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O i h is to r ia d o r e s <[11e se o c u ­

pam do A \iv a m e u to P o u te c o sta l


do p re s e n te sé c u lo são u n â n i­
m es em m e n c io n a r A /.usa S tre e t,
em Lo> A n g eles. C a lifé n u ia . em
1906. com o c e n tro ir r a d i a d o r
dc o n d e o A \iv a m e n to se e s p a ­
lhou p a ra o u tra s c id a d e * e
m ujõe*.

Em v e rd a d e . A /.usa S tre e t
tra n s fo rm o u se em p o d e ro sa fo­
g u e ira d iv in a , o n d e c e n te n a s e
m ilh a re s , d e todo* o* p o n to s da
A m é ric a , a tr a íd o s p e lo s a c o n te ­
cim en to s. iam \ e r o tji k* se pas-
* a \a . e ra m b atiz a d o * com o E*-
]>írito S an to . e lev av am p a ra
*na* c id a d ( '| e*sa ch a m a v i\ a . o
b a tism o com o E s p ír ito S a n to .
(P á g in a 11)
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IIV R A R IA

E V A NGELIC A
______________ IT O A
R. da C o n stitu iç ão , 14
T e l. 2 2 -3 3 9 2
______ RIO
HISTÓRIA DAS

ASSEMBLÉIAS DE

DEUS N O BRASIL
Eivo '\ \ I O L u

1*. E D I Ç Ã O

RIO DE JANEIRO

— 1 9 6 0 —
Esta obra, agora entregue ao pú­
blico, tem como objetivo realçar o
poder da graça divina na vida dos ;
homens do passado, a fim de que
as gerações atuais e futuras reconhe­
çam que Deus não muda, e que Suas
promessas duram por séculos sem fim .
A nossa oração é para que Deus
inspire homens e mulheres desta gera­
ção a confiarem no Deus vivo que fêz
triunfar os pioneiros desta causa no ;
M

B rasil.
0 EVANGELISM O NO BRASIL
O prim eiro culto evangélico celebrado no Brasil, realizou-se
do dia 10 de m arço de 1557, n a Ilha d e V ilegaignon, no R io
de Janeiro, onde atu alm en te funciona a Escola N aval.
Dirigiu o cu lto o pastor R ichier, u m dos três prim eiros pas-
frôres que aportaram ao C o n tin e n te Sul A m ericano.
No E stado de Pernam buco, o prim eiro culto realizou-se no
pôrto de Recife, em 14 de fevereiro de 1630, a bordo de um navio
da missão holandeza.
D irigiu o culto o Rev. João Baers e pregou sôbre Êxo. 17:8-44.
N a Bahia, o prim eiro culto foi celebrado no m ês de maio de
1624, por ocasião da prim itiva invasão neerlandêsa.
E n tre ta n to os prim eiros cultos em caráter definitivo foram rea­
lizados pela igreja A nglicana no R io d e Janeiro, desde 1810, p rim ei­
ram ente na casa do m inistro Lord Strangford, e a p a rtir de 1819,
no tem plo da rua dos B ourbons, atual Evaristo da V eiga.
E m 19 de agôsto de 1835 desem barcava no R io d e Janeiro o
Rev. F o n tain E . Pits, q u e viera estudar a possibilidade d e estabele­
cei o trabalho da igreja M eto d ista. N o ano seguinte, o Rev. R . Jus-
tin Spaulding organizou a Escola D om inical e a congregação com
40 pessoas da colônia A m ericana.
A igreja L uterana iniciou suas atividades no Brasil, com a rea­
lização do prim eiro culto no dia 27 de julho de 1845, à rua M ata-
cavalo, atual rua do R iachuelo.
E m 10 de m aio de 1855, em Petrópolis, o Sr. R o b erto Kalley
fundou a Escola D om inical que deu origem à igreja C ongrega-
cio n al.
N o dia 12 de janeiro de 1862, à rua Nova do O uvidor, 31 —
2.° andar, no Rio de Janeiro, o Rev. A shbel G reen S im onton fu n ­
dou a igreja P resbiteriana, porém , a pregação do Evangelho, nesse
local, pelo referido m issionário, iniciou-se a 19 de m aio de 1861.
N o àno de 1881 chegaram ao Brasil os primeiTos missionários
batistas, W ilia m V . Bagbv e Z. C . T aylor. N o ano seguinte, isto
é, a 15 dé Outubro de 1882 fundaram êles a igreja Batista, ení Sal­
vador, n 0 E stado da B ahia. .
A igreja Episcopal foi organizada a 1 de junho de 1890, à rua
V oluntários da Pátria em P orto Alegre, R io G . do Sul, pelos R e ­
verendos Lucien Lee Kinsolving e W a tso n M orris.
N o dia 10 de ju n h o de 1895 o pastor F. H . W e stp h al, da igreja
A dventista, na cidade de Brusque, Santa C atarina, batizou os pri­
m eiros convertidos, que mais tarde se organizaram cm igreja.
N o môs de m arço de 1910 chegou à cidade de São Paulo,
Louis Franciscon, que sentiu direção divina para vir ao Brasil. N o
dia 20 dc abril do m esm o ano, Franciscon chegava a S anto A ntonio
da Platina, no Paraná, onde batizou nas águas nove pessoas. Êsse
acontecim en to m arcou o início das atividades da Congregação
C ristã do Brasil, que tem sua sede em São Paulo,
A data dc 1.° de agôsto de 1922 assinala a nom eação do coro­
nel D avid M iche, do Exército de Salvação, para fun dar o trabalho
dessa entid ad e no Brasil.
PREFÁCIO
M eio seculo nos separa dos dias assinalados por aeontecim en-
tos transeendentais em que D eus p erm itiu aportassem no Brasil
testem unhas oeulares do avivam ento que, naquela cpoea, visitou
as principais eidades N orte-A m ericanas.
Dois hom ens simples, que desem barcaram cm Belém , Pará,
não vinham de mãos vasias, nem traziam corações frios e indife­
rentes às necessidades do próxim o. Suas vidas ardiam de zêlo
divino e transbordavam de fervor espiritual, desejosos de tran sm i­
tirem a outros o conheeim ento de um d espertam ento renovador
do Espírito Santo, que D eus prom etera a todos os que eressem
cm Jesus C risto.
Os cinqüenta anos de história das Assem bléias de Deus do
Brasil, transform aram -se em esplendorosas epopéias dignas de serem
proclamadas ao m undo, porque apontam para triunfos e aco n te­
cim entos divinos.
Poucos m ovim entos religiosos alcançaram tão elevada expres­
são, cm tão curto espaço de tem po, com o o M ov im ento Pente-
costal, isto é, com o o creseim ento das Assembléias de D eus em
nosso País.
N en h u m a organização religiosa foi tão com batida, tão m al
com preendida e reeebida com tantas reservas, suspeitas e malque-
íenças, quanto o foi o M ovim ento P entecostal. Porém tam bém é
certo que n en h u m outro m ovim ento eresceu ta n to em igual perío­
do, nem se projetou com tan ta rapidez, como as Assembléias de
D eus, apesar de as mesmas não eontarem com recursos financei-
íos, nem possuírem destacados valores in te le e tu a is.
A única força em que os fiéis e dedicados cristãos eonfiaram
para triunfar, foi a invencível fôrça divina, a graça de Cristo, a
confiança nas promessas de D eus e a eerteza de que o Senhor
estava ao seu lado para levá-los, vitoriosos, até ao f im .
Após tantos anos de lutas em favor da verdade; a n te resulta­
dos tão esplêndidos e d e experiências transcendentais, julgou-
se haver chegado o m o m en to d e se escrever e divulgar a H istória
das A ssem bléias de D eus do Brasil, a fim de que as posteridadcs
tom assem con h ecim en to dos lances arrojados em q u e a Igreja bri­
lhou, e correspondeu à confiança do seu Senhor, guardou a fé,
sem pre escudada no D eus vivo.
A C onvenção N acional realizada em 1957, em Belo H orizon­
te, incum biu o au to r destas linhas de escrever a H istória das As­
sem bléias de D eus do B rasil. R econhecem os, com o todos, a opor­
tunidade e utilid ad e de dar ao Brasil, após cinq ü en ta anos d e se­
m enteira de ideais e conquistas, o ensejo de conhecer a origem do
poderoso m ovim ento espiritual que congrega cêrca de 700.000 pes­
soas convictas da verdade do E vangelh0 d e C risto, cujo testem u ­
nho e vida de abnegação são mais eloqüentes do que as frases ôcas
daqueles q u e ten tam desm erecer o valor da fé.
R elutam os em aceitar a honrosa missão que a C onvenção nos
confiou; não se tratava de recusar a cooperação, m as p o r se tratar
de um a obra que, sabíamos de antem ão, não sairia perfeita nem
seria com pleta p o r falta absoluta de inform es que nos capacitas­
sem a dar às Assem bléias de D eus o destaque que m erecem e a
H istória a qu e têm direito no cenário da vida nacional, como ori­
entadora espiritual, isto é, com o um a das m aiores entidades re­
ligiosas qu e opera no Brasil.
N os prim eiros anos de atividades não havia a preocupação de
anotar fatos e registrar experiências q u e possibilitassem , m ais ta r­
de, ao historiador enriquecer a história com a descrição dêsses fatos
e experiências.
O s dias prim itivos foram tem pos de expansão e de incessan­
tes atividades, sem se pensar em sacrifícios, cansaços ou dificulda­
des. O entusiasm o dos pioneiros contagiava, anim ava e impelia
a avançar em n o m e do S en h o r. A única preocupação era evange-
lizar; mais im p o rtan te do que roupas, dinheiro e alim entos, era
testificar do poder salvador d e C risto, e bem assim do privilégio
de poder ser cheio do E spírito S an to . A conquista das alm as para
Deus absorvia todos os m om entos e determ inava tôdas as ações.
Im buídos dêsses santos propósitos viam os céus sem pre ab er­
tos sobre suas vidas; não se pensava em fracasso ou d erro ta. A
causa não lhes pertencia, era do S enhor e do S enhor era tam bém
a v itória.
O s fatos históricos de alta im portância e d e valor perm an en te
circunscreviam-se ao testem u n h o oral daqueles que, constrangidos
pelo am or, saiam a testificar.
Escrever a H istória das Assem bléias de D eus não é a m esm a
coisa que escrever crônicas ou artigos d o u trin ário s. E stam os dian­
te de um fenôm eno qu e sòm en te a fé será capaz de explicar. U m a
Igreja que em m enos de cin q ü en ta anos progrediu e avançou mais
do que outras que têm séculos d e existência, é mais do q u e um
fenôm eno; é um m ilagre q u e D eus m anifestou com o propósito
de salvar uns, e envergonhar outros.
Pouco terem os a incluir no presente livro q u e haja sido obra
exclusiva do hom em , pois o M ov im en to P entecostal é, em si, um a
força que inspira e constrange a am ar e a realizar. O Espírito
Santo é o m otivo do progresso; o m esm o E spírito está presente
cm todos os atos, Sua direção é m anifesta, de m odo que o traba­
lho efetuado, não pode ser atribuído à vontade exclusiva dos h o ­
m ens que foram usados na gigantesca obra q u e a tu a lm en te está
presente em tôdas as vilas e cidades do Brasil.
U m m ovim ento q u e desde o seu início foi com batido, odiado,
desprezado, caluniado, desfigurado e excom ungado, para alcançar
o prestígio e a adm iração que hoje desfruta, não pode ser movido
e orientado por idéias ou forças hum anas, m as o próprio D eus é
o C en tro de atração q u e o inspira e eleva.
E m razão das dificuldades enum eradas, verificamos que não
seria possível seguir um m étodo d eterm in ad o para o rien tar êste
trabalho. C oncluím os, pois, que m elhor; mais prático e mais van­
tajoso seria não perm anecer preso às linhas tradicionais dos siste­
mas que orientam os historiadores, mas agir com liberdade dentro
da verdade, em bora a alguns isso pareça um princípio arbitrário,
apesar de lhe reconhecerem as vantagens.
Ê ste trabalho, em verdade, não chega a ser a história com ­
pleta das A ssembléias de Deus; é, apenas, um a série de dados e
. inform ações, já que os fatos principais da história ainda estão por
coordenar. P o r essa razão a obra não é com pleta nem perfeita.
C o n tu d o , fizemos o que foi possível realizar den tro dos lim ites do
tem po c com os elem entos escassos que conseguim os obter, mas
fizemo-lo, unicam ente, com o objetivo de dem onstrar com o D eus
operou, no passado, a favor do Seu povo.
Desejam os expressar nossa gratidão aos irmãos abaixo m encio­
nados, que tão b o n d o sam en te responderam às consultas feitas por
carta c atenderam às entrevistas pessoais, o que tornou possível a
coordenação desta obra. Eis os seus nom es: M anoel M . Rodrigues;
Alcebíades P. Vasconcelos, (ao qual se deve a história do M a­
ran h ã o ); T e n e n te José Rodrigues M u n iz; José M cnezse; João T ri­
gueiro; Josc P aulino E stu m an o de M orais; Josc dc M atos; José
Plácido da Costa; D aniel Berg; N els J. N elson; Sam uel N vstrom ;
Francisco Pereira do N ascim ento; A n tô n io Rego Barros; José T ei­
xeira Rego; O rvalino Lemos; G erm an o Zucclii; Paulo L. M acalão;
José Reis; A n to n ieto G rangeiro Sobrinho; M anoel Satiro de O li­
veira e Francisco C am argo de Castro; todos, enfim que direta ou
in d iretam en te contribuíram para que se publicasse um pouco da
H istória das A ssem bléias de D eus no Brasil.
As novas gerações encontrarão nestas páginas inspiração para
as mais elevadas conquistas espirituais. Nossa oração, ao entregar
este tiabalho, é no sentido de pedir a D eus q u e levante hom ens
de fé que se disponham a co n tin u ar a servir com o m esm o zêlo
com que o fizeram outros no passado.
C A P IT U L O I

