se 3 a 5 m i n u t o s p a r a cada 2,5
m m de espessura 8.1. Propriedades e empregos dos aços inoxidáveis austeníticos - As propriedades mecâ-
" Velocidade de resfriamento 1 5 a 25°C/h nicas desses aços dependem essencialmente da condição do material, ou seja se ele se Ç^

408 409 O
T A B E L A 121
Aços inoxidáveis austeníticos o

Tipo
C Mn max. Pmax. S max. SI m a x . Cr NI Mo Outros elementos
AlSl
201 0,15 max. 5,5/7,5 0,060 0,030 1,00 16,00/18,00 3,50/5,50 - N = 0,25 max. 8
202 0,15 max. 7,50/10,0 0,060 0,030 1,00 17,00/19,00 4,00/6,00 - N = 0,25 max.
205 0,12/0,25 14,00/15,00 0,030 0,030 0,50 16,50/18,00 1,00/1,75 - N = 0,32/0,40
301 0,15 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,00 6,00/8,00 - -
302 0,15 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 8,00/10,00 - -
302 B 0,15 max. 2,00 0,045 0,030 2,00/3,00 17,00/19,00 8,00/10,00 - -
303 0,15 max. 2,00 0,20 0,15 min. 1,00 17,00/19,00 8,00/10,00 0,60 max.' -
303 Se 0,15 max. 2,00 0,20 0,060 1,00 17,00/19,00 8,00/10,00 - Se = 0,15 min.
304 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 8,00/10,50 - -
304 L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 8,00/12,00 - -
304 H 0,04/0,10 2,00 0,040 0,030 0,75 18,00/20,00 8,00/12,00 - -
304 N 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 8,00/10,50 - N = 0,10/0,16
305 0,12 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 10,50/13,00 - -
308 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 19,00/21,00 10,00/12,00 - -
309 0,20 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 22,00/24,00 12,00/15,00 - -
309 S 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 22,00/24,00 12,00/15,00 - -
310 0,25 2,00 0,045 0,030 1,50 24,00/26,00 19,00/22,00 - -
310S 0,08 max, 2,00 0,045 0,030 1,50 24,00/26,00 19,00/22,00 - -
314 0,25 max. 2,00 0,045 0,030 1,50/3,00 23,00/26,00 19,00/22,00 - -
316 0,06 max. 2,00 0,045 . 0,030 1,00 16,00/18,50 10,50/13,50 2,00/2,50 -
316 0,06 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,50 11,00/14,00 2,50/3,00 -
316H 0,04/0,10 2,00 0,030 0,030 0,75 16,00/18,00 11,00/13,50 2,00/2,50 -
316H 0,04/0,10 2,00 0,030 0,030 0,75 16,00/18,00 11,00/14,00 2,50/3,00 -
316F 0,08 max. 2,00 0,20 0,10 min. 1,00 16,00/18,00 10,00/14,00 1,75/2,50 -
316L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,50 11,00/14,00 2,00/2,50 -
316L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,50 11,50/14,50 2,50/3,00 -
316N 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,00 10,00/14,00 2,00/3,00 N = 0,10/0,16
317 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 11,00/15,00 3,00/4,00 -
317L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 11,00/15,00 3,00/4,00 -
321 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/12,00 - Ti = 5 x C min; 0,8 max.
321 H 0,04/0,10 2,00 0,030 0,030 0,75 17,00/19,00 9,00/13,00 - TI = 4 x C min.; 0,6 max.

T A B E L A 121
A ç o s inoxidáveis austeníticos (continuação)

Tipo
C Mn m a x . Pmax. S max. Si m a x . Cr Ni Mo Outros elementos
AlSl
329 0,10 max. 2,00 0,040 0,030 1,00 25,00/30,00 3,00/6,00 1,00/2,00
330 0,08 max. 2,00 0,040 0,030 0,75/1,50 17,00/20,00 34,00/37,00 -
ti 347 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/12,00 - N b + T a = 1 0 x C m i n . ; 1,00 max.
347 H 0,04/0,10 2,00 0,030 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/13,00 - Nb + Ta = 10 x C min.; 1,00 max.
348 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/13,00 - Nb + Ta = 1 0 x C m i n . ;
Ta = 0,10 max.; Co = 0,2 max.
348 H 0,04/0,10 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/13,00 - Nb + Ta = 1 0 x C m i n . ;
Ta = 0,10 max.; Co = 0,1 max.
384 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 15,00/17,00 17,00/19,00
' Elemento opcional

n
o
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES A CORROSÃO

encontra no estado recozido ou encorado (um quarto duro, meio duro, três quartos duro ou
totalmente duro).
Essas propriedades dependem igualmente da forma do produto acabado ou semi-acaba-
do (barras, fios, tiras, chapas etc) e, obviamente, da composição química.
Como esses aços não são endurecíveis por têmpera, o aumento d a dureza e resistência
mecânica só pode ser obtido por encruamento. Como exemplo, aTabela 122 indica os valo-
res que podem ser obtidos pelo encruamento do aço AlSl 3 0 1 .
Quanto aos característicos gerais e empregos típicos dos aços inoxidáveis austeníticos, a
seguir são apresentados alguns dados:

- tipo 301 - Este aço é, juntamente com os tipos 302, 304 e 302B, o mais popular; possui
boa trabalhabilidade e é empregado em ornamentação, utensílios domésticos, fins estrutu-
rais, equipamento para a indústria química, naval, fabricação de alimentos, transporte etc.
- tipo 302 - Característicos idênticos aos do tipo 301 e aplicações semelhantes.
- tipo 302B - Devido à presença de silício, possui melhor resistência à formação de casca
de óxido a temperaturas mais elevadas. Emprega-se em peças de fomos.
- tipo 303 - Característicos de fácil usinabilidade: eixos, parafusos, porcas, peças de car-
burador, buchas, válvulas etc.
- f/po 304 - Menos suscetível à corrosão intercristalina, pelo teor mais baixo de carbono;
equipamento para processamento de alimentos, recipientes criogênicos.
400 -
- f/po 308 - Maior resistência à corrosão q u e o 18-8 (Cr-Ni); para eletrodos de solda,

Tabela 1 2 2 300 -
Valores de p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s e m f u n ç ã o d a i n t e n s i d a d e d e e n c r u a m e n t o
d o aço i n o x i d á v e l t i p o A l S l 301

Grau d o Redução de Limite d e resis- L i m i t e de e s c o a - Alongamento 0,05 0,10 0,15 0,20


encruamento secção tência à tração mento m í n i m o , em % CARBONO
aproximada, % kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa 25 mm %
F i g . 1 7 2 - R e d u ç ã o d a solubilidade do carbono obtida pela adição de Ti.
1/4 duro 10a15 88,0 860 53,0 520 25
1/2 duro 20 105,0 1030 77,0 760 15
3/4 duro 30 123,0- 1210 95,0 930 10 • - tipo 329 - Este é um aço de microestrutura mista duplex austenita-ferrita. Apresenta
totalmente
melhor soldabilidade que os aços inoxidáveis ferríticos, melhor resistência à corrosão sob
encruado (duro) 40 130,0 1280 98,0 960 8
tensão que os aços austeníticos e s ã o praticamente isentos d o s riscos de corrosão
O s valores de alongamento s ã o para espessura superior a 0,38 m m . intercristalina. Por isso, tem sido utilizados em aplicações sujeitas à corrosão em ambientes
marítimos e para o tratamento de substâncias alimentícias salgadas.
fomos industriais, etc.
- tipo 309 - Boas resistências mecânica e à oxidação a altas temperaturas; para equipa- 8.2. Tratamento térmico dos aços inoxidáveis austeníticos - Esses aços n ã o s ã o
mento d a indústria química, peças de fomos, estufas, peças de bombas, etc. endurecíveis por não possuírem temperaturas de transformação típicas A , e A Contudo, po- r

- tipo 309S - devido ao baixo teor de carbono permite soldagem c o m menor risco de dem ser submetidos a determinados tratamentos térmicos, a seguir descritos . (245)

corrosão intercristalina.
- tipo 310-Boa estabilidade à temperatura de soldagem; eletrodos de solda, equipamento 8.2.1. Solubilização - Este tratamento é uma espécie de têmpera e visa garantir a manu-
para indústria química, peças de fornos, estufas. Resiste à oxidação até temperaturas de tenção da estrutura austenítica à temperatura ambiente. Consiste em aquecer-se o aço a
1050°C ou 1100°C. uma temperatura suficientemente elevada para remover as modificações estruturais resul-
- tipo 316 - Melhor resistência à corrosão química; para equipamento d a indústria quími- tantes dos processos de fabricação, dissolver os carbonetos presentes (sobretudo os de
ca, de indústria de papel, etc. cromo) e, após o tempo necessário à temperatura, resfriar rapidamente. O resfriamento deve
- Soo 317- Melhor resistência à corrosão que o 316; aplicações idênticas. ser rápido para evitar a precipitação de carbonetos, a qual acontece na faixa 450°C-850°C.
- tipo 321 -Tipo 18-8 esíaòfizaco contra corrosão intercristalina a temperaturas elevadas; ATabela 123< > indica alguns valores de temperatura para o tratamento de solubilização.
24s

para aplicações que exigem soldagem: vasos de pressão, juntas de expansão, etc. O terhpo à temperatura depende das dimensões das peças e deve ser o mínimo necessá-
- tipo 347- Condições de aplicações idênticas ao tipo 3 2 1 . rio; Para espessuras da ordem de 1,5 a 3,0 mm o tempo é de 3 a 5 minutos. O resfriamento é
- tipos 201 e 202 - Resistência à corrosão inferior à dos tipos ao Cr-Ni; contudo, apresen- em água ou o ar em peças de muito pequena espessura (décimos de milímetros):
tam, em geral, melhor resistência mecânica a temperaturas elevadas.
- tipos 304N e 316N - Devido à presença de nitrogénio, possuem melhores limites de 8.2.2. Alívio de tensões - O objetivo é eliminar, total ou parcialmente, as tensões internas;"
escoamento, sem prejuízo à corrosão, prestando-se, e m consequência, a aplicações em que se originaram nas peças acabadas durante sua deformação plástica ou durante a
estruturas muito solicitadas como aparelhos de pressão na indústria química. soldagem e para melhorar as propriedades elásticas do material fortemente encruado. O

412 413
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES A CORROSÃO

aquecimento é feito a uma temperatura inferior a que pode provocar a precipitação de


carboneto de cromo nos contornos dos grãos, ou seja entre 350°C e 430°C, durante 30
minutos a 2 horas, de acordo com as dimensões das peças; segue-se resfriamento ao ar.

8.2.3. Estabilização - Este é um tratamento aplicado nos aços estabilizados do tipo A l S l


321, com o objetivo de garantir a máxima resistência à corrosão. Consiste no aquecimento,
entre 840°C e 900°C, durante cerca de cinco horas, dependendo das dimensões das peças.

8.2.4. Tratamentos termo-químicos - O mais indicado é a nitretação, mediante o emprego das


técnicas usuais. A nitretação permite obter dureza superficial da ordem de 62 a 64 Rockwell C.
Existe ainda uma operação, c h a m a d a sensibilização, a qual, na realidade não pode
ser considerada um tratamento térmico. Um aço inoxidável sensibilizado é um aço q u e
está em condições de sofrer corrosão intergranular, fenómeno j á estudado, e q u e s e
origina pela precipitação de carboneto de cromo nos contornos dos grãos. Como t a m b é m
já se viu, a corrosão intergranular ou seja a existência de aço sensibilizado é evitada pela
adição dos elementos estabilizadores do cromo, como nióbio e titânio e os aços c o m
essas adições são chamados estabilizados. O fenómeno de corrosão intergranular é
mais evidente nos aços inoxidáveis austeníticos de carbono mais elevado, o que é óbvio.
Acrescente-se ainda que o fenómeno de corrosão intergranular interessa de modo parti-
cular em estruturas soldadas, porque ocorre geralmente na faixa de temperaturas entre
450° e 850°C p a r a os aços inoxidáveis austeníticos e entre 1250° e 1300°C para esses
aços no estado estabilizado.
Desse rhodo, a operação de sensibilização não é recomendada como um tratamento
térmico dos a ç o s inoxidáveis. A o p e r a ç ã o é levada a efeito apenas para testar a
Fig. 173 -Aspecto micrográfico de aço inoxidável austenítico tipo 18-8, mostrando z o n a superficial
suscetibilidade à corrosão intergranular dos aços inoxidáveis austeníticos.
de corrosão intergranular. S e m a t a q u e . Aumento: 100 v e z e s .
Em resumo, para os aços inoxidáveis austeníticos de carbono mais elevado e não estabilizados,
verifica-se a sua suscetibilidade à corrosão intergranular pelo seu aquecimento entre 450° e 850°C, se
o aço não estiver estabilizado e entre 1250° e 1300°C se ele estiver estabilizado.

T A B E L A 123
Faixas d e t e m p e r a t u r a s para s o l u b i l i z a ç ã o de a l g u n s a ç o s I n o x i d á v e i s austeníticos

Tipo Temperatura, ° C
201,202 1010/1120
301,302,3028
303, 303 Se 1010/1120
304, 305, 308 1010/1120
304 L 1010/1120
309, 309 S 1040/1120
310, 310 S 1040/1065
314 1040/1120
316 1040/1120
317 1065/1120
316L, 317L 1040/1105
321 955/1065
347, 348 980/1065

9. Aços inoxidáveis duplex - O desenvolvimento dos aços inoxidáveis denominados


"duplex" vem resultando, nos últimos anos, na sua crescente utilização, principalmente em
aplicações industriais que exigem maior resistência à corrosão, maior resistência à oxidação
e tenacidade adequada, dos que as apresentadas pelos aços inoxidáveis austeníticos. São
superiores também porque apresentam melhor resistência à corrosão localizada e melhor
resistência ao trincamento por corrosão sob tensão.
Esses aços se caracterizam por ter uma estrutura bifásica ferrítico-austenítica, determina-
Fig. 1 7 4 - N ú c l e o não corroído do mesmo aço d a figura 173; verifica-se a estrutura normal de aço da sobretudo pelos teores de ferro, cromo e níquel.
inoxidável austenítico.Ataque: percloreto de ferro.Aumento: 1.000 v e z e s . O diagrama de equilíbrio Fe-Cr-Ni para um teor de ferro de 7 0 % é representado na figura

414 415
•Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s RESISTENTES À CORROSÃO

na •) 75(246)ev e l a que para obter a estrutura bffásica ferrítica-austenítica, o teor de cromo


re 1600
deve variar entre 22 e 2 8 % e o níquel entre 2 e 8 % . L
F+L
A composição típica de alguns aços inoxidáveis duplex está indicada na Tabela 124t «) 2 ^-A+F+L
Nesses aços, os elementos de liga atuam da seguinte maneira: y^.-<
1400 y
/ /
• o cromo e o níquel são os elementos fundamentais no sentido de conferir a resistência à / A+L
corrosão;
• o molibdênio, entre 0,2 e 5,0% melhora a resistência à corrosão localizada (por pites), a O
corrosão generalizada e a corrosão em frestas; cd7 1200

• o nitrogénio, entre 0,1 e 0,35% melhora a resistência à corrosão localizada, além de F


cd /F+A/ A
aumentar a resistência mecânica;
CD
• o cobre até 4,0% melhora a resistência à corrosão e favorece o endurecimento por
£ 1000
precipitação;
.CD
• o tungsténio até 1,2% melhora a resistência à corrosão;
• o manganês entre 0,5 e 5,0% aumenta a resistência à corrosão e a resistência ao des-

I
gaste abrasivo; A [
800
• o silício entre 0,5 e 5 % melhora a resistência à corrosão, ao calor e ao desgaste;
• o carbono entre 0,01 e 0,5% aumenta as resistências mecânica e ao desgaste.
F
FI A

— * " Outros elementos, como o cobalto, o nióbio, o titânio e o alumínio podem ser adicionados; I
áI G
I :' I 1
600
o cobalto com o objetivo de melhorar a soldabilidade e a resistência ao desgaste; o nióbio 30 25 20 15 10 5 C r (%),
para melhorar a resistência à corrosão e ao desgaste; o titânio e o alumínio para favorecer o i I

endurecimento por precipitação. 0 5 10 15 20 2 5 Mi (%)


^--n.As propriedades como a resistência mecânica desses aços são, portanto, de um modo geral, Fig. n 175 - Corte do d i a g r a m a Fs-Cr-Ní para 7 0 % de ferro.
5

superiores às dos aços inoxidáveis com apenas estrutura austênica. Isso deve-se ao fato das estru-
turas duplex apresentarem grãos mais finos que os aços inoxidáveis de uma única fase. A formação
T A B E L A 124
da estrutura granular mais fina deve-se à formação das estruturas duplex no estado sólido e às suas A l g u n s t i p o s de a ç o s Inoxidáveis duplex
características de encruamento e recristalização, assim como às limitações de crescimento de grão.
A tenacidade dos aços inoxidáveis duplex, após solubilização e resfriamento muito rápi-'
Designação Cr Ni Mo N Outros

do, varia de boa a muito boa. Ligas Trabalhadas


Contudo, é importante analisar como a presença de elementos de liga podem afetar essa X2 CrNiMoSi 19 5 (DIN) 18,5 5 2,7 0,07 1,5 Si
característica. É sabido que a presença de muitos elementos de liga simultaneamente provo- X2 CrNiM 23 4 (DIN) 23 4 0,2 0,1 -
ca precipitação de numerosas fases nesses aços, às vezes em grande quantidade. X2 CrNIMoN 2 2 5 (DIN) 22 5,3 3 0,17 -
A ação desses elementos de liga e das fases resultantes sobre a dureza é positiva, pois UNS 532760 25 7 3,6 0,25 0,70Cu, 0.70W
ela é melhorada; entretanto, a tenacidade é diminuída, o que deve ser levado em conta nas :8r
UNS 532750 25 7 3,8 0,28 -
UNS S31200 25 6 1,2-2,0 0,14-0,2 2,0Mn-1,0Si
aplicações em que essa característica é importante.
UNS S311260 25 6,5 2,5-3,0 0,10-0,3 0,2-0,8Cu, 0,1-0,5W
Essa ação dos elementos de liga leva à conclusão que o tratamento térmico dos aços
UNS S32404 21,5 7,0 2,5 0,20 1,0-2,OCu, 2,0Mn, 1.0S1
inoxidáveis duplex exige cuidados especiais e é fundamental o conhecimento dos processos
Ligas Fundidas
de precipitação que podem ocorrer em ampla faixa de temperaturas (1350° a 350°C).
A figura n 176< > compara a resistência ao impacto (tenacidade) em função da tempera-
a 24<i
X3 CrNIMoN 2 6 6 3 (DIN) 25,5 8,0 3,0 0,2 -
G-X3 CrNiMoN 2 6 6 3 3 (DIN) 25,5 6,0 3,0 0,25 3,0Cu
tura de um aço duplex com a de um aço inoxidável austenítico. Verifica-se que a energia rafe-
G-X3 C r N i M o C u N 2 4 6 5 (DIN) 24,0 6,0 5,0 0,2 2,0Cu
abson/ida pela aço duplex cai de valores altos para valores baixos por volta de -50°C, fato
esse que é devido à transição fratura dúctil a frágil da ferrita. 1É G-X40 CrNiSi 2 7 4 (DIN) 26,5 5,0 - - <0,5C

As propriedades superiores dos açbs inoxidáveis duplex em relação aos outros tipos de
aços inoxidáveis são a principal causa da utilização crescente desses materiais em aplica- • indústria de extração de petróleo e gás (in e offshore), em resfriadores, tubulações e
ções de grande responsabilidade, tais como: linhas de distensão, estruturas e revestimentos, transporte de gás sulfuroso, bombas de inje-
ção de água salgada, sistemas de refrigeração, bombas, separadores, vasos de pressão etc.
• indústria de processamento químico, em tubulações, bombas, tanques de produtos quí-
micos, extratores de ureia, agotadores e trocadores de calor, evaporação salina, sistemas de
11 l i A escolha do tipo adequado do aço duplex, baseado principalmente no teor de cromo,
varia de acordo com o campo de aplicação, em função sobretudo da maior ou menor resistên-
refrigeração de água do mar; cia à corrosão, resistência à oxidação e tenacidade desejadas.
• indústria de polpa e papel, em digestores, pré-aquecedores, evaporadores, digestores,
equipamento de branqueamento, etc. 10. Aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação - São aços desenvolvidos logo após a
• indústria de geração de energia (fóssil e nuclear), em reaquecedores, tubos de injeção Segunda Guerra Mundial que se caracterizam por poderem ter suas propriedades mecâni-
de alta velocidade em poços geotérmicos, trocadores de calor, etc. jgpp. cas melhoradas por tratamento de envelhecimento.

416 417
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES A CORROSÃO

São chamados "endurecíveis por precipitação" e indicados por PH (de "precipitarjon 12. Psças fundidas de aço resistente à corrosão - O emprego de aço inoxidável na
hardening"). Constituem u m a alternativa para os aços inoxidáveis austeníticos quando se fundição de peças é feito mais no sentido de se procurar evitar a ação corrosiva do meio,
deseja combinar à resistência à corrosão, boas características de trabalhabilidade e eleva- ficando, pois, de certo modo, em segundo plano, as condições relativas à resistência mecâ-
das propriedades mecânicas estáticas e dinâmicas. nica. As peças fundidas de aço inoxidável são empregadas com o objetivo de resistir à ação
ATabela 125 > mostra alguns tipos desses aços. Eles são divididos em três classes -
(247 corrosiva de soluções"aquosas, à temperatura ambiente ou próxima, e de gases quentes e
martensíticos, s e m i - a u s t e n í t i c o s e austeníticos - e m função d a e s t r u t u r a no estado de líquidos de elevado ponto de ebulição, a temperaturas de até cerca de 650° ). !249

solubilizado e da que resulta após o tratamento de envelhecimento. Todas as peças de aço fundido resistente à corrosão contêm cromo acima de 11 % e a,
ATabela 1 2 6 mostra as propriedades mecânicas que podem ser obtidas de acordo
(247) maioria delas níquel de 1 a 30%. O teor de carbono se situa geralmente abaixo de 0,20%,'
com o tratamento de envelhecimento. sendo às vezes d a ordem de 0,03%. Obedecem, de um modo geral, às composições dos
Os valores apresentados correspondem a condições de tratamento que propiciam a ob- tipos trabalhados 300 e 400, podendo ainda conter pequenas adições de molibdênio, alguns
tenção da máxima dureza. e nióbio, outros.
Embora de custos mais elevados que os aços inoxidáveis normais, os inoxidáveis
endurecíveis por precipitação, limitados durante algum tempo a aplicações apenas no campo
militar, têm sido estendidos ao campo industrial em geral, pela alta resistência que podem
adquirir, à indústria aeronáutica, além de serem utilizados em determinados componentes
críticos como molas especiais e aplicações similares.

11. Aços nitrônicos- São aços inoxidáveis contendo nitrogénio de 0,14 a 0,32%, como a
Tabela 1 2 7 mostra, com altos teores de cromo e manganês, além de níquel e, eventual-
(24sl

mente, molibdênio, silício, nióbio e vanádio.


São do tipo austenítico e possuem maiorresistência mecânica, tanto à temperatura ambien-
te como a alta temperatura, do que os tipos-padrão 300. Como se vê pela Tabela, apresentam
carbono baixo, de modo que não ocorre transformação martensítica. Mantêm ainda resistên-
cia e tenacidade elevadas, às temperaturas criogênicas.
A resistência à tração dos tipos 32 e 33, no estado recozido, varia de 80,5 kgf/mm (785 2

MPa) para o tipo 33 a 84,0 kgf/mm (820 MPa) para o tipo 32. Podem ser ambos encruádos,
2

resultando em resistência mecânica mais elevada. O tipo 33 tem sido usado na forma de
barras e fios, ao passo que o tipo 32, na forma de chapas, tiras e tubos.
Apresentam ambos idêntica resistência à corrosão na maioria dos meios corrosivos.
O tipo 33, no estado recozido, apresenta limite de escoamento quase que o dobro do .—- Austenítíc 0
convencional 304, ou seja, cerca de 47,0 k g f / m m (460 MPa) para cerca de 24,0 kgf/ (240
2 — i m"/
MPa) do 304. A 5 4 0 ° C , o limite de escoamento db Nitrônico 33 é cerca de 10 kgf/mm (100 2

MPa) mais elevada. Sua resistência ao desgaste é igualmente muito superior - cerca de três E
o
vezes - à do tipo 304.
O Nitrônico 40 apresenta, à temperatura ambiente, um limite de escoamento cerca de
CD
duas vezes maior que o dos aços inoxidáveis austeníticos comparáveis, tais como 304 e 347,
além de excelentes resistências à corrosão e à oxidação: Ensaios mostraram que a -253°Cj ca
-g
esse tipo de aço Nitrônico tem boa resistência e tenacidade, o que o t o m a indicado para 'o
co
armazenamento e transporte de gases liquefeitos.
,CD mo
O Nitrônico 50, que é o mais altamente ligado dentre os tipos Nitrônicos, apresenta melhor .
resistência à corrosão que os tipos convencionais 316 e 316L e cerca do dobro do limite de
escoamento. Nesse aço, adiciona-se comumente também Mo, Nb e V para aumentar sua
resistência mecânica e sua resistência à corrosão. Pode ser encruado, o que melhora ainda
mais sua resistência, a qual pode atingir valores d a ordem de 170 k g f / m m (1670 MPa). É
2

produzido na forma de barras, fios, chapas, tiras e tubos. Aplica-se nas indústrias química e
naval, em bombas, válvulas, cabos, correntes, molas e acessórios diversos.
Finalmente, no Nitrônico 60, o teor relativamente elevado de sSício rneihoca a resistência -
à oxidação do aço, fato esse que tende a melhorar a resistência do material em emprego
-50 0 50
onde ocorre atrito de metal com metal, sem lubrificação.
À temperatura ambiente, o tipo 60 apresenta 41,0 kgf/mm (400 MPa) de limite de escoa
2
Temperatura em, °C
mento, 71,0 kgf/mm (700 MPa) de limite de resistência à tração e 62%> de alongamento. A •
2

altas temperaturas, até 815°C, sua resistência mecânica é bem maior que a do tipo conven-
cional 304. Por essa razão e por sua excelente resistência à oxidação, um dos empregos g :

Fig. n 1 7 6 - Comparação entre a resistência ao impacto dos a ç o s inoxidáveis duplex


recomendáveis é em eixos de motores Diesel e aplicações semelhantes. ^sji 2

e dos aços inoxidáveis austeníticos.

418 419
T A B E L A 125
Denominação comercial e correspondência aproximada c o m a
d e s i g n a ç ã o A S T M de a l g u n s a ç o s I n o x i d á v e i s e n d u r e c í v e i s p o r p r e c i p i t a ç ã o

Designação Designação
Classe C max. Mn max. P max. S max. Si m a x . Cr NI* Cu Outros
comercial ASTM A564
Martensíticos 17-4PHW 630 0,07 1,00 0,04 0,03 1,00 16,50 4,00 4,00 Nb + Ta = 0,30
Stainless 635 0,08 1,00 0,04 0,03 1,00 16,75 6,75 - Al = 0,4 max.
Tl = 0,8
Semi-austenítlcos 17-7PH'" 631 0,09 1,00 0,04 0,03 1,00 17,00 7,10 - Al = 1,10
IS PH 15-7 M o " ' 632 0,09 1,00 0,04 0,03 1,00 15,00 7,10 - Mo = 2,50
AM-3501 ' 3 0,08 0,80 0,01 0,01 0,25 16,50 4,30 - Al = 1,10; M o = 2,75
N = 0,10
AM-3551 )
3 634 0,13 0,95 0,01 0,02 0,25 15,50 4,30 - Mo = 2,75
N = 0,10
Austeníticos 17-10P»' 0,15 1,00 0,30 0,04 1,00 17,00 10,75 -
17-14CuMo<" 0,12 0,75 0,020 0,01 0,50 15,90 14,10 3,00 Mo = 2,5; Nb = 0,45
Tl = 0,25
l' valor médio; (1) marca da Armco Steel Corp.; (2) marca da United States Steel Corp.; (3) marca da Allegheney Steel Corp.
1

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Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s RESISTENTES A CORROSÃO

T A B E L A 127 14. Usinabilidade dos aços inoxidáveis - A usinagem dos aços inoxidáveis é mais difícil
C o m p o s i ç õ e s típicas d e a ç o s i n o x i d á v e i s ao n i t r o g é n i o que a dos aços comuns. Porém, os aços inoxidáveis ferríticos ou martensíticos não são
Tipo C o m p o s i ç ã o Química, (%) especialmente difíceis de usinar, ao contrário dos aços austeníticos e duplex. Nesses aços,
C Cr Ni N Outros
a usinabilidade piora-à medida que o teor de elementos de liga aumenta. Admite-se que essa
Mn
dificuldade seja devida principalmente à alta taxa de encruamento e baixa condutibilidade
Nitrônico 32 0,10 12,00 18,00 1,60 0,32 -
térmica, esta última dificuJtando a formação de cavaco durante a operação de usinagem. De
Nitrônico 33 0,05 12,00 18,00 3,20 0,32 -
Nitrônico 40 0,03 9,00 21,00 7,00 0,30 - fato, a c a m a d a encruada de alta resistência se opõe ao avanço da ferramenta; a alta
Nitrônico 50 0,04 5,00 21,20 12,50 0,30 2,2 Mo-0,2 Nb-0,2V ductilidade provoca a formação de um cavaco contínuo, facilitando a formação de cratera na
Nitrônico 60 0,07 8,00 17,00 8,50 0,14 4,0 Si ferramenta, a baixa condutibilidade térmica provoca atrito elevado na interface metal/ferra-
menta, resultando em aquecimento da região de corte, o que não dissipa o calor gerado.
baixas. Nesse aço, a resistência à fluência é melhorada pela formação de carbonetos do tipo M C a
Nos aços austeníticos, o aumento dos teores de níquel, cromo e molibdênio provoca
pela reação de carbono com cromo. Do mesmo modo, o nitrogénio forma com o cromo o nitreto Cr N 2
queda da usinabilidade; o fósforo e o cobre a melhoram.
que como o M^C^ - contribui para melhorar a resistência à fluência, mediante endurecimento por As inclusões igualmente afetam a usinabilidade: óxidos, sobretudo alumina, prejudicam a
precipitação. O nitrogénio estabiliza a estrutura austenítica e reduz a tendência à formação da fase usinabilidade, por serem duros e abrasivos; ao contrário, o sulfeto de manganês MnS, por
sigma. O silício confere boa resistência à oxidação, através do S i 0 que se localiza na camada 2 ser mole e deformável, beneficia a usinabilidade.
oxidada superficial, devido sua baixa permeabilidade aos íons metálicos e sua boa adesão ao Para melhorar a usinabilidade dos aços inoxidáveis, o enxofre é normalmente o elemento mais
metal-base. Finalmente, os metais das terras raras favorecem o crescimento do SiO , contribuindo a empregado; contudo provoca queda da plasticidade a quente do aço, além de provocar queda da
para melhorar a resistência à oxidação e à carburização a temperaturas até 1150°C. resistência à corrosão. O fósforo, o telúrio e o selênio também melhoram a usinabilidade, porém
A aplicação desse tipo de aço é feita onde se requer, além de alta resistência à corrosão, provocam a queda de outras propriedades e produzem efeitos secundários indesejáveis.
elevada resistência à fluência, de modo que se admite que esse aço possa substituir o tipo Experiências com o bismuto' , em teores de mais ou menos 0,13%, mostraram que a
2531

2 5 C r - 2 0 N i . Entre as principais aplicações i n c l u e m - s e : e q u i p a m e n t o s das indústrias utilização desse elemento é a melhor opção no momento, pois atua como o chumbo cujas
metalúrgicas, petroquímicas e de geração de energia elétrica, tais como recuperadores de partículas reduzem o atrito entre a ferramenta e a peça sob usinagem, sem provocar os
calor, pré-aquecedores de gás, fomos para tratamentos térmicos, queimadores, tubos de efeitos indesejáveis do chumbo.
proteção de pares termoelétricos etc.
AAIIegheny apresenta aços inoxidáveis ferríticos como alternativa técnica e económica 15. Conclusões - Pelo exposto verifica-se a importância dos aços inoxidáveis em todas as
para aços inoxidáveis austeníticos' . São os tipos designados por:
2501 atividades, o q u e pode ser resumido através dos benefícios que os mesmos apresentam:

E-Brite 26-1, com 2 6 % de cromo e 1 % de molibdênio; « resistência à corrosão em ambientes atmosféricos e aquosos normais para as classes
AL-29-4-2, com 2 9 % de cromo, 4 % de molibdênio e 2% de níquel. com menores teores de elementos de liga e resistência à corrosão em ambientes mais
agressivos como a maioria de ácidos, soluções alcalinas, soluções contendo cloro, para os
Ambos resistem ao ataque por parte de cloretos, álcalis, ácido nítrico, ureia, aminas e aços que possuem maior quantidade de elementos de liga;
ácidos orgânicos. O tipo 29-4-2 possui grande resistência à ação de ácidos redutores diluídos • resistência ao calor e à oxidação superficial, para as classes com altos teores de cromo
e o 26-1, devido ao seu alto teor de cromo, apresenta excelente resistência à oxidação a alta e níquel;
temperatura. • higiene, fator importante nas condições estritamente higiénicas de cozinhas, hospitais e
Outros tipos desenvolvidos pela Uddeholm e pela Crucible apresentam as seguintes com- fábricas de processamento de alimentos. Nesses casos, o aço inoxidável é, por assim dizer,
posições respectivamente: a primeira escolha, devido sua facilidade de limpeza.
• aparência estética, devido sua superfície brilhante, a qual pode ser facilmente mantida,
25Cr - 4Mo - 4Ni tornando-o aplicável em arquitetura e ornamentação;
26Cr - 3Mo - 2Ni • resistência mecânica, sobretudo no caso dos aços austeníticos que pelo encruamento
adquirem maior resistência e nos aços duplex de alta resistência;
aplicados, ambos, em sistemas de recirculação de água de resfriamento nas usinas de papel • resistência ao choque, em função da microestrutura austenítica da série 300; os aços
e celulose. dessa série caracterizam-se por alta tenacidade, desde temperaturas elevadas, até tempe-
Alguns aços inoxidáveis desenvolvidos na Europa estão representados na Tabela 128 . (ZS1)
raturas abaixo de zero, tomando-os particularmente adequados para aplicações criogênicas.
Esses aços caracterizam-se por possuírem resistência à corrosão geral, à corrosão loca- • facilidade de fabricação, as técnicas modernas têm tomado fácil as aplicações de ope-
lizada e à corrosão intergranular. Aqueles que contêm nitrogénio, possuem melhor resistên- ração de c o n f o r m a ç ã o , corte, s o l d a g e m e usinagem. No caso da usinagem, os aços
cia à fluência, como j á se viu. femticos e martensíticos não apresentem muitas díficatfdades. O mesmo não acontece com
O aços 1805 LC, 2205 LCN, 1925 LC e 4221 resistem à fissuração por tensão, na presen- os austeníticos e duplex; nestes aços a usinabilidade é geralmente melhorada com a adição
ça de cloretos. Os aços 1805 LC e 2205 LCN são do tipo "duplex", ou seja, ferríticos- de enxofre e eventualmente de bismuto.
austeníticos.
As ligas Incoloy e Inconel não são consideradas ligas ferrosas.
Finalmente, pesquisas estão sendo desenvolvidas no sentido da produção de novos aços
inoxidáveis austeníticos com manganês e alumínio, como substitutos do níquel e de cro-
m o ' ' . Nesses aços, a resistência à oxidação seria devida ao alumínio e a combinação Mn-
252

C estabilizaria a lupa gama e pode reter a estrutura austenítica.

422 423
Material Cronlfer Cronlfer Cronlfer Cronlfer Cronlfer Cronlfer NIcrofer NIcrofer
1805 L C 2205 L C N 1713 L C N 2328 2522 L C N 1925 L C 4221 6020 H M o
Ligas Uddeholm Sandvlk 317 L M Sandvlk Uddeholm lncoloy Inconel
comparáveis 44L 2205 2RK65 904 L 825 625
Sandvlk
2RK65
Cmax. 0,03 0,03 0,03 0,04 0,02 0,02 0,025 0,10
Cromo 18,50 22,00 17,00 23,00 20,50 20,50 21,00 21,50
Níquel 4,70 5,00 13,00 27,00 25,00 25,00 42,00 61,00
Molibdênio 2,70 3,00 4,30 2,75 4,70 4,70 3,00 9,00
Cobre - - - 3,00 1,50 1,50 2,30 _

Nitrogénio - 0,15 0,14 - - _ _

Nb mais Ta - - - - - - _ 3,65
Outros Si, Mn Si, Mn SI, Mn SI, M n . T i Si, Mn Si, Mn Al, SI, Mn.TI Al, SI, M n , Tl, Co
Limite Reslst.
tração, k g f / m m 2 70-94,5 68-88,2 58,8-77,7 49,7-75 53,2 49,7-80,5 58,8 84
Limite escoamento
(0,2%), k g f / m m 2 44 47,6 28,7 21 25,2 30 23 42
Alongamento, % 30 30 40 34 30 40 25 55

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Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES AO CALOR -

1. Introdução - Os aços resistentes ao calor, também chamados "aços retratados", são Admite-se, para a explicação do mecanismo de oxidação do feno, que se verifiquem
aqueles que quando expostos de modo contínuo ou intermitente, em meios de várias nature- duas difusões e m sentidos contrários: difusão do oxigénio para o interior e difusão do ferro
zas (gasosos ou líquidos), à ação de temperaturas elevadas, apresentam capacidade de para a periferia. No caso do ferro, supõe-se que este último tipo de difusão - do ferro em
suportarem aquelas condições de serviços, química e mecanicamente. direção à periferia - seja o mais importante e admite-se que ele tenha lugar com o ferro no
Os principais campos de aplicação desses materiais situam-se nas indústrias de refino do estado de íons e que"os íons metálicos positivos, muito menos volumosos que os íons de
petróleo e química, em equipamentos para aquecimento (fomos, estufas, e t c ) , em turbinas a oxigénio, possam deslocar-se com muito maior facilidade através do reticulado cristalino. Por
gás e a vapor, na indústria automobilística, aeronáutica e semelhantes. outro lado, para que ocorra a difusão dos íons metálicos através da camada de óxido, é
Nesses e noutros setores de engenharia, em temperaturas superiores a do ambiente - necessário que esta possa ser susceptível de apresentar diversas composições químicas. É
acima de 400°C por exemplo - é óbvio que as propriedadeds normais que os metais apresen- o que ocorre com os óxidos de ferro, de cobre, de níquel e de cobalto.
tam começam a perder seu significado. Não só as condições de corrosão e oxidação são No caso particular da oxidação de ferro, a temperaturas acima de 550°C, no ar, ou no oxigénio,
agravadas, como também se verifica apreciável queda na rigidez do material traduzida por à pressão atmosférica, há formação de três camadas oxidadas, cujo teor em oxigénio diminui da
uma deformação plástica acentuada sob ação de um esforço mecânico. Este fenómeno de superfície em direção ao metal: uma camada mais externa de F e 0 , uma camada intermediária de
2 3

deformação lenta sob a ação de uma carga constante, aplicada durante longo período de Fe 0 e a camada mais interna, adjacente ao ferro de FeO. No caso, pois, do ferro ou de metais cuja
3 4

tempo, a uma temperatura superior à ambiente, chama-se, como se sabe, "fluência"^). camada de óxido pode apresentar teor variável de oxigénio conforme a profundidade, a reação de
A resistência à fluência, juntamente com a resistência à corrosão e à oxidação a altas oxidação prossegue, devido à possibilidade de reação de difusão do oxigénio e do metal.
temperaturas, são, portanto, dois dos requisitos exigidos dos aços refratários. Outros carac- Há outros elementos, entretanto, para os quais a camada oxidada formada é realmente imper-
terísticos que adquirem importância maior nesses tipos de materiais são a expansão térmica, meável, porque o óxido constituído apresenta uma única composição em toda a extensão da
a estabilidade estrutural e a fadiga. camada, tomado difícil a difusão do oxigénio ou do metal e sendo portanto de natureza realmente
É essencial, pois, o estudo e o conhecimento perfeito de todos esses requisitos para a protetora. É o caso dos óxidos S i 0 , C r 0 e A1 0 . No silício, cromo e alumínio, uma vez formados
2 2 3 2 3

escolha adequada do tipo de aço destinado a serviço a altas temperaturas . os seus óxidos, a oxidação é interrompida na formação da primeira camada oxidada.
Nas ligas metálicas - que para aplicações de resistência à oxidação a altas temperaturas
1.1. Resistência à corrosão e à oxidação a altas temperaturas - A propriedade que possu- são a base de ferro ou níquel ou de ambos - a qualidade de camada oxidada, depende dos
em certos metais e ligas de resistirem à corrosão e à oxidação a temperaturas diferentes da elementos de liga adicionados e do seu teor. Assim, por exemplo, quando ao ferro se adicio-
ambiente deve-se à formação de uma camada de óxido sobre a superfície do metal. Da nam pequenas quantiodades de cromo, níquel, tungsténio, silício, vanádio e manganês, a
natureza desse óxido, sua aderência ao metal-base, sua permeabilidade, s u a composição estrutura da camada oxidada apresenta-se idêntica a que se forma no caso do ferro simples-
química, sua estrutura, seu ponto de fusão e seu ponto de volatilização, é que depende a mente: isto é, há três camadas de óxidode ferro com teores diferentes de oxigénio, notando-
maior ou menor capacidade do metal resistir à oxidação e ao ataque do meio circunvizinho. se, entretanto, uma grande heterogeneidade na composição química dessas camadas, os
A formação dessa camada de óxido é condicionada pela tensão de decomposição do elementos adicionados, com exceção do manganês, concentrando-se grandemente na ca-
óxido; se a tensão for superior à pressão parcial do oxigénio so ar, não se verifica oxidação; mada contígua ao metal(*).
os metais que assim se comportam são chamados nobres. No caso da tensão de decompo- Quando se adiciona ao ferro elementos deliga oxidáveis - cromo, silício ou alumínio, por
sição ser inferior à pressão parcial do oxigénio do ar, surgem duas possibilidades: se o óxido exemplo - em teores crescentes, verifica-se profunda alteração no mecanismo da oxidação. A
for volátil, a superfície metálica fica exposta ao meio circunvizinho e verifica-se a destruição concentração na camada mais interna aumenta continuamente até que a camada oxidada, em
do metal; é o caso do molibdênio e de outros metais que são facilmente oxidados e atacados vez de ser constituída de três camadas com teores diferentes de oxigénio, é formada de uma
a altas temperaturas. Geralmente, o óxido formado não é volátil; é o caso do ferro, níquel, única, composta quase exclusivamente do óxido do elemento adicionado, que, se de natureza
cromo, alumínio, silício, etc. cujos óxidos possuem uma tensão de decomposição fraca, mes- refratária, constitui uma proteção completa e permanente, devido à sua velocidade de difusão.
mo a temperaturas elevadas.
Formada a camada de óxido sobre a superfície metálica, os fenómenos que se seguem
dependem das propriedades físicas e da textura desse óxido, sobretudo dos volumes relati-
vos do óxido e do metal que o originou' . Quando o volume do óxido formado for inferior ao
2541

do metal que o originou, a camada de óxido será insuficiente para recobrir o metal e se
apresentará porosa, de modo a premitir que o oxigénio renove o ataque ao metal e que a
reação de oxidação porssiga. No caso do volume de óxido ser maior que o do metal atacado,
a camada de óxido formada será compacta, sem apresentar descontinuidade e a oxidação,
devida ao ataque direto do oxigénio sobre o metal, não se produzirá mais. Entre os metais
peretencentes ao grupo cujos óxidos têm a propriedade de se apresentarem em maior volu-
me do que o metal que.os originou, situam-se o alumínio, o cromo, o cobalto, o cobre, o ferro,
o manganês, o níquel, o silício, o tungsténio e outros. A maioria desses elementos está
presente, como se verá, nos aços refratários.
Entretanto, não é suficiente que a camada de óxido formada tenha os característicos
acima, de compacidade e sem descontinuidade. De fato, a reação de oxidação pode ainda 0 Tempo
ocorrer a uma certa profundidade da camada oxidada, por difusão seja de átomos metálicos,
Fig. 177 - Curva de fluência, determinada em ensaio sob c a r g a constante.
seja de oxigénio através de camada de óxido. Veja-se o caso particular do ferro.

(*) Essa concentração explica-se pelo fato desses elementos de liga serem menos solúveis nos óxidos de
(*) 'Creep" na literatura técnica em língua inglesa. ferro do que o ferro e se difundem mais dificilmente.

426 427
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES AO CALOR

1.2- Resistência à fluência - A figura 177 representa esquematicamente a variação do falhar rapidamente quando em serviço a altas temperaturas, sob ação de cargas muito me-
alongamento em função do tempo, obtida mediante ensaio de um corpo de prova de aço, nores, devido à ocorrência da alguma modificação na sua estrutura interna ou à precipitação
submetido à ação de uma carga constante, a uma temperaturra superior a 400°C. de constituintes frágeis nos contornos dos grãos.
Verifica-se pelo exame da curva da figura 177, que após um alongamento instantâneo O A, E, portanto, necessário que os aços para serviço a altas temperaturas apresentem pelo
correspondente à deformação elástica (ou às vezes também a uma certa deformação plástica) menos uma certa estabilidade estrutural, isto é, a estrutura deve conservar-se tanto quanto
do corpo de prova no momento que se aplica a carga, ocorre um alongamento que varia com possível inalterada tanto a temperatura elevadas de serviço como a ambiente, de modo a reter,
o tempo. A curva apresenta três trechos distintos: no primeiro, correspondente ao trecho AB, à temperatura ambiente, depois do serviço às temperaturas mais altas, propriedades como
observa-se um alongamento rápido em função do tempo, que geralmente diminui de intensida- ductilidade e resistência ao choque. De fato, a esferoidização que pode ocorrer pelo serviço a
de no fim do trecho; e m seguida - trecho BC - durante um tempo geralmente mais longo o altas temperaturas de aços periíticos de baixo teor em liga, tende a diminuir a resistência à fadiga
alongamento ainda aumenta, agora à velocidade constante e finalmente no úitimo trecho AO - dos aços; e a precipitação de carbonetos nos contornos dos grãos de aços austeníticoss,
a velocidade de deformação começa a crescer até ocorrer a ruptura do corpo de prova. O não só prejudica sua ductilidade como também diminui sua resistência à corrosão.
primeiro trecho AB é o estágio inicial da fluência, correspondente, como se viu, a uma deforma-
ção rápida; o segundo trecho BC é o estágio intermediário qm que a deformação se verifica 2. Elementos de liga nos aços resistentes ao calor- Muitos aços de baixo teor em liga são
geralmente a uma velocidade constante e o terceiro trecho - CD - é chamado de trecho final da usados com certo êxito, quando sujeitos a esforços de pequeno vulto, a temperaturas até
fluência, com grande acréscimo de velocidade de deformação até a ruptura final. aproximadamente 500°C.
A resistência à fluência dos metais e ligas rnetállicas depende de u m a série de fatores, Dentre os aços, entretanto, os mais indicados para serviço a altas temperaturas são os de
entre os quais a composição, o tamanho de grão e o tratamento térmico. alto teor em liga, contendo principalmente cromo e níquel. Junta-se, às vezes, alumínio e
No que se refere à composição química, no caso dos aços, verificar-se-á mais adiante o silício. Sob o ponto de vista de resistência á oxidação, o elemento básico é o cromo, cuja ação
efeito dos vários elementos de liga que são comumente introduzidos nos aços resistentes ao nesse sentido torna-se eficaz a partir do teor 5%.
calor.
A influência do tamanho de grão é muito importante. Na influência a temperaturas eleva-
das(*), os contornos dos grãos desempenham um papel saliente, porque é ao longo deles
que se verifica a ruptura porfluência . Nessas condições, sob o ponto de vista de resistên-
|SS4)

cia à fluência, a temperaturas mais elevadas e s c b carga mais baixas, que é geralmente o
caso dos aços cujo estudo é objeto do presente capítulo, os aços mais desejáveis são os de
granulação grosseira. Para os aços que em serviço estiverem sujeitos a temperaturas mais
baixas e cargas mais altas prefere-se, sob o ponto de vista de resistência à fluência,
granulação mais fina, visto que a ruptura por fluência nessas condições, dá-se no interior dos
grãos.
A influência do tratamento térmico está ligada ãs estruturas que resultam dos diferentes
tratamentos térmicos a que os aços podem ser submetidos. Por outro lado, também aqui se
deve levar em conta se o aço está sujeito à fluência a baixas ou altas temperaturas. Aparen-
temente, as estruturas temperadas e revenidas ou bainííicas são mais favoráveis à resistên-
cia à fluência a baixas temperaturas, ao passo que a temperaturas superiores a 550°C e com
cargas relativamente pequenas, as estruturas resultantes do recozimento são as mais resis-
tentes à fluência. Particularmente, em aços resistentes ao calor do tipo Cr-Mo, Cr-Ni-Mo e
Cr-Mo-V, em temperaturas da ordem de 450°C, a melhor resistência à fluência é obtida com
a estrutura intermediária bainítica. 10 12 14 16 18 20 22 2+ 26 28
De qualquer modo, nos aços resistentes ao calcr, é muito importante a seleção adequada %Cr
do tratamento térmico, do meio e da velocidade de resfriamento, tendo em vista sobretudo a Fig. 178 - Temperaturas de utilização de um aço em função d o teor de cromo.
estrutura finai que resultará em função da secção e da fornia da peça.
A fluência é, em resumo, um dos característicos mais importantes para os aços destina- O gráfico d a figura I T S ' ' mostra, em função do teor de cromo, a temperatura de utiliza-
255

dos a serviços em altas temperaturas, porque em certas aplicações nessas condições, uma ção de um aço quando se admite uma perda de oxidação de 1 ou 10 mg/cm /100 h. Vê-se a

estrutura ou peça metálica fica inutilizada se alongar, às vezes, de apenas 0,01 %. que com 5% de cromo, o aço apresenta boa resistência à oxidação a temperaturas em torno
de 550-650°C. Com cerca de 20%, o aço pode ser usado com certa segurança a temperatu-
1.3. Expansão térmica - Este característico tem impotência sob o ponto de vista de proje- ras da ordem de 900-1000°-C.
t c , quando são necessárias nas peças tolerâncias muito estreitas e sob o ponto de vista de A figura ')79 - > mostra ainda a influência do teor de cromo crescente em aço Cr-Mo, conten-
l xe

empenamento, fenómeno este estritamente ligado à expansão térmica do metal. do 0,50 a 1,0% de molibdênio, no sentido de reduzir os valores de limite de resistência à tração
e limite de escoamento de 60%, em relação aos mesmos valores à temperatura ambiente.
1.4. Estabilidade estrutural - Esta é uma condição essencial, sobretudo porque certas O silício atua de modo bastante peculiar: o teor desse elemento necessário à melhorar a
ligas, ainda que apresentem excelente resistência mecânica à temperatura ambiente, podem oxidação de aços ao cromo é aproximadamente de 2%, a temperaturas da ordem de 800-
900°C. Abaixo desse valor, o silício não produz efeito e por outro lado, é inútil adicionar mais
(*) A expressão "temperatura elevada" no caso de estudo da fluência, deve ser relacionada ao ponto de do que 2%, pois que não se obtém qualquer ulterior melhora.
fusão do metal ou liga metálica. O alumínio também atua no mesmo sentido, sendo que um teor de aproximadamente 2 %

428 429
m i
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES AO CALOR

d e s s e metal n u m a ç o c o m 6 % d e cromo, 0 , 5 % d e molibdênio e 0 , 1 5 % d e c a r b o n o , suprime ta t a m b é m a r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a . O titânio atua fortemente no sentido de a u m e n t o d a -


praticamente qualquer p e r d a de peso, q u a n d o o a ç o for submetido a t e m p e r a t u r a s de ordem resistência à f l u ê n c i a . N o s a ç o s a u s t e n í t i c o s , cerca de 0,5 d e t i t â n i o m e l h o r a m u i t o essa
de 800°C. c a r a c t e r í s t i c a ' e n t r e 5 5 0 - 7 0 0 ° C . O nióbio a t u a exatamente c o m o o titânio. Outro elemento
O níquel'como s e s a b e , a p r e s e n t a i s o l a d a m e n t e u m a resistência a o c a l o r m u i t o superior à do i m p o r t a n t e s o b o p o n t o d e v i s t a d e r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a é o cobalto que, principalmente n o s
f e r r o . A p e s a r d i s s o , a s l i g a s F e - N i n ã o s ã o g e r a l m e n t e u s a d a s p a r a a p l i c a ç õ e s a altas t e m p e r a t u - aços a u s t e n í t i c o s d o t i p o 1 8 - 8 , c o n t r i b u i p a r a a u m e n t a r o v a l o r d e s s a p r o p r i e d a d e , e m t e m -
r a s . E n t r e t a n t o , a s l i g a s t e r n á r i a s F e - C r - N i e, n o l i m i t e e x t r e m o , a s ligas b i n á r i a s C r - N i s e m ferro, peraturas e n t r e 6 0 0 ° C e 7 0 0 ° C , e m t e o r e s e m t o m o de 2 % .
constituem os grupos m a i s importantes de ligas utilizadas para serviço a altas temperaturas. A razão p e l a qual os elementos d e liga mencionados m e l h o r a m a resistência à f l u ê n c i a
O níquel tende a t o m a r o s a ç o s - c r o m o a u s t e n í t i c o s , o q u e é v a n t a j o s o s o b o ponto de dos a ç o s n ã o e s t á a i n d a i n t e i r a m e n t e e l u c i d a d a .
v i s t a d e rigidez e d u c t i t í d a d e , a l é m d e m e l h o r a r a i n d a m a i s s u a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o . A Essa ação p o d e s e r devida ou à f o r m a ç ã o d e carbonetos d e f a s e s intermediárias o u a u m
m e l h o r a d a resistência à o x i d a ç ã o dos a ç o s - c r o m o é, entretanto, c u r i o s a m e n t e condicionada arranjo a t ó m i c o q u e p r e c e d e a f o r m a ç ã o d e s s a s f a s e s ' 2 5 7 1 . P o r outro lado, pode s e r q u e e s s a
ao teor de cromo. D e fato, verificou-se' 2 5 5 1 q u e o a u m e n t o d o t e o r d e n í q u e l m e l h o r a regular- ação s e j a d e v i d a a o f a t o d e a l g u n s d o s e l e m e n t o s d e l i g a m e n c i o n a d o s ( m o l i b d ê n i o , v a n á d i o ,
m e n t e a resistência à o x i d a ç ã o do aço-cromo para teores de cromo e m torno d e 20%. Quan- tugstênio, t i t â n i o e n i ó b i o ) a u m e n t a r e m s e n s i v e l m e n t e a t e m p e r a t u r a d e r e c r i s t a l i z a ç ã o d o
d o e s t e v a l o r f o r u l t r a p a s s a d o , a q u a n t i d a d e ó t i m a d e n í q u e l p a r e c e s i t u a r - s e entre 1 0 % e ferro, a p ó s u m e n c r u a m e n t o . C o n v é m l e m b r a r t a m b é m q u e o s e l e m e n t o s c i t a d o s t e n d e m a
estabilizar a f a s e a l f a e , q u a n d o u l t r a p a s s a m u m c e r t o t e o r , t e n d e m a s u p r i m i r a t r a n s f o r m a -
700 ção a l f a - g a m a a a l t a t e m p e r a t u r a .
o
o u WTSDE Escopo ENTO Verifica-se e x p e r i m e n t a l m e n t e q u e e s s a supressão, m e s m o parcial, diminui a r e s i s t ê n c i a
< 600 à fluência. Portanto, os elementos a c i m a d e v e m s e r adicionados e m proporções a d e q u a d a s .
DC
Z). Q u a n d o h á c a r b o n o p r e s e n t e , a a t u a ç ã o d o m o l i b d ê n i o , v a n á d i o , t u n g s t é n i o , titânio e c o b a l t o
SOO poderia s e r e x p l i c a d a p e l a f o r m a ç ã o , c o m t r a t a m e n t o térmico a d e q u a d o , d e estruturas i n t e r m e d i -
GC árias, q u e c o m o s e s a b e n ã o s ã o m a i s f a v o r á v e i s no q u e d i z r e s p e i t o à resistência à f l u ê n c i a .
LU
CL 400
3. Tipos de aços resistentes ao calor - E m algumas aplicações onde não importam a
LU
resistência à o x i d a ç ã o e à c o r r o s ã o , p o d e - s e usar a ç o - c a r b o n o d e baixo teor d e c a r b o n o '

1 300
3 4 5 (0,10-0,20) a t é t e m p e r a t u r a s d a o r d e m d e 4 8 0 - 5 0 0 ° C . N e s s e s a ç o s , o l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à
C R O M O % tração q u e é d e c e r c a d e 4 3 , 0 k g f / m m 2 ( 4 2 0 M P a ) cai a m a i s d e 2 5 , 0 k g f / m m 2 (250 M P a ) a
540°C e 6,0-6,5 k g f / m m , (60-65 M P a ) , q u a n d o a t e m p e r a t u r a é d e c e r c a d e 7 6 0 ° C '
2 2 5 4 ), o q u e
700
comprova a limitação do s e u e m p r e g o a temperaturas superiores a 5 0 0 ° C .
O LIMITE DE HE SISTÈNC A ATRAÇÍO
O
A introdução de cromo e molibdênio e m teores baixos, m a n t i d o ainda o carbono baixo,
<" 600

/
melhora a s p r o p r i e d a d e s de r e s i s t ê n c i a a o calor, ainda q u e n ã o s e t e n h a q u a l q u e r m e l h o r a
cr
Z) apreciável n o q u e d i z respeito a o s c a r a c t e r í s t i c o s de r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o e à c o r r o s ã o a

/
500 temperaturas superiores à ambiente. A introdução de m o l i b d ê n i o somente, e m teores d e
rr 0,45-0,65% n u m a ç o c o m 0,10-0,20% d e c a r b o n o e 0,30-0,60% d e m a n g a n ê s , p o d e p r o d u z i r
LU
0- 400
as s e g u i n t e s a l t e r a ç õ e s e m r e l a ç ã o à r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o ' 2 5 8 1 :

UJ
300
/ 4 5
- à temperatura ambiente: 44,00 kgf/mm (430 MPa)
- à temperatura de 540°C: 35,00 k g f / m m
2

2 (340 MPa)
C R O M O % - à temperatura de 76Q°C: 8,00 k g f / m m 2 (80 MPa)
mw
R g . 179 - Efeito do teor de cromo, e m aço Cr-Mo, sobre a.resistência mecânica,
Na realidade, a m e l h o r a d a resistência à tração não é a p r e c i á v e l ; verifica-se, entretanto,
em função d a temperatura.
que a r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a p o d e a p r e s e n t a r u m v a l o r a p r o x i m a d a m e n t e d u a s v e z e s s u p e r i o r
20%; a c i m a d e s s e s t e o r e s , a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o d o a ç o t e n d e a d i m i n u i r . Verificou-se à que é a p r e s e n t a d a pelo aço-carbono c o m u m .
t a m b é m q u e e m a ç o s - c r o m o - n í q u e l , c o m c e r c a d e 2 0 % d e n í q u e l , o q u e c o n t é m c e r c a de A i n t r o d u ç ã o s i m u l t â n e a d e m o l i b d ê n i o e c r o m o (este t a m b é m e m t e o r e s b a i x o s - i n f e r i o -
25% de cromo resiste m e l h o r à oxidação d o q u e o q u e contém 3 0 % d e c r o m o . res a 3 % ) , a i n d a q u e n ã o a f e t e a p r e c i a v e l m e n t e o c a r a c t e r í s t i c o d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o a
N o q u e d i z r e s p e i t o à resistência à fluência, o s elementos q u e m a i s acentuadamente temperaturas a m b i e n t e s , aumenta m a i s o valor de resistência à fluência e ligeiramente à
i n f l u e m s o b r e e s s a p r o p r i e d a d e s ã o o m o l i b d ê n i o , o v a n á d i o , o t u n g s t é n i o , o titânio e o oxidação e à c o r r o s ã o .
n i ó b i o . O molibdênio é o m a i s e m p r e g a d o n e s s e sentido. E m a ç o s c o n t e n d o por exemplo A Fig. 179 j á i n d i c o u o efeito d o c r o m o n a diminuição d o s v a l o r e s d a s p r o p r i e d a d e s m e c â -
0 , 1 % a 0 , 2 % de c a r b o n o , c o m adição"de a p e n a s 0 , 5 % de molibdênio c o n s e g u e - s e dobrar a nicas a t e m p e r a t u r a s s u p e r i o r e s à a m b i e n t e .
c a r g a q u e p r o v o c a a 5 0 0 ° C u m a fluência d e 0 , 1 0 % e m 1 0 0 . 0 0 0 h o r a s ! ) . M a i s molibdênio
(3?'SI 2 5 7 O s a ç o s - l i g a d e b a i x o t e o r e m l i g a n ã o p o d e m s e r c o n s i d e r a d o s a rigor a ç o s r e f r a t á r i o s ,

li m e l h o r a ainda m a i s e s s a p r o p r i e d a d e . N o s a ç o s 1 8 - 8 austeníticos, 1 % a 3 % d e molibdênio


a u m e n t a m g r a n d e m e n t e a resistência à f l u ê n c i a , d e s d e q u e fique c o n s e r v a d a a estrutura
justamente d e v i d o à falta de resistência satisfatória à oxidação e à corrosão. S e u u s o limita-
se, p o r t a n t o , e m p e ç a s e m c o n t a t o c o m v a p o r s u p e r a q u e c i d o , c o m o t u b o s d e c a l d e i r a s a

à a u s t e n í t i c a . O vanádio i n t r o d u z i d o e m t o r n o d e 0 , 2 % e m a ç o s C - C r - M o c o m b a i x o s teores
d e s s e s e l e m e n t o s , t o m a - o s utilizáveis s a t i s f a t o r i a m e n t e a t e m p e r a t u r a s d e 5 5 0 - 6 0 0 ° C . O
vapor, t u b o s d e s u p e r a q u e c e d o r e s e a p l i c a ç õ e s s e m e l h a n t e s .
A Tabela 1 2 9 ( z 5 6 ) m o s t r a a c o m p o s i ç ã o d e a l g u n s tipos d e a ç o s u t i l i z a d o s p a r a e s s e f i m . A
afiíH vanádio, entretanto, aparentemente diminui a resistência à oxidação. O tungsténio, que Tabela 1 3 0 ' 2 5 6 1 mostra as propriedades mecânicas à temperatura ambiente desses aços.

M c o m o o molibdênio e o vanádio, é principalmente elemento formador d e carbonetos, aumen- O alongamento mais elevado, m e d i d o longitudinalmente equivale a 3 5 % e m 5 0 m m e

430 ; ' 431


.Aços RESISTENTES AO CALOR
C
Aços E FERROS FUNDIDOS

c o r r e s p o n d e a o a ç o tipo S A - 1 0 6 A . N e s s e m e s m o a ç o , o a l o n g a m e n t o , m e d i d o t r a n s v e r s a l - r ' " )


mente, equivale a 2 5 % . O valor m a i s baixo de a l o n g a m e n t o equivale a 1 6 % e c o r r e s p o n d e
I S Rã aos a ç o s S A - 2 9 9 , S A - 5 3 3 B 2 e S A - 5 1 7 F . ~)

o o !° o TABELA130
O
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s ã t e m p e r a t u r a a m b i e n t e de a ç o s u t i l i z á v e i s a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s

Especificação
Limite r e s i s t ê n c i a L i m i t e de Alongamento
Estricção p
o o o o
CO ÍO t o ( O
IO LO O U7 O
t£J ÍO_ T - <o_ CO
O O i - O T-^
ASME
kgf/mm
ã tração
2 MPa
escoamento
kgf/mm 2 MPa
m í n i m o em
50 m m , %
% o
o o~ o o
c
7

to to u5 o SA-106A 33,6(min) 330 21 207 35(a),25(b) -


TT ^ TJ-_
o" o* o" o" o o o o o SA-106B 42 (min) 415 24,5 241 30(a), 16,5(b) -
SA-285A 31,5-38,5 310-380 16,8 165 27(a), 30 - c
SA-299 52,5-63,0 515-620 29,4 290 16(c) . -
SA-204A 45,5-53,9 445-530 25,9 255 19(a), 23 - c -
SA-302A 52,5-66,5 515-655 31,5 310 15(c), 19 -
SA-533B2 63,0-80,5 620-790 49,0 475 16 - o
SA-517F 80,5-94,5 795-930 70,0 689 16 35-45
SA-335P12 42(min) 415 21,0 207 30(a), 20(b) - o
SA-217WC6 49-63 485-620 28,0 275 20 35
LO O O O , SA-387Gr22-1 42-59,5 415-585 21,0 207 30(c), 45 40
W IO IO o
-r-" T-" CM ÍO ! SA-3S7Gr5-2 52,5-70 515-690 31,5 310 18(c), 22 45
o o .o o ; SA-217C12 63-80,5 620-795 42,0 415 18 35
\o_ o o a
o" -r-~ c\ -íf , (a) longitudinal; (b) transversal; (c) alongamento s m 200 m

H 1? t II
C o m o s a v ê , esses aços s ã o t o d o s d e baixo carbono e baixo teor de elementos d e liga,
30 IO O Q O O O com e x c e ç ã o d o último - S A - 2 1 7 C 1 2 , e m q u e o c r o m o s e s i t u a n a faixa, 8 , 0 0 - 1 0 , 0 0 % e q u e
a o o o o o o_ o_ o o o o a_
a" o" o" o" a" o o o" o" a" o" o a" já p o d e s e r c o n s i d e r a d o a ç o r e f r a t á r i o .
A f o r m a s e g u n d o a qual esses a ç o s p o d e m s e r p r o d u z i d o s varia, c o m o s e n o t a a b a i x o :
—1 =

<s c o c o m i o i o i o i f l i f l IO
TT
o to
^j- co
o o
-q-
• - SA-106A, SA-106B - tubos d e aço-carbono s e m costura;
- SA-285, SA-299, SA-204-A, S A - 3 0 2 A , SA-533B2 e S A - 5 1 7 F - chapas;
r- o OOOOOOOO o o o o o
o" o* o" o" o" o" o" o* CD o" a a" o" - S A - 3 3 5 P 1 2 - t u b o d e a ç o t e r r í f i c o p a r a s e r v i ç o a alta t e m p e r a t u r a ;
- S A - 2 1 7 W C 6 - peças fundidas;
- SA-387Gr22 e SA-387Gr5 - chapas;
- S A - 2 1 7 C 1 2 - peças fundidas.
c
2*
o a o o to
CO CO CO CO 00
" o ' . ^ ^ ^ °" °"
cd <d (O co ca
A partir d e 5 - 6 % d e c r o m o , e s s e e l e m e n t o sozinho o u j u n t a m e n t e c o m o níquel, o s a ç o s
c
IO I O LO I O I O o o a a
o o o o o tomam-se propriamente retratados. A s s i m sendo, esses tipos d e materiais p o d e m s e r reuni-
; dos e m d o i s g r u p o s p r i n c i p a i s :

o o o : - aço-cromo, c o m cromo q u e p o d e variar d e 5 % até cerca d e 3 0 % ;


°! °- £"' co tn
o c o o
a ^ o • , , , c5 a o o to - aços-cromo-níquel, d o tipo a u s t e n í t i c o , a p r e s e n t a n d o c r o m o d e s d e 1 6 % a t é 2 6 % e n í -
NOJOlOGLOlOO
<M_ oj_ ^ cn - cn -F- CO_ co_ LO co co co_ ;. quel d e s d e 8 % a t é c e r c a d e 2 2 % .
o o
Q
o o" d d o"

No primeiro grupo 1 2 5 9 ' , a o c o r r ê n c i a d e 5 - 6 % d e cromo t o m a o s aços muito importantes n a s


'co' cu 'ta' ca m 2 'indústrias e m q u e h á presença d e hidrogénio e hidrocarbonetos. À s v e z e s , adiciona-se t a m b é m
a3 a3 ídraco ai «I
tO IO LO CM "C rmolibdênio, v a n á d i o o u tungsténio p a r a melhorar a resistência m e c â n i c a a quente e alumínio e
T-^ CM —_ — O] ^
OOOOOOO- : silício q u e a u m e n t a m a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o e l e v a n d o a t e m p e r a t u r a - l i m i t e d e s e r v i ç o d o a ç o .
IEsses aços, d e composição a d e q u a d a e convenientemente temperados e revenidos, p o d e m
; atingir v a l o r e s d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d a o r d e m d e 8 0 - 9 5 k g f / m m 2 (730 a 930MPa).
CO CM CM C o m a p e n a s 0 , 5 % d e m o l i b d ê n i o , a r e s i s t ê n c i a à fluência d o s a ç o s c o m 5 - 6 % , d e c r o m o é
CM O £ t o ^
C
M ^ c o n s i d e r a v e l m e n t e m e l h o r a d a , t o m a n d o - s e e m p r e g o útil n a f a i x a 4 5 0 - 5 5 0 ° C , c o m c a r g a s r e l a t i v a -
< CQ < < < CD L U K. 5 es o o
IO N N N N
O O Í O O J O O C O T - CO T - CO CO T - ítriente e l e v a d a s : 1 0 a 1 2 k g f / m m (100 a 1 2 0 M P a ) , c o m a l o n g a m e n t o d e 1 % e m 1.000 h o r a s '
2 259 '.
T - T - r - C J O i n i O l O CO CM CO CO CM

<<<<;<<<< <:<<<< São utilizados grandemente s o b a f o r m a de tubos, n a indústria de petróleo, e m certas


C0C0C0C0C0C0C7DC0 CO CO CO W ÍO ríndústrias q u í m i c a s , e m caldeiras a v a p o r e s u p e r a q u e c e d o r e s .

