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rajITS'friSj

política orthodoxa .
PBLO

VISG0 N D E be CAYRU,

Senador do Imperio

P&rqu» se embravecerão as gin•


tés , e que cousa hèuve para os
povos conceberem projectos Vãos ! *
Psalm. II. v.

RIO DE JANEIRO.
Í í a Typographia Naciokab. 1832**
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tiOUTRINA EXEMPLAR.
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O Summo Pontífice,
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ora reinante
* ' " / I .•
íia lgreja Catholica, no seu Breve de
Felicitação à Regeiicia pèla sua Elei­
ção Legal, poz, como ahi declara ,
grande e bemfundada èsperançav que
o Joven Imperado?^ pela sua vigilan-
ciU) seja educado com todo o cuidado
em todas as virtudes* Eis o motivo
porque, antes de tudo, dou a luz
ôs seguintes Monumentos# '

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.
■ 1.
. • ' ;/^ É :■
A Necessidade de ÈeKgiãa e
Instruccão para a Estabilidade do
Império, Riqueza, e Gloria doa
Imperantes, ke especial mente cop^
signada. ná Sagrada Escriptura#

í* D , P edro 2.*
V fv, : '■&•:\ > •
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rí*v-*-;? .
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D óútrinà

A’ proporção que o homem ii-


gurá mais na Sociedade 5 maior
Obrigação tem de trabalhar na uti­
lidade de seos associados; He com
èsta condição qné Os homens so­
frem que hum de seos iguaes trans­
ponha as balizas da igualdade mar*
feada pela natureza.

D. P bduo 2;°

A Sabedoria dispõe as todas


Ccmsas pora suavidade. E se as ri-
quezas se appetecem na vida, que
fcousa ha mais rica que a Sabe*
doria, que obra todas as cousas?

Pfii.vcEZA D, J anúI ria»


E xemplar. uOk;i . •

Á Beiieficencia. Beni he que sus­


tentes o justo: mas também não reti­
res a mão daquellé quê o não he$
porquê o que teme a Deos, nadar
déspresa.
P r ín c e z a D* P aujlA.

Nirtguem pddê sêr feliz êm hum


Governo despotiço. O despotismo hè
contrario ao fim das Sociedades ci«*
tis , e opposto á vontade dêDeos^
que cfêon o homem livre para set
feliz.
FftiScEM.Í). F bancisca. (a):

(a) Depois de estar no prélo o presente Manual t


vi as antècedentes doutrinas, escriptas pela letra e fir-
hia doa Pupiílos Iraperiaes, de bell os carateres. Sendo
Ríemorias de Sjia boa e d u c a t e , a^ui as o ffe ree pan>
&oi#»U$çncia fcaciojial,
m
D o u t r in a

II. '

Cáfta Eocyclica f!o Santíssimo


P ad le o Papa Gregôrfò , pela I)U
vina Providencia o XV í, de nom e,
dirigida á lodos os Paíriarcliaé, Pri*
mazes, Arcebispos> e Bispos, d a tini a
cíe "ílòriía de *5 de Agosto d e Í8!32i (*)
O PAPA GREGORIO XVI.
Veneráveis Irmãos, Saude e lie ti­
ção Aposlolica.
Nós não duvidamos , que Vós
estareis admirados de não haverdes
recebido de N ós, desde que o Go­
verno da Igrejii Universal fói com-
niêttido á Nossa rlmrufdade* Carta
cm conformidade ao primitivo uso ,
ao *Nosso a (Feeto pa s;a com vosco.
t m verdade era o Nosso .inaisr ar-
. .... (*) Depois de impresso este Manual li no cbrrénte.
•'•.ihéi de Fevereiro de 1833, ésta Carta, que ainda
-l*«o fjé public ou no Ç)j igiiiíi 1, ou traducção , como o
Diplom a Alítftentico t ranscrip to* na pag. 5 : ruas elía
«e ncha na prtg.. 1 do Opúsculo Inglefc---<•The L ayty
d irecto ry, publicadó em Londres por Autlioridáde dos
-Vl^aries Apòstolic os de Inglaterra. Só offereço alguns
«xtrattos, pafa íioticia cios Leitores, pela importância
©bjecto, cjue he connexo com « P o litic * O r th o d o x y
E xemplar. Ji

dente desejo, sem demora, abrir p


Nosso coração 'a'Vós, conomuni-
çando-vos os nossos proprioa, senti*
pientos , e tliiigirmp-Nos á Vós etp
linguagem congruente á Ordem, que
Nós temos recebido na Pessoa do
S. Pedro, dp— Conjirmur Nossos Jr-
múiu: («). Mas Vós não ignoraes as
pccuniuíadas calamidades, 0 ançieda-*
des \ que rebentarão sobre Nós nos
inetsmps primeiros piomentos do nosso
Pontificado, que , se a mao direita
de Deo« iuto Nos tivesse siist6|itádo>
Vós te ríeis lametriado como Victj-
iiia sacrificada á tenebrosa conspi-
raeao de homens iropios. ^
C onsternados , e com espirito tras­
passado de dor, Nos dirigimps a
Vós, reconhecendo, que pela \ossa de­
voção á Religião haveis de ter sq-
friíio proporcional aneiedade de es,-
pirito, test emunhando a depravação
dos tempos com que a Reiigião tem
de lutar. Nós podemos verdadeirq-
monte dizer que chegou a hora “

‘íí.t ' ;*U ■/,;-.fíC-- -iiM


D o u t r in a

%e crivarem os filhos da eleição pe?


4|o poder das trevas.
- -
Veneráveis Irm
'• - ■
_ 1 ãos—
,
r~.« . A Maldade
/•?,-:% ■ \ ■* • < - - ■

lie incessante, a Falsa scieucia s.p r4


insolente ,, a licenciosidade está \ m
jenfreada. A santidade das consul
sagradas he desprezada, a maobs­
tacle dp Culto Divino , que he tão
èffieaz como necessaria, he dispu­
tada , envilecida, e ridjculisadà pop
piáos homens. Dahi tem resultado
a perversão da solida doiítriná , 6 q
descaramento com que sao disse­
minados erros de todo ò generp.
iV Dei dq Sanctuario, seus djrpittís,
seps costumes, e tudo que he q
itiiais santo na disciplina , lie at ta­
cado pelas iinguas dos que falláq
iniquidade. A Nossa Sé Romana de
S. Pedro, sobre que Christo pp^ q
íundamenío da Sua ígyeja , '"he assal­
tada dç todas as partes, e os laços
da Unidade de dia em dia cada vez
inais se enfraquecem, e dilacerão.
A Divina Authoridade da Igreja
*|ie opposta, e espoliada de seus
Iféitosc Ella está prostrada
ITsEMrlA?. til

satisfazer « conveniência humana;


e a iniquidade a ex P5é ' camo ef-
orava degradada aos olhos das Na-
Ísé«." A íiiBdiéáçiá devida «os Bispo*
i a cntic direitos sdQ
be in f r in g i d a , 0
calcados aos pea. As Lsco as e o t •
ve. sid.uk-s são os echos de^onstruo-
gas novidade. : eUas J a n a o s e ^
ienlno com «ninar os fundamentos d j
Iteliffião Gatholiça; mas» deixan
eus occultos covis, escancarada-
mente -
d e ! c o r r o S d a a pelas d p o tr iM ^ e
pelos exemplos de seus M esh es,
tem feito profundas fendas a ReU-
Viâo, e tem introduzido a uiais pa­
vorosa perversidade da costumes.
D a h i provém qu«? OS homens, desl -
p-ando-se' das restricçoes da nossa
èanta Religião, que so pode sus-
tentar os elementos dòs Estados,
© dar forca e estabilidade ao Go­
verno, Nos fazeni testemunhas da des­
truição da Ordem Publica^ da que­
da dos Reinos, e da annvquillaçao,
de todo o çodeç lcgithno. lv # *
D oU T R tfíi.

nepuipuladas misérias deypm a Sl,«


origem principalmenle á aeti vidadp
de certas associações, em q ue Sg
eollige, corno em com mum recepta-
eulo, tudo quanto a herezia, e as
mats ímpias seitas, oflerecein de
crim e, sacrilégio, e blasfémia.
Fac^nente se extirparia este mui
pernicioso erro intimando-se ao povo
a sentença do Redcmptor ; — quen»
pao he corn Christo, he contra Cbris-
to - quem não collie com d ie , in-
leiizmente dispersn, (*)
; Oa eprrnpta J o u le da Indiferença
emanou a absurda e errónea doíu
p m a , on demeneia , em favor e tie-
esa da liberdade daConciencia
este pes t iIen t issi mo erro se a brio a
Parreira da absoluta e salvagem li»
t ei a! e > (| ,,e por toda a parte faz
tentativas de derribar as instituições
im? 1}88*-6 c!vis’ ató com a dissoluta
n n e ' ; í > de al^ uns q»e sustentão
«jue isso da vantagem á Religião.
Caríssimos Irmãos! Não permitia

' S, Lucas- Xiy 23 .


Ekemptau. XX

g e o s , qoey- quapdo tafttói;-males


tím prifTTiem ; iirio:^
jros nos ameação , os ÍV.stores tedtern,
àò seu dever; e q u e ; intimidados
abandonem os *seus rebanhos 9 on
darrofio em inerte ocio y e torpid a
esqueeismmto dell oh. Portanto em
on la o d e espirito sqjamos verdadeiros
á ea ima eotmmi m , O o a nte# a ca usa
tie Decs. Una aios nossa yigllaivcia e
forta!e%a eon tr a ó :ç<>nunum inimigo >
e para a salvarão de todos; os povos*
Entre as mltis proliílras causas dos
males que Nos deploramos* be o Indif-
fiv èn ç a \ prioripio depravadoy qu£ a
phantasia dos mans; tem exeogitado *
e q uo muito p re va ie ee , in e«11ca n do-sé
q u è a $a Iva eu o ptem a 11e igualme ate
possi vTel em q ua lo uer profissão s coiít
tanto que se observem os naturae»
die tames da Mvmlidadíh^ ^ : ^ - 1
Dahi procederão as revolnooes
nos espirites tios homens; a aggra*
vada corruptela da modidade ; o
liespreso qué o povo tem das cou-
jsa^ sagradas , e das mats santa»
instituicScs e leis; dabi > ena hurni
X D outrina

ííttavra ^ nasceo a peste a mais le-


iiíiveJ em todos os Estados , -a- de-
èenfreatla liberdade de opinião , a
licenciosidade de falia, e a lascívia
de novidade v q u e , conforme a expe-
riencía de todos os séculos, prognos­
tica a queda dos mais poderosos e
|1orescentcs impérios.
A* isso tende a , nunca assaz exe­
crada e detestada , Uberdade da im­
prensa para a diffusa o de toda a
casta de eseriptos. (*) , que alguns
cia morosa men te pretendem , e tão
activameníe promovem. N ó s , V ene­
ráveis Irmãos, nos Honoris a mos.- da§
monstruosas doutrinas > e portento­
sos erros , que Nos cercão era fór-
$m» de iirnuinerv.veis volumes , e tie
folhetos,' pequenos em tamanho, mas
grossa meu te pejados de males , que
•fyrotao em todas as di recedes, cxha-
lamlo a maldição que Nós depio-

(*) Ainda q u e , a Constituição do 1'uperio <íes?e


faculdade á todo o Cidadão de commimicar o$ scos
f ensaiaentos par es crio to' &c. , cosutudo não auth.oríza
abuso , é' já' se tém jmymii'l jado Leis para cohibiÇ a
tictíuciusidade dos. liscrip iteres» . . ' "• '
E keMF^AB., ■*£

n fare m terra* Para


S i 8^ c a , « u o
a siia desvergonha a ponto ae
persistir na * ^*ros'*h « c i « n -
. n e K S w C « . o « iviundação
^ maps livros salte do .pre o hum
em outro livio em favor da llahgw o
e da Verdade. Mas he crime, nunca
assaz abominado, <> .pommetter o
. * V * esperança _ da
i
nodes octwbiorna ■ti-rnun
-«v* -h-eiivw r ?
L sso a era- seus sentidos conRara
venenos d cada m ao, os e x p o r t
á todos os mercados, os empregas­
se em todas as occa^utes, so por­
que depois se pdde talvez- procurar
,a)<rum ivntidoto effieaz - p
Virculando escripto.s atm vidgo sub­
versivos da fidelidade -e submissão
devida aos Príncipes, e estando o f
eonsequencia , a chama ,da. sediffto
abrazandp-se etn toda a parte ,..de-
•ye-sé empregar toda a diiigpnm em
prevenir que o povo sejá seduzido,
para não aberrar dp caminho dp
*$eve?>
Jilt DoRTBlNA

> Não asoi K,


ramos Riais
*'
consoladoras
1
rpiisèquericias tio zelo de alguns em
se parar a í g t-eja do Esta do > e rn m-
jier ps vínculos que uucpi o Saeer-
docio ao I npèrh).
13a claro que e?tn união he te mV*
da pelof profenus moautes da falsa
liberdade , sd 'por q ue tal umao n UP
«lema-' de protltmr prosperidade a
íaiar e outro Poder- ' " ; :
í Estando o eorueSo opprimido ,
iBás teivdo emvfianea tv* A quelle, que
l^jumanda os veu to s e e n vi a a trgq*
cjuillidade, Vos Havemos escripto ,
•Vènêra veis in o a os , sohre estes as
sump to s , pai í| que Sejais animados
^ desétuhainhar a espada do Espirito,
que he a paíavfa de Deos ; a íini de
que o ijne tem sede da justiça",,
receba o piío d*vs Vossas nvaos. Ite*
#Ordai4hes que — Deos be a guia
i!a sabedoria, e o Director dos sá­
bios e q u e sem Deos he impossível
èídehder a natureza de Deos, que en­
sinou os homens a conheeehO pelas
*$uas ohras; — e que. be soberbo , ou,
fura melhor dizer, estulto, o liorueja
q«e se arroga o_ p««w ^ " íf!*
humana os mysteries da t « » H**6 ‘
breexcedem a todo o entemliwenlo*
N ós, «mudos I r m ã o s * d e ^ a m ™
Ter a vossa eonsiaqcia -w*'"!»*® vi-
«•ilante cm .Ul.m.bem defender a l.le*
J&So contra a m a i* f t n a conspu^

se"undo bem o sabtis, .«»•*


mente textendcudo a soa ;,oflue««»*,
e que se multiplica» fimrras de
impios pseudo - philosophy <«
culo , até com a aggrcgaçao de al
»nns da Ordem Ecclesiastic», q u e -
esquecidos do sfiu Oaractcr , ^ e
seu dever, e e e ''“" i,n AÍl' t
vos das paixões, se 4•em
licenciosidade nrecinitado »o,exee^o.
ie em, ...d'Uns parses ,
wdmUarenr a ipterveneúp de «eus
P, in c1oes , e nM Wpets rem as gm n
soliciteciks para abrogarem \u”'.
m a ts’ santos ramos da O ts a p lin a /
Sins pm a quo Vos ^ e te r e m o ^ e k
recordar tentativas tao revoltaptes I
Tendo confiança na Vossa piedade »
V oa commeUeimjs a deles» m W M
.. >

DoiIflllKA'

}ei dè tanto momento contra Os dot-


dos da laséiviji^ de qualquer parte
<joe o áttnque se dirija. P reserv ai •
inteiro o E nineló j e na sua pr<>-
teceâo e deíesa mio deixeis de■■'êiò-
iprc^ur os recursos que os Sagrado^
Cânones tem em Vos reservado.
Possa o nosso- zelo pelo bem da
Religião, e da Ordem Publica, ad­
quirir ajuda da :Author ida do dos Pri-
cipes! Os nossos eliarissimos Filhos
em Christo reílietao , que receberão
o seu poder, nao meramente para
a sua regra tem poral, mas prinei-
palmente para a proteceão da Igreja»
Cuida dosam ente observem, que tudo
o que lie íeito para o bem da
Igreja, necessariamente vem a ser
de beneficio para seus G overnos, e
pa ra confrr tiràt a paz d os Es ta dos res-
pécti-ves. Persuadão-se, que a Causa
da Fé ainda lhes he de maior e
roais immediato interesse que o dost
«eús Reinos. Coliocados sobre os seusr
súbditos como Pais e Tutorés , ellesr
lhes assegurará5 verdadeiro, cons*
• 7 ••* ■- a

♦ante ,-e rko repouso, e


,» O'

EíSEMOLà».
1,1
xr

<k<1e a «na primeira Solicitude


s f c

for o p r o W » «eli|i5o e.
para com Decs , o Rei dos B u » , e
b Senhor dos Senhores. .
Confiamos que « A u t h o r e Co -
suma dor da Fé, Jesus C o n sto , a fi­
nal dará consolação a Nos todos *
livrando-nos da excessiva tribulação
eui que nos acharnós.
A* N A ClO BRASILEIRA.
• ♦
reservai inteiro o &
O Author da Natureza fez Gran*
de a Terra da Santa C ru z, e «e
Inuna PeçaInteiriça: causa espanto
e dor, qive a!»uns de seus hlhos in­
fluentes na Causa Publica se tenbao
empenhado em fazei-a pequena, e
re talh ad a ; e q«e, havendo o seu
imtnenso territono por tres séculos
ffo/.ado da rara fortuna de se con­
servar com a mesma Re ifjiao, ^ jn
« u av e L ei, e obtido da Drvma
{Providencia, o mcommensurável Be-
neíicio da Liberalíssima Constituicap
Volitiça do Império, estabelecido,,ft.
a-,.,*-'. ■
i:
. Doi’TIlltfA
m
pelos Governos da Arntp
pel* e Europe * se mostrem, desco.n-
teiite^ (lo taittii Ventura 9 iusinuau*
do projectos vie ideal periei^ao 5 qqe
liem tern a sawcçao das id a d e s, e
s no i nco tnp ati vei s co tn o Sy st e ma do
jyjundo vis)vel 9 e com as circuns**
tancias do Pais.
liste dezar,. iie ..o!yjecio da v mars
geria meditaçíio dos..geou)nos,r:.cotii”
patriotas , que ,. íivrCs do espirito
de partido ? só almeja o á Honra e m
1
Felicidade da Kegi5o do Cruzeiro.
Pá ra eonçiikçã o da s o pi ni oes d ivç r-
gèotes f .unidade, da érença civil, ê
eoncotdia de todos os Habitantes
do Brasil , fiz esforços , ainda que
idoso e invalido, de indicar neste
Oposculd os elementos da Nova Lei
Fundamental , c alguns lYincipios
^nam:.!intéres.sivntes... da recta Associa-
ca o Social > expondo factos e exem­
plos fataes ao progresso da Civili-
sacio, para se prevenirem nmdánça^
teenos :cir c.uftspectàs na Regência d*> iÁ}-,

~~an i , recordando os Aphorisihos


Estadistas prudentes. . y

Igf
mi
PRE F ACl 0 a

J Idnde das Constitutes eke*


/*', : mas tombem a Instabilida­
de d h Constituições' mto
^ hu^O lild
i t t MCiU'S %
° r Alt)s 2 p>S o i " -mX
«
ctdâde desde a Constituição do Mun­
do p da Regeneração da Humanidade
% Lei Evangélica, que «gora . .
iases Eundaméntaes de todos os Go-
*vemosc -.pd-n'mres
regunracs. O conhecimeqto
. . n
substancial de seos princípios , he n -
ppssario ao Principe, e ao Povo.
Muito se tem -escripto soore ant
,.a p moderna Política : Saloio ao ja no
sen tempo di*m ~ não
„ ,,V He da aleada dos Legisladores
e Estadistas esquadrinhar na multidão
de tantas Constituições » e tieouas
de Melhoras Snei».c9 , as * «A iuM
U
doutrinas: a minha lntmt.de nidus
u l H I I i s w C T >■ "* iBf,

triu se restringe A rojlecçao ex­


tractos de puras matrizes, e es-*

(*)-.U lo he bum mo * .r « .o l dito


Mas e.Ue, que proicrio e 0t.a , ó J(i ’ toU %
o intitulado Saldado feliz , q^e í ." f - f;Uja
Constituição d* Forca , e o V “ c declarado peiW
resultado foi • finar-se em a. Aie.tna, uc», r.
Potências — Jnimigo da Humanidade,
4 P r e f a c io .

criptores de credito 3 Nacionaes e


Estrangeiros * que me parecerão op-
portunos na presente epocha para
ínstrucçao Popular, e Boa Ordem do
Estado, Ajuntei por Jppendice tam­
bém alguns concernentes Discursos
de Periódicos da Corte.
Preliminarmente offereoo
% o Doeu-
mento Authentico da mais transcen­
dente importância ao Estabelecimento
da Constituição do Império 3 e cuja
memória convém excitar em Honra
do Brasil. Tendo os cordatos em vis­
ta os obj eotos deste Diploma,, e
o Sagrado Deposito do Imperial Pu-
pillo, que o Eundador do Império
confiou a Generosa Dealdade Brasi­
leira j estou certo que ostentarão a
seu respeito o congruente ca racier,
firmes na doutrina de hum dos maio­
res Mestres da Moral Universal — /w-
grato he o que não confessa ; mals
ingrato o que nega o beneficio ; in­
gratíssimo , que oflendo o BemfeUoiv
5

Breve Pontifteio á Tlegencia do


Império do Brasil.

Amados Filhos e Nobres Senhores,


Saúde e Bencao Apostólica. Foi-Nos
muito agradarei a C a rta , em que
Nos eommunicastes, que havieis sido
eleitos peía Assembléa Geral do Bra*
sil para o muito honroso e grave en­
cargo de regerdes o Império em N o­
me do mui caro Filho em Jesus Chris­
to D. Pedro 11. , até que o mesmo
Im perador chegue . á maior id ad e,
significando-vos ao mesmo tempo »
que o Nosso dilecto Filho, Francis­
co Correia Vidigal , Conselheiro ,
Monsenhor da Capella Im perial, Ca­
va ljeiro da inclita Ordem de Chris-
to, continuaria nas Funceoes de E n­
viado Extraordinário, e Ministro Ple­
nipotenciário do Império do Brasil ,
junto da Sé Apostólica , que tem
exercido até agora com tanto louvor0
Grande consolação recebemos á vis*
ta dos manifestos sentimentos de Re­
ligião * e de obzequio filial p ara
€^ai a Santa Sé * que expressastes
YE

na mesma C arla, e que o dito Eiv


viado mais extensamente Nos decla­
rou em vosso nome. He por isso,
que temos huma grande e fundada
ésperança q u e , protegendo vos os
direitos da Igreja , e os seos Pasto­
res , e auxiliando os seos Ministros,
a Religião Catholiea se conservará
Intacta* e quando sofra algum detri­
mento pela calamidade dos tem pos,
torne logo a prosperar, e se ampli­
fique cada vez mais, e que o d oven
Im perador, pela vossa vigilância ,
seja educado com todo o cuidado
em todas as virtudes, para que, cheio
do sabedoria , quando chegar á maior
Jclade, se torne no seu tempo hum
diligente defensor da Pé Caíhuiioa ,
assim como do ímperio do Brasil ;
do que vos resultará, como bem co«
nheceis, solido louvor entre os ho-
mens,^ e, o que mais he, grandes
merecimentos para com Deos. E n­
tretanto nunca Cessaremos de rogar
a Deos, de que provém os santos
desejos, rectos conselhos, e justas
tbias^ con* as maiores preces, a íun
P ontifício f
de que sempre vos auxilie com a sua
celeste luz, e Omnipotente presidio,
para q u e , dirigindo todos os vosso*
actos com o seo beneplácito, per­
mitia que tudo se conserve tranquil-
lo. Para prova da nossa paterna be­
nevolência , damos cordialmente a
Nossa Apostólica Bençao, premeira*
mente ao nosso earissimo Filho em
Jesus Christo o Imperador Pedro I I . *
depois á Vós amados filhos e Nobres
Senhores , e á todo o Povo Brasi*
leiro. Dada em Roma em Santa
Maria Maior debaixo do anel do Pes­
cador aos vinte dias de Outubro de
1831, e do primeiro anno do nosso
Pontificado. — Estava em baixo assig-
natura de — Domingos Testa.
jy. B. Este Breve foi transcripto
no Diário do Governo N. 19 de 23
de Janeiro de 1832,
,V-*\ ; ■

• »s^ , .V
'l

M A N U A L

f
DE
; ....... K

P O L I T I C A 0 R T H O D O X A,

CAPITULO I.

Politims Regras âe Christo,

Todo o Reino em si dividido,


será dissipado.
Bemaventurados os mansos, porque
«lies possuirão a terra.
Bemaventurados os pari tiros , por-r
que elles serão chamados filhos de
JJeos.
Sabei que os Principes das Gentes
dominão em seos Vassallos; e os
que são Maiores, exercitão o seo
poder entre elles. Não será assim
«ntre vós outros; mas entre vós,
o que quizer ser o primeiro, elle
l«ja vosso Servidor; assim cauto a
dar a sua vida emredempção de muitos.
Em qualquer Cidade ou aldêa em
que entrardes, informai vos de quem
ha nella digno , e ao entrardes nà
casa salvai-a, dizendo— Paz seja
nesta Casa.
E se aquella Casa na realidade o
merecerj virá sobre ella a vossa p a z ;
e se não o m erecer, tornará para
vós a vossa paz. B succedertdop lião
vos queira alguém em Casa , nem
ouvir o que dizeis, ou sahir para
fora da C asa, ou Cidade, sacudi o
pó dos vossos pés. >
Veio ao pensamento dos discípulos
qual deites era o maior. Mas Jesus f
vendo o que elles cuidavão nos seos
coraçoes, tomou hum menino * e l
paz junto á s i, e lhes disse: Todo
o que receber este menino em meu:
nom e, a mim recebe; e todo o quex
me receber , recebe a quelle que m e ;
enviou. Porque quem de vós todos í
he o menor , esse lie o maior.
JBnvipu diante de si mensaagmrof
10 de P olítica O rthodoxa.

e indo dies entrarão em huma Cidade


dos Samaritanos, para lhes preveni­
rem pousada, e não o receberão ji
® que tendo visto os seos discípulos»
Tiago e Jo ã o , disserão.— Senhor:
quereis que digamos, que desça fogO'
do Ceo e quê os consuma.
Porern Jesus, voltando-se para el-
Jes , os reprehendeo dizendo — Vós
nuo sabeisqual he o espirito da
vossa vocação: O Pilho do llomem
não veio a perder as alm as, mas a
Salval-as.
Que Rei há , que estando a ir para
a Campanha contra outro Rei , não
tome primeiro, muito de assentos as
suas medidas, a ver se com dez mil
homens poderá ir a encontrar-se
Co® “T_<iue tr;lz contra elle vinte
tio . Aao sentindo-se com igual for-*
ça, quando o outro está ainda lonae.
enviando-lhe sua embaixada, peca
iratados de paz. V
Tendo hum lavrador semeado o
seu campo dé bom trigo, e appareceo
■Ucizania com a planta u til, os seos
vldores Ãaerão4he a deaiuicia
'"z"■ .. -' .

%/| VNUAL ít

•ill Horhem inwiígv fe z istò, e pèr-


g-uatavão. — Quereis que vamos , è
arranquemos a cizânia ? Mas o Senítor
da terra respondeu-lhes — jYSú —- ;
para que talvez não succeda , qufe,
arrancando a cizania, arranques tam­
g bém com ella junta men te o trig’o.
Não vos aíílijaes dizendo : — qué
comeremos, que beberemos, ou cmú
que nos cubrirentos ! Porque os Gen­
tios he que se canção por todas es*
*.BX
Tm

sag cousas. Por quanto vosso Pai sabe


que tendes necessidade de todas ellas.
II
■ «V

Buscai primeiro o Reino de Deos,


I e â sua •: *• a as estas con-
Ii t p* „i
sas, se vos accreseentarao. V ,* ■ -

E todo o que ouve estai m


paiavras:. ,. .: as não observa , sera,
comparado ao homem sem consider
raçao*
A ' que edificou a sua casa so-
aeuo
>re ià area
m ng'ueift servir a uu««a o
nhores ; porque ou ha de aborrecer
hum e amar outro i ou há de acxmrn-
modar~se á este, e desprezar aqúelfé.
servir a e as
riquezas.
I
12 de P olitíc a O rth o d o x a.

Qual de vós , querendo edificar


huma torre, não se p5e primeiro
muito de seo vagar a fazer conta
dos gastos que são necessaaios, para
ver se tem com que acabar : Para
não se expor á que depois que tiver
assentado os alicerces, e a não poder
acabar, todos os que a virem , co
nrecem a fazer zombaria delie dizen­
do: este homem principiou o edifi-
ç io , e não o pôde acabar !

CAPITULO II.
?

