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**

josé Denizard Macêdo de ,Alcantara


`-Í---,`-

(Bacharel em Ciencias Econômícas ~ Contadõr,~


Ex-Vereador á Câma`ra Municipal de Fortaleza ~
S * * Professor do Magistério Militar) * * *

RACI0NALIZAgÃ0

mH

6ÜMPETENSIA ADMINI§TRATIYÃ

MUNIGIPIO

f
(Tese para a Livre Docencia de Ciencía da
Adriínístração, na Faculdade de Cíencias
~ - + ~ Economicas do Ceará) ~ L ~ ~
B © 'Ã_ Ü ff © RE`

A Uníversidade -na Defesa Nacional~~194l.

Fundamentos da Administração Cearense~~1946.

A Conjuntura Histórico~~Geografica da lndustria~


lízáção Brasíleira~~ 1948.
"Venho dun]a longa geração de lavradores„,
Subiram, portanto, dentro da regía~ou sul~
cando -de regos geométricos a herdade paL
trimoníal, Óu assentando~se, em vereação,

%r.a:.e:|he..si3gàl::ààq::dàefsacr:;:aa:nig:h::
raízes ancestrais, não me respondem ou.tras
Vozes.

ANTONIO SARDINHA-.`Nai E}e:iTa dos MTtos"

A memória honrada dos meus maíores, particular~


mente dõs meus avós paterno e materno, o Major Pe~
dro de Alcqntara e o Capitão José Joaquim de Macedo,
e do meu tio e padrinho Luiz Alve`s Teixeira de Alcan~
tara~municípes proemínentes em suas comunas-que a
Tradíção do` Sangue e da Terra modelou como padrões
humanos de real valor, cuja nobreza nas vírtudes e di~.
gnidade nos seus \ atos eram o re£lexo, sínão a medida,
da bôa cêpa sertanej? e da rija têmpera do.s homens de
S antanho, oferece e dedica o

AUTOR
*r f. i
tõ`£_--,.*.
-ijft

R[M IN I S O ÊN 0 IA

Temos sido ardorosamente municipalistas, tradição inte-


lectual e politica que guardamos da infancia e do torrão natal .
-0 município do Crato - no vale do Cai.irí, cuja Câmara Mu-
nicipal. criada ein 21 de Julho de 1764 pela elevação do povoa-
do à categoria de vila, proclamou a República em 1817 e 1824,
expulsou os lusos na lndependêiicia, prendeu ouvidores da
Corôa e socorreu patrio`tas do Piaui e do Maranhão . Outra não
poderia ser a nossa formação mental, afeiçoados ao manuseio
constãnte dá história local como alvo de nosso particulai. ca-
rinho.
Retemos iia memória a imagem da velha Casa da` Câmara,
construidà em pedra, com paredes de larga espessura e o seu
calabouço abobadado. No pavimento superior o paço da verean-
ça e no inferior a cadeia, dura expressão do conceitõ de vida pú-
blica do antepassado lusíada, como a significar que a Lei es-
tava por cima e a Pena por baixo. Vibra ainda na nossa recorda-
ção o rebate do sino da edilidade, convocando os jurados para
um tribunal que o magistrado de fraque e cartola presidia sole-
neménte, onde a curiosidade de gínasiano absorveria as' primei-
ríLs lições de eloquência.

£à`,{*¥Í" Retrato da vida Municipai


Abordaremos
•` :`j,-+ nesta
--_-_-___ -,-------- _`_ monografia um`-_-r-`
__-_--`,0--__ ---- problema de suma
,.,- `,-```-`-`, im-
`,`-___`-_`_.
poi±âhcia para o municipalismo brasileíro qual seja o de fixar
com exatidão um nítido conceito da autonomia municipal, pos-
tüáda dentro da nossa realidade histórica' social e econômica'
iT..fff: `'. póis&da sua inst-abiíidá-de -t-é;-t-é-ri-urhá-riós--ás-dà-s-àst-rós-a-5 àorisé-=
A#¥,3::3gÊ:icaiafsag:fenctosàebrrve#ooâoeFdf:=çàõgeosg:adísoçí:i:T:£ssdaetcr:àtei::
`'`\=" €. to dos i`eais intéresses da comunidade municipal.
\
-6-
Constanteriente assistimos no Brasil à interferêncià dos
legislativos municipais ém questões que fogem ao seu âmbito
natural: 8reves, .protestos políticos, interpelações descabidas
aos poderes da União e do Estado, sobre cousas que ultrapas-
sam de completo aos direitos peculiares da edilidade. Assistimüs
ao +ivo a absoluta falta de`contrôle dos executivos mum.éipais,
rio que tange à àdministração finan€eira, sobr'emodo, sem que

3âraórcgo:3;r:osEE:#Ttte=d::nohad=sp:âdi:e:àsââ:lroasdomoeuioisndlee#adi:.
das rendas municipais.
Parece que a reação municipalista desencadeà`da após o
novo regimen «por força da.lei pendular da História, contra
um extr-emo leva, inelutave,lmente, ao \oposto. 0 atual movimen-
tó- municipalista, deflagrado contra' a nossa tradição comuni-

iilLEÉ:p:o3&tic:g:.3E:.niod:zeeí:a;#?ap:i:o-:aT:o:c,í:pÍ:u:áiiiI::.;ã?r::.::
art . )

reforsç::g:,caalÉ:,iduaEed:âào.Pnç:IãTitveapá.ra#ouxnoi:cíg:o-i::ís:eaá:
mento de rendas que lhe era devido e fazer o correlato acrésci-
_`';-` mo díscririinatívo de suas responsabilídades adminístrativas --
•dos serviços e encargos que deve ao público, derivou-se pãra `
uiha ,inútíl conceituação política da autonoiriia municipal, sem
reais benefícios, com uma comuna concebida como micro-orga-
nismo político ou célula do Estado.
0 ilustre jui`ista LEVY CARNÉIRO («0 Municipio» L
ai``t. ) já assinalou,pela imprensa os inconvenientes decorridos.
Extin'guiu-se a gratuídade relevante da vei`eança e criou-se fl
profissãü de vereador municipal. . . «Multiplicam-se, em cada
fh¥saài;e:sgêcnoc:::nàeasr,Tâàirtí:gs.pr%svoEáe£c':p:gtõieíu|daaá¥eefgFei;
g:a|=à:amapçoaliti::,E:éf:|rtoop:ài;g=So.teEnEe::|iàsaasLideesç::|ÊÍ::.;ÍS¥fig,al
goâ=aorãô3Iou3àcsiTãljope:t:ã:ã-zsedeacâgginàsdtá:õ¥so».d%hEJànàciiÉÊg 4 :r-- `
a afirmai. o jurista citado: «A organização das Câmaras` Mu-
nicipais, para evitar êsses inconvcnientes, devei`ia inspirãr.`-se
na índole meramente administrativa das funções respectii" .e
compôi--se-pelo critério da representação profissional».
Em 1945, ao se proc€ssar a volta do país ao sistema coris-
titucional, c.m ensaio sobre a administração cearense, ÓQrisa-'
grám+os largo capítulo sobre a po]Ítíca municipa`1ista.` `desen-
vc`.lvendo nosso intercsse pelo i)roblema e. altq, imas diretrizer,
-.3
-3-

:-:_:::::::__:-:_::-:-_=Í-:-:::-:--::--:-:_-:----:--_:_::-i:-:::::=:_-:::-:--i:-:::::::::-::-::::::::::::::::::l::--::--::-:::_:::::::::-:-:=:_;:_::

:::-:_::--i::::::--:::::l:_::_:::::::-:-:::::::::_::-:::--:i::::i::::::::_::-_:=:-::::::=:::l_:::::::i:i::-::-::::::::_:-:::-:::::::-:;-::::i:-::=:;::;:l:_:;:-:::::::

•:Íj;8:;iiiiÊ:;s?f:i!.¥ciíri!rÊd*:i;;.t.::E:r::çg:ngt:iíi.:oia.i::c:o¥r,.g:sâiEauc:oi
- ;:::àp:t::ís:ti%tTec¥o'áf:d:aiíesd:[:ai :r:i;:oçriõ:es::tfl.cgb:àt|?Xg:aeliFv:e:eT:af:u:ç:ãa:

i:Ê:eíi£:âíi¥:o;:::i!:;;:;i;::lr:ii:tí:;gs:l;:;;ÍIíg;:E::iEi:e:1Í|i:Ío:ugi::e!jri:ati:

íã.:;B;jcie::3:i3f#:iànn::si;Jpãi#ig:::ãs:oí:Êitásc¥e:ni!j;.:Ee:¥á:'!cÍ;pe;rã:
-dores e no aumento astronômico do funcionalismo. E, nota
curiosa, impostos de alta produtividade como o de lndústrias

:a#;às¥£3Touâr:r£taaç3eààad:sáe::uAaosaTc:l¥cígà#eâ:eicme:
posto sobre a `Renda não é.àplicada em benefícios de ordem

ku:::Êí;£;u¥:o::iaToãn¥|císeâEtee%er£er£:Éit:a::;oFau7ágc:ommsTâ§ó
-8-
km.2 e Juazeiro do.Norte com 173 'km2. Na Capital a tubercu-
lco.s:tàiÊe:asamE:r::ltiednàsdoesef¥co2;Luegà:LbAasecotFa::àsadâoinBt:=+:

;â:.:c:âia:ín:si:é:::ãoàmpdâeg3Éizomo:à?ái;Ê:àe:i:¥:sF:iên::co:::i:d¥pd.pe?:Éa;
municípios, compreendendo 809Ío da população, não dispõem

:;ic'áíToa:shfiouseãl#!i:::.ianl3e¥T:u::ÍeíE:oÉáÊ?,::¥Í::Íc::lFE?sçsíaravjÊ:
Cariital, e quanto a mercados e açougues, a maioria está -conde-
nada pela legislação sanitária. ` '
• . Entretanto, as rendas municipais ultrapassai.am ao dôbiTo

à:ráav:l:,ne:l_'.a:TÍ::e.ái:su¥.i£.tÊ,ísep=?:Ê:b::::,i:n:todn.::si!::àe:hn?[1;:eínor,s:.:
os poderes municipais, abandonados à sua própi.ia sorte, temii-
puasr,aamreE:#sg::tdaiíà: àEEfuo,a:iuaem:iÊ: g:oEà:ci:|Fraerciâdaun¥3
devidame-nte os seus tributos.

.:aac#çi:fãto:sugp:p:eftiâmm:ã3:,*i£u?i,q:u:évATtz¥£egxi!i!gíâap¥i:;aa:.i:o:i:
±g§3S.p#õ;T-cf¥Z:ned.Ts:ní'Íigtaéi:"a(pH.isstteó.ri'àardLoeiBdraasliàt=p::t4ae
ção, pois que a prática demonstrara sua prejudicialidade. Nuni
ca é demais repetír a afimatíva de` MARTINHO CAMPOS?

F:qeu:ãfoa|tàvvearae.taandtionhpeçf:Tàoc¥eosc::fen£3sfônmã.vseàe:dfoali,tamâã
rendas, mas sobretudo administração e administração planifi-
Cada. rinanças.e pianejamento Administrativo

0 pioblema munic.ipal brasileiro é, pois, fundarientalinente


administrotécnico, para usar o adjetivo tão a sabor do Ílustre

gÊeràaadodrepiE|iâàa.epsre.n:i:Íàe¥t:'ops.|T,ai';ró?aEkias::á3n:nu,'enmE:3`:
£:¥:gàa#sii:iosstrg:iT%.£:aca,sep.ç2á:ãop:àí#::iss,:ã?ivsaeceuigá:Í:ã:
`- Equacionar o bínômio municipal nos termos aumento de
rendas e eficiência administrativa não constíiúe novidade. Con-
ri¥::e-osepgihaiâ:onr,ieadporroebs|ep£:adcaosnree:Í::F¥aelàcàar!ãgãmci:Iiê:

í:àtei;:idaêàcTaa.rDdi:|.oufiàdÉfiEolÉtócfiBeod(oH!::i:ieárà.esEi:istf±
-9-
Vol. V -pgs. 400 e 401 -nota 2~): « .`. . . e comó a pénúi
ria em. que sempre andavam era o ponto fraco das Câmai.as,
sujeitavam-se ás vezes a imposiçoe? pm. conjunturas devidas à
•.` situação precái`ia` dos cofres municipais» .... «as Câmaras

:s:t:oemfhs:sJ:çl:;:vi:ri:::|r:eo:Ês::q;Tà:sii_:ogíiân:d:::ààAdieEç|do:E:ai:;f:âÉi|qDEÉ
MATOS («0 Município» -in «Frónteira§» -n. 22 -1937):
«E, si pela lei de 1828 o edifício da administração colonial ca-
hiu, repentinapiente, sem um protesto imediato das Câmaras
•lpoect:';siiiqdu.esdveepeáadm.::tsoà`áovi:rhbaí,SnçádfeaTin#.i::kíiEá:cT;
` da administração».
0 fenômeno não fóí ekclusivídade nacional, mas t-alvez
iatino.L . . Idêntí£a situação-relata o grande historiador francês
CHARLES SEIGNOBOS (História Sincera da Fi.ança -Pgs.
312) quanto à sua Pátria no século XVII: «As cidades conser-
vavam o seu conselho e: os seus màgístrados que ainda usa~
yáa¥ã3s,.Fnnhtàgmosptáàueiosredae|.ai£:tà::àsi:jhuar.àdo£açsmdâl;orr%uEãs'
suficientes para cobrir as suas despesas, e a maior parte delas
havia c`ontraído empréstimos qu`e rião `podiam i.esgatai.. Os in-

ieang::ià:así:d::ffnni::r:aãá;:egsi:i:l,ge:|eulniã:;:e:r::á::,Sr:d:í#:S#::ge¥n::
da administràção francêsa». .
Não se tratava de um problema de autonomisino politico
- pois este até se perdeu pela ineficí-ência das gestões ~ mas

geed:eavpeasirdeapda:a:TÍ:àset:ãá';vàà.çiou¥i#ÊàtorirísiE:isrt:.B'â:g.:iE:
firaesEeo£ss:Eiàig:ddeoaãumá:instt:aáiev:à,a:|qeuneda¥P8#:óeumc:àrig|aatrí:
:isÊgcÉ%|ftig:eâàã3r¥s.i|4i?Eel.grLRiâeDk:ga:gâs-(<Éà#Õ-
---1942):,

salva"çB:._mETnícíp:lais.mfntqei:a#Fnç:,pneã.odíE3çeEoúqBuraansiàe.spperrià:
çípio do.self-g.ove-rnment localista tiver aplicação no Brasil
através dos príncípios de municipalízação vígentes, ele nada

