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ISBN 85.326.

1337-3
encruzilhada:
Vivemos cr u ci al
aticamente
com o Estado sistem
li d er an ç as
v il ip en d ia d o , se m
tes so b o
aceitas; com nossas men
iciona­
domínio perverso do cond
stema
mento da mídia; com um si
do;
po lít ic o- pa rti dá rio apodreci
­
un1judiciário omisso e corrompi
do; a econoI1Ua sob a ditadura do
dólar e com risco de perder o rico
patrimônio natural mineral, gené­
tico e hidrelétrico, e ainda os ins­
trumentos essenciais ao processo
de industrialização; con1 parcela
de nosso povo submetida ao ge­
nocídio da fome e à ameaça de
morte ainda no útero das mães
O AUTOR:
RESTA-NOS congregar todos os é engenhei­
José Walter Bautista Vida!
em física. Pro­
br�sileiros que tenhan1 compro­ ro com pós-graduação
es Federais da
misso sagrado com a Pátria civis fessor das Universidad
ia e de B ra sí lia e Es tadual de Cam­
e militares, de todos os re antos� B ah
s, oc up ou vá ri as funções de co­
pina
deste solo continental que é nos­
do em go ve rn o es tadual e federal.
man
so, e dar um de Estado de Ciên­
Foi o 1° Secretário
T ec n o lo gi a do B rasil, na Bahia,
cia e
B ASTA aos omissos, aos pusilâ­ 29 anos. Chefio u a Secretaria de
aos
. a In du st ri al co m o saudoso
nimes, aos c�rruptos e con11pfo­ Tecno lo gi
, ro Sever o Gome s e participou de
res, aos apatndas e aos traidores minist
das áreas indus­
conselhos nacionais
aos oportu�istas e aos vigarisaas : trial ciênci a tecnolo gia e educaçã
.
.
o,
.
de tnnta inst1tu1-
' .

sug�dores implacáveis da renda


'

tendo fundado mais


nacional e nessas áreas. Foi o principal res­
ções
Pr?grama Na­
'

p�la criaç�o .do


ponsável
REDIMT_R nosso sofrido povo, Alcool . E JOmaltsta e autor
cional do
Seu livro De Estado servil a
pelos meios que a História ensina pre1niado.
sobera na, da VOZES, recebeu
nação
?ºm decisão e auto-estima e � Casa Grand e e Senzala de
o Prêmio
implantação de um Estado usto J Interp retaçã o da Cultu ra Brasileira
poderos c e legítin10, essencial à Asses sora o Congresso Na­
I 987/88.
c?n�truçao :_ solidár consult or de vários organis­
ia da que pode­ cional é
e coordena o Nú­
mos i�
ra vir a ser a mais bela civilização temaci onais
Estudo s Estrat égicos da UnB.
que o homem já viu neste nosso cleo de
das causas nacionais, é autor
Lutador
planeta de infortúnio.
nas de trabal hos, artigos, con­
de cente
ensaio s e livros sobre as
ferên cias
das neste livro.
questões �nalisa

1
J. W. Bautista Vidal

Apresentação de:
Barbosa Lima Sobrinho
e Antonio Carlos de Andrada Serpa

2! Edição

\OZES

Petrópolis
1995
© 1994·, Editora Vozes Llda.
Rua Frei Luís, 100
25689-900 - Petrópolis, RJ
Brasil

SUMÁRIO
FICI IA TJ::CNICA

CO(JRDE/'lAÇAO f:DrrrJRJAI
A\•chno Gr.iss1

EDITO!?:
Antonio íh: Paulo

COORDEt\l�Ç.AO JNDl1.q'R/A/
Jose Luiz C�slTo

KJ)JT()R [Je ARTF:


Omar Sanlôs
EDfTOR.>IÇi[O:
Apresen Lação 9

Edito1il(rio � org. litcrJria: Guadnlure Corrca �lola


. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Rr1•isão grdfica. Re,�Lec S C Capílulo 1


Dia_qra1nação.· Sheda Roque
Su�"Tl'islio gnJ/ica: Valderes Rodrigues 40 ANOS DE PARAD OXOS E CONTRAD IÇOES -
_

Um Depoirnenlo. .. . . . .. .. . .. . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . 19
1. l nlroducão. . . . . . . . . . . . . .. . . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. .. .. . 21
.

ISBN 85.326.1337..J

2. A G eração Universitária dos Anos 5-0. Os Cientistas, O Centro


Brasileiro de Pesquisas Físicas e a Universidade de Stanford.


O Modelo da Universidade de Brasília. . . . . . . . . . ... . . . 23 .

3. Paradoxo entre o Nacionalismo dos Militares Brasileiros e o


Entreguismo do Regime. Implantação e Derrocada dos
Regimes Militares na América Ibérica . . . . . ... . . .. .. . . . 28
4. A Revolta Estudantil de 1968.A 1 Secretaria de Estado de ª

Ciência e Tecnologia e o CEPED. A SBPC e a CAPES. O


Pólo Petroquímica de Camaçari . . . . . . .. . . . . .. . . . . . .. 33
5. Os Planos e o Fundo Nacionais de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico. O CNPq e
o Consell10 da CAPES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
6. Educação, Instrumento Político de Poder ou de
.

Condicionamento. O Projeto �1EC/ USAID. A Crise �1undial


do Petróleo. O Embargo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
.

7. A Secrel:alia de Tecnologia lndustrial, Órgão Essencial de


Coordenação Tecnológica Nacional. O INPI e o
IN�1ETR01CON�1ETRO. O Ministério do Desen\1olvimenlo
E<ilc livro foi campo
s10 e impresso pe
la Ed11ora Vozes Lida
I11duslrial e Tecnológico. Presença do Brasil no Jogo
. . . . . . . . . . . . . . . . . 45
·

lnler11acional do Poder Tecnológico .


8 O eomeç . ., p
o do D esn1on te .O M in istério da Ciência e
·

"Tecno log ia". A Ab ertu ra "D em ?ci a ca . oder S upren :o ao


,

? 2.Patenles, lnslrumentos de Política Tecnológica: Reserva de


�çao de 88 e sua .
Fa zend a. A Co ns bt u1 Es pu r1a Mercado Monopólica de Âmbito Mundial.Relações com
!Vlinistério da
·sa-o .. . .. .. . .... .. .. . . . . . . . . . . . . . . 52 Pacotes Tecnológicos e �1odelo Econômico .. . . .. .. . . . 156
Revl
9.o Poder dos Tecnocralas
• • • • •
• • • • • •

.. . . .. . 56 3. Tralado de Methuem e Abertura dos Portos, Causas do Nosso


·
· · · · · · · · · · · · · ·
· ·

10. O Que Fazer .....


· ·
·

Afastamento da Primeira Revolução Industrial.


· · · · · · · ·
· · · · · · · · · · · · · · ·
· ·

· · · · · · 57
Protecionisn10 Inglês e Norte-Americano.
Si111ilar Nacional . .. . . . . . . .. . . . .... . . . . . . . . .. . .... 159
Capítulo II
4. Privilégio do Monopólio das Patentes. Ameaças de Retaliação.
EIRO . . .. .. . .. . . . 59
DEMOLIÇÃO DO ESTADO BRASIL
. . . .

l. lnb·odução.... .. .
· ·

EC0-92 e o Vexame de BL1sl1. Plano tvlarshall i11verUdo.


. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · .. 61 Pretensões do llan1arati . .. .. . . . . . . . . .. . . . . . . . .. .. . 162
2.A Doub·ina Neoliberal . ... .... . . . . . ... 64
5. A Rodada Uruguai do GATT. Intervenção na Soberania
.
· · · · · · · · · · · · ·

3."Estado Míni1no".Estado Legíti1no e Estado Deli11qüe11te. A Nacional. A Aparente Fraqueza Brasileira. Ação dos
Nação e o Estado Brasileiros. Estados Regionais . .. . . .. . 67 Tecnocratas e Diplomatas: Capitulação "A Coerção
Liberalizante e a Voragem Protecio11ista".Era Reagan/
4. Programa Nacional de Desestatização - PND . ... . . . . . . . 7 4
Tl1atcher. O Relatório Brandt e a ReL1nião de Vail. As
5. Banco do Brasil, ltamarati e as Forças Arma das. .. . . . ... 87
Declarações de Nova Delhi, Punta dei Este e San Carlos de
6. Modelo de Crescimento Econômico Per\1erso: Bariloche .. . .. . . . ....... . . .. . . . ... .. . .. .. .. . .. . 168
6. Adesão do Brasil à Convenção de Paris.Código da
Antidesenvolvimento. O Papel dos Tecnocratas e dos Cenb·os
Acadêmicos na Cooptação das Idéias Neoliberais. Os
Propriedade Industrial.Indústrias e Patentes Farmacêuticas.
Empresários Nacionais. ... . . .. . . .. . .. .. .. .. . .. ... .. 89
O "Trator" Neoliberal. Patentes Metalúrgicas. Patentes de
7. A Equação Tecnológica, uma Questão Crucial. incompetência Seres Vivos: Microorganismos e Genes 1; umanos. Deificação
dos Tecnocratas para Desenhar o Projeto Nacional. Livre do Mercado. .. .. ... . . .. . . . . . ... . . . . . .. . . .. . . . . . . 184
Mercado, Produtividade, Com1)etitividade, 7. Transferência do Patrimônio Genético Brasileiro para o
Fim da História e outros Conceitos. O Estado Privatizado Con\.Jole Externo. Os Contratos de Transferência de
Confronta a Nação . ... . . . . . . . . . . . . . ... . . .. . . . . . . . . 96 Tecnologia e os Atos Norn1ativos do INPI.Política de
8. Consenso de Washi11gton . . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Produção Tecnológica Nacional. Averbação dos Contratos de
Tecnologia Externa. Severo Gomes e Thomas Jefferson. O
9. Breve 1-Iistória do Processo Inflacionário. O Sinistro Palácio E1nergente "Mercado" da Manipulação Genética e dos Ge11es
da Inflação.O Plano l�eal. . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . 119
Hu111anos . . . . . . .. .. . . . ... . . . . ... . .. . . . . . . . . . . . . 193
10. A Grave Doença da Corrupção, seusNíveis . . . . . . . . . . 126 8.Energia, Principal Fonte de Poder Camuílada pela Ditadura
.

11. Os Meios de Comunicação de Massa. A Informação como


Financeira.Petróleo e Sobrevivência. O Monopólio Estatal do
Merca doria. O Desaparecimento da Inf orm açã o Pública.
Petróleo é Essencial. A Crise de Energia e os Trópicos. A Lei
Controle Mercantil sobre a Consciência e a Cultura. Os das Patentes e a Amazônia. Petróleo: Estratégia Militar. A
"Imperativos" Categóricos /\do Liberalismo Econômico. Biomassa como Alternativa Tropical ao Petróleo. O Imenso
Destruição dos Valores Morais .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 Potencial Brasileiro. Apoteótica Civilização dos Hidralos de
Carbono . . . . . .. . . . . .. . . . . . . .. . .. . . . .. . ... . . .. .. 201
Capítulo III
LEI DAS PATENTES: A CiiANTAGEM D O SÉCULO . .. . . . . . 149
1 . Projeto de Lei das Patentes:
Origens e Autores. Andamento
no Congresso Naci ona
l . A Reação d a Sociedade. •

O s Apo ios . . . . . . . .. .. .
• • • • • • • • • • • • •

• • • • • • • • • • • •
151

-

APRESENTAÇÃO

E m poL1cas pessoas, entre nós, e11contram-se reunidas qualida­


des como as que apresenta José Walter Bautista Vida\, parlicu­
larmente o amplo conhecimento científico e, para valorizá-lo, a
militância, no sentido da colocação do saber a serviço de nossa
gente. Baulista Vidal tem se distinguido, no Brasil, assim, pela
sua combatividade e pela sua participação na discussão dos
nossos problemas, sempre movido pelo conhecimento e pela
devoção aos interesses nacionais. Em sua passagem pelas
funções públicas como pela cátedra universitária, esses traços
ficaram claros. Fugindo ao isolamento acadêmico, voltado para
a realidade brasileira, sua participação definiu-se, ao longo do
te1npo, pela com1)reensão da especificidade de que se revestem
as soluções dos 11ossos problemas, notada1nente na fase atribu­
lada que estamos vivendo. A alienação, tão prese11te em tantos
sabedores, encastelados em seus conhecimentos, mereceu dele
sempre a repulsa decidida, vai·iando por vezes a indignação
ante os seguidores de modelos e copiadores de soluções
externas, constantes no hábito de homens públicos, de ensaís­
tas e de professores. Sua matéria é a realidade, aquilo que nos
distingue, aquilo que deriva das condições aqui vigentes. Essa
inequívoca posição. que tanto destaque merece, faz dele um dos
mais válidos combatentes pelos interesses brasileiros.
Neste livro estão presentes as suas qualidades-mestras, as
que ll1e n1odelaram a personalidade e a definiram. Nem se

9

11as. da \1eemê11cia QL1e ÍLlll(le (> co n lleci·


.
. suas p ági
nd o como a l la l1 éll<i;uo a l.arefa
d1spensa , em .
menlo e a pajxão. QuaJ1fica , . �:

aiilda desali110 representa para instituições nacionais essenc1a1s,


• •

cornfJ o 13anco do Brasil, a Petrobrás e as próprias For ças


esfacelame11to do Estado, ele aprecia, 11asso
o andamenlo e.lesse J1l"(lCCSSl>.
em curso de a
passo, detalhe a detalhe, , . . Coiiie. J\ r 1nadas
ç do por recordar sua pro pr1a carreira e a f c 1r111 J coino
.

�� cedeu en1 cada oportunidade. el� logo a b or<l �l L1111 u�peclo


Por último, mas não em im porlâ n cia, Bautisla Vida! se

1
�urioso e contrO\'erso: o da co1 lrad1ç ao c11Lrc

11acio1 1alisrno
CJcupa da 1.,ei das Palenles, esmiuçando, peça por peça, o que

dos inilitares, que neles é co1110 que i11l ri11sc co. e as <ll'cisões
<.>
ela representará se concretizada. Porque, na verdade. Ludo

aJ i ena11 tes dos go\1er11os i1resididos. il {lu rl i r de 1 �)()/t, ()Cio s


aquilo com que a 11atureza nos brindou - as riqL1ezas vegetais
e m i11e rais - passará ao domínio exter110 das grandes corpora­
nossos 1nilitares. É comum. hoje. por lo<la parle, de 11o mi11a r
ditadura n1ilitar o referido regime. a L 1 lista \lidai. 11eslc Lraba­
ções, devidamente pate11teado. Passaren1os, pois, a pagar pelo
B cru e é 11osso. As JJrivalizações, de um lado, e a Lei das Pa te11tes,
Jlio, desvenda o paracloxo. O regin1e foi exercido IJOr 111 ilila res, de oulro lado, corresponderão à de strLt ição do Estaclo e à
realme11te, mas as soluções dos problen1as fora111 confiadas por liquidação da Soberania Nacional.
A campanha em C Lt rso, no fim de contas, importa em
eles a tecnocratas em cujo saber e patriolis1no confiara111. I;á
que ver, como refere o autor deste livro, aquilo que perle11ceu renegar o conceito de nação. O globo Lerrestre todo passará,
aos militares e aquilo que pertenceu aos que por eles foram no caso, a uma área única, sem fronteira, sem proteção sobre
a qual se estenderá, como único, o po der das grandes corpora­
,

cJ1amados ao planejamento ou à execução de laref as tantas


vezes erroneamente conduzidas. Há que distinguir. pois, entre ções transnacionais. Elas reinarão sobre essa imensa área e
os militares no exercício do poder e as forças políticas e ditarão a lei Claro que o nosso po\10 lutará para que isso nao
.

econômicas que, reaJmente, presidiram as suas ações e deci­ ocorra. Livros como o de Bautista Vida! representam um
sões. Bautista VidaJ, conseqüentemente, alinha a anáJise de serviço patriótico, em defesa do que existe de nacio n al em nós.
decisões dos governos militares que foram calcadas na preser­ Setembro de 1994
vação dos interesses do Brasil. Barbosa Lima Sobrinho

Ele passa a discutir, em seguida, a paulatina, mas sistemá­


tica, desb·uição do Estado, e1npreendida pelos tecnocratas
alienados que buscava111 soluções em modelo s exter11os ou
operavam em obediência a pressões extern as. Daí a voga do QL1a11do do seu pri11 1 eiro l i\1 r o De Estado Servil a Nação
chamado neoliberalismo. Essa falsificação de um conceito Soberar1a. disse 111os que seria a Casa Grarlde e Senzala de
histórico, o liberalismo, que teve essa razã o na époc a própria 11ossa época e do professor Bautista Vida\, Ltm hun1anista
e historicamente condicionado, viria a transformar-se, pela continL1ador da obra dos pensadores que, na Idade de Ouro da
propaganda intensiva, em doutrina que transferia ao mercado. E sp an l1a, l1avi am se co n sagrado : Vives, Francisco Manuel, Vitó­
-

Lido como capaz por si só de solu cion ar os problemas, o poder ria ou Suárez. Agora, o que me faz admirar neste descendente
antes detido pelo Estado ou em que o Eslado Linl1a participação. de galegos de Puenlea reas é o patriot i smo inflamad o. esclare­
cido e sábio de brasileiro de primeira geração. magnífico
a] exami11a a fundo os
O minucioso estudo de Bautista Vid
principais aspectos de que se revest exemplo para todos nós.
iu ess a des tru içã o do Estado
er1tre nós e de que as privatiza Aquele grito de protesto que parte da consciência dos ue �
ções em cur so f ora111 instrume11to
essencial, alienando o patrimô amam o Brasil - e veem o povo brasileiro, sofredor e aflito.
nio público de 1n or ad a e progres­
\1Ílima da classe dirige11Le. egoísta e traidora. desc on1promissa­
da do inleresse nacio11al. está 111agistral111ente expresso 11os tr ê s
sivu111l.,11Le co11slrufdo co
m o sacrifício do po vo brasileiro. O
uut«JJ de11t111c1a con1
particular veemência a c:1111eaça que tal

11
)IJ
-

s da obra do ren om ad o expoente 1naior de no ssa


capítulo
intelectualidade. social, com a cumplicidade de nacionais que se vendem ou se
alugam. Será o fim da Unidade do Brasil .
É um todo coerente e realista que desvenda à juventude
brasileira e à nossa classe média, alienada, omissa e, principal­ Baulista Vidal desmistifica tudo o que o neoliberalismo vai
mente, desinformada pela comunicação social, a ser\1iço do metendo na cabeça dos brasileiros, por meio do controle
anti-Brasil, a verdadeira situação mundial em nossa época e a absoluto da comunicação de massa a serviço do estrangeiro e
demolição do Estado Brasileiro que vai ocorrendo. indica como, nos próximos anos, esse domínio se ampliará, caso
o Brasil não se defenda.
Acima do Grupo dos Sete liderado pela América do Norte 1

à nossa vista, estão as grandes corporações, senl1oras do Mostra a in1ensa burla que é a chan1ada Lei das Palentes.
quando os america11os, falsos propugnadores da liberdade do
Mundo. Uns e outros sufocam as suas contra dições , geradas
comércio, organizam poderosa reserva de n1ercado para suas
pelos interesses nacionais em conflito e pela busca do lucro a
corporações nas áreas de medica1nentos, alimentos e insL1mos
qualquer preço, para criar Nova Orden1 Internac ional e Nova
agrícolas, que ll1es lransf erirá recursos anuais adicionais de
Divisão Internacional do Trabalho.
cerca de 61 bill1ões de dólares. . É o que informa Nol1am
Com o domínio do fluxo de capitais financeiros, simples
.

Chomsk:i do Instituto Tec11ológico de Massachusetls - MIT. Por


"papéis pintados", que i1nprimem sem qualquer controle, desde
essa lei se apropriariam do maior banco genélico do planeta -
Bretton Woods, e movimentam em segundos através do mundo / a Amazônia brasileira - pelo patenteamento dos seres vivos.
vão desapropriando todos os imensos patrimô11ios naturais do condenado pela Igreja, um crime de lesa-Pálria e de lesa-Huma­
Terceiro Mundo pela secular deterioração das relações de b·oca, nidade . Mostra também que por essa lei essas corporações
denunciada já nos escritos de J.M. Keynes, e por ações de controlarão a agricultura brasileira, pelas patentes de sementes,
sucursais das transnacionais instaladas nos próprios países. fertilizantes e defensivos agrícolas . É esse projeto ominoso, a
Assim, o liberalismo, ressurreição de velhas idéias do maior cha11tagen1 do sécL1lo, que o relatório do Senador Anto­
"laissez-faire" e da mão invisível d e Adam Smith - que deu à nio Mariz conde11ou, temporariamente, pois os compromissos
Inglaterra dois séculos de domínio d o mundo - voltam à baila públicos e reiterados de Fernando Henrique Cardoso são pela
-

pelo "Consenso de Washington", que passou a ser a linha de sua aprovaçao.


ação de nossos governantes. A n1aior a1neaça presente será a Com n1elancolia, ao relembrar as glórias no passado do Barão
eleição de Fer11ando I1:enrique Cardoso que, esquecido da do Rio Branco e de contemporâneos, con10 Araujo Castro e
tradição paterna e d e tudo o que escreveu, propõe-se à "inser­ outros, Bautista Vidal verbera a presente ação do ltamarati,
ção" do Brasil no Primeiro Mundo. transformado em agência de negócios. O Ministério das Relações
Exteriores abandona sua tradicional postura de defesa intransi­
Bautista Vidal explica detalhadan1ente o que será esta
gente do Brasil, submetendo-se à exigência americana de aprovar
inserção: a desindustrialização d o Brasil, sua transformação em
a desnuclearização, que os militares tantos anos recusaram, por
fornecedor d e matérias-primas, como já acontece com o Chile, meio do Acordo Quadripartite, que permite submeter o Brasil à
a Argentina e o México. Além disso, a anieaça a nossa unidade, Agência Internacional de Energia Atômica de modo gracioso,
pois a chamada regionalização d o comércio, estabelecida pelo podendo sofrer a humill1ação que foi imposta ao Iraque, neste
NAFTA, permitirá aos investidores estrangeiros adonarem-se caso somente após o massacre de trezentos mil iraquianos, em
de regiões do Brasil, como os ingleses o fizeram com as vinhas sua grande maioria população civil.
e olivais d e Portugal, como conseqüência do Tratado d e Methuem,
Agora, n o Cairo, a partir de 5 de setembro de 1994, o
m 1703. Os direitos dos investidores serão absolutos quanto
� mesmo Itamarati, à busca do consenso impossível entre a
a produção e ao comércio, apoiados ainda pela comunicação

13
12
verdade e a me11tíra, entre a virtude e o vício, leva o Preside nte das Forças Armadas que entregaram o real Poder a tecnocratas
da maior nação católica a aJinhar-se com os países ricos, como Roberlo Campos, Delfim Netto e Mário Henrique Simon­
genocidas, aceitai1do novos significados semânticos para defi­ sen, representantes do poder econômico dos banqueiros, gran­
nir a família e a independência da mulher em relação ao próprio des empresários e corporações transnacionais. Esses ministros
corpo. Incentiva, assim, a divulgação do uso de todos os meios acentuaram a dependência externa do modelo econômico de
de controle da natalidade, sobretudo o aborto. Isso faz o Brasi l Juscelino ao darem predominância aos aspectos financeiros de
confrontar geopolitica1nente suas posições anteriores em BL1- conlrole exlerno e à conce11Lração da renda a favor dos patrões
careste, em 1974, e no México, em 1984, permili11do que as inlernos e exlernos. Assi1n, despojaram o povo brasileiro dos
nações 11egemônicas promovan1 o envell1ecime11lo das l)Opula­ benefícios do crescimento econômico, o que levou o presidente
ções do Terceiro Mundo, o que, perdida a di11ân1ica social Médici a afirmar: "O País vai bem, mas o }Jovo vai n1al".
natural, traI1sformará seus po\1os em escravos co11formados. Se
os bra11cos da África do Sul ti\1esse111 esterilizado as 11egras,
Com a chave do cofre, os tecnocratas julgaram-se onipoten­ l
tes. Acabaram con1 a autonomia dos Ministérios-fi111 e reduzi­
Mandela até l1oje estaria na prisão...
ram o Pod er à Faze nda e ao Plan ejam ento , ou seja ,
Nova ameaça ao Brasil está em curso se o Co11gresso exclusivame11te ao financeiro. Ignoraram o problema tecnoló­
Nacional aprovar o estabelecido na oitava Rodada Uruguai do gico, não compreenderam, ontem e hoje, que os pacotes tecno­
\
GATI. concluída em Ma1·rakesl1, em fevereiro de 1994, onde lógicos exógenos só serviam para aumentar a dependência do
teve a aprovação do governo brasileiro. Mais u m desserviço do País e, como conseqüência, acentuaram o fluxo de recursos
,,
. . .

Itamarati ao Brasil. .. E ameaça grav1ss1ma pois, se isso ocorrer,


,

para o exterior. Subsidiárias de corporações transnacionais


tornar-se-ia até desnecessária a aprovação da Lei das Patentes passaram a ocupar, como conseqüência, o controle dos setores
- o que dela consta já está incluído no dil{tat da nova Organi­ dinâmicos da economia.
zação Mundial do Comércio. O prato de lentill1as estaria na
nomeação do Embaixador Ricupero para sua presidê11cia, fato
Na exposição do problema tecnológico e sua alta significa­
ção para o País, o livro de Bautista Vidal é de uma clareza
\
que provavelmente não ocorrerá por ser candidato ao mesmo diáfana. Da ignorância dos tecnocratas r1essas questões resul­
cargo o presidente do México, Salinas de G o rtari já e111 final
,
tou a criação de parque industrial tão desarticulado quanto
de mandato. Acentua Bautista Vidal que, para facilitar a espo­ dependente, sen1 estar vinculado à abundância de nossos
liação dos países periféricos, a OMC planeja estender sua fatores.
atuação a outras áreas que nada têm a ver diretamente co1n Ai11da hoje falam os tecnocratas, cegos e surdos a ensina­
comércio internacional, como áreas sociais e de legislação mentos tão repetidos, em compra de tec11ologia, quando o que
trabalhista. A outra séria ameaça externa ao Brasil seria a sua se compra são pacotes tecnológicos que trazem no seu bojo as
inclusão no NAFTA. características e conveniências de toda ordem dos países e
Mas o livro de Bautista Vidal é ainda mais rico de ensina­ corporações de origem, estranl1as às vantagens comparativas
mentos quando explica como os tecnocratas - principalmente oferecidas pelas condições e recursos naturais brasileiros.
esses economistas com as cabeças formadas em un iversidades Dispondo do real Poder, graciosamente dado pelos militares,
americanas - têm inviabilizado o País mais rico da Terra, fizeram e conlir1uam fazendo até hoje muito mal ao Brasil. A
habitado por raça cósmica e capaz de compreender e relacio­ sob erba auto-suficiência desses economistas, que ignoram o
nar-se com o mu nd o do am an hã. Brasil e suas elevadas potencialidades, manteve e acentuou a
natureza perversa do modelo econômico depen dente .
lnfelizmenle, nossos pres ident es militares , l1om ens dign os
e honrados, fora1n Cl1efes de Gove rno nom inais , Com anda ntes

15
14
o modismo do Estado mínimo virou 1nela JJara empresários te nd o cl1egado a 67% em 1993, destina-se ao pagamento dos
e banqueiros impatriotas e ignorantes de seus próprios i11teres­ serviços das duas dívidas, especialmente a da interna
ses. A etapa final, na mell1or das hipóteses, será a transformação , . . .
E, no m 1n 1m o, curioso que não ocorra ao governo da
,

r
do Brasil em colônia, sem necessidade de ocLtJJação milit;:ir. Pior
orde1 1s a essa fortaleza da corru1Jção que é o Banco Central
ainda será o total esfa celam ento da Naçã o. do mi n ado pelos bancos tJrivados e patrões estrangeiros, para'
Após desmistificar o problema tec11ológico, Bautista Vidal qu e pr om ov a u1n novo perfil da dívida interna. Pelo contrário
estende sua mordaz crítica ao que chan1am "procura da produ­ co m a criação do real promove-se sua conversão a dólares . .. '
ti\1idade11 e mostra como dessa busca já resultou, somente 11os
países ricos, 34 milhões de desempregados. Problema insolúvel
A ex1Jlicação da espoliação de países periféricos pelas
naç ões 11egemônica s é, Lalvez, o ensinan1e11to mais esclarecedor
1
para eles, o que os leva a agravar a espoliação dos países e fecundo deste novo livro de Baulista Vidal. Vendo esgotarem­
periféricos, criando gigantesca n1assa de desempregado s e se seus recursos naturais e diante de uma crise energética
apocalíptico ge11ocídio. Ao mes1110 tempo, fecl1a1n suas fro11tei­ i11so lúve l, as IJOtências econôn1icas precisam das terras tropi­
ras e ressuscitam o racismo e o nazismo. cais do Terceiro Mun do. daí a "lei das patenles", a ameaça sobre
Quanto ao Brasil, de capital escasso e mão-de-obra abun­ a Ama zôni a brasileira, sobre as nossas empresas de economia
dante, fica evidente a irracionalidade desse índice qL1e visa o 1nista estratégicas e as intervenções militares que vêm ocorre11-
desemprego, a título de aumento de con1petitividade, esquecido do em oulras partes.
que o objetivo do Estado é assegurar o Bem Comum . A conclu são do livro é u m 11ino de fé e de confiança nos
Bautista Vidal explica a origem das duas dívidas, a externa destinos do Brasil. Se esses maus brasileiros que conduzem
e a interna. A primeira, coroa de louros do senl1or Si1nonse11, nosso destino 11á tanto tempo não conseguiram ainda destruí-lo,
e a segunda, do senhor Delfim. Após 11avermos pago, entre 82 é a mell1or prova de que a existência de um Projeto fundame11-
e 92, cerca de 130 bill1ões de dólares pelo serviço da dívida tado na poderosa Vontade Nacional poderá fazer do Brasil a
externa, pelos danosos acordos assinados por Fernando Henri­ grande n ação do sécL1lo XXI.
que Cardoso e em m á hora apro\1ados pelo Senado, pagaremos Se a Cl1i11a e a India, co1n tantos fatores adversos, conse-
,

ainda mais 1 8 milhões de dólares anuais, durante trinta anos... guem levar avante um Projeto de Nação, é evidente que, mercê
Quanto à segunda, impatrioticamente dolarizada pelo governo de Deus, quando o povo brasileiro, em todas suas camadas,
Itamar para criar o real, os juros a sere1n pagos, em "rolamen­ empresários co1npro1netidos co111 os destinos nacionais, a classe
tos de curto prazo, inviabilizarão o Plano Real ou qualquer
" média e, muito especialmente, a juventude lerem e compreen­
outro que venha a sucedê-lo. derem o livro do professor Bautista Vidal, certamente defende­
Bautista Vídal deixa evidente e claro que o Brasil transfor­ rão a qualqu er preço a marcl1a que leva o imbatível PROJETO
mou-se em refém do sistema financeiro internacional e, inter­ NACIONAL, em prol do Brasil.
namente, dos bancos privados, cuja participação já é de 17% do Setembro de 1994

PIB, ultrapassando de 1nuito os usuais 5% nos países ricos. General de Exército Antonio

Explica ainda por que não há recursos para pro111over o Carlos de Andrada Serpa

necessário reaparelhamento das Forças Armadas, essencial


para a defesa da Amazônia ameaçada; para pagamento dos
justos salários de civis e militares e, be1n assim, para a saúde e
educação do povo. Quantia crescente do Orçamento da União,

17
16
1

Capítulo 1

40 ANOS DE P DOXOS E
CONTRADIÇOES
-

UM DEPOIMENTO


1. INTRODUÇÃO

Nos últimos 40 anos, desde o inicio do gover110 de Juscelino


Kubitscl1eck alé os dias atuais, compreendendo os 30 a11os do
regime 111ilitar e o que se denominou abertura "democrática",
0 Brasil sofreu profundas transformações. Neles vivemos a era
desenvolvimentista de Juscelino em que foi implantado o
modelo de crescimento econômico dependente e a tentativa de
reformas de base de Jango. Vivemos também o neoliberalismo
1najs escancarado da fase Collor que, de uma ma11eira ou outra,
persiste com l ta mar Franco. Tivemos também a fase anódina,
desagregadora de Sarney, autotitulada "Nova República". Sem
nenhuma dúvida, apesar da enorme diversidade de enfoques
políticos de suas diferentes fases, há algo em comum em todo
esse período.
Esse algo em comum é o afastamento cada vez mais intenso
de um projeto de Nação para o Brasil - de um Projeto Nacional
que ví11hamos construindo desde o início da década dos anos
20. Foi exceção nesse afastamento o breve interregno do
-

governo de João Goulart Dominado pelo peleguismo sindical,


constituiu-se em tentativa frustrada de voltar a dar prossegui­
mento a esse projeto, por não reunir condições nem djspor de
estratégias eficazes para enfrentar as forças antinacionais.
Na realidade, o modelo de crescimento econôn:úco depen­
dente i11augurou este período que já se estende por 40 anos de
internacionalização da economia brasileira e que teria seu
fecho com a dita inserção no Primeiro Mundo, a globalização
econômica e o fim da nossa História, para usar os chavões
neoliberais. O que se tem verificado, porém, é o aumento da
miséria de nosso povo e das dificuldades para levar avante
nosso projeto de nação e, desde 1979, o desmonte institucional
e ético do Estado brasileiro.

21
Não é fácil, no enta11to, ide11tificar o elo comu1n ao lo11go desse ponto de ter sido 0 q �e . mais ava11ç�u no período e 0 primeiro
periodo, se não for escoll1ido como base de análise um seLor seto r do Estado bras1le1ro a ser obJeto de desmonte, iniciado
sensível e estratégico do mundo contemporâneo em que as no último governo militar.
características de dependência e, co�o co.nseqt.iê11cia, de subjuga.
_ _
ev1denc1adas . A guisa de depoimenlo, esco ­
ção fiquem facilmente
lhemos o setor tecnológico, por ser o que melhor conhecemos e 2. A GERAÇÃO UNIVERSl'l'ÁRIA DOS ANOS 50. OS
o que reúne, a nosso entender, essas caracteríslicas. CIENTISTAS, O CENTRO BRASILEffiO DE
É 11ecessário ainda aproft1ndar essa análise na fase do PESQUIS AS FISICAS E A UNIVERSIDADE DE

regime militar, tendo em vista os paradoxos e as co11tradições STANF ORD. O MODELO DA UNIVERSIDADE DE
enb·e a tradição nacionalista dos militares e a natureza entre­ B RASÍLIA
guista do regime. A complexidade dos acontecimentos dessa
fase de envolvimento dos nacionais em questões ideológicas da Em março/abril de 1964, co111 29 anos de idade, dirigíamos
"guerra fria", que no fundo refletia1n os interesses das duas o Departamenlo de Física do lnslituto de Maten1ática e Física
superpotências, perturba sobremaneira a identificação do que e ensinávamos Física na Escola de Engenharia da Universidade
interessa para o Brasil. Por isso, foi e\1itado neste livro 0 Federal da Bahia - UFBA. Havíamos regressaclo, no segundo
envolvimento com essas questões ideológicas que dividiram a se1nestre de 1963, de L11n longo J)eríodo 11os EUA, em programa
sociedade brasileira e dificultaram, se não impediram, o pros­ de pós-graduação (doutorado), na Universidade de Stanford."
seguimento do Projeto que vinl1a sendo construído desde os Para nossa desvantagem, en1 todo o período de graduação
anos 20. e pós-graduação 11ão tivemos participação efetiva em política
Acreditamos não haver decorrido tempo suficiente para estudantil, embora vísse111os com simpatia quem dela participa­
realizar-se análise isenta e co1npleta sobre o período militar, va. A i11fluência de meus pais, imigranles que Liveram de
embora já se tenl1a1n passado clez anos de seu tér1nino. Feridas enfrentar duras condições iniciais, aspirando dar edL1cação
ainda estão abertas e muitos de seus atores estão vi\1os, sujeitos su1Jerior aos fill1os, talvez explique parcialmente esse caminl10.
às emoções de suas vivências, aos preconceitos ideológicos da Quando ocorreu 64, não fomos diretamente atingidos. O
época e a uma visão dos aconteci1nentos ainda não depurada mesmo i1ão ocorreu co1n alguns auxiliares na Escola de Enge-
pelo tempo. 11l1aria, aos quais procuramos proteger. Jovens como eu luta­
E, entretanto, muito oportuno e necessário que os depoi- vam para construir um Brasil mell1or, não colonizado. Isso era
,

mentos desses atores sejam recoll1idos porque serão sobre eles suficiente para que fossem colocados na categoria de suspeitos
que se recomporão os fatos e escrever-se-á a história. Os IJOr aque les que, oportu11istas1 se aproveitavam da situação. Na
depoimentos são sempre de natureza pessoal, nas circu11stân­ escuridão, todos os gatos são pardos ...
cias vividas, mesmo porque, como afirma José Ortega y Gasset: Pert ence mos a uma geração de jovens estudantes univer­
"O homem é visto de modo amplo e profundo quando conside­ sitários que, muito antes de obter o diploma, já vislumbrávamos
rado no contexto de suas circunstâncias. É do conju11t o das as alternativas de traball10. Cerca de 70% de meus colegas na
ações dos homen s e suas circu11stâncias que se faz a l1istória . Esc ola Politécnica da Universidade Federal da Bahia já estavam
Este depoimento restringe-se ao ca1np o da tecno logia que, com promi ssa do s em trabalhar na PETROBRÁS, em plena
embora amplo , estratégico e decis ivo no jogo do poder 111undial, ex pa ns ão e con1 grandes desafios pela frente. Pessoalmente,
não se localizava no centro dos conf litos de 64. Dep ois, com a op ta mo s po r realizar a pós-graduação em física, não por falta
de tra ba lho , ma s po r aspiração profissional, estando, então, a
evolução do regime, foi-se torn and o mai s e mai s imp orta nte, a

23
energia nuclear em destaque mund ial. Relem bramos esses
N a rnesm a época, pairticipamos intensamentte da Reforma
aspectos com b·isteza ao constatar � que, sen1 qualqu er justi fi­
Univ ersitária e do planejamento dos novos institutos de ciên-
cativa válida, fizeram com o Brasil, lamentan do a falla de . matemática por ela criados e construídos no
c as básic as e
perspectivas de traball10 que 11oje existe para os jo\1e11s, frLito
de um modelo econôn1ico ant ina cio nal .
� in p us ui1iversitário. Con10 se pode verificar, foi um per íodo

No período entre 1964 e 1969 nos dedicam os inlegral men­


�� traball10 frenético, de avanço, que teve como paradigma a
expe riência da Universidade de Brasília . A equipe que na Bahia
te a atividades acadêmicas, objetiva11do criar 11a UFBJ\ ensin o
levou avanle a Reforma fundamentou-se nos princípios que
e pesquisa e1n física avançada. Para isso trouxe1nos d a U11ive r­
norte aram a criação dessa inovadora Universidade, embora ela
sidade de São Paulo brioso grupo de jo\1e11s físicos e enviamos
estive sse, enlão, em processo de esvaziamento. Quando a
outros, recém-formados, para esludos de pós-graduação em
excelente equipe de físicos da UnB pediu demissão, o reitor da
centros mais importantes. Entre eles, 2 9 Lerminaram o dot1to­
UFBA, Miguel Calmon du Pin e Almeida, por nossa indicação,
rado e1n algu111as das melhores universidades do Ociclente .
convidou a equipe para ir para a Bahia. Os professores Tiomno
Simultaneamente, fundamos: o Institu lo de Física , i nstituto e Salmerón lá estiveram para combinarem o deslocamento.
básico da Universidade; o Centro de Computação, com 0 Infelizmente, problemas pessoais impediram a transferência da
primeiro computador, un1 IBM-1 130; o Centro de Pesqui sa e1n equipe.
.

Fracas Radioatividades e o Centro de Ensino de Ciênci as da O fato de a UnB estar sofrendo processo de desmantela­
Bahia - CECIB A -; este último para treinar professores secun­ mento, por complicações com o regime militar, não impediu
dários em ciência s natura is e matem áticas, com os novos que outras universidades a tomassem como modelo, revivendo
métodos de ensino que resultaram da reação do Ocide nte ao 0 que estava sendo destruído. Esse exemplo mostra que o
vitorioso lançan1ento do "sputn ik" pela União Soviéti ca. Mais regime não se constituía em sistema monolítico e que sua ação
de 200 professores foram treina dos, o q u e ocasi onou uma dependia muito da visão dos atores envolvidos.
revolução no ensino das ciênci as, acoll1 ida com grand e entu­
Ainda que alguns setores estivessem envolvidos no jogo
siasmo pela mocid ade, sobre tudo naqu ilo q u e se referisse ao
ideológico da "guerra fria" e, portanto, não necessariamente
conhe cimen to da natur eza. Como decor rênci a, as Feira s de
vinculados aos i n teresses brasileiros, muitos militares com
participação direta en1 64 eram nacionalistas. Não importa,
Ciênc ias proliferaram . Como semp re tem ocorr ido nos casos de
sucesso, o CECI BA foi posteriorm ente desm ontad o .
neste momento, saber das i nte11ções - são coisas do passado -,
Com o objet ivo de darm os voca ção local a o ensin o e à mas considerar os fatos; ou seja, os resultados.
pesq uisa em física, mon tamos, em conv ênio com a PETRO-
O prim eiro governo milita r, no entanto, entregou parcela
BRAS, o Curso de Espe cializ ação e111 Geof ísica , por meio do
,

pond eráve l do pode r a conh ecido agente de interesses externos,


qua l trein amo s os 67 geofísicos des sa emp resa q u e tive ram
o senh or Robe rto Camp os, de tenebrosa história. Essa tendên­
papel i mporta11te na desc ober ta d e petr óleo n a plataforma
cia torno u-se quas e uma constante nos governos que deram
con tine ntal e, mai s tarde, em mar pro fun do. Até entã o os
pro sseg uim e nto ao regi me, com Delfi1n Netto, Mário Simonsen,
serviços de geofísica da emp resa era1n rea liza dos por firm as
Rei s Vel oso ent re outros· e o 1nesmo ocorreu na chamada fase
estrangeiras. Pos ter jor me nte , ess e cur so tra nsf orm ou- se em
de abe rtu r � i
com Fra nc sco Dornelles, Maílson da Nóbrega,
centro de pós-graduação e pes qui sa e m geo fís ica , o ma is
importa1nte do l-Ie1nisfério Sul , com con trib uiç ões n o des env ol­

Zé lia Ca rd o o de Me llo , Marcílio Marques Moreira e Fernando
1-Ienrique Cardoso, perdurando até hoje.
vim ent o de no vos mé tod os de pro spe cçã d e pet ról eo n o elos
o O u seja, os tec11ocratas foram levados ao ?ºder �
co nti nen te. oonal
m i lit ar e s. En ra íza ram-se nele e hoje dominam a vida na

24 25
inte resses de seu povo, não aceitando ideologias de qualquer
pela ditadura financeira, que destrói o econômico e o social os
nação, nã o era cogitada .
sem qualquer vinculação com a realidade do País e se � dos lad os da do mi
compromisso com a Nação, nem com nossa cultura. Qua11do ocorreu 64, alguns desses cientistas foram presos
Livera n1 de responder a inquéritos policial-militares, outr os
Diplom ado em engenl1 aria e antes de seguir para Stanford e
realizamos, nos anos 1959/61, trabalhos de pesquisas e1n físic � fora m para o exlerior. para algt111s dos principais países capita­
no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - CBPF, sob a listas . onde foram muito bem recebidos . Sucedia, entretanto,
orientação do cientista austríaco Cuido Becl<. Esse Centro que algu11 s inqLtiridores, entre aqueles de maior visão, termina­
reunia um grupo extraor dinário d e físicos brasilei ros de n ível vam se identificand o com o idealismo patriótico dos acusados '

internacional, como Cézar Lattes, Jayme Tio1nno, José Leite admirando sua coragem e sua dignid ade; terminavam os inqué-
Lopes, entre vários outros, todos i1nbuído s do ideal patrióti co ritos co11gra tuland o-se com os supostos "comu11istas". Não
de dar ao Brasil um n ível científico compará\1el aos melhores esque ça111os. no entan to, que o ambie nte estava envenenado e
do mundo. que, co1110 a história ensi11a, o lado sórdido das sociedades em
Esses cientistas, concei tuados interna cionalm ente, sofriam tais circun stânci a s procL1ra tirar vanlage11s pela \1ia da subser­
restrições por pa1te de dirigent es ditos conservadores que nada vi ên ci a e d a de la çã o.
conservaram salvo o q u e era contra nosso futuro, nossa gente, Foi a convivê11cia com esse grupo excepcional de cientistas
nossa cultura . Fascina dos por tudo o q u e \1en1 d o 111undo qt1e come çou a despe rtar nossa atenção para o jogo em que
hegemô nico, ignoram e desprezam o que é nosso . Mais do que certos países se atribu e1n o papel de do1ni11ar outros, contando
conservadores, são principal mente desltrmbr ados e servis . Não para isso com a coni vênc ia de nativos servis. sem amor à sua
admitem entre os brasileiros os que igualam e até superam seus terra. Esse ente ndim ento foi apro fund ado em Stanford, cujo
equivale ntes nos países ricos. Assim, consider am nossos melho­ Depa rtam ento d e Física estava diretame11te envolvido nos
res cientistas, por serem homens indepen dentes, admirad os e fund amen tos científicos de algum as das princ ipais armas da
respeita dos em toda parte, como homens d e "esquer da", haven­ "gue rra fria" . Wolfgang Panovsl<y, uma espécie de ministro de
do nisso uma conotação pejorativa que nas circunst âncias da assu ntos n u clear es do pres ident e l\enn edy, era nosso }Jrofes­
época era mais perigosa: a de serem comunistas. sor, assi1 n com o três prêm ios Nobe l .

Esses cientist as eram cidadão s brasilei ros q u e tinham Vivi a-se n o Dep arta n1en to q uestões centrais do poder mun ­
trabalJ1 ado em organizações de elevado ]Jrestígio interna cional dial . Nas prox i1nid ade s de Stan ford, estavam localizados impor­
tipo Institu to d e Estudo s Avança dos d e Prince ton, e na � tantes centros industrial-tecnológicos com implicações mili tares
dire tas . E m torn o à Univ ersi dad e, estava-se mon tand o o que
melhor es t1niver sidade s do mt111do . Algun s co1n seus nomes
i nscritos na 11istór ia da Ciênc ia. N a verdad e, são indiví duos dep ois veio cha mar-se o "va le do silíc io", que liderou a revolu­
altam ente capac itados , profun damen te compr orneti dos com o ção mundial e m i n formática.
futuro d o Brasil , q u e não se subor dinam à menta lidade colon ial Era 1n no sso s col ega s da Un iversidade os que , com o
da classe dirige nte brasile ira Por tudo isso, eram consid erado s sup ort e ess enc ial d e gra nde s programas do governo americano
e
inimig os do poder q u e 11os strbjuga e, como conse qüênc ia, (nu cle ar, esp ac ial , d e mí sse is etc . ), co me çava1n a montar ess
do
comu nistas, na termi nolog ia típica da ''guer ra fria": ou se sof ist ica do pa rqu e i n dustrial e de serviços. Hoje. o Vale
hões
subor dinav am a trm dos lados da bipol arida de, ou eram classi ­ Sil íci o representa u m faturarnento anual de cerca de cem bil
ficados como perte ncent es ao lado opos to. Não havia meio d e dól are s .
termo. A hipót ese de estar em comp rome tidos com a cultu ra e ca de St an fo rd ci rc ul av am . no
P el o D ep ar ta m en to de Físi .al .
m un di
in íc io da dé ca da do s 60 , fig ur as ce nt ra is do poder

27
'

Respirava-se a 1nesma atmosfera de se11timento nacional que aq ue le qu e participou ativamentte dessa campanl1a patriótica
tínhamos vivido no CBPF, no Rio, embora, como era nalural ve io a sofrer posteriormente perseguições da "direita", identi­
nas circunstâncias, com forte polaridade ideológica. No entan­ ficada com o regime militar.
to, lá, nenhum cientista foi jamais co11siderado inimigo por ter O ma is, paradoxal é que foi no período mi litar que a
o senti1nento nacional aguçado; ao contrário. eles era111 reve­ PETRO BRAS teve a sua estrutura integrada e consolidada,
renciados como heróis da luta contra o comunismo que, na cria ndo os parques pelroquímicos e de fertilizantes, descobrin­
visão deles, era o inimigo. do imp ortantes reservas e principalmente adquirindo a compe­
Essa constatação põe em e\1idência que as coisas ocorrem tência nec essá ria para enfrentar as descobertas da plataforma
de modo difere11te nas colônias e nas metrópoles. E, todos os con tine ntal e do mar profundo, neste caso transformando-se
que vivemos essas circunstâncias e que por molivos culturais em detentora da melhor tecnologia mundial.
e espirituais não estávamos "deslumbrados" com os EUA, Ade tnais , a política de substituição de impo rtações, que
revigoramos nosso patriotismo, a que éramos i11duzidos até tomo u corpo no período, permitiu amplo desenvolvimento da
pelo próprio exemplo. Somos antes de tudo brasileiros e temos indúst ria nacion al, especialmente nos setores de bens de capi­
de honrar essa condição, não somente como uma questão de tal, insumo s básicos e energia. Igualmente, foi no período
dignidade pessoal e de compro1nisso com nossos fill1os, mas militar que as empresas de economia mista básicas e estratégi­
acjma de tudo por i mperativo existencial. cas ocuparam espaços econômicos importantes. De outra ma­
neira teriam caído em mãos de corporações transnacionais ou
não teriam desempenl1ado o papel que delas se esperava dentro

3. PARAD OXO ENTRE O NACIONALISMO DOS


de u m Projeto Nacional.

MILITARES BRAS II.EIROS E O ENTREGUISMO DO Foi nesse período, graças ao presidente Geisel, que o Brasil
REGIME. IMPLANTAÇÃO E DERROCADA DOS rompeu os acordos militar e nuclear com os EUA, o que
REGIMES MILITARES NA AMÉRICA IBÉRICA permitiu amplo desenvolvimento industrial, especialmente em
áreas sensíveis, algumas delas posteriormente desmanteladas
com o avanço do neoliberalismo. O acordo militar de 1952
Portudo isso, é necessário que entendamos, d e uma vez �

resultou de pressão norte-americana sobre Getúlio Vargas na


p or todas, a questão que está no âmago do paradoxo entre o
fase de seu governo constitucional, com o protesto do general
nacionalismo dos militares brasileiros e o entreguisn10 do Estillac Leal. O cumpri 1nento desse acordo imobiliz ou durante
regime militar de 64. Não sendo exclusivo dos militares, esse longo períod o o desenv olvime nto industrial brasileiro em seto­
conflito permeia a sociedade brasileira como um todo. Há res essen ciais à comp etição e à autonomia tecnológica. O poder
muitas evidências a mostrar q u e os majs perseguidos durante nucle ar estava defin ido desd e quan do os norte-americanos
o regime militar, sempre devido a o clima da "guerra fria", foram lançara111 as dua s bom bas atômicas sobre o Japão. A ruptura
os nacionalistas, inclusive dentro da própria corporação. do acor do com os EUA , nessa área, também libertou nosso País
A biporalidade entre o comurtismo materialista e o capita­ d a cam isa de força en1 que se enc ontrava. O programa nuclear
lismo consumista, també 1n materialista, colocava todo aquele com a Rep (1b lica Federal da Ale ma nha , que essa ruptura
que não servia aos interesses do Tio Sam como estando do pos sib ilit ou, não dei xou de ser um ato de soberania. Infelizmen­
te, po rém , se gu iu a no rm a do mo de lo econômico d.ep�ndente
outro lado, mesmo que fosse um fervoroso católico. Era como
do po11to d e vis ta tecnológico, o qu e veio a constituir-se , e �
se a evolução autônoma do Brasil correspondesse a um perigo, pess1·
op çã o en ergé tic a eq uiv oc ad a e alienai1te e, também, em
a uma possibilidade d e bandear-se para o lado oposto. A .
mo n e goci o .
,

campanha de "O petróleo é nosso" é um exemplo claro. Todo

29
2H

Foi, entretanto, no mesmo período que se autorizaram os


"contratos de risco", em afronta ao monopólio eslalal do planeta) para um grupo de corporações transnacionais, por
petróleo, posteriormente rejeitados pela Constituição de 1 988. meio da chamada Lei das Patentes.
Começou a implantar-se, contudo, no mesmo dia, o modelo As pretendidas mudanças constitucionais e essa lei, natu­
energético independente, com fontes renováveis nacionais, além ralmenle, definem um quadro assustador, pois. além de retirar
insb�mentos cruciais de ação do Estado, promovem a perda
de patrimônios essenciais à nacionalidade. E, como sabemos,
de um parque produtivo de bens de capital, com empresas de
capital brasileiro . A independência de uma nação somente pode
ser alcançada quando ela sabe fazer suas próprias máquinas, ou não exisle Pátria sem patrimônio.
seja, dispõe de uma indústria de bens de capital própria. Esses Reportando-nos ao período militar e mais especificamente
exemplos mostram que existiu, portanto, forte dicotomia de poder ao final de seu penúlti1110 governo, é digna de lembrança a
dentro do regime, que pron1oveu paradoxais resultados. fan1osa frase de J-Ienry Kissinger: "Não ad1nitiren1os um outro
,

Japão ao sul do Equador", em clara referência ao Brasil. A


E sintomático que a derrocada dos regimes militares na
partir daí, e ai11da no último governo militar, começou o
América Ibérica ocorresse de modo quase simultâneo, como se
})rocesso de descrédito e desmonte do Eslado - l1aja vista o
fizesse parte de u m mesmo processo (Argentina, Brasil, Chile
Projeto II com 45 bancos americanos. Teve sua culminância no
etc.). Os 1novimentos que anteriormente deram o rigen1 a tais
governo Collor e prossegue, como se nada de muilo grave
regimes também se deram com a mesma característica. E, em
estivesse ocorrendo, no governo Itamar Franco.
todos os casos, tanto na implantação como n o declínio, ocorre­
Essas evidências nos levam à necessidade de aprofundar a
ram com a participação, para não dizer a intervenção, direta
questão da responsab ilidade co11stituc ional dos militares face
à soberania nacional. A visão de que lhes cabe exclusivamente
n o rte-americana. E m alguns casos .. de modo ostensivo. Por
outro lado, a abertura, a "democratização", veio associada à
preservar as fronteiras e a defesa do Lerritório de agressões
1nilitares externas não corresponde mais à realidade do mundo
intensificação de devastador processo neoliberal, que: destruiu
o parque industrial argentino; fez o Cl1ile voltar ao século XIX
contemporâneo. Hoje, a guerra se processa nos campos econô�
e está desmo11tando, desestruturando o 11osso parque produti­
mico-financeiro, tecnológico, ambiental, 111oral e. especial1nen­
\10. N o caso brasileiro, n o entanto, sempre houve e continua
te, nos n1eios de comunicação de massa.
havendo resistê11cia. A oposição ao avanço neoliberal ficou
EnqL1anto a 111aioria dos militares ten1 posição nacionalista,
o regime militar de 64 , com i l l1as de exceção, segL1iu política
olaro n o caso da ilegítima revisão constitucional que, feliz1nen­
te, foi interrompida, graças a essa resistência. Ela visava tra11s­
entreguista, ao contrário do regime militar getulista. I-lá, por­
ferir para o conb-ole externo nossos grandes patrimônios
tanto, que com1)reender as razões desse paradoxo, resultante,
naturais, minerais e energéticos, e as empresas de econoinia
em parte, da "guerra fria" e, co1110 conseqüência, do te111or ao
mista estratégicas, instrumentos essenciais ao nosso desen\101-
comunismo. O argumento de que o cornunismo é materialista
vimen to, além de pretender o controle das comunicações e do
e anticristão, colidindo com nossa cultura, não tem fundamen­
petróleo, pela ruptura dos respecti\1os monopólios estatais.
to, pois o capitalis mo consu1nista é também materia lista e
Como se fosse pouco, ainda queriam descaracterizar, por anticristão. Evidentem ente, nem todos os militares são nacio­
alteração constitucional, a conceituação vernacular e j u rídica nalistas. Podemo s distingu ir aqueles que adotan1 posição exclu­
d e empresa nacional. Tudo isso acompanhado do estabeleci­ s i v a m e n t e p r o fiss i o n a l , c o m o se i s s o fosse possív el,
mento d e reserva d e mercado monopólica sobre nosso excep­ especi alment e no contexto da "guerra fria11• O u que pudess em
cional pati-imônio genético (avaliado em 90% do patrimô11io do abrir mão de seus comp romis sos const itucio nais de cidad ania
quan do está e m jogo a sobe rania nacio nal, pode ndo, deste

31
30
I

modo, serem usados passivamente como instrumentos de inte­


resses antinacionais. 1-Iá evidentemente os que, embora em exclusiva do período mil itar, tendo ocorrido antes e dep ois
nítida minoria, seguem, claramente, a defesa de i11teresses desse período.
hegemônicos, em detrimento de 11ossa soberania. O regime mili tar, entretanto, não implantou um modelo
econômico novo, 1nas apenas exacerbou o modelo dep end ente
Por tudo isso, 1nerece111 destaqL1e os n1ilitares da li11l1a
existente desde a era Jusc elino . Abriu-se, deste mod o, o merca­
nacionalista que tiveram papel importante em todo o período
do brasileiro a grandes corporações transnacionais que aqui se
como intransigentes defensores de 11ossos interesses, em um
implantaran1 com elevado protecionismo e concessões de imen ­
regime que, sendo militar. tinha forte compo11ente entreguisla.
sas benesses: subsídios, incentivos de toda ordem e garantia de
Muitos deles pagaram com o preço de suas carreiras a palriólica
rigorosa reserva de mercado. Essas corporações se instalaram
atitude que adotaram.
e cresceram, ocupando estrategicamente as áreas dinâ mica s de
Ao confundir tudo aquilo que não fosse capitalismo a nossa economia, praticamente à custa de poupança inter na. A
serviço dos EUA co1n desvio à esquerda, pern1itiu-se descarac­ proteção que lhes foi dada jamais alca11çou idêntica proporção
terizar, nos países dependentes, o que são suas necessidades, quan do se tratava de setores em que empresas de capit al
interesses, aspirações e cultura. Assim ocorrendo, a procura nacio nal eram predo minan tes. Isso foi evide nte com os setores
dos caminhos nacionais e as ações que objetivam construí-los automobilístico, elétrico-eletrônico ele.
entram em confronto com a orientação ideológica de servir à A primeira vez que se criou Lim protec ionism o intern o foi

(
metrópole hegemônica. As classes di rigentes desses países, no caso ele um subsetor da informática - o de minico mputado­
formadas nessa ideologia/ excluem todos aqueles que não res -, e todos conhecemos a reação contrá ria a que deu origem ,
seguem a mesma cartilha. promovida por tartufos nativos. Onde, porém, o modelo esta­
beleceu processo perverso e suicida para nossa autonom ia foi

Quando os militares - com o apoio político dos EUA -


tomaram o poder em 1964, rompendo a ordem constitucional , no campo tecnológico, definindo-o como dependente d e corpo­
diai'1te da montada desordem do governo Goulart, entregaram rações ligadas à 11ações hegemônicas. Isso era colocado para a
parcela do poder real, já no primeiro governo, a preposto dos população sob o falacioso chamariz do slogan eleitoreiro:
america nos de pouco ou nen,hum escrúpu lo, o senhor Roberto "Crescer cinqüenta anos em cinco". Infelizmente, Juscelino
Campos. Como vimos - ele e o que ele representa - , encami­ Kubitschek somente veio a dar-se conta dos aspectos negativos
nhou a indicação de seus sucessores que vêm aL1mentando, dessa opção qua11do já ti11ha deixado o governo. Tentou voltar
desde então, esse poder. \)ara corrigi-los, inas não ll1e foi permitido.

Assim, os principais marcos institucionais da dependência


- o Tratado de Bretton Woods, em 1 944, e o "Modelo" de
4. A REVOLTA ESTUDANTIL DE 1968. A 1ª
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E
Crescimento Econômico Dependente, da era Juscelino - tinham
agora agentes credenci ados comanda ndo a máquina governa­
TECNOLOGIA E O CEPED. A SBPC E A CAPES. O
PÓLO PETROOUÍMICO DE CAMAÇARI
mental. Alto funcionário do governo norte-americano chegou
a afirmar que o Brasil era uma nação muito importan te para
ser controlada d e longe, como o fez o 1nercantilismo inglês no
século XIX. Era necessár io, portanto , ler colabora dores em Em 1968, como diretor do Instituto de Física da UFBA,
estratégicos postos govern amenta is, ou seja, agente s d o JJró­ vivemos a revolta estudantil de âmbito mundial. O Instituto foi
ocupado pelos estudantes que lá se estabeleceram por u m
prio poder hegemónico. Evidentemente, essa tática não é
longo período. Só u m pequeno grupo d e professores era aceito

33
0
pelos estudantes, enb·e os quai s o diretor. Depo is clisso veio
trágico Ato I11stitL1cional n2 5. sua reunião anu�I. Tivemos a respomsabilidade local de coorde-

Em 1 969 . fom os designado membro titu lar do Co nse ll1o


11ar a reunião, co111 mais de três mil participantes de fora do
EsLado, enquanto a rede 11oteleira não dispunha enlão de
Deliberativo da Coordenação do A1Jerfeiç oam enlo do Pessoal
c1u1nl1enlas aco111odações. A sociedade baiana foi generosa em
de Ensino Superior (CA PES ), órgão prin cipa l da promoção da
acoll1er o excede11Le em suas residências, conventos e escolas .
pós-graduação nas uni \1ersidades bra sile iras . Desse Con selh o
Não preciso dizer que o mundo científico, na sua habitual
fazi am parte cinc o reitores e pes quisadores de reconl1ecida
irreverê11cia, 11ão poupou a natureza do regime . Isso não
i ndependê11cia. A CAP ES, insl itujç ão fLtndada por Aní sio
Tei­ i111pediu que seus Lrabal11os fossem encerrados serenamente
xeira, foi a grande responsável pelo aperfeiçoa me 11to do corpo
J)elo Gover11ador do Estado.
docente de nossas universidades e pela eslruturação dos seu
s Nessa fase, eslava inicia11do a implantação do Pólo Petro­
cursos de pós-grad uaçào.
químico de Camaçari, 11a Bahia, com a elaboração dos estudos
Depois vieram, com mais recursos, o CN Pq e o FUN TE C
11ecessários pelo grupo de Rômulo Almeida. Tive1nos, então, os
do Ba1 1co Nac iona l de Des env olvi n1e nlo Eco nôm ico ( B N D primeiros contactos com industriais, nacio11ais e estrangeiros.
E).
Com esses instrumentos conseguiu-se montar, e m te111po rec Para poder planejar a ação da Secretaria, farmamos um grupo
or­
de, um exte11so programa de pós-graduação . Nã o hav ia falt de ex-alunos para estudar as potencialidades do Estado e
a de
recursos financeiros para esse fim. O Consell10 da CAPES,
que levantar suas prioridades. Identificamos que cerca de 80%, d�
ma nti nha o comando da instituição, não aceitava intronlissã seu potencial industrial estava relacionado aos setores qu1m1-
o da
Diretoria de En sino Superior, a qu em supostamente co-petroquímico e meLal(1rgico e, no campo social. ao setor de
estaria
subordinada1 nem de qua lqu er outra origem. Em várias aliment os tropicais, especialmente frulas. Para esse fim plan�­
ocasiões
en frentamos, vigorosa1nente, te11tativas de int ervenção
exb·a-Con­ ja111os o Centro de PesqL1isas e Dese11vo lviment o da al1ia �
seU10, mu itas delas supostamente em nome do regime. (CEPEO), que atuaria basican1ente nessas areas, de vocaç� o do
Ain da e m 19 69 fomos designado, pe lo Governador Estado. No campo da n1etalurgia, dedicou-se ao desenvolvimen­
to do projeto tecnológico-industrial da Caraíba Metais .º \E �f:
Lu ís
Via na Fil ho , Secretário de Ciê nc ia e Te cn olo gia da D
Ba hia , a
.

pr imeira Secretaria de Es tad o dessa na tur ez a n transfor1nou-se rapidai11 ente na mais i1nporta11te i11sbtuiçao
o País. No ssa
reação ini cia l foi de cli na r do co nv ite , po rq ue co nacional com coinpetência internacional nesse setor. N o campo
ns ide rá va mo s
im possí ve l lev ar av an te tal 1ni ssã o n o contexto petroquímica, a grande vocação do Estado, o objetivo do CEPED,
po lít ico . Ma 11i­ Camaça . era
r1,
com a i111plant ação do Pólo Petroqu ímica de
festa mo s Iea lrn en te es sa po siç ão ao governador. .
Su a re aç ão foi
im ed iat a: ''Você está se referindo à po lil ica ll1a capacitar-se para enfrentar com os pró1)rios mei?s a pre�1 �ta
e não à po lít ica .
S e nã o tiv es se co nd içõ es de criar essa Se expansão do Pólo e, então, libertar-se da dependência teci1ologica
cr et ar ia ise nt a de
externa. Não se esperava, poréin. a forte rejeição dos sócios
po lit ica lha , eu nã o a criaria. Foi pr ec isa me nt
e por iss o qL 1e o estrangeiros - sen1pre 111inoritários i10 caso petroqu1m1co - ao
' .

cI1 am ei para oc up á- la. " Era a primeira ve z


qu e o en co nt ra va , o desenvolvi111ento tecnológico autônomo.
qu e oc or re u no sa gu ão do Co pa ca ba na Pa
Vi an a Fi lh o cu m pr iu rig or os am en te su a pa lav
lac e, no Ri o. Lu ís
?
Nos pacotes tecnológicos que comp õem o P lo existi.aro
ra . Os e q u ívo co s
qu e ev en tu alrn en te te 11J 1a mo s co me tid o, co vário s contratos com cláus ula de sigilo por temp o indetermina­
do. O u seja, o co11trolador exter110 da tec11o logia sempre terá a
1n o Se cr et ár io , sã o
da no ss a ex clu siv a re sp on sa bil id ad e.
últim a palavra. Esse era o moti\10 da rejeição do sócio externo
Ac um ul áv am os as funções de Se cr el ár io
de Es ta do co m a mino ritár io que, detendo a tecno logia , te111 o contr ole da
de Se cr el ár io Re gi o1 1a l da So cie da de
Br as ile ira para o Progres­ emp resa , qual quer qLte seja sua parlicipação acionária. Pass a-
1 97 0, se re aJ iz oL t na Ba hi a
so da Ci ên ci a (S BP C) qu an do , em

'j 35
1
ram-se 23 anos desde a criação do CEPED e seL1 principal
objetivo, que seria sua natural vocação petroquímica, não pôde corporações. TamlDém essas corporações não teriam qualquer
ser levado avante. motivação para associar-se com o capital privado nacional, se
esse não eslivesse já ocupando uma parte do mercado nacional
A expansão do Pólo, quando sucedeu, se deu com cuslos
do selar. Nesle último caso. em se dando a associação, a
tecnológicos relativos muito superiores aos clispendidos em sua
experiência Lem den1onstrado que a motivação maior é procu­
fase de instalação. E a dependência tecnológica decorrente da
rar, posleriormente, expelir o capital nacio11al do mercado. Daí
imprudência de como se negociaram - ou não se negociaram
a presença da PETROBRÁS, via PETROQUISA. O modelo,
- os pacotes tecnológicos externos somente fez crescer, arn­
entretanto, se mostrou mais frágil do que se esperava, por causa
plian do-se consideravelmente com a expansão . Com esse exem­
da componente tecnológica, sempre dominada pelo lado exter-
plo fica evidente qL1e de pouco vale o controle acionário se 11ão
no.
se tem o controle do processo tec110Jógico. "'

Nas circunstâncias atuais, com os efeitos devastadores do


neoliberalisn10, profu11da e longa recessão e o esvazian1ento do
Neste caso o capital nacional se1npre foi majoritário - em
média, um terço privado e um terço público (via PETROQUISA, Estado em seu papel regulador e defensor dos interesses do
subsidiária da PETROBRÁ S). Com um terço de capital estran­ País, a situação elas empresas de capital nacional melhorou ou
geiro, formava o modelo c11amado Tripa1�tite, que trouxe gran­ piorou substancialmente? Acaso mell1orou a ponlo de po er �
des espera11ças em termos de autonomia. Posteriormente, clispensar sua aliada nacional, o peso-pesado PETROBRAS,
comprovou-se ser inadequado, pois o controle tecnológico. que fornecedora de 111atéria-1Jrima subsidiada e única capaz de
é decisivo, ficou en1 1nãos estrangeiras; ou seja, fora esquecido deset1volver no País um poder lecnológico próprio? I-Iá muitos
como instrumento essencial de controle. Dai a rejeição dos aspectos que estão mal contados 11a lriste l1istória das .. privati­
sócios estrangeiros à existência, no Pólo, de um centro tecno­ zações"! No final dessas espúrias operações, ''erdadeiras enb·e­
lógico cujo objetivo era precisamente dar autonomia aos acio­ gas crimi11osas de instrumentos estratégicos nacionais, o que
nistas majoritários. Essa experiência vivida deveria servir de resultar convergirá para a formação de oligopólios e monopó­
alerta para certos incautos - ou muito sabidos - q u e pretende1n lios privados, provavelmente de controle externo, qualquer que
flexibilizar ou promover parcerias sobre o monopólio estatal do seja a atual composição acionária.
pgtróleo. Desfeito na prática o monopólio, via parceria, é mais Nessas condições, a 11ipótese de autonomia tecnológica
fácil para o sócio minonitário estrangeiro, nas circunstâncias para grL1pos de capital nacional fica praticamente inviabilizada.
impostas pelo modelo depe11dente, ter o controle das reservas
,
Ela é, ademais, condição essencial JJara o poder de competição,
petrolíferas brasileiras. E uma maneira de, desnecessariamente, interno ou externo. Falar em inserção na economia mundial, ,

abrir ama perigosa brecha n o monopólio co11stitL1cional. sem essa con1petência, é não saber de que se eslá falando. E
Com o. esvaziamento da PETROQ UISA , em vias de cons u­ coisa de "contador" ignorante ou e1npresário lipo PC Farias,
mar-se, pela transferên cia de sua part icipa ção acio 11ária para nunca de industrial ou produtor sério. O senhor Roberto
grup os priv ados , desm onta-se u m dos seto res mais fortes d e Campos, e seguidores, sempre propugnaram a inata incompe­
cap ital nac iona l, pre cisa men te pela pre sen ça da PET ROB RÁS tência dos brasileiros, por definição, especialmente no campo
com o sóc ia de emp res as priv ada s nac ion ais, em ass ocia ção com tecnológico, sobre o qual aquele senhor desfruta de absoluta
ignorância, se considerarmos o que escreve e o que diz. Essa
pod ero sas corporações estrangeiras. O cur ios o é q u e o Mo del o
monstruosidade, que nos classifica como raça inferior, não é,
Tri par tite tin l1a por objetivo gar ant ir, sem gra nde s risc os, a
evidentemente, somente fruto de seu calamitoso despreparo
pa rtic ipa çã o do cap ita l pri va do bra sile iro na pe tro qu ím ica po is
, nessas questões.
ess e ca pit al nã o tin ha co nd içõ es d e en fre nta r soz
i n h o es sa s

