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Apertado pelas dívidas da Ematum e Proíndicus em 2016

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Severino Ngoenha:
“Nyusi está a ser um
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presidente de intenções”
Di

Pág.s 2 e 3
SÁBADO, ANDA A RODA AS 12.00HORAS  

 

EXTRACÇÃO ABERTA AO PÚBLICO PREVIS ES PARA JACKPOT
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2
TEMA
TEMADA
DASEMANA
SEMANA Savana 05-01-2018

Nyusi está a ser um presidente de intenções


-Diz Severino Ngoenha
Por Argunaldo Nhampossa/ Fotos Ilec Vilanculo

o
académico Severino encontrar satisfeitas as suas reivin- ligiosa; Com a assinatura da con-
Ngoenha considera que o dicações e isso pode nos trazer con- cordata, na década 40, entre a igreja
ano que findou no passa- tra indicações no futuro. católica e o Estado colonial portu-

log
do domingo não foi bom Há uma questão mais de fundo, guês, trouxe-se mais tarde perse-
para os moçambicanos, à excepção aquilo que faz com que a Renamo guições aos padres, bispos e igrejas
do “calar” das armas. Entende que queira e não queira integrar os seus nacionais. Hoje a intolerância reli-
não há tantos motivos para júbilo, homens e continue a ter os seus ho- giosa volta a aparecer de maneira
porque não foi alcançada a paz de- ndidos nas matas, é que a
mens escondidos problemática.
finitiva, depois de o Presidente da ça reivindicativa da Renamo não
força Falamos de Mocímboa da Praia,
República, Filipe Nyusi, e o líder é democrática, em primeiro lugar, mas também podemos falar das
da Renamo, Afonso Dhlakama, mas é militar. igrejas, até cristãs que levam até
terem manifestado o compromisso O conflito, as reivindicação, o es- as coisas que são meio de sobrevi-

ció
de devolver aos moçambicanos um paço político não é o parlamento, vência das pessoas. Enganam com
acordo de estabilidade duradouro. não é o debate de ideias, mas é o discursos retóricos as pessoa mais
terreno das armas. Isto faz da nossa fracas e debilitadas a aderirem em
Sobre o desempenho de Filipe democracia uma democracia mili- crenças que até podem ser discuti-
Nyusi, que dentro de 10 dias, (con- tarizada. das.
tados a partir desta sexta) irá fechar A Frelimo integra os soldados da Não estou a colocar em causa a fé
o seu terceiro ano de mandato, diz Renamo no exército nacional com em Deus, na bíblia ou no alcorão,

Ilec Vilanculo
tratar-se de um homem que fica desconfiança e por duas razões: O mas nas práticas que estão acon-
nas boas intenções e nunca chega a estado da paz definitiva em Mo- tecer aqui, que são problemáticas,
resolver os problemas essências do
povo.
O reitor da Universidade Técnica
de Moçambique (UDM) criticou
a falta de abertura nas negociações
entre o governo e a Renamo para a
soas. Entre a precipitação de fazer
uma coisa de um dia para o outro,
ter uma nova guerra e alastrar os
so
Há sinais preocupantes de intolerância política, religiosa e etnica
aquilo que Roberto Tibana chama
de estados gerais, debates públicos
para socializar o documento, ape-
çambique ainda não foi alcançado e
há segredos que a Frelimo não quer
que a Renamo saiba. Não obstante
tentarem ir juntos, eles se consi-
deram advadversários e beligerantes.
Logicamente, há segredos militares
como são problemáticos os tiros
que vimos em Mocímboa da Praia.
Nós temos que ser tolerantes, so-
mos um Estado laico, onde cada
um pode exercer a crença que têm
mas dentro da legalidade do Esta-
sociedade civil e diz não restarem processos por tempo indetermina- sar de que se pode fazer
faz depois da que não queiram que a outra parte do.
dúvidas de que se está perante uma do tinha que ter uma via de meio. aprovação, mas já não haverá espa- saiba para não fazer o uso que não O Estado, quando é não intole-
“bi-partitocracia”, onde apenas É o que está a faltar, é preciso um ço para modificação, porque a deci- seja nacional. rante, não pode ficar indiferente
um
dois partidos decidem os destinos pouco mais de celeridade, serieda- são já foi tomada. Nós não estamos Há ainda uma espécie de casamen- em relação ao que se passa dentro
do povo sem o consultar. de e uma vontade de determinação numa democracia, mas sim numa to entre a Frelimo e o Estado, ou dessas igrejas. Se o Estado se in-
Que balanço faz de 2017, o que lhe para se chegar a alguma coisa. Esta “bi-partitocracia”. Isto é, quando seja, o exército não deveria respon- teressa e se ocupa das pessoas, al-
marcou pela positiva e pela nega- coisa está a falhar, porque há más temos dois partidos que decidem a der a um partido, mas ao Estado. gumas práticas dentro dessa igrejas
tiva? vontades. vida de um país. A questão da descentralização não devem ser denunciadas e tem que
Não foi um ano bom. O aspecto Como se manifestam essas más Eles jogam entre eles e nós temos é simplesmente de espaços geo- ser combatidas, quer seja o roubo
positivo é que vivemos sem tiros, vontades? que assistir e concordar com que gráficos, dizer que as províncias das populações mais fracas, o en-
mas não conseguimos, a mais de Mais de um ano passou, quando eles decidiram. A vontade da paz serão governadas por governadores gano das populações mais desfavo-
metade da legislatura, fazer o que se disse que estávamos em tréguas. do povo moçambicano é muito eleitos, tem que ver com um exér- recidas, a politização da igreja e da
o Presidente havia se comprometi- Houvee manifestação dos dois pre- forte, que até ficamos calados à cito que devia responder não a um religião quer os tiros em Mocím-
do a fazer, que é chegar a uma paz sidentes de se chegar a uma paz espera que a decisão se tome, mas partido, mas ao PR, enquanto o boa da Praia.
eleito pelo povo moçambicano. O
de

definitiva. negociada e definitiva e nós, povo, a decisão deve vir compreender as O terceiro nível de intolerância é
Tivemos o problema económico sociedade civil, estamos a ver que a ideais, os valores, as vontades do grande problema que temos é que regional; começamos com os ami-
e social, que é extremamente gra- coisa boa é a ausência de tiros, mas povo. estamos com um exercito partida- gos de Gaza, Inhambane e Sofala,
ve, no sentido em que o nível de não passamos de tréguas para uma A desestruturação que tivemos rizado e a Renamo exige que esse depois passamos para os moçam-
vida das pessoas não só estagnou, paz definitiva. Isso só pode demos- com a guerra dos 16 anos e depois exército, que responde a um parti- bicanos de gema e hoje estamos a
mas, para muitas, acabou baixando. trar que há resistência de algumas com o que tem acontecido nos úl- do, deixe de responder ao partido e sentir o tribalismo quase nas mãos.
Depois, há esta situação que Mo- pessoas, grupos ou então há pessoas timos anos não tem tocado a Freli- integre os seus. Mas, vendo a Re- Os fenómenos de descriminação,
çambique deixa de ser capaz de en- que não dão a devida importância mo nem a Renamo, mesmo sendo namo como adversário, vão conti- de separação, de reivindicações
contrar soluções verdadeiras para a este processo e não imprimem a os seus actores principais, ela tem nuar a querer guardar segredos que identitárias provinciais, até facili-
resolver os seus problemas internos, celeridade
idade necessária. a ver e toca a população moçam- lhes permitem ter uma espécie de tadas pelos recursos, estão aumen-
io

que se arredondam no baixo poder Há novos prazos, acredita que des- bicana, que, através das suas multi- preponderância e supremacia em tar. Mas também estão a aumentar
de compra das pessoas e, sobretudo, relação ao seu adversário, que é a por uma segunda razão, a maneira
ta será de vez? -representações devia ser interro-
para as famílias mais pobres. Renamo. como o Estado se posiciona em
Já nos disseram muitas datas que gada. Oxalá assinem esse acordo,
Falou da ausência de tiros, como No próximo dia 15 de Janeiro, o relação às populações não tem sido
foram sendo alteradas, porque não mas será sempre deficitário, porque
Presidente da República completa
analisa as negociações rumo a con- se chegou a nada. Esta é mais uma resulta de um olhar de dois ex-beli- efectivamente positivo. As últimas
três anos após a tomada de posse.
ár

quista da paz? data que nos é dada e a gente espe- gerantes, que não tem em conta as eleições presidências, qualquer
Como avalia o seu mandato?
Posso concordar com o líder da Re- ra que esta seja a boa vez em que de posições de outros grupos sociais. moçambicano do sul que fosse in-
Moçambique, em termos daquilo
namo,, Afonso Dhlakama, quando, facto as datas sejam cumpridas, que teligente não se podia candidatar,
que é essencial, é um já e ainda não.
recentemente, disse que são “dos- os documentos sejam submetidos Democracia militarizada Vejo sinais preocupantes de intole-
porque o candidato tinha que vir
siers” complicados e difíceis, por- à Assembleia da República (AR) Quer dizer que se perdeu uma do centro ou norte do país e é por
rância política, religiosa e tribal.
que se trata de enquadrar militares para aprovação. grande oportunidade para o povo isso que os quatro pré candidatos
Foi intolerância política que levou
num só exercito,
cito, para que, alguns Os documentos serão aprovados ajudar no futuro a fiscalizar o acor- da Frelimo tinham que vir dessas
Di

os moçambicanos a pegarem em
não estejam em situação de margi- pela AR onde está o MDM que do, principalmente para as ques- armas contra os portugueses para regiões.
nalizados e passem a ter uma acção não participou das negociações. É tões militares, que têm levantado libertarem o país, porque os por- O que contou não era a qualidade
activa. justo que, em 25 anos de democra- muitos problemas? tugueses não entenderam que a da pessoa, mas a sua origem. Acei-
Trata-se, sobretudo, de repensar o cia, apenas dois actores decidam Enquadrar os homens da Rena- história não ia na direcção do colo- tar isso num partido político ou
direito administrativo aquilo que sobre questões importantes da mo no exército nacional seria uma nialismo. Depois, tivemos a guerra num partido maioritário é aceitar
vai ser o Moçambique do futuro. vida do país sem ouvir outros in- acomodação. Parece que estamos a dos 16 anos, que também tinha ela que somos um país onde a etni-
Há momentos na vida em que é tervenientes? fazer um diálogo para acomodar o a ver com uma espécie de intole- cidade e a regionalidade tem um
preciso celeridade, ficamos um ano Não é legítimo. O crescimento e interesse das partes. Os interesses rância política. Não estávamos a peso relevante.
com a cabeça pendente sem saber a democratização do país necessi- das partes não são necessariamente ver que o mundo trilhava outros A esses três níveis de intolerância
para onde vamos e isso é extrema- tam da integração de todas as suas os interesses de todos os moçam- caminhos e que a democracia tinha política, religiosa e étnico ou tribal
mente grave. forças vivas. Temos partidos parla- bicanos. que vingar quer a gente gostasse ou não fizemos grandes avanços, por
Há aqui uma morosidade que mentares como o MDM, temos ex- Se os acordos forem acomodações não gostasse. A mesma intolerância isso o Presidente Nyusi anda com
não se justifica, devíamos ser mais traparlamentares, temos a socieda- recíprocas, nós temos 25 milhões política é a razão fundamental de boas intenções, mas ainda ficamos
proactivos, os que trabalham os de civil, organizações universitárias de moçambicanos que não fazem conflitos que vivemos nos últimos nas intenções, não chegamos a re-
“dossiers” deviam ter em conta e religiosas. Quer dizer, antes de parte do exército e não sei quantos 25 anos. solver os problemas essências.
que isso prejudica a vida das pes- ser submetida à AR, devíamos criar é que são apartidários, que não vão Temos também a intolerância re- Oxalá se reafirme e passe de
Savana 05-01-2018
TEMA DA SEMANA 3

intenções para alguma coisa mais eram fundamentais, como a unida- é que a morte de Amurane revela violência em Mocímboa de Praia, não seja o conflito entre a Frelimo e
concreta para que possamos ter de, trabalho, legitimidade, respeito, que somos uma sociedade violenta. temos a violência económica de a Renamo, que não seja pancadaria
uma avaliação mais positiva. vigilância eram valores que podem Seja ele um assassinato por ques- dinheiro que desparece com a Em-
nortear a nossa sociedade. Sucede tões políticas, por razões económi- braer, com a Ematum entre outros. entre família, não eliminação física
Moçambique recuou nos que o que nós fizemos foi pegar cas ou por razões de bandidagem Isso revela o grau de violência que ou tiros. Se a partir de cima resol-
últimos tempos nas duas coisas e deitamos fora. comum, nós estamos a resolver os usamos para resolver os problemas.
Aquando da investidura disse que nossos problemas com tiros. A educação, o civismo o respeito vemos os problemas com violência,
Numa das suas intervenções, dizia
iniciava uma nova etapa, que leva- que os partidos políticos tinham Exemplos não faltam, nos tribunais pelo outro tem todo espaço para pode se explicar como revelador

o
rá Moçambique a um patamar de de reaprender a fazer democracia. corre o caso do assassinato da filha essa reflexão, temos que enveredar
intrínsec na
da violência que está intrínseca
harmonia e desenvolvimento... Ano passado, a Frelimo e o MDM do presidente Guebuza, tivemos o por uma maneira de solucionar os
É muito difícil dizer que em Mo- realizaram os seus congressos, viu da filha de Graça Machel, temos nossos problemas e diferendos, que nossa sociedade.
çambique fizemos um passo em re- algum sinal de mudança?

log
lação à harmonia. A única harmo- O que tínhamos aprendido en-
nia que a gente tentou ver ou que quanto adolescente na Frelimo,
viu foi nas conversações telefónicas não sei se corresponde à verdade, é
entre as duas lideranças, para além que havia grandes discussões entre
disso, a nível político, não estamos eles no interior. O primeiro aspec-
em harmonia nenhuma. to da democracia é discutir entre
A nível religioso, estamos numa os membros de um partido. Não
grande fragmentação social e o se discute indivíduo, etnias, tribos
maior perigo que temos em Mo- mas sim ideias e valores. Quando

ció
çambique é que as divisões regio- digo que há défice de democracia
nais se fazem sentir com muita nos partidos é que o que saiu nos

so
um
Ilec Vilanculo

Somos uma sociedade violenta


força. meios de comunicação do con-
Seria falacioso dizer que hou- gresso da Frelimo foi a luta pela
ve avanços no desenvolvimento, entrada no Comité Central e na
Moçambique recuou nos últimos Comissãoo Política, mas, em termos
tempos, basta olhar como a nossa de valores e ideias, o que a Freli-
moeda recuou enormemente. mo pretende trazer como projec-
de

A descoberta dos nossos recursos to quem tem para com o povo de


não foi acompanhada da formação Moçambicano não vimos nada e, se
do pessoal capaz de ser responsável houvee isso, não ficou transparente e
desses grandes empreendimentos não veio fora.
de petróleo, gás, areais pesadas o O que a Frelimo pretende ser no
que fizemos foi pegar nisso e con- futuro com a globalização, com a
fiar noutros. economia regional, com a corrup-
Quando, em 1975, os portugue- ção, intolerância saúde, educação
ses foram embora e não tínhamos não houve grande discussão.
io

professores na escola, houve uma Se foi discutido aqui fora não


grande acção do Estado, que man- transpareceu. Do MDM ouvi pou-
dou encerrar a 11ª classe, para que co e espero que tenham discutido
tivéssemos professores formados, valores verdadeiros que norteiam a
que pudessem ir em todo Moçam- vida de Moçambique. A democra-
bique para dar aulas. cia deve se centrar nos temas essen-
ár

Isso correspondia à massificação da ciais sobre os problemas do povo e


educação. Quando descobrimos, os só assim é que cada um vai decidir
recursos o que fizemos de forte, se v
em quem vai votar.
não conceder espaços um ao ou- Gostaria de ver um verdadeiro de-
tro e os que estavam nos “dossiers” bate de valores para as próximas
foram se aproveitando para tirar eleições autárquicas, dizer como é
Di

benéficos individuas e foram enri- que vão se posicionar para respon-


quecendo. der os problemas do país.
Saudosismo da primeira Repúbli-
ca ou ela foi perfeita? O assassinato de Mahamudo
Há uma expressãoo que diz deitar Amurane foi um dos factos nega-
o bebé e a água suja. Quando você tivos do ano passado. Será isto re-
lava uma criança de seguida deita velador de que a nossa democracia
fora água suja, mas se você pega é intolerante ao pensar diferente?
na bacia e deita fora tudo, deitou o Não sei o que está por detrás do
bebé e a água suja. É preciso pegar assassinato de Amurane, podemos
no bebé e deitar a água suja apenas. invocar questões políticas, ban-
O que nós fizemos é que deitamos didagem de pessoas que as tenha
fora tudo. A primeira República proibido de certos actos de mala-
tinha muitas coisas erradas, muitas barismo e tenham encontrado na
coisas que foram catástrofe, mas as morte dele uma solução, entre ou-
ideias e valores comunitários que tros. O que e me parece ser verdade
4
TEMA DA SEMANA Savana 05-01-2018

Apertado pelas dívidas da Ematum e Proíndicus em 2016

Governo recorreu a empréstimos no BM


- IGEPE, accionista maioritário da Ematum, foi buscar 720 milhões (USD20.5 milhões) ao BNI para pagar ao Credit Suísse

o
-China cada vez mais líder da dívida bilateral

Por Francisco Carmona

log
sfixiado pela manifesta
incapacidade da Ema-
tum e ProIndicus de
honrarem com os seus
compromissos respeitantes às
dívidas ocultas, o Governo foi
em 2016 ao Banco de Moçam-
bique (BM) buscar pouco mais

ció
de 14.261 milhões de meticais
(USD200 milhões) para pagar
o cupão das duas controversas
empresas criadas na administra-
ção Guebuza, indica o relatório
e parecer sobre a Conta Geral
do Estado 2016, produzido pelo
Tribunal Administrativo (TA) e
remetido ao Parlamento em No-
vembro de 2017.

