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CIRCULAR

AOS l f f i E P t t l i S . ' . DO

-
G R . . O R . . D O B R A S I L

AO VALL.-. DOS B E N E D I C T *

A C R E D I T A D O S J U N T O DAS

ALTAS POTENCIAS MMAÇ,'.

TYPOGRAPHIA PERSEVERANÇA

91—RUA DO HOSPÍCIO—91

1865.
A' G L . \ D O S U P . - . A R C H . - . D O U N . \

Ao in.-, e Resp.-. Ir.- Repres.-.do


G r
'' Or.-. «lo Brasil, ao Vail.-, dos B e n e -
dlottnos, no R i o do Janeiro, j u n t o do Gr.-.
Or.-, de

8.-. 8.-. 8.-.

Cor.-. Ir.-.

Do muito Pod. •. e Sap. •. Gr. •. M. • . Gr. •. Com. • . da


Ord.-. Mac.-, no Brasil recebi o encargo especial d e
transmittir-vos, e m seu nome e por sua ordem, a s e g u i n t e
F r a n c h . - , circular, dando-vos conta minuciosa das solemni-
dades e mais demonstrações feitas pela Maç. . Brasileira
ao receber a grata communicaçao do reconhecimento d o
Gr. •. Or. •. ao Vali. •. dos Benedictinospelo P o d . • . e 111. •.
Gr. •. Or. •. de FRANÇA e a troca das ratificações do Tratado
do Reconhecimento e Amizade celebrado entre o m e s m o
-4-

G r . • . O r . - , do Brasil e o P o d . ' , e 111.-. G r . ' . Or.-.


LUSITANO.
1
A v ó s , meu C a r . . I r . ' . , a quem cabe nüío pequeno
quinhão da gloria commum que nos enche de satisfação
e de jubilo deve ser fácil de compreliender quão sincero e
expansivo foi o nosso regosijo ao termos conhecimento
dessas augustas deliberações.
Elias eram necessarias à nossa existencia. Por mais
consciência que tivessemos da justiça da nussa causa, por
profunda que fosse a convicção do nosso direito, ancia-
vamos pelo reconhecimento da nossa legitimidade.
Messa confirmação do nosso direito estava o fundamento
principal da nossa prosperidade: e quanto mais ardente
e vivo era o desejo de concorrer para o progresso e es-
tabilidade dos princípios que r e g e m a nossa Subi. •. Ord. • . ,
tanto mais intensa era a anciedade por estreitarmos rela-
ções fraternaes com os P P o d . •. GGr. •. OOr. •. do Univ. •.
que nos habilitassem a receber de suas luzes e das suas
virtudes a sabedoria e o exemplo que nos guiassem ao alvo
glorioso da I n s t . - . M a ç . - .
O S u p . - . A r c h . - , do Un. •. pesando nas conchas da s u a
justiça, de u m lado o fervor das nossas crenças e a pureza
do nosso proceder e do outro os esforços activos de U r . - ,
dedicados, dignou-se apressar o dia feliz do nosso reconhe-
cimento ; e illuminando com seus raios a consciência dos
julgadores do nosso pleito, fez derramar sobre nós o oleo
santo da justiça que nos purificasse das paixões da luta
e nos habilitasse a restabelecer o esplendor e a gloria do
nosso Tempi.-, commum.
Conheceis, meus CCar. •. l l r . • . , a historia dos lamentaveis
acontecimentos que produzindo uma scisao no seio da Maç . •.
Brasileira nos impediram a vir buscar um asylo de paz e
de fraternidade real uo Vali. •. aonde nos achamos hoje instal-
lados. Sabeis quantos dissabores nos a m a r g u r a r a m a luta
obrigando-nos, em legitima e natural defesa, a revelar factos
— íí _

e a articular proposições que nunca deveram ter l u g a r entre


M M a ç . - . inspirados pelas sas doutrinas que constituem a
força e o prestigio da nossa Subi. •. Inst. •. Passado, porém,
como se acha o periodo da luta, nossos sinceros esforços diri-
geni-se a conciliar os ânimos a rcstabslcccr a concordia c a
chamar ao seio da legitimidade e á consciência dos seus de-
veres os nossos U r . •. transviados.
Esta obra fraternal e piedosa hade ser levada ao cabo.
Nao está nos princípios da nossa O r d . \ nem nos dogmas
da nossa religião n e m 110 nosso interesse humanitario cavar
mais fundo ainda o abysmo que nos separou. Bem ao contrario,
o nosso coração inclinado ao bem achará em si bastante
nobreza de sentimento para esquecer os resentimentos pas-
sados e só fazer prevalecer a fraternidade que nos deve
unir.
A. nossa esperança e a nossa deliberação, cumpre-me
dizer-vos com franqueza e lealdade, nao vai ao ponto de
esperar ou de desejar o concurso de a l g u n s , ainda que
poucos felizmente, os quaes se constituíram réos de delictos
que nao podem nem devem ser amnistiados por honra da
propria Mac.-., nem tão pouco procuraremos, por meios
menos regulares, alliciar concursos que nao sejam espon-
tâneos e sinceros.
Temos muito amor á nossa O r d . \ e grande zelo pelos
nossos deveres para que assim exponhamos o lustre da
nossa bella Inst.'.
Devo, porém, historiar-vos as occurrencias que se seguiram
ao conhecimento das augustas deliberações q u e t a n t o jubilo
nos trouxeram.
Recebidas pelo nosso Sap.-. Gr.-. M . \ Gr.-. Com.-, as
communicaçOes relativas ao reconhecimento da legitimidade
do G r . •. Or. •. do B r a s . ' . , ao Vali.-, dos Benedictinos, foi
por ordem do mesmo S a p . - . G r . - . M . \ convocada u m a
sessão extraordinaria do G r . - . O r . - , p a r a o dia 11 do
corrente mez.
Aberta a sessão nesse dia, no l u g a r e á h o r a do costume,
foram pelo nosso amado G r . - . M.-. reveladas as com-
municaçoes que recebera e que e r a m as s e g u i n t e s :
Uma pranch.-. do Sap. •. G r . - . M.'. A d j . - . do G r . - .
O r . - , de F r a n c a o muito TIL • O P N J . T„ . R„.,_I,I
~ - • • . ÍJCUlglG
pela quai fazia saber q u e o m u i t o 111.-, e P o d . . I r . •
Marechal M a g n a n . •. G r . •. M. •. G r . •. Com. •. d a M a ç ' •.
F r a n c . - , se d i g n a r a dai- a s u a sancçao ao acto do reconhe-
cimento do G r . - . O r . - , do B r a s i l ao Vali.-, dos B e n e -
dictinos como a única Autoridade Maç. •. l e g i t i m a e r e g u l a r
no I m p . - .
D u a s ppranch. -. do nosso S a p . - . I r . - . Gustavo Gerber,
u m a dirigida ao S a p . - . G r . - . M . - . , o u t r a ao nosso I r . • .
G r . - . S e c r . - . Ger.-. da O r d . - . participando-lhes que o
Pod.-, e 111.-. Gr.-. Or.-, de F r a n ç a reconhecera a
legitimidade do nosso G r . - . Or.-.
U m a do Gr.-. M.-. do Gr.-. Or.-. Lusitano a c o m p a n h a n d o
o Tratado de Mutua Protecção e Soccorro celebrado e n t r e
aquelle G r . •. O r . - , e o nosso.
Uma do G r . - . S e c r . - . do m e s m o G r . - . O r . - . Lusitano
dirigida ao G r . - . S e c r . - . do G r . - . O r . - , do Brasil c o m -
m u m c a n d o a celebração do Tratado.

Uma dos nossos D D i g . -. P P e l e n i p . • . j u n t o ao G r . •. Or. •.


Lusitano transcrevendo o t e r m o da ratificação do T r a t a d o .
Acompanhando todas estas c o m m u n i c a t e s f o r a m t a m b é m
apresentados ao G r . - . Or.-, o Breve do G r . - . Or.-.
Lusitano pelo qual constituio seu G r . - . M.- Honor •
ao nosso presado Ir.-. Dr. Joaquim Saldanha Marinho",
<»r.' • M. •. G r . •. Com. •. do G r . •. O r . • . do Brasil; e a
pranch. -. pela qual instituía como seu B e p r e s . -. j u n t o do Gr •
Or.-, do Brasil, ao Vali.-, dos Benedictinos, o nosso p r e s a d o
Ir.-. JoBo Severino da Silva.
Tendo o S a p . - . G r . - . M . - . Adj.-. do G r . - . O r . - , de
França significado e m s u a p r a n c h . - . o desgosto de q u e
se possuíra pelo modo p o r q u e o R e p r e s . • . desse Gr • Or •
junto do do Lavradio desempenhara an suas elevadas funcçfles,
fazendo sentir ao mesmo tempo a conveniência de ser indi-
cado pelo S a p . - . G r . ' . M . - . um Ir.-. que estivesse no
caso de merecer tao alta lioura, propoz o S a p . - . G r . - .
M . - . com grande applauso de todos, ao nosso E e s p . - . e
Sap. •. I r . •. Conselheiro Joaquim José Ignacio, Gr. •. M. •.
Adj.-. L . - . T . - . Comm.-.
O S a p . - . G r . - . M . \ espera que essa indicação mereça
o assenso do Sap. •. Gr. •. Or. •. de França. Na pessoa deste
nosso Kesp. •. Ir. •. concorrem muitos predicados maçónicos
e civis que o recommendam á estima geral. O respeito de
que é cercado em sua vida publica, sua alta posição social
e m a ç . - . , as virtudes e luzes que o distinguem, tornam-o
merecedor dessa honra, E se por alguma condição civil
preferisse o Gr. •. O r . - , do Brasil recommendar ao G r . - .
O r . - , de França um I r . - , notável para exercer o cargo
de seu r e p r e s e n t a n t e , nenhum Ir, -. poderá ser melhor
aceito na França do que um militar valente encanecido
no serviço do seu paiz e em cujo peito, entre muitas conde-
corações devidas ao seu mérito, brilha o oficialato da Legião
de Honra, ordem honorifica que foi sempre, em todas as
situações, p a r a os nobres filhos da França, a ordem dos
cavalleiros.
A gratidão do Gr.-. Or.-, manifestou-se logo por actos
solemnes. Por acclamaçao unanime foram designados GGr. •.
M M . - . HHon. •. do G r . - . O r . - , do Brasil os S S a p p . - ,
I l r . - . : Conde de P a r a t y , G r . •. M . - . G r . - . Com. -. do G r . - .
Or. •. Lusitano,Marechal Magnan, Gr. •. M. •. G r . •. Com. •.
do G r . - . O r . - , de F r a n ç a ; Alberto Langlé, G r . - . M . - .
A d j . - . do mesmo G r . - . O r . - .
Foram também propostos e approvados para Membros
Honorários do G r . - . O r . - , do Brasil os II11.-. I l r . • .
J . P. V. Lézeret, 0. Duffau Pauillac, Thevenot, c h e f . - ,
da G r . - . S e c r e t . - , do G r . - . O r . - , de F r a n ç a , Agostinho
José Evaristo de Sequeira Quaresma, Newton, Henrique
- N -