Systema Pacifico:

Optimo Documento se lê na Sa-


grada Escriptura no Livro dos P a•
rulipo menos I. cap. X X II.
Disse David á Salomão: Meo Fi-»
Jho: a minha intenção he edificar
huma casa ao Nome do Senhor meo
Deos.
^ Mas o Senhor ine fallou dizendo:
In tens derramado muito sangue ,
e tens dadp muitas batalhas: tu não
poderás edificar Templo ao meo No*
1 M anual |$

me depois de tanto sangue derrama­


do na minha presença. i!
O filho que te nascer será hum ho*
mem guietksimo ; porque eu o porei
em paz; e por e&ta cama será o ama­
do Pacifico, e eu d.ajrei paz e descan-
Ço á Israel durante todos os seos dias»
Elle edificará hum a casa ao inecr
Nome, e elle será meo filho, e eu
serei seo Pai, e confirmarei o Thro-
no do seo Reino.
O Senhor também te dará prudên­
cia e sciencia, para que possas re­
ger o povo e guardar a Lei do Se­
nhor teo Deos.
Serás bem succedido se guardares
o.%Alandaihentos e as Leis do Senhor.
Arma*te de tortaleza, obra varo4
nilm ente, e nao ternas nada.

CAPITULO HL

Reino da Justiça.

Eis-ahi está que reinava hum Rei


com justiça, e que prelidiráo ot
Pnncipgs com rigtidaoji
|4 de P olítica O iCthodoxa.

será este Varão como h lírrt ri*


fogio pa ra 6 qué se abriga do veil-
to "j e sé separa da tempestade 5 co­
mo arroios d’ag'oas n asêd e , e som­
bra cie pedra sobresahida erd
deserta. . . A
Nfio se offuscaráe os
qiieMvern , e os ou vidos
rein atten ta mente escutarão.
E o cor a cã
3 ' o dos insensatos én^
tenderá a sei cu cia , e ' a-l; ).I^*iáH'dô8-
tartamudos se exprimirá coto prêftáfM
tidão e clareza.
Não será ma is chamado Principé
aquelie que , he insipiente* nem o
fraudulento será intitulado Maioral.
Porque o insipiente dita fatuida»
dps, e o seo coração praticará a
iniquidade para concluir & si nm fa­
cão, e falíar ao Senhor com huma lin-
gua dolosa , e deixar vazia a alma
dó faminto, e lirar a bebida ao se­
quioso.
As armas dos fraudolentos sao pés­
simas ; porque elle sempre forjou pên-
çamentos para perder os mansos eoiiiv
dispursgt i qunndov a
M anual -; t .1#

pobre fallava conforme á justiça.


Porem o Principe cuidará naquela
las cousas que são dignas d’htim Prin­
cipe, e elle mesmo estará vigilant^
sobre os Chefes.
A paz será a obra da justiça , e
a cultura da justiça , o silencio e a
segurança desde então para sempre#
E assentar-se-ha o meo servo na
formosura da paz , nos tabernáculos
da confiança, e n’bum descanço opu­
lento. . .
Possa esta Prophecia de Isaias
Cap. XX XII. realisar-se no Impé­
rio do Brasil.

CAPITULO IV.

JVova Ordem Política do Brasil.

Em 7 de Setembro de 1822 o
então Principe Regente do B rasil,
D. Pedro de Alcantara, aeclamoí*
a Independência do Brasil, pelas
causas que declarou em seo Mani*
Jfesta ás Nações. i ;
% >4 $- dia Outubro seguinte^
-*■ : ( f'V tV . >
•■; : • ■'■

m de P o litico O rthodoxy,

Ppvo do Rio de Janeiro p açclpmoíi


Iniperador Constitucional e Perpetuo
Defensor do Brasil: e sèn exemplo
Jp! seguido em toclas as Província*
O Imperadsr expedio Ordem para
á Convocação de Repre^entàntes
Nação Brasileira, "a fim de se rèuni-
rem na Capital do imperio e cie
Acordo com elle , cetebrafidò ò re-
c i pro camente' des eja dô Pa et o So ciai í
formarem huina Àsseiiibléa para or­
gan! sar Nova Constituição Política
do Estado.
Depois de installada, cm breve
ipeiirgio nelía Espirito de Partido
tíostil ao Bem feitor, que se conside­
rou cpm direito e deVer de decretar
|i sua pissoiueaò, de que fez M a­
nifesto Justificativo ; ''dPdlèn^ffc^ííâ
í ^ Convocação :|de outra
'3 |l|e p Ê e f Me pro met ten do offer ecer
jbuiÈndíí
&?■W
CcmstituieaU, iiiais
f&y? &-t e* £•'-.J*Ci- H > , /«i ,-i-
liberal
.■.'*
r~
que petídiá em Projecto de Commis-
são^dos Deputados da dita Assembléa*
""fiapresentou,
Ho Conselho de Estado, e , depois
, foi dirigido
IV A t 17
Camaras Municipaes do Império. pa«
ra o seo Livre Void.
A exposição de particularidades
deste Success o pertencentes ao His­
toriador. A qui incorporo os Seguin­
tes instructivos Documentos.
tsJ esto de Sua Mugestade ò
ij)era d or aos Brasileiros.

A providencia, que vigia pela es­


ta bilicladè , e conservação dos Im pé­
rios , tinha permittido nos seos pro­
fundos desígnios, q u e , firmada a
índependencia do B rasil, unidas to­
das as suas Províncias, ainda as
ití;ais remotas, continuasse este Im­
pério na marcha progressiva dà sua
çohsplidação , e prosperidade. À As-
jêmhié^ Cdnstitu^^ * e Legislativa
trabalhava com assiduidade, discer­
nimento , e acti vidade para form
hum a Co n s ti tu içao , q ue solida mentè
plantasse* e arraigasse o Systema
Constitucional neste vastissimo Impé­
rio. Sobre esta inabalavel base se
enguia, e firmava o Edificio Social;
Dh P o L IT ! Ç A O iíT íí 0 1 ) O X A .

u €ra in i o j m z o , que sobre a- Naça»


ora si Ieira fbrmavao os Estrangeiros
W ® as principals Potências da Euro-
pa reeonheecriao mui brevemente a
Independeneia do tmperio do Brasil ,
e até ambicionaria© travar coin e][q
rtdaçoes P©Silicas , e Cmnmerciaes.
1 ao brilhante perspectives que nada
parecia poder escurecer, foi offusca-
cL por subida borrasca, que enlutou
• p. nosso Horisente, o génio. do mal
IRspiieu, ciamnadas tenções & espíritos
1i?rí0*e 0s ? e i11 aI i nte ncie na dos , e
j-r úudnes lios am mos o fosço da
discórdia. De tempos a esta parte co-
Hieçoipa divisar-se, e a eonhecer-.se., ~
que imo havia em toda" a Ássemblea
úniiormidade dos verdadeiros principi­
as .r (lue form-go os Governos Consíi-
tuciona.es, e a harmonia dos poderes
divididos que íaz a sua força morai
, s

e fysiea, começou a estremecer. Bi-


Tarsos , e continuados att&ques ao
Poder E x e c u tiv o s u a çondescenden--
*ã j* bem dá. mesma hariiioniúr eneiv
força/ do -G-overno-/ e o fora o
&tíi uãmente tii inand q, Foi ereseon do
M anual W

o espirito de desunião; derramou-se


o tel da descofianca : sorrateiramente
íorão surgindo partidos, e de súbito
appareceo, e ganhou forças huma
faceiro désorgánlsadora , que começou
a aterrar os ânimos dos Varões pro­
bos , que levados só do zelo do bem
publico , e do mail acrisolado amor da
Fatria, tremiao de susto á vista de fu­
turos perigos 3 que previSo, e se lhes
antolhavao. Em tanto os que preme­
ditarão, e rmlchinavao planos sub­
versivos , e úteis aos seus fins sinis­
tros, ganhavao buns de boa té, e
ingénuos cem as lisongciras idéas de
firmar mais a liberdade , este ..ídolo
sagrado sempre desejado, e as mais
dW vezes desconhecido ; outros com
a persuasão de que o Governo se hia
nuinhosamente tornando despoticq,
é alguns, talvez corn promessas van­
tajosas, exageradas em suas gigan­
tescas imaginações, chegando até
â malignidade de inelílearem como
abraçado o pérfido,;e iníldioso Pro-
jeeto de união com o (Jóvcrno Por«
íng-ttézr, '■

20 d e P o lític a O d th ó d o x a .

Forjados os Pianos ; arranjo dos ,


« enderessados os meios did reaíisaí-
o.s ; aplanadas as diflículdades , que
suppozerão estorvar-lhe <~s veredas,
cumpria, que se verificasse o Desí­
gnio concebido, e havia tempos pre­
meditado.
Hum dos meios escolhido como se­
guro, era semear a discórdia entre
os Cidadãos nascidos no Brasil, e
em Portugal, jã por meio de Peri­
ódicos, escritos com maphoso artifis
cio, e virulência , proeurando des­
truir a torça moral do Governo , e
a ineáçar a Min h a I m peria I Pessoo ,
com os exemplos de Iturbide, e de
Carlos I . , ,e ja por meio de Emissá­
rios , que -sustentassem ,, e propagas­
sem tão sediciosos principios.
D lsposta assim a ferraentação, de
que devia brotar o vulcão revolu­
cionário , procurou a Faeção , quê
se havia feito preponderante na As-
sembléa, servir-se para o fatal rom­
pimento de hum requerimento do
Cidadão David Pomp lona, inculca­
do Brasileiro de nascimento ^ seadd
---------- , , . , . . .. . . . ...... .... ...------ ,'rr. •• . p | .; ■ '• ■— ; ■ 1 ! .- ----

M a n u a l

alias natural das Ilhas Portuguezas,


(jue á ei ia se queixava (1e hu mas
pancadas , que lhe derão cloits Offi-
eiaes Brasileiros , .mas nascidos ern
Portuga! , e que pelo Parecer de
hum a Coro missão se entendia que o
mesmo devia recorrer aos meios or­
dinários. Bmntemuo , e com anilei-
pação a mais criminosa , se convi­
darão pelos Chefes d’aquella tremenda
facrão, e por meio.de seus seqtia»
'Acs, pessoas do Povo, que armados
de pun.haes T e pistolias íhes servis-
sem de apoio, incutindo terror aos
illustres , honrados, e dignos Depu­
tados da mesma Assemble a , que fi­
eis ao ■■juramento prestado , só pre-
tendião satibixer á justa confiança >
que nelles pozera a nobre Nação
Brasileira, e folga vão de ver man­
tida a tranq.uillidade necessária para
as deliberações.
Neste malfadado dia háveriao see-
nas tragicas, e horrorosas, se ou­
vindo gritarias, e apoiados tão ex­
traordinários, como escandalosos , o
lilastre Presidente com prudência vi-
22 de P olítica O rthodoxa.

gilante, e amestrada não levantasse


a Sessão, pondo assim termo aos
inales, que rebentanão coin hor­
rível estampido de tamanho voleão ,
fermentado da furia dos partidos;
do odio nacional , da sede de vin­
gança ; e da mais hydropica ambi­
ção : tanto era de esperar, até por
ser grande o numero de pessoas ,
que dentro , e féra da Assembéa es-
tavSo dispostas a sustentar os Pro­
jector da terrível ficção ; e tanto se
devia temer, até da grande quanti­
dade d’armas, que corn profusão se
venderão na Cidade nos dias ante­
cedentes , e da escandalosa acclaina-
ç ã o , com que forão recebidos , e
exaltados pelos seus satelites os elie*
fes do nefando partido, quando sa­
lmão da Assembléa á despeito da
Minha Imperial Presença.
Renovou-se no dia immediato esta
seen a perigosa . Vehementes, e vi­
rulentos discursos dos que pertencião
á referida facção continuarão a so­
prar o fogo da. discórdia, e muitos
dos seus apaniguados nas G aferip

mm
U anual 23

da Assemblóa, e fora , protegem o


os resultados horrivèis, que.erãè con*4
sèquecia certa dos pianos premetli-
tad os. A este fim se pertemleo , ;é
conseguio ficar .a Sessão permanente ,
corn o especioso pretexto tie f\we nae
convinha 'levaniaba Bem estar resta»
belecida a tianqailiidade. Pam esfa
se conseguir j a E«. imh'a niahch
I; . .. X... .1
marchar ioda a.. Tropa,
»• ■>>I!h f(
e -ajuntal-a
no Campo do S. Christovao * com Ò
|òsto designio de deixar a Assembled
cm perfeita liberdade; e fia depois
participar a mesmâ Asso or bio a os In
deliberação, para que tomasse eú\
consideração os motivos justificados
(Pella , e quanto convinha provided*
eiar sobre medidas positivas , e termi­
na ntos ao restabelecimento da troo»
quillidade. Estas se não tomarão , e
continuou*sô a discutir com o nies­
mo calor , é protervia; e com ex­
a g e r a ç ã o de pretextos especiosos se
pretendia a roina da Patria, sendo
o primeiro, e certo alvo a Minha
Augusta Pessoa, que a este fim foi
des acatada por to dos os iitõdos, íjuè
de P o lít ic a Q r t h o d o x ã .

® calumnia, e a malignidade pódia^


«oggerir.
Não parou só o furor revolucioná­
rio neste desatinado desacato. Pas-
sou-se avante, e pretenderão-se res­
tringirem em demasia as attribuiçoes,
que competem pela essencia dos Go­
vernos Representativos ao Chefe do
Poder Executivo , e que me haviSo
sido conferidas pela Nação , como
Imperador Constitucional, e Defen­
sor Perpetuo do Brasil; chegou-se
ate o excesso de haveremmoções do
que se devia retirar toda ou íiuma
grande parte da Tropa para longe
desta Cidade , ficando por este mo­
do o Governo sem o necessário vi­
gor , e energia.
A o em ora das decisões , sem pro
perigosa em casos apertados , e que
a final seria fatal á vista do triste
quadro , que vem de desenhar-se ,
a horrível prespectiva dos acon­
tecimentos, que estavão imminentes ;
a desesperação de huns ; o orgulho 4
è fanatismo polico de outros ; os sus­
tos > e temores de todos os Cidaágoâ
A MO A ti

ificos ; a imagem da Patria nt


perigo, e o meclo du ruina, esab*
versão do Estado exígião imperibisa-
arente provideociás tão promptas , co­
mo efficazes, e remedies, bem qUt£
v.ioJentos na apparencia , onieo$ ea-
pazes de operar promios, e felizes
resttUados. v
E qual poderia ser o de que se
podia lançar mão em ião a r d u a / e
arriscada-, crise ? Qual o que servin­
do de dique á torrente revoluciona­
ria sustivesse o embate da força de
suas ondas, e as pamlysase de to­
do ? Nenhum outro era óbvio , nem
tão poderoso como o da ciisollução
da Assem bica. Este , e o da dimis-
são dos Ministros sao os preserva­
tivos das desordens publicas nas Mo*
narchias Constitucionaes ; este esta­
va posto em pratica , e não havia
jã outro recurso ma-is, do que lazer
executar o primeiro, postò que com
su mmo desgosto, e magoa do Me o
Imperial Coração. Por tão pondero­
sos motivos , pela urgente necessb
dade de salvar a -Patrki, que hmm
26 de P olítica O iitiiodoxa ,

fti pi*ema !e?, e q ue justi fjca me (1idas


extremas em casos de maior risco,
Mandei dis sol cer a Assembléa peio
13ecr e to d e 12 do c<>r re nte , O rd e-
Dando no.rnesmo a convocacuo j
de
■huma outra cotio he Direito Publi­
co Constitucional , com qne muito
desejo , e folgo de conformar-Me.
Neste mesmo Decreto, e no de 13
que o declarou 9 e ampliou se clfio
irrefragaveis provas da forçosa ne­
cessidade, porque-lancei mão de tão
forte meio , e de quanto desejo, e
quero restabelecer o Systema Cons­
titucional, único , que pode fazer -a
felicidade deste Império, e o que
foi proclamado pela Nação Brasilei­
ra. Se tão arduas , e arriscadas cir­
cunstancias Me obrigarão a pôr em
pratica hum reraedio tão violento ,
cumpre observar, que males extra­
ordinários , exigem medidas extraor­
dinárias, e que fae de esperar, e
crer que nunca niais serão necessá­
rias. Certos os Povos de todas as
Províncias da Minha Màgnanimida*
*le, e princípios Constitueionaes, e
.Manual

íl<; quanto Sou empenhado em pro?


mover t\ ic!ie5cS&do * e ti anqoillid ado
Nacional , socegaráG da com moção
causada por este . acontecimento . der
sástroso, que tanto Me pen alisou
lambem, e continuarão a gorar da
*
I>az , t ra n nui11i*ãJaaít íIe » e p r os p er idade
—- » í* '

que a \s os t •t o ica o o\iaq ç i\ ?. e s.egti ra«


Hi o 18 de Novembro de lB2‘í, •— /«
F E R A D 01'%ê>'V

Jieprescntaçuo (jue na presença., dç


Sn a Ala gesta de Imperial, em So­
lemn e Deputação , recuou o t ;rç?
$ideate do lllustnssitno SsMidlo du
Camara desta Capital, no..d ia 9
de Janeiro do corrente. ,

Senhor. O Senado da Camara des-


_ muita Heroica , e Leal Cidade do
Rio de Janeiro apenas recebeo o
Proiecto de Constituição, que VOS­
SA M'AG ESTA B E - IM PERIA L So
Dignou offerec.e.r ao Seu Fiel Povo ,
passou a exaniÍual-o com aqueíla ma­
dureza ,, que era compatível com ai
auas forcas, o que demandada.; ^bjâ*
28 de P olítica O rtiioboka .

cto de ..tanta mònta ; e bem que o


Dnjésíáío Senado' da- Camara , intima-,
mente convencido do Liberalismo de
VOSSA: MAGESTADE í M PERI AL,
estivesse certo, que o ao offereceria
hu ui Pro j eito , q a e nu o fos se dig*no
de Si r e do Povo Brasileiro , com
t udo nao pôde deixa r de a dmira r- m
do desinteresse t e da equidade, em
que VOSSA MAGBSTADE IMPE^
B M L assentou as bases de hum Co**
digo, destinado a fazer a ventura
da Naeao Brasileira , e da solidei
em que finnou as grandes garantias
do Estado Monárquico Constitucio-
, únicas que fazem a verdadeira
cidade de hum Povo livre , que
jripriá na sua infanda, nada tem que
lutar com ve!has instituições, e tu­
do tem a crear. Nem o Senado da
Ca ovara desta. Corte, a fa liar a verda­
de 5:-#EiSiHORq vê n’este proceder
de VOSSA MAGETADE IM PER I­
A L stngo a progressiva Successão
dó^rSacriíieios, que VOSSA MA-
* m m ABE .IM P E R IA L ; ha feito á
da Patria, que espontaneamea*
-- r— «**"» mrr^mp^m *

M anual v. .' y 29

te adojitara ; elle nao se esqueced


que VOSSA MAGEbTADE IMPE­
RIA L fora mesmo quem no memo-
ravel clia 26 de Fevereiro de 1821
proclamara este Systems, e por isso,
descaneando seguro im Imperial Pro­
messa de V.OSSA MAGESTADE *
só louvava a Providencia, por havei’
destinado ao Brasil iao justo, e vir­
tuoso Principe. Mas nem por isso dei­
xava de tremer ao mesmo passo, que
o Gemo do mal acendesse a dis­
córdia entre este Povo pacifico, e
que hum Paiz , talhado para ser o
Paraizo do Mundo , viesse a ser o
theatro de cruéis fratricídios , por
feita de hum Codigo, em. que os
Brasileiros vissem exarada a larga
copia de direitos, que lhes competem
a par das suaves obrigações , que
tem de desempenhar; dá falta de
cuia instantanea declaracao podessem
prevalecer-se alguns inimigos do Im­
pério ( que por desgraça ainda te­
mos) e mascarados com o indefinido
nome de Liberdade , aproveitar-sé
deste estado va.cillantç para illudireur
«»■■w'"*

3 0 d e P o lític a O e tiio d o x a ,

o incauto Povo, e leval-o ao precf-


picio. Nteste estado dc cousas, SE :
NHOR , sc tivesse cabido toas attri-
bnicoea do Senado, el 1e teria voado
/• ri pen
a sene a de VOSSA
D E I M P E RI AL a roga r
fe!icidade do Império Cj1\
ESTA, Deveria
I;iíai ju ra r, e observar logo , corno
. rr%
« «

Constituição 3 do ' mesmo imoerio


A , o
Projccto offerecido; porém embargou-
llie' o passo o sentimento de ser es­
te objecío de interesse geral, e que

Governos Constiiucionnes
,
por isso devia primeiro consultar a
opinião publica esta Guia certa dos
' *, c <grande
_^
Mestra do Mundo : e m con se q uen cia
fez publicar o Edital de 20 de De­
zembro proximo passado, ' pelo qual
convocou a todos os Cidadãos para
livremente, * 7 sem a rivais peouena
it i coac-
virem dar os seus votos. O Se*
da Camara igualmente'
O reco-
nh eceo , que os desejos do Povo d’es-
ta Capital somente não podiao cons-
tituir a maioria da vontade gerál da
içuo-j- e por isso' tem bear ■OgicwU
M a n u a l - 31

a todas as Camaras do Impcrio,


coupondo"lhes o seu sentimento , e ns
medidas que adopt ara ; e o Senado
da Camara está persuadido, que com
a mesma franqueza i com que
* sempre
se colHgarao para promover, e sus­
tentar a lndependencia, e felicidade
do Império, com a mesma (se náo
maior ) se uniráo á este Senado da
Camara para completar a grande obra
da consolidação do mesmo Império.
O numero de assignaturas de que se
acbfio cheias as paginas do Livro ,
q tie se f san que<>u aos Cidadaos, que.
t ()hse m do mesnio sentir do feenado 9
excede tanto ao numero d aqueiias ,
que se tem obtido nos dias marcadoa
nos fastos do Império, que he o aj-
gumento ma is decisivo da convicção
de todas as Classes, sobre a neces­
sidade de se. adopter, e jurar d esde
iá o Proiecto de Constituição ofíeri-
cido por VOSSA MAGLTADE IM*
P.ER1AL ,, sem que seja preciso ao
Senado valer-se do contraste que for­
ma tfio subido numero de votos coro
o total vazio das paginas , em quo
32 be P olítica O&thodc&a .

pocliao assign ar os que sentissem di­


versa mente. N.So he só o Senado da
Camara, SENHOR, todos conhecem
o perigo , que corre hum Estado em
quanto não esta perfeita mente Cons­
tituído : sem ser necessário recorrer
a historia antiga para demonstrar es­
ta verdade , sem ser necessário mes­
mo mendigar exemplos em outro he­
rnisíe rio : Os nossos risinhos , des­
lumbrados por huma quimérica Ima­
gem de Liberdade, lutíto debalde
ha mais de quatorze armes 5 sem que
seus esforços , sem que a copperien-
cia lhes tenha valido para alcançar
hum arremedo ao menos de Consti-
tuiçuo. He verdade, SENH O R , que
nada ha mais apreciável que a li
herdade, e que, para a conseguir,
nenhum sacrifício nos deve ser cus­
toso ; mas quantas vezes nos não en­
ganamos abraçando a imagem da li-
censa pela da verdadeira liberdade!
De que tem servido que VOSSA MA-
GESTADE IM PERIA L, e que todos
os Brasileiros proclamássemos essa
liberdade ,no memorável dia 26 de Fe*
,w

dei; P olítica Orthodox a. 33

verei.ro d e , 1821 ! Sao passqdps quasi


tres annos , e ainda não estamos per­
feita monte constituídos ; a tranquilli­
da de çlo I mperi o tem estado vacillan-
te ; e haverá quern deseje continuar
neste estado de osoillaçíes, espe­
rançoso sempre por hum Projecto
de Constituição, discutido com as
tardias formalidades dos Corpos De-
liherantes , com a certeza de que
apenas tres annos bastaráõ para ul­
timar esta5 tarefa ! Não o c r e m o.:*■s e
«í y .• { .. . - ..... í .„ ‘ ■■ a. \ _ v « . •; •” ■ . i ■ v :.- ; .. v ,

nisto fazemos justiça aos nossos com-


patriotas. È n U e Cunstitnirmo-nos já »
e ppdcrino-nos constituir V não Im
* escolha ; e àssegíiramos cpnfiada-
2 mente, que este Projecto de Consti-
.tiiieãò
i,
será tanto muis geral mente
?% •-A $/\y' -K ?! 'S%\ ■ O.'•■'•^5 r'V^ -'.'S *:0 -"í T
a çeito , e j ura do co m an cia , quan­
to a ideia de ser Obra de VOSSA.
** \I U , A C p rrA D E IMPERIAL nos afi­
ança a sua duração , e arreda pa-
on „ { longe o receio de que a sua dou-
trina seja obra de huma facefio j
aíéni da vantagem, incontrastavelnmn-
t o. maior / de se aj ust arem as theo­
ries de taps princípios com a façj-
3 ............ ‘ ‘ v '
84 M anual

!ida cie da prática ; o que difficilrrvcn-


tè se pode conseguir nas Assem­
b le s Deliberates , já pelo calor com
•ciive são discutidas , ' já n ésnio por
não ser possível que todos os seus
Membros estqjão ao facto dás diffr-
éòldàdes , que se encontrão nò seu
iiésempenho. Demais : qivem pode
Itàsegnrar , qitè a JVaçfro no meio
Vfcstas' Seetms ntu% mnde fitei Intente
ite edraeter, handeanão-se para a
Anarquia , tanto metis fácil de pro-
Waver, quanto a arm a de que man
com munvmen te tdnçao m ão os ifirnt igos
dó império, Jtè incutir a iâéii de (pé
lues intereálids soo buscados de pro­
pósito paru se estabelecer o Despo­
tismo ! À fóia estas razoes aceresce
a de não nos poder dar a Assem­
bica Geral Constituinte, e Legislativa,
outra Constituirão que nao venha a co­
in cid ir coin a do Projecto oilc reciclo.
Jmjojr dots extremos be a virtude do
Foiitico ; ’e no Projecto que VOSSA
M .P G E ST JD E I M P m iU L Offere­
es esíãò tão bem mareados as raias
Mos Poderes Politicos, que nem cor-
jde P olítica O rthodoxy. 35

remos risco de ver destrui da a fôr­


ma da Monarquia , nem os Povos
perder a sua liberdade. E quando to­
das estas razoes não bastassem para
Determinar a VOSSA MAGESTA-
DE IMPERIAL a Jurar o Projecto
como Constituirão , deverá por certo
vezar muito nà Razão de VOSSA
*MAG E SP A D E IM P E R IA L a difi­
culdade , que sentem as JVaçoes Es­
trangeiras cm reconhecerem a hide -
pendência de hum Império, cuja fo r ­
nia ainda não reputão solidamente
instituída, nem tão pouco determina­
da u natureza das relações entre o
Chefe e os Súbditos do Império 5
ti nica .difficuldade/.que. de certo retar­
da este grande, acontecimento ; pois
que nem hum só inimigo piza o Con­
tinente do Brasil, e nem as^ suas
Costas são visitadas por seus Navio»*
A* vista pois de tão poderosas ra-
yoes , o Senado da ( amara desta Ca­
pital, fiel interprete, e Orgeo da von­
tade geral do Povo por quem repre­
sents 3 não pode deixar de Rogar
á VOSSA MAGESTABE' que', Ba-
3 ii
3 $ , ■• IvLliN.líAÍ, V d'" ••

ja por bem Jurar , Mandar Ju?


rar , e Obsei var , como Çonstiluiçuo
Po iticjLi do laiperio, o Proj.ec.le arraiir
jato no Conselho de Estado, e Ode*
retido por VOSSA MAGESTADE
IMPERIAL* A ‘Salvação da Patria ,
SENHOR , assim o demanda. VOS­
SA MAGESTADE IMPERIAL, eo-
mo imperador Constitucional , e De­
fensor Perpetuo, tem contraliido o de­
ver de a Salvar : não nos exponha
VOSSA MAGESTADE IMPERIAL
por ma is tempo aos embates de par •
tidos, e facçoes sempre perigosas :
Sélle por (auto VOSSA MA GESTA-
DE IMPERIAL de huma maneira
.'digna a Obra tão gloriosamente come­
çada. O dia í) .de. Janeiro , já me?
moravel nos fastos da Historia Bra-
sdeira , por ser o dia em que VOS­
SA MAGESTADE LM PE RIAL ,
Annuindo aos votos do Seu Piei Po­
vo^ adoptou por Palria a Terra de
Santa C r u / , seja lambem aqueile ei.n
qu,e. VOSSA M a G ESTA 13E 1MPE-
RlAL , consolidando , por meio de liu-
,1114 tao saudavci, cqim> ju sta , e Li-
d e ro L iT iè A O r t h o d o x a. 37

feral ConstitmeHo , o Império , 0 fa-*


vM as delicias dos seus Súbditos , ft
a Inveja das Naroes nvilisadas : B
assim o esperamos, SENHOR. Rio
9 de Janeiro de Rrik #
O Desembargador Juiz dc Fora
Presidente", -'Lúcio Soares Texeirá de^
tiovèh* — O Vereador, Antonio José
da Costa Ferreira. — O Vereador,
Luiz José Vianna Grugel do Ama­
ral e Rocha. — O Procurador ,
tioe/ Gomes Oliveira Couto.