Segundo o documento na posse


do SAVANA, que deverá ser ob-
jecto de debate na próxima sessão
da Assembleia da República que
prestação(quotas), Moçambique
poderá passar a ter acesso aos
recursos e facilidades oferecidos
so
juros correspondentes.
espondentes.
A Ematum é uma empresa tec-
nicamente falida, e agora procura
Plano de amortização após a restruturação da dívida da Ematum

arranca em Março, no total fo- pelo banco. reerguer-se através de uma parce-
ram 30 mil milhões de meticais Outros 15 mil milhões de meti- ria com a Erik Prince, elemento
um
(USD422.5 milhões), que o Te- cais (USD211.2milhões) foram ligado à extrema-direita norte-
souro foi buscar em 2016 ao BM, concedidos pelo BM para finan- -americana e fundador da Black-
dos quais USD200 milhões foram ciar o pagamento de Bilhetes de water Security, uma firma especia-
usados para amortizar parte da Tesouro, um instrumento de fi- lizada segurança
ada em serviços de seguranç
dívida da Ematum e da Proíndi- nanciamento do Estado, muito militarizada, e com um historial
cus. Recorde-se que em Abril de recorrente nesta altura em que nefasto na guerra do Afeganistão.
2016, Ernesto Gove, então gover- o Governo está em apertos fi- O Estado, como avalista e para as lacunas identificadas pelo Re- da parte dos créditos externos. É
nador do BM, disse desconhecer nanceiros resultantes do corte de latório Kroll com “informações também a instituição que prestou
evitar uma situação de incum-
a existência de uma empresa cha- apoio internacional e da falta do essenciais”. Para além disso, há “consultorias” na restruturação da
primento, iniciou um processo de
mada Proíndicus, porém, no mês programa com o Fundo Monetá- uma enorme disparidade entre dívida das empresas securitárias
transformação do empréstimo da
anterior, Março, o governo através rio Internacional (FMI), situação os preços apresentados em fac- envolvidas no escândalo das dí-
Ematum em dívida soberana, ten-
turas precárias preparadas pelos vidas ocultas. Mas fontes internas
de

dos seus canais financeiros, fez o provocada pela descoberta das do celebrado acordos de reversão
pagamento de uma tranche da fornecedores do equipamento e do BNI negam que o banco bene-
chamadas dívidas ocultas. cr
com instituições credoras.
dívida desta empresa num valor a avaliação feita por especialistas ficia de um tratamento privilegia-
Basicamente, o acordo tem por
aproximado a USD30 milhões. “As três marias” solicitados pela Kroll. do por parte do Estado.
objectivo reformar as obrigações
A Ematum, a ProIndicus, e a Lembre-se que a Direcção Na-
da Ematum por obrigações do Pagamentos do IGEPE
PTA Bank Mozambique
ambique Asset Management Estado, através da troca de títu-
cional de Tesouro na altura diri-
Com dois milhões de dólares, o O TA, o auditor das contas do gida por Maria Isaltina de Sales
(MAM), beneficiaram de mais de los pelo valor em dívida, alargar o Estado, também efectuou uma Lucas (2013 e 2014), esteve pro-
Estado, através do BM, pagou dois mil milhões de dólares em prazo de maturidade de 2020 para auditoria às contas do Instituto fundamente envolvida na saga
duas prestações (um milhão cada) créditos avalizadas pelo Governo 2023, com um período de graça de de Gestão das Participações do das dívidas escondidas, dando
de adesão ao PTA Bank, uma de- entre 2013 e 2014, à revelia da
io

um ano, passar a determinar a taxa Estado (IGEPE). Constatou que pareceres para que o Governo de
cisão tomada pelo Conselho de Assembleia da Repúblic
República e das de juro em função das condições a 11 de Março de 2015, o IGEPE Armando Guebuza emitisse ga-
Ministros a 8 de Dezembro de instituições financeiras interna- do mercado e alterar as modalida- foi buscar ao Banco Nacional de rantias bancárias que permitiram
2015. O PTA Bank é uma insti- cionais, e ainda em violação da des de pagamento. Investimento (BNI) um emprés- a Proíndicus, Ematum e MAM
tuição pertencente à Área de Co- Lei Orçamental. Com o acordo, o serviço da dívida timo no valor de 720 milhões de contraírem os empréstimos de
mércio Preferencial para a Áfri- Desde a primeira prestação do
ár

passou dos USD200 milhões/ano meticais (cerca de USD20.5 mi- mais de USD2200 milhões. Isal-
ca Austral e Oriental, com sede calendário da dívida, a Ematum para USD78 milhões liquidados lhões ao câmbio de 36 meticais). tina Lucas foi posteriormente
em Nairobi, capital do Quénia. apresentou dificuldades para semestralmente. Em 2023, ano Deste valor, o IGEPE transferiu “recompensada” com honorários
Após o pagamento da primeira amortizar o crédito e liquidar os em que se acredita que o gás co- 510 milhões (USD14.1 milhões) mensais avultados durante um
meçará a jorrar na bacia do Ro- para o Banco Comercial e de In- ano, enquanto membro do Con-
vuma, o Estado comprometeu-se vestimento (BCI) como compar- selho de Administração da Ema-
Di

a pagar numa prestação única, o ticipação no pagamento do cupão tum. Segundo o sumário executi-
capital no valor de USD731 mi- da Ematum ao Credit Suisse. Este vo do Relatório Kroll, o Indivíduo
lhões. empréstimo do IGEPE, segundo D (Maria Isaltina Sales Lucas)
Contudo, a penumbra que ain- o TA, teve como garantia uma recebeu da Ematum a quantia de
da cobre a questão EMATUM carta de conforto emitida pela USD95 mil pelo seu papel en-
prende-se com o facto de até ao Direcção Nacional de Tesouro a quanto membro do CA durante o
momento não terem sido dados 29 de Junho de 2015. período que decorreu entre Agos-
esclarecimentos cabais em rela- Nos meios financeiros moçam- to de 2013 e Julho de 2014( USD
ção a USD500 milhões do crédito bicanos acredita-se que o BNI 7916,00/mês).
concedido, dado que a empresa (uma instituição 100% estatal), Quando na primavera de 2016,
precisava de apenas USD350 mi- onde Adriano Maleiane (antigo Maleiane “gaguejou” em frente do
lhões para a compra de atuneiros e PCA do BNI e actual ministro de “board” do FMI sobre a existência
patrulheiros, mas conseguiu arre- Economia e Finanças) continua a das dívidas ocultas, Isaltina Sales
cadar USD850 milhões. As várias ter grande influência, tem servido Lucas foi despachada de emer-
missões do FMI têm procurado como fonte de vários pagamentos gência para Washington DC
encorajar o Governo a preencher do governo e é onde é canaliza- com documentação relevante
Savana 05-01-2018
TEMA DA SEMANA 5

Tesouro brasileiro paga incumprimentos de Moçambique

Somos caloteiros
O Tesouro Nacional brasi- Latina graças a volumosos em-

o
leiro já começou a pagar préstimos do BNDES.
pelos incumprimentos A parceria económica e políti-
no pagamento da dívida ca com os governos dos países

log
que o Banco Nacional de Desen- africanos e latinos americanos
volvimento Economico e Social rendeu contratos bilionários às
((BNDES), daquele país, sofreu empresas e ajudou a elevar as ex-
por financiar, em outros países, portações do Brasil. Mas devido
obras de empresas brasileiras en- a crise que assola alguns deles
volvidas na Lava jato. estão a deixar de honrar com-
promissos e as contas estão a
Segundo o jornal brasileiro Fo-
sobrar para o Tesouro. Isso acon-
lha de São Paulo, no passado dia

ció
15 de Dezembro, o governo da- tece porque os financiamentos
quele país liberou do Orçamento tem seguro do FGE, em caso de
R$124 milhões para ressarcir o calote o pagamento fica com o
banco por não ter recebido até governo.
agora, USD 22,4 milhões (fora O incumprimento no pagamen-
encargos) de um financiamento to das dívidas não é exclusivo de
feito a Moçambique. Em Mo- Moçambique. O caso da Vene-
çambique, o BNDES financiou zuela é o mais grave, pois a dívi-
as obras de construção do Ae-
roporto de Nacala e da barragem
de Moamba Major (paralisadas)
cujas obras estavam a cargo da
Odebrecht e da Andrade Gu-
tierrez.
Deste modo, Moçambique tor-
Em grave crise financeira, Mo-
so
accionou o Fundo de Garantias à sultados
sulta dos BNDES do quarto
da é muito maior, pelo não paga-
mento de uma parcela de USD
262 milhões, cuja boa parte se
deve as obras da Odebrecht e da
Andrade Gutierres no país.
O terceiro país sob risco é Ango-
nou-se no primeiro caso de in- çambique deixou de pagar de Exportações (FGE), e o primei- trimestre. la, cujo passivo com Brasil soma
cumprimento no pagamento de acordo com aquele jornal, duas ro pagamento foi feito em De- Nos governos de Lula da Silva e USD1,9 bilião. Angola deposi-
dívidas, registadas na história da- prestações, uma no fim de 2016 zembro. Dilma Rousseff, as empreiteiras tou recursos numa conta garan-
um
quele banco nas operações com o e outra em Maio de 2017. Com A perda foi registada no balanço brasileiras expandiram os seus tia em Novembro após ameaçar
exterior. o default confirmado, o BNDES do banco e vai aparecer nos re- negócios para África e América deixar de pagar.

sobre as dívidas, incluindo um

China: o maior credor bilateral


crédito ao Ministério do Interior
no valor de USD211 milhões.
A Ematum tem como accionistas

A
o Instituto de Gestão das Partici-
pações do Estado(IGEPE), com
de

China é o país que montante máximo dos Bilhe-


34%, a Empresa Moçambicana mais volume de tes de Tesouro (BT,s) a utilizar
de Pesca (EMOPESCA), com crédito concedeu a em 2016 ao sair de 63.255 mi-
33% e a Gestão de Investimentos, Moçambique,
ambique, tendo lhões de meticais fixados em
Participações e Serviços (GIPS) atingido em 2016, um total Julho para 113.8 mil milhões
também com 33%. A GIPS, por de 1.698,6 milhões de dóla- de meticais em Dezembro do
sua vez, é participada a 100% pe- res, uma variação de 3.9% em mesmo ano.
los Serviços Sociais do Serviço de comparação com o idêntico Decorrente da crise provocada
Informação e Segurança do Es- período
íodo do ano anterior.
anterior pelas dívidas ocultas, o Gover-
tado (SISE), a secreta moçambi-
io

A dívida bilateral contraída no teve de recorrer à emissão


cana. A Ematum foi fundada em pelo Estado moçambicano de bilhetes de tesouro para fi-
2013, penúltimo ano do segundo fixou-se em 4.825,6 milhões nanciar o défice de tesouraria
mandato do presidente Guebu- de dólares em 2016, o equiva- e colocar a economia a funcio-
za. Na altura, a administração lente a um aumento de 8.7% nar.
Guebuza apresentou propostas em relação ao exercício de O regime dos BTs dá ao Mi-
ár

contraditórias sobree os reais pro- 2015. Concorreu para o cres- nistro de Economia e Finanças
pósitos da Ematum, com parte cimento da dívida bilateral, a competência para fixar por
dos seus ministros, ligados a áreas os créditos contraídos com a diploma ministerial o mon-
económicas, a argumentarem que China e o Credit Suisse, que tante máximo dos bilhetes de
Presidente Filipe Nyusi e o seu homólogo chinês, Xi Jinping
a empresa era para revitalizar a representam 37.3% e 15.9%. tesouro a emitir. É preciso no-
cabotagem, outros a dizerem que Em 2016, o stock da dívida in- Números actuais divulgados pelo
À semelhança de 2015, em tar que os BTs tem atraído os
Di

era para pesca e outros ainda a terna foi de 87.7 mil milhões Banco de Moçambique mostram
2016 o maior peso de desem- apetites dos bancos comerciais
justificarem o reforço da seguran- bolsos externos foram fontes de meticais, resultante de saldos que a dívida interna de Janeiro a da praça, que vem no instru-
ça marítima. bilaterais, representando 58%, do Banco Central com 34.5 mil Maio de 2017 cresceu para perto mento uma forma rápida de
Todavia, os desenvolvimentos fo- contra 42% de fontes multi- milhões de meticais, Bilhetes de de 96 mil milhões de meticais. A ganhar dinheiro por causa dos
ram mostrando que tudo não pas- laterais. Tesouro, com 11.8 mil milhões de dívida total (interna e externa) do juros apetitosos pagos pelo
sou de uma estratégia do aparelho meticais, Obrigações de Tesouro Estado moçambicano passou de Estado, o que levanta muita
securitário para se armar na guer- Dívida interna (21.6 mil milhões de meticais) e USD9.6 mil milhões em 2015 preocupação da comunidade
ra não declarada contra a Renamo Segundo dados do Relatório outras dívidas com 19.7 mil mi- para USD9.8 mil milhões em empresarial. Não obstante se-
e todas vozes discordantes com o do TA, o recurso ao crédi- lhões de meticais. 2016. rem considerados “um bom
Governo do dia. Os 24 barcos da to interno continua uma das O saldo da dívida interna registou negócio”, a banca comercial
Ematum continuam atracados e a fontes de financiamento do um aumento de 26.7% em rela- MEF aumenta limite dos tem vindo a expressar cres-
degradarem-se no porto de Ma- Estado, sobretudo, numa al- ção a 2015, passando em termos BTs, centes reservas face à grande
puto, enquanto os trabalhadores tura em que o país está sob nominais de 69.2 mil milhões de Acossado com défice de tesou- exposição em que se têm colo-
ociosos, realizam “greves” perió- vigilância dos mercados ex- meticais para 87.7 mil milhões de raria, o Ministério de Economia cado em relação a este produto
dicas para tentarem receber salá- ternos. meticais. e Finanças (MEF) aumentou o no seu portfólio de crédito.
rios em atraso.
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o
log
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Cortes para dirigentes do Estado

Governo acaba oficialmente com renda de casa


C oncretizando uma medi-
da que anunciou a 06 de
As novas regras estabelecem um
montante máximo de cinco mil
institutos e fundos públicos e ou-
tras instituições do estado com

o
Dezembro, o Governo meticais/mês para combustível autonomia administrativa e finan-
moçambicano mandou para viatura de afectação indivi- ceira.
publicar em Boletim da Repúbli- dual para dirigentes superiores
iores do
O novo subsídio de início de

log
ca, a 27 do mesmo mês, o decreto, Estado, titulares de cargos gover-
que define as novas regras de atri- nativos, membros dos órgãos so- funções
buição de subsídios de renda de ciais do sector empresarial
esarial do Es- O decreto cria um subsídio de
casa, de compra de viatura, com- tado e membros dos órgãos sociais início de funções, pago uma única
bustível e de comunicações. dos fundos públicos e outras insti- vez, aos funcionários e agentes do
tuições do Estado com autonomia Estado que exerçam cargos de di-
Como medida de fundo, as novas administrativa e ou financeira. recção, chefia e confiança, devido a
regras acabam com o pagamento Para os demais beneficiários da- partir da data do visto do Tribunal
par
de rendas de casa para os dirigen- quele direito, o montante com Administrativo, entre 600 e 500

ció
tes superiores do Estado e titula- despesas de combustível não deve mil meticais.
res de cargos governativos. ultrapassar dois mil meticais/mês. É também introduzido um bónus
Na sequência da decisão, é fixado O decreto estabelece igualmente especial ao funcionário com ha-
um subsídio de renda de casa de novos limites nas despesas com o bilitações de nível médio, técnico
30% sobre o vencimento base e uso dos serviços de comunicações profissional ou superior, condi-
um montante não superior a 30% de voz e dados pagos, fixando em cionado às mudanças de carreira,
para gastos com comunicações. 10 mil meticais mensais o respec- entre 60% e 20% do vencimento
No entanto, não formalmente co- Adriano Maleiane, Ministro da Economia e Finanças tivo montante. mensal base.
nhecida a tabela dos salários dos superiores do Estado titulares de serviços da administração pública, As novas normas abrangem ainda,
dirigentes superiores do Estado.
O Decreto leva o número 75/2017
e é publicado a 27 de Dezembro.
O número 2 do artigo 1 da re-
ferida norma é claro: “o subsídio
de renda de casa é fixado em 30%
cargos governativos e demais be-
neficiários que residam em imó-
veis arrendados pelo Estado é
assegurado o pagamento da renda
por um período máximo de 12
meses, a contar da data da entrada
so
cabendo ao ministro das Finanças
as respectivas actualizações.
Sobre a manutenção e apetrecha-
mento de imóveis, o artigo 4 refere
que os montantes e critérios a ob-
servar na reparação, manutenção
no artigo 7, o tipo de cilindrada
de viatura a atribuir aos dirigentes
superiores do Estado com direito
a vveículo.
A título exemplificativo, os minis-
tros, directores do SISE e chefe
Estão isentos das novas normas
o Presidente da República, pre-
sidente e vice-presidentes da As-
sembleia da República, presidente
do Tribunal Supremo, presidente
do Tribunal Administrativo, pre-
sidente do Conselho Constitucio-
sobre o vencimento base do bene- em vigor do presente decreto. da Casa Militar só podem andar
e apetrechamento de residenciais nal e procurador e vice-procurador
ficiário”. O decreto refere que, findo o alu- numa viatura com cilindrada entre
oficiais ou de funções, cuja res- Geral da República.
No número 3 do artigo em refe- dido prazo, o beneficiário passa a 1.401 centímetros cúbicos a 1.500
um
receber os 30% fixados como sub- ponsabilidade é do Estado, serão Quando o ministro da Economia
rência, estipula-se que “o paga- centímetros cúbicos.
mento do subsídio de renda de sídio de renda de casa. definidos por diploma conjunto As pessoas abrangidas que vio- e Finanças moçambicano, Adriano
casa cessa automaticamente, findo Para as excepções em causa, o va- dos ministros que superintendem larem as novas artigas incorrem Maleiane, fez o anúncio das novas
o exercício de funções por parte do lor não ultrapassará 120 mil me- as áreas das Finanças e das Obras em responsabilidade disciplinar, regras, pela primeira vez a 06 de
beneficiário”. ticais e o montante exacto será Públicas e Habitação. sem prejuízo do procedimento Dezembro último estimou em 7,2
As novas regras são taxativas so- fixado segundo um critério a ser criminal a que ao caso couber, de biliões de meticais a poupança de-
bre a abolição do pagamento de definido pelos ministros que su- Viaturas protocolares acordo com o artigo 17 do referi- corrente das novas medidas.
rendas, quando fixam, no núme- perintendem as áreas das Finanças O decreto estabelece que as viatu- do decreto. Consolidando a ideia que Maleia-
ro 1 do artigo 3, com a epígrafe e das Obras Públicas
as e Habitação. ras protocolares não são passíveis Além dos dirigentes superiores do ne já tinha avançado, o decreto diz
“Arrendamento de imóveis para O número 1 do artigo 5 do decre- de alienação e nas deslocações em Estado titulares de cargos gover- que se pretende uniformizar os
habitação”, que “não é permitido to em causa impõe como limite serviço, em que não seja compa- nativos, o decreto aplica-se igual- procedimentos e instituir limites
de

o arrendamento de imóveis para máximo 1.800 meticais por me- tível o uso de viatura protocolar, mente aos membros dos órgãos para as despesas com habitação,
habitação por conta do Estado”. tro quadrado o montante a pagar recorrer-se-á a um carro de servi- sociais do sector empresarial que subsídios de renda e casa, arrenda-
Transitoriamente, prossegue o pelo arrendamento de imóvel para ço, conduzido por motorista pro- beneficia do subsídio de explora- mento de imóveis, combustíveis e
texto normativo, aos dirigentes instalação e funcionamento dos tocolar.
tocolar ção proveniente do Estado e dos comunicações”.