PRIM EIROS DIAS DO AVIV AM ENTO


Os historiadores que se ocupam do A vivam ento P cntecostal
do piescnte século são unânim es em m encionar Azusa Street, em
Los Angeles, C alifórnia, cm 1906, com o centro irradiador dc onde
o Avivam ento sc espalhou para outras cidades e nações.
Em verdade, Azusa S treet transform ou-se em poderosa foguei­
ra divina, onde centenas e m ilhares, de todos os pontos da A m érica,
atraídos pelos acontecim entos, iam ver o que se passava, eram b a­
tizados com o E spírito Santo, e levavam para suas cidades essa
cham a viva, o batism o com o E spírito Santo.
Porém quem levou a m ensagem Pentecostal a Los Angeles,
foi um a senhora m etodista, que, por sua vez, a recebeu na cidade
de H ouston, quando alí fôra visitar seus paren tes. Podíam os citar
aqui os Avivam entos na Suécia em 1858 e 1740 na Inglaterra.
Na América do N o rte podem -se m encionar cs A vivam entos nos
Estados de Nova Inglaterra cm 1854, e na cidade de M oorehead,
em 1892, seguidos dos de G alena, Kansas, em 1903, O rchard e
H ouston, em 1904 e 1905.
R epoitem o-nos, pois, aos acontecim entos do ano de 1906, cm
Azusa Street, na cidade de Los A ngeles. E m um edifício dc for­
ma quadrangular, que anteriorm ente servira como arm azém de ce­
reais, reuniam -sc centenas e m ilhares de pessoas, hom ens e m u ­
lheres sedentos da graça divina, clam ando por um avivam ento,
intercedendo pelos pecadores, desejosos de vida ab u n d an te, vida
de triunfo sôbre o pecado.

11 —
H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

O pastor W . J. Sem ym our, q u e servia nessa igreja, não era


eloqüente pregador; porém seu coração ardia de zêlo pela pureza
da obra do Senhor, e sua m ensagem era vivificada pelo Espírito
S anto. O pastor Seym our pregava a Palavra de D eus, anunciava
a prom essa divina, o b atism o com o E spírito Santo, e, a seguir,
sentava-se no púlp ito , ten d o o rosto en tre as mãos e orava para
que D eus operasse nos corações dos ouvintes. O que acontecia,
então, é coisa inexplicável: O poder de D eus pousava sôbre a con­
gregação; a convicção das verdades divinas inundava os corações;
o desejo de santidade dom inava as alm as, e rep en tin am en te, bro­
tavam os louvores dos corações; m uitos eram batizados com o
Espírito Santo, falavam em línguas; outros profetizavam ; outros
ainda cantavam hinos espirituais.
A notícia dêsses acontecim entos foi anunciada em tôda a ci­
dade, inclusive nos jornais seculares, que enviaram repórteres para
descreverem os fatos.
O s m em bros das várias igrejas, uns po r curiosidade, outros por
desejo de receber mais graça do céu, iam ver com os próprios
olhos, o q u e parecia ser obra d e fanáticos; todos saíam convenci­
dos de que era u m M ovim ento divino, e transform avam -se em tes­
tem unhas e propagandistas do M ovim ento P entecostal q u e estava
em ação em Los Angeles.

ESPA LH A-SE 0 FOGO


S im u ltân eam en te com o A vivam ento de Los Angeles, outros
Avivamentos aconteciam na Inglaterra e na ín d ia . D e várias cida­
des de A m érica do N orte, crentes c m inistros, atraídos pelos fatos,
foram até Los Angeles, para constatarem a veracidade dos m esm os.
Q uando ésses visitantes voltavam às suas cidades, eram com o to­
chas a arder e a espalhar o fogo de D eu s.

