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PRÁTICAS DE CORROSÃO
1ª Edição
Belém-PA
2020
4
https://doi.org/10.46898/rfb.9786599175107.
P912
ISBN: 978-65-991751-0-7.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.
CDD 544
Conselho Editorial
Prof. Dr. Ednilson Sergio Ramalho de Souza - UFOPA.
Prof.ª Drª. Roberta Modesto Braga - UFPA.
Prof. Me. Laecio Nobre de Macedo - UFMA.
Prof. Dr. Rodolfo Maduro Almeida - UFOPA.
Prof.ª Drª. Ana Angelica Mathias Macedo - IFMA.
Prof. Me. Francisco Robson Alves da Silva - IFPA.
Prof.ª Drª. Elizabeth Gomes Souza - UFPA.
Prof.ª Me. Neuma Teixeira dos Santos - UFRA.
Prof.ª Me. Antônia Edna Silva dos Santos - UEPA.
Prof. Dr. Carlos Erick Brito de Sousa - UFMA.
Prof. Dr. Orlando José de Almeida Filho - UFSJ.
Arte da capa e design gráfico
Pryscila Rosy Borges de Souza.
Diagramação
Laiane Borges de Souza.
Revisão de texto
Os autores.
DEDICATÓRIAS
Aos meus pais, Teresinha e Ivan (in memoriam), irmãos Lisiane e Leandro, meu
marido e companheiro Erich Engels e amada filha Sofia.
Luciana
Aos meus pais: Vilma e Braulino, irmãs Sílvia e Samanta, meu esposo Flávio e
em especial para minha filha Betina.
Sabrina
7
SUMÁRIO
PREFÁCIO............................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
DESENVOLVIMENTO DE REVESTIMENTOS ANTICORROSÃO CONTENDO
ADIÇÕES DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL.......................................................... 11
BRANDÃO, Mateus Cereza.
ANTUNES, Bruna Carvalho.
LOPES, Daniele Ferreira.
RODRIGUES, Luciana Machado.
SILVA, Sabrina Neves da.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.1.
CAPÍTULO 2
APLICAÇÃO DO SUBPRODUTO DA FGD (FLUE GAS DESULFURIZATION)
COMO ADITIVO ANTICORROSÃO EM CONCRETO ARMADO E TINTAS..... 19
PRADO, Jéssica Martins do.
ANTUNES, Bruna Carvalho.
LOPES, Daniele Ferreira.
RODRIGUES, Luciana Machado.
SILVA, Sabrina Neves da.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.2.
CAPÍTULO 3
ESTUDO DA CORROSÃO DO AÇO DE TUBOS TROCADORES DE CALOR
(ASTM 106) EM ATMOSFERA DE SO2............................................................................ 29
PALHARIM, Priscila Hasse.
RODRIGUES, Luciana Machado.
SILVA, Sabrina Neves da.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.3.
CAPÍTULO 4
CORROSÃO ATMOSFÉRICA EM MONUMENTOS HISTÓRICOS METÁLICOS
DO RIO GRANDE DO SUL................................................................................................ 37
LOPES, Nicole Dall’Accua.
MOREIRA, Thaciana dos Santos.
ECHEVARRIA, Elizandra Rodrigues.
SILVA, Erich Engels e.
SILVA, Sabrina Neves da.
RODRIGUES, Luciana Machado.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.4.
CAPÍTULO 5
AVALIAÇÃO DA CORROSIVIDADE DO AÇO CARBONO EM EXTRATOS
AQUOSOS DE DIESEL E BIODIESEL............................................................................. 45
PANTA, Laura Queiroz.
TREVISAN, Luís Henrique.
RODRIGUES, Luciana Machado.
SILVA, Sabrina Neves da.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.5.
CAPÍTULO 6
CORROSÃO DO AÇO API 5L GRAU B PARA DUTOS EM ÁGUAS NATURAIS....53
PETERS, Steffany Rincon.
LIMA, Luiza Rodrigues Melo de.
SILVA, Sabrina Neves da.
8
CAPÍTULO 7
CORROSIVIDADE DOS SOLOS DA REGIÃO CARBONÍFERA DO RIO GRAN-
DE DO SUL SOBRE ESTRUTURAS METÁLICAS ENTERRADAS.......................... 61
ERTHAL, Camile.
WERNER, Kauana Serpa.
AVILA, Luisa Bataglin.
CASARTELLI, Maria Regina de Oliveira.
SILVA, Sabrina Neves da.
RODRIGUES, Luciana Machado.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.7.
CAPÍTULO 8
CARACTERIZAÇÃO E RESISTÊNCIA À CORROSÃO DO REVESTIMENTO IN-
TERNO DE EMBALAGENS DE FOLHA DE FLANDRES PARA ALIMENTOS..... 69
TREVISAN, Luís Henrique.
VARGAS, Bruna Sanmartin.
RODRIGUES, Luciana Machado.
SILVA, Sabrina Neves da.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.8.
CAPÍTULO 9
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ELETROQUÍMICA DE REVESTIMENTO
POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS METÁLICAS PARA BEBIDAS ..... 77
QUADROS, Gabriel Porto.
SEVERO, Éric da Cruz.
SILVA, Sabrina Neves da.
RODRIGUES, Luciana Machado.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.9.
CAPÍTULO 10
AVALIAÇÃO ELETROQUÍMICA DA CAFEÍNA COMO INIBIDOR DE CORRO-
SÃO DO ALUMÍNIO EM MEIO ÁCIDO......................................................................... 85
QUADROS, Gabriel Porto.
RODRIGUES, Luciana Machado.
SILVA, Sabrina Neves da.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.10.
CAPÍTULO 11
ANÁLISE DO REVESTIMENTO POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS
DE Al PARA SUCOS E CHÁS............................................................................................ 93
CRESPO, Fernanda Machado.
GONÇALVES, Carolaine Tainara dos Santos.
SILVA, Sabrina Neves da.
