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Diocese de Quelimane em polvorosa
Bispo e Irmã em
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pé de guerra so
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SAVANA
António Zefanias
Di
Pág. 2
custa 40 Mt
2 Savana 15-01-2016
TEMA DA SEMANA
o
a demissão é ilegal
log
E
stá instalado um clima de do Direito Canônico, antes da deci- bre a Diocese de Quelimane podía-
tensão e agitação na Dio- são da autoridade suprema, a madre mos falar com o seu substituto que
cese de Quelimane, capital geral toma uma decisão colegial, isto é o Padre Daniel, para além de que
provincial da Zambézia. O é, com o seu conselho (votação no este foi o instrutor do processo que
caso envolve o Bispo daquela Dio- conselho) elabora uma demissão, ou culminou com a demissão da Irmã
cese, Hilário da Cruz Massinga, melhor, impõe uma pena à irmã em Camilo.
Justina Camilo
e a Irmã Justina Mário Camilo, questão, depois de lhe dar direito de Tal como a Irmã visada, o Padre Da-
responsável pelo Centro Infantil e defesa e depois convida-se a irmã a niel disse que esse era um assunto
Colégio Franciscanas da Nossa Se- recorrer ao Bispo Diocesano. do fórum interno e nada tinha para
ció
nhora das Vitórias (FNSV) e uma “Tendo se chegado à demissão antes falar à imprensa.
das assinantes das contas da Nova destes passos, se retira-me um direi-
Rádio Paz, uma emissora católica to universal e inalienável – a defesa Congelamento das contas da
difundida na cidade de Quelimane. e o recurso ao superior hierárquico. Rádio Paz
Em causa está a gestão dos fundos O procedimento da minha demis- A par a demissão da Irmã Justina
daqueles dois estabelecimentos do são não observou de modo nenhum Camilo, o SAVANA soube que o
Zefanias
ensino do índole social, bem como estes passos, falta que o torna anulá- Bispo da Diocese de Quelimane
ordenou o bloqueamento das contas
nio Zefa
da rádio. vel”, elucida.
Termina a sua defesa sublinhando da Nova Rádio Paz de Quelimane,
António
uma estação emissora que é proprie-
so
O Bispo de Quelimane indicia a que o Bispo Hilário concedeu-lhe
Antó
Irmã Justina Mário Camilo, afecta um prazo de 10 dias para recorrer. dade da Diocese.
à Congregação das Irmãs da Nossa Dom Hilário Massinga, o bispo que ordenou a demissão da Irmã Justina Porém, esqueceu-se que o recurso Como consequência imediata dessa
Senhora de Visitação, na cidade de coloca a decisão em suspensivo, isto decisão unilateral do prelado, a Rá-
Quelimane, de uso abusivo dos fun- todas as contas bancárias da Nova e comunidades da circunscrição da é, devolve todo o estado anterior, dio está a funcionar de forma defi-
dos provenientes dos financiadores Rádio Paz. Ao que o SAVANA Diocese de Quelimane.
uelimane. mas, estranhamente, o decreto foi citária com interrupções constantes
daqueles dois estabelecimentos de apurou, o Bispo Massinga terá sido Sublinha ainda que a irmã demitida anunciado às comunidades e igrejas das suas emissões.
ensino com o cariz humanitário transferido de Lichinga para Queli- tem 10 dias, nos termos do Direito de Quelimane o que desde já cons- Fontes do SAVANA indicam que
bem como da emissora católica. mane devido a problemas similares Canónico, para produzir a sua defe- tituem actos de calúnia e difamação. na origem da interrupção das emis-
Contudo, a Irmã em alusão nega as na capital provincial do Niassa. sa. sões está a falta de energia eléctrica
um
acusações e diz que o Bispo está a Carta de demissão “Estou de consciência nas instalações da Rádio.
cingir-se em intrigas e actos de in- Datada de 16 de Novembro de Contra ofensiva da visada tranquila” Neste momento, a Rádio Paz fun-
veja para tirar conclusões e desafia o 2015, na missiva que expulsa a Irmã A carta de demissão chegou à visa- Contactada pelo SAVANA,, Jus- ciona na base de apoio de pessoas
prelado a provar as alegações. Justina, denominada Carta de De- da a 19 de Dezembro de 2015, mas tina Camilo referiu que se trata de singulares e de boa-fé.
Contactados pelo SAVANA, os missão, o Bispo refere que tendo esta recusou assiná-la alegando que um assunto que ainda está a seguir Segundo as nossas fontes, as duas
protagonistas da cena recusaram verificado um modo de estar da o conteúdo choca com os princípios os seus trâmites e que não era opor- contas bloqueadas, uma em divisas
aprofundar o assunto, alegando que Reverenda Irmã Justina Mário Ca- preceituados no Direito Canónico, tuno falar do assunto à imprensa. e outra em moeda nacional, encon-
é do fórum interno, para além de milo que chocaa com os princípios para além de que as acusa
acusações resul- Questionada sobre as acusações, a tram-se domiciliadas no Standard
que ainda está a correr os seus trâ- da comunhão da vida consagrada e tam de intrigas e in
inveja. freira voltou a repisar que não iria Bank na cidade de Quelimane.
mites legais. Mas o SAVANA foi religiosa, facto que comunga para a No seu recurso à demissão, a Irmã tecer qualquer comentário sobre Não são conhecidas as razões que
atrás de alguns pontos de discórdia, fragilização da comunhão eclesial, Justina diz que, tendo reflectido so- o assunto, mas a dado momento levaram o Bispo a tomar tal medi-
que já estão a indignar os crentes da determina a sua demissão e perda bre o conteúdo da mesma, concluiu abriu-se para dizer que está de cons- da que surpreendeu e indignou os
de
res americanos destinava-se a dar Congregação. tenta dar a entender o Bispo Hilário missão não produziu nenhum efei- ra e a consequente interrupção das
impulso ao projecto e que depois Massinga acusa ainda a freira de da Cruz Massinga. to é que até ao momento continua emissões, porque não havia dinheiro
deveria buscar outras parcerias para desobediência, egoísmo, propaga- A acusada diz que o decreto em a desenvolver todas as actividades para recarregar o contador “Cre-
prosseguir com as actividades. ção de intrigas e prática de actos de causa não indica de forma clara a eclesiásticas e continua a viver na delec”, dado que as contas estavam
De acordo com as nossas fontes, a divisionismo e falta de respeito para ilicitude e outras medidas que dão residência congregacional com to- bloqueadas por ordens do Bispo.
ár
gestão dos fundos doados àquelas com os colegas e seus superiores lugar à demissão da vida religiosa dos os direitos e deveres resultantes Contactada sobre o facto, a irmã
instituições preocupou o Bispo local hierárquicos, para além de ter trans- assim como a madre geral e as ou- da profissão eclesiástica. Idalina Patia, coordenadora da Nova
que tencionava ter o controlo direc- formado o património comum em tras irmãs que advertiram-na no Por seu turno, o Bispo Hilário da Rádio Paz de Quelimane, recusou
to, mas as Irmãs sempre alegavam pessoal. sentido de corrigir-se, para além das Cruz Massinga disse que se encon- falar sobre o assunto, alegando que
autonomia. Na sua alocução, o prelado diz que incongruências comportamentais trava fora da província da Zambézia carecia de autorização superior.
A situação foi sempre motivo de a freira foi, por várias vezes, adverti- alegadas na carta de demissão. em gozo de férias, pelo que tudo so-
Di
crispação entre as duas entidades, da sobre o seu comportamento, mas “Tudo o que é mencionado na carta
mas devido à magnitude e ao capital que nada fez para se corrigir. de demissão, da forma em que está
simbólico que a Igreja Católica tem Assim, perante os factos acima ar- arrolado, leva a crer que é produto
na sociedade, a crise foi gerida no rolados e nos termos do Direito da disputa do poder e inveja entre
meio de secretismo
etismo até que atingiu Canónico, o Bispo da Diocese de nós as irmãs que não podem ser
o clímax em finais do ano passado. Quelimane decide dispensar a Irmã coroadas, mas que infelizmente o
Através do ofício número 0011/ Justina de todas as actividades con- Bispo tomou em conta sem a devida
DH/15, o Bispo Hilário da Cruz gregacionais, ordena o abandono do averiguação”, desabafou.
Massinga decidiu demitir a Irmã Centro e do Colégio FNSV e perde Continua a sua defesa referido que
em causa, com efeitos imediatos, o direito de residir nas casas das Fi- o decreto não apresenta a assinatura
de toda a actividade eclesiástica e a lhas da Nossa Senhora da Visitação. da madre geral, nem apresenta nada
consequente expulsão da residência O Bispo termina a sua alocução re- que esta tenha feito para julgar este
congressional. ferindo que o decreto de demissão caso. Coloca apenas a autoridade
Transferido da diocese de Lichin- entra em vigor a partir do momen- suprema a decidir uma vida, coi-
ga para Quelimane, em Janeiro de to em que a visada toma conheci- sa inusual nos institutos do direito
2008, o Bispo terá ordenado ainda, mento e imediatamente deverá ser diocesano. Justina Camilo, a freira acusada de uso abusivo dos fundos da Igreja Católica em
de forma unilateral, o bloqueio de distribuída por todas as paróquias Entende a acusada que, nos termos Quelimane
Savana 15-01-2016 3
TEMA
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DA SEMANA
4 Savana 15-01-2016
TEMA DA SEMANA
Dhlakama diz que Zuma e Igreja Católica estão disponíveis para mediar diálogo, mas avisa:
o
Por André Catueira, em Chimoio
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D
epois de voltar a jurar
“alma da minha mãe”,
Afonso Dhlakama, líder
da Renamo, anunciou a
disponibilidade de Jacob Zuma,
Presidente da África do Sul, e a
Igreja Católica de Moçambique,
para a mediação do diálogo com o
Governo, e reiterou que vai montar
ció
sua administração a partir de Mar-
ço, avisando que nem a inconsti-
tucionalidade e nem a ONU vão
poder parar a sua governação em
localidades, postos administrati-
vos e distritos de seis províncias do
centro e norte, onde reclama vitó-
ria e elegeu 91% dos deputados à
Assembleia da República.
boa vontade. E também tenho de em Moçambique pode afectar blica um projecto de lei de criação pode não acontecer, porque em rica. Há impostos, taxas, créditos,
indicações que o Presidente ( Ja- a África do Sul, e a África do Sul de autarquias provinciais e um pro- termos gerais nos outros países a empréstimos e Moçambique é rico”
cob) Zuma está disposto a ajudar tem interesses económicos em Mo- jecto de revisão pontual da Consti- polícia é uma instituição do Esta- explicou Afonso Dhlakama.
os irmãos moçambicanos”, disse çambique”, explicou. tuição da República, vai ser ultra- do que não pertence a um partido,
Afonso Dhlakama, por telefone aos Em Novembro, o Presidente Fili- passada durante as negociações. não faz política, mas porque em Preço da resistência
quadros do partido reunidos num pe Nyusi defendeu ponderação no Adiantou, contudo, que nem juris- Moçambique a Polícia é Frelimo, Numa outra reunião de quadros na
hotel na Beira, e acusou a Frelimo desarmamento compulsivo da Re- tas e constitucionalistas nacionais a polícia não vai aceitar porque terça-feira em Chimoio, província
de “fintar” o diálogo. namo,, como forma de dar espaço e estrangeiros, nem o Conselho de tem cartão do partido Frelimo, vai de Manica, o líder da Renamo aler-
Dhlakama disse que ainda vai ava- ao diálogo, mas o líder da Renamo Segurança da Organização das Na- querer enervar e reagir, e se reagir tou ao Governo para que não mos-
liar a atmosfera para o diálogo após não reapareceu e reiterou ameaça ções Unidas (ONU) podem acusá- assim, vai levar um bocadinho na tre resistência e nem use métodos
io
a constituição da nova equipa de de governar as províncias onde rei- -lo de irregularidades na implanta- cara e depois é correr. Então, se não violentos durante a transição dos
mediação, sendo que só daí “algu- vindica vitória eleitoral a partir de ção da administração da Renamo, reagir vai se manter-se com farda governos.
mas coisas podem andar”, condi- Março próximo. justificando o processo pelo facto da Polícia, mas já não está como da “Se a Frelimo tentar resistir poderá
cionando, porém, que os encontros Com isso, Dhlakama acusou o Pre- de estar cansado das fraudes elei- Frelimo, já é Polícia da República haver empurrões e tudo, mas não
se realizem no sopé da Serra da sidente Filipe Nyusi de estar a fa- torais, e voltou a sugerir emendas de Moçambique”, explicou. é o que eu pretendo, repito não é
ár
Gorongosa, onde fica o quartel- zer “falácia enganosa e fantochada” na Constituição da República para Todavia, aclarou: “muitos pensam o que eu quero”, precisou Afonso
-general do movimento e onde ele quanto aos convites endereçados à acomodar o seu projecto de criação que quando dizemos que vamos go- Dhlakama, sublinhando: “os me-
voltou a viver há três meses. Renamo para o diálogo, acrescen- de seis províncias autónomas no vernar em Março as seis províncias, lhores dias chegaram para o povo
ças estatais haviam ocupado
As forças tando que “se tivesse morrido no centro e norte. estamos a preparar canhões, anti de Moçambique” e acrescentando
em Outubro de 2013 a base de Sa- dia 12 ou 25 de Setembro (inci- Sugeriu que debaixo de uma árvore aéreas e morteiros, para assaltarmos
em Satunjira pode se acrescentar na que pretende “uma transição pací-
tunjira, quando tomaram de assalto dentes com a caravana da Renamo Beira e atacar Chimoio, mas não é
CR “a cláusula que diz que o par- fica, tranquila e sem tiros”.
e desalojaram o líder da Renamo,
Di
em Manica, onde o Governo con- por aí. Se fosse assim, nem teríamos Dhlakama alertou que uma resis-
mas a guarda armada do partido tabilizou 25 mortos) ele havia de tido que tiver uma maioria numa
anunciado, porque o ataque não é tência do Governo à implantação
viria a recuperar “o santuário da negociar com quem?”. província governa com os seus ma-
anunciado. O ataque militar não é da administração da Renamo em
revolução” onde Afonso Dhlakama nifestos”.
anunciado a um inimigo, estamos Moçambique através do uso de
viveu por mais de um ano, quando Governar primeiro “Digam o que é preciso, primeiro
a anunciar a governação pacífica”, armas pode provocar mortes, avi-
eclodiu o conflito político-militar Contudo, Afonso Dhlakama dei- vamos governar, se é para legalizar,
sem, contudo, clarificar sobre os sando que só vai responder pela
no país. xou claro que as negociações terão vamos legalizar enquanto já esta-
municípios dentro das províncias, mesma via se a integridade do seu
Questionado por jornalistas se as de acontecer enquanto a sua admi- mos a governar. Também não é le-
admitindo que tiveram uma eleição
simpatias políticas entre o ANC, nistração estiver no poder nas seis galizar quando se trata da Renamo, executivo estiver ameaçada, insis-
independente das presidenciais e
de Jacob Zuma, e a Frelimo não províncias, apenas para amainar as porquê não obrigam a Frelimo, que tindo que pretende “uma transição
legislativas em causa”.
comprometeriam o diálogo, como relações “diplomáticas” entre o sul já governa o país desde 1994 atra- pacifica, tranquila e sem tiros”.
alegou para a destituição dos an- e centro e norte, afiançando que a vés do roubo, as pessoas só vão le- Orçamento “Não quero a guerra e nem quero ou-
teriores observadores, Dhlakama prioridade “do momento é tomar- vantar cabeça quando é Dhlakama Após garantir que a estrutura exe- vir da guerra, mas não tenho receio
reconheceu a irmandade dos dois mos conta das nossas províncias”, que diz vamos governar, ainda go- cutiva da Renamo já foi montada, da guerra”, avisou Afonso Dhlakama,
partidos, mas também a idoneidade que garante querer implantar uma vernar as províncias onde ganha?”, devendo nos próximos dias indicar acrescentando que não vê a Frelimo
dos novos convidados à mediação. transição “pacífica, tranquila e sem questionou Dhlakama. os governadores e administradores militarmente com capacidade para
“Até porque Jacob Zuma está mais tiros”. Exemplificando a governação que distritais, que se encarregarão de enfrentar o movimento.
