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DNO EDUCACÃO NATAL, DOMINGO, 30 DE ABRIL DE2006

A rq u iv o /D N
DN EDUCAÇÃO
U
m m ês após publicar o caderno especial M useus do RN - Seridó, o DN Educação/Projeto Ler
encerra com essa edição a série de reportagens sobre os m useus do interior do Estado e de Diretor Gerai:
NESTA E D I Ç Ã O Albimar Furtado
NataL A publicação ocorre dentro das com em orações do Ano Internacional do M useu e tem por D iretor de Redação:
objetivo m ostrar que, no Rio Grande do Norte, a cultura é u m a de suas principais riquezas. Assim Osair Vasconcelos
Promoções e Projetos Especiais
com o o petróleo e o turism o, a cultura aflora em nossas terras, em nossos costum es, no dia-a-dia Afonso Laurentino Ramos

do nosso povo, seja no cam po o u n a cidade. Apesar de serm os u m dos m enores estados d a Fede­ Editor do D N Educação:
Francisco Francerle
ração, é b o m lem brarm os q u e aqui existem , oficialm ente, m ais d e 40 m useus e fom os o segun­ Reportagens
Francisco Francerle, Adriana Amorim,
do estado a criar u m a política m useológica que te m sido prioridade p a ra o atu al Governo do
Marcelo Barreto e Marina Leiros
Estado, sob o com an d o d a professora W ilm a de F a ria E a S em ana do M useu Potiguar é a g ran ­ Fotografias
D'Luca, Frankie Marcone, Marcelo Barreto e
de prova disso. Mas falta ain d a u m a política integrada com o Poder Público, envolvendo esco­
Marina Leiros
las, universidades e Terceiro Setor, enfim com a sociedade. Q uem sabe assim terem os m useus Foto capa - Forte dos Reis Magos
Frankie Marcone
realm ente vivos, influenciando no cotidiano e n ão m ais ouvirem os alguém dizer que m u seu é
Programação visual e diagramação
só coisa de passado, m as principalm ente, u m tesouro p a ra as futuras gerações. Silvana Belkiss
Telefone: 4009.0191/0190
franceHe@diariodenatal.com.br

RESULTADOS OPINIÃO ANCHIETA FERNANDES


Foto M arcelo B arreto

Valorização da política dos museus


A rq u iv o /D N

U
m setor cultural do Estado que
não foi esquecido pela gover­
nadora W ilma de Faria, foi o
dos museus. O governo do RN tem o
que apresentar neste 2006, que é o Ano
Nacional dos Museus. E apresentar co­
mo um assunto que não é apenas cul­
tural e sim educativo.A professora Isau­
ra Rosado, hoje presidente da Fundação
José Augusto e diretora do C entro de
Documentação Eloy de Souza, afirmou
certa vez que o museu tem a principal
função de form ar e não apenas infor­
mar (do suplemento "D N Educação"
do DIÁRIO DE NATAL de 26/02/06).
O assunto interessa a professores e es­
tudantes dos cursos de história, turis­
mo, arquitetura e artes, dentre outros,
que são visitantes freqüentes dos mais
de 40 museus do Estado.
N o ano passado foi realizado o en­
contro do Museu Potiguar, patrocinado
pelo Governo do Estado, através da
Fundação José Augusto e C entro de
Documentação Cultural Eloy de Souza.
A o fim do encontro foi divulgada a Car­

Semana do Museu Potiguar ta do Museu Potiguar, onde dentre ou­


tros itens,foram propostas: a revitaliza­
ção do Sistema Estadual de Museus (ali­
m sua 4a edição, a Semana Nacio­ turais em Natal, se estendendo pelo in­

E
ás é preciso saber que o RN foi o se­
nal de Museus, promovida pelo G o­ terior do Estado, as atividades foram mon­
gundo estado brasileiro, depois de São
verno Federal, através do Instituto tadas com base em dois programas espe­
Paulo a criar um sistema estadual de mu­
do Patrimônio Histórico eArtístico Naci­ ciais: Museu na Cidade e Museu no M u­
seus, o que ocorreu na década de 80 do
onal (IP H A N ) e a Associação Brasileira de seu, ambas com ações culturais diversifi­
Museologia (ABM), comemorada em todo cadas. As atividades incluíram visitas gui­
século passado), e do projeto museus
o Brasil no período de 15 a 21 de maio, adas aos monumentos urbanos, museus comunitários uma alternativa para a Governadora W ilm a de Faria tem invpstido na área museológica
trouxe o tema "Museus e Público Jovem". históricos, memoriais e cemitérios. museologia do RN, inclusão de discipli­
Este ano, a iniciativa teve um caráter espe­ A program ação ainda constou de na de museologia nos cursos de gradu­ rial Câmara Cascudo, Museu Monse­ o maquinário inativo do Pârque Gráfico
cial, uma vez que 2006 foi instituído como exposição de artes plásticas, m ultim í­ ação de história, artes, pedagogia e tu­ nhor Expedito e Museu de Imprensa da extinta CERN, onde era impresso o
o A no Internacional dos Museus, com a dia sobre C afé Filho, palestras, mesas- rismo; incentivo e apoio a programas cul­ Oficial Eloy de Souza, este pertencen­ Jomal A República Este maquinário hoje
proposta de reforçar os museus como ins­ redondas, apresentações folclóricas e turais, educativos e de pesquisa nos mu­ te ao Departamento Estadual de Im­ entra em funcionamento quando temos
tituições de inclusão social, desenvolvimen­ musicais com grupos de canto coral e prensa (DEI), sendo um Museu Vivo, is­ visitas agendadas. Recebemos visitas de es­
seus, criando uma dinâmica constante
to econômico e de valorização dos proces­ o M adrigal da U F R N . Segundo a p re ­ to porque os equipamentos não têm ex­ colas e universidades que se interessem
de diálogo para a comunidade.
sos democráticos de produção e preser­ sidente da FJA, Isaura Rosado, a idéia
Os museus do RN, criados ou ad­ posição inativa e são vistos em funciona­ com admiração pelo processo de comu­
vação do patrimônio cultural brasileiro. foi valorizar os museus e m ostrar à po­
ministrados pelo governo do Estado mento desde sua inauguração pelo go­ nicação impressa do passado.
N o Rio Grande do N o rte , a Semana pulação aspectos da história potiguar.
são: Museu de A rte Sacra, Centro de verno em 31/11/2003.0 Museu de Im­
do Museu Potiguar foi realizada pela Fun­ "Esse expressivo conjunto de eventos
dação José Augusto, por intermédio do indica tam b ém a dinâm ica vida que Documentação Cultural Eloy de Souza, prensa Eloy de Souza está localizado den­ *É escritor e coordenador do
C entro de Documentação Histórica Eloy pulsa nos museus e nas com unidades Pinacoteca do Estado, Fortaleza dos tro do espaço do Departamento Estadu­ Museu da Imprensa Oficial
de Souza. C om uma série de ações cul- on d e estão inseridos11. Reis Magos, Museu Café Filho, Memo­ al de Imprensa e contém no seu acervo do Estado
NfflÄL, DOMINGO, 30 DE ABH1L DE2006 DNOEDÜCAÇÃO
ENTREVISTA HELIO DE OLIVEIRA
specialista em restauração e conservação de bens culturais da a solução que traria melhores efeitos seria a implantação de cursos

E Fundação José Augusto, Hélio de Oliveira é considerado, desde técnicos em Museologia, o que não substituiria um curso a nível su ­
m uito tempo, a m aior autoridade em museus no Rio Grande perior, mas qualificaria basicamente os profissionais que atuam nas
instituições do Estado. Uma vez em prática, o especialista acredita
do Norte. Conhece bem a realidade dos cerca de 35 espaços presen­
tes no Estado, e já im plantou o conceito de m useu comunitário em que um outro grande problema existente nos museus seria resolvi­
alguns, tendo tido resultados bastante favoráveis. Porém, para ele, do: o estudo e catalogação dos acervos.

A comunicação dos museus


M arco P o lo /D N
C ascudo realizou m u ito s cu rso s d e a tu ­
ADRIANA AMORIM alização, e trouxe os m e lh o res pro fissio ­
D A EQUIPE D O DN EDUCAÇÃO
n ais d o Brasil n a área m useológica. M as
Como se deu o surgim ento dos m u­ tin h a u m problem a; p o r m ais q u e estives­
seus no Rio Grande do Norte? se m p re s e n te s a té m e s m o p esso as co m
A in ic ia tiv a p a rtiu d o in te r io r e n ã o nível superior, elas só co m eç av am a e n ­
d e N atal, c o m o se ria o c o m u m , e a c h o te n d e r o discu rso n o ú ltim o dia. N ão e s­
isso m u ito in te r e s s a n te . O in íc io d a s to u d izen d o q u e eles n ã o e ra m cap azes
u n id a d e s m u s e a is a c o n te c e u n a c id a ­ de absorver, m a s n ã o e ra d a área deles. É
d e d e M ossoró, p ra tic a m e n te c o m d u ­ preciso te r o m ín im o d e co n h ecim en to .
E stes c u rs o s p o d e ria m te r sid o m u ito
a s u n id a d e s d e u m a só vez, e m 1948,
m ais ap ro v eitad o s se o s fu n cio n ário s ti­
c o m o M u se u D io c e sa n o , q u e e s tá d e ­
v essem a fo rm ação té c n ic a em M useolo­
sativ ad o , e o M u se u H istó ric o M u n ic i­
gia. Isso n ã o estaria fo rm a n d o u m m u s e ­
p al L auro d a E scóssia, e m 1949. D e p o is
ólogo, m a s p re p a ra ria as p esso as q u e já
d isso , s o m e n te a p a r tir d a d é c a d a d e
trab alh am n essa área. Além disso, ao m eu
1960 é q u e o u tro s c o m e ç a ra m a surgir,
ver, esse c u rso le v a n ta ria m u ita s v o c a ­
p rin c ip a lm e n te e m N a ta l, c o m o M u ­
ções a nível acadêm ico.
se u C â m a ra C ascu d o , d a U FRN , e o s u r­
g im e n to d a FJA, q u e p a s s o u a a d m in is ­
Além da FJA, existem outras políticas
tr a r o F orte, a lé m d o M u se u d e A rte e
de financiam ento de museus?
H istória, q u e dep o is foi d e sa tiv a d o e seu
N este m o m e n to , os m u s e u s p a ssa m
a c e rv o d is trib u íd o e m o u tr a s in s titu i­ registro provisório. Essa deveria ser a ob ri­ e o visitante e n te n d e a cultura d aq u ela re­ p o r u m a situ ação privilegiada p o r te r v á ­
ções. C om o n ã o p o d e ria d e ix a r d e a c o n ­ gação d o m u se u , m a s isso n e m se m p re gião. E m te rm o s co nceituais, além desse, rias in stitu içõ es fin an ciad o ras, além d e
tece r, o m a io r n ú m e r o e s tá p re s e n te n a é feito. P o r isso, u m a deficiên cia e m to ­ p o sso c ita r os m u s e u s d e A rte Sacra, C â­ várias leis d e incentivos. Vai d e p e n d e r d e
c a p ita l, c o m ce rc a d e q u in z e m u s e u s. d o o E stado é ju sta m e n te a falta d e re cu r­ m a ra C ascu d o e M em o rial Aluízio Alves. q u e m e s tá g e re n c ia n d o e q u e m e s tá à
so s h u m a n o s, p o is n ã o existem p esso a s E ste ú ltim o im p la n to u a té m e sm o algu­ fren te de c a d a m u se u , m a s a m a io ria e s­
Eles surgiram desem penhando que co m form ar ,o específica p a ra isso. O q u e m a s e tiq u e ta s e m braile, facilitando a in ­ tá p a rtin d o p a ra o fin a n c ia m e n to d e s u ­
papel? oco rre, m u ita s vezes, é q u e as p e sso a s clusão. E sp ero q u e o d e M o ssoró ta m ­ a s instituições. Eles p o d e m d e p e n d e r d a
O le m a b ásico e ra 'P re se rv a r p a ra c o ­ p e n sa m q u e b a sta recolher o acervo e ex­ b é m v e n h a a ser referência. FJA o u d as em p resas, e n ã o vai te r u m a
m u n ic a r e c o m u n ic a r p a ra tra n sfo rm a r a p or. É preciso sa b e r o q u e vai recolher, a tu a ç ã o q u e m n ã o co rrer atrás. A ntes, a
região', m a s co m o d eco rrer d o tem p o , d a c o m o reco lh e r e d o c u m e n ta r este a c e r­ Você citou os dois m aiores proble­ ú n ic a m a n te n e d o ra e ra a p ró p ria F u n ­
m e s m a fo rm a q u e u m a p e ss o a vai c ria n ­ vo. D e u m m o d o geral, os acervos d e N a­ mas enfrentados pelos museus, que se­ dação, m a s ela só m a n té m o básico.
d o su as rugas, o acerv o ta m b é m vai e n ­ tal tê m u m a d o c u m e n ta ç ã o n u m a p ri­ riam a escassez de mão-de-obra especia­
velhecendo. E ntão, hoje, é b a s ta n te c o ­ m e ira in stân cia, m a s isso n ã o é o sufici­ lizada e a não documentação e estudo Como os m useus realizam sua divul­
m u m ver o s m u se u s n e c e ssita n d o u rg en ­ en te. Eles p re c isa m fazer a catalo g ação e dos acervos. Que medidas poderiam ser gação?
te m e n te d e u m a re sta u ra ç ã o e ca ta lo g a ­ d e p o is e stu d a r p ro fu n d a m e n te p e ç a p o r tomadas para a solução? Ao m e u ver deve ser u m a coisa p e rm a ­
ção. Afinal, c o m o p o sso falar d e u m p a r peça. E sta é a fu n ç ã o d o m useólogo: e s­ Sou a favor d e u m cu rso técn ico em nente. A m elhor divulgação é a p rogram a­
d e ócu lo s se ele n ã o foi e stu d a d o ? Isso é tu d a r o acerv o e sa b e r c o m o vai ex p o r e M u seologia C onheço a realidade do m eu ção q u e o m u s e u oferece, o q u e e stá s e n ­
u m p ro b le m a e m to d o o E stado. D en tro a p re s e n ta r as p e ç a s p a ra o s se u s u s u á ­ e sta d o e sei q u e os m u s e u s d a q u i tê m d o p ro d u z id o d ia ria m e n te , ex p o siçõ es
do m u seu , a d o cu m e n ta ç ã o é prioridade, rios, m a s d e u m a m an e ira q u e cause u m a u m a c e rta q u a n tid a d e d e fu n cio n ário s d e lo n g a duração, ativ id ad es co n stan tes.
pois, se n ã o é estu d a d o , n ã o te m c o n d i­ reflexão. q u e n ã o tê m essa qualificação, m a s m e s ­ Este é o m a io r veículo d e divulgação. Se
çõ es d e d a r u m b o m resu ltad o . m o a ssim estão à frente, lev ando o m u ­ ele n ã o fo r renovado, n ã o vai te r m ais o
Que m useus são referências com re­ seu . A través d e d isc ip lin a s específicas, q u e ver. Se isto n ã o aco n te ce, n ã o existe
Qual seria, então, o procedim ento lação a esse procedimento? seria m u ito m a is fácil te r u m a conversa a m otivação. Às vezes, a q u i n o e stad o is­
correto por parte das instituições? O de Acari, q u e m e sm o d ep o is d e d e ­ co m alg u ém q u e e n te n d e alg u m a coisa so aco n te c e e m to d o s os m u seu s, d e u m
N o m o m e n to e m q u e u m o b je to c h e ­ zesseis a n o s d a su a m o n ta g e m , a in d a é d o q u e co m aq u e le q u e n ã o te m o m ín i­ m o d o geral. A ativ id ad e q u e o m u s e u vai
ga, o p ro c e d im e n to inicial se ria fazer u m atu al. Ele te m sim plicidade, d á o recad o m o d e c o n h ecim en to . O M useu C âm ara gerar é o q u e vai c h a m a r o público.
DNOEDUCAÇÃO Nadu., domingo, 30 de abril de 2006

LITERATURA MUSEU GUARDA VERDADEIRAS RELÍQUIAS DO SÉC. XVIII COMO


A PRIMEIRA EDIÇÃO DE “OS LUSÍADAS” E “A D IV IN A C O M É D IA ”

Museu cultural
Dem étrio Lemos
-o to s D Luca
.....

Coleção Júnior Marcelino


esq u isad o r aficionado da

P História, da Arqueologia, da
Paleontologia e da Espeleo-
logia de Martins e região, Júnior
Marcelino, de 59 anos, é tam bém
um entusiasta quando o assunto
é colecionar, e isso faz desde a ju ­
ventude. Suas preferências são sm : ä
para selos, cédulas, moedas, car­
tões telefônicos e antiguidades
em geral. É considerado um a au­
toridade em todas essas áreas des­
critas, e guarda um grande acer­
O acervo possui móveis artisticamente decorados e livros datados de 1840 vo fotográfico histórico-cultural
educandário mais antigo de desde a fundação, a doação, pelo Ban­ d a região, principalmente de pes­ í '!

