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N l'.m e r o 86.

G ,á Z E T A U JV IF E R S ^ L .
SABBADO 20 DE ABRIL.

REIN O -U N ID O DE P O R T U G .^ L , B R A Z IL , hido que para concordarem forão ameaçados pelo De­


F. A L G A R V E S , sembargador íegmarfi» , dizendo-lhes que tal procedimen­
Goiai 5 tie Novembro de 182 to era determinado pelas Cortes , a que só o General
se oppunha por interesses particulares , e que aquelles
1 o iiicadf) do mez' de Setembro se lembrou o De­ que não conviessem serião castigados pelas Cortes. Mas
sembargador Jootfuim T/teotonio Segttrodo , Ouvidor da por fim tudo alli se acha na maior confusão , sem que
Comarca do Norre desta Provincia de exigir hum Gover­ nem os Membros do Governo possão atinar com o meio
no , que elle denominou Provisorio daquella Comarca, de se poderem salvar.
mas qiie não he certamente digno deste nome ; para o O General logo que no dia 29 de Setembro rece-
que basta considerar, que para aquclla creação os Povos beo a noticia da crecção daquelle G overno, immediata-
não forão de maneira alguma ouvidos. Aquelle Ministro mente a transmittio ã Camara , Clero , Nobreza , e Povo
bem conhecido em toda esta Provincia pela sua conducta que para esse fim convocou , repetindo-lhes a proposta
publica , e particular, tendo nesta Cidade sido excessiva­ que ja cm 21 de Agosto lhes fizera da creação de hum
mente obsequiado pelo General , se dirigio ao Arraial Governo Provisorio nesta Capital. Foi negativa a res­
de Tralilros , aonde não achando as principaes pessoas posta geral sobre essa nova creaçfo, sendo quasi geral
do Arraial concordes com as suas opiniões , so resolveo o voto de ser promptamente atacado, e destruido aquel­
a sevuir para o insigniíicantissimo Arraial de Covalcante, le Governo. Ponderando porem o General , quanto era
Reunindo-se alli com os seus parentes se erigirão ern improptio de Goianos o quererem fazer derramar san­
Governo Provisorio , sem que nem mesmo os poucos gue Goiano , a que ajuntou muitas outras judiciosas re­
moradores do Arraial soubessem de cousa alguma. Estes flexões , lhe foi geralniente incumbido o cuidado de dar
mesmos individuos acompanh.idos de seus escravos , e aquellas providencias, que elle julgasse a proposito ; so­
aogregados forão desarmar os R egistos, e Destacamentos bre o que o General novamente se explanou asseveran­
qtie havia naquella Comarca , o que lhes foi facil pelos do que as medidas que hia tomar se limitarião a manter
estratagemas de que usarão. Dado este passo publicou o a segurança publica dos bons Goinnos, e a fazer conhe­
Governo que ficavão extinctos todos os tributos inclusive cer aquelles , que por hum momento se deixarão alluci-
o quinto do oiro em prá , o qual desde logo mandarão n ar, quanto os ssus passos tem sido errados, e sobretu­
circular a mil e quinhentos a oitova , dando-lhe franca do anti-constitucionaes ; e com eflfeito tal tem sido o
exportação , e ate fazendo-o aceompanhar de guias , a espirito das suaS medidas, que todos os dias se esperão
fim de que nas Outras Provincias se não tolhesse o seu ver coroadas do melhor resultado.
transito. Apossarão se de todos os dinheiros da Real Fa­ No dia 21 de Outubro perto da noite chegou o
zenda , que se achaváo em poder dos diversos .Adminis­ Correio do Rí« de Jnneiro , e logo no dia seguinte dc
tradores. Creárão duas Companhias de tropa de linha manhã publicou o General a sentimental Proclamação
com soldo m aior, do que o da tropa desta Capital , e junta , cm que annunciou aos Goianos haver expedido í
proverãe; os competentes postos de Officiaes de Patente. Camara ordem para se crear hum Governo Provisorio de­
Nas Milicias não S(> proverão todos os postos até o de baixo dos mesmos princípios estabelecidos pelo Príncipe
Coronel inclusive , mas passarão a nomear hum Capitão Regente para Pernambuco , em que se despede dos mes­
para Coronel Inspector Geral de todas ellas , sendo os mos Goianos , e em que lhes recommenda que tenhão a
principaes destes postos distribuídos pelos pare.ites do maior adhesão ao nosso Governo que vai estabelecer-se,
referido Doutor Segurodo : nomearão para Ouvidor da e o resfieitem sempre com a maior fidelidade.
Comarca o sogro do dito Desembargador , o qual deve A Camara esteve por alguns dias perplexa sem pu­
despachar com dois adjunctos, que também lhe nomeá- blicar deliberação alguma , receando talvez algum tumul­
r.ão , nada alli tem deixado de ter alterações, e rnudan- to á vista da grande aJhesão , que todo o Povo desta
Ç.1S , sem escaparem nem as conhecenças , c mais be­ Cidade, e Comarca tem ao General. Sabe-se que só 3
nesses , e usos Paroquiaes. A Ordenação , e mais Leis instaucias do General lie que se decidio a publicar no
do Reino , e ate as Leis Ecciesiasticas , tudo se tornou dia 28 , que a creação do Governo Provisorio teria lu­
nulio , c sem effeito naquella Comarca aonde presente- gar 110 dia de hoje para o que convocarão por Edital to­
mente só reina a maior desordem , e anarquia , tanto do o Povo, liavendo-lhe o General segurado, que sen­
mais porque todos os dias entrão , e sahem novos Mem­ do nece.ssario ficava a seu cargo conter a T ro p a, e Po­
bros naqiielle Governo, e sem que o Povo jamais seja vo , a fim de que a deliberação se fizesse com toda 3
ouvido. Estas medidas agradarão ao princípio a alguns niadureza , e prudência. Com estes passos mostrou o G e­
dos habitantes daquella Comarca. Muitos hrjuveráo coiq- neral , que para ordenar effectivainente a creação do
Govfrno ProvNotio só esperava ter a certera de qiie vós tenhão lugar as desordens, e Uimiiltos que tanto
Siia Altczi Real nao desapprovava esta medida , o que tem flagelado a maior parte das Capitanias deste Reino.
iiruito obriijou a todos os Goiflnos. Viva a Religião. Vivão as Cortes. Viva tIR ei. Viva o
A Camara porém náo se tendo dignado de ouvir Principe Regente. Viva a Constituição. Vivão os bons,
pessoas que a podcssem instruir sobre o metliodo, que e honrados Goianos. — Goim 22 de Outubro de 18 2 1.
se deveria segtrir na Vereaçáo de hoje , estexe a ponto (Assignado) Manoel ï'^natio dc Sísmfoio,
de causar alguma desordem de tristes consequências, Ordem do Dia.
tanto mais porque havertdo convidado as corporações Q^itarieí Geneeal dc Golaz 2 dc Novembro de 1S 2 1.
por cartas , e convocado o Povo por hum Edita! náo Devendo ámaiihã j do corrente estabelecer-se o
quiz adtr'ittir'a votar senão aquelles Cidadãos, que bem Governo Provisorio desta Capitania; ordena o Illustris-
lire parecco ora huns , ora oirtros, conforme os partidos simo e Rxcellentissimo Sr. General , que o Sr. Tenente
que inflttião. No meio do maior calor houvetáo algrtns Coronel Laiz da Costa Freire de Freitas tome as medi­
tios qne até entáb se haviáo mostrado mais enthusiastas das, que julgar necessárias para manter o socego e tran-
pela creaçáo do Governo Provisorio , qire propozeráo quillidade publica; satisfazendo também as requisições
dever-se sustar tudo, dar parte ao Principe R egente, e tendentes ao mesmo fim , que lhe dirigir a Camara des­
esperar a sua decisão , ficando entretanto governando o ta Cidade.
actual Capitão General , que atégora táo bem nos tem Alexandre Jo s é Leite de Chaves e Mello ,
gtivernado , e contni o qual não ha queixa alguma, o Coronel Ajudante das Ordens.
que foi geralrncnte appiovado por todos com o maior
cnthusiasmo , e alegria por ser este o desejo geral ã ex- (Conlinuão as noticias do Maranhão de 2 de Fevereiro )
cepção dé quatro , ou cinco individuos que pertendem O Corpo do Commercio da Praça do Maronhão ,
locupletar-se com jactura alheia, e encobrir os seus cri­ cordialmente penhorado das Virtudes que o Excellentis-
mes com a creação do novo Governo. No meio destas simo General Ex-Govtrnador Provisorio desta Provinda
oscill tcões nada ha tão notável , como a serenidade , e patenteou constantemente durante o seu louvável G o­
soíégo de espirith qne constantemente conserva o G e ­ verno , ihe oflferecco no dia 1 7 , sígiiinte ao da Pos­
neral , como he ptoprio de Homem de bem , e de sã , se da Excelientissima Junta Provisoria , huma espada ma­
e pura consciência. gnifica, acompanhando a offerta com o seguinte Discurso,
Neste inssante chega noticia de que todos os Ar- e Poesias que o seguem.
raiaes da Comarca do Norte (éxcepto Cavulcanle') tern Itlíistrissimo e Excellentissinio Senhor.
reconhecido o séir dever , e qrle até já alguns dos Mem­ O Corpo do Commercio desta Praça , animado do
bros dãqirelle denominado Goverrio tem fugido para T m - mais vivo reconhecimento , e conduzido pela mais sio-
hifas : parece que a consumada prudência do General os cera gratidão, não deveria faltar a Vossa Excellencia
tem confuitdido. com as ultimas provas de am or, estim a, e veneração
P R o c I. A MA ç S o. em qne sempre apreciarão a extensão do espirito , e
Goi«no$ : Apezar de que por noticias particulares energia do genio de Vossa Excellencia ; que em seus
Çna verdade failiveis) itie corista haverem as Cortes Ge- projectos sempre mostrou , e desenvolveo esse plano
ta e s , Extraordinárias, e Constituintes da Nação Decre­ de justiça, e de sabedoria, que anunciou, e realizou
tado que os Governadores actualrnente existentes er.ío liuma alma verdadeirainente Candida, e nobre, e Initn
Jegitimos , conhecendo comtudo pela Gazeta do R/o de genio desinteressado, e luminoso; esse plano, que des­
Jan eiro N. 86 (Artigo Ofíiiial ) que Sua Alteza Real a cortinando o futuro , onde todos os revezes tem a sua
Principe Regente Dditindo ao qire lhe representara o origem , todos os successes as suas vantagens , e todos
Governador e Capitão General da Capitania de Pevniwi- os males inevitáveis são compensados com grandes ben s;
bíico, Eòra Servido Mandar alli crear imm Governo Pro­ delle dispoz, como se fosse presente ; esse plano final­
visorio para a Administração, e Direcção dos Negocios m ente, que estabelecendo a boa ordem , e harmonia so­
públicos da Capitania , liavendo-se também expedido hu- cial desta Provincia , lhe firmou tão sabia como politi­
rna similhante ordem pata a Capitania de Minas Geraes ; camente a sua segurança interna , delzaixo da egide dó­
persuadido como estou de que será coroada de hum igual cil , e saudavel do Governo , pmamente Constitucional ,
resultado a representação que sobre o mesmo objocto de Vossa Excellencia desde o seu ptincii io, no seu pro­
Jevei á presença do Principe Regente pelo Correio de gresso, e até o seu fim.
2 do niez passado : resolvo tomar sobie mim a tespon- O engeiiliozo , e cordato zelo , com que Vossa Ex­
Sabililade de ordenar á Camara desta Capitania, que cellencia animou o Commercio, e a Navegação^, em­
( achandn-o justo) passe a crear o mencionado Governo penhou por tal forma Os nossos corações , que terianios
Provisorio, seguindo as formalidades estabelecidas no ci­ traliido o seu maior impulso, e seiiamos Cidadãos de­
tado A viso, a (im de antecipar em vosso beneficio os generados em ingr..tos, se não desseitios nestes últimos
felices resultados de huma tão liberal decisão, e de evi­ tempos hum irrefragavel dopoivnento, na presença de
tar a guerra c iv il, de que alguns dc entre vós cuid ido- Deos , e 3 face dos homens ; na presença do Ceo e ã
samenre procurão excitar. face da Terra , sobre a conduct,! publica , c particular
Concluindo o Governo deste Capitania que Sua Ma- de V'ossa Excellencia em todas as Ramificações da Ad­
gestade Eóta Servido Confiar-me com esta medida que ministração , e em todas as Repartições do trato da v i­
-satisfaz aos desejos do alguns d’entre v ó s , e vai evitar da : condiicta iiultcravel , sempre adiniravel , e dign.x
a todos os desgraçados resultados de litiina guerra civil, de ser imitada por aquelles, que assomão os grandes
espero que todos fiqueis persuadidos, que assim como empregos , e os cargos mais preeminentes ; condueta ,
desde de Outubro de t8zo até o presente me náo te­ que náo póde ser denegrida , se não por liidiondos in­
nho jámais poupado a trabalho, ou esforço algurn , que sectos , sedentos de sangue , e de cariiagein.
pudesse contiihuir para a vossa verdadeira prosperidade , Não são estas expressões , Excellentjssimo Senhor
e digna representação, este será sempre o espirito de filhas ou da vi! lisonja , que tudo assedeia para agradar ,
todos os meus procedimentos a vosso respeito, qualquer ou da refalçada hypocrisia , que não omitte meios para
que seja a vicissitude dos Negocios politicos do Reino- ilhtdir : são homenagens devidas á virtude , que ainda
Ünido. transplantada para diverso Clima , tem inauferivel direi­
Teitlio por ultimo o reconimendar-vos com a maior to ás nossas oblações. A censura , essa rigida director,!
instancia , que logo que se tenha instalado o novo Go­ das acções Ir.imanas, nos fará justiça, e julgará a iioss.i
verno Provisorio lhe tributeis todos a maior adhesáo, causa com imparcialidade, quando avaliar que o nosso
respeito, e suhorrlinação, tendo a mais constante con­ fervor mais se exalta iiaquelle mesmo momento, em
fiança na in.idurezã , c acerto de todas as suas delibera­ line V. Exc. depositou em mác*! de outros os destinos
ções t sefã este o unico meio de evitardes, que entie desta Provincia , entregando a pezada tarefa do Gover-
no. Se as tisnniias Províncias do Doiiro , Bsira , e Cjjr . S o neto .
Platina prepararão a \‘ . Esc. as Coroas de Heroe ; se No tempo em que foi preza , e foi captiva,
Villa R e a l, e Piiebla tecerão lisongeiros mirtos, coni A Lusa Patria pelo Côrso arteiro.
que bem compensarão o valor, e a coragem de V. Esc. Luso Nestor (com irnpeto guerreiro,)
entre as falanges inimigas; o grato Ma'aukâo prepara a Encheste cs planos de Belona altiva :
V . Exc. as honras de Cidadão; titulo na verdade sobcr"
■ bn, e pomposo, ipie altianqa a V. Exc. eterna memo- Brio excelso , que a Honra te motiva,
'rii das suas obrigações. Se a antiga Orecia, Patría dos T e fez ao T e m p o , e ao Lethes sobranceiro;
Sábios; se a guerreira R om a, Patria dos Heroes, levan­ E até o ardente Clima Brasileiro
tarão Estatuas, e outros monumentos Colossaes para eter- Dos teus Commandos as lições deriva.
nisarcm os nomes de seus Benemeritos ; o Maranhão
orna a frente de V . Esc. com a Coroa Cívica de peren- Muitos, que o cingem ferro venerando,
iie , e immortal gratidão; e o seu Cotpo do Commer- Os Nuncios são apenas de Mavorte ,
cio , persuadido de c]ue nunca a pequenez da offerenda Tinindo a espada , o bronze trovejando;
oftendeo a Magestade do .'VItar, offerece , e deposita na
Dextra de V. Exc. a insignia mais decorosa do Cidadão 1
Silveira ostenta o macio, e o forte . .
Militar : offerta tenue , porém sincera , como testemu- De Tbemys cumpre os V'otos , governando,
rilio permanente do nosso affecto. ftlas no Crime derrama o susto , c a Morte.
Deos prospete os dias de V. Exc. , como anciosos Por Manoel Ferreira Freire,
anbelão os que prezáo ser com a mais alta estima , e
,^,speito__De V . E x c .— lllustrissimo c Excelleiitissimo Resposta da Exeellentlssimo General,
1
Senhor Bernardo da Silveira ’ inc.') da Fonseca — R e ve ­ A leitura da honrosa e lisongeira catta , que o brio­
rentes Criados. — W de Fevereiro de iSaaa so Corpo do Commercio da Cidade de S, Luiz do M a„
__Josá rfos Reis e Brito. Manoel João Corrêa de Sou­ ranhãa, quiz ter a generosa contemplação de enviar-me,
sa. Antonio José .Meitelles. Sebastião Pinto. João Cbry- acompanhada da offerenda de buma preciosa espada, se­
sostomo Pagony. José dos Santos Monteiro. João üu al- ria para mim em todo o tempo hum terminante teste­
berto da Costa. Joao Antonio daSilva. Manoel José Pin­ munho, tanto para abono da minha condueta , como pa­
to V'^ianna. Antonio Carvalho Estrella. Manoel Domin- ra perpetuar a minha gratidão ; e assaz energico também
gues Dias Fernando .\ntonio da Silva. Manoel Silvestre para p.itentear a toda a Nação o magnanimo caracter dos
Ramos. José Antonio da Silva Bastos. José Rodrigues Senhores do honrado Corpo do Commercio, que tanto
Róxo. José Antonio Nunes dos Santos. Manoel José me obsequiárão; mas esta mesma generosidade, esta:
Ifibeiro da Cuiiba. Manoel I.opes da Costa. Como testa­ mesma honra, este mesmo dom , offerecido depois que
menteiro do .Alcaide-mor José Gonçalves da Silva , Ma­ eu entreguei o Governo Provisotio desta Província, nas
noel Lopes da Costa. João José d'Almeida Junior. Ma­ mãos da Excellentissima Junta Provisória ; he huma dis-
noel Antonio de Carvalho e Oliveira. Antonio da Cu­ tineção de tanto valot e preço , que eu não sei agrade-
nha Gonçalves Affonso. Antonio Martins daSilva. Fran­ cella : avalio a gloria , que me resiika da continuada af-
cisco Coeliio Rozendo. Antonio José da Silva Guima­ feição de Cidadãos tão henemeritos ; mas não posso ex—
rães. Francisco Jose Dias. Antonio José Soares Duarte. pressalla ; posso porém affiançar, que neste , ou n’outro
Por. Antonio Rodrigues de Miranda, José dos R eis e Clima nunca serão riscados do meu coração os senti­
Brito. mentos do mais puro reconhecimento a distineçáo tão
grande ; e sempre o Corpo do Commercio do Maranhão
Dirás talvez icalumnia detestas-el, em toda a parte aonde puder chegar a minha pequena
Que ein Dirce emplumo ufano , influencia, terá em mim hum A gen te, hum Defensor,
As aureas setas de hum brilliante engano ; e hum constante publicador das suas Virtudes, Patriotis­
mo , e Lealdade , e hum Amigo reconhecido , e grato.
Mas talvez por emprezas menos Bellas, Rogo mui efficazmeiite aos Senhores da Deputação
Brilhe de Leda a ptóle entre as estrellas. me fação a honra de patentear a todos os mais Senho­
A. D. da Crm. Od. l ’ind. r e s , que tanto me ohsequeião, as constantes expressões
do meu agradecimento.
S o neto . Deos guarde a V V . SS. — Maranhão iS de Feve­
S e ja , ou não, a off'renda derradeira, reiro de 1822. — Illustrissimos Senhores José dos Santos:
A que acceitas , espada rutilante, Monteiro, João Antonio da S ilv a , João Chrysostonio
Quâo propria do teu punho, Hetoe prestante , Pagony, e José dos Reis e Brito. — Bernardo do S il­
Oh saudoso , magnanimo Silveira ! veira Pinto,
L I S B O A 19 de Abril,
A terra Transmontana , a Herminia Beira , Temos transcriptos do Conciliador do Maranhatr
( E por todas o impávido Amarante , ) para a G . dc hontem e de hoje alguns artigos que as­
Lysia , Hespanha , America distante , * sas provão quanta differença faz o governo humano e jus­
Dâo-te duas Corôas — C ivica, e Guerreira. ticeiro de hum homem recto e honrado ao de outros
que só buscão em seus commandos e governos dar exer-
São estes ds laurels, he este o espólio, cicio ãs vis paixões do interesse , da ambição , e da pre­
Que os Honrados te dão, que te pettence., potência. O Maranhão sentio de tal modo a retirada do
Bern que sejas credot d’hum Sceptro, e Sólio : seu lllustre Governador Silveira , que no dia da sua
V
partida se vestio de luto quasi toda a gente daquelLi
Hum Nume foste ! a Patria que te incens? ; Cidade , e se derão as maiores demonstrações de geral
Collocando no Luso Capitolio , sentimento. Houve porém alli a fortuna de se fazer hu­
O Paladio do Povo Maranhense ! . . ma eleiç.ío de homens mui dignos para a nova Junta ,
os quaes sem dusáda hão de imitar e seguir as pitadas
Va«/ pouver, ra fferm ir, par un accord, heureux , daquelle Governador , e concorrer para tudo o que fot
Dn peuple, etc. du Rai Ici legitimes noeuds'. de verdadeira utilidade daquella Província.
E t fa ire encare fle u rir la liberté publiijuc ,
Sous l'ombrage sacré du pouvoir Monarchitlue. CO RTES — Sessão de \<) de Abril-
Voltaire. Lida _ apptovada a acta da precedente Sessão, deo
conta o Sr. Secretario Felgiieiras do expediente , em
* Monte-Video. que se comprcheiidia 0 seguinte : —■ Hum officio do Go-
[ ;i 50 ]

Virno pela Secretaria d’ Estado dos Négocies do R e in o , proprietário lhe d er, porque 'vive sempre em dependent
ein que se inclue huma representação da Coimnissáo do cia , não sendo por consequência livre a sua escolha ;
Commercio da Cidade do I’ orto sobre diversos objectes, que lhe parece imprópria e até injusta a comparação,
e dois pelas Secretarias d’Estado dos Négociés da Justi­ que fez hum honrado hlembro , quando disse 'que em
ça e Guerra , que passáráo ás respectivas Commissóes. Froufa a exclusão das classes inferiores tinha aberto <a
Domingos Antonio de Sequeira expõe os estorvos porta ã Aristocracia : em Franca (continuou) perten-
que tem encontrado na execução dO monumento da Pra­ dia se que só fossem admittidos aos Collegios eleitoraes
ça do R o cio , que Ibe foi encarregada: passou á Com- os grandes pnoprietarios , excluindo núo só os jornalei­
inissãn das Artes. ros , mas até os pequenos proptietarios : que elle ao
José Diogo' de Bastos rdierece por mão do Sr. De­ contrario admitte todas as classes, e só exclue aquelles
putado í ‘ eixoto Refíexoes sobre o empréstimo offereci- <jue tem Officios manuaes , isto lie , aquelles que de­
do pelos Capitalistas ingleies , e modo de adquirir o pendem para exercer o seu Officio só de força fysica,
Credito publico ; passou á Commissáo de Fazenda. e não do entendimento ; accréscentou que se não devia
O Sr. Secretario Freire fez a chamada , e disse se assustar o honrado hlembro com esta excepção , porque
achaváo presentes i 11 Srs. Deputacfos. em Portugal poucos são os jornaleiros, que não tenhão
Ordem do l ) i a ~ Conititui^ão, mais ou menos propriedade , e eontimiando a combater
O Sr. Presidente abiio a discussão ao additamento as dffFerentes opiniões contrarias , concluio que longe de
do Sr. Guerreiro na excepção do art. Sobre a elei­ tender esta indicação a caminhar á Aristocracia, tinha
ção dos Deputados “ não podefáo votar os jornaleiros, em vista conservar e fiririar a independeiicia , e que es­
ou outros quaesquer officiaes maiuiaes , que não tenhão te lie o unico momento de estabelecer a garantia do Po­
alguns bens , ou industria própria. der Legislativo ; que pedia por tanto ao Soberano Con­
O Sr. Leite Loòo defendeo a indicação , dizendo , gresso , que não olhasse para as palavras, mas para as
que os 'jornaleiros , por isso que não tinhão lugar fixo cousas , alterando sua indicação de tal maneira , que se
de residência, estão no caso dos vadios , que por este conheção as ideas, que acabava de expender.
Tî'.otir'O vota pela excepção : foi combatido pelo Sr. Aíarr-
r<7, em que mostrou que os que trabalhão nos Officios
0_Sr. Xtivier Mouteire disse que náo approv.1va a
indicação na sua generalidade, que fazia diflferença en­
TnanUiSes , nas .Artes e IVlanufacturas tem hurna proprie­ tre Trabalhadores e Officiaes mecânicos , isto lie entre
dade na sua industria , como aquelles de quem elles re- aquelles que aprendérão alguma Arte ou Officio e
tebem o jornal ; com a differença porem que n’aquelles aquelles que só dependem da força fysica para exercerem
S sua industria he mais rendoza , do que nestes, c tem o seu trabalho ; que os primeiros aprendendo a sua pro­
interesse huns corno outros no bem publico. fissão, tinhão adquirido huma especie de Capital e os se­
O Sr. Borreto Feio apoiou dizendo , que o jorna- gundos alugando-se ás semanas, não fazem diffe’rença dos
ïeiro he laborioso , c por conseguinte tem bons costu­ Creados de servir —
senão em- serem asselariados
. . . por
mes ; que se não trabalha em terras proprias , lie por­ menos tempo : que além disso era mais facil suborn.,
que injustas Leis o tinhão privado disso , e se a injus­ cincoenta Trabalhadores, do que cinco, ou seis Officiaes
tiça o conserva nessa privação , não devemos augmen- mecânicos , por sér muito usual haver nas Províncias ca-
tar-llie os males , privando-os do direito dê votar nas zas, que tem mais de sessenta jornãleiros ás suas ordens
eleições. Apoiarão esta opinião os Srs. IrUtcedo e Cn/- os quaes por qualquer engodo votarião por aquelle que
deira ; c logo o St. Borges Cnrneiro disse , que tendo- o dono^da casa lhe propozesse, o que não acontecia com
Se efícluido os menores de vinte cinco ânnos, os Cria­ os Officiaes mecânicos , porque só hum ou dois se
dos de servir, e outras classes, não via ne>ta indicação, achão na sua dependencia : referio outros argumentos e
sen.lo em Lisbon , e nas Provindas de que elle tinha concluio que o seu voto era que só os jornãleiros n’ e-
conhecimento , chamar-se a votar na eleição dos R e ­ ramente taes, que não tenhão industria ou propriedede
presentantes da Naçío as classes poderosas , os Fidal­ alguma sejão exceptuados de votar.
g o s , Clérigos, e grandes proprietários : que admittido Fallãrão sobre este objecto os Srs. Ceislello Braneo
tal principio, nõs veriamos em mui pouco tempo trans­ M iranda, Corrêa de Seabra , Fiuto de Françn , FerrSo’-
tornada a Constituição ; que tomem por exemplo o que e outros ; c julgaitdo-se sufficientemente discutido foi
se pratica em Franfa , aonde excluindo-sé as classes la­ regeitarda a iiidicação pór 56 votOs contra 49.
boriosas, se tem eleito homens, que tern transtornado O Sr. Soares Froneo, relator da Commissáo de U l­
a Carta, e vemos no seu vigor Leis Aristocráticas: ac- tramar, dco o parecer sobre o estado actual do Reino de
cressetitou novos argumentos , e concluio conlia a ex- Angola, e hum lelatorio de Moçambiiiue, propondo al»uns
tepção. inelhorameutos n'aquellas Províncias: que se inipriitia.
O Sr. Guerreiro disse , que era dilficil sustentar O Sr. Caslella Braneo Manoel leo outro parecer da
proposições , que pareção oppostas ã popularidade que mesma Coinmissão sobre a proposta de iiiim Negociante
temos estabelecido ; porém qúe sendo elevado a distin- da Ilha da Madeiro, que pede se lhe forneça litima cer­
cta Dignidade de Representante da Nação , desde logo ta somma para ir a Franfu comprar hum AUmbioue pa­
se díspoz a sacrificar o Seu descanço , a sua vida , e até ra se estabelecer no Norre da mesma Ilha. Entrou em
mesmo s sua reputação , tendo só em vista o interesse discussão, e depois de breves reflexões, em que o Sr.
dos seus Constituintes , segundo o dictame da sua cons­ do Rio propoz que era mais conforme ao espirito
ciência : que firme nestes princípios hia sustentar a sua desta Assembica, que quer proteger a Ilha da M adeira,
excepção. Que agradecia ao Illustre Deputado, que to­ que mandasse vir por sua conta a Fazenda Nacional dois
mou a seu cargo ajiid.allo nesta tateia ; que porém se Alambigues , e que depois de chegarem seiâo arremata­
sião conformava com elle na comparação que fez ; q'Je dos a quem mais d er, sendo collòc.idos 110 lugar, que
os jornaleiros he Intma classe muito iitil, e necessária, convier ao bem publico da mesma Ilha ; foi regeit’ado o
e tem membros dotados de muita moral ; porém que Jiarccer , approvaiido-sc a indicação do Sr. Alves do Rio.
por sua mesma natureza merecia , e dava lugar a certas O Sr. Ferreira Borges leo liunia indicação, em ous
considerações : mostròu que para se fazer buma eleição propõe se nomeie huma Commissáo para analis.ir a de­
acertada , era preciso que os eleitores conheccsseoi os claração do Sr, Deputado Ribeira d 'Andrade íiiserítla m>
Candidatos , e que tivessem ao mesmo tempo interesse Diário do dia 1 7 do corrente, para desaggravar o Sobera­
no acerto da escolha ; que este conhecimento e interes­ no Congresso das asserções alli enunciadas, c fazer en­
se não suppóe no jornaleiro , pelos seus princípios , e trar o lllustre Deputado nos seus deveres : que fosse á
porque não tendo outros meios sle subsistência, se não Commissáo de Constituição.
l> que lhe produz o seu trabalho diário , pouco lhe im­ O Sr. Presidente deo para Ordem do Dia os Fo-
porta o resultado , e seguirá sempre o impulso que o raes, levantando a Sessão depois das 2 horas.

íN A 1 M P K l£ íN ÍÍ A iS A C 1 Ü M A Ia
N umeôo 97.

G . A Z E T . á U J¥ 1 V E R S , A L
S E X TA FEIR A

G R a -E R E T A N H A . 18 10 , época em que aquelle Estado não tinha experi­


mentado invasão alguma por parte da Mãi Partia,
Londres o de AbriU “ As Provincias que constituem a Republica de Co-
hmbia , depois de terem declarado separadamente sua in­
hationaí ïntcUi^encer^ periodico Anglo-Americano, dependência , se confederarão em virtude de huma Lei
publica o seguinte documento , hum dos mais importan­ fundamental com data de r 7 de Dezembro de iS r o ,
te que se tem publicado ha muito tempo a esta parte, Hum forte Exercito Hespanhol oceupava então certas
para a America , e até para a Buropa.
partes do território, que se achavão comprehendidas nos
Memogem do Presidente dos Estados-Vnidos á Camara limites de Colutníia. Este Exercito fazia alli huma «uer-
dos Representantes, ra destruidora ; suas forças tem sido depois varias vezes
Ao transmittír á Camara dos Representantes os desfeitas : todas tem sido ou prizioneiras , ou distruidas
documentos pedidos por huma decisão tomada pela mes­ ou expulsadas do pair, excepto huma porção pouco con­
ma com data de jo de janeiro, julgo do meu dever di­ siderável que s» acha bloqueada em duas fortalezas
rigir a attenção do Congresso a hum objecto da maior “ As Provincias situadas no Oceano Pacifico* tem
importância, communicando-lhe as ideas do Poder Exe­ conseguido também grandes vantagens. O Chile declarou
cutivo sobre este assumpto, para que se forem confor­ sua independencia em 1 8 1 8 , e a tem disfrutado depois
mas com as do Congresso , exista entre estes dois bra­ sem verdadeira opposição ; e ultimamente , mediando o
ços do Governo huma cooperação conforme aos seus de­ auxilio do C inte, e de Buenos-Ayres se tem estendido
veres , e a seus respectivos direitos. a revolução ate ao Perú. Em quanto ao que se passa no
“ O movimento revolucionário das Provincias Hes- Keino d«AIca;rca, as nossas informações são menos au­
panholas neste hemisfério tem excitado desde o principio tenticas ; mas nem por isso he menos conhecido , que
a attenção , e o interesse de nossos compatriotas. Este o novo Governo tem declarado a sua independencia e
sentimento lhe era tão natural , como honorifico, por que não há opposição alguma actual , nem tão pou’co
motivo que lie inútil recordar vos. He hum motivo de torça alguma que a possa formar. Durante os très annos
ratisfação o ver o assento de toda a nação ao systema passados , o Governo Hespanhol não enviou nem hum
politico, que as Autoridades constituidás tem jul»ado so corpo de tropas aparte alguma do Reino dn México
conveniente adoptar a respeito desta contenda. Logo^que nem ha motivo para crer que se envie ao diante. Por­
este movimento tomou huma marcha bastante firme bas­ tanto he evidente que todas estas Provincias não sómen­
tante seguida para fater provável o exito da empreta da- te gozão de hum estado perfeito de independencia se­
quellas Provincias, nós lhes reconhecemos os direitos, não que visto o estado da guerra, e outras varias’ cir­
que podião pertender , segundo a Lei commum das Na­ cunstancias , nao ha nem a mais ligeira apparencia de
ções , como partes iguaes em huma guerra civil. Foi que ao diante sejão privadas delia.
permittido ás duas partes belligérantes entrar em nossos “ Logo que o resultado de similhantes contendas se
porto-s, tanto com os seus Vasos do Estado, como com tenha evidentemente decidido, os novos Governos tem
os particulares, e também o extrahir todos os objectos o incontestável direito de se fazerem reconhecer pelas
que o são de commercio para outras Nações. Os nossos mais Potências. As guerras civis dão ás vezes nascimen­
Cidadãos tem tido ao mesmo tempo relações de commer­ to a sentimentos que as partes interessadas não podem
cio com os partidos, e o Governo os tem protegido em dominar. A opinião que outras Potências manifestão a
tudo o que não he objecto de contrabando militar. Os respeito do iesult.tdo da sua contenda, póde socevar es­
Estados-Unidos tem guardado neutralidade em quanto tes sentimentos , e favorecer hnm arranjo honorifico pa­
tem durado esta contenda , e tem preenchido com a ra ambos os paitidos. A dilação que temos empreg.ído
maior imparcialidade todas as obrigações impostas a este em tomar huma decisão sobre este importante objecto
caracter.
parecerá ( e assim he de esperar) á Hespanha como
Esta contenda tem chegado actualmente a tal pon­ também as demais Potências , huma prova nada equivo­
to , e se tem seguido com tal exito , e tão decisivo em ca do nosso profundo respeito aos direitos Aa Hespanha
Íavsír da Provincia , que se faz necessário considerar pro- e da nossa firrne decisão de não nos entremettermos nesl
l.indamente se estas Provincias possuem jã hum direito te assumpto. Sendo visinhas nossas as Provincias perten­
completo a tomar a jerarquia das Nações independentes, centes a nosso hemisfério , ao passo que cada porção
com todas as vantagens, que lhe são annexas em quan­ tem hido adquirindo sua independencia , tem hido suc-
to hc concernente ás suas rellações com os Estados-Uni­ cessivamente pedindo com instancia ser reconhecida in­
dos. Bnenos-Aj/res se attribuio esta jerarquia por huma vocando factos incontestáveis , que em sua opinião 'lhes
declaração formal em í í r ó , e delia teip gozado desde dsvão direito de 0 perteiidetem. Em quanto aos moti-
[ ]

•LISBOA 2 i/e ífilia.


