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P A R A B É N S A S.

P A U L O E M S E U Q U A R T O C E N T E N Á R IO

FEVEREIRO 1954
'S&kmãó- da 'Thó-ttian&CL
Alberto D ’Oliveira

Homens, não cuideis só da vinha e do celeiro;


Cuidai da salvação, cuidai da alma, primeiro!

Vosso maior empenho é ter gado e ter pão;


Pois fôra bem melhor, loucos, ter coração!

Tendes pomar viçoso e de frutos coberto,


Mas vossa alma é mais triste e nua que um deserto!

Que importa que o trigal prospere e cresça a vinha,


Se em vós só cresce a má semente, a erva daninha!

Foi Deus que semeou e que lavrou para elas!


Vêde as aves do céu tão felizes, tão belas . . .

Não têm lagar, não têm vinha ou seara opulenta . . .


Foi Deus que lhes deu vida e é Deus quem lha sustenta!

Em vez de, como nós, ceifar, enceleirar,


Vão à busca de Deus, voando, pelo ar .. .

E enquanto vós cuidais da ceifa e da vindima,


Seu voo, sem cessar, de Deus as aproxima!

É gente louca e vã, que um medo vão consome:


Só vos assusta o frio e vos inquieta a fome!

Ter vestidos na arca e criar na manada


É ter tudo, dizeis; e eu digo: é não ter nada!

O que fiais na roca e no tear teceis


Não encobre de Deus os males que fazeis!

Não há sêde pue esconda ou véu que dê abrigo


Aos que a mão do Senhor marcou para o castigo!

É gente louca e vã, vêde os lírios do vai


Vestidos de brancura e graça m atinal. . .

Salomão não trajou veludos neni brocados


Como os vêdes trajar as rosas nos silvados . . .

Quem vos teceu, jasmins, violetas, nenúfares?


Foi Deus aue vos fiou e teceu nos seus teares . . .

Imitai, gente vã, teimosos pecadores,


Ou o exemplo da ave ou o exemplo das flores!

26 A LIAHONA
São Paulo FE V EREIRO 1954
Rua Itapeva, 378
Tel.: 33-6761 ANO VII — N." 2

‘ Um g u ia nas fr e v a s ” 0 L iv ro ds M o rm o n - A lm a 3 7 :2 8 - 3 0

O R G A O O F IC IA L D A M IS S Ã O B R A S IL E IR A D A IG R E JA D E JE S U S C R IS T O D O S
S A N T O S D O S Ü L T IM O S D IA S

"A L IA H O N A ” é publi­ S U M A R IO
cada mensalmente no Bra­
sil pela Igreja de Jesus E D IT O R IA L 28
Cristo dos Santos dos Ú lti­
mos Dias. Preços das assi­ A R T IG O S E S P E C I A I S
naturas : cada exemplar,
A Visita do Pres. McKay ao B r a s i l ..................................... 29
Cr$ 4,00; por ano, Cr$
40,00; exterior, Cr$ 50,00. Discurso proferido pelo Pres. McKay, na Conferência de
Tôda correspondência deve 24 de Janeiro de 1954 .................................................... 30
ser enviada à Caixa Pos­
Discurso Proferido pelo Pres. McKay na Sessão Especial
tal 862, São Paulo, S. P.
Dedicada aos Membros A le m ãe s ..................................... 39
D ir e t o r - R e d a t o r Um Profeta em I s r a e l ............................................................ 41
C L Á U D IO M A R T IN S DOS
SANTOS F A R IO S

Registrado sob N .5 93 do O Sermão da M o n ta n h a ............................................................ 26


Livro “B” n.° t, de M a­ por Alberto D ’Oliveira
trícula de Oficinas Im ­ Departareento das Auxiliares a cargo da Irmã Gail Terry . 43
pressoras, Jornais e Pe­
Auxílio Técnico de Geraldo Tressoldi
riódicos, conforme Decre­
to N .ç 4857, de 9-11-1939.

Endereços dos Ramos da Igreja no Brasil


SA O P A U L O N iterói: (Informações) — Estácio de Sá 520
São Paulo: Rua Seminário, 165 - 1.° and. R IO G R A N D E D O SUL
Campinas : Rua Cesar Bierrenbach, 133 Porto A leg re: Rua Andradas, 945
Sorocaba : Rua Cesário Mota, 567 Novo H am burgo: R. David Canabarro, 77
Ribeirão P reto : Rua Alvares Cabral, 93
PARANÁ
Santos: Rua Paraiba, 94
Curitiba: Rua Dr. Ermelino de Leão, 451
Rio Claro: Avenida 1, 301
Ponta Grossa: Rua 15 de Nove/nbro, 354 —
Bauru: Rua l.9 de Agosto, 1-70 3.° andar
M arilia: Rua 9 de Julho 1511
S A N T A C A T A R IN A
Piracicaba: (Informações) Vila Boyce, Rua
Alfredo. 5 Jo in v ile : Rua M ax Colin 426 (ariciga rua
R IO D E J A N E IR O Frederico Hubner).
Tijuca: Rua Camaragibe, 16 Ipom éia: Estrada para Videira
EDITORIAL
I
Cristo estabeleceu Sua Igreja sôbre a terra enquanto vivia entre os homens
Sua Igreja tinha uma O RG AN IZA ÇÃ O definida: ensinava certas D O U T R I­
NAS definidas; observava certas O RD EN A N ÇA S básicas; seguia uma forma
muito simples de A D O RA ÇÃ O ; gozava de certos D O N S E SP E C ÍFIC O S D O S
ESP ÍR IT O S e, o que é muito importante, funcionava com SUA A U T O R ID A ­
DE DIVINA, pelo poder do Sacerdócio. Os Apóstolos do Senhor continuaram
Sua organização, agindo de acordo com ela e a expandindo sob Sua direção.

II
Após a morte de Cristo e de Seus Apóstolos, a Igreja de Jesus Cristo
desapareceu da terra, pela A P O S T A S IA ... que é uma palavra simples que
significa REJEIÇÃO, ou TRAN SGRESSÃO da V ERD A D E. O Evangelho de
Jesus Cristo e seu corpo institucional, a Igreja de Jesus Cristo, foram tão cor­
rompidos e modificados, a ponto de não poderem ser reconhecidos como Seus.
Consequentemente, Êle retirou Sua autoridade da Terra, ou, em outras pala­
vras, Seu SA CERD ÓCIO , que é o direito ou autoridade delegados ao homem
para AGIR em Seu nome.

III
A REFO RM A foi um movimento iniciado por nobres e grandes homens,
como Martinho Lutero, João Wesley e Calvino, que trouxeram à claridade os
resultados da APOSTASIA que verificou-se da Igreja e do Evangelho do
Mestre. Foi, na realidade, uma REVOLU ÇÃO religiosa contra o êrro e muito
contribuído para que ficasse evidenciada a necessidade da RESTAURAÇÃO.