432 433
A ç o s E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES AO CALOR.

A p r e s e n ç a d e cromo e m t e o r e s d e 7 - 1 0 % c o m carbono médio ( 0 , 4 0 - 0 , 6 0 ) , silício elevado (1% A T a b e l a 1 3 1 r e ú n e o s p r i n c i p a i s t i p o s d e a ç o s a o c r o m o r e s i s t e n t e s a o calor, a m a i o r i a


a t é 3 , 5 % ) e f r e q u e n t e m e n t e c o m adições d e m o l i b d ê n i o (0,5%)< 2591 t o m a o s a ç o s resistentes à dos q u a i s i n c l u í d o s e m e s p e c i f i c a ç õ e s d a A I S I ( 2 6 , ) .
c o r r o s ã o p o r parte d e g a s e s d e c o m b u s t ã o a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s q u e , e m m o t o r e s d e automr> . O segundo grupo d e a ç o s r e s i s t e n t e s a o c a l o r c o m p r e e n d e o s a ç o s cromo-nfquel, do tipo
v e i s , p o d e m atingir v a l o r e s d e 7 5 0 ° C , d e m o d o q u e u m a d a s aplicações t í p i c a s d e s s e s aços encon- austenítico.
t r a - s e n a indústria a u t o m o b i l í s t i c a , e m v á l v u l a s d e d i v e r s o s tipos. S u a r e s i s t ê n c i a à fluência é N e s s e g r u p o , pode=-se, p o r o u t r o l a d o , c o n s i d e r a r o s t i p o s e m q u e p r e d o m i n a o c r o m o e
satisfatória entre 4 5 0 - 7 0 0 ° C . S ã o a ç o s e n d u r e c í v e i s p o r t ê m p e r a , q u e a t i n g e m , c o m conveniente aqueles e m q u e p r e d o m i n a o níquel.
t ê m p e r a e revenido, v a l o r e s s u p e r i o r e s a 1 0 0 k g f / m m ( 9 8 0 M P a ) p a r a limite d e r e s i s t ê n c i a à tração.
2 N o 1 - c a s o ( T a b e l a 1 3 2 ) , o s a ç o s c a r a c t e r í s t i c o s d o g r u p o s ã o o s tipos 1 8 - 8 , 2 5 - 1 2 e 2 5 - 2 0
C o m 1 3 % d e cromo ( 1 2 % a 1 5 % ) , o s a ç o s a p r e s e n t a m satisfatória r e s i s t ê n c i a à oxida- números c o r r e s p o n d e n t e s aos teores m é d i o s d e cromo e níquel respectivamente.
ç ã o a t é a t e m p e r a t u r a d e 8 0 0 ° C . C o m b a i x o c a r b o n o ( 0 , 1 5 % m á x . ) s ã o indicados para O s aços 18-8, j á c o n h e c i d o s p o r s u a e x c e l e n t e r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o à t e m p e r a t u r a
l â m i n a s de turbina a v a p o r . A adição d e a l u m í n i o ( 2 , 5 % a 3,5%) e l e v a a temperatura de ambiente, p o s s u e m u m a resistência a o calor muito satisfatória até temperaturas de
e m p r e g o a 1.000°C. A resistência m e c â n i c a a alta temperatura é b a i x a , p o d e n d o , contudo, 900°C e m m e i o o x i d a n t e e até 7 0 0 ° C e m m e i o redutor d e n a t u r e z a sulfurosa. S ã o m e l h o -
ser melhorada pela a d i ç ã o d e molibdênio, tugstênio, vanádio e nióbio. Geralmente apre- res q u e o s a ç o s f e r r í t i c o s c o m o m e s m o t e o r d e c r o m o p o r q u e s ã o m a i s t r a b a l h á v e i s ,
s e n t a m e x c e l e n t e s c a r a c t e r í s t i c o s d e r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a a t e m p e r a t u r a s d e 550-600°c. soldam mais f a c i l m e n t e e a p r e s e n t a m resistência m e c â n i c a s u p e r i o r a altas t e m p e r a t u -
C o m cromo em torno de 18% a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o é a i n d a m e l h o r , s o b r e t u d o à ação ras: p o r e x e m p l o , s e u l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o é , a 8 0 0 ° C , d e c e r c a d e 2 0 k g f / m m 2

d o ar, a t é a t e m p e r a t u r a s d e 8 5 0 - 9 0 0 ° C . S ã o a ç o s d e e s t r u t u r a f e r r í t i c a , o s q u a i s , a d m i t i d a (200 M P a ) a o p a s s o q u e o a ç o f e r r í t i c o c o m 1 7 % d e c r o m o a p r e s e n t a n e s s a t e m p e r a t u r a
u m a deformação p e r m a n e n t e de 0 , 1 % e m 1.000 h, suportam os esforços seguintes: limite d e r e s i s t ê n c i a d e a p e n a s 4 k g f / m m 2 ( 2 S 9 ' . O mesmo s e pode dizer em relação à resis-
tência à f l u ê n c i a , cujo valor, n e s s e s c a s o s , a l é m de s e r c o n s i d e r a v e l m e n t e s u p e r i o r a o
dos a ç o s f e r r í t i c o s , é ainda m e l h o r a d o p o r adições d e m o l i b d ê n i o , titânio e n i ó b i o . O
7,0 k g f / m m (70 M P a ) a 5 2 5 ° C
2

3,5 k g f / m m 2 (35 M P a ) a 6 0 0 ° C tungsténio t a m b é m a u m e n t a a resistência, à fluência, e os limites d e resistência à t r a ç ã o

1,5 k g f / m m ( 1 5 M P a ) a 7 0 0 ° C
2
tanto a frio c o m o a q u e n t e .

0,7 k g f / m m (7 M P a ) a 7 5 0 ° C
2

TABELA132
;C
A ç o s - c r o m o n í q u e l resistentes a o c a l o r
.1=3 o q u e i n d i c a q u e a r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a é r e l a t i v a m e n t e b a i x a , c a r a c t e r í s t i c o e s s e aliás
Mn Si Outros
T-> c o m u m aos aços d o s tipos ferríticos. Tipo C Cr NI
(max.) (max.) elementos
i"> U m a aplicação i m p o r t a n t e desses aços é p a r a válvulas de motores d e automóveis e avi-
C Ões, c o m adição de silício (cerca de 2,0%) e n í q u e l ( e m t o m o de 1,5%)< 2601 .
302AISI 0,08-0,20 2,00 1,00 17,00-19,00 8,00-10,00 -
f F i n a l m e n t e , c o m cromo, mais elevado, d a o r d e m d e 2 5 - 3 0 % os a ç o s p o d e m s e r emprega-
302B AISI 0,08-0,20 2,00 2,00-3,00 17,00-19,00 8,00-10,00 -
d o s a t é 1 . 1 0 0 ° C e m a t m o s f e r a o x i d a n t e e a t é 1 , 0 0 0 ° C e m a t m o s f e r a r e d u t o r a c a r b u r i z a n t e ou
304 AISI 0,08 (max.) 2,00 1,00 18,00-20,00 8,00-11,00 -
^ sulfurosa. São d o tipo terrífico e como tal a p r e s e n t a m resistência à f l u ê n c i a relativamente
309 AISI 0,20 (max.) 2,00 1,00 22,00-24,00 12,00-15,00 -
310 AISI 0,25 (max.) 2,00 1,50 24,00-26,00 19,00-22,00 -
C b a i x a . E m p r e g a m - s e e m i n ú m e r a s p e ç a s u t i l i z a d a s e m f o m o s , q u e r n o e s t a d o f u n d i d o , quer 316 AISI 0,10 (max.) 2,00 1,00 16,00-18,00 10,00-14,00 2,00-3,00 Mo
n o estado forjado. P o s s u e m g e r a l m e n t e c a r b o n o m é d i o ( e m t o m o d e 0 , 3 5 % ) . 321 AISI 0,08 (max.) 2,00 1,00 17,00-19,00 8,00-11,00 5 x C min. Ti
A a d i ç ã o d e alumínio n e s s e s aços ferríticos d e alto cromo a u m e n t a consideravelmente 347 AISI 0,08 (max.) 2,00 1,00 17,00-19,00 9,00-12,00 1 0 x C m i n - Nb
s u a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o , a p o n t o d e l e s p o d e r e m s e r u t i l i z a d o s e m r e s i s t ê n c i a s elétricas,
pois resistem à o x i d a ç ã o a t é temperaturas d e 1.300-1.325°C. São os aços 18-8 muito empregados e m caixas e peças para fornos d e recozimento, p e ç a s
A f a i x a n o r m a l d o s a ç o s d e alto c r o m o , c o m a l u m í n i o , p a r a r e s i s t ê n c i a e l é t r i c a s é c r o m o de de r e c u p e r a d o r e s , v e n t a n e i r a s , t u b o s d e c a l d e i r a s e v a p o r a a l t a p r e s s ã o , t u b o s d e e s c a p a -
3 0 % a 3 5 % e alumínio d e 5 % a 6%. Esses materiais caracterizam-se i g u a l m e n t e p o r t e r e m boa mento d e m o t o r e s d e c o m b u s t ã o i n t e r n a ( c o m Ti), p e ç a s d e m o t o r e s a jato ( c o m n i ó b i o ) , e t c .
r e s i s t ê n c i a à a ç ã o d e a t m o s f e r a s s u l f u r o s a s e p o r a p r e s e n t a r e m r e s i s t i v i d a d e e l é t r i c a elevada. O tipo 25-12 a d m i t e e m p r e g o e m a t m o s f e r a o x i d a n t e a t é 1 . 1 0 0 ° C e e m a t m o s f e r a r e d u t o r a
A s d e s v a n t a g e n s d e s s e s a ç o s são: a p r e s e n t a ç ã o d e fragilidade, a p ó s p e r m a n ê n c i a pro- como a s u l f u r o s a até 9 0 0 ° C . S e u limite d e resistência à t r a ç ã o a q u e n t e e s u a r e s i s t ê n c i a à
l o n g a d a a t e m p e r a t u r a s s u p e r i o r e s a 9 0 0 ° C , d e v i d o a o c r e s c i m e n t o d o g r ã o verificado e baixa fluência s ã o s e m e l h a n t e s às d o s a ç o s 1 8 - 8 , a s s i m c o m o s e u e m p r e g o .
resistência à deformação a quente. O s a ç o s d o tipo 25-20, c o n t e n d o g e r a l m e n t e 1 % a 2 % d e s i l f c i o (tipo 3 1 0 A I S I , ( T a b e l a
A l i á s , é c o m u m n o s a ç o s f e r r í t i c o s d e a l t o c r o m o a a d i ç ã o d e n i t r o g é n i o p a r a r e f i n a r o grão 132), p o d e m s e r u t i l i z a d o s a t é 1 . 1 0 0 ° C e m a t m o s f e r a o x i d a n t e , a t é '1000°C e m a t m o s f e r a
e melhorar sua trabalhabilidade' 2 5 8 1 . levemente s u l f u r o s a e até 900°C e m p r e s e n ç a de quantidades consideráveis d e p r o d u t o s
sulfurosos. Tanto a resistência à tração a q u e n t e como a resistência à fluência s ã o l i g e i r a m e n -
T A B E L A 131
te s u p e r i o r e s à s d o s t i p o s a n t e r i o r e s . S ã o e m p r e g a d o s e m p e ç a s d e t u r b i n a s a g á s , t u b o s d e
A ç o s - c r o m o r e s i s t e n t e s ao calor
pirómetros, e t c .
Mn Si Outros
Tipo C Cr Mo A Tabela 1 3 2 indica alguns tipos d e a ç o s cromo-níquel resistentes ao calor e m q u e o
(max.) (max.) elementos
cromo p r e d o m i n a incluindo-se tipos e s t a b i l i z a d o s c o m nióbio o u titânio.
501 AISI 0,10 (min.) 1,00 1,00 4,00-6,00 - -
A Tabela 1 3 3 r e s u m e a resistência à o x i d a ç ã o dos aços incluídos nas Tabelas 131 e 1 3 2
7 Cr 0,15 (max.) 0,60 0,50-1,00 6,00-8,00 0,45-0,65 -
podendo-se n o t a r a s temperaturas m á x i m a s p a r a s u a o p e r a ç ã o satisfatória, s e m q u e h a j a
9 Cr 0,15 (max.) 0,60 1,00 8,00-10,00 0,90-1,10 -
403 AISI 0,15 (max.) 1,00 0,50 11,50-13,00 - • - excessiva f o r m a ç ã o d e casca d e óxido.

410 AISI 0,15 (max.) 1,00 1,00 11,50-13,50 - - O s a ç o s r e s i s t e n t e s a o c a l o r d o t i p o cromo-nfquel e m q u e o níquel predomina são indica-
430 AISI 0,12 (max.) 1,00 1,00 14,00-18,00 - - dos p a r a r e s i s t i r à a ç ã o d e a t m o s f e r a s t a n t o o x i d a n t e s c o m o r e d u t o r a s d e s d e q u e o t e o r d e
442 AISI 0,20 (max.) 1,00 1,00 18,00-23,00 - - enxofre n ã o s e j a m u i t o elevado. S ã o a ç o s q u e s e c a r a c t e r i z a m p e l a estabilidade d e s u a
446 AISI 0,35 (max.) 1,50 1,00 23,00-27,00 - N -0,25 (max.) '
a estrutura a p ó s p e r m a n e c e r e m l ongo t e m p o a altas t e m p e r a t u r a s e p o r n ã o se t o m a r e m f r á -

434 435
A ç o s E FERROS FUNDIDOS
A ç o s f o s f S T S v r s s ^ o CALOR C . . )

T A B E L A 133
T e m p e r a t u r a s m á x i m a s c o m p a r a t i v a s p a r a o p e r a ç ã o d e a ç o s r e s i s t e n t e s ao
calor s e m e x c e s s i v a oxidação

Temperatura
1|T
Temperatura
Aços-Cr Aços-Cr-Ni
m á x i m a (°C) m á x i m a (°C) <X>

5 0 1 AISI (0,5 Mo) 620 302-304AISI 900


7 Cr
9 Cr
650
675
302BAISI
309AISI
980
1095
I - = I ;
01 -S .Ir í IO CM

403-410AISI 705 310AISI


o * 2x o" T "
1150 O-
430-AISI 845 3 1 6 AISI 900 H
442-AISI 955 3 2 1 AISI 900 £ S 2 ° S SP 1 0 S-^cTcTsr.
^ ^ " ^ S ^ - S m
446-AISI 1095 347AISI 900 ' & . £ a. £2. í í l í í l í í l ^t- co & CM — to £ "
10 to
T7 W C M T - C 0 O I - O ~ - I - C 0 "
coiomin-cj-^coojT-
g e i s , após a q u e c i m e n t o p r o l o n g a d o s entre a s t e m p e r a t u r a s d e S 0 0 ° C a 9 0 0 ° C , como ocorre
c o m os aços e m q u e p r e d o m i n a o cromo.
A Tabela 134< 262) m o s t r a para alguns a ç o s resistentes ao calor d o s tipos cromo e cromo- ll-B- W O Cl
n f q u e l ( c o m c r o m o p r e d o m i n a n d o ) o s v a l o r e s d o l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o (*), d a t e n s ã o O"
d e r u p t u r a (**) e d a f l u ê n c i a a v á r i a s t e m p e r a t u r a s .
(O
A Tabela 1 3 5 ( 2 6 3 ) a p r e s e n t a a c o m p o s i ç ã o m é d i a d e alguns tipos d e a ç o s níquel-cromo, S E
o n d e p r e d o m i n a o n í q u e l . Esses aços p o d e m s e r e m p r e g a d o s a t é 1 , 0 5 0 ° C , e m aplicações o m 2 E Í
D- —
t a i s c o m o t u b u l a ç õ e s p a r a s e n / i ç o e m a l t a t e m p e r a t u r a , p e ç a s p a r a t u r b i n a a g á s , etc. P O)
1-

U m maior teor d e níquel e cromo permite a s u a utilização a t e m p e r a t u r a s mais elevadas,


d a o r d e m d e 1 . 1 5 0 ° C ; e n t r e t a n t o , tais m a t e r i a i s d e i x a r ã o d e s e r a b o r d a d o s por não s e r e m in írT c? o o* cT íH" ã? í^" ^ ir*
mais aços e sim ligas especiais de Ni-Cr(***).
ATabela 136 ( 2 6 4 ) a p r e s e n t a a temperatura d e f o r m a ç ã o de "casca d e óxido" de alguns aços t T - O CO o [s CO CO~ CM
LO LO IO IO ^J- V T -
n o c r o m o - n í q u e l : n o t e - s e q u e u m a u m e n t o d o t e o r d e n í q u e l a l é m d e u m c e r t o limite n ã o
e x e r c e qualquer influência sobre a resistência à o x i d a ç ã o dos a ç o s c o n s i d e r a d o s .
" | -5-
tu •SJ %
N Tf
m

"£3 ££
•Mm.. p- 3 O) S

w
•2 IO CO 7 - ,
HW- to «a
o Ic J?
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CO T— ÍO T— lo"

õ E • 5
E c
CD CD

•a
o a
ICCJ o
CO CM tj-
W £ £
{") Os valares para limite de resistência à tração a diversas temperaturas são obtidos mediante ensaio de
tração semelhante ao que se faz à temperatura ambiente, tenda entretanto submetido o corpo de
jo ÍS | ca C
DC
m O O
m O O To*
m N CO
^
prova a um aquecimento à temperatura do ensaio, num forno adequado, durante meia a uma hora. moca. CO O

(*') O ensaio para determinar a tensão de ruptura é semelhante ao de fluência, com a diferença de que cu £ S ^ 1

tensões mais elevadas são utilizadas e de que sa exige medidas rigorosas de deformações. Esse
ensaio indica o tempo necessário para ocorrer ruptura a uma dada temperatura, sob a ação de várias
cargas constantes.
CD f> COO) Q r-
O i- W CO ^ (O l>
(***) Algumas composições mais conhecidas e usadas dessas ligas são 80 Ni-14 Cr-6 Fe (Inconel); 80 Ni- CM CO T LO (O [s CD
20 Cr (Nlchrome), etc.

436
437
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços RESISTENTES AO CALOR

T A B E L A 135 O gráfico d a f i g u r a 180 r e s u m e a s propriedades d e resistência à ruptura (tensão para


A l g u n s t i p o s de a ç o s - n í q u e l - c r o m o r e s i s t e n t e s a o c a l o r produzir r u p t u r a e m 1.000 horas) e d e resistência à fluência ( t e n s ã o para produzir d e f o r m a ç ã o

Mo d e 1 % e m 1 0 . 0 0 0 h o r a s ) e m f u n ç ã o d e v á r i a s t e m p e r a t u r a s p a r a d i v e r s o s tipos d e a ç o s r e s i s -
Liga C Mn Si Cr Ni W Ti Al Outros
tentes a o calor. P a r a servir de ponto d e referência, incluíram-se c u r v a s para u m a ç o c o m u m d e
A-282 0,08 1,25 1,00 14,75 25,5 1,25 - 0,35 0.25V
baixo c a r b o n o .
(máx.) (máx.) (máx.)
Discaloy24 0,04 1,38 1,0 13,5 26,2 3,9 - 1,61 0,11 -
Haynes Alloy 8 8 0,07 1,5 0,5 12,5 15,0 2,0 0,6 0,6 - 0.15B
Incoloy T 0,10 1,0 0,4 20,5 32,0 - - 1,0 - -
Timken 16-25-6 0,10 1,35 0,7 16,0 25,0 6,0 - - - 0,15N 2

T A B E L A 136
T e m p e r a t u r a d e f o r m a ç ã o d e " c a s c a d e ó x i d o " e m a l g u n s a ç o s a o Cr-Ni

Tipo 18-3 18-12 25-15 25-20 15-35


Cromo, % 17-19 17-19 24-26 24-26 13-17
Níquel, % 8-10 11-14 14-16 19-22 33-36
Manganês, % 2,00 2,00 2,00 1,00 1,00
E
Carbono, % 0,10 0,10 0,15 0,15 m á x . 0,20 máx.
E
Temperatura de

formação de 900° 900° 1.150° 1.100° 900°
casca de óxido, °C o"
tctí

£Z
4 . Aços fundidos resistentes ao calor - U m grande número dos aços estudados são
u t i l i z a d o s t a m b é m n a f o r m a f u n d i d a p a r a c o n f e c ç ã o d e p e ç a s f u n d i d a s r e s i s t e n t e s a o calor,
u s a d a s principalmente e m f o m o s metalúrgicos, e q u i p a m e n t o para refino d e óleo, fomos de
cimento, e q u i p a m e n t o p a r a usinas elétricas a g á s , e q u i p a m e n t o para f a b r i c a ç ã o de borracha
sintética e aplicações semelhantes.
Esses aços f u n d i d o s resistentes ao calor o b e d e c e m e m linhas g e r a i s à s composições
e s t u d a d a s , isto é, o s d i v e r s o s tipos d e a ç o s p o d e m s e r a g r u p a d o s n o s s e g u i n t e s grupos:

- Aços-cromo, c o m c r o m o variando d e 1 0 % a 3 0 % c o m p e q u e n a p o r c e n t a g e m ou ne-


n h u m níquel p r e s e n t e , utilizados p r i n c i p a l m e n t e p a r a resistirem à o x i d a ç ã o ; apresentam
baixa resistência a altas temperaturas.
- Aços cromo-nfquel, d o tipo austenítico, c o n t e n d o 1 8 % o u m a i s d e c r o m o e 5 % o u mais 600 650 700 750
d e níquel, o c r o m o p r e d o m i n a n d o s e m p r e , u s a d o s e m condições o x i d a n t e s o u redutoras; Temperatura, °C
, j . apresentam maior resistência e ductilidade q u e os aços-cromo;
iif - F i n a l m e n t e , aços-cromo-níquel, t a m b é m d o tipo austenítico, m a s o n d e o níquel predo- Fig. 180 - Relação entre resistência à fluência e resistência à ruptura de um lado e
•:' m i n a s o b r e o c r o m o , c o m m a i s d e 2 5 % d e N i e m a i s d o q u e 1 0 % d e Cr, c o m ótimos caracte- temperatura de outro para alguns tipos de aços resistentes a o calar. Os aços
representados par "A" caracterizam-se por serem do tipo 18-8 estabilizados
í Ii ; rfsticos para s u p o r t a r t a n t o atmosferas o x i d a n t e s c o m o redutores (exoeto q u a n d o apreciável
c o m Ti e Nb ou par apresentarem níquel prevalecendo sobre o cromo
f; j q u a n t i d a d e d e e n x o f r e e s t i v e r p r e s e n t e ) (*).
(25Ni-6Cr) e molibdênio (3% a 6%).

| 5 . Conclusões - E m r e l a ç ã o a o s a ç o s r e s i s t e n t e s a o calor p o d e m s e r f e i t a s resumidamen-


Alguns d o s aços representados n o s gráficos - precisamente por A - são aços r e c o m e n d a -
te ', t e , as seguintes generalizações:
d o s p a r a p e ç a s d e m o t o r e s a jato< > e n t r e o s q u a i s o s t i p o s s e g u i n t e s :
286

a) Timken 16-25-6, cuja c o m p o s i ç ã o é d e 2 4 , 0 - 2 7 , 0 % d e N i ; 1 5 , 0 - 1 7 , 0 % de Cr; 5 , 5 - 7 , 0 %


a ) e s t r u t u r a s d e g r a n u l a ç ã o g r o s s e i r a s ã o m a i s r e s i s t e n t e s q u e a s d e g r a n u l a ç ã o fina
de M o ; 2 , 0 % m a x . d e M n ; 1 , 0 % m a x . d e S i ; 0 , 1 0 - 0 , 2 0 % d e N 2 e 0,12% max. de C e cujos
(oposto do que ocorre à temperatura ambiente);
característicos m e c â n i c o s a altas t e m p e r a t u r a s s ã o :
b) e m virtude d a g r a n u l a ç ã o , a s e s t r u t u r a s f u n d i d a s s ã o m a i s r e s i s t e n t e s q u e a s trabalhadas;
c) e s t r u t u r a s e s t á v e i s s ã o m a i s r e s i s t e n t e s q u e a s m e t a e s t á v e i s ;
d) e s t r u t u r a s d o t i p o a u s t e n í t i c o s ã o m a i s r e s i s t e n t e s q u e a s d o t i p o f e r r í t i c o ; limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o 650°C 730°C 815°C
e) u m a m a i o r d u r a b i l i d a d e a u m a t e m p e r a t u r a e l e v a d a g e r a l m e n t e r e s u l t a e m ruptura 70 k g f / m m 2 4 2 kgf/mm 2 33,5 k g f / m m 2

c o m menor ductilidade; (690 M P a ) (410 MPa) (325 M P a )


f) a s r u p t u r a s a a l t a s t e m p e r a t u r a s s ã o g e r a l m e n t e i n t e r c r i s t a l i n a s , a o c o n t r á r i o d a s r u p - alongamento 13% 40% 27%
t u r a s através d o s g r ã o s q u e correm n o r m a l m e n t e à temperatura a m b i e n t e . tensão d e ruptura e m 100 horas 29,5 kgf/mm 2 19,5 kgf/mm 2 9,0 k g f / m m 2

(285 M P a ) (195 MPa) (90 M P a )


(*) No "Metals HandbooW, edição 1961, poderão ser encontrados dados sobre peças fundidas resistentes r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a (0,1 % e m 1 0 0 0 h s ) . . . 6,3 k g f / m m 2 - 1,4 k g f / m m 2

ao calor com completa descrição dos principais tipos de aços e ligas empregados nos EE.UU. (63 M P a ) (14 M P a )

438 439
Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

b) 7 9 - 9 D L , c u j a c o m p o s i ç ã o é 1 9 % C r ; 9 % N i ; 1 , 3 % M o ; 1 , 3 % W ; 1 , 0 % M n ; 0 , 6 % sj-
0 , 4 % Ti; 0,4% Nb e 0 , 3 % C, c o m característicos m e c â n i c o s seguintes:

650°C 815°C • -
limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o 52,5 k g f / m m 2 (515 MPa) 22,5 kgf/mm 2 (225 MPa) •
alongamento 33,5% 53,0%
t e n s ã o d e r u p t u r a e m 1 0 0 h o r a s ... 28,0 k g f / m m 2 (270 MPa) 9,3 k g f / m m 2 (93 M P a )
resistência à fluência (tensão para
velocidade de fluência mínima de
0 , 0 0 0 1 % por hora) 17,5 k g f / m m 2 (175 MPa) 5,0 k g f / m m 2 (50 MPa) ''

A Tabela 1 3 7 ( 2 6 6 ) d á u m a ideia da s e l e ç ã o d e u m a ç o refratário d e a c o r d o c o m o emprego


desejado, levando-se e m conta somente a n a t u r e z a do meio e a t e m p e r a t u r a .

T A B E L A 137
Seleção d e u m a ç o r e f r a t á r i o

amorfas Temperatura
m á x i m a de
emprego em Aço
"lã Atmosfera Observações
serviço recomendado
• c o n t í n u o (°C)

650 5 - 6 % Cr S o l d a delicada
AÇOS PARA FINS ELÉTRICOS
J
'lafe N - -ri-
6

«ffl K M " 1 • '


l >
850 ferrítico 1 7 % Cr soida delicada; resistência à
fluência pequena
E MAGNÉTICOS
900 austenítico 18-8 e
suas variedades
Oxidante 1100 terrífico 2 8 % Cr evitar solda; baixa resistência

h m austenítico
austenítico
25-12
25-20
à fluência

austenítico 35Mi-20Cr
1150 ligas Ni-Cr
(60-20 o u 80-20)
900 austenítico 25-12
Redutora 1000 austenítico 25-20
carburizante austenítico 35Ni-20Cr
•fevi 1100 ligas Ni-Cr
700 austenítico 18-8

M i l Redutora
750
900
ferrítico c o m 1 7 % Cr
austenítico 25-12
evitar solda

sulfurosa austenítico 25-20


1000 ferrítico c o m 2 8 % Cr evitar s o l d a ; pequena
resistência à fluência

440 441
Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

1 . Introdução - A utilização dos aços p a r a fins eletricos e m a g n é t i c o s s ó pode ser discu- S s b e - s e q u e u m c a m p o m a g n é t i c o pode t a m b é m ser p r o d u z i d o por u m a corrente elétrica.
tida com base e m s u a s propriedades magnéticas. As propriedades m e c â n i c a s e químicas Se o c o n d u t o r f o r e n r o l a d o e m f o r m a d e a n e l o u e m s o l e n ó i d e , a c i r c u l a ç ã o d e c o r r e n t e g e r a r á
que têm constituído as características para a c o m p a r a ç ã o dos materiais até aqui estudados, um c a m p o m a g n é t i c o cuja intensidade s e r á função da intensidade d a corrente e do n ú m e r o de
e m princípio p o d e m s e r i g n o r a d a s . e s p i r a i s . E s s e c a m p o m a g n é t i c o é d e s i g n a d o pelo s í m b o l o "H"e também pode ser medido em
A aplicação d o s m a t e r i a i s m a g n é t i c o s é d a s m a i s e x t e n s a s no c a m p o d a indústria elétrica, o e r s t e d . N o c a s o p a r t i c u l a r d e u m s o l e n ó i d e l o n g o , c o m "n" e s p i r a i s p o r c e n t í m e t r o e p e r c o r r i d o
e x i g i n d o - s e p r o p r i e d a d e s e s p e c i a i s t a n t o n o c a s o d e u m p e q u e n o m o t o r p a r a r e l ó g i o elétrico, por u m a c o r r e n t e d e T a m p a r e s , a i n t e n s i d a d e do c a m p o n o c e n t r o d o s o l e n ó i d e s e r á :
c o m o no de u m m o t o r d e g r a n d e p o t ê n c i a p a r a a c i o n a m e n t o de u m l a m i n a d o r , ou no caso de
u m transformador d e alta frequência para rádio c o m u n i c a ç ã o , ou d e alta potência para uma H = 4JLDL oersted
rede de distribuição d e f o r ç a . Particularmente n e s t e s casos e m q u e s e l i d a m c o m potências 10
e x t r e m a m e n t e baixas, o u e x t r e m a m e n t e altas, é q u e as exigências q u a n t o às propriedades
magnéticas e elétricas s e tornam mais imperativas.
Ao se introduzir nesse s o l e n ó i d e u m núcleo ferromagnético, o c a m p o H induzirá n o núcleo
Até poucos a n o s atrás as companhias de e q u i p a m e n t o s eletricos f a z i a m s e u s produtos de linhas d e m a g n e t i z a ç ã o , devido à n a t u r e z a ferromagnética d o material. F i s i c a m e n t e , isso
u m m o d o mais ou m e n o s empírico, l o u v a n d o - s e a p e n a s e m sua e x p e r i ê n c i a industrial. C o m corresponde a u m alinhamento dos dipólos elementares do material, na direção do c a m p o .
o atual desenvolvimento d a s aplicações d e s s e s materiais, d e s p e r t o u - s e o interesse dos pes- S e n d o o m o m e n t o d o s d i p ó l o s p o r u n i d a d e d e v o l u m e i g u a l à i n t e n s i d a d e d e m a g n e t i z a ç ã o I,
quisadores, tanto no c a m p o fundamental, c o m o no de novas aplicações, desenvolvendo-se o haverá 4 J Í l i n h a s d e f o r ç a p o r u n i d a d e d e á r e a d o p ó l o m a g n é t i c o d o n ú c l e o . O f a t o r 4 ic
c o n h e c i m e n t o d a s p r o p r i e d a d e s d e s s e s m a t e r i a i s , q u e permitiu a c o m p r e e n s ã o de certos decorre ao fato de que c a d a pólo unitário produz um c a m p o unitário e m todos os p o n t o s d a
f e n ó m e n o s e a c o r r e l a ç ã o entre m a g n e t i s m o , c o m p o s i ç ã o q u í m i c a e e s t r u t u r a . s u p e r f í c i e e s f é r i c a d e raio u n i t á r i o q u e e n v o l v e o p ó l o .
C o m o o estudo d o s materiais incluídos n e s t e capítulo só p o d e r á s e r feito por intermédio O n ú m e r o t o t a l d e l i n h a s d e f o r ç a n o s o l e n ó i d e s e r á a g o r a i g u a l a H + 4 % I, o q u e r e c e b e
de suas propriedades magnéticas, é c o n v e n i e n t e que se faça u m a rápida recordação do o n o m e d e indução magnética "B"
significado físico d e s s a s propriedades.

B = H + 4itL
2 . Magnetismo - O m a g n e t i s m o , ou seja, a propriedade de certas s u b s t â n c i a s - os imãs -
s e a t r a í r e m e n t r e s i o u a o u t r o s c o r p o s , p o d e s e r m e l h o r c o m p r e e n d i d a p e l a lei d e C o u l o m b A i n d u ç ã o m a g n é t i c a c o r r e s p o n d e n t e a u m a linha de f o r ç a p o r centímetro q u a d r a d o r e c e -
d e atração entre p ó l o s m a g n é t i c o s , q u e p o s s i b i l i t o u definir a u n i d a d e d e polo ou massa be o n o m e d e 1 "gauss". No s i s t e m a inglês ela é expressa e m linhas por polegada q u a d r a d a '
magnética, a q u a l p r o v o c a e m u m a massa idêntica, colocada a uma distância de 1 cm, uma e não tem u m n o m e especial.
força repulsiva de uma dina.
O c o n c e i t o d e p ó l o é u t i l i z a d o c o m o o b j e t i v o d e facilitar a c o m p r e e n s ã o d o s c a m p o s 22. Intensidade de saturação - Q u a n d o t o d o s os dipólos e l e m e n t a r e s do material m a g n é t i c o
m a g n é t i c o s , c u j o a s p e c t o f í s i c o p o d e s e r m a t e r i a l i z a d o s e s e i n t r o d u z i r o c o n c e i t o d e linha de estiverem p e r f e i t a m e n t e alinhados c o m o c a m p o externo, a i n t e n s i d a d e d e m a g n e t i z a ç ã o a t i n g e u m
força. valor m á x i m o , r e c e b e n d o o n o m e d e intensidade de saturação I . Essa intensidade de saturação
s

Estas são linhas n o r m a i s às superfícies equipotenciais que e n v o l v e m os pólos magnéti- d e p e n d e d a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a , d a s f a s e s presentes n a e s t r u t u r a d o material e d e s e u v o l u m e .
cos. Essas linhas a p r e s e n t a m circuitos m a g n é t i c o s que e m a n a m o u c o n v e r g e m a u m pólo.
P o r d e f i n i ç ã o , c o n s i d e r a - s e q u e u m a e s f e r a d e 1 c m d e raio e n v o l v e n d o u m p ó l o m a g n é t i c o 2 . 3 . Permeabilidade - O valor d a indução magnética por u n i d a d e de intensidade d o c a m p o
unitário é p e n e t r a d o p o r 4 linhas de força; p o r t a n t o , c a d a c e n t í m e t r o q u a d r a d o d a superfície recebe o n o m e de permeabilidade.
d e s s a esfera é a t r a v e s s a d o por u m a linha de f o r ç a .
D e f i n e - s e , e n t ã o , a intensidade de um campa magnético o u força magnetizante, como o
n ú m e r o de linhas q u e atravessam a unidade de á r e a normal à direção d o c a m p o . ^ H
A unidade de Intensidade do campo magnético r e c e b e o n o m e d e "oersted" e corresponde
à "intensidade de u m c a m p o que exerce u m a f o r ç a de u m a dina, n u m a u n i d a d e de m a s s a C o m o se verá adiante, nos materiais ferromagnéticos, B n ã o é f u n ç ã o l i n e a r d e H, de
magnética, nele c o l o c a d a " . Logo, a 1 c m d e u m pólo unitário, a i n t e n s i d a d e de um campo modo que a permeabilidade não é constante e depende da intensidade do campo
magnético é de 1 oersted. magnetizante.

2 . 1 . Intensidade de magnetização e indução magnética - Define-se quantitativamente o 2.4. Suscetibilidade - É d e f i n i d a p e l a r e l a ç ã o K = ~L d e m o d o que está relacionada à
magnetização, pelo n ú m e r o de pólos m a g n é t i c o s unitários e x i s t e n t e s p o r unidade de área permeabilidade, da seguinte maneira:
n u m a secção do material.
S e o n ú m e r o d e p ó l o s u n i t á r i o s n a e x t r e m i d a d e d e u m a b a r r a d e c o m p r i m e n t o T for "m", e B=H+A%I
a á r e a d a s e c ç ã o f o r "a", a i n t e n s i d a d e d e m a g n e t i z a ç ã o T s e r á d a d a p e l a r e l a ç ã o ; 1 = m/a. divindido p o r H:
Demonstra-se que I representa t a m b é m o momento magnético "M" p o r unidade de JL = 1 + 4 T C ^
v o l u m e , pois: H H

M = ml ou
| i = 1 + 4 7t K
v=al donde I =

3 . Propriedades magnéticas da matéria - A s substâncias, e m qualquer estado físico, pos-


W = m JL = /i/ou 1 = M. suem p r o p r i e d a d e s magnéticas e p o d e m ser classificadas n u m a das seguintes c a t e g o r i a s : 1
a v
- Materiais diamagnéticos; 2 - Materiais paramagnéticos e 3 - Materiais ferromagnéticos.

442 443
Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s PARA FINS ELETRICOS E IVLAGNÉTICOS

Q u a n d o s e c o l o c a m d i v e r s a s s u b s t â n c i a s n u m c a m p o m a g n é t i c o , p o d e - s e o b s e r v a r que Os materiais ferromagnéticos diferem dos paramagnéticos por p o s s u f r e m uma


a l g u m a s s e o r i e n t a r ã o n a d i r e ç ã o d o c a m p o , f i c a n d o f o r t e m e n t e m a g n e t i z a d a s . E s t a s rece- p e r m e a b i l i d a d e q u e p o d e atingir, v a l o r e s m i l h a r e s de v e z e s m a i o r e s q u e a dos materiais
b e m o n o m e d e ferromagnéticas. Outras s e m a g n e t i z a m f r a c a m e n t e , m a s t a m b é m se orien- paramagnéticos, cuja permeabilidade é constante e pouco superior a 1. Além disso, a
t a m p a r a l e l a m e n t e a o c a m p o e s ã o c h a m a d a s paramagnéticas e, f i n a l m e n t e , o u t r a s d i s p o .
r permeabilidade dos materiais ferromagnéticos depende da intensidade do campo
s e - ã o n o r m a i s a o c a m p o , c a s o e s t e n ã o s e j a u n i f o r m e e s ã o a s diamagnéticas. C o m o os magnetizante, c o m o mostra a figura 183.
e f e i t o s m a g n é t i c o s n a s s u b s t â n c i a s d i a e p a r a m a g n é t i c a s s ã o r e l a t i v a m e n t e f r a c o s , elas s ã o P a r a a e x p l i c a ç ã o do f e r r o m a g n e t i s m o deve-se levar e m c o n t a dois fenómenos i m p o r t a n -
consideradas como materiais não magnéticos. tes: 1) q u e e s s e c o m p o r t a m e n t o s ó s e o b s e r v a e m 4 d o s 9 2 e l e m e n t o s c o n h e c i d o s , i s t o é , n o
O d i a m a g n e t i s m o é u m a p r o p r i e d a d e i n e r e n t e a t o d o s os m a t e r i a i s e s ó n ã o é detectável ferro, c o b a l t o , n í q u e l e gadolínio; 2) q u e o e l e v a d o n ú m e r o m a g n é t i c o a p r e s e n t a d o p o r e s s e s
n a presença de efeitos paramagnéticos ou ferromagnéticos mais i n t e n s o s . elementos d e p e n d e do campo magnetizante.
L a n g e v i n d e m o n s t r o u q u e a a p l i c a ç ã o d e u m c a m p o m a g n é t i c o n u m s i s t e m a d e elétrons O e s t u d o teórico d o assunto levou à c o n c l u s ã o que o efeito f e r r o m a g n é t i c o d e p e n d e d o spin
e m m o v i m e n t o de t r a n s l a ç ã o i n d u z u m m o m e n t o m a g n é t i c o q u e s e o p õ e a o c a m p o externo. dos e l é t r o n s < 2S7) , d e m o d o que cada elétron girando em t o m o de si próprio comporta-se, c o m o no
A v a r i a ç ã o d o m o m e n t o i n d u z i d o c o m o c a m p o é a suscetibilidade diamagnética. Tanto a caso d a s s u b s t â n c i a s p a r a m a g n é t i c a s , c o m o u m dipolo e l e m e n t a r . E s t e s p o d e m s e r o r i e n t a d o s
teoria de Langevin como as observações experimentais demonstram que essa paralelos a o s c a m p o s externos, m a s n o r m a l m e n t e não e s t ã o c o m p l e t a m e n t e o r i e n t a d o s . O
suscetibilidade é i n d e p e n d e n t e da temperatura. estado d e m í n i m a e n e r g i a n u m s i s t e m a a t ó m i c o dá-se q u a n d o u m certo número d e s s e s í m ã s
N o s elementos q u e p o s s u e m órbitas e l e t r ô n i o a s i n c o m p l e t a s , os m o m e n t o s magnéticos • elementares e s t á orientado n u m a d i r e ç ã o e u m número e q u i v a l e n t e , e m sentido o p o s t o . A
resultantes dos m o v i m e n t o s de translação e d e r o t a ç ã o dos elétrons p o d e m n ã o se compen- propriedade f e r r o m a g n é t i c a se m a n i f e s t a q u a n d o o n ú m e r o d e s p i n s eletrônicos (momento
s a r e m e c a d a á t o m o n o reticulado c o m p o r t a - s e - á c o m o u m dipolo m a g n é t i c o , c o m orientação magnético d e v i d o ao spin) paralelos a o c a m p o aplicado u l t r a p a s s a o n ú m e r o de antipararelos.
a e s m o . A aplicação d e u m c a m p o m a g n é t i c o e x t e r n o t e n d e r á a o r i e n t a r e s s a s dipólos na O fato d o f e r r o m a g n e t i s m o s ó s e r o b s e r v a d o nos 4 e l e m e n t o s citados não é a c i d e n t a l .
d i r e ç ã o do c a m p o , o q u e constitui o efeito p a r a m a g n é t i c o . N e s t a s c i r c u n s t â n c i a s , explica-se Esses e l e m e n t o s d e t r a n s i ç ã o s ã o c a r a c t e r i z a d o s p o r p o s s u í r e m ó r b i t a s d e alta d e n s i d a d e
a influência da t e m p e r a t u r a neste efeito. No t r a t a m e n t o teórico do p r o b l e m a , Langevin calcu- eletrônica n ã o s a t u r a d a s (órbitas d e / ) , d e m o d o q u e tal e q u i l í b r i o n ã o s e v e r i f i c a . A t e o r i a
l o u a r e l a ç ã o e.ntre o m o m e n t o m a g n é t i c o i n d u z i d o e a t e m p e r a t u r a , o b t e n d o r e s u l t a d o q u e se moderna, b a s e a d a na mecânica quântica, estabelece que, e m determinadas condições, o es-
verifica c o m boa a p r o x i m a ç ã o pelas d e t e r m i n a ç õ e s experimentais. tado d e m í n i m a e n e r g i a n e s s a s ó r b i t a s o c o r r e q u a n d o h á u m a p r e p o n d e r â n c i a de s p i n s s o b r e
E m a l g u n s c a s o s , c o m o p o r e x e m p l o n o d o c o b r e , o p a r a m a g n e t í s m o f r a c o d o s elétrons a n t i p a r a r e l o s . E s s a s c o n d i ç õ e s s ã o : 1) q u e o m a t e r i a l e s t e j a n o e s t a d o s ó l i d o ; 2) q u e a r e l a ç ã o
d a s órbitas i n c o m p l e t a s n ã o c o n t r a b a l a n ç a a c o n t r i b u i ç ã o d i a m a g n é t i c a d a s órbitas internas, entre a s d i s t â n c i a s i n t e r a t ô m i c a s e o s r a i o s d a s órbitas c i t a d a s e s t e j a d e n t r o d e c e r t o s l i m i t e s .
d e m o d o q u e o e f e i t o r e s u l t a n t e é d i a m a g n é t i c o . A s f i g u r a s 1 8 1 e 1 8 2 e s q u e m a t i z a m a distri- Aplicando essas condições a diversos elementos, B e t h 1 2 6 8 ' 1 2 6 8 1 e outros pesquisadores
b u i ç ã o das linhas de f o r ç a d o s materiais dia e p a r a m a g n é t i c o s . verificaram q u e elas s ã o satisfeitas p e l o s q u a t r o elementos f e r r o m a g n é t i c o s .

-> H > H

ff , : f

p i :

to

1 CD

f f PP
o
1(0 1,00
Força magnetizanígjp!
mi- T3

Í.

u < 1
u>1 Ex.: Mn u = 1,001
E x : Bi u = 0 , 9 9 8 3

Fig. 181 - Distribuição das linhas de f o r ç a n a transição do ar ou do v á c u o , para Fig. 1 8 2 - Distribuição das linhas d e força na transição d o ar ou do vácuo para
u m material diamagnético. Diagrama B v s H para o mesmo material. u m material paramagnético. D i a g r a m a B vs H para o m e s m o material.

444 445
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

3 . 1 . Domínios ferromagnéticos - A s c o n d i ç õ e s descritas no p a r á g r a f o anterior, quando


s a t i s f e i t a s , p e r m i t e m a i n t e r a ç ã o e n t r e e l é t r o n s d a s ó r b i t a s 3d d e á t o m o s v i z i n h o s t e n d e n d o
a orientá-las m a g n e t i c a m e n t e n u m a direção. E s s e efeito se estende a p e q u e n o s volumes do
c r i s t a l , d e l i m i t a n d o n o s e u i n t e r i o r r e g i õ e s d a o r d e m d e 1 0 ' c m , c h a m a d o s "domínios".
9 2 Nes-
s a s condições, c a d a cristal o u grão de u m m e t a l ferromagnético, m e s m o n a ausência de um
c a m p o magnetizante e x t e r n o , acha-se dividido e m d o m í n i o s f e r r o m a g n é t i c o s , c o m as carac-
terísticas d e dipólos e l e m e n t a r e s . O estado m a c r o s c ó p i c o d e d e s m a g n e t i z a ç ã o é explicado
c o m o u m resultado estatístico d a orientação a e s m o d o s domínios f e r r o m a g n é t i c o s .
U m a d e m o n s t r a ç ã o p r á t i c a d e s s a t e o r i a f o i d a d a p o r Bitter, q u e o b t e v e d e s e n h o s e m
superfícies polidas d e cristais ferromagnéticos pela distribuição z o n a d a d e F e 0 2 3 e m pó. Mais
t a r d e , determinando-se a s curvas de m a g n e t i z a ç ã o p o r métodos eletrônicos sensíveis, ob-
servou-se que elas apresentam descontinuidades durante a magnetização, que
correspondem à s q u e resultariam de m u d a n ç a s d e direção e m domínios d a o r d e m de grande-
z a d o s propostos pela teoria.

3 . 2 . Curva de magnetização - U m a c u r v a d e m a g n e t i z a ç ã o , c o m o a q u e s e v ê na figura


1 8 4 , d á a v a r i a ç ã o d a i n d u ç ã o B c o m a f o r ç a m a g n e t i z a n t e H.
N e s s a figura, o t r e c h o q u e parte d a o r i g e m e atinge o ponto m a i s e l e v a d o d a curva,
c o r r e s p o n d e à "curva de magnetização" e o ciclo fechado pela linha e x t e r n a representa o
"cicio de histerese" q u e d e c o r r e do fato d o s f e n ó m e n o s d e m a g n e t i z a ç ã o n ã o s e r e m f e n ó m e -
n o s r e v e r s í v e i s , p o i s c o m a d i m i n u i ç ã o d o c a m p o H, B n ã o d i m i n u i d e a c o r d o c o m a c u r v a d e
magnetização.

Fig. 184 - Curva de magnetização e ciclo de histerese do ferro.

10000

8000

zs.
CD
•g 6ooo

2000

0 S 10 15 20

Força magnetizante H
Indução B ( Kilogauss )
Fig. 183 - Distribuição das linhas de força n a transição do ar ou do v á c u o , para u m material
ferromagnético. Diagrama B v s H para o mesmo material Fig. 185 - Relação entre a permeabilidade e a indução magnética do ferro puro.

446 447
Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s PARA FINS ELETRICOS E ÍVÍAGNÉTICOS ÇJ

O coeficiente a n g u l a r d a s retas traçadas d a o r i g e m a pontos d a c u r v a d e magnetização 7000

representa a permeabilidade do m a t e r i a l , n a c o r r e s p o n d e n t e i n t e n s i d a d e do campo


m a g n e t i z a n t e , o u d a i n d u ç ã o B. P e l o d e s e n v o l v i m e n t o d a c u r v a d e m a g n e t i z a ç ã o d o ferro
p u r o , p o d e - s e v e r q u e a p e r m e a b i l i d a d e v a r i a c o m o c a m p o m a g n e t i z a n t e d e u m m o d o não
linear, p a s s a n d o p o r u m m á x i m o , q u e c o r r e s p o n d e à t a n g e n t e tirada d a o r i g e m d o cotovelo da
c u n / a . A f i g u r a 1 8 5 m o s t r a , a i n d a n o c a s o d o f e r r o p u r o , a v a r i a ç ã o d a p e r m e a b i l i d a d e u. c o m
a i n d u ç ã o B.
G o m o 6 está r e l a c i o n a d o a H pela e x p r e s s ã o

B = H + 4izl

B c r e s c e i l i m i t a d a m e n t e c o m H. (110)
V o l t a n d o à c u n / a d a f i g u r a 1 8 4 c o m a e l i m i n a ç ã o d o c a m p o H, o v a l o r S n ã o v o l t a a zero
m a s r e d u z - s e a u m v a l o r q u e r e c e b e o n o m e d e "indução residuaC, o u "remanêncisf. Essa
r e m a n ê n c i a r e p r e s e n t a a m a g n e t i z a ç ã o retida p e l o material. Se, e m s e g u i d a , f o r aplicado um
c a m p o d e s e n t i d o o p o s t o , o v a l o r d a m a g n e t i z a ç ã o r e s i d u a l d e c r e s c e r á p r o g r e s s i v a m e n t e até '
z e r o . O valor do c a m p o d e s m a g n e t i z a n t e q u e a n u l a a magnetização residual recebe o nome
(111)
d e "força coerciva". P a r a c a m p o s d e s m a g n e t i z a n t e s mais intensos, o ci cl o s e repete de modo
análogo e simétrico ao descrito.
A irreversibilidade d o s f e n ó m e n o s de m a g n e t i z a ç ã o exige u m c o n s u m o d e energia para
q u e u m dado. v o l u m e d e m a t e r i a l p e r c o r r a u m c i c l o d e h i s t e r e s e . N o c a s o d e c a m p o s c o n t i n u -
' "\m.
a m e n t e alternantes, c o m o os que o c o r r e m n o s t r a n s f o r m a d o r e s , a c a d a ciclo da tensão
c o r r e s p o n d e r á u m a p e r d a p r o p o r c io n a l à á r e a d o ciclo de histerese d o m a t e r i a l do núcleo.

to: P o r o u t r o l a d o , a s v a r i a ç õ e s d o f l u x o m a g n é t i c o g e r a m n o n ú c l e o c o r r e n t e s e l é t r i c a s que
t a m b é m s e d i s s i p a m n a f o r m a d e c a l o r e q u e r e c e b e m o n o m e d e "correntes de Foucaulf,
A s o m a d a p e r d a d e v i d a à h i s t e r e s e c o m a p e r d a d e v i d a à s c o r r e n t e s d e F o u c a u l t recebe
o n o m e d e "perda do núcleo" e constitui u m a característica i m p o r t a n t e p a r a a classificação
Figura 1 8 7 - A n i s o t r o p i a magnética de um cristal d e níquel.
d o s materiais para n ú c l e o s de transformadores.
m

3.3. Características das curvas de magnetização - N a p a r t e i n i c i a l d a s c u r v a s de ;


m a g n e t i z a ç ã o os f e n ó m e n o s são praticamente reversíveis e B varia d e u m m o d o aproxima-
d a m e n t e linear c o m H. N e s s a r e g i ã o , o s d o m í n i o s c o m o r i e n t a ç ã o f a v o r á v e l , e m r e l a ç ã o ao
c a m p o m a g n e t i z a n t e , c r e s c e m às e x p e n s a s d o s d o m í n i o s vizinhos d e s f a v o r a v e l m e n t e ori-

20000 ca

I
m

10000

5000

Força Magnetizante H

0 200 400 SOO 800


H Figura 188 - Influência d a concentração de fissuras o u inclusões,
mm: Figura 186 -Anisotropia magnética de um cristal de ferro.
na cun/a B v s H d e um material ferromagnético.

WÊÈ&, 448
449
Aços £ FERROS FUNDIDOS Aços PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

e n t a d o s , pelo m o v i m e n t o d e seus c o n t o r n o s , m a n t e n d o s u a o r i e n t a ç ã o c o m relação aos 110

eixos cristalográficos.
A parte m é d i a d a c u r v a é a região o n d e a s perdas p o r histerese o c o r r e m . Aqui a
m a g n e t i z a ç ã o é i r r e v e r s í v e l e resulta d e m u d a n ç a s b r u s c a s n a o r i e n t a ç ã o d o s d o m í n i o s , a s s o c i -
a d a s a i n d a a m o v i m e n t o s d o s c o n t o r n o s . O c o t o v e l o d a c u r v a c o r r e s p o n d e à o r i e n t a ç ã o de t o d o s
o s d o m í n i o s p a r a l e l a m e n t e a o s eixos c r i s t a l o g r á f i c o s q u e m a i s s e a p r o x i m a m d a direção d o
c a m p o . N a parte s u p e r i o r d a curva, o n d e a m a g n e t i z a ç ã o tende à s a t u r a ç ã o , o fenómeno é
n o v a m e n t e r e v e r s í v e l . E l e r e s u l t a d a p r o g r e s s i v a o r i e n t a ç ã o d o s d o m í n i o s n o s e n t i d o do c a m p o .

3 . 4 . Anisotropia dos materiais magnéticos - D e u m m o d o geral, o b s e r v a - s e q u e nos materi-


a i s policristalinos a s u s c e t i b i l i d a d e m a g n é t i c a é i d ê n t i c a e m t o d a s a s d i r e ç õ e s . A o s e c o n s i d e r a r
p o r é m u m cristal i s o l a d o , v e r - s e - á q u e e l e a p r e s e n t a m a i o r o u m e n o r t e n d ê n c i a p a r a m a g n e t i -
z a r - s e d e a c o r d o c o m d e t e r m i n a d a s d i r e ç õ e s c r i s t a l o g r á f i c a s . A s f i g u r a s 1 8 6 e 1 8 7 ilustram
e s t a a f i r m a ç ã o . N o c a s o d o f e r r o (fig. 1 8 6 ) , a s d i r e ç õ e s [100] s ã o a s d e m a i o r s u s c e t i b i l i d a d e ,
a o p a s s o q u e p a r a o n í q u e l ( f i g . 1 8 7 ) a s d i r e ç õ e s [111] s ã o a s m a i s f a v o r á v e i s .
Essa particularidade n ã o teria importância prática s e certos materiais magnéticos, como
a s ligas Fe-Si, n ã o m a n i f e s t a s s e m o r i e n t a ç õ e s preferenciais. Certos m e t a i s e ligas metálicas
quando encruados p o r laminação até determinadas percentagens d e redução, ao se
recristalizarem por recozimento, desenvolvem os novos grãos c o m seus eixos
cristalográficos e m orientações preferenciais. Nessas condições, o comportamento
anisotrópico d o s cristais e a orientação preferencial d e s s e s cristais p o d e m proporcionar a u m
produto melhores p r o p r i e d a d e s magnéticas e m determinadas direções. É o caso das chapas
Hipersil (Fe c o m 3 , 2 5 % d e Si) para t r a n s f o r m a d o r e s . 760 780 800 820 840

Temperatura, °C
3.5. Efeito de inclusões, fissuras e constituintes não magnéticos - A f o r ç a magnetizante
Fig. 189 - Perda das propriedades ferromagnéticas do ferro, no aquecimento
efetiva H e ( é c o n s t i t u í d a p o r d u a s p a r c e l a s : H, q u e r e p r e s e n t a a i n t e n s i d a d e d o c a m p o e x t e r n o
e H que representa os campos desmagnetizantes.
d

O s c a m p o s d e s m a g n e t i z a n t e s s ã o o s c a m p o s q u e s e f o r m a m n o s e n t r e f e r r o s naturais, ou
resultantes d e trincas internas e nas inclusões e constituintes não m a g n é t i c o s . O aumento
d e s s e s defeitos, o u d e s s e s constituintes, d i m i n u i a f o r ç a m a g n e t i z a n t e e f e t i v a e isso altera a
curva de magnetização, c o m o mostra a figura 188.

3.6. Influência da temperatura nas propriedades ferromagnéticas - Ponto Curie - O p o n -


d o - s e às forças o r d e n a d o r a s d a s interações a t ó m i c a s , que p r o m o v e m a f o r m a ç ã o dos domí-
nios ferromagnéticos, e x i s t e m forças p r o v o c a d a s p e l a agitação t é r m i c a , q u e p o d e m causar
o desaparecimento d e s s e s domínios. C o m o estas a u m e n t a m c o m a temperatura, h á para
todos os materiais ferromagnéticos, n í v e i s d e t e m p e r a t u r a a c i m a d o s quais o efeito
dispersivo d a agitação t é r m i c a anula a t e n d ê n c i a orientadora das forças d e interação atómi-
c a , d e m o d o q u e o m a t e r i a l p e r d e s u a s p r o p r i e d a d e s f e r r o m a g n é t i c a s . E s s a t e m p e r a t u r a de
t r a n s i ç ã o r e c e b e o n o m e d e "ponto Curie".
Ftesfriando-se o m a t e r i a l a b a i x o d o "ponto Curie" s u a s características f e r r o m a g n é t i c a s s ã o re-
c u p e r a d a s . A f i g u r a 1 8 9 m o s t r a a variação d a i n t e n s i d a d e d e s a t u r a ç ã o d o f e r r o c o m a t e m p e r a t u r a

3 . 7 . Magnetoestricção - A magnetoestricção abrange todas as m u d a n ç a s de dimensões


q u e sofrem o s materiais ferromagnéticos q u a n d o s u b m e t i d o s a c a m p o s magnetizantes. Esse % Niquel
- f e n ó m e n o r e c e b e v á r i a s d e n o m i n a ç õ e s , c o m o p o r e x e m p l o , "efeito Joule", q u a n d o se trata d a
variação do c o m p r i m e n t o d a peça, e m c a m p o s transversais; 'efeito Barref, q u a n d o for a Fig. 190 - Magnetoestricção do sistema F e - N i .

v a r i a ç ã o d o v o l u m e e "efeito Wiedemann" q u a n d o a s variações de d i m e n s ã o devido a cam-


p o s radiais p r o v o c a m m o v i m e n t o s d e t o r ç ã o .
A figura 1 9 0 m o s t r a a v a r i a ç ã o d o efeito J o u l e n a s ligas F e - N i p a r a diferentes forças
Tais m a t e r i a i s t ê m tido a p l i c a ç ã o e m eletrônica, n a f a b r i c a ç ã o d e osciladores e filtros. N o
magnetizantes.
campo d a tecnologia, s u a aplicação m a i s interessante é para transformar energia elétrica d e
Os materiais q u e s e alongam quando s u b m e t i d o s a um c a m p o magnético possuem frequência ultrassônica e m pulsações m e c â n i c a s com a m e s m a frequência c o m o , p o r e x e m -
magnetoestricção positiva; Nestes materiais a permeabilidade a u m e n t a devido a deforma- plo, n a s m á q u i n a s p e r f u r a d o r a s p a r a m a t e r i a i s e x t r e m a m e n t e d u r o s , o n d e t a i s d i s p o s i t i v o s
ç õ e s elásticas. são u t i l i z a d o s p a r a i m p u l s i o n a r p a r t í c u l a s d e a b r a s i v o c o n t r a o m a t e r i a l a s e r p e r f u r a d o .

450 451
Aços PARA FINS ELETRICOS B MAGNÉTICOS

a) M a t e r i a i s d e a l t a p e r m e a b i l i d a d e e b a i x a f o r ç a coerciva, o u m a t e r i a i s m a g n e t i c a m e n t e m o l e s .
b) M a t e r i a i s d e a l t a f o r ç a c o e r c i v a , m a g n e t i c a m e n t e d u r o s , o u í m ã s p e r m a n e n t e s . N e s t e
grupo, a p e r m e a b i l i d a d e não é u m a característica importante.

As d e s i g n a ç õ e s , magneticamente m o l e ou duro, apesar d e não se destinarem a d e s c r e -


ver a d u r e z a m e c â n i c a desses m a t e r i a i s , m a s sua resistência à d e s m a g n e t i z a ç ã o , d e um
modo geral, t a m b é m representa s e u comportamento mecânico.
N a parte d e a ç o s p a r a fins m a g n é t i c o s , s e r ã o d e n o m i n a d o s ferro o u ligas d e f e r r o , a o s
materiais m a g n e t i c a m e n t e moles, n o s q u a i s o carbono existente ocorre mais c o m o i m p u r e z a
do q u e c o m o e l e m e n t o de liga.
A s ligas d e ferro p a r a ímãs p e r m a n e n t e s q u e p o s s u e m t e o r e s m a i s elevados d e c a r b o n o
são d e n o m i n a d a s aços.

4 . 1 . Materiais magneticamente moles - Este é o grupo mais importante dos materiais m a g n é -


ticos. T r a t a - s e d e m a t e r i a i s q u e n e c e s s i t a m ter a l t a i n t e n s i d a d e d e s a t u r a ç ã o , alta
permeabilidade e u m a força coerciva b e m p e q u e n a . A r e m a n ê n c i a p o d e ser baixa ou alta, confor-
m e o tipo d e a p l i c a ç ã o . P o r e x e m p l o , n u m relê s e n s í v e l , d e d e s l i g a m e n t o rápido, n e c e s s i t a - s e u m
material de b a i x a r e m a n ê n c i a , p a r a reduzir o a g a r r a m e n t o q u a n d o se corta o campo
magnetizante.
N a a p l i c a ç ã o e m corrente a l t e r n a d a necessita-se de ligas d e baixa histerese e d e alta
resistividade p a r a diminuir a perda do n ú c l e o .
- Ferro, níquele cobalto- Dentre os materiais magneticamente moles deve-se estudar e m
primeiro l u g a r o s três e l e m e n t o s f e r r o m a g n é t i c o s mais c o m u n s ; f e r r o , níquel e c o b a l t o .
O ferro q u i m i c a m e n t e puro é o q u e a p r e s e n t a melhores características magnéticas, m a s
seu preço é muito elevado para as aplicações normais. Para substituí-lo, usam-se os aços
extra-doces, q u e apesar de inferiores, d ã o resultados satisfatórios.
O Mi e o C o s ã o e l e m e n t o s m e n o s f e r r o m a g n é t i c o s d o q u e o F e e d e p r e ç o m a i s e l e v a d o .
A T a b e l a 1 3 3 d á a variação d a i n d u ç ã o B c o m a força m a g n e t i z a n t e H p a r a esses 3 e l e m e n t o s .
O ferro é indicado para quase todas as aplicações e m corrente contínua. Para corrente

T A B E L A 138
Variação da I n d u ç ã o B c o m a f o r ç a m a g n e t i z a n t e H

H B (gauss)
(oersted) Ferro Níquel Cobalto
20 15.500 5.100 1.2C0
40 16.200 5.500 2.800
60 16.800 5.700 4.400
80 17.300 5.800 6.000
100 17.700 5.900 6.800
120 17.900 6.000 7.500

alternada n ã o é indicado, pois p o s s u i b a i x a resistividade (10u.ohm-cm), de m o d o q u e as


perdas por correntes de Foucault são elevadas.
- Ligas ferro-silfcio - Estas s ã o as ligas d e maior c o n s u m o n a indústria de produtos eletricos.
A s a d i ç õ e s de silício ao ferro a u m e n t a m c o n s i d e r a v e l m e n t e s u a resistividade, c o m o m o s -
tra a figura 1 9 1 ; portanto diminui a p e r d a d o n ú d e o . O silício d i m i n u i a intensidade d e s a t u -
ração do ferro, m a s não afeta a p r e c i a v e l m e n t e a permeabilidade e a perda por h i s t e r e s e .
. D o p o n t o d e v i s t a d a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s , o b s e r v a - s e q u e o silício a c i m a d e c e r t o s
t e o r e s t o m a o m a t e r i a l frágil e difícil d e s e r t r a b a l h a d o . E s s e c o m p o r t a m e n t o , c o m o s e v ê n a
f i g u r a 192< >, d e p e n d e d a t e m p e r a t u r a . P a r a c a d a c o m p o s i ç ã o , e x i s t e u m a t e m p e r a t u r a mí-:
Z70

nima n e c e s s á r i a p a r a o trabalho m e c â n i c o . Por exemplo, para t e m p e r a t u r a ambiente o refe-


rido g r á f i c o m o s t r a q u e o t e o r m á x i m o d e s i l í c i o é d e 3 , 5 % .
U m a d a s l i g a s m a i s i m p o r t a n t e s d e s t a c a t e g o r i a é o Hipersil, c o m 3,25% do Si.