O Martins ainda conserva todos


os detalhes da sua fachada. Pe­
la Escola Estadual Almino Afonso pas­
saram os mais ilustres filhos da cida­
co do Nordeste, de três armários. Um,
inclusive, guarda a primeira edição
de “Os Lusíadas", de Luiz Vaz de Ca­
mões, datada de 1880. Outras relí­
soas que nasceram na cidade.
Irido está exposto em sua pró­
pria residência, num cômodo on ­
de seria, a princípio, a copa. No
I ■;
ft

de, e ao visitá-la, merece destaque es­ quias que merecem destaques são a entanto, o que mais cham a aten­
pecial o Museu Cultural Cel. Demétrio versão original de "A Divina Comé­ ção é a coleção de fósseis e arte­
Lemos, cujo acervo é formado por dia", de Dante Alighieri, e "Orlando fatos indígenas que en co n tro u
u m a coleção de estatuetas em Art Furioso", de Ariosto, datadas do fim nas cavernas da região, a partir de
Nouveau, móveis artisticamente de­ do século XVm. 1988. E m b o ra n ã o te n h a m
corados e um a biblioteca com mais de Segundo Eliane, um a m édia de u m a d a ta ç ã o p re c is a , e s tã o
mil volumes datados de 1840 a 1910 cem pessoas visitam o m useu m en­ e s tim a d o s em d e z m il an o s.
pertencentes ao militar. salm ente, em especial estudantes. "T enho a q u i m a c h a d in h a s e
Fundado em 21 de abril de 1989, Muitos são oriundos da própria es­ c e râ m ic a s in d íg e n a s, o ssad as
o museu está montado em um a das cola. "Dentro de cada disciplina, va­ de M asto d o n te , de T atu e P re ­
salas da escola, e guarda tam bém um mos introduzindo temáticas de acor­ guiça g ig an te", a p o n to u Jú n i­ coleção de Junior Marcelino exposta na própria residência
acervo fotográfico registrando a his­ do com as necessidades, além do que or, n ão se im p o rta n d o q u e os vi
tória da escola e da cidade, expondo estamos sempre frisando a necessida­ s ita n te s to q u e m n as p eças. sores e universitários, o espaço é aberto tam bém a
quadros de ex-funcionários, direto­ de de preservação", destacou. De acordo com ele, o material já serviu como estudantes de todos os níveis de ensino. "Por se­
res e alunos que foram destaque. Mas, fonte de pesquisa para m estres e doutores de vári­ m ana, recebo um a m édia de 80 pessoas".
de acordo com a diretora Eliane Pe­ as universidades do Rio Grande do Norte e de esta­
| Serviço dos vizinhos, sendo esse o objetivo principal de sua
| Serviço
reira, não existe incentivo para con­
servação e melhoria da exposição. coleção. "Não recebo nenhum incentivo, m as te­
O Museu Cultural Demétrio Lemos é nho a proposta de criar um a fundação para divul­ A Coleção Júnior Marcelino é aberta diaria­
"Existem aqui cerca de 1.100 pe­
aberto diariamente, inclusive fins de se­ gar essas pesquisas e os seus resultados", disse, res­ mente, desde que o proprietário esteja em casa.
ças catalogadas, e eu sou a única res­
mana e feriados, das 8h às 18h. O aces­ saltando que, em bora o público-alvo seja de profes- O acesso é gratuito.
ponsável por elas”, disse, enfatizando
so é gratuito.
que houve apenas um a atualização
NADU,, DOMINGO, 30 DE ABBIl DE2006 DNO EDUCAÇÃO
Fotos D 'L u c a

II GUERRA HOMENAGEM A UM EX-COMBATENTE


4 -VV

Memorial
lanoel Lino
'le Paiva Muitos estudiosos utilizam m em orial para pesquisas sobre a II Guerra

dois quilôm e­

A tros do centro
de M artins,
um a estrada de difícil Museu Histórico de Martins
acesso leva à com u­
nidade de Serra Nova
ituado no centro da cidade, o co mil peças -, dos ex-com baten­ catáogadas, m as á n d a não h o u ­

S
Lá, o Memorial Ma­
no el Lino de Paiva Museu Histórico de Martins tes da Û Guerra M undiá e dos ex- ve um a contagem to t á do acervo.
presta um a hom ena­ funciona na antiga residência prefeitos. Segundo Francisco Lo­ "Além disso, estamos esperando
gem a esse com ba­ do jornalista, abolicionista e polí­ pes, que dirige a instituição há cer­ a visita de um funcionário da Fun­
tente da Força Expe­ tico Almino Afonso. Fundado em ca de vinte anos, em um a outra sa­ dação José Augusto para a orga­
dicionária Brasileira 20 de dezembro de 1955, o m useu la está sendo m ontada um a gáe- nização tem ática do museu", res-
(FEB), morto na Itália fechou pouco tem po depois, ten­ ria dos ex-professores martinenses. sáto u Lopes, enfatizando também
em 1945, durante a ll do sido reaberto som ente trinta "No segundo piso, o visitante po­ que o prédio sofre com infiltra­
G uerra M undial. O anos seguintes. O objetivo é resga­ de encontrar um a s á a onde estão ções e fá ta de segurança. "Muitas
Memorial tem o obje­ tar a história de Martins e de pes­ expostos vários objetos que con­ peças são roubadas, e como não
tivo de resgatar, pre­ soas que se destacaram n a cidade, tam a história dos antepassados, existe um registro oficiá, fica difí­
servar e divulgar ele­ desde políticos e estudiosos a ben­ e no últim o há u m a biblioteca, cil localizá-las".
mentos da história do zedeiras e parteiras. m óveis antigos e u m m is s á de
combatente, bem co­ Mantido pela Prefeitura Muni- 1858", explicou. I Serviço
mo de outras pesso­ cíp á, o casarão possui doze sáas, Todo o acervo foi doado pela I
as da cidade e do Es­ divididas por três paviméntos. No comunidade, e as visitas são cons­ O Museu Histórico de Martins é aber­
tado que tiveram par­ primeiro estão as salas de arque­ tantes, tendo com o público prin­ to diariamente, das 7h30às11h30,e
ticipação no conflito. fins-de-semana, até às 12 b 0 acesso
ologia - a m aior coleção do Rio c ip á estudantes de todo o estado,
A casa que abriga é gratuito.
Grande do Norte, com m á s de cin- á é m de turistas. As peças foram
o memorial tem m á s
d e c e m a n o s e é o lu­
gar onde nasceu e vi­
veu M anoel, ju n ta ­ Memorial guarda objetos e fotos do ex-combatente
m ente com sua famí­
lia, até sua incorporação quando á g u é m tem interesse em co­
no Exército Brasileiro, aos 23 anos. Ain­ n h ecer. "Em b rev e, h a v e rá e x p e ­
da preservada desde sua construção, d ie n te n o rm a l" , p ro m e te u . C om
guarda objetos pessoás, quadros, foto­ a p o io d a P re fe itu ra de M a rtin s e
grafias, e mobiliário da família do jo­ d a s D ro g a ria s Paiva, d e N atal, o
vem. Na s á a principá, por exemplo, m e m o ria l su rg iu p o r o c a siã o d o s
encontram-se objetos e dados biográ­ s e s s e n ta a n o s d a p a rtic ip a ç ã o do
ficos sobre a batalha e sobre os marti- c o m b a te n te n a g u e rra . O p e r ío ­
nenses e norte-rio-grandenses mortos d o d e m a io r v isita ç ã o o c o rre n o s
no conflito. Além disso, podem ser en­ fe ria d o s, q u a n d o h á u m n ú m e ro
contradas informações sobre pessoas m a io r d e tu r is ta s n a região.
que realizaram ações relevantes n a co­
munidade desde o início do século XX. | Serviço
De acordo com Severmo de P á -
va, sobrinho do ex-combatente, m ui­ Para co n h e ce r o M e m o ria l M ano­
tos estudantes realizam pesquisas so­ el Lino de Paiva é preciso agendar
bre a II Guerra no m e m o riá , que é visitas pelo telefone 84-3391.2387. Francisco Lopes dirige a instituição há 20 anos Museu possui o m aior acervo arqueológico do RN
aberto o casionám en te, geralm ente O acesso é g ra tu ito .
DNOEDUCAÇÃO Natal, domingo, 30 de abril de 2006

Fo to s D 'L u c a

O museu
recebe,
mensalmente,
centenas de
visitantes

m é r it o s MEMORIAL RESGATA NOMES DE


PERSONALIDADES DA CIDADE

Museu
C Neuraci Viera expõe peças antigas que pertenceram às primeiras famílias do município

L
ocalizado no centro de Campo G rande, O d e s ta q u e do acervo do m u seu são os

om
num prédio onde funciona a Casa de Cul­ m óveis antigos e um oratório secular, m as ex­
tura Popular, o M useu D onatila Jácom e istem o u tro s objetos que foram doados pela
o cu p a três salas q u e expõem , em su a m a io ­ com unidade. O diretor de redação do Diário
ria, peças que p erten ceram à sua fam ília. Em de N atal, O sair Vasconcelos, foi tam b ém um
u m a d elas, em e sp e cial, e s tá o M e m o ria l g rande incentivador, tendo doado inúm eros
Cleto de Souza, m arido de D onatila, qu e foi livros à biblioteca. Segundo a D iretora do es­
tabelião, m úsico e p o e ta n atu ral do m u n ic í­ paço cultural, Neuraci Vieira A lbuquerque, o
pio. A C asa d e C u ltu ra, in clusive, e ra se u m u seu tem o objetivo de resgatar e dar con­
antigo escritório, e foi doado, em 1996, p ela tin u id a d e à h is tó ria de p e rs o n a lid a d e s de
fam ília ao em p re sá rio A ntônio G entil, s o ­ C am po Grande. "Além da m em ória de Donatila
brinho de Cleto e n atu ral da cidade, prim eiro e Jácom e, fizemos um a exposição fotográfica
a e stim u lar a criação do centro cultural. dos am igos da família, bem com o de todos os
In icialm en te, G entil b u sco u m eios e fi­ ex-prefeitos da cidade", disse, enfatizando que
n a n c io u e c o m ic a m e n te p o r v ário s a n o s a o local chega a receber até m il visitantes, por
m a n u te n ç ã o do esp aço , q u e e ra fo rm a d o m ês, em especial estudantes.
p e lo M em o rial C leto de S ouza, esc o la d e
m úsica, u m a biblio teca, u m a sala de in fo r­
m ática, u m a p inacoteca e u m a u d itó rio . Este | Serviço
últim o, hoje, leva o se u nom e. Em 2002, o
c en tro foi d oado ao G overno do E stado, q u e O Museu Donatila Jácome é aberto de segun­
fu n d o u ali a C asa d e C ultura, p a s s a n d o a da à sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.
disponibilizar recursos p ara m an u ten ção do O acesso é gratuito.

O centro cultural surgiu com o Mem orial Cleto de Souza p réd io e de três funcionários.
Natal, domingo, 30 de abril de 2006 DN O EDUCACÂO

Apodi PRESERVAÇÃO CONTA COM APOIO DA


SÍTIO ARQUEOLÓGICO t UM DOS MAIS A N T IG C fsu O PAÍS
■■
O sonho ra
1 h is tó ria de p reserv ação do Lajedo de
Im S o ledade te m in ício com* a ad v o g ad a
1 » M a r i a A u xiliadofada Silva Maia, Dodo-
ra.*flà7em 1978, iniciou im i trab alh o solitá- ;Ç i^ |
rio de defesà daquele patrim ônio c u íta W é n a k.^
tural, que aos poucos era d estru íd o pelos ex ­
p loradores d e fa ltá r ta S o m e n te ê m -H lfftfin ...
grupo de am bientalist as in ítio iu w i, trab alh o rV
no sentido de conscientizar ps cerca de dois
m il m o rad o res da região,da im p o rtân cia de
p re s e rv a r d a á re a . C om o p atro c ín io d a Pe-
tro b râs, surgiu a F undação Amigos do Lajedo
te ifllif
Fotos D Luca de Soledade (FALS), q u e patroçinôu pesquisas
n a s aéreas de arqueologia, paleontologia, es-
peleologia e geologia,hem com o prom oveu a
c a p a c ita ç ã o n a área de educação am biental,
d elim ito u trê s

en tã o e p r
m u d an ça n a q u alid ad e de vida dos m o ra d o ­
res desde q u e a P etro b ras passou a á tu a r n a
área. çpm p ro jeto s de preservação a m b ie n ta i
d e conscientização. " 0 turism o, principal»
, in e n te o pedagógico, tam bém vem contribuin­
do nessa visibilidade", disse.

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Pedro Holanda antes trabalhava na extração de calcário João Batista ensina como antepassados faziam para pintar Pinturas rupestres de Soledade têm idade de três a 10 mil anos

Jk 12 km do centro de Apodi está si- e preguiças gigantes, podem ser vistos quetes. Uma pequena loja no local ven­ índios que h ab itaram a região, e es­ duras vegetal e anim al", explicou Jo­
tuado o pequeno distrito de So- no Museu do Lajedo. de o artesanato produzido no Centro tão p re se n te s em 53 pain éis esp a ­ ão, fazendo u m a dem onstração e sa­
JL A ledade, que preserva um dos sí­ Criado em 1991, o m useu abriga de Atividades do Lajedo, como peças de lh ad o s em três áreas dem arcadas: lientando que o m esm o procedim en­
tios arqueológicos mais antigos e im ­ materiais oriundos de diversas pesqui­ cerâmica, palha, pinturas com temas lo­ Araras, U rubu e Olho d'Água. to é sim ilar ao usado na confecção
portantes do país, o Lajedo de Soleda­ sas realizadas no sítio, preservando sua cais e artigos de papel reciclado. Nas ravinas - escavações no solo do artesanato local.
de. Com um quilômetro quadrado de história de um a forma bastante didá­ De acordo com João Batista, guia causadas pela chuva -, os turistas p o ­
dimensão, o sítio é um a formação de tica, facilitando o aprendizado princi­ do m useu, o visitante não precisa se dem ver desenhos de araras, garças,
rocha calcária do período paleolítico, palm ente por estudantes, geralmente restringir a essa exposição, "já que lagartos e form as geom étricas ainda
| Serviço
com idade geológica estimada em 90 em grupos de excursões. Dividido por o p ró p rio sítio arqueológico é u m não decifradas feitas com as pontas
milhões de anos, e apresenta cavernas períodos, é possível fazer um passeio g ran d e m u seu a céu ab erto ", d is­ O Lajedo de Soledade e o Museu fun­
dos dedos, com p eq u en o s galhos,
com pinturas e gravuras rupestres. Além pelo tem po através de grandes painéis se. P in tu ra s e gravuras ru p e stre s, cionam de terça a domingo, das 7h às
pincéis prim itivos e com carim bos
disso, fósseis de animais pré-históri­ coloridos e ilustrados com inform a­ c u ja s id a d e s v a ria m d e 3.000 a 17h.A entrada ao museu custa R$ 2, e
desenhados nas mãos. "As cores das
cos que habitaram a região, como mas­ ções sobre o Lajedo de Soledade, vitri­ 10.000 anos, p o d e m ser vistas n as o passeio pelo sítio custa R$ 15 por ca­
tintas eram obtidas com o uso do óxi­
todontes, tigres dentes-de-sabre, tatus nes com fósseis, objetos, rochas e ma- grutas, fendas e cavernas, feitas por da grupo de quinze pessoas.
do de ferro, sangue de anim ais e gor­
Natal, domingo, 30 de abril de 2006

ORIGEM MUSEU CONTA HISTÓRIA DE FAMÍLIAS


QUE FUNDARAM O M UN IC ÍPIO
Alto do
Ambiente
Cultura DonaTiquinha
Fotos D 'L u c a

esgatar a história de Alto do Rodri­ Conforme diz ela, a idéia é levar o acer­

R gues é a proposta fundam ental do


Ambiente Cultural DonaTiquinha, ór­
gão pertencente à Secretaria Municipal de
Educação, que m antém duas funcionárias.
vo para um a casa centenária da cidade, mas
a dependência por questões burocráticas
im pede a agilidade do seu tom bam ento.
"Enquanto isso, vamos utilizando esta casa,
Criado em 24 de março de 2004, o espaço que não é um espaço ideal para acomodar
visa tornar-se, com o tempo, um a referên­ as peças e exposições fotográficas, m as o
cia n a cidade em termos de pesquisas acer­ trabalho vem funcionando bem, sempre na
ca da vida social, cultural e histórica do m u ­ perspectiva de melhorar cada vez mais".
nicípio, como explicou a professora Norma De acordo com Norma, ainda não exis­
Maria, coordenadora do museu. tem projetos sendo desenvolvidos junto à co­
A casa é pequena, com apenas três cômo­ m unidade, nem tam pouco junto às esco­
dos, não havendo um a tematização por salas. las. Mesmo assim, m uitas peças foram do­
Mesmo assim, é possível encontrar imagens e ações da própria população, "que aceitou a
objetos pertencentes à família do fundador da proposta desde o início, dando total apoio
cidade, Joaquim Rodrigues Ferreira, além de em todos os aspectos". Segundo ela, a m é­
outras de famílias originárias no município. Nor­ dia por sem ana é de dez visitas, número que
m a conta que muitos estudantes realizam pes­ tende a aum entar quando são realizadas
quisas escolares sobre a cultura, a educação e a exposições culturais.
própriahistóriadaddade. "Aqui,desencontram No espaço, o visitante tam bém encontra
objetos antigos e diversos causos das histórias um a exposição com fotos de todos os prefei­
de antigamente, como cantadores, bordadei- tos eleitos no município, bem como de pro­
ras, poetas e pessoas letradas", disse. fessoras que se destacaram na educação m u­
nicipal, a exemplo da própria Dona Tiqui-
nha, um a homenagem da prefeitura a um a
das mulheres que mais contribuíram para o
desenvolvimento da cidade. De férias em Al­
to do Rodrigues, a equipe do Diário de Na­
tal teve a oportunidade de conversar com
ela, que mora desde 1961 no Rio de Janeiro.
Francisca Lopes Barbosa, a Dona Tiqui-
nha, nasceu no município e dedicou, de 1947
a 1961, à vida docente, m as não com o sim­
ples ato de repassar conhecim entos em
sala de aula. Fora do am biente escolar, ela
chegou a desenvolver projetos que b en e­
ficiassem a comunidade como u m todo. Foi
ela, p o r exem plo, q u em levou à cidade Diretora do Museu, Norm a Maria, auxilia alunos nas pesquisas sobre o município
energia elétrica. D iante de tantos feitos,
destacam -se o surgim ento de grupos de te dinâmica e atuante por aqui, mas apenas | Serviço
teatro e do Pastoril, através de recursos ar­ fiz o que devia. Não creio que fui tão boa as­
recadados p or meio de festas organizadas sim", contou, salientando que, naquela épo­ O Ambiente Cultural DonaTiquinha é aber­
pela com unidade, o que rendeu tam bém ca, a cidade era apenas um pequeno luga­ to de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e
a construção da capela, onde hoje é a igre­ rejo, "com pessoas sonhadoras, cheias de das 14h às 18h.A entrada é gratuita.
ja m atriz Nossa Senhora do Rosário. ideais. Tudo o que eu idealizava, realizava
DonaTiquinha, ontem e hoje, de férias em Alto do Rodrigues "Dizem que fui um a professora bastan- junto com as pessoas", concluiu.
Natal, domingo, 30 de abril de 2006 DNOEDUCACAO
abnegação MESMO SEM ESTRUTURA, MUSEU GUARDA MAIS DE 50 MIL PEÇAS

Casa Museu
Fotos D 'L u c a
hegando em Areia Branca, a equipe de mo mais no meu quarto por causa de tanta coi­ de", disse ele, que já investiu mais R$ 30 mil