I V
O Evangelho de Jesus Cristo foi restaurado à terra e Sua Igreja restabe­
lecida, através da instrumentalidade de Joseph Smith e de seus sucessores na
chamada profética. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a
Igreja restaurada de Jesus Cristo, como a O RG AN IZA ÇÃO que Êle dirigiu,
ensinando as D O U T RIN A S que Êle ensinou, observando as O RD EN A N ÇAS
que Êle observou e ordenou, conduzindo seus adeptos à ADORA ÇÃO , gosan-
do os D O N S DO ESPÍRIT O como Êle prometeu e funcionando sob Sua D I­
VINA A U T O R ID A D E , conferida por Êle mesmo.
ASAEL T. SOREN SEN
Presidente da Missão

28 A LIAHONA
A visita do Presidente McKay ao Brasil
Acompanhado de sua espôsa, Irmã e, acima de tudo sábias, do Presidente,
Emma R. McKay e de seu filho e se­ ainda ecoam nos corações de todos os
cretário, Irmão Roberto Mc Kay, che­ que o ouviram. Seus sábios conselhos
gou ao Rio de Janeiro no dia 22 de Ja­ ficarão conosco para sempre e a “Liaho-
neiro último, o nosso querido Presi­ na” tem a grande satisfação de poder
dente David McKay. reproduzir nas páginas seguintes, as
palavras do Profeta.
Permaneceu êle na Capital do país
por dois dias tendo se deslumbrado com Também fez-se ouvir a Irmã McKay
a prodigalidade do nosso Pai Celestial que, em inspirada palestra, exortou as
em nos presentear com tão belas jóias famílias a batalharem sempre pelo
da natureza como as que conheceu no amor, união e paz constante no lar.
Rio. Visitou também o Ramo local, on­ A seguir, falou o Irmão Robert
de teve oportunidade de se reunir com McKay, pronunciando brilhante oração
os membros. que dispensou intérpretes, eis que se
No dia 24 de Janeiro, o Presidente e expressou em excelente castelhano.
sua família vieram a São Paulo, tendo Ouviu-se ainda, o nosso Presidente
sido recebidos no aeroporto de Congo­ da Missão, Asael T. Sorensen, cujas
nhas por um grande número de mem­ palavras vieram consolidar a posição
bros e missionários que festivamente os que tem conquistado em nossos cora­
acolheram entoando a canção “Damos ções, como líder fiel e entusiasmado da
Graças a Tí por um Profeta”. Missão Brasileira.
Desde os seus primeiros instantes en­ Os ilustres visitantes foram saudados
tre nós, o Presidente conquistou o co­ pelo Elder Allen K. Coryell. Durante a
ração de todos que tiveram o privilé­ conferência, foi ofertada à Irmã McKay
gio de lhe apresentar as boas vindas. uma belíssima “corbeille” de orquídeas,
Um sorriso sincero estampava-se em seu pelo Ramo de Campinas e, ao Presi­
semblante amigo e todos se comoveram dente McKay, foi também oferecida uma
ao ver a figura querida do Presidente lembrança dos membros do Brasil.
McKay. Lágrimas corriam pelas faces Os ilustres visitantes permaneceram
de muitos. entre nós até terça-feira, quando em­
Durante o domingo, o Presidente barcaram para Montevidéo, prosseguin­
McKay fez-se ouvir três vezes, isto é, na do em sua viagem de amor fraternal pe­
Escola Dominical, na conferência rea­ lo mundo.
lizada à noite e também numa reunião Partiu o Presidente e Profeta, mas
dedicada especialmente aos membros fica em nossos corações, para sempre,
alemães, com um intérprete para sua a figura inesquecível do nosso Irmão
língua. As palavras sinceras e amigas McKay.

Fevereiro de 1954 29
Da esquerda para a direita vemos o Irmão Robert McKay e seus pais, o Presidente David O.
McKay e Irmã Emma R. McKay, que nos distinguiram com sua visita, trazendo-nos sábias e
inspiradas mensagens.

Discurso proferido pelo Presidente M cK a y , na conferência


realizada no dia 24 de Janeiro de 1954
Irmãos e Irmãs, desejo de nos tornar felizes, fizeram
essas coisas difíceis e nós as aprecia­
Confirmando a expressão de apre­ mos. Foi muito difícil dormir no chão
ciação dada pela Irmã McKay, desejo duro uesta capela para que pudesstm
expressar minha gratidão pela acolhi­ estar aqui esta manhã, irmãos do Ramo
da que nos foi dada aqui no Brasil. de Campinas. Apreciamos o tributo que
Muitas vêzes conferimos favores que nos foi enviado ao hotel pelo Presi­
são fàcilmente dados, mas são os favo­ dente e Irmã Sorensen e pelos missio­
res difíceis que mais apreciamos. E foi nários. Guardá-lo-emos como um te­
difícil para os membros do Ramo do souro e faremos dêle uma parte dos re­
Rio de Janeiro permanecerem acorda­ gistros de nossa visita. Vou ler a carta:
dos metade da noite para cumprimen­
tar os visitantes. Foi difícil para êles “Querido Presidente Irmã McKay:
levantarem-se às quatro horas da ma­ Queremos que saibam o quão emo­
nhã para se despedirem de nós. Nâo cionados estamos pela sua presença
foi fácil para vocêi levantarem-se cê- aqui no Brasil e também o quão felizes
do esta manhã para irem nos receber, estão os santos brasileiros pelo fato de
mas, os irmãos, impulsionados por um terem encontrado tempo para visitar sua

30 A LIAHONA
terra. 0 amor e devoção que trazem em continuar sua viagem pelo mundo, ir­
seu coração pelo Evangelho de Jesus radiando os ensinamentos do Salvador,
Cristo, foram evidenciados por sua de- inspirando os Santos a maior diligên­
montração de alegria e felicidade à sua cia e influenciando a nós, missionários,
chegada. Para êles êste foi o maior a fazer maior esforço para levar esta
acontecimento em suas vidas, ver o pro­ alegre mensagem aos honestos de co­
feta vivo do Senhor aqui entre êles. ração, que vagueiam na escuridão, pa­
Muitos choraram como crianças ao pen­ ra que possamos trazer maior número
sar que poderiam vê-lo e ouvi-lo. É de almas ao nosso Pai Celestial.
como um sonho para êles, como tam­ Que o Senhor continue convosco até
bém para nós nas fileiras missionárias. o final de sua viagem, para que pos­
Estendemos-lhes, Irmão e Irmã sam ter maior alegria e felicidade, che­
McKay, nosso amor e admiração. Agra­ gando ao seu destino em segurança.
decemos o nosso Pai nos Céus por sua
grande sabedoria e vida exemplar, mos­ Sinceramente,
trando o grande amor que têm em seus Seus companheiros de trabalho” .
corações por todos os filhos do Pai,
não importa onde se encontrem. (Assinado pelo Presidente e pela Ir­
Nós o apoiamos, querido irmão, e mã Sorensen e todos os missionários).
rogamos ao Senhor que continue a aben­ Recebemos também uma saudação
çoá-lo e à Irmã McKay com saúde verbal dos Santos de Ipoméia que la­
abundante e energia, para que possam mentaram não poder estar presentes e

Vemos abaixo o Presidente e Irm ã McKay, entre um grupo de irmãos que lhes foram dar
suas boas vindas a São Paulo, na manhã de 24 de Janeiro último.