24 mortos durante a Quadra Festiva

Acidentes de viação continuam a manchar as festas


io

É quase unânime afirmar -voz do Comando Geral da um balanço positivo ao período registados durante a transição de entre as saídas e entradas,
ár

que o período natalício PRM, durante a quadra festiva, natalício 2017/2018, o facto é ano, sendo quatro homicídios, um esperava-se a travessia, por
é o momento certo para perderam a vida nas
24 pessoas per que continuam preocupadas com furto, um roubo, um caso de fogo todas fronteiras nacionais, de
ceifar vidas humanas, estradas nacionais, em conse- estes números, fazendo com que posto e apreensão de duas armas 724.594 viajantes, tendo sido
tendo as estradas nacionais quência de 28 acidentes de viação, continuem apelando os automo- de fogo do tipo pistola e 24 mu- realizado em 71%.
como os palcos das operações. que provocaram ainda 18 feridos bilistas para uma condução pru- nições. Deste número, o posto fron-
Uma afirmação triste, mas que ligeir
ligeiros e 22 feridos graves. dente. teiriço de Ressano Garcia
0HQRVÁX[RPLJUDWyULR
Di

espelha a realidade, tendo em Só na festa de transição de ano, A avaliação positiva da PRM de- contribuiu com 308 mil via-
conta os números projecta- a PRM registou nove óbitos e ve-se ao facto desta quadra festiva Se no capitulo da segurança, o jantes, abaixo dos mais de
dos pela Polícia da República 12 feridos, entre graves e ligeiros, ter registado menos óbitos, apesar balanço é positivo, o mesmo não
512 mil viajantes projecta-
de Moçambique (PRM), na em consequência de 12 acidentes, de ter o número de acidentes ter se pode dizer na migração, onde
dos.
sua conferência de imprensa uma média de 0,75 por cada aci- sido maior. Na quadra festiva de o fluxo de viajantes esteve abaixo
Por sua vez, o porta-voz do
de balanço da quadra festiva, dente. 2016/2017, a PRM registou 26 das expectativas.
Segunda Cira Fernandes, Porta- SENSAP, Leonildo Pelem-
concedida esta terça-feira, Aliás, uma reportagem feita pelo acidentes de viação, que provoca-
em conjunto com o Serviço canal privado STV, momentos ram 34 óbitos, 40 feridos ligeiros -voz do SENAMI, durante o be, falou da redução em mais
Nacional de Salvação Pública antes da transição do ano, mostra e 55 feridos graves. período de 13 de Dezembro de de 50% de casos de incêndio,
(SENSAP), Serviço Nacional alguns automobilistas a conduzir Os casos da quadra festiva não 2017 a 1 de Janeiro do corrente comparativamente ao ano
de Migração (SENAMI) e em estado deplorável, enquanto terminam por aqui. Segundo Iná- ano, 512.124 viajantes cruzaram passado, onde foram regis-
Direcção Nacional de Identi- outros andam a alta velocidade, cio Dina, durante este período, a as nossas fronteiras, entre maríti- tados 12 casos. Acrescentou
ficação Civil (DINIC). com o argumento de querer ga- PRM registou 14 casos criminais, mas, aéreas e terrestres, um movi- que o corpo de bombeiro
nhar a festa do réveillon. tendo sido detidas 30 pessoas. mento muito abaixo do esperado. evitou 17 casos de afoga-
Segundo Inácio Dina, Porta- Embora as autoridades façam Deste número, sete casos foram De acordo com as autoridades, mento.
Savana 05-01-2018
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A crise socioeconómica no meio rural zambeziano


Por Alberto da Cruz e Jorrit Oppewal*

O s distritos da Média e
Alta Zambézia sofreram
do mais de MZN 20,000 na sua
contratação. Com o preço de feijão
vo, incluindo a do milho. tar que o cenário não é igual em
toda a Zona Centro-Norte. Em
no campo indicam que mais uma
colheita abundante de 4 milhões

o
o maior impacto da que- bóer de 2016, aproximadamen- Feijão Bóer a Apodrecer no vários Distritos da Província de de toneladas se avizinha, muito
da do preço de feijão bóer te MZN 45/kg, teria uma receita Campo Nampula, por exemplo, muitos acima do consumo médio anual,
em 2017. O grosso dos produtores de MZN 31,500, só desta cultura. Assim, é muito provável que a área produtores cultivam o feijão bóer, enquanto que os armazéns ainda

log
não teve retorno financeiro do in- Porém, dada a queda drástica do cultivada na Zambézia se reduza mas o quadro agrícola é muito estão cheios de feijão da colheita
vestimento feito na última campa- preço, teve de vender a MZN 4/kg. na próxima campanha agrícola. mais diversificado, com os produ- anterior
anterior.
nha agrícola, o que provocou efei- Em condições normais, guarda 50 Os pequenos produtores que nor- tores engajados também no cultivo O esforço de diversificação nos
tos multiplicadores na economia kg de feijão bóer para o consumo, malmente fazem 2 hectares ou de algodão, soja, feijão vulgar, caju distritos de Média e Alta Zam-
local. mas com este preço extremamente menos e não contratam ganho- e outras culturas de rendimento. bézia poderá focar-se no feijão
Moçambique tem atravessado baixo preferiu guardar 300 kg para -ganho, poderão manter a mesma Adicionalmente, existe um mer- holoco, feijão vulgar e gergelim.
tempos de crise económica desde o consumo. Assim, só teve uma re- área cultivada. Mas os produtores cado comercial para a mandioca. No caso deste último, no entan-
2015, provocada pela descoberta ceita financeira de MZN 1600 da médios/emergentes que têm mais São poucos os produtores nesta to, não se pode promovê-lo sem
de dívidas ocultas e os consequen- venda de feijão bóer. Ganhou al- de 4 hectares dependem da con- região que dependiam do feijão o acompanhamento do serviço

ció
tes cortes no apoio externo, e pela gum dinheiro com a venda de hor- tratação de ganho-ganho. Não bóer como parte significativa do de extensão e disponibilização
descida de preços mundiais dos tícolas, mas não foi suficiente para tendo essa possibilidade, por falta seu rendimento. Assim, a queda do de insecticida. O feijão vulgar é
principais produtos de exportação, compensar a perda no feijão bóer. de fundos, reduzirão a área. Isto preço é prejudicial da perspectiva principalmente para o consumo
como o carvão e alumínio. Esta Como resultado, o Januário está implica que o volume total de do produtor, mas não gerou uma doméstico, nas zonas rurais, mas
crise resultou na desvalorização do sem recursos financeiros para in- ganho-ganho contratado também crise económica. também nos centros urbanos, in-
metical, e no aumento da inflação vestir na contratação de mão-de- vai cair, ou que o valor pago em A Cidade de Nampula é o princi- cluindo Maputo. Nos últimos
e do défice fiscal. A crise parece ter -obra para a próxima campanha. remunerações diminuirá. Ainda pal centro comercial para os distri- anos, o preço do feijão vulgar tem
atingido o seu pico em 2016, regis- Vai tentar cultivar novamente os 3 é cedo para apurar o impacto no tos da Zona Norte, e para muitos sido alto e estável, entre MZN 25
tando-se uma gradual recuperação ha, usando a sua própria mão-de- cado de ganho-ganho, porque
mercado da Zambézia. Os comerciantes ba-
e MZN 30/kg. Por fim, o feijão
económica em 2017. Paradoxal-
mente, para milhões de moçam-
bicanos, nas Zonas Centro-Norte,
com destaque para a Província
de Zambézia, 2015 e 2016 foram
anos de prosperidade económica.
-obra, e de familiares, mas não tem
a certeza de que consiga.
Por sua vez, o cunhado do Januá-
rio teve uma área plantada de 10
hectares de feijão bóer numa zona
isolada. Desconhecedor da dinâ-
so
a preparação dos campos está na
fase de arranque, mas em Milan-
ge e Mocuba já foi observada uma
queda drástica do valor médio dos
salários oferecidos. Em alguns ca-
sos, os trabalhadores não aceitam
seados nestes distritos costumam
viajar até Nampula para comprar
as suas mercadorias. Os comer-
ciantes entrevistados em Nampu-
la também alegam que o negócio
caiu em 30 a 50% em comparação
holoco parece ser a melhor opção,
uma vez que tem mercado para a
exportação, mas ao mesmo tem-
po é popular no consumo local.
Enquanto que o cultivo de feijão
holoco continua a ser comum na
Enquanto sentiam a crise macroe- mica do mercado, colheu o feijão, o valor reduzido, e acaba por não com o ano anterior. Nas últimas
conómica através do aumento do arranjou transporte e levou a mer- semanas, o negócio recuperou li- província de Nampula, o hábito de
haver transacção.
preço de produtos importados, cadoria até a vila mais próxima. geiramente com o início da época cultivo tem desaparecido na Zam-
Impacto na Economia
um
houve simultaneamente um boom Enquanto se preparava para fazer de comercialização de caju, que bézia. Muitos produtores referem
da economia rural, graças aos altos o transporte ao destino final, re- A economia da Zona Centro- resultou numa injecção financeira que se lembram que os seus pais
preços de produtos agrícolas, prin- cebeu a informação sobre o preço -Norte continua a ser sustentada nos distritos costeiros da província costumavam cultivar o feijão ho-
cipalmente do feijão bóer e do mi- praticado no mercado e chegou a em grande medida pela agricultu- de Nampula. loco, e que gostariam de retomar
lho. Um produtor com 4 hectares conclusão que nem compensaria ra. Quando o agricultor vê menor o cultivo, mas que já não é fácil ter
(ha) de feijão bóer podia ganhar o custo de transporte. Por essa ra- retorno para a sua actividade, não Medidas para revitalizar acesso a sementes nestes distritos.
até MZN 100,000. Em quase toda zão, optou por abortar a viagem e consegue comprar outros produ- a economia nos distritos Outros produtores referem que,
a província, os produtores aumen- abandonar no meio de mato toda a tos, afectando imediatamente o afectados se fossem os únicos no distrito
taram as suas áreas de plantação mercadoria, fruto do seu trabalho volume de vendas de comercian- A economia dos distritos mais a cultivar este feijão, não teriam
de feijão bóer, e usaram os lucros ao longo do ano todo. tes. Entrando em qualquer loja impactados pelos baixos preços de compradores por falta de escala na
para comprar motas, telefones, No vizinho Distrito de Morrum- ou neg
negócio nas sedes distritais na feijão bóer e milho precisa de uma comercialização do feijão holoco.
de

televisões e painéis solares, para bala, o Sr. Ardicha cultivou uma Média e Alta Zambézia, e que injecção financeira para a sua re- Neste contexto, seria pertinente
melhorar as suas casas, e para in- área total de 26 hectares, sendo depende da procura local, o dono -estabilização. Na ausência de tal um esforço conjunto entre o Go-
vestir na educação dos seus filhos. 10 hectares de gergelim e 16 hec- relata que o volume de negócio em injecção, os efeitos multiplicadores verno, parceiros de cooperação e
Consequentemente, os altos ren- tares de feijão bóer (produzidos 2017 caiu em pelo menos 50% em poderão continuar a acumular-se, sector privado para o relançamen-
dimentos dos produtores geraram em conjunto com o milho), tendo comparação com 2016. Esta ten- com mais negócios a fecharem as to desta cultura nos distritos mais
amplas oportunidades de negócio investido quase MZN 250,000. dência verifica-se em praticamen- portas, e uma consequente redu- expostos à crise do feijão bóer.
em todos os ramos de actividade A colheita do gergelim falhou te todos os tipos de lojas, desde os ção das receitas fiscais para o Es- Se houver uma disponibilização
económica local. completamente devido a pragas e supermercados a lojas gerais que tado. de semente, em conjunto com
Porém, o cenário mudou drastica- insectos, um cenário que se repe- vendem produtos alimentares, lo- Como o Governo Central está compromissos dos comerciantes
mente em 2017, principalmente te para muitos dos produtores da jas de roupa, de materiais de cons- numa situação de aperto fiscal,
io

que vão comprar o feijão holoco,


devido à queda do preço das duas Zambézia que optaram por esta trução, alfaiates e bares. Todos os não terá as condições para provo- muitos produtores poderão estar
culturas mais importantes nos cultura de rendimento. O ger- comerciantes afirmam que várias car um estímulo à economia destes dispostos a cultivá-lo, mesmo que
Distritos de Média e Alta Zam- gelim é muito sensível e requer a lojas e outros negócios já fecharam distritos usando recursos públicos. seja em áreas pequenas. Este fei-
bézia[1], nomeadamente o milho, aplicação de insecticidas em in- as portas, e prevêem que mais lojas Neste contexto, sugere-se a inter-
jão pode ser plantado até Janeiro
que caiu de MZN 20/kg em 2016 tervalos específicos, mas a maioria seguirão o mesmo rumo nos pró- venção de doadores internacionais
ou Fevereiro, e colhido em Abril.
ár

para MZN 5/kg em 2017, e o fei- dos produtores não tem acesso a ximos meses. Os que já estão no para organizarem transferências
É realístico esperar que o preço
jão bóer, cujo preço médio caiu de este insumo. A grande vantagem negócio há muito tempo alegam de dinheiro aos produtores destes
ao produtor seja de pelo menos
MZN 45/kg em 2016 a MZN 5/ do feijão bóer é que não tem cla- que existem sempre crises cíclicas distritos.
kg em 2017. MZN 15 a 20/kg, o que significa
ros riscos do lado da produção, o ligadas a preços agrícolas, mas que Em paralelo, sugere-se que de-
o ano de 2017 é o pior de que há que uma acção rápida durante o
que resulta numa produtivida- verá haver um esforço conjunto e
Impacto na Agricultura de estável. Porém, o ano de 2017 memória. As pequenas lojas loca- célere entre o Governo, parceiros
mês de Dezembro para a disponi-
Di

Januário Malata é produtor no lizadas no campo, fora das sedes de cooperação e o sector privado, bilização de semente de feijão ho-
mostrou que tem um risco enorme
Distrito de Milange, província da perspectiva de comercializa- distritais, enfrentaram uma queda para apoiar a diversificação agrí- loco poderá resultar numa injec-
da Zambézia, a 10 quilómetros ção. Com a queda do preço, o Sr. do volume de negócios de até 80%. cola na campanha que está a co- ção financeira essencial para estes
da vila sede.. Encorajado pelo alto Ardicha chegou à conclusão que O cenário repete-se por todos os meçar. Muitos dos produtores nos distritos até Abril.
preço de feijão bóer verificado nos este nem compensaria o custo da distritos da Média e Alta Zam- distritos referenciados planeiam
últimos anos, dedicou a maior par- contratação de ganho-ganho para bézia, onde o milho e o feijão bóer apostar novamente no feijão bóer, [1] Especificamente os Distritos
te da sua área total cultivada em a colheita dos 16 ha, e preferiu dominaram o quadro agrícola na porque estão na expectativa de que de Morrumbala, Milange, Mocu-
2016-17, de 3 ha, a esta cultura, deixar, até hoje, o feijão no campo, campanha passada. Nestes dis- o preço irá recuperar, mas também ba, Lugela, Namarroi, Molumbo,
em conjunto com o milho, resul- onde já começou a apodrecer com tritos estima-se que pelo menos porque é difícil ter acesso à semen- Gurúe, Ile, Alto Molócue e Gile.
tando na colheita de 700 kg de fei- as primeiras chuvas e o aumento 75% dos produtores cultivaram te de outras culturas alternativas. A partir daqui, onde o texto fala da
jão. Na área remanescente investiu da humidade. Teve um prejuízo fi- o feijão bóer e que 50% não cul- Porém, a colheita de feijão bóer Província de Zambézia, refere-se
na produção da mandioca e de nanceiro de MZN 200,000 e não tivou nenhuma outra cultura de será apenas a partir de Agosto de particularmente a estes Distritos.
hortícolas. O Januário depende de terá os recursos necessários para rendimento. Uma parte dos pro- 2018, e não é provável que o preço
mão-de-obra contratada (conhe- investir na próxima campanha, dutores semeou adicionalmente o suba significativamente no próxi- *Estudo levado a cabo pela Interna-
cido por ganho-ganho) para o cul- pelo que será forçado a reduzir gergelim, mas em muitos locais a mo ano. As estimativas da produ- tional Growth Center (IGC) sobre o
tivo dos 3 hectares, tendo investi- drasticamente a sua área de culti- colheita falhou. É importante no- ção indiana de feijão bóer que está sector de feijão bóer
Savana 05-01-2018
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EDITAL “... o melhor


2018 lugar para

o
moldar o meu

log
Testes de e
)ĹƋųåƴĜŸƋ±ŸVocacionais
Diagnóstico

potencial!”

ció
so
No âmbito das condições gerais de ingresso no Ensino Superior, previstos na lei n° 27/2009, de Setembro (Lei do Ensino
um
Superior, artigo 23, n° 5 alínea a) onde a condição de acesso à formação conducente ao grau académico de Licenciatura, é a
conclusão com aprovação da 12a classe ou equivalente, o ISCTEM torna público que irão decorrer no dia 24 de Janeiro de
2018, Testes de Diagnóstico e Entrevistas Vocacionais para admissão aos cursos que a seguir se indica:

Escola/Curso Vagas Disciplinas Requisitos


Diurno Nocturno Disciplina 1 Peso Disciplina 2 Peso
Poderão candidatar-se aos Testes de Diagnóstico
de

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


indivíduos que preencham os seguintes requisitos:
Medicina Geral 150 - Biologia 50% Química 50% Î )ŸƋƚÚ±ĹƋåŸ ÚŅ )ĹŸĜĹŅ „åÏƚĹÚ´ųĜŅ :åų±Ĭ ŧƚå ƋåĹʱĵ
Medicina Dentária 90 - Biologia 50% Química 50% ÏŅĹÏĬƚĝÚŅ±ŎƖřÏĬ±ŸŸåÚŅ„c)ŅƚåŧƚĜƴ±ĬåĹƋåſ
Farmácia e Controle de Qualidade de Medicamentos 70 70 Biologia 50% Química 50%
Ήų±Æ±ĬʱÚŅųåŸŧƚåƋåĹʱĵÏŅĵŞĬåƋ±ÚŅ±ŎƖřÏĬ±ŸŸåÚŅ
ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E
GESTÃO DE NEGÓCIOS „c) Ņƚ åŧƚĜƴ±ĬåĹƋå ޱų± ÏŅĹƋĜĹƚ±ÓÅŅ Úå åŸƋƚÚŅŸØ Ÿåĵ
ŞųåģƚĝDŽŅÚ±ĬåčĜŸĬ±ÓÅŅåĵƴĜčŅų.
Gestão de Empresas 90 90 Matemática 50% Português 50%
io