— 12 —
H is t ó r ia d a » A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

D en tro em pouco as grandes cidades N o rte A m ericanas foram


alcançadas pelo A vivam ento. U m a das cidades q u e m ais se des­
tacaram e se projetaram n o M ov im en to Pentecostal, foi a cidade
de C hicago. As Boas N ovas do A vivam ento alcançaram , pràtica-
ínente, tôdas as igrejas evangélicas da cidade. E m algum as houve
oposição da parte de uns poucos, porém o A vivam ento triu n fo u .
O A vivam ento, além de outras características que o recom en­
davam, destacava-se pelo espírito m issionário e pelo interêsse que
despertava por outros povos, isto é, cada u m q u e se convertia, trans
formava-se, tam bém , em m issionário.

TOCHAS D E SSA FOGUEIRA


E nq u an to o A vivam ento conquistava terreno e dom inava a
vida religiosa na cidade de C hicago, fatos de alta im portância es-
tavam acontecendo tam b ém nas cidades vizinhas, en tre dois jo­
vens, que estão In tim am en te ligados à H istória das Assembléias
de D eus do Brasil:
N a cidade de S outh B end, no E stado de Indiana, que dista
cêrca de cem quilôm etros de Chicago, m orava um jovem pastor
batista que se cham ava G u n n a r V in g re n . A traído pelos aconteci­
m entos do A vivam ento de C hicago, G u n n a r V ingren foi a essa
cidade, a fim de certificar-se da verdade; a n te a dem onstração do
poder divino, o jovem pastor creu e foi batizado com o Espírito
Santo.
Pouco tem po depois, G u n n a r V ingren participava de um a
convenção de igrejas batistas, em Chicago, q u e aceitaram o M ovi­
m ento Pentecostal, onde conheceu ou tro jovem que se cham ava
D aniel Berg que tam b ém fôra batizado com o E sp íiito Santo.
Os dois jovens trocaram idéias e descobriram , então, que
Deus os gu ava no m esm o sentido, isto é, que o S enhor desejava

— 13 —
H is t ó r ia d a s As s e m b l é i a s d e D eus xo B r a s il

enviá-los com a m ensagem a terras distantes, mas não sabiam


aonde seria.
Algum tem po depois, D aniel Berg foi visitar o pastor G u n n ar
V ingren na cidade de South B end. Nessa ocasião, em um a reunião
de oração, D eus, através de um a m ensagem profética, falou ao co­
ração de D aniel Berg e G u n n a r V ingren, que partissem a pregar
o Evangelho, c as bençãos do A vivam ento P en tecostal. G local
fora m encionado na profecia, era o P ará. N en h u m dos presentes
conhecia tal lugar. Após a oração, os dois jovens foram a uma
livraria a fim de consultar um m apa que lhes m osrtassc onde es­
tava localizado o P ará. D escobriram , então, que se tratava dc um
E stado do N o rte do Brasil. Am bos ardiam de zelo pela causa de
Cristo, eram tochas dessa fogueira que ardia em C hicago.
A cham ada divina foi confirm ada, mais tarde, quando se reu­
niam p*ara orar nesse sentido, não um a vez, mas tres dias seguidos.
T ratava-sc dc um a cham ada dc fé, e só a fé podia conduzi-los à
vitória. Eles não tinham q ualquer promessa dc auxílio, quer de
igrejas, quer dc particulares, mas tin h am o coração cheio de con­
fiança cm D eus, c isso lhes dava mais segurança do que qualquer
piom cssa hum an a que acaso lhes fôsse feita.

RUMO AO BRASIL
G u n n a r V ingren e D aniel Berg, dcspcdiram -sc da igreja c dos
irmãos cm Chicago, pois a ordem divina cra m archar para onde
lhes fôra m ostrado. A igreja levantou um a coleta para auxiliar os
missionários que partiam ; a q u an tia que lhes fôra entregue, dava
exatam ente para a passagem até à cidade de N ova Iorque. N ão
sabiam com o conseguiriam dinheiro para adquirir passagem dc
N ova Iorque ao Pará. Esse pensam ento, parccc, não os preocupa­
va, pois eles não se dctivciam à espera dc recursos.

— 14 —
H i s t ó r ia i >a .-> A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

A prim eira etapa da viagem foi iniciada com oração; na es­


tação da Estrada dc Ferro antes de em barcarem para N ova Iorque,
ante os olhares da m ultidão, ajoelharam -se, deram graças a D eus,
c pediram direção para a jornada e partiram para um a terra que
não conheciam .
Chegaram à grande m etrópole, N ova Iorque, sem conhecerem
ninguém , e sem dinheiro para co n tin u ar a viagem . N aquela cidade
tudo c ’a grande m agestoso e im pressionante. O m ovim ento das
grandes avenidas e dos subterrâneos; os edifícios im p o nentes c mais
altos do que quaisquer outros, pareciam alheios à missão dos dois
viajòrcs. As m ultidões apressadas, e as grandes lojas poderiam cau­
sar admiração aos dois provincianos reccm -chegados, porém não
lhes ofuscava a visão da grandeza da missão dc que foram in ­
cum bidos .
N ão sabemos o que pensavam os dois forasteiros ao co n tem ­
plarem o explcndor da babel m odeina, na expectativa de um a via­
gem que lhes custaria 90 dólares, c sem terem cm mãos essa im ­
portância. Supom os que èlcs, en tre aquele vai-vem da m ultidão,
oravam ao Senhor que os protegesse c guiasse.

DEUS PRO V Ê O D IN H E IR O
C am inhavam os nossos irmãos por um a das íuas dc N ova
Iorque, quando encontraram um negociante que conhecia apenas
o irm ão V in g ren . N a noite anterior, en q u an to estava em oração,
o negociante sentiu que devia enviar certa im portância ao irm ão
V in g ren . Pela m anhã colocou a referida im portância em um e n ­
velope, para m andá-lo pelo correio, mas logo a seguir encontrou-se
com os dois enviados do Senhor; contou-lhes o que D eus lhe fi­
zera sentir, isto é, que m andara entregar aquela q u antia ao irm ão
V ingren, e entregou-lhe o envelope.

— 15 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

Quando o mnão Vingren abriu o envelope, quase não podia


acreditar; nêle havia 90 dólares, exatamente o custo da viagem até
ao Pará. Quantas glórias a Deus os nossos irmãos deram, naquela
hora, não sabemos, porém, que foram muitas, disso temos a certeza.
Aquela oferta de 90 dólares tinha grande significação, não só
porque era suficiente para a passagem, mas, também, porque con­
firmava, mais uma vez, que os novos missionários estavam na von­
tade de Deus. Não estavam êles empenhados em uma obra de
fé? A fé tinha que ser provada, para ter valor. Deus enviou-lhes
90 dólares, nem mais nem menos do que o necessário, mas o su­
ficiente.

OS PRIM EIRO S FRUTOS


No dia 5 de novembro de 1910, a bordo do navio Clement,
os missionários da fé deixavam a frígida cidade de Nova Iorque,
com destino à cálida cidade de Belém, Pará. A missão dos nos­
sos irmãos iniciou-se a bordo, entre tripulantes e passageiros; êles
destribuíram folhetos e Evangelhos; falaram a Palavra de Deus e
testificaram a todos. Claro está que não todos aceitaram a men­
sagem, porém êles tiveram o privilégio de ver um dos tripulantes
aceitar a Cristo, o qual mais tarde foi batizado nas águas e com
êles, por muito tempo, manteve correspondência. Era o primeiro
fruto de sua missão, era mais uma prova de que o Senhor estava
com os seus servos.
FINALM ENTE NO BRASIL
N o dia 19 d; novembro de 1910, em um dia de sol caustican-
te dos trópicos, os dois missionários desembarcaram na cidade de
Belém. Não possuíam êles amigos ou conhecidos nessa cidade; não
traziam enderêço de alguém que os encaminhasse; vinham, iinica-

— 16 —
H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

m ente, encom endados à graça de D eus, tin h am a protegê-los o


Deus dc A braão.
Carregando as malas que traziam , enveredaram p o r um a rua;
ao alcançarem um a Praça, sentaram -se em um banco para descan­
sar, e ali m esm o fizeram a prim eira oração cm terras brasileiras;
oraram por um povo que lhes era desconhecido, ao qual am avam ,
e pelo qual estavam dispostos a sacrificar-se.
N ão é fácil imaginar-se quais foram as prim eiras impressões
dos jovens m issionários, naquela tard e em um a praça de Belém ,
sentindo o sol a aquecer-lhe as roupas grossas e pesadas que usa­
vam nos países frio s. N aquela época a cidade de Belém não possuía
atrações; dem ais a mais fôra invadida por m ultidões de leprosos
vindos até de nações lim ítrofes com o A m azonas e T erritórios,
atraídos pela notícia da descoberta de u m a erva que, diziam , curava
a lepra. A pobreza do povo tam b ém contrastava com o padrão de
vida da outra Am érica; tudo isso, quiçá m u ito mais Satanás apro­
veitou para desanim ar os recém -chegados, porém êles vieram por
ordem do Rei dos reis, de form a que nada os am edrontaria ou
faria recuar.