Dacia de Souza Homem, 1). Guilherme Rodrigues de Fuentes,


Antonio A. Tarujo Formiga], Dr. José Galdino Carvalho
da Silva, Jesuino Ezequiel Martins, Agostinho Joaquim dos
Santos e Eduardo Ayalla dos Prazeres.
For deliberação iuiimuã nesta mesma sessão foram con-
firmados os poderes de Eepres. •. do G r . •. Or. •. do Brasil
junto ao G r . 1 . Or. •. de França ao Sap. •. I r . •. J. P. V.
Lézeret.
Tendo assim manifestado o seu reconhecimento a todas
as altas DDignid. •. e a todos os DDig. •. I l r . •. que tanto
concorreram para o êxito feliz do nosso intento, o G r . - .
Or.-, do Brasil, ao V a l i . - , dos Benedictinos, nao podia
deixar no esquecimento os nossos dedicados e RResp. •.
I l r . - . Gustavo Gerber, João Severino da Silva e Bernardo
Pinto de Carvalho, que foram declarados I l r . - . Beneme-
ritos da nossa O r d . - . com applauso e satisfação geral.
Estando assim concluído o objecto da reunião, o nosso
S a p . ' . G r . - . M. •. G r . - . C o m . - , designou o dia 16 do
mez corrente para nelle se effectual', segundo o estylo, na
liora e l u g a r do costume no T e m p i . - , commum, a G r . - .
Assembl. •. do Pov. •. Maç. •. para o fim de solemnisar-se
com toda a pompa o acto faustoso do reconhecimento da
legitimidade do Gr. •. Or. •. do Brasil ao Vali. •. dos Be-
nedictinos.
O mesmo S a p . - , G r . - . M . \ dignou-se designar as
D D i g n . ' . que nessa lesta deviam occupar o l u g a r de Orad. •.
c de outros cargos, recahindo a designação nos seguintes
Ilr.-.

(ir.-. O r a d . - . , o l r . - . abaixo assignado.

iiV.-. Seer.', o S a p . ' . Ir.'. Honorio Pinto Pereira de


Magalhães, 33. •.

(jr.\ 1.» 1%.'. o Sap. •. I r . ' . Delfino José de Souza, 3 3 . " .


-9-

f,r.'. 2." Vii).-. o Sap.1. Ir.-. José Alves Machado


Junior, 3 3 / .

GGr.-. MMest.-. de CCerem.-. os I l r . •. Antonio Joaquim


Pereira da Silva, 30.-.—Manoel José Marques
Sobrinho, 3 0 . - .

Chegado o dia 16 e achando-se o G r . - . T e m p i . " , p r i -


morosamente ornado, graças aos cuidados e ao zelo da.
digna C o m m . - . incumbida do festejo q u e se compoz dos
HKesp. •. I l r . •. Antonio Leite Ribeiro, José Fernandes dos
Santos e José Ignacio de Figueiredo, teve l u g a r a G r . •.
A s s e m b l . ' . do P o v . - . Maç. •.
O Sap.-. Gr.-. M . - . G r . - . C o m m . - . subindo ao solio
e abrindo a sessão da A s s e m b l . - . no g r . - , de a p p . - . ,
com as solemnidades do estylo, fez proceder á leitura do
T r a t . •. de Reconhecimento e Mutua Protecção c u j a racti-
ficaçSo foi effectuada entre os dous G G r . - . O O r . - . do
Brasil e Lusitano e á das P P r a n c h . •. q u e communicavam
o reconhecimento do mesmo G r . - . O r . - , do Brasil pelo
111.-, e P o d . - . Gr.-. O r . - , de França.
A leitura destas g r a t a s e solemnes peças M a ç . - . foi
ouvida com todo o respeito e máximo regosijo pelos I I . ' .
que se conservaram em pé e á ordem, tendo sido
applaudida pelo estylo symbolico.
F i n d a a leitura o nosso muito amado e S a p . - . Gr.-.
M . - . G r . - . C o m m . - . Dr. Joaquim Saldanha Marinho pro-
ferio o discursoque vai adiante inserido em sua i n t e g r a .
Concorrendo para abrilhantar a faustosa solemnidade que
celebrávamos o nosso S a p . - . G r . - . M . - . Adj - . recitou
a bella peça poética que j u n t a achareis.
Cabendo a palavra ao O r a d . - . ad hoc desta solemne fes-
tividade proferio elle igualmente o discurso que adiante
vai transcripto.
Muitos outros I l r . - . notáveis pelo seu talento e pelo
amor que dedicam 4 nossa S u b i . - . Inst.-. obtiveram
- IO —
vénia (lo Sap. •. Gr. •. M. •. Or. •. Comm. •. e pronunciaram
discursos brilhantes e cheios de uncçao religiosa pelo
assumpto que a todos inspirava.
Terminada a sessão, foi dissolvida a G r . 1 . Assembl.-.
Mac. •. 110 ineio do regosijo geral.
Ao nosso Benem. •. Ir. •. Conselheiro João Fernandes Ta-
vares, uma das mais fortes e g-loriosas columnas do nosso
T e m p i . ' , foram também dirigidas expressões de reconhe-
cimento pela parte activa que este digno Ir. •. teve na
regeneração da nossa O r d . - . 110 Brasil.
A. Assembl.-. M a ç . - . sinceramente amante e reconhe-
cida aos relevantes serviços prestados pelo nosso S a p . - .
Gr. •. M. •. Gr. •. Comm. •., Sap. • Gr. •. M. •. Adj. •. e
outras D l ) i g . ' . elevadas, a quem a M a ç . - . Brasileira
deve tantas e tao valiosas provas de afecto e de zelo,
saudou-os com effusao, dirigindo-se também por essa
occasiao especiaes e repetidos vivas aos PPod. •. 1111.-.
G G r . - . MM.-, do G r . - . O r . - . Lusitano e da França,
a cuja alta justiça devemos todos a gloria de nos vermos
hoje reconhecidos e definitivamente considerados como a
única P o t . - . M a ç . ' . regular e legitima 110 Império do
Brasil.
Ao dar-vos conhecimento, das occurrencias e das de-
monstrações com que celebramos o acto faustoso do nosso
reconhecimento, cumpre-me, C a r . - , i r . - . , assegurar-vos,
para que o leveis ao alto conhecimento da P o t . - , junto
da qual vos achaes acreditado, que achamo-nos animados
do mais santo enthusiasmu pela causa da nossa O r d . - . c
que anlielamos o ensejo de poder corresponder com ser-
viçais reaes ao alto conceito e benevola estima com
que nos penhoraram os G G r . - . O O r . - . Lusitano e da
França.
Deste despacho, C a r . - . I r . - . , dareis conhecimento ao
G r . - . O r . - , junto do qual estaes acreditado e expressan-
do-lhes de novo a nossa gratidão e os votos que fazemos
— 11 —

pela sua estabilidade o prosperidade, esforçar-vos-heis sem


duvida, como até aqui, por estreitar cada vez mais os
laços de fraternidade que felizmente nos unem.
O Sup. •. Arch. •. do On. •. vos tenha em sua santa
guarda.

( J U I X T I N O M< SOUZA BOCAYUVA, 30.-.

1
V e i l . ' . (U A u g . ' . L . . C a p . ' . do Kit. •. Adonhiram. •.
Set/redo, e Dep. •. ao Gr. •. Or. •. pela Aug. •. L. •. Cap. •.
Comniercia.
DISCURSO
proferido pelo (ir.-. M.-. (íiv. Comm.-. daOril.-. Maiv.

no Brasil

O D R . J O A Q U I M SALDANHA MARINHO
A' G L \ DO O R . ' . A R C H . ' . ! ) 0

A todos os MMaç.', espalhados pela


s u p e r i l e l o do Ololjo

S.-. F . \ U.'.
Aos que se acham reunidos no Gr.\ Or.-, do Bras/, ao Vail.',
dos Benedictinos

Frat.\ Vigor Persev.-.

Parabéns, meus C C . ' . Ur. -.!


