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AO
D E G R E T O
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do í . de Desembro de 1822,
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DA NÒVA c m m DO ÓRVZitRO
„ •• y - w (.
ILLVSTRjfkAQ- AO BRAZMÈ
E AO IÍÜSSO IMPERADOR
O S E . D . P E D R O I
Oferecida ao Publico;
PÊLO D F 7 F A / Í J ATA
BAHIA, '
1823,
E vè do Mundo todo os Principaes,
Que nenhum no Bem Publico imagina,
Vè nclles, que não tem amor á mais,
Qü> á si somente, e á quemfilauciáensina.
CAMÕES.
IMPOLITICO revoltante Decreto publicado
no Rio de Janeiro com a d a t á dop¥imeií4>dé
Dezembro de 1822, sobre a cteáçáó dehüiaa
nova Oí-dem de CaVàlária, aíeafefc d e dar b o t e
vel choque aos corações dos BrazileiflpS,/ qtue
tem verdadeiro amor â Liberdade, e â Patria.
Quem diria, que os Ministros do Rio de Janei-
ro abuzarião tão depressa da confiança tóiíài-
ca, e da do Imperador, aprezentando com abo-
minável hypocrizia hum Decreto; que ápdpfe
serve para desmascarar as insidiozas manobras,
com que a Aristocracia, e o Despotismo macm-
não levantar de novo o seo,throno sobre a sin-
gela fé dos illudídos Btazileiros. H e m u i t o p q -
ra admirar, que os acontecimentos do tempo
1
fc : fJS • . rfJT "J1 , ,• - .. , - ' ' . - ,
prezente, e a incerteza dos negocies lpolitlfcos
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do novo Império, nao sirvao ao m e n o s d e í r e i o
à torpe ambição daquclles fabric,adores dé Dc-
cretos, que dão ao prelo este abominarei parlo
de sua çprrujpção, chegando tão audacioza im-
pudeniál á pjiblicèr o líècretò em ífdest^d, que
alem do mais faz reluzir a surpreza, e obrep-
ção praticada contra a singeleza do Imperador,
so á nm de se completarem os tenebrozos pla-
nos trabalhados sobre as bigornas, em que se
tem caldeado as pezadas algemas, que hão de
arroxar os nossos pulsos. Oh! maldade sobre to-
das as maldades! Sim, são os Ministros Brazi-
leiros, que illudindo o nosso Imperador e Pef-
fensor Perpetuo, e Constitucional liberal, per-
tendeni fazer retroceder de noyo o espirito bu-
ma.no, idolatrar a Tyrannia, e restaurar seo a-
petecido império das trevas, e da arbitrarieda-
de.:. ( # )
...i... f .
Patria por suspeitas, sem serem ouvidos, nem convencidps: este plano
de terrorismo inventado para emmordaçar as boccas dos que combatem,
ou podem debellar de prezente, ou para o fucturo o Despotismo, ataca
directa, e absolutamente os dois direitos do Homem, a segurança pesso-
al, e a liberdade da Iinprença, e pedem reacção Publica: naõ ha maior
petulancia, do que a dos Ministros do Rio de Janeiro! Para se aparta-
rem de Lisboa algumas pessoas suspeitas, pédio-se a suspenção da Lei
Habtas corpus ( isto he, da lei da segurança da pessoa ) por trinta dia,s:
prenderão-se os homens, e enviaraô-se para o interior do paiz, vinte, ou
mais legoas fóra de Lisboa, á 10 legoas do mar: porem no Rio de Janei-
ro os Ministros em hum abrir d' olhos deVassaraõ, prenderão na Ilha das
Cobras, e exportarão, ou degradarão para Europa sem defeza, nem,sen-
tença! Quem poderá viver seguro no dia de hoje, se as Províncias obe-
decerem átaes ordens? Parece, que o Despotismo está peior, que d'
antes, e mesmo mais excessivo, do que em Argel, ou Constantinopla.
