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RIO BE JANEIRO.
TOMO IV .
a n n a e s
DO
u m m o j
COWTKífDO
TOMO IV.
RIO DE JANEIRO,
rvr. n ir.
E CONST. DE SEIG NO T-PtA N CHER E c ‘
Rua d’Ouvidor, N. 95.
1835.
A N IY A E S
®@ ®l® D t M I B M )
PARA servir
P A R T E IV.
L IV R O IV.
2.
§ 3.
Gritos espantosos atroavão os ares pelo povo
çfue bradava fosse chamado o Governador interi
no ao Tribunal da Camara, para declarar .se es
tava conforme com a determinação do povo e ca*
pitulos que lhe foráo apresentados, e se os aceita
va ou não: elle estava nacjnelle tempo refugiado
entre os Benedictinos, mas com animo resoluto
sem mostrar a menor perturbação pelo tumulto
e algazarra da multidão tão agitada e confnza,
escreveu com toda a dignidade de hum caracter
superior, que não convinha na remoção e expul
são do Governo do General Salvador Corrêa, que
em suas mãos jurára homenagem; e por isso da
2**
i2 ÀNNAES
§ 4-
So-
§ io-
S 12-
Negras nuvens de novo conglobcradas se le-
vantárão na atmosphcra politica do Rio de Ja
neiro, soprados por boatos assustadores, de que
muitos dos seus Concidadãos atraiçoarão a sua
22 ANNAE»
DO RIO DE JANEIRO. ^5
xouo iv.
4
ANNAES
Toaio iv.
4
26 ANNAF.S
S ‘ 3.
ílavia El-Rei nos Conselhos de sna sabedoria
ordenado a reforma da Infanleria para que csta
sómente constasse de trezentos e setenta Infantes,
tendo em muita consideração a impossibilidade
do povo para pagar as contribuições que o aug
mento da tropa exigia, e ao estado da escassez
das rendas Rears, que não soffria pelas calami
dades do tempo grandes despezas : era por este
lado tão justificada a queixa do povo , pela falta
da observância das llcacs Ordens, que lhe davão
sobeja esperança de que o Governador que accla-
márão, e escolherão se prestasse de bom grado ,
pelo conhecimento que tão particularmente ti
nha da miséria geral do seu solo : desenganado
porém o Povo de ser deferido em suas reclama
ções, pois que recusava diminuir a tropa , redu
zindo as oito Companhias a quatro, como o So
berano decretava, para cuja rcducção chegavão
os Im postos, c se não carecia do gravame de no
vos , c erão passados dous m ezes, sem attender
o Governador ás circunstancias tão melindrosas,
a Camara reconheceu 0 direito de insurreição ,
como proprio de repellir os erros do Governo ,
fazendo de persi a rcducção, que o Soberano Ap-
provaria cm deferimento da sua representaçãoç
nesse momento cri ;So 0 povo cm altos brados
exclamou a liuma voz , que reformavão ao Ca-
DO IUO I)E JANEIRO. 27
§ >4-
§ 16. : :: ■
§ >8 -
§ 19-
38 a n n Ae s
§ 20 .
§21.
' 1 _
(h) 'Dito Livro pag. jg e 20.
(*) íDito;Livro ■pag, ao.
ANNAfcS
§ 22.
§ a3-
§ a 5.
§ 26.
S 2 7-
Desmente evidentemente hum tal documento
official, o que varios escriptores escreverão con
tra os Paulistas , alcunhados por gentes malvadas
e facinorosas , quando tantas vezes manifestárão
os mais enthusiasmados sentimentos de honra ,
adhesão e respeito ao primeiro Magistrado, que a
ninguem reconhece superior no Governo , para a
direcção dos negocios publicos, e a quem se deve
obedecer, e representar ao Soberano contra os
seus erros e faltas na publica Administração. Sup-
posto se pretendesse nodoar a reputação do Go
vernador Geral, por alguns excessos de hum zelo
DO RIO DE JANEIRO. 53
mal entendido, não apropriado ao estado de hum
povo reduzido a summa pobreza, quando se não
dá perfeição absoluta , moralmente nos hom ens,
aquellas attribuidas faltas desapparecião a vista
dos grandes serviços militares e politicos , que
tanto o distinguirão em m ui conspicuas a cções,
em que a felicidade o acom panhou, conservando
em bom estado as Armadas que lhe forão con
fiadas, e retomando com tanta gloria das armas
Luzitanas, o Reino de Angola aos Batavos aguer
ridos , e senhores do paiz.
§ 28.
§ 3 9-
I
» 0 RIO I>E JANEIRO. 5^
* las Villas destas Capitanias, começando nesta
« de S. Paulo por inconfidentes ao Real Serviço
* aos ditos oito Procuradores , Sargento Mór / e
* Capitães do Presidio, e Ministros dclle, haven-
« do-os por reformados e inhabeis para mais en-
« trarem no Serviço Real, e os condemno por to-
« da a vida para a conquista de Renguella , e nas
« mais penas que Sua Magestade fór servido dar-
lhes , se os ditos Procuradores como cabeças
de m otim , com pena de vida e perdimento dos
ben s, não obedecerem já ao que agora ordeno,
para Sua Magestade ficar servido , e aquelles
poucos moradores do primeiro motim deste
successo, ficarem livres do receio do castigo ,
mando que em quanto ando occupado nestas
Capitanias no Serviço Real , governe aquelle
Agostinho Barbalho Bezerra, pela satisfação que
tenho de sua pessoa e qualidade, sem embargo
de haver sido eleito pelos amotinadores. E outro
sim hei por bem , que 0 Vereador mais velho
que servir na Camara , faça juntamente o offi
cio de Provedor da Fazenda, para que assim
possa dar todas noticias necessarias para o sus
tento do Presidio , e servirá em quanto Sua
Magestade não mandar o contrario. E para
que aquelle povo fique inteirado de que trato
do Serviço de Sua Magestado , e do respeito e
obediência que se deve aos seus Ministros , or
deno , que nos casos em que o Capitão Mór
TOMO IV. s
5$ ANNAE9
§ 3 1.
64 annaes
ANNAES
t
* nha Vossa Magestade seus Rcaes olhos nesta
« sua leal Cidade , e seus moradores , que sup-
« posto estejão avaluados por pouco obedientes,
« e menos servidores de Vossa Magestade, teem a
« seu favor a honra e lealdade por garantia dos
« seus costum es, sendo ao mesmo passo incapa-
« zes dc consentirem no. seu proprio aviltamento,
» ligados a princípios honestos , que mostrárão
« sempre por obra em toda a occasião que se
* offereceu do Real Serviço , com a mais inteira
« adhesão, e obediência aos Reaes Preceitos, co-
« m o fosse no soccorro que mandárão á Cidade
« da Bahia em tempo que estava debaixo das ar-
* mas e no poder dos Hollandczes , cujo soccorro
« na passagem pela Capitania do Espirito Santo,
* ajudou , e salvou aquella Colonia de ser toma-
« da por seis náos Hollandezas , que pretendião
9 **
fis ANNIES
I
72 ANNAES
S 35.
Orci
— "i 1 ■■ 1 ■sea a i '-;
qne
CAPITULO II.
§ 5.
TOMO IV. n
8?. An n a es
§6.
§ 7-
CAPITULO III.
§ 2.
8 3.