Resposta , ç?ie Majestade Im-»


per tal Se Dignou Dar a Repre*
sentarão do Illm. Senado desta
Corte, em que pedia Sua Mages-
fade Jurasse , Mandasse Jura 1 ,
í? observar como Constituição Ro~
■lili ca do Império , 0 Projecto O fe­
recido pelo Mesmo Augusto Senhor*>

Folgo muito , e Me lisongeio so­


bremaneira, vendo que esta Província
agradou tanto do Projecto de
Constituição , que quer que elle se
j u r e , e que páUi sempre Nos ieja f
38 M anual

como Constituição do Império. Eu


«into não poder immediatamente Dar
huma resposta definitiva, por ser por
ora esfà Província unicamente a re­
presentante. Espero porém, que os
mesmos desejos appareçao em outras ;
e logo que estes se patenteem da mes­
ma maneira, Expedirei as ordens
necessárias para jurar-Mos o novo
Pacto Social. Esse dia será memorável
nos Fastos da Historia Brasileira. O
de hoje nao o he menos por duas
razões ; a primeira por ser aquelle
em que Eu Comecei a ser Brasileiro,
e Mostrei a confiança , que Tinha
nos Meus Patrícios ; e a segunda
por ser o em que elles mostrão tão
explicitamente a confiança , que tem
em Mim. Jurado que seja o Projecto*
como Constituição, passaremos do
estado de convulsão ao de huma es­
tabilidade inabalavel. Com tudo, para
Dar á esta Província huma prova
nao equivoca do apreço , que Faço
da sua representação , e á todas as
outras da confiança que nellas T e­
nha, e Fiado em que DJE03, que
be P o lític a O rth o d o x a . 89

té hoje Nos tem ajuda lo, já nvds


deixará cl* alhar cqm suas benigna!
vistas par4 a T w a da Santa Çcu? *
Passo ju a fytapdar suspender VI
Kjeíçoe.s para a Assembiéa Constitnip?
té, Na quelle Prqjecto estão je^railog
os Aíeus Sentimentos Constitucionaes,
0 Meu amor pelo Brasil , e a
nba Philanthropia : elle segurarnonte
be digno do Moivarcha, o do Gene­
roso Povo Brasileiro , ao qual sçrpr
1 re Darej provas , como até agora
Tenho dado , de quanto o Desejq
ver livre , toll/ , e independente.

D EC BETO,

Tendo subido a M M w Imperial


Presença Representações de tan!$S
Ca ma ra s do Imper io , q a e form ao
j á a maioridade do Povo Brasilei­
ro , participando que q Prqjecto de,
Constituição , quo .lhes Offereçi 3
tem. sido approyadp umnirnemçntç 9
e com 0 myis patriótico enthusiasm
mo 1 pedindo-Me instantemente , qaf
Haja i l l JW l>en? «Jural-q, e Map*-
40 M anual

dal-o jurar já , como Constituição


| | 0 Império 2 E Considerando quao
justas são estas instancias do Leal
Povo Brasileiro, pelas incònstrastaveis
Vantagens, que se seguem de pos-
• u ir , quanto antes, o seu Codigo Cons­
titucional: Tendo resolvido, com o
parecer do Meu Conselho d' Estado ,
•lurar, e Mandar jurar o dito Pro*
je c tò , para ficar sendo Constituição
Política do Império: o qual jura­
mento terá lugar, nesta Corte, èrn
o dia vinte e cinco do corrente mez ,
que para esse fim Tenho designado;
e fora delia, logo que este Meu
Imperial Decreto for apresentado
ás respectivas Authoridadcs. JoãolSe-
veriano Maciel da Costa , do Meu
Conselho de Estado, Ministro e Secre­
tario de Estado dos Negocios do Impé­
rio, o tenha assim entendido , e faça
executar com os despachos necessários.
Paço em onze de Março de mil oitocen
tos e vinte e quatro, terceiro da Inde­
pendência, e do Império. Coma Ruhri-
eu de SUA MAGESTADE IM P E R I­
AL. João Severiano Maciel da Costa*
de P olítica O rthodoxa . 41

CAPITULO V.

Primazia da Constituição dá
JVaçuo Bt'asileira. «

A Constituição
• da Naeao
% Brasi-
leira, que foi jurada pelo Impera­
dor em 25 de Marco de 1824, e de-
* * —

pois por todos os Empregados Públi­


cos nas Províncias do Império, sê
pode considerar como a Summa do
que mais plausivelmente se tem es-
cripto sobre o Direito Plblico mo­
derno , e sobre a Melhor Constitui­
ção de Governo Mixto e Represent
tativo nos Estados Monarchicos, em
que o Chefe da N ação , de Acor­
do com os originários immediatos
Representantes do Povo, tem feito
a Repartição dos Poderes Politicos,
eongruentemente as circunstancias
do Paiz.
Com razão por isso se pode dizer,
qúe só por esta Constituição se re-
alisou o Pacto Social, que, na opi­
nião máis corrente dos Estados de
Nacao Livre, he a único Titulo que
42 M anual

pode dar Legit unidade á Suprema


Authoridade; visto que até agora
todas as Carlas Constitmimães, em
que ma is Se tem assegurado a Li­
berdade do Povo, ou forão extor­
quidas pelos Aristocratas , e Demo­
cratas do Pa»z, ã viva fo rra, j do
Chefa da Nação, ou forão dadas ,
de bom ou máo grado, pelo mes­
mo Chefe, que attendee á Opinião
Publica, forte e geralmente pronun­
ciada.
A Lei fundamental da. Terra da
Santa Cruz , que ora nos rege , foi
(como se vê dos transcriptos Doeu-
mentos),'offerecida em Projecto ás Ca­
maras Municipaes das Províncias do
Império, ( que estuo umis em contacto
com o povo das Cidades e Villas
respectivas), e por alias liberalmente
aceita com universal consenso, ex>
presso, ou tácito, dos habitantes,
natos, ou adoptivos, sem reclama­
ção official, e nem ainda opposição
litteraria, pelos annos' successivos ;
apenas começando a ser esquadri­
nhada com sever o escrutínio, e con--4
de P olitic a O rthodoxa. 43

trovertida a sua bondade , depois que


em 1B31 entrou a prevalecer preci­
pitado Espirito de Reform a, pelo
máo exemplo dado na França na
Revolução das Barricadas em 1830.
Ainda que a nossa Constituição
não seja a Medida da Perfeição
( nem esta he possível á fraca sabe­
doria humana) contudo assoalha hu-
nvà Primazia, sem prototype, qual
nSo.se acha em Constituição algu­
ma da E uropa,, e tem mais solidas
garantias de estabilidade que qual­
quer outra da America. Ella deva
contentar á todo o espirito recto,
q u e , por dever e patriotismo, inte­
ressa em segurar o ganhado, não
arriscando á Causa Liberal por consi­
derações ideológicas de Melhorarnen*
to Contingente, mostrando os Opti-
m ista sil) não poderem com a própria
fortuna, e desgostar-se do bem real
que possuem, na vã esperança de
felicidades imaginarias de Romance

(i) Assim se denommão os aspirantes ao Q]?timor


na Qxganisaçao Politiza»
44 M anual ;■

dà Utopia , (2) impossíveis do xe! re*


alisarem no Mundo velho , oú novo ,
i|ue he , e será sempre , estado ch
peregrinação, e mile de lagrimas.
Para Satisfazer aos cordatos , bas­
tará indicar as seguintes razões de
primazia.
l.° Consolidou a Conservação da
Religião Catholica, Aposto licu , Roí.
m an a/ declarando a Religião do Es­
tado , a qual contem a pureza da Lei
da Graça , ou Constituição do Chris-
tianismo, promulgada pelo seu Divino
Fundador , o Salvador do Mundo;
impondo o preceito de prestar o .Ju­
ramento de a Manter, ao Impera*
dor; ao Principe Imperial Herdeiro
Presumptive ; aos Conselheiros de Es­
tados ; aos Eleitores dos Deputados
e Representantes do Povo. ( Arts.
193, J 96, 141 , 95 §, 3. )
2.° Concedeo a Tolerância poli/
tica de Seitas, prohibindo persegui*

(2) Hp obra do Estadista Inglez Thoma? More* qiy»


jiropoe hum systema de Goremo semelhante á da
JPepuhtica de' Platão., qua sé existia na. pliantesia U«
•€u Escriptor. - .
DE PcLlTICA OítTHODOXA, 45

fito, coin tanto que os sect a nos não


ten hão culto ;publico , e não oíletH
dão a itçligião cio Estado , e a Mo­
ra i Publica; o que he conforme ao
esj)irito c!a Lei da G r a r a a o dieda-*
ine da Lei Na111ra I , e á Fé Pubjiça
da .Magna Citaria da Liberdade d o s
Portos a todas as Nações pacificas.
(Art . 5 , ç 1 7 9 §. 5 ) ;
3.9 I iberaljson á Eleição Popular
i\ escolha dos Emprega dos nas ( "a maras
Legislativas 9 Conselhos Provinciaes ,
Camaras Municipaes, Juizes de Paz,
Jurados. (Alt. 90 e seguintes )
Provident dou ao Juízo dos Ju ra ­
dos em causas crimi-ntu.es e eiveis ,
depois de organisados os Novos Có­
digos , fundados nas solidas, bases, da
Justiça e Equidade. (151 , 1J9 §.18)
4.° Prosereveo a Aridoeracia Feu­
dal , só reconhecendo a nírixtocra-
ciu do M érito, e que consiste nas
talentos e virtudes. ( 1/9 §• 14 e Ki )
. E11*mou a 1stualf^at*e 7K'ra n te a. L ei,
extinguindo todos os Privilégios nno
annexes essencialmente aos Cargos C3r -

Public, s. §, l:i
46 Manual

Eliminou o despotismo e servilismo ,


submettendo a responsabilidade cu­
rial os Ministros de Estado por quaes-
quer actos illegaes, posto que pre­
textem real ordem do Imperador,
(A rt. 155)
Penn it ti o ao Imperador na Sano
ção das Leis somente o veto Su$pen~
sivo por duas Legislaturas. ( Art, 65 )
Prevenio Mercês pecuniárias do
ir. es mo I mpe r a dor , n ão p r e fi xas por
Lei, fazendo-as dependentes da Ap-
provação da Assembléa Gerab ( 62)
i 1L )
Deo honra aos Cidadãos , prohi-
bindo tortura, e as penas de açoites,
confisco de bens, participarão dos
filhos no castigo dos pais, e a in­
fâmia de parentes, ( 179 20 e 21 )
Impossibilitou a renovação do an­
tigo syhteirva de monopolies , e res-
trieçces de qaulquer trabalho, in­
dustria, e commercio, franqueando os
que não se ©pponhão s>o» bons cos­
tumes, e á segurança e saude dos
Cidadãos.
Creou Conselhos. Ccrucs das Pro-
d e P o l ít ic a Q h t h ò d o x a . 47

vin cias para consultarem as necessi­


dades loeacs cie seus Distivietos ; re­
servando a Suprema Áiilhoridade do
império a Confirmarão , ou Desap-
provação de suas Resoluções , como
he necessário a prevenir oppressGes
dos povos, e manter a unidade c
indivisibilidade do Estado ( Art. 71
e seg. )
I)e 0 Independencia ao P 0 der J u -
dieiario ; mas àúthorisou o Imperador
d suspensão provisória dos Juizes
Superiores , salva a sua Justificação
em Tribunal competente.
Facultou o Direito de Petição e
Queixa á todo 0 Cidadão ao Poder
Ligisfativo', e Executivo , e até contra
inifraemo da Vmidituicão ( Art. 179
!• f )
SiíStmetíeo áo Julz-o do Senado o
oomheei mento dos crimes mu*
t à d <)s , S en ad ore s Ai in ist ros e C0n^e -
liteiros de Estado, Príncipes da Ea­
rni'ia Im pe r ia! ; e dos Does idt n tes de
Provinda, Ministros Diplomáticos, e
Desembargadores das Relações , ao
fenprcmo Tribunal de J udiça. ( 4J )
48 M anual

Reservou, á Assemble». Geral Le­


gislativa a Suspensão das Garantias
dos Cidadãos, ainda no caso de Rc-
bellião , e rnvas.no de inimigos, só au-
tliorisando o Governo Executivo á
esta Suspensão j no intervallo das
Sessões
^ ^, exibindo
o a segurança
^ > do
Estado,
Tudo o que se entende por Liber­
dades Publicas se comprehende nas
ante cede n t e s p r o vi de nei as, A!as he
não menos certo , que o Alaximo Se­
guro destas disposições he o cordial
e incessante respeito á Relighto, e
cumprimento da Vontade de Deos ,
manifesta na Lei Catholica onde a
consciência dos Governos, Legislado­
res e Povos ; não traz sempre ante
os olhos a tremenda responsabilida­
de ao Juiz Eterno na Vida futura, as
Leis humanas tem força limitada para
conservar.a Ordem Social. (179»-\f .35).
de P olítica O hthodoxà. 4 9

CAPITULO VI.

Erro Capital do Projecto de


Constituição da Assembled
j

Constituinte,

Depois de acceita e jurada a Cons*


tiluicTU) do Império, até na Provín­
cia de Pernambuco, antes acérrima
Sedaria das Cortes de Portugal,
que,, contra a Fé do Juramento, ne­
garão ao Brasil a promettida Igual-
dnde de Direitos, pertendendo u sua
Recolonisacão com guerra fratricida,
o Espirito de Partido, (jue em 18IJ
havia uiii acclanmdo, com injuria
pai ria, o Ep he mero Principe da L i­
berdade , sendo escuro aventureiro
Negociante . ' f a l l í d o , natural da Capi­
tania do Espirito Santo, insurgio com
ainda tmtis terrível aspecto, pro­
clamando a Confederação do Equa-
dor , outro Anarebista Pernambucano,
que
*
se valeo da Amnistia Geral, offe-
recendo Constituição phantastica pa­
la esquartejar a Terra da Santa
Cruz. Feiizmente o Governo Impe-
4
M anual

rial , fortificado com a Nova Lei


Fundamental, cm breve exterminou
a Hydra do Federalismo. O pretex*
to da Rebellion toi a Dissolução da
A ssembléa Constituinte, que , sendo
triste success o , foi sobeja mente jus-
tiíi(fida no Manifesto do Imperador.
Cu mo, por í<2fali dade <1os te mpos \
presentemente' se faz a tentativa de
renovar a Farea 9 apregoando-se no
Recife o System a da Feder ação , e
em èscriptos públicos se tem decla-
tilado contra a dita Dissolução; sen­
do incontestável que o Projecto dá
Constituição da Assembléa Constituin­
te era Pantomima das Constituições
de Portugal e Hespanha, que tive­
ra o por Base a Declaração dos EH*
reitos do Homem da Assembled Na­
tional da França, pára desvanecer
ill nsoes populares aqui transcre-vo
as seguintes ponderações do Classicd
Politico»
im P o lític a O rthodox a. 51

CAPITULO VIL

Direitos do Homem.

Recentemente se deo & luz era


Londres a obra post hum a de Mr.
D um ont, fallecido em 1829, em que
este escriptor, bem conhecido e acre-
ditado na Republica das Letras, es-
peei a Imeu te pela crganisaçãò das
obras do insigne Jurisconsulto In-
glez Bentham sobre a Legislação,
expoz particularidades, até agora
inéditas , da Revolução da França
d e i }*89 , cujos cfiei tos ainda se es­
tuo sentindo em hum e outro He-
.inispherio. Eile se. declara hum dos
Colla bora dores da Declararão dos
Direitos do Homem 3 que forao os
fundamentos da celebre Constituição
cia Assembléa Nacional então convo­
cada. Ali faz retratacção de tai De­
claração 5 e a condemna por inepta
e bdsa. Diz que os seus . Authores
toião o famoso Ecclesiastico Sieyes,
o M a r q oc s- de M. ira bcau ( Fra n-
) e Duroverai , Claviere, DuA
4 ii
52 M anóaò

wont ( Gcncbrrzc.s ). Assim quail*


fica á tal obra.
“ He peça de Mosaico. Sentio-se
a inconsequência e o ridículo desta
obra , a qual foi huma ficção pueril.
A lii se declara • oft Ito/acus nascem
livres , e igvacs. Isto nau he verdade.
Eiícs não nascem livres , mas nascem
em estado de fraqueza , e de de-
pendenna necessária. Elles não nas*
cem iguaes'; como o são , ou podem
ser ! Se por igualdade se entende a
igualdade de. fortuna, de talentos,
oe virt udes , de industria ,■ e de
ordefu civil, isso he manifesta falsi-
nude. Por taes erróneas líefdaraeoes
u Constituição foi Almanack para
burn atino. ,,
“ -A Nação não deve ser ilbulida
por falsas ideas de Liberdade : a
sua mascara licenciosa mVtem ser­
vido para lazer odiosa a Verdadeira
J abe rd a de. Os infelizes Successor
que fizerão horrorisar a Revolução-,
lançarão sinistras sombras sobre o seu
berço. Hoje nos envergonhamos de
haver admiçado o seu nascimento» ,,
de Politic a Orthodox a. 53

61 Bailiff ( celebre Matbematico)


sendo Presidente da Assembled Na­
cional, fez Fallas cheias de lisonjas
ao Povo , em que a sinceridade foi
sacrificada k civilidade. (I) „
u As insurreições não se retem
com sermões politicos, Sieye-s, (2) es­
tupefacto com as inopinadas cala­
midades de seu paiz, esconjurando-se
dos revolucionários ã iMira beau, esto
replicou-lhe —- desembnlott-,ye o touro ,
t não quer que escarne? ,,
As violências de tal Revolução V
estão ainda mui recentes nu me­
mória , e ainda não terminarão.
Pelas falsas ideas qoe se (lerão da
Liberdade, Igualdade, e Soberania
do Po no, os demagogos constituirão
o Vulgo o .Juiz do Governo, e im-
(í) Hep >fs seiido levado á (jyiilotina, o Povo o in­
sultava vendo que .tremia ao subir ao cadafalso : clle
respondeu -«■ tremo, nã* denaedo, mas de frio. (o tem­
po era de inverno. )
(2) Este Padre adquirio celebridade no começo d&
Revolução pelo seu insidioso, e iucendiario Folheto
— o que he o Terceiro E stado, — Elle he até agora
vada , e tenta sti'al%uma cousa. — Mas foi tudo, nfU
se podendo resistir á torrente da revolução popular.
Elle bem a descreveu dizendo He a Ante-sala , qu<*
eutrtr ito $;uíío.
54 M anual

piamente consagrarão o Direito da


Forca, apregoando ser a Inmrreiúãa
o mats santo dos Deveres.

CAPITULO VII.

Revolução das Barricadas.

A Revolução Democrática da Fran­


ça de 1789 5 a mais horrenda das
Cfue eonstao dos Annaes das Nacoes
eivilisadfls, depois de terminada peía
paz da Europa em 1816 , se repro-
duzio , com muitos horrores, em
Julho de 1830: ella foi apellidada a
Revolução das Barricadas, e prin­
cipalmente effeetuada pelos Jovens da
Escola Palytcchnica de Paris: del la
resultou mudança de Dynastia pela
fuga de El-Rei Carlos X . , Successor
Legitimo do Monarcha restaurado
pelas Potências da Christandade, que
se haviao confederado contra o Or­
gulho Popular, e Despotismo Mili­
tar, que ameaçavao a Desorganisação
da Sociedade.
Por constante experiencia de to*
1
« ^ — ■-w— T - ^ 1
» ... - 1
— •»TO- v ^ . . u . . . -— w .- T « m :'.«

be Politiza O rthodox a. aii

cios os seculos e poizes, a Revolução


Democrática he o peior null das Na­
ções ; porque della resulta cruel
anarehia, e, a final, a mass despotic*
tyrannia , que em vários Estados se
tem perpetuado sem esperança de
restabelecimento de legitima iiher­
dada , e boa Constituição. ^
O Celebrado Pa ria meti ta ri o de In­
glaterra , Edmund B urke, nas suuç
admiráveis Reflexões contra a Re­
volução da França, bem nota , que
nos Estados despóticos, a victim*
da tyrannia, ao menos, tem a compai­
xão* e bênção dos bons cidadãos;
irms onde predomina o furor demo*
era tico , a vietimn da tyrannia não
acha misericórdia de ninguém, e pa­
rece abandonada pela propria espe­
r e , ainda que tenha sido eminente
em virtude , sabedoria , o serviço á
pfitrui»
O inopinado suecesso da Nova
Revolução teve por causa, ou pre­
texto, hmna Ordenança do Rei Cons­
titucional sobre a Eleição do Corpo
Legislativo ? que pfiendçp o Iliiihie
56 M anual

Nacional. Nao sendo da compefen-


cia de indivíduos julgar da Discór­
dia e contenda entre as Nacoes e
os seus Chefes , offereço ao Publico
os seguintes Extra elos de hum acredi­
tado Eseriptor Erancez Mr. Salvnndi/ ,
hum dos mais liberaes Membros da
Camara dos Deputados de Paris ,
na sua obra de I85M , intitulada —
Revolução e R rvalueionarios.
Pia vendo esta Nova Revolução
posto em commoção a Europa, c o
seu exemplo influído na RevoIueiJò
de 7 de Abril de 1881 na Capital
do Império do Brasil, lie de esperar
eme seja instructiva a doutrina do
dito Publieista, e inspire moderação
aos ínnovAdores, que maehinão èou-
sas novas, que nodem causar novas
calamidades á Nacão.

CAPITULO VIII.

Doutrinas de Mr. Saloaniy.

Fatal Mão Genio tem pezado so*


í>re os deatiaos da França desde &
de P olítica O rthodoxa. 57

Pevohiçiío das Barricadas. O espi-


^ rito Revolucionário que Jlie eommu-
nicou força e intensidade, foi a Oe-
wncracia , que agora impera como
Déspota no Paiz : ella lie sem modera­
ção , sem prudência ; e augment a
cada dia o seu poder com seu ter­
rível alliado, que por fim o destruirá.
He já tempo de falhir linguagem
firme, e recordar os Princípios So*
riaos, que são tão antigos como o
Mundo, e que não podem ser vio*-
lados corn impunidade pelas Nações.
EHes tem successivamente desappa-
reeido entre nós , suffocados pelo»
impulso de estratagemas grosseiros *
paixões temerárias , e Leis subversi­
vas da Ordem Social.
Ji Liberdade está gravada á porta
de todas as nossas Cidades, em to­
dos os nossos Monumentos, em to­
das as nossas Bandeiras ; mas tudo»
lie em vão, se o ar que respiramos,
está carregado de vapores da anar-
chia, como de mortal epidemia , que
incessantemente se propaga para des­
truição da Sociedade,
58 M anual

Em vão os Partidos oppostos re­


petem que a Revolução de I%SQ
íiao se assemelha á de 1789. Elias
são iguaes, e terão ignaes resulta-
cl os : he o capr icho dost Demagogos
que a dirige. Que melhora se pode
esperar de hum povo, que duas ve­
zes em quarenta annos começou a
mesma carreira de culpas, e des­
graças ?
A nova Revolução arroja ao pre­
cipício o Carro da Desordem. O pés­
simo espirito da Revolução de IJ89
reproduzirá os mesmos frnetos : dei­
te nao pode nascer senão o demo-
mio da an ar chia , visto que foi fun­
dada nos Princípios destruidores da
Ordem Social; ella chamou as Mas­
sas do Genero H u m a n o * nao á
igualdade , mas á nivellaeão • nao
ã liberdade, rnas ao poder. Depois
de ter isto effeituado , não resta ruo
expedientes para se formarem Con-
tranezos, que contrabalancem este
poder terrível.
Rebentou por isso huma torren­
te sem diques , hum ©oceano sem
be P olítica O rthodoxa . 59

praias. Pelas eternas Leis da Natu­


reza este poder he turioso, indo­
mável, subversivo, mui variado ; elle
tudo m u d a , tudo abate , e nao
deixa levantados senão Cadafalsos,
sobre que rnonarekia, aristocracia >
sciencia , virtude , apressadamente
se amortisem.
Temos semeado com liberal ma»
as sementes da anarehia; a seara
lía de ser de superabundante co­
lheita.
Falíamos de Liberdade , mas era
verdade porfiamos estabelecer o
Governo da Populat'd. — A igualdade
be o objecto dos nossos apaixona­
dos desejos: mas a confundimos
com a nivellação. Não sei que des­
tino a Providencia reservou á Fran­
ça ; mas nãcTlTèKTto affirmar , que,
em quanto subsistir tal erro , não
acharemos ordem senão á sombra
do Despotismo.
O Governo da Restauração da
Dynastia Legitima era de hnma Mo-
narchia Livre, Constitucional, Aris­
tocrática , e Popular. Elle garanti»
60 Manual

a Segurança das pessoas e proprie­


dades — a Liberdade individual —
a Igualdade aos olhos da Lei —
a Instituição dos Jurados — a In-
dependencta do Poder Judiciário.;
a Responsabilidade dos Agentes do
Poder Executivo.

Liberdade Política.

A Liberdade da Na cão consiste


no Estabelecimento de Governo
Representativo ; — na Distribuição
cia Authoridade Legislativa entre o
Rei e o Povo ; — na Independência
das Camaras dos Deputados e dos
Pares '* -— na Votação
t i
annual da$
Rendas necessárias ao Stippriínento
das Despezas do Estado. — Isto
com prebende tudo quanto jamais foi
conhecido por Liberdade Política.
J á passou o dia das velhas Aris­
tocracias de Ordens Exclusivas, e
Corporaçoes Privilegiadas. A nossa
presente condição civil só admitte
graduação e superioridade , que seja
accessivel á todos os indivíduos :
be P olítica O rthodoxa. Cl

pois que todos podem aspirar á Dis-
tincrao , visto que á todas as clas­
ses está aberta a Estrada que con­
duz á preeminencia ; podendo todas
as pessoas , por via da industria e
economia , adquirir propriedade e
habilidade de bem servir o Estado
nas ma is altas Graduações. — Porem
a nova Revolução escureceu esta
perspeetiva : dia cubrio a Idanea
de sangue, e lucto.

Cu)•sos de Politico•

No Mundo só ha dons Cursos de


Politico: hum be regular, legitimo^
prudente: eiie tem | or objecto di­
rigir a Nação. mio pela forca phy-
sicff, mas pela força moral da in~
tclligencia : elle concede mais influxo
aos conhecimentos } do (jiie aos mt~
meros ; mais á estabilidade ^ uas
Instituições Fim dam entoes da Sccieda-
d e, ao amor da Ordem , aos bons
serviços das Classes illuminadas ,
do que ás lnnomeoes hnogmimds
tio* presumidos Reibrmadorcs ; què
62

aspírao a exorbitar da sua espherav


EHe conduz o Genero Humano,
lenta e graduaimente, aos melho-
j ramentos que Deos tem destinado
| como o prémio dos nossos esforços,
e compensação das nossas misérias.
Porem os Estadistas que se regem
por tal'.Curso de 'Política , sabem,
que a Providencia tem prescript*) duas
condieoes para o progresso destes
melhoramentos—paciência, e justiça,
O outro Curso de Politica tern re­
gras absolutame.nttí d itie rentes , e
niethodo de-.obrar totalmenfe diver­
so. Forca , e bruta, força , são os
Constitutivos do seu System a , e
cie: seu- Codigo. Eíles em todas as
Contestações: entre Cidadoes , Par­
tidos , e Estados , em todo o tempo
e lugar, nega a author idade da
justiçai
Ta 1 he' a : Sn neçno P ragmatica* d a
predoinioirnte ambição Popular, im-
peliida por Demagogos, seus seducto*
res, Diflferénça de -opinião he olhada?
com ciúme"; a suspeita dieta prisão,
a pena lie de morte/ Ella não co*
de P o lític a Ò rthodoxa. 65
• S
nhece se não violência para gover­
nar o Estado. Na sua Legislatura
e Administração nao a dmit te dis­
cussão circunstanciada ; não tolerà
adiamento de debate ; exciue de­
longas de tempo ; repugna á deli­
beração circunspecta : capricho, ran­
cor 9 Mjpplicio , <ortão todas es ques­ l'
í
tões , sem ouvir as partes : a suã ii *
í
soberba e infatuaeão recusão a au* i
i
thoridude dos Séculos , e as lieoos
da experiencia. Em huma palavra,
só vim força propõe, vota, exe­
cuta ; elSa invade tudo n hum dia.
A Força, marchando á frente das
Massas ameaçadoras , imposibilitá
r e s is tê n c ia legal, e coro pel le a sa­
bedoria , virtude, grandeza á cur­
var-se ante as suas terríveis ondas,
não deixando cousa illustre que nuo
seja pervertida , e pessoa digna que
não seja sepultada na escuridade.
A rivalidade dos Reis não tem
causado tantos desastres corno a im­
petuosidade, dos- democratas. r*"*
A Imprensa na Franca he agora
Inntoa Artilhe* ia incessantemente dl­
64 M anual

rigida a derribar tudo que he exal*


lado , e a todos os Cidadãos que
bem servem o Estado, e h on i ão
a seu Paiz.