RODRIGUES, Luciana Machado.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.11.
PRÁTICAS DE CORROSÃO
PREFÁCIO
O livro Práticas de Corrosão surge de uma ideia nossa de registrar e divulgar
uma série de resultados de pesquisas na área da Corrosão. Estes trabalhos foram reali-
zados em parceria com discentes da graduação em Engenharia Química e discentes da
pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materais, ambos da Universidade Federal
do Pampa – UNIPAMPA, Campus Bagé, ao sul do estado do Rio Grande do Sul.
DESENVOLVIMENTO DE REVESTIMENTOS
ANTICORROSÃO CONTENDO ADIÇÕES DE
CINZAS DE CARVÃO MINERAL
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.1.
12
Resumo
Introdução
Na região Sul do Brasil estão localizadas grandes reservas de carvão, bem mine-
ral com um papel fundamental na geração termoelétrica de energia. Sabe-se que com-
bustão do carvão tem grande impacto ambiental, principalmente devido às emissões
de gases precussores de chuva ácida e do efeito estufa, bem como da deposição final
de resíduos sólidos gerados tais como as cinzas (leves e pesadas). Nesse sentido, tan-
to o setor carbonífero quanto as Usinas Termoelétricas buscam progredir em relação
ao seu comprometimento com o meio ambiente, com o uso de tecnologias que visam
minimizar esses impactos melhorando assim a aceitação desse tipo de geração de ener-
gia perante o mercado consumidor. Como alternativa para este panorama, tem-se o
reaproveitamento das cinzas oriundas da combustão do carvão mineral. O presente
trabalho propõe uma forma inovadora e ambientalmente correta de uso da cinza do
carvão mineral como carga anticorrosão para composição de tintas.
Referencial teórico
13
Capítulo 1
DESENVOLVIMENTO DE REVESTIMENTOS ANTICORROSÃO CONTENDO ADIÇÕES DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL
PRÁTICAS DE CORROSÃO
14
Metodologia
As superfícies metálicas foram lixadas com lixa #220, a fim de produzir uma ru-
gosidade satisfatória para promover boa adesão ao substrato. Após, as amostras foram
limpas com água destilada e etanol, secas em estufa a 60°C durante 30 min e mantidas
sob vácuo até a aplicação dos revestimentos.
O revestimento foi aplicado sobre placas de aço carbono 1020 com espessura de
0,2 cm. As placas tinham dimensões de 1,5 cm x 3 cm.
15
Resultados e discussões
Capítulo 1
DESENVOLVIMENTO DE REVESTIMENTOS ANTICORROSÃO CONTENDO ADIÇÕES DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL
PRÁTICAS DE CORROSÃO
16
17
Resistência
Amostra (kOhm cm2)
Revestimento sem cinza 0,96
Revestimento + 1% de cinza 2,0
Revestimento + 5% de cinza 2,6
Considerações finais
Referências
AHMARUZZAMAN, M. A review on the utilization of fly ash. Progress in Energy
and Combustion Science, v. 36, p. 327-367, 2010.
Capítulo 1
DESENVOLVIMENTO DE REVESTIMENTOS ANTICORROSÃO CONTENDO ADIÇÕES DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL
PRÁTICAS DE CORROSÃO
18
vão mineral nacional. In: Apresentação. Ministério de Minas e Energia, Brasília, 2005.
FENG, Q. et al. Adsorption of lead and mercury by rice husk ash. Journal of
Colloid and Interface Science, v. 278, p.1-8, 2004.
VLAEV, L. et al. Cleanup of water polluted with crude oil or diesel fuel using rice
husks ash. Journal of the Taiwan Institute of Chemical Engineers. v. 42, p. 957-964,
2011.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.2.
20
Resumo
Introdução
Referencial teórico
A queima de carvão mineral nas Usinas Termoelétricas gera energia, porém, pro-
duz resíduos durante o processo. Estes são classificados como escórias, cinzas (leves e
21
Estudar soluções que prolonguem a vida útil das estruturas de concreto e mini-
mizem o impacto ambiental gerado por sua cadeia produtiva, é dos grandes desafios
para os pesquisadores e alvo de inúmeras pesquisas dentro do setor da construção
civil (DOURADO, 2018).
Metodologia
Caracterização do Subproduto
O subproduto utilizado neste estudo foi cedido por Usina Termoelétrica do RS,
sendo coletado úmido no local de carregamento de caminhões.
Capítulo 2
APLICAÇÃO DO SUBPRODUTO DA FGD (FLUE GAS DESULFURIZATION) COMO ADITIVO ANTICORROSÃO EM CON-
CRETO ARMADO E TINTAS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
22
Concreto armado
Revestimento
Resultados e discussões
23
Figura 1: (a) Difratograma e (b) Espectro Raman do subproduto da FGD utilizado como aditivo.
Capítulo 2
APLICAÇÃO DO SUBPRODUTO DA FGD (FLUE GAS DESULFURIZATION) COMO ADITIVO ANTICORROSÃO EM CON-
CRETO ARMADO E TINTAS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
24
(1)
25
2) Revestimento
Capítulo 2
APLICAÇÃO DO SUBPRODUTO DA FGD (FLUE GAS DESULFURIZATION) COMO ADITIVO ANTICORROSÃO EM CON-
CRETO ARMADO E TINTAS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
26
Considerações finais
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 215: Cimento
Portland - Determinação da resistência à compressão. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
BRANDAO, M. C. et al. Development of coatings containing rice husk and coal ash
addition. In: XII Encontro da SBPMat, 2012. Campos do Jordão. Anais [...]. Campos
do Jordão, 2012.
TANG, Z. et al. Current status and prospect of fly ash utilization in China. In: Proc. of
World of Coal Ash Conference (WOCA), 2013, Lexington, KY. Anais [...]. Lexington,
p. 1-7, 2013.