Quando todas as cousas se ressentião dos inve
terados infortúnios que troucerão tanta adversi
dade após da guerra, que desolara e opprimia
aos povos até nos mais remotos continentes com
terrivel explosão, pareceu ser então o nosso Sal
vador a Inglaterra, estando 0 Conde de Miranda
Embaixador Extraordinario nos Estados geraes das
Provindas unidas, ella mandou a favor da Inde
pendência de Portugal huma tão poderosa Arma
da debaixo do Cominando do General Mentagni,
para a segurar c dar guarda ás nossas Frotas,
soccorrer-nos contra os inimigos, grangear cre
dito e respeito nos Estados Estrangeiros, nas nos
sas negociações diplomáticas, que conseguio pôr
termo á guerra tão cruel e ruinosa a todo o
nosso commercio, pagando 0 Brazil para a paz de
Hollanda cinco milhões de cruzados cm dezeseis
annos, que pela quota annual tocava duzentos e
cincoenta mil cruzados a este paiz. Aquelle trac-
tado foi-nos snmmamente util, ao menos pelo
lado da segurança publica c interesses de com
mercio, principalmente desde a época em que a
França com o tractado de paz celebrado com a
Hespanha nos deixou mais expostos á raiva e vin
gança daquelle Principe , faltando ás promessas
tão expressamente ajustadas, capitulando com
El-llei Augusto Pai daquelle Principe Reinante,
<)6 ANNAES
§ 4.
§ 5.
§ 6-
§ 7-
Com as Reaes Ordens veio 0 Governador á
Camara para conferir com os bons do povo so
bre a maneira da imposição, expondo que parecia
convir seguir-se o que na Municipalidade da Ca
pital fôra acordado , para pagar a Capitania os
vinte e seis mil cruzados , em que fôra collecta-
da., a Camara a vista da urgência do negocio con
veio de fazer effectivos treze mil arrobas de as-
sucar branco, encarregando-se ao Ouvidor Sebas
tião Cardozo de Sampaio , a cobrança que paga-
rião os senhores de Engenho e lavradores qua
tro por cento de todos os assucares da sua safra,
e que as fazendas da Alfandega pagarião a im po-
102 annaes
§ 8.
S 9-
Nomearão ao mesmo tempo hum Escrivão da
avaria dos dous por cento das fazendas, com o
ordenado de ,80^)000 réis, e /j^ ooo réis para pa
pel e livros, com a obrigação de dar a cada hum
dos proprietários de Engenho hum quaderno ru
bricado pelo Ministro, para a collecta dos quatro
ANN AES
10 I
por cento que havião de pagar de todo o assucar ,
sendo da sua obrigação tirar as listas do lança
mento, te-las promptas no principio do anno pelos
Juizes dos Officios, arrecadar o que respeitasse
Officios mecânicos no ultimo de Abril, dando
conta ao Thesoureiro para lançar na receita e de
sobrigar aos contribuintes que satisfizerao suas
respectivas quotas, e que sendo necessario se lhes
permitisse hum Official de Justiça ou de guerra.
§
Determinou-se que os Senhores de Engenho
pagarião quatro por cento do assucar branco e
mascavado, encaixando á sua custa, e levando
as caixas ao Porto, sendo obrigados a arrecadar J
os quatro por cento dos seus lavradores, de quem
exigirião meio por cento do encaixe e carreto para
s i, e os mesmos quatro por cento pagarião os
Mestres, Feitores, Barqueiros, e serventes seus,
e dos lavradores dos assucares das suas soldadas,
reputando-se aquelles no valor de 800 réis por
arroba, sendo os assucares bons, bem encaixota
dos, cujas caixas excederião de vinte arrobas,
marcando-as 0 proprietario com huma marca de
fogo que tivesse na cabeça a inscripção Rei
para se difíerençar das mais, vindo taradas por |
conta e risco do Senhor de Engenho, ate entrar
na balança com a nota das arrobas, e que não se J
praticando assim por serem as taras maiores ,
DO RIO DE JANEIRO.
S >'•
Estas disposições acordadas para a arrecadação
da collecta de todos os gêneros, parecerão na sue*
cessão do tempo mui gravosas, pois que a expe
rienda tinha confirmado a sua insuíliciencia ,
para completar o pagamento dos vinte seis mil
cruzados, em que fôra collectada a Capitania,
e ds huraa voz unisona , se lamentava a impossi
bilidade da cobrança pela falta do commercio ,
que de dia em dia se ressentia de seus funestos
eifeilm havendo dosappuecido a navegação com
e s t r a n h e z a oou-ideravel, que parecia impossível
que v> ‘cssoo mais exceli ente Porto do Universo
estar fechado, como bloqueado por inimigas Es
quadras : pela falta da navegação e commercio
se seguio a baixa espantosa do valor dos generos
do paiz : era assombroso o oxpectaculo da mise
ria publica que se augmentou pela epidemia ge
ral, que arrancara aos lavradores os braços para
abrir a terra, sendo forçados a regar com as la
grimas de dôr do coração, perdidas suas semen
teiras infructuosas: o Ceo até se havia fechado,
que por dous aunos o orvalho deixara de hum e
decer seus aridos torrões : por cumulo dos males
não estava segura a sua pequena fortuna, pois
que por erros dos tempos,sc maudavão descarregar
os navios dos particulares para dar-se a preferen
cia aos da Companhia do commercio, e logo que
1oS ANN AES
. § >5-
(
Não forão acolhidas favoravelmente aquellas
representações, pois que pela Carta Regia (2) de
2 5 de Agosto de 1663 se mandou ao Governador
Pedro de Mello qúe fizesse remetter para o Reino
cm letras de cambio-de pessoas seguras, abonadas
pelos Administradores da Companhia geral do
commercio, ou dos homens particulares delle, o
produzido do donativo sem alguma diminuição ,
e que na falta das Ietrps sc rcmetlessem os gene
ros em especie, repartidos pelos melhores navios
da Frota, a entregar na Corte á ordem do Conse
lho da Fazenda ; com a declaração que o reddito
de cada anno se remettesse promptamente na Fro
ta, sem retardação de hum anno para outro; evi
tando-se assim os inconvenientes, que do contrario
§ *7-
§ , 8.
íf
i
i
é
)
no rio rrn janeiro. i )5
que o Coo os ferira cle qualro para cinco annos;
que os restantes fruo los do seu trabalho e indus
tria não tin lião valor venal, e que todavia forão
forrados de sustentar nquella Alçada para conser
var esta ('idade que fôra mandada destruir, mas
que sem embargo de seu ressentimento jámais dei
xara de pagar as imposições dos suhsidios para
sustentação da tropa, c em occasiões da absoluta
impossibilidade das Rcacs rendas para a sua ma
nutenção, não lhes restava ern tão afflictas cir-
cunstrancias outro recurso que o das suas lagri
mas, e levantando os olhos para o Ceo implorarem
a misericordia Divina e humana, certos que não
deixarião de tocar a sensibilidade de tão grandes
males, para abrirem o seio da sua beneficencia
inexgotavel a favor de hum povo que sempre fóra
fiel, amante, e Christão.
: § ‘fi- ....................
IVão forão porém attendidas tão justificadas re
presentações perante o Trono, chegando ao ulti
mo apuro da constância a gravidade dos males
publicos, pela mortandade espantosa jámais sen
tida de pessoas de ambos os sexos e dos anitnaes ,
que parecia haver tocado o povo de tão bello paiz
aqs ultimos dias da sua inteira desolação, a Cama
ra renovou ante o Trono a seguinte represen
tação ( i) :
(i) Dito Livro (1. 56;
lojio iv. 15
114 ANNAE3
20.-
S 21.