vos di imerïSse , nossO Governo os lem regeitado in­
variavelmente , por estar decidido a não tomar parte al­ Reverente fa lta dirigida a Sua M age stade Videlissima a
guma na contenda , e a não adoptar nesta matefia me­
Senhor D, João V I em nOme dos Erojes sos, e No­
dida alguma, sue não merecesse o conSenso do munJo
viços recebidos, e dos admittidos as snas reeCpçves
civilisado. A respeito de outras reclaniaçr'ioj particulares,
sempre as temos conhecido, nias não podiâo autliorizar-
1
pela Veneranda Assembléa , e Venerando ’ riorade de
Portugal da Sagrada Ordem e Religiosa Mitieia da
liOs a obrar. Hospital de S. João de Jerusalem. Em u dia 25 de
‘ ‘ Eid obrigação cio nosso Govefno prestíir atteiiçao
a todos os íacTos importantes , e a todas as cjrCunstaii- JuUto de 1 S 2 1.
S enh o r .
cias sobre as qu.ies deve repousar huma opinião justa ;
e isto lie o t’lUe temos feito. Reflèxlonaiido sobre a lon-
-a duração desta guerra, sobre o exito completo conse­ He com aquella semprt louvável e assar manifesta
guido pelas Broviiicias, sobre a situação actual das duas Uáldade, permanente na Veneranda Assembléa, e V e­
oartes em íinr , sobre a impossibiUnlade absoluta em nerando Priorado de Portugal da Sagrada Militar Ordem
oue se’ acha a Hespahha de muclar esta situação , julga­ Jerusolimitaiia, sem as thaiichas sórdidas de interessei­
mos dever concluir que estão fixados os dcslínos destas ros , affectados, e enganosos gestos, DU discorvos infi­
Rrovincias , e que nós devérnos leconbecer a indepen­ cionados da sagaz lisonja , ^roduetora de tantos males e
dência d’aqiiellas, que a tem proclamado, e estão go­ das mesmos ruinosos effeitos irisepataveis da pérfida in­
gratidão, que na Real Presença, e sem ciilp.avcl demo­
zando já delia. . . . ra , os Religiosos Cavatleiios e Commendadoies, actual­
“ Não temos d.ido algum recente, e particular acer­
ca das vistas do Governo Hespaniiol a respeito desta mente residentes ivesta Capital, com o Recebedor e Pro­
Viúestão. O exitõ da revolução durante tantos onnos , o curador Geral da mesnia ínclita M ilícia, podem expres­
sen poder consolidado que abrange já quasi toda a Ame­ sar reverentes, e agr.idecidos os alegres e puros senti­
rica Hespanliola , isto he , quasi todo o continente que mentos da sua exultacão fiei na tanto desejada volta de
estende desde os Eitudoi^Vitídòs J eiii lim , a . obe- Vossa Wagestade ao Centro do Reino-Unido He neste
tania posta em todãs as paites nas mãos do B ovo, tudo sincero c respeitoso acto de permanente cor»lialídade e
parece dever reconciliar á Nação-mãi com a idea de hum d ever, que os mesmos Religiosos Pottiigiiezes no pro-
arranjo com as suas Colonias sobre a b.ize de luinia coiii- prio nome , e na bem entendida represcntaç.ío de todos
os mais Com-Itniáos Professos , dos Noviços recebidos,
pleta independência.
“ Também não temòs informação alguma sobre as e dos adiiiittidos ás suas recepções na dita Sagrada Or­
disposições de rjutras Votencias a este respeito. Nós te­ dem , sem nota , ou decadência alguma das respectivas
mos tido sempre o desejo sincero de obrar de conceito ancianidades, liumildemente apresent,ão huma copia da
tom ellas, a respeito do reconhecimento proposto : al­ sempre memorável Carta R e g ia , que Vossa Magestade
gumas tem sido informadas devidamente deste desejo a!- lhes dirigio, louvando-llies os fieis procedimentos, e
ïu in tempo h á; porem fizerão-nos saber que não esta- paomettendo-llies sua constante protecção (que sem du­
?ão ainda dispostas. O espaço iinmenso, que separa es­ vida se podem gloriar ri* a não terem desmerecido) , na
tas Piovincias das Potências Eiiropéas, anula mesmo das esperança de que Vossa Magestade Consultando e com­
que sao visinlias ao Atlântico, faz qUe para ellas o mo­ binando nas aciiiaes circunstancias de Portugal a Sabe­
vimento da America seja lium assumpto menos interes­ doria do Augusto Congresso Nacional das Cortes Geraes,
sante que para nós. He pois provável que a esta liora Extraordinárias, e Constituintes, poderáõ bem plaiisivel-
tenha chamado a sua attenção menos que a nossa ; po- niente consiliar parte dos antigos Privilégios da Ordem
tem os uliiinos acontecimentos na"o lhe terão deixado com a Legislação a qife se está procedendo, ficando in­
duvida alguma sobre o resultado. tacta a Observância R.eligiosa dos Sagrados Estatutos e
“ Ao propor esta medida não temos intenção de Ordenações Capitulares , e conservando-se a publica uti­
variar a menor cousa em nossas relações amiga»eis com lidade ( como evidentemente se poderá mostrar ) , e a
huma , ou corn nutra das partes interessadas ; observare­ coticorteiicia para a justa e decorosa extiiicç'o ila Divida
mos , eiii caso de continuar-se a guerra, a mais perfei­ Nacional , com as administrações , e recepções que até
ta neutralidade. Nós vamos dar á Heipaaha liuir.a segu- agora se praticarão, se liouwt nesta parte alguma fun­
laiiça desta disposição amigavel , e lie provável que fi­ dada objecção ; consiliação esta, que não seria difficil a
que s.itisfeita. Piopoinos esta b.iedida convencidos de que pessoas de tão elevados conliecimentos , dotadas de pru­
he perfeitainente conloime ao direito das Nações , que dência , reftexão, pacacidade, e totalmente differentes
htí justa, e igual a rCspcito das duas partes ; eni fim que dos vertiginosos Ftancezes do iS século (quando enlea­
os Estados Unidos devem adoptalla se quizerem fazer o dos na maior desordem de feitos os mais tristes, que
que lhe pede a sua jerarquía iio rrfundo político , a sua qinda hoje estranhão , e qne sempre horrorisárão todos
leputação, e seus iiiteiesses essenciaes. Se o í.ongresso os Pnvos do Cliiistianisnio ) acliaiido elles o modo de
adopter este modo de pensar, julgará sem duvida neces­ çonservar os indivíduos e os bens daquella mesma or­
sário medidas para o por em execução. — V'ashin^tan S dem , que odiavão , existentes na Provença , França , c
de Hlarço de 1S22. j . Monrnc Alvernia , çonsidetando-os como pertencentes a huma
H E S P A N H A. Potência Estrangeira ; resolução procedida d.rs represen­
Madrid 20 dc Abril. tações feitas pelas Camaras e Commercio de Matseiiia,
Assegutáo-nos que Sua Magestade deo ordem para e L e ã o ; assim como não fo i, nem será difficil conser-
que jc retire 0 Encarregado de ^egoeios d Hes[>aaia em varém-sc illcsos como ate agora todos os sete Priorados
Turim. Todos os amantes da liberdade verão nesta reso­ da Italia, os très de Alemanha, Hungria, e Bohemia,
lução liunia prova do illustrado patriotismo do Ministro os dons de Baviera , e Polonia, não menos que os dous
que a aconselhou. Com effcito , não era liuma consa re­ dc Russia fundados pela generosidade do Imperador Paii-
pugnante e monstruosa que bum Agente da Heifianha Ip I nos calamitosos tempos do provisotio Convento de
constitucional estivesse em T u rim sendo testemunha dos Trieste , c pattocinados do Seu Augusto Successor A le­
insultos que cm certo modo se estav.ão fazendo todos os xandre.
dias a sua Patiia com o castigo das pessoas que não tem Nesta mesma Carta R e g ia , com indelevel prova da
outro delicto mais que o de terem querido ser governa­ ■ seu Generoso Anim o, declara Vossa Magestade (corno
das pela mesma Constituição que ella jurou? O G over­ sens Augustos Predecessores tantas Vezes declarár.ão) os
no Hespaniiol não pódc soffrer este 'ultrage , c , sem re­ solides fundamentos do maravilhoso e apreciável Institu­
correr a provocações nem hostilidades, convém que se to Jerusoliinitano, e as justas esperanças da conservação
revista daqueHa attitude nobre que caracteriza as Nações deste Piiorado com os bens qne lhe foráo destinados des­
livres , e que as circunstancias em que actualmente se de a feliz Conquista do Reino de Portugal, e com as
acha a Europa exigem. (.£1 3
Vniversal de 1 de Abril.^ Poaqõss livres,, grandiosas, e comptnsativas de outros
t 393 ]

Hlscrepanie ^ incumbir ao CavaÜeiro Comitiendador Frei


b'Äfis Cine a parli>.uUr gelietosiJade e gratidao Pottugne-
í). Francisco Mauricio de Sousa Coutinlio o possível desi*
la Ihe conierio; conquista, para que a uiesma inclita
empenho de tão interressanle, respeitoso, e indispensá­
Otdein gloriosamente concorreo , cooperando em grande
vel acto, acto de devida vassallagem e perpetuo reco­
parte por Mar e Terra com oj acreditados e generosos
nhecimento; procurando por tanto o acima nomeado Ca-
esforços da Sua Religiosa Milícia. valleiro Commendador satisfazer completamente estaCom-
Com tão solidos fu-ndamentos de verdade e justiça ,
Ynissâo em nome deste Priorado, obtendo da Rea! Mu­
recopilados nesta memorável Carta Regia e nà presen­
nificência a benigna permissão de prostrar-se aos pés do
te filia dirigida respeitosamente a Vossa Magestade pelos
Tluono, de Sua Alteza R eal o Principe Regente Nosso
K eli 'iosos Vortiiguezes , e Noviços dà Sagrada M.litar
Senhor, pelo justificado motivo de Se Dignar o Mesmo
Ordem Jerusolimitana , se corroborara, as bem fundadas
Real Senhor elevar, ate ao Sell Soberano apreço, os
esperanças da sua permanente conservação no Servnco
esforços que este Priorado tem feito , para inteiro cum­
da^cata Patria de VOsSa Magestade, e de toda a Sua
primento de seus deveres \ e por voto de todos os seus
Real Família* Religiosos em ge ral, como se cada hum presente fosse,
repetindo com as vivas c animadas expressões, que o
É v íriiría do registo corrente das DeJiberaííes do Ve­
seu zelo, fidelidade, e honra lhe costumão dictar em ec-
nerando Priorado dt P ortugal, cujo theor he o se-
casioes similhantes, a continuação de firmeza c lealda­
^uinte ’• de , com que beijando as Heaes Mãos agradecido, por
tão distincta Mercê reitera os energícos protesto de se
— Nos Vacos da Bemposta desta Cidade de Lisboa,
empregar sempre denodadamente, como cumpre aos Vo­
Em o dia . 1 de Agosto de rS io . Com licença de Sua
tos da Sagrada Ordem, em todO o genero de serviços
illtcta Real o Principe Regente Nosso Seiilior, e de Sua
conducentes á constante defeza da Religião , dos Sagra­
\ l t „ , Hcal o Sereníssimo Senbor D. Pedro Principe da
dos Direitos do Tlirono de Sua Alteza R e a l, e da con­
b ir“r Grão-Prior do Crato. T e ve o Priorado de Portu­
servação da Patria : e para o acompanharem em tão so-
gal o Venerando Balio de Lango e Leça Frei Manoel de
lemne acto todos os Cavaileiros noviços residentes na
Alm..idi e Vasconcellos. Em o qual Priorado. Lida , e
Corte do R io de Janeiro, lhes fará as competentes par­
ouvida a Carta Regia do tbeor seguinte : _ “ Balios, Com-
ticipações, parecendo muito justo, como pertencentes
» mendadores, Cavaileiros, c mais Religiosos do Priora-
á mesma Sagrada Ordem , que eMes hajão de conseguir
“ do da Ordem de Malta em Portugal : Eu o Príncipe
esta honra , da qual actualmente não podem gozar muito
“ Revente vos envio muito saudar. Sendo-Me presente
outros Cavaileiros noviços, sendo bem dignos delia pelo
“ o ríèlo fidelidade, c amor da Religião com que vos
inuíto que se tem distinguido na feliz Restauraçao , e
“ tendes'portado na feliz Restauraçao do R e m o , e na
na presente defensa destes Reinos. Encarregou este Prio­
« luta que ainda dura, para segurar a independenc.a da
rado aos Cavaileiros Contmendadores Frei Rodrigo de
“ Minln Real Cotoa, e a tranquillidade de Meus Póvos,
Mello Corrêa, e Frei Manoel Paes de Sá e Menezes, de
•«concorrendo com os esforços de vossas pessoas, e bens
escreverem em nome, e como actuaes Procuradores do
“ em Meu Serviço, dando Me todas aquellas demonstra-
mesmo Priorado ao referido Cavalleiro Commendador in­
•'cóes que Eu devia de rds esperar, como Vassallos ,
cumbido, remettendo-lhe juntâmente o extracto desta
“ e coinn Cavaileiros de huma Ordem , que semjKe se
deliberação, o qual, de-jiois de impresso, com sobejo
“ distineuio tanto em promover-, e defender a R eligião,
numero de exemplares , será distribuído por todas as
e ein concorrer para a defensa da Europa, quando
■ pessoas Recebidas, ou Admittidas á sua recepção neste
«1 ameaçada pelas Armas dos Infiéis. Justamente espe-
Priorado; a fim de constar hxim tão autentico, honro­
' “ raiulo que Continuareis sempre a most rar-vos animados
s o , e publico testemunho da Real Munificência , con­
“ dos sentimentos, náo qtife deixar de dar-.sos este Pu-
servando-se em todos os Arebívos das Baliagens e
‘ •blico testemunbo dé Meu Real Reconhecitnento , di-
tnendas, assim como nos Livros das Visitas de todas as
“ ti"indo-vOs esta Minba Carta R e g ia , que ficando nos
Parochiaes Igrejas suas dependentes , para perpetua me­
“ vossos A'cll'vos servirá de monumento pata mostrar-
m ória, e generoso exciiamento de todos os que neitas
‘ des aos qúe vos
aos que ''VI, suecederem
----- -— - nos Lugares
s. da Ordem
suecederem. = r
qua 1 foi o apreço, que fiz da vossa condueta no mo- E não se continha mais a este tespeíto rto retendo
“ niento presente, e nas difficeis circunstanebs, em que
lugar, do qual se tirou o presente extracto. Lisboa treze
“ os Estidos SC tem aefiado, quando invadidos por hum
“ Inimi»o náo provocado, e cuja falta de lealdade só pó- de Agosto de mil oitocentos e dez.
Os Procuradores do Venerando Priorado de Portugal.
“ de set tolerada pelo immenso poder a que se tem ele-
“ vado Firme nos princípios da vossa fidelidade, do
0 CitvaUtíitSf Commendadi/r M^llo Corvta,
( L .« í S .)
“ amor da R eligião , e da Patria, espero qne cada dia
0 C-avaítelro Commettdadof PífCS de Sa e^Me/iezer,
“ ‘vos façais mais dignos daquelias Distincçóes , Honras,
“ e Preeminências, com que sempre se distmguio a vos-
0 Conventual Commendedor Sitva Ribeiro. Secretario,
e.^ rínVe-m e no vosso particular de toda a attenção
CO RTES. ■ Sesyão do à de M'aio- j6o."
“ com que sempre vos liei de considerar. Escrita no Pa- Lida e approvada a acta da precedente Sessão , de»
“ lacio do Rio de Janeiro em nove de Abnl de roll oi- conta o St. Secrvtario Fclgaeiras do expediente , em
•‘ tocentos e dez. = Princii 'e = Para Babos, Gomroenda- Gue se comprehendia o seguinte ; — Hum officio do G o­
“ Mrres Cavaileiros, e mais Religiosos do Priorado da
verno pela Secretaria de Estado dos Negocios da Fazenda
“ ‘o rdem de Malta em Portugal „ = Este Priorado sen- coro o inforroe do Provedor das Lizirias acerca do reque­
siie l e liumildcmente penetrado dos mais vivos recotibe- rimento de alguns t.aVtadores de Rsbatejo, que pedero se
cimentos devidos á Alta Contemplação, com que bua lhe emprestem .ikxms touros das manadas nacionaes par*
Alteza Real o Principe Regente Nosso benhor pela t.ar- a lavoura • passou á Commissão de Agricuitma. Outro
ta R e v ia , que se Dignou dirigir aos Balios, Commenda- pela Secretaria de Estado dos Negocios da Marmha in­
dores “ C a L le it o s , e mais Religiosos do Pnorado de cluindo a parte do Registo tomado ás j horas da tarde
Portm’ a l , Houve por le m approvar a firmeza de caracter
e oatfiotico comportamento , com que manifestou a sua
fidelidade sem economia de suas pessoas e bens, e sp
5
do dia i . " de M.aio de iSaa-
jjjioGe-Polaca = <uv/í> —
„ . .
Anna^ (.apitao A/co-
Uo 'BosTo , de G ibraltar, e cinco passageiros.
‘ ‘ Piovidodes.
-cominuacão dos sagrados deveres de Vassallos de tao “ A bordo da predita Polaca vern de passagertr ©
jMa-manimo e Benigno Soberano, e de Religiosos da in- Ex-Capitão General de Angola , /o n ÇKb» Ignacio de L i­
sivíe Militar Ordem Jerusolimitana : nao podendo o mes-
ma, o qual diz: que depois de haver feito jurar naqijel-
,ú o Priorado, pela distancia dos lugares e residencias la Proviiicia as Bases da Constituição, no dia aS de De-
-àctuaes, exprimir pessoalmente na Real Presença os fieis zeiiibto com gr.-md« satisfação e tegosijo publico C»m
•sentimentos da sua devida gtatidáo j deliberou , neniin«
[ 394.
côiiscquencia da? ordeli?, qua para esse effelto tiilha re­ raiido as fazSes de justiça : que lie verdade que 05 heroi­
cebido no dia j ) fora iiomeaila lioina Junta ProvisOria cos feitos de nossos antepassados nas margens do Rio du
(jovernativa composta de 9 membros , da qual elle for Prato nos recordão tactos que todo o amante da Patria
eleiio Presidente. Que o seu melindroso estado de saude deve olhar com sensibilidade ; que porciq quando se tra­
o obrigara a sabir no dia j de Janeiro com licença, ta de lazer justiça , deve desapparecer todo e qualquer
para se restabelecer em Portw^al, e que veio de Per- motivo ulterior : principiou então a referir os tratados
ntiniúiico i Gibraltar. Não entregou officios, nemdcolTiais que boiiverão a respeilo das possessões orientaes do Rio
noticia alguma. Os Outros passageiros são Manoel de'S á da Prata desde 16 8 8 , ale que em 1778 no Reinado da
Vascaneelloí. Ex Secretario do Governo de 'Angola, dóis Scnbora D. M aria J se concluio hum Tratado pelo qnal
Cria.ios , c hum Judeo. ~ Jo ã o de 'Fontei Pereira de ficou pertencendo aquella Prosincia á tíespanha’. por
Mello. = „ tanto de justiça lhe pertence , e não deve estabelecer-se
Os Moradores de Poiares, e CasteUoem dirigem ao cprincipio que o Illustre preopinante expendeo; por es­
Soberano Congresso os seus sinceros agradecimentos pe- te motivo apptova em parte o parecer da Commissão ;
Jos benefícios, que tem feito'com os seus incessintes porem de fórma alguma convem na retirada da Duisão
trabalho? a toda a ívação , mas em particular á Agricul­ mas que se conserve pelas ponderosas razões, que na
tura pela reducção dos Foraes. precedente Sessão, e na actual se tem exprimido.
O Sr. Secretario I reire fez a chamada , e disse se O Sr. Peruandes Pinheiro sustentou a mesma opi­
achaváo presentes 120 Srs. Deputados. nião dizendo , qiie os motivos que a isso o induzião já
se tinirão referido, e que agora só propunha o adiamen­
Ordem do TXa. to desta questão até que ulteriores informações .ros che­
O Sr, Presidente abiio a discussão aO Parecer da guem das Provindas Weridionaes do Brasil sobre o seu
Coinmíssáo DiplOmatica sobre a evacuação de Montevi~ estado, e Outras ciramstancías.
tleo , O qual foi lido pelo Sr. Secretâiio Soares de /ír.e- O Sr. Miranda rébateo estas opiniões mostrando
atedo ; e logo 0 Sr. Forges Carneiro tomou a palavra que muito embora os üsurpadores com pretexto de oc-
para confirmar a opinião que expendera na precedente cupação de hum pOnto iidlitar para livrarem as suas
Sessão, accrescentando que tendo procurado informar-se fronteira , invadão hum território alheio ; que os Portn-
tom todas a? pessoas taitto militares, como civis, que gueees, que tanto sustentão e olliáo para 1 sua depen-
tem a iajado pelo Rio da Prata e F ra s il, todas convem dencia, respeitão a dos outros Povos! Não lie ainda li­
em que seria muito impolitico, e muito desavantajoso quido para mim , continuou o honrado Membro, se o
para nós o abandono daquclla importante posição , rica Goserno Portuguez dbtou com justiça e boa fé na oceu-
pelo seu clima, e pelo seu commcrcio. Que além disso pacão de Morstevidea -, he cetro que Alilitares muito in-
o corroborava na sua opinião' ver a promessa que ElRei tciligentes, e até mesmo os Engenheiros encarregados
lez ã Deputação que ém nome dos habitantes lhe foi da defeza d’aquella parte asseveráo que a occupaçãcT d’a-
pedir a sua protecção em 1X 17 , em virtude da qual foi quefla Praça não defende as fronteiras do Brasil e a
oceupada aquella Provinda, promessa que foi confirma­ expericncia O mostrou, pois que depois de occnpada
da em 1S 2 0 : que os nossos Officiaes alli se achão conto quatrocentos insurgentes invadirão a Provinda do R il
estabelecidos por terem casado quasi todos, que os mes­ G rande, e O Conde da Figueira vio-sc obrigado a de-
mos soldados se achão alli muito satisfeitos, porque a feiider-se com paisanos armados , entretanto que quatro
maior parte dos dias gatrhão hum duro nos trabalhos cam­ mil homens se achaváo na frente: desenganemo nos se
pestres , em que diariamente se oceupão ; que em con­ não fossem láo exorbitantes as gratificações, a Divisão
sequência da segurança, que dava aquella guarnição, teria ha muito evacuado Montevideo , a requerimento de
muitos Negociantes Pottuguezes alli se estabelecerão : por setís propfios chefes , que conhecem que n’oquella parte
consequência seria impolitico perder todos estes estabe- se não póde defender a fronteira do B ra s il, mas sim
Jecimentos além do mal de expor a fronteira do Brasil tias margens do Paraguay, e continuando a discorrer
pelo lado de S, Paulo. concluio a favor do parecer da Commissão.
O niaior argumento são as grandes despezas, c na Os Srs. Barges de B arras, Vasconcello.,, e B.stos
■ verdaile ellas são excessivas, e a Nação não póde com apoiarão ; e logo o Sr. Trigoso discotreo sobre a serie
ellas ; mas isso he o efifeito de huma Corte corrupta; de negociações, e duvidas que tem havido sobie os limi­
as despezas são enormes, porém será necessário que hu­ tes das nossas fronteiras , e tocando algiin^as idéas sobre
ma Divi'âo composta de quatro mil homens, e qíie os interesses polilicos daqiielia occupaçáo , concluio qiie
actualmentc está reduzida a ametade, tenki por Com­ as Cortes não de"vião adiantar o seu juizo sobre este iin-
mandante luim Tenente General , o qual só de gratifica­ portame objecto, mas qiie o Governo devi.i éntiar eni
ções percebe annuahnente dezanove mij duros , que tem negociação com Hespanha por ser esta a melhor oceasião
dois hrig.uleiros , com Ajudante G eneral, Secretario Ge- de acabar a grande questão dos limites do Território dr>
Jier.il, e todas as mais òfficinas civis, como poderia ter B ra sil, e para que no caso de a Hespanha estar nas cir­
o Exercito Poituguez em Campanha, conmiandado pelo cunstancias de tomar posse de Montevideo ressarcir to­
General Berei/ord ; e isto tudo com ordenados iriinren- das as despezas que esta expedição tem causado.
»os , soldos, e gratificações excessivas; com tantos abu­ Diversas observações se fizerão a este respeito em
sos dos bens públicos nada chega! Por tanto a Alfânde­ que discortérão os Srs. M oura, Castello Branco, Ribeira
ga de Moulevidca rendeo o anno de 18 19 setecentos e de Andrade, F r e ir e , F ra n íin i, G uerreiro, Pinheira de
santos mil duros, e tem crescido os aiinos seguintes, Ae y e d a , Barão de M olellos, c Outros , e jiilgando-.se
«ndimenio que chegarq para as desprezas da Divisão , e suffidentemente discutido, foi regeitado o Parecer por 84
poderá ainda emiar-nos alguns fundos; e concluio que voto? Ctmtra 24.
o Governo reduzisse aquella Divisão aos termos econo-
micos, em que deve ficar, e por ora se conserve naqiiel-
o Sr. Borges Carneiro pedio que se votasse sobre a
sua indicação para se observar toda a economia na mesma
Ja Província , até mesmo pata mostrarmos que nestas guarnição , e Camara ; ficou para segunda leitura.
criticas circunstancias nós vigiamos pelo bem estar tie O Sr. F errã o , fm nome da Conimissão de Policia
iiossos irmãos d’aquella parte do Brasil, que ficaria e.\- das C ortes, dco paitc de que se tinha violado o respei­
pnsta ás incursões dos Hespanhóes insurgentes, asSim t o , que se deve ás Cottes, tendo o Sr. Deputado Barn-
como abririamos iuim novo recurso aos Piiatas, nessa for- ta , lançado por liuma das escadas ao Sr. Pinto de Fran­
anirlaveJ bacia de Buenos- Aires, aonde jevarião os nossos ça , de que lhe resultára liiima ferida na cabeça, e con­
Navios : que ã vista das razões, que acabava de exper, tusões cm parte do cOrpo aonde dera : passou á Commis­
era de opinião que se não evacuasse Monteviden. são do Pvegimenio das Cortes.
O br. Sornsento disse que o Illustie preopinante ti­ O Sr. Presidente deo para Ordem do Dia =: Consti­
nha olliado a questão pelo laJo da conveniência , despre. tu içã o :: e na prolongaçáo Pareceres.

JS A 1 M je K J£ JN b' A JN A C 1 0 ^ A Ir

^ --
*1

[ 427 ]
N um ero 106. A n' no de 182 2.
L tó .

G A Z E T A U JV IFE R SA L .
TERCA FEIRA 14 DE Ai A IO.

LlSBO A 1 j rfí M aií. casó, eu teria ponderado melhor todas as circunstancias;


e mesmo com pouca reflexão eu conheceria que cm tal
artigo da G . N. 94 se não podia ter fallado no dia 5 do
O en d o hoje o venturoso Dia anniversatio do nosso Au­ corrente sobre a sua denuncia , pois que a esse tempo
gusto Monarca o Sr. D. João VI , houve as costumadas ainda ella não constava em publico.
deinonstrat^ões publicas do regoaijo que tão fausto dia “ Sirva-se pois de publicar esta minha carta na sua
produz nos corações Portugutzes ; fazendo-se a grande Gazeta , para que a minha cquivocação , ingenuamente
Parada na Praca do Terreiro do Paço , onde S. M. a confessada , e que eu muito sinto , não possa compro-
veio ver das janellas do Tribunal do Desembargo do matter nem ao dito Tenente , nem alguma outra pes­
Paço, e d'alli passou ao Palacio daBemposta, onde deo soa— Seu Venerador— Jo s é da Silva aos Assjos , "le -
beijamão á Corte e a Officiaiidade , etc. A ' noite houve nente d lnfanteria.,,
illuminação na Cidade , e o Senado iltuminou brilhante- K . B. Cumpre , para explicar o final desta carta,
mente a frente da Casa da Camara desta Capital. declarar que o Sr. Tenente Jo s c da Silva dos Anjos he
Hontem recebi e hoje publicou a Gazeta a C.irta Collega do Tenente iV eu tj, na Aula de Fortificação; e
do Sr. Epifanio Soares , que eu não tinha a honra da he mui louvável o explicar-se assim ; eu mesmo , que
conhecer, e que pessoalmente ma trouxe á prizáo, para não tinha a honra de o conhecer lhe approvei muito as­
desmentir o falso testemunho do Tenente Neves ; não sim concluísse a sua carta. — Ora faça-sc huma simples
era preciso mais para sustentar a falsidade da sua asser­ reflexão:
ção na ridícula folha de papel que imprimio , ( e que Quem com tanta leveza levanta hum tão falso tes­
me dizem annunciou com enfáticos cartazes nas esquinas), temunho a tres pessoas, que admiração causará que com
chamado Resposta ao artigo Jàsltoa Inserltto na Gazeta igual leveza , e maldade se atrevesse a etigir-se em aceu-
Viiiversal N-" lOt , chèia de fel e de sandices. — Ainda sador de hum artigo tal como o da Gazeta N. 94 , fa­
porém depois tive o gosto de ver que me procurava o zendo com este passo até injúria ao Dr. Promotor d*
honrado Tenente de Infanteria , que era a outra teste­ Liberdade da Imprensa , e ao Governo , que tendo lido
munha allegada pelo Tenente Neves , e penetrado do a Gazeta a não julgarão no caso de ser aceusada ao J u ­
mais vivo sentimento me refere a magoa que tal noti­ ry ! 1
cia lhe causara , e me pede publique a seguinte carta,
diante de quatro pessoas que se acíiavão presentes (as­
sim como diante de outras tres ou quatro foi entregue
pelo Sr. Epifanio a sua carta , e relatado o desgosto
que elle e sua familia tivera com aquetia falsa asser­
No National Intelligencer, petiodico official dos £z-
ção )• tados-Unldos, se acha a seguinte verídica pintura do es­
“ Sr. Redactor ; — Com bem cust-o o incommodo ;
mas he indispensável fazello para aclarar o que se lê a tado politico das Províncias da Aisserica Hespanhola :
pag. 7 da Resposta ao artigo Listoa inserido na G. U.
( N .° 10 1 ) , e mostrar donde nasceu o engano.
“ Conversando-se com P. Jo s é Agostinho de Mace­ Eyposiítto sobre 0 recoaheciineisto das ijite foráo Provineiat
do Domingo 5 do corrente , e dizendo-se que estava de­ Hespanholas na America.
nunciado iium dos seus discursos impresso nnGazeta U. ,
elle respondeo que sim ; e depois fallou-se em ir o mes­
mo Padre aos Jurados , etc. biquei eu persuadido que se Camara dos Representantes , 19 dc Marfo.
tratava do N. 9 4 , cujo discurso eu tinha mui presente.
Deste modo, fallando com o Tenente N eves, confundi
sem rellexáo o N. 69 com o iM 94. Convencido desta A Commissáo dos Negocios Estrangeiros, ã qual se
idéa , nada mais facil do que eu tomar em diiferento remetteo a Mensagem do Presidente acerca do reconhe-
sentido as palavras ditas, e na conversa que tive coni o cimento das que foráo Províncias Hespanholas na Ame­
mesmo Tenente não exprimir exactamente o que o P. rica « os documentos com ella communicados, tem
Macedo havia dito , muito priíicipalms.ite iláo me per­ exarr.inado a mesma com a mais profunda attençâo, o
suadindo que se fizesse uso do meu dito , pois nessí uiianim iníiite expõe:
V
'I

Que a<! Proviiicias'àe Buenoi A ires, depois de ha­ conveniência, da parte dos Estados~Vnidos, de reconhe­
verem , desde o anno de iS lO , procedido em seus mo­ cer a independência que estas nações tem effectivamen»
vimentos revolucionários sem obstáculo algum da parte te concluído.
do Governo à' Hespanha , fotmalmente declararão a sua Neste exame , não póde ser necessário investigar o
independência daquelle Governo cm iS i6 , Depois de direito dos povos da America Hespanhola “ a dissolver
varias commoções internas, e externas coilisóes, gozão os laços politicos que os tem ligado com outros, e a
agora aquellas Provincias domestico socego , e boa liar- tomarem entre as Potências da terra a situação separada
iiionia com todos os seus vizinhos ; e actualiiiente exer­ e igOal, a que as leis da Natureza , e o Deos da mesma
cem , sein ópposiqáo de dentro, ou temor de incommo- lhes dá direito. ,, O direito de mudar as instituições po­
do de fóra , todos os attributes da Soberania. líticas do Estado tem com effeito sido exercitado igual-
As Provincias de Venemela e I*'ava Graiiaãa , ten­ ■ mente pela Hespanha, e pelas suas Colonias ; e pela
do separadamente declarado a sua indepsndencia , susten- nossa parte o negarmos ao povo da America Hespanhola
tátão, por tempo de ftnais de dez annos, assoladora guer­ a direito á Independência, sobre os princípios que sós
ra contra os exercitos À'iiespanho , e tendo cusnosamen- unicamente aqui a sanccionão, fina Virtuálmente renun­
*e alcançado, pelo seu triunfo sobre aquelles exercitos, ciarmos a nossa.
o objecto porque pugnavão, se unirão cm 19 de Dezem­ O direito politico desta nação de reconhecer a sua
bro de 1Ü19 em huma só nação, com o titulo de “ R e ­ Independência, sem offender os outros, não depende
publica de Colniiibia. „ da sua justiça , mas sim do seu actual estabelecimento.
A Republica de Cohimbia tem agora hum Governo Para justificar similhante reconhecimento, por nós , só
bem organisado, instituido pela livre vontade dos seus he necessário mostr.ir, como já está sufficientemente
Cidadãos, e exerce todas as funcçóes da Soberania, sem mostrado, que 0 povo da America Hespanhola he , eut
temor igualmente de inimigos interiores ou exteriores. seus respectivos limites, exclusivamente soberano ; e as­
O pequeno resto dos numerosos exercitos encarregados sim , de facto, independente. Com elle , assim' como
de conservar a superioridade da Mãi-patria , está ao pre­ com qualquer outro Governo que possue e exerce o po­
sente bloqueado em duas fortalezas, onde não póde of- der de fazer a guerra , tem os lèstados^Unidos, em com*
íender, e onde, privado como est.á de esperança de soc- mum com todas as nações, o direito de concertar os ter­
çorro, se deve etn breve render á discrição ; quando es­ mos de mutua paz e comnumicação.
te successo tiver oceotrido , não restará vestigio de for- Quem seja o Soberano de hum paiz por direito lie
■ Çi estranha em toda aquella immensa republica, que con­ investigação que não lie permittida a nações estrangei­
tém de très a quatro milhões de habitantes. ras, ás. quaes unicamante compete tratar com “ os po­
A Provinciu do Chili desde que declarou a sua in­ deres que existem .,,
dependência, no anno de 1 8 1 8 , tem estado em contras­ Não ha differença ein opinião sobre este ponto en­
te e não molestada fruição da Soberania que então assu- tre os escritores de Direito publico ^ c nenhuma diver­
mio. sidade a este respeito na pratica das Nações civilisadas.
A Provincia do P e ru , situada como o .C h ili, além Não he necessário citar aqui authoridade em huma dou­
dos Andes, e nas margens do Oceano Pacifico, esteve trina familiar a todos os que tem dado alguma attencão
por longo tempo contida de fazer esforço algum effecti- a este assumpto; uem retroceder, para a sua illustração
vo pela independência, pela presença de huma respeitá­ pratica, ás guerras civis entre as Casas de Yorh , e de
vel força m,ilitar, que a Hespanha tinha conservado na* Lancaster. Muito tempo depois os Chefes daqtielias Ca­
quelle paiz. Só por tanto a 19 de Junho do anno passa­ sas contendoras triunfarão c governarão alternadamente
do he que a Cidade de L im a, sua Capital, capitulou e forão alternadamente obedecidas no interior, e reco­
cõm hum exercito, principalmente composto de tropas nhecidas no exterior , segundo suecessivamente exercerão
dedSuenar Aires e C h ili, commandado pelo General o poder sem demonstrarem o direito. Monarquias tem-se
.San M artin. A ma'or parte das tropas R e a e s , que es­ feito Republicas, e tem poderosos usurpadores sido re­
caparão, nesta oceasião, retirárão-se para as montanhas ^ conhecidos por nações estranhas com preferencia a pre­
, mas em breve as deixarão para voltarem ã costa, a jun- tendentes legitiiqos e sem poder. A historia moderna
tarerrÍTse alli cora a guarnição da Praça de Calháo. A está cheia d’exemplos neste ponto. Não lemos nós com
entrega desta Praça pouco depois aos Americanas, póde effeito , dentro do breve espaço da nossa propria lem­
ser considerada como a conclusão da guerra naquella re- brança , visto Governos variarem as suas fôrm as, e mu­
giáo. dar seus governantes, segundo o dominante poder ou
Quando o Povo do Pení se achou por este aconte­ paixão do momento , e fazerem-no assim em virtude do
cimento em liberdade de exprimir a sua vontade , elle a principio agora em questão, sem essencial e perpeiua-
expressou mui claramente a favor da independência , e znente prejudiciarem as srias relações com Outros Gover­
com huma unanimidade e enthusiasmo que em parte ne­ nos? Não temos nós visto os Imperadores e Reis de
nhuma se excedérão. hontem receberem nos Tliroiios de Soberanos desterra­
A revolução do Mbxico foi hum pouco differente ^ d o s, que reclamavão o direito de reinarem a lli, as ami­
em seu caracter e progresso, das revoluções nas outras gareis Embaixadas de outras Potências entre as quaes
Provincias da America Hespanhola , e o seu resultado, aquelles desterrados Soberanos tinhão procurado asylo ;
relativamente á organisação do seu Governo interino, e não temos nós visto hoje aquelles Imperadores e Reis
também não foi exactamente o mesmo. A Independên­ assim comprimentados e reconhecidos , despojados de seus
cia porém foi enlaticamente declarada, e praticamente sceptros, e , por mera mudança de circunstancias, e não
estabelecida, desde 4 de Agosto passado, pelo “ Impé­ de direitos, tratados como usurpadores por seus succes-
rio .Mexicano ,, como sempre o foi pelas Republicas do sores, que tem sido por seu turno reconhecidos e affa-
dul ; e a sua situação geográfica , a sua população , e os gados pelas mesmas Potências estrangeiras ?
.seus recursos altamente o qualificâo para manter a inde­ A [laz do mundo e a independência de cada membro
pendência que deste modo ha declarado, e que actual- da grande familia política , requerem que cada hum seja
niente goza. exclusivo juiz de seus proprios procedimentos interiores
Taes são os factos que tem occupado a attencão da e que seja attendido pelas nações estranhas unicamemê
vossa Conimissão, e que , na sua opinião, irrefragaveU o facto. ‘ ‘ Ainda mesmo quando a guerra civil rompe os
ineiUe provão, que as nações do M éxico, Columbia, laços da sociedade e do G overn o, ou ao menos suspen­
Buenos A ires, Perii , • C h ili, na America Hespanhola, de a sua força e effeito, isto dá origem na nação a dois
sã o , de facto, independentes.
não
partidos independentes, que se olhão hum ao outro cn-
Resta agora a Çommissão examinar o direito, e a izio inimigos, e reconhecem juiz commtim. ,, He por
[ 4Í9 ]
tsnto de necessidjde, que estes dois pattidôs sejao con­ que o reconljedinenlo dá Iiidependencia da America lící~
siderados pelos Estados estrangeiros como duas naçúeS ponliola pelos Estados Unidos não seja acceita a estas na­
distinctas e independentes. Considerallos ou tratallos de ções , não deixa de esperar que ellas pratieamente o ap-
outro modo seria intervir em suas contendas domesticas, ptoven), adoptando cada buma dellas igual medida. Não
nesar-llies o direito de tratarem os seus proprios négocies he com effeito desarrazoado suppôr que aquclles Governos
como bem lhes parecer, e violar os essenciaes attributos tem , como este, esperado só pela evidencia dos lactos
da sua respectiva Soberania. Para huma nação ter juSj que podessem não só bastar a justificallos, debaixo das
no que respeita aos Estados estrangeiros, i fruição des. leis e usos das nações , mas também satisfazer a própria
tes attributos, “ e a ligurar directamente na grande so­ Uespaiilia de que nada se ha feito pteniatorair.ente , ou
ciedade política, basta que seja tealmente soberana e in- que podesse justamente offender seus sentimentos, oq
depenpente ; isto he , que se governe a si mesma por ser considerado como incompar.avel com os seus direitos.
sua propria autiioridade e leis ,, O povo da America Como os seus motivas de não terem até aqui reconheci­
Uespaiihola assim o pratica, governa-se a si mesmo, e do a Independência da America Hespaahola , podem siip-
o direito dos EiiaU i-V n iílos a reconhecerem os Gover­ pôr-se serem deste modo análogos aos nossos, he per-
nos que elle tem instituído, be incontestável. St) se pô­ mittido presumir que os factos e razões que nos tem mo­
de suscitar duvida sobre a conveniência de similhante re­ vido a não hesitarmos por mais tempo, terão, assim con­
conhecimento peto receio de que elle possa injutiosamen- firmados pelo nosso exem plo, igual influencia sobre el­
te prejudicar as nossas pacilicas e amigáveis relações com las.
as nações do outro bemisferio. Nenhuma nação póde ter mais sincera defetencia para
Póde similhante receio ser bem fundado? N.ío tem com os sentimentos da Hespanha , ou tomar mais vivo
todas essas nações pratieamente ranccionado no espaço fntetesse em sua prosperidade, que os Estados Unsdos. A
dos últimos trinta annos, o mesmo principio sobre que esta defetencia, demasiado evidente para se duvidar del­
nós agora propomos se obre ; ou tem-se ellas por ventu­ i a , ou não se entender, he que se deve attribuir a licsi*
ra queixado jãinais liumas das outras, ou de nós, por tpção deste Governo até agora em ceder aos rogos d*
obrarmos fundados neste principio ? America Hespaahola , posto que estes togos estaváo em
Nenhuma nação da Europa, excepto a ptogtia Hc>- perfeita concordância com os seus proprios princípios,
paaha, tem até aqui opposto força ã independência ca sentimentos, e interesses. Tendo assim praticado, expos­
America Heipanhola. Algumas daquellas nações não só tos até a ver mal entendidos aquclles principiios e senti­
constantemente tem mantido communicação commercial mentos áquem db Atlântico, temos, segundo cré a Com­
e amigavel com ella, em todos os grãos da revolução, missão , dado ao mesmo tempo satisfatória prova do nos­
mas indirecta e efficientemente, posto que não o con­ so desinteresse e moderação, e do nosso escrupuloso res­
fessem, a tem ajudado a proseguir no seu grande fim, peito ao principio qiie dei.\a as Instituições fioliticas de
A estas deve ser satisfactorio o reconhecimento dos E i- cada Estado estrangeiro serem dirigidas pela sua ptopii»
iaJoi-Unidoi de se haver alcançado aquelle fim. intuição de seus rliceitos e interesses.
Para as outras naoóes da Europa que tem olhado Aiihelou partiailarmente a Commissão mostrar, de
os sttccessos oceorridos na America Hcspauhola , não só Itum modo satisfatório á própria Hespanha, que a medid»
sem intervenção , mas com apjvatente indifferença , não que este Governo agora se propõe adoptar tem sido pon­
deve ser offeiisivo este reconhecimento. derada com a mais respeitosa attenção, tanto em relação
.As nações que assim tem respectivamenle favoreci­ aos seus direitos, como aos seus sentimentos,
d o , ou não tem jámais contrariado o povo da America Não he sobre as leis e usos das nações, ou sobre n
Hespaaho/a, durante a sua activa luta pela independên­ pratica da propiia Hespanha em iguaes oceasiões , que a
cia , não podem, he de crer, olh.ir com desagrado o for­ Commissão se apoiou para nos justificarmos para com el­
1
mal reconhecimento dessa Independência por uma na­ la. ■— O facto de durante os últimos tres annos ella não
ção que, em quanto essa luta durou, religio'amente ob­ ter ouvido sequer luima companhia dê tropas contra as
servou para com as duas partes coutendoTas todos os de­ suas Colonias Trans-Atlânticas , não foi tomado como
veres da neutralidade. He por tanto a Commissão de prova da actual Independência dellas, ou de não ter for­
parecer gue temos direito nesta oceasião de esperar com ças para lhes oppôr. O facto , explicado como está pelos
confiança do que estas nações tem feito ou deixado de actos públicos da mesma Hespanha, he olhado pela Com­
fdtcr, durante a varia fortuna da guerra civil que ha ter­ missão só como evidencia de sua politica.
minado, que francamente lião de apptovar a linha de As ultimas tropas juntas em Cadie, em 1 8 1 9 , que
politica que os Eitarlos-Uaidos hajão agora de julgar acer­ erão destinadas a reprimir os movimentos revolucioná­
tado adoptar telativamente á parte bem succedida nesta rios da America Hespasihola , fião só rejeitarão este ser­
guerra. v iço , mas se prestarão ã revolução que depois se effei-
Não póde certamente ser raioavc! recear que nações tuou na mesma Hespanha. A declaração dos Chefes da-
que tem assim sido tranquillas espectadoras, apparente- queila revolução fo i, que “ a America Hespanhota tinha
niente desejado, se não efficazmcnte sustentado, este direito de ser livre, e que a Hespanha seria liv re .,,
partido , e que não feito nem sequer fingida tentativa Ainda que a Constituição que foi restabelecida por aquel-
para suspender o seu progresso, ou prevenir o seu êxi­ la revolução, garantia a integridade dos domínios Hes-
t o , se descontentassem com Imma terceira Potência por paohoes, cointudo os princípios cm que a Constituição
meramente reconhecer os Governos, que , em razão des­ se fundou parece desconcertarem o emprego de torça
se exito , assim se tem virtualmente pcrniittido, ou im­ para o contplemento deste objecto, com desprezo dos
plicitamente approvado , adquirindo a indisputável e ex­ iguaes direitos e expressa vontade da porção Americana
clusiva fiscalisação dos paizes em que estão estabelecidos. do povo Hespanhol. A conriucta do Governo, organisado
He por tanto na consistência , assim como na pistiça, debaixo daqnella Constituição, tem uniformemente sido
destas nações da Eurapa, que nós podemos confiada- a este respeito cenforme a estes princípios. Desde a sua
mente descançar, cue o simples reconhecimento da par­ existência nem sequer tem havido buma unica proposta
te dos EstadofVuido! do necessário effeito do que já daquelle Governo para empregar força para subjugar as
se tem praticado, não ba de ser considerado como jus­ Províncias Americanas, e só tem havido recommendaçóer
ta causa de queixá contra elles ; ao mesmo tempo que de medidas eonciliatarias para a sua paeificaíâa,
os agentes interessados e immédiates, que directa e acti- A resposta das Cortes, a 10 de Julho de 18 2 0 , S.
vamente se tem empenhado em produzir esse eflreito, falia do R e i, nos ministra concludente prova desta po­
nem tem sido contrariados, nem censurados. lítica.
A Commissão pois, em lugar de setiamente recear “ A intima união,, diz esta resposta “ das Corte.s
[ 430 ]