453
A ç o s E FERROS FUNDIDOS A ç o s PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

A s l i g a s F e - S i , c o m e s t e t e o r d e silício a p r e s e n t a m a a n i s o t r o p i a m a g n é t i c a d o f e r r o p u r o - Ligas ferro-níquel - Este é o s e g u n d o g r u p o importante de ligas de alta p e r m e a b i l i d a d e ,


de m o d o que, c o m s e q u ê n c i a s de encruamentos críticos por l a m i n a ç ã o e recristalização a base de ferro.
c o n t r o l a d a , a m a i o r i a d o s g r ã o s fica c o m u m p l a n o (100) no plano d a l a m i n a ç ã o e c o m uma A figura 1 9 3 ( 2 7 1 ) m o s t r a a variação d a i n t e n s i d a d e de s a t u r a ç ã o n a s ligas Fe-Ni e m f u n ç ã o
d i r e ç ã o [100] na direção d e laminação. da composição. A c i m a de 5 0 % de níquel têm-se materiais c o m propriedades magnéticas
A c u r v a de m a g n e t i z a ç ã o d o Hipersil aproxima-se bastante da de u m anel quadrado diversas, e m b o r a m a n t e n h a m alta p e r m e a b i l i d a d e e baixa p e r d a . E s t e s materiais s ã o i n d i c a -
c o r t a d o d e um cristal ú n i c o d e Fe-Si ( 3 , 9 % Si), c o m u m lado paralelo à d i r e ç ã o [100]. dos para i n s t r u m e n t o s q u e operam c o m u m a baixa densidade de fluxo.
A Tabela 139 ( 2 B 9 ) e n u m e r a alguns tipos de ligas F e - S i , fabricadas n a f o r m a de chapas. Seu A s l i g a s c o m e r c i a i s Hipemik e Permalioy cobrem as faixas de composição em t o m o de
e m p r e g o faz-se e m : 5 0 % e 7 8 % de níquel, respectivamente.
O s Hipemiks p o s s u e m u m a i n t e n s i d a d e de saturação d a o r d e m de 16.000 g a u s s e o s
1) M o t o r e s f r a c i o n á r i o s d e b a i x o c u s t o , p a r a u s o i n t e r m i t e n t e . Permalloys d a o r d e m d e 11.000 g a u s s .
2) Motores fracionários e peças polares e outros circuitos magnéticos de alta A c i m a d e 3 3 % d e n í q u e l , a r e s i s t i v i d a d e d e s s a s ligas d i m i n u i c o n t i n u a m e n t e d e 8 5 p a r a 1 6
permeabilidade. u.ohm-cm. E s s e fato, associado à s e n s i b i l i d a d e d a s propriedades m a g n é t i c a s dessas ligas a o s
3 ) M o t o r e s e g e r a d o r e s d a m e l h o r q u a l i d a d e . T r a n s f o r m a d o r e s p e q u e n o s p a r a uso inter- tratamentos térmicos, devido a reações ordem-desordem correspondentes à composição
m i t e n t e , relés e r e a t o r e s . FeNi ( 7 8 % Ni), possibilita obter propriedades magnéticas interessantes, como o ciclo de
4) Motores e g e r a d o r e s d e eficiência m é d i a . T r a n s f o r m a d o r e s p e q u e n o s e reatores. histerese retangular d a figura 194 que resulta de u m resfriamento e m c a m p o magnético, a t r a -
5 ) M o t o r e s e g e r a d o r e s d e a l t a e f i c i ê n c i a e t a m a n h o m é d i o . T r a n s f o r m a d o r e s d e uso v é s do ponto C u r i e .
intermitente, reatores, m e d i d o r e s eletricos, p e ç a s p o l a r e s l a m i n a d a s . Em composições em tomo d e 81 % d e n í q u e l , a c r e d i t a - s e q u e o c o r r a u m a q u a n t i d a d e
6) T r a n s f o r m a d o r e s d e a l t a e f i c i ê n c i a , p a r a r e d e s d e d i s t r i b u i ç ã o . crítica de r e a ç ã o o r d e m - d e s o r d e m , q u e a n u l a a m a g n e t o e s t r i c ç ã o (fig. 190) e a a n i s o t r o p i a
7 ) T o d o s os t i p o s d e t r a n s f o r m a d o r e s , p a r a r e d e s d e d i s t r i b u i ç ã o e m á q u i n a s elétricas de magnética, d a n d o materiais policristallnos d e alta permeabilidade.
aita eficiência. A s a d i ç õ e s d e c o i m o , m o l i b d ê n i o e c o b r e d i m i n u e m as v e l o c i d a d e s críticas e x i g i d a n e s s a
t r a n s f o r m a ç ã o , o q u e f a v o r e c e a utilização p r á t i c a d e s s a s ligas. O c a r b o n o , o oxigénio e o e n x o f r e
C o n v é m m e n c i o n a r q u e as ligas ferro-silício p a r a fins eletricos s ã o p r o d u z i d a s na forma t ê m efeito c o n t r á r i o . O u t r a particularidade i m p o r t a n t e deste s i s t e m a é q u e q u a s e todas as ligas s ã o
d e c h a p a s l a m i n a d a s a frio e recozidas, e m d o i s t i p o s : de grão o r i e n t a d o e d e grão não- bastante d ú c t e i s , n ã o existindo portanto p r o b l e m a s n a e s t a m p a g e m o u c o r t e d e s s e s m a t e r i a i s .
orientado.
A s ligas de grão o r i e n t a d o a p r e s e n t a m b a i x a p e r d a elétrica e e l e v a d a permeabilidade
magnética, propriedades requeridas para aplicações c o m o núcleos d e transformadores e
g e r a d o r e s de po t ê n c ia .
A s d e grão n ã o - o r i e n t a d o t a m b é m p r o d u z i d a s p o r l a m i n a ç ã o a frio e r e c o z i d a s , apresen-
t a m excelente p e r m e a b i l i d a d e e m altas i n d u ç õ e s , baixo valor médio d e p e r d a s magnéticas e
n e l a s pode ser aplicado u m revestimento isolante. S ã o e m p r e g a d a s em amplificadores 25000

magnéticos, transformadores de potência e distribuição, geradores para usinas


h i d r o e l é t r i c a s , p e q u e n o s m o t o r e s d e c o r r e n t e c o n t í n u a e m o t o r e s d e c o r r e n t e a l t e r n a d a de
t a m a n h o médio, m e d i d o r e s de energia, t r a n s f o r m a d o r e s reguladores d e t e n s ã o , transforma-
d o r e s para aparelhos d e rádio e televisão, t r a n s f o r m a d o r e s para m á q u i n a s d e soldagem, co 20000
m o t o r e s p a r a a p a r e l h o s e l e t r o - d o m é s t i c o s , r e a t o r e s d e l â m p a d a s f l u o r e s c e n t e s , p e ç a s pola- CD
res, n ú c l e o s de relés etc.
o
icd
o
cd
15000

ca
TABELA139 co
P r o p r i e d a d e s f í s i c a s e m a g n é t i c a s t í p i c a s de c h a p a s d e Fe-Si cu
XI
Perda do nú- Alonga- CD 10000
Resistivida- Limite de resis- "O
Teor de cleo máxima tência à tração mento em cfl
aproximado Tipo ou Marca de mioro- Emprego
(watts-kg em 25 mm -a
de Sl,% ohms-cm 'co
60 ciclos) kgf/mm 2 MPa % CD
0,25/0,30 "Campo" 28 - 5,1 (D 5000
0,50/0,60 "Armadura" 28 3,4 31,0 300 25 (2)
1,25/1,50 "Elétóco" 44 3,7 35,0 340 22 (3) •
2,50/2,75 •Motor" 44 2,5 47,5 465 14 (4)
2,75/3,25 "Dínamo" 50 2,1 (5)
3,25/3,50 "Hipersil" 50 2,1 49,0 4S0 12 (6)
3,60/4,00 Transformador 72" 52 1,58 56,0 550 8 (7) 0 20 40 60 80 100 .
4,00/4,25 Transformador 65" 58 1,43 50,5 495 6 (7) % de Ni
4,25/4,50 Transformador 58" 60 1,27 53,0 520 5 (7)
4,50/4,75 Transformador 52" 65 1,15 49,0 480 2 (7) Fig. 193 - Variação d a intensidade de saturação no sistema Fe-NI, n a temperatura ambiente.

454 . 455
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

15000 - Existem dois tipos comerciais:


"Hiperco" c o m 3 5 % d e cobalto, u s a d o nas aplicações d a s ligas Fe-Si.
. "Permendur" c o m 5 0 % d e c o b a l t o , c u j o u s o é restrito a a p l i c a ç õ e s m u i t o e s p e c i a i s e m
CO circuitos t e l e f ó n i c o s . -
w
A f i g u r a 195 (272 > m o s t r a as c u r v a s d e m a g n e t i z a ç ã o d e s s a s ligas.
<§ 10000
••-.i<,-
CQ
O
KH
Quilolinhas por poalegadas quadradas
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3
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h - C D i n - 3 - C O t M T - O O O O O O O O O W O
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4 3 2 1 1 2 3 4 x o. a < U_ X IL X
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Força magnetizante H
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15000 A — ^ A — E
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. Fig. 194 - Ciclo de histerese do Permalloy ( 6 5 % de Ni), recozido num c a m p o m a g n é t i c o . 3 \ \\ a
"cfl 1"
X a.
o CD
1"
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2
\v\ C L
IO ~
CL
O
A Tabela 140 m o s t r a a l g u m a s d a s mais i m p o r t a n t e s ligas Fe-Ni.
A s ligas Fe-Ni s ã o a p l i c a d a s p r i n c i p a l m e n t e e m i n s t r u m e n t o s eiétricos, c i r c u i t o s telefóni-
\ "D
rrt
tj*
: <J H —

\\
<~

\
cos, transmissores de rádio e aparelhos de rádio. Tl
s

- Ligas ferro-cobalto - O s i s t e m a Fe-Co é o q u e a p r e s e n t a maior i n t e n s i d a d e d e satura- J ^ \


\
ç ã o , c o m v a l o r e s d e 4 % l d a o r d e m d e 2 4 . 2 0 0 g a u s s . E s s e v a l o r d e B-H p a r a o f e r r o é d e
s

2 1 . 6 0 0 , para as ligas F e - S i ( 1 % ) é d e 21.000 e p a r a o Fe-Si (4-5%) d e 1 9 . 0 0 0 .


Esta característica a s s o c i a d a aos valores d e indução B, n a f a i x a d e H = 1 0 a 4 0 0 \\
•c.\ Sa
o e r s t e d s , possibilita r e d u ç õ e s d a o r d e m d e 2 0 % n o p e s o d a s m á q u i n a s e l é t r i c a s . Tal propri-
\ \"

A\
e d a d e s e m a n i f e s t a e m t o m o d e 4 0 % d e c o b a l t o , o q u e r e s t r i n g e a a p l i c a ç ã o d e s s a s ligas
devido, ao elevado custo d e s s e metal.

TABELA140 1
\ \
\\
Liga Fe-NÍ c
o —
a.
C o m p o s i ç ã o , (%) Característicos >,
Permeabi- Permeabi- Resistivi- a
Denominação Outros ~ã
Fe Ni lidade lidade Saturação dade mi- —-—_N
elementos 4 Tt l* — í

Permalloy 45 54 45
Inicial
2.500
máxima
25.000 16.000
crobm-cm
50
m o
o
Permalloy 78 21 78 8.0OO 100.000 10.000 16
Permalloy 4-79 16 79 4 Mo 20.000 80.000 8.700 57
Hipemik 50 50 4.000 80.000 16.000 35 B - H ( Quiiogauss )
i
Mumetal 18 75 2 Cr, 5 Cu 20.000 110.000 7.200 60
Supermalioy 15 79 5 Mo 100.000 800.000 8.000 60 Fig. 195 - Curvas de magnetização de diversos materiais de alta permeabilidade.

456 457
Aços E FERROS FUNDIDOS A ç o s PARA FINS FLÉTRICOS E MAGNÉTICOS

4.2. Materiais com permeapjlidade constante - Os equipamentos telefónicos e A d i c i o n a n d o - s e 3 - 4 % de alumínio e 1 0 - 1 5 % de cobre às ligas c o m 4 0 - 5 0 % de Ni e
r a d i o f ó n i c o s e x i g e m m a t e r i a i s c o m p e r m e a b i l i d a d e c o n s t a n t e , p a r a e v i t a r d i s t o r ç õ e s n a for- encruando-se a t é 9 0 % de redução, o b t ê m - s e o Isoperm (fig. 197). Um recozimento a
m a das ondas. Para isso, empregam-se materiais cuja permeabilidade não varia com o 1.000°C depois de u m e n c r u a m e n t o prévio tem influência nos resultados obtidos no
c a m p o magnetizante, s e e s t e for mantido d e n t r o d e certos limites. encruamento final, o que leva a crer q u e o mecanismo do qual d e c o r r e essa permeabilidade
Essa propriedade p o d e ser conseguida à custa d e tratamentos t é r m i c o s , deformações constante seja u m p r o c e s s o de p r e c i p i t a ç ã o , ativada pelo e n c r u a m e n t o final.
plásticas, densidade d e f a s e s n ã o magnéticas, o u entreferros, e m certas c o m p o s i ç õ e s quími- A i n d a n a c a t e g o r i a d e m a t e r i a i s d e p e r m e a b i l i d a d e c o n s t a n t e , t e m - s e os n ú c l e o s d e p ó s
c a s . A aplicação de t e m p e r a t u r a s elevadas de r e c o z i m e n t o esforços de t r a ç ã o , o u resfriamento de materiais m a g n é t i c o s a g l o m e r a d o s c o m materiais isolantes. O b t ê m - s e p o r e s s e m é t o d o ,
e m c a mp o s magnéticos d e s t ro e m essa permeabilidade constante. materiais c o m p e r m e a b i l i d a d e c o n t r o l a d a e c o m alta resistividade, a d e q u a d o ao e m p r e g o e m
É a i n d a no s i s t e m a F e - N i q u e se e n c o n t r a a m a i o r i a d o s materiais c o m e s s a caracterís- alta frequência. N e s t e c a s o , p o d e - s e u t i l i z a r m a t e r i a i s os m a i s d i v e r s o s , p o i s o a g l o m e r a d o
t i c a . P o r e x e m p l o , a s l i g a s Conpernick, c o m 4 0 - 6 0 % d e Ni, dão p e r m e a b i l i d a d e constante em não metálico, q u e constitui a f a s e c o n t í n u a do c o m p a c t a d o , v a i modificar a c u r v a de
d e n s i d a d e s de fluxo a t é 1 0 0 g a u s s , q u a n d o e n c r u a d a s e recozidas e n t r e 5 0 0 ° C e 8 0 0 ° c . magnetização, c o m o mostra a figura 188. Permeabilidades de 2 0 a 80 podem ser obtidas e m
O Perminvar (fig. 1 9 6 ) , q u e é u m a liga c o m 3 0 % de Fe, 4 5 % d e N i e 2 5 % de Co, núcleos p a r a a p a r e l h o s telefónicos e d e 5 a 20 para rádio f r e q u ê n c i a , c o m variação c o m o
q u a n d o r e c o z i d a 2 5 h o r a s a 4 2 5 ° C , d á a c u r v a d e m a g n e t i z a ç ã o r e p r e s e n t a d a p o r (B) n a campo m a g n e t i z a n t e inferior a 1 0 % .
referida figura.
4.3. Materiais para ímãs permanentes - Este grupo é constituído pelos materiais m a g n e -
t i c a m e n t e d u r o s , i s t o é, c o m a l t a r e m a n ê n c i a e a l t a f o r ç a c o e r c i v a . E m b o r a a m a i o r i a d e s t e s
1000
materiais s e j a m e c a n i c a m e n t e duro, n ã o h á necessariamente u m a correlação entre a d u r e z a
mecânica e a r e s i s t ê n c i a à d e s m a g n e t i z a ç ã o , pois existem m a t e r i a i s cuja força coerciva
aumenta com a diminuição da dureza.
Nos aços, o estado de tensões internas resultantes de d e f o r m a ç õ e s elásticas do
reticulado f a v o r e c e as propriedades m a g n é t i c a s exigidas n o s ímãs permanentes. Desse
modo, os aços t e m p e r a d o s , ou as ligas q u e s ã o suscetíveis de e n d u r e c e r por precipitação,
dão m e l h o r e s r e s u l t a d o s que no e s t a d o r e c o z i d o .
O c r i t é r i o p a r a a v a l i a ç ã o d e u m í m ã p e r m a n e n t e é o p r o d u t o (BH) max obtido de s u a c u r v a
de d e s m a g n e t i z a ç ã o . Esse produto é proporcional à m á x i m a energia magnética, no
entreferro, por u n i d a d e de v o l u m e do m a t e r i a l . Nas diversas a p l i c a ç õ e s desses materiais, as
condições de eficiência decorrem de projetos que garantam d e n s i d a d e s de fluxo c o r r e s p o n -
dentes ao produto (BH) .
max

A r e t e n ç ã o d o e s t a d o d e m a g n e t i z a ç ã o d e p e n d e d o s s e g u i n t e s f a t o r e s : a) t e m p e r a t u r a ;
0 0,8 1,8 2,4 3,2 b) v i b r a ç õ e s ; c) c a m p o s m a g n é t i c o s e x t e r n o s ; d) p r o d u ç ã o d e n o v o s p ó l o s .
A temperatura é u m a das causas m a i s frequentes pela p e r d a de magnetização. Os a ç o s
Campo H ( Oersted )
a o c o b a l t o e a o c r o m o p e r d e m s e u m a g n e t i s m o a 1 0 0 ° C e o s Alnicos a 300°C.
Fig. 196 - Ciclos de histerese do Perminvar ( 3 0 % de Fe, 4 5 % de Ni e 2 5 % de Co)
temperado ao ar (A) e recozido (B). - ímãs de aços martensiticos - Os a ç o s c o m 1 % d e c a r b o n o , t e m p e r a d o s , apresentam
c o m o c o n s t i t u i n t e m e t a l o g r á f i c o a m a r t e n s i t a , q u e é, c o m o s e s a b e , u m a s o l u ç ã o sólida
metaestável de c a r b o n o em um reticulado tetragonal de ferro, fortemente deformado.
Dentre o s a ç o s c o m u n s , os que p o s s u e m essa estrutura s ã o o s q u e a p r e s e n t a m m e l h o -
res p r o p r i e d a d e s p a r a í m ã s p e r m a n e n t e s , i s t o é, u m p r o d u t o (BH) msx mais elevado.
O alívio d e e s t a d o d e t ens ões , t í p i c o d a p r e s e n ç a de m a r t e n s i t a , o u por d i m i n u i ç ã o do
t e o r d e c a r b o n o , , o u p o r u m r e v e n i d o , d i m i n u i o p r o d u t o BH. P o r outro lado,.a a d i ç ã o de
elementos d e liga q u e f o r m e m c a r b o n e t o s estáveis que a t u e m c o m o centros de d e f o r m a ç ã o
do r e t i c u l a d o m e l h o r a a s p r o p r i e d a d e s m a g n é t i c a s . T e m - s e a s s i m o s a ç o s c o m 5 - 6 % de
tungsténio que d ã o ( B H j m a x = 0,34 x 1 0 , portanto, superior a o d o a ç o c o m u m c o m 1,14%
S de
carbono que s o m e n t e atinge a 0,18 x 1 0 . s

O cromo p o d e substituir o tungsténio e u m aço c o m 5 % de c r o m o e 1 % de c a r b o n o ,


t e m p e r a d o e m ó l e o d á (BH) wax = 0,28 x 1 0 . 6

No g r u p o d o s a ç o s m a r t e n s i t i c o s o s q u e a p r e s e n t a m m e l h o r e s característicos s ã o os
a ç o s - c o b a l t o . U m a a n á l i s e t í p i c a é 3 5 % C o , 2 % Cr, 4 % W e 0 , 9 0 % C . E s s e m a t e r i a l t e m p e -
rado d e 9 5 0 ° C e m ó l e o d á (BH) =-\,ÍO max x 10".
A Tabela 1 4 1 1 2 6 7 1 a p r e s e n t a os t i p o s m a i s usados de a ç o s p a r a í m ã s p e r m a n e n t e s .
- Ligas endurecíveis por precipitação - O estado de t e n s õ e s i n t e r n a s necessário p a r a q u e
u m a matriz d e ferro a p r e s e n t a u m a r e m a n ê n c i a e u m a força c o e r c i v a alta pode ser p r o v o c a -
d o p e l a p r e c i p i t a ç ã o d e u m a f a s e d i f e r e n t e d a m a t r i z . P o r e x e m p l o , a s ligas b i n á r i a s F e - W ,
com 2 8 % de W , precipitam a fase F e W , s e quando solubilizadas a 1.430°G e t e m p e r a d a s ,
3 2

Fig. 197 - Ciclo de histerese do Isoperm. f o r a m e m s e g u i d a e n v e l h e c i d a s a 7 6 0 ° C . O b t é m - s e a s s i m u m (BH) max = 1,02 x 1 0 .6

458 459
» 1
m > Aços E FERROS FUNDIDOS .Aços PARA PÍNS ELETRICOS E AÍAGiVÉncos

TABELA142
T i p o s de ligas e n d u r e c í v e i s p o r p r e c i p i t a ç ã o p a r a í m ã s p e r m a n e n t e s
Jr'i
cd o o o o * o o o C o m p o s i ç ã o , (%) Propriedades magnéticas
1 ^ U3 ^ D 0) tD 3
T i p o d e liga
Mo Co Ni Ti W H„ (B.H.) m a x .
,
B

Fe-Mo-Co 17 12 - - - 250 10.500 1,1 X 1 0 6

Fe-W-Co - 24 - - 27 149 9.600 1,4 x 1 0 a

Fe-Mo 23,4 - - - - 219 7.000 1,5x10 s

Fe-Co-Ni-Ti - 30 16 12 - 920 6.350 2,0x10"


(0 CL O O l O O L O I O L O O O m
o aiT-co^r-t^noiM)
P
pi ii
SEP
CL «0
NNCDraCOCDíDCOCDO)

! ir: Outras ligas, s e m carbono, c o m o m o s t r a a Tabela 142 d ã o melhores resultados que o s


aços c o m e l e m e n t o s d e liga. T o d a s n e c e s s i t a m de t r a t a m e n t o s t é r m i c o s .

1' A i n d a n o g r u p o d e l i g a s p r e c i p i t á v e i s , t e m - s e o s Alnicos,
H o n d a , e m 1 9 3 2 . S ã o ligas d e ferro c o n t e n d o alumínio, n í q u e l , c o b a l t o e outros
descobertos por M i s h i m a
elementos
e

que, d e p o i s d e solubiiizadas, por u m t r a t a m e n t o de h o m o g e n e i z a ç ã o a 1.200°C, t e m p e r a d a s


e envelhecidas a 6 5 0 ° C , precipitam u m o u mais c o m p o n e n t e s . O início dessa precipitação
produz s e v e r a s d e f o r m a ç õ e s no r e t i c u l a d o , a u m e n t a n d o a p r e c i a v e l m e n t e a força c o e r c i v a .
T o d o s o s Alnicos são duros, frágeis e dificilmente usináveis. S ã o normalmente f u n d i d o s
o o o a o o o o
O O O O O O O O l
a 2 3 O O CD LO O O O o uq a o na f o r m a d e f i n i t i v a , o u p r o d u z i d o s p o r m e t a l u r g i a d o p ó . A T a b e l a 1 4 3 a p r e s e n t a o s p r i n c i p a i s
d d oi aí m o) o CD N CJJ CO CT tipos d e s s a s l i g a s .

TABELA143
IS' '-
1 T i p o s d e A í n i c o p a r a ímãs p e r m a n e n t e s

C o m p o s i ç ã o , (%) Propriedades magnéticas


tu Uga Observações
m Al NI Co Outros Fe H c (B.H.) max.
o -sj- O O
2 O ' Ô (Q N Alnico 1 12 20 5 - rest 440 7.200 1,4 x 1 0 a Duro e frágil
Alcino II 10 17 12,5 6 Cu rest 550 7.200 1,6 x 1 0 a Duro e frágil
Alcino 11
(sinterizado) 10 17 12,5 6 Cu rest. 520 6.900 1,4 x 1 0 a Ouro
- -
Pr • Alcino 111 12 25 rest 450 6.700 1,38 x 10 a Duro e frágil
O O LO -
iHI w o w N
Alcino IV 12 28 5,0 - rest. 700 5.500 1,3 x 1 0 a • u r o e frágil

t
in~ to" -t— io Alcino V 8 14 24 3 Cu rest 550 12.500 4,5x10» Duro e frágil
Alcino VI 8 15 24 3 Cu rest. 750 10.000 3,5 x 1 0 a Duro e frágil
Ml -1 T i
1 11
Wh Alcino XII 6 18 35 8 Ti rest. 950 5.800 1,5 X 10 a Duro e frágil

I', . to TJ- o • w

A s c u n / a s d e d e s m a g n e t i z a ç ã o d e a l g u m a s d e s s a s l i g a s e o s p r o d u t o s B.H. s ã o a p r e s e n -
t a d o s n a f i g u r a 198< >.Z73

ooLOí-rmioooiOt-roí .Vâ-se q u e s u a s propriedades s ã o b e m superiores à dos m a t e r i a i s até aqui e s t u d a d o s , o


tDTfCQTCOCQCQlOCOiWl que explica s e u e m p r e g o em ímãs p e r m a n e n t e s .
k o" o" o" S o" o" d d o" 9 o" <
Os A l n i c o s p o d e m s e r f u n d i d o s o u s i n t e r i z a d o s . Q u a n d o f u n d i d o s , a p r e s e n t a m u m a s u -

f O O O LO O O i
ÍH perfície á s p e r a e s ã o muito d u r o s e f r á g e i s , não p o d e n d o s e r u s i n a d o s . Os
sinterizados a p r e s e n t a m u m a superfície m a i s lisa e tolerâncias dimensionais mais estreitas,
Alnicos

w£H CO CO O) CD O
O O* O o"
O. I
o a o o o o não exigindo, p o i s , u s i n a g e m . A l é m d i s s o s ã o m e n o s frágeis. S ã o , contudo, de custo m a i s

MÊ ti elevado e s u a s p r o p r i e d a d e s m a g n é t i c a s s ã o inferiores.
A maioria d o s materiais utilizados a t u a l m e n t e s ã o as ferrftes d e bário. As ferrites d e b á r i o
são produzidas g e r a l m e n t e a partir de p ó s e m b e b i d o s n u m a m a t r i z plástica flexível.

O S a c i o Outros m a t e r i a i s p a r a ímãs p e r m a n e n t e s e m d e s e n v o l v i m e n t o s ã o os c o m p o s t o s b a s e -
ados em terras raras, t a m b é m obtidos p o r metalurgia d o p ó .

460 . 461
A ç o s E FERROS FUNDIDOS
Aços ULTRA-RESISTENTESEAÇOS CRIOGÉMICOS

700 600 SOO 400 300 200 100 0 1 2 3 4 5

Força desmagnetizante - H ( Oersted ) Produto BxHxl O 6

Fig. 198 - C u r v a s de desmagnetização e produtos B vs H de diversos


materiais para ímãs permanentes.

AÇOS ULTRA-RESISTENTES E
AÇOS CRIOGÊNICOS

462 463
Aços E FERROS FUNDIDOS AÇOS ULTRA-RESISTENTES E AçQS CRIOGÊNICOS

1 . Introdução - N e s t e c a p í t u l o s e r ã o e s t u d a d o s d o i s t i p o s d e a ç o s , c u j a a p l i c a ç ã o é, de TABELA144
• certos modo, dirigida a fins especiais. S ã o o s a ç o s ultra-resistentes, inclusive os chamados P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de a l g u n s a ç o s - l i g a de baixo t e o r e m l i g a t r a t a d o s t e r m i c a m e n t e
"maraging" e os aços criogênicos. Propriedades d e tração garantidas

Composição Limite d e Limite d e Alonga-


2 . Aços ultra-resistentes - O limite teórico d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d o f e r r o - calculado e m escoamento resistência à t r a ç ã o Estricção
mento e m
b a s e d a estimativa d a s f o r ç a s necessárias a v e n c e r as atrações interatômicas - é d a ordem %
kgf/mm 2 MPa kgffmnf MPa 50 m m %
de 1750 kgf/mm 2 ( 1 7 . 1 6 7 M P a ) . E s s e f a t o , a l i a d o à n e c e s s i d a d e c r e s c e n t e d e ligas d e ferro 0,1/0,2C;0,6/1,OMn;
c o m resistência m e c â n i c a c a d a v e z mais e l e v a d a levou ao d e s e n v o l v i m e n t o dos chamados 0,15/0,35Si; 0,7/1,ONI;
a ç o s "ultra-resistentes", d e s t i n a d o s inicialmente a c o m p o n e n t e s de m o d e r n o s aviões - onde 0,4/0,65Cr; 0,4/0,6Mo;
aços c o m resistência à t r a ç ã o d a ordem de 2 1 0 k g f / m m 2 (2060 M P a ) s e m o s t r a m satisfatórios 0,3/0,8V; 0,15/0,50Cu;
- e, mais recentemente, p a r a naves espaciais, mísseis, foguetes e a p l i c a ç õ e s semelhantes, 0,002/0,006B; 0.04P max;
e m q u e a resistência à tração do aço pode atingir valores próximos d e 3 0 0 kgf/mm 2 (2940 0.05S max. 63-70* 620-690 60-95* 590-930 14-18* 35-50*
MPa) ( 2 7 4 1 . S ã o a t u a l m e n t e c o n s i d e r a d o s a ç o s u l t r a - r e s i s t e n t e s a q u e l e s q u e p o s s u e m u m limi- 0,12/0,21 C;0,6/1,0Mn;
te de escoamento mínimo de 1380 MPa. 0,15/0,35Si; 0,4/0,65Cr;
0,15/0,25Mo; 0,03/0,08V;
A o desenvolver-se tais tipos d e aços, p r o c u r o u - s e garantir u m a d u c t i l i d a d e conveniente,
0,0005/0,005B; 0,04P;
Visto q u e , n o s c a s o s g e r a i s , c o m o s e s a b e , a u m e n t o c r e s c e n t e d e r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a impli-
D,05S;0,01/0,3Ti 70 690 80-95 780-920 16-18* 40-50*
ca e m decréscimo da ductilidade.
0,22Cmax;1,9/3.3Ni;
Sob o ponto d e vista metalúrgica, as primeiras aproximações n o s e n t i d o d e s e aumentar _
0,8/1,9CnO,13/0,63Mo 56-70* 550-890 19-20*
a resistência mecânica d o s aços-carbono s ã o :
0,14/0,20C; 0,8Mn; 0,6Si;
0,65Ni; 0,2Cr; 0.02P; 0.03S;
\ a u m e n t o d a p r o p o r ç ã o d e p e r l i t a n a e s t r u t u r a , m e d i a n t e a e l e v a ç ã o d o t e o r d e c a r b o n o ; ou 0.006V 56-77* 550-750 66-87* 650-850 18 50
- a u m e n t o ' d a r e s i s t ê n c i a d a ferrita, m e d i a n t e o e n d u r e c i m e n t o p o r s o l u ç ã o sólida, com * Dependendo das dimensões da secção
adições de manganês, molibdênio e cobre.

U m a u m e n t o ulterior p o d e s e r obtido p e l o refino d o grão d a f e r r i t a , s e j a por adições Para a maioria d o s aços-liga tipo A I S I , a obtenção d a a p r o p r i a d a resistência mecânica
b e m proporcionadas d e a l u m í n i o e nitrogénio, s e j a pela adição d e n i ó b i o . C o m isso, ob- exige u m a f a i x a d e t e m p e r a t u r a d e r e v e n i d o e n t r e 3 4 0 ° C e 4 2 5 ° C , o q u e , e n t r e t a n t o , p r o d u z
tém-se limites de r e s i s t ê n c i a à tração d a o r d e m de 70 kgf/mm 2 ( 6 9 0 MPa)- que são, baixa r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e .
entretanto, as m á x i m a s resistências nas quais os aços-carbono c o m u n s , d e estrutura P a r a s a n a r e s s e i n c o n v e n i e n t e , n o v a s a d i ç õ e s de e l e m e n t o s d e liga f o r a m feitas, r e s u l -
p r e d o m i n a n t e m e n t e f e r r í t i c a , n o e s t a d o l a m i n a d o a q u e n t e , p o d e m s e r u s a d o s , p a r a fins tando a ç o s ultra-resistentes q u e p o d e m s e r a g r u p a d o s n a s t r ê s seguintes c a t e g o r i a s , e m
estruturais gerais. função d a s u a resistência à tração' 2 7 4 '.
U m t r a t a m e n t o t é r m i c o a d e q u a d o d e a ç o s - l i g a c o m b a i x o t e o r d e l i g a c o n s t i t u i u m a outra
aproximação para a e l e v a ç ã o d a resistência m e c â n i c a do material, a t é valores que podem a) 7 5 4 a 7 6 8 kgf/mm 2 (1510 a 1650 MPa), c o r r e s p o n d e n t e a u m g r u p o d e b a i x o c a r b o n o -
atingir 140 k g f / m m 2 ( 1 3 8 0 M P a ) d e l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o . T a i s a ç o s s ã o , a l é m disso, semelhante ao AISI 4330 - modificado c o m adições crescentes d e vanádio e molibdênio;
s o l d á v e i s e a p r e s e n t a m a i n d a u m a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o m a i o r q u e a d o s a ç o s estruturais b) 7 6 8 a 182 kgf/mm 2 (1650 a 1785 MPa), c o r r e s p o n d e n t e a u m g r u p o d e alto silício ( 1 , 0 a
convencionais. 2,0%) e c o m t e o r e s d e c r e s c e n t e s d e c a r b o n o e c r o m o ; o e f e i t o d o silício é elevar a f a i x a d e
E s s e s aços p o s s u e m g e r a l m e n t e teor d e c a r b o n o inferior a 0 , 2 % ( q u e a s s e g u r a boa fragilidade d e r e v e n i d o a c i m a d e 4 2 5 ° C , d e m o d o q u e , n a t e m p e r a t u r a d e r e v e n i d o ó t i m a d e
s o l d a g e m ) e u m n ú m e r o r e l a t i v a m e n t e g r a n d e d e e l e m e n t o s d e liga, p a r a permitir, além da 3 1 5 ° C , s e p o s s a o b t e r u m a r e s i s t ê n c i a d e 1 6 5 k g f / m m ( 1 6 2 0 M P a ) , c o m ductilidade m e l h o r a d a ;
2

endurecibilidade, endurecimento por precipitação. c) 182 a 210 kgf/mm 2 (1785 a 2060 MPa), c o r r e s p o n d e n t e a a ç o s - l i g a c o m 0 , 4 % d e c a r b o -
A Tabela 144 ( 2 7 4 1 a p r e s e n t a alguns dados sobre esses aços. no, c o m o o t i p o 4 3 4 0 A I S I , t e m p e r a d o s e r e v e n i d o s e n t r e 2 0 5 ° e 2 7 5 ° C ; e s s e s a ç o s p o d e m
O s v a l o r e s d e d u r e z a B r i n e i l v a r i a m dentro d a f a i x a 3 2 0 a 4 0 0 . C o m s e u a u m e n t o , eleva- ainda t e r s u a r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a a u m e n t a d a p o r apl i c aç ão d e u m a c o m b i n a ç ã o d a s d u a s
s e a resistência à t r a ç ã o , c a i n d o c o n c o m i t a n t e m e n t e o s valores d e a l o n g a m e n t o , estricção e técnicas a n t e r i o r e s . P o r exemplo, a a d i ç ã o d e molibdênio, v a n á d i o e silício permite o r e v e n i d o
resistência ao choque. na f a i x a d e 2 6 0 ° a 3 1 5 ° C , r e s u l t a n d o n u m a r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d e 2 1 0 k g f / m m ( 2 0 6 0 M P a ) ,
2

O s e l e v a d o s v a l o r e s d e r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a s ã o o b t i d o s p e l o r e v e n i d o d a e s t r u t u r a intei- valor e s s a q u e r e p r e s e n t a a m á x i m a r e s i s t ê n c i a q u e s e p o d e n o r m a l m e n t e obter, p o r i n t e r m é -


r a m e n t e martensítica, a temperaturas acima d e 4 5 0 ° C . dio d a s t é c n i c a s c o n v e n c i o n a i s d e a d i ç ã o d e e l e m e n t o s d e l i g a e t r a t a m e n t o s t é r m i c o s .
Entretanto, n e s s a faixa o u nível d e resistência m e c â n i c a , esses a ç o s f o r a m ultrapassados
p o r a l g u m a s ligas d e a l u m í n i o e titânio e m a p l i c a ç õ e s estruturais d a i n d ú s t r i a d e a v i õ e s a jato. O s a ç o s - l i g a u l t r a - r e s i s t ê n t e s d e b a i x o t e o r e m liga, a c i m a d e s c r i t o s , s ã o u s a d o s a t e m p e -
P a r a retomar s e u lugar, e r a preciso, pois, q u e a ç o desenvolvesse ductilidade adequada, raturas p r ó x i m a s d e a m b i e n t e . P a r a t e m p e r a t u r a s m a i s e l e v a d a s , c o m o a s q u e o c o r r e m e m
n u m nível de resistência à t r a ç ã o superior a 1 7 5 k g f / m m 2 (1715 M P a ) . aplicações d e f o g u e t e s e mísseis, é n e c e s s á r i o q u e a resistência d o s aços se m a n t e n h a a
Originaram-se, a s s i m , o s aços ultra-resistentes m o d e r n o s . É i n t e r e s s a n t e notar que es- temperaturas n a faixa d e 480° a 540°C. Verificou-se, então, q u e seria conveniente obter-se
s e s v a l o r e s m a i s e l e v a d o s d e r e s i s t ê n c i a f o r a m o b t i d o s p e l o a b a i x a m e n t o d a t e m p e r a t u r a de um efeito do m e c a n i s m o d e " e n d u r e c i m e n t o secundário". A d i ç õ e s d e m o l i b d ê n i o ( c e r c a d e
r e v e n i d o d o s a ç o s - l i g a d e b a i x o t e o r e m l i g a t e m p e r a d o s - a t r á s m e n c i o n a d o s - a b a i x o de 2%) e v a n á d i o ( c e r c a d e 0 , 5 % ) p r o p o r c i o n a r a m t a l e f e i t o , d e m o d o s a t i s f a t ó r i o , s e m q u e f o s s e •
4 5 0 ° C . O tipo AISI 4 3 4 0 , p o r e x e m p l o , t o t a l m e n t e t e m p e r a d o e r e v e n i d o e n t r e 2 0 0 ° e 230°C necessário m u d a r a s temperaturas d e austenitização e d e t ê m p e r a . Para conseguir-se o
desenvolvesse u m a resistência à tração de 1 8 0 k g f / m m 2 (1765 M P a ) , s e n d o u s a d o e m com- melhor resultado, é necessário q u e a d u r e z a n o estado t e m p e r a d o seja muito e l e v a d a . U m
ponentes do trem de aterrissagem de aviões. teor d e c a r b o n o e l e v a d o s e r i a a s o l u ç ã o , c o m p r e j u í z o d a d u c t i l i d a d e , e n t r e t a n t o . A s s i m s e n -

464 465
A c o s e FERROS FUNDIDOS Aços ULTRA-RESISTENTES E AÇOS CRIOGENICOS

d o , d e v e - s e d i m i n u i r o c a r b o n o , c o m p e n s a n d o - s e e s s a r e d u ç ã o , c o m a u t i l i z a ç ã o d e novas des de r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a ; limite de e s c o a m e n t o de 1 7 4 k g f / m m 2 (1705 MPa) e limite d e


a d i ç õ e s de elementos de liga, d e modo a produzir suficiente e n d u r e c i m e n t o martensítico. o resistência à t r a ç ã o d e 2 1 5 k g f / m m (2110 M P a ) , c o m cerca de 6 % d e a l o n g a m e n t o . A p l i c a d o s
2

c r o m o r e v e l o u - s e o e l e m e n t o a d e q u a d o . U m d o s a ç o s q u e s e m o s t r o u s a t i s f a t ó r i o p a r a esse em c o m p o n e n t e s gerais de aviões, c o m o e n g r e n a g e n s do trem de aterrissagem; eixos, p a r a -


fusos, pinos, m o l a s , c o m p o n e n t e s de b o m b a s ; estruturas de f u s e l a g e m e outros c o m p o n e n -

1
o b j e t i v o foi o tipo H - 1 1 , e m p r e g a d o e m matrizes p a r a t r a b a l h o a q u e n t e ( v e r " a ç o s p a r a traba-
lho a quente", capítulo X X I ) . S u a composição m é d i a é; tes e s t r u t u r a i s d e a v i õ e s ' .
- Alta liga - B o a t e n a c i d a d e e s o l d a b i l i d a d e . L i m i t e d e e s c o a m e n t o m í n i m o d e 1 3 3 k g f / m m 2

C - 0,35%; M n - 0 , 3 0 % ; Si - 1 , 0 0 % ; Cr - 5 , 0 0 % ; M o - 1,50%; V - 0 , 4 0 % . (1305 M P a ) e l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o m í n i m o d e 1 5 4 k g f / m m 2 (1510 MPa) com a l o n g a -


m e n t o e m t o m o d e 1 0 % , p a r a o tipo H P - 9 - 4 - 3 0 . G e r a l m e n t e s ã o d u p l a m e n t e r e v e n i d o s ; d u a s

Wh
ijjjljllíf;
T e m p e r a d o e s u b m e t i d o a u m revenido e n t r e 5 4 0 ° e 600°C, o c o r r e a precipitação de
c a r b o n e t o s de m o l i b d ê n i o e v a n á d i o e x t r e m a m e n t e f i n o s . U m n o v o r e v e n i d o melhora a
horas à t e m p e r a t u r a selecionada, d e p e n d e n d o d a resistência d e s e j a d a ; resfriados a o a r e
mais d u a s h o r a s a u m a t e m p e r a t u r a e n t r e 5 4 0 ° e 5 7 5 ° C . U t i l i z a d o s e m c o m p o n e n t e s e s t r u t u -

IP'' d u c t i l i d a d e d e m a r t e n s i t a r e c é m - f o r m a d a . O b t ê m - s e , a s s i m , v a l o r e s d e r e s i s t ê n c i a à tração rais d e a v i õ e s , v a s o s d e p r e s s ã o , e i x o s r o t o r e s d e e q u i p a m e n t o d e c o n f o r m a ç ã o ; h a s t e s d e


d e aproximadamente 2 1 0 k g f / m m (2060 M P a ) , à t e m p e r a t u r a ambiente, e 1 5 0 k g f / m m
2 2 (1470 martelos de q u e d a e c o m p o n e n t e s a u t o m o t i v o s que exigem alta resistência mecânica.

111!: :
MPa) a 540°C.
O passo seguinte na produção dos aços ultra-resistentes foi o tratamento de 2 . 1 . Aços "maraging" - Finalmente, u m dos mais r e c e n t e s desenvolvimentos na
" a u s f o r m i n g " ( * ) . D e p o i s d e s u b m e t i d o s a e s s e t r a t a m e n t o , a ç o s - l i g a d e b a i x o t e o r e m liga e tecnologia dos a ç o s é representado pelos aços "maraging", e m q u e o endurecimento ou

li c a r b o n o m é d i o , r e v e n i d o s e n t r e 2 6 0 ° e 3 1 5 ° C , a p r e s e n t a m r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d a o r d e m de aumento de resistência mecânica não e n v o l v e u m a reação c o m o carbono. O que ocorre,


2 4 5 k g f / m m (2400 M P a ) , c o m pelo menos 6 % de a l o n g a m e n t o .
2 nesses aços, é u m endurecimento de u m a matriz martensítica d e baixo carbono, pela p r e c i -
A Tabela 145 ( 2 7 5 > ( 2 7 8 ) a p r e s e n t a alguns tipos d e a ç o s ultra-resistentes, d e b a i x o , médio e pitação de c o m p o s t o s intermediários, a u m a t e m p e r a t u r a d e c e r c a de 4 8 0 ° C . O s aços
lliiii
a l t o t e o r d e liga e s u a s a p l i c a ç õ e s m a i s u s u a i s . "maraging" p o s s u e m altos teores de níquel, cobalto e molibdênio e baixo teor de c a r b o n o e
p o d e m a d q u i r i r v a l o r e s d e limite d e e s c o a m e n t o v a r i a n d o d e 1 0 5 k g f / m m 2 (1030 MPa) a 2 4 5

T A B E L A 145 kgf/mm 2 ( 2 4 0 0 M P a ) . A l g u n s a ç o s e x p e r i m e n t a i s a p r e s e n t a r a m v a l o r e s d e limite d e e s c o a -


m m • mento da o r d e m d e 3 5 0 k g f / m m (3430 M P a ) .
C o m p o s i ç ã o q u í m i c a de a l g u n s a ç o s ultra-resistentes 2 ( 2 7 7 )

IUÍ! | i v

Mo A m a r t e n s i t a d e s s a s ligas, o n d e p r a t i c a m e n t e o c a r b o n o e s t á a u s e n t e (max. 0 , 0 3 % ) é
Designação C Mn Si Cr NI V Outros
relativamente m o l e (cerca de 30 RC), dúctil é usinável. Peças de f o r m a s complicadas, p o d e m
Baixa liga
ser usinadas n a c o n d i ç ã o de b a i x a d u r e z a o u s e j a t e m p e r a d a s e a s e g u i r endurecidas c o m
AISI 4130 0,28-0,33 0,40-0,60 0,20-0,35 0,80-1,10 - 0,15-0,25 - -
ftfc AISI 4140 0,38-0,43 0,75-1,00 0,20-0,35 0,80-1,10 - 0,15-0,25 - - um mínimo de e m p e n a m e n t o . A soldabilidade é excelente e a tenacidade é superior à d o s

ilf :
AISI 4340 0,38-0,43 0,60-0,80 0,20-0,35 0,70-0,90 1,65-2,00 0,20-0,30 - - aços de alta r e s i s t ê n c i a e baixo teor e m liga.
AISI 6434 0,31-0,38 0,60-0,80 0,20-0,35 0,65-0,90 1,65-2,0 0,30-0,40 0,17-0,23 - E s s e s a ç o s a p r e s e n t a m a linha d e início d e f o r m a ç ã o d e m a r t e n s i t a a t e m p e r a t u r a s d a o r d e m
-
•É: 300M
D-6a
0,40-0,46
0,46-0,48
0,65-0,90
0,60-0,90
1,45-1,80
0,15-0,30
0,70-0,95
0,90-1,20
1,65-2,00
0,40-0,70
0,30-0,45
0,90-1,10
0,05 min.
0,05-0,10 -
de 200° a 3 0 0 ° C e p o s s u e m u m a estrutura totalmente martensítica à temperatura ambiente.
O e n d u r e c i m e n t o por precipitação d e s s e s a ç o s é realizado pelo tratamento, durante v á r i -
AISI 6150 0,48-0,53 0,70-0,90 0,20-0,35 0,80-1,10 - - 0,15-0,25 - as h o r a s , a t e m p e r a t u r a s e m t o r n o d e 4 8 0 ° C .
AISI 8640 0,38-0,43 0,75-1,00 0,20-0,35 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25 - -
Entre os c o m p o s t o s intermediários q u e s e f o r m a m , o F e M o é o mais importante. 2

Média liga
Se a liga a p r e s e n t a r titânio, outro c o m p o s t o intermetálico - N i T i - f o r m a - s e . O c o b a l t o n ã o
3

H11 Modif. 0,37-0,43 0,20-0,40 0,80-1,00 4,75-5,25 - 1,20-1,40 0,40-0,60 - f o r m a c o m p o s t o i n t e r m e t á l i c o , m a s a p a r e n t e m e n t e facilita a f o r m a ç ã o d e o u t r o c o m p o s t o -


H13 0,32-0,45 0,20-0,50 0,80-1,20 4,75-5,50 - 1,10-1,75 0,80-1,20 - NLMo - p o r q u e diminui a solubilidade do molibdênio na matriz martensítica' . O molibdênio

1
2 7 7 1

Alta liga
t a m b é m minimiza a precipitação localizada nos contornos dos g r ã o s ; essa precipitação p r e -
HP-9-4-20 0,16-0,23 0,20-0,40 _ 0,20 max. 0,65-0,85 8,50-9,50 0,90-1,10 0,06-0,12 4,25-
judica apreciavelmente a tenacidade d a s ligas s e m molibdênio.
4,750o
HP_9-4-30 0,29-0,34 0,10-0,35 0,20 max. 0,90-1,10 7,00-8,00 0,90-1,10 0,06-0,12 425 Os característicos principais de tais a ç o s são ( 2 7 a | .
4,75Co
- resistência m e c â n i c a elevada;

O s característicos d e s s e s aços e suas aplicações mais importantes s ã o os seguintes: - soldabilidade;

- B a i x a liga - C u s t o m o d e r a d o , a l t a e n d u r e c i b i l i d a d e ; c o n f o r m á v e l e s o l d á v e l ; limite de - conformabilidade;

1 e s c o a m e n t o até c e r c a d e 1 8 0 k g f / m m ( 1 7 6 5 M P a ) e l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o até c e r c a
de 240 kgf/mm 2
2

(2350 M p a ) , d e p e n d e n d o do tipo e d o tratamento t é r m i c o ( t ê m p e r a em água


- estabilidade dimensional;
- usinabilidade;
o u ó l e o e t e m p e r a t u r a d e r e v e n i d o ) , c o m t e n a c i d a d e s a t i s f a t ó r i a . A p l i c a d o s e m c a i x a s de
m o t o r e s de foguetes a p r o p u l s o r sólido: tubos de c a n h õ e s ; parafusos, pinos e componentes Estes dois últimos característicos o s t o r n a m adequados p a r a aplicações em p u n ç õ e s e
pi! matrizes.
e s t r u t u r a i s de a v i õ e s ; e i x o s , e n g r e n a g e n s , etc.
- Média liga - T e m p e r á v e i s a o ar; r e s i s t ê n c i a m a n t i d a a t é c e r c a d e 7 0 0 ° C ; r e v e n i d o a A l é m disso, p o d e m s e r nitretados, o q u e p e r m i t e a u m e n t o d a resistência ao d e s g a s t e .

t e m p e r a t u r a s a c i m a d e 5 0 0 ° C , d e m o d o a o c o r r e r s u b s t a n c i a l alívio d e t e n s õ e s ; o tipo H11 A Tabela 1 4 6 ( 2 7 7 K 2 7 S 1 apresenta a c o m p o s i ç ã o d o s principais t i p o s d e aços "maraging".


M o d i f . à t e m p e r a t u r a m a i s b a i x a d e revenido ( 5 1 0 ° C ) é o q u e a p r e s e n t a m e l h o r e s proprieda- A T a b e l a 147< > m o s t r a as p r i n c i p a i s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d e a l g u n s d e s s e s a ç o s , e m
277

função de seus tratamentos térmicos.


Devido à p r e s e n ç a dos elementos d e liga e m altos teores, e l e m e n t o s esses relativamente
(*) "Ausforming" é a deformação plástica da austenita na faixa de temperaturas entre as reações da perlita e
escassos e de c u s t o elevado, o que se reflete no custo dos aços "maraging", tem-se d e s e n -
da bainita (em tomo de 4S0°-550°C nos aços-liga comuns, ou a temperatura ambiente para os aços
austeníticos} seguida de resfriamento, em óleo geralmente. volvido a ç o s a l t e r n a t i v o s .

466 467
Aços E FERROS FUNDIDOS
A ç o s ULTRA-RESISTENTES EAÇOS CRIOGÊNICOS

U m desses a ç o s a l t e r n a t i v o s , d e s i g n a d o c o m o P H 1 3 - 9 M o , utilizado e m fundição "em


O t r a t a m e n t o térmico, de natureza c o m p l e x a , exige estudos ulteriores, para c o m p r o v a ç ã o
c e r a perdida", apresenta a seguinte c o m p o s i ç ã o ' 2 7 8 ':
da viabilidade e c o n ó m i c a de aplicação desses aços.
0,04% C
0,05% Mn
2.2. Conclusões - A Tabela 148' 2 7 4 ' , d e caráter geral, m o s t r a a s propriedades de a l g u n s
0,10% Si aços ultra-resistentes, inclusive do tipo " m a r a g i n g " .
13,00% Cr
A s f a i x a s d e p r o p r i e d a d e s d o t i p o H-11 m o d i f i c a d o s ã o d e v i d a s a v a r i a ç õ e s d o s t r a t a m e n -
7,85% Ni
tos t é r m i c o s e d o p r o c e s s o de f u s ã o (ar o u v á c u o ) .
2,20% Mo
As p r o p r i e d a d e s do tipo M X - 2 f o r a m obtidas depois de austenitização a 926°C, t ê m p e r a
0,95% Al
em óleo e revenido duplo a 2 6 0 - 3 1 5 ° C .
O s estudos c o m e s s e t i p o d e aço m o s t r a r a m q u e o m e l h o r ciclo d e t r a t a m e n t o térmico é o
As propriedades do tipo 3 0 0 - M f o r a m obtidas depois de normalização a 926°C,
seguinte:
austenitização a 8 7 0 ° C , t ê m p e r a e m óleo e revenido a 315°C.
No caso d o s outros tipos, os t r a t a m e n t o s f o r a m :
- homogeneização, e m f o r n o de v á c u o , a 1 0 4 0 ° C durante 9 0 m i n u t o s , seguido de
resfriamento com v e n t i l a ç ã o forçada, no interior d o forno, sob u m fluxo d e nitrogénio;
D-6A - n o r m a l i z a ç ã o a 8 9 8 C , t ê m p e r a e m óleo, revenido a 2 6 0 ° C - 3 7 0 ° C ;
Q

- recozimento para s o l u b i l i z a ç ã o , e m v á c u o , a 9 2 5 ° C , seguido d e r e s f r i a m e n t o c o m o acima;


4340 - austenitização a 842°C, t ê m p e r a e m óleo, revenido a 2 0 4 ° C ;
- tratamento sub-zero a -70°C, durante duas horas;
25Ni - recozimento a 815°C-1h, resfriamento a o ar, a q u e c i m e n t o a 620°C-16h,
- e n v e l h e c i m e n t o a 5 1 0 ° C , d u r a n t e 4 h o r a s , s e g u i d o d e r e s f r i a m e n t o a o ar.
r e s f r i a m e n t o a o ar, r e f r i g e r a ç ã o a - 7 3 C - v á r i a s h o r a s , e n v e l h e c i m e n t o a 4 2 5 ° C - 1 ' n ;
a

2 0 N Í - r e c o z i m e n t o a 8 1 5 ° G - 1 5 m i n , r e s f r i a m e n t o a o ar, r e f r i g e r a ç ã o a - 7 3 ° C , e n v e l h e c i -
M e d i a n t e tal p r o c e s s o d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , f o r a m obtidas, para a s p r o p r i e d a d e s mecâ- mento a 4 5 4 " C - 4 h ;
nicas, valores da seguinte o r d e m de grandeza:
18Mi - r e c o z i m e n t o a 8 1 5 ° C - 1 h , r e s f r i a m e n t o a o ar, e n v e l h e c i m e n t o a 4 8 2 ° C - 3 h .
- limite de resistência à t r a ç ã o - 1 4 4 a 1 5 7 , 5 k g f / m m 2 (1412 a 1545 M P a )
- limite de e s c o a m e n t o - 1 4 0 a 152,6 k g f / m m 2 ( 1 3 7 0 a 1495 MPa) As aplicações mais importantes são as seguintes:
- alongamento - 1 5 a 6 %
H-11 modificado: carcaças de turbinas d e mísseis e aviões, b e r ç o s de motores, t r e n s d e
- estricção - 52,3 a 2 0 , 2 %
a t e r r i s s a g e m , e s t r u t u r a s e o u t r o s c o m p o n e n t e s d e alta r e s i s t ê n c i a p a r a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s ;
- dureza Rockwell C - 4 3 a 47. MX-2: c a i x a p a r a m o t o r e s de f o g u e t e s d e p a r e d e s finas e alta resistência, trens d e aterris-
sagem e outros c o m p o n e n t e s estruturais d e alta resistência p a r a a v i õ e s ;
T A B E L A 146 300-M: trens d e aterrissagem e outros componentes de alta resistência;
Composição nominal de aços "maraging" D6A: caixa p a r a motores de f o g u e t e s de paredes finas e d e alta resistência, trens de
a t e r r i s s a g e m e o u t r o s c o m p o n e n t e s e s t r u t u r a i s d e alta r e s i s t ê n c i a p a r a a v i õ e s ;
C o m p o s i ç ã o , % (a)
Tipo 4340,2SNi, 20NÍ e 18Ni: p r i n c i p a l m e n t e p a r a p e ç a s e x i g i n d o e l e v a d a r e l a ç ã o r e s i s t ê n c i a /
C Mo Co Ti Al
peso c o n j u n t a m e n t e c o m b o a t e n a c i d a d e , c o m o e m caixas de m o t o r e s d e mísseis, t r e n s d e
18 Mi (200) 18 3,3 8,5 0,2 0,1
a t e r r i s s a g e m d e a v i õ e s , t u b o s d e m o r t e i r o s e rifles etc.
18 Mi (250) 18 5,0 8,5 0,4 0,1
18 NI (300) 18 5,0 9,0 0,7 0,2
18 Ni (350) 18 4,2(0) 12,5 1,6(a) 0,1 3. Aços criogênicos - No emprego d o s a ç o s a temperaturas a b a i x o de zero, deve-se c o n -
18 Ni (fundida) 17 4,6 10,0 0,3 0,1 siderar dois g r u p o s de ligas' 280 ':
12-5-3 (180) (b) 12 3,0 - 0,2 0,3
(a) todos os tipos não c o n t é m mais do que 0,03% C; (b) contém 5% Cr; (c) Alguns produtores utilizam - aços para serviço a baixa temperaturas, envolvendo temperaturas até -100°C, típicas d e
u m a combinação de 4 , 8 % M o e 1,4% Ti, nominais. gases liquefeitos c o m o propana, a m ó n i a anidra, dióxido d e c a r b o n o e etana;
- aços criogênicos propriamente ditos, p a r a serviço envolvendo temperaturas até - 2 7 3 ° C ,
T A B E L A 147 típicas d e g a s e s l i q u e f e i t o s c o m o m e t a n a , o x i g é n i o , n i t r o g é n i o , a r g ô n i o , h i d r o g é n i o e h é l i o .
T r a t a m e n t o t é r m i c o e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s t í p i c a s de a ç o s " m a r a g i n g "

Limite de resis- L i m i t e de Alongamento A importância desses aços criogênicos é muito grande, pois praticamente e m todos os
Tratamento Estricção
Tipo tência à tração escoamento em 50 m m setores industriais eles p o d e m s e r u t i l i z a d o s , d e v e n d o - s e s a l i e n t a r a indústria a e r o e s p a c i a l ,
t é r m i c o (a) %
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa % as i n d ú s t r i a s químicas, a indústria petroquímica, a indústria de gás natural, a de

18Ni(200) A 152,6 1500 142,1 1400 10 60 a r m a z e n a m e n t o e transporte de g a s e s liquefeitos etc.


18Ni(250) A 182,0 1785 172,9 1700 8 55 A s T a b e l a s 1 4 9 e 150' 2B0 > apresentam u m a relação de aços e m p r e g a d o s em baixas t e m p e -
18Ni(300) A 207,9 2040 203,0 1990 7 40 raturas e a ç o s d o t i p o c r i o g ê n i c o , c o m a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s respectivas.
18Ni(350) B 248,5 2440 243,6 2390 6 25 Inicialmente, as propriedades m e c â n i c a s de maior significado a p a r e n t e estão r e p r e s e n t a -
18MÍ (fundido) C 178,5 1750 168,0 1650 8 35 das n e s s a s T a b e l a s . C o n t u d o , c e r t o s c a r a c t e r í s t i c o s f í s i c o s , t a i s c o m o b a i x a c o n d u t i b i l i d a d e
( a ) T r a t a m e n t o s : A - s o l u ç ã o u m a h o r a a 8 2 0 ° C , em seguida, envelhecimento3 horas a 4 8 0 ° C ; Bsolução térmica, baixa e m i s s i v i d a d e , baixo c o e f i c i e n t e de dilatação t é r m i c a e p u r e z a do material p o -
u m a hora a 820°C, em s e g u i d a , envelhecimento 12 horas a 4 8 0 ° C ; C - recozimento 1 h o r a a 1150°C, em dem ser i m p o r t a n t e s e m v a s o s de a r m a z e n a m e n t o , linhas de t r a n s f e r ê n c i a a v á c u o e o u t r o s
s e g u i d a envelhecimento u m a h o r a a 595°C, solução 1 hora a 8 2 0 ° C e envelhecimento 3 horas a
c o m p o n e n t e s d e s i s t e m a s para t e m p e r a t u r a s abai x o de zero.
480°C.
Finalmente, n e s s e s empregos a t e m p e r a t u r a muito baixa, d e v e - s e considerar o f e n ó m e n o

468
469
T A B E L A 148
8
Tl
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de alg u n s a ç o s u l t r a - r e s i s t e n t e s

H-11 Modificado MX-2 300-M D-6A 4340 25NI 20N1 18NI


0,40C-0,35Mn- 0,39C-0,70Mn 0,40C-0,75Mn 0,46/0,75Mn 0,40/0,85Mn 25,0NI-0,006C 20,ONI-0,006C 18,5NI-7,0Co
1,0Sl-5,0Co- 1,0SI-1,10Cr 1,60SI-1,85N1 0,22Si-0,55NI 0,20SI-0,75Cr 0,12Mn-0,17Sl 0,01 Mn-0,1 OSI 4,5Mo-0,26C
1,4Mo-0,45V 0,25Mo-0,15V 0,85Cr-0,40Mo 1,0Cr-1,0Mo 1,80NI-0,25Mo 1,37T1-0,20AI 1,54T1-0,22AI 0,1Mn-0,11SI
1,0Co 0.08V 0,54Nb 0,32Nb 0,22T1-0,003B
Resistência à T.A. 206-218 195 202(1981) 199 201 223 197 192
tração kgf/m 2 (2020-2138) (1913) (1952) (1972) (2188) (1933) (1883)
(MPa) 425°C 176-191
((1725-1873)
- 162(1589)(370°C) 129
(1265)
- - - 154
(1510)
535°C 151-154
- - 97 108
(1480-1510)
- - (950)
- - - (1060)
Limite de T.A. 169-173 167 169 175 189 199 189 187
escoamento (1658-1697) (1638) (1658) (1815) (1854) (1952) (1854) (1834)
kgf/mm (MPa)
2 425°C 140-145
(1373-1422)
- 124(1216)(370°G) 111
(1089)
-
- - 146
(1432)

Alongamento
535°C 120(1177)
6,6-12,0
-
10
-
10
84(824)
7,5
-
11
-
8
- 11
-
T.A. 11
em 50 mm 425°C ' ' -10,8-12,0
- 15 15,2
- - - 12
535°C 11,8-15,0
- - 19,8
- - - 24
Estricção, % T.A. 27,0-39,9 37 38 26,8 39 28 54 48
425°C 33,0-42,1 35 55,0
- - - 56
535°C 35,2-42,2
- 52(370°C) 64,5
- - - 74
Resistência ao T.A. 2,1-3,0 2,5 3,0 1,9 - - - 3,2
choque kgfm (J) (20,6-29,4) (24,5) (29,4) (18,6)
- - - (31,4)

TABELA149
C o m p o s i ç ã o n o m i n a l e p r o p r i e d a d e s m í n i m a s de t r a ç ã o d e a ç o s - c a r b o n o e a ç o s - l i g a d e b a i x a t e m p e r a t u r a e c r i o g ê n i c o s

Especlf. Limite de r e s l s t L i m i t e de Alonga- Temperatura


Designação Composição nominal, %
ASTM à tração escoamento mento em usual mais
UNS 25 m m b a i x a de s e r v i ç o
N e grau
2
C Mn SI NI Cr kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa
% °C
Aços-carbono
KO2400(a) A 537 C11 0,18 1,15 0,35 - - 49,0 483' 35,0 345 - -45
KO2400(b) A537C12 0,18 1,15 0,35 - - 56,0 552 42,0 414 23
KO1800 A516 0,16 0,75 0,25 - - 38,5 379 21,0 207 28 -45
KO2100 A616 0,19 0,75 0,25 - - 42,0 414 22,4 221 26
KO2403 A516 0,22 1,10 0,25 - - 45,5 448 24,5 241 24
KO2700 A516 0,25 1,10 0,25 - - 49,0 483 26,6 262 22
Aços-liga
K11576 A517F 0,15 0,85 0,25 0,85 0,55(c) 87,5 862 80,5 793 18 -45
K21703 A203-A 0,20 0,70 0,25 2,30 - 45,5 448 25,9 255 25 -59
K22103 A203-B 0,23 0,70 0,25 2,30 - 49,0 483 28,0 276 23
K31718 A203-D 0,17 0,70 0,25 3,50 - 45,5 448 25,9 255 24 -101
K32018 A203-E 0,20 0,70 0,25 3,50 - 49,0 483 28,0 276 22
K71340 A553-B 0,10 0,50 0,25 8,00 - 70,0 690 59,5 586 22 -170
K81340 A 353 0,10 Q,50 0,25 9,00 - 70,0 690 52,5 517 22 -195
K81340 A 553-A 0,10 0,50 0,25 9,00 - 70,0 690 59,5 586 22 -195
(a) Normalizado; (b)Tsmperado e Revenido; (c) Contém também 0,50 Mo, 0,50 V, 0,25 Cu e 0,003 B
•Tl

8
T A B E L A I 50 hl
C o m p o s i ç ã o n o m i n a l e m í n i m a s p r o p r i e d a d e s d e t r a ç ã o de a ç o s I n o x i d á v e i s c r i o g ê n i c o s n a f o r m a de c h a p a s

L i m i t e de r e s i s - U m l t e de e s c o a - Alonga- Temperatura usual


Composição nominal, %
AISI tência à tração mento (0,2% mento em m a i s b a i x a de s e r v i ç o ,
Designação
Tipo e U q
deformação) 25 m m , % °C
C Mn SI NI Cr kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa
SO20100 201 0,10 6,00 0,60 4,5 17,0(1) 66,5 655 31,5 310 40 -195
S2O200 202 0,10 9,00 0,60 5,0 18,0(2) 63,0 620 31,5 310 40 -195
S30200 302 0,10 1,50 0,60 9,0 18,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
S30400 304 0,06 1,50 0,60 10,0 19,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
S30403 304L 0,02 1,50 0,60 10,0 19,0 49,0 483 17,5 172 40 -270
S30500 305 0,10 1,50 0,60 11,5 18,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
to S30900 309 0,06 1,50 0,60 13,5 23,0 52,5 517 21,0 205 35 -270
S30908 309S 0,06 1,50 0,60 13,5 23,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
S31000 310 0,10 1,50 0,60 20,0 25,0 52,5 517 21,0 205 35 -270
S31600 316 0,06 1,50 0,60 12,0 17,0(3) 52,5 517 21,0 205 40 -270
S31603 316L 0,02 1,50 0,60 12,0 17,0(4) 49,0 483 17,5 172 40 -270
S32100 321 0,06 1,50 0,60 10,5 18,0(5) 52,5 517 21,0 205 40 -270
S34700 347 0,06 1,50 0,60 11,0 18,0(6) 52,5 517 21,0 205 40 -270
S34800 348 0,06 1,50 . 0,60 11,0 18,0(7) 52,5 517 21,0 205 40 -270
S38100 XM15 0,06 1,50 2,00 18,0 18,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
(1) C o n t é m 0,20 N; (2) C o n t é m 0,20 N; (3) C o n t é m 2,0 a 3,0 M o ; (4) Contém 2,0 a 3,0 Mo; (5) C o n t é m Ti = 5xCmin.; (6) C o n t é m Nb+Ta = 10xCmin.; (7) Contém Nb+Ta
= 1 0 x C m i n . , Ta = 0,10 máx., Co = 0,20 máx.

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, òóõoaOi
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços ULTRA-RESISTENTESEAÇOS CRIOGÊNICOS '

TABELA151
4340
C o m p o s i ç ã o d e a ç o s - l i g a , cujas c u r v a s d e t r a n s i ç ã o " f r a t u r a d ú c t i l - f r a t u r a f r á g i l "
e s t ã o r e p r e s e n t a d a s n a F i g u r a 202. 4140
Temperado a
Aço
C Mn SI Ni Cr Mo £ martesita t o t a l /
AISI-SAE
1 4145
4340
4140
0,38-0,43
0,38-0,43
0,60-0,80
0,75-1,00
0,20-0,35
0,20-0,35
1,65-2,00
-
0,70-0,90
0,80-1,10
0,20-0,30
0,15-0,25
CJí

/ 'T34

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4145 0,43-0,48 0,70-0,90 0,20-0,35 - 0,70-0,90 - .345-
1340 0,38-0,43 1,60-1,90 0,20-0,35 - - -
2340 0,42-0,47 0,70-0,90 0,20-0,35 3,25-3,75 - - 104O


1040 0,37-0,44 0,60-0,90 (0,35 - ) - - -

¥
-200 -150 - 1 0 0 -50 0 50 100 150 2 0 0 2 5 0

25 Temperatura de ensaio. °C

Fig. 2 0 2 - Transição fratura dúctil-fratura frágil para vários aços-liga.


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Stie -60 -40 -20 0

Temperatura ° C
20 40 60 80

Fig. 201 - Deslocamento das curvas resistência ao choque-temperatura e m f u n ç ã o do teor


de carbono e m aços-carbono comuns, s e m elementos de liga.

A f i g u r a 2 0 2 < ' a p r e s e n t a c u r v a s e s q u e m á t i c a s " r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e - t e m p e r a t u r a " para


281

jlJiliS»»!
q u a t r o t i p o s d e a ç o s . P e l o s e u e x a m e , c o n c l u i - s e q u e o a ç o tipo D é o m e l h o r ; o a ç o B é mais
1w3fch$ s e g u r o q u e o aço A e o a ç o C p o d e s e r levado e m c o n t a para certas a p l i c a ç õ e s . A Fig. 2 0 1 ( 2 8 1 )

vi • i n d i c a a i n f l u ê n c i a d o t e o r d e c a r b o n o s o b r e a s c u r v a s " r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e - t e m p e r a t u r a " de

•V* a ç o s - c a r b o n o , s e m e l e m e n t o s d e liga, n o e s t a d o n o r m a l i z a d o .
A figura 202 1 2 8 1 ' m o s t r a a t r a n s i ç ã o f r a t u r a d ú c t i l e f r a t u r a frágil p a r a v á r i o s a ç o s - l i g a , cuja
composição é dada na Tabela 151 ( 2 8 1 ) .

li
474
475
Aços SINTERIZADOS

1 . Introdução - O e m p r e g o d a t é c n i c a d e " m e t a l u r g i a do p ó " p a r a f a b r i c a ç ã o d e peças de T A B E L A 153


f e r r o e aço v e m s e e s t e n d e n d o rapidamente nos ú l t i m o s anos, p r i n c i p a l m e n t e p o r q u e se tem P r o p r i e d a d e s típicas d e f e r r o s i n t e r i z a d o , e m f u n ç ã o d o t i p o de p ó
c o n s e g u i d o aliar a u m d o s c a r a c t e r í s t i c o s b á s i c o s d a r e f e r i d a t é c n i c a ( o u s e j a , a o b t e n ç ã o , Limite de
e m g r a n d e escala de p e ç a s c o m dimensões d e n t r o d e estreitas tolerância), a possibilidade Densidade resistência Dureza
T i p o de p ó Estado Alongamento
g/cm
d e obter-se igualmente p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s e m faixas de valores c o m p a r á v e i s com as à tração % Rockwell
3

q u e resultam dos processos metalúrgicos convencionais. kgf/mm 2 MPa F


C o m o c o n s e q u ê n c i a , o c a m p o d e a p l i c a ç ã o d e p e ç a s s i n t e t i z a d a s d e f e r r o e s u a s ligas Reduzido
ampliou-se consideravelmente, ocupando assim o aço sinterizado um lugar de destaque (esponja) 5,8 Sinterizado 13,0 130 1,5 54
6,2 Sinterizado 18,0 180 1,5 66
e n t r e o s tipos de m a t e r i a i s m e t á l i c o s utilizados n a i n d ú s t r i a m o d e r n a .
6,6 Sinterizado 21,0 210 2,0 71
Eletrolítico 6,9 Sinterizado 21,0 210 10,0
2 . Produção de peças sinterizadas de ferro e aço - C o m o se s a b e , o característico que
7,3 Recomprimido 26,0 255 15,0
diferencia fundamentalmente a prática da "metalurgia do pó" d a s outras técnicas
7,5 Recomprimido 41,0 400 25,0
m e t a l ú r g i c a s , é o f a t o d a m a t é r i a - p r i m a a p r e s e n t a r - s e n a f o r m a p u l v e r u l e n t a . E s t e pó d e Atomizado 6,7 Sinterizado 17,0 170 4,0 61
s u b s t â n c i a metálica - o u n ã o - m e t á l i c a , e v e n t u a l m e n t e - possui c a r a c t e r í s t i c o s físicos que 7,3 Sinterizado 25,0 250 7,0 .78
d e p e n d e m d a s u a o r i g e m e q u e p o d e m i n f l u e n c i a r g r a n d e m e n t e as p r o p r i e d a d e s finais dos
p r o d u t o s sinterizados.
E m linhas gerais, n a p r o d u ç ã o de p e ç a s d e ferro o u a ç o sinterizados, d e v e m ser conside- A Tabela 153< 283 ) m o s t r a p r o p r i e d a d e s t í p i c a s , de ferro s i n t e r i z a d o e m função do tipo d e
radas as seguintes etapas: pó, i n c l u i n d o o a t o m i z a d o .