27
Capítulo 2
APLICAÇÃO DO SUBPRODUTO DA FGD (FLUE GAS DESULFURIZATION) COMO ADITIVO ANTICORROSÃO EM CON-
CRETO ARMADO E TINTAS
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CAPÍTULO 3
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.3.
30
Resumo
Introdução
31
Referencial teórico
32
A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela perda de massa de ma-
terial em uma unidade de área durante certo tempo, ou seja, pela taxa de corrosão. A
taxa de corrosão pode então ser representada pela massa desgastada por unidade de
área na unidade de tempo (ASTM G1 – 1999).
Metodologia
O SO2 foi produzido em laboratório pela adição de ácido clorídrico (HCl) ao bis-
sulfito de sódio (NaHSO3), segundo a Equação 1.
33
(2)
A morfologia da corrosão foi analisada por análise visual utilizando-se uma câ-
mera fotográfica Samsung.
Resultados e discussão
Na Figura 3 (a,b) são mostrados os resultados de ∆m/A versus t (dias), vs. tempo
(3a) e as respectivas taxas de corrosão (3b), calculadas para 20 dias de exposição nas
atmosferas de SO2.
Capítulo 3
ESTUDO DA CORROSÃO DO AÇO DE TUBOS TROCADORES DE CALOR (ASTM 106) EM ATMOSFERA DE SO2
PRÁTICAS DE CORROSÃO
34
Figura 3: (a) Relações de Δm/A vs. tempo e (b) Taxa de corrosão vs. [SO2], das amostras de aço ASTM
106 expostas nas atmosferas, por 20 dias.
35
Figura 4: Imagens das amostras de aço ASTM 106 expostas durante 60 dias às atmosferas simuladas
de SO2 nas concentrações de (a) 20, (b) 200 e (c) 700 (d) 1500 e (e) 2500 µg/m3.
Considerações finais
Foi proposta uma metodologia laboratorial para estudar a corrosão do aço ASTM
106 (de tubos de trocadores de calor) em atmosferas de SO2. Foi demonstrado que as
amostras corroem mesmo em baixas concentrações de SO2. A variação da massa é mais
significativa até 9 dias. A variação da massa na atmosfera péssima é cerca de 2,6 vezes
maior do que na atmosfera boa. A taxa de corrosão para atmosfera menos poluidora
(boa) foi de aproximadamente 0,09 mm/ano, enquanto na atmosfera péssima foi de
0,22 mm/ano. Em uma atmosfera considerada péssima, observou-se corrosão genera-
lizada.
Referências
American Society for Testing and Materials. ASTM G1: Standard Practice for Prepar-
ing, Cleaning, and Evaluation Corrosion Test Specimens. ASTM, 1999.
DUGSTAD, A.; HALSEID, M.; MORLAND, B. Effect of SO2 and NO2 on Corrosion and
Solid Formation in Dense Phase CO2 Pipelines. Energy Procedia, v. 37, p. 2877-2887,
2013.
Capítulo 3
ESTUDO DA CORROSÃO DO AÇO DE TUBOS TROCADORES DE CALOR (ASTM 106) EM ATMOSFERA DE SO2
PRÁTICAS DE CORROSÃO
36
ZENG,Y.; LI, K. Influence of SO2 on the corrosion and stress corrosion cracking susceptibili-
ty of supercritical CO2 transportation pipelines. Corrosion Science, v. 165, 2020.
CORROSÃO ATMOSFÉRICA EM
MONUMENTOS HISTÓRICOS METÁLICOS
DO RIO GRANDE DO SUL
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.4.
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Resumo
Introdução
O estado do Rio Grande do Sul com sua rica história de guerras, heróis, lendas,
paisagens e povo particular, é explorado pela literatura, cinema, turismo, e estudos
históricos. Estes fatos são lembrados por monumentos que fazem parte do patrimônio
cultural da região. No entanto, a ação do tempo, do meio, e atitudes inapropriadas das
pessoas, provocam uma deterioração de monumentos metálicos localizados em ruas e
praças das cidades.
39
Referencial teórico
Capítulo 4
CORROSÃO ATMOSFÉRICA EM MONUMENTOS HISTÓRICOS METÁLICOS DO RIO GRANDE DO SUL
PRÁTICAS DE CORROSÃO
40
orgânicos, como o ácido fórmico (HCOOH) e ácido acético (CH3COOH), são os princi-
pais poluentes atmosféricos químicos (ALMEIDA e PANOSSIAN, 1999).
Metodologia
Para a execução deste trabalho foram realizadas análises visuais in loco, aquisição de
imagens digitais dos monumentos e pesquisa bibliográfica na área de corrosão, para a avaliação
do tipo de ataque e nível de degradação. Foi realizado um levantamento de dados históricos
sobre os monumentos alvos do estudo, junto a bibliotecas, prefeituras municipais e pesquisas
digitais. Por meio de análise das imagens foi possível uma classificação do tipo do processo
corrosivo existente, associando-se com a teoria de corrosão. Os monumentos selecionados es-
tão localizados em praças públicas e ruas das cidades de Bagé, Dom Pedrito e Pelotas, ao sul
do estado do Rio Grande do Sul.
Resultados e discussões
Algumas das estruturas avaliadas foram o antigo Canhão; uma caldeira, utiliza-
da em trem de antiga estação férrea, hoje exposta para visitação; bustos de vultos his-
tóricos em praças centrais; as estátuas de cachorros do palacete Pedro Osório; pórtico
de entrada à Bagé; monumento à paz farroupilha, em Dom Pedrito; escultura relevo
em bronze sobre granito, em Pelotas, etc.
41
Capítulo 4
CORROSÃO ATMOSFÉRICA EM MONUMENTOS HISTÓRICOS METÁLICOS DO RIO GRANDE DO SUL
PRÁTICAS DE CORROSÃO
42
Considerações finais
43
Referências
ALMEIDA, N.; PANOSSIAN, Z. Corrosão Atmosférica: 17anos. São Paulo: IPT, 1999.