com S. MagestaHe ; o restabelecimento da Constituição ; antigas colonias , como entre Províncias do mesmo Tm- ■
o fiel cumprimento de promessas, privando a malevolên­ p en o , união e commercio que os Andes e Oceanos in­
cia de todo pretexto, ha de facilitar a pacificação das termedies parece fazerem summamente inconvenientes ,
Províncias Ultramarinas, que estão em estado de agita- se não totalmente impraticáveis, ella evidentemente re­
çáo edissensão. As Cortes, da sua parte, nenhuma oppor- fere o complemento desejo ás deliberações , ou aos na-
tunidade omittíráo de propòr e adoptar medidas necessá­ turaes e conformes sentimentos do povo daquellas colo­
rias para a observância da Constituição e sestauração dá nias , e assim substancialmente reconhece a sua Inde­
trançiiillidadc naijucllcs poi-.ct, a fim dc que a Hespanha pendencia.
dc ambos os Mundos haja deform ar deste modo huma Qualquer que seja porém a política da Hespanha
unica e vessturosa familta- „ relativamente ás suas anteriores Colonias Americanas ,
Ainda que as Províncias Ultramarinas não são aqui o nosso reconhecimento nem póde prejudicar os seus
animadas a esperar absoluta independencia, já não são direitos, nem deteriorar os seus meios de completar es­
todavia tratadas como Colonias vassallas, ou ameaçadas ta politica. Não podemos por isto ser com justiça aceu-
com snbjugaçáo, mas são actualmente reconhecidas como sados de ajudar a conseguir huma independencia que se
9 irmãs na grande família constitucional, e liv r e , da Hes~ tem estabelecido sem nosso soccorto. Além disso , o
nosso reconhecimento deve necessariamente ser co-exis-
penha. j , l j
Hum Relatorio feito ás C ortes, a 24 de Junho dc tente só com o facto em que se funda, e não lhe pó­
18 2 1 por huma Commissão nomeada por aquelle corpo, de sobreviver. Em quanto as nações da Asncrica Hespa-
) nhaln são efiFectivamente independentes, he sim ples, a
não só manifestamente corrobora a política acima dita,
mas sufficientemente intima que o reconhecimento da fallar a verdade , o recouhecellas como taes.
Independencia da America Hespanhoía pela piopria Hes~ Se a Hespanha, contra seus princípios declarados e
panha , tinha quasi sido a medida recommendada por interesses reconhecidos, renova a guerra para conquistar
aquella’ Commissäo. O Relatorio affirma que a tran~ a America Meridional , nós na verdade o sentiremos,
quillidnde não he sufficiente, ainda mesmo que se esten­ porém observaremos , como temos feito, entre as partes
desse por toda a America^ com perspectiva de permanên­ independentes , huma decente e imparcial neutralidade ;
cia : não 5 isso não completa os desejos dos amigos da hu­ mas por outra parte , se a Hespanha fiel 3 sua piopria
manidade. ,, gloria consentir que a sua estirpe no Novo Mundo goze
' Fallanclo da medida que a crise pedia, diz, que es­ do direito de se governar a si mesma, assim como seus
ta medida não só foi vivamente apptovada pela Com­ irmãos no Mundo antigo, nós sinceramente nos regozija­
missão, mas que ao principio tinhão inteiramente annui- remos ; e prezaremos com igual satisfação, e cultivare­
do a ella os Ministros , com os quaes havia sido discu­ mos com igual assiduidade , a amizade da Hespanha re­
tida , e que só deixou de ser proposta ás Cortes “ por generada , e da emancipada America.
estes Ministros terem , por oceorrencias particulares, A vossa Commissão, fazendo justiça a seus proprios
suspendido 0 seu juito. ,, Falia desta medida como indi­ sentimentos e aos sentimentos dos seus concidadãos, tem
cativa de huma nova e gloriosa resolução ; que a Ame- feito esta declaração sem disfarce , e confia que o uni­
Ttca , e os verdadeiros interesses da Peninsula a reque- forme caracter e procedimento deste povo a ha de li­
lião ; que delia podia a Hespanha colher vantagens que vrar de ficar de modo algum sujeita a huma má inter­
de outro modo jamais podia esperar ; e que os laços do pretação.
parentesco e a uniformidade de Religião , com relações Felizes em nossas próprias instituições, nós nïo pe­
eommerciaes , e emanando estas de instituições liv re s, dimos privilegio algum ; não temos ambição de as cx-
senão o mais seguro penhor de mutua harmonia, e es­ tendermos a outras nações ; admittimos os direitos igiiaes
treita união. de todas as outras nações de formarem os seus Gover­
A vossa Gommissão não se julga authorisada a dizer nos, e de adinioisiraram os seus negpcios internos co­
positivamente que medida esta era , mas não hesita em mo julgarem aceitado ; e ainda que a este respeito deli­
declarar a sua inteira convicção de que nenhuma medi­ rão de nós, não olhamos neste ponto com menos satis­
da , a não ser hum pleno reconhecimento d’ lndependen- fação a sua tranquillidade e ventura.
cia , sem mais condição alguma , podetia ter merecido o Tendo a Commissão assim considerado o assumpto
caracter , nem sido capaz de produzir os efíeitos que se que se lhe incuinbio cm todos os seus aspectos, he una­
lhe attribuem. nimemente de parecer , que he justo e conveniente re­
He portanto assas patente que a Hespanha , longe conhecer a Independencia das varias Nações da America
de desejar pór em acção os seus meios de proseguir hos­ Hespanhoía, sem referencia alguma á diversidade nas fôr­
tilidades contra o Povo da America Hespanhoía , tem mas de seus Governos ; e em conformidade desta opi­
renunciado até os -sentimentos de inimiga para com clle , nião, respeitosamente submetle as seguintes Resolu­
e que se não fossem “ oceorrencias particulares” , tinha ções :
estado disposta, ha quasi hum anuo, a consentir na sua Resolvido — Que a Camara dos Representantes se
Independencia. conforma no parecer exp'imido pelo Presidente, na.sua
Ella não só tem praticamente cessado , e até com Mensagem de 8 de Março de 18 2 2 , que as Províncias
enfase desdenhado o emprego de força para restituir a Americanas Hespanholas, que tem declarado a sua Inde­
tranquillidade á America Hespanhoía , mas ha declarado pendencia , e a estão gozando, devem ser reconhecidas
que mesmo a tranquillidade universal e permanente a lli, pelos Estados-Vnidos como nações independentes.
** não completa o desejo dos amigos da humanidade.,, Resolvido — Que a Connnissão de Fazenda receba
Quando appclla aos “ laços de parentesco” , ella ordem para formar hum B ill, que applique huma som­
sem duvida os sente ; e se nio tem abandonado o seu m a, que não passe de 10 0 ^ patacas, para h,rbilirar o
desejo , tantas vezes confessado, de mera união consti­ Presidente dos Estados-Vnidos a dar o devido effeito a
tucional , e igual cnmmiimcaçáo commercial, com suas este reconhecimento.

NA I M P R E N S A NACIONAL.
f. S'tS ]

N u m e r o 161. A nno dk 1822.


h

G A Z E T A U JV IF E R SA L .
SKXTA FEIR.A 2G OE JULHO.

LÎSBO A 25 á^íjuího, sublevar nossas povoações do Rio-Grande, Feita a paz


eeral e havendo a Corte de Hesfanha convencionado
Sohfi! a occupãÇfío He Alontevïdeo psfãs tvopas com à nossa nietterem no Paraguay hum exercito com­
Portueaez^s. binado, para reduzir aquellas Províncias ; mandou S. flla-
oestade aperceber munições nos lugares proximos ao thea­
A c|uest5o movida ha tempos, e ultimamente nas
nossas Cottes Gernes sobre a occupaçâo de Muntevidco
tre da campanha, e partir de Partugal as tropas, quet
unidas ás do Brasil, formarão o exercito, que foi entre­
pelas nossas tropas, tem excitado no vulgo opiniões va­ gue ao General Leeor. — Fernando V I l faltou ao ajus-
rias , segundo a vista curta, ou larga de cada qual ; re­ te , mandando não para o Paraguay , mas para a Costte
put aodo'^huns como justa a entrega daquella Hiovincia , Firme a expedição commandada pelo General Morillo.
e outros como justa e necessária sua retenção. Sobre es­ Entretanto já a nossa Coite não podia occultar seu ani­
te artigo vou di.'.r duas palavras em attenção sõmente mo hostil, e havendo sido gravemente provocada pelos
ao vulgo; sein intentar illustrât os eruditos, e menos insultos de A rtigas, era forçoso desembainhar a espa­
ainda prevenir as futuras decisões do Congresso Nacio­ da , para arrojar aquelle salteador e suas quadrilhas pari
n al, que todos devemos acatar. lá do Paraauaij ou ao menos do Uruguay. A felicidade
ü R io Piiragnay ou da Preta , nascendo em fllato- igualou a justiça da guerra ; nossas tropas vencedoras ga-
grosso , corte de ordinário de Norte a S u l, e recebendo nliárão toda a Costa desde o Campa Neutra até o Sa­
Caudalosos rios collateraes, se junta perto do Oceano cramento , B desassornbrárão nossas Províncias, e as de
com o Ura^ay em seis léguas de largo, e ambos fazem Buenos-Aires do inimigo commum a todas.
h ima foz de quinze léguas de largura, por onde desaguáo A Corte de M adrid, ciosa de nossas victorias, se
no mar. E m l s j ; U. Pedra dcMendafa mandado pot Car­ queixou aos Soberanos da Buropa , os quaes propuserão
iei V, entrou no Paraguay , e fundou na margem direi­ a S. Magestade teiminasse aquella discórdia com Hespa-
ta huma Colonia, da qual D. Pedro Ortir. fez Capital nha’, porém o nosso Monarca lhes tespondeo tão satis-
em 1580 com o nome de Snenoi-Aires. Os Paulistas, factoriamente que abandonáião de todo aquelle negocio.
famosos devassadoies dos sertões da America, se esten­ Podem ver-se no Investigador Portagiier, as peças offi-
derão depois ate á Lagoa dos Patos no Rio Grande , a ciaes relativas .áquella historia. Ha pouco os liabitantes:
nunca consentirão que os Hespanhoes se estahelecessem da Provincla de Montevideo resolverão em luim congres­
na margem esquerda do Paraguay. Kara mais os emba­ so geral unii-se ao Brasil. Assim , desde 18 2 1 , adqui­
raçar, foi mandado, D. Manoel Lobo, Governador do rimos no Sul do Brasil duas importantíssimas Províncias,
liio de Ja n e iro , fundar a- Colonia do rament o em as M issies , e Montevideo , durante o Governo de S ,
1680. Esta Colonia: foi depois o pomo da discórdia en­ Magestade.
tre Portugal e H esfanha, tomada, restituída, retoma­ Postos estes factos, póde perguntar-se, se se deve,
d a , e deliiiitivamente restituída pela paz de UtrecAt em restituir M on tevidio! e a i/aem} Comecemos pela se-,
17 1 j ; atacada inutilmente em 17 ; ; ; tomada em 17 6 2 ; «unda questão. DeVer-se-ha restituir a Artigas ? N ã o ;
issistindo sempre os Hespanhoes em assenhotear-se , e porque esse homem já não figura como homem publico.
turs.em excluijios da margem esquerda do Paraguay, até Aos Povos da Provincia de M ontevideo} Também n ão ;
pue o Tractado de 1777 terminou a questão, dando aos porque estes povos submeUidos já em grande parte pe­
Hespanhoes toda a margem esquerda ate o Campo Neu- lo direito da guerra , se unirão ha pouco ao nosso Im­
pério por conselho commum de toda a Provincia. Dever-
trOe
Em 1801 Jo s é Borges do Canto, soldado desertor, se-ha restituir a Buenos-Aires } 1 ão pouco ; porque
tofnou as sete Missões do , act^iiisiçáo iiiipor- Buenos-Aires nunca pôde nem suhmetter nem defender
tante, que augmentou pelo Poente a Província do Fia- ' Montevidéo : e se Buenos-Aires julgou poder arvorar-se
Gransle. Oceupada a Hesjraniin pel s Pianccr.es, coine- ein republica, não deve tolher aos povos de Montevidéu
cútáo a revoltar-se os Vice-Reiiiados da America Hes- escolher a fôrma de governo que mais lhes approuver.
panhoJa. Buenos-Aires declatou-:e republica : Montevi­ Deverá emíini restituir-se a Fernando V I I } Muito me­
deo conservou-se unida a lierpanha, alc que teve de nos 1 .“ porque os povos de Montevideo o não que­
ceder ás forças de A.tigas. rem : 2.“ porque S. Magest.ide Calholica não possue
Artigas era hum butafogo, que insubordinado ao nem aiiufa hum palmo de terra nas Províncias do Ri^
' Governo de Buenos-Arres, e dominando epmo soberano da Prata e os Americanos Inglezes acabão de reconhe
na margem esquerda do Pnraguai/, assolava, e tentava cer a independência dos novos Estados Americanos; }■
[ 650 ]
V ■ }! piîfqHe d]!tf foi a c«isa dacluella gnerra, cm quanto não* dos mui pondetnsos négocies que tem rccupadn os nos­
ob«tûii aos insultos que Árticas nos fazia no Rio ôrt3/f sos dignos Representantes, e ainda qne a afflnciicia dos
</tf, e nos mciieo ntlla pela convenqao que fez, de.jun­ mesmos négocies continue, espera-se que (.oncedendo
tar suas tropas com as nossas , a quai lallbu. Ora quem ou appiicaéido a favor dos Credores da Nação alguns dias
iHter a causa, quer o eifciio. 4.® Porque nos não resii- ■ de discussío , lhes -cbncedâo tamliein o que de justiça se
tuïo O/iviftçn^ segundo se dispozera no ('ongresso de We/i* íhes d eve, pondo-se termo ao iiionopolio que meia dú­
n(i. Por estas razões se vc que neni o Reioo-Uhido tcm zia dé Capitalistas fazem, aproveitando-se do'cíescredito
obrigação de restituir Montcvidto^' que aüquirio nélc di- da divida , eni prejuízo de todo dos Credores.
ïcilo dj guerra, indemnizaçáo da detençuo de Vfivc/iÇa^ “ Dizem que a divida da Nação lie de 80 milhões,
c espoiUanea adliesao dos povos ; mas que nem icin a isto até Junho deste anno ; porém-nesta somma entrão
qirein de direito a dêva restituir. Quando se lailava aO Apólices, e papel-moeda, obje,.tos estes oiie importan­
nosso Monarca em restituir \.’ViO//<eví<yco ihir/ianco V II, do talvez 5O milhões , não fazem gravame , porque como
dizia elle com sua avisada prudência, que, se devesse dinheiro girão, vindo por corrsequencii a restar jo mi-
restiturlia ^ o faria, Oão a fernando V i l , mas aos‘ In- IhOes, que he o que afflige , pelo sen descrédito, espe-
siirgèntes , aos quaes a tomara. ciahnente aquella parte que tem dê ser levada ã Com-
No presente estado das cotisas a troca de Montevi- missão de Liquidação, e he para esta divida doente eue
<Ua por Olivcnça he liiima quimera, segundo parece : eu faréi o meu reccituario.
porque i * hüo hc uiit à Hítpitirítn , a qual largaria 0 /i- “ Km très tmii differenTes tempos foi contraliida e
i -Jcnfn , r^ue possue , a (roco de Montevideo , que nun­ pelas mesmas épocas as classilicarei, pondo cm ptimc'ito
ca ha de possuir ainda qlie nÓ9 a lírguenioi: 2.® hóo lugar a c6iitrahi-Ja desde 24 de Agosto de 1820 até Ju ­

\ he trtil 00 Keioo Unido ^ pOfque tomaria o petjueno dis-


tricto de huma Villa com seu term o, fértil sim mas si­
to no sertão, e pequeno ; e largaria hnnia Provincia
marrtima , maior <|ue qualquer das de Portugal, fertilis'-
nho de 1 8 2 ? ; em segundo a contraliída desde ,a Restau­
ração de i8o8 até 24 de Agosto de 18 2 0 ; em terceiro
finalmente a contrahida até ão dia em que S. Majestade
saliio para o Brasil.
sima , e chave do Brasil pelo Sid , e impottamissjma “ 1'ara a primeira., que importa em ro milhões
pelo qxie lie , e por sua vantajosa localidade ; cuja posse quer o Soberano Congresso contraliir lium empréstimo^
vai terminar nossas qiiestõeS antigas. e para. elle lia de dasignar a llypotheca, e estabelecer o
A; Frovrnila de Monteviddo contím , a Cidadb de juro, que devendo pela pratica ser. de 6 por 10 0 , im ­
Montevideo cnm cinco freguerias dentro, e no arrabalde; porta eni 2’4 0;ooo:ooo rs. Parece-me 'pois que conce-
as Vill.is de. Mnlxlonado povoada de Poriuguezes quasi- dendo-se a esta mesma divida' o judo de 5 por rOo , que
toda ; .V. Daifsin^içïts Surriarto, e . Serro Largo : e as iVe- importa 200:000:000 rs., se consegue o mesmo fim , fi-
giierias de' Purilo, A’ auo , povoada de Porluguctes vin- cáo contentes seus donos, 00 possuidores , e poupão-se
lios i!a Colonial do Sacramento; ü . Senhara da Contdfão annualinénte 40:000:000. ,
de Máiios y . Senhora das Moreôs.^ Bsjtenilho Vtboros *' A Segunda importará em não menos de oUfroí
y . Senhora de Onadaiuge í Perougos', Hy \ Josd\\ 10 milhões, porém esta somma não se liquidará toda
Santa Puda ; SS. Sacramento ; e Pifsjodo, Seirs* portos- tão depressa , e a meu ver só- até ao C:.n de 1825 esta­
íéo Manteviàeoy Sassta hrtoia, e Mutdonodo* Alcm dos di­ rão delia, liquidados 6 milhões, á qual como m»io tinico
tos grandes rios Uruguay, Pai\rgnóy,f a Hio Acgfc»,: tetll ■ de .acreditalJa ,se'deve conceder o juro de 4 por 100
niuitos outros,. c|ue facilitão a iiavcgaQão interna. Ci «a-' que nesta quantia importa em 96:000:000 rs. *
do-vacciini, oavallar, e muar b s -copiojissimo, Seu tef- “ A. tertoira finalmente importará igual quantia, da
rejro creador lie, plaiiOj e srinillian.le i s planícies da Bél­ qual também se não apurará até i8 a t , mais do que ou­
gica , c Lostilrordia', e imii vantajoso para o Coiomer» tros 6 milhões ; e porque a natuieza desta divida náo
c io : be o baluartei do Broal/ peiosui. Sua trocaport?/«'- hc tão sagrada , parece dever cooceder-se-lhe o juro de
ve«f/r não he, iriri-i) he perd«', ella está para o Brasil na
4
nieania rarão ejue 0 :j tgarve pari Portugal : a perda do
J por 100 , que iiiipocta cm jaio o o ico o r5,
“ Tenho pots s^brccarreg,ado a Nação com j68;ooD-ooo
.^ígirriv: desguarnreeria Portugal, e a -de Moatevidtor. rs. annuaes.; resta oagora ver d’onde hão de sáhir sem
deisguarnaceriá o Brasil. Hc facil ccmptehender qual ?erá cjue prejudiquem o Thesouro. O Sdberano Congresso cs-
Q fttiuto augmento' desta Província agora mal povoada^i tabeleceo ma Junta dos Juros a 5.» caixa para nelia se
a assaz atrazada pelos estragos da guerra , quando come*
receberem os rendimentos applicados para amorlisação
qar a ser governada pilo novo Systema representativo , da Divid* publica, que ouço dizer impott.-iráõ anmialrrieii-
sendo paite do, vasto Império Lusitano. Acerescentate-, te 50&, ou 600:000:000 rs.. He pois destes reiidinien-'
em fim , qire- se emr,egatmos aquella bella Provincia a tos que deve salitr á importância do jurc da divida redu­
alguma Patencia-, e não aos naturaes , este facto nos. zida a Apohcesj c, seria muito bom qoe a Administração
qualificará de iiigratos, e pérfidos na opinião dos mesrtios destes rcndtment08 fosse inéumbida.ia huma Commissão
naturaes da Provincia , que com tão boa fc se unúáo a" noineadb demre os Credores, e que a esta mesma Com-
no-sso imperip , persuadidos, que> éramos a unica nacáo miss.io se entartegasse a cobrancá do qhe ao 'l'heseuro
oatxiz de os amparar , e nos conciliará o menoscabo dé­ se deve at-é 24 de Agosto de 1 8 2 0 , admitfindo-se aos
codas' as nações, que dirão de nós, que -os Portttgties.es
devedores em. pagamento , metáde nas referidaSv Apóli­
nem para si prestão. . ,
c e s , e -outra metade em dlnheiroi. Seria tambetn para'
, £is-aqni breves,, rnas claras reflexões, qiic setli du». desejar que sé mandasse continuar com ei Leilão Ha Fa­
vida nos hão de livrar do erro crasso de nos privarmos- brica das Sedasç pois que a experiencia mOstroii quanto
de huma Provinciii- de tant,is vantagens para a Monar- isto consent á Eabcnda , visto qtie no ultimo , ou pri­
qoi*s abraçaitdo I anrés todos os meios de se augmentas m eiro, as fazendas para elle destinadas, qitc se achavãot
X sira prospetid'j.le , c cimentar a sua união com o Bro- a-valiadas em iftoootood rs., strbjrSo a 67:000:000 rs.
sil ,. por tantos jiitulos c.mveniente e com tão boa fé-
0 procurada pdbs seus Iwbitadores.
Seria também niiiita bom que”se mandassem vender es­

\ 7 'i '
ses pequenos predies d-j Fazerfila que na Adminisiraéãot
da mesma nada rendem, e qne vendidos, recébendo'-se
e-m pagamento os Títulos pelo que represelitão, qne foi
o- valor que. a Nlsção llie deo quando os reconheceb ©■
Jiivida Puíliea.. (^Urtiga eemmunicado.') mandou liquidar,, muito rerideriào, e muito se amorti-
saria .1 divida.
“ IMolto se tem dito sobre este objecto , pouco se “ Estou tão contente , Serdior Redactor, já mé pa­
tsm eccri|rto, 011 publicado, e nada se tem fe ito ; po- rece que ve jo-.ndoptar estas medidas, e eue ouço a es-.'
léni líiim tíl- esqueiíiincnto he bem desculpável, á vista
ses- desgraçados Credores bemdizer a Hros-ideiicia , as Cor-o
[ «^1 ]
té s , e o Systeitia qiie lhe rettiediôtí os insuppôrtaVeís liúma Consulta do Senado da Camara, a'cerca do tempo,
males que soffrem, Se lhe merecem algüina consirlera- que devem servir os 4 Almotacés das Execuções. Outro
c o estes apontameirtos espero me faça a honra de oS pela Secretaria d’ Estado dos Negocios da Fazenda, em
inseiir no seu Periódico, e não Sendo necessalio conhe>- t)ue partecipa , que tendoase apresentado no Tbesouro
cer-se o triste anthòr, saiba-se só que he hum varias Letras Sacadas pelo Inspector da Comadoria dz
Junta do Commercio do R<o de Ja n e iro , José Caetano
'Ciíiiidãtt (jíte ama o bom, e deíerfe o máo% Gom es, sobre os correspondentes do Banco do Brasil
em Londres a favor dos interessados nas 54 8(^ 00 Libras
Lhhoa 22 de Jiilho de 1S22. Esterlinas , estipuladas pelo Governo da Grã-Bretanha.
na convenção de Vienna de 21 de Janeiro de 1S 1 5 , pa­
ta indemnisação das prezas feitas nos Navios Portugue-
zes empregados no trafico da Escravatura ; e pertenderre
Sr. Redactor da Gareta Universal. os portadores de tacs letras , que lhe sejáo acceitas no
Thesoiiro , visto que o não fotão ein Londres pelos cor­
Lendo na sua folha a sessão de Cortes do dia 22 dO respondentes do Banco , em razão da entrega, que fize-
corrente acho alterações, no que eu disse , que rogo-lhe tão ao Ministro de Sua Magestade na mesma Corte do
haja de corrigir, publicando esta. Eu disse que se o Bra- resto d’aquelle dinheito, pelas ordenS recebidas do R»o
i'll abraçasse a sepiràção e indepeiidencia, julgava eU de Ja n e iro , e peUs do Tbesouro depois do regresso de
Ser dever religioso adherir i causa , que eíle adoptasse. Sua Magestade. O Governo, accrescenta o M inistro,
i\ão fallci pois somente ria minha Provincia, e muito trie* não tendo outros esclarecimentos, envia os documentos
nos ptonuircici o nome de rebelde , que seria injuria ao juntos para conhecimento do Soberano Congresso. Ou­
Bi a s ll, e contradicrjão nos n>eus princípios. parte prin“' tro pela Secretaria d’ Estado dos Negocios da G u erra,
Cipal de huma Nação não p ó '! jámãis ser chamada re­ incluindo bum officio do Barão de Lacuna , datado em
belde, quando se separa da parte menor, o BratU tem Montevideo em jo de Janeiro do corrente anno, com
o roeSiriO direito, ao menos que Per í««'«/, de reformat o orçamento da despeza mensal com soidos, gratifica­
e mudar a sua organisação politica ; e o exercicio de ções, piets, hospitaes, etc. do Exetcito de Montevideo
iuiin direito mincá póde ser infaitiado de rebeilião. Sou distribuído da maneira seguinte :
Seu venerador 22 .dníe/rre Carlos Kiboiro <to Anáraàa Ma»
coào 0 Sã. Divisão dos Voluntários Reae» d T lR e i . . 42:087^596
Estado-maior do Exercito do Brasil . . . . 97 itè i°®
1
' 'topas da Provincia <)o Rio Grande . . . . 5:288^040
Adãiiameato ao 'Termo dc VerOação 'do dia If de Maio Ditas . . . . diia . . . de S. Haalo . . . 8:2O>tÍ)C0O
eorrente ^ iranscrtpio em a Gor.eia do Bio de Janeiro Ditas . » . . dita . . . de Montevideo r \ 6 :59 0 ^550
59 • C<t aa nossa folha 157. ) Rações d’Elape para os Officiaes, officiaes
inferiores, e soldados, músicos j etc . 14:652(^50)0
Declarou Sua Altera depois de assignat a acta supra, Rações de forragem' de luima 4.I de al- 4 9 7^7
S á>
que se não assignava = Protector do BrasH = porque es­ queíre de Lisboa ............................ ... 4S9tíi7^7
to não precisava da sua Protecção,'e a si mestnó se pro­
tegia-— Era nt supra. K •eU'Josâ M orlM S'Bocha ^ a es- Total . . . . . 78:05 5(^90j
crevi. 22J0SC Clcmehte Pereira =2 Joãó Soares de Êulhõeü
=2 Domingos Viaonã Gmgel do Amaral tc José Antoniõ' ■ ’No mesrii'0 officio diz o Baiãò de Laguna que o
dos Santos Xavier. 2 ; Está conforme —Jo sé Martins Ro» rítldiiriento darjuetle estado calculado pelos annos de 18191
cAa. e chegara a 22:ooo(jiooo réis,, o que mostra hum
deficit importante além da divida atrazada , oque prova z
■ .Também na G.izcia do Rio de Janeiro se acha 0 fiécessidade de importantes mudanças naquelle Exercito;
seSLainte Decreto. passrSu á CòrTiiriissão Diplomática ^ aonde passou outro
■ ' . I. õfficio da tftésma data com o rendimento, e despezas;
Tendo' aS Cortes Geraes Extraotdinarias e ConstP daquella Provindá desde 20 de Janeiro de 18 17 até j i
tifir.Tes da Nação’ Portugueya, por ãssignalár o Eaustis- de Dezembro der 18 2 1. Outro officio incluindo o qus
simo Dia do JuranVent'o das BaSeS da Constituição, de­ ern data de 24 dé- Março envia 0 Governador das Armas
terminado, pot Decreto de quatorze de Márço de iriil da Província de Pernambuco , acompanhando o plano dz
«itneentos e vinte é hurt) ', que no Reino de Portugal, organisação dos Corpos de Linha daqUella Provincia ; pas­
e ilhas adjacentes fossem perdOadps os réôs das culpáS sou á Commissáo de Guerra. Outro enviando a Colleç-
«leclatados no més.ito Decreto . cort) as éXífepçóes quel çâo das Ordens do Dia (itiblicadas ao Exetcito desde o
«elle sê especificão : Hèi por b -m ’,' ríStéridéndo aquella dia I." de Agosto de 1821 ; bem como as copias das
benéíficente deteiminação ao Rei.-Vo dO Bratil ^ qne no Citculares, qne se remettérão aos Geiieraes das Provín­
teierijo indulto se- entendão comprel.‘eiididos todos Oi cias e Commandames dos Çorpos desde 1809.
teos, que neste Reino estiverem nascitcunstancias mett- O Juiz de' -Fóra da V illa'de A lijò, e Amexa de T íj-
cionadas no citado Decreto. A Meza do Desembargo do Voios, Lordello, e G alegos, Domingos Manoel Pereirz
Paço o tenha assiirí'«riterididò , e õ façalpublicar , para de Carvalho, envia a sua felicitação pela descoberta dz
que chegue à noticia de todos , e se execute como neli» Conspiração, o que se recebeo com agrado.
se cuntem. Paçtr^ em vírite très dé' Março de mil oito- Os Concidadãos Constitucionaes da Praça das duas
crentos c vinte e dois. — Cor» a Rdbtiéá' do PRÍN CIPE Igrejas, e duas immediações, fclicitão o Soberano Con­
H EG E-N TE,—~José' Bi/nffacio de Amirndã e Silva. gresso pela descoberta da Conspiração , referem o mo­
do como festejarão os memoráveis dias 15 de Setem­
bro, e 26 de Janeiro, e oitirnamente o de 4 de Julho
anniversatio da chegaria rie Sua Magestade, mandando
CO RTES. •Sessão de 24. de Jnlho. 42J.* igualuiente fep.ittir a Oração que por essa oceasião reci­
tou na fesiivirlade , que em acção de graças fizerão nz
Lida pelo Sr. Secretario Sarmento a acta da prece­ Igreja da Encarnação, Marcos Pinto Soares Vaz P reto ;
dente Sessão, que foi approvada , dco cernia o. Sr, Se­ ouvio-se com agrado.
cretario feigneirns do expediente , em que sc conipre- Passou-se a Commissáo de Instrucção Publica hum
hendia o seguinte : bum officio do Goseriir pela Secre­ Plano de estabelecimento de Caridade , e Instrucção Pu­
taria d’ £st.ido dos Negocios do R eino, acompanhando blica, que offcréce o Juiz de Fóra de Pntmella, ftan -


cisco Rodtiguez ; e á Commissao das Petições huma R e - Ja n e ir o ')’, outro em resposta a hum officio do Ministro
j)reset)t3ção da Coir.ata da Covilhã, da mesma repartição , em que pedia soecurros para ar­
O Sr. Secretario I\-lgaciros leo a ultima redacção ranjo das Mattas-, e outros objectes desta competência ;
do Dfcreto da nomeação dos Lentes para a Academia passou ã Commissão de Fazenda.
da rdariiilia. =: Approvado. , . Parece á mesma Commissão que devem ser indef-
O Sr. Secretario Soaret de Aeevedo fez a chamada, firidos os requerimentos dos Boticários da Armada, e de
c dis^r se acliavâo presentes 1 1 1 Sts. Deputados, e que D. Maria Rita Xavier, z: Approvados,
faltarao J9 , dos quaes tiidiâo licença motivada jO. O Sr. Araújo Pimentel, relator da Commissão Mi­
litar, leo hum Parecer em resposta ao Ministro da Guer­
ra acerca das gratificações, que se devem dar aos Gover­
C rdtn do Dia. nadores de Ultramar ; parece ã Commissão que se regu­
le pela pratica.
O Sr. Alves do Rio oppoz-se dizendo , que ate ago­
ü Sr. Presidente abrio a discussão ao attigo 2 .“ do ra se não duvidava , que ao Governador de Cabo-Verde
l'rojecto das Hypotliecas, o quai estabelece que se insi- se deo iio c o ^ rs. além dos mais adiantamentos: que o
râo no iivro todas as hypotliecas, a que fotem obrigados dinheiro da Nação se deve distribuir 110 Congresso, e
os predios d'aquelle distiicto« por isso propunha que a Commissão reformasse o seu
Discorrerão sobre este objecte os Sts. Sodrlgiies de Parecer : e tendo discorrido sobre este objecto os Srs.
Mneedo , e Corria de Seal/ra , e outres ; e julgaiido-se Povoas, F r e ir e , Borges Carneiro , Barão de MolcHos,
sufficientementp. discutido foi regeitado o artigo : e ofïc- Barreto F eio , e Pamplona, foi approvado.
recendo os Sis. Serpa J^lrtchado , (Jorrro de Seobra , e O Sr. Secretario Fcigueiras deo çoiila de hum offi­
Guerreiro algumas emendas , disse o Sr. Fernandes Tho­ cio que acabava de receber com huma Consulta do Sena­
mas , que se devia fazer liiima separação cm cada huma do ácerca de duvidas na Lei de 17 do corrente sobre a
das très especies de liypothecas, porque do contrario iría­ divisão das Freguezias para a eleição dos Deputados, zz
mos em lugar de fazer huma L e i, que repii.oia os abti- Passou a Commissão de Constituição com a maior ur­
zos, dar occasi.ío a immensas demandas: em consequên­ gência.
cia propoz o Sr. Presidente a t . “ questão = devem ser O Sr. Presidente deo para Ordem do Dia a conti­
inseridos em livro do Registo todas as hypotliecas es- nuação das ni.atcrÍ3s que estaváo destinadas para hoje , e
peciaes ? ( Approvado ) devem ser inseridas no levantou a Sessão á t hora.
inesmo livro as hypotliecas legaes cspeciaes ?
O Sr. Fernandes Thontás disse que a respeito des­
tas tinha alguma duvida , porque se não podeiãó inserir
as hypotliecas sobre moveis , que tem os Senhorios das
Casas, os Marinheiros para as suas soldadas nos Navios
e fretes, e outros muitos casos, que liavetáó , que ago- AN NUN CIO S.
t.i não tinha presentes : que de taes objectos se devia fa­
zer especial menção.
O Sr. Serfa Machado opinou que se contentassem Sahio á Íítz Obzequio aos SS. Corações Ae J e ­
coip o. que se acabgv? de vencer, porque o mais teria sus , e de Maria ; para desaggravo do Santissimo Sacra­
alguns inconvenientes. mento, Frueto da' Virgem Purissima: em duas Novenas,
, 0 Si.. Ferreira Borges apoiou, porque disse havia a precedidas de hum discurso preliminar, emque seiiiostra
maior difticuldade 110. cumprrmeiito desta Lei , em cuja a origem desta devoção. Por F. X. G. S. A rjue se ju n ­
dlltkuldade já principiou a envolvetnos a Lei de l.7;74 ta : O Moda Perfeitíssimo de ouvir Missa , exposto em
sobre «ste .cbjeçto. 2.\ A visos, e j Missas; a saber, de Festa de Preces e
.Outros Illustres Deputados discorrfráo sobre este Penitencia, e de Defuntos : Com Imm Appendice , para
objeoto, e julgando-se sufíicientemente tjisïu'ido foi re- os Sacramentos da Confissão, e Communhão ; e Visitas
geitada a. 2.’ piO|>osição : j . ' proposição; az deVem ser de jiibileo, e do Santissimo, Acompanhado de huma Es­
inscriptas todas as líypot)i«Cas por Leis -patrias, estabele­ tampa fina , i)ue representa os SS. Corações ; seguida de
cidas , que tenhão por 'objecto bens de. raiz. huma Descripçáp., em que se esplicáo vários Symbolos ,
O Sr. Fernandes Thomas observou que a materia e dez Epígrafes,, qge a Oruáo , extraltidas da Sagrada Es-
era muito importante , e que a hora,era chegada , em Criptura. Por F. C C. O. Vof i 2.°, Ç42 pag., bom pa­
cantequeii.ia se tlevi.a adiar. = Approvado. .n pel , e -encadernação aceada ; preço 4Í0 ; dita em marro­
ü Sr. Presidente disse que se 'achava ã porta 'oCon- quim verde 600 ; ,dita em dko exearnado 660. Preço da
de do 1'a ra ti, o qual vem lelicitar o Soberano Congres­ Estanrpa em papei maior para paine) 5 0 , mais fino 60
so , e agradecer a genCirosa decisão que o restituio i tels. Da-se humagfatuitaiTiente a quem comprar 5 destes
sua familia. zz Praticou-se o costumado em igiiaes casos. Livros. Vendem-se na Portaria zla Casa do Eipiriio San­
O Sr. Presidente‘deo a palavra ã Conimissáo dejiisr. to, da Congregação do Oratorio em Lisboa. "
tiça Criminal , e o Sr. Basilio Alberto seu telator men­
cionou os Pareceres de Manoel Francisco, Francisco .Josó
Guedes, e João bernatdo da Silva fte ite . zz Approva­ ÇoJlecção be Estampas, intitulada Ruas de Lisboa,
dos. _ contem figuras illumiiiadas, que repreíentão os diverses
O Sr. Vasconcellos em nome da Commissão de Ma- trages, e maneiras mais constantes das gentes que ser­
finh.i leo o parecer sobre o requerimento do 1." Tenen­ vem e habitão a Cidade, novartiente retocadís. Cinco ca­
te Luiz Ignacio de Figueiredo ( passou á Commissão de dernos comendo vinte e cinco csçampas : vende-se lia
Fazenda para lhe arbitrar alguma recompensa em lugar Loja de Carvalho ao Chiado defronto da rua de S, Frau-
da pensão que recebia pelo Cofre da Marinha do Kio de eisco^ N. 2.