::_:ànnoeíeFetíg:gsositàvnoi,cíE£iseaàtç::emá%spÊ:í,táàa.s:f:iià:aEtã.:
por outro lado, é muito, é de maís, é tudó que de pior se pode.
iEeangç¥'nacaapuatcoiE:Fei,adaeds=.ià:s#tiàaa|:à.ET:,de#ottaê=#=:
-10J-

gâittêodfBo:oEtue::âàedsesdàuuEcigra:F.de número senão de maior


Os nossos municípios tendem a subdividir-se ao infinito

3:'akàndguâgsci:âvg:cch¥epsaEâFíi,oi,c.Eaààessaeti%fãa.ze#.?í:iadnadd::

::1.ã.iãà3àng,:em::giíjpÉ:àaq#:,Íuâ;re¥,di3:f!:é:daâudg:rf:niii;:cdi:s:í:j.:

:_::--:=::::=::;-;:_i:-:::::--:::::::::;::-:i;:::::::-::::::-:::::::::::::::::--:-:::::-::::j:-:=:--:i-::i:::::i:-:-i::-:-::::l:i:`:----::::::::-:-:::::::_::_::-::::

§::d;e:E;t¥:d:e¥o:>..steabpÉri¥rã°e£er8€idtàiipzeá¥isoa,rdeaEdàugíríEí-::.s#va:
0 Grupo Natural «Município» e o Estado

::#àç:d:o:pte:ãr:`si:c:a:::Tm:i|:a!,n!:t:ipFF:a;%;Eiio::hTsí#c¥ÍEtt?rÉ'j

:::::Í::::::=::::::::::::::::_-:_=::i:::::::-::::::l:::::_:::-:::::-::::::=:-::--i-:_::::-i::::_-::-:-::-:-:i::l:i-:::::-:::::-::-_::s-::_:-::::--:::i=:::::

j!e:d,!£âãn%:n:o.ã;:.E:.Í:#r,eatl::uia:ã:oie:âFâar.:?#:s:s:s;aE:iL:H:a:r:àcí:

cg:r:aâ':3-:¥::nític:Líjiivo;eFt:r;ae::ã|:í:r:jr;::âsis:gàiíà3:ds!Ti;gàâaiis:Éá£i:
como projeções legitimas no tempo e no espaço da pessôa hu-
-1€-
mana, pedra angular da soéiedade, ainda o 'exer'cício tlus direí-
-Éá; koaâdn:;ãn¥::s;:;:í::g::eç:áae|=da?grleàdí:oaarpoolra::iá c:àoÊ:e:;#ãoo ee a,i!affr:

:oiei#i::f#s:u:es,i;ei;:iíí:idF%tedEoÍ,oagde.|=d:Ír:igges:e:sepo:sossro:cÍÊ:igátdrÊ::
;:tnetroesãâ%€:àsg::[paoçsáe:nrsr:íctíupírçoõce:s:eape=sâsaôsatgEÍ:£àsa,n:à3::

:gr:;:Jqi:o::-:P:ro::ÊÍÊí!::à;:àeÉ::;i[s:ãdã:i:i:i|:sc:oàie:É:tâ:eo¥Ín:E:;ii:a;ã,k:
a sua parcela de poder social, o poder político. Sumaria brilhaii-
teriente o assunto o CONDE DE CHAMPAGNY («A' Bíblia e á

:aílg:é:ea:s::ld:;ií:?àriEs:#a:.1a:à=paolíí§9£:3.stqfiunà,n::o!::;iir:o:#:
Estado está encarregado de velar por nossa segurança, de nos

g::::gàrinut¥cc.oEt.r,aa:Siàutgruó:iddaedFsa:à:rêÊepeazvievnet:ào¥:L:::
Füãeompar:táioraa,p:2r£:md:snt:oTateànígâg|emg#oà±is:áoEàteag::
segurar ou réstabelecer a paz p.or fóra. E' um diplomata pa-m
fazer valér nossas afrontas, para responder às de outrem, em
uma palavra, para manter, pela pálavra, a paz entre as nações.

:Ja;r.TE:s:a::,srisTia:z::fsur:iíeoTt::d!i|P::a|:ãaãfr;e:0::Eu:r:ãii:Ls:ear:á:nu:is:e:iEÉ:
de juiz) intemamente, de embaixador e soldado, no exterior,
eis aí toda a missão do Estadó, e é assaz grande e assaz bela

;ii:!:;si:uÍoÍ:;i::j::ií!Íju!;E!i;:ií:i:Í:!¥ei::;i:::í:cÍ.;ÍÍ:;.eiii:iííiâg¥:!3áes:E:si;Í

s:o:oii:;:;Ííil;:::ií:!raia::i:::r:iãe:Êiíiieiiíd;esí!nÉií:sgís:::Í::::e::ii;;:í:;as:ibjs;ot:i
ffi
-,f3-
Tudo o que existe na sociedadé passa a fruto da vontade

::::Éavi:Ío:s::e:d:e;:#g#âceekoíii::ir::çap:ssfde:ri:n;#gàe:!:|:,:::n¥:
qu.ência do inanifesto equívoco, não só filosófico, histórico
como sociológico-, de considerar o Estado como -a expressão
total e única de toda a vontade social, quando esta vontade não
::.Eaadneiifre:tamEâ`i:ÍãclsuosciivaifaÊeasdeseuFxpgEumpco,poe|aquâij:::?daE
-:e;;et:gfr:u£#!::gáEeiàaa:::o:c:aí,:ef.ac?uâa3s:Ê:¥;E?:dâ3:Sá£ãgeá=

:i:ariâEÊ:;:ç:::í:a,Í::m%o:r,fsêl:sgei:cía:I,;te::rt£ei,¥cii::êãig,t;:;a:s:ff.Íeiná:
cípio helímorfistico de ARISTOTELES aplicado à sociedade.
E' contra éle que se rebela o cezarismo do direito rómano

ii:¥í;á;i;ieiãi:s:EÍÍ:i:iíí::iií:Í;t;p;Íp:§:Í;íi:t;pgícíiiíceiía;IEeí
F. TRASLADA A ELE TODA SUA FORÇA E PODER.

fagosEisisa,1.:iÉ:àoe¥:en::gns,:ài.T.i:aáç.ã,oeredgâeí::aàiái:ise¥a:,sãápao,:
em desacordo com a natureza humana, pi.ofundamente rica e

'`{-`rii,
Z£r:%€fa]:oá::errsazTaús]stíífi],ofo:ã3:ã£gh€eo,soqsuêâàsá:cfdrá£t:c:a::==
p|e¥idade. E' o Estado paternalista que o.T,tor,g: c,omo favor ou
± ,,,,. 1 . , 1 ., .

;:!|Ís::;!Í:Í:ate;psÍ:;oiíija;:i:Íi:;iií,t:;ffcij;¥iipiE:jigi:;:tjií::;!|:igj¥PÍ:!:
-- pSso.cíâli!rio, tota|íta|`ísmo, r,aterna|ismo são sinônímos, ter-

mos equivalentés da derrocada do Estado Moderno. Não e.xpri-


mem de fato ou de direito uina peculiai.idade do comunismo,
do` fascismo e do nazismo, dá de`mocracia liberal ou da social-

géEsotãàaocift.ã:eaià.çoQuEesiadá-.¥eorns±rro,ved.odaE:itfad£-epnotlevg.#ae|É:
ta, num justo sentido, isto é. zelar pelos interesses coletivos
=E-
-,,
t,ã,..;g?tFÊâdf¥a_g_e:.;1iacâdgoi!¥St:a::T#`:a:f:e:fà;giodnFE#Íflsdiiat:?,Êag::i`:Íãnp¥T!
íã:,:l::a::#:a3naid::ia:ç¥re:sEà:aiãi:e:r:erne::iaapír:ó,Eíí:g::tplàrs:iaeiísxt:tQEnia:
Sociedadé, únicos capazes de efetuar um almejado. estágio de
eqilibrio e justiça.
€ã;igdfvdi:iu¥|:;%sÉoo.:g:o:i::|IÊea:leEçiâÉ;:;:siàiêÊuà.a"T;a:e;á::o:#:

fí:eí;:o::Ící;ioÉ£c:!;Íaná:;ã:::i3::Ídl;:Íí;Íj;Íj:!Í;âíiíi:Íiíjitít;íÍ::;|laglità:Í:o:pÍ#::-+
propalado «abso.lutismo dos `reis», empalidecido hoje pelas foi+
mas modernas de pi:épotência bolítica, .màróa eri verdadeL o
jnício-do estatismo, na forma que a História -brasileira alcunha
de regalismo pombalino, graças aos excessos inte`rvencíonistas
d`õ ministro de Dom JOSE' 1, de Portug.al. Longe, porém, es-
tava-se` da destruição quasi absoluta, e isso se comprova com
as queixas formuladas por LUIZ XIV .em sua correspondência, ,
minuciando os impecilhos institucionais que barravàm a voca-
.ção absolutista e.que .revelam um soberariQ muito longe do
1' État c'est moi dos historiadores ménos avisado§.
É curioso notar quo a êsse respei-to o movimento de 89
foi bem o paradoxo a que fizemos refer`ência. Surgindo como

|uú%esreeb:láã:r:à:àraatora:tsoàuotiÊnmd:;ià#Tso=àu;saeranaos::frseàoo-
oposto de outro sistema despótico. Éa+ece uma contr`adição a
afirmativa que o individualism-o levava ao esta tísmo, mas esçla-
receremos denti`o em pouco o processo interno dessa mudança.
0 que é certo, porém, foi haver a Revolução e suas filiais em

#::i¥rdaagsenpsroeJÍÉ:ius:dáa:siiÊ::g=iàsadeeg,rivjà:sgicoosmduansa.:.odr:,
Eíãiàtarãetu:gv:lfào:ã:e,àaó ÊEósnoof=egg:eE=n=i to , a liberdade e
PIERRE GRAXOTI`E traça uma síntese admirável nob

::EàÊefrtiu::ga;,e:v:ii:eraacE:-::i:if?;:aíÊf:;:#u%:`:;àãraeevp3r`a:r:a;ieEàâa::aF;E
vada. `A primeíra enfmquecida já pelo divórcio, pélo ,casa-
mento secular, numa dec_omposição que se pi.olonga até os dias
à atuais. a faita de uma base inórai e econômica mais segura. A
segunda comhalidf mas sempre resistín\lo, ix3Sl?,. individua-
-14+
lismo do regime sucessório do Código Napoleônico e o desapa-
i'ecimento dos vínculos, cêdo difundidos pelas nações ociden- `T;
tais, os quais fizeram muito mais pela obra revolucionária
que todas as a8itações políticas do século XIX e todos os pam-
fletos da rebeldia.
Consideremos agora porque o individualismo politico
Leva ao estatismo de cunho socializante, e, consequentemente, ,'.`'à..:
compreenderemos porque NAPOLEÃO não evidencia um re-
trocesso da Revolução, mas o seu fiel proseguimento. Primeiro,

:¢o*:ànac:istogf#ge:draeddeu:i.iguoalÉ:tdaed:oài#l;voifêunaclii:md:Teemg:|Ê:
beralismo, paradoxalmente criaria o totalitarismo absorvente,
pois que o Estado enfraquecido permanecera ainda como a
única fôrça social de maior potência, enquanto o Homem,
desapoiado da couraça defensiva que lhe proporcionavam os
privilégios dos antigos grupos, mantinha-se isolado, solitário
e anulado deante o poder estatal. Pretendia-se-lhe dar a liber-
dade, mas sem bases que a efetivassem realmente, a não ser a
própria palavra do Estado na leti.a morta das constituições
escritas, um símile daquela conjuntura de SHAKESPEARE no
«Mercador de Veneza», you take my life when .you take the
means by wich 1 live. Tomais minha vida quando tomais os
meios pelos os quais eu vivo. . . Em verdade, tomavam a liber-
dade quando se extinguiam os meios que devidamente fortale-
cidos poderiam assegurá-la.
Segundo, acresce que todos os grupos e instituições exer-
ciam funções indispensáveis no corpo social. Não seria` o desa-

ã:r::';gefnut:çg::.óàgãE:ta¥:,aup:|rcr:tg:àareavidvi:E:eT,s:e:,Paefx.tr::ã:

;Í3:!::sííj;::i:;::su:i:É:moF:ai:c:o:á.::eun¥:;iio::àzÊ:â:r-:E:.iu:ia:|o:c:iiài:aEme!;nâÉ
3gietÉveon,sr:pàeeTs:ç;oTuaçcãroocéef3'oi:sisvoeçiacloàâ::g:dme'icaod&uEnsi;ã:
i)io como célula do Estado ou exercendo uma autonomia dde-
gada por este para desempenhar funções .próprias _do organís-
ii]u estatal, mas que a conveniência julga oportuno entregar a

;:.míe:mí:Êia::d:i¥uà!;Í..i;Ê:,E;tá:.:;g:pa:.:so:Í:uciã::=f:g:;à3T:ci::
ma realidade, a exaltação do homem-indivíduo ou do homem-
massa, responsáveis pelo monismo social e politico, mas pçr-

i:sntÊ:àsi?ão.esãoruga:i:Fboe,r:n::ur:E:txoooE:sifÁe:8':sdeoí=E:s:ô:
•r -.¥-
-15-
- .T* .