Querendo El-Rei imitar aos bons Príncipes que
forão dignos de hum tal titulo pelo bem que aos
povos fizerno, determinou pelo Alvará de 12 de
Julho de 1666 (1), e Houve por bem fazer mercê
aos habitantes, que dentro cm vinte e quatro
annos pagassem somente quatrocentos mil cru-
zados, ficando aliviados na proroga cão dos annos
em dezeseis mil cruzados í que lhe forão lançados
no .primeiro lançamento. Muito tocou a minha
sensibilidade a vossa representação, disse o Mo
narch.-» ao Procurador da Gamara: ferirão e di-
\ lacerarão o ' me u coração as calamidades que
padecem os meus vassallos; tenho o coracâo de
Pai , não hão de morrer de miseria os meus vas
sallos, Eu procuro impedir por meus cuidados e
vigilância as causas de seus desastres, mas não
posso perdoar o donativo como seriáo os meus
desejos, se o estado do Reino, o meu dever, e
dignidade o perinittisse presentemente. Eis a in
tegra dò Alvará:
* Eu El-Rei faço saber aos que esta minha
0 Provisão virem, que tendo respeito ao que se
• me representou por parte do Procurador geral
• do Estado do Brazil, em razão de estar lançada
• a Capitania do Rio de Janeiro em vinte e seis
§ » 3-
§ 24- man
Approvando o Governador e Ouvidor geral Se de a'
vind
bastião Cardozo de Sampaio que se despendesse
para
o resto do subsidio dos vinhos nas despezas da
pó ,
solemnidade, no dia do Arcanjo S. Miguel, Pro
toda
tector do Reino, se consagrárão os votos publicos
se n
a Deos, e acções de Graças por tão singular mer
vern
cê com que abençoára o Reino de Portugal, dan
brar
do-lhe tão grande victoria, e com danças, fogos
util
rolantes, e outras demonstrações de alegria ma
que:
nifestou o povo o interesse que tomava na gloria
prat
c felicidade de todo o R eino, festejando tão glo
voto
rioso successo, do qual resultára tanta honra ao
Cap
$eu Principe, coberto de louros por huma das
res (
mais afamadas victorias, que pôz fim a calami
ram
dades tão prolongadas da guerra, tornando feli
segu
zes os vassallos, sobre cujos corações fieis e gratos
elle reinava.
§ 25.
0
Empenhou-se a Camara em desempenho do se p
do seu dever a cobrança do donativo que pela dio
mais consumada sabedoria com o parecer do a C£
Ouvidor Geral, e como hum testemunho cons por
tante da integridade e Justiça , tinha adoptado o deni
lançamento por cabeça, e segundo os redditos e por
fortuna particular a razão de cinco por cento ( i )
(>
(i) Dito Livro pag. 26.
(»
1)0 RIO DE JANEIRO. 1 27
S 26.
0 Governador renovou suas instancias pedindo
iho do se providenciasse os meios de sustentar o presi
ue pela dio , vista a grande falta dos rendimentos Reaes :
cer do a Camara na estreiteza dos tempos acordou, que
? cons- por hum anno fosse permittido o fabrico da agoar
itado o dente da terra, porém que a sua venda se fizesse
ditos e por contracto , o qual devia pagar a contribui-
nto (1)
(1) Dito Livro pag. 48-
(1) Dito Livro pag. j5.
128 ANNAES
§ 12 7
3-
Tão grande he 0 imperio da virtude, que não
so exalta os espiritos, como os faz sensíveis, sub
ministrando expediente engenhosos para vencer
todos os obstáculos, que seoppoem ao bem da causa
publica , pois com todos os inconvenientes da
falta do commercio, e das desgraças do tempo ,
os Ofliciaes da Camara inabalaveis nos princípios
da antiga unicamente verdadeira honra, que con
sistem de bem servir ao seu Principe , e ao seu
paiz , empenhando-se em dar-lhe todos os me
lhoramentos possiveis ( 3) acordarão dar todo o
favor á agricultura, a primeira occupaçâo do ho
mem honesto, e primaria profissão para a qual
a mesma natureza nos parece chamar , e onde se
goza a doçura de se interrogar e internecer , e
aprender da natureza mesma, que lhe faliaje lhe
apresenta o prospecto mais risonho-, e alegre da
prosperidade, conduzir á ella os seus Concida-
DO RIO 1 ) 1 'JANEIRO.
S 2D-
A piedade dos Povos Imsitanos senipre trans
cendente em todos os tempos fez objecto de hum
\oto publico , pelo qual a Camara (l) acordou
com assistência da nobreza e povo sob a presi
dência do Ouvidor Geral, fazendo-se a Santa Es
colástica solemne roto em nome de toda a Ca
pitania , para obter de Deos pela sua intercessão
que das nuvens rompessem copiosa chuva para
fertilisar as suas terras , aplacar a sede dos ho
mens, e animaes, e para fazer ces«ar aquelle tão
dilatado flagello; e por uniformidade dos votos
se determinou aquelle voto, celebrando-se an-
nualmente com assistência do Senado, hmna Mis
sa solemne no Convento de S. Bento , com Ser
mão c Procissão de tarde. Fez-se o voto no Con
sistorio daquelle Convento onde estava a imagem
da Santa , o qual approvado po)<> Prelado ivcle-
§ 3o.
8 3 i.
§ 5a-
§ 33.
§ S i
nuando sc formou o Governo do R io, as vistas
do Soberano não podiào ser outras, que de fazer
feliz esla parte da sua familia inslruida de seus
interesses, pois todas as suas vistas se dirigiao
linica e privativa meti le para a sua vantagem e glo
ria, debaixo das providencias e leis estabelecidas,
fjue lhes não podia segurar o governo da Bahia
tio distante e separajo por hum vasto Oceano :
* natureza mesmo tinha lixado os limites do go
verno, abrindo tao magestuso golfo, circulando
de altas torrej, onde a natureza empregou toda
a força da sua fecundidade, com tal magnificên
cia e magestade, que por si se recommendavn á
Tenera cão dos povos , cobrindo de seus mui
preciosos dons a todas as terras visinhas, susten
tada em huma- base imitiensa, c por gargantas
multiplicadas de montanhas, que abriâo o seu
seio a huma riqueza inexgotavel, desde os Órgãos
até' O X itrés , por huma fertilidade de terrenos
que participando de diversos grãos detemperatu-
§ 56.
a tie
vac-
• ’ ........u i i u m u it ijx 11 l l i
clevaçàu
a le g ria jn-la d o P r i n c i p e a o T r o n o , c a b o liç ã o ’
is da gucua. ’ *l,f
feli
S »• nu
í $
!:> " ANN AES' '
• ( . ) Livro C o p ia d o r d:, S e c r e t a r i a l G o v e r n o , q n c p a 5i
t e u para o Arcliivo da G a m a r a , p ag . 3. ...................
DO DIO DE jm i D O . l5 l
8 3.
8 4 .
TOMO IV. 20
>54 ANttAES
§ 5.
15 6 ANN AES
I
DO RIO DE JANEIRO.