.N A i m p r e n s a N a r. i o N a Ir.
[ 665 ] /
,M E n o 165. A nno d e 1 8 2 2 .

« /' 4Z E T A U JV IF E R S M .
QUARTA FEIRA 31 DE JULHO.

G R Ã -B R E T A N H A , fra pelo Correio ordinário; abriáo-se-lhes, e eráo deci­

soube
fradas , e conimunicava-se-me a mim a parte mais im­
hoüdrti 2 ik Jttiho, portante , mas não aos Ministros. Por este meio
eu u conteúdo das cartas que ’B e r r t r t o r ff,,,, e outros
j ^ J [ a tempo j diz o Morni/ig CíironUU j qoe amuinciá- enviarão ás suas Cortes antes de chegarem ao seu .des­
mos que liia saliit á luz huma obta , a qual não deixaria tino : estas cartas eráo sempre expedidas logo que passa-
de fazer grande seiisação em toda a Baropa , e lie de Wr. vão pelas minhas mãos.
Ô' M earn , que por muito tempo teve a confiança do ' “ Varias deJlas, e .particularmente as de B ern rto rff
Prisioneiro de Súiita Retena, e escreveo o diário das suas estavão cheias de reflexões injuriosas contra m im , de
conversações com elle. A obra he dedicada a Lady Rol~ censuras contra o meu ptocedioieolo , e de. pretendidas
U iid, e começa por lium,/Vic simiJe escripto pelo Impe­ conversações comigo. Quantas vezes me não ri eu ao
rador, e que lie do tliéor seguinte ï Ver laniberem-nitf a poeira dos çapatos depois de ter li­
'* Rogo a meus parentes e amigos que creiáo quan- do naquelle mesmo dia as parvoíces que de mim tiiihão
0
to o Doutor ' Mettra llies disser relativamente á po- escrito aos seus Soberanos ! A’ s vezes descobríamos as­
“ siçáo em que nie acho, e aos sentimentos que conser- sumptos muito importantes que lhes tinlião sido com-
vo. Se vir a minha amada L a ita , a ella rogo lhe per- municados pelos Enibaixadores da 'Rutria e A u stria, e
“ iintta que Uie beije a mão. 24 de Jullio de iS l8 ." pelo vosso (o la g le i') , quando o tínheis em Paris, Es­
A ’ proporção que Mt. í) ’ Meara tinha escripto al- tes últimos enviavão sempre is suas cartas por correios
opmas folhas das suas conversações , as hia enviando se- extraordinários., o que não obstante não impedia que se
trctaineme a hum seu amigo que estava a bordo de hum soubesse o seu conteúdo, pois pela correspondência das
Navio da Esquadra., e este as remettia zlnglaterra a Mr. pequenas Potências conhecia eu a opinião das grandes.
Uosntet., agente de Vandleão. tio segundo tonto pagi­ “ A destreza dos que-estavão á frente desta admi­
nas 29D se Ic 0 segftinte : nistração era assombrosa : não havia letra que não imitas­
“ Em Brança estavão tomadas t*es medidas que to ­ sem petfeitamente j e no ‘Correio havia sellos similliantes
das as canas dos Embaixadores ou de outros agentes di­ aos dos Embaixadores de todas as Potências da Europa
plomáticos, as das pessoas de suas casas ou aggtegadas álem de immenso numero de outros sellos pertencentes
aos nevocios estrangeiros, eráo enviadas a buma admi­ a famílias de differentes paizes. Se lhes chegava algum
nistração secreta do Correio de P a rir, fosse qual fosse sollo de que não tinhão co p ia, em 24 horas se fazia. —
a caixa em que se tivessem deitado, O mesmo succedia Nada d’isto era invenção minha : J-níe X t y foi quem
com todas as cartas ou officios expedidos ás Cortes e aos imaginou estes meios ; e alguns dos netos dos agentes de
Blinistros estrangeiros ; também se ãbrsâo naquella admj-, que se valia aquelle R e i , occupavâo no meu tempo lu­
nistraçlo. A’s vezes os authores faitáo uso de differen­ gares que tinhão herdado de seus pais. Em Londres se
tes cifras em huma mesma carta , servindd-se da mesma faz o mesmo, pois se abrem todas as cartas dos agentss!
cifra só para lO ou 12 linhas; mas este meio não lhes diplomáticos cjiie vão ao correio.” (E ste .artigo, suppon-
bastava, pois para decifrar a caru mais difficil bastava do ser vefidico em toda a sua extensão, lie tr.ais bum*
fer 5o paginas da mesfna cifra , o que em breve se-con- prova de que todos os Governos abusão mais ou menos
stguia pela extensão .qíte se davfa á correspondência. da boa fé , e todos par .algum Udo tendem ap despotis­
“ Os agentes eiqptegados neste trabalho eráo tão m o , ou ábuso do poder e das leis mais sagradas da or­
intelligentes e decifrauào com tanta proniptidão que nos dem social. Quem poderá confiar em hum Governo que
liltimos tempos não custava mais que 50 luizes o expli­ abuse deste modo do sagrado -sigillo das cartas ? O mais
car butna nova Cifra. Os Embaixadores , suspeitando al­ notável he que a infraeçáo deste sigillo foi objecto de
guma infidelidade, contínuitâo mudando de cifra de très grandes reprchensões contra o Governo dos horbens gn-
èm très naezes ; c isto dava só mais algum trabalho. A's iterior á Rtcvolução, e foi reclamada a instauração deste
vezes maiiiiavão deitar as suas cartas iio Correio a algu­ direito., e a final cada Governo que se liia suecedendo
mas léguas do sitio em que residião, imaginando que .confi.iuava em secreto a praticar o mesmo abuso. Como'
•com isto adiaiitavão'alguma cousa,, mas não sabião as Os ;povos se illudem com as apparencias , e com as bóac
■ paiavraí! Certos homens bão He dizer que a pratica de
iiTiedidas que. estavão toinadas.
“ Os Enibaixadores das Potências pequenas, como 4
bfir as cartas inventada por t.úiz X I V ( s e não foi usa­
<os de Diaamarca., Snecia , e mesmo da P i-mjíki , costu- da muito antes) era hum batbaro despotismo^ huma alei-
anavão por .poupar despezas., enviâr as sues cartas em cí- vosia , e cu d*go, e todos dirão o mesmo ; .mas se aos
[ 666 ]
îie s se perguntar; E que era isso feito por Eonjparte ? As Ilhas ce Ctilfo Verde , que sao dez ; a saber, Santiago ,
respoiideráó : Oli ! isso era liuma precaução , que o Gran­ Sauio Àntíío y S, Kicoláo^ S» Vice/iU ^ Snyjtn L/nin y do
de homem tomava , mui necessária , e até mui ju sta , Fo'^ô y do Sal y M aiof Frovo y e ; as quaes
para se livrar tios seus in im ig o s!.. . Nestas tf outras-taes ■ fazcm hum Governo Geral com os lugares de Cnchco ^
desculpas lie que se manifesta bem ás claras o espirito J^'ovo Redo'iido y e llhas de Bissóo na Costa de Africa ;
de partido, que louva em luins o que vitupéra em ou­ que tinhâo 6o;O CO aimas no dito anno de 1769 , pouco
tros, como se os crimes perpetrados «m iguaes circuns­ mais ou menos. lo. llhas PrincipCy e S. Thamco 1 1 ,
tancias não fossem iguaes J. O Reino de Angola y e Ben^nello no continente, 1 1 ,
ou Africa Portujilieza OrientaL
Hontem á noite apresentou na Gamara Hr. TGnjJ/- No Oriente ou In d ia: — i Gôo y e as tresT ro -
tart o orçamento, o qual se reduz ao segninte : O do vincias imrnediatas que sâo Bardez, y Salscte y Rachoi y e
Exercito ^ que era de 8,7)6:092 bbtas esterlinas , fica e Cidade de Da/juÎa corn seu districto, e Diii, 14. Airr-
reduzido a 7,^05:000. 'O da Marinha de 8,282:685 a cào y e as ïilias de Timor , e Soler. \
5.^480:000. Em todo “O orçamento senão augmentão mais f No Reino do 15. Manievideo, Esta Pro»
que 801:000 lib. , ainda que seja necessário tirar 2,801:000 <7
Vincia he a chave do B r«j pclo s u l, e por lanto he a
pata pagar aos proprietários do 5 por cento , que não mais mil acquisiçao , que temos feito, devendo por isso
consentirão no atranjo proposto ante.tiormcnte pelo Chan­ , scr conservada, e melhorada, quanto for possível. 16.
celier do TliesOuto. Para cobtir as despeías ordinárias Rio Grande do &ttt. 17, Vraguaj/ ou 3$ Sete Missões y
do a-ino , e que sobem a 2 1,10 6 :4 56 lib. est. , as con­ que sã o ; S. Mi^ttely S. JoÕOy S. Lourenço y Santo An-"
tribuições produzem 21,29 9 :670. ' He verdade que a di­ g e h y S. I juíz y S, r*icoláOy S. Francisco de Borja. Esta
vida não consolidada se augmentou com 5,8) 1:670-; mas •provtncfa he toda central, e foi reunida em i8 o i. i8 .
o empréstimo da Caixa de amortisação , que no anno Santa CothariuOy Ilha imporianlissima, com scu distiic-
passado era de I j milhões , não lie este anno de mais to no continente, 19« S. Potdo. ao. Rio dejanctroy 2 1.
que 7 milhões e meio. Minas Gerrtes , Província Central. 2 1. Espirito
Toda a divida não consolidada com este augmente 25. Mrttto Grono y Prcvincia central, 24 . Goyaz y Pro­
não sobe a niais de 56,200:000 I. st. , sendo certo que víncia central, 25. Porto Seguro, 26* Bahia» 27. Scre^
em 18 15 subio a 67,597.464. Em fim o produeto liqui­ ç^ipe dcl Rei» 28. As A/a^oasy Província desmembrada de
do das Rendas da Gra-Sretanha durante os 6 últimos Pernamhueo. 29, Pernamhucê, 50. Parahiba. j i . Rio
annos subio de 48,990:6)7 a -5-4,955:60) I. st. Grande do''Norté, J2 . Ceará» 55. Piluiuhy. 34. M aro”
A somm.» appiicavel ao resgate dos fundos entre nhão, 35. Piirá.
Julho de 1822 e Julbo de 18 2 ) sobe a 5,4)2:000. Para As Províncias centraes são as qoe nãochegão ao mar.
o anno seguinte espeta-se hum augmente de tendas de As très Províncias, Pará y Goyaiy c M atto
seis iirilhões esteilinos. Em 5 de Janeiro deste anno o Grosso y devem ser brevemente repartidas em outras. O
total da divida não resgatada subia a 792,292:259 libras Porá deve dividir-se nas Provintias seguintes r Pará aci­
esterlinas. Os encargos públicos que caiisavão esta divi­ ma dita, ^6» Gciianna oceidentafy ou Macapá. 37. G«/-
da, coniprehendendo também os fimdos -do cofre d’ .-imor- ánna orienta^ y ou Rio Aeg-fo , Frovincia Central ; ambas
tisaçáo, subião a 4 í,) f4 :j8 5 I. st. O cófre de amottisa- na margem esquerda áo Amatenas» 5 8. Xin^otania junto
çáo era para a divida não resgatada como i he para 48. ao rio Xin^á. 39. Tapafonia junto aO rio •Tapajás» 40.
Fdrão concedidas todas as petições do Chancelier ; Mund rtseatita, 4 1. Província dot SoUsndes. Ettes quatro
porém Mr. iW.rAer/j/(Fisse : que o que no discurso do mui­ grandis districtòs estão na margem direita do Amasonas,
to illostre ftlembro o tinha revoltado era que se tivesse e fazem cada -luim siia grande Província. Alais ao dia'ntu
'ClVegatlo ao ultimo grão de tedueçáo nás déspezas ; e com a Província dos Solimves deverá subdivlMir-se nas seguin­
tudo o mesmo orador Hidicou muitos ramos de di spe- tes: Parte, 42. Coarjf, 4 ). TeJ/c, 44. Jd^uruá. 45. Jíytt*
íjs que facilmente se poderião diminuir. Quanto á dimi­ tahy. 46. dlijahaiyé
nuição da divida consolidada accrescentando a divida não Matto G rosso, que tem 515 legtias de comprimen­
consolidada , disse Mr. Ricardo que a seu ver era preci­ to e 250 na maior largura, poderá, mais ao diante di­
so segpir lium systema absolutarhente opposto. vidir-se nas Provinejas seguintes : Matto Grosso, 47.
No decurso desta discussão disse o Marquez toadois- luruenua. 48. Arinos. 49. Topplraqula. 50. Cainapuo-
Jerry , respondendo a liuma questão de outro Membro, nia. 51. Cuyabá. 52. Bõrórònia,
que se estava negociando com a Cotte de Vienna para o íxeyui que tem 200 léguas de longo, põdc divi­
pagamento da divisla da  iiltria, cujo total no principal dir-se nas Províncias de Geyaz ; 55 Cayaponia ; 54 No­
e jríros subia 3 milhões de lib. esterlinas ; e que es­ va Beira-, 55 Rio das Velhas-, 56 Par*nnan-, 57 T h-
perava , mas sfcm por isso pensar em se compromoiter. eantlns.
que a resolução teria hum resultado façótavel. As onttas Províncias menores dévetáõ ao diante di­
vidir-se n’outras para seu melhor -governo , quando a )io-
I.ISPO A )0 de /«//lí. pulação mais augmentada assim o pedir.

1
Ereve Quadro das 'rovsiscias da Reino-Vnido de
'l ’ al he o breve quadro do Império Lusa-Amerioano
estabelecido nas quatro partes do mundo. Elle tem ein
P o rtu "aI j Brasil y c Al^arve, si lòdos os ptoduetos do Universo, e todos os rnties pa­
ra Ser grande em forças, i.sto lie, em gente e riquezas.
“ Tem o Reino-Unido as Províncias-seguintes nas Importa pois constituillo bem, ligando bem suas partes
quatro parles do Aliindo : e dando-lhe boas Leis. Elle está ainda na purricia. é
No Reino Portuga!'. — i. Entre Douro e Minho. carece da robustez juvenil ; e por isso a conciliar-llie es­
2., Tras-os-Montes, j. lieira. 4. Esueniadiira. 5. Alem- ta robustez devem ditigir-se os esforços geraes da Nação
tejo. 6. O Heino do .Algarve, Sua população passa de mórmente agóra , que todo o Pveino-Unido se esforça
tres milhões de habitantes. por melhorar sua condição. Quem tentasse desunillo se­
Nas Ilhas ridjaeeatcs : — -7. Ilhas da M adeira, e ria hum detestável parSricida. O Reino-Unido pride ter-
Porto Santo , com 44 fregtiezias que tinlião ein 1796 =
6 7
Í :> í almas. X.® As Ilhas Terceiras ou des Açores ,
-nar-se Potência grande; e porque o não ha de ser? He
preciso pór de parte ciúmes irie superioridade , e rfescon-
sáó nove ; a saber, a Tvrccirn ^ S. Súnta fianças de inferioridade. ’Ver o que convem melhor a
y S, Jo r^ c ^ Pico ^ Faialy Grociosoy Flores^ Cof'^ cada liiMiia das partes deste todo ; satisfazer os desejos
yo \ as qiues cm 1796 liuhão 156 :0 15 almas. As Coi- justos de todas as partes que não deteriorarem Os direi­
íte» dividirão estas Ilhas cm très Comarcas. tos de liumas ou de outras , e usar de mutua liberalidade
Tm .ijricd : — No mar Atlântico, c continente: 9. e condescendência do qiie não'for prejiuiicial ao bem
[ «67 3
5,eral d> Moiiümiia : estes sâo os meios de a conservar não tenháo feito o mesmo setviço. Esta mesma prefe­
unida , de fomentar o seu enorandecimemo, de derramar rencia se dará no Brasil aos que vierem daquelle Reino
cm fim a prosperidade em toda a sua vasta extensão. fervir no de Portugal."
Precisa o Reino Unido de quatro Conselhos supre­ O Sr. Guerreiro pedio que a Illustre Commissáo
mos (U Ju stiç a ', bmn para Vortugàl\ outro no Norte fizésie explicação do que continha a segunda parte ; c
do Brosit ; outro no Sul do Brasil ; e outrO no Orien­ resjjondendo o Sr. Faria Carvalho, que náo linha outro
te , pata lá do Cabo de Boa Esperanço. Precisa por oia fundamento mais que huma reciprocidade para com os
de duas Universidades, liuma em Po rtugal, que já tem , Brasileiros, que viessem servir a Portugal-, continuou o
outia no Sul do Brasil, Precisa de dois Delegados do Po­ Sr. Guerreiro que votava contra esta parte do artigo,
der Kxecutivo, huifi no B rasil, outro no Oriente. Mas' primeiramente potque o julg.iva in ú til, porque o Brasil
deixemos estas matérias ao mais serio desenvolvimento tem falta de Bacharéis, e para a suprir he que se propõe
das deliberações de nossas Cortes. a Vantagem , e em segundo lugar , porque quan ■ 'o os ti­
vessem nãó estavão no mesmo caso os que viessem a.
V o ria g a l, requeria por isso fosse supprimido, fizerão-se
algumas observações , depois do que foi approvada a pri­
C O R T E S . ■ '■—•Sessão de de Ju lh o , 427.’ meira parte, e regeitada a segunda desde as p alavras:“
esta mcsCnà preferencia. :=
l ida pelo Sr. Secretario Soares de Aie-isedo a acta O art. j.'“’ foi regeitado por pertencer a sua dou­
<ta precedente Sessão, que foi approvada, deo conta ò trina ao regimento do Conselho d'Estado , conforme a
9 r. Secretario Felgaeiras do expediente, em que se proposta do Sr.- Fernandes Thomas,
CO np eliendia 0 seguiirte ; Hum officio do Governo pela Kassou se ao artigo 4.®, o qual foi regeitado, e em
Secretaria d’ Estado dos Negocios da Fazenda , inCluindo seu lugar se ádoptou que : =: serão dispensados proviso­
copias de duas Consultas', exigidas na ordem das Cortes riamente Os Bacharéis de apresentarem Certidão do cor-
de 11 de Junho ultimo , sendo luitna do Senado da Ca- fente do Thescuro , assim como da residenci» , se o es­
mâra de i j de Fevereiro de 17 9 7 , « outra do'Conselho tado da respectiva Provincia lhe nSo permittir tiralla ;
dr Farenda de 10 do corrente sobre a imposição deno­ porém nunca serão dispensados de apresentar Certidóe»
minada do Pescadísiho ; passou à Comroissão de Fazenda. das Juntas da Fazenda ahnde tiverem servido. c=
T)utto pela Secretaria d’ Estado dos Negocios da G uérra, $.® “ Que o Conselho d’Estado, ã vista da relação
incluindo hum officio do Prigadeito Encarregado do Go- dos Bacharéis, que estiverem habilitados para os respec­
ve no das Armas da Corte e Província da Eu-ts-emadura tivos lugares, e das informações sobre o estado , e cir-
pedindo informações sobre certas dividas nos processos cunstanci.is de cada hum defies, possa consultar aquelles
dos Militares prezos por crimes civis, que se não previ­ que estiverem mais aptos para irem servir os ditos luga­
ne na Carta de Lei de 1 1 de Junho de 1822 ; passou á res ; e o Governo possa dispensar aqiieíles que allrga-
Commissão de Justiça Civil. rem attendiveis escusas. Estas providencias se devem de­
Frz se meríção honrosa de varias felkitac.'ies pela clarar provisórias , e com ellas satisfaz á Indicação do
descoberta da Conspiração; ouvio-se com agrado a do Sr. Deputado Bc//'orrf. " — Foi approvado com algumas
3
Abba.le de ’S , ‘oão Kaptista da Sahagdl, Antonio de Pai­ emendas.
va Monteiro, incluindo a O ração, que por este motivo Passou-se á segunda parte da Ordem do Dia : Pa­
fe at'S seus freguezes, e a do Governador Ecciesiastico recer da Cominissão de Agricultura, em consequência de
d-i B l a.io de Pinhel, Manoel Joaquim de Lima. Passou huma Indicação do Sr. Deputado Barroso Pereira , para
. Commissão do Commercio o resultado dos trabalhos, regular a liquidação do preço dos generös:
q e envia a Commissáo respectiva de Seiuhal. A Commissáo de Agricultura tomando em considera-
O Sr Sarsnenlo mandou para a i-neza huma .felici- ç ;0 a Indicação do Sr. Barroso sobre o modo de faz r 3
t ção da Camara de Villa Pouca de Aguiar.^ Coniatca liquidação do preÇo dos generös,, como lhe fii determi­
de Vilia R ea l, náo sè pela descoberta da Conspiração; nado pelo Sobetàno Congresso, offerece o seguinte
lí as agradecendo os beneficios, que lhe“ resulta da re-
di c.ão dos Fotacs ; e pedio que d’ella se fizesse menção Projecto de Decreto,
na fórira sio costume. Approvado.
O Sr. Rodrigo Ferreira IcO o Parecer da Commit- As Cortes, etc,'Considerando .que os Lavradores nâ»
são dos Poderes, pelo qual se approva o Diploma do Sr. podem muitas vezes pagar em especie , e que os Senho­
Deputado pela Província do Peauhi, Máguel de Sousa rios devem receber as pensões , ou fóros eni dinheiro,
B rges heat. Approv.ado, sem prejuízo de nenhuma das partes , co.T.o acontece em
O Sr. Secretario. Svitres de Azevedo fez a chamada, todos os pagamentos por meios judiciaes, Decretão o se­
-e disie se achaváo presentes 119 Sts. Deputados, e que guinte :
faltav.io ; i , dos quais 22 linhão licença motivada. Art. I,“ A Camara de cada Vill.a, ou Conselho, na
ultima Sessão de cada m ez, chamará dois homens bons ,
Ordetti do Dia, e peritos, hum nomeado por ella , e outro pelo Dona­
tário , para declararem qual foi a tarifa media dos preços
Parecer da Commissáo de Constituição sobre os no­ naquelle ntez de todos os fruetos, « cousas de que s*
vos ordenados , e graduações dos tachareis, que passa­ .pagão fótos no seu T e rm o ; se não forem conformes,
rem a servir no Ultramar,' o quail foi lidó pelo Sr. Se­ louvar-se-lião em hum terceiro , que desempate.
cretario Soares de Azevedo. Alt. 2.® No tim de Novembro de cada anno se fa­
1. rá aihitramento do preço medio do anno, tomado do»
“ “ Que SC decrete a favor dos Magistrados, que
lorem despachados para os lugares de Ultramar a par­ preços de todos os Inezes antecedentes, excluindo o mais
te mais dos ordenados, que até agora lhes competiáo." alto , e o mais baixo, de que se lavrará term o, segun­
O Sr. J o s i Ricardo opin u que approvava o artigo, do o costume. Este preço assim regulado ficará sendo o
porem que pelos mesmos motivos, porque a Ccmmissão ptoptio, e liquido até aO tempo da seguinte regui ção ,
o funda, elle julgava que esta meditía'não sd se esten­ para os pagamentos dos fõros , e mesmo para as liquida-
desse aos Magistra.dus que d’aqui passassem ao Ultramaf , . çfies das execuções de qtiaesqucr Sentenças dentio daquel-
mas aos que no Ultramar passassem a Outras Ptovincias. if. Julgado, aromptehendcndo os limites dos Coutos, e
Breves tertexóes se fiieráo, depois do que foi approvado Hunr.as, que lhes são aunexos , pois que estes hão de re­
com a erneiida proposta. gular se pela taxa assim estabelecida noConselho. O pri-
2. meiio legulameiito, que se fizer a este respeito, deve
" ‘ ‘ Que se lhes dé preferencia para o accesso,
qu3n.'.o concorrerem com outros de igual graduação, que ter vigor para 0 anno antecedente , contado das ultimas
ff

Y
t ]

cftHieitas, .p3M evitar que os Lavr-adores continuem a pa- llie diiigio na-data de dn corrente, s'obre : as'dnVidas,
os generös por niais do que reaimente eiles valcnia que oceotrem na execução de algumas dispouçõ.s dp De­
Art. j." Se os Senhorios, ou seus Rendeiros não creto de 1 1 do mesmo m ci, -cerca das eleições dos De­
-,iH2ercm acceitar o pagamento .pela taxa, o foteiro re- putados de C ortes, pela sua determinação de a6 do cor­
qiicterí ao Juiz territorial o, poder depositar, com cita- rente, .Resolverão o seguinte :
qão da.parre. Kste IJespacho -se,porá em-execuqão noa 1. ° “ Que o Senado da Camara designe logo as
termos peremptórios de oito-dias, sem se adinittir ag- Asseinbicas eleitoraes-de Lisboa, e T e rm o , conforme o
grai'0., nu qnalquer ditto m elo, com que se dilate o artigo »4 do Decreto de i i do corrente m ei de Ju lh o ,
deposito. sem atCenção ao artigo . , cuja diypdthese nãe póde
Art. 4 .° Ós Senhorios não poderád requerer execu» pertencer ao Conselho desta Cidade ; e bem as.sim que
çóes contra os íí*rciros dentrO-dos oito dias, quc-lliessáo designe as Igtejas , e as F'ieguezias, R u as, e Lugares
concedidos para fazerem os dejiositos; também o'náo-po- pertencentes a cada Assemblea ,, -segumlo p artigo z6 ;
derió fazer se-fião no mez de Janeiro, * leguiiites., de­ que nomee os Presidentes de cada huma , sem tratar dos
pois de Aloveirtbro, em qu* te liaetão as taxa»; íiqando Sacerdotes assistentes , cuja nomeação pertence aos Pá­
o mez de Dezembro para os Lavradores poderem satisfa­ rocos , segundo o artigo 29 , e que faça logo publicar
zer a sua pensão, caso a paguem a dinheiro. por editaes estas designações, e nomeações.. . / ;
Fizerão-se algumas observações, e por ser chegada a 2. “ Qiie immcdiatamente os Presidentes das As­
hora foi adiado. semblées , -recebendo cios-Parrocos o rol de seus Fiegiie-
4
O Sr. S o a r a ^de A vcvcio leoUtes indicações: . zes, ou a.parte-delle, que for relaliva a cada humt'-As-
do Sr. Ribeiro de Andrade, em que propunha que se re­ seniblca, verifiquem , de ac cerdo com os mesmos Parro-
comendasse ao Governo fizesse demitir do serviço os cos, ou com os Sacerdotes-assistentes, que elles nomea-
officiaes estrangeiros, que se acharem ao serviço Ferr«- r-cm conforme o artigo 2 9 , as -identidades , e qualidades
g u eí : -2.* do Sr. Oantingor da Conceição , exigindo a dos Fregueíes, -que forem liabeis para votar nas elei­
cesponsabilidade do Conscliio da Fazenda .pOr ter dado ções , confornu! os artigos 2 , - j , .ç , e j , tomando so-
hum despacho tjue manda pagar direitos dc ccrio anil pa­ bre isto todas as informações convenientes, Que este
ra as fabricas de estamparia ; ambas tiveráo segunda lei­ rol assim veriHcado, rubricado pelo'Prcsidente, e dispos­
tura , c passarão ás re.spcctivas Commissõcs: ;• do Sr. to alfabeticamente, -substituirã o livro da matricula de
.iMoíOrt, em que propõe se nomeie buma Cominissão pa­ que tr^ a o artigo a .j, ficando assim também dispensada
ra fazer o Regimento do Siipienio Consellio de Ju stiça, a verificação do Senado determinada neste mesmo intti-
c outros objectos. Approvada. g o , c reservada a defintCiva decisão dc quaesquer duvi­
O Sr. Pinto de Magalhães deo parte de se ter con­ das ã Commissão mencionada no artigo 5
cluído .o-projecto de responsabilidade dos Winistros , e J . ” ^‘ Qiie-ectas modificações são appiicavets áquel-
pedia ao-Sr. Ftesidente nomeasse a Cominissâo, que o las Cidades, ou Villas-, cujas Camaras se acharem -em
deve examinar. Apptovado. igual embaraço pela estreiteza do tempo.
, O Sr. 'Leferino, membro da Commissão de Fazenda 4.® ‘ ‘ E que em quanto-ás Fregiiezias do Term o de
cjo Ultram ar, leo lium parecer da Con.niissáo dc Fazen­ Lisbua, que pela sua grande distancia for mui incommo­
da sobre liuma indicação do Sr. P en eira da Silva sobre de unitem-se em.luima só Assembléa , poderá o Senado
a obwivancia' do paragrafo E.“ do Alvará de.jo de Maio formar hnma Assemblea em cada huma .delias, posto-qno
de, i8ao sobre o direito nas carnes verdes: dito sobre não chegue a ter os dois mil habitantes , qne exige o arti­
huma Representação da Junta de I'ernambuco ácetea das go 24. Palacio'de-Cííc/rflí em 27 de JkiUio de »823. =
despezas de hum Farol no porto do Keci/c : dito de Hen­ Pilippe Ferreira de Arcsuja c C astro.’’
rique Guilherme Smith.
, Agricultura ; sobre o requerimento dos moradores
7
do 'ermo de Caieaes ; e "Josc Antonio da Rocha.
Aftes ; sobtc os requerin-entos de Aiitonio Leite AN N U N CIO S.
Kraga ; D. Maria da Graça., e outrasç officiaes de éspin- 1
“ Salirt) -ã Liiz o follieco ‘ rtetUos para toarear, e
gardeiros. fiír toureado , au Liçbes pora ser hum Perfeito CavalUi-
Commercio ; de .^maro josc X avier, Guarda do ra , e hum Touro insiruido, 'Obra divertida. Por ’J o s é
tiumero da Ca<a da Índia Guardas Supera-mimerario.s; Daniel Rodrigues da Costa. A'ende-se nas Lojas íio es­
fabricantes dos cortiiiientos contra o abuso da avaliação, tilo , annunciadas ira mesma Obra. Preço 8c réis.
de que pagão direitos os Bezerros de Inglaterra, e A-ran- Oo mesmo Author h ; de sahir hum L ivro , qlie se
fila intitula 2: Noire dc Inverno d iv fttid a , ou Variedade to­
Constituição ; D. Joaquina Ignacia Rosa Lima ; A l­ caia. =: Para cuja Impressão « ig i o mesmo Author aos
berto Carlos de Menezes; Francisco Antonio de Sousa. Senhores Curiosos a Asslgiiatura de 1480 réis, recebendo
Diplomática. Sctbrc as requisições das Amhoridades os Senhores Assignanies burtia Cédula na Loja d e /W o
Flespaníiolas paia a entrega de cercos Hespaniioes refu­ Henriijues, no fim da Rua Augusta ; ou da mão do Au­
giados em -Partugal, thor, Cue he onde só se hão de-fertr as Assignaturas ; até
O Sr. Presidente deo para Ordem do Dia a R egres­ o fim do mez dc Setembro : e ã vista da referida Cédula
so lios regnlitres, e Pareceres de Caniimssáct, e levantou serão os -Senhores Assignãntes endemnisados’'do seu L i­
a Sessão -á l hora, entrando eni Sessão secreta. vro.
"Sábio á lúz a nOva Idsta dos •'Sr». Deputados do So­
berano Congresso da» Cortes-com o'nom e da» sua» mo­
radas , e juntamente dos Senhores Conselheiros, c Mi­
■ f o '* T A R I A. nistros de EsOado , veade-se por '50 réis nas lojas do co£-
Uime.
“ Manda E .R e i, pçl* Secretaria d'Fstado dos Negó­ " Memória sobre-o Celibato C leric a l, que deve ser-
cios do R.CÍI10 , participar ao Senado da Camara para v ir de fundamento a huma das theses dos Aclos grande's
sua inteiligencia, c devida execução, que as Cortes Ge- de seu author Jo s é Manoel da V eiga, I vol. de 4 ,“ bro-
raes, e Extraordinárias da Nação Hortugueza , torrando cba,lo 480. Vende-se na loja áe Carvalho ao Chiado dc-
e-m consideração a icpresemação que o mesmo Senado fioiiie da rua de S. Francisco N. a.

NA I M P R E N S A A C I O N A :L,

L
[ 715 1
N um éro 185. A nno d e 1 822,

%k

C Í .A Z E T A U J V I F E R S M .
SABBADO 24 DE AGOblO.

Rio dc Jan eiro 4 de Junho.