Fevereiro de 1954 31
também dos membros de joinville. Nós mos com os mal informados e com os
as recebemos com apreciação. cheios de preconceitos que nos culpam
Tivemos o privilégio de visitar qua­ e dizem mentiras a nosso respeito, mas
se tôdas as missões do mundo. Após lamentamos que as pessoas honestas
visitarmos o Uruguai, Argentina e as estejam tão mal informadas e que se
Missões da América Central, que es­ tornem cheias de preconceitos não in­
tão incluídos em nosso itinerário, tere­ vestigando o Evangelho.
mos tido o privilégio de visitar tôdas as Neste momento, em alguns minutos,
missões do mundo. Uma das caracte­ delinearei os propósitos desta Igreja.
rísticas que encontramos em tôdas as Direi primeiramente que ela está no
nações que visitámos, foi o espírito mundo para fazer os homens melhores
de amor, confiança, boa vontade e ami­ e mais felizes. Complementa a vida dos
zade. Se todo o mundo pudesse gozar homens, como o Presidente Sorensen
dêsse afeto mútuo que é uma das ca­ disse esta manhã, desde o estado pré-
racterísticas dos Santos dos Últimos existente e durante o estado mortal (a
Dias, quão maior felicidade não have­ segunda existência) e explica para on­
ria entre a humanidade. O Salvador de iremos após a morte. Esta noite tra­
disse “ Pelos seus frutos os conhece- tarei de apenas um ou dois ideais que
reis”. Êste amôr e confiança são frutos desejamos atingir, coisas reais da vida
do assim chamado Mormonismo. que nos darão felicidade. Tôdas as pes­
É realmente lamentável que as pes­ soas têm o direito de ser felizes e tô­
soas honestas do mundo não nos com­ das podem ser felizes se aceitarem os
preendam melhor. Não nos preocupa­ princípos de vida e salvação. Sei que é

O Presidente David O. McKay, tendo ao lado o seu intérprete, Irmão Alfredo Vaz, examina
com interesse uma pequena lembrança que lhe foi oferecida pelo Ramo de São Paulo.

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A Irm ã Emma R. McKay ao pronunciar seu discurso de saudação, muito apreciado por todos
e que foi interpretado pela Irmã Myriam B. M. de Castro, que vemos ao seu lado.

verdade e qualquer pessoa pode pro­ colhe o caminho que deve seguir, para
vá-lo. o bem ou para o mal.
Um dos primeiros princípios que a Mencionarei agora um segundo prin­
Igreja declara ao mundo é que todo in­ cípio — a consciência do auto-domí-
divíduo é livre. O dom do livre arbí­ nio ou outo-controle. Pensem nisto por
trio de nosso Pai Celestial, é tão pre- um momento. Vocês têm liberdade pa­
■ ’SO >• io a própria vida. Deixem que ra escolher — êste é o primeiro — e o
ia indivíduo sinta que tem o direito segundo, que você vai dominar o seu
escolha. Poderá escolher o bem e ambiente, seus apetites, seu tempera­
obter felicidade ou poderá escolher o mento. Em outras palavras, você não
mal e sofrer infelicidade. Deus está se quererá ser um escravo e, assim, a Igre­
esforçando para fazer os homens como ja ensina que no lar o espôso, a espo­
Êle próprio. Para fazer isto, deve pri­ sa e as crianças devem controlar seu
meiro fazê-los livres. Nenhum homem gênio e, especialmente, controlar suas
poderá forçar outro a fazer o bem. Po­ línguas. Quando alguma coisa está er­
derá fazê-lo externamente com um chi­ rada, em vez de entregarem-se ao gê
cote sôbre êle, mas até que o homem nio e dizerem palavras ásperas, segu­
faça o direito do fundo de seu íntimo, re aquela língua, não somente para a
por seu próprio impulso, êle não pode ­ paz no lar, como para seu auto domí­
rá obter benefício de sua liberdade de nio.
escolha. A Igreja ensina que não devemos in­
Êste é um dos princípios fundamen­ sultar o nosso próximo, que não deve­
tais neste estado mortal e cada um es­ mos encontrar defeitos nas autoridades

Fevereiro de 1954 33
que presidem os ramos ou nos profes­ jeira nas raízes do meu lírio”. “Deixa-
sores das escolas públicas. Os insultos me vêr”, disse o filósofo,e tomou a ro­
não produzem felicidade. Podemos ver sa do primeiro, quebrou o espinho da
franqueza em nosso próximo e gosta­ haste e devolveu-o ao homem. Tomou
mos de salientar essas fraquezas, por­ o jasmim, retirou a fôlha morta e a co­
que algumas vezes pensamos que ao fa- locou de volta na mão do segundo ho­
zê-lo estamos nos elevando. Está er­ mem. Tomou o lírio e retirando a su­
rado — a felicidade jamais vem por jeira das raízes, colocou-a na mão do
vermos os defeitos de nosso próximo. terceiro. Segurando a rosa, o jasmim
Eu gostaria de ilustrar êste princípio, e o lírio, disse: “Aí está, cada um de
com a seguinte história: vocês tem o que o atraiu primeiro. Vo­
“Muitos anos atrás, no Japão, os fi­ cê procurou o espinho e o encontrou,
lósofos e professores ensinavam aos porque eu o deixei de propósito na has­
trabalhadores, lições da natureza. Os te da rosa. Você viu a fôlha porque eu
japoneses são amantes da natureza. a deixei no jasmim. Você procurou su
Mesmo hoje em dia, se você seguir uma jeira no lírio e a encontrou. Fiquem
trilha irregular, levando para o alto de agora com o espinho, a fôlha e com a
uma elevação, esteja certo de que ela o sujeira. Eu ficarei com a rosa, o jas­
levará para um belo cenário, talvez do mim e o lírio, pela beleza que vejo ne­
monte Fujiyama ou outra vista maravi­ les.”
lhosa. Muitos anos atrás aqueles filó­ Irmãos, quando nos olhamos uns aos
sofos saiam da cidade, traziam flores e outros na Igreja, em nossos lares, em
estudavam lições da virtude. Certo dia, nossa visinhança, vemos talvez um es­
após ter dado a sua lição, um daqueles pinho, uma fôlha morta e algumas vê-
filósofos estava atravessando os mu­ zes sujeira, da mesma forma que os Fa­
ros da cidade a fim de trazer outras li­ riseus encontraram naquela pobre mu­
ções, quando um dos trabalhadores dis­ lher a quem jogaram aos pés do Sal­
se: “Quer fazer o favor de me trazer vador. Mas, se procurarmos, podemos
uma rosa hoje, a fim de que eu possa também encontrar uma rosa, um jasmim
estudar uma flor como nos explicou na e um lírio em seus caráteres. Seremos
noite passada?”. Éle não havia anda­ felizes se procurarmos o bem em nosso
do muito quando um segundo aproxi­ próximo e não o mal. Isto não 'quer di­
mou-se e disse: “Quer fazer o favor de zer que devemos favorecer ou que não
me trazer um jasmim para que eu possa devemos condenar o pecado e ao con­
estudar a lição que nos deu antes de trolar nosso gênio e nossas línguas, ga­
ontem?” e, quando o filósofo já se ia nharemos energias para controlar nos­
afastando dos portões da cidade, um sos apetites. Não é um triste comentá­
terceiro dise: “Quer fazer o favor de rio sôbre a humanidade, dizer que o
me trazer um lírio hoje? Eu gostaria homem é escravo de seus apetites, que
de estudar aquela lição sôbre pureza.” precisa ter o seu whiskey? que não
Quando o filósofo regressou naquela pode passar sem êle? que precisa ter
noite, encontrou os três homens a espe­ o seu fumo? Seria melhor dizer: “Pos­
rá-lo no portão. Ao primeiro deu a ro­ so jogá-los fora, se quizer”. Porque
sa, ao segundo o jasmim e ao terceiro ser um escravo?
o lírio. Então o homem que tinha a ro­ Em algum lugar aqui tenho a afir­
sa disse: “Olha, há um espinho na has­ mativa de um homem que diz: “Um
te de minha rosa”. E o segundo ho­ bêbado pertinaz encontrou um meio de
mem disse: “Há uma fôlha morta no saciar sua sêde?” Não, absolutamente
meu jasmim”. O terceiro, encorajado não. Transforma seu desejo natural em
pela crítica dos outros, disse: “ Há su­ obsessão mórbida e torna-se sua pai­