Contabilidade e Auditoria Matemática 50% Português 50%


Período de Inscrição
90 90

Gestão Financeira e de Seguros 90 40 Matemática 50% Português 50%


e±ŞųåŸåĹƋ±ÓÅŅÚ±ŸϱĹÚĜÚ±Ƌƚų±ŸÚåÏŅųųåű„åÏųåƋ±ųĜ±ÚŅ
Gestão de Marketing Matemática 50% Português 50%
F„‰)aرƋæŅÚĜ±23 de Janeiro de 2018.
45 45

Gestão de Recursos Humanos e Negociação 45 45 Matemática 50% Português 50%


ár

Os candidatos aos testes serão avaliados apenas nas


ESCOLA SUPERIOR DE ENGENHARIAS E
TECNOLOGIAS disciplinas nucleares dos cursos da sua preferência.
Engenharia Informática 100 100 Matemática 50% Física 50% BŅų´ųĜŅ×í×ƐLjBŠ%ĜƚųĹŅšåŎƀ×ƐLjBŠ{ņŸěĬ±ÆŅų±Ĭšţ

Engenharia Geológica e de Minas 50 - Matemática 50% Física 50%


Di

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS


JURÍDICAS E ARTES
Arquitectura e Urbanismo 45 - Desenho 50% Matemática 50%
Direito 90 90 Português 50% História 50%

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12 Savana 05-01-2018
NO CENTRO DO FURACÃO Savana 05-01-2018 17

Processo de reassentamento na Península de Afungi

Palmas que soam no meio de alguns assobios


Por Abílio Maolela (texto e fotos), em Palma

A rrancou, em Novembro passa-


do, o processo de Reassenta-
mento das famílias afectadas
pelo projecto da construção da
coqueiro; 6.860 pelos citrinos; 3.697
pela goiabeira e papaieira; 5.880 pela
mangueira; 1.597 pela ateira e pelo co-
ração do boi e 105 meticais pelo anana-
temporário das oito famílias que re-
sidem naquela área, a transladação de
sepulturas dentro da área abrangida e
a entrega da área ao Empreiteiro para
ções de guardar o seu dinheiro.
Em sentido contrário estão Basílio As-
sane,, de Senga, e Faz Bem Castro San-
tos, de Mondlane, que aplaudem o uso
tomarmos esta decisão. Não é nosso
hábito exumar corpos, mas porque as
campas estão dentro do DUAT tivemos
de aceitar”, esclarece a fonte, de forma
acordo. Haverá uma cerimónia tradi-
cional, antes do início dos trabalhos.
Cada família irá indicar a sua campa
que, posteriormente, será atribuída um

o
fábrica de Liquefacção de Gás Natu- seiro e 256 pela bananeira. a construção. Refira-se que as obras de dos serviços
viços bancários. repetida. número para a sua fácil identificação
ral (LNG, em inglês), na Península de Para além do valor das árvores, as pe- construção da vila de Reassentamento “O pagamento via banco é uma vanta- Para Manuel Passar, quando se fala de no novo cemitério. Para os trabalhos
Afungi, distrito de Palma, na província trolíferas actualizaram também o preço estarão a cargo da construtora CMC gem porque garante a nossa segurança, de funerária que possam ocorrer nos

g
negociação não se refere apenas aos va-
de Cabo Delgado, norte de Moçambi- a ser pago por cada metro quadrado África Austral, indicada pela Anadarko. assim como do nosso dinheiro. Estamos lores a serem pagos pela perda de ma- próximos meses, o projecto contratou
que, um processo caracterizado por um das culturas anuais cultivadas naque- Assane acrescenta que ainda está em numa zona vulnerável e ter dinheiro em uma agência funerária para transportar
chamba ou árvores, mas ao pacote no
misto de sentimentos, com algumas fa- as urnas para o novo cemitério. Os tra-

o
la região. Assim, a mandioca (cultura negociação com o Projecto para o re- casa seria muito perigoso porque pode geral porque “inclui questões culturais
mílias a aplaudirem o mesmo e outras predominante) passou dos anteriores gisto da quarta machamba, aberta an- atrair bandidos”, diz Basílio Assane. balhos de exumação e transferência de

l
que estão acima de valores monetários”. túmulos irão decorrer neste mês para
a assobiarem, alegando não ter nego- 18 meticais por metro quadrado para tes da declaração de moratória para As compensações em curso nesta fase O Presidente do Comité Distrital de dar espaço a construção da vila de reas-
ciado os valores que estão sendo pagos 23 meticais, o mesmo acontecendo com construção e actividade agrícola na área chegam a ultrapassar três milhões de
Reassentamento explica que a exuma- sentamento”, diz David Machimbuku.
pelo Projecto de Desenvolvimento de


as culturas do amendoim, gergelim, concessionada. meticais para algumas famílias, segun-
ção dos corpos “era um mito” durante O Projecto sublinha que pagará pela
Gás, liderado pela Anadarko e ENI. inhame, milho, arroz, mapira e cana- “Estou muito feliz porque a empresa do a garantia dada pela Anadarko, facto
as consultas públicas, mas ultrapassado exumação dos restos físicos e o seu en-
-de-açúcar. cumpriu com o nosso acordo”, afirma que preocupa aquela empresa, o gover-
Por sua vez, o tomate passou de 65 me- Assane, revelando que com o dinheiro em consultas com as respectivas famí- terro no cemitério da vila de reassen-
São cerca de 100 famílias que já se be- no e as organizações da sociedade civil.
lias. tamento, assim como contribuirá com

c
neficiam das respectivas compensações, ticais para 84 meticais por metro qua- quer construir uma casa de alvenaria O Administrador de Palma está ciente
drado, enquanto a melancia custa 123 para a sua família, que ainda fazem par- de que um dos desafios a ser enfrentado “Cada família concordou e assinou o materiais para a cerimónia familiar.
nesta fase, denominada “Fase 0 (Zero)
de Reassentamento”, que abrange ape- meticais, contra os anteriores 87,5 me- te sua esposa e seus oito filhos. pelo governo prende-se com a educa-

Reassentamento poderá
o
nas os agregados familiares com benfei- ticais. Para além do pagamento das cul- Entretanto, enquanto uns se alegram ção financeira daquela população, pois,
torias na zona de Quitunda, onde será turas, o Projecto irá adicionalmente pa- com o acordo alcançado, outros se mos- “algumas pessoas não conhecem a real
gar, pela mão-de-obra e distúrbio pela tram desagradados, alegando que os va- dimensão dos valores que vão receber”.

s
erguida a vila de Reassentamento.
Foram mais de três anos (desde 2014) perda das machambas, 10 meticais por lores não são fruto de uma negociação. O coordenador do CTV, naquele dis-
Famílias divididas em relação à tabela de compensações, no arranque do Reassentamento, na Península de Afungi, onde nascem os pprimeiros “milionários” da região
de negociação, reflectidas em quatro
auscultações públicas e cerca de 830
cada metro quadrado, ou seja, 100.000
Meticais por hectare.
“Não estou feliz com dinheiro que vou
receber porque não negociamos”, diz porque já estão a receber o seu dinhei- Líder Comunitário de Senga. destaque para as famílias a serem deslo- Aplausos e reticências
trito, diz estar em curso um trabalho de
educação financeira, incluso num paco- terminar em 2023
O
reuniões, que, no entanto, não produzi- Estes valores agradam a maior parte Andurabe Issa, residente de Quitupo, ro”, sublinha a fonte, que lidera uma “Houve promessa de actualização dos cadas fisicamente. Para efectuar o pagamento das com- te de assistência social sobre o impacto
ram alguns consensos entre o Projecto dos beneficiários ouvidos pela nossa para quem a empresa veio lhe impor os equipa de 16 elementos que estabele- dados, mas não vimos nada”, afirma Até 2015, aquando da realização da ter- pensações, o Projecto recorreu a trans- desta mudança de vida. Ao que o jornal
arranque da denominada “Fase 0 de Reassentamento” representa

m
e os cerca de 1500 agregados familiares reportagem, que consideram estar de seus valores. ce ligação entre a sua comunidade e o Dindila, acrescentando que ainda não ceira auscultação pública, acompanhada ferências electrónicas, utilizando contas apurou, a Anadarko está a levar a cabo
acordo com as suas expectativas, em- “Estaria feliz se a empresa tivesse res- Projecto. foram indicados a terra de substituição pelo nosso jor
jornal, o Projecto tinha re- bancárias. Para tal, procedeu com a um trabalho de educação financeira, o início de um processo a ter o seu fim, provavelmente, em finais
afectados pelos sete mil hectares con-
bora sublinhem que os valores foram pondido a minha contra-proposta”, O Coordenador do Centro Terra Viva para a prática da agricultura. gistado 1.188 famílias, onde 456 eram abertura de contas bancárias, no Ban- através de uma empresa especializada de 2023, de acordo com o programa de actividades aprovado pelo
cessionados à Anadarko, ENI e parcei-
Projecto.

u
ros por 30 anos para a exploração do gás definidos unilateralmente. desabafa a fonte, revelando ainda não (CTV), em Palma, Manuel Passar, con- Entretanto, fontes da empresa consul- afectadas fisicamente. co Comercial de Investimentos (BCI), contratada para o efeito.
Issa Ali Issa, residente de Senga, há 10 ter recebido a sua compensação. Con- firma a preocupação de algumas famí- tadas pelo SAVANA esclareceram que cobrindo as taxas de activação, assim A Anadarko garante ter realizado, atra- O processo de implementação do Plano de Reassentamento da Península
natural da bacia do Rovuma. Neste momento, o número subiu para
anos, é um dos chefes de famílias que tudo, ao que o SAVANA apurou junto lias em relação ao decurso do processo, o processo de actualização do recensea- como as despesas de transacção asso- vés de uma empresa especializada na de Afungi está dividido em quatro fases, alternando-se entre as de paga-
Muitas famílias dizem estar felizes pelo 1508 agregados familiares, sendo que
se contenta com a tabela definida, as- de fontes ligadas à Anadarko, Andura- pois, “nunca houve negociação, apenas mento e inventário de bens iniciou com ciadas durante seis meses. matéria, algumas sessões, que tiveram mento das compensações, transferência das famílias e as da construção da
facto do Projecto ter pago o combina- os afectados fisicamente subiram para
sim como pelo início do processo de be Issa já recebeu a sua compensação. propostas do projecto”. as famílias abrangidas na fase zero, pas- O modelo que, para o projecto visa vila de Reassentamento.
uma adesão positiva por parte das famí-

e
do, outras afirmam estar frustradas pelo 556. Entre as razões deste aumento
pagamento, pois, a compensação paga “Talvez no momento em que estiveram O Projecto, através da Anadarko, líder garantir a segurança do dinheiro dos A primeira fase, denominada “Fase 0 de Reassentamento” tem duração de
facto do processo ter terminado sem ter sando, posteriormente, para os restantes está o crescimento populacional, assim lias abrangidas. Acrescenta que, duran-
garante-lhe melhorar a sua condição no terreno (8 a 12 de Dezembro), ele beneficiários, não tem acolhimento por três meses, tendo o seu término previsto para o mês de Janeiro de 2018.
negociado com aquelas empresas que, do processo de implementação do Pla- agregados familiares. como falhas durante o registo da popu- te as sessões, o Projecto procurou, entre
de vida. ainda não tenha recebido, mas garanto parte de alguns chefes de família. Cri- Concluída esta fase, segue-se a segunda, denominada “Fase 1 da Cons-

d
por sua vez, defendem ter elevado as no de Reassentamento, garante estar a Estas questões, que são motivo de dis- lação e dos seus respectivos bens. outros aspectos, “sensibilizar as famílias
Sem revelar o valor que recebeu pela que já recebeu”, precisou a fonte. zaldo Afonso, residente de Mondlane, é trução da Vila de Reassentamento”, com duração de 13 meses, onde serão
suas ofertas para acomodar as preocu- pagar acima dos valores estabelecidos, cussão entre as comunidades e o Pro- Em relação à terra de substituição, a para o uso de serviços bancários sempre
perda dos dois hectares de terra, con- Aliás, aquando da nossa visita às comu- um dos que não vêem com bons olhos erguidas 175 casas, estradas, sistema de abastecimento de água e de drena-
pações da população. legalmente, incluindo as culturas de jecto, desde 2015, preocupam também Anadarko diz que o Governo já identi- que possível, evitando o uso em cash de
tendo árvores, com destaque para ca- nidades de Senga, Monjane e Quitupo, gem, zonas para o armazenamento do lixo, edifícios públicos, infra-estru-
menor expressão naquele ponto do país. o CTV, organização da sociedade civil ficou e demarcou dois locais, sendo que este modelo, pois, é obrigado a receber elevados montantes”.
Os números e as reacções jueiros e coqueiros, Issa garante ter algumas famílias ainda não tinham que presta assistência jurídica àquelas o seu valor em retalhos.
turas sociais e a instalação de energia eléctrica. Refira-se que o arranque

ir o
Aquando do início do processo, a Ana- recebido o que “combinei com a em- recebido os seus valores, porém, garan- Actualização do censo e ma- populações.
um se encontra entre Mondlane (cerca
“Quero construir uma casa, mas fica Fechado o acordo para a das obras está previsto para o mês de Fevereiro.
darko, ENI e seus parceiros comprome- presa”, facto que lhe deixa “muito feliz”. tiam à nossa reportagem que estavam chambas de substituição “As grandes preocupações apresentadas
de 1600 hectares) e o outro em Senga
difícil comprar o material porque não transferência de túmulos De acordo com o Projecto, as primeiras casas serão entregues ao pessoal
tiam-se a pagar 5.700 meticais por cada Mesmo sentimento é partilhado por contemplados nesta fase. preocupam população pelas comunidades estão relacionadas
(cerca de 350 hectares).
tenho todo o dinheiro. Queria que me Um dos aspectos que dividia as empre- administrativo (agentes da polícia, enfermeiros, etc.), às oito famílias de
No entanto, embora alguns beneficiá- “O processo de loteamento das terras já sas e as comunidades, durante as con- Quitunda, reassentadas temporariamente em Senga e as populações cos-
cajueiro; 6.050 pelo coqueiro; 4.900 Basílio Selemane Assane, de 63 anos de O Secretário do Comité Comunitário com a actualização do recenseamento dessem todo o dinheiro porque, no
rios aplaudam os números e o início da começou e prevê-se que, em finais de sultas públicas, estava relacionado com teiras, para dar lugar à construção da ponte cais, a ser usada para o descar-
pelos citrinos; 2.640 por cada goiabeira; idade, natural e residente de Senga, que de Reassentamento (CCR) de Senga, e também com indicação da terra de banco só sai 10 mil meticais (pagamen-
implementação do Plano de Reassenta- Janeiro, o projecto comece a preparar as a transferência dos túmulos da área regamento do material para a construção da fábrica.
4.200 por cada mangueira; 2.640 pela garante já ter recebido a compensação Daniel Ernesto, é um dos chefes de fa- substituição, pois, ainda não foi entre- to via ATM). Só obrigado a levantar 10

á
mento, alguns mostram-se preocupados terras e fornecer um pacote de subsis- abrangida pelo Projecto para o Cemi- A terceira fase, apelidada de “Fase 2 de Construção da Vila de Reassen-
papaieira; 1.224 pela ateira; 1.545 pelo de duas, das três machambas registadas mília que aguardava pela sua chamada, gue, o que não garante a sustentabili- mil meticais todos os dias”, diz a fonte.

i
em relação a algumas questões, com tência para cada família, que consiste tamento”, com duração de oito meses, está reservada para a construção de
coração de boi; 182 pela bananeira e 75 em seu nome. À semelhança dos outros, pois, ainda não tinha sido compensado dade dos valores compensados”, diz Mesma opinião é partilhada por Issa tério da futura Vila de Reassentamento.
destaque para a actualização do recen- em ferramentas e sementes”, diz o do- 320 casas, sistema de drenagem e de abastecimento de água, iluminação
meticais pelo ananaseiro. a fonte também não revela o montante pela perda da sua terra, cajueiros, co- Manuel Passar, coordenador daquela Ali Issa, residente de Senga, que tam- O facto é que aquelas populações,
seamento e a indicação da terra de subs- cumento enviado à nossa redacção, su- pública e zonas para o armazenamento do lixo.
Porém, os valores não agradaram al- encaixado resultante deste processo. queiros, bananeiras, entre outras árvores organização, no distrito de Palma. bém diz não ter gostado da modalidade maioritariamente muçulmanas, não
blinhando que cada família irá receber É com a conclusão destas casas, que a comunidade de Quitupo será reas-
gumas pessoas das cinco comunidades “Recebi o dinheiro de duas machambas e culturas. tituição para a prática da agricultura. de pagamento porque “vai atrasar os aceitavam exumar os corpos dos seus