A verdade t r i u m p h a . A c a l u m n i a , a m e n t i r a se a b y s m a m !
Unidos pelos laços d e u m a a m i s a d e f r a t e r n a l , esclarecidos
p o r u m a luz p u r a e b r i l h a n t e , prosperamos n o caminho
da sabedoria e d a v i r t u d e , s u p p l a n t a m o s os prejuízos d a
i g n o r a n c i a , vencemos a s p a i x õ e s i g n ó b e i s !
J á n a o somos M M a ç . - . isolados, e n o ostracismo a q u e
a p e r v e r s a c o m b i n a ç ã o dos m á o s n o s h a v i a c o n d e m n a d o .
O nosso G r . •. Or. •. j á n a o é u m p o n t o desconhecido n o
q u a d r o da Maç. •. g'eral.
J á n a o somos s i m p l e s m e n t e a h o n r a q u e f u g i o do c o n -
t a c t o pestilento do vicio.
J á n a o nos intimida o t e r r o r d a perversidade, e do c r i m e 1
S o m o s u m a P o t e n c i a Maç. • . ; somos o symbolo da v e r d a -
deira e leg-itima Maç. • . Brasileira.
— í e -

Podemos ser considerados em igualdade com quaesquer


associações semelhantes espalhadas pela superfície da t e r r a !
Portugal, França e Brasil formam já u m a só familia p a r a
o Maç. •. sujeito ao Gr. •. Or. •. ao Vali.-, dos Benedictinos !
Aquelle de nós que se achar em qualquer desses paizes
considerar-se-lia tao garantido, tao protegido com em seu
proprio paiz.
Em Portugal, na França, como 110 Brasil, nao seremos
estrangeiros. Ali acharemos braços abertos que nos r e -
cebam, mitos armadas que nos defendam, consolação e
conforto que nos animem.
A intriga perdeu o seu vigor-; foi conhecida.
A perversidade acabou o seu r e i n a d o ; baqueou!
A justiça da nossa causa, a nossa perseverança, e o
tempo dissiparam as trevas, desmascararam a m e n t i r a ; e
a verdade mostrou-se radiante em todo o seu explen-
dor.
Ella calou na consciência dos nossos RKesp. •. U r . - , da
E u r o p a ; e delles obtivemos a justiça a que tínhamos in-
concusso direito.
Os muito RResp. •. e P P o d . •. GGr. •. OOr. •. de França e
Lusitano reconheceram o muito Pod. e R e s p . •. Gr. •. Or. •.
do Brasil ao Vali.-, dos Benedectinos, como o u s i c o , LE-
GITIMO, e VEBDADEIRO d a M a ç . - . Brasileira!
Em breve o seremos também pelas outras Potencias
Maç. •.
Parabéns, pois, meus C C a r . ' . I l r . - . !
Ao passo que a virtude que professamos triumpha,
aquelles que perjuraram se abysmam n a solidão, e 110
isolamento.
Calcaram a lei que elles mesmos haviam creado; fal-
taram ao juramento solemne que para mantel-a haviam
p r e s t a d o ; m a t a r a m sem consciência sua propria filha ; pos-
t e r g a r a m as r e g r a s com que a podiam a l t e r a r ; crearam,
a sen capricho, um codigo que os alimentasse a contento;
I r —

olvidaram os sagrados deveres Maç. • . ; e assim tactearam,


cegos pelo odio, o caminho do abysmo, e lá c h e g a r a m !
Infelizes! Suicidaram-se por uma paixão r u i m !
0 TODO PODEROSO dignou-se em sua Altíssima M a g n a -
nimidade illuminar-nos. Afastou-nos da errada s e n d a ° q u e
elles seguiam.
Abandonamos a estrada do vicio, e guiados pela es-
trella da salvação, caminhamos com passo firme e seguro,
e chegamos, sãos e salvos, ao verdadeiro templo da virtude,
p a r a onde dirigíamos nossa n o b r e peregrinação !
Graças ao S u p . - . A r c h . - , do U n . - .

Nao esqueçamos, porém, meus U r . - , que no templo


augusto da virtude muito temos ainda que fazer. A tenaci-
dade, a perseverança nfio nos devem abandonar.
Apenas encetamos agora a nossa vida de gloria.
Unidos por laços cada vez mais estreitados; confrater-
nisados pelo coração; guiados pelo amor do p r o x i m o ;
confiados mutua e sinceramente uns nos o u t r o s ; prosiga-
mos cautelosos, e previdentes em nossa obra moral.
Muito temos que fazer a i n d a !
A antithese da civilisaçao, a postergadora do direito
n a t u r a l ; a criminosa ante o direito divino; a envergonha-
do™ ESCRAVIDÃO, é um espectro horrível q u e nos confrange
o coração, e pelo qual nossos vindouros inexoráveis nos
tomarão sérias contas. E' u m inimigo medonho a c o m b a t e r !
Usemos, pois, em corpo M a ç . - . , use cada u m de nós,
individualmente, no mundo profano, como nos nossos templos,
dos meios legaes para debella-lo.
Surja a emancipação dos escravos do seio da M a c . - .
Brasileira!

A immoralidade que grassa, o desregramento dos costumes,


que nos acabrunha, a perversão da mocidade que se ostenta,
sao outros tantos inimigos que cumpre com a maior energia
combater.
3
_ IS -

Surja do seio da Mae. •. a c o a d j u v a d o e f i c a z á iortrocçw.

do povo e á sua moralisaçao.


E em quanto para esse honroso e humanitário intento, as
. . . , , „ . . ,„ M a n n a «eia cada M a c .
diversas associações . . v—v— , ••
u m exemplo vivo da virtude era qualquer posição em que se
adie collocado
Pratiquemos a caridade, mas M O seja ella a nossa umca
missão.
Soccorramosas viuvas efilhos desvalidos de nossos n r . - . ;
saciemos a fome dos que morrem á m i n g o a ; corramos em
proteccão dos nossos que a reclamem; m a s nao olvidemos
também a pratica de outros importantes deveres sociaes.
Sejamos tenazes e perseverantes; e o pouco que podermos
fazer avultará no correr do tempo.
A obra nao é de u m só dia; é inimensa, mas gloriosa.
Avante, pois, meus I l r . •.
A religião M a ç . - . é a de todos os homens de bem: é a
religião directa da creatura para c o m o creador ; a religião
das boas obras e do reconhecimento; o combate enérgico e
virtuoso ao fanatismo, á superstição, aos ináos hábitos e ao
crime.
Luzes para o espirito, virtudes para o coração.
Taes sao em resumo as nossas doutrinas politicas e
moraes.
Ponhamo-las, pois, em pratica!
Reconhecidos como felizmente estamos pelas duas Altas
Potencias M a ç . ' . da Europa, firmamos assim o passo na
carreira que nos traçamos.
Avante, pois, meus U r . - . !
E o Sup. •. Arch. •. do t i n . •. nos proteja.

Neste momento supremo, quando vos amumeio que os


nossos legítimos poderes se acham verificados pelos muito
PPod.-. GGr.-.OOr.-. da França e Lusitano, 6 dever
nosso' e indeclinável, render a homenagem devida ao homem
— I» —

de bum, ao M a ç . ' . beiieinerito que nos proporcionou o


elevado trinmpho de que boje vos dou noticia.
Refiro-me, meus CCar. •. Ilr. • . , ao M. •. Pod. •. e Resp. •.
Gr. - . M.'. do Gr.', Or. • T.nsita.no. n nobre Conde de Paraty.
Aceite elle os votos do mais profundo reconhecimento q u e
lhe professamos.
A obra que esse Kesp. •. I r . ' . emprehendeu e effectuou,
em favor dos direitos do legitimo G r . - . O r . - , do Brasil
ao Vali.-, dos Benedictinos, nos obriga eternamente.
Rendmnos-lhe, pois, a devida homenagem.
Ao illustre Marechal Magnan, M. •. P o d . - . e R e s p . - . G r . ' .
M.'. do Gr.'. Or.', de F r a n ç a ; ao nao menos digno e Kesp.'.
I r . ' . A. Langlé, Gr. •. M . ' . A d j . ' . do mesmo G r . ' . O r . ' . ,
cordialmente agradeçamos em nome da Maç. •. Brasileira a
imparcialidade e justiça com que procederam para comnosco.
Aceitem elles, bem como o nosso Resp. •. Ir. •. Conde de
Paraty, o abraço fraternal, o osculo de paz, e de amizade
que, reconhecidos, lhes enviamos.
A Mac. •. Brasileira lhes protesta em nome da lionra, e da
união M a ç . - . a mais fiel pratica de todos os deveres dos
verdadeiros filhos da viuva.
Tenho assim, meus CCar. •. I l r . •. dado conta do objecto
por q u e hoje vos reuni em assembléa geral.
Aceitai os meus sinceros p a r a b é n s ; e, rendendo g r a ç a s
ao S u p . 1 . A r c h . - . d o U n . - . dizei comigo:
« Juramos ante o Sup.-. Arb.-. dos Uwulos, prtmjuir
com rigor nu ardua empma a que se propõe a Maç.-. Bra-
sileira : juramos a mais cordial fraternidade nos nossos legí-
timos Ilr.-. ; juramos obeiknáa ás leis, c ás autoridades
constituídas; juramos, mfim, jamais apartar-nos da pratica
da tolerancia e da virtude. >
Assim seja !

Ao concluir, meus C C a r . - . I l r . - . , faço-vos um solemne


pedido se é que não posso ir além do pedido.
— « o -

Perdão aos que nos offenderam


Perdão para os illudidos!
E vós, I l r . •. que errantes e sem g u i a , sem legitimida-
de, e sem lei, vos achais ainda perdidos nesse Vali.-, irre-
gular do Lavradio, vinde á nós ; vinde seguros.
Vós nos achareis de braços abertos p a r a receber-vos.
Esquecemos vossas faltas, perdoamos, ante o Sup. •. Arch. •.
do T i n . - , e sob sua Alta Misericórdia, o mal que nos
proporcionastes, os aleives com que nos offendestes, as
calumnias com que procurastes macular o nosso caracter,
e disvirtuar as nossas sãs intenções.
Vinde seguros a nós!
Em nós achareis verdadeiros U r . •.
Lembrados só de nosso principal j u r a m e n t o , não profes-
samos a vingança.
Vinde meus I l r . •.
O G r . •. Or. •. do Brasil, único legitimo e verdadeiro vos
receberá á sua obediencia. Deixai o labyrinto cm que vos
confundis; nós vos daremos mão amiga, que vos conduzirá
á senda da lei, e do dever Maç. •.
N8o temais despeitos, nem vinganças : somos I l r . •.