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TEMA DA SEMANA
o
O
risco de Moçambique res- análise. ram à eliminação física do líder da poder com a Renamo, que poderia, enjeitam uma exclusão da Renamo
valar para uma nova guer- A AC alude a conjecturas segun- UNITA”, destaca a publicação. como alegam, fragilizar gravemen- por via militar, incluindo a elimi-
ra civil é alto e a proibição do as quais é do interesse oculto Além de rejeitarem liminarmen- te a Frelimo e ameaçar a sua so- nação física do seu líder histórico,
pela polícia de uma mani- de sectores radicais do regime um te qualquer cenário de partilha do brevivência política, também não análise
lê-se na análise.
log
festação da Renamo em Dezembro empolamento extremo da descon-
em Maputo é parte de uma estraté- fiança de Afonso Dhlakama, como
gia que visa empurrar o movimen- forma de inviabilizar uma solução
to para a confrontação, considera política das actuais tensões e a criar
a Africa Confidential (AC), uma condições para uma chamada “saí-
publicação sobre assuntos africa- da militar” destinada a submeter a
nos editada em Londres. Renamo.
“A propalada hipótese de Afonso
“A probabilidade de vir a eclodir Dhlakama vir a Maputo para se en-
ció
no país um conflito interno com contrar com o Presidente da Repú-
características de uma guerra civil é blica, Filipe Nyusi, numa iniciativa
considerada cada vez pertinente em que poderia representar um novo
meios internacionais atentos à es- esforço tendo em vista alcançar um
calada, porque estão a passar os de- entendimento, terá ficado compro-
sentendimentos políticos e tensões metida com o episódio de 29 de
militares que opõem o Governo/ Dezembro, devido à insegurança
Frelimo à Renamo”. diz a AC, na acrescida”, diz a AC.
sua última edição.
so
A avaliação da publicação britâni-
De acordo com a análise, os meios ca assinala que Afonso Dhlakama
ostentados pela polícia em 29
passou por apuros, em geral, atri-
de Dezembro para impedir uma
buídos a planos dissimulados do
marcha da Renamo são mais uma
regime, que já tinham afectado a
manifestação da aposta de alas ra-
sua confiança, referindo às duas
dicais do partido no poder em levar
emboscadas que sofreu em Setem-
o principal partido da oposição a
bro e ao cerco da sua residência pela
uma acção militar, visando desen-
cadear uma reacção que seja usada polícia, em Outubro.
um
como oportunidade para liquidar “O cálculo com base no qual os sec-
Afonso Dhlakama. tores radicais supostamente agem é
“O aparato exibido pelo contingen- o de que Afonso Dhlakama, a par-
te da polícia na operação de 29 de tir das suas bases, tenderá a lançar-
Dezembro (viaturas blindadas, em- -se numa campanha armada contra
prego de cães-polícia), bem como as Forças de Defesa e Segurança,
o cerco montado à sede da Rena- quando perder toda a confiança na
mo, ponto de partida da passeata, Frelimo e deixar de acreditar numa
foi considerado manifestamente solução negociada destinada a fazer
desproporcional tendo em conta o valer interesses que considera legí-
´motivo` aparentemente inofensivo timos”, diz a publicação.
do seu accionamento”, lê-se na pu- Tal cenário, continua a AC, é visto
de
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&216(/+2081,&,3$/
de
3HORXURGDV)LQDQoDV
$9,62
Avisam-se aos Munícipes da Cidade de Maputo GD5iGLR
que a partir do dia 04 de Jeneiro de 2016, inicia a co- 3RVWRGH&REUDQoDGH.D0SIXPX²$Y7RPiV
1GXGDQ
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,UPmRV5XELQ%DLUUR;LSDPDQLQH
Os pagamentos deverão ser efectuados nos se- Mais informações sobre o assunto, poderão ser ob-
guintes locais: tidas junto ao Departamento de Receitas do Con-
5HFHEHGRULD0XQLFLSDO²$Y.DUO0DU[Q selho Municipal, sito na Avª Karl Marx, nº 173, 1º
5& andar.
3RVWR GH &REUDQoD GR $WHUUR GD 0D[DTXHQH
(VTXLQDGDVDYHQLGDV=HGHTXLDV0DQJDQKHODH Maputo, Dezembro de 2015
5XDGR3kQWDQR A Vereadora das Finanças
3RVWRGH&REUDQoDGD5iGLR0RoDPELTXH²5XD Ilegível
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SOCIEDADE
o
do moçambicano, Armando do as dificuldades que estavam a tra- o país africano não possuía limite
Guebuza, desbloqueando uma verba var a canalização da verba, enfatizan- de crédito no Fundo de Garantia à
de 320 milhões de dólares a favor da do a questão sensível da abertura de Exportação (FGE), responsável por
construtora Andrade Gutierrez, que uma conta no estrangeiroo para sedear
log
cobrir um eventual calote”, diz a co-
está a edificar a barragem de Moam- o financiamento. municação social brasileira.
ba Major, na província de Maputo, Na sequência do telegrama expedi- Em 16 de Julho de 2014, dez me-
refere uma correspondência da em- do pela sua embaixada em Maputo, ses depois da reunião da Camex e já
baixada do Brasil em Maputo, divul- Brasília agendou o ponto sobre o fi- durante a campanha para a eleição
gada pela imprensa daquele país. nanciamento do BNDES para a 97ª presidencial no Brasil, foi assinado
Reunião do Conselho de Ministros um contrato entre Manuel Chang, o
De acordo com informações constan- da Câmara de Comércio Exterior BNDES e a Andrade Gutierrez, pre-
BNDE
tes da correspondência da embaixada (Camex), órgão ligado ao Conselho
vendo uma linha de crédito de 320
brasileira em Moçambique, caso o de Governo da Presidência da Repú-
milhões de dólares.
ció
BNDES (Banco Nacional de De- blica, na altura presidido por Fernan-
A verba foi encaminhada para um
senvolvimento Económico e Social), Telegrama secreto do Itamaraty relata que Dilma se dispôs a destravar o emprésti- do Pimentel, então ministro do De-
mo camarada do BNDES para Moçambique consórcio formado pelas empreiteiras
banco estatal brasileiro, não recuasse senvolvimento, Indústria e Comércio
Zagope Construções e Engenharia,
na exigência de que o Governo de era dirigida por Lígia Maria Sherer. desenvolvimento, realizada em Mar- Exterior (MDIC) e fiel escudeiro de
Armando Guebuza devia abrir uma Dilma. controlada pela Andrade Gutierrez, e
“Haveria indícios de que o Brasil ço de 2013.
conta no estrangeiro para domiciliar Segundo a imprensa, a matéria foi Fidens Engenharia, responsáveis pelo
perderia o projecto para empresas de
o financiamento, a construção da bar- alvo de votação e ganhou a posição de projeto de construção da barragem
outros países se a questão do finan- “Resolvo o assunto” – Dilma
ragem de Moamba-Major seria adju- ciamento pelo BNDES não pudesse Roussef Pimentel, que defendia a flexibiliza- no país africano.
dicada a outra empresa. ser solucionada”, afirma a mensagem Vou “resolver o assunto”, terá dito ção das garantias, abrindo uma clara A Zagope, adianta a imprensa bra-
Para Guebuza, seria lesivo para os in- Dilma a Guebuza, confrontada com sileira, é uma empresa que tem sido
so
da embaixada brasileira em Maputo. excepção para Moçambique.
teresses de Moçambique e cairia mal O antigo chefe de Estado moçambi- o risco de a Andrade Gutierrez ficar “O representante do Ministério da visada pelos procuradores que inves-
perante os doadores que o país abris- cano fez chegar à sua homóloga bra- sem o apetitoso negócio da barragem Fazenda, Dyogo Oliveira, reforçou tigam casos de corrupção no Brasil,
se uma conta no estrangeiro para sal- sileira a posição do país em relação de Moamba Major. que a abertura de uma conta era mui- incluindo o sonante “Lava Jacto”, que
dar uma dívida ao Brasil, relata a im- ao empréstimo do BNDES, durante Apesar dessa garantia, o processo to importante e ainda ressaltou que já levou a várias detenções de figuras
prensa brasileira, citando telegramas um encontro em Durban, à margem não terá avançado com a celeridade caso essa premissa fosse descartada ligadas ao Partidos dos Trabalhado-
da embaixada em Maputo, quando de uma cimeira dos países em vias de esperada.
ada. O ministro das Finanças da surgiriam outros dois problemas. Pri- res, de Dilma Roussef.
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Bolseiros na Argélia sem subsídios
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S
ão no total 234 estudantes, no ensino “é necessário que a pessoa sendo que Moçambique compartici-
na sua maioria a frequentar esteja bem consigo mesma, poucas pa com algum subsídio apenas para
cursos de licenciatura e cerca preocupações, mas se estamos na aula reforçar.
de
de 15 no nível de mestrado e a pensar em como vamos fazer para Admitiu, entretanto, que em 2015, o
que, durante o último trimestre de comer ou chegar a casa; em onde IBE pagou apenas três trimestres.
2015, não tiveram seus subsídios de vamos arranjar sabonete para tomar Tivemos dificuldades no quarto tri-
bolsas. Numa missiva ao SAVANA, banho; onde vamos escrever, isso per- mestre. Não tínhamos capacidade de
aqueles bolseiros moçambicanos em turba o aproveitamento pedagógico”. pagar os últimos três meses porque
diferentes anos, na Argélia, refe- Até falam de prostituição como con- tivemos défice orçamental”, assumiu
rem que o atraso na canalização do sequência do atraso. Miguel Inácio.
dinheiro por parte do governo mo- Neste tipo de situação, as nossas miú- Contudo, avançou, o dinheiro viria
çambicano chega a obrigar algumas das, sendo as mais sensíveis, para po- a ser transferido em Dezembro para
raparigas a se prostituírem para con- derem ter o que comer são obrigadas a embaixada, mas como o processa-
io
seguir sobreviver num País cujo cus- a se prostituírem”, denunciam. mento leva seu tempo, o subsídio, por
to de vida tende a se agravar. Agastados, dizem que até pensaram sinal referente apenas a dois e não
em desistir, mas a única coisa que os aos três devidos, só chegou aos des-
Na sua maioria a cursar engenharias e motiva a continuar é a formação que tinatários nos princípios de Janeiro
geologia, esta última área que é apos- o governo Argelino lhes proporcio- corrente.
ta das autoridades moçambicanas nou. Negou que os visados estejam a pas-
ár
visando fazer face à indústria extrac- Manifestar-se é o que está totalmen- sar por situações extremas, infor-
tiva, os estudantes têm direito, indivi- Director Geral Adjunto do IBE desdramatiza queixa dos estudantes bolseiros
te fora das suas equações, devido à mando que, além do pagamento das
dualmente,, a USD 525 por trimestre. experiência amarga no passado. propinas e alojamento, o Governo ar-
Mas foi a 16 de Julho do ano passado baixada organizou dois mega eventos, e outros porque o custo de vida dis- “Já pensamos em manifestação, mas gelino canaliza a todos os estudantes
que receberam aquele que acabou por tendo alguns estudantes como convi- parou. na primeira manifestação que fize- bolseiros naquele País, incluindo os
ser o último subsídio do ano. Era re- mos em Fevereiro de 2012, devido ao moçambicanos, outro subsídio cuja
dados, em locais hyper, com carros e “Ao menos se cobrissem um prato
ceiro trimestre. O quar-
ferente ao terceiro mesmo problema, a embaixada amea- quantia não precisou.