Poumpa:raa]¥s°mtoe¥8:íae]-:°peos[¥fí::',Par°udnuí:íandd°e£SoScFac?av;Írádvaeçeíé
compatível com à sociedade humana.
Das considerações expendidas ` surgem as seguintes con-
clusões:
a) o Estado é o grupo natural da socjedade a cujo cargo
está o equilibrio e a ordem juridica dos demais grupos e ins~
tituições, que lhe são ética, histórica e socialmente anteriores.
não podendo assim serem suprimidos ou agravados sem dano
oneroso para a sociedade;
b) o Estado, pelas suas elevadas funções,' devé ser o mais'
imparcial e independente em relação às demais forças sociaE
em jogo, tomadas em separado, de onde a conveniencia de en-
trega~lo a algo que se equidistancie de todas, em razão de um
determinado fator de independencia, como sejà a vitaliciedade,
a hereditariedade, a tradição - e ajudado complementaimen-
te pela representação dos demaís grupos, como é o caso da
mo`riarquia orgânica, que se toma desta maneira a forma .mais

àà=:nítnadneepaenddeengc::eern#p::cíâEtdãaoáe,a;:faaanoomperne:FpoosÉ:taddaó
o resultado, a soma, a sintese, a tradução da vontade emanada

|pis:àoudaifii:âdgar=g:#n;àií#:e:,Ebee:â:àêodsa¥easissô:ehcua#::
na, e não quantitativamente pela arimética individualista .dos
amórficos Estados socializados, totalitários e paternalistas;
c) que, tendo cada .grupo ou instituição uma parcela do
poder social, odeseu
'tem tambem forma
setorimpresci`ítivel e -inalienavel,
pai.ticularizado -o Estado
o poder politico --
o qual não é justo que lhe seja restringido, como não seria
legitima a `restrição dos direitos da familia, da propriedade,
da corporação ou do riunicipio. Não sendo licito desejar uma
familia enfraquecida, uma igreja encarcerada, uma` Pessôa hu-

gu:i:1ito::e:;`e::;É:tãaiei:já:::ilàs],;:,:ãnucFsd-:osia:i:ã;r|#:o:,taeTia;:
:::uà%:elcxu|:eEx?B:ipàtecnec2:rd:E::a€od:oài:!làsrt+aeeatstea(l|l:táo-
que é de Deus, ensina a sabedoria evangéüca. Logicamente, na
sua órbita particular dentro do espaço social, o Estado é se-
nhor, como a pessôa humana, a familia, o municipio ou a pro-
fissão, a igreja e a universidade dominam nos planos respec-
tivos.
Municípío ,e Demo€racia

:.-:.Aàe:p:EExc:eeiigiç,:g3díastTg::,';c;g!iÊi..:czo:Tío::ge;Ea::::e:s:tue:i'!g:en?ã::
" -A_,
•¥'tS:,-=ɱ`:?€ri

r I 6J_
i`._

situar `tainbém çm função dos conceitos' de uma demoerach

Ei;Í;::f:u:s:.:oi:pãtí!doá:T:.p:enn:.:s::mó%:dzn:i£:£Ém|:;amm:;ç%a:g:àg:;fzi:
nhança, celu`la da `Nação.

àssuraãov:.ààà:F.lãsmf:_n?:eF:g:ilanilss,m,:ne,:taqtãlánT:i5:s#ü-dl:
pela realidade brasileira. .E explic?remos ainda, e.m capitulo
oportuno, como o Munícipio foi micro-organismo político, foi
embrião do Estado, nas suas orígens, e como as circunstâncias

p=Íã#=aã:l:rod:ombr::cuiJ;an=,e]àoradàsscaoiacseeát:a=#deamqun:ãoos§¥o_jE"
Es`tado as ati.ibuições de nàtureza política, e, conseqúentemeri

àçéo?xd:±:g3oç|oh.eM:ài:íEi:r:t=: 3#n::tveiàednetecoandtEig£tF:#: `
Va. No que tange à Democracia, cumpre observar que o de-

àaupea¥ectie¥ànàooud:smagr:vpoo|suç%eoixi:ier:£anvtâcunoa#cpnri:àncdhaiv;eel:
presentaçãó politica das chamadas dçmocracias liberais. Alí
jados os grupos como intermediários entre o lndividuo e o Es-
tado, surãiu_uma forma artificial de grupo -o PARTIDo - "
destinado a substitui-los, comprovando assim que os grupos

Fi:%:.àstàsí:#a:nn:iããj'i3q?uç;Ííã:ànd:or-:i:à%3v.if:FàF:Êi§à:dLapà:i:
COULANGES a organização social não ía além da Cidade, co-
mo.T.em Atenas ou Roma primitiva, o povo participava direta-

FeeEies::ãiá:nfãeÊ.:à'!:|e:àti::s|fá|ag,:r:aT:i|Apáies¥soã:acíaa.àií
`

extensão terTitorial, forçou a participação indíreta do povo na

:::!ãiotu:emgis:aài:[Jal'aEeendtiâ.nte a eleição de repTeseritantçs que


A expei`iencia do seculo XIX e atua| inostrou a ineficácia
do sistema. Porque müitas vezes o parlariento perdeu o con-
tàcto cQm as aspirações coletivas, fazend.o o desórédito pezar

â:Perceesasén:t:t:.Íçã:topapr::à.:::àr,.eFc%zia-:epgviâ:é:á:tgeo£::àsat,a€;
a democracia, seja ]iberal ou. social, fôram os partidos, 'desti-
nados a substituir os grupos como expressões não qualificada!
e amorfas da vontade social.
Até inicio do seculo presente' os pa.rtidos Surgiram à mai'-
gem do Estado e das constituições poli!icas. Produtos de .idec;-
logias ou de inter'esses, ganharam pouco a ` pouco cidadania
constitucional, tornando-se instituições de direito públíco,
considerad`os como capazes-' de captar a vontade popular. Pas-
8i.
-lf-
Saram a'integmr_g_ t€x±o das constituições escritas, como tmi- :Z
•,-,g.¥e?::eâg:sepnaàitícàpo:çãârpiàE*r.Tâxtaotiíadsagâng?Íltiutiiç:õ.esBbaBr:
sfleiras de 1824 e 1891 .e sua. inc|u§ão pa sistemátiça das de,
"34Teralt:Ê:ê pd:rauEerecsefboerrçoo á:todeaiuodcirdaoc,ia atua| para obter
iima maior fidelidade aos desejgs coletivos, mediante uma i'e-
preseptação politica que dçixava de ter por base o povo soh
uma Í'oi`ma dispersa e indiscriminada, para repgusar na orgíi- . i\
nização dos quadTos- partidários, disciplinadores e canais da `t.

i;:ãíÉp:nbtiín;i:tâ::::::e:qía:ÊÉ%rveFoo;ao::E#::ii:Feoou::p:,pi::TÊa;#í::
9 proçesso descrito. da representaçãp .politic? neçultou do .
abaiidohp da real`idade dos giupos paturais, cujo dç§cçnheçi-

Faer:tdoo£ffa Teâàiío adacig:|?atr:gãfa|Poa'#ic=adoa EesíasçgnÊiaumde:s=i F


8rupos e o conhecimento .científico sempre considerou o hcL

F£e-F:á:F:T|#c¥:oEàtia:di|ã':râc:àsa:|:::fogn:a,ch:sgíi:à:iso:c:£:L;:-
naturais' da sociedade e sua €-xpressão expontânça e- nomd ~
f|?agã:p3âe|àlàsi;;ít£á::esmTdigâf:âu¥ÊiE:ipatEr:mooEâá3dâàao:iã:

Í:i:sEi:Íop;r:t,:g:is:;jp;:airííísí:nasa:;o;;Ê,:;a:otí:nt::ai;|;:::t:c;llctrnf:,;#:
1]) ou o plui.alismo artificial das democracias partidárias;

ã-efÊ:cÉçàrd:eãTaglíg:oisáre::tí:|#gaàt:ocj;;iaeàe:=¥jâasáoarfâsnà-
om, poderá
-social, ao Muricipio peio seu,
sçr cropfiada a restr±to respaço
experiençi? territori`ai
de uma € `iqLf
nova rili- ¥

j;.:sÊs:grã;:i,c.àà::tia:t.i:::d::iuzáá|,eg:àEOEâ:Ea§.Íoá€3A¥Êaá:.gep#í:
teava em opinião j`á citada, Por ser mais cQnsentanea com a
sua natüreza de entid`àdç. administriELtiva e atenuando. o em-
bate dos choques partidários, .çktremamente prejudiciajs à
vida interna das coriunas brasileíras.
0 Poder Po]itico dó Múnieipio: a História é o Direi`to
0 Estado é o detentor do poder politico. Preferimos dizer

1 -€'\

k.3
É :: :®

-18-
detentor ou dep.ositário, porquanto a o`rigem divina de todo

!e:Í::aiíãiirii:::a::3:.:Í:Ía:rheuiií;i:eii:jíij:;:Í:£:Ê;n;ií::::!;itíiaií:eí:v;i;is:
FaenÉ:às:aeiiuuikbaí::E%¥áEii3.:jeusíàçsa,í,duoi:õ:ireei:g:teen,dç:ve}e:
ãi-reI±-o--n-á-tu-i-ái:--á-s-à-égriiàriao---iLh-e-s sua iiberdàde e evitando cJiio- ::
ques e desequilibrios mútuos. -#

•-= i.ip:ií.e;:aiÊiij:jiii!;Êgsie::i;j-!s::ilÉ:tt::s£±ãíoíi:síoãeííit!a:ãaFÊ¥Iij
Í]os, como os-antigos feudos e os sistemas teocráticos, no de-

i:oFã!i:c:dF.:Íq;:taaj:?nãJ;:x!;:àedéenn,:àip:àd:ao:nf:ã¥ãeajid:e:efEaEíía:aa,:ií.:á:
específica que a explicasse.

ii:je:o::|iii:ã:aliiii:i::Íít|:t::;i::ei:i::#d;|:ii::!Íoíuff-:g:ã::Íioijiiía|ii]!l:;-
f Íif:eg:iffà::hs,Íer:e;iicc;gi:s:-ã;£ríiãs: cnínÊ:iE:r:if#d£eàõc!;aíít!-âeasci3:nát::
u3:d:es:|aab¥Eàiaaainbdaesfefâ:Í:i:icpa.|ftÊcac,ol:ávibdísdceandaã
ci.naq
ã:b::ad=;a.p:|ei,!%oa.osESTaudn.i,cispei:s|etâ|P,f=TÊrcdeei::,spuraocfe¥sãi:

Íítiie!e;:..cjí:e;ri:Íc.:;ião;a;;iu;ííi:gi;;e,súíj;:nÊce;::a:ãsaãsieefà:ãía.TÉ;Í=iii:
a,àrgTãos:uout:r£i#i?o£eanopeonbísnesruv,#tàp@R:mBaa,cTauadnodoMgdT-
termneo: constituição do Estado, privílegiado pelo poder po-
-19-
litics?,neãodíáecr.eE:'Lad:Eí::dmTennateG::ci=aãise:â::iaenTeunpi:ip#é
esta não realizou` em tempo a sua,unidade, elaborando uma
magistratura politica de carater nacional, permanec€ndo 'di-
vidida em dezenas de cidades-estados.
Reproduz-se o fato na formação das N?ções modérnaLs,
originadas pelo declinio do lmpério Romano e migrações bárL
-*.?* iaafpâ£:e: é::e:i#a:sea:vee:n:ci:;ânsapsE::àe,e:i:i::o :coag:eed:iadÊfsetufe#:u:i:

:;:a:dgào-:edÊauffp::::dteuarà::i!E::,rvcgeiac;d:ercdep::Ê:oi:u#É:à,:fiiEs?v:áá
na sua origem, que acima referimos.