37
36
O Programa Na cio nal de Desestatizaçào (PN D), do mo do
com o está sen do exe cut ado , represe11ta um crim e co11lra o País
no BNDE, que conb·1buiu com grande aporte de recursos para
e a dilapidaçào de i1nenso pab iJn ôni o acu 1nu lad o en1 ineio
essa área, 1nuito SlJperior aos da CAPES e do CNPq. A visão de
séc ulo de sacrifícios do povo bra sile iro. A privalização de
Brasil de seu criador, Pelúcio Ferreira. era nacionalista. na
emp resa s de eco nom ia misla, básicas e estratégicas, não pode-
1ia pre scin dir de um a profunda dis cus são sob re o pap el do linha de Celso Furtado. De\1ido ao volume de recursos novos
Estado na eco nom ia. Afi nal , trata-se de um pat rim ôni o púb lico que trouxe para o campo científico. tJ�aJ1sformou-se � m uma
qu e jam ais poderia ser sub 1ne tid o a fJrocesso dessa nal ure za. es )écie
1 de mece11as da ciê11cia brasileira . Elaborar:i os JUnl�s o
Esses em pre end ime nto s sur gir am co1no peças cru cia is de L11n pri111eiro e o segL1ndo Plano Básico de Descnvolv1n1e11to c1e � ­
.
Projeto Nac ion al de des env olv ime nto que nos levou à pos ição tífico e Tecnológico, ainda antes das divergências conce1tua1s
de oitava eco nom ia mu nd ial. Com as privatizações rea liza das que passamos a ter sobre o desenvol,1imento tecnol? gico. Nessa
e a.s qu e ain da se pre ten de rea liza r, o qu e sub sis te de sse época foi ativada a FINEP e criado o Fundo Nacional par� o
Projet o? Foi o Est ado qu e, à falta ela inic iat iva pri\1ada, co1 Desenvol\1in1ento Cien tífico e Tecnológico (FNDCT). Anter1or­
1s­ n1ente restrita ao financia1nento de estuclos de projetos. A
tru iu os alic erc es des se Projeto. Af ina l, o qu e o sub sti tui rá? As
"privatizações" res ultarão evi den tem ent e na dila pid açã o imp FINEP foi b·ansforn1ada, com o Ministro 11élio Belt.rão, ein
gestora de projetos e, posteriormente. do �-;-N�� . Portanto,

ne de pat rim ôn ios pú blic os ess enc iais e na formação de ina cei
­
táveis mo nop ólio s e olig opó lios pri vad os. na principal institu ição de financiamento c1entil1co.
Os propt1g11adores, pro1notores e ben efic iár ios dessa política, Simulta11eamente, represen távamos o M inistério do Plane­
jamento 110 Fundo de A1nparo à Tecnologia (FUNAT) e 11 �
Fundo Nacional ele Metrologia (FUMET), vinculados respec�­
além de corruptos, colocam todos os brasileiros responsáveis na
condiçao de idiotas. A esperança é que . sendo essas ''p1ivaâzações '1
um crim e de lesa-Pátria, qua ndo a direção do Pais for exercida vamente ao Institt1to Nacional de Tecnologia (INT) e ao I nsti­
por estadista qu e n1ereça a confiança da Nação, elas seja1n tuto Nacional de Pesos e Medidas (INPM). Ambos do Ministério
da Indústria e do Comércio (MIC). Passamos lambém a formar
revertidas e seu s at1tores, objeto de exe111p lar punição ...
IJarte, con10 titular, do Consell10 Nacional � e Pes quisas (CNPq)
.
Co mo Sec ret ári o de Est ado , não tiven1os inleração com a e fomos eleito presidente do Conselho Del1berat1vo da CA � E�.
áre a mi lita r, sal vo qu an do , apó s a po sse , ''is ita mo s as aut ori da Nesta úlli1na fL1nção tivemos o primeiro relacionamento 1nst1-
­
des con stit uíd as, ent re as qua is o Co 1na nda nte da Re giã o tucional com o regime militar, por meio de um dos seus
M i litar. Re ceb eu- nos gen tilm e11le, de111o nst ra1 1do ser ard oro so representantes, o Ministro da EdL1cação.
11a cio nal ista . E1n i11 0111 ent o 11e n h u m tiv em os de st1 b1n ete r no ­
E1nbora a CAPES garantisse sua at1to11omia l)Or meio de
me s de au xili are s ao ent ão co mu m jul ga me nto ide oló gic o.
um Conselho Deliberativo independente, com mandato i11divi­
dual de dois anos, dependia do Minislério da Educação e
Cultura para as questões orçamentárias. Quan? o presi dente do
5. OS PLANOS E O FUND O NACIONAIS DE
. .
Consell10, em duas ocasiões, o colegiae\o f01 discutir com o
DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TE CN OL ÓG IC O. Ministro da área as c1ueslões da preparação do corpo docente
O CNPq e O CONSELHO DA CAPES e das pesqu isas científicas nas universidades brasileiras. Não
encontramos nele muila motivação. Sabíamo s da sua respons�­
E1n ma rç o de 19 71 , ao tér 1ni no d a ad mi nistração Lu ís Vi an a bilidade pela implantação do projeto M ��/U �A � D . que Pr.ati­
_ .
Fi lho , fomos para a Se cr et ar ia Ge ra l Adju nt camen te desestr utl1rou o ensino secund ar10 publico bras1le 1ro,
0 qual, havia mais de um século, era de b o � � ualidad e e 1nuito
a do M i 11i st ér io do
Pl an ej am en to e da Co or de na çã o Ge ra l tr ab .
alh ar n a ár ea d e
pJ an ej am en to te cn ol óg ico An te s, tin l1a si superio r ao privado. O interesse maior do M1n1stro era discurs ar
. do cr ia do o FUNTEC
,

38 39

longamente sobre a aplicação do Decrelo-lei 477, objelivanclo


sido pensadas pelo Almirante Álvaro Alberto e seus pares
punições de estudantes por motivos ideológicos. Poslcriorm e11. (undadores, estavam aniquiladas pela ação de um tecnocrata
te, viemos a saber que o Ministro não simpat izava con1 a me11o r, sentado en1 baú de dinhe iro.
existência de uni Consell10 inde1Jendenlc, QLte Lomr.lvl1 SLtas
clecisões de 111odo coletivo; isso o levoL1 a exlingLtl-lo, dcixa11c.lo
Essas 1nedidas foram os prin1eiros sinais do }Jrocesso que
veio a ocorrer em todas as áreas do Executivo ao qual designa­
a CAPES nas m.ãos de bLtrocratas, como eslá até l1oje.
mos "ditadura das finanças". Ele é decorrente da lo11ga depen­
Medidas semelhantes e até mais are.li lusas fora1n lcl111ac.l as déncia de países l1egemônicos e provocou efeitos devastadores
pelo Ministro do Planejamento Reis Veloso - L11n dos pri11cir>a is sobre a vida econômica, social e política do País. Ocorrendo em
tecnocratas do período militar -. en1 relJção ao a11L igo C'Nf>q. um crescendo, foi exacerbado com a dou trina neo liber al. Mai s
Este, como a CAPES, vinl1a funcio11ando a co11lc11lo, CL1n1pri11 . adianle Leremos oporlunidade de ana lisá-lo detall1adamente.
do plenamente seus objetivos, graças a um cerlo graLt de Nossa concepção de desenvolvime11to tec110Iógico autônomo
atttonomia de seus consell1os co1n poder deliberalivo, se1n1Jre ia-se apro fL1ndando em divergências com a área do Ministério
representativos da comunid ade acadêm ica. O CNPq, desde a de F>lanejamenlo e Coordenação Geral.
sua criação. estava \1inculado à Presidê ncia da Repúb lica, o que Na elab oração do segundo Plano Básico de Desenvolvimen-
dava à suas ati\1idades certo status ou, pelo menos . uma to Científico e Tecnológico (II PBDCT}, houve um sinal claro
condi ção espec ial. O senho r Reis Velos o já domi nava a util iza­ do que pretendiam os tecnocratas. Havíamos elaborado esse
ção dos fundos federais e prete ndia tamb ém ter o cont role de Pla no te11do por base os programas prioritários, em todas as
órgãos estratégicos, como os das áreas cie11tífica e tec11o lógic a. áreas. O Min istro vetou o plan o programático e exigiu que ele
Não lhe bastava o poder que lhe dava o pla11 ejam ento naci o11a l
1
fosse reelaborado, agregando apenas projetos. Inic ialm ente,
quer ia também o da execução, e111 acúm ulo d e ati,1idades recusamo-nos a desmontar programas em pro.jetos, por ém,
inco mpa tíveis. Desse mod o, passou o CNPq para o seu âmb ito, recuamos ao sentir que jamais ele adm itiri a um plan o efetivo.
com o nom e pom pos o de Con selh o Nac iona l par a o Des env ol­ É um a questão ideológica. Elaborá-lo sob a forma de projetos
vim ento Cie ntifico e Tec noló gico e retirou-lh e a fun ção del ibe ­ era a man eira de garantir a aus ênc ia de resultados e escamotear
rativa. Ass im, lim itou o órgão a funções d e ass ess oria ao os reais objetivos nacionais. Então, refizemos o plan o com os
gov ern o (en tenda-se, a ele , Rei s Vel oso ). O CN Pq. d e órgão projetos que co1npunham os programas, sem contudo explici­
aut ôn om o de pri me ira linh a, transformou-se em órgão ass ess tá-los. A razão desse recuo tático deveu-se ao ent end ime11to de
or
do sen ho r Re is Ve los o, e de terceira lin J1a . Ou seja, o po de que , na estratégia dos tecnocratas, esse era um ponto crlicial;
ros o
tec nocrata retirou o CNPq da Pr esi dê nc ia da Re pú bli ca , áre ou seja, eles o fariam de qua lque r man eira sob a foi-ma de uma
a

res ita a mi litares, e colocou-o so b su a pró pri a ju ris diç lista desconectada de projetos. Nessas hor as é váli da a sabedo­
ão . O
pr es ide nt e do CNPq então, tam bé m um tec no cr ria min eira : ··Ao inim igo não se ped e nad a, mui to men os
ata , pa ss ou a
de: pa ch ar com o Secretário-Geral do Mi nis tér io, den1issão". Não deix ou, por ém, de ser um a clar a evid ênc ia d e
cujo tit ula r er a que , apesar dos volu mos os recursos financeiros então apli cad os
Re is Ve los o. E tu do iss o feito co m ap lau so da
ch an 1a da co111u­ em ciên cia e "tec 11olo gia" , não se pretendia chegar aos pacotes
ni da de cie ntífica, ou de se us et er no s 1n an da
rin s, de sl u m br ad os tecnológicos, que são os resultados efetivos dessas atividades

co m o po de r na nc ei ro do tecnocrata. A
pa rl ir daí, o M in ist ér io 11a estrutura produ tiva e de poder.
� �
(o u Se re ar 1a ) de Pl an ej am en to re du
zi u, ca da ve z m ai s, a
Por isso , programas integrados que tornam pos síve is esses
1 m po rt ãn c1 a do estratégico setor. O
?,
t1'1 d o C N P co nverteu-se em um
an lig o C o1 1s eI J10 D el ib era­
pacotes são ina dm issí vei s. Essa evi dên cia ficou �o � firma a. �
� a es pé ci e d e "A te ne u lit erá­
111ais Larde, qua ndo ela bor am os o pla no de lec nol ogi a ind ustria l
·
?
ri � co m o tiv em os Po rt un id ad e
d e de si gn á- lo , na q ua lid ad e
de se u 1n em br o efetivo. As al ta s
fu11ções, q u e pa ra el e ti nh a111

41
40

do governo federal, funda1nentando-o em progr amas integra­


dos, entre os quais o que poster íor�e nte se lor11o u muilo
a educação brasileira, te\1e esse objetivo. Isso foi le\1ado avante
popula r - o Programa Nacional do Alcool . Como era de se
com os chamados programa.s de cooperação e, ademais, com a
esperar, o Ministério do Pla11ejamento e de Coorde 11ação Geral
postura da classe dirigenle dos países dependentes de mandar
e seus órgãos assessores, FfNEP e CNPq, velaram o plan o
a parle mais brilha11le de sua juventude - a que já compro\1ou
programático da Secretaria de Tecnologia Jnduslrial. o que
capacidade de Lraball10 e cot11petência - a receber orientação
resultou em excluí-lo do Plano Básico de Desenvol\1imenlo
político-ideológica final nos centros l1egemô11icos de poder. Isso
Cíe11tífico e Tecnológico, ot1 seja. exclt1í-lo lambé111 da possibi­
foi feilo pralicamenle com Lo da a con1unidade acadêmica de
lidade de uso dos fundos federais para o selor.
mais allo i1ível, com líderes sindicais, e11Lre outros, e. de maneira
Nem por isso os planos da STI deixa ran1 de ser execulad os especial, com oficiais superiores das Forças Armadas. A educa­
e o PRÓ -ÁLCOOL, apesar do senl1or Reis Veloso, está aí para ção dos dirigentes brasileiros, assim, orienla-se por determina­
quem quiser ver! Identificadas as i11compatibilidades em ques­ do flt1xo ideológico que nada lem a ver con1 nosso destino ou
tões de fundo, era impossí\1el continua r traball1an do nessa com os compromissos l1istóricos que qualquer classe dirigente
esfera de íofluên cia. Foi quand o surgiu o convit e para realiza r te111 co111 a Nação a que pertence. Ela promove a manutenção
un1 programa de estudo s como profes sor visitan te na Un iversi­ do status qi10, tem papel crucial na desideologização do que se
dade do Texas, nos Estados Unido s. Esse JJrog rama pern1 ititt­ refere à 11ossa cul lt1ra e interesses e estimula a perda da
nos regressar ao Brasi l preci same nte pouc as sema nas antes de auto-esli111a nacio11al. Sen1 auto-estima não /1á possibilidade
Severo Go1nes assum ir o Minis tério da Indús tria e do Comé rcio. de resistir a qualquer ti/JO de invasão estrangeira, seja ela
111ilitar, econõ111 ico-fi11an c:eira, CLLllural ou ética.
Isso tem efeilos devastadores sobre a vida da coletividade
6. EDUCA ÇÃO, INSTRUME NT O POLÍTICO DE PODER organizada, nos tra11sforma11do ern nau à deriva, víti111as de
OU DE CONDICIONAME NT O. O PROJETO ideologias externas que visam 11osso en fraq uecimento crescen­
MEC/USAID. A CRISE DO PETRÓLEO, O EMBARGO. te e que levam nosso povo à abt1lia e à desesperança, método
prático e eficiente de desagregação nacional. Ou seja, a classe
dirigente brasileira, submetida a 1011go período de dominação
colonial, mostra-se condicionada ao ser\1ilismo ou à obediê11cia
Na Universidade do Texas, nos concentramos no est ud o do
sis tem a uni ver sitá rio norte-americano e sua s con seq üê nci as
a valores hierárquicos alie11ígenas 11egemõnicos; deixa de ter
para o desenvolvimento do qu e ve io a ser a ma ior po tên
cia qualquer compro111isso con1 nossos valores, com nossa cultura
mu nd ial . Para iss o, tivemos qu e an ali sa r os sis tem as e q u i val en­ e com nosso povo. Trata-se de uma classe dirigente apátrida,
tes nas grandes nações eu ro pé ias e no Ja pã o. Esses
estudos e que traiu a sua própria razão de ser: Uma classe clirigente que
pesq ui � as tin!1a m e m vista a po ss ibi ljd ad e de exercer função pron1ove o siticídio 11acional!
executiva na area da educação, setor ao qu al se mp re ab·ib uímo
s A poucos qui lõmetros da Universidade do Texas, em Aus­
al to valor estratégico. Isso, po ré m , 11ã o
ve io a oc or re r. Li11, localiza-se l-Iot1sto11, a capital mundial do petróleo, onde
No s se m in ár io s de qu e pa rt ici pa m os estão os /1eadquarters das grandes corporações transnacio11ais
na Un iv er sid ad e do
!exas sobre o papel da educação formal e pr in ci pa lm en te da cio setor. A lemálica 111ajo r dessa universidade é precisamente
in fo!m al na condução dos povos, co ns ta ta o petróleo. Nesse e11viro11111e11t circulam gra11des personalida­
m os o m od o co m o as
naçoes hege mon
, - · as ut 1· 1 ·
1c 1zam os si·stemas ed uc ac io na is dos des do poder mt1ndial no campo energétic o. Enquanto procu­
pa1ses � eri· �,ei,·1cos pa ia tor11ar se us JJov
. rávamos identific ar a i11íluênc ia da edt1cação na organiza ção
. os co lo n iz ad o s e su a
classe d 1n g en te servil. O projeto M dos povos, ocorret1 o embarg o do petróle o, en1 setemb ro de
EC/USAID, q u e refo rm u lo u

-13
1973. Como engenheiro e físico, professor de termodinâmica
nos dedicamos inteiramente a procurar compreender as razõe� intensa propaganda dirigida, que não mais existe uma crise de
daquele monumental conflito mundiaJ. qt1e até hoje perdti ra petróleo em processo de agravamento. Basta considerar que as
1

embora c.amuflado, aflorando de vez em quando, como da reservas estão decrescendo e as demandas previstas tendem a
última vez no massacre do Iraque. Desde o embargo, a regiã o au111entar substancialmente.
que concentra mais de 65% do que resta das reservas mundiai s
de petróleo já sofreu mais de dez guerras. Na ocasião da
pretendida captura dos reféns norte-americanos mantidos pelo 7. A SECRETARIA DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL,
Irã, este\1e prestes a iniciar-se o terceiro conflito mundiaJ, com ÓRGÃO ESSENCIAL DE COORDENAÇÃO
mobilização de tropas da OTAN e do Pacto d e Varsóvia. TECNOLÓGICA NACIONAL. O INPI E O
Felizmente, os ameri canos recuaran1 da operação de resgate, INMETRO/CO NMETRO. O MINISTÉRIO DO
DESENVOLVINIENTO INDUSTRIAL E
. .
aJegando suspeito acidente entre seus helicópteros.
TECNOLÓGICO. PRESENÇA DO BRASIL NO JOGO
INTERNACIONAL DO PODER TECNOLÓGICO
A partir de Austi11, visitamos alguns dos JJrincipais centros
tecnológicos norte-an1ericanos d a área energética para sentir a
opini �o dos grandes e � pecialistas m u 11diais sobre a crise que
. Foi nessas condições que regressamos ao Brasil, em feve­
se agigantava. As op1n1ões foram unânimes: ela era irremediá­
reiro de 1974, quando Severo Gomes, a quem não conhecíamos
vel, as reservas de petróleo não resistiriam por longo tempo
pessoalme11te, por 111eio de PaL1lo Belolli, convidou-nos para
exercer as funções de Secretário de Tecnologia I nd L1s lr ia l, no
aos aumentos de demanda e o mundo l1egemônico encontrava­
s � se1n opção para suas graves carências d e energia. O então
_ Ministério da Indústria e do Con1ércio. In iciou-se assim, em
v1ce-pres1dente do Institute of Gas Tech nology d e Cl1icago nos
afirmava, em dezembro d e 1973: " H á 20 anos vimos advertindo
pleno regime militar, coi11cidindo com o início do Go,1erno
Geisel, o período mais criativo e desafiador de nossa vida. que
�o Go�erno. .dos EUA que a economia da maior potência se estendeu até meados de 1987. Caracterizou-se também pelas
1ndu str1aJ-m1l1tar depende d e um combuslivel fóssil q u e se está maiores adversidades, especialmente no período 1 979/86. Nos
exau rindo" A �rise, �os EUA, decorrente d o embargo do anos 1982/83 fomos demitido, sem jusla causa, três vezes: do
, : ,
petroleo foi muito seria. Os veículos de elevado consumo de IPEA, de "A Folha de São Paulo" e da Universidade Estadl1al
gasolina, que eram a 1naioria, tiveram um colapso e m setis ele Ca1npinas. Todas, por i11junção do tec11ocrata�mor de plan­
preços. As filas para abastecê-los eram quilométricas. Os confli­ tão. Passainos, então, sete anos setn emprego fixo, vivendo de
tos agravaram-se em todos os setores da economia. A sociedade pequenas consultorias, pois, praticamente, todas as portas
a z:iericana vivera uma orgia d e uso de derivados d e petróleo e estavam fechadas e, quando co11seguia um emprego, vinha
nao estava preparada para enfrentar a escassez. Ainda q u e os pouco depois a demissão. Parecia que não havia condições de
. .
m ?tivos para a crise fossem evidentes, é surpreendente como continuar vivendo no Bras i l. Perdemos até o direito à aposen­
foi necessário o embargo, promovido aparentemente pela tadoria, que somente vimos a recuperar com a Constituição de
OPEP, para que a so �iedade a1nericana despertasse e começas­ 1988. Tinha cl1egado a nossa vez de pagar o preço por ter
. _
se a tornar pr ?v1denc1as para e11frentar a escassez de p etróleo. JJrocurado, embora modestamente, os ca1ninhos que levam à
Essa referencia_ tem uma i m po1iância essencial pois, n a atuali­ autonomia nacional.
dade, embora o pr� blema d e raiz, que é a redução dos volumes Quando pela terceira vez, já na "Nova" República, em fins
.
das r :servas mund1a1s d e petróleo, tenl1a-se agravado, repete-se de 1986, assumin1os a STI, a encontramos praticamente des­

0 fenorneno. Basta um º.º�? ato eventualmente fortuito para mantelada. Resistimos em vão por 1 6 meses num gigantesco
alterar profundamente a ideia inoculada na opinião pública por

45
esforço para re\1erter a siluaçã o. Essa experiê ncia deu -n os a
clara percepção do e11orme dano QLie \1inha sendo J)erpelrad o (CONMETRO), junto co111 0 relacionado com o Código de
conb·a o País. Propriedade l nduslrial. deram à STl um quadro legal poderoso
e adequado para enfrentar o desafio político de um desenvol­
Assumimos peJa prim eira vez a STJ e1n plen o clin1a de vimento tec1101ógico autônon10 .
embargo do petróleo. O equi líbrio de nossa balança de paga­
Inúmeros centros de pesquisa e de desenvolvimento foram
mentos tinha entrado em colapso dev ido às elevações de seL1s
fundados co111 o apoio e a orientação da Secretaria. sempre com
preços inte rna cion ais e ao aum ent o inacreditável e gen era liza­
direta vinculação com a estrutura produli\1a. Alguns, sob a
do do vol un1 e das i m po 1tações. Depois, co11statamos que esse
forma jurídica de e111presa privada, co1110 a Comp�nhia de
insó lito aum ent o se dev ia à açõ es programadas de sub sidi ária s
Desen\1olvimento Tecnológico (CODETEC), em C�� 1nas, �... P,
de corporações norte-americanas, visa ndo red uzi r o d éfici t
ou sob a for111a de fu11dação, cooperativa ou assoc1açao. Assim,
comercial dos EU A, provocado pela sub ida do preço do petró­
leo. Já, então, imp ortavam cerca de 50% do seu con sL11110 l-Io uve
surgiran1 o Cenb·o Tecnológico de Couros, Calça�os e Afi � s,
. em Novo l-Iamburgo, RS; a Fundação de Tecnologia l nduslr1al
sub sid iári as de corporações norte-ame rica nas no Bra sil que , (FTI), em Lorena, SP; e outros nas áre�s de máqu� nas ag�·ícolas.
nes se jogo, i111portaram na qu ele an o de crise valores sup eri ore s .
aliinentos industrializados, l)edras preciosas, agro1 n? ustr1 � etc .
a seu fat ura me nto brL1to. de eco11om ia 111ista estratég icas e _
ba�1cas cnaram
As empresas
Qu an do a ass um im os, em 1narço de 1 97.ti, a STI L i 11 J1a po uc o ce11tros tec11ológicos próprios como a PETROBRAS, E LETRO·
ma is de um an o de ex ist ên cia e estava em fase de im BRÁS, TELEBRÁS, USIMINAS, Companhia Vale do Rio _ ? oce.
pla nta çã o,
oc up an do qu atr o OLI cinco sal as no pré dio do M IC, na Es p la
na­ entre oub·as. O Ce11lro Téc11ico Aeroespacial (CTA) P_laneJara o
,
da do s Mi nis térios. Contava ap en as co1n um a dú zia
de as se sso ­ surgi n1enl o da EMB RAER . E, como parte de ltma pol1L � ca da STI,
res e tinha por objeti\10 traçar a política de tec no log ia i11d us
tri al indú strias privadas de capital 11acional começaram a criar ce��os
do País e su pe rv isi on ar e co or de na r os ór gã os de pr od
uc ão e tec11ológicos pró1)rios, de que são exe111plos o Centro Tec11ologico
re gu lam en taç ão tecnológica e11tão ex ist en tes no
Mi nis tério: o da Copersucar e outros centros cooperativos.
Ins tit ut o Na cio 11a l de Te cn olo gia , qu e foi fun d ado Tive1nos inici al111ente de enfrentar dois problemas m aio:es.
1 92 2; o In sti tu to Na cio na l de Pe so s e lvl ed ida
no s ido s de , aos,
s (IN PM ), qu e já Em prim eiro lugar, o mod o isola do de at 1
:� ?çã de seu � �or
tin ha l i gad os a si ma is de vin te IN P/vls es ta du ais todos de funbito nac iona l, se1n a necessar1a � nterve11 ienc � ia na
, e o In sti tL1to
Na cio na l de Pr op rie da de In du strial ( IN PI ), CLr com o ó rgão s técn 1cos em q esto_ es
política indu strial. Agiam
essencialn1ente políticas (no sentido de polccy), e111bo1 a �u �s
jo im J)O rta nt e e . �
ino va do r Có dig o da Pr op rie da de In du st ria _
l, re gu lad or do s
setores de patentes, ma rc as e de b·a ns fe rê nc
ia i n te rn ac io na l de funções fossem cru ciai s para fortalecer o poder d� competiç�o
te cn olo gia , esse11cial a u1 na po lít ica in du
st ria l au tô no n1 a, aca­ das empresas 11acio11ais. Atuando \Jara dentro de s1 me smo , 11ao
bava de se r aprovado pelo Congresso, em de ze
m br o de 1 9 7 1 . exerciam 0 papel de estimulador do uso d?s fa_tores de prod u­
ion ais , ale , m d nao _
ção loc ais e da defesa dos inte res ses nac �
En co n trava-se no Co ng re ss o, em proces
so de le nt o an da ­
m en to , projeto de le i qu e pern1it iri a pro mo ver a necessária ação integradora para tornar pos�iv�l a
a cr ia çã o de u m sis te m a
na ci on al de m et ro lo gi a, no rm as té cn agregação dos pacotes tecnológicos . O seg un do e g�av1 ss1 m�
ic as e qu al id ad e i11 dL 1sl ria I.
T om am os a in ic ia tiv a de confrontar as co proble1na - qu e im pe de o desenvolvimento tecnológ1c� brasi-
rporações es tr an ge ira s . , 0 - , e' a natureza dependente do modelo de crescimento
qu e procLtravam im pe di r a aprova l e11 .
ção de ss a i m po rt an te le gi sl a­ · tet.izado n a frase
- ·co . Por esse mo de lo, como vim os s1n
t do
çã o. O proJeto foi transformado econom1
em le i em de ze m br o de 1 974 . . .. · �c o" 0 eq ua c1o na me n ·o
·

"cr es ce r cin qu en ta an os em c ii.


Esse si sterna recém-criado, qu e
·

ti nh a se u co m an do n o C on se lh o
.

pla nt aç ao no
-

de se nv olv im en to na cio na l se ria pr ov oc ad o pe la im


N ac io na l de M et ro lo gi a, N or
n1 al iz aç ão e Q ua lid ad e I n du st ri al

47
País de pacotes tecnológicos exógenos, agregados conforme
interesses e políticas de corporações e países l1egen1ô11icos que Aeroespacial (CTA), do Ministério da Aeronáutica e, mais
lhes deram origem. Esse modelo suicida, que vem sendo recentemente, o Centro de Pesquisas da Marinha. Eis a razão
f�r�

mantido até hoje - defendido por tecnocratas de todas as por que tais instituições das Forças Armadas sempre
correntes ideológicas -, foi responsável pela implantação de um aliadas incondicionais na lula pela autonomia Lecnolog1ca
nacional. Os militares, sem dúvida, tiveram sempre papel im·
parque industrial anacrônico e ineficiente como um todo,
portante na industrialização brasileira, no que ela lem de
apesar das enormes vantagens comparativas brasileiras .
estratégico, centrada na questão tecnológica e direlamenle
vinculada à sobera11ia nacional.
Devido à dependência criada pelos pacotes tecnológicos
externos, esse modelo promove o uso de matérias-pri mas,
Foi decisiva a participação de militares na criação da
componentes, fontes energéticas, modos de prodLtção etc.,
PETROBRÁS, CSN, Fábrica Nacional de Motores, EMBRAER,
definidos pelas corporações de origem dos pacotes, e1n geral,
TELEBRÁS, Política de Informática) Projeto Trópico das ce11-
em confronto com os nacionais. Esse exemplo da ação dos
trais telefô11icas, programas nucleares a�tô1101nos da Marinl1a
tecnocratas mostra como eles não se orienta111 pelo conteúdo
e da Aeronáutica, Programa Nacional do Alcool e tantos oulros,
técnico das questões, na maior parte das vezes por absoluto
além daqueles específicos da área propriamente militar, quase
despreparo. Usamos a designação de "tecno-cratas" pela facili­
sempre envolvendo de maneira enfática o campo tec11ológico .
dade em identificá-los, embora nada tenha de técnica st1a Por exemplo: o principal responsável pela criação do Consell10
atuação na maioria das questões em que indevidamente se N acional de Pesquisas (CNPq) e pela Co1nissão Naciof!al de
envolvem. Ao atribuir-se genericamente fundamentos de natu­ Energia Nuclear (CNEN) foi o insig11e patriota Almirante Alvaro
reza técnica estão mistificando o u encobrindo outro tipo de .
Alberto; o promotor do Código de Propriedade Indus.tr1al e da
enfoque nem sempre ético. Procuram apresentar-se sob o ��
criação do Instituto Nacional da Propriedade Industria lNPI)
manto de seriedade ao tratar de temas q u e desco11hecem. foi o Con1andante Thedim Lobo, da Marinha; a pol1t1ca de
Pretendem conquistar a credibilidade que a análise técnica informática, que tão excepcionais resultados deu ao País,
justifica, sem estar nela fundamentada. Ademais, 11essas ques­ deveu-se inicialmente à liderança do Comandante Cuaranysl
tões de poder tecnológico-industrial, o conheci1nento lécnico é baseando-se 11a necessidade da i11formática no progra1na de
essencial para o traçado d e políticas, que estão i n ti1nan1ente corvetas da Mari11l1a; os debates no Clube �ilitar tiveram pap� l
relacionadas a nossas potencialidades, como uma das futuras fundamental na criação da PETROBRAS e do 111ono1:�, l10
grandes economias mundiais. estatal do l)etróleo, estratégia que alé l1oje te1n p� r1111t1do
.
enfrentar a crise do petróleo sem perigosas vulnerab1l1dades.
Nessas e em ot1tras questões vi11culadas ao campo da
N a campanha que então alcançou as ruas s? b ? lema " O
produção e da riqueza nacional, os órgãos q u e realmente ,
Petróleo é nosso" destacou-se a figura extraord1nar1a do Gene­
exercem o poder no Brasil concentram-se na área financeira.
ral Horta Barbosa e de seus companheiros Leitão de C� alho,
Simultaneame11te demonstram sobre elas total ignorância e
Felicíssimo Cardoso, Valério Braga, Raimundo Sampaio e do
conseqüente desinteresse e promove1n-lhes intencional d e sva­
Coronel Carnaúba; na criação da C�N destacar3:111-se os gene­
lorização.
rais Raulino e Macedo Soares. Na Alcalis, o MaJor Brun o; na
.
Em contrapartida, os militares, devido ao i n d i s pensável 'tv!
Fábrica Nacional de Motores, o Brigadeiro Guedes un1z; na
envolvimento profissional com atividades tecnológicas - e d e Embraer, os brigadeiros Montenegro e Paulo Victor. E longa a
seus institutos e centros de pesquisa e desenvolvimento - têm lista de mililares patriotas.
sobre elas conl1ecimento ?e causa, mantendo forte interação
com o setor produtivo. E exemplo disso o Centro Técnico

49
48 •
r
Novamente somos surpr eenilid os pelo paradoxo entre es­
ses fatos e a Ji11ha entreguista do regi1 ne milit ar de 6Li. E mais :
co m o se m pr e sa b o t am a in ici al i\1a , ap es � r do com·
Pl an al to , �
su m i<l o pe lo Pr es id en te . � le s fo ra n1 ap oi ad � s sem
entre a ação dos militares ligado s a centro s tecno lógico s ou Proniisso as es no Pa lac
:
io do
s mi lit ar es , tam bé m infl ue nt
com visão polític a mais ampla e indepe ndent e e a cúpul a du\11· d ...u, . por certo .
"

qu e
fria
·

en \1e 11e na do s pe la i de ol og ia da "� ue rr a


Pl an al lo ,
dirige nte do regime, na qual os tecno cratas detinhan1 o poder aç õe s em de tr _imento da sobetan 1a nacional.
p ol ariza\'ª su as
in
real. como ficou constatado pela continu idade das políticas v a a marcar pre �en ça
Na área in te rn ac io na l, o Br as il c o e ç a
entreguistas após o fim do regime . Sempr e foi clara a depen- ve z fo ra m ne go cia do s
ico . Pe la pr im ei ra
dência dessa cúpula, con1 nítidas exceções, dos tecnocratas que ampo lecnológ
dominaram o regime, na mesma linha do que vem ocorrend o :� �
o dos de ig ua l pa ra ig

ua
o e
l co
a R
m
ep
p � �
ub
ís
lic
s
a
in
Fe
du
de
st ria
ra l
lizados, como
da A 1e manl1a.
or ex em pl o co m o Ja
com os atuais dirigente s civis - e neste caso até com maior �
.
:
ênfase -, a partir da chamada abertura "den1ocrática". � s i11teresses do Bra
da
si
s,
l
na
eran
O
1
rg
de
an
f�
1z
11d i os po
açao Mu n d�al da P
r

qu 1p es
1
ºn
op
:
1
pe ten­
.i ed ade
tes i1as N aç õe s U ni
Na qualidade de responsável pela condução da política s U ni .da s para o
anização das Naçoe
tecnológica brasileira sempre tivemos substancial apoio de altas
In dL is tr ia l (O
Oesenvol\1imenlo 1 11dustr
M P l) , 11a O rg
ia l (U N ID O ), na U N C T A D , i1a FAO, a �
patentes militares. Por exemplo, na política de \1alorização do ad os A m er ic an os (O E \
1- ), e nt r e ou tras. s
O rg an iz ac ão do s Est - e�
na ço
quartzo e do nióbio - matérias-primas de alto valor esb·atégico
� br as ile ir as se de sl ac ava1n liderando ou tr as

d -- erce ir o M u n cl o , en fren an
d l ga çõ s
mundial, de cujas reservas o Brasil detém pratica1nente a
�� t do as po
1te secun?
tê nc ia s em de fe sa � e
adas P:1 as
se u s

F?t ª;·
exclusividade -, ou na impla11tação, e1n mãos nacionais, do re ss es . E ra 111 f re qü en te m ei
Iegíti1nos i11 te
pa1ses . ,
,

Programa Nacional do Alcool. São exe1nplos disso os brigadei- rg en ti n a e o u lr o s


d el eg aç õ es d a Í n d i a, M éx ic o . A .

rt an te s, co m o o C od 1g o e
ros Paulo Victor e Sérgio Xavier Ferolla, este último então tos im p o
a ss im n eg o ci ad o s documen . .
tenente-coronel, e, muito especialmente, o General d e Exército � ra n sfer ên ci a Jn te r1 1a ci o 11 al Tec no ��lo g 1a
Co11cl ta para a T _ d er a1 1ç a
li
Antônio Carlos de A11drada Serpa. Essa ação positiva, no A D ex er cendo o B ra si l n itid a
n o a- 1n b '
i t o d a U N C T · -
sob re o e 1,u p o d o s 7 7 ' ao lo
s d e i1 eg o ci· açao.
entanto, era freqüenten1ente contrariada pela forte i11íluência n g o ele ci n co a1 1o
0-
.

in te ·n a c1
.

que os tecnocratas alcançaram no período militar - e q u e vêm im en ti sl a n o s fo ro s �


H a v ia uni c li m a desenvolv v lv 1m e n to
mantendo no regime civil - como implanladores da ditadura U n id a s \)ar a o 0 e se n
na .is . O Programa d a s Nações . inen le p i·oJe

�� � �� ��
. tos d1relainen-
financeira que, de modo implacável, inviabiliza o País, impedin­ finan ce1r a

c n ic a e
l
(P N U D ) a p o ia v a té . -
do o aproveitamento de nossas i1nensas riquezas e a libertação st ri \, Lais co o a a . a ç
p ro
à d u çã o in d L1
te v in c u lac\os �
do sistema colo11ial qL1e 11os subjuga. Essa "ditadL1r<:1" tem g ic o s d e q u e sa o e x e m p os o
d e c e n tr o s te c n o ló _ , .

conseguido destruir estruturas essenciais à vida autôno1na dos


g c o s .
.'

is , o Li \)l"O Je to s e st ra le �
. in a s G e ra
B ah 1a . e o CETEC ' e. m M e p e rm
.it iu o
brasileiro s, algumas delas i1nplanta das ou fortalecid as, como e c u ta d o n o CTA q -u
e x
1
u b c o
.

Programa a e ro n a
'

a ç a o n o P a i's d e
t
vimos, no período militar. O desenvo lvi1nento tecnológ ico na­ da h o m o l o g
re in am en to de es pe c1a-
re co nh e ci1 ne n �o i_�ter�:�� o��
·
.

·
cional alcanço u seu mais alto graL1 d e di11ami s1110 e realizaç ões ' BR AE R

a e ro n a v e s p ro u z 1 � s
a le n te s e a im p \a 11 ta ção
co1n a presenç a de SEVER O COMES no Mi11isté rio da 1 11dúsb·i a 1 p a te n te s ; c ri a ç a o d0 ba n co d e
li s ta e n -
. - a ç o s c o m n o rm a
e do Comé rcio. Nesse períod o foi propo sto à Presid ência da d e p a d ron1z a ç a o d e
de am p lo p r o g r a m a
Repú blica b·ansformá-lo em Minis tério do Desen vol\1im ento té c n ic a b ra s il e ir a . no-
m
a ti
.

c ia L

.

n fe re n
_

o
Tecn ológ ico e Indu stria l. Tod a sua base esta va cons b·uí da, era
São e x e p l � s � e s s c 1
\' m a a fam o s a C
A L ), e m B r a s íl ia , n o
apen as uma q uestão de form aliza ção inst ituc iona l e d e con so­ f e c n lo g·i a (C A C T
º.
à 1n e r ic a 11 a d e C 1e n c 1a e
-
. d a s N acões U n id a s para
lida ção polí tica . Os tecn ocra tas dos Min isté rios da Faz end a e .
o u a C o n fe i e n c ia . .
n o1o gia
- b 1t o d a O E
am A
. · d a A m é r ic a L a t in a , r e a li z ad a
do Pla nej ame nto e Coo rde naç ão Ger al, esp ecia lme nte des te t r o s d e C 1e n
.

c
_

ia e T e c
f\1inis
últ imo , cujo min istr o tin ha pre sen ça per 111a nen te no Pa lác io do

51
50
em 1 9 7 1, em Caracas. E q u ip e s espe
cializadas d e fen d ia m
manentemente os padrões e no Per­
rmas in d u s tr ia is d o s
brasileiros, n o â mb ito d a Inter11a produ tos nossas riquezas nem nossa realid
(ISO). Para regular a transferê
tiona/ Standard
O rganizatio ade. Desconhecem como
ncia in te r n a c io n a l d e n b·ansforrna r nosso imenso patrim
o �I baixou o Ato Normati tecnologia ônio natural em riqueza e
vo n• 1 5, que duran bem-esta r para o homem e poder pa
per1odo foi o documento d e p _ te lon g� ra a Nação. Não são capazes
ol1tica d e im p o r tação de plantar uma couve.. . mas in
te rferem diretamente e
mais importante e m todo o m tecnológica plantio, em geral dificultando-o. m seu
u n d o , te n d o inSJ)irado
tações semel11antes em outros r e g u /a in en­ Bastou u m a mudança de coman
países, Lradu zido para do no regime m il itar, e m
idiomas . Ou seja, o Brasil vári os março d e 1 9 7 9 , para que começass
marcava presença junto aos e a ser desmantelado o
!11 ºs internacionais e se fazia organis­ resultado d e u m b·abaJho que tivera
1mp � nemente desmant respeit ar. Tudo, e nlreta nt o, início em 19 2 2 , com a
elado em bre\1e período foi im p la n tação d a Estação Experimenta
partir de 1979 . Sucumb de tempo, a l de Combustíveis e Miné­
iu, certam ente, de\1ido rios, origem d o In sl il u to Nacional de
extern as que não desejam a pressões Tecnologia, primeira
"um outro Japão ao sul e n ti d a d e d o gênero na América Ibéric
e que encontraram do Equa dor", a. Essa demolição teve
apoio no próprio Poder in íc io com o esvaziamento d a institu
Executi\10, este ição q u e comandava o
crescenteme nte subjug sistema, a Secretaria d e Tecnologia In
ado pelo setor financeiro, dustrial. Foram-lhe reti­
de tecnocratas a serviço sob o domínio rados os recursos próprios e desmont
daqueles mesmos interes ados seus principais
ses exte rnos projelos, em n ú m er o superior a uma cen
. tena, especialmente os
m ai s estratégicos, entre os quais os relaci
onados com a biomas­
8. 9 COMEÇO DO DESM sa, o ni ó bi o e o qt1artzo. Foram igualmen
te desesb·uturadas
ONTE. O MINISTÉRI suas eq u ip es técnicas e afastados seus
ClENCIA E ''TEC
NOLO GIA " . A ABER O DA principais líderes. O
TURA m el ho r ce nt ro mttnd iaJ de tecnologia de
"DEMOç:RÃTICA"
. PODER SuPRE motores e turbi11as
MO AO para uso de co m bu stível renovável nacional,
MlNisTERI� DA FAZEN instalado pela STJ
no CTA, foi im ed ia ta m en te desativado. As pr
ÇÃO DE 88
DA. A CONSTITUI
E SUA ESPtJRIA incipais eq ui pes de
REVISÃO especialistas foram dispensadas ou substit
uídas por ou tras
in experientes; o CONMETRO também foi
Níveis excepcionais de desativado. O des­
desen volvim ento tecno m on te de tu do o qu e havia de sólido proc
nomo �oram alca lógico autô­ essou-se de modo
_nçado s na década dos anos 70 acelerado, 110 mais puro espírito do que, pouc
mdus�iais estrategica em áreas o tempo depois,
s de vocação o governo Collor designaria como modernida
Questão de tempo Para brasile ira. Seria apena de.
Que seus resultados s Deu-se, en tão, a abertura "democrática" e o proc
signific_ava dar ao aparecesse m, 0 que esso de
_ Brasil poder de nego desb·uição teve prosseguimento. Quer pela extin
hegem o:i icas. Em
geral, tal negociação ciação com nações
sim pl es de al gu ns de seus órgãos essenciais, com
ção pura e
1mposiçoes e, do resu me-se a, de um o a própria
outro respostas servis lado, STI e o Fu nd o de Amparo à Tecnologia (F UNAT), ún
nicas, naturalmen te, � - e as nações hegem
ô· ica fo nt e
nao respeitam atitude de fin an cia me nt o para o setor no bojo de um a polít
capazes de trata r s servis . Não sendo ica ind us ­
_ da questã o tecno tri al, qu er pelo deslocamento de seus quadros especia
força s Q�e viam na lógica e induzidos liz ad os
crescente competên pelas para ou tros órgãos, em outras funções. Assim, Ja . . . .
cilho ao livre avanç cia nacio nal um no pr1 r:1 e1ro
,

o em nosso merc empe­ Go ve rn o da "Nova Re pú bli ca " desfez-se, com a supressao


vera m a destr ado, os tecno crata s da
. uição d essa comp promo- STI o Sis tem a Nacional de Tecnologia Ind us tri al, ins tru me nto
exclu sivam ente em etenc 1a. Conce ntrar

-
·

am-se

f sos, manip ulado núme ros que
s p� los centros
nada significam,
símbolos
ess ncial de um a Política de Desenvolvimento Econômico.
Órgãos cru cia is do mesmo sistema, c � º º. INP I e � IN ME­
se1a, falta-lh es comp de pode r hege ?
eten c1a para nego mónico. Ou TR O/C ON ME TR O foram jogados no Mtn 1sleno da Jus tiç a, para
,

ciar, pois não conhec


em

r.2
J
.

53
engordarem i11saciáveis ag
entes d a propriedade
serviço da in fe lic id a d e naci in d u s lr ia l, a
onal.
reiro etc. Tudo s o b a égide do
Criou-se, e m contraparti in terminável "ajuste e
da, o M in is té r io d a co ma nd ad o pelo FM 1/B IR D. struturaf1',
nologia" q u e , embora a C ie n c ia e ··re
presentado c o m o u c­
s e n ti d o d a a u to n o m ia n m i1 1s lr u m e n lo A riqueza r e a l, \1erdadeira,
a c io n a l, a té hoje n ã no a produção industria
o d is s e a q u e 0 s u b s o lo , a energia, a capacida l e agrícola,
Ou disse, ao desviar as ''eio. de de competir, q u e
atenções do d e s m o d ir e la m ente da a u to n o m ia te dependem
n te q u e s e e cnológica; o trabalho
realiza11do no setor estratégi stava e a in teligên­
co de uma polític cia d o s brasileiros, tudo isso
vinculada a in teresse a i11du stria l ficou a cargo de m in is
s n a c io n a is . Afasta segu11da classe, sem capacida térios de
do d o c o m a n d o de de decisão nem po
política industrial e sem da der. O ponto
meios efetivos de ação, a lt o , se1n d ú v id a , da "Nova Re
transfo r m o u -s e e m esse f\1inis téri pública'' ocorreu a in d a
c o 1n p r o m e te d o r "fa o no primei­
z-de-co n ta '' . S u a ro governo civil com o amplo deb
1ia, embora curta, l1istó- ate sobre as questões n
está vincula da por A A s s e m b lé ia N a c io n a l Constitu acionais.
tentativa de en trega ação ou 01n1s sào, inte elaborou a Constitu
de patrin1 ônios nacion à 19 8 8 , aspiração de longa data ição de
genético, pela Lei ais essen ciais : do povo brasileiro De
das Patentes; o o irresponsável, o Congresso q . modo
salvaguarda quadri nuclear, pelo acord u e veio depois não regu
partite e pela alteraç o da lamentou
ão do tratad o de mais de urna centena de tema
lolco; o mineral, pelas s centrais da Nova Carta
privatizações de empres Tlate­ do-a i1 1c o m p le ta . v u lnerável, o , d e i.xan­
mista, pela ruptura as de econ omia q u e d ificulta sua aplicação
dos monopólios isso já n ã o fasse m u it o , enver . E. se
tucion al, e assim por estatais via re,1isào edo Li-se pela aventt1ra de
diante. Uma plêiade consti­ revisão descabida, ao interpre uma
ramo", carreiristas d e ministros "fora tar o Art. 3 de suas Dispo
políticos ou agentes do Transitórias co rn o motivo par sicões
nais ocuparam essa de interesses a n tin a uma revisão ampla, q u an d
acio­ m es 1n o se refere, in eq uivoca o o
pasta. Maneira sutil mente, ao eventual ajuste
d e vilipen diar o da
Estad o! C o n st it u iç ão a u m a possível m
udança de regime ou de gov
erno.
Tudo se dá de modo co m o re su lta d o do plebiscito pre
gradat ivo. prepa rando visto no art 2 d aq u el as Dispo­
que no,1os passos o terre no para sicões. A aventura revisionista,
sejam dados. Assim fe lizn1ente i11terrompida, reflete
nos civis, em seqüen tem sido nos b'es
gover­ P
o od er io e a m al ig ni da de das fo
n o últi m o govern
cia invariável à
de111oliçã o q u e teve Q ua nd o o governo It am ar Franco
rças neocoloniais no rasi .� !
resulto u de eleiçõe
o milita r. No
segund o deles, o
início
primeiro que ri os- fim o fez parcialmente, man
procurou recria s
� � � � n1 st e­
s diretas. foram te11do-os como m 1n 1ster1os de
Ministérios-fi m da
área econõm ica:
desma ntelados
todos os �
se gu nd classe. so b a égide do M
in istério da Fazenda, a si nisb·a '

energia e transp indústria. comér casa da inflação e da miséria naci


ortes. Como tal, só cio, minas, onal.
rio da Agric ultura sobre viveu o fraco
Minis té­ N as negociações no Congresso, vi
tros enfraq uecido
. O resto eram
ministé rios-m eio.
com minis­ M in is térios-fim, os partidos majoritá
sando a re�riação os
. ?
dar o poder supre
s: ministérios d e
segunda classe .
rios não �dm 1ti ain re1 s­ ?�
ou da Fazenda,
m o e único ao
superm inistério da
Tudo para la la çã o da Secretaria de Tecnolog
da va m razões para essa posição.

ia In du s ·1a l. Ta m be m ao
. �
subord inar-se todos
dono absolu to do
bem e do mal, ao
Econom i a
en tr et an to re iv in dicaram a STJ no
Sete partidos
n:
. _
1 � or! r1os,�
os demais , qual devem âm bi to do M 1ruster10 da
República. O u seja,
ao Ministério d o
inclusi ve a Presid
ência da C
In dú stria, om ér ci o e Tu ris m o, corno ór .
gão essencial ao desen­
vo lv im en to na cio na l, on de antes Linl1a
ção, das dívidas
interna e exter
"papel p i n tad o ". da
na. da espec ulação
infla­
efetivos para a au to no mi a e o poder na
estado co m resul ta os
. �
da dilapidação desenfreada, cio na l. Su a cr1açao.
do patrim ônio
?ª _i �
od os conce
das empresas d e
ntraçã o d e renda. econ omia m ista.
po ré m, so 1ne nle se tornou possível como pa
�·t� de � ma barga­
da manip ulação nl1 a em qu e 0 PF'L ga nh ou as atividades
m/lacionano, ora d o process o de 1rr1ga�ao . de loca­
como instrumen da s ind ev ida me nte pai·a o Mi nistério da I nte ?
to concen t rado graçao Re gio na l,
r. ora eleito- .
em vez d e ficarem no Mi nistério da Agr1c
� ltu ra. Is so ocorreu
m i n u tos an tes da volação em ple nár io. Qu ais as razoes _ para tal

54
55
rejeição à existência da STI, por parte d e parla
nem conseguiam explicitá-las? Deve-se à in tervenmçen tares q u e
gresso, de in teresses vinculados a o poder neoc ão, n o Con. e dispunha de gigantesca máquina de controle. Quando
outras razões poderiam existir? Como explicaolonial. O u q u e M in istério d a Economia e o Ministério do Planeja veio o
meses de existência legal, essa esb atégica Se r que, após 1 8 ele absorvido, visando a centralizacão do poder nmaeánrto foi por
tenha sido implantada? O que estã·o esperandcretaria ainda não ceira, d e seguro controle externo, o serviço já estav ea finan­
viva nenhuma empresa produtiva nacional, o, q u e não sobre. tudo isso, evidencia-se que a J1erança mais malignaadfeo ito. Por
privada ou p ública,
como seria previsível se a Revisão constituciona militar foi a casta dos tecnocratas que estão levando n regime
do a extirpar o conceito de Empresa l tivesse cl1ega­ à miséria, o Estado à demolição o s s o p ovo
Nacional? Apenas por três votos, esse crimeNacional de Capi tal e desagregando a Nacão
Como o M in istério da Fazenda cuida das polític
na malfadada Revisão! não foi consu mado
Em nosso livro Soberania e Dignidade, ra, fiscal. tarifária etc., e da moeda que. a cada passoa,sefistánancei­
vivência, mostramos que Raízes da Sobre- afastada d o mundo real, substituída por falsos símbo mais
a
instrumento estrutu ral e estratétecnologia externa é o grande meio d a inflação, das dívidas externa e in ter11a, de taloxs, por
poder neocolonial em países depende gico para a manutenção do câmbio manipuladas, de emissões arbib·árias e, por as de
nesse controle pode transformar uma ntes. Qualquer descu ido o u tras artimanhas. a "d itadura das fina11ças" se consolidatantas
o Brasil, com imensas riquezas naturainação conLinental com o 0 País ao desastre. e leva
Daí o posicionamento desses parlam s, em potên cia mundial.
sores, conscientes ou não, de interessesentares, contumazes defen­
apesar da inusitada recriação, a STI aindaantinacionais. Por isso, 10 . O QUE FAZER
Há os que explicam esse descu mprime não foi reimplantada.
um Ministério da Ciência e "Tecno nto legal por já existi r Vivemos, assim, crucial encruzilhada: com o Estado siste­
sejam profundamen te distintas. Basta logia", embora suas funções maticamente vilipendiado, sem lideranças aceitas; com nossas
países em que a tecnologia é levada levantar o que ocorre em men tes sob o domínio do condicionamenlo da Mídia; com um
Alemanha e a Inglaterra, por exemp a sério, corno o Japão, a sistema político-partidário apodrecido; um j diciário o isso
instituições de natureza profundamelo, para verificar-se que são e
corrompido; a economia sob a ditadura do do�lar e co nn:isco de
em certos casos, até conflitantes. nte diversa e de funções, perder o rico patrimônio natural mineral, genético e h1�drel , n_co,
e ainda os insb-umentos essenciais ao processo de .mdustri�altz: a­
cão; com parcela de nosso povo submetida ao genocídio da fome
9. O PODER DOS � à ameaça de morte ainda no útero das mães.
TECNOCRATAS
RESTA-NOS congregar todos os brasileiros que tenham
O poder dos tecnocratas começ compromisso sagrado com a Pátria, civis e militares, de todos
Presidentes militares quando o ou a ganhar força ante os os recantos deste solo continental que é nosso, e dar um
passou ª. controlar todos os fundoMinistério do Planejamento BASTA aos omissos, aos pusilânimes, aos corru�tos e
passou simultaneam ente a exec s nacionais. De planejador corruptores, aos apálridas e aos traidores, aos op�rlun1slas e
rios-fim e, obviamente, enfraqueceutor, substituindo os Ministé· aos vigaristas, sugadores im placáveis da renda nacional, e
República, que foi perdendo ndo o próprio Presid ente da RE DI MI R nosso sofrido povo, pelos meios que � His. tor, ia.
são. Os minis tros titula res grada tivam ente o poder de deci­ ensina com decisão e au to-estima, e implantaçao de u
de:pachar com o Ministro do dos Ministérios-fim passavam a ª

a ultima palavra porque elaboPlanejamento, que era quem dava Estadd justo, poderoso e legítimo, essencial à constru�_mo
rava o Orçamento da República solidária daquela qu e poderá vir a ser a ma�s bel� c�v1l1zaçao
que o Homem já viu neste nosso planeta de 1nfortu1110.
56

57
Capítulo l i

DEMOLIÇAO DO ESTADO
-

BRASILEIRO
1 . INTRODUÇÃ O

A escalada d e desmonte d o Esta


do brasileiro teve início
1 9 7 9 , q u a n d o começaram a ser e em
svaziadas as principais
dades re la c io n a d a s com o des ativi­
envolvimento, deixando
p ri o ri d a d e q u e até então tivera de ler a
m. S im u llaneamente. o
interro1npe u c o m o desneces governo
sário o QL1e chamava d
m e n to e c o n ô m ic o , embora e p la n eja­
fosse essencialmente d e
financeiro. CL1nho

A p ri m e ir a a ti v id a d e atingida
foi a tecnologia industrial
n o período 1 9 74/78 conseguira que
im portantes realizações. Gra
des in v e st im e n to s ti n h a m si d o re n­
alizados na indústria d e ben
d e c a p it a l, in su m o s básicos e s
n o setor energético de fon
renováveis, q u a n d o a crise en tes
ergética do petróleo era explíc
e o B ra si l estava a b ri n d o ca m ita
in h o de modo autônomo nes
estratégico setor. F o i o ú n ic o P se
ais QLte implantou programa d
al te rn at iv a a de ri va do d o petróleo e
Lim it ad o à su bs ti tu iç ão d a gasol
de âmbito n ac io na l. Embora
ina pelo álcool, a sua co ncepção
in ic ia l co m pr ee nd ia a su bs ti tu iç
ão por fontes renováveis d e •

to do s os de ri va do s d o petróleo,
mesmo porque o Brasil não
im po rt a gaso lin a, mas petróleo. A
prioridade na substituição da
ga so lin a deveu-se a qu e esse de
rivado era o de mais difícil
su bs tit ui çã o, al ém de representa
r, então, a m ai or proporção
en tr e os de ri va do s, 30 % contra 22
% do óleo diesel e 18 % do
ól eo co m bu st ív el . Ve nc id a a etapa
da mistura do ál co ol eb1íco
an id ro com a ga so lin a (2 296), e do
uso exclusivo do ál co ol
hi drat ad o, ca be ria im ed iatamente su bs
tit ui r o ól eo di es el ob tid o
d o petróleo po r óleos vegetais "in na
tura" ou transesterificados
ou ain da po r et an ol ad iti va do . Isso,
Esse e ou tro s programas foram to ll1
a
porém, não veio ocorrer.
ido s adrede por políticas
de de pe nd ên cia externa no campo en
ergético. Me sm o as sim , a
pa rti r d o iní cio do s an os 80 , o Programa Na ,
cio na l do Alcool foi
tru nc ad o na su a am pliação e na sua au ton om
ia tecnológica.

61


persistindo apenas o que tinh a sido feito até entã o. Mai s
tard e,
no entanto, mes1no as metas já alca nça das foram gra ve
me nte zelad o r e transforma a economia do
reduzidas, pond o em risco a cont inuid ade do program País em d itadur
a. fi n a nc e ir o . m a n ip u la n d o impiedosa e a do
A crise do petróleo tin ha posto em xe qL1 e o vu fraudulentamente
lne rável s u p os ta r iq u e z a . sem q u e esta tenha uma
sis tem a fmanceiro int ern aci on al, cuja fragil ida de for correspondência c
a evi de n­ re a li d a d e d o m u n d o físico . Nessas cond om a
ciada, na década dos anos 60 , pe la ten tat iva do ições, foi possível
pr es ide nte da telar o d e s m o n te d o Estado brasileiro, arqui­
França, Charles de Ga ull e, de resgatar em ou ro q u e vem sendo le
su as re se rvas a cabo n o s ú lt im o s q u at ro governos da vado
em dó lares . As grandes corporações do se to r se República.
re cu sa ra m a Essa d i1 1â m ic a d e s tr u ti v a te\'e início
continuar fornecendo pe tr ól eo a troco d e m oe da , como vimos, em
i n te rn ac io na l e a lc a n ç o u se u ápice 110 governo C o llo
19 7 9 ,
de referência qu e nã o m ais representava riq ue za r, contando com
re al. En qu a 11. m á q u in a d o P o d e r Executivo e avassa a
to cediam energia qu e m ov im en ta a ec on om ladora doutrinação
ia m un di al , rece­ lógica n e o li b e ra l. Essa doulrinação te ideo­
biam em troca m oe da de du vi do sa ga ra nt ia ve como instrumento
de va lo r. e ss e n ci a l os m e io s de c o m u n icação
de massa, com a partici
Essas di fi cu ld ad es foram ca m ufl ad as pa­
pe lo pa ct o en tre co ção a ti v a o u a o m is sã o conivente da
porações tr an sn ac io na is de pe tr ól eo e r­ intelectualidade e d o
ba nq ue ir os qu e cr ia ra m empresariado , sem Q L1 e houvesse
q u a lq u e r possibilidade
os petrodólares, em pr es ta nd o- os , em debate qu an to ao se u co nt eú do e pr de
se g ui da , a ju ro s 11e ga tiv os opósitos.
e a taxas fl ut ua nt es a na çõ es po te nc
ia lm en te ri ca s do T er ce ir A ss im , nesse q u a d ro d e referência,
M un do , q u e de ra m co m o av al o fo ram esvaziadas, el im i-
se u s pab·irn õ n io s n at u ra is 11adas o u desn1oralizadas atividades
in du striais. A m oe da d e referênc e cruciais d o Estado Nacio­
ia en tã o, ne st e ca so . pa ss n al em órgãos co m o : C o n se ll1 0 N ac io
ou a n al do PeLTóleo (C N P ),
te r o la sb·o de ss es p at ri m ô ni os .
O B ra si l foi u m a da s p ri n Departamento N ac io na l de Produ
ci p ai s ção M in eral (D N P M }, Secre
vítimas de ss e processo. ­
taria de T ec n o lo g ia In d us tr ia l (S T
J) , Comissão Nacional de
A elevação d o s p re ço s d o p et Energia N uc le ar (C N E N ), Central
ró le o im p o rt ad o n a d éc ad de Medicamentos (C E !\-1 E ),
d o s an o s 70, só m ai s ta rd e re a
d u zi d o s, foi se g u id a d e e1 n IN T E R B RÁS . P O R T O B R Á S, In st it
p ré st i­ ut o Nacional de Propriedade
m o s ex te rn o s p ar a co b ri r es In du st ri al ( I N P I ) , C O N M E T R O , en
sas i1n p o rt aç õ es . P o st er io r111 tre 1nuitos ou tros. A ação foi
en te , a
el ev aç ão a b su rd a d o s ju ro s, m ai s profL1nda co m a el im in aç ão
se m p re ce d en te s r1 a h is tó ri do s M in istérios-fim: da In dú s­
n ô m ic a d o m u n d o , q u a n d o se a eco­
ti n h a d e fazer n o v o s e m p ré tr ia e do C om ér ci o, elas M in as
st im o s e Energia, dos Transportes,
pa1·a sa ld a r a p e n a s o serviç b·ansfor m ad os em órgãos-meio;
o d o s a n te ri o re s, foi c ri a 11 e ai nd a, como parte do mesmo
do, como
b o la d e n ev e. u m a in c ríve processo, foram en fr aq ue ci da s
l e im p a gá\'eJ d ív id a e x te rn as Forças Armadas, cujo desa­
c o n d u z iu à a tu a l si tu a ç ã o
a . E la n o s
pa re lh am en to se ac en tu a ac el er
, e m q u e m a is d e 6 5 % d o ad am en te . E le teve seqüência
O rç a m e n to com a pr iv at iz aç ão de empr
d a R e p ú b li c a sã o c o n su esas de ec on om ia mista básicas e
m id o s c o m o s se rv iç o s
externa e i n te rn a , s e n d o d a s d ív id a s es tr at ég ic as e, fin al m en te , em
e st a d e c o rr ê n c ia d a q u e um a revisão constitucio11al ilegí­
la . O u seja, a tim a, fe liz m en te fracassada, qu
m a io r p a rt e d e n o ss o o rç e objetivava a perda do conlrole
a m e n to é c o n s u m id o p e rd
a troco d e n a d a , e m g ig u la ri a m e n te pe lo Es ta do de m on op ól io s
a n te s c a s b ·a n sfe rê n c ia s es se nc ia is e de cruciais patrimônios
d e ri q u e z a p a ra na tu ra is - m in er al e hi dr elé tr ic
u m pequeno grupo q o -, alé m da descaracterização
u e nada produz e q
u e v iv e o p u le n ta e d a em p re sa d e ca p il al n ac io
p a r a s it a r ia m e n te à c u n al .
s ta d o t ra b a lh o d e Lo d
o u111 p o v o , c r ia n d o
m is é r ia e d e s e s p e r o Tu do iss o co mp lem en tad o com o pr
. ojeto de Lei das Paten­
C a ím o s e m a r m a d il l1 tes , qu e tra ns fer e para pe qu
a e11 0 gr up o de corporações transna­
d e n tr o d a q L 1a l, m a n ti
d o s is ten1a fi n a n c e d a s a s regras cio na is o riq uís sim o pa tri mô nio
ir o , n ã o ge né tic o do co nti ne nte tropical
e x is te s a íd a . A c L 1a d o
m o s a j o g o d e g a to s , n o s s u b m e te­ br as ile iro , av ali ad o pe lo FAST, ór
e r a to , gão especializado do Conse­
e m q u e e s s e s is te m lho d e Mi n istr os da Un ião
a faz o p a p e l d e Eu rop éia , em cerca de 90% do

62
63


eta . Essa lei con duz ao con t
pab·imônio exis tent e no plan role Sã o exemp los: a i � sidiosa "le i" de Gerson, que nada tem a ver
s
externo por essas corporações de setore es sen cia is à ,,ida com nos � o esp�rt � sra. em campanha patrocinada por empresa
como ali me ntos e medicamentos, alé m de da r-l he s, po r me i � ?
estrange ira, bJet1va11do a perda d� auto-estima: propaganda
das patentes de microorganismos, o mo nop ólio d e uso sobre deformante ra\1orece do o separatismo regional; a tentati''ª

seres vivos. perm anen te de descred1to de nossas instiluições; 0 confroi1t0

artificial en �e empr.es�s de e �onomia mista e as de capital


privad o nacion al; a 1ns1ste nte indução ao antagonismo entre
civis e militares ; as intenções declaradas de transformar as
2. A DO UTRINA NEQI.IBERAL
Forças AJ·madas em polícia de narcotráfico; a anulação de
nossos \1alores morais por meio de programas de midia que
Tudo isso vem ocorrendo com maciça doutrinação ideoló­
caracterizam os brasileiros como desprovidos de ética. promo­
gic.a da população que, sentindo a brutalidade do diagnóstico
vendo por esse 1neio a destruição da fan1ília, célula básica da
deixou-se envolver pelo canto de sereia de soluções falsament � sociedade; a generalização da subcultura, o cínico deboche da
milagrosas, fundamentadas na mistificação de idéias e concei­
escola e tantas outras ações.
tos, por meio de frases feitas e palavras de ordem. Conceitos
Assiste-se, em conb·apartida, ao deslumbramento ante tudo
positivos, mas aplicados com má intenção, e n feitados pela
o que provém do n1undo hegemônico. especialmente o negativo
comunicação com lan tejoulas de circo e apoteose teatral, não
e o que nos denigre. em desrespeito à verdade. Tudo produzido
desprezando ações subliminares, conquistaram consciências I
por indivíduos em geral desqualificados, cínicos e oporh.1nistas,
enganaram e traíram a população, indefesa e condicionada ante
cuja vinculação com o Brasil se deve exclusivamente ao ato
a massificação monopólica da Mídia. Conceitos, como os de
cartorial que regisb·ou seus nascimentos. Decreta-se a morte
modernidade, livre comércio, competitividade, produtividade
civil de respeitados pe11sadores, i11telectuais, artistas de real
inserção na economia global, Estado mínimo, fim da Históri � \1alor. cientistas compro1nelidos com a Pátria, com nossa histó­
entre outros foram utilizad os cinicam ente por u n s - os com­
ria e cultura. Evita-se, a todo custo, o debate honesto, sério,
prome tidos com o desmo nte - e ingenu amente por ou tros - os
inteligente, que respeita o contraditório, em torno a nossos
despreparados ou propriamente ingênu os. E por larga caterva
proble1nas e realidades. Nossas melhores realizações, presentes
d e oportunistas beneficiados ...
e passadas, são escamoteadas em Lodos os campos da atividade
A maio ria abso luta da população foi vítim a dess a man ipu­ humana . Figuras l1istóricas de referência são ignoradas. Pro­
_ : a classe trabalhado
laçao ra em todos os níve is, os jo\1ens, os move-se, assi1n, a formação de um imenso vácuo, uma falta
hom ens e mulh eres de bem e de caráter, com prom etido s com abrum adora de guias e de horizo ntes, que faz o brasileiro

o bem-estar e seus filhos. Os meio s de com unicação de massa descrer de si n1esmo, da cultu ra a que pertence. Isso le\1a a
blo quearam informações e os bom bar dea ram com u m a ava lan­ juve ntud e a proc urar o futuro fora do País, correndo o risco
che de mei as verdades, falsos con ceit os e práticas q u e deses­ de perd er-se, fi11a lme11le, na vala comum dos apátridas. É
� 3!
tru ura m os v ores � os pri ncí pio s bás ico s d e qua lqu er estarrecedor que . send o os meios de com unicação concessões
s i dad e organizada. E a essa ma iori a cer cea da a que m nos
?� � do Estado, seu s prepostos descumpram deveres constitucionais
d1r1g1mos. face à cid ada 11ia e à Nação, mantendo como único parâmetro
:ara facilitar a demolição do Estado e o esfac ela me nto da de referência um mercantilismo amoral.
�a�ao, ca�panhas mi lionárias vêm se nd o levadas avante, nos Ao mo de rn o, qu e se relaciona com tudo o qu e é novo.
ul tim es qu in ze an os , com o objetivo de
in du zi r ao d es cr éd j to procurou-se da r a pe rm an en te acepção de bom, confu nd ind o-o
tu do 0 q u e for na cio na l, a co me ça r
pe lo pr óp rio se r br as ile iro.