D
Salimo Assane, do CCR de Quitupo, sentada para dar lugar à construção da fábrica de liquefacção de gás natu-
(Senga, Monjane, Quitupo, Maganja e porque a terceira não está contemplada “Ainda não recebi o valor. Isto preocu- “Quando o processo começou, a em- comunidade a ser reassentada, esclarece até 1,5 hectares. meus planos”. entes queridos, alegando não ser per-
“O reassentamento será apoiado por ral. Neste processo, o Projecto efectuará também o pagamento das com-
Palma-Sede) afectadas pelo Projecto, nesta fase”, diz Basílio Assane, em re- pa-me porque os meus colegas já rece- presa disse que ia fazer a actualização que passam mais de quatro anos, desde “Quero construir uma casa e comprar mitido na sua religião.
uma série de programas delineados no pensações a todas as famílias com bens na área industrial e a transladação
tendo exigido a revisão da tabela. ferência à “Fase 0 de Reassentamento” beram”,”, reclama a fonte, reconhecendo, do recenseamento, mas só nos depa- que se fez o recenseamento da popula- motorizada, mas não posso fazer isso Entretanto, o que era inegociável, aca-
dos túmulos existentes naquela área.
Assim, o Projecto aumentou os valores que, para além do pagamento das com- no entanto,, que o processo está a decor- ramos com as compensações. Não sei ção abrangida pelo Projecto, sendo que plano, incluindo a formação e desenvol- agora porque o dinheiro sai pouco- bou sendo negociável, com a população
Por fim, na quarta e última fase (Fase 3 da Construção da Vila de Reas-
das compensações das culturas perenes pensações das famílias que possuem rer de forma ordeira. como é que ficou a questão da actua- neste período alguns jovens cresceram vimento de habilidades e a criação de -pouco. Tenho de ir ao banco todos os a ceder, conforme disse Bruhamo Adi-
sentamento), com duração de três meses, serão construídas 75 casas, sis-
e anuais, fixando os preços de 7.980 bens na área da vila de Reassentamen- “Ainda não recebemos nenhuma recla- lização do recenseamento”, diz Daniel e criaram suas famílias, havendo ne- um fundo de desenvolvimento comuni- dias para levantar 10 mil meticais” afir- mane, de Quitupo.
tema de drenagem e de abastecimento de água, iluminação pública e zona
meticais por cada cajueiro; 8.470 pelo to, inclui também o reassentamento mação.
ão. As pessoas estão muito felizes Ernesto, secundado por Tomás Dindila, cessidade de serem contemplados no tário”, acrescenta. ma Issa, revelando que está em condi- “Não tivemos outra escolha. Foi difícil
para o armazenamento dos resíduos sólidos.
processo. Com a construção destas casas, estará concluído o projecto de constru-
O Administrador de Palma, David ção das 570 casas de tipo três (556 para os reassentados e 14 para o pes-
Machimbuku, que também preside o soal administrativo), escola primária, centro comunitário, Posto Policial,
Comité Distrital de Reassentamento, Centro de Saúde de nível dois (igual ao da Cidade de Pemba), mercado,
garantiu que o Projecto fez a devida ac- dois parques infantis, cemitério, três mesquitas, uma igreja e outras infra-
tualização das informações, desde que -estruturas sociais.
a família comprovasse a informação Nesta fase, para além da conclusão do projecto de construção, far-se-ia
declarada. também a transferência das últimas famílias a serem reassentadas, assim
Este argumento é defendido tam- como do pagamento das compensações aos agregados familiares com bens
bém pela Anadarko, assegurando ter na Zona de Desenvolvimento dos Meios de Subsistência.
se actualizado o inventário de bens e A cada uma das 556 famílias a ser reassentada será atribuída um DUAT,
informação sócio-económica na área facto que fez com que a Vila Reassentamento fosse retirada da zona do
da futura Vila de Reassentamento, em DUAT atribuída ao Projecto.
Quitunda, ao que se seguirá as restantes Revela aquela petrolífera norte-americana que, após o Reassentamento,
famílias abrangidas. o Projecto irá contratar uma empresa para avaliar a implementação do
Dados na posse do SAVANA indicam Plano de Reassentamento. Acrescenta que está sendo preparado um plano
que o número de agregados familiares de saída deste processo, que passa pela avaliação, 18 e 36 meses após a
abrangidos pelo Projecto de constru- mudança, das condições de vida de cada família.
Andurabe Issa Basílio Assane Daniel Ernesto Tomás Dindila ção da fábrica de LNG aumentou, com Issa Ali Issa Manuel Passar David Machimbuku
Savana 05-01-2018 13
EVENTOS

EVENTOS
0DSXWRGH-DQHLURGH‡$12;;,9‡1o 1252

o
AFROPUNK coloca Joanesburgo

log
num destino turístico

ció
so
um
de
io

A cidade sul-africana de
Joanesburgo foi pequena
demais para acolher os
sotho e Swazilândia escalou diver-
sos locais históricos.
A visita a Soweto, que também é
a certas áreas de interesse) desde o
curto período de tempo que morou
lá antes de se esconder. Barclays aposta na
ár

amantes do festival inter- conhecida como a cidade de ouro, Pode-se também vislumbrar a

plataforma online
nacional denominado Afropunk, foi um dos pontos mais altos da vis- mansão de alta segurança perten-
que serviu de pretexto para a ce- ta. Graças à sua proximidade com cente a Winnie Mandela em uma
lebração da festa da transição de Joanesburgo, é também o municí- parte afluente de Orlando West. A

O
ano. Foram mais de 20 horas de metropolitano do país- es-
pio mais metr casa do arcebispo Desmond Tutu,
músicas, animados por cerca de 28 tabelecendo tendências em política, a residência dos veteranos Walter Barclays Bank de Moçambique anunciou recentemen-
artistas que entre os dias 30 e 31 de moda, música, dança e linguagem. e Albertina Sisula do ANC e o
Di

te a aposta e potencialização da plataforma online com


Dezembro fizeram vibrar milhares Soweto é um caldeirão de culturas museu memorial Hector Pieterson o lançamento do seu novo carta-de-vista digital, www.
de almas que escolheram aquele sul-africanas e desenvolveu suas estão no mesmo bairro. barclays.co.mz. Com uma imagem moderna, conteúdos
ponto para a virada do ano. próprias subculturas. A influência Outro ponto marcante foi a visita mais dinâmicos e uma maior interactividade, o banco pretende
afro-americana é profunda, mas é ao Museu do Apartheid, um local consolidar a sua presença online, de forma a facilitar e potenciar a
O evento não só feito de música, adaptada às condições locais. que ilustra a queda do regime de comunicação com seus clientes, parceiros e colaboradores.
mas também de uma tournée tu- Há muitos marcos politicamente segregação racial que perdurou na O website, que se pode aceder a partir de qualquer dispositivo
rística que deu a conhecer do bom significativos, incluindo as casas África de Sul. O monumento con- com acesso a internet, pretende fornecer toda a informação neces-
e do melhor que existe naquela ci- de alguns activistas anti-apartheid tém material valioso desde imagens sária sobre os produtos e serviços que o banco dispõe.
dade que é a capital económica da mundialmente famosos. Apenas a provocativas de filmes, fotografias, Para o Barclays Bank, o website renovado com uma apresenta-
vizinha Áfricado sul. Sob comando alguns quilómetros da Diepkloof, painéis de texto e artefactos que ção mais moderna e intuitiva, com melhorias a nível de conteúdo,
da South Africa Tourism, o grupo em Orlando, está a primeira casa ilustram os eventos e as histórias imagem e funcionalidade, pretende que este seja uma ferramenta
previamente inscrito para a tour- de Nelson Mandela, agora um mu- humanas que fazem parte da saga de comunicação da instituição com todos os seus clientes, parcei-
née que contemplou jornalistas de seu, contendo memorabilia (objec- épica, conhecida como apartheid, e ros e visitantes, proporcionando aos seus stakeholders soluções
Moçambique, Tanzânia, Quénia, tos que são coleccionados ou guar- de que forma o povo sul-africano, cada vez mais eficazes e que possam ir de acordo com as necessi-
Gambia, Zimbabwe, Namíbia, Le- dados por se associarem a pessoas conseguiu derrubar a tirania. dades de um mercado cada vez mais exigente.
importantes, a grandes eventos ou
14 Savana 05-01-2018
EVENTOS

Pensionistas recebem material de construção


Q uatro pensionistas do
Sistema Nacional de Se-
gurança Social residen-
cial do INSS, tendo sido consta-
tada a existência de quatro com
problemas de habitação.
deram as suas energias e seu saber
para o crescimento da economia,
da instituição e do país em ggeral.

o
tes no distrito de Mon- A entrega do apoio foi dirigi- As acções no âmbito do Progra-
tepuez, na província de Cabo da pelo director provincial do ma da Acção Sanitária e Social
Delgado, receberam, há dias, um Trabalho, Emprego e Segurança são anualmente aprovadas pelo
kit de material de construção, das Social de Cabo Delgado, Boa- Conselho de Administração do

log
INSS, visando a concessão de
mãos da delegação provincial do ventura Manhique, que apelou
prestações não pecuniárias às fa-
INSS, no âmbito do Programa aos pensionistas
nistas para aplicarem mílias dos beneficiários, a luta
de Acção Sanitária e Social. o material recebido no melhora- contra os efeitos das calamidades
mento das suas habitações. e endemias, bem como a ajuda
A oferta daquele material de Os contemplados mostraram-se financeira ou participação em
construção constituído por cha- satisfeitos com o gesto do INSS, instituições públicas ou privadas,
pas de zinco, barrotes, pregos e que, segundo afirmaram, visa re- agindo nos domínios sanitário e
sacos de cimento, resulta de visi- conhecer o esforço empreendido social, cuja actividade se revista de
tas domiciliárias aos pensionistas pelos pensionistas enquanto tra- interesse para a população abran-

ció
realizadas pela delegação provin- balhadores no activo, visto que gida pelo Sistema.

INAE aplicou multa de 55 milhões em 2017


A Inspecção Nacional das
actividades Económicas
(INAE) aplicou multas
no valor de 55 milhões
de meticais durante o ano de
2017. Deste valor, foram pagos
apenas 15,454 meticais faltando
so Por sua vez a directora nacional
do turismo, Lurdes Domingos
referiu que o sector do turismo
também registou melhorias.
“A taxa de ocupação nos princi-
pais destinos turísticos nacionais,
junto a costa, rondou entre 95%
cerca de 40 milhões que deverão a 100%, com destaque para as
ser saldados neste ano. províncias de: Gaza, Inhambane
um
e Cabo Delgado e nas demais
Durante o período de 01 a 31 províncias do País rondou entre
de Dezembro a INAE fiscalizou
os 45% a 65%. A Província de
5.829 estabelecimentos, dos quais
Inhambane, no período do Na-
681 foram multados. A provín-
tal e Fim de Ano, recebeu pouco
cia de Inhambane foi a que teve
mais de 160.000 turistas dentre
maior número de unidades mul-
nacionais e estrangeiros, signifi-
tas (155), enquanto a província de
Maputo e que teve valores mais da que do universo das multas do a isto também relatou alguns sado intoxicação alimentar aos cando um crescimento de 9.8%
altos, 8,516 milhões de meticais. ainda por cobrar, algumas já se casos de inspectores do INAE clientes e uma fábrica de vinagre se comparado a igual período do
Segundo Maria Rita Freitas, Ins- encontram em instâncias próprias que aproveitaram a oportunidade na cidade de Maputo”, disse. ano transacto, onde recebeu cer-
ca de 133.147 turistas entre na-
de

pectora-Geral da INAE que fa- para efeito de cobrança coerciva. para extorquir agentes comerciais Freitas explicou ainda que o
lava esta quarta-feira, numa con- Outras, por estarem ainda dentro que operavam com irregularida- maior desafio para a inspecção, cionais e estrangeiros. As praias
ferência de imprensa de balanço do prazo, estão em processo de des. foi o fornecimento de facturas de de Tofo, Tofinho, Barra, Rocha,
da quadra festiva, foram criadas cobrança. “Durante a quadra festiva tam- compras de produtos por parte Canda, Guinjata, Baia dos Cocos,
107 brigadas de fiscalização de Freitas apontou que foram de- bém foram encerrados dois esta- dos agentes económicos, o que Zavora, Morrungulo, Vilankulo,
modo a fazerem face a demanda nunciados falsos inspectores que belecimentos por operavam em dificulta o cálculo da margem do Inhassoro, assim como as ilhas
do trabalho, que por estas alturas se fizeram passar por agentes da condições que perigam a saúde lucro, contribuindo deste modo que compõem o Arquipélago de
se mostra exigente. INAE, e neste momento as in- pública nomeadamente: um res- para difícil controlo da fixação da Bazaruto foram as mais preferen-
A inspectora-chefe avançou ain- vestigações estão em curso. Alia- taurante na Matola por ter cau- fixação do preço real do produto. ciais e procuradas”.
io

HCB vai investir USD 500 na modernização


A
ár

Hidroelétrica de Caho- versão da barragem para o Estado reversão, 18 meses antes do fim
ra Bassa (HCB) vai in- moçambicano, que tiveram lugar do prazo, facto que faz com que
vestir cerca de USD 500 em Novembro passado. a empresa olhe para o futuro com
milhões nos próximos O investimento visa tornar a em- mais optimismo.
10 anos, na implementação do presa numa referência internacio- Na mesma ocasião, o presidente
Di

seu o Plano Estratégico que visa nal, que impulsione, decisivamen- da República, Filipe Nyusi que
a modernização dos processos de te, no desenvolvimento da matriz dirigiu as festividades, anunciou a
transformação e trans-
produção, transformação energética nacional e regional. venda de 7,5% das acções da em-
porte de energia eléctrica. presa, através da Bolsa de Valores
Para a sua materialização, Pedro
de Moçambique.
Couto e sua equipa definiram
Segundo Filipe Nyusi, a venda
O Plano Estratégico da HCB cinco eixos de actuação, nomea-
das acções visa acrescentar valor
(2018-2028) assenta, funda- damente, a eficiência operacional; ao discurso ao slogan da reversão,
mentalmente, no investimento mercado de negócios e clientes; segundo o qual “Cahora Bassa é
na operacionalização e moder- gestão corporativa; capital huma- nossa”.
nização dos equipamentos como no; e rentabilidade. Nyusi garantiu, na ocasião, que o
condição vital da sua existência e Referir que, durante a cerimónia, processo de compra e venda das
sustentabilidade. Esta informa- o Conselho de Administração acções da HCB vai seguir os re-
ção foi avançada, pelo PCA da daquela empresa, liderada por quisitos legais, económicos e de
empresa, Pedro Couto durante Pedro Couto, anunciou o paga- mercado de compra de títulos,
as celebrações dos 10 anos da re- mento antecipado da dívida da através da bolsa moçambicana
15
Savana 05-01-2018
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18
OPINIÃO Savana 05-01-2018

Cartoon
EDITORIAL
Que reformas para o
sector empresarial

o
do Estado?

log
S em oferecer detalhes, o Orçamento Geral do Estado (OGE)
para 2018, aprovado em Dezembro pelo parlamento, tem
como parte dos seus objectivos introduzir reformas no sec-
tor empresarial do Estado.
A ausência de detalhes pode não permitir fazer uma avaliação mais
aprofundada sobre o tipo de reformas que o governo pretende in-

ció
troduzir, mas é um dado adquirido que no seu actual modelo de
gestão, as empresas públicas constituem uma das principais fontes
da hemorragia que se verifica nas finanças públicas. E fazem-no de
duas formas: primeiro, através dos recursos que deveriam produzir
para o Estado mas que não conseguem, e em segundo lugar, pelos
A instabilidade permanente no Irão
recursos que o Estado é obrigado a disponibilizar para as manter
Por João Carlos Barradas*

A
em actividade.
O debate sobre o papel das empresa públicas em Moçambique é umento do preço das cebolas, respeito pelo mandato por via eleito- significativo, o dividendo do levanta-
antigo, e apesar de haver unanimidade quanto à necessidade de se ovos e combustíveis, cortes ral, subordinado à tutela clerical, opôs, mento substancial de sanções revela-
instituir mecanismos que permitam a maximização dos seus rendi-
mentos, o governo tem respondido com uma abordagem que sugere
que apesar de ter consciência da necessidade de mudança, encara o
problema de uma forma bastante cautelosa.
Para além dos riscos financeiros inerentes a um mau desempenho
das empresas públicas, deve se acrescer o fraco nível de prestação de
so
de subsídios sociais, falência
de caixas de crédito popular,
disputas quanto ao financiamento de
instituições religiosas e um austero
orçamento agravado pelos custos das
intervenções
venções militares no estrangeiro
suscitam uma vaga de protestos no
então, centros de poder representados
pelo Líder Supremo, Ali Khamenei -
Khomeini em 1989 - e Ali
sucessor de Kho
Rafsanjani - Presidente entre 1989 e
1997- chefe máximo dos Conselhos
de Especialistas e de Discernimento,
entidades mediadoras de disputas le-
-se diminuto.
Rouhani confronta-se com uma crise
de expectativas apesar de contar com
indicadores positivos como uma que-
da da inflação de 45% em 2013, quan-
do assumiu a presidência, para cerca
de 10% e uma recuperação económica
serviços ao público que resulta da sua ineficácia, tendo em conta que Irão. gislativas. que se saldou por um crescimento
na sua maioria, estas empresas funcionam num ambiente de mono- Ao finar-se 2017, o general Qasem Rouhani surge agora numa posição rondando 3% no ano findo.
pólio. Se elas prestam um serviço de fraca qualidade, isso significa
um
Soleimani, comandante dos Guardas similar à do seu antecessor Mohamad O Orçamento 2018-2019 apresenta-
que os seus utentes não dispõem de alternativas para a satisfação Revolucionários, proclamou vitória Khatami, entre 1997 e 2005, nas dis- do em Dezembro resigna-se, contudo,
das suas necessidades, para além da ausência de competitividade nos contra o Estado Islâmico nas campa- putas entre centros de poder em que o a mais cortes em subsídios, afectan-
preços que o público paga pelos serviços prestados. Algumas destas nhas da Síria e Iraque, o Presidente Líder Supremo para fazer jus ao título do directamente cerca de 30 milhões
empresas prestam serviços vitais para a atração de novos investi- Hassan Rouhani anunciou outro tem de conquistar o apoio do Con- de iranianos, e baixo nível de inves-
mentos, pelo que o seu desempenho abaixo do desejável constitui orçamento austero, os seus rivais selho de Especialistas e do Conselho timento público, evitando cortes nas
conservadores incentivaram mani- de Guardiães, que zela pela conformi- subvenções a instituições religiosas,
um factor importante para afugentar potenciais investidores.
festações antigovernamentais e o Irão dade da legislação e pessoal político, independentemente de exercerem ou
Uma das razões para a lentidão com que o governo tem dado res- mergulhou numa nova ronda de con- além de garantir a lealdade das Forças não funções de assistência social.
posta à questão das empresas públicas tem muito a ver com os ris- frontos entre facções do poder acica- Armadas, Guardas da Revolução e A expectativa de que o desemprego se
cos políticos que podem resultar de uma ação mais robusta e que tadas pela revolta nas ruas. principais fundações religiosas. mantenha na ordem dos 12% - 30%
empreenda maior dinamismo e eficiência no funcionamento deste Os protestos alastraram na sequên- A intervenção ameaçadora de Kha- entre jovens - é desesperante num
sector empresarial. manifesta
cia de uma manifestação na passada menei em contraste com declarações país onde mais de metade dos 80 mi-
de

Justa ou não, existe uma percepção generalizada de que as empresas quinta-feira contra a alta de preços conciliadoras e apaziguadoras de lhões de habitantes tem menos de 35
públicas são usadas como plataformas para a reprodução do siste- e a corrupção governamental em Rouhani reproduz o padrão de con- anos.
ma de clientelismo que se tornou comum entre a classe governante Mashad, praça-forte de Ebrahim fronto institucional típico da Repú- A periclitante sustentabilidade de
em Moçambique. Que elas são os lugares onde o partido no poder Raisi, com o beneplácito de seu sogro blica Islâmica. instituições de crédito dependentes
e grande imã, Ahmad Alamolhoda, e O estatuto subordinado do Presiden- de institutos religiosos e entidades
encontra espaço para acomodar alguns dos seus quadros, indepen-
de clérigos conservadores. te, partidos do Parlamento, órgãos de
dentemente das suas competências técnicas e profissionais. como os Guardas Revolucionários -
O desafio lançado a Rouhani, na se- administração local, instituições judi-
Existem também provas suficientes de que as entidades de tutela representando 1/4 do sistema bancá-
gunda maior cidade do país, pelo seu ciais e para-estatais, como confrarias
destas empresas usam-nas como fontes de orçamento suplemen- rio -, crédito malparado e insuficiên-
rival na eleição presidencial de Maio e institutos religiosos, obriga, por sua
tar para tomar conta de necessidades financeiras não previstas no cia de reservas na banca tradicional
último extravasou de imediato para vez, estes agentes políticos a tentarem
obstam a reduções das taxas de juro
io