C reportagem, que a princípio buscaria


detalhes de um projeto de museu, des­
cobriu u m acervo que guarda mais de 50 mil
peças que datam desde o início do século XIX
sa que tem lá". Apesar disso, todo o acervo
está organizado de tal forma que é possível le­
var a u m aprendizado concreto. "Primeira­
mente, levo o visitante para o setor histórico
reais com o museu, além de dedicar cerca de
R$ 800 reais do seu salário, por mês, para con­
servação e aquisição de objetos. "Muitas ve­
zes sou cham ado de louco".
ao fim do século XX, num a verdadeira relação da cidade, passando pelos setores de náutica, A boa notícia, contudo, é que até o fim do
entre o antigo e o considerado ultrapassado. comunicação, educação, entre tantos outros ano, em parceria com a Secretaria de Turismo,
O núm ero im pressiona. No entanto, o que assuntos, sem pre contextualizando", disse o o museu será transferido para um prédio m ai­
mais cham a atenção é o modo como o pro­ professor, que atende um a m édia de sessen­ or e mais bem localizado. Segundo o secretá­
prietário, Máximo Rebouças, o mantém. Aos 45 ta pessoas, por sem ana, sem cobrar taxas. rio de turismo, Ubiraci Seixas, a idéia é que Má­
anos, sua dedicação diária e voluntária vem "Não cobro nada, até porque não possuo um a ximo Rebouças seja lotado no m useu perm a­
transformando o museu que leva o seu nom e estrutura adequada". nentem ente. "Vemos aqui u m grande poten­
em u m dos instrumentos de pesquisa mais im­ O primeiro televisor colorido, os primeiros cial cultural e educacional. Por isso, tem os
portantes para os estudantes do município. rádios, eletrodomésticos, geladeiras, coleções um a grande preocupação em inserir o m u ­
Diferente da maioria, a Casa Museu Máxi­ de moedas, de selos, relógios e cigarros, além seu no roteiro turístico do município, valori­
mo Rebouças é totalmente particular. Inaugu­ de pôsteres de filmes em cartaz nos antigos ci­ zando, desta forma, o turism o cultural da ci­
rado em 31 de outubro de 2003, sua história nem as da cidade. "Tudo que faz lem brar as dade", frisou. .
teve início um pouco antes, em 2002, q uan­ pessoas que viveram em outras épocas aqui
do o professor, que divide o seu tem po lecio­ n a cidade é guardado e docum entado". E | Serviço
nando em duas escolas - um a do município tudo isso tem um grande propósito. De acor­
e outra do Estado -, começou a reunir "peças do com Máximo, além de ser um trabalho de A Casa Museu Máximo Rebouças é aber­
dos antepassados" n u m pequeno povoado am or pela história, o esforço visa ser fonte ta nos fins-de-semana, das 8h às 12h e
próximo de Areia Branca, onde ele ensina. de pesquisa para as escolas. "Sempre vou às das 13h às 20h.A entrada é gratuitaTe-
"Achei um a excelente idéia e quis levá-la p a­ salas de aula p a ra te n ta r ag endar visitas, lefone: 84-3332.4525
ra a cidade. Mas m eu problem a era tempo. além de que costum o trazer todos os m eus
Fui à caça, e tive m uita ajuda da população, alunos p ara cá", disse.
que tam bém ajudou na busca p or doações. Outra característi­
Muitas eu m esm o com prei", disse Rebou­ ca m arcante no m u ­
ças, que em apenas três anos chegou a um seu é a preservação
núm ero grandioso, tendo encontrado reb- p o r objetos não tão
quias das m ais diversas, incluindo toda a antigos, com o com ­
Museu guarda vários artefatos da época da II Guerra Mundial docum entação do m unicípio e de seus fu n ­ putadores, vídeo ga­
dadores, b e m com o o registro d a cidade mes e telefones celu­
quando ainda era vila. lares d a d é c a d a de
E a coleção continua crescendo, e cres­ 1990, que literalmen­
"Venho sempre ao ce com ela a vontade de perm anecer com o te jásão peças de m u­
museu, pois acho ele trabalho. Sem tem po durante a sem ana, Re­ seu. "Se eu não guar­
bouças dedica os fins-de-sem ana e feriados dá-los hoje, am anhã
| m uito bonito. Hoje, p a ra a lim peza e recepção dos visitantes. eu posso não tê-los",
"Passo mais tem po aqui dentro desse m useu salientou, sobrepon­
f doei um a moeda do que vivendo, m as essa é a m inha felici­ do u m a de suas m ai­
antiga e aprendi dade", frisou. Contudo, o principal proble­ ores angústias. "Areia
m a é a falta de espaço. O pequeno salão, n u ­ branca ainda não des­
que é im portante m a prim eira vista, é apenas u m depósito de pertou para a cultura,
velharias, sendo difícil até m esm o a loco­ e percebo que muitas
cuidar, zelar e doar". m oção p o r entre os p eq u en o s corredores pessoas da educação
M ir la T u a n e
form ados pelos objetos. e d a cu ltu ra , p o r
Estudante do 3o ano do Ensino "Quando acho um a nova peça é um a di­ exemplo, não entram.
Fundamental ficuldade, pois vou precisar m udar tudo para Isso m e m agoa m ui­
adequá-la. Se você vier na próxima semana, to, pois eu queria que
vai estar diferente e atualizado", disse, com ­ todos tivessem esse
plem entando que centenas de outras peças am o r q u e eu ten h o
não puderam entrar na exposição. "Nem dur­ pela historia d a cida­ O velho e o novo: vídeo game Odyssey (1980) e Laser Disco (1995)
DNOEDUCAÇAO Natal, domingo, 30 de abbil de 2006

TRAJETÓRIA MUSEU CONTA A HISTÓRIA DOS 30 ANOS DO PETRÓLEO EM MOSSORÓ

m
c /i
ESTAÇlO DAS ARTES ELiZEU V

O Museu do Petróleo é uma das atrações da antiga Estação das Artes Eliseu Ventania, na cidade de Mossoró A extração do petróleo em Mossoró

Museu Instrutor
Michargan
Faraday explica

do Petróleo
a importância
do petróleo

om a proposta de m ostrar à po­ o visitante pode conhecer os passos De acordo com o instrutor Michar­ rais da Petrobras", disse, enfatizando

C pulação os trinta anos de histó­


ria do petróleo em Mossoró, o
M useu do Petróleo surgiu em 1999,
dados para a exploração do petróleo
em Mossoró, integrante da bacia se­
tentrional. Por etapas, narra a histó­
ria de Mossoró a partir da fundação
gan Faraday, o m useu é um im portan­
te instrumento de educação para quem
deseja conhecer a história do petró­
leo. "Aqui, o visitante tem a oportuni­
que a entrada é franca. O m useu rece­
be cerca de 400 pessoas por mês, e é
aberto de segunda à sexta-feira. "Apre­
visão é de que o museu passe a funcio­
num a parceria entre a Prefeitura e Pe-
trobras, e é um a das atrações da Esta­ até sua influência n a econom ia p ri­ dade de saber a sua im portância e uti­ nar tam bém nos fins-de-sem ana, a
ção das Artes ElizeuVentania, antiga es­ m ária do Rio Grande do Norte e p o ­ lidades. Muita gente não sabe do que partir de um a nova instrução de jo ­
tação de trem, de 1915, onde ocupa tencialidades de desenvolvim ento. ele é capaz, além de que acham que a vens", disse, com plem entando que,
um a pequena sala. Lá, o visitante p o ­ Em outra área discorre sobre os estu­ Petrobras agride o meio ambiente, e atualmente, existem três funcionários.
de conhecer toda a trajetória do p e­ dos realizados pelo D epartam ento não é verdade", explicou.
tróleo e da Petrobras através de foto­ N a cio n al de P ro d u ç ã o M in eral Segundo Faraday, m uitas escolas
grafias, maquetes, amostras de óleos, (DNPM), em 1943, analisando o len­ realizam junto ao museu pesquisas so­ | Serviço
filmes e equipam entos, além de ter çol de petróleo da bacia potiguar, p o ­ bre o petróleo na cidade. "Nem é obri­
acesso a pesquisas na biblioteca vir­ rém sem qualquer interesse com er­ gação dos monitores, m as muitas ve­ O Museu do Petróleo é aberto de se­
tual Raimundo Soares Brito. cial. O avanço da Petrobras, ocorrido zes vamos até as escolas para apresen­ gunda à sexta-feira, das 8h às 12h e das
Por meio de um passeio pelo m u ­ na década de 1970 constitui a tercei­ tar a proposta do m useu e tam bém 14h às 18h.A entrada é gratuita.
seu, acompanhado por um instrutor, ra etapa do museu. dos programas educacionais e cultu-
Nmal, domingo, 30 de abril de 2006

encaixotado APESAR DE ESTAR


FU N C IO N A N D O , POPULAÇÃO NÃO
TEM ACESSO AO ACERVO

do Cangaço
riad o em 30 d e sete m b ro de nas dois rifles dessa época, um per­ O projeto para a nova exposição,

C 1948, inicialmente com doações


de livros e peças antigas, hoje, o
acervo do Museu Municipal Jornalis­
ta Lauro da Escóssia, que desde 1992
tencente ao bando de Lampião, e ou­
tro a um com batente de Mossoró. "A
instituição deve ser vista como histó­
rica, de u m a m aneira geral, pois abor­
que já está pronto, prevê a criação do
m useu dividido por tem as como can­
gaço e a produção do algodão. Com
um a m oderna estrutura, a instituição
está instalado no Centro Histórico Cul­ da vários outros aspectos da história da contará com exposição perm anente
tural Manoel Hemetério, prédio da an­ cidade", salientou Maria Lúcia. da história de Mossoró, a partir de seu
tiga Cadeia Pública de Mossoró, con­ Segundo ela, o m useu não tem in­ povoamento, quando ainda era apenas
ta com preciosidades da cultura regi­ teração com escola, em bora m uitos um pequeno vilarejo até os dias atuais.
onal, sendo distribuídas em galerias e estudantes realizem pesquisas no lo­
seções. Destas, a seção de Arqueologia cal. "Por enquanto, a única fonte de
Indígena é a maior do Rio Grande do pesquisa disponível é a coleção com ­ | Serviço
Norte. Lá, o visitante poderia encontrar p leta do jornal O M ossoroente, de
tam bém registros em docum entos e 1972 aos dias atuais", disse, enfati­ O Museu Municipal Jornalista Lauro da
objetos do Movimento Abolicionista, zando que o m useu guarda cerca de Escóssia é de segunda a sexta-feira, das
o primeiro voto feminino na América 50 mil peças, que estão catalogadas. 7h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h.
do Sul e da resistência de Mossoró a "Mesmo assim, não tem os acesso à A entrada é gratuita.
Lampião. Poderia. Isso porque o m u ­ essa catalogação".
seu está parcialmente fechado há cer­
ca de cinco anos, mesm o funcionan­
do diariamente.
Aberto de segunda a sábado, com
entrada franca, "a história continua
a ser vista pelo povo", com o frisou a
O museu está instalado no prédio da antiga cadeia pública da cidade diretora, Maria Lúcia Escóssia de Cas­
tro, que espera o início da restaura­
ção da estrutura física, para que des­
sa form a o m u seu p o ssa ser to ta l­
m ente reaberto no dia 14 de julho.
"Todo o acervo já foi restaurado, mas
a grande m aioria das peças en co n ­
tra-se encaixotada", disse.
No entanto, o visitante apenas ob­
serva no piso inferior do prédio uns e
outros artefatos e algumas exposições
fotográficas, dentre elas a da história de
Lauro da Escóssia, estando expostos
tam bém alguns objetos pessoais, do­
cum entos e informações sobre o jor­
nalista, que dirigiu a instituição em
1992. Mesmo havendo dezoito fúncio-
nários, não h á um guia especializado.
Apesar disso, o m useu recebe um n ú ­
mero bastante satisfatório de pesso­
as. Apenas no período de 3 de março
a 20 de abril deste ano o livro de visi­
tas registrou 579 visitas.
A história do Cangaço, um dos mais
im portantes movimentos revolucio­
nários brasileiro, tam bém tem sua his­
tória registrada através de fotografias.
Mesmo sendo conhecido como "Mu­
seu do Cangaço", o Museu Lauro da Es­
cóssia guarda, além de fotografias, ape­ Os rifles são os únicos objetos que rem etem ao cangaço
DNOEDUCAÇÃO Natal, domingo, 30 de abril de 2006

DIDÁTICA HISTORIA DE TOUROS PODE SER


CO NHECIDA ATRAVÉS DA EXPOSIÇÃO

Museu
ico de louros
| Serviço

O Museu Histórico de Touros é aber­


to diariamente, inclusive fins-de-sema­
na e feriados, das 8h às 12h e das 14h
às 17h50.A entrada é gratuita.

86 Km da capital está o m unicí­ se. Não som ente isso, o m useu, que mo assim, organizamos o espaço por tancia de 9.520 km num tem po de 49 seu não é só passado; m useu é h is­

A pio de Touros, situado no litoral


norte do Rio Grande do Norte,
sendo o ponto mais a Nordeste do Bra­
sil. Lá, as principais economias vêm
tem o propósito de desenvolver o tu ­
rismo cultural e resgatar a história de
Touros e adjacências, exibe c e n te ­
nárias relíquias, desde os velhos ca ­
painéis temáticos, facilitando o p as­
seio pelos fatos históricos", disse.
Dessa forma, o visitante vai conhe­
cendo, gratuitam ente, a história do
horas e 19 m inutos de vôo in in ter­
ruptos, batendo o recorde de distân ­
cia sem escala, fazendo aterrissagem
forçada no local hoje conhecido co­
tória", enfatizou.
A instituição é m an tid a com re­
cursos da Prefeitura Municipal, que
disponibilizou espaço e verba para
da pesca, do artesanato e do turismo, nhões coloniais deixados pelos p o r­ município através das mais de mil p e­ m o lagoa do avião em Touros. o seu pagam ento. "Temos ainda au­
oferecendo aos visitantes praias tran- tugueses no confronto contra os h o ­ ças, fotos e equipam entos que expres­ Segundo Lenira Barros, o m useu xílio de duas adolescentes, benefici­
qüilas e a oportunidade de conhecer lan d eses no litoral n o rte-rio -g ran - sam a produção econômica e a vida é vivo, sendo constantem ente a tu a ­ adas pelo Projeto Jovem Guia de Tu­
o segundo farol mais alto das Améri­ dense, aos detalhes que enriquecem social e cultural em outras épocas. O lizado através de peças doadas pela rismo, responsáveis pelo atendim en­
cas e segundo maior do m undo. Sua a cu ltu ra p o p u lar e que resistiram acervo do m useu consta ainda de re­ com unidade. "Agora, estam os m o n ­ to aos visitantes". Uma delas é Wili-
história conta fatos peculiares, alguns ao tem po, com o os prim eiros b lo ­ latos da história do município, artefa­ tando um a galeria de todos os prefei­ ane Tenório, de 17 anos. H á pouco
contestando a história oficial, como o cos de carnaval e o acervo dos g ru ­ tos de embarcações da época das gran­ tos eleitos da cidade, além de um a m ais de u m ano atuando com o guia,
de que o Brasil teria sido descoberto em pos de danças folclóricas. des navegações, bem como utensílios exposição fotográfica e biográfica dos ela co n ta que precisou aprender tu ­
Touros e não em Porto Seguro, n a Ba­ Fundado em 15 de janeiro de 2004, dom ésticos e industriais que datam vultos que m arcaram a história e a do sobre o município, o que lhe p ro ­
hia, e que o "Marco de Touros" teria si­ o m useu está localizado em u m a ú n i­ dos séculos XIX e XX. cultura local". Lenira conta ainda que porcionou desenvolvim ento pessoal
do chantado no dia 30 de abril de 1500, ca dependência do Centro de Turismo N um espaço nobre do Museu, a o m useu é freqüentem ente visitado, e intelectual. "Estar aqui está sendo
durante a segunda missa n a Terra de da cidade, num espaço sem climati- prefeitura local prestou um a h o m e­ em especial em épocas de alta esta­ im portante p ara o m eu am adureci­
Vera Cruz, e não em 1501. zação e sem divisórias, sendo este o nagem aos pilotos italianos Arturo ção e de program ação cultural. Os m ento, além de que m e tornei u m a
A tese de que o Brasil nasceu aqui, único problem a enaltecido pela dire­ Ferrarin e Carlos Del Prete, pelo fei­ estudantes, no entanto, são o p ú b li­ pessoa m ais responsável e m ais se­
no Estado, pode ser conhecida de per­ tora, Lenira Barros. De acordo com ela, to histórico ocorrido em 5 de setem ­ co principal, realizando pesquisas gura. Este é m eu prim eiro emprego,
to no Museu Histórico de Touros, que é preciso que seja encam inhado úm bro de 1928, quando foi feita a tra ­ escolares. "Sempre fazem os a divul­ o que m e fez ganhar um pouco mais
expõe, inclusive, u m a m apoteca do técnico habilitado em museu para ori­ vessia do oceano Atlântico Sul no avi­ gação do m useu ju n to às escolas e à de in d ep en d ê n cia", disse a jovem
pesquisador Lenine Pinto, autor da te­ entar num a melhor organização. "Mes­ ão bim otor Savoya, vencendo a dis­ co m u n id ade em geral. Afinal, m u ­ que pretende cursar Turismo.