LISBO A 25 de Agosto.
CollccÇÕo dos Diplomas hontem publicados , relativos á
l'é c lo s ultimes 2 Navios vindos do Rie de Jtineire se cossvocafão dc huma Assemblea Legislativa
receberão ratios periódicos, e impressos avulsos, que Brasiliense,
assaz niostráo que alli se prosegue na marcha começada,
eiTi opposição ao determinado pelo Soberano C ongresso. Brasileiros e Amigos.
Publicaremos alguns destes Documentos como assaz es-
senciaes ao conhecimento do publico, a quem se nao ” A nossa Patria estã ameaçada por facções : prepa-
deve occultai o estado das relações interiores da Blonat- irão-se aolonve ferros para lhe serem suas mãos agrilhoa­
<]uia. . d a s , ( e no tempo da Liberdade!! Que desgraça ! ) E
"Rio de Janeiro aS de Maio. no meio destes appatatos proptios dos fracos, e dos fac­
ciosos , fazem-se introduzir no seu seio homens, que a
Ofictos dó Depuiado pela Província Cisplrtina, residente estão atraiçoando todos os dias, e a todas as horas , a
nó R io de Janeiro ^ ao Ministro d Estado pezar de pela sua impostura parecerem adhérentes 3 Cau­
Jo sé UoniJ'ado d*Andrada. sa Santa da Liberdade do B ra s il, e á sua Independen­
1 ® “ Ítlm. e Exc» S r .— A Erovirícia Cisplatina me cia mederada (rela União Nacional, que tão cotdialinen-
ordena'que felicite a S. A. R . o Principe Regente pela te dezejamos. Conhecei os terríveis monstros, que por
magnanima resolução de permanecer entre estes seus todas as vossas Provindas estão semeados — o Brasil o
amidos Povos do B rorii, e preservallos dos males que sabe e lhes perdoa, — e conhecei-os não para os te­
sem duvida lhes haveria reservado a política Eutopea pa­ mer, mas para os vigiar. Aconselhai aos que este systema
ia completar a segunda década de huma guerra desolado- não seguem, que se retirem, porque o B r a s J nao ahraça
la Julgue V. Exc. qual serã a minha satisfaçaO em des­ senão a honra, unico alio a que atira, e unico distinc-
empenhar hum dever tão honroso, pelos testemunhos já
tívo, que distingue os seus filhos, Quem diz trasilei-
notorioc do meu profundo respeito e sincera adhesao ao Mui ro — diz — Portuguez — e provera a Deos que quem dis­
Auvusto Principe Regente, Defensor do Brasil ; e quan­ sesse — Porttiguez — dissera —Brasileiro. — Firmeza, cons­
to aos sentimentos do Estado Cisplatino, não duvide V. tância , intrepidez na Grande Obra começada. Contai
I xc assevurar, quando S. A. R . assim o requeira que com o vosso Defensor perpetuo, que Ha de em desem­
são os de" hum povo agradecido , generoso, consequen- penho da Sua palavra, honra e amor do B ra s il, dar a
te e resoluto a pagar com o mais estimavel da sua Sua vida para que o Brasil nunca mais torne a ser
exi'steiicia o que nunca teve preço para os filhos da Ame- nem Colonia , nem Escravo , e nelle exista hum syste-
lica Meridional ; Liberdade , e Independencia. ma liberal dictado pela prudência, que tanto caracteriza a
“ Deos guarde a V. Exc. muitos annos. Rra de J a ­ nossa amavel Patria. Viva ElR ei Constitucional o Senhor
neira, Maio 22 de 1S22. „ . , , c i D. Jaiia V J , e Viva a Assemblea Geral Brasiliense , e
“ lllm . e Exc. Sr. Jo s é Bomfacio d Andraaa e otl^
Viva a União Luso-Brasileira.I
v a . Ministro d’ Estado, etc. ttc. - Lucas Jo s é Obes." PRÍNCIPE REGENTE.
z.° “ lllm . e Exc. S r .— Testemunha do enthusias-
ino qiie arrebata os Povos do Brasil para com o seu Au-
«usto Libertador, e peneirado dos mesmos sentimentos ,
mie elles desenvolverão no fausto dia i j do actual, nao Decretos.
está em mim ptivar-me por mais tempo de saudar a S.
A. R . com o glorioso titulo de Regente Constitucio­ I.® Urgindo a Salvação do Estado que se instale
nal e Defensor perpetuo, que tem merecido suas raras
quanto' aiUes" o Conselho de Procuradores Geraes das
virtudes, rogando-o com o mais sublime respeito que
Províncias do B ra sil, que Mandei Crear pelo Meu Real
se digne acccitallo também , e fazello extensivo ao Es­ Decreto de deseseis de Fevereiro do anno, que corre,
tado 'cisp’otino, como o que mais necessita de liuma Hei por bem Mandar Convocar para o dia de amanha
protecção resoluta, constante, e vigorosa contra seus os já eleitos e aqui residentes, não obstante faltarem
cruéis inimigos, a Tyrannia, e o Anarquismo. ainda os" de huma Província para a literal execução do
“ Deos guarde a V. Exc. muitos annos. Maio 22 citado Decreto. José Bonifacio de Andrade e Silva , 00
<ls 1S22. = llh n . e Exc. Sr. Jo sé Bonifácio d’Andrada c Meu Conselho de Estado, e do Conselho de Sua Mages-
Silva , etc. etc. — Lucas Jo s é Obes,"

iM i
}\ [ 716 ]
fade Fidelistiina EIR ei o Senlior D. JoHo V I , e Men
to demorar nem hum srá in s t a n t e n e m tao poiicO fal­
Miiitstro dc Est.ido dos Negocios do Remo do B ra sil, e
tar em coisa alguma ao que os poVos desejão, e muito
Estrjiigeitos, o tenlu assmi entyiidido , e faça executar.
mais quando são vonrades tão razoáveis, e de tanto in­
Faço I de Junho de 1832.
teresse , nã.) s(> ao Brasil, como a toda a Monarquia,
Convenci-Me de que hoje mesmo devia instalar este
Com a Rubrica Jo P R I N C I P E REGENTE,
Meu Conselho de Estado, apezar de não estarem ainda
reunidos os Procuradores de très Províncias, para cue
Jo s i Bonifacio de Andrade e Silva, Eu jiipto de tão illustres , dignos, « liberaes Represen­
tantes Soubesse qual era o seu pensar relativo á Nossa
situação política, por ser hum negocio, que lhes per­
tence como inteiramente popular; e nelle interegsar tan­
‘ 2.“ Haveiido-Me representado os Procuradores Ge-
to a Salvação da Nossa Patria ameaçada por facções. Se­
raes de algumas Provinçias do Brasil já reunidos nesta
ria para Mim muito indecoroso, assim como jaara os illus-
GortCj e differentes Caniaras^ e Povo de outras, o cjuan*
tres Procuradores muito injurioso, recommendar-lhes suas
to era necessário , e urgente para a mantença da Inte­
obrigações ; mas se sem offender (nem levem ente) a
gridade da Monarquia Portugueza, e justo decoro do
nenhum. Me he permittido fazer huma unica recommenda-
Brasil, a convocação de huma Assembléa Luso-Brasilien-
Ção , Eg lhes peço que advoguem a Causa do Brasil da
se , que investida daquclla porção de Soberania, que es­
fórma ha pouco jurada , ainda que contra Mim seja , ( o
sencialmente reside no Povo deste grande, e riquíssimo
que espero nunca acontecerá) porque Ku pela Minha Na­
Continente, constitua as bases sobre que se dcvão erigir
ção estou prompto até a sacrificar a propria vida, que
a sua Independência ; que a Natureza marcara , e de que
a par da Salvação da nosssa Patria he nada.
;á estava de posse, e a sua União com todas as outras
‘ Pelas razões expostas acabaes de ver a necessida­
partes integrantes da Grande Família Portugueza, que
d e , que houve desta instalação repentina, e Sahei que
cordíalmente deseja : E Recrinlieccndo Eu a verdade e
delia depende a Honra, a G loria, a Salvação da nossa
a força das razóss, que Me lorão ponderadas , nem ven­
“ atria , que está em summo perigo.
do outro modo de assegurar a felicidade deste R e in o ,
manter huma justa igualdade de direitos entre e lle , è ‘ ‘ Illustres Procuradores, estes os sentimentos que
regem a Minha Alm a, e também os que hão de reger a
o de Portugal, sem perturbar a Paz, que tanto convém
vossa ; Contai comigo não só como intrépido guerreôro
a ambos, e tão propria he de Povos Irm ãos: Hei por
bem, e com o parecer do Meu Conselho dc Estado Man­ que pela Patria arrostrará todos eqnaesquer perigos, mas
dar convocar huma Assembléa Geral Constituinte e L e ­ tamhem como Amigo vosso , Amigo da L.iberdade dos
gislativa , composta de Deputados das Províncias do Bra­ Povos, e do Grande, F é rtil, e Riquíssimo B rasil, qtie
tanto Me tem honrado, e Me Ama.
sil novamente eleitos na forma das instrucçúes, que em
Conselho se aceordarem , e que serão publicadas com a “ Não assenteis, illustres Procuradores, que tudo
maior brevidade. Jo sé Bonifácio de Andrade e Silva , do o que tenho dito hc nascido de grandes cogitações, es­
Meu Conselho de Estado, c do Conselho de Sua Ma- quadrinhando palavras estudadas, è enganadoras ; não : he
gestade fidelissima ElR ei o Senhor D. Jodo V i, e Meu filho do Meu Amor da Patria, expressado com a \oz
Ministro e Secretario de Estado dos Négocies do Reino do coraçãq. Acreditai-Me. A 2 de junho de 1822.
do Brasil e Estrangeiros o tenha assim entendido, e o
faça executar com os despachos necessários. Paço j de p r í n c i p e r e g e n t e .
Junho de 1^22.

Com a Rubrica de S . A. R . 0 P R IN C IP E R E G E N T E .
Juramento dos Procuradores Geraes,
Jo s é Bonifacio de Andrade e Silva.
Juro aos Santos Evangelhos de defender a Religião
Catholica Rom ana, a Dynastia da Real Casa de Pragan-
ça , a Regencia de S. A. R . , Defensor Perpetuo do Bra­
Illustres e dignos Procuradores, s i l , de manter a Soberania cío B r a s il, a sua integtida-
de , e a da Provinda de quem sou Procurador, rectit-
•‘ As RepresentaÇrães de S. Paulo, Ria de Janeiro rendo todos os seus direitos, foros, e regalias bem co­
e Minas Geraes, em que iMe pedião que ficasse no mo todas as Providencias que necessárias forem para a
s t l, também Me deprecavão a Creação de hum Conselho conservação e mantença da Paz, e da bem entendida
de Estado. Determinei-Me a Creallo na frirma ordenada União de toda a Monarquia , aconselhando com verdade ,
no Meu Real Decreto de l í de Fevereiro deste anno consciência , e franqueza a Sua Alteza Real em todos
e cuja férriia era exigida pelas très Províncias legalmente os negocios , e todas as vezes , que pata isso for con­
representadas. ’ vocado. Assim Deos me salve.
“ Foi inexplicável o prazer que Minha alma sentio
quando estas representaçqes chegarão á Minha Presença * Das M inistros e Secretarias de Estado,
porque então Conheci que a vontade dos Povos era não’
s6 u til, mas necessária para sustentar a integridade da Juro aos Santos Evangelhos de sempre com ver­
Monarquia em geral, e mui principalmente do Grande dade, consciência, c franqueza aconselhar a S. A . R .
Brasil, de quem Sou Filho. Redobrou ainda muito mais em todos os negocios, e todas as vezes que para isso
for convocado.
o Meu prazer, por ver que as ideas dos Povos co inci-
dião com as Minhas puras, sinceras, e cordiaes inten­
ções : e não querendo Eu retardar-lhes os bens que hu­
ma tal medida llies premettia. Determinei no citado De­
Para esclarecimento do Publico se remetteo ao R e ­
creto , que immediatamente, que se achatem reunidos dactor a seguinte reflexão :
os Procuradores das très Províncias o Conselho entraria
“ O nodo sticcinto com que se tem pcrtenrlido of-
;i exercitar suas funcçóes : esta execução porém não pó-
Tuscar de todo a gloria tão nobremente adquirida pelo
i.e ter lugar literalmente visto ter-se manifestado so­
Major reforiiiado Antonio Duarte Pisnenta , na Corte do
bre maneir.a a vontade dos Povos, de que haja huma
R io de Janeiro ; a sua prizâo no Porto , obra dos A . . . ■
Assembléa Geral Constituinte , c Legislativa , como Me
a sua innocencia justificada no Augusto Congresso Na­
loi communic.ado pelas Camaras. Não querendo portan­
cional : as Listas que depois se esj-athárão para Ihe-em-

:
[ 7 J .7 ]

pceerem , e ser removiJo desta Cidade para M onti'M or ção junta, vem hum Deputado ãs Cortes Geraes pela
o Nuvo , o motivo do seu regtesso para a Capital , a Ptovincia do Ri» N egro ; o qual entregou dois sacos , e
sua prizão de 67 dias em htini Segredo escuro, o modo vinte e très cartas de ofiicio , que se remettem juntas.
doloso, e aviltante coni que foi tratado. . . c agora a sua ** Nas Ilhas da Niadeira e S, Alignel estava tudo
decisão .fínal , não devem escapar á vigilância dos bons cm socego , conforme expozerão os Capitães das predi-
Amigos Const itucionaes , por que em todos os tempos tas Escunas, os qiiaes não entregarão officios, nem de-
os Cidadãos que mais se tem extremado na Causa Sa­ rão novidades.*’ (Bcgiic a assjgnatiira.j
grada da Patria, são quasi sempre a iinal sacrificados aos O mesmo Illustre Secretatio deo conta de hum of-
odios, e vinganças dos inimigos dessa mesma Causa por •ficio do Governador das Armas da Província do Pará
meio da intriga , e sórdida inveja. " acompanhando as ptotestaçócs de firme adhesão ao Sys­
tem.! Constitucional , que fazem os Officiaes ( adetes
e mais praças da i.'' c 2.'^ linha da mesma Província
pela oceasião d.i entrada da Escuna Tslorin da Gloria ;
c o r t f .s . • Séssíio rfe Acosto, 447. que se tomou em costu nada consideração, linm ofíiciò
■da Junta da mesma Ptovincia , com huma representação
Aberta a Sessão ãs horas do costume, e lida pelo dos habitantes da t, apitai , em que pedem a gtaça de
Sr, íiarroio a acta da precedente , que íoi approvada, se lhes permittir que o largo do Palacio fique de ora
deo conta o Sr. Secretario Fdguciras do expediente, em diante denominado =: Praca da Constituição.
em que se comprebendia o seguinte: — Huin officio do Otivio-se cem especial agrado a felicitação de pro­
Governo pela Secretaria d’ Estado dos Negocios das Jus­ testo de só reconhecerem como centro dos Poderes s l.e-
tiças , incluindo huma representação do Juiz de Fóra de gislativo e Executivo o que está estabelecido na antiga
TMcuejana sobre a imi'ossibilidade de subsistência no Séde da Monarquia Portugueza, que em nome do Clero
lugar. Outro incluindo huma representação do R eve­ dirige o Governador do Bispado do Pará , Romualdo An­
rendo Bispo de Cabo Verde sobre a necessidade da crea- tonio de Seixas,
çáo de bum Seminário na Cidade da Ribeira Grande, Cnncedeo se o tempo necessário para tratarem da
Outro pela Secretaria d’ Estado dos Kegocios da Fazen­ sua satnie aos Srs, Deputados Rodrigues Bandeira , Ala—
da, exigindo prompta deliberação sobre o que propõe a noel 'Leferino , e Alantua,
respeito do destino dos poldros e bestas muares de A l­ Passou ã CoiTiniissão des Poderes a Copia da Acta ,
ter do Chão e A-ondiaja. Outro pela Secretaria d’Esta- e Diploma do Sr. João Lopes da Cunha , Deputado Su­
do dos Negocios da G uerra, servindo na Marinha, in­ bstituto pela Província cio Rio Negro.
cluindo duas partes do Registo do porto. Distiibuio-se pelos Srs. Deputados exemplares do
1. ° Registo tomado ãs 2 horas da tarde do diaSermão
21 que o i’ rior de Alhos-vedros, e actual Encomen­
de Agosto de 1822. dado da Freguezi.i da Peno , Alareos Pinto Voz. Preto ,
“ Galera Portugueza T 'o jo n o , Capitão José -Alves pregou na Sé desta Cidade.
Martha, do Rio de Janeiro em 72 dias, 26 passagei­ Passou ã Commissão das Petições huma representa­
ro s, e 1 nialla. ção dos Officiaes da Camara da VÜI.1 das Alagoas.
Novidades. O Sr, Secretario Soares de Azevedo fez a cliamada,
e disse se aebavão presentes 1 aO Srs. Deputados, e que
O Capitão , a quem com instancia se pedio desse ■ faltavão j j , dos quaes 27 tinliao licença motivada.
as novidades que soubesse , disse o seguinte : “ Do Ria
nada posso adiantar, do que outros zNavios anteriores; Ordem do Dia. zr Constituição.
sómente que ficava a sabir, a iS de Junho, o Correio As indicações adiadas da ptecedente Sessão , como
Maritimo Infante D, Sebastião (assignado) José Alves emenda a outra do Sr, X avier Aloateiro sobre a fórma,
rdartba.” P.-rguntou-se-IIVe pela Família R e a l, e disse, que deve regular a Depuração Permanente , quando al­
que toda ficava no Rio de Janeiro de perfeita saude. gumas rias Ptoiincias do Brasil sejáo dissirienles ; 1 .“ do
Não entregou officios , e os seus passageiros constão da Sr. Guerreiro , em que estabelece por base desta regu­
relação junta. (Segue a assignatura.) lação a — população.
2. “ Registo tomado ãs 5 e à horas da tarde do dia O Sr. Borges Carneira tomando a palavra m ostrou,
21 de Agosto de 1822. que não se podia admittir tal fiaze, por isso que na sua
“ Bergantim Portuguez Pensaniento Felis , Capitão origem não foi assim tomada em consideração : que a
Elias Vicente d’.AImeida, do Pará em 55 dias, 8 passa­ sua opinião era que não limitando a hypothèse só ãs
geiros , e 1 malla. Províncias doUllraniar se dissesse =: quando algumas Pro­
“ Escuna Portugueza Conceição, Capitão Manoel de víncias do Reino-Unido dissidirem , as Cortes prover.aó ,
Almeida e S ilv a , do Funchal em 61 dias, 1 passagei­ como acharem mais conforme.
ro , e i malla. O Sr. Riheiro d'Andrade disse que nos mesmos ter­
“ Escuna Portuguez» Sanío Antonio V igilante, Ca­ mos era a emend.i qiie elle tinha offerecido, e o inesrro
pitão José Antonio^ Chaves, de S. AUgnel em 12 dias, asseverou 0 Sr. Castello Branco Aíanoel ; e , julgando-se
} passageiros, « 1 malla. suffieiíntemente discutido, e posto a votos o additamen-
to do Sr Guerreiro foi regejtado , e em seu lugar a
Novidades, cnienila do Sr. Borges Carneiro,
Entrarão em discussão os artigos , que forão man­
O Capitão do Bergantim Pensamento Felir. disse ; dados á Commissão da Constituição para serem acclata-
** Quando sahimos -do Pará tndo ficava em socego ; e as ■ düs , o cpie fez nos seguintes termos :
únicas novidades que se podem dar por notáveis são : “ Os num. II. e III. do art. 68— B sobre o Domin­
1." Que chegou alli huma Escuna do Fio dejoneiro com go da reunião dos portadores dos Autos das respectivas
■ ordem para a Província mandar Procuradores ao Rio ; dependências : parece á Cominissáo que estes dois num.
mas o Governo não assintindo a isso, fez regressar a se podem reduzir a hum , conformando-o com o n.° I.
Escuna em j ou 4 dias ; e o voto geral lie obedecer ao pela forma seguinte :
■ Congresso , c a E lR e i, como se tem proclamado : 2.“ “ II. Na Província da Ilha da Aladelra, e em to­
O Governo goz.a da melhor opinião, bem como ao con­ das as do E^ltramar, as reuniões das Assembléas da Ca­
trario o Governador das -Arruas, que sempre está a cho­ beça da divisão eleitoral (art. 6 j ) , e no 2.° escrutínio
car-se com a Ju n ta, querendo elle só mandar tudo, e as de Fregiiczia , de Conselho , da Cabeça da divisão
fazer da Junta huma Estatua sem alma , e sem inovi- se farão no Domingo que designar a Autiioridde civil
rnento. Entre os seus passageiros, que constão da rela­ superior da Provincia, c será a mais próxima possível.
[ 748 ]
Parece unibem á Commissüo que seri conveniente 9 .° H nvorá no reino do Brazil hum tribunal sii-
prciiio de ju s tiç a ; terá as mesmas alin bu içòcs que o
ocrescenrar o seguinte art. ^
3
5 g . __"C. No caso í e segundo escrutínio os <lo icino de R o n iig al e .M garve; exerceiá as suas
Mezarins' quê houverem levado os autos de eleição de funções no II esii o lu g a r, em que residir a regencia.
HatZuelU a AngoU ; de B,iiáo e Cac/ico a Cahc-VertU ■ 0
] .° A legentia <lo reino do Brazil não poderá
das"depeudenci.is remotas de iliafíOíAir/ne a esta Urtade , 1. ° Apresentar para os arcebispados, e bispados,
e de S o h r e T i„w r aM e rú e, votatáó em qualquer das pára cujo provimento porem deverá mandar listas tri­
Assembicas da fresuezia-, que se liáo de reunir nas Ca- p la s , refeii ndiidas pelo secretario de Estado da repar­
{leças destas divisões para o segundo escrutínio, hcaiido tiç ã o , dos que forem m ais idotieos, para E lR e i esco-
este assim suprido nas citas dependencias. Itier Imm.
Passou-se á revisão dos art. addicionaes para o Bra.
sil para serem inseridos nos seus respectivos lugares da
2 . ° Prover os lugares do tribunal supremo dejus-
tiça.
Constituição. =: App-rovados. .1." Prover os postos de tenente ge n e ra l, e os su­
O br. Presidente levantou a Sessão ordinaria ao
m eio dia , dando para Ordem do üia de Seguiidafeira : as periores a estes.
leituras das leis , que estiverem promptas, e de mitros 4 .° Nom ear em baixadores, eonsiilcs, e mais agen­
objectos, de que estão encarregadas as differentes Com- tes iliplom alieos, efazer tratados politicos c commers
missócs. xiaes com os estrangeiros, declarar guerra ollen siva,
e fazer a paz.
b .° Conceder tiliilo s, nem ainda em recompensa
Kü Sessão de *2 rie Agosto se ^èo o segHtnie d cserv iço s, bem eoino algum a outra m ercê, cuja ap-
plicação não esteja determ inada por lei. l ’ aço das
P n O .1 Jv c T o .
A Conimissiio encarregada dos ailigos .iddicionacs Cortes :’)0
de Jullio de 1822 . — Ltrtz Marhstis B a s­
ú C onsliliiiçâo para o iU azil, tendo apresentado ein to } Jo ã o Rorlunrslo Ratstos dos S a n to s ; Joaq u im
üó de .liinlio deste aniio o seu .jiarecer sobre u fóriiia -/Jntonio F ie ir a B e lfo r d ; íra n c iso o F ille la B a rb o -
do governo, que jiilgoit mais coiitbriiie com a vonta­
de daquclles povos, foi mandada propor oiitro, )X)r
ter sido reprovado aqncllc, devendo neste cingir-se tts
N . B. Satisfazendo o desejo e patriotismo do A.
duas bases vencidas na sessíio de G de Ju lh o ; e se­
publicamos os seguintes Sonetos.
gundo cilas oiTerccc o projecto seguinte:
1 15
." ü av e rá no reino do razil huina delega^-ao do
A ’ Noção Portugsseia.
S oneto.
poder CxeCiiliVo, á qual ficarão sujeitas Iodas os pro­ Quão risonha nasceo a madrugada,
víncias (laqiieile reino: será iiililolada R egen cia do Os Pyrocs atraz sambras vem rasgando,
Heisw do l h a J l , torá o tratamento tle niagestade ; A vasta natureza está cantando
vesiJirá na puile mais conveniente do B r a z il, que u A brava Gloria Lusa restaurada :
iei designar. A torpe tyrannia em ferros brada ,
'l." A regencia será composta de sele m em bros, O Impeiio Portuguez jã ti folgando, '
os qii.aes serão escolhidos pelo R e i , bem como Ires O Mundo veja Júpiter coroando
substitutos, rpie serão ciiarnados a siipprir a falta da- “ Esta Nação sob‘rana ao heroísmo dada.
q u c llcs, segundo a ordem em que ferem designados Já duas vezes Phebo tem corrido
A celeste barreira mui contente ,
p o f IdRft!.
3 . ” Parn ler lugar aqiiella escollia, x ad a Iritiia das Depois que os ferros temos já partido :
Lusa Constituição , que hum Deos potente
'[irovincias, rpiando proceder íi eleição dos ineiiibios
Aos Lusos fez baixar, já tem vencido
rias juntas provin ciaes, nom eará, alem d.i<ii!ellcs que
A dura escravidão eternamente.
)ião de coiiipolas, mais liimi para a regencia, deci- Por Frofseisco José Pereira Peno Forissna ,
rlindo n sorte no caso de empate , e podendo ser ree­ Alferes do i.° Regimento de V. de M.
leito.
4. ° Os nomes Jo s éleilos para a regencia serão
rem eIliJos a K lR e i, e a escoliia delles será feita de
jnodü <]ue a regencia nuo veiilia a coiiipor-se toda de Ao lHustrissisno e Excellenlissimo Senitor General
membros das províncias do N o rte, ou do S u l, mas Sepulveda.
sim rle liuns, e outros.
O presirleiite, e vice presidente da regencia se­ S oneto.
rão eleitos pelos mesmos m em bros, de entre elles. ■** Quando o Grão Sepulveda em férrea scena ,
G.“ T erá n rogi-ncia tros secretários de lista d o , Sem os p'rigos temer encara a morte
vim dos iiegccios do reino e 'faz<*flda, outro dos de Pvetalha os viz tyranos, qual Wavorts ,
m arinha e gu erra, outro dos de ju>l'x;a e ecelosiaslt- Aos Lusos traz prazer, e a paz amena ;
“ Mas s’ainda chusma estulta orror ordena
c o s ; e por cada um delits serão referendados os ne­
O bravo Heróe a esmaga d’hum só corte
g ó cio s, que lhe com pelirem , eexpedidos em notne do
Cantar o seu saber, seu braço forte
R e i.
7 .” Os secretários de íislado serão propostos a
Só póde o Grão Camões com aurea penna.
Pedestal mudo ao H eróe, pieclaro , e augusto,
li ll l c i pela regencia, em lista trip la , da qual elle es- Nem d'ouro, nem de bronze se levante,
colliciá liiiiii. Nos I.usos corações tem firme busto :
í!.° Serão suspensos (no raso de prevaricação) pe­ Lusa Constituição, que o povo encante ,
ja regencia . .0 ipi.al nomeará interiiiaiiieiile outros, “ Que o Heró» tem começado a tanto custo
«laudo pnrte ii liiÜ e i; r tanto a regencia, como os Alcm da F.teinidade a Fama cante.
seus secretários, serão responsáveis a E lU e i. Pelo mesmo.

NA i m p r e n s a iN a C 1 o N a 1«.
N d .m s h o 180,
A nno d e 1822*

G ..Æ Z E T ^ U J V I F E R S ^ L .
segunda feira 2ô de agosto.

LISBO A 2$ de Agosto,
se agita no Soberano Congresso Nacional, e a esse firn
I LLontem tem a Junta feito expedir a Circular constante da copia
se celebrou nesta Cidade o segundo anniver*
N. 2. A Junta , pela observação que pôde fazer do es­
sario do famoso Dia 24 de Agosto, em que , no memo-
pirito publico, está persuadida que a declaração explicita
favel anno de 1S 2 0 , os Heroes Regeneradores da Patria
da maioria das Camaras não deixará de confiVmar a opi.
levantarão no Voaro os Pendões da Lusa Liberdade, res­
niao annunciada pela Junta no sobredito officio N » , -
tituindo a esta Nação magnanima aquelles direitos que
entretanto ella faz votos para que qualquer que seja ò
em outros tempos gozara, e elevamioa a catbegoria das
Nações governadas pelo Systema Representativo, o úni­ resultado concorra para se estabelecer a desejada unidade
co que se mostra capaz de estabelecer e consolidar a fe­ deste R em o , a fim de que , gravitando todas as Provín­
cias para hum unico centro de attracçáo, tendo o mesmo
licidade dos Povos. Houve salvas reaes ás horas do cos­
tume , de manhã grande parada das tropas, a que assis- Keino com as mais partes da.Monarquia Constitucional
para o centro commum da confraternidade.
tio S. M. , e depois beijamão no Palacro da hewposia ;
á noite houve divertimentos theatraes, e illuminação ge- « Deos guarde a V. E x .’ Palacio do Governo da Ba-
hta IO de Maio de 1822.
Chegárão nos folhas de Ijondres ate 14 do corrente, “ Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Jo s é Boni-
No dia 10 tinha embarcado o R ei em Whiteall para a .f ado de Andrada e Silva, ~ Francisco Vicente Vianna
Escócia. No dia 12 aconteceo a fatal morte de Lord Residente. Francisco Carneiro de Campos, Secretario!
CaStlereagh , Marquez de Loadonderrj/, o qual havia tem­ Manoel Ignacio da Cunha e Menezes. José Cardoso P e­
reira de Mello, Antonio dp S ilva Teller,
po padecia hum grande ataque de gota , que a final lhe
atacou o estomago, e talvez o cetebro, pois havia dias — “ í*'"«f'ssim o e Excellentissimo Senhor*
ae lhe notava deiirio: achando*se mais atacado no dia 12 — A Junta Provisoria do Governo da Provincia da Bahia
pela manhã , e indo-se chamar o seu Medico que ficára “ V “ augusta Presença de S. M.
«essa noite em hum quarto proximo, quando chegou vio EIRei 0 Senhor D. João V I , e das Sobetanas Cortes da
o Lord em pc ; mas em breves momentos cahio morto Naçao a devassa original a que a Junta mandou proce­
e se conheceo então que tinha cortado a artéria caroti­ der pelos desastrosos acontecimentos dos dias lo e 20
de com hum canivete. Tinha j j annos de idade : foi de Fevereiro do corrente anno. Della se patentei.io os
hum dos grandes Ministros d' Estado da Grã-Bretanha, horrores a que esteve entregue esta populosa Cidade na-
se bem que inferior a P r it , ou Fox : porem a politica, quelles infaustos dias, que marcaráó no futuro huma épo­
e a arte do Governo , e Administração publica em In­ ca de luto e pranto, tanto mais dolorosa quanto ella man­
glaterra não depende deste ou daquéile Ministro ; está cha grandemente a brilhante gloria das armas Portuvuezas
«o todo, e não em huma parte do Ministério Britannico. que jámais se poderáó honrar dos louros com que^’discor-
rêrão as nossas ruas salpicadas do sangue de seus Irmãos
O espirito pubhco da Provincia, sempre agitado pelas
suggestóes de alguns desorganisadores que obrão fá de
Peças ojficiaes fubllcadas no Rio de Janeiro. viva voz, ja cobertos com a amplitude da Lei da Liber- ■
dade da Imprensa , e , contando por ventura mal a pro-
Ofjicio (jue dirigia a Ju n ta Provisoria do Governo da posito com a protecção da força , procuráo deprimir a
Frovincia da Bahia ao lUnstrissimo e Excellentii- Authoridade desta Ju n ta, e espalhar a zizania e descon­
simo br. Jo s é Bonifacio de Andrada e Silva , M i­ fiança, parece ter adquirido agora alguma tranquillidade e
nistro e Secretario d’ Estado Jos Negados do Reino, consistência na expectativa das providencias que se esperão
da sabedoria do Soberano Congresso, e do Paternal Go­
verno de. S Magestade, havendo os negocios deste R e i­
“ Illustrissimo e Excellentissimo Senhor : — A Jun­
ta Provtsoria do Governo da Província da Bahia leva ao no merecido aquella grande attenção , ‘franqueza , e leal
conhecimento de V. Fx.’ , para ser presente a S. A. consideração que altamente reclamão os interesses bem
R . , a inclusa copia, sob N.» i . , do ultimo officio que entendidos de nossa contraternidade politica. A Junta li­
a mesma Junta ha dirigido ao Governo do Rerno Os gada á Determidação das Soberanas Cortes communicada
nossos Deputados em Lisbon , por tiuma Carta dirigida pela Secretaria d’ Estado dos Negocios da Marinha e U l-
a esta Junta em data de 18 de Março proximo, soiici- traii'arinos de 21 de Julho do anno passado, não tern
tao o voto da Provincia ennunciado pelas Camaras so­ ate aqui cumprido as ordens de S. A. o Principe Real •
bre certos quesitos relativos » grande qlieitão que ora mas ella nao pride dissimular que , afora huma faccão ’
so minierosa na classe niercantil desta Cidade , a niaiori»
“ Em virtude desta determinação, saldo dos Paços
* Província « m duvida deseja reunir-se aquelle Augus­ do Conselho ao meio dia o Senado da Camara , e Ho­
to Centro da Família Frasiliai.a , e que, conservadas as mens bons que nelle tem servido, e muitos Cidadaos
catas relações da Wái Pa.ria , f^ H a de todas is classes que concorrerão, e os Mesteres le­
outotsada^ pela Magnanimidade d'F.IHei , e as l.ases da vando o Estandarte o Ex-Almotacé Manoel Jose Ktbeiro
Constituição solemnemeiue juradas, se tomem quanto an­ de O liveira, em direitura ao Paço de S. A. R . ; mdo
tes medidas conciliadoras da noesa mutua prosper.dade. encorporada huma Deputação do Governo da Provincia
_ Deos çuarde a V. F x.“ Palacto do Governo da BuAia do Rio Cronde , composta de bum Deputado do mesmo
-.7 de Abril de iS aa. = lllustiissimo e F.^cellentlss)mo Governo Francisco X avier Ferreira , por parte «este , e
íenl.ot Filippo F i n a r « H’ A r«,,ji e C « it r « .= {A ís-g n í- das Camaras de Porta-Alegre , Ria Grande , e Rio Par­
Jos «1 niisnii» do officio acimo.) da e o Major do Estado Maior Jose Joaipnm Mochad»
Está confcnne. = /lu to « '« dc P a v a P ir a n , do i i l - de ’ohveira por parte da Tropa da sobredita Provincia.
“ A ’ huma hora foi o mesmo Senado da Gamara,
N. 2 . ^ “ Convindo muito aos interesses dVsta Pro- Deputação, e Cidadãos que acompanjiavão introduzido
vincia que seus illustres Deputados em Cortes sejáo na GrahHe Sala das Audiências, onde já se aclm-a S. A,
esclarecidos da vontade geral dos Povos R .- e sendo-lhe apresentada pelo Senado da Camara 3
tio os, que devem entrar lao regulamei to do systerna Representação sobredita do Povo desta Cidade, acom­
Governat.vo do Reino do B a u il, a qual panhada de huma falia que, em nome do Senado da Ga­
saber para bem desempenharem a merecida conhança m ara, lhe dirigio o Juiz de Fora Presidente; Se Di­
dos seus Constituintes, consultando-a pe.o intermedio gnou S A. R . dar a seguinte resposta : Fico sciente
da Junta Provisoria do Gos-errio djesta Província, em “ da vontade do Povo do Rio ; e tão depressa saiba a
Carta que lhe dirigirão datada de J-itíoa em iS Mar­ “ das mais Províncias, 011 pelas Camaras , ou pelos Pro-
co do presente anno ; A Junta determina qtie a Cantara curadores Geraes, então immediatamente Me contor-
^3 Villa d e ___ chame a conselho as pessoas mais il u- “ marei com 0 voto dos Povos deste grande , lertil , e
minadas do se.u districto para que deliberem , e decla­
■“ riquíssimo R eiilo.’’ , . ,
rem ftancame.ue a sua vontade sobre os artigos segum- E logo o sobredito Deputado da Provincia do Hio
G rande, Francisco X ovier Ferreirn , dirigio a falia a S.
Se julgâd conveniente a esta Provincia que A R. significando-lhe que a sua Provincia enviava aO
haja no'prori/ huma Delegação do Poder P’ * MesmV Seiihot os seus cordiaes agradecimentos pela he­
ra facilitar os necessários recursos dos Po\os deste R e. roica Resolução que tomou de ficar no B ro sil; que ra­
tificava os sentimentos que em nome da mesma Provín­
“ i . ” Se julgao conveniente <pie haja duas Dele- cia tinha apresentado a S. A. R . o Cidadão Monoel Car­
«açóes ém differeãites pontos do BraiU para o mesmo neiro ; e que esta sempre seria fiel ãs Suas Determina­
ções. S. A. R . respondeo: “ Agradeça em Weu nome
» Se iiiGão conveniente que o Poder Executi­ “ á sua Provincia; porqne antes do Cidadão Manoel Car-
vo se córtscrve s6 em F.IR ei, delegandò este na Junta " neiro ter significado os seus sentimentos, estava per-
Governativa de cada huma Provincia a parte do mesmo
“ suadido da sua lealdade.”
Poder, que necessária fo r, para piOmpta execução das « Seeuio-se a fallar o Deputado pelo Corpo Militar
Leis e recurso dos seus habitantes, como em outro da primeira e s^unda Linha, o m ]o t Jo s lJo o ,,u im M a­
tempo acontecia com os Capitães Generaes . chado de O liveira, e em nome desta , expressou a S. A.
‘ ‘ a .® Náb convindo os très precedentes arbítrios, R louaes sentimentos : acerescentando que os Militares
anal seja aquelle que mais util e conveniente julgao a do Ria Grande tomavão a peito a Resolução que S. A .
Provincia para b seu bom regim en, e admimstraçao, R . tinha tomado de ficar no B ra sil, e que a defende-
mantida a união dos dois Reinos? riáo até os últimos esforços. S. A. R . respondeo: ‘Agra-
“ E ordena outrosim que asobredita Camara reniet-
05 “ deça em Meu Nome á Tropa do Rio G rande, e Fico
t a , com a rnaicir brevidade p S Í« l , i Secretaria da ‘ ‘ certo dos seus nobres sentimentos.’'
mesma Junta lu.ma Authentica em fórma legal da deli­ “ Falloii depois o Deputado de Cortes pela Provín­
beração que no Livro dos Aceordãos se tomar icírca dos cia do Ceará, o Sargento Mór Pedra Jo sé cia Cosia Bar­
artioos mencionados. Palacio do Governo da B„h,o S de ras aoradecendo em nome da sua Província a S. A. R .
Maio de 1822. = Vio,m o, Presidente. Campos, Secreta­ o oloriSso T itu lo que o Mesmo Senhor Havia acceitado
rio. Cunha. Mello, l i l i e s . ’ j, ■ o-, denser o Defensor Perpetuo do Reino do Brasil', a que
Antonio de Pasvo Pereira e òilva.
S À R . respondeo; “ Agradeço os sentimentos da Pro-
“ vincia do Ceará Grande , e estou certo da sua constail-
Senado da Camara do Ri» de Janeiro.
“ te fidelidade,"
cxtraordiiitirio y de 2^ de ^ , “ Foi anminciada ao Povo , que enchia todo o largo
“ Aos vinte e tres dias do inez de Maio de mil oi­ do Paço, de liuma das Varandas deste, pelo Presidente
toLcmui V
dc joneiro , e Paços
1
tocentos e vinte e dois , nesta Odade e Corte do Ri»
rnnce. lio se a untOu « J uiz de dO
Camara
do senauu
Senado u<i da Gamara , a resposta que
'i ' S. A. R . Deo á
representaçfo do Povo desta Cidade , e foi a mesma res-
F ora, Vereadores, t Homens bons que no posta appiaudida com os seguintes V ivas . -*-Viva a Ros­
em Vereaçáo extraordinaria , e os H q P
mesmo Senado tem servido, e sendo presente a todos a sa Santa Kviij,iao.__
1
ige|i„|5o -^V iva a Constituição ! — Viva ElR ei
^
Constitucional ! — Viva o Principe Regente Constitucio-
Representação que o Povo desta Cidade dir.ge a Presen-
nai e Defensor Perpetuo do Reino do Brasil! — Viva
ca de S A. o Príncipe Regente Constituciodal, e
a Pr’inceza R e a l ! — Viva a Assembléa Geral^ do B rasil!
Defensor Perpetuo d o B .« .i/, em que pretende e req.|er __Viváo as Cortes de Lisboa! — Viva a União do Brasil
PUC o Mesmo Senhor Mande convocar nesta Corte huma
Àssembica Geral das Províncias do B ra sil’, depois de se com Portugal!
“ E de tudo, para constar, se mandou lazer o pre­
ver e examinar se acordou que devia ser ai>-.eseiitada
sente term o, que assignátão ; e eu .José Martins Ro­
immediatamente a S. A. R . , por f ch a, Escrivão do Senado da Camara, o escrevi. (Seguem-
Povo desta Cidade , a qual se teiti manifestado conlor-
me ã vontade dominante das Províncias colligadas do i€ 49 tíssi^ndturoi ')
Brasil e por ser este o nnico meio que se offerecia de
consolidar a União do Reino do Brasil , e de o salvar
dos males evidentes .le que estava ameaçado, e para
Recebendo a seguiote catia , « vendo a nimia b e *,
evitar que se não rompa a sua união com Portnga , co­
nijnidade com que o A, nelia mc ttata , iícsitei st
mo f « temer o estado exaltado a que se tem elevauO
a pubÜcaru scni a despojar de alguns encomios uue co-
.qltimainente a q^piniâo publica.
[751 ]
náo ha humanidade sem falhas ) em huns, e náo as des­
nlieco nSo merecer ; mas por não me mostrar msto me- culpe em outros ? O que ha pouco, em sua op.mao
f o T S o , e por não querer de modo algum offender iião era crime no Medico, já he crime no Guerre.ro? E
^uern tanto me l.onra , (e estes mesmos isto sendo o do primeiro patente de hum modo solemne,
a respeito de outras pessoas que me tem feito gual ta e o do segtindo sem apparecer prova legal. He
v o r / n ã o ouso alterar o seu contexto, e o publico com caracter do homem ju s to , e imparcial de que o Sr.
o mais vivo reconhecimento. Astro tanto se pavonéa em seus escritos ? Seja pois ad­
Sr. Raincior da Gatela Viiiversal. vogado do crime , e desculpe o pérfido , e
gressor, mas adevirta o Sr. M tro que todo aquellra
que não ama os seUs similhantes, nao ama a sua Patria ,
No principio de huma nova ordem de acontecimen­
e quem não he hom am igo, bom filh o, e bom esposo,
tos politicos cada hum desenvolve as suas ideas c°nforme
não príde ser bom Cidadão. _
lhe apraz, e o egoismo (q u e he de todos os ) Estou convencido que estes Escritores nao honrao
•quasi sempre as dirige conforme os seus particulares ,, o Svstema actual , = não o sustentão, e para elle se fi­
i'eresses. l!a m uitos, que H ^ i eces xar Polidamente, só o podem fazer homens de probida­
mes dos C a ,i r ,, dos Bina, e dos Ar.sudas. He neces de experimentados por sua fidelidade no desempeni.o
sario pois que o homem observador entre no verdade.ro Î e ’suarobrU açôes, e que se distingão por seus talen-
conhecimento, do caracter e virtudes soc.aes de todos !os e virtudes. A^ mudanças, que por hum transtorno
aquelles, que em similhantes occasioes geral e repentino mridáo as relações poht.cas e civis dos
tí^^a com a enxurrada de tantos petiodicos. l odo o bom Povos podemos chamar-lhes actas, _e oao hábitos , e a
P.rtrrgrree deve se n tir, que a posteridade olhe para a - verdadeira liberdade , que huma naçao acaba de conquis
guns Iscritos, que se tem publicado como para hum ver­
u , \ devemos considerar como huma planta
gonhoso, e descarado insulto feito a razao, e a lustiça^
delicada, cuja guarda, e cultura deve
confundmdo.se o vicio com a virtude, e a a declamaçóes vagas, mas sim a sombra das le is, e le
a verdade; e que pelos seus contextos sábias instas, e pròtectoras. Eis-aqui o que nos pode
connexão , sem ordem , c até pela linguagem «t.r^p »da
em que estão concebidos mosttáo a mais crassa ignotan-
è
f i e r felizes , levantar a Nação ao mais subido grao
L prosperidade , e não a confiança, e engroladas refle-
cia e affrontão o seciilo das Luzes. Ainda b em , t>r. xríeP de tantos escritos frivolos,. merecendo alguns dél­
Redactor <fa Üazeta U niversal, que o Seu periodico
iés o desprezo, e não sei^se diga a °
não he deste cunho. F-lle tem quebrado a força desses
dão honesto e virtuoso. Lontinue pois , b . jod ’
espíritos turbulentos cuja petina ven al, e corrompida
não correrá de boa vontade se lhe faltar o . no mesmo plano em que tem °ma
CO Elle tem merecido os louvores , nao d essa chus iia
üue a move. Estou altamente persuadido, que nem to­
dos aquelles, que tem embocado a trombeta para des- de'espíritos aturdidos, cheios de ® f a e 3Û
ivncia • mas sim de muitos sabios da NaçaO, e de
perrarem a Nação fazendo-lhe conhecer a vantageri, da "mis que honráo o Episcopado e o Augusto èongresso
nova ordem de cousas, e o doce fructo de liuma liber­
de que são membros, chamando-lhe
dade que sempre deve ser bem entendida, nem todos periódico brilha o verdadeiro patriotismo, elle nao des
■ obrão de boa fé ; pois assim como ha fanaticos, c hy-
poctitas na Religião , e que J r s „ s Chr.rto nao poupa doira o entendimento , nem ° e
ihoral • mas desmascaia-se o vicio, combate-se o c"":« .
«O assim os ha tambym ua ordem política.
e mostra-se o caminho do bem e ®
E senão " diga-me , Sr. Redactor, no principio da nos- dienas qualidades nierecerã sempre a leitura deste
-a W'Z ’regeneração tudo era bom, tudo optimò, estava
lançado por terra'o infame Ídolo do despotismo; tinliao- Seu venerador e affeiçoado.
se d-s"cdacado os fenos da nossa escravMao ; nossas
mãos'ca.içadas, e o-pprimidas se erguião aos Ceos bem- L. V. V. S.
dizendo o alegre dia em que tomos regenerados, e em
que junto as margens do Douro resoou o doce gtuo
ála libetdide Os Libertadores da Patria lorao recebidos
na Crpital como em triunfo; Coroas de verde louro, C O R T E S . " —-Sessão extraordinária de 2 ; doigosto.
e até de pacifica oliveira ornarão suas frentes; seu pa­
triotismo ardente pelo bem geral, sua sabedoria em Aberta a Sessão ás bofas determinadas o Sr. Pre­
seus princípios , sua moderação e prudência em suas de­ sidente declarou aberta a discussão sobre o Parecer adia­
liberações,' suas virtudes patrióticas os elevarao a serem do da Commissão Diplomática a respeito da evacuaçao
os dignos Representantes de huma Nação grande e ge­ de M ontevideo, e acto de incorporação da nnesma Pro­
nerosa. Porém , Sr. Redactor, não tem ,a visto, que víncia ás possessões Portuguezas. accrescentando que nao
estas Coroas de louro se tem pata alguns tornado em òbs nte as matérias serem differentes, comtudo nao po-
Coroas de f.mehre sipreste deprimindo-se-lhe a honra, de set envolvidas na discussão as duas ques-
e reputação? NárJ tem notado a linguagem desvairada de tócs e que nesta conformidade convidava os Membros
muitos periódicos ? Não tem notado as àMÚbcs do Se­ do Àueusto Congresso para expenderem as suas opinioes.
nho' A , i n , ^ > fo errante , escrevinhador inconse- Ó Sr. Patttflona tomou a palavra , e disse que era
üueiite C artanhador em litteratura ? Que credito po- impossível tirar-se resultado da discussão todas^ as vezes
dera m’erecet este escritor quando em Imm de seus oue se confundãrj as questões ; que destas conmsoes re-
mmieros desculpa cem a maior imprudência hum cri­ S ta r ã ó os princípios em que se fundou o ultimo Preo-
me atrocíssimo , crime horrível , ale.voso , que fez piliãnte na precedente Sessão , querendo misturar a au-
irritar huma nação inteira , quando o reo para o com- Loridade que o Governo tem em dispor da força , por
metter mais a seu salvo até atraiçoou o seu mesmo isso que he responsável , com l.uma questão Diplomáti­
ministetio. O Sr. Astro o escusa dizendo que nao era ca sobre a conservação da incorporação daquella parte
outre^ar-se á mots tioce das paixoesí Orã Ica ou­ das margens do Kto da Prata. Que esta ultima questão
tro Numero, e verá a lógica, e a cohetencia deste ho­ ,ó be tocada pela Commissão accidentalmcme ; porem
mem quando carrega das maiores injurias a hum guertei- que o -rande objecto he permittir ao Griverno a a a n -
,o que pelo seu valor e assignalados serviços feitos a Pa- buição, que lhe he propria, qual he o dispór da força
tri’a e oue a morte p.uece ter respeitado em tantos , e am ld a’, como lhe approuver, por rsso que he respon­
tão ’ potliados combates , merecia ao menos ser tratado sável p^la boa ordem em todos os ramos de administra­
com mais cortezia pelo Achilles dos per.od.que.tos impu- ção publica : que por tanto pedio ao Sr. Presidente po-
sando-lhe crimes que nunca podem provar. 1 er o ^r, Lsse esta qtieStão em ordem , lembiandose , que todos
Js t r o tanta indulgência pata desculpar fraquezas (porque
[ 753 ]