§ 6.
ede
Titulo III. — Do Mmito e Ctmiramestre.' para
los p
« r Da mesma forma haverá nas referidos
tidos
cortes hum Mestre Carpinteiro, e hum Contra
cipio
mestre , os quaes seràô hábeis e intelligentes da
a too
construcção de quaesqner vasos, alinharão todos
lirá
os páos derribados , conferindo com o Adminis
sobre
trador as peças que dos mesmos se podem tirar,
outre
vigiando outro sim se os carpinteiros falqiiejão
.prine
com intelligencia e cuidado.
do Jv
« 2“ Estaráõ promptos no cqrte no tempo de
um ti
■verão desde as seis horas da manhã até ao meio
eeren
dia, e das duas d» tarde até ás cinco e meia horas,
o Es
se principiará e finalisará o trabalho diario dos
dta (
cortes. Além do referido será da indispensável
nude
obrigação do Contramestre marcar , medir , nu
■«. i
merar na occasiáo do embarque todas as pecas
«mtei
d e ,que se fizerem remessas para q Arsenal da Ba
*rr*3i
hia , a cujo acto assistirá o Juiz Conservador com
0 Re
o respectivo Escrivão , e na sua ausência o Admi
ao Ju
nistrador, como fica determinado no paragrapho
trade*
ia , titulo Io , vencendo de salarios dos dias que
1 «:
trabalharem 1^)200 réis, e 0 Contramestre 80.0
VBTtó
réis, sem oujra ajuda de custo.
dorpB
T itu lo I V , — D o H s c m S o . -amai
regtst
* *’■ Haverá huna£scBÍvào p*Ta ae9nriptura- « Ai
iÇão,uão sómente de tudo 0 que entrar em receita -mio
B0 RIO DE JANEIRO. 1^5
e de que finer carga ao Almoxarife, mas tombem
para forntalisar as ferias no fim de cada met pe
los pontos que siiinuiariamente lhe forem rcuKt-
sferidos
tidos pelo Administrador, a fim de que no prin
Contra
cipio do Inez seguinte se possa faaer o pagamento
stes da
a todos os operarios tk> corte, « cujo acto assis-
6 todos
tirá o Escrivão, passando certidão em como os
loiinis-
sobreditos rccebèfüo o pagamento ; processando
» tirar,
outro sim huma folha , qne teri prompta no
lquejão
pnncipio do anuo, para por «lia com mandado
do Jnie Conservador :, se pagar os quartets de tres
aipo dc
om toes meaes a oada huma das pessoas queven-
ao meio
oeretn ordenados certos» O mesmo Escrivão «eri
i horas,
o Escrivão privativo dá* «rosas e d ep en d en ts
rio dos
dm empregado* tio Real serviço dos ctWtes das
lensavel
«uuhãras.
lir, nu
«tf Registará igwatatento not livrei eompe-
as peças
«miei as ferias dos referido» oórtes, tofina éds
il da Ba
arrastos, relações dà» madeiras remetridas pa*
lor com
o Real Arsenal, as ordens que forem dirigidas
> Admi-
ao Juiz Conservador , e deste para os Adminis-
agrapho
traders».
lias que
‘ a 3 * J’twa a fooa ordesnda «scriptnração ha*.
tre 8 o.o
•nttó os Hw» seguinte» i hum para a receita o
desperado diahoin*^ xmtra paraa» despesas dos
arrastos, outro paratrcgfet* de feries, ovino pera
legisto dasrclaçOes-daemadefers quo arrametteA
riptur*- no -ánseaol, undeos aosobaráõ oseenheolraeHMe
i receita ran furou que compraraiom «n dita» temesiM >
176 ANNAE3
 k a r d de 11 de Janeiro de 1^83.
I
DO RIO DE JANEIRO.
e fação rado impedir; Segundo, se ainda sem ferimento se
las pri- impedirem as diligencias que os Ministros ou Of-
quaes- ciaes houverem intentado fazer, de sorte que não
!U Real tenha o seu devido efleito.
is into- * 5o Porém naquclles casos cm que as offen
■reneas sas e resistências aos Ministros e Officiaes de Jus
ou en- tiça consistirem sómente em lhes dizer palavras
mcnos injuriosas que contêem aílronta, sem com tudo
ão dos lhes impedirem com ellas algumas diligencias a
'a dili- 'I que se dirigem : Ordeno que os réos deste delic
todos a to sejão condcmnados na pena de prisão debaixo
a liber- de chave nas cadêas publicas das cabeças da Co
us res- marca onde houverem delinquido, para nellas
e haver § ficarem reclusos desde hum mezaté hum anno,
nder a conforme a graduação do Ministro ou Official que
qui em injuriarem, e o regulado arbitrio dos julgadores
iolavel-
§f a que pertencer, segundo a disposição da mesma
Dino se I lei. E sendo a injuria tal que mereça maior con-
da Eu- demnação corporal ou pecuniaria, se lhes import
i
i 1
também ao mesmo regulado arbitrio dos ditos
am dos I Julgadores.
charem i 4 ° Quando as pessoas que commetterem os
confis- I crimes de lesa Magestade acima referidos forem
lenação Ecclesiasticas, e daquelles que se não costumão
rifican- julgar peks Justiças Ordinarias, os Ministros e
i saber: Oíficiaes aos quaes os ditos Ecclesiasticos revolto
das por sos fizerem a resistenda ou cooperarem para que
Leilas se se faça, lançaráõ mão defies no mesmo acto que
pi’OCU- i 0 referido succeder, e pondo-os em segura cus-
19 o annaes
t
com as mesmas obrigações do seu Regimento,
vencendo por dia da referida folha 200 réis, cxhi-
bindo attestações dos respectivos Ministros e Ad
ministradores de como cumprirão para haverem
os seus pagamentos.
« 7“ Que ficando abolidas quaesquer propi
nas , Ordeno que toda a rama da limpeza que se
deve fazer nos pinhaes na propria sezão e justa
medida para augmento e livre vegetação dos pi
nheiros , assim como os restos dos córtes se po-
nhão immediatamente em venda publica, prece
dendo sempre Editaes, e com assistência do
Conservador e Administrador, dando conta indi
vidual na Real Junta, e entendendo-se o mesmo
Conservador e o Administrador no que mais con
veniente fôr para o melhoramento e progressos
dos- pinhaes. Pelo que Mando á Real Junta da
198 ANNAES
Fazenda da Marinha em ais Tribunaes, Magistra
dos , Officiaes de Justiça e Fazenda, a quem 0 co
nhecimento deste Alvará deva e haja de perten
cer, o cnmprão e guardem, e fação cumprir e
guardar tão inteiramente como nelle se contém ,
não obstantes quaesquerleis, Alvarás, Regimentos,
Decretos, ou Ordens em contrario, porque todas
e todos Hei por bem derogar para este effeito so
mente , se como delle se fizesse individual eexpres
sa menção, ficando aliás sempre em seu vigor.
R este valerá como Carta passada pela Chancella-
ria, ainda que por ella não ha de passar, e que
o seu effeito haja de durar hum e mais annos,
sem embargo das Ordenações em contrario; re-
gistando-se em todos os lugares aonde Se costu-
mão registar semelhantes Alvarás, e mandando-se
o original para a Torre do Tombo. Dado no Pa
lácio de Queluz, aos 9 de Dezembro de 1797. —
Principe.‘—D. Rodrigo de Souza Coitinho. Alva
rá porque &c. &c. »
He muito de esperar que a representação Na
cional imitando em seus Projectos de Constitui*
cão Politica as Nações civilisadas, tenha a mais
viva consideração a respeito das matas, estabele
cendo escolas .para a sua cultura e conservação,
encarregando da íiscalisação a Magistrados instruí
dos na Historia Natural e PhyStCa dos bosques.