34 A LIAHONA
xão dominante. Agora, isto não é um na Alemanha, após a qual um jovem veio
escritor Mormon. Foi um homem que a mim e disse: “ Seus jovens não vivem
disse: “ Eu prefiro não ser aquele ho­ assim”. Eu disse: “Nossos jovens vi­
mem a ser Presidente dos Estados Uni­ vem assim”. Êle não poderia acreditar,
dos”, mas êle era o presidente dos Es­ mas é verdade! É por isso que construí­
tados Unidos quando disse isso. mos templos e encorajamos todos os jo­
Não tem senso quem procura felici­ vens a viverem de maneira tal em sua
dade em prosperidade material somen­ adolescência que quando chegar o tem­
te. Se considerarem o propósito mais po de casarem, possam entrar no tem­
elevado da Palavra de Sabedoria, re­ plo e possam fazê-lo livres de qual­
sistirá àquelas coisas que estimularão quer impureza ou pecado. O jovem ra­
seu corpo e demandarão mais e mais paz, ao ajoelhar-se ao altar, dará àque­
Quando você alcançar um senso de do­ la jovem a mesma pureza de vida que
mínio sôbre sua língua, seu gênio e seu espera que ela lhe dê. Êste é o começo
apetite, terá a conciência de domínio da felicidade no lar. Êste é o começo da
sôbre a paixão dominante que o leva­ saúde dos filhos ainda não nascidos,
ria a atitudes que trariam infelicidade ao que mais tarde virão abençoar aquele
seu lar. E assim podemos dizer aos nos­ lar. Neste princípio encontra-se uma
sos jovens no mundo: “Mantenham-se das chaves para a entrada em lugares
livres do pecado da incastidade — mo­ altos e sagrados e pelos quais podere­
ços e moças” . mos manter a raça humana impoluída.
Eu disse isso um dia numa conferência Êstes são apenas alguns dos princí-

Parte da audiência1que literalmente ocupou a sala de reuniões da capela do Ramo de São Paulo,
na conferência de 24 de Janeiro último.

Fevereiro de 1954 35
Varios aspetc
Presidente M

Neste flagrante colhido à frente do Ramo do Rio, vemos


os ilustres visitantes acomnanhados de membros locais.

O Presidente e Irmã McKay, no churrasco oferecido na


Casa da Missão, em São Paulo, sendo servidos pelas
irmãs Reona Dixon e Ana Pereira.

Diante da imagem do
McKay, visivelmente etm
30 do capítulo 11 de S.
mim, todos os que estais
aliviarei. Tomai sôbre v
mim, que sou manso e h
reis descanso para vossa
suave e o n

36 A LIAHONA
da visita do
ay ao Brasil

O Irmão Robert McKay, ao pronunciar, em excelente


castelhano, o seu discurso da noitè de 24 de Janeiro
último.

Vemos aqui o Presidente e Irmã McKay, palestrando com


o Presidente da Missão Brasileira, Asael T. Sorensen.

mm®#*

ito Redentor, o Presidente


nado, citou versículos 28 a
iteus, que dizem : “Vinde a
sados e oprimidos, e eu vos
o meu jugo, e aprendei de
Ide de coração; e encontra-
Imas. Porque o meu jogu é
fardo é leve.”

Fevereiro de 1954 37
(Continuação da pág. 35) auxílio, envie-me seu nome e eu lhe en­
viarei o dinheiro de meu filho para aju­
pios fundamentais praticados enquanto dá-lo na missão”. Um caso excepcio­
estamos aqui neste estado mortal. Pe­
nal! exclamarão. Não, milhares de nos­
dimos aos membros da Igreja para ama­
sos jovens expressam a mesma vonta­
rem o que Deus nos deu neste mundo.
de de prestar serviço aos outros, pre­
Todos podem gozar as belezas da na­
gando o Evangelho de Jesus Cristo.
tureza. Vocês viram o maravilhoso nas­
O tempo não permite e eu os cansa­
cer do sol hoje de manhã?
ria se proseguisse, mas, ó irmãos, se o
Ao olharmos de nossa janela vi­
( Continúa à pág. 42)
mos uma pintura que um artista havia
dependurado na parede, no outro lado A Irm ã McKay posa para a nossa objetiva ao
da rua. Coloquei os meus óculos de al­ lado da belíssima “corbeille” de orquídeas que
lhe foi oferecida pelo Ramo de Campinas.
cance e ví que era uma bela* cena. Um
homem qualquer talvez pagará uma al­
ta soma por aquela pintura. Mas a Ir­
mã McKay e eu olhamos por outra ja­
nela que dava para a praia e lá esta­
va uma das mais belas pinturas da na­
tureza, brilhante, bela e cheia de ins­
piração. Não nos custou nada: era nos­
sa — é sua. Êste é um dos motivos pe­
los quais ensinamos em nossa Escola
Dominical, na Primária e na Mútuo,
a bondade de Nosso Pai Celestial por
nos dar tôdas essas coisas. E cantamos
“Conta as muitas bênçãos, di-las duma
vez e verás supreso quanto Deus já
fez”.
Mencionarei agora só mais um, que
é o desejo de fazer outros felizes, pres­
tando-lhes nossos serviços. Nossos ra­
pazes estão no exército, dando seu ser­
viço, respondendo à chamada da pátria.
Na segunda guerra mundial, um jovem
da Igreja, economisou seu pequeno sol­
do que lhe era dado pelo Govêrno e
enviou-o para sua mãe depositar no
banco. Êle não o usou em indulgência,
bebedeiras e diversões malsãs, mas o
enviou para casa, dizendo: “Quando eu
voltar quero ir fazer uma missão”. Eco-
nomisei êste dinheiro para ajudar a pa­
gar minhas despesas”. E então acres­
centou: “ Se eu não voltar, use-o para
ajudar outro jovem qualquer no cam­
po missionário”. Bem, êle não voltou.
Deu sua vida por seu país, mas sua
mãe nos escreveu uma carta, dizendo:
“Se qualquer jovem precisa de algum

38 A LIAHONA
Durante sua estada entre nós o Presidente McKay nomeou o Irmão Urban W . Haws e o
Elder W illiam V. Larsen, respectivamente primeiro e segundo conselheiros da Missão Brasileira.
Vemos no clichê, da esquerda para a direita, o Elder Larsen, Presidente Sorensen, Presidente
McKay e o Irmão Haws.