OGE, incluindo o financiamento de actividades políticas e mes- actos de contestação ao Governo e assegurar a maior adesão popular pas-
inclusivamente ao regime em grande sível de se traduzir em apoios eleito- fixadas em 18%.
mo de campanhas eleitorais. Isto resulta em interferências no seu
número de centros urbanos do Cáspio rais para aumentar a capacidade de Sem vislumbre de articulação ou li-
funcionamento, colocando os gestores numa situação de vulnera- derança política é possível que os
bilidade perante as respectivas tutelas. O resultado é que não são às montanhas do Curdistão iraniano, manobra e influência.
congregando persas e minorias como Os conflitos institucionais e de legi- protestos se esgotem e sucumbam à
necessariamente os melhores gestores que são colocados à frente repressão, acicatada por denúncias de
azeris, curdos, árabes, baluchi, turco- timidade inerentes à República Islâ-
ár

destas empresas, mas aqueles que obedecem aos ditames das tute- incitamento saudita, norte-americano
menos. mica propiciam actos de contestação
las. Olhando para este quadro, é possível reestruturar as empresas A dimensão e a virulência das ma- fora das estruturas de enquadramento e israelita à rebelião, em particular
públicas sem que tal represente um suicídio político para quem está nifestações, mobilizando sobretudo do regime e agudizam-se ante mani- junto das minorias azeris, árabes, cur-
no poder? jovens, desempregados e camadas de festações de rua. das e baluchis.
Reestruturar as empresas públicas pode ser uma alternativa viável, baixos rendimentos, estão aquém do Num aperto de conjuntura em que A regra de compita e conflito perma-
mas os resultados de uma tal reestruturação estarão muito aquém movimento maioritariamente bur- a oposição da administração Trump nente institucional no Irão permane-
Di

do desejável se não se introduzirem alterações profundas no sistema guês e urbano de 2009 contra a fraude ao acordo nuclear de 2015 e o esfor- cerá além desta crise e continuará a
político que constitui o principal nó de estrangulamento para o bom que propiciou a reeleição presidencial ço militar na Síria e Iraque, além do repercutir nos conflitos regionais e na
desempenho destas empresas. E isso requer muito mais do que uma de Mahmoud Ahmadinejad. apoio aos rebeldes houthi no Iémen, disputa com Washington.
Uma crise de legitimidade pela rup- Hizballah libanês e Hamas de Gaza,
simples manifestação de vontade num documento oficial.
tura com a tradição revolucionária de inviabilizam investimento externo *Jornaldenegocios.pt

KOk NAM Editor Executivo: Ivone Soares, Luis Guevane, João


Mosca, Paulo Mubalo (Desporto).
Distribuição:
Miguel Bila
Director Emérito Francisco Carmona
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Maputo-República de Moçambique
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Savana 05-01-2018
OPINIÃO 19

Discurso Traiçoeiro: Bornito de Sousa contra J. Lourenço


Por Rui Verde*

B ornito de Sousa, vice-pre-


sidente da República de
Angola, leu uma mensagem
porta-voz dos maus. Triste opção.
'HVFRGLÀTXHPRVRVHXGLVFXUVR
O vice-presidente, depois dos cum-
quadamente chamados comissários,
uma vez que se limitam a executar a
vontade do comitente.
Lourenço – que goza de forte apoio
popular e institucional –, e não em
qualquer líder decrépito desprezado
Constituição da República como
pelos Estatutos do Partido no poder,
sendo, portanto, apenas uma questão

o
ao presidente da República, primentos e elogios da praxe, afir- Numa democracia, não há partido nas ruas. de gestão e oportunidade políticas.
João Lourenço, na cerimónia de apre- mou: “Para uns, acelerado demais; comitente e presidente comissário. A O povo ordena O processo em curso em Angola bem
sentação de cumprimentos por oca- para outros, distante demais das legitimidade do exercício presidencial Portanto, ninguém tem de dar direc- pode ser comparado a uma corrida de
sião do fim de ano, perante as mais directivas; outros há que o colocam provém da soberania que lhe é dada tivas a João Lourenço. Só o povo, a estafetas. Ora, numa corrida de esta-

log
altas figuras do Estado. na fronteira da quebra da unidade, pelo voto popular e não de qualquer Constituição e a Lei. fetas a regra é simples: quem recebe
Essa mensagem continha 639 pala- motivo de mal-entendidos e natu- ordem ou directiva do partido. E sobre a unidade referida por Bor- o testemunho não pode ficar parado.”
vras. Destas, 315 palavras constituí- rais desconfortos. O que importa Mesmo o cumprimento da “Estra- nito de Sousa? Unidade não é pen- Não vale a pena voltar à questão da
ram um ataque frontal ao presidente assinalar é que a acção do presidente tégia do Líder e do Programa de samento único e uniforme, mas o coexistência da liderança do Partido e
João Lourenço, enquanto as restantes da República assenta nas premissas Governo do MPLA” não resulta em resultado de uma convergência de ac- da Presidência da República em pes-
não passaram das platitudes costu- eleitorais constantes da Estratégia do qualquer obrigação presidencial. Por ções. Se Bornito de Sousa quer uni- soas diferentes, mas vale a pena refor-
meiras nesta época. Líder e no Programa de Governo do “Estratégia do Líder” entende-se a dade,, deve seguir o novo presidente, çar a ideia de que essa bicefalia não
Bornito de Sousa não é um ignoran- MPLA para o período 2017-2022.” estratégia de José Eduardo dos San- não travá-lo em nome de uma falsa confere qualquer preeminência ao
te da Constituição e da lei, embora E acrescentou: “É daí que dimana a tos. unidade, que é apenas o medo dos líder do partido, pelo contrário. Já es-
uptos, oportunistas e dos que têm
corruptos,

ció
existam muitas dúvidas sobre a con- directiva no sentido de se ‘CORRI- Está Bornito de Sousa a dizer que o crevemos no Maka Angola sobre isto.
sistência da sua formação jurídica de GIR O QUE ESTÁ MAL E ME- presidente da República tem de se- causado tanto mal ao povo angolano. Contudo, vale a pena refutar a ideia
base. Assim sendo, sabe bem o que LHORAR O QUE ESTÁ BEM’.” guir a estratégia de José Eduardo dos É esta – e nenhuma outra – a unidade da corrida de estafetas. Mais uma
fez: desafiou João Lourenço e assu- Esta passagem do discurso contém Santos? Sim, mas está a dizer uma ferida. vez, Bornito quer atar Lourenço ao
miu-se como porta-voz da contra-re- dois aspectos gravosos que convém burrice, uma vez que, do ponto de De seguida, o vice-presidente Borni- passado. Ao receber a estafeta, este
forma, cabo-chefe do conservantismo sublinhar. O vice-presidente refere vista jurídico, isso é inaceitável. to de Sousa apela mais uma vez ao
só tem de correr no mesmo sentido
oligárquico que destruiu o país nos que o presidente tem de cumprir as Em última análise, tal afirmação con- programa do MPLA e ao rigor e à
para passar o testemunho ao estafe-
tempos mais recentes. Nesta história, directivas do MPLA, utilizando a pa- substancia um atentado ao Estado de disciplina necessários para a sua im-
ta seguinte (aqui sub-repticiamente
não há “eduardistas” e “lourencistas”. lavra “directiva” duas vezes, e que não Direito,, uma vez que o vice-presiden- plementação, citando José Eduardo
ameaçando que João Lourenço pode
Há simplesmente bons e maus. pode quebrar a “unidade”. “Directivas te quer que o presidente se subordi- dos Santos. Infere-se que João Lou-
Bons são aqueles que querem fazer
andar o país para a frente, combater a
corrupção, a impunidade e garantir o
progresso e a prosperidade. Maus são
os que querem que o país seja uma
“quinta” de uns poucos que saqueiam
as suas riquezas, apostam na estag-
do MPLA” e “unidade” (do MPLA,
presume-se) são as preocupações do
vice. Ora, existem variados equívocos
nas palavras de Bornito de Sousa. O
MPLA não dá directivas ao presi-
dente da República. Só num regime
de comissariado, como o da antiga
já acabou em Angola.
so
ne não à Constituição e à Lei, mas à
vontade de um homem. Explique-se
a Bornito de Sousa que o absolutismo

Mas poder-se-ia dizer que Bornito


de Sousa é um realista, a Constitui-
ção dispõe de uma maneira, mas a
renço não está a ser rigoroso na im-
plementação desse programa.
O que se estranha é que, numa ceri-
mónia pública de Estado, a preocupa-
ção do vice-presidente da República
seja aler
alertar o presidente da República
para a necessidade de aplicar com
ser presidente de um só mandato…).
Estamos bem distantes de um cená-
rio de corrida de estafetas, com uma
pista preestabelecida que se tivesse
de percorrer – a pista dos estafetas
está excessivamente enlameada. No
vértice político em que Angola se en-
disciplina o programa do partido. É contra, é o corta-mato que nos pode
nação e na ignorância, representam União Soviética, é que o sistema po- política impõe outra actuação. Ora,
demasiado óbvio o desconforto dos servir. Lourenço recebeu o país na
a cleptocracia e o banditismo ins- lítico admite que o partido único de- na verdade, o poder político e a le-
maus, que violam todas as conven- lama e tem de escolher o melhor ca-
titucionalizado. Bornito tornou-se termine as acções dos dirigentes, ade- gitimidade política radicam em João
um
ções públicas sobre Estado e Partido minho para chegar à meta, cortando
ao misturarem tudo. por onde for necessário.
O presidente da República é o intér- Temos então um discurso de fim de
prete do interesse geral, e é a este que ano do vice-presidente da Repúbli-
deve obediência. O programa do par- ca, traiçoeiro, de cariz partidário, a
tido que o elegeu é uma plataforma tentar atar o presidente da Repúbli-
de orientação, não é nenhuma Bíblia ca à estratégia do líder José Eduar-
ou dogma que deva ser invocado em do dos Santos, a exigir-lhe discipli-
cerimónias de Estado numa Repúbli- na e respeito estrito pelo programa
ca denominada Estado Democrático do MPLA, escrito pelo líder José

No primeiro degrau da minha segunda infância de Direito.


Não existe uma relação obrigacional
Eduardo dos Santos. Foi isto a que
assistimos, estupefactos.
de

V
de ferro entre partido e presidente Refira-se, para terminar, que a figura
da República, mas sim entre Povo, do vice-presidente da República não
istos isoladamente, aqueles imaginar, não havia anestesia –, senti merem o farelo ou as cascas de feijão Constituição e Presidente da Repú- tem poder próprio. É um auxiliar e
acontecimentos não têm im- uma coisa qualquer a cortar-me qual- nhemba que saíam do pilão, quando a blica. substituto do presidente da Repú-
portância nenhuma e não as- quer coisa, e depois mais nada. minha mãe, com as suas mãos, pare- blica (art.º 131.º da Constituição
Obsessivo, o vice-presidente Borni-
sumem qualquer relevo. Mas A recordação mais viva que tenho cendo que não fazia nada, separava a
to de Sousa concluiu o seu discurso da República de Angola), pelo que
agora que estou a falar sobre eles e a desse acontecimento é que passei al- casca ou o farelo, num acto que po-
com mais uma referência partidária: bem melhor teria ficado a Bornito de
olhar para tudo no seu conjunto, digo- gumas semanas sem poder participar deria parecer automático, mas de facto
não o era, porque significava uma co- “Termino com uma breve nota sobre Sousa respeitar o seu recorte consti-
-vos que estávamos em finais de Janei- das brincadeiras dos meus amigos e
munhão completa entre ela, as mãos a coexistência entre a liderança do tucional e não embarcar em aventuras
ro dos anos 50 e acabava de completar sem poder usar nem calções nem nada
dela, a peneira, as galinhas e os pin- Partido e a titularidade do Executi- sediciosas de mérito duvidoso.
7 anos. que pudesse tocar no meu órgão ge-
io

tainhos. vo. A mesma é permitida tanto pela *makaangola.org


Essa idade, quer queiram, quer não, nital. Estava em convalescença. Então
está sob o signo do 7, que, para quem deu-se uma coisa interessante, que foi Mais ainda, aquele farelo, depois, ia
foi educado na religião cristã, tem um que passei a usar o meu tempo todo para a pocilga, onde os meus pais ti-
significado importante: a partir dos 7 para observar o que se passava à mi- nham 5 ou 7 porcos, já não me lem-
anos, com efeito, dão-nos o peso de nha volta. bro bem, que eram a nossa alegria no
pensar que tudo o que fazemos pode Tomei consciência de que o meu pai, final do ano, porque era nessa altura
ár

merecer o estigma de pecado, ou seja, carpinteiro, afinal tinha como seu que, com a ajuda deste e daquele, se
somos conscientes dos nossos actos. grande prazer pegar na madeira para sacrificava um grande porco para fazer Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
arroz de sarrabulho, e o meu pai con- Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
Naquele ano, eu ia ser baptizado por fazer caixões para amigos, e de que
alturas da Páscoa, e em Setembro, nem sequer precisava de ir medir a
vidava os amigos para comer a cabe- 561
ça, enquanto nós fazíamos o que nos
princípio do ano lectivo, ia pôr os pés altura do falecido ou a largura dos
competia fazer com o porco, ou seja,
pela primeira vez na escola primária. seus ombros. Ele apenas perguntava –
comê-lo.
Sobre a origem da estatística
Di

A
Ora, segundo a crença dos meus pais, “Quem faleceu?” – ao que lhe respon-
Aprendi que, afinal, tudo o que existe,
herdada dos pais deles, não podia ir diam, por exemplo – “Foi o Afonso
existe numa relação de dependência
fazer o baptismo nem entrar para a Makatamela!” – e ele dava aos apren- estatística nasceu nas ci- miam, o que bebiam (especial-
total: os pintainhos dependiam da
escola primária sem passar pelo ritual dizes a tarefa de fazerem o caixão se- dades europeias cheias de mente o que e quanto bebiam),
galinha, a galinha dependia do farelo,
de fazer a circuncisão, que era como gundo as suas orientações. Descobri operários reivindicando o que faziam, como se divertiam,
o farelo ia alimentar o porco, o por-
que me livrar do pecado original. Fiz também que ele passava dois terços do co alimentava-nos a nós e nós íamos melhores condições de quais os hábitos sexuais, etc. Mo-
a circuncisão no final daquele mês de seu tempo útil atrás do quintal a fabri- à igreja para alimentar aquilo que o vida. As burguesias quiseram do- mento nuclear foi a estatística
Janeiro. car aguardente de cana, de caju ou de padre nos dizia, isto é, a fé, sem que- mesticar a ordem social nascente, criminal.
Não guardo nenhuma recordação manga. Boa observação! rermos saber o que é que significava o controlar a mudança social, vigiar Em 1925, nos Estados Unidos,
traumática sobre isso, porque nem me Verifiquei, por outro lado, que a mi- facto de uma mulher poder conceber os operários, domar as “classes lá onde a estatística se tornou,
lembro bem do que aconteceu. Posso nha mãe, ao regresso da machamba, no seu ventre e ter um filho, conti- perigosas” (como se dizia nos sé- em certas correntes sociológicas,
dizer que numa certa manhã, muito ao princípio da tarde, pegava no pilão, nuando a ser virgem. culos XVIII e XIX). A estatística quase a sociologia por excelência,
cedo, apareceram dois senhores, um e sempre que pilava amendoim, feijão Acredito em tudo isso, e acredito prin- cumpriu o seu papel de parteira Park e Burges, na sua introdução
dos quais trazia uma maleta na mão, nhemba ou milho, à volta dela se for- cipalmente que as grandes verdades científica da ordem pública. à “ciência da sociologia”, escre-
trocou duas ou três palavras com o mava um universo inteiro constituído vêm de pormenores. Hoje, que estou No século XIX, os inquéritos aos veram: “Todos os problemas so-
meu pai, o meu pai encaminhou-me por galinhas e pintainhos. As galinhas com cerca de 70 anos, posso falar so- pobres multiplicaram-se. Tudo se ciais são problemas de controlo
para a casa de banho, fui totalmente esgaravatavam a terra e pululavam por bre isso à vontade, porque conquistei pretendia saber deles: o que co- social”.
imobilizado – porque, como devem ali chamando os pintainhos para co- esse direito.
20
OPINIÃO Savana 05-01-2018