E vós que aqui vos achaes reunidos, recebei o m e u


agradecimento, pelo concurso que hoje prestaes ao m e u
sincero regosijo.
O S u p . •. Arch. •. do ü n . •. vos illumine e abençôe.
A Elie rendamos as devidas graças pela justiça que
alcançamos.
Ellevemos nossa voz até o Throno do Altíssimo : entoemos
o liymno de nossa gratidão ao Sup. •. Arb. •. dos Mundos.
POESIA
recitada pelo ( i r . ' . M.-. Adj. 1 . L . \ T . \ Couini.'

O CONSELHEIRO

JOAQUIM JOSE IGNACIO.


< • I -.O H I A A DUOS

PAZ AOS H O M E N S .

Tinlmm perjuros, pela d'ouro sede


D'Hiram Abi a morte p a c t u a d o ;
Ferem-o inerme, e á t e r r a dado,
A terra o esconde, m a s v i n g a n ç a pede.

A breve historia n'estes versos l e d e ;


Hiram Abi, o nosso Mestre amado,
Da terra surge forte e sublimado,
O templo encara, e os obreiros mede.

Da luz ó filhos, a meus braços vinde;


A hoste insana, que p e r d e r me ousara,
Nas trevas roja, des'pareca, e finde.

Disse; e do Empíreo, p a r a o qual se alara,


Dilectos filhos em solemne brinde,
Magnan, Saldanha, P a r a t y declara.
DISCURSO
p i o í e i i c l o p o l o Oradv

QUINTINO DE SOUZA BOCAYUVA.


A' ( Í L \ D O SIJP.V A R C H . - . D O I J . - .

AOS SSAI'. 1 . lilili.'. «OR.-. DK FRANÇA E LUSITANO,

Honra. R e s p e i t o . Gloria.

AO S A P / . G R . ' . O R / . » 0 BRASIL,

F V . U .'.

Meus CC.'. Ilr.-.

A Maç.'. Brasileira celebra h o j e a m a i s jubilosa d a s


s u a s solemnidades. R e u n i d a e m g r a n d e a s s e m b l é a t r i b u t a
de coração a s s u a s h o m e n a g e n s sinceras ao Principio g l o -
rioso e f e c u n d o q u e l h e d á o ser, q u e l h e i n s p i r a a f o r ç a ,
q u e a reveste d e u m a s o b e r a n i a l e g i t i m a , q u e a constitue
u m a P o t e n c i a r e g u l a r acceita e r e c o n h e c i d a , q u e c o n s a g r a
o pensamento fundamental da sua instituição, dando-lhe
a formula j u r í d i c a pela q u a l a s u a existencia, os s e u s co-
digos e os seus obreiros filiam-se á sociedade u n i v e r s a l q u e
atravéz das vicissitudes do t e m p o e dos c a t a c l y s m a s r e v o -
lucionários, t e m p e r p e t u a d o a tradicçao d a Verdade q u e é
a -verdadeira luz, n o meio d a s t r e v a s d a i g n o r a n c i a e d a
perdição.
E m face d e u m a c o n t e c i m e n t o t&o n o t á v e l q u e d á a o
G r . ' . O r . - , do Brasil u m l u g a r e n t r e o s E s t a d o s M a -
— I H —

çonicos (lo Globo, que lho g a r a n t e com a i n d e p e n d e n c e os


meios regulares do obter o fim da sua Instituição, attin-
gindo o alvo dos nossos desejos no aperfeiçoamento moral
da especie liumana confinada entre os limites da nossa j u -
risdição territorial, seja o nosso primeiro pensamento, meus
I l r . - . ou antes a nossa primeira glorificação dirijida ao
S u p r . - . A r b . - . dos Mundos, ao G r . ' . Arch.-, do ü n . - .
origem de todo ser, foco de toda luz, fonte de todo
bem!
Duas forças oppostas, meus I l r . - . , sollicitam a h u m a -
nidade desde o berro.
Uma que é a afirmação da personalidade m o r a l ; outra
que é a sua negação. A primeira que é o fundamento e
a garantia da liberdade; a segunda que é a sua contra-
dirão e a sua ruina. Aquulla que fortifica todos os di-
reitos; esta que os confunde e os contesta a todos. K a
despeito da reciproca antinomia que as separa, que as põe
em luta, ellas constituem, i n e u s l l r . - . , dous elementos
inseparáveis da independencia e da liberdade individual.
Essas duas forças, meus I l r . - . , s&o o bem a o mal, a
virtude e o vicio.
A gloria do homem consiste em tornar impossível a vic •
toria do mal pela pratica incessante do bem. Em outros
termos; cumpre á razão esclarecida impedir q u e prevale-
çam, contra as santas inspirações da alma, os impulsos do
instiucto grosseiro.
Ao homem ereado á sua imagem, revestido de tantos
attributes gloriosos, sobre cuja li-onte irradiou a luz da
intelligencia como a sagração da sua realesa sobre o mundo,
reservou o S u p . - . A r c h . - . d o U i i . ' . altos destinos. Bus-
car preenchel-os, eis a soa nobre tarefa: conseguil-os, eis
o sou grande triumplio.
0 progresso nada mais é do que a luta secular desses
dous princípios. 0 homem que se aperfeiçoa é aquelle que
mais se approxima da sua origem divina. P a r a isso, em
— «9 —

meio das tempestades do m u n d o , atravéz dos obstáculos


creados pela uaturesa physic.a, lutando contra as intem-
péries (la sorte, que ora, exaltam, ora abatem os ânimos na
sua peregrinação terrestre, quiz o G r . •. Arch. •. do D n . 1 .
que ao lado do desencanto podesse surgir o conforto, que
á fadiga da luta succedesse o repouso, que ao desespero
sobreviesse a consolação, e que todas as almas purifica-
das no baptismo de uma crença fervorosa, podessem
nas azas da esperança desprender-se da terra p a r a se ligarem
ao céo pela fé.
Bella missão! sublime tarefa! meus I l r . - . , e m cujo em-
penho ii consciência se fortifica e horisontes luminosos se
abrem ás justas aspirações da humanidade. Nesse labor
glorioso do aperfeiçoamento moral e physico da especie,
as forças não se g a s t a m , r e n o v a m - s e ; o espirito nao se
entenebrece em cálculos sem resultado, illumina-se em
concepções cada vez mais grandiosas: e a consciência
humana inundada de raios resplandece em vibrações ce-
lestes. O homem sábio torna-se por esse esforço o h o -
mem grande; o liomem bom sente-se o homem forte.
Porque a illustração c o poder; porque a virtude é a
força.
Consubstanciai, a g o r a , em u m individuo a sabedoria e
a virtude; dai a u m espirito q u e seja bastante vasto para
coniprehender em si a intuição da Divindade; dai a u m a
consciência que seja bastante p u r a para comprehender e m
si o amor da humanidade, e tereis o typo do homem
como Deos o quiz; o typo do verdadeiro Maç.-. como a
nossa Subi.-. Ord.-. o exige.
Kssa grandeza, porém, nao se consegue sem sacrifícios.
Desde, que o liomem por seu orgulho attrahio sobre si' a
desconfiança do seu Creador; desde que o primeiro exer-
cício da sua liberdade trouxe-lhe por effeito a macula da
desobediencia á lei protectora do seu destino, as provações
do mundo ficaram sendo para elle, ao mesmo tempo, u m a
— SO —