Di
o
U
m grupo de cinco profes-
sores, em representação de
um total de 44 profissio-
nais da educação, denun-
log
ciou, esta semana, ao SAVANA,
o “encerramento ilegal” do curso
nocturno, na Escola Secundária
Estrela Vermelha, um estabele-
cimento de ensino no centro da
cidade de Maputo, paredes-meias
com o populoso mercado que leva
o mesmo nome e conhecido por
se dedicar à venda de peças de via-
ció
turas, muitas delas provenientes
de contrabando. Os professores
denunciaram também aquilo que
consideram “rescisão ilegal dos
contratos de trabalho”, mas tanto
a direcção da Escola, como a de
Educação e Cultura do Distrito
Municipal de Kapfumo, refutam
todas as acusações.
so
xaria para 15, número considerado
feita a partir de dados viciados pela são não foi tomada ao acaso e que o tivo da Estrela Vermelha era me- professores não tem nada a ver com
direcção da escola. na função pública. problema é antigo e não é exclusivo o encerramento do curso nocturno.
nor e, no início do ano lectivo de
“A Escola Secundária Estrela Ver- O Estatuto dos Funcionários e daquela escola e nem daquele perí- Cossa revela que esta medida
2015, reunimo-nos com a direcção
melha tinha o maior efectivo do Agentes do Estado refere que, para lectivo.
odo lectiv abrange todos os professores con-
da escola e orientamos a mesma a
curso nocturno, ao nível do Distrito a rescisão do contrato, o pré-aviso “Este problema não é novo e nem tratados ao nível da cidade capital.
organizar as turmas conforme o re-
Municipal de Kapfumo”, advogam. deve ser de 120 dias e, para término nosso. É um problema de Kapfumo.
nosso “Os professores já sabiam que iam
gulamento (40 a 45 alunos). Mas,
Segundo aquele grupo de docen- do mesmo,, este deve ser feito com Não temos alunos, porque a maior rescindir os contratos. Tivemos
durante a inspecção feita no ano
tes, esta decisão foi tornada pública uma antecedência de 60 dias. parte deles vem dos distritos subur- uma reunião com todos os profes-
passado, voltamos a constatar que
através de uma sms, a duas semanas “Fomos avisados no dia 05 de banos. Estrela Vermelha avançou sores contratados, na Josina Ma-
o efectivo era menor (23 a 30) e a
do término do ano de 2015. Novembro que iam rescindir os com o encerramento, mas podia proposta foi de encerrarmos o cur- chel, onde foi discutido este ponto
io
“Não tivemos nenhuma comunica- contratos connosco no dia 31 de ter sido a Francisco Manyanga ou so nocturno”, conta Cossa. e, em Novembro, apenas houve a
ção oficial. Apenas recebemos sms Dezembro. Os contratos de maior Josina Machel, que reclamaram em Porque o problema é generalizado formalização do processo”, escla-
a dizer que a partir deste ano não parte de nós terminam em Setem- primeiro”, sublinha. ao nível da zona cimento, a direc- rece.
haveria curso nocturno na Esco- bro deste ano, porque os mesmos “Este problema verifica-se também
la”, revelam as fontes, visivelmente eram bienais”, disse um dos lesados. no curso diurno, onde temos salas a
ár
O
Di
Em Maputo
o
Por Ricardo Mudaukane (Texto) e Mauro Vombe (Fotos)
log
V
estem marcas como Billa- pessoal e da família, sobre a caça
bong e Reebok ou “shorti- para a sobrevivência, a ser um genro
nho”, no caso das meninas, obediente e marido determinado,
cortam “crista” à Balotelli, e mas também o respeito pelos mais
usam o último Ipad, nunca foram velhos, explica Felisberto Ululu, já a
a Mueda nem a Muidumbe, mas arrastar algumas palavras encrava-
entregaram-se para viver em reclu- das entre doses de Heineken.
ídos por 30 dias e 30 noites, a par- Os rapazes dirigem-se para um
tir do dia 05 de Dezembro do ano mangal ao lado da capela, onde vão
ció
passado. receber de duas matriarcas uma un-
ção de cor prateada que nenhum
Saíram do isolamento no último dos familiares sabe explicar de que
domingo, dia 10, os rapazes en- é feita. “Pergunte às vóvós”, respon-
vergando terno e as meninas com de um jovem que espera pelo seu
finos recortes de cetim, tudo muito irmão mais novo, ante a pergunta
contemporâneo. São a última gera- sobre o conteúdo daquele líquido
ção da etnia maconde em Maputo que as duas mulheres põem com o
a passar pelos ritos de iniciação, a dedo na testa dos miúdos.
so
mais de dois mil quilómetros do “Dá lá 100 (meticais)”, grita o mes-
berço da principal marca de água tre mais velho para o irmão de um
identitária do grupo populacional miúdo que acaba de ser benzido e
que mais guerrilheiros forneceu à teve a “grande sorte” de a unção não
Frelimo na luta contra a dominação se desviar de trajectória entre a tes-
colonial portuguesa. Meninas já ritualizadas são recebidas por familiares do sexo feminino que as cobrem completamente a cabeça ta até à divisão das ventas. “Vai ser
“Se estivéssemos lá na terra, em um miúdo direito”, explica o mestre,
Mueda, estaríamos à espera dos ja dos 12 Apóstolos e pela Igreja querda que faz um “yó-yó” para o ça, as meninas, já ritualizadas e justificando o preço do “milagre”
meninos e das meninas a beber Universal do Reino de Deus”, narra ar e para a parte íntima das meni- exaustas, retiram-se do palco de Logo que o untado, de cabeça co-
um
upombe e likamba ou o que vocês Ululu, um maconde de 52 anos, “ri- nas significa que foram preparadas areia e são logo recebidas por fa- berta com o véu de capulana, apar-
cá no sul chamam por thothon- tualizado” em Mueda, aos 13 anos, para cuidar com responsabilidade miliares do sexo feminino que as ta-se dos que ainda não receberam
to, mas aqui é na capital, bebemos sobre o destino dado à infra-estru- e amor do futuro marido”, explica cobrem completamente a cabeça e a bênção, é cumprimentado pelos
isto”, diz ao SAVANA, Felisberto tura da Igreja Católica, que veria Sousa Zamana, um jovem “macon- as encaminham aos carros, alguns parentes. O familiar toca a sua tes-
Ululu, içando uma Heineken, por como uma heresia a solenidade ali de” ritualizado em 2008 e que in- topo de gama, que esperam a pou- ta com a do ritualizado e levanta-
entre a multidão que espera com realizada no Domingo. terrompeu o curso de Direito na fa- cos metros, de onde seguirão para -o duas vezes com força, em sinal
cânticos e danças pelas meninas e Depois das 14:00, a entrada de culdade, da UEM, ali ao lado, onde casa, para uma festa já mais mun- de “já estás crescido, rapaz”, como
meninos que terminaram cerca de rapazes com idades entre 15 e 25 se ensina o rito processual do direi- dana em honra aos novos membros manda o protocolo.
30 dias de lições da terra dos seus anos, trajando camisetes vermelhas to da Família Romano-Germânica. da comunidade. Como fizeram as meninas, os rapa-
pais, que os vão acompanhar pelo com nomes que soam a alcunha e Nascidas e a fazerem-se mulheres
resto das suas vidas. diminutivos e com batuques e api- no Bairro Militar, Sommerschield
De resto, para animar a recta final tos a tiracolo, não engana. Algo sé- ou Coop, elas não têm as escarifica-
de
da cerimónia, a Cervejas de Mo- rio está para acontecer. E acontece. ções que são a marca registada das
çambique colocou lá uma caravana Duas colunas de meninas dirigem- suas mães e avós. Se calhar, daqui a
com tambores de cerveja, vendida a -se à entrada da vedação ao lado da alguns meses, terão partes do corpo
preços de oferta. capela. tatuadas com o nome de uma ar-
O local que vai acolher o acto final Sob ordens de um mestre mais ve- tista de uma “girls band” ocidental,
dos ritos de iniciação dos macon- lho, visivelmente inebriado e com o talvez de uma Beyoncé ou de uma
des de Maputo também é “contra- peito repleto de colares de missan- Nicki Minaj.
-natura”. Não tem nada a ver com gas, entram na cerca e posicionam- Além de terem aprendido a im-
um baldio qualquer de uma aldeia -se para a dança, levando a mul- portância de satisfazer o homem
io
de Nangade ou Chai, em Cabo tidão, parte dela empoleirada no na cama, também lhes foi ensinado
Delgado. A cerca feita de corda de tecto da antiga Igreja Católic
Católica, ao que o marido se conquista pela co-
“nylon” está “paredes-meias” com êxtase, exacerbado pelo calor incle- mida. O gesto em que elas mexem a
uma antiga capela da Igreja Cató- mente do verão de Maputo
Maputo. panela numa das coreografias mos-
lica no coração do “mítico” Bairro Ao ritmo das batucadas dos rapa- tra que estão prontas para “pilotar
Cânticos e dança mapiko marcaram a cerimónia
Militar, um despojo da guerra colo- zes, as adolescentes, com idades en- o fogão”.
ár
nial paraa onde foi viver o grosso da tre os 10 e os 15 anos, coreografam “Nasci e cresci em Maputo, mas Para trás, ficaram as roupas do cár- zes, incluindo alguns matulões que
etnia maconde, após a independên- com força os números que ensaia- sem os ritos de iniciação não me cere voluntário, literalmente quei- não foram baptizados a tempo, hão-
cia de Moçambique,, em 1975. ram durante o tempo de reclusão. sinto completa, sou uma estrangei- madas para dar lugar a uma nova -de ir dançar na vedação ao lado da
“A capela é agora usada pela igre- “Tudo ali tem sentido, a mão es- ra na minha própria etnia, é algo maconde. As miúdas já podem ver capela, mas com maior energia, para
que eu sempre quis, para sentir par- o pai e outros homens, porque es- mostrar a força maconde, a mesma
te da minha identidade étnica”, re- tavam privadas disso durante a re- de que a Frelimo tanto precisou
Di
lata Ágata Faustino, que teve o seu clusão e entregues aos cuidados das para que no domingo fosse possível
“baptismo” tradicional em 2001 e madrinhas e matronas. ver ritos de iniciação num local cer-
está agora com 26 anos. cado pelo glamour de Maputo.
Ao passar pelos ritos de iniciação, Os futuros patriarcas ma- E depois já podem ver as mulheres,
prossegue, sentiu-se uma verda- condes porque, contam os presentes, du-
deira mulher maconde e diz que Após um interlúdio de cerca de 30 rante os 30 dias não podiam passar
aprendeu lições que se estão a mos- minutos, um grupo de rapazes sai por perto, mesmo que o armazém
trar importantes na vida académica, de um armazém decrépito que foi seja ladeado por um caminho mui-
profissional e conjugal. a sua casa nas últimas quatro sema- to movimentado da “Colômbia”, o
“Os ritos de iniciação são uma nas, bem perto da capela. “Se fosse outro nome do Bairro Militar, em
grande escola, aprende-se o respei- em Mueda, sairiam de um mato “honra” à fama de ali ser um alega-
to, caridade, amor e determinação”, isolado da aldeia”, contextualiza do ponto de venda de drogas.
sintetiza Ágata, que diz que sempre Felisberto Ululu, “corroborado”, por “Se as mulheres passam perto
que pode não perde a festa dos ritos um aceno de cabeça, por um fami- dos rapazes que estão a ser ritua-
Um menino ritualizado recebe um óleo tradicional na testa como símbolo de de iniciação no Bairro Militar. liar que acompanha a conversa. lizados… podem ser violadas”, diz,
maturidade Após cerca de 30 minutos de dan- Ali aprenderam lições de defesa com hesitação, Felisberto Ululu.
Savana 15-01-2016 13
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14 Savana 15-01-2016 Savana 15-01-2016 15
NO CENTRO DO FURACÃO
L
íder do crime organizado petência no México em matérias de menor da gestão das drogas, citado
no México descuidou-se na segurança e criminalidade. Daí que pelo El País, domina 30% do tráfi-
clandestinidade e começou a tenha sido o próprio Presidente a co de marijuana e cocaína e mais de
o
contactar actrizes para uma anunciar em primeira mão a captu- 60% nas transacções de heroína. O
longa-metragem sobre a sua vida. ra de El Chapo,, no Twitter. “Missão cartel é uma autêntica multinacio-
Conseguiu fugir à polícia pelos es- cumprida: temo-lo.” nal: existe em 17 países e gera re-
log
gotos e roubar um carro antes de Extradição ceitas que rondam os 3200 milhões
ser capturado. El Chapo fugiu não uma, mas duas de euros anuais. De tal maneira que
vezes de prisões mexicanas. Sema- Guzmán e a sua fortuna de mil mi-
O mais icónico narcotraficante das nas antes da surpreendente
preendente fuga lhões de dólares chegaram a entrar
últimas décadas regressou neste sá- de Julho, as autoridades mexicanas na lista dos mais poderosos da re-
bado à mesma prisão de onde or- tinham recusado pedidos para a ex- Forbes.
vista F
questrou uma espectacular fuga em tradição do poderoso chefe de cartel Parte da lenda de “o baixinho” é
Julho. Joaquín El Chapo Guzmán para os Estados Unidos, onde en- exagerada, mas quebra-se um outro
passou as últimas horas a servir de frenta, como no México, várias acu- mito. Joaquín El Chapo Guzmán
garantia da competência do Gover- sações graves, como tráfico de droga pode ser considerado baixo quando
ció
no mexicano, que o fez caminhar e homicídio. Os norte-americanos comparado com a média de altura
diante dezenas de câmaras de te- ficaram desagradados com a recu- mundial. Mas não o deve ser no
levisão no hangar da Procuradoria- sa, sobretudo depois de Guzmán seu país. Mede 1,68 metros, mais
do – o cartel da Sinaloa é conhecido várias tentativas de detenção e en-
-Geral da República, onde o espe- ter fugido de El Altiplano
Altiplano, perto da um centímetro do que a média de
por construir ligações subterrâneas trou em acesas trocas de tiros com
ravam perto de 300 representantes Cidade do México. altura dos homens mexicanos regis-
entre vários edifícios clandestinos, a polícia. Numa ocasião, a sua noi-
de meios de comunicação nacionais Há razões para crer que desta vez tada em 2006 pela OCDE e dois
para facilitar fugas de último mo- va – rainha de beleza em Sinaloa
e internacionais. E El Chapo sur- será diferente. A Reuters avança mais alto do que Pablo Escobar.
mento. Mas a polícia desta vez es- – foi abatida pela polícia ao sair de
giu, manietado e forçado a voltar a neste sábado que o Governo quer Mas talvez não chegasse ao ponto
tava preparada: havia uma segunda um carro armada com uma pistola.
cara para os holofotes que, tal como extraditar El Chapo para os Esta- de criminalidade mitológica em que
so
equipa de intervenção no sanea- Tentavam capturar Iván, mas foi ela
ele, acreditam na sua lenda. dos Unidos e que o processo pode vive se não fosse pelo complexo de
mento de Los Mochis. quem morreu. Ele conseguiu fugir
A vaidade traiu-o. Meses depois de estar já concluído a meio do ano. De inferioridade nascido, em parte, da
El Chapo estava com o seu braço- e começou uma contenda pública
escapar da prisão de El Altiplano acordo com a agência, responsáveis sua baixa estatura.