Capítulo 4
CORROSÃO ATMOSFÉRICA EM MONUMENTOS HISTÓRICOS METÁLICOS DO RIO GRANDE DO SUL
44
CAPÍTULO 5
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.5.
46
Resumo
Introdução
47
Referencial teórico
O esgotamento rápido dos combustíveis fósseis irá exigir estudos urgentes para
um sistema energético global sustentável. Como uma alternativa atraente ao diesel e à
gasolina surgiram os biocombustíveis, a partir de fontes renováveis de energia. Entre
estes, destaca-se o biodiesel, produzido mundialmente utilizando óleo de soja, de ca-
nola, ou de palma (MURUGESAN et al., 2009).
Capítulo 5
AVALIAÇÃO DA CORROSIVIDADE DO AÇO CARBONO EM EXTRATOS AQUOSOS DE DIESEL E BIODIESEL
PRÁTICAS DE CORROSÃO
48
bustível, glicerina residual livre, sais de ácidos graxos, mono, di e triglicerídeos. Tais
resíduos são responsáveis por acentuar os processos corrosivos (HASEEB et al. 2010;
OLIVEIRA et al., 2004). Comparado com o diesel, biodiesel tem uma maior tendência
para absorver água porque os ésteres têm propriedades higroscópicas (KAMINSKI e
KURZYDTOWSKI, 2008). A água absorvida pode agir diretamente sobre a corrosão
dos materiais, podendo causar reações de hidrólise do biodiesel, aumentando, por
consequência, a corrosão metálica e promovendo o crescimento da ação microbiana e
a corrosão microbiana (PETITEAUX e MONSALLIER, 2009).
Além disso, com o envelhecimento formam-se ácidos graxos de cadeia curta que
podem danificar os injetores ou componentes de bombas de alta pressão. Supõe-se que
os ácidos de cadeia curta presentes (fórmico, acético e propiônico) sejam responsáveis
pela corrosividade, pois causam a corrosão de metais em geral (GALLINA et al., 2010;
AQUINO, 2012; LOU e SINGH, 2010). Para enfrentar estes problemas, os veículos de
biodiesel têm muitas vezes intervalos de manutenção mais curtos em comparação com
veículos movidos a diesel. No entanto, a causa fundamental e formas para eliminar os
problemas estão ainda por serem investigadas (KNOTHE, 2006).
Metodologia
49
Resultados e discussão
Capítulo 5
AVALIAÇÃO DA CORROSIVIDADE DO AÇO CARBONO EM EXTRATOS AQUOSOS DE DIESEL E BIODIESEL
PRÁTICAS DE CORROSÃO
50
Foram identificados três picos anódicos (a1, a2 e a3) no B100 e 2 picos anódicos
nos extratos de S10, S0B10 e S1800 (a1 e a3). Na parte catódica da curva, identificou-se
1 pico (c1). Esses resultados indicam que no B100 ocorrem mais reações de oxidação
do que nos demais meios estudados. O pico a1 é referente à adsorção de hidrogênio
(H2) na superfície da Pt, o pico a2 é referente a oxidação do álcool (glicerol) ao seu
correspondente ácido carboxílico (B100), e o pico a3 é devido a oxidação da Pt a qual
respectiva reação de redução é indicada pelo pico c1. Nas medidas sobre o aço 1006,
o potencial oxidativo, logo mais corrosivo, do extrato B100 é novamente evidenciado
pelas elevadas densidades de corrente quando comparado aos demais meios. O retor-
no da curva para o sentido negativo de potenciais apresentou densidades de corrente
maiores do que no sentido positivo, indicando que o aço sofreu ataque localizado por
pite. Este ataque localizado é visualizado na Figura 3.
51
Considerações finais
Constatou-se que o extrato aquoso de B100 é cerca de sete vezes mais condutor
elétrico e cem vezes mais ácido do que os demais meios. A maior agressividade do
B100 também foi demonstrada por voltametria cíclica. A agressividade do B100 pos-
sivelmente é devida à presença de glicerol, subproduto da produção do biodiesel, que
quando presente, oxida facilmente à ácido carboxílico tornando o meio mais corrosivo.
Verificou-se o início do processo corrosivo localizado, indicado por pites na superfície
do aço.
Referências
AMBROZIN, A. R. P.; KURI, S. E. Corrosão Metálica Associada ao uso de Combustí-
veis Minerais e Biocombustíveis. Química Nova, v. 31, n.7, p. 1910-1916, 2009.
Capítulo 5
AVALIAÇÃO DA CORROSIVIDADE DO AÇO CARBONO EM EXTRATOS AQUOSOS DE DIESEL E BIODIESEL
PRÁTICAS DE CORROSÃO
52
LOU, X.; SINGH, P. M. Role of water, acetic acid and chloride on corrosion and pit-
ting behaviour of carbon steel in fuel-grade ethanol. Corrosion Science, v. 52, n. 7, p.
2303-2315, 2010.
WANG, W.; JENKINS, P. E.; REN, Z. Heterogeneous corrosion behaviour of carbon steel
in water contaminated biodiesel. Corrosion Science, n. 53, v. 2, p. 845-849, 2011.
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.6.
54
Resumo
Introdução
A água doce inclui todas as águas naturais não salinas, encontradas em córregos,
rios, lagos e açudes. Nesta categoria também são incluídas águas oriundas de precipi-
tações como chuva e neve, água de poços, nascentes e águas tratadas. A água do mar é
uma solução salina, constituída predominantemente por cloretos de sódio e magnésio
dissolvidos, embora estejam presentes em pequenas quantidades outros minerais so-
lúveis.
O caráter corrosivo das águas não se restringe à ação isolada da salinidade, ocor-
rendo uma ação conjunta dos diferentes constituintes, como matéria orgânica viva,
matéria orgânica em decomposição e gases dissolvidos. Ao submergir estruturas me-
tálicas em água do mar, inicia-se um processo de incrustação e proliferação de algas,
limos, mexilhões, que poderão formar um depósito extremamente duro e aderente, o
biofouling.