Discurso proferido pelo Presidente M c K a y na sessão especial


dedicada especialmente aos membros alemães
Meus irmãos e irmãs, mentos alemães pareciam menos inte­
ressados que antes. Tive a impressão
Estou imensamente feliz em encon- que isto deveria ser esclarecido. Exis­
trá-los nesta reunião. Trata-se de uma tem centenas e milhares de alemães que
reunião extra. Não me delongarei por estão esperando ouvir a verdade não
muito tempo.Os irmãos que me prece­ havendo razão porque o Evangelho não
deram deram-lhes excelentes doutrinas possa chegar a êles em sua própria lín­
e valiosos conselhos, de modo que não gua. Primeiramente pensei que as au­
preciso repetir o que êles disseram. toridades tivessem proibido isso, mas
Foi meu desejo reuní-los nesta reu­ descobri que tal não aconteceu. Vocês
nião especial para vê-los face a face podem ensinar as doutrinas em alemão,
e através de seus olhos penetrar seus co­ sem qualquer interferência por parte do
rações para saber porque, quando esta govêrno. E isto deve ser feito.
missão foi organizada, se requeria que Creio que vocês estão interessados
o seu presidente falasse a língua ale­ em ouvir um breve relato de nossa vi­
mã. E isso estava certo. Mais tarde, sita à Alemanha há ano e meio atrás.
quando a missão foi dividida, os ele­ Alguns dos maiores ramos que temos

Fevereiro de 1954 39
encontram-se na Alemanha. Na última pelas em Berlim, capelas bem valiosas,
semana de junho de 1952, realizamos com páteos para recreação e salas de
grandes reuniões em Hamburgo, Ber­ aula, tal como as que temos nos Esta­
lim, Hanover, Frankfurt e, em Berlim dos Unidos e eles têm uma excelente
mesmo, tivemos algumas passagens in­ séde missionária em Berlim. A maior
teressantes e memoráveis. Se eu fôsse parte do dinheiro gasto naquela missão
dontar tôdas a vocês eu os reteria mais saiu do bô'«o do Presidente Stover, sem
do que prometi no princípio. Mas, em que diss. tivéssemos conhecimento.
Berlim, logo que deixamos o avião, fo­ Ação nobre que um homem faz quando
mos imediatamente a uma reunião mis­ tem o testemunho da verdade.
sionária e lá, para minha grande sur- Vocês ficarão contentes em saber que
prêsa, estavam vinte e sete dos nossos no Domingo nós alugámos uma das sa­
missionários locais da Zona Russa. Êles las de cinema. O maior cinema que êles
tiveram permissão para vir, contanto tinham em Berlim e que não foi des­
que prometessem voltar. Um dos Elde- truído durante a guerra, comportando
res disse-me que os oficiais Russos dis­ 2.500 pessoas e estava tão cheio que as
seram: “Sabemos para onde vocês vão pessoas tinham que ficar de pé pelas
e porque vão. Não tentem nos enganar, passagens. Os policiais, em número de
pois sabemos o que êles dizem”. E êles 14, disseram “que era contra o regu­
tinham seus espiões lá, mas não naque­ lamento permanecerem de pé e que êles
la reunião, porque era uma reunião mis­ tinham que sair”. Então alguns dos El­
sionária onde podíamos ouvir seus tes­ deres se levantaram deixando em seus
temunhos sem sermos molestados. Sou­ lugares alguns dos Santos e se dirigi­
bemos pelos Elderes e pelo Presidente ram para fora. Uma vez lá, um dos El­
Glaus que nenhum panfleto podia ser deres dirigiu-se ao chefe dos policiais
distribuído nas cidades alemãs sob e explicou: “ Não haverá perigo, pois
ocupação russa. Sômente era permitida ninguém fumará dentro não podendo
a distribuição da Bíblia e do Livro de portanto haver nenhum incêndio”. O ob-
Mormon. Os serviços religiosos eram (■
Continua à pag. 42)
realizados com a condição de que êles
enviassem aos oficiais o programa com O Presidente e Irmã McKay, apreciam a beleza
de uma de nossas praias cariocas.
os nomes das pessoas que iriam falar
e sôbre o que iam falar. Mas, vejamos
o que é a liberdade russa.
Desde a época do Presidente Stover,
tentamos durante anos a fio comprar lo­
tes de terrenos para edificar capelas,
sem contudo nos ser permitido. Os ofi­
ciais Russos não nos repeliam mas nos
iludiam sempre, sendo que até o pre­
sente ainda não pudemos obter uma ca­
pela, não pudemos obter uma casa e
nem nada. O comunismo é um inimigo
da verdade da Igreja. Nega a existên­
cia de Deus, a expiação de Jesus Cris­
to e a liberdade individual do homem
e êstes são os três princípios funda­
mentais do Evangelho de Cristo.
Vocês se alegrarão por saber que en­
quanto estivemos lá, dedicámos duas ca­

40 A L1AHONA
UM PROFETA EM ISRAEL
“Certamente o Senhor Deus não fará A promessa a tal obediência ao pre­
coisa alguma sem revelar seus segre­ sidente da Igreja foi maravilhosa: “pois
dos aos Seus servos, os profetas (Amos fazendo estas coisas, as portas do in­
3 :7 ) ”. ferno não prevalecerão contra vós; sim,
Quando isto foi dito ao povo de Deus, o Senhor Deus dispersará os poderes do
não foi indicado um tempo de dura­ mal diante de vós e fará os céus treme­
ção para essas palavras. Elas não se rem para o vosso bem”.
referiam a nenhuma particular dispen- O Presidente da Igreja naquêle tem­
sação, mas, sim, a todos os trabalhos po, era Joséph Smith. A êle foram da­
de Deus com seu povo. Era uma defi­ das tôdas as chaves da última dispen-
nição da Sua maneira de dirigir Sua sação. Êle recebeu autoridade de men­
Igreja. sageiros divinos enviados à terra, pode­
rosos e grandes homens do passado, os
Teria Deus uma Igreja sôbre a terra
quais, como profetas de seu tempo, pos­
e não a dirigiria? Poderia Êle fazer is­
suíam os poderes do Sacerdócio e ago-
so, sem contínua revelação, de acôrdo
ía deram êsses poderes a José Smith.
com as necessidades de seus filhos? E
Iriam todos êsses poderes morrer
a quem daria tais revelações? “Certa­
mente o Senhor Deus não fará coisa al­ com Joseph Smith? Morreram com êle?
guma sem revelar Seus segredos aos Sabendo que seria martirizado e saben­
Seus servos, os profetas”. do que as chaves dêsses poderes deve­
riam ficar na Igreja “para o trabalho
Revelação é uma parte do trabalho do ministério”, o profeta conferiu aos
do Senhor! É tão importante para Seu Doze tôdas as chaves da autoridade que
povo receber orientação do alto, como possuia. Assim essa autoridade foi
saber e reconhecer a voz do Bom Pastor. transferida a cada novo Presidente da
Quando a atual Igreja de Jesus Cris­ Igreja, até hoje.
to foi estabelecida sôbre a terra, a re­ O Presidente da Igreja hoje, assim
velação tornou-se parte integrante dela, como no tempo de Joseph Smith, ainda
exatamente como na Igreja primitiva. trás com êle os títulos e poderes já men­
Assim como havia profetas antigamen­ cionados nas designações dadas pelo
te, o Senhor colocou-os na Igreja mo­ Senhor, no dia em que a Igreja foi or­
derna. ganizada. Êle ainda é o profeta, viden­
Nos primeiros dias, quando a Igre te, revelador, apóstolo e elder.
ja foi organizada, o Senhor ordenou o As promessas de aceitar sua lideran­
Presidente como “vidente, revelador, ça, ainda estão conosco hoje. Se obe­
profeta, apóstolo de Cristo e elder da decermos sua palavra “como se fôssem
Igreja”. de minha própria bôca”, as portas do
Falando aos Santos dos Últimos Dias inferno não prevalecerão contra nós, os
sôbre seu Presidente, o Senhor disse: poderes do mal serão dispersados dian­
“Portanto, significando a Igreja, deve- te de nós e os céus tremerão por nós.
reis ouvir suas palavras e mandamen­ Assim como no passado, temos hoje,
tos, os quais êle vos dará como os re­ um profeta, vidente revelador, como ca­
ceber, andando em tôda a santidade beça da Igreja. Êste homem é David
diante de mim. Pois, suas palavras de- O. McKay. Êle está na direção. É o ver­
vereis receber como se fossem de mi­ dadeiro sucessor de Joseph Smith. Pos­
nha própria bôca, com tôda paciên­ sui os poderes, autoridade e chaves que
cia e fé”. Joseph Smith possuia! O Senhor está