— 17
H i s t ó r ia das A s s e m d l é ia s d e D eus no D r a s il
C A P ÍT U L O II

Estado do Pará

PRIM EIROS CONTACTOS

Por insistência da alguns passageiros com os quais viajaram,


os missionários G u n n a r V ingren e D aniel Berg hospedaram -se em
m odesto hotel, cuja diária com pleta era dc oito m il reis. E m um a
das mesas do hotel o irm ão V ingren encontrou um jornal que tin h a
o endereço do pastor m etodista Justus N elso n . N o dia seguinte
foram procurá-lo e contaram -lhe o que D eus fizera com êles.
Sendo que tan to D aniel Berg como G u n n a r V in gren até aque­
le m om ento estavam ligados à igreja b atista na A m érica (as igrejas
que aceitavam o A vivam ento perm aneciam com o m esm o n o m e ),
Justus Nelson acom panhou-os à igreja B atista, cm Belém , e apre­
sentou-os ao responsável pelo trabalho, R aim u n d o N o b re. O s m is­
sionários passaram a morar nas dependências da igreja.
Alguns dias depois, A driano N obre, que pertencia à igreja pres­
biteriana e morava nas ilhas, foi a Belém e visitou seu p rim 0 R ai­
m undo N obre, na igreja b atista. O encarregado da igreja batista
apresentou os missionários a A driano N obre, que falava inglês, e
ficou interessado em ajudar os novos m issionários. A driano N obre
convidou-os, então, a passarem alguns meses nas ilhas.
C erto dia, foi um a surpreza para os m oradores do rio T ajapurú
a chegada dos missionários em com panhia de A driano N obre, que
tin h a propriedades no local. O local cm que se hospedaram c h a ­
mava-se Boca do Ipixuna.

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

É dc supor que os missionários ficassem surpresos com a m u ­


dança para as selvas. O s m issionários foram m orar no m esm o
quarto em que m orava Adrião N obre, irm ão de A driano, que n a­
quele tem p o ainda não era c ren te. Adrião, mais tarde, converteu-se,
e contou que ficara im pressionado com a vida de oração dos jovens
missionários; a qualquer' hora da noite que despertasse, lá estavam
os jovens orando, a sós com D eus, em voz baixa, para não inco­
m odar os que dorm iam .
Ao fim de algum tem po os missionários voltaram a Belém,
e continuaram na igreja batista, como an tes. Agora já podiam fa­
lar português; o irm ão V ingren co n tin u o u a estudar a língua e n ­
qu an to o irm ão D aniel, a princípio, trabalhava com o fundidor. e
depois dedicou-se ao trabalho de colportor d u ran te o d ia .

INICIA-SE A BATALHA

Os Avivam entos nascem na oração e aquêles que vivem nos


avivam entos alim entam -se da oração. O s jovens m issionários que
moravam na igreja batista, por serem batistas tin h am o coração
avivado pelo E spírito Santo e, po r isso, oravam de dia de d e noite,
oravam sem pre.
Êsse fato cham ou a atenção de alguns m em bros da igreja, que
passaram a censurá-los c a considerá-los fanáticos, por dedicarem
tan to tem p o à oração. Nessa altura êles já sabiam falar e testificar;
nos testem unhos e pregações, claro está, pregavam a salvação c
o batism o com o E spírito Santo, com eloqüência c firm eza, sem pre
baseados nas E scrituras.
Alguns m em bros da igreja creram nas verdades que os m is­
sionários anunciavam ; os prim eiros a declararem p u blicam ente sua
crença nas promessas de D eus, foram as irm ãs C elina A lbuquer-

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

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H is t ó r ia da s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s i l

que c M aria N azaré. Elas não som ente creram , m as determ inaram
perm anecer em casa, em oração, até que D eus as batizasse com o
E spírito Santo, conform e a prom essa de Atos 2:39.
N o quinto dia, em um a quinta-feira, à u m a hora da m anhã
de 2 de junho de 1911, à ru a Siqueira M endes, 67, na cidade de
Belém, C elina de A lbuquerque, en q u an to orava, foi batizada com
o E spírito S anto. Estava assim, confirm ada a pregação dos missio­
nários, que anunciavam que o Senhor salva e batiza com o E spirito
Santo, mas tam bém estava aberta a lu ta que se tiavaria contra essa
v erd ad e.
Logo que am anheceu, a irm ã N azaré apressou-se em ir- à casa
de José Batista de Carvalho, à A venida São Jerônim o, 224, a levai
a boa nova de q u e C elina A lbu q u erq u e recebera a prom essa, co n ­
form e as E scrituras. N a casa de José B atista estavam reunidos vá­
rios irmãos, entre êles, M anoel R odrigues, qu e até então era
diácono da igreja batista, o qual, conform e êle m esm o disse
mais tarde, no esboço em que baseam os esta narrativa: "F o i nesse
m om ento que ouvi falar e crí no Batism o do E spírito S anto” .
O ra, êsse acontecim ento foi im ed iatam en te divulgado e todos
os m em bros da igreja batista tiveram conhecim ento; alguns creram ,
porém , outros não aceitaram a doutrina do E spírito S anto, fo rm an ­
do-se, então, dois partidos d en tro da igreja.
Nesse dia, haveria culto; não chegou a ser um culto com o nos
dias norm ais; parecia mais um cam po de dispustas, um duelo de
palavras; alguns m em bros da igreja exaltaram-se; encolerizados e in ­
dignados, am eaçavam os partidários das novas idéias.
A pós o culto, vários irm ãos resolveram ir à casa da irm ã C e ­
lina, a fim de verificarem , pessoalm ente, o que estava acontecendo;
en tre aquêles q u e foram à rua Siqueira M endes, estavam José Plá-

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

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cido da Costa; A ntônio M arcondes G arcia e espò a; \n to n io R o­
drigues e R aim undo N o b re.

DEFINEM -SE AS ATITUDES


N o dia 10 de junho a igreja estava em efervescência; ninguém
faltou; a irmã C elina, que fôra batizada com o E spírito Santo, cra
professora da Escola D om inical, com pareceu, porém não lhe p er­
m itiram que dirigisse a C lasse.
A igreja não tin h a pastor; o su p erin ten d en te era José Plácido
da Costa, que tin h a sim patia pelo novo M ov im en to, R aim undo
N obre, sem qualquer autoridade legal, pois estudava para evange­
lista, nesse dia, arbitrariam ente, convocou a igreja para reunir-se
extraordinariam ente no dia 12, sem esclarecer para que fim .
N a data m encionada, R aim u n d o N obre, apoderou-se do p ú l­
pito c atacou os partidários do M ovim ento P en teco stal. O grupo
atacado com eçou a m urm urar; a irm ã C elina, falou línguas estra­
nhas, enfim , estavam definidas as a titu d e s. N esse m o m en to o di­
rigente ilegal, dessa sessão ilegal, propôs q u e ficassem de pé todos
aquêles que aceitavam a d o u trin a do E sp írito S an to . A maioria
ficou de p é. Im ed iatam en te R aim undo N obre propôs à m inoria
que excluísse a maioria, o que era ilegal ta m b é m . O s m em bros
atingidos não se atem orizaram . O irm ão M anoel R odrigues, le­
vantou-se e, ousadam ente, leu no livro de Atos dos A póstolos 2:39,
onde claiam entc está escrito que a Promessa é para nós tam bém ,
para os nossos dias; o irm ão Plácido tam b ém se levantou e leu
cm II C oríntios 6:17-18. A seguir, os “ rebeldes” oraram, e, de
mãos erguidas, dando glória ao Senhor, abandonaram o local.
Para conhecim ento das posteridades, registram os aqui os n o ­
mes dos que saíram naquela data, da igreja batista: C elina de A l­
buquerqu e e seu m arido H en riq u e de A lbuquerque; M aria Nazaré;
José Plácido da Costa, Piedade da Costa c Prazeres da C osta, res-

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

pectivam ente espôsa e filha; M anoel M aria R odrigues e espôsa


Jerusa Rodrigues; E m ília Dias R odrigues; M anoel Dias Rodrigues;
João D om ingues; Joaquim Silva, B envinda Silva, T eresa Silva de
Jesus e Isabel Silva, respectivam ente espôsa e filhos; José Batista
de Carvalho e espôsa, M aria José de Carvalho; A n tonio M endes
G arcia. Dessa lista, 17 eram m em bros e os outros eram m enores
de idade.