55
Referencial teórico
Capítulo 6
CORROSÃO DO AÇO API 5L GRAU B PARA DUTOS EM ÁGUAS NATURAIS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
56
Metodologia
(1)
57
Resultados e discussões
A variação de massa das amostras de aço também foi registrada após 5 meses, re-
velando que em água do mar ocorreu o maior incremento de massa detectado, prove-
niente do acúmulo de espessa camada de produtos de corrosão. A variação de massa
do metal nas amostras de águas doces foi semelhante entre si. As taxas de corrosão de
aço carbono foram de 0,15 mm/ano em açude, 0,17 mm/ano em rio, e 0,33 mm/ano
no mar. As águas de rio e açude também se mostraram agressivas ao aço após 5 meses.
Tabela 1: Caracterização das águas e condições após 5 meses.
Taxa de
Águas pHi pHf αi αf Turbidez Δm Corrosão
(mS/cm) (mS/cm) (NTU) (g) (mm/ano)
1 Mar 6,5 7,7 >200 >200 53,0 0,015 0,33
2 Rio 7,7 8,6 1,70 3,25 7,60 0,018 0,17
3 Açude 7,5 8,2 0,30 0,75 0,32 0,028 0,15
A morfologia do ataque ao aço carbono após 1 e 5 meses em cada uma das amos-
tras de águas é apresentada na Figura 2. Observa-se que após 1 mês de imersão o
processo corrosivo já havia sido iniciado, sendo mais intenso em água do mar. Após 5
meses de exposição todas as amostras de águas haviam promovido o crescimento de
produtos de corrosão alaranjandos nas superfícies metálicas, típicos de óxido de ferro,
Capítulo 6
CORROSÃO DO AÇO API 5L GRAU B PARA DUTOS EM ÁGUAS NATURAIS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
58
sendo que a água do mar provocou a formação da camada mais espessa, compacta e
homogênea, de forma generalizada.
Figura 2: Morfologia do aço carbono (a) antes, e após imersão de 1 e 5 meses em: (b) água de açude, (c)
água de rio, e (d) água do mar.
59
Figura 5: Voltametria cíclica do aço nas águas de (a) mar, (b) rio e açude.
A corrosividade da água do mar foi muito mais intensa do que as demais amos-
tras de água. A densidade de corrosão máxima (imáx) do aço em água do mar foi cerca
de 1000 vezes maior do que no rio, e 10000 vezes maior do que no açude. Nas voltame-
trias, após a inversão no sentido da varredura, a direção de polarização sugere que o
metal sofreu ataque inicial de forma localizada, por pites. Por meio das curvas de Tafel
determinou-se o valor de densidade de corrente de corrosão (icorr), sendo que na água
do mar obtiveram-se valores mais elevados, indicando, que este é o meio mais agres-
sivo entre os três estudados. As medidas de potencial de corrosão (Ecorr) corroboram
com estes resultados.
Considerações finais
Capítulo 6
CORROSÃO DO AÇO API 5L GRAU B PARA DUTOS EM ÁGUAS NATURAIS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
60
Referências
American Society for Testing and Materials. ASTM G1: Standard Practice for Prepar-
ing, Cleaning, and Evaluation Corrosion Test Specimens. ASTM, 1999.
ERTHAL, Camile.1
WERNER, Kauana Serpa. 2
AVILA, Luisa Bataglin.3
CASARTELLI, Maria Regina de Oliveira.4
SILVA, Sabrina Neves da.5
RODRIGUES, Luciana Machado.6
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.7.
62
Resumo
Introdução
O termo corrosão pode ser definido como a reação do metal com os elementos do
seu meio, na qual o metal é convertido a um estado não metálico. Este processo, além
de apresentar danos à estrutura do material, causa perdas financeiras, por problemas
econômicos diretos e indiretos.
ERTHAL, Camile.
WERNER, Kauana Serpa.
AVILA, Luisa Bataglin.
CASARTELLI, Maria Regina de Oliveira.
SILVA, Sabrina Neves da.
RODRIGUES, Luciana Machado.
PRÁTICAS DE CORROSÃO
63
Referencial teórico
64
Metodologia
As amostras de solos foram coletadas em seis cidades da região carbonífera do Rio Gran-
de do Sul: Aceguá (1), Bagé (2), Dom Pedrito (3), Hulha Negra (4), Candiota (5), e Pinheiro
Machado (6), parte da Campanha gaúcha (Figura 1), e são afetadas por emissões de MP’s
de UTE, localizada em Candiota.
Figura 1: Detalhe do mapa do RS - região da Campanha gaúcha.
A velocidade de infiltração básica (VIB) do solo foi determinada por balanço vo-
lumétrico, com a infiltração de água tanto na direção vertical quanto na horizontal,
escoamento superficial. A taxa de entrada de água no solo decresce com o tempo em
função do umedecimento do perfil, assumindo um valor mínimo quase constante, a
VIB. A VIB está diretamente relacionada com a textura do solo. Os valores de VIB ou
taxa de infiltração básica de água para solos são: VIB muito alta: > 30 mm/h; VIB alta:
15 - 30 mm/h; VIB média: 5 - 15 mm/h; VIB baixa: < 5 mm/h.
ERTHAL, Camile.
WERNER, Kauana Serpa.
AVILA, Luisa Bataglin.
CASARTELLI, Maria Regina de Oliveira.
SILVA, Sabrina Neves da.
RODRIGUES, Luciana Machado.
PRÁTICAS DE CORROSÃO
65
Resultados e discussões
A textura observada para a maioria dos solos foi arenosa, conforme microscopia
(Figura 2) e as curvas de análise granulométrica (Figura 3).
Os valores de pH dos solos variaram entre 5,1 (Candiota) e 8,9 (Dom Pedrito).