MUSEU ARTE SACRA DE TOUROS

riado pelo Pe. B ianor F ran ­ cionários, resp o n sáv eis p e la o ri­ o b je to s sacro s d a igreja e o u tro s q u e g u a rd a m c e rc a d e d u z e n ­ d a s d u ra n te as c e le b ra ç õ e s re li­

C cisco d e L im a Jú n io r, e m
27 d e m a r ç o d e 2 0 0 5 , o
M u seu d e A rte S a cra d e T ouros
g u a rd a u m a riq u íss im a co leç ão
e n ta ç ã o ao s v isita n te s e c o n s e r­
v a ç ã o d as p e ç a s.
D e a c o rd o c o m N ilto n M ala-
q u ia s, u m d o s g u ias d o m u s e u ,
d o a d o s p e la c o m u n id a d e , p o r
o c a siã o d a fe s ta d o s 200 a n o s
d e c o n s tru ç ã o d a Ig reja M atriz.
"O o b je tiv o é re s g a ta r a h is tó ­
to s objetos, d esd e p a in é is d e ex-
v o to s d iversos, c o m d o a ç õ e s de
ro m e iro s e fié is d o p a d r o e ir o
e m a g r a d e c im e n to s às g ra ç a s
g io sas. N o c o rr e d o r p rin c ip a l,
u m a rm á rio c o n té m p e ç a s u s a ­
d as p e lo p a p a João P aulo II, em
visita a N atal n o m ês d e o u tu b ro
sa c ra do Rio G ra n d e d o N o rte. c e rc a d e tr e z e n ta s p e s s o a s já ria relig io sa d a c id a d e e d o E s­ a lc a n ç a d a s, ao s c a stiç a is a n ti­ de 1991, além de cálices e outros
Lá, o v is ita n te p o d e e n c o n tr a r p a s s a ra m p e la c a sa d e s d e a su a ta d o a tra v é s d e o b je to s e im a ­ gos d a ig reja e p e ç a s u tiliz a d a s arte fa to s m ais rec e n te s, p e r te n ­
o b ra s d e a rte h is tó ric a s d a ig re ­ in a u g u r a ç ã o . "A d iv u lg a ç ã o é g e n s d e s a n to s, in c lu siv e a do a in d a h o je n a s p a re d e s d e c a ­ ce n te s ao novo p ap a, B ento XVI,
ja c a tó lic a do séc u lo XVIII a té o fe ita p e la igreja, s e n d o q u e os p a d ro e iro d a cid ad e , B om Jesus sas d a z o n a ru ra l, c o m o te rç o s tra z id o s do V aticano.
século XX, com o estatu á rio , m o ­ p rin c ip a is v is ita n te s são ro m e i­ d o s N a v eg an tes", ex p lico u . g ig an tes.
b iliário , vias sa c ra s e o ra tó rio s ros, religiosos e e stu d a n te s, q u e A casa , lo c a liz a d a n o c e n tro U m a o u tr a sala ex p õ e d iv e r­ | Serviço
do c u lto p o p u la r, d is p o s to s te - v ê m fa zer p e s q u is a s e sco lares", d a cid ad e, é p e q u e n a e n ã o p o s ­ sa s velas, v a silh a m e s c o m á g u a
m a tic a m e n te e m c ô m o d o s d e d isse . S e g u n d o ele, a id é ia d a su i u m a e stru tu ra ad e q u a d a , c o ­ b e n ta , im a g e n s d e d iv e rso s p a ­ O Museu de A rte Sacra de Tou­
u m a c a sa p e rte n c e n te à Ig reja fo rm a ç ã o do m u s e u su rg iu e m m o b o a ilu m in a ç ã o e clim atiza- d r o e ir o s d o E s ta d o , liv ro s d e ros é aberto de segunda à sexta-
M atriz do B om Jesus d o s N av e­ 2000, q u a n d o foi o rg an izad a p e ­ ção. M e sm o a ss im , é p o ss ív e l a tas, fo to g rafias, b íb lias, s a c r á ­ feira, das 8h às 12h e das 14h às
g a n te s, q u e m a n té m d o is fu n ­ lo Pe. B ia n o r u m a ex p o siç ã o d e f a z e r u m p a s s e io p e la s s a la s , rio s, cru cifixos e ro u p a s u tiliz a ­ 17h.A entrada é gratuita.
Natal, domingo, 30 de abeil de 2006 DNCP EDUCAÇÃO
HOMENAGEM A UM A VIDA DE LUTA C O NTRA A SECA NO SERTÃO
O

w
Memorial
Ito

13
esde q u e o M onsenhor Expedito povo sertanejo e ajudou a conscientizá-lo car deitado n u m a rede, lendo ou rezan­

D Sobral de Medeiros morreu, em 16


de janeiro de 2000, o locai simples
onde viveu, em São Paulo do Potengi, é
conservado da m esm a m aneira. Um dia
sobre as correntes escravagistas da seca. Es­
se im portante histórico trabalho social de­
senvolvido tam bém foi resgatado. O M e­
morial expõe painéis fotográficos, sala p a ­
do, é u m a das m arcas registradas d a ca­
sa. A sim plicidade do lugar reflete a p e r­
sonalidade do proprietário da casa que
não gostava de luxo. Até m esm o o filtro
depois, n a m issa de corpo presente, foi ra arquivos de docum entação e corres­ de água utilizado era de barro.
anunciado que su a residência seria um pondências, além de u m a videoteca com Alba c o n ta q u e o m e m o ria l é m a n ­
mem orial, o que de fato ocorreu, e ainda acervo com posto de 140 docum entários tid o co m re c u rso s do G overno do E s­
hoje presta u m a rica hom enagem ao cha­ de autoria do próprio religioso ou p ro d u ­ ta d o . No e n ta n to , a v e rb a n ã o é s u ­
m ado Apóstolo das Águas. zidas p o r outras pessoas sobre su a vida. fic ie n te p a ra c u s te a r to d a s as n e c e s ­
Quase tudo está m antido exatam ente "Muitos estudantes vêm pesquisar sobre sid a d e s. "A lém d a a ju d a d a c o m u n i­
com o o M onsenhor deixou. "Uma ou o u ­ su a vida e o b ra através desses vídeos, d a d e , c o n ta m o s co m a v e n d a d e l i ­
tra coisa foi adaptada, m as nada que dei­ que enfocam principalm ente o período vros, c h a v e iro s e c a n e ta s p a r a a rc a r
xe de fazer com que o visitante sinta sua de 1990 a 1999, pela lu ta contra a seca e c o m c u s to s d e m a n u te n ç ã o e c o n ­
presença nos côm odos da casa", afirmou as adutoras", destacou. se rv a ç ã o ", d isse.
a coordenadora, Alba Maria da Silva, que Na sala da casa é m antida a cadeira de
chegou a conviver com o religioso du ran ­ balanço em que o M onsenhor aparece em
| Serviço
te 31 anos. "Larguei tudo e m e dediquei a diversas fotos veiculadas pela im prensa.
cuidar dele", enfatizou, com plem entan­ N um a foto histórica d a década de 1950, O Memorial Monsenhor Expedito é
do que M onsenhor Expedito residiu ali o governador D inarte Mariz aparece sen­
aberto de segunda a sexta-feira, das 8h
p or 56 anos. tado na cadeira ao lado de Dom Eugênio
às 12h e das 13h às 17h. O acesso é gra­
Nos seus 60 anos de religioso, M onse­ de Araújo Sales e M onsenhor Expedito. tuito.
n h o r Expedito saciou mais que a sede do O quarto estreito o n d e ele gostava de fi­
Fotos M arcelo B arreto

Coordenadora do memorial mostra as dependências A rede de dormir e os aposentos do Monsenhor Expedito

ADü TOBA
■ K H C -í E X P E Q n o

Estátua do Monsenhor Expedito enfatiza a sua luta contra a seca no RN Todos os cômodos da casa retratam a simplicidade de vida do Monsenhor Expedito que durante 56 anos residiu ali
DNOEDÜCAÇÃO Naial, domingo, 30 de abril de 2006__________________

registro A HISTÓRIA DE UM DOS HAIS IMPORTANTES CARNAVAIS DO RN


Fo to s D 'L u c a

A princípio, mais parece umaloja de


L \ artefatos carnavalescos. Sem um a RECONHECIMENTO
J- A placa que identifique o funciona­
mento do único espaço destinado a res­ O nome do museu, C olô Santana, é uma homenagem a uma das mais an­
gatar a história do Carnaval de Macau, tigas foiiãs de Macau. Aos 79 anos e mais de meio século dedicado ao carna­
resta ao visitante, n a m aior parte das val, Colô fundou o prim eiro bloco de rua da cidade, o "Bloco das Vitórias",
vezes, descobrir por acaso o Museu Car­
que ainda hoje permanece vivo. Por motivos de saúde, este foi o seu primei­
navalesco Colô Santana. Localizado em
ro ano da carnavalesca a observar a festa de sua casa, de onde sai o seu blo­
frente ao mercado público, num pon­
to privilegiado, onde todos os blocos co, hoje coordenado por sua filha, Antônia dos Santos. "O carnaval está cada
passam durante o Carnaval, o museu vez melhor e mais bonito. Fiquei muito satisfeita com a homenagem prestada
guarda mais de quatro décadas de his­ pelo museu", disse Colô. O utros blocos tradicionais do carnaval de Macau são
tória da festa mais popular da cidade, "Imperadores do Samba", "Beija-Flor" e "Azes do Ritmo", com idades entre
considerada um a das maiores e mais 48 e 50 anos de fundação.
bem organizadas do Estado.
Fundado em 25 de janeiro de 2001,
o m useu surgiu por iniciativa de dois
am antes do carnaval de Macau, que
Colô Santana é a mais antiga foliã de
durante vários anos reuniram peças, tradicional bloco Azes do Ritmo Macau e dá seu nome ao Museu
fotografias e diversos textos que rem e­ ajuda, hoje, o m u seu co n ta com o gráficos. "Ainda podemos somar a isso
tiam aos tem as carnavalescos. Francis­ apoio da Prefeitura M unicipal, que a nossa inexperiência com museu. Esta­ O acervo do museu
co Raimundo de Santana é u m deles. destina verbas para o pagam ento dos mos adquirindo conhecimentos através é basicamente
Atual diretor do museu, ele conta que salários de seis funcionários, além de de cursos em NataUatéjá solicitamos um formado por
o objetivo central é m anter a tradição aluguel e despesas com água e en er­ técnico que possa nos ajudar nessa orga­ fantasias, troféus
das festas de outrora, além de levar às gia do prédio. Francisco conta que, nização e catalogação", explicou. carnavalescos,
novas gerações a história d a tradicio­ m esm o recebendo incentivo, o m u ­ Segundo Francisco, a Prefeitura adereços, troféus de
nal festa carnavalesca do município. seu passa p or diversas dificuldades. criou u m projeto que visa construir tribos de índios,
"Aqui temos um trabalho de zelar "O espaço físico é muito limitado e mal u m espaço que acom ode os m useus inclusive o mais
pela cultura original do carnaval da ci­ iluminado, sendo apenas um a única d a cidade, inclusive o "Museu Mari­ antigo -TroféuTupi
dade e trazer de volta o frevo e o sam ­ sala para acomodar todo o acervo, que nho Seu M anuíque", que fechou há Guarani, de 1951.
ba, não deixando que o axé seja total­ é bastante vulnerável à umidade e ao ca­ cerca de cinco meses. "Embora aqui
mente predominante, fato que vai acon­ lor. Além disso, a comunidade está sem­ estejam os bem localizados, o proje­
tecer caso este trabalho acabe", disse, pre doando peças, e já não h á mais es­ to prom ete u m espaço m aior e mais
com plem entando que, atualmente, é paço para elas. Precisamos ainda de um adequado para exporm os o acervo".
possível encontrar objetos e fotografias com putador para que possamos cata­ O Museu Carnavalesco Colô San­
da história carnavalesca local desde o logar todo o material". tana recebe visitantes durante todo o
ano de 1968 até os tempos atuais, pas­ Dessa forma, o acervo está disposto ano, principalm ente estudantes e tu­ das dificuldades, o m u seu serve co­
Serviço
sando pelas imagens do primeiro trio sem um a devida organização, onde o vi­ ristas, sendo que o período de m aior m o u m a rica fonte de p esq u isa so­
elétrico da cidade até a coleção de ca­ sitante ainda sofre dificuldades de loco­ visitação se d á em dois m om entos: bre o carnaval de M acau, além de
O Museu Carnavalesco Colô Santana é
misetas dos blocos de axé que chegaram moção entre os corredores, formados no mês de setembro, quando ocorrem ser o único local do Estado a possu­
aberto de segunda à sexta-feira, das 7h
recentemente à festa. pelas diversas fantasias, troféus, adere­ as com em orações de aniversário da ir um m useu sobre essa festa tão po ­
às 18h.A entrada é gratuita.
C om eçou sem n e n h u m tip o de ços e bandeiras, além de painéis foto- cidade, e outro no carnaval. "Apesar pular", concluiu.
Natal, domingo, 30 de abril de 2006 D IVO EDUCAÇÃO
_ **
PROVIDENCIAS ACERVO DE 5 MIL PEÇAS ACOMODADO EM GALPAO Fotos D 'L u c a

Museu
rc ■ r
M istonco Jose
à

Euviro Desde 10 anos de idade, João de Aquino mantém paixão por objetos antigos

e início, era n m m useu particu­ m aior liberdade. Contudo, o que se revistas e máquinas da imprensa da dé­

D lar, fundado em 5 de novembro


de 1952 pelo autodidata João de
Aquino, de 82 anos, que durante anos
vinha juntando pedaços da história de
pode perceber é u m acervo que guar­
da mais de 5.200 peças dispersas e sem
u m a organização tematizada. O recur­
so para m anutenção dessa grande co­
cada de 1980, além de fósseis de animais
marinhos e da região, peças da indús­
tria salineira, muitos objetos pessoais de
João de Aquino e um a rara coleção de
Há 64 anos residindo em
Macau, João de Aquino, natural
de Assu, dedicou todo esse tem ­
po a colecionar objetos antigos.
Macau, sem nenhum tipo de incentivo. leção é de apenas R$ 60, por mês, se­ mais de dez mil selos de 46 países. Atualm ente, está impossibilita­
Quando em 1974 a Câmara Municipal gundo conta Gilson Barbosa Lima, um Todo o acervo foi catalogado em do de continuar trabalhando no
de Macau reconheceu o Museu Histó­ dos dois funcionários do museu. 1995. Mesmo assim, esse trabalho não galpão, mas não deixou o hábi­
rico José Elviro como entidade de uti­ De acordo com ele, o m useu expõe m ais ate n d e aos p ad rõ es exigidos, to de continuar procurando por
lidade pública, foi como se João de Aqui­ peças, objetos, fotografias e docum en­ além de que o m useu recebeu novas peças que marcaram a história
no tivesse recebido um presente, já que tos que resgatam a história de Macau e peças desde esse período, doadas p e­ da cidade que escolheu para vi­
ele passaria a receber recursos munici­ de toda a região adjacente, e até m es­ la com unidade ou com pradas e tro­ ver. Essa paixão surgiu quando ga­
pais. No entanto, o apoio vindo por par­ m o m anuscritos originais que p ro ­ cadas p o r João de Aquino. "Estamos nhou de sua madrinha uma ima­
te da Prefeitura é irrisório e mal dá pa­ vam que 9 de setem bro de 1847 é a precisando urgentem ente de um n o ­ gem de Santána, datada de 1936,
ra custear a limpeza do local, u m gal­ d ata oficial de em ancipação política vo inventário e de um novo tom ba- no dia da prim eira comunhão.
pão doado por um a indústria salineira, d a cidade. "Tudo foi organizado com m ento", esclareceu Gilson. "Foi quando prossegui a minha
tam bém em 1974. o que tínham os. Sem espaço para te- Sem m anutenção por vários anos, vocação de juntar as coisas e ano­
N aquele depósito, localizado no matizar, vam os colocando as peças Gilson conta que o acervo vem sofren­ tar os acontecimentos", conta o
centro da cidade, a história do Museu onde couber", explicou. do com as infiltrações e o salitre. "Sem colecionador que só tem o Ensi­
Histórico José Elviro, assim chamado Dessa maneira, é possível encon­ iluminação e climatização adequadas, no Fundamental, mas que sempre
em hom enagem ao pai de João de trar, num primeiro momento, um a ex­ o local não tem nenhum a estrutura pa­ cultivou o hábito da leitura.
Aquino, a princípio, tom aria u m novo posição de arte sacra que pertenceu ao ra acomodar essas relíquias. Inclusive, D evoto do M onsenhor H o­
rumo. Como havia mais espaço, as pe­ Monsenhor Joaquim Honório, reconhe­ o m useu chegou a fechar por quatro
nório, João, aos dez anos de ida­
ças seriam bem distribuídas, e os visi­ cido como "Santo Macauense", e, logo anos, de 2000 a 2004, até que a Prefeitu­
de, já estava montando sua p ri­
tantes poderiam se locom over com mais, peças da época da escravatura, ra realizou um a operação tapa-buracos".
meira exposição com objetos
Mesmo com tantas dificuldades, o
doados pelo cardeal. Em 2004,
m useu recebe visitantes lfeqüente-
o pesquisador, com o é mais co­
m ente, em su a m aioria estudantes,
nhecido na cidade, publicou o
professores, pesquisadores e turistas.
seu p rim eiro livro, "O Monse­
Para Gilson, mesm o parecendo m or­
n h o r H o n ó rio que conheci",
to, o m useu é bastanté vivo. "Temos
guardado junto com uma cole­
um trabalho perm anente com as esco­
ção de livros pessoais, bíblias e
las, que sem pre estão presentes reali­
imagens sacras num ambiente
zando pesquisas das mais diversas, em
em sua casa, batizado p o r ele
especial sobre a história de Macau".
com o "M em orial João de A qui­
Segundo ele, a m édia de visitação por
no". O espaço expõe objetos
ano varia de 3.500 a 4.000.
de valor sentimental para João,
Por mais de cinco décadas, ele es­
Museu passa por muitas dificuldades com o a própria imagem de San-
tim a que o m u seu te n h a servido a
t'ana e um crú cifixo de Jesus
cerca de 50 mil pesquisas e recebeu
| Serviço C risto com mais de 300 anos,
m ais de cem mil visitas de pessoas
vindas de vários estados do Brasil e de além de vários cálices e outros
O Museu Histórico José Euviro é aber­ objetos doados pelo M onse­
outros países. "Vejo aqui u m a gran­
de riqueza dentro de um a caverna", to de segunda à sexta-feira, das 7h às 11 h nhor H onório.
concluiu Gilson. e das 14h às 17h.A entrada é gratuita.
DNOEDUCAÇÃO Nato., domingo, 30 de abril de 2006 Natal, domingo, 30 de abril de 2006 PN<P EDUCAÇÃO
Foto M arcelo B a rr e t o /D N

resgate AS IMPRESSÕES DA EQUIPE DE REPORTAGEM DO DN SOBRE O TRAJETO QUE PERCORREU EM BUSCA DOS MUSEUS

em acervo e grande em desafio


Foto M arina L e ir o s /D N

Foto F ran kie M a r c o n t /D N

NATAL C o n c lu ím o s q u e, a p e s a r d e to d o o esfor­
FRANCISCO FRANCERLE E ADRIANA AMORIM
C om o n ão p o d eria deixar d e ser, o m aior n ú ­ ço d a a tu a l g estão do G o v ern o d o E stado, no
DA EQUIPE D O DN EDUCAÇÃO
m e ro e stá p re s e n te n a capital, c o m cerca de se n tid o de d o ta r os m u s e u s d e m e lh o res co n ­
iajar to d a s as regiões d o Rio G ran d e do q u in z e m u seu s. N este tra b a lh o divulgam os os d içõ es d e fu n c io n a m e n to , o se to r a in d a é u m w