expiação e uma rehabilitação. A Providencia cobrio de


espinhos a estrada; multiplicou os obstáculos á sua marclia;
para que a perseverança no trabalho e a constancia na
fé se apurassem, abrindo-lhe afinai as portas do g r a n d e
templo aonde :i vida é a immortalidade !
Quem trilha essa estrada com resolução e firmeza, n ã o
pôde descrer do progresso. Cada obstáculo vencido é u m
triumplio ; cada marco ultrapassado attesta o seu poder.
O homem, porém, nil o é o individuo, é a humanidade.
Ser só é não ser. V sociabilidade que é um instincto
natural, uma lei preexistente & sua vida, creadlie e pro-
porciona-lhe os recursos para conseguir mais facilmente
o alvo de sua aspiração, o complemento do seu dever.
O isolamento seria a morte, porque seria a negação da sua
natureza. Sem as relações humanas que o limitam, sem a
cohesac. social que o fortifica, o homem não se aperfei-
çoaria. A obra divina ficaria incompleta, e os destinos da
humanidade não se preencheriam. A lei da harmonia
que preside ao mundo physico tem a sua reproducção no
mundo moral. A solidariedade entre os homens é a har-
monia que preside ás relações moraes. A maxima do
Evangelho de não fazermos a outrem o que não queremos
que nos façam a n ó s , envelheceu com o progresso. O
homem não é somente responsável neste mundo pelo mal
que faz, mas pelo bem que deixa de fazer. K é sobre-
tudo ao Maç..1., meus I I r . ' . , q u e mais se impõe esse dever
e essa responsabilidade.
Nada se affirina pela negação. Nãn latrr é contrariar o
principio do desenvolvimento moral. Xem á força activa
«los deveres humanos se pôde contrapôr essa resistência
da inércia.
Todos os homens são lig-ados entre si por laços de uma
afflnidade mvsteriosa. E a harmonia do progresso que,
como já disse, é a solidariedade humana, f a z , por desí-
gnio providencial, com que o bera particular seja o bem
geral c o mal de um o m a l de todos. Attentar contra
essa solidariedade, que nada mais attesta do que a alma
coiumum da humanidade, hálito divino repartido pelos
seres racionaes, c attentar contra uma lei providencial,
é trocar as garantias da liberdade do estado social pela
liberdade elementar do selvagem, é finalmente, degradar
o genero humano a u m nivel inferior aos dos e n t e s i r r a -
cionaes que, embora arrastados pelo instincto, sabem com
tudo sacrificar-se pela conservação da sua especie.
A grande obra da M a ç . - . , meus U r . • . é conseguir
firmar esse principio fecundo de que decorrem todos os
benefícios sociaes: é alcançar por meio delle a garantia
de todas as liberdades, a observancia de todos os direitos,
a satisfação de todas as nobres aspirações da g r a n d e f a -
mília h u m a n a , espalhada pelo globo, distanciada entre si
por obstáculos n a t u r a e s , m a s identificada em espirito,
unificada em um sentimento c o m m u m — n a generosa a s -
piração da perfectibilidade.
P a r a o mundo moderno tres fontes se abriram donde a
jorros dimanou a lympha p u r a do progresso que cada vez
mais se infiltra pelos poros da sociedade e que repartin-
do-se em mil canaes differentes leva a toda a p a r t e o
frescor e a vida. Essas tres fontes f o r a m : a revolução
do Christiánismo, que estabeleceu a liberdade de cons-
ciência ; a revolução da philosophia que firmou a liber-
dade do pensamento ampliando a esphera do livre exame;
c finalmente a revolução franceza de 1789 que consolidou
o fundamento de todas as liberdades, disseminando os
gloriosos princípios que constituem hoje a Magna Carta
de todos os povos cultos.
A nós, portanto, os herdeiros dessa gloriosa tradicçao
cumpre zelar o legado dos nossos maiores e fazer fructi-
licar em beneficio dos vindouros, os sacrifícios, as torturas
o os martyrios dos apostolos que r e g a r a m com seu s a n g u e
a arvore genealógica da família humana.
Nao b a s t a v a , porem, garantir o gozo de todos ossos
beus aos homens confinados entre os estreitos limites do
Lima circuniscripçao territorial. O progresso trouxe coin-
sigo u m a exigência mais generosa. Era mister unir em um
circulo concêntrico nao só todos os interesses m a s , por
nina serie de variadas relações moraes c physicas, tornar
todos os povos, todos os habitantes da terra dependentes
mis dos outros de modo que a coinmunhao humana pas-
sasse de aspiração a realidade.
Nao foi preciso ao homem g r a n d e exforço para chegar
a esse resultado.
Para a dependencia das relações physicas dispòz a.
Providencia que as regiões do globo no dividissem
0111 zonas diversas, com climas diferentes , produr-
cões variadas , necessidades próprias e industrias pecu-
liares á natureza do solo , á educação e aos hábitos de
cada povo. E para a dependencia das relações moraes,
alii veio a civilisaçao e o aperfeiçoamento progressivo da
humanidade trazer a analogia das instituições, a efiicacia
dos grandes inventos, o prestigio dos descobrimentos ma-
ravilhosos , a permuta das idéas e toda essa longa cadèa
de afinidades que t o r n a solidários 110 progresso a todos
os povos da terra, o faz da reciprocidade dos serviços e das
exigeucias sociaes o g r a n d e élo da coinmunlião h u m a n a .
O comuiercio sérvio para estabelecer de modo definitivo
e fecundo essa coiifrateruidade humana. Segundo a phrase
de um pensador profundo, da permuta das mercadorias
proveio a, permuta das idéas. ü s horisontes da actividade
individual e collective alargaram-se. A's caravanas que
outr'ora atravessavam os oceanos quasi intérminos dos
desertos arenosos da Asia e da Africa succederani os combois
esplendidos, essas esquadras pacificas que approxiinando as
distancias c encurtando o tempo, trazem ao seio cuniuiuui
do oceano os raios da civiiisaçüo e d'alii os repartem em
todas as direcções do g l o b u !
Revolucionando aordem estabelecida pelo isolamento e p e l a
segregação dos povos, o commercio trouxe mais o beneficio
de modificar os costumes e de fazer coin que leis mais
brandas e justas presidissem ao desenvolvimento das socie-
dades. O monopolio das riquezas seniioriaes, o privilegio
das nobiliarchias de raça, cahiram diante dessa invasão do
progresso. O trabalho ficou sendo reconhecido nfio só como
uma lei providencial mas como a fonte de todos os gosos
legítimos, como a base da independencia individual. Os
povos que até ahi só se aproximavam para se comba-
terem o se destruírem, aproximaram-se para colher o fructo
da reciprocidade dos seus serviços e da correlação das
suas industrias peculiares.
E tendo posto ao alcance de todas as classes os varia-
dos productos dos climas e das artes dos differentes povos,
abateu as barreiras que os separavam, tornou o escravo
usufructuario dos mesmos bens que proporcionavam a
supremacia e o privilegio dos senhores, estabeleceu final-
mente a base dessa liberdade que constitue hoje o mais
precioso direito do homem, liberdade que consiste justa-
mente no direito de obedecer somente á lei.
O desenvolvimento da navegação e do commercio, a
creação das industrias em algum tempo qualificadas senis,
ao mesmo tempo que tornaram necessaria a cooperação
das classes inferiores, augmentou-lhes também a impor-
tância e influencia politica, graças ao adiantamento da
sua instrucçao, e ás riquezas accumuladas pelo trabalho.
A democracia bateu assim em brecha a aristocracia e
o poder feudal dos grandes senhores foi pouco a pouco
abatendo-se á medida que se elevava o nivel das classes
inferiores do povo.
Mas ainda por um élo se prendia o privilegio dos po-
derosos á necessidade social desses tempos, tornando precá-
ria a influencia, adquirida pelos povos..
A guerra que foi por longos séculos o estado natural das
— 34 —

sociedades continuava a alimentar a supremacia e prestigio


das classes privilegiadas, cujas riquezas adquiridas á custa
do labor dos povos, cuja instrucçSo adquirida á custa da
ignorancia geral, lhes mantinliara a superioridade, con-
centrando nas mãos da cavallaria feudal os elementos da
defeza commum e da segurança das nacionalidades.
Dm outro descobrimento veio Urinar o principio da igual-
dade ; assim como o commercio tinha, firmado o principio
da liberdade.
São bastava aos homens o direito de obedecer somente
á lei; era preciso que todos os homens obedecessem a u m a
só e mesma lei. li o que o christiauisino não poderá es-
tabelecer, sem resistencia, por meio das suas santas dou-
t r i n a s , pôde couseguil-o o desenvolvimento (lc u m a in-
dustria de guerra.
A descoberta das armas de fogo, igualando nos campos
do combate a força do plebeu á força do nobre, lançou
por terra o ultimo privilegio que mantinha a superioridade
de uns sobre outros homens. E quando a todos esses p r o -
gressos e inventos maravilhosos succedeu a descoberta da
imprensa, e que as luzes da instrucção poderain d e r r a -
mar-se pelos pontos mais longínquos e por todas as es-
pheras da sociedade, ficou definitivamente estabelecida a
conquista do mundo moderno sobre a barbárie antiga e o
homem pôde sentir-se nobilitado aos seus proprios olhos
observando os nobres attributos que lhe garantem a rea-
lesa sobre os mais seres creados.
Restava a. fraternidade. A igualdade firmou-se. A despeito
de todas essas conquistas e de todos esses progressos, os h o -
mens ainila se sentiam distanciados por muitas circumstaucias
naturaes. Línguas diferentes, religiões diversas, impediam o
livre commercio das ideas e das aíTeicOes, leis particulares
aos paizes em que se divide a t e r r a , costumes proprios e h á -
bitos singulares oppunham obstáculo á transmissão (las
almas e ao consorcio reciproco dos liomeus. Era necessa-
— 31» -

rio que as barreiras das nacionalidades, das religiões, das


línguas, dos interesses, cahissem todas diante de u m a ins-
tituição quo abraçasse, sob o domínio de uma legislação
commum, os homens do todos os paizes cm qualquer
p a r t e do globo onile. se achassem ou aonde os atirasse a
sorte; de modo que em toda a parte elle se p o d e s s e r e -
conhecer cidadão de u m a patria universal, encontrando no
amor u na coadjuvação desinteressada dos seus seme-
lhantes o auxilio de que carecesse, e vendo u m irmão em
cada homem.
Essa instituição, meus III'.-., não f a l t o u ; e a coope-
rarão que ella presta, h a tantos séculos, ao desenvolvi-
mento de todas as relações sociaes, tem já produzido os
beneíicos fructos de que todos gozamos.
Essa instituição, meus U r . ' . , que t e m sempre existido,
embora com denominações e fins occasionalmente diversos,
que conseguio fundar a cominunhão dos homens sobre a
influencia do principio da fraternidade, que achou u m a
linguagem symbolic» para que em todos os pontos da t e r r a
os irmãos se reconhecessem uns aos outros, c a nossa, é a
Maçonaria, esse templo augusto e esplendido onde todos os
cultos sc confundem sem se chocarem, onde todos os di-
reitos se exercem sem offensa reciproca, onde todas as
liberdades coexistem, onde a igualdade se sobrepõe a todos
e onde a fraternidade derrama incessantemente sobre os
homens os benefícios da caridade. Ora a caridade não con-
siste sómente em amparar a pobreza. Consiste em dar a
luz ás trevas, a instrucção aos ignorantes, o bem estar
ao pobre, o poder ao fraco, o amparo ao opprimido, o
premio á virtude, o castigo ao vicio.
Ella consiste emfim em elevar por todas as formas o
nível moral da humanidade approximando-a, quanto ser
possa, da sua origem divina.
E' essa a nossa nobre missão.
E é por isso, meus Ilr.-., que a q u i reunidos nesta
— 36 —

