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Instituições financeiras

Ver artigo principal: Novo Banco de Desenvolvimento


Em 15 de julho de 2014, durante a Sexta cúpula do BRICS, em Fortaleza, Ceará, os
presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul assinaram um acordo,
oficializando a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, NBD (em inglês New
Development Bank, NDB), também referido como 'banco dos BRICS',[98] cujo principal
objetivo é o financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento em
países pobres e emergentes. O acordo foi firmado pela então presidente do Brasil,
Dilma Rousseff, pelo premiê indiano, Narendra Modi, pelos presidentes da Rússia,
Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Jacob Zuma.

Putin, Modi, Rousseff, Xi e Zuma, líderes do BRICS, na 6ª cúpula do grupo, em 2014.


O banco dos BRICS terá sua sede em Xangai, na China, e pode começar a operar por
meio de empréstimos em moeda chinesa.[99] Seu primeiro presidente será indiano. O
Brasil deverá indicar o presidente do Conselho de Administração do banco. À Rússia
caberá nomear o presidente do Conselho de Governadores, e a África do Sul sediará o
Centro Regional Africano da instituição.[25][100] O NBD deverá também impulsionar
ainda mais o comércio entre os cinco componentes do grupo, que já movimenta cerca
de 54 bilhões de dólares anuais.[100] O capital inicial do banco será de 50 bilhões
de dólares (podendo chegar, futuramente, a 100 bilhões de dólares), valor a ser
integralizado pelos cinco países em partes iguais, em até sete anos. Os líderes
também decidiram criar um fundo de reserva de 100 bilhões de dólares, o Arranjo de
Reservas de Contingência. Esse fundo se destina a corrigir eventuais desequilíbrios
de balanço de pagamentos dos países signatários. Desses 100 bilhões, 41 bilhões
virão da China. O Brasil, a Rússia e a Índia contribuirão com 18 bilhões cada um e
a África do Sul com 5 bilhões.[101]

Segundo a então presidente do Brasil, Dilma, o novo banco deve representar uma
alternativa "para as necessidades de financiamento de infraestrutura nos países em
desenvolvimento, compreendendo e compensando a insuficiência de crédito das
principais instituições financeiras internacionais", que são o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial), instituições criadas em 1945, pelos Acordos
de Bretton Woods. Essas instituições têm sido consideradas, pelos países
emergentes, como pouco representativas dos seus interesses.[102]

BRICS CRA
O Acordo Contingente de Reservas (CRA) do BRICS é um mecanismo destinado a fornecer
proteção contra pressões globais de liquidez.[110][111][112] Isso inclui questões
de moeda, onde as moedas nacionais dos membros estão sendo afetadas adversamente
por pressões financeiras globais.[110][112] Foi constatado que economias emergentes
que passaram por rápida liberalização econômica enfrentaram maior volatilidade
econômica, criando um ambiente macroeconômico incerto. O CRA é geralmente visto
como um concorrente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, juntamente com o Novo
Banco de Desenvolvimento, é considerado um exemplo de aumento da cooperação Sul-
Sul.[110] Foi estabelecido em 2015 pelos países do BRICS. A base jurídica é formada
pelo Tratado para o Estabelecimento do Acordo Contingente de Reservas do BRICS,
assinado em Fortaleza, Brasil, em 15 de julho de 2014. Com suas reuniões inaugurais
do Conselho Governativo e do Comitê Permanente do CRA do BRICS, realizadas em 4 de
setembro de 2015 em Ancara, Turquia,[113] entrou em vigor após a ratificação por
todos os Estados do BRICS, anunciada na 7ª cúpula do BRICS em julho de 2015.

Sistema de pagamento dos BRICS


Na cúpula do BRICS em 2015, na Federação Russa, ministros dos países do BRICS
iniciaram consultas para um sistema de pagamento que seria uma alternativa ao
sistema SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication). O
vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, declarou em uma
entrevista: "Os ministros das Finanças e executivos dos bancos centrais dos países
do BRICS estão negociando... criando sistemas de pagamento e passando a realizar
liquidações em moedas nacionais. Seja com o SWIFT ou não, em qualquer caso, estamos
falando de um sistema global de pagamento multilateral que proporcionaria maior
independência e criaria uma garantia definitiva para o BRICS."

O Banco Central da Rússia (CBR) também iniciou consultas com os países do BRICS
para um sistema de pagamento que seria uma alternativa ao sistema SWIFT,
enfatizando os benefícios de backup e redundância em caso de interrupções no
sistema SWIFT. A Vice-Governadora do Banco Central da Rússia, Olga Skorobogatova,
afirmou em uma entrevista: "O único tópico que pode interessar a todos nós dentro
do BRICS é considerar e discutir a possibilidade de criar um sistema que seria
aplicado aos países do BRICS, usado como backup."

Além disso, a China também lançou o desenvolvimento de seu próprio sistema de


pagamento alternativo ao SWIFT, chamado Cross-Border Inter-Bank Payments System
(CIPS), que permite que instituições financeiras de todo o mundo enviem e recebam
informações sobre transações financeiras em um ambiente seguro, padronizado e
confiável. A Índia também possui seu próprio sistema alternativo, o Structured
Financial Messaging System (SFMS), assim como a Rússia, que possui o Sistema de
Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS), e o Brasil, que tem o Pix.

Potencial moeda comum


Os países do BRICS provavelmente discutirão a viabilidade de uma nova moeda comum
ou similar na cúpula do BRICS de 2023 na África do Sul.[114] Segundo Mikatekiso
Kubayi, especialista em BRICS, o comércio internacional justo e mais fácil, bem
como uma grande redução nos custos das transações, seriam algumas das razões pelas
quais os países poderiam formar uma união monetária.[115] Joseph W. Sullivan, ex-
conselheiro sênior da Casa Branca, escrevendo para a revista Foreign Policy,
afirmou que "uma moeda emitida pelo BRICS seria diferente", pois seria composta por
desafiantes à ordem internacional liderada pelo Ocidente, que "em termos de Produto
Interno Bruto, agora superam coletivamente não apenas o hegemonia reinante, os
Estados Unidos, mas também todo o peso do G-7 somado".[116] Sullivan sustenta que o
BRICS também estaria preparado para alcançar um nível de autossuficiência no
comércio internacional que tem escapado a outras uniões monetárias, como a zona do
euro, devido à diversidade geográfica de seus membros, o que possibilita uma ampla
variedade de bens e serviços.[117] O jornal estatal russo RT News indicou que a
moeda será lastreada em ouro e que seria anunciada na cúpula de 2023.[118][119]

Educação
Os países do BRICS revelaram, em 2015, planos para criar uma cooperativa de
educação que vai ajudar esses países a avançar em ambas as atividades acadêmicas e
econômicas. O acordo servirá como base para uma rede de organizações e instituições
de ensino dos países participantes.[120]

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