-direito, Cholo Iván. Confrontados com o general da nona zona militar
por um sofisticado túnel de quiló- mexicanos estão com receio de uma É isso mesmo que sugere o perfil
novamente com a polícia, improvi- de Sinaloa, a quem acusou de assas-
metro e meio que ligava o seu duche terceira fuga da prisão, o que, à par- psicológico de Guzmán construído
saram. Saíram por uma tampa de sinar o povo em grandes letreiros
a uma obra em curso fora da prisão, tida, é menos provável acontecer no na prisão de El Altiplano. “É tenaz
esgoto que dava para a rua e con- espalhados por três cidades no ani-
Guzmán decidiu avançar com um vizinho a NNorte. e o seu sentimento de inferiorida-
seguiram roubar um carro. Atingi- versário da morte da noiva.
projecto para uma longa-metragem É pouco provável que a detenção de reflecte-se numa expressão de
ram a auto-estrada, mas acabaram A detenção de ambos, mas, acima
sobre a sua vida. Foi um capricho de El Chapo enfraqueça o pode- superioridade intelectual e de am-
interceptados. Renderam-se pacifi- de tudo, de El Chapo, é um balão de
um
que lhe custou a liberdade. Os pri- roso cartel de Sinaloa. Apesar das bição desmedida pelo poder. Tem
camente. oxigénio para o impopular Governo
meiros contactos de interlocutores prisões passadas do líder, a organi- necessidade de liderança, controla
Cholo Iván é o grande sicário do de Henrique Peña Nieto – nun-
e advogados a actrizes e produtores zação cresceu ao ponto de se tornar o meio envolvente e é obsessivo,
cartel de Sinaloa e também a sua ca outro executivo mexicano teve
deixaram o rasto que a polícia aca- no líder indiscutível do mercado do embora moderado nos seus actos de
vida tem contornos hollywoodes- uma taxa tão baixa de aprovação.
baria por seguir, primeiro, até a uma tráfico de droga nos Estados Uni- vingança.”
cos. Como o seu patrão, Iván fugiu O chefe de cartel
cartel transformou-se
zona montanhosa onde El Chapo dos – onde, segundo o livro O mal Pubico.pt
de uma prisão, escapou no limite a num símbolo da persistente incom-
se escondera inicialmente, e, mais
tarde, ao seu estado natal de Sina-
loa, cidade Los Mochis, onde foi
capturado na sexta-feira.
A investigação começou pela com-
plexa construção que El Chapo
Tribunal interroga membros do Governo
de
O
julgamento dos 17 provado que “a prisão em fla-
da Sinaloa para traficar droga para jovens angolanos grante delito foi excessiva”.
os Estados Unidos e um advogado activistas de direitos Confrontado pela defesa com
de Guzmán. Sabiam que o líder humanos, acusados o facto de o mandado do MP
do cartel se refugiara no chama- de actos preparatórios de re- ordenar apenas a busca e apre-
do Triângulo Dourado, uma vasta
io
O seu segundo descuido foi querer Wacussanga, da Arquidiocese Mundo”, que se encontra detido Ainda na sessão desta segunda- conseguido mediante perícia,
regressar à cidade. Quem fez os pre- do Lubango, membro inte- por confrontos entre membros da- -feira foi ouvido o chefe da equipa no momento sem os resultados
parativos para uma casa em Sinaloa grante do suposto governo de quela igreja e polícias, que resultou do Serviço de Investigação Crimi- não se podia dizer que clara-
fazia parte da equipa dos túneis do salvação nacional, indicado na morte de várias de pessoas. nal (SIC), Pedro João António, que mente havia algum crime”, fri-
cartel e era, por isso, vigiado pela para assumir a pasta de presi- Questionado pelo juiz da causa so- procedeu à detenção dos primeiros sou.
polícia. Quando El Chapo chegou dente da Comissão Nacional bre quando é que soube da existên- 13 réus no dia 20 de Junho de 2015, Para Luís Nascimento, essa se-
na sexta-feira àquela que seria a sua Eleitoral. cia do referido governo, o padre Pio na Vila Alice, em Luanda, quando gunda fase do julgamento de-
casa, as forças especiais mexicanas Este suposto executivo go- Wacussanga respondeu que oficial- estes se encontravam numa das verá levar mais tempo do que
demoraram poucas horas a actuar. vernativo, apresentado como mente foi a primeira vez que ouvia sessões de acção formativa para os o previsto - estão agendadas
El Chapo quase logrou nova fuga. prova no processo contra os falar do referido documento e que alegados actos de rebelião. sessões até quinta-feira -, face
A operação para recapturar o íco- réus e que terá resultado de tinha tomado conhecimento que o Ao declarante foram colocadas vá- ao número de declarantes e ao
ne do crime organizado mexicano uma escolha nas redes sociais, seu nome fazia parte da lista atra- rias questões pelo juiz, pela procu- ritmo em que está a decorrer a
começou de madrugada. Guzmán é composto por um conjunto vés das redes sociais, o que supôs radora do Ministério Público (MP) sessão.
aproveitou um primeiro momento de pessoas que supostamen- tratar-se de uma brincadeira. e pela defesa, tendo o advogado “Por esse ritmo somos capazes
de troca de tiros entre os seus segu- te iriam substituir o governo “É a primeira vez que oiço oficial- Luís Nascimento concluído que de demorar mais do que a audi-
ranças e as autoridades e fugiu para legitimamente eleito, tendo com os seus esclarecimentos fica ção dos 15”, referiu
mente falar desta lista, não é uma
os esgotos, como já fizera no passa-
Savana 15-01-2016 17
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18 Savana 15-01-2016
OPINIÃO
EDITORIAL Cartoon
O prémio dúbio de Maleiane
A
pesar de sermos o país que desgraçadamente se situa entre os
10 mais pobres do planeta, não faltam entre nós lustrosos 4x4
o
e prémios de todas as formas e feitios, para todos os gostos e
apetites.
log
prietária deste jornal, recebe propostas de prémios, com o devido orça-
mento para presença na gala, estatueta, diploma e o vídeo de ocasião.
Há empresas públicas, monopolistas no seu sector de actividade, que
anualmente enchem páginas de publicidade com os “prémios” alcan-
çados, porque importante para a auto-estima, uma das palavras de or-
dem da anterior administração, a tal que o presidente Nyusi diz ter
deixado o cofre arrombado. Só para o registo, as visitas cirúrgicas do
PM mostraram as mazelas do tal grandioso sector público. No mesmo
diapasão, o aumento exponencial dos apagões mostram o lado escuro
da política da electrificação do distrito sem infra-estrutura à altura.
ció
Aqui chegados, deparamo-nos com as hossanas transversais da acrítica
comunicação social moçambicana, ao prémio atribuído pela respeitada
revista “The Banker” a Adriano Maleiane, como ministro das Finanças
africano do ano, por estimular o crescimento e a estabilização da eco-
nomia moçambicana.
A revista explica com algum detalhe as razões das distinções a Maleia-
ne, razões a que se opõem uma grande parte dos nossos economistas
e reputados comentadores. À altura em que o júri tomava a sua douta
so
semeando o pânico entre todos os sectores de actividade, acomodados
durante vários anos aos 30 meticais, ou seja, menos 100% do valor a que
chegou a ser transaccionado em Novembro. A inflacção acumulada,
sabemos agora, disparou para os 10,55%, cinco vezes mais o patamar a
que estávamos habituados. O crescimento deve baixar 1% - apesar de
2 pontos percentuais acima do crescimento da África Sub-Sahariana
- e a dívida externa, nas visões mais optimistas, está no limiar do sus-
dos Princípios Académicos
tentável, as receitas fiscais (não se sabe porque foi cancelada à última Por: Hermínio Paulino Chissico
hora a conferência de imprensa da czar do fisco), aparentemente fica-
O
ram aquém das expectativas. A cooperação internacional, cansada de Professor Elísio Maca- Renamo a radicalizar-se cada vez
um
não ser ouvida, bateu com a porta ao apoio directo ao Orçamento de
fórmula para que se resolva este
mo, reputado intelectual mais, o que é desnecessário tendo
Estado(OE) e voltou à velha fórmula dos programas bilaterais. problema entre o Governo e a Re-
moçambicano com re- em vista a urgente paz e harmonia
É este o cenário económico do país que tem o seu ministro das Finan- namo, de modo que o ódio condu-
conhecidos préstimos social que se almeja.
ças entronizado pela “The Banker”. cente à guerra dissipe-se.
académicos a nível mundial, pro- De intelectuais do gabarito de
Porém, seria simplesmente oportunista colar Maleiane ao mau desem- Ademais, devido ao seu “peso”, de-
nunciou-se, recentemente, através Macamo, esperamos fórmulas;
penho da economia e da moeda moçambicana ao longo de 2015. via, particularmente neste assunto,
Todos sabemos que os problemas vêm de trás e só um homem corajoso de alguma imprensa local,
loc relati- esperamos ideias para a solução “interromper” o gozo do exercício
e com o sentido de missão, como o demonstrou ser Maleiane, poderia vamente às reivindicações da Re- dos problemas. E essas fórmulas, de liberdade de expressão, dizendo
assumir a direcção de uma casa que à partida, melhor do que ninguém, namo; mormente a contestação essas ideias devem ser apresenta- quem está certo ou errado nesta
sabia que tinha as portas arrombadas. desta quanto aos resultados das das, sabia e criteriosamente, nos contenda que se instalou após as
Apesar de ser visto como pouco flexível mesmo entre os seus pares, últimas eleições gerais, algo que se fóruns políticos; nas estruturas últimas eleições gerais – o senhor
Maleiane foi o primeiro a dar a cara pelo mau negócio que foi a Ema- traduz, actualmente, numa assus- políticas, nos fóruns académicos,
de
tum, avançou com algumas propostas alternativas de pagamento da tem muitos admiradores e segui-
tadora instabilidade política. nos fóruns religiosos. Aliás, este dores, principalmente no mundo
dívida, correctivos de procedimento para evitar “novas ematuns”, mas,
Resumida e objectivamente, Ma- académico tem espaço suficien- académico, e, dada a fragilidade
o que é certo, não há ainda luz indicando que tenha alcançado o re-
escalonamento da dívida, isto quando para Março está prevista nova camo dá legitimidade às posições te para expor as suas matrizes; humana, a consequência pode ser
factura. Renamo neste imbróglio polí-
da Renamo, recordo-me que, há alguns anos, destes também se juntarem a um
Foram libertados os dinheiros do reembolso do IVA – a “The Banker” tico
tico. na Universidade onde eu estudava, dos lados da frágil corda da paz e
em USD160 milhões – mas os economistas locais associam o facto ao Pessoalmente, entendo que um a convite da mesma, participamos aumentar-se o ódio sanguinário.
excesso de liquidez que em certo momento fez derrapar a estabilidade académico, um cientista não deve em duas frutuosas palestras dadas Antes mesmo de terminar, abro
do mercado monetário local. fazer parte do problema; mas sim pelo mesmo. Recordo-me ainda, um breve parenteses para recor-
Houve de facto um orçamento rectificado para 2016 – sonegado pela da solução do mesmo. – Ora, qual que num dos seus discursos, o dar que Mia Couto (peso pesado
io
maioria dos media – mas a sua autoria tem sobretudo a mão do FMI é a mais-valia deste posiciona- antigo PR, Armando Guebuza,
(Fundo Monetário Internacional), condicionante para a “esmola” de como Macamo), aquando do pro-
mento público (ainda por cima) citou palavras de Elísio Macamo, blema da xenofobia em Abril últi-
USD286 milhões, que darão sobretudo para honrar os compromissos
internacionais. Houve redução do deficit orçamental, mas perante as de Macamo, neste contexto de como auxílio do que pretendia di- mo na RAS, consciente da sua res-
pressões internacionais e as condicionalidades
nalidades não precisa o ministro perturbação da paz no país? Por zer, algo raro pois muitos de nós ponsabilidade social, interpelou,
de ser um às para saber que era a única opção de que dispunha. que razão o Professor Elísio Ma- quando apresentamos os nossos por escrito, o Presidente Zuma
ár
Aliás, cortejar a cooperação e os parceiros internacionais é uma das camo deve entrar na confusão e trabalhos, citamos os Sarte, Pi- para pedir a intervenção do mes-
tarefas de Maleiane,, depois da soberba e muita arrogância exibida por ficar de um dos lados da corda que tágoras, Piaget, Pavlov, Freud…, mo com vista a pôr termo aos ata-
anteriores interlocutores, de barriga cheia pelas extemporâneas receitas está sendo, perigosamente, puxa- para reforçar o nosso argumento. ques contra estrangeiros naquele
das mais-valias sobre os futuros do gás da bacia do Rovuma. da? O que o país ganha com este Alguns jornais e revistas pedem país e foi respondido – portanto,
Logo, o problema do prémio não é Maleiane. Mas convenhamos que seu ponto de vista, num momento a este académico para que ocupe fez parte da (tentativa) resolução
anda por aí à solta muita distração. E, sobretudo aquela dose de pater-
de desgaste quão este? colunas onde possa apresentar as do problema – é aqui onde reside
Di
As sereias de Pebane
o
À
entrada do seu terceiro ano deria fazê-lo. no meio disso, Bartolomeu de Gus- meu, que tem a mania de que é cra- cobrir um segr qualquer. Camilo,
segredo qualquer
log
como jornalista, em Outubro As deslocações a distritos como Mor- mão e Camilo Darsan fizeram amiza- que nas saias, se tiver como destino desespero e um pouco
um pouco em desesper
de 1984, Bartolomeu Dias de rumbala, que sangravam tanto no seu de circunstancial com o encarregado Pebane, cuidado com as mulheres de desconfiado, decidiu voltar ao bazar e
Gusmão foi enviado à Zam- tecido social como no económico e dos armazéns provinciais que tinham lá, senão de lá nunca mais voltará”. Ao perguntou pelo colega. Ninguém sa-
bézia para a recolha de material que estavam isolados há anos da capital, a missão de facilitar as campanhas de que Bartolomeu respondia, com o seu bia dizer nada. Até que uma matrona
permitisse a posterior elaboração de Quelimane, projectos económicos comercialização agrícola. Uma vez espírito eternamente jovial e enérgico: o chamou de lado e disse: “O teu ami-
reportagens sobre a situação na pro- como a Têxtil de Mocuba e empre- que não havia campanha de comer- “A mim é que não me apanham com go está em casa da Amina”.
víncia. Tinha, então, 24 anos de ida- sas de tradição como a Companhia cialização nenhuma a fazer, porque essas superstições; isso são histórias Camilo Darsan fez o percurso até lá
de. Fez equipa com Camilo Darsan, Agrícola de Madal já só existiam na as zonas de produção estavam sob para bobos”. abandonando o centro da vila e pene-
abando
que era ligeiramente mais velho que memória de alguns. Tudo estava pa- os efeitos da guerra, o responsável do A última etapa de trabalho na Zam- trando no universo fresco do subúr-
ele, tanto de idade como na profissão, rado. Tratava-se, na verdade, de colher armazém ia alegremente aos fins-de- bézia assinalava, de facto, uma ida a bio de casas de colmo ou adobe, sob
ció
e isso lhe valeria como espaldar de a informação que transmitisse uma -semana trocar os produtos que deve- Pebane. Lá chegaram numa tarde de o manto das copas do palmar fresco.
experiência para o trabalho a realizar, sexta-feira ensolarada e quente. Por Quem o recebeu em casa da Amina
imagem positivadora da província, riam ser utilizados nessas campanhas
dado que era a primeira vez que ia impossibilidade de dar início à reco- foi ela própria. Disse: “O teu amigo
numa situação de guerra em que, por com os produtores de sura no Madal,
lha logo naquele fim-de-semana, uma está lá dentro a descansar. Mas não
para uma missão daquela envergadura falta daquela, não se sabia exacta- onde passava tardes agradáveis a be-
vez que as autoridades distritais, tanto me parece com vontade de sair de lá.
no terreno. mente para que lado estava a pender ber do sumo de palma e a promover
políticas como administrativas e mi- Vai vê-lo”. Bartolomeu de Gusmão
a balança, resultando porém pacífico matanças de galinhas para assar na estava deitado de costas numa cama
Na verdade, a tarefa que eles tinham litares, se encontravam em folgança,
que as “gloriosas Forças Armadas” no brasa à boa moda zambeziana. larga coberta de lençóis feitos de ca-
a desempenhar na Zambézia ultra- a equipa de jornalistas deslocou-se
terreno estavam a perder a iniciativa a Bartolomeu de Gusmão e o seu cole- pulana, de corpo inteiramente nu.
ao mercado local, onde o único pro-
passava o simples âmbito jornalístico. cada dia que passava. ga não se fizeram rogados e, sempre Tinha os braços cruzados na nuca. A
so
duto disponível como álcool era sura.