grande wsemblé» festejamos jubilosos o acto solemne do


nosso reconhecimento pelas A.Aug •. • P P o t e n . ' . MMaç. •.
da França e (le Portugal que nos estendem máo fraternal
e amiga c nos investem de autoridade internacional por
effeito do;; Breves que nos confirmam o>m» o "nico e
L e g . ' . G r . ' . O r . ' , do Brasil.
Sao dous continentes que assim se abraçam por cima
dos Oceanos! Sao duas grandes fracções da humanidade
que em um amplexo fraternal se proinettem auxilio m u -
tuo, coadjuvação reciproca para obtermos todos o grande
fim da nossa S u b i . ' . I n s t . ' .
Esse acto, porém, que tão justamente nos enche de
jubilo, impõe-uos igualmente, meus Ilr. •., preciosos deveres.
Kao corresponderemos dignamente á justiça e & m a g n a -
nimidade desse reconhecimento solemne, scníio ampliando
a espiiera da nosai acção e realisando com ardor e per-
severança as esperanças que em nós se depositam.
A' M a ç . ' . Bras. •. cabe uma missão social e politica
de cuja responsabilidade se não pôde libertar senão
trahindo os seus mais altos deveres, listamos, como as-
sociação, estabelecidos no seio de um paiz novo, despo-
voado em relação â grandeza do seu território, e compa-
rativamente inferior nos recursos que facilitam :i conquista
do bem ser moral.
Cumpre-nos fecundai-os para que, por efteito das nossas
doutrinas o do nosso trabalho, corresponda a grandeza
moral do nosso povo grandeza physica do nosso terri-
tório.
Prestando-nos o auxilio inapreciável das luzes adqui-
ridas em focos mais brilhantes, o concurso do seu tra-
balho e das suas industrias, vivem 110 nosso seio cida-
dãos de vários paizes, que seriam pura nós estrangeiros
se não fossem irmãos, os quaes aqui domiciliados cada
vez mais se esforçam por nacionalisar o seu espirito, li-
gando-se a nós pelos laços da familia, do trabalho, do
— —

commercio, e sobretudo pelos laços dessa coufraternisagao


humana que fôrma a gloria e a força das sociedades m o -
dernas.
Aproveiteinol-os, pois, e correspondendo com igual es-
forço, alarguemos a esphera dos nossos benefícios e con-
solidando os fundamentos sobre que repousa o edifício da
nossa nacionalidade, oftereçamos ao mundo o espectáculo
ile uma sociedade civilisada e riea que seja ao mesmo
tempo, g r a t a á communbao liumana e g r a t a aos olhos do
f t u p . - . A r b . - . dos Mundos.
Nascidos apenas para a civilisaçao e para a iudepen-
cia, as nossas instituições e os nossos costumes, apezar de
uos fazerem honra, estão ainda em relativo atraso.
E que melhor beneficeucia pôde distribuir a M a ç . - . do
que essa que tenda pelas reformas meditadas a transfor-
mar a face da nossa sociedade augmentando o seu poder
e o seu prestigio ?
Toda a questão, quanto a mim, meus I l r . - . e p a r a
salvar escrupulos que respeito, está no inodo, nos meios
que e m p r e g u e a Maç. •. do Brasil para chegar a esse
li ni.
A reforma das leis, de certo que nos nao pertence. Mas
a reforma dos costumes, que traz em resultado a modi-
ficação das leis, essa está ao nosso alcance.
No dia em que aos conselhos deliberativos da Nação
subirem homens iniciados nos nossos a u g . - . rnyst.-.,
illustrados pelas nossas doutrinas, edificados pelos nossos
exemplos, identificados comnosco na crença do progresso,
nesse dia, meus I l r . - . , a M a ç . - . B r a s . - , terá realisado a
sua m a g n a obra, sem liaver descurado os deveres secun-
dários q u e lhe são inherentes.
Eutao, e ainda como u m a prova de reconhecimento á
estima dos G G r . - . OOr. •. que acabam de enlaçar-se
comnosco, as instituições melhoradas do nosso paiz farão
mais grato o seu domicilio.
— : » » —

K abolida a escravidão que é nossa nodoa e o nosso


pezadelo ; acabada a ignorancía das classes inferiores pela
diffusão das escolas; libertado o comincrcio das pèas (la
rotina suspeitosa ; ampliadas emüm todas as liberdades que
fortificam uma sociedade; a instrucção o o trabalho livre
e moralisado fundarão definitivamente a nossa grandeza
moral e material, o nosso poder e a nossa riqueza.
Os direitos políticos acompanharão também de perto o
desenvolvimento dos direitos individmics. E abatidas pela
lei da fraternidade as barreiras que ainda hoje se oppoem
entre nós á fusão das nacionalidades, não haverá mais
estrangeiros no Brasil, mas concidadãos enraizados ao nosso
solo e identificados com os nossos destinos.
Para chegarmos a esse immense resultado, trilhando a es-
trada gloriosa da nossa missão, dous estímulos, dous auxílios
nos são oiferecidos pelo duplo reconhecimento dos G G r . ' .
O O r . " . da França e de Portugal.
Aquelle que tem sua sede na capital do mundo civilisado
e que conta em seu seio, entre muitas glorias nacionaes,
os filhos dessa nação illustre a quem a humanidade deve
a iniciativa das mais nobres idéas.
Este que tem sua séde na capital de um Estado que foi
o berço da nossa nacionalidade e a cuja historia gloriosa
nos achamos vinculados por mais de um 61o.
Celebrando, porém, o faustoso acontecimento que aqui
nos reime, meus H r . • . , um pensamento me assalta, c esse
pensamento remonta-se á origem da nossa installação neste
Vali.-. Violentamente arredados de uni centro comnmni,
porque não podíamos subscrever a nossa deshonra conti-
nuando ligados a um núcleo transviado das nossas santas
leis e das nossas sans doutrinas, viemos aqui procurar
um abrigo de paz aonde a fraternidade imperasse e o nosso
culto podesse ser celebrado em toda a sua pureza.
Alcançamos afinal o premio da nossa le inabalavel nos
augustos princípios que r e g e m a nossa Instituição. Transvia-
— 3» -

Jos pur erros fataes ou prezos por considerações profanas,


alguns I l r . •. se affastaram de nós persistindo no triste
empenho de u m a deplorável scisao.
Exercemos, pois, u m direito e cumprimos o nosso dever,
Mas se durante a lucta a dôr da injustiça e das affrontas
recebidas emprestaram á nossa voz o tom da indignação
e se. a fizemos vibrar em plirases duras p a r a aquelles que
se esqueceram de si e de nós; neste m o m e n t o a u g u s t o
seriamos indignos de pertencer a esta associação d e f r a -
ternidade e clemencia, se não estendessemos braços amigos
e generosos áquelles que arrependidos vierem b u s c a r em
nosso seio, único legitimo, único perdurável, os b e n s q u e a
nossa S u b i . ' . O r d . 1 . promette e g a r a n t e a todos.
Haja em nossos corações u m echo generoso e f r a t e r n a l
p a r a acolher, sem orgulho, a supplica dos desilludidos.
Chego, meus I l r . - . á p a r t e mais g r a t a do m e u discurso.
O dever e a gratidão m e impellem a manifestar solemnemente
o apreço e a estima em que devemos ter os altos serviços
prestados a este G r . ' . O r . - , não só pelos dignos I l r . - .
do nosso C i r c . ' . que foram j á proclamados benemeritos
da Ord. •., como pelos P P o d . •. D D i g . •. dos G G r . •. OOr. •.
da França e de P o r t u g a l que tauto a peito t o m a r a m a
nossa j u s t a causa.
Sinto-me orgulhoso em poder neste momento dirigir, em
nome da Ord. •. Maç. •. do Brasil, sinceros a g r a d e c i m e n t o s
aos nossos dignos I I I ' . ' . João Severino da Silva, Gustavo
Gerber e Bernardo Pinto de Carvalho,

Peço, porém, u m voto especial de gratidão e r e c o n h e -


cimento para os II11.•. e P P o d . 1 . D D i g . - . os Exms. Srs.
Marechal Magnau, Gr.-. M.-. Gr.-. Com.-, do G r . - .
O r . 1 . de F r a n ç a ; A. Langlé G r . - . M. •. A d j . •. do mesmo
Gr. •. Or. •. e Conde de P a r a t y , G. •. M. •. G r . •. Com. •.
do G r . - . O r . - . Lusitano.
- ÍO -
Us sens nomes, gravados já 110 livro d'ouro da nossa
O r d . - . , posso afflrma-Io, ficam também gravados no co-
ração de todos os MMaç. •. do Brasil.

/líKKP.
TRACTADOS.
TIMBRE

UR.'. OR.'.

IMANO.

V ( Í . \ D . - . S . \ L \ D . - . « . •

AO M -. P01».-. SU1>. . CR.'. OR.-. BO BRASIL

AO V A L L . \ DOS UENEIHCTINOS

ENVIA

O G R . . o t l . . L U S 1 T -.

AO VALI-.'. DE J.JSBÜA

S . - . F . - . II.-.

Nós, G r . - . M e s t . ' . (lo M. •. P o d . - , e Sup.-. Gr.-.


Or.-. Lusitano,
F a z e m o s saber a todos os MMaç. • . EReg-, • . d o U n i v . • .
q u e aos 2(5 dias do rnez d e J a n e i r o d o c o r r e n t e a n n o s e
concluio e assig-nou no V a l i . - , d e Lisboa entre oMuit.-.
Pod.-, e Sup.-. Gr.-. Or.-. Lusit.-. e o M.-. Pod.-,
e Sup.-. G r . - , do Brasil, ao V a l i . - , dos Benedictinos, n o
Eio de J a n e i r o , pelos respectivos P l e n i p o t e n c i á r i o s , m u -
nidos dos competentes P o d e r e s , u m T r a c t a d o d e r e c o n h e -
cimento c alliança c u j o tlieor é o s e g u i n t e ;
— 1 4 —

\ <;.•, l>.\ S.\ A.', d. . I.

s.*. s.-. s.-.