A resistividade elétrica indicou que o solo de Candiota é muito corrosivo. Os solos de
municípios mais distantes da UTE, como Aceguá e Dom Pedrito, são moderadamente
corrosivos ou não corrosivos. Os demais se apresentaram como solos corrosivos. Na
Tabela 1 estão sintetizados os resultados referentes ao diâmetro predominante (dpredomi-
nante
) e a resistividade elétrica (ρ) dos solos estudados, além da respectiva classificação
quanto à corrosividade.
Figura 2: Caracterização morfológica dos solos.
Capítulo 7
CORROSIVIDADE DOS SOLOS DA REGIÃO CARBONÍFERA DO RIO GRANDE DO SUL SOBRE ESTRUTURAS METÁLICAS
ENTERRADAS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
66
Figura 3: Distribuição granulométrica (a) Bagé, (b) Hulha Negra e (c) Candiota.
ERTHAL, Camile.
WERNER, Kauana Serpa.
AVILA, Luisa Bataglin.
CASARTELLI, Maria Regina de Oliveira.
SILVA, Sabrina Neves da.
RODRIGUES, Luciana Machado.
PRÁTICAS DE CORROSÃO
67
Considerações finais
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6502: Rochas e
Solos: Terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
68
MAPA da campanha gaúcha. Belo Horizonte: Academia do vinho, 2016. 1 mapa, co-
lor. Disponível em: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_
num=CAMPANHA. Acesso em: 25 jul. 2020.
ERTHAL, Camile.
WERNER, Kauana Serpa.
AVILA, Luisa Bataglin.
CASARTELLI, Maria Regina de Oliveira.
SILVA, Sabrina Neves da.
RODRIGUES, Luciana Machado.
CAPÍTULO 8
CARACTERIZAÇÃO E RESISTÊNCIA À
CORROSÃO DO REVESTIMENTO INTERNO
DE EMBALAGENS DE FOLHA DE FLANDRES
PARA ALIMENTOS
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.8.
70
Resumo
Introdução
O verniz aplicado para tais fins deve apresentar, capacidade de deformar-se elas-
ticamente, ter estabilidade térmica e ser isento de riscos de toxicidade ou potencial de
interferência no sabor do enlatado.
71
Referencial teórico
Como apresentado por Gentil (2011) o revestimento polimérico interno das latas,
é uma película aderente, transparente ou opaca, de fácil secagem e aplicação, formada
por resinas como fenólicas e epóxi. De acordo com Robertson (2013) este verniz deve
ter resistência mecânica, química, a tratamentos térmicos, à abrasão, flexibilidade e
não apresentar toxicidade.
Capítulo 8
CARACTERIZAÇÃO E RESISTÊNCIA À CORROSÃO DO REVESTIMENTO INTERNO DE EMBALAGENS DE FOLHA DE
FLANDRES PARA ALIMENTOS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
72
Metodologia
GRAU DESCRIÇÃO
GRAU 0 Cantos dos cortes em grade retos, sem parte
destacada.
GRAU 1 Nos cruzamentos dos cortes destacam-se partes do
verniz.
GRAU 2 Destacamento do verniz nos cruzamentos e/ou ao longo
dos cortes, área destacada de 15%.
GRAU 3 Destacamento do verniz ao longo dos cortes e alguns
quadriculados, área destacada de 35%.
GRAU 4 Destacamento do verniz em faixa e/ou alguns
quadriculados, área destacada de 65%.
Fonte: Coles e Kirwan (2011).
73
Resultados e discussões
74
tas, que podem ser causadas pelo processo de sulfuração. De acordo com Jorge (2013)
alimentos como o milho e a ervilha são ricos em proteínas, que contém enxofre na for-
ma de H2S, a qual reage facilmente com o estanho presente na embalagem, originan-
do as manchas. A região da solda foi considerada grau 1, por apresentar verniz bem
aplicado. Além disso, foi verificado que o revestimento polimérico foi aplicado sobre a
solda, o que é essencial devido a esta região nuclear processos corrosivos (Figura 2D).
Figura 2: A) Corpo, B) fundo, C) tampa e D) solda da lata de ervilha.
Na região do corpo da lata de abacaxi foram detectadas bolhas (Figura 3A). Estas
bolhas podem ter sido resultado do ataque do pH ácido do alimento ao verniz. O re-
vestimento desta região recebeu o grau 3, devido ao aspecto regular e as marcas tipo
bolhas serem interpretadas como manchas. As regiões do fundo (Figura 3B) e da tam-
pa (Figura 3C) da embalagem de abacaxi não apresentaram marcas pretas profundas
ou falhas no revestimento, sendo classificadas como grau 1. A região da solda (Figura
3D) foi classificada como grau 1, pois o verniz não apresentou nenhuma falha ou man-
cha. O verniz foi aplicado sobre a solda.
Figura 3: A) Corpo, B) fundo, C) tampa e D) solda da lata de abacaxi.
75
Considerações finais
A quantidade de verniz aplicada foi variável em cada uma das regiões das latas,
o grau de cura foi eficiente, e a melhor aderência do verniz foi detectada no corpo das
latas. A embalagem de extrato de tomate apresentou o processo de oxidação mais
avançado. A acidez da compota de abacaxi e extrato de tomate pode ter promovi-
do a degradação e formação de manchas no verniz das latas. O comportamento das
amostras foi predominantemente capacitivo. Os revestimentos apresentaram perda de
resistência, após o PTC, confirmando que a delaminação reduz o caráter protetor do
verniz.
Capítulo 8
CARACTERIZAÇÃO E RESISTÊNCIA À CORROSÃO DO REVESTIMENTO INTERNO DE EMBALAGENS DE FOLHA DE
FLANDRES PARA ALIMENTOS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
76
Referências
AZEREDO, H. M. C.; FARIA, J. A. F.; AZEREDO, A. M. C. Embalagens ativas para
alimentos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 20, n. 3, p. 337-341,
2000.