Zambézia era, na altura, uma das pro- Foi um mês de deslocações intensas que puderam, lá passaram uma tarde sua roupa, incluindo a interior, estava
Em contrapar
contrapartida, havia abundância
víncias mais dilaceradas pela guerra por um ou dois distritos, porque não de sábado ou de domingo. Foi por lá pendurada numa das traves que su-
de mariscos frescos. Bartolomeu de
civil. De tal forma que levavam como era possível fazer mais, mas com muito que souberam, por entre conversas, portavam o tecto da casa.
Gusmão caiu de graças à primeira
suporte uma guia de marcha conjun- amor à camisola à mistura conseguiu- porque os convivas eram mais que eles - Vamos embora. Está na hora de me-
vista com a macua Amina Sultuane,
ta dos ministérios da Informação e -se uma recolha substancial. O que os três, que a fama de que gozavam as ter mãos à obra.
sentada à sombra de uma espécie de
da Defesa, que não só lhes abriria as resultaria mais difícil, ulteriormente, mulheres do litoral da província não Bartolomeu olhou para ele com ar
barraco de cartolinas. De formas ana-
portas para os contactos jornalísticos, principalmente para Bartolomeu de era das mais indicadas para os ho- de quem está a falar no meio de uma
fadas, pele muito clara e dentes muito
como também facilitaria a sua deslo- Gusmão, seria equilibrar a realidade mens, principalmente para os visitan- hipnose e disse:
brancos, com o lenço artisticamente - Receio que terás de continuar so-
cação, uma vez que da capital, Queli- no terreno e os dados recolhidos com tes. E entre estas, principalmente as enrolado na cabeça em forma de tur-
mane, para qualquer sede distrital, as zinho, camarada. Eu sinto-me bem
um
a necessidade imposta de transmitir ito de Pebane, que eram com-
do distrito bante e capulanas garridas, ela tinha o
deslocações por terra teriam de ter es- aqui e daqui não saio mais. Voltarei a
uma ideia positiva e encorajadora da paradas às sereias, cujo canto atraía os garrafão de sura entre as pernas afas-
colta militar. E muitas vezes, até, nem Maputo quando puder, mas se calhar
situação da província. O que se vivia inheiros
marinheiros os para abismos de que não tadas e gritava muito alegremente: nunca mais porei lá os pés.
isso bastava, porque só por via aérea, era um drama. mais regressariam. E diziam, meio a “Sura da boa! O petisco é a dona!” Passados anos e pelas notícias espar-
com recurso a avionetas, é que se po- Aconteceu, no entanto, que mesmo brincar, meio a sério: “Você Bartolo- Ali ancoraram os dois jornalistas em sas que iam chegando, soube-se que
alegre conversa. A meio da noite, Bartolomeu Dias de Gusmão conti-
Camilo Darsan, cansado e um pou- nuava em Pebane, andava de calções e
co enevoado com os vapores da sura,
O
Gabinete Central de Com- tamentos tem as suas próprias contas ser usados para ajudar os cidadãos dizer onde é que estava, ou por não
bate à Corrupção de Mo- saberem mesmo, ou por estarem a en- rar um homem feliz.
bancárias, muitas vezes várias contas. moçambicanos mais pobres, estão de
çambique (GCCC) pediu Não são seguidos os princípios bási- facto a desaparecer.
uma revisão urgente do Sis- cos da contabilidade transparente e Os contribuintes directos ao orça-
tema (Electrónico) de Administração responsável – os dados não entram no mento de Estado não apenas têm o
Financeira do Estado (e-SISTAFE), sistema em tempo real, os funcioná- direito, mas também a obrigação de
io
já que parece que o sistema não im- rios públicos partilham passwords, as exigir que a gestão das finanças pú-
pede o uso ilícito dos fundos públicos. auditorias e inspecções são realizadas blicas de Moçambique satisfaça os
vários anos após a ocorrência das ope- padrões internacionais. A razão de Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
ser possível que o GCCC critica o Portal: http://www.oficinadesociologia.blogspot.com
Parte da crise que o País actualmente rações em causa. Poderia continuar –
atravessa remonta da fraca adminis- intermináveis.
os exemplos parecem intermináv e-SISTAFE hoje é que não se tem 459
Comunicação e
ár
tração financeira. Os problemas com A declaração do GCCC é muito feito esta exigência. O argumento
o e-SISTAFE contribuem directa- bem-vinda. Parece que se apercebe- que “o e-SISTAFE é melhor que o
mente para o desvio de fundos atri- ram da existência dum problema com sistema anterior” não basta. Um siste-
buídos ao investimento e às despesas
necessários para o desenvolvimento
do País. Em termos práticos, a retira-
a gestão das finanças públicas. Agora
resta ver o que se vai fazer.
Grande parte do orçamento de Esta-
ma “melhor” que ainda permita des-
vios, perdas, afectação incorrecta, ou
outras formas de “extravio” de fundos
incomunicação
da ilícita de fundos públicos tem um não é um “bom” sistema. Estamos a
do vem de doadores internacionais. O
A
Di
viver agora uma crise que em parte “Rádio Moçambique” salobre”, é fundamental que”, “o
impacto negativo nas vidas de todas dinheiro é dado directamente ao Es- permite-nos ouvir e es-
resulta disso. problema passa necessariamente
as pessoas no País. tado, para ser gasto de acordo com o tudar os discursos de di-
A proposta do GCCC para se fazer por”, “deveis estar atentos aos avi-
O Estado tem fundos limitados. Es- seu orçamento. Será possível que estes rigentes governamentais.
uma revisão, seguida duma reforma sos da”, “deveis estar precavidos”,
tes fundos devem ser geridos da me- doadores não sabem que há um pro- Elaborados em português, esses
do e-SISTAFE, é um passo muito etc. Imaginem este vocabulário a
lhor forma possível. Por isso, é preciso blema com o e-SISTAFE? discursos são feitos em comícios.
importante, que devia ser apoiado por ser usado por dirigentes governa-
uma reforma urgente da gestão das O principal argumento usado pelos todos os doadores de apoio orçamen- Neles, os dirigentes governamen-
finanças públicas através do e-SIS- doadores é que o e-SISTAFE é me- mentais em comícios populares,
tal directo, em nome dos contribuin- tais procuram analisar fenómenos
TAFE. lhor que o sistema anterior, manual. lá - especialmente nas zonas ru-
tes que representam, e por todos os e transmitir orientações.
Qualquer pessoa com quaisquer re- Pode ser que o e-SISTAFE é melhor, rais - onde as dificuldades da vida
contribuintes em Moçambique. Des- Mas pode haver um problema: a
lações com o Governo sabe que a mas claramente não é suficiente como te modo, todos nós seremos capazes possível transformação da comu- mandam diariamente, lá onde a
gestão das finanças públicas é fraca. salvaguarda contra a corrupção e os de assegurar que o dinheiro que entra nicação em incomunicação, com escolaridade não é a de uma uni-
Exigem-se pagamentos em dinheiro. roubos. Os doadores internacionais nos cofres do Estado vai para onde é resultados desagradáveis que po- versidade. Mais: de que maneira
Raramente são dados recibos. Im- dão apoio orçamental directo, usan- mais necessário e que o País se desen- dem ser múltiplos. os discursos governamentais são
portâncias devidas para os contratos do fundos dos contribuintes nos seus volve de forma sustentável. “Doenças hídricas”, “latrinas me- transmitidos pelos intérpretes?
públicos são atrasadas ou pagas por próprios países. Estes contribuintes *Programa da USAID Moçambique lhoradas”, “diarreia aguda”, “in- Este é, entre outros, um estudo
entidades que não foram os adjudica- ficariam muito decepcionados ao de Apoio ao Desenvolvimento. Eco- gerir alimentos saudáveis”, “água em profundidade que falta fazer.
tários originais. São atrasados os des- saber que uma parte dos fundos que nómico e Empresarial (SPEED)
20 Savana 15-01-2016
OPINIÃO
RELATIVIZANDO
A TALHE DE FOICE Por Ericino de Salema
P
Por Machado da Graça
o
J
acob Zuma, presidente da África do Sul, é um ani- sidenciais’, nos parecer óbvio que o país como um todo
Uma guerra às mal social e político talvez diferente dos seus mais
de 50 pares pela nossa rica África, por um conjunto
é o único círculo eleitoral; (ii) por outro lado, pretende a
Renamo que tal tenha efeitos retroactivos, com base nas
log
de situações, de entre as quais iremos, aqui, destacar eleições de 2014, o que se está a denotar não pacífico. O
apenas algumas: reivindicou certa vez que deveria mere- que, em boa verdade, até pode ser admitido, se for efec-
A
notícia que o Magazi- mento, foram buscar o corpo à que sumárias, para usar a expressão do jornalista e escritor muitíssimo poucos que consomem os produtos noticio-
ne Independente dá e o sua anónima cova em Manica e Alexandre Chaúque, dirige o país que tem a mais for- sos, a popularidade de cada um deles se encontre em ní-
Canal de Moçambique o entregaram à família, fazendo te economia do continente africano, controlando 80 por veis muito baixos; a esta característica de ambos, associa-
amplia para tema de um funeral oficial. cento dos quatro por cento do comércio internacional do- -se o facto de o comportamento social e protocolar tanto
ció
capa é profundamente preocu- A pergunta é: quantos Mandla- minados por África; apesar de ser ‘O Senhor Escândalo’, de Zuma como de Dhlakama, de muito informalismo, ser
pante. tes estarão nas mesmas circuns- há muito, não deixa de ser oferecido, aqui e ali, oportuni- muito similar.
tâncias, enterrados de qualquer dades para empreender o branqueamento da sua imagem. Em terceiro lugar, a Renamo há-de ter estudado mini-
Estou a falar da morte do Ca- maneira ou abandonados às feras mamente algo que alguns analistas que conhecem pro-
pitão Rodrigues Mandlate, das no meio do mato para esconder Conforme tornado público em Dezembro último, a Re- fundamente o actual presidente da África do Sul sempre
FADM, e dos seus dois enterros. uma guerra suja, uma guerra que namo o propôs, no diferendo – chamemos-lhe assim! avançam: Zuma nunca, ou quase nunca, trai os ‘seus ir-
Estou a falar de tudo o que foi não é admitida? Uma guerra em – que possui com o Governo da República de Moçam- mãos africanos’ (que o diga al-Bashir!!!), diferentemente
feito para evitar que a família do que militares de carreira fazem bique, como um dos mediadores. Foi também proposta, do que parece ser tradição da Frelimo. O próprio Zuma,
capitão soubesse da sua morte. emboscadas sem fardamento sem surpresa,
presa, a Igreja Católica. Esta semana, em mais enquanto membro sénior [e agora presidente] do Con-
so
Rodrigues Mandlate deixou a para fingir que são civis revolta- uma teleconferência, escutada na Beira por sequazes seus gresso Nacional Africano (ANC), é dos que, em círculos
sua casa, em Maputo, a 12 de dos. e jornalistas, Afonso Dhlakama referiu que tanto Zuma fechados, admite que jamais entenderá porquê a Frelimo,
Setembro último. Ao despedir- E quem toma as decisões sobre como a Igreja Católica aceitaram o convite nesse sentido supostamente, “traiu o ANC”, com a assinatura, em 1984,
-se da família informou que ia esta guerra? A resposta que pare- por parte do segundo maior partido do nosso país. No do Acordo de Nkomati.
acabar com a vida de Afonso ce óbvia diz que é o Comandante momento em que redigimos estas linhas, apenas a Rena- Em quarto lugar, mas nem por isso menos importante,
Dhlakama. em Chefe das Forças de Defesa mo o disse, mas, quanto a Zuma, em particular, o inverso há-de ter concorrido para que Zuma fosse proposto pela
A 25 de Setembro, data do seu e Segurança. Só que se levantam não seria
ia expectável, pelo que atrás avançámos (lavagem, Renamo o facto de o país de que ele é presidente, e que
47º. Aniversário, foi um dos que, bastantes dúvidas sobre se isso é em grande escala, da sua imagem, cada vez mais negra no continuará a ser dirigido pelo ANC “até que Jesus Cristo
vestido à paisana, emboscou a verdade. Ou será que temos um seu país). Na administração Thabo Mbeki, quando foi in- regresse” (segundo o próprio Zuma, há alguns anos), pos-
comitiva de Afonso Dhlakama. Comandante em Chefe para dicado mediador para o Burundi, Zuma, que teve sucesso suir interesses económicos estratégicos em Moçambique,
um
E pagou isso com a sua própria inaugurações e cerimónias pro- na operação, obteve abundante evidência da relevância sobretudo nas regiões sul e centro. Mais recentemente,
vida. tocolares e outro Comandante política de empreitadas tais. apesar das reticências de Zuma, segundo pessoas que
Quem para lá o mandou não se em Chefe para dirigir a guerra Mas uma pergunta não se cala em muitos de nós: o lhe são profissionalmente próximas, há a ter em conta as
preocupou, sequer, em recolher o suja? que terá concorrido para que Dhlakama (e a Renamo) negociatas, na ordem de pouco mais de 450 milhões de
corpo e entregá-lo à família. Ou, O nosso país já assistiu a muitas escolhesse(m) Zuma como um dos dois mediadores? dólares norte-americanos, visando viabilizar um investi-
pelo menos, em lhe fazer um fu- guerras. Temos, no norte, cemité- Mais do que ninguém, só eles, e talvez mais uns mui- mento na cultura de algas em Cabo Delgado, projecto no
neral condigno. Foram as popu- rios militares de vários países que to pouco privilegiados, o sabem, mas, a nós os outros, a qual, a avançar, poderão estar envolvidos herdeiros de Fi-
Constituição da República de Moçambique [nos] permi- lipe Nyusi, Presidente da República de Moçambique, e do
lações locais do local onde caiu participaram na I Guerra Mun-
te conjecturar. Há quatro tipo de factores que, a nosso ver, próprio Zuma. Sem nunca se menosprezar, é bom que se
que o enterraram, como terão dial, relativamente bem cuidados.