65
64
do, a palavra ad qu i re urn
com avanço e progresso. Deste mo . a
� . . ,
.

r e
conotação alramenLe positiva, �assando a se ac � po r mu i tos cultu ra. interesses e pnnc1p1os eticos e o que pode Je\'ar à nossa
.

o
como defirudora do mell1or cam1nJ10, an Lda nd leg itim as e impor­ destruição. Implícito nessa missão está o objeti\10 de \'erificar se
tantes realizações do passado. Entretanto, nem tud o o q u e é novo a grand e míctia, escrit.a e falada, com o imenso poder de que hoje
é bom - ou não é necessa1�iamente bom . E mai s, nas circ uns tâncias dispõe, esta sendo usada para impedir que os cidadãos e as
atuais, a maior parte do que se apresenta com o novo ou é institu ições conl1eçan1 a realidade e possam refletir sobre ela.
enganoso ou perverso, além de ser consagrador do status quo. De
Esse cerceamento e deformação das mentes assumem
fato, ao qualificar-se indisc1iminadamente o novo, o mode rno,
maior gravid a<le por estar no bojo de um projelo geopolítico.
como bom, está-se consagrando sua permanência.
condu zid o de fora <lo Pais e objetivando a demolição do Estado
Vejamos um exemplo que oferece aspectos salu tares, mas e a desagregação da Nação. A omissão sistemática nessas
pode promover efeitos perversos: A automação é um avanço questõ es, por parle dos que controlam o Estado, passa a
tecnológico que pode contribuir para a melhoria das socieda­ compro metê-los irremediavelmente por deixarem a Nação sen1
des, mas quando adotada de modo generalizado promove mecanisrnos de defesa. dando a impressão de conivência dolosa
amplo desemprego. Ou seja, quando L1sada sobre uma socieda­ com o processo. Faz-se assim do Estado \'eículo de deslruição
de onde o desemprego já é intenso, pode tomar proporções de coletiva.
tragédia. A modernidade assim aceita, sem o devido d iscerni­ 1
mento, promove o desastre. A automação, em geral. aumenta 1
o que é chamado de competitividade e produtividade das 3 . ESTADO MÍNIMO ". ESTADO LEGÍTIMO E ESTADO
empresas, a o mesmo tempo em que cria, no nosso caso, miséria
1
DELINQÜENTE. A NAÇÃO E O ESTADO
e desespero. E l a é um meio - e como tal tem q u e ser conside­ BRASILEffiOS. ESTADOS REGIONAIS
rada - enquan to o bem-estar da popula ção é u m fim. Na melhor
das h i póteses, o modern o pode ampliar os meios para alcança r O Brasil chegou a ser a oitava economia do mundo - os
determ inado fim, mas não deve, só por ser moder no, prejud icar primeiros sete formam o Grupo dos Sete (G-7) -. o qt1e não
o bem maio r de dar emprego aos desem prega dos ou bem-estar deixa de ser uma demonstração de competência e decisão. Tem,
e segur ança à popu lação . Toda socie dade respo nsáve l neces sita enb·etanto, um dos mais elevados níveis de miséria, ocupando •

ser capaz de disce rnir essas questões e não agir cega ment e. do ponto de vista social e human o a sexagésima terceira
Dize r q u e "som ente por ser mod erno é bom ", não faz sent ido. coloca ção. Como explica r isso? Porque a ação dos meios,
E m muit os casos, uma solu ção ante rior, mais anti ga, pode ser pro\1a\1eln1e nte mode rnos, não foi compatibilizada com os obje­
a mai s ade qua da. Não se deve perd er de vista q u e n o pass ado tivos nacio nais e porqu e os dirigentes, na Sociedade e no
alg um as soc ieda des vi\1eram pon tos alto s da hist ória d a hum a­ Est.a do, não cum prira m o seu papel. Essas evidências somente
nid ade e que , com par ada s com as atu ais, mo stra m, par a diz er pod em ser reor ient adas por um Est.ado responsável, compro­
o mín imo , a peq uen ez do mo me nto e1n q u e est am os viv end o. met ido tota l e exclusivamente com a sociedade a que deve
São exe mp los a Gré cia de Pé ricl es, a Ida de d e Ou ro n a Esp anh a ser vir. O Est ado deve reportar-se à coletividade em função da
e a Itália d o Renascimento. qua l existe. e res pon der a seus problemas necessid d�s e
•. �
asp ira çõe s. Te1n qu e eslar capacitado a cumprir seus ob1etivos,
,

E ess en cia l, po rta nto , q u e a so cie da de dis po nh


a d e ins tit ui­
ções, n o âm bit o do Es tad o, q u e reflitam a co ns so b pe na d e tra nsformar-se em Estado irresponsável e, portan­

co m a respon sa bil id ad e e os me io s d e
ciê nc ia na cio na l,
to, ileg ítim o. Po r isso, o chavão " Estado � í� im o" lom a a
po de r di sc er ni r - e, se _o
. cr1 m 1no so . Ele na
.
ne ce ss ar 10 , in tervir -, enb·e o q u e é
, .
co no taç ão d e gr an de idi oti ce ou de plano , .
co mp atível co m no ss a do
de ve se r mí nim o ne m má,x im o, mas o necessar10, o ad eq ua

GG 67


cir cu ns tân cia s, as ca racte1-ís tic as , os fin s e as piraçõ
para as _ es
al Ou ele exi ste para exe cut ar um Pr oJe lo Na ci or1 al naci onal estão na Yealid ade camu flalildo o eventual Ji)redomffll io
do nac ion .
neste caso po de tra11sfo r111ar-se em sobre o Estado Nacion al de um outro Estado hegemônico.
ou 11ão será legítimo. E
ta do Op re ss or , a se rv iço de ou tr o Es ta do ; de pa rt e apen Som e11te com o respeito aos Estados Nacionais pode-se
Es as
da respectiva sociedade ou ai11 da de ide
olo gia s no civ a s ao se
Li cl1ega r à formação de blocos com interesses comuns, como bem
star e seg L1r a nç a cole ilustra o excelen le livro T/1e European Experience: A Historial
papel agregador e co nd uc en te ao ben1-e ­
tivos. Pode também transformar-se e1n EslacJo 011 1iss o ou alé Critique o( Deuelop ment Theory, de Dieter Senghaas. O autor
analisa cenlo e cinqüenla anos de evolução de países da
em Estado De Jin qü e11te.
Para que um Estado sirva e repr esen te a Soc ieda de Lem de
Europ a , em que cada um soube defender sua respectiva sobe­ 1
estar preparado para cond L1zir os dest inos 11ac iona i s; caso
rania, enfrenla11do com sucesso as tentativas de predomínio, 1
inicialme11le da l 11glalerra e depois da Alema11l1a. U111a experiên­ 1
contrário, vira 11au à deriva, joguete fácil das deler mina ções de
cia oposta foi a da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
outros Estados que, para La11to, usa111 instru n1ent os os mais (URSS), em que um supra-Estado, tendo como base detern1ina­
,,ariados. Ou seja, é co11dição essencia l a o Estado aL1lonom ia e da ideologia, qL1is i1npor sua predominância a inú meras Repú­
competência. É o único autorizado ao uso da força em defesa
blicas da região. O modo como esse sistema desn1oronou
da Nação ameaçada, fazendo valer suas necessidades, in teres­
demonstra bem sua inconsistência e ilegitimidade. Os métodos,
ses e aspirações. Para isso, as Forças Armadas são o seu braço; muilas vezes brutais, utilizados 110 processo de subjugação
o braço armado do povo. Tudo fica, portanto, na dependência tiveram êxjto apenas temporário. Analogamente, no campo
de sua legitimidade; do processo por meio do q u a l é co11stituído ideológico co11trário, estão as grandes corporações b·ansnacio-
e da disponibilidade de meios para garantir desempenho pleno 11ais, senhoras do mundo, qL1e assumem, cada vez mais, um
das funções delegadas pela Nação. Necessita estar capacitado ativo papel supra11acional, utilizem ou não como suporte Esta­
a executar o Projeto Nacional. Disso decorre q u e Estado dos constituídos. Na atualidade, ideologias já carco1nidas, como
nenhum pode ser dirigido por indivídu os subalter nos, incom­ a liberal e outras, e1n fase de montagem, evidenciam processos
petentes, amorai s ou desJeai s, qualqu er que seja o proces so de que pretendem fazer o mesmo, neste caso por meio de orga11is-
sua escolh a. A lealda de para com a Nação é condiç ão essenc ial 111os inter11acionais e outros esquemas de coordenação, que •

do Estad o. O processo polític o que leva à escoll 1a dos dirige ntes con1eçam a atuar de modo supranacional: o GAIT, o Ba11co
do Estad o some nte será legíti mo se respe itar esses princípios. M11ndial, o FMI, o Conselho de Segurança das Nações Unidas
Não basta a esco lha ocorrer pelo proc esso eleit oral, se esses e o GrL1po dos 7 (G-7), fundamentados no poder re1nanescente
prin cípio s não forem rigo rosa men te resp eitad os. D o cont rário , da bipolaridade.
cria-se u m sim ulacro de dem ocra cia e com o con seq üê11 cia um Com a extre ma vulne rabil idade de países do Terceiro
Esta do ileg ítim o. Mun do, depe nde1 1tes da dívida externa, ilegít ima e imor al, e
A Nação é ma is que um a pop ula ção , é ma is q u e u m pov o, mes mo e111 algu 11s do Prim eiro pela depe ndên cia energética,
pod e11d o agr ega r vár ios pov os. Co mp ree nde u m ter ritó rio , um a com forte imp licação de 11atureza militar, e aind a mais , pelo
his tór ia e um a ou vár ias cu ltu ras ou lín gu as. Ao Es tad o cab e des n1or ona men to d a bipo ralid ade , esses organismos são usados
su a rep res en taç ão e defesa. E l e ex ist e em fu nç pela sup erp otê ncia rem ane sce nte como instrumentos de hege-
ão ex clu siv a do
na cio na l. O qu e é ? i n ter na cio na l se nã 111o nia , ape sar d a res istê nci a nos dem ais países e até, in.terna­
o a rel aç ão en tre os
Es tados na cio na is? E ap en as um a re m e n te , n o s E UA . Na m e s m a l i n h a des ses org an1 sm � s
.
ex ist e em fu nç ão d e na çõ es e d e Es
laç ão , u1n a i n ter aç ão qu e
mu ltil ate rai s sur gir a1n as Or gan izações Não-Governamen 1s t_a
ta do s q u e a s re pr es en te m .
Aq ue les qu e pr om ov em a su pr em (O NG s), fin an cia da s e co nd uz ida s por interesses de naçoes
ac ia d o in te rn ac io na l so br e o

69
. , . banc os e corporaç ões, inte rvin do con1 a ma·IO
I1ege1nõn. icas
" . r ricanos . No presente século, no período entre as décadas dos
"sem-cer1mon 1a em assun tos in lernos de pa1ses mais frac os anos 20 e 70, tínhamos conseguido avançar com certa autono­
,

Um de seus principais campos de atL1ação é o ambiental , base. mia, especialmente enlre as duas grandes guerras. Havia, de
.
para t1ma suposta nova 'd 1 eo1 og1a enganosa, n1as apare11tein en te rato, um Projeto Nacional em formação, que começou a ser
de natureza altruísta . minado a partir do término da Segunda Grande Guerra. Desde
Novas idéias e ações surgem en1 áreas de interess es esp . então, foram colocadas sobre o Estado Nacional as cunl1as
cíficos visando fortalecer a 11aturcza SL1pra11acion al dessae institucionais externas do Tratado de Bretto11 Woods, em 1944
organizações, tanto das internacionais qL1a11Lo das O N C s d s (FMf e Banco Mundial), e do Modelo de Crescimento Econômi­
que são exemplos os de11ominados "djreitos hu111anos" . co�tr � co Depe11den te, esle na segunda metade dos a11os 50.
le demográfico e, mais rece11temenle, direitos trabaIJ1istas 0e Com a ca1n1sa de força desses dois instrumentos de subju­
questões sociais como um todo. gação, a sociedade brasileira foi perdendo graus de Liberdade,
E difíci! �nco � trar em .todo o mt1nd o u1n conjL1 nto Que feJizme11te sempre com focos e períodos de resistência. A
,

, . ocupação dos setores mais dinâmicos de 11ossa econo1nia desde


retina cond1çoes tão excepc1011a1� e l1armo 11iosas para const·­
tuir-se em Nação soberana. como o Bras il: territ ório conti ne �­ a segunda metade da década dos anos 50 por corporações
tal, em grande parte situad o nos trópicos - o que 11ào é dizer transnacionais estabeleceu o que Dieter Senghaas cl1ama de
pou co, à luz de crises irre\1ersí\1eis que asso lam atua l1nente a pe1-iferização por de11tro. Ou seja, essas organizações passa­

�ações hegemônicas e cuja t?11ic ;:i saída são os tróp icos , com � ram a ter mais e n1ais poder na vida nacional e a ocupar de
e o caso da crise energética -. recursos natL 1rais exlr aord iilá­ 1nodo crescente o poder do Estado. Essa sistemática foi inten­
ri?s, cult ura sed ime nt�da. u111n só líng ua. hab itad o por raça sificada desde Juscelino e no período militar pelo poder dos
.
cos m1c a resultante de sing ula r m1s . c1g
_ enacão. com um a tecnocratas e continuada após a chamada abertura democráti­
. religião
predominante, em clim a de incomparável tole rân cia religiosa ca, chega11do à fase demolidora no governo Collor de Mello.
sem pro ble ma s graves de fro nteira com seu s viz inl1 os. En fim 1' Com o processo de globalização da economia propugnado
essa é a Naç ão Brasileira . pela doutrina neoliberal e com o objetivo de demolir os Estados
Um � �aç ão ou u1n t:onjun to de 11ações po de 1n reu nir Nacionais, novos conceitos são forjados nos sinistros laborató­
rios liberais. Entre eles, vem ga11l1ando espaço o de Estados

caracter1sticas ad eq ua da s ao surgirr1ento de um a ci\1ilízação


nova. Esse evento so me nte ocorre pela força da su a cu ltu ra da Regionais com reflexos sintomáticos nos países periféricos, a
su a or ga ni�ação, dos se us pr inc ípi os de va lor iza çã o do 1ser quem se destina 1n, e já objeto de posicio11arnento do G-7, na
hu ma n ?, cn an do condições para fértil e fel iz ev olu çã o de u1n reunião de cúpula de 1993, realizada em Tóquio.
,
ou �ar 1os povos. Na 1in gu ag e1n at ua l, em bo ra lim ita da , de Sua aparição resul ta da mistificação propalada de que os
• � b 1en t� I1s . ta Estados Nacio nais tor11aram-se antin atura is e disfuncionais
.. s bem in ten cio na do s, iss o só será possível se essa
c1v il1z aç ao fo r aLrto-su ste nt ad a. Ac as o existe ou tr a re gi ão no corno unid ades para organizar as atividades huma nas e admi­
m u � do co� ca :acleríslicas lào favoráveis pa ra es sa extraordi- nistrar os esforços econô1nicos, e1n um mun do sem fronteiras.
,
11a ria exp�r1e- nc 1a hu m an a co1no o co nt i11 en te br as ile iro ou , sem Seu s propugnadores assegL1ran1 que o Estado-Nação não é u1na
su pr em ac ia de qu al qu er espécie, o co nl in en te ib ero-a111e forma gen uína e1n uma con1unidade de interesses econômicos
ric an o? divi dido s, não sen do definidor de fluxos sign ificativos de ativi­
E º Es t� do ? Este, em no ss o ca so , nu nc a co ns eg L1i u id en ti­ dad es econô1nicas. Ele fall1a, afir ma m os neoliberais, nas liga­
ficar-se 1n . te1ra
1ne11te co1n a N aç ão , frut o do pe rí od o co lo ni a l ções "verdadeiras" e nas sinergias qu e existem freqüente1nente
�� e, de sd e ª segu nd a m et ad e �o sé cu lo :"V II . no s su bo
. _ rd in o u entre P OJ)ulações di\1ersas.
po de ri o in gl es e co nt 1 nL1a ate h oJe su b1 ug ad o ao s rte-ame-
no

71
7<1


Ao exemplificar com a It ál ia , enfatiza
m q u e, a o co n si d e
como um en te econômico, ignora-se as rá-!
dade de um norte in d u st ri al iz ad o e u
discrepâJ1cias dti
m st1l ru ra l . O u seja,
real 1 � ço- es . No en ta nt o , afi rm a, os Estados Regionais conside
. ram
� d iz e bem-vind os investim � nto s e pro pr1e dad e estrangeira, sempre
°;;
ao °!1 r a Itália como u1n u n id a d e
0 filZ
� e c o n ô 1n ic a - c o m o _ de
ad m 1n 1s trador do se to r pr1,1ado e and o per mit a m cri ar em pregos e me lho rar a qua lida de
o fu nc io n ár io pú b lic q�
VI da. Nã o ven1os
está operando sobre bases falsas, o se nis so no vid ad e, todos os Estados Nacionais
im p la t1síveis e o p er an .
.
_


cl o o não JJerle nce11Les a es f era comun1s t a o pern11tem . . .
,

valores médios inexistentes. F e it


m
o esse ti p o d e c o n si
d e ra ções,
o se n h o r I{ e n ic h i Oh1nae e m a
rtigo n o Fo1'eig11 E A ino vaç ão apa rec e qua 11do diz : ''Se1npre que tiverem
lffa irs
q:�
1 9 93, define: 1'No ma a da ec ' xcedenle s, os Esta dos Reg iona is os utilizarão para elevar
P ono1nia global, as
agora fazen;: senti_do sa_o aq

u_e �s defi11 idas pelo
/i11has
qi1e se /Jode
: inda mais a sua qua lida de de vida e não para suportar regiões
c/zamar de 'Estados Reg1o _
nalS . No n2undo atua distan tes 0L1 suste 11Lar indús lrias em apuros, em nome do
ras, eles sa_o zonas econô l sem fJ·ontei­
micas naturais e o q interesse 11acio nal e d a sober ania." Objetivos tradicionais de
. ue conta é q
cada u m possui, en1 uma
o u out1·a combinação, ue polílica exter na, segur a11ça· e defesa permanecem atribu ições
os ingredien-
tes-chave pa1·a o sucess
o n a eco11on1ia global. dos Estados Naci o11ais . "Seu s go,1ernos devem ser afastados,
"
As p r in c ipa is ligações d o poré m, de in tervir n a esfera econ ômic a e renu ncia r a seus
s Estados R e g io n a is
c?m a economia _ g te n d e m a ser imJJu lsos de prote cioni smo.' ' Ou seja, os Estados Regio11ais
lobal e não com a nação
I1ospedeira . "D e fa seriam gove rnado s pela "mão invis ível" do mercado.. . Eviden­
dtz Ohmae, ''el s conqu is lo "
� t aram m u itos pontos d e
c?m a economia globa
l porque st1as caracte1ís
convergênci � teniente, precisa-se conh ecer muito mais sobre esse no\10 e11te
a1 u� tadas". S u a escala de ticas estão a ela institu ciona l que a doutr ina neolib eral pretende impor aos
eficiência é sempre con
regional e n ã o n o nacio siderada n o 11ível Estados Nacio nais como q uistos que concentram o poder
nal . O senhor O h m a e
vai m a is lo n g e e

apresen d e ta lh e s des
sas características: "On
econ ômic o e segu em políti cas próprias nesse setor, interagindo
eco� �m za! de se Viç de as ve1·dadeiras diretame11te con1 os centr os 11egemônicos, como parte da
: os existem, religião
, ética e distinçõe eco1101n i a globalizada.
raaazs nao sa_o zmp s
o1·tan tes. Nem as dif
preo�upaç�es par in erenças éticas são
Após citar Bangl\Ol{ na Tailân dia, Kuala Lump ur na Malá­
e m busca ele co11•
� � vestidores poten ciais
sum1 o res. , O u se1a, sia, Jal\arta n a Indon ésia e Singa pura, reconhece que São
passam p o r c im a dos p
q u e orientam e funda r in cípios e d a c u lt u r a
mentam a v id a d e u m Paulo , no Brasil , reúne condições genuínas de transformar-se
p o v o.. . '

em u m Estado Region a.! e, algum dia, entrar no rol dos


!'
A p ó s e x e m p li c a r co
111 o caso d a In d o 11 é s
ia , u111 a r q u ipé la ­
g� co m 1 8 .0 0 0 il h a Estados-Me1nbros da Organização Econômica para a Coo1Jera-
s , 500 dife1·entes g
r u p o s tr ib a is e 1 7 0 .
m 1ll1o_ es d e h a b it a n te ção e o Desen\1o lvin1ento (OECD), que agrega os pa1ses ricos . ..
,

s , o q u e j u s ti fi c a n o
e� tados r g io n a is " p s e u e n te n d e r v á r io s Pelo visto, esses propósitos neoliberais estão mexen�o com
: . a r a m e lh o r a r e n ã o e
� �
1a o c 1a

_
1s 1n t e � n a s ".. ., o s e n
x a c e r b a r a s d is c r e p â n
h o r O h m a e c o n c lu i q
­ 1nuita gente no Estado de São Paulo . . . Será que 1932 está sendo
e v a li d o para a I1 1d u e o mesmo revivido? I-Iouve até que1n falasse em u1na política de comércio
ia e , p a s m e m , p a r a o
B r a s il .. . exterior própria para o Estado ... (Regional?). Vê-se que os
Os Estados N a c io
n a is r e q u e r e m u m a "laboratórios" neoliberais mundiais estão ativos em promover
e n q u a n to os E s ta p o lí ti c a d o n 1é s ti c a ,
d o s R e g io n a is e s tã

g obaJ, ou seja,
atuam como empres
o c o n ti d o s n a e c o n o m
as o u corporações O q u e
ia
divisionismos internos 11os Estados Nacionais, podendo ser
causa de graves conflitos em países do chamado Terceiro
nao fica claro é quando .
o senl1or Ohmae afirma M un do .. .
. .

Reg1ona1s o a lizam-
. � . se dentro das
q u e os Estados
fron te i ras d e u m Estado
Naciona l, d1v1din do
com este seus objetivo
s políticos e aspira-

7'1.


73


4. PROGRAMA NACIONAL DE DESESTATIZAÇÃQ
Por ação dos tecnocratas, a estratégia econômica passou a
. es .
transnacionais aqui
_

PND
ser a das corporaçõ . instaladas e a do
1 . A pesar d isso, as empresas de
.
ce1ro 1nternac1ona
1. tema fii1an
Co1no parte essencjaJ do Projeto Nacio11al, na área ec011 � . 5 50nornia misla básicas e estratégicas permitiram ao Pais
ec
mica surgiram as empresas de economia mista básicas e esLraL� frenla r, c1nbora parcialmente, essa situação dentro dos inte­
gicas: siderúrgicas e de energia e, poste1io1mente, telecomu11icaçõee ­
��sses 11ac1ondess a1s, o que per1niliu reduzir o� danos e a alienação
petroquímica, fertilizantes, aeronáuticaJ entre outras. Tod as, e 1nodc:lo dependen�e. Foi graças a ess� em.
consb·uídas a parür de i11veslime11tos púb lico s e1n rcs JJOs la s, resul tantes
resas. espccialm e11le a PETROBRAS, que se conseguiu dar
necessidades essenciais do processo de ind ust rialização e com a Pma compo11e11te nacio11al ao nosso parque industrial, além de
supo�t: para o seto1� priva?o; o � e origen1 na cio na l 11ão reuni�
cond1çoes de g�ranar a e�1sten � c1a dessas e_m presas
e
�aranli r oporle surg1m en :o de alguma: e_mpresas privadas nacionais
eco11om 1co-Lecnolog1co. O Banco do Brasil teve
_ _ . as
raçoes estrangeiras nao tin ha m interesse. E mu ito sin to má lic co rp o. de cerlo
qu e o processo. de desestaUzação de CL 1nh o ne oli beral esle·º esse papel no campo da agric ull ura.
ocorren do precisamente com essas empresas, se1n, en tretan Ja Os defensores da doulri na 11eoliberal pretendern agora
ressarcir os investimentos pú bl ico s realizados du ra11te ce rca to, retirar o Eslado dessas empresas, ou seja, destrL1ir o único
m e�o secu1 o e sem resL1 1tar de um 11ovo Projeto. Destrói- e
· d instrumento efetivo e compelente de ação do Estado na área
se econômico-lecnológica, em 1nome11to de extrema adversidade

�ss1m, as ba�es_ d� um P�·ojeto Nacional pe la di lap idação d� da nação brasileira.


imensos patr1mon1os pu_ bl 1co s, sem su bs tit uí- lo po r ou tr o. .
Denomina-se estratégia tudo aquilo qu e auxilia o manejo
. A análise dessa crucial questão está contida em estt1do
.
pode� que, quando v�sa alcançar objetivos de um a nação, do realizado em período 1nuito mais favorável ( 1 962/70) de nossa
exercido pelo Estado. E mais arte qu e ciência. O poder mai1if é realidade econôn1ica, para o Comitê do Senado norte-america­
�-se em ��rios campos qu e interagem entre si , cozno o psicoss ­ es no sob a presidência do Senador Franlç Church, que levantoL1
c1a1, o po litico, o cultural, o n1ili tar e, especialmente 11a at ua lidad o­ as ações das Corporações Transnacionais no Brasil e 110 .México.
o econômico-tecnológico. Suas variáveis envolvem fatores pe e Esse est udo foi a11alisado no capítulo V1 de nosso livro De
Estado Servil a Na ção Soberana, edi tad o pela VOZES. Veja111os
ne ntes. sobre os quais se pode ter controle ou não. Por iss rti� breves trechos desse traball10: '

essencial o Estado dispor de instrumentos capazes qu e 0 ajud é o,


a m on tar. uma estratégia de desenvolvimento, so b pe na de em "A desnacio11alização ind ustrial progressiva tende a minar
_
suas polJticas resultarem em efeitos inconseqüentes. ve r a sobera11ia do s países. Soberania eco11ômica não significa
au tar qu ia ou iso lam en to em matéria de i11v�sti1nent?, produ­
As e1n �r�sas de ec on om ia m is ta estratégicas de se m pe11h
a­ ção, desenvolvin1 en to tec11ológico e mercado 1nternac1on�l. �º
ram, sem duvida, es�e papel no s últ im os 4 0 an os . El as qu e é relevante, entrelanlo, é a au toconfia11ça e º, autod1re�10-
· ·

su rg ira m
co mo paiie essencial do s me ca nismo s de execução
de um namento da capacidade industrial. como resposta �s ne.ces�1da­
Projeto Naciona l qu e estava em n1archa de sd e as de e priorida de s do s pa íse s. So be ra nia ec on ôm ica s1g n1f ica .
an os 20/30. dé ca da s do s bá sic as qu e
po rta nt o ' o co nt ro le na cio na l s de cis õe s
·1nsti·tuc1o
af et am
· nal Poderoso
da
º. �rasi�, . desde a Guerra do Paragu ai, se mp re teve um a a econo111ia. Na ausência de um quadro
estrateg1a m1 l1tar. No en ta nto, viu su a estratégia para, ex1Jlicitan1e11le co11t . ro la r o po de r da s Co 1: po ra çõ es �r an �­
ec on
�es mo n tada desde a segund a me tad e do s an os 5 0 com a õ1 ni c a se r nacionai , o en fraque
s ci 111 en to da s em pr es as pr iv ad as na ci on ai s
in de- pe nd ent es . .de vi do ao au1n en to da pr es en ça de ss as co ; po -
im pla ntação do mo de lo de crescim en to ec on ôm i · ic a do s pa 1s es .
co de pe nd en te. raçoes estrangeiras, a111eaça a so b era n1a eco no- m

75
7.f
c1nde essas tra11snacionais têm pe n e
trado e e s le 11 d id o
cu11trole sobre a maior p a rt e da pro 0 seu . a prerro�aliva, im po nd o-lhes tarifas aqué
dccis5 ü
dução, o JJo<.ler Ul' ,ultim m dos custos
q u e afeta a co11 d L1 la das firmas. fi
ca lr a 11 sfcridu para le 11tar cobrir m on um en ta is
J t, l' J P ll éJÍ fl
· buracos finance1r · os resultan-
nacional para o capital estrangeiro. . 1 .
t cs u c
A lidera11ça d o s 11 •
pé ss im é
t �c sl.ã o d o pr oc es so .
.
.
1n ac1onar10, frutos d a
.

a prtl\1ir d e lc 1r �1 . . .
·g <J C i< >s l' .
a -
.
,

d a indústria con10 u m lodo passa


COITI isso, a p o s s ib il l 1 u Z l· ti <lcJ p1 cJpri iri ccJ n1 pe le 11c 1a - ou se ria c om pe t
en c1a.? Em m ui. tos
(.u'iCl!i �J ,1 ,,5 m es m os lecnocratas a 1·1ad os a certo ti po d e
idade d e Q U C JS Ul'CiSUL'S·t'l .
P'' 1 1•1 J ( C ) !i c i Ltc· t1t•11 t rc1 e.lo Eslado, promovem p1. eJ· ut,zos nessas
ll JJ j �
relacionadas com a di11ãmica m l. t\'l ' S l' l. tl ll
t1 n J ia l d J s C) fl c r(1�·<>l·s
t11.• co n1 as llL'l.'t ss e 111 p r e C:,c.i'i, c.: n 1 :-,cLt pr<J pr1 c1 ber1ef1c10 e, postenormente, atuan d o
,

porações transnacionais tio Q 1.IJ:-i e < ,,·


• 1

1 ll 1 t lL·s ll <1 11 11.·r .


• •

Lias Llecis<.lL':-1 L' IL'\'.11.l.1 ·t< iJ as


cado local. Essa dependência .

CCJJTICl �l
a c1 l � l i L' lt lc >
pr iv .
'

c.1t lcJ , ad qu ire m , por preços vis, no processo


r n Ire a s s u li s 1d iJ ria "" u1r 1b én 1
pelo lipo d e relacionamento
<l c 11 ª'
I 1, '
.
s L' .i, m ,1 1 n,,,.5 r1 v .1 li T le m oc or rid .
o qu e d 1r1 genles d essas
.

d e s s a s corporacõcs. A s s u b s
1, ,

<J
.
id ia r ia s são a ll ,11n,·11 k
d l' Jl <' tt d ,. 11 , , e m p rcs u fa zc n<l <J J<J �O da s de se sla .
t1z açoes, continuem em
� ,,n
SCll!i Ccl r�,, .., .., , ,; c.1 pr iva tização, qu an do passam a ter
em pesquisa e dese11,•0J\•i1nl?1
.

, . .., ._
_

.
_

1lo. l'Jn l L'Cll ( 1 ILlg 1 l �111 " ,


. ,
sa1ar1os
.
11 1 s tr 1 1 1r> �
. l?'\lt:rn1.1s L' L'n1 L'11<.li,·
cr1t1cos . em acesso aos mercado l

e iitre cii i1.cJ 0 dtz vezes superiores.


• •


a longo prazo. Assim. em iJl111 1t'Ill <>
muitos SL'lore, mJusl1 1,11>. l"..1 fll liora < J nd I ' pe l dessas em presas esteja longe de ter sid o
J d es u-..
cu m pi, 1<l c ' 11acJ existe qu alq ue r garantia nem poss1· b·11 1·dad e d e
cionalização cria um grau
substan cial Je Úl'PcnJ
mica extern a . ... Ao nil'el ênc1 J <'con o. ·

macroeconômi co. a csti qu e, apO's privatizadas continuem a desempen ha- ' 1 o. No B ras·11
propriedade estrange ira pode utura úc ·

ate contrib u1r para um e em Outros países que sofreram o mesmo processo, o que se
nho advers o â economia dese mpe­
desses países . e uma tem vist o é, pelo contrário, o con fro � to com o pape 1 � oc1 , ·eco-
resulta em uma queda da recessão local �
·

demanda agregad a. essas nom1co que u· nha m anteriormente. Cnam-se por essa via od1osos
têm a capacid ade de
-

reduzir a produção e elel'ar subsid iárias


·

monopólios e oligopólios privados, sem qual quer compromisso .


protege r seus ní\•eis de os precas para
lucro. Os ganho s são assim com 0 desenvolvimento nacjonal.
de modo mais rápido tran sferidos
para as matrizes e o íluxo
externo
.. diminuído. Desse modo. de inl'estimen to Evide nlem enle, essas empresas. após serem prÍ\'atiz das,
l-
os esforços da economia �
para restau rar o crescim local or único objeti\•o o lucro; quan do isso não se verifica,
na medida em que as
ento econôm ico podem
empresas transnaciona
ser frustrados �: �
a n onam setores produ tivos e vastas re�iões do Pais . menos
déficits do balanço de is exace rbam os desenvolvidas, que não dispõe m de dim �nsao de demanda para
pagam entos. .. ·· n1ndam ent.ar os elevados lucros pretend1?os. Como � ssas trans­
E assim contin ua o
sério trabalh o do Comitê ferências de patrimô nios, em geral, têm sido predom1 � antemen-
dos EUA. Como vimos do .
d es 6orupos sem cornprorn1ssos com
. os únicos setores Senado te para banq ueiro s e gran .
que ganharam certo privad os nacion ais -
nossas grandes empre
porte suste ntam-se irreme
diavelm ente nas o País, não há qualquer garantia que sua produç�o contin e
.

: �
sas de economia mista. Anula-se, assim, longo e gigantesco esforço anterior que o Je
:nuito perspicaz para saber o que Não é precis o ser
tivara a subs titui ção de importações.

mdus al brasile iro
quando conclu ído esse
irá acontecer com o
parque
Felizmen le, o fracasso d � �ventur � irresp onsá\iel da Rev1- · .
Latizaçao, na form a programa d e deses­
são Cons � tucional não p� rrn 1ti u a . i g1 -
As empresas de econ
como está sendo levado
omia mista brasilei ras
avante.
T R O B RAS
tn 1 a.[ Z
.... , T E L E B R A S e E �1 B R A E · A d i n â m i c a
E ROBRÁS. ELE-
iudu st�ializacão, base da nossa
foram sempre lucrati eslabelecida porem, nao - ofe . rece,, perspecti\ias seguras quanto
gar�nl idos retornos
dos investimentos

vas para a ociedade . com '

à preservação <lcssas em presa::;, bª�·1cas no processo d e 1n


� � · d u., ('._
realizai.los e contr públicos inicialm ente .
oladas. nos principais trialização e i11sl run1c11los esse11ciais das esb·atégias do Estado
•• Os tecn ocratas. casos, por tarifas públi-
·

no enlil nto, usdril br as ile ir o.


m e abusa ram dessa

{I
f
--
Por essas razões, o Programa Nacional de DeseslaUzação
(PND) põe em risco um dos principais pilares do q� e sobro · v d e u s a r Os resp ecti vos supply credits para fechar o
do Projelo Nacional. Essa tresloucada e imoral pr1vaL1_zaçã u obJe a· o
pode, portanto. resultar no desmoroname11l� ��ótico da nos o bala nço de P a g amento externo. Na verdade, a partir
· d e d eter-
º·
estrutura produtiva, construída com o sacr1f1c10 de lodo sa min . _ d' arn
· a d o m o m e n t
1
- que coinc ide com o final da déca da. dos anos
povo. Até o início dos anos 80, � P�ís mante\1e ele\1adas tax um 70, ª v1sao m ·ca e aluante da gestão pu'bl 1ca dessas -

e s a s , q u e v ·1 ha se mantendo incólu me des de sua cnaça · -o,


de crescimento tendo como pr1nc1pal eix_ o da produção as em p r
un dam e � e allerada. Passaram a surgir crescentes �bs-
empresas de economia mista. Poucos países em todo o m as foi f pro � j
dispunham de diversificações industrial e de se1-v1ços comun do ,taculos e absu . ficuldades à sua- operação e saudavel
i d a s d
veis às brasileiras. Essas empresas, com o em p en h o d o E pará­ eva1 uçao. Tudo. ocdeordivulgação 1 e ndo por promoçao de, . origem ext erna e
·

foram de crucial importância na absorção. difusão e capac stado, tendo como m 1 a grande M1d1a. Essas. empresas
d e técnicas importadas, inclusive canalizando suas deman ita cão de econo� 1 I� i�til assaram a ser combatidas, desvtrtuadas e
desmoraJ 1za�as an l: a ·opinião pública. Desse processo partic1-

para o parque industrial interno e, quando necessário, cria das


programas de capacitação tecnológica para as em presas ndo pam elementos aloca1ados no interior do próprio Est. ado,
das de capital nacional q u e são suas fornecedoras. priva­ matreiramente s dados nos cargos que ocupam a serviço d e
elas, ademais, dispõem no País de dimensões, competSomente interesses p1 iva���internos . e externos. A explicação para isso
comprometimen to para levar avante um desen volvim êntocia e está no co ntr ole de se to1 es do Estado
. , por interesses privados.
tônomo de tecnologia, essencial ao poder de comp ençã au­ em cOnfronto con1 o interesse publico.
parque produtivo nacional. Essa tarefa estava co meeti o do Qu dros dirigentes especializados e comprome fdos 1 com a
realizar-se com sucesso nos centros tecnológicos de çana do a N - :êm sido sistematicamente substituídos por ele�ent s
;:
e vem sendo truncada de modo criminoso pelo tod s elas c:���veis a outros interesses visa � r s
desesta tização. processo de doutrina neohb_er I, ao tem_po; ��; ; ������ o �es����ul�
Ademais, reúnem características qu e as disting m aos profiss1ona1� �e carre11 · : l s e�erientes nas questões
empresas privadas nacionais e, enfaticam en te, das ue das de criação de nqueza, foi�am_ Prete;idos em favor de outros
ligados ao siste_ma financen . · nal. Muitas dessas
de Corporações Transnacionais. Isso deve-se ao subsidiá 1·ias empresas, a parti� dos anos 8� Pi�::��:�� ser dominadas por
,

larem em seus objetivos funções aparen tementefato de acum u­ '

especialistas em finanças, 01_çame t contabilidade e eco11omia


suprindo necessidades essenciais da sociedade opostas, ora que nada_ sa�em do proces�o pro; �i 0 nem da equação tecno­
públicas sem privilegiar o lucro, ora atu an do como mo em presas
empresariais com eficiên cia e compe titividad eco entidades lógica; dao enfase a q:iestoe� mo�e�rias e de marketing, em
rantir seus inves timentos e operação, com de mo do a ga­ detrimento da produçao de r1queza real e das necessidades da
erário público. O equilíbrio desses dois objetind ependência do popu laçao. - eom a avalanche d a propaganda neoliberal, a
plenamente, salvo quando houve interv ivos foi alcançado grande Mídia passou a promover de modo desonesto. tambem ,
setores da tecnoburocracia qu e atuaram eniência ind ev ida de com o suporte de encla�es dentr d Estado campanhas
milionárias contra _esses mstru �::� � s �mpresa;iais públicos
e responsabilidades; isso vem ocorr deform an do funções que formam a espinha do�sal ssa estrutura produtiva
área financeira do Estado na ad mi n istr en do por int rom issão da seram -lh es ôn us de na tu re za
transferindo para elas, como vimos, o ação dessas em presas, industrial. Os - tecnocratas imp �
de Estado não legítimo na admin aç õn us da inc ompetência social que sao atr1·b u1çoes .espec1fica.s do Estado' incompatívseeis
· -

nário. Age com igual irresponsabistr ão do processo inflacio­ com a atividade empre�ar1�l . .ou seJ� � saram-nas para demitmiu-
ilid
com ra de equipamentos desn ecess ad e qu an do as obriga à
p penhar papel que a propr1a incomp t ncia não lhes per
ários no exterior com o levar avante.

78
79
Essas em presas foram também ut ilizadas
. pai a prom _ o er
_ de su as funções para as qu ais tin ha m
istas
. L• 1.aram
fi sb cad os cu rso s d e tre1 na me nto n o p ,
.
es pe cia l
1 e ..;
es tat 1z? çao da d1 v1 da externa po r a lJsorção . � a . .
- •

do s em est1
. n1os p1 eli do s a so ais
conb·aidos por empresas privadas, na c·1ona1s 1.d su bm
. .
pr1nc1palmente devido à Re so luç ão n2 63
e esb·a ngeir
d o anco Ce n t·
.
as
;
: � t
n ex erior,
em ár ea s de re sp on sa bi lid ad e do EstaJo, cr uc iai s
1a J E
ainpl o o espectro de políticas nocivas im
B · da do ci da da o. Tu do
_ so ocorreu e m no 1n e do do gm a do
is


po st as pe 1 os lec · , �
Es ta do e da al eg ad a in efic iê nc ia in tr ín se ca ao
tas à gestão das empresas de econo111ia .
1s
noc ra- ?. g an lis m o"
do
sa 1 u ta r tra d1çao
m ta, romp endo do s "s log� ns " d o fun da n1 en la lisn,:o sectá�io
.
.
_ qu e lh es pe rm iti u
dese mpen h ar cruc·
Lim a
ia 1 papel
:
se -viço pú bli co
ne
,
ol
um
ib er al qu e na o re _
sis te a Lim a su pe rf 1c . l
1a ve rifi­
no desenvolv1mento na cio na l. da do ut rin a
as si1 n p 1 ov a� o 1)e los re su ll� do s alc an ça d ?s no
F ug in do às nor111as cação. Fica �
_ sl ru 1n en la l1z ad a pe lo s
da
concorrência, en1 1 98 6 f
o1. I��
. Brasil qu e un1 a do ul r11 1a ça o 1n meios de
reto-lei 2 30 0 , uma
a essa empresas, po r m ei o d o Dec osto bando
,

� pod e lra nsf or1 nar Lod o um pov o e m de


_ seri e de coniun i caç ão
restr1çoes bu rocráticas qu e em pe a pe rd er a au to -e st im a e a ca m in ha r se m
rr ou de º d o absur idiotas qu e cl1 eg a
operação, a começar por in crív
eis reg ul a n 1 l � s do sua
resistên cia co n1 0 ga do pa ra o ab at e. E po de ta 1n bé m, co mo ficou

� 11�
d e b n s e con tratação d e serv para comp ra
� iços. Foran1 tra ns for ma r em Pr es ide 11t e da Re pú bli ca u m de lin -
as as regras provado, -
seguir, prazos ar
ções prévias obter, tudo su
i r
espe ta , form u lá ri os �
pree n c he�
, a u to riza-
a
qüe11te p o r vocaçao.
a jeito a b \1ejamos o que diz o Sen ado r
ª fl exib l a d e �� � c1 ta autor1Lários, Apr ofu nda ndo essas qL1estões,
i id de
decisão e ss e n c ia l .� � que
destruída. Contratações p
�1 ª
e empresarial
foi A.mir Lan do, Rel alo r da CP MI - Co mis são Par lam
entar Mis ta
a ra a execuçao d e
essenciais
. .
.
n ovos servi ços . de I11 qu ér ito (C PM I) do PN D:
passaram ·
a e x ig 1 1· exa u s t1v a s e e d r u n dan
ti·vas, le v a n d o os q u a d ro t·es Justifi ca- "Neste am bien te cria do de deg ene raç ão, de ver dad eira
·

s m ais · c o n 1p e te n tes e
l
·
�xpe1-iente esta tais que ten tam sobreviver e
as
procurar outro n1eio d e v id a 0 a a s gL1erra de gue rrill 1a e11l re
u t. e a a p � s e n t a d o r 1a p r e
matura. o Governo que ten ta sub metê-las co111 as polí tica s con tenç ão de
A cligniiicante carreira
públ1'ca, com iro · n1ais.
se nt id o de m ·
que d esesti.mulada; foi desconsi.dera a e ate, d issao. 1 -
de preços, de dire cion ame nto das com pra s, ven das e co11 trata­
. 1
\11ru entas cainpatlhas, abr1n o espaço p .
d es mora 1 .
1zada por ções, de limi tação dos créd itos e da polí tica ele recursos
d ara .
cursões d e rapina. Recu .
av e n tu re1ros em in
- l1u111anos, transforn1ada 111er a estatística de gastos, .
e111 proli­
..

pessoal passaram a
rsos
ser sin ôn im o de
de :
pai·a b·e1n men e esp�cialização de
��
percüc10 e ob1eto d e cort
fera1n as idéia s de q ue as estatais (leia-se: Emp resas de Eco no­
orçamentários; salários compatíveis co . es mia Mista ) deve1n ser, e m princ ípio, elimi nada s".
funções como males a serem extirpad
'
m a s responsabilidades das Inde pen den te do mod o com o send o levado a\1ante esse
está 1
. 1
·

de economia mista sujeitas , :�da � . o s T u d o is so em empresas Programa, com esca nda losa s doações a grup os nac iona is e
tu do suas ações tê
e ações em _bolsa Apesar de
,_
m sido: _
me�ia� � m a is procurad
estrangeiros priv ileg iado s, as priv atiza ções desm onta m estru­ a 1
valonzadas, fruto nattiralmente da c1 as e tura prod utiv a i 11du stria l bras ileir a por mex erem profund ame n­
e d
longo do tempo e que se vem 1nan te 1b1l1dade ,conq·uistada ao te em peças bás icas e estratégicas de todo o sist em a pro dut ivo .
, nd 0 gi aças a 1�es1stêncía de
-

a ocasionar
o cola pso do
seus quadros profissionais fr en . _ Se isso fosse con ceb ido d e mod o não
tecnocratas da área finance1r. a do te a in te rv e n ç a o indevida dos sist ema , natu raln 1ent e exig iria u m con junt o de n1ed idas com­
governo. ple me ntares e d e pol ític as i n d ust rial e tec nol ógi ca, qtte não
No caso dos órgãos da adminis - .
as situação
de natureza mais estrat:,g1c. a traçao direta, e n b-e a q u e le s foram seq uer pen sad as. Co mo ajustar à nova
[oi devastador Verdade1ros , o p rocesso d e d e s m a n te la m e n to que stõ es de tarifas, taxas e preços, outrora def inid os pel o
d elinq ·· e n te s d e in · .
u Estado e q u e ga ran tia m custos com pat íve is com a eco no mia da
ram em disponibilidade m1"lh 1tiran1 o u puse-
·

ares e m il h a res de funcionários e po pu laç ã o e do se tor pr iva do na cio na l? Como ga ran tir qu e os

B<J
81


monopólios e oligopólios criado
s con1 as pri\1atizaçõe . · ruciativas de médio ou longo prazo de malu
tem as condições mínimas d e c s respe i­ quai squer ra-
em
1
o11corrência ao - pertencentes ao setor de .insumos como aço.
parque produtivo atingido, devid re st a n te d - E mp1 .e!>as
.
o à n a tureza básic o cao. .
a o u e st r c básicos e fertil izantes, estavam em c11.se no
tégica das empresas pri\1atizad
as? O q u e irá oc a­ pe troquím J us
i � mente foram e-Ss s os setores escolhidos
economia d e setores produti\1os orrer com
a inund o. e pelo
estratégicos e d e
sões d e nosso território cujo \1aslas exte PND .
m e rc a d o a in d a n ã n­
escala parajustificar in v e s ti m o d is p õ e
de Apesa1. Qtt e as co ildicõe s mell1oraran1 u1n pouco em 199 3,
e n to s lu c r a ti v o s ? E o . . .
q u e ocorre
a1n da assim fo·i am reafirmados e n1anUdos os mesmos p i.oced I-
-

o n d e os investimentos já fo ra rá .
m realizados mas n ã
o há deman
men Los de ava 1 ·l ...,u ca- 0 e \'eiidas adotados 110 ano anterior. com
.
lucrati\1a? da
dados d e 1 9 9 1 seni as inui spe 11sá\
.
1eis aluahzaçoes e correçoes
Com a fúria privatizante e .,
_
-

a "fa lê 11 c ia " fi n a 11 c e ir
a d o Estado · ·
à defesa do pab i1n o11 10
_ . pu' bl.ico .
decretadas d e m o d o m o no
lítico p e lo s d o g m a s
ocorrerá com a maior n e o li b e ra is , o A sus e1"Líssi 1na necessidade de acelerar, a .eco.
ia dos aeroportos, d que qualquer p1
telefones fora do triâJ1 a s e s tr a d a s a desesta : ão das e1np resas que forn1am a espinha dorsal Ja
gulo R io-São Paulo-B . dos zaç
Enfim, são tantas as perg elo H o r iz o n t nOssa eslrt1lu1 a o governo a oferecer todo tipo
e? .
_ p 1·odutiva levou
untas para as q u a is o s
·

têm resposta . . Então, q tecnocratas n ã


o d e be ne f1c 1os e 1-ac ·i 1·dad es crescentes aos polenc1a1s
1 . .com pra-
·
u a is . ·
.

o s o
d o1. es" · dI\'ers1' fi1ca ca
. b j etivos v e r d a d e ir o s - 0 das formas de - bas1camen te
.

desestatização? dessa .
pagamento
. - ·
moeda� po dres · lr�Lamenlo tribulário de
privilegiado: ausenc1�
Vejam o s o Relatório d
o S e n a d o r A m ir L a n
do: meca rus mo s . '.b.dores à for1nação de
1111 1 . - .
oligopólios const1tu1dos
.
OLI forta 1 ec1 d os ela transferência desses patr1mon1os empresa-
"No in tu it o d e aceler �
ar o PND, in ú m eras
concessões fo ram fe it s im p l ificacõ es
e
.
ativos públicos.
as n o p r o c e s s o d e a
li e n a ç ã o d o s b e n

s e
r� ais; d�� osos pp
sislemal1co 110 N D , q
1 o ced1
:� �
nt s avaliação, adotados de modo
de
g ranlem a dimi11t1i ção significati\1a
Em 1991, prjmeiro
ano de execuçã o d o dos valores de oferta para venda. ,
cinco empresas foram PND, somente
privatizadas (em moedas Cor:io d.iz o Senador Lando: . e
"As jusLificabvas tecn1cas .

"valor" de face de US$ podres) e co1n


1,5 bilhão. Em 1 992, acadêm1cas sempre foi am u para escamotear os \1e1 da-
tilizadas .
o progra ma é . .
P bl1'co
.

acelerado com a transfe mol1vos de d'I 1 api·dªção .


do patr1mon10 - ,, A apli-
rência para grupos deiros .
u'
empresas, por US$ 2,3 privados d e 1 6 , · lendo por base
cação de técnica de al iaça
- do preco m1n1mo
'
·

bilhões, pelo mesmo a\1 ,


Até setembro d e siste1n a d e valores º
1 9 93, 6 empresas tinl1am . o valor atua] do fluxo de caixa, · desc�ntado em taxas elevadas.
pela quantia (sempre sido desesLa tizadas
basica mente em moeda desvalorizou injuslifica�am:nte o pat r·m ônio público. Os ativos
podre) d e US$ 2,3 .
bjlhões. das empresas, a partic1pa�ao e �cado interno e externo,
O ano de 1 992
apresentou condições .
:
ponlos de venda, pene traçao e ��ei ç�o dos produtos, tradição
ráveis para a venda d e mercado desfavo­ da empresa, pab· i mô n10 tecnol , . te não foram con side ra-
de ativos A recessã . ����: . ' Já
monetária restritiva . o econôm ica e a política dos nem i n fl uenciaram o preço da . os passivos tiveram
a recu rsos finance
tes n o período. A iros foram predo minan­ . . 1 egia
tralamenlo pnv1 · d o, com a assuncao- de dívidas pela União,
adoção pelo Banco
- média de 42% Central d e juros a ltíssimos quando financiamentos de me. dio e prazos relirariam esse
lo�go
reais ao ano -
mento, salvo os
desesti mulou qualque r
investi­ encargo das contas pu· bl .icas · Ma s como P ermanecer1am se11do
essenciais d e curto
prazo . obrigações futuras das empresas, a1 egou-se qu e 0 saneamento
O cenário intern
acional também , . a
financeiro prev10 . ven d a me 111 oraria. os preços·
aUvos. Os movim não favorecia vendedo
entos especulativ res d e . ao
os n o mercado d e Diz ajnda o Senad or.·. , be ne f'!CIOS acLicionavam-se.
Primeiro Mundo capitais do . . .
. ·1os
predominaram ul at iv as,
sobre aquisições d e conjunlo art1cu 1 ad o de pri \11le g1o s e co nc es sõ es cu m
e mpresas ou

83


crime contr a a Nossa
e um .
...
do
p
um a b sur
10 , com o servi u o ND
si n1e sn en1 para isso
para o seleto grupo de participantes do processo aquisiti vo.
flfoedas de Privatização em ,,ez de moeda corrente e finan cia­
e

e on om
ia. Oc o rre ue
� �
stifi caL1 vas
. ,
do PND est á o pro p
capita
ósi t ?
is,
de con­
com a
·
as "'J
· u mercado de .
mentos governamenlais, vedados a empresas ligadas ao Estado E nLre orta lec1 men to do
cratizaçao -
o s e a de111o
para
ti. :ib
mas ofe1tados aos grupos in teressados em co111prá-las, sã � u ir
f
res mobi liário
ofer la d � valo integ ram esse Pr� ­
ã o da . resas qt1e
exemplos dessas be11esses. ai1 1pl1 ·a
ila1s das e � P or Amir
de ca1) , do Senad
m �
e1 ca do diz o R e l ato1,·1 o
A fixação de u1na única modalidade de \1enda - o leilão do essa queslão
. Sob re
_

e a despreocupação com a formação de oligopólios nos setores gra111a


iaçõe s de açoes
_

de aço, fertilizantes e petroquímicos, foi o coroamento do leque Land o: os e as negoc


de favores e obséquios no uso e abuso do bem público. "C on st.a ta- se q �e ?s l � c
capit ais tem
n
� ine11t
as em pr e sas de ec on o
.
mi a mi sta a
adas. � e
registr
Pode-se afirn1ar que todas as dúvidas e questões verificadas
nos procedimentos de venda de empresas i11tegranles do PND
no m
sua par
erc ado
cela
de
mais
. i·epr
_ também
esen tat1va.
essas
de trans
e111pr esas
ações
as que �l
-
tem a 1o r
rto, sa 111ell1 or per ' de
ca\Ji Lal abe � apres e11tam . , .
conduziram a respostas sempre 110 mes1110 sentido e direção: i11stas � as q tie
major 1tar1 �
acio ole
t1m conjunto articulado de medidas para diminuir ao máximo número
de . .
l
c a q ue sob o contr
do ca1J1t al, a1� prev1·
tizaç ão nos fundos
o valor de oferta do bem público, além de ações adicionais para dem ocra parce l a domin ante
Repr esenl a111
favorecer os adquirentes desses patrimônios. incluindo mill1ões do Estado. e � geral .
de açoe - s
d e dólares de gastos com d inheiro público em propaganda pela den ciári os e . OLl sob o controle
rivada s nac10 na·1 s , ,

empr esas P são em nume 1o


Mídia, promovidos pelo órgão governamental responsável pela J á as B o l sas de Valore s '
t es em i1ossa s al d as
prese n ltnive rso tot
venda - o BNDES -, visando desvalorizar e des111oralizar os externo, comp ar ·ado com o
en t e pe quen o se . · a a b so l u ta
be11s públicos que tinham a responsabilidade de vender ... '' extre mam
,

. orio nac·io na\ A maiori ·


atu in o terr1 t ,
or111e1 1-
que
� anter1
·

empr esas � Algt11 11as,


.

Um dos principais objetivos do Programa Nacional de ital fecha do.


e caP
Desestatização, conforme estipula a Lei 8.03 1/90, é a redução dessas empr esas sao
ram seu c �� . 1· t l É rara a pulveri zação d e suas

da dívida global do setor público, interna e externa A venda


.
te abert as,
ações, concentran_
fec\1a
do a . :�
P i dade em grupo
,e m das necessárias para garanti
s que detê r:'
r
financiada de moedas de privatização pelo BNDES e demais ?
muito al
quantidades de açoes
agentes financeiros aos eventuais compradores d e em presas
contro le das empre sas.
nos leilões de privatização não contribuiu para a redução da o . ado ta d a aderiam
i1tivas se
dívida pública nem para o saneame11to das finanças d o Estado. Medidas acautel
·
adoras
· d e
e prev
reversa

o desse qua d ��ro modo a
encaminl1ar um inicio . espera d a
1
Considerando que uma das questões básicas das finanças das ações e a
atingir e m m e, d 10 P
. . ver1za ça - o
,

. razo a pll se
públicas é o déficit das contas federais de curto prazo, seria . . priva . d º N o entanto, o q u e
tização dos cap1ta1s �· modo
i.
então essencial que a venda das empresas fosse em moeda democra ·bu·
i 1 nd o d e
. , ,e q u e 0 PND está con u
verificou ate a g o r a
..
e de
P
corrente e não em títulos, de modo a gerar disponibilidades de ólios de fabric ação
d a ç -
a o d o s oligo
decisivo p a r a a c o n s o li. ação do
. i·
caixa e, portanto, diminuir a necessidade de financiar o Tesouro planos , para a form
, \ i· 0 dos fertilizantes e
não
pela emissão de títulos d e dívida OLI emissão d e moeda. Títulos comercia izaça
oligopóli o d o s
-o
a ç
d
o
o
s
s
p
aços
la n o s ,
_
d o �� ft�
m º
ante
P
ainda não devidos, com prazos d e vencimento a11teriormente \ privad o particip
n tr a ç a o d 0
repactuados, fora1n utilizados co1110 se vencidos fosse111. Ou u m a a c e n tu a d a conce de empre s a por
vada
���f�:
ím ic a . I-l á c o m p r o
do setor p e t r o q u , de

seja, não eram dívidas vencidas e sim repactuadas. .in te, p r a em seguida
g r u p o s e to r ia lm e n te d o m �
, g 1a r e g io n a1 d e P
� roduç ão e comer­
O fato d e alienar-se patrimônios básicos e estratégicos da t r a t e
m o d o a o t im iz a r s u a e s r e m atada pelo Grupo
eslrutura industrial brasileira para fazer caixa já se caracteriza, a C O S IN OR, a r
o c a s o d
cialização, c o m o é

85

&1
. e prod utos
s
res em matérias-prima
_ de dóla
h o
GerdaL1 para ser fecl1ada. Nem mesmo o aparente privi légio mil ��
da em pre sa ...
de P º
2 00
concedido aos empregados pa1-a comprarem dete rmin ado per­ no
3c a
bado s
centual de ações, a preços inferiores aos estabelecidos para
\'enda, pode caracterizar-se como unia de1nocratrização do
ÇAS
IT .
AfJIARATI E AS FOR
IL ,
capital. ... A compra de ações pelos empregados serviu basica­ B R AS
s. B A
N CO DO
n1ente con10 massa de manobra de grupos domina11tes interes­ AS
m1s· ta de vital
sados em apossar-se das empresas, sem os gaslos adicionais que KlVJ.r»'
econ omia . '
.
emp resa de a forte s
teriam sem essa compos1çao .
11

do Bra sil, .· cos . Devid o


ai:c o seria
. s i
-

O B e
�a

corr
t que lhe

o País , ovim ento


,

ara M
Finalmente, o Senador Amir Lando conclui o Capítulo V
do seu Relatório que trata da Montagem do Cenário e dos Vícios
i rnpo r_Lã
s?�
nc1
s ex
a
:i t 11 as perd eu a cha
nte
mada
s
��
� u icio na l pape l de a poio
qu�
pres ade quad an1e . rna, a ter
de Origem do PND : exe rcer imp osiç ão exte
1t1a ão, por
"Neste quadro nada ale11tador, seria desnecessáiio qLtal­
perrn
à a gr i c ::
L1lt
asso
; ada ve� mais
u ei1L
com o ban co
·. v ado . Esses , de ha
justif ica suas
quer detalhamento sobre os segmentos já privatizados. Especi­ se � orn �
1t ,
1 0 1·
e1 xara 111 de des e111 penl1
produ
ar �
a
ça
_
fui1
.
��
l oje
q
ue
s ó prod utor que
ficar este ou aquele caso pode significar uma redução 11os 111� � . inan ciar a � ncia ment o em
s . a de f · a fina
descalabros que ocorreram em todos os casos já obser\1ados . É e){J� �
peide
te c
� ; ão ou em de s
az .
esp
de
e
emp
���� �
ro
i
� os de cu rto praz,o . ªº
por isso que os novos atores que farão proximamente parte da · ·1vado s que vive m a tenebr osa d1v1da
história política brasileira deverão, para gáudio dos princípios bancos p� · ' astro nô micos f : , o m a1
� 1
d
6 % c amenl o da
J u ros do Or
Estado. . s d e
1
éticos, rever todo o processo e exigir responsabilidades daque­ con some maJ n tern o
iço
·

u jo serv Produ to
les a quem a população, direta ou indireta1nente, confiou a

. tern a c
epública. Já cont rola� c
:�aí
de
ses
20%
ricos
do
é algo da ordem â e
responsabilidade de seus recursos. Por isso, as a11álises seto­ ndo o nor11 1a e com � Ban � o o
Bruto, qua es -tá acon tecend o
riais que se seguem neste Relatório servem ape11as co1no ntem ente, o e
seJ a , doa-lo a
5%. Evide q
. çoes pri,1ati zá-lo , ou
quadro de referência ou como exemplo da prática delituosa que con�1 � pa ra
Brasi\ visa criar
se tomou comum e se reforçou nos últimos anos: a de dilapidar grupo s privad os.
insaci áveis Estad o brasile iro,
os v1ncu
. l a d o s ao
os recursos públicos conseguidos por meio do traball10, da os grande s banc a finan ceiro
Entre tença - o do sistem
inteligência, do suor, da lágrima, do sangue e da própria vida r� g u \ação e manu b � ra
com papel na com o i1a � iona l ' e n:
de milhões de brasileiros". comp roroeti do
resta, omica
· 1 A
i· ntern o , some nte Caixa Econ
Banc o d o Bras1 .
o
Os valores globais de algumas dessas ve11das dão un1a idéia de modo decrescente, . aparen temen te insu1) era-
� s
,

\d d
Federal encontra-se e m a.i & ��
c e 11 t�
do nível de descalabro que foram essas "privatizações". Confor­ de Dese1 1volvim
Cent1 a A N) e
me nota divulgada pela Procuradoria Geral da República, as veis e os Bancos . m e11to s de cani­
instru
quatro primeiras empresas "vendidas" no governo Itamar Fran­ Econ ômico e Social (
BND � )
veicula
S �te
s
-
a
s1 do
alienaç ão de patrimô nios
co, a Fábrica Nacional de Álcalis, a COSINOR, a CELMA e a balização do Estado e
USIMINAS, esta a segunda mais eficiente usina siderúrgica em públicos. de circulaç ão
.
1m o :t anle jornal
. r .
1a l d e
todo o mundo, com patrimônio avaliado em quinze bilhões de N e s s e contexto, e d 1t o �
para a moder nidade do
d a b as1ca
dólares, fora1n vendidas "por um valor que não dá para adq u i ri r f
medi
nac1onal a p re se n ta c orno
.
suas estrut uras un d a-
um veículo Gol, usado". A Companl1ia Siderúrgica Nacional, e sr_ n o n t e t � -
e s d
Estado b ra s il e ir o o . d o
d
: Brasil,
,,� . 0 Banco do
.

marco histórico d a industrialização brasileira , segundo seu e r a -l a s a r c a ic a s


mentais, por c o n s id
das.
diretor financeiro foi "vendida11 por 28 milhões de dólares em ltamarati e as Forças Arma
espécie, quando havia em cofre 78 mill1ões d e dólares e cerca

87
RG
Com a exceção prová,,el das Forças Ar ma da s,
qu e trabalham nessas instituições com esse precípu
há mu i tos asp ecto s , �
·inJ· stificável. A desc ulpa de que não existem recursos

intenções traduzidas ne ss ej or na J ficam claras ao nã o fim . As no Or � en o


ara
é desm enti da pelo desvio de mais de 67�o desse
um pequ eno grupo de banqueiros e especula­
o prete n der Orça men
substituí-las por ou b·as qu e ''enhalfl a de se m pe nh ar
fu nções essenciajs para a Nação. E be m possível id ên ticas dor es. �O� x t : os e intern os, que nada produzem, a titulo dos
·i ços de dívidas que não resistem a uma simples
, en u· eta11 t0 resp . ect1vo s se rv
. o da Rece .rta
qu e essas intenções sejam frustradas pela própr como denu ncio u o ex-Secretin .
ia natu rez� a ud1t r1 a A d e m ai s,
negati''ª dos efeitos qu e promovem. Isso ac ab a
modo setorial, em ju lh o de 1 994, com a estatizaç
d e ocorrer de Fedei�ai , � s l e sonegação de impostos da ?rdem de 50º6. ou
ão ge ne raliza. · entre 30 e 50 bilhões de dólares anuais. As propostas da
seJa,
, a atua1·1zaçao
da dos bancos na Venezuela. Lá, como pa re ce
es ta r co m eçan do ,area finance·11.a do Governo de subordinar dos
a acontecer aqui, já fo ram longe de m ai s.. . ti. ' ºs do
-

,
salar1os . d os fu ncionários civis e militares a ven d a d e a '
O poder crescente d a s oligarquias n a c io
n a is e in ter11a cio Estado em empresas de economia mista evidencia o cinismo dos
tecnocr.ala s. Uma redução de apenas 190 de tal d"I1 ap1·d a�ao
najs sobre o Estado brasileiro, o d o m ín io ­ - orça-
p re d o m in a n te sobre
os partidos políticos e sobre o process men tán a d ev1. d a a o pagamento desses plena-
considerar o a lt o n ível d e privatização e
o e le it o ra l. le v a m . . serviços resoJ,1e11a .
d e in te rn a c io n a li za a mente ess a i nóbil situação, pois mais do que d up 1 ·
ica n . , po1
� ;

exem p1
a q u e estão su b m e tidos, deixando, p o r is ção çamento do Ministério do Exército. A penuna que ,
so, d e c u m p1·ir a lg u m a
de su as principais funções. s �� ,i ta não pode ser só resultante da cob iça desmedida de
O que a ideologia neoli beral vem
impo nd o, acen tu a aind �� � � q eir s e especuladores. mas de plano arqmletado.
.
..
mais o caráter in tern a c io n a li st a d e a infor111a Adriano Be11a)1on do Amaral
Confo m : os
a presença d o Estado e m á re a s in d u
n o s s a e c o n o m ia a o s u p
s t1·iais básicas e e s tr a tégic
ri m ir ,
nume1 i � :�?s o r enlo de responsabilidade da Secretaria _ do
visando d e s re g u la r a p r o d u ção, as Tesout o mostram ue a rubrica Pessoal e Encargos Soc1? 1s
tarefa im p o s s ível d e s e r a
b sor­ _ . �
vida pelo capital privado nacio n al.
A rigor, o que os neoli be teve sua partic1paçao no total das despesas correntes redu zida
pretendem clarame nte é ter esses rais em 1 9 93 pai. a 1 8 9o/ qL1an do era 27 , 4º 0' em 199 2 Na real idad e,
1
instru ment os sob controle

extern o para posterior esvazia os val ore s sa_ mu o, men ore s que essas porcentagens, Ja que
, .ito
• ,

mento, prom ovend o a desin d ?


trialização do País. us­ no total das despesas cor.:e � tes , há parcelas grosseiramente
Exemplo de desvio de atribuições sub est i1n ada s, como a dos u1 os, P or exemplo. Calcula11do err1
Tendo desempenhado no passado ocorre u com o Itama rati. J
dólares, o valor da folha e pagam en tos dos servidores civis
tradição estabelecida por seu
impo rtante papel, graças à e militares caiu à metade em relaçao a 1989". -

funda dor, o Barão do Rio Branco,


hoje se vê reduzido a promotor
de negócios privados no exterior
Envolvido pela ideologia neolibe .
ral, o Itamarati vem se dedicando
a servir interesses extern os. 6. MODELO DE CRESCIMENTO ECONÔMIC
O
VIME
São exemplos sua atuação na Lei
Patentes; no Acordo Quadri das N T O . O PA PEL

PERV ER SO : AN 'l'ID ESEN V O L
partite do setor nucle ar, que nos
subm ete à Agência de Energi DO S TE CN OCRATAS E DOS C�NT OS
a Atômica e nos classifica como
de segunda classe; na perda
na delimitação da nação
do controle nacion al da área
país
espacial;
ACA DÊMI COS NA COOPT
NEOLIBERAIS. OS EMPRE
S IDÉIAS
NACIONAIS �x:ig�
(Estado ?) ianom ami, neste caso por
intromissão direta do
govern o norte-americano, entre a si st em a
todos em afron ta djreta outras, O Tr ata do de Bretton W oo ds su bm et eu -n os
à soberania nacional. a im p õ e a
e um a n aç ão l1 eg em ô n ic
Quan to às Forças Arma d financeiro dr ac on ian o em qu A s
as, é bem conh ecida a situa ção de , . c o m o re fe re� nc ia in te rn ac io na l.
penu r1a a que estão todos sua prop:1a mo e d a
, .

subm etidas, com falta de E u ro p é ia , e m b o ra e v e n tu a l-


peças de substituiçã o equip amen tos, na çõ es m ai s prosperas da Un 1ao
. _
etc. , que as imob iliza. A isso
trata ment o salar ial adici ona-se
humi lh ante de seus quad ros,
sob todos os

89
88
mente beneficjando-se da situação em relação -

têm procurado manter certa autonomia agreg às mais fracas


econômico, além de procurar caminhos q a ndo-se em blo · sem con siderar as necessidades e aspiraçõ s d
u e a s c� na c1 on cil s e : ?
turação de força militar, independente da leve1n à estr o. E, d e mo d o .
incr i'vel , desconsiderando - devido a
Po
u. pula çã
ti va: dos
OTAN.
o contrá1io vem ocorre11 ica
.s de pi.oducao. PaJ-a e1es, o crescimenlo econom1co
d ê ncia Lecn ,
olog - as vantagens compara
do co1n o Estado brasile dc pen -
.
submete a Nação à ditadura fina11ceir iro Q ue fatores locai .
Evidentemente, isso põe em questão a a d e controle extern o Lor11a-se u1n fim em s i mesmo quaisquer que seiam as_ conse ;
midade da atuação dos dirigentes d própria \1alidez e legiti­. qu.. é11cia s sobre o povo e . Na �ão . Até a recessão �co � om1ca e
promovida arlific1. almcnleil, co mo o vem sendo no Brasil. nesses
acabam por colocá-lo em confronto o Estado brasileiro,
com a Nação. Q ue ·elenso fuluro cresctmenlo.
anos. . em nome de um pr
1 em e to
O Modelo de Crescimento Econô úllimo s dez
mico impôs ao exlrein d e a bdicar da própria moeda, e
essencial de soberan. � ��
processo de dependência q u e co B r a s il Cl1ega-se ao � _ �
n s o li d a e s s a ovo, para alcançar a "estabil.ida-
de" e, como consequ n �":iizem -. o crescimenlo. Como iss�
feria ao en tregar setores e n tre o situação d e peri­
s m
sob o con trole de grandes Corp ais d in â m ic o s da e c o n omia
orações Transnacionais seria possível se lotla a ca Pacidade de poupança nacional e
O mercado interno é o maior .
patrimônio econ ômico abocanha da im pu 11en1e11Le po1. sonegadores. especuladores e
nosso povo e assim está con .
s a g r a d o n a Constituição d e 8 de banquei ros.?
Apesar disso, forças antinacionais 8. . 1s. causi:as da grave s1· luação qLie enfrentamos
impedi r am Que esse princípi As princ. 1pa
1 an tacão do modelo, na segun d a
constitucional fosse regulamenta .
lêtn su
do e prete ndiam revogá-lo na o as or 1g ei 1s n a .
fase de 1mp
frustrada Revisão. A ocupação
metade dos an os 50 . e no s b . ente período do "mi1 agre .

. ,,

nas estabeleceu processo de desse mercado por forças exter­


.

periferização promovida por perifer i zação por dentro: ou


seja, quando o cresc1menlo econ �m��� �oi ponderável. O âmago d ?
País. Ta/ processo foi ainda interes s es extern os enraizados queslão está prec1sa�ente na dependê ncia no campo tecnolo·
reforça do pe/a natureza intrin no gico e �as d e for·macoes conce1ºtuai·s que os interesses predorn1-
mente dependente do modelo .
nantes 11npoei11, man iPulando as teorias econômicas.
econô seca. _ .
Jbjetivando o antidesenvolv mico. Na realidade, ele atua
lltos níveis de cresci imento, apesar de períod Os lecnocratas, em gerai . economistas no poder, arrogantes
mento, que os com
1atureza perversa do proce serviram para alimen tar e inb·insecame11te d �sprepara_d os para o que é substanti\10 no
sso. a esforço de desenvolv1mento, te� dºfi I Idades em entender este
O despreparo dos tecnocr
nacionais é de tal ordem atas na condução das
questõ es
rocesso por falta de fo � maçao
Pprópria natureza d as t 01·ias que mai11·pulam com falsos sím- te �� ica e prática, devido à
profundas diferenças concei que não lhes permi te disting u ir �
.
·

tuais entre desenvo/vimen to e as bolos e parad1g1nas equivocad os. Como conseqüência, cons1de- .
cirnen to econômico. cres­ . d 1v1
. 'd uos. con10 consumi.do1·es e as nações como
quem serve e para que Ignor am a qualidade do crescimento , ram os 1n
serve. Naquele, descon h ecem q ue a mercados. Até aí nada de �norm al . 5 ' para eles, é isso o que
apre11deram e sabem fazei e, poi·ta��� estariam em set1 papel.
conceito de desenv0Jvim o
nhos que levam aos objetiv e11to implic a em identificar os cami­
os maiores da Nacão, de A questão lor11a-se gt.av e quan d o exe1 :cem 0 poder 111 aior das
sociedades, como te111 oco1 r1d� de modo freqüente i1a cl1ama d a
.
e definido. Pressupõe modo e/aro . . ·

sejam alcançadas as que reflita .

o esforço coletivo para


metas de um que modernidade e, de modo pre omin . ante nos países dependen­
razão pe/a qual, indep Projeto Nacional. Essa é a - ·
les. Nestes, o econom 1c ja, reslr1·to apenas ao financeiro, '
os tecnocratas prop endente das ideologias que professem, ? l
ugna
econ ômico acelerado, m, corno meta ideal, um crescim ento funda men tado e� falsa s:mb 0 006ia de moeda einitida ao arbi-,
quais lrio do poder e1111ssor exte1.no, ao conceiitrar as decisões da
qualid ade, sem Que tenha quer que sejam suas metas e sua sociedade nas mãos �e tecno.cralas 5 ���n le pode resultar e111
vincu/a cão com a :
..
história e a cultur a ,
desastre. Essa dinâmica pol1t1ca ca1 ac e za uma "ditadura" do

,,

91
financeiro que traz intrínseco o me can ism o que
... 1 e da economia nac1onal pelos cen tro s
pei.m1te
0
conu·o
P�
· .

Presidente à altura de um Salinas de Corta.ri,


·

de d e r do tivesse um .
profi ssion �lmente pre ?estinado à Presidência. Ou seja. surgiu,
sistema financeiro in te rnacion al. Na realidade,
. el es 1 o rm
arn
por essa �1�, uma . perigosa nova casta neste nosso cont inen te
uma seita qu e dei.fica o mercado - do mi na do pe lo
fim a n c e1ro
.
e sataniza o res to
de infortúnios ... Ainda no atual governo e na gestão de Fernan­
-
.

John Poster Dulles, ex-S ecretário de Estado do Henri que Cardoso, em analogia com o Chile, temos aqui os
"LI , ,.,
. . · no 1�te-amer .
no, diz1a: 17a uuas maneiras de conqiiistar 1ca- /i!IT boys. Não é por acaso que o professor Dombush do MIT
·

. - u m pais estr .

povo pelª li.orç


ge1ro: uma e ga11/1ar o controle de seu an- é consid erado o Sachs do Brasil. O professor Sacl1s foi quem
armas, outra éganhar o controle de sua a �as comandou o processo neoliberal na Bolívia e andou assesso­
finance ros. " A te agora, p e lo menos,
. econ om ia
. pelos
: ,

estão
preferi n d o a
melos rando Y el ts in na R ús si a .
da opçao e os tecnocratas nativos
sã o 0 se u exei ,. � egu n-
Evide ntement e. já te111os aqui sucursajs à altw·a desses
ocupação. c1 lo de
centros do "saber hegemônico" . E11tre os mais efetivos e
º d espreparo dos tecnocratas pa eficientes, pela ordem de in1portância, são: a Escola de Econo­
ra os problemas d e
voJ�un · :nto dos povos iber d ese n­ mia e Administração da USP, o lnstiluto de Economia da
pel�
o-a m er ic a n o s é co n tr a
os
apl1caçao e competência n o cu
d e n s �u e recebem d o s centr
mprimento su b a lt e o :n d UNICAMP e o setor economia da Pontifícia Universidade

profiss1onais tiveram sua fo


os h e g e m ô n ic o s M
rm ação pós-gradu �da
�� �
. as o1-
os esses
Católica do Rio de Jan eiro .
A Igreja precisa pôr 1nais atenção nessas questões, pois, ao
dades norte-americanas e � n1,,e .
ts1-
. - fo ra m re sp .
o nsave1s pela im e tempo em que defende os desvalidos. monta escolas de prepa­
aceitaçao entre nós da nefast
,

. . d ia
· ta ração de econom istas promotores da miséria dos po\ios perifé­
a p ro p o st a d o u b ·inar1a
· ,
Isso, graças à atuação q . neolibe ral.

u e tive ricos, sem qualquer escopo ético. Os Chicago Boys de Pinocl1et
o _ mu nd o ac ad êi:i
fazendo a cabeça de toda u 1n a ge r an_}º �
� �
ico vinham todos da universidade católica de Santiago . . .
e administradores. É b ª 1ove�s econo mistas
em c o n h ec i a a orte Quando ainda lecionávainos Administração Prospectiva na
.
in f lu ê n c ia q u e
·

tiveram o s C'h rc
ías.e d� ?1tadura
. ago boys n a pri me1ra ·

pós-graduação da Universidade de Brasília, assustava a forma­


Pinochet n o Chile, oc de
upando tº d o s o s m 1n . ção neolibe ral que os economistas e administradores traziam
_ 1st�r1os d a área
e c o n ô m ic a com egress
orgulho de Milton Frie
� �
os d a Uníve r d a e d e
dman .r E m o u ·os uga
Clucago. E r a m o
dos cursos de graduação. Tínhamos que dispender uma parte
do Curso decod ifican do suas cabeças dessa doutrinação e
chamados para posições res t a m b é m fo ram
origem, como Salin as
de
de Go r ��� �
an d
�� s res p ec tivos países de
� o ex1co e D_o m 1n g o s
.
resgatando a capa cidad e de refletir para terem condições de
iden tifica r a reali dade e os problen1as do País. Felizmente, a
na Argentin a. No Cavallo espo ntan eida de dos jovens permite rein tegrá-los nas questões
p�sições-chave do
Brasil d e d
; l;�

nga da ta , vem o: up a o
(
segu do s a a o s e g u ii
do?, d a area econô-
nd as nac iona is, bem com o no uso adequado dos instrumentos técni­
mica do govern o. cos que dominam.
No Governo Itamar car com ida s idé ias liberais
Fra nco J.ecusam-se a re A ressurreicão• intem pes tiva das
do Presidente da ceber in s b·u ç õ e s do laissez-faire e do livre-cambismo, essência do co lon iali sm o
R epu'bl'ica e muito s
postos no Executivo ' d el es, a n te s d e oc upa r qu e inf eli citou o séc ulo passado e hoje é denominado neolibe­
pa ss�1:1, c o m o em es
direto rias do Banco tágio p r o b a tório , po ra lis mo , en co nt ro u poderosa ação promocional em fundações
1
M u �. 1ª o u d o r
presidente do BNDES .
do Preside nte da
'.�;. B ID . Um d e le s , q u a n d o
ic o u d u ra m e � te a s u
p o s ta ig n o r â n c ia
es tra ng eir as e or ga nis mo s i nternacionais. Com financiame
farto pa ra a or ga niz aç ão de se mi ná rio s e conferências e _ para
nto
a
Repu ca em
1 Qtr estoe s econ ôm icas - como pu bl ica çã o de se us res u l ta �
se elas não fossem s, ad es on op ol 1:� ra m
1·a· do es sa s en tid
n ta n d o q u e o B r a s il n ã o
p o 1 cas - ' Iam e .
c1e nc 1a po lit ica e
o de ba te acadêmico na s ár ea s ec on ôm ica , de

Y2 93


.
sociologia em todo o con tine nte ibe ro-am eri cano
tão na Consti tuição de 88 a designação de
l , para
en
d e Capi tal N ac1onal . u seja, o nac1ona
A cabar . · Oe u-s e-ll 1 es . .
arn aoo11a, r1a.
·.

por influenciar forteme11te a qu ase tot alid ad e da s


. .
O
·
u n1ve rsi
,
dades N a c io n a l .
Ernpresu
ex.i.sb i ,
e dos centros de estud .
dos Pa

os av an ça do s, 1n uit os de les cria .
. . precisa ser adjetivado. o estrange1r o na o necessita adJet:Ivo...
· 1radei· ra1.
- · ·

- do J dear10 ne oli be ra l . A situ aç ão


'
p
-

a propagaçao ra
·

é nacional
. de g ravi, . por de fin içã o. arec e b t11 .
dificuldade fin an ce ira e falta de alt er iia ti''ª ss1 ma .
do m u n d o co nst itu int es de 87/88 co nse gu ira m lill po rta nte
co certame11te abr1u o seu precioso espa aca d e11- 1i- o11 de os
a
·

aqu e1 as
ço para Q u e 1 9, ;:io de lin ir qu e o me rca do int ern o. i ntegra
VI't01 1
· · açoe - s d 1' fu n d 1s
' sem ' foi no arl . 2
01 gan1z .
·

st1a m al si na da id eo lo gi a, , i11c
O PªLri111õi
. a do de m o do a viab '1 } '1za r
en tiv
·

q u e fu n 11a cio 11a l e ser a


�ra1 e so c � o-_eco no m1 c? . o b en1-es tar da
menta duro e desun1ano co lo iii al isiiio . 1io - .
da- ' .

nv olv i111 e11 l o cu llL


� maioria de nossos em pr es ár io s
é frulo d e un1
0 dese
ção e a aut o?o n11;:i lec1 1ol_og�ca do Pais , nos term os de
crescimento econômico de pe nd en . 11:odelo popula
te e se su b rd i n o u de Nã o sa bia m os co ns Ul u1n tes qu e o Co ng res so qu e
a e�lr utu lei fed era l.
ra produtiva em q u e o s setores � - a res p? nsa bil ida de d e reg �1la i:ie n�a r esse
. d i11 â1 n ic o s i o r a m clo1n 1 n a os suc ede u , co m
po1. su bsi.dia,r1.as de corporaçõ . d os u, �n1 des res pe1 �0 ª Le_1 M� �na .
es tr a n sn a c i onais. princípi o, si1n ple sm enl e o ign oro
ta J·de, .n o per1,0 do c o m p re e n d S o m e nte .
7 0 1� ot1ve t1m
mai s que pal roc 1nara1n a esp ur1a e 1leg 1U1n a
·

id o p e lo s a n o s 6 0 e Não é por aca so que os


_ '
tentativa de revigorá-los e a co11 stitu cion al d e 199 3/9 4, bas ean do-s e inde vida men ­
' m b o ra 0 espaço econo Rev isão
te 110 arl. 3 das Dis pos içõe s Tra nsit
m 1 co Ja· esti-
·

vesse ocupado pelas tr a n ória s da Con stit uiçã o,


sn a c io n a 1·s q u e começa .
ram a 1mp lan-
5 0 . ssas
tar-se 110 Brasil n a se g u n prete11diam entr e suas prio rida des revogar prec isan1 ente este s
1i:avorec1das por todo tip
d a m e ta d e d o s a 11 o s

o d e resei-vas .de n1e1.