- Seleção da matéria-prima; 2 . 2 . Compressão - Esta operação d e t e r m i n a a forma e as d i m e n s õ e s praticamente finais


- Compressão do pó ou pós metálicos, em matrizes apropriadas; das peças s i n t e r i z a d a s . O pó, c o l o c a d o n o interior de m o l d e s o u m a t r i z e s , cujas c a v i d a d e s
- Sinterização dos c o m p a c t a d o s obtidos na c o m p r e s s ã o ; apresentam f o r m a s e dimensões que c o r r e s p o n d e m à forma e d i m e n s õ e s das peças a s e r e m
- R e c o m p r e s s ã o ou c a l i b r a g e m das peças o u c o m p a c t a d o s sinterizados; fabricadas, é s u b m e t i d o a u m a pressão, à temperatura ambiente a qual de acordo c o m as
- A c a b a m e n t o , c o m p r e e n d e n d o e v e n t u a l m e n t e u s i n a g e m , t r a t a m e n t o t é r m i c o ou trata- características d e compressibilidade do p ó , varia de 1 a 7 t f / c m ' 2 2 8 4 ' . A f i g u r a 203< ) m o s t r a a
285

m e n t o superficial. tendência de a u m e n t o de densidade e m f u n ç ã o da pressão de c o m p r e s s ã o para pós de ferro.


P o r outro l a d o , a T a b e l a 1 5 2 j á c o m e n t a d a , i n d i c a i g u a l m e n t e a i n f l u ê n c i a d a p r e s s ã o de
C o m o se verá no d e c o r r e r d e s s a rápida e x p o s i ç ã o , h á algumas alternativas relacionadas compressão s o b r e valores de densidade e resistência à tração d e pó de ferro c o m p a c t a d o e
à s f a s e s d e f a b r i c a ç ã o d e p e ç a s s i n t e r i z a d a s , c u j o o b j e t i v o é, e s s e n c i a l m e n t e , p o s s i b i l i t a r a sinterizado.
p r o d u ç ã o das peças c o m melhores propriedades.
2.3. Sinterização - N e s t a o p e r a ç ã o o b t é m - s e p o r a s s i m dizer, a l i g a ç ã o final entre a s p a r t í c u l a s
2 . 1 . Seleção da matéria-prima - O pó básico é o pó de ferro, n a f o r m a p u r a ou pré- de pó. C o n s i s t e a s i n t e r i z a ç ã o n u m a q u e c i m e n t o a alta t e m p e r a t u r a , d a o r d e m g e r a l m e n t e d e 2/3
I i g a d a . O s principais t i p o s d e p ó de ferro s ã o o " r e d u z i d o " , o " a t o m i z a d o " e o "eletrolítico". a 3/4 d a t e m p e r a t u r a d e f u s ã o d o metal c o n s i d e r a d o . N o c a s o d o f e r r o , p o r t a n t o , a t e m p e r a t u r a d e
O pó reduzido apresenta u m a partícula de f o r m a irregular, esponjosa e c o m microestrutura sinterização v a r i a d e a p r o x i m a d a m e n t e 1 0 0 0 ° C a 1 2 0 0 ° C , s e n d o , p a r a o s c a s o s mais c o m u n s , d e
c o n s t i t u í d a principal d e f e r r i t a . O pó eletrolítico a p r e s e n t a f o r m a de p a r t í c u l a d e n d r í t i c a , ao 1100°C. E n t r e t a n t o , p a r a a s ligas d e ferro, c o m o a ç o s , p o d e - s e a t i n g i r t e m p e r a t u r a s d e 1 2 0 0 ° C .
q u e s e a t r i b u i a s s u a s b o a s p r o p r i e d a d e s d e c o m p r e s s i b i l i d a d e . A T a b e l a 152< > m o s t r a a82 Note-se, a i n d a , q u e e s s a o p e r a ç ã o é r e a l i z a d a n a p r e s e n ç a d e u m a a t m o s f e r a protetora, p a r a
a l g u n s valores de d e n s i d a d e , resistência à t r a ç ã o e a l o n g a m e n t o , e m f u n ç ã o d a pressão de evitar f e n ó m e n o s c o m o oxidação, d e s c a r b o n e t a ç ã o etc. A s a t m o s f e r a s protetoras e m p r e g a d a s
c o m p r e s s ã o , p a r a os t i p o s d e pó reduzido e eletrolítico, cujos os c o m p a c t a d o s comprimi- industrialmente i n c l u e m hidrogénio, a m ó n i a d i s s o c i a d a , g á s d e g a s o g ê n i o o u , finalmente, g á s p r o -
d o s f o r a m sinterizados d u r a n t e duas horas, s o b h i d r o g é n i o a 1250°C. A s m e l h o r e s propri- veniente d a c o m b u s t ã o incompleta d e g á s n a t u r a l , p r o p a n a etc. A f i g u r a 204< > mostra a v a r i a ç ã o
286

e d a d e s c o m p ó d e f e r r o e l e t r o l í t i c o d e v e m - s e à d e n s i d a d e m a i s e l e v a d a q u e c o m ele r e s u l - de d e n s i d a d e , r e s i s t ê n c i a à tração e a l o n g a m e n t o e m f u n ç ã o d a t e m p e r a t u r a d e sinterização, d e


t a , s o b as m e s m a s c o n d i ç õ e s d e p r e s s ã o d e c o m p r e s s ã o , t e m p e r a t u r a s e a t m o s f e r a de c o m p a c t a d o s d e p ó d e ferro eletrolítico, s i n t e r i z a d o s e m hidrogénio. A q u e d a o b s e r v a d a n o s v a l o -
sinterização. res das p r o p r i e d a d e s d e t e r m i n a d a s , n a f a i x a d e t e m p e r a t u r a d e 8 0 0 ° C a 9 5 0 ° C a p r o x i m a d a m e n t e ,
é atribuída à t r a n s f o r m a ç ã o alotrópica a l f a - g a m a e a u m c r e s c i m e n t o d e g r ã o s .

2 . 4 . Recompressão ou calibragem- E s t a o p e r a ç ã o é f r e q u e n t e m e n t e l e v a d a a efeito a p ó s


TABELA152 a sinterização - g e r a l m e n t e em matrizes diferente das que f o r a m usadas na compressão -
Valores de r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o de f e r r o p u r o s i n t e r i z a d o , em f u n ç ã o d o s t i p o s de p ó c o m os o b j e t i v o s d e p r o p o r c i o n a r a s t o l e r â n c i a s d i m e n s i o n a i s d e f i n i t i v a s o u d e m e l h o r a r o s
d e f e r r o e da p r e s s ã o d e c o m p a c t a ç ã o característicos físicos e mecânicos, c o m o d e n s i d a d e , resistência m e c â n i c a e t c , além m e l h o -
rar o a c a b a m e n t o s u p e r f i c i a l .
Resistência à tração, Alongamento, %
Densidade, g / c m 3
k g f / m m (MPa) para para compressão
T i p o de pó 2

para c o m p r e s s ã o de c o m p r e s s ã o de (t/cm ) 2 de (t/cm ) 2 2.5. Acabamento - O a c a b a m e n t o d a s p e ç a s de ferro ò u a ç o sinterizado compreende

2 4 6 2 4 6 2 4 6 principalmente o p e r a ç õ e s de usinagem, t r a t a m e n t o s térmicos e tratamento superficiais.

Reduzido
(esponja) 5,46 6,23 6,69 9,4(94) 14,0(140) 16,8(168) 2,8 4,9 8,0 - usinagem - esta operação v e m s e t o r n a n d o mais c o m u m e m p e ç a s sinterizadas que s ã o
Eletrolítico 5,57 6,49 6,97 . 6,5(65) 15,1(151) 21,9(219) 2,0 6,7 12,3 produzidas, a l g u m a s v e z e s , s e m i - a c a b a d a s , por razões e c o n ó m i c a s , ou devido à g r a n d e

478 479
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços SINTERIZADOS

8,0
Den; Idade re il do ferre ouro Densidade do Fe Denso

7,5

7,0
/

6,5 /
/
6,0
CD
"O

"D

CD
Q

5,0

4,5
400 600 800 1000 1200

Temperatura de sinterização, °C
4,0
10 15 20 25 30 Fig. 204 - Variação de características físicas de compactados de ferro e m função da temperatura
d e sinterização.
Pressão, t/cm 2

Fig. 203 -Tendência do a u m e n t o de densidade d e c o m p a c t o s de ferro, em f u n ç ã o d a pressão prevenir a c o r r o s ã o , a l é m de a u m e n t a r a d u r e z a e a resistência a o desgaste. Dó t r a t a m e n t o


de c o m p r e s s ã o . resulta q u e a s p a r e d e s d e c a d a p o r o e s u p e r f í c i e d a s p e ç a s f i c a m r e v e s t i d a s d e u m a c a m a d a
fina de F e 0 , q u e a d e r e f o r t e m e n t e às p a r t í c u l a s de ferro.
3 4

c o m p l e x i d a d e d e f o r m a , e x i g i n d o a s s i m u m a c a b a m e n t o final p o r u s i n a g e m o u r e t i f i c a ç ã o . O s t r a t a m e n t o s s u p e r f i c i a i s , c o m o fosfatização, cromeação e t c , aplicados t a m b é m p a r a


D e u m m o d o geral, a u s i n a g e m d e p e ç a s de f e r r o o u a ç o sinterizado n ã o o f e r e c e m dificulda- melhorar a r e s i s t ê n c i a à corrosão e, à s v e z e s , a resistência a o d e s g a s t e , s o m e n t e s e t o m a m
des especiais, sobretudo q u a n d o sua densidade for suficientemente alta; eficazes, q u a n d o as p e ç a s forem s u f i c i e n t e m e n t e densas.
- tratamento térmico - a s e x i g ê n c i a s c r e s c e n t e d e p e ç a s s i n t e r i z a d a s c o m m a i o r e s dureza,
r e s i s t ê n c i a ao d e s g a s t e , r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o e r e s i s t ê n c i a à f a d i g a t o m a r a m o t r a t a m e n t o térmico 2 . 6 . Alternativas do processo de sinterização de peças de ferro e aço - V i s a n d o m e l h o r a r
d e s s e s materiais u m a p r á t i c a m u i t o u s u a l , p r i n c i p a l m e n t e q u a n d o a d e n s i d a d e f o r e l e v a d a A T a b e - a densidade e, c o n s e q u e n t e m e n t e , a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o material, a l é m d e criar
la 154< > mostra a i n f l u ê n c i a d e t r a t a m e n t o s t é r m i c o s s o b r e a resistência à t r a ç ã o , a l o n g a m e n t o s
287 melhores c o n d i ç õ e s para eventuais t r a t a m e n t o s térmicos ou superficiais posteriores, c o s t u -
d u r e z a Brineil de a ç o s i n t e r i z a d o , e m c o m p a r a ç ã o c o m a ç o obtido p o r p r o c e s s o s c o n v e n c i o n a i s . ma-se empregar, na produção de p e ç a s de ferro e aço sinterizado, técnicas de dupla
compactação e impregnação metálica.
Outro tratamento f r e q u e n t e m e n t e e m p r e g a d o é a cementação ou carbo-nitretação, com A dupla compactação c o n s i s t e n u m a c o m p r e s s ã o inicial, s e g u i d a d e u m a s i n t e r i z a ç ã o p r é -
resultados bastante positivos. via, u m a n o v a c o m p r e s s ã o e f i n a l m e n t e a s i n t e r i z a ç ã o f i n a l . A T a b e l a 1 5 5 ! 2 B a ) mostra alguns d o s
A figura 205' 2 8 7 1 m o s t r a a v a r i a ç ã o da d u r e z a d a c a m a d a c e m e n t a d a e m ferro sinterizado, v a l o r e s q u e p o d e m s e r o b t i d o s m e d i a n t e a " d u p l a c o m p r e s s ã o " d e t r ê s tipos d e f e r r o , em
e m f u n ç ã o da d e n s i d a d e , p a r a m e i a , duas e q u a t r o h o r a s de t r a t a m e n t o . N o t a - s e , na curva comparação c o m o processo usual de " c o m p a c t a ç ã o simples" o u "compressão-sinterização".
c o r r e s p o n d e n t e a o t e m p o m a i s c u r t o - m e i a h o r a - u m a q u e d a d a d u r e z a , p a r a a f a i x a de A impregnação metálica consiste, e m linhas gerais, na o b t e n ç ã o de u m compactado
d e n s i d a d e e n t r e 6,4 e 6 , 8 g / c m a p r o x i m a d a m e n t e . A e x p l i c a ç ã o p a r a o f e n ó m e n o é q u e entre
3 inicial p o r o s o - " e s q u e l e t o " - d e f e r r o o u a ç o , q u e s e s u b m e t e e m s e g u i d a a u m p r o c e s s o d e
as densidades consideradas, para tempos curtos de cementação, ocorre u m a rápida mudan- infiltração d e c o b r e o u u m a s u a liga, d e m o d o a resultar u m p r o d u t o p r a t i c a m e n t e i s e n t o d e
ç a d a profundidade d a c e m e n t a ç ã o , o que altera os característicos d e d u r e z a d a camada poros, c o m d e n s i d a d e q u e pode atingir até 7,8 g / c m , c o m p r o p r i e d a d e s sensivelmente s u -
3

c e m e n t a d a . Acima de 6,8 g / c m 3 da densidade, a c a r b o n e t a ç ã o do material t o m a - s e uniforme p e r i o r e s "às o b t i d a s n a s p e ç a s s i n t e r i z a d a s c o m u n s e b a s t a n t e p r ó x i m a s à q u e l a s o b t i d a s n o s


e c o n s t a n t e , r e s t a b e l e c e n d o - s e a tendência d e a u m e n t o regular da d u r e z a . processos m e t a l ú r g i c o s c o n v e n c i o n a i s . A liga "infiltrante" é c o b r e p u r o ou latão d e v á r i o s
D e q u a l q u e r m o d o , o s m e l h o r e s r e s u l t a d o s d o s t r a t a m e n t o t e r m o - q u í m i o o s de aço t e o r e s d e z i n c o , o u b r o n z e . O s c o m p a c t a d o s d e p o i s de c o m p r i m i d o s s ã o s i n t e r i z a d o s c o m a
sinterizado, são obtidos q u a n d o sua d e n s i d a d e f o r s u p e r i o r a 7,0 g / c m .
3
liga i n f i l t r a n t e s o b r e p o s t a s o b r e o " e s q u e l e t o p o r o s o " , c o m o q u a l p e r m a n e c e e m contato
durante a s i n t e r i z a ç ã o , q u e é realizada a u m a t e m p e r a t u r a s u p e r i o r a o ponto de f u s ã o do
- tratamentos superficiais - incluem, entre o u t r o s , a oxidação ou tratamento a vapor, material infiltrante, o u s e j a entre 1 1 0 0 ° C e 1 1 5 0 ° C . Por c a p i l a r i d a d e , o metal fundido p e n e t r a
cromeação, fosfatização e t c . O tratamento a vapor, realizado a t e m p e r a t u r a s entre 580°C e por entre os p o r o s d o c o m p a c t a d o , e n c h e n d o p r a t i c a m e n t e a t o d o s , p o d e n d o - s e atingir u m a
6 0 0 ° C , n u m a c â m a r a o n d e p e n e t r a u m a c o r r e n t e r e g u l a r d e v a p o r d e á g u a , t e m p o r objetivo d e n s i d a d e f i n a l d a o r d e m d e 7,8 g / c m . 3

480 481
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços SINTERIZADOS '

40 T A B E L A 154
I n f l u ê n c i a d o t r a t a m e n t o t é r m i c o s o b r e as p r o p r i e d a d e s de
aço sinterizado, e m comparação com aço convencional
35
Carbono Densidade Resistência à Alonga
Material Dureza
% de Estado tração mento
30 Brinell
g/cm 3
kgf/mm 2 MPa %
z Aço con- 0,19/0,25 Recozido 42-50 410-490 27 120-145
CO 25 vencional Temperado em água a
15 8 6 0 ° C e revenido a
O 20 450°C 62 610 18 177
o Idem, mas revenido a
tr 700°C 53 520 24 152
Aço 0,27 7,54 Sint.a1100°C 40 390 23,5
CO 124
sinterizado Temperado em óleo a
8 6 0 ° C e revenido a
Q 320°C 47 460 22,5 134
Idem, m a s revenido a
704°C 37 360 34 120
10
Temperado em água a
8 3 0 ° C e revenido a
5 320°C 58 570 13 158
Aço c o n - 0,42/0,50 Recozido 60-72 590-710 17 •171-206
vencional Temperado em água a
0
840° C e revenido a
5,4 5,8 6,2 6,6 7,0 7,4
Densidade, g/cm 3
450°C 84 820 10 240
Fig. 205 - Variação d a d u r e z a d a camada c e m e n t a d a e m ferro sinterizado, e m f u n ç ã o da densidade. Idem, mas revenido a
C e m e n t a ç ã o e m caixa a 910°C, s e g u i d a de resfriamento e m ó l e o . 700°C 65 640 19 185
2 . 7 . Forjado sinterizado- U m d o s mais r e c e n t e s desenvolvimentos d a t é c n i c a de metalut- Aço 0,52 7,47 Sint.a1100°C 47 460 17 137
gia d o pó e q u e esta d e s p e r t a n d o grande Interesse n o setor automobilfstico, sobretudo, na sinterizado Temperado em óleo a
p r o d u ç ã o de peças d e a ç o d e precisão, é o "forjado sinterizado". 830° C e revenido a
Neste processo, p ó s m e t á l i c o s - e m partículas d e a ç o - s ã o c o m p r i m i d o s e sinterizados 320°C 59 580 14,5 146
e m peças "pré-moldadas", caracterizadas p o r apresentarem ainda u m a certa porosidade Idem, mas revenido a
E s s e " p r é - m o l d a d o " p o s s u i u m d e t e r m i n a d o p e s o e s u a f o r m a c o r r e s p o n d e à d a m a t r i z de 704°C 41 400 25 126
f o r j a m e n t o . A p o r o s i d a d e e x i s t e n t e facilita a o p e r a ç ã o d e forjamento e d i m i n u i o custo d e s s a Temperado em água a

o p e r a ç ã o . O " p r é - m o l d a d o " é, e m seguida, s u b m e t i d o ao forjamento e m matriz, resultando 8 3 0 ° C e revenido a


320°C 86 840 8 311
u m a p e ç a q u e e x i g e a p e n a s u m ligeiro a c a b a m e n t o p o r u s i n a g e m .
Aço con- 0,57/0,65 Recozido 70-85 690-830
N o caso de ferro p u r o , d e acordo c o m o tipo d e p ó , p o d e m s e r o b t i d o s os seguintes 14 200-243
vencional Temperado e m água a
característicos m e c â n i c o s , n o estado forjado! 2 8 9 ':
8 0 0 ° C e revenido a
450°C 97 950 9 277
- p ó reduzido
Aço 0,64 7,43 . Sint.a1100°C 49 4S0
- resistência à t r a ç ã o - 3 4 a 37 k g f / m m 2 ( 3 3 0 a 3 6 0 MPa)- 11,5 132
sinterizadc Temperado e m óleo a
- alongamento - cerca de 1 9 %
8 3 0 ° C e revenido a
427°C 68 670 13 161
- p ó eletrolítico
Temperado em água a
- resistência à t r a ç ã o - 3 3 a 3 4 k g f / m m 2 (320 a 330 MPa) 8 3 0 ° C e revenido a
- alongamento - 9 a 1 4 % 320°C | 96 940 8 218

- pó atomizado
- resistência à t r a ç ã o - 3 1 a 36 k g f / m m 2 (300 a 350 MPa)
- alongamento - 13 a 1 9 %
N o caso d e u m a ç o - c a r b o n o do tipo 1 0 4 0 , o s v a l o r e s comparativos n o e s t a d o sinterizado
apenas e nos estados forjados são os seguintes* 2 8 9 ':

- densidade
- 6,60 g / c m n o e s t a d o sinterizado
3

- 7,67>.kgf/mm n o e s t a d o f o r j a d o
2

482 483
Aços E FERROS FUNDIDOS
Aços SINTERIZADOS (.

T A B E L A 155
2 . 8 . Considerações sobre o projeto de peças sinterizadas de aço - A p r i m e i r a c o n s i d e r a -
P r o p r i e d a d e s o b t i d a s pela d u p l a c o m p r e s s ã o e m c o m p a r a ç ã o
ção a s e r feita é q u e as peças de aço, originalmente projetadas para serem produzidas pelos
c o m a prática d e c o m p r e s s ã o s i m p l e s
métodos fnetalúrgicos convencionais, dificilmente podem s e r produzidas por sinterização,
Compressão simples sem modificações, ainda que elementares.
Sinterização a 1220°C durante 2 horas
Por outro l a d o , face aos características inerentes à própria técnica de metalúrgica d o p ó ,
Pó Resistência à
Pressão Densidade Dureza p o d e - s e c o n c l u i r q u e , p a r a tirar as m á x i m a s v a n t a g e n s d o p r o c e s s o - sobretudo s o b o p o n t o
tração Alongamento
t/cm 2 g/cm 3 Brinell
kgf/mm 2 MPa % de vista de p r e c i s ã o e tolerância d i m e n s i o n a i s - é necessário q u e s e projete a d e q u a d a m e n t e
.as m o d i f i c a ç õ e s a s e r e m i n t r o d u z i d a s n a p e ç a e m s i e s e c o n s i d e r e m a s l i m i t a ç õ e s q u e a
Ferro eletro- 6,49 50 15,1 151 6,7
p r ó p r i a o p e r a ç ã o d e c o m p r e s s ã o - q u e é , p o r a s s i m dizer, a o p e r a ç ã o f u n d a m e n t a l d o p r o c e s -
lítico fino 6,79 70 21,9 219 12,3
so - impõe.
Ferro reco- 6,23 47 14,0 140 4,9
6,69 61 16,8 168 8,0 A t é c n i c a d e m e t a l u r g i a do p ó se a d a p t a a d m i r a v e l m e n t e p a r a f o r m a s cilíndricas, r e t a n g u -
zido esponja
Ferro recozi- lares e i r r e g u l a r e s , d e s d e q u e n ã o s e a p r e s e n t e m g r a n d e s v a r i a ç õ e s d a s d i m e n s õ e s d a s
do (de casca secções transversais. Do mesmo m o d o , cantos e ângulos vivos, paredes muito f i n a s e parti-
d e laminação) 6,90 89 29,1 281 12,4 cularidades s e m e l h a n t e s devem ser evitadas, porque o pó, s o b a a ç ã o d a pressão, n ã o e s c o a
Dupla c o m p r e s s ã o como os líquidos, impedindo o preenchimento adequado das reentrâncias e das cavidades
Sinterização previa a 850°C d u r a n t e úmã hora das matrizes.
S i n t e r i z a ç ã o final a 1250°C d u r a n t e d u a s h o r a s De u m m o d o geral, o engenheiro d e v e t e r n a s u a m e n t e u m a série de regras, n o projeto,
em h i d r o g é n i o e x e c u ç ã o e utilização d a s peças s i n t e r i z a d a s d e ferro o u a ç o . Tais regras p o d e m ser r e s u m i -
1 .
a 2 .
a das d a s e g u i n t e m a n e i r a ' 2 9 0 1 :
Pó eletro- 4' 4 6,93 66 20,8 208 13,4
lítico fino 6 6 7,33 78 24,1 241 23,0 - evitar f o r m a s e contornos d a p e ç a q u e i m p e ç a m s u a retirada d a matriz. Furos laterais,
Ferro reco- 4 4 6,65 64 16,6 166 5,0
ângulos reentrantes, roscas, e t c , s ã o impossíveis de moldar, d e m o d o que essas particula-
zido esponja 6 6 7,05 80 22,6 226 9,7
ridades, s e r e a l m e n t e necessárias, s ó p o d e m s e r obtidas p o r u s i n a g e m suplementar, a q u a l ,
Ferro recozi-
entretanto, d e v e s e r evitada sempre q u e possível;
d o (de casca
34,2 332 14,9 - evitar p a r e d e s finas, cantos vivos e particularidades s e m e l h a n t e s que, dificultando o
de laminação) 6 6 7,31" 94
escoamento d o p ó n a matriz, criam p r o b l e m a s d e produção e o r i g i n a m material c o m c a r a c t e -
rísticos f í s i c o s i n s u f i c i e n t e s ;
- evitar i g u a l m e n t e alterações abruptas da espessura d a p a r e d e s , pois d u r a n t e a
• resistência à tração sinterização, a s modificações dimensionais q u e ocorrem, e m p r o p o r ç õ e s diferentes q u a n d o
-16,0 kgf/mm 2 (160 M P a ) n o estado sinterizado as e s p e s s u r a s v a r i a m muito p o d e m p r o v o c a r e m p e n a m e n t o e, portanto, inutilização d a s
- 51,0 kgf/mm 2 ( 5 0 0 M P a ) n o estado forjado peças;
- evitar, t a n t o q u a n t o p o s s í v e l , u m n ú m e r o e x a g e r a d o d e d e s n í v e i s , a s s i m c o m o m u d a n -
- limite de e s c o a m e n t o ças p r o n u n c i a d a s e b r u s c a s de s e c ç ã o t r a n s v e r s a l . Tanto m a i s difícil s e torna obter d e n s i d a -
- 12,0 kgf/mm 2 ( 1 2 0 M P a ) no estado sinterizado de u n i f o r m e , q u a n t o m a i o r for o n ú m e r o d e d e g r a u s ; s e n d o e s t e s n e c e s s á r i o s , p r e f e r i v e l -
- 35,0 kgf/mm 2 (340 M P a ) no estado forjado mente deverão s e r conferidos às peças p o r usinagem suplementar.

- a l o n g a m e n t o ( e m 1") 3 . 77pos de ferro e aços sinterizados, suas propriedades e aplicações - Para a p r o d u ç ã o


- 1 , 8 % no estado sinterizado de peças sinterizadas, empregadas e m c o m p o n e n t e s mecânicos d e grande precisão, utiliza-
- 2 5 , 0 % no estado forjado s e u m a g r a n d e v a r i e d a d e de ligas f e r r o s a s , c o m o a T a b e l a 156< 2S1) mostra. A fonte desses
dados é a " M e t a l P o w d e r Industries F e d e r a t i o n - M P I P .
Esse material forjado, s u b m e t i d o a têmpera, a partir d e 850°C e r e v e n i d o a 1 7 5 ° C duran- C o m o se v ê , as mais simples são as ligas a base de Fe-C, c o m carbono variando a partir
te u m a hora, adquiriu u m limite d e escoamento d e 5 0 , 0 k g f / m m 2 ( 4 9 0 M P a ) , u m a resistência de 0 , 3 % m á x . ( t i p o F-0000) até c e r c a d e 1 , 0 % (tipo F-0008).
à tração de 74,0 kgf/mm 2 ( 7 3 0 M P a ) , e u m a l o n g a m e n t o d e 1 0 % , a o p a s s o q u e n o material A s l i g a s i n d i c a d a s p o r F C c o n t ê m c o b r e , o q u a l p o d e a t i n g i r 1 1 , 0 % e m tipo e s p e c i f i c a d o
a p e n a s s i n t e r i z a d o e s u b m e t i d o a o m e s m o t r a t a m e n t o , o s v a l o r e s o b t i d o s f o r a m : 2 6 , 0 kgf/ (FC-0808) o u 2 2 , 0 % e m tipo n ã o e s p e c i f i c a d o p o r MPIF.
mm 2 (260 MPa) para limite d e escoamento, 3 1 , 0 k g f / m m 2 (300 M P a ) p a r a resistência à A s ligas i n d i c a d a s p o r F N c o n t ê m n í q u e l , p o d e n d o a p r e s e n t a r c o b r e até 2 , 5 % m á x .
tração e somente 0,8% para alongamento. F i n a l m e n t e a s ligas indicadas p o r F X s ã o a ç o s infiltrados o u i m p r e g n a d o s c o m c o b r e , e s t e
O processo apresenta t o d a s as vantagens inerentes a o processo c o n v e n c i o n a l de meta- elemento p o d e n d o atingir teores de 2 5 , 0 % .
lurgia d o p ó e mais as seguintes: Estas últimas ligas s ã o as q u e a p r e s e n t a m maior facilidade e m atingir densidades p r ó x i -
mas das do material d e n s o , embora o s outros tipos, d e p e n d e n d o d o s teores d e cobre o u d e
- b o m acabamento superficial; níquel, p o s s a m i g u a l m e n t e ser p r o d u z i d a s c o m elevadas d e n s i d a d e s .
- possibilidade de obter c o m p o n e n t e s c o m p l e x o s e m u m a única o p e r a ç ã o d e conformação; A presença d o cobre principalmente, q u e r introduzido c o m o mistura quer introduzido p o r
- obtenção de estrutura fina, orientada a e s m o ; impregnação, r e d u z consideravelmente a porosidade do material.
- orientação equiaxial d e característicos físicos; A Tabela 157< 291 ' a p r e s e n t a as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s q u e p o d e m s e r obtidas nessas
- propriedades m e c â n i c a s comparáveis às obtidas pelo forjamento convencional. l i g a s , e m v á r i o s e s t a d o s , e m v á r i a s d e n s i d a d e s e, i n c l u s i v e , t r a t a d a s t e r m i c a m e n t e .

484 485
Aços e FERROS FUNDIDOS Aços SINTERIZADOS

A s ligas m a i s s i m p l e s s ó p o d e m s e r e m p r e g a d a s n a c o n f e c ç ã o d e c o m p o n e n t e s m e c â n i c o s
sujeitos a cargas mais leves, c o m o certas e n g r e n a g e n s , peças polares (poios d e motores para l i o - u £3 m o m m o m o i m m c r i o m o a a
rrccirSrr £ cr trEtrarcririrrnocrrcccccEa:
f i n s m a g n é t i c o s ) , b u c h a s d e f e r r o a u t o - l u b r i f i c a n t e s ( d e v i d o s u a e l e v a d a p o r o s i d a d e ) e, n o e s - o o o l r t i o í=^ o t o i o i o i o i o o o o i o i o i o o i o a
r- copi 1 0 <° c i n i o c y s r o c a n n N n i o o j c o
t a d o carbo-nitretado, e m c o m p o n e n t e s para resistência a o desgaste c o m o p e q u e n o s carnes e
alavancas.
À m e d i d a que s e c a m i n h a p a r a mais altos t e o r e s d e carbono e p a r a ligas c o n t e n d o cobre T - co "3: co -CM -r--r- ;io • m c o r - ^ 0 - : T - ; ; T -
—i T- co co" to" • CM -<r • ao • r - CM , t c o • •
ou níquel, permite-se o s e u u s oe m componentes sujeitos a cargas m o d e r a d a s , sobretudo por :

q u e e s s a s ligas p o d e m s e r t r a t a d a s t e r m i c a m e n t e . D e s s e m o d o , o c a m p o d e a p l i c a ç ã o é
muito vasto e as indústrias d e auto-peças, d e eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, m á - £
q u i n a s d e calcular, a r m a s e m u i t a s outras t ê m u m a g r a n d e fonte d e s u p r i m e n t o d e peças c o m £
resistência mecânica satisfatória e formas c o m p l e x a s , exigindo ainda rígidas tolerâncias DJ

dimensionais.
Finalmente, p e ç a s sinterizadas de a ç o inoxidável s ã o produzidas p a r a a m b i e n t e s corro- _ n in l n l n too 0 i n o i o o i o 0 ^ . t o o o i o t o o

sivos, c o m propriedades mecânicas razoáveis. ? S ? " S 5i £ •**: :*» » 8 S ° £ 8 Í : ? s;


A Tabela 158' 2 9 1 ' apresenta dados adicionais referentes a propriedades mecânicas de
ligas d e ferro s i n t e r i z a d o s .
\ CM. ° - t- oo < ° . • * <H co ca «1 ™ iq. o> r-_ q .
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s típicas d e ferro e a ç o sinterizado ( c o n t i n u a ç ã o ) | <D ° M-- co £ - sj N co » » £j t i c o ° Í2 §j j : ? £*
A figura 206 mostra u m a variedade de peças produzidas em ferro e a ç o sinterizado. CO
T3

4 . Aços para ferramentas sinterizados - A s f e r r a m e n t a s de aço p o d e m s e r produzidas por


metalurgia d o pó, a p r e s e n t a n d o u m a série d e vantagens e m relação à s ferramentas O , to o to
n IO IO IO IO IXJ IO » . IO UJ
CM* * ° " *"" CM* O CO 0 0 V ° c í Ç ) c í S " r a ' ? ? ' ? ^
f a b r i c a d a s pelos m é t o d o s c o n v e n c i o n a i s . D e f a t o , e n q u a n t o o a ç o s i n t e r i z a d o , a partir d e p ó s o
. t>

T A B E L A 156
. « o o t o o IO io t o o o . t o i o i o o i o o i o o . t o
C o m p o s i ç ã o d e l i g a s de f e r r o s i n t e r i z a d a s p a r a c o m p o n e n t e s m e c â n i c o s PT- 0 3 O (O O5C0 r S ifl ' N C j T - Í D C O T - t O C O ; O0
^ - T - T - T - T - CO T— IO T - CM CMÍOT-T-CMCOCOCM CO
Faixas e l i m i t e s d e c o m p o s i ç ã o , % ( a )
Descrição N . MPIF* C
9
NI Cu Fe
Ferro F-O000 0,3 máx. 97,7/100 £ . C\ N IO r - COCO IO. CO. CM . 0_ N O l T-_ W W W N .CO.
Aço F-0005 0,3/0,6 97,4/99,7 .£ . - T-T co" Q" co~ co" cri* CM" r-** 10" i co" co" T " co" co" T"-" to" co" : a í
"co I ^ T - T - T - T - CO v - IOT-CM CMÍOT-T-CMCOCOCM CO
Aço F-0008 0,6/1,0 97,0/99,1
Fe-Cu FC-0200 0,3 máx 1,5/3,9 93,8/98,5
Aço-Cu FC-0205 0,3/0,6 1,5/3,9 93,5/98,2
Aço-Cu FC-0208 0,6/1,0 1,5/3,9 93,1/97,9 (0 o t o t o t o o IO IO O O O O I O O O I O I O I O O O O O
CL T - t o N « CM T-cr> t n o a ) T - c n t o t o t o r - - C M c n T - c o t o
Aço-Cu • FC-0505 0,3/0,6 4,0/6,0 91,4/95,7 S T-T-CMT-CM -3" CM l O O J C M l O C O t O T - C O C M ^ - t D C O C O l O

Aço-Cu FC-0508 0,6/1,0 4,0/6,0 91,0/95,4


Aço-Cu FC-0808 0,6/1,0 6,0/11,0 86,0/93,4
Aço-Cu 0,6/0,9 18,0/22,0 75,1 min.
C M C O O t O ^ f O T— O CO ^ - 0 3 O) t D r-_ O) O . CM. O . IO. IO. CD
Fe-Cu FC-1000 0,3 máx. 9,5/10,5 87,2/90,5 T-*" to" co" CM" CM" CM" O to" o" co" T-*" cri* to" t o to" co" co" o" T—* co" to"
Fe-Ni FN-0200 0,3 máx. 1,0/3,0 • 2,5 m á x . 92,2/99,0 T-T-CMT-CM - 3 - CO IOCMCMUOCOCOT-CMCM^-NCOCOIO
Aço-Ni FN-0205 0,3/0,6 1,0/3,0' • 2,5 m á x . 91,9/98,7
Aço-Ni FN-0208 0,6/0,9 1,0/3,0 2,5 m á x . 91,6/98,4
Fe-Ni FN-0400 0,3 máx. 3,0/5,5 2,0 m á x . 90,2/97,0 O C O t O O C O t D CM C M O t o a 3 C M C M ^ C M - ^ C M C M - í f - < f . C M .
Aço-Ni FN-0705 0,3/0,6 3,0/5,5 2,0 máx. 89,9/96,7 co" co" N * to" to" co" I^ o" f^'^t^^"*£^l^c£ío"£t;
í c

«^""fcM+J^ ao o ^ ^ v c o t D O i o o t D i o ô q i a
Aço-Ni FN-0708 0,6/0,9 3,0/5,5 2,0 máx. 89,6/96,4 .*""! to" h"" — to" t o " to" co"^to"to~to~to~ío"to~to"to"totcrtcrtcr
Fe-Ni FN-0700 0,3 máx. 6,0/8,0 2,0 m á x . 87,7/94,0
Aço-NI FN-0705 0,3/0,6 6,0/8,0 2,0 m á x . 87,4/93,7
Aço-Ni FN-0708 0,6/0,9 6,0/8,0 2,0 m á x . 87,1/93,4
A ç o Infiltrado FX-1005 0,3/0,6 8,0/14,9 80,5/91,7
A ç o Infiltrado FX-1008 0,6/1,0 8,0/14,9 80,1/91,4
A ç o Infiltrado FX-2000 0,3 máx. 15,0/25,0 70,7/85,0
A ç o Infiltrado FX-2005 0,3/0,6 15,0/25,0 70.4/84,7
A ç o Infiltrado FX-2008 0,6/1,0 15,0/25,0 70,0/84,4
u.
* Metal Powder Industries Federation; (a) as especificações MPIF exigem que a quantidade total de 0.
outros elementos seja menor que 2 , 0 % com exceção do aço infiltrado em que a quantidade total de outros *ã
Ol'
elementos deve ser inferior a 4 , 0 % Z

486 487
T A B E L A " ! 57
Propriedades mecânicas típicas de ferro e aço sinterizado (continuação)

Densidade Resistência à L i m i t e de Alongamento Limite Resistência Dureza


N . MPIF
a Estado g/cm 3
tração escoamento % e m 25 m m fadiga ao c h o q u e aparente
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2MPa kgf/mm' 1 J
Sint. e t.L 6,8/7,2 70,0 690 66,5 655 <0,5 26,6 260 40RG
FC-0505 Sinterizado 6,0/6,4 35 345 29,4 290 1,0 13,3 130 0,62 6,1 60RB
Sinterizado 6,4/6,8 46,2 455 38,5 380 1,5 17,5 170 0,69 6,8 75RB
FC-0508 Sinterizado 6,0/6,4 43,4 425 39,9 395 1,0 16,8 160 0,48 4,7 65RB
Sint, e t . t . 6,0/6,4 49,0 480 49,0 480 1,5 18,9 185 30RC
FC-0808 Sinterizado lnf. 6,0 25,2 250 0,5 55RB
FC-1000 Sinterizado int. 6,0 21,0 205 0,5 70RF
FN-0200 Sinterizado 6,4/6,8 26,6 260 17,5 170 7,0 10,5 105 4,42 43 42RB
Sinterizado 7,2/7,6 31,5 310 21,0 205 11,0 12,6 125 6,9 68 51 RB
FN-0205 Sinterizado 6,4/6,8 25,9 255 16,t 160 3,0 10,5 105 13,8 14 50RB
Sint. e t.t. 6,4/6,8 57,4 565 45,5 450 0,5 23,1 225 0,83 8,1 32RC
Sint. recomp 7,2/7,6 42,7 420 25,9 255 4,5 16,8 165 4,4 43 85RB
Sint. e t . t . 7,2/7,6 93,8 925 73,5 725 2,0 37,8 370 3,9 38 56RV
FN-0208 Sinterizado 6,4/6,8 33,6 330 21,0 205 2,0 13,3 130 1,1 11 62RB
Sint.et.t. 6,4/6,8 70,0 690 65,8 650 0,5 28,6 275 0,83 8,1 34RC
Sinterizado 7,2/7,6 55,3 545 35,0 345 3,5 22,4 220 3,0 30 87RB
Sint.et.t. , 7,2/7,6 112,0 1105 108,5 1070 0,5 42,0 415 2,5 24 47RG
FN-0400 Sinterizado . 6,8/7,2 34,3 340 ' 21,0 205 6,0 14,0 140 4,8 47 60RB
Sinterizado ' 7,2/7,6 40,6 400 25,2 250 6,5 16,1 160 6,9 68 67RB
FN-0405 Sinterizado 6,4/6,8 31,5 310 18,2 180 3,0 12,6 125 13,8 14 63RB
•Sint. e t.t. 6,4/6,8 78,4 770 65,8 650 0,5 31,5 310 0,83 8,1 27RC
Sinterizado 7,2/7,6 51,8 510 30,1 295 6,0 21,0 205 4,1 41 80RB
Sint. e t.t. 7,2/7,6 126,0 1240 107,8 1060 1,5 45,5 450 1,9 19 44RC

T A B E L A 157
Propriedades mecânicas típicas de ferro e aço sinterizado (continuação)

Densidade Resistência à Limite de Alongamento Limite Resistência Dureza


HK MPIF Estado g/cm 3
traç ao escoamento % e m 25 m m fadiga ao c h o q u e aparente
kgf/mm MPa
2 kgf/mm MPa
2 kgf/mm MPa
2 kgf/mm 2 J
Sint. a t.t. 6,8/7,2 70,0 690 66,5 655 <0,5 26,6 260 40RC
FN-0408 Sinterizado 6,4/6,8 39,9 395 29,4 209 1,5 16,1 160 0,83 8,1 72RB
Sinterizado 7,2/7,6 65,1 640 47,6 470 4,5 25,9 255 2,2 22 95RB
FN-0700 Sinterizado 6i4/6,8 36,4 360 21,0 205 2,5 14,7 145 1,6 16 60RB
Sinterizado 7,2/7,6 59,5 585 33,6 330 6,0 23,8 240 3,6 35 B3RB
FN-0705 Sinterizado 6,4/6,8 37,8 370 24,5 240 2,0 '15,4 150 1,2 12 69RB
S i n t . e t.t. 6,4/6,8 71,4 705 56,0 550 0,5 28,7 280 1,1 11 24RC
Sinterizado 7,277,6 63,0 620 39,9 390 5,0 25,2 250 3,3 33 90RB
S i n t . e t.t. 7,2/7,6 117,6 1160 91,0 895 1,5 45,5 445 2,7 27 40RC
FN-0708 Sinterizado 6,4/6,8 39,9 395 28,7 2B0 1,5 16,1 160 0,83 3,1 75RB
Sintetizado 7,2/7,6 66,5 655 46,2 455 3,0 26,6 260 2,2 22 96RB
FX-1005 Sintetizado 7,2/7,6 58,1 570 44,8 440 4,0 1,9 19 75RB
S i n t . e t.t. 7,2/7,6 84,0 830 74,9 740 1,0 0,96 9,5 40RC
FX-1008 Sintetizado 7,2/7,6 63,0 620 52,2 515 2,5 1,6 16 80RB
S i n t . e t.t. , 7,2/7,6 91,0 895 73,5 725 0,96 9,5 40RC
FX-2000 Sinterizado 7,2/7,6 45,5 450 1,0 2,1 20 60RB
FX-2005 Sinterizado 7,2/7,6 52,5 515 35,0 345 1,5 1,3 12,9 75RB
S i n t . e t.t. 7,2/7,6 80,5 790 66,5 665 <0,5 0,83 8,1 30RC
FX-2008 Sinterizado 7,2/7,6 59,5 585 52,5 515 1,0 1,38 14 80RB
S i n t . e t.t. 7,2/7,6 87,5 860 74,9 740 <0,5 0,7 6,8 42RC
S i n t . e t.t. s i g n i f i c a s i n t e r i z a d o e t r a t a d o t e r m i c a m e n t e . O t r a t a m e n t o t é r m i c o c o n s i s t e e m a u s t e n i t i z a r a 8 7 0 ° C , r e s f r i a r e m ó l e o e r e v e n i r u m a
hora a 2 0 0 ° C ; o ensaio de choque é e m corpos de prova Charpy s e m entalhe; nos n ú m e r o s F-0000, F-0005, F-0008, FC-0200, FC-0205, FC-0208,
F C - 0 5 0 5 , F C - 0 5 0 8 , limite d e f a d i g a foi e s t i m a d o e m c e r c a de 3 8 % do limite d e resistência à t r a ç ã o .
Aços E FERROS FUNDIDOS Aços SINTERIZADOS

atomizados, a p r e s e n t a u m a estrutura muita f i n a c o m uniforme distribuição d e carbonetos e do processo d e sinterização t e m permitidrj a produção de n o v o s tipos d e aços para f e r r a m e n -
s e m i n c l u s õ e s n ã o - m e t á l i c a s , o s a ç o s c o n v e n c i o n a i s a p r e s e n t a m s e g r e g a ç ã o n o s l i n g o t e s e, tas q u e n ã o p o d e m s e r obtidos p e l o s p r o c e s s o s c o n v e n c i o n a i s d e lingotamento.
e m consequência, o s produtos resultantes p o s s u e m u m a estrutura m a i s grosseira e nao uni- Os d a d o s abaixo mostram alguns tipo$ de aços para f e r r a m e n t a s produzidos p o r metalur-
forme a c o m p a n h a d a p o r propriedades transversais inferiores e p r o b l e m a s relacionados com gia do p ó ' 2 9 2 1 :
controle dimensional e uniformidade de d u r e z a no tratamento térmico. A l é m disso, o emprego

TABELA158
!
P r o p r i e d a d e s t í p i c a s de ligas de f e r r o s i n t e r i z a d o no e s t a d o s i n t e r i z a d o Marca comercial - A S P 23 - Designação AISI - M 3 ; C o m p o s i ç ã o química - C 1,28%, C r

•ensi Limite de r e s i s t ê n c i a 4,20%, W 6,40%, M o 5,00%, V 3 , 1 0 % - qureza H R C 65-67.

Material dade Condição à tração M a r c a c o m e r c i a l A S P 60 - C 2 , 8 0 % , C r 4 , 0 0 % , W 6 , 5 0 % , M o 7 , 0 0 % , V 6 , 5 0 % , C o 1 0 , 5 0 %


g/cm 3
kgf/mm 2 MPa - Dureza H R C 67-69.
Sinterizado 13,6 136 M a r c a c o m e r c i a l - C P M R e x M 4 - D e s i g n a ç ã o AISI M 4 - C 1,35%, C r 4,25%, W 5 , 7 5 % , M o
Ferro reduzido 5,8
Idem 18,2 182 4,50%, V 4,00%,, S 0 , 0 6 % - D u r e z a H R C Í 6 4 - 6 6 .
Idem 6,2
Idem 21,7 217
idem 6,6 M a r c a c o m e r c i a l C P M R e x M 4 2 - D e s i g n a ç ã o AISI M 4 2 - C 1,10%, Cr 3,75%, W 1,50, M o
Sinterizado 21,0 210
Ferro eletrolítico 6,9 9,50%, V 1,15%, C o 8,00% - Dureza H R C 66-68.
Recomprimido 26,6 256
Idem 7,3 M a r c a c o m e r c i a l - C P M R e x 4 5 H S - C jl,30%, C r 4 , 0 0 % , W 6 , 2 5 % , M o 5 , 0 0 % , V 3 , 0 0 % , C o
Recomprimido 28,7 277
Idem 7,5 8,25%, S 0 , 2 2 % - Dureza H R C 66-68. j
Sinterizado 23,8 238
Fe-1,0 C 5,8
28,7 277 Marca comercial - C P M R e x 2 5 - D e s i g n a ç ã o AISI M 6 1 - C 1,80%, Cr 4,00%, W 1 2 , 5 0 % ,
idem 6,2 Idem
36,7 357 Mo 6,50%, V 5 , 0 0 % - Dureza H R C 67-69Í
Idem 6,6' Idem
Sinterizado 40,6 396 M a r c a c o m e r c i a l - C P M R e x 7 6 - D e s i g n a ç ã o AISI M 4 8 - C 1 , 5 0 % , Cr 3,75%, W 1 0 , 0 0 % ,
Fe-1,5 Cu 1,0 C 6,6,
Idem 53,2 513 Mo 5,25%, V 3 , 1 0 % , C o 9,00%, S 0,06%(- Dureza H R C 67-69.
Idem 7,0
Sinterizado 54,6 536 M a r c a c o m e r c i a l H A P 10 - C 1 , 3 5 % , C r 5 , 0 0 % , W 3 , 0 0 % , M o 6 , 0 0 % , V 3 , 8 0 % - D u r e z a
Fe-2,0 Cu-0,75 C 6,7
Idem 66,5 655 HRC 64-66.
idem 7,2
Sinterizado 35,0 340
Fe-2,0 NI-0,5 C 7,0 Marca comercial H A P 40 - C 1,30%, Cr 4,00%, W 6,00%, M o 5,00%, V 3,00%, C o 8,00%.
Sinterizado 45,5 445
Fe-2,0 Ni-0,8 C 7,0 M a r c a c o m e r c i a l H A P 60 - C 2,00%!, C r 4,00%, W 1 0 , 0 0 % , M o 4,00%, V 7 , 0 0 % , C o
Sinterizado 53,9 529
Fe-4,0 NI-0,8 C 7,0 12,00%. i
Sinterizado 56,0 550
Fe-7,0 Ni-0,8 C 7,0 i
Infiltrado 80,5 785
Fe-0,8 Cu-0,9 C 7,5
Aços para trabalho a frio:

M a r c a c o m e r c i a l C P M 9V - C 1,78, C r 5 , 2 5 % , M o 1,30%, V 9 , 0 0 % , S 0 , 6 3 % - D u r e z a H R C
53-55. <
'
Marca c o m e r c i a l C P M 10V - D e s i g n a ç ã o AISI A11 - C 2 , 4 5 % , C r 5,25%, M o 1 , 3 0 % , V
9,75%, S 0 , 0 7 % - Dureza H R C 60-62. j
Aços para trabalho a quente: j
Marca comercial C P M H 13 - Designação AISI H13 - C 0 , 4 0 % , C r 5,00%, M o 1,30%, V
1,05% - D u r e z a H R C 4 2 - 4 8 .
M a r c a c o m e r c i a l C P M H 1 9 V - Desigrjação AISI H 1 9 - C 0 , 8 0 % , C r 4 , 2 5 % , W 4 , 2 5 % , M o
0,40%, V 4 , 0 0 % , C o 4 , 2 5 % - D u r e z a HRffi 44-56.

O tratamento térmico dos aços p a r a ferramentas sinterizados compreende as m e s m a s


etapas a q u e s ã o submetidos o s a ç o s p oduzidos pelos p r o c e s s o s convencionais o u s e j a ,
recozimento, alívio d e tensões antes d a t i m p e r a , têmpera e m d u a s etapas e revenido.
Esses a ç o s s ã o utilizados n a fabric: ç ã o d e fresas, a l a r g a d o r e s , m a c h o s d e t a r r a x a s ,
brocas, m a n d r i s , matrizes etc.

Fig. 2 0 6 - Exemplos de peças produzidas e m ferro e aço sinterizado.

490 491
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

1 . Introdução - Dentre a s ligas ferro-oarbono, o s ferros fundidos c o n s t i t u e m u m grupo de A faixa de c o m p o s i ç ã o d o s cinco principais tipos de ferros f u n d i d o s , s e m e l e m e n t o s d e
ligas d e importância f u n d a m e n t a l para a indústria, n ã o s ó devido à s características inerentes liga, e s t á i n d i c a d a n a T a b e l a 159< ». 293

a o p r ó p r i o m a t e r i a l , c o m o t a m b é m p e l o f a t o d e , m e d i a n t e i n t r o d u ç ã o d e e l e m e n t o s d e liga,
aplicação de tratamentos térmicos a d e q u a d o s e pelo desenvolvimento d o ferro fundido TABELA159
n o d u l a r , t e r sido v i á v e l a o s e u e m p r e g o e m a p l i c a ç õ e s q u e , d e certo m o d o , e r a m exclusivas Faixa d e c o m p o s i ç ã o d e f e r r o s f u n d i d o s t í p i c o s c o m u n s

dos aços. Composição química, %


Tipo
A s s i m sendo, o s e u e s t u d o é f u n d a m e n t a l p a r a o engenheiro m e c â n i c o , a o qual s e ofere- C SI Mn S P
ce mais u m a opção n o sentido d a seleção d e materiais metálicos para a s d i v e r s a s aplicações Branco 1,8/3,6 0,5/1,9 0,25/0,80 0,06/0,20 0,06/0,20
industriais. Maleável 2,2/2,9 0,9/1,9 0,15/1,20 0,02/0,20 0,02/0,20
Cinzento 2,574,0 1,0/3,0 0,20/1,00 0,02/0,25 0,02/1,00
2 . Definições - P e l o c o n h e c i m e n t o d o d i a g r a m a d e e q u i l í b r i o F e - C , o o s t u m a - s e definir Nodular 3,0/4,0 1,8/2,8 0,10/1,00 0,01/0,03 0,01/0,10
ferro-fundido co m o "as ligas F e - C cujo teor de c a r b o n o s e situa acima 2 , 0 % a p r o x i m a d a m e n - Grafita
te". F a c e à influência d o silício n e s s a liga, s o b r e t u d o s o b o ponto d e v i s t a d e s u a constituição compactada 2,5/4,0 1,0/3,0 0,20/1,00 0,01/0,03 0,01/0,10
e s t r u t u r a l , o ferro f u n d i d o é n o r m a l m e n t e c o n s i d e r a d o u m a "liga t e r n á r i a F e - C - S i " , pois o
silício está f r e q u e n t e m e n t e presente e m teores s u p e r i o r e s ao do próprio c a r b o n o .
3. Diagrama de equilíbrio Fe-C para a faixa correspondente aos ferros fundidos - A Fig.
P o r outro lado, e m f u n ç ã o d e s u a constituição estrutural, o c a r b o n o e s t á g e r a l m e n t e pre-
207 ( 2 9 4 ) corresponde à mais recente v e r s ã o d o diagrama d e equilíbrio Fe-C. Esse d i a g r a m a é
s e n t e , e m grande p a r c e l a , n a f o r m a "livre".
relativo a p e n a s à l i g a b i n á r i a F e - C , e m q u e o p r i n c i p a l e l e m e n t o d e l i g a é o c a r b o n o . O s e u
N e s s a s c o n d i ç õ e s , a d e f i n i ç ã o d e ferro f u n d i d o a d o t a d a nesta o b r a s e r á a seguinte:
e s t u d o , n a f a i x a c o r r e s p o n d e n t e a o s a ç o s j á f o i f e i t o no C a p í t u l o I d a p r e s e n t e o b r a .
As considerações complementares q u e p o d e m ser feitas, a o analisar os f e n ó m e n o s q u e
"Ferro fundido é a liga ferro-carbono-silício, de teores de carbono geralmente acima de
ocorrem n a faixa relativa aos ferros f undidos , s ã o as seguintes:
2,0%, em .quantidade superior à que é retida em solução sólida na austenita, de modo a
resultar carbono parcialmente livre, na forma de veios ou lamelas de grafita".
- a o teor d e c a r b o n o d e 4 , 3 % , t e m p e r a t u r a d e 1148° (ponto C ) , c o r r e s p o n d e a liga d e m a i s
baixo ponto d e solidificação o u f u s ã o ; e s s a liga é c h a m a d a eutética;
D e n t r o d a d e n o m i n a ç ã o g e r a l d e "ferro f u n d i d o " , p o d e m s e r d i s t i n g u i d o s o s s e g u i n t e s
t i p o s d e liga:

- Ferro fundido cinzento - cuja fratura mostra u m a coloração escura ( d o n d e a s u a denomi- I—7
n a ç ã o ) , c a r a c t e r i z a d a p o r a p r e s e n t a r c o m o e l e m e n t o s d e liga f u n d a m e n t a i s o c a r b o n o e o
s i l í c i o e e s t r u t u r a e m q u e u m a p a r c e l a r e l a t i v a m e n t e g r a n d e d o c a r b o n o e s t á n o e s t a d o livre
1600
(grafita lamelar) e outra p a r c e l a n o estado c o m b i n a d o ( F e C ) ; 3 j'
1538 v > < ! 4 9 S

- ferro fundido branco - cuja fratura mostra u m a coloração clara (donde a s u a denomina-
ç ã o ) , c a r a c t e r i z a d o p o r a p r e s e n t a r a i n d a c o m o e l e m e n t o s d e liga f u n d a m e n t a i s o c a r b o n o e 1400
1394 ^
o silício, m a s c u j a e s t r u t u r a , d e v i d o às c o n d i ç õ e s d e fabricação e m e n o r t e o r d e silício, apre- / !
senta o carbono quase inteiramente n a forma c o m b i n a d a (Fe C); 3
^^^x—
- ferro fundido mesclado - c u j a fratura mostra u m a coloração mista entre b r a n c a e cinzenta 1200
•NJ 1148°
( d o n d e a s u a d e n o m i n a ç ã o ) , caracterizado i g u a l m e n t e p o r u m a mescla d e proporções variá- o F '2,11 x 3
Solidus \ C (4,30)1
-(
(AUST ENITA) /
v e i s d e ferro f u n d i d o b r a n c o e ferro fundido c i n z e n t o ;
- ferro fundido maleável - caracterizado p o r s e r o b t i d o a partir d o f e r r o f u n d i d o branco,
3 1000

m e d i a n t e u m tratamento t é r m i c o especial (maleabilização), resultando n u m a transformação


CO
/ Auste lita + Cemjjntita

d e praticamente todo o f e r r o c o m b i n a d o e m grafita n a f o r m a de nódulos ( e m v e z d e veios ou


lamelas);
I 300
V !

S ( ),77) 727° !
- ferro fundido nodular- c a r a c te r i z a d o p o r a p r e s e n t a r , devido a u m t r a t a m e n t o realizado
a i n d a n o e s t a d o l í q u i d o , c a r b o n o livre n a f o r m a d e g r a f i t a e s f e r o i d a l , o q u e c o n f e r e a o m a t e r i a l
j
c a r a c t e r í s t i c a d e b o a d u c t i l i d a d e , d o n d e a d e n o m i n a ç ã o f r e q u e n t e p a r a e s s e m a t e r i a l d e ferro
fundido dúctil. 400
- ferro fundido de grafita compactada - c a r a c t e r i z a d o pelo fato d a grafita apresentar-se em
" e s c a m a s " ou s e j a c o m a f o r m a d e plaquetas o u estrias, motivo pelo q u a l t e m sido também
designado por "quasi-escama". Outras denominações s ã o : escama a g r e g a d a , semi-ondular 200
e vermicular. É u m p r o d u t o q u e , c o m o o ferro n o d u l a r , exige adição d e e l e m e n t o s especiais
c o m o t e r r a s r a r a s , c o m u m e l e m e n t o a d i c i o n a l , c o m o o t i t â n i o , q u e r e d u z a f o r m a ç ã o de
j 1
g r a f i t a esferoidal. O f e r r o f u n d i d o d e grafita c o m p a c t a d a , p o d e s e r c o n s i d e r a d o u m material 1,0 2,0 | 3,0 4,0 5j0 6,0 6,7
i n t e r m e d i á r i o e n t r e o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o e o f e r r o n o d u l a r ; p o s s u i a f u n d i b i l i d a d e d o ferro
fundido cinzento, c o m melhor resistência mecânica e alguma ductilidade. Sua % de Carbono
comercialização é relativamente recente.
H g . 2 0 7 - D i a g r a m a de equilíbrio Fe-C.

494 ;495
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

- a s ligas e n t r e 2,0 e 4 , 3 % d e c a r b o n o s ã o c h a m a d a s h i p o e u t é t i c a s ; a q u e l a s d e c a r b o n o quantidades c a d a v e z maiores, d i m i n u i n d o a quantidade d e f a s e líquida. A atingir-se a t e m -


a c i m a d e 4 , 3 % são c h a m a d a s h i p e r e u t é t i c a s . O s f e r r o s f u n d i d o s c o r r e s p o n d e n t e s s e r i a m pois peratura c o r r e s p o n d e n t e à linha s o l i d u s , no ponto x , estão e m equilíbrio a fase
3 austenita
d e n o m i n a d o s hipoeutéticos, hipereutéticos e eutéticos (estes últimos c o m 4 , 3 % d e carbono). c o m 2 , 0 % d e c a r b o n o e eutético c o m 4 , 3 % de carbono (ou s e j a ledeburita, por s u a vez
- a o r e s f r i a r l e n t a m e n t e u m a l i g a b i n á r i a F e - C c o m t e o r d e c a r b o n o c o r r e s p o n d e n t e à liga constituída de austenita e cementita);
e u t é t i c a (ponto C), verifica-se q u e , exatamente no p o n t o C, a m e s m a s e solidifica, havendo em - prosseguindo o resfriamento, a austenita isolada de um lado e a austenita da ledeburita
e q u i l í b r i o d u a s f a s e s : a u s t e n i t a d e u m l a d o e F e C ( c e m e n t i t a ) d o o u t r o l a d o . E s s e eutético
3
do outro terão s e u t e o r d e c ar bono n o v a m e n t e alterado para v a l o r e s d e c r e s c e n t e s , ao p e r c o r -
c r i s t a l i z a d o é c h a m a d o ledeburita"e é constituído d e u m fundo de cementita c o m aproximada- rer a s u a c o m p o s i ç ã o a l i n h a A , m até ser atingida a temperatura d e 727°C, correspondente à
m e n t e 6 , 7 % de carbono e cristais dentríticos de a u s t e n i t a , contendo 2 , 0 % d e c a r b o n o ; l i n h a A,, q u a n d o t o d a a a u s t e n i t a ( i n c l u s i v e a d a l e d e b u r i t a ) s e t r a n s f o r m a e m p e r l i t a . D a í a t é
- continuando o resfriamento, verifica-se u m a d i m i n u i ç ã o gradativa d o teor d e carbono de a temperatura ambiente, nenhuma n o v a transformação ocorre. E m consequência, abaixo de
a u s t e n i t a , v i s t o q u e a c o m p o s i ç ã o d e s t a a c o m p a n h a a i n c l i n a ç ã o d a l i n h a ES o u A . m Esse fenó- 727°C, a liga c o m 3 , 0 % de c a r b o n o s e r á constituída de cristais d e perlita envolvidos por
m e n o p r o s s e g u e até q u e s e t e n h a atingido a t e m p e r a t u r a 7 2 7 ° C ( p o n t o S ) , c o r r e s p o n d e n t e a- ledeburita q u e , p o r s u a v e z , é a g o r a c o n s t i t u í d a de glóbulos d e perlita sobre um f u n d o de
0 , 7 7 % de carbono, na linha A v a b a i x o d a q u a l c o m o s e s a b e , não p o d e m a i s e x i s t i r a austenita. cementita. S e u a s p e c t o micrográfico é o indicado na Fig. 2 0 9 ;
- a o ultrapassar, pois, a linha A v essa austenita transforma-se em perlita. A s s i m sendo, a - c o n s i d e r e - s e , p o r f i m , u m a liga hipereutética, por e x e m p l o c o m 5 % de carbono (linha Y ) .
l e d e b u r i t a , abaixo de 7 2 7 ° C , até a t e m p e r a t u r a a m b i e n t e (faixa d e t e m p e r a t u r a s dentro d a Adotando o m e s m o raciocínio, t e r - s e - á : entre as linhas l i q u i d u s e solidus, cristais de
q u a l n e n h u m a nova t r a n s f o r m a ç ã o acorre) s e r á c o n s t i t u í d a de glóbulos d e perlita sobre um c e m e n t i t a d e f o r m a a l o n g a d a , f o r m a d o s e m p r i m e i r o lugar, e l í q u i d o , c u j a c o m p o s i ç ã o p e r c o r -
f u n d o d e c e m e n t i t a ; o a s p e c t o m i c r o g r á f i c o d e s s e c o n s t i t u i n t e , q u e c o r r e s p o n d e , pois, ao de re a l i n h a l i q u i d u s , n o s e n t i d o d o p o n t o e u t é t i c o . A o a t i n g i r a t e m p e r a t u r a d e 1 1 4 8 ° C , d a r - s e -
u m ferro fundido c o m 4 , 3 % d e carbono, está r e p r e s e n t a d o na figura 2 0 8 . á a solidificação total e as fases e m equilíbrio serão: c e m e n t i t a de u m lado e o eutético
- s u p o n h a - s e , agora, u m ferro fundido hipoeutético, por exemplo c o m 3 % d e carbono: ledeburita (austenita mais cementita) d o outro;
linha X da Fig. 207. A c i m a d a linha liquidus, a liga e s t á inteiramente liquefeita. Durante seu - entre a s l i n h a s s o l i d u s e a l i n h a A , , n a d a o c o r r e c o m a c e m e n t i t a ; m a s a a u s t e n i t a d o
resfriamento, ao atingir-se o ponto x v o c o r r e a f o r m a ç ã o d o s p r i m e i r o s c r i s t a i s s ó l i d o s de eutético (ledeburita) terá s e u teor d e c a r b o n o alterado, p e r c o r r e n d o a linha A O T até atingir-se
a u s t e n i t a , c u j o t e o r d e c a r b o n o é d a d o p e l a i n t e r s e c ç ã o d a h o r i z o n t a l p a s s a n d o a p a r t i r d e x,, a linha A v q u a n d o e l a p a s s a a p e r l i t a . A s s i m , a 7 2 7 ° C ( l i n h a A ), t a liga c o n s i d e r a d a será
a t é e n c o n t r a r a línha solidus JE; constituída d a s f a s e s : cristais a l o n g a d o s d e c e m e n t i t a e u m f u n d o d e ledeburita (glóbulos d e
perlita mais c e m e n t i t a ) . S e u a s p e c t o m i c r o g r á f i c o , que p e r m a n e c e a t é a t e m p e r a t u r a a m b i e n -
te, é o d a F i g . 2 1 0 .
As' m i c r o e s t r u t u r a s m o s t r a d a s s ã o t í p i c a s d e f e r r o s f u n d i d o s a b s o l u t a m e n t e brancos,
pois não e s t á p r e s e n t e q u a l q u e r q u a n t i d a d e d e silício. Tais ligas, o o m o s e v e r á p o s t e r i o r m e n -
te, têm utilização relativamente limitada, f a c e à s propriedades m e c â n i c a s geralmente d e s f a -
voráveis para as aplicações mais c o m u n s .

Fig. 208 - Aspecto micrográfico d a ledeburita. Estrutura típica de ferro fundido branco c o m 4,3%
de c a r b o n o ; glóbulos de perlita sobre u m fundo de cementita.
A t a q u e : picrico. A u m e n t o : 5 3 0 X (Gentileza do Instituto de Pesquisas Tecnológicas d e São Paulo).

- continuando o resfriamento, suponha-se ter sido atingida a temperatura correspondente


a o p o n t o x . A e s s a t e m p e r a t u r a , a liga d e 3 , 0 % d e c a r b o n o a p r e s e n t a , e m equilíbrio, duas
2

f a s e s , c o m o se pode p e r c e b e r pelas intersecções d a horizontal por x 2 a t é o s e x t r e m o s tío


d i a g r a m a (linhas solidus e liquidus): austenita, q u e s e enriquece p a u l a t i n a m e n t e de carbono Fig. 209 - A s p e c t o micrográfico apresentado por um ferro fundido hipoeutético.A estrutura
e o l í q u i d o , c u j a c o m p o s i ç ã o , p o r s u a v e z , p e r c o r r e a l i n h a l i q u i d u s . E m r e s u m o : à m e d i d a que apresenta dendritas de perlita, áreas pontilhadas constituída de ledeburita e algumas áreas
brancas constituídas de cementita. A t a q u e : picral.Aumento: 530X (Gentileza do Instituto
a l i g a c o m 3 , 0 % d e c a r b o n o s e a p r o x i m a d a l i n h a s o l i d u s , cristais de a u s t e n i t a s e f o r m a m em
de PesquisaTecnológica de São Paulo).

496 497
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

1500 1500
í+L 2,3% SI 3,5% Si

1400 V
Metaestável
1400 X Maestável

c<-hf / a\\ 'rrl


K/+L\

\
9 1300 O 1300

1200
ê
\L
N \ 1200
T ^ \
\ c/+L+Ci \L

1100 / 1100
/ CT+C,
2 2
%C %C

1500 1500

\
5,2% SI 7,9% SI
Metaestável Metaestável
1400 1400
o< — W + L \ OÍ+C/+ L

l\
v

1300 1300
Fig. 210 -Aspecto micrográfico de ferro fundido branco hiper-eutético.A estnrtura a p r e s e n t a longos
cristais de cementita sobre u m f u n d o de ledeburita.Ataque: pícrico.Aumento: 150x (Gentileza do Instituto
de Pesquisas Tecnológicas d e S ã o Paulo).
<*+</__

1200
\ 1200
W+L
\
í cxí-H/

4 . Diagrama de equilíbrio Fe-C-Si-O d i a g r a m a d a Fig. 207 é de n a t u r e z a metaestável ou


1100
' i 1100
- cZ+C, V+L-t Q

l
d e p s e u d o - e q u i l í b r i o , p o i s , c o m o t e m p o , p o d e o c o r r e r d e c o m p o s i ç ã o d o F e C e m ferro e
3

; / 4 C j j yl t*+C , + c 2

c a r b o n o , este último n a f o r m a d e grafita.