terão contribuído para o efeito. Vamos por partes. diga, o facto de a África do Sul fazer parte do grupo dos
feito com outros combatentes Os portugueses, durante a luta
Em primeiro lugar, o facto de a África do Sul fazer o BRICS, juntamente com o Brasil, Rússia, Índia e China,
cujos corpos se espalhavam pelo armada de libertação nacional,
que a Renamo está insistentemente a exigir nos últimos todos eles com interesses ultra estratégicos no nosso país.
de
dente da República de Moçambi- “massas frias”. perante a intenção do seu partido em colocá-lo com o seu partido, onde é Presidente, poderá
que orienta-se, por tendência, basi- A desilusão produzida pela inoperância come- como candidato presidencial. Ele simplesmente mesmo virar o País para soluções negociadas?
camente em dois sentidos que tanto podem çou a ser justificada em surdina. Já como Presi- afastou essa pretensão dizendo não ter vocação O sentido da desilusão parece ter o poder
parecer que convergem como podem diver- dente do seu partido as “massas frias” continua- para tal. E quantos não conhecem a fibra ou de ofuscar o discurso politicamente correcto
gir nas suas intenções. ram a acreditar que o PR ainda não tinha poder, o alto potencial de Guterres? Diferentemen- produzido em defesa do PR. Isto é, quanto
Há um sentido de desilusão que é comun- que não era ele o culpado dos ataques e dos te, para o nosso caso, a regra é não negar uma mais se procurar defender a figura do PR,
gado por praticamente todos aqueles que desentendimentos, que ele queria cumprir com missão partidária mesmo conhecendo as nossas porque obviamente (no nosso caso) tem de
acreditaram no discurso inicial de Nyusi. A o seu discurso inicial mas que os outros do seu limitações ou nosso tipo de vocação. ser defendida, mais claramente se fortalecerá
marca fundamental foi o desfasamento en- partido não queriam, que ele não tinha hipótese O desafio agora é como voltar a criar nas “mas- o sentido da desilusão, mais desconfianças e
tre esse discurso político e a prática políti- alguma para brilhar a não ser que renegociasse sas frias” alguma nova ilusão, alguma esperança alto potencial de desonestidade produzidos
ca quotidiana, ainda que tenha pela frente com os que o apadrinharam na Matola tornan- de resolução segura do problema da paz ou da ingénua e “inocentemente” poderão tambo-
mais uns tantos anos. A conhecida expressão do-o candidato do seu partido e mais tarde PR. problemática político-militar que parece pro- rilar na mente dos moçambicanos.
“para grandes males grandes remédios” não Isto, a ser verdade, diz-nos que Nyusi com inte- meter ganhar novos contornos a partir de Mar- Cá entre nós: a “democracia é difícil”, custa pro-
gerou o brilho necessário para que se afir- ligência e mestria terá de arquitectar uma forma ço ou Abril. Como ter poder para com punho duzir, usufruí-la e mantê-la, mas ser PR também
masse como luz no fundo do túnel político, de colocar os seus padrinhos a se comportarem antecipar-se a estes problemas que ninguém não é nada fácil num dos países mais pobres do
económico e social. A derrapagem do me- como padrinhos e nada mais que isso para que sabe como vão acontecer mas que todos prevê- mundo. Neste sentido, a cleptocracia é boa gestora
tical e a forte percepção de que a economia ele possa comportar-se como PR. Chegados a em que, de acordo com os discursos, certamente da humildade de quem julga governar.
Savana 15-01-2016 21
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22 Savana 15-01-2016
DESPORTO
o
D
epois do ouro africano, em Internacional de que deve existir es- mudança, mas continua lenta. Mas,
2015, conquistado por Ed- pecificidades nas federações. Desde os resultados que temos trazido, ul-
milsa Governo, nos 200 a época do Ministro Sumbane que timamente, têm feito abrir mais os
metros T-12 e do bronze abordávamos esta questão. o. Quere- olhos ao Governo para ver que aqui
log
mundial, em Doha, a presidente do mos criar federações por tipologia há trabalho e que estes podem fazer
Comité Paralímpico de Moçam- de deficiência e os assessores que lá mais, do que os olímpicos.
bique, Fárida Gulamo, afirma que deram um parecer desfavorável, di-
o Governo tem razões mais do que zendo que Moçambique é um país Quando é que teremos o edifício do
suficientes para apostar no desporto sem dinheiro. Para nós, a justificação CPM?
paralímpico, pois, este “já provou ter não deve ser dinheiro, mas a vontade -Essa pergunta traz-me dor no co-
capacidade de levar Moçambique er as coisas.
de fazer raç
ração, mas enquanto houver vida há
mais longe”. Em entrevista ao SA- Mas, porque nós queremos que isso esperança. Trabalhamos 10 anos sem
VANA, a timoneira do desporto pa- aconteça, há dois anos, criou-se a ter sede, na ADEMO e o meu so-
ció
ralímpico, no país, fala sobre a exclu- Federação Nacional dos Surdos, que, nho é que Deus me dê forças para
são da instituição que dirige na Lei entretanto, também não tem reco- construir um edifício do Comité
do Desporto; da falta de parceiros ´$SULPHLUDGLÀFXOGDGHpDLQH[LVWrQFLDGHLQVWDODo}HVSUySULDVSDUDR nhecimento, como a FMDD. Justifi- Paralímpico. Tínhamos conversado
para patrocinar os seus programas, QRVVRIXQFLRQDPHQWRµ)iULGD*XODPR cam que não tem o mínimo de asso- com o Comité Olímpico para ver
assim como da falta de uma sede ciações para se considerar
consider federação, se nos concedia um gabinete no seu
própria para desenvolver as suas acti- fatório, principalmente nos últimos da República (AR) para mudar a ter- mas dão financiamento atrav através dos novo edifício, mas não sabemos qual
vidades. Acompanhe os excertos da anos. Cada ano temos aumentado a minologia ‘portador de deficiência’, contratos programas. é o ponto de situação, porque nunca
conversa. nossa visibilidade e queremos capita- porque a convecção reconhece que Defendemos a criação de especifi- tivemos um feedback. Mas, temos o
lizar ainda mais este ano, por ser o somos pessoas com deficiência e não cidades por cada tipo de deficiência, sonho de um dia termos nossa pró-
so
Qual é a saúde do Comité Paralím- ano paralímpico. portadores. porque para cada modalidade tens pria sede. Mas, sei que alguém vai
pico de Moçambique? atletas com difer
diferentes deficiências nos ajudar.
-Os membros do Comité Paralímpi- Que dificuldades atravessam no vos- E como olha para o facto de, na pró- (físico-motores, intelectuais, surdos,
co de Moçambique fazem parte de so dia-a-dia? pria AR, o segundo vice-presidente etc), que exigem diferentes tipos de São seis anos do CPM, mas dificil-
uma Associação (ADEMO – As- -A nossa primeira dificuldade é a ter dificuldades para tomar o seu lu- tratamento, desde a tecnologia, clas- mente ouvimos falar desta institui-
sociação de Deficientes de Moçam- inexistência de instalações próprias gar no plenário? sificação médico-desportiva. Um de- ção. A que se deve?
bique), a primeira do género, desde para o nosso funcionamento; segun- -Nós já abordamos esta questão à ficiente físico não precisa de um guia, -O Comité Paralímpico não apare-
1989, criada por mim e Jorge Tinga. do, é a nossa exiguidade financeira, Comissão dos Assuntos Sociais e da enquanto o visual pode precisar (caso ce todos os dias para falar das suas
O antigo Ministro da Saúde, Leo- porque o valor que temos recebido é Justiça. Primeiro, é que aquelas ram- seja ceg
cego). actividades, assim como o Comité
nardo Simão, ouviu que tínhamos muito pouco (500 mil MT), pela di- pas foram introduzidas após a bata- Olímpico. As federações é que tra-
um
ideia de criar uma associação dos mensão do trabalho (participação em lha por nós travada. Mas, as mesmas Mas, qual é o modelo de federação balham e quando chega o ciclo olím-
deficientes e ele ajudou-nos. Mas, o eventos internacionais); e terceiro, é não são fáceis, porque o piso é escor- que podemos criar? Federação por pico ou paralímpico entregam-nos
governo queria criar uma Associação o desconhecimento do que é o des- regadio. modalidade ou por deficiência? os atletas seleccionáveis.
para Deficientes e nós negamos, por- porto paralímpico. Por isso, estamos Quanto à sala de sessões, já dizía- -Somos da opinião que se deve criar Por isso, aparentemente não existi-
que queríamos uma Associação dos a levar a cabo formações e debates mos que no dia em que tiverem um a federação por deficiência, que a mos, mas nós estamos envolvidos em
Deficientes. para explicarmos o que é o desporto deputado com deficiência física vão partir desta teríamos departamentos todas as participações em eventos
Quando criamos esta organização, paralímpico. ter problemas e isto aconteceu nes- por modalidades. internacionais. Não somos visíveis
surgiram várias preocupações, desde ta última legislatura. É preocupante porque não temos dinheiro, mas se
a inserção social, a falta de emprego, De quanto precisam, por ano, para quando um vice-pr
vice-presidente é car- Como se sente pelo facto de o atle- tivéssemos estaríamos visíveis por-
acesso à saúde, educação e desporto. funcionarem plenamente? regado. Isto coloca em causa a sua tismo paralímpico ser a modalidade que seríamos muitos e no nosso es-
E foi com base nesta organização -Para um funcionamento pleno, pre- auto-estima, porque a sociedade deve mais destacada dos últimos anos? critório.
que começamos a actividade despor- cisamos de 10 milhões de meticais, criar condições para que o deficiente -Sinto-me orgulhosa, porque signi- Os poucos que deviam trabalhar dão
de
Juventude e Desportos-MJD), que tou Moçambique marcar presença já timo que existe. Isto quebra a nossa estratégia da Função Pública e do anda no silêncio. Que comentário
ouviu falar de nós e mandou-nos nos Paralímpicos de Rio de Janeiro, auto-estima, enquanto nós lutamos Emprego. Porque para criar cursos e faz?
chamar para uma conversa. Pergun- deste ano. Um dos nossos desafios para que sejamos tratados com maior formações para deficientes é preciso -Não é papel do Comité Paralímpi-
tou-nos porquê provocávamos muito é procurarmos parceiros, mas está a dignidade e respeito. sermos integrados e incluídos. co preparar atletas. Quem prepara
barulho no desporto e respondemos ser difícil porque até os par
parceiros do atletas são as federações nacionais. O
Comité Paralímpico Internacional Mas, em que estágio está o desporto
ár
que somos deficientes, mas temos Como olha para o apoio do governo Comité Paralímpico Internacional
direito ao lazer. Ele oficializou a (BP, Samsung) não tem acedido aos paralímpico? no desporto paralímpico? recebe a lista dos atletas, a partir dos
Comissão Instaladora, em 1998 (se nossos pedidos de ajuda. -O desempenho é positivo porque -Penso que desde os X Jogos Afri- Comités Paralímpicos Nacionais e
não estou em erro). Continuamos a há pessoas que estão a praticar o des- canos (realizados em Maputo, em não com as federações. O presiden-
dinamizar o desporto e o Ministério Como olha para o facto de a Lei do porto e a conquistar medalhas e o go- 2011), o Governo começou a reco- te da FMDD está esquecer-se como
oficializou a criação de uma Federa- Desporto não incluir o Comité Pa-
Despor verno está a ficar sensível nesta área, nhecer-nos. Isto porque apesar de nós aparecemos. Se ele assim pensa,
ção dos Desportos para Deficientes, ralímpico? mas precisa fazer mais. É preciso de- termos sido inscritos à última da então pensa de forma errada e é triste
Di
congregando todo o tipo de deficiên- -Penso que é uma das legislações senvolver mais trabalho e, primeiro, é hora e após a audiência do Presiden- ver pessoas que ainda pensam assim.
cia e Jorge Bai-Bai foi indicado para que devem ser alteradas, porque o preciso haver o reconhecimento jurí- te da República, Armando Guebuza,
presidir a mesma. Comité Paralímpico é uma realida- dico da Federação Moçambicana dos ao Presidente do Comité Paralímpi- Como descreve as relações entre o
Depois, ao nível do MJD, houve in- de ao nível mundial. Não é um favor Desportos para Deficientes. A Fede- co Africano, Leonel Pinto, partici- CPM e a FMDD?
formação de que se devia extinguir a fazer parte da Lei do Desporto. É ração está impedida de participar em pamos deste evento. Daí as portas se -Não me quero pronunciar sobre
Federação e criar-se um Comité Pa- um direito e Moçambique assinou a eventos internacionais porque não abriram e fizemos parte do COJA e essa questão, porque há pouco tempo
ralímpico, mas ao nível internacional convecção sobre os direitos da pessoa tem reconhecimento jurídico. tratamos de todo o expediente rela- tivemos oportunidade de lavar roupa
não foi aceite, alegando-se que não com deficiência e esta refere que se cionado aos paralímpicos. Fiz parte suja frente-a-frente. É um assunto
se pode criar um Comité Paralímpi- deve criar instrumentos legais para Falar do desporto paralímpico, em da Comissão de Alto Nível, onde interno e esse assunto não vou por
co sem haver uma Federação. Então, proteger e defender a prática despor- Moçambique, é falar do atletismo. faziam parte os ministros e eu falava no jornal.
criamos a Federação e, em Março de tiva, assim como outras áreas sociais. Para quando é que teremos outras todos os aspectos inerentes aos de-
2010, criamos o Comité Paralímpico. A convecção diz que toda a legislação modalidades? ficientes porque só nós é que pode- Como está a preparação dos Jogos
que não estiver adequada a ela, o go- -Esta é uma das nossas maiores ba- mos dizer o que é preciso. Por isso, o Paralímpicos?