COLES, R.; KIRWAN, M. J. Food and beverage packaging technology. New Jersey:
Wiley-Blackwell, 2011.
ROBERTSON, G. L. Food Packaging: principles and practice. Boca Raton: CRC Press
Book, 2013.
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO
ELETROQUÍMICA DE REVESTIMENTO
POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS
METÁLICAS PARA BEBIDAS
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.9.
78
Resumo
Introdução
As bebidas tipo refrigerantes apresentam uma elevada concentração de íons H+, con-
ferindo um caráter ácido às bebidas. A exposição do invólucro de Al ao refrigerante acelera
o processo de corrosão promovendo a migração de Al3+ que alteram o sabor da bebida e sua
qualidade. Para mitigar a passagem de Al3+ para o refrigerante emprega-se o verniz. As resinas
mais utilizadas na composição dos vernizes são: fenólicas, epóxi, vinílicas, acrílicas, alquídi-
cas, oleorresinosas e polibutadiênicas.
79
Referencial teórico
Capítulo 9
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ELETROQUÍMICA DE REVESTIMENTO POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS
METÁLICAS PARA BEBIDAS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
80
Metodologia
As bebidas analisadas foram à base de limão, guaraná, cola (com e sem açúcar)
e cevada (com e sem álcool), sendo caracterizada a morfologia do verniz interno das
embalagens metálicas (latas de ligas de alumínio), no topo, corpo e fundo. A mor-
fologia foi avaliada por microscopia ótica (microscópio metalúrgico com sistema de
aquisição de dados FORTEL) e microscopia eletrônica (microscópio eletrônico de var-
redura JEOL JSM 6610LV). As bebidas foram caracterizadas por valores de pH (medi-
dor digital de bancada, METROHM), condutividade elétrica (medidor digital portátil,
HANNA) e concentração de açúcar (refratômetro medidor em ºBrix). As amostras
metálicas foram lavadas com água destilada, secas à temperatura ambiente e cortadas
com 0,25 cm2.
Para uma análise direta da efetiva proteção de cada revestimento foi realizado
um defeito linear no verniz, de maneira a rompê-lo, e mantendo intacta a estrutura
metálica da embalagem. Em seguida, as amostras com defeito simulado foram imersas
nas suas respectivas bebidas, a fim de promover no metal um possível ataque corrosi-
vo. A morfologia do ataque foi observada a cada 30 dias, sendo mantida a exposição
nas bebidas até um período de 6 meses.
Resultados e discussões
81
Capítulo 9
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ELETROQUÍMICA DE REVESTIMENTO POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS
METÁLICAS PARA BEBIDAS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
82
Figura 3. Curvas de Tafel medidas na bebida à base de cola com açúcar para amostras de revestimento
duplo, simples e sem revestimento.
Figura 4: MEV das amostras com revestimento (a) simples e (b) duplo.
Considerações finais
83
Referências
COLES, R.; KIRWAN, M. J. Food and beverage packaging technology. New Jersey:
Wiley-Blackwell, 2011.
Capítulo 9
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ELETROQUÍMICA DE REVESTIMENTO POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS
METÁLICAS PARA BEBIDAS
84
CAPÍTULO 10
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.10.
86
Resumo
Introdução
Referencial teórico
87
Nesse sentido, recentemente, devido a uma maior preocupação com o meio am-
biente e a necessidade de desenvolver processos mais aceitáveis do ponto de vista
ambiental, uma atenção especial tem sido dedicada às características inibidoras de cor-
rosão de substâncias naturais para diferentes metais em meios distintos (CHIGONDO
e CHIGONDO, 2016; RAJA et al., 2015).
Como pode ser visto em sua estrutura química mostrada na Figura 1, a cafeína
apresenta as características esperadas para um potencial inibidor de corrosão. Além
disso, é capaz de se ligar a um íon metálico através dos oxigênios livres localizados nas
posições 2 e 6 (KOLAYLI et al., 2004).
Capítulo 10
AVALIAÇÃO ELETROQUÍMICA DA CAFEÍNA COMO INIBIDOR DE CORROSÃO DO ALUMÍNIO EM MEIO ÁCIDO
PRÁTICAS DE CORROSÃO
88
Metodologia
Amostras com uma área geométrica de 1,5 cm2 foram cortadas a partir de latas
de Al, liga de AA3104-H19, utilizadas para armazenamento de refrigerantes. A com-
posição nominal da liga é mostrada na Tabela 1.
Tabela 1: Composição nominal da liga AA3104-H19 (% em massa).
Mg Si Fe Ca Al
2,2 - 2,8 0,25 0,4 0,12 Balanço
Para simular a bebida à base de cola utilizou-se ácido fosfórico (H3PO4) e para
guaraná, ácido cítrico (C6H8O7), ambas as soluções na concentração de 0,2 mol/L con-
tendo 100 e 11 ppm de cafeína, respectivamente. As concentrações foram baseadas no
conteúdo de cafeína das bebidas conforme informado no rótulo do produto comercial.
Resultados e discussões
89
corrente máxima (imax) a qual quanto mais elevada indica maior tendência à corrosão
(GENTIL, 2011).
Figura 2: Voltametrias cíclicas medidas nas soluções simuladas com e sem cafeína de cola (a,b) e gua-
raná (c,d) no tempo zero (a,c) e após 30 min de imersão (b,d).
Considerações finais
Capítulo 10
AVALIAÇÃO ELETROQUÍMICA DA CAFEÍNA COMO INIBIDOR DE CORROSÃO DO ALUMÍNIO EM MEIO ÁCIDO
PRÁTICAS DE CORROSÃO
90
Referências
BEDA, R. H. B. et al. Inhibition of Aluminium Corrosion in 1.0 M HCl by Caffeine:
Experimental and DFT Studies. Advances in Chemistry, v. 5, p. 1-10, 2017.
KOLAYLI, S. et al. Does caffeine bind to metal ions? Food Chemistry, v. 84, n. 3, p.