V N orte e m b u sc a d e registro d e m u se u s
h istóricos foi u m v erd ad eiro desafio p a ­
ra a e q u ip e de re p o rta g e m d o D N E ducação.
U m tra b a lh o q u e co m e ç o u h á u m m ês, q u a n ­
p rin cip ais. T odos re c e b e m visitas d e escolas e
p o u q u íssim o s c o b ra m ingresso, as exceções
são os M u seu s d o L ajedo S oledade, Forte dos
Reis M agos e o m u s e u de A rte Sacra d e N atal,
g ra n d e d esafio. Pois n ã o é q u e s tã o a p e n a s
d e p o d e r p ú b lico , é p re c iso o en v o lv im en to
d a so c ie d a d e , d a s e sc o la s, igrejas, terceiro
setor, e m p re s á rio s d o ra m o d e tu rism o . E e s­
do p u b lic a m o s a ed içã o d o s M u seu s d o Seri- q u e c o b ra m ta x a sim bólica. O público-alvo de tes, é n e c e ss á rio q u e se c o n sc ie n tiz e m q u e
dó. N a q u e la o c a siã o fo ra m 800 k m p e rc o r­ to d o s os m u s e u s é fo rm a d o p o r e stu d an tes, N atal n ã o p o s s u i a p e n a s p ra ia s b o n ita s, te m
re n d o m u n ic íp io p o r m u n ic íp io d a reg ião professores, p esq u isad o res, e m s u a m aioria. ta m b é m u m a v id a c u ltu r a l e q u e m u s e u M e m o ria l C â m a ra C a s c u d o (Av. C âm ara Cascudo)
m a is tra d ic io n a l d o e sta d o . O re s u lta d o foi No caso dos turistas, eles são m ais afluentes nos fa z p a r t e d a h i s t ó r i a d a c id a d e . Palácio da C u ltu ra (Pinacoteca do Estado - Praça 7
de setembro)
sim p le sm e n te im p re ssio n a n te , co lh e m o s u m m u seu s de Natal, principalm ente o do Forte dos A tu a lm e n te , os p o n to s q u e n ã o in te g ra m
M u se u C a fé Filho (Ao lado da Pinacoteca)
rico m a te ria l e p u b lic a m o s u m c a d e rn o d e Reis M agos, q u e faz p a rte do ro teiro d e city o ro te iro tu rístic o so frem c o m a fa lta de d i­ M u seu d e A r t e Sacra (Igreja do Galo)
20 p á g in a s q u e já e s tá se rv in d o p a ra p e s q u i­ to u r d a cidade. Os d e m ais só receb em visita de v u lgação. M u se u s c o m o o d e A rte Sacra e a M o s s o ró M e m o ria l d e M ed icin a (Av. Rio Branco)
A r e ia B ra n c a
sa e m sala d e a u la d o E n sin o F u n d a m e n ta l, tu rista s in te re ssa d o s n o ro teiro cultural. C asa d e C afé F ilho d e v e ria m se r m a is c o n ­
M édio e a té d a s U n iv ersid ad es, ju s ta m e n te C o m re la ç ã o ao s acerv o s, a m a io ria teve h e c id o s c o n h e c id o s e a P in a c o te c a d o E sta­ M acau

c o m o h a v ía m o s prev isto . No to ta l fo ra m 1.893 k m ro d a d o s p a ra e sta p a rtic ip a ç ã o d a c o m u n id a d e , q u e d o o u p e ­ do, q u e fica d e n tr o do P alácio d a C u ltu ra e


Apodi N a ta l
A gora, e n tr e o s d ia s 25 d e a b ril a 04 d e n o v a edição do D N E ducação q u e está m ais re­ ças. P ra tic a m e n te to d a s as in s titu iç õ e s p o s ­ a b rig a o b ra s d o s m a io re s a rtista s p lástico s
m a io re a liz a m o s m a is q u a tro v iag en s, d e s ta ch e a d a . São 32 p ág in as c o n te n d o os m u se u s s u e m p r o b le m a s e s tr u tu r a is , a lg u m a s e m p o tig u a re s, e m u m p ré d io a m p lo e b e m lo ­ C â m a ra C as cu d o
A l t o d o R o d rig u e s
T o u ro s
vez p o r v á ria s reg iõ es d o e sta d o . N a m a io r d a s reg iõ es S alin eira, A greste, O e ste e A lto- m e n o r escola, c o m o é o caso do M useu do La­ calizad o e n ã o re c e b e m u ita s visitas. Afinal,
p e rc o r re m o s 1.163 Km, p a s s a n d o p o r M a ­ O este potiguar, a lé m d e N atal e d o s trê s p ro ­ je d o d e S o le d a d e , m a n tid o p e la P e tro b ra s. a P in a c o te c a a in d a se q u e r existe o ficialm en ­
cau, A lto do R odrigues, A reia B ranca, M osso- je to s d e m u s e u s ex isten tes e m A reia B ranca, A lguns m u s e u s d o in te rio r n e m s e q u e r tê m te e a in d a e s tá m u ito lo n g e d e se r a c a sa d as M a c a íb a
ró, A podi, M artins, F ru tu o so G om es, A n tô n io c o m o M u seu d o Sal; e e m A podi e A n tô n io fa c h a d a o u p la c a s q u e s in a liz e m o v isitan te. a rte s p lá s tic a s. É p re c is o re v ig o ra rm o s os M a r tin s i
M a rtin s e A ssu. As o u tra s s o m a ra m 730 km , M artin s c o m os M u seu s H istóricos. V ários dos P o u c o s sã o os q u e tê m g u ia s e / o u a lg u é m n o s s o s m u s e u s d e fo r m a s u s te n tá v e l, n ã o S ã o P a u lo d o P o te n g i
v isita n d o A ngicos, M acaíb a, Arez, P e d ro Ave­ q u a is n ã o oficiais. c o m fo rm a ç ã o e sp e c ia liz a d a . Q u a n d o m u i­ b a s ta n d o s o m e n te e n c h e r u m c a sa rã o a n ti­ « m
lino, São P au lo d o P o te n g i, C e a rá -M irim e P raticam ente n e n h u m dos m u se u s visitados to p o s s u e m jo v e n s guias, q u e sã o b o lsista s go d e p e ç a s h is tó ric a s, é p re c iso sa b e rm o s
T ouros, n u m to ta l d e d e z e sse is m u n ic íp io s e te m instalação to talm en te ap ro p ria d a (ar co n ­ te m p o rá rio s d o E n sin o M édio. A im p re ss ã o c o n ta r su a h istó ria de fo rm a q u e o ouvinte te ­
v in te m u s e u s visitados. D esses, deze’sse te e n ­ dicionado, guias, desum ificadores, locais de p es­ q u e se te m e m m u ito s d e sse s m u s e u s é q u e n h a in te re sse d e v o ltar e ou v i-la o u tra s vezes. A re z
c o n tr a v a m - s e e m p le n o fu n c io n a m e n to , e quisa, fácil acesso, acervo digital, organização a c o lh e m ta m b é m f u n c io n á rio s e m fim d e É p re c iso a c o n sc ie n tiz a ç ã o p a ra u m tra b a l­
u m p a rc ia lm e n te , M u se u L au ro d a E scóssia, tem ática). São e m geral antiquários do tipo "não c a rre ira e a té d e s e s tim u la d o s p a r a o serviço. h o ju n to c o m as esco las, en v o lv e n d o as se c ­
e m M o sso ró . E m C e a rá -M irim e P e d ro Ave­ to q u e e m nada", e q u e m tiver p ro b le m a respi­ Eles a té tê m b o a v o n ta d e , m a s fa lta c o n h e ­ re ta ria s m u n ic ip a is de E d u cação, e stu d a n te s
lino, o s m u s e u s Nilo P ere ira e C a p itã o A ntas, ratório n ã o entre. A m aio ria abre a p e n a s n o s d i­ c im en to - e sp e c ífic o . E m a lg u n s c a so s m a is e p ro fesso res. P o rq u e Isso é c u ltu ra la te n te ,
re sp e c tiv a m e n te , e n c o n tra m -s e fe c h a d o s h á as d a sem an a, o q u e im p e d e q u e a m aio r p arte isso é se r m u s e u vivo, c o m o a lg u n s se au to -
p a re c e m cab id e d e em p reg o , e o lh e m q u e is­
v ário s an o s. O ú ltim o , n o e n ta n to , e s tá p a s ­ d o público p o ssa visitar n o s te m p o s livres, que p ro c la m a m , s e m a in d a se q u e r te r c o n s c iê n ­
so n ã o é exclusivo d o in terio r, n a ca p ita l a si­
s a n d o p o r u m a re fo rm a h á seis m eses. seria à noite, fin s-d e-sem an a e feriados. cia d e in te ra ç ã o c o m a so c ied ad e.
tu a ç ã o n ã o é d ife re n te.
DNOEDÜCAÇÃO Natal, domingo, 26 de fevereiro de 2006

dedicação FORMADO A PARTIR DO ESFORÇO DO SEU NÔ E DOAÇÕES DA COMUNIDADE


Fotos M arcelo B arreto

Clidenor de
Lima Galvão A ossada é de um crocodilo gigante, que foi doada pela comunidade

F
im de tarde em Arez. Lá estava cos metros dali, num a casa que perten­ tas, livros, fotografias, ferram entas, beu n enhum tipo de incentivo. "Há precisaria de segurança, pois esta ca­
Seu Nô sentado em sua cadeira, ceu ao seu pai. Com um molho de cha­ utensílios domésticos, e muitas outras muitos anos venho batalhando nisso, sa é m uito grande e não tenho como
na área de sua residência e em ves nas mãos, pacientemente foi abrin­ coisas, expostas em seis salas. "Guar­ que é a m inha inspiração. Já nasci com vigiar todos os cômodos", disse.
meio aos familiares. Parecia tudo tran- do cadeado por cadeado, que eram do tudo que posso juntar e que possa este dom, e desde criança tenho o h á ­ Além desse acervo, Seu Nô ainda
qüilo e talvez não fosse incômodo re­ muitos, comprovando o grande zelo representar antigüidade", disse, defi­ bito de colecionar", explicou, enfati­ guarda em sua casa um mini-museu,
tirá-lo do aconchego para m ostrar à pelo local. Sentou-se num a cadeira nindo seu m useu como 'um espaço zando que sempre costumava ir a m u­ mas este é som ente dele. "Tudo o que
equipe do DN Educação o m useu que próxima ao quadro que expõe sua fo­ heterogêneo'. seus e exposições. Hoje, aos 84 anos, considero extrem am ente importante,
leva o seu nome, Clidenor de Lima Gal­ to, e ali, olhando fixamente para bai­ O museu de Seu Nô não tem um a Clidenor não tem mais paciência de guardo lá em casa, e só quem visita
vão. "Isso não é hora de ninguém vir xo, aguardou os questionamentos. proposta definida, como ele mesmo estar à disposição do museu, durante sou eu", disse com simpatia, salien­
fazer entrevista", falou seguro, demons­ O primeiro foi a respeito do núm e­ enfatizou. "Procurei reproduzir o que todo o dia. tando que toda essa dedicação é de
trando um a autoridade característica ro de peças. "Deve ter um as quinhen­ assisti quando menino". Por isso, quem "Só abro m esmo quando alguém grande valor pessoal. "O que mais me
dos militares. E de fato, Seu Nô, como tas", respondeu com simplicidade, res­ chega para conhecer, apenas observa tem interesse em conhecer, pois tem consola é que m eu único filho sempre
é conhecido em toda a cidade, é mili­ saltando que nunca se deu ao trabalho um a organização dos objetos por te­ dias que eu venho, fico de m anhã até costum a dizer que isso nunca vai de­
tar da reserva da Marinha. Posterior­ de contar. Após algumas perguntas, mas, "guardados da melhor maneira à noite, e não aparece nem m osqui­ saparecer".
m ente questionado se o m useu era Seu Nô foi relaxando, até que se pôs a possível", disse ele, que já investiu mais to", indignou-se, apontando a últim a
particular, prontam ente respondeu: mostrar cada espaço do museu, inau­ de R$ 20 mil, entre reformas e aquisi­ v isita re g istrad a em se u livro: | Serviço
"Cuido do que é meu!". gurado em 23 de agosto de 1978, e que ção de peças. "Tudo aqui é comprado 24/08/2005. Com isso, o apoio que pe­
Não demorou muito até que ele le­ deve guardar mais de 50 mil objetos, ou doado". de é um prédio num a área mais cen­ O Museu Clidenor de Lima Galvão fun­
vantasse e começasse a caminhar em entre coleções de garrafas, bandeiras, O início, conta, foi m uito difícil, tral da cidade. "A colocação de placas ciona na Rua Padre Pinto, 390, em Arez. O
direção ao museu, localizado a pou­ cédulas, instrumentos musicais, revis­ principalm ente porque nunca rece­ seria a alternativa mais viável, m as aí acesso é gratuito.
Natal, domingo, 30 de abril de 2006 DNQEDUCAÇAO
temático O SEGUNDO ENGENHO DO RN FOI TRANSFORMADO EM
MUSEU E HOJE É UM MARCO HISTÓRICO NO M UN IC ÍPIO

m ..; s

Fotos M arcelo B arreto


do a ter as fotos de todos os ex-prefeitos".

M
arco histórico de Macaíba, o Solar Ferreiro
Torto destaca-se p o r rem ontar ao ano de O Museu do Solar é dividido por temas, estando
1614, quando era conhecido p o r Engenho no piso inferior as salas do engenho e da m andio­
Potengi, o segundo erguido n a C apitania do Rio ca, b em como um a dedicada som ente ao folclore da
Grande. O local chegou a ficar abandonado por qua­ cidade. No piso superior estão as salas das am as de
se u m século e conta-se que a região foi palco de inú­ leite e das personalidades, com destaque p ara as
m eros conflitos entre holandeses, portugueses e in ­ im agens históricas do município. "Tudo está dis­
dígenas. B astante d estruído pelos com bates, em posto de u m a m aneira didática, e já estam os com
1847 o prédio foi reconstruído em estilo colonial u m a proposta de treinar trinta estudantes p ara se­
português, sendo tom bado pelo Patrimônio Estadu­ rem guias-mirim, pois, além de aprender e viver a
Os carros de boi marcaram a nossa cultura al 1979. Entre 1983 e 1989, foi sede do Poder Execu­ história, irão repassá-la para os visitantes", desta­
tivo M unicipal, e a p a rtir do início d a d écada de cou, ap ontando que, além dele, h á um historiador
1990, sob adm inistração do Estado, virou o Museu que tam b ém atua com o guia.
do Solar, que logo fechou, reabrindo precariam en­ O M useu do Solar recebe de trin ta a quarenta
te quatro anos depois, em 1994. pessoas p or sem ana, m as esse núm ero chega a tre­
| Serviço
No ano seguinte, o Solar passou para administra­ zentos no segundo sem estre do ano. "As escolas da
ção da Prefeitura de Macaíba, mas o m useu só foi to­ cidade trabalham junto aos estudantes, durante to­ O Museu do Solar é aberto de se­
talmente reaberto em 2003, quando sofreu pequenos do o prim eiro sem estre, a teoria d a história de Ma­
gunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
reparos e atualização de acervo. Hoje, o casarão expõe caíba, e a partir de agosto elas os trazem para aulas
O acesso é gratuito.
fotografias históricas da cidade e de mom entos m ar­ de cam po", explicou, ressaltando que o acervo é
cantes, arte sacra e peças usadas nos antigos engenhos form ado por 350 peças catalogadas e tom badas p e ­
de cana-de-açúcar e casas de farinha, além de cadei­ lo P atrim ônio M unicipal. "Temos aqui m oendas
ras, utensílios antigos e peças que retratam a vida cul­ com mais de cem anos e peças de produção arte-
tural, religiosa e econômica do município. sanal que não existem mais".
Atualmente, da antiga construção de taipa, restam
apenas ruínas do engenho, de u m a senzala e de um a
Único museu com fotos de todos ex-prefeitos capela. Além disso, o complexo oferece aos visitan­
tes duas opções de trilhas ecológicas. O Solar fica
n u m a área de seis hectares, arborizada, às margens
do rio Jundiaí, e sua origem é remota, faltando m ui­
tos dados acerca de sua história, inclusive a origem
do nome, com o explicou o Secretário Municipal de
Cultura e Turismo, Marcelo Augusto de Medeiros Be­
zerra, que tam bém é coordenador do museu.
De acordo com ele, o m useu tem o intuito de res­
gatar a história de Macaíba, principalm ente através
de fotografias. "Foi dada ênfase à coleção de fotos por­
que nelas podem os ver personalidades da cidade, a
exemplo de Auta de Souza, Augusto Severo e Tava­
res de Lira", disse, citando tam bém im agens do pri­
meiro carro da cidade, do primeiro fotógrafo e do pri­
meiro radialista. "Preservamos os ilustres e os impor­
Exposição deadereços de grapos jólclóricos tantes, além de que som os a única cidade do Esta­ Marcelo Augusto, em frente ao casarão e ao lado da uma estátua que homenageia um escravo
DIVOEDUCACAO NäML, DOMINGO, 30 DE ABRIL DE 2006

CATÓLICA LO CALIZADO NA IGREJA SANTO


ANTÔ NIO , MUSEU REÚNE OBJETOS DA FÉ

Museu
Fo to s Fran kie M arco ne

ntegrando a rede de m useus R$ 1,50 p a r a a d u lt o s e R$

I da F undação José Augusto,


o M useu de Arte Sacra foi
u m desejo expresso de Luís da
C âm ara C ascudo nos anos 40.
0,75 p a ra e s tu d a n te .
Q uanto ao suntuoso prédio
d a Igreja do Galo, foi a terceira
ig re ja c o n s tr u íd a e m N a ­
A provado p a ra fu n cio n a r em tal, (acredita-se que foi concluí­
d a em 1766) e é rep resen tan te
1987, pelo M inistério d a Cul­
do estilo Barroco. Ao seu lado
tura, através do Sistem a Naci­
en co n tra-se o Convento Santo
o nal de M useus, o M useu de
A ntônio, que an tig am en te era
Arte Sacra to rn o u -se realidade
a Casa de Estudos Seminaristas
em 28 de m arço de 1989. Ins­ d a Diocese.
talado na Igreja Santo Antônio, Ao en trar no m u seu é inevi­
m ais conhecida como Igreja do tável a nostalgia de estar vol­
Galo, o M useu recebeu m uitas tan d o no tem po. No prim eiro
peças p ara a form ação do seu salão, as grandes naves de igre­
a c e rv o s d o a d a s p e la s p a r ó ­ jas, p intadas expostas n a p a re ­
quias, convento Santo Antônio de rem etem -nos a séculos p as­
e dos próprios fiéis e devotos. sa d o s. A lg u m as d a s p e ç a s
O acervo é com posto p o r m ais im p o rtan tes com o a tela
im agens, pinturas, alfaias, m o ­ "Padre Francisco de Brito Guer­
biliário, ourivesaria e pratarias ra", que foi sen ad o r do Im p é­
u tilizados no culto religioso. rio (1977-1845), de au to ria de
Tam bém presentes as im agens M oura Rabelo; e o "forro da
e os oratórios de cam arinha. É nave da M atriz de G oianinha,
u m bom m anancial d a im agi­ N ossa S enhora dos Prazeres",
nária do Século XVII ao XX, exi­ de a u to r desconhecido.
bindo a devoção dom éstica de No segundo salão, o visitan­
nossa população interiorana. te p o d e c o n tem p lar as diver­
Além disso, o m u se u p re ­ sas vestim entas litúrgicas dos
te n d e reu n ir docum entos, in ­ p ad res, que, d e p e n d e n d o d a
ventariar e expor objetos de ar­ c e le b ra ç ã o m u d a d e cor. A
te religiosa do Estado, cujo p a ­ b ra n c a sim b o liza a v itória, a
trim ônio, pela sua qualidade e paz, a alm a pura, é u sa d a nos
im p o rtân cia histórica, m erece casam en to s e festas de natal;
ser p reserv ad o . A tu a lm e n te a rosa rem ete à alegria, a v er­
p o s s u i n o v e fu n c io n á rio s e de é sinônim o de esp eran ça e
d u a s g u ia s jo v e n s . M a n tid o a roxa é p a ra ocasiões de p e n i­
p e la F u n d a ç ã o José A u g u s­ tência; já o verm elho sim boli­
to, o a c e sso ao M u se u n ã o é za o m artírio, é u sa d a no d o ­
g ra tu ito , é c o b ra d a ta x a de m ingo d a paixão.

| Serviço

A berto de Terça-feira a Sábado, das 9h às 17h.