Que avaliação faz aos seis anos da verno desse país deve fazer as devidas talhas. O Comité Paralímpico conta nosso lema é ‘nada para nós sem nós’, -Este ano vamos organizar vários
vossa existência desta instituição? adaptações e a maior parte da legisla- com uma federação, com todo o tipo porque devemos ser envolvidos em workshops sobre os Jogos do Rio de
-O balanço é positivo, porque o de- ção nacional não foi alterada. Já fize- de deficiência e já fomos chamados todos aspectos da nossa vida. Janeiro, assim como procurar fundos
sempenho dos atletas tem sido satis- mos uma apresentação à Assembleia atenção pelo Comité Paralímpico Ao nível do Governo começa a haver para não esperarmos o Governo.
Savana 15-01-2016 23
A “marrabenta” da pré-época
Por Paulo Mubalo
O
Moçambola, a maior pro- da Beira, Norberto, Elisa Paulo e dormir à sombra da bananeira, até o plantel não está fechado é de es- que sofreu. Mas com um técnico
va futebolística nacional, Bhéu, ex-Ferroviário de Nacala, e porque, como diz um velho ditado, perar que muitos mais atletas de re- ambicioso e manhoso como Uza-
ainda não começou, mas Ussama, ex-Costa do Sol. Clara- “camarão que dorme a onda leva”. nome venham fazer parte daquela ras Mahomed a equipa não vai ser
o
os clubes, esses, é que já mente é de perspectivar uma equi- Entre os reforços destacam-se Lalá, colectividade. Até porque se o ano bombo da festa.
iniciaram a sua preparação para a pa ganhadora. ex-Desportivo de Maputo, Aguiar, passado a equipa revezou o bem e Quanto ao Chingale, 1º de Maio
época que se avizinha. O Ferroviário de Nampula, que o ex-HCB, Mustafá, ex-Liga, Nel- o mau, neste os objectivos quer do de Quelimane e Desportivo de
son, Onélio, Massano, Rodrigues e
log
ano passado esteve aquém do seu técnico como da direcção são ou- Pemba, esperamos que tudo fa-
Os principais clubes da capital já real potencial, neste foi buscar Ar- Agenor, ex-1º de Maio de Queli- tros. çam para dignificar as suas provín-
abriram oficialmente as suas ofici- naldo Salvado, a velha raposa, com mane, Jonas e pai, ex-Ferroviário de Mas, a par desses clubes, há outros cias. O Chingale e o 1º de Maio
nas como era de esperar, com mui- a missão de inverter o cenário. Em Nacala. É seguramente uma equipa que,, ainda que teoricamente sejam têm alguma exper
experiência ainda que
tas novidades. termos de reforços destacam-se rejuvenescida e com intenções de pequenos, vão certamente dar que amarga na competição embora em
A particularidade do certame este Campira, ex-ENH, Imo, ex-Maxa- atacar o título máximo. falar, tal é o caso do Estrela Verme- contextos diferentes, enquanto que
ano é que vai ser corporizado por quene e Gabito, ex-Ferroviário de Quanto à União Desportiva de lha de Maputo e Chibuto. Mas de o Desportivo de Pemba é um es-
um total de 16 equipas contra as Maputo. Songo, antigo HCB, os reforços permeio há o Desportivo de Ma- treante na prova que precisará de
14 da edição anterior. Quanto ao Costa do Sol, um dos de vulto são Lanito e Wilson, ex- puto, este que de grande só ficou muito trabalho para continuar no
grandes do país, também não quis -Desportivo de Maputo. Mas como o nome, tendo em conta a sangria campeonato de adultos.
ció
Para já, em termos de treinadores,
o Costa do Sol será orientado por
Sérgio Faife Matsolo; o Ferroviá-
rio de Maputo, por Carlos Manuel
(Caló); o Maxaquene por Chiqui-
nho Conde; o Desportivo de Ma-
puto por Uzaras Mahomed; o Fer-
roviário de Nampula por Arnaldo
Salvado; o Ferroviário da Beira
so
por Wedson Nyirenda; o Chinga-
le, por Abdul Omar; o Desportivo
de Nacala, por Antero Cambaco;
o Ferroviário de Nacala, por Nacir
Armando; a União Desportiva de
Songo, por Artur Semedo, a ENH,
por Boris Pucic; o Chibuto, por
Lucas Barrarijo, e Liga Desporti-
va, por Dário Monteiro. As outras
um
formações ainda não definiram as
suas equipas técnicas.
Mas para além dos treinadores,
houve mexidas de vulto nos joga-
dores. O Ferroviário da Beira, que
tem como aposta a conquista do
título máximo, vai contar com os
préstimos de Soarito e Mfiki, que
na época passada envergaram a ca-
misola canarinha da capital; Hagi,
que alinhava pelo Desportivo do
Maputo, Moniz, ex-Maxaquene,
de
O
s artistas nacionais reclamam que vivo. É preciso perceber o termo “ao vivo”.
nos últimos tempos não tem havido Em países onde há regras sabem diferenciar Por Luís Carlos Patraquim
concertos públicos no país. Os even- concertos, aqui isso não acontece”, aponta
tos que se têm realizado têm sido na guitarrista Celó Jazz.
sua maioria em playback, o que piora ainda É preciso delinear as regras para a realiza-
o
mais o cenário cultural do país. ção de concertos públicos para que a cultura
musical desenvolva no país. “Ouvimos que
A maior parte dos concertos públicos re- existem regras para a realização de concer-
alizados no país, principalmente em feria- tos públicos no país e que há inspectores do
Extravagâncias
log
dos nacionais, eram realizados por artistas Ministério da Cultura e Turismo, mas nunca
acompanhados de uma banda. “Em tempos ouvimos que esses mesmos inspectores da
nos concertos públicos raramente um artista cultura desempenharam o seu papel quando
G
apresentava-se em playback. Os artistas eram osto de raparigas azuis com ostras com as suas unhas pintadas e a
situações dessas acontecem. Isso para dizer
acompanhados com banda. Actualmente o brincos de âmbar e pulseiras de firme.
testa nacarada e firme
que mesmo esses inspectores têm dificul-
que assistimos são esses tipos de eventos, por marfim. O seu riso nas tardes Gosto do emaranhado das trepadeiras,
dades de diferenciar sobre as categorias de
isso é difícil ver os artistas que trabalham com incendiadas faz a lua parecer dos tamarindos nos quintais, do esbra-
eventos, requisitos básicos, etc”, exclarece Gil
banda nesses concertos”, lamenta Alexandre uma cabaça entrelaçada de ervas húmi- cejar imóvel dos embondeiros com a
Gabriel.
Gulele, músico do grupo Timbila Muzimba. das e verdes onde dormem os peixes. sua cabeleira eriçada subindo sempre e
As empresas de telefonia móvel são as que
ció
É difícil ver os artistas de proa a participarem sempre até à pele glabra dos deuses. E
têm fomentado esses concertos que não dig-
em grandes concertos devido à forma como Gosto dos olhos cintilantes porque elas das escamas que ondulam, caindo das
nificam a cultura nacional. “Os falsos pro-
são organizados actualmente. “Os concer- são pirilampos com sandálias e os bra- alturas.
motores aproveitam as empresas de telefonia Gosto do que lembro e se perdeu porque
tos públicos realizados em tempos serviam ços asas adejando no lago da noite. E
móvel para realizar esses eventos que não têm eram vermelhos: as cabinas telefónicas e
para os artistas se apresentarem para aqueles o seu último alarido, antes dos murmú-
algo a ver com música ao vivo no verdadeiro os marcos do correio. A um velho que
que não têm oportunidade de assisti-los em rios secretos e das sombras reveladas, é o
sentido. O que essas empresas estão preo- passava com uma carta para o mundo
eventos privados. Actualmente somos inun- suspiro da cidade a elanguescer.
dados com eventos protagonizados apenas cupadas em fazer é promover o seu produto desiludi-o porque era uma demanda
Gosto das barracas com piri piri verde
por artistas que cantam em playback. Por isso e as suas empresas com desculpa de estar a inútil e os selos estavam a ser abertos.
curvo nas toalhas de plástico e do fri-
so
mesmo que esses mesmos eventos têm pouca promover a cultura nacional. Esses eventos Uma torrente de sura espalhou as pala-
cassé de crocodilo de Tombuctu. E do
adesão por parte do público. As pessoas can- que se têm realizado podiam fazer parte da vras pela rua que as crianças apanharam
rodízio que se anuncia com o arrastar de
saram de música playback”, afirma Honório cultura musical. É difícil perceber como é que com redes fosforescentes.
muitas cadeiras.
enfraime. na comemoração de uma data oficial do país Gosto dos salmos que há nas vozes das E as raparigas iluminadas embeberam
A procura de ganhos monetários fáceis por somos convidados a participar num concerto, vendedeiras do bazar onde nenhum os lábios recolhendo o sentido em co-
parte dos organizadores de concertos tem em plena Praça da Independência, onde os deus se aborrece. E do nó das capula- lheres de prata coroadas de abelhas.
denegrido o trabalho dos verdadeiros artistas. artistas que vão actuar só tocam música em nas. Ledas são as mãos quando erguem Gosto dos nomes que ainda não há e das
“A negligência no cumprimento dos critérios playback. Isso é um sinal de que os dirigentes o sal e os rubis do mar caem em cascata coisas que se precipitam para a substân-
de realização de concertos ao vivo prejudica perderam a sensibilidade sobre as questões sobre as bancas. Este não é o clamor do cia que procuram a sua forma e já pres-
um
os amantes deste gênero e os organizadores culturais do país”, finaliza o produtor de som deserto. sentem o eco.
encontraram uma oportunidade de ganhar Filipe Eduardo. Gosto de me espantar com os poetas Gosto da ferocidade dos dentes entre os
dinheiro facilmente. É fácil que caminham por dentro dos livros e prédios, ferindo as árvores e das fauces
para eles convidarem jovens que se distraem ouvindo os búzios ador- invisíveis que rondam as manhãs en-
que se consideram artistas mecidos nos passeios. São deles as guel- quanto alguém recolhe os últimos des-
porque têm algumas músi- ras por onde a água escorre enquanto
pojos. Deles não será o nosso reino.
cas e põem-nos a participar procuram a cabeça.
Gosto da chuva e das nuvens pousadas
nesses eventos com justifi- Gosto das estórias despojadas e das es-
nos meus ombros e celebro as lagartixas
cação de serem conhecidos. tátuas, se inclinadas, desafiando as leis a
Os verdadeiros concertos prumo e a gravidade do chão no tempo. descalças e solertes entre os canteiros da
públicos são constituídos de Gosto dos anarquistas que desembarca- erva. Delas serão as pedrinhas entonte-
cidas pela canícula.
de
música ao vivo e isso acar- ram ontem do cais do sonho e ainda não
reta valores monetários e foram notícia. Também eles procuram Ergo em cada taça um rio e uma orogra-
outro tipo de organização os animais evangélicos. fia de mistérios e a minha cadeira é de
mais complexa comparada Gosto dos beijos de mulata e de todos vidro enquanto elas passam, raparigas
com a que é feita nesses os ósculos em flor, das pétalas da rosa azuis com brincos de âmbar e pulseiras
eventos realizados agora e ressumando nos bivalves, sobretudo as de marfim.
são chamados concertos ao É preciso regularizar a questão da música ao vivo no país
io
sexta edição do Encontro de Escrito- Miguel Real e Zeca Medeiros (Portugal), Go-
res de Língua Portuguesa, que decorre retti Pina (São Tomé e Príncipe) e Luís Car-
de 1 a 3 de Fevereiro na capital cabo-verdiana, doso ((Timor-Leste).
Praia. Na sexta edição participam escritores de O programa do “encontro” vai homenagear o
todos os países de língua portuguesa e da re- poeta cabo-verdiano Corsino Fortes, falecido
gião administrativa especial de Macau. no Verão, pelo também escritor cabo-verdiano
Di
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D
2 Savana 15-01-2016 Savana 15-01-2016 3
SUPLEMENTO
Savana 15-01-2016 27
OPINIÃO
o
log
Quando nos encontramos
N
as vésperas do final de mais um ano e ao ritmo das típicas correrias das fes-
tas, acabei por me encontrar com um colega de profissão fora do ambiente
de trabalho.
ció
trabalho. São conferências de imprensa, palestras, seminários entre outro tipo de
eventos que devem trazer ao conhecimento público.
O encontro a que me refiro desta vez não foi de natureza profissional. Cada um
estava naquela lenga-lenga das compras para as festas do final de ano.
Eu vinha a caminhar, como é normal e, enquanto atravessava a avenida Maguiguana
esquina com Romão Fernandes Farinha, reparei para os lados para poder transpor
a estrada, eis que os meus olhos fitam o Alfredo Júnior, jornalista da TIM, que ia
ao volante.
Estacionou e eu fui ao seu encontro. Saudamo-nos com um forte abraço, típico de
so
pessoas que não se avistam há muito tempo e porque não se tratava de um período
qualquer, desejamo-nos boas saídas e entradas ao novo ano.
De seguida, Alfredo Júnior falou da página do Informal, não sei se queria, sem mal-
dade, mostrar a pessoa com a qual vinha na viatura que eu é que trato do Informal
no SAVANA.
Conversa a meio, ele diz-me o seguinte: “nós também queremos aparecer naquela
página do “vosso” jornal. Fala com o Naíta Ussene, ele tem uma foto em que apareço
com os jornalistas Atanásio Marcos, da TVM, José Macamo, da Miramar numa
animada conversa com o PCA da Vodacom, Lucas Chachine”.
um
Nem foi preciso falar com o Naíta Ussene e o pedido fez jus ao desejo.
Ouvimos dizer que a época do canhú ainda não chegou. Mas existe um grupo de
escribas que decidiu anteceder as cerimónias oficiais da época desta bebida afrodi-
síaca.