os «]Uí são Militares conliecem quanlo Iie difficil renovar


posso deixar de por Incidente fallar na frieza Çnm ouc
a disciplina ein huma tropa, que a tem perdido, no mes­
o Governo procede nas suas opperações ; se a primeira ék-
mo I c a l, e com os mesmos Officiaes.
pedição não fosse demorada por dois mezes mais do que
O Sr. Riiiciro i/c A.tirode disse que o Illustre De­
devia , não terião tido lugar os acontecimentos do bul
putado com o titulo de ordem tinha tocado em todos
do B ,a s il: agora mesmo 3 moleza com que procede o
os pontos da questão ; portanto requeria que o Sr. Pre-
Governo mostra o espirito, que o anima: entretanto a-
•sidente pozesse a matéria em ordem afim de que se não
tallasse lO'aiî sobre o objecto cm questão, minha opinião he que tal questão não -deve pôr-se a vo­
to s, porque nós poderiamos pôr em duvida hum artieo
O Sr. Presidente disse que não obstante o que aca­ das basfs que esiáo juradas. ^
bava de ouvir , não pedia deixar de confundir as ques­
tões pela ligação dos objectos. . p n h e ir o fallou contra o parecer
da Gommissao dizendo que erá essencial para decoro da
O Sr. Jiarreto Feio tomou a palavra , e disse que
íê limitava a fazer algumas reflexões, olhando a questão Naçao nao abandoriar hiins povos, que entregarão as
chaves da sua Cidade , e que se entregarão nos bracos
unicamente pelo lado Alilitar. A divisão de Voluntários
da val^otosa Naçao Portugueza ; que na boa fé tem li « -
Reaes , apenas se espalhou em Montevideo' a noticia de
cançado ; e que se o acto da incorporação não he le«-al
que seus companheiros d aimas havião quebrado os fenos
da sua Patria , cheia de huma nobre emulaçáo de virtu­ se deve proceder a nova reunião de procuradores ‘ ’oue’
de , e saudosa do seu pair natal , determinou jurar a livre e espontaneamente declarem qual he a sua’ von­
Constituição que fizessem as Cortes , e ao mesmo tem­ tade : que para esta parte he que elle desejava chamar
po requerer a siia incorporação ao Exercito de Portugal a attençao do Congresso ; e qiie estes os motivos por­
que se oppunha ao parecer da Commissão.
de que fõra desmembrada ; e para deliberar sobre o mo­
do porque isto se poder ia fazer sem compromettimenlo O Sr. Mouro sustentou em hum longo e eloquen­
te discurso o parecer da Commissão ; e concluio com es­
do seu General , nomeou hum Conselho Militar. Até
tas notáveis palavras: := devemos deixar livie ao G o v e f
aqui eu não só approvaria o comportamenno da Divisão
no dl,por dos recursos da N ação, e até auxiliallo com
.mas ate o julgaria digno de louvores, se este Conselho
apenas preenchido o objecto da sua installação, fosse dis­ “ distiden-
solvido. Porem náosuccedeo assim ; este monstro inteira­
na ural se ve ameaçada por hum partido, que d’alcm
mente novo nosfastos militares, lie mais extravagante que
dos Pneneos nos quer lançar os ferros. O Governo de-
esse que nos descreve//«irrrcie, não sócontinúa a existir,
ve chamar a tropa aonde convier, e não só ella mas
mas a exercer atttibiiiçóeS , que de nenhum modo lhe
podem competir ; atlribuições que desttoem pela base a todos nós, como disse hum eloquente orador p'ranee-
disciplina militar. Este facto nos prova que a tropa tem P a tS "'^ ^ * Deputados, deveremos correr a salvar ã
perdido a subordinação , e o Commandante a sua autlio-
ridade. Alguns males tem já d’aqui resultado, mas elles O Sr. Riheiro d'Andrade depois de ter discorrido
nada são cinnparativamente áqtielles , que podem e ne­ largameme, concluio que não duvidava na profosiçáo
cessariamente devem resultar. Kestas citcunstancias deve- i ge ra l, de que o Governo podia dispôr de qualquei for­
rã permanecer isolada em lium paiz tão remoto huma ■ ça ; porem que s« declarasse que nunca seria empregada
tropa qiie não quer obedecer , e hum General que não contra os nossos Irmãos do Brasil. O Sr, Ja sé Rieard»
«poiou»
póde commandar ? Ninguém me dirá que sim. Então que
deveremos fazer ? Mandar outro General ? E quem nos Jiilgando-se a matéria sufficientemente discutida oro-
assegura que elle será obedecido? Ç u e resta pois? Ou poz o Sr. Presidente a primeira parte do parecer : = que
mandar retirar de Montevideo a Divisão de Voluntários o Governo possa dispôr da força armada como lhe con-
v i e r = ; approvado.
dd.caes , e empregar cada hum dos Corpos que a com­
põem sep,iradamente em differentes pontos da America A segunda parte = o acto de incorporação de Mon­
tevideo ~ hcou adiado. f 'j «n
ou mandalla regressar a Portugal. Qual destes dois ar-
fcitrios será mais conveniente nas actuaes circunstancias O Sr. Presidente levantou a Sessão ás 4 e 5 horas.
delibere o Soberano Congresso ; mas que he indispensá­
v e l adoptar hum , ou outro , não póde ser objecto de
questão. Quando porém nenhum d’ elles seja adoptado
( o que não espero) desde já me atrevo a profetizar AN N U N CIO S.
que brevemente veremos , além de outras muitas des­ Sahio á luz a obra seguinte : = “ Taboas de decli­
graças, destruirem-se estes guerreiros mutuamente co. nação e conjugação para aprender as Linguas Hespanho-
mo a fábula nos diz, que succédera áquelles homens’ que la , Jtahana, e Franceza comparando-as com a Portiieue-
aiasceráó dos dentes de Cadnto. ‘ ” ‘ ” d Ür loja áeO rscl, e emCoimb.
O Sr. Borges Carneiro disse que se se olhasse aqites- rublica-se por subscripção a obra seguinte : =; “ No-
tão pelo lado com qiie se olhou na Sessão de 2 de Mato, ticia suecinta dos monumentos da Lingua Latina e dos
isto lie, se se devia ou não abandonar a margem Orient Subsidio, necessários para o estudo da mesma. . Dará
tal do Rio da P ra to , elle seria da mesma opinião que lum, volume de 600 a 700 pag. em 4.’’ A assignatura
então foi , porque vi.s que esta Província estava mais se- e .000 rcis. Os Senlioies , que qiiizerem concorrer
giira para a llesponha cm poder da Divisão Portuotieza darao seu iiome e assignatura em Coimbra 3 J a s í Vicen­
do que dos Partidos, que por tanto tempo adevasurão- te (oomes de Moura 110 proximo Outubro , em que a di­
porem que a questão era mui diffeiente, e elle se per’ ta obra eiUrará 110 prelo , cobradas as assignaturas.
■ suadia , que até nem devia entrar em discussão : que se A Historia Secreta da Corte e Gabinete de S. Cloud
tr.itava de pôr em duvida huma das mais essenciaes attri- V c " ’ descrevem os caracteres dá
bmçues do G overno, a qual era o dispor da força arma­ ^orte (fe Pronça no principio do Império de Buonovor-
da , como he conviesse ; que esta questão sendo sempre l e , seus Generaes, intrigas, e outras muitas particula-
smpropria deste Augusto Congresso , se totnára hoje niai, iidadcs curiosas 2 vol. em 8.“ grande; preço 1:440 rs,
dilhcil a tratar, porque se punha em duvida huma Au- Ven^ e-se na Loja de João lienriijues, Rua Augusta
thoridade do Governo em huma época em que a devia
pOT em toda a sua aclividade. tiran.lo dhuma força o Vendem-se turmas casas sitas na rua de 5. M areai
partido , que exige a perigosa situação das Províncias do reguezia de S. Mamede. Coiistão de vaiios qiiaitos*^ e’
g ul. Por esta oceasião (disse o lionrado Membro) n^o T d odono n o " '"residente
^ 4 ^ °’ nas mesmas N .“ 20. falle c’om
Seu
N .4 J .>1 P H E N ,s A N A G I O K A J,.
[ 753 ]

A nno d e 18 2 2 .
N u m e b o 18 7 .

G A Z E T A U J V ir E R S A L .
T E R Ç A FR IR A 27 DE AGOSTO.

Huma carta de Roncesvalhes , de 38 de Ju lh o , diz


G R .^-b r e t a n h a .
que a Divisão de fssansto, que occupava aquelles arre­
Tondrcs ^ de Acosto, dores depois de terem batido os Constitucionaes em
quatrrà acções, e inteiramente dispersando-os , partirão
îlcspanha^’^Q ^xtfacto do Echo do Meio dia,
para se juntarem ás tropas do Q_ueixada , que se dU es­
periódica Vrancez.') tão cheias de ardor, e resolvidas a não deixarem a sua
A posição; interceptárão o ultimo correio da Afluarra , e
Huma Carta Ho Quartel General de U rg e l, datada os Constitucionaes se não atrevérão a atacallos.
a 2 J de Julho , diz o seguinte : As diversas tropas de R ealistas, espalhadas pela$
Provi.icias de Guipúscoa , tem também obtido vantagens
“ Bem conhecida fabrica de armas de R ippol, na em vários encontros com os Liberaes, particularmentc
C„tíiUmha, que está em poder do exercito da fc , tra­ em Aspeitia e V ogara , onde os Constitucionaes foráo
balha com toda a força. Estão occupados alli de dia e dispersados, e deixáráo parte das suas armas no campo
de noite para fornecerem de espingardas aquella valorosa
da batalha.
infanteria -, mas apezar do zelo e boa vontade dos ope­ Em Veca atacárão os Constitucionaes aos Realistas,
rários , não podem dar vasão ás que se pedem , e o G e­ e forão alli tão ardentemente recebidos que forão pos­
neral se vê obrigado a não acceitar muitos soldados an- tos em derrota , e aprisionados 40.
ciosos de ajudarem a quebrar as cadeias que prendem o Escrevem de Rilbao que muitos mancebos tem sa­
Soberano. He dilficil descrever o eiitluisiasmo daquelles bido daquella Cidade para participarem da gloria dos cha­
em quem recahe a escolha , e todos os outros esperão mados .Defensores do Throno e da Religião.
com impaciência o momento em que hão de ser admit- Madrid continua em hum torpor sombrio......... O
tidos ás fileiras dos valorosos. (JOada hum fa lia seganiia Governo expedio ordens para desterrar da Capital 15 ou
u causa que defende.) 14 pessoas demittidas de seus empregos, entre as quaes
“ Os denodacios Commandantes, D. Satvador /Vítf-
se contão o Waríjuez de Torre Musquex, , D. José Wos-
la v itla , c D. Thornás Costa, atacarão no principio da quera e Figueroa, Francisco de L e iva, D. Bruno Valla-
semana passada os Const itncionaes que se tinhão reuni­ tino D. FUippe Sobrado , e outros. Também se man-
do em forças nas vizinhanças de Vsch , e ainda que os dárão’ retirar os Ecclesiasticos vindd a Madrid com li­
últimos etão muito mais numerosos, foráo obrigados pe­ cença que estivesse acabada, e os que tinhão vindo sem
los Realistas a entrincheirarem-se na Cidade. M JovU la
tí Costa vendo que os entrinclieiramentos não podião ella. j r> F
“ Bauossa jo de Julho. Recebemos de Fasssplona
ser forçados sem muita perda de sangue, determinarão noticias recentes do triste estado daquella Provincia.
esperar reforços , e lendo tomado luima posição a meia Ossesada, aproveitando-se da partida de lopes Rassh.as
leeua da Cidade , mandarão buscar mais tropas a Vrgel. para Victoria, com parte das suas tropas, em consequên­
.^vancou immediatamente o Commandante , por nome
Rassois á testa de 2 ^ hom.ens. Assim que effectuou a
cia dos successos do dia 7em M a d rid , reorganisou a
sua «ente, que consiste de 150 0 infantes, e JOO ho­
iuneção’ marcháiáo as tropas unidas contra os Constitu- mens de cavalleria. Ainda que perseguido pelos Coiisti-
cionaes, e hum estafeta , chegado neste, instante , traz
tncionaes, que são em menor num ero, evita o comba­
a noticia de terem entrado em Vsch (_sssessiira solcsnnc) te e procura augmentar a sua força, aprehendendo to­
depois de huma obstinada peleja. dos os cavallos, armas, e munições que póde.”
“ A Junta Provisoiia de Urget já tem debaixo das
suas ordens considerável numero de Cavallaria , e estão- LISBO A 26 de Agosto.
se formando dois Esquadrões de I.anceiros, compostos
pela maior parte de homens que já fizerão este serviço." Continuáo as Peças officsaes publicadas no
Huma carta particular annuncia que os Realistas es­
J^io de Janeiro»
tão estreitamente apertando o Eotte de Cardona ; já lhe
cortarão o fornecimento da agua, e não póde a praça
sustentar-se’ por muito tempo.
Kuma carta de Rayona de 2 ; dá a seguinte noticia:
“ O parque d’artilheria nesta Cidade está na mesma

huma
a"itação como se se estivesse preparando para hum gran­
de exercito ; até mesmo se acaba de apromptat
ponte de barcas.”
r 754 3
O p raííV j Senliçr, quer ser fe liz : este dezejo, que
firmada sobre a União bem entendida com Portugal
lie o principio de toda a SociabiliJabe, he bebido na
quer em fim apresentar duas grandes Familias , re»idas’
Natureza, e na Razão que são iminutaveis: para prelien-
pelas SII^ L e is, prezas pelos sens interesses, obedien­
clielo, he-)he indespensavel bum Governo , que dando tes ao iTiesnio Cbele.
a necessária expansão ás prandissinias proizorçóes que el-
decoro do B ra sil, á Gloria de V. A. R . não
le pnssue, o eleve áquellc grao de prosperidade e gran­
pode ^ v i r que dure por mais tempo o estado em que
deza para que fôra destinado nos Planos da Providencia.
esta, t^ual será a Nação do Mundo qne com elle quei­
Foi este dezejo, que á longos tempos o devorava, e
ra tratar em quanto não assumir hum Caracter momin-
que bein prova a sua dignidade , que o fascinou no mo­
ciado. em quanto não proclamar os direitos que tem
mento em que ouvio repercutido nas suas praias o Ec-
de figurar entre os Povos Independentes? Equal setá a
co da Liberdade , que soou no Üouro , e no T ejo para
que despreze a amizade do B ra s il, e a amizade de Seu
não desconfiar do Orgulbo Eurapeu , nem acreditar que
N-egente He nosso interesse a Paz ; nosso inimigo só
relalsado Wacbeavelismo apparentasse priiicipios liberaes
sera aquelle que ouzar atacar a nossa Independencia.
para atrabí-lo , c adorniccc-lo , e restribar depois sobre
Higne-se pois V. A. R . ouvir o nosso requerimen­
a sua ruina e recolonisação, o edifick) da felicidade de
Portugal. to ; peoiienas considerações só elevem estrovar pequenas
almas. Salve o Brasil , Salve a Nação, Salve a R eale­
No ardor da indignação que Ibe causou a perfídia
za Portugueza. Rio de Janeiro j de Junho de i.Szz.—
de seus Irmãos , que reluz por entre todos os rio s que
Joaijuim Gonçalves Ledo, Procurador Geral pela Provin-
Jbe procuráo lançar, e que nasceo daquellcs mesmos
cia do Ria de Janeiro.— Jo sc Marianna de A,.eredo Can-
princípios de generosidade e confiança que os devião pe-
isnUo, Procurador Geral desta Provincia do Ria de J a -
iiboraf de gratidão, o Britiil rompia os vinculos moraes
S^ira. Lucas u a .i Obes, Procurador Geral do Estado
de R ito , Sangue, e Costumes, que quebrava de huma
vez a Integridade da Nação a não ter deparado com V . '-isplatino. — Confoimamo-tios .lose Bonifacio deAndra-
A. R. , o Herdeiro de buma Casa, que elle adora, e da e S,Iva. — Caetano Rinto de Miranda Montencu-ra
— .lauçumt de Oliveira Alvares. — Manoel Antanio Ea-
serve ainda mais por amor e lealdade, do que por de­
ver e obediência.
Não precizamos. Senhor, neste momento fazer a
OJfcio dirigido a Sua Alteza R ea l, do C llc g ia Eleitoral
«mimeração das desgraças com que o Congresso poster­
da Villa do Priiieip e, Província de Minas Gemes.
gando os mesmos princípios , que Ibe derão nascimento
aiithoridade , e força ameaçava as ricas Províncias deste
Continente. A Europa, o Mundo todo, que o tem ob­ j Senhor. A Providencia ,_que vigia sobre a sor-
servado , as conhece , as aponta , as eminiera. O Brasil ^ tias Nações, parece que tem reservado a V A. R a
Gloria de Conceder ao Blasil a Cathegoria , que por na­
já não pdde, já não deve esperar que d e lle , que de
tureza, e por Direito lhe compete entre os Estados li­
mãos alheias provenha a sua felicidade. O arrependimen­
vres , e independentes. O Augusto Pai de V . A R
to não entra em Corações que o crime devora. O Con­
lhe titou Já o Epitheto odioso dè Colonia, e V. A r ’
gresso de Lisboa que perdeu o Norte qoe o devia guiar
isto lie a felicidade da maior parte , sem attençáo a promovendo agora a União Erasilica, e chamando as
suas Províncias a hum Centro commum, as preserva das
velhas etiquetas, já agora lie capaz de tentar todos os
tram as, e de propagar a anarquia para arruinar o que voragens da Anarquia , e suas horrorosas consequências.
oixm is to , Senhor, n.ão basta ainda. Falta-nos hum
nao pó.le dominar. Maquinão-se partidos, fomentâo-se
Codigo: esse que se está formando, a mais de duas
dissenções, alentão-se esperanças criminosas, semeáo-se
mil éguas do Oceano, por homens que conhecem o
inimisádes, cavão se abismos sob os nossos pós : ainda
Brasil so pelas Cartas Geográficas, não poderá convir
anais, concentern se dois centros no Brasil, dois princí­
pios de eterna discórdia , e insistem na retirada de V. ao geralmente a este Povo como outro que fosse tra­
A . R . que setá o instante que os ba de pór a hum balhado por Nacioiiaes peritos na Estatística do Paiz , e
contra o outro. suas precisões peculiares. Cortes mo B ra s il, em líum
paiz central, izento de qualquer invasão repentina , são
E deverá V. A. R . crusar os braços , e immovel
esperar que rebente o volcão sobre que está o Throno da mais transcendente im,>ortancia para a nossa regene­
ração politic.!. Ei^ o voto geral dos Representados pe­
Senhor, ogrande momento da fe ­
los Eleitores e Camara desta Comarca. Se V . A. R
licidade , ou da ruina do Brasil. F.lle adora a V. A,
R . , nias existe em huma osciliação de sentimentos Annuir, como esperamos, a huma tão justa vontade '
sera esse o riieio de nos nnirmos com a Mâi Patria sem’
movida pelo receio de seus antigos males, pelo receio*
perder nada da igualdade de Direitos. Faremos huma só
do Despotismo, qne as facções secretas muito fazem
Camilla lorte, e veniurosa. , O Nome do Gtaude Princi-
v a le r, e muito forcejão para aproveitar. A ancora one
fióde segurar a Não do Estado , a Cadea que póde ligar p e , o Pai qoe tão generosamente Promove a felicida-
as Províncias do Brofll aos Pés do Tluoiio de V . A. j do seu Povo, setá gravado eternamente no Templo
R . lie a convocação de Cortes , que em nome daqiiel- a Memona a par dos Heroes, que tem assombrado a
!as que representamos , instaiitemente requeremos a V' '’ O Collegio Eleitoral, a 10
A. R . e Maio de 1822. (Seguem-re 50 assignatiiras dos Mem­
bros do Collegia E leito ra l, e da Cam ara.y
O Brasil tem direitos inauferiveis para estabelecer
o seu G overn o, e a sua Independencia ; direitos taes
Falia do Deputado Obes, Procurador Geraldo Cis-Platino
que o mesmo Congresso Lusitano reconhecia , e jurou.’
no Conselho dos Procuradores das Províncias, ’
Com nuiçóes, todas as instituições humanas
são feitas para os Povos, não os Povos para ellas. He <ni ^ dc Junho,
deste principio indubitável, que devemos partir: as Leis
formadas na Europa podem fazer a felicidade da Euro- 1
“ De bontem para b o je , que distancia de Iionfem
pa , iiias não a da America. O S3'sterna Europeo n.ão para h o je, quantos successes ! De hontem para boie
nao pode pela eterna razão das coisas , ser o Systema que glona para V. A. R . , que venturas para todos nós’
Americano : e sempre qne o tentarem será bum Estado Hontem nao tínhamos P.itria, hontem não tiiihamos le is
de coacção , e de violência, que necessariamente pro­ honteni^não tinh.niios hum Soberan o........... hoje temos’
duzirá huma reacção terrive! O Brasil não quer atten- tudt), porouc temos a V. A. K ,
tar contra 05 direiros de Portugal , mas desadora que - "ü* Dansporto, Senhor, quando o refiro ; T e ­
Fortugal aitente contra os sens: O Brasil quer íer o mos a \ . A. R . Íris de Paz, luz que dissipou as T re -
mesmo R e i , mas não quer Senhores nos Deputados do vas, e por quem esta porção encantadora da America
Congrpsto ^ ç Brasil quer independencia, maí Meridional conseguiia manter a sua integridade e por
si mesma dembar cs calaboiiços em que gemOr’ao por
[ 7. 5 ]

tfes séculos os nossos P ais, e perecerão (desgraçadas! ptio, e OÍ votos dís pessoas rudes dados por sua influen­
rniseraveis !! ) milhares de gerações qiie não tem conto, cia : e que portanto não ha exercício de liberdade per-
“ Está vencido o grande passo : o que testa será leita na gente rústica , quando vota ; porque não póde
ohra do Tempo. Que Venháo, Senhor, os Represen­ haver liberdade sem perfeito conhecimento. He este hum
tantes dos Povos, que se reunão em torno de V. A. facto real , e não Sonhado, Não fallo naqiielles que sem
R . , qtie O o ição , que O cenheçáo , que O admirem, pczar assas a irnportancía do acto da eleição , preferem
e que recehão de V. A» R . novos testemunhos de amor contra sua consciência e só por empenhos pessoas inha-
que devemos ao Fundador da Liberdade Brasiliana, ao beis. Estes não tem desculpa. Para remedear pois, ain­
amigo da tvaçáo , ao Digtio Successor daquelle Monarca da que imperfeitamente , a ignorância das pessoas rús­
bemfarejo, que primeiro Doou á Plaga Brasilica o es­ ticas , seria util publicar ou nos Periódicos, ou á parte
plendor da Magestade, e D Germeil de huma Santa In­ o catalogo das pessoas, que na primeira eleição de mil
dependência. oitocentos e vinte, e nesta de mil oitocencos e vinte deis
“ N ós, Excellentissimos Senhores , para perpetuar e nas futuras obtiverão votos , ainda que fosse só hurrí
a Slemoria deste dia , em que começão os Séculos do Voto , com a declaração dos votos que cada hum teve
B r a iil, mandemos gravar em bronte aquellas Palavras para set Deputado de Cortes, Todas estas pessoas são,
de S. A. R . = Em desempenho da minha Honra, e Amor ou pareceraú ter alguma aptidão, e por isso convéní
ao Brinil., Darei a vida pelo Braiit,” que seus nomes sejáo bem conhecidos, para que os po­
vos examinem seu merecimento individual; c comparan­
do-as , se possão por si decidir com acerto , ou errar
menos nas eleições. No espaço de dois annos que me-
Esta»se pondo em execução a lei fundamental das deião de Imma a outra eleição , podem os povos tirar
eleições dos Deputados da Nação Portugueza em Cortes : mtiitâs informações para lorinar seu juizo practico. Coit»
e porque sem embargo da sabedoria , «om que for dicta- cfFeito, quanto lie certo que o Reino tem homens ha-
da a dita lei , póde haver inconvenientes, que só a prac- bilissimos , tanto he para sentir que grande nuniaro não
tica póde ensinar ; he do dever de todo o bom cidadão sejão assaz conhecidos. Tal ou taes Freguezias ha em que
expôr os que souber para se lhe acodir com o opportu- nem a décima parte dos vogaes appareceo na Igreja a
no remedio. Os que se vão a indicar são provados pela votar. Em Lisboa não se contão menos de 7 2 ^ homens
experiencia das eleições presentes. etn estado de votar; assim mvsmo não houve i8(^ qu*
I. Alguns Concelhos e Freguezias foráo unidos < votassem ; immensos votarão por huma só lista ; houve
Circulos, aos quaes não devem pertencer. Isto se emen­ quem vendesse listas cheias ; até se enviarão a algumas
dará mandando que os Párocos e os Juizus dos Concelhos pessoas em carta fechada, listas cheias, pela pequena
informem da distancia que medeia entre as ditas Fregue­ posta ; os Soldados votarão pela vontade dos seus < he-
zias e Concelhos , e as Capilaes dos Círculos mais pró­ fe s , pela maxiina parte, e sem o minimo conhecimento
ximas. Esta noticia , e a da população de cada Circulo das pessoas em quem votavSo. Riscarão os nomes dé
ajudará a decidir a que Capital devem pertencer os Con­ Iromens sábios, e dignissimos Cidadãos, só porque não
celhos ou Freguezias sobre que houver duvida. Não se eráo da parcialidade deste ou daquelle que influía naS
deve attender aos rios como regra geral ; porque (excep- eleições da Parroquia. Em fim, a Lei foi mal entendida
to os rios maiores ) ou outrOs rios dão passagem a váo em muitas partes , em outras interpretada ad libitum
no mez de Agosto, em que as eleições se fazem. etc. etc. *
II. Nas Freguezias das Aldeias grande parte do Po-
vo não concorre ás eleições, nem se embaraça com este
acto. Gostáo dos beiielicios, que recebem da nova fórma
de Governo, e dssejão receber outros; mas (com tanto C O R T E S . —— Senão de 26 de Agosto, 448.“
que Ibes não toquem em suas pessoas e bens) não se
vmbaração com o testo. Poucos sabem lé r; não se met- Lidas e approvadas as actas das Sessões ordinarta e
tem com as noticias publicas , e esta classe de gente extraordinaria do dia z j , deo conta o Senhor Secretarie
são os cordeirinhos do rebanho Portuguez. Resulta de Felgueiras do expediente , em que se compreliendia o
tal procedimento , que sendo o Povo das Aldeias mais seguinte : Hum officio do Governo pela Secretaria d’Es-
numeroso que o do resto da Nação , grande parte dos tado dos Négocies drj R.eino, i-ncliiindo huma Consulta
Vogaes não vota nas eleições. Que remedio haverá pois ? da Junta da Sereníssima Casa do Infamado sobre o Tom bo
Ü remedio póde ser este. Avisar os Povos e exhortallos da mesma Casa. Outro incluindo liuma representaçáò do
com antecipação a que não faltem ; e obtigalkrs com al­ Inspector da Academia da Marinha da Cidade do Forto
guma muleta a que compareçác huma vez em dous ali- Joaquim Navarro eAndiada de 6 do corrente ; Outro in­
nos em Agostoç assim como todos os artnos são obriga­ cluindo as informações que llie foráo pedidas a respeito
dos na Quaresma aos preceitos da Confissão e ComiTui- da Coivfratia do Sr. Jesus dos Miseráveis de Vi//a Frnn~
aihão , e assioi como são também obrigados a varias oc-
cupações ou s.erviços t!a Igreja, e da Republica. Quem
ea d e X ira : O u tro pela S ecretaria d ’Estad o d osjN ego cios da
Fazenda incluindo a copia da Ordem qtte se expede ao
comparar o numero que houve de votos nas eleições em Governo Provisorio da Ptovincia da Illia do Principe so­
todo o Reino com o numero das pessoas capazes de vo­ bre ancoragem dos Navios. Outro pela Secretaria d'Esta­
tar , conhecerá perfeitamente a grande falta que houve do dos Negocios da Guerra , servindo da Marinha, inclu­
■ de votos. indo huma Parte do Registo do Porto , tomado ás 9 ho-
II I . A gente rústica (que he a maior parte) não fa í da manhã da dia 25 de Agosto de 1822.
«abe votar, porque não conhece todas as pessoas haheis “ Correio Maritimo Injonte D. SebostiÕo, Comman­
<la Província , não sabe avaluar o merecimento dos que dante o 1.“ Tenente José da Costa Couto, do Rio de
conhece , nem sabe lazer comparação entre os hábeis, Ja n eiro em 60 dias, ;6 passageiros, e ; mallas. Fste
para proferir os mais babeis. Por isso ou não compare­ Correio traz da Bobia 4J dias, e de Pernambuco 79 dias
cem no acto da eleição , ou cedem em boa fé ás sugges- de viagem.
tóes de pessoas empenhadas, ou em fim consultão pes-
«oas que julgão entendidas , quaes são os Advogados, 'Novid(td-€u
com quem costumão tomar conselho em suas demandas,
-os Párocos, os Clérigos , os Capitães Móre», e outros o Commandante disse : que o Govecno do Rio de
Militares, os Morgados, e outras pessoas graves de sua Janeiro tinha expedido hum Decreto em data de j de
terra. Donde se segue que a mesma pessoa póde dar tan- Ju n h o, convocando huma Assembléa Geral Constituinte
'tos votos na mesma eleição quantos votos são o seu pro- e Legislativa composta de Deputados das Províncias do
em data de í? de M aio, cm que dá parte da sua ins-
'BrasU, eleitos áa forma que se liavia de ordenart Que i
tallação, e felicita o Sirberano Congresso. Outro do Rio
sua sahida se ficavâo acabando de apromptar corn destin»
para aBaAia a Fragata VniSo, Corveta iiic ru / e Bergan­ Granae r.o êtorte sobre objectos de Fazenda.
tim , debaixo da ordem do Cbefe de Divi- CoiKedeo-se hum mez para tratar da sua saude ao
sáo R cirigo A ,ilo „h Laniart, e que se duia partinao no Sr. Deputado Belford,
O Sr. Bispo do Pará fez buma indicação para que
dia 4 de Julhe. O IIU tie Janeiro ficava em socego,
seja admittido o Sr. Deputado Substituto pela Província
“ Da Jie/iitt disse : que a Cidade estava tranquilla ,
inintida pela energica actividade do Brigadeiro M adeira, do Rio F e g r o , João Lopes da Cunha, em Lugar do
que se conservava de accordo com o Ooverno d aquella* proprietário a quem a falta de saude não tem permitti-
Os Negociantes estaváo unidos á T ro p a, e está deter- do comparecer neste Congresso.
ininado'’ a não abandonar a Brovincia sem ordem de Par- O Sr. Secretario Soares de- Azevedo fez a chamada,
ttt'Tal \ esperavâo a expedição da Corveta Calipso. A Co~ e disse se achavão presentes 125 Srs. Deputados, e que
ehoeira, eSaitio Amara tinirão jurado obediência aq Oo­ faltavão 28 , dos quaes 2 j tinirão licença motivada.
verno do Rio ; ditia-se que as Alagoas , e Sergipe as
jmitáráo. Na Bahia ficaváo armadas as Corvetas Regent- Ordem do Dia. ~ Constituição.
rafão, sD oze de Fevereiro , O S Bergamins Audae e From-
utidáo e a Oalera Conceifão Oliveira , e para atinar, O Sr. Presidente offeteceo á discussão a segunda
segundo constava , as Galeras Mercúrio, e Restauração, parte da indicação do Sr, Xavier M onteiro, a fim de
“ O Commandante não foi a terra em Fernambneo. que no caso de dissidência de algumas Províncias d o R e i-
O Major Leandro Gomes Reis disse que alli continuava no-Unido, os membros que hão-de de compòr o Con­
a anarquia , promovida pelo máo trato , que o Batalhão selho d ’Estado se reduzão na mesma proporçãoj depois
Jãigeiro dava aos Furopeos : di2Ía-se que hião ser muda­ de breves reflexões foi approvada, deixando is Cortes
dos os Membros da Ju n ta, e mesmo o Governador das futuras o fazerem esta regulação,, estabelecendo como
artigo constitucional , que o uumero minimo seja o de
Armas , Josd Correia de Mello.
** Meste Correio vem o Deputado as Cortes Geraes oito.
pela Província á'A n gola , o Sr. Manoel Patricio Corrêa Outra do Sr. Ribeiro de Atidrade para que todo o
de Castro , O qnal entregou hum saco de officio , que Portuguez em chegando á idade de 20 annos insira o seu
se remette junto, assim como dois pacotes, quatro sa­ nome no livro da matricula das Guardas Nacionaes, com
cos, e oito cartas d’officio, que entregou o Commandan­ a pena de pêrdimento dos direitos .politicos: foi regeita-
te, Os seus passageiros constão da relação inclusa , en­ da na Constituição,
tre os quaes vem prezo o Coronel Joaquim Pedro Dias Outra do Sr, Vasconcellos para que se marque na
Azedo. ( Segue a assignatura ) Constituição hum termo além do qual não possão exce­
2.° Bergantim V llisses, Capitão Pedro José Correia der-se os processos. Begeitado na Constituição.
Vianna , áe^Rio de Janeiro i6 dias, 8 passageiros, e t O Sr. Presidente deo a palavra á Commissão de
nialla. Km consequência da grande viagem não deo no­ Justiça Civil , e o Sr. Arreaga leo 05 seguintes parece­
res ; do Brigadeiro Manoel Pedro de Freitas Guimarães 22
vidades algumas.”
Outro officio pela Secretaria d’Estado dos Negocios não compete ás Cortes ; de Joaquim da Silva ; de Fran­
das Justiças, em que d’ordem de Sua M.igestade inclue cisco Teixeira de Magalhães ; de Victorino Antonio.
duas cartas que em data de 19 e 22 de Junho dirige o Com. de Marinha: de cinco Officiaes da Brigada re­
Principe Real do Rio de Janeiro a seu Augusto Pai, gressados d o R /e ; de José Antonio de Carvalho; de An­
incluindo differentes impressos dos objectes mais notá­ gelo Custodio <lo .t^maral.
veis que tem tido lugar no mesmo Reino, accrescentan- Com. Militar ; de Diogo J . José de Victoria ; de
do , que está próxima a realizar-se a separação daquelle Fernando de Sousa Lima e C astro; e de José Fermino
7
JLeino : que na maior parte do Br<in o tem reconhecido, e outros.
Seguiráo-se as Commissdes de Pescarias, Saude‘Pu­
como Regente e Protector Perpetuo ; porern que na Ba­
hia o Brigadeiro Madeira continua com a sua horroroza blica, e do Ultramar.
politics, porém que elle hia obrigallo com as suas tropas Lérão-se as indicações seguintes: i . ’ do Sr. Faria
a abandonar aquelle ponto. Que se dizia que queiião no­ Carvalho sobre a necessidade da divisão do terrirorio
mear a S. Magestade Imperador, e a elle R ei porém (passou á Commissão de Estadistica): 2,* do Sr, Ribeiro
que elle não annuiria a tal sem que S. Magestade pres­ d’Andrade, em que proprõe sejão despedidos os Deputa­
te o seu conseirtimento. Pede-lhe mande para sua com­ dos daquellas Província^ Ultramarinas , que se achão dis­
panhia o Infante D. M iguel para hum dia cazar com sidentes de Portugal ( á de Qonstituição) : j .“ do Sr.
sua filha a Princeza D. Maria da Gloria : e conclue que Roberto para se dar aos Officiaes da Junta da Fazenda
Jrum Iteino como o do B ra s il, que pela sua grandeza e dos Açores aquella consideração que se deo aos de Caba
jecursos se p.óde considerar de primeira ordem , não he Verde (á de Fazenda).
d esperar queira sugeitar ao de Poringnl, que pelos mes- O Sr. M artins Bastos leo a redacção dos artigos
jiios motivos, he de 4.“ ordem. Mandou-se imprimir pa- addicionaes ao B r a s il; e a resposta aos officios sobre o
ja se lhe dar publicidade. processo di>s Militares , que incorrerem em crimes civis,
O mesmo Illustre Secretario mencionou dois offi- e 80 mesrno tempo em outros Militares.
Jijos do Brigadeiro Madeira em data de 7 e 9 de Ju lh o, O Sr. Guerreiro leo o Projecto de Decreto sobre
aceusando a rece|->ção dos officios , que se lhe enviarão os casos únicos em que a Casa do Cidadão póde ser de­
pelo Brigue Aiid.az, em que le lhe ordeira a conservação vassada : mandou-se imprimir.
d'aquçlla posição : diz que tanto elle como a tropa es­ Procedeo-se á eleição da Meza para o seguinte mez;
tão dispostos a isso apezar de todo o risco, e das amea­ e ficáráo eleitos em 1.“ escrutinio Presidente o Sr. F rei­
ças do Governo .do Rio de Ja n e iro : accrescenta que os re com 67 votos; cm i.° dito Vice-Presidente o Sr.
Jacciosos conseguirão illudir as Villas da Cachueira etc. , 1
‘ ereira do Carmo : Secretários os mesmos que esta-
e conclue que o Corpo do Comtr.ercio se acha unido com vão.
os mesmos sentimentos, “ e com taes auspícios o espiri­
to brioso que sempre tem distinguido as tropas Pcitu- Ordem do Dia — Programma sobre o Codigo fiivil ;
guezas tealçirão o seu btiihanlismo.” Projecto sobre as Ordens R eligio sas:— e levanteu se a
O mesmo illustre Secretario mencionou hum offi­ Sessão á huma hora.
cio do Governo Provisorio da Ilha de Santa Catharina

íN a 1M P R K A N A C 1Ü N A
t 821 ]

N fjA iE B O 2 0 4 ; A n n o d e 18 2 2 .