+ (
!<x '+C,+C 2

1000
E s s a d e c o m p o s i ç ã o é a c e l e r a d a pela p r e s e n ç a d e silfcio, de m o d o q u e c o n v é m estudar o 1000 2 2
efeito d e s s e elemento n o d i a g r a m a de equilíbrio F e - C . Trata-se, a s s i m d e e s t u d a r u m diagra- %C %C
m a t e r n á r i o , o q u e p o d e s e r f e i t o t o m a n d o - s e s e c ç õ e s d o d i a g r a m a F e - C - S i , p a r a t e o r e s deter-
Fig. 211 - D i a g r a m a s de equilíbrio metaestáveis Fe-C-Si para quatro diferentes teores de silfcio.
m i n a d o s d e silício. A F i g . 2 1 1 ( 2 9 S 1 m o s t r a s e c ç õ e s p a r a t e o r e s de silício d e 2 , 3 % , 3 , 5 % , 5 , 2 % e
7 , 9 % . O s d o i s p r i m e i r o s c o r r e s p o n d e m a ligas F e - C - S i d e m a i o r u s o p r á t i c o . N a s f i g u r a s s ã o
m o s t r a d a s apenas as linhas de transformação p a r a temperatura, elevadas, a partir de 1 000°C.
Pela sua observação verifica-se que a principal alteração refere-se à composição do .%c + v % SI = 4,3
e u t é t i c o , o q u a l d i m i n u i à m e d i d a q u e a u m e n t a o t e o r d e silício. A o m e s m o t e m p o , n o t a - s e ^ FERRO NO0UUR
q u e a r e a ç ã o do eutético o c o r r e n u m intervalo d e t e m p e r a t u r a , ao c o n t r á r i o d o q u e acontece 4,0

n o d i a g r a m a binário F e - C , o n d e tal reação se d á a u m a t e m p e r a t u r a p r a t i c a m e n t e constante.

P
S o b o ponto de vista prático, a utilização e i n t e r p r e t a ç ã o dos f e n ó m e n o s d e transforma-
O
ç ã o dos diagramas ternários s ã o relativamente c o m p l e x a s .
A f i g u r a 212t ' m o s t r a a s f a i x a s dos t e o r e s d e c a r b o n o e de silício d a s ligas ferrosas. A \\ \AÁAAA/
FERRO

//////
2 9 3

cr
l i n h a t r a c e j a d a inferior d e f i n e o limite superior d e t e o r d e c a r b o n o c o m o o limite d a solubilida- < - < - FUNDIDO

1
o CINZENTO
de do carbono na austenita. tu
• —FERRO FUNDIDO BRANCO
N o c a s o d o s ferros f u n d i d o s t o m a d o s c o m o l i g a s ternárias, utiliza-se u m conceito ou
f ó r m u l a q u e p o s s i b i l i t a l e v a r e m c o n s i d e r a ç ã o o e f e i t o d o silício n a s t r a n s f o r m a ç õ e s e s t r u t u - § '° 2 1
—• FERRO MALEÂVEL
r a i s e, p o r t a n t o , n a s p r o p r i e d a d e s d o s f e r r o s f u n d i d o s , e m q u e o s i l í c i o e s t á p r e s e n t e e m

p 1
t e o r e s relativamente elevados.
t 1 SI = 2,0


E s s e c o n c e r t o é o d o "carbono equivalente" e é representado pela fórmula' 2 9 3 1
1,0 N %C + Vi«

C E . = % C + 1/3 ( % S i + % P )
os / / / /
D e i x a n d o d e l a d o o f ó s f o r o , c u j a i n f l u ê n c i a n e s s a s l i g a s s e r á e s t u d a d a m a i s a d i a n t e , ter-
se-ia apenas:

C E . = % C + 1/3 (%Si)
0
//// AÇ
1,0
#/ 2,0
T E O R DE SILÍCIO, %

Fig. 2 1 2 - Faixa aproximada de quantidades de carbono e silício nas ligas ferrosas.


3,0 4,0

498 499
Aços E FERROS FUNDIDOS
FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

A f ó r m u l a i n d i c a q u e o e f e i i o d o silício c o r r e s p o n d e a o d e u m t e r ç o d o e f e i t o d o c a r b o n o .
5 . 1 . Composição química - O s e l e m e n t o s q u e m a i s i n f l u e m n a e s t r u t u r a s ã o o carbono e o
P o r e x e m p l o , t o m a n d o - s e n a F i g . 211 u m a liga c o m 2 , 3 % de Si, v e r i f i c a - s e q u e o ponto
silício, c o m o s e p o d e d e p r e e n d e r d e t u d o o q u e f o i e x p o s t o até o m o m e n t o : o carbono determina
eutético corresponde a c e r c a d e 3,6%. Aplicando-se a fórmula ter-se-ia:
a q u a n t i d a d e d e g r a f i t a q u e s e p o d e f o r m a r e o silício é essencialmente elemento grafitizante,
favorecendo a d e c o m p o s i ç ã o do c a r b o n e t o d e ferro; s u a p r e s e n ç a , i n d e p e n d e n t e m e n t e d o t e o r
C E . = 3,6 + 2 , 3 / 3 = 4 , 3 % a p r o x i m a d a m e n t e de carbono, p o d e f a z e r u m ferro f u n d i d o t e n d e r p a r a o cinzento o u p a r a o branco. O manganês,
s e m p r e p r e s e n t e , t e m e f e i t o o p o s t o a o d o s i l í c i o , isto é, e s t a b i l i z a a c e m e n t i t a e, a s s i m , c o n t r a -
D o m e s m o m o d o , n a l i g a c o m 3 , 5 % d e s i l í c i o , o n d e o e u t é t i c o foi d e s l o c a d o p a r a c e r c a d e b a l a n ç a , d e c e r t o m o d o , a a ç ã o g r a f i t i z a n t e d o silfcio. A rigor, o m a n g a n ê s n o s f e r r o s f u n d i d o s ,
3 , 2 0 % de carbono, ter-se-ia: tanto q u a n t o n o s a ç o s , é adicionado c o m o dessulfurante; entretanto, c o m o na prática h á s e m -
p r e u m e x c e s s o d e m a n g a n ê s , e s t e a t u a c o m o e s t a b i l i z a d o r d a p e r l i t a : d a í o s e u efeito o p o s t o
C E . = 3,2 + 3,5/3 = 4 , 3 a p r o x i m a d a m e n t e . a o do silício e s u a u t i l i d a d e p a r a p r o d u z i r e s t r u t u r a c o m m a t r i z p r e d o m i n a n t e m e n t e p e r i í t i c a ,
sobretudo e m p e ç a s fundidas v o l u m o s a s .
E m r e s u m o , a s l i g a s c o m 3 , 6 % d e c a r b o n o e 2 , 3 % d e silício e c o m 3 , 2 % d e c a r b o n o e
Os outros element os , impurezas n o r m a i s , fósforo e enxofre, não têm uma ação muito
3 , 5 % d e s i l í c i o c o m p o r t a m - s e c o m o ligas e u t é t í c a s e a p r e s e n t a m , t e o r i c a m e n t e , à t e m p e r a t u -
significativa s o b o ponto de vista de t e n d ê n c i a grafitizante. Apenas o fósforo é um
ra a m b i e n t e , u m a estrutura ledeburítica.
estabilizador relativamente forte do c a r b o n e t o de ferro; s u a principal ação é na estrutura d o
N a v e r d a d e , a l é m d o e f e i t o q u e o silício e x e r c e a o d e s l o c a r o eutético p a r a t e o r e s m a s baixos
m a t e r i a l , p o r q u e f o r m a corri o f e r r o e o c a r b o n o u m c o m p o s t o d e n a t u r e z a e u t é t i c a - c a r b o n e t o
d e c a r b o n o (*), u m a o u t r a c a r a c t e r í s t i c a d e s s e e l e m e n t o , f u n d a m e n t a l s o b o p o n t o d e vista de
d e ferro d e f o s f e t o d e f e r r o - d e a p a r ê n c i a b r a n c a e p e r f u r a d a , c h a m a d a steadita (Fig. 2 1 5 ) .
estrutura e propriedades m e c â n i c a s , relaciona-se c o m s u a tendência grafitizante o u seja promo-
A Tabela 1 6 0 ( 2 3 3 ' m o s t r a os e f e i t o s s o b r e a e s t r u t u r a d e a l g u n s e l e m e n t o s q u a n d o p r e s e n -
v e r a d e c o m p o s i ç ã o d o F e C e m ferro e c a r b o n o , e s t e ú l t i m o s o b a f o r m a d e g r a f i t a lamelar.
3
tes no ferro f u n d i d o .
T o m a n d o - s e a s e c ç ã o c o r r e s p o n d e n t e a 2 , 0 % d e Si de u m d i a g r a m a c o m p l e t o Fe-G-Si, A a ç ã o d o s e l e m e n t o s de liga s o b r e a s p r o p r i e d a d e s e o u t r o s característicos d o s f e r r o s
c o m o m o s t r a a F i g . 2 1 3 , v e r i f i c a - s e a e x i s t ê n c i a d e t r ê s f a s e s ( á r e a s a c h u r a d a s ) , u m a das fundidos s e r á e s t u d a d a mais adiante.
q u a i s é grafita.
C o m o o quando s e f o r m a a grafita? 5.2. Velocidade de resfriamento - E s s e fator relaciona a velocidade de resfriamento
L e m b r e - s e d e q u e o d i a g r a m a d e e q u i l í b r i o F e - C é d e n a t u r e z a m e t a e s t á v e l : a rigor, traís- propriamente dita d u r a n t e a solidificação n o interior dos m o l d e s e a e s p e s s u r a das p e ç a s
s e d e u m d i a g r a m a F e - F e C . O e q u i l í b r i o e s t á v e l c o r r e s p o n d e , d e f a t o , à l i g a f e r r o - g r a f i i a , ou
3
moldadas. Em outras palavras, secções espessas significam velocidades de resfriamento
s e j a a s c o n d i ç õ e s d e e q u i l í b r i o s ã o t a i s q u e o c o r r e a d e c o m p o s i ç ã o d o F e C e m F e e C, este
3
relativamente lentas e secções finas, v e l o c i d a d e s rápidas, o q u e significa t a m b é m que em
ú l t i m o n a f o r m a de grafita. peças de s e c ç õ e s de diferentes espessuras, ocorrem diversas velocidades de
E s s a decomposição d e p e n d e d a velocidade de resfriamento e da p r e s e n ç a d e determina- resfriamento.
d o s e l e m e n t o s de liga. Para e l e v a d a s v e l o c i d a d e s de r e s f r i a m e n t o - c o m o as q u e s e v e r i f i c a m em secções finas
A o solidificar um ferro f u n d i d o cinzento h i p o e u t é t i c o , por exemplo c o m 3 % d e carbono ou nas á r e a s a d j a c e n t e s às p a r e d e s d o m o l d e - n ã o há muito t e m p o p a r a a d e c o m p o s i ç ã o d a
e 2 , 3 % d e silfcio, r e s u l t a m , e m p r i m e i r o lugar, c r i s t a i s p r i m á r i o s d e a u s t e n i t a , c u j a quanti-
d a d e a u m e n t a com o d e c r é s c i m o da t e m p e r a t u r a . A c e r c a de 1150°C, o líquido remanes-
cente solidifica c o m u m t e o r de carbono de a p r o x i m a d a m e n t e 3 , 6 % ( F i g . 211). Nesse
m o m e n t o , por reações c o m p l e x a s , ainda não d e v i d a m e n t e explicadas, o c o r r e e m grande
p a r t e a g r a f i t i z a ç ã o . A d m i t e - s e , e n t r e t a n t o , q u e , n o c u r t o intervalo d e t e m p o e m q u e ocorre
a solidificação final, fica e s t a b e l e c i d a a q u a n t i d a d e , a f o r m a e a d i s t r i b u i ç ã o d a grafita.
A b a i x o d a t e m p e r a t u r a d e solidificação, no e x e m p l o c o n s i d e r a d o , t ê m - s e , p o i s , dendritas
d e austenita, cujo teor d e c a r b o n o decresce c o m a q u e d a d a t e m p e r a t u r a , f o r m a n d o uma
matriz e m que estão distribuídas lamelas de grafita. O carbono, que é precipitado da
a u s t e n i t a , a p a r e c e e m p a r t e c o m o perlita e e m p a r t e c o m o grafita livre. A q u a n t i d a d e desta
d e p e n d e , c o m o j á m e n c i o n o u , d a velocidade de resfriamento e do teor d e silfcio.
A o ultrapassar a ú l t i m a l i n h a d e t r a n s f o r m a ç ã o , c o r r e s p o n d e n t e à t e m p e r a t u r a d o eutetóide, a
a u s t e n i t a r e m a n e s c e n t e p a s s a a perlita e a estrutura d a l i g a é constituída d e p e r l i t a c o m lamelas de
grafita, p o d e n d o , ainda, c o m r e s f r i a m e n t o m a i s lento, a p e r l i t a d e c o m p o r - s e p a r c i a l m e n t e e m ferrita
e grafita. A estrutura c o n s i s t i r á , e n t ã o , d e perlita, ferrita e l a m e l a s d e grafita ( F i g . 2 1 4 ) . E s s a é u m a
d a s estruturas c o m u n s e m f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s d e m a i o r utilização c o m e r c i a l .

5 . Fatores que influem na estrutura do ferro fundido - S ã o dois os fatores preponderantes


n a d e t e r m i n a ç ã o d a e s t r u t u r a d o ferro fundido:

- composição química
- velocidade de resfriamento

(*) Essa influência também se faz sentir nos aços (Capítulo I), cujo teor de carbono do eutetóide diminuía Fig. 2 1 3 - Secção vertical do sistema Fe-C-Si a um teor constante de 2 % de Si, mostrando,
medida que aumenta o teor de silfcio. em achurado, as áreas de três fases.

500 501
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

T A B E L A 160
E f e i t o s e s t r u t u r a i s de a l g u n s e l e m e n t o s no f e r r o f u n d i d o

Elemento Efeitos durante a Efeito d u r a n t e a r e a ç ã o eutetóide


solidificação
Alumínio Forte grafilizante Promove a f o r m a ç ã o de ferrita
e grafita
Antimõnio Nas quantidades usadas, pequeno Forte estabilizador d a perlita
efeito
Boro, até
0,15% Forte grafitizante Promove a f o r m a ç ã o de grafita
Boro, acima
0,15% Estabilizador do Forte tendência à retenção da perlita
carboneto
Cromo Forte ação carbonetante. Fornia c a r b o - Forte tendência à formação de
netos complexos muito estáveis perlita
Cobre Grafitizante fraco Promove a f o r m a ç ã o de perlita
Manganês Fraca tendência carbonetante Formador de perlita
Molibdênio Fraca tendência carbonetante Forte formador de perlita
Níquel Grafitizante Fraco promotor de perlita
Silício Forte grafitizante Promove a f o r m a ç ã o de ferrita e
grafita
Telúrio Forte tendência carbonetante, m a s não Muito fraco estabilizador d a perlita
estabilizadora Fig. 2 1 4 - Estrutura de ferro fundido cinzento do tipo hipoeutético, mostrando os
Estanho Pequeno efeito na quantidade u s a d a Forte tendência à retenção da perlita constituintes perlita, ferrita e v e i o s de grafita.Ataque: picral.Aumento: 100X.
Titânio Grafitizante Promove a f o r m a ç ã o de grafita (Gentileza do Instituto d e Pesquisas Tecnológicas de São Paulo).
até 0,25%
Vanádio Forte tendência carbonetante Forte formador d a perlita dos. C o s t u m a - s e c o m p a r a r os ferros f u n d i d o s aos a ç o s , c h a m a n d o - o s de aços contendo
g r a f i t a e m v e i o s , p o i s , a rigor, o s o u t r o s c o n s t i t u i n t e s e s t r u t u r a i s i m p o r t a n t e s - c e m e n t i t a ,
perlita e ferrita - s ã o os constituintes b á s i c o s dos aços. A r a z ã o p o r q u e os ferros f u n d i d o s
cementita, de m o d o q u e , d e p e n d e n d o dos t e o r e s d e carbono e de silício, p o u c a ou nenhuma apresentam p r o p r i e d a d e s tão distintas d a s dos aços reside no fato dos veios de grafita
grafitização ocorre e h á t e n d ê n c i a para f o r m a r - s e ferro fundido b r a n c o . P r o d u z - s e o que se constituírem u m a solução de continuidade n a estrutura ou matriz básica do material o u , e m
c h a m a n a p r á t i c a d e secções coquilhadas. outras palavras, i n t e r r o m p e m a u n i f o r m i d a d e ou continuidade d e s s a matriz.
C o m as v e l o c i d a d e s d e resfriamento l e n t a s d a s s e c ç õ e s mais e s p e s s a s , ocorre uma
a p r e c i á v e l grafitização, d e p e n d e n t e s e m p r e d o t e o r d e silício. A e s t r u t u r a s e r á constituída
e s s e n c i a l m e n t e d e p e r l i t a e g r a f i t a . P a r a r e s f r i a m e n t o a i n d a m a i s l e n t o e t e o r d e silício mais
e l e v a d o , a c e m e n t i n a d a perlita p o d e t a m b é m d e c o m p o r - s e p a r c i a l m e n t e , originando-se as-
sim, a estrutura c o n s t i t u í d a d e veios de grafita, p e r l i t a e ferrita, r e p r e s e n t a d a na Fig. 214.
E s s a estrutura c o n f e r e a o material característicos d e b a i x a d u r e z a e e x c e l e n t e usinabilidade,
a l é m de razoável resistência mecânica.
É claro q u e h a v e r á s e c ç õ e s intermediárias, c o m a l g u m a f o r m a ç ã o d e grafita, resultando,
nelas, ferro fundido m e s c l a d o .
A v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o n ã o influi a p e n a s n a g r a f i t i z a ç ã o ; o u t r a a ç ã o i m p o r t a n t e é n a
f o r m a , d i s t r i b u i ç ã o e t a m a n h o d o s v e i o s d e g r a f i t a . V e l o c i d a d e s aftas p r o d u z e m v e i o s finos,
c o m u m a distribuição d e n t r í t i c a , c o m u m e n t e i n d e s e j á v e l . V e l o c i d a d e s m é d i a s resultam em
distribuição e t a m a n h o s n o r m a i s , e v e l o c i d a d e s m u i t o lentas e m u m a distribuição de veios
grosseiros de grafita.
A influência d a v e l o c i d a d e d e resfriamento, j u n t a m e n t e c o m a do t e o r d e silício, pode ser
f a c i l m e n t e v e r i f i c a d a n a p r á t i c a c o m u m p e q u e n o e n s a i o a s e r r e a l i z a d o p e l o f u n d i d o r , utili-
zando um pequeno corpo de prova de f o r m a especificada, charriado cunha de
coquilhamento, indicada esquematicamente n o s desenhos da Fig. 2 1 6 ' 2 9 8 1 . Desse modo,
t e m - s e u m m e i o r á p i d o e e f i c i e n t e d e c o n t r o l a r a t e n d ê n c i a à g r a f i t i z a ç ã o d e u m f e r r o fundido
e corrigir e m t e m p o a s c a r g a s do forno d e f u n d i ç ã o , m e d i a n t e a d i ç ã o de .elementos
grafitizantes ou estabilizadores.

Fig. 215 - Estrutura de um ferro fundido apresentando grandes veios de grafita, o eutético c o m p l e x o
6 . Componentes estruturais dos ferros fundidos - O m a i s i m p o r t a n t e é a grafita, por ser o
rico e m fósforo e mais inclusões, n u m a matriz periftica. A t a q u e : picral.Aumento: 100X
e l e m e n t o que d e t e r m i n a f u n d a m e n t a l m e n t e o s característicos m e c â n i c o s dos ferros fundi- (Gentileza do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo).

502 503
Aços E FERROS FUNDIDOS
FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

V— * —A
base b - 6 a 75,2 mm ; altura h - 11,1 a 215,9 mm
comprimento £~ 57,1 a 203 mm
f -v-—-<r
Veios de grafita do tipo A Veios de .grafita dó tipo B
Fig. 216 - Cunha d e coquilhamento, em que as dimensões variam conforme indicado.
0 tempo necessário p a r a realizar o ensaio varia de 3 5 segundos, para a m e n o r cunha,
até 10 minutos p a r a a maior.
~¥%&? )%TÍ
AASTM* e a AFS "' - 2 3 7 " 2 9 8 1 classificam o a s p e c t o e a f o r m a de a p r e s e n t a ç ã o d a grafita e m
cinco tipos, como se s e g u e :

A - irregular d e s o r i e n t a d a
B - e m roseta
C - desigual irregular
D - interdentrítica desorientada
E - interdentrítica orientada

representados e s q u e m a t i c a m e n t e n a Fig. 217.

Do m e s m o m o d o , e s s a s A s s o c i a ç õ e s classificam a grafita, pelas s u a s d i m e n s õ e s , em


o i t o t a m a n h o s , d e 1 a 8, c o r r e s p o n d e n d o o n a 1 à s d i m e n s õ e s maiores (veio m a i s longos) e Veios de grafita do tipo C " Veios de grafita do tipo D
o n H 8 às dimensões m e n o r e s .
O s o u t r o s c o n s t i t u i n t e s n o r m a i s - ferrita, cementita e perlita - j á s ã o c o n h e c i d o s , pois
f o r a m descritos no primeiro capítulo desta obra.
A ledeburita, que ocorre nos ferros f u n d i d o s brancos, é um constituinte formado
de pequenos glóbulos de perlita, sobre um fundo de cementita; por isso apresenta
elevada dureza.
A steadita é u m c o n s t i t u i n t e d e n a t u r e z a e u t é t i c a , c o m p r e e n d e n d o p a r t í c u l a s de fosfeto
d e ferro F e P e c a r b o n e t o d e ferro F e C , c o m b a i x o p o n t o de fusão (inferior a 9 8 2 ° C ) . Ocorre
3 3

e m á r e a s interdendrfticas, f o r m a n d o u m a s e g r e g a ç ã o , pois essas á r e a s s ã o a s últimas que


solidificam. A steadita o c o r r e q u a n d o a quantidade de fósforo presente é s u p e r i o r a 0,15%. Ê
muito dura e frágil. S e u a s p e c t o micrográfico é o d a Fig. 2 1 5 .

7 . Fatores outros que influem nos característicos de grafitização dos ferros fundidos- A
g r a f i t i z a ç ã o ( f o r m a , d i s t r i b u i ç ã o e d i m e n s õ e s d o s v e i o s d e grafita) e, p o r t a n t o , a e s t r u t u r a e
o s característicos m e c â n i c o s d o s ferros f u n d i d o s , s ã o influenciados por o u t r o s fatores que
não apenas a composição química e a velocidade de resfriamento.

Veios de grafita do tipo E


(*)ASTM-American Society for Testing Materials.
(**) AFS - American Foundrymen's Society. R g . 2 1 7 - F o r m a e distribuição dos veios de grafita, segundo as n o r m a s d a A S T M e d a A F S .

504
Aços E FERROS FUNDIDOS
FERROS FUNDIDOS BRANCOS

O m a i s i m p o r t a n t e é a c h a m a d a "inoculação" q u e consiste n a a d i ç ã o d e u m a liga m e t á -


lica, no metal, e n q u a n t o estiver líquido, q u e r n o próprio forno ou n a " p a n e l a de fundição",
p o u c o antes d o v a z a m e n t o d o m e t a l ou no j o r r o d o m e t a l líquido q u a n d o d a p a s s a g e m do
forno para a panela d e v a z a m e n t o . Acredita-se q u e e s s a prática p r o v o c a o aparecimento
d e "núcleos" no m e t a l f u n d i d o n o s quais a f o r m a ç ã o de grafita p o d e c o m e ç a r * 2 9 3 ' . O efeito
consiste num d e c r é s c i m o d a t e n d ê n c i a de f o r m a ç ã o de ferro b r a n c o , o u s e j a n u m a tendên-
cia à grafitização, s e m c o n s e q u ê n c i a a p r e c i á v e l n a estabilidade d a p e r l i t a . A l é m disso, fica
f a v o r e c i d a a f o r m a ç ã o d e v e i o s m e n o r e s d e g r a f i t a , c o m distribuição m a i s u n i f o r m e . Existe
muitos inoculantes c o m e r c i a i s , os quais p o d e m s e r agrupados d a s e g u i n t e maneira 1 2 9 9 ):

- inoculantes grafitizantes comuns, i n c l u i n d o grafita, silício m e t á l i c o , ferro-silício (com


5 0 % , 7 5 % ou 8 5 % d e Si) e silicieto de cálcio;
- inoculantes grafitizantes especiais, q u e s e c a r a c t e r i z a m p o r a p r e s e n t a r u m m a i o r efeito
grafitizante ( p o d e n d o , p o i s , s e r utilizados e m q u a n t i d a d e s r e l a t i v a m e n t e p e q u e n a s ) e que
1
i n c l u e m , entre o u t r o s , o s s e g u i n t e s : C a - S i ; C a - S i - T i ; C a - S i - M n ; S i - Z r - C a ; S i - B a ; Si-Mn-Ca-
Ba; Si-terras raras, S i - C é s i o etc;
- inoculantes estabilizadores ( t a m b é m c h a m a d o s p e r l i t i z a n t e s ) , r e c o m e n d a d o s p a r a fer-
r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s d e c a r b o n o e q u i v a l e n t e e l e v a d o ( 4 , 0 a 4 , 5 % ) e q u e i n c l u e m , entre
outros, Cr-Si, silicieto d e c r o m o , Cr-Si-Mn, Cr-Si-Mn-Zr.

A t e m p e r a t u r a do f e r r o f u n d i d o liquefeito d e v e s e r no m í n i m o , d e 1 4 5 5 ° C .
E m r e s u m o , p o d e - s e a f i r m a r q u e a i n o c u l a ç ã o d o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o t e m p o r objetivol ) 299 -

- a u m e n t a r a t e n d ê n c i a à g r a f i t i z a ç ã o e, p o r t a n t o , d i m i n u i r a t e n d ê n c i a a o c o q u i l h a m e n t o ; FERROS FUNDIDOS BRANCOS


- m e l h o r a r a t e n d ê n c i a à f o r m a ç ã o d e e s t r u t u r a s m a i s f i n a s e u n i f o r m e s e m s e c ç õ e s de
espessuras variadas;
- r e d u z i r o s u p e r - r e s f r i a m e n t o , p a r a f a v o r e c e r a f o r m a ç ã o d e g r a f i t a t i p o A e d i m i n u i r ou :
e l i m i n a r a g r a f i t a i n t e r d e n t r í t i c a , s o b r e t u d o a d o t i p o D;
- melhorar as propriedades mecânicas;
- finalmente, possibilitar a obtenção de ferros f u n d i d o s cinzentos d e a l t a resistência, com
carbonos equivalentes relativamente baixos.

O u t r o fator a c o n s i d e r a r é o superaquecimento, o u s e j a a t e m p e r a t u r a d e a q u e c i m e n t o do
f e r r o f u n d i d o q u a n d o i n t e i r a m e n t e liquefeito. D e v e - s e manter, g e r a l m e n t e , p a r a o s melhores
r e s u l t a d o s , o m e t a l f u n d i d o a u m a t e m p e r a t u r a m u i t o a l t a (1.500 a 1 . 7 0 0 ° C ) , o q u e exige um
f o r n o elétrico c o m o f o r n o d e f u s ã o . O s u p e r a q u e c i m e n t o resulta e m i n í c i o d e grafitização a
t e m p e r a t u r a s m a i s b a i x a s , o q u e p r o m o v e a f o r m a ç ã o d e v e i o s m e n o r e s e m a i s finos de grafita. .;
O u t r o resultado o b t i d o pelo s u p e r a q u e c i m e n t o diz respeito ao m a t e r i a l t o m a r - s e menos
sensível à influência d a v a r i a ç ã o da secção d a s p e ç a s . Nota-se, e n t r e t a n t o , u m a tendência '
d a grafita adquirir u m a d i s p o s i ç ã o interdentrítica, c o m c o n s e q u e n t e q u e d a d a resistência
m e c â n i c a do m a t e r i a l , o q u e é c o r r i g i d a p e l a i n o c u l a ç ã o .
De qualquer m o d o , c o m o j á se mencionou, não se conhece c o m p r e c i s ã o o mecanismo 5
exato de precipitação d a grafita; muitas teorias f o r a m propostas n e s s e sentido.
P o d e - s e , c o n t u d o , e s t a b e l e c e r c e r t o s f a t o s a s s o c i a d o s à f o r m a ç ã o d a g r a f i t a , a l g u n s dos ~;
quais já expostos, e q u e p o d e m ser resumidos d a seguinte maneira:

- a precipitação d a grafita d e p e n d e dos teores de carbono e silício e d a velocidade d e / j ;


resfriamento, através d e u m a certa faixa de t e m p e r a t u r a ;
- mantidos c o n s t a n t e s o t e o r de c a r b o n o e a v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o , quantidades a
c r e s c e n t e s d e S i r e s u l t a m e m q u a n t i d a d e s c r e s c e n t e s d e g r a f i t a e v e i o s d e g r a f i t a maiores;. S
- m a n t i d o s c o n s t a n t e s o S i e a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o , d e c r é s c i m o d o c a r b o n o total' 0 ,
origina menor q u a n t i d a d e de grafita, g e r a l m e n t e e m veios m e n o r e s ; : r .j|
- a precipitação d a grafita n ã o é limitada p e l a q u a n t i d a d e de C p r e s e n t e a l é m d a compor, y
s i ç ã o d o e u t e t ó i d e ( 0 , 8 0 % ) , m a s s e h o u v e r q u a n t i d a d e s u f i c i e n t e d e g r a f i t a e a v e l o c i d a d e da;
resfriamento for muito p e q u e n a , essa precipitação pode continuar até praticamente elimina^
a presença de q u a l q u e r c a r b o n o combinado;
- a grafitização é a c e l e r a d a pela p r e s e n ç a d e núcleos de grafita, o s q u a i s tendem a serí
d e s t r u í d o s por altas t e m p e r a t u r a s de f u s ã o .

506
507
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS BRANCOS

1. Introdução - Nestes materiais, como já se m e n c i o n o u , praticamente t o d o o carbono se Na v e r d a d e , a figura permite verificar q u e , a partir de u m d e t e r m i n a d o C , no c a s o 3 , 5 0 % ,
a p r e s e n t a n a f o r m a c o m b i n a d a d e c a r b o n e t o d e f e r r o F e C , m o s t r a n d o u m a s u p e r f í c i e d e fratura
3 as condições d e resfriamento que o c o r r e m pela ação da c o q u i l h a p r o d u z e m d e s d e q u a s e
c l a r a . S u a s p r o p r i e d a d e s f u n d a m e n t a i s , d e v i d o j u s t a m e n t e a alta q u a n t i d a d e d e c e m e n t i n a , s ã o n e n h u m a d e c o m p o s i ç ã o da c e m e n t i t a a t é u m a apreciável f o r m a ç ã o de grafita. Q u a n d o s e
levadas dureza e resistência ao desgaste. Em c o n s e q u ê n c i a , sua usinabilidade é prejudicada, ou desejar reduzir a z o n a de ferro m e s c l a d o , resultando assim n u m a redução mais a b r u p t a d a
s e j a , e s s e s m a t e r i a i s s ã o m u i t o difíceis d e s e usinar, m e s m o c o m os m e l h o r e s m a t e r i a i s de corte. z o n a c o q u i l h a d a p a r a a z o n a c i n z e n t a , u s a - s e a técnica d e a d i c i o n a r grafita n a p a n e l a d e
A c o m p o s i ç ã o q u í m i c a a d e q u a d a m e n t e a j u s t a d a - t e o r e s de c a r b o n o e silício - além d a fundição, p o u c o antes de vazar o metal no molde ou coquilha.
v e l o c i d a d e de resfriamento s ã o os meios mais u s a d o s p a r a produzir ferro f u n d i d o branco. P o r o u t r o l a d o , a f i g u r a 2 1 9 m o s t r a o e f e i t o d o teor d e c a r b o n o t o t a l n a d u r e z a d a p e ç a
A produção industrial d o ferro fundido branco e x i g e , e m princípio, a c o m b i n a ç ã o desses coquilhada. A c u r v a apresentada é a m é d i a d o s resultados obtidos p o r vários pesquisadores*- '. 00

dois fatores. Para isso, l a n ç a - s e mão do c h a m a d o s i s t e m a de "coquilha" o u "coquilhamento", F i n a l m e n t e , a i n d a quanto ao efeito d o silício - e l e m e n t o f u n d a m e n t a l nos ferros f u n d i -
q u e c o n s i s t e e m d e r r a m a r o m e t a l l í q u i d o e m m o l d e s m e t á l i c o s , o n d e o m e t a l resfria e m dos - a Fig. 2 2 0 - ' indica a relação entre a profundidade de c o q u i l h a m e n t o e o teor de
( 0 0

c o n d i ç õ e s tais ou c o m tal v e l o c i d a d e que p r a t i c a m e n t e t o d a a grafitização é eliminada e o silício p a r a f e r r o s f u n d i d o s c o q u i l h a d o s c u j o t e o r de c a r b o n o t o t a l varia de 3 , 2 5 a 3 , 6 0 % .


c a r b o n o fica retido n a f o r m a c o m b i n a d a . A p r o f u n d i d a d e d a c a m a d a c o q u i l h a d a - ou seja Os outros elementos normalmente presentes nos ferros fundidos brancos ou
d a q u e l a secção das p e ç a s q u e entra e m contato c o m a parede metálica d o m o l d e - pode ser c o q u i l h a d o s - m a n g a n ê s , f ó s f o r o e e n x o f r e - t ê m os s e g u i n t e s e f e i t o s :
c o n t r o l a d a , a j u s t a n d o - s e o t e o r d e silício d o f e r r o f u n d i d o .
E n t r e t a n t o , e m b o r a o t e o r d e silício s e j a o f a t o r p r e d o m i n a n t e no c o n t r o l e d a p r o f u n d i d a d e - o manganês e o enxofre, considerados e m conjunto, visto q u e suas ações se c o n t r a b a -
d e coquilhamento, outros fatores de influência s ã o o s seguintes: lançam, são elementos estabilizadores do carboneto; o m a n g a n ê s , c o m o se sabe, elimina os
efeitos n o c i v o s d o e n x o f r e , d e s d e q u e s e u t e o r s e j a d u a s v e z e s a o d o e n x o f r e , m a i s 0 , 3 0 % .
- temperatura de v a z a m e n t o P a r a a t u a r c o m o e s t a b i l i z a d o r d o c a r b o n e t o é n e c e s s á r i o q u e s e u t e o r s e j a tal q u e o e n x o f r e
- temperatura de "coquilha", ou seja, do m o l d e metálico presente se c o m b i n e totalmente c o m ele, d o contrário, o seu efeito é oposto, ou seja, t e n d e r á
- espessura da peça na secção coquilhada a diminuir a p r o f u n d i d a d e de c o q u i l h a m e n t o 1 3 0 0 ' . A l é m desse teor, o m a n g a n ê s atua, no s e n -
- espessura da coquilha tido d e a u m e n t a r a p r o f u n d i d a d e d e c o q u i l h a m e n t o , c e r c a d e q u a t r o v e z e s m a i s r a p i d a m e n t e
- t e m p o d u r a n t e o q u a l o m e t a l fica e m c o n t a t o c o m a c o q u i l h a . que o cromo.
Q u a n t o a o fósforo, s u a ação é no s e n t i d o d e diminuir a p r o f u n d i d a d e de c o q u i l h a m e n t o ,
A d m i t i m o s c o n s t a n t e s e s s e s fatores, s e r á o t e o r d e silício da liga o f a t o r p r i n c i p a l a deter- d e m o d o q u e s e c o s t u m a m a n t e r e s s e e l e m e n t o nos ferros f u n d i d o s b r a n c o s abaixo de 0 , 4 % .
m i n a r a "profundidade de coquilhamento", ou seja, a profundidade c o r r e s p o n d e n t e à forma-
ç ã o d e ferro fundido b r a n c o . 2 Efeito dos elementos de liga - O s e l e m e n t o s níquel, c r o m o e m o l i b d ê n i o s ã o g e r a l m e n t e
A q u a n t i d a d e d e c a r b o n o t o t a l - s o m a d e c a r b o n o c o m b i n a d o .e c a r b o n o l i v r e ( g r a f i t a ) , usados, isolados o u e m combinação, p a r a a u m e n t a r a resistência a o desgaste 130 ' ' . O cromo é
C t = C o + C g - também atua de modo pronunciado, c o m o é demonstrado pela Fig. 218 ( 3 a a ',
a qual mostra, e s q u e m a t i c a m e n t e , a estrutura d e u m ferro fundido c o q u i l h a d o e seus ca- 140
racterísticos de d u r e z a , à medida que ocorre afastamento da zona inteiramente
coquilhada.
120

DUREZA BRANCO 100


APROXIMADA
C( = 3,50%
C c = 3,30%

BRINELL-450 Cg = 0,20%

R.C-44

MESCLADO

BRIMELL-300 Cc = 2,0%
40
R.C - 3 0 Cg = 1,50%

20
CINZENTO

BRINELL-150 Cc = 0,80%
Cg = 2,70%
R.C - 8 7
0 1 2 3 4 5 6 6,7

C a r b o n o Total, %
Fig. 218 -Aspecto esquemático d a fratura de uma p e ç a de ferro fundido coquilhado, mostrando
o teor aproximado de carbono total, carbono c o m b i n a d o e carbono graf ítioo. Fig. 219 - Efeito do carbono total na dureza do ferro fundido coquilhado.

508 509
Aços e FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS BRANCOS

0,9 c o n s e q u ê n c i a , a r e s i s t ê n c i a à a b r a s ã o . F e r r o s f u n d i d o s b r a n c o s c o m 1 2 a 1 8 % d e Cr, u s a d o s

0,8
\ Ferro F u n d i d o C o q u i l h a d o
c o m C t de 3,25 a 3 , 6 0 %
e m peças f u n d i d a s resistentes ao d e s g a s t e , apresentam u m a m e l h o r a dessa q u a l i d a d e ,
quando se a d i c i o n a 1 a 4 % de M o , pois a matriz perlítica é suprimida, m e s m o
resfriamento lento característico de s e c ç õ e s mais espessas.
O cobre, a b a i x o d e " 4 % , diminui a p r o f u n d i d a d e de e n d u r e c i m e n t o '
menta a profundidade d a coquilha e a d u r e z a . É usado frequente e conjuntamente c o m o
3 0 1 1
com

, e além de 4 % a u -

cromo para m a n t e r u m a profundidade de coquilhamento constante.


O vanádio é u m poderoso estabilizador de carboneto, aumentando, assim, a profundida-
d e d e c o q u i l h a m e n t o . E s s e efeito p o d e s e r c o n t r a b a l a n ç a d o , s e n e c e s s á r i o , e m s e c ç õ e s d e
~ 0,7
]o p e q u e n a e s p e s s u r a , p e l a adição d e Ni o u c o b r e o u pelo a u m e n t o c o n s i d e r á v e l dos t e o r e s d e
55 carbono ou de silício o u de ambos. E m t e o r e s de 0,10% a 0 , 5 0 % refina igualmente a estrutura
CD das secções coquilhadas.
"O
O boro, utilizado de modo limitado, a u m e n t a a dureza d a s e c ç ã o coquilhada. B o n s resul-
o 0,6
tados têm sido verificados com adição d e boro e m t o m o de 0 , 5 % ' 3 0 1 ) . O boro refina i g u a l m e n t e
|2
a estrutura d a região coquilhada.
P a r a r e s u m i r , a s f i g u r a s 2 2 1 e 2 2 2 ° > m o s t r a m a a ç ã o d o s e l e m e n t o s d e liga n o s e n t i d o
(30

de reduzir (Fig. 2 2 1 ) o u a u m e n t a r (Fig. 2 2 2 ) a profundidade d e c o q u i l h a m e n t o .


0,5

3. Tratamentos térmicos - O principal objetivo do t r a t a m e n t o térmico do ferro f u n d i d o


branco - a p l i c a d o e m p e ç a s c o q u i l h a d a s - é reduzir as t e n s õ e s q u e s e originam p e l a s d i f e -
rentes v e l o c i d a d e s d e resfriamento e, c o n s e q u e n t e m e n t e d e s o l i d i f i c a ç ã o , que s e v e r i f i c a m
0,4 através das s e c ç õ e s das peças. C o m efeito, a s diferentes s e c ç õ e s a t i n g e m as t e m p e r a t u -
10 15 20 25 30 35 40 45 50 ras críticas d e t r a n s f o r m a ç ã o em t e m p o s d i f e r e n t e s ; além d i s s o , o c o r r e diferença de c o n t r a -
Profundidade de Coquilhamento, mm ção entre o ferro fundido branco da s e c ç ã o coquilhada e o ferro fundido cinzento das
secções mais internas.
Fig. 220 - Relação entre o teor de silício e a profundidade de coquilhamento. Pelo t r a t a m e n t o térmico procura-se, i g u a l m e n t e , melhorar a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o
m a t e r i a l , c u j a e s t r u t u r a é t i p i c a m e n t e f u n d i d a e, p o r t a n t o , p o u c o r e g u l a r , d o t i p o d e n t r í t i c o . O
utilizado e m baixos t e o r e s , c o m o o objetivo d e c o n t r o l a r a p r o f u n d i d a d e d e c o q u i l h a m e n t o , g a r a n - refino o u u n i f o r m i z a ç ã o d e s s a e s t r u t u r a é , a s s i m , e s s e n c i a l , s o b r e t u d o q u a n d o as p e ç a s s ã o
t i n d o a p r e s e n ç a d e u m a e s t r u t u r a s e m grafita. P o r e x e m p l o , 0 , 0 1 % d e c r o m o n e u t r a l i z a cerca de sujeitas a e s f o r ç o s m e c â n i c o s de c h o q u e .
0 , 0 1 5 % d e silício, s e r v i n d o p o i s o c r o m o , e m t e o r e s b a i x o s , p a r a corrigir p e q u e n o s erros d e c o m -
p o s i ç ã o d o ferro f u n d i d o . E m t e o r e s d e 1 a 4 % , a u m e n t a a d u r e z a e a r e s i s t ê n c i a a o desgaste, 50
p o r q u e estabiliza a c e m e n t j n a e i m p e d e a f o r m a ç ã o d e g r a f i t a E m t e o r e s d e 1 2 a 3 5 % confere
r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o e à o x i d a ç ã o a altas t e m p e r a t u r a s , a l é m d e a u m e n t a r a resistência à
abrasão. 40

O níquel reduz a p r o f u n d i d a d e de c o q u i l h a m e n t o , s e n d o a s u a influência cerca de um


q u a r t o d a do silício, e n t r e t a n t o , a o atingir o t e o r d e 4 a 5 % , e s s e d e c r é s c i m o d a profundidade
30 \
d e c o q u i l h a m e n t o é a c o m p a n h a d o por a u m e n t o d e d u r e z a , devido à n a t u r e z a d a estrutura
q u e s e o r i g i n a . D e f a t o , e n q u a n t o u m f e r r o f u n d i d o b r a n c o c o m u m , s e m e l e m e n t o s d e liga,
\
cr
a p r e s e n t a u m a e s t r u t u r a q u e consiste de c e m e n t i n a n u m a matriz d e perlita, o ferro branco O
O W
\
com 4 a 5% de n í q u e l apresenta uma estrutura martensítica, podendo a dureza CD 20
e s c l e r o s c ó p i c a atingir o v a l o r d e 90 ou cerca d e 7 3 0 Brinell. A u m e n t a n d o m a i s o níquel,
o c o r r e retenção d a a u s t e n i t a e a dureza volta a diminuir. Geralmente o níquel é usado em
c o m b i n a ç ã o com o c r o m o , p o r q u e este e l e m e n t o , estabilizando a c e m e n t i n a , neutraliza o
O
òZ %
\ \
\
\
10 ^ \
\ o0y
efeito negativo do níquel n a p r o f u n d i d a d e de c o q u i l h a m e n t o . C o m esse o b j e t i v o , a proporção
d e s s e s e l e m e n t o s é d e t r ê s p a r t e s de níquel p a r a u m a d e c r o m o , ou m e s m o d u a s partes de
n í q u e l p a r a u m a d e c r o m o , d e m o d o a garantir u m a e s t r u t u r a inteiramente b r a n c a , através de
•2A
O \
w
t o d a a secção da peça. \
O molibdênio t e m u m efeito equivalente a u m t e r ç o do c r o m o no q u e diz respeito ao 3 4 5
a u m e n t o d a p r o f u n d i d a d e d e c o q u i l h a m e n t o . O o b j e t i v o inicial e m se a d i c i o n a r M o e m peque-
n o s t e o r e s (0,25 a 0 , 7 5 % ) c o n s i s t e e m m e l h o r a r a resistência d a s u p e r f í c i e coquilhada a Elementos, %
f e n ó m e n o s de l a s c a m e n t o , c o r r o s ã o localizada, t r i n c a m e n t o pelo calor e efeitos s e m e l h a n -
tes'- 0 1 1 . A l é m disso, o M o e n d u r e c e e melhora a t e n a c i d a d e d a matriz perlítica. E m combina-
Fig. 221 - Efeito comparativo d e vários elementos de liga que diminuem
ç ã o c o m o Ni o u C r o u a m b o s , c o n f e r e m a t r i z m a r t e n s í t i c a e m v e z d e p e r l í t i c a e m e l h o r a , e m a profundidade de coquilhamento.

510 511
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS BRANCOS

- 3,5 C ; 0,50 S i ; 0 , 2 5 M n ; 0,40 P; 0 , 1 2 S , c o m d u r e z a e s c l e r o s c ó p i c a d e 6 2 a 7 2 (alta d u r e z a ) ;


t

50 - 3 , 4 0 C,; 0 , 6 0 S i ; 0 , 3 0 M n ; 1 , 2 5 Cr; 4 , 5 0 NI; 0,40 M o ; 0 , 3 5 P; 0 , 1 0 S , c o m dureza


e s c l e r o s c ó p i c a d e 8 0 a 9 0 (tipo m a i s d u r o ) ;
- 3,40 C ; 0 , 8 0 S i ; 0,30 M n ; 0,60 Cr; 2 , 5 0 N i ; 0,40 M o ; 0,35 P; 0 , 1 0 S , c o m d u r e z a
t

e s c l e r o s c ó p i c a d e 7 2 a 8 0 (tipo d e d u r e z a i n t e r m e d i á r i a ) .

- p a r a revestimentos de moinhos - p a r a e s s a s aplicações, várias composições são r e c o m e n -


d a d a s , d e s d e f e r r o s f u n d i d o s b r a n c o s s e m e l e m e n t o s de liga, c o n t e n d o , p o r e x e m p l o , 2 , 9 0 C , t

0,50 S i , 0,50 M n , c o m d u r e z a Brinell v a r i a n d o d e 4 1 5 a 4 6 0 e e s t r u t u r a c u j a matriz a p r e s e n t a


p e r l i t a g r o s s e i r a , a t é f e r r o s f u n d i d o s b r a n c o s l i g a d o s , c o n t e n d o , ' p o r e x e m p l o , 3 , 2 0 C,, 0 , 5 0 S i ,
0,60 M n , 2,00 C r e 4 , 5 0 Ni, c o m d u r e z a Brinell variando de 5 5 0 a 6 5 0 e estrutura cuja m a t r i z
a p r e s e n t a m a r t e n s i t a e a u s t e n i t a , o u o t i p o c o n t e n d o 3 , 2 5 C,, 0 , 6 0 S i , 0 , 7 0 M n , 1 5 , 0 0 C r e 3 , 0 0
Mo, c o m P e S b a i x o s (0,03 e 0,06 r e s p e c t i v a m e n t e ) e matriz igualmente-apresentando
martensita e austenita;

- p a r a bolas de moinhos de bola - a l g u m a s c o m p o s i ç õ e s t í p i c a s s ã o a s s e g u i n t e s ;

- 2 , 8 0 C- 0 , 3 0 S i ; 0 , 4 0 M n , c o m d u r e z a B r i n e l l d e 4 1 5 a 4 7 7 ;
1 2 3 4 5 6 7 8 - 3 , 2 0 C,; 0 , 6 0 S i ; 0 , 5 0 M n e 2 , 0 0 C r , c o m d u r e z a B r i n e l l d e 4 7 7 a 5 5 5 ;
- 3 , 2 0 C,; 0 , 5 0 S i ; 0 , 3 0 M n e 1,40 C r e 3 , 5 0 N i , c o m d u r e z a B r i n e l l d e 555. a 6 2 7 .
Elementos, %
Esta última c o m p o s i ç ã o é de estrutura martensítica, s e n d o a s bolas geralmente de d i â -
Fig. 2 2 2 - Efeito comparativo de vários elementos de liga que a u m e n t a m m e t r o s u p e r i o r a 1,5 p o l e g a d a s , f u n d i d a s e m c o q u i l h a e p o d e n d o , a s m e n o r e s , s e r e m f u n d i -
a profundidade de coquilhamento.
das em molde de areia.
Os valores de resistência à t r a ç ã o , obtidos nos ensaios, d e v e m ser analisados com
U m tratamento térmico típico consiste no a q u e c i m e n t o a uma t e m p e r a t u r a de 815°C, certo cuidado, p o i s eles são muito s e n s í v e i s ao a l i n h a m e n t o d o s corpos de p r o v a , d u -
s e g u i n d o - s e resfriamento a v e l o c i d a d e de 5 ° C p o r h o r a até 6 5 0 ° C , a n t e s d e r e m o v e r o rante os e n s a i o s . A d u c t i l i d a d e d e s s e s m a t e r i a i s é, p o r o u t r o l a d o , p r a t i c a m e n t e nula.
m a t e r i a l d o forno. R e s u l t a u m a estrutura e m q u e o s c a r b o n e t o s p r i m á r i o s s ã o m u i t o finos De qualquer m o d o , o limite de r e s i s t ê n c i a à tração d e s s e s m a t e r i a i s do tipo perlítico,
e a m a t r i z foi t r a n s f o r m a d a e m c e m e n t i t a e s f e r o i d i z a d a , f i c a n d o e l i m i n a d a q u a s e t o t a l - varia de cerca d e 21 k g f / m m 2 (210 M P a ) p a r a as classes de alto c a r b o n o a 42 k g f / m m 2

m e n t e a estrutura dendrítica. Mão se nota q u a l q u e r grafitização do ferro f u n d i d o branco. (410 MPa) para as de menor c a r b o n o . P a r a os tipos m a r t e n s i t i c o s , esses valores v a r i a m
A prática tem indicado q u e o s melhores resultados s ã o obtidos a q u e c e n d o - s e entre 815° de 35 a 4 2 k g f / m m 2 (340 a 410 MPa) p a r a os ferros martensiticos c o m carbonetos dos
e 8 7 0 ° , devendo-se t o m a r o cuidado de manter o material a essas e l e v a d a s temperaturas tipos M C ao p a s s o q u e os ferros m a r t e n s i t i c o s d e alto c r o m o , c o m c a r b o n e t o s dos t i p o s
3

d u r a n t e u m período de t e m p o tal q u e seja evitada a grafitização. M C , apresentam valores variáveis de 4 2 a 56 kgf/mm


7 3 2 (410 a 550 MPa). O limite de.
U m a s é r i e de e n s a i o s r e a l i z a d o s c o m c o r p o s d e p r o v a d e f e r r o f u n d i d o b r a n c o c o n t e n d o e s c o a m e n t o d e s s e s materiais é a p r o x i m a d a m e n t e e q u i v a l e n t e a 9 0 % do limite de r e s i s -
3 , 2 5 % a 3 , 6 0 % d e C, 0 , 5 0 % a 0 , 5 5 % d e S i , 0 , 5 5 % a 0 , 6 0 % d e M n , 0 , 1 2 % a 0 , 1 4 % d e S e tência à tração.
0 , 3 0 % a 0 , 3 5 % d e P, t r a t a d o s t e r m i c a m e n t e às t e m p e r a t u r a s e t e m p o s ' - . 2 6 1 A medida d a resistência à ruptura transversal - obtida pela c a r g a aplicada e flecha o b t i d a
- apresenta m e l h o r precisão e o produto carga-flecha serve para avaliar a sua tenacidade.
- 815° C e 20 h no m á x i m o Esses valores, d e p e n d e n d o da c o m p o s i ç ã o química, variam d a seguinte maneira:
- 870° C e 7 h no m á x i m o
- ferros fundidos brancos perlíticos fundidos em areia -
d e m o n s t r a m u m a u m e n t o de resistência ao c h o q u e de 30 a 5 0 % , c o m p r o v a n d o a impor- carga - 635 a 8 1 5 kgf
t â n c i a d o tratamento t é r m i c o p a r a o refino d a e s t r u t u r a d o material e a n e c e s s i d a d e de redu- f l e c h a - 2,0 a 2 , 3 m m
ção do tempo, à medida que se eleva a temperatura. t e n a c i d a d e - 1 , 2 7 a 1,87 k g f m ( 1 2 , 4 a 1 8 , 3 J )
- ferros fundidos brancos martensiticos fundidos em areia -
4 . Aplicações típicas do ferro fundido ou coquilhado - P a r a equipamento de manuseio de c a r g a - 8 0 0 a 2 7 2 0 kgf
terra, mineração e moagem, a A S T M , por intermédio d a especificação A 5 3 2 - 7 5 a indica as flecha - 2,000 a 3,6 m m
c i a s s e s , i n c l u í d a s n a T a b e l a 161P" '.
31 t e n a c i d a d e - 1 , 6 0 a 7 , 6 2 k g f m ( 1 5 , 7 a 7 4 , 7 J)
Outras aplicações: - ferros fundidos brancos martensiticos fundidos em coquilha -
c a r g a - 1 2 7 0 a 3 1 8 0 kgf
- p a r a rodas de vagões - u m a c o m p o s i ç ã o típica é a seguinte' ' : 3 0 1
flecha - 2,0 a 6,5 m m
t e n a c i d a d e - 4 , 0 8 a 1 5 , 0 k g f m ( 4 0 a 1 4 7 J)
- 3 , 3 5 C,; 0,50 S i ; 0 , 5 5 M o , c o m 6 2 d e d u r e z a e s c l e r o s c ó p i c a ;

- p a r a cilindros coquilhados - composições típicas s ã o as seguintes' ' : 3 0 1

- 3 , 0 0 C ; 0,75 Si; 0,25 M n ; 0 , 4 0 P ; 0,12 S, c o m d u r e z a e s c l e r o s c ó p i c a d e 5 0 a 6 2 ( b a i x a dureza);


(

512 513
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

TABELA161
C l a s s e s d e f e r r o f u n d i d o b r a n c o p a r a a p l i c a ç õ e s de m i n e r a ç ã o e t c .

Tipo de
Classe Dureza moldagem C o m p o s i ç ã o q u í m i c a , (%)
Brinell ou trata-
mento
térmico c. Si Mn Ni Cr Mo S Outros

I 500 Areia min. 3,0 3,3 1,4


Tipo A 600 Coquilha max. 3,6 0,8 1,3 5,0 4,0 1,0 0,15 0,30 P
I 550 Areia min. 2,5 3,3 1,4
Tipo B 600 Coquilha max. 3,0 0,8 1,3 5,0 4;0 1,0 0,15 0,30 P
I 550 Areia min. 2,9 2,7 1,1
TipoC 600 Coquilha max. 3,7 0,8 1,3 4,0 1,5 1,0 0,15 0,30 P
I 550 Areia min. 2,5 1,0 5,0 7,0
Tipo D 600 Coquilha max. 3,6 2,2 1,3 7,0 11,0 1,0 0,15 0,10 P
II 550 Areia min. 2,4 0,5 11,0 0,5
Tipo A 600 Temperado max. 2,8 1,0 1,5 0,5 14,0 1,0 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
II 450 Areia min. 2,4 0,5 14,0 1,0
Tipo B 600 Temperado max. 2,8 1,0 1,5 0,5 18,0 3,0 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
II 550 Areia min. 2,8 0,5 14,0 2,3
TipoC Temperado max. 3,6 1,0 1,5 0,5 18,0 3,5 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
II 450 • Areia min. 2,0 0,5 18,0
Tipo D 600 Temperado max. 2,6 1,0 1,5 1,5 23,0 1,5 0,06 0,10 P; 1,2 Cu FERROS FUNDIDOS CINZENTOS
II 450 Areia min. 2,6 0,5 18,0 1,0
Tipo E 600 Temperado max. 3,2 1,0 1,5 1,5 23,0 2,0 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
III 450 Areia min. 2,3 0,5 23,0
Tipo A 600 Temperado max. 3,0 1,0 1,5 1,5 28,0 1,5 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
Observações - A classe I, tipo D pode ser endurecida a 600 m i n . Brinell ou recozida a 4 0 0 max. Brinell.
A s classes II e III podem ser recozidas a 400 min. Brinell.
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROSFUNDIDOS CINZENTOS

1 . Introdução - Esta é, d e n t r e os ferros f u n d i d o s , a liga mais u s a d a , d e v i d o aos seus TABELA162


característicos de: P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o s f e r r o s c i n z e n t o s , de a c o r d o c o m a EB-126 d a A B N T

D i â m e t r o da barra Resistência
- fácil fusão e m o l d a g e m de e n s a i o L i m i t e de à flexão
- b o a resistência m e c â n i c a resistência Dureza
estática
- excelente usinabilidade Classe D, m m à tração Brinell (valores
- b o a resistência ao d e s g a s t e (no e s t a d o d, mm (min.) (valores médios)
b r u t o de (usinada) máximos)
- b o a capacidade de amortecimento.
fusão) kgf/mm 2 MPa kgf/mm- MPa

C o m o e m todas as ligas metálicas, existe u m a correlação íntima entre a s propriedades FC10 30 20 10 100 201 -
d o ferro fundido e a s u a e s t r u t u r a , correlação e s s a q u e , no caso particular do ferro fundido 13 8 23 230 241 34 330
c i n z e n t o , é m a i s e s t r e i t a e m a i s c o m p l e x a , t e n d o e m v i s t a a p r e s e n ç a d e c a r b o n o livre n a 20 12,5 18 180 223 32 310
FC15
f o r m a d e grafita e a f o r m a , distribuição e d i m e n s õ e s q u e o s veios d e g r a f i t a a p r e s e n t a m e 30 20 15 150 212 30 290
m a i s a influência que, nese sentido, a espessura d a p e ç a exerce. 45 32 11 110 201 27 ' 260
Portanto, pode-se prever, c o m razoável a p r o x i m a ç ã o , as propriedades d o s ferros fundi- 13 8 28 270 255 41 400
dos cinzentos, em f u n ç ã o d a s u a composição q u í m i c a , principalmente t e o r e s d e carbono 20 12,5 23 230 235 39 380
FC20
30 20 20 200 223 36 350
g r a f í t i c o e silício, d a e s p e s s u r a d a s p e ç a s e d a f o r m a c o m o a g r a f i t a s e a p r e s e n t a .
45 32 16 160 217 33 320
O s ferros fundidos cinzentos apresentam-se d e n t r o de u m a faixa de c o m p o s i ç ã o química
13 8 33 320 269 - -
muito ampla:
20 12,5 • 28 270 248 46 450
FC25
30 20 25 250 241 42 410
C, - 2 , 5 % a 4 , 0 0 %
45 32 21 210 229 39 380
Si - 1,00% a 3,00%
20 12,5 33 320 269 - -
M n - 0,20% a 1,00%
FC30 30 20 30 290 262 43 470
P - 0 , 0 2 % a 1,00% 45 32 26 260 248 45 440
S - 0,02% a 0,25%
20 12,5 38 370 - . - -
FC35 30 20 35 340 227 54 530
O s efeitos desses e l e m e n t o s j á são conhecidos. 45 32 31 300 269 51 500'
É f r e q u e n t e , ainda, a d i c i o n a r outros e l e m e n t o s de liga, visando alterar c e r t o s caracterís- 30 20 40 390 - 60 590
ticos d o material, c o m o s e v e r á mais adiante. FC40 45 32 36 350 - 57 560

2 . Classificação dos ferros fundidos cinzentos - Segundo a ABNT 1 3 0 -', os ferros fundidos
s ã o d e s i g n a d o s pelas letras F C , indicativas de "ferro f u n d i d o cinzento", s e g u i n d o - s e dois A A S T M a g r u p a os ferros fundidos cinzentos em sete tipos, de composição química

a l g a r i s m o s representativos d o limite mínimo d e resistência à tração. indicada na tabela 163.

A T a b e l a 162 relaciona e s s e s materiais.


T A B E L A 163
A s classes FC-10 e F C - 1 5 c o r r e s p o n d e m a o s f e r r o s fundidos c i n z e n t o s c o m u n s , com
C l a s s e s de f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o s e g u n d o a A S T M
e x c e l e n t e f u n d i b i l i d a d e e m e l h o r u s i n a b i l i d a d e . A c l a s s e F C - 1 5 é u t i l i z a d a , e n t r e o u t r a s apli-
cações, e m bases de máquinas, carcaças metálicas e aplicações semelhantes. Classe Composição química (%)
A s classes FC-20 e F C - 2 5 , t a m b é m de boas fundibilidade e usinabilidade, apresentam ASTM C Si Mn P S
m e l h o r r e i s t ê n c i a m e c â n i c a e s e a p l i c a m , p r i n c i p a l m e n t e e m e l e m e n t o s e s t r u t u r a i s , tais 20 3,10/3,80 2,20/2,60 0,50/0,30 0,20/0,80 0,08/0,13
c o m o barramentos, cabeçotes e mesas de máquinas operatrizes.' 25 3,00/3,50 1,90/2,40 0,50/0,80 0,15/0,50 0,08/0,13
A s c l a s s e s F C - 3 0 e F C - 3 5 , c o m maiores d u r e z a e r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , a p l i c a m - s e em 30 2,90/3,40 1,70/2,30 0,45/0,80 0,15/0,30 0,08/0,12
e n g r e n a g e n s , pequenos virabrequins, bases p e s a d a s de máquinas, colunas de máquinas, 35 2,80/3,30 1,60/2,20 0,45/0,70 0,10/0,30 0,06/0,12
b u c h a s e grandes blocos de motor. 40 2,75/3,20 1,50/2,20 0,45/0,70 0,07/0,25 0,05/0,12
A classe FC-40 é a c l a s s e de uso comercial q u e p o s s u i a maior resistência mecânica, 50 2,55/3,10 1,40/2,10 0,50/0,80 0,07/0,20 0,06/0,12
a p r e s e n t a n d o , p a r a e s s a f i n a l i d a d e , c o m b i n a ç ã o d o s e l e m e n t o s de liga, e n t r e eles, níquel, 60 2,50/3,00 1,20/2,20 0,50/1,00 0,05/0,20 0,05/0,12
c r o m o e m o l i b d ê n i o . C o m o p o s s u i e l e v a d a t e n d ê n c i a a o c o q u i l h a m e n t o , s u a utilização é
limitada.a peças de e s p e s s u r a s médias e g r o s s a s . Os n ú m e r o s d e 2 0 a 60, das classes A S T M , corrrespondem a o s limites de resistência à
tração, e m Ib/pol e t c ; portanto, e m m e d i d a s m é t r i c a s , essas c l a s s e s a p r e s e n t a m , e m m é d i a ,
os seguintes v a l o r e s a p r o x i m a d o s p a r a limite de resistência à t r a ç ã o :

- classe 20 - 14,0 k g f / m m 2 (140 M P a )


- classe 25 - 1 7 , 5 k g f / m m 2 (175 M P a )
- classe 30 - 2 1 , 0 k g f / m m 2 (210 M P a )
- classe 35 - 2 4 , 5 k g f / m m 2 (245 M P a )
- classe 40 - 28,9 k g f / m m 2 (270 M P a )

516 517
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

- classe 50 - 35,0 k g f / m m 2 (340 MPa) TABELA164


Propriedades mecânicas dos f er r os fundidos cinzentos, s e g u n d o a ASTM ( c o n t )
- classe 60 - 42,0 k g f / m m . ( 4 1 0
2 MPa)
Limite de
Diâmetro resistência
A c o m p o s i ç ã o q u í m i c a d e c a d a classe está i n d i c d a e m faixas a m p l a s , c o m valores que se
Classe do corpo " à tração Dureza
s o b r e p õ e m : os teores m a i s altos de carbono e silício c o r r e s p o n d e m a o s m e n o r e s diâmetros Observações
de prova kgf/mm- Brinell
d o s c o r p o s de prova, o q u e significa que, à m e d i d a q u e a espessura d a s p e ç a s aumenta, os
mm (MPa)
teores de carbono e silício d e c r e s c e m .
22,2 29,5/32,3 212/241 peças Unas: espessura até 13 mm
De acordo c o m os d i â m e t r o s dos corpos de p r o v a , as propriedades m e c â n i c a s dessas
(285/313) C - 3,00 a 3 , 2 0 % •
classes variam de a c o r d o c o m a Tabela 164.
Si-1,90 a 2,20%
30,5 28,1/33,0 207/241 peças m é d i a s : espessura de 13 a 2 5 m m
40 (271/320) C - 2 , 9 5 a 3,15%
S i - 1 , 7 0 a 2,00%
50,8 28,8/31,6 180/217 peças grossas: espessura sup. a 2 5 m m
T A B E L A 164 (278/306) G-2,75 a 3,00%
Propriedades m e c â n i c a s dos ferros f u n d i d o s cinzentos, s e g u n d o a A S T M Si - 1 , 5 0 a 1,90%
L i m i t e de 22,2 35,9/38,7 228/269 peças finas: espessura até 13 m m
Diâmetro resistência (344/377) C-2,90 a 3,10%
Classe do corpo à tração Dureza Observações Si-1,70 a 2,10%
de p r o v a kgf/mm Brinell 30,5 35,2/40,1 228/269
2 peças médias: espessura de 13 a 25 m m
mm (MPa) 50 (342/391) C - 2,70 a 3 , 0 0 %
22,2 15,5/18,3 160/220 peças finas: espessura até 13 m m Si-1,70 a 2,00%
(155/183) C - 3 , 5 0 a 3,80% 50,8 35,2/38,0 207/241 peças grossas: espessura sup. a 2 5 m m
Si - 2 , 4 0 a 2,60% (342/370) C - 2 , 5 5 a 2,85%
30,5 12,9/16,9 160/180 peças médias: espessura d e 13 a 25 mm S i - 1 , 4 0 a 1,70%
20 (129/169) C - 3 , 4 0 a 3,60% 22,2 42,2/45,7 228/272 peças finas: espessura até 13 m m
S i - 2 , 3 0 a 2,50% (412/447) C - 2 , 7 0 a 3,00%
50,8 12,7/15,5 130/180 peças grossas: espessura s u p . a 25 mm S i - 1 , 4 0 a 1,70%
(127/155) C-3,10a3,30% 30,5 42,2/45,7 248/290 peças médias: espessura de 13 a 25 m m
S i - 2 , 2 0 a 2,40% 60 (412/447) C - 2,50 a 2 , 8 5 %
22,2 18,3/20,4 160/180 peças finas; espessura até 13 m m Si-1,90a2,10%
(183/204) C - 3,30 a 3,50% 50,8 42,2/45,0 212/248 peças grossas: espessura sup. a 2 5 m m
S i - 2 , 2 0 a 2,40% (412/440) C-2,50 a 2,80%
30,5 18,3/20,4 179/207 peças médias: e s p e s s u r a de 13 a 25 mrr S i - 1 , 2 0 a 1,50%
25 (183/204) C - 3 , 2 0 a 3,40%
S i - 2 , 2 0 a 2,40% 3 . Propriedades dos ferros fundidos cinzentos - As propriedades d e s s e s materiais d e p e n -

50,8 s 18,3/21,4 179/217 peças grossas: espessura s u p . a 25 mm dem dos seguintes fatores:
(183/214) C - 3,00 a 3,30%
S I - 1 , 9 0 a 2,20% - microestrutura
22,2 21,1/24,3 179/288 peças finas; espessura até 13 m m - composição química
(211/243) C - 3 , 2 0 a 3,40% - secção do material
Si - 2 , 1 0 a 2,30%
30,5 peças médias: espessura d e 13 a 35 mm N a microestrutura, a presença d e c a r b o n o livre o u grafita é o fator microestrutural p r e d o -
30 C - 3 , 1 0 a 3,30% minante, porque maior sua quantidade, mais mole e menos resistente será o material. A l é m
S i - 2 , 1 0 a 2,30% disso, a f o r m a d a grafita, a d i m e n s ã o d o s v e i o s e a s u a d i s t r i b u i ç ã o a f e t a m i g u a l m e n t e as
50,8 21,1/24,3 207/228 peças grossas: espessura s u p . a 25 mm propriedades.
(211/243) C - 2 , 9 0 a 3,20%
Por outro lado, a matriz metálica d o s ferros fundidos cinzentos contém ferrita e
Si - 1 , 7 0 a 2,107o
prelita; se a f e r r i t a predominar, a u s i n a b i l i d a d e do material é melhor, m a s s u a r e s i s t ê n c i a
22,2 25,3/28,1 179/228 peças finas: espessura até 13-mm
m e c â n i c a e s u a resistência ao d e s g a s t e s ã o p r e j u d i c a d a s . S e a perlita for o c o n s t i t u i n t e
(253/271) C - 3 , 1 0 a 3,30%
predominante n a matriz metálica, os ferros fundidos cinzentos correspondentes apre-
S i - 2 , 0 0 a 2,20%
sentarão m e l h o r resistência m e c â n i c a . U m a matriz metálica c o n t e n d o ferrita e perlita e m
30,5 24,6/27,4 207/228 peças médias: espessura de 13 a 25 mm
proporções p r a t i c a m e n t e idênticas p r o p o r c i o n a r á ao material d u r e z a e resistência m e c â -
35 (246/264) C - 3,00 a 3,25%
nica i n t e r m e d i á r i a s .
S i - 1 , 8 0 a 2,10%
peças grossas: espessura s u p . a 25 mm A i n t r o d u ç ã o d e e l e m e n t o s de liga e o u a aplicação de t r a t a m e n t o s térmicos m o d i f i c a m a
50,8 24,6/26,7 183/217
(246/260) C - 2 , 8 0 a 3,10% microestrutura d a matriz metálica, p o d e n d o dar origem a perlita fina ou a u m a matriz acicular,
S i - 1 , 6 0 a 2,00% tfpica d a m a r t e n s i t a , a f e t a n d o , é c l a r o , d e m o d o p o s i t i v o a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s .