E o local escolhido para a efeméride foi o recinto do Sindicato Nacional de Jorna-
listas. Por isso vemos nessa segunda imagem o jornalista da RM, Abdul Naguibo,
de boné,, e o Rui Pavel a esticarem as mãos para se deliciarem dos pedaços da carne
que acompanhava a degustação do canhú. Nisso, o antigo director da AIM, Gus-
tavo Mavie, ensaia a mão para a investida. Já Matine, Tembe e Pires limitam-se a
observar devido à distância. Dizem que se consumiu cerca de 40 litros de canhú.
Tradicionalmente os consumidores de canhú petiscam com uma nhangane ane bem
tsakatada e não com carne. Essas inovações só acontecem quando este grupo se
de
paraa dizer que tudo isto acontece quando nos encontramos fora do ambiente dos
blocos de nota e caneta!
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À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF+BOFJSPEFt"/099*t/o 1149
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IMAGEM DA SEMANA Foto Naíta Ussene
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para voar regularmente pelo país e a FTUÈBGB[FSPTFVQBQFMEFSFHVMBEPS UJDBTTFHVSBTEFPQFSBÎÜFT&TUFQSP-
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operar com aviões de grande porte. USBCBMIBOEP DPN B DPNQBOIJB OB DFTTPJODMVJBBOÈMJTFEPEFTFNQFOIP QPMÓUJDPEFWJEPBQPUFODJBJTBNFBÎBTEFNPSUF2VFNBNFBÎB
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Savana 15-01-2016 1
EVENTOS
EVENTOS
0DSXWRGH-DQHLURGH$12;;,,1o 1149
o
Moza expande rede comercial
log
O
Moza, uma instituição “face aos desafios de crescimento
bancária que mais tem de Moçambique, o Moza está e
crescido em Moçambi- pretende permanecer na crista das
que,, inaugurou na sema- sucessivas ondas de progresso, que
ció
na finda mais três novas unidades se antecipam para o país e para o
de negócio, duas na província de bem-estar dos cidadãos”.
Maputo e uma em Inhambane. Por sua vez, o Governador do
Esta iniciativa enquadra-se no Banco de Moçambique, Ernesto
âmbito da sua estratégia de cres- Gove, referiu: “o crescimento do
cimento e expansão, que passa Moza tem impacto positivo na ex-
por tornar-se num banco cada vez tensão de créditos principalmente
mais universal, mais abrangente, às pequenas e médias empresas, na
prestando serviços a todos os seg-
so
criação de mais postos de traba-
mentos da sociedade.
sociedade lho, na diversificação de produtos
financeiros, na melhoria do aten-
Na sua intervenção, o PCA do
dimento público aos cidadãos, na
Moza, Prakash Ratilal, destacou
elevação da qualidade de serviços
a importância da abertura da nova
prestados e na promoção da práti-
unidade de negócio para a popu-
ca de poupança e de dinamização
lação, instituições e empresas do
Município de Inhambane e da da captação das poupanças dos
Província em geral, que passam cidadãos.
um
a dispor de um espaço acolhedor, Refira-se que com a entrada em
que oferece as soluções adequadas funcionamento das novas agên-
às suas necessidades bancárias. cias, o Moza passa a contar com
“O Moza continua a crescer de 62 Unidades de Negócio em todo
forma vigorosa, consistente e sus- o país, estando todas devidamen-
tentável, ocupando actualmente a te equipadas por forma a dar res-
4a posição do ranking dos maio- postas seguras e céleres a todas as
res bancos comerciais a operar transacções e operações bancárias
em Moçambique”, acrescentou realizadas pelos clientes Particula-
Ratilal. Reiterou igualmente: res e Empresas. (Elisa Comé)
de
região.
médio e longo prazos. infra-estruturas competitivas e Por seu turno, o Vice-Ministro da contribuir para o desenvolvimento
Rui Monteiro referia-se a
eficientes, pois para além de estar Terra, Infra-Estruturas, Transpor- de Moçambique”, frisou Takatoshi
infra-estruturas tais como a
Este objectivo foi manifes- a registar grandes investimentos, tes e Turismo do Japão, Takatoshi Nishiwaki.
tado pela vice-Ministra dos Moçambique deve responder às Nishiwaki, considera que Moçam- Nesta conferência, o sector privado rede eléctrica, estradas, fer-
Transportes e Comunicações, necessidades dos Países do Inter- bique deve investir nas infra-estru- moçambicano esteve representado rovias, fontes de água, sane-
Manuela Joaquim Rebelo, land que usam as nossas ferrovias, turas, pois só assim poderá manter pela Confederação das Associa- amento, telecomunicações e
Di
que falava esta terça-feira, 12 rodovias, etc. o actual nível de crescimento eco- ções Económicas de Moçambique rede de internet.
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2 Savana 15-01-2016
EVENTOS
o
fluidez e mobilidade dos que terão as faixas devidamente si- entre a Praça 16 de Junho e o Mu-
transportes públicos de nalizadas durante os períodos aci- seu. Já na avenida Guerra Popular,
M
passageiros nas horas de ma mencionados. a medida será implementada entre oçambique tem televisivo exclusivo da Multi-
mais uma vez a Choice.
log
ponta na cidade de Maputo, ar- Neste sentido, na avenida de Mo- a intersecção com a 24 de Julho e
ranca, a partir do próximo dia 2 oportunidade de Na mesma data, Angola irá se-
çambique, no troço compreendi- a antiga Fábrica de Cervejas Lau-
de Fevereiro, o Projecto Piloto de levar para casa o leccionar os seus representantes,
do entre a Missão Roque e antiga rentina.
grande prémio do maior rea- em Luanda e Benguela.
introdução das faixas de rodagem Brigada Montada, a faixa esquer- Importa realçar que a introdução
lityy show do continente, o Big “Queremos dar a oportunidade
exclusivas nas principais vias de da passará a ser dedicada exclu- desta medida será acompanhada Brother África. Depois dos dos moçambicanos fazerem par-
circulação das 05h30 às 08h30, no sivamente ao transporte público com a entrada em funcionamento vários sucessos do Big Brother, te deste programa de entreteni-
período da manhã, e das 15h30 às de passageiros, devendo o mesmo de parte dos 100 autocarros ad- a Multichoice, com a sua plata- mento, através de um processo
19h00, no período da tarde. acontecer nas avenidas da Organi- quiridos numa parceria público- forma DSTV, vai produzir pela transparente e inclusivo, onde
Este projecto, concebido pelo Mi- zação da Unidade Africana, 24 de -privada entre o Ministério dos primeira vez um duelo entre temos como requisitos ter 21
ció
nistério dos Transportes e Comu- Julho e Guerra Popular. Transportes e Comunicações, por Angola e Moçambique, no in- anos de idade, bilhete de iden-
nicações e o Conselho Municipal Na avenida da Organização da via do Fundo de Desenvolvimento titulado Big Brother Moçam- tidade (a apresentar na hora) e
de Maputo, condicionará o tráfego Unidade Africana, a faixa exclusiva dos Transportes e Comunicações, e bique e Angola. A realizar-se um passaporte válido à data da
no corredor Zimpeto-Baixa-Mu- funcionará entre o Hospital Geral o Sector privado, a serem geridos em Março próximo, o progra- fase seguinte das audições, em
seu para permitir a circulação dos José Macamo e a Praça 16 de Ju- por operadores privados. ma pretende ser um sucesso Fevereiro.
nas telas, com um entreteni- As audições vão seleccionar os
mento de 24h. melhores concorrentes, tendo
As audições em Moçambique em conta que se trata de uma
estão marcadas para o próximo disputa de dois países”, disse
A
Autogás e Somoyoung produção deste grande evento pper moçambicano Trez Agah.
Motors assinaram, nesta
um
quarta-feira, na cidade
da Matola, um memo-
rando de entendimento no qual
a fábrica de Montagem de viatu-
ras Somoyoung Motors passa a
ser um novo centro de conversão
de viaturas para circularem a Gás
Natural, produto moçambicano.
Este contrato de prestação de ser- Matrículas para 2016
Ilec Vilanculo
Savana Eventos
Redacção
Edson Bernardo
Maquetização
Hermenegildo Timana
Comercial
Benvinda Tamele
Telefone
(+258) 823051790
Savana 15-01-2016 3
PUBLICIDADE
EVENTOS
4 Savana 15-01-2016
EVENTOS
O para o distrito
Millennium bim obteve
pelo segundo ano conse-
cutivo a certificação de
conformidade com PCI-
A
Associação
ão de Es- sobretudo através do uso do
-DSS (Payment Card Industry
tudantes Finalistas conhecimento científico e tec-
– Security Standards Council),
ersitários
ios
Universitários de nológico adquirido no processo
uma distinção atribuída pelos seus
Moçambique (AE- de formação em diferentes Ins-
feitos nos seus sistemas de segu- FUM) realizou, nos dias 11 tituições de Ensino Superior
rança, sobretudo, no que respeita a 12 de Janeiro, na cidade de
à utilização dos cartões de crédito (IES).
Maputo,, um seminário de ca- “A mobilização de jovens que
por parte dos seus Clientes, co- pacitação de estudantes fina-
locando desta forma o banco no o “PFDD” tem feito tem in-
listas recém-graduados, sob fluenciado para “desmistificar”
grupo exclusivo de instituições o lema “11 anos Promovendo
financeiras certificadas. a imagem segundo a qual os
oportunidades no meio Ru- distritos do nosso país não pos-
ral”. Este seminário de dois suem condições para albergar
Esta certificação garante a con- dias na cidade faz parte de
formidade com os mais elevados técnicos com formação supe-
um conjunto de outros, que
padrões de segurança de dados da rior, contribuindo, deste modo,
decorrem em todas as capitais
indústria de pagamento de cartões pacidade bim de garantir as suas a indústria de pagamentos mais para o reforço da capacidade
provinciais.
internacionalmente estabelecidos. operações com maior segurança, confiável e menos susceptível de dos distritos em termos de téc-
Uma nota daquela instituição protegendo assim os seus dados e nicos com formação superior
comprometimento de dados dos O objectivo principal do pro-
bancária indica que com esta cer- informação, segundo a instituição. em diferentes domínios do sa-
Clientes. grama “Férias Desenvolvendo
tificação, que responde a padrões O PCI-SSC foi criado com o ber”, acrescentou Nhambiu.
De referir que em África apenas o Distrito (PFDD)” é de pro- Por seu turno, o coordenador
elevados de sofisticação, rigor e objectivo de combater as fraudes
16 instituições financeirasas têm esta mover opor
mov oportunidades existen- Geral da AEFUM, Osvaldo
que aumenta o nível de segurança na utilização dos cartões de cré-
certificação, sendo o Millennium tes no distrito para inserção
das transacções electrónicas, com dito e resulta na produção, gestão Mauaie, destacou a importân-
no mercado de trabalho, atra-
menor risco de fraude, os clientes e implementação de normas de bim o único em Moçambique com cia do PFDD para os jovens
vés de emprego, empreende-
do banco podem confiar na ca- segurança que permitem tornar esta atribuição. ( Jeque de Sousa) graduados, mas frisou que o
dorismo ou auto-emprego.
desafio que se coloca a esta in-
Nesta 11ª edição, o estágio
cicitiva é que estes jovens que
tem lugar entre os dias 18 de
saem de uma província para
Janeiro a 18 de Fevereiro de
outra não têm acesso ao finan-
Mahamba a caminho do festival 2016, envolvendo cerca de
1500 finalistas e graduados do
Ensino Superior, onde apenas
ciamento, o que dificulta a sua
parmanêcia nestes distritos.
Durante os dois dias de for-
950 serão seleccionados.
O
Grupo Teatral Mahamba nhecido pelo público amante do obras e a celebração da habilidade
do solo ou em duo performer. Nhambiu, afirmou: “através Rural; Ética e Deontologia
participa, a partir des- teatro em Moçambique, estreado
ta quarta-feira 13 até 17 em 2010 e com muitas participa- do “Programa Férias De- Profissional, estratégias para
deste mês, na 13ª Edição ções internacionais. Esta é a pri- De referir que a peça teatral “Cul- senvolvendo o Distrito”, o identificação de potenciali-
do Festival de Teatro MUSHO, meiraa vez que um grupo de teatro pado? Combati um bom combate” Governo reconhece a contri- dades e oportunidades para o
que se realiza na Cidade de Dur- ticipa neste evento, que
do país participa escrita por Dadivo José e ence-
foi escr buição da juventude nos es- desenvolvimento no Distrito,
ban na vizinha África do Sul. irá juntar grupos de outros can- nada por Maria Atália, marcando forços de combate à pobreza, entre outros. (Elisa Comé)
tos do mundo com destaque para uma etapa dos 20 ano de existência
Com a actuação marcada para este holandeses, alemães e do país an- do grupo. O espectáculo será apre-
sábado, o grupo leva para o festival fitrião. sentado na língua inglesa, de acor-
CABINE DUPLA
o espectáculo intitulado “Culpado? O Festival Internacional de Teatro do com as exigências da organiza-
Combati um bom combate”, já co- MUSHO é dedicado a pequenas ção do festival. ( Jeque de Sousa)
VENDE-SE
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professores primários
A
s Escolas de Formação de 15.578 professores primários EPF’s são pioneiras em novas for-
de Professores do Futuro desde a abertura em Maputo da mas de ensino através da formação
(EPF’s), da ADPP Mo- primeira EPF. de uma nova geração de professores
çambique, graduaram no De acordo com Birgit Holm, Di- orientada para criar experiências de
final do ano passado um total de rectora Executiva da ADPP Mo- aprendizagem e conteúdo variados
1.336 novos professores primários, çambique, o número de graduados e de qualidade para seus alunos.
grande parte dos quais destinados pelas EPF’s espalhadas por todo o
Segundo Holm, os professores for-
às zonas rurais mais desfavoreci- país revela a estreita colaboração
mados nas EPF’s são preparados
das do país. Destes, 1.195 novos entre a ADPP e o Governo e a
professores graduaram através do para trabalhar em circunstâncias
contribuição que a instituição tem
modelo de formação de um ano e muitas vezes difíceis, lutando pela
dado para a melhoria da qualidade
os restantes 141 concluíram a sua de educação em Moçambique. melhoria do ensino dos seus alunos
formação no modelo de três anos. O Programa de formação de pro- e apoiando as escolas primárias e as
fessores oferecido nas EPF’s da comunidades onde eles vivem para
Até ao final 2015, e nas 11 EPF’s ADPP é “uma resposta directa à resolver carências concretas asso-
da ADPP, localizadas em todas as chamada para uma educação de ciadas à má nutrição e ao acesso à
províncias, graduaram-se um total qualidade em Moçambique”. As água, entre outras.