383-388, 2004.
91
Raja, P. et al., Natural products as corrosion inhibitor for metals in corrosive media —
A review. Materials Letters, v. 62, n. 1, p. 113-116, 2008.
Capítulo 10
AVALIAÇÃO ELETROQUÍMICA DA CAFEÍNA COMO INIBIDOR DE CORROSÃO DO ALUMÍNIO EM MEIO ÁCIDO
92
CAPÍTULO 11
DOI: 10.46898/rfb.9786599175107.11.
94
Resumo
Introdução
A lata de alumínio para bebidas possui um verniz interno para a proteção e isola-
mento do alimento, evitando o contato direto com o metal. Este verniz é uma película
polimérica de elevada resistência mecânica e química.
Referencial teórico
95
As embalagens metálicas para bebidas são representadas pelas latas de duas pe-
ças, produzidas pelo processo DWI - drawn and ironing, em alumínio, na sua maioria,
e em aço, em pequena proporção (COLES e KIRWAN, 2011). As latas de alumínio
empregam as ligas metálicas AA3104-H19 ou AA5182-H19.
Apesar das vantagens desta embalagem, o setor ainda se depara com um proble-
ma: a corrosão. Ela surge nas latas de alumínio, em geral, quando a temperatura de
exposição é elevada, ou com a lata danificada. A corrosão ocorre na forma de pites, na
espessura da embalagem (SOARES, 2018).
O rompimento do verniz permite que a bebida entre em contato com o metal, for-
mando uma pilha galvânica, sendo a bebida, o eletrólito (SEVERO et al., 2012). Durante
o processo de corrosão da embalagem ocorre a migração do alumínio para a bebida.
Saron et al. (2000) avaliaram a dissolução de alumínio em refrigerantes estocados em
latas, revestidas internamente, por 180 dias a 35°C. Foram constatadas concentrações
de alumínio de cerca de 1,0 mg/kg em todas as bebidas. López et al. (2002) avaliaram
a concentração de alumínio em refigerantes e sucos de frutas comercializados em la-
tas de alumínio. Foi quantificado o maior teor de alumínio de 1,15 mg/L em suco de
laranja.
96
Metodologia
97
GRAU DESCRIÇÃO
GRAU 0 Cantos dos cortes em grade retos, sem parte
destacada.
GRAU 1 Nos cruzamentos dos cortes destacam-se partes do
verniz.
GRAU 2 Destacamento do verniz nos cruzamentos e/ou ao longo
dos cortes, área destacada de 15%.
GRAU 3 Destacamento do verniz ao longo dos cortes e alguns
quadriculados, área destacada de 35%.
GRAU 4 Destacamento do verniz em faixa e/ou alguns
quadriculados, área destacada de 65%.
Fonte: Coles e Kirwan (2011).
GRAU DESCRIÇÃO
GRAU 1 Verniz bem aplicado, sem falhas ou manchas.
GRAU 2 Verniz aplicado satisfatoriamente, poucos riscos, alguns
pontos pretos espalhados na superfície, sem manchas.
GRAU 3 Aspecto regular, começo de desestanhamento sob a
película do verniz ou presença de manchas pretas.
GRAU 4 Aspecto ruim, desestanhamento ou manchas pretas em
quase toda a superfície da lata.
GRAU 5 Aspecto muito ruim, superfície tomada por corrosão.
Fonte: Machado (2006).
Resultados e discussões
Capítulo 11
ANÁLISE DO REVESTIMENTO POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS DE Al PARA SUCOS E CHÁS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
98
99
suco de uva foram visualizadas, e pontos de ataque aos vernizes das latas de chás e
suco de pêssego também foram detectados e destacados por círculos amarelos sobre
as imagens. A adição ou não de açúcar ao chá não refletiu alguma diferença no estado
do verniz.
Após 365 dias de exposição em suco de uva a amostra de alumínio sofreu ataques
localizados (pite) e perda de material metálico, como visualizado na Figura 4 por ima-
gem digital. Os ataques foram nucleados a partir do defeito.
Figura 4: Morfologia do ataque ao alumínio após 365 dias de exposição.
Considerações finais
Após 20 dias de exposição da base das latas, contendo defeito simulado no verniz,
ao suco de uva, não foi observado ataque ao alumínio, mas após 365 dias, foi nucleado
pelo defeito, a perda de material metálico, perfurando o metal e ataques localizados.
É fundamental a manutenção da qualidade do verniz das embalagens metálicas para
alimentos, garantindo sua qualidade.
Capítulo 11
ANÁLISE DO REVESTIMENTO POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS DE Al PARA SUCOS E CHÁS
PRÁTICAS DE CORROSÃO
100
Referências
AZEREDO, H. M. C.; FARIA, J. A. F.; AZEREDO, A. M. C. Embalagens ativas para
alimentos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 20, n. 3, p. 337-341,
2000.
COLES, R.; KIRWAN, M. J. Food and beverage packaging technology. New Jersey:
Wiley-Blackwell, 2011.
LÓPEZ, F. F.; CABRERA, C.; LORENZO, M. L.; LÓPEZ, M. C.; Aluminium content of
drinking waters, fruit juices and soft drinks: contribution to dietary intake. The Soc.
of the Total Environment., v. 292, n. 3, p. 205-213, 2002.
SEVERO, Eric da Cruz; QUADROS, Gabriel Porto; SILVA, Sabrina Neves da; RODRI-
GUES, Luciana Machado. Avaliação eletroquímica de embalagens metálicas para be-
bidas. In: Salão Internacional de Ensino Pesquisa e Extensão, 4, 2012, Bagé. Anais [...].
Bagé: UNIPAMPA, v. 4, n. 2, 2013.
101
Capítulo 11
ANÁLISE DO REVESTIMENTO POLIMÉRICO INTERNO DE EMBALAGENS DE Al PARA SUCOS E CHÁS