· E ·

fora m dois princ ípios : o d a en1presa 11acio 11al de capit al nacio nal e o
subsídios. Ademais o m . cado, incent ivos
e art. 2 1 9 da Cons tituiç ão. O assus tador é que a FIES P, a
,
o d e lo d e c1 esc1men to .
ec n o- m 1· co i m põe

Co11federacão Nacio 11al d a I ndús tria, assoc iaçõe s co1ne rciais e


c º I og ª exler
,

as e m p resas naciona ?
. is a d e p e n d ê n c ia te


se1a, os e m p resários
brasileiros, n e s s e m �C: na, ou similares organ izara1n ''lobb iesu m i l ionári os para garan tir a
o e I o, Ja nasce
a corda n o pescoço
... m com derrubada desses dois prir1cí pios co11st itucio 11ais, o qL1e, e\1iden ­
. . temeote, den1on sb·a objetiv os antina cionais . Mais: ao não admi­
Setor industrial em
esse períod o, dom in
mãos de n c1 ona is,
and o mais de � º q u e preex i stia111 a
.
tiren1 a participação efetiva do industr ial brasilei ro n o comand o,
está-se criando estrutur a produliv a 11acional dirigida do exte­
� � % do m e 1_ cado intern o e
c�m capacidade de
com p etir n o xte1 - rior que, evidente me11te, \1isará objetivos dos outros e não os
fo1 desman telado ioi , c0111 o farmac
, tendo q ue v n er . � êutico,
� suas in dust rias, 11a nossos, da sociedad e brasileir a. Qual, então, os fi11s perman en­
das almas" a grupos "bacia
'
estrange1ros . Com tes do parque prodLttivo nacio11al? Resolver os problemas de
corpo raçoes transn 0 a 1 d a r d o tempo,
.
acion ais do n na1.a1n . : as
_

bem-estar de outros povos ou coisa semelhante? Nesse co11tex­

�:
associações, sindica r! p i a �1can1e11 te todas
tos e federaç s p as to, o que poderian1, n a realidade, fazer as empresas verdadei­
e poder, reduzin a tr o n 1s q u e t in l1 a
,
� m peso
a papel comp
do assi1n as e1n
.
, � s a s ge n u i n a m e n te
n a c io 11 a is
ran1ente nacionais ante a avalanche de pro111oção da doutrina
lemen tai· e pe r1 1er . neoliberal que envolveu o povo brasileiro e1n gigantesca marola
. 1 co aJJesa
• 1 d o s e u n u, n 1e r o s e r
m u i· to maior. de mentiras? Acuadas, sem condições de resistir, esperara1n
P?r _esses inotiv passivamente o momento de ir para o matadouro, na expecta­
os foi realizad o ,.
Constitu i n te de n a A s s e m b le ia N a c io n a tiva de tirarem proveito pessoal e enriquecer quando da ve11da
87/88 grand e esfor . l
para P ro tege-l as

Severo Gomes, ço, li d e r a d o p e lo S e ou da perda do controle de suas empresas para grLtpos exter­
11 a d o r
dessa s condiç ões nos. Muitos deles, que sobreviveram e cresceran1 protegidos
máxim o que se .
cons eg u1u, no . adversas.
.
O
t
m en e sua
existê nc1·a, quan
entanto, io
.
'
· a ç a- o
i
. e v 1 d e n c 1a r ju ri d ic a - pelas empresas d e economia mista que os privilegiavaml estão


d om1na nle. Isso
·
d o com p a �t1c 1p hoje enfrentando 1nonopólios privados qL1e resultaram d o pro­
não sig ''fica a c io n á ri a p re -
p e troq L1ímico ? r a n d e c o is a , c o m
o v im o s n o c a s o grama de de ses tat iza ção .
descrito n �ª
da empresa é ? i.tu lo I d e� t� li v r o . O
c o n tr o le r e a l
dado pelo do
m in io te c n o lo g 1c
o e n ã o p e la m a io ria

95
7 A EQUAÇÃO TECNOLÓGICA, UMA OUESTÃ O
CRUCIAL. INCOMPETÊNCIA DOS TECNOCRATAS A Lecn o logia sintetiza o processo de escolha e de agregação
PARA DESENHAR O PROJETO NACIONAL. LIVRE l pe las
na equa çã o pro d utiva
. . El a ,
e resp onsa ,\1e

MERCADO, PRODUTIVIDADE, COMPETITIVIDAD


dos
_
falo .
�: s
uso de matérias-prim �s e de m �teriais, de f rmas
FIM DA IIlSTÓRIA E OUTROS CONCEITOS. O
E, opçoe : . . �
cas e de prod ução cap1tal rntensrue ou labor tnten -
ESTADO PRIVATIZAD O CONFRONTA A NAÇÃ O
e� e rgeu -

STll� de especifi cações en1 geral : da conf� i:naçao dos


_

d'
_

Ou seja, a tec11ologia equaciona e adm1n1stra a base


0 /;cy ) da pr o d uç ão . A m at er 1a · çao da tecno-
· 1 1za
os.
tp
i ca
1
me -
1
'
Até mu ito recenteme11te, as teorias eco nôm ica s con si l ,t .
1 ca
nos pacotes tecnolog1cos que d efi1nem, espec1fi cam
real e po
dera­
vam a equação tecnológica con10 u1na variável exóge 11a
. , , ·

log1 a se dª
·

º
Com o
.., 5 políticas de uso dos fatores. Nos pa1ses de 1no de l o
.
·

decorrência, os economistas têm idéia s confu sas sobre. o


'

1
·
e or1e1 1 ta n
que
· de dec1-·
significa tecnologia, ora ve11do-a co1n o u m insL 1mo , ora
com o de cresc11neiito eco11õn1ico de1)endente, este conjunto
- �adas eslá co11lido 11os pacotes vindos do exterior,
·

algo que intervém de mo do dec isiv o no qu ad ro pro soes agre i::.


·

du tivo , . -
Porém sem explicar sua na tureza e. o q u e é ma is gra\'e . do a diretrizes e polit1cas de corporaçoes e d e ,
pa1ses
, sem o be d ece11
. - ·cos que lhes derélln origem. Isso, naturalmente, favo-
identificar clélal· mente co1no dev e inte rvi r nas teo rias li ege m on1
que , . , . . -
ma nip ula m. Apesél·l dos estragos qu e o mo de lo de pe 11d en rece seu s Pro prios fatores e 111duz a ehm1naçao de co11corren-
eles d eta111am e
te ve111 ,
causando ao País nos últ im os qu ar en ta an os , os tes, esp ecia1111ente os locais. Em s1ntese,
tec 11o cra las
insistem nos eq uívocos de or ige m, q u e a ide olo gi a promovem a valorização comparativa . d os fa tores, dos 1n . t eres-
ne ol iberal -

���
leva às últ im as co ns eq üê nc ias . Fica, as sim , m u ito das políticas de seus agregadores externos: Corporaçoes
dif íci l tir ar a
lim po qu al o verdadeiro pa pe l da te cn ol og ia snacionais, com forte ascendên cia so bre os Estados heg�-
na es tr ut ur a
1
s de origem. Esses pacotes sao _ os .instrumentos estrate-
produtiva, en qu an to tais q t1e st õe s co nt in ua re m mon1co
A •

se r1d o ex clu si­ .

gicos e estruturais do poder neocolon1a , sao mais ne fas tos que


-

van1ente tratadas po r profiss io na is co m en fo qu e


·

id eo ló gi co qu e
lonialism o mercant il do século XIX. Nesse contexto, a classe
� �f
fere fundamentais in teresses na cio na is. Deve-se
ao s po lít ico s e
a certos m ili tares do re gi m e de ex ce çã o, in i ge11te brasile ira 11ada dirige, mas subalterna a forças exter­
gê nu os e de sp re pa ­
rados na s qu es tõ es do po de r re al , a e11 ti·eg
a ao s te c11 oc ra ta s do s
nas, tendo a respon sabilid ade do Estado, sub n:i ete-se tu.do qt1e �
destinos da vida na ci on al . Is so , ev id en vem dos ce11tros hege1 nônic os. São essas as c1rcunstanCias que
te m en te , faz pa rt e da
estratégia ne oc ol on ia l de da r ao fin an ce a organização políti ca partid ária serve e favorece por todos os
iro , so b co nt ro le exter­ •

no, o po de r de co nd uç ão das so ci ed ad meios.


es pe rif ér ic as . Ao co lo ca r .
o financeiro co m o fi1n em s i m es m o,
os pr og ra m as ec on ôm icos A ss1m, o mod elo de crescimento econômico bra.sileiro
do s governos no s úl tim os 30 an
os tê m at ua do n o se nt id o d e invia biliza a Naçã o a long o prazo e promove
· 'd 10 " de
suici
.
� "

retirar do Estado se u pa pe l ce nt sua estrt1tura pro dt1t iva ao def inir as Corporaçoes Transnac10-
· s, t nd o como base
ra l d e ga ra nt ir a So be ra ni a
Nacional. Isso reflete-se ta m bé m nais corno a orige m dos pacotes tecno I og1co �
critérios equiv ocad os e 1ncon s1s
n o It am ar at i ao cu id ar , pr io ri ­ .
'

· te11 tes qu e visam acelerar o


crescimento, a qualquer cus t o. D essa m an eir a ' esse mo de 1o
tariamen te, de negócios em ve .
z d e as se ss or ar o P re si de nt e da
R ep úb lic a na s qu estões d a
po lí ti ca ex te rn a d o B ra si l.
,
E impossível, assim, tratar eco nô mic o exc lui a IJO ssi bili dad e de uso de �m . dos pou �os
da co m plexa qu es tã o do de se nv ol ­ .
vimento nacional concen princípios ainda consistentes d as teor1·a s econom1cas que .e o
trando as de ci sõ es na s m ão s de profis­ . p1 , r1os,
.op
das vantager1s comparativas d os fat 01. es de pr · od
uçao
_

si on ai s qu e usam parâ
meb·os e pa ra di gm as falsos, · es ti pu la dos
, . ,.
pelos grupos de poder qu equacionado por Ricardo.
E curi oso q u e a 1de1 a cent ra1 d ª d
1
e se m pr e têm tid o su as raízes n o ex te rio r. . . e ral se · a
Ja
C<Jnsolida-se, deste m od o, eo lo g ia n e o l1b
a di ta du ra do "p ap el pi 11 La do ", em . cializa-
co11fr<J11Lo com nossas do livr e me rca do , fun dam ent ada precisamer1 te 11a espe
e>.ira o rd in á ri a s p o te n c ia li d a d es.

(1 '
97
s na çõ es , le va nd o- se em co nt a su as va ntag e ns co
ção da , a segu1n . t "Pai,se s co m d·1 1rere n1para. ex po rta d ra s tra ns 11a cio na is de alu mí nio po r
e: n te s c 1 . er gia pa ra ?
tiv as . A tes e e . . . te no og1as, essa ei1 de 0 do lar es ... Esse absurdo é ocasionado
costume s e re cu rso s na tt1 ra 1s 1n co rr er 1a1 n e 1n cu st os d . . valores em Lor 110 1
istrn tos de uni a n eg oci açã o ad equ ad a de\'ido à
os mes mos prod utos . Se eles se espe ci aliz asse m nã o e>ci slé nc �a
para - n os pela
de cr iad a pe la dt , .
v1d a ex le r11 a. Es ta , po r su a ve z,
produtos para os qu a1s
·

t em va nt ag en s co m p ar ati\ias e vu lnera bi lid a


I · 1\1re mei 1 te con 1 out ros JJa , ou de em pr és tim os qu e se tor11am impagáveis precisa­
comercia 1zassem l' íses tod os se b�n e.
os
result dim en to res ull an le são
e11
·

po rqL te os rel or1 1os do em pre


ficiariam. " A lógica parece irretorquível e os obje tiv os estariam mente
plo : um eX J)Ottador de mi 11ério de
ez íve is. Ou tro ex em
identificados con1 o bem co mu m se ... despr
u1n a no ile em 11o tel do Pr im eir o
, ferro do Br as il pa ra do rm ir
A lógica de Ricardo está certa, o problem a e e ar to 11e lad as de ss e 1ni né rio do oulro
l Mu nd o r1e ce ss ila co loc 30
fundamentos que Ihe garantem validez foram adred e Qsqi eco� o, em Tó qu io . Ad em ais , o pr eç o de ex po rta çã o
lado do m u1 1d
dos. A assu11ção do enunciado de Ricardo é anulada a� couns1�­. inf er ior ao cu sto de ex tra çã o e tra ns po rte . É dif íci l
derar qL1e o fator forçadamente predominante n a ec o no m · tem sido ren 1os qu e
. . . imaginar sis tem a ma is ef eli vo de es cr av idã o!. .. Le 1nb
atua 1 -. o capital financeiro - circula sem restrições , em amb 1to . 'ª
é o 1n aio r ex po rta do r n1u nd ial de mi né rio de fer ro . Pa ra
. 0 Br as il
- ·

n1un dial, em b01·a em1a · ·d o de modo arb1b·ario ' e un i·1at eral p or 11e ce ssi da de de ex po rta r "a qu alq ue r pr eç o" para ter
, , quê? A
um so pais e controlado por centros hegem ônico s d e pode r. sa lda r os se rv iço s da dív ida ex ter na re tir a as con dic õe s
1neios de •

Atualmente, bilhões de dólares são transferidos, em se g 1n d os


, ne go cia çã o co m gr L1p os qu e co nt ro la1 n as fin anças i11terna-
, .
., , l ' de
auaves dos paises, podendo anula r qualq uer o u t1.a va ntagem Os ex em plo s sã o n1L 1ilo s e \1a ria do s. Ne sse sis tem a,
. cio na is.
c�mparati v�. Nesses termos, a con diç ão ess enc ial d e Ric ardo o pa ra o Pa ís os be ne fíc ios de SLt as ex b·a or din ár ias
quais sã ,
ao s� ve r ific a.. Ap esa r dis so, livr e com erc ian tes en . mp ar ati va s? E po ss íve l co 11t i11u ar fal an do e1n
� - coraJam va11t ag en s co
investimentos estrangeiros com o esb·atégia de d es . en vo 1
. co m1 )a ra li\1 as ? QL 1al o se 11t ido ou o be ne fíc io do liv re
· v1n ien va11tagens
to. o � seJa, usam argumentos qu e se fun da me nta m na im 1.
·

. co1nércio?
� eab 1I1d ad e das fro nte ira s eco 11ô mi ca s na cio na is QL1a�� - cia s 1n os lra m QL te o liv re co mé rc io
pe ct ro de ev id ên
"

. Largo es
�1�� precis� �nte suportar políticas qu e tor na 1n e� sas fron� traz de sv an ta ge ns ab ru m ad or as pa ra os m ais fra co s ou pa ra os
ei1��dermeaveis � capitais e be ns ex ter no s. So me nt e es se fato lan 1 as fin a11 ça s in te rn ac io na is OL I nã o dis põ e1n
. qu e nã o co11tro
inva 1 � � assun �ao da lógica de Ri ca rd o de qu e "o li\1re ism os ap ro pr ia do s de de fe sa . Ou se ja , o liv re co m ér cio
de m ec an
come,rcio internacional favorece a to do s os pa rt ici pa nt es ". si gu ai s, ne st e ca so , de vi do vi a fin an ce ira ,
é im po ss ív el en tre de à
,
st re pa ra L1n s e he ge m on ia pa ra ou tr os
�xemplos brasileiros en riq ue ce rn co m ev idê nc ias es sa aná- lransforma-se e1 n de sa
lise ul aç ão , ao ar bí tr io de un s po L1c os .
d al � m í i
'. io . O B ra si l �i s põ e de ex ce pc io · em pu ro jo go de 1n an ip
nai� re�������n:���s %e a min 10 na Am azo n1a _ . A ext raç ão do Realmente, as desvanta ge 11s qu e an ul am ve rd ad ei ra s va nt ag en s
ta l . , . � · da s já re fe rid as , vã o de sd e os cu st os do
me a parti·.1 do m tn er io exige e l eva d a quantidade d e energia con1parali\1as, al ém ·
te ns iv os em e1 1e rg ia , al ta
elétrica tambem , d'1sp on1,vel em
abu 11d ânc ia na Am azô nia . Para transporte in te rn ac io na l - sempre in ou tr os ;
e au se nt e de pr ot eç ão em
explora� esse meta J o governo br as ile iro to 1n ou ele va do em prés- mente sL1bsidiada em u n s d as ao s
l p o r vi n cu la
tim o externo para constru ·rr h i·d l ' · d e Tucuruí.
re etrica Os juros co n tr o le d o 111ercado internaciona tr ad er s
- q u e ra ra ­
cu st o s am b ie n ta is
· e 1e\1aram 0 s cus t os d o tnegawatt-hora desse centros de p o d er 1n u n d ia l1 até
ª
interna c1·0 0a1s io , em
s C o rp o ra çõ es . A o co n tr ár
empreendim en t ·f qu�se 0 dob ro da n1é dia m e n te sã o in te rn a liz a d o s p e la s cu st o s
dos cus tos das s su b si d iá ri a s. es se
.
hidrel étricas br�s' e1 �as, me smo ass .im, a lg u n s países 0 11 d e se lo c a liz a m su a tr a n sf o rn 1a r­
ele é inf erio r ao preço a liz a d o s, p o d e m
Intern acion al d ambientais , q u a n d o 11ão são in te rn .
d o n o s cu s la ce�c�� �� : � a t:h o ra , e n1 _to rn o d e 5 2 d ó la re s, q u a n -
olares. Po1s bem . Estamos vendendo
s e e m a lt ís si m o s c u st o s s o c ia is e a té e m tr a g é d ia s 11 a c io n a is

99
CJ8
Em nosso passad.o l1istórico já sofremos c011 5e ü ., .
negati,1as de uma especialização p ei1 c1as · imõnio genético dos trópicos úmid?s. que podem
profunda1nente i� osta im enso pab
Po1tugal pela Inglaterra no Tratado de Mel hue m d º1� a usur padas com tanta desfaçatez )D Or meio da Rodada
,
partir de 1 703, Portugal e o Brasil foram afastado s ª . ele'. a .

��� g ua i do GATI e pela famigerada Lei das Patentes em

revolução industrial. Aquele país se esp ecia lizo u na ex 1m e1ra . P J Congr ess? Nacio nal? O ex-f\1inislro da Fazenda,
p orLa r :i and ame nto no
de v1n 110 e azeit· e de o1·1va, enquanto co mp ro me tia -se a Fernando l-Ie11r1que Cardoso, em nome do Estado
co 'r"O enlio r
ma� ufatu rados da Ingla ter�.ª · Po r esse "li vr e co m ér ';1 Prar �rasile iro, na sua (1llin1a eslada em Wasl1ington , comprometeu­
·

du 1 ou ce1_ca de cento e c111quenta anos, nó s vira1110s 1 � '. Qu e


. cio
� . . co on1 a de se a entregar esse fabuloso patrimônio como uma das benesses
uma co - J on.
1a e as v1nh as e os oli va is portLJgueses t
e1 min comp lementares à "renegociação" da dívida externa. base da
e arn
em maos 1ng1esas ... Tudo mu i rnoder,no!
. ar
criaçã o do Real. O gover110 norte-americano exigia, com pro­
.

Nos países de modelo econômico dependente messa s de represálias, que essa lei fosse aprovada pelo Senado
- - · · ' a l0 das essas até 0 dia J S de junho de 1994. Felizmente 11ouve se11adores,
razoes sao ad1c1onadas as desvantagens iiitrínse
cas a, nat. u1·ez
desse modelo. Neles, são privilegiados os fa
tores d e prod uçã
a especial mente o sério, corajoso e patriota Senador Antonio
ext�mo�, de inesn1a origem q u e os pac
. Mariz, da Paraíba. digr10 Relator da Comissão de Co11stituição
otes tecnológicos' e nao - oso
nac1?na.i: que, certamente, em ou tras circ . e Justiça, que 11ão permilirarn essa ignomínia. Até qt.tando
unstâncias, ser1am resistirão? A serviço de qt.1en1 está o Estado que o senl1or
cepc1ona1s vantagens comparativas Esses , ex-
. · pa1ses, portan to Fernando He11rique representa? As evidências compro\1 am cla­
as regras do Jogo do livre co1nércio, difi
dos, sendo, em contrapartida' profu n d a
cilme11te serão bene
.
m e n te pre1u d 1cad os.. '��ineia- ramente que 11ão está a serviço da Nação e do povo brasileiro.
,
·
! surp�eenden �e q � e a classe d ir ig e n
te e o s in d u s triais d e
Vejamos ainda as conseqüências do livre 1nercado sobre a
liberdade profissional. As razões que o justificam i1npõen1 a
cap1 1 ��c1onal n a o tivesse1n e v id
e n c ia d o e r eJ·e it a d� esse
.
engodo 1a nas primeiras tenta especialização dos países, de acordo com suas vantagens com­
tiva, s d e s u a im p la n taçao no parativas, o que leva natL1ralmente a urna redução drástica 11as
Brasil. Vem ocorrendo a s .
s r os b r a s il e ir,o s e m relaçã escoll1as profissionais. O Uruguai, por exemplo, tem t.1ma clara
à id e o lo g ia neoliberal u � e����� ; ; � . E como o
estivesse acima d o bem e d0 - e n o m e n o s e e la \1antagem con1parativa na criação de gado e ovell1as, sem
m a l ' n a o s e n d o n e c e s s á r io lev muitas outras opções para uma economia global. Se isso for
em conta 0 q u e d e v eriam ser s ar
· e u s J e gt'ti m o s II· 1t e r e s s e s . Tra ta estritame11te levado a sério, como querem os mandões do
p e lo visto d e u m a id e 1o 1a . In. -se
; terpretada �elos a tu a is d irig e n GATI, aos uruguaios não restarão muitas escoll1as se11ão sere1n
brasileiro� como sen;o e 11atu te�
. reza fa ta J1 s ta . O u seja' é aceita cowboys ou pastores. Na Cuba de Fulgêncio Batista, com os
sem a n a l·Isa,-lª n e m In terp
retá.l a ª I u z d e n o s s o s in te milionários cassinos e boates e co1n quase Lodas as lerras
porque "o mundo é assim" e , resses,
n a da 11a a faz e r
'

, ·· · cultiváveis enb·egues a estrangeiros, pelos critérios do livre


E, no mínimo, curioso , a r - . . o, q
, 1c mercado, com a i1nensa demanda de seus vizinhos do norte, as
P a n a o d Iz e r c 1n u e o s E U A'
que têm usado tan ta pressa- possibilidades profissionais para jovens moças de fa1nília não
o p a ra im · p o r a o s o u tr o s, e sp e c ia l-
mente aos mais fracos ' 0 1
· e m e rc a d o , a p Ji. q u e1n a m e s
iv iriam muito além da função de "mariposas". Que sentido teria,
violên cía para exigir re � ma ainda dentro desses critérios, uma orquestra sinfônica em
r a e me rca d 1 opó lica
par a processos e pro du ::s v . _ � ? ?� m und ial M on te vi dé u?
- , o b1etos d o p r1 v 1I e g io d e p a te n
suas corporaço es E que , te s d e
vivos, os micro organ ·s
·
esse pr·JVJ·1 eg ·io se1a · ex te n si v o a se re s Deste modo, no livre comércio de uma economia global, as

d �s trópicos e jam ai � ��� � ra ? rdin ái�io patr imô nio gen é tico
t e in v e n ç a o p o r q u e m q
dimensões comunitária e cultural e as tradições seculares que
sustentam a alma dos povos seriam simplesmente ignoradas, sob
se1a. Onde, portan to' L1 e r q u e
e s1 tà 0 a s va11tage11s c o argumentos cínicos e matreiros, de natureza estritamente mercantil.
m p a r a ti v a s d o

1 (J(J
101
Se as C orporações Transnaci
onais têm po der para real iza r
agrícolas brasileiros ficarão em posição muito difícil se a Lei das
seu S cap ita is financeiros int .
ernacio11almente, e po de m op tar
_
com pessoa 1 sao ma is red uz i Patentes for aprovada pelo Congresso. Ficarão nas mãos de inono­
ela s loc alid ad es on de os cu sto s
pólios de conb·o.l.c:_s e�lemos de �emen tes, agrotóxicos e fertilizantes
� o� l d ext er� aliz ar o ut ros cus­
-

os, com a po ss ibil ida d e a d ic i a � ,

e, como consequenc1a, dos fam1gerados banqueiros.


tosespecialmente sociais e am bie nta is. ent ao o pai s escoIJ1id o
: O cap ital fi11anceiro pod e migrar livremente na direção da
api esenta para o investidor nã ? u � a van tagem co n1 p�ra t iva,
mas absoluta. O capital fina n cei ro e dre nad o de um p ais para mão-de-obra de mod o muil o mais fácil do que esta pode
oub·o, criando um a espécie de gigantesco sug ado r, em que a mover-se na direção do capital. Ou seja, valessem as vantagens
riqueza rea l, os recurs?s na!urais. o ?·aba ll: o � a i n teli g ê nc i a compa rativas no sistem a de livre mercado, os dois fluxos não
dos povos ficam red uz idos a expressao 1na1s simp les. Mes mo deveri atn ser igualm ente legili111ados? Perguntem aos norle­
americanos ou à União Eu rop éi a se essa eqüidade lhes convém?
admitindo que a especialização decorrente do livre merca do
aumentasse a prod ução mu11diaJ , o q u e é 1nuito du\1idos o , ela Trata-se da liberdad e para ape11as um dos lados, o mais forle,
não nos dá qt1alquer garantia de que a n1aioria dos participantes 0 que detérn o falor finance iro, seja ele fraudule11lo ou 11ào. O

seja beneficiada . Ao contrário, tem-se a certeza de que a pen as q ue se pre te n de , na verdade , é au men tar o fluxo de capitais e
riquezas dos países pobres para os hege1nônicos, ao tempo em
uma p eq uen a 1ninoria será be11eficiada. São essas as co11diçõe s
que os capitais fi11anceiros internacionais oct1pa1n e devastam
em que as idiotizadas classes dirigentes das nações periféric as
correm atrás de investimentos externos. as nações periféricas. Essa situação já é verdadeira devido à
crescente deterioração das relações de troca dos países depen­
Mesmo nos cen tros de poder econômico, os danos do
dentes com o s l1egemônicos e toma dimensões gigantescas com
neoliberalismo são crescentes . N a OECD, que agrega o chama­ o serviço da dívida externa do Terceiro Mundo, avaliado em
do Primeiro Mundo, o desemprego deverá alcançar, neste ano
de l 994, a assustadora cifra de trinta e quatro milhões, atingin­
seis Plai1os Marshall, nos últimos dez anos. A esses montantes
deve ser adicionado o que resultará da aplicação das regras da
do poderosas econom ias como a da antiga Repúbl ica Federa l
Rodada Uruguai do GATT, não somente pela abertura dos
da Aleman ha, ademais do total de quinze milhõe s d e s ubem­
mercado s desses países, mas pri11cipal1nente devido às novas
pregados. Nos EUA, os empregos reais caíram em 17% entre
regras indiscrin1inadas sobre propriedade industrial. Avaliações
1973 e 1 990, em parte devido à libera lizaçã o do comé rcio com norte-america11as credenciadas prevê1n, neste caso, um au1nen­
to anual de 6 1 bill1ões de dólares nessas transferências. E1n tais
o exterior, mas seus capit ais fi11an ceiro s ocup a1n cada vez mais
as economias das nações periféricas.
condições não será clifícil co11jetura.r para onde nos querem
O progra1na do NAFTA, por exe mpl o, arrLtina rá o cam po- levar ...
11ês mexicano qua ndo o mil ho a1n eric ano ( fort e1n ent e subsid ia­
Não obsta11te os enor mes e insuperáveis prob lemas criad os
do) for importado livre1nente . Como o cam po1 1ês per der á sua
pelo livre merc ado para quas e todas as nações do mund o, com
fon te de renda e de con1ida, restar-Ih e-á a ina 11iç ão e a 1no rte ,
exceção de seto res privi legia dos das h e gemô n ica s, o apel o para
corno vem aco nte cen do de mo do int en so em pa íse s af rica no
s. maio res bloc os de comércio pela s Corporações Tran snac iona is
A rebelião de Ch iap as é, em parte, co ns eq üê nc é obse ssiv o. QL1a nto mai or a área de livre com érci o, men or a
ia de sse s efeitos.
Os trágicos efe itos ca us ad os no Terceiro M u
n do , inc lus ive n o resposta das corporações para co1n as sua s com unid ade s de
Brasil, pe lo ch am ad o "li vr e co mé rc io" , sã ori gem . "M edi das par a integrar econo1nias nac ion ais dev eria m
o de sc rit os e m de ta lh e
no do cu m en tado liv ro A /11áquina
da Fon1e do s a utores agora ser tra tad as co1110 má idé ia, ao 1nenos que haja prova em
norte-a�ericanos Jon Bennett e Su
por Pohty Press e Basil Blackwiil,
d
sa n George, e ita do e m 1987 con trá rio " , diz He rm an Da yle , do Ba nco Mu ndi al, em artigo de
Oxford. Ad em ai s, os pr od ut ores no vem bro de 199 3, n o Scientific Am erican. E acrescenta: "E m

J li;.! 103
um mundo con1 capital internacional móvel, nossa adesão a o ecológi ca conotação geopolítica, é um consistente
qu estã
medidas jntegracjonistas por direção política é a melhor 111e 11 vimos demonstrando neste ensaio . As ações já
exe 1 plo do que
·i·ta �' nossas i·"fonteiras
df­
da para promover a desag1·egação das naçoes. A separação ndetn ao ca1npo mi r r , com 0 cerco \:le .
se este
espacial dos locais que sofrem os custos e os que usufru em
benefícios torna-se cada vez n1ais profunda. A Corp o raçã
os � or
. bases mililares e instalação de radares, além de treinamento
tropas estrangeiras em suas proximidades. Nossas Forças
o
Transnacional estará cada vez mais apta a comp rar a mão-
o bra nos locais de baixos salários e a vend er os bens nos
de­ A � mada s, no entanto, têm demonstrado ex�rema preocupação
-se para enfrenta-la.
coni a situação e pre param
mercados de altos salários." Evidente1nente, o sen hor
poderia, em vez de utilizar a n1ão-de-obra com o exe mp l
Dayle À medida Qlte va1nos aprofui1dando as graves questões
o volvida s no livre mercad o de u1na econo1nia global, 11a íorma
qua11to à
porque esta pode ser substituída em qua se sua tota lida de
_

en
por co mo está se11do implanlado, mais nos assustamos
·11 responsabilida de dos seus promotores loca1s. A c 1asse d1r1gen
máquinas automatizadas e por robôs -, usar recursos nat .
ura is . . -
escassos e estratégicos e não renováveis com o ene rgi a, .
.
terra dos países perifé ricos está promoven do impu · � � men te a
água, � inérios �fie., entregues pelos países periféricos a te .
. _ preço � erda por parle do Esta do de inslr umentos es�rategicos e do
si.mbol1cos, abaixo dos custos de extração e transporte, P
co mo ntro le sob re fa11t ásti cos patr i1nô nios natu rais, que nos da-
já vem acontecendo am pla me nt e. Ou seja, o acesso co . . tema de
· 01 excepcionais vantag
ind isc rim i- ens com par ativ as em um s1s
nado e praticamente gratuito das Corporações Tr an ria . .
sn ac ion ais comércio internacional compatível com nossos interesses .
p-oe-
aos patrimônios insubstituíveis dos povos periférico
s. o.
se em co nfronto o Estado com a Naçã
Essa análise nos pe rm ite id en tificar talvez a pr in cip lé
al causa Outro con cei to de uso fTeqi.iente na ideologia neolib era
qu : leva os Estados hegemônicos e suas ·corporaç mi sta s como o qu �­
ões, ca da vez pro du tiv ida de , de fin ida pe los eco no
mars carentes de fo ntes energéticas e de recursos 0 de
na tu ra is nã o tre a pr od uç ão e o nú me ro de tra ba lha do re s en volvi-
renováveis, a promoverem o de sm on te do s ciente en
pr in ci pa is Estados em ve z do s fat or es de pr od uç ão co mo um todo. Pela
d os,
nacionais pe ri féric s e, con o conseqüênc
? : ia, a de te rio ra çã o deformação qu e es te co nc eit o pr on : ov e qu an d o ap ic
l" � d �· s� ª
acelerada das cond1çoe _ s de i ª ta. o
vi da da s respectivas po pu la çõ es . Ev 1d en te m � nt e, de fin � ?
análise inerece especial atenção.
Chegam os, as si m , ao pr in ci pa l objetivo qu es tõ es tã o co m pl ex as . ex 1g : u1 na se ri: de
d e pa ís es hegeinô­ sim pl ór ia para
.
n1cos em relação a nações po te nc ia lm
en te ricas, m as su bo rd i­ precondições pa ra qu e te nh a � lg um se nt id o eo � .
ric o ou pratico
.

nadas à co nd iç ão hu m ilh an te de pe ri ec id a re vi st a se m an al , pi oc ur ,an do de sq ua
féricas. C om o a di sp uta Re ce nt em en te , co11h
P?r esses patrimôrílios estratégicos te
nde a cr es ce r en tr e os lificá-la, co m pa ro u es se "í nd ic e" na PE T � O B R A S com o d �
da . no c�nt1-
diversos blocos de po de r, passa a
ser i m po rt an te m in ar as en te M éd io , on de a ex pl or aç ão de petroleo se
O ri .
econ om ia s periféricas, po te nc ia lm pr of un di da de s e ou tr a� ca ra ct er ticas
is
en te ricas em re cu rs os na tu ­ nente e a m ui to baixas
.
rais, para facilitar su a do m in aç
ão ec on ôm ic a e ' se ne ce ss ár ia vantajosas co m as ex pl or aç õe s da P E T R O � R A S em � ar pro­
territorial. _ iotas seus le1to1_es e
id
ra
fu n d o P el o vi st o essa revista conside
'

o g _
en �a
e h et er
o p o v� b ra si le ir� , ao fazer
_ Estados de m � lid os , ec o1 1o m ía tã o d es q u al if ic ad a
,
co m pa ra çã o. Feitos esses co1nentár
s de se st ru tu ra da s, po pu la ­ . re a \çat a
io s ' n o se n ti d o d e
P
çoes sem auto-esbma, rare · .
feitas e fa m intas, Forças A rm ad as . as im li-
it o s, ve am o
desmoti_vadas e se m condiç in d is p en sá v el ca u te la. so b re esses
co n ce � �
P
ões d e l u ta , m e io s d e c o m u n ic a ç ã
?� �assa d o m in ados, classes o
cações do us o exaustivo dess. e in , d '
ic e e lo s n e o li b e ra is , q u
.
e por

�d io tizad �s, for a u m


d ir ig en te s co rr o m p id as , se rv is e
essa vi a pr et en de m , se m cr1te, r10,
.
e n x o v a lh a r a e st r u tu 1 a p ro _

1
� � conjunto d e c ir c u n st â n c ia s id e a p . m o a p rod u
is a ra d a m a is . C o
.

ª ai n
.

·
du tiv a br as 1 le 1r a pa ra enfra� u �ce .
_

·
ocupaçao te r1tor1al, talv
-

ez s e m a n e c e s s id a d e d e u m só ti ro
_

� en o m i11 a d o r , 0 q u o c ie n te
. u 1r o d
O q u e s e está m o n ta n
d o e m relação à A m a z ô n tividade é u m quociente, a o d11n1n
ia , a o d a r à

105
JU4
atJmenta . Nu111a sociedade onde falte � ã �-de-o ra ou
. � on de n ,,o lv i m e nto pa ra tentar mascarar seus
.
es e
a Jo ão Pa ul o 1 1 . po r m eio de sua Secrelaria de
exista pleno einprego, ou seja, onde o ObJetivo Seja red a1av1 a d reais obje-
uzir 0s .
empregos em benefício do capital, até qu e esse índ ice � d 0 Pa p
pod e te ovos
do , on d r
um significado positivo. O mesmo nã o ocorrerá, co ntu o. form ali zo u a todos os Chefes de Estado documento,
no qua l ad\•erte que fo rcas poderosas
sta
há desemprego. A diminuição dos empregados para
E
data.
de ina rc 1 994 ,
o de
um a rnes � i
d 0
deslruir a fam ília por me io de métodos imorais. corno
:I"1z
ma produção, em geral, é decorre te d e inv es tim qu �e
? en tos ern
automação e não resulta necessariam en te em ção e aborto. "cr im e abomi ná, el que não pode jamais

au mento este a ·

eficiência para a empresa e mu ito m en os para a de " q ue ··as cria11ças não podem ser consideradas como
so cie d ad e. ser ª e ito e
verificação fu ndamental deve onsiderar se us A e u m obs tácu lo: mer ece m ser amadas corno portadoras
� efeitos gl ob a um peso
qu e isso repres enta para a Sociedade e para os is, 0 ·an ça e sinai s d e prom essas para o futuro''. Segundo o
de se mp regad de espe l . .
e suas famílias e não o qu e significa para os 0 , 0 docu1nenlo prel1m1nar d essa e on feren� . prol1oe
c1a -
.
va1:1can .
· os e a l ega i·1 za ça
a em pr esa
corporação, qua.isquer qu e sejam suas or ou vado de valores etíc
um model o edu cat ivo pri
·

ig en s ... S e o cap -o
ital é ·
·
majs abundante do qu e a mão-de-obra, do ab 01·to, "o assa ss1 n 10 ele u m ser l1uma110, 1n d efeso e 111ocen-
· ·

co m o vi1nos, o
. ,, P ara1 elin1inar a resi) ons abi.l d ade da soc1e
� · d.ª.d e 0111 a v· d a � �
pode ser deseja do, o mes1no nã o ocorre efeito

e daque a q Li e é a ú i1 i c a guard1a elo ftlho. Adm1Lido isso , fica111


rá se o ca pi ta l é te '

e a mã0-de-obra ab u n d an te
escasso
, como é o caso d o B ra
' a brutais aberrações. Desaparecido o res1)e1lo
si l. Deste .
1nodo, para nós, esse índice é de abertas as P ortas
·

efeitos perversos;
em vez de ser cl1amado de p ro po rt an to
Jela sacra l·dade da v i d a 1nL11tos outros c1 11nes \ )assa n1 a se1
. .

1 ·

1adm1· ti" d os. E finaliza o d ocumen t


d u ti\1idade d e v e i-i a ,
·

� Ne11 l1 um dos temas que


mais adequado, cl1amar-se "índ 1 de mod ,
o: ·
m�r men le u111u-. preocu-
. ic e d e g en o cí d io ", JJor
.... ,

.,

a m1ser1a e, como consequ . . . p ro 1n o \1er e .


serão d eba tid os 11essa Con fere ncia
� ·

enc1a, a m o rt e d o 11 o m
e m e 11ão 0 , .
seu bem-estar Um dos ob - 0 de natu reza econôn1ica ou de mo grafi ca , inas, en1 ull1� a
. jetivos-fim m a is n o b re Pª�ª.
sociedade justa é o p le n o s d e uma
emprego, tema c ru c ia l analise ca da u m dele s tem um aspecto de profundo senlido �

d e q u a lq u e r ' .
Projeto Nacional. Adem que
mo1.al com vas tas imp lica çõe s." Assim , a su bslí.t� 1çao
-

propomos, no caso bra sile iro ' da palavra p rod u t1v1d


·
·

ais, conforme R ic a r d o ,
u 1n a e c o n o m ia ' ade por
eficiente é a q u e la q u e
valoriza o fa tor a b u n
brasileiro a mão-de-obra d a n te , n o caso
genocídio, pa re ce se r ad eq ua da , moderna .

nosso caso, o capiLal, q


, e desvaloriza o fa to r e
s c a s s o , a in d a n o .

� �

;��
açao
u e , mesmo q u a n d o e m Me lan có lic a foi a res po sta do Presidente da maior
está sujeito a juros ex m o e d a n a c io n a l ,
11t ida de , a pe lo lta m ara ti q u ª n o ?�
1
torsi\1os, juros d e s u p
e r a g io ta s . católica a . S Sa sL1 ge rid , �
- c
M ex1c ( l 4
'

A medida q u e a tecn .
a pos1ç ao br as ·
1 e
.
i r em B u a r es te ( 1 97 4 ) e no
ologia vai s u b s ti tu in �
-
. d o o l1 0 1n e m p e la
ma, quina, m e n o s nec na çoe s ric as e ge no cidas qu e vi sa m ,
e
essidade têm os grup lJara ali 11l1 ar o Br asi l co m as
5
d o h o m e m na prod os o li g o p ó li c o s d o u s no T e rc 1 r 0 M un do •


o ge op oli tic am en te, en ve ll1ec er 0 po vo s
·

Para fazê-los co 11for ma do s e e scravos.


ução. A s s im , pron1o
vem ín d is c rim in a d a 11
. 1
e o q u e cl1amam d 1e n ­
e a u m e 11 to d e p r o
p a
d u ti v id a d e . I-Iá e s tu
sses dos . . . · sp ro po :
rc io na a
al , co m o
grupos demon strando i c1 de
,

: l da i m ortã .

te
A id eo lo gi n a eo l1 be r
� que, dentro d e seL1s �
,

es uartos da h urna11



e r c1onal �ue
idade são dispen sáveis;
esses seres huma
in teresses,
o u seja, para eles
compe ti ti v id a d e d a s n a ç� es
se ela s dev ess em com pe ti r
n
ent
o
r e
c
'
c
a
i
n
n
e
���� :�
i
r na ci o n
ra como , apare n­
,
logica neohbe ra . � E sas são as
nos sejam extermi
nados. É a
temente, as corporaçoes - o fa ze n 1 N a r e a l '
·d a d e es ta s p ro cu ra m '

4, as vesperas do
·
� razões por q u e Paulo
·

agosto de �97 VI. e m , re a s d e d o m ín io , não


��: :
divid ir terr itori �lmen te o m� n d o _
início dos trabalhos
Con feren � c1a lnter . d a primeira s s c ir c u n st â n c ias, países
hav end o na rea lida de co � �etiçao.
?
. nacwn al sobre
real1za a em População das Nações a s p a r c e l a s d�
Unidas, a r p e q u e n
dep end ent e s. com o obJebvo d e alv .
� ��
Bucareste, afirmo
h uman 1dade /1 u: " Está e m jogo d a d e , p r1nc1-
a vida da e n a re a li
· Em set em bro d e 1 9 9 4 . seus m er ca do s para e m presas na c1o na i
· r e a li z o u -s e n o C a ir o a is com
.
Terce1ra Confe 1
e tr a n s n a c io n a
rên eia dessa
natureza, agora pa Jm en te pa ra su bs id iá ria s de corporaç
acresce ntando a

106
107
de Pa ís, cr iam re st ri çõ es ta rifárias ou nã o à im� 0 .1 taç lnstitute of Tech nology, em l ongo e explicat:.ivo
se ão !
, ui
indiscriminada de produtos e serviços co ns tit ildo a ��ª1?ada
1 use fs
mll.rço de 1994 na conceituada re\•ista
artigo, publ1�ad o e�
no fl1assac/

políti ca de su bs tit uiç ão de im po rta çã o, qu e vê o sim ila r �i on 1n1 te esle contundente comenlário·. "(> e omet
al . 1
e
n
como mm bem a ser preservado. Nenhu1 process o d e_ in dus.
fa1rs,
nao e um 1ogo de soma zero. Eslrate' 6·
rz Af
na
eig
nac1o
· ._

For .
cio inter
. . .
b1as
_ .

trialização pôde ocorrer inicialmente, em qu al qu er pa s , se coin erc� a 1s equ 1vo� a d as estabe1 ecen1 que as nações necessilam
� m
essa po líti ca . No cas o br as ile iro , ad em ais , ela pr in ci pa etir ent re s1 con10 as corporações o fazem. E assim
favoreceu subsidiátias de corporações esb·angeiras q ue ocupa. obs ess ões na direção de ga11har a batall1a das
men te
sua s
comp
sinal iza m
raro parcelas pon der áve is de nos so me rca do, esp eci a l men te na 5 rta çõe s. Iss o _11ã � q u a l qu er sentido eco11ômico. nem
, . . expo
!ªz
areas mais d1nam1cas, em nome de fazer 0 Pa i·s crescer
� . " con lr1b u1ç ao par a a ele vaç ão do nív el de vid a das
a
o
u1n
cinqüenta anos em cinco".
alg
So1 n�n �e
traz o de duç ão i11te rr1a pod e
aum ent pro
s .
es.
o E
açõ
e s o b Je t iv
popul
Esse processo, entretanto, jamais foi cogi tado �o rma 1 m ente e s s ,
" "Di zer a um gru po de
alcança , . acre scen ta:
un 1 pa is e con 10 um a corporação é dar-lhes 0
r
para � se tor m�1s estrateg1co · da produção que é 0 tecno J ogic , . o. e1n1Jre sar 1os qu e
,

ns ar em qu o
·

Ou se1a, nossa industrialização , ao contrár1· 0 de to d as as outras conforto pe


·

e en te nd er am fu nd am en ta l. Te 11L ar
.
de
que tiveram sucesso, não tinha ainda cumpri· do essa fas explicar -l es co nc eit os ec on ôm ico s co ns ist en le s co n1 0 va 11La­
qu e
l1
e:se?c1a · 1 para que se possa falar em possibilidade de co mpe t�1-· gens co1npa ra liv as é co mo pe dir -ll1 es ap re nd am um a co isa
_ QL te 1
1 1L1 ito s r fe ri ssen1 uma doulrina
çao in�erna e externa, especialmente com as cor ora çoes es­ nova. Nã o se ria sL trp re sa p e
o fi st çã o. o
er ec em ga nh os
trange1ra.s aqui localizadas não sujeitas a model º Pdepen d ente na qual se of de ap ar en te s ica se m
em seus países de origem. Para que isso v1·esse a o c o rr e r seri� · traball10 d e p e n s a r .
, ei to ne ol ib er al do "f im da hi st ória"?
necessar10 · mudar a natureza dependente do d e 1 d � cresc�­ E , o qu e di ze r do co nc
su a
mento econômico. O processo de autonomia ��cn.o o' g ica ver1- � Decretar o fim da Históri a
el
é
ho
de
ra
cr
r,
et ar o
et
fi1
er
n
ni
do
za r-
ho
se
m em e da
ficou-se em todas as naçõe s ditas desen v o 1 v 1 d a s c o m necessidade in fi11i t m na su a fi ni lu ­
. . . co m
d e de
-
a
m os u m
partic1paçao dec1s1va, cada uma a seu modo , d e se us re sp ec tiv . ª
os de . Decididame11te, n ão so
se m al m a ou
õ es ,
po vo
b an al iz aç ão do I·l om em e N aç
Estados. Nos EUA por exemplo, i· sso ocorre d e mo d o inte · ns o. vocação su ic id a ... C o m a
d as
· . ' . . H is tó ri a, e a
pr1nc1palmente por mei o da pro g1a transfor1n a d o s e m objetos d a
. maçao m1 l1tar, co m cente g ra çã o do
na s
co n sa
e e d e g n o cí io 1n ai s
status q u o a tu a l d e barbári
_

de bilhões de d0'l ares por ano de contratos d o st a d o, qu e d o s fr ac o s,


. L11n dos
d
E
e
. ri a , m a s es ta b ili za çã o d e
a1tmenta o desenvolvimento tecn I '
º e s u;s c � r p o r a çõ e s não le re m o s o fi1n da l1istó I-l is tó ri a
a
� � �� : eno c id a s
i
?� p a s r iv a d . o
as Sã 0s programa s a. períodos inais a11ti-l1 u m a n o s, g
d a
, d o en tag on o e de
e 111e d ío c re s
e rc a d o e m d e u s a b so lu to ...
1n um eras agências estatais q� e exr ste m par a ess
e fi m . Com - o q u e Lransío r m o u o m
essas políticas de suporte m ço d o ta d o s o q u e s ignifi c a p ro la
lm e n te , v e ja m o
o
o d e s e n \1o lv im e n­ a
ã
F in

s a
d a in se
E
p a
m o s
a
a r , p r e c is a
to tecn ológico faz sentid ��ar-se em a s il n a e c o 11 o m ia g lo b a l. E mp r im e ir o lu g
' co mp eti tiv ida de , pel o do Br é m s e in s e r e em
menos de suas corporaçõe . in serç ã o . N in g u
� e n te n d e r o q u e s ig n if ic a
a m
e s
a
s
d
a
o , isto é , s e n ã o fo r sua
A competitividade d e n ações , io s e m s e r c h
a
e
d
tr o m
e ja
ou
d e s
e,. no en tan to, u m a qu est ão s s a , d e v e s e r o b je to de u m
diferente. Imagin emos o u e po ç a . e fo r u m a a s p ir a ç ão n o
pr e s e n S ã o n a d a t e m
� er 1a ac on te ce r-l he s se , co mo is l a . E v id e n t e m e n te, e s s a a s p ir a ç
sucede com empresas e co po processo d e c o n q u
de uma nação' por na-o se
� raçoes, fosse de cr eta da a falência
a v e r c o m o t ip o d e in s e r ç ã o d e q u e já s o m o s o b je to . D e f -ato,
. r com pe a· t·iva ? Na hip óte se de um a p r io a s e r b ·a n s f o r m ado
o e r c a d o p o l e n c ia l pró
corpor. ação perder a c o m u m im e n s m d e s g a s t a r em
. competiçao el ª i'ech aria suas p ortas e o r enqu a n t o ,
.

, p
_

dem1t1r1 a seus empre e m r e a li d a d n e , ã o p o d e m o s


g ados'· uma na ça- o Jam -
s
e
o
n
n
· ais po de ria ag ir de g a r a n t ia s d e b e
'

·Igua 1 modo. _ , q u e n ã o n o s
Sobre essa ques tão c o g it aç õ e s h ip otéticas
t r a z e m
' Pa u J K rugm an, prof esso r do

109
108
fícios. Este é, necessa1·iam
�ensar o conb·ário é s e r
ente, o nosso o b .
�;
ti vo Preli
m in ar reu nido glob alm ente em doc ume nto
irrea lista e irresp ·a as Linl1 a
sim, re�ga tar nossa Sob
conduzir nosso destin
erania para p o d _
e1
onsa vel. P
, �om
recisa 1n .
tra n q üilid
os,
co1�v o c a d
º�
.1n Li. tu 1 ado ' , o i var c ls Economic Growt/1 i11 Latin A 111erica, em
.
,
o e ocupar plena ade part icipa ra1n, com o sem pre, economistas 1 be- .
ló1·1·o,
antes de procurar in me11 e noss o lerr cuJa e 1 �.b raçã o
serir-nos o.n j Má rio He 11r iqu e Sim on se n .
se1a . E ·n..
,, d e quer que ,

i ºn
ca os , en tre os qu ais
cw ioso que os neolibe
·

o -a me 1 .
·

. rais r
.

0
.
est .
e1an1 preo • ,ll 1t 0 nso " .1nsp 1ra-se no co11ce1to da
.
-
p�çao do Pa s no í cupad os pírit o des se "co nse

com a P
p1 omovem a destr
contexto internacio · ao a rtic;.
nal te1np o e1n � ânci a da econ o1ni a de 1nercado sobre a Dem ocra cia e
J.da QL1e
uição nacion al à Q ue predomt . . ' .
cada vez mais pa1·a m e d Na cio 11a l, su lJo �·d 1na 11 d o o so �1a l e º po I 1t1c o ao
.
nos arr .
,.,
n ressupo- e o
a perife ria. Es quecem Que o i asta 01 a Sobe rania .
'
i .
nacion al - un1a n te rn aci m co leia -se fina1 1ce1r o. Na aval 1açao reali zada foram
Nação on al econo _

forte e so?
:rana - , cujo
lo Cl 11l e ao go

fundamentos e razão ad os os re su lta do s al� an çados �e lon de


de ser estão em
noss o terr1 torio s celebr _ _
cultura, em nossa . a, e do Mé xic o, qu e �la mu 1La s de cad as rege-se
·
, em 11 ros a diL ad u1
caç�- o e esforço e não
história. Prec1sa 0ssa teileb .
.. n1os p a1.a isso �
u111co . Fala-s e La1nb e1n, e1n oulro s casos , e1n
ect·,_
nos interessam m uita d or um partid o
do tipo "inser - avent uras irre tad o, mas que
� o " em outros ''terreiros sp o11sa\1 � es so de dem ocr aci a", co1 1ce ito não exp lici
segu11do as con cl � sõe: �� reu niã o po? e res ulta�·- em difi cul ?a­
dos Essas ". on d e som eis
,

exc
. cog1ta ções só os ind ese� ­
das, para pensa
prom over coleti
r o melhor
cabem e cabe
Por
;�
d as essas
ça '' zias e d esoc u P ­
s a ·a
a des para a "liber al1zaç ao das econo n11as da reg1ao , na i11ed1d a
estru turar um
\'amen te a e �
ist� enc1a de u m Proj
razõ es, rest . a-n os que possib ilita a existê ncia de lidera11ças nos respectivos países
� �: � :;
t eto Na não necessariaJnente com1Jr ometid as com o ideário neolib eral .
�:��:�:
Estad o e b eran o, com
resultante da
legitimi a
e 5 o a aut O modelo de modernização por eles definido prioriza,
modo, correspo . seu exec
nde . utor
o cego q t1 e
, a 1ns1s D e portanto, as refor1nas eco11ô1nicas de base neoliberal \1isando a
n os b·a n s fi
em nau a deriv . t1r
. em vô
·

o u tro
_
a Unia nau d . or1n a "cooperação " internacional, deixa11do o aprimorame11to demo­
e insensatos
.
crático e a superação dos graves proble1nas da região para
8.
depois . Co1no conseqüência, é claro. É o "livre" jogo das forças
CONSENSO DE
WASHINGTON da oferta e da procura - a incrível "lei" da economia de mercado
que jamais funciona neste mttnclo oligopolizado e de l1egemo ·
Em
�nternat
novembro de
1 98
iona/ Economi �, �on �� a o nias endurecidas - e da procura de um 111ercado inleiramente
ft_
c d s pelo
� lnstitut at1to-regulável - a JJerigosíssima "1não invisível" . Disso resulta,
�� nc1o ar1os
,

r1 �ano e
represen ta
na 1s reu nira
m-se em Wa
ntes o�gan1sm os fin a
do gove rno
nort
n ceiros i n t
e º'
e
­ � segundo os parlicipantes desse co11senso, que os problemas de
an: disb·ibuição de renda, de eliminação da pobreza, da educação,
:
de medidas s h ington para
. ei.nacio-
america no
�erem tom adas nos pa í
tra ta r on c �
J usiva 1nen te da saúde, da habitação. do sa11eame11to, da tecnologia, da
i n e n te
t n o em ses d o con t
­ energia, e11tre muitos outros, irão ser auto1naticamente resol­
vista iber o
as ex te r11as.
econom ista
i ve rs o s
suas dívid
res ulta do
s desses
e
aíses tam b
ém es tiveram
D vidos. Ou, na mell1or das hipóteses, ficarão para uma segunda
dessa reuni .

hington a o tom o u prese nte s . O fase. Eles serão decorre11cia natural da economia, neste caso,
o nom e d e c
. onsenso de pelo que chamam liberalização. Nisso, pelo menos, o que
Was-
A imp
. ortâ ncia da deveria ser apenas u1n 1neio, e que eles consideram acitna do
.
de sinteti reun1ao de u
·

.
-

zar as difer ve -s e pr1n . . bem e do mal. ig11orando valores funda1nentais das sociedades
e11tes med c1palm e n te a o
necJliberaJ p ida s' an tes fato
F
..1-11 e d
ara a regi· - . . espa rsas, do . como os culturais, religiosos, ecológicos e até de bem-estar
a o, or1g1 idea
cJ B an co nadas do r10
g overn o ame
·

Mundial. rican o, do
,

econô1nico das populações, l1á uma perfeita co11vergência entre


Anterio rm
_

ente, porem, o neoliberalismo e o econo1nicisn10 marxista. A essas idéias e


a entida de
diretrizes se pospõe como conseqüência "o Estado mí11i1no e o
I J IJ
.,

I
111
n1áx1mo de i11iciali�a". da�uela "livre'', é c�aro, com o eles eu, abrL tJJla e u11ilaleralmente, a paridade entre 0 dólar e
desde
ro rnJJ
chama 11 . Com esse Lipo de liberdade, a �� ressao é de s n ec essá­ 0 o u o , J
976, desfazendo-se dos compromissos assumi­
ria, pois, por esse processo, a go,1er na b1 l 1dade , como tanLo se
r
en1
�oo<ls_ _r a
!

B rellon de garanl1 estabilidade da ordem


propalou, seria alcan çada pela ' desa gr ega çã o do E s t a do
dos .
"• • • •
fi nan ce ira inlern ac1011al? Ao destruir a única credibilidade que
O '"co11senso" de \Nasl1i ng l on ig11ora que a d í,1 id a d csses enta va
'

I�rello11 w o od s, sem levar em consideração 0 terrí-


susL .
, . . , .
Vcl .
pa1ses 1 bero-ame r1can os d eveu-se a e111prest1n1os im1Jost os "go clc) da 111ed1da, desmo11lou-se, sem a menor cerimônia,
1a que promeleu preservar. Qual,
irnpa

1 e- nc
� co 1 1sl
.

cslab ilidad c e a
la abaixo" a seus go,1ern�s. �inistros da área econõmicu fora
_

.
os colaboradores dos ob1etívos do s1slema financeiro i11tertla­ : nLão, a cr ed ibi lid ad e qu e sobrava?
cional. em momento de elevada liquidez . e1n que ;is o ferta s de Con1 esse conjL111Lo de arlJilrariedades e "i11competências",
es fora111 jogados no abismo de suas insolvên­
empréstimos eran1 feitas a ju ros negali\1 0s. mas .. íl u t u a n tes
.

os país es devedor
Uma palavra mágica, que nossos i ngê n u os minisb·os da 5·
"
cias, e m i n islro s respeclivos e seus principais colaboradores
finanças não souberam entender. . . f\ t u i i ng ê nuos
os
mLii lo
"

, ! ficara m rico s. Mui tos dos que ainda não o eram, viraram
Ignorararn tambén1 esses dilige ntes ª''al ia d o re s qu e 0 bar1q uei ros . Co m a vio len la elevação das taxas de juros - sem
1-az s de amortização dos end ivid ame ntos real izad os e r
? ? � preced ent e s �� llis tór ia - � ��
, os países ib r - merica� os viram-se
a
1nfenores aos de maturação dos projetos de in ,1e s time n l na i rn po s
. 1l1d ade de ho nra r o arb1trar10 serviço de suas
s1b
decorrentes. Quaj sque r q ue fossem as inte11ções dos gover n o0 dívidas ex Ler na s, qu e pa ssa ram a requerer, em média, mais de
receptores, os ban q tr e iros usua lmen te são m u i to rigo roso s n
�os exigindo comprovação cabal de que
� 80% de su as re ce ita s de ex po rta çã o.
um
Po
po
de -se im ag ina
vo? E ain da há nativos
r processo

ssa si tuação! E
concessão de em prés ti cr av idã o m ai s br ut al so br e
, de es
be ne fic iar am fa rta m en te de
os ret orn os desses pro1etos garantam os ressarci men tos de,1i­ desses pa íse s qu e se
País!
do� . Por que , n � montagem das gig ant esc as d í\1idas des ses nh or es co nt in ua m di ta nd o as re gr as do
alé }1oje es se s se
s EU A o teto
paises, essas �va J 1a ções não foram fe i tas ? Ou , se o for am , re u de la do a la do . Em bo ra no
A or gi a oc or
.
ou tras 1nt nçoes que não as de des env olv ime nto ? E a est
havia
permitido a cada ba nc o pa ra em pr és tim os é de �
at 15 % de seu

de. P os ter1 orme nte - quando os principais das dív ida s já era 111
� ratégia
caJJital a uin pa ís Lo m ad or , in fo r11 1a -n os o em �
b ixador P au lo
.
,

� ufic1entemente volumosos - transformar juros negativos e ri os ba nc os no rt e- am er 1c ai? 1 s chega­


N og u ei ra B at is ta qu e vá
capital . .. Vale
;
se u
1ur�s es �atosfé1icos, foi também por acaso? Er am esses b ram a ue m p re st ar " ao B ra si l m ai s de 60 % de

que1ros incompetentes? O ôn us do ma u negócio nã o deveria le m b ra r o q u e d is se Foster


D u ll es : "A lé m d as � m as , pode-se
a ec o n o m ia p elas �nai1-
portanto, � er compartido por ambas as pa1ies, es pe cia lm en t� co n q u is ta r u m p aí s }Jelo co n tr o le d e su
? 1!1
ze 11 d o co 11 o sc o , s u p o rt ad s po1 u
�el� lado ind utor, qu e nã o sabia o qu e fazer co m a ele va da ças." É o q u e e st ã o fa . e de intelectuais
o lí ti c o s se r vis
liquidez decorrente dos peb·odólares? E as famosas co m iss õe exército d e tecnocratas, d e p
s
OFinancial Tim es já d es cr ev e c 1!1
o o se n d o o
q �e foram fa rtamente distribuídas entre as au to ri da de fin d e sl u m b ra d o s. l, o G ru p o
s an­ F M I, o B a i1 c o M u n d 1a
ceiras receptoras não se caracterizam co m o urn gr an es rn o u n d ia l" , d e fa to : o
dalo? Enfim que tipo de avaJ'1açao 101
de cân- "G o v e M
e Com �·
,e c.io (GATT) e
r · rea
fa s
� .
a ri
.
o G e r a l d e T
·
d o s 7 {G -7 ) o Acord . ses d a s
ehegar-se a La1 consenso
lm en te re ali za da pa ra s in te r e s
·

·
11· e m a o
serv . .
-

outras 11 1s ti tu iç o es cr iad a s para .


_

? 1ç o e s p r o-
_

an co s e d e 1n s t 1t u
õe s Lr an s1 1a c1. 01 1a ·
1s . d os b
11 •
1-lá qu em afirme q u e os in genu "
� os m1n 1stros nat ivo s co rp or aç
1. se
· ·

oa aram-se n a crença (q ue crença?) . mo to ras de in ve sti 1n en to s.


·

. d e qu e o sis tem a financei- d e m o li r os


11
u r e
1,º internac1onal of
. . ti m e p ro c
·

·
s l ra l 1a r q u e e s s e
1
Não é d e e
t1
erecia segurança e previs ib ili da de . Ig no ra- d o s que
L1
• d e E s t a
b r o s
\ d ln . pur acaso q
·

,
1- os po 1 si mu \a c .
, Eslados N ac io na is e s u s t 11s·
. ,,
.1
uele11turii do poder d
' u e apos o em bargo do petróleo ' a na çã o . comp ron
s
· m
a
u
designa m co1no d n a1 s se111 nenh
Es t
" o R eg 1o .

e;) em i·t·ir m oe da de referêncía in te rn ac io na l

1 13

1'
so com os povos e asnações. embora dele s façam parle e m
. on men te com o inte rm
. trialização. com o se a \1ocação do Bra sil. às \1ésperas do século
es tJ·anha simbiose. Atua ndo reg1 al
· o m d1· 1 , som en te le 1a
edi ário
� · com pro-
X.X I. pL1desse vo lta r a ser a _de exportador de produtos primá­
do poder econômi co-fina � ce1r �� � foi alé 1 950 . E
·ios, coi110 o esla uma área em que os preços
missos de quali dade de vidae eficienc1a com os l1ab1 ta11 les qu
e �ão cade11tes - l1oje, en1 lern1os reais, 40% em média inferiores
aos de 197 0
estivessem em seus limites, em confronto ao Esta do-Nação a em vir tud e de 110Lavel vol um e de subsídios
-

que pertencem, denb·o dos critérios do liv �e 1nerca do, ou seja ,


concedidos a seus produto s agrícolas pelos países desenvol\•i­
da suspeitíssima ·'mão invisível". Tratar-se-ia. portan to, d e um a dos. da orden1 de US$ 1 50 bilhões p or ano.