FU N D A -SE A ASSEM BLÉIA DE DEUS

Após os em polgantes acontecim entos que duraram exatam ente


dez dias, o p equeno grupo convidou os m issionários D aniel Berg
c G u n n ar V in g ren a, juntos, no dia 18 de junho de 1911, à rua
Siqueira M endes, 67, na cidade de Belém , fundarem a Assembléia
de D eus, com 17 pessoas q u e saíram da igreja Batista e os m issio­
nários G u n n a r V ingren e D aniel Berg.
O pequeno rebanho, sem saber, lançou os alicerces do gigan­
tesco M o v im en to que h oje se estende de N o rte a Sul. E m tu d o
isso pode-se no tar a m ão de D eus operando através de hom ens
hum ildes. P o rtan to esta obra, como se vê, não pertence a hom em
algum , mas p erten ce a D eu s.
A novel igreja tin h a agora os m ovim entos livres para evange-
lizar a cidade; não estava lim itada pelas restrições de um sistema
que adota apenas algum as d o u trin as. Podia, assim, pregar a sal­
vação, cura divina, b atism o com o E spírito Santo e a volta de
Jesus. Estavam todos cheios do poder de D eus, pregavam e D eus
operava m aravilhas, em resposta à oração. O E spírito S anto vivi-
ficava os testem u n h o s e as m ensagens c convencia os pecadores,
enfim , D eus confirm ava a Sua obra.

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N esta Casa foi fundada a prim eira A ssem b léia de D eus; na m esm a
C asa foi batizada com o E spírito Santo, a irm ã C elina A lb u q u erq u e
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

R E PE TE -SE A HISTÓRIA
R epercutiram , p ro fu n d am en te, en tre as várias denom inações
evangélicas, os acontecim entos que culm inaram com a fundação
da Assem bléia de D eus. E n tre ta n to , o que mais fortem en te sa­
cudiu essas denom inações, foi a atividade e o zêlo dos m em bros
da igreja recém fu n d ad a. O m êdo de que a A ssem bléia de D eus
absorvesse as dem ais denom inações, fêz com que elas se unissem
para com baterem o M ovim ento P entecostal. N os dias da Igreja
prim itiva, os judeus de todos os m atizes uniram -se para com bate-
icm o C ristianism o que se vitalizou no dia de P en teeoste.
N o ano de 1911, a história repetiu-se na cidade de Belém,
quando alguns ingênuos se disposeram a com bater o p u n jan te M o­
vim ento que despontava. Para êssc fim não se olhavam os m eios:
a calúnia, a intriga, a dilação, tu d o era usado contra a Igreja que
iniciava suas ativ id ad es. Levaram aos jornais a denúncia de que
os pentecostais eram um a seita perigosa e que praticavam o exor­
cismo, enfim , alarm aram a população.
O jornal A F O L H A D O N O R T E , que recebeu um artigo
violento contra a Assembléia de D eus, antes de o publicar enviou
um repórter, disfarçado, é claro, a observar o que realm ente acon­
tecia nos cultos. O repórter, sem saber do que se tratava, mas
para eausar sensação na opinião pública, endossou os têrm os do
artigo escandaloso e m entiroso, que foi publicado com o objetivo
de desm oralizar o trabalho do Senhor. O artigo atraiu a atenção
de num erosos leitores, foi um m eio de propaganda que levou m u i­
tas pessoas a assistirem aos cultos.
N o dia seguinte, após haver assistido o culto, o m esm o repórter
deu suas im pressões, e declarou o seguinte: “ N unca vi um a reu­
nião tão chcia de fé, fervor, sinceridade e alegria e n tre os crentes” .

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Essa confissão repercutiu com o din am ite en tre as denom inações.


D aí cm d ian te todos q ueiiam ver o q u e estava acontecendo; iam,
viam, ficavam e confessavam que realm ente D eus estava operando
E m m eio à opeiação divina, m anifestou-sc, tam bém , a vio­
lenta oposição de m u ito s. E m alguns casos apedrejavam as casas
em que os irmãos se reuniam , insultavam os pacíficos assisten­
tes, promoviam tam an h a algazarra q u e requeria a intervenção da
p o lícia.
Ê STES SIN A IS SEGUIRÃO
Para convencer um povo de coração duro, e confirm ar um a
O bra iniciada em m eio tão hostil, o S enhor m anifestou Seu poder
an te os olhares atônitos dos descrentes. C erta noite, em um culto
realizado na V ila Coroa, apareceu um h om em endem oninhado
que se retorcia com violência sem que alguém o pudesse segurar.
Os descrentes que assistiam , ten taram im obilizá-lo, porém não
conseguiram . E m dado m om ento a irm ã Josina Galvão, com eçou
a profetizar e, cheia do poder de D eus, dirigiu-se para on d e estava
o hom em en d em o n in h ad o . E m nom e de Jesus im pôs-lhe as mãos
e oídenou ao dem ônio q u e sc retirasse. A n te a adm iração geral,
o hom em ficou im obilizado, de cócoras, d om inado pelo poder de
D eus; todos viram que algo com o um raio saiu pela janela e d e­
sapareceu. Os descrentes q u e estavam fora da casa, e a tudo assis­
tiam , am edrontados, confessavam qu e D eus estava no m eio d a­
quele povo.
N a vila G uarani, algum tem p o depois, caso idêntico aco n te­
ceu; um endem oninhado, isto é, o dem ônio q u e ameaçava tu d o
e todos, foi expulso em nom e de Jesus, a n te os olhares d e quantos
ali estavam . D eus confirm ava Suas promessas, no q ue diz respeito
aos sinais q u e seguiam os que creem , que expulsarão os dem ônios.

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s de D eu s no B r a s il

ALARGA-SE A TEN DA
O trabalho estava estabilizado na capital do E stado; a igreja
era com o que um a colm eia dc atividades evangelizantes; cada m em ­
bro era, tam bém , um evangelista, a testificar a parentes, amigos
c vizinhos, mas o interior do E stado tam bém necessitava de rece­
ber a m ensagem de Boas N ovas. G u n n a r V ingren era o pastor da
igreja, pois sua vocação era essa. Alas D aniel Berg tin h a êxito no
trabalho de colpoitagem qu e lh e dava, tam bém , o p o rtunidade de
testificar a m uitas pessoas. D u ra n te mais de um ano D aniel Berg
percorreu ruas e visitou casa por casa na cidade de B elém . C er­
tam en te êle conhecia bem a cidade; vendera m uitas Bíblias e E van­
gelhos e falara a m uitos de Jesus. Porém , outras cidades tam bém
necessitavam dc ouvir a m en sag em .

B R A G A N Ç A
Foi pensando nessas coisas que D aniel Berg, 110 ano de 1912,
fêz a prim eira viagem à cidade de Bragança, levando consigo Bí­
blias, Novos T estam en to s e E vangelhos. A prim eira pessoa a quem
se dirigiu foi ao sr. A rruda, que mais tarde era o irm ão A rruda.
A prim eira coisa que D aniel Berg perguntou, foi se havia
protestantes 11a cidade. A resposta duríssim a, com o se a cidade
estivesse fechada, foi esta: “ G raças a D eus não há protestantes
nesta cidade” . A resposta não estava m uito certa, pois o m issioná­
rio D aniel Berg já lá estava. Pouco tem p o depois os crentes eram
m uitos, 11a cidade de Bragança, onde hoje floresce im portante
igreja.
S 0 U R E
N o m esm o ano 1912, D aniel Berg chegava à cidade dc Soure,
11 a ilha de M arajó. O irm ão D aniel vendia livros, testificava e

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Prim eiro iem p lo da A ssem b léia de D eus con siru id o em 1912, em
S. F elix , M unicípio de V igia — 1’ará
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

realizava cu lto s. E m Soure foram m uitas as pessoas q u e aceitaram


a C risto. M as tam b ém se m anifestou a reação dos inim igos de
Deus; os crentes e os pregadores foram apedrejados e am eaçados,
porém , nada lhes aco nteceu . U m dos perseguidores, destacando-
se d en tre os dem ais, g iito u para todos ouvirem : “ Oxalá um a onça
devore êsses pregadores de novidades” . Pois bem ; o que aconteceu
foi o seguinte: alguns dias depois um a onça p en etrou no quintal
do hom em que proferiu a terrível sentença, c devorou-o. Êsse
fato encheu de tem or tôda a população q u e o considerou como
castigo divino.