Í âã:io:::a:1á!s3:É¥il;c:a:d::s,nã#:ejF;ãieaRiEasàGÊlá¥abl#; o:bnrlí:¥t!: ¥
do sempre foi e é o grande artífice da unidade pátria, e si tal
i ocorreu em paizes europeus de escassa extensão geográfica,
com mais força se impõe no Brasil, cujo espaço vastissimo,
gerando i.egiões social e economicamente dispares, é um fator
E:igcàtipveo|.PÊ:iaâ.neoãsàe:cnei:,a.daçiz';¥ãp.o:áomianistor:çÊ?atr3:|ã.oM¥
nicipio como a verdadeira fomula brasileira.
Vejamos a experiencia brasileira nesse toóante, à luz das
fontes históricas e jurídicas, da 'tradição européa e do ain-
biente colonial pelos quais foi plasmado o nosso municípalis-
mo.` -

Já nos debates da Constituinte de 1946 foi observado que


a comuha é a miniatura do Estado. Ora, como todo corpo em-
brionário, em que as diversas funções ainda não se diferencia-
:àFco::r:elkau=:c:iÊ'occoor:ã:E3:fíean:âsasuo:sgãroasizg:óeprá:smeà:gEca-
reduzida toda a complexidade das funções do Estado.
Com efeito, é possivel víslumbrar essa feição peculiar no
:às#deavoE:tãóori:isetóàl;caDgroeiF.os:àaMT:iÊi|oa#çeãofoá.Socb.n?
:iunjeant:xi:#àrciigns:g:hàniàirtgkã:n,deosdifcçgfià'àdoâE:srtuo¥dêesne::

g:?Í::at3m6R.eí:fi:a,`àTi#.:icl;3n!,:nbL:#:áo:7:.:n7:5;roaLá¥-e::e'Íã:g:
gráfico e socia] da Colonia.
Quem `rebuscar a legislação municipal do Brasfl; relati-va-
{`ffi,

i-2ÓJ

&eE£ítàívcoosm,Ees:::£];asds:s]¥gí*£àpíosáí£#jcãdrásqgÊc£[§os:eíhpoo:

Êà:::t%q:up:ÊiÉfiíl;r:aãã::i;;Ízdp:e:àna:s:iàaãd;::ntíjeu,lgpd:er:t!Teáíó:;o;:i?eiiT:: #
hçãoi

'dhoava:à:ise%:;iocfé%,he3;â:!:Ífí:züêiar%cntaítdiit:u!;!gs§::ciiíe:dàareííi:
1+j,,,,

l+€iã:e?ahoc:o:n:f:s;go;efãluAãíciaÊtd¥iiEàSãisÁ%aíisv(o:àríi:a#;aaàdu:nàõàelí:,

tu » íL V9íl. VII ,-pgs. 2[66)


Fsjtâ„ Índisçr.ipínáç¥oé d.e funçô.es,j céopiim àliás +a1 todas
. a+;as
ín tuí
dia ou g:nis8.óioo:`itsí::ajs,íi:|çÉÊíiàà:Fdv:ifso:.Í:j;t:reaft#;v:o!ui#aÊ:T;Í

:E:::íi.i':1!ZotÊà:iii!.#vioàií!;e:?ii.tí:er:ÍSÍ:.iía!àÊÍíjíd;Í,:Ín;:::a:ini:r`g::Íeiíi.:
-21-
periodo medievo, como ainda o são a venalidade _dos cartórios
e de outros mig~os públicos, até mêsmo sua heredi|ariedãde, a
ü: -justiça , de e*ceçao, as corporaçõe.g cerradas ¢.os corrétt)res;` ad-!í,.

yogaÃo:c:rí:âtciitaut£odfateonisiete=:e:iuoun:oÊ.rasfl-co,ónia.{ATh-

Eraas:f-tr.0|.cn:àm:::,nàee|:tTf|ovasfábrâea|oor-g5:Tà#:cJ;undsíecri::-';ãids:
ao demais a tradição medieval da intei.penstração entre funções
judiciais, administrativas e de pqlicia, porque, para o cargo de
intendente geral da policia e do Estado nomeou-se um desem-
bargadór», Ao nosso ver éssa nota deveria ser extendida a toda
``£ a ás
organização administrativa
br°denaéõ=S riipinas que os.da Peninsula.
Juizes Nãoalém
exerceriam, estipulavam
ào oficio

--*,`=:gãàn?arÉoãoo::Lciiao.E:!reo'uE:ào|:láàl,paaátí£jpg:cauTdgâeafumrknàs:`
cional aos agentes do fisco,. aos` funcionarios do Real Erário e
t ã:ezç:asãide::cika#íEails:t;;Íic::r,,2s:e-oL2t±7:6clà,,t=lào: ¥r|ágFoa:gii?'?ess|i:i; *

4Ê. Fãi:driijiÊr:iedà::!:::iu:.8g:a:Tm:E2t^3
éai`go de Provedor-riór do Paço; :e:':a^¥:iEis:tl:a:s:£#ãiTnr¥Ê,!:w::etí;uií
bifronte a Chanceleria e a
Conservatoria' do moedeii`o; bifronte era o cargo de alriotacé.

B:fseflm::,giz::E::|a.àE::rgà:eá::Êâo.dfaôss::.nsõseÊi;:àsadr:gBr-:dç:
rião erain conhecidos em Coimbra; Montesquieu era apreendido
pela policia re-al. As Côrtes haviam sido abolidas por D. João
11; e nunca mais haviam sido convocadas. Onde ii-iam buscar
nossos legisladores uma teoria de divisão de poderes, se o des-
potismo esclarecido de D. `José 1, de D. Maria e de D. João Vl
era sua propria negação ?» (DALMO. BELF.ORT DE MATOS-
op. cit).
Convem assinalar, entretanto, que o fato` das ordenaçõeà
- lei emanada do Rei, vale dizer do Estado ~- regulando a
• vida concelhia, vem atestar de forma incçntroversa que j'.à
aqu.ela altura os municipios sofriam à tutela dos poderes su~
periores. Antei`iormente, sua exisiteiicia
;S?- :|PánsTieccoi.daN3elporso#orati::,,ouEag só era proclamada
tsrddoenpaoçdõeers e re-
,rà:',cf::fe¥h:su ::[â:

ri:T=s:'::j3:re:slís|%:ãe::iEgi;¥e'i:e:nd:Í.;je:ia:;ért;i!:dà::àpi:t:gi::ã-
o `Senado da Câmara, pelo Juiz de Fóra, de nomeação .régia,
melhor atender á distribuição da Justiça, visto como os
lãg|oesi'. e via de regra incompçtentes "
g:Eae':ojsu:::¥c¥.gã:
-22~~

Os fatos aquí aludídos indicam a constante que vai carac-

;:s:|fz:a:raã:df:uat.upriroiin:9|as:ori,:g;;'£a,âp:a:rl:cç:ãno,cugtà|àa:,::iscai:£i::f;isç:õ:e:
riores, que se acentuai'á, dia a dia, na Colonia, no lmperio e
na Republica, apezar das amplissimas faculdades que os Con-

:Éàk::msêd?arr3ãaEfsTóro=i:à=flei:::dooss:àgà'emrieondt:'c=,aoxnE,:na
Sirva essa consideração de ensinamento aos que veem nà
autonomia municipal uma latitude que ela jamais possuiu no

giedc.u¥:egapfaop¥aÃã3.:àci3:,a's,.E?rm¥sal:eiE|'voartâ'àt£.qà#:tha:
Autonomia dentro do conjunto social`, inspirada no bem co-
mum - limite final de todos os grupos naturais, inclusive do
proprio Estado e da liberdade humana, póis esta não pode en-
trar em choque com Q bem geral. Porque ou não se trata do

::menc,:F:mrirgtoen#aiib`::â:àÊd:Émuams#Fe:ná?itàndteegdr:nat::
bitrio,
Neste retrospecto histórico, concluimos que mêsmo em

g:r|teuggaaiFnetti;e:au'e eonsoeuB::snieàod`:nj:,iati:: t::;rmí|a|uerua:àmri:ã: #


Fg:dso:u3:::gar;egeisíreardffaic:::moosrua,goorâeqcuoen,ain!:E::asa:;ooT::
:isvt:s,ab¥:#ãoolocgoon,seeúá:ofâiist::odod::Êààut=ruançi::pf|?Fâia:::
zões de ordem superior.
anteâofuat:n:e=i:aEumn;1áciE::bu.sâennaoçõae¥e,Pápee.Ío:.ond¥:idoi::â'á
pelo§ forais. «Cadernos de leis civís, criminais, politicas, ad-
Fuiani:gnast,iiv,::çãe.Erogc.e;:::àsx;,::::àgda.daasdaeofsin¥gomà'epl#ir|:
TiFazgAmRsl,Titi.vaAssq3:#aãõàsm3|oi:àedn:oàeasáâtgã:mmiaaism:xnp|P:i:

;:dsd;aEíiff:es:¥dÊv;f!:àaísii¥::Jíãpj.1:gi;e:oíjci;íaiE=rg¥o3n:s:: J
V iniciou, em Portugal, a luta contra o self.governement dos
municipios, baseado na autoridade dos juristas. coimbrães, nos
textos romanizantes das Siete Partidas, citadas como direito «

i:,iiiínÊ::`¥:jrfd¥:fí:r:g:gol:p:em:a;::âi:Ídie:',Íe;ã:Ídei::i;:|i:ii:s:AÊfiFjs[i:
cima parte da obra unificadora das Orde-nações.' «(DALMO#
ü

23-
BELFORT DE MATOS - op. cit. ). Em verdade, a explicação
do fato residia basicaménte na peimanente necessidade de as-
-i¥gliiaa,:iÉ;£i:,E:tío.:r:.:àoE,:ezí£ir:scoaÊi:ásicoonÉmo:àeríÉ:i`pioo:
No Brasil os municipios sui.giram ao influxo das Ordena-
ç:ões, que jà configuravam um municipio bastante podado de

; ` iFar:sgêã:mpeà'ti:ic.ar.gãp.osisagT:n:ss,rgtÊF.asraes e:àcna.rfimc._S?nig:|aF3:
e restritos a cada termo, visto como as juntas de «homens

t'roeT,sá,ss|çmeir,aánaâgit::iãâggsp:fara|efi:zÊrn,T::á:iã::â:tirngsEtousiçeãsó
meramente administrativa e limitada a funções de ordem eco-
nomica e local, passou muitas vezes a exercer função politi-
ca» (ROCHA POMBO.~ «Historia do Brasil» -Vol. V -
p8s. 368). E, observa JOÃO FRANCISC0 LISBÔA, «tudo pro-

3 É:óarigÉeôn5:a:.àa «o:3iàe:::#efi:o::dta:se:âsgív:aaEâa:r}?ieeÊs:i.çrslâ:r.gãed§E;sÉ
se¥eo:ps;#aa_::ÍÊ.:`F_¥ar:saü:Í#
dida que os Vice-Reis fôram concentrando em suas mãos to-

:'o;.:tsdE:g:àe.s-apo.'itgi:::iaicTãt:grma|#,:r?Te.gpi,m:ii.a-dmàngi:.tr3áiov,:
«Só á medida que se organizava a forca publica, tornando for-
tes as guamições, é que a autoridade dos Vice-Reis se consóli-
dou, fazendí`-se rreeminente e incontrastavel, emquanto se
reduzia a ação das Câmaras assocíadas ao instinto demagógi-
' 'çnotedása;:ào::;i,,i!:p;ecist;bTepp|£Sia40a2.). |:J;aqHTsem:, iT#iàaatàv.o pda:
cificamente i)elos estadistas imT]eriais no art. 24 da Lei de ,10
de Outubro de 1828, declarando o caiater meramente admi-
nistrativo das municipalidades. como o fôra em Portugal, em
igualc:;àl:i:Í:Fi:àarEILs:óori=únT:!â;oobrrç:fi:frõoe,sdgrei:,ifàofoma,-
______ _-_r___-__ 1___ _ ___--__.__Jr__ ________ _, ___-_ r___ -_ ---- __
€L¥` mente das Ordenações, que retratavam o Concelho lusitano de
fundo admínistratívo e limitado. em sua autoridade, assumisse

âFaàauriaàesrpsrTàsi:i%:alcE::::hg:vemrseâienvaais,o:ooniainrúe|?irpo,ggzi::
roubos de altaneira independencia e ultrapassando sempi.e os
limites precisos de suas prerrogativas legais?
«A organiza±ção administrativa criada no Brasil-colonia
•+&não diferia forTmlmente da organização portuguêsa dos con-
g
-24-
cdhos. Mas era. outm no fundo.- 0 Muiricipío d'aqueiri-A.tlan-
tico não era o muniçipio manuelino que se submeter.a ás res-
tí.ições draconianas de Afonso V. Era a comuna dos tempos

¥#E:à:ovs..dneeâ::Tsco.¥esnerúguae|Sc,afdees:asnecuhso«Iri.nmoeí!eE:ng:,zge::
+ürozeiros e escrivães. Que resurgia 'devido á identidade de cir-
í +¥cunstancias, , deformado pela vastidão territoriál` das conquisl :,
;?,L¥<.Í#ps''Su'|dt`:.:=Da'ii:àlsTIB'idv::sgcàdo;:à'á::use='Éiéu;1:tnrousac::r'uqrup'ã:
`t-gão de pódeies centrai§». (DALMO BELFORT DE MATOS-~ N:Éi
t op. cit.).