DO R IO DE JANEIRO , 99
§ 7-
SS.
§ 10-
Não sentio opovo aquella imposição, por quanto
recahia em objectos judiçiaes, e negocios da vida
civil, por este motivo tal imposto era pago sem
gravame, bem como parecia m ui pesado o Do
nativo , pois se devia apromptar annualmente
quiuze mil cruzados para a fabrica das fragatas ,
havendo tanta difficuldade na cobrança , por es-
' tar lançado no assucar que se cobrava em espe-
ç ie , c as Reaes Ordens exigião a maior parte
em dinheiro, que se não podia achar, ainda mes
mo levado aqueUe genero a hasta publica (i), e
supposto que o preço corrente fosse o de 700 rs.
a arroba , e 0 do Soberano a 800 rs. , acordou a
Çarnara , que por este preço se desse aos, lavrado
res , recebendo eUgs o assucar naquelle valor de
800 réis.,
§ n-
jia expectativa em que se estava do progres
sivo m elhoram entodo Commercio e da sua Ma
rinha , attenta a paz g era l, sendo de esperar que
a Gôrtç tomasse medidas vigorosas com a fabrica
(V) Livro íe Veieança dc 1666 , pag. 8.
no R IO DÉ JANEIRO . 2ÒÜ
dos navios dá Corôa pára proteger o seu eommér-
cio , acordôü a Gamara perpetuar a sua gratidão
ao Altíssimo Doador de todos os ben9 pelo mais
piedoso VOto perpetuo , consagrado a N. Senhòra
da Boa Viagem , com a assistência e approvacão
do Governador, eMinistros da Cidade, nobreza,
e povò , que se cohgregãrão nos Paços da Muni
cipalidade , que obrigaria aoS seüs successores
cohtinuarem nesta sua devoção, para aqttella Se
nhora, solemnisando o seu culto permanentemen
te , no qual se compromettêrão cohcdrrer todos
os mestres dos navios que navegassem para Por
tugal, de darem 2^)000 rs., e Os que seguissem a
carreira da Bahia , Capitania do Espirito Santo ,
e Pernambuco 64o r s .; os de Santos 020 rs., Ilha
Grande, Cabo Frio, e mais partes 160 rs. : 0 que
aceitarão todos voluntariamente a imposição, para
de seu producto se continuar a Igreja da Senhora
contígua á barra da Cidade , e que sendo caso
que para Ermida quizessom assistir os Barbadi-
nhos Francezes, ou os Carmelitas descalços de
Santa Thereza, pagarião de boamente aquella
contribuição, e compromisso, para 0 que ha
veria hum ThesoureirO e Escrivão eleitos pêlos
Offieiaes da Camara (1) e Provedor da Fazenda,
que darião annualmonte conta, e que em ne
nhum tempo as poderia tomar 0 Juiz Ecclesias-*
*
2o 4 ANN AES
§ 12 -
S >4-
Como falleeesse a Bainha (a) foi communicada
aos Officiaes da Gamara tão dolorosa noticia, e
§ ' 9-
§ »>■
§ 22.
§ * 3.
§ 2-í.
Succedèrão áquclles dias tenebrosos de afilic-
cã o , os da alegria já annunciada pela conclusão
das pazes com Ilespanha, e tanta loi a salisíaç.ao
que tiverão os habitantes com aquclla tão plausí
vel noticia, que o Senado solemuisou com hum
triduo festivo de acções de graças que se rende
rão a Deos na Matriz c Sé, com a maior concur
renda e luzimenlo dosCidadãos, segundo permit-
tia 0 estado do tempo; preparáráo-se divertimen
tos publicos, para se occuparem os animos sómen
te da magnitude dos benefícios sómente politicos
que lhes trazia a paz, doce mãi da alegria, que
manifestarão com fogos do ar e rolantes, lumi
nárias, cavalhadas, e touros, (2) que sc corrô-
2§**
220 ANNAES
§ 26.
§ 27-
§ 28.
CAPITULO V.
§ >•
§2.
§ 4-
§ 5.
§ 7•
§ 9-
§
Parecia impraticável toda e qualquer provi
dencio tendente a melhorar a sorte dos habitantes
3o**
256 ANNAES
§ 'i-
§ n.
§ - 4.
§ lã. I
§ l6.
§ '7 -
§ ' 9-
§ 21.
§ 22.
Lido o Real Diploma, o Governador com a Ca
mara forão á Matriz offcrecer a Deos os seus votos,
solemnisando com huma Festa o beneficio do
novo ramo da nova agricultura, estando assim
elle vestido de gala com toda a Municipalidade a
fim de inspirar ao povo 0 amor pela lavoura e in-
DO DIO DE JANEIRO. 2 /|9
§ 23.
Não cabe na expressão designar a que extremo
de pobreza chegou este paiz, de maneira que a
I01IO iv. 3a
25o ANNAES
í § 24.
S 25-
Anhelando a Camara obviar ás fraudes dos Mes
tres e donos dos navios, que carregavão as mer
cadorias sem ajuste e nprasimento dos carregado
res, exigindo exorbitantes preços por tonellada ,
com o Governador acordou (2) que os navios não
■devião principiar a receber os carregamentos sem
:natureza
: ; : r .r ietarios.no senad°
dos seus a,ustes com os carregadores
a
H:r xh„m
r ;Bando;
s6r Vls(0p,,biicaresta
d“" que egtava *de
* * « * ™^ * z
§ 26.
§ 2 7-
§ 3o.
1
Sollicitou a Camara do ordinario as Iiceneas Fu
necessarias para levantar hum Altar portátil no Go
mesmo lugar em que se havião de começar os tra-
Cai
balhos; então depois de marcados os silios e abali-
cm
sados, fez celebrar o Santo Sacrificio da Missa com
das
assistência do Governador, Camara, nobreza e
hal
povo, sendo o Governador depois de concluido o
Sacrificio do Altar o primeiro que pegou na ala-
banca para abrir a terra, entre os vivas c accla-
maçoes do povo que sempre se atrahe e doma
‘ Pelos smacs e n;'° Por raciocínios: os exemplos
dos grandes ferem o coração dos subditos, que
sempre olhão para o superior com timidez e
quantas vezes com indignação, porém passào’ a
ama-lo, tanto mais quando vêem que elles descem
de sua elevação para se anivelar com elles, sem
perderem nada da sua dignidade; com semelhan-
es no as e bondade, antes conseguem todo o
mor da universalidade para obrar prodigos de
o o genero, Regis ad exemptum componitur or
is- A Gamara quiz que huma tão excellente ac-
çoo se «ransmittisse para sempre á posteridade,
ordenando fosse escripta nos seus livros dos Acor-
aaos (i).
§ 3 l.