Sobre a [In]dependência da Procuradoria Geral da


República em relação ao Presidente da República
Por Roberto Tibana*

o
o discurso que leu no dia 20 de De- dente da República (derivada das suas compe-
zembro de 2017 perante a Assembleia tências constitucionais) é dar instruções e fazer
da República o Presidente da Repú- cumprir, e não fazer apelos e prometer apoios à

log
blica aborda o desafio criado pelas distância. Não é credível a “separação de pode-
dívidas secretas e ilegais contratadas pelo seu res” que ele advoga. A [in]ação da PGR é a ex-
antecessor e sua equipa securitária (de que ele pressão da vontade do Presidente da República.
era parte como ministro da defesa). Ao fazê-lo, É por isso que ele se refugia na nebulosa “boa
o Presidente da República roça no problema- governação e separação de poderes” que não é
-mãe de todos os problemas: o das deficiências um conceito da Constituição da República de
da Constituição da República de Moçambique. Moçambique. “Boa governação” é uma expres-
Essas deficiências são várias. No passado referi- são que não aparece uma única vez na nossa lei
-me a limitação do direito de ser politicamente mãe. Mesmo a palavra ‘governação’ só aparece

ció
independente. O caso de hoje é o da emascula- única vez (no Artigo 74º), de um texto
uma únic
ção das regras de pesos e contrapesos na distri- com mais de vinte mil palavras.
buição e exercício do poder. Vou dar o exemplo Quanto a distribuição do poder, o artigo 134º
da [in]dependência da Procuradoria Geral da da constituição da República de Moçambique
República (PGR) em relação ao Presidente da apela aos princípios de separação e interdepen-
República. dência de poderes.
Nos parágrafos 73 e 74 do referido discurso lê- O objetivo da separação de poderes é evitar que
-se (e cito): “… reiteramos hoje a total disponi- o poder se concentre nas mãos de uma única
bilidade do Governo de apoiar a Procuradoria- pessoa, para que não haja abuso, como o ocor-
-Geral da República para a implementação re no Estado Absolutista em que todo o poder
célere das recomendações da KROLL e da Co-
missão de Inquérito Parlamentar, observando
o princípio de separação de poderes, constitu-
cionalmente consagrado. … no quadro da não
interferência do Governo no poder judiciário.”
Para o nosso Presidente isto materializa um tal
Um outro exemplo gritante do papel da PGR
como instrumento do Presidente é o seguin-
te: enquanto a constituição consagra o poder
da Assembleia da República de exercer ação
penal contra o Presidente da República, pelo
so
diz que em Moçambique o(a) Procurador(a)
Geral da República vive nos sovacos do Presi-
dente da República. Atura todo o mau cheiro,
mas mesmo se o quisesse fazer não pode lavar o
lugar porque não é o dono do corpo, e de resto
concentra-se na mão do rei. A interdependên-
cia é necessária para que embora actuando de
forma separada, independente e harmónica,
os diferentes órgãos de poder mantenham as
características do poder unitário e indivisível.
Boa governação é o resultado da observância e
respeito (em primeiro lugar pelos governantes)
“ princípio da boa governação e da separação
dos poderes em Moçambique.” nr. 3 do artigo 153º da mesma Constituição a a pessoa que lá vai sabe que aceitou ganhar a de uma Constituição que estabelece princípios
Este pronunciamento revela uma clara defi- Assembleia da República se pretender exercer vida por desempenhar esse papel. e regras de um Estado verdadeiramente inde-
um
ciência da interpretação que o Presidente da este poder deve ainda requerê-lo junto da Pro- Não sei de onde é que este modelo foi copiado pendente, soberano, democrático e de justiça
República faz dos poderes e responsabilidades curadoria Geral da República (o dito titular da (já que as nossas leis são principalmente feitas social.
que a Constituição da República lhe confere. ação penal). assim) e se foi copiado bem. Acontece porém Dito isto, justiça manda dizer que nas suas cir-
Contrariamente ao que o Presidente da Repú- Mais ainda, diferentemente do caso dos Tribu- que ele resultou numa situação bizarra em que cunstâncias o actual Presidente da República
blica pretende fazer-nos crer, a Procuradoria- nais em que a Assembleia da República tem o a Assembleia da República (que é um órgão de não pode agir para combater ou minimizar os
-Geral a República de Moçambique está efeti- poder de ratificação da nomeação dos presiden- soberania -um dos cinco definidos pela Consti- efeitos dos grandes atentados contra o bem-es-
vamente sob sua tutela. A PGR não é separada tes dos tribunais feita pelo Presidente da Re- tuição, artigo 133º), tenha que requerer o exer- tar da nação inteira por um grupo de pessoas
do executivo, não é independente nem tem pública, ou em que o judicial (Conselho Cons- cício das suas faculdades constitucionais a um em seu benefício privado. Não é que não tenha
poder de contrapeso aos poderes do Presidente titucional) pode declarar inconstitucionalidade órgão que lhe é constitucionalmente inferior (a poder. Ele está desmotivado pela vulnerabilida-
(que é Chefe do Executivo). Antes pelo con- dos atos do Presidente da República (e do seu Procuradoria Geral da República não é um ór- de em que lhe deixa a sua associação partidária
trário. Por exemplo, por definição da própria governo) e da Assembleia da República, as de- gão de soberania). com os agentes do mal. Esse desincentivo para
constituição o Presidente da República nomeia, cisões do Presidente da República em relação Mesmo sendo um modelo ou formato defei- agir na direção apropriada é muito mais forte
no caso das dívidas secretas e ilegais e outros
de

exonera, e demite o Procurador e o Vice-Pro- a quem dirige a PGR (e portanto em relação tuoso com o qual não concordo plenamente,
ao que a PGR faz ou não faz) não têm quem o facto porém é que o Presidente da república escândalos dum regime de que ele fez e conti-
curador Geral da República, sem nenhuma in-
tervenção dos outros órgãos de soberania que por lei as possa desafiar (a não ser no fórum tutela a Procuradoria-Geral da República, e nua a fazer parte.
fazem parte do sistema de pesos e contrapesos improvável de uma possível declaração da sua portanto não tem que a ela “reiterar disponibi- *Texto retirado da página do autor no facebook
na distribuição e exercício do poder. inconstitucionalidade). É por isso que a gíria lidade de apoiar”. A responsabilidade do Presi- sob sua autorização

SACO AZUL Por Luís Guevane


io

2018: optimizando o bom presságio


O
ár

ano de 2018 parece augurar coisas apresentam produção considerada significati- do conta que o ano de 2018 será “desafiante”. os apoios para o país serão certos e segu-
positivas. Para melhor entender va. Ou seja, o distanciamento entre produtores Nesta sequência, o entendimento de que per- ros. Derrubar-se-á, finalmente, a teimosa
esta tendência optimista pode- e comerciantes tem sido um dos fundamentos to de metade da população moçambicana não vanguarda condutora da esquecida guerra
mos dividi-lo em ano económico, da desgraça da economia agrária. Onde não se está a “perceber a crise” devido à taxa acima fria na periferia. Assim, o sorriso do capi-
ano político, ano académico, ano cultural, observa graves problemas de acesso, por ironia referida pode, provavelmente, continuar a for- talismo será mais rasgado e natural tanto
Di

entre outros. Feita a divisão, concentremo- do destino, surge o peso do discurso político talecer as posições contra a responsabilização na economia como na política, na cultura,
-nos nos dois primeiros, o que não signifi- orientando os camponeses a não vender toda pelas dívidas ocultas. Não havendo “responsa- na academia, entre outros. Enquanto não
ca que os restantes não sejam importantes. a produção para que não sejam tomados pela bilização” e transparência no tratamento deste mostra o sorriso, as receitas das mais-va-
Passemos então aos anos económico e po- fome. É uma “orientação” política que não caso, sem colocar de lado as dificuldades ou
lias poderão vir a oxigenar a economia do
lítico de 2018. Que bom presságio se pode toma em conta os planos e os conhecimen- impossibilidades no pagamento das dívidas
país e a aliviar o aperto no funcionamento
esperar destes dois em 2018? tos dos camponeses; uma “orientação” que vale ocultas tornadas públicas, poder-se-ão equa-
da função pública. Se descartarmos qual-
Ainda que os mercados retalhistas se en- pela sua meia-verdade. Provavelmente faça jus cionar outras soluções menos penosas para o
quer possibilidade de retoma da instabili-
contrem actualmente abaixo do seu ritmo à taxa de analfabetismo que, em Moçambique, cidadão comum. Uma das soluções, com sa-
normal, o que pode ser entendido como ronda os 45% e à agricultura que emprega bor à vingança civilizada, poderá ser a de po- dade político-militar, então, a percepção
ressaca da quadra festiva, esperamos que mais de 80% da população economicamente tenciar crescentemente a oposição e promo- de crise ficará por conta dos governantes.
as chuvas confirmem as espectativas dos activa. ver uma “transparência forçada” na principal Enquanto estes vão percebendo e refor-
camponeses. Uma vez confirmada, pode- Mas, o ano económico não se rege apenas por sede de conflitos em Moçambique, isto é, na mulando a crise o cidadão comum con-
remos ter uma cadeia de valor com algum esta economia. Aqui colocamos em evidência CNE (Comissão Nacional de Eleiçoes) e no tinuará a vivê-la, continuará, às voltas, à
ímpeto desde que não voltemos aos pro- os camponeses por serem aqueles que supos- STAE (Secretariado Técnico de Administra- procura de conectar o ponto de início e
blemas de sempre; problemas de dificul- tamente não terão acompanhado as profecias ção Eleitoral). Conferida a seriedade a estes de fim no oito de 2018. Bom presságio?
dades de acesso aos locais recônditos e que (científicas) do Banco de Moçambique dan- dois supostos comandos de conflitos, então, A ver vamos.
Savana 05-01-2018
PUBLICIDADE 21

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EDITAL

o
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(Sob a coordenação científica do Professor Almirante, Rodolfo Codina Diaz, da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso - PUCV
PUCV - Chile)

ão do curso de Mestrado em Segurança Marítima, com início


Torna-se público que se encontram abertas inscrições para a primeira edição iní a 02 de Abril
Abr de
2018, na cidade de Maputo, Rua dos Desportistas, Prédio Jat V-1, 2º andar.

1. Requisitos de admissão

ció
Podem candidatar – se ao Mestrado em Segurança Marítima:
FODJBUVSBFN3FMBÎÜFT*OUFSOBDJPOBJTF%JQMPNBDJB "ENJOJTUSBÎÍ
FODJBUVSBFN3FMBÎÜFT*OUFSOBDJPOBJTF%JQMP NBDJB "ENJOJTUSBÎÍ
t5PEPTPTFTUVEBOUFTRVFUFOIBNPCUJEPPHSBVBDBEÏNJDPEF-JDFODJBUVSBFN3FMBÎÜFT*OUFSOBDJPOBJTF%JQMPNBDJB "ENJOJTUSBÎÍP1ÞCMJDB 4FHVSBOÎB
Marítima ou Direito, em universidades nacionais ou estrangeiras, reconhecidas pela entidade moçambicana competente.
DJBJTPVFN$JÐODJBT.JMJUBSFT FNPVUSBTJOTUJUVJÎÜFTEFFOTJO
t&TUVEBOUFTRVFUFOIBNDPODMVÓEP-JDFODJBUVSBFN$JÐODJBT1PMJDJBJTPVFN$JÐODJBT.JMJUBSFT FNPVUSBTJOTUJUVJÎÜFTEFFOTJOPTVQFSJPS SFDPOIFDJEBT
pela entidade moçambicana competente.
TEF$JÐODJBT4PDJBJTF1PMÓUJDBT FNVOJWFSTJEBEFTEF.PÎBNCJR
t0TFTUVEBOUFTRVFUFOIBNPCUJEPB-JDFODJBUVSBFNPVUSBTÈSFBTEF$JÐODJBT4PDJBJTF1PMÓUJDBT FNVOJWFSTJEBEFTEF.PÎBNCJRVFPVFTUSBOHFJSBT TPCB

2. Estrutura e Duração do Curso so


evereiro e 23 de Março de 2018.
condição de frequentarem o Curso de reorientação Académica, entre 12 de Fevereiro 2018

0.FTUSBEPFN4FHVSBOÎB.BSÓUJNB DPNSFDVSTPBNÏUPEPTEFFOTJOPoBQSFOEJ[BHFNJOUFSBDUJWPT JSÈQSJWJMFHJBSVNBGPSNBÎÍPUFØSJDBFQSÈUJDB DFOUSBEB


no estudante.
OPoBQSFOEJ[BHFNJOUFSBDUJWPT JSÈQSJWJMFHJBSVNBGPSNBÎÍPUFØS

MFDDJPOBEPTPTNØEVMPTDPOTUBOUFTEPRVBESP
0DVSTPDPNQSFFOEFTFNFTUSFT BOPT
EVSBOUFPTRVBJTTFSÍPMFDDJPOBEPTPTNØEVMPTDPOTUBOUFTEPRVBESPinfra, em regime presencial e termina, como
um
forma de obtenção do mestrado, com a apresentação de uma dissertação, no quarto semestre.

Anos
1º Ano 2º Ano
Lectivos

 Introdução à Administração Marítima  Regimes, Políticas e Estratégias de


 Estado e Segurança Internacional Segurança Marítima
Iº Semestre

 Direito do Mar  Economia e Serviços Marítimos


 Metodologia de pesquisa  Conflitos, Disputas e Diplomacia
de

Marítimas
 Seminário de Dissertação
 Direito Marítimo  Dissertação
IIº Semestre

 Mar, Poder e Estratégia


 Segurança Marítima
 Mar, Territórios e Comunidades
Costeiras
io

3. Procedimentos para candidatura


Os (as) candidatos (as) deverão apresentar os seguintes documentos:
ár

3.1 Carta explicativa da motivação da candidatura,GLULJLGDDR([PR6HQKRU'LUHFWRU&LHQWtÀFR


3.2 Formulário de inscrição ao curso devidamente preenchido DVHUREWLGRQRORFDOGHLQVFULomRRXQRSRUWDORÀFLDOGR,65, 
3.3 'XDV&ySLDVGRFHUWLÀFDGRGH/LFHQFLDWXUDRXHTXLYDOHQWH
'XDV&ySLDVGRFHUWLÀFDGRGH/LFHQFLDWXUDRXHTXLYDOHQWH DSHQDVXPDGHYHUiVHUDXWHQWLFDGD 
'XDVFDUWDVGHUHFRPHQGDomRSRUSURÀVVLRQDLVFRPRQtYHOGH
'XDVFDUWDVGHUHFRPHQGDomRSRUSURÀVVLRQDLVFRPRQtYHOGHGRXWRUDPHQWRRXSRUHQWLGDGHVLGyQHDVTXHWHQKDPVLGRGRFHQWHVGR
FDQGLGDWRDRQtYHOGH/LFHQFLDWXUD IRUPXOiULRSUySULRDVHURE
FDQGLGDWRDRQtYHOGH/LFHQFLDWXUD IRUPXOiULRSUySULRDVHUREWLGRQRORFDOGHLQVFULomRRXQRSRUWDORÀFLDOGR,65, 
Di

3.5 Curriculum VitaeGHYLGDPHQWHDVVLQDGR


3.6 Fotocópia autenticada do BI ou do Passaporte
3.7 Declaração do NUIT
3.8 $QWHSURMHFWRGHSHVTXLVDSDUD'LVVHUWDomR
$QWHSURMHFWRGHSHVTXLVDSDUD'LVVHUWDomR PRGHORSUySULRDVHUREWLGRQRORFDOGHLQVFULomRRXQRVLWHRÀFLDOGR,65, 
3.9 No acto da candidatura, para efectivação da mesma deverá ser entregue o comprovativo de depósito ou pagamento via POS da Ta
Taxa
GHFDQGLGDWXUDQRYDORUGH0WV TXDWURPLOPHWLFDLV 
GHFDQGLGDWXUDQRYDORUGH0WV TXDWURPLOPHWLFDLV 

4. Informações e Contactos
4XDLVTXHULQIRUPDo}HVVREUHRFXUVRGHPHVWUDGRSRGHPVHUREWLGDVQRDepartamento de Pós-graduação na rua dos desportistas, Prédio
Jat V, 2ºandar.
7HOHPyYHO
Email:dpgisri@gmail.com Website : www.isri.ac.mz
22
DESPORTO Savana 05-01-2018

2017 revisto à lupa

Do boicote do Moçambola ao polémico


Barcelona Legends

o
Por Abílio Maolela

log
culminar de um ano é selecção sénior feminina de basque-
sempre um momento ím- tebol voltou a estar fora do pódio
par para refletir sobre o africano, ao ocupar a quarta posição
decurso do mesmo, fazer no Afrobasquete de Mali.
o balanço e perspetivar o ano se-
guinte. É neste sentido que, na pre- Setembro
sente edição, partilhamos com os -Neste mês, o destaque vai para a
nossos leitores, os momentos que eliminação, nos quartos-de-final,
elimina
marcaram o ano de 2017, um ano do Ferroviário da Beira da Liga dos

ció
marcado pelo prolongamento da Campeões Africanos pelo USMA
crise financeira que assola o país. da Argélia;
Num ano sem grandes registos, -Foi neste mês que a família do
destacamos o boicote da Assem- atletismo conheceu seu novo líder,
bleia-Geral da Liga Moçambicana com a eleição de Francisco Manhe-
de Futebol (LMF), a presença do che como presidente daquela Fe-
Ferroviário na Liga dos Campeões deração, substituindo Shafee Sidat
Africanos, a vitória de Moçambi- que estava fora de mandato desde
que sobre a Zâmbia e o polémico 2016.
jogo entre as lendas moçambicanas
e as do Barcelona.