Íi,iro;Êqíio::;Í:;d:Ík|o:Íi:t!,ta::d:a¥Í::i!o:i;ii:E:Íae:il:Í!joa:iEi:ãEÍ;:iiç;a|Íiãní#¥
tiva local que se viriam i.eproduzir -aqui na colonia ínstítuiç'ões
decadentes, ou mêsmo já envelhecidas ou mortas lá no reino: '

Eiaêseifperfaendoom:àr:iàoo,dgroisa:::t:b=::;addaâ»if:g:.c|4t?=ulpt3á.e3t3ó):#
Era, pois, o instinto da iaça lusa qué s'e.vol-tavà -pai'á -o passá-
do em face de uma conjuntura semelhànte.
` .A luta contra os mouros na Peninsula, as +astas areas
àbandonadas pelo muçulmano na retirada para o Sul que pre-
cisavam ser povoadas, as fronteiras` a de`fender das incursões

ããã;Í::Ípoãi¥gJP:d;::sirErià:s;Í,:e;s:f:;::Ê£o;d:::;:eíi;i:l!!af:t:;s;eã!d:aí::s:a::;tíí:
e a necessidade de sua ocupàção efetiva,' -a dificulda`de de`éomu-
nicação e povoamento, a luta conti`a o Índio, ó pirata estrangeiro
g.o negrQ rebelado; a defesa do litoral e a expansãp por terras dé
Fà§cp.3Fí:.FóáaíÊEosd:mm:;à:isa:ofadzeenE::,de.síls:::.aoRooágHUÀhopodfi!
80, um comp|exo portanto de óircunstancias. semelharites, ge-

::#TvaasaárRo#ÊEcíaTgo:msernefadçoãs.dáaf.âg¥:TiariaT:.q#ã,|cqou¥o.porbi:
mia o Brasil, Qntem e hoje, ef?.a e`xtéfisão, o deserto-hLmànó `
qu:£dsei:oàcsee|hià#::t:3usê::s,áráao|eáudl:seniã:£a,.aspovoações
E=
-J`,
fe#::ràteoré::eànssãig.nlíisc,â::Ê:àeiu¥eaapligur:;eãoa-svoacsi;i|do:ásaç€a;::+
ã|o.ctâr,:i:oDr:aà|iiiâffcoasseLíd.ep:-o:T,T,:icÉçãetággâl.àogo,:e£
:,¢Í,;;`fl áig
• ÀiioítFf;':;::;i;E:e%díai ;oà:a¥j`:::Í:]!t:e;gâtstrà:;' Ecã:¥r:ã:,a¥:::-g- &

É.
:-gT-à, -¥
-25- \

mo ãqúelas quç não tivessem por.sí_mais,que a tradição, ou o


costume da terra, a que se dava uma for¢a de lei« (ROCHA
POMBO -op. cit, ~ pgs. 393), assiin agia pelo senso de rea-
lismo pçilitico eip atender as condições coloniais, tão bem es-. -
tudado por,OLIVEIRA VIANA na «Evolução do Povo Brasi* .---`+. :
leiro», como outróra fizeram os primeiros' Reis da Reconquisr.g-`,.,:[
ta por motivos análogos multiplicando as` concessões feitas ã`+ ,=
\'á?#' autonomia local, pelos fueros e cartas do couto, e sempre nff `
== intuiÀotinlâiâacâ, |qneteeá:áiçvãaor :oiFtti:ãradçaãongcoiláài:|aiddaode?al;Sástadff

# a fase das, contingen`cias i.el.eridás, pronuncia-se a tendencia


-ff#g:zFdsatsadao.:Fuapbaspoer|v::p:cicfçgatàúedno,ep:#ç±si:âticvo.T:nàà,erse:

#- ieovreàetânat:,g:à£.rsd£:apçoõ|ç:i|:Sãâsc2=:i:|*g,isflaatçoãrop::ftsiitàirdai.
integração nacional, passaria então a constituir uma ameaça
negativa á propria unidade que havíam ajudado a construir
L^ e consolidar.

rean¥ãooshâo=úevnifad,gsuteadaoàsotep:ÊLpeçitoo|#EeérrÊo=quu=ãd:oiç#:+.r
creveram no art.` 24 da Lei de lq de Outubro de 1828: «As Ca--*~¥

emrâ::âosãjà.:soápçààaçâegsuEÉrac=,netfci:*'i.nãtornasir:ioreâãoueí:
dade nacional e de um novo Estado soberano, o lmperio que-
brava logo de início os pruridos da atomização brasileira, c®m
os exçmplos proximos de desordens revolucionárias encabe-
çadaií::]vaasmm:onícriE¥.±#ioes.as funções judiciárias, de que so
breviüem alguns resquicios ém nossos dias com o onus da no-
méação.e pagaménto dos Oficiais de Justiça e Carc.ereiros
pclas Prefeituras, entregando-se a justiça á magistratura cen-
:i:à.,pdoé:íearáàr.TÍ:tà,à::'vuei:L9;a,doaTaupt:i£ààeadpeo`i:iãs|raerpree=

Íbã|irali:%!.i:t;!:;câo:Toép:jjiiniijt::u[jj;Ísi:a::aí:cÊduÉã;e;:tsi;n:tt:s::r;p:ií
ggon:jnáe#:,tçãesddoepá:e5e:â:iúicaosu¥ep&cE:mà:ip*brrSj¥`f,~:à=,í:
•1 ± _= 1 -= _
diciário. -, ` -
` Não cabe aprofu`ndar a analise da nossa historia rinioi-

3::iessta;ená=maa:â:i:1aeçÉoex¥eps:àisald:,p:tpeE:HecÊnariai#ama*±:
`•-=ài+
é, -ristrativa da-vida
.4.§s.im,Ie`-Sç, riiunicipal,
ppié.ri, „üié àsocoriééssões
que é. francamente repmvavel.
feitas á autonomia. inu-
nicipal, admiri§tra`tiva ou politicamente, no decurso do m-'

g:`. .l`^á:ú 1 `
+-J -< r~

+.±.:,-= -± .'à l-+^tijpã:r:;.á*+

.. 26-

::o¥#:§:§;i:L::oÍÍ::n::{a;eí§Í|:i,i§;:Í;d:ʧÍ;p:f¥Í;§¥:]ÍÍÍ¥:;:;:n::];u:::a];
vec%oÍ£gie*a3.üii±Ê-"TiÊ5#
• iiicipà!sb;:cÍ::;Fe:oíb!ceí.ÍÉliç.íii:ijo;Í!u:.í:iio;:â:;:;::dg3gÊ::í.;cà;Ídíaig:Êitr;,e;:à:::ipii

primir a sua livre vontade, assim .como a familia, a propriedade

|3h:áT:oeEn::gíis::tiisssTedcohna;%Ídeo:s::a,ii:n:t,á;:slà:o::osecnE::rtea:deoo:t:i::o:àng::
A Teoría Administrativa
Postulado corretamente o problema da autonomía muni-

;i:Í:i!iij[ir:Í:c:i.:;t::E;:Íciíí::liiu;ji::gi:i:ei:d:i:?ÍE:u#:ia:lí;:¥Í:i:i::aíiiíi
profissão autonomia economica5 e assim sucessivamente ocor-
.re com todos os grupos sociais.
Que`ocorre com o Municipio? 0 fator de sua existência é
a visinhança, que determina uma soma de interesses comuns:

:àn:::t:ib:iosTê:Tig:dae,.imdeenc,%oã,o,tàÊ:gE!ieds:dá,orsigââã::ÍÊggi::
g:;,b«oansprcoo,sàEFàs:nscael,uhbo:i,daáfíiasaaúTfsae,eedgTsc|*.dTO:at¥FEec::
â:2iàntÃ5jeàsôsN`|oocaàsAEba|SNEãAo,Sfso,àpeTporioESs:àe.reãsoavde::acoem:
¥a:Êisneis:r¥jsetsTatpaÊl:susiusvi:i:pdoassdceoÉ::àrçeõsessessopcrioEíaons:
tes e\ totalitárias.
` Ora, o Municipio encontra sua ràzão de ser em tratar dos
interesses comuns acima aludidos, sintetizados no_ bem est?r `:á
___±_1 _
social e _____e__±__
econômico _1_ _______,L _~ _
da popula.ção,_
a________
quem____JL_
presta£_ ós______± _ _ _ _?
¥ â ç -ü

-~2:J -

necessários para atíngir taís objetivos. Em linguagem de cien-


cia sociàl, como se chama a prestação de serv.iços ao púhlico?
ADMINISTRAÇÃO. 0 campo da competencia municipal é, pois
administrativo, e nele é que se ex.erce a sua autonomia, `não
excluindo, é claro, a competencia supletiva neste terreno da
União e dos Estados, excepcionalmehte necessários para pai-
`ses em via de formação como o nosso. Invertemos os concei- u:L.
tos atuais: a União e os Estados é que teem capacidade suple- 7
tiva m administração, e não o Municipio em relação a estes ,,.-
coerentes assim com a tese que estamos desenvolvendo.
Deveria ficar reservado ao Estado pi`escrever as condi- ..`\.`

íõie,:sdà.cE:gãfiaeroi:i:.¥geçã|:c#,Txu,Eá:iãp.i,o,dqií::tr:gliemdrevoesreli:
E#açdõoe.s#Sic.ass|:àFre:s,edeeEaÉ:tg::ipa?àein,:1u.sií:re#r:pam;`:
tonomia - tratar dos seus interesses `particulares - que se
concretiza no díreito de autonomia, reconhecido pelo Estado,

g:àehne:tifoascâkeoxirgee£.Fáâà:eggiãà|oeq:eep:tE:|toai:enxã:tepnó,::àedsedsé
que atinja o logar.a maturidade precisa para usufruir a autono-
mia administrativa, concedida por ato de direito positivo do
Estado em reconhecimento a um fato de direito natural.
Negar a concessão autonAmica ou, indebitamente, usar o

!io:!:irtâ:::iitriÉi:,t.apd:o:.aaéu:,Eeniá-iíàiE;e:s;£:pá;fr:c:!oía.¥::":\ii:pajsí,¥:e:;:
to.de propriedade, o direito dá liberdade, da profissão, da fa.
milia, precisamente para assegurar o seu funcionamento e
existencia. Com efeito, o que seria o dii`eito de piopriedade, si

gaa:1:iíagscn.qãn:seí:?eríí:e:sãs:s:m%ÍiFuíai::FrEaào:ífcae:ã;g;E:`;:,gge.::E
relação ao Municipio: condiciona seu direito de autonomia a
um conjunto de normas e'regras que objetivam a sua exata
efetivação.
' 0 Estado procede o seu ordenamento juridico, dentro do

gTà'sfit:?çT3:s:apsfle.am::::áu'i¥eEieangt:hfo.mÊsçãdd.e¥eai:n¥;uni:ã
perante o Municipio como perante a pessôa humana. Esta ,ao

':e::d:â§riF:i:u:ri::ÍO::s:iÊ;]¥j;:;e;;§rí:õ:!i::ei¥:a§]:£i;dío§s§::;::eií;Oií:::nís:]ÍÍ:
€iqueeri:¥%gi:feámcasf:c:à#ea:ià.ApâfatoEsoaTi:mmauFiiâàErasrema::
--28-

i;!::à:lí:ií.:Ídí:Ílj'â::;:;Í:a::;:;a:Íà.!pÍz:eàr!.gftaíi;Í.ÍÍc:?gâgz::i::Í.p:::aiii
pidar,
`Seaug:eo:Í::,q:o:ÍTo:E:ci:i:aít;lís:u:a:enn:ãÊÍÊv:eragti¥|

íiT;:srieaíiiga-Í!sotíifft=Iã!.r:eã;â:nÊvão:eb:jco;.u:É::;;ÍuíÍ
#atàáaRca;f«eÉeifs;:;iá:.;:Í;;!té;:Íd¥:F:!;::a.;j::::ai:c;a:9Íiv:a:ôhogdâ:?:;Í
^€speito são interessantes e veem ae vàrias iontes,

• zi¥:j|!i,Íu:àdnec!iTiÁa!s:::g:oá:FaaoáãetaTht:a f:l:iae;tí;aed:ç:
Acentua JOÃO MENDES, relatando o acordão n. 4876, de
10 de Maio de 1919 (apud nFREDERICO HERMANN JR. -.
«Funções¥Apefiiálici:çpg|oiàa¥:nicãiopioés»u=á3âãi-poE;gtigéo:4kas

cltmosÉÍs£:,:jiEi:r;%ÍnoÊràÊEi;é:i;Kín:isií;ã;o»fn::::!:l;oa:Í
V°[. V] ~«Egã.ut]o°n7o)iia, em suma, é própria direção daquilo

£uee,aíópirá?rào;à:âms:n:àstpuoàaex,taeEàãeoúpaT:.#Êrnt:

g::E!o:,#ne:e|T:eóT:.Í?,::oas:ç-i:£Í!ppi:;s:;:ã';r:t:êe-pa.¥e:É
?arãgF:izadr::e.tâms,uaenotrrg::àzt:?ã:ué,:3::ÊdaaâàsinEÍ:
ttiàitievnatenà#roi.q:à,â:::Eaç:â::eàndt:râ:s:u:Psaoçlãu:
direta e imediata. . . Já no Direito Romano se
nalava a influência da falta de autonomia iÉ)
-29-
' dos municipios sobre a extensão de sLia c-apacidadé , `
na responsabilidade juridica.»

p-|r%sA::;a:Íe;Í:àã:ãs:t:áiat¥¥epc;Fp;ã%:d?!riá:ç:pí:Éãs!:E:g:k,i;;;;:

P.ear,fieviá?;a:¥:snsiociEiuoeéouEgtacàrocuén:,cii£ã:iracdu=i:iÊ:
3ãàerpHàtriçaa|,|tg,ueapf,ÊgaFa:temgsam:e:::i:ã|on.|oNã:aâ: - !
to á parte das regalias e franquias dadas ao Est;i-

S_|Pos?akae£eéc?snt:edqeur:¥eopurt::iscaigf:isufioãsoMÁkn;:!:
Cana.»
á` Acresce o parecer de LEVY CARNEIRO ( «Problemas Mu-
nicipais»
=T:2i3tsiFo %8Sriu2Zi)c:ipio, tradicionaimente, uriia ins-

:iõt:siçã:liiigsinàteraeti::€a:e::e:Tutirgomg:s%turil#lj:
nos abusivàmente.»
Opina RISÉRIO LEITE («0 Municipio --Autarquia Ter-
ritorial» -art. ):
«0 municipio brasileiro é, -incontrastavelment(.,
uma autarquia territorial. Como decorrência logi-
ga, tem funções deliberativas, apenas. Autarqui`i
e função legislativa são, em última análise. exprcs-
sões incomposiveis, termos que «hurlent de se
trouver ensemble». Compossibilidade existe cnti.e

:uft::g:àa|:gifsT:,çiã:.dÊ'sicbreervaetivaÁn:':ireRaauitoMn:-iz:t:

à:i,`sÊi,áK|cÍ':i¥:o::ia'sa,:ap:%,I:=b:ri3ã`i;ârs:iEífc';%::s::n;i|:;!
tración de sí mismo. Autarquia es capacidad dc
administrar-se ; autonomia,. capacidad de gobei`nar-
•, ãà.tàiásia:e:àipdaociE:'á:icáe yb:so, aarçFianis!raetáv:|..je ,}:
dadero y amplio sentido económico de la acepción.
Asi, si una entidad se da sus normas de gobiei.no
y su régimen, será autónoma y no autarquica. Los
entes..autárquicos carecem de poderes constitity-
r`; .-#`¥ -f

iií;i;oÍ,usi¥r::::u:j;!|iítieci;erF::gi:l!af#fs::;;õ':iEuencioí`:.ffi;
pios brasileiros. não são autonomos', i)orque as leis
orgânicas é que lhes traçam a esfera atributíva,
' técnicamente, Logo,
dompetencial. as funções
não têm nossas comunas`,
legislativas.falando
\ Sem
poderes constituintes, não há falar em pi`incipio
autonômico.»-
Mencionemos ainda ORLANDO M.. CARVALHO (ob. cit.
-pgs. 88 e 89):
<Por muito tempo se aceitou sem discussão Lm

#:C:às°fadceeedsotuÊ:taed.?eqà:n::#U:içdão°ad°cars:n:]C;i:
mais acentuados preconceitos arraigados na mcn-
talidade legisladora mineira, mesmo a das mais re-
centes assembléas: é o da simetria ~ a União está
` p?r.a o Estado, como o Estado está paFa `o Muni- -
cipio. . . Mas estriba-se em uma noção índefcnsa-„#
vel. A União compõe-se de uma federação de esta-
dos, mas um Estado não se compõe de uma fedc-
ração de municipios... Assim sendo, da União
para o Estado se desprendem ielações de ordem
Paoçlàtei:aàoéEusTadgoo:à=oo:edme::Tc?ibià:qFãaont:d|:|sin'i::
trativas.»

g:n::;iragroÉ:F:i:TsdE:iEi:iíàeoTuaàii.:i:a:Ea%±fàsis:::t:uv:aT:¥ae:d::
:iciEP::ádEsc?Kedveie3aamut::d¥.ee:cà::aáou£?i.:;t.p=apgã.m!:i'st¥:
os intei`esses lo`Cais»; que o «principio da delegação dos poderes
deternrina a organização dos municipios»; e, finalmente, in

¥?.E;:à#ig:o:,:agTí,¥;cígi:e:ra,#:unaE:rio:jí,:oíni!âí%i:giti:Í;!ãqou¥g:
Municipio daz pàrte da organização administrativa do Estado.»
Opínião identica podemos encontrar em PONTES DE MI-

Fu#g:A:,::oé:o:soti:a3:ã:';:nsvs:ci;asÊisz:a:ne:ve::er:t,oaçs:l:ií::;Eui:qi:e:âÉ:r4ng:Í
àleplái.:3t¥opeu.Teancaeu=a:guÉa:,aqdu.e,sne.pcrao£ôàsainr,eear`eksg:sfi:smE::
S|oessmd*cÉ3:oiséi:náouas:â-elro,pqou|Ê:::,ási:àg;am,e:iE:d:máosiFi:
:ãtaoopnu;bl|iecioeg:riFastàdaos,éu:ãooéinps:|roummeennt:ss::àle|:a«Toançsã,::
tuição essencial» de qué falava LE PLAY, pois toda verdadei-
_lt
\'-

F`
-31-
ra constituição é. um i`eflexo das instituições, o constituido
proceodrea:dt:|`lcooá::ài::àd:. extremada' como extremada é a cor-

iiiií:ãe3::;Êrâetd:íagEít,::d:eo:ij:d:eíi;i:tiÉ:::neh;i;poãeJgo::Í;:pií:i!'àji!cgàe:;á:¥i:
::TExi:fiírtiiammoc:I=E:a:a#:|,dglàeEostEàtoal3esreejsapsesiet.aDeei:SasreiãEi-
de existii. desde que sua vontade - ultima razão do Direito

`¥ drãàa:ss:£fee?nge:n:ernad:e:§dsíí::'nÉi:Ía:ãà:::e::s:ga#,a?rràqo¥.oooss::p;oê:de:ioÉ
::nà%ma::,.on::;iáateáe|aedg¥àE:sàr.ai:iviomg|:caMrTani:ipi:iannãsçe:ira§ppaercã
+#àEsl:d:a:go:pi,!ag:Í3i:#s:,:i£pg|3gâeunctt:e=:p:=tânee:páàs:Ígadsaocsi:f.

Discutimos a instituicão comunal em face da dõutrina his-`


tórica e da ciencia social. Fundamentámo-la como um insti-

:'rf!:iogTepa,lécã:canaá:redzi:eis,ooci3'o|:ti:coono:mácdariiàisn,::,icvooTocri::
ãÊ:açãõr:sitrdáeríirododoEàti::.p,.oTpeons!ifveoToess,:g:|reaciâ`ogun¥Ss,eç3n3i:
gentes, como na Constituição Federal, cujo art. 28 define a
auto:Âmá:ton:oieiãuànotserieuônri:cipiosseráassegurada:

I-Pela eleição do Prefeito e dos Vereadóres.


II--:::àliãÉn:àntl:srtêrsasçeãoe, persopperciiaa'lmn:nFel:e concérne ao sm
a#::iraet:çâoa3|iacrarçeá:dâgã:ug:sr::dhaust,os de sua com-
b) organização dos sçrviços públicos locais.»

0 texto. é omisso em atribuir ao Municipio faculdades de

;:i:-::-_:-:-:s::::-j:--::::-:::--:-:::-:=:::-:::::::==.:--::=i::::::i::_::::.::::::::-::_:::::i_:-::_:-:i:_::-:-:::-:l::=::s::::i:i:_:::-::;-:=--::_-;:_:

::t?íg,¥#áedsoc:¥:tne:'|s;n?ã:Fs::áàoaianàscarituanifceig:::`.#:
esta possa ocorrer por choque entre poderes municipais, como
J-l,`
'-.S=
`+-+-} ` -ri~f#Í+. `' `.€-`--

`+-- \ _

-32-
em ídéntíca círcunstancia cabe á União proceder em i.elação
aos Estados, nem tampouco cria um terceiro poder judiciário
municipal. Afig.ura-se que o legislador constituinte, referindo-
se a prefeito e vereadores, fê-lo como expressão de um único,
poder, embora com funções diferenciadas, pela Tnecessidade
social da divisão do trabalho:. o poder municipal em sí mêsmo.
Acresce a opinião` do ilustre argentino RAFAEL BIELSA

í;KURnfigig:aeils!rãu.niáprà'c"te=zapgas.alu2,à,ngEeiaape.l|eii,çã:.dpo:isca;'g3:
ocorreri até em autarquias criadas pelo Estado, e cita á pró-
posito o caso das reitorias das Universidades, sem que o fato
venha imprimir nenhum traço de autonomismo. A verda.deír.a .Í#.
autonomia política, na opinião de BIELSA, estaria na facul-
dade de auto-organização, traçando as suas bróprias` nomias
jurídicas e constitucionais (LEVY CARNEIRO - «Problemas
#nudneicaipo:gàni:a::31mTm%Íâà|4Íi'c.o:aal:ãrogoacáonsteÊ:tà:osB:#ie]:
I.ados.
Quanto ao n. 11 do art. 28, como característicri da auto-
mia, é nitidamente de conteúdo administrativo, não compor-
tando nenhuma discussão a esse re-speito. Registremos tambem

à::::g:squE:,âd::nâ#:uàçiã3àEàomarnt;s22r,es::cn,ç:aimcpoe:#ii,vuai:
Ç,ões sobre a fiscalização do orçamento e finanças municipais,
acentuando Vivamente o sentido administrativo do Municipio,
embora muitos. Estados tenham entregue o assunto á compe-
tencia das Câmaras Municipais. E isto sem falai` em outros

gàs|Tcoa§jài:oâa'e.ge:íesi,aqupe.feqguu`óat¥s,s:aa,:apaacfiigacad|eizá:iãb.utferàÊ,ra:
no que tange ão dispendio da parcela que lhe pertence no im-
posto sobre a Renda.

oMUEÉ:iiJiooc:TLs::à-eç?vniàtáàueiçpõ:|sít.:csat::Taiseqf:Êtadâsífga:à:à=
de d.e se dar a sua auto-constituição. Não é o Municipio um
orgão politico - é uma coletividade administrativa, na' dou-
trina e'iia legislação. `Dí-1o 0RLANDO M. CARVALHO (ob.
cit.): « 0 Municipio é no direito brasileiro uma pessôa juri-

£:caadpÉiÉi:?ia:gsu!euosEgt.apdr:.:e::Fehr:::e:egaiFgeun|àero:sP:Í::
proprias atividades. »
Apezar da opiníão do autoi`- citado relativa á «autongmia

!::Íáati"se:E:et:Êrát:¢::%:eâ;hue:àed:,:náâE;aE-:a:Pàaãí:«cie:l:ea::¥;T:::
tituinte de 1934, a «NOÇÃO DE AUTONOMIA AFASTAR-
irti.. ' -`._ J*

-33-
SE HOJE DA NOÇÃO DE LIBERDADE E SE AVISINHA DA.
DE COMPHENCIA.»
Não sendo politico o poder municipal mas administrati
vo, o Municipio não tem poder legislativo e as deliberações
municipais não sã.o leis, embora os. reg-imentos Ínternos ou as
láises::grâe:ipceai:o,o:ta::gFeepT:rrrpsreoparolag:=:::reâàaMdien:gt¥ánàçAag:
TRO NUNES, quando proferiu o seu voto de habeas-corpus
lL30<:75e6riapará:iad:aàii:pE:!:osuapr:=nohgcriidbau-disTiendçeãroal.entre
leis fQriais e leis ma-teriais. Materialmente, todas a's deli-

g:::.çvõae,ssá:ni:.qs:sEE::a£is:sossíiãàagàrua:,ffeicg:otâenh|:¥iôar,%:
riais até os Regulamentos e seus desenvolvimentós secundá-
rios, as portarias e instruções. Entram na mesma qualificação.
as convenções coletivas do trabalho e outras -preceituações
consentidas a certas. associações investidas de funções de po-.
der. público.
É desse ponto de vista que se pode dizer que os munici-'
pios legislam, o que apenas signifique exercem funções legis-
lativas ou para-legislativas.
Observa com razão Momoco e Souza: «A linguagem vul-
gar dá o nome de lei a todo ato emanado de um certo órgão
político, que se denomina legislativo; mas isso constitui uma
àa.Issoàet:má:oiEgti:,f::àsaa|g:aE:F:àotouã:,vfse,áid=a,àericao|:fTbã|:
REITO POLITICO, pags. 395 ).
Lei, na exposição doutrinaria da Matéria, é- somehte a

ãl:sàas:i,T:ai:à;dêé:Spe.proa:c;:n:c!Êt:::ái:tgiiâ'::;::E:fu:ee-iã:iÊd?pÍ#i:d:Í
gisfeã:E;t:r:asárrbeisteart:#:lr:,aEo:hàommaEraeseFesiãoi|Ean|::iaaTsuau'ria
designação apropriada, resoluções ou posturas, denominações
tradicionais que viei`am do municipio colonial, foram manti-
das no lmpério e_ chegaram consagi'adas pelo uso até àRe-
pública.
Í No velho município colonial era também usado o termo
vereações, de que .veio a denominação vereador e que- provi-
nha de verear - «govemar, reger a terra, pondo nelave+ea-
mento, e bôa policía, bom regime».
Diziam as Ordenações Afonsinas: «As postura-s e Verea-
ções .que assim forem feitas. . . o Corregedor não lh'os des>
faça . . . »
0 termo «vereação» -caiu em desusó. As Câmai'as muni-
-34-

-t=
#:;#g:#Tn¥:Í'!oEr:ã:s;:|:pÊnÊlt¥çgõ:t:::;àp;ríiíais%níâ:vd;:;G#Si|í;
o que lhes pei`riritia delegar às câriaras münlcípaís a atríbuição

gâ;E;:¥é:3ig,::àEFL:e:niç:ãsot:stge.T:re:s:;c;á¥:aããe.s::;:goa¥|ãàâ:c:i:uÉiij
f¥nçãg legislativa, senão função delibei.ante; suas determina-
1 , _ ®_ _ 114, _ _ ,, J _ -_

ções de cárater geral denominam-se delibemtions, regements,

àFdper::êíasd:epmaràtadteustíeg,n::mãFu:ã%ei.àãial.?jâãà:é:cuaní'caiE'ri:

..=--_=í,-;-_.#à
-35-
gra medidas transítórias de carter administrativo ou polítíco.
Quando o poder legislativo vota o Codigp Penal ou Q
Codigo Civil, o Estatuto do Funcíonalismo, as diretrizes e ba- ' ..„
ses da educação nacional, temos uma LEI. Quando aprova ó ü
financiamento da cêra de carnaúba, a abertui.a de um crédito, \
suspende a intervenção executiva num Estado, temos um de-
creto legislativo, simples ato de rotína daa suas atribuições,
pois lhes faltam organicidade, generalidade e inovação juridi-
ca, caracteristicas da lei propriamente dita e que traduzem su-
bstancialmente a faculdade legislativa. .
. Ao Municipio cabe a «faculdade re.gulamentar», isto é, dis-
ciplinar os assuntos que a lei emanada do Estado julga per-
tinente ao seu interesse peculiar e sua economia interna. E.
regulamentação administrativa o que delibera o Municipio pelos
seus representantes legais na vereança, a qual «desenvolve é
movimenta a regra do direito contida na lei; minucia as suas
aplicações, aclara-me o sentido; mas não póde criar preceito
contrário, nem mesmo suprir o silencio da lei» (TOMAZ POM-

lpaEgraTeopáisc;:;l=a3gÊàsl6doe)-sããoáepsao:lFdçaõde:ldeegaE:11àcá:,fraec#,:
dades que lhe são ati'ibuidas em relação aos seus m.unicipes.
Não são outra cousa as posturas municipais - o conjum
to de deliberações tomadas pelo poder comunal no objetivo

geacp.oii:iâ,ddoescàrarbeiíiensteâ.qfuaat::osã:isa|asdsaunvti3:ng:n::Tàl:iàrde.S:
de. relações'afins no direitb de construír e usar, tanto no que
tange ao patrimônio privado como ao domínio público, reco-
nhecidos por tais como pertinentes á competencia municipal