SEPA R A N D O OS PRIM EIROS PASTORES


A ntes de o trabalho haver com pletado dois anos, a falta de
obreiros era sentida em várias localidades on d e se estabeleceram
igrejas e congregações.
O prim eiro pastor pentecostal separado para o M inistério, no
Brasil, foi Absalão Piano, no m ês de fevereiro de 1913 em Rio
P rêto — T ajap u ru do N o rte .
A bsalão Piano em 1960 ainda vivia c contava, então 83 anos
de idade.
O segundo pastor a ser separado, com o o prim eiro, tam bém
pelo m issionário G u n n a r V ingren, foi Isidoro Filho, para trabalhar
na Estrada de Ferro de Bragança; o terceiro foi C rispiniano de
M elo, qu e serviu nas Ilhas; o quarto cham ava-se P edro T iajano,
cuja vida foi um exem plo de consagração e abnegação na obra de
C risto. O q u in to foi A driano N obre, qu an d o já se haviam passado
cinco anos.
X A R A P U C Ú
E m X arapucú D aniel esteve no ano de 1913, com a missão
de pregar c entregar ao povo a Bíblia, a Palavra de D eu s. E n tre

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P rim eiro tem plo da A ssem b léia de D eus em B elém — Pará

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os prim eiros perseguidores em X arapueú, havia um hom em que


d eterm in o u dar um tiro de espingarda no pregador, m as aconteceu
que esse h em em p erdeu a espoleta da arm a.
Poueo tem po depois o hom em da espingarda eonverteu-se;
u m avivam ento se m anifestou nesse lugar, de m odo que em breve
período havia mais dc 300 erentes louvando a D eus.

C U A T I P U R U

E m poucos lugares o início do trabalho foi mais eheio de in-


eidentes, ameaças, prisões e toeaias do que em C u a tip u ru . D ata
do ano de 1913, a história da p equena igreja; os erentes não eram
bem vistos nes 2a loealidade.
C erto dia prenderam os irm ãos, julgando que, eorn êsse ato,
os am edrontariam , mas aeonteeeu o que os inimigos não previram;
O s presos, ao ehegarem à prisão, ajoelharam -se, d ian te do caree-
reiro, e ali m esm o o Senhor batizou um rapaz ecm o Espírito
S anto.
V end o que não conseguiam im pedir as reuniões, os persegui­
dores (ccrea de cin q ü en ta) com binaram esperar o pregador na es­
trada cm que devia passar para o m atarem . M as está eserito que
o anjo do Senhor' aeam pa-se ao redor dos cjuc o tem em ; o Senhor
guiou D aniel Berg a passar por outro cam inho que não eostum ava
passar e, dessa form a, os perseguidores não o puderam m atar, e
reconheeeram , assim, que Deus estava eom ele.
Q ano de 1913 assinalou-se por guindes acontecim entos cujos
reflexos brilharam anos mais tarde. N esse ano, eom o fruto do
trabalho ativo de evangelização, eonverteu-se no interior do E s­
tado, C lim aco Bucno Asa, que se to rn o u -ativ o co lportor-e exee-
len tc evangelista. Clim aeo Asa ^sentiu tão claram ente a cham ada

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T em plo alu ai da A ssem b léia de D eus em B elém — Pará
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

para o trabalho do Senhor, q u e deixou os negócios particulares e


se dedicou in teiram en te à obra de evangelização, na E strada de
Ferro B elém -B ragança. Iniciou trabalho em Igarapé-Assú, Bene-
vides, C apanem a, T im b o teu a, Peixe-Boi e Bragança, bem assim
em outros E stados.

ESPÍR ITO M ISSIO N ÁRIO


H aviam -se passado apenas dois anos desde q u e a Assembléia
de D eus iniciara suas atiyidades em terras do Brasil. T alvez alguém
pensasse ser ainda m u ito cêdo para pensar-se em enviar missio­
nários a outros países, m as para D eus o tem p o o p o rtu n o é sem pre
hoje, agora.
U m dia, ao iniciar-se o ano de 1913 o irm ão G u n n a r V ingren,
pastor da igreja, sentiu que devia falar a José Plácido da Costa
sôbre o assunto de missões, isto é, da necessidade de levar as Boas
Novas a outras terras. E m um encontro q u e teve com o irm ão
Plácido, o irm ão V in g ren disse-lhe o seguinte: “ irm ão Plácido,
por que não vai pregar o Evangelho ao povo português?” Plácido
da C osta não pôde responder afirm ativam ente, no m om ento, mas
com preendeu que D eus lh e falava e desejava que fôsse anunciar
o E vangelho a outros povos.
A m ensagem P entecostal leva em si o espírito missionário;
foi assim 110 tem p o dos discípulos de Jesus, e é assim, em nossos
dias. D eus, ao falar ao irm ão Plácido, estava a m anifestar a ple­
n itu d e de Seu plano em relação aos hom en s c naquele m om ento a
vontade do Senhor foi aceita por Seu servo.
N o dia 4 de abril de 1913, por inspiração divina, através da
novel Assem bléia de D eus, José Plácido da C osta e fam ília em ­
barcaram no navio H ildebrand, na cidade de Belém , Pará, com
destino a P ortu g al. Era essa a prim eira dem onstração viva e prá-

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D els no B r a s il

tica do espírito missionário ao estrangeiro de um a igreja que c o n ­


tava apenas, dois anos de or-ganização.
Em Portugal, segundo relato de Plácido da C osta, logo no
mês seguinte, isto é, em M aio de 1913, o trabalho foi estabelecido,
a m ensagem P entecostal foi an unciada ao povo daquela nação.

PROGRESSO NO INTERIOR DO ESTADO

Apesar das dificuldades de transportes no interior do Estado, *


os bandciian tes das selvas continuavam , ativos, a viajar para as
ilhas, através dos rios, em barcos, lanchas, a pé, enfim , d ep en d en ­
do de outrem , pois não tin h am condução própria.

ILHA CAVIANA

Essa ilha fôra evangelizada com grandes resultados para glória


de D eus. O u tia s ilhas tam bém receberam a m ensagem , porém
era difícil o transportar-se de um a para o u tra. N o ano de 1914,
Daniel Berg visitou Caviana, e foi bem recebido até por pessoas
não crentes. Os irmãos oraram ao Senhor, pediram um barco, e
Deus tocou o coração de um fazendeiio da Ilha, para ofertar um
barco para scr usado no serviço de evangelização. O barco recebeu
o nom e dc Boas Novas; foi o prim eiro barco dedicado ao trabalho;
mais tarde, outros maiores e m elhor equipados serviram com o
m esm o fim .
A igreja em Belém recebia, com alegria, as notícias do pro­
gresso do trabalho no interior do Estado, e as transm itia, tam bém ,
às igrejas da A m érica do N orte e da Suécia. Através dessas notícias,
D eus falava ao coração de Seus servos e alguns dêles receberam a
cham ada divina para trabalharem no Brasil, da m esm a form a que
a receberam os dois prim itivos m issionários.

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No dia 25 dc o utubro de 1914, isto é, 110 ano em que teve


início a prim eira guerra m undial, chegava a Belém o terceiro m is­
sionário ou mais exatam ente, O tto N elson e espôsa A dina N elson.
Era, sem dúvida, um reforço para o trabalho, pois nessa époea o
núm ero de obreiros não era elevado. O tto N elson dem oiou-se
apenas três meses em Belém , viajando, a seguir, para a cidade de
Bragança, na qual trabalhou até ao mês de agosto de 1915.
O ano de 1915 foi cheio de vitórias tan to na capital com o
no interior, onde se assinalaram viagens de evangelização de C li-
maco Bueno Asa, perseguições cujo éeo chegou até às autoridades
em B elém . N esse ano fundaram -se igiejas em várias cidades; o
prestígio da Assembléia creseia por tôda a p arte.

SÃO LUIZ
A Assembléia de D eus na eidade de São Luiz ( P a r á ) teve o
privilégio de sua organização no ano de 1915. A prosperidade do
trabalho foi tal que os irmãos sentiram que era tem po de organi­
zar a igreja nessa eidade.
E m 1916 a E uropa sentia os efeitos da guerra, que tam bém
já chegavam ao Brasil. N o dia 18 de agosto dêsse ano, chegava
a Belém, vindo da Suécia via A m érica do N orte, mais um casal
de missionários, isto é, o irm ão Sam uel N vstrom e sua espôsa Lina
N v stro m .
A chegada dêsses irmãos foi para a igreja como chuva em
tem po de verão; chegaram no tem po próprio, pois o desenvolvi­
m ento do trabalho exigia cada vez mais obreiros dedicados. O irmão
Samuel N vstrom não se dem orou m uito tem p o em Belém , pois já
no ano seguinte estava em M anaus, A m azonas, com o pioneiro n a­
quele E stad o .