Janeiro
-O ano de 2017 iniciou com a rea-
lização dos campeonatos nacionais
so -Moçambique termina na oitava
posição no mundial de hóquei em
patins, realizado em Naijing, na
China, a pior classificação dos últi-
mos quatro mundiais.
-Por sua vez, a selecção sénior
masculina de basquetebol ocupou
de verão, em natação, realizados na A vitória dos Mambas sobre a Zâmbia foi o acontecimento do ano o sexto lugar no Afrobasquete do
Piscina Olímpica do Zimpeto, gan- Congo-Brazaville, num mês em
hos pelo Golfinhos de Maputo; terceiro mês do ano foi marcado Maio para os quartos-de-final da Liga
um
que Nasir Salé foi homenageado,
-Neste mês, registo também para a pela visita do Chefe de Estado ao -Neste mês, o registo vai para a es- dos Campeões Africanos, após a em Maputo, pelos amantes do bas-
reeleição, com seis votos, de Khalid Complexo Desportivo do Zimpe- treia do Ferroviário da Beira na fase suspensão da Federação Sudane- quetebol.
Cassamo para mais um quadriénio to, onde Filipe Nyusi manifestou o de grupos da Liga dos Campeões sa de Futebol das competições da
na presidência da Federação Mo-
çambicana de Voleibol (FMV).
seu desagrado em relação a gestão Africanos, apadrinhada pelos tuni- CAF e FIFA, devido a interferência
política
Outubro
danosa daquele empreendimento. sinos do Étoile Sportive du Sahel, -Neste mês, o registo vai para a
Nyusi chegou mesmo a chamar os com uma goleada de 5-0; -Moçambique conquista o tricam-
conquista inédita do Moçambola,
Fevereiro dirigentes do Ministério da Juven- -Outro acontecimento de destaque peonato mundial do Salto Acro-
pela UDS e o regresso do Costa do
-O segundo mês do ano, começou tude e Desportos de “dorminhocos” foi a qualificação do nosso país para bático com a corda; enquanto o
Ferroviário de Maputo ganha o seu Sol aos títulos, com a conquista da
com a disputa da Supertaça Mário e de gerirem coisas avariadas. o campeonato do mundo de volei-
Coluna, na Cidade da Beira, entre o tetracampeonato nacional de bas- Taça de Moçambique.
Aliás, nesse dia, enquanto Nyusi bol de praia, em ambos sexos.
Ferroviário da Beira e a União Des- lançava duras críticas à Adamo Ba- quetebol feminino; e a província de
Novembro
de

Manica torna-se bicampeã nacio-


portiva de Songo (UDS), a vitória
tendo sorrido para os “locomotivas
car, então Director-Geral do Fundo Junho nal do Festival Nacional dos Jogos -Este mês foi marcado pela pre-
de Promoção Desportiva (FPD), o -O mês da independência nacional
da Beira”; Primeiro-Ministro, Carlos Agosti- Desportivos Escolares. sença do Barcelona Legends, em
foi marcado pela vitória dos “Mam-
-Aliás, foi neste mês que o Ferro- nho do Rosário,
io, empossava Arsénio -Neste mês, o Moçambola este- Maputo, onde jogou e venceu o
bas” diante da Zâmbia, em Ndola,
viário da Beira começou a escrever ve prestes a ser paralisado, quando Mambas All Stars por 1-0, numa
Sarmento, como novo Director da- no arranque das qualificações para
a sua história nas competições afri- a Linhas Aéreas de Moçambique partida polémica, devido aos valores
quela instituição; o CAN-2019, a ser disputado nos
canas, quando qualificou-se para a (LAM) ameaçou suspender a emis- determinados para a bilheteira;
-Foi ainda neste mês, em que o Fer- Camarões. O golo da selecção na-
última eliminatória de acesso à fase são de bilhetes para as equipas do
roviário da Beira qualificou-se para cional foi apontado pelo avançado -Ferroviário de Maputo volta a
de grupos da Liga dos Campeões Moçambola, devido as dívidas que
a fase de grupos da Liga dos Cam- Stanley Ratifo. ocupar a segunda posição na Taça
Africanos. Em sentido contrário, a a LMF tinha com a transportadora.
peões Africanos, ao vencer o Bar- dos Clubes Campeões Africanos,
io

UDS era eliminada da Taça CAF, rack Young Controllers da Libéria Julho O facto só não aconteceu porque,
por um lado, o assunto foi encami- em femininos;
pelo Platinium Stars, da África do por 4-1, nas grandes penalidades, -Enquanto festejava-se a vitória so-
nhado ao Gabinete do Primeiro- -Alberto Nkutumula é exonerado
Sul. após empate de duas bolas na eli- bre os “Chipolopolo”, o combinado
-Ministro e, por outro lado, a LMF do cargo de Ministro da Juventu-
-O maior registo de Fevereiro vai minatór
minatória. nacional regressava, mais uma vez,
para vexame verificado na Assem- conseguiu recuperar a dívida da Te- de e Desportos e para o seu lugar,
-O mês da mulher fecha com a elei- de um curto passeio pela COSA-
levisão de Moçambique de cerca de Filipe Nyusi nomeia Nyeleti Mon-
ár

bleia-Geral da LMF, quando seis ção de Gabriel Júnior como presi- FA.
clubes (Chingale de Tete, Despor- 30 milhões de MT decorrentes das dlane.
dente da Federação Moçambicana Aliás, se a eliminação da Taça CO-
tivoo de Niassa, ENH de Vilanculo, transmissões televisivas.
SAFA já era previsível, devido ao
Estrela Vermelha de Maputo, Liga
de Boxe, para o próximo quadriénio,
com cinco votos a favor. Gabriel Jú- tipo de equipa levado à África do
-Para além destes factos, o mês de Dezembro
Desportiva de Maputo e 1º de Maio Julho foi marcado pela detenção, -Dário Monteiro regressa ao Des-
nior substituía, desta forma, Benja- Sul, o mesmo não se pode dizer
de Quelimane) decidiram não com- por suspeita de corrupção, da equi- portivo de Maputo, depois de ter
mim Uamusse que liderou o órgão das qualificações ao CHAN-2018,
pa de arbitragem e do Delegado da
Di

parecer ao encontro que discute e onde a confiança reinava no povo deixado aquele clube, em 2015;
mandato.
no último mandato Liga Desportiva de Monapo du-
aprova o Plano de Actividades e o moçambicano. No entanto, tudo enquanto, Fernando Sumbana é
orçamento do Moçambola. rante um jogo da Divisão de Hon-
No discurso oficial, o encontro não
Abril não passou de um sonho, pois, os
Mambas viriam a ser eliminados,
ra, Zona Norte, entre as equipas da
eleito presidente da Federação Mo-
-Este mês começa com a vitória de Liga Desportiva de Monapo e do çambicana de Judo; e Abel Xavier
aconteceu porque não houve quó- em pleno Zimpeto, pelo Madagás- renova contrato com a Federação
Moçambique, no campeonato afri- Sporting de Nampula.
rum, entretanto, o SAVANA soube car, ao perder por duas bolas a zero, Moçambicana de Futebol por mais
cano de voleibol de praia, na cate-
que não se tratou de nenhum boi-
cote, mas de uma estratégia para goria dos sub-21, em ambos sexos;
depois de um empate a duas bolas, Agosto 18 meses;
em Antananarivo. -O mês de Agosto testemunhou -Para fechar o ano, o Conselho de
adiar o início da prova, que tinha e fecha com a eleição de Aníbal
-Este mês é marcado também pela o “regresso” do Pavilhão do Ferro-
Manave como presidente do Comi- Disciplina da FMF desclassifica o
sido agendado para o dia 18 de Fe- eleição do antigo Director do FPD, viário da Beira, com a realização
vereiro, devido a indisponibilidade té Olímpico de Moçambique, der- Matchedje de Maputo e o Ntum-
Inácio Bernardo, à presidência do do Afrobasquete feminino sub-16,
de fundos. A prova viria a arrancar rotando o antigo Ministro da Ju- buluco da Moamba da Divisão de
Grupo Desportivo de Maputo, no qual Moçambique terminou no
no dia 04 de Março; ventude e Desportos, Joel Libombo, Honra pelo boicote da última jor-
substituindo, desta forma, a Co- penúltimo lugar, e da final do cam-
com uma diferença de cinco votos peonato nacional de basquetebol nada da prova, enquanto a Petro-
missão de Gestão, que conduziu
Março (11-6), garantindo-se a continuida- os destinos daquele clube histórico masculino, ganho pelo Ferroviário moc conquista nacional de futsal,
-Para além do habitual arranque do de da equipa de Marcelino Maco- durante quase dois anos. da Beira; ao vencer o Galácticos da Beira por
campeonato nacional de futebol, o me. -Ferroviário da Beira qualifica-se -Com mais uma fraca preparação, a 5-1.
Savana 05-01-2018
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DESPORTO 23
o
log
ció

A Clubnet deseja um
Feliz Ano Novo.
so

Obrigado pela
confiança!
a!!
um
12h de Happy Hour
our
Das 19:00 as 7:00
de
io
ár
Di feito para si - made for you
24
CULTURA Savana 05-01-2018

“Samora é considerado produto da luta de libertação”


O antigo sócio e membro
de direcção da Casa dos
Estudantes do Império
(CEI), Óscar Monteiro,
ele clarificou logo, disse que havia
de distinguir entre aqueles facto-
res endógenos. Segundo o Doutor,
Fernando Vaz, prefaciador do livro,
o confronto da informação oral”,
indica.
A CEI termina com as indepen-
dências das colónias. “Aqui o pe-

o
disse que algumas figuras prepon- Samora Machel é produto da pró- ríodo da história que ele refere não
derantes para as lutas de libertação pria luta de libertação. Alguns são podia fugir que começa em 1940
passaram pouco tempo pela referi- fenómenos mais vastos. São fenó- e tal e termina em 1975. Termina
da casa. “A verdade que todos que menos endógenos. E muitos deles com as independências. Do ponto

log
passaram pela Casa, e todas essas tinham muito pouco a ver com a de vista histórico é um trabalho
grandes figuras que tiveram papéis Casa”, acrescenta Óscar Monteiro. extremamente impor-
conjuntural extr
importantes nas lutas de libertação. A Casa teve papéis diferentes para tante. Pode ser inserido em vários
E posteriormente Amílcar Cabral, a luta de libertação. outros trabalhos com a mesma ou
Eduardo Mondlane. A passagem “Para a libertação de Moçambique, outra profundidade porque é um
do presidente Eduardo Mondlane Hélder Martinstins explica bem, Mo- livro que merece todo respeito e
e do Marcelino dos Santos pela çambique é um pouco diferente. E confiança pela informação que foi
CEI, foi efémera. Mesmo presi- é bastante diferente com aqueles recolhida vem aqui”, enaltece.
dente Chissano teve lá quase um países que não tiveram luta e que A casa foi um local de aprendiza-

ció
ano”, recorda Óscar Monteiro. fizeram a sua negociação”, frisa. gem e anticolonial.
Óscar Monteiro questionou sobre “Uma das preocupações do Hélder
a delimitação temporal do livro. Martins foi tentar mostrar que a
Óscar Monteiro falava aquando do “Quando eu li o livro do doutor Casa dos Estudantes do Império
lançamento do livro sobre a Casa Hélder Martins perguntei ao autor foi um centro de aprendizagem,
dos Estudantes do Império, Subsí- o porque da delimitação temporal? convívio, camaradagem, nacionalis-
dios para a História do seu perío- E ele respondeu porque a delimita- ta e anticolonial. Nós em Coimbra
do mais decisivo (1953 a 1961) do ção é de 1953 a 1971. É claro que tínhamos uma sorte porque vivía-
Professor, Doutor Hélder Martins, este é um período decisivo mas o mos em república. Aliás discussões
em Maputo. “Primeiro não há nada
escrito sobre a Casa dos Estudan-
tes do Império. Há um tal Benedito
Gomes que escreveu uma informa-
ção jornalística. A informação era
muito escassa. Notei que Hélder
Martins não se limitou as fontes
eram verdadeiras. Foi uma coisa
que o preocupou muito. O desven-
dar a data da criação que era errada.
Aquilo que diziam não era verdade.
Tudo indica que esta é a fonte mais
so
Muitos líderes nacionais tiveram uma passagem curta pela CEI
dura até 1973”, aponta.
Presidente Samora Machel é con-
siderado produto da luta de li-
bertação. “A última questão que o
Hélder colocaa é, realmente a Casa
importante é porque eu vivi.
mais impor
Conheço bem. É o período onde
houve confronto de opiniões das
pessoas que viveram esse período.
Ele teve o cuidado de não só, avivar,
mas teve o cuidado de contactar to-
dos amigos e conhecidos para con-
profundas eram feitas dentro da re-
pública. A nossa casa servia de pon-
to de apoio de ligação da Casa dos
Estudantes do Império. A PIDE
visitava-nos com muita frequência.
De quinze em quinze dias, nós tí-
nhamos imensos problemas pela
orais. Foi as fontes escritas. Quis exacta que a Casa dos Estudantes conseguiu influenciar todo o pro- firmar aquela informações que ele quantidade desses panfletos espa-
saber se as datas da criação da CEI do Império foi criada em 1943 e cesso das lutas de libertação? Mas tinha se estavam certas ou não. Fez lhados por todo lado”, finaliza. A.S
um

“Urera Kurera”, vaidade sem juízo Turismo em alta


A notícia da morte da can-
tora Zena Bacar, ocorrido aumenta vendas
O
no dia 26 de Dezembro
de 2017, tem suscitado di-
versos comentários por parte de al- s vendedores de artesa- ricos. Nos países deles, princi-
de

guns artistas. Zena Bacar, 68 anos, nato da zona turística palmente os sul africanos tem
foi uma das vozes mais sonantes da da Ponta de Ouro con- a possibilidade de alugar car-
música moçambicana e antiga vo- sideram que as datas ros para viajar. Nós não temos
calista do agrupamento Eyuphuro, festivas e feriados são os perío- essas condições. Se tivéssemos
de Nampula, que nos últimos tem- dos do ano que tem tido maior podias conhecer todos pontos
pos já não gozava de boa saúde. venda dos seus artigos de ar- turísticos do nosso país”, indica
tesanato. “Durante o ano todo Emílio Tembe.
passamos maior parte do tem- O poder de compra é outro
Para o músico Leman Pinto “é po a produzir as nossas peças de factor que dificulta para a exis-
muito triste o que estão a fazer ago- artesanato. Maior parte do ano tência de um turismo domés-
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ra. Depois de ela ter sofrido aparece temos tido pouca compra. São tico. “Se um turista nacional
figuras do Estado a darem os seus esses períodos que os turistas aproxima e pergunta o valor
pronunciamentos. Não fizeram estão mais concentrados nestas das peças sempre reclama do
nada para ela em vida”, ”, lamenta o zonas turísticas, explica Cesár preço. Mesmo as coisas que
trompetista. Carlos. têm baixo preço. Assim não
Vozes de indignação são ouvidas
Zena Bacar
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Segundo o nosso entrevistado temos como vender para os


por todo o lado desde que a triste triste o que temos assistido. Preci- Até porque, conforme reconhece-
se no país o turismo por parte moçambicanos. Podes contar
notícia veio ao público. “Estamos samos mudar este comportamento. ram mais tarde, Zena Bacar, com a dos nacionais fosse notável não quantos moçambicanos estão
habituados a estes comportamen- Não sabemos valorizar as pessoas sua voz suave, melancólica, profun- ficariam muito tempo com os aqui a procura de artesanato e
tos dos dirigentes deste país quan- em vida. Particularmente os artis- da e sentimental, era o toque femi- seus produto. “É difícil ter mui- outras coisas vendidas aqui”,
do situações dessas acontecem. tas”, aponta. nino que faltava no Eyuphuro. tos turistas moçambicanos. Os lamenta José Paulo. A.S
Aparecem nos velórios como se es- Zena Bacar Ali, de seu nome com- Com o agrupamento gravou três
Di

residentes destas zonas


tivessem a sentir a perda. O que já pleto, nasceu em 1949, na província álbuns, nomeadamente “Mama não tem o habito de com-
fizeram por ela e outros artistas que de Nampula e começou a cantar Mosambiki”, em 1990; “Yellela”, prar artesanato. Poucos
tiveram a mesma situação?”, ques- com seis anos de idade. Em 1980, em 2001. Em 2006 foi lançado o moçambicanos compram.
tiona o músico Matchote. veio a Maputo para gravar a sua terceiro álbum, “25 Anos”, que in- Agora o estrangeiro pro-
A morte de Zena constitui uma primeira música, intitulada “Urera cluía gravações realizadas nos estú- cura sempre comprar al-
perda paraa o cenário musical na- Kurera”, que significa “vaidade sem dios da BBC. guma recordação”, aponta.
cional, não só por se ter perdido juízo”. Na companhia da sua banda rea- Outro artesão que o SA-
uma artista que era detentora de Conheceu a banda Eyuphuro, lizou digressões pelo mundo, VANA conversou com ele
uma voz singular, como pelo facto formada em 1981, através do ex- destacando-se actuações em Mo- assegura que falta condi-
de ter sido responsável por grande -director da Casa de Cultura de çambique e em diversos países do ções para que os moçam-
parte dos sucessos do agrupamento Nampula. continente africano e europeu. bicanos façam turismo no
Eyuphuro, fazendo deste um dos Nessa altura, com o compositor A sua música combinava sonori- seu país. “Nós quando os
melhores agrupamentos moçambi- Omar Issá e outros integrantes da dades tradicionais africanas com turistas estrangeiros com
canos de todos os tempos. “Agora banda, nomeadamente Gimo Ab- a música popular. As suas com- carros a fazerem turismo
é que em tudo que são órgãos de dul Remane e Salvador Maurício, posições eram cantadas na língua pensamos que todos são
comunicação social falam dela. É decidiram integrá-la na banda. emakua. A.S
Dobra por aqui
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CO DO SAVANA Nº 1252 ‡ DE JANEIRO DE 2018
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO

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Savana 05-01-2018
OPINIÃO 27

Abdul Sulemane (Texto)


Naita Ussene (Fotos)

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Vamos ao trabalho

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C hegado o termino no antigo ano e chegada do novo voltamos a estar na-
quela situação de reinicio das nossas actividades. Fazemos e fizemos uma
reflexão do que foi o nosso desempenho no ano transato.
Chegada essa hora muita coisa feita fica para trás. Procuramos encarar os
desafios actuais que já dão sinal no novo ano. O que não foi bem feito no passado
recente sempre dá sinal da sua graça nos próximos desafios.

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Pela forma como estamos a ver na primeira imagem onde aparece o Primeiro-
-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário a partilhar a gargalhada com o antigo
Ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, deve ser aquelas situações
que deve ter comentado que neste novo ano vai relaxar um bocado desta coisa de
fazer parte do governo. Vais ter tempo para fazer muita coisa que não pudeste fazer
com o desempenho da tua antiga função. Chegou a hora dos que vão ocupar o teu
cargo actualmente camarada. Muitos sapos esperam o visado.
No outro momento o camarada aliviado do cargo, Oldemiro Baloi comparece numa
outra situação mais descontraído, todos de traje branco, habitual no evento de pas-
sagem de ano, para fazer uma pose com o seu sucessor, José Pacheco no centro e
Leonardo Simão, também antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Coopera-
ção. Repararam que os antigos ministros dos Negócios Exteriores esboçam sorrisos
e o actual nem por isso. Devem estar a vaticinar sobre os sapos que vai engolir no
desempenho desta área também fundamental de um governo. Vamos ver se as sete
vidas vão servir neste novo desafio.
Nisso outros aproveitam para comentarem de forma sorrateira a conversa do dia.
so
Fazem suas previsões. Agora os que escutam ficam e mostram cara de alguma preo-
cupação com o que pode acontecer nesta onda de exonerações protagonizadas pelo
um
Presidente da República. Estou a referir os comentários do vice Ministro dos Re-
cursos Minerais e Energia, Augusto Fernando para a vice da Agricultura e Segu-
rança Alimentar, Luísa Meque. Há motivo para estar preocupada?
Mesmo de férias existem aquelas ocupações que são comparadas as que não per-

Anónimo
mitem férias. Por exemplo, se um fotojornalista está de férias dificilmente deixa a
sua ferramenta de trabalho. Foi o que aconteceu com o fotojornalista, Naíta Usse-
ne. Vem como procura centralizar a objectiva para registar a melhor expressão do
escritor, Mia Couto. Pelo desvio de olhar o escritor confia no profissionalismo do
fotojornalista. Como sempre defende Naíta Ussene, que ele não é fotografo, mas
sim fotojornalista. Nunca gostou de ser confundido na sua profissão. Trabalho é
trabalho.
A malta ligada ao desporto aproveitou para estar junto. Mesmo com os corpinhos
de

com algumas gorduras, o ex futebolista do clube Namutequeliua de Nampula, Joia,


ex-jogador do clube Costa do Sol, Paulito, nos extremos desta última imagem re-
gistaram o momento com o Carlos Coelho, antigo presidente do Namutequeliua,
actual Sporting de Nampula no centro. Registados estes momentos só podemos
finalizar dizendo vamos ao trabalho. É o que nos espera.
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Sérgio Costa
À HORA DO FECHO
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IMAGEM DA SEMANA Naita Ussene Di z- s e . . . Di

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MISAU promete mão dura


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- Ussene Isse, Director Nacional de Assistência Médica, diz que o sector já activou
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