A FIESP su p o rla a JJOStL1ra do alinl1a1nenlo co m as posições


"

espécie de empresa ou corporação sem história ou cultu ra


próprias e11quistada en1 um território de Estado Nacio1ial,
un1
america11as na Rodada UrugL1ai do GATT. tanlo na questão
agrícola como nos novos temas �orma tivos de se rv iç o s e �e
mas exerce11do o papel de guarda pretoriana econômica sobre
0 restante. As perspectivas são assustadoras. Por onde o FMI
.

ate_ agora n� leg1slaçao


.
propriedade inleleclual (1i1dustr1al,
e o Banco Mundial passam deixam seu rastro d e miséri a
brasileira). Tudo ocorre como se a FIESP nada l1vesse a ver

com 0 Brasil e com as empresas industricLis que represenla.


desolação e desespero. Segu11do o escrito r mexic ano Carlo s
Fue11tes, o México tra11sfor1nar-se, e1n curto JJrazo , e1n
pode além de imiscuir-se e111 área que 11ão é de sL1a co1npetência e
muitos Chiapas. Na Argentina já Liven1os rebe lião n a JJrov íncia
para a qual não recebeu delegação, a � a Confederação Nacional
de dei Estero ...
Santiago
da Agricu ltura. A F I ESP está
_
conqu1slando o celro da de �e:a
As medidas a serem adotadas pel os res pec tivo s go,1 ern
os �
de quest ões a11Li11 acio11 ais, como já o zera na fru s rada rev1sao �
ibero-americanos e sintetizadas nes se "co nse 11so " já _ ªº
.
era m do constitL1c iona l e tamb é111 cont ra a Lei de Infor1natica, elabo­
co11J1ecimento JJúblico, po is tiveram orige1n 11a s
ins tit uiç õe s rar docL 1men to qL1e fLti1damentoL1 a destruiç ão dess a leg1slaça_ o
participantes da reu niã o e estavam se nd o ob
jet o d e u m a cujas con seq üên cias desp rote gem . i1.o m�rcado �nlerno,
ce � te­
gigantesca propaganda de coonestação, da qu tinham surgido
al pa rti cip ar am nas d e ind úst rias d e ii1formática nac1ona1s que
largamente as fa lsas eli te s políticas, em pr
es ar iai s e in te le ct ua is graças a ess a lei, na áre a de 1nin ico mp utadores. Dev e s ,
:r
da região. Em agosto de 19 90 , a Fede
ração da s I n d (1s tr ia s d o provav elm ent e, a p ri 111 e ira vez n� � Lind o qL1e um a � sso
.
c1a çao
Estado de São Pa ul o pu bl ic ou do do s ... N?
cL1n1 en to co111 tí tu lo Livre de ind ús tri as i11c en liv a a des tru 1ça o de seu s as soci a
para crescer - Proposta para um graças �
Brasil flloder110, e m q u e cam po da inf orm áti ca, po r ex em plo'. vo lla rem os,
.

adota como agenda d e moder


FI ES P à fase e m q u e o me rca do na cio na l era do
nização o q u e ti nl 1a si do co ns ol i­ mi na do po 1
dado em Washington. A FIE
SP, en tr et an to , foi m ai s lo n g e, du as gra nd co rp or aç õe s tra ns na cio na is, � oje tal ve z fo�se m
1
es
conforme descreve P au lo N
ogtreira B at is ta n o liv ro E m Defes sLt a to t� l da d e, de ot - ige in
a 1na is, em bo ra pr at ica me nt e, em
do I tere se Na cional - D
� � esi11formação e A lie11ação do Pat
ri­ ex te rn a. Pi or ai nd a se rá qu e o 1n er ca do 1n t � r11 0 pa ss e a se r
mo_ nro Publi.co, 1 9 94, d ��
a E d it o ra Paz e Terra: in on ta do ra s de pa rt es 11 1 1p or ta s . Co m
su pr id o po r si m pl es .
"A . .
proposta da F IE S P in
c lu i, en t re ta n to a lg o q u e o C o
n­ ess as cr ed en cia is. a FI E SP es La' co nq u1· st an do co m le g1 t1m 1d ad c
a de si gn ac ão al te rn at iv a de FE D E SP
senso d e Washingto
� Fe de ra ça o
_

da 0 es in
.

du s-
s q e e s tá c la r o en1
n n ã o e x p li cita m a -
s - p l

. s conse-
t1' tu 1 a d o T1·ade
documento do Ban . au o 0 u, pa ra se r m ai
co M u n d ia l d e 1 ao
. tri aliz acã o d o Es tad o d e
8razil· Tl7e Case for
.
? ste caso se r ia
' 9 8 9,
p, l.tc ·
y 1� 1n
Reform A i s e r e c o m e n d qüente: d o B ra si l. Pe � po de r de q u e de sf ru ta , ne
a v a que
.
l
c io n a l d e nosso p e .
.
FED ESB RAS .
a 1n s e rçao in te r n a
. a1 s io ss e fe it a p el a re va lo r1 -
. desig nada
ra de exporlaçao. ª o
,

zaçao d a agricultu
B s
ª1tº
.
Conforme nos d e screve N o
_

se n ta r
Va e d iz er o ó rg ão m á x im o ª i
t' ta, ap re
·

. . 1 gu e ira
d · · d ustr1a p a u li
-

vo a ao passado,
s ta e n d o s s a , se1n

ressalvas m a s u g e s tã o d e suas IJropostas de "ab ert ur a pe a
1 a b er tu ra " co m o u m fi
q
m em
u
1

e e
� si inesmo, o Consenso de W as li1n t ão
d e inversão d o p m en c io n a o d •

r o c e s s o a c i o n a l d e in d u s - · g on n

1 1i 115
'
" go\1erna bilidade " ... A lista. no entan to. na- o
Pr im ei ro M un do , ap on ta do co m o m ode l

no
fato se pratica necessári as à
- 1nc1 u1a e1 ementas novos que se <lesenvolvenarn
a. dos m er ca d o s se fez co m . e
a bertu
.

al i �
compl eta. N ao
qu e,
Não esclarece : �
·

sub seq uen teme11te . Não incluía, por exem l o. a


..
.

de três pr1nc1p 1os


bas1cos :
observância em paral elo ou
_ obtenção de co nb·apa
. P
- das m ?e d as na c1o na 1s ao dólar. Netn 0 apoio a
rtid as equivalentes de seus parceir .
1 os l vincu l açao
reg . ona1 de t. tegração
cornerc 1a1s: esque1nas � � � econômica, dita aberla, por
• •

2 _ ad mis são de clá us ula s de salvaguardas co 11Lra a co n co ri·e


. � 11- meio dos quais a l �beral1zação ltnilateral se converle ein co111.
ou ca pa z de d es or ga 111zar n1 er ca dos, e promisso i11Lernac1011al, como já oc orreu co1n 0 acesso do
cia de sle al
�1éxico ao NAFTA e ocorrerá com a transformação do MERCO­
3 _ gradualidade na redução
das barreiras Larifária s, pro cesso
SUL em u11ião aduaneira, que Itamar Franco acaba de consa­
grar , e1n agosto de 199 4.
q ue se estendeu por quatro décadas de suce ssivas rodada
mult ilaterais de negociação no âmb ito do GAIT, das quai �
a que acaba de encerrar-se em fvlarral<esl1 é a oi La''ª· Ainda na a11álise de Paulo Nogueira Batista: " As propostas
do Consenso de Wasl1ington 11as dez áreas a que se dedicou

"O que se sugere à An1érica Latina é a inserção não


convergem para dois objetivo s básicos: por llm lado, a drástica
redução do Estado e a corrosão do co11ceito de Nação; por
negociada, pela abertura unilaleral e rápida de nossos m erca­
oub·o. o máxi1n o da abertura à i1nportação de bens e serviços
dos. Isto sem levar na devida conta que as trocas comerciai
e entr ada de capi tais de risco. Tudo em nome de um grande
entre as nações são cada vez mais reguladas pelas prálica
. .
� à
prin cípio : o da sob eran ia absoluta do mercado aulo-regulável
comerc1a1s restritivas das corporações transnacionais.
nas relações eco nôm icas tanto internas como exlernas" .
A presunção do Consenso de Wash ingto1 1 parec ia ser a d
que os país:s latíno-amerícan os teriam condi ções d e comp eti
. ar1os
na exporta �ao de produtos (Jr1n1 _
� niz
Ao qu e acr esc enl a: "Ap rese11tado como fór1nula de moder­
açã o, o mo de lo de eco no mia de 1ne rca do , pre con iza do pelo
JJara os qL1a is JJOss uísse 111 W as hin gt on , co 11s til ui, na rea lid ad e, um a rec eita
Conse11 so de
de regressão a lttn padrão ec on ôm ico 1)ré-industrial
uma vocaça� natural e/ou e111 produtos man ufatur aclo s sob re .. . O modelo
a base de ma�-de-obra não qua lificada de baix os salá rios . Com o Ad am Sm itl 1 e re fer en da do com ligeiros
os lo po r

se fosse poss1vel ou esejável perpetuar van tag ens c o mp ara ti­
é o pr
retoques
op
po r Da vid Ri ca rd o faz do is sé cu los . Al go que a
vas basead�s numa situação soc iaJm en te inj ust a e ec on om ica un ha pa ra as de ma is na çõ es ma s qu e ela me sm a
­ Inglaterra pr op
mente retrograda e, ao me sm o tem po , en fre nta as
r vis íve is gu iri a. N o Co ns en so de W as hi ng to n pr ega-se Lambém
nã o se
nu�ens negras do protecionisn10 qu e co me 1n er ca do qu e os EU A ta m po uc o pr alicara1n
ça a es bo ça r-s e no um a ec on o111ia de
h or1zonte dos mercad os dos pa1,ses . rs õe s so fis tic ad as de ca piLalis­
., 1 des env olv 1clo s e111 11o me d o ou pr at ic am , al ém de ig no ra r ve
. . " Tr at a- se de re ce ita s
q ue Ja c ass1 ficam de dumping soci m o de se nv ol vi da s 11a E ur op a e no Ja pã o.
al.
lais se z- fai re , de há 1n ui to su peradas.
O Consenso de Washin
· g ton e, a b ran ge nte ' nã o de ixa ne - ec on ôm ic as co lo ni ai s de
n h um setor estrate, gI· o d
. . . �
e int �
· er ss e int er no a de sc ob er to ,
qu e po uc o tê m a ver co m as
q
ci rc
ua
un
tr os
slâ
go
nc
ve
ia s
rn
do
os
B
da
ra si l atual.
República
compreendendo in 1c 1a m
- priorizaçãofidos g t
� �
en e ez areas: 1 di sc ip lin a fiscal; 2
L am en tave lm en te , os ú lt
de ix ar am -s e le va r pe lo ti po de
im os
di ri ge nt es qu e fo ra m ab so rvendo
3:5
-

os pu bl ic os ; 3 refo rm a tr ib ut ár ia · 4 - nç ar se u áp ic e no pe rí od o Coll? r de
• o pa ra di gm a qu e vi ri a al ca
liberali·zaça-0 nance1r
1 �
-

?
a'· 5 _ re im e ca mb ial
·
.
; -6 l ibe ra liz aç ã o M el lo . T o d a s as n aç õ es q u e co n se g u ir am su p er ar su as 1ficul­
comercial; 7 _ inves
_?l
t·! entos di retos es tr an
ge iro s; 8 - pr iv at i­ dades e Lraçar se u d es ti n o se m p re re je it ar am co m en ergia e �se
zação; 9
desregul açao e
l O - IJr op r1. ed ad e i n te le ct ua l. C oi nc i id e n ti fi ca c o m u m a d o u tr in a
ti p o d e m o d e lo q u e m a is se
-

dem co m 0 prog . - -
ram a d e mod er ni za ça .
o d o C o l l o r e Jª aplicável aos outros.
,

conformava as m
edid as qu e 0
go ve rn o Sa rn ey co 11s id er a va

1 1 (j 117
A indu strialização dos países sempre se deu com a p arti c i­ mod o esca n cara do por �ollor cont inua a contar com forte apoio
pação crescente do Estado como regulador. pla nejado r e pro­ e.xte rno e inler1 10. Persiste o desarmamento comercial unilate­
dulor em áreas esb·atégicas. co1110 prevê nossa Con slit ui çào de ral. a cl1a1nad a inserção no Primeiro Mundo. a partir de uma
88. Em países citados como exemplos de libe raliz ação, as ii1tegraçã o aberta 110 MERCO SUL e ledas as de1nais políticas
estatísticas n1ostram claramente uma parlicipação siste rná Lica previsléls 110 Conse 11so. Ou_ �eja, o . �eoliber�lis n10 continua a
do Estado. Nos EUA, por exemplo, era de 3790 em 1 980. Na orleme1 1te 110 cenar10 pol1Lico .
bras1le1ro. l nslalou-se
infl uir f
Europa é superior a 4590, mais do dobro do que registra a forte n1enle no atual go\1erno e promo\1e sua conti11uidade na
América Lati11a. f\lles1no na Era Tatcher/Reagan/Bush cresceLi sLtce ssão presidencial pelo candidato Fernando Henrique Car­
na Inglaterra e nos EUA. Enquanto no Brasil a 1Jarticipaçào do doso, que co1na11dou as ações 11eoliberais do governo lta111ar,
capital esb·angeiro é de 8.996 do PIB. na Coréia do Sul é de 5,2 niesm o quando esle te11tou opi11ar sobre o governo de sua
e em Tai\van é de 2,396, países que são louvados pelos liberais respo nsabilidade, ou seja, atuou à revelia do Cl1efe da Nação.
como de grande abertura para o e>.ierior. Os cl1amados tigres Não é por acaso a adesão do PFL, suporte político do governo
asiáticos sotiberam resistir a seus credores externos, seguindo Collor, à canclidatura de FHC . Tudo isso ocorre qL1ando a
um projeto próprio de desenvolvime11to que JJOuco te111 de ortodoxia neoliber al da era Reaga11/BL1sl1 começa a ser contes­
neoliberal . Suas exportações não se baseara1n n a abert ura tada e surgem nílidos si11ais de 111uda11 ça. Embor a os EUA 11ão
unilateral de seus respectivos mercados e o seu êxito econ ômi­ pralique m a doub·ina neolib eral da maneira dogmática como o
co está longe de fundamentar-se na abstenção do Esta do; ao Conse11so impõ e sobre nós, a desvanlélgem co111peliliva com a
contrário, suas políticas de desenvol\1in1ento exig iram u m a Alema11l1a e o Japã o está provocando reações con tra o neolibe­
forte JJresença estalai. ralisn10 e111 i1111Jorla11tes setores do JJe11sa111er1to an1ericano.
º Consenso de \Vashinglo11 é con tra ditó rio com o q u e se I-loje, Ale man l1a e Jap ão pra tica n1 uma eco nom ia de n1ercado
.
pratica nos EUA e demais países l1egemô nic os e est ab ele ce
as que 11ão som ent e adm ite substancial participação do Estado na
mesmas prescrições para o co nti ne nte br as ile iro em fase
ad ia1 1 . regulação eco nô mic a, 1nas ta111bém na gestão, ademais de um a
tada de ind us tri ali zação e para o JJequ en o Ur ug ua i ou
a Bo lív ia \1 isã o eco 11ô mic a e soc ial ma is co mu nitária, ao conlrário do
q u e o F�1I � ind ivi du ali s1110 a11ti-l1u111ano a11glo-saxão.
em estágio pré-i nd us tri al. També1n não di fere do
o Ba nc o M un di al estão prescrevendo pa ra
pa ís es d o Le sl e
Europeu ...
Ad em ai s, já começam a aparecer os re
su lta do s e m pa ís es 9. BREVE HISTÓRIA DO PROCESSO ,
.
on de essas m ed i das fora1n ton1adas
anteriorn1er1te. co 1110 no s INFLACIONÁRIO. O SINISTRO PALACIO DA
INFLAÇ ÃO . O PL AN O REAL
caso� da Ai·gentin . a e
do Méxjco qu e se al in ha ra m n a re ce it
ne ol! beral, para não fa la r na Ven a
ezuela qu e es lá o br ig an d o o
presidente CaJdera a tomar .
m e d i das d 1.as A pa la vr a in fla çã o ve m de in fla r, in ch aç ão , in lu m es � ên ci a
, ti' ca s pa ra te1 1la r
· p ed Jr
Jm pr es � nç ao . No
·b ri· o carac ler 1zad o po r
' o desastre. NaqL1eles, a be rb a,
1
va jd ad e, so
·
s te11sões so b re o b a la n ç o d e e te m o se nt id o figL1rado de
pagame11los ameaça colapso qL 11 I
c a m b ia l e a pró pr1. a es ta b·1 1 1·d a d e, ca m po ec o nõ111 ic o ir1 di ca un1 de se
s e n d o q u e � A rgen �.n a . do s m ei o d e pa ga 1n en lo (m oe da e
a dolar1zaçao d a m o e d a já p ro rn u m cr es ci m en to an o rm al

30º'o .d e i nflaçao e dolar. O
_

ove a canse-

u m o , co m
1
e co ns
cr éd it o ) e m re la çã o às ne ce .
ss id ad es d
c os Ja a cançam 6 ,o do P
fi n a n c ia m e n to d e d é fi c it s g ig a n te
s- o s
qü en te re du çã o do po de r. aq u1 s1· t1v o
.

d a m o e d a e a lt a g er a\ d
IB a r g e n ti n o e 8% d o m e
x ic a n o . ·
.
·
1 n fl a ç -
a 0 b a st a re g u la r o
Apesar desses resultados . preco s . Po rt an to pa ra 1m pe d'ir a
' .
n o u n <J caso b rasi·ie ir.o ·
da11os os e tudo o q u e Ja d oa
si st em a m on et ár io e, co m o co ns eq ··
,

oca s10 -
·
1a , o c ré d1 to 1 d e m o .

·
ue nc
q u e exista se m pr e co m o si, m b o1 o ve
, 0 p e n s a m e n to 11 e o

s e rv iç o s

li b e r a l L r a z id o d e e1 ro d o s b e n s e
.

rd a d

18 119
circulantes. Nada ma is sim ple s de
se r alc an ça do em u m a
colap so, ab rem mã o del a, temporariamente, com 0 objetivo de
soci edade organizada cujo Est
ado , qu e a representa, dis JJ Õe de cr scentes f� rores da sociedade ou para ganhar
amortecer ? s �
gigantesca máquina institucio11alizada para esse fim prec ípuo . eleiçã o. Ma is ad1a11le, por em , a retomai11, agora mais estrLilura­
Em nosso País . essa máqu ina deno mina-se Banc o Ce11 traJ do dos e Lra11q üilo s, com a cont inuid ade inflacionária garantida
Brasil. Se por acaso os resultados não estão sendo salisfatórios ' Isso ocorreu co1n o Plano Cruzado, apesar das boas intenções
nada 111ais indicado do que verificar se esse inslrL1111e nto do do Minis tro Funar o; co1n o "Liro único" de Collor de Mello,
Estado eslá cumprindo de modo adequado sua função. E1n caso apro priand o-se canalha1nenle da }Joupança popular; irá ocorrer
conb·ário, mudam-se os dirigentes da máquina ou promo,,e-se certa n1ente, pela sua origem e natureza, com o Plano Real de
a substituição dela por ou tra que venl1a a cumprir o seu papel. Fern ando l-lenrique Cardoso e com dezenas de pacotes econõ-
Do ponto de vista das ambições 11L11nanas, inflação é uma 111icos 11esses últimos Lrinta anos. Esses pacotes surgiram
�xpressão que reflete o desejo u11iversal de obter algo do nada sempre de autoria daqueles que administram a inflação e visam
e o poder de dirigentes políticos e, principalmente, d e tecnocra­ objeliv a1nen te enganar a sociedade prometendo extirpá-la.
tas de preencl1er esse desejo por meio da manipulação do Após Ltn1 breve interregno de esperanças, quando as reações
sistema n1onetário de u1na nação. As te11dências i11ílaci o11árias da socieda de são desar1nadas e os perigos de colapso afastados,
estão, portanto, enraizadas na própria natureza huma na como 0 processo inílac ionári o retoma incólu me sua marcha, com seus
a ambição, o medo ou a lfil-úria e foram tornadas oper acio nais adm inistrado res mais poderosos e com instrumentos mais
desde quando o l1omem inventoL1 o di11l1 eiro com o mei o de eficazes para gar anti r sua continuidade. A sistemática foi
trocas e símbolo de 1iqueza. Estamos con den ado s a sof rer ess e sem pre a 1nes1na, sai11do-se sempre vitoriosa. Ou seja, tudo
a
íl�gelo sempre e qua ndo não se tomarem me did as para iinp e­ ind ica q u e ess es ad111inistradores da inflação ganl1aram
ese­
di-l o. Moder� am �nte procura-se apresentar a inf laç ão com
o eficácia nec ess ári a para eng ana r a sociedade e evitar o ind
s sócios
u�a doe1�ça 1ntr1nseca aos povos sub de sen vo lvi do s e 1ni
será­ jável co lap so, qu e cor res po nd eri a para eles e para seu
v� 1s, prec1sam � nte os qu e me no s co ns om em e ai1 1da trõ es " 1na tar a ga lin ha do s ov os de ou ro ''. Um a evidência
111e no s ou pa
_

d1spoem e me ios monetários e de crédito. Ou seja,
pr ec isa me n­ dessa es tra té gia é qu e as ca us as da in fla çã o fic am int oc áv eis ,
te on de na o poderia xis tir tal flagelo. A rigor, a di sc ut in do -se se us efe ito s. lss o na tu ra lm ente arrasta
� in fla çã o re su lta so me nt e
� e um roubo organizado, ins tit uc io na liz ad o,
qu e tra ns fe re a de 111 od o ce go o ap oi o da po pu la çã o, ví tim a do s efeitos q.u e
riq u �za de um a nação para um pe qu en o gr r te re m su as m en te s bl oq ue ad as po r 1nac�ça
re co nh ec em , po

Je g 1zados. Provou se r o mais eficient
up o de de lin qü en tes
e m ec an is m o d e co nc en ­ pr op ag an da m on ol íti ca da m íd ia , es cr ita e fa la da , e pe la ausen-
traçao de re nd a co nh ec id o. cia ab so lu ta do co nt ra di tó rio .
Est.abilidad e m oe da ve rd ad ei ra a pe lo s ba bi lô ru os , pe lo in en os faz 5. 00 0
� po de m se r se m pr e ad ul ­ A M o ed a já foi us ad
teradas po r e1 0 de novos ar di a fo rt e re su lt an te da co nf ia11ça q �e
� s, fruto do de sejo po lí li co de an os . C o m u m a m o ed
en g�na r a sociedade . Uma ve e u m ce nt ro de po de r do en �o
z es ta be le ci da , a in fl aç ão ex p lí ci ta in sp irav a, a B ab ilô n ia tornou-s .
U r er a a ci d ad e d o ouio.
? u in cu bada, au m en ta se m pr e até u m cl ím ax m u n d o ci v ili za d o . A ci d a d e d e
. ' q u e re su lta ez a vi a m o ed a forte,
Irremed 1avelm e n le e m co . . . a g
à ra n d
l apso. E la 10, 1 1n st 1t uc io na liz ad a pe lo s E n q L1 a n to a B a b il ô n ia chegav
tu ra çã o d es sa m e sm a
'
se 11 hor�s Roberto Cam re es tr u
� :�;���� pos e B u lh õ e s d e C a rv a lh o a lc a n ço u a in d a m a io r p o d e r p el a
uando
e m e n le M in islros d o P la n ej
_ _ u
o in s l it
�d
a m en to e d a Faz n a , c o m m oe da . Is so , po ré m , a le vo u ao fim .
e in a d e "r i u
� � z a " m
.
u it o
to d a correção m o n e tá r ia O r e i d e U r im a g in o u un1 e s q u
<J5 q u e a d m in is tram �-
. d o . Con1
. . e u o u r o \1 m 1t a
- ,
· fIaçao m ai or d o qu e a ri qu ez a pr om ov ·d i a P0 r s
'
.
deléJ se bc11efic1am ' a J
in se m pr e a se rv iç o d o s q u e , . fo r ma de
a ·u r o s s o b a
0 se n ir em q u e o p ro ce ss o a ga ra nlia ele su a cL 1s lo d1 a, em pr es tou
r
se a p ro x im a d o

12 1
moeda que emitia, o grande tesouro de Ur. O estín1u lo de dobr
e triplicar sua iiq ueza deu-lhe uma falsa e eufórica sensação de
com eço u, sempre na mesn1a ambição
ar decl ínio da 1noeda de ctiar
za do na da . A de m ol içã o da moeda romana le\'OU su
.
poder. Con tudo, tal jogo st1 sci tou dema11das em ouro que
·qu
r1 e as
1 giões
rec usa re m-s e a co1 . uar
1t1n
em a desempenhando a função
:e soldado, o que le\•ou o império à débãcle .
muito excediam o estoque existente, send o todos en \'O l\1 i
dos
pelo entusiasmo de um processo apa re11 tem enle sem l i m
i les. Assiin . sem excecão e alravés da l1istória da 11umanidade.
Demandas externas e domésticas exauriram o ouro de
Ur, 0
que n.ão foi suficiente para deter o processo. Ass i1n, a infl aç subs liluiç 5o da n1oecla verdadeira por n1oeda "aguada" e sua
Linha-se estabelecido.
ão
� ontí i1 u a dilL1ição marca o fim da afluênci a e, depois, da
ii1íl uên cia .
o Grand e l\l1ai1, l \u blai l\han, mandava com poderes
Estimulados, os bab ilôn ios tomaram ma is d inl1 eir o
e111pres­
tado para a compra dos mesmos bens, pro mo ve nd o um
a irr ea l
expansão da riq ueza. O rei, porém, dis pu nh a de mu bsolulos em i m pé1io que ia da Hungria até o mar da China.
ita pra ta.
Sagaz mente, imaginou um novo me can ism o: est ab ele ce u �uiidan1e11Lado nisso criou n1oeda a seu desejo. Sobre e le
a prata tinha o mesmo valor qu e o ouro. Por alg um ten1p qu e es creveu l\1arco Polo: ''Co1n maiores tesouros que lodos os rei , � .
o, a "
Ba bi lô nia avançou co111 n1oeda corrente de pr sua s pe ças d e papel" (111oeda) ti11l1am a solenidade e a at1tor1- ·
at a, eq t1i va le nte
à de ouro. Mas um certo sentimento de i11 tra n q ü i l d de ele verdadeiro 0L1ro e \)rata. En1 cada \)eça l1av1a a
i d ade coine­ ª i nalLtra de L1111a variedade de aL1toridades, aden1ais do selo
çou a fo rmar-se, no entendin1ento de qt 1e ass
m ui to sólida. Isso fez o povo exigir pr
a sit ua çã o nã o er a
imperi al. Todos os anos, o I<l1an man da\1a 1mpr1m
· �
· u a grande
· 1r
ata real de m od o m ai s que nada cusla va e que deve 1 1a
.
1gual � t_
rápido do qu e no começo tin han1 quan tidad e de d i n heiro
depois, não havia mais prata ...
de m an da do o ou ro . P ou
co
t das as riqu ezas do mun do. Com esses pedaços de pap l fazia �
º d os o s pagan1entos do impé rio e fazia-os circular t1111versal-
A próxima etapa foi declarar qu e o
inente sobre todas sua s possessões e terr1lor1os, a le' on de se
to . ,
à pra ta . Essa proposição, contudo,
co br e ti 11 l1 a v al o r i a u a l u
·

n ão prosperoL1; se rv iu � p
er e sobera11ia se estenc\essem. E qua lqu er m que se �
� e­ \
)Od
atrevesse a r e cusar seu s papéis como valor de r1qt1eza
n as para onfirmar o declí
nio do v al o r d a nioeda. O era
c o la p so j á
cond e n a do à inorle.
estava à vista ... E n tão, vei
o o go lpe 1n a io r A B a b il ô n
para seu ú lt im o recuo. Declarou q u e . ia m o v ia-se
o chun1bo ti n h a ig u a l v a
q u e o cobre.. . Foi a s u a fa lência,
_ lo r Po de se r qu e ve nh a a preocupar certos ad
mi nistradores
ti n h a p e rd id o a c r e d ib il id a d e .. . �
A natureza d homem financeiros de W a s l1 i n g t on , de \� all St re et e � a Ci ty (L on dr s_).
� n ã o é m u ito diferente
d o q lt e era la m co m ab so lu to ar bít rio "o sis te ma !
fi 1a n e11 o
qu e co nt ro
2 .0 0 0 antes d e Cristo. A
naçã o a tu a lm e n te m a is J)Odero �� po de � zer
m u n d o d e l ara q u e papel te1n Kh so me nt e
� sa d o in te rn ac io na l", sa be r qu e o Gr an de
\1alor igual ao o u r o e c o 11v e11 ce ,
isso pel o per 1od o de 27 an os ... Se us pape 1s-1noe
d a d o a1 1 º 1ª2 6O
· to em 12 87 M an do u reco 11
outras naçoes. asse
ssoradas sempre por . 1er
tecnocratas, a co11cor­ qu in
d�r com 0 p p l-our �� estavam de pr ec iad os a u m .

o c o m o reserva e . -1·a s e deu um a no va po 1. ca da


. r1. 0 do e 1.ande Khan
. até a a c e it a r a b s tr a to s ad es mo ne tª' 1
en tã o to da s as un id
com 0 pomposo n
d 1re1tos d e credito .
. ·
cinco ve lha s. Em o i ten ta
o . .
de saq u e . . m e d e '' d '
11 . o 1m pe
" . e1 tos es pe c1 a1 s an os ,

0. � u ro e ª prata da B a . 1ar tamb em


entrava em colapso...
,
p , �1r� tornou e m o u tras t e r r a s
As b il ô n ia t e r m in a ra1n . d e 35 an os , 0 do
A -se um grande centro d Desde 19 44 , e no pe r1o do
e�s��t l exa n dr� red uz iu seu va lor a um qu in ° ·
. ran de Kh an
o n
e r iq u e z a . M a is t a r d e
� t Ga nh o u pa ra o G
· da de s qu e recu-
de, tomou o o u r o
em 8 anos ... Es te , e n t re t. an to, ·nc 1 en
G a
.
,

da P é r s ia e a G r é �i a
r
s u s J u 1u a l)e rs1a. O
. d'1av a as c1
_

O 1n esm o ouro e
u seja, o q u e não é ve
' da am . r c an , e x a lta n d o a s altas
espada e
r d a d e ir o d u r a p o co e i a
savam sua moe d a1. A propa gan
a mesm ª pra t 1 a
u
ª da B a b il ô
· . . e fic a
· c ·ia qu e
(J
· 1
poderoso 1 mpér .
0
cor1s tru ir n ia a ju d a r a m a vir tud es de seu s pap eis , tem tid o ma1
·

io R o m a n o , m
a s l a n 1 b é m Já o as locl1as de l{ ub la i K l1
.
an po is co nse
,
g u iu
· 8 an o s de \1antagem ...

122
123
Na verdade, a moeda internacional de referê11cia d ól r Ade inai s da Lrag édia forj ada JDela inflação em países clo
norte-an1e ricano -, pelo menos, desde J 969/70, quan d o
o
m ai dramático f i
-
a
Mu11do , o exemplo contemporâneo s
20.
o o
pre n dê la é imp
0 ceir
ante
Ter c
Presidente da França, Cl1arles de Gaulle, o compr ovoL1. zião é da Al nl1
ema a dos anos Para om e ort
0o
-

mais ur11a moeda verdadeira; é a1Jenas Lima possibilidade de n hecer sua


característica básica: o declínio da confia11ça na
crédito, sem a garantia de pagamento, se11ão por outro crédito
igualzinl1a à moeda do neto de Gengis Kl1an. Quando i s s� �
11oeda acelera
1nais rapidamente o processo inflacionário do
c:_
que 0 11ró11rio d clí11io ela moeda. O e líni começa co111 a dc o
ocorre, só há duas possibilidades: ou se aplica o método sua não co11\1ersao en1 ouro, levai1do lentan1ente a uma cres­
kl1aniano de substituir cinco por uma (pura modernidade!) ou cei1te insegL1rança. Terminada a guerra en1 1 9 18, nos dois anos
a bancarrota. primeiro caminho gni fic
O si n fl a
a aumento de i ­ segui ntes, o governo ale111ão dobroL1 a moeda circula11le. En­
ção, o segundo, deflação; ou seja, reduzir drasticame11te 0 tretanto, os preços n1ultiplicarai11-se por cinco . O púb li co usava
volume de moeda circulante e, no caso do Brasil, também de rapidamente do que o governo a imprimia; ou
a moeda mais
outros papéis não circulai1tes, si1nbolizando falsarnente rique­ seja, a erosão d e confia1 1ça era inaior do QLte a erosão de valor.
za. Q11al é, en tão, o caminho a seguir para liquidar a massiva o público temia a depreciação de suas poupanças e, para
esb�utura do impagável débito n rle an e ar1
o - 1 ric 0 - deílaçào ou JJrotegê-las e ma11 ter o seu valo:, trocava-as por b:_ns, promo­
inflação? A segunda, natur alme nte, é a mais fácil. Bast a
vendo u1n aum ento cad a vez maio r dos preços. No l1m de 1920
os preços tinh a111 aum entado 14: \1ezes. En1 janeiro d: 1923 ª
pergun­
tar aos dirigentes finan ceiros bras ileiros. Há,
entretanto, uma .

diferença fundamental entre a sitL1ação dos EUA e a d e Kub inl 85 vez es. N e st a altu ra nao havia
lai infl açã o t 1a cl1e gad o a 2.7
f{han. Este era o sen hor abs olu to d e tod as as terr as
ond e 111a is esp era nça s. A mo ed a, mes1no co111
um estoque de v.al or,
circulava o seu din heiro, com pod er d e vid a o u mo rte . r um co11ce ito . No s seis meses segu1 �1les
não era ma is ne m seq ue
A moeda norte-americana circula em todo o inu nd o e é chegou a 19 4.0 00 vezes. E, e111 n ove1nbro de 1 9�3, tinl1a
Pelo tratado de Bretton Woods, a mo ed a de referê 11c ia int
er na � alc an ça do 72 6 bil hõ es de ve ze s. Un 1 � a �c o da epoca do
.
arm is Uc i o co mp
c1o�al; os EUA, entretanto, não detêm forma lm en te o po de r d e ra va o 1n es mo qu e 72 6 b1l l1o es de inarcos ... A
!egrslar fora de suas fronteiras. O se u po de r é exercido po r experiência al em ã 1no st ra co n1 0 a ps icolog ia
.
popu lar pode
.
r ntensa propaganda, pe lo do m en te en ga na da , pe rd en do a refer ên ci a da realidade.
ínio de grande pa rt e d a m íd i a ser faci lm
co L1 � u?esse
al JJ recisan1 e 11 te pe la vi�
gi·a�s ao controle �a econ om ia 1n un di Se 0 di nh ei ro tiv es se ,
e1 1t ão , al gu m va lo r in tr ín se
0 .
.
do s1s t �rna fin an ce iro in te rn ac io na a al gu m va lo r (o ur o, po r ex en 1p lo . N1 ob 10 , no
l; pe la s arn1as, co m o n o ser reconvertid o
Panarna, Granada, Ir aq ue , talvez H nosso caso), essa loucura jan1ais teria ocorrido.
aiti; pe lo co nt ro le do s tec110-
cir� las qu e co�andam os sistem pr op ag am e re pe te m qu e o
as fi na nc e i ros na ci o1 1a js e, no s As autoridades amer ic an as
paises su b�eti�os a uma periferização po r d en tro, p dólar se ap ó ia n a prod u ti vi d ad e da na çã o m ai s do qu e no s� u
. ,
le das asso�1açoes e federações patronais dos p ro el o co n tr o­
e dos o e xe m pl o al em ão ne ga es se pr in ci pi o ,
bancos nativos. Quanto à força m il jt a r n a-o h d u to re s valor intrínseco. M as a , ap r ?o s
e b a p o d u t i v i d de es �
OTAN. exerce p a p�l importante na E u ro p a , a' d uv
, . d as qu e a
r posto q u e a A le m an h a gozava d � � te ve se m d u v 1d a ,
e a s tr o efeitos da guerra. A falta d e va lo r in tr 1n se co , .
am er1 c�n a n o Oriente
p a s n o rte-
1
t , as c o ·
i sa s le v a ra m H it le r
1
� Médio sobre o resto d o m u n d o via um pa pe l nesse desastre . Ess a e ou
dependenc1a de petr
óleo sem o bed 1e. - n c1 a a m oe da am er ic an a , '

ao p o d er e o m u 11 d o à S eg u n d a G u er ra M u n d .
ia
0 Japa_o ou a Alemanha p od em ter d ·
·

.s1Luaça- o semeIhante a' que levou a Alemanha


.

. .
ao p etro, 1eo do Oriente M e'dro
. if ic u ldades para ter ac es so
. , p o r exemplo. N ão HoJe vi ve m os , . ·
m u i1 d i a l e s ta v a n a o r d e 1n
q ue a Al eman h a
e a França estão p ro cu ra nd o ter urn exér c to
é p o r ac as o àq ue la si tu aç ão . E m 19 89 , o comei cio d o, la re s, m o vi m en
i d e 3 tr il h õ e s d e dólares. S o m e n te e m e u ro -
-

conjun to, fora Ja


tou-se 1 1 O tr il l1 õ e s , d o s q u a is s e ri ain
OTAN. d e sc o n ta d o s o 1) e 1.a ç o e s

124 125
repetidas... Em 1 993. o comércio aproxin1ou-se dos 3,8 trilll ões Emb o ra tole rada s nessas circunstâncias. ações dessa natu­
e 0 movimento financeiro mundial , em dólares, ascende L1 a 36S ·eza são reje ita das ener gica men te em coletividades organiza­
tiilhões... E tudo isso sem valor inb·ínseco, pelo 1nenos des de � as do mL1ndo
ci\1iliza do e seus agentes são objeto de se\ieras
JI UJlições . Sal\10 · .1s d e ó -
1971 quando Nixon declarou que o dólar nada tem a ver co m em \Jeríodos de absoluta desorden1 ou circuns-
o ouro, rasgando o acordado em Bretto11 Wo ods . tâncias espec1a
ºuerra e ocupaçao estrangeira. vêm a
É esta moeda khaniana que está servindo de âncora para ocor rer ações de vandalismo e de irracionalidade que fogem
o real de Fernando Henrique Cardoso. Simultaneamente dola­ pletam ente às pratic as de milêni os de civilização.
com
riza a dívida interna, da or? em de 250 bill1ões de dólares, que os princípi os universais de respeito pela vida, pelo próxi-
já abocanha co1n o seu serviço 65% do Orçame nto da RepCibl i ca 1110, pela família, e11lre OLttros, estão há inuilos séculos co11sa·
e compromete-se na '· renegociação" da dívida externa a envia r civilizados e fazem parte da estrutura das
6 rad os pelos po\1os
18 bilhões de dólares por ano durant e 30 anos. a troco de g ran d e s relig iões, sal\10 focos isolad os, retardados no tempo. O
nada... . Resta saber como os fu turos Presid entes da Repúb li ca que unifo rmi za o comp ortamento dos l1omens e pern1ite a
poderão governar o País, se não conb·ola a moe da naci onal conviv ênc ia, tend end o J)ara unia possível l1armonia de lodos
porque el� já não existe ... E como o povo bras ileiro irá JJaga ; nesle pla1 1eta de info rtún ios, é o qL1adro 1noral míni1no
desta­
esses ser\11ços - ambos em moe da forte - das dívi das exte rna des de os filó sof os gre gos e, mai s ant igo s ain da, 110
cado
Tam­
e, principalmente, a interna. lon gín quo Ori e11t e, nos criadores das grandes religiões.
Para a adm inis b·ação de tod o ess e pro ces so est á o Ba nco a Po líti ca tem des de Ari sló lele s a Mo ral com o um de seL1s
bém
Central, o sin istro Palácio da Inflação, ond e o Pre sid ent e
da p ri n ci p ai s al ic er ce s.
�epública não co11segue no1near Llm só diretor, o qu e é [eito Qu an do so cie da de s fu nd am e11tadas, cultL1raln1 � nt: _ �
ne ses
sistematicamente pel os credores externos e int ern os . . 1 pa ss a1n a ad n1 itir ele va do n1v el de de l1n � ue 1� 1a e
. E a i nd a pr inc íp ios _i 1o s e
qu er:m da r au ton om ia ao Ba nc o Cenb·al! Au ton letiva a esse s pr 1n c1p
on 1ia e m débâcle m or al , co m ne gl ig ên ci a co _
rela �ao � qu em , se já nã o presta co nta s a nin gu ém , sa ns en tid a, é sin to m a ev id en te de qu e es sa socie­
lvo a se us im pu ni da de co _ dos. Corno ' entretan Lo,
ida , va i ac on ­
patroes 111ternos e externos? Pela ex pe riê 11c ia viv re ci
da de es tá te nd o se us al ic er ce s apod
t _
. _
tecer co1n o Ba nc o �e11 tra 1 o qu e aconteceu
à sa úv a e m re l a çã o um es nã o co m po rt a11 1 es � e i po de açoes
_ l suas tr ad iç õe s e co st
Ce nt ra l ou 0 B a n co
ao B1_as 1l: ou o Brasil acaba co m o Ba nc o os se us pr op ug na do re s, de 1n te r ço : s nu � c�
sem forte re aç ão , � c1as m 1st1-
Cenb·al acaba co m o Br as il. .. ar di lo so s es tr at ag :1 na s de ap ar en
ex pl íc ita s. m on ta m
o, de ve rs oe s e � ve z de fa t o s ,. de
fic ad or as , d e su ti l ci ni sm _ o os ve rd ad e1 :os
co m pe rf e1 ça
"faz-de- co nt as " qu e c,11nuílam
�:;RA VE D OENÇA D A CORRUPÇÃO, SEUS objetivos. V iv e:se , en tã o , em es t a
ên
d ?
ci a
d e
de
d el
qu
in
e

t
ên
do
ci
es
a


a
e n
co
e
t_
ra
re
l
n
iz
d

?
d a e d e im o ra lid ad e, com apar � _
re �p o�sa­
n atu r al m e n te , ga ran lid a a im p u n id ad e d o s p r 1n c1 p ai s
_ _ e n -
p u 11 1ç a o d e d e l1 n q u
sê n ci a c u lt u ra l e d e p ri n cí p io s
a
O ho m em p ri rn i t1vo, p o r au ve i s . D e te m p o s e m te m p o s promove-se
· · ·

. , . a fa rs a e a
o u d e u m a re· l 1· g1a
· o su p e ri or QL1e o or ie nt as se careci
lo e n g o d o
. os
tes pe r1f er 1c os , o qu e ga1.an te pe
a
po l,l
1 1c .
d e re1re r e n c1as q u e 0 f
- a m p e-
e L
·

le it o r, d
.

. ' e, sa g az
u n dam en ta ss e para a vida cole c o n ti n u id a d e d o processo. Le1nbre-s ,
1
. mente ti va
_

o m o esta.
��
c
dusa: " É preciso m u d a r para
u e
no cam po m or a 1 O ass a .
• e tu d o fi q
ss i n a to' o roubo , o
espec1a q u .l .
ªd u Ite· r10.
· a antro pofiag ia . , en tr e tantas oub·as s estão pres e n te s n a r e a l � d a d e b ra s i
·

. pa ra soci edad. ações c o n d e n á - T o d o s e s s e s s in to m a ic a m e n t': P �


es e u JtLi ra 1 m en te cu .
a st
l 1t 1c os , co rruptos por exce 1e n c1 a
',e1s b o m b
lt 1v a d a s são a to s co1·1·1· ra atual . O d e s li z e ético m a is a, la rdea d o
q ue1ros. de ro U n a' e 111 . '
- . ,
.
co11textos p r 11. n 1 t1. vos . m íd ia é a co rr up çã o elos po

127
pelo menos essa é a impressão que fica para o incauto cidadão. ou enca ramos
��
a ques o da co :ru pção de modo global,
_
como ve m se11d o feito na ltal1a com a Operação Mãos Limpas"
Até figuras que carregam décadas de lisura e dignidade podem . 1

ser envolvidos sem q ua lq uer possibilidade d e d e fesa , pela falta le caso sob o comand o d e 1mpor � tes setores do Judiciário,

de meios para co n b ar i ar o poder da 1nídia, que dese m pe n h a


nes
para o resultado perigoso do apodrecimento,
carn inl1a 111os
º�Ia co n ta n1 i n ação das instituições; u1nas, por comprornetirnen­
·

uma espécie de papel do Big Brother, de George On-vell, sobre


o esn1agado cidadão . O grave é que o processo inclui tain bé m io esca ndalo so; outra s, por omissão e conivência.
genuínos delinqüentes, o que confund e e ig ual a a todos Lêin sido usados l1istoricamei1le para
A corr upção e o vício
extrap ol ando seus efeitos a toda a socieda de. T ra n sfo rma d a � nfraq uecer povos, �
destruindo seus pr ncípios morais, e, assim,
em sistemática, essas práticas termin am retira ndo d e todos a
au to-es tima e o respeito mútu o, cuja cons eqüê ncia maio r é
� acilitand o a
terra
dom inaç ão estrangeira. E ben1 conhecida a ação
n a , Chin a pelo vício do ópio e os famosos "negó­
0 da Ingla
i
c os
esfacelamento do núcle o m ora l que suste nta a socie dade . Ser á da Cl1in a" . E co11h ecido também a promoção, pelos norle·
'
esse o objetivo? cor rup ção no Egito pós-Nasser. Ela , ali,
am e rica n o s , da
Vejamos exemplos. egu iu enf raq uec er a outrora vigorosa fibra do povo egíp­
cons
rior men te do n1ais poderoso exército na
cio, detento r ante
Na CPI de PC Farias, que resu lto u no ''im pea chm ent "
Presidente da Rep úbl ica Col lor de Me llo, e na do Orç am
d0
ua da reg ião ára be, ric a em petróleo. Cl1egarain a enfrei1-
mo
ent tumult
o Con re so Nacional dese1npenl1ou seL1 pap el con s t i luc
� � �;
io na tar 0 co lo n i alis i11g lês e fra ncê s, na zo na do canal de Suez.
ionais os "negócios
no pr1me1ro caso ple nam ent e e par cia lme nte n o N a atu ali da de , tom a diinensões internac
Porém, e mpre \1endo apenas um dos lad os do s pro
seg un do
� ces sos d � do Braz i l " , co m os fa mo so s "e mb aix ad or es 15 %" , localizados

corrupçao. NeJ s só �xistiram corruptos. E os co rru
pto res ? Ou em Pa ris e Lo nd re s, e as po lpu da �
s con1issõe passadas �
autoridades frn
� �
process de inv estigação da corrupção é total o u
corre-se 0 an ce i r as po r ba nq ue iro s es tr an ge iros para fac1·

risco de virar far a. Na sessão final da CP I d o O
rça in e n to, 0 litar os em 1)r és ti111 os in te r11 ac io na is qu e pe�� � n:
itira a on ta­
.
?
Senad r Pedro Si mo n inq u i ri u à Mesa acerca
da ex ist ên cia gem da d ívi da ex te rn a. A té en tã o, a �
a m 1n 1s traç ao pu bl ic a

exc usiva de corruptos, não aparecendo os
corruptores. Ob tev e, ir a er a co ns id er ad a um a da s m ai s ser1 ?
, . as em t do o
brasile
? � �
m u nd o i ii1 pe d i d a d e re al iz
entã , resposta comprometedora e m ali ci ar m ui ta s ve ze s es f rç os c nJuntos
os a1 ne nt e fa lsa do ,

Presidente: "Os corruptores são os 12 0 m


i l l1 ões de bras il e i ros. te s n ão se ad ap ta re m a m o ral1dade d o
" com o u tr o s países p o r es .
� � � �
A emais, há ue .c o sid rar qu e a corr
upção 1n ai s grave e nosso se rv iç o p ú b ic o . l Is so n ão ex cl u ía ca so s d et erminados, em
g ra .. D e modo
rm av am a re

de m ai or m on ta e a 1n st 1tu c1 on al iz n fi
ad a, a protegida pe la le i. É setores re co n h ec id o,s, q u e co
pidamente a
esolador,. ne sse conte to, a ausênc � ia do P od er JL 1d ic iá ri o. E su rp re en de nt e, po re m , essa
si
· t ua ça-0
.
m
, u d
. o u ra
nte do
!
o Execut vo, este ex pl ica-se po
r se u m ai or co m pr om et im en to , partir d e 1 9 7 9 , p re c is a 1n e n te
com o in 1c 10 d o d e sm o

po r ser o 11berador dos recurs Estado.


os pú bl ic os . P or isso o ú n ic o qu e
vem dese m � en ha nd o se u pa q u a n d o é to lerado e
t
u p ç ã o
e
A e x p a n s ã o d o processo de corr
e
. pel, m es m o q u e pa rc i� lm en te e d e
n e , para

m odo 1nsatisfa tório é , m e
e� 0 Legis · l a t·1vo 1o n an te · E v i d n t
, d e um a ce rt a m an ei ra p er m an ec e im p u n e e 1
· m p re ss . , bl .1 co
11 ,
rta n.do n a propr1a carne" ssár io a fa st ar d s e �
rv iç o pu
.
su metido a v1 0Ienta p
. E n tr et an to , é o ú n ic o q u e es tá chegar a o e s tá g io a lu a \ foi nece de coman do. ·
ressão, se m li su ra e 11a m a io ri d m· en te em funço es
a o s ca so s aq u el es q u e re si st ia m ' es pe c1·ai
_ , ne cessariamente o que con-
0
sem compromis so com a ve rda de, dos 111e10
. . . de co m u ni ca çã o d e pe ri g os o - e
n ao
.

co rr u pt o m a is
m assa. E a vas ta corru .
, . pção d esses m ei os , co nt um az es de sc um - fronta a le i ' m as o qu e a m an ip ul a
pri'd ores de pr1nc1p1 a maça
_

·
os constitu cionais .
.

do modo como
a ç ã o p o r c o rr u p ç -
a o , se
d a-
A c o n ta m in cons1 ' d era- , la
. E' adequad o
ai s n o ce st o.
po dr e co n ta m in a as d em

128 129
con1o uma 111 elá s la s e que se e x pa n d e n ad .i c i o
se rv iç d a d ív id a externa,
��: É
. ii a d o ao o abocanhou 25% do
ções e pa ra o próprio Esta do em 1 993 .
co� o uma do o ei it o Fe de ra l em 1 99 1, 45 % em 19 92 e 67%
. as i n s ti t u i o rça m ,
ª
tecid o soei� !.
posto que 0 Orça-
' é
nã o sa b e m o s q u anto se ra em 19 94 ,
ado pelo vírus d a ATOS, fazend o .
A1 n d
.- ? .ti
· �d a n ª
se e s Li v e s s e containin - os
ações de corpos esl1an. 1 1os; o u se
com o . e m a go s t o, a 11 ' h
· n a s1·d o aprovado pelo
ante . nl o , Congres-
'd
1 a de ja, me
r sa anle ações n1align as 1nler11as e, p r1 11c 1 p a lm e ii t
Perder a im u n . .
Em b o ra seja m ui to .d1f1c1l es�ec1. ficar quanto foi realm e
e 1e 50 · · · ent
perde a d e •
po r falta d e 1n fo rm açoes claras dos órgã
do
ex tern as. execu ta ' . - . , . os respon-
savei 5' a
. av al 1 aç oe s 1n a1s se ria s qu e co nh .
c1do embora nao gen s ec em os estimam que
Foi 0 clima de corrupção estabcl�
.

-
· tern a devera ehegar
_

e ra .
. a do, es t:ava em toda parte - que criou o caldo d e c u ltu ra � ue
,

���
.
Lo do se rv iço da d'1v1'da ln rapidamente
l
0
· bera 1 n o
Pai,s ª
,

llz hõ es de dó lar es po r an o contra 18 bil1hões de dólare ,


a doutr ·
ina neo 1 1 b i s
pen eu-ação d
ª pa rLir da
perm1·0·u a fá �1·1
e.:
. "re ne gociação" de FHC da dívida externa Ou seja,
Nª CPI do Orçamento foi possível l e va n lar as lesõe s ao e s c a tra 11s fe rê nc ia d e re cu rs os fi n an
.
essa g·iga n l ceiros para u m
erar1, ·o público por indivídt10 conb·aventor . Elas estão na ordem
de unidades de inilhão de dól a res. E· n1 ava1 .1açao _ g 1 oba1 , ai nda
pequeno gru po, a Lroco de n ad a, a lem ' d e promover um a brutal

. fl .
nlraç a
- o de ren d a, e, uma das causas pr1nc1pa1s, senao a
. .

co n c e , .
.

que precária, mas pe rmi ti nd o saber a ordem de g ra n deza,


_

p ri nc i p al, do pr oc es
so l n ac1onar10.
avaJja-se que tenl1a chega d o globalmente a algo em to rn o de
cem milhões de dólares. Podemos, então, considerar que foram Embora se tenha eliminado �om o Plano Real, �elo me�os
.
1
manipu lados indevid ame11te algo da orde111 de dezenas de temporariam ente, as transferências para os banqueiros devido
a co 1 r monetária, im1nou a d escomunai sangr1a
·

eção não se e ·
, . f01. d ol ariza
milhões de dólares. Esse pala mar form a o primeiro nível .
·

- de
corrupçao. devi· d o à dívida interna. Pel0 contrario, . d a... Q uanto
"
à dívida externa, na "renegoc1açao que antecedeu o Plano
·
-

No Programa Nacio na l d e Des es ta tizaçã o, co mo


R ea l, O M i nis tro Fernando Henrique Cardoso compr0meteu o
descreve­
mos em outra paJ·le des te capítulo, o de sv io do
patrimônio .
. d .
pú bl i co para grupos privados, d e m o d o ind ev ido Pais , em 1 8 bilhões de dólares anuais durante 30 anos, i ss o por
e ilegítimo,
mas com aparência legal, alc an ça a ordem
de dezenas de algo que já tinha sido ressarcido mais e seis vezes .. �.

bilhões (co1n b) de dólares. É o segundo Essas gigantescas manipulações de recursos retira�os de


nível de co1·rupção.
O terceiro nível de corrupção lo ca liz -
a se no si st em a finan­ quem trabal ha e produ z para especuladores, ban�ue1ros e
ceiro Corresponde a desvios de d in l1 ei ro p ú b lic
o, d e setores da gran d es grupo s econô micos têm todas ªs c�actensti cas de
.

p rodução e do s trabalhadore
.
s para u111 p eq u en o n ú m er o de ações ilegítimas, contrárias a qualquer pr1nc1p10 , moral, ei:n?? ª
be11 ficiados, entre duzento
� s o u trezentos e sp e c u la d seja1n apre senta das como legai s. Ou, pelo me?os,
�o
o Jud1c 1an .
ores, ban­ .
queiros e grandes grupos econômico
s n a c io n a is
e estrangeir©s. nada diz ' como é o caso do preceito constitucional que estabe-
A prá ti ca da correção m lece en1 12% o n1áximo de juro ad m1ss1ve · , l... E o Supremo
onetária era aplicada d ia r ia m e n te
aos ati �os dos bancos e,
na n1elhor das hipóteses, mensa lm Tribu nal Fede ral tamb ém nada diz quando o Banco Cen�al
.
ente .
.
aos salar1os e al1vos �as e�presas produtoras. Só essa estabelece valores d e Juros que sob repassam 50% ... Esse e o
diferença -
a favor dos bancos foi terceiro nível de corrupçao compreen dendo recursos da or·
Yargas :m 1 75 bilhõe
avaliad a por técnico da
s (com b) de dólares , em
Funda ção Getúli o de1n de centenas de bilhões de dólares.
.
Fin almen te. o últ im o nível refere-se à tlransferência grat� ita
anos, ate 1 993. período de olez
O serviço da dívida · a· N aça- 0 como os mine·
ral hidrelétrico de petróleo e geneti co Para o contro1e d e
inlerna resultante de empré sti mos de de patrimônios naturais fundamentais '
'

curto prazo d �sses grup


governo, com . ia. a ocorrer
' ' '
·

Juros exorbi tante


os ec o nô mi cos e
de especu l adores ao . .
ia v ir
corporações transnac1ona1s. Essa transfere�n c
com as alterações dos pontos do cap1'tul o econom1co pre te n d't-
s, focados pelo Banco .
Central,

13(1
13 1
4 96 U
fen dia m a rev isã o co ns tit uci?na l e pe la Lei da n o s E A ? E o m a io r potencial hidrelétrico, ainda não
dos pelos que.de te a resistên cia da sociedade con seg s Lodo o n1und o,
em quanto
Patent es . � e �izroe n ' uiu u tili zado
.
vale?
I'
-

,0 rma ilegítim a como pretendia m alterar .

E sse s im e n so s patrlffion1os seriam simplesmente transferi-


paten tes não
frea1. a rev1s ao na .
�1 Co � st it� cional, ?ara o controle
gna. E prev ê-se que a L e1 d as irá R ev is ã o
nossa Carta ª plenário do Senado. Mesmo do s, co m a de grupos
? para ta ão no assi 1n é or a çõ es tr an sn ac1 on a1 s grafuttamente, comprom
.v� a � ntos. Quando se trata de ate11tar contr �
este ª º ee or p etendo
necessar10 . estai , poss1\1e 1 ... a itll , d e m o d o ir re ve rs ív el , as futuras gerações. Os revision
,

ass . . is-
Sobera nia . N.ac1·011al tudo e
·

. Las de fe nd ia m c1n 1_ca� en te essas mudanças constitucionais no


. . ru·stas deseJ·a m _ romper os monopoltos .
eco no1n1co e r:i n o� e da governabilidade ... Esse
,

Os rev1s1o estata is do s eu ca p í t u l o
. .
�e corruP_ça�, cu; . é
.

s telec omu n 1caço es, pr1vat1zar o seto1 eletrico


. .
0 quarto nível as dimensões são impossíveis
I d e cap1L a l nac
petro • 1eo e d a ,

'
esa nac1o na · rrlhoes �rovav lmente quatrilhõ
es ou
de empr
·

aca bar com os conc eitos io- de seren1 aval1adas. : :


inter no como patn mon 10 d .
o povo b ras1l· e iro, � _
té quintilhões de dolares; e rmpossrvel sua avaliação. E 0
-

merc ado
·

e
·

n aJ e o d , s1m
.
0 qu e tra ria co nse qü ên .
cia s gra v1s as pa r-a o � oss � fut uro. ª
preço d a . sob rev iv ênc ia nacional, pois não existe Pátria sem
Como a c011stituição prevê que a ex1Jloraçao mine ral tem patri 1nôn10 .
de ser feita coni 0 conb·ole acionário de en1pre .
sas 11acionais de Derro tad a a Revisão Constitucional, o governo Itamar,
capital nacional, ao extirpar esse co � ce1to d. a constit u ição,
.
atravé s da área financ eira, envia ao Congresso Nacional Medida
como querem os revisionistas, o capital nacion al perderá 0 Provisória do Real que, no Capítulo V, autoriza a venda de
conrrole sobre os recursos minerais. Ou seja, o extraordinário ações das e mpres as de e c on om i a m i sta e.straté g�cas, por simples
parrimônio mineral brasileiro passaJ·á ao conb·ol� de corpora­ po rta ria do Ministro da F�en�a. .. Assim, ar �1lo �amente, pro­
ções tra11snacionais . O Brasil detém cerca de 4 7 mil ocorrências curam desfazer desses pat _
r1mon1os, o que nao tinham conse­
e jazidas minerais registradas. U1na só delas, a mina de nióbio gu ido pe la Re vis ão ...
de Araxá, conté1n oito mil11ões de toneladas de meta l contido
que, a u1n preço de mercado de 60 mil dóla res, representa um Com a e xceç ão apenas do primeiro nível de corrupção,
pab·imônio de 480 bilhões de dólares; cerca de qua tro vezes a levantada n a CPI do Orçamento, e que envolve comparativa­
dívida externa brasileira, em um a só min a! Novas res ervas mente "ladrões de galinha", todas as demais estão contidas no
gigantescas de nióbio foram descobertas recentemente na Conse11so de Washington e objeto dos planos de Collor de
região an1azônica ... Excluindo estas, só a mi na de Ara.xá repre­ Mello. Tiveram continuidade com seu sucessor, sob a batuta da
senla mais de 95% das reservas inundiais de ni ób io . Quan área econômica do governo, e formam parte do programa do
to ca11didato Fernando Henrique Cardoso, eom a designação de
vale o patrimônio mineral do cristal de quartzo
de pr imeira
QL1alid�de, base de toda a i11dústria eletrônica co "quarta etapa d o Plano Real", no que di z respeito à re tomada
nt em porânea,
o Brasil detendo praticamente 10 0 % de ss es da fracassada Revisão Constitucional de 93. E sse processo qu�
recursos es tratégi­
co� ? E o patrimônio genético, que co englob a també m o Progra ma Nacional de Dese�tiz�ção, a Lei
acima de 80% da biodiversidade d
rresponde a u m valor
das Pate ntes e os dema is itens da ex-revisão constituc1onal, teve
o planeta? A Terceira Revo­
lu ção r ndusb·ial terá por base sem pre o sup orte inco ndic iona l da grande mídia, escrita e
. essa biodiversidade. S o m e n te o .
pote� c1a1 em florestas de 3 0 % falada q u e o apre sent ava à pop ulação como o cam.inho para
'
d e n o s s o território, n ã o a p to para .
ª agricultura, representa d
o ponto de vista e11ergético, p o r ano, resolver os graves problemas do País, sem � �o�sib1lidªd e do
�1n ter�o das cont rad i tório . Tud o den tro do quadro doutr1n�10 do sectaris-
_ reservas d e petróleo q u e
. 10 restam a o s E U A e m s e u
111·d re Ie' tr1c
terr1tor E o patr·1mon10 · . o, r m o ne ol ib er al is m o . ..
. · �

esponsável p o r quase
a totalidade de eletr·
ici dªde prod u z1. da n o
·

País, c o n tr a a p e n a s

132
133
se ap 1i. cam ao
o M U N I C A Ç Ã O D E M A S SA . A
D E c
l l.
E IOS desse comportamenlo nefasto e que
povo . .Tt aLa-se d o P�ofessor Herbert Sc
os M , o rig .e11s
COM O MERCADORIA._O
ORMA ÇÃO RMAÇ A O Pl1_!3LICA.
e a se u
. .
sil
ª
g:s O Br a _ hiller d
,

D A INF .
TO
APARECIIVIEN livros '
da Cal1forn1a, San Diego autor de
d
ers i d a de '

e
B R E A C O N S CIENCIA E Un iv vanos
RCA N T IL S O e Massa e 0 Império A .
-
ME
,

TROLE s , on1un1caçao
·
C O N el e
e e rzse
-

" CATEG ÓRIC O S enL re merrca no' e


� conom1ca; ele é, sem dúvida
S 11IIVI P E R A T IV O S - .
A CULTURA. O _
· E
Jrzfo rmaçao
dºia1 nessas questoes. A revista "LEIA
O . A DESTRUI Ç Ã O · uma mere-
E C O N Ô M IC
DO LIBERALISMO cid a a utor ·ct
1 a d e mun
e
ES MORAIS
DOS VALO R _.
u e Saben do" da Fede ração Interestadual dos Trabalhadores
T 1
f iq
resas d e e ecomu n1caço es (FITTEL) publicou fun

me ntada .ana• 1 .ise d o . p. rofessor Schiller retirada de seu 1.1vro


em Emp
o
do E st ad o br as ile ir o , e . da-
pr oc es so de de m ol iç ão qu vem
av ante em eL ap as co n se cu ti va s d es d e 1 9 79 , tem
sendo levado Jnform al1on an d Crzsts Economy (1 98 6) qu e, após autorizada,
n redatores da FITIE L .
i
tido com o in st ru m en to de ci siv o os m ei os
or
de
de m
co m un ca çã
u e m ui to s 05
o de
foi mo11tada sob a fo r 1 a de � nt r e _ sta por
v1
massa. O po de r de sses me ios é de tal q
Ela mostra o papel dos meios .
de comunicação no mundo, na
consideran1 co1no sendo o Primeiro Poder, ac im a de qu alq uer atL1al ida d e e � m p ers pe c ti v�, reproduzindo e perpetuando a
socied ade � e s 1 gL1 a_l em que vivemos e atingiFtdo de modo grave
oub ·o, co1 1fo rn1 acfo r e co nd icio na do r da op ini ão l)Úb lic a JDelo
domínio que tên1 sobre as consciê11cias. Em bor a sua ação seja a S oberan1 � � ac1o � al, como é evide nciad o pela liea.ção de
mundial. ela é 111ais profL111da e deterioradora em países com
Estados fracos, que termi11an1 fica1 1do à n1ercê dess es 1neios.
líderes de var1os pa1 ses . O Profes sor Schiller convoca todos à
l uta pela D emocracia e a Justiça Social. Desvenda as raízes da
Facilitados pelos ava11ços tecnológicos das últimas décadas onda neoliberal e das pressões para p rivatizar o setor público
�ss�s meios são co nb·?I�dos por wn nú1nero cada vez mai� das t el e c o m u nicaçõ es com o objetivo de controlar toda infor­
.
hm1 �do de grupos e 1nd1v1duos cujo poder sobrepassa o do Estado mação qLte resulte de demanda social, para comercializá-la.
Nacional. O poder que representam, com fortes vinculações
externas, tem sido usado mais do que qualquer outro para
promover o desmonte e a desmoralização do Estado-Nação. LEIA - Quais os problemas cruciais da sociedade atuar?

. A �ídi a brasileira, já forteme nte com pro met ida por infl uên-
SCHIL LER - Está ocorrendo uma enorme transformação só­
cJas de inter�sses geopolíticos de nações heg em ôni cas , am1plia cio-té cnica que afeta, e cada vez mais afetará nos próximos
�ada vez mais esses compromissos. No caso da m íd ia falada anos, grand e parte da população. É da maior importância
ignora nessas qu estões o fato de ser um a concessão pú bl ica e avaliar como as pessoas reagiião a essas mudanças . O que
n �ste e e1n n1u1_t�s o � Lros pontos, desobedecem ostensiv essas reaç ões pod eria m engendrar depernderá dos esforços
ament�
_ _ .
�1 1nc1p10� �onstitL1c1onais. Un1 exe1nplo dessa tendênc 1a . para i11tr odu zir valores humanos e cliitério s sociais nas
i ecente v1s1ta ao Brasil
. fo1 a
do vice-presidente dos E U A, � Gore, dec isõe s téc nico -industriais que estão sendo tomadas atra­
q u � promoveu clara1nente a id é ia d a glo -
ba l i· zaça o d a m 1d ta por
_ vés da eco nom ia. Se falharem esses esforços, uma co ntinu a
meio de ce11tros m u n d 1· ais · de co n tra Ie. e ace ler ada con du ção da produção em busca de mais
Como a Sociedade e o Estad ° b,1as ·1 . "e fic iên cia " po de rá até assegurar permanente lucratividade
i ei ros \1em se nd o objeto
-

pa ra um as po uc as centenas de corporações transnacionais .


- nos campos é t·1co, cu 1 tural - - de agressões
e da in��r� açao
sucessi vas da mídia sem q uai � M as ta m bé m pr od uz irá miséria e desolação para todos os
q er poss ibil idade de de fesa e se m apen as em
��;� ���
qu e os indivíduos consig ex clu íd o s, po r um a efici ên cia pr od ut iva me did a
es,
�çõ de cid im os reprod � er 0 qu e está po r trás dessas
_
1 os de en trevista d e especia-
os
te rm de dó la re s, m as in fle xí ve l e in di ferente às co nd ições
lista norte-a1nerica no
que detalha com grand e so ci ai s. É ur ge ntem en te ne ce ss ár io en tend er o qu e se
precis ão as pa ss a .

134
13 5

LEIA _ Como é po
ss í ve l �o
c__ p re en d er a n a tu reza e as a mea
ças
qu e p ro du
p
to de u m pa ís l ev�r para o mercado
ro du lo d el e exclu i r.
internacional 1

n1açoes.
o u q u e
dessa s tra n sfo r
pr �
od ut iv o d � co no m ia .. a i n fo rm ação
um a un tc a n1 an e1 ra : a q u e d ,
SCHILLER N o la do go v rnos estariam perden do sua capa
es lá,
Os � cidade de
implementar planos n acio nais?
LEI A
_

ap lic ad a de
r
se nd o
_

a
o r a ç _
o e s p r iv
. a d as . A 1. 111o rm açao La m bérn form ular e
s às c o r p
_

vantagen
se nd o ap lic ad a, do la do l1 um a no , JJara fa z er 0 Povo SC H ILLE R � e prosseguir e
De v �té acelerar-se a transferên
cia
au l r 1 d a d do Estado N acional para as entidades trans­
está e
aceit ar e ac red ita r qu e ess e n1 o do de de se nv o lvi m en t o de o
benigno, se não benéfico. Ela é us
ad a pa ra 1ni nim iza r o
é
a o aj . o r:i ?o e o.
n ci n s C
�s
d r sas r� e globais de comunicação
depreciar os críticos, para negar opções a l lern a livas Que
u
íntracomp anh1a sua d1spos1çao, uma corporação transna­
a
ci n a l eslá em posição
de t ar decisões em escala global
om
indicariam um caminl10 n1ais l1u ma no para a em ergen te o
sobre pr odu ç ão, investimento, transferência de fundos e
economia baseada na informação. Em ne11 hum outro mo.
n1e11to da /1istória rece11te, as possibilidades ele uma vida outras. Não há razão para, em suas consideraçõ es globais,
digna para o co11ju11to do povo estiveram tão a111eaçadas. se pore1n de acordo com planos ou necessidades cile um ou
A mais crucial das qt1estões é saber até que ponto u ma dos muitos Estados Nacionais, no território dos quais
perspectiva baseada em compromissos sociais poderá recu­ atu em .
perar um lugar proeminente na política e na consciência
das pessoas . E a resposta dependerá, em muito, do caráte r Conside rando que por meio dessas redes de comuni­
LEIA
da infarmação fornecida ao povo.
-

cação flui boa parte da informação de interesse social e


naci onal necessária à tomada de decisões, podemos dizer
LEIA !1 inforrr:át ca e as demais tecnologias da inform

-
ação que a inform ação tornou-se um problema estra tégico?
SCHILLER - O acesso à informação mais do que nunca tomou se

es ao contr1bu1ndo para a instabilidade global da
econo­ -

mia e o crescente desemprego?


um fator de riqueza e renda, das quais vai sendo excluída boa
SCHI�LE� Dize1n-nos qu e a era da ú1formação nã o apenas
-

parte da população e, até, o Estado. Aprofunda-se a divisão na


evitara � perda de empregos, como criará in úm eras sociedade, entre os que "têm" informações e os que "não-têm".
novas
?Pº :t �n1dades de trabalho. Mas o qu e torna irreais e
ilusor1as essas expectativas é o papel d o m in O n1esmo acontece entre as nações, sign.ifieando que as menos
a n te que a desenvolvidas, maioria esmagadora nessa era da informação,
�ternac�naI em b.usca das novas tecnol ogias eletrôni �
_
�orpora �oes trans11acionais desempenl1am nes sa escalad tomam-se cada vez mais dependeRtes de uns poucos geradores,
_ co ério
merca º e_ o un cas processadores e transmissores de nforrnação. i

1 crit del as, elim in. and o qua lqu e�


ou tra consid eração. E
.
interessa pelo d :�n:prego n a Fr�n ça,
o m ercado nd 1 al na o po de se ias da informa çã o possi­
preocu�a � e não se og
-

LE IA ta
- O Sr. acredi qu e as tecnol
. talismo?
a subst1tu1ção de lrabalhador bilitem u m no vo ciclo de expansão para o capi
o fecha mento de
es por ro bos no Ca nad a, ou ex ec uti vo s, as no va s
SC H IL LER - Para os ad m in istr ad or es e
· na Ingla terra. Quan
fábricas
tro das Finanças anunc .a .
do u m M i n is- pr od uti vi �
a� e, co rtar
fiina nce1r o par a
te cn ol og i as po de m in cr em en ta r a
1 um pro g ram a � .1d �r os
manter a economia abe��� 1 , _ sublinhando que "vamos
enfrentar a crise eco � . po rt an te , 1n m
cu st os tr ab al hi st as e, nã o m en os im
n �
eco omia ao cálcL1lo do . - stá, num a pal avra, ex1Jo ndo a
'
tr ab al h ad or es . Há m ai s d o qu
. .. m a s a c a p a c id a d e d e as no
e
v
fa
as
ntas
te cn
ia
o
en
log
vo
ia s
lv id
m
a
u d
ni
a
sso.
rem
- ·
c
dec1d· e, em última . � a 1)1tal transna c1on al. E est e querm
· ·

te m a para
pr od uç ao Jª na- o '
e
i11stã nc1.a' onde i.nves t si gn if ic at iv am en te os m ei os de
i r ou d e si n v est i r,
,

136
137
organ izada ou transmitida. S
. 0
111ui to me11os
. ad a. eo m a destruiç
to rn ou -s e o pi vô ce nt ral da .
e
ação e for produzida
tera
or de in.fo rm
dúvidas. set , d ser com ')
1 1 . ,o
ão da 1n1
-am eri cana. rm açao
_

economia nor te ú blica. as propr1a s bases da democracia des


· ·

P aparecem.
s socia;s seja m aten didas'
,./ que as
ne ce ss ;d ad e
LE� - D�ue o pa pel do Fluxo de Dados Transliron t .
· r. ao mu n dta
n ta o u supre os serv;ços de Q ual
LEIA
r.z d11
. lira-estruit
sus te eiras
ocra.1.1co
erença quen i
'
-
·r. ,..tra etc :>
_

1a
u'd e , 1n (FD T). n a d 11us ' l desse modelo antidem
- uc a ç ã o s a
comun1caça0, ed . . .
· · ·

aseado na pr1vat1zação da informação


�ç ã o torna-se u � pro d u to co. de socredade. b ?
SCHILLER Qua n d o a in fo rm
s� n d o p ro d u z id a para o b ter E R - O \1o l um e e os meios de transmissão distinguem
qu alq �e r OL1tra fo r�.ª de comunicação interna­
está ILL
_

si q u e SCH
mercial é ela em
qu e qu es tõ es co m o q u e m p o d e pagar por el a " 0 FD T de
lucro. Daí
etar a to do s. Q u an d o 0 cio nal. A q uan l1 � ad e lra�sm1tida é enorme e a laxa de
expa nsão d s se tipo d.e trafeg� cresce aceleradamente. Os
a cu st a' ' pa ss � a af
e "quanto el �
in far m aç ão é de fin id o pe Jo po de r d e pa ga r, e is so
acesso à
1n e io s a traves
do a pr od uç ão e di ss em i­ dos quais se realiza a maior parte desse íluxo
é eletrô nico, não, como 110 passado, por instal açõ es físicas
oc or re qu an
a se r ex clL1 siv as d e em presa s
é exatamente o qu e

de su p e rfíci e . Clarame11te, o FDT tornou-se a seiva que


nação da inf or rna çã o JJa ssa m
de se ap ro fu nd am . Os
s us te n ta a \1ida no in u nd o dos 11e gócios. Porém, é notável
comerciais, as divisões na so cie da
e
pobres tornarn-se mais pobres porqu são ex clu ído s dos
coino se sabe tão p ouc o sobre isso. Embora se possa
meios através dos qua is suas con diç ões d e vid a pod eri an1
estimar o volume aproximado do fluxo de dados, informa­
ser melhoradas. Os ricos tornam-se ma is ric os porq ue
possuem os meios para conso lidar e esten der a s suas bases ções detall1adas sobre quem envia e quem recebe. bem
de poder. como os tipos de conteú do, são extremamente rarefeitas.
Tal, enfat izemo s, não se deve a qualquer dificuldade de
LEIA - É o que acontece, por exe1nplo, nos serviços telefôni­
m e d i ção , algo inleir amen te possível. É, na verdade, conse­
qüên cia de uma deliberada decisão para 11ão se fornecer
cos.?
111aiores inform ações sobre o ass un to.
SCHI�LER - Quando o sistema norte-amer icano d e telefo nia
fo 1 ''.desregular�entado11 e sub traído à r es p ons abi l i dade
, ca, LE IA - O que o corz/1ecin1e11to desses dados poderia revelar?
pu�h as tarifas lelefôr1icas l o cais dis parara1n e já se
. 1sa o fim . SC I-I ILL ER - O 111
a i s sig nificativo seria a crescente concentra­
ção de cap ita l e a SLta tran sma ci onali zação. Trata-se da
d1v do serviço telefôn ico un ive rsa l.

- org ani zaç ão da pro du ção na escala gl obal , solD a d ireção


c ent ra l izad a d e }J o d e ro s a s c o mpan h i as priv ad as. Comuni­
LEIA Quer d;zer qi1e a sociedade corre o ri
in er e� dos dete11tores JJrivados da
sco de ficar à
. �
p1 c1sar lom 1·. as suas decisõe
info1·mação qu an do
� � ca çõ es vi a satélites forneceram uma infra-estrutura vital
s, sejam p olíticas' econô-
mrcas ou soc1a1s.? pa ra os ne gó ci os globais das corporações. Deste modo,
.
ia não pode riam fu nc io na r sem
m u itos ra m os da ec on om
SCHILLER - U�ªv����,et11· ,ad �
do m e i o_ so ci a l e transformada os sistemas de in for m ação : ba ncos, seguros, tra nsportes
em pro duto u�a in formaçao necessá
estar disponível ra'1
� ria d ei x a d e
n o se d�ve a q u a lq u er ce n su ra,
aéreos etc.

embora isso ta�bé m


po rque a i n form

P �sa ssim ser
-
cada
ação e:� con sid e rado, mas l pode impactar em
LEIA Co m o essa organ ização globa
so 0 controle das regras do
mercado. Um a iii fo rmaç pa is?
da qual ven h am
q.ue
os a necessitar
tenha mo s para oferecer ou
S C H I LL E R - O q u e está acontecendo em pe
ríod � �uito curto
1n u d a n
pod e não ser enc ont rada, om1ca que se
é uma ça no ti p o d a a ti v id a d e econ

138
139
v rna m ent a l no Canadá recomendou qu
e
go
,
. em d iferentes regiões d o m u n d o q u e im p li ca e rn · e .
· dIa tamente pa ra
"o governo

mudan ça na d'IVI·são
realiza tra ba lho . Co m o diz 0 ag1r 1me
·

do de veria regu[a mentar o


sli
int er na cio na l . fluxo de
s Car d : "Se nó s , no
. u·
rontezra de mo d o a assegu rar que
. Am er ic an Ex pr es dados tran -
nao ven ha-
v1ce-pres1.den te do - .
rnos
der o contro le sobre a informação
vital ª.
. l vamos pe rm 1 l qu e o aç o b ras llei- a per
.
·nd us lri a '

m e rca d os
pos-1
,
1 ça do
Oc1dente
·
pe ne lr en 1 e1 11 11o ss os ut en çã o de nossa sobera ni a".
s Co re an, os ' m an
ro ou ca rv iços dev em , p o r seu
cas in du st ri as d e se
nossas din a�m i ·
. .1s se n1 "o n e-
.1 n o poder compelir nos merca d os m L1n d 1a Q uais foram os resultados efetivos desses debates e
ço _ ?
tu
e 11a- o d 1z' qu e o a I EIA
_,
.1 osas e desleais restrições". �l as
,

1 e
_

,, "
recome n daçoes.
"c al ça do s c o rea 11os �od e i:n Lam b em , ser
no rte-a m eri-
bras ile ir o' ' ou os - P r enquanto a oposição ao fluxo de dados irrestritos
LLER ?
transfT onle 1 ra ?erm �� ? º plano da retórica Quão rapida­
id iá ria s de tra ns na c1 on a1 s SCHI
·
bs
1
prad uz id os em su
· - es al ua i
e
' n d
ment
1ca d o as co 1ço
c
canas. (Isso equivaleria, ap s, ao , algo que ainda ignoramo
cer a a res1stenc1a e
em ent.r� a I11g la terra r es s.
que ocorreu conJ o Tratado de Me thu
e Portugal, en1 1 703. Portugal se co mp ro 1ne t1a a pr od u zit
tão baixo o grau de con.scientização e de
vi nl1 os e azeites a t.roco dos n1a nu fat ura do s ing les e s. Tud o LEIA Por que
_
é
to1nada de posição da sociedade nessas questões?
terminou com os ingleses proprietári os dos oliv ais e vin h as
portuguesas e Portugal - e como cons eqüê ncia o Bras il _ SCHIL LER O Ministro francês da Cultura, Jack Lang, disse
-

afastad o da primeira revolução indus trial. Nota d o autor. ) que "a economia e a cultura são a mesma luta". A produção
cultural tornou-se indistinguível da produção industrial
porque o núcleo da cultura nos países industrializados, isto
LEIA -De onde podem surgir essas "onerosas e desfeais é, a i n fo rm açã o tornou-se uma mercadoria comercial, um
restrições"? ite1n para a venda. Tudo depende dos mesmos equipamen­
SCHILLER Os "obsb·ucionistas" a essas tend ênci as são na
- tos, sistem as e processos. Tudo acontece de um modo que
realidade um grupo bem diversificado. Líd ere s de países parece irresis tível, extra-h umano, um imperativo tecnológi­
c9rno Suécia, Ca � adá e França revelaram suas preoc co. Essa m istificação tecnológica obscurece a rápida
upa­
çoes �obre a dominação ec on ôm ica e inf or ma cio na l extensão dos critérios e controles capitalistas sobre um
no rte­
amer1cana. ter1·e n o até entã o pouc o sujeito à sua influência: os
processos cultu rais e a própria consciência.
L E I� -No Brasil esses debates ja m
ais transparecem n a
imprensa...
LEIA - Ou seja, está sen do difícil sermos autores de nossa
SCHILLER - Uma sociedad -

� � e nao e e m q u a lq u e r aspec própria h istó1·ia?


,

..
�m e��tiva fr�nte ao sistema transn aci to
SCH ILLE R ...Na minh a opinião, tudo começa com uma questão
o n a l Um estudo . -

' as1 e11 o publicad o no


muito sin1ples: em qu e tipo de sociedade queremos viver?
;; ��
Tra11snaciona l Data Repo1·t
ou l u bro de 1 982 . , em
ci� cla �am e n te : "D a d a
d�
d
a atual
distrib uição mun i I
lende m a facilita r su e

f01 a ao, os llu os
� de dados LE IA coloc ar tais perg un tas não
� � -Os qu e gostaria m de
a o c� 11t.� aç�o nas , na s orga­
nic ação
L1n1ab P �J eçao linear, .
naçoe s desen vol­ de co mu
vidas . Se fizerm os en co nt ran 1 es pa ço no s meios

·
isso pode levar, a m eios ac ad êm icos . Tu o
po rec1 m e n t0 in te
Iongo prazo' ao em çõ
niza es políticas e mesmo no s
des dos países em le c tu a l d a s s o c ie d a- se passa co m o se existisse um g ra nd e co nsenso na socie­
d esenvo 1v1me .
nlo. " Um grupo de trabalho dade.