O Rio de Janeiro vai aprezentando o aspecto medonho de Roma no tem-
po de Mario, e Scilla, de baixo da vingança, e furor do nosso Dictador
José Bonifácio, cseos vis satelites, cobertos com a Toga do sacrificado
Imperador, que lhes dà demaziado credito, e confiança: Desgraçado
Imperador.
Se o Rio de Janeiro não mudar j à de eondueta; se não curaras feri-
das, que tem aberto na honra, c liberdade dos Cidadãos; se não restabe-
lecer o socego publico, extinguindo as devassas, e chamando os persegui-
dos; se não pozer em paz, e' quietaçHo as famílias, os coraçoes, ^ b s o à -
piritos; se não desembaraçar as boccas, n b > m . barulhadas vão
as Províncias, e perdidos sem re^ddio ^ C ^ Mo Imperador : por-
que nem lhe hao de valer as devàssds,^ fetforkpqtté so servem para
L i s irritar, e fermentar • odio; nem os eVfWi* ^ S b í *
nicamente tem a virtude de abrir os olhos a todos os virtuozos Cidadaos,
de hü Governo amoldado pelo execrando e de-
vastador systema, que nos esmagou mesmo nesse
còvil da tyrannia, o Rio de Janeiro; e de que
ainda se conservão as feridas abertas: elles Je-
rião reparado, que as Províncias, posto q u e f f e
nhão acclainado o Imperador, e a Independem
çia, ainda estão vacilantes com Governos crqa-
dos por seo único esforço, e heroísmo para mã-
terem sua liberdade; que podem retroceder, e
sublevar-se á vista de insidiozas manobras, que
qtacão de frente a Constituição, e a Liberdade:
elles terião reconhecido, que os Povos do Bra-
zil, cansados de sofrer os Aristocráticos, e os
horríveis attentados da nossa velha Monarchià,
não podem tolerar hum Governo, que faça re-
cordar as desgraças, e a escravidão da detesta-
da vara de ferro, que nos regeo: elles terião vis-
to, que parte do Brazil ainda não se tem reu-
nido; ( *;) que o Império ainda novo e tenro não
" -' * ,.' ' S "t ' ' " V r "'.
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e dispôlos para a revolta; nem os soldados, porque estes hoje estão ips- -
truidos nos seos deveres para com o Brazil sua patria, c u j a deffenção es-
ta.em primeiro lugar, do que ninguém; e mui particularmente, por que
também conhecem, que o Despotismo os ha de por sua vez devorar ; tu-
do isto merece mais attenção, quando vemos o Rio de J a n e i r o dividido
em partidos. Se o Imperador não sufocar este germen de discórdias po-
líticas, e não cortar pela raiz o systema de terror, e o manancial das dis-
córdias, o .qual consiste nas bem fundadas suspeitas de períenções sinis-
tras, e alheias da nossa liberdade; se n5p.substituir.-em,seo lugar lirandu-
ra, eçíPiÊança nos Povos, restabelecendo a p a g | g t e l ? d p s espíritos,.e
das. Províncias novamente desconMglg.; se n ã o • • j ã ^ M r ^ à . todo correr,
que Ellc se sugeita ás d e l i b e r a ç õ ^ ^ C o n g r e s s o '||gL$i|eiro 5 então po-
demos exclamar c o m ^ ç & o - n a b j f ^ p / o Miionc - ^ O ' spes falaces!
O' cogitationes imancsiinmi'! ' r;
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( *) He-pára a d u b a r a loucitra d.d Ministro Josc Bonifácio; ellc su-
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' P ° Í S « U e c o m e s t e andamento de polí-
t i c a cresce a d e z u m ã o , e se f o r m ã o p a r t i d o s de oppozição, que cedo ou
Ctaad0r°rl0SS0:| °S W«te2de Z ^ l
nosso I m p e r a d o r , bem contra a vontade dos Povos
Analizc.. 9
ANAL, B
§. IV.
§.Yl.
§• VII.
§, V1IL
§. IX.
§• A'-
, XL
XII.
FIM.