513 519
Aços E FERROS FUNDIDOS
• «u
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS £J

N o q u e diz respeito à composição química, o s e l e m e n t o s básicos q u e i n f l u e m n a s p r o p r i e d a d e s O


m e c â n i c a s s ã o o c a r b o n o e o silício e, e m m e n o r e x t e n s ã o , o fósforo. D e s s e s t r ê s e l e m e n t o s , o
silícioé o m a i s i m p o r t a n t e p o i s , c o m o s e viu, é e l e o p r i n c i p a l r e s p o n s á v e l p e l a f o r m a ç ã o d e grafita.
-
o
O silício m e l h o r a a n d a a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o e à o x i d a ç ã o a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s do m a t e r i a l
y + Maleável e Dúctil o

// o
O efeito s i m u l t â n e o d o c a r b o n o , silício e f ó s f o r o é r e p r e s e n t a d o p o r u m a f ó r m u l a j á a p r e -
s e n t a d a , a qual define o "carbono equivalente".
3,50
rs • , , „
Cequivalente = % C + t
% Si + % P
. 52,5
3,70 Caibono a
-ta
3' M
equivalente
de fBrros 400 li
V ^
4 fundidos

a
1 Q

ca cinzentos
4,30
<>
O
4,50

' 7 / ,.- ..--'.< Relação Mackenzie


P
100 200
D u r e z a Brinell
Q
a
Fig. 2 2 5 - Relações entre resistência à tração e dureza para ferro fundido cinzento, ferro
a
G
3,5 4,0 4,5 maleável, ferro nodular e a ç o .
Carbono Equivalente, %

Fig. 223 - R e l a ç ã o típica entre carbono equivalente e a resistência à tração d e barra A adição d e elementos d e liga s e r á considerada mais a d i a n t e .
d e 30 m m de diâmetro de ferro fundido cinzento. A s e c ç ã o d a s peças é outro fator significativo a influenciar as propriedades mecânicas
dos ferros f u n d i d o s cinzentos. Isso d e v i d o a o efeito d a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o , a q u a l , s e
a
E s s a e q u a ç ã o i n d i c a q u e , n a b a s e d e p o r c e n t a g e m e m p e s o , o s t e o r e s d e silfcio e f ó s f o r o
d o ferro fundido c i n z e n t o a f e i a m as p r o p r i e d a d e s mecânicas, do m e s m o modo que s e u
l e n t a , p r o p o r c i o n a m a i o r q u a n t i d a d e d e c a r b o n o livre o u g r a f i t a e , s e r á p i d a , p o d e l e v a r à
o
c a r b o n o total, p o r é m , s o m e n t e de um terço'- ). 04
formação d e ferro fundido branco ou m e s c l a d o , c o m apreciáveis variações nas propriedades
mecânicas, principalmente d u r e z a e resistência ao d e s g a s t e . A s s i m e m peças c o m s e c ç õ e s a
A f i g u r a 223< -) m o s t r a u m a r e l a ç ã o t í p i c a e n t r e o c a r b o n o e q u i v a l e n t e e a r e s i s t ê n c i a à
30

t r a ç ã o de barras de ferro fundido cinzento d e 3 0 m m d e diâmetro.


muito e s p e s s a s , fundidas e m m o l d e s d e areia por exemplo, h á t e n d ê n c i a de formar-se muita
grafita e p e ç a s d e secções mais finas, m e s m o se f u n d i d a s e m m o l d e s d e areia, podem o
O fósforo deve s e r m a n t i d o o mais baixo p o s s í v e l , dentro das características
ligas.
dessas apresentar m e n o s grafita, cuja q u a n t i d a d e diminui ainda m a i s s e o s m o l d e s f o r e m m e t á l i c o s .
Finalmente, p e ç a s fundidas de s e c ç õ e s variadas podem apresentar diferenças n a q u a n t i d a -
o
O enxofre deve s e r controlado de modo a evitar-se a formação d e F e S . C o m o no caso
d o s aços, esse controle é feito pela adição d e m a n g a n ê s e m q u a n t i d a d e suficiente para
de d e grafita e n a s dimensões d o s s e u s veios, ficando afetada i g u a l m e n t e a matriz m e t á l i c a
a qual p o d e a p r e s e n t a r durezas diferentes n a s áreas entre a s s e c ç õ e s finas e as s e c ç õ e s
a
p r o m o v e r a f o r m a ç ã o d e IvInS, e m v e z d e F e S . P a r a i s s o , o t e o r d e M n d e v e s e r , g e r a l m e n t e , espessas. o
•a
1,7 v e z e s o t e o r d e S , m a i s 0 , 1 2 % M n . E m r e s u m o , devido ao efeito d i m e n s i o n a l , as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s - a r e s i s t ê n c i a à

I I I I
tração e m particular - de u m a p e ç a de ferro fundido cinzento d e análise determinada d e p e n -

co 400
a.
derá d o tipo d e material do m o l d e e d a s d i m e n s õ e s d a s s e c ç õ e s .
O conceito d e carbono equivalente t a m b é m pode ser aplicado n a variação dimensional. A Q
Q
5 CARBONO EQUIVALENTE figura 2 2 4 í 3 0 6 ) relaciona a espessura d a secção e a resistência à tração com o carbono equi-
o" 3 5 0
icd valente, p o d e n d o - s e notar q u e os ferros fundidos cinzentos c o m baixos carbono e q u i v a l e n t e

C
O

c
3,30
2 aao são m e n o s sensíveis a variações dimensionais que os de c a r b o n o equivalente mais e l e v a d o ,

K:
KC
3,50 A T a b e l a 1 6 2 j á m o s t r a d a i n d i c a o e f e i t o d a s e c ç ã o s o b r e o s v a l o r e s d e limite d e r e s i s t ê n -
* 250 X X
O cia à tração, d u r e z a e resistência à f l e x ã o estática.
cz
«D A Tabela 1 6 5 representa as propriedades mecânicas d o s ferros fundidos cinzentos de
Q
200 3 90
\
C
w acordo c o m a n o r m a DIN(*).
CD 4,10
Ct 150
4,30

c
(*) Os valores de resistência à tração apresentados correspondem a corpos de prova de 30 mm de diâmetro
25 50 75 100 ou secção de peça de aproximadamente 15 mm. Para secções menores, a resistência à tração é maior,
Espessura d a secção, sm m m devido a maior quantidade de perlita presente. Para secções maiores, devido a maior quantidade de
íerrita presente, a resistência e a dureza são menores. Como os ferros fundidos cinzentos são materiais
Fig. 224 - Efeito do c a r b o n o equivalente n a resistência à tração do ferro fundido cinzento em muito pouco dúcteis, o alongamento é insignificante, geralmente menor que 1%e esse característico não
função da espessura d a secção. é determinado.

520
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

TABELA165 350
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o s f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s , s e g u n d o a n o r m a DIN

CG-10 CG-15 CG-20 CG-25 CG-30 CG-35 CG-40


Limite de resistência 300
à tração, kgf/mm (MPa)2 10 (100) 15 (150) 20 (200) 25 (250) 30 (290) 35 (340) 40 (390)
Limite de resistência 20/31 23/37 29/43 35/44 41/55 47/61 53/67
à flexão, kgf/mm (MPa)
2 (200/300) (230/360) (280/420) (340/430) (400/540) (460/600) (520/660) 250
Resistência à compressão, 50/60 57/70 60/83 70/100 82/120 95/140 110/140
kgf/mm (MPa)
2 (490/590) (580/690) (590/810) (690/980) (800/1000) (930/1370) (1080/1370) 03
0_
Módulo de elasticidade
2 200
1 ff kgf/mm 7,5/10 8/10,5 9/11,5 10,5/12 11/14 12,5/14,5 12,5/15,5
1 2
o
Limite de fadiga ictí Corpo de 3rova senn entalhe
<n
kgf/mm^MPa) 0,35 a 0,5 do limite de resistência à tração
|* 150 \
Estmtuta ferrítica < - - > perlítica

C o m o se pode observar pelo e x a m e das T a b e l a s 1 6 4 e 165 e inclusive d a Tabela 162 100 \


relativa às normas brasileira, e m princípio, as p r o p r i e d a d e s fundamentais d o s f e r r o s fundidos /
cinzentos são a resistência à tração, resistência à c o m p r e s s ã o e dureza. Corpo de prova c om
A resistência à tração é a mais importante e o próprio agrupamento dos ferros fundidos em enteilhe
50
c l a s s e s p o r d i v e r s a s n o r m a s é f e i t o c o m b a s e n o s v a l o r e s d e limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o .
A dureza varia, nos ferros fundidos em geral, d e s d e valores c o r r e s p o n d e n t e s a 100
Brinell p a r a os ferros f u n d i d o s c i n z e n t o s o u d e g r a n d e usinabilidade a t é 6 0 0 Brinell p a r a 0
f e r r o s fundidos coquilhados. A interpretação d a s d e t e r m i n a ç õ e s de d u r e z a p o d e levar a
0 100 200 300 400 500 600
j u l g a m e n t o s erróneos sobre a qualidade do material, e m face da p r e se n ça d e grande quan-
t i d a d e d e g r a f i t a q u e s e e s m a g a c o m f a c i l i d a d e . P a r a f e r r o s f u n d i d o s c o m d u r e z a B r i n e l l até
Temperatura, °C
5 0 0 r e c o m e n d a - s e o u s o d o p r o c e s s o B r i n e l l c o m e s f e r a d e 10 m m e c a r g a d e 3 0 0 0 k g ;
Fig. 2 2 6 - Efeito d a temperatura no comportamento à fadiga de u m ferro fundido com
q u a n d o a dureza é superior a 5 0 0 , recomenda-se o m é t o d o Rockwell, e s c a l a C.
2 , 8 4 % C, 1,50% Si, 1,05%, Mn, 0 , 0 7 % P, 0,12% S, 0,31 % Cr, 0 , 2 0 % Ni e 0,37% Cu.
C o m o n o c a s o d o s a ç o s , s e r i a m u i t o útil e s t a b e l e c e r - s e u m a r e l a ç ã o e n t r e a d u r e z a e a
r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d o s f e r r o s f u n d i d o s , visto q u e o s e n s a i o s d e d u r e z a s ã o m a i s f á c e i s e rápi- adotado, nesses casos, o ensaio de f a d i g a correspondente a t e n s õ e s de dobramento em
d o s , a l é m d e não s e r r e m d e s t r u t i v o s . C o n t u d o , d e v i d o à s v a r i a ç õ e s d e q u a n t i d a d e e f o r m a d o s ciclos t o t a l m e n t e reversíveis.
v e i o s d e grafita, e s s a r e l a ç ã o a p r e s e n t a - s e n u m a f a i x a m u i t o e x t e n s a . M A C K E N Z I E ' 3 0 7 1 estabe- As p r o p r i e d a d e s d e resistência à t r a ç ã o e limite de f a d i g a s ã o a f e t a d a s pela e l e v a ç ã o d a
l e c e u r e l a ç õ e s entre d u r e z a e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o p a r a f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o ( F i g . 225). A s temperatura.
r e l a ç õ e s p a r a ferro dútil, f e r r o m a l e á v e l e a ç o t a m b é m e s t ã o i n d i c a d o s n a f i g u r a 2 2 5 . E n q u a n t o
A figura 2 2 6 ( 3 , Q | m o s t r a o c a s o p a r t i c u l a r d o limite d e f a d i g a , n u m e n s a i o r e a l i z a d o num
o a ç o a p r e s e n t a u m a r e l a ç ã o f i x a d e resistência à t r a ç ã o p a r a a d u r e z a Brinell d e a p r o x i m a d a -
ferro fundido c i n z e n t o ligeirament l i g a d o . Verifica-se a q u e d a a b r u p t a d a propriedade a p a r t i r
m e n t e 5 0 0 p a r a 1 e os f e r r o s d ú t e i s e m a l e á v e i s d e a p r o x i m a d a m e n t e 4 0 0 p a r a 1 , o s ferros
da temperatura de aproximadamente 420°C.
f u n d i d o s c i n z e n t o s m o s t r a m u m a c o n s i d e r á v e l v a r i a ç ã o , a l é m de exibir a m p l o s l i m i t e s .
Essa q u e d a é particularmente importante q u a n d o se considerar q u e muitas peças d e ferro
O módulo de elasticidade dos ferros fundidos n ã o é u m a constante, o q u e significa que fundido t ê m aplicações importantes e m c o n d i ç õ e s de tensões cíclicas e temperaturas e l e v a d a s .
e s s e s m a t e r i a i s n ã o o b e d e c e m a lei d e H o o k e - p r o p o r c i o n a l i d a d e e n t r e t e n s ã o e d e f o r m a - A resistência ao choque foi c o n s i d e r a d a , d u r a n t e m u i t o t e m p o , u m a p r o p r i e d a d e s e c u n d á -
ç ã o . Determina-se esse v a l o r arbitrariamente, c o m o s e n d o a inclinação d a l i n h a q u e une o ria, p o r s e r o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o c o m u m u m m a t e r i a l f r á g i l . O s t i p o s m a i s m o d e r n o s , e n t r e -
p o n t o d e o r i g e m d a c u r v a t e n s ã o - d e f o r m a ç ã o e o p o n t o c o r r e s p o n d e n t e a 1/4 d o limite d e tanto, m o s t r a m v a l o r e s relativamente altos p a r a essa p r o p r i e d a d e . A s s i m é que ferros f u n d i -
r e s i s t ê n c i a à tração. O m ó d u l o de elasticidade d o s ferros fundidos, a s s i m d e t e r m i n a d o , varia dos convenientemente ligados (com Ni e M o , por exemplo, e m b a i x o s teores), a p r e s e n t a n d o
de 7.500 a 15.500 k g f / m m 2 (73.575 a 152.055 M P a ) , d e p e n d e n d o pois, do limite de resistên- valores para limite de resistência à tração d a ordem de 40 a 5 0 k g f / m m 2 (390 e 4 9 0 MPa)
c i a à t r a ç ã o do material e d o v o l u m e , forma e d i s t r i b u i ç ã o d a grafita. p o d e m m o s t r a r r e s i s t ê n c i a ao c h o q u e v a r i a n d o de 7 kgf a 1 4 k g f m (68,7 a 137,3 J ) i 3 0 a ).
Outra propriedade q u e s e costuma controlar é a resistência à ruptura transversal. No U m a p r o p r i e d a d e t í p i c a d o s f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s é s u a capacidade de amortecimento.
e n s a i o c o r r e s p o n d e n t e , os d a d o s obtidos são a c a r g a n o centro e m kgf e a f l e x a c o r r e s p o n - Define-se " c a p a c i d a d e d e a m o r t e c i m e n t o " c o m o "habilidade d e u m m e t a l absorver v i b r a ç õ e s ,
d e n t e no centro e m m m . Geralmente, o valor d e s s a propriedade a u m e n t a à medida que resultantes d e t e n s õ e s cíclicas, por fricção interna, t r a n s f o r m a n d o a energia m e c â n i c a em
a u m e n t a a resistência à t r a ç ã o , ao passo que a f l e x a d i m i n u i , s e m que h a j a c o r r e l a ç ã o exata caJor". O e n s a i o u s u a l , d e v i d o a F o e p p l - P e r t z * 308 ' conduz a gráficos, c o m o os representados n a
entre essas duas propriedades. Fig. 227, os quais m o s t r a m a d u r a ç ã o relativa a um impulso vibratório torcional conferido a
A resistência à compressão é considerada de i m p o r t â n c i a comercial. O v a l o r d a resistên- c o r p o s d e p r o v a d e f e r r o f u n d i d o e d e a ç o . A i m p o r t â n c i a d e s s a p r o p r i e d a d e reside n o f a t o d e
c i a à c o m p r e s s ã o é de 3 a 4 , 5 v e z e s superior a o d a resistência à t r a ç ã o . V a r i a , nos ferros que esse material t e m grande aplicação e m máquinas-ferramentas, sobretudo nas s a u s b a -
c i n z e n t o s , de c e r c a de 5 0 k g f / m m 2 (490 M P a ) p a r a c e r c a d e 140 k g f / m m 2 (1380 MPa) ( 3 M | . s e s . A maior c a p a c i d a d e de a m o r t e c i m e n t o d o ferro fundido, e m r e l a ç à o ao aço, é atribuída a o s
O limite de fadiga, v a r i a a p a r e n t e m e n t e de m o d o linear, e m relação à resistência à tração, v e i o s d e g r a f i t a , o s q u a i s , p o r n ã o a p r e s e n t a r e m resistência m e c â n i c a , c o n s t i t u e m e r s p é c i e s
n a p r o p o r ç ã o de 0,40 a 0,45< 3091 . A s s i m , os ferros f u n d i d o s cinzentos c o m u n s apresentarão de vazios na e s t r u t u r a do material, o q u e p e r m i t e deformação plástica d o material localizado a o
limites d e f a d i g a entre c e r c a d e 6 k g f / m m (60 M P a ) p a r a c e r c a de 17,5 k g f / m m
2 2 (175 MPa), redor dos veios, s o b tensões nominais m e n o r e s que em outros c a s o s .

522 523
A ç o s E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

TABELA166
A p l i c a ç õ e s d o s f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s , s e g u n d o a s c l a s s s e s ASTM

Classe E s p e s s u r a d a s peças Aplicações


fina: até 13mm Utensílios domésticos; a n é i s de pistão
20 produtos sanitários, etc.
m é d i a : de 13 a 25mm Bases de máquinas; f u n d i d o s ornamentais; carca-
ças metálicas, tampas de p o ç o s de inspeção, etc.
g r o s s a : acima de 25mm Certos tipos de tubos, c o n e x õ e s , bases de máquinas
pesadas, etc.
fina: até 13mm aplicações idêncitcas às d a classe 20, quando se
necessita de maior resistência m e c â n i c a
25 m é d i a : de 13 a 2 5 m m
g r o s s a : acima de 25mm
fina: até 1 3 m m elementos construtivos: p e q u e n o s tambores de freio,
m é d i a : de 13 a 25mm placas de embreagem, carters, blocos de motor,
30 g r o s s a : a c i m a de 25mm cabeçotes, buchas, grades de filtro, rotores, carcaças
de compressor, tubos, c o n e x õ e s , pistões hidráulicos,
barramentos e componentes diversos usadas em
conjuntos eletricos, m e c â n i c o s e automotivos.
fina: até 13mm Aplicações idênticas às d a classe 30.
35 m é d i a : de 13 a 2 5 m m
g r o s s a : acima de 25mm
fina: até 13mm Aplicações de maior responsabilidade, de maiores
m é d i a : de 13 a 25mm d u r e z a e resistência à tração, para o que se pode usar
Aço g r o s s a : acima de 25mm inoculação ou elementos de liga em baixos teores:
40 engrenagens, eixo de c o m a n d o de válvulas, pequenos
virabrequins, grandes blocos de motor, cabeçotes,
buchas, bombas, compressores, rotores, válvulas, munhões,
Fig. 2 2 7 - Capacidade de amortecimento do ferro fundido
cilindros e anéis de locomotivas, bigornas, pistões
e m comparação c o m a do a ç o , pelo método de
ensaio Foeppl-Pertz. hidráulicos, etc.
fina: até 13mm Aplicações: idênticas às d a classe 4 0 .
50 m é d i a : de 13 a 2 5 m m
g r o s s a : a c i m a de 25mm
fina: até 13mm É a classe de maior resistência mecânica, usando-se
m é d i a : de 13 a 25mm normalmente pequenos teores de Ni, Cr e Mo.
60 g r o s s a : acima de 25mm Tambores de freio especiais, virabrequins, bielas,
cabeçotes, corpos de m á q u i n a s diesel, peças de b o m b a s
de alta pressão, carcaças de britadores, matrizes p a r a
VIDA DE FERRAMENTA AUMENTA forjar a quente, cilindros hidráulicos, etc.

Porcentagem' Relativa O u t r a p r o p r i e d a d e c a r a c t e r í s t i c a d o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o é a usinabilidade. Os ferros


fundidos cinzentos mais comumente produzidos apresentam u m a estrutura em que a matriz
% Ferrita 100 50 0 0 0
é ferrítica ou ferrítioo-perlítica. A l é m d a influência evidente d o s v e i o s de grafita - q u a n t i d a d e ,
% Perlita G r o s s e i r a 0 50 100 - - distribuição e t a m a n h o - a própria m a t r i z o u a p o r c e n t a g e m r e l a t i v a d e ferrita e perlita p r e s e n -
% Perlita F i n a - - - 100 95 tes é fator i m p o r t a n t e n a usinabilidade d o material, como a Fig. 2 2 8 | 3 0 B | demonstra' 3 0 8 '.
% Cementita - - - - 5 A resistência ao desgaste do ferro f u n d i d o cinzento é i g u a l m e n t e considerada u m a c a r a c -
Dureza Brinell 120 150 195 218 240 t e r í s t i c a i m p o r t a n t e , o q u e é, a l i á s , c o m p r o v a d o n a p r á t i c a p e l o s e u e m p r e g o u s u a l e m p e ç a s
móveis de m á q u i n a s . U m dos fatores favoráveis ao c o m p o r t a m e n t o do ferro fundido cinzento
Velocidade Recomendada,
244 168 98 82 61 quanto à resistência ao desgaste é a alta usinabilidade do m a t e r i a l . A s s i m , as p e ç a s c o r r e s -
m/min. pondentes podem ser produzidas economicamente dentro de rigorosas tolerâncias
T o r n e a m e n t o c o m pastilha de metal duro, d e classe indicada d i m e n s i o n a i s , o q u e c o n t r i b u i p a r a d i m i n u i r o a t r i t o entre p a r t e s e d i m i n u i r á a ç ã o d e d e s g a s t e .
para ferro f u n d i d o . O f a t o r p r i n c i p a l , e n t r e t a n t o , e s t á r e l a c i o n a d o c o m a p r e s e n ç a d e g r a f i t a livre, q u e t e n d e a
adicionar ao material característicos lubrificantes, contribuindo igualmente para diminuir o
atrito e n t r e a s p a r t e s e m c o n t a t o e e v i t a r o f e n ó m e n o d e e n g r i p a m e n t o , o q u a l , p o r s u a v e z ,
pode levar à possibilidade de, pelo calor desenvolvido, ocorrer u m a soldagem localizada,

Fig. 228 - Efeitos d a estrutura na velocidade prática de torneamento. com c o n s e q u e n t e arrancamento de partículas, tomando n o v a m e n t e à superfície áspera.

524 525
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

TABELA167 Nos ferro f u n d i d o s , os e l e m e n t o s d e liga t e m dois efeitos:


C o m p o s i ç õ e s b á s i c a s e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d e f e r r o f u n d i d o para v e í c u l o s a u t o m o t o r e s

C o m p o s i ç ã o q u í m i c a (%) Propriedades m e c â n i c a s . - t e n d e m a d e c o m p o r a c e m e n t i n a , o u s e j a , s ã o elementos grafitizantes; silício, a l u m í n i o ,


Carga Defle- Limite níquel, cobre e titânio;
Classe Dureza transv. xão Resistência - t e n d e m a estabilizar os c a r b o n e t o s , o u seja, retardam a f o r m a ç ã o d a grafita; m a n g a n ê s ,
c, Mn SI P S
SAE Brinell min. min. Tração cromo, m o l i b d ê n i o e v a n á d i o , entre o u t r o s . Estes elementos d e v e m , pois, ser e v i t a d o s , e m
kgf mm kgf/mm MPa
2
peças de p a r e d e s finas.
Q-1800(a) 3,40-3,70 0,50-0,80 2,80-2,30 0,15 0,15 187 máx. 780 3,6 12,6 126 T o d o s o s e l e m e n t o s d e liga t e n d e m a a u m e n t a r a r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o e a d u r e z a , s e n d o
G-2500(a) 3,20-3,50 0,60-0,90 2,40-2,00 0,12 0,15 170-229 910 4,3 17,5 175 os m a i s e f i c i e n t e s , n e s s e s e n t i d o , o v a n á d i o , o m o l i b d ê n i o e o c r o m o .
G-3000(b) 3,10-3,40 0,60-0,90 2,30-1,90 0,10 0,15 187-241 1000 5,1 21,0 210 T o m a n d o c o m o b a s e u m ferro c i n z e n t o d e c o m p o s i ç ã o 3 , 2 0 % C ; 1,0% C , 1,5% Si, 0 , 7 %
t c

G-3500(b) 3,00-3,30 0,60-0,90 2,20-1,80 0,08 0,15 207-255 1100 6,1 24,5 245
M n , 0 , 4 % P, 0 , 5 % S, 1 % d e m o l i b d ê n i o e l e v a o l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d e a p r o x i m a d a -
G-4000(b) 3,00-3,30 0,70-1,00 2,10-1,80 0,07 0,15 217-269 1180 6,9 28,0 270
mente 26 k g f / m m / ( 2 6 0
2 MPa) para a p r o x i m a d a m e n t e 3 2 k g f / m m / ( 3 1 0 MPa) '
2 3 1 1 ). Normal-
Nota: (a) - microestruturaferrítica-periítica
m e n t e , o molibdênio ê adicionado e m t e o r e s d e 0,20% a 0 , 8 0 % . R e f i n a a perlita e f a v o r e c e
(b) - microestrutura martensítica
a obtenção de bainitaí 311 ). Além do efeito n a matriz, o molibdênio exerce influência na grafita,
Se o carbono ou o silício estão d o lado mais elevado d a f a i x a de composições, o outro elemento deverá
que tende a "nodulizar" 1 3 1 2 1 . Finalmente a u m e n t a a temperabilidade d o ferro fundido e m e l h o r a
situar-se no lado mais baixo.
as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s a t e m p e r a t u r a s elevadas. R a r a m e n t e , é usado i s o l a d a m e n t e .
A p a r e n t e m e n t e , a m e l h o r e s t r u t u r a para o ferro f u n d i d o cinzento, s o b o p o n t o d e vista de
r e s i s t ê n c i a ao d e s g a s t e , é a m a t r i z 1 0 0 % p e r l í t i c a e grafita do tipo A ( 3 0 a | , o u seja, veios
i r r e g u l a r e s e d e s o r i e n t a d o s . O pior ferro f u n d i d o s e r i a o q u e a p r e s e n t a m a t r i z ferrítica asso-
390
c i a d a c o m g r a f i t a d e n d r í t i c a , t i p o D o u E.

4 . Aplicações do ferro fundido cinzento - A l g u m a s d a s aplicações m a i s importantes dos


ferros fundidos cinzentos e s t ã o relacionados na Tabela 166.
O s característicos d o s ferros fundidos cinzentos tornam esses materiais de grande C = 2.80%

i m p o r t â n c i a para a indústria automobilística. Por e s s a razão, a S A E , p o r intermédio da (J = 2 . 9 0 % 340


especificação J 4 3 1 , e l a b o r o u u m a classificação d e s s e s materiais, c o n f o r m e a Tabela
167 mostra' 3 0 8 ». c= 3.00%

A s s u a s principais a p l i c a ç õ e s são: c= 3.10%

- classe G 1800 - p e ç a s fundidas miscelâneas (no estado fundido ou recozido), onde a C = 3.20%
resistência mecânica não é u m fator primordial. 290
c = 3.30%
- c l a s s e G 2 5 0 0 - p e q u e n o s blocos de cilindro, c a b e ç o t e s de cilindro, c i l i n d r o s resfriados
a ar, p i s t õ e s , d i s c o s d e e m b r e a g e m , c a r c a ç a s d e b o m b a s d e ó l e o , c a i x a s d e t r a n s m i s s ã o , c = 3.40%
c a i x a s d e e n g r e n a g e n s , t a m b é m d e f r e i o p a r a s e r v i ç o l e v e ; t a m b é m p a r a t a m b o r e s d e freios
e d i s c o s d e e m b r e a g e m p a r a s e r v i ç o m o d e r a d o , o n d e o alto t e o r d e c a r b o n o m i n i m i z a o
c = 3.50%

efeito desfavorável do calor;


250
- c l a s s e G - 3 0 0 0 - b l o c o s d e c i l i n d r o d e a u t o m ó v e i s e m o t o r e s D i e s e l , c a b e ç o t e s d e cilin-
dro, v o l a n t e s , pistões, t a m b o r e s de freio e c a i x a s d e t r a n s m i s s ã o d e t r a t a r e s p a r a serviço
médico;
- classe G 3500 - blocos d e motores Diesel, blocos e cabeças de cilindro d e caminhões e
tratores, volantes p e s a d o s , c a i x a s de transmissão d e tratores, caixas de e n g r e n a g e n s pesa-
d a s ; t a m b é m para t a m b o r e s d e freio e discos de e m b r e a g e m para s e r v i ç o p e s a d o , onde se 200
e x i g e altas resistência m e c â n i c a e à fadiga térmica; 4,5

- c l a s s e G 4 0 0 0 - p e ç a s f u n d i d a s p a r a m o t o r e s D i e s e l , c a m i s a s d e c i l i n d r o , cilindros, COBRE, %
pistões e eixos d e c o m a n d o d e válvulas.

R g . 229 - Resistência à tração de f e n o fundido cinzento de vários teores de carbono, para


5 . Elementos de liga nos ferros fundidos cinzentos. Ferros Fundidos Ligados. porcentagem crescente de cobre.

5 . 1 . Efeitos dos elementos de liga - E m b o r a s e j a h o j e p o s s í v e l p r o d u z i r f e r r o s f u n d i d o s cin-


z e n t o s d e alta q u a l i d a d e s e m a a d i ç ã o de e l e m e n t o s d e liga, a p e n a s c o m u m c o n t r o l e rigoroso do O cromo e o vanádio aumentam inicialmente a resistência à tração, verificando-se, e m

c a r b o n o livre e d o c a r b o n o c o m b i n a d o e d o s t e o r e s d e silício e m a n g a n ê s e m a i s d a t é c n i c a de seguida, entre 0,5% e 1,0% u m a q u e d a d e s s a p r o p r i e d a d e , d e v i d o ao e x c e s s o de


carbonetos livres que tendem a aparecer. A dureza, entretanto, continua aumentando.
f a b r i c a ç ã o , a a d i ç ã o d e e l e m e n t o s d e liga v e m s e t o m a n d o u m a prática u s u a l , p o r p e r m i t i r não s ó
o b t e r m a i o r e s r e s i s t ê n c i a s c o m o c a r b o n o e q u i v a l e n t e m a i s e l e v a d o ( * ) , c o m o t a m b é m p o r q u e as
e s t r u t u r a s resultantes s ã o m e n o s s e n s í v e i s à v a r i a ç ã o d a e s p e s s u r a d a s p e ç a s . (") Os ferros fundidos cinzentos comuns de alta resistência apresentam baixo carbono equivalente.

526 527
Aços E FERROS FUNDIDOS
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

O cromo é geralmente adicionado, quando isolado, até cerca d e 0 , 3 0 % . A c i m a desse


teor, d e v e s e r conjugado u m e l e m e n t o grafitizante, s o b r e t u d o e m p e ç a s d e s e c ç õ e s finas,
c o m cantos vivos. iro e
l o o o o o i o a o o b í o
O c r o m o e o v a n á d i o t o m a m a estrutura de m a t r i z d o ferro fundido c i n z e n t o m a i s perlítica
o ó ó i n t o w i o ó c i ^ o
e mais fina. CO I O i- T- r i - w f T- T-
O c r o m o e o m o l i b d ê n i o a u m e n t a m a r e s i s t ê n c i a a r u p t u r a t r a n s v e r s a l . O níquel também,
principalmente e m ferros f u n d i d o s cinzentos c o m o teor d e carbono inferior a 3,0%.
O titânio, e m teores d e 0 , 8 0 % a 0,25% d e titânio residual, a u m e n t a a resistência à o o o o o o o o o o o _
C O O C D h - h - C O O N o O C D l O L O
r u p t u r a transversal, s o b r e t u d o e m ferros fundidos c o m o teor d e c a r b o n o s u p e r i o r a 3,4%. w n w w w w t r j r t w a i m m
Do m e s m o modo atua o vanádio, que, e m teores d e 0,10% a 0,20%, e m secções de
aproximadamente 7 5 m m d e diâmetro, aumenta a resistência à ruptura transversal de
cerca de 50%. o o o o o o o o o o o o

O níquel, cujo efeito e m relação à resistência à r u p t u r a transversal j á f o i m e n c i o n a d o , é


I •« p
u m elemento grafitizante; a s quantidades mais c o m u m e n t e s adicionadas situam-se
0,5% e 1,5%, para contrabalançar o efeito e s t a b i l i z a d o r de e l e m e n t o s como
entre
cromo, \í o

molibdênio e vanádio; p o r e s s a razão, é raramente adicionado isoladamente' "). 3 2 2


O cobre - outro e l e m e n t o grafitizante - é a d i c i o n a d o usualmente e m t e o r e s d e 0,5% a
2 , 0 % . A figura 2 2 9 ' ' 3 3 1 m o s t r a a resistência à t r a çã o d o ferro fundido cinzento, e m barras de
20 m m d e diâmetro d e v á r i o s teores d e carbono, e m f u n ç ã o d o teor de c o b r e . Verifica-se que,
(O (O o o o
a c i m a d e 3 , 0 % d e c o b r e , q u e c o r r e s p o n d e a p a r e n t e m e n t e a o limite d e s o l u b i l i d a d e d o cobre, o" o" T-~ —
1- "" T - 7

a r e s i s t ê n c i a cai. Q u a n d o o c o b r e é adicionado i s o l a d a m e n t e , r e c o m e n d a - s e r e d u z i r o teor de m n (5 co òo


o" o" o" o" o"
silício d e u m a quantidade correspondente a 0 , 2 5 % p a r a 1,0% de cobre adicionado' 3 1 3 '. O
c o b r e melhora a usinabilidade d o material e s u a resistência à corrosão, principalmente e m
meios contendo enxofre. Pode ainda ser utilizado conjuntamente c o m o cromo ou o
molibdênio ou cromo-molibdênio.- ^ CO
o" CM
F i n a l m e n t e o estanho t e m sido usado até teores de 0,10/0,15% como elemento
5l ^ Ol CM

estabilizador d a perlita. S e u efeito é mais notado e m ferros fundidos d e alto t e o r d e carbono, a~a"
a c i m a d o eutético. Diminui, entretanto, a resistência a o c h o q u e , motivo pelo qual s e deve LU
procurar manter seu teor abaixo d e 0,10%. m
E m trabalho relativamente recente' 3 1 4 ' , C . P e n t e a d o d e C a s t r o , L. M . C h a v e s F i l h o e A .
P í e s k e e s t u d a r a m o s e f e i t o s d o nióbio e m ferro f u n d i d o cinzento, c h e g a n d o à s seguintes £H

c o n c l u s õ e s principais: a p r o f u n d i d a d e d e c o q u i l h a m e n t o foi reduzida; h á t e n d ê n c i a à elimina-


ção d e grafita de superesfriamento, à redução de grafita e m geral e ao d e c r é s c i m o d a porcen-
t a g e m d e -ferrita e m f e r r o s f u n d i d o s n ã o i n o c u l a d o s ; o s c a r b o n e t o s ( o u c a r b o n e t o d e nióbio)
s i t u a m - s e , e m geral, p r e f e r e n c i a l m e n t e nas dendritas d e austenita; f i n a l m e n t e c o m a adição o_ io_ LO_ a_ in 10

d e t e o r e s d e nióbio até o u a c i m a d e 0,3%, o b s e n / a - s e u m a t e n d ê n c i a à e l e v a ç ã o d a s propri- co o ô fB o o


edades mecânicas. o" - i - " T-~ T-~ o" T-"

N o r m a l m e n t e , a a d i ç ã o d e e l e m e n t o s de liga n o s ferros fundidos c i n z e n t o s d e baixo teor


e m liga é feita pela c o m b i n a ç ã o d e vários e l e m e n t o s , s e n d o as c o m b i n a ç õ e s clássicas Cr-Ni,
o_ o o_ ©_ o_ o o o o o Ol C
M
C r - N i - f v I o , C r - C u , C r - C u - M o , C u - f v l o e Ni-fvlo.
ir) ifl i q w i q io io io io to Ò5 03
o o" o~ o~ o a™ o o" o" a" o o"
5 . 2 . Ferros fundidos cinzentos de baixo teor em liga - A l g u n s e x e m p l o s e s t ã o i l u s t r a d o s n a
Tabela 168' 3 1 5 '.
O s tipos 1 e 2 s ã o utilizados q u a n d o s e d e s e j a e l e v a d a resistência a o d e sg a st e , e m C M O I ^ C M O O O - t ^ - t O C O
grandes secções.
O tipo 3 , q u a n d o s e d e s e j a e l e v a d a r e s i s t ê n c i a a o d e s g a s t e e m g e r a l . CM CM C4 oT T— T - T- O J CM~ CM~ O J CM~

O s tipcs 4 , 5, 6 e 7 s ã o utilizados e m peças p a r a máquinas operatrizes, b o m b a s e moto-


res d e combustão interna. A p r e s e n t a m elevada resistência a o desgaste e b o a usinabilidade
nas partes menos espessas. °i w CM CM_ oj_ CM t o CM CM

O oo~ co~ ço co" co" oo" co" of" co" co" oí


O s t i p o s 8, 9 e 1 0 s ã o u t i l i z a d o s e m p e ç a s d e s e c ç ã o m é d i a e f i n a , a p r e s e n t a n d o alta ao oq_ o co.co ca co o o ol a3 ÒS
C J 04 00 oX oJ ol CM" CO" CO" CO" CM 0 4
resistência à tração e e l e v a d a resistência ao d e s g a s t e . P o d e m s e r t r a t a d o s p o r têmpera
superficial e por martêmpera.
O s t i p o s 11 e 1 2 s ã o e m p r e g a d o s e m v i r a b r e q u i n s , e i x o s d e c o m a n d o d e v á l v u l a s e e m
- r - C M C O - ^ f l O C O N C Q O ) O i - O J
e n g r e n a g e n s , caracterizados p o r alta resistência à t r a ç ã o e ao desgaste.

528 529
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

TABELA 169 D o m e s m o m o d o , o silício, a d i c i o n a d o e m t e o r e s d e 1 4 , 5 % o u mais< > c o n f e r e a o s f e r r o s


3l7

C o m p o s i ç ã o e p r o p r i e d a d e s de f e r r o f u n d i d o s r e s i s t e n t e s à c o r r o s ã o f u n d i d o s e l e v a d a resistência ao ácido s u l f ú r i c o fervente a 3 0 % d e c o n c e n t r a ç ã o ; c o m 1 6 , 5 %

Alto Alto Alto de Si, os f e r r o s f u n d i d o s a p r e s e n t a m b o a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o n a p r e s e n ç a d e ácidos nítrico


silício cromo níquel e sulfúrico ferventes, de praticamente t o d a s as concentrações.

0,4-1,1 1,2-4,0 3,0 E s s e s e l e m e n t o s , S i , Cr, Ni e C u o r i g i n a m o s c h a m a d o s ferros fundidos resistentes à


Carbono total
Manganês 1,5 0,3-1,5 0,5-1,5 corrosão, cujos t i p o s mais importantes, c o m as respectivas p r o p r i e d a d e s estão r e p r e s e n t a -
Fósforo 0,15 0,15 0,08 dos na Tabela 1 eg' 3 0 2 !' 3 1 7 ).
Enxofre 0,15 0,15 0,12 O s t i p o s d e a l t o s i l í c i o - entre o s q u a i s o Duriron - aproximam-se mais dos aços do que d o s
Silício 14-17 0,5-3,0 1,0-2,8 ferros f u n d i d o s .
Níquel - 5,0 13,5-36 Esses materiais são considerados os melhores, em relação a o custo. Empregam-se em
Cromo 5,0 12-35 1,5-6,0
indústrias q u í m i c a s , n a p r e s e n ç a de m e i o s m e d i a n a m e n t e c o r r o s i v o s . A c i m a de 1 4 , 2 % d e
Molibdênio • 1,0 4,0 1,0
silício, a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o e m á c i d o s u l f ú r i c o e m e b u l i ç ã o é m u i t o g r a n d e . C o m a d i ç ã o
Cobre 0,5 3,0 7,0
d e c r o m o e m o l i b d ê n i o e siifcic e m t o r n o d e 1 7 % , a p r e s e n t a b o a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o p e i a
Estrutura da matriz do Ferrita Martensita Austenita
ação do ácido clorídrico. Resistem igualmente a soluções de ácidos orgânicos a q u a i s q u e r
estado fundido Austenita
concentrações e temperaturas.
Dureza Brinell 480 a 520 2 5 0 a 740 130 a 2 5 0
As p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s n ã o s ã o b o a s : s ã o ligas d u r a s e q u e b r a d i ç a s : d i f í c e i s de
Limite de resistência à fundir e d e u s i n a b i i i d a d e praticamente n u l a . E s s e s materiais s ã o u s a d o s em tubos d e d r e n a -
t r a ç ã o , k g f / m m (MPa)
z 9,1 a 18,2 21,0 a 84,0 17,5 a 31,5
g e m d e i n d ú s t r i a s q u í m i c a s , l a b o r a t ó r i o s , h o s p i t a i s etc.
(91 a 182) (210 a 820) ( 1 7 5 a 305)
Na indústria de fertilizantes e de e x p l o s i v o s , utilizam-se e s s e s materiais para t o r r e s ,
Resist. à Ruptura Trans-
tubos e dispositivos para concentração d e ácido sulfúrico e nítrico. E m p r e g a m - s e ainda e m
versal
545 a 1000 910a1590 8 2 0 a 1590 bombas, válvulas, bocais, para d e s c a r g a d e tanques e t c , de e q u i p a m e n t o s para m a n u s e i o
- c a r g a , kgf
- deflexão, m m 0,65 1,5 a 3,8 5a25 de substâncias corrosivas como ácido crômico, lamas e outras substâncias corrosivas típi-
Temperatura máxima de cas de f á b r i c a s d e p a p e l e celulose, p i g m e n t o s , etc.
serviço, °C - 815 a 1093 7 0 5 a 815 Os m a t e r i a i s d e alto teor de c r o m o , e n t r e 2 0 e 3 5 % , a p r e s e n t a m b o a resistência à a ç ã o d e
á c i d o s o x i d a n t e s , c o m o o nítrico, m a s n ã o r e s i s t e m à a ç ã o d e á c i d o s r e d u t o r e s . S u a s a p l i c a -
5 . 3 . Ferro fundido de alto teor de liga - D o m e s m o q u e n o s a ç o s , a a d i ç ã o d e e l e m e n t o s ções p o d e m s e r feitas e m ácidos fracos, s o b condições 'oxidantes, e m soluções salinas, e m
d e liga e m teores elevados n o s ferros fundidos t e m p o r objetivo conferir-lhe propriedades soluções ácidas orgânicas e atmosferas marítimas e industriais.
e s p e c i a i s , c o m o resistência à corrosão, resistência a o calor, e t c , característicos esses que A a p l i c a ç ã o d e s s e s m a t e r i a i s é, e m c o n s e q u ê n c i a , f e i t a n o s s e g u i n t e s c a s o s : a s c o m p o -
s ã o a p e n a s ligeiramente m e l h o r a d o s c o m baixos t e o r e s de alguns e l e m e n t o s d e liga. sições d e alto c r o m o e baixo c a r b o n o , e m p o t e s de r e c o z i m e n t o , p o t e s de fusão de c h u m b o ,
E n t r e o s f e r r o s f u n d i d o s e s p e c i a i s , o s resistentes à corrosão constituem u m dos grupos zinco ou a l u m í n i o e outras peças e x p o s t a s e elevadas t e m p e r a t u r a s . Nos teores mais e l e v a -
m a i s importantes. d o s d e c r o m o , n a i n d ú s t r i a de p a p e l o n d e h a j a l i c o r e s d e b r a n q u e a m e n t o d e h i p o c l o r e t o s ,

C o m o s e s a b e , a c o r r o s ã o d o s metais, n a p r e s e n ç a d e s o l u ç õ e s c o n t e n d o o x i g é n i o , é u m s u l f a t o d e a l u m í n i o ( a t é 5 % de c o n c e n t r a ç ã o ) , á c i d o s f o s f ó r i c o s ( e m c o n c e n t r a ç õ e s a t é 6 0 % ,

p r o c e s s o e l e t r o q u í m i c o . O r e s u l t a d o d a c o r r o s ã o é a " f e r r u g e m " . Q u a n d o s e t r a t a d e ferro de alta a t e m p e r a t u r a s a t é a de ebulição e até 8 5 % a t e m p e r a t u r a s a t é 8 0 ° C ) , etc.

p u r e z a , c o m superfície e x t r e m a m e n t e u n i f o r m e , a p r e s e n ç a d e q u a n t i d a d e s u f i c i e n t e d e oxigé-
n i o , o r i g i n a ó x i d o d e f e r r o h i d r a t a d o q u e é a f o r m a m e n o s s o l ú v e l d e ó x i d o d e f e r r o . S e n o pqnto
d e a t a q u e , o c o n e r forte a d e r ê n c i a d a f e r r u g e m , p o r a u s ê n c i a d e m o v i m e n t o , p o r e x e m p l o , é T A B E L A 170
possível que o ataque c e s s e . No entanto, normalmente h á muitos pontos n a superfície da peça EspecIflcaçõesASTM A 4 3 6 de ferros f u n d i d o s Ni-Resist
o n d e o c o m p o r t a m e n t o é d i f e r e n t e . E s s a d i f e r e n ç a d e c o m p o r t a m e n t o p o d e o c o r r e r no meio
Composição química Propriedades mecânicas (min.)
c i r c u n v i z i n h o . C o m o este é , e m g e r a l , c o n d u t o r d e e l e t r i c i d a d e o u "eletrólito", c r i a - s e u m a diferen-
Tipo Dureza limite d e r e s i s t .
ç a d e p o t e n c i a i entre os v á r i o s p o n t o s d e c o m p o r t a m e n t o d i f e r e n t e ; r e s u l t a m c é l u l a s galvânicas,
% SI Mn Ni Cu Cr S Brinell tração
e n t r e â n o d o s locais e c á t o d o s n a superfície d o m e t a l , p r o v o c a n d o a c o n t i n u i d a d e d a c o n o s ã o .
kgf/mm* MPa
N o ferro fundido c i n z e n t o , a d m i t e - s e que a grafita s e j a u m fator d e t e r m i n a n t e n o progresso e 1 min. 1,00 0,50 13,50 5,50 1,50 131 17,5 175
distribuição d a corrosãof 3161 . A g r a f i t a é insolúvel n a m a i o r i a d o s m e i o s c o r r o s i v o s ; entretanto, e m max 3,00 2,80 1,50 17,50 7,50 2,50 0,12 183
c e r t o s m e i o s , c o m o d e t e r m i n a d o s á c i d o s f o r t e s , o a t a q u e d a m a t r i z é a c e l e r a d o p e l a célula 1b min. 1,00 0,50 13,50 5,50 2,50 149 21,0 210
g a l v â n i c a c r i a d a entre a g r a f i t a e o ferro, d e s d e q u e a e s t r u t u r a d o ferro f u n d i d o e a distribuição das max 3,00 2,80 1,50 17,50 7,50 3,50 0,12 212
• p a r t í c u l a s s e j a m tais q u e p e r m i t a m a infiltração d o s c o n s t i t u i n t e s corrosivos n o c o r p o d o material. 2 min. 1,00 0,50 18,00 1,50 118 17,5 175
A melhor prática p a r a evitar esse f e n ó m e n o consiste na produção d e u m a matriz max 3,00 2,80 1,50 22,00 0,50 2,50 0,12 174
2b min. 1,00 0,50 18,00 3,00 171 21,0 210
a u s t e n í t i c a , m e d i a n t e a i n t r o d u ç ã o d e q u a n t i d a d e s s u f i c i e n t e s d e níquel o u níquel e corbre. A
max 3,00 2,80 1,50 22,00 0,50 6,00 0,12 248
m a t r i z austenítica r e s u l t a n t e é m a i s resistente a o a t a q u e q u í m i c o e m e n o s a t i v a na sua
3 min. 1,00 0,50 28,00 2,50 118 17,5 175
reação galvânica com a grafita.
max 2,60 2,00 1,50 32,00 0,50 3,50 0,12 159
O cromo é outro e l e m e n t o m u i t o eficiente s o b o p o n t o de vista d e conferir, resistência à 4 min. 5,00 0,50 29,00 4,50 149 17,5 175
c o r r o s ã o aos ferros cinzentos. E m teores de 20 a 3 5 % , apresenta bons resultado n a presen- max 2,60 6,00 1,50 32,00 0,50 5,50 0,12 212
ç a d e á c i d o s o x i d a n t e s , s o b r e t u d o nítrico, n u m e r o s a s s o l u ç õ e s s a l i n a s , s o l u ç õ e s o r g â n i c a s 5 min. 1,00 0,50 34,00 '99 14,0 140
ácidas e para exposição à atmosfera. max 2,40 2,00 1,50 36,00 0,50 0,10 0,12 124

530 531
A ç o s s FERROS FUNDIDOS
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

A p r e s e n t a m , f i n a l m e n t e , m e l h o r e s propriedades m e c â n i c a s que as d e alto silício. T a m - T A B E L A 171


b é m s ã o resistentes ao c h o q u e e p o d e m ser u s i n a d o s . Faixa de c o m p o s i ç õ e s e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de f e r r o s f u n d i d o s r e s i s t e n t e s ao c a l o r
O s t i p o s d e alto n í q u e l c o n s t i t u e m o s c o n h e c i d o s f e r r o s f u n d i d o s a u s t e n í t i c o s d e n o m i n a -
De m é d i o De alto De alto Ao Ao
d o s "Ni-Resisf, caracterizados por s u a elevada resistência à corrosão. S u a s propriedades e (%)
silício cromo níquel Ni-Cr-Si Alumínio
e m p r e g o s são função d a s s u a s várias c o m p o s i ç õ e s s e g u n d o as quais s ã o produzidos. A Carbono 1,6-2,5 1,8-3,0 1,8-3,0 1,8-2,6 1,3-2,0
Tabela 170 ( 3 < a l indica a l g u m a s d a s c o m p o s i ç õ e s u s u a i s . O s tipos m o s t r a d o s c o r r e s p o n d e m à Silício 4,0-7,0 0,5-2,5 1,0-2,75 5,0-6,0 1,3-6,0
especificação ASTM A 436. Manganês 0,4-0,8 0,3-1,5 0,4-1,5 0,4-1,0 0,4-1,0
O s tipos 1 e 2 são i n t e r c a m b i á v e i s e m murtas a p l i c a ç õ e s para resistência à corrosão e ao Níquel - 5,0 13,5-36,0 13,0-43,0 -
d e s g a s t e , sobretudo e m s e r v i ç o crítico de d e s g a s t e m e t a i c o m metal. O tipo 1 a p r e s e n t a Cromo - 15,0-35,0 1,3-6,0 1,8-5,5 -
a l g u m a s vantagens no m a n u s e i o de água sa l g a d a e ácidos minerais corrosivos. Cobre - - 7,0 max. 10,0 max. -
O tipo 1b é mais r e s i s t e n t e e m a i s duro e p o s s u i m e l h o r resistência à c o r r o s ã o - e r o s ã o . Molibdênio - - 1,0 max. 1,0 max. -
O tipo 2 é o mais c o m u m e n t e empregado, devido sua boa resistência e m ambientes
Alumínio - - - - 20,0-25,0

c o r r o s i v o s . A l é m disso, é p r e f e r i d o e m a p l i c a ç õ e s d e v a p o r q u a n d o se d e s e j a resistência ao Estrutura da Femia


c a l o r e à o x i d a ç ã o até c e r c a d e 7 0 0 ° C . É a i n d a e m p r e g a d o no m a n u s e i o d e s o l u ç õ e s c á u s - matriz no estado Ferrita Periita Austenita Austenita Ferrita
fundido grosseira
tica, alcalinas, e de a m ó n i a , p r o d u t o s alimentares, r a y o n , plásticos e e m a m b i e n t e s similares
o n d e d e v e ser evitada c o n t a m i n a ç ã o pelo cobre. Limite resist. tração (175-305) (210-620) (175-305) (140-305) (240-610)
O tipo 2b é e s p e c i a l m e n t e r e c o m e n d a d a p a r a a p l i c a ç õ e s a t e m p e r a t u r a s até c e r c a de (MPa) k g f / m m 2 17,5-31,5 21-63 17,5-31,5 14,0-31,5 (24-63
Dureza Brinell 170-250 25C-500 130-250 110-210 180-350
8 1 5 ° C . A s aplicações i n c l u e m p e ç a s de turbinas, t u b o s de exaustão e turboalímentadores.
Resist. à ruptura
O tipo 3 é r e c o m e n d a d o p a r a serviço o n d e p o s s a ocorrer apreciável c h o q u e entre a
transversal
t e m p e r a t u r a ambiental e 2 3 0 ° C . A temperatura entre 2 3 0 ° C e 815°C, s e m c h o q u e térmico,
- carga, kgf 450-1090 900-1560 820-1360 820-1130 -
esse tipo é empregado em aplicações tais como tubo de exaustão diesel e
- flecha, m m . 4,5-9,0 1,5-3,8 5,1-25,0 7,5-35,5 -
-
turboalimentadorès. Resist. aa 2-3,3 2,8-4,8 8,3-20,7 11,0-20,7
O tipo 4 é r e c o m e n d a d o o n d e s e exige r e s i s t ê n c i a a m a r c h a s . P o r o u t r o l a d o , este tipo é choque kgm (J) (19,6-32,4) (27,5-47,0) (81,4-203) (107,9-203) -
s u p e r i o r a o s outras tipos d e N l - B e s i s t n o q u e s e refere à r e s i s t ê n c i a à erosão, c o r r o s ã o e oxidação.
O tipo 5 possui m í n i m a expansividade térmica o q u e fornece estabilidade dimensional
p a r a c o m p o n e n t e s d e m á q u i n a s operatrizes, m a t r i z e s d e c o n f o r m a ç ã o , t u r b i n a s a vapor, ins- c r e s c i m e n t o . G o m o o silício a u m e n t a t a m b é m a t e m p e r a t u r a d e t r a n s f o r m a ç ã o p a r a cerca
t r u m e n t o s científicos e j u n t a s d e e x p a n s ã o . de 900°C, a f a i x a d e temperatura d e s s a s ligas é igualmente e l e v a d a . S ã o u m tanto frágeis.
D e u m m o d o geral, a usinabilidade dos Ni-Resist é b o a . As ligas de alto cromo são largamente usadas devido à ação estabilizadora de
O u t r o g r u p o d e f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s e s p e c i a i s c o m p r e e n d e o s ferros fundidos resis- carbonetos, q u e i m p e d e o crescimento e porque apresentam a t e n d ê n c i a de formar u m óxido
tentes ao calor. superficial protetor. P o r isso, p o d e m s e r e m p r e g a d a s e m t e m p e r a t u r a s d e o r d e m d e 1 0 0 0 ° C
O que se procura n e s s a s ligas é resistência a o crescimento pelo calor, resistência à e mesmo 1100°C sob condições atmosféricas e na presença de alguns reagentes q u í m i c o s .
o x i d a ç ã o a altas t e m p e r a t u r a s , resistência a o c h o q u e t é r m i c o , resistência à fluência e limite A s d e alto níquel são do tipo austenítico, conhecidas c o m o Ni-Resist, já c o m e n t a d a s .
d e f a d i g a adequado a altas temperaturas. A p r e s e n t a m b o a r e s i s t ê n c i a à f o r m a ç ã o d e c a s c a d e ó x i d o e c r e s c i m e n t o até t e m p e r a t u r a s
O " c r e s c i m e n t o " c o r r e s p o n d e a o p e r m a n e n t e a u m e n t o de v o l u m e q u e o c o r r e no ferro de 815°C na m a i o r i a das atmosferas o x i d a n t e s e b o m c o m p o r t a m e n t o sob a ação do vapor,-
f u n d i d o q u a n d o e x p o s t o l o n g a m e n t e a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s ou a ciclos r e p e t i d o s de a q u e - até cerca de 5 3 0 ° C .
c i m e n t o e esfriamento. E s s e f e n ó m e n o resulta d a e x p a n s ã o pela grafriização, e x p a n s ã o e Os ferros f u n d i d o s ao Ni-Cr-Si p o d e m s e r usados até t e m p e r a t u r a s d a ordem d e 9 5 0 ° C .
c o n t r a ç ã o a temperaturas d e transformação e o x i d a ç ã o interna do ferrof 319 '. P o r outro lado, T a n t o o s d e a l t o n í q u e l c o m o os a o M i - C r - S Í t ê m e x c e l e n t e s t e n a c i d a d e e e l e v a d a r e s i s t ê n c i a
g a s e s p o d e m s e r i n t r o d u z i r n a s u p e r f í c i e d o f e r r o s f u n d i d o s a altas t e m p e r a t u r a s n o s locais ao choque, c o m o se p o d e verificar pela T a b e l a 1 7 1 .
c o r r e s p o n d e n t e s aos v e i o s d e grafita e oxidá-la, a s s i m c o m o o ferro e o silício. F i n a l m e n t e , o s f e r r o s f u n d i d o s a o alumínio, apesar de sua b o a resistência à tendência d e
O silício que e m t e o r e s a t é c e r c a d e 3 , 5 % a u m e n t a a v e l o c i d a d e d e c r e s c i m e n t o , devido formação de c a s c a de óxido, t ê m p e q u e n o uso comercial, d e v i d o s u a fragilidade e dificulda-
s u a tendência de grafriização, a c i m a de 4 % retarda o f e n ó m e n o . de na s u a fusão.
O c r o m o , que é elemento estabilizador de carbonetos, retarda a t e n d ê n c i a ao crescimen- Um importante grupo de ferros f u n d i d o s ligados constitui a classe dos "Ni-Hard". Os
to d o ferro fundido, q u a n d o utilizado a temperaturas d e 4 5 5 ° C ou superiores. ferros fundidos d e s s a classe se c a r a c t e r i z a m p o r extraordinária resistência à a b r a s ã o , de
O s i l í c i o e o c r o m o a u m e n t a m a i n d a a r e s i s t ê n c i a à f o r m a ç ã o d e c a s c a d e ó x i d o , pois modo que são g r a n d e m e n t e aplicados n a s indústrias de m i n e r a ç ã o , energia, cimento, c e r â -
formam u m a c a m a d a superficial fina de óxido, a qual é i m p e r m e á v e l às atmosferas mica, d r a g a g e m , c a n / ã o / c o q u e etc. O N i - H a r d é u m ferro f u n d i d o b r a n c o ligado.
oxidantes' 3 1 9 '. Peças típicas fabricadas de N i - H a r d p a r a as indústrias a c i m a m e n c i o n a d a s compreen-
O níquel atua sobretudo n o sentido de melhorar a resistência e a t e n a c i d a d e a tempera- d e m : m o i n h o s d e b o l a , revestimento d e m o i n h o d e bola, c a b e ç o t e s d e rolos de m o i n h o , a n é i s
turas elevadas. O molibdênio atua do mesmo m o d o . de pulverizadores, c o m p o n e n t e s d e b o m b a s para vários tipos d e a r g a m a s s a s , tubos e c o t o -
U s a m - s e também adições de alumínio que r e d u z e m o crescimento e a t e n d ê n c i a à forma- velos, cilindros p a r a c o n f o r m a ç ã o de m e t a i s etc.
ção de c a s c a de óxido. E s s e elemento, entretanto, afeta negativamente as propriedades A microestrutura do Ni-Hard é s e m e l h a n t e à do aço t e m p e r a d o , c o n t e n d o ainda u m a q u a n -
m e c â n i c a s do material à t e m p e r a t u r a ambiental. tidade de c a r b o n e t o s finos q u e c o n t r i b u e m d e m o d o apreciável p a r a s u a resistência à a b r a s ã o .
ATabela 171 ( 3 0 a | mostra a l g u m a s composições e propriedades mecânicas de ferros fundi- A c o m p o s i ç ã o q u í m i c a e as p r o p r i e d a d e s dos principais tipos de N l - H a r d estão i n d i c a d o s
d o s r e s i s t e n t e s a o calor. n a T a b e l a 172< >. 320

A s i i g a s d e médio silício a p r e s e n t a m b o a r e s i s t ê n c i a à f o r m a ç ã o d e c a s c a d e ó x i d o e ao O tipo 4 caracterizá-se por reter d u r e z a a temperatura a c i m a d o a m b i e n t e . A s s i m , s e n d o

532
EZ X a -n m D O tu >
• 7 ^ Q T l m o O 03
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O o £1)1 O O 0)t 0)1 031 &
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TEMPERATURA, "C f S J
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3 g.

§ |

T A B E L A 172
C o m p o s i ç ã o q u f m i c a e p r o p r i e d a d e s d e Ni-Hard

3,0/3,6 2,90 max. 2,9/3,7 2,5/3,6


0,8 max 0,8 max 0,8 max 1,0/2,2
1,3 max 1,3 max 1,3 max 1,3 max
0,15 max 0,15 max 0,15 max 0,15 max
0,30 max. 0,30 max. 0,30 max. 0,10 max
3,3/5,0 3,3/5,0 2,7/4,0 5,0/7,0
1,4/4,0 1,4/4,0 1,1/1,5 7,0/11,0
Propriedades Fundição Fundição Fundição Fundição Fundição
e m are/a Fundição Fundição Fundição
em coquilha e m areia em coquilha e m areia em c o q u i l h a em areia
Dureza Brinell, min 550 em c o q u i l h a
600 550 600
Dureza RC, min. 550 600 550
53 56 53 55Õ
Carga para ruptura transversal 56 53 56 53 53
em kg, corpo de prova de 1,20"
dia, e v ã o de 12"
1816/2270 2043/3078 2043/2497
Deflexão, em m m 2497/3178
2,03/2,79 2,03/3,05 2270/2724 2497/3178
Resistência à tração k g f / m m
2
2,54/3,05 2,54/3,05
2,03/2,79 2,54/3,81
(MPa), corpo de prova, 1,20"
28/35 35/42 31,5/38,5
dia. 42/52,5
(270/340) (340/410) 52,5/59,5 56/77
(305/375) (41.0/515)
Resistência ao choque 2,76/4,14 (515/585) (555/760)
3,45/5,52 3,45/4,83 4,83/7,59
Izod, kgfm (J) 4,83/6,21 4,83/6,21
(27,1/40,6) (33,8/54,1) (33,8/47,4) (47,4/74,5)
(47,4/60,9) (47,4/60,9)
A ç o s E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

A s t e n s õ e s assim o r i g i n a d a s p o d e m causar e m p e n a m e n t o das peças o u m e s m o fissuras a aumentar a resistência do ferro f u n d i d o à fluência, ou seja a d e f o r m a ç ã o plástica n e c e s s á -
e s u a ruptura. A intensidade dessas tensões, por outro lado, depende da f o r m a e das dimen- ria p a r a r e d u z i r o u e l i m i n a r a s t e n s õ e s i n t e r n a s .
sões das peças e da própria c o m p o s i ç ã o do material. Por outro l a d o , e s s a s t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s , nos f e r r o s f u n d i d o s ligados, n ã o s ã o a i n d a
A s consequências mais graves dessas tensões p o d e m ser atenuadas p o r u m projeto suficientes p a r a modificar a estrutura d o material e p r o m o v e r u m amolecimento prematuro.
a d e q u a d o das peças, t é c n i c a apropriada de f u n d i ç ã o e seleção de c o m p o s i ç ã o que repre- E m r e s u m o , a s t e m p e r a t u r a s r e c o m e n d a d a s para alívio d e t e n s õ e s s ã o as i n d i c a d a s n a
s e n t e u m e q u i l í b r i o a p r o p r i a d o e n t r e as p r o p r i e d a d e s d e r e s i s t ê n c i a e c o n t r a ç ã o . Tabela MS^l
Entretanto, na maioria d o s c a s o s , essas tensões internas d e v e m ser aliviadas o u eliminadas.
D u r a n t e muito t e m p o , o m e i o utilizado p a r a e s s e fim e r a deixar as p e ç a s d e f e r r o fundido
e x p o s t a s ao tempo durante m e s e s . Esse p r o ce sso é frequentemente c h a m a d o d e "envelhe- 10
c i m e n t o natural". Por m e i o de ensaios a d e q u a d o s , c o n t u d o verificou-se q u e o m á x i m o de
alívio d e tensões obtido p o r e s s e método era d e 1 0 % , o que levou ao s e u a b a n d o n o e ao
e m p r e g o , d o " e n v e l h e c i m e n t o artificial".
C o n s i s t e n o p r o c e s s o e m a q u e c e r as p e ç a s a u m a t e m p e r a t u r a g e r a l m e n t e i n f e r i o r à
f a i x a d e transformação d a perlita e m austenita, durante um tempo determinado.

25
\

50

75

100 200 300 400 500 600 700 800

TEMPERATURA, °C
100
Fig. 2 3 2 - Efeito do tempo à temperatura no tratamento de alívio de tensões.
100 200 300 400 500 600 700

Temperatura ° C
T A B E L A 173
Fig. 231 - Efeito d a temperatura sobre a quantidade de tensões internas aliviadas. Faixa d e t e m p e r a t u r a s r e c o m e n d a d a s p a r a alívio de t e n s õ e s d o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o

T i p o d e ferro f u n d i d o Temperatura para


A d m i t e - s e que a r e d u ç ã o d e t e n s õ e s s e deve a o a b a i x a m e n t o do limite elástico do mate-
cinzento alívio de t e n s õ e s
rial, à m e d i d a que ele s e a q u e c e , ocorrendo d e f o r m a ç ã o plástica, fluência o u movimento
S e m elemento de liga 530°C-565°C
s u f i c i e n t e p a r a aliviar p r a t i c a m e n t e t o d a s as t e n s õ e s i n t e r n a s * 3221 . •
De baixo teor em liga 610°C-620°C
O s mais importantes fatores no tratamento de t e n s õ e s s ã o , pois, a t e m p e r a t u r a e o tempo De alto teor em liga 620°C-650°C
de p e r m a n ê n c i a a essa t e m p e r a t u r a . Como seria d e s e esperar, quanto mais e l e v a d a a tem-
peratura, maior a quantidade de tensões aliviadas, d e v e n d o - s e entretanto, evitar alterações
na estrutura e propriedades d o ferro fundido. O r e s f r i a m e n t o , a p ó s a q u e c i m e n t o p a r a alívio de t ens ões , d e v e ser c o n d u z i d o c o m c u i -
A Figura 2 3 1 | 3 2 , ) m o s t r a o efeito d a t e m p e r a t u r a s o b r e a quantidade de t e n s õ e s aliviadas. dado, pois u m resfriamento rápido p o d e originar novas t e n s õ e s internas. Recomenda-se,
V e r i f i c a - s e q u e , abaixo d e 4 0 0 ° C , o efeito é m u i t o p e q u e n o e que s e r á n e c e s s á r i o aquecer- assim, que as p e ç a s sejam resfriadas n o forno de aquecimento até a temperatura atingir
s e o material acima de pelo m e n o s 500°C para resultados mais positivos. D e acordo com 2 9 0 ° C , q u a n d o , e n t ã o , p o d e m s e r r e s f r i a d a s a a ar. C o m p e ç a s d e f o r m a c o m p l e x a , é r e c o -
d a d o s e x p e r i m e n t a i s ( F i g . 3 2 1 ) , o m á x i m o alivio d e t e n s õ e s , c o m p r o b a b i l i d a d e m í n i m a de m e n d á v e f q u e o r e s f r i a m e n t o n o i n t e r i o r d o f o r n o s e j a feito a t é a t e m p e r a t u r a a t i n g i r ^ " C ^ .
m odi f i c a ç õ e s da estrutura p e l a decomposição do c a r b o n o combinado, é obtido entre tempe-
raturas de 500°C a 565°C. 6.2. Recozimento - O objetivo principal do recozimento é m e l h o r a r a usinabilidade do
A F i g u r a 232< ) i n d i c a o e f e i t o d o t e m p o c o m b i n a d o c o m a t e m p e r a t u r a . A q u e c e o d o - s e ,
322 ferro fundido c i n z e n t o , p a r a o q u e ele d e v e s e r aquecido a t e m p e r a t u r a c o r r e s p o n d e n t e s à
p o r e x e m p l o , entre 5 0 0 ° C e 5 6 5 ° C , basta m a n t e r o m a t e r i a l n e s s a faixa d e temperaturas z o n a crítica p a r a p r o p i c i a r u m a a l t e r a ç ã o d a s u a estrutura. A r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a e a d u r e z a
d u r a n t e u m a hora, p a r a s e o b t e r c e r c a de 8 0 % d a s t e n s õ e s aliviadas. diminuem, ao m e s m o t e m p o que as t e n s õ e s internas são t o t a l m e n t e aliviadas.
P a r a ferros fundidos c i n z e n t o s de baixo teor e m liga s ã o necessárias m a i o r e s temperatu- A Figura 2 3 3 ' 3 2 2 1 m o s t r a os ciclos d e r e c o z i m e n t o r e c o m e n d a d o s p a r a ferro fundidos c i n z e n t o s .
r a s , d a o r d e m d e 5 6 0 ° C a 6 0 0 ° C , p o i s o s e l e m e n t o s d e l i g a u s u a i s - Cr, M o , N i e V - t e n d e m Mostra ainda, p a r a fins c o m p a r a t i v o s , o cicio d e a q u e c i m e n t o utilizado n o alívio d e t e n s õ e s i n t e r n a s .