140
141
teni po
sã o co n si de radas im porta n t q ue fome nta e_ fr str as expectativas. A estab
� ?
SCHTLLE R 1 Tais
.
po lftica
nã o
u r r, de form a
qu es tões es ilidade
- te11de a drmr n
1ocr·dade em .que o SLstema de
não lh es parecem dign as d
e
assustadora, na
···

que c oma nd am, .


Por aque es
COílSIderaç
saber de escolh as. As cois m a r.1e mercado e seu
. a -
o . Ning ué m quer
. va!ecem os impera f.1vos
a•
"
,,
as
111 es
n1 p o n
. . .
en te publrcr tan o av an ça para a.s partes
eco11 omicos co empobre-
_

acontec e m . P .
' e, . e
, . .
o s. Am eaç as que surgem a toda hora a orde cidas do n2u11do.
tec11 01o g 1c m
.1 •
. .
uom1na n e
'
, , sã o , em ge ra l brutalm en te suprtmtdas. Pr
e-
tende-se q u e a m u d!
a nç a
' . .
ecno log1ca se;a um a for
ça LEI A
� �
Isso explica po r qu certo Estados utilizando inten­
_


. tec11olog1as de t n formaçao, adquirem
1: ·
soc 1a !men te autô nom a e, nao, resultado de forças soci
. ais sivain e11t e as cres­
com p/e.:cas. Per gun tar sob re� zpo de soc1edade
que ce nte e sofistic
adfssi m a capa cidade de intervenç
ão, como
desejamos é uma tarefa consciente que vem a ser, tam­ vin1os, via T1 ', 11a Guerra do Golfo?
bém, a única resposta efetiva a uma 01· em social ani ea. � LL ER - O pape l do Estado muda par� o con trole social, a
SCHI _
çadora, impulsionada P_ºr .uma_ tecn �log1a cada vez mais segurança, a coaçao _
... Nos EUA e no Re1no Urudo, enquanto
subtraída ao co11trole fJubl1co. E preciso revela1· o que está se c oi1 tra e 111 os gastos com educação e saúde, se expandem
acontecendo em sua totalidade, 11ão aceitar qr.1e a evolit­ as despesas com as forças armadas, a justiça, a polícia. Nas
ção possa situar-se a{ém de qr.1alque1· capacidade de eco no m ias de alta tecnologia, o enfraquecimento do setor
intervenção /1un1ana. E preciso 1·esistir.
público é c ompe nsado pelo fortalecimento do Estado, dotado
da mais avançada infra-estrutura de comunicação para a
LEIA - Existe alguma base teórica para um projeto
de ma11utençã o do equilíbrio social, ameaçado pela deterioração
tra11sformação social.?
da situação econômica da população. Se o Estado é despojado
-
SCHILLER Não temos nada realme nte .. . A rem ode laç
ão dos tanto quanto possível de suas funções sociais ganha mais
sis temas de informação, eliminando seus aspectos s dentro de casa e, também,
pú bli cos poder para coagir grupos rebelde
. .
ou sociais e ampl iand o su as caracterís ticas . .
possíveis adversar1os 1nternac1onais.
,

comerciais e
Iu c a tivas, ?em como as su as conseq
: üências para a vi da
social e nacional, são, o u deveri am
ser, magníficos as su n tos
parª um excitante e vigoroso LEIA - Como essas questões podem tornar-se ir1teligiveis para
,. estudo sobre a e c o n o m
pol1tica da cultura . Separar
ia motivar o envolvimento da população, enquan to os ca­
cult ura, política e eco no
um absurdo. mia é nais de com unicação continua rem, quase com exclusivi­
dade, à dl51Josição daqit,eles que mais se ben eficiam das
atuais 7Jolfticas?
t
LEIA - A que111 intere
ssaria esse exame crf
tco ? A m a1or a
. .
_
nao estarta
· ape11as i11ter ·" .
1 SCI-I ILL ER - Ve ndo as coisas por u1na perspectiva 11istórica,
po de mo s ter ca ut elo sa s esperanças. A longa archa rumo
essada e1n suas 111otiv
consumo? ações de �
SCHILLER - Apenas as "elite� à hu ma niz aç ão da so cie da de sempre se fez 1ncorpora do �
e as novas classes
"
s
estão en1 mell1
ores. c nd1 çoe
_ s profissi onais no va s vo ze s ao diá log o. Gr up os historicamente exclu1do
? para aderir às men sag
do s pr oc es so s de ci só rio s querem ser ouvidos . Apeesar
da
m a1or1a da po
cons umis tas A
de participa r,
·

embora se0 .
�u
1 açao
- nao - tem
ens
con dições gig an tes ca ac um ulaçã de o ca pit al,
·

po de r po 1
l'ti co e ontrole
ve;a cei cada e a�rem
estím ulos ao pelo s arte fatos e pelo s rm po nt os vu ln er áv eis qu
con su mo. i n fo ac io na l, o si st em a tem
se pelo mun d mode lo cons umi st na is alte rn at ivos,
o. torna-se a exp and i ndo- po ss ib il id ad es à expressão po pu la r. Ca
tand o-se de uma fo rça ra d
o pa ra serem
·

recu rsos natu . 1cal1


. zad ora, alim en- a lg u n s já u ti li z a d o s , outros ai n d a es pe ra nd
rais na-0 reno
ti. m e n t e a or dem
. .fi a
,

vave 1 s, ao mes mo v
·
·

des cob e rto s, pod em am eaç ar s1gn 1 ca

142
14 3
Nacio na is, apesar de suas co Un d 'o co m 1n e i os cada vez m ai s centraliz ados extr .
. . Os Es tad os n. ao rn . ·
· a fronte1-
1nformacional pre enqu a d rad os na catego na econômica
ue seu
/rad"1ções e ,.,· alq u e r escopo e ti.co ou cultural. Como a expenenc1.
de classe, representam sér · e sem de mercado
u
car áte r . ia ras
. .
• 1 . . tr
sta transnacional Deve-se farn
e os confl1tos que irrompem
. q
le J ª m
,

cap ita/1 '


.

sern

fa1 ad a e
ameaça ao srst e ma ., o po er a
a
. as n·valida des .
x.is te n o s , d av assalador que a mídia
. . . .
·
bém aproveitar e
e as poderosa corpo1 ações
, b re a s co ns c1e nc 1as 1nd1v1duais e
. �

so
, en tr s
vis ua l têm coletivas faz
o qu e pode ser esperado de destruição de val
111
. e
' mp os 1
de tempos e , •

r
acum u 1 a d os nos u1 timo
pre nu nci a ores
acabou. . . ? l tu r a , . s m ilên i os pelos povos,
n ao s u rgi re m . . .
, e de c u - .
,

se
LEIA _ E a história
re a ç o es
_

negócio lo �ge do fim . O sis tem a vigo ro sa s


Em se u livro Em torno a Galile u, José Ortega y Gasset
Tr ata -se de um
SCHILLER
: s1o na m pa ra or gan i r
_

e se us de fen so re s p es
à
transnacional . za
processo histórico existem gerações que se
um nlu nd o fav or áv el ma nu ten ça o de se us int er e ss es. Mas nali sa que no
ia das Nações te1n necessi­ ªm -
pov o e a ma ior ostr am abúl icas, desin teres sada s pela própria vida, não d i s
1· e outras as7J i1·ações a
uma par te do
po �
lídere s , s an o s ou ge n 1os que conduzam seus povos
� .

dades diferentes para defende n d o d e


. . lhes
buscar. Nas lutas qLte temos pela fre11te i11formação e
, h1stor 1a reservou. Posteriormente, como
na d i re ç ão que a
comL111icação serão decisivos ca1npos de batalha. con seqüên cia da própria situação de decadência, tudo pode

Como observa1nos ao longo das pági nas dest e livro - e 0 reverter-se e a Nação retoma seu caminho . Não acreditamos
pensamenlo do Professor Scl1iller entrnci a isso com cl areza que os b ras il e ir os e s tejam vivendo nesse fosso que se caracte­
_

há uma proposital substituição de fins por meios, sendo estes riza pela falta de vontade nacional; isso, porque estamos sendo
enfatizados e aqueles ignorados e, na maioria das vezes vítimade um grande engodo e m que os meios de comunicação
contrariados; os fins refletem as n ecessidades, interesses � bloqueiam, de modo monolítico, a consciência de nossa reali­
aspirações das sociedades. Certa mente , o grote sco ardil de dade e impede1n, assim, a vontade nacional manifestar-se com
inviabilização dos povos pela subs titui ção dos fins por meio s toda pujança. Este efeito malévolo é, porém, transitório . É
não poderá persistir por muito tempo... incompatível com nossa cultura fi carm os submetidos a um
Um segundo aspecto essencial da an áli se do Profe pacote ideoló gico que deifica, como deus supremo, o mercado,
ssor
ScJ1iller é qu e os principais paradign1as de refer ên cia
aparecem ao tempo que favorece escancaradamente interesses alieníge­
como "imperativos" categóricos de na tu re za ec
on ôm ic a de co r­ nas que nada têm a ver com nossa vida e que estão nos

re te da tal "economia de mercado", qu e
n ã o exi s te s al o para
� destrLtindo como Nação . São teorias inco nsi stentes e fajutas
! s te cn o l óg i co s qu e, no s que ga.n ham , apa rent eme nte, pelo poder da liBÍdia a força de
o nteresse de algu11s, e do s pacote
,

pa1ses de n1odelo d e cresci1nento


eco11 ô m ic o d e p e n d e n te sã o falsos exo teris mos que precisam ser exorcizados. As resistên­
� e p o l íticas ex c l L1 sívas d e c rp � cias estão co1n eça ndo a formar-se em largas e profundas
agr gados segu ndo in teresses
. .

raçoes :ra snac1ona1s. N st �

; m oubo ite1n deste
e caso, como v im o s d e ta lh
capitulo, ignoran do nossa
a d a m ente camadas d a população brasileira...
realida de e os
�:� � � No ca m po m or al, a reação ve io vigorosa de um dos mais
la tores de produção ·
c · na ale, m d e nossas nec ess id
interesses e aspiraçõ i � ·. ades,
e.c1 I d ament:_, esses em ine n tes pr ela do s da alta hierarquia da Igreja Católica, Dom
não podem levar a "imperativos"
nada o ns1 sten te e
estão arrastando-n os para Luca s Mo re ira Ne ve s1 Cardeal-Arcebispo de Salvador (BA) e
a inviabilidade como
Pr im az d o Br as il, e m artigo de 13/01/93, sob o título l'Accu­
_

Naçao.
O ponto crucial p se!, qu e re pr od uz nit ida me nt e a consciência nacional:
orém d ª ana 1 ise
quando enfatiza

a aturez ess ; .
,
do Professor Schill er é
.

enci a l mente merca ntil do Zola estou lagian o �


o q ue o poder
frole da infor1naçã o
"D p o lê m ico m a n ifesto d e E m ile �
con- o
nol-+Le · -a m e r 1c a n o está im p o n d o so m e nt e o tít ul o - e, se pu de r, a veemência. Fora isso, na
...

144
14 5
. 1. t '. nesta crônica o c l m r u.s.
Pretend o rev1s ª
a o oso
affaire Dreyfi ola se transf rma em "escolin ha
o
l 1
. a esc n

1le i r r:-
corn o . , 011de 0 mau
e.. o .
. .
0meu ; acusse.
co nt ra a e ev1sa- o bras a· ot1ce, o ac/11nca lhe sao dados em past .
_

s e JO�en s e n: li.� rmação. . , ao apontá-l


., do id1
.

e, ass en ta , a o .
as
gosto
.
cr1an cas
pr eo cu pa do
,
co m 1n eu bis p o
pai,s e co mo esc nte . o
, 1 po1· grande núme ro de fi ei .
o b ra Sl le iro adol �
repertono
faço co m ,a . fã . c�m�
_.

s <la dei ra regre ssao 1n nc1a, por meio de um " .


responsave . ve1· ,,
Pai·a
de
b oç l i
alg um , gen r zar e ali Estou pronto a dad es
o cana 1 d 1ca o e
nio do ·
N-ao quei·o de
.
.

excetuar da . 1 .
'

acu saç ão e d· d a' ducação e cultur Ac uso a tel evi são brasileira de ser demolido .
va /ores morais, sejam eles
min ha . a ra dos mais
.
.
1na. 1e11ave1s
0
au t 1 1. .
ntes ca nais con tr1 u em para
b
e 05 programas
di fe re .
,

s
lia m t tares, et1cos, re 1g1osos e
qu e, no ,

énti cos e pessoais


11umana da população. . .
to e a el ev aç ão c u ltural e iais , espirituais. Demoli-
crescjmen ou soc
dissolve 11ª
na nd o po r tem u n s
tes ha a so cie dade r s po rq ue nã o son1erzte zomba deles, mas os
to1 b a i­
� d ca d e
Feito isso, e dora
leira, os país de f míl, a
e os � or s e1n particular, os ncia do telespectador e propõe, em seu lugar' os piores
es. Nest sen f z"do e assustadora a empresa de
a i sciê
religiosos, eu acuso a televisã
C011
pastores de igrejas e lideres o co ntra valor � ,

fa _
m1l1a e dos mazs_
tos. da altos valores familiares
brasileira por seus muitos deli c!en1olição
fu n õ e em
_

respeito m útuo, renúncia, dom de si


Acuso-a de descumprir sis tem atic am ent e as ç s 01110 r, fidelida cle, _

te, sobretudo pelas telenovela s. Em


vista das quais obteve do governo uma conc essão : i nfo rma r realizacla cotidianamen
educar, cultivai·, formar a consc iência e d i \1erti r Em vez d isso
e a dissolução, o adultério, 0 incesto.
.

'
luga r e/isso, o deboche
ávida somente de pontos no Ibope e de faturamento, ela nã� AcLtSO a televisã o brasilei ra de ser corruptora de menores,
l1esita em apelar aos insti11tos mais baixos do horne m. Seu e m v i r tud e de programas da mais baixa categoria moral, pelas
pecado mais grave é o que concerne à educação por ser esta a cenas e pelo palavreado, em horários em que crianças estão
necessidade e a exigência fundamentais no nosso país. Com
diante ela caixa m ág ic a.
raras e louváveis exceções a Tu brasileira não só 11ão educ
AcL1so-a d e atentar contra o que há de mais sagrado, como
mas, com requ1� te� de perversidade, deseduca. Abu sand o d
o� seja a vida. . .. , em programa reprisado, milhares de espectadores
seu� recursos tecn1cos, do seu pod
tr
. . er de per sua são e de pene.
no 1 ares d o pais 1nt e1r o, ela destrói o
viram e ouviram, no diálogo entre um talkman e uma jovem
a�o s tras de 20 a 11 os , a 1nais explícita apologia do aborto e o não velado
.

.
_

qu e ou
du c ti v
.
1nstanc1as pedago, g1cas
i11citan1ento à supre ssão de vidas humanas no seu nascedouro .
e e a as, du ras pe na s procuram
a '

consb·uir.
A�uso atele vi à bras le ir a
_s ? !
de m in is tr ar cop iosam ente à Acuso-a d e dissem inar idéias, crenças, práticas e ritos
.
sua clientela os dois 111gred1entes
qu e' po r u m CL1 r 1·os o 1e
e no - me-
ligados a cultos os 1nais estranhos. Ela se torna, deste modo,
no' anda
.
� � J u11tos: a iolência e a pornogra
se p 1 e
. .

v
. veículo para a difus ão de magia, inclusive magia negra, satanis­
1 e1 ra e servida
.
�r m em filmes para todas as idades A segun a
fi a. A rno, rituais nocivos ao equilíbrio psíquico.
1
d
a
impera, solta e m q ua � ue1 genero tel ev1s1vo: telenov televisão brasileira de destilar em sua programa­
·

' Jlci1so
trevistas, pro g1 . e 1t
. � . .

elas en-
amas , os 11um ori'stic· os, spots p u b l1. c .1t . ' ção e i11 st ila1· nos telespectadores, inclusive jovens e adoles­
ar1os e
,

TV brasile ira está fo1:� � �


clips d e propaganda
· om su a en x u1�ra da de po rn og rafia, a ce11 tes, u m a concep ção totalmente aética da vida: triu nfo da
n 0 uma geraçao de voyeurs. esperteza, do fu rto, do ganho fácili do estelionato. Neste
fi . pais , de es tar ut1. l1. z
Acuso a lelevisão sen tid o , i11e rec e1n um a an ális e à parte as telenovelas brasileiras
1J1age11s e eq uiJ a n do a pa re-
de nosso
Jam en tos s
o i st1 cados co1n sob o IJO nto d e vis ta ps ico sso cia l, moral, religioso. Quando foi
i·nte1 ras da
o objetivo de imbe-

c;/iza r fa;ras .
,J b • •
"'
po
-
p u laçao Um a ge
qu e, pe la úl tim a ve z u m a n o v el a brasileira abordou temas como
ue 1!01des. O proc . ração de 1
/
esso se lor11a os me 11i n os d e ru a, os sem-teto e sem-trabalho, os marginaliza­
, , a pret
con s . . .
q a nuo
u e i 11 ªdo r e 1n qL11e
nor, L1111 instru111e
tante
dos em ge ra l? Q ua l foi a no ve la que propôs ideais nobres de
,
exto de 17u1 •

nto de educação
servi ço ao pr óx im o e d e construção de uma sociedade melhor?

146

147
ecem à pop ul a çã o em p
Em lugar d.iss 0
s of er
as aven tu1·as d e uma b urgu esia el"h
as te len ov ela ob re ·

·••
m o dela e ideal '
cida, como
decomposição... . .
bras1/e1ra de 111sfTgar a violên c
. .

nfim a televisão
1•
Acuso, e ia·
'

terá de pro cur ar d enu·o d e .


si as causas d a
.

- brasi'leira
. ao
a tel ev1s
violência qu e ela de se nc ad eo u .. . El a
_

na o po de procurar ál ibis
rutos �margos Q � e � � a lo u
quando essa violênci� prod �z �
1ng en u1d ad e na o 1 nd 1 c1 a r e n
� , I1á
J s uma jovem atriz? Seria
d·a I ão
mandar ao banco dos réus uma co-au tora do assass inat o : a TV

brasileira. ''
Em nosso livro Soberania e Dignidade, Raízes ela Sobre. Capítulo Ili
vivência, 1991, Editora VOZES, destacamos o grito de u
in a
mãe pedindo em desespero socorro à sociedade contra a ação
da TV brasileira, no processo de destruição da criança.
No momento que mandávamos este liv ro para o prelo
(agosto de 94), presenciamos uma farsa ain da mai or de debat
de "preside11ciáveis" do que aqu ela que elegeu Co llor de
es
em 89. Os "debates" que já suc ede ram mo str am cla ram e
Me llo
nte que
o objetivo é não dar opo1tunidade para qu e a po pu laç
LEI DAS PATENTES:
ão tome
conhecimento de eventual posicion am en to de
al gu m deles
�ob:e ?,s graves prob!e�as nacionai s Enquanto isso, as
"ava­
A CHANTAGEM
. .

J1açoes definem, a pr1or1, qu em vai ganl1a


r, co nd uz in do vergo­
nhosamente a opinião pública para
DO SÉCULO
o desfecho. C h a m a r esse
Pro cesso de democratico e. n o m
, · ,

. . ín im o, u m ex a g e ro, poi·s
um Jogo ostensivo de cartas cria ·

marcadas .. . '

148
1 P
TO DE LEI DA S PATENTES : ORIGEN
UTORE S. AND AME�TO NO CONGRESSO
R OJ E SE
A NA L. A RE AÇ AO DA SO CIEDADE . OS
NA CI O APOIOS

Apó s LL1m ul LL1ado percurso, o Projeto de Lei 824/9l d


governo Col lor , a cha mad a Le � das Patentes, foi aprovada n �
Cân1a ra elos De put ado s e1� ma io de 199 3. Posteriormente, foi
ei1vi ada ao Sena do co111 nume ro 1 1 5/93, onde permanece até
outu bro de 1994, quan do este livro foi editado, apesar de forte
pressã o do gov ern o dos EUA para sua rápida aprovação. Dois
relato res não pudera m le\1ar avante seu trabalho por terem sido
11 0 111eado s 111inistros: Senadores Élcio Alvarez, do Espírito
Santo, e Beni Vera s, do Ceará. Finalmente, o Senador Antônio
�'lariz, ela Paraíb a, assu111iu a relataria da Comissão de Consti­
tL1ição e JL1stiça e o Se11ador José Richa, do Paraná, a Comissão
ele Economia. Foram realizadas duas audiências públicas em
que entidades representativas tiveram oportunidade de pronun­
ciar-se com liberdade e respeito pela opinião da sociedade, o
que não tinha acontecido na Câmara dos Deputados. Para
análise clesse Projeto de Lei, a Câmara constituíra uma Comis­
são ESJ)ecial, e111 vez de permitir-lhe o trânsito normal pelas
Comissõ es Especia lizadas, deixando assim de serem analisadas
questões cruciais diretame nte ligadas ao Projeto nas áreas de
agricult ura, indústr ia, comérc io, meio ambiente, ciência, tecno­
logia e defesa nacio nal. Após três substitutivos do Relator, que
desco nside rou cerca de mil emendas, restaram vinte e oito
pont os altam ente polê micos, dos quais apenas três foram
sub met idos à vota ção na Com issã o.
A últ im a ses são da Co missão realizou-se em clima de
gu erra, so b a1n ea ça da s lid eranças majoritárias de submeter o
Proj eto d e Lei a reg ime de urg ênc ia-urgentíssima, o que c�r­
respon de a pr az o d e trê s se ssõ es para ser votado em plena, rio.
Na q ue la ses sã o, ele me nt os da lnterfarma - associação das

151
G ver no e o Con gresso brasilei ros, consti tuindo grave
sionarn1s
fãrmacêu ticas 110 Brasil - e
corporaço- es b·a
nsna c 1ona
. ·
1s
. na, pratica n1ente con d u z1. rarn os
da r? º em assu ntos internos do País .
-ao
0 s
1 o Ne)' Lopes, e a pres1 . ntr
i
embaixada no ·te·
ame r1ca
deputad
tra. i . d er an d o tratar-se de projeto envolvendo temas
bailios orientando
o re a tor , dên. Co nsi de
le xi d ad e , com profundas impl icações políticas,
arn Pl a
eia da sessão. com P eco­
Posten o rm e� te Colégio de Líderes, controlad o
Pel os nõ rn
_
_1ca s e s oc ia is , e podendo ferir de modo irreversível a

� Genebaldo C orrei a pelo PMD B, nia ci on al , as lid eranças majoritirias no Congresso
sobera
�:
io om
_
partidos ma 1o n tá � ' Luís
m
Eduardo Magal h ae� pe lo PFL Roberto Freire como líde r do ta m en lo in ac re di tá vel, em benefício ostensivo de
C âm ara, Inocê n ci o de dera -l h e
O l ivei ra, s me rc an Us de um pequeno grupo de corporaçoes
inter ·1n d uz1r
esse
-
d e n te da

Governo, e 0 p re s1
subs ti tu tiva do Rela tor, ante c Pr oc ur u- se
s. o · na populaç
t ra
dec1dm a aprova ão da emenda n a ion ao e en tre seus
.

a s n

·

msatísfaça_o de d P utados de todos os partidos . R e vol tad o, 0 n an es no Co ngresso a falsa idéia de que as questões
rep res : � _ 0 restritas ao conl1ecimento e ao
deputado Marqu �zeI li do PTB de São Pau lo, da ban cada 1 cas sa , . interesse de
tecn Olog
ru ralista ' consegu1L apresentar em ple1 1ári o, com mais de cem
i
espe c i a l i t .!
. . as Pelo contrário, o dommw tecnolog1co ' . da' o com
�n·
assinaturas, u1na esiJécie de 30 1 bras il e ira , QL1 e a11 u 1ava o efe ito
.
as estruturas produtivas de sorte que as naçoes
lega d l o · ·1
pr1v 1 e'g·o .
1 de patentes de corporaço- es no1. te-a 111e r1ca . nas
do sob r
depe nd e n1 d e c i
.
d.1 dame nte desse _
instru mento de peder. Segun-
qu� do 0 g?verno dos EUA u tilizasse seus 1ns • trun1entos u n1.J a d econômico em que ele for inser1 ' do, podera'
do o mo , e 0

1
tera1s d e i.eta11·aça-0 econôm ica Embo ra a Comi ssão de Agric ul- nações }1egemônicas ou em
. 1.
m dependentes.
.

tran sf o r m a - l a s e
t ura e Política Rural, por exemplo, fosse por una n1m . .
con b·ária ao projeto, 11a Comissão Espec1 al apen as tr-
. dade
es d eputa.
Alem _ � f
, d is s o o .i u sada a grande imprensa para desinformar
· ao pro1e · to
dos resistiram . Vários deputados 1eoran1 coo nes ta d os apo, ç a o . T d o aquele que se colocava contrario,
a pop � la
.
s via- t do desonestamente pela imprensa como
d e L e i e ra a p r�se n a
gem ao exterior patrocinada por corporações farma
cê u ticas
1

tran snacionais. represen ta nd o. int ere sse s de pirataria e outras indignidades, .


qu an d o o p roJ e t� re fletia a intenção de grupos estrange1r?s d e
A razão pela qu al o Projeto de Le i nã o foi enc
am i n h ad o ao
ap de ra : - ra c1 �
os m e n te de gran des pat rimônios geneticos
f
g
debate como Código -
como seria na tu ra l, po is pretende o se
ime de monopólio. Tudo patro­
na ci on ai s e co ntro la l � . e m re
substituir o at ua l Código da Propri
como Lei sujeita à omi ssão Especial, re
C
edade In du strial - e sim
su lt o u d e d ec is ão d a
��
.
cin ad o po r re cu rso s m 1 ! on a, �o e sob o controle de tecnocratas
M esa de não permitir q u e o projeto foss que nen l1u m com pro mis so em co m a Nação. Ministérios com
e d is c u ti d o n a s Comis ..
sões Especializadas, o que
encamin hado como Código
seria automático caso tivesse
sido
­ env
com
olvi
o
men
os d
to
a Sa
dire
úd
to
e e
nas
d a
c
�� �: s
:q
r1cu
u
l
- cia
a
s de ssa ev
foram simplesmente
en tu al lei ,

cial pode ter sua con11Jo


. Alé1n diss o, uma Com issã 0 Espe­
sição n1anipu lada, ao con trár ig11o rado s . O Mini stro d � Sau , e, � d' l gn � Ja m il lrl ad da d, �o rm a­
Com issões Esp ecializadas _ 1a _
que são perma nentes . A
io das lizou ao ltam ara ti sua d1sc ord anc
ma ioria de .
N a era C ollo r, a min uta do ProJ eto d Lei antes de ser
� �
seus membros foi
adrede escolhida de
acordo com a ori en tação r J osé Golden­
�� � M ist
anti nacional do projet l
o. env iada aos EU A �a r a 0 agre��e nt
ílio Marques Moreira,
Na realida de, esse
proje to é do i n te re
sse específi co de um
berg, via o embaixador br asi le1ro . . a Ciência e "Tecno­
� �� �
gru po de corpo ,
teve seu texto elab ora do pelo i ru r1 d
.

rações fa rmacêu ti
cas norte-ameri
i
o suporte do gove can as que tem ad ong ress o foi a "ameri­
rno dos EUA e d ll
logia . A versão final ment e e nv a

Geor e Bush, com
interesses pess
o próprio ex-Presidente
cana", permanecendo no e_n tant � or in d e s c u lp á v e l la p s o a

"
ª. razao por que a emb oais diretos n o setor.
Essa é Exposição de Motivos original d . CT. P o s t e r io rm e n �e ' e m
aixa d a, altos fun cioná .
n orte-am eric iu -s e,
rios de Estado
· a nos nao
rios e até Sec retá-
- med em l1m1.te
s para pres-
.
todo o seu and ame nto n o Con gresso, esse
o que é uma forma matreira ·
_
d e cooptaçao.
M in is t é r io o m it

152
153

ntal ista s como o deputado Fábio Feldman e, .


arn
bie 1ncnvel .0
,

iu e se or � an i z o u p ro m oven
sid ent e d a F un d açao - 0 swa ld o Cru z o de
pu
re ag
Entretanto a so ci ed ad e
re c 1 m e 11 to s e 1n u n iv
d?
e x· Pre '
tado Serg1 0 '

.
l
. 1 .
,

,
esc a
1e1�s 1 eg1s a t i vas . e n o p ró p ri o C r
e
.
es
A
a e'.s1. u c
es , d eb l
cen tenas de reuniõ o a
dades, sindicalos, as se � b on. m is estarr e cedor , porém , foi a posição enganadora d
l1caç oe � fo ra m ed ita da s p ro c u ran 0 a
. . o
te d a Soc1e d ad e Brasileira para 0 Progresso da
pt 1b . d
? iden
gresso. In úm er as
Pres
sen 11or En10 Candotti. Após confund.
pe ct os
analisar 0 real
va ri s as ne ga t iv os
o
de a
sig ni fic ad o
desse ProJe to de L ei . Con t
Pa ra ex-
a (SBP C ) , ir os
.
ª 1 � 11ci .
• .

i r de co rr en te s C·e .
a contra r1os ao proJeto de lei, aparentando defen-
JJ tares
sociedad e br as ile
?1 � ! � ã d ': c!e n tis tas , Lec11 ólo g �� parl a
men . _ 01. o i.
, 1 pela redação do te'"
,

p art ic ç o
se para isso co .
os e L ra ba l h ador
­
os 1 ça o, f espo
. nsave �Lo que
indusb·iais, fu nc1on ar1 os publ1cos, Lec n1c .
' essa p
·
de r
os m 1croorgan1smos, ou. seja, a vida, aprovado pe1o
vinculados às areas potencia 1me n te a L1ng 1"das p e la s grav s
. es
ate ntei a
J - ,

p
L 'd er � s, em sessao ca�t1ca, no gabinete do deputado
conseqüências dessa lei. Crio u -se, co1n o objetivo pre cíp uo e légi d e 1
Co o
Correi a. Com essa açao o senl1or Candotti desonr ou
combater o projeto e esclarece r a opin ião púb li ca ant Gen ebal do
a�alanche de men liras pr? m0\1idas pe la gr an de imprensa� � a f u n ç ã o
s
que.
bras1le1r
ocupava na mai � �ignificativa associação de
.
os, que traz a s1 vinculada a imagem extraor­
Forum para a Defesa da Lrberdade de Uso d o Conl1 ecim e t o ciei1 tisla
que reuniu mais de trezentas instituições e e n id ad es . Pra ca- t � ,
dir1á ria d o seu princip al fundad or, Mauric io Rocha e Silva ' e a
mente a totalidade das empresas de capital n ac i o nal 1 u tou t nt o s ou tro s gr an de s cie nti sta s brasileiros.
. . . de a
con tra o proJeto d e l er, com as costumeiras poucas exceço-es
.
A favor desse Projeto de Lei encontravam-se, além de
corpo rações farn1a cêuticas estrangeiras, a associação dos agen­
por meio . de suas ent1.d a des d e classe, como a Associaçã d '
0 s
Laboratórios Farmacêuticos Nacionajs (ALANAC) e a Assoc ?
- B ·
çao ras 11 e11�a I
· das n d ustr1as d � Qu 1mi ca Fin a (ABI , 1a- tes da prop rieda de indu stria l, que trabalha para as transnacio­
F'INA). A nais na obte nção de privi légio s de patentes; uns poucos
·

.
,

e�se esforço Jun tou-se a Assoc1 aça o Lat ino -Am eri can a d e I
tr1as r'<'a rm aceu - t1cas, un1a vez qu e a pressão
. n d ,
us- e1npresário s nat ivo s, desviados por interesses particulares; e,
exte 1.n para a como se1n pre , a FIE SP e a Con federação Nacional da Indústria;
adoção de !�is de propriedade i11dustrial desse me
sm o �eor vem estas, luta ndo com afin co contra os interesses legítimos das
sendo exercida nos principills países bero-am .
. i er1canos. i11dústrias na cio na is. Ta mb ém , po r motivos óbvios, a associação
. � Igre1a Católica por meio da sua mai
posicionou-se fortemente contrária a esse p .
s al ta h1era ,qu1 a

. dos exp ort ad ore s, sub me tid a à chantagem de re}Dresálias nor­
ro1 eto de Lei que te-ame ric an as co ntr a as exportações brasileiras. Foi melancóli­
.

classificou de ilegítimo e aético


à sac�·alidade da vida. A EM B RÁ��
. prese 11ta d o u m a ag
? �essão co ver o se u pr es ide nt e, Ma rco s Vinícius Pratini de Morais,
n a Camara não vinl1a
' .q � e du 1 ant e a tramitação de fen de r po siç ão co ntr ár ia ao atual Código da Propriedade
adotan d o pos 1ça o firme, Co ng res so , em
contrária· ao proJieto co1no esc lar e cedora' Ind us tri po al r cu ja ap ro va çã o no 19 71 , ele, na
d eve r1a ser seu pap e1 a o
pe 1o conhe-
. for

qu al id ad e de M in ist ro da In dú st ria e do Co mé rc io,


cimento de causa que te
� e 1o sagrad o com prom etim ento
0
ap re se nt ou

cip al on sá ve l. O s ar gu m en to s píf ios qu e


com a agricul tura bras
� :� �
il ei f. m
º. q ue admira1n os o se u tr� b l 1 0
s z e te, para or gu lh o de todos
pr in re sp
di zi am be m do se u es ta do de es pí rit o.. . De rest o, es ta va o
e uta111 os par a o engra nde­ rn o an co fa ze nd o va le r os co m pr om iss os as su·
cim e nto de sua inissã . Go ve It am Fr ar
o m d u rad1c
al1n en te de pos içã o, na se nh or Ge or ge Bu sh , te nd o
m id os po r C ol lo r de M el lo ju nto ao
segun da aud iência no S�na
� o�
co m o pr in ci pa is p orta-vozes o presid en te do IN P I, co nh ec id o
· . os, ape 11 as o
1 it1c n ­
Quan , te
to aos partidos
po age11te da pr op ri ed ad e in du st ri al , e o Ita m ar at i, serv iç al �
o PDT manti a1n PSB o PC do B e oJ eto
O pr

ver
te o

e_s na defesa dos i� ;.:��� nto parti dos . fi i:mes intrans igen-
se
.
povo bra s1I e1r o. O PT
� d o co n sa gra r e m le i " negociações"
co nt o u ad em ai s co m o ap oi o da s figur
an ti na
as
ci
us
on ai
ua
s.
is qu e lu ta m
ama ra a favo r vot ou na
do paten teame n
to dª v i·d a, b em co m o fra ls o s

154
15 5
d a cria tividade humana.
. Confor mam tamb ,
em o gra u
e ou Os e
e de raciona1 id a de da produçã o de r·i q uez
o v o q u e m e d
-

e se u p o n a o re m ·
n
o B ra si l ce ia
se mp re contra efi1c l às formu1aço- es d e poder e de bem-estar
· �
e c a, funda-
citação... roental nacional.
se fazem sentir em
seu s efeit . e pi.omove m a d ivisao .internacio
os
,lilico . . _
prof undi da de nos campos
social e po m opçoe _ nal do traba-
2. PATENTE
ST R UME N T O S DE POLÍTICA forma
S, IN
V A D E ME R C ADO 1110 . Defi i1 � s por s de energ ia e modos de produ­
A: � SE R ou acr� s�en tand o
TECNOLÓGIC emp rego
MUNDIAL. RELA ÇOES
ex c � u1n do s, valorizando ou
fa �o res lo cais ou regio
ção .
-
A MB f1:0
_

LI CA DE compa ativamente os
a
MONO PÓ lor1 z a � do :
T E S TE CN O L O GIC O S E M O D E LO de s v
e m
COM PA C O direta relaçao com a emancip ação econõmica a
o a i sJ
. 1

ECONÔMICO iên cia pro d ut1va, a concentração ou distribuição de riqueza.


efic alca11ça�
Tudo a ser canalizado para . objetivos maiores de uma
As patentes são i�s.b·umentos de i�eserva d � me rcado, em soci edad e. Co ntudo, se aceitos passivamente, os pacotes tecno­
muitos casos monopolica� .como o sao tam be m as n ormas lógicos externos podem perpetuar um condicionamento cultu­
técnicas, as cláusulas restr�t1vas dos �011tra�os de transferência alie11 ai1te e u in a desorganização da vida econômica de
internacional de tec11ologia, a man1pu laçao dos critérios de ral .
efe ito s s e m p r e 11 e f a s to s
qualidade e a metrologia legal. Só que no primeiro caso trata-se
de uma concessão do Estado, com efeito legal e conseq üências As atividades tecnológicas transpassam os diferentes gru­
pen�i:. Este conjunto de insb-umentos d.i spensa legislações pos e níveis da soci�� ade: do Estado às esGol �'. das oficinas ao
explicitas de reserva de mercado como foi a lei brasileira d campo. São essenciais para o controle da atividade produtiva
informálica. A rigor, eles são mais efetivos que a forma leg � 110 âmbito do País, bem como para a preservação de patrimô­
exp!íci� Se tivessem .sido �sados para proteger as indúsoi�
.
nios físicos e culturais; a satisfação das necessidades e aspira­
nac1ona1s do setor , teria m a e erida legislação, q ue çõ�s da pop ula ção ; o bem -esl ar cole tivo e o fort alec ime nto do
·
dispe nsad o r f
tão iort: le e cinica
, reação provocou po r parte de interes Estado. Constituem instrumento que, institucionalizado, con­
estran h.os ao Brasil. Formam tais instrumentos tecnológic�:� solida a base de um a nação e a capacidade de escolher o seu
em con1 un t?, um largo espectro de ações qu e se in ter-relacio­ futuro . Tê m, po rta nto , pa pel na org ani zaç ão da soc ied ade e do
nam e p�rmitem regu�ar º. íluxo de tecnologia externa. Relacio- Es tad o e no tra ça do pro sp ect ivo de seu s pri nc ipa is ob jet ivo s.
nam-se ain�a co1n a criativ. idade e os fatores de produç㺠lº . O pr oc es so re su lta nt e de ss as ati vid ad es de ve flu ir na tur alm en ­
e as 11ecess1dades, interesses e aspirações d a ciedad b��:,
tendo em v.1sta a e�ciê11cia e a competitividade da s in d ús ' te, sem interve11ções exógenas, da integração racional e cultural
so e. do ho me 111 co m a na tu re za , em re laç ão ha rm ôn ica e mu tu am en ­
º: JJacotes tecn_ológicos qL1a11do co 11s ide te dependente.
as eqL1açoes de desenvolvimen to. Ele s são rad os em co nju nto ir
com
,J eza po em
po r natu- O co nt ro le da ag re ga çã o te cn ol óg ica é cr uc ial pa ra ga ra nt
o elemen to agregad 01, d ª d º��a o de e re laç õe s eq uâ nim es en tre os po vo � .
sociedade e reíleteni-se �as est ateg1a fatores de uma a so be ra ni a da s na çõ es
-

� s de pr_?du çã o e de Se u m país co nt a co m recu rs os na tu ra is ab un da nt es e es tr at e­



serviços das empresas os pa1se ct on e po de su st en ta r � or
po as e diretrizes que efinem
líti c s . . N ele s estao embutidas gicos, o pr oc es so tecnológ ic o au tó
et er -se a d e en de n­
pr.odutiva e ademai·s promo\1 ª espinh a dorsal da estrutura décadas o u sé cu lo s su a evolução se m su bm .1ç�oes que
.
em 0 con.tr0 Je d a ev olu ç cias te cn ol óg icas subjugadoras. Criam-se, assim, cond
mica. Seu domín io porta
_

ao eco nô -
' . o, e
po r soberano A depend essencial como ins tru me nt o de
de nt ,
po de m lev ar a u m no vo patamar civilizatório.
tar-se ou não em paL1·1· er. de sua origem po de m fundamen- Ao te m p o e m q u e ocorria o desen v o lv im e n to in � u st ri a l-te c ­
· ·

mon1os nacionais, qu er se1am natura ic as , to d a s situ a d as n o


n o ló gic o d a s a tu a is n a ç õ e s hegemôn
·

is
- .

156
157
a e a d v e rsa n os P . , deste modo, poder de com etiç_
n l1a s s it u a ç ão d iv e r s perde P
a1ses
1 b ·1 ai 1z
ue
t · ad o s p re de, q
i
e · ao, de autoges-
d e s e u m e rcado .
· ' · o N o rte . da a
.
H em1s11e ' ri
1 n d e fe s
-

p e o s d o m 1n d
trop1·cais _ es a d ota 1 a m m o d e lo "
u s de
'

· an.
LãO e
elo de c resc i 111 e n lo econôm ico depende
S u l. In d u z id os li
d o .
g 1o s econ 0.
. te c n o1 og1cos a g r egad
r e
tes, Países sit u a d o s n e s s a s . 0 010d nte vem
os Cora e a l
no cas o br s i e i ro , a est ru tu raçao d e um

.
otes - rn 1do , .

p a c . · ve1
o .
inverle b ra.d o,
s d e
micos depende n te . , to res p1 o
parq ue
s apel ativo a todo tipo de fac1.l1d
_

o n d 1ç o e e 1a
fl .
s, c e s tra· n h o
Por isso b ase a d o s e m in te re ss e
1 :; r
s /

. dus
1n t.ria l , .
.
ades d o
cunsw nc!a s. 1 ora m -l h es re lirad
1
c1 r 1n na r10 , as dívidas ext m

pr oc es so ac 1o !� .

N es sa s as do
:
a suas realidades . . O e n ema,
s t
as opções d e fu n d a m e n ta r s u a evoluçao n a s própri a s ri q uezas
.
E a
ec u laç ão de se n frea da tên1 , sem dúvid a r laçao 1n1c1al
'
� .
a esp e
patrimonia is , h u m a n a s e c u lt u r a is .
São con seq
..

u

enc
·

1aa d nat ure za d o mo delo. A dina


· "' m.ica que ele
a os pr 1nc os de racionali dade que sustentam
,
uturas p ro d u ti v as e d e p o d e r 0 ª
·
ign or
· 1p1
n1 od o, su as es tr
esLab e lec e .
_

Deste . 0
di fic ul da de s, po is as tecn ol ogi a d ub va s co ns ist en te s e os .
conseguem re ag ir an te as � estru.tu ra s
pr o . fin s pa
.
ra os quais deve
i111põem-JJ1es pe r1 na ne ntes res tr1- .
_
as co m an da m N es sa s co n d .
1ço es .
, d eixa de cu mprir funções para as
exógen
-

dirigi r-se..
as
e , .
n tagens co m pa ra tiva s e0 d "
qu
trans for1na a N açao e m mero mercado a · merce
va

d e
...
e su as pr op r1a s 1 exi ste
qua is .
us o
çoes ao
cio na do s a a or
;
_

t � es c? Jl1 a ex t er na , es se s pa í es · e os c1da dao s em


ao sse s ext ern os,
.

e tere
_

! es consum idor es passi-


i n
_

de
u d o o ma1s su bor d"inado a esse insustentável
.
conseguem ajustar-se as realid ades qu e os cir cu nd a in co111 u d o t
· m vos, fican
1 a de, pois estao d omi nad os por n1últi 1 os
, ·
e raci·ona1·d
1nilll o d
� paradig ma .
-


os tos pela dependência tec no lóg ica. Tr
_
int ere sse s 11np
portanto, de um modelo suici da, ou seja, um mod elo ue q t:n :- e
P e
,


uma es utura produtiva escancarada a t odo tipo d e infl ue- n cia ?
,
3. TR AT AD O DE M ET HUEM E ABERTURA DO S
predominan temente de países J1egemônicos Isso oc orre de
.
PORTOS, CA US AS D O NOSSO AFASTAMENTO DA
·

· ostensiva no caso das patentes' normas tec .


, 111c
maneira as e, STRIAL.
ev1·d entemente, pacotes tecnológicos importados Nessas conct··
1
PRIMEIR A R EV O LU ÇÃ O INDU
.
PROTECIONIS M O INGLÊS E NORTE- AMERICANO
·

çoes, po1tanto, quando tais nações ficam sujeitas a, c_l1am a


.

ad
-
.

globalização compe titiva - obsessão da ideol ogia neo l1?


era1 - SIIVIILAR N AC IO N AL
somente se pode esperar o desasb·e ou a subjugação h u m Ih
1 an te
ca rco mi da din âm ica qu e tem sua s 0rigens
. .
Es sa a ve lha e
·

O dom1n1 externo das equaçoes te cn ol og 1c as le é


0 - vou os Cr om we ll su bm ete u
, .

países do Su l a b·ansform'.:1UJ.-em -se em si. m pl es 110 e m


río do co lon ial qu an do , 16 54
ca m po d e ma na -
pe ,
. . Po rtu ga l à I ng lat er ra , pe la for ça . Iss o res ult ou no co ntr ole ,
bra de corporações transnacionais qu e
dos seus mercados, a garantia de f
º?Je t1va m o co ntrole
pe los in gl es es , do ou tro ra va sto me rc ad o mu nd ial do mi na do
or r�e c1m e11 to d e recursos re du zid a
naturais esb-atégicos às veze a p r pelos po rt ug ue se s. No ss a m et ró po le co lo ni al fic ou a
ços i n fe ri o res a o s c u st os e po br e­
o do1nínio de sua es t 'u tu1·a ; � � '
um a no br ez a es ba nj ad or a e co rr om pi da e a um po vo em
pi od ut1va Ou s e1a · , as corporações
passam a de ter, em coiiseq u . ·

cid o , ai )e sa r d e s u a s ric as co lô ni as . Essa situação


consolidou-se
... c1a, o po de r re al de nt
.. en
ro do pa ís
e M et hu em , em qu e Po rt ug al re st rin ­
e assim re ú nem os ele
n
1ne tos necessa r1o s para p
· em 17 03 co m o T ra ta do d
ro m o ver o eg ou o m er ca do
,

desmon te do Es tado e
o esfiace lam en to da giu-se a ex po rt ar vi nh os e az ei te de ol iv a e en tr
Nação, qu an do isso
do m ín io in gl ês . Ra pi da m en te
favorece suas estra t
égias. interno e o d e su as co lô ni as ao
pr o}D rie da de do ca pi ta l in gl ês .
A _vu Inerabilidade tec
no lóg!. ca i. m po st a pe la s
as vi nl1a s e os ol iv ai s pa ss ar am à
r ec e i tas exte r- fu nç õe s se rv is , inter­
- nas cria ine
. ficiê11ci
as estrut·ura1 s p S ob ra ra m ap en as e m m ão s portuguesas
erm a 11 e nt es de co rre nt es de
no s an os qu e du rou,
inadequações de
toda ord em co1n , · m ed ia d as pe la C or te . D es te m od o, 15 0
.os fator es 1 oc a1 s co n figu ran-
co lô ni a da In gl at er ra e, ao
do crescim ento
econ o"'m ico
· '
esse tr at ad o co n ve 1t eu P or tu ga l em
de efe1tos pe rve rs
os so br e a socie-
·

. Brasil, e m colônia de uma colônia.

158
159
s üê n cias . Esse mercado é a base de se .
. in
. gléscon soli do u-s e e au m en to u n o in ício d
o c.o o-s e so men te
� e q
'?
algu risco quando a cor � k �� º n
o, Permi­
c 1, amada
poder io
bíl é al tamen te fav
s Po rtos, com tari fas e
ª
O be rtu ra do � de forças
século X0 c � m
A
a Inglaterra. I sso res u l tou d
de
es
11i men to d as eco 11om
o rav
. e l Em con trapa id
rt a e ge
� m 0 escan-
,1 •
para a
e
idas ias tn - 0
em for aça , em m b '
·1m pOrtaÇàO 1 avorec bre a 1a m 1t1 a real q u an d cara ais fracas.
0 embaixad
in gl ês so
- o " da esq u a d ra d e su
or
porta-vozes do neo1.b
gem d o , . 0 do que pro pal am os
·ar1
chanta con b
au m en tan do vertigin
b a pro te ç a Ao i era
11

so
t nos
B ra si l, a
. 111 0 0 pro lec. 1o1.n1s mo ve1n
p a ra o
n con trava no porto de Lisboa
fug a
. · ·

da su a
n1a1estade b1. ILW• ..�n ica
osamene
u
. se e 1 1s '
JJ 3 1'ses
qu e -
· •
s r1 a iza d os. J a sao evi'd en te s sinais de d
b r tu ra do s P�rtos b ras i lei ros
L
'

a 1vores do seculo XXI. Ao mesmo te


n d

·

i , ura guerra
0 Tratado de M et hu em e a A nos
ômi ca
. 1. o livre merca do via reduçao de tarifas de importa-
.
ecOn . mpo que
ão da P r1 m e1ra R ev ol uç ao In du stri al. Já
�or d str
.
� _
tr
ex cl us
cus taram-nos a
1 n du
� � -

� n dem
da Rodada UruguaJ do GATI aumentam 0 pro te-
em l ?85,
. 1 a 1 z ç ao. u íd a po r defe
ss a in ci pi en te � o
J,
no entr
evi dente 1n sp 1r aç ao in g lesa , qu e ça-0 d :
M ar ia de se�s mercados por outras vias. Com isso tomam
cioi1isrn o de_
decreto de D on a
l1e i �
de bem o rd 11ar q� e todas as fáb ri cas, �� �
s aque� e� m e rc o que não conseguem prote­
mais vuln erave 1
dizia: "E u, a Ra inl 1a ,
ci dos se1am extintos e ab o l i dos em
ge
s ou tea re s de te salvo _ com r�s.tr1ço es tanfar1as. Nos ú\ti�os 20 an os, as
manufatura
qualquer parle onde se acharem
r- s e .
nos meus domínios do Brasi l . " s nao-tar1fa r1as passaram na ex-Comunidad e Econômi­
bar reira
s 15% para 43% das importações; na Alemanha
Cerca de três n1il teares foram destruído para po mpa e ca Eur opéia d e
garbo de sua majestade britânica e ben efíc de seu s me rca do­
io
de 1696 para 44% e, n a I tália, de 13% para 49%. Ademais , existe �
res e da tão decantada efi ciê 11 ci a da indústria têxtil ingl esa. Era
a importações como, por exempl(i), nas
as restriç ões tradicionais
a Food and Drug Administratio n,
o desastre da modernidade, agora repetido c o m o farsa ... áreas d a saúde e alimentos,
Em co 11 trapartida, já em fins do século XV, as leis mercan­ 110s EU A, e ou tro s ins tru me nt os legais.
tilistas da Inglaterra prescreviam a proibição de quase tudo qwe Começa-se a discutir, no âmbito do GATI, novas medidas
não fosse produzido em território inglês. Elizabeth I determ i­ dessa nature za 11as áreas ambiental e trabalhi sta, que irão
nava que o trabalho nacional deveria ser sustentado energica­ juntar-se às tradic ionais do setor tecnológico, como normas
mente. As importações i n devidas eram castigad as com a técnicas, legisla ção metrol ógica e, especialmente, patentes.
expropriação dos bens dos respo nsáv eis e os te c idos so m en te Estas const itL1 e m instru mento privilegiado para impor duras

pod riam ser exportados depois de tingidos e acab ado s. Nen hu­ restrições ao comé rcio graças à reserva de mercado mundial
� que conc edem ao deten tor do privilégio. Medidas de retaliação,
como a famo sa 301, são aplic adas unilateralmente pel o governo
ma 1mp or ação poderia ser feita sem qu e ho uve sse u1n a expor­
taça_ o equivalente.
N ssas ci rcun s 1 ci as tantas foram as restrições
�� ,
dos EUA a outro s paíse s. No caso brasileiro, as restrições
: im postas
_
,as colon1as d �� er1c � ?º
No rte qu e as levaram à revolta e,
aplic adas ao simil ar nacio nal na fase de substituição de impor­
. tações eram , entr etan to, usad as prioritariamente para proteger
a i n dependên c ia Foi en tã o a vez de
como conseque -
nc1a,
Alexander l-l am il ton lançar as
.
setores com anda dos por subs idiárias de corporações estrangei­
bases do pro ·tec1. on 1sm o que
.
tor .u poss1vel o desenvolvim
��
.
, ras. Fiz emo s isso e m gra nde parte para atrair para dentro do
ento do s Estados U n id os da
País cor por açõ es tra nsn aci ona is que impuseram como condi­
le i em 1 78 9 · e m 18 2 0 veio
A m ei ica, transformadas em .
'o ção rest riçõ es à i mportação d e produtos similares. A úni �
comprom isso de M is . so u ri, o Factory System d e 18
·

das A bom1naço es em ] exceção a es sa pr át ica foi a lei da informática que favorecia


2 4 e a Tarifa
828 qu e, v1rtua 1m en te , reservou o m
_ _
e1npresas gen uin am ent e nac ion ais, embora restringinâo a pro­
·

.
cado norte·an1er1 cano er-
para seus ro pr 1os pro d utores Depo
, ·

teção a min ico mp uta dor es.


veio a D ou trina Mo n . . � . is
,
i oe. "A A m e r1 c a p a
ra o s a m e ri c a n o s. " de
Ao an ali sarm os a ex pe riê nc ia brasileira nas relações
Esses exemp los m o -
e
sempre d efen dera
stram coino as r1açoes in du
st ri al iz ad as co mé rcio co m os pa íse s ind ustrializados, evidenciamos q�
m seus mercados cio-
internos at é a s ú lt im a s ja m ai s tiv em os po lít ic as q u e defendessem os produtores na

160
16 1
. eles de potên cias h ege m ón i cas. , con10 afir mo .te , a tran sfor m aç ão desse projeto em Lei somente seria .
poss1vel
nrus fren t� aqu .
. · . u daquele
Para
,

-·r rev ogação artigo .


"Nunca tivem os u m a p o] 1'ti ca ta t 11 ar1a on1 a
Roberto S1m o nsen . e r lu gar, é importante procurar
i11du sb·i a l . 11 m e i o
.
p r i
supo rtar o nosso .
nvol vim en to E m
dese . en ten der o que
orrnátic a" fom o s ob1eto de reite ra o u d o is gov er n o s,

d a Republ1ca a enviar ao
"I ei da inf das l ev _ Congre sso tal
para 0 8ras1.1.
N � caso da n a o representa qualquer benefício
agressoes externas,
amea ça s de retal iaçõe s sobre nossos pri p1 ·oJ· eL o , q u e
n. .
d
co rr espon de a um re�ocesso co
ex
1t ra 10 , m relação à
,

por ção ademais de incrível subserviên cia pelo ! co :


dessa po) 1'ti• ca, d e excepcion
produt os e ta 1


·

pais·

o isl a ça o v1 ge nl e : a u �a def?1maçao grosseira


na desb·uiçã 1eg do secular
1on a1 J- 1 OJe, mais de
interna que i,esu Jtou ais
0 desenv olvimento nac . . .

p rin c íp i o qu e no rte � a o sistema in ternaciona


l de patentes.
de1·i·u bad a d essa I e1, co rre
resultados para qua.
o proje to �e le i ch e�a a afr ? nt ar o principio da legisl
.

·
·

s, apos a
,

·esas brasil eira


·

trocentas emp i · m . ação


. brasil ei ra de na o ad mi tir o efeito retroativo das leis. Isso se
d as por ape11as d uas gigantescas trans-
1
e s e i.em substituíd
o risco
. ·

chamam de 1vre veri fica e111 inc rível proposta a qu e se deu a intrigante denomi-
.
. os neolibe rais mercad o, livre
ti
Nac1ona .
1s. A isso'
·
n
i11 e" e qu e basi camente consiste em permitir
concor..1enc1a. .. a
- cLirioso qL1e todos os pa1ses qL1e vera1n suce sso ''p ip el
,

E aç o de
con cessã o de patentes no pais
ã
. , para invenções patent
. . . . .
msaram 111edldas protecionistas _
seme l hantes e a1n d a 111a1s duras
em geral por outros n1eios q u 11ao, a leg1 slaçao expl1c1ta, e nunca
. . ,
eadas no
� exte rior o u em aná lise , já esgolado o prazo-limite de solicitação
_ ,

houve queLxas, pois obedeoam a ordem 11atural das coisas, 110 País.
somente aplicável a eles, é claro... De sde a Co nve nçã o de Paris de 1883, a concessão do
Sobre essas e outras questões dizia o saudoso Senador privilé gio de pate ntes restringia-se exclusivamente a invenções
d
Severo Gomes: "Em nome a modernidade do Visconde de novas, con dici ona das à obrigatoriedade de produzir o objeto
Cairu, estamos demolindo o pa rq ue industrial brasileiro, cons­ da patente em terr itóri o do Estado concedente. Assim, a tenta­
truído em mais de meio século de sacrifício de um povo
tiva de esten der o privil égio das patentes a importações retira
n umeroso. É um processo tão violento e incoerente que não
do Estado a princip al razão para a concessão do privilégio.
pode ser apenas fil}10 da eventual ignor ância dos que to ma m
Adema is, admit ir patentes para seres vivos é um atentado ao
decisões. Ele está no centro do mai or con flito de interesses de
princípio de que o privilégio seja concedido exclusivamente a
que tem noticia a l1islória.
invencões.
"

A explicação para essa iniciativa pode ser encontrada na


4. PRIVILÉGIO DO MONOPÓLIO DA S
pressão do Governo dos EUA junto ao Governo brasileiro, com
AMEAÇAS DE RETALIAÇÃO. E C 0
PATENTES. ameaças de retaliações sobre nossas exportações. Isso ocorre
-9 2 E O VEXAME
DE BUSH. PLANO MARSHALL INVER desde período anterior ao início da R©dada U1raguai do CATI,
T ID O . em 1986. O ql1e é novo é o uso desse foro multilateral, até então
PRETENSÕES D O ITAMARATI
restrito a questões de tarifas e ao comércio internacional de
Enquanto, por u1n lado, não se re g u la mercadorias, para questões como propriedade intelectual, ser­
co ns li tu ição q u e se re
m e n to u o a rt 2 1 9 d a viços e investin 1entos. Apesar de forte oposição inicial por parte
n io do povo bra 1 1e 1•
. ,
fere ao mercado n a c io n a l c o m o patrimô-
·o, por outro, p ro m o v e -s n C
· · de impor tantes paíse s do Terceiro Mundo, e em particular dos
. � .

N� c�o n a l, por 1n 1c1a li. e o ongresso mais atingidos, como Índia e Brasil, o organismo específi�o das
va do Executivo e e m s u b s ti tu iç a atu
Codi�o de Propriedade ã o o al Naçõe s Unid as para a mat éria , a Organização Mundial da
In d u s tr ia l, projeto d e L e i d a s Patentes, Proprieda de Intel ectu al (OMP I), de tradicional e adequado
que e Lima afronla a esse
· c1 p1 0 co n st it u ci o n al . E v1.d
desemp enho no setor, foi simplesmente ignora � . � CA'f! . sem
·
pi. 1n , ·
. .

en te m en-
as caracter ísticas d e orga nism o internacional, pois e um simples

162
163

suas a b' i b uições, substi tu u e
1 9 9 0 , ·'o equivalente e m valores
erne nt. ex rtrapo J ando i 198?, :
atu
N��:
.

:�
· t·ui·ção sen1 qu
P nos
Gen eral Agre sido ouvida ou dissolvi
.

o Sul pobre presenteou


] 9 9 3 , s e g u n d o o Banco
tenha al l, que ,,
e ela da ;\{a 1�h ao i . n r
J9 t�
essa instJ as co m o 1Jat� nl es e lransfe- e C e ntral, somente
·

Lã o co m pl ex 8 7
t i·a nsfer
u
qu estões cred º Bras LI
1
Deste modo , es q u e vao muit o além i par a ore s exte rno s
ares. O
g·ia, com impli caçõ . 90 bilhões de do· t
u
tecn o o -
o da Fazen-
· a de 1nlernac1ona , serao ago1 Fer n a n d o H e n r 1 q e C ard oso , como Min istr
claqu e1
renct
Se11l1o r
·

-
·

no cio
·

comér ra
rll JJ ro 1n e leu-se a 1 eme ter entre 994 e 200 0
esse ,
d
as inter
�0
do
n
na n1 as JJressoe s dos qu e
a assom b o a
d om
.

1
_

c
1
;� �� que pre o
trata das e ó niu1 1dia is . Essas m uda nça ª 'an ti a d e 1 4 1 , 3 b i ll1õ es de d ólares. Coiisidera
� g n s neg cios s, da ndo em aid�1ça �
qu
o
controlam s u z i das , con fig ura m cla ra me nte re laçoe s e troc
o
,
nas a com exportaçõ
aS P erdas ,
nd - d .
a 1. . 1
�m sen do c . es d energia
maneira como ve . .
Tuc ui u1 , vi a a u m 1n a e alumínio, a preços
e
elé tr ica d e
e p ir a ta r ia in le r 11 a c 1o n
ed _ muito
ato de chantagem _ cu stos d e pr od uç ao � transporte, de miné
en Lr et an t� , p �r ? essas a � s, co1n o j á foi
�� . aba ixo do s . rio de ferro
O caminho, . pa ra ga ran tir um SU\)erávit
do pe 1 a 1 1 1 esp o11 s ab1 ltd ele . ' e Lu do o. 111a 1s suficiente para
pagar 0 se rv i ç o
. ado · foi fac il1la ade
anter1o rrnen te mosu· �
d a d 1,� 1. da ex er�a, chegamos a perdas interna-
qu e se compro1neteu a ap rovar 0
tad ora s, 1 m p oss 1v e1s de serem mantidas
uo r de M e l l o'
do sen hor Co
C o ere nc1 a EC 0- 9 2, q u a 11 do seria cio nai s ass us sem muita
.

es nf
· d.1ve rs1'da de . Es te d e fi1ne regras
ant
_

pi oJet0 de lei da .
m isér i a J)ara o
povo bras 1 l e 1ro e crescentes dificuldades eeonô-
.

,
_

apresen tado 0 Tra tad o de 810


. .
· t macionais para proteção do s patr1 m
on 1os ge ne t1cos dos 111jcas par a o Paí s . Co m a Lei das Patentes, na forma aprovada
.

�� �
_

í es. o fracasso do senhor Co llo r ne ss� ob} e ? vo levo � 0 pe l a Câm ara, ess as re m essas aum entarão substancialmente ...
presidente George Busl1 ao vexan1e de se i o un 1co �s �d 1 sta A eslratégi a das 11 ações hegernônicas, via GAIT, tem sua
c on seq ü ê n ci a direta no Brasil 110 Projeto de Lei PLC nº 115/93.
reun ião a vota r c on t r o Tra ta� o . Cas o o Bra sil tives se
naquela �
aprovado anteriormente o pro1elo d e Lei das Pate ntes , na forma Ela objetiva, enb·e muito s outro s aspectos, sempre na direção
como queria o senl1or B usl1, o se rvil Collo r te ria evita do 0 de ace n tua r os privil égios , a concessão de patentes nos setores
vexame ao governante no rte a me ricano . -
químico-fa rmacê utico, alimen tar, metalúrgico e seres vivos
O in teresse econômico i me d ia to dessa lei foi explicitado ( m i c roorga nismos ) estes pela via da engenharia genética. Ne­
,

pela Comissão de Comércio I n te rn aci on a l do governo america­ n h u m desses setores seria patenteável pelo atu al Código de
no, que considerot1 satisfatórios os resultados da referida Propriedade Industrial. Essas novas concessões permitem que
Rodada Uruguai, na qual foram enrijecidos os privilégios de um pequeno grupo de Corporações TransnacioFlais vinculadas
propriedade industrial, especialmente nas áreas de biotecnolo­ ao Pri1neiro Mundo, especialmente aos EUA, passem a contro­
gia, produtos farmacêuticos e insumos agrícolas . Conforme a la r a saúde, a agricultura, os insumos agrí col as, entre outros,
referida Co1nissão, as Corporações Tra nsn acio nais de origem dos países do Sul.
norte-americanas pro move rã o por esses nov os crit ério s do
GAIT um au mento de transferência de recursos do Terceiro
Com essa estratégia, os serviços de saúde serão so1apados,
/\1undo para o Norte in d ustri ali zad o, avaliado na ast1·on
barreiras serão interpostas ao uso dos genéricos e a elevação
ôm ica dos preços restring irá ainda mais o acesso aos medicamentos,
qi1ant;a anual de 61 bilhões de dólare
s. Es se é o fu lcr o da ação enqua11to au111 e nta o lucro das corporações do set0r. Além
d o GAIT.
disso, 110 mes1110 espírito da Rodada Uruguai, acordos do tipo
Esse montante irá ul trapassar em .m ui to o en or m flu de NAFTA obje tivam " liber aliza r" os serviços, o que permitirá aos
. e xo
c��i ta l repassado do S ul
para o Norte a título d e serviço da bancos sup ra11 acio nais desa loja r os nacionais e assim eliminar
di vid a exter11 a. S egund
. o Susan Jo rd an , d o In st it u to Transna- qua lq uer pos sibi lida de d e plan ejamento econômico e de desen­
e
c1011al
-
.
de Amsterdã, as trans1e ren . s oc as ion
c1a volv imen to nac iona l. Essas são aval iações do professor Noam
' id ad as po r essa .

d iv a correspo nderam a mais d


e 4 0 0 b il h õ e s d e d ó la r e s e n tre Cl1om sl<y do Massachusetts Jnstitute of Technology.

164
165
nte corresp onde à conces são
at e Pelo s agríco la s - açúcar, soja, suco
0 privi légi
da
pi.o d u to de laran1a
pa de niercado, por deter mina do prazo .
o
. . . etc
res erv . co se q u e n c 1a d o 111o n o p o 1 que '
de um a . orige m me d 1eva I . ent-ao ap1·1cad a n 10 ·
de coro

Estado
.

a
d
,

-
O
. ri.
sc o d e pe
as sementes
o rd
-

e u� prab ca se ri er seu patrimôn io


·

m
,

que tenh a api ·icaçao univ ·r e


a
palenteadas
Trata-se d
de-s e hoje er-
o1
1.
r t
,

'
c
i . P_ � �� d et ê m es se m o n o p o 10 . D e maneira
seja, a �ate nte lem sido Po semelhante as .
para os grupo
to
qu e
r
mercado res t
e ano s . Ou
s
r . po rt u g u es es passai. am pa v1nhas
.

sal e se eslend� P�� sec u um


i
pr iv ilég io excepci onal . que o EsLa
do e o1·1\, at s ra a propriedade
dos impor
.
gl es es , po r ca us a do tratado de
ólio para produzir localm ente 0 tado re s in
um
.::> .o sao os·
majs de
d monop Methuem N Q
concede sob a
ma e
u e a m eaçam as propriedades rurais,
for
. nça - 0 nova. Isso . natural menle, so dev em -t er ra q
de 1nv e e s
o
·

d
.

resu
um .

a
p re le n so s d el en lores dos mo11opólios
·

vanta gens para a socie dade qu e o


mas os banquei-
1 ta
1 , is ro s e s 1· de sementes,
ocorrer qua ndo 1ª ' º
. egáve .
es 0 de tal privilégio. A patente, qua ndo gro t óx ico s e fe 1 b 1za n tes.
con c a

. a·fiq ue1n a
sa
JUS 1 10
· qu e dá
.

d e mo 11o po
-

d ito tern 0 po der ao T u d o , p o ré 1n , d ec o rr e d e prática mais geral, de


aplicada a u � 11 .
origem
,

L arb íLrio . A ofensiva neo libe ral, que le fa


seu dete � ito
_ i f;rº a d � exte rn a , e qu e 1'.1 a ce .da ':Era Collor", cujo objetivo idiota
ai esse orde - nam ento unil ateral, está
.. . é "in se rir o B ra si l no Pr 1m e1 ro M un do ", como se isso fosse
. s IJovo s
P rocura 1n1po1
seq ue11 c1as e1n no1 11e .
co11 d
sendo .1 eva da a5 t.'tlt i
i nas o l
· - . 1vre JJossíve l po r 1n e� os se rv is o� ca pitulações sucessivas. Ni 11guém
, . do 11atur a 1 .111scr1.to 11a cons c1e11c1a dos .
comerc10, . 0 ito
consegu e ins er ir-s e co 1n dig nid ad e, e1n contexto de onde é
dire
·

qua n
, 1·1os de Es tado, ,
mono po etn
I1 01n ens so mente admit e
repeli do , pe la via d a subjugação. Trata-se de processo de
area
comun1.
s
estratégicas e visand o o ben1
co nq ui sta e de res pe ita bil ida de . Ninguém respeita o tolo ou 0
. covarde . En b·e tan to , a estratégia dos dirigentes brasileiros
querem impor ao Estado
ln te1·esses estra11!1os ao Pais
bras1·1er·ro patentes /1oje ilegais. Devzdo as precar1as c1rcu
.
ftin da me nta-se e m con ces sõe s sem fim, sem nada em troca (ou
. ,
.
,

ns-
.
com trocas par ticu lar es, geralmente ocultas e subalternas) para
Pats e d as emp resas
,

- r·as tecnológicas atuais do nac1on a1s,


tanc . ,,1
z.:s .
agradar o fort e, o q u e sem pre termina em capitulação. O forte
essas patentes irão resultar em excl 1vrdaue para co r:porações _

só resp eita out ro forte e des pre za o fraco. Será que os tecno­
estrangeiras, em áreas vitais aos c1dadaos, como al1mentos e

cratas e os dipl oma tas desc onh ecem esse principio elementar
1nedicamentos, sem que essas correspondam n ecessariamen­
te a uma invenção - como é o caso do patenteamento de
microorganismos; sem e11volver produção local - como é o da relacão entre Estados?
Cede r n a Lei das Pate ntes para agradar os norte-america-

caso de estender-se o privilégio da patente tan1bém a impor­


tações; sen1 aprese 11tar 11ovidade - con10 é o caso do efeito nos procurando fazer o primeiro presidente da nova Organiza­
retroativo no "pipeli11e ':· alé111 de torna1· inviáveis emp resas ção ML111dial d o Comércio não é uma troca razoável, tendo em
vista as i111ensas co11seqüências negativas dessa lei para a
farmacêuticas de ca7Jital 11acio11al; impossibilitar n osso desen­

Nação. A n o meação é temporária, mas as peràas patrimoniais,


volvin1e11to tecnológico, e passar o con trole da ag1·icultu,ra
. .
econômicas, sociais e morais são gigantescas e irrevers1ve1s.
brasileira para un1as JJOucas corpo1·ações t1·a ns na cio na is, via ,

Ademais, com capitL1lações sucessivas em questões cruciais


patentes ele sem e11tes Tudo isto possibilita ai nd a a apro
.
pria­
ção por JJarte daquelas corporações de
patri1n ônio ge11ético. Quanto aos co
n osso riquíssimo
para o futuro d o Brasil, como as já consumadas nas áreas
espacial e nuclear, o respeito externo pelo Brasil deve andar
nsu1nidores, são estes
vitimas do m on opólio que dá às
muito baixo. E m tais circunstâncias, corremos o risco de
corporações total ar bítrio na
definição de preços, i11clusiv
submeter nosso candidato ao papel de mais um títere interna­
e de produtos im p o rtados q u a n do
patenteados n o Pais.
, cional, como tem sido os dois últimos Secretários-Gerais das
E eslranl1íssimo q u e
tais objetivos seja m d ef en d id o s por
altos fu ncio11ários do Nações Unida s. Afinal nosso candidato perdeu internamente
Eslado b ra si le ir o . É o p o rt
exporladores, espe u n o a d v e rt ir aos suas creden ciais c o m imprudente exame de consciência apta­
c ia lm e 11 te aos d o s e :
to r d e c a lç a d o s e d e do por indisc retas
anten as parabólicas. Não serão tambem as

166

16�
be ran i a d o pa íse s, alé m de envo

so lver ques s .
para c o n q u is ta r um l uga na -la s a um p l
. Su bo rdi foro ti o Genera
na
graves
toe eticas
0
1 0 de Seguran ça da . Agreement' em
in h o
n .
c a m
s
m el h o r r ,

do m ina o Jog o pesa do dos grande


_
capitu laçoes
e pre 1
· e l l
.
C o
p e l o po der e pelo res pei t
ON U
1scr1 mi· na do r
d'
na , e, no m1 n1m o, um a temerida
s interesses do
ern ac 1o
no
_

permanen te , .
·

int
qu -
a
isla mer
r si l reú11e tod as
qu
de e uma fonte
con
,

. que se o
ea
d e c o n fl it o s .
n1 Jugai B do
e n te
Este é u.
n
... O
perm
a cl1i na
ocupar essa eslralégica pos i r-....
diga as .

v r :i .. o . .
Que
'
ional. a
º
n '
J , m al
inte rnac
s d1 pl o as
co11d1çoe para' 110 fuluro do m u n d o. Su a I n gên uo s ·
. - a o
·
sei bras1le1ros elogiam a Ro
uina vit ori a d a mu 1ti. 1 ateralidade Preferem
d ada U rugua1.
_ o ao seu P��nsellio
0 e imp ort â nci a
somente irá dar- l l1 e cr ed ib il id ade no Orno
e
f
.
,

devid
do Es tado brasi l e i ro cnL re- b a l m e n le, em oro no qual a presença dos mais f
negociar
lo . ortes e
·

prese � ça nesse
As i:,
(aze- - 1o com ca . da pais isoladamente ou
rf

·dad eir a di m e a
s
va,
osL ura
a ve i nsi
p
su 1
·
d a osLe
ões
.

conce1lo das naç


nsão com blocos
,

l
· ª
,

po d er10 equ 1va en te . O peso de algumas



·

de
·

em
es
a qu
país .
do mu ito ·

. .
es
,

tem
_

ta11to,
1nl ern aci on a 1 cri a um grande desequ il íbrio de int
de naç-oes no
.

cio
futuro.
mé r
papel
co .
histórica e do seu .

rela o a s d � ma is, tor� an do difí


eres
ça
,
em
.
ses . çao . Ad em ais ,
_ _

cil, e às vezes impossível,


,

.
qual qu er ne go � c1 as potências usam mecanism
D O G A T T : INTERVENÇÃO
5 A RODADA uni late ral sobre o comércio externo dos
os
de retali açã o
URUGUAI
RANIA N A C IO N A L . � A P T
A REN E , .
demais
NA SOBE
. A Ç AO D O S pa1ses
QU EZA BR ASILEIR A
A inte rven iên cia do forte em áreas de grandes i nteresses e
FRA
OC RA TAS E DIP LO M AT AS : CA PI TULA ÇA O . "A
_

TECN
EM de amp las poss ibili dad es d e pressão, como é o mercado inter­
COERÇÃO LIBERALIZANTE E A VORAG
nacional, em que os países do Terceiro Mundo não di spõem de
PROTECIONISTA. " ERA REAGAN/THATCHER. O
iiistrumentos d e defesa, é o dia-a-dia do GATI. Nessas condi­
RELATÓRIO BRANDT E A REUNIA O DE VAIL . AS
-

DECLARA ÇÕES DE NOVA DELlll, PUNTA DEL ESTE ções, fica fácil criar meios de i ntervenção na soberania de países
E SAN CARLOS DE B ARILOCHE n1ai s fracos. Estes terminam apoiando os mais fortes, a troco
de migalhas. Os que resistem são derrotados e têm de se
As li n l1 as mestras do Projeto de Lei das Patentes são as
-
contentar com o que sobra das migall1as. Somente quando os
mesmas da recém-concluída Rodada Uruguai do GATT, cujos fracos se reúnem e m foro próprio conseguem resistir às pres­
resultados são muito discutíveis, contestados por amplos seto­ sões. Sonhar c o m mais, especialmente neste mundo aético em
res da comunidade n1undial, após sete longo s anos d e desaoorr­ que vivemos, e m que a dominação está instalada dentro de casa,

dos q ue só não resullaram em fracasso devi do a fortes pressões é fugir à realidade.


dos setores que de11tro de cada país rep res·e11tam as forças dJa
Lemb remos també m que a aparente fraqueza do Brasil -
globalização. Os protestos foram gen era liza dos , pri nci pal mente um contin ente poten cialme nte riquíssimo - é apenas conjuntu­
na Europa. Onde, porém, os danos ser ão ma ior es
, é na qu ele s ral e111 mom ento en1 que as nações hegemômicas estão sendo
pa.ises de grandes patrimô nio s na tu ra is e
co m ec on om ias assola das p o r u m a série d e crises, como a energética, de
dependentes do ponto de vista te cn ol
óg ic o. dese 1nprego, d e maté rias-p rima s estratégicas e a que resulta da
Dec1'd1'd am ente, o GAIT General Ag re em en t on Ta rilfs mul tipo larida de econ ômi ca para a qual não estavam prepara­
and Trade - não e o 1roro 1n ·
-

d 1ca do pa ra qu es to es tã o am pl as e das . Vi\1em o s fase hist óric a com séri os conflitos regionais em
-
·

complexas como das


vias d e exp losã o, que esta bele ce i mIJ)revisível procura por un:a
,

patentes. Estas im pl ic am e m reservas de


ª
mercado em regime de mo no . 1 . .
, po 10, cu1as co ns eq C1ê nc ias vão nova ord em int ern aci on al. To dos sabem que, qualquer que seja
1
mui·to a e1n do co me
i cio 1n Lernac1onal; po de m as si te pa pe l a ev olu çã o de ste ac úm ul o d e crises, o paJ>el estratégico do
cri Lico em setores m r
, , · · .

es L1·ª leg
' ico
. s do m er ca do i11 te rn o, be m coFlilO im e ns o po te nc ial d e riq ue za natural brasileira é crucial. Nessas
'
'

168 ,.
169
a- x
s po ss ibi lid ad e s de ba rg
r io r" no Bra sil. Alguns desses diplomata
. no ssa
ge nt e a. él l i· ura d a N aç à o-con
. 1 au me nLa r
qu e i x a -
-
cond1 çoes , deve r1an
u111 a .
"do E te
m ; '
hOJe
. �P sen-
l1o ra se n 1i o re s d 1 p l o m a l.(l
d iri
La
,
cla ss e
d
s s e
1
d a te nd ên cia mercantilisl .
p
emo s . a �
n u
s
1n am o M i n istér 0 N
1

m
nl1a, se . uves , d o · e 1nserc1on1sta"
os
11a ,
esta rá 10 ·
Je om
os e.
qu e d
s o o s. Não s' r . 1 . a melhor
tinente que as reali dade s? Sucessi va _ . das
1i 1 póte. s
beça e fazer valer noss
de 1 �v
·

'f' . . s , no ss as e m b aix ad as tra ns for m


1
a ca se aram-se em agenc1
'
r
d
ta .
an
:
; 111 a i s d1 1ce 1s qL 1e seJa111 as circun s. N - 1a . ·1a 11 .
isso se 05 111
as de
Ja rce iro s Le cn oc ra la s 11a o sa ben1
v a
1)ras .1
· po r e 1 a

a o d e1 n
I
s ão cabem no'ci . os a1 s n1 . teresses em
açoe
m
c�p1�l neo -

. c; a s
JO f 1 e1ro. s e nao os de mercadores
Se es sa fasse a s i t uaçã o
se us o s
. p
senhor es e s e
m
tanc1as. Ou o tfO , que nenhum
m , - . corn pr o
o tom ar?
1vc 1 co111 a co111pe ·t c 1 1 c1 a t rad i
i nli ss lern com o ai s.

ou q. u e ca , o 1
co1no procede r
ela certamen le
0
Não é p o r ac as o qu e os
na- ser ia coi npa l di pl omatas tiveram pa
ilO m raL i e JJOsla a se rvi ço d
Jmen 1e I·econJ1e
pel predom1-
·

.
. F
C o or. 01 constrangedor ver estampa
a .
·

cid a I La o li
na era
d o. p a i s Jorn a 1s d o mun d o a eufo r1ca celebração
. . .
a
e
v1ltpe11d1
c1ona 11 a nl . . . . d a nos
,
hoje tão
. i
.