7evereiro de 1954 41
com êle! Guia-o e fala ao povo atra­ homem entre os homens! Homem sem
vés dêle! “artifícios”. Seguindo-o traremos para
O Presidente McKay é o “porta-voz” nós aquêle estado de felicidade em que
de Deus, na terra.Se o seguirmos, êle existe a paz, paz que não poderá ser
nos guiará através da “porta estreita” imaginada pelo entendimento humano.
pelo caminho estreito que nos leva à vi­ Éle nos conduzirá a Deus.
da eterna.
É amado por seu povo e por todos Tradução da
aquêles que o conhecem! É um grande Irmã Ana Mar ba Pereira

Discurso do Pres. McKay, proferido na conferenc. pois, se assim o fizerem, tornar-se-ão


(■
Continuação da pág. 38) benfeitores públicos e assegurarão sua
mundo pudesse ver que a Igreja com salvação e exaltação no reino de nosso
autoridade divina está no mundo para Pai.
fazê-lo melhor e mais feliz! Podería­ Muito obrigado, irmãos, por sua aco­
mos apressar a vinda da paz sôbre a lhida. Muito obrigado pelo bem que es­
terra e da boa vontade para com os tão realizando neste grande país, pois
homens. é um grande país, e possam as bênçãos
Que o Senhor os abençoe aqui no do senhor trazer felicidade às suas al­
Brasil, para que possam empenhar sua mas, contentamento e boa vontade em
energia, seus esforços, na divulgação da seus lares e paz em seu país, eu rogo
verdade do Evangelho de Jesus Cristo, em nome de Jesus Cristo. Amém.

Discurso proferido pelo Pres. McKay na sessão aquêle quadro. Esta é a destruição da
( Continuação da pág. 40) guerra. Ela não favorece ninguém. So­
frem os vencidos e sofrem os vencedo­
jetivo da nossa reunião foi então ex­ res. Mas, em Hamburgo, repito, e em
plicado ao policial que lhes deu permis­ Berlim, há grande atividade de recons­
são para voltarem e ficarem pelas pas­ trução das pontes, casas e edifícios pú­
sagens, permanecendo entre êles o dito blicos.
policial. Foi uma das mais notáveis reu­ Irmãos e Irmãs, nossa missão é de
niões em que tomei parte durante a via­ paz. Como vocês ouviram esta tarde,
gem. Vinte e cinco anos antes, meu ir­ nós aqui estamos para pregar os prin­
mão Thomas tinha sido prêso por pro­ cípios da retidão, da boa vontade e da
mover reunião semelhante. Ao finali­ paz. Em outras palavras, apelamos ao
zar a reunião, os oficiais ficaram em fi­ espírito do homem, não aos seus dese­
la, saudaram-nos e nos conduziram jos físicos e paixões, mas ao que há de
através da multidão que se tinha for­ mais sublime e melhor, e isto é difícil
mado. de se pregar a homens que não acredi­
Fomos de Berlim a Hanover e dedi­ tam que existe um espírito no homem.
camos uma outra capela e depois par­ Os comunistas pensam que somos o re­
timos para Frankfurt. sultado da evolução física, que esta­
Vocês devem sentir-se felizes em sa­ mos aqui para viver, para perpetuar
ber que a Alemanha está se reconstruin­ nossa espécie e quando morrermos tudo
do. Á própria Berlim está se livrando de se finda. O indivíduo se perde para o
seus escombros. Muitos prédios foram bem do Estado. O fato é que o Estado
destruídos e também a Unter den Lin- existe para o bem do indivíduo. O Se-
den. Estive lá em 1923 e quando vol­ nnor quer salvar a todos os Seus filhos
tei em 1952, cortava o coração ver ( Continúa à pg. 46)

42 A LIAHONA
D e p a r t a m e n t o das Auxiliares
Pela Irmã GAIL TERRY

Doutrinas e Convênios 68 :23 — “E êles que resumimos abaixo e que foi escri­
também ensinarão às suas crianças a orar to por Archibald F. Bennett.
e andar em retidão perante o Senhor”.
“Em tôda a Igreja, honramos Richard
Êste é um mandamento de Deus da­ Ballantyne, como o Pai da Escola Do­
do a Joseph Smith, em Novembro de minical da Igreja. Em todos os domin­
1831, como orientação aos pais e mes­ gos pela manhã, centenas de milhares
tres da Igreja e, nas palavras do nosso de crianças recebem os benefícios de
atual Profeta e Presidente, David O. um método de estudo do Evangelho,
McKay, “se os pais não têm guiado a instituído há muito tempo atrás por
mocidade, é então dever dos professo­ êste inspirado professor pioneiro. Tu­
res das auxiliares compensar nas vidas do em seu redor parecia ser bom. Gran­
dessas crianças, o amor que têm per­ de sinceridade e espírito de reverência
dido talvez em virtude de lares desman­ o acompanhavam sempre. Sua atitude
chados. Considero a organização da de devoção pela Igreja, causou grande
Igreja como a maior oportunidade ja ­ impressão sôbre todos, inclusive sôbre
mais dada aos homens para o preparo sua família. Relatou certa vez um so­
adequado da mocidade. Eu vos digo nho impressionante que teve. Viu uni
que o tempo chegou em que a nação, o grande edifício em meio de construção,
Estado, o lar e a Igreja devem olhar com os alicerces já deitados e parte da
mais direta e particularmente pelos me­ estrutura levantada. Viu também um
ninos e meninas e treiná-los no cami­ grande número de jovens jogando ao
nho que devem seguir, pois, quando tor­ redor do edifício e subindo pela estru­
narem-se adultos, poucos se afastarão tura. Viu finalmente um policial cor­
dêle. rendo atrás deles, tentando agarrá-los.
“Simão, filho cie Jonas, amas-me?" Um dêles correu para o Irmão Ballan­
“Sim, Senhor; tu sabes que te amo” . tyne e, com uma fisionomia suplican­
“Apascenta aos meus cordeiros” . te, gritou: “Oh, ensina-me. Oh, ensi­
Jesus disse a êle pela segunda vez: na-me”. Êste sonho causou-lhe profun­
“Simão, filho de Jonas, amas-me?..... da impressão, parecendo indicar seu
Apascenta as minhas o v e l h a s (loão trabalho especial na vida.
21:15-16). Sua filosofia, que o levou ao esta­
Esta foi uma das últimas e mais im­ belecimento da Primeira Escola Domi­
portantes instruções que Jesus deu aos nical em Utah, foi assim definida em
seus Apóstolos após a sua resurreição. suas próprias palavras: “ Há crescimen­
A tarefa de cuidar de seu rebanho e ali­ to nos jovens. A semente plantada em
mentar seus cordeiros é tão aplicável no seus corações tem mais possibilidades
presente como foi nos dias de Pedro. de produzir frutos do que quando plan­
A Igreja de Jesus Cristo deve aceitar tada anos mais tarde. Eu queria juntá-
particularmente esta responsabilidade. las (as crianças) numa escola em que
pudessem aprender... a bondade de
ESCOLA DOMINICAL Deus e a verdade do Evangelho de sal­
vação dado por Jesus Cristo”.
A revista “The Instructor” , publicou Êle parecia ser um professor inato
recentemente um artigo sôbre o pai da e era incansável em seus esforços pa­
Escola Dominical da Igreja de Jesus ra ensinar, mesmo aos seus 22 filhos.
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Sua família sempre orava em conjunto