536 537
A ç o s E FERROS FUNDIDOS
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

A c u r v a d e r e c o z i m e n t o m a i s b a i x a (B) s e a p l i c a p a r a o s f e r r o s f u n d i d o s c o m u n s o u c o m
b a i x o t e o r d e liga, q u a n d o s e d e s e j a a p e n a s m e l h o r a r a u s i n a b i l i d a d e , o q u e s e c o n s e g u e
p e l a c o n v e r s ã o da perlita e m f e r r i t a e grafita. A f a i x a d e t e m p e r a t u r a s r e c o m e n d a d a situa-se
entre 700°G e 760°C.
CD C 03
A c u r v a m é d i a (B,), c o r r e s p o n d e n t e a u m a f a i x a d e t e m p e r a t u r a s d e a q u e c i m e n t o entre (D »
"o Ç co m
7 9 0 ° C e 9 0 0 ° C , é e m p r e g a d a p a r a c o n s e g u i r r e s u l t a d o s m a i s positivos s o b o p o n t o de vista £ c o <n O
d> (D
c ia ' o 2 "8 £
d e m e l h o r a d a usinabilidade, s o b r e t u d o e m ferros f u n d i d o s ligados. •o £
B ih
F i n a l m e n t e a c u r v a m a i s e l e v a d a (C) é a p l i c a d a q u a n d o o m a t e r i a l p o s s u i m u i t o c a r b o n o c C CO Ê-3 s> S
CD IO
E u
£ m
CD IO
c o m b i n a d o n a forma de c e m e n t i t a , como no caso d o ferro fundido m e s c l a d o o u branco. A ai -a o "a E ai
faixa d e temperatura r e c o m e n d a d a , na presença de c e m e n t i t a maciça, é d e 9 0 0 ° C a 950°C,
£•* o
e m t e m p o s que v a r i a m d e u m a a três horas, a l é m d e m a i s u m a hora p a r a c a d a 2,5 c m de DC " O h-

secção das peças.

o tca
CL O
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I 5 [0 W i (fl
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3? jS 8
Fig. 233 - Ciclos de recozimento recomendados para f e n o s fundidos cinzentos (curvas B, B, e C).
•6 8
A Tabela 174 ( 3 2 2 ) resume a s práticas r e c o m e n d a d a s p a r a recozimento d o s ferros fundidos. = ca
to tcd ca •

t -O
6 . 3 . Normalização - E s s e t r a t a m e n t o é utilizado p a r a melhorar as p r o p r i e d a d e s mecâni- (D CD CD ZJ
U_ "O
c a s d o ferro f u n d i d o , tais c o m o resistência à t r a ç ã o e d u r e z a ou c o m o o b j e t i v o d e restaurar u_ cr !
a s p r o p r i e d a d e s d o e s t a d o b r u t o d e f u s ã o , c u j a e s t r u t u r a t e n h a s i d o a l t e r a d a p o r o u t r o pro-
cesso de aquecimento, c o m o por exemplo, grafitização ou preaquecimento o u aquecimento ® 43
w cz
p o s t e r i o r a s s o c i a d o s c o m s o l d a g e m de reparo< 3231 - A f a i x a de temperaturas é d e 885°C a S.S.S o c

9 2 5 ° C , a c i m a portanto d a z o n a crítica, devendo o m a t e r i a l s e r mantido n a t e m p e r a t u r a esco- •a « •§ 8 |


o Tg-S 2 S
l h i d a d u r a n t e cerca de 2 5 m i n u t o s por c m de s e c ç ã o ; s e g u e - s e resfriamento a o ar tranquilo. 1 0 -

' S E ig o
É i m p o r t a n t e n o t a r q u e a n o r m a l i z a ç ã o é u m p r o c e s s o de a m o l e c i m e n t o p a r a ferros O ° ul,
O I 8 1 |
O O O T3
f u n d i d o s c i n z e n t o s s e m e l e m e n t o s de liga e u m p r o c e s s o de e n d u r e c i m e n t o p a r a ferros P C ° 0.-S ° > 2
o <D c ca
f u n d i d o s ligados, o que é d e m o n s t r a d o pela Tabela Í75 ? ).
1 23 O -g = o ° « td
Q (D o 3 Q o 8 -9 ç
co « cu O)
o. Q o £ •
6 . 4 . Têmpera e Revenido - O objetivo desse t r a t a m e n t o é aumentar a r e s i s t ê n c i a mecâ-
nica e a dureza, e c o n s e q u e n t e m e n t e , a resistência a o desgaste do ferro f u n d i d o cinzento.
E s t a última propriedade p o d e m e l h o r a r cerca de 5 v e z e s e m relação à r e s i s t ê n c i a ao desgas-
n3
te d o ferro fundido cinzento periítico. o O
O a q u e c i m e n t o p o d e s e r f e i t o e m f o m o s , e m b a n h o s d e sal ou o e n d u r e c i m e n t o p o d e ser c £
CD 3 «D 3

o b t i d o p o r c h a m a o u p o r i n d u ç ã o . N e s t e s ú l t i m o s c a s o s - a q u e c i m e n t o p o r c h a m a o u por •i 3 •i c
i n d u ç ã o - o ferro fundido d e v e conter u m a q u a n t i d a d e relativamente g r a n d e d e carbono N iS N CD
8 & 8 8"
c o m b i n a d o , devido ao t e m p o m u i t o curto d i s p o n í v e l p a r a a solução do c a r b o n o n a austenita. a E CD E
rr <s
rr £
538
539
Aços e FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

TABELA 175 des q u e p o d e m s u r g i r no resfriamento a p ó s a t ê m p e r a , c o m o e m p e n a m e n t o o u f i s s u r a ç ã o .


E f e i t o d o r e s f r i a m e n t o ao ar, a p a r t i r de várias t e m p e r a t u r a s , n a s p r o p r i e d a d e s d o f e r r o f u n d i d o Muitas p e ç a s d e importante e m p r e g o industrial podem ter s u a s propriedades mecânicas

F e r r o F u n d i d o s e m liga Ferro F u n d i d o L i g a d o grandemente m e l h o r a d a s pela t ê m p e r a e revenido, de m o d o q u e o engenheiro tem diante d e


si u m c a m p o e x t r e m a m e n t e p r o m i s s o r a s e r c o n v e n i e n t e m e n t e e x p l o r a d o e q u e poderá
L i m i t e de Limite de
Condição Dureza resistência Dureza resistência Carbono estender a i n d a m a i s a utilização d e s s e s m a t e r i a i s .
Brinell à tração Brinell à tração combinado
kgf/mm Mpa kgf/mm Mpa 6 . 5 . Tratamentos isotérmicos - A curva l l l representada na Figura 235 demonstra que
2 2
(%)
Estado fundido 207 26,7 267 212 27,1 261 0,84 os ferros f u n d i d o s p o d e m ser s u b m e t i d o s a t r a t a m e n t o s i s o t é r m i c o s c o m o a u s t ê m p e r a e
Resfriado a o ar m a r t ê m p e r a , j á descritos no Capítulo V I , referente a tratamento térmicos dos aços.
a partir de As Figuras 236 e 237 ( 3 2 2 1 mostram esquematicamente ciclos de a u s t ê m p e r a e
815°C 152 20,8 208 212 29,8 288 0,76 martêmpera respectivamente.
870°C 152 20,8 208 217 30,9 299 0,81 N a a u s t ê m p e r a , a estrutura final é a b a i n i t a . O resfriamento é l e v a d o a efeito e m b a n h o
925°C 152 20,7 207 223 29,7 287 0,82 de sal, óleo ou c h u m b o , mantidos entre 2 3 0 ° C e 425°C.
980°C 152 21,1 211 255 34,3 333 0,80
A m a r t ê m p e r a produz uma estrutura martensítica, s e m resultar em tensões elevadas
Corpos de prova de 30,5 m m de diâmetro e 178 mm de comprimento, mantidos durante u m a hora às tempe-
raturas e e m seguida resfriados e m artranqúilo até a temperatura ambiente.
Ferro fundido comum: C,-3,15%,C -0,54%,Si-2,59%, P-0,09%,S-O,13%,Mn-0,88%,Cr-0,01%eMi-0,10%.
0
800
Ferro fundido ligado: C,-3,33%, C -0,84%, Si-2,27%, P-0,076%, S-0,12%, Mn-0,72%, Cr-0,44%, Ni-0,36% e
Mo-0,28%.
c
ri
LuUJ
1 2 400
/ DUfí

3 rr
D m 200 ~~~ f—

A t e m p e r a t u r a de a q u e c i m e n t o situa-se a c i m a d a z o n a crítica de m o d o q u e o c o r r a forma-


50 10.0 LU
ção de austenita e o t e m p o de permanência à temperatura depende da composição do
c O
m a t e r i a l , s e n d o o n e c e s s á r i o p a r a q u e haja s u f i c i e n t e s o l u ç ã o de c a r b o n o . 1< 40 8,0 O
o
Devido à influência do teor de carbono combinado e dos teores de silício e de < CM E
F sÊ
m a n g a n ê s quanto à e n d u r e c i b i l i d a d e d o ferro f u n d i d o ' 3 2 3 1 , a temperatura e o tempo de 30 6.0 X
1-
a u s t e n i t i z a ç ã o p a r a a t ê m p e r a s ã o muito i m p o r t a n t e s . A s s i m , por e x e m p l o c o m o o silício J-rÇ^GtA AOÇHOQLç <
•<-& 20 4,0
1-=
r e d u z a solubilidade do c a r b o n o na austenita, os ferros fundidos c i n z e n t o s de silício mais
CO CD
elevado exigem temperaturas m a i s altas de a u s t e n i t i z a ç ã o para obter-se a máxima w 10 2,0 W
LU LU
endurecibilidade. O manganês aumenta a endurecibilidade, assim c o m o elementos de rr
liga molibdênio, cromo e níquel, Por outro lado, ferros fundidos cinzentos comuns de F T 100 200 300 400 500 600 700 800
baixo teor de carbono c o m b i n a d o devem ser austenitizados durante u m t e m p o relativa-
T E M P E R A T U R A DE REVENIDO, °C
mente longo.
D e q u a l q u e r m o d o , a t e m p e r a t u r a d e a q u e c i m e n t o é d e t e r m i n a d a p e l a t e m p e r a t u r a de
Fig. 2 3 4 - Modificação das propriedades mecânicas de ferro fundido temperado, em função
t r a n s f o r m a ç ã o de c a d a ferro f u n d i d o e m particular e o t e m p o de p e r m a n ê n c i a à t e m p e r a t u r a
da temperatura de revenido.
d e v e s e r o suficiente p a r a q u e ocorra a q u e c i m e n t o u n i f o r m e através de t o d a s e c ç ã o das
p e ç a s , r e c o m e n d a n d o - s e c e r c a d e 10 min. por c e n t í m e t r o d e s e c ç ã o . c o m o acontece c o m a têmpera usual; d e v e - s e , contudo, p r o c e d e r a u m revenido posterior. A
O resfriamento é l e v a d o a efeito geralmente e m ó l e o , u s a n d o - s e ar p a r a f e r r o s fundidos m a r t ê m p e r a , p o r outro lado, permite o b t e r u m a dureza final m a i o r do q u e a d a a u s t ê m p e r a ;
c i n z e n t o s d e e l e v a d o t e o r e m l i g a . R e c o m e n d a - s e , a i n d a , d e v i d o a o f a t o d a s p e ç a s d e ferro e s s a diferença é, entretanto, e v e n t u a l m e n t e diminuída, devido a o revenido d a m a r t ê m p e r a .
f u n d i d o t e m p e r a d a s s e r e m m u i t o sensíveis à f i s s u r a ç ã o , q u e elas sejam r e m o v i d a s do meio D e q u a l q u e r m o d o , os t r a t a m e n t o s i s o t é r m i c o s c o n f e r e m à s p e ç a s de f er r os fundido
d e r e s f r i a m e n t o , assim que a t e m p e r a t u r a atingir a p r o x i m a d a m e n t e 1 5 0 ° C e s e j a m imediata- cinzento, m a i o r t e n a c i d a d e do q u e no c a s o d a t ê m p e r a e r e v e n i d o c o m m e s m a d u r e z a .
mente revenidas 1 3 2 3 1 , U m a visão geral do resultado de t r a t a m e n t o s térmicos de t ê m p e r a normal e t ê m p e r a a
O revenido, l e v a d o a e f e i t o l o g o a p ó s a t ê m p e r a , e m t e m p e r a t u r a s b e m i n f e r i o r e s às quente ( a u s t ê m p e r a e martêmpera) p o d e s e r apreciada na Tabela 176. O ferro fundido cin-
t e m p e r a t u r a s de t ra n s f o rma ç ã o , reduz a fragilidade, alivia as tensões, d i m i n u i a dureza e zento s u b m e t i d o a o s diversos t r a t a m e n t o s a p r e s e n t a v a as s e g u i n t e c o m p o s i ç ã o : 2 , 8 4 % C,
m e l h o r a a resistência m e c â n i c a e a t e n a c i d a d e , c o m o a F i g u r a 2 3 4 m o s t r a p a r a u m ferro 1 , 4 0 % S i , 0 , 6 7 % M n , 0 , 1 1 % P, 0 , 0 5 9 % S , 1 , 6 8 % N i , 0 , 1 6 % Cr, 0 , 4 6 % M o e 0 , 1 5 % C u .
f u n d i d o cinzento de baixo d e silício, temperado e m óleo a partir de 8 7 0 ° C ( 3 2 3 ) .
A p r á t i c a tem m o s t r a d o q u e a t e m p e r a t u r a m a i s a c o n s e l h á v e l de r e v e n i d o , n o sentido de 6.6 Endurecimento superficial - F i n a l m e n t e , o ferro fundido c i n z e n t o p o d e ser s u b m e t i d o
melhora das propriedades de resistência mecânica, varia de 370°C a BOO © 0 3 2 3 1 , p a r a ferros ao processo de endurecimento superficial, por c h a m a ou por i n d u ç ã o .
f u n d i d o s c i n z e n t o s s e m e l e m e n t o s d e liga o u l i g a d o s , s e n d o a s m a i o r e s u t i l i z a d a s p a r a estes O e n d u r e c i m e n t o superficial p r o d u z u m a c a m a d a externa martensífica dura e d e alta
últimos. resistência ao d e s g a s t e e u m núcleo, q u e n o tratamento não atingiu a temperatura de t r a n s -
A p e s a r dos resultados p o s i t i v o s que se p o d e a l c a n ç a r n a t ê m p e r a e r e v e n i d o d o s ferros formação, mais mole.
f u n d i d o s , esses tratamentos n ã o s ã o ainda muito a p l i c a d o s nesses materiais. Devido aos O processo s e aplica tanto a ferros f u n d i d o s cinzentos c o m u n s c o m o ligados. H á c o m p o -
s e u s característicos estruturais e alto teor de c a r b o n o , os f e r r o s fundidos p o d e m apresentar sições , contudo, que se prestam melhor ao processo. Assim, o carbono combinado deve
vários problemas durante a t ê m p e r a , porém sua e l e v a d a endurecibilidade (Fig. 2 3 5 ) ( 3 2 2 1 ( 3 2 3 1 , situar-se na f a i x a d e 0 . 5 0 % a 0 . 7 0 % . A c i m a d e 0,80% de c a r b o n o c o m b i n a d o , o e n d u r e c i -
p e r m i t e a utilização de m e i o s b r a n d o s de resfriamento, o q u e atenua a l g u m a s d a s dificulda- mento superficial n ã o é recomendado, pois o material pode fissurar 1 3 2 3 1 .

S40 541
Aços E FERROS FUNDIDOS
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

800 1000

O 7 0 0

O
<" 600
/ p ERLI" "A 800
rr
z>
500
\
DC
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rr
600

£ 400 \ \
PRO D UTO/ \G ICUU\ ES
NÃ D ^ART E ^SÍTK:c )S
\ rr
£ 300 \ LU
400
200
<IARTENS TA
100
200

o o
o o
o o

TEMPO.s TEMPO

Fig. 235 - Curva C C C p a r a ferro fundido cinzento, contendo 3,75% C , 2 , 9 0 % S i , 0 , 5 5 % M n ,


t

0,40% P e 0 , 0 6 5 % S . Linha sólida corresponde a tamanho de grão fino; Fig. 236 - Representação esquemática de um exemplo de um ciclo de austêmpera de ferro fundido.
linha pontilhada, a tamanho de grão grosseiro.

A p ó s o e n d u r e c i m e n t o s u p e r f i c i a l , d e v e - s e p r o c e d e r a u m alívio d e t e n s õ e s , mediante
u m aquecimento entre 150°C e 205°C, e m forno, e m óleo quente ou p a s s a n d o - s e uma 1000
c h a m a sobre a superfície endurecida' 3 2 3 1 .
V e r i f i c o u - s e q u e u m a q u e c i m e n t o a 150°C d u r a n t e 7 h o r a s r e m o v e u d e 25% a 40% d a s
t e n s õ e s residuais, c o m r e d u ç ã o d a dureza superficial d e apenas 2 a 5 p o n t o s n a escala de
d u r e z a Rockwell A' 3 2 3 '. 800
O limite d e f a d i g a g e r a l m e n t e a u m e n t a pelo e n d u r e c i m e n t o superficial, d e v i d o a o fato de
s e r e m introduzidas t e n s õ e s d e compressão na superfície do material, o q u e n ã o s e conse-
gue mediante u m e n d u r e c i m e n t o total d a s p e ç a s . <
O resfriamento, a p ó s a aplicação d a c h a m a , d e p e n d e do método utilizado h o processo. 600
Q u a n d o o aquecimento d a superfície for progressivo, utilizam-se meios d e resfriamento não k
i n f l a m á v e i s , c o m o á g u a , m i s t u r a s d e ó l e o s s o l ú v e i s e s o l u ç õ e s e m ' á g u a d e á l c o o l polivinílíco. CC
LU
Q u a n d o o aquecimento d a superfície for p o r p o n t o s o u localizado, p r o c e s s o s e m que a Q-
c h a m a é retirada a n t e s d o r e s f r i a m e n t o , as p e ç a s s ã o resfriadas m e r g u l h a n d o - a s e m óleo.
LU 400
I—

200

TEMPO

Fig. 237 - Representação esquemática de u m exemplo de um ciclo de martêmpera de ferro fundido.

542
: 543
FERROS FUNDIDOS NÍALEÁVEIS

m A ç o s E FERROS FUNDIDOS

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CD T 3 "D

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11

FERROS FUNDIDOS MALEÁVEIS

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CC
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545
544
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS MALEÁVEIS

1 . Introdução - O ferro f u n d i d o é u m material q u e , c o m o se viu, a p r e s e n t a p o u c a ou


n e n h u m a ductilidade. E m b o r a d e razoável e m p r e g o industrial, os seus c a r a c t e r í s t i c o de fra-
gilidade limitam sua utilização e m peças para vários e importante setores d e indústria.
C o m o material alternativo, desenvolveu-se u m tipo de ferro fundido b r a n c o , o qual, sub-
m e t i d o a u m t r a t a m e n t o t é r m i c o e s p e c i a l - c h a m a d o maleabilização - adquire maleabilidade,
ou s e j a a liga adquire ductilidade e torna-se mais t e n a z , característico q u e , a l i a d o s a boas
p r o p r i e d a d e s de resistência à t r a ç ã o , dureza, r e s i s t ê n c i a à f a d i g a , resistência a o d e s g a s t e e
usinabilidade, permitiram a b r a n g e r outras e importantes aplicações industriais.
E s s a l i g a é o ferro fundido maleável.
A p a r e n t e m e n t e , u m p r o c e s s o p a r a t o m a r o ferro f u n d i d o dúctil era j á p r a t i c a d o no século
XIV. C o m o desenvolvimento das técnicas de p r o d u ç ã o n a Europa e nos E s t a d o s Unidos e
c o m o s c o n h e c i m e n t o s c i e n t í f i c o s a d q u i r i d o s n o d e c o r r e r d o s a n o s , foi p o s s í v e l a u t i l i z a ç ã o
d e m é t o d o s de fabricação d e alto c o n t e ú d o t e c n o l ó g i c o e produzir p e ç a s d e ferro fundido
m a l e á v e l dentro de rigorosas condições de controle d e c o m p o s i ç ã o e propriedades.
O processo europeu l e v a a u m maleável caracterizado p o r u m a estrutura q u e consiste
p r i n c i p a l m e n t e de ferrita c o m a l g u m c a rb o n o r e m a n e s c e n t e no estado c o m b i n a d o .
O p ro c e s s o americano a p r e s e n t a u m a estrutura terrífica uniforme c o m n ó d u l o s de carbo-
n o l i v r e e a p r e s e n t a , e m c e r t o s e n t i d o , p r o p r i e d a d e s m e l h o r e s q u e o m a l e á v e l p r o d u z i d o pelo
processo europeu.

2 . Processos de maleabilização - A maleabilização é, e m princípio, u m t r a t a m e n t o térmico


a o quaJ s e s u b m e t e m f e r r o s f u n d i d o s b r a n c o s ; d e c o m p o s i ç õ e s b e m d e f i n i d a s , c o m c a r b o n o
n a f o r m a primária d e c e m e n t i t a e periita, e q u e c o n s i s t e n u m a q u e c i m e n t o p r o l o n g a d o , em
c o n d i ç õ e s previamente e s t a b e l e c i d a s de t e m p e r a t u r a , t e m p o e meio, de m o d o a provocar A reação de d e s c a r b o n e t a ç ã o d á - s e p e l o C 0 . De fato, o o x i g é n i o aprisionado n a s c a i x a s
2

t r a n s f o r m a ç ã o de parte o u t o t a l i d a d e do carbono c o m b i n a d o e m grafita o u , e m c e r t o s casos, onde são colocadas as peças a serem maleabilizadas, oxida o carbono da superfície do
eliminar completamente u m a parte do carbono. H á dois processos f u n d a m e n t a i s de metal p r o d u z i n d o u m a mistura de C O e C 0 . 2

maleabilização. O C O reage c o m óxido do meio p r o d u z i n d o mais C 0 2 s e g u n d o a reação


F e 0 + 3CO = 2Fe + 3 C 0
2 3 2

2.1. Maleabilização por descarbonetação - que origina o maleável tipo europeu ou Este a t u a s o b r e o c a r b o n o do ferro f u n d i d o , s e g u n d o a r e a ç ã o
maleável de núcleo branco o u s i m p l e s m e n t e maleável branco. Essa d e n o m i n a ç ã o é atribu- C+C0 = 2CO 2

ída ao maleável devido ao aspecto metálico da s u a fratura, cuja a estrutura é constituída,


e s s e n c i a l m e n t e de ferrita. E s s e aspecto, contudo, s o m e n t e é observado e m p e ç a s de pa- O ciclo das d u a s reações prossegue a t é a eliminação do c a r b o n o , o que ocorre até p r o f u n -
r e d e s finas, de 5 ou 6 m m ; e m p e ç a s de p a r e d e s m a i s e s p e s s a s , o n ú c l e o é cinzento ou didade d e cerca de 5 m m .
escuro, devido a grafitização; s o m e n t e a periferia t e m o aspecto m e t á l i c o típico do Para e s p e s s u r a s maiores, parte do c a r b o n o fica retido e t o r n a - s e antieconômico p r o s -
maleável branco' 3 2 4 '. seguir o ciclo a t é c o m p l e t a d e s c a r b o n e t a ç ã o p o r difusão d o c a r b o n o d o centro e m d i r e ç ã o
O princípio do p r o c e s s o c o n s i s t e no a q u e c i m e n t o d e u m ferro fundido b r a n c o , e m caixas à p e r i f e r i a , a l é m d e c o r r e r - s e o risco d e p r o d u z i r u m a c a m a d a d e o x i d a ç ã o relativamente
f e c h a d a s , n u m m e i o o x i d a n t e c o n s t i t u í d o d e m i n é r i o d e f e r r o ( u m a m i s t u r a q u e p o d e s e r 1/4 espessa.
de m i n é r i o novo e 3/4 de m i n é r i o usado, a fim d e evitar excessiva o x i d a ç ã o d a s peças); S i m u l t a n e a m e n t e c o m a oxidação, ocorre, pois, grafitização; o carbono na f o r m a de
n e s s a s condições o carbono do ferro fundido é eliminado s o b forma-de gás. g r a f i t a , t e n d e a d i s s o l v e r - s e n a a u s t e n i t a ; c o n t u d o , e s s a o p e r a ç ã o é. m u i t a l e n t a . A o m e s m o
O ferro fundido branco inicial apresenta u m a c o m p o s i ç ã o química entre o s seguintes t e m p o , a t e n d ê n c i a a grafitização é d i m i n u í d a , d e s d e que s e m a n t e n h a o teor de silício b a i x o
limites' 3 2 4 ': - entre 0,45 e 0 , 7 5 % .
Em resumo, n a s peças de p e q u e n a espessura(até cerca de 5 m m ) o maleável b r a n c o é
Carbono combinado 3,00 a 3,50% c o n s t i t u í d a s ó d e f e r r i t a e e m p e ç a s d e m a i o r e s p e s s u r a ( d e 5 m m a 15 m m ) a e s t r u t u r a
Silício 0,45 a 0,75% a p r e s e n t a f e r r i t a n a s c a m a d a s s u p e r f i c i a i s e g r a f i t a , e m nódulos arredondados, sobre uma
Manganês 0,10 a 0,40% m a t r i z d e f e r r i t a ( à s v e z e s c o m c e r t a q u a n t i d a d e d e periita) n a p a r t e c e n t r a l .
Enxofre 0,20 a 0,45%
Fósforo 0,15% máx. 2 . 2 . Maleabilização por grafitização - q u e o r i g i n a o m a / e á v e / t i p o americano ou maleável
de núcleo preto o u s i m p l e s m e n t e maleável preto. Essa d e n o m i n a ç ã o é atribuída ao a s p e c t o
O ciclo de maleabilização está e s q u e m a t i c a m e n t e representado na figura 238' 3 2 5 1 . No escuro d a fratura, cuja a estrutura é c o n s t i t u í d a essencialmente d e grafita e m nódulos s o b r e
trecho A , a c i m a de t e m p e r a t u r a crítica, verifica-se d e s c a r b o n e t a ç ã o i n t e n s a e, q u a n d o se u m f u n d o de ferrita.
estiver e m presença de p e ç a s espessas, ocorre t a m b é m grafitização pela d e c o m p o s i ç ã o da O princípio d o p r o c e s s o consiste e m a q u e c e r - s e um ferro f u n d i d o de composição a d e q u a -
c e m e n t i t a l i v r e . N o t r e c h o B, c o n t i n u a a g r a f i t i z a ç ã o e, n a s p e ç a s e s p e s s a s , a c e m e n t i t a que da, a temperaturas apropriadas durante longo tempo, porém m e n o r que no c a s o da
s e o r i g i n a d a austenita t a m b é m s e d e c o m p õ e , r e s u l t a d o m a i s grafita. No t r e c h o C, forma-se maleabilização p o r d e s c a r b o n e t a ç ã o ; o ciclo d e tratamento p o d e s e r mais curto, p o r q u e , p o r
periita, seiaindarhouver carbono combinado em solução. precipitação de c a r b o n o , a distância de m i g r a ç ã o do carbono é menor.

546 547
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS NLALEÃVEIS

O ferro fundido b r a n c o original utilizado n o t r a t a m e n t o d e maleabilização p o r grafitização 1000


t e m a seguinte composição aproximada' 3 2 6 1 :

Carbono combinado 2,20 a 2,80%


900
Silício 0,90 a 1,60%
Manganês 0,50% máx.
Enxofre 0,10% máx.
< 800
Fósforo 0,20% máx. cc
r>

O ciclo e maleabilização está esquematicamente representado na figura 2 3 9 onde o CC


LU
t r e c h o A c o r r e s p o n d e a o ciclo d e grafitização d a c e m e n t i t a livre, o t r e c h o B, à grafitização d a Cu
2 700
c e m e n t i t a q u e s a i d a a u s t e n i t a e o t r e c h o C, à g r a f i t i z a ç ã o d a c e m e n t i t a d a p e r i i t a . LU
r-
A grafita resultante s e a p r e s e n t a c o m aspecto d e c o n t o r n o s rendilhados.
O tratamento d e m a l e a b i l i z a ç ã o é levado a efeito e m a t m o s f e r a neutra, p a r a o q u e a s p e ç a s s ã o
600
c o l o c a d a s e m caixas de ferro f u n d i d o e envoltas e m a r e i a , c i n z a s o u outro material i n e r t e .
O t e m p o de p e r m a n ê n c i a no p a t a m a r A varia d e s d e a l g u m a s horas até d i a s , d e p e n d e n d o
d a e s p e s s u r a das p e ç a s e d a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a d o material; o ciclo c o r r e s p o n d e n t e ao
p a t a m a r C pode ser mais l o n g o , pois, a t e m p e r a t u r a s b a i x a s , a grafitização é m a i s lenta. 500
U m ciclo de m a l e a b i l i z a ç ã o r á p i d o é m o s t r a d o n a f i g u r a 2 4 0 ' 3 2 7 '.
Mo primeiro estágio, s ã o n e c e s s á r a s temperaturas elevadas, para acelerar as reações de HORAS
solução, difusão e s u b s e q u e n t e decomposição da cementita. Como a tendência de
d e s c a r b o n e t a ç ã o das p e ç a s a u m e n t a com a t e m p e r a t u r a , esta não deve ultrapassar 950°C. Fig. 240 - Ciclo de maleabilização rápido.

N o 2°. estágio, a temperatura, q u e depende d a c o m p o s i ç ã o química do ferro fundido, deve


ficar s i t u a d a n a faixa d e 7 6 0 ° C - 6 9 0 ° C . N e s s a faixa, a austenita t r a n s f o r m a - s e e m periita e Por essa r a z ã o , é c o m u m dizer-se q u e o ferro maleável é liga intermediária entre o a ç o e
e s t a , p o r s u a vez, p o d e d e c o m p o r - s e e m grafita e m n ó d u l o s e ferrita. o ferro f u n d i d o c i n z e n t o .
D e q u a l q u e r m o d o , a d u r a ç ã o d o ciclo d e m a l e a b i l i z a ç ã o d e p e n d e d e f a t o r e s t a i s c o m o Os m a l e á v e i s de núcleo branco e d e núcleo preto são, e m princípio, maleáveis ferríticos.
t e m p e r a t u r a , composição q u í m i c a do material, q u a n t i d a d e de nódulos e s e c ç ã o das peças. A rigor, o d e n ú c l e o p r e t o é o q u e a p r e s e n t a m a i o r i m p o r t â n c i a t e c n o l ó g i c a .
O maleável d e núcleo branco, especificado pelas normas a l e m ã s (DIN-1692), a p r e s e n t a ,
3 . Propriedades do ferro fundido maleável - A propriedade fundamental q u e distingue esta d e p e n d e n d o d o s diâmetros dos corpos de prova ensaiados (portanto das secções das p e ç a s
liga d o ferro fundido cinzento c o m u m é sua ductilidade, a qual, expressa e m alongamento, f u n d i d a s ) , v a l o r e s d e limite de e s c o a m e n t o q u e d e v e m s e r s u p e r i o r e s a 2 0 k g f / m m ( 2 0 0 M P a ) ,
2

p o d e ultrapassar 10%. d e limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o m í n i m a d e 3 4 a 3 5 k g f / m m ( 3 3 0 a 3 4 0 M P a ) , c o m a l o n g a m e n -


2

tos, medidos e m 3d que variam d e 3 a 1 0 % .


1000
O maleável americano é coberto por três especificações d a A S T M , conforme a T a b e l a 1 7 7
950
. ,,, k—A- ^ B > mostra' '.
Q
3 2 8

* As aplicações típicas dessas c l a s s e s s ã o as seguintes:


/ X
c • : r
735=
o - A S T M A 1 4 7 - serviços gerais p a r a b o a s usinabilidade e resistência ao choque; flanges,
°. 700 tubos, peças d e válvulas e acessórios diversos para e q u i p a m e n t o ferroviário, equipamento
naval e outros s e r v i ç o s pesados até t e m p e r a t u r a s de 3 4 5 ° C ;
/ •' \ ''5 - A S T M A 1 9 7 - acessórios de t u b o s e peças de válvulas p a r a serviços de pressão;
- A S T M A 2 2 0 - aplicações gerais a temperaturas normais e elevadas;

LU
H
' \
i - A S T M A 6 0 2 e S A E 5158 - peças de automóveis e compressores, como alojamentos de
m e c a n i s m o s d e direção, virabrequins, bielas, certas e n g r e n a g e n s , t a m p a s de mancais, c o m -
ponentes d e t r a n s m i s s ã o a u t o m á t i c a , c u b o s d e rodas etc.

'H.
A Associação Brasileira de N o r m a s e Técnicas, por intermédio de suas especificações

1
PEB-128, e s t a b e l e c e as condições e as p r o p r i e d a d e s que d e v e m s e r satisfeitas pelas p e ç a s
de ferro f u n d i d o m a l e á v e l de núcleo b r a n c o e d e núcleo p r e t o , r e s p e c t i v a m e n t e , p a r a u s o s

' •• 1 gerais.

10 20 30 Os característicos mecânicos d e s s e s maleáveis, de a c o r d o c o m as normas brasileiras


mencionadas, estão representados na Tabela 178.
T E M P O , horas

Fig. 239 - Representação esquemática do ciclo de maleabilização por grafitização 4 . Maleável perlítico - Este maleável a p r e s e n t a propriedades melhores, devido s u a e s t r u -
(maleável tipo americano ou de núcleo preto). tura. Em face do desenvolvimento c o n s t a n t e da técnica de maleabilização, tem sido p o s s í v e l

548 549
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS A Í A L B Í V H S

produzir, n o maleável, e s t r u t u r a s diversificadas. A s s i m , o m a l e á v e l perlítico a p r e s e n t a estru-


turas diferentes, d e p e n d e n d o d o ciclo de maleabilização 1 3 2 8 '.
O s materiais c o m d u r e z a n a faixa mais alta o b t i d a p o r resfriamento a o a r e revenido
a p r e s e n t a periita revenida e " o l h o s d e boi" ferrfticos, o u s e j a , u m orla d e f e r r i t a e m t o m o d e
n ó d u l o s d a grafita: n e s s a m e s m a faixa d e d u r e z a , o s materiais resfriados e m líquidos e
revenidos consistem d e martensita parcialmente esferoidizada uniforme. N o nível baixo d e
dureza, abaixo de 1 9 7 Brinell, a s estruturas são s e m e l h a n t e s , respeitadas a s condições d e
resfriamento.
O ciclo d e maleabilização compreende vários estágios. O primeiro, entretanto,
c o r r e s p o n d e exatamente a o d o ciclo d e produzir m a l e á v e l d e núcleo preto. A partir desse
primeiro estágio, s ã o i n t r o d u z i d a s a s modificações q u e p o d e m levar a o m a l e á v e l perlítico.
A s possíveis alterações s ã o a s seguintes' 3 2 9 ':

- t e r m i n a d o o a q u e c i m e n t o c o r r e s p o n d e n t e a o 1 . e s t á g i o , resfria-se n o f o r n o a t é 7 8 5 ° C -
9

8 7 0 ° C ; r e t i r a - s e do f o r n o e r e s f r i a - s e a o a r ; r e v i n e - s e a t é a d e s e j a d a d u r e z a ;
- r e s f r i a - s e n o f o r n o a t é 7 8 5 ° C - 8 7 0 ° C ; r e t i r a - s e e r e s f r i a - s e a o ar, c o m o a c i m a ; e m s e g u i d a
r e a q u e c e - s e a 815°C-870°C e resfria-se e m água o u óleo; revine-se até a d u r e z a desejada;
° °2 LO ^cocoio-íncviT- ° - 3 - C O CO CM -i-
- c o m p l e t a - s e o c i c l o d e m a l e a b i l i z a ç ã o p a r a a p r o d u ç ã o n o r m a l do m a l e á v e l ; e m s e g u i d a
reaquece-se a 815°C-870°C e resfria-se a o ar ou e m líquido; revine-se até a d u r e z a desejada.

A A S T M , por intermédio d e s u a norma A-220, especifica as propriedades mecânicas dos


m a l e á v e i s perlíticos e m a r t e n s í t i c o s , d e acordo c o m o s v a l o r e s a p r e s e n t a d o s n a T a b e l a 177.
O s m a l e á v e i s perlíticos d e m a i o r resistência m e c â n i c a s ã o obtidos por t ê m p e r a e m óleo e
revenido, a o passo q u e o s níveis médios d e resistência s ã o obtidos p o r t ê m p e r a a o ar e
revenido.
C o m tratamento térmico a d e q u a d o , pode-se obter ferros maleáveis c o m matriz apresen-
O L o L o o a o o a L O O LO O LO
tando u m a microestrutura bainítica. Nessas condições, o s ferros maleáveis p o d e m s e r e m - Òl t t- CM O "*J" CO CO
CM CM CM C M C 0 C O C O ^ J - ^ - L O < O CM C O CO CO LO
p r e g a d o s e m aplicações especiais, tais como correntes d e alta resistência.
O t r a t a m e n t o térmico q u e possibilita a obtenção d e tal microestrutura é a t ê m p e r a a quen-
te, e m b a n h o d e sal, d a s p e ç a s f u n d i d a s .
£ ^ • L O O o LO in o_ o o o o_
O e x e m p l o abaixo ilustra m e l h o r a matéria, pois indica a s propriedades q u e p o d e m ser .E CM" T" CO* T— L O " CM* oi* co" CO
obtidas c o m dois tratamentos d e s s e tipo, após a u s t e n i z a ç ã o a 900°C. *o> CM CM CM
C M C O C O C O ^ f ^ T L O C O

T e m p e r a t u r a do banho d e s a l 400°C 293°C


Tempo 3 horas 3 horas O i— O O L O L O O O L O L O L O O tO LO L O O L O
O. •fl- ÍO N ^T -- T^ tJ --^^C^ O- IL CO lCLOOL tOOC NM 3" T - - r - CM CM
D u r e z a Brinell 288 387 CO CO CM CO 4 L C LO Í O s
5
Resistência à tração, k g f / m m ( M P a ) 2 88,6(873) 100,9(994)
Limite d e escoamento, k g f / m m ( M P a ) 2 73,3(722) 9 6 , 8 (954)
Alongamento em 50 mm, % 1,4 1,0 £ O L O L O O O L O L O L O O LO LO LO O LO
.£ ai" co" ai* co" co" LO* Lri* CM CM" CO" CO
CM" L O " L O "

"D> • ç f - t ^ ^ W ^ C D S co ^r L O L O co N
5 . Outros característicos dos ferros fundidos maleáveis - A usinabilidade d o ferro fundido
m a l e á v e l é c o n s i d e r a d a a m e l h o r entre a s ligas f e r r o s a s d e idêntica r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , o
q u e s e p o d e verificar pela T a b e l a 1 7 9 ' 3 3 0 '.
A resistência à corrosão é c o n s i d e r a d a muito b o a , e m d i v e r s a s a p l i c a ç õ e s . A d m i t e - s e q u e
e s s a q u a l i d a d e s e j a c o n f e r i d a a o m a t e r i a l pela c a m a d a s u p e r f i c i a l q u e s e d e s e n v o l v e d u r a n t e a
m a l e a b i l i z a ç ã o , c o n s t i t u í d a d e f e r r i t a l i g a d a c o m silício n a f a i x a d e 0,80 a 1 , 7 0 % t 327 ) . E s t a estrutura
a p r e s e n t a u m a alta r e s i s t ê n c i a a m e i o s corrosivos, p o i s , q u a n d o a t a c a d a , d e s e n v o i V e u m p r o d u t o
s u p e r f i c i a l q u e a d e r e f o r t e m e n t e a o m a t e r i a l e q u e e v i t a p e n e t r a ç ã o ulterior d o m e i o c o r r o s i v o .
O m a l e á v e l p o d e t a m b é m s e r g a l v a n i z a d o , c o m o o b j e t i v o d e m e l h o r a r s u a r e s i s t ê n c i a ao
ataque corrosivo.
A resistência ao desgaste depende, principalmente, d a dureza, d e m o d o q u e os
m a l e á v e i s perlíticos mais d u r o s s ã o o s q u e a p r e s e n t a m m e l h o r e s c o n d i ç õ e s d e resistir à
ação d e desgaste, o que t o m a a liga recomendável p a r a aplicações de partes e m movimento,
sujeitas a o atrito.

550 '551
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS MALEÁVEIS

6. Aplicações do ferro fundido maleável - A s industrias m e c â n i c a s , de materiais de c o n s -


O O O O O LO

S g 8 tn o n f 10 cc trução, de v e í c u l o s , tratores, materiais elétricos utilizam, e m g r a n d e escala, p e ç a s d e f e r r o


•P- <ÇM £ M OJ £ M fundido m a l e á v e l . Entre as aplicações m a i s c o m u n s p o d e m s e r e n u m e r a d a s as s e g u i n t e s :
Qffl*' .<D O O O O O
conexões para t u b u l a ç õ e s hidráulicas; c o n e x õ e s para linhas de t r a n s m i s s ã o elétrica; c o r r e n -
te; suporte de m o l a s ; caixas de direção; caixas de diferencial; c u b o s de rodas; s a p a t a s d e
freios; p e d a i s d e e m b r e a g e m e freio; b i e l a s ; colares de t r a t o r e s ; c a i x a s d e e n g r e n a g e m , e t c .
CO CN N LO ^ CO OJ
-S E £
T A B E L A " ) 79
|l'H
Usinabilidade c o m p a r a t i v a de diversas ligas ferrosas
O O O O O O
5 E — 01 co o> C M co cn Material Usinabilidade Dureza B r i n e l l
^ ^ C M , co. co
I /n 05 cõ* cT c í 01 _ Maleável c o m u m 120 110-145
T- CM CO CO Ti- L O
Maleável perlítico 95 163-207
Maleável perlítico 80 197-241
o ' . o j£ a 0 0 0 0 0 0 0 Ferro Fundido Cinzento Mole 80 160-193
±; inj E a> M - Q
E o. 3 -<t LO CO CD Ferro Fundido Médio 65 193-220
SAE 1022 70 159-192
SAE 1112 100 179-229
SAE 1035 65 174-217
o > E LO LO LO LO LO LO LO SAE 1045 60 179-229
SAE 5040 65 179-229

A Figura 2 4 1 m o s t r a o aspecto m i c r o g r á f i c o d e um ferro f u n d i d o m a l e á v e l .


CO CM h - LO Tj- CO CM
O O O O O

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< L . I L L 1L LL L L CL
CL CL 0 _ CL CL 0 _ CL
~ 2 5 2 2 5 _
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O O O O O O O
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Fig. 241 -Aspecto micrográfico de ferro fundido maleável mostrando ferrita, nódulos de grafita e algumas
i r i d i i s õ e s . A ! a q u e : p i c a l . A u m e n t o : 100X.
LO LO LO LO LO i n to
(Gentileza do Instituto d e Pesquisa Tecnológicas de S ã o Paulo).

I- M- M- CO N LO m «M
z O O O O O O

CD
< LL LL LL LL CL CL CO
CQ CQ [Tl CO CQ CQ OQ

LL LL LL LL LL LL

552 553
FERROS FUNDÍDOS DE GRAFITA COMPACTADA

XXXII
FERROS FUNDIDOS D E GRAFITA
COMPACTADA

.555
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS DE GRAFITA COMPACTADA

1. Introdução - Este tipo d e f e r r o f u n d i d o é c o n h e c i d o t a m b é m c o m o "ferro f u n d i d o s e m i - Afigura n 242 s ( 3 3 2 ) indica que a resistência à tração do ferro f u n d i d o de grafita c o m p a c t a d a
dúctil" o u "ferro fundido c o m grafita vermicular"' 3 3 1 ' . É, p o r a s s i m dizer, u m p r o d u t o i n t e r m e d i - diminui à m e d i d a q u e a u m e n t a o carbono equivalente; mas a velocidade de decréscimo d e s -
ário e n t r e o ferro fundido c i n z e n t o e o ferro f u n d i d o n o d u l a r . D e s s e m o d o , a p r e s e n t a m e l h o r sa propriedade é m e n o r do que no caso d o ferro fundido cinzento.
resistência mecânica que o ferro fundido cinzento a l é m de a l g u m a ductilidade. A l é m disso, o A e l e v a ç ã o d o t e o r d e silício d e 1,2 a 2 , 6 % r e s u l t a n u m a u m e n t o d o l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à
s e u a c a b a m e n t o por u s i n a g e m é s u p e r i o r ao q u e s e v e r i f i c a c o m o ferro f u n d i d o c i n z e n t o . tração, limite de e s c o a m e n t o e d u r e z a , t a n t o n a c o n d i ç ã o f u n d i d a c o m o n a recozida.
P o r outro lado, em relação a o ferro fundido nodular, p o s s u i maior c a p a c i d a d e d e amorte- O limite d e f a d i g a a p r e s e n t a u m a r e l a ç ã o c o m a r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o e m t o m o d e 0 , 4 5 .
cimento e condutibilidade térmica mais elevada. N u m ferro f u n d i d o d e grafita c o m p a c t a d a d e matriz p r e d o m i n a n t e m e n t e periítica, a r e s i s -
E s s e s característicos s ã o d e v i d o s à forma d a grafita, q u e se apresenta mais a r r e d o n d a d a tência à c o m p r e s s ã o é cerca de três v e z e s superior à resistência à tração.
e m a i s g r o s s e i r a , de m o d o q u e a microestrutura p o d e s e r c o n s i d e r a d a c o m o intermediária O c o m p o r t a m e n t o d e s s e material à t e m p e r a t u r a s de 5 0 0 ° C , s o b o p o n t o de vista de d i l a -
e n t r e a d o ferro fundido c i n z e n t o e a d o ferro nodular. t a ç ã o e f o r m a ç ã o d e c a s c a de óxido é m a i s o u m e n o s idêntico a o d o s ferros fundidos c i n z e n -
E m a l g u m a s aplicações c o m o rotores de freios de discos e cabeçotes de m o t o r e s diesel, tos de c o m p o s i ç ã o semelhante. C o n t u d o , a resistência à f o r m a ç ã o de casca de óxido e à
ele é s u p e r i o r tanto ao ferro f u n d i d o cinzento c o m o n o d u l a r . expansão a 6 0 0 ° C é superior à do ferro f u n d i d o cinzento.
A f a i x a de carbono e silício n e s s e s tipos de p r o d u t o s é a m p l a , p o d e n d o v a r i a r de 3,00 a O ferro f u n d i d o d e grafita c o m p a c t a d a t è m substituído c o m v a n t a g e n s o nodular e m apli-
3 , 8 0 % d e c a r b o n o e 1,00 a 3 , 5 0 % d e s i l í c i o . O i m p o r t a n t e é q u e o ó t i m o c a r b o n o e q u i v a l e n t e cações em que este último não pode ser e m p r e g a d o devido s u a condutibilidade térmica m a i s
C E s e j a escolhido em função d a espessura d a secção, de modo a evitar-se flutuação de baixa e s u a t e n d ê n c i a de empenar* 331 '.
c a r b o n o q u a n d o o C E é muito elevado ou excessiva t e n d ê n c i a de coquilhamento q u a n d o o
C E é m u i t o b a i x o . O t e o r d e m a n g a n ê s p o d e v a r i a r e n t r e 0,1 e 0 , 6 , d e p e n d e n d o d e d e s e j a r -
se u m a e s t r u t u r a ferrítica o u p e r i í t i c a ' 3 2 8 '. O fósforo é m a n t i d o abaixo de 0,06%, d e m o d o a t e r -
s e a m á x i m a ductilidade d a m a t r i z . O t e o r de enxofre d e v e s e r inferior a 0 , 0 2 5 % . P a r a produzir
a estrutura compacta da grafita, pode-se adicionar u m ou mais dos seguintes elementos:
m a g n é s i o , te r r a s raras (cario, l a n t â n i o , p r a s i o d í m i o e t c ) , c á l c i o , titânio e a l u m í n i o .
A q u a n t i d a d e d e m a g n é s i o d e v e s e r tal a resultar u m t e o r r e s i d u a l d e s s e e l e m e n t o d e 5 0 a 6 0 0
p p m , n a p r e s e n ç a de 0,15 a 0 , 5 0 % d e titânio e 1 0 a 1 5 0 p p m d e t e r r a s raras c o m o o c a r i o ' 331 '.

2 . Propriedades - A Tabela 180' 3 3 1 ' apresenta p r o p r i e d a d e s típicas d e s s e s m a t e r i a i s , de


a c o r d o c o m a s estruturas e a d i ç õ e s .

TABELA180
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de v á r i o s t i p o s d e f e r r o s f u n d i d o s
de g r a f i t a c o m p a c t a d a , à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e

L i m i t e resist. Limite
Along. Dureza
C o n d i ç ã o estrutural à tração escoamento
% HB
MPa (0,2%) MPa
T r a t a d o s c o m adições
de cario
Mo estado fundido, ferrita
a c i m a de 9 5 % 336 257 6,7 150
Ferrítica/Perlítica com
periita acima de 5 % 298 224 5,3 128
1 0 0 % ferrita 338 245 8,0 140
Ferrítica/Perlítica com 3. Aplicações - P o d e - s e resumir as v a n t a g e n s d a grafita c o m p a c t a d a sobre a grafita
8 5 % ferrita 320 242 3,5 164 lamelar (do ferro f u n d i d o cinzento) da s e g u i n t e maneira' 3 3 1 ':
Periítica ( 9 0 % periita,
1 0 % ferrita) 400/550 320/430 0,5/1,5 -
• maior resistência à tração para o m e s m o carbono equivalente, o q u e reduz a n e c e s s i d a -
Tratados com combinações de de elementos d e liga de custo elevado c o m o níquel, cromo, c o b r e e molibdênio;
d e M g m a i s T i (mais Ce) • relação mais alta resistência/fadiga;
Ferrita no estado fundido • maiores ductilidade e tenacidade, o q u e resulta em m a r g e m superior de segurança para
( 0 , 0 1 7 % Mg, 0,062% Ti,
fratura;
0 , 0 3 6 % As) 380 272 2 179
Ferrita no estado fundido • menor o x i d a ç ã o e dilatação a t e m p e r a t u r a s elevadas.
( 0 , 0 2 4 % Mg, 0,084% Ti,
0 , 0 3 0 % As) 338 276 2,5 184 . C o m p a r a n d o c o m a grafita esferoidal (do ferro fundido dúctil), a s vantagens da grafita
Periita no estado fundido
compactada são as seguintes' 3 2 8 ':
( 0 , 0 2 6 % M g , 0,083% Ti,
0 , 0 7 4 % As) 473 335 2 217
Periita no estado fundido • coeficiente m a i s baixo de dilatação t é r m i c a ;
( 7 0 % periita, 3 0 % ferrita) 386 278 2 - • maior condutibilidade térmica;

556 557
Aços e FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS OU NODULARES

• m a i o r resistência ao c h o q u e térmico;
• m a i o r capacidade de a m o r t e c i m e n t o ;
• maior fundibiiidade;
• m e l h o r usinabilidade.

E m c o n s e q u ê n c i a , e s s e m a t e r i a l é aplicado e m s i t u a ç õ e s e m que a r e s i s t ê n c i a d o ferro


f u n d i d o cinzento é insuficiente, m a s a utilização d o ferro f u n d i d o nodular é i n d e s e j á v e l devido
às propriedades menos favoráveis de fundição. E x e m p l o s de aplicações:

• p l a c a s de suporte para g r a n d e s motores diesel, cárters, caixas de e n g r e n a g e n s , carca-


ças d e turbo-alimentadores, garfos de ligação, suportes d e mancais, rodas d e n t a d a s , engre-
n a g e n s excêntricas etc.

D e v i d o a s u a m a i o r c o n d u t i b i l i d a d e t é r m i c a e m r e l a ç ã o a o ferro f u n d i d o n o d u l a r , o ferro
fundido d e grafita c o m p a c t a d a é preferido para peças f u n d i d a s a serem utilizadas a tempera-
t u r a s e l e v a d a s e/ou s o b c o n d i ç õ e s de f a d i g a t é r m i c a . E x e m p l o s : l i n g o t e i r a s , cárters,
c a b e ç o t e s , tubulações de e x a u s t ã o e discos de freio.

FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS


OU NODULARES

558 559
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

1 . introdução - O ferro f u n d i d o , dúctil ou n o d u l a r c a r a c t e r i z a - s e pela d u c t i l i d a d e , t e n a c i d a -


de e resistência mecânica. O característico mais importante, entretanto, relacionado com a
r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , é o limite d e e s c o a m e n t o q u e é m a i s e l e v a d o no f e r r o f u n d i d o n o d u l a r
do q u e n o ferro cinzento, ferro m a l e á v e l e m e s m o n o s a ç o s - c a r b o n o c o m u n s ( s e m e l e m e n -
tos d e liga).
A g r a f i t a do ferro f u n d i d o n o d u l a r a p r e s e n t a - s e n a f o r m a esferoidal ( v e r m i c r o g r a f i a s d a s
Figuras 2 4 3 e 244), forma e s s a q u e não interrompe a continuidade da matriz tanto quanto a
grafita e m veio, resultando n a s u a melhor ductilidade e tenacidade.

2 . Processo de fabricação do ferro nodular- A c o m p o s i ç ã o química é s e m e l h a n t e à dos


ferros fundidos cinzentos.
A Tabela 181 ( 3 3 3 ) mostra v á r i a s c o m p o s i ç õ e s q u í m i c a s d e ferros f u n d i d o s b á s i c o s utiliza-
dos p a r a a produção do nodular.
O tipo 1 apresenta, na c o n d i ç ã o bruta de f u s ã o o u a p ó s tratamento d e normalização,
e s t r u t u r a periítica. O tipo 2 c o r r e s p o n d e à faixa n o r m a l d e c o m p o s i ç ã o q u e l e v a a estruturas
ferrítico-perlítica, na c o n d i ç ã o b r u t a de f u s ã o e ferrítica o u periítica, p o r t r a t a m e n t o térmico.
O tipo 3 apresenta, no estado bruto de fusão, estrutura ferrítica; essa estrutura t a m b é m é
obtida p o r tratamento térmico d e ferritização. Caracteriza-se por elevada resistência ao cho-
q u e . F i n a l m e n t e , o tipo 4 c o r r e s p o n d e ao ferro n o d u l a r ferrítico no e s t a d o b r u t o d e f u s ã o ou
p o r t r a t a m e n t o t é r m i c o d e f e r r i t i z a ç ã o . C a r a c t e r i z a - s e , c o m o o tipo 3, p o r e l e v a d a r e s i s t ê n c i a
Fig. 243 -Aspecto micrográfico de ferro nodular; ferrita, periita, nódulos d e grafita, steadita e inclusões
ao c h o q u e . Ataque: p i c r a l . A u m e n t o : 100X (Gentileza d o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo).
A grafita na forma esferoidal é obtida pela adição d e determinados e l e m e n t o s no metal
f u n d i d o , c o m o magnésio, cério e alguns outros q u e d e v e m ser b e m c o n t r o l a d o s , d e m o d o a
p r o d u z i r a forma d e s e j a d a d a grafita e c o n t r a b a l a n ç a r o efeito de e l e m e n t o s perniciosos,
c o m o antimônio, chumbo, titânio, telúrio, bismuto e zircônio que interferem c o m o processo
d e n o d u l i z a ç ã o e, p o r i s s o , d e v e m s e r e l i m i n a d o s o u m a n t i d o s o s m a i s b a i x o s p o s s í v e i s ' 3 3 4 ).
O s principais agentes n o d u l i z a n t e s c o n t é m , t o d o s eles, geralmente o m a g n é s i o . São;
m a g n é s i o s e m liga, n o d u l i z a n t e s a b a s e d e n í q u e l e n o d u l i z a n t e s a b a s e d e M g - F e - S i . N a
maioria das vezes esses nodulizantes são introduzidos n a forma de ligas, entre as quais
p o d e m s e r citadas as s e g u i n t e s :

1 5 M g - 82 Ni
1 5 M g - 3 0 S i - 5 0 Ni
8 M g - 4 6 Si - 4 2 Fe
5 M g - 4 5 Si - 5 0 F e
12 M g - 4 0 S i - 1 8 C u - 3 0 Fe

o u o m a g n é s i o s e m liga, n a f o r m a de briquetes, lingotes ou fios.


O nodulizante é colocado n o fundo da panela de v a z a m e n t o e o metal f u n d i d o é rapida-
m e n t e derramado sobre a liga nodulizante.
O u t r o m é t o d o , no qual é u s a d o o m a g n é s i o s e m liga, c o n s i s t e e m c o l o c a r e s t e m e t a l no
interior d e u m a panela c o n t e n d o f e r r o líquido e a p a n e l a é g i r a d a de m o d o a q u e o material
líquido escorra sobre o m a g n é s i o .
Fig. 2 4 4 - A s p e c t o micrográfico de ferro fundido nodular perlítico: periita, ferrita, nódulos de
Q u a l q u e r que seja a técnica usada, há u m a reação violenta que o c a s i o n a fervura: o
grafita e inclusões.Ataque: picral.Aumento: 100X (Gentileza do Instituto de Pesquisas
m a g n é s i o é vaporizado e o v a p o r atravessa o ferro líquido, diminuindo o seu teor d e enxofre Tecnológicas d e São Paulo).
e p r o v o c a n d o a formação de grafita esferoidal. G e r a l m e n t e adiciona-se i m e d i a t a m e n t e após
o a g e n t e noduiizante, Fe-Si p a r a produzir u m a matriz d e microestrutura a d e q u a d a .
O m a g n é s i o atua c o mo u m a espécie de inibidor d e curta duração, que retarda a formação Tabela 181
inicial d e grafita. Então, o f e r r o fundido cinzento solidifica, inicialmente c o m f o r m a ç ã o de C o m p o s i ç ã o q u í m i c a d o s ferros f u n d i d o s b á s i c o s para p r o d u ç ã o d e f e r r o f u n d i d o n o d u l a r .
c e m e n t i t a ; logo a seguir, c e s s a d a a a ç ã o d o m a g n é s i o , a c e m e n t i t a d e c o m p õ e - s e , p r o d u z i n - Tipo C,% Si,% Mn,% P,% S,% Ni,% Cu,% Cr,% Mo,% Sn,%
do a grafita que se d e s e n v o l v e por igual e m todas as d i r e ç õ e s , resultando a s s i m u m a forma 1 4,0 máx. 1,7/2,8 0,25/0,50 0,10 máx. 0,01 máx. 1,0/3,0 1,50 0,3 0,3 0,10
sensivelmente esférica. 2 4,0 máx. 1,6/2,8 0,30 0,10 máx. 0,01 máx. 0,5 0,15 0,1 0,01 0,02
E x p e r i ê n c i a s realizadas p o r e n g e n h e i r o s d a F u n d i ç ã o Tupy, cujos r e s u l t a d o s f o r a m apre- 3 4,0 máx. 2,5 máx. 0,20 0,05 máx. 0,01 máx. 0,8
4 4,0 máx. 2,1 máx. 0,10 máx. 0,03 máx. 0,01 máx.
s e n t a d o s , n o Simpósio s o b r e F u s ã o , V a z a m e n t o e S o l i d i f i c a ç ã o de P e ç a s F u n d i d a s , e m S ã o

560 561
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS ou NODULARES

Paulo 1 3 3 4 ', demonstraram que de seis inoculantes comerciais disponíveis e testados, as c o m - d e s g a s t e , c o m m o d e r a d a s t e n a c i d a d e e r e s i s t ê n c i a ao c h o q u e . A s t e m p e r a t u r a s mais altas d e
b i n a ç õ e s d e Fe-Si 7 5 % - B i f o r a m a s q u e levaram os r e s u l t a d o s mais favoráveis n o q u e diz a u s t ê m p e r a - 3 0 0 ° a 4 0 0 ° C - p r o d u z e m b a i n i t a m a i s dúctil e t e n a z .
respeito à nucieação da grafita. A Tabela 1 8 3 | 3 3 7 ) a p r e s e n t a a s p r o p r i e d a d e s de ferro n o d u l a r a u s t e m p e r a d o , d e a c o r d o
D e início, foi constatado q u e a p o r c e n t a g e m m á x i m a d e a d i ç ã o do inoculante Fe-Si 7 5 % , com a especificação A S T M A 897 M-90.
foi 0 , 6 % , s o b os pontos de v i s t a técnico e económico e no q u e diz respeito a o a u m e n t o do
n ú m e r o d e n ó d u l o s de grafita. A i n t r o d u ç ã o de 0 ,0 1 5 d e Bi p r o v o c o u n ã o s ó e l e v a ç ã o do
Tabela 183
n ú m e r o d e nódulos de grafita, c o m o u m a melhora nas propriedades m e c â n i c a s d e u m deter-
Propriedades d o ferro dúctil austemperado
m i n a d o tipo d e ferro nodular ( c i a s s e F E - 7 0 0 2 ) .
Resistência Limite e s - Alonga- Resist Dureza
Tipo à tração coamento mento ao choque HB
3 . Tratamentos térmicos do ferro nodular- A estrutura n o r m a l do ferro n o d u l a r n o estado
MPa MPa % J
fundido é constituída de m a t r i z periítica c o m grafita e s f e r o i d a l : p o d e , c o n t u d o , apresentar
1 850 550 10 100 269-321
f e r r i t a o u c e m e n t i t a l i v r e . M u r t a s p e ç a s d e ferro n o d u l a r s ã o e m p r e g a d a s n o e s t a d o f u n d i d o .
2 1050 700 7 80 302-363
Outras, entretanto, são tratadas termicamente.
3 1200 850 4 60 341-444
O tratamento térmico usual é o que decompõe a cementita produzindo ferrita e mais
4 1400 1100 1 35 388-477
-
grafita esferoidal, mediante u m recozimento ou n o r m a l i z a ç ã o . Pode-se t a m b é m t e m p e r a r e 5 1600 1300 - 444-555
revenir à dureza desejada. Os valores de resistência à tração, limite de escoamento, dureza e resistência ao choque são os mínimos
De qualquer modo, as o p e r a ç õ e s de tratamento térmico a que usualmente p o d e m ser exigidos. A resistência ao choque é Charpy s e m entalhe.
s u b m e t i d o s o s ferros n o d u l a r e s s ã o a s s e g u i n t e s 1 3 3 5 ':

3 . 1 . Alívio da tensões - P a r a reduzir ou eliminar a s t e n s õ e s residuais das p e ç a s fundidas 3 . 6 . Têmpera superficial-Pode-se aplicar tanto o processo por c h a m a como por indução,
de g r a n d e s dimensões ou de s e c ç ã o transversal não uniforme. Normalmente, a temperatura p a r a o b t e r - s e u m a d u r e z a s u p e r f i c i a l d a o r d e m d e 60 R . C . e u m a s u p e r f í c i e d e elevada
não p o d e ultrapassar 6 0 0 ° C e o t e m p o é de cerca de 20 minutos por centímetro d e secção. resistência ao d e s g a s t e . A t e m p e r a t u r a d a superfície deve atingir 9 0 0 ° C durante alguns
Não h á efeito sobre as propriedades mecânicas. segundos, s e g u i n d o - s e resfriamento i m e d i a t o por jato de á g u a .

3 . 2 . Recozimento - Para o b t e n ç ã o de matriz ferrítica, mediante a q u e c i m e n t o a 900°C, 4. Especificações e propriedades do ferro fundido nodular - A tabela 184 ( 3 3 5 ) indica as
resfriamento até 700°C, e m u m a h o r a , seguido de r e s f r i a m e n t o até 6 5 0 ° C , à r a z ã o do 3 ° C / c o m p o s i ç õ e s e s p r o p r i e d a d e s de c l a s s e s p a d r õ e s de ferro nodular, s e g u n d o e s p e c i f i c a ç õ e s
h. E s s e t r a t a m e n t o é t a m b é m c h a m a d o de " r e c o z i m e n t o p a r a ferritização", p o r q u e produz da A S T M , A S M E E S A E .
u m a matriz essencialmente ferrítica. A Tabela 1 8 5 ' 3 3 5 ' indica as aplicações gerais e empregos típicos d e s s e s materiais.
A A B N T p e l a s u a especificação P - E B - 5 8 5 , classifica os ferros n o d u l a r e s , que ela d e s i g n a
3 . 3 . Normalização - D e p o i s d e austenitizado o material (à temperatura de 9 0 0 ° C , durante c o m o ferro fundido com grafita esferoidal, c o n f o r m e mostra a T a b e l a 186< 333 '.
o t e m p o n e c e s s á r i o ) , e l e é r e s f r i a d o n o f o r n o a t é 7 8 5 ° C e e m s e g u i d a r e s f r i a d o a o ar. S e o O tipo mais utilizado e m construção m e c â n i c a é o F E - 5 0 0 7 . A s p r o p r i e d a d e s i n d i c a d a s n a
resultado final apresentar d u r e z a muito elevada, p o d e - s e p r o c e d e r a um r e v e n i d o posterior, Tabela c o r r e s p o n d e m ao estado bruto de fusão.
até a d u r e z a desejada, revenido e s s e que t a m b é m reduz as tensões internas. Os tipos F E - 4 2 1 2 e F E - 6 0 0 2 são i g u a l m e n t e muito usados; o primeiro contém m e n o s M n
e mais Si que o s e g u n d o . Este c o n t é m , p o i s , m a i o r quantidade d e M n o u , p r e f e r e n c i a l m e n t e ,
3 . 4 . Têmpera e Revenido - O material é austenitizado pelo aquecimento entre 870° e pequenas adições de Sn e Cu.
9 0 0 ° C . S e g u e - s e r e s f r i a m e n t o e m ó l e o , g e r a l m e n t e e r e v i n e - s e até a d u r e z a d e s e j a d a . A s Os tipos F E - 3 8 1 7 e FE-3817-RI são tratados termicamente, p o r recozimento, que p r o d u z
estruturas resultantes c o r r e s p o n d e m à da martensita r e v e n i d a e o objetivo d o t r a t a m e n t o é estrutura ferrítica.
conferir a o material resistência m e c â n i c a , dureza e resistência ao desgaste m a i o r e s . O tipo F E - 7 0 0 2 é normalizado ou t e m p e r a d o e revenido e c o n t é m elementos d e liga c o m
A T a b e l a 182< 336 ' a p r e s e n t a ciclos típicos de t ê m p e r a e revenido para f e r r o s nodulares e o propósito de a u m e n t a r a endurecibilidade e tornar a estrutura periítica.
ferro f u n d i d o cinzento. A n o r m a D I N - 1 6 9 3 classifica os ferros fundidos nodulares c o n f o r m e indicado n a T a b e l a
187 1 3 3 3 ', que a p r e s e n t a t a m b é m os característicos mecânicos m a i s importantes.
3.5. Austêmpera - M e d i a n t e e s s e t r a t a m e n t o , t ê m - s e o b t i d o substancial m e l h o r a d a s proprie-
d a d e s d o f e r r o nodular. N o p r o c e s s o , o a q u e c i m e n t o p a r a a u s t e n i t i z a ç ã o , é f e i t o e n t r e 8 5 0 ° e
925°C< 336 ' , d e m o d o a q u e h a j a t r a n s f e r ê n c i a suficiente d e c a r b o n o à matriz a u s t e n í t i c a . C o m o as
z o n a s ferrftjcas d o ferro n o d u l a r s ã o i s e n t a s d e c a r b o n o , p a r a q u e o material s e t o m e e n d u r e c í v e l ,
é n e c e s s á r i o , n a austenitização, q u e h a j a suprimento d e c a r b o n o à ferrita o u a u s t e n i t a ( a c i m a d a
t e m p e r a t u r a critica), o q u e o c o r r e p o r s o l u ç ã o e d i f u s ã o , a partir d o s n ó d u l o s d e g r a f i t a . Esse
p r o c e s s o d e p e n d e d a t e m p e r a t u r a e d o t e m p o . Por isso, à s v e z e s s e austenitiza a t e m p e r a t u r a s
m a i s e l e v a d a s . O s t e m p o s v a r i a m d e d u a s a quatro h o r a s , d e p e n d e n d o d a s e c ç ã o , j u s t a m e n t e
p a r a c o n s e g u i r - s e a m á x i m a s o l u b i l i z a ç ã o d o c a r b o n o e r e s u l t a n t e e n d u r e c i b i l i d a d e . N o c a s o de
c o m p o n e n t e s p a r a a indústria a u t o m o b i l í s t i c a , verificou-se q u e , p o r e x e m p l o , e n g r e n a g e n s p e a d a s
e x i g i r a m q u a t r o horas a 9 0 0 ° C e e n g r e n a g e n s d e eixo t r a s e i r o três h o r a s a 9 0 0 ° C 1 3 3 8 '. A temperatura
d e f o r m a ç ã o d a bainita v a r i a e n t r e 2 3 5 ° a 4 0 0 ° C , p a r a n o d u l a r s e m e l e m e n t o s d e l i g a . N a f a i x a de
2 3 5 a 2 7 0 ° C o b t é m - s e b a i n i t a inferior o u acicular, d e alta d u r e z a , alta resistência m e c â n i c a a o

562 563
Tabela 182
Ciclos típicos de têmpera e revenido para ferros nodulares e ferro f u n d i d o cinzento

Temperatura e t e m p o de M e l o de r e s f r i a m e n t o C i c l o de r e v e n i d o
Objetlvo austenitização (a)
Ferro fundido cinzento com máxima dureza Pré-aquecimento a 560°C Óleo em agitação 200°C, uma hora
Aquecimento a 870°C, u m a Resfriar até 120°C Resfriar em artranqOilo
hora p o r p o l . de secção
Ferro fundido cinzento com ótlmas Pré-aquecimento a 650°C Óleo em agitação 400°C, uma hora
resistência e tenacidade Aquecimento a 870°G, uma Resfriar até 120°C Resfriarem ar tranquilo
hora por pol. de secção
Para obter ferro nodular 120-90-02 900°C, uma hora por pol. de Óleo em agitação 480°C, 2 horas; resfriar
secção no forno até 345°C; resfriar
no ar
Para obter ferro nodular 100-70-03 900°C, uma hora por pol. de Óleo em agitação 4 8 0 ' C , 2 horas; resfriar
,

secção no forno até 345°C; resfriar


ao ar
Alternativa para tipo 100-70-03 900°C, uma hora por pol. de Ar até 425°C (b) 595°C, 2 h o r a s
secção
Preparo de ferro nodular para tempera 900°C, uma hora por pol. de Óleo em agitação 650°C, 2 horas; resfriar
por chama secção no forno até 345°C; resfriar
ao ar
(a) A temperatura do óleo deve ser controlada numa faixa de 55 a 8 5 ° C ; (b) dispositivos ou ventiladores especiais de ar comprimido

Tabela 184
C o m p o s i ç õ e s e P r o p r i e d a d e s M e c â n i c a s d o s t i p o s c o m u n s d e Ferro N o d u l a r
Composição Propriedades Mecânicas
Resist. Limite Alonga-
Especificação escoa-
tração mento
IM Classe SI Mn P s Natureza Dureza
2
kgf/mm mento
5 e m 50 m m
Brinell kgf/mm
(MPa) 2
(%)
(MPa)
A S T M A 395 60-40-18 3,0 min. 2,50 max. - 0,08 max. - Ferrítica; 143-187 42,0 28,0 , 18
A S M E SA 395 recozida (410) (270)
A S T M A 476 80-60-03 3,0 min. 3,0 max. - 0,08 max. 0,05 max. Fundida 201 min. 56,0 42,0 3
SAE AMS 5316 (550) (410)
60-40-18 Ferrítica; pode 42,0 28,0
ser recozida (410) (270) 18
65-45-12 Composição química especificada Principalmente 45,5 31,5
ferrítica (445) (305) 12
80-55-06 mediante acordo mútuo entre Ferrítica- 56,0 38,5
A S T M A 536 perlítlca - (550) (375) 6
100-70-03 produtor e consumidor Principalmente 70,0 49,0
periítica (690) (480) 3
120-90-02 Martensítica
temperada em 84,0 63,0
óleo e revenlda (820) (620) 2
D 4018 3-20-4,10 1,80-3,00 | 0,10-1,00 | 0,015-0,10 0,005-0,035 Ferrítica 170 max. 42,0 28,0 18
(410) (27,0)
Ferrítica 45,5 31,5
D 4512 periítica 156-217 (445) (305) 12
SAE J 434 D 5506 Valores devem ser compatíveis Ferrítica- 187-255 56,0 38,5
perlltica 241-302 (550) (375) 6
D 7003 com a dureza mínima especificada Periítica 70,0 49,0 • 3
' (690) (480)
DQ&T para as peças fundidas Martensítica fespecificadas entre produt 5re
cons umldor, come atívels com ciureza.
NOTA- Os números Indicativos das classes conforme especificaçãoASTM rsferem-se aos valores de resistência à tração, limite de escoamento (em milhares de libras por
polegadas quadrada) e alongamento (em % ) .