U M.'. P . - . o S u p . - . G r . ' . Or.'. Lusitano única Po-


tencia B e g . ' . M a ç . - . do Eito F r a n c e z , em P o r t u g a l , ao
1
Vali. •. de Lisboa, e o M . . P o d . •. e S u p . •. G r . •. O r . • .
do Brasil ao V a l i . - . d o s B e n e d i c t i n o s . n o Rio de J a n e i r o ,
única l e g i t i m a , v e r d a d e i r a e S u p . •. Autoridade da Ord. •.
M a c . ' . n o Brasil, c o m p e n e t r a d o s d a necessidade de r e g u l a r
por meio de um Tractado, baseado em coudicçOes dc
perfeita reciprocidade, a s relações de f r a t e r n a l a m i s a J e e
perfeita alliança e n t r e as d u a s P o t e n c i a s Maç. • . , n o m e a -
r a m por s e u s Plenipotenciários p a r a este effeito a salier:

O M . - . PÒD.•. e H u p . - . G r . - . O r . ' . Lusitano, oM.'.


Resp.'. e P o d . ' . Ir.-. Heeker, Cav. •. R . •. C.-.,Gr.-.
O r a d . - . d a G r . - . L . ' . do G r . - . O r . - . Lusitano, Dep.-.
Í1 G r . - . D i e t a pela R . • . L . - . Toleraneia 9.» do Vali.-,
de S a c a v é m , R e p . •. do V e n . • . da R. •. L . •. Fraternidade
e Toleraneia n . 11, ao V a l i . - , de C a d i z ; p r o f . • . Jesuino
Ezequiel Martina, Cavalleiro d a O r d e m da Torre e E s p a d a
do Valor, Lealdade e Mérito, Cavalleiro da Ordem de S.
Tliiago da E s p a d a , C o m m e n d a d o r da Ordem Militar de S.
Mauricio e S. Lazaro da Italia, Cavalleiro da L e g i ã o dc
H o n r a da F r a n c a , de Isabel a Catholica de Hespanlia e da
3.» Classe da Á g u i a V e r m e l h a da P r u s s i a , Official da Se-
c r e t a r i a d e Estado dos Negocios E s t r a n g e i r o s etc.

o M. •. P o d . •. e R e s p . •. I r . •. N u m a Pompilio, Cav. •.
R.-. C.-., Ven.-. da R e s p . - . L.-. Toleraneia 3.» seu
Dep.-. á Gr.-. L.-. e Gr.-. Dieta; prof.-. Agostinho
J o a q u i m dos Santos, Cavalleiro da Ordem de Nossa S e n h o r a
da Conceição da Villa-Viçosa e da Ordem Militar de Nosso
- 4Í> —

Senhor Jesus Christo, Administrador substituto do Bairro


d'Alfama, Capitão de Voluntários, etc.

e o M . - . R e s p . - . e P o d . - . I r . - . João Pinto Ribeiro


!.", Ca». . E. . C. ., D e p . - . a G . - . L . - . peia H. •.
L . - . Tolerancia 3.»; prol'. •. Eduardo Ayalla dos Prazeres,
neg-ociante da praça de Lisboa, etc.

e 0 M . - . P o d . - , o S u p , - . G r . - . O r . - , do Brasil,
o M . - . R . - . O P o d . - . I r . - . Constantino, C. •. R. •. C . - . ,
D e p . - . á G. - . L . - . pela R e s p . - . L . - . Tolerancia l. ; t
Regeneradora, ao G r . - , de Lisboa, D e p . - . á G r . - . Dieta
pela R e s p . - . L . - . Tolerancia !).a ao O r . - , de Sacavém,
Gr. •. Secr. •. da G r . •. Com. •. de Adm. • . , G r . •. Dig. •.
H o n o r . - , advilam da G r . - . L . - . do G r . - . O r . - . Lusi-
tano ; prof. •. D. Guilherme Rodrigues de Fuentes, Caval-
leiro da Ordem Militar de S. Mauricio e S. Lazaro d e
Italia, Cavalleiro da 4.» e da 3.» Classe da Ordem da Águia
Vermelha da Prussia, Cavalleiro da Ordem de Gustavo d a
W a s a da Suécia, e M e m b r . - . do Corpo Diplomático P o r -
tuguese etc.

o M. •. Resp. •. e Pod. •. I r . •. Gomes Freire 2.°, C. •.


R . •. C. • . , G r . •. Thes. •. do Gr. •. Or. •. Lusitano; prof. • .
Antonio Augusto Tarujo Formigai, negociante da praça do
Commercio de Lisboa, etc.

3 o M. •. R. •. e Pod. •. Ir. •. Roux, Cav. •. R. •. C. •.


V e n . - . da R . - . L.-. Tolerancia B.a e seu Eep.-. á
G r . ' . L . - . e Gr.*. D i e t a ; p r o f . - . José Galdino Car-
valho da Silva, Cirurgião Medico, Commendador da Ordem
de Sosso Senhor Jesus Christo, Cavalleiro da Ordem Mi-
litar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito, Con-
decorado com a Medalha da febre amarella e Medico da
Real Camara de Sua Magestade Fidelíssima, etc.
Us quaes depois de trocarem os seus respectivos Plenos
Puderes, achados em boa c devida fôrma, convieram nos
artigos seguintes:

ARTKIO PRIMEIRO.

Haverá perpetua paz, alliança e fraternidade entre o


M.-. Pod.', e Sup.'. Or.-. Or.-. Lusitano e o M . - .
Pod.', e Sup.'. G r . ' . Or.-, do Brasil.

ARTIGO SEGUNDO.

O M.'. Pod.'. Sup.-. Gr.'. O r . ' . Lusitano obriga-se


a uso entabolar relações M a ç . ' . no Império do Brasil,
com outro Poder M a ç . ' . existente ou que venha a existir
que uao seja o U r . ' . O r . 1 , do Brasil, ao v a l i . ' , dos Be-
nedictinos, emquanto este Poder se conservar adstricto
aos princípios da Inst. •. M a ç . ' . e o M. • Pod. •. Sup. •.
G r . - , ü r . ' . do Brasil igualmente se obriga a nao en-
tabolar relações 110 Reino de Portugal com outro Poder
M a ç . ' . existente ou que venha a existir, que uao seja o
( i r . - . O r . - . Lusitano, emquanto este Poder se conservar
adstricto aos princípios da l n s t . - . Maç.'.

ARTIGO TERCEIRO.

O M . ' . P o d . ' . S u p . ' . G r . ' . U r . ' . Lusitano nomeará


um R e p r e s . ' . junto ao M . ' . P o d . ' . S u p . ' . Gr.'.
O r . ' , do Brasil, que o representará para com esta Potencia
M a ç . ' . e o I I . ' . P o d . ' . S u p . ' . G r . - . O r . - , do Brasil
nomeará 11111 Repres. •. j u n t o ao M. •. P o d . •. Sup. •. Gr. -.
O r . ' . Lusitano, que o representará para com esta Potencia
Maç. •.
§ Único. O s R R e p r e s . ' . o u D D e l e g . •. das Altas Potencias
Contractaiites gosarao nas sédes dos G G r . ' . O O r . - . o u d e
— u —

estiverem acreditados, de todas as iionras, prerogativas,


privilégios e isempções que forem ou venham a ser con-
cedidas aos demais RRepres. •. ou D D e l e g . ' . de outras Po-
tencias M a ç o u . ' . mais favorecidas, alli i g u a l m e n t e acre-
ditados.

ARTIGO QUARTO.

Os MMaç. -. pertencentes ao M. •. Pod. •. S u p . •. Gr. •.


Or. •. Lusitano que forem de p a s s a g e m ou se estabelecerem
110 Brasil, serão recebidos com todas as honras, privilégios,
regalias, protecção e soccorros, concedidos aos MMaç. •. do
M . - . P o d . - . S u p - . - G r . - . O r . d o Brasil; e igualmente
os MMaç. •. pertencentes ao Circulo do M. •. P o d . •. Sup. •.
G r . - . O r . - , do Brasil, que forem de passagem, ou se
estabelecerem em P o r t u g a l , serão recebidos, tratados e
considerados com todas as honras, privilégios, regalias,
protecçito e soccorros, concedidos aos proprios MMaç. *. do
Circulo do M . ' . P o d . - . S u p . - . G r . - . O r . - . Lusitano.

ARTIGO QUINTO.

Para. que os MMaç. •. pertencentes aos Círculos das


Altas Potencias Contractantes possam gosar do beneficio
das disposições do artigo precedente, deverão provar achar-se
no goso de todos os seus direitos M a ç . - . , apresentando os
seus Diplomas competentemente Ieg-alisados n a séde dos
Grandes Poderes M a ç . - . referidos, ou nas localidades onde
existirem L L . - . pertencentes ao Circulo dos dous M M . - .
P P c d . •. S S u p . 1 . GGr. •. OOr - .

ARTIGO S E X T O .

O M. •. P o d . - . S u p . - . G r . - . O r . - . Lusitano e o M . - .
P o d . - . S u p . - . G r . - . O r . - , do Brasil communicarao reci-
— SIH —

procamente, sempre que o exija n interesse geral da Mae. • . ,


o nome dos M M a ç . - . que forem expulsos dos seus Círculos
respectivos, dando as causas que para isso concorreram.

AI1TIGO S É T I M O .

O presente Tractado depois de aceito pelos MM. •. PPoil. •.


SSup.-. Poderes Maçónicos respectivos será ratificado c
as ratificações trocadas em Lisboa no mais curto espaço
que fôr possivel.