Anarchia Popular.

O Estado de Monarch ia que abrir


a porta ás doutrinas democráticas ,
tonteará eom o espirito de verti-
jrem , e ca hirá , s e , quanto antes ,
não vomitar os venenos que tiver
bebido. Toda a iNação que as rece­
be, fica tão embriagada eom ellas,
que abjura e perde a forca da razão >
t*, abiunionando-se as convulsões da
íiuarehia , diz logo adeos á civili­
zação , e á liberdade.
O Partido Revolucionário, ao mes­
mo tempo que falia de melhora
icperíeieão das instituições Socíaesv
be mil vezes mais averse ao pro­
gresso da Boa Ordem das ÍSacues ,
<; á perfe eiibdidadt do Espirito hu-
‘u\ano} de que o appeliidado Par-
úào Retrogrado, ou doa n tig o re~
regímen ; pois que, passado p tem-
de Po d ítica O r th o d o x a. 65

po dos conflictos., este pode saber


á região da inteUigeneia, susten-*
tando os Princípios Conservadores da
Sociedade Civil. Isto se vio na
França depois da Paz da Europa,
Mas tudo agora está mudado.

Reforma Revolucionaria.

Os nossos Eleitores tem feito a


descoberta, que lhes assegura, não
só o poder da Eleição, mas tam­
bém toda a authoridade poiitica no
Estado, exigindo dos Eleitos o
camprometterem-se a sustentar qual­
quer medida, que lb.es. requere­
rem. Tal expediente, por si só, lan­
ça por terra o Sysíema Represen­
tativo , com todas as suas garanti­
as , e vantagens. Se isso prevale­
cer, Deliberação livre he impossí­
vel, Essa ardileza ora se chama L i­
berdade da Democracia.
Quanto roais democrática vier a
ser a população pelas suas Leis e
maneiras , tanto superior esforço
deve fazer o Governo para o con­
trabalanço , inclinundo se á direcçao
.. - ----- 1— nm-irri-

66 M ANUAL

rpposta a fim de poder resistir ao


e refluxo das vontades livres,
A ten den ei a directa de todas as
ssas Leis he dar © monopolio da
i ieg; is!a c a o e g 0 ve r oa-oca á class e
in hum ik ,í.l\,r ^ iação, O espirito desta
. elapse he invejoso., turbulento-* cheio
t sI esumpoão , e tem raiva á tudo
one a f&
S3 V
'V t.5j) respeita.

magogos que agd-uo' e dirr^em


ft esta classe , as pirão á destruição
do Throm) .e A lta r, e á subversão
«Mi orin ci inos, •oiti o o e tií*
■vio -<ias í?t ças Naeionaes. Pe!u4
*ua mediocridade , e ignorância dos
Nego cios do Estado , corn enten­
dimento curto , e de vistas par»
eiaes , assaltão a destruir os Fun­
damentos da Terra, que o Divino
Legislador exarou nas antigas Ta»
boas da Lei , e na consciência do
Genero Humano.
O furor da Democracia não se
contentou com a abolição da Ca­
mara- Aristocrática das antigas famí­
lias : nao só não quiz Camara he*
riditudu do* Pares y mas nem ain*
de P olítica O uthodcxa 67

da ^ a G a m a r a Vitalícia , porém s<J


Q o in q u en o a L Q u e p od er requereo
e s t e sa crifício ! O M inistro r e s p o n ­
d a : e lle d isse coin s in c e r id a d e e
coragem ~ Ao prejuízo popular , á
paixão democrática , a embriague»
d o s demagogos , ao cego odio á
toda a especie de superioridade ?
s e offereceo e s t e im m e n se sacrifício.
T a l f o i a g r a n d e b a t a l h a d o nos*
so P a r t i d o r e f o r m a d o r : e í i a foi g a ­
nhada., D a q u i em d ia n te n ã o s e r á
pelas m m a s In stitu ições q u e sere­
m o s d efendidos contra as em p resa s
e lo u c u r a s d este P artido : o bom
s e n s o d o P u b l i c o h e agora o n o s s o
ultimo Baluarte» Nao nos f a ç a m o s
illusões 2 se a O pinião Publica se
d e s o r ie n t a r , e sta m o s perdidos.

A. narchia Moral
Os aetuaes reformadores da Fran­
ça achfio-.se em estado de completa
faria. Duvidamos- se a historia.: do
Mundo apresenta igual exemplo
tao consunuida infatu-acSo..:
* i • ’

5H
'68 M a n u a l

H a hurna Anarch!a M oral , m u it o


p e i o r q u e a Anar chi a Popular, por­
q u e e l i a a b a l a os fundamentos da Or-
citin Social. Temos visto muitos
P r i n c í p i o s e Credos , ainda quo a ao
exavtos , sustentarem o s Estados,
c m falta d e boas Instituições e Lei;, ;
p o r e m o n d e se a c h a r á remedio p a r a
d e s o r d e m q u e s e concentra n o co­
r a cj a o !
Quasi t o d o o v in c u lo relig io so se
t i n h a e x t m c t o e n t r e n ó s ; mas a g o r a
até s e t e m a b a n d o n a d o a s u a appa-
rencia. A Cam ara dos D e p u t a d o s ,
que se ja c ta de h a v er e s ta b e le c id o
a Liberdade , tem seria m en te en­
tretido o p ro jecto de aboíir os D o ­
m in gos e D ias Santos. Iss o e x t e r ­
m in a r á a t é a p o ssib ilid a d e de S a l ­
v a ç♦ã o .
Tal h e a d e s e s t i m a q u e e n t r e nós
ha da r e l i g i ã o , que t o d a p e s s o a se
apressa a justificar-se do que jul­
ga ser odioso opprobrio , d e t e r ,
«jiinda n o menor gráo, alguma reli­
gião. Até Representantes da Nação
rebentão em rizo, ou fazem escar-
de P olítica O rthodoxa 69

neo', ou vin d o q u a lq u e r allusao â O r­


d e m C lerica l : e , se por a c a s o em
a lg u m Jornal se c o n ta haver algum
R e g i m e n t o - h i d o á M i s s a , t o d o s os
G en eraes do R ein o se apressão a
d e s m e n tir o J o r n a lis ta , e repellir
a cal.umnia , p ro testan d o por tu d o
q u e ha. d e S a g r a d o a su a inteira
im iocencia , e jurando que a R e v o ­
l u ç ã o d a s Barricadas l h e s e n s i n a r a
a se e s q u e c e r e m d a s Lições de JVnpo-
leão d e — ajoelhar ao JVome de Deos.
Esta R e v o l u ç ã o a p r e s e n t o u h u m
ç s p & e t a c u l o q u e n ã o e x i s t i u em 1 7 8 9 ..
A s filias de Robespierre f u r ã o a g o r a
r e im p r e s s a s , e v e n d id a s por p o u c o s
s o l d o s ; m a s na CoSleção delias se
o m i t t i o a da — Declaração da e.ris-
teneia do Ente Suprema. O s iro p i o s
a n a r c h i s t a s , c o r r e n d o com a c a ­
be ca a l ç a d a , e f o u c e n a . m ã o , a i n ­
do uao ajustarão as suas contas com
a ira- do C e o-.
A Divina Justiça temi- seguros,
m e i o s de castigar as p a i x õ e s in~
solencia-s', e fraquezas que sul)ver­
tem a Sociedade ; e consistem
fa M a n u a l

p erm issão dos attentaclos dos P a r ­


tidos que se p r e c ip ilã o nas torren tes
r e v o l u c i o n a r i a s , p a r a q u e s i n t ã o as
coo s e o ne ne ias i nteouses ias suas mas
? si >r>
aceoes. Elles ava
chaclos que
sem ■•em a tra s, só corcsic
o seguinte
O oasso
4 aue
a devem fazer
no progresso da revolução , sempre
crendo que será o ultimo , até que
fieão esmagados carregando na ca-
been o rochedo de Sisypho.
O q u e por fim sobrevirá, só D e os
sabe : m a s isto podemos affirmar,
que o maior numero dos Coryphees
do Partido Democrático serão esmi­
galhados pelas rodas do seu Carro
d e T ri u ro p ho , que vã men t e asso-
álhn.o; ou mal viviráo subrncltidos á
até que sobre*
a barbaridade á toda a Terra.
'Constitucional de Paris , q u e
fa z r e v o l t a n t e s pa-negyricos d a effu-
ir* :n ?j XT
s a o d o s a n .C g?u e c e r r a mau o e m a í n o -
vã R é v ò i u c*a o , n ã o t e m r e c e i o d a
ten d ên cia d este " espectaculo : ■ elle
ifícessãhtem ente nos diz-, que o
de P olítica O rthodgua . 7t

rzwo do sangue não será renovada*


Porém em os n o s s o s d i a s s o vé..
ain d a co isa poior — tem se r e m o v i­
do to d o o h o rro r ao sa n g u e .
C o m eço u j á hum profundo e uni­
versal senso de sofrim ento em
t o d a s as cla sses do povo, O C ap n
tal d e s a p p a r e c e ; os. t a l e n t o s r e t i ­
ra,o-se 5 o g e n i o n a c i o n a l se âez-.ni*
tnfca , d e s l u m b r a , e p r e c i p i t a á t o d a
a- e s p e c i e de e x t r a v a g a n c e :: e i l e s e
í l e v a y n ã o c o m o a s t r o d e l u z , voas
com o facho de in cên d io. T o d a a
N aç T io s e i n q u i e t a . , e enferma , v e n ­
d o a s c o n v u l s õ e s q u e a b a i á o a terra,,
e 0.0 m esm o tem po turou o o ar
e o m ar.
T a l h.e o n o s s o e s t a d o : h e i m ­
p o s s í v e l o . e c u l t a l - o . A b r a n ç a sera,
feliz s e s d e sd e a su a n o v a K e v o lu —
cao * tiver perdido som ente hum.
quinto do seu capitai. P a d a i ndi -
v i d e o d o r e i n o t e m p e r d i d o larga,
p u r e ao- d o s e u r e d i t o . e e s t a eadiv
vez m enos seguro de sua cabeça \
€ todavia ainda não principiou a
Ihino . da .Jhxlfí, O . universal se a -
72 M anual

tírnentò de falta de segurança he a


fonte do universal padecimento.

CAPITULO X.

Observações sobre o Exposto.

O horrido Quadro do estado da


Franca, descri pto por Mr. Sal vanity,
não se pode. considerar, -.pintura de
phantasia , vendo-se a repetição da
Scena Revolucionaria semelhante em
Junho do corrente .anno de 1832
em Paris.. Feligrnente o eleito novo
Soberano Ei-líei Luís P l i i p p e ten--
do sido •reconhecido pelas a Potências
da Earona roeedeo coro o vigor
necessário d a A u t h o r i d a d e S u p r e -
rua,- e x t i n g u i n d o a Escola Polythec-
nica * q u e o u t r a v e z i n s u r g i r a c o t n
a -i n í a f c u a ç a o d e d i s p o r d o g o v e r n o
c o n f o r m e a m ania d a v a id a d e i n s u ­
b o r d i n a d a ; e l l e p o z e m c e r c o a ca­
p ita i, a t é o r e s t a b e l e c i m e n t o da Ordem.
He triste a situação do Paiz , em
que aao' ha esperança de tranquil--
lidade interna, senão dando-se di-
............... ........... . ............ <■' >*>'■»!", jpPBIP -

de P olítica O rthodoxa. 73

versSo no espírito revolucionário pa­


ra guerra estrangeira, que ameaça
talvez maior catastrophe., d© one a
que já a França teve por effeitos-
de sua primeira Revolução, aqua!,
por assim dizer, abalou os funda*
mentos da Terra, (*) pela arrogancia
dos Innovadores, que pretenderão im­
por seu magistério, e predomínio
em todas as Nações , tendo alias
passado
1
sentença
i
de eondemnaçaot
i i*
contra si proprios, pela publica con­
fissão de ignorância dos verdadeiros
Principies da Ordem Social, e haven­
do feito tantas mudanças de Cons**
tit ui cão , e ainda ora nao ^ tendo
estabilidade nas suas ■instituições.

'(*)
s;• ,
Pode-seUhe appttcar o que diz a Ercnptura
mr-etls nan esubnSo nem percfberlío : elks tn -if* n<rs
trevca tudçn vz funda,n<m tos da tara sei ao cbafodod.
•* P ssh ri. a í.
74 M anual

CA P I T U » XL

Da Influencia ãa Religião Christa,


no Bem Geral,.

n
O Espirito péssimo Íld l \ l 4VO! t
. Franca, (.quáMnfel ism ente t iUlib
r r-* i

mi grim para tod ns os paizes que


a imitarão j produzia odio ao Chris-
tiaoismo, (quo prescreveo obedienoia
ás Au lho rida des Legitimas ) , e até
o horrível empenho de estabelecer o
Ateísmo, que he -Rehetlião contra
o Cread or do' Universo, e Extir­
pação d a . consciência e dignidade do
Genero Humano , igualando-o , ás
brutas ereaturas , extinguindo _toda
a esperança, de immortalidade , e o
temor da responsabilidade, na vida
futura. Os que ostenta o soberba
Jueiferina, assim se anniquillão.
. Em honra da Nação Franceza
he necessário dizer a consoladora
verdade, que tal abominação foi só
ç (Feito do phi losoph is mo da insur­
gida seita de apóstatas da gemtina
osiãphiá (que 'depois da
be P o lític a O rtm q d o x a , 7S

{1**iao
> Christa, \ he a maior dadiva da
Providencia. )
Os lie is da Franca se presavao
do Titulo de Çlirhtiamssimo ; e o
Corpo do Povo se conservou Catho-
1ico, nfio obstante a mais atroz:
perseguição da Religião do Lstauo.
Isto bem reeonheceo o Aborto R e­
volucionário J^apoleao Bonaparte »
quasi do so apoderou da Soberania da
Franea , que , exterminando a Ane r -
chia, rostabeleeeo a Religião Ga-
tholica, para segurar-se no Throno.-
M rat os subi os F vane e zes 1e m ■es-
cripto obras exeellentes contra os
i mpi os e infieis de sen paiz , so-
esahindo antes e depois da Revo*
_ uao. Mr* Berg'icr, e Chateaubriand
na obra que intitulou Gemo do
ChristianisrhQ.
Espero que seja agradavel- aos
Leitores a delioeacao (jue faz dos
Princípios da Religião Chrism huni­
dos mais insignes E scrip tores Ortho>
doxos da 'Pátria dos FenelÕes, Boo-
s u c t, e Montesquieu , que nési€^36 -
culo fez ampla CoUecçáo das, doa-
76 . . Manual

Irinas do Direito Constitucional, Mr*


F ritot , que em 1820 deo á lira a
obra que intitulou Sciencia do Pu-
olicista.

CAPÍTULO 5

Doutrina de Fritot.

C A Religião Christa , de quo


tantas pessoas se horirão sem a pro-
tíoar, o até sem a conhecer ; esta
Religião, que escrip tores temerários
tem loucamente emprehenditlu de­
sarraigar , sem duvida porque tem
ignorância das suas bases re.aes c
i ndus t r u ct ive is, e dos se u s :e t e rn os
fundamentos ; esta Religião tão di(fe­
re nte da que represou ião entíiusi-
astas íiypocritas , e fana ticos ; esta
Religião, columua de todos os prin­
cípios , de todos os direitos * e de
todos os deveres ; esta Religião
essencialmeoLe amiga e p rote cto­
ra da liberdade , igualdade s to­
lerância, patriotismo , e de hrirna
r|-.*r I i i e e compassiva justiça., e
wmmmmm»"

de P olítica O rthodox a.

<ie todas as virtudes soeiaes e na tu­


nics , isto he , da sfi e verdadeira
phWosophia; esta Religião de razão,
verdade, sabedoria, indulgência* do­
çura ; desta Religião tao pura , tão
grande, tão misericordiosa , é tão
beilu na admiravel■e preciosa sim­
plicidade de seu Divino Author ; em I9
huma palavra , esta verdadeira Re­
ligião -Evangélica , que só prescreve
amar , soeeorrer, e proteger a todos
os homens, e de ver nelles irmãos,
e no Genero Humano huma unica'
Faro ilia.
44 Tal he a substancia de seus San­
tos Mandamentos ; e qualquer ho­
mem , cidadão, padre, magistrado,
ministro, legislador, Príncipe, ou
Alonarcha, não se applica a pr
tical-os exactamente, e á elles re
giosamente conformar os seus pen-*
sarnentos., discursos , e actos, não
tem o direito de.se dizer, e real-
mente se contar, no predicamento
de discípulos fieis do Deos Salva­
dor, e Remunerador dos homens, ,,
0 Filho de Deos Jesus Christo*

■saegwa»--
7S M anual
feito homem 9 e descido á terra par.,■a
confirmar a ièi natural* diffundir a
I n z , e propagar os verdadeiros pi in-
fjpios da Morai e do Direito , as­
sim respondeo á hum Doutor, qiian
do lhe perguntou quem era o pro-
^im o : — Hum Sacerdote vio ahum
viajante íerido, e passou; hum Le­
vita passou depois delle , e foi
é seu caminho: mas hum Samari-
tout) vendor o 3 moveo-se de com pair»
xno 9 e o soceoreo. -Qual dos tres
vos parece o -proximo? O Doutor
disse: O que procedeo com miseri­
córdia. E Jesus lhe disse: hide,
f a zei o mesmo. ,}
u Hum escriptor dos nossos dias
( feliz es se todos nos conformasse-*
mos -em. as nossas acçoes aos seus
conselhos ) assim diz: „ O caracter
distinctive do Christian is mo consiste
nisto: tudo nolle respira an or de
Deos > e dos homens: o amor he
o fundamento de todos os seus
preceitos ; o amor he o epilogo da
Lei : Não amar os homens he não
ser -Christ3o--; he banir a ú mm.
r>E P o lític a O r th o d o x a . 7$

mo do Reino de Jesus Christo; he


MÚúr da sociedade do amor para
entrar na sociedade do odio, cujo
monureba he o Espirito de Orgu­
lho. „
“ Unir o Principe a os súbditos ,
e os súbditos entre si , apenas he
o eomeeo do» benefícios do Christia-
nismo. O espirito de amor que elle
inspira 9 não so re tem na fronteira,
coroo o exclusivo e duro patriotis­
mo dos antigos. Ordenando Jesus
Christo ■no Evangelho aos . homens
que se amem ; não distingue o pa­
triota do estrangeiro; elle até não
exceptua da regra do amor aos nos­
sos inimigos, e aos que nos perse*
guem9 e maldizem; de sorte que, pe­
la admiravel universidade de amor,
a sua doutrina não tende somente
a unir os povos entre si , como
membros de huma mesma Sociedade;
ella para melhor dizer , tende a
formar huma só Sociedade de to­
dos os povos»
J á ha dezeseís séculos o Author
do cApolegetieo aos Gentios, dizia;
80 M ânual

o mundo interno nao he aos nos*


sos olhos senão huma vasta Repu*
blioa, patria coraraum- do Genero
Humano. —■Unum om'dum rempúbli-
cam agnoscimus mundiim. (*)
O mesmo Escriptor uccrescenta
nu pag. 883.
** Sem duvida a Religião verda­
deira, sempre esclarecida, tendo
em tudo por base os preceitos da
mais pura Moral, deve recommendar
e ordenar a pratica dos Princípios
cio Direito das Gentes , beto como
?Has prescreve, os Princípios do Di-
Yeito Politico, ,<e do Direito Publico
mas coo vem fager as . seguintes -re~,
flexões» ,,
He porém lio roa verdade de obser-.
vaeao^ ( que nem se pode negar,
e he inútil dissimular) : tanto a Re­
ligião , como a Mora! , seguem o
desenvolvimento dos conhecimentos
humanos , e os progressos da civili”
saçao 2 elias estão por ioda a parte ?

(*) ( Eísai sur I* indifference en matters de reli*


iío n — Xom. I p,. 416)
i)E P olítica Orthodox a. 81

o eífcko e a causa, e, de facto, não


se apurão senão em proporção que
o espirito se esclarece , o juizo se
aperfeiçoa , e a razão se exalta ? e
engradeee. n
“ A Reli giao Christã prescreve a
rigorosa observância de todos os
Princípios de Direito, e da Equi­
dade ; a Moral que delia emana, he
universal , e celeste , como o seu
Divino Fundador; ella quer, que,
á exemplo de De os , que fa z elevar
o seu Sol tanto sabre os bons , como
sobre os múos, e que dá a chuva
sobre huns e outros sem disiincçao ,
não recusemos á homem alguin , de
qualquer Nação que seja, nosso adju*
tório, nosso soccorro, nosso patrocínio,,

CAPÍTULO XIII.
Convenção
> v Relhfosa
Cv e Política dê*
Preponderantes Mimar thus
da Europa« :
Depois da Paz Geral da Europe
em 1816 as Preponderantes Potências
do Continente Euiopeo, fizerão htuna
6
82/ M a n u a l

Convenção Religiosa e Poli Uca . S


que se deo o Titulo de Santa AU
lianca.
■» Elia he fundada nos Pvinci-
pios do Chrisliankmo, O seu osten­
sivo object o íoi conservar a Paz
entre os Príncipes da Cbristandade.
Supposto censores do século ten hão
arguido a toes Potência» de insin­
ceridade, e de sinistros desígnios de
obstar-se ao Espirito do Liberalismo
dos Constitucionaes, todavia havendo
á Humanidade testemunhado , que
depois se tem feito nos respectivos
Gabinetes grandes esforços de pre­
venir Guerra Gerai na Europa ; pa-
reeeo-me congruente transcrever os
seguintes da dita Convenção ,
mie
M se vê no Vof. III. da *ia* citada
obra da Seienein do Publicista Cap. II.
Tit. Ií. pag. 363. — Convenção as-
siguada et\\ Aix-la Chapelte em 9
iie Outubro de 1818.
“ Os Soberanos , formando esta
união augusta, tem considerado, como
base fundamental da sua Politics , a
resolução de não se apartarem jamais,
nem entre si, nem nas suas relações cotrí
de P olítica O rthodoxa. $3

òutros Estados, da observância a maig


exacta do Direito das Gentes, cujo§
princípios , na sua applicação h
hum estado permanente de paz ,
são os únicos que podem garantir
efficazmente a independência de ca­
da Governo, e a estabilidade da Asso*
dação GeraL
“ Fieis á estes princípios, os So*
beranos os manteráS igualmente nas
Reuniões, á que pessoalmente as­
sistirem, ou que tiverem lugar en­
tre os seus Ministros, seja que te-
nhao por objecto discutir em com-
rmim os seus propqos interesses,
seja que elies se reportem á ques­
tões , para que os outros Governos
formahnenle reclamem, a sua inter-
venção : o mesmo espirito que diri­
gir os seus conselhos, e que rei­
nar em suas Communicaçoes Diplo­
máticas , presidirá também á estas
Reuniões, e o repouso do Mundo se-
rd constantemente o seu motivo e jim »
Com estes sentimentos os Sobe*
ranos tem consumado a obra, á qu$
tinhão sido chamados. Ellçs im é
6 ii
M anual

c e ^ a rá o de Irnbalbnr em conSr«
inaba , e ' aperfeiçoai-a. Elies reco­
nhecem to mi a! mente , que os sens
deveres para com I ) cos , e para com
os povos que gw; cr na a., Hies pres-
ve v e rn d a r a o M u11 clo , tanto qu a n -
t o :• e hiivt*v em s \ , o Exemplo cie
Vi 11st i(*
ia, e o nc o rú ia . e mocle r a c3 a o 7,
jelicitamlo-se cie poderem consagrar
daqui em diante todos os seus es­
forços a protegerem as artes dei
paz , e amplificarem- a prosperidade
interior cios seus Estados , e a des­
pertar os sentimentos da Religião ,
e da M o ra l, cujo império , por i;i-
felicidade dos tempos, tem muito
enfraquecido. „
As Grandes Potências Europeas
que fizera o esta Pia Conveneíío, tem
estabelecido como o Principio Re«
etor das Mimar chias ( absolutas , om
<*onstitucionaes ) a D ire ito d a L cgi~
timidade , que assegura a successao
dos Thronos pela. Primogenitures,
que be de Instituição immemorial,
e que já preexistia na Era dos Pa-
ttmrchaSj sendo mencionada na;. Ea-
d e P o l í t i c a ■- O r t h o d o x a . 85 £

erí pt isra sag rac! a. Es P r i n c i p i o e s t á


agora violado por Maravilha fatal
da nossa I d a d e . -

CAPITULO XIV.

Reflexões de Mr. vritot sohr%


e
o Brasil

Na obra de Mr. Fritot da Scien-


6ia do Puo lieisla., em o V<o!ume XL
publicado cm Paris em 1823, so
* r1
íV/.em as . seguintes reile xbes pag.
4*j í « 0 45 2 , referiu do-se á vario,g
.m aes da T ra n ç a ,
*> Desde .1789 basca*se a an ti ira
America., e ira o m' a c h a -inais. E l i a
retomou a independencia , -<|ue o es*
pinto e as armas da Europa liie
tmhíto roubado,
** O Brasil elevou hum throno rival
ao de Lisboa — O m a i s diíiicil •esta..
.feito; o s primeiros passos estão da»:
dos; algumas aberrações podem pro­
longar a derrota ; mas nao poderão,
knpedir one se chegue ao teimo do
ANUAta

Havendo este Escriptor exposto


6 progresso das luzes á» século,
que tem introduzido Novas Consti>
tuiçoes na America t Europa , in­
corporou as seguintes passagens da
Falia do Imperador D. Pedro L de
5 de Maio de J8fl 3 na Abertura so-
lemne da Ássembléa Geral do Brasil.
“ Gomo Imperadoç Constitucional,
e mais especial mente corno Defensor
Perpetuo deste Im pério, eu tendo
annunciado ao povo no L° de De­
zembro de 182^9 dia em que fui
Coroado e Sagrado, que defen­
deria o Paiz 5 e a Constituição,
eu a achasse digna do B ra sil,
e de mim. Ratifico hoje solemn em­
inente esta promessa á face dos Re­
presentantes da Nação; e espero que
me ajudarão á preenche-la, for-
mando huma Constituição sabia, jus­
ta „ e exequível,, dietada pela razão,
« não pelo capricho, tendo-se uni­
camente em vista a felicidade geral,
a qual não pode jamais ser completa,
se a Constituição não for fundada
Sobre bases solidas e approvadas
de P o l í t i c a O utí-iodox.a»

pela sabedoria dos séculos. Sob te


estas bases he que se pode esta­
belecer hum lídificio Constitucional,
em que a justa uberdade do povo 9
e a forca necessária ao Poder hxe~
radico , se achem feli/mente corabi'-
n a d a s ; lur.na Constituição, em que
os Tecs Poderes, seja o de tal modo
separados , que nenhum de lies se
possa arrogar os direitos que mio
lhe pertencem; m is , ao mesmo
tempo, postos em tal harmonia, que
lhes seja impossível, ainda pelo an­
d a r dos tempos, virem a ser ini­
migos e' q u e , ao contrario , possa
eada vez mais cada hum cooperar
á felicidade geral cio Estado; em-
fim huma Constituição, q u e , oppon-
cio barreiras ao í)espotisttio (lo l o*
der R e a l, Aristocrático , ou Demo-
era tico , afugente a anarchia, e plan­
te a arvore desta Liberdade, a som­
bra da quai cresção a União» a P a ^
e a Independencia des l ÍT5 C f
destinado a ser a Maravilha dos dous
Mandos. 99
M anual

CAPITULO X \ r.

Do Melhor Governo.