Domingo, das 11h às 17h.
Endereço: Rua Santo Antônio, Igreja do Galo - Cen-
tro.Telefone: (84) 211-4236

Oratório, símbolo da fé em todo RN A igreja Santo Antônio é mais conhecdia domo Igreja do Galo, conserva estilo barroco
Natal, domingo, 30 de abril de 2006 DNQEDUCAÇAO
potiguar MEMORIAL ABRIGA
RELÍQUIAS DO EX-PRESIDENTE

Museu
Café Filho
Fo to D 'lu c a

p e sa r de p o ss u ir u m acervo

A b a sta n te reduzido, o m u seu


abriga algum as relíquias h is­
tóricas, fotografias, móveis antigos,
livros e docum entos sobre o presi­
dente João Café Filho, o único norte-
rio-grandense a ocupar a presidência
da República, incluindo aspectos b i­
ográficos e inform ações sobre a vida
política, com registro de fotos de su ­
as viagens e de suas cam panhas. O
m useu dispõe, tam bém , da bibliote­
ca particular do presidente e de p a r­
te do m obiliário de su a residência,
vinda do Rio de Janeiro.
Construído entre 1816 e 1820 por Jo­
sé Alexandre de Melo, o prédio que
abriga o m useu foi a primeira casa as­
Sobrado do Museu, na rua da Conceição, na Cidade Alta A cama, a cômoda e criados-mudos lembram o quarto do ex-presidente Café Filho
sobradada de propriedade particular
em Natal. Com dois pavimentos e edi­ tad o e para o país. p o sse com o vice-presidente, além pessoais e m ais fotos. p ara advogado do Tribunal de Justi­
ficada em estilo colonial, a casa tam ­ das várias com endas recebidas. ça. Passou então a atuar na capital e
bém é conhecida como "sobradinho" SALA DE ESTAR Q U A RTO no interior do estado, quase sem pre
e "véu de noiva", devido a forma em de­ Na sala de visitas estão os m ó ­ BIB LIO TECA No andar superior estão a Cama, cô­ em defesa de estivadores, tecelões,
clive acentuado do seu telhado. Foi re­ veis do seu apartam ento em Copa­ A biblioteca de Café Filho m oda criados-mudos e quadros do quar­ pescadores e outras categorias de tra­
sidência até o início deste século, pas­ cabana, d a d écad a de 30, e tam bém foi transferida pa­ to de Café Filho. Neste pavimento tam ­ balhadores, to m an d o -se em pouco
sando a ser sede do Sindicato dos Tra­ seu tapete persa adquiri­ ra o Museu, mas os livros bém fimcionaaadministraçãoeoLabo- tem po advogado de grande prestígio
balhadores e da Banda de M úsica do p o r C afé F ilho em não podem ser consul­ ratório de Conservação. ju n to às cam adas populares e alvo
Adquirido pelo Governo do Estado u m a viagem ao Irã. Os tad o s. As e sta n te s de pressões por parte das oligarquias
em 1960, foi tom bado e restaurado pe­ móveis e o lustre ori­ que encerram a bi­ U M P O U C O DE CAFÉ dom inantes.
lo Patrimônio Histórico e Artístico Na­ ginais tam bém estão blioteca, a escriva­ João Café Filho nasceu em Natal Com a revolução de 1930 ocupou
cional, passando a abrigar o Museu de lá. Nas paredes, p o ­ n in h a u sad a pelo em 3 de fevereiro de 1899. Teve um a a Chefia d e Polícia, e em 1934 foi
Arte e História do Rio Grande do Nor­ dem os ver fotos de presidente, exem­ infância pobre n a casa de núm ero 22 eleito deputado federal, participan­
te, de 1965 a 1978. No dia 12 de m ar­ Café Filho receben­ plares de seu livro d a antiga Rua do Triunfo, hoje Q uin­ do ativam ente da vida política naci­
ço de 1979 passou a sediar o Museu Ca­ do visitas n a m esm a de m em órias - Do ze de Novembro, no bairro da Ribei­ onal, sendo eleito em seguida, Vice-
sa Café Filho, justificando sua relação sala, e quadros com Sindicato ao Catete ra, em Natal. Ele foi registrado no dia Presidente da República em 1951, na
histórica com o patrono. Neste sobra­ fotos de sua infância e - e u m quadro com 9 do m esm o mês, apenas com o n o ­ chapa de Getúlio Vargas. Com o sui­
do, Café Filho fez militância política, ju v e n tu d e , a lé m d e fotos, reproduções de m e de João. Somente em 1936, já com cídio do político gaúcho assum iu a
criou e presidiu por dois anos o Sindi­ u m a rá p id a biografia e jornais. 37 anos, é que adota o nom e do pai. presidência d a República, governan­
cato dos Trabalhadores. u m v aso e m c e râ m ic a D urante o curso básico, Café Fi­ do durante pouco m ais de u m ano.
Ligado à Fundação José Augusto, o bran ca oferecido pela cidade EXPOSÇÕESTBIPORÁRIAS lho freqüentou o Colégio A m erica­ M orreu no Rio de Janeiro, em 20 de
Museu Café Filho possui 13 funcioná­ de B lum enau (Santa Catarina). Podem os ver a certidão de nasci­ no, o Grupo Escolar Augusto Severo, fevereiro de 1970.
rios responsáveis pela conservaçãoema- m en to de Café Filho (expedida aos a Escola N orm al e o A teneu N orte
nutenção do acervo. Registra um a m é­ C O N D EC O R A Ç Õ E S 37 anos), u m a m ed alh a de bronze
| Serviço
Rio-Grandense, todos em Natal. Mes­
dia de 50 visitas mensais, a maior parte Nas duas salas de condecorações, (abaixo) originalm ente pertencente m o sem concluir seus estudos supe­
turistas e estudantes do ensino funda­ Aberto de 3a a Sábado das 08h às 18h
e n c o n tra m -se fotos q u e registram ao Tribunal de C ontas do antigo Es­ riores, baseado apenas na sua expe­
mental, um núm ero ainda reduzido pa- Rua da Conceição, 601 - Cidade Alta
im portantes m om entos de su a vida tado da G uanabara e d oada ao m u ­ riência p rática ju n to aos tribunais
raaimportânciadeCafé Filho paraoEs- Telefone: (84) 3221-2938
política e o fraque com o qual tom ou seu Casa Café Filho, além de objetos conseguiu aprovação em concurso
DNOEDUCAÇAO NATAL,DOMINGO, 30 DE ABRIL DE 2006

Fotos F ran kie M arcone

O acervo da Pinacoteca reúne móveis antigos, várias relíquias do Palácio Potengi e coleções com cerca de 500 obras dos principais artistas plásticos do Rio G rande N o rte

difício de características neoclás­ PLÁSTICAS PINACOTECA DO ESTADO ESTA


E sicas, construído entre 1865 e
1873, o Palácio Potengi, atual­
m ente é o Palácio da Cultura e Pina­ SITUADA EM ÁREA NOBRE DA CIDADE ALTA
coteca do Estado. O prédio foi to m ­
bado pelo Patrimônio Histórico e Ar­
tístico Nacional e hoje é destinado a

Palácio
abrigar m anifestações culturais e ar­
tísticas jl a cidade.
Projetado pelo engenheiro Ernesto
Augusto Amorim por determinação do
presidente da província Olinto José
Meira, o prédio inicialmente ftincio-
nouoTribunaldoJúri, a Assembléia Le­
gislativa e Tesouraria. Considerado um
exemplo da arquitetura neoclássica foi
Artista plástico Vatenor, diretor da
m
ura
em 1965, tom bado pelo Instituto do
Pinacoteca do Estado
Patrimônio Histórico e Artístico Naci­
onal (IPHAN). Conservado e adminis­ pintado em Paris. O quadro retrata a
trado pela Fundação José Augusto des­ 0 Revolução Pernam bucana de 1817, é
de 1996 passou a ser espaço cultural um a das maiores relíquias do Brasil.
abrigando em suas dependências um Antônio Parreiras, artista carioca, que
dativam ente, ao longo dos anos, na ambientação das salas de acordo com quisas, a preservação e m anutenção
acervo de cerca de 500 obras. morreu em 1917, foi prem iado inter­
sua grande maioria por doação dos ar­ a tem ática e com a época de criação das peças., outro de restauração O u­
Um passeio pelas salas da Pinaco­ nacionalmente durante o tem po em
tistas. Poucas obras foram adquiridas das peças. Com a restauração, cada tro projeto de Vatenor é a troca de in­
teca do Estado vai nos perm itir con­ que viveu n a Europa.
através de com pra. A Pinacoteca dis­ sala deverá ser nom eada com u m n o ­ form ações entre os m useus e p ina­
tem plar as obras dos principais artis­ A outra relíquia é o “Buda de La­
põe de peças em seis núcleos expo- m e de u m a rtista p lá stic o do Rio coteca dos vários estado do país.
tas plásticos do nosso Estado. A diver­ os”, estatueta doada pelo suíço Fritz
sitivos, além do mobiliário antigo do G rande do Norte. Aberto de terça a domingo, a Pina­
sidade criativa é um a das marcas da Pi­ Alain Gegauf (FAG) à Fundação José
Palácio. Possui, tam bém , salas reser­ As doações recebidas pela Pinaco­ coteca recebe de 300 a 400 visitantes
nacoteca, onde artistas como Abra­ Augusto, em 17.05.2001. O Buda foi
vadas p ara exposições de artistas, ou teca foram de quatro trabalhos gráfi­ ao mês. A presença m aior é de estu ­
ham Palatnik, Cícero Dias, Raul Cótdu- co m p rad o no castelo “Schloss
para outras atividades culturais, tais cos de vários artistas nacionais e do dantes tanto de nível m édio quanto
la, Newton Navarro, Dorian Gray, Ma­ H erb lin g erí’, n a Suíça do Dr.
com o sem inários, recitais e la n ç a ­ escritor e crítico Geraldo Edson de An­ superior. A reabertura está prevista
ria do Santíssimo, Jordão, Ana Antu­ Rutishauser, até 1981, era um dos mais
m ento de livros. O acervo da Pinaco­ drade, além de outras doações inédi­ p ara o dia 15 de julho, quando tere­
nes, Vicente Vitoriano, dentre outros, procurados e famosos decoreres na
teca do RN cum pre etap a im p o rtan ­ tas de artistas locais, captadas pela di­ mos em pauta, possivelmente mais de
convergem para um a pluralidade es­ Europa.valor do Buda é estimado. A
te. Seus quadros com eçam a sair da retora da Fundação José Augusto, Isau­ 30 exposições.
tética, representando relações com vá­ cidade de Laos faz fronteira com o
reserva técnica para serem expostos ra Rosado, que serão apresentadas após
rias escolas artísticas. Vietnã, China, Thailândia e Birma. A
no interior do estado. a restauração e reabertura da pinaco­ AS OBRAS RARAS estatueta data do fim do século 12,Ou-
No acervo existem algumas cole­
teca. Dentre as doações estão artistas O Julgamento de Frei Miguelinho,
ções, cuja sensibilidade do artista se tras obras raras são os quadros do ar­
PRINCIPAIS OBRAS: como MadêWeiner, Pedro Pereira, Ulis­ obra do pintor Antônio Parreiras, en­ tista potiguar, reconhecido m undial­
mistura à nostalgia dos suntuosos sa­ A Restauração do Palácio ses Leopoldo, Lourdenete e outros. com endado pelo então governador
lões do Palácio, criando u m ambiente mente, Abraham Palatinik, o pionei­
O sonho do diretor da Pinacoteca Mas se a restauração é importante, Ferreira Chaves em 1918, em 1817 e
perfeito para o apreciador da arte. São ro no m undo na arte cinética (ou ar­
do Estado, o artista plástico Vatenor, é muito mais im portante ainda é a cri­ foi pintado em Paris. O quadro retra­
coleções principalm ente de autores te em movimento). Para se ter um a
a restauração do Palácio da Cultura e ação oficial da Pinacoteca, pois só exis­ ta a Revolução Pernambucana de 1817,
potiguares como Newton Navarro, Do­ idéia um objeto cinético de sua auto­
das coleções de obras recentem ente te de fato, de direito não. Foi criada é u m a das m áo res relíquias do Brasil.
rian Gray, Moura Rabelo, as coleções de ria custa em torno de U$ 40 mil.
doadas p ara a Pinacoteca e estão sob verbalmente, falta ser p o r decreto. "O Antônio Parreiras, artista carioca, que
gravuras (litografias, xilogravuras, gra­ a guarda da Fundação José Augusto. m eu sonho é ver a Pinacoteca ofici­ m orreu em 1917, foi prem iado inter­
vuras em metal e desenhos de artis­ "A restauração vai oferecer ao prédio alizada, até porque já perdem os de nacionalm ente durante o tem po em | Serviço
tas, e as talhas trabalhadas em m adei­ co n d içõ e s de tra b a lh a r u m a nova receber m uitas doações devido essa que viveu na Europa.
ra, do escultor mossoroense. Manxa. concepção das artes plásticas, m os­ situação de inform alidade. Precisa­ O pintor Antônio Parreiras, enco­ Das 8:30 às 17h, de terça a domingo
O acervo das artes visuais da Fun­ trando não apenas peças raras, m as m os te r u m a direção, u m d e p a rta ­ m endado pelo então governador Fer­ Praça Sete de Setembro, Cidade Alta,
dação José Augusto foi construído gra­ sobretudo, as inovações n o setor e m ento de museologia para fazer p es­ reira Chaves em 1918, em 1817 e foi Natal (RN). Fone: 84 3211.4620
' f jÀ m , DOMINGO, 30 DE ABRIL DE 2006 PNG) EDUCAÇÃO

A Sala do Governador, uma das mais visitadas no Palácio da Cultura, um conjunto de móveis antigos e uma galeria com fotos de todos os governadores do Estado que trabalharam no Palácio Potengi

Duas das principais


relíquias expostas
na Pinacoteca do
Estado: o quadro
sobre o julgamento
de Frei Miguelinho,
pintado em 1918, e
o Buda de Laos,
estatueta
confeccionada
no Séc.XII
DNOEDUCAÇÃO NäM., DOMINGO, 30 DE ABRIL DE 2006

Esqueleto de baleia que encalhou no litoral do Rio Grande do N orte


Coleções de esqueletos de mamíferos perm item o estudo sobre anatomia

coleções A FISIO NOM IA DO


RN ATRAVÉS DAS MAQUETES

Museu
C âm ara
O museu faz a distribuição por município dos fósseis encontrados no estado

ria d o em 22 n o v e m b ro de logia, indiologia e culto afro-brasi-

C 1960, o M useu C âm ara C as­


cu d o é o q ue p o ssu i m aio r
acervo e o que possui u m m aior flu­
leiro.
De acordo com vice-diretora do
Museu Câm ara Cascudo, professora

Cascudo xo de visitantes em Natal. Ligado à


U niversidade Federal do Rio G ran­
de do N orte (UFRN), e com um p e r­
fil c a racteristicam en te u n iv ersitá­
rio, com vertentes de pesquisa e ex­
tensão, ele é voltado para as Ciências
W anni Fernandes, o acervo é com ­
posto por coleções, m aquetas, m ini­
aturas, reproduções de am bientes e
peças avulsas, que fazem parte da ex­
posição perm anente e se encontram
dispostos em dois pavimentos. O n ú ­
d a natureza, d a C ultura e da Muse- m ero de peças registradas e cataloga­
ologia. C ontém exposição p e rm a ­ das é de ap ro x im ad am en te 2.500,
n e n te de fósseis, sedim entologia, existindo 3.500 a serem registradas e
a n a to m ia co m p arad a, am bientes, inventariadas, e outras peças nos de­
ciclos de couro e da can a-de-açú- partam entos de Arqueologia e de Pa­
Másc’ — importadas da Angola car, artes sacras e popular, arqueo- leontologia com posto de fósseis de

PRINCIPAIS AMBIENTES vezes são encontrados fósseis. ta, o processo de extração e beneficiamento do produto. Destaca a in­
3- Espeleologia - Reprodução parcial da caverna de Olho D'àgua teração entre o ciclo biológico e produtivo do sal. Instalação doada pe­
1- Litorâneo - Reconstituição aproximada de um ambiente de da Escada, município de Baraúna/RN Localizada a 300 Km de Natal.Tra- la Salina Diamante Branco.
praia. O cenário é composto por uma réplica de casa de pescador com ta-se também de um dos primeiros locais de pesquisa desenvolvida pe­ 6- Anatomia comparada - Coleção composta de esqueletos de
o uso da técnica profissional da taipa e diversos apetrechos utilizados lo Museu na área de paleontologia. animais recentes,onde predominam os mamíferos, evidenciando aspec­
na pesca artesanal, tais como: jangada, covos, cestos e redes. 4- Mina Brejuí - Reconstituição de uma mina de scheelita, lo­ tos morfológicos que permitem estabelecer entre as diversas espéci­
2- Reconstituição do ambiente: o painel destaca uma repre­ calizada no município de Currais Novos/RN. Uma maqueta reproduz es semelhanças e diferenças.
sentação do pleistoceno, época geológica com duração compreendi­ o processamento desse minério de grande importância econômica lo­ 7- Paleontologia - Estudo de vestígios paleontológicos. São mos­
da entre 10 mil e 2,2 milhões de anos. Apresenta a megafauna típica, cal na década de 70.Trata-se de uma doação da Mineração Tomaz Sa- trados moldes em gesso e uma pegada original de dinossauros encon­
como preguiças e tatus gigantes, elefantes e tigres dentes de sabre. N o lustino, 1975. trada na Bacia de Sousa, contendo impressões de gotas de chuva, da­
RN estima-se que esses animais viveram há cerca de 12 mil anos. Com­ 5- Sala do Sal -Apresenta o sal e sua relevância na história eco­ tado do cretáceo, 65 milhões de anos.
plementa reconstituição uma da área fossilífera com representação es­ nômica do RN.Tem por referência a Salina "Diamante Branco", locali­ 8- Paleomastozoologia - Apresenta fósseis de mamíferos de gran­
quemática de depósitos conhecidos como tanques, onde na maioria das zada no município de Galinhos/RN. Reconstitui,através de uma maque­ de porte, representantes da fauna que viveu no RN, na época Pleisto-
fto u ., domingo, 30 de abril de 2006 DIVO EDUCAÇÃO