F:`Êc!:g;l;srl:!ã:tifveá,ercaolme:ãtnaçdõue:l,aào*i:itsu,::,iavsasl,eiseàrgÊi:fesí
penal, é o contexto das pbsturas, tanto assim que não mais se
]hes permite estabelecer a detenção pessoal, como outróra` era
praticado em vários munícipios do país.
Vê-se que m elaboração das posturas municipais não se
póde perder de vista os dispositivos traçados nas leis federais
e -estaduais, cuja `regulamentação e aplicação ficou a cargo das

Feupmemicágã:idaadás::serí:'àc,::ida:-sce.nd,çâtaasFaasn3gsa,u:âsrâ'aaçeõáiidt:

::eTE:e:§t:jâTcíÊa¥:;çaã:eg;s!Í¥:!es:i¥;r:e:drfiísi,::pEs:ti:g:esnsi#c¥pàar.sd:
que se refere expressamente a l.ei das Contravenções Penais. So-
bré cemitério existem dispositivos na Constituição Federal.Cone-

iuaâoc:=paasrtpeoâteuàaosrassãodeaitnrg%a:h'oegeisÉSÊeonetr|Êpda:#:i3,=bcrà-
digo Nacional do Transito, os Regulamentos Estaduais. da Saú-
1i'9
--36~-

ii:!ij:Íi:ÍÍ;;:Íi:a:igii:;:Ílii;:isr;!ÍÍ;t!i;:;t;í:iíf!Íi:nii:;:;Í!::;;eí:!:f|:íioíâ:;ã[i:i|i-S
:Lçí:i.fçaã,.eàteabílé|dha.d#:,stflçiddi:'àceio5úàHÇcna:e:àraari:i,Saarn:tóaài:i,:og;
i)rincipais diplomas que se correlacionam com as deliberações :
municípais. `

0 Munícipio e a Realídade Nacional

:om:::Êe:rçe:Ü:¥isFmapáa!]ÍIía;e:e;o:?Íi:c:i:i]E:Bs;1!:và;a;d:e;::?ua::esdá;-

!:âiai's:o'r;sei.:ss:Fiii:;o;:;i:aa:!ia::i:::a:tí:n:geÊ:#ci:dí:"Íi#;i|:Í1:::iieií;
8-, :|eque:tán:ehraeàsâdáugdâe=:=tÊe#aF:àegst:u3iuâl deà oprp.abp,:lmãTi:
ca brasileíra.
A tradição do municipalismo brasileiro prova à vitalida-
de do instituto, mas não deve ser utilizada como um arrazoa-
do de autonomía política. E' qúe esta vitalídade deve ser ca-

ifÉíia:d;:aaíopliii:i:as:ií:;iFíií:;í:i:;:tiií:uídítoãgcpÊií:í;oa3e:rJi::á:Í:
ffoeí:toorg:. nosso vasto ínterior como das metrópo]es fíxadas
Pertencemos a um país cuj.o ambiente fisico e social, acen-

::::::::-::--:::-=:::::;:-::::--:::::::::::::-::-::::-:-:::::-::i:::=::-i::::-::::;:::--:::::::::--:-::::-::::-_::::-:::::::l::i-_:::-::-:_--_1:-:

gu:Ís:ãT#,àÊ:esâT;âu:stí-iigi!Ípí3i:Íq::::;ií;i::siisa;E!r¥g*!sídc;'|:u:::
-3M J-

ànueai::.inEàsp,à:S€¥:?r&Vcif:un¥Fünni:i:?l:dã3Ba€àeer#r#E:iroBniÊ:i::
•k:rrE:n.Icà.eáemauEi:::siàmFPEgs¥uaid:Fâal.:i:igg.::#Íã::aEín:gsi:igdlT:nnoí:ciji:
santinice laumada`.
CompTeendeu-o ÀLBERTO TORRES,` em `1914, pai'a qu€m
a idêa 'da autonomia municipal precisava «ser encarada como
i r£e;% »?eseuúfll;d£:à|£áâ£Caa'on3rànbt,ee=sasedgasú::r;r:g:::' pdoçpE:|a@-

|:.3_:!sç._:rs%á,igv¥£.tàot5eiãs±c:ãgg:¥:aenba:1à:oa:r:.::Vi¥a::f:c!.ia:.:
mculiaires`

uerra:g:qFSçaheà#ráb,agaesp,:lua,uT:vàl:Íicoip:|ef:ísfe=oE:'|â:
ã a para o soergui.mento do pais, reforma que se traduziu m

;¥;ÊÍ:i:deiiíio:Íg:ÍÍ:íiiíia!íi:;Í:iíaii:Íg|iia:iij.Í::-¥*ÍÍp;:Í;,:íi:
meister».

Fe#.rf:sEâue?i:ciEÍ:i.;s:¥d::::=Í;loe|Éi:?fia:s?lf:uÊEs:eiu:e:n:t:e|#?e,p::ElseEi:

::oíi:iiia?pcii::éi;gsh:ãçigíã!o::aisjí!oÉç::sígT:er%iií¥â:ã:reià;p;:!:á:: '

compbe,te,£gíí£mdeenfíâ,íníãàpsoert:oàmosempárxoíc=geràea:ÊTeatrísíçdãaoded#
ã::trdoevâafí::íe£tacçaãrogoqtd,:¥sub%íçcàÉ3.s.doReE:Í%:àaeadoaETs¥àãdoo,
(federal ou provincial) a face «politiéa» dos problemas e a
faculdade supletiva dos serviços e encargos que hão coubérem

:ic:%ãiipvào::nT:io:=a|::;:çeã%Tfig|ãtfaataif:::TotiEi!icíT:iE;L=c:!ç:ãi,
ffinmaÉraodcoerttroabealhd:fipntgàicà'eeFbrçg:çáàsdaeur=spt:nms:bÊ,iàíaduel.3n,
evitando o cáos de uma mêsma questão ser tratada pela ti.i-
plice interferencia municipal, estadual ou federal, sem vant?-
gens pam a coletividade;
ç-.,

JEEin

-38-

àcr £s' ::Fspâtoí?:: ar:gàeonntsoabdffi:E#snàovTd:=.lcíEj-:nEf.ra atç]'-


tura Adocs,npcoeàteuraáãomã#|gàs:;aiiovi3 geEíti5,âe:a¥eancni:v:offrteruã f;--
politico importa em deslocar Para um plano puramente téc- C-
nico o assunto. A composição da Câmara. em baaes não-par-
tidárias o,u a escolha ,do Prefeito pelo, sistema norte-america-
no do «city-manager», a difei.enciação em categoi`ias diver-
sas dos municípios em urbanos e rurais, a criação dos terri- j
torios estaduais, são outros tantos efeitos a serem produzidos
pela teoria administrativa.
0 sistema tributário municipal é s.usceptíve'l de uria re-
am:edneyàÊãlf3[:'Í:*iiàíffinàol:uesii|Í;r;i;i:àu:ero::àn~t:A:tlfidàa¥|aiíÊpc;Fú;'J
ticipação das taxas na arrecadação municipal. 0 predoriinio
das -taxas ~ remuneração do contribuinte aos servíços pres-
ta-dos pela municipalidade - reflete o aspecto profundamente `#
administrativo do Municipio, que influenciariã ainda mais pi'o- _`
fundamente como àrgumento para pleitear a majoração diis
rendàs municipais, constituindo o seu fundamento teórico. 4]'^-
• 0 Estado, federal e provincial, traçaria. a «pblitica» na
s'olução de numerosos problemas. Ao Muniçipio; como matriz.
da administràção, caberia pr€cipuamente a este a faculdade
regulamentar, a éxecução o:ásntíecííopad]:zsaàe:r]%Osq:eenr::ffg£¥+*`
correspondentes, capazes
plenamente o seu ~direito percepção da maioi. percenta`gem
ria receita pública.
Realizar-se-ia a 'mais éficiente equídade -tributárià, pois au-
tomat-icamente teriamos a proporcionalidade rdàtivamente jus-
ta, estabelecida entre\o que cada comuna i.ecolhe aos cofrés púi
blicos em geral e deles `recebe sob a forma de benefícíos ou dis-

i:t:aid#.:ní:TrgàsFáenáF:o!r£oa:T#:ns::c,Ej:::g:n:iu:Êí.Eeesn±s:e::a::q:i::

trís:Ér:taaí`;3i:.Ê::f:r.Ê%au:.f-:à!;i:E::3Éràodbt:ã-:;ds:nds#ai:toàe:eeuiàaãr:
L o Municipio, aurientando ±seu potencial ecônomico, pres-
trtT``do reaís serviços á comunidade, fixado na sua exístencía
iião pelo ci.itério antiquado da renda, população -e área. terri-
torial, mas pelo numero de servíços< urbanos e coletivos reai

Íãamdeoáoburansàeorib:í:aãÊ3éieialefgdroeaÉ:izeá-àoí,eaaçjà`d.arár-ágrf:::::
a Íntegridade nacional. .
Estaremos criando uri lmpérío e uma. Civflizaçãg no cpm
`

`*Í
; tü ..€i.,-#

39-

::nnevnot]e;íE:Lstocodma: :TãããTe: à:;á:Td:ntceo#Aax e¥Pb¥L¥dRa,deo ddà.

iií;:i;:e±ev?i!ui.íi:#d¥u¥b::oiTEuíi!:a,¥p£.d:.Ííes::1j:e:ã:ossrcfr:eiiiiã;ã;a:siE:
étimos nas raízes greco-latinas que designam a Cidade: a €ivi-
vitas, a urbs, a po]is.
Longe, porém, da ressurreição das comunas politizadas,
=*tumuui¥á.áãrLi'asr€+rue.É'eià=s*d-a°Út:à+dçà¥ãuoucoufoDniáí,Uéü}.auümrsvs.áà`-hui::j:
riça foi devidamente cumprida em tempo oportuiio, até a. In-
. qependencia.
ê,`:i r , -` ffi Apmveitar as asenergias
AL)iuvci.iuL: latentes
t:JJt:J.-5Jas iaiciJit:s da
ua possa
iiu®bü _tradição muni-
_u-aui\;ziu iJ+iL`iJi-
•` cii]alista, orientá-las para os interesses naciomis. vitalizadas
-¥` pela melhoria do seu estado financeiro e 'da eficiencia. técnico-
administrativa, como elevada componente da dinâmica social
üiS^ da nRog:gug:intàer'eeftarent:àstà,t:F:?à,hos conceitos autonomistas da

- Seolíànfiea.isaeràaA#:fi|ríàc|eRnÉ:r. of.::fsri=oâaad«ogru¥::àdopsi,niisi::
•e das rivalidades das vilas de Jardim e Crato, para evocar cpi-
sódios da historia municipal do Ceará.
A Competencia Muni€ipal

#anEÊ!ti#:o:g¥Ei.;s-pÍ:;;id:a:nc:ola-dfeees:si:EFd::i¥:Ff|iis:tFàev:vuii!
conveniencias. A oi.gànização e competencia dos muiiicipios
bem poderia Ser. estabelecida nas suas diretrizes básicas poi'

i:i;::dc:o:à;.:oE:eíri::iggaoioÉEâe:si:cras:t:rsauçsTs:r:àaiir£t:ois:e3.:,ga:feniã:
Estados a compet,encia no assunto, nem por isto devemos es-
quecer` que é na Constituição Federal onde se encontram ,os` .
alicerces .da organização comunal é que a União póde avocai+.
o assunto para uma ' codificação mais bem elaborada que a,.
multiplicidade incongruente das numerosas leis orgânica's esL
tadu&íâ,ssTser:ffex%eersa]sosberereopeatses¥n#utteuvgaeàteâ.e[aboraçãodo -.,.