Doutrina Armada ora exute na


Europa , e os Prepotentes do Século
exercem com ella Dicludura nos poi­
zes onde predomina o Partido res­
pective.
O I.°, e , por ora, o mais ex*
tenso, he o das Potências que sus-
tentao o Governo Monarchieo He­
reditário, c Absoluto, tendo porém
Leis Fundameivtaes, e Regulamenta­
res, que os Soberanos respeitãá ,
eondemnando eiles mesmos o Despo­
tism o, tão contrario ao Espirito cio
Christianisnío,
O 2.° he o das Naçops, que ( .mais
ou menos aproximadamente ) tem se­
guido o exemplo de Inglaterra, for­
mando Constituição Liberal de Go­
verno Monarchieo Hereditário e Re­
presentativo , e que também se dia
Governo Mixto ; cónsiderando-o ser
o ma is favo ravel, e estável, para
a raeioiaavel Liberdade dos Povos,
de P olítica O rtiio d o x a . 8 íí

, ’ *
constante subordinação tie todas aá
C lasses ás À u th o rid a d e s d e v i da m e n t e
constituídas , e progressiva períeetL
hilidade, e pnosperidude da Kspeçie
Humana.
O 3d lie o Governo Federal de Es­
tados Independentes , e de Consti­
tuições semelhantes, ou differentes, que
formão *4cio de Unido, tão somente
para a Defesa Co mm um contra ini­
migos externos , e internos, com P ro ­
videncia Policial em certos casos na
paz e guerra,
‘ Tal he a intitulada .Confederação
Gerinanira , e Helvetian.
A America do Norte tem a dopia­
do o Stfstemu
*/ Federal;7 o Brasil
preferi o o St/síemu Unitário , modi­
ficado pelas ' disposições iiberaey das
Nações ffue ' roais sobrésaheoi no
Theatre Politico e Liberai , corn dis-
ti netas • Att r ib niç oes do Po der Mo -
derador 5 em conformidade a 'tlicoria
do mais acreditado Publicista deste
Século Benjamim de Constant.
v Os Escriptores initis versados na
historia dos progressos da Oitilisaçuo,
doutrinao, que o Melhor Governa he
o que mais se nccomrnocla as circuns­
tancias de cada Paiz, e principal-
niente aos usos e habitos do povo
respective: Elies firmao também á
Regra — O melhor Governo , qual­
quer que seja a sua forma, he r>
firais hem administrado eoniorme a
Justiça Universal, que da segurança
á pessoa, propriedade , e honra dos
cidadãos*
Nos Estados de Constituição Li­
beral não se podem mais tolerar
as phrases, e praticas odiosas das
Monarchias de Governo Despotico ,
e Absoluto, Luiz XIV, dizia na
França — o Estada sou E u —•. Em
Portugal se apregoava — O Rei he
Lei viva — Nas Cartas $ de Lei vo-■f
se a clausula soberba— Quero, Mam
do, e he JMinha Vontade. Nao se po­
dem mais authorisar íaes Desk ouras
da Humanidade.
PoLXTtCA 0&TIÍ0O9XA. 9 1

CAPITULO X V L

2ase Fundamental da Poliiica


Orthodox a.

Ewlre os Bscriptores deste século


•sobre doutrinas politicos se distingue
*o insigne Eseriptor Portuguez o Ex*
Mi astro dos Negocios Estrangeiros.
Silvestre Pinheiro Ferreira, peia sua
obra que cleo á luz em Paris etn
1830— Curso de Direito Publico :
Expondo a theoria do justo e in* I I
justo diz :
“ Hum dos mais profundos Es-
•eriptores modernos, o iliustre Ben-
th a m , aíBrma, q u e, o principio do
justo consiste mi maior bem do maior
numero ; base fundamental da moral
de todos os homens, e da política
de todos as Nações. s,
O mesmo Escriptor porém diz em
Nota a esse lugar.
Preferiríamos dizer—He o maior
bem possível de toda a Sociedade
em g eral, e de cada hum dos seus
membros em particular. „
-i. .. m j i m i —

92 JAL

Parece me qne o Principio Garde


al da "Política Orthodoxy he o BEi
DE ’TO 1>0S. T a I foi a- inscripção
em Letras do euro que se poz mt
column a, de Tntjano , no Imperio
Romano. Tucito -celebrado' Histmia-
dor dos tempos que elle quaiiiicou;
infestos as virtudes, fez o elogio do-
se Imperador, dizendo , que no seu
Governo havia reunido as cousas
q ue antes pareci Tto ineoneilia veis —
Principado c Liberdade, tendo os
povos a rara fortuna de exercerem
o direito natural de terem senti­
mentos conforme á sua consciência,
e exprimirem eom franqueza o qae
pensavao. Esta he huma das Garan­
tias do nosso Sy sterna Constitucional;,
salva a responsabilidade pelo abuso.

CAPITULO X V 11.

Jkláo fim dos Usurpadores } c


Anarchist us.

O Principio da Legitimidade, co-


Titulo, Justo- aa tfuceesíjão- dos.
dl Poi.njvA O m kodoxa. 93

Thronos em Estado Monarchico He­


reditário , he do Senso Com mum
dos Povos. Por isso em todos os
poizes he universal o odio dos
usurpadores , e a maior parte tem
tido máo íiui com os seus sequazes.
O ma is an liaOo monumento á este
respeito he o que se lê mi Sagrada
Escripiura no Livro dos Juizes Cap. IX,
A hi ei r e uns ta nei a dai ne nte 8e r efe re
a usurpação qne Abimelech fez do
Estado de seu Pai Jeroboal, sendo
hlho de hum a sua escrava no paiz
de Sifjunn. Formando partido com
a gentalha de mendigos e vagabun­
d o s e o n s c g u i o ser aeclamado Rei
dos -Siquimitas. Para assegurar-se.
da Soberania , matou a seus Irmãos,
apenas escapando Joaíham , por ee
ter escondido.
0 usurpador reinou tres a unos ;
mas diz o Historiador sagrado : 46 O
** Senhor enviou hum péssimo re­
ii pirite entre; Abim
<£ tentes de Stone n começarão a
6f detestad-o, e imn
À

i.

6(f atrocid,a.dçs c vaL’i


i

99
M anual

Seguio-se a gsierrá civil, auxiliada


por Cabala estrangeira. O usurpa-
dor ao principio foi victorioso; mas,
sitiando a Cidade de Thebus, onde
havia karna torre , a que elle poz
logo, hurna mulher de cima della
lançou hum pedaço de pedra inoar
que^o ferio inortalmente na cabeça.
Botão elíe disse á seu escudeiro —-
46 lira a espada, e mata-me; para
** {]ue na° se diga que fui morto
46 por hum a mulher.
O Historiador conelue : cí Assim
“ Deos deo o pago á Abim dech,
“ pelo mal que tinha feito á seu
“ pair tirando a vida â seus Irmãos. ,,
“ E assim também pagarão o&
*< s o mal aue fizerao ; é
u veio sobre elles a maldição de
ÍS Joatham* „
O mass sabia dos antigos Reis
Salomão bem disse no Livro dos
Provérbios Cap. XXIX. 2. “ Quando
os impios se apoderarem do Pr in*
u cipado, gemerá o povo. ,9
»5W

de P olitic a Oííthoboxa, 93
CAPITULO XVIII.

Da Prosperidade JVacional.,

Ainda que buma Boa Constituição


Política muito contribua* pura a Pros»
peri ria de Nacional, elevando o espirito
de todas as classes de pessoas , pro*
movendo a instrucçao publica , e
garantindo os Direitos de todos por
Leis justas, e regular Administração;
com tudo he necessário que cadá f
hum faça o sett dever , desde.o Che-
te da Naçao até o indivíduo que
carrega com os ma is penosos traba­
lhos da vida; c isso nil o tanto pelo
temor da pena do governo, como
por dictame ria consciência, certo de
que tal he a vontade e a Lei do
Regedor do Universo. Do contrario,
ainda a melhor Lei Fundamental, e
Regulamentar, vem a ser quasi Zc-
tra morta
A experiência mostra que ate nas
Constituições Mixtas ha Cabalas nas
Eleições populares, e odiosa influ­ 1/
encia do Chefe da Nação e de seu
C; M ana u i*

isíerio no Corpo- Legislativo ?


•hnliciano, e nas mais Repartições do
Instado,, para-se fazer a sua Vontade*
p nao a Justiça, quando muito ten-
clo-se a serpentina astúcia de salvar
as apparencies do System* Liberai
Premenda responsabilidade está so-
l>re as cabeças dos lnfractores da
Ordem Eterna.
Do futuro suppjtcio nao cfãdosns*
A bag rada Escriptura no Livr®
da Sabedoria os cripto por Salomon,
dóo a &egmnte Lição no cap. VI»
“ Ouvi j ó Reis e entendei ; to-
mai a instrueçfio-, ó Juizes de toda
a terra.
14 Appl.icai os ouvidos 9 vos que
governais os povos, e que vos glo-
Dais de íeuies debaixo de vós mui­
tas .Naco cs. ,,
De De os vos tem sido dado o
poder, e do Altissi'mo a forca , o
qua! vos perguntará pelas vossas
obras, o esquadrinhará os vossos
pensamentos. „
4* Porque , sendo Ministros do
sen Reino , não julgastes com equi*
DE POLÍTICA OitTHODOXA. í>7

dade, nem guardastes a Lei da jus­


tiça , nem andastes conforme a von­
tade de Deos. ,,
Elle se vos porá diante de hum
modò temeroso, e dentro de pouco
tempo ; porque sobre os que gover-
não se fará hum Juizo rigorosis-
si mo. ,,
“ Porque com os pequenos tem-
se ma is commise ração ; mas os po­
derosos serão poderosamente -ator­
mentados.
Porque Deos não excepfcuará
pessoa aiguma, nem respeitará a
grandeza de quem quer que for; pór
quanto elle fe z o pequeno e o gran­
de , e tem igualmente cuidado de
iodos. — Aos mais'fortes, mais forte
suppíício ameaça. 99
“ A vós pois ó Reis he que sao
dirigidos estes discursos , para que
aprendais a sabedoria, e não ca hais. „
“ Aquelles que tiverem feito jus­
ta mente as n ecoes da justiça , serãò
tratados como justos; e os que tive-»
rem aprendido o que ensino, aeh^-
ráq que responder. ,,
M anual

N í\ EscripUira fa li:be m Prophet a


Jsaias deo a seguinte Lição no
Cap. X. a o» Legisladores,
“ Ay dos cpie estabelecem leis
iniquas; escreven do , eserever5o in-
j us tie a ! ,,
“ Que fareis vós no dia da visita,
e da calamidade, que vein de Ion»
go ? A quem tereis vós recurso?
Onde deixareis a vossa floria ? ,,
Tem se dito que nos Estados Cons-
titueionaes só predomina e rege o
Império das Lets. Assim deve ser.
Mas o facto he que nelles também ha
continua querela de inobservância
das Leis. Também se tem dito que
em taes Estados os Legisladoreso
tem interesse de fazer Leis justas ,
visto que se constituem obrigados
á sua guarda. Mas o facto muitas
vezes he em contra rio. O Grande Ho-
■mem da America Franklin .dizia—Coo-
greiramos Camaras Legislativas na
esperança de ter a sabedoria cal-
iectiva da Nação; mas também colli-
gimos as paixões dos seus Membros.
Bó pois a verdadeira Religião pode
de P olítica O rthodoxa. 99

dar garantia solida ao povo de que


os seus Delegados farão o seu dever
Ha grande Querela contra a iub
quid a de dos Juizes , e até em Pe­
riódicos he diíTamado todo o Corpo
da Magistratura, (que peia Consti­
tuição forma o Poder Judiciário)
salvas honrosas excepçees. Sem du­
vida ha exageração ; visto que, sem
prevalecer, no geral, a Justiça, he
impossível subsistir, e menos crescer
e prosperar Nação alguma. Este
Corpo deve ter sempre na memória
a Sentença do Juiz Eterno eomrni-
nada pelo Redemptor do Mundo no
Evangelho de S. Lucas Cap. XVIII.
na parabola do Juiz iniq.uo impor­
to nado por hum a Viuva que lhe
requeria —=•sustenta o meu direito.
“ Ainda que não terno a Deos ,
nem respeito os homens, todavia t
como esta Viuva me importuna,
far-lhe-hei justiça; para que por fim
não sueceda , que , vindo eíla mais
vezes, me .carregue de affrontas. ,9
65 Então disse o Senhor — Ouvi
0 que diz .este Juiz iniquo. ,,
'm • •
4 11
ICO

€í E Deos nao fará justiça áos


seus escolhidos, que estão clamando
á eiie de dia, e de noite , e sofrerá
eile que os opprímíío ? ,,
Hum dos maiores males que pre­
sentemente desacredita o Svstenia'
èí
Constitucional, he o abuso que se
tem feito da Uberdade da imprensa
Os verdadeiros eonstitucionaes devem
couíonnar-se ás Lições seguintes.

CAPITULO XIX,

• Reforma da Constituição' ão

Império.
\

Por Juízos incognitas de Deos,


o Fundador do Império Constitu­
cional do Brasil em 7 de Abril
de 1831 abdicou em seu Filho Pri­
mogénito D. Pedro IL, estando ain­
da na irifancia,' e havendo sido an­
tes reconhecido pela Primeira Legas-
la tora Herdeiro Presnmptivo do Tífro-
bo Imperial, na conformidade da
Constituição,
Depois deste inopinado successo>
Dis P olítica O rthqdoxa. 101

vindo da Europa mais noticiar, da


Revolução da França naquelíe an-
pó , e da Reclamação de Inglaterra
para a Reforma do Parlamento pe­
la sua inconstitucional Represen­
tação , também no Brasil se levan­
tou Bffervescenciii Popular para a
Reforma da sera Constituição. À maiori­
dade da Camara dos Deputados se
empenhou em tal Reforma , tendo
a Nacãp %
Brasileira por
*
sete t ^nonos
yr
sido regida por a quell a Lei run da-
mental, unanimemente neceita e jura­
da. He notável que a Camara Munici­
pal da Corte não requereo tal Re­
forma , nem a maior parte das Ca­
maras , e dos Conselítos Gerties das
Vov inrias.
Hm 18 de Outubro de 1831 a di­
ta Ca ui a ra dos Deputados expedia
fi Camara dos Senadores bum Pro-
/recto de Reforma contendo 12 Pro­
J
poses oes, O Senado se oppoz , o
•modificou o mesmo Project o. Rejei­
tou porém , quasi nnanimemontç ,
as Proposiçoes que radicalmente
&iter«AViio o uuuuo Liberal Sy sterna 9
102 M anual

'fíòm especialidade a Proposta cie se


declarar o Governo do Brasil hu-
nvd Monarch ia Federativa contra;
a Base Fundamental do 3.° Art. da
Constituição, que declarou ser o Im­
pério do Brasil ~ Governo A! on ar-
ehico, Hereditário, Representativo.
Em Reunião d a < Camaras, a As*
s emblem Geral sustentou a Cons­
tituição nesse ponto principalmente *
« também o lugar vitaiicio do Se-
Jiado, que a mesma Constituição
determinou.
f ’*1 Praternisaçáo , e tino I^edevncTio
j he do evidente interesse chi Nação
Brasileira , para segurança da lute-
| gridade d o Império da Terra da
Santíi Cruz, e não menos para o seu
Credito Politico e Commercial.
“ ^ “Nno obstante á Decisão da As.
semblea Geral , espirites inquietos
íi^erão proximamente na Cidade da
Bahia insana tentativa de procla­
imar o Systema Federativo; a maiori­
dade dos Cidadãos cordatos frus­
trarão o Pròjecfco dos Demagogos.
O Principe dos Apostolos" S. Pe*
de P olitico O rthddoxa . lOS

dro na sna l . a Epístola Cap. If.


v. 15 e 16 deu a regra aos ge­
nuínos fieis : He a vontade de
Deos , que , obrando bem , ideais
emudecer *a. ignorância dos homens
imprudentes , como livres , e nau
tendo e liberdade como véo para
encuhrir a malícia , mas como ser­
vos de Deos. „
O Apostolo S. Tiago na ma
Epistola Catholica Cap. V. verso 24
assim doutrinou.
“ O que contemplar na Lei per* _
feita , que he da Uberdade , e per­
severa neíla, sendo, não ouvinte es­
quecido j mas fazendo boas obras ,
este sc rã* be ma vento nu! o no seu
cffeito. ,,
Os amigos philosophos da Seita
Estoica cn11evirão , ainda que obs-
cur a rnen te , este Dogma da Deli*
jriuo Christã, inculcando a doutrina
que se coutava, entre os seus pa­
radoxos. éí Só lie livre e sábio , o
que he Senhor de ei , c nao obra
por inipulso de paixões , mus
iirectorio da razão.
m

■Manual
C
I';!K

y IDa Republica»
y

Republica , em geral , significa a


Associação tht Commuuidudc civil
cJe homens reunidos em algum ter­
ritório para geral ajuda e defesa.
No sentido grammatical, he Syno-
nimo de Cousa Publica , Cama Pa-
híica i ou, Interesse j\acionai, Con­
veniência , e .1jiihdãde do Estado ■:
Neste sentido se pode- com razão
dizer, que ha Republica também
Ba Monarchal regular , isto he , na
regida por Leis firmes , que asse-
gurão a paz e justiça dos Cidadãos,'
e promovem a sua industria e fe­
licidade* Nesta form a de governo
o s . Cidadãos suo verdadeiros v e p u -

blicanos 9 e tanto ruais puros e


«xactos , quanto he mais cordial o
intento e seu amor á -pátria, e tem
.espj.rito de Honra Nacional, com que
estão prornptos á qualquer sacrifí­
cio de suas pessoas e propriedades
para o Bem do Estado., Esta vir-
*
de P olítica Orthodoxa. 1u5

tude patriótica se tem visto mui


exultada ainda nas Rlonarchias ab­
soluta»-, mas em que os Soberanos
se presão çle ser os Puis da Puiria.
, Além disto na Monarch ia Lusitana
sempre' forSo de immemorial origem
os Concelhos das Cidades e Villas,
destinados a zelar o Bem Com muni
de seus disírictos, para os respective»
Cidadãos poderem hem viver. Nellas
existe p çlemento democrático; porque
sempre forão da Eleição do povo
os Membros de taes Concelhos 3 que
também tinhão authoridade de ta­
xer leis, juli^uqes, e imposições
nos seus District os.
Quando o Chefe da Casa de ]8ra-
gançu D. Joao IV, Restaurador da
Monarch ia contra a Usurpação de
Hespanha, publicou Nova .Colleceao
das Ordenações do Reino, na Provi­
são de 1043 , que se acha á frente
delia , por vezes usa do termo fie*
publica no sentido acima indicado ,
e com Declarações Liberaes do fim
pio Governo Monarehieo, como se
yè das s e r i a t e s clausulas.
.-y
; M anual

] . 7 Considerando Eu q«So neres-


sana he ern todo o tempo a justi*
;ça, assim na paz , como na guerra,.
:para a governança e conservação
j da Republicn, e do Estado Real— ,
e como a justiça he virtude, não
| Para S1 » para outrem , jlonde
resulta a pas e coneordia na Republic
err; assim deve fazer o bom Rei;
pois que por Deos foi dado, não para
si, nem para seu particular provei­
to , mas para bem governar seus
povos, e aproveitar seus súbditos,
como a proprios filhos &<*. ,,
Republica, no sentido restricto, he
a Associação Civil governada pelo
que se diz — Sy sterna Democrático :
Tem a ser Syiionimo de Democracia,■
em q u e, não só a Eleição dos Ma­
gistrados, mas também a Legisla­
ção e Administração do Estado , são
feitas por Ajuntamento e Áeto do
Povo.
A Constituição do Impe rio do Brasil,
adoptou varias Instituições Republi­
canas , e estabeleceu no Art. 13 o
Principio Capital que todos oa Po-
BB PoLlTÍCA OílTHQBOXA. 107
•j
deres do Estado são Delegações da
JVação. M "1
Este justo meio deve contentar os 1
espíritos rectos para não se ultra­
passar o destino da nossa Rcgene- \
ração Politico. \

CAPITULO XXI.

Da Liberdade da Imprensa.

Onde ha o Espirito do Senhor,


ohi esta a liberdade. Esta doutrina
do Apostolo das Gentes , na Epis­
tola II. aos Corinthios Cap. 3 v. 17;
lie citada por Mr. Fritot no vol. I.
Cap. 2. da Scienóa do Publicista.
Esta deve ser a Regra das que se
intitulão Liberdades Publicas.
O Livro da Natureza , e o Cam­
po das Sciençias he immense : lie
vre o exercer sobre eíles o espi­
rito, e publicar os nossos pensamen­
tos uteis : mas. no tempo em que
vivemos ha maisPde meio século de*
pois da Revolução d" America, gran*
de parte dos povos tem o espirita
Manual

desorientado sobre ohjeeíós de On


ganisaçao dos li*stcid os, c o mal teuí
ido além de todo o calculo.
A Constituição do Império■author
risou a liberdade de todos com-
municaren? sens pensamentos , com
responsabilidade pelos abusos. ( Ar­
tigo 179 4.) A Assembléa Ge-
ral tem feito Lei Regulamentar para
puniRos.■Ãlas ha querela publica , e
continua de enormes abusos da Li­
fee r d ade, d3 ,1m p r e n sa , e nno rne n0$
da Irregularidade do Juízo dos J u ­
rados nas aceusaeoes á esse respeito.
Assim he pervertido ou illudido 0
destino da Lei . 0 se tem 000 Verti do
em maiefic 10 0 bene a cio- da Invenção
(Ui 1 yp ogra p-h\ a , -li n rrsa d a0 •q 0e
rnais h on ra 0 o es p In i o h umano.
Corrupção do optima hc pessi-
ma. Este Aphorisi.no de Tácito corn
especialidade he applicavel á Typo*
graphia, Ella hoje he Potência sin
perior á •.-Irtilheria, Em verdade tem
feito •indhsiveis bens promovendo <%
eornmqnicaçao da Humanidade , e
exultando 0 Império da Inídligencia
de P o litic a Orthodoka. 109

na Sociedade Civil: porém tem produ­


zido males immensos , dando facili*
dades â propagaçãò da impiedade, im-
moralidade, infidelidade era as NaeSe#
cultas, ameaçando raina aosEstados,
«iiftda.de Governos de Liberal Cons­
tituição, Entra em duvida racionavel,
se a sabedoria humana pode achar
antidoto á este má! endemieo, qne a®
Potências da Christandade ora parecem
temer, ainda mais que a Cholera-morbus.
Actúalmcnte os Estados da Con­
federação Germanica tem dado Ac-»
cordo a Deliberação da Dieta ( Con­
selho Geral dos mesmos Estados) para.
salvar a Humanidade de igual (se não
maior ) catastrophe qual sobreveio a
Europa depois da Revolução da Fran­
ça de 1789 , cujos princípios erroneo»
se tentou reproduzir na Revolução das
Barricadas. Inspire a Providencia 0
justo meio entre os extremos vicioso»
da Liberdade Indefinida da Imprensa ç
a tyrannica opposição ao irresistível
progresso do espirito humano, que
tem plantado a Arvore da Liberda*
de no Velho e Novo Mundo*.
I*® M anual

CAPITULO XXII.

Abuso do Poder.

O Cancro do cativeiro he ó ter*


rivel Mal do Brasil, que nos tem
habituado ao abuso do poder do­
mestico, ou Civil. — Eile existe pela
culpa do Governo Lusitano , o Au«
thor do Trafico da Cafraria ha mais
de tres séculos , com que se hia
convertendo em Ethiopia a Terra
da Santa Cruz. Este mal tem sido
a causa da deshonra do trabalho ,
e da e nor me desigualdade âas con­
dições \ que difficuSta os casamen­
t o ^ e obsta ao progresso da popu*
lação Europea, e homogénea. & elle
se attribue a exttnsa immoralidade
da classe servil, a deshumanidade
dos Senhores, a incúria da educacão
religiosa. O remcdio so he de es­
perar da Providencia,
Lm assumpto de tanto melindre
nada mais direi: só recordo as se­
guintes doutrinas Evangélicas, que
®ão applicaveis á todos os que
í)B P olítica O rthoboxa. 111
#
do poder, que a Constituição e
Legislação lhes faculta. Bern advir*
tão na parabola que o Evangelista
S. Matheus expõe no Cap. XXI 83
e seg.
“ Jesus Christo disse: Eu vos de-
“ claro , que tirado vos será o rei-
44 no de Deos , e será dado á hum
44 povo que faça os fructos delle. ,r
Também recordo a outra Senten­
ça : 46 Quem he o Administrador fiel
“ e prudente, que o Senhor cons-
44 ti t ui o sobre a sua fu mil ia para
44 dar á cada hum á seu tempo a
44 medida do trigo ! — Bemaventurado
44 aquelle servo, que quando o Senhor
44 vier, o achar assim obrando*—Ver-.
44 dadciramente vos digo, que elle o
44 constituirá Administrador de tudo
44 quanto possue. — Porém se disser
44 tal servo : Meu Senhor tarda env
44 vir, e começar a espancar os servo»
44 e servas , e a comer, beber, e
4* embriagar-se , virá o Senhor da
44 quelle servo no dia que não es-
4‘ pera, e na hora, em que e!lt*
cá nfio cuida, e rçmoveLo-ha, a
S ;- j.,-r n ,,, ^

^iANlíAt,

I*o>ha á parle com os i


W' ( Luc. Cap. XII. 42 e seg. )

CAPITULO XXIIL

Das Festas JVationaes•,

Digna der todo o louvor he a Le­


gislação que declarou Úias de Fes*
tu JVaciônul o Dia 7 de Setembro
da Proclamação d a — Independencia
do Brasil, e de 25 do Marco do
™ Juramento da Constituição Politi­
co do Império. Justo he que se
Consagrem taes Dias para Acçuo de
Graças ao Omnipotente, que creou
x
os Ceos, e dá Estado ao Pov-o-, se­
gundo a phrase do Propheta /wí-
as.. (*)
Também he mui religioso o Re­
gulamento que ordenou a Missa do
Espirito Santa antes da congregação
da Assemb!éa Geral, e das Camaras
Municipaes.

( ) Oominus Deus creavi coelos.. . .dans ststum


uk>— Gap. XL. v. ò.
W -'
y p : •- * ! " ' ■ ;' r - ^ 'f j ■■ ,, '’

d e P o l ít ic a O utho do xa.

Mas parece que seria tambem ton


vèoienie , que se decretasse huma
Festa da ^gricuttura da Terra d
Santa Cruz", em Solemne Acto d
Corte, oo principio de cada anno;
não só na Cape 11a Imperial, mas tam­
bém bus Cathedral de cada Capital
das Províncias, com' Missa’Solemne „
e Te- Deiim.
O I mperio da China tem esta im­
memorial Instituição, e o Impera­
dor dá honra •m tarado,
— r^ puchando-o

corn a propria mao, be na este uso
»d mi ravel e exemplar na Regi So do
Cruzeiro* Isso inspiraria gosto ao
exercício .do Primeiro Trabalho Ne~
eessarw, donde emana a população
e he a fonte de toda a especie de
riqueza., O Author do Livro dò J£c-
cksiastico Cap. VIL v. 1 0 recom
men da,
“ Não aborreças as obras lab
r i o s a s . da Agricultura, porque
n ella vem d o Altíssimo. ,,
A Constituição no Art. 179 25
aboli o as Corporações de ofíieios 9
seus Juízes, Escrivães e Mestreff
HR ' . I m
! I
M anual

fazendo cessnr o ’ monopolio das


fes meehanicas do nnliiro Hystema
Eegulanieataiio da Economia I’uhli-
C!>, quo entorpecia a Gerai .Indus*,
tr ia , impedindo qsie bum artista
exercesse. o .mister d e outro , tendo
as artes sons naturaes rela-
V'dr^. « .aAfinidades. M as a -Política
f* Religião { que die tão a divisão
do trabalho ) aconselha'© também Uu-
*»a a»nu«ll' Festa■das dries. Ellm
muito contribuiria para elevar o es­
pirito dos Artistas, e estabelecer
bumà Irmandade Pkiianthropica, quo-1
velasse na Edueaeão Industrial do
povo, para q ensino e emprego das-
classes que de vein viver de seu tra«
balbo-, e, como diz a Eseriptura >
espera® nas sum mãos.
a 'Sociedade duadliadora. da
Industria, ( isti fcni-eSo d o F unda dor
do Império do .Brasil ) bem promo-
v o-r a I n t r o cl o ee ã o■de .Ma cíi inas. pam
^ílíivio e aperfeiçoamento do Geral ■,
T^yialhcv cooperar eíWeazmeoíe pa-
li
S-.v
í'tt o indicado Estabelecimento. Possa.,
âvantójar^se na sua Emprega , di~

ff
de P o lític a Orthodoxa. 115

sendo com o Propheta Isaias Cap. 1


XLI. v. 6 — cada hum a n a Marti a
$eu proximo , e dirá á seu Irmão —* I
Esfrrça~it\

CAPITULO XXIII,

Rei Cidadão.