Fachada do Museu Câm ara Cascudo, na avenida Herm es da Fonseca

invertebrados da Form ação Jandaí- PRÉDIO


ra, Bacia Potiguar, e vertebrados tí­ O prédio do MCC é de p roprieda­
picos da m egafauna q uaternária do de da UFRN, sua localização fica na
RN (cerca de 2.000 registradas e "n" Av. H ermes da Fonseca, 1398 - Tirol,
peças a serem estudadas, registradas Natal/RN, Brasil. A sua construção te­
e inventariadas). ve início em 1964, as obras ficaram a
O Museu "Câmara Cascudo" tem cargo d a UFRN, em terren o doado
por m issão a conservação, preserva­ pela Sociedade de Assistência aos fi­
ção, investigação, exposição e divul­ lhos de Lázaro, através de seu Presi­
gação do patrim ônio histórico, n a tu ­ dente Dr. VARELA SANTIAGO. A área
ral e cultural do RN sob su a guarda, total é de 11.766,72 m2, com preen­
a form ação e am pliação de coleções dendo u m a área coberta de 4.502,64
referentes a esse patrim ônio que ser­ m2, distribuída entre o Setor de Ex­
vem de suporte ao desenvolvim ento posição e Divulgação, laboratórios,
e atualização das atividades científi­ salas de aula, salas de professores,
cas e pedagógico-culturais. biblioteca, administração,oficinas etc. A sala do sal reproduz a importância do minério para a economia do RN retratando o sincretismo africano

cênica (12 mil anos atrás) encontrados em depósitos como tanques, zados nas diversas regiões do país. 14- A rte da Tradição - Acervo formado por um conjunto de pe­
cavernas, lagoas e ravinas. 12- Arqueologia Pré-histórica - Coleção composta por materi­ ças esculpidas em madeira e barro, que ilustram cenas do cotidiano re­
9- Ciclo da Cana de Açúcar - Apresenta o processo artesanal al lítico de pedra lascada e polida, tais como, pontas de projétil, raspa­ presentando parte do saber fazer da tradição norte-rio-grandense.
de moagem e transformação da cana através da reprodução de uma dores, machados, fusos, pilões e batedores, utilizados pelos grupos in­ Destaca-se a reprodução de um teatro de bonecos, também conheci­
Bolandeira Cangula.Toda em madeira. Essa moenda era usada nos en­ dígenas Macrogê, Cariri.Tarairiu e Tupi. Destacam-se também objetos do como mamulengo ou João redondo que traz a assinatura de José
genhos acionados por tração humana ou animal. O ciclo de cana de em cerâmica Tupi. Soares de Assis, conhecido como Zé Relâmpago, Dona Dadi
açúcar teve apogeu no RN nos séc XVIII e XIX. 13- A rte Sacra-A coleção é composta por peças de culto do­ 15- A rte e religião afro-brasileira - A presentam a recons­
10- Ciclo do couro - Ressalta a interação do homem com o ecos­ méstico das escolas baiana e pernambucana do Séc. X IX e as famosas titu iç ã o aproxim ada de um a lta r ou peji que representam o b ­
sistema, através do conjunto formado pela vestimenta de couro e ape­ paulistinhas, além de um número considerável dos mestres do Seridó je to s pessoais, co re s e indum entária alguma das principais di-
trechos usados pelos vaqueiros n o rd e stin o s. do Séc. X X. A produção mais atual nem sempre tem por função suprir vindadades ou o rix á s cultuados no Brasil. Em N a ta l(R N ) p re ­
11 - Etongrafia Indígena - O acervo está representado p o r as necessidades devocionais, sendo adquiridas como obras de arte ou dom inam , s in c re tis m o e n tre o fo rm a lism o do cadom blé baia­
o b je to s de uso dom é stico , e sté tico s, ritu a is e lúdicos. O s o b ­ souvenir. Representado peia arte de Chico Santeiro,Ana Dantas, Luzia no, do xangô pernam bucano e da umbanda que inclui a con­
je to s ilu stra m aspectos c u ltu ra is de grupos e nações lo c a li­ Dantas e Júlio Casciano, Ivan Soares. trib u iç ã o dos povos nativos através da linha dos caboclos.
DNOEDUCAÇÃO NAKL, DOMINGO, 30 DE ABRIL DE 2006

Fotos Fran kie M arcone

monumento O MUSEU DO FO

O marco de Touros foi transferido


Reis Magos em 1976, onde tem m
uma m aior visita

o n s tru íd a em 6 d e ja n e iro m ais v isitad as do Brasil, c h e g a n ­

C de 1598, c o m o o b jetiv o de
e x p u lsar os in v aso res fra n ­
c e se s d a c a p ita n ia do Rio G ran ­
de, a fo rta le z a d e cin c o p o n ta s ,
do a receb er no an o p assad o m ais
d e 151 m il visitas.
Para o a d m in istrad o r H eriber-
to d e A ndrade P essoa, o g ran d e
c o m v is ta s e s tr a té g ic a s p a r a o n ú m ero de tu ristas q u e visitam o
m ar, o rio P o ten g i e o q u e veio a m u se u v êm em b u sc a de c o n h e ­
se to r n a r a cid a d e d e N atal, foi a c er a h is tó ria do Rio G ran d e do
p rim e ira o rg a n iz a ç ã o m ilita r d a N orte, e não voltam p a ra casa sem
c a p ita n ia e h o je é u m d o s m u ­ fotografias do local.
se u s d e m a io r d e s ta q u e n o e s ta ­ O acervo do m u seu m ais visi­
do do Rio G ran d e do N orte. tad o do E stado vai além d e su as
A F o rta le z a d o s R eis M ag o s p ró p rias instalações, e c o n ta com
id e n tif ic a c o m p la c a s as sa la s, seis canhões da época da coloniza­
quartos, dorm itórios e prisões que ção p o rtu g u esa que chegam a p e ­
são apresentados aos visitantes por sar até 800kg, alguns m óveis já res­
guias m irin s q u e c o n ta m a h is tó ­ tau ra d o s q u e d a ta m a té 200 an o s
ria do Rio G rande do N o rte com e o m arco de Touros, u m a p e d ra
b a s ta n te en tu siasm o . S egundo a calcária q u e foi fixada n a p raia de
A capela do Forte, sinônimo de fé dos portugueses, e devoção dos natalenses aos três Reis Magos m u seó loga, Silvânia G om es Lira, Touros d u ran te a colonização p o r­
c o o r d e n a d o r a d a F o rta le z a , "é tu g u esa e q u e significa a consoli­
m u ito im p o rtan te esse projeto dos dação dos direitos de P ortugal so ­
gu ias m irins, po is n a a lta estação bre a nova terra descoberta. O M ar­
a v isitação d a fo rta le z a é m u ito co foi transferido p a ra a Fortaleza
g ra n d e '1. A in d a se g u n d o a c o o r­ d o s Reis M agos em 1976 p a ra m e ­
d e n a d o ra do m u seu , o F orte dos lh o r preservação.
Reis M agos é u m a d as fo rtalezas Foi a in d a n a s in s ta la ç õ e s d a

O museu do
Forte teve suas
instalações
revitalizadas
permitindo
acesso e
locomoção a
deficientes
acervo do Museu conta com seis canl Imagens dos físicos
Natal, domingo, 30 de abril de 2006

RTE É UM DOS MAIS VISITADOS DO PAÍS


norâmica do Forte mostrando
os diversos ambientes
internos e a cidade

to r e s q u e r e tr a ta r a m a F o rta le z a
Fortaleza dos Reis M agos q u e em d o s R eis M a g o s p o r d if e r e n te s
1872 foi edificado em ferro o p ri­ â n g u lo s e p e rc e p ç õ e s .
m eiro farol do Estado, o farol dos C o n ju n ta m e n te c o m a s e x p o ­
Santos Reis, retirado p ela M arin h a s iç õ e s te m p o r á r ia s , o m u s e u irá
do local alguns an o s depois. c o n ta r c o m o u tr a d e lo n g a d u r a ­
D evido à im p o rtân c ia d a F o rta­ ç ã o s o b re a F o rta le z a , q u e tr a r á
leza p a ra o turism o e p a ra a h istó ­ p a in é i s c o m fo to s e d o c u m e n ­
ria do Rio G rande do N orte, o m u ­ to s h is tó r ic o s , b e m c o m o c e n á ­
seu teve suas in stalaçõ es revitali­ rio s q u e r e p r e s e n ta r ã o o B rasil
zadas en tre os m eses de setem b ro C o lo n ia l, a c e s s ó rio s in d íg e n a s ,
e novem bro 2005, sen d o reab erto p o r t u g u e s e s e h o la n d e s e s q u e
p a ra visitações em 1 de dezem bro. re tra ta rã o os povos q u e o c u p a ­
D u ran te as obras, foram ain d a in s­ ra m a C a p ita n ia d o Rio G ra n d e .
talad as ad ap ta çõ es q u e p erm ite m A c o o rd e n a d o ra do m u s e u re ­
m e lh o r locom oção p a ra d eficien ­ força, q u e devido o Forte ser u m lo ­
tes físicos e q u io sq u e s q u e serão cal ta m b é m d estin ad o à prom oção
doad o s pelo governo do Estado p a ­ de eventos p a ra a sociedade, “os a r­
ra com erciantes da região, q u e p a r­ tistas que quiserem expor trabalhos
ticiparão ju n ta m e n te co m os fu n ­ relacionados à Fortaleza p o d em e n ­
cionários do m useu, de u m curso de tra r em c o n tato conosco, p ois fare­
q u alid ad e de aten d im en to , dispo- ç õ e s te m p o rá r ia s p re v is ta s p e la m os o possível para que eles tenham
nibihzado pelo Sebrae. eq u ip e ad m in istrativ a d a Fortaleza e sse e sp a ç o " , d isse S ilv ân ia G o-
Até o final do m ês ju n h o d u as d o s Reis M agos, q u e b u sc a a tra ir m e s.0 Forte dos Reis M agos é o p ré ­
novas exposições p o d erão ser visi­ u m n ú m ero ain d a m aior de visitan­ dio m ais antigo de N atal e e n can ta
tad as n as dep en d ên cias do m useu. te s e o tim izar a utilização de e sp a ­ p or su a história em defesa da cidade
“Os olhares sobre a Fortaleza”, é a ços disponíveis n o p rédio. e dos in teresses p o rtu g u eses n a in ­
p rim eira de u m a série de ex p o si­ S e rá u m a e x p o s iç ã o d e p in - vasão h o lan d esa.

Vista parcial do Forte na princip;


orla m arítim a de Natal Canhões de ferro chegam a pesar mais de 800 kg O Forte conta com o apoio e a inteligência dos guias-mirins
PNC) EDUCAÇÃO NAIAL, DOMINGO, 30 DE ABRIL DE 2006

Equipamento de medir pressão pulmonar Aparelho de em itir choques elétricos Fachada do Memorial de Medicina

coração do criador da Faculda­ PRINCÍPIO A HISTÓRIA DOS PRIMEIROS PASSOS instituição.

O de de M edicina de Natal e do
Hospital Universitário, o médico
Onofre Lopes da Silva, é a mais impor­
tante peça do memorial de Medicina
DA M EDICINA NO RN
Entrando nas salas do memorial,
percebemos vários equipam entos an­
tigos, utilizados em sá a s de parto e no
tratam ento com doentes mentais, co­
do Rio Grande do Norte. O coração do mo são os casos das máquinas de au­
médico, protegido por um envolto de vi­ diometria e de eletroconvulsoterapia,
dro com formol, está exposto na sala esta última doada pelo hospital Dr. Jo­
principal do memorial, tendo ao lado as ão Machado, e muito utilizada para dar
fotos dos pioneiros da medicina no es­ choques em doentes de esquizofrenia.
tado. O coração de Onofre Lopes foi do­ Outros aparelhos muito antigos eram
ado à instituição por um dos fundado­ utilizados por oftalmologistas para exa­
res da Faculdade de Medicina,o médi­ mes de vista, que pertenceu ao dr. Ra­
co Iran Diogo, que a pedido do próprio ul Fernandes (professor da UFRN) e
Onofre, momentos antes de morrer, re­ um a máquina de medir a capacidade
tirou o seu coração, conservando-o em pulmonar.
formol e o entregando à família. Na sala de fotografias estão os m é­

de M edicina
Inaugurado em 18 de setembro de dicos que fizeram a história da medici­
2002, o Memorial de Medicina do RN es­ na no RN. O primeiro médico do esta­
tá instalado numa casa de estilo neoclás­ do, Luís Carlos Lins Wanderley, forma­
sico, no Centro da Cidade, na descida do em 1891, pela Faculdade de Medi­
da avenida Rio Branco em direção à cina da Bahia; o Dr. Cipriano Barata,
Ribeira, ao lado do Conselho Regional Fotos Fran kie M arcone idealista e revolucionário; a dra. Yapo-
de Medicina do RN (CREMERN), que é nira Gluck de Brito Guçrra, formada em
seu mantenedor. De acordo com o guar­ Recife, em 1940 e do primeiro médico
dião do Memorial, Roberto Carlos Fran­ de Natal, dr. Vicente Inácio Pereira, além
ça da Fonseca e Silva, a instituição é de Januário Cicco, Onofre Lopes, Antô­
muito visitada por estudantes, princi­ nio Osório Ramalho e o prof. Grácio
palmente de medicina, além dos pró­ Barbalho. Uma das fotografias raras é a
prios médicos. que aparece o ex-presidente Juscelino
Já o presidente do Conselho Regio­ Kubitschek, ao lado do norte-rio-gran-
nal de Medicina, Rubens dos Santos Sil­ dense Aderbal Figueiredo e o painel de
va, reconhece que precisa tom ar o m e­ Leopoldo Nelsonleite, falecido em 1994,
morial mais conhecido através da dina­ que era médico e pintor autodidata.
mização de projetos que provoque a Outra raridade é a Estátua da Cari­
interação com todos os segmentos da dade, talhada em mármore, na França,
sociedade. no Século XVm e doada ao Hospital Jo­
O acervo foi formado a partir de do­ ão Machado que repassou para o museu
ações de instituições e de familiares de em 15.01.2004, um a verdadeira obra­
antigos médicos. O m em orial tem à prim a de u m artista desconhecido.
frente novos desafios como a realiza­ Aberto de segunda a sexta-feira das 8 às
ção de convênios com a Fundação Jo­ 17h.
sé Augusto para conseguirmos um téc­ | Serviço
nico especializado para trabalhar na
Av. Rio Branco - Cidade Alta
Telefone: 4006.5333

A primeira turma de médicos do RN O coração do médico Onofre Lopes, doado pelo Dr. Iran Diogo, é a principal peça do memorial de Medicina do RN Acervo contém equipamentos antigos
Natal, domingo, 30 de abril de 2006 PNG) EDUCAÇÃO
Fotos Fran kie M arcone

d inâ m ic o UM DOS POUCOS


MUSEUS VIVOS DO ESTADO Im p ressora rotoplana, de fabricação inglesa,
adquirida na década de 30, p ara impressão
do D iário Oficial e A R e p ú b lic a

de Imprensa
O fic ia l "Eloy de
Souza" de fabricação alemã, adquirida pelo
DEI na década de 70 A máquina Liiotype, ou iinotípo, inventada por Otomoar Mergenthaler, em 1886

Museu Eloy de Souza é u m m u­ nhão, em julho de 1889. As m áquinas

O
tar papel, m áquina cantoneira, p ren ­ m arcada pela evolução, ora lenta, ora to d a com posição m ecânica com os
seu pioneirqno Rio Grande do antigas foram recuperadas e ficaram sa de encadernação, utilizadas para acelerada, dos equipam entos gráfi­ sistem as Linotype, Tvpograph e Mo­
Norte, porque foi o primeiro e aptas a funcionar novamente, nas de­ outros tipos de im pressão. E ainda cos. O prelo de G utenberg (Séc. XV), notype. O sistem a offset, inventado
único deste tipo. A sua história com e­ m on straçõ es com "visitantes sob o u m a galeria de fotos, onde se vê ins­ onde pela prim eira vez foram utiliza­ no princípio do Séc. XX só viria a im ­
çou desde que o governo do Estado, com ando de operários ainda n a ativa tantes diversos dos gráficos e funcio­ dos os caracteres móveis, e o início de por-se no pós-II Grande Guerra, sub­
no ano de 2003, m and o u restaurar o o u já aposentados, m as que esponta­ nários que fizeram a história do DEI. u m a longa história da tecnologia grá­ stituindo irreversivelmente a im pres­
prédio onde está funcionando o De­ n ea m e n te se dispuseram a voltar e Além das m áquinas gráficas e des­ fica. Contudo, só passados cerca de são tipográfica tradicional. Entretan­
p artam en to E stadual de Im prensa pô-las em funcionamento. ta galeria d e fotos, o m u se u exibe quatro séculos (final do Séc. XIX), com to, os sistem as com putadorizados e
(DEI). Aberto ao público a partir de D esde a sua inauguração, o m u ­ exemplares antigos dos jornais "A Re­ a construção do prelo de Stanhope, de telecom unicações conquistam ra­
m arço de 2004, o m u seu g anhou o se u tem recebido visitas p rin cip al­ pública" e "Diário Oficial", além do totalm ente em feiro, é que a tipogra­ pidam ente a im prensa, perm itindo
n o m e definitivo de M useu Eloy de m en te de estudantes da rede pública Suplem ento Cultural "Nós do RN" e o fia evoluiu acentuadam ente. impressões simultâneas e a distância.
Souza, n u m a hom enagem ao grande e privada do Estado, que ficam e n ­ mais recente Suplemento "Os Três Po­ Senefelder tinha já inventado um O Museu da Imprensa permite conhe­
jornalista, senador e sociólogo, que cantados ao conhecer com o era feito deres d a República", contendo notí­ novo processo de impressão, sem se­ cer alguns destes m arcos da tecnolo­
por duas vezes dirigiu o jornal "A Re­ jornal antes da era da com putação. cias dos poderes Executivo, Legislati­ melhança com nenhum anterior - a Li­ gia da im prensa, sistem atizados em
pública”, que foi a m atriz da Im pren­ Nas visitas agendadas, o historiador vo e Judiciário. A impressão desses su­ tografia. Logo em 1811, FrederickKo- vários grupos
sa Oficial do Rio Grande do Norte. d a casa, Anchieta Fernandes, é quem plem entos é m ensal e quinzenal, am ­ enig constrói a prim eira m áquina ci­
O museu, situado n u m espaço que recebe os estudantes e conta a histó­ bos com capas coloridas, possibilitan­ líndrica, e introduz definitivamente o
é u m prolongam ento da gráfica do ria d a Im prensa Oficial no RN. Eles do aos visitantes do m u seu Eloy de m ecanism o na im prensa, facilitando | Serviço
DEI (que antes tivera o nom e de CERN vêem funcionando a grande Rotopla­ Souza, a oportunidade de repassarem desta forma a reprodução. É desta m á­
- C om panhia Editora do Rio Grande n a dupla, a Iinotipo, a Im pressora Ti­ a evolução visual do jornalismo im ­ quina que partem todos os outros pro­ Aberto diariamente de 8:00 às 17 ho­
do Norte), reúne todo o acervo da im ­ pográfica Heidelberg - além de verem presso em nosso Estado. gressos n a velocidade da impressão, ras, de segunda a sexta-feira
prensa oficial do Estado, desde a fun­ preciosidades com o a Caixa de Tipos. até às atuais rotativas. O secular tra­ Av. Câmara Cascudo com ajuvino Bar­
dação do jornal "A República", por Os visitantes ainda podem ver outras H IS T Ó R IA balho do com positor m anual é, en ­ reto (Ribeira-Centro)
Pedro Velho de A lbuquerque M ara­ m áquinas como a guilhotina para cor­ A história da im prensa está m uito tretanto, ameaçado pelo aparecim en­ Fone: 84 3232.6794
DNCõEDUCAÇAO NAIAL, DOMINGO, 30 DE ABRIL DE2006