•»
Naquelle tempo o Governador G«*r l Antonio
:enças Furtado mandou crear n Villa dos CatWpns dos
til no Goitaca/cs, e nomeou Ouvidor pará ella ; mas a
is tra- T Camara vendo-se privadtfdos S'i**s Dir****'*1.,
abali- cursos de sua sustentação provenientes
com ' das de gado, constituídas nas Sesmarias dos r
eza e habitantes, lhe dirigio esta''representação (i)* '
ido o
» Illustrissimo c Excidico'ii&imb Senhor; Tem-
t ala-
« pos ha que os r’-v- Oorcs dos (’lampos dos Goi-
ccla- « tacazes por ordem do Ouvi(loi Geral o Doutor
loma « João Velho de Azevedo', cm Correição erigirão
iplos o huma Villa com os Ofliciaes, Juizes e Vcrea-
que « dores somente, e esta se tornara Vsupprimír
z, e « sem pass ar"a segundos Ofliciaes por ordem do
io a « mesmo Ouvidor, em consequência da repre-
:em t hensão que teve desse Governo, por ser a dita
sem « Villa mais para prejuizo desta Cidade e seus
an- « moradores , do que para utilidade do btím com-
oo « muni e do mesmo Principe; e depois de se des-
de « truir e se desfazer a dita Villa, nem por isso
0r-
« deixarão os moradores dos ditos Campos de
ac«
« viverem na mesma conformidade que estavão
ie, « de quererem fazer a dita Villa, c sómenté ti-
or- « nhão hum Capitão que os governava, e que
« servia de Ouvidor para as execuções da Juslí-
1
(i) Livro copiado pag. 90. ' ■
TOMO IV . 33
5 55 ARNAM
?
*. * eni quanto se não proverão na Cidade de
* Cabo Frio os Oificiaes da Camara e o Ouvidor,
e era cuja Juris dicr.ão comprehende os ditos Catii-
'* posideGoitacazes, e depois qne houve esta It e-
* publica e Ouvidoria, sendo, pouco roais a dos
i «ites Canijíos.. nem méno» houve memoria de
« iíÜ f e v 'ois que se cxtingiiio a que se queria
* "uzers succedeu havei a hum anno pouco mais
* <*p roenos. ir a ess i Proca hum Gaspar Mari
nho, Mestre deh vatisutnaca que levava a seu
- cargo, o qual por infrumaçôes inistras alcan-
* çou de V, 5, hum a informação de Ouvidor da
« Villa de S. Salvador dos Campos de Goitacazes,
* e com oil a determinou em chegando aos ditos
g) * Campos levantar Pelourinho e fazer Vilia: sa-
1 bendo-se íiesta Cidade o seu intento se mandou
■ vir,preso para que mostrasse a ordem q u e ti-
« nlia, o que não fez; c tornando para os ditos
* Campos urdio com os moradores del.les, para
* ° obrigassem que exhibisse a dita Provisão,
* eque-esé c e s s e o cargo de Ouvidor, e lhe.derão
* elies mesmos a posse , e pedirão ao Vigário que
* dies desse & Juramento, Feito jsto tudo, come-
« çárào de motu proprio a fazerem Offieiaes da
» Camara, Juiz e Vereadores, c levantarão Pe-
« louriuho, Ji siipposto queieste crime ,que eotri-
* incttêrão pertença aoCorregedor da Comarca
ftomardelleconhecimentoedettidoXizcr.avise-
* ou o que lhe parecer, .«eia tudo quizeraam
DO BIO DE JANEIRO. 3 J f)
%
BO RIO BE JANEIRO. 261
j> S^.
§ 35.
§ 36.
s s s ?
os direitos da propriedade £ Z 2 T
nhuma ascendência podião ter d d q
f 7 * « P«di» .M entor','
dos Jesuítas ah r . llraflJa o odio
v»- ^»^e,ttoeT»^;*í’C0”“ rci'>-
de riqueza cont™ e a SUas obras e projectos
« è „ r ,0 é “ M d e, Cir
n o RIO BE JANEIRO. 267
CAPITULO VI.
§ >•
S 2.
S 3.
Não sómente se disvelárâo os Ofliciaes da Ca
mara com incrível actividade e celeridade no mator
desenvolvimento do seu enthusiasmo pela gloria
de haverem cumprido com o dever» «ão »4 os
3 ~'° ANNAES
“ do D
ra e lT 8seiscentas
Desterro trOUCerá0braças
até á distante sómente
da Cidade, protestando não largarem de mão em
quanto não conseguissem apteséhtar ao povnhum
dos mais excellentes aqt,eductos para aplacar a
sedee outras diversas necessidades da vida, i,„-
one Th W 3 .Pr° tPCÇno de 8611 Soberano na Carta
que lhe difign-âo em data de -6 de Junho de
4 675 ( i ) para a Sua ultimação.
I -§ 4.
h i. p T L T S p TiT7 c s la * I »-
íocara, do.endo „avegar em
empregoI s
( ') Dito Livro pag. io3.
(-*0 Dito Livro pag; it^j.
DO RIO BE JANEIRO. On 1
capitaes não voltava por terem diversas direcções, a
que dava occasião a falta da liberdade do commer
cio e navegação, que afastava aos especuladores
que caleulavão suas vantagens do local, de virem
do seu Porto , pelos grandes embaraços c encom-
modidades que encontravão, prejudiciaes ás suas
negociações e interesses.
§ 5.
S !•
§ 9-
Foi datada a representação em 22 de Agosto de
1G77, que no animo do Príncipe fez tanta impres
são , que se dignou mandar consultar ao Conse
lho Ultramarino, sem que então fosse pralicavel
alguma providencia, pois que naquelle tempo a
sua influencia nos negocios era superior a toda
a considerarão, servindo de confessores dos Sobe
ranos, e dos grandes e poderosos do Reino; pelo
que possuiao toda a consideração politica, além de
serem os mais sábios na ordem dos Ecclesiasticos,
e haverem adquirido huma superioridade nascidl
da sua habilidade c riqueza, que sobresahia na
ignorância e miseria em que estava o Reino. Elles
nao tardarão de fazer sentir o peso da sua influen
z a facticia, pois que o Prelado Ecclesiastico a Re
querimento do Reitor do Collegio desta Cidade
Rarnabé Soares, passou a excommungar ao Sena
do por sustentar o livre uso dos mangues, fonte
inexgotavel da natureza ecreada para aliviar a misé
ria da pobreza, pois que com exhuberante fecun
didade submiuis trava sem trabalho o marisco das
t DO ÍUO DE JANEIRO. a ^5
.<-I ■
osfras, as moreiras, os caramuriis, os caranguei-
jos c ciris, a lcnlia c madeira para as suas chocas,
que até deslc recurso natural os quizera privar
os Jesuilas, fulminando cxcommunhão ao povo
se fizesse uso dos mesmos mangues.
§ >o.
1 § 11.
§ >5.
Expòz que por antiga tradição era constante
que os Padres da Companhia tinhão pedido de
sesmaria o que comprehendia desde a Barra do
Rio, que tomou o nome do Macacú, para dentro
por elle acima, e que sendo-lhe concedido, re
quererão e oppozerão que se tinhão enganado no
que havião pedido, por serem alagadiças as ter-
278 ANN AIS ■
S >4-
0 Principe Regente por Carla Regia de 4 de
Dezembro do ifi-8 (1) ordenou ao Governador
fizesse conservar aos moradores na posse em (pie
eslavão dos m angues, sem com tudo dar-se al
guma outra providencia , para pôr aos vassallos
á salvo da violência dos golpes dos Ministros Ec-
clcsiasticos , em objectos tão extranhos do seu of
ficio. Eis o theor do Regio Diploma :
« D. Manoel Lobo. Eu o Principe vos envio
« muito saudar. Havendo mandado ver o que me
« escreverão os Officiaes da Camara dessa Capi-
« tania em Carta de õi de Agosto do anno pas-
• sado á cerca da cxcommunhão que o Adminis-
« trador dessa Diocese mandou publicar a reque-
« rimento do Reitor da Companhia de Jesus do
« Collegio dessa Cidade liarnabé, Soares, para
« que os moradores delia não cortassem man-
• gues, dos que se fazem as madeiras para casas,
0 c se provia de lcnlia toda essa Cidade , c alguns
« engenhos que ficão a beira m ar, e tambem os
« navios para suas viagens , não havendo impe-
« dido até agora o córte dos ditos m angues, c
« que á imitação dos ditos Religiosos 0 impedi-
« rão tambem os de S. Rento, e alguns morado-
« res , sendo que estes mangues erào da minha
§ >5.