No . Cap. XI, deste Manual dei


2E,7cvirados da o «ira de Mv. Salvandy
e a Revolução'' das Barricadas
de Paris , que influio na Revolução
io de Janeiro em 7 de Abril
>K Tendo lido depois a obra
de M tv S a m m d s, Panegyrist*..dessa
Revolução , e á que deo o título tí®
^ h a fm je te e a Revolução de 18E0 —
a importância do object o exige que
também offereoa ao Publico Extra dos
desta Obra , mas só em miniatura y
pois he de dons volumes. O Es-
eriptor declara ter sido Ajudante
General de Air. Lqfayete , que elle
appeiiida — Veterano da Liberdade *
e Homem dos dous M undos, pop
ter feito grande Figura na guerra
» li '
y*xy* * v r r ' - " '•'w
jw-- t m m w m y .«w»
.......
iPPPP^pw ^ ip ffip PfP!

US Manual

Indepen deocia da A m e ric a , e da


‘F r a n c a Revolucionada. A quelle sou
R e rá e 1, tendo j a 75 an nos de idade ?
foi o Corypheo da R e v d v c u o ' dan
Barricadas , sendo nomeado Com man­
da rite Geral das primit.lv. as res use i-
t a d a s G ma-r f/a,v cAa es0 wo a s, c o m p ost'as
de O'fficia'es eleitos por soldados/
II e n ota vet a seg u 1n t e ex p res sa o q u e
Sê.na L a pagma da Intróducção«
4Í O dia prognosticado pelo Jlpo~
catyp$e 9 q nan d o cada hum fa 11ara
sem ser entendido, parece ter che­
gado para Franca. J?
 Camara dos Deputados se irritou
cvOíO o seguinte hnal do Discurso
dò T h ro n ú na Abertura da Sessão
do Corpo Legislativo em lhoO.
“ Se criminosas manobras susci-
“ tarem ao men governo obstáculos
“ qoe vda quero , e que não posso
4* prever 5 eu acharei a forca de
“ vencei-os na minha resolução. ,,
As Camarás se exasperarão ainda5
n^a\s.,: porque, fazendo representação'
ao Rei contra ‘esta faliu., tiveruo’ %.
Resposta Real t
de P olítica O rthodox a , II /

,f As Resoluções
i annunciuàT no i
“ Discurso do Throno , são inirmi-
<k taceis.
O resultado foi a catastrophe da
decadência da 'Dynastia do ramo le­ 1
gitimo doo Bourbons, havendo proce­
di d o sa ng uin a r i<> c«>n.fi 1oto da T n q >a
de .Linha com os Jovens da Escola
Polytechnics., e a Populaça dc Paris
seguida da retirada do liei para’Ingla
1- ....... dos
terra. À Camera O Deputados
S* as
sinr determinou. i
6Í Hum Pacto Holemne unia o Pov r

pra.ncez ao son Monarch a : este Pa­ lJ


cto foi quebrado , os Direitos á quo
e!!e ha via dado nasci mento, teip cçs*
sado, do existir. O Violador rio Com
tract o não. pode por titulo al^um
red anuir a s»’a e a•*. ti eno® $^
6< Carlos X. e seu filho, rireten-
d.em em ..vão transmiti ir hum poder.
que não possuem ma is : -este poder,
se extiu&nio-
.3
no > sanffue de rnuitos
í -'J

lhares.de victimas. ,, .
O. Historiador attribue esta Reso<
] lição ( que também destndo o P r in?
çipio da Legitimidade ditã JVldaúr*
i'ANUAL

thias Regulares ) ás Ordenanças dó


Rei sobre as Eleições dos Deputa-
d o s , e sobre a Liberdade da Im­
prensa, prohíhindo a publicação de
Periódicos sem authorisaçãò íiò Go­
verno,
A Imputou-lue
!-_!__ .1 C também ■ sinistros

3 . oy s l uinci 1^0 troç v,í'1
Ei-Rei Carlos X . , entrando em o
Navio, loglez i disse ao Capitão ——
O velho republicam Lnfuvele lie úusni
f e z tudo isto. 1
Mr. Sárrnnds se estazia com tal
Suceesso , que diz ser o Exemplar
do Estabelecimento da Liberdade
no Mundo. Elle. qualifica ao Du-
que de Orleans, Luiz - Filipe , eleito
Rei dos I1raueezes , como ã Perso­
nagem mais adequada á ta! Digni­
dade, peio seu Espirito Liberal” e
ímne caracter Constitutional: diz
que por esta Revolução , em qqé
nas Seencis de carnagem ' Tiouvèrãó
milagres de coragem, se estabele-
ceo hum Throno Popular, cercado
de instituições Uepublicanas.
O mesmo Esçriptor no Vol. II.
éstreye a Nova Revoluc-So ' ■* de Pa-
de P olítica O rthodox a . 119

ris de Junho de 18 3 2 , que obrigau


o eleito Rei a proceder corn vigor
contra os À.narchistas, ate pondo
cerco a essa Coipitcil. Drz que as
}j e\s p assatlas nas Ca tu araa se de *
veriao dcnosnuiiàr í ^ e i s d e C / J i o l t i et $
esoecialmente u da reforma do ÇV
digo Penal, f
'São dignas de memória as sejruin-
|es respostas de 121-liei Linz- kiiippe
aos Membros da Deputarão, que
foi queixar-se do seu Ministro ( que
foz ia esforços por manter a paz oa
Europa ) , e de haver mandado ía-
ser logo sobre os rebeldes.
*4 And a c iosame oie a11a ca do por
inimigos , he de Direito a legitima-
defesa. He tempo de dormir re-
heiiiáo ' em preg oei a Artilhem pa­
ra ma is depressa suppruni.-a. O
meu dever he attendee aos Re­
presentantes da Naçao, estudar as
necessidades e os votos do Fa?z,
Receberei sempre epm prazer as
representações bem fundadas. (ípSys*
terna que tenho
he o da convicção dè nunha
120 anual

«ciência. Sinto ter que de d;


€tu nada o mudarei. s>
tf ^ historiador no fim do voí. IJ,
manifesta a sua exaitaçSo -.republi-
€anaj # e iiivectiva contra os que
«appeliida — —diHiíFifMzriotf y e homens
do justo m eio. '-fiz .que o
havia reconciliado com a Santa
+4lllança — fí neutralisando o heróis*,
mo patriótico da F r a n ç a y e deixando'
camP° l1vre á pq!iidea : dos Gabi- *
netes despóticos contra os povos,
qoe se quizessem regenerar, ao nos­
so exemplo. ,,
O mesmo fiscriptor refere homa-
conversação entre o novo Rei e
, em que concorda.rio j que,
a Const11uícão •■Pcnier al dos
Unidos d* America do N or«
o me! 13.or £ $ti \ bel e d àli Oí| £,íJ
f corn0 tudo-, eile
, 0 n fio podia
as eircunsc ancias d a F ra n*
ça , e principal-mente' pela remini;i.S«
eencia dos. horrores da sua nevola-
ção desde 1789.
\ Lafayete foi suspeito de aspirar
a Wctadura, e foi demiííidp do
B5 P o l í t i c a '. O r t h o d o x * . 121

Comniàado Geral das Guardas Na?


ciònaes.
Concluirei estes Estrados com a
seguintes reflexões de Mr. Surrando
Nas circunstancias em que st?
adiava o \w& era Impossível desco­
nhecer o poder da impressão dolorosa,
que a pala vra RepubUea isa via dei- ’
x«do na França , e o horror qaç
este nome inspirava ainda aos con­
temporâneos cio Terror, e aos filhos
das numerosos vidimus , que tinhnò
perecido no seu reino. Hórridas lem­
branças cerca vã o íodas as imagina-'
èoes. -Vião-se ia renascer os Tribo-
,e . .

naes revolucionários, em que erão


prohibidos os advogados para a de­
fesa t e em que hum Jury,, que. se
dizia republicano , composto de trin­
ta , quarenta , sessenta assassinos juT
diciurios , faz ião correr rios de sail-
gwe na Guilhotina, aos gritos dq
viva n Uberdade ; então iiulistiocta*
mente -levando-se ao cadafalso todas
as pessoas mais elevadas pelos mé­
ritos, talentos , serviços prestados*
;8 Manóal

"nessa epoeha até a bclíeza' fj$


título- de proscripeRo. Reenrdavao-se
>únft nn h enu NaS*.
os: casamentos ' republicanos
xes 9 omie se faziã'o afogar homens
3 a i leres ; n o ’Torosog
o Terrorismo cm deliria ,er*
guiá. eru principio de governo, ,«e
a arvore da iihe reladc do vic\ s0 r ris
gada cie sangue &c.. &:c. 5,

•Da Opinião. 'Public#,.

d Opinião Publku lie a Rainha


Mundo,
A pregoa-se por in contestável-- esta
egra nos Estados .Constitucionais.
-Mas nestes mesmos Estados ha cons­
tantes e oppostos Partidos Políticos:,
cada hum dos cj.uaes inculca a opi*
niao respeefiva como a Opinião Pu­
blica e que obstinada men te aítkma
j

isér a fontiule da JVação,


Em íaes Estados ha perpetua e
irrecpneiliavel lutta entre a Author
rídftdé. è: a . LihprãqMc..., coui cjue sé*
de P o litic a .Orteiodoxa. I2â

*a passar
da him razão , que * ' conmrehende-
6 o
j ? m '#<?" Todos.
N ob Corpos Leg isle ti vos , eno quo
reside hum d o s . Poderes da .'Cons-
tit/Uiçao Rep resectati v&, ta mbem exis­
te o que se diz — Par lido de Qppo~
mçSq y.—- que promove os coo tend en-
te's interesses.do Thròno, rõno $ e do Po-
v o , e que sao de. J - -mui
- - 'l:aidl ,
se nao impossível s equilíbrio ir
ine sin os silo ' antagonistas , continua-
V."

mente forcejando burn prevalecer ao


ou tro , n ão lo!e ra n do Contradieçuo ,
feem quê ostente ui Liberalidade '
Só'se pode dizer duo Do mi­
nante a que alternativa mente -’preva­
ilè eé , e á q ue vu!ga r ineote se d á
o titulo de Opinião Publica : a pru-
as< vezes a condescender
sos d o te m po , pelo irn-
iniíiente perigo de resistir d tor-
renfe.
Opinião Publica he distincta da \
OpiniSp vPura. Pode ser mui correíi-J
te-;e extensa-alguma Opinião Poptr** f
lar y ou sufie&t&dâ por AuilaoiMadíÊ? f
■•TPPii ■ «im*» -

dos «tf» qua todavia seja"


a ' Opinãa Verdadeira; visto que te in:
ha vioo Erróneas OpiniSes iníSueutós
na Ordem Social e Fdieida.it» II u-
m ana, geraimente a c r e d ita d a s e
mantidas á ferro e fogo pelas Potes­
tades da Terra. (#)
\
YYv/
AA V .

Da Intervene ão do Govnvuo.
- y

Economia mal*

Todo õ Governo he Orguinisaeao


de Poder, .a fim.cie se reger o Po­
vo em .paz, e justiça, protegendo'"
suas mriust.rias honestas, e deixim-
do á eada indivíduo seguir sua.y,
naturaes .inclinações para os empre-
. .r »> ._A__ _ . . . ^

(*)r Áinda não está bem conhecido o C r i t é r i o ’


ã& V e r f á à e quanto as Opiniões P o litic a l Em 1831
se deo á lua em Londres a obra de M a k i n n o n — ELg
o d d P ro p ess o f O p i n i o n Public — e m que define O pí.
| ub.i.ica a opiui&o das ciasses Superiores e imc»
vias , eSpecialraçute das pessoas mnis intviiitçeiites
ric$.s , e moraes. Porém sempre foi , e ainda he *
disputado., e ' ciispytavçi, o gráo destes requisitos para
ear perfeita confiança na escolha. Onde he variavei
• ui. coptravcrtida , a Constituição do Paiz , verda^
«eira Opinião Publica he terra incognita.
DE Po ifTÍÊÀ O ItTKOBOXA. 1 25

gos do Bem Commum, e trocar


por ajuste os fr netos dos respeeti-
voa trabalhos: Isto, em outros tér­
reos , he proíegçr as pessoas e pro­
priedades, obstando á violência in­
dividual com a fore a publica. Onde
predomina esta liberal* e firme Re-
gencia, com razão se diz que o \
mu mio vcii de $% niesmo, }
Em verdade , o Author da N atú-‘
reza deo á todas as pessoas o cons­
tante instinclo e deseio de melhorar
- * , O ? t

de condição ; este" principio he tao


poderoso estimulo de àcça.o ,• que
todas as vantagens sociáes ? e o pro­
gresso da eivilisacao se podem á
die com razão attnbuir. El!e vem
a ser como o oeeuUo principio da
vida, que propelle a todos os indi­
víduos a erescer , e avahtajar-se s
e 11e a té re pa r a , em grande par te ,
os males que tendem a destruição
da existência-pelo abuso das nossas
faculdades. Tál he a (pue se úí% for-*
ça medicinal da natureza, que- pro-' j
ánz os mais saudáveis eííeitos no$
;pos . Moraes. das bm pm -y '-não
p-7T

1 N-UAL

obstante t o* erros dos Governo» ,. ç


povos. Por isso vc-se que subsistem *
é ainda consideravelmente prosper
ríío os Estados j. posto que de go­
verna -irregular, corn tanto .que. não
sVdeshonre o trabalho , e se franqueê
o- cmmnercioo
Porém em lodo deve haver .justo
ftieio entre os-extremos de governar
muito s t governar nada, ai oda em
objeeto de mera .Economia Publica*
Nos antigos Governos era censura­
do , e 'censurável, o vêr-se, quasi
em tudo, a Mão da aíútkoridade»
Mas nao convém, sem modihcaeoes,
a do piar o aphorism o ,, que tanto
agora se proclama — deixai passar
— deixai fazer.
Hum dos Magistraes Eseriptores
em Economia Politicã moderna , o
Professor desta Sciencia em Lon­
dres Mr. Cultoch (*) , no Cap. X.
da sua eminente obra expõe os casos
em que se precisa a Intervenção do

1*) Principles c j Political Economy — 2».


1830.
de P o lític a O x th o d o x a . 12J-

Governo ± para - regulamento dos Ne*


godos dos índi v i duos* O object o he
da medi.tae5o. dos Legiidstdo-
i’08 e Estadistas..
Hum. destes negocios, sobre que
o. Governo deve exercer a que elle
cluima — interferência hê o do Es-
tabeleciuiento de Bancos • visto que
tem festo-..enormes abusos de
tao.- util Instituição, ainda nos Es*
tados Unidos d' America. Jamais he
compatível com a Boa Ordem, que
a Legislatvtra, dê á qualquer . indivi* ;
duo ou Co rnpasi hi a, o direito de emit-
tiV: Notas de credito para circulação á
arbítrio dos, DiTectores .de tal Nego-;
elo, Isto equivale ao Direito de fazer
Moedaio que be contra a Constituição,
e contra a BLecta Administração.:
Pelo menos, he indispensável que
fj Governo exija Cuuçuo Solid d dos
D irectors do Estabelecimento, par»
que não fação Emissão de Nota»
dq Banco desproporcionadas ás ne­
cessidades da circulação , pelo trans­
torno que dahi rasulta á fort una ,
particular e publica. , ^
128, .. Manual

, . CAPÍTULO XXVL

Bans Imperadores•

Os antigas Povos' -não. cdftiiiterío


praticameute Governo RepreseaUiíi-
v o , aincla qoe ti verão, i dea de h.u-
rá**- 011 forma ée .Regeis-
€Í;áj;: comporta de. Monarckia, Avis-
foeracia,* Democracia , ç .qua .lhas.
pareceq a Optima das, Combinações
(fè Associação Civil.;;, mas a 'cpasi-
dérarão de..-.p-ouca duração. A hisío-
m ostra, que , depois ...de inces*
sánte e san^uinarías Discórdias Ci*
vis , ^ate a Republica Romaria veio:
a . oahir, peias guerras Civis ,.. em
Império Despótico, como o unieo
rémedío de salvação'. á Put ria diseor-.
dante , seguoclo diz Tácito. Praza
aòs Ceos que o Brasil escape de
tal desgraça.
. íl>- -J
Todavia este Império não foi des­
tituído de Bons Imperadores. So-
bresahiruo entre féfles Antoninu P io ,
c Mtivco liuyglio*Assim os descreve
© insigne Historiador da
b e P o l ít ic a Q rtho do xa. 129

cia e tíuinw- ão Império Romano»


Kites devem ser modelos aos Mo-
iHirolus f^nstitucionaei.
Miúrano Pio foi j ostamen te cha­
mado o Segundo Numa (*),'0 'mes-
mo ; amor da Religião, justiça, e
paz , foi o earacter distmetivo de am­
bos ei tés Príncipes. Mas a situaçao
de Antonino achou rnais vasto cam­
po ao exercício destas Virtudes*
Jfuma pôde somente prevenir qu»
poucas povoaeoes visinhas pilhas­
sem as casas huns dos outros.
Antonino porém difFundio ordem, e
tranquillidade sobre a maior parte
da terra. O seu reinado foi marca­
do peia rara vantagem de fornecer
mui poucos monumentos para a his*
tori a ; a qual, na verdade, he pou­
co mass do que o registo dos cri­
mes, loucuras, e infortúnios do Ge-
nero Humano. Na vida particular
eile era amavel, e ao mesmo tem­
po hum bem homem. A nativa sim-#;

(*} Rei de Hora» , cjuç primeiro çstabdeceo Çuii%


jPMôúg
. u
m jY! a n u a l

plicldade da sua virtude era livre de


vaidade, e ostentação. Elie gozava
com moderação dos commodos da
■sua fortuna, e dos i une center pra­
zo res da Sociedade: e a benevolên­
cia <Ja sua alma se manifestava na
alegre serenidade de seu tempera­
mento.
A virtude de Marco Aurélio era
de mais severo e laborioso genero.
Eíla foi a bem ganhada colheita de
muitas eruditas conferencias, de mui­
ta paciente leitura , e de muita no*
eturna meditação.. Na idade de doze
annos abraçou o rígido System a dos
Estoicos , que ensinou* lhe a sub met­
ier o seu corpo ao seu espirito , as
suas paixões á sua razão , e a eon-
siderar a virtude como o único
bem, e o vicio como o umeo m a.,
e a todas as cousas externas como
cousas indi Aferentes. As suas Medi-
tuçoes, compostas no tumulto do
campo , ainda hoje se conservao;
die até condesccndeo a dar lições
ue philosophia cm maneira mais pu­
blica do que talvez seria compatível
be P o l ít ic a O rthodox a . 131

■com a modéstia do sabio, e diarni—


dacie cio Imperador. A si;a vida foi
o mais nobre com men tar io dos pre­
ceitos do Zentio , Author da Seita
Estoica, Elle foi severo á si mesmo»
indulgente ás imperfeições dos ou-
írps, justo e beneíico á todo o Ge-*
nero Humano, Elle se-lastimava de
que Avidio Cassa, que excitou huma
rebellião na Syria, o tivesse, por
mor te vol unta ri a , privado d d p ra z er
de converter hum inimisro O em amiço; o
e justificou a sinceridade deste sen­
timento , moderando o zelo do Sena­
do contra os a dhe rentes do traidor.
Ei!e detestava a guerra como des­
graça e calamidade da natureza hu­
mana ; mas , quando a necessidade
de justa defensão o chamava á to­
mar as armas, promptamente expu­
nha a sua passoa, ainda nos rigo­
res do inverno; o quo por fim foi
fatal ú fraqueza da sua constituição*
A sv.?.a' memória foi reverenciada pelai
gruta posteridade.

9a
132 Manual
CAPITULO XXVII.

M e t a m o r p h o s e s .

N este scctilo, que se diz de lu­


te* , a Instabilidade está substituída,
a Estabilidade das Instituições civis ,
e se mostra .variável o Direito cura
«ue se devem reger as Nações; tem-
se visto os. roais ex trao rd in ary
exem p los de Metamorphoses l oliti-
c a s, ainda mass mysteriosus que as
Metamorphoses Physicas.
Vio-se a Monurchia da França
convertida em Republica yigvuua-
rm, e depois em Império Me.spotJ-
co ’ e Trioropbante, mas cm breve
presidiada por Potências inimigas,
e revertida á Monarclua Vonsato-
cional, ora ameaçada de cahir ua
^narchia. , ,
Vio-se a Hespanha invadida peta
F ran ca ú face, e com indifferença
de Inglaterra. Vio-se a G reeia, a
tolônia e Bélgica, reconqmstanao %
sua independência de Déspotas visi-
»hos, fazerem. justes esforços pela
be P o l ít ic a O rthouo xa * 188

sua liberdade; e por Qm receberem


pura Sopremos Cheios a Monarches
15straníjeiros.
Isto dá evidencia da fallibilidade
dn a sse re a o , q ue t oda a N a çao q oe
ipser ser livre, não deixa <ls
lie segredo da Providencia (a qort
se (leve resignação ) que a Força »
e" não a Justiça? ■>*
decide da sorte day a
isa coes.
íi Jp
CAPITULO XXVIII.

Decreto da Regencies.

A R e Por ran está d Ordem do


Dcve-se executar a Carta de Lei de
12 de Outubro do corrente anno,
«i>e ordenou aos Heitores dos Depu­
tados da seguinte Legislator» e lhes-
conferirem nas Procurações facul­
dade de fazerem reforma dos Ar­
tigos da Constituição do Império ,
fjue a Assemble» Gera! declarou re~
f o r m a v a s . A Providencia iir.-pit c a
"Decisão que fui* conforme ao I
dadeiro Interesse
134 M anual

ÇofT.o porem essa Lei ui'o obi igtl .


a Nova Legislatura a effeituar a rc°
forma* visto que a Lei Fundamen­
tal só a authorise depois de se toiv
mat* a propor, discutir 5 e vencei a.
materia (Art. 17.7) sendo entretan-;
t o 5 pela garantia do Art. 1/3 S-* \
mesma L e i , livre á todo o
dadão emittir os seus^ pensamen­
tos, farei breves reflexões.
Reformas radical em Crise do Ls*
tstdo he perigosa. i «
Que dirá a Sociedade eml cia
Jíaçâo Brasileira, se, tendo unam-
mente aceeito e jurado u Consti­
tuição Política do Império, e reli-
ciosamente guardado por hum Septen-
m o, uté celebrando em 25 de M a r-
€ 0 em Festa Sole ame o Amiiversa-
rio do Juramento da mesma Cons­
tituição , manifeste vicissitude de Ca­
rácter 9 mudando do \ ontado L ae«o-
jiaí, sem a evidencia, dos males dos
Artigos Constituoionaes ?
Firmeza da Religião do E sta d o ,
Estabilidade da Constituição do
iro,são as duas 1 "
de P o l ít ic a O rthodox a . 155

Salvaeao do Estado. Este he o mais


Geral Voto.
A C od s t i t u1c*Tio do Impe no , cpie
reúne as suhstaneiaes vantage os o as.
!Ã,re,.t.» tW.i.n» J . S':»e»>? '«=-
{>u lu r , congraçon o Brasil coin to­
das as Nações eivilisadas, cujos («••••
vemos logo reconhecerão a sua i n ­
dependência , e diligenciarão a sua
Amizade, conservando-a depois da
Abdicarão do I* undador do Imperã)*
A Asfcmblca Geral na Sessão
finda fez Liberal Lei para N atura-
iisacão de Estrangeiros : sem a cer­
teza de Estabilidade da Constitui­
ç ã o , como se póde racionavehnen-
te esperar a emigração de indus­
triosos para a T orra da Santa Luiz,
receando instabilidade de Legislação ?
A Constituição providenciou imã
* rin ; tt; 7 ff í f A .*4-
pnnienttíiwente no nt*
A AssciiihlcT Gera! na pinicl**
u pio das suas Sessões examinará,
«« se a Constituição política do Es-
“ tado tem sido exuctumente obser-
“ vada, pare prover como tor justo.
■— O destino pois da Lei he que
— SEJA PERPETUA. . '
O escrutínio dos defeitos da-Cons­
tituição convinha que fosse íogo m>
começo da Sess&o* e nao depois de­
tento interval!®,
JNo Art. 174 determinou: a Se
*c passados q uatro an nos depois de
« ju r a d a a Constituição do Brasil ,
*5 se conhecer, que algum dos sem.
“ Artigos merece refórma, se far A
*c a proposição p o res cripta, a qual
“ deve ter origem na Camara dos
4i Deputados, e ser apoiada pela
« terça parte chila. „ :
Na segunda. Legislatura nos dons.
primeiros annos não se conheceo que
algum dos Artigos da Constituição:
merecesse reforma. Só no terceiro,
«mno da SessSo da mesma Ijegisia-
tura por nova luz he que appare-.
ceo 0 Project0 tis Rejormu., e não
so cm itlguwh A rtig o , mas ern mui­
tos Artigos, e ainda T itules, pro-
posto Cfcítíi recentes adias ll
He ineomprehensivel corno se pos-
§1q D ireito Commmxi e P V trio ,m
DE POLÍTICA 0 rTH©DOXA. 13?

menoridade de Imperador , e f f e i -
tu ar e saneei on ar reforma de Arti­
go*'Constitucionaes- , ou correlativo*
Á d ie s , formando-se «Novo' Pacto
Social em Nome cio Imperador, mie
ainda não tem idade para dar vali­
do ao assenso. Seja-me- li eito dizer
c/onvo EpSco das Lusíadas— Impos­
sibilidades não façaes.
.A necessidade real one mais '-im-
mediatamente se experimenta , lie o
complemento das Leis Regulamenta*
res determinadas na Constituição , e
especialmente a organisação do Co-
digo Civil. A Política experimentai
dicta a guarda dos Apliorfsrnos de
Prudentes Estadistas — Tudo tem sem
Tempo. — O mediocre kc firme — A \r
vezes o Optimo he inimigo do Bomfi
a Governo deve uiiender ã Opinião
Publica das classes illnstràdas: mas'
nfio condescender com a populaça mo
v e l , e mudável, agitada por \tmihi
cio nos demagégos.
' U n iã o P olítica e R e lig io s a h e ne*
cessa ria para a H onra e Prosper!*
d&de da Pátria, Aos C o m p a trio ta *
338 Manoal

pojs recordo a Monitoria do Apos­


tolo das Gentes na sua Epistola aos
Ephssios Cap. IV. — 14.
4ií Nao sejamos já meninos fine tu-
antes 3 nem nos deixemos levar em
roda de todo o vento de Doutrina,
pela malignidade dos homens, e pela
astúcia coin qua induzem ao erro. ,,

CAPITULO XXIX.