U
m dos mais novos e mais m odernos mem oriais da cidade
é, certam ente, o M emorial Aluízio Alves, situado no Alto
d a Candelária. Surgiu a partir d a iniciativa de Aluízio Al­
ves Filho, que em m arço de 2004 contratou um a equipe de p ro ­
fissionais que deram início ao projeto que hom enagearia o polí­
tico, jornalista e escritor Aluízio Alves.
Devido à pequ en a quantidade de m aterial reunido pelo p ró ­
«SIS prio político e por familiares, o grupo com o apoio da então TV
Cabugi, idealizou a cam panha faça parte dessa história, onde in ­
centivou eleitores e fãs do ex-m inistro a doarem peças que sim ­
bolizassem a vida e obra de Aluízio Alves.
Todo o m aterial arrecadado na cam panha foi analisado, higi­
enizado e docum entado e hoje faz parte do acervo de cinco mil
peças do m em orial que foi inaugurado em 12 de agosto de 2005.
A tualm ente, o prédio de 200m2 com porta cerca de trezentas
peças, entre certidão de nascimento, histórico escolar, fotos, exem­
plares de jornais, m ateriais de cam panha, cartas, faixas, conde­
corações e livros; dentre eles, alguns de autoria do próprio Aluí­
zio, com o “Angicos”, sua prim eira publicação.
De acordo com Rose Barreto, museóloga responsável pelo Me­
m orial Aluízio Alves, o objetivo da instituição é renovar o acervo
f m aterial exposto a cada oito meses, perm itindo que o visitante
conheça m ais sobre Aluízio Alves e a sua im portância para o Rio
Grande do Norte a cada ida ao m em orial. Entretanto, com o re­
cente falecim ento do hom enageado, o m aterial atualm ente em
exposição perm anecerá à m ostra por m ais alguns meses.
Desde m arço deste ano a instituição vem realizando em par­
ceria com escolas e universidades um projeto que busca prom o­
ver a visitação por grupos de estudantes, que além de conhece­
rem as peças expostas, assistem a vídeos e ouvem m archas de
cam panhas políticas e discursos de Aluízio Alves, considerado o
m entor do M arketing Político no estado.
grandes painéis afixados na parede do m em onal revelam ao visitante momentos de Aluizto candidato e Aluizio governador "É im portante trabalhar com as escolas para que os jovens te ­
nham acesso à história e im portância de Aluízio Alves para o Rio
Grande do Norte", disse a museóloga.
memória ACERVO É COMPOSTO DE 5 MIL PEÇAS, No m em orial disponibiliza ainda a venda de botons e cds com
m archinhas de cam panhas eleitorais, bem como, os livros "o que
eu não esqueci" e "a verdade que não é secreta", de autoria do
QUE SERÁ RENOVADO PERIODICAMENTE político que tinha o jornalism o com o sua m aior paixão.

Memorial
Aluízio AS 'es
j

As imagens fotográficas, os símbolos de campanha, maquetes e os recortes de jornais revelam as principais lutas aluizistas im portância de
Na'ial, domingo, 30 de abril de 2006 DNOEDUCAÇAO
ARTIGO WANNI FERNANDES
Fo to s M arina L e ir o s /D N

Museus precisam ser espelhos vivos da vida


A rq u iv o /D N

o refletir sobre "O s Caminhos do Rio Grande dissociando ainda mais o tempo presen­

A do N o rte " rememorei uma argumentação para­


digmática do poeta A nto n io Machado: Caminan-
te no ha/ camino, camino se hace al andar! Significa que
te, passado e futuro; na integração en­
tre museus de arte e dos regionalistas
ainda mais segmentados entre cultura
não temos a receita certa e definitiva sobre qual bifur­ popular e folclore. Amaldiçoados por
cação escolher neste caminhar. Por isso me encontrar personalidades como Baudelaire, Salva­
num contexto privilegiado, trocando idéias sobre o que dor Dali, Ire e outros, os museus e as
é arte, cultura e patrim ônio, temas de fóruns interna­ bibliotecas foram associados às necró-
cionais de cientistas, artistas, poetas, filósofos. poles, congelavam a arte, a criatividade,
O marco histórico para estes debates, foi a Decla­ a literatura. Nas décadas de 70 e 80 a
ração de Veneza (1986), reconhecendo "a urgência da América Latina e a Europa promovem
pesquisa de novos m étodos de Educação, tendo em a autocrítica e a reflexão sobre a refor­
conta os avanços da ciência, que se harmonizam agora ma
com as grandes tradições culturais". Ja a C arta da A r­ dos museus, Nasce no conceito de
rábida (Portugal) destaca que "cada ser humano tem d i­ interdisciplinaridade. -
reito a uma nacionalidade, mas com o habitante da Ter­ Mas, afinal, de que tratam os museus?
ra, e também um ser transnacionaf.A Declaração Bra­ Da natureza, da vida, dos seres, das idéi­
sileira para o Pensamento C om plexo (1998) advoga as, das crenças,dos objetos, das imagi­
"uma educação autêntica, processada de modo contex- nações, das criações, dos conhecimen­
tualizado, concreto e global; uma educação que inclua tos, das tradições, das paixões, das ten­
a intuição, o imaginário, a sensibilidade e o corpo na trans­ sões, das incertezas, do acaso, da cul­
missão do conhecimento, e que insista no am or e na tura, dos documentos, dos monumen­
amizade com o traço construtivo da solidariedade uni­ tos. Quando se fala do direito humano
versal". a uma boa q u a lid a d e de v id a , t e ­
Entre 1920-1936, são formuladas no País para defe­ m os de p e n s a r que ta m b é m é do
sa do patrim ônio histórico, concentrado nos M onu­ d ir e ito hum ano d e s fru ta r do pas­
mentos A rquitetônicos. Em 1923, um p rojeto de lei cria sado, m a n te r e p r e s e r v a r a c u l­
a Inspetoria dos Monumentos H istóricos dos Estados tu r a . P re s e rv a r é g u a rd a r p a ra
Unidos do Brasil, que passa a adm inistrar os bens im ó­ am anhá in fo rm a ç õ e s ligadas a r e ­
veis públicos e particulares. Interessava ao Brasil, in­ la ç õ e s e n tr e e le m e n to s c u ltu r a ­
gressar nos fóruns internacionais coordenados pela
P a trim ô n io H is tó ric o e A rtís tic o N a cio n a l / abrange as técnicas, o saber e o saber fazer, os ele­ is que não tê m g a ra n tia s de p e r ­
UNESCO e tornar-se signatário das Cartas Patrim oni­
SPHAN, no contexto da reorganização do Minis­ mentos não tangíveis do patrim ônio cultural, e o m a n ê n c ia . R e c u p e ra r, p o r e r
ais, com o a C arta de Atenas (1931). to , e s tá na p ro p o s ta d o e s c r ito r
té rio da Educação, pelo então m inistro Gustavo terceiro refere o conjunto dos bens culturais, de­
M ário de Andrade no ano 1936, inclui a noção de Pa­ M á rio de A n d ra d e (1 9 3 6 ), m a n ­
Capanema. N o ano seguinte, amplia-se, então, o corrente das relações e transformações da natu­
trim ônio A rtístico Nacional "entendido p or todas as obras tid a na C o n s titu iç ã o F e d e ra l: "o
universo patrimonial: "conjunto dos bens móveis reza pelo ser humano, objetos, artefatos, constru­
de arte pura ou aplicada, popular ou erudita, nacional ou p o d e r p ú b lic o , com c o la b o ra ç ã o
e imóveis existentes no país e cuja conservação ções, alimentos, habitação, enertecnologjas, mei­
estrangeira, pertencentes aos poderes públicos, e aos o r­ da c o m u n id a d e , p r o m o v e r á e
seja de interesse público, quer p o r sua vinculação os de transporte utilitários, madeira, fibra, cerâ->
ganismos sociais e a particulares nacionais ou estrangei­ p r o te g e rá o p a tr im ô n io c u ltu r a l
a fatos memoráveis da história do Brasil, quer mica, rochas.
ros, residentes no Brasil". Esse patrim ônio é reunido em b r a s ile ir o , p o r m e io de in v e n tá ­
p o r seu excepcional valor arqueológico ou etno­ N o Brasil, no que diz respeito ao segundo
o ito categorias: arte arqueológica; ameríndia; popular, his­ r io s , r e g is tro s , v ig ilâ n c ia , to m b a -
gráfico, bibliográfico ou artístico". Em ambas, a item, o das técnicas, o M inistério da Cultura, ao
tórica, erudita nacional, erudita estrangeira, artes aplica­ m e n to e d e s a p ro p r ia ç ã o , e de
das nacionais e estrangeiras. Além de ressaltar a necessi­ natureza não e reconhecida como patrim ônio. qual é subordinado o IPHAN, instituto que suce­
o u tra s fo rm a s de a c a u te la m e n ­
dade de preservação desse patrim ônio, defende que se­ Somente a p a rtir de 1975, a UNESCO amplia deu o SPHAN, regulamentou o patrim ônio não-
to e p re s e rv a ç ã o ".
jam catalogadas "todas as manifestações culturais do ho­ a noção de patrim ônio abrangendo três catego­ material. A descontextualização dos objetos pro­
mem brasileiro" e sugere a criação de museus temáticos, rias de elementos: a natureza, estendendo-se ao vocou um congelamento do processo cultural, * É professora da UFRN e vice-di­
vinculados às produções econômicas. meio ambiente, os ecossistemas e a vivência hu­ reforçando a idéia equivocada do antagonismo retora do Museu Câmara Cascudo
Em 1937, a Inspetoria transforma-se no Serviço do mana em suas relações com os recursos hídricos, entre tradição e progresso, associando os mu­
o ar, vegetação, rochas, sedimentos; o segundo seus a um depositário de coisas ultrapassadas,
DNQEDUCAÇÃO
ARTIGO
Foto M arcelo B arreto

ISAURA ROSADO*____________________________ _______________

Õlivro de Tríciae o Museu Potiguar


Arquivo/DN
de. As OSIPES e Sociedades Amigos doM useu se apre­ ja do artista, auditório, museu de cultura popular, cen­
sentam. tro de docum entação da arte potiguar, birô com com ­
Museu estático e expositivo ou dinâm ico e vivo? A putadores e internete à disposição das associações de
m eu ver, capaz de dialogar de m odo criativo. Capaz de cultura popular, .
interagjr com o público sobre suas funções. Principal­
m ente no que diz respeito à educação e ao resgate da Pela primeira vez em toda sua existência, os museus
m em ória histórica. Estes dois eixos - estático e dinâm i­ tiveram projetos específicos aprovados a nível nacio­
co - são, mais das vezes, conflitantes. nal.
Antigos e novos museus? Hoje em dia, os m useus Com a captação de recursos de cerca de 200 mil re­
enveredam, predom inantem ente, pelas tipologias da ais junto ao MINC e contrapartida do Estado, nossos
arte contemporânea, da antropologia e das ciências. En­ m useus vão ganhar: computadores, impressoras, fax,
tre nós - um a n ovidade! -, o Museu da Língua Portu­ m áquinas fotográficas, filmadoras, equipam entos de
guesa em São Paulo. plotagem e telefones;
E o novo museu? Carece, estou certa, de reordena- Aprovamos junto a Unesco/M onumenta recursos de
m ento do seu papel e nas suas funções. Passa pela res­ R$. 180.000,00 (contrapartida do Estado de 50 %) para
taurações dos edifícios. Busca-se um a nova feição a organização de inventários e banco de dados; e
pográfica Nesse plano, algumas questões sobressaem: Vamos inventariar: o patrim ônio arquitetônico, os
como criar e im plem entar novas formas de âtuação bens móveis, o patrim ônio sacro, todo o acervo muse-
dos museus? Quais são as m udanças necessárias para ológico, de artes plásticas e iniciar um a discussão so­
que perm aneçam como im portantes, a exposição e a bre o patrimônio imaterial.
conservação e se compreenda o museu com o célula di­ C uidam osé tem os prontos, projetos de ambienta-
nâm ica ? Teremos, agora, de pensar no desenho de ção (Lorena) e museográfico (Ana Miranda) para a For­
um a instituição preocupada não mais - e som ente - taleza dos Reis Magos; .
com a coleção e a conservação, ntas, sobretudo volta­ Discutimos; em 2005, em dois seminários, as gló­
da para interagir com o público. rias e as agruras do m useu potiguar.
Perm anente ou temporária, a obra de arte? O equi­ Relemos no Bom dia Café, Bom dia Pe João Maria
líbrio entre a conservação e a exposição se vê am ea­ e no Seminário 1935 setenta anos depois, perfis e fa­
çado pela p ró p ria dinâm ica da produção artística tos históricos controvertidos, am pliando a docum en­
^ Quando Tricia, m inha filha, ainda adolescente, re- que rom pe o paradigm a da contem plaçab e solicita tação do CEDOC.
• cebeu de presente a primeira rosa do primeiro nam o­ a intervenção, a participação, a interação. A efeme- Resgatamos mais de 200 entrevistas gravadas nos anos
rado. a espiei, naquela oportunidade, pressurosa, co­ ridade, a mtangibilidade, a perform ance, as que u ti­ 70 com depoimentos preciosos de intelectuais e produto­
locando a flor num vaso d ’água. Depois, vendo-a m ur­ lizam suportes efêm eros aquelas m anifestações ar­ res culturais. Nomes nacionais e locais.
char, a guardou com carinho entre as páginas do litro tísticas que têm um fim programado. E os trabalhos Reativamos o Sistema Estadual de Museus.
preferido, revendo-a, ao longo da vida, muitas vezes. Se­ digitais ? E as instalações ? com o se tornam , com o se Vamos cadastrar e inventariar todos os m useus do
guiu colecionando coisas queridas. Guardou mais flo­ tom arão "peças" de m useus ? Estado.
res, tam bém fitas, folhas, mechas de cabelo, cartas, car­ Essa é um a conversa teórica; Temos que passear Passamos a integrar o Sistema Brasileiro de Mu­
i tões postais de terras que palmilhou. Cuidava, e ainda pelos livros, pelos novos conceitos, pela discussão que seus.
cuida, das lembranças que a faziam - e a farão, s e m - : se estabelece pelo m undo e, célere, aporta por aqui. Em 2005 e em 2006, os m useus do Estado partici­
pre - voltar ao passado para rever a identidade de vá­ param da programação de celebração da Semana Na­
rias épocas e de distintos m om entos da sua vida. Ele­ EO MUSEU POTIGUAR? cional do Museu (Isaura coordenadora do CEDOC).
mentos importantes na construção pessoal e da sua ci­ Está em processo de reconstrução. O Catálogo das Obras de Arte pertencentes ao Go­
dadania. Esse exercício tão nosso, de todos nós, seres Falando dos pertencentes ao Governo: consegui­ verno do RN esta pronto;
inteligentes, de colher e guardar lembranças, fragmen­ m os restaurar quatro: Já tem os tuna museóloga respondendo pela Forta­
tos, documentos, coisas várias, está na raiz da forma­ A Fortaleza dos Reis Magos, em Natal. leza dos Reis Magos;
: ção de arquivos e museus, estou certa! O Memorial Monsenhor Expedito, em São Paulo do Estamos convidando outra para o Museu de Arte Sa­
Unade&iiçòesdássicaspara "museu" (templodas Musas, di­ Potengi. cra e Café Filho;
vindades que inspiravam as artes) diz que "é im a instituição pe- O Museu Capitão Antas, em Pedro Avelino; Estamos trazendo "sangue novo", com formação
manariesenifcrsluaativosaseiviçodasociedadeedeseiitiesen- técnica na área, para integrar a equipe do CEDOC -
vdvimÊntoeabertoaoixüfe^.DEtanrbémqueadquteconser- O Palácio Potengi - Pinacoteca (em obras); Centro de Documentação Cultural "Eloy de Souza";
va, pesquisa e exibe para estudo infomiaçãq taxação e aprecia­ Iniciamos um a série de cursos de capacitação nas
i s evidàxiasmatÉráisdospcTOsedoseu^^ A governadora determinou, e n o a vamos cumprir. áreas de elaboração de projetos, conservação, organi­
Particular, privado ou público? É esta um a questão Vamos instalar um novo museu, a Estação Central de zação de acervos e expografia;
que, na nossa sociedade, se coloca entre os labirintos Apoio a Cultura Popular localizado nas Rocas, com in­
da burocracia e da vontade política. Suprir materiaimen- vestim ento em tom o de R$. 700.000,00. Tem concep­
te necessidades mais prem entes da vida do cidadão ção m oderna e multifacetada. Ali, onde funcionou a ad­ * Isaura Amélia de Sousa Rosado Maia é Diretora-
comum , forçosamente se sobrepõem às coisas do es­ ministração de trens e a Escola José Moacir de Albuquer­ Geral da Fundação José Augusto
pírito, da cultura, do desenvolvimento da sensibilida­ que. Arquitetura de 1906. Restaurantes tradicionais, lo­

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