MÍTiOO THANSITOlllo.

Depois de trocadas as ratificações do presently Tractado


o M.'. Pod.-. Sup.-, (ir.-. Or.-. Lusitano enviará ao
M.-. Pod.-. Sup.-, f i r . - . O r . - , do Brasil e vice-versa
u m a proposta de tres de seus m e m b r o s , afim de que as
Duas referidas Altas Potencias escolham d'entre elles os
seus respectivos Representantes.
Em fé de que os referidos Plenipotenciários o assignaram
em duplicado e o sellaram com os respectivos sellos.
Traç. •. no Vali. •. de Lisboa, aos 26 de Janeiro de
18B5 ( E . ' . V.'.)

|L. S.) NISKEK, CAV. ' . R . ' . —Jrsuimi Vnurulres Martina.


(I. S.) NUMA POMPILIO, C á v . ' . R. •. G— hjosliiilio Joaquim
dos' Santotí.
(I.. S . ) JOIO PINTO RIBEIRO, CAV. ' . R.-. TG - F.duanlo

Aijalla tlop Pmznrx.


(I;. S.) GOMBS EREIIIE 2 . » , C A V . ' . R.-. ® — ) . A. Tm-ujo

ForttiifjaL
II. S.) ROTO, CAV.-. K'.-. IIG — J I » Cohliuo Crirralliu
ii" Siím.
(I- S.) CONSTANTINO, CAV. •. ® — D . Cuilhmne Ro-
áriqwK dr Furntes.
K sendo-nos presente o mesmo Tractado, cujo theor fica
acima inserido, e bem visto, considerado e examinado p o r
nós t u d o o q u e nelle se contém, tendo sido approvado e
sanccionado pela Gr. •. L. •. e G r . •. Diéta constituída, o R a -
tificamos e confirmamos em todas as suas partes, e pela
presente o damos por firme o valido para haver de produzir
o seu devido effeito.
P r o m e t t e n d o em fé e palavra maç. •. observal-o e eumpril-o
inviolavelmente e fazel-o cumprir e observar por q u a l q u e r
modo que possa ser. E m t e s t e m u n h o e firmeza do sobredito,
assignamos a presente, que vai sellada com o sello do Gr.-.
Or.'. Lusit.'. e referendada pelo Gr.-. Secret.-, da Gr.-. L.-.
—Traç.-. 110 Templo dos a a u g v . e ssub.-. ttrab.-. da nossa
Heal Arte, 110 Vali.-, de Lisbôa aos quatro de abril do a n n o
da verdadeira luz cinco mil oito centos sessenta e cinco.

( ' O N D E DE P A R A T Y , G r . - . M . - . d o G r . - . O r . - . Lusit.-.

Gr.-. Secr.-. da Gr.-. L . \ do Or.-. Lusit.-. DE. JOÃO


PINTO RIBEIKO (2.») CAV. -. R . - . % ( n o m e p r o f . - . )
A flostinlin José Evaristo d? Siqueira Quaresma.

SELLO
no
B B . - . OR
U'SITANO
GRAND ORIENT DE FRANCE
S u p r e m e C o i u e i l p o u r la F r a n c e « I Io»
P o s s e s s i o n s Fi-ancaises.

SCEA1 1)1 (,.•. ( I / . !)]•; FRANCE

N . - . LIE PARIS I 3 AVRII. LÜTIÒ i t . ' . V.-.

An Ties HlMie f . ' . J. SaUlurilia Marinho, Granil-Maitic rt Graul-Com-


mawtaii' du Graml Orient tin Brésil, i Rio it Janeiro, Vallée
lies Btinwliclins,

S.\ s.-. s.-.

TIÍÈS ILI..'• F . \ ,

Nous a v o n s ia f a v e u r d e v o u s accuser r e c e p t i o n de v o t r e
Ball.', d a t e du 2(1 S e p t e m b r e 1864. L e m a n i f e s t e qui y
était j o i n relatai des é v é n e m e n t s d ' u n e t r o p g r a n d e g r a v i t e
p o u r q u e n o u s a y o n s p u v o u s r é p o n d r e á bref délai ainsi
q u e n o u s Taurions d é s i r é : n o u s a v o n s d u , d a n s n o t r e i m -
partiality et dans n o t r e a m o u r de la j u s t i c e , r e c h e r c h e r avec
u n e s a g e l e n t e u r d e quel còte était l e droit et examiner
avec soin les divers d o c u m e n t s qui n o u s s o n t p a r v e n u s des
d e u x partis qui se sont d i s p u t e la h a u t e direction d e l a
f r a n c - i n a c o n n e r i e Brcsilienno.
Nous sonnnes heureux do vous aunoiicer, T . •. Ill. •. F . • . ,
que grace a cet exanien et aux explications verbales que
nous a fournies l'lion. •. F. •. Gustave Gerber le Grand
Orient de France a reconnu lo pouvoir m a r o n n i q u e que

inaçonnique legitime et régulier au Brcsil, et que son E x -


cellence le Marèchal Magnan, notre bieu ainié Grand-Maitre
a donné sa haute sanction à cette reconnaissance.
Kous siduons. en consequence, avec honhcur, T . •. III. •.
et T . • • C . ' . F . ' . , votre nomination k la Grande Mai-
trise et nous faisons des voeux pour que votre avenement
à ces eminentes fonctions apaise tons les esprits et r a m é n e
au sein de la inaçounerie Brésilienue i'uuion, la concorde
et la paix. Rous lie doutons pas que tons vos efforts lie
teudent vers ce b u t ; les belles paroles que vous avez p r o -
noncés lors de votre installation, et que nous avons lues
avec plaisir, nous en donnent la ferine confiance.
P o u r resserrer d'une ínauière plus etroite encore los liens
fraternels qui unissent desórmais le Grand Orient de France
au Grand Orient du Brésil, nous vous prions de nous de-
signer u n frére qui puisse remplir a u p r è s de vous les
fonctions de G a m u t d'amitie du Grand Orieut, de France.
L e F . ' . Vicomte de Sapucaiiy qui avait été appelé à
ces fonctions en 1857 ue nous a jamais honoré, depuis
cette époque, de la. moindre communication; il nous a
laissé dans 1'ignorauce. la plus complete desdiíBcultés que
vient de traverser votre. Orient: le silence de ce F . - .
nous fait compreudre qu'il ue peut remplir le m a n d a t qui
lui avait été contté.
Tl n'en est pas de mèine de l'lion.-. F . •. Lézeret votre
Eeprésentant prés le Grand Orient de France; il s'est constani-
ment préoccupé des devoirs de son mandat, et il est resté
digne de toute votre confiance comme de la n o t r e : nous
serious heureux de le voir maintenu par vous dans de.s fonc-
tions qu'il a toujours rcinplie avec zele et distinction.
- 83 —

Agréez, 0 . ' . 111.-, Grand Malti-e, 1'assurance de nos


sentiments les plus distingues et les plus fraternels.

Le Grand Maitre adjoint de l'Ordre charge


des relations avec les GG. - . 0 0 . * . Étrangers,

A. LENSLÉ, 33.-.
(Srmu du Grand-Maitrr. <k VOrdrv.)
— íiM —

iN'oussommes heureux do vous aunoncer, T . 1 . 111. •. F . 1 . ,


que grace a cet exameu et aux explications verbales que
nous a fouruies I'lion. •. 1<V. (lustave Gerber le Grand
Orient de France a recounu le pouvoir maçonnique que
t i c g e k la Valiée des Bénédictins comine le seui pouvoir
maçonnique legitime et régulier au Brésil, et que son E x -
cellence le Jlaréclial Magiian, notre bien aimé Grand-Maitre
a donné sa haute sanction à cette reconnaissance.
Sous saluons. en consequence, avec bonlieur, T . •. 111. •.
et T . - . C.'. F.-., votre nomination a la Grande Mai-
trise et nous l'aisons des vceux pour que votre avèuement
à ces eminentes fonctions apaise t o u s les esprits et r a m è n e
a u sein de la maçonnerie Brésilienue I'uuion, la concorde
et la paix. Kous ne doutons pas que tous vos efforts u e
tendent vers ce b u t ; les belles paroles que vous avez p r o -
nonces lors de votre installation, et que n o u s avons lues
avec plaisir, nous en donnent la ferme confiance.
Pour resserrer d'une manière plus étroite encore les liens
fratemels qui unissent desórmais le Grand Orient de France
au Grand Orient du Brésil, nous vous prions de nous de-
signer u n frére qui puisse remplir a u p r è s de vous les
fonctions de Garant d'ainitic du Grand Orient de France.
Le F . •. Vicomte de Sapucaliy qui avait été appelé à
ces fonctions en 1857 ne nous a jamais houoré, depuis
cette époque, de la inoindre communication; il nous a
Iaissé dans l'ignorance la plus complete desdifficultés que
vient de traverser votre Orient: le silence de ce F . •.
nous lait comprendre qu'il ne peut remplir le mandat qui
lui avait été conflé.
II n'en est pas de mème de 1 ' h o n . ' . F . - . Lézeret votre
Représentant prés le Grand Orient de F r a n c e ; ils'est c o n t a i n -
ment préoccupé des devoirs de son m a n d a t , e t i l e s t r e s t é
digne de toute votre confiance comme de la. n o t r e : nous
serions heureux de le voir maintenu par vous dans des fonc-
tions qu'il a toujour» rcinplie avec zele et distinction.
— S3 -

Agréez, O . - . 111.-. Grand Maitre, i'asaurance de noa


sentiments les plus disting-ués et les plus fraternels.

Le Grand Maitre adjoint de l'Ordre charge


dês relations avec les GG. •. 0 0 . •. Étrang-ers,

A . LENBLÉ, 3 3 . - .
(Sceau du (Irmid-Maitre de VOrdn.)

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