Boà Ordem : ■1Ilusões Populares»

Boa Ordem he reclamada por io­


dos ; roas tem sido tão extensamen-
te experimentadas as fataes ílht-
soes Populares sobre a. Constituição
Politics, nas classes inferiores e illii-
teratas, que não posso findar este
Manual sem fazer advertências , para
desengano dos ullucinados.
Os Demagogos , para adquirirem
credito, e influxo nos povos, lhes
insimião falsas idças, e vas espe­
ranças ; mas os que só tem em vista
a-verdade, e. a Boa Ordem, não
devem pretender . popularidade por
de P o l ít ic a O ktuodoxa .
'■ ,, 1
»
J

via do-imposturas nos espíritos .fra­


cos', sacrificando a Patria, a si s @
an vktimas da credulidade.
Todas as classes redan)ao Igual­
dade de Direitos Civis- e. Politicos ;,
«aas a Constituição s6 corwredco a
possível Igualdade permite u L e i,
declarando no Titulo VIII. das Ga­
rantias Art. IJ9 13, A Lei será
•igual para iodos.3 quer proteja ? quer
castigue, e recompensará em pro-
porção dos merecimentos de cada hum.
O vulgo illude-se, e crê , que
cada indivíduo tem direito á todos
m Empregos do Estado, sem as ha­
bilitações competentes ; e porfia em
exorbitar da sua esphéra , e subir
de salto , e seio graduações , é.%
maiores Dignidades do Império.
, Cada pessoa tem seu valor poli­
tico, pela variedade de talentos, es­
tudos, exercícios.; mas todos não ser*
vem para tudo.
A Constituição reeonliecco a ne­
cessidade das Distincçáes, e ainda dos
Privilégios annexos aos Cargos. Por
fina! .ofierecQ as seguintes deuUinus
140 M ánimx

do celebrado Parlawcntano d>* In­


glaterra Edmund hnrhr : dei a
Estrnçtus cie smu obras Políticas;
& Económicas no Mj o os J&neuo
bo anno de 18115-
' 4< .Boa ordem he o fondasnenio do
todas as boas çousas, O vernaumpo
politico , nn reforma do Estado t devo
Kempre ter ero • vista fazer cjius o-
povo , sem - ser servi! , seja sempre'-
«locil, e obediente* Jamais se deves-
por arte desarraigar dos seus espi­
rites os esseoemes princípios da ó u - •
Iwrdi nação CtviL Deve* se habitual-**-
a respeitar as Authoridades, e as.
propriedades , de que não pode par­
ticipar. Deve-se-! lie p e n n i u r qae
alcancem, por meio do ■seir tfuba-?-
Jho , (.«do o que se pode obter pela
ref ividade da industria honesta? nias
deve-se-lhe sempre ensinar o reli-
ffioso sentimento > que, aehanao (o quê
he ma.is "conamiun ) os seus esforços
ilesproporcronados a conseguir me­
lhor sorte . esperem para consolacao
«lê suas fadigas o obter na vida f u - :
íutíx as retribuiçSes c-etx>geu*i\tor
íse P olítica O rthodox a. 141

da Divina Justiça. Os que privão o


povo destas consolações, nuo fa­
zem senão amortecer a sua indus­
tria , e cortao peia raiz os meios
legítimos de toda a aequisição , e
cie toda a conservação. O que assim
pratica, he o ma is cruel oppressor,
e immisericordioso inimigo dos po­
bres e miseráveis; e ao mesmo tem­
po expõe os fruclos da industria
feliz, e as acgumulacoes da fortuna,
aos atúiques dos indivíduos indi­
gentes e desditosos, que mallográ-
rã o os seus prolec tos de melhora do
* t/

condição.
O-rganisar Governos he cousa que
não requer grande sciencia'; estabe­
lecendo-se o poder ern hum lu g ar,
e foi:çando~se a obediência em outro,
a obra está feita ; mas para se Inzer
o que se dk Governo L ivre, requer-
se espirito reflexivo , combinador * es
poderoso, para conciliar os opp.osto»
elementos de liberdade e restiicçao
ern huma Obra Harmonica.
Os aduladores do povo jattmis po­
dem ser seus legisladores , e guias
6
C
M anual

se alsjum defies nu»is intelligente pro-


põe hum systema prudente de m -
berdade contida nos gustos Jimitea,
immediatamente os rivaes iam-aomaior
preço era Leiiãft , e promeitem .!•
Aeneas e felicidades maiores, Imme-
diatamente se excita suspeita e
infidelidade á Causa Pubbca contra
os mais sabios; a moderaeao ^ he
senteeiada por virtude de cobarues,
„ a concordata se julga prudência
»ie traidores. Assim os bo n s, oa
são sacrificados á ignorância do po­
v o , e á rivalidade dos emulos; 00
com vilania , e tortura das próprias
idéas, seguem, a torrente de partido
ipais iniquo, e consumáo pelos pró­
prios talentos a Rnina da Nação. ,?

FIM
148

A P P E ’N D I C E - r

1 / NOTA À’ PAGINA 5.

A calamhiade das tempos, nota­


da no Breve PoniifUio , em que se
tecommenda a conservação do Ca­
tholicisms no Imperio do Brasil , he
hem descripta na obra de Mr, Par-
tails, celebrado Ministro dos Cul­
tos no imperio Francez , cm que
expoe a Concordata, que Bonaparte
fe/j com a Santa Sé. Oiíereço os se­
guintes breves extravios para instruc-
eao dos leitores cândidos, e confu­
são dos apóstatas da Religião do E s­
tado, qtie até com baldoes e sarcas­
mos tratao de idiotas, e hypoeritas,
os que na o abjurao á Fé de Chris­
to , consignada no Evangelho Eterno
(.■■secundo a phrase do Livro àè
Apocalypse) que , sendo destinado
pelo Deos de verdade para a Re-
dempçao da degenerada Rspecie Hu­
mana pela pratica de Virtudes , he
impossível que nao seja verdadeira ^
■ 144 A ppsndivéí

3 ja.deqpad^ :á felicidade- soGiíi!. EHtl


tern suhjrs^ido até os eptehdimen**
tos ;. á® .-Locks $: que . confessou' alii
entac a Piduvra d a Vida, e de'NewiotiJ
/ y

qas até fez pio coimnentario aoi:


t'Jpttcalvpse. ■■■•vCy
- éí (.) Gathol.icisnio foi . -sempre
Religmo -Dominante na Franca, O
Clero era, a primeira Ordem do Es­
tado* Isto -desapparecep^com. a R e - ;
voluçao* Então for proclamada a 14*-
herdade das consciências. 5,
u He mais facil redigir leis,
que ganhar os espíritos, e mudar-
opiniões. Todos os partidos se ace usa­
rão reciprocamente : a desordem ebe*
gou no seu cumulo. M
A primeira questão he: A R e­
ligião , em g eral, lie necessária ao
corpo da Nação ? ,,
is Nascemos em Sociedades for*
m adas, e nelias achamos tom G o -f
Temo , instituições ; le is, hâbitós f <
maxim as recebidas. Ignoramos' a sud«
cegsm t: influencia que estas cousas •
tem tido sobre a nossa civilis&ção *
p ainda coaservãò sobre •os cos*
A ppend*cê. 145

j&ntés Públicos, e sobre o Espirito


.Nacional. „ 1
*'p oniiaado muito em os nossos co-
fine ci men tos adquirido» , altivos pelo
estado, de perfeição á que temos
chegado, imaginam os, q u e , sem
qjgum perigo para a felicidade pu-
Wtca , poderíamos daqui em diante
renunciar a tudo á que chamamos
prejuízos antigos, e violentamente
nm x separamos de tudo que nos
te m c iviIis a do . , ,
Daqui provém a indifferencà do
nosso século á respeito das Institui­
ções R eligiosas, e por tudo que
nao he ligado ás artes e sciencias:,
e aos meios de industria e commer-
oío. » e de Economia poiitica , sobre
tJUf parecemos fundar exchisivamén-"I
te a P ^ P e rid a d e dos Estados. „ •
■ Sejão quaes forem as suas van­
tagens, e o aperfeiçoamento da nos- "
sa espeeie, todavia os bons espíri­
tos serão forçados a convir, que ■
nenhuma sociedade poderá; .su b sist'
tij- sem Religião. „
“ .^erque^ W istern Leis ? PorqUe s.
1;4G A p p e n d ic e .

existOtn ^Magistrados ? Porquê .se pro­


põe recompensas e penas ? He por­
que os homens nao seguem unica­
mente a sua razão.
‘f À s Leis só reg u Ia o certas atv
coes ; mas a Religião abraça a to­
das. As Leis só retem os braços ;
ui as n Reí igi a o reg 1i!a o cg ração. ^
(h h o men-s y ai u d a que se es-
çlareção , nunca se trnnsfhrmãonem
Jp]:Q$. Por tanto não se póde espe­
ra r, que3 comm u o iea n do •se luzes aos
povos, os homens se elevem á ente*
go ria de puras intelligtncias, ,,
66 À Moral sem preceitos e ritos
de Religião positiva, deixaria a ra*
%ão sem regra: a Moral sem dogmas
religiosos , seria Justiça sem T ri*
hunacs, M
u Diz-se que he suffieiente a Re*
Ilgião Naturài. Mas Platão, Cicero,
e outros eminentes sábios da antigo d
dade, errarão e reconhecerão a insufE-
çíencia das luzes da Razão. Era pois
ueeessaria a Revelação. 3Í &c, &o.
* •

•*\
AppenDJCE.

2.a NOTA A’ PAGINA 8.

A vista destas Regras, se desva>


iiecem as calumnias , que impios e
áufieis tem fèito contra a Religião
^ h rrstã y imputando-lhe as discór­
dias , .guerras., e ptrsegui|5es, com
que os Pi^ipipes da Christandade
tem obstado ao progresso da civi-
lisação, e que tem occaatonado di-
vi^ao e ruiaa dos Impérios. Taes
desgraças da Humanidade tem por
causa as paixões da soberba, ambi­
ção , inveja , cobiça , que produzem
eegueim nos Governos e Povos s
quando se apartão da 1iberal obser-
vaneM da Doutrina Evangélica , e
c oi)$idera o p or M m im as de Estado 5
que Política he só Arifchrnefcica de
Imieressea mundanos , e a Arte de
Simulaçõesy Fraudes , Rapinas, Vi­
olências , Corruptelas &e. P raza a09
Geos que o Chefe Supremo da Na-
cão sé conforme sempre m ditas
regras ; e q ue, p o ^
• diáèr çotno
■q tiei €*\Justa h é a
' 10 li ■ '
’pS" Arpi:M5i'CE.

<f lavra do Senhor — Haja- sómente.


u p a z c v e r d a d e e m m e u s d ia s ( h u i a s
/' „ 'V
\JLip. ÃVAV aIA1Y — M O\
y Bin I8S5 se deo á luz em Paris #
obra de Mr. Jouy— u Moral appheadct
d Política.—■Seria digno de Oi:;th<v o.ip
jTiiieiaío fazer ain a mais instructive .■
obra—o Evanpys!ho appucaxlo ao Governo*
Tendo a eon^eiencsa, da rainha
inferioridade e inconvpeteneia... pre-
judiei o meu Alarmai com algumas;
Regras da Política de Christo , eni
que se doutrina a Integridade do
Estado — a candemnaead do l)espo«
tismo— 0 Espirito de Paz — a T o­
lerância de Suites — Prey.eneao de
#iií:M’ra—Prudência em Reformas. Es­
ta $ Regras Ca p itae.a devem esta ran te
os olhos de todos os Cidadãos, e es­
pecial mente dos Delegados da Nação*

3 a NOTA A' PAGINA 41. A


".Estrados do E scrip tor Americano *
Roklmamu

. A ConstituiçãoJ> '
dos Estados ■li or*
'doSr oík>‘•. declarou Reugmú D-otwfr;
.V, ... '
A p p e n d ic e . J'4S E

ikflte , #Hiz Jefferson , Author da


Declara olio dos 1) irei tos ) a fi(n de
evitar ^Intolerância» PerseguiçõesV
Hypocri sia : el la aeliou o Paiz na ple­
na Liberdade de Consciência, de
que se achava de posse desde o Esta­
belecimento das Colonias;Britannicasy
A Constituição do Imperio do Bra­
sil. conservou como a Religião do
Eslndo i\ iieligiao Cath'olsea, Apos­
tólica ? Romana, que a Nàeáo Bra-*
siicira sempre .cordialmente" profes-
sara desde o Achado da quo se hui?
iiiloU' Terra da Santa Cruz, levantarii
clo-se ern Porto Seguro o IMmeiro
Altar, Infeiizrnente porém já sente
os effeitos da Incredulidade do secuio*
He com tu cio no to rio o progresso
que a Religião Christa, e ainda a.
Religião Catholiea , está fazendo
Matriarch a da Liberdade Amencaon.
JNa Cidade da Washington, onde está
o Congresso do. Governo em 182 L
ge publicou a .magistral obra de Atu
ionji Kokímanri, Reitor do Seminário;
C.atb.olico.. desta Cidade , em que e»„.
poe, os Principles do Syslcma Vmia*
Awendícis,

rio, em defesa do Ghristíanisme f em


dous Volumes de orthodox» e profon-
da doutrina da Fé de Christo , tjue
recommendo aos Leitores. Aqui offe-
reco o l.° V da Introduccão da obra*
t( Huma Religião sempre attacada,
e sempre victories»; huma Religião
que recresce em força pelos mesmos
meios, que pela natureza das cou­
sas devia anniquillal-a , quero dizer ,
das mesmas perseguições, heresiasy
e sehismas; huma religião em fim j
que tem resistido aos ma is violen­
tos attaques, e combinados esfor­
ços da Gentilidade , Libertinagem ,
e Potestades da te rra , por não me­
nos de mil e oitocentos annos ; tal
Religião he incontestavelmente, e
eminentemente, obra de Deos. Ador­
nada com tão accumulados trophé-
os de tantos séculos , ella solemne-
mente proclama a sua divina origem V
e compelle ainda aos seus invete­
rados inimigos a reconhecer a sua
nativa e invencível força: aqui está o
Dedo de Dcoí. Tal he a Religião d#
Jesus Christo*
A p p e n d I CE. jg j

4.» NOTA A’ PAGINA 74.

Benjamin de Constant , o mats acre*


mtpdo-_hscnptor deste seeulo sobre
C onstiucional, tombem m .
oUfou jiuurn obra sobre u Reljo-ino -
mas nfU) ]le .sef?nra Quia enT tal
^ j e c to ; pop ter feito religião de sea
mo e , pouco niais ou menos sc-'
mediante a de seu compatriota lieu-
oel, ham dos Membros do Directorio
f,d 1aiu;a Revolucionaria, one
borrorisado do Projeeto de Extirna-
l,f toda a Religião, da Faceão de
Hebert, teve a phantasia de sé fazer
0 l atriareha da Nora Seitu dos The-
ophdantkropos, que significa amantes
P eços e dos e,nshom que be mero
T f1f a t o da Religião Christa, mas
desfigurada e espoliada dos Dogmas
c a Revelaeao do Salvador do Mundo.
1 orisRo preferi « recominendei a don-
Daiut de Mr. Fritot quo se acha no
Voi. t Cap, 8. Este pio Esoriptor rna~
mtesta Ortbodoxia por toda a suit
obra, e na Conclusão do Volume N Í2
psg. 394 diz: Jesus Christo proclamou»:
152 'A ppendt€ e s

, 66 Eu sou a verdade e á vida,


( Ev. S. João Cap. XIX. 6. )

5.a NOT A A’ PAGINA 76.

Triumpho da Religião Catholica.

Proximamente o Governo Rri-


iannieo abolio os intolerantes E s­
tatutos contra os Catholicos , pela
força moral da Opinião Publica, é
ameaçada resistência dos seus súb­
ditos da Com mu nli ívo da Igreja de
Roma; no que nao condescenderia ,
se não reconhecesse a immensa e
irresistivel maioridade que reclama**
va os Direitos da Consciência.
Recommendo aos Leitores a ex-
çellente obra do Bispo Poynler , pu­
blicada em Londres em 1827 com o
titulo de — Christianismo, ou Evi-
dencias e Caracteres da Religião
Christ ã.
Assim diz na Introducção.
“ A Instituição e a Propagação
d a Rei igião Ch ris tã são G ran des Pu?
blicos Factos, nuo menos que os do
A p 'PENDICE* Is i'
Esiabefecímettto e extensão dè algum
R ebo e Império da Terra. Por- suaè
uniformes JLeis da F é, e geral dis­
ciplinada Religião Christa tem unido
ns Nações, da Europa em Isuma vas­
ta -Sociedade-, e continuado a regu­
lar a sua conducta religiosa e moral. „
i6 Ella be a Obra de Dèos; magni-
fiea obra, para cujo estabelecimento é
sustentáculo tem manifestado o seu
Roder, sua Sabedoria, e sua Mercê
e Bondade. O seu fim he a gloria
de Decs , e a regeneração e eterna
felicidade do homem. ,,
^•Alguns que se intitulão philo­
sophy s , tetii rejeitado esta Religião ;
porque doutrina mysteries incomprè-
hensiveis á sua razão. Mas a exis­
tência de íuiro grão de areia também
he rnysterio. Como foi creado! Istd;
he mysterio. He- elle increado, %
existe por- si mesmo? hso he ainda^
maior mysterio. A existência de Dèòsy
he mysterio, porque a sua natprèza
e attrihutos são ineomprehensiveiã
á razão humana. „ ^
154 A ppend i cê.

&• NOTA A’ PAGINA 107,

>4FImprensa Periodica he Aspiran-


te d Primeira Potência, e a ter a sua
mercê Coroas, Dynastias, Author ida*
desy L eis, Reputações.
Cahio do Throno da França hum
Monarcfaa Consti tucion a1, que po ti­
co antes assoalhara ao Mundo o Es-
pectaculo de Prodigioso Triuinpho na
Conquista de Argel, com Resgate de
Cativeiro da Christa ndade , libertada
da Pirataria das Potências Barba­
n c a s ; Empresa que nunca teve fe­
liz jsxito com as formidáveis Expo-
Imperador Carlos V, , e
EI-Rei Luiz X IV , na plenitude de
seu Poder , ^i
A Maxima Cu 1pa de Carlos X ., que
lhe foi imputada pelo Corpo Le­
gislativo da França , em realidade
li ao se mostrou mais que a Resolução
motivada pela Representação que lhe
dirigio o seu Primeiro Ministro P<h
Ugnac sobre a necessidade de pôr
Ordem ás Eleições dos Deputados,
e prevenir as desordens da Liber-i
. V -.3
A pppndick. tin
dade áa Imprensa. E is e x tr a c t o s d o
Relatono daquelle Ministro, que se
pobiieoií em Londres na Obra d l
Jof, f urm. que tem o Titulo de
“ As suceessiras causas que tem
concorrida a enfraquecer as molds *dó
Governo Monarchico, tendem tò b »
d mudar a sua natureza. A Autho-
r dade, espoliada de sua f o r c a mo-
ru<i i na Capital
■r *^> V^nvinlíu*/
i sOvincias, naa-
pode contender, senão com dmvrirt-
tagein, p l as FacçSes. Perhicio*
sás e subversivas doutrinas se pro*
paftão_ por todas as classes da no-
pulaçato. v» o
Aetiva , ardente , incansável ma­
levolência trabalha por arruinar to*
Ws^ps tundstíiientos da Ordem; Cabala
«e facciosos, destros em converter
etn sUa Vantagem todos os desconten*
tament°3, excita todos os odios
fomenta no povo o espirito de des­
confiança e hostilidade ao Poder
e se esforça por espalhar por toda
a parte a» sementes de rebelliãó
« guerra civil. ,, v;.w
1I5J-;

i. . ^ s Pa s P ° 1i t i c i i s , a t e a gotiU
jtaaas as alturas dá Sociedad'e- come-
.ctio a penetrar ate as profundezas dei?
te, e estimular as classes populares,
4< He facto, que em todas as ter*
iltis q Imprensq periodica tem sido;
e pela sua natureza ha c!e ser, irisi
trumento de desordem e sedieao ,,
Pela violenta e incessante acçno
cia Imprensa he que se podem ex­
plicar ps numerosas e tiro frequen­
t s variações na Policia interna. Ellii
w o tem consentido, que hum regular
ç estarei systerna d e ^ w e r n a ^ r c m ?
fp lid e, nem que se dedique alguma
constante aUeneíto á introduzir em to
dos os ramos da Administração os me*
]ho ra men tos de q ue s ã o s us<*e pt i ve is;,,
Desde 18i4 todos os -Mi n isle ri o$
formados sob diversas in9uencias ,
§ sujeitos a dire ecoes oppostas, teia
sido expostas aos mesmos at ta q ues,
f á mesma licenciosidade das paixões.
Sacrifício de todo o genero, con?
çêmom dé poder, confraternidade
df partidos pão tem poclido
m do convmum destina, ;M
A í >1*e ?í d í í D É .

f A sua arte, consiste, não eat


slias tit air pruriente liberdade de exaí
snc li mui taeil submissão/. do etfpi*
rito ; mas a reduzir á problema a í
rnais estabelecidas verdades ; não a
excitar Iran cu e util controvérsia
sobre questões políticas, mas ctpd»
l a s em falsu luz, e resolvei as por
S o p l m n u a s . 9,

A ui Imprensa tem excitada con-


fusão, fios mats rectos c$pk*ito$
tem abalado as mais firmes convic*
ções, e produzido na Common idade
desordem de princípios que a pre-
cipitao ásrnais fata.és tentativas. Ella
pela anarch ia das doutrinas prepara a$
viets para a anarchia de Estado. ,,
** A licenciosidade* da imprensa
que tem ultrapassado todos os mar-*
cos, não respeita, ainda nas mais!
Bplernnes occasioes as palavras pro*
nun ciadas do Tlirono :
pérfidos commentaries, e os -mais*
insultantes ludíbrios. „ f
(( Islo nio he tudo. À Impren-
sa tende a- nada menos que a subj iih;
Sar a Spberaniaf e
m ÀTÇmmGÊ.
^Jfe4eré|? de^rEslado^ Ella pré tende
i s . Opinião Publica i
élla espera dirigir os debates dm
^u a s Oamaras, ^
e “ He incontetiavel, que ella lhes
leva o pezo : 4 e sua influencia 9 não
menos fatal que decisiva. Ella ar*
noga esta dominação na Gamara
dos Deputados ; o qúe he manifesto
calcula de oppressã@ e tyrannia. Os
^Jornaes perseguem com seus insul­
tos e uUrages os membros cujos vo­
tos lhe parecem incertos, ou sus*
portos. Assim a liberdade dos deba­
tes se tem sumido debaixo dos rcá*
terados goIpes da Imprensa. ,,
'Dove-se confessar, que não ha
força capaz de resistir á bum d m
solvente poder tão active. A lropreuf
m m Gmpital tem achado activo®
auxiliares nas Imprensas das Pró**
vinçiosf que, em combates focaesl
excitando íciumés e odios , inooleut
terror aos espíritos fracos j e ts
ração as authoridades cotii incest
sanies intrigas, e exercem decisiva
influoneda íj»as^Elçio5e^,: «?\ .
■Ap p ê s d í c *;. Ml
‘ ■“ Não nos enganemos. NSÍ0 esta-
mos inais na ordinária; cendicão de
*uVn . . oveFDo Representativo: ó»
princípios sobre que elie foi estabele-
tido i nao podem permanecer inteiro»
ei)lre 'Vicissitude»' políticas* fím ué
turbulentademocracia ,
mirado ainda em agi nimm Leis,
tende « se pfo no tu^ar, da poder
_yia dispõe da maioridade
das Lleiçoes por meio dos Jornaes,
e com ajuda das suas numerosas
ZMMcaadesa/ifítídas.,,
‘ *4 Imprensa periodica não tem
desenvolvido menos ardor em per-
seguir com seus inficionados dardo»
a‘: ehgiõo,e a seus Operários. O
seu object»" he, e será sempre, des*
arrargar do coração do povo ainda
«.germ e de sentimentos religiosos;
Miu conseguirá ® seu intent* -:«t-
tacando as Fontes da Fé, envene*
nando as matrizes da Moral Publi­
ca > e cobrindo os Ministros dos Al­
tares com escarneo e desprezo. „
2 ‘ systema de diffaroaeão„
♦ mentira, coi» e«cola$ de escandal»
A p p e n d i CE*

© licenciosidade, se tem dado falsa


dirccção aos espíritos do povo, que
se enehe de preocupações : e assim se
desvia de estudos sérios, retardase o
progresso das seiencias e artes, e ain­
da se entretem no seio das famílias fa-
taes dissensões; o que por g rã o s,
faz retrogradar a Nação para o bar*
barisrno. ,,
f

7 : NOTA A* PAGINA 113.

A Honra da Agricultura se exal­


ta pelas Declarações de Christo era
suas Parabolas, e Sentenças, No
Evangelho do atuado Discípulo S.
João Cap. XV. diz : Eu Sou a . Yí*
d eira verdadeira , e men pui he &
qgricultor* Elle também se intitula
o Bom 'Pastor que dã a propria vi*
da pelas suas ovelhas.
^ Em varies lugares compara o Reino
dos Ceos 'corn o governo economic^
do; Lavrador, Semeador, e cio pai
de famílias que plantou hum a vinha.
Ipslòuou/que se olhe 'para ?os lírios
4o ícainpo -dizendo:. serem ;de maior
A-P,PSNDIC£.

ídquezrr- e beíleza que a de Sàlo*


tiião em'' toda. a sua gloria. Repre-
liemleo aos jornaleiros ociosos d á
Jerusalem. 'Predizendo o successive*
‘progresso d a 1 sua Doutrina Evangel
llea 3 a -assemelha á hum grão--da
m ostarda , que hum homem lornoti,
õ --iaoçou na sua horta, e que eres*
ceo até se fazer -huma grande- ar-
vore j e as aves do Ceo repousarão
n o s -seu s r a mos. ( S . Lu c. X III. IS .)
- , Ainda que a .Agricultura precise
das' -ajudas das - outras industrias ■da
'Sociedade , com tu.do sempre tem a,
-primazia de A r t e V ita U

' *8 * NOTA A5 PA G IN A 115A -

R ei ■ foi -denominado o
C id a d ã o
■Buque d’ Orleans , quando foi efei­
to .em P ariz Mon a rena Constitucional
;|)ára o Throno levantado pelos -qua
se dizião h o m e n s ã e J u l h o . Faz-líra
honra -o dito que "Mr. S a r m n s r e ­
fere. .' Tendo noticia da conspiração
da Dtíquéza- de B e r r a , declarou que»
'■se fosse "presa^estú-Prittcejsav -a-jul-
li
262 A ppe n d ic e .

iioa teria o seu curso; mas que 9


seu reino jamais testemunharia san~
g utnosa tragedi.a .
No Jornal l-itterario e politico de
Inglaterra —- Westminster Review- <ie
Outubro de 1-832 pag. 424 e $Gg, ,
descreve o estado convulso e
perigoso- da Franca com suas novas
Revoluções 0 Legislações. Ha violen­
tos Partidos que provocuo a guer-
3a estrangeira, o ameacuo a resta u*
vaçíio da Republica de ‘Robesoierrç.

* NOTA A' PAGINA 138»

No Periodico mensa! Inglez Bla


hrmd’ Edimburgh Magasin de Qu-
tubro de 1832 se fazem InstruoliU
vas reflexões contra o Propagan-
dismo do Espirito Revolucionado
da b rança depois dos seus intitula
c#os J ) diiis Gloriosos 9 c "Wtctovia
das Barricadas de Julho de 1830.
Qwao tranquillos erâo antes des*
^ Epoch a os Estados noais cultos da
Europa ? Quao delicjosa a apparen-
citi que. DiaaifestaYuo da sua pro^»
A ppendicjel Iggf
peridade ? Desde a queda de Na­
poleon , cada Estado havia feito mais
rápidos avanços em riqueza , civilí-
saçíío, e felicidade * do que antes
em meio século. ,,
À real liberdade estava extern
dendo as suas raizes pela tranquil-*
lidade da paz ; as paixões do mun­
d o, e os coníiictos entre os Gover­
nos e Povos esta vão serenando; a
seiencia diffundia os seus thesouros^
com o progresso da opulência , e de­
senvolvimento da industria se for­
ni a vão os bons hábitos, que só sao
capazes cie fazer as Nações felizes*
a liberdade praticável / e as insti­
tuições duráveis.
Mas tudo isto he nada para os
Revolucionários coin seu espirito de
ambição democrática. Elles não fi*
cão satisfeitos com os triumphos
que alcançarão contra as Authori­
t i e s de seu # a iz ; elles se conso-
toera com o incessante desejo de
espalhar as suas innovações, e o
seu espirito de anarchia por todas
as Nações do Mundo, Não lhes inv-
11 ii
184 A ppexdice,

porta, que sejlío dificrentes os alh-efos


bafei tos , diversificada a respçctiva
p o p u1a ç a o ; n 3 o 1h e s i m ?>or i u q ®ã o
;vários sejno os seus grãos de civi-
lisação, ou como estejao prepara­
dos os espíritos dos habitantes; nao
lises importa qvmo forte scgi o af-
ferro aos antigos institutos , ou quão
completa seja a inbabilifhule par&
o recto exercício da raciouavel li­
fee r d a d e ; não 1 h e s i m p o r ta u peri­
go de so precipitarem em saogui­
naria anarcbia, ou aeeenderem o few
olio da conflagração servil. Elies
in cita o as classes inferiores contra;
as s u p erio resp p o m e tten d o -lh es a
espoliação dos ricos, o a infiuen-
cia o os poderosos, raceno se 'levan­
ta- sobre o« hombro-s da populaça,
para sujei ta!-a ú moedora tyramiia 1
tie alguns -que usurpao o p o d e r ; fa­
zendo convulsa a Na cã o , sacrití-
can do a nninocs pafa elevação do
■alguns centos de ambiciosos, até
que elevem a escada para o despo­
tismo. Não se escarmentando com
o íiorrido exemplo do Rainha das
A p penbice ,

Antilhas, íncessantemente advogao


a faiai dadiva de immediata libei*-
dade na America, pondo a tocha in-
cenuiana na mão dos Africanos para
a sua propria im media ta rol na. Eiles
exeitao as mesmas paixões, e pro-
poem as mesmas instituições para
o Genero Humano em todos os cli­
mas , circunstancias s o variedade
de condscoes sociaes. Para hum&
criança de ires an n o s , e para os
homens de idade viril , prescrevem
o mesmo regímen, e força o a res­
pirar a mesma vertiginosa atmos­
phere, —- Por isso já em vários Es­
tados, e até em Inglaterra, arde a
Fornalha Revolucionaria, que des­
trui o a Polonia , e incendiou a Bél­
gica. Ma Europe, he pa tf com te*
nior de Guerra Geral,
1«7
ADDITAM ENTO.