$ > 6.
Pareceu então ao Senado , que para o futuro
se evitarião os descontentamentos dos interessa
dos , huma vez que fosse estabelecido pelo So
berano hum preço certo e acommodado ao es
tado dos tempos, que parecia razoavel e propor
cionado o de i8 $ o o o rs. por tonelada dos fretes,
TOMO iv.
282 ANNAÍS
( 1 ) L i v r o d a S t c r t l a r i u p a g . 8.
36**
284 annaes
§ . 8. '
( 1 ) L i v r o c o p i a d o p a g . i a á v.
M a t h i a s d a C u n h a , tin 0 P r i n c i p e v os e n v i o m u i t o s a u
d a r . H a v e n d o M a n d a d o v e r n q u a M e e s c r e v e r ã o >>s O tli-
c ia e s d a C a u i a r a d e ssa C i d a d e e m C a rta de l á de J u l h o d e
1G 76 s o b r e se h a v e r d e c o n lu z ir a eila a a g u a d o Kio da
c a r i o c a , p e lo s g r a n d e s p r e ju íz o s q o c d o c o n t r a r i o se s c g u i â o
a o s m o r a d o r e s da m e s m a C i d a d e , p a r a e o j o e iíe ito t i n h ã o
a p p l i c a d o p a r a 0 g a s to da o b ra a r e n d a d o s u b s id io p e q u e
n o . M e p a r e c e u d i z e r - v o s q u e fu ç a e s c o n t i n u a r a dita o b r a
n a c o n f o r m i d a d e d o a s s e n t o q u e sc t e m f e i t o , v isto a p p r o -
v a r - s e a f o r m a d e i t e , e o r d e n a e s q u e c o m effeilo s e c o n s i
g a a d ita o b r a e q u e se n ã o p a r e n e l l a , p a r a q u e d e h u m a
v e z a j u s t a d o 0 m u d o c o m q u e se ha d e c o n d u z i r a a g u a a
e s s a C i d a d e , se e x e c u t e 0 q u e se t e m a s s e n t i d o . E s c r i p l a
e m L i s b o a , a 5 d e J u n h o d e 1(177. — P r í n c i p e . — Para 0
Governador do Rio d e Janeiro.
a86 ANN AES
j: § >9 -
(1 ) D ito L iv r o c o p i a d o p a . 1 1 .
f a ) D ito L iv r o p a g . 11 v .
D. M anoel L ob o . E u 0 P rin cip e vos e n vio m u ito sa u d ar.
H avendo M andado 0 que Me escreveu 0 G o v ern ado r M a
th ia s d a C u n h a v o s s o A n t e c e s s o r 11.1 C a r t a d e 6 d e A g o s to
d o a n u o p a s s a d o , s n b r e se c o n t i n u a r c o m a o b r a d a c o n d u -
f ã o da a g u a d o I t io C a r i o c a , e q u e a a p p l i c a r i s q u a n t o fos-
DO RIO DF. JANF1RO. 387
se p o s s ív e l p o r s e r m u i t o 11I1I 0 e -su C i o u d e , m a n d a n d o
t a m b é m v e r 0 q u o de n o v o M e r e p r e s e n t d r ã o os O ííic ia e s
d a C a m a r a d e lia e m C a r l a de 5 de A sie d o d o d ito a n u o ,
e m r a i ã o das d iflicildades q ue havia p u a s e n ã o poder
c o n t i n u a r c o m a dita olira p o r se h a v e r m i ' t e r p a ra ella
m u i t o s a n n o s e q u a n t i d a d e de d i n h e i r o , s e n d o m u i l i m i
ta d o 0 r e n d i m e n t o d o s u b s id io p e q u e n o q u e p a r a ella e s
ta v a a p p l i c a d o , pelo c o m p r i d o c a m i n h o , m o n t e s e p e n h a s
p o r o n d e se h a via de r o m p e r : d e m a i s q u e 0 ttio h a v e n d o
se c c a s d i m i n u i u de s o rte q u e n ã o le v a v a a g ita b a s t a n t e p a r a
v ir d e tã o l o n g e , p o r c u ja c a u s a s e u s A n t e c e s s o r e s a i n
tentarão u n ir c o m o u tra R i u , M e p a re c eu e n o o in m e n d a r-
v o s q u e se c o n t i u u e a d ita o b r a , e q u e se faça c o m a b r e
v i d a d e q u e p e d e a n e c e s s i d a d e d e s s e s m o r a d o r e s , não se
d i v e r t i n d o p a r a o u t r a c o u s a a l g u m » 0 q u e e s t á a p p l ic a d o
a e s ta o b r a , p o r s e r b e m p u b l i c o e c o m m u i n , e c o n s t a r
p o r i n f o r m a ç õ e s que isto h e m a i s c o n v e n i e n t e a o s d ito s
m o r a d o r e s . E s c r ip ta e m L i s b o a , a .4 de D e z e m b r o de
,6 7 9 . — P rin cip e. — C o n d e de Vai dos R eii. P ara 0 G 0 -
v e r n a t l o r d o R io de J a n e i r o .
(1) L i v r o de Yereança de 1670 p a g . 8 5 v.
2§$ ANNAE3
mi
§ 20 . loc
e a
Fez-se nesse tempo memorável o mais nobre
en
desapego do século, que ostentou D. Cecilia Bar- ce<
balho Irma do distincto Governador Agostinho
Barbalho Bezerra, filha do Mestre de Campo Go
vernador que fôra da Capitania Luiz Barbalho
Bezerra, recolhendo-se com suas tres filhas na
Capella da Senhora da Ajuda, em 26 de Julho
de i6 ; o , com duas meninas filhas de Cidadãos
nobres e de qualidade para viverem em clauseira.
Pôr este facto acordou (1) e se obrigou a Camara
em seu nome e de seus Successores, que no caso
de ser concedida a graça que imploravão ante o .
Trono da erccção de hum Convento de Freiras, í
cobrar as subscripeões das pessoas que se tives
sem comprometi ido para a sustentação das Reli
giosas , cuja relação levou á Augusta presença
do Príncipe Regente, rogando que se lhes permit-
tisse dar aquellas porções depois de arrecadados a
juros de oito por cento, conforme era geral cos
tum e, para a sustentação das Religiosas, e pedio
outro sim o Senado com as mais vivas instancias
attendesse â honra das suas familias e o bem mes
mo do Estado, annuindo á concessão desta graca,
porque era bem de esperar que as orações daquel-
las angelicas creaturas chegarião ao Trono das
TOMO IV. ^7
290 ÀNNAES
CAPITULO VII.
§ 1.
§ 2.
§ 5.
S4 .