Fevereiro de 1954 43
em seu lar, reinando sempre um mara­ como verão prontamente, não somente
vilhoso espírito. Era um homem de o que temos em literatura sagrada, co­
grande fé. Disse certa vez à sua espo­ nhecida como trabalhos fundamentais
sa: “Nossos filhos estão onde podem de escritura, mas também os registros
aprender o caminho mais perfeito de de Deus, em criação. Juntamente com
Deus, o que, em nossa infância, não pu­ êstes trabalhos fundamentais de cria­
demos aprender e, por êste seu privilé­ ção e revelação, temos acesso a tôdas
gio, estou muito grato”. Em outra oca­ as relações entre os homens, como se­
sião, disse: “Meu principal trabalho na res sociais e sua atitude e relação com
vida, durante os últimos cinqüenta anos, Deus e seu trabalho. São os registros
tem sido o de construir o reino de Deus”. dos contactos de Deus com o ho­
Nos funerais de Richard Ballantyne, mem que vamos agora considerar por
cm 1898, o Presidente George Q. Can- alguns minutos. Nós os chamamos li­
non, disse: “Eu posso dar o meu teste­ ções. Tiramos dêsses registros nas es­
munho do seu trabalho, de sua retidão crituras, na natureza, ou na vida, um
e de sua devoção à verdade, sua inte­ capítulo, um incidente, um parágrafo,
gridade inabalável e digna de confian­ sôbre o qual construímos uma lição, que
ça. Amou o trabalho de Deus e tam­ apresentamos aos jovens com o propó­
bém amava o quinhão que lhe foi atri­ sito especial de convencê-los da ver­
buído nesse serviço. Seu amor ao pró­ dade, e, se possível, de os induzir a
ximo ficou evidenciado em sua devoção aplicá-la em suas vidas.
aos seus filhos. Procuravam-no para É um engano dos jovens imbuírem-
indicar o caminho da vida e da salva­ se com o sentimento de que qualquer
ção e êle sempre o fez com sucesso”. coisa associada com religião é desagra-
davel ou deprimente. A mocidade é o
ASSOCIAÇÃO DE MELHO­ período alegre da vida; tôdas as côres
do futuro são brilhantes. Seus corações
RAMENTOS MUTUOS sáo esperançosos e é nosso dever fazer
Novamente recorreremos ao conselho com que suas esperanças se realizem.
e sabedoria de nosso Profeta e Presi­ Espero que a mocidade compreenda
dente David O. McKay: que essas esperanças são melhor reali­
“O fim último do trabalho de Melho­ zadas dentro dos limites da vida reli­
ramento Mútuo, é auxiliar na realiza­ giosa.
ção, sob inspiração e orientação de
Deus, da imortalidade e vida eterna do PRIMARIA
homem. “Amarás o Senhor teu Deus de todo o
Temos como propósito direto e ime­ teu coração, e de tôda a tua alma e de
todo o teu pensamento. Êste é o primeiro
diato ,o estabelecimento nos corações e grande mandamento. E o segundo, se­
dos jovens, de um testemunho da divin­ melhante a êste, é : “Amarás o teu pró­
dade do trabalho de Deus, sem o qual ximo como a ti mesmo”. (Mateus 22:
a vida eterna não poderá ser obtida, 37-39).
pois, “a vida eterna é esta: que conhe­ Você pode amar alguém que não co­
çam a tí só por único Deus verdadeiro nhece? Neste mês vamos aprender algo
e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” a respeito de nosso próximo, que vive
(João 17:3). na terra em que Jesus nasceu, Israel.
Como meio para alcançar êste fim, 0 Estado de Israel, é um dos me­
puzemos à nossa disposição e uso os nores países do mundo. Não obstante,
registros das revelações de Deus aos é uma terra santificada por milhares de
homens, também o registro de seus con­ anos de história religiosa. Israel, hoje
tactos com a humanidade. Isto inclui, em dia, é uma nação re-creada após um

44 A LIAHONA
período de dois mil anos, por um povo muito felizes, mas, em 1948, os árabes
que esteve espalhado entre as nações que viviam lá anteriormente, rebelaram-
do mundo durante séculos. Mas êste se contra os judeus, tendo homens, mu­
povo jamais perdeu sua crença, dentro lheres e crianças sido obrigados a lu­
de seus corações, que a Palestina lhes tar por seus lares. Um jovem disse:
pertencia e que Jerusalem era sua Ci­ “ Deus estava conosco. Realizou-se um
dade Santa, uma cidade que precisa ser milagre; somente com seu auxílio pu­
reconstruída para a vinda do Messias. demos sair vitoriosos”.
Em 1841, o Profeta Joseph Smith, É possível percorrer o país hoje em
comissionou Orson Hyde, do Conselho dia e ver as cidades que receberam no­
dos Doze, para visitar Jerusalém e de­ mes como nos dias de Cristo e rodea­
dicar a terra para a volta dos Judeus. O das por verdes colinas ondulantes e
Profeta disse: “Êle que dispersou Is­ cheias de belos edifícios e o vozerio de
rael, prometeu reuní-los; os Judeus pa­ crianças felizes. O Vale de Jezerel, on­
garam em dôbro por seus pecados”. de passava antigamente a Estrada do
Orson Hyde fez uma perigosa via­ Rei e onde muitas batalhas mencionadas
gem e cumpriu sua missão. Afirmou, no Velho Testamento foram travadas,
quando estava lá, que os judeus que de­ é agora uma região pacífica de belas
sejavam voltar a Jerusalem seriam de fazendas. O Rio Jordão, onde João ba-
um tipo diferente dos judeus munda­ tisou Jesus, é um lugar pitoresco e sa­
nos que se curvam somente às coisas grado. O mais belo lugar, contudo, é
materiais da vida. o Monte das Beatitudes, de onde se vê
Após a segunda guerra mundial, ini- o mar azul da Galiléia. À distância po­
ciou-se verdadeiramente a grande mi­ dem ser vistos os pescadores retirando
gração, quando 800.000 judeus foram suas redes, como fizeram Pedro, Tiago
levados a Israel. Centenas dessas pes­ e João dois mil anos atrás e pastores
soas tinham que se reabilitar em vir­ conduzindo seus rebanhos de ovelhas e
tude das provações sofridas durante a cabras pelas verdejantes colinas beija­
guerra e outros eram cientistas bastan­ das pelo sói.
te instruídos. Todos desempenharam Jesus disse: “As minhas ovelhas ou­
um papel importante no desenvolvimen­ vem aminha voz. . . e elas me seguem”
to do povo e do país. e o povo de Israel conhece a voz do
Quando os judeus voltaram, era uma mestre hoje em dia tão bem como a co­
terra abandonada por um povo atraza- nheciam nos tempos bíblicos, e por sua
do e pouco amigo do progresso. As ver­ fidelidade, é realmente abençoado.
des colinas que uma vez haviam sido tão A passagem em Deuteronomio, é bas­
belas, estavam despidas de suas árvo­ tante significativa: “Terra em que co-
res e folhagens. Os vales, que, no tem­ merás o pão sem escassez e nada te fal­
po de Cristo, eram frutíferos, as mui­ tará n’ella: terra cujas pedras são fer­
tas fazendas que haviam e os confor­ ro e de cujos montes tu cavarás o co­
táveis lares, tornaram-se nada mais que bre”, o que tem acontecido realmente.
improdutivos pântanos. Era necessário Quando Cristo voltar, nos últimos
não somente reabilitaro povo, como tam­ dias,amarás êste povo,pois é o seu po­
bém o descuidado país. vo e amará o país que êles estão tra­
Foram estabelecidos centros de culti­ balhando tão árduamente para embele­
vo comuns e coletivos, os quais traba­ zar. Reuni-los-á, êles O conhecerão e
lhavam como na ordem unida, ensinada irão a Êle”.
por Cristo. Aqui êles trabalhavam jun­
tos, para limpar a terra e iniciar a re­ Uma das maneiras mais significati­
construção. Por algum tempo foram vas das crianças expressarem seus sen­