Falla com que a Rcgencia 9 em N o ­


me da So a M ugestade o Im pera-
d o r } encerrou a Sessão da *4s$em­
i t éa Geral Legislativa no dia 21
de Outubro dc IS32.

Jkigusíos e Digníssimos Senhores Re«


prescuíantes da JVaçã0 .

A R e g e n cia , em Nome do Impe-*


raclor o Senhor D. Pedro Segundo,
a-ppareeendo no meio de V o s , para
encerrar a presente Sessão Legista-
Uva, experim enta a roais cordial sa-
tiMaeao era eommun-iear-Vos , quo
as relações de boa intelfisrencia e
harmonia com os Governos de a m ­
bos os hemiferios continuao inalíera
veis ; e que re e s n te m ente se r e c e b e -
rao novas seguranças
O i oMciaes
A/ do vivo
interesse que to mão pela prosperidade
do Império do B r a s il, e dos ardeu*
jk s votos que fa z e m pelo nosso Jo%
ven Monarca , penhor o mats soli­
d o das livres Instituições da Macao
Mr asneira.
A o íazer-Vos ta o grata comma*
ideação, 'a Regencia se encheria:
de hum verdadeiro jubilo , se po­
des se d ar*Vos a certeza de se adiar
a . tranquil!idade restabelecida em
iodo o Império i, do Br?sib Infeliz-
Bi ente o Genio do mal tem preten­
di do semear entre nos a discórdia;
mas lie de esperar, com o auxilio
do Omnipotente, e á par de me­
didas dieta d as pela rígida observân­
cia das Leis , que em breve tempo
reinara perfeitamente o soeego pu-
Mico o
N e m a R e g e n c i a j u l g a que e s t a
sua e s p e r a n ç a se ha de r o a l l e g r a r ;
quando c o n s i d e r a a ãocillidade e o
bom s e n s o do Povo Brasileiro , e
os importantíssimos Actos Legislate
"vos, qne n e s t e anno dão o roais
authentico testemunho da Sabedo­
ria cFAssembléa Geral, e q ue muito
devem contribuir para facilitar o
andamento da Ju stiça, sem a qual
A dbitíí mento» 169
b3o Pid'le haver felicidade publica*
nem par ti t*nlar.
A R<ígenei a , A tigustos e Dignis-
si noos 8 e nh o reb R e ps*es e n ta nies da
N a oa o , V os ap:r a d ece ■o i nee $sont e
desvelo, e zelo , que mostrastes pela
bem da nossa eani P at r i a ; e está
certa q u e , quando checardes áa
Vossas respectivas Provindas , será
Imm dos 'Vossos maia sérios cuida­
dos reeommendar a fcoa ordem , e
obedienoiu ás Authoridades } inspi­
rando a justa confiança , que hade
merecer hum Governo , que empre­
gará
KJ todos os seus esforços '* e d ill-
gencias para atlrahir o bom com
ceit o dos s e u s Con ci (ia cíá o$,
Está ícchada a Sessa-o. — Francis*
co de Lima e Silva. — José da ■Cos­
ta Carvalho, — João Broulio JUoniz*

II.

Congratulação Patriótica.

Tendo a H onra de ser hum dos


j§ei»*»dores do Império pela Previa-
A dditamento .

cia da Bahia , nfto rosso (ie i.w r tie


jtilsca Demonstração de mcu
especial contentamento , 'p d o Lou­
vor que a itegencia se Dignou Fazer
aos meus Concidadãos enerHeos e
^ ^ ^ H l 0 S C o i í S í 11:0 r?H)fiSGSj Í | | i p ^(j írY)*
rnráo em o nascedouro a ílydra do
Federalism o, que tentou aiear a
«abeça serpentina para destroir a
liei fundamental da Terra da Santa
€nr^. Por isso aqui adianto o se­
guinte Diploma «>transcripfo no Duirio
do ^Governo, que deve ser o Pa-
drSo e Farol do Patriotismo Bra­
sileiro.
liiust. e Excel Sr. A liegeneia,
vendo com satisfação o Offíeio da
V. E x ., de 3 do corrente, partici­
pando terem-se feito nessa Cidade,
€m plena paz, as costumadas de*»
monstraçSes publicas de regosijo pelo
Annirersario de Soa Magèstade Im­
perial, apesar dos boatos espalha­
dos pelos perturbadores da Ordem,
de pretender proclamar a Fede­
ra ç ã o , e nfio obstante terem appa-
yeeido affixadus Procíauiacucs
D BI T á MENTO* 1/1
sentido , o que V, Ex. attribue a
poucos turbulentos 5 Manda em No­
me do Mesmo Augusto Senhor par­
ticipar a V. Ex. , que elia sempre
contou com o espirito de ordem do
Povo Bahiano , e de amor ao Senhor
Dom Pedro Segundo ; e mediante
estes sentimentos, que se podem
pffirmar geraes em todo o Brasil,
espera poder conservar illesa a Cons­
tituição e o Throno, que a-N ação
entregou á sua guarda, contra" as
tentativas de alguns ambiciosos ou 13-
ludidos, que não cessão em suas snr?
das, mas infructiferas, maquinações.
Deos Guarde a Y Ex. Palacio do
Rio de Janeiro em 13 de Dezembro
de 1832. — Nicoláo Pereira de Cam­
pos Vergueiro. — Sr, Joaquim José
Pinheiro de Vasconcellos.

III.
fibservaçoes sobre a Proposta penden+
te na Gamara dos Deputados.
Ainda quo seja moralmente im #
a A$$embléa Geral adon«êt>
.172 Á I>DITA ME XTO.

te os s e g u i n t e s A r t i g o s do Projecto
da Com missão Ecclesiastic® da Ca­
ra ara d o s Deputados de IJ de M a i o
de 1 8 3 1 , assign ado por seus tres
Membros — D iogo Antonio Feiió —
José Bento Leite F e r r e i r a d e Mello
**— A n t o n i o M a vi a de M o o ra , ( o quid
ainda está pendente) ; com tudo,
h a v en d o sido official men t e i m p r e s s o ,
e eireniado no v u l g o , nao he bem
que- c o r r a devasso, e sem co n t ra -
d i e t a.
Níío duvido das boas intenções,
d os seus Au th ores ; mas o fact a
fail a V o l u m e s .

Artigo 4.°

a Coda Catholico d e ma is d e 7
* 6 an nos de idade será obrigado an-.

f &nualniente á huma t a x a . ,,

A rtig o 5.°

“ Os que p ro m o v erem a lg u m  d o
R e lig io s o , pod erá s e r o b rig a d o
* á liu n ia c o n t r i b u i ç ã o . x, *
A DBITAMENTO.

Artigo
O 8 .0

** Os Parochos e Coadjutoresf
“ depois de lhes serem assignaria ,
í£ nova Côngrua, não poderão rece-
6£ !)er roais cousa alguma pelo exer-
cicio das Ordens , ou Emprego
u Ecelesiastico , ainda com o -titula
ts de e sm o ía voluntária, debaixo- da
rí pena de serem multados no du-
pio da cousa recebida. ,,
Muito Inma que observar: mas
>o Publico- fará o Commentario.

1V-.

Observações sobre a Falia do PresU


dente dos Estados Unidos.

Nao coo testo a bondade da Conn*


» dos Estados Unidos nas cir-
tituieao'
constâncias do pai2 e tempo, e a r '
qoe se <?stabeSeceo. Porém o seir
Grande Homem Franklin disse m.r
Cong res s0 , q t*a 0 do a a cce i t o u e
® « /\ • * A.***
jurou , pela U pumio que então pre-
•valeceo, que nm a considerava dwi«
174 A d D I T íV M E N T O ,

namente inspirada, nem lhe agoi­


rava duração.
Isto se esta quasi realisando , pela
stmeaea de separação do Estado da
Carolina do Sul que convocou
Convenção, e declarou sua resistên­
cia á Lei da JVova Tarifa do Go­
verno Geral, por inconstitucional, e
contraria aos Interesses locaes desse
Estado. Este péssimo Exemplo na­
turalmente causará a Dissolução ou
Debilitação da União , com os males
da guerra civil. O imminente perigo
desta catastrophe se manifesta das
Seguintes passagens da longa Falia
do Presidente do Congresso de 10
, de Dezemb.ro de 1882 na Cidade de
Washington. O Congresso < a fim de
favorecer as nascentes manufactu­
ras dos Estados do Norte* impoa
pela dita Lei sobre as manufactu­
ras estrangeiras os que se denomi-
não direitos protectorate conforme
ao System a Financeiro da Europa»
Os Estados , quasi meramente agri-
colas do Sul, sc eseandalisv’ao , e
reclamarão contra a Lei; por contraria
AnDITAMEStÒ. *
175
Liberdade do Commercio, e preja*
tHehd d sua prosperidade. O Presi­
dente o reconheceo na sua Falia ;
mas se indigna contra o expediente
da O pposição armada. Elle as sita
diz.
** Os defeitos da Confederação não
precisão <ie ser pari ieularisados.
■Debaixo da sua operação , mal nos
podemos chamar Nação. Nós não
temos prosperidade dentro, nem
eonsideracão
* fora do Paiz. Este es-
tado de cousas nao póde durar; e
a nossa presente feliz Constituição
em vão foi formada,, se prevalecer
a fatal doutrina, de que cada Estado
tem direito de desobedecer, ou an-
mill-ar, as Decisões do Congresso...#
Jm o h e v i1 p roía nação d0 J urã mento
cia União , e miserável mófa da Le­
gislação — Traição he crime contra"
a Soberania , e a Soberania tem di­
reito de castigal-a. ,,
“ Concidadãos : Fall o-vos como
Pai a Filhos. Homens que enganão a
si, e querem enganar aos outros»
íazem appellQ' á vossas paixões y c
U 74 ÁDDITAMI-MTO.

namente inspirada, nem lhe agoi­


rava duração.
Isto se está quasi realisando * pela
itmeaea do separação do Estado da
Carolina do Sul , que convocou
Convenção, e declarou sua resistên­
cia á Lei da JYova Tarifa do Go­
verno Geral, por inconstitucional-, e
contraria aos Interesses locaes desse
Estado. Este péssimo Exemplo na-
turalrnente causará a Dissolução ou
.Debilitaçao da União, com os males
da guerra csvil. O imminente perigo
desta catastrophe se manifesta das
seguintes passagens da longa Falia
tio Presidente do Congresso de 10
de Dezembro de 1832 na Cidade de
Washington. O Congresso , a fim de
favorecer as nascentes m anu fact u-
fas dos Estados do Norte, impos
pela dita Lei sobre as manufactu­
ras estrangeiras os que se denomi-
nao direitos protectory*, conforme
uo Systema Financeiro da Europa*
Os Estados , quasi meramente agri«
eoías do Sul, se escaadalis^ão, e
reclamuruo contra a Lei; por contraria

i
À D DITA MENTO. 175
fiiberdade do Commercio, e preju­
dicial ii sua prosperidade, O Presi­
dente o reconheceo na sua Falla ;
mas se indigna contra o expediente
da Opposiçâo armada. Elle assim
diz.
** Os defeitos da Confederação não
precisão rle ser partieularisados.
Debaixo da sua operação 3 mal nos
podemos chamar Nação. Nós não
temos prosperidade dentro , nem
eonsideraeão íóra do Paiz. Este es-
tado de cousas na o pode d u rar; e
a nossa presente íeíiz Constituição
em vão foi formada, se prevalecer
a faia! doutrina, de que cada Estado
tern direito de desobedecer, ou an-
rndiar, as Decisões do Congresso.. . .
Jcso he vil profanação do Juram editor
da U uião , e miserável mofa da Le­
gislação
4.-
• Jk — Traição
jf
he crime contra*
a Soberania , e a Soberania tem di­
reito de castigal-a. ,,
“ Concidadãos: Fallo-vos como
Pai a Filhos. Homens que enganão a
si, e querem enganar aos outrosy
fazem appeUo á vossas paixões* e
\ i fí À D D IT A MEXTO

lio orgulho do vosso Estado ? parâ


preparar o vosso partido & descu-
%rir as negras mascaras da Desu­
nião . . . Ineirtcn-se-vos repetidamen-
te como Grande Verdade Política,
■qiiQ tendes o revolucionário direi-
,;t o de resistir á todas as leis que nò
vosso ) u ie o parece ui i neons ti tu cio-
Tiaes 9 e intoleravelmente oppressi­
ons — Isto vos tem precipitado^ no
inedonho estado em que vos achais, „
64 Concidadãos dos Estados XJni-
dos I A -ameaça .de execravel D e ­
sunião, e a osfcenlaeao de força mi­
litar para sustenlal-a dencia a apro-
•xhuaçao da 0 rise , de que oependo
a continuação da nossa prosperi­
dade sem exem plo, da nossa exis­
tência política, e talvez de todos
os Governos Livres. ,, .
«' O Grande Begedor das Nações
‘C o n c e d a , que a assignalada. feiici-
-dade cerni que nos tem favorecido
iiuo' -sera /-pela loucura de partido 3
• 4)vj ambição pessoal 5 desatleiiíiidu e
>perdidaV"a-, Sua Sabia Providencia
alluiftte a q u e ik s "quo tcin prodií-
A bditamento.

fcidó está Crise , para verem a sua


insania antes que sintão a miséria
do conflicto civil; e lhes inspirem o
tornarem á veneração da União, que,
se he dado penetrar os seus De­
sígnios , elle tem escolhido como o
único meio de chegarmos aos altos des­
tinos, á que podemos racionávelmen-
te aspirar. „ — Andrew Jackson. (*)
Eis opportune Lição para os in-
fatuados Federálistas da Corte $
Provincias do Brasil!

V.
\
Luto da Corte.

O mez de «Janeiro do correntes


anno de 1833 será memorável nos
Annaes do Brasil pelo triste suc-
cesso na Casa Imperial. Deos foi
servido levar para sua gloria a Prin-
eeza Imperial D. Paula, que foi
innocente victima da malina febre
T
mm m i n i ■ ■ ■ b mmm ■ i i— — i ma»
»•

(*) Estas passagens são extrahidas do National ln~


kyigtnççr — Washington de l i de Dezembro de
12
378 A D D IT A MESTO•

da estatuo. Mas , se a Divina Pro-


vidência per seus impercrutaveis
conselhos nos deu esta affiicção,
também occasionou © aprazível es-
peclaculo dos mais vivos sentimen­
tos de todas as classes de cidadãos,
e do excitamento dos habitantes da
Corte para a Solemne Procissão de
S. Sebastião, em comprimento do
antigo Voto do Povo, recoiiheeen-
do o Celeste Beneficio com que en­
tão foi libertado de semelhante mor-
tifèra epidemia.
Com vénia dos Leiáores , addicio-
no as seguintes reflexões, extrahi-
das de hum Opúsculo In g lez, im­
presso recentemente em Londres
çm 1882, com o titulo de — Refugio
C/rmtíio no tempo de Doenças Epi-■
demicas — do Reverendo Ecelesias*
tico F. C. Husenheth : Elle na pag.
27 d iz — <f S. Sebastião he particu-
fermente invocado no tempo de
^ pestilência. Muitas povoaçoes e
« paizes tem, depois de Deos, devido
as suas livranças á poderosa in-
if tei cessão deste Santo, Estes effiei*
A udit a mento. 179
cr tos forão experimentados p^rticu®
“ larmente em Roma no anno d©
" 680, em Amiens em 1462, em
Milão em 1575 , e em Lisboa em
ffr 1592. „
O pio eseriptor, considerando o
perigo da sua patria, que tam­
bém appareeeo o terrível contagio
da Cholera-Morbus, e attribue á
Castigo do Ceo sobre os paizes di­
lacerados por Facções , e desobedi­
entes á Lei de Deos. EHe cita as
eomminatorias do Omnipotente no
Governo Theocratico dos Hebrêos ,
que se leem nos Livro do Deutero-
nomio, e do Parulipomenos II. Cap.
XXVIII. 211 e seg*. Cgj?.: VII. 14.
44 O Senhor mandará sobre ti a
indigência e a fome, e lançará ^
maldição spbre todas as tuas Obras,
até te reduzir á pó, e até te aca­
bar dentro de pouco tempo, por
musa de teus péssimos desígniosy
porque tu me abandonaste. „
64 O Senhor te alflija com a pes­
te , até que te faça perecer do paiz. y
^ 0 Senhor te castigue com m i
, - ‘ ~ ~ m i
ISO A dditamento.

breza, com febre, efrio* com ca­


lor e secura, com infecrao do a r ,
6 te persiga até que pereças. ,,
“ Poréui se, convertendo-se o meti
povo, me rogar e buscar a minha
fa c e , e fizer penitencia dos seus
mãos caminhos, eu também o ou­
virei do Ceo, perdoarei os seus pe­
cados , e purificarei a sua terra• ^

VI.

R em éd io Lit ter avio*

A Crise do B rasil, aggravacte


pela Guerra de Periódicos, em que
tanto se promove a dissenção e des-
cor tez ia de Cidadãos, e se tem es-
eandalisado a Naeao corai Espirito de
P artid o , e irreverencia ás Authori-
datles , reclama cooperação dos pa­
triotas de profissão litteraria para
esclarecerem as pessoas que não po.
dem ter a leitura dos livros clás­
sicos da Sciencia Política. Falta-nos
bum compendio sobre este objecto*
* Confiando no Bom Senso B ra tite i*
A ddítamento» IS l

ro , em que a Regencia na Falia do


Encerramento da Assembléa deehe*
rou pôr a sua confiança para o res­
tabelecimento da Tranquillidade Pu­
blica,7 fiz hum Esboço t de doutrinas
elementares, que interessão a todas
as classes.
Muito se tem recommendado a
Edueaeão• G eral;* mas tetn-se menos
advertido na conveniência de illus-
trar os Cidadãos á que a Constituição
do Império deo tanta influencia de
suas opinioes sobre os Actos do Go­
verno , e Decretos da Legislatura.
O resultado desta incúria tem sido
a freqncncia de sedições , ou de
pretenções arbitrarias dos que, ar­
rogando se patriotismo superlativo ,
sendo jactan ciosos das luzes do sé­
culo, se mostra o realmente Perturba­
dores Públicos. Delies se verifica o va­
ticínio do Propheta R e i— ( Psalrno
L X X X I.)
“ Não souberão, nem entende-
“ r ã o , andão nas tre v a s: todos
“ os fundamentos da Icrru serão
abalados* „
A dditamentò.

Para eliminar dos Pátrios Lares v


quanto em mim está , o futuro pavo­
roso, de que alguns espíritos som­
brios fazem triste agoiro á Terra
da Santa Cruz * inclui neste M a­
nual breve relatorio das Revoluções
da França ; por serem .Memoriae»
de Insurreições Populares , que de­
vem escarmentar a todos os G o v e r ­
nos e Povos : elles dão Grande L i­
ção de Política Preventiva de -se-
njelhântes Calamidades Nacionaes.
Felizes são os que se acautelãõ ven­
do os perigos alheios.
Obra exacta tio .presente assumpto
requer vigor de idade , adequado
talento, e experiencia do dire.ctoriO
da Complicada Machina do Cover-
ho Civil. Ainda assim , os que a teín-
prebendes sem com as devidas propor­
ções , serião obrigados a confessar
com Newton o seu quasi nada de sa­
bedoria : elle disse que, depois detan-
-to estudo nas Leis ria Constituição do
Mundo physieo, se considerava qual
menino observando conchas na praia,
jt&ndo ante si o Oceano da Verdade*
SATISFAÇÃO AO PUBLICO,

A Falla da Regencia no Encer­


ramento da Assembléa , em que se
declara o estado da N ação, deo a
esperança de que, corn o auxilio
do Omnipotente, cm breve cessaria
a discórdia e a desordem alli noti­
ciadas , -possuindo o Império do
Brasil , em penhor da Felicidade
Nacional, o nosso Compatriota Jnveri
Imperador o Senhor D. PEDRO U.
Confiando na unanimidade e cons-
tancia deste leal sentimento dos
Amantes da Pátria, organise]--o pre­
sente M m ual, que submetío á Iri-
dulgeneia do Publico. Não o oífe-
reço como obra regular, mas como
excita mento de rapacidades supe­
riores , que em prebend fio essa tare­
f a , digna dos Mestres da Sciencia
.Política. Diligenciei despertar o es­
pirito religioso, sem que, em vão se
farão tentativas das Reformas jus­
tas e necessárias; e também precau­
tio n ar a Mocidade contra doutrinas
erróneas, que tem influído no estado
184 Satisfação
*

convulso e inquieto da Corte e Pro­


víncias , e propagado a irreligião e
im moralidade, de que ha continua
querela dos espíritos rectos.
Tanto mais que o Espirito de Ver­
tigem qne agita a Europa, haven^
do transmigrado para America, ainda
ameaça a Esquartejaçao da Terra
da Santa Cruz.
Tendo offieiaknente propugnado
pela Estabilidadt*, e substancial In­
tegridade da nossa Lei Fundament
ta i , entendi ser do meu dever pre­
v e n ir, quanto em mim estiver, o
descrédito que resultaria á N ação,
*e dessemos ao Mundo o especta-
culo de versatilidade e imprevidên­
cia, nao sustentando, ou desconcer­
tando, o Magnifico Edifício da Re-
generacao do Estado, fazendo ma­
nifesto que não mereciam os tão
Grande Mercê do Eterno Senhor
dos Impérios.
Hum dos exceltentes Escriptores de
Economia Política da Franca % nes-
te século , Mr. dlexandre Laborde ,
deo áquçlla Sciencia hum aspecto
ao P ublico. IBê

religioso na sua obra do Espiritb


das t/lssociações , pondo á cada Ca­
pitulo a Epigraphe de alguns texto
da Eseriptura Sagrada. Segui o seu
exemplo. Eis a apologia que possò
offerecer por citar no corpo dos
Capítulos deste Manual passagens
do Velho e Novo Testamento , em
confirmarão das doutrinas de PolitU
ça Orthodoxa que indico.
No Jornal Li tie ra ri o — Edtmburgh
Review, hum dos raais acredita­
dos dessa Universidade da Escócia ,
N.° 111 de Outubro do corrente anuo
de 1832, se faz a analyse da Obra
de Thomuz Chalmers , Professor de
Theologia da mesma Universidade,
que tem o titulo — Economia Polí­
tica, em connexao com o Estado M o­
ral , e Prospecto Moral da Sociedade.
Ainda que o Revisor discorde do Au­
thor em vários objectos economicos,
todavia concorda, fazendo-lhe graa-
des elogios, na parte era que sus­
tenta , que “ he vão procurar re­
s' forma na Economia Nacional pe-
J5 los fúteis expedientes de aboli-
186 S atisfacao
i

■** çao de impostos, regulação de


*6 commercio , concessão de end-
*s graeao &c., se a melhora não ori-
gina na diffusao de solida educa-
éi ção Christa.
Resta fa y,er a Protestação do que
cro tudo me submetto á Doutrina
e Auíhentica Interpretação da Santa
Madre Igreja Catholiea, Apostólica,
IIorna n a , e ó Decisão da Supre-
ma Legitima Authocidade do Im­
pério.
Imploro veuia transcrevendo o se-
guínte Prognostico e Voto do Gran­
d e Escriptor da Historia 4o Brasil »
Robert o Southey, que nos presagiou
grandes bens sd considerando o in-
«commensurável Beneficio ria MAGNA
C H A R T A da Liberdade dos Portos,
( que nos tem diminuído os males
de tantas m udanças) não tendo ain­
da então a Divina Providencia Outor­
gado a Liberal Constituição, que nos
acreditou com as Potências cie hum
e outro Hemispheric, que cm bre­
ve reconhecerão a Independência do
Primeiro Império da America Me ri-
AO P U B L ̀ 0 . 187

dional 9 e soliieHárão Convenções


Commerclaos com o Governo Esta­
belecido, - * -. •v
“ Os Brasileiros tem por sua he­
rança huma das roais hellus porçoes
da Terra. Sublimes e gloriosos pros­
pector estão ante seus olhos , se
escaparem da praga da Revolução
democrática , que destruiria a felici*»
dade de toda a geração existente*,
acarretando a anarchia , e a guerrk
civil, as quaes retal ha rião o Impé­
rio em grande numero de pequenos
€3 inimigos Estados: Então hão de
correr séculos de carnificina e mi­
séria antes de se poderem restau­
rar da barbaridade em que serão
abysmados. Na verdade eégo mos-
trars-e-fia o Governo , se não pros­
seguir em generoso System a de Po­
lítica, pelo qual unicamente se pode
prevenir tal calamidade. „
“ Deos na sua Mercê conceda aos
Brasileiros a verdadeira ordem , li-
dberdade, sciencia, e piedade , a fim
ile florecerem por todos os séculos,
INDICE.

I * Doutrina Exemplar. “*
D o u tr in a ExempJv
Nação Brasileira
Prefacia.
£ r f c Pon/^cio <f tf«
Jmperio do Brasil. 5
Cap. I. Politicos Regras dc Christo. H
~aP* 1(- vystema Pacifico. 12
Cap. III. Reino da Justica. j 3o»
Ca,,. I \ ’. .Nova Ordem Política
do Brasil.
15
Manifesto dcSua o
Imperador aos Brasileiros. 17
Representação, quena presenç
de òua M agestade Imperial, em
solémne Deputação, recitou o
«/ / esidente do Ulustrissimo Se­
nado da Camara desta Capital
_ 710 dia 9 de Janeiro de 1 8 2 4 .
Resposta de Sua Magestade Im ­
perial.
37
D e ereto paru Juramento da Cons-
tituiedo•
ip. V. Primazia da Consti­
tuição da Nação Brasileira.
IN DICE|

Vaginat.
Cap. VI. Err a capital do Prd*
jecto (h Constituição da Assem-
bléa Constituinte. 49
Cap. VII. Direitos do Homem. 51
Cap. VIII. Revolução das Bar-
ricadas, _ » 54
Cap. IX. Doutrinas de Mr, Sal-
candy. 56
Liberdade Politiça, 60
Cursos de Politicos, 61
Anar chia Popular. 64
Reforma Revolucionaria. 63
Anar chia Moral. 67
Cap. X. Observaçoes sobre o exposto. 73
Cap. XI. Da Influencia da Reli*
gião Christa no Bem GeraL 74
Cap. XII. Doutrinas de Mr. FntoL 76
Cap. X III. Convenção Religiosa
e Política de Preponderantes
Monurchas da Europa. 81
Çap. XIV. RefieãÕesde Mr.
tot sobre o Brasil. 85
Cap. XV. Do Melhor Governo.
Cap. XVi: Base Fundamental
da Política Orthodooca.
Pap. XVII. Múofim, d o s U su r}
IKDIÇJS.

* paginasr.
pudores e \4narchisids. Dá
Ca p. X V71II. Da Prosperidade
4 Nacional. 95
Cap, X IX Reforma da Consti­
tuição do Império. 100
Cap. XX. Da Republica. 104
Cap. XXL Da Liberdade da
Imprensa. 107
Clip. X X I[. *Abuso do Poder. 110
Cap. X X III. Das Festas JVa~
cionaes. lit
Cáp. XXIV. Rei Cidadão. 115
Cap. XXV. Da Opinião Publica. 122
Cap. XXVI. Díí Intervenção do
Governo na Economia Nacional. 12Í
Cap. ’X XVIL fiowò* Imperadores. 128
Cap. X X V II1. Metamorphoses
Politicos. 182
Cap. XXIX. Decreto da Regencia. 133
Cap. XXX. iíoa Ordem: lllusões
Populares. 138
i

J3PPEXD1CE.

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Jfota á Paginaç - r;g
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JVota d Pagina.
JVota á Pagina. J15.
JVota d Pagina, 138
A D D IT A M E JV T O .
I.
Falla da Regencia no Encerra-
mento da Sessão da Assembled
de 1882. 167
II
€ ongraiulaçtio Patriótica.
III.
Observações sobre a Proposta pen-
dente nw Camara dos Deputados. 171j
IV.
Observações sobre a Falla do Pre*
vidente dos Estados Unidos* HJjk

L u to na C orte . 177
yu
R em edio L itte r a rio . 189
S atisfação ao P u b lic o « 18&
ERRATAS,
JLin. Errata Emenda Pag.

SO reinava reinará 15
4 pertencentes pertence l t

16 onde Onde 48
8 Ateísm o Atheismó 74
SO não se applica que não seapplica 70
31 tendo tenho 86
39 intento intenso 104
6 mister mester 114
g2 Mr. Culloch M ' Cúílách 326
Jf valido validade 387
19 poderá ser obri- poderáÔ ser obri­
gado gados 173

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