"'A U JV IV E R S A L ,
SEGU N D V FFIR A 16 DE SETEM BRO ,

I T A L I À. de 19 de Março de 18 0 S ) lhe arrancou a mascara antes


que elle o desejasse ; e desordenando os seus planos o
K apolis 28 de Agostû* obrignn a cònduzir por vários meios toda a família Real
á Fraiifa , deixando a Hespoitha orfá , queixosa, e em
o Diariò official de 29 de jtillio contcm luim decre­ attitude de vingar seus aggravos , como o fez. Tem os
to de S. M. Siciliana, no quai Se manda executar butro pois a nossa amada patria cm guerra aberta com o 1 hc-
de 24 de Maio de 1 8 2 1 , relativo ao licenciamento do fe mais ouzado, senhor das praças fortes, e da C o rte ,
exercito de tetra , e de mar. Nelle se sancciona o reti­ seguido das hostes mais numerosas , e aguerridas, e sus-
ro de todos os Generaes, Officiaes, e Soldados de todas tido pelo poder mais colossal do mundo. E como pôde
as armas Por outro artigo se declara que no eXercito resistir hum srS dia nossa infeliz, e desmantelada patria
que lia rie fortiiar-se os Officiaes se dividíráó em quatro a tão inaudito poder ? Por dois meios poderosíssimos ;
classes, nas quaes poderão admittir-se os Officiaes des­ o enthuslasnifí , e a conjiassço.
pedidos : os que nào farem elegidos para novos empre­ O enthusiasmo conduz ás grandes acções, eaos gran­
gos cobrarão a terça parte dos sens soldos, mas seni que des sacrifícios; a confiança os faz levar aeffeito c«ni se­
fienluim tenha mais direito, que a vontade do Rei. Os renidade , e com semblante risonho , sem temores nem
Officiaes processados, ou ausentes por causa da revolu­ receios. Exemplos bem palpaveis desta verdade temos na
ção , são excluidos desta disposição. Por outro decreto historia m ilitât, e ainda politica do mundo; e mesmo
áò inesmo dia , o Principe Dclle-Scaictte foi nomeado presentemente vemos que nas Províncias, em que por
Tenente General dos novos exercitos, devendo continuar desgraça as fomentou o espirito de facção , hum punha­
o exercido das funeções do Ministro da Guerra, e da do de homens Constitucionaes dissolve liuma guerrilha
Marinhai Estes decretos estão referendados pelo Principe numerosa , porque o eiithusiasmo da coitfiinça, e esta
Ihifo , Secretario de Estado , e pelo mesmo Principe Det- conduz à victoria. (A Joz <i causa da liberdade requer se
h-Scaiette em qualidade de Ministro da G uerra, e da fítaudem mais punhados desses homens constitucionaes , e
Marinha. he querer que dure 0 mal ter snuitos punhados deites , e
H E S P A N H A. não mandar 00 menos tantos quantas são as guèi'riihas
Maílriíl jò de Agosto. dos facciosos para as acabar de huma vez ).
Ha quinze annos que o Hes/sonha , gozaftdti de hum Visto isto pois, porque não se diffundem o enthu­
doce socego , ainda que á custa de vários sacrificios, era siasmo, e a confiança etn todas as classes do Estado? T e ­
espectadora indifferente dös progressos que as armas Fran­ mos feito os mais inauditos s.crificios pata sacudir o jugo
cesas , capitaneadas por hum hortiem extraordinário, fa- de hum insolente usurpador, e não saberemos fazellos
ziáo em todo o continente, distruindo, avassalando, ou para conservar nossas liberdades, gertiien fecundo de nossa
fazendo tributarias as naçóes mais pOderosas, e limídas futura felicidade! Comtudo, cumpre confessallo , em vão
por stia força, c piricia militar. O Governo Hesp.inhol en­ derramão seu sangue as valentes tropas de todas as armas;
tretanto , encadeado por hum tratado o mais funesto ã eiii vão se esforçará o Governo em suster fluctuante a
sua felicidade quç podia fazer-se , e que esgotou o seu Náo que se inclina a jo f obrar , se apaticos , e descon­
etário , destruira a sua marinha, e conduzio a alheias ter­ fiados , ainda os mesmos que mais altamente se aclamão
ras a flor do seu exercito ; timido a hum tempo , e im­ patriotas, não concorrem por todos os meios que estejão
prudente quiz sacudir o jugo de oppressão quando julgou ao seu alcance a suster o credito nacional, e a facilitar
o oppressor mais empenhado n’outro ponto ; e foi tão ao Erário os recursos que lhe são itidispeiisaveis na crise
pouco afortunado, que levantou a cerviz precisamente actual. Huma nação poderosa , e Constitucional nos dá o
quando huma victoria memorável deo a seu ambiciosó exemplo do que podem o enthusiasmo patriótico, e a
vizinho novos meios de tjrrannizallo, e de vingar-se. Bai­ confiança; os empréstimos nelia se cobrem immediata»
xezas , e humilhações setn numero se empregarão parâ mente ; os apuros do banco sc remedeão á porfia, e a
apa"ar a memória de hum proclama tão fa ta l, como o sua prosperidade cresce debaixo de huma egide que todo
trat^ado, que aunos atues tinha feito hum valido igno­ o cidadão suitem com o maior esforço. Se houvesse en­
rante Porém o usurpador, que não tinha desejado mais tre nós completa confiança, seria rapida a venda dos bens
cue hum pretexto, tinha já decretada na sua mente a liypothecados ao credito publico , o papel tomaria valor,
reunião da Hespanha ao seu império ; e usando da mais os timidos, e receosos se animarião á vista do exemplo
failaz política com aqiielle nescio , imprudente, e am­ de outros mais ousados, e ainda muito dissidentes, mo­
bicioso , se apoderou das praças fronteiras, e verificou vidos pela confiança que vetiáo nos demais , renunciarião
a sua imipçãc. Comtudo , hum siiccesso inesperado ( 0 as snas loucas esperanças , e se consolarião quadruplicai!-
do seus capitaes ni comprí de bens nacionais. Os em- mento com fainilia, alcm dos da sua uaturalisação : qlie
piestimos do mesmo modo seiião todos nacionaes, e os reuna á maior instrucção reconhecidas virtudes, verda­
/. prêmios, e condições, ainda que fossem onerosos, te- deiro patriotismo, e decidido zelo pela causa do B rasil."
dundariáo em beneficio da mesma Nação por mão de Poderáó ser reeleitos os Deputados do B ra s il, ora
hum certo numero de seus indivíduos , evitando desta residentes nas Cortes de Lisboa, ou os que ainda para
maneira o pagãr consideráveis , e pezados tributos á co­ alli não partirão.
biça estrangeira. 4. Os Deputados receberão pelo Thesoiiro Publico da
Se por outra parte o enthusiasirio fosse geral, nin­ sua Província seis mil cruzados aiinuaes , pagos a nirza-
guém duvidaria reduzir algum tanto o numero de seus das no principio de cada mez ; e no caSo de que haja al­
prazeres, de seu lu xo, de seus capticlios para sacrificar guma Província, que não possa de presente coni essa
nas aras da patria a titulo de donativo luima pequena despeza, será ella paga pelo Cofre Geral do Thesouro
porção de seus teres, que offerecida por todos os pátrio* do B rasil, ficando debitada a Província auxiliada p.ir.i
tas a Inim tempo , segundo as suas respectivas faculda­ pagalla quando, melhoradas as suas rendas , 0 puder fa­
d es, formaria Imma massa capaz de auxiliar o Erário em zer.
seus urgentes apuros ; e quem duvida que este nobre ã» Os Governos Provisionaes proverão aos transpor­
desprendimento daria os mais optimos fructos ? A paci­ tes dos Deputados das suas respectivas Províncias ; bem
ficação das Províncias sublevadas, o soccorro das famílias como aO pontual' pagamento de suas niezadas.
desgraçadas victimas do amor pátrio, o dos illusos jorna­ 6. Eicaráü suspensos todos e quaesquer outros venci­
leiros conduzidos ás guerrilhas pela fome , e miséria , a mentos, que tiverem os Deputados, percebidos pelo
empreza de obras importantes, que ao passo que dem a Thesouro Publico , provenientes de empregos , pensões ,
subsistência diaria a innuineraveis indivíduos, anntmciem etc.
a aurora de nosso commercio interior, unica base solida 7. Os Deputados pelo simples acto da Eleição ficão
de nossa prosperidade futura ; outros mil heneficios , que investidos de toda a plenitude de poderes necessários pa­
seria impossível numerar , tudo , tudo depende do en- ra as Augustas Funeções da Asseniblía ; bastando para
tbusiasmo, e confiança dos patriotas. Levemos pois quan­ autliorisaçáo a copia da Acta das suas Eleições.
to antes estas virtudes ao seu mais alto gráo ; não per­ 5. Se acontecer que hum C idadão seja aliimi mesmo
demos meio para consolidar este custoso edificio que te­ tempo eleito Deputado por duas, ou mais Províncias,
mos plantado, e mostremos por segunda x-ez á Europa preferirá a nomeação daqiiella onde tiver estabelecimen­
admirada que o Cidadão Hespanbol não titubca luim mo­ to , e domicilio. A Província privada procederá a nova
mento em sacrificar a sua vida, e seus bens quando se escolha.
trata de vingar a bonra , ou de fazer a felicidade da sua 9. As Camaras das Províncias darão aos respectivos
Patria. Rqiiitados instriicções sobre as necessidades, e mfelliora-
nientos das suas Províncias.
REIN O -U N ID O DE P O R T U G .^ L , P R a Z I L , )0. Nenhum Cidadão poderá escusar-se de acceitar a
E A LG ARV F.S. nomeação.
RiO áe Jan eiro 22 de Juaho^ t i . Quando estiverem reunidos cincoenta e lium De­
Fim das huirueções , a que se refere o R. Decreto de f putados , installar-se-ha a Assembléa. Os outros toma­
de Junho do corrente anuo , que manda convocar hu~ rão nelia assento á proporção que forem chegando.
ma Asíembléa Geral ^ Constituinte, e Legislativa pa~ C - AP I T UL O 5.®
ru 0 Reino do Urassl. (E que se acha na G . Univ. N, Das Eleições dos Deputados,
185 de 24 de Agosto.) 1. Os Eleitores das Freguezias tendo comsigo os seus
C a p i t u l o 4.° Diplomas, se ápTesentaráó á Autiioridade Civil mais gra­
Dos Deputados, duada do Districto (que lia de servir-lhes de Presidente
1. Os Deputados para a Assembléa Geral Constitum- ate á iiomeaçãp do que se ordena no § 4.° deste Capi­
te e Legislativa do Reino do Brasil não podem ser por tulo) para que este faça inscrever seus nomes, e Fregiie-
ora menos de cem. E potijue a necessidade da mais bre­ zias , a que pertencem , 110 Livro que ha de servir para
ve instalação da Assemblía obste a que s* espere por as Actas da próxima eleição dos Deputados ; marque-lhes
novos , e mais bem formados Censos, não devendo me­ o dia , e o local da reunião , , e faça intimar á Camara a
recer attenção por inexactos todos os que existem , este execução dos preparativos necessários.
numero cem será provisoriamente distribuído pelas Pro­ 2. No dia aprazade, reunidos os Eleitores presididos
vindas na seguinte proporção : pela dita Authoridade , depois de fazer-se a leitura do
Provinda Cis-Platina 2 Capitulo 4.'' e 5.“ , iiomcaráõ por acciamação hum Se­
R io Grande do Sul j cretario, e dois Escrutinadores, pari exaiiiiiiarem os Di­
S. Catharina 1 plomas dos E leitores, e aceusarem as faltas, que lhe.
S. Paulo • 9 achatem ; e assim mais huma Commissão de dois d’en­
JVlatto Grosso i tre elles, p.ira eximinarem as dos Diplomas do Secreta­
Goiaz 2 rio , e Escnitinadorcs, os quaes todos darão conta no dia
Minas Geraes 20 seguinte das suas informações.
R io de Janeiro S j. Logo depois começaráõ a fàzer por escrutínio se­
Capitania 1 creto , e por cédulas a nomeação do Presidente escolhi­
Pallia 15 do d’entre os Eleitores : e apurados por votos pelo Se­
Alagôas s cretario, e Escrutinadores, será publicado o que reunir a
Pernambuco >J pluralidade, do que se fará Acta , ou Term o formal com
Paraiba 5 as devidas explicações. Tomando o novo Presidente pos­
R io Grande do Norte 1 s e , o que será em acto suecessivo, letirat-se-lia o Col-
Siará s legio Eleitoral.
Piaulii I 4. No dia seguinte reunido e presidido o Collegio
Maranhão 4 E leitoral, darão as í omniissões conta do qiie acliárão
Pará ; nos Diplomas. Havendo duvidas sobre elles , (ou qual­
2. Para sir nomeado Deputado cumpre qite tenha, quer outro objcctri) serão decididas pelo Presidente, Se­
alem das qualidades exigidas para Eleitor no § 6. Capi­ cretario, Escrutinadores, e Eleitores; e a decisão hc ter­
tulo 2.” , as seguintes; ‘ ‘ Que seja natural do B rasil, ou minante. Acliando-se porém legaes, detigir-se-lia todo
de outra qualquer parte da Monarquia Portugiieza, com 0 Collegio á Igreja principal, onde se celebrará (pela
tanto que tenlia doze annos de residência no B ra s il; e maior Dignidade Ecciesiastica ) Missa solemne do Esniri-
______ 1-. J_ y»
Sendo estrangeiro, que tenha doze annos de estabeleci­ to Panto, t^ o
«.a» ^ Orador __ mais -
acreditado, (que nao se ‘ po-
[ 323 ]

derá escusar) fará hum Discurso analojo ás circiinslancias, Ö Sr. Secret.irio Pelgtiesras deo conta <to expediert"
sendo as despezas como no Artigo 6 do Capitulo j.“ t e , eni que se compteheiidia o seguinte: Hum officio
(. Terminada acerenicnia, tornaráó ao lugar do ajun­ do Governo pela Secretaria d’Estado dos Negocios do
tam ento, c repetindo-se a leitura dps Capítulos 4 .° e Reino com liunia Consulta do Senado da Camara de jo
5 “ , e feita a pergunta do § 4 Capitulo 2.®, procederão de Agosto ultimo com o requerimento junto dos donos
á Eleição dos Depurados, sendo ella feita por cédulas das Estancias do Caes do T o jo , da Boa Vista, em que
individuaes, assignadas pelo votante, e tantas veres re­ se qiieixão de serem constrangidos por algumas Resolu­
petidas , otiantos forem os Deputados, que deve dar a ções Regias a conduzirem para esta Cidade duas barcadas
Provincia ; publicando o Presidente o nome daquelle , de tojo por Inmia de pinho. Outro em que Sua Alages-
que obtiver a pluralidade, e formando o Secretario a tade manda renietter as Cortes a conta e mappa da Com-
necessana R elação, em que lançará o nome do eleito, missão de ínspecção do Terreiro Publico em resposta aos
e os votos que teve. quesitos, que de ordem do mesmo Sr. lhe forão feitos
6. Preenchido o numero , e verificadas pelo Collegio para servir de base ao calculo do abastecimento desta Ca­
Eleitoral as qualidades exigidas no § 2 do Capitulo 4.” ,
1
formará o Secretario o ermo da Eleição, e circunstan­
pital. Pelo mappa se conhece que a existência lie mut
diminuta , e que apenas chega para mer e m eio, sendo
cias , que a acompanharão : delle se extrahiráó duas co­ certo que as Províncias nada podem fornecer á excepção
pias, luima das quaes será rcinettida á Secretaria de Es­ do Alemtejo, que algum grão tem ; mas parece pela in­
tado dos Négocies do B ra s il, e Outra fechada e sellada formação que o Governo lia podido colher, que do ge-
á Camara da Capital , levando inclusa a Relação djs De­ iiero se perteiide fazer monopolio , havendo especulado­
putados , que sahitão eleitos naquelle Districto , com o res que tem comprado porções, que mui de proposito
numero dos vo to s, que teve , em frente do seu nome. guardão confiados 110 calculo do preço regulador, que
ííste Termo e Relação será assignada por todo o Colle­ apresenta o Terreiro. Este calculo lie feito entrando o
gio, e qne desde logo fica dissolvido. trigo arruinado , beoeficiuio e são , cada hum pelo seu
7. Recebidas pela Camara da Capital da Província to­ respectivo preço, de maneira que o termo medio na
das as remessas dos diflfcreiUes Districtos , marcará por ultima conta do T erreiro, qne foi levada á presença d»
Edítaes o dia e hora , em que procederá á apuração das Soberano Congresso era 60S ^ réis por alqueire; por es­
differentes nomeações: e nesse dia em presença dos ta forma diegaiia o preço do trigo bom a i:oco sem
Eleitores da Capital , dos homens bons, e do Povo, que o preço legulador chegasse a 800 réis, quando mes­
abrirá as cart.as , fazendo reconhecer pelos circunstantes, mo a existência fosse de 1:000 iiioios tão sómente. Não
que ellas estavão intactas, e apurando as Relações pelo eiitr,i em duvida que o calculo deve ser feito sobre o
niíthcdo já ordenado, publicará o seu Presidente aqüel- trigo são, e cm parfeilo estado, porque do contrario hc
le s , que maior numero de votos reunirem. A sorte de­ erroneo, e n.ío satisfaz ao espiiito da Lei ^ podendo pro­
cidirá os empates. duzir o resultado de huma falta repentina. A experieiicia
8. Depois de publicadas as Eleições, formados, e tem mostrado que as medidas adoptadas pelo Governo
exarados os necessários T erm o s, e Actas, .issignados pe­ não são sufficiciites pata faz.er afíluir os Cereaes á Capi­
la Camara e Eleitores da Capital, se dará huma copia a tal , e näo'obstaiit'- segundo a resolução do Soberano
cada hum dos Deputados, e remetter-se-ha outra á Se­ Congresso de 21 dc Agosto , ter-se rr.andado aos Cor­
cretaria de Estado dos Negócios do Brasil. regedores das Comarear convidar por edicaes os proprie­
9. O Livro das A ctas, e das R elações, e Officios tários a conduzir os seus generös ao T erreiro, offerecen-
recebidos dos differentes Districtos, serão emaçados con- do-se-llies o addiaiitameiito dáinetade em vez. do terço
junctamente , sobrepoudo-se-lhe o rotolo — Actas das lienhnm effeito tein produzido; por quanto os especula­
E'Ieiçôcs dos Deputados para a Assembica G e ral, Cons- dores estão 110 caso de offcrecerem semilhances e melho­
titu*inte , e Legislativa do Pveino do Brasil no anno de res vantagens aos proprietários, e ate preços subidos sem
1 Í 2 2 — e se guardará no Arquivo da Camara. os deixar depender de huma venda incerta, e morosa.
10. A Cam ara, os Deputados, os Eleitores, e cir­ Por outro lado tendo sido a colheita muito esteril, e
cunstantes, dirigit-se-lião á Igreja principal, onde se can­ não entrando em duvida que não póde cheg.it o pouco
tará solemne Tc Drum a expensas da mesma Camara. trigo que ha pata fornecimento do R e in o , e acliando-sc
Paço 19 de Junho de 1822. osé Bonifacio dç Andra* a estação muito adiantada, 0 próxima ao inverno cm
do 0 Silva. que pouco podem afíluir aS importações já por causa do
, I.îShO A i ; de Sftemlro^ tempo, c ja pelo gélo que obsta á navegação do N orte;
O dia 15 de Setembro, o mais memorável nos fas­ devendo o Governo prover a subsistência dos habitan­
tos de P o rtu g a l, pois nelle por dois inorlos celebramos tes ; e vi.sto que o preço do trigo nacional chega a 800
á liberdade da Patria , recuperada em 1808 contra a op- réis , não podendo servir de norma os outros preços
pressão estrangeira, e em 1820 contra a prepotência do por quanto na nota do Terreiro se vé que o preço de
‘ poder absoluto, foi festejado com o jubilo e fuiicções 480 para tiigo nacional he de huma partida de 200 nioios
púbicas do costume ; taes como brilhante Parada de to­ arruinado, e qia- o estruigeiró não está perfeito, vindo
das as tropas pela manhã na Praça do Commetcio e tuas a ser 0 preço medio determinado 110 § 14 da L e i, por
adjacentes, a que assistio S. Jrl. ; procissão da Cirlade ser o produeto dos tres termos de 78 0 , 800 e 820
em memória da Restauração; beijanião 110 Palacio da preços a que se vendem os Cereaes Nacionaes eni esta­
Beniposta ; illuminação geral , e divertimentos theatraes, do pei feito: julga o Governo de necessidide abrir opor­
tudo com a maior ordem e socego possível. to por 60 dias ao trigo estrangeiro, a fim de abastecer
No dia de lioiiteni 14 se assentou com grande sole- a Capital até á seguinte colheita , coiiciliando-se por es­
mnidade sobre o socalco a pedra angular do Monumento te modo a necessidade do abastecinietito com o favor
do Rocio em memória da Regeneração da Partia, adian­ da cultura do Baiz, e occorreiido-se ao abuso do meno-
do se as jaiiellas daquella praça armadas de damasco, e polio: submettenrio todavia esta medida á apptovação do
concorrendo in.numeravel povo a vér aqiielle solemne Soberano Congresso. — Passou á Comrnissáo dc Aotiail-
acro. A’ noite illuminãrão os liabitantes da dita praça, tura com a maior ingencia.
e vários outros moradores daquclles contornos a frente Outro incluindo liunia represeat.ição da Junta da
de suas casas.—• Por falta de espaço não damos as cir­ Administração Geral das vinhas do Alto Douro sobre o
cunstancias desta brilliante ftincção. requerimento do Padre Alanoci Joaquim Rodrigues Ricci
do lugar de Villa-vcrde , termo de Chaves, em que pe­
C O R T E S . ■ " Sessão do dia ] ^ de Sclemhro. 465^ de se lhe entreguem oito pipas de agua-ardente , que
Declarada aberta a Sewão ás boras do costume, lejo ha mais de dois annos tem depositadas nos armazéns da
a acta da precedente o Sr. Secretario Barroso Pereira , Companhia , e ser dispensado do direito de 20<^cco reis.
que foi apptovaila. Fez-se menção honrosa Ha felicitação que dirige aó
[ 83 i ]

O Titulo do Cantelho,
Soberano Con»resso a Caii'.ara Constitucional di Villa
Ao Doutor Fernando Luiz Pereira de Sousa Barra­
de Cizim bra, depois de ter sido installada segundo a
d as, Chancelier da Casa^da Suppiicaçáo ; ao Doutor Fer­
Lei novíssima. i i j nando Affonso Giraldes de Andrade, Governador das
Antonio Barão de Alascavantias, Consul Geral da
Nação Poniigueja em B risto l, offerece o resultado dos Justiças da R elação, e Casa do Porto. t
seus trabaIho°s e conlietinientos Consulares , offerecendo
Coatmendador Honorário da Ordesn de Christo,
limn Regimento para os Cônsules , de que ati agora se
O Presidente da Commissão Fiscal do P o rto , Fran­
achavão privados. Aproveita igualmente esta occasiao
para protestar a S Magestade o respeito, adiiesáo, e cisco José de Bartos Lima.
fidelidade ao Systenia Constitucional. — Foi recebida com
; I Consmendádor Honorário da Ordens de S, Beisto de Avtn,
agrado. , ■ i j O Brigadeiro, Diocleciano Leão Cabteira.
Joaquim Jo s é ‘D ias, i.° Escripturario , servindo de.
Contador da Junta da Fazenda dos Arsenaes do Exerci­
to , envia numero de exemplares do Balanço do Cofre Commendadores Honorários da Ordem da Torre e Espada'
Geral no mez de Agosto ultim o, os quaes forão distri­ O Marechal de Campo , Gaspar Teixeira de ftlaga-
Iháes e Lacerda ; o Marechal de Campo , Antonio de
buídos.
Passou ao Governo huma representação da Meza Lacerda Pinto da Silveira ; o Brigadeiro , Antonio Loho
dos Cinco de Junta da Divisão Eleitoral de liragaafa , Teiçheira de Barros de Barhoza ; o Brigadeiro, Sebastião
em que se queixa de alguns alvoroços, e assuadas , cau- Drago Valente de Btito Cabteira.
zadas por Manoel Joaquim Srdazar, Medico cm Mirandé-
CavatteiroS Supranumerários na Ordem de H, Senhora
la.
■ O Sr. Ferreira Jiorges disse que João Hatt Noble, do Conceição de Villa Viçoza,
Negociante Idgiez da praça Ao Po rto , e ha longo tempo O Governador de Bissáu , Joaquim Antonio de Mat­
seu amigo, c hüm dos mais inteiligentes que conhecia , tos.
vendo que a discussão do Projecto sobre a construcção de Victorino da Silva Moraes , Deputado da Junta da
N avios, e alivio de obstáculos de Matinba mercante po­ Fazenda da Cidade ; José Antonio de Abreu e V.iscon-
dia abranger materia relativa ao Registro do N avio, do­ cellos, Deputado da Junta da Fazenda da Cidade , Vicen­
cumentos'de seu bordo, e que rerervou tratar no Codi- te José Borges da Silveira, Deputado da Junta da Fazen­
go Marítimo, lhe envia este modelo, que tem a honra da da Cidade ; Francisco Lopes da S ilveira, Deputado da
de apresentar ao .Augusto Congresso para se depositar Junta da Fazenda da Cidade.
tia Commissão do Commercio, para em tempo opportti- José Ribeiro Braga, Membro da Commissão Fiscal
no ser attendido : passou a Commissão Especial da P^e- do Porto; Antonio Fernandes da Costa Pereira, Mem­
dacção do Decreto sobre a Marinha. bro da Commissão Fiscal do Porto; Florido Rodrigues
O Sr. Secretario de Atevedo fez a chamada, Pereira Ferraz, Membro da Commissão Fiscal do Porto.
e disse se achavão presentes lOi Srs. Deputados, e que João Ferreira Vianna, Secretario da mesma Corn-
faltavão y q , dos quaes jó tinb o licença motivada. m issão; José Pedro Cardoso da S ilv a ; José de Sousa P-
Ordeai do Dia : mentel de F aria; Tiburcio Joaquim Barreto F e io ; Josié
Ultima Revisão da Constituição, que fòi lida succesiva- Pereira tia Silva Leite de Berredo ; Luiz Martins da Cos­
mente pelos Srs. Borget Canteiro, T rigo io , e Guer­ ta ; Antonio ftlaria ; Antonio Bernardo dè Brito e Cunha ;
reiro , e approvada. Costodio José Barhoza Leão; Manoel Joaquim de Mene­
O Sr. Fernando Pinheiro por esta oceasiao fez hu- zes ; Antonio Barreto Pinto Feio.
ma representação, em que ponderava os motivos porque
não podia assigiiar aquella Constituição, a qual foi assi- Caválleiros Honorários na Ordom da Torre e Espada
gnada pelo Pr. Silva e Castro, e depois de ter a segun­ O Brigadeiro, Alanoel Pinto da Silveira; o Briga­
da leitura, passou á Commissão de Constituição, uniií- deiro, Manoel Luiz Corrêa ; o Brigadeiro , Francisco An­
do-se as procurações, que troiixerão das suas Províncias. tonio Alartins Pamplona ; o Coronel , Domingos Antonio
O Sr. Felgueirat deo conta de bum officio do Mi­ Gil de Figueiredo ; o Tenente Coronel, Alanoel Vaz
nistro dos Negocios do Reino acerca da apprehensâo de Pinto Guedes. "
4 barcos que conduzião cereaes para o Commissariado:
passou ã Commissão de Agricultura.
O Sr. Serfa Machado leo hüm Decreto de Inter­ A ’ mensorin do sotensn’ssimo dia 15 de Seiestsbro de 1820,
pretação ã Lei que impõe o direito de 4000 réis em ens seu segundo anniversario , no de 182a.
cada besta de sella. a
Os Srs. DontinÇos do ConceiçTta , e Cirne lerão fres Mil parabéns , Heróes da Palria amada ,
indicações sobre diversos objectos para a Província do Pi- Atumnos de Minerva, e de fllavórte,
aulii ; C ficarão para segunda leitura ). Com brio, duas vezCs tendes fórte
O Sr. Presidente deo para ()rdem do Dia Projci» Feito a Nação brilhar , desalgemada :
Cto sobre a Congrua dos Bispos , e levantou a Sessão á
1 hora. Vosso Saber, V alo r, Gloria extremada,
Hoje os povos celcbráo com transprirte ;
Os \ iz tyrannos vejão , qual o pórte
Artigo d'Officio. I>os Lusos, qiiet na penna, quer na espada!
Sua Nagestade , desejando solemnizar por todos os
modos possíveis o Fausto Dia 24 de Agosto ptoximo Se o Gama Egtegio abrio as portas d’ouro,
passado, por ser o em.que se celebra o Anniversatio d» Sa aos antigos Varões , jã tem coroado
Feliz Regeneração Bolhica da ftlonatquia , Houve por Sobre esmagadas I.iias sacro Louro ;
bem conferir, entre outras, as seguintes Mercês os Bes^-
soas abaixo mencionadas , que pela sua cooperação tanto Vós tendes feito mais , haveis quebrado
concorrerão para o desenvolvimento da mesma K egení- GriHióes, que nos prendião com desdouro ;
jacão , continuando a maior parte délias afazer acreditar, Lusa Constituição haveis formado.
« consolidar o Systema pela sua condiicta , zelo, e ser­
viços a bem da causa , em que a Nação se acha empe­ Dor Francisco Jo s é Pereira Pc'sa Fortuna,
nhada. A llerc; do 1 . “ Regimento de V. de A).