Estado-Nação ,
, 11ã o é �
descon hc c1 0 QL te ti e rain � pr n
s
c i
11 ba i
�? d o r . e m �ond;,�s a:olheu em companhi
com
���
Esco l s q ue Je
te cn oc ra La s o e 1
Quanto aos os
1 1 te nc e m . in lr i
n a
or ie nL ad as pe la s � � n­ ex p oe n l e � d o a mb1e ntal 1smo 1ngles a �emarcação
da "nação"
1c?s f_a rma n d o eq ui
suas cabeças
as a pa ís es l1 e ge n1o n ,
pes ian o m a111 1 . M.e �
mo ago ra, e ntre anto, a exceções. Todos espe­
� �
secanienle ligad
l�
bel ec id as fora do P ai s: S ao os P l1D s . ua
Q n­ q ue o M 1 n1s t r o Ce lso Am or1 1n reaJa. a _
l1erança que recebeu
com lideraiiças es rain
no Co ns elh o De lib era tiv o da CA PE S, ti\1en1os op or tu nid ade e lide re mov ime
nto de resgate do Itamarati para a causa
do
vir vár ios co 11s elh eir os lúc ido s e ex pe rie nt es l evan tarem n ac i on a l. Expectativa que seu passado autoriza.
os
de ou
d . P re?c u �a ç õe s com
preocupações com de s ti no s o Paí s 0 No 1nom ento em q u e há uma desordem internacional e as
perigo que representa o fl ux o de n_os �os ma is bril han tes estu­ metró poles colon iais quere m 1nanter a todo custo suas hege­
u
dan tes - finan ciado com rec rsos publ1 cos - para certas escol as monias, quer pela formação d e novos blocos, quer pela domi­
de pensan1ento econômico no exterior, de orient ação defini da na ção econôn1ica implacável sobre os mais fracos, uma nação
para seus próprios interesses. Uma das mais conhecidas é a de continental como o Brasil n ão pode deixar de ter na estrutura
Cl1icago, que tem Milton Fried m a n con10 figura em b l e mática. de seu Estado poderosa entidade que represente e defenda
O saudo so Senador Severo Gomes fazia sobre ela a seguinte nossos interesses e nos i lu mi n e quanto aos caminhos a seguir,
avaliação: "Entre as Escolas de Ch i cago , a que menos matou desde que mantenha sagrados compromissos de lealdade com
ainda foi a de AJ Capone". a Nação. U m g rande número de países espera!Il isso �o Brasil,
Qua nto aos diplomatas, nota-se que , per man ece ndo em 11ão só e1n nosso continente mas tarnE>ém na Africa, Asia e, em
g�ral muito� a nos no e.>.terior, sempre son han do ocu par pos pa rti c u lar , no mundo árabe. O nosso comportamento oficial,
. i­
çoes nas capitais das gra r1des 1netrópoles e vivendo em co n
dições porém, os tem frustrado. Mesmo no Primeiro Mundo, muitos
de extre a reg� i� , termi na m inevitav elm en te es
� qu ec endo-se ficam perple xos co111 a postur a submissa e servil do Brasil,
de que sao bras 1le1 ros e , com o tais, de\1em se
rvir ao Estado do quan do esper avam pelo meno s a defesa dos próprios interesses.
q ua l são fu n cio ná ri os Desde o Im pé rio A c a p i tulação bras ileira na política externa é injustificada,
ina c red i táve l e incompatível com nossa tradição.
tiv em os gr an de s di pl ©­
matas, homens com visão nacional qu e foram
.

no ss os represen-
ta n t e s em pa 1s es es tr an g
,

.�n�e pret ei ro s, c o n s c i e n t e s d e q u e A po siç ão br asi lei ra foi r azo áve l no início da Rodada
·

ava1n nossa realidade à U r ug L1 a i , dep ois degr ingo lou d e man eira lastimável. A p�ssa­
: lu z d e n o ss o s m a is Ie g ít im © s
pe 1 0 B a ra- o d o R 10
1nte1 esses A com eça r
' B ra nc o qu e resolveu gem pe lo Mi nis tér io da s Relações Exteriores de Olavo Setubal '
� ·
de m d0 magi � tra l as n ossa
.
s principais q u e st õ e s d e frontei ras, Abre L1 odr é Fra nci sco Rez ek Celso Lafer e Fernan do Hen ri-
.

qu e Ca rd o so nã o se ria suficiente palia justificar a deter1oraçao


, ,

�1 em e Joa�urm N a b u c o O li v
, -

eira Li1na M ig u e l O s ó r io f talo


.

appa, A rauJo Castro e '


,

Lanlos ou l 1os. E ssa lrad1ção pr ec is a ser do pr oc e ss o. Ne m me sm o o lam entável go\1ern o Collor, em�ora,
'

de 0 I la m a ra l 1� con
resgatad a sob pen a
.

verter-se e1n M in istério neste ca so , se to re s d o Pa lác io do Planalto tenham intervindo


dire l a 1ne nte 11a est ru tur a da outrora Casa de Rio Branco e

170
171
Ler iam enl rad o en1 processo falim entar
mo d1 1 . fic an do su a tra dj cio na l d i retriz p oütic
a· rne n , te ' caso fosse .
e r. to d o M 1. n 1· sté r i o d
rn ent se tral and o de naçõe s. isso
prog res� 1va pe 1 o fa el em
·

er av a -se qu e, as o ss1v .
0 am b re nle 110 Ql tal essa n1udança veio 0corre
, s� . _ p
Na reali dade � s nipor com as Foi ças A1 madas o esteio
R elações Extei: 01 l
o-Naç ao,
� �� l a r a t i resistisse ao d.esm ont e do. Estad
o R o d ada Urug uai . d o GA �
_ �
TI r íl e e essa realidade -
n do - e a
está descrito

x
do Estad
.1 ·end o e n t re t a nt o, prec isam ente o i nverso l �
en e te �e d e m es t1 a ? e Carmen
eiro. Ven1 ��º' '
'
na e c e Sariano Pu ig, defen-
99 1 sob o títu\ o
brasil B . em l
i tand. o. . Ui1 1 ver s1 d a d e d e ras 1 l 1a,
p
frent e fa c il 1 na
d .da '

J
vai. na
. _ g10 bª 1 d
. · Coerçao _
.

.
.
.
ru i'bera l1za .
do s pr op ug na do res da do u. n te, \li o1 age rr1 ot .

z or1
ec1on1sta: o carater

es b·a Lég ia
. beral , os 1·nteresses hegen1,on1cos na R od ad a u ru gua i
a

Na v1sao cont rad't . .0


D '
_ s Comerciais
A •

C1clo de Negoc1açoe
p
ita v o
••i n c1 p1os V
b·ina neoli do O Multilatera1s .
s nos p1 .
a 1·u gu a1 . 1z L11g: '
GATT tizado ad
• •
.

GA'f1'-Rod
.

do são sinte
1 aberIu1 a -
rcado dos pa1 ses po r meio da
,

. 111e
ao Lem po em qu e c rescem
máx inia do
. "A id éi a d e u1na n o va ro da da de negociações (a última fora
reduçao de - - ' Las ) ao co m
Ro un d 1 9 73- 79) ga11hara força a partir de
de 1mp ort aça o,
a Tokyo
tar ifas
_

1982
a 0 Larifárias �
-

- ( qu e sao mu i
,

· ·as n ercio· o ano a chamada crise da dívida do


as b arre11 ,
(coi nci de nte m enl e
1
Tercei­
2 fecha111 e11to do ac es so a o s c o �n l e im en to s e ao dese n olvi-
� ro �1u nd o) em
. _
JJle na Ad m1 n1straçao Reagan, que ficaria
indele­
çõe do
.1
Terceiro Mu nd o, po r 1ne1 0 do velm enl e ass oci ada ao res surgi1nento de um discurso liberal à
_

men to par a as 11a s


enrijecimento e exb·apolação
. . .

1 eg 1tím a do sis tem a int erna-


,

outran ce.
na l de pat e nt es , qu e res erv a seu s me rca do s em r egime
cio Cur iosame nle , a fase que se pretendia final neste exercício
de monopólio, por vinte anos, JJara seto res ess enc ia is à 11ego ciador (sauda do pela impren sa i11ternaciona\ como the
terceira revolução industrial;
111ost comp lex and ambitious programme of negotiations ever
3 _ extensão do privilégio de patentes para não-inve nções. u11dertaken by GATT) iria coincidir com o último conflito
Por mais de u n1 século o sistema existiu e perdurou (armado) 110 Golfo Pérsico . Esta irônica coincidência abre uma
permitindo a concessão de pate11tes exclusiva1nente a in­ digressão no se11 tido d e observar que as argumentações predo­
venções novas; minantemente jurídicas com que se tem procurado legitimar a
4 - controle monopólico mundial por pequeno grupo de atuação dos principais países da OECD no conflito, liderados
corporações tra11snacio11ais sobre amplo s setore s da agri­ pelos EUA, mentor oficial d a Rodada, 11ão conseguem ocultar
cultura, insumos farmacêuticos e medi came ntos, além de totalmente as motivações d e uma política de poder da qual a
tudo o que resullar da biote cnolo gia; estratégia e nergética é u m a das manifestações . Não seria esta
5 - tra11sferê11cia, 11a prática, de riquíssimo pat1·imônio gené­ política de poder precisamente o reverso da medalha 'liberal'?
tico de nações con1 vastas regiões tropicais e su btropicail5 Em outras palavras: não será o espírito desta política também
para um pequeno número de Corporações Tr an sn ac o nutriente da coerção liberalizante que se procura exercer urbi
ion ais ;
6 aun1e11/o em 61 bil/1ões de dólares an uais da et orbi?"
s transferên­
-

cias lfqi1i�as de recursos fi11 an ceir De fato, a afirm ação d e Arthu r Schlesinger, ex-Ministro de
os dos pa íses pobres
para os ricos.
Energia dos EUA, n a Conferência Mundial de Energia de 1991,
"que m dom inar o Orie nte Méd io terá resolvido o problema
Essa estralégia dos país energético n1undial11, suscita legítimas apreensões quanto ao
m dan ça q u e se estabe
es ri co s re su lt o u d e profunda
� leceu a partir d e 19 8 2 , q u a
n d o a lg u n s
fulur o das regiões tropica is, especialmente as do trópico úmi 01 �
. '.
pa1ses do Tercei ro Mu , . as Ltnic as que, p o r meio d a biom assa, podem dar soluçoes
res1s L 11
n d o, en tre e 1 es o M ex 1c o e o B ra si l não '
am a carga cl e seL1s .
,

serviços ela cl 1v id a e x te rn e p ra ti ,
alter nativa s perm anent es aos deriva dos do petróle o.
a ca-

172
17 3
os ra i. n te s a a ti v id a d e d e diplomacia parlame .
ea to
n
uram .
. . . "Pro c 1 . mo as
com por neste trabalho, . nta r em
ain d a �u ig em 5 3 5
. e a d e s
Diz
d r 10 e n v o l
a de como, cl1egado s os an
d o v 1m e ntista, acabaria
resen11
' l
,

s
u111 a e
1 pro
rn
os
. icas,
reduZin . do
bás
.
1�s
hn . 1,,
" d o
suas
o ia g o N
volvirnenlo vo 1 tad o JJara o Sul ser
o rt
e� p _
c
e
o m e- S ul11 ou ainda
desen r s s ões . uma s1mp
d
80, a reto r1ca
.
- o de i ncômodas
. ·l es

a
cen
- c1as
ia a c o 11 d iç a
d o cen tro d o po de r m . ç No i-te-Su
,

gu ag e m ela
.
lin 0
� da ''r An
r e
e an ida
m
un
. in is
defi nitivament . , . ,, fr
d e ex or ci za r
Norte/S ul. naquele momento , configu.
tava ular o debate ·
que
Lr
� 1.�
a
ão
.
1
se e
aç re duz1r os
dial. Estan do
"

ge 11eral iz ad o do S ul com o siste ni a l e 11



� qu es oe s
_ te cn1cas , ·agmen das
?
P d· t
r o as
ento 1 � e su ordinadas
rada p� lo ei
b

finance iro P 1 1
� �· ,��0ª�: Norte, artífi c e que fora d a reciclagem do
s a 1• ª, · m
r
es
io é
fin a n ce iro s - n o in arco de orga111sm
fa ci l1n en te co n tr ol ado pelas principais
os CUJO proces
so
no va s palavr as de ordem espell1ariam esla si tua. o
p b.0d?, 1 res
de c1s . potências
p a ss o u a se r ev1 dentemente uma forma
� �nte foi 0 "ajuste'' , ao qual se .proc urou associ a r a eco n o m ic a s
m
de eludir

çao. In1c:_1al
� .
t co pre sen te nos temas i· ga
0 [o
_

r 1 de auste ridad e . Post er1or 1nen te o proj eto l SLtb stra to � o l'ti �
con� taçao m� �
r e � os ao desen-
. on .
ar to do se u spec ro id eo l óg ic o : " liv re comér- l V 1 de so ci ed a de s na ci ai s. Esta tendenc1a redu
ia ,, " fi vo en
neohbe ral esp1
e · m to
· · ·
ª1 t cionis-
i ti \1 1 dad e , e 1c1e nc1a glo-
.
,, gul am enl açã o''. ta Lern
est ad o

1gu a l �
me n t p�ese n te no 1nter1 r das . ,
c. o "de sre " com pet . �. proprias
· � ·

,
J 1 ,, ' etc., u ma série de conc eitos um ta11 lo neb ulos o s, erigi dos 1 e nac ion ais per 1fer1cas. A mesma log1ca preside as
ba soc
, . .
. dad e s
. -0 de artigos de fe, que te1n pau t ad o nu1ne rosas Negociaçõe s Comerc1a1s
. M ult1l atera1s.
a. con diça .
"

_

.
adn1m·1sb·ações nacioi1aJs ao sul do
E qua d 01 . Essas ad m1rus tra-
Após leva ntar u m a séri e de marcos de referência que
_ so, pe 1 a 1. d 1
.

-
çoes vêm sendo iníluen ciadas . mas

·

nao
i
eo og1a,
, . . p .e arara m o clima para a "Era Reagan/Thatcher" , ainda viva
também pelas diretriz es prograrnat1cas e oper�c1011a1 s dos
.

üê 11c ias , co nta nd o agora com a possibilidade de


e n ua s co ns eq
organismos de Bretton Woods Banco M t1 nd 1 � r va s estrutu ras pern1a11entes como a da projetada Organiza­
no , .
e Fundo
Monetário Internacional - que passaram a ser virtualmente, ção f\1ui1dial d e Comercio, e armen s . p u1g
-

. acrescen :
ta
para 0 Terceiro Mu11do devedo r, únicas fontes d e créditos
"Co11v ém le1nbrar que a procura, a partir dos anos 70, de
externos. Eles são no n1omento instru1nentos i1n porta11tes para
l1111a nova orde1n, ou seja, o r econheci mento das limitações da
a "ação concertada do Norte em relação ao Sul" e sua atuação
ordem vigente, tem sido comum naturalmente com perspec­
deverá ser reforçada e complementada pelo "novo " GATI que
-

ti\1as opostas - aos dois grupos de países, ricos � ditos em


deverá emergir da Rodada Uruguai. De fato , a atu açã o desses
dois organis1nos vem evoluindo com rel açã o à ma ior parte
dese nvo l vi m e 11 to . Estes últimos, nos foros das Naçoes Unidas,
_

mu nd o no sentido de um ve rda de iro po de r su pr an ac ion


d0 onde eram maioria o rga11 i z ad a, procuravam reforçar su �s so­
al. Essa .
forma de qu as e tutela foi en un cia da po r oc as ião da beranias buscando uma ação concertada que lhes permitisse
cú pu la do
G- 7 (G ru po do s 7), re L1nida en1 Veneza, em
1 98 6.
negociar em posição de força com os grandes conglomerados
trans n ac io n a i s. Aqueles, s o bre tud o os EUA, que favoreceram a
A característica qL 1e singulariza a Oita
va R od ad a do GATI
é sua aparição em momento nitidam lógica da expansão transnacional e reforçaram a divisã� do
e11te não-desen volvim en­
tista. É po r outro la do , e ta Terceiro Mundo e dos blocos geográficos que o compoem,
lvez p o r is so m es m o , in teressante
n?tar a pa rtici1Jaçào nessa procur ara m levar a discussão para se us" foros, ou seja, aqueles "
Rodada d e g ra n d e 11 ú m e ro d e país
ditos em desenvolvime11 es sob seu contro le . Essa tendência culmin aria com a Rodada
to, o maior em toda s u a h is
A v in cu la ç ã o de uma
tó r ia . Uruguai, ins ta lad a em 1986.
rodada d o GATI a um país d Te
o rceiro ·
�undo - �U rug uai - q u e b ra Documento importante que levantou de mane1r� ampla as
etva ?a de s1mbolo . 11do a s s im a tra d ição , p are oe
que slõ es e con flito s late nte s entre o Norte e o Sul foi 0 famoso
g1a. O esva z ia m e
pa�tir do final d
n t o progressivo - notório a
. os anos 70 Relató rio B r andt , que tinha o sugestivo título North-Soul:
agencias espec
d o s fo ro s in t e r n a c io
n a is o u d a s Prog ramm e for Survival (Th e Repor! of the Independerzt
açoes U n 1d a s nas q u a is se ver1f. ü�
-

ializadas das N · .
-
Co111 m ission on In ternational Development lssues under the

174
175
·
. �f �1l t Brand� parlicu l ar
Esse do cumento ap re a li d a d e , as propostas do Relaló
1
198 0). e s . N a rio nesse
y0 um divisor de águas entre a retóri ca �e.,
are st . -
·m
d e
Chairrn ansh rp
Pw�, �c
ado", a p rese n tan d o-se :
01·0 c1·d e c
m om a g u m a s d
e
a s

p o s 1c o
• es mais du
ras defen dt'd
ilo
as no
como afir�a b
C D e q u e s o
� O n o
-

arn
"merc da E c erne, como
a do . esclarece Puig
. h/ened self-inte rest ao defender o desenv
mento corn
1l!J
env lv
o1_
o . Rod ada Uru guai, por exemplo:
en d o 'd
·'des � ea r-io da '

.11
A c o rdos 1 /ergove r n a m e n tats que n a prática
manJJ.,estaçao do
,

, .
viriam
ne s t.a
.

S� consid erar a rruser1a. parte do mu


vimenlo do
1 por
mundi al e à segurança do Norte. ldentifi
nct

_

rn
tra n sfo 1a r �co n ifos ?ofen ci�is exis tentes
en tre corpo­
raçõ es tr a n s n a c Lo n a Ls e 7Jaises a n fi triões, ditos
tima ame�� ª P c
d �
es istóiic as do Norte e do SL1l no subdesenv
. 1 olv'I. em
im en to, em
d a
dese nvo lv co11flitos ent re go ve rn
responsab1h
l'd as pa.ra os d 01s ad os e n
me�t0 deste u,10. tre as os;
mo e propõe me d
- '

adminis tração das relaçoes monetá rias int �


M e ca ni sm os i nternacio n i s 11privados.. , como a Confe rên
,

mud anç as na er-


quais . A .. 'dências ao longo d es t.a u' ltim .

a deca ' d a confi
·

.
_

·s recomendações d o R eI ator10
eVI rmam ci a M un d ial d e Energia, por exemplo, para resolver
rand L não for m
­

ais
:
naoon
' · B
co n lrov érsi as en tre Corporações e países do Terceiro
· 1 o q ue
.
fi
ue as .
pr1n c 1pai . a
q ci al , prec1samen t e naqu1
absotv1'das P elo mundo o tinham
. M un do ;
c0 11 su \ tas inte rna cion ais sobre políticas nacionais que
u v um esforço de enten di mento e coope
de mai s pos ·
1 i-n,0 para raça-0
ena·e os dois mundos.
_

afete m os inv est ime nto s eslrangeiros e as atividades de


Entretanto, mesmo o tom h u ma ni s ta " responsá�el desse " : Corpo rações Transnacionais . Evidentemente, essa pro­
posta tend eria a i mp o r p ressões i�tern a�ionais sobre
r:i�

Relatório já continha em suas fo r l aço es centrais claros


.

prenúncios da pressão l i ber I q ue 1r1a e l d 1 r na Era Rea­ ��
gan/fhatcher. De fato, na essenc1a, o R el a to r10 pr� pu n h a uma
.

temas relaci onado s con1 a soberania nacional quando


"parceria keynesiana" enb·e o N rte e o S�l, ª part ir de m aci ça
essa fosse exercida por meio de políticas internas que,
� por alguma razão, conílitassem com os interesses d essas
transferê ncia de recursos financei ros do pr1me1r . o
para o ú l ti mo
no entendimento de ser este uma fr on t e i ra expa 11dível da
, C or po ra ço es .
-

economia capitalista do Norte. Os parc eiro s seria m o s paíse


s,
mas os executores e prin cip ajs beneficiários da ope ração ser Destaca ainda Puig em seu trabalho as conclusões da
i am
principalmente Corporações Transnacio na is lig ad as famosa reuni ão d e Vail, Colorado, EUA, em agosto de 1983,
mente ao Norle. Re co 11h ec en do ha ve r sérias ten sõ es
na tu ral ­

com a IJrese11ça de Henry l{i �sing�r, Alan ree�span erald ? , 9


Ford, I-Ielm ut Schm idt, Valery Giscard Estai.ng, alem de �
entre essas
corporações e o Terceiro M un do , recomendava
outras figur as d o mun do oficial dos pa1ses r1cos q�ando
a existência de
mecanismos in te rn ac io na is pa ra a s o lu ç ,
ão de controvérsias. .
Em análise críli ca ao Relatório B ra l{issinger era Secr etári o d e Estado dos EUA. O ob1etivo da
ndt, C on st an ti n Vai ts 0s,
em 1 983, expressa ce tí ci sn10, q
u e fo i p le n a m en te confirmad
reu11ião era defi nir a estratégia dos credores , m e � el aç _
ao ao �
o
pelos fa tos, fJrecisa m en te q
u a n to aos d o is p o n to s capit devedores do Ter ceir o Mun do, imp ortantes pai se s 1bero-amer1-
ais do -
programa proposto: o fl
uxo financeiro n o s e n ti d o N o rte-S u l e canos e m especi al. A estrate g1a esta b el eci·d a na � era ap enas
, ·

o papel central das


. - 0 das dívidas exte rnas
· d e suas em presas
econon11ca ' e mbora centra d a na conversa
_

corporações transnacionais. O prim


ponto :o n trastava eiro dos paíse s deved ores e m contr oles ac1on · ar1os
c o m a clara opção d
de eco nom ia mis ta estr até gic as, tema sobre o qual Marg�r� th
,

contraçao e c o n ô m ic
o s p a ís e s ricos pela
d o publ'1camente: As dec1 so es
a n as políticas in te
d e es e r�r q u e e r n a s . A s s im , não seria .
? n c o n tr a s s e ressonâ Thatche r já l1avia se pronuncia
ncia u m esforço keynesiam,o
m
� cl � reçao a o S u l. Q uan to dessa reunião, d e fato, pre nunc1am · t�d ª um a série de me d'1das
_ ame nte imp lantadas no s d iversos
a o papel d a s C o r p o r a
1dent1fica con1 ela ç õ e s Vaitsos '
que vêm sen do pro gre ssiv
reza que a rela - , .
dependentes çao d e la s c o m o s paises ,

1gu a 1 mente a
somente tenderia países ibero-americanos. Sua estrategia · segu e
a a m p li a r a v u ln e r a b i lidade . M undo com o
inte nção d e con side rar os países do Terceiro

176
177
No �e . A perspe��va, con no qua l a �al:nle passa a ter a
. -
Relaton o B . ro S ão eles os principais países do T rce
do cO. c
lél1
talis m tu uli notaçao de
fronteiras do capi
?
ran d �
do e . acê
ó li

P :
ana con tida n o
o , c o m o é o c a so d o Can adá seriam
ro Mundo e

o
s
nes1 _ 1
nest e caso P m e ir
key
ri
.

não
relaç ão o i on P o
somen
oposta à recu sos, também ,
os casos da 1 ta\ia, S uíça ou J apa
r
h

_o
inoso de . 111
ner g ti cos e 0 el s.
do
atra
volu
rn
. a a s
nuxo 11s
d
consagra . te L1
or de
. alg
.
,

as-pr1 �as, e
,

e
.
,

ma er1
sent ido do Sul para 0 Nort
de r déc
aL.1n g1 do s. esses paises organizaram a Con
financei ros, roas S
e
a
do -s
Lt
n
r aç � A
d
Sen tiii ·
,

o
p
hum ano.
re o Reg1· me de Patentes p roposto
fe
seu pote ncial
a c1o na l o b
Intern
me t o de a
·

é ampl iar es_se nu.:_o �º1: . pro i õ S


ausp1c , 1os
na
. os
estratégia
ua i, so b 'r"o Lat·ino- ,.. _
. e · a
Uru g ruuen. ·
1on1 o s natu rai s e e co m ,
re n c1 . da Assoc i ars
pa1s pal1 1n nõ zco
-
pr1n c1
rama de privatizações os te .
dos
F uti�as
les s ( kLIFAR), da
armace
ro
cont
m as Ro d a da .
dús trias ..
In - das
s. Prog
can a
idad o O Associaçao
dos países endiv - eo n s b t uc 1ona 1 , especi a lm e nte .. ; cas d a 1 n d'1a /\ IDMA), da Assoc·iaça
· · '
a d e ru. eu u
·
c
d e
r i s F ar ma .
I 11 dú
R ev 1s ao
ó
económicos da - o de
·

p d as co m u n i· caçoes - icas, d ea nada (CDMA)


: a
1aceut
-

s t
esta ta is do e t r le o e
as Farn �
Ind ú stri
bada dos monopólios e do Grupo
'

en eg o ia a
·
da India para estl1 dar a Lei de Patenl.
,0
a iv1d a
'
Traba l\10 ..e
. s
de
co m o 1 1 r
l
o m o d o c d
N acion .
a Lei das Pate nt es , d' .
. ao da m oe d a Rea l,
co m o form - f01 rea i·iza d a na cidade de Nova De\hi,
- a
. a erenc1a
·1 . e a cr 1aç .
externa bras1 eira
ta. tas outras m ed id as, en caixam
A Con f
n
-se (NWG PL).
de sete11 1bro de 1993, tendo 175 participantes entre
ele 2 a 4
mab·e ira de do lar iza çã o, e
mico s, l íd e r� s políticos, indu striais ele., de países
ia.
rigorosamente nessa estratég acad ê
Pui g e m sua tese, "a estratégia d eIX j urista s ,
S. tes c o m o Ar ge nt ina e Ba ngladesh, Itália e Venezuela,
tão distai;
Como diz Carmen . a
entrever o prolongamento do per íod o dito de ajuste co m t etc.
Brasil e Indi a
seu corolário de con seqü ênci as pol íticas, eco 11ôm i cas e soc1a1s ' ?�0
11t es de lib era ram sobre o impacto negativo que
os pa rti cip a
1çoes até o ponto e 111 que
·1rnen to das 1nst1tu · ·
pr op os to na versão final da Ata da Rodada
·
pa te nl es ,
e o en fraquec .
-

se
0 re gi m de
houver consolidado um grau de controle considerad0 n t eres
·
a po pu lação, a indústria, a ciência e a
e
� ca us ar ia so br e
u n i d ades nacionais em q ue ainda UrugLtai,
se e, po r un ar um ida de , adotaram a seguinte
sante sobre as diversas
ial
-

tec11 olo gia mu nd


.
. ·d e o co n ti nen te ibero-americano" Por co n t l
d 1v1 · o e t a n t o se
·

po de entenc1 er a apropr1açao mate ria l e 0 con t r l d ire . · to de


N O V A D E LHI:
r

DECL A R A Ç Ã O D E
des econômicas, como das políticas públ icas sses pa .
. _

unida.
e dos mecanismos de formação da opi niã o púb lica ou
�: ises 1 REAFJRJV! AN D O QL Le ca da Es ta do tem o di re ito soberano
bem
, como
em a ec on ôm ico
-

se u si st
e in al ie ná ve l de escolher
mostra a realidade dos fatos tud o Ju . n to E, es cla
recedo ra si st em a le ga l, so ci al , cu ltu ra l e político, de
co1110 se u
quanto às intenções e aos me io do s p i_ m o to re � .
s d a re u n i ão de m o de se jo de m oc rá tic o de se u po vo;
� acordo co
Vai! a frase tornada pública qu e co ns id
eramos s1n , te s e : ,,We
have to use t/1e austerity a11d th � s�czal .
chaos to c1·ack th e 2
pa te nt e ga ra nt ida pe lo
� RECORDANDO q tLe o di re it o da
social instifL1tio11s of t/1e cou n t .
e i n ge t/1 e laws. ,, Eviden­
um d ireito
-

1y, p ri vilé g io e nã o
temente, a Revisão co n sti tu Estado é p o r n a tu re z a u m
c1.011a I ra s1 le 1r

a e n c o n tra-se nesse
.
contexto. privado ab sol uto e qu e:
le is d e p a te n te s n a c io na is cada
2 .1 - Na fo rm ulação da s
A s pressões q u e se es .
tabel ec e am para im
: p or n o â m b ito da p a ís deve co n ti n u a r exerc e n d o se u in e q u iv o uo direito
GAIT reg s te
Rodada U r u g u a i d o
na ci on ai s so br e proprie­
�� � :
e
I bli c a e a n u trição ,
s o b e ra n o d e p ro te g e r a sa ú d e pú
dade intelec tu al vi s
avam atin g11 p r1 n c1 p al m en te e m se to re s d e impor­
que dispunha n1
de L1n1 ce i· to gra u
a q u el es países de p r o m o v e r o in te resse público
· d us tr·1a l1z
· o-econômi-
Embora com d1f d e in - prop só ci
erentes 1,ve . s d
. aç ao , ria tâ n c ia v it a l p a ra o s e u dese n v o lv im e n to
pa1 ses dem on s ram c
,
b·a ;dep end ênc ia e xte r n a , esses
o p e te n c 1a e d
� : co e tecnológico;
ir
n efício de s
volver-se en1 be e s e jo d e e v o lu ir e desen- para discut
eus povo s ' e sp ec .1a 1
priado
2.2 O GA IT não é o foro apro
m en te n o campo
-

propried ade
o m os direitos de
p ro b le s
1na rela c io n a d os c

178
179
te eliminadas as disposições
5er
Prte
l1nen
rLto
ganização flfu11dia! de Pro 101a
intelectual e sim a Or . da
.
que estabele
O rece
m e dos pe d 1·dos de pate çam
/11Pf o u l1t !JPO),· b i ntes imediata
0 e n t1·a
de Jnte/ectua l (0 mente a os-
dada Urugu �
·
· d
at· A
da en 1 vig or o Acordo da Ro

retroalt V
a
as /Jroposla�r; co ntidas 110 ra
. 'd
L d e o u " .
p1pe z 1ne
· " deue ser rejeitada;
u i
3 _ SÃO /NACEITÁ l'E/S
Ata. re/ati11a ao r cgi1ne de pr1 /e1 1 te 'i /Jo rq
nao
��
7 0 � 36 A s disposições so bre retaliações cruzad
as entre
e
da
e11/r o
final
refleten1 uni bala f be11 csta 1• /
_

da Ata, con-
,
.. ·

Júb/i
con10 proposta no rascun/1 0 final
11 o correio 1- setores,
e
- A lem
,
·n a do GA TT e
se'fllte� tra ria a d 1sc17J
. . z1 deve ser re.}'eitada.
disto, qua I qu
0 privado. Em 11ar/1c11/ar deL1ern �'ier 1·e 'ipeita do,r; os
. er açao unt zateral de retaliação d
'
eue ser
. 111. ·
tes pri11cípios:
3.1 - Os go11er11os de11em rejeitar propostas que .
x
'
p lic ita m e n le pro 1 b1'da.
e
t mpo.
o
11han1 t1n1 regi111e de 11a/e11/es 111011 pólico ·
3.2 - A proteção do objeto pate11tcado deve pe r
'

ina11 ec
Em março de 1992,
a Associação Latino American
er
- d
lr Farmac uticas (AL!FAR)_ reuniu-se em Puni d
� :�
con10 111n direito soberano dos Estados, a
os . se �: 1,1 dús ias
ars a se g uz nt e DECLARAÇA O :
ac0' 0 c
deue permitir legislar as p1·óp1·ias leis de Este e tir OLI.
oin
P roposta d
seus imperaliL1os de desenuolviinen to A
Le van do-se e m co n side ração:
·
de vl'dª ªíeu
estender as patentes a qualqi1er for ma e
rejeitada,- e se1·
A intensa e crescente pressão externa à qual se vêem
3.3 - A importação de p1·odutos
paten tea,.,
_

_ subm e tidos 11ossos países visando impo r sistemas de


e
ev_
uos 11ao d
ção da Paten te
.,, au
ser co11sruer ,,a como "E.:cplora
patenteame1 1to m o n o pólico para produtos farmacêuticos;
que oi1torgo u a pate11te o dir ·
.
,, no Pars
· eL lo de 11npo 1·tar 11 a-o de - A flagrante con tradição desses sistemas com uma economia
ito exc'tllS!VO ,.,
uO fffular
ser reconhecido como di1·e ve
. aberta, co m pe titiva e livre à qual aderimos;
pate11 /e, somente a prod da
z
L1ção lo cal deve se1·
como ex:p/oração A "ex
.
, - " assim defiz11 .
c o11s derada - A ameaça sobre a saúde de nossa população pelos aumentos
· Pto1·a çao
ser uma parte integr . tda deve de preços que p roduzirá a eventual instrumentação des­
al do novo regzm
J.4 - O estabele ses sistemas que só beneficiam a i1.m pequeno número de
. e globa!'·
cime11to de "l ·c �
outras formas de � 11ças de Di1·eito " e corpora çõ es transn acionais que crescer;am ao amparo
licenças auto matzc
as o u comp ulsóri
- para asse
deve ser incluído desses regimes de privilégios;
.

as
gurar
como um 1nstrume
i,a11/o o dese11v nto
olvimento da P - Que, ainda não tendo termi11ada a Rodada Uruguai (março
logia de fabric
aça-o ,.J
roduçao local e
a tecn o-
de pro cessos p
ue p1·0dutos e de 92), essa pressão significa um claro desprezo pelas
teados, como aten-
para posst'bt'l ·�ª
t ', a come1·ciali normas inte rna cio n a is;

- Que ao mes n 1 0 te1npo realizam-se negociações bilaterais sob


produtos pate zação de
nteados a�
roya!�y paia
cálculo do meno1· p1·eço
"
possível O
" '
empresas o ltso de pate intensa p1·essão, com benefícios duvidosos para nossos
nacionais ntes para
, para fi s de co1n
� e rcia/ização
deve ser base povos;
o m azs baix
aclo no preç ,

35 - As dtsp
(T. . o·
,
- Que essas pressões conti11i1am em países que sancionaram
st1o.1·z.as da
osições tra11 ·
ema de Pro
pried d ;
incluir q
:�
� ; ��
1
� lec ua! da
p1·oposta TR!PS rece11ten1ente /e;s de patentes, o que põe de maniiesto o
desco 11 h ec;n 1 ento dos mecanismos institucionais sobera-
a
não deve Rodada Ur uguai)
t1go que

exclusivo 11os vigentes e m cada u m de nossos paises;
de co1nerci ga1·a 11ta "direito
al açã
· Da mesma for1na devem - Qiie elas não
somen te estão sendo exercidas em matéria de
leg;s/ação de pa te ntes, ma s também em outros aspectos

180

181
c ia ç ão Latino-Americana de / ndu'strias · D
ss o 1•a rmacêu
à rga co m a De claração de São e ar1
A
as 11ormas para ap,·ov
A
·

os c om ca
º!ta os de
ft cos v
io na d a r Pro
de 19 94:
c
como os rela
Iie 1
. .
� s o n1es1110 o b'}elrvo de nion XVAssem ble1a · · Geral em maio
sariJOC
sua
dutos, persegL
1in d a m bo
: . 1a
ú s l rt.a fa1 .1naceut1ca 11 ac 1 onal do Brasil' eozom - bl.
·

opo
- . .
.
merca d os,
e uatem a la, Mex1co, Paragu ay, Pe ru., R -
lizar os ,,,
·11• d . a,
A
C/11·t
dor,
ca n a, Urugua1, l l ienez uela e Argentina ,.
alva
FAR vê-se na ob rigação de volta
El S . e
ra
e,
pll'bf ·ca
isso , a A l f oi n in i ' eunt
Por tudo D
.
., 1t. 1m ct'd
. . -o p u'bl1c . a, os gover11 os e os legisl 1
._

-
de São Carlos de Bariloche, declara.·
a /Jressao exter n a q u e /Joc/e ea u r
an te a op 11 11a ado de
den ui?ciar a
sa
10 _
-
da 1
·

.
1ste n c1a e
. ssa popu 1açao, sobJ·etu
e 11 g
e
1 _ sua
res. essa intens a con de naçao a pressão exercida pelo
_
. _

� � uu·,J e 1e
t
,J no ,
· do ª
res
atendendo a um grupo de laborato· 1.·lOS

ep ara ve 1s
• •

irr �
governo
danos .11do EUA,
ate n.
dos
. ·1os h umanos e 1.ec1a
aq u1 s1t 1vo , co 11strtu1 u111 ve1 dadeiro . .
1 ma:
de baixo po de r transnaczo nais agrupados na denominada
êutic os
sociaçã o de l ndústrias Farmacêuticas dos Estados
/ado contra os d1re1 farmac
1ação das instituições sobeia1 . 1as
- Que se respeite. a livre alL
P/11A _ As

de nossos patses, de modo a que fJOssam alca n çar Jnelho-


os da A n1érica. Esta pressão que parece não ter limites
Unid
_ ._ ;
ao se manif e sta co m similar intensidade e características
res soluçoes pa ra a re g1 e que
tod o s os paí ses da região não tem qitalquer sustentação
- Aos parlamentares qi1e deven1 ap1·ecia1· a lei de paten tes, ein
que nos concedam um pe1·fodo de t1·a nsição mr11 .mo de legal, JJrincipalm ente levando em consideração os acordos
� rec e n te m e n te n o GA IT;
sos
firmado s
E
dez anos con10 rece11/en1ente foi gara11tido a d1ver
r 1u ,J
2
patses ,J
uesenvo1v ·,Jos ua uropa e se sa11cion e iima . obt er est a con q u ista po r meio da destruição
nd em

. · fez Prete
que, reco11 hece11 do o d1re1to das en1presas inovad me rcados e da competitiv idade, incitan­
_

oras, da lib erd ad e do s


1nanten/1a a co111petição e a liberdade econo-m rca rec
.
isla çõe s qu e llze s oit torg uem privilégios monopóli­
. ha- do leg
çan do qualqL1er clausula que i1np/iqu e 11a 1710n opol · _
tzaçao Isto , pri nci pal me nte , po r meio da pro moção de leis
cos.
do mercado,· ma s também pelo fomento de
A nossos governos que rechacem a p1·essa-o ex
de pa ten tes m o no pó lic as
­
,J raçao nos
· te rna e t'eve m regula me ntaçõ es qu e tendem impedir o acesso ao merca
-

em cons1ue sas legítim as posiçõ 7


_

o pretexto de disposi­
��:
úst rias na cio na is, sob
·

ue se ind
t:1
es d�m �m conjunto políticas de desen v
olv
do pel as
ora de toda
n o p ra ções sa n itárias e de co mércio internacional, f
icie77 te de beneficrar
a rndustr1a nacional como for1na ef/ . �
a saúde da população; a lógica;

onsidera ç -o as 1.e açoe 3- ta pa ra a de str uiç ão da indústria


- Q�e deven1 levar-se em c
� �
- s para
a
Es sa pr ete ns ão qu e ap on
11 acio n al, se vitoriosa, provocará dramáticos au me nto
s de
ecn ológi­
zmp!eme11tação de normas i·a io
c na1s de regrst1- sa nitár
uindo para o desen volvr
de produtos, contrib � io di ca n1e nto s, o en f ra qu ec in1 en to t
pr eç os do s nie
setor indltslria! nacio na m e n to do rci o ex ter ior e das
l se1n qu e se crtem 1
co, iLn im po rta nt e dé fic it do co mé
fin a n ças p úblicas e u m dano irreversível à es u
. . . · t1·avas arlifi-
c1a1s a liberdade eco - . tr tu ra
i101ntca e a. competição ·
.
- Que ún ica
n ao- devem adota r-se
medidas qu e p r1vz !e z.
. ' indust1·ial dos n ossos pa íses. Tudo isso com a
_
laçao sobre a produ - g em a i111por- fJs mono­
· .
ça0 11ac1ona l, q ue1. fin alida de de co n t1·i bu i1· co m os fab ulo so s ga nh
o im · po rtador seja
uma empresa priv . r. or aç õe s tra ns na cion ai s, que
acla ou 0 prop zo go vern o · pólicos de u m gr up o de co rp
- Que deve i
o rtalece r s
r.
rios
- e a lr'berdade
' te111 sido de n u n ciado pu blica me nte, em seus próp
unicamente por . dos p1·eços, já que de au m en tar os
ân sia
me � pa íses de or·igem, p or su a il im ita da
::
da ompetição
econ ômica e da liberdade
-se u1n acesso ótimo
as;
de
po rá a e ra1
gi1 próp rios lucros p or m ei o de práticas não competitiv
popL1fação
4
mane11te ela e per-
aos ined1.ca1ne11
tos. os av an ço s em alguns
- a
Ess p ressão te m obtido sé ri
ft/é xico e G ru p o A n di-
p a íses. Casos c o m o os do Chile,

182
183
ilégio s estrangeiros, em mais de um se. 1
v � · · en
v:c1 us 1.
pri v
N esse per1 0 d o pagamos preço inom·inave1 po
. ,. .,, t e cu o
z
das pretendidas beneu
açao·
ad e
c
fal sid
t1
m a -
no, demonstra ol�
paten tes monopo 1ca de aP
en r
,

-
t. siste.ma em cond1çoes de extr ema desvanta-
,

· s que se
c1·as do rm o . 1
d e
. _

a
,.,e pt'an1ias tn
.

• dus r1a1s far


sis tem . ten ta ao
pe r
. s
e , natureza
as,
c
·

me nto u macêutic t e n 1n1c1a men te a


impor o fecha
.

veu -se colonial de nosso


ços
d e .
e.
de trabal/10, os aumentos de pre 1. Is so , dependência
111er ca do n mai tard e a
·r.
do ge e s
ar-se e u m cre.r;cente défict·
a Perda nôrn ico tecnol ó�ica que
co .
s1. sLelllª ou 0 cres c1men to econom1co
nr e
1 sf e
ão os s1 1a rs _ 1n a 1s evide11tes
eç ar n a 1na

,,.ue com t na nacional· Esta nova


.

. .
rr
� .
i a consu bstanc1 a um novo col0nialisrn o
car
balanç a c o111 e rcr i._ �
. ,
a dos ac
.

L er 1z
n d ên c
. .
p e
forn. 1 . \acável e perve rso que o anterior, posto que reali za
es tr at eg ra de dom111açao do mercado,· a d e de .
mp .
des ta
1
efeitos
5 o caso 1. . 1,.,.,
11 3 3 J S
ã propn a es tru tura pro dutiva
d o in aç
toda .r;u a gra11idade, eviden
.
co n1
1 m
ua do r.
..1
do Eq c1a na
,

. interna do País;
. . o
. 1 . ...1 1 . utos
.

.
1nar da con1pe 1/1vrdade /Jrod �u
.
_

que se pretenue e r111 Peter Senghaas chama de periferização por


que são ho1e co1 erc1a 1 za o rvrem
que
� �� ente no mercado
. S. isso res ult a no
. e
esta situação 11ao for corr.1g1da, se produzirá i1 n1a CYISe de ntro. ,

profu nua • d1a
..1 e 11ne ' ta no srsIe111a de sai1'de desse país. A au to n om
� Lecnolo g1ca enco ntr a nes e modelo severas
.

i
x ta
- es
restr1 çõ
s em centen- as de dec 1so governamen-
6 -As indústrias farn1acêi1ticas nacio11ais reiterom s u
da
� nao se p0de designá-\o como
es e pl i c i
, .
respeito à propriedade i11telectual e aos pi·incíp io
1cas
·
cara cten st
'

. . com tais �
d

;,�
1.ais
mo elo de
d ese nvo l v1m n ·to, mas penas de crescimento
ª
competitividade e da liberdade dos mercados. efet iv o
e nd o em efeitos negativos para a Nação. N o
sentido apóian1 os resultados da Rodada Urugu 1 0 o, re su lta
eco nõrnic
GA TT e e.xortan1 a indústria trans11acional a a'Jius ar-se � tes , ta'i s e f ·
e1t os · ham setldo
v1n
d as pa ten
ade ln ustrial , aprovado
mp o

ca
as norma11 · tema come1·cial internaci
f •vas do srs .

tan to , no
iti gados po is o C dig �
o de Pr op rie �
nao p enmte a concessão de
o na l v1-

, . ,
gen te, como un1co modo de dar legalidade às aço-es,. pelo Congre
ss o Na cio na l em 19 71 _
7 - Fina/1nente, exortamos os governos e os dirigen tes po l' .
en vo lv am a v1d a e a segu rança
zti-
em se to re s qu e
, tais privilégio s
. ,
, co m o sã o o s fa rm ac êu tico e alimentício e o de
cos em seu con1unto a uesemperzha r um papel a t1v do s cidadãos,
,., interess
' o na
r.
p ro duto s qu e re su
. e m u ta çõ es ge né tica s sCilbr e se re s vivos.
de1esa uos ltam d
li ca-se apenas
es nacionais que estão em ;.ogo ne
questao, buscando leis que obtenham o melhor equ · 1... .
sta
l zrluTlO
- nt e de in ve nç ão ap
l, a pa te
' { entre as empresas nacionais, os consu
Ademais, e m ge ra
passive
m1.dores e d o s pa co te s te cn ol óg ic os , os quais podeIJ1
. . a itens is ol ad os
co nte r até m il h õe s
o respeito as normas de propriedade intelect
ual d el es . T al nã o oc or re , po ré m , no campo
es m o n o d os al im en to s, on de a patente
farmacêutico e n em m
in cí pi o at iv o do m ed icamento
6.
se refere ao pr od u to final ou ao pr
.

ADESÃO D O BRASIL À C OIND -


NVENÇAO D E PARIS. da pa te nt e se co nf un de com o
Nestes casos, o m on op ól io
CÓDIGO DA PROPRIEDADE . D if er en te m en te , um Boeing
próprio m o n o p ó li o d o p ro d u to

T .
UTICAS. o 2,5
INDÚSTRIAS E PATENTES técnicos
U TRATOR NE OLIB ERA
F �
CE 74 7, por ex em plo , tem ce rca de mi lhõ e s de ite ns
ob jeto
IJ
L. PATENTES m ai s po de m se r
dos quais ap en as u m a d ú zi a o u pouco
g=�� �:�E
METALÚR de um produto
ATENTES D E SERES VIVO S : do privilégio da pa te nt e. Caso se tra ta sse
NIICR OOR o privilégio.
S HUMAN O S . farmacêutico, ao av iã o co m o um to do ca be ria
DEIFICAÇÃO D O
R cêu o lev ar am muito s
Essas caracteristicas do setor farma tic
con ce der pat e ntes
países, 11oje ind us tri ali za dos , a somente
O Brasil in tegro
aderiu à Conve
u 0 gr po e
nção d e par1s
� ?
onze países q u e , e m 1 8 8 3
, farm acêutic as qu an do já po ss uí am extr ao rd in � rio �ac rvo de

de pª lentes. · tema In ternac


criando o sis so ad er ir am ao
O res ullad o , ional 111ve nções n es sa á re a . Ja p ã o , Itália e Suíça
para nos da in ic av an ça d a. quase
iativa foi favorecer siste ma qu an do a dé ca da do s an os 70 estava

184
185
to a p ó s su a i m p la n taçã o. O Japã o om d tar a participação de empresas nacion ais no setor farm acêutico
um sec , ulo, port a n , in ava
far ma c ê utid ca s e qu e .necess i tav da qu al resultar_ 1:1. �ezenas de novas in dústrias. Somente n�
en ta_ o 8 10 das
0º' inv en çõ es . r - aea
rc eira n1 a1 or
- .
potencia 1 a1 m ac eu tica o m u n d cam 1)0 do s a n t1
ª
b1 ot1cos surgiram sete indústrias nacionais.
o ean a d a so ad e rira m
Sf
u ça e1a a te do

.
, .
- u·
s co nio a Es pa 11 /ia e Deslas , apenas um a sobrevive. Como o estrangulamento era no
Ou troS Paíse ,
ao·
.
s1s tem a int ern ac ioi ial na .
ar ea 1ar
-
ma ce u ca co mo frul
. o de cam po Lecnológico, a STI promoveu a criação d a Companhia
negoci açõe s, te nd o po r �o m pe nsaçao p ar c1 pa e resp ecti
ti �� va .
de Desenvolvimento Tecnológico (CODETEC), empresa priva­
, e do N � da vinc ulad a à Universidade Estad u al d e Campinas. Os resulta­
mente da União Eu rope1�
A. neste ultim o caso
de
ain da prazo e carê1ici a
vantagens duvidosas. Obtiveram d Par dos foram excepcionais, especialmente quando 1-Iélio Beltrão
se adaptaren1 às novas circunstância O Proje to d e Le i
s.
0! foi Mi11islro da Previdência Social.
1 15/93 nem sequer contempla essa p os s bilid a e, embora seja
i d O 11úmer o de medicamentos com tecnolo gi as desenvolvi­
ela facultada pelo recente acordo multilateral adota d o sob re das ou em desenvolvimento pela CODETEC chegou a 80, em
matéria no âmbito do GATI'. Cootén1 ainda, como vimos ª apenas 4 anos de atividade . A lista dos medicamentos básicos
aberração do "pi�eline'', o � �eja, ef� i �o l egal retroativ o. A tr c d� _ RENAME - não cl1ega a quatrocentos, ou seja, em mais
de que se subordina o Brasil a cond1çao de ter que aceitar agora algu11s anos poder-se-ia cl1egar próximo à auto-suficiência gra­
patentes para produtos farn1acêuticos e alimentícios? Nenhum ças à possibilidade de desenvolvimento tecnológico autóctone
dos propugnadores internos dessa aberração ega consegue l l que o não reconhecimento de patentes permite. Na realidade,
explicitar unia só moti''��ão ve rda d ei ra . Em con tra a rt a p id ,
com o privilég io das patentes, o mercado interno fica reservado
. .
·
la1 ?0 e�pectro de c? nse que nc1a s neg ativ as fica n evi den te
1 s, a para n1edican1entos conb·olados por corporações tra11snacio­
mais gritante delas e a que provoca o n oss o afas am en
o se rv1J
t t · nais que dom inam , em regime de monopólio, sem alternativas
da Terceira Revolução Ind ustria/ em 01archa. por vi11te anos, qua lque r que sejam os desenvolvimentos reali­
. At� a década e �O, o Brasil teve um a da s m ai s
� zados por outros, das tecnologias necessárias. Sim ultaneamen­
flo re sc en tes
1n ? ustr1as f rma ce u bcas, em SL1a quase to ta lid
,
� te, no caso brasileiro, o modelo econômico dependente impediu
ad e d e capital
privado nacion · al, fu11d ain en ta da e1n no ss a r q íss m 1,

pe1a. Essas 1nd ustrias su pria m 85% o
, i u i a carm aco- o dese11volvitnento tecnológico interno.

.
d mercado in te r A partir de 19 79 , como vimos nos capítulos � e II deste
ex tavam vacina s e 1n edica 11 en tos pa ra
po r no e
·
va �1as de1as tinham cen
�º�ª·
1 paia
os EU A e - a liv ro , co me ço u o processo de desmonte que .culminou com a
Eu ·

. tr os d e d esenvol m e to tec-
vi n ex tin çã o da Se cr eta ria de Te cn olo gia In du str ia � e o de sm an t: ­
no/og1co propnos. Foram , porém
d l da , emo i s po r
políticas anti- lan 1e nt o de un 1 sis tei na de ór gã os de de se nv olv im en to tec no lo-
nac1o� a1s, como aq ue las
das In st ru ções 70 e ) 6oico al gu ns de s es tra té gic. as e co n1 re ali za çõ es de
Superintendê ncia de oe da 1 13 d
a anti ga J
les ein ár ea
M e Crédito ( SU M O C E nt re mé rit o int ern ac ion al.
e 19 75' m a·is de 37 Ia . 19 57
borato r1os r1a cio n a s
,
· � �
1 r 1 os or
i foram ad qu . .d p ic a re ce ss iv a e o "t ra to r' ne ol i er al .
grupos estrangeiros , V ei o em seguida a po lít
i ���f a �leg?vel l privilégio de
Gra as

ress o er ni da de e da m se rç ao do
_

paten tes farma cê uti� do Fo i o fim de tu do , em no m e da m od


P ss 1
.
as m ' o1 fô ss em os to do s um ba nd o
pensar-se em prom a partir daí,
,
B ra si l n o Pri1neiro M un do , co 1n o se
� ��� p t .1 11d �strias de capital
óver o . .
e t cnologia nacio . E 1 1me 11to d.e "q ue da do m ur o de
� d e id iotas ... E ai nd a po r ci m a em 11o m e da
' .ª a r i c1 pa ç o
nais · ss em os al g o a ve r co m º
nacionais no merc
ad o bras1 1 e1r . a de empresas B e rl im " - co m o se nós brasileir o s ti vé
n o m
.
1a
A parLir de 19 74
l1nl1a caído para m en os de
� 5%. jo g o id eo ló g ic o d as então duas su pe rp ot ên ci as e a a � to
.
, a Sec eta r a u m a v ez ac r d rt am q u �
o apoio da ·aI M 1 . T1 de
ecnologia Industrial, com te cn o ló g ic a d is so d e p e n d es se . M a is �
Cent1 e d e e l is b as b a q u i-
IIio de Dese c 1 a m .n
c e tos, estabelece u via so m o s es tú pi do s, ao usarem co m o " ar·g u m en , to 11 ta
nvo/vin1e nt o 1 o C@nse-
c e s .. . A d o m i n a çã o estrangeira
11 d us tr1a J (CDI d en tr o d o P a is e o to ta l d es co m-
), políti ca pa1·a au n1en-

186 1B7
a
.intei·na c lu c r o s exlr;:iord in ários.
io n l men te não somenle para cobrir os cuslos,
mas
.

ão ,
ara
cl asse di rige nt e co m a N aç e os te cno crata
s. ern r
promisso da
. .io
te
::i tente acrescenta, no caso farmacêutico 0 pr1v11eg
- o b
q u e nos tom a u m p ,
P
. . . es
c1 p a1 s raz o
fe
n
ri
n
pe
as p
.,
ri-a
seu nome, sã o
�15 A p .
·
do
. .

oc so
es de
1Tl
dependen te e im po tent e, em cé le re pr çao que e un1 1nsb11mento que anula por \1 . te
opóli o. . _ anos
rn o n
por dentro. ·b 1·1 1·d ade d e competição ou de uso de tecno1agias .
qua
er pos s1
cio na l de Tecn o logia co . lqu .
. s. E. po1 t..anlo. um instrumento de estagnac. ão lecno1 •
e1
o In sti tut o Na
at
os,

Co rno já vim rne \1a


_

o-
1 ade d o mercado não se J·ustifi
çou suas atividades em 1 922. Em ma is de me io séc ul o �on s
nat.1
1spon1·b·i1·d
1
.
.· a . pois sem a dº carn
&ico· Já '-J\.J
01c .
truiu-se uma rede de dezenas de ins titu içõ es tec n o lóg s
� ve . .
''º 1 \11 me nto tecno\órt
­

en
1n
e11 to s e1n d es º";slem 1·de1a ·· s
algurnas de natureza normativa, tendo como ápi ce a S ec�e ta� a
50 ·m .

vas
.
ria e n d o de permitir-se a concessão de patentes sem
r10
no s
de Tecnologia Industrial. Após o desmonte des sa po erosa _ cone?�darn as corporações transna-
ireito ao n1 o nop o i·10 . A�aso
estrutura legal, quando o País se en co n tra sem instr u ento
,


d
es sa 1no\1� tiva e legitima modalidade de patentes?
de ação nem possibilidade de resposta, surge 0 Proj e to e Lei�
co 111
cion ais
m en te qu e ��º· O QL1e elas querem é a resen1a de
das Patentes, com o objetivo de: Ev idente _ ter que enfrentar a
con 1 mo no po l10 , par a nao possibili­
- substituir o Código da Propriedade Industri a l, vi·sa nd o a mercado
- . con cor rê1 1cia co1n empresas nacionais e poder arbitrar
, . dade de
e.,"\1orsivos
ocupaçao por interesses externos de setores sens 1v e1s da e ç o s p a r a s e u s produtos.
p r
nossa vida, por meio do monopólio de paten tes, e
su sp eit o qu e os n1esrnos que pressionam para a
- tr�nsformar o In stit uto Nacional da Prop ri eda d e In d É rnL 1ito
ao setor privado, em sua quase totalida­
us ­ concessão pe lo Es ta do
triai (INPI) instrumento essencial da regula� o d o io da s patentes, ataquem com
fluxo ro , do m on op ól
externo de pacotes tecnológicos, e m m e ra agen c1. a c de estrangei
-

_ arto- m on op ól io es la ta l em ár eas estratégicas e cruciais


r1al. virulên ci a o -
do Pa ís , co m o o do pe tr ól eo e da s te le co
ao de se nv o lv im en to m precisamente:
q u an d o es te s ú lt im os vi sa
Na realidade, se esse Projeto na fo m a m ue . 01unicaçõe s,
na C�mara d s Deputados, for t�ansfo� m a o
?
· � q fo! ap r?vado
em Le 1 tera Para - gara11tia de fo rn ec im en to de be ns e se rv iço s es se nc iais;

o Pais papel idêntico ao qu e te\ie o T aç ão da es tr ut ur a pr od ut iv a pr iv ada sem


- garantia d e oper
nos a1rastou da Primei ra Revol u à o I nd_ u . .
ratado de M e th ue m ue
q os de en er gi a e co munica­
tarifas, às
ea l e d e pr eç
concorrência de sl
ª '.as ta r-11 os da

str1 a J. Nesse caso, visa
Terceira qu e te; s�e�1a lm e su je it os ai nd a ao re gi m e de
n te n � bi o tec n o lo­ ções n ão ab u si vo s,
g1a, na informá tica e em n ovos mª r
propulsores.
1
e iai s s e u s pr _ n c 1 pa is s
e tores vezes até abaixo d o s cu
g a
st
à
os
p re
d e
st
f)r
a�
od
o

de
ão
se
.
rv
A


os
m disso, o
em vastas
m o n o p ó li o estatal obri
Qua11Lo aos argu1ne nt os in fa s .
s d e d en sid ad e d e d em anda de
re g iõ e s d o País e m setore
�sti.m u la r em nossas e1npresas no de_ qu e as paten tes irão
I es ta pergu ar
nt quen1 irá in vesli

�a�ac1dade de competição, tal m o d o r e d u z id a q u e não g a ra n te m a
ri o
p
s.
o ss
N
ib
o
ilid
ca
ade de
so das
r ilh oes de do. lares es sá
q ue � uranle vinle
n ec
já saben do lu c ro a n te o s investimentos
anos o m erca do d lu cro s o b ti d o s n a s regiõ�s
, os
es ta 1'ª oc upado co 1 a e .
os pro du tos res ult
antes e m p r e s a s d e e c o n o m ia mista v e ntuais
. n p t n tes co n ce d J das a . os p a ra c o b ri r o s e

Tam bem -
nà o sao consiste11tes gr u s
po estrangeiros. m a is d e s e n v o lv id a s são utilizad relativo
se n v o lv im e n to
argum en tos acerca n or de
�10 �
dade das corp p r e ju íz o s d e r e g iõ e s d e m e
orações po r m . da ne ce ssi­ n a c io n al. Ou
d s Pat en tes, ressa p a r te da ec o n o m ia
r
vi� nto
custos �o desen vol e s s im , a fa z e
� rcir-s e dos e
q u p as s a m , a vol­
c à
. _ a çã o , ao d � e n
ocup
,

� essar1as patentes, bast


ec no og 1c o. Para isso nã o sej a , são in s t r u m e n t o s e s s e n c ia is
t? _ no, e
� v im e n to e à inte g ração çl e n
são


e
:�� ul�s de sigilo
por meio d

am s o tra

q ais
!os de tecnol ogia com
n e n ta
ov
is
a
e
s á
m gra
re a
n
s
d
d
e
o
p
te
a rt
m
e a in

da nao
cim entos e : ao garant id os to do s os País d e d im e n s õ e s c o n ti
m ui to mais Esse e
· 0 m o d o co ns agrado ocupado.

188
18 9
?
Como as Corporações Tra snaci onais ocupa m ni ais
de 8 p aí se s c o m a lt o n íve l d e desenvolv imen
e, mais aind , t , 1co e que
.
0

n
t
nao tér .
do mercado brasileiro,
. es pa
de medicamentos o
5% gr an o 1
. os ecn
,
m n olog
. na e
a d tr
se trata de fármacos, e 1ncornpreens1ve1 que prele nda 111 a
q u a n do
i
. - naturais a perd
1
.
rn a . 111 te rn ac 1o d er, cons ideram o
_

s1. ste
pa te nt .
seus 1 n teres-
es
1
urne n.
1
vantajo so para
tar sua pai·ticipação já absu rda . prati cam e n te erra d ica
P or 1ss o, o apao .
es .
-

evou
s
nd as quas e cem anos
, 1
empresas de capital nacional do mercado intern o, 0
qu e 1 rr nt e s fa rm ac e u t.1ca s, so adm 1t1. ndo-as Ql!lando ,
?
te
para conceder
mediavelme11le ocorrera con1 a 1 ega 1zaçao. pa
,
que
e · a tinha
d e 80º 6 n as ao supridas ·1nte
A

. auto r·iza as de m a J
_

d e su a cerca
·

d
mamente.
. . -
/
d
patentes farma cêuticas Nao. 1rna� 1nan 1 que L1m dia as po pu laç
_

tra
Em c o n
.

pode m t u p a rt
.
i d a o Ja pa o te m extraordin ário
_

perder por excesso de ape tite ? E essa a resposta


cabív 1
do .

pa
1·nteresse na
x st nc d e te n te s bras1le1r . as, e pecialmente
a
.
terem sido recebidas com am pla ge n e rosida d e Por i ê i
n o in e 1 ca � e � na área meta-
m ,
l u,
Po de de st e m od o, us uf ru ir de
rg a. . .
do ic nossos imensos tri-
. . II!ª
brasileiro?
m ôn i os m 1 n e ra 1 � � r at u 1t a m e � t: e, ai nd a
po r es se p
ro1.eto
Também o setor m etal úrgico fo i at in gi do
mo no pó l i o . u J ,
, em regime de
de Le1· ao adm 1ti O s e a e co m o se tiv es se mos transferido
·
s. o B. ras . legalmen­
· r patentes JJara i 1g · as e processo
dispõe . de al tíssimas porcentagens da s te e de graça
iJ pa ra el es a �ropr i edade desses
. era1s estrateg , . 8
re se rv as m u n di· a 1s patrimônios.
r:i 1cos: 9 96 de 11 ió bio, 52 d e Evid ente m en te qu e, qu an do vi er m os a mudar nosso modelo de
ti tâ ni o 4Bº
1n de
t:ã11
talo etc. Como fica rãa esses patr %
imônios g iga n tes % de cres ci m en to
ec on ôm ico de pe nd en te para outro que

c o. se_su as preserve
Ligas puderem ser ob;e .
to de con b·ole m o n o p n ossa au to no ia
m te cn ol óg ica e assim alcançarmos nív
pa tentes.? corno vimos no c , el de
ó li c o 01
mei o d e
·
a p it u lo a n te ri o r' s o m e n t P . comp et içã o in te rn ac io na l, então nos interessará fazer parte de
·

' '
� , e uma min
um si ste m a in ter na cio na l de pa ten tes , alé m de , por este me io,
a de n ob10 de Araxa, rep
resenta L1m v a lo r d e a'
mercad d
de � u 1n h e n tos bilh õe
s d e dólares, o u c�rca
seja, q u a b-� � garanti r a preservação de nossos patrimônios naturais. Eviden­
! �
exteir as, qua do e 1stem _ � registradas ce rca d e 4 · 1
ívidas
. 8 m 1 Jazi. teme nte qu e ess e nã o é ain da o caso, pois mais de 98% das
.

ocorrenc1as minerais
no País. das e
A aprovação da Lei
patente s reg ist rad as n o País, com conseqüências na estrutura
a sucessivos Ministr
das Pate11tes foi in1 . p�sta com o co11d produtiva, são de origem estrangeira.
os da Fazenda iç.ão
- ,, . pa1 a ma1s u m a .
çao da divida
externa, em bora . " r e n e gocia . O PL C 1 15/94, no entanto, vai muito além do que descre­
,

tal negoc1 açao


�� vemos até aqu i. .. Ele cons egue afromtar sim wl taneam ente a
en 11a pago essa
afigure favorável
-

a nós e já se nada se
t
vezes . Na realid
ade' some11 te es
te exem plo do
d1v1d a várias ciênc ia e o vern ácul o, ao tratar uma descoberta como sendo
mostra que a s e tor m e ta lu, r
gi co u1na inve 11ção . E com o se, modus in rebus, o Congresso
,

supos ta troca
desiguais. Expli en ol_ve val_o es fanta
� : sticamente
e o servilismo
ca-se somente
pe a imposiçao Nacio nal resol vesse decretar a revogação da lei da gravidade ...
do outro . d e u1n dos l ad
os Isso ocorr e n o Projeto ao pretender patentear microorganis­
o� � aís es hege
mônicos, care mos, ou seja, seres vivos, que jamais poderão ser considerados
n tes de rec
essenc1a1s,
u rs o s natu rais in ve nç õ es. So1ne11te estas podem constituir-se em objeto de
procuram gara
.
ve_I, o acess
e 1 ent_em
o fácil a esse
ntir d o o

s recu sos �� o 1n a1s van tajo so
p ossí­ privilégio das patentes. Evidentemente, um microorganismo
�? ente, ineJJ1 e isso ocor
rer sem custo
pol10, ainda
or para l es S
. . e s, e11ge11l1 eirado pouco difere de um micrroorganismo tal como é
melh or. Em . for em regi me d e
tes brasilei con ti: a t1 da mono­ encontrado n a natureza; ele pode alterar apenas algumas de
ros n ã o fos r ,_ bas ta ri a
o acesso a sem idio � P qu e os di rigen ­
esses recu rs
s �u. coi suas características, mas, na essência. é o mesmo ser vivo .

ruptos para
os a um m1n condicionar Adem ais, considerar a vida como objeto de propriedade sobre­
1mo de just
a compensaç
ão. passa o campo ético e afronta o domínio do sagrado.
Nã o é por aca so qu e a Igreja Católica, por meio de su � m�is
alta hiera rquia, tem se pronun ciado publicamente, com JUStifi-
190

191
JlA.NSFERÊNCIA DO PATRIMÔNIO GENÉTICO
1. 'l' sIL IRO pARA o C O N T�OLE
cada e firme opos1ç
· ão a essa monstruosidad e. A ciên cia est
. - á
0�TRAT0S E EXTERNo. os
1. DE TRANSFERENCIA DE
gem da vida. Co mo , en tão , u m gru po de
co N LO GIA E os A T9s NORMATIVOS
r a ori
longe de exp ica
_ mercantis que rem an1orar-se em pro pri e tá rias d e
fE
corporaçoes. . c O D O INPI.
.
microorgan 1sm os , ou seja dos elem ent os que con stit u e m a bas
. . e íTI CA D E P RODUÇ�O TECNOLÓGICA
Or.,
da vi da? Na 1 eal
'

. · "
t dad1 e nin gt1é 1n Jam ais 1 nve 11l0u L11n ser viv i p NA L · A VERB AÇ AO DOS CONTRATOS D
. •
m'
:N'AC IO E
croorgan1s1nos, qu e são se u

qua lquer de sua s par tes ot1 os m1


. s N OL OGIA EXTERNA. SEVERO GOMES E
'l' c

_
·

co ns tit ut iv os , na o ten do a1 n d a so b re es tes u ma S JE FF E�SO N . O �MERGENTE "MERCAD O"


elementos o lVIA
0
.isso T l'JIANIPULA Ç A O GENETICA E D OS
.
do qu e se jam . Po r me sm o, com o po d e
r
de fi1r ·
uç-a ca ba l GENES
sob re ele s co m o � �
se i os em 1 nv en o es ? São, e
-
DA
alguém leg isla r . .
OS
ba se da vid a: en zim as , ba cte r1 as , ge nes,
isso nós sabemos, a
células, vírus, espern1alozóides ele. esse s senhores que dom inam 0 comércio
De ci d idam e nte,
Nos EUA estão patenteando genes l1uma1 1os, à medid a que ndial não estão indo lo11ge demais? Começamos a descon,ftar
são identificados pelo projeto genon1a ... O que prete nde m c0m
isso, serem proprietários, em regime de monopólio, de "seres
�� e os auto res
dessa s idéias e ações já }}ertencem à categoria
de híbridos de que estamos fal�do e �ue suas mentes e suas
humanos" híbridos? Que seus descendentes tenham asas de !mas resultam de seres que tiveram inoculados nas cé lulas
morcego, boca de hiena e rabo de escorpião? Ou querem ter :eprod u tivas de seus genitores genes prov�nientes d� tenebro­
esse poder sobre os outros povos? Trata-se de caminho esca­ de afrontar a sacral1dade da vida.
sas criatura s, capa zes
broso, absolutamente incompatível com nossa cultura huma­
Vejamos o que diz sobre essas questões Riccardo Petrella,
nista e que necessitamos rejeitar com enérg ica repulsa... Está-se
aparentemente consolidando as ações d o terrível "O Adm irável
diretor do Forcasting a n d Assessment in the Field of Science
Mund o Novo" de Aldous HuxJey? and Tech nology (FAST), do Conselho de Ministros da U nião
Europ éia (UE): "Cons ideram os no FAST que os microorganis­
Os microorganismos qu e co mp õe m a es tru tu ra
dos seres mos não podem ser paten teado s. Não podem ser classificados
vivos são mais complexos do qu e os ele m en to s
qu e fo rm am a como um capit al ao qual qual quer um possa ter acesso, seja lá
ba: �� .

o m un o físi o não-vivo, co m o o hi d rogê
� ni o , o oxigênio, 0 que for que que ira fazer. A riqu eza bioló gica é um patrimônio
das naçõ es e d a hum anid ade ; é necessário :e�ular a forro� :m
o s1J1c10 etc., Ja classificados na Tabela P
er ió di ca de M en de le ie v
� � �
q e co preen�e s qu e sã o encontra
dos na natureza e os qu � qL1e os inte ress es priv ado s pod em usá-lo, pois isto levanta serios

sao obtidos rtific1almen te, com
o o p l u tô n i o, 0 u râ n io 235 etc. pro blem as lega is e étic os. Ela é muttlo importante para o
Patentear microorganismos,
e ng en h e i rados ou n ã o é co Terceiro Mun do, por que 90% do patrimô nio biótico do planeta
mo
patentear o h id rogênio e
mares e os o cean os o ,
o oxigênio alterados. E , n tão
, os � está nas regiões tropicais e sub tropicais. 80% do insumo da
� rios e o ar ú m id o , c o n te n d o frações indústria farm acê utica do m und o desenvolvido depende do
desses elem entos mo
, 1.
dificados , seriam d e pr o pr .
direito d e monopo io 1e d ad e, com patrin1ô nio biológico qu e está nesta região. " E acrescenta:
, d e organizações p
"Q ua nd o as co rp or aç õe s farmacêuticas querem de�e�volver
do m ª 1 0 po de r d e deus
. . r e d e s ti n a d a s q u e te-
um no vo J)ro ces so faz em exp edi çõe s às regiões tropicais Pa:ª
riam, acima do bem e
/

ad o?
fu n damenta-se no me rc es cuja d e id a d e
ac har nova s plan tas ' novo s organismos viv o s etc Nós nao
'
·
·

temos ma is va rie da de s n a Eu rop a. Qu an do queremos "1nve n-.