Fevereiro de 1954 45
timentos de amor para com seus pais, xe então uma toalhinha redonda de pa­
é fazendo pequenos trabalhos a êles ex­ pel celofane que estava debaixo de seu
clusivamente dedicados, da mesma for­ prato de sorvete na festa do Carlos no
ma que o pequeno Joãozinho da histó­ dia anterior. Joãozinho o havia guar­
ria que apresentamos abaixo, e que se dado em seu bolso e agora estava um
chama “A Surpresa”. pouco amassado. Mamãe não se impor­
Joãozinho pegou seu pequeno vidro taria, êle tinha certeza. Poz seu dedo no
de cola, um pedaço de papel côr de ro­ vidro de cola e colou a toalhinha renda­
sa e sua tesourinha cega e, na ponta da bem no meio do grande coração côr
dos pés, foi para um esconderijo onde de rosa. Segurou-o, contemplou-o por
mamãe não o encontraria. alguns instantes e decidiu que ia ficar
“Não olha”, disse êle, “porque vai lindo.
ser uma grande surpresa”. Agora só estava faltando mais-uma
“Não olharei”, prometeu mamãe. coisa. Joãozinho trouxe seu melhor lá­
pis crayon preto, com uma ponta bem
“ Palavra de honra?”, disse Joãozi­
feitinha e começou a escrever “COM
nho.
T O D O MEU A M O R ”.
“ Palavra de honra” , respondeu ma­ Examinou-o para ver se não tinha
mãe. escrito o “E ” de trás para frente. En­
João zinho recortou um grande cora­ tão escreveu seu nome. Já havia ter­
ção no papel côr de rosa. Estava um minado o cartão e o “E ” estava de fato
pouco torto, mas êle achou que mamãe de trás para frente, mas. . . mamãe não
afinal de contas não se importaria. Trou- se incomodaria.

Discurso proferido... po e as estações quase que a destruí­


( Continuação da pg. 42) ram. Seu telhado está bem velho. Suas
e Êle diz, numa excepcional revelação: paredes estão ruindo aos poucos e tre­
“ Esta é a minha obra e minha glória, mem a qualquer vento. A velha casa es­
conseguir a imortalidade e a vida eter­ tá se tornando quase inabitável e pen­
na do homem”. so que John Quincy Adams terá que
se mudar muito breve. Mas, John Quin­
Desejo que o mundo inteiro, os Eu­
cy Adams mesmo está muito bem, muito
ropeus, os Russos, Norte e Sul-Ameri­
obrigado”. Chegará o dia em que nós
canos, Australianos, Neozelandeses, Po-
mesmos teremos que mudar desta casa
linésios, enfim, todos os povos aceitem
arruinada que é o nosso corpo e o es­
claramente a existência do espirito co­
pírito voltará a Deus que o deu.
mo parte separada do corpo, como o
aceitou o ex-presidente dos Estados Somente duas coisas pode cada um
Unidos, John Quincy Adams. Êle era de nós levar a nosso Pai. Uma é o ca­
um homem idoso e, estando um dia a ráter que desenvolvermos — nobre ou
caminhar por uma das ruas de Boston, ignóbil, de acordo com a evolução que
foi abordado por um seu amigo que lhe lhe demos. A outra é o serviço que pres­
disse: “Bom dia, Sr. Adams, como está tamos à humanidade. “Em verdade vos
o senhor esta m anhã?” E aquêle velho digo que, quando o fizestes a um dês-
cavalheiro que antes havia sido presi­ tes meus pequeninos irmãos, a mim o
dente dos Estados Unidos, respondeu: fizestes” .
“John Quincy Adams mesmo passa Estou satisfeito por conhecê-los. Oro
muito bem, muito obrigado, mas a ca­ para que Deus os abençoe em nome de
sa que êle habita está se arruinando. Jesus Cristo. Amém.
Está instável em seus alicerces. O tem- Trad. de Geraldo Tressoldi.

46 A LIAHONA
Vemos no clichê, da esquerda para a direita o Presidente e Irmã Sorensen, ao
lado da Irm ã e do Presidente McKay,

A Família McKay ao em­


barcar para Montevideo,
lança um último olhar de
despedida ao grupo que
compareceu ao aeroporto,

Fevereiro de 1954
Adaptado de um artigo de Doris D. White

Árvores fracas têm vida curta, mas as fortes têm-na longa e resistente.
Suportam impávidas as intempéries quais epônimos no cumprimento do dever.
Olhando para os seus grossos e fortes troncos posso dizer que suas raizes são
profundas e que dão às árvores fôrça e estabilidade. Nenhum vento poderá
derrubá-las. Nenhuma tempestade poderá perturbá-las. Elas permanecem se-
gufras e firmes como uma sólida rocha quando vergastada pelos elementos
em fúria.
Profundas raízes! Afortunada é a pessoa que, igual às árvores, pode
conseguir no seu âmago, a fôrça necessária para viver sem fraquezas muito
embora as potências do mal procurem destrui-la.
Parece que antigamente manifestava-se no povo o desejo inquieto de
constante movimento e de estar sempre realizando algo novo e diferente.
Não se admira que as crianças de hoje estejam crescendo sem senso de
segurança, sem estabilidade e sem o sentimento de “pertencer” a alguma coisa.
Suâs raizes estão se desenvolvendo em solo sáfaro.
Depois de adultos, há uma riqueza e fôrça que vêm com a recordação
de coisas familiares — uma casa em certa rua, uma vereda onde pés familia­
res têm andado, vistas das colinas e a luz da lua a refletir no tôpo do templo.
Essas são as coisas que não variam — coisas às quais retornamos quando sen­
timos necessidade de paz interior e fôrça para encontrar o exato caminho
da vida.
Mas a maior das fôrças que vem, quando se manifesta o caráter, é uma
inabalável fé em nossa religião. Os pais não podem dar a seus filhos nenhuma
herança maior do que aquela de um lar onde os ideais de nossa Igreja são
ensinados e vividos. Em qualquer lugar onde a estrada do destino nos levar,
aqulela espécie de lar será maior fôrça estabilizadora em nossas vidas.
Entre nós haverá sempre aquêles que procurarão destruir nossa fé, que
procurarão encarnecê-la, amesquinhando-a e pondo-a em dúvida. Devemos
depositar nossa fé nas tradições confirmadas em sólidos padrões e firmes ali­
cerces, invariáveis e constantes. Assim deverá ser nossa fé em Deus.
Deixemos o vento da confusão rugir. Deixemos que as ondas da dúvida
assoberbem. Deixemos que as tempestades mundanas assolem.
Apesar de tôdas estas coisas, nossos pais permaneceram firmes e serenos.
As raízes são profundas e tudo está bem.

48 A LIAHONA

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