N A 1 .»1 P K l!l N S /, N A (' I O .N A l . ,


[ 9^ 7 1

N u m e r o 235. A îîno de 1822*

G ^ Z E T ^ U JV IE E R S ^ L <B

Q L iA R T A F E IR A 23 D E OUTUBRO,

f r a n ç a . g RX-b r e t a n h a .
Paris 29 Je Setembro, Londres 4 Je Outubro.
Recebemos neste instante hüm bulletim official da A Gazeta de Londres de Terçafeira passada annunã
Regeiicia de Seo d’ Vrgel^ que diz O seguinte; cia que o Rei houve por bem admíttir o Sr. Jo s é Fes—
nandes Thomas, em qualidade de C onsul Geral em Lon­
A: Regencia recebeo do General em Chefe (^Ereles')
em data de iS deste mez as noticias seguintes : A Divi­
dres , pelo R ei do ReinoaUiiido de P o rtu gal, B ra s il^
e Algarves,
são inimiga, composta dos Regimentos d’ Infanteria de idem 8.
linha, Ja e n , T o le d o , Ordens Militares, e F.stremadu- O R ei de Prussia passou por Strasburgo a jo d«
ra , qiie occupava a Villa de Benatare, foi batida , dis­ Setembro, propondb-se atravessar a Suissa para ir a V e- ,
persada , e perseguida em distarlcia de máis de quatro le» rona. Os Principes Frederico Guilherme L u iz , e Frede­
giias , pela valorosa Divisão Realista da K a va rra , forma­ rico Carlos Alexandre, seus filhos, seguem a mesma es­
da de parte do Batalhão de T alaru , de algumas Compa­ trada que S. M.
nhias do RegiiUento d’Jrogiio^ e dos Granadeiros do Ba­ Por noticias de Nova-York até 1 0 , e de Boston até
talhão do General. — A acqão começou ás 6 horas da 1 2 de Setembro consta que a febre amarella continuava
manhã, e durou até ás ; da tarde : o inimigo perdeo í seus estragos em Nova-York , e se tinha também mani-.
sua artilheria ; o campo da batalha, e grande e,\tensão festado em Savanah , e em Filadélfia.
de terrena em torno delle estão alastrados de mortos. Huma carta do Rio de Janeiro de 9 de Agosto dis
Fizemos considerável numero de prisioneiros, entre os que o Principe Real , tendo sabido que as tropas Portu­
quaes se achão dois Generaes e o Coronel General Ta- guesas que oceupavão Montevideo tinhão jurado não re­
iueiica j que commandava a Divisão. — Perdemos pouci conhecerem outra authoridade senão a do R ei e das Cor­
gente, mas temos a deplorar a perda do valoroso T e ­ te s, juntara o seu Conselho, e promulgara depois hunt
nente P in to , de Cavalleria. A derrota do inimigo seriã Decreto que diz, que todas as tropas Portugueias actual-
completa se tivéssemos mais cavalleria, e se fosse mais mente armadas contra sua authoridade serão consideradas
favoravcl a posição. A crueldade do inimigo , que ousou como inimigas do Estado, e ordena aos Brasileiros as
assassinar em presença dos nossos guerreiros hum solda­ tratetn como taes. Também dirigio huma exhortação ác
do que se tinha rendido, excitou o atdor das nossas tro­ tropas Brasileiras.
pas , a acção tornou-se mais sanguinOsa , e esta morte Idem I I .
foi o signal de liuma carga impetuosa, a que nada pode O Duque de 'Wellington chegou a Vienna a jO do
resistir, Setembro. A sua saude era melhor ; mas sangrou-se Ic-,
“ Gloria e honra aos intrépidos Realistas Hespanhoes gO que chegou.
que morrem pela causa do seu R ei , e peio livramento ftlr. 'Walters , Mensageiro do R ei , chegou Terçafei­
da Patria." ra ás onze horas da noite de Vienna, d’onde pattio n ®
Outra carta de Tolosa de 27 confirma a noticia aci­ 1.“ deste liiez ; e entregou na Secretaria dos Négocies
m a, e diz que se cantou em iS o Te Deum em Seo Je Estrangeiros officios do novo Marquez de Londonderry,
V rg e l, e que a victoria ganhada aos Constitucionaes foi Òs petiodicos de Paris de S dizem que no dia j i s
annunciada por liuma salva de 21 tiros de canhão, O 1 1 horas se executou a sentença de morte proferida con­
Exercito Realista era commandado pelo Barão d'Eroles. tra o General Berton. Morreo com serenidade, mas di­
Kuma carta de Baioiia confirma a derrota do Corpo zem que recusou pertinazmente os soccorros da Religião,
de Mina com perca de 80O prisioneiros. Elle concluc Dois dos seus co-réos , Sauge e jo g l in , forãc enviados ai
com estas palavras: “ Os Constitucionaes são batidos em Thouars, para alli serem executados. C affé matou-se al­
toda a parte. Viva o Exercito da F é !" gumas lioras antes da destinada ao seu supplicio: cor­
IJem 4. tou a atteria crural com hum canivete , e expirou eilí
Recebemos por via extraordinária noticias de Vien­ consequência de huma hemorragia. Dizem qUe commet-
na He 27 de Setembro. — Parece que a abertura doCon- téo este acto em presença de dois gendarmas que 0 guar-
gresso de Verona se fará a 18 de Outubro, e que se fe­ davão, u
chará a 5 de Novembro. — O Irnperador da Russia terá Hum Navio Francez que chegou áe Pernambuco ^
voltado a Petcrsbwgo a 25 de Dezembro. trouxe cartas daquelle porto ate 18 de Agosto. A Cor­
A. situação da Hespanha parece fixar particularmen­ veta Ingleza o Plieasant (0 Faivão') tinha alli chegado
te a attcnção dos Soberanas. Reina unanime accordo a da Bahta , d’onde tinha partido a 1 0 , e tinha annuricia-
este respeito entre os Gabinetes ; mas só em Verona lic do , que a Expedição de Lisboa, e a do Rio de Jtn eiro
que SC hão de adopter as medidas que devem reconduzir tinhão chegado ao porto da Bahiss no meSmo dia, etn
a cedem e o socego áquelle paiz. 6. O atnjamcnto ou expedição de Portugal compunha-
[ 948 ]
Sï 8a Fragita Cahjpio e 4 transportes, tendo a bordo Art. 7.® Ficão abrogadas qu.iesquer disposições em
600 de f topas, que desembarcarão. A Esquadra do Ri* contrario, etc.
cotnpunha-se da Fragata União, 2 Corvetas, e i Brigue. O Sr. Ferreira Borges disse que na meta se adia­
Quando as duas frotas se achavão em frente , vtrâo-se ir va hum. parecer da Commissão de Fazenda sobre huma
lanchas frequentemente de’ huma à outra dois dias a fio, indicação do Sr. Domingos da Conceição ácerca de se dar
mas Í sahida do Phcatant ainda se ignorava O fim e o livre huma porção de anil para a Fabrica de I.ençaria do
resultado desta commiinicaçáo. Campo Pequeno; que por ser matéria connexa com o
LlSB O A 22 dt Oatuhro. D ecreto, que se ac.sba de vencer , deveria entrar em
Recebírão-se hontem folhas de Londres atc i i do discussão ; pois que o Conselho da Fazenda negou a en­
corrente , de que acima damos extrahidas algurnas no­ trada em consequência de ser anil de Guatemala, Sendo
ticias. lido o patecer, couclue desta maneira:
“ Para pór termo pois de huma vez a similhante
incerteza , a Commissão lie de opinião que aos Fabrican­
tes se dd livre de direitos o anil actualmente alfandcga-
(’ O R T E S. — Sessão extraordinário do dia 2i d’Outubro, do , o qual impottárão na fé da isempção, que a pratica
constante authorisava, e a Lei na sua letra não prohi-
O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão ãs 6 ho­ bia , e que a esse fim se espeça a competente ordem ;
ras da tarde ; e logo o Sr. Secretario Basitio Alberto leo que porém de futuro se legisle sobre as matérias primas
o Projecto do Decreto para a nova organisação da Ad­ da maneira seguiiite :
ministração da Marinha Nacional, principiando pelo ar­ “ Que são isemptos de direitos e impostos recebi­
tigo 8." até I j.“ (inseridos na Gazeta Universal N. 2 j j , dos por entrada nas Alfândegas aquelles instrumentos,
de Segundafeira 2 1 ) , . os quaes forão approvados. drogas, e matérias primas, efue sendo necessárias às Fa­
O Sr. Vasconcellos offereceo a seguinte indicação: bricas do R e in o , e não se podendo supprír com outras
“ Proponho que em quanto se conservarem os actuaes da mesma especie produzidas nelle , ou por não serem
Ajudantes do Inspector, continuem a receber o mesmo iguaes em bondade , ou por não serem sufficientes em
que até agora tecebião em consequência de exercerem os quantidade, forem mandados vir de fóra do Reino.
sobreditos empregos.’* Sendo admittida á discussão, foi “ Que se exceptua unica e restrictamente o direito
tegeitada. de t por cento de fragatas, que os referidos generös pa­
O Sr. Secretario Soares de Azevedo leo o seguinte garão por entrada.
Projecto do Decreto para animar as Fabricas do Cortu* “ Que d Junta do Commercio encarregada pelo §
nie , que foi approvado : J . ° do Alvará de 28 de Abril de 1809 do exam e, e
As C ortes, etcj desejando favorecer, e animar as averiguações a este fim necessárias , fica tocando privati-
'FabficM de Cortumes , e reduzir a hum estado fixo , e vainente a verificação acima ordenada, respondendo por
iovqriavel o pagamento dos direitos , e impostos sobre qualquer inexactidão."
suas manufacturas, os quaes actualmente fluctuão segun­ Depois de breves reflexões foi approvado em quan­
do a vontade, e inteUigencia dos Exactores, Decretâo to á expedição da ordem para entrega do anil sem direi­
o, seguinte, tos actualmente na Aifandega ; e em quanto ao Projecto
Artigo I..® São isemptos de todos os direitos, e de Lei que se imprima pata entrar em discussão, com
impostos recebidos por entrada nas Altandegas aquelles declaração que aquella providencia se deve extender a
igstrumentoa, drogaj, e matérias primas, que sendo ne* todo o anil que se importar em quanto se não di.scutir,
cexsariqs ás Fabricas de Cortumes do R e in o , e não se e approvar o novo Projecto de Lei.
podendo suppr.ir com outras da mesma especie produ­ O Sr. Franzini da parte da Commissão de Estadis-
zidas iielle , qper por não serem iguaes em bondade, tica apresentou a nova estadistica para a jurisdicção das
quer por não serem spfficientes ei» quantidade , forem novas Relações Provinciaes, que se mandou para a Com-
mandadas vir de fóra do Reino. Exceptua-se unica e niissão Especial.
restrictamente o direito de ) por 100 de Fragatas , que O Sr. Soares de Azevedo fez as seguintes segundas
sempre, se pagara, e o qual se continuíirã a pagar. leituras: l .” Projecto do Sr. Barão de Molellos para a
Art. 2," Tqda a compra de coitrama verde , e de nova .organisação. de Caudelarias; passou a Commissão de
pelles em cabello da terra, lie obrigada a pagamento de Agricultura : z.^ da Commissão Militar abolindo us Cade­
Siza nas terras aonde se costuma pagar; dcrtogando-se t e s , e propondo certos meios para os substituir: j . ” da
todos e.quaesquer privilégios concedidos a algumas F a ­ Commissão de Marinha para substituir na mesma fúrnia
bricas. os Guarda-marinhas.
Art. j.® Os couros, e pelles curtidas nas Fabri­ O Sr. Ferreira Borges offereceo huma indicação em
cas Nacionaes, seja qualquer que for a sua natureza, que requeria, que sem dependencia do Decreto , que se
Sftáo isemptas de todos os direitos de saliida. acabava de approvar, a respeito das Fabricas de Cortu-
, Art. 4.* Os couros , e pelles corridas nas Fabri­ m es, se espeça ordem immediatamente para abolir o
cas Nacionaes, seja qualquer que for a sua natureza, privilegio, de que goza a proprietária da fabrica de Po­
pagarãõ por uuico imposto de consumo j por 10 0 , sus­ vos. Approvada.
citados no Alvará, de 7 de Março de 1801 , e Decreto O Sr. Secretario Soares de Azevedo fez a segunda
de 11 de Maio de 1804. Fica expressamente abolido o leitura dos Projectos de Decreto do Sr. Soares Franca :
clireito , que a titulo de lavagem se percebia. i . ° pata a creação de huma nova Ordem denominada
Art. 5.° Todas as fianças prestadas por Fabrican­ dos =: Benemeritos “ ; foi regeitado : 2.° para que os Es­
tes nas Alfândegas grande do A.ssucar, e Sete Casas, tudantes Medicos sejão dispensados do terceiro anno Ma-
ou em qu .esquer outras do Reino de Portugal e A l­ thernaiico; mandou-se imprimir: j.“ propondo o preço
garve , sobre direitas excedentes aos especificados no regulador para a importação do azeite ; passou ã Com-
pre.sente Decreto , lição sem effeito. niissáo de Agricultura: os seguintes do Sr. Serpa M a­
Art. 6.“ Os Fabricantes serão obrigados , como chado: 1.“ pata que se appiiquem alguns benefícios para
atc agora o tem si.Io, a munir-se de Provisões para augmentarem as rendas da Universidade de Coimbra mui­
verificar a isempção concedida, pelo presente Decreto, to diminuídas pela Lei dos Foraes : 2.° propondo certas
expedidas pela Junta do Commercio , sem dependencii reformas e creação de Cadeiras no Collegio das AticS
de mais algum despacho do t;onselho da Fazenda. A da mesma Universidade: forão admittidos ã discussão.
Junta doCommercio lie responsável pela inexactidáo dos O Sr. Presidente levantou a Sessão ás 9 horas.
exam es; e averiguações determinad.is no § i.® do A l­
vará de 28 de Abril de 18 0 9 , e no § i.° deste De­
creto.
[ 1Ó55 ]
y
N umero 262. Anno de 1822í

G M K T ^ U J¥ lV E R S ,à L .
SEGUNDA F E IR A 2õ D E NOVEM BRO.

R EIN O -U N ID O DE P O R T U G A L , B R a S I L , absoluta do Reino do B ra s il, he ao Estado Cis-platlni


E A L G A R V E S. a quem compete decidir de sua sorte , e fixar seus futu­
Ria de Janeiro lO de jdgosto. ros destinos.
Notifias de Mejateyideo^^ Finalmente que o Sindico Geral do Estado protesta
ni A N 1 F E s T O. da maneira a mais solemne, que em qu.into conservât
O Sindico Geral deste Estado a todos os PovoS, os Poderes de seus Povos, jamais consintirà que sejão
atacados seus direitos politicos e civis, nem violadas as
ara prevenir as influencias das calumnias e alarmas Bases do Pacto de incorporação , nem perturbada a or­
conspiradoras e sediciosas, que escandalosamente se im­ dem publica. Montevideo i ; de Julho de lüaa.
primirão em o N.° do Periódico intitulado cx Pacifieo Thomas Garcia de Zuniga.
Oriental ^ des'er o Sindico Procmador G e­
ral deste Estado manifestar a todos os Povos. Jllustrissimo e E xc. Sr, Barao da Lágunà.
I Que julgando do primeiro interesse desta Provinda Tendo a responder e satisfazer ao Officio de 50 do
promover a saucçáo de sua incorporação ao Reino-Unido mez passado, que acompanha a Proclamação de 28 do
de Portuga! , Tirasil, e Âtgarves sobre as Bases accor- mesmo mez, feita por V. Excellencia e Conselho Mili­
dadas para evitar os perigos da demora, e as contingên­ ta r, vou satisfazer pela maneira seguinte.
cias da incerteza em uso das faculdades iniierentes ao Sin­ Depois que ao meu conhecimento chegou o parecer
dicato G e ia l, que lhe confiou o Congresso Extraordiná­ da Commissáo Especial dos Megocios Politicos do Brasil
rio, e em desempenho de seus encargos propor em Jun­ datado em 18 de Março de 1 8 2 2 , jámais duvidei que se
ta superior da Real Fazenda, com assistência dos Excel- salvasse a integridade política da Monarquia Portugtieza ,
lentissimos Senhores Barão da Laguna , Presidente, e tanto porque neste Documento se reconhece a franqueza
Governador Chefe Politico deste Estado, a necessidade e lealdade do procedimento de S. rí. o Principe Real da
de enviar hum Deputado a EIRei e ás Cortes Geraes Reiuo-Vnido, e alii mesmo se declara “ Que o Congres-
Constituintes da Monarquia com o interessante objecto “ s o , huma vez salvo o principio essencial da união,
de concluir huma decisão solemne sobre tão importante “ não disputará sobre a concessão de tudo que convenha
assumpto ; e que unanimemente apptovada esta medida “ ao Brasil para sua melhor e mais prompts administra-
se nomeou para esta commissáo ao Sr. D. Lucas Jo s é “ ção interna.” Como porque eu sabia que não era no­
Obes, a quem o Sindico Geral auchorisasse com seus vo que dois Estados Soberanos podião ser sugeitos ao
poderes, e instrucçóes. mesmo Principe, sem alguma dependencia hum de ou­
Que tendo arribado ao Porto do Rio de Janeiro a tro, conservando cada hum todos os seus direitos de Na­
Corveta General Lecor, que conduzia ao Deputado, se ção livre e Soberana ; tal he o que acontece com EIRei
lhe ordenou da parte de S. A. o Principe Real do R ei- da Prussia , que he Principe de Neujfchate! em Suisse y
no-Unido e Regente do B rasil, que suspendesse a via­ Província separada de seus outros Estados , de tal sortea
gem a Lisboa, e passasse a conferenciar com o Senhor que Estados Soberanos e independentes podem-se unir
Ministro Secretario d’ Estado sobre o assumpto de sua por huma confederação, sem cessar jámais de cada hum
commissáo para que S. A . R . o resolvesse em virtude delles ser hum Estado perfeito ; taes trão em outro tem­
de seus Poderes. po as Cidades da Grécia , taes eráo as Provincias Unidas
Que informado o Sindico Geral deste successo pe­ dos Paizes-Baixos, e tal he o Corpo Helvético. E d’on­
las communicações de seu delegado, o authnrisou para de se quer deduzir que S. A. R . o Herdeiro do Throno
desempenhar sua commissáo naquella Corte. Portuguez , quer a separação de huma Monarquia que hal
Que manifestando S. A. o Principe Real do Reino- mais de joo annos he Regida em inteiro por seus Au­
Unido e Regente do Brasil, em todos os seus Decretos gustos Ascendentes ? Será por ventura mais vantajoso e
e Proclamações, a mais firme e solemne resolução de grande Reinar só no Reino do B rasil, e não em todo »
conservar a Unidadade da Monarquia . em o que Elle he Reino-Unido? Ha por acaso quem dispute a successão a
o primeiro interessado, como iminediato Successor da S. A. R , ao Reino de P o rtu gal, e que elle se conten­
Coroa ; e constando das representações dos Deputados te só com o Hei.no do Brasil} Quem perde mais nesta
das Provincias do Brasil que o voto geral dos Povos se separação? Ser.á S. A. R . , ou nós os particulares? Qual
dirige a conservar sempre a unidade sobre bases honro­ será mais natural ao coracão de hum Príncipe, querer
sas , não ha fundamento nem motivo para propúr nem Imperar em huma Nação grande e forte , ou em huma
promover innovaçóes perigosas, que poderiâo compro- Nação dividida, e por isso mais pequena e menos for­
metter a dignidade do Principe, o decoto das Provincias te ? E porque se ha de querer negar estes nobres senti­
do B ra sil, e a tranquillidade deste Estado. Que quando mentos a S. A. R . ? Esperemos pois com constância o
chegasse u caso, não esperado, de huma eniancipaç.ão desenvolvimento final do nosso F.stado Politico de União,
[ 1056
3 ^
e nao nos aventíiremos a temerários discursos, e pensa­ ufania , pOr ver que as minhas desalinhadas regras íhe
res, e a publicar , já com injustiça , que o Herdeiro do merecerão taes demonstrações de honra , e de benevo­
Throoo Poriüguez não conhece os seus interesses, apre­ lência , e acho-mc em divida tanto para com V , - . co­
ciando mais a parte que o todo, depois de tantos sacri­ mo para com os dignos Lusitanos seus admiradores, de
fícios por elle feitos, e reconhecidos para salvar a inte­ algumas ilhistrações ou explanações do que tenho dito
gridade da Monarquia. em seu abono.
O Povo Entiâo Cis~pljtino foi posto em wia per­ Mais dc hnma vez tentei substituir o nome do Poe­
feita liberdade, em a qual ainda o considero como Esta­ ma Oriente ao ác^M editoçthf ^ para ser aquelle , c não
do Independente para poder escolher o governo que lhe este o ponto de controvérsia proposto aos bo]\s coniic-
aprmivcssc, e unir-se áquelle que lhe conviesse, e he cedores de que abunda este Reino. i»ó a idca de tratar
sabido que o direito das gentes admiete que hum Estado o mesmo assumpto de Canwes , he , na ordem litleraria,
menos poderoso se alie a hum mais .poderoso, sem com hüma empreza mui similhante á do Goma quando este se
tudo perder nada da Soberania ; as condições desta allian- propoz descubrir a nova estrada para os reinos do Oriei'-
ça podem variar ao infinito, e conservando o Aíliado in­ tc. Quem seria cqpaz de se medir com bum .lival tào
ferior 0 direito de se governar a si mesmo , he sempre acredirado , e a quem todas as Nações cuUas da Europa
hum Estado Independente. Se esta he a sorte do Esta­ tem assígnado hum throno junto a Homero^ e a V irgi-
do Ch~platino ^ se elle he que nomeou o Doutor Qbes tio } Quem não desmaiaria de escolher o mesmo sugeito
para ir negociar ou tratar de ultimar a sua união políti­ de hum Poema, cujas ocUções em linguagem não tem
ca com 0 Reino-Unido, e elle tem excedido ou faltado numero : e que se ha traduzido em linguas vivas e mor­
aos seus poderes, slo os Vovoi Cis^phtinos^ ou seus R e ­ tas , chegando a contar nada menos, que tres latinas?
presentantes quem devem tomar-lhe conta, e approvar Quem ousou até agora compôr outra UUada , e outr.i
ou reprovar o seu comportamento, porque só elles são Eneida ? He pois claríssimo que a empreza foi de gigai.-
os por elle representados , pois que em hum Systema le ; .e a idòa anticipada de qiic o nosso^wmãtz lumca po­
Constitucional liberal he só depois de ouvida e expressa­ dería ser igualado, enipeceo muito a boa acceitação do
da a vontade dos Povos por elles ou pelos seus Repre­ novo Poema. Fosse agora possive! desfazer certos pres­
sentantes legítimos, que se deve obrar ; c eis-ahi por­ tígios que cereão o Poema antigo, c fazellos ccevos! . .
que eu observo no Congresso Soberano, onde se tratâ.o póde ser que o Oriente se risse cortejado dc tantos ou
os negocios políticos do Brasil^ que muitos dos seus ij- mais admiradores, que os Lusíadas. São por certo dito­
lustres Alembros jem xíemorado seus pareceres para co­ sos os primeiros que ajudados de talento proprio ence-
nhecerem se o que apparece he a vontade dos Povos, tão a CatreJrn de Epopéa , em qualquer nação que seja ,
ou de partido , e muito mais circunspecção deve haver e 0 mérito da originalidade in\prime tal consideraç r>
em negocios políticos de hum Estado que jámai? foi par­ nest.as primeiras obras, que nunca mais póde morrer ou
te da Nação Portugueza, ejue está-em sua perfeita c ple­ ainda ter mingoa esse enthusiasmo que ellas souberão
na liberdade, e sem ter até agora contrahido direito per­ inspirar, e que , 'tornando-se Inima especie de escudo ,
feito nem para com parte , nem para com toda a Nação as preserva aié dos bem fundados reparos da mais judi-
Portugueza : todo o procedimento que a força armada , cíosa critica.
que por sua natureza he obediente, tomasse em taes ne­ Conheço perfeitamente >que não basta emprehender,
gocios políticos , cin que houvesse a menor coacçáo , tu­ e que esta nova direcção , para assim o dircr do carro
do era nuHo, em vez dc ser proveitoso, e eu chamo em das Musas , se desse em outras mãos nos faria lembrar
meu abono o artigo ^6 da 2." sessão das Eases da nossa do precipício de Faeionie ; mas poderia eila caliir em
Constituição PoJitíca , onde está marcada a maneira de outras mãos que mais destras, e vigorosas fossem? Que
fmpregar esta força, c por quem ha de ser empregada. tem que dizer 0$ Aristarcos^ ou antes Zr/Vr/ aos ináoses*
Eínalm ente, quem sabe se as disposições que S. A. R . tosos atavios com que a R ehgiáo e Filosofia de máos djd.n
quer tomar, ou tem tomado sobre os negocios politicos embellezáfão o Poema do Oriente ? Usou por sentur.^
deste Estado não serão effcito de alguma com­ Camões destes poderosos ♦ subsídios com igual fojtim a?
binação política entre as Cortes, E lR e i, e S. A. R . ? Elle os te v e , porém não fez boa applicaçáo do ptimei-
O Povo nein sempre conhece os meiOs com que os Es­ ro , nem fez do segundo aquelle uso que convinha^ e
tados se engrandecem. que mal se podería esperar do seu século. A Ccnsurm
Do que tenho exposto, he minha opinião, que es­ dos Litsiados he buma verdadeira exposição das causae
tando todos 05 negocios politicos da Monarquia Portugue- que mf)\crão hnni Poriuguez amante da gloria nacional
zi entregues á sabedoria do Congresso Geral da Nação, a cngr.indecer de novo a no%ssí JoÇanha por exceliencla^
se espere pela sua decisão final, e que nada se pratique, que lhe parecia demandar, como alta que e ra , novos
nem determine que offetida a integridade da Nação , e c mais harmoniosos cânticos. Em que se oíTendeo poi*
pareça anti-constitucional, arbitiario, violento, nem nos o credito nacional? Quereremos talvez sifppor que o
çntromcttamos em decidir negocios que só são proprios nosso Camões tivesse o dom de infallivcl ? Por rentiiri
do Poder Supremo ; c eu rogo ao Illustrissinio e Excel- fi.xou elle as ultimas balizas do talento épico, e não se­
ientissimo Sr. Barão da ^ como Chefe superior rá dado a outro mortal nascido nestes reinos ser tanto
desta Província que rigorosamente faça prevenir e evi­ ou mais do que elle foi ?
tar escritos ou expreçoes que pareçlo envolver o menor Já vé por estes ligeiros traços que eu podia susten­
desprezo , ou a menor consideraçTo para com Portugue- tar a merecida reputação do Oriente^ como porem seria
zes de qualquer Hemisferjo, pois com isto se não enfra­ necessário que se travassem muitos combates parciaes ,
quece , ou abate o adversário (quando o h a ) , antes se antes que se procedesse á escalada, ou sedésse o ataqu9
o adverte e estimula a odio , e se o industria a defeza ; geral á praça , achei que era mais conveniente recolher-
e a historia nos apresenta exemplos fatacs aos Estados, me a outra não menos forte , c onde sem estorvos maio­
M entevidío ) de Julho de iJÍ22, res e sem cuidado na defensa de obras externas , podes-
O Desembargador Auditor, e Intendente de Vive­ se aguardar os sitiadores a pé quedo, e rechassa-los só
res da Divisão de Voluntários Reaes de EIR cj. pelas vantagens da minha posição. T al se uie antolhou o
Antônio Gerardo Curoda de MenCzes, Poema escolhido para o desafio, pois vi nunca leve ou­
tro em Portugal^ e que mercceria entre nós as mesmai
L I S B O Â 2^ de Novembro. do Diisaio sobre o honiom ( cuja vastidão excede a tantos
respeitos) se houvesse por cá Addissom favorecedores
O VETERANO , dat Letras e das Musas.
Ao M* R. P. Jo s é Agostinho de Macedo, Quando apparccer esseí?n>/?<e mais correcto e aper­
A estas horas já tem lido na Gazeta Universal o feiçoado , não me esquivarei de outro combate ; porérn
meu sobrenome de seu Defensor, que tomei com assaz deixe nos ficar em pé o Cartel já annunciado ao publico,

I/

k
{ 105/ ]
c çali>a c)ire eí? pndería escolher indjfferenterrentc e sem tobusteis, eu me lembro agora, e mui seriairente de
recefo, para o mesmo fim quajquer das suas obras maio­ que , verificado que fosse o seu desterro poderia aindi
re s ......... e até das m e n o r e s ,,.,. Dado o caso que se servir-lhe de amanuense em a Capital do Império Eritan-
deitassem sortes , e me sahísse a Historia des peteadas n»co, . . e só esto Jcnibrança pôde suavisar o amargo dgç
do T/iéííiro , acolhia-me a este Castello de Burgos , e reflèxões que inspirou a sua carta ao seu amigo — O
nem todo o exercito dos sábios da Peninsula teria forças Veterano*
para me fazerem render.
Acabo de chamar a certas obras siias — menoíes —*
em ra75o de conçrarern de menos folhas impressas, do PEQAS OFFICIAES.
que os nunca assãs louvados Poemas do Oriente e da Me* Carta Lei.
ditação. Hem pefcuenos em volume são o JVewton ^ e o ** Dom Jo ã o por graça de Deos, e pela Constitui­
Novo Argonotito : mas qn- aformnsentado ficou debai­ ção da Monarquia , Rei do Reino-Unido de Portuga/^
xo dos tcf,ui's verdadeiramente sublimes do seu phicel, Brusil^ e A igorvcj , d'aquem , c d’alcm Mar em À Jn e a
hum sujeito qual Jie o primeiro , que faz época na His­ etc. Faço .saber a tòdos os meus súbditos que as Cortes
1
toria dos progressos do espirito humano H Que remon­ Decretàião o seguinte:
tada ficou a materia do segundo, e que doce calor não “ As Cortes Geraes, I xtraordinarias e Constituintes
deve lavrar em todo o peito Lusitano, ao ver como se da Naçá« Portugueza , tomando em consideração o que
j.nmortalisa a nossa lealdade, e como de torça «>os trans­ lhes foi representado pelo Juiz do Povo de hisboa^ e
portamos a esses dias saudosos em que as obser’»'ações Ca'ta dos Vinte c qUatro, Decretão proviaionalmente ,
feit.is em Sogres^ como de antemão gÍ7avão o caminho, pile a^siiri os Piocmadores dos Misteres , como os mais
que deverião seguir os descobridores da . Mas inen.hros da Casn dos Vinte e quatro continuem a ser
para que vOu tão longe? Nâo tem a própria carta, a providos na forma das L eis, e estilo actual, não só em
que vou respondendo, hnrna exuberantissima prova do Lisboa^ mas tan.bcm nas outras Uerras do R e in o , aon­
a d a g io ... Pelo dedo se conhece o gigante?. . Ka ver- de lia taes Officios , subsistindo as suas attribuiçoes em
ios alheios em hums das paginas, e versos proprios na tudo o que não contravier o Systems Constitucional. Pa­
seguinte. Nf«tes , como que se vc a transfiguração de ço das Cortes em \inte e seis de Outubro de mil oito­
"Rofoel \ naqurUes porém huma destas carantonh.*)$, cu centos e vinte e dois.
ligurões que as crianças pintão , t só outras qtre taes as Por tanto Mando a todas as Autboridades a quent
cstimão. o conhecimento , e execução do referido Decreto per­
Quem não Imivará o enchnsiasmo qoe fessumbra de tencer , que o cumprão e eücecutem táo inteiramenre
toda 3 Dedicatória, em a qual sob as apparcncias de se Como nelle se contém, O Secretario de Estado dos Ne-
invocar o auxílio estrangeiro , mais forteinente se in- gotios do Reino o faça impriniir, publicar, e correr.
culca 0 merecimento nacional ? O interesse do Poema , Dada no Palacio de Queluz aos trinta e hum de Outubro
ligado essencialmente com os maiores interesses da hoje dc mil Oitocentos é vinte e dois, = EíR ei com Guarda rs
Rainha dos mares ! 'Lembrar-lhe que as descobertas Lusi­ VUippe Berreiru de Araujo e CosttO,
tanas são hoje o pedestal de sua grandeza e opulência ,
e que o sceptro dos. niares já foi empunhado , e largos C arta de L e I. »
knnos, por mãos Portugttezas ! ! ! Que sublime conceito , “ Dom João por Graça de Deos, e pela Constitui­
não menos digno de quem o formou , que da grande na­ ção da Monarquia, R ei do Reino-Unido de JorU igof^
ção a quem se endereça o Poema’ ! Sendo ella , como Brasii y e Jig o rv e s y d’aquem, e d’alcm .Mar cm
realmente he , generosa e sempre benigna acolliedora etc. Faça saber a todos os meus súbditos que as Cortes
dos hoínens benemeritos, ou fallando mais axactamente, Decretarão 0 seguinte :
sendo para ella o infortúnio a melhor, e mais vfficaz “ As Cortes G eraes, Exlracrdinarias e Constituintesf
de todas as recommendações , a ponto de olhar como da Nação Poriugiieza , attende.ico ao que lhes foi repre­
artigo tundamental do seu procedimento com os estrangei­ sentado pela Junta Provisional de Governo da Previnei*
ros , que se acoMiern ás suas praias, o conhecido verso do Grão Porá , e moradores da Cidade de Eania Maris
de Mr, de ljáJ'onloÍne, de Beicoí : Decretão que o largo do Palacio daqnella Ci­
Bt e’est etre innocent^ ijne d\’ire molheurctix • dade se denomines: Pmça da Constituição ::z c que nel-
■ quefn duvida qúe ella receberá com os braços abertos o la se po'sa eiigir por meio de Subsciipçãa voluntarf*
À* do poema Ncvíc/i ? mas perinítfa-rne desafogar hum ' htim monumento ao fausto dia primeiro de Janeiro de
pouco a viva mágoa, que nie repassou o coração ao Icr inii oitocentos e vinte hum, em que alli foi proclarrada s
os fataes annuncios do seu proximo , e voluntário des­ Constituição Política, que fizessem as Cortes reunidas
t e r r o . . . . . Eu proprio , que lhe aconselhei a nobre vin­ em Lisboa. Paço das Cortes em vinte e nove de Outu^
gança que tomárão osiScipiães e os Magathãesy estreme­ bro de nii) oitocentos e vinte c dois.
ço de 3 chegar ,a ver executada. $ei o que perdem .is Pôr tamlo Mando a todas as Autboridades a quem ®!
letras, e o que perde a Santa Religião, que professa­ conhecimento , e execução do referido Decreto pertencer,
mos. Toda esta Capita) sentiría amargamente ver emu­ que o cumprão, e executem tão inteiramente como nel^
decida a tromheta Evangélica de que tantas e tão sabias le se contém. Dada no Pjlacio de Queluz em trinta e
instrucçóes religiosas e políticas recebera, a pomo de Inim de Outubro de mil oitocentos e vinte e dois. ^ EM
não invejar o que dizem os historiadores de Luiz 14 so­ R ei cOni Gu.irda FUippe Ferreiro dc Araújo e Casiro»\
bre a afrluencta dos ouvintes que a enxames corrião para
as Igrejas, onde finhão de pregar, ora hum Bossuet^ C arta de Lei.
ora hum Bourdalonc ^ Ora lium Massitlon. Dom João pôr Graça dc D eos, e pela Constituição
Que insolente c audáz se tornaria esse punhado de da Monarquia, R ei do Reino-Uhido de Portugal^ Bra-*
infelizes que mofão, e escarnecem de indo o que nós sU , e Algorvcs , d’aquem e d’alcm Mar em Africa , etc«
mais respeitamos, logo que souberem da sua retirada!!! Fiço saber a todos os meus súbditos que as Cortes De-
O sen nome os contem , a sua presença os intimida , 3 cretárão o seguinte :
sua pt*na os fu lm in a ... Como sabio, pertence i Patria As Cortes Geraes, E>:traordinari.as e Constituintes da
<jue o creou , por mais ingrata que ella tenha sido para Nação Portugueza , attendendo á necessidade de concen­
quem lhe dá tanta gloria. Como Professor do Christia- trar a administração da Armada Nacional , Decretão o
nismo, e tão provido de annos da eloquência e da verdade seguinte :
para o sustentar, deve-se à causa de R e lig iã o .,., Em 1. Ficão exfinclos os Tribunaes do Conselho do
vez dessa resenha, ou analyse dos seus innumeraveis Almirantado , e da Junta da Fazenda da Marinha.
escritos , que V .- .• me propõe, e de que mui gosto­ 2, Dentre os Officiaes que não forem de patent«
samente me incumbira $e meus hombros fossem mail inferiot s dc Capitão de Alar e Guerra, será nomeado
lium^Tajor General da Armada, ao qiwl competirá nao -por ao Governo por meio-do Major General os indivl*
so toda a authoridade m ilitar, que exercia o Conselho dos que devem oceupar os lugares, que vagarem naquel-
do Almirantado, mas também a inspecção geral de tu­ le estabelecimento, ou quaesquer outras alterações no
do quanto diz respeito ao pessoal e material da Marinha, pessoal, que até ao presente pettenciáo á Junta da Fa­
debaixo das ordens immcdraias do Secretario de Estado zenda.
Assim o Major General , como o Inspector,
desta Repartição.
3. Os Militares da Armada Nacional contimrarâõ a vencetáó alem do soldo de terra da sua patente, a gra­
ser julgados em Conselhos de Guerra nos termos do re­ tificação annual de hum conto e seiscentos mil réis,
gulam ento, sendo o juizo publico até a sentença. 9. O Major General, e o Inspector do Arsenal,
4. Os Conselhos de Guerra que até agora subiáo terão cada hum dois Ajudantes ás suas ordens, os quaes
ao Supremo Conselho de Ju stiça, composto dos Conse­ serão nomeados, e despedidos a arbítrio de seus ie.»pe-
lheiros do Almirantado, e de Juites togados, subiráó de ctivos Chefes, e vencerão além do soldo de terra de
• f suas patentes, cada hum a quantia annual de quatiocen-

Ii
ora em diante a hum Conselho de Marinha formado da
\ maneira seguinte : tos mil réis a titulo de gratificação.
No principio de cada anno o Major General convo­ 10. A compra dos generös para fornecimento da
cará todos os Officiaes Oeneraes , c Superiores da Ma­ Repartição de Marinha, contratos de afretamente, e
) vendas de objectos pertencentes ao Arsenal, se trataráõ
rinha, existentes em Lisboa j e na presença delles serão
! lançados seus nomes em quatro urnas, a saber: na pri­ fierante hum Conselho de Administração, composio do
meira os nomes dos Almirantes , e Vice-Alinirantes, na Inspector do Arsenal, do Contador, do Alm oxarife, e
segunda os dos Chefes de Esquadra, e de Divisão; na dos Chefes das Repartições de Artilharia , da Consttuc-
i terceira os dos Capitães de Mar e Guerra , e de Fragata; çáo j da Cordoaria Nacional , e do Hospital da Marinha ,
e na qtiarta os dos Capitães Tenentes. De cada Jiuma quando se tratarem negocios que lhes sejáo relativos,
das urnas serão extraiiidos tres nomes á sorte, e os pri* sendo ouvidos os mestres das respectivas officinas. O
1. õlajor General presidirá a este Conselho , e o convocará
meiros sorteados de cada patente serão vogaes do Con­
V selho por tempo de Irum aono. Se o r^o recusar alguns, todas as vezes que for necessário, ou requerido pelo
serão substituidos pelos segundos-; e se também alguns Inspector do AIsenal , que na ausência do Major G ene­
destes forem recusados serão Juiaes os terceiros soilea- ral servirá de Presidente. A falta de qualquer dos Mem­
-dos. Esta mesma substituição terá lugar no caso de le- bros do Conselho será supprida pelos respectivos Ajudan­
legitinio impedimento do vogal competente. O Official tes , ou Officiaes immediatos.
de maior graduação será o Presidente. 1 1 . Todos os livros, documentos , e papeis que ^
Tres Desembargadores da R elação , designados por «e acharem na Secretaria do Almirantado, serão trasfe-
turno em o principio do anno pelo Presidente da mesma lidos para a Secretaria do Major General. O regulamento
•Relação, se reuoiráo aos quatro Militares , e formarãõ 0 desta Secretaria , e dus Cartorios dos Conselhos de Ma­
Conselho de Marinha. O mais antigo dos Desembarga­ rinha , e Administração , será feito pelo G overno, e en­
dores servirá de Relator. Se algum delles for recusado viado ás Cortes para ser confirmado. Os livros, docu-
Í pelo réo , será substituído por aqiielle que se lhe seguir inentos, e mais papeis que existirem na Secretaria da
|)0 turno estabelecido pelo Presidente, sendo livre ao Junta da Faienda , passaráó para o Arquivo da Intendên­
■T c o recusar ate ao .numero de tres Desembargadores. cia , ou da Contadoria , segundo a natureza dos objecto»
O Official sorteado para ter exercício neste Conse­ a que pertencerem.
lho não se entenderá poi isso inhibido de ser emprega­ 12 . Os indivíduos pertencentes aos dois Tribunaes
do em qualquer serviço ; e neste caso lhe suecederá o extinctos, *m quanto não forem empregados em outro
! .]
segundo sorteado , ou se procederá a novo sorteamento, exercício, continuaráó a perceber os ordenados de que
■ não restando mais algum. Fica competindo ao sobredito actualmiAile gozáo , não excedendo estes a trezentos mil
Conselho de Marinha a parte contenciosa respectiva a réis annuaes. Aquelles porém a quem pertencessem maio­
prezas, e suas depeiidencias , servindo-lhe sobre este ob- res vencimentos, receberáó além daquella quantia mais
jecto de regimento o do extincto Conselho do Almiran­ metade do excesso dos seus actuaes ordenados sobre a
tado. importância dos trezentos mil réis. Exceptuão-se da pre­
5. As habilitações, e qualificações dos Pilotos tan­ sente disposição os individuos militares « civis empre­
to para a Marinha M ilitar, como para a Mercante, ficão gados nos dois extinctos Tribunaes, que vencem soldos
devolvidas á Academia da Marinha, na conformidade da por suas patentes, ou ordenados cm outra Repartição.
Carta de Lei de 5 de Agosto de 1 7 7 9 , e da pratica até Estes empregados supranumerários terão preferencia
agora estabelecida. Ao Secretario de Evtado dosNegocíos em iguaes circunstancias nas nom.açóes, que houverem
■ da Marinha fica pertencendo a inspecção daqueile esta­ de fazer-se para os empregos civis das Repartições de
belecimento litterario. Marinha, cessando então os ordenados de reforma , que
6. A Contadoria da Marinha fica existindo debai­ lhes tiverem sido concedidos.
xo da authoridade do Ministro de Estado da Repartição, i j . Fica revogada qualquer legislação na parle em
e do Major General. que for oppotta ás disposições do presente Decreto Pa­
7. O lugar de Intendente se unirá ao de Inspec­ ço das Cortes em 25 de Outubro de 1822. Portanto
tor do Arsenal , que será sempre Official de Marinha , Mando a todas as auihoridades deste Reino-Unido de
tendo inteiramente como regimento as Leis que regula- P crtugal, B r « iil, e Algaruei, e mais pessoas a quem o
vão aquelles dois lugares, e competindo-lhe todas as conhecimento do presente Decreto pertencer, que o
nomeações ou jurisdiseção de Fazenda , que exercia a ex- ciimprão e guardem tão inteiramente como nelle se con­
tincta Junta , na conformidade do regimento do Prove­ tém. Dada no Pilacio de Queluz aos jo dias do m»r de
dor dos Armazães de 1674 , Decreto de 26 de Outu­ Outubro de 1822. = E lR ci com Guarda. = Ignaci. Ja
bro de 1 7 9 6 , e mais Leis relativas, debaixo da Inspec- Costa Quiniclla,
ç)o do Secretario de Estado dos Negocios da Marinha , e
do Major General. O Contador porém fará ao Major Ge­
neral a proposta dos Escrivães Commissarios e Despen­ Erratas. Na Gazeta N.° 252 (d e i j do corrente )
seiros , que devem embarcar nos navios da Armada Na­ pag. 4 , no verso 2.* da Estancia 5.* — Groorfa gloria,
cional, e remetterá ao Governo por meio do Major Ge­ lcia*sc , Gi flO He flo ria ,
neral a proposta dos indivíduos , que estiverem habili- Na G. N. 261 (de 2t do corrente) pag. 5, col. lin.
;(idos para os lugares , que vagare n na mesma Conta­ }l , exige-se, leia-se erige-se; col. a , lin. j j , TeUee,
doria. Ao Inspector da Cordoaria fica pertencendo pro- leía-se Felice,

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