:e::i!itÊ:g:i¥:a:râÊ:u:a¥ÍeíeÊ;Íe;Eiiae;c:;Íc:e:r::níía!atii5ÍàeEÍviEiij:-
útilidade públiça` local de sua. .privativa 7 competencia.. / exi)e-
dindo os i.espectivo`s regimentós; inclusi've para os. çar`gos, ocar-.
reiras e funções do àerviço `municipal;
.ri
+40-
`11 T organizar o Estatuto dotFuncíonalísmo Munícípal
e demais .legislação do pessoal relativa aos seus servidores, re-
gtilamentando a criação, extinção, vencímentos e vantagens¥
pi.ovimento, vacancia, disciplina, .obrigações e regalias dos car-
gos, carreiras e funções do serviço municipal, respeitados os.
i]rincipios constitucionais ;
111 ~ organizar o Codigo Tributário Municípal, reguh-
mentando a arrecãdação das rendas de sua competencia, dev€-
res e direitos dos contribuintes`, inclusive ó direito de recurso
para a revisão fiscal dos lançamentos;
IV ~ organizar o Codigo das Contas Municípais, rçgil~a-
mentando a administraçãg fiiianceira e patrimonial, aquisiçao
e alienação de bens móveis e imóveis,- uso do direito de dc-
sapropriação por 'parte do Municipio, concoi.rencias; conces-
sões` dos sçrvíços locais de utilidade públíca, a concessão de
auxilios, óontríbuições e subvenções e outros assuntos conex(7s ;
V ~ organizar o Orçamento Municipal e os .ciéditos ad!-
cionais, fixandü a receita e orçando a despeza dos éxe+cícios
ahuais', procedendo a arrecadação ç aplicação das rendas mti-
nicipais;
VI - organizar a estatistica e o censo do Municipío, vj=
sandó ó` levantamento das süas condições geográficas, sociüís
e economicas. ~`-- ,
*`à

:ae:soç¥|,aiàrrâiE:gía3si:s:i*#;g:Í:,:Ít:a:É:t|Íi;r;á|eis¥T:f;!i;:r:dlt::=diíágíi-
méntando:

todag)a:cpi'daandoesdeeevxflpaasn:ãomuE:à:iàçToesfuis:rfobrriga#Sopir€lft-
bitantes, o zoneamento da área urbana e da área i.ural, a ab€i.-
tura e const_rução dos logradoui'os públícos;`
b) as-construções dos particulares nas suas proprieda{Ies
e o seu respectivo uso, para assegurar a estabilidade, hígiene,
limpeza, polícía sanítária e saneamento dos edíficios, quin-
tais e terrenos baldíos;

c.|et:v';:.so:o|n.sct:iusçõd:stdreabcã|rha:eTnedsupse,crfal|,:aics.i¥Fcoía:,s-edsetaubse:
lecimentos educacíonais, `casas de comodos, estalagens, hos-

F:sd,a#:,ingeersta%sú|oas:flcoas;à|oas.Titaasi,s,p.gíi-3ãs,dçeab,:*,o,c.::Lhá::
àerEpdl:s:sbaprrt£:;àãã,s:i3:Lat:ísasiala|:àFsf::iãa.sfeedsÉFailaerees:,àgu=i
S:Eáà;higi:ne industr\ial e segurança do tmbalho' educação e
-' 4 1 -
d) a interdição dos predios ai`ruinados ou insalubrl`s, suà `~':
demoLição, restauração, reparos e saneamento;
e) as instalações para suprimento domióiliar `Íe eletrici-
dade, 1uz, força, agüas, escoamento dos dejeótos, gás e com--

`:.`
:u;it:fv,:jíàE:g:Í3Tíg:!:Íepfvã#ievua:s:.?onári=oi:o:s:f:Í:'àngc:e:nm:oi:oÍ;
costumes, décóro e ornariento dos seus aspectos, sossego e
{ransito dos pedestres, a guarda do silencio, a manuLeiição {lfl
?stét`iça Lirbana e da censura. arquitçcE.onica das fach€idas, ®
combate á mendicjdade, -a Úadiagem, `)bscenidàdes e injúrias,
a eliminação dos loucbs, ébrios, aniinais ferozes ou daninhos,`
ri arixação tle cart{izes, anuncios e outros Ti.'Lt`]os de Õi'Tblicjdade,
a, apreensão, dcpósito e, destino de semoventes, mércadorias ou

ào,::fcsip¥,veai:pre.Teçgãe.raal.spo=.irua=:g:àsss::n,::Êisr:#g#finct.:s:
as .paisagens e Üs` ]ocais dotados de partícu]ar I]eleza;
g)' a arborizaçãó', ajaminamento e psisEígismo dos logm-
douros públicos. o seu emplacamento, denominaç,ão -e numei`à-
ção i?,soeáiifri:iitoos;de tapagem na área rura|' o di|,eito de Co,m-
pascuo' nas pas.tagens públicas de propriedáde municipal, o
. a£'T
uso dasi)aguas publicasdo
a eiaboração comuns ou dominica'is
plano rodoviário do Mui}icipio;
münicipár
- j.) as condições exigídas para os transportes coletivos {len-
o do Municipio, inclusive o tràfegó e o estacionamento dos
veículos ; `

parafo,:okceer:£àa=£tuo|a:|tae:ã:ngiçpÊg:i::s:ei#áEçáaveeishàiàgl;eo=-
rosivos dos estabelecimentos comerciais e indústriais, profissões

:e:;ií;;oÊ:o:rifgi:ci#;ge:aá:riçsã:tedmffiapàs:,sío#giÉgasoÊicbiâlfiineçna,s:
adotado;
m) o horário de abertura e encerramento dos estabeleci-
mentos comerciais, industriais e similare§, respeitada a legís-
lação t/rabalhista;

nípu]na,çãaofeís%]ÍâàçãdooseaT;í£í:::osçabã#ddausçãao]oéó:r]¥cnasspoert:àom=
alcóolicas, leite e derivados, verdums, hoi.taliças,' frutas` e ce-
reais, cames ç peixe, para saú'de dos municípes;
op_,, àg tifEsacç*adço~&oF_â=oestT:_3*teéssq pp=3_,tiHc_*#ÊaFàs e PS"ísos.
respeitados os ` dispositivos da lçgislação federal e estadud;
q) a construção de casas, vilas e bairros"populares;
r) o licenciamento para espetàculos e fes,tas púméas,.t¥~
-42-
~- -:í']
- `J>. r*

as de diversões ou jogos pemiitidos e sua cassração


fensivos á moralida-de: ordem e higiem;
s) o .loca|, funcionarriento e horário dos serviços 'de`'
taiantes para preservação da moral e do sossego público;

c.mÉLqá:jsku::í:iupters:sd::?:àdà::iaastr#:içsâesajfi:taed¥sa:E:
pétencia municipal.
2. Constitúefii os serviços e encargos de utilidade públióa 9
`qoucaailÊpíur#;%=:-!ek:erá|r:oo=:o:v:e:r::a:i:T:riÉítÉvcaugâoTunicipi-os

a) os serviços de. abertura, alargamento, alinhameiito €

gsTã:a£eg:aossf:bseac::s:::p:rei!;#bÉr3a:sc,::Ersa:i:::Ía:d:áti:fs:-me:#as:
md.3i'asoÊntseef_váçuoàctsaics?niàt,r€::ã.:,tr:fapi:r:veic.:.oa:grdv.asçãângias:
bQeiros, viadútos. pontes e pontilhões e as correlatas ob.ras de`
saneaménto;
c) os serviços de arhorização, àjardimmento e paisagis-

:H::offijsd:o:í;:r:v|?à?r5:si:ràiv=|Pteaz=,enctooleiad:strreiEoâãgddeojelciFoos;
e) os serviços dé engenharia sanitária para fornecimen- J

kg£Ís:agf%a:'!â3:e:tÉ:!a:r:E::,s:::::3:pi;;:;,:a¥:ep:tfo:iiàEa:gãi.:aipãli:k

;r:::ct:c:¥:u;Fi¥!,:;eu;;a;:Íueç:ãt;uesdt;:e;:;:a:1ãa:o::d:e;e:ii::;:a:|;g:;:=-
•:e:goi::ieígí.i.Ía:eír:v:iii?:c;:e::c::o:;:;r:a:b:rip:oosse:p::;:oauÉ::ns::o:s:;i;ar|É|=:

tivos, estações rodoviárias;


do 'riL°í:is::?Íç°S de transporte coletivo iocai para o interior `
inti;,r:oio:s:e:?i!o*:ã:e;:p:oÉ;Í;i?;õf::f:edg:o:o:::::c::Càdi:::::i:
hu=E;ç?:.Ns:r:ei:o=¥ea:#meennttaoúifafoFa::bÉ-çãoffimen-
-43-
* '-\--üf*a t
+-ffi, os quais deverão objetívar substancialmente o levanta- `.-`}
mento do c?da~strg proprietário rural e das. con~diçÊes agrold r.-

Feã:s:Êi;::£:uií:c:i!i:?:floria::eukefts:cu:ns:h:o:n:sseTg:ç:át:%;Éo,osEó::Fu:e:apsí:
riento de óorretivos e fei.tilizantes, a distribuição de semen-
tes e mudas Selecionadas, parque de maquinária agricola para
venda ou locação aos agricultores, pomares, hortos e viveiros

x¥e#t:s::aãs:o::;ii#âai,:ae::fií|?SSo,:,C:a.mET:ti:Ísâs£p::::#ain:¥Ís.|:
vimento de pequenas obras hidraulicas e eletricas rurais e dds
pequenas industi`ias `campestres ;
b) -sflos, amazens gerais ou entrepostos,' riercadós, fei-.
ras, postos de ,abastecimento, frigorificos, matadouros. ,talhos.,
Êg::ffçe:;' tl:Ttdeal;S,dgrairvaad=I;eari' Carnes e Pescados' frutas e
desp:o'vFdeo:md:k:àpdçgã:iadTohd::3eâ:àe#u:àczi:àovse|d3aFat%i:
tantes e viajantes; restaurantes ou casa de pasto a preços po+
pulares.
111 - No setor da assistencia, saúde e cultura:
a) os serviéos de construção de alojamentos popu|ares
pma facflida-de de moradia dos municipes; . a
b) os sérvíçüs de assistencia social aos desabrigados; Íri+
gentes e invalidos, desajustados fisicos, mendicàncía. e ve-
Êice desamparada, expostos, orfãç)s, infaiicia e adolescencia
EE:,ngsE:ga:riamn:r|àtài:à::.¥feodànatteór:::,igco:íoàl:se.r¥::ãüEàt:E:
t", patronatos e outros congêneres;
c) os serviços funeráríos e os, cemitérios;
d) banheiros, termas, piscinas e balneários, privadas e
mictórios públicos, lavadoui`os higienizados para vestuário;

hospçà=sd:eFrioç:tso-=Qécdoífroolc#rag#â|fàrei=serdgeenucri3enmcã#nt®
f ) Ós serviços de assistencia médico-sanitária mediante a

:n:tHqiãc¥so SÊbTiocsa:i,tais gerais' centros de saúde' ambulatórios


diantge)aosinsse,Eà%oã:ddeeacmóEg:ftóáriFsatá:m;TELqàepí.né::àcàa;E=
temidade, centros de puericultura, lactários, ambulatório de
pediatria, hóspitais infantis ;
iad,aha).:ãisleaTãigofseddeeraelnêi::.apdr#reioaeE:ft-:i¥.árdieo.p:e#eà
infantís;
i) bibiíoteris ~e gabrietçs Éúblióbs de leitrira;
ki

&`i F #:-.`#`it

.-44.i

Estrutura Racional da .Adminístração

-=-=_:::::--=:_---f_-f:i_-i::::-_f--_--:::--_:-:i:i=i_:---f:_----:=:_===:=:ff:_:=:_::i

o coRjounsteotoçe dsausa aetç:|PdoaE::-=::à::. compreendendo a admí-`

Ferigi:#aã&ogser:: eseagsu#E:snçfausàçnõaes?ua estruturâ e ol.ganízaçã"

.,

grohM:uaa#j;Fsp:íà:dr:e.pcro::#iea:d::sã:3:d:àÊí3:nígi3t:o:dt.a3à::ZigL;vdi.çá-|#n::
-45-,
meios, é possivel formular uma sugestão para a estruturaL ra-
cional dos orgãos da administração munícipal.
E' principio da racionalização do trab.alho que a cada
I.unção especifica deve corresponder o órgão respectivo. Na ad-
ministração geral as funções atmvessam as seguintes fases:
1) planejamento das atividades;
11) coordenação dos objetivos;

#)::g:::zàçãdoosdopslanmái;os,
V) contrôle dos resultados,

unidgdepráEcicp.iàaf:T.daemàFrtea!ãg:No:g::sfaLã3nfcoiptar|abbarlahsofleéi.:
:â:e:àesne:seg:::icdràtpc:ompa¥fteéi::icTTxélàaadno,.p:::EnEjaabmineàt,eó
das atividades e coordenação dos ob5etivos a atingir, deverá
ser feito pdo Preféito em conjunto com a direção das unida-
des administrativas. A oi`ganização dos meios ficará á cargo
de uma unidade administrativa especializada. A execução dos
planos e contrôle dos resultados obtidos cabem á dimção das
unidades adininistraivas.
Dentro dos principios expostós, consoante as funções já

íi::|rjEáTiavdoass,mo:ài::ÊE:,sdaisst:gbuÉFdt:sesetáutuuà?dadd¥so(rÊãÉ?AaÉ:
TAMENTOS) e sub-unidades (DIVISÕES):

1. DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E FAZENDA

1. Divisão do Pessoal
2. » .do Material

::. ;> !: g:ãi¥ai;:a::eeE£fa"tiiíiom


6. » da procuradoria

;:. ; t: Ejss::lt:a:aflãnoclusive Exatorias, ,,


10. » da Tesouraria
11. » do patrimorio
12. » da contabilidade

2. DEPARTAME`NTO DÉ URBANISMO E VIAÇÃ0

1. Divisão dos Edificios


2. » de obras públicas
--46.~-
¥

Ê, ,: g: i:#e¥âçÊbçicJamdíns
g: : g:fu¥a:Éngfs£àtos
7. > de Transportes` e comunicações
8. > de Frevidencia (Bombeíi.os)

3. I)EPARTAMENTO. DE ALIMENTAÇÃO E FOMF.N1'0

1 . Divísão do Fomento .
2, » do Abastecímento e subsistencía

4. DEPARTAMENTo DE ASsisTENc'm E GULTUBA


1. mvisão da Moradía
2. * da Assistencia social

â: : £: E#ànçeão€esacúud|çura.

FIM

ú..
+Jlh

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