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Paslor João B a lisla


M issionário P aul de M elo
A enis

P aslor Jose F loriano


Cordeiro

Paslor P lácido P aslor P lácid o José da


A rislcleles C osia

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

C A P A N E M A
Apesar das perspectivas de intran q ü ilid ad e 110 m u ndo, o tra ­
balho do Senhor continuava a m archar vitorioso cm várias cidades
do interior do E stad o . E m C apanem a, as bênçãos de D eus foram
ab u n d an tes. Por essa razão, no dia 6 de m arço de 1916, a cidade
assistiu à fundação da A ssembléia de D eus local, que teve grande
atuação no fu tu ro .
A Assembléia de D eus em Belém iniciou e .findou o ano de
1917 sob constantes e expressivas vitórias. Foi nesse ano que D eus
cham ou o irm ão José de M atos, en q u an to o m esm o viajava com o
pilôto do navio L ino Sá. A form a com D eus cham ou José de
M atos, foi idêntica, à de Sam uel, dos tem pps do V elh o T e sta ­
m ento . . ,
Foi ainda em 1917 q u e a A ssem bléia de D eus .no Pará assis­
tiu ao casamento, do seu pastor, G u n n a r V in g re n . Êsse aconteci­
m ento deu-se no dia 16 de o u tu b ro , e teve repercursão em todo o
E stado. f - .
E m 1917, no mcs de novem bro, foi publicado o prim eiro jor­
nal Pentecostal no Brasil. O títu lo do jornal era “V oz da V erd a­
d e ’. Era dirigido pelo pastor A lm eida S obrinho e João T rig u eiro .
O artigo publicado no prim eiro núm ero, na prim eira página tin h a
o seguinte títu lo : “ Jesus é quem batiza no E sp írito Santo e fogo” .
“V oz da V erd ad e” serviu à A ssem bléia de D eus; publicava as n o ­
tícias do trabalho no interior; enderêço e horários de cultos, notas
sociais e tc . D o noticiário de “V oz da V erd ad e” , prim eiro núm ero,
extraím os estas expressivas notas: “ O s nossos irm ãos Sam uel Nys-
trom e D aniel Berg em um a viagem evangelística que fizeram em
seis igrejas da fé apostólica, no interior dêste E stado, batizaram 90
pessoas. A Assembléia de D eus em São Luiz (P a rá ), tem crescido

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H is t ó r ia ' da s A s s e m b l é ia s ' d e D e u s ivo B r a s i l

tan to que o vasto salão da C ása’ de O ração se tornou pequeno para


acom odar os irm ãos q u e ali se reu n em . O pastor G u n n ar V ingren
batizou, no batistério da Assem bléia de D eus nesta cidade (B elém )
12 pessoas q u e se entregaram a Jesus. O nosso irm ão Severino M o ­
reno foi para M anaus e lá testificou acerca da V erdade gloriosa
de que Jesus batiza no E spírito Santo; foi tão abençoado que p re­
cisou ir para aquela capital um m issionário da fé apostólica” (As­
sembléia de D eus)
Pelo que acim a se pode ler, verifica-se quão Pentecostal era
o jornal “V o z da V e rd ad e” , que servia à A ssembléia de D eus e
a três igrejas da cidade, cujo pastor era A lm eida Sobrinho, e que
criam nas m esm as verdades da doutrina do E spírito Santo.
N a cidade de Bragança, um a das mais prósperas do Estado
do Pará, fundou-se a Assembléia de D eus no ano de 1917, sendo
seu prim eiro pastor o irm ão Isidoro F ilh o .
O ano de 1918 parece que foi o ano das planificações; não
se registraram nesse ano grandes acontecim entos dignos de p u b li­
cidade. C o n tu d o as notícias que chegavam das igrejas do interior
do E stado alegravam a todos e faziam prever outras vitórias.
D e Bragança, o irm ão C lim aco Bueno Asa escrctia contando
as inaiavilhas q u e D eus realizava, e insistia para que lhe enviassem
“m unição” , isto é, literatura para distrib u ir. O utras cidades faziam
o m esmo; havia falta de um elo de ligação en tre as igrejas, faltava,
todos sentiam , um jornal que unisse o povo dc D eus através das
notícias e d outrinas com uns.
N o ano de 1918 o irm ão C lim aco, que até então era evange­
lista foi separado para servir com o pastor.

NOVO CAMPO DE AÇÃO


A A ssem bléia de D eus em Belém e em todo o E stado, no

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e U eus no B r a s il

Pastor Bruno Pastor C lim aco B ueno


Skolim ow ski A za

M issionário G ustavo
Pastor José de M atos N ordlund

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia ^ d e D e u s n o B r a s il

ano de 1919, voltou-se para um novo cam po de ação, isto é, a li­


teratura, a palavra escrita, a m ensagem im pressa. O prim eiro jornal
Pentecostal “V oz da V e rd ad e”, deixou de circular no m ês de ja­
neiro de 1918. T odos eram u nânim es em reconhecer a im portân­
cia da existência de um jornal para divulgar as doutrinas apostó­
licas. Era um novo cam po de ação que. nas mãos de D eus, devia
produzir cento por u m .
A nim ados po r divinos propósitos de servir, fundaram o jornal
Boa S em en te. O prim eiro núm ero foi publicado no mês de janeiro
de 1919. Estava lançada, em verdade, a boa sem ente da literatura '
Estava aberto o cam inho para novas conquistas para o reino de
Deus. Foi seu prim eiro D ireto r o pastor G u n n a r V ingren, porém ,
contava com colaboradores eficientes com o Sam uel N y stro m 'e o u ­
tro s. É claro q u e a publicação de um jornal im porta em trabalho
e despesas, m as com o era para servir à causa, devia ser feito.
A igreja crescia na capital como no interior; na capital abriam -
se< novos locais de culto;* no in terio r organizavam -se novas igrejas ^
Para aten d er à necessidade sem pre crescente de obreiros, a igreja)
reuniu-se no dia 15 dc dezem bro de 1919, c separou para servir
com o pastor, o irm ão José Paulino E stu m an o de M orais. O irmão
M orais fôra d u ran te m uitos anos presbítero da igreja Presbiteriana
In d ep enden te, e em 1917 uniu-se à A ssembléia de D eu s.

B O N I T O

N os fins do ano dc 1919, os irm ãos Joaquim A m aro do N as­


cim ento e Francisco Santos C arneiro, com as respectivas famílias
c ainda João Paraense e fam ília m udaram -se paia a,.localidade q u e
hoje se cham a B onito, mas q u e naquele tem p o se cham avar As-
saisal. O irm ão Joaquim A m aro convenceu as pessoas do lugar

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

que dali em d ian te o nom e do m esm o seria B onito. A idéia foi


aceita, e a cidade, hoje, chama-se B onito.
M as o prim eiro cu lto que deu origem a igreja d e B onito sò-
m ente se realizou no dia 12 de julho de 1920 na casa do irm ão
Joaquim A m aro. O pastor Pedro T rajano, foi quem dirigiu o cul­
to . O batism o dos prim eiros convertidos tam bém foi efetuado
pelo referido pastor em um a visita q u e fêz à pequena congregação.
A A ssem bléia de D eus em B onito cresceu rapidam ente, de
m odo que se fêz necessário a assistência p erm an en te de u m pastor.
Foi então eleito o pastor! Absalão Piano, cuja gestão foi de 1920 a
1928, data em que se transferiu para U rucuritêm a, para atender a
noya igreja • N o pastorado do irm ão Absalão Piano, o rebanho do
Senhor cresceu e se espalhou em redor. C onstruiu-se, nesse perío­
do, o espaçoso tem p lo q u e foi inaugurado no dia 14 de fevereiro
de 1925, pelo citado pastor.
C om a m udança do irm ão Absalão Piano a igreja ficou dois
anos sob os cuidados do presbítero Joaquim A m aro. O segundo
pastor da igreja em B onito foi o irm ão José Bezerra C alvacante,
jrom em p ru d en te e experiente. Apesar das dificuldades que en­
controu, em poucos meses D eus d eu -lh e a vitória.
N a gestão do pastor Bezerra C avalcante a igreja cresceu es­
piritual e econ o m icam en te. C o n stru íram o segundo tem plo, que
foi inaugurado no dia 30 de setem bro de 1930. N o ano de 1931, o
pastor Bezerra foi substituído pelo pastor João T rigueiro da Silva,
que ali serviu até 1936, passando o cargo ao pastor M anoel César
da' Sifva, que perm aneceu até 1938. N essa data tom ou posse o
pastor Ananias Rodrigues, que, em 1939, foi substituído pelo pas-
jtor Joviniano Rodrigues L obato, cujo m inistério se estendeu até
1943 / A ssum iu o pastorado, nessa data, o pastor José Leonardo,
q u e serviu até 1945.