ISão sc podia desculpar ao Governador Geral
nomear em lacs circunstancias, quando pedia a
assistência de hum Governador activo e bem ha
§ 5.
CAPITULO II.
M e m o r ia e j u s t i f i c a d o d o T i t u lo c b o a 16 c o m q u e se o b r o u na
F u n d a ç ã o d a n o .» Colonia d o S a c r a m e n t o , na» t e r r a s d a C a p i t a -
n ia d e S . V i c e n t e , n o s itio c h a m a d o S . C a b r i e l , n a s m a r g e n s d o
R io d a P r a t a ; e T r a t a d o P ro v is io n a l sobre o no v o in c id e n te c a u
s a d o p e lo G o v e r n a d o r d e B u e n o s A y res, a ju s ta d o n a C ô r t e d e
L i s b o a p e lo D u q u e d e J o v c n a s o P r i n c i p e d c C h e lc m a r, E m b a i
x a d o r E x t r a o r d i n a r i o d e E l - R e i C a th o lic o , c o m os P le n i p o t e n c i á
r i o s d e S u a A l t e z a , a p p r o v a d o , r a t i f i c a d o , e c o n f ir m a d o p o r a m -
b o s os P r i n c i p e s e m o a n n o d e i f í S i .
tinuas povoaco q
zz>
n Rio da Prata, como
aquelle Costa que corre paia cidade de
r • Villa de S. Joao da Oananea,
P em » u a y ,^e outros lugares de menor conia.
1 ac,OS d . po.se quo „ e r d , â r ã o » t o ^ ;
• a Reis P ortuguezes, continuarão os Reis Ca
simos Reis 1 oriug , confirm ando as
tholicos na união das Coroas, con
348 AfíNAES
mesmas mercês nos filhos dos Donatários, por
quem vagavao, e passando os despachos e provi
mentos de todas estas terras na forma referida, e
sempre como Reis de Portugal pelas Secretarias
e Ministros Portugueses: 0 que se qualificou ul
timamente com a Mercê que Sua Magestade Filip-
pe IV fez ao Mestre de Campo Luiz Barbalho Be
zerra nn enseada de Tuquay da Ilha de Santa Ca-
tharina, sita entre a dos Arvoredos c a da Galé;
e no felicissimo Governo do Serenissimo Senhor
Principe D. Pedro, com as doações dc que fez
Mercê ao Visconde d’Asseca, e a seu Irmão João
Corrêa de Sá de quantidade de legoas no Conti
nente de S. Gabriel. O mesmo Solorzano já alle-
gado neste discurso confirma esta posse com as
palavras seguintes:
* Foi descoberto e oceupado o Brazil , e habita
do pelos Portugueses, e estão de posse delle, e
então de posse delle pelo modo que referimos;
isto he como refere o mesmo Autor do Rio Ma
ranhão pela parte do Norte, e do Rio da Prata
pela parte do Sul. 1
Diogo de Castro, bem conhecido e celebre pelo
seu mteio que fez do toda a Costa e Sertão do Bra
zil, q ue se guftrda originalmente nos Archives
deste R ein o, diz que a repartição delia se term i
na na Bahia de S. Mathias, cento c setenta legoas
para Loeste do Rk> da Prata, onde está 0 marco
PortUgtiez com as A m as de P ortugal, visto e
DO RIO DK JANEIRO. 549'*
examinatio pôr d ie : 0 quo tambeiri se aeha era
outro roteiro que Francisco da Cunha fez por
ordem do D'. Christovão do Moura dte toda a Cos
ta do Brazil, qud declara o q.ue nos pertence na
America etn virtude do Meridiano, c qtto na Ba
hia de S. Mathias se acaba a repartição dtí Por
tugal por ali estar o marco das divisões , c que O
reconhecera por sua propria pessoa.
Ultimninente em virtude da mesma posse e Se
nhorio, se requereu na Còrte de Madrid nos an
nos de 16 7 1 e - j em nome de João Coelho da Cos
ta, João da Silva , e Manoel Quaresma , a restitui
ção de hum navio que se lhes hnviu tomado por t
perdido na Cidade de Buenos Aires com o titulo
de contrabando, allegando por sua parte que se
lhes fizera forca e violência, por quanto ellcs se
achavão nas terras dosta Coroa trinta legoas de
Buenos Aires defronte de Montevideo, onde fnse-
rào naufragio e salvarão as vidas e as fazenda9 que
haviáo conduzido até S. Gabriel ^ em que se com*
prehendia 0 nosso lim ite, e que fiados nelle re
correrão a Buenos Aires a comprar mantimentos
e pedir soccorro contra a barbaridade dos índios
visinhos, onde por serem presos c confiscados,
pedião reparação e recurso contra esse danario? e
sendo qtíe se lhes não defiriò, se náo còntradiceo
fundamento das demarcações e se omittio na Seii-
tenca a clara razão desta- Justiça, e sómente És
declarou qUe era prohibido o com m ercio, e q u e
S'55o ANNAES
nào estava dispensado no Tratado das pazes, e sc
com tudo se não deu provimento a Manoel Qua
resma , não faltou em allegar o Direito das De
marcações , e em fazer mais este acto de Juris-
diccão e Dominio: com que bem conferidas as
historias, os tempos c noticias, se achará que a
Corôa de Portugal usou de todos os actos de pos
se que mais geralmente costumão ratificar o Di
reito dos Principes; porque começando emPedro
Alvares Cabral na que tomou no Porto dc Santa
Cruz como cabeça de todo o Estado do Brazil, o
ficou comprehendendo com todos os seus Portos,
Costas c Sertões do seu Continente: continuando
em Américo Vcspucio, a ratificou como primeiro
descobridor do Rio da Prata, seguindo-se Martim
Affonso de Souza c seu Irmão Pedro Lopes de
Souza, que mettêrão marcos e fizerão povoações :
continuando-se a naveção do mesmo R io, entra
rão e sahirão livremente os navios Portuguezes;
repetindo-se com frequência das Missões Evangé
licas e a conversão dos Gentios, se satisfez com a
primeira obrigação do Dominio das Conquistas.
Usando com tudo do Direito de possuidores exer-
citárão os Principes de Portugal a sua regalia em
continuas e repetidas mercês em todo o tempo
dos seus Reinados. E pelo contrario a Corôa de
Castella em quasi dous séculos que tèem corrido
do primeiro descobrimento até h oje, se não sabe
mais de hum só unico acto daquella chamada
no W O DE JAN EIRO . ° 5 '
ARTIGO Vi.
ARTir.o VII.
F IM DO TOMO IV.
INDICE
FIM 1 )0 IN D IC E .
erratas.
Pag. U nha: E m l u g a r d e .: le ia -s e :
2 29 da mesma, pela.
13 72 porque, por quem.
14 7 róe, roeo.
id . 8 a como, bem como.
70 18 não julgou , não julgue.
91 domingos, Domingos.
123 23 diSSO , por isso.
129 24 em oHicios , em seus officios.
102 20 dotnarcas, com marcas.
108 29 de pessoa ou pessoas, de peça ou peças.
194 12 medos, modos.
205 2 Ccrtificando-os, certificando-o.
206 13 e muito na maior, c n maior.
249 9 canella, canela.
204 21 talhando , tallando.
277 7 o damno, contra o damno.
288 9 clanseira, clausura.
■tio de Janeiro. Typ. Imp. e Const, de S eig n o t-P i.an ch k r o C.— 1835.
TOMO IV. '|6