.

tn-
tar" alg u m a coisa n es se ca m po, temos que procurar 0 pa
môr1i o biológico que rzão é nosso. "

192
193
Sab ein também qu e ? esgotamento da síntese
sa
da d e .
aci
et re lla e x p lic itan1 p a rc ia l m e n te
� .
1c a c o rn o pr od u tora de medicamentos e fármacos e o
. .
o u to r P
d quirn
vo \ v
,
tá .1·0s do . . . nto vert igin o so da b.iotecnologia abrem perspec-
.
come n - . e
·
rn

Os açao t1 o p 1c a 1 , o B ra s i l i
, ·
i
ii ti do na m ai o r n s e n ·
0- ni o co , de es ta u' lti
. m a . M ais·
h
pa 1m · · . para ainda, sabem que os
l
so . s 1 rne nsas
U·a os pe
o imen g en el 1c o e se
·1s fós s e ·1
. qu e es�e pa tr 1m -
on 10 es n ci a l , ·
de nl ai s , u v a a en g en ar1a·
Cons1de1.ando a c o m b u s t1 v e s - q ue ti
&é nic os o b genetica derivam neces-
·

ív e l c ri se d o s al1 5 ·
n
irreve rs - o de ex tre111 a
r
. tr patr1· mo - n1os trop1ca1s · de indiscutível valor
para reso1ver a
sar1a
des ses ·
ic as em s1 l ua ça vu ln e- en le
l.
he ge ni ôn .
e
col oca as na Ço-e s .
v
s o u lr o s s e la re s pro-
ni
u m e ro
,

. e 11 la r 111 s a
1 a lé m de fu n d a m r
d ad e,
v
b .1 1
A a p ro
ra m e 1n , c o m o a l 1m
' e n to s, por o do r efe ri do Proj eto de �ei d�ria a um pequeno
_

1 a1 a d o s o b'
a o J1 o i
aç ã
J
a is
l
e ss e n ci .
du t01.es de bens
l

i
. .v
1s ao 111 a1 s c · e os des corporaçoes transnacionais o domínio sobre
_

pa ss am os a Ler u1 na ;, de gran
· 1 .ir� ?º r me.io das p�tentes de sementes e
.

exemplo -, o
l
. gr up
s s1 e
a agr i
das pale11le tur a bra
dessa hedionda "lei
ade: t/1e 1990 a 11 d the
c u
o documento ru ci al D ec óxic os e ferül izan tes a elas vinculados. Com nossa
Tl 1e C grot
o rl d R e so u rc e s In sL itLi· dos. a er
,
a, po rtanto, em grande escala, o que já
l C h a ll e1 1g e, d o W
ul tura ac on te c . , .
Global Environ1nenta a gr1 c . \ tores d o r1qu1ss1mo M'dd i \ e West norte-
da qu e a m ai or ia da s se J,1 as tr o p ic ai s s e si tu e m co m os ag r1c u .
te afirma: ªA in oco t-re u
ue1r os
, .
e ,
gave
1
. Nesse
uf em is m o para i n d i ca r ne o­ ivi . d a com os b anq impa
� de se nv ol vi m en lo (e cuja d '
E UA
n s países em no,
11ão pode1n pe rm itir-se a m erica '
in d .
ic e d e s u · i'd.io nos EUA por categoria
1c
ta do At 1to r) , os r r e o m a io r
colônias. No se t 0 r o c o
es de si nt er essados. O s re­ os g1 ga ntescos subs1'd'ios d o govern o .
·

pa pe l de ob se rv ad or ap es ar d
desempenhar
lv as sã o in1 po rt an tes para
econ ôm ica,
ge né tic os ex ist en te s ne ss as se ão do pri vil égro seja a mais ampla
cursos a efe tiv aç
qu e os ut iliz an1 para Para qu e
a agricultura estad un ide ns e po rq ue os au to re s d o Pr oj et o procuraram eliminar as princi­
P ssível os

nto s oti mu taç õe s ge 11é tic as têr n q u e vo lta r pe rio dica­ s usuais instâncias de
cru za me

is sal ag u ar da s do E st ad o, al ém da
mente às fontes silvesb·es em busca de genes resistentes a
enfermidades. Os bosques são vit ais par a a me dic ina , pois a � pelação e m ca so s d �
ri g
co
o
nc
ro
es
so
s�
si
o
st
in
em
de
a
vi
p
da
en al
do
p
pr
ar �
iv
aq
ilé gi o. A
uele� ��e �e
essa

quarta parte de todos os med icam ento s d er iva m das plan tas, e orientação se g u e- se
e m al g u m a,s pe ct o a ex te ns ao do pr1v1leg10.
os cie11tistas apenas começam a anali sar os milh ões de espécies atrevam a re st ri n g ir ício exclu­
al g o m ai s u n ila te ra l em b en ef
encontradas nas selvas tropi cais. Em linguagem bem diversa " É impossível i m ag in ar es tr angeiras e em
g ru p o d e co rp o ra çõ es
daqu e la do FAST, essa organização norte-americana abre o sivo d e u m p e q u e110
to d a a so c ie d a d e b ra si le ira.
jogo e mostra as unhas ... detri m e n to d e
ri al ai n d a em vigor em
��
A si tua ã de ca rên cia de patrimônios genéticos nas 11ações
.
O C ó d ig o d a P ro p ri e d a d e In d u st
o não sendo
.
hoJe he �e�� n1cas, todas situadas em regiões te mpe radas e frias setembro d e 19 9 4 d ef in e u m si st em a q u e m es m
ss os i:'ª's

eg a a co m p ro m et er n o
do Hem1sfe �10 N orte, não justifica tentar apoderar-se, pelo grito vantajo so p a ra o P a ís n ã o ch rad1cal-
� .
e pe a �ressao, vi a mono pólio das patentes, de noss o portentoso
. \)rofu n d o s e le g ít im o s in te re ss
e s. E ss a situ aç ã o m u d a
. m in hado ao
patr1m �n.10 trop1 �al. Mesn10 por que sendo ele exc luíd o de tal
1nente s e o P L C 1 1 5/93 n a for,m a q u e fo i en ca
longo
� �
mo no ol10 estar� n c es sariam e n te disponível para tod os, sal­
Senado fo r a p ro v a d o , c o m o v im o
s d em o n st ra n d o ao
vaguai dados s d1r 1tos da nação que o
? detém em seu ter ri tó ri o
conf�rm e está prev1slo no Tratado de Bi od ive
� , deste trabalho.
setor de
�t:C�-�2 rs ida de ap oia do pr op os ta n o
M ai s g ra v e a in d a q u e a alteração

po r todas as ações presentes, com ex c ção do s � !) atente s é a s u p r e s s ã o "t o u t c o u r t" d a
u iç ã o le g a l d o INPI
·
atrib
. � em aq ue la s naço es qu e, _ 11
al é 111 da profunda cr ise em rndl 1 za ça 0 de tecno· -

d e an al is ar e a v er b a r o s co ntratos d e inte

q� e es lão ergulh�das no cam s vi a es ses


� po energético, a terceira revolu­ P aí
·
. ic o s in tr od u zi do s no
ça� ind ustr1al b se1a-se esse log ia . O s p ac o te s te cn o ló g · n·
� 11cialmente nesse portentoso patri- ac io n al ' pode
va n
d e 1 e apoderar-se co m m or da z
. tr u tu ra p ro d u ti
mon10 e p o r is so q uerem contr a to s c o n d ic io n a m a es p to ras
em p r e s a s r ec e
d o s e r alta1ne n t e le s iv o s a o s in t e r e s s e s das

194 195
Quanto à remun por seu uso, os royaltie
eração Tudo, entretanto, foi desmontado pela inominável onda
e aos do Pai's a d os custos ocasios-
o neoliberal. em nome d� compelitividade... Agora, o PLC 1 15/93
2%
·

na o cl1 eg am
-

tell t·es na lei att ial - . ,


pa .
ecn1�a. � d e .coinpra de
.

d as
nadas por co nt ra to s de as s1s t: nc 1a t retira ao lNP I a capacidade de averbação dos contratos, trans­
ex te rn a . Po r iss qu� ex1g1r1a_m ai or atenção
o, a ar ea for man do-o em mer o cart ório de regi stro . . . Voltamos assim ao
tecnologia
ºseq üên cia do de 1mpo rtaçao tec11ol óg ica,
enor me fluxo 311tigo Oeparta1nento da Propriedade Industria\, de triste me­
om1 o epe11 en e, e a de averbação
em co - .
d d t
imposto pelo mo de lo ec on c ,

m ória, que regia a co11cessão de privilégios de patentes desde


de contratos . a República Velha... Que extraordinária moder11idade!
Nas avaliações feitas sobr e
esse universo, iden tificou-se Para exemplificar entre milhares de casos, tomemos o
cerca de b·i11ta cláu sula s prejudjciais às emf)resas nacionais conjunto de pacotes tecnológicos do Pólo Petroquímica de
receptoras e ao País. Além s da cláusulas de sigil o, às vezes por camaçari, na Bahia, já referido no Capítulo I deste livro,
tempo indete rminad o, oulras impõem condiç ões leon inas envolvendo dezenas de indústrias, partes de um sistema inte­
como limitações às exportações ou até a impo sição de que � grado. Entre os contratos de transferência de tecnologia havia
direção técnica da e mp resa receptora seja controla da pelo dez com cláusula de sigilo por tempo indeterminado. Apesar
detentor da tecnologia est ra n gei ra. da participação da PETROBRÁS, via sua subsidiária PETRO·
Devido a sua con1ple xidade e ao grande espectr o de setores QUI SA - o que dava elevado peso nas negociações -, os
envolvidos, até o início da década dos anos 80, as averba ções negociadores nacionais necessitaram , para r�duzir a . �pe�as
dos contratos de tecnologia externa obedecia1n a regula menta­ doi s os con tratos com tal tipo de cláusula, da interven1enc1a e
ção voltada para a preservação do interesse nacio nal, expressa
da competência do Estado, exercidas pelo INPI e pela STI.
nos Atos Norn1ativos baixados pelo INP I. Esse s Atos tiveram
repercussão internacional e foram disc utid os e cop iado s Qu al a condição que tem o industria\ brasileiro �e negociar
em tecnologia , se nã o dis pu se r do ap oio de um a ex pe rie nt e es tr� ­
grande núm ero de países , especialmente o de núm ero 15. r1a
tu ra te cn ol ógica ? Qu em no Br as il se nã o o Es ta do es t,a
Po � teriormente a essa fase , os agentes da pr ns am en te no pe no do
. opriedade di sp os to a de fe nd ê-l o, co m o o fe z ex te _
0
1 nd � str1al tomara �1 conta do órgão, qu e te rm ino u Ne ss as ue st oe s
ficando no 19 7 4/78 , IN Pl e a ST I em m ilh ar es de ca so s? �
0 ap oi o do Estado,
per1odo Co llo r vinculado ao Mi ni st ér io da ,
Justiça. . . Esses de um m od o ou de ou tr o, e es se nc ia l, e o
. rn o
agentes são especialí ad os en1 arrancar do
� I N P I pr iv ilé gi os de ad os ue tê n: co m ro m 1s s s
p�tentes para se us cl1 �n tes, em sua quase totalidade co 0 fazem legitimam en te to do s os E st �
1c an o, Ja po ne

s, f ra nc

es
çoes estrange.1r s A ss 11n , a averba
rpora­ com su a in dú stria, seja m el es no rt e- am er
. �: ção do s contratos d e tecno­
logia e.xt�rna foi 1nterro1npida ao arrepio da le i, ap ou al em ão .
es ar d a su a cí pi os c ns -
e ?se � c1 al 1d ad e para a proteçã
o da empresa n a c io n a l q u e n ã o O PLC 11 5/93 afronta de st e m od o vá ri os .pr in �
ti tu ci o n ai s n as áreas econ
d.1sp?e, em geral, de qualquer possibilidade ôm ic as , d o co n h ec im en to , am b 1e n ·
d e enfrentar nego­ .
c1aç�e s com poderosas e ét ic as
ras, as ve�es com exclu
Corporações Tra11 s n a c io n a is detento­ tais, d e defesa nacional -

e�

� m

oc
:
re sp ei ta d
A o b ri gato ried a d e da
sividade, de determinadas tecnologias. Ademais, esse Projeto d e Lei ig n o ra e d es .
. inc lus iv e o Tra ta .do a 1 d1v rs
legal para ppossibilitai_ o so de a v e r b a ç ã o é t a m bém o m ec an is m o tos de referência essenciais, �
I
u
dad e ' adotado na EC0-92; o
pac.otes tecnológicos desenvol- Cód igo lnt ern ac1o n e .ºn
vidos no
,

� te neg oci a d o na
Tecnologia ��dLis��i�I � u
E · \o n gam en
aç a o p a ra Transferência d e Tecno1og1a,
?
e ra � �Liculada pela Secretaria d e
dé ca da de 70 no âmbito da �CTADC Tssã� ;ar�;entar co f rt 1· d an ça
in o b 1 /
Nacional de Tecnologi 1 d . izava p a r a tanto o Sistema
centros de prodLiçà àte 1 u; t:ia l, d o q ual �aziam parte o s ce n te s co n c\ u so es d a � m .
brasileira, o u as re og1 co, pre .
s1 d ida pe\ o
regionais de coordeii�ç o e c n o lo g ic � , a s a g _
e n c ia s 11aciolilais e de Inq uér ito Mista sobre o Atraso Tec no\
as e11l1dades d e fi n a n c ia m e n Se na do r M ár io Covas.
to .

196 197
Nola d a Associated Press/Dow Jones pu bl'ica dª na Gazeta'

h. n lr·t
e estrangeiros em in ent es q ue
.
fife rca
.t
os br as ile, iro s
Não são po uc os d e 30 09 ·94 . ·1n forma: "Com o os cientis
s m an 11e�ta ram su a rejei çã tas vêm iden
.

ico
a
os 1stor . d o)
,

t
ll· (i
em dif� re nt es m om en o novos genes humanos, as -
. nal de patentes. Ci tem os ap en as c n d o (descob rtn co rpo _
i.
u
. raçoes
c í c as , e111 poL1cos anos, poderão inic'iar a
te m a in te rn ac io do
fa rm
a um sis s.
e l
- ·

dor SE VE RO GO ME S, qu an do Mi nis tro da I n d ú stria a compra e


O Sena e
d .1re1los
· d e novos medicamenlos basea
aos interesses nac io nai da d o s dos nesses
do Comércio, considerava-o impróprio s. ven
. co s ".
AS JEFFERSO N, qu e g e n e, ti
E o estadista norte-americano THOM da do s
ocupou duran te algum tempo a e e 1a do setor de h fi concessão Cria, -se. deste modo um sistema mercantil , em r e&
.
di'me d e
.

de patentes no govern? dos EU A, em carta de 1 3 de agos to d pol10 p , ar a negociar genes humanos, ou seja, a vida. Os
. te Julgamento: "Que as idéias rno n o
1813, fez o segum devemse t � são os e l emen tos do cromossomo que condicionam ª
gen es
divulgadas livremente, de uma pessoa a outra , pelo m un d o
in te1ro, para 1nstruçao mora 1 e mutua do l1omem e JJara o
- 11 is s a o e a m a n 'fe s taça- o dos caracteres hereditários
1
Lrans1 .
. _
,
· ·
·

J nio
meIh oramen to de suas cond 1çoes, parece ter sido u m des'g . Abrin do cami nl10 ne ssa d ireção, segundo a notícia da
pecu 1.1ar de benevo 1 enc1a - . da natureza. Quando as fez ,
co m o 0 A P j
Dow �
Jones, es a Smithkline Beecham, corporação farma­
.
, a, expansivas pelo espaço, tudo sem perda da sua
iog densi da de c ê u ti c a anglo-a1 11er1cana, que tem acesso aos maiores armaze­
em ponto algum, e como o ar que respjramos , 0n d e no s o r e de genes, por
s m eio de acordo de pesquisa com a
. . na d
movemos e temas nossos f1s1cos incapazes de sere in encJ� S ci en ce s In c. , do s E UA .
,

. au s� ra- I-I um an G en om e
dos ou apropriados com exclusividade. Po1-tanto, as rnve1
por natureza, nao podem ser submetidas à propriedade. ,,
_
1çoes' En1bora se recuse a falar sobre o seu lrabalho com genoma
1
. u ma n o, a Sm itl1l<lin e, que afir ma ter isolado 4 5 mil genes,
l
Corporações transnacionais da área far ma cê t c
rev e l a que até 1 996 es pe ra
���
es tao com eça r a comercializar o dire ito
_

recorrendo a bancos de cultura de in i c oo rga r ni em colaboração com a Human


p�tentear aqueles qu e oferecem po te nc ial co me
para de uso de ge1 1es qu e descobriu
rc ial . No 1 me­
r1can Typ� CulfLLre Co!lectio11 (A TCC), 110
�os 258 n11croorganismos isolados
f
qu al e tã o e g 1 st a­ r r
G
of
en
er
o
t
me
a d e
. O
op
set
or tu
1 dir
nid
eto
ad
r
es
de
ex
pes
pa nd
qui
iu-
sas , George Poste, afirma: "A
se tan to qu e qualquer grande

Ja patenteados, conforme a Fu nd a
no
-

Br as il 1 5 d es ap ar ecem
'.

corpor aç ão far ma cê ut ica tem co nd içõ es ap en as de trabalhar


çao In te r a c io n a l p a ra o
n em do s da do s ge né tic os resultan­

Avanço Rural, in stituição canade 11se a com u1na pe qu en a po rc en tag
Bu 1·ton 112 33 84 5· paten te 1 2 3 1 35 1 1 J
1 saber: Pa ten te d e
um a ra zão -
d a D ow Che m 1 ca1
. sc ob er ta s . Nã o há po rta nt o ne nh
tes d e su as de
·

· ,
. , produ z
� � �\ ���� �
en'zima qu e ajuda na uebrª , qu e "rzos so s " ge ne s 11ã o po ss am se r us ad os
q e e g licos e ; P a� en tes afirma Po st e - para
' a to ry �a e 1 -Lam­
n º 1 5.4 22 , 31 .906 e 2 1 39 3 d do au to r) po r m eio de lic en ça de
i· 1 ·
a ri t como m oeda (ê nfas e e as pa s
beit/Pa rl{e Davis e Lape tit L -
, rn
b e al ia nç a co m vá rio s pa rc eir os ". Executivos de

: t � 73�
t ';�da s respecti va m te pa te nt es ou d
Pat nà e º
pro�uçã o de an tib i ó ticos; en na nam a cria­
co rp or aç õe s tr an sn ac io na is fa rm ac êu tic as já p ro p u g
t
. d a. Kake n Ph ar m a­
c
ceuti als e utiliza cio 11a ge ne s serão
etc. Trata-se de usurp ã
produç o �
d e su bst n c1 as an tit u
m o rai s ção d e u m "1 11 er ca do " no qu al os di r ei os ao s
aç d e no ss s ma tr ze s e irã o to do s soçobrar...
pondo crimin oso mo n op ó º � _ � i bi l ó gicas, im ­
o ne go ci ad os . E é ne ss e "m er ca do " qu
� f�neta 1crCUJaorgapanirosp�os o
l ' s
b e m p ó lio d as p at en te
de d lJ
parte da biodiversida � q u e fazem C o m o a c o n c e ss ã o d o privilégio rl o m o n 0
e m direito
de Lesa-Hu 1nan idad riaçã é crime e x ig e q u e se ja d e te rm in a d a sua função de u so , n en h u
e
o u en g en h ei ra d o pode
.

à c é lu la q u e c o n té m o g e n e descobe rt o
p o ss am d o c \!lm entar ª
es ta b el ec er -s e a té q u e as corporações n d o
a S m it h k li n e se
u ti li d a d e d e s s e g e n e . "N ã o posso imaginar
s c o m p le ta s d e g enes
capaz d e d is tr ib u ir m il h a r e s d e seqüência nas 0
v e l é q u e a p e
c o m u t il id ad e s e s ta b e le c id a s ; o mais prová

198
199
B E NE R GIA, PRINCIPAL FONTE DE PODER
na s", d � � �
B:uce Cai er, di r to r de pe sq uisa
c.AfvlL ADA PELA DIT�lJRA FINANCEIRA.
faça com poucas de ze
aceutica de origem di na m a rquesa.
ll! E SO B�VIVE�CIA. O MONOPÓLIO
da NOVO, corporação farm
R ÓL E O
pET
Podemos assim imaginar, com
o decorrêncja da propriedade ATA L DO PET�OLEO E ESSENCIAL. A CRISE
EST DE
problemas de toda ordem qu e irão :grJER GlA E O S TROP�COS. A LEI DAS PATEN'rES E
ZÔNIA . PETROLEO: ESTRATÉGIA MILITAR.
sobre a vida, o emaranl1ado de
e
aparecer - jurídicos, morais, econômjcos polí
ticos. Essa loucura
A _AMA
r
de patentes de rrucroorganismos poderá cria o 1nais hed;o ndo BI O MA SSA COMO ALTERNATIVA TROPICAL AO
A
IMENSO Pq_TENCIAL BRASil.EffiO .
projeto jurídico jamais imaginado pelo /1omem... pETRÓLE O . O
CIVIl.,IZAÇAO DOS HIDRATOS DE
Evidentemente, a SmilhJcline não irá permilir que os dados AP OT EÓTICA
genéticos de suas descobertas caiam no dom ínio da ciên c ia cARJ30 NO
pois sin1uJtaneamente quer garantir fJara si vinte anos d �
o u se transforma na natureza sem a partici-
monopólio de seu uso e, como conseqüência, ganl1ar niuito N ada se move

jJ
dinheiro e o poder decorrente do controle desses elen1e11 tos ação da energia. Nenhuma ativ�i da.de humana é possível sem
ela qLt e r seJa
no campo econom1co ou qualquer outro. A

essenciais à vida. Caso outra institujção OLI pesquisador venl1a


depois a descobrir de modo independente o mes1110 gene já pr Ó p r i a v ida p � �
ar �
e i stir e manter-se depe de de energia. Se
'
não terá o direito de uso por estar reservado ao dete ntor n ge r i m o s d1ar1a mente algumas calorias, perecemos em
patente.
da não
p ouc
i
as s e man a : � �
s . S � m n e rgia não e ste indús ia, agricu t ra
!
��
b·an sp orte com un1c
.
Ao contrário portanto do qu e dizem cin ica me nte os ,
açao , cons truçao etc. A propr1a rnater1a e
pro­
� ?� �
pugnador s de ª en es de seres vivos, o po ten cia l
"m er ca do " e n e r g ia c o n ce n tra da
.
,
"
de genes ira d1m 111u 1r, drasticamente, as pe sq uis
as n a are
, a Tod o pro ces so pro dut ivo e suas estruturas operativas
'
_
. ?�
med1ca, P r ue poucos serao os laboratórios
_

de pe sq ui sa qu e resu l ta m da ap rop ria ção d a energia da natureza pelos indiví­


t�rao cond1çoes de comprar o acesso de ss s io-políticas. As socie­
as informações ge ne,. du os , de nt ro de determinadas forma sóc

ticas n s condições impostas pelas co
. rporações qu e de tê m da d e s e a na tu re za fo rm am u m todo ind iss oc iáv el, esta últim a
o
mo no po l10 ". r de se m pe nh an do o papel de obj eto n o processo .

com a nature za

Estender o privilégio d e paten po rt an to da s re laç õe s do ho me m
te a descobertas cien tífi No ce nt ro
be ªº proce�so
cas
orno no caso dos genes, o fa
z a A ta fi n a l da R o d a d a
Uru gua � está a en er gi a, em su as di ve rs as fo r m a s út�.i s Ca
, extra1da
i
GA
1! �
e alguma s legi Iações
c n b_ad1 ao, tendo e111
_

nac ion ais, i11tr odu z profulild
� tec n o l ó gi c o vi ab ili za r su a utili dade a partir da qu
e e

i:i
vista a restrição explícit

a q e aqt 1e 1 e � do pa tr im ôn na io tu ra l . É a en er gi a a
pr
co
op
nd
nos
ição fu ndam_en �al
esmos 1nst ru me11tos jurídic
legio a invenções de
os co11 têm de s ó on ce
apli cação ind usb-ial . . T
� .
e r o p r1 v 1-
,
para a existê nc ia dos g ru pa n1 en tos hu m an os e dos

seres vzvos.

circL1n·t,s tan c1a is inte re


cas u1sm o, que
atende a poderosos e a . . . .
ão d as fo rm as d e en er�i�
solapa o embasament sses e co nô m ico s ,
A m o b il iz a ç ã o e transformaç
o co nce1 ual moral m ei o de sist em as en ergeti·
ejurídico do sistem a existente s n a n a tu re z a fazem-se por
internacio nal de
patentes. tr u tu ras q � e su �or·
inamicas
es
cos q u e se fu n d a m e n ta m e m complexas �
a d as e su a s d
tam a existência d a s sociedades organi z
sócio-políticas.
O co nj un to de ss es sistemas está OJe, P
. . , h · or ém em processo
'

. . õ es Sua s f ont es
ç
de de te rio ra ça o, necessitando pro fundas muta . .1l.da
_ .

. . tão ou mv1 . a b i de
naturai s de sm or on am , quer seJa por exaus

200
201
é a i n u ti lid a d e, o desespero e a � �rte, enquanto a produção de
Ou por terem de enf ren tar uma evolução de necessidades ri qu ez � au m e nt a de m od� fantástico. Essa situação criou uma
de u so ,
·o 1 e e de dom 1n1 0 inc om- di n ãm 1 �a de tra � sformaçao para uma nova ordem e uma nova
da sociedade ou de ambições de conb
. .

patíveis com sua dimensão ou localização. di vi sã o 1n te rn ac 1 � na l d? trabalho que fundamenta os princípios

Isso ocorre por motivos diversos, todos gravíssimos, com e a ra zã o do ne ol 1b er al 1s m o e prevê gravíssimas co11seqüências
.
0 carvão mineraJ, com a ex-panacéia nucl ear e com o peb·óleo, O s e feil os já cl1egaram no centro do poder. Os países-mem­
este pela sua escassez ante as brutais demandas emergentes no bros d a OE CD , he ge mô nic os e beneficiários do trabalho e da
mundo hegemônico de uma sociedade de consum o insaciáv el. riqu eza do mu ndo , já apresentam nesle ano de 199 4 a assusta­
Por isso, o controle do petróleo é hoje objeto de ostensiva dora cifr a de 34 mill 1õe s de desempregados, junto a 1 5 mill1ões
estratégia militar pela maior potência econômica. de sub e111 preg ado s. No Terceiro Mundo campeia o genocídio
O hon1e1n e os animais foram - e ainda o são parcialmente -, lJrogra111a do, visa ndo exterminar Lrês quarl?s da l1u111a11idade,
até um passado l1istórico recente, elementos essenciais desses ante s qLte se transforme1n em revoltados. E a lógica do 111ale­
sistemas e11ergéticos. Com o avanço da automação e u1na maior rial ism o con su1n isla e concentrador ...
aAnplitude de uso das fontes naturais de energia, a necessidade Ne11l1u111a revolução alé hoje questionou as bases físicas que
do homem, como peça motora essencial da estrutL1ra de produ­
suporta m a existê11cia dos grupainentos 11umanos, que, ao longo
ção, vem se torna11do cada vez mais dispensável. Daí o maciço da história, te111 11a forma energética em uso seu elemento crucial.
o livro As Servidões elo Poder, dos autores franceses l-leinery,
desemprego grassa11do indiscriminadamente e já atingindo de
modo brutal os centros de poder do chamado Primeiro Mundo.
Debie r e Delea ge, b·aduzido por Sérgio de Salvo Brito para a
A substituição do homem pela máqui na - que nada mais
Edito ra d a Unive rsida de de Brasíl ia e que ganhou o título a11ódi110
são que conversores de energia - faz-se com enorm e ganho 11a
de Uma História da Energia, re-interpreta o papel das farmas de
produção de riqueza e de poder, o que natu ralm ente pode ria
trazer vantagens para todos. Essa era uma velh a aspir ação da ene rgia n a criação, evolução e decadência ªs gr�des Civi i�a­? �
Humanidade e da Ciên cia. No entanto, transformou-se em ções. As circunstâncias atuais de irrevers1�el crise e11ergeuca
refém do poder do capital financeiro, a serviço do neo libe rali s­ mu nd ial são ta111bém an alisadas em profundidade.
mas
mo, esq uecendo-se de seus compromissos com o Ho me m. Os ele me 11tos da natureza qu e conformam os ecossiste
Qu and o o resultado do trabalho da n1á qui na fica exc lus iva me n­ a bio sfe ra e qu e sã o es se nc iai s pa ra a forma çã o e manutenção
d
te nas mãos do capital financeiro, cada vez ma is con cen
tra do s
do gr up am en to s l1u 1n an os nã o fazem Pª e:tdo s parâmetros e
em poucas 1nãos, poucas esperanças se poderão ter ia1 n as te or ias ec o11 _ 1cas qu: governam o
om
co m o va riá ve is qu e ba se
fu1lmro da Hu ma nid ad e. m às re gr as es tabe lecidas por essas
m un do e nã o se su b1 ne te
Qu an do a energia motora do 11o me m era teorias.
es se 11c ial 11a
produção, esse podia disputar com o ca o ve re di ctos de
pital fin an ce iro um a er ir a es sa s te or ia s �
P o r es se m ot iv o, co nf

parcela, embora pequena, no rateio dos


. re su lta do s. I-Joje, co m
ú lt im a i n st ân ci a q u e di ri ge m em ca rá te r de te rm in an te� : volu·
a cap�c1dade tecnológica de usar am 1o nan-
. pl am en te o pa tr im ôn io es ta b el ec em o s co n d 1c
en er�etico a natureza, su a partic
� çã o d a s so ci ed a d es h u m a n a s e q u e
ipação é di sp en sá ve l, te nd o , . · a subm et er o Home meª
perd � do , as si m , seu efetivo poder tes d e s u a pr op ria vi da , co rr es po nd e .
de barganl1a. Co1no qu as e a 1 incip1os,
.· ,

is e p
.

ra n l1 0 a su a s le
totalidade dos 11omens e suas fa
míl ia s de pe nd em pa ra so br ev i­ N a tu re z a a u m d e te rm in is m o est
v� r d as reco1npensas obtidas
p el o se u tr ab al h o , ao se r d is p e1 qu e os co nd uz irá a o de sa str e. , .
dªd e e
1-

saveJ sua co n tr b u ição ante . onfro nt a-se está d1reta-
A cr is e co m a q u a l a hu m an i r
o detentor do ca p it a l fi n a n ce
d o n o das m a, q u in a s e, port ir o - q u a i dade e
a11to, da e n e rg ia ú ti l - o se ã o d e uma ce rt a
u d e st in o men t e v in c u la d a à p re se rv a ç

202 203
gt·an des corporações transnacionais petroleiras garantid as por
qu e a na tu re za caprich osa­
. .. ·

ad e de do te s en er gé ticos m1!1ta res d os EU A. com poder nuclear.


quantid forç as
La me11tavelm enle. os Le cnocrala s e os políticos que d.1r1·gem

re se rv a a de te rm in ad os te rr itó rio s na ci on ai s. Q ua lq u er
mente
poütica qu e se pr ez e ne ce ssi ta, po rta nt o, ga ra nt ir a preservaçã o lud t
.
. s�o 1g
0
nora m noram o que fundamenla a produ-
ís ig �
de um lote rnínimo essencial à sobrevi\1ência na cio na l. Tud o
pa
.

� _ �1 ez a a p 1 1 11c1p a 1 fonte de poder, e, conseqüentem


1
ção e a r en-
deve ser feito na tentativa de ampliá-lo, pro cur and o del e tirar
.

_
Le. o 1gno ra1n, poden; �er facilmente manipulados ... Eles só
pela via tecnológica, o méOO mo de energia útil, em ben efíc io d�
com
do conlrole nu1ner1co do financeiro, do "papel pintado'',
todos. Isso é o que, precisamente, o neo libe rali sm o prete nde cLti dam
falso. para proteger os poderosos, internos e
nie sn10 q u e
extirpar dos brasileiros.
te rnos , q u e conlrol_a1n esse fr udulento sistema. Os banquei­

É crucial, assim, garantir por todos os m ei os o domíru o ex
e espec uladores internos nao lêm qualquer compromisso
sobre esses pabimônios energéticos pelas únicas estrutu ras ro s
somente cuidam de seus bolsos e são de cobiça
juríd�co-i�s�tucionais que têm c?mpromissos com a popula ção con i a Nação,
. Lada . Nem se preo cupan1 com a tragédia que causam.
e estão drreramente vinculados a preservação de grup a m entos ilimi
devastan do a saúd e
e o bem-eslar da n1aior pa1te de seus
humanos historicamente estabelecidos.
,
Essas estruturas são os Estados-Nação. compatriot as. Para eles 11ão existe Pátria por isso não reconhe­
cem o noss o
povo com o composto de compatriotas. Os segun­
Por tudo isso, a prática imposta de sub1ne ter a vida exte rna , estã o aqu i para exp lora r ao máximo,
. dos , os d e orig e111
na�r�naI em. tod�s seus �spectos, huma nos, espir ituai s, socia is e o poderio de suas
para reso lver o seu pró prio bem-estar
poLJ0cos e h1st6 ricos ao imperativo ideológico de uma fi te1..�1· no-' e cus ta de n oss a misé ria, de nosso desespero. Isso
tem à frente do Estado
na ç õ s à
Jogia exclusivamente economicista - bas icam ente na nc 1sta
em bu�·da na doutrrn .
a �eoliberal -, desvia a dis cus são d e n ossa� oco rre , 110 ent a11t o, por que o Bra sil não
s e de coragem qu e
qu estoes fundamenta1s, qu e estão longe de ser de n atu re 11en1 n as cla sse s dir ige nte s 1101nens digno
za se dêe m a res pei tar e res pei ten1 o povo, a que
m deveriam servir.
economrca - d e rr1t · eresse exclusivo de corporações aéticas -
� ·

e com
nos conduz como povo ao desastre coleti\10. Fa lta m- ll1e s dig nid ad e, cor ag em e competência. São servis
os po de ro so s, i 11s ac iáv eis em seu p róp rio ben efí cio e pre poten­
C?m o vimos, podemos recontar com mais r c . s -
e in te- tes pa r a co m o po vo .
� �� :�
.
�genc1a ª. l1istória de todas as civilizações, an al is

n ��rmas en1 regiões


e energia qu e fundamentaram s ua s origen Os pa íses h oje /1egemônicos, todos situados
s e evolu ça o . O
bem-estar dos po\1os depende da d r'sp o à extrema
on i·b1·1 1· d ad e de formas tem pe radas e frias do He1n isfério No rte, e/evid
procuraram o
ad e e_fa ci li da de de uso;
adequada d
: ����� ���

b . a em fon tes en erg ética s pe rm an en tes,


' � �; �; er en id 7Jo br ez
ou seja, d do a 1 s q u er m 1tem , e m be ne fício ca n1i nl 10 de su a via bilid ad e po r me io de fon tes fós seis, ou seja,
do home m - de todos os l1 omen : - � � fo11te s 11ã o re no vá ve is, in ici al me nt e o carv ão mi ne ra l e depois
ut1I1z ar conve nie nte me nte
as formas energéticas p rin1 qu as e au sê ncia de
na na tur eza .
· ai , "ias que se encontram o petróleo ne , st e úl ti1 no ca so co m a
. .
A e11erg1a na-o se cria nen1 reservas e m seu território.
se des troi,, apenas se transfo rma.
Quem tem energia pode ex1s . ti r, cresc br e o re st an te do m un do le vo u
A in fl uê 11 ci a de ss es países so
tr c
- er, desen volver-se fazer
história e viver Quem na o t
· em fica dfiepen d ente, vu lne ' os de n1 ai s, m es m o os si tu ad os e m re gi õe s op i ais , a adotar de
pode d esapa recer, exaurir , rável. E en er gé tic a fó ss il,
-se . Se_ra o im de su a fo rm a ex te n si va e in te ns i'' ª a m es m a fo rm a
controla a energia tem P
é precis o deter o con tr
; �
d e . N o basta tê-la em
históri a. Qu em
se u território ou se ja , o pe tr ó le o . A m ai or e m ai s im po rtan te parte da
oleºso re e a. A es tá ba se ad a em duas
petróleo, ma s não de t,
em o seu contr
Al·ábia Sa ud ita tem mu it
-
� estrLttu ra p ro du ti va e d a vi da do
form a s e n er g é ti ca s: o p et ró le o e a
P aí
h
s
id re le tr ic id ad e. T o dos os
a.s
ole Os d on os sa o
·

n to 11 a ci o n a l es tã o f\ln-
g ra n d e s in v e st im e n to s d o d e se n v o lv im e

204
205
ra çã o , g er ação e u so des:es A gra nd e. problemática do petróleo no mun do e,
lig ad o s à ex p l � .l1m 1tad o de suas reservas o volume
damentalmente J. á mu ito e 0 descompasso entre 0
·a· ,
ta m be m qu as e Lo da s as te cn ol og ia s .
1
ene rg e co s . Pr at icam en te · os e nto de consu mo e o ritmo cada vez ma·is decresc
ag re ga da s 11o s pa 1s es 1e ge 1n

o1 1 1c au me , ente de
em uso no País foram . a s fa, ss e
.
is . novas descob ertas. Ja em 1972, o Clube de o .
s em fo rm as e n e rg é ti c , 1nco
. mpa ti·b1· l·d R rna a dver
tia
estão baseada 1 a d e entre o excessivo consumo
.

quanto a
,

ab so lu to do pe lr ól o no se la r de , . , . d e
l lev a ao us o ave1s d os pa1ses ditos ricos e as respecti.
90
rfi �
80
Es se pe 1 em 1 odo 1as, . rec ursos nao renov
_

. . , vas
transportes, que se concentra em _ � . com res ervas mu n d1a1 s. N o caso do petroleo, a questão explodiu em
gravíssim a irr ac io na lid ad e em r� laç ao ao us ? de h1 dr ov � as e
seguid a com o embargo, em setembro de 1973, e repetiu-se em
ferrovias, ao contrário do qu e seria recomendavel en1 contin en ­ 110va cris e de preços e ';1 _ 1 979 . Desde então, a situação em nada
te com o 0 no sso . com gra nd es dis tân cia s a pe rco rre r, im e11 sas
se alte ro u, pelo � ont�ar10 , aumentou sua grav idade, apesar de
áreas a serem ocupadas, extensa cosla marítima e excepcio nai s med i das de rac1 ona l1da de e economia nos principais países
vias fIL1viais navegáveis. Na maioria dos países dilo s desenvol­
vidos, sem essa potenciaJjdade brasileira, a participação das c o n s u m id o r e s .
rodovias, com cuslos de transporte muito mais caro s, é subs­ A rig or, hou ve gigantesca manipulaçã0 via sistema finan­
tancialmente me11or. Em conb·aparlida, o uso de petró leo e ceiro internacio nal, para manter a aparência de que nada de
carvão mineral para a produção de calor i11duslrial e na geração grave estava acontecendo. Simultaneamente, a OPEP, organi­
de eletricidade é reduzido entre nós, ao contrário do que zação que tinha conse guido reunir os principais produtores
acontece nos países hegemôrucos. Nestes, por causa de duros para enfrentar as pressões das grandes potências consumido­
invernos, há ainda ponderável consumo de petróleo para 0 ras, foi praticamente anulada. Para isso contribuiu a guerra
aquecimento. l
entre o Irã e o Iraque, da qual saíram destroçados. Seguiu-se a
Toda esta realidade inconteste de consu mo intensivo e queda do preço do petróleo que reduzia os ingressos em
extensivo de petróleo entre nós, apesar disso , em situa ção momento que dependiam desses recursos para promover as
me ? os grave do que nos países hegernônjcos, mas , mes n10 respecti vas reconstr uções, especialmente do último que tinha
assim, ainda de essencial dependêncja para a vid a nacio11al. Por grande s dívidas com a Arábia Saudita e o I\uwait e cuj0s
tudo isso, é exigido de todos os que temos respo11sa bili dad es serviços eram impossíveis de serem pagos com os elevados
r

�om o País �osicionamento claro, vi,goroso e enérgico em torno níveis então alcança dos pelos juros. Isso levou o Iraque, após
a �res� rvaçao da nossa PETROBRAS co mo em pr es a de econo­ reitera das provo caçõe s, a invadir Q Kuwait, sofreFtdo assim o
mia � 1sta sob o co11tr0Ie do Estado e do Mo no pó lio Estatal do que todo o mund o conhe ce e que resultou no esmagamento de
pe �oleo. Sendo uma das maiores empresas do m un do ,
e da s seu povo e na ocup ação militar pelos EUA do Kuwait e da
m ai s eficientes, em seus 40 anos de existência a PE T
.
Aráb ia Saud ita, o que, com grande probabilidade, era o objetivo
RO BR Á S
se� pre soube ga:anti: de modo seguro o for ne prin cipa l. Com essa ocup ação , o que já era bem conl1ecido ficou
ci m en to de
der1v�dos de petroleo a população, 11os di fíce evid enc iado : o con trole do petróleo é hoje uma questão de
is m o m entos po r
que vi mos passando, nesses últimos 2 0 an nat ureza 1nilitar. As des pes as mil itares dos EUA para garantir
. o s d e cr is e energética
m u n d 1 �. E ela o faz com preços ao p ú ess e con tro le no Or ien te Mé dio , oBde se l0caliza mais de 60%
. · b lic o q u e estão entre o s
m a is ba1xos do mundo . A.dem a1 s, su a das res erv as qu e sob ram no planeta, fazem que o custo por
- reconl1ecida co m p et ên ci a
e� p�ospecçao e exploração d e pe
tróleo te m c o n s e g u id o e x c e p - cad a ba rri l im po rta do po r aq ue le país ascenda a cerca de cem
C1ona1s resu l tados vantaJo · same nte
co m parativos co m qu al qu er dó lar es , en qu an to a ch am ad a economia de mercado coloca .º
outra corpo ração do setor. 1
pr eç o· do ba rr il ab ai xo de 20 dólares ... Formas nobres de energ1a
se m pre foram co ns id er ad as estratégicas. O petróleo, entretan-

206
'J... O I
-
, .
vim o s, hoJ·e obj eto de esb -at égia m i litar. E os ção de troca seja pelo reaju.sta 1ne11 to
to, e' como
ç
refa correspo ndente
ex

a
dial que rem con ven cer os · d tolas
1 se p 1 odutos de aos
tartufos da eco11om1·a mun de de u s : po rt ão Para tanto,
·

?reços
� .
ue mo n ta r u1n sistem
terão os
.

co od rty ... st dos q


.

mm r1altza
pe
que o tróle o é um a a fses i11du
óleo maJ dão par a 30 ano s '
a mais requin­
l do e efici
_
As .
e1 1t e de pressoes, de constrangime
1
petr
.
de
.
res er vas m und iais ntos, garantido­
isso imp ica em que as naçõ es com baix
.
o
. . h
con sum o nao pod erao
- _

,� da co11secução de seu in te11 to. ··


a pe qu en a mt no r1a e ge m ô-
aumentaJ suas demandas porque
o do g Io ba 1, sem oub·as
Is so , na lu ral m enle, explica a violência contra a soberaní
nica, que Jª 80 º'
� .

a
- n aci o n al d a ma i or i a dos \)0\1os com os resultados da Rodada
.

· , cons ome mais de


U rLi gu a i do GATT. Na su a n �\'ª f? rma, a Organização Mundial
.
aJ ternat1vas, qLter conb·olar essas reser\1as para sL1as expa11soes
· as. Podeinos assim avaliar o que essa s pote ncias, e m de Coni é rc i o ( 0 �1C ) �� de ra ate superar o FMI e 0 Banco
. _ .

econor - ruc · ·

.
a
_ es
-

sua habitual truculência, poderão fazer com as naç oes que ma is rviu nd ial me sua s d ele te r 1 s aço contra a humanidade, sempre
favorece ndo os pre1)otentes e predadores e dessangrando os
necessitam elevar o nível de bem-esta r de seus pov os, pelo uso
de suas próprias reservas de peb·oleo. E' ssa e a raza� p e l a qua l
, , -
de sfavo re cid os .
necessitamos garantir, a qualqu er, custo, o monop ol10 estata l
N a Con ferê nc ia f\1u ndi al de Energia em Montreal, em 1989,
do petróleo e manter a PETROBRAS sob o controle do Estado
brasileiro. sem irresponsáveis parcerias ou outras 1naJandra­ A. c11u rch do Ban co �1un dial informava que interesses do Norte
gens, quaisquer que sejam as pressões externas. O pr esi d ente iriam " inves tir " no Sul cem bilhões de dólares por ano, durante

J(ennedy já dizia que "governar é admin istrar pressõe s . O "


dez a11os, para resolv er o p robl em a energético. Deles, natural­
monopó!;o estatal é a nossa grande arma 11essa questão que m e n te ... Esse fato foi depois confirmado por Bill Clinton pouco
implica 11a sobrevivência da /\fação brasileira. a nt es de sua posse, apenas estendendo o prazo para 15 anos.
, . .
Clinton, e n tão, convocava empresar1os americanos para a gran-
Os EUA dilap idaram perd ularia ment e em cu1io espa ço de
tempo 1 60 bill1ões de barris de petróleo, rest and o-lh es ago ra
de aventura. N e ste caso, o Su l sign ific a, evidentemente, o
Bra s il E essa quantia estapafúrdia de um trilhão de dólares, o
.
1nenos de 30 bilh ões; ou seja, detêm reservas e m seu ter ritó rio
que signi fi ca senão nossas estratégicas empresas energéticas,
para apenas 5, 7 anos. E, nos últ imo s anos, ess as res erv as vêm
dim inu ind o a taxas de 6% ao an o. As OL1tras du as gr an aléii1 do patrimônio hidrelétrico e da s, reservas de petróleo
descobertas e i 11 fe ridas pela PETROBRAS? E, ademais , a Ama­
de s .
potências econômicas, Japão e A1 em an l1a , nã o di sp
õe m de
zônia . . Não esqueçamos que os trópicos, especialmente os
trópicos ún1idos, detêm 90% do p atri m ô n io genético do. planeta,
petróleo em se us territórios. Outros gr an de s co .

ns um id ores,
con10 Fra11ça, Itá lia , In glaterra, ou não di sp õe
base insubstituível para a Terceira Revol ução l ndu s�ial, a se�
m de reservas ou
as têm decadentes. Como sa ir, en tã o, dessa
si tu aç ão de se sp er a­
dora sem procurar ton1ar o pa tr im ôn io na promovida \)ela biotecnologia. Essa é a razão da hed1onda Lei
tural de ou tr os po vo s?
das Patentes, que o Governo norte-americano quer impor ªº
.
en te ao pe tr ól eo mas à
Essa si tuação refere-se não ex cl us iv am .

Congr esso brasil eiro, a meaçando com represálias o e c1cus


.
maioria dos recursos na tu ra is 11ão
re nováv e i s. O se n h o r H en ry
���
l{issinger, em ple110 á p ic e de p o nas expo rtaç ões bras ileira s e que deriva da exorb1tanc1a da
d er , n o final dos a n o s 7 0 , d e ix o u
claro o q u e d ep o is v ei o a se t r Roda da Urug uai do GATT ao pretender sobrepor-se aos parla­
an sfor r11a r e m a m a ró' a re a li d
ade
men tos nac ion ais. Por ess a lei seria concedida patente so?re
ao d i �er: "Os países in
manez �a co1no existira
dustrializados n ã o p o d rã
o viver ; /i mic roo rga nis mo s, que são a base desse patrimônio gen
, o.
etic
m até !1oje, se 11ão ti
.
dzspos1ça-o os recitrso
s nati1rais 11ão r e n o v
vere1n à s u a :
Se nd o a pat ent e u m a res erv a de mercado de natur za mono­
u m preço p 1·ox1n10
?
d custo de extraçã
áveis do J'Jla n e ta a 1
pó lic a, d e âm bi to mu nd ial , me ia dúzia cle corporaçoe passa� -
o e transporte, o u seja
·
·

nenlium valor pa ,
. da vid a: na
tr11nonial, e, se e ,
r1 a111 a deter e s s e monopo 10 so r1. b e a ba se
levados, sua pe1·da de . 1 as a
agricultura , pelas patentes de semen t es e ·
1 nsur oo s agr1c
, o

208
209
.
o sufi cientes para matar a atual população

elas v 1n c u 1ados
sã d Terra. Cada
., na fa ntástica fa rmacopéia . na tu ra l br as ile i ra e
n uc lear produ z mais de cem quilos de plut .
.
·eaL or �
nos a1 11nen tos. Seg
os an le r1 o rm e1 1l e 11e sl e ca p 1- 1 on10 por ano ...
am
,

fo rm
· 1 passa
undo i11
r i11n 11ovo e espa 1t so : � As sim , a so luç ao da qu est ao energética mundia
f�
_ _

1o ve
orden1 de 6 1 b1
d a d e ir á p r o 1r . pelos
tulo tal monstruosi po is , ar a ·
is so , o a ·
r1 m on 10 genético é
1ilLtO de recu
Lró pi cos ,
·

n

captar e armazena

do Su l pa ra o N orte da _ !!1oes , fundamental


rsos . m a1 1e 1 ra po �s1 ve e
ca
sses lerm ?s, co1� d1 ço es d e A ú n i

q ua n b d ade
a 110 .. N ão l1á , ne . . r grande
de dólares, por . . _ s d e energi a solar, de dimensões compat
sobrev·1ve 1-1. E' sim
or qu e candidatos a Pres1de n-
, da fotoss1n tese
pl es m en te as su st ad . , íveis
. com
as 11ece�s1 da d
es fu tu� as, e, atraves
.

ss as gr av1ss1!11as QL1eslo es,


. .

1e n1 ne dos vegetais,
_

se qL 1e r to qL
zindo o s 111dratos d e carbo no : celulose, açúcares, am1
eia da República 11e m .
Ferna1 1d o I-lenr1qL1c Cardoso
óle os v ege ta i s e t ., qu e tom am a designação genérica d
1e nt e o se nh or P rodu . 'dos
tando es pe cia Jn

� rnprom eti do co m es se
Ex
ne
ler
fa nd
ior es
o projeto, Le nd o si do , q.ua � do
e da Fazenda, se u pr 1nc 11)al bio m ass a . Es ses l11d raL os d e carbo no podem ser usados direta­

M in istro da s Re laç õe s
promotor. Esperamos qu e seu po.

sic io na m en to, ii_es a e em o � u�as m e n te com o for mas ene rgéticas primárias ou transformados
, . pr1a
eta me nte a P' � sobrev1ve n­ e m tais por pro ces sos d e ferm entação com bactérias ou enzi­
mas, e h i d róli se , tamb ém com enzimas ou ácido etc. Quase
questões fundamentais, liga da s dir
da Na ção , cor res po nd a às nov as res po ns ab ilidades qu e assu­
cia
miu como presidente de todos os brasileiros e não ma is a de u m Lodo s já dom inad os no B ras i l , em escala indu strial. Estamos
candidato a uma eleição qL1e tudo joga para gan há-la, em processo por tudo isso, predes tinado s a se rmos a grande Civilização do �
que necessita de substanciais apoios financeiros, em geral, em H i d rato s de Carbo no, em vez daquela decadente dos hidrocar­
mãos antinacionais. Esta é a esperança fund amen tada d e Lodos bonetos que vive seus estertores, pois deriva.m de combustíveis
os que tê1n compronlissos com o Brasil . fósse i s, em extinção, ou altamente desestabilizadores do equi­
1'1uito antes das resen1as de peb·óleo serem exauridas, a l íb rio term odin âmi co da ecos fera .
maioria dos países não terão mais acesso a elas, 1nesmo se Nos países hoje industrializados, todos situados ao NDrte
localizadas em seus territórios. Elas passarão a ser controladas do Trópico de Câncer, as aplicações energéticas da biomassa •

por for ças militares das potências l1ege m ô nicas para garantir­ serão sempre marginais, poi s sua aplicação generalizada é
Il1es o suprimento necessário, enq u a nto d ure. inviabilizada pela baixa incidência média de energia solar sobre
Mesmo com medidas dessa nalureza, o fim do petróleo é seus territórios e pela carência de grandes e:xitensões territoriais
inexorável para aquelas potências, muito pobres em recursos adequadas para esse fim.
energéticos renováveis por estarem todas situadas em regiões Por lamentável m imetismo cultural, tende-se, no Brasil, a
temperadas e frias. Só as regiões tropicais com exte11sões 11ão -
encarar esta forma de energia como al go complementar de ,

ocupadas do ponto de vista econômico e com grande disp onib ili­


aplica ção restri ta a situações excepcionais e a casos isolados.
dade de água -, podem pensar em sol uções permanentes sem
c? 11 tr gi1nento de ter de tomar, na prática, dos outro
o É necessário, entretanto, atentar para os fatos, para a
� � s, pela
vio le c1a ou por me io de ardilosos estratage mas, reali dade . Con trast ando com o que ocorre nos países de clima
� como é o caso
da Lei das Patentes, seus estratégicos territórios tropica is . tem per ado , a pot enc ialid ade ene rgética da h>iomassa tropical é
Resta I l1es, a essas potências, no en ta nt
ime nsa . Co ntudo, sendo a ene rgia a grande fonte de poder
.
-

o, a vi a nu cl ea r, co m mi Lndial, é na fttral que sua oferta abu ndante e renováue� nos


a 1m en �a insegurança QLte imJJlica e os grav dom �nam
.

c n tain 1 na ç o dos rejei tos ra


íssi m os ris co s de trópicos seja desencorajada pelas estruturas que
? �
� lo , co 1? .
dioativos, es pe ci al m en te o pl ut ô­
� ª1s de cem m il anos de vi da m éd i a . U1n 1n ic ro gr am a
mu ndialm en te as de ma is fontes significativas de energia.
e p lu to n1 0 n1ata u m a pessoa, o u
seja, ci n co q u ilo s d e p lu tô n io

210 211
Sen vol vi1ne1 1to d o inu ndo tropical e, a
de mais longo
s di m e11 sõ es en er gé tic as do e a
id éia da l Lei - prazo, em
Para que se poss a ter ., alav an ca l e a .
ç a o da estrutura
po derosa
( 1 Ja co 1n ova d os na
, . . de poder .
uL iliz e1n os 1n d1 ce s 1J1 . mundial
o,
eco1 og1co
d
,
que estamos a �11
. . Esta nd o a bi om as sa di st rib uí da em ambientes
nental brasile·
a saber ,
i
experiên cia brasileira,
.

. s
ta
.

Lo d o o t er 1 1to 110
·

� o s e1n c o

ífi nt
1
c
. ·

. ··t0· 1.·10 brasileiro e co11sl1 Lu 1d o de le r1 as 111 1p 1 op 1 ia s eSp ec . , iro, sua


l
,
.. . . .·
.

a
a) 30% do le i 1 1 ga11 1 a co no ç a o 1nt r1n sec a de profun
- u Li l i zação
-

. .
as . da descentral·-
l
a:; a11 cx p 1 aç ao
,

1n or
1
co 11v e11 cio 11a J. 1
para a agi.·icu !Lu ra
· � 1.• e on1 os nív
zaçã o só ci o ec on o 11 1ca, o qu e d a, po ss ib ili da de a
_

.- .

fi111 s d ?
1 c a d e d a A ce .
s1t a E uma distribui-
1
du L1v n e1
Ja ção a d e q ua d a e r1 L1 e z a em todos o recantos do País. As falsas
de pr o _,
eis

-

Jloresl.4
. os

getíca, a 1cançados 110 \/ale
.

1a ,
pr o m es s as el e1 to re1r as de d esce ntral i zação ganham p0r essa via
·

01 1 e1n
· ·

do Jc qL 11l1 11l1
·

, ·

�d e-s e co n1 a ío r1n aç ão <le ílo re sla s en er ge, L1 ca s,


anos 70 , po ·

foro s de rea lida de , ma s sua exeqüibilidade depende de uma


. ,
r a110 ec11.111.1ale11 te a
o bter uma ProdLiçáo suste11tada po
·

. d e .1 0 se ;a
cerca de dez b;//1ões de barr1,'l
u
. po r
pe tr o eo . (orle vo nta de na cio 11a l. Es sa d isp on ibi lid ad e energética descen­
ano, O equiL1a/e11te a i1n1 terço
das reservas glohats de trali zada em prat icam ente todo o território cria condições
petróleo norte-a111 erica 11 as; e x ce pci o n a i s par a um a rev isão profunda do si ste ma nacional
b) Entre centenas de óleos vegel � is Lro pic ais élJJl os a sub stil uir de tran spo rtes e d e ocupação p opul aci o nal de imensas regiões
0 óleo djesel obt ido do pelroleo. tom emo s com o exe m1J lo hoje d esoc u p a d as . O seu reflexo imediato é o desinchamento
0 óleo de dendê. con1 nível de prod utiv idad e con serv ado r. das gran des mega lóJJo les brasileiras em sua crítica situação de
Utili zand o os 70 milh ões de l1eclares n a A111 azôn ia e 2 insegu rança e desord em gene r ali zad a por m ei o da criação de
mill1õ es no sul da Bahia , aptos ao plant io de dend ê, com
m u i tos milhões d e empreg os no campo e em vilas e cidades de
produti\1idade média de 4 tone ladas por hectare por ano,
chega-se a i1ma produção potencial de 6 n1ill1ões de
méd io e pequ eno port e, constituindo-se em uma verdadeira
barris1dia de óleo diesel vegetal Ou seja, cerca de cinco marcha para o Oeste. Há ainda a possibilidade crucial de
vezes o consumo total de petróleo no Brasil !1oje. Co1n ocuparmos com brasileiros imensos espaços expostos à cobiça
es tr an ge ir a ...

motores Elsbefl ciclo diesel, pode-se utilizar esses óleos


"in 11atura '� pode11do perfazer 40 quilô1netros por litro; Corno conseqüências econômicas de grande porte des taca­
c) Com produtividade já alcançada en1 setores do PRÓ-Á LCOOL mos a possibilidade d e construção de termoelétricas alimenta­
e com tecn o logia já d o1n inad a a partir de cana-de-aç ú ca r
ou de rnand ioca, com 1% do território brasileiro, alcançar­
das a biomassa. sem restrições de tamanho, indo ao encontro

se-ia i11na produção anual de 50 bil/1 ões de litros o u o


das dimensões d a demanda e eliminando, de modo drástico,

equivalente a 880 mil barris/dia de álcool etílico.


linl1as de transmissão de custos elevadíssimos. Também, a
possibilidade de siderúrgicas limpas, descentralizadas, com uso

Extrapolando-se esses exemplos para o contexto inter1


de ca1\1ão vegeta l como combustível e como redutor, é uma
1a­
cio na l pode afirmar-se qu e o mu ndo tropical persp ectiva que pode coloca r o Brasil como o maior produtor
poderia suprir,
pratica1nente, todas as ne cessidades m un n1u11dia l d e aço.
cliais de co mb t.Lstí­
veis sólidos, líquidos e gasosos, ben1 co111 Con10 v i m o s des tac a11 do, por ém , desde o início deste tra­
ball 10, a mL1dança d a matriz energética brasileira, J!> ra. com a·
0 de elet1·icidade, po r
u1n período de tempo praticam en
te ilimitado. � p
Em defi11itivo, po r suas pote nc ia tibi lizá-la c o m o s gra nde s pot enc iais das regiões tropicais, exige
lid ad es de pr om oç ão eco­
nô n1 ic a e social e su a exlensão qu
an titativa, a bi om as sa po de alt era ção pro fun da d e gigantesca estrutura p eexistente. com �
ectro
co ns li tu ir-se, a m éd io pr az o, inv est im en to s a ex igi r ret or no s condizentes e imenso esp
110 pr i11 ci pa l p ó l o d in âm ic o d e
d e tec no log i as a se re m su bs tituídas ou adaptadas a uma no
'ª �
, . . aturalm ente per10-
for111a e n erget1ca extensiva. Isso necess1 a n ·t

212
213
A disponibilidade de energia é' como vim
· os
. LA
ev ol uç ão sã o el e1 nentos es se n ci a is a . ' a condiçao
-
- em cu ·a
1 básic a paraa eXJs enc1a e farmação
do de maturaçao, ., icas a l ta lm en le predo-
eL
de agrupamento
s humano
A fo rm as en er g 1z
prud enc1a . e o vi·goi· A s L er ma nente s. A m ob·i 1 · aça- o d as diferentes
formas e 5
se a in d a d u ra n te c e rto te m p o , c o m P . .
. d energi a
.
1.1açoes consecu l.1vas d e
r- 1n t e1.·
1or d e
·

·
m1nan tes devem mante - orga niza-s e no
. .
sistemas cujas tlimensoes- sao ao
·
.
a av a
_

suJ eitas soc1a1s po l' .


.
ess en c1·a i , po ré m . mes ino Lempo , 1t1cas e culturais , formando
pape 1 . os chama-
ajuste nas quais serão
p er m an en te m en te 111ed 1d a s as v el o ? 1da-
sist e mas ene r ge' ti cos. O conJunto desses
, 1
d os . sistemas, como
en tr et an to , ex ig e f� rl e p o d er d e d ec is ão , . pro ces so d e d eter1oração e
des do aj uste. Isso , vim os, est a 10J e e m um dos desafitos
b pena de podermos ser surpreendidos po r u m de sa st re · d o fu t u1·o e' a bu s c a d e c a n1 1nh os para uma t .
so cruc ·iais . . _ rans1çao,
de co la ps o m un di al de fo rn ec im en to de . .
_

nacio nal decorren te tend o por b ase .a su b sti tu1ça o energeti , .ca mtensiva e ext
·

ta re f�
.
s s�o necess�1o s �o d ­ ens1va
r av an te es sa s
petróleo. Pa ra le va : Nu nca se qu es tio 11o u as bases �ateriais da organização saciai
_ ,

do s in sb ·u m en to s. O pr1me1ro de le s e a pr op r1 a
rosos e ad eq ua existe ntes para .suportar esses sistemas. No entanto , nenhuma
alternativa soc1a1 perman
S. Nã o se ju st ifi ca qu e vi ve nd o o m un do l1á m ai s
PETROB RÁ ente será mais concebível -
. se nao
te an os u1n a pr of un da cr ise e11 ergética, em qu e novas
de vin impli car e1n u m novo siste ma energético .
as, s e ma nt en ha
formas extensivas são ansiosamente procurad
As e m p!esa s b�sicas e estraté_gicas, com participação do
nossa principal empresa de energia confi11ada a um a forma
restrita e convencional. Já em fevereiro d e 1 987 , Me lvin Cal vin ,
Estad o , terao cruci al papel no ajuste da matriz energética
brasi le ira à nossa realid ade e à c�ise mund ial do petróleo, assim
Prémio Nob el de Química, dizi a que a PETROBR S era um a
Á
das úJtimas empresas exclusivamente de petróleo d o mun do,
p:
como foi essenc ial a, P TROB RAS garantindo a distribuição na
implantação d o PRO-ALCOO L. A Co1npanhia Vale d0 Rio Doce,
devendo-se transformar imedi atamente em uma empr esa d e
energia, ajustando-se, portanto, à realida de da socied ade, e m
' por exempl o, levando e m conta sua experiência no setor
florestal, e a Acesi ta Energética, ex-Acesita Florestal, mesmo
função da qual existe. Isso não significa que ainda por um longo
que privatizada, se continuar em mãos nacionais, a ELETRO-
período vá deiJCar de atuar, de modo predon1inante, nas 1núlti­ , .
plas atividades vinculadas ao petróleo, que exigem forma
BRAS, especialmente a Eletronorte e a OH1ESF 1 elilitre outras,
integrada de ação, e cujas atividades estão perfeitamente deli­
terão também importante papel na gi gan tesca tarefa que a
neadas e an1adurecidas pela empresa. Energia é um a d i mensão
oportunidade histórica no campo energético proporciona para
física única que se modifica de uma forma em outra, continua n­ construir u m Brasil poderoso e justo.
do, porém, sendo sempre energia. Confi nar uma empre sa à Com a convicção baseada na potencialidade física e huma­
geração ou transformação de uma forma dete rmin ada de ener­ na brasileir a e a confirmação da ciência, podemos conclam ar
gia é estabelecer limites para sua efici ênci a. É um verdadeiro estar nossa Socied ade ante su a maior opoFtunidade histórica,
atentado ao Primeiro Princípio da Ter mod inâm ica que esti pula talvez única . Para fazer jus a ela é essencial que nos v oltemos
que a energia não se cria nem se desb·ói, ape nas se tra nsf orm a. para noss os imen sos patri môn ios naturais, no momento em que
O qu e dev e comandar sua vocação é a rna ior ou me as potê ncia s 11ege1nônicas vêem os seus próximos da exaustão.
n0 r
ab un dâ nc ia de fontes energéticas pr im ári as e as cir cu Cria-se, ass im, estt1pendo desafio de coragem e competência,
ns tân cia s
do co�t�xto sócio-econômic� onde estão loc qu an do ve mo s a de mo lição do Estado ocorrer aos nossos olhos
alizadas . Na pi or
das h1poteses, a PETROBRAS de ve ria com ina cre clitáve l bru tal ida de, fruto da especulação, do egoís­
mo , d a ma ldi çã o da pe rd a da auto-estima, do desamor à Pátria
ocupar o espaço do s
co m bu stíveis líq ui do s e gasosos,
de or ig em fóss il ou nã o
fortal ec en do a in iciativa d e em pr
extensamente n a prod ução de
es as brasileiras qu e já atua � e aos pró prio s filh os.
combustível renovável qu e está s e n do fei t� para
. Es te liv ro pr oc ur ou mostrar o _ s Po-
im pe d ir q u e se ja m alcançados nossos objetivos nac1ona1 .

214
215
te d e q u e a d in â 11 1i ca d e 11 1o l i­
E D IT O RA
aqui o a te n L1 a n
d ia ter Jiavido a té ra d a c o m Lo d a c la re za.
não te n l1 a si d o m o sl
dora q u e nos assola
Transformada em fa to s, p o ré m , c o m o m o d e slam e n le p ro c u ra­ VOZES
u é m m ai s p o d e af ir m ar q u e a d c sc o 11 h ec e .
mos evidenciar, n in g
ri a te r le va do al g u ns ao d es i1 1l er ess e o u
Antes, tal p o st ura pode
l1o je , nã o há m ai s razão pa ra de sc o nl 1 ecê-la, SED E Porto Alegre, RS
ao esconderijo:
lâ nc ia s, po rl a1 1L o , a {90 01 0-273) R Riª
somente cabe a tr in ch ei ra . N es sa s ci rc L11 1s
d e al la lr ai ç5 o .
Petrópo lis, RJ
(25689-900) R. Frei Lufs, 1 00 Tel .: (05 1 ) 2 39
2 6� 1 t uelo, 1280

Caixa Poslal 9002


ni vê n ci a se rã o cr im es Fax: (051 ) 226-3 7 1 0
Outu bro de 1 994
omissão e a co 3
1 12
1 50050-4 1 O) R d pr! .
Tel.: (0 2 4 2 ) 4 3 -5 Recife, PE

e, 82
Tel.: (OB 1 ) 221 �4 OO nc1p 4
Fax: (0242) 4 2 -0
692

Fax: (08 1) 221 -4 180
LOJA S

( 1 70 1 5 -002) Av. Rodrigues Alves, l 0-37


Bauru, S P
Rio de Janeiro, RJ
(20 031 -201 ) R s dor Dantas,
Tel.: (0 1 4 2) 34 -2 0 44 1 1 8-1
Fax: (0 14 2) 34 -3 30 1 ���
Tel.: (02 1 ) 220·-8
Fax: (0 21 ) 22 0- 64 45
B el o Horizonte, M G
(30 1 90-060) R. Tupis, 1 14 Salvador, BA
{40060-41 O) R. Carlos Gomes' 698-A
Fax: (0 31 J 22 2- 44 82
Tel.: (03 1 ) 27 3- 25 38
Tel.: (0 7 1 ) 24 1 -8666
Fax: (07 1) 24 1 -8087

(7073 0-5 1 6) SCLR/Norle, Q. 704, São Pauto, SP 1


Brasília, DF

Bloco A, Nº 1 5 (O l 006-000) R. Senador Feij6 ' 168


Fax: (01 1 ) 607-7948


Tel.: (06 1 ) 223 -24 36 Tel.: {01 1 ) 606-2288
Fox: (061) 223-2 282

Cam pin as, S P São Paulo, SP 2


(01 4 1 4-000) R. Haddock Lobo ' 360
l
( 1 30 1 5-002) Rua Br. de Jaguara, 1 1 64
Tel.: (0192) 3 1 - 1 323 Tel.: (01 1 ) 256-061 1
Fax: (0192) 34-93 1 6 Fax: (01 1 ) 258-2841

Culabá, MT Escritórios Comerciais


(78005-600) Av. Getúlio Vergas, 381 Campo Grande, MS
Tel.: (065) 322-6967 (79002-184) R. Dom Aquino' 1789
Fax: (065) 322-3350 cor:ij. 37, 3° andor
Curit iba, PR Tel.: (067) 384-1535
(80230-080) R. 24 de Maio ' 95 Fax: {067) 383-2498
Tel.: (04 1 ) 233 -1 392 Florlanópolls, SC
Fax: (04 1 ) 233 - 1 5 1 3
(881O1 -000) Av. Pres. Kennedy, 698
Fortaleza, CE solo 4 1 5 - Campinas - 5. Jos�
(60025- 1 00) R. Major Fecundo ' 730 Tel. e Fax: (048) 241 -1007
Tel.: (08 5) 2 3 1 -9 32 1 Vitória, ES
(29 01 0-250) R. Alberto de Oliveira
Fax: (08 5) 2 2 1 -42 38

Go iâ n ia, G O Santos, 59 - Edrf. Ricomor


(74 02 3-0 1 O) R. 3, Nº 2 9 1 sola 709 - 7° andar
Tel.: (06 2) 225 -30 77 Tel. e Fax: (027) 222-1344
Fax: (0 62 ) 22 5- 39 94
Escritórios
Ju iz de Fora, MG Ri o de Janeiro, RJ
,
(2021 1 - 13 0 ) R. Benedito Hipólito
(36 O 1 0- 04 1 ) R. Espírito Santo, 96 3 1
Te1 .: (03 2) 2 1 5-9 050
Fm<: (03 2) 2 1 5-8 06 1
Tel.: (0 21 ) 224-0864
Fax: (0 2 1) 252-7528

tªf
Lon dri na, PR S ã o Paulo, SP
º 1 0-3 90) Rua Piou(, 72 Loja 1 (0 13 0 9 -0 0 1) R. Luls Coelho, 295
216
e . : (04 3) 325 -7 1 67 Tel.: (0 1 1 ) 2 5 8·6 9 10
F ox: (04 3) 3 3 7-3 1 29 1
Fax: (0 1 1 ) 256-283

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