YQQQ.aaOÔOOQQ QãDOQO^ ; ^
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS OU MODULARES

T A B E L A I 85 TABELA187
Aplicações gerais e empregos típicos de ferro nodular C l a s s i f i c a ç ã o d o s f e r r o s f u n d i d o s n o d u l a r e s , s e g u n d o a DIN

Especificação Aplicações típicas Limite de Umite de Módulo Resistência


Classe U s o s gerais R2slsL
N resistência escoa- Alonga- de à flexão
2 Dureza ao c h o q u e
Componentes para pressão p a r a Válvulas e aplicações p a r a equi- Classe à tração mento mento elastic. kgf/mm
A S T M A 395 60-40-18 Brinell kgf/mm
2

emprego a altas temperaturas pamento de vapor e d a indústria kgf/mm 2 kgf/mm' 1


(%) kgf/mm'
2

(MPa)
A S M E S A 395 1

(MPa) (MPa)
ASTM A 476 80-60-03 Equipamento de fábricas de p a - Cilindros de s e c a g e m d e fábri-
S A E A M S 5316 pel, até temperaturas de 2 3 0 ° C . cas de papel. GGG-45 45(440) 35(340) 5 160/240 17.000 2 80/95 (780/930)
GGG-38 38 (370) 25(250) 17 140/180 T 10 75/90 (740/880)
A S T M A 536 60-40-18 Partes para resistência ao c h o - Válvulas e corpos d e b o m b a s de
GGG-42 42(410) 28 (270) 12 150/200 16.500 8 80/90 (780/880)
que; serviços para baixas t e m - pressão.
GGG-50 50 (490) 35(340) 7 170/240 a 6 85/100 (830/980)
peraturas.
Componentes de m á q u i n a s s u - GGG-60 60 (590) 42(410) 2 210/300 18.500 4 90/110 (880/1080)
65-45-12 Serviços gerais.
GGG-70 70(690) 50(490) 2 230/320 2 100/120 (108Q/1180)
jeitos a cargas de c h o q u e e fa-
diga.
80-55-06 Serviços gerais. Virabrequins, engrenagens e ro-
E m r e l a ç ã o à s p r o p r i e d a d e s d o s f e r r o s f u n d i d o s nodulares, p o d e m s e r feitas as s e g u i n t e s
lamentos.
considerações complementares:
100-70-03 Melhor combinação de resistên- Engrenagens e c o m p o n e n t e s de
cia mecânica e ao desgaste e à máquinas para s u p o r t a r eleva-
t ê m p e r a superficial. dos esforços. - a s propriedades de tração s ã o m u i t o b e m r e l a c i o n a d a s c o m a dureza Brinell. Essa rela-
120-90-02 Mais elevadas resistência m e c â - Pinhões, engrenagens, rolamen- ção d e p e n d e d a microestrutura do m a t e r i a l . A figura 245 |337 > m o s t r a a relação geral e n t r e a
nica e a o desgaste tos etc. dureza e os c a r a c t e r í s t i c o s de r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o , limite d e e s c o a m e n t o e a l o n g a m e n t o d e
SAE J 434 Q4018 Componentes mecânicos s o b Articulações de direção. f e r r o s n o d u l a r e s n a s c o n d i ç õ e s f u n d i d a e r e c o z i d a (ou n o r m a l i z a d a ) c o m u m a m i c r o e s t r u t u r a
cargas moderadas, exigindo de ferrita e/ou periita.
D4512 boas ductilidade e usinabilidade Calibres de freios a disco.
D 5506 Componentes sujeitos a t e n s õ e s Virabrequins
elevadas, exigindo boa tenaci-
dade.
Componentes sujeitos a t e n s õ e s
D 7003 Engrenagens
elevadas, exigindo muito b o a r e -
sistência ao desgaste e reação
ao endurecimento parcial.
Componentes sujeitos a t e n s õ e s
DQ&T Braços de balancim.
elevadas, exigindo uniformidade
de microestrutura e controle ri-
goroso de propriedades.

TABELA186
C l a s s i f i c a ç ã o d o f e r r o f u n d i d o n o d u l a r , s e g u n d o aABNT.
Limite de Limite de Alonga- A título I n f o r m a t i v o
resistência à escoamento mento (5d), F a i x a de dureza
Classe tração, min. (0,2%) m i n . min. aproximada Estruturas
kgf/mm 2 kgf/mm 2
(%) Brinell predominantes
(MPa) (MPa)
FE 3817 38,0 (370) 24,0 (240) 17 140-180 ferritica
FE 4212 42,0 (410) 28,0 (270) 12 150-200 femtica-periítica
FE 5007 50,0 (490) 35,0 (340) 7 170-240 periítica-ferrítica
FE 6002 60,0 (590) 40,0 (390) 2 210-280 periítica 220 260

FE 7 0 0 2 70,0 (690) 45,0 (440) 2 230-300 periitica D u r e z a Brinell


FE 3 8 1 7 38,0 (370) 24,0 (240) 17 140-180 ferrítica
RI* Fig. 245 - Relação geral entre dureza e propriedades de tração de f e n o s nodulares na condição
* Classe c o m requisito de resistência a o choque. fundida e recozida (ou normalizada) c o m micro-esirutura d e ferrita e/ou periita

566 567
Aços E FERROS FUNDIDOS FERROS F i a v o r o o s DÚCTEIS OU NODULARES

A figura 246 ( 3 3 9 i mostra o c o m p o r t a m e n t o d a c u r v a t e n s ã o - d e f o r m a ç ã o p a r a dois tipos - o s f e r r o s n o d u l a r e s a p r e s e n t a m u m módulo de elasticidade c o n s t a n t e até o seu limite de
de ferro nodular. elasticidade.
. - a r e l a ç ã o e n t r e o limite de fadiga e a resistência à tração situa-se, de acordo c o m várias
pesquisas, entre 0,33 e 0,52 (339 L A resistência à fadiga dos ferros nodulares t o m a - o s a l t a m e n -
te r e c o m e n d á v e i s p a r a p e ç a s c r i t i c a s u t i l i z a d a s e m c o n d i ç õ e s d e alta v e l o c i d a d e , como
virabrequins d e compressores.
- n o q u e s e r e f e r e à resistência ao choque, a Tabela I S S ' 3 3 9 ' m o s t r a as p r o p r i e d a d e s de
ferros m o d u l a r e s e m várias condições d e tratamento térmico s u b m e t i d o s a ensaios d e c h o -
que Charoy. A c o m p o s i ç ã o química do material considerado n e s s e ensaio é a seguinte:

C, = 3 , 6 5 % ; S i = 2 , 4 8 % ; M n = 0 , 5 2 % ; P = 0 , 0 6 5 % ; N i = 0 , 7 8 % ; C r = 0 , 0 8 % ; C u = 0 , 1 5 %

- finalmente, a figura 2 4 8 1 3 4 0 ' m o s t r a a influência dos vários tratamentos térmicos c o n s i d e -


r a d o s n a T a b e l a 1 8 8 n o c o m p o r t a m e n t o d e r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e -de f e r r o n o d u l a r .

Deformação, %

Fig. 246 - O c o m p o r t a m e n t o "tensão-deformação" de dois tipos de ferro nodular

A figura 247 ( 3 3 3 ) m o s t r a o efeito d a d i m e n s ã o d a s e c ç ã o n a s p r o p r i e d a d e s d e t r a ç ã o de


dois ferros nodulares.

84

77
1 1
• ntiiJiíii

70
_
E
A
CD 63

ca
56
*o
—-
n
22 49
trj
'cn
CD
rr 42
B Limita de escoa mento
35

28
-
A versatilidade dos ferros f u n d i d o s nodulares, sob o p o n t o d e vista de propriedades

Espessura da seção, polegadas m e c â n i c a s , s e m a n e c e s s i d a d e de i n t r o d u ç ã o de e l e m e n t o s d e liga, mas a p e n a s c o m a


aplicação de tratamentos térmicos relativamente simples, está demonstrada na gráfico da
Fig. 2 4 7 - Efeito da dimensão d a secção nas propriedades de tração de dois ferros n o d u l a r e s f i g u r a 249< >.
341

568 569
Aços E PERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS OU NODULARES

TABELA188 A ductilidade é, c o m o t a m b é m j á s e ressaltou várias v e z e s , a p r o p r i e d a d e mais i m p o r t a n -


P r o p r i e d a d e s de u m f e r r o n o d u l a r t r a t a d o t e r m i c a m e n t e para e n s a i o C h a r p y d e te e, c o m o s e p o d e v e r i f i c a r , é p o s s í v e l c h e g a r a v a l o r e s d e 2 0 % d e a l o n g a m e n t o o u p r ó x i -
resistência ao c h o q u e
mos, comparáveis t a m b é m aos obtidos e m aços fundidos.
Resistência à tração U m i t e de escoamento Alongamento Dureza Essa ductilidade e l e v a d a confere i g u a l m e n t e aos referidos m a t e r i a i s razoável resistência
Amostra Tratamento Térmico em 50 m m R.C. ao choque.
kgf/mm 2MPa kgf/mm MPa 2
% A u s i n a b i l i d a d e é m u i t o boa, c o m p a r á v e l à do ferro f u n d i d o c i n z e n t o .
A Estado fundido 54,4 536 34,0 336 13,0 7
B Recoádo sub-crftico a 700°C 43,7 431 32,1 315 23,6 1 5. Ferro fundido nodular ligado - A i n t r o d u ç ã o de e l e m e n t o s d e liga no ferro n o d u l a r é
C Temperado a 9Q0°C e
prática que t e n d e a s e generalizar, d e v i d o à s u a influência s e r a p r o x i m a d a m e n t e i d ê n t i c a à
revenido a 680°C 64,5 635 53,5 527 8,8 19
que ocorre nos a ç o s .
E Normalizado a 900°C e
Os próprios ferros fundidos básicos i n d i c a d o s na Tabela 181 m o s t r a m , em alguns tipos, a
revenido a 63S°C 79,1 779 47,7 470 8,2 21
J presença desses elementos.
Temperado a 860°C e
revenido a 650°C 75,9 748 58,9 581 9,4 18 O níquel e o molibdênio, por e x e m p l o , s ã o adicionados até 1 % a 2 % , para m e l h o r a r a
G Temperado a 860°C a endurecibilidade. O c r o m o t a m b é m p o d e s e r utilizado, p o r é m e m t e o r e s menores d e v i d o s u a
revenido a 480°C 106,7 1051 80,4 792 4,1 29 tendência de f o r m a r u m rendilhado frágil d e carboneto.
Ferros f u n d i d o s n o d u l a r e s c o m m a i o r e s t e o r e s de Ni e M o a p r e s e n t a m , após t r a t a m e n t o
térmico a d e q u a d o , excelente c o m b i n a ç ã o de resistência, t e n a c i d a d e e ductilidade, d e v i d o à
estrutura bainítica q u e s e d e s e n v o l v e a p ó s revenido, a partir d o e s t a d o fundido.
Vários tipos d e ferro fundido n o d u l a r austenítico estão s e n d o utilizados, c a r a c t e r i z a d o s
p o r a p r e s e n t a r e m c a r b o n o e n t r e 2 , 4 % e 3 , 0 % , silício e n t r e 1,5 e 6 , 0 % , m a n g a n ê s e n t r e 0 , 5
e 1,5%, n í q u e l e n t r e 1 8 e 3 6 % e c r o m o e n t r e 0 e 5 , 5 % .
A A S T M , por Intermédio de s u a s especificações A439-77 e A 5 7 1 -71 e a A S M , especificam
a l g u n s t i p o s d e f e r r o s n o d u l a r e s d e a l t o t e o r e m liga, c o m o a T a b e l a 1 8 9 ' 3 4 1 " 3 4 2 ' mostra.

5.1 Aplicações - A s aplicações desses materiais são as s e g u i n t e s ' 3 4 1 " 3 4 2 ':


ASTM A 439-77

- D-2 - b u c h a s d e hastes de v á l v u l a s ; v á l v u l a s e corpos de b o m b a , e m serviços de p e t r ó -


leo, água salgada e ambiente c á u s t i c o ; t u b o s de e s c a p a m e n t o ; carcaças de turbo-
a l i m e n t a d o r e s ; c o m p o n e n t e s d e c o m p r e s s o r e s d e ar;
- D-2B - c a r c a ç a s d e t u r b o - a l i m e n t a d o r e s ; cilindros;
- D-2C - a n é i s d e g u i a de eletrodos;
- D-3 - c a r c a ç a s e b o c a i s d e t u r b o - a l i m e n t a d o r e s , d i a f r a g m a s d e h a s t e s d e v á l v u l a s ;
difusores de c o m p r e s s o r e s de g á s ;
- D-3A - a n é i s de m a n c a i s p a r a s e r v i ç o a alta t e m p e r a t u r a , exigindo r e s i s t ê n c i a ao
escoriamento;
- D-4 - t u b o s d e e s c a p a m e n t o d e m o t o r e s D i e s e l ; j u n t a s d e t u b o s d e e s c a p a m e n t o ;
- D-5 - c a r c a ç a s d e s i s t e m a s d e g u i a ; a n é i s d e e n v ó l u c r o s d e t u r b i n a s d e g á s ;
- D-5B - e s p e l h o s e c o m p o n e n t e s p a r a estabilidade d i m e n s i o n a l de sistemas óticos;
estatores de c o m p r e s s o r e s .
0,005 0,010 0,015 0,020 0,025

ASTM A 571-71
DEFORMAÇÃO, mm/mm

Fig. 249 - Curvas tensão-deformação para ferros fundidos nodulares - D-2M - c o m p o n e n t e s de c o m p r e s s o r e s , expansores, b o m b a s e outros s i s t e m a s de
e m diversos estados de tratamento térmico bombas exigindo u m a matriz austenítica estável a - 250°C;
A S T M 5 3 9 4 - tipo a u s t e n í t i c o , c o m p o n e n t e s q u e e x i g e m r e s i s t ê n c i a a c e r c a d e 6 5 0 ° C ;
A c u r v a 1 d o gráfico c o r r e s p o n d e a material t o t a l m e n t e recozido. A c u r v a 2, n o r m a l i z a d o A M S 5395 - b o a f u n c M í d a d e e resistência à corrosão; as p e ç a s podem ser fabricadas
a p a r t i r d e 9 0 0 ° C ; a c u r v a 3, t e m p e r a d o e m ó l e o a p a r t i r d e 9 0 0 ° C e r e v e n i d o d u r a n t e d u a s por s o l d a g e m .
horas a 5 4 0 ° C ; a curva 4, t e m p e r a d o e m óleo a partir d e 9 0 0 ° C e revenido d u r a n t e d u a s horas
a 4 2 5 ° C e a c u r v a 5, t e m p e r a d o e m ó l e o a partir d e 9 0 0 ° C , s e m r e v e n i d o p o s t e r i o r . H á a i n d a c l a s s e s p a r a n a v i o s , c o n t e n d o 2 , 4 0 a 3 , 1 0 C, 1,80 a 3 , 2 0 S i , 0 , 8 0 a 2 , 5 0 M n ,
O s v a l o r e s de limite d e e s c o a m e n t o são m u i t o i m p o r t a n t e s , s o b o p o n t o d e v i s t a de 0 , 1 5 a 0 , 2 0 P, 1 8 , 0 0 a 2 3 , 0 0 Ni e 0 a 0 , 5 0 Cr, c o m d u r e z a B r i n e l l v a r i a n d o d e 1 7 5 a 1 9 0 , l i m i t e
projetos d e p e ç a s estruturais, p o i s eles d e t e r m i n a m o s limites d a s cargas no e s t á g i o elástico, de resistência à t r a ç ã o de 35 a 38,5 k g f / m m 2 (340 a 375 MPa) limite de escoamento de 17,5
o s q u a i s s ã o m a i s e l e v a d o s , c o m o Já s e m e n c i o n o u , q u e o s a p r e s e n t a d o s p o r a ç o s f u n d i d o s , a 21,0 k g f / m m 2 ( 1 7 5 a 2 1 0 M P a ) e a l o n g a m e n t o d e 2 0 a 7 % , s u b m e t i d o s a alívio d e t e n s õ e s
s e m liga, d e resistência à t r a ç ã o c o m p a r á v e l . a 6 5 0 ° C (e, s e n e c e s s á r i o , s o l u ç ã o d e c a r b o n e t o s a 9 5 0 ° C ) , u t i l i z a d o s p a r a r e s i s t ê n c i a a

570 571
TABELA189
E s p e c i f i c a ç õ e s e p r o p r i e d a d e s de f e r r o n o d u l a r a l t a m e n t e l i g a d o .

Limite Limite C o m p o s i ç ã o q u í m i c a (%)


Resistência Escoamento Alongamento
Especificação Classe Dureza Tração kgf/mm 2 em 2"
N° Brinell kgf/mm (MPa) C, Si Mn P Ni Cr
2 (%)
(MPa)
A S T M A 439-77 D-2 139 40,6 21,0 8 min. 1,50 0,70 18,0 1,75
202 (396) (210) max. 3,00 3,00 1,25 0,08 22,0 2,75
D-2B 148 40,6 21,0 7 min. 1,50 0,70 18,0 2,75
211 (396) (210) max. 3,00 3,00 1,25 0,08 22,0 4,00
D-2C 121 40,6 19,6 20 min. 1,00 1,80 21,0
171 (396) (196) max. 2,90 3,00 2,40 0,08 24,0 0,50
D-3 139 38,5 21,0 6 min. 1,00 28,0 2,50
202 (375) (210) max. 2,60 2,80 1,00 0,08 32,0 3,50
D-3A 131 38,5 21,0 10 min. 1,00 28,0 1,00
193 (375) (210) max. 2,60 2,80 1,00 0,08 32,0 1,50
D-4 202 42,0 - - min. 5,00 28,0 4,50
273 (410) max. 2,60 6,00 1,00 0,08 32,0 5,50
D-5 131 38,5 21,0 20 min. 1,00 34,0
185 (375) (210) max. 2,40 2,80 1,00 0,08 36,0 0,10
D-5B 139 38,5 21,0 6 min. 1,00 34,0 2,00
193 (375) (210) max. 2,40 2,80 1,00 0,08 36,0 3,00
ASTM D-2M 121 45,4 21,0 30 min. 2,20 1,50 3,75 21,0
A 571-71 •171 (444) (210) Recoz. max. 2,70 2,50 4,50 0,08 24,0 0,20
AMS5394 140 38,5 22,4 7 min. 2,40 2,00 0,80 18,0 1,70
180 (375) (224) tensões max. 3,00 3,20 1,60 0,25 22,0 2,40
aliviadas
A M S 5395 125 35,0 17,5 20 1,90 min. 20,0 2,50 2,00
175 (340) (175) 2,50 max.
0,15 24,0 3,000,50 3,00
O b s e r v a ç õ e s : Os tipos D-2 e D-3 podem apresentar molibdênio entre 0,7 a 1,0% para aumentar as propriedades mecânicas acima de 425°C; o tipo de e.specificaç ã o A M S
5395 não pode possuir chumbo além de 0,003% e cobre além de 0,50%.

T A B E L A I 90
P r o p r i e d a d e s d e a l g u n s f e r r o s n o d u l a r e s de alto s i l í c i o

Temperatura ambiente 540°C 650°C 700°C


Teor Limite Limite Alonga- Limite Limite Alonga- Limite Limite Alonga- Limite Limite Alonga-
de escoam. resistência mento escoam. resistência mento escoam. resistência mento escoam. resistência mento
liga kgf/mm 2 tração % kgf/mm 2 tração % kgf/mm 2 tração % kgf/mm 2 tração %
(MPa) kgf/mm 2 (MPa) kgf/mm 2 (MPa) kgf/mm 2 (MPa) kgf/mm 2

(MPa) (MPa) (MPa) (MPa)


4 Si 45,0 (440) 57,3 (563) 19,5 22,7 (227) 24,9 (249) 45,0 6,8 (68) 8,5 (85) 59,0 . 5,1 (51) 6,2 (62) 87,5
4Si-0,5Mo 47,7(467) 60,5 (595) 17,0 25,4(254) 28,1 (271) 35,5 11,4(114) 13,2 (132) 71,5 6,9 (69) 7,8(78) . 75,5
4 S I - 1 . 0 Mo 48,2 (472) 61,9 (609) 14,5 27,7 (267) 30,7 (297) 24,4 11,3 (113) 13,2(132) 53,0 7,7(77) 9,0 (90) 59,0
4SI-1.5 M o 49,2 (482) 63,1 (621) 12,0 26,6 (256) 30,3 (293) 23,0 12,1 (121) 14,0 (140) 48,5 8,0 (80) 9,1 (91) 55,5
4 Si-2,0 Mo 48,5 (475) 64,5 (635) 10,0 28,5 (275) 32,5 (315) 21,5 12,2 (122) 14,7(147) 42,5 8,6 (86) 9,9 (99) 51,5
4 Si-2,5 M o 49,7(487) 66,4 (654) 10,5 27,7 (267) 32,6 (316) 20,5 12,5 (125) 15,0 (150) 31,0 9,0 (90) 10,1 (101) 40,5
2,8 S M . O M o 35,7 (347) 54,5 (535) 15,0 23,1 (231) 27,5 (265) 20,0 12,3 (123) 14,4 (144) 45,0 7,1 (71) 9,2 (92) 51,5
4 Si-0,8 V 51,3(503) 59,0 (580) 4,5 - - - 9,8 (98) 10,5 (105) 34,0 4,4 (44) 4,8 (48) 37,5
Todas as ligas foram recozldas a 790°C, durante 4 horas.
O limite de escoamenlo correspondeu ao desvio 0,2% (limite convencional n).
A liga 4 SI-0,8 V foi submetida a aquecimento a 900°C, durante 3 horas, resfriamento a 700°C, mantido durante cinco horas, seguido de resfriamento ao forno,
até abaixo de 425°C.
Aços E FERROS FUNDIDOS BIBLIOGRAFIA

corrosão, ao calor e ao c h o q u e , e m hélices e aplicações diversas e m navios, S ã o classes


não m a g n é t i c a s .
Finalmente, a Tabela 1 9 0 P ' m o s t r a as p r o p r i e d a d e s a diversas t e m p e r a t u r a s de ferros
4 4

dúcteis a o silício, de matriz t i p i c a m e n t e ferrítica, c u j a r e s i s t ê n c i a à oxidação é b o a a t é c e r c a


de 8 7 0 ° C . C o m o a resistência m e c â n i c a a alta t e m p e r a t u r a c a i , introduz-se c r o m o e v a n á d i o
que reduzem a velocidade de fluência e aumentam o s valores de t e n s ã o - r u p t u r a . O
m o l i b d ê n i o c o n f e r e i g u a l m e n t e b o a s propriedades m e c â n i c a s a altas t e m p e r a t u r a s , com
p e q u e n o decréscimo d a ductilidade e d a resistência ao c h o q u e à temperatura a m b i e n t e .

6. Conclusões - Inicialmente, é preciso lembrar q u e as propriedades m e c â n i c a s dos


ferros fundidos dúcteis contendo n ó d u l o s bem f o r m a d o s d e p e n d e m da estrutura d a matriz, o
que é o p o s t o aos ferros fundidos cinzentos, onde a r e s i s t ê n c i a é principalmente
pela f o r m a e t a m a n h o dos veios d e grafita.
controlada
BIBLIOGRAFIA
No processo de produção de ferros nodulares, p o d e m surgir alguns p r o b l e m a s criando
dificuldades, as quais p o d e m afetar a qualidade do material. Alguns desses p r o b l e m a s são
1 - C H I P M A N , J . - C-Fs (Carbon-lron) - Metals H a n d b o o k - v o l . 8 - Metallography, Structures and Phase
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• flutuação de nódulos de grafita, o que juntamente c o m o aparecimento d e bolhas em Book Co, Inc. - 1965 - p. 223.
c o m b i n a ç ã o c o m escória p o d e m produzir um a c a b a m e n t o superficial i n a d e q u a d o . Esse de- 3 - G U Z Z O N I , G . - GliAcciai Comuni e Speciali - vol. I - Strutture e Proprietá - ed. Ulrico Hoepli - 1 9 6 6 - p.
19.
feito é c a u s a d o p e l o v a z a m e n t o d e f e r r o d e c o m p o s i ç ã o h i p e r - e u t é t i c a e é a g r a v a d o pela
4 - REF.2-p. 231.
p r e s e n ç a de grandes secções, e m q u e a velocidade d e esfriamento é menor; 5 - BAIM, E. C. e F A X T O N , H. W. - Alloying Elements in Steel - 2 e d . - A S M - 1 9 6 1 - p. 7.
a

• estrias de escória que c o m p r e e n d e m compostos d e óxido/sulfato/silicato d e m a g n é s i o . 6 - REF. 5 - p . 112.


S u a f o r m a ç ã o s e dá e é a g r a v a d a pela prática de v a z a m e n t o , sobretudo q u a n d o s e v a z a 7 - REF. 5 - p. 1 0 4 e s e g .
metal m a i s frio; 8 - DAVENPORT, E. S. e BAIN, E. C. -Transformation ofAustenite at Constant SubcriticalTemperatures
- T R A N S . A I M M E - vol. 3 - 1 9 3 0 .
• bordas de grafita escamosa, as quais podem ocorrer nas superfícies das p e ç a s . S e elas
9 - ZAKHAROV, B. - HeatTreatment of Metals - Foreign Language Publishing House - Moscow - p. 4 9 .
não f o r e m removidas por u s i n a g e m , podem causar r e d u ç ã o localizada de propriedades 10 - UNITED STATES S T E E L C O R P O R A T I O N -Atlas of IsothermalTransformation Diagrams - 1 9 5 1 .
mecânicas; 11 - R E F . 5 - p . 5 9 .
• segregação de fósforo, q u e p o d e ocorrer devido a u m a reação molde/metal, resultante 1 2 - MEHL, R. F. - T h e Physics of Hardenability. T h e Mechanism and the Rate of Decomposition of
Austenite - Simpósio promovido p e l a A S M - 1 9 3 8 .
do e m p r e g o d e catalizadores á c i d o s e m sistemas de m o l d a g e m quimicamente aglutinados.
1 3 - BAIN, E. C. e VILELLA, J . H. - Austenite Grain Size in Steel - Metals Handbook - ed. 1948 - A S M - p.
O ácido fosfórico é geralmente u s a d o para substituir á c i d o sulfônico e m s i t u a ç õ e s o n d e a
400.
quantidade d e f u m a ç a s de dióxido d e enxofre e sulfeto d e hidrogénio gerada a p ó s a f u n d i ç ã o 1 4 - BULLENS, D. K.- Steel and its H e a t T r e a t m e n t - J o h n Wiley & S o n s , I n c . - v o l . I l l - 1 9 4 9 - p . 5 2 .
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a

• casca de oxido retida, s e g u i n d o - s e a o t r a t a m e n t o termiGo^aíe.tHaa.apos a l i m p e z a a j a t o .


1 7 - REF. 1 6 - p a g . 2 1 3 e s e g .
E s s a r e t e n ç ã o p o d e t e r e f e i t o s a d v e r s o s n a u s i n a b i l i d a d e p e l o rfSãí@fS®eá§àste d a s f ^ r t ã m e n - M3A 18 - UNITED STATES S T E E L - T h e Making, Shaping andTreating of Steel - 1 0 ed. - 1 9 8 5 - p. 1254 e s e g .
a

tas d e corte. P o r outro lado, o e m p r e g o de u m p r o c e s s o mais-fofje^ge í í p i p e z a a j á f ò p o d e 19 - G R O S S M A N N , M.A. - Principies of H e a t T r e a t m e n t - A S M - 1 9 4 0 - p. 5 6 .


reduzir a d u c t i i i c f a d e t l S • f ^ S f J r ! à T * c ' r ^ ! % f ô ^ ' ' o x Í ^ ^ ^ ^ a r 0 , ) ^ 0 ^ â § s H U fissuração; • gel 20 - HODGE, J . M . e BAIN, E. C. - Functlon of theAlloying Elements in Steel - Metals Handbook- e d . 1948
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574 575
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a

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580 581
Aços E FERROS FUNDIDOS ÍNDICE ANALÍTICO

303 - A S S O C I A Ç Ã O BRASILEIRA D E N O R M A S T É C N I C A S - Ferro Fundido Cinzento - Especificação

ÍNDICE ANALÍTICO
Brasileira E B - 1 2 6 - 1 9 7 1 .
3 0 4 - REF. 2 9 3 - p . 205.
3 0 5 - REF. 2 9 3 - p . 213.
3 0 6 - REF. 2 9 3 - p . 218.
307 - REF. 293 - p. 222. A
308 - REF. 296 - p. 92 e seg.
309 - REF. 296 - p. 247.
Abrasivo (desgaste) 374
310 - W H I T E , C. V. - Gray Iron - Metals Handbook - vol. 1 - 1 0 e d . - Properties and Selection: Irons, Steels
a
Acicular (martensita) 46
and High Performance Alloys - A S M International - 1 9 9 0 - p. 2 2 .
Aço(s) 22,26,175
311 - P I E S K E . A . , CHAVES FILHO, L M. e REIMER, J . F. - Ferros Fundidos Cinzentos d e A l t a Qualidade -
ABNT 176,177
S o c i e d a d e EducacionalTupy- p. 4 6 e s e g .
acalmado 204
3 1 2 - C L Í M A X MOLYBDENUM C O M P A N Y - M o l y b d e n u m Cast Iron.
AISI 176,200
313 - DESY, A . L. - Copper in Cast Iron and Steel - Conferência Pronunciada no Centro Brasileiro de Infor-
m a ç ã o do Cobre - maio 1968. alta resistência e baixo teor em liga 218,220,222
3 1 4 - P E N T E A D O DE CASTRO, C , C H A V E S FILHO, L M. e P I E S K E , A. - Efeitos do Nióbio em Feno austenítico 409
Fundido Cinzento - Metalurgia A B M - vol. 32 - n 200 - m a r ç o 1976 - p. 169 e seg.
2
duplex 415
315 - I N S T I T U T O DE PESQUISAS T E C N O L Ó G I C A S - Materiais p a r a Máquinas-Fenamenta - Secretaria inoxidável 409
de Tecnologia Industrial - Ministério d a Indústria e do C o m é r c i o - dez. 73/maio 7 4 . resistente ao desgaste 373
316 - F R I E N D , W. Z. - Conosion Resistance of Cast Iron - Cast Metals Handbook - 4 e d . - A F S - 1 9 5 7 - p. a
classificação 200
121 e s e g . composição química 22
317 - C U L L I N G , J . H. - Conosion Resistant Cast Irons - Metals Handbook - 4 ed. -ASM - 1 9 6 1 - p. 402 e seg.
a constituintes 26,28
318 - T H E INTERNATIONAL M I C K E L C O . INC. - Engineering Properties and Applications of the Ni-Resist criogênico(s) 463,469
a n d Ductile Ni-Resists - Catálogo. definição 22
319 - C U L L I N G , J . H. - Heat Resisting Cast Irons - Metals H a n d b o o k - 4 ed. - A S M - 1 9 6 1 - p. 4 0 4 e s e g .
a aço-carbono 22
320 - T H E INTERNATIONAL N I C K E L C O . INC. - Engineering Properties andApplications of Ni-Hard - Ca- aço-liga 22
tálogo. diagrama de equilíbrio , 23,24,27
321 - CHI AVERINI, V. -TratamentosTérmicos dos Ferros Fundidos - A B M Boletim n 2 - jan. 1946 - p. 173 e seg. 2 diagrama de transformação isotérmica 44.45
322 - B U R G E S S , C. O. - HeatTreatment of Gray Iron - Cast Metals H a n d b o o k - 4 ed. -AFS - 1 9 5 7 - p. 146 e seg.
a
diagrama para resfriamento contínuo 47
323 - A S M COMMITTEE ON HEAT T R E A T I N G OF C A S T I R O N S - Heat Treating of Cast Irons - Metals doce • 35,178
H a n d b o o k - 8 ed. - vol. 2 - Heat Treating, Cleaning and Finishing - A S M - 1 9 6 4 - p. 2 0 3 e s e g .
a
duplex 415
3 2 4 - REF. 298 - Ponto 22. duro 3 5

325 - REF. 298 - Ponto "Ferro Fundido Maleável". efervescente 180,204


326 - HILLY, G. e CHAUSSIN, C. - Metaliurgie - 1 v o L A I I i a g e s Metalliques - Dunod - 1 9 7 2 - p. 133.
a
elementos de liga nos 187
3 2 7 - A M E R I C A N F O U N D R Y M E N ' S S O C I E T Y - Cast Metals H a n d b o o k - 4 ed. - M a l l e a b l e Iron -
a
elétricos e magnéticos 441
Metallurgical Reactions - 1 9 5 7 - p. 179 e seg. encruado 184,219
328 - METALS HANDBOOK - Malleable Iron - vol. 1 - 9 ed. - Properties and Selection: Irons a n d Steels -
a
endurecível p o r precipitação 417
A S M - 1 9 7 8 - p. 57 e s e g .
estrutura micrográfica 29,30,31
329 - A M E R I C A N FOUNDRYMEN'S S O C I E T Y - Cast Metals H a n d b o o k - 4 ed. - Perlitic Malleable Iron - p.
a
estruturais 217
130 e s e g .
eutetóide 30
330 - A M E R I C A N SOCIETY FOR M E T A L S - Metals Handbook - 9 e d . - vol. 1 - Properties and Selection:
a

ferramentas p a r a fins especiais 320


Irons and Steels - Basic Metallurgy of Cast Iron - A S M - 1 9 7 8 - p. 7 e 8.
ferramentas tipo-matriz 335
331 - S T E F A N E S C U , D. M . - C o m p a c t e d G r a p h i t a l r o n - M e t a l s H a n d b o o k - v o l . 1 - 1 0 e d . - P r o p e r t i e s a n d
a

Selection: Irons, Steels and High-Performance Alloys - 1 9 9 0 - p. 56 e seg. ferrftico 406


332 - REF. 293 - p. 381 e seg. fundido 183,438
333 - REF. 315 - p. 65 e seg. gratifico 334
334 - K R A U S E , W., CHAVES F I L H O , L. M., SOUZA S A N T O S , A . B. e REIMER, J . F. - Alternativas de Hadfiald 376
Inoculação para Evitara Formação de Carbonetos Eutétjcos e m Ferros Fundidos Nodulares - Metalur- hipereutetóide 30
g i a A B M - vol. 37 - n 286 - s e L 81 - p. 507.
2
hipoeutetóide 30
335 - A S M COMMITTEE ON D U C T I L E IRON - Ductile Iron - Metals H a n d b o o k - 9 e d . - v o l . 1 - Properties a impurezas normais nos 176
and Selection: Irons and Steels - A S M - 1 9 7 8 - p. 33 e s e g . inclusões não-metálicas nos 177,180
336 - R O S S I , F. S. e GUPTA, B. K. - Austempering of Nodular C a s t Irons Automobile Components - Metal indeformável , 339
Progress - april 1981 - p. 25. inoxidável 394
337 - REF. 293 - p. 332. magnético 459
338 - J E N K I M S , L. R. - Ductile Iron - Metals Handbook - vol. 1 - 1 0 e d . - Properties and Selection: Irons,
a "maraging" 467
Steels and High PerformanceAlloys - 1 9 9 0 - p. 33 e s e g . martensítjco 397,459
3 3 9 - REF. 2 9 3 - p . 335. microestrutura 26
3 4 0 - REF. 2 9 3 - p. 343. mordido 220
341 - REF. 2 9 3 - p . 355. Nitralloy 306
342 - S C H U Y T E N , J. - Ductile I r o m A n Overview of Where and H o w i f s Used - M e t a l Progress - nov. 1975 para a r a m e s a fios 261
- p. 73 e seg. para barras 261
343 - M E T A L PROGRESS - SpecificatJons and Properties of Ductile (Nodular) Iron Castings - Databook - para cabos 265
Mid-June 1 9 8 0 - p . 50. para cementação 299,302
3 4 4 - T O R K I N G T O N , D. L. - Ductile Irons for ElevatedTemperature Service - Metal Progress - itiay 1 9 8 1 . seleção 300
345 - F A L L O N , M. J . - Experience in the Manufacture of Ductile Irons - F o u n d r y m a n - vol. 88 - P a r i 9 - s e p t
para chapas 239
1 9 9 5 - p . 308 e s e g .
para estruturas 218

582 583
ÍNDICE ANALÍTICO
Aços E FERROS FUNDIDOS

Anodização 231,251
para ferramentas e matrizes 313, 486
Aquecimento 83,164
seleção 320
efeito sobre a posição das linhas de transformação , 35,36
p a r a fins elétricos e magnéticos 441
• temperatura de 83
p a r a fundição 203,206
tempo de 7. • -— 8 3
p a r a imãs permanentes 459
velocidade de 64
para mancais 309
A r (como meio de resfriamento) 84,85
para molas 273
Arames (aços para) 261,263,265
para nitretação 305,306
Arames para concreto armado 219
para produtos planos 239
Arames para concreto protendido 220
p a r a trabalho a frio 339
346 Amico, ferro 240
para trabalho a quente
mm- para trilhos 235 Aspectos micrográficos
253 de aço austemperado 112
p a r a tubos
219,266 de aço coalescido 108
patenteados
de aço doce forjado 178

mm
propriedades mecânicas dos 34,182
351 de aço duro encruado 134
rápidos
369 de aço eutetóide 29
rápidos fundidos
491 de aça fundido _ - 133
rápidos sinterizados
426 de aço hipéreutetóide 30
refratários .-.
440 de aço hipoeutetóide 29,31
seleção
224, 3 8 1 de aço inoxidável — • 414
resistentes à corrosão
425, 431 de aço meio d o c e moldado 179,183
resistentes ao calor
326 de aço temperado 103,104
resistentes ao choque
373 de aço t e m p e r a d o e revenido 105
resistentes ao desgaste
176, 2 6 0 de ferro fundido cinzento 503
SAE
329,338 de ferro íundido eutético 496
semi-rápidos
477, 485 de ferro fundido hipereutético 498
sinterizados
355 de ferro fundido hipoeutético 497
super-rápido .
183 de feno fundido maleável 5 5 3
t a m a n h o d e grão dos
de ferro fundido nodular 5 6 1
temperáveis e m água 321
de ferro puro 31,86
ultra resistentes 463,464
usinagem fácil 289,291 Atmosfera de forno 36
22 controlada 16o
Aços-carbono, definição
185 de gasogênio 169
importância e limitações
177 endotérmica 167,170
impurezas normais
34, 9 8 , 182 exotérmica 166,169
propriedades mecânicas
22.187 reações devidas à 38,89
Aços-liga, definição
187 sintética nitrogênio-alcool 87
efeito d o s elementos de liga
376 Ausforming 466
Aço-manganês
381,394 Austêmpera 109,110
Aço(s) inoxidável(eis)
418 Austenita 25,32
ao nitrogénio
394, 4 0 9 efeitos dos elementos de liga 38,39,190
austeníticos
394,415 homogeneidade _ - 54,59
endurecíveis porpracipitação 394,417 retida ou residual : 56,59,107
394.403,406 tamanho de grão 54,57
ferríticos
394, 3 9 7 , 4 0 1 transformação d a • 107
martensíticos
394, 4 1 8 Austenítico ^
nitrônicos
Á g u a (como meio de resfriamento) 171
AISI 204
Auto-revenido 193
Alavanca, regra de .... 28
Avaliação da temperabilidade 64

11
Alfa (ferro) 22,27
Avaliação da temperatura 164
Alívio de tensões 93,95,413,534
recozimento para 93
B
tratamentos típicos 95
Alnico, (tipos) . 461
Bainita _ 46,110,112
Alotropia do ferro puro 22
Alumínio inferior 1 1 3

, superior TO
como desoxidante 179
223 Banhos de têmpera 34
nos aços estruturais ...
306 de chumbo 36
nos a ç o s p a r a nitretação .
nos a ç o s resistentes à oxidação . 429 de sal 85,147,160
nos a ç o s resistentes ao calor 429 Barras • 240,262
Amortecimento (capacidade) 523,524 Beta, ferro 22^
Anisotropiados materiais magnéticos 450 Boretação •. 1 5 3

585
584
Aços E FERROS FUNDIDOS ÍNDICE ANALÍTICO

Borrifos (como meio de esfriamento) '71 Chumbo (nos a ç o s d e usinagem fácil) 295
Bruta de fusão (textura) 133 Cianetação 152,153
Ciclo de histerese do ferro _ 446,447
C • do Isoperm 458
do Permalloy 456
Cabos, aços para 265 doPerminvar ~ 458
Caixa Classificação
cementação em 134 dosaços 176,200
recozimento em 93 dos aços de u s i n a g e m fácil 291
Calibragem de peças sinterizadas 479 dos aços inoxidáveis _ — 394
Calor, aços resistentes ao 425 dos aços p a r a ferramentas e matrizes 320
Camada cementada 151,300 dos aços p a r a fundição 206
Camada cianetada 151 dos ferros fundidos cinzentos 516
Campa magnético. 442 dos ferros fundidos maleáveis 546
Canos (ver tubos) 2 5 3
dos f e n o s fundidos nodulares 566
Coalescimento 90,108
Capacidade de amortecimento 523,524
estrutura resultante 108
Carbonato d e bário (na cementação) 133
Cobalto
Carbonetação 1 0 3

na indústria elétrica 453


Carboneto(s)
nos aços p a r a ferramentas e matrizes 318
de ferro 25
nos aços rápidos 356
efeito dos elementos de liga nos 188
Cobre
Carbonitretação 153
nos aços estruturais 222
a plasma 154
nos aços resistentes à conosão 383
ferrítica 154
nos ferros fundidos • 502,527
Carbono
Coeficiente de difusão (na cementação) •. 130
combinado 568
Compostos intermetállcos 37,188,190
equivalente 498,520
Compressão de p ó s metálicos 479
gratifico (ou livre) 508
Conpemick (liga) 458
influência na posição das curvas e m C 57 Constituintes
Influência nas propriedades mecânicas 34,199 dos aços _ 26
total 508 dos aços inoxidáveis 394
Carburizante dos ferros fundidos 495
gás 137 resultantes d a transformação da austenita . „ 46
mistura 137 Coquilha 504,508
Carbomaag 139 "Corda de piano" (aço) _ 265,271
Casca de laranja (defeito) 86,246,248 Corrosão 382,386
Casca de óxido 86 aços resistentes à 381
Cementação 130 atmosférica 382
a alta temperatura 132 em água d o c e 384
aionplasma 142 em água salgada 384
aços p a r a 299,302 fenómeno d a 382
gasosa 137 ferros fundidos resistentes à 530,532
líquida 140 intergranular 389
reações fundamentais , 133 localizada 389
seleção do aço para •.— 300 no solo 383
sob v á c u o 142 sob tensão 393
sólida o u e m caixa 184 Corte fácil, aços d e ; 289,291
tratamentos térmicos na 143 Criogênicos
Cementita 25,28,33,187 aço (s) 469
Chama, t ê m p e r a por 120 Cromo
Chapa(s) 240 efeito na resistência à corrosão 386,387,394
aços para 241 efeito na resistência à oxidação 429
composição tfpica 241 efeito na resistência ao calor ._. 429
defeitos 247 efeito nas propriedades mecânicas _ 189,193,194
especificações daAB14T 244 nos aços estruturais _ 223
finais) 240 nos aços p a r a cementação 302
galvanizada (s) 250 nos aços p a r a ferramentas e matrizes 317
grossa(s) 240,252 nos aços p a r a fundição 212
propriedades 246 nos aços p a r a imãs permanentes , 460
revestimento 250 nos aços p a r a molas 275
tipos 244 nos aços para nitretação 306
tratamentos 249 nos aços rápidos 356
Choque, aços resistentes ao 326 nos aços resistentes à corrosão 388

586 587
A ç o s E FERROS FUNDIDOS
ÍNDICE ANALÍTICO

nos a ç o s resistentes à oxidação 427 Ductilidade


nos a ç o s resistentes ao calor 427 efeito do encruamento sobre a 185
nos ferros fundidos brancos 509 ensaio 246
nos ferros fundidos cinzentos 509 Dupla compressão
Cunha (de coquilhamento) 504 de ferro e aço sinterizado 481
Curie (ponto) 22,23 Dureza
Curvas(s) aquente 316,357
de desmagnetização 462 à temperatura ambiente 314
de d u r e z a - 66 critica 63
de esfriamento „ _ 50,77
curvas de -. 65,66, 67
de fluência— 426
secundária 357
de magnetização 446,447,443
Duriron 533
de resistência ao choque-temperatura de transição 473
de revenido 104,105 E
de revenido para aços rápidos 357
de temperabilidade 68 Eíeito Banett 450
de transformação isotérmica 42 Efeito Joule 450
p a r a açoAIS11321 57 Efeito Wiedmann 450
p a r a aço AIS11335 55 efervescentes (aças) 204
p a r a aço A I S I 2 3 4 0 55 Eficácia dos meios de esfriamento 84,85
p a r a aço AISI 4340 56 Elementos de liga
p a r a açoAISI 5140 56 distribuição nos aço esfriados lentamente 54,188,189
para aço-ferramenta 323 efeito sobre a austenita 38,39,190
p a r a aço hipereutetóide 48 efeito sobre a ferrita 138
p a r a aço hipoeutetóide 47 efeito sobre a martensita 191
p a r a aço rápido ; 359 efeito sobre a temperabilidade 54
p a r a ferro fundido 542 efeito sobre a temperatura eutetóide 38,39
em C (ver cup/a de transformação isotérmico) 42 efeito sabre o c a m p o austenítico 38,39
Curva T T T o u em C 42,47 efeito sobre o d i a g r a m a de-equilíbrio Fe-C 36,39
efeito sobre o revenido 192
D efeito sobre os carbonetos 188
efeitos específicos sobre os aços 38,195,196,197
Defeitos (durante tratamento térmico) 172 Encruamento 134
Delta (forma alotrópica) 22,24 dos aços de usinagem fácil 296
Descarbonetação (no tratamento térmico) 86,546 sobre a ductilidade 185
Desgaste - 374 sobre a resistência à tração 184
abrasivo _ — 374 sobre as curvas tensão-deformação 186
aços resistentes ao » 373 Endotérmico(a)
metálico 374 atmosfera 167
. resistência ao 314 gerador 171
Desoxidantes (agentes) 181,182 Endurecibilidade (vertemperabilidade) 53,63
Diagramaís) Endurecimento
de resfriamento contínuo 49 por precipitação 115,222
de constituição (ou equilíbrio) > 23,24,27 secundário 106
liga Fe-C _ 23,24,27 superficial 118,130,541
iigaFe-C-Si 498 Ensaio
ligaFe-Cr 395 Olsen 246
ligaFe-Cr-C : 396,397,398 Envelhecimento 534,536
ligaFe-Cr-N! 399,400 . Enxofre
de equilíbrio 23,24,27 nos aços-carbono 177
de transformação 41 nos aços de usinagem fácil 291
para austêmpera 110 Equilíbrio
para martêmpera 113 diagrama de (ver diagrama de constituição) 23,24,27
para normalização _ _ 97 Esferoidfta 90
p a r a recczimenfc) isotérmica 91 Esferoidização 93
para recozimento pleno 90 Esfriamento (ver t a m b é m resfriamento) 83
p a r a têmpera e revenido 99 curvas de 50,51
de transformação isotérmica (curvas e m C) 44,45 efeito sobre a posição das linhas de transformação 35,36
Diamagnéticos (materiais) 443 meios 84,171
Diâmetro velocidades 85,183
critico 65, 89 efeito na s e c ç ã o 51,52
ideal 64,69 no centro de u m a esfera de 4 mm de diâmetro 85
Difusão d e carbono (na cementação) : 130 nos diversos meios 34
Domínios ferromagnéticos 446 Estabilidade estrutural 415,428

588 589
Aços E FERROS FUNDIDOS ÍNDICE ANALÍTICO

Estampagem profunda 427


chapas para - 243 curvas de 427
Estanho (nos aços-carbono) 131 resistência à ... 428
Estruturais) Folhas (aços para) 240
dendrítica 183 Folhas de f l a n d r e s . , 250
dos a ç o s austemperados 112 Força
dos aços coalescidos 108 coerciva 448
dos a ç o s encruados 184 magnetizante.. _ 445
dos a ç o s fundidos 183 Forjado sinterizado 482
dos aços recozidos 29,30 Fomofe) _. 1 5 8 , 1 5 9 , 1 6 0 ,
dos a ç o s temperados 103,104 161,162
dos a ç o s temperados e revenidos 105 Fósforo
do ferro fundido branco 496,497,498 nos aços c a r b o n o 178
do ferro fundido cinzento 503 nos aços d e usinagem fácil _. 294
do ferro maleável 553 nos aços estruturais 222
do ferro nodular 561 nos fenos fundidos ' 509
do ferro puro 31 Fragilidade
Estruturas (dos aços) 26,359 a475°C 407
Eutética (liga) 25 afrio 182
Eutético (ponto) 25 aquente 180,182
Eutetóide de revenido 106
aço 26 pelo hidrogénio 403
estrutura 26 Fraturas-padrão .". 316
ponto 25 Fundidos (aço) 203,206
Exotérmico(a)
atmosfera '. 166 G
gerador 168
Expansão térmica 428 Galvanizada
chapa 250
F Gama
ferro ".. 22
Fadiga, limite ,.. 144 Gás de carbonetação 137
Faixa de temperabilidade 72,73,74 Gazes (como meio de esfriamento) 171
Falhas (durante o tratamento térmico) 173 Gasogânio 169
Fase s i g m a 394 Gerador
Feixe eletrônico 126 endotérmico 171
Ferramentas exotérmico 170
aços para 313 "Ghost-lines" (textura) : 172
Ferrita 27,28,33,187 Grafita 25,504,508
característico 33 compactada 556
efeitos dos elementos de liga s o b r e a 189 em veios 505
estrutura 31 nodular 553,561
Ferrítico (aço inoxidável) 394,403 Grafítico
Feno alfa 27,28 aço 339
FenoArmco 240 Grafitização 547
Feno comercialmente puro 26, 30 Grão
Ferro fundido 2 6 , 2 8 , 493, 494 • austenítico 57,60,61
branco 494,507 tamanho d e „ 58,59
cinzento 494,515, 526,528 Grossmann
de grafita compactada 494,555 método de 65
maleável 494, 545
mesclado 494 H
nodular (ou dúctil) 494,559,560
Ferro sintetizado 485,571 Hadfield (aços) 376
Fenos magnéticos (materiais) 443,444 Hidrogénio (nos aços carbonos) —.—___ 181
Ferrugem 382,530 fragilidade pelo 403
Fio(s) 262,263 Hipereutetóide
aços para 261 aço 26,30
de m ú s i c a 262, 2 6 5 , 283 - estrutura 31
efeitos do teor de carbono 268 Hlperco (liga) 457
Fio-máquina 262 Hipernik (liga) 455
Fissuras Hipersil (liga) 453
concentração de 392 Hipoeutetóide
nos tratamentos térmicos 173 aço 26

590 591
A ç o s E FERROS FUNDIDOS ÍNDICE ANALÍTICO

estrutura — 29, 31 para indústria elétrica , 452


Histerese (ciclo de) Limitações dos aços-carbono 185
do f e r r o _ — 447 Linhas de LOder (linhas de distensão) 247,248
do Isoperm '• 458 'Linhas de transformação 26
doPermalIoy - - - 456 efeito do aquecimento 35
doPerminvar 458 efeito do resfriamento 35
Homogeneidade d a austenita 54,59 efeito dos elementos de liga 36
Liquidus (linhas) 26
I Luder (linhas de) 247
Lupa austenítica _ 394
Ideal (diâmetro) 64
Imãs permanentes M
aços p a r a 459
materiais para _ 459 Magnética (anisotropia) 449
Importância dos aços- carbono 185 Magnéticos (materiais) 452
Impregnação metálica (do feno e do a ç o sinterizado) 481 Magnetismo 442
Impurezas nos aços _ _ 176 Magnetização 442
Inclusões 70,177,180 curva de 446,447
influência n a curva B vs H 450 intensidade de 442
não-metálicas _ 177,189 Magnetizante (força) 442
Indeformável (aço) 339 Magneto-estricção 450
Indução sistema Fe-Ni : 451
magnética 442,443, 444 Maleável
residual 448 americano 547
têmpera por _ 122 branco , 546
Inoculação 482,537 europeu 546
Inaculantes 506,560 perlítico 549
Inoxidável preto 547
aço ; 394 Maleabilização .-. 546
ferro fundido 532 processos 546
Intensidade Mancais (aços para) 309
de c a m p o magnético 442 Manganês
de magnetização 442 aços-manganês 376
de saturação 443 como desoxidante 179
Intergranular (corrosão) 389 como dessulfurante 179
lonitretação 150 nos aços-carbono 179
lonplasma (cementação) 142 nos aços d e usinagem fácil 291
lonplasma (nitretação) 150 nos aços estruturais 222
Isoperm (liga) 459 nos aços fundidos 212,214
nos aços p a r a ferramentas e matrizes 317
J nos aços p a r a molas 275
nos aços resistentes ao desgaste 376
Jacto-percussão - : 286 "Maraging" (aços) 115,467
Jominy Martêmpera 114
curvas de temperabilidade 68 diagrama esquemático de transformação 113
dispositivo «... 68 Martêmpera p a r a modificada 115
método - — 67 Martenslta - 42,45,46,100
acicular 46
L aspecto micrográfico 103
característicos 101
Laminados _ - 240 dureza 101,103,191
Laser (têmpera por) 126 revenida 63
Ledeburita 496 Martensítico (aço) 397
Liga(s) Materiais
endurecfveis por precipitação :— 459 com permeabilidade constante 458
eutética 25 diamagnéticos 443,444
eutetóide 25 fenomagnéticos 443,444
ferro-carbono 22 magneticamente duro 459
feno-carbono-silício 498 magneticamente moles 453
ferro-cobalto .". 456 para imãs permanentes 459
ferro-cromo , 395 paramagnéticos 443,444
ferro-cromo-níquel 399 Matrizes (aços para) 313,335
feno-níquel 455 Medida de temperabilidade 65
ferra-silício 453 Meio(s) de esfriamento 84,171,300 .

592 593
A ç o s E FERROS FUNDIDOS ÍNDICE ANALÍTICO

água 85,100 Nitrogénio 181


a r 84,85 nos aços-carbono 181
circulação do 86 nos aços estruturais 223
chumbo fundido 8 6
nos aços inoxidáveis 418
gás - 36 Nitrogênio-álcool (atmosfera) 171
movimentado 86 Nodular (ou dúctil), f e n o fundido 559
óleo(s) 85,86,100 Nodulizantes 560
salmoura 85,100,172 Nódulos (de grafita) 561
soluções 85,100,172 Normalização 96
Metais e ligas p a r a a indústria elétrica 452 diagrama esquemático d transformação 97
Metanol-acetato de etila 139 Núcleo (na cementação) 130.301
Metalurgia do pó 478
Método de Grossmann 65 O
Método d e Jominy 67
Misturas carburizantes 134 Óleo (como meio d e resfriamento) 171
Molas 274 Orvalho (ponto de) 168,389
aços para 273 Oxidação .-. 382
helicoidais 274,276 aços resistentes à 381,386
semi-elipticas 274,283 condições de 382
Moldagem (da peças fundidas de aço) 206 do feno sinterizado 480
Molibdênio resistência 426
nos aços estruturais 223 Óxido (casca de) 86
nos a ç o s "maraging" 467 Oxigénio (nos aços-carbono) .'. 181
nos a ç o s para cementação 302
nos aços para ferramentas e matrizes 318
nos aços para fundição 213,214
nos a ç o s para nitretação 306 P
nos a ç o s rápidos 354
nos a ç o s resistentes á conosão 328 Padrões(tamanhodegrão) 60,61
nos a ç o s resistentes à oxidação 430 Paramagnéticos (materiais) 443,444
nos a ç o s resistentes ao calor «... 430 Passividade 388
Mudanças dimensionais (durante os tratamentos térmicos) 172 Partículas metálicas 478
Patenteamento 86,115,266
N Peças
fundidas 204,419
"Ni-Hard" 536 sinterizadas 478,490
Nióbio 223,389,533,535 Perda do núcleo 448
Níquel 223,388 Periita 28,33,187
efeito s o b r e as propriedades m e c â n i c a s 189,194 aspecto micrográfico 29
na indústria elétrica 449,451,453, característicos 33
455,458,461 grosseira 46,49
nos aços criogênicos 463 fina 46
nos a ç o s estruturais 223 lamelar 46
nos a ç o s para cementação 302,303 Permalloy (liga) 455
nos aços "maraging" 467 Permeabilidade magnética 443
nos aços para fundição 211 Permendur(liga) 457
nos a ç o s resistentes á conosão 328,396 Perminvar (liga) 1 458
nos a ç o s resistentes à oxidação 430 Plasmanitretação 150
nos aços resistentes ao calor 430 Pó(s) metálico(s) 478
"Ni-Resist" 533 Polímeros 119,171 *
Nitralloy (aços) 306 Ponto Curie 22,23
Nitretação 144 Ponto eutetóide 23
a gás 144 Ponto de orvalho 168
aionplasma 150 Pontos moles 85
aços para 305 Potencial de carbono _ 168
dos aços rápidos 369 Prática dos tratamentos térmicos 157
e m b a n h o de sal 147 Precipitação (endurecimento por) 115,222
líquido s o b pressão 150 Preservação d a superfície 165
temperaturade 144 Produtos tubulares 253
t e m p o de 145,148,149 Profundidade de endurecimento 64,119
tenaz 147 Projeto
tratamento térmico na 144 de peças fundidas 204
Nitretos 306 de peças sinterizadas 485
Nltrocarbonetação ferrítica 154 Propriedades dos

594 : 595
ÍNDICE A N A L Í T I C O
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

Silício
aços-carbono 34,98,132,
como desoxidante 179
207,209
na liga Fe-Si 453
efeito d a estrutura 32 • nos aços elétricos . 453
do ferro nodular 563 nos aços estruturais". 222
dos ferros fundidos cinzentos 519 nos aços p a r a ferramentas e matrizes 317,328
dos ferros fundidos maleáveis 548 nos aços p a r a molas 275
magnéticas d a matéria 442 nos aços resistentes à oxidação ; 429
Proteção à corrosão 386 nos aços resistentes ao calor 429
nos ferros fundidos — 494
Sintetização 479
Sinterizado (aço e f e n o ) 477
Rápido(s)aço 351 forjado 482
Reação Martensítica 45 Sistema de classificação dos aços 176,177
Recompressão (de peças sinterizadas) 479 Soldabilldade dos aços para fundição 215
Recozimento 87 Solldus (linha) '26
d i a g r a m a esquemático de transformação 90 Soluções aquosas (como meio de resfriamento) — 171
em caixa 96 Solubilidade
isotérmico ou cíclico 91,92 do carbono n o ferro alfa 26
para alívio de tensões ou sub-crítico 93 do carbono no ferro g a m a '• 25
subcrítico 93 dos elementos de liga no ferro alfa 54
total o u pleno 87 dos elementos de liga no f e n o gama 54
Refratários (aços) 426 Solução sólida : 25
Regra d a a l a v a n c a 28 Sorbita 105
Remanência 448 Sorbíticas (estruturas) 105
Resfriamento ( v e r t a m b é m esfriamento) 83 "Spins" 22
Steadita 504
cun/as 50
Sub-crítico (recozimento) 93
ideal 64
Subzero (tratamento) 368
meios 84,171
Sulfetos 179
severidade : 69
de f e n o 130
subzero 368
de manganês 180
velocidade 85,183
Sulfocarborírtretação gasosa 154
velocidade crítica 50 Superaquecimento 355
Resfriamento contínuo (transformação e m ) 49 Superenvelhecimento 96
Resistência à corrosão 388 Super-rápido (aço) 355
Resistência à fluência 428 Superficial (têmpera) 117,118,122
Resistência à oxidação _ 426 Superfície (preservação) 165
Resistência a o calor 426 Suscetibilidade '
Resistência a o desgaste 314 à corrosão intergranular 389
Resistividade 453 à corrosão localizada 389
efeito d o silício 452 diamagnética 443,444
Revenido 103,126 magnética 443
. cun/as 104
diagrama esquemático de transformação 63 T
efeito d o s elementos de liga 192
estruturas resultantes 105 Tamanho de grão 54,57,59,316
fragilidade .'. 106 austenítico 54,57,183
influência do intervalo de tempo 105 efeitos sobre os característicos dos aços — 58
temperatura 104,105 efeitos sobre a reação de transformação d a austenita 59
Revestimento (de chapas de aço) 150 padrõesASTM 60,61
Temperpass" 248
Têmpera 99,143
diagrama esquemático de transformação 99
S (curvas em) (ver curvas em C ou T T T ) 42 estrutura resultante 103,104
SAE (sistema d e classificação de aços) 176 intenompida - 100
Sal fundido (banhos de) 85,147,160 por chama 120
porfeixe eletrônico 126
para cementação 140
porindução , 122
para cianetação 152
por laser 126
para nitretação 147
superficial 117,118,122
Salmoura ( c o m o meio de resfriamento) 171
Temperabilidade ( v e r t a m b é m endurecibilidade) 53,63,314
Sazonamento 107
avaliação 64
Saturação (intensidade de) 443
curva Jominy 6 7

Segurança 173
dispositivo J o m i n y de medida 68
Severidade d e resfriamento .'. 69

Mi
faixa de 72
Sigma (fase) 394

597
596
ÍNDICE ANALÍTICO
Aços E FERROS FUNDIDOS

dos aços inoxidáveis 413


fatores que afetam a '0
dos aços p a r a fundição 214
importância 7 2
dos aços rápidos _ 366
medida ^
• dos aços sinterizados • 480
Temperado (aço) dos aços temperáveis em água , 323
microestrutura 103,104
dos ferros fundidos 534
Temperatura(s) brancos 511
avaliação 64,65,164
dnzentos 534
crítica(s) (ou de transformação) 26 nodulares 562
de aquecimento 33 Tratamentosís) termo-químico(s) 129
de sinterização 479 carbonitret_ção 153
de transição 473 cementação 130,132
determinação (da) 164 cianetação 152
influência na penetração superficial d e carbono 131 ionitretação o u plasmanrtretação 150 •
influência sobre a dureza e a resistência ao choque 104 nitretação 144
relação c o m as resistências à fluência e à ruptura 439 Trilhos
Tempo aços para 235
de permanência 83 especificações 237
influência n a espessura d a c a m a d a nitretada 145 Trincas 173
influência n a penetração superficial d e carbono 131 Troostira 46,104,106
influência do revenido 105 T T T (curva) 42,47
Tenacidade (medida) 315 Tubos (aços para) 253
Tenazes 159 tipos 254,255
Tensões Tungsténio
internas (ou residuais) 103 nos aços p a r a f e n a m e n t a s e matrizes 318
Textura bruta de fusão ,. 183 nos aços para fins magnéticos 459
Textura "ghost Unes" .'. 178 nos aços rápidos '. 354
Tiras(s) 240 nos aços resistentes ao calor 430
Titânio
nos aços rápidos 356 U
nos aços resistentes ao calor 431
Transição (temperatura) 473 Ultra-resistentes(s) (aços) 463
Transformação d a austenita 43 Usinabilidade 95,317
constituintes resultantes 46 avaliação 290
efeitos d a velocidade de resfriamento 41 dos aços inoxidáveis 423
efeito do tamanho de grão 58 Usinagem
Transformação da austenita retida 107 do aço sinterizado _ 479
Transformação e m resfriamento contínuo 49 Usinagem fácil (aços de) 289
Transformação isotérmica 42
diagramas (ver também curvas T T T o u e m C) 44,45 V
Tratamento a vapor (do feno sinterizado) 480
Tratamento(s) isotérmico(s) dos aços 100 Vácuo (cementação sob) 142
austêmpera 109.11° Vanádio
martêmpera ; 114 nos aços estruturais 223
nos aços p a r a ferramentas e matrizes _ 317,354
Tratamento sub-zero 368
nos aços p a r a molas 275
Tratamento(s) superficial(ais) de ferro e a ç o sinterizado 480
nos aços resistentes ao calor 430
Tratamento superficial em aços para ferramentas 369
Veios de grafita 505
Tratamento térmico dos aços •• 8 1 , 8 2
Velocidade crítica d e esfriamento (ou de têmpera) 42,64
alívio de tensões 93
Velocidade de aquecimento 83,84
atmosferas utilizadas 86
Velocidade de resfriamento 50,85,183
coalescimento _ 108
efeito da s e c ç ã o da peça 51
equipamentos e acessórios 158
efeito do movimento do meio 86
fatores d e influência 82
efeito na estrutura dos fenos fundidos 501
"maraging" 468
efeito sobre a transformação da austenita 41,42,62
normalização 96
no centro de u m a esfera de 4 mm de diâmetro 85
praticados „ 157
retativa de diversos meios 84
recozimento 87
Vida (da ferramenta) 290
em c a i x a 96
isotérmico ou cíclico 91,92
Z •
p a r a alívio de tensões 93
total o u pleno 87
Zircônio 223
recursos 158
Zona de difusão (na nitretação) 147,148
revenido 103
Zona crítica 26
têmpera 99,117
Zona de compostos (na nitretação) 147
Tratamento(s) térmico
Zona de transição (na cementação) 143,301
dos aços Hadfield -. 377

599
598

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