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

M issionário Otto N elson


H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a s il

D u ran te os meses seguintes a igreja esteve sem pastor;


seguiu-se-lhe no pastorado, d u ran te 10 m eses o pastor O toniel
A lencar, que se retirou cm 1945, entregando o cargo ao pastor
Leonardo Luz, que o conservou até 1946. V eio depois o. pastor
.M anoel M alaquias F urtado, que perm aneceu até 1949, entregando,
.nessa data, as responsabilidades pastorais ao pastor M anoel P inhei­
ro . que as reteve até agôsto de 1952.
M ais um a vez a igreja ficou alguns meses sob os cuidados dos
presbíteros José Rodrigues c Joaquim A m aro do N ascim ento, até
à chegada do Pastor atual José M enezes (atual refcrc-sc a 1955,
data cm que recebem os estas notas do irm ão José M enezes) que
tom ou posse do cargo no dia 14 de dezem bro dc 1952. O irmão
M enezes em 1936 era pastor da igreja cm M anaus c tivera a reve­
lação de que seria pastor da igreja cm B onito, c a revelação cu m ­
priu-se na data que acim a m encionam os.
C om a chegada do irm ão M enezes, honrem de visão e de ini­
ciativa, a igreja entro u na fase mais próspera dc sua existcncia.
U m a das prim eiras iniciativas do pastor José M enezes foi a cons­
trução de um tem plo digno da obra que representava. Era essa
•uma tarefa difícil, sem dúvida, em razão da falta de recursos, e
>de operários exclusivam ente crentes, para edificar, conform e d e­
term inaram , porém a obra era do Senhor, de m odo que todos,
grandes e pequenos, participaram da construção, desde os alicérces
até às cortinas do batistério, tu d o q u an to é necessário -a um a
igreja, a fim de poderem inaugurar o lindo e espaçoso tem plo da
Assem bléia de D eus, em 30 de novem bro dc 1955, sem possuírem
clvidas, e com um saldo de CrS 40,00.
N o dia 21 de m arço de 1921, chegava a Belém , vindo da
A m érica do N orte, o m issionário N els N elson. E ra, sem dúvida,

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eu s no B r a s il

mais um pioneiro para a obra do Senhor q u e vinha juntar-se aos


destem idos arautos do E vangelho. O missionário N els J. N elson
tinha, então, 26 anos; vinha disposto e cheio de vida, para levar
alm as a C risto .
N ão tem os dados com pletos dos prim eiros anos d e atividades
do irmão N elson m as sabemos qu e os prim eiros q u atro anos pas­
sou-os nas ilhas, viajando, sem confôrto, pregando a tem po e fora
de tem po, com endo q u an d o havia o q u e com er, e sofrendo fom e
quando não havia alim en to . Após êsse período o missionário apa­
rece em vários em p reendim entos, em várias épocas e lugares regis­
trados nas páginas dêste livro. N o ano de 1922 o m issionário N els
J. N elson, assum iu a responsabilidade do trabalho nas Ilhas do
E stado do Pará, onde atuou d u ran te quatro profícuos anos.
O ano de 1921 assinala, tam b ém , o aparecim ento do prim eiro
livro de hinos cujo título era: “ C an to r P enteco stal” . O livrinho
continha 44 hinos e 10 coros. Foi impresso pela tipografia Gua-
jarina, editado por A lm eida Sobrinho e distribuído pela Assembléia
de D eus, à Travessa 9 de Janeiro, 75.
N os prim eiros anos de atividade, as Assembléias d e D eus usa­
vam o livro com um das várias igrejas evangélicas, o Salmos e H i­
nos. Porém a vida, a atividade e a doutrina específicas exigiam o
uso de hinologia P enteco stal. Pouco a pouco os valores in te le c ­
tuais foram surgindo e apresen tan d o a expressão poética da crença
com um das Assembléias d e D eus.

CHEGAM REFORÇOS

O ano de 1921 devia ser o ano de expansão do trabalho. Be­


lém continuava a ser o cen tro das atividades Pentecostais em terras
brasileiras. As notícias do progresso e da abertura d e novos campos

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Pastor Januário
S oares

Pastor C rispiniano M issionário N ils


F. M elo K astberg

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H is t ó r i a das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

chegavam às igrejas na Suécia e na A m érica do N o ite e m uitos


obreiros sentiam -se constrangidos a vir trabalhar no Brasil.
N o dia 21 de m arço de 1921, pelo navio U beraba, chegavam
a Belém, vindos da Am érica do N orte, nada m enos de 12 obreiros
da seara Pentecostal. Era um refôrço m u ito expressivo para a
causa do S enhor. Êsse dia foi um a data festiva para a Assembléia
de D eus em B e lé m .
A lém dos nom es que estão registrados nas páginas déste livro,
tam bém estiveram em atividade nos prim eiros anos, os seguintes:
V ito r Jonson e espò a; A na Carlson; Beda Palm a; G ay D e Vris;
A ugusta Andersson; E ster A ndersson; E lisabeth Jonson e Ingridc
A ndcrsson.
Porém , não se pense que ésse refôrço, m u ito útil, sem dúvida,
fôsse suficiente para a ten d er aos apelos que chegavam dos cam pos.
A igreja necessitava dc mais obreiros. A ten d en d o a essas ciicunstân-
cias, no dia 2 de m arço de 1921, a igreja em Belém separou par i
servir com o pa tor auxiliar, o irm ão B runo Skolimowski, que serviu
com o pastor em várias cidades do Pará e no sul do País.
A igreja recebia m issionários, mas tam bém os enviava a outras
terras. N o dia 21 dc julho de 1921, embarcava em Belém, eom
destino a Portugal, enviado pela igreja local o irm ão José M atos,
que tan to fêz pela cvangchzação da terra luza. Era o segundo
obreiio que saia de Belém para Portugal. Foi ainda em 1921 nos
dias 18 a 22 de agôsto que se realizou a C onvenção R egional das
Assembléias de D eus do E stado do Pará. H ospedou a C onvenção
a igreja em São Luiz — Pará, estando representadas as igrejas de
Bragança, C u atip u ru , Tacari, C apanem a, A baeté, B onito, Burri-
nho, Cedro, T im b o teu a, Pau A m arelo, Peixe V erde, G uaná. Be­
lém , Aram ã e a igreja local.

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H i s t ó r ia da s A s s e m b l é ia s de D eus no B r a s il

M U N IC IA N D O O B R E IR O S

( Primeira Escola Bíblica)


Por sua posição de prim eira igreja, centro de atividades evan-
aelístieas, a Assembléia de D eus em Belém tin h a tam bém a res­
ponsabilidade de preparar os obreiros voeaeionados, que dia a dia
o Senhor cham ava.
Considerando, pois, essa neeessidade a igreja em Belém or­
ganizou e realizou a Prim eira Escola Bíblica P enteeostal. Dirigiu
os estudos dessa Eseola de profetas, o irm ão Sam uel N vstrom , que
repartiu eom os eooperadores o alim ento da Palavra de D eus. A
duração dos Estudos estendeu-se de 4 de m areo a 4 de abril
de 1922.
São os seguintes os nomes dos pastores presentes à prim eira
Eseola Bíblica das Assembléias de D eus: José M orais; B runo Sko-
limovvski; Isidoro Filho; José F elinto; A lm eida S obrinho; A ntonio
Rògo Barros; Julião Silva; Francisco G onzaga; José da Penha; Ju ­
venal R oque de A ndrade; João O ueirós; João Batista de M elo;
M anoel César; Paulino F o n ten ele da Silveira; Januário Soares e
João Eraneiseo de A rgem iro.
N o m esm o ano na eidade de Afuá, realizou-se a C onvenção
Regional, que reuniu os obreiros do E stado para estudarem a
Palavra de D eus. A Convenção foi um a inspiração para os prega­
dores que voltaram aos seus campos renovados pela graça.
N o ano de 1922 editava-se na eidade dc Recife, a prim eira
edição da H arpa C ristã, que passou a ser o binário oficial das A s­
sembléias de D eus. A prim eira edição co n tin h a 100 hinos e foi
impressa nas oficinas do Jornal do C om éreio, em Reeife, Per-
nam bueo. A tiragem foi de um m ilheiro de exem plares. O editor

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

P aslor C ícero de Lima

M issionário Sam u el Paslor H erberlo


H edlund N ordlund

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

foi Adriano N obre c a distribuição estava a cargo de Sam uel Nys-


tro m . A segunda edição da H arpa C ristã, eom 300 hinos, foi im ­
pressa nas oficinas Irmãos Pongeti, no Rio de Janeiro no ano
dc 1923.
N o ano de 1923 a igreja em Belém , através de seus pastores,
notadam ente o irm ão Sam uel N ystrom , am pliaram o trabalho de
cvangelização através da palavra impressa, adquirindo as prim eiras
m áquinas para im prim ir o jornal Boa Sem ente, folhetos, opúsculos
etc. O prim eiro opúseulo a ser im presso nas oficinas próprias, foi:
“ Jesus C risto e Êste C rucificado” .
A segunda Escola Bíblica sob os auspíeios da A ssembléia de
D eus em Belém, realizou-se nos dias 24 dc m arço a 28 de abril
de 1924. O núm ero de participantes foi além de 40, pertencentes
aos Estados do Pará, Ceará e Rio G ran d e do N o rte .

VOZES DO SUL
Pareeia haver ehegado o tem po de consolidar o trabalho feito
até ali; a igreja tinha eom o pastores G u n n a r V ingren e Sam uel
N ystrom ; havia-se instalado a tipografia para p roduzir literatura,
que agora já tinha a cooperação do missionário Nels J. N elson,
que por vários anos serviu nesse setor.
E n tretan to , algum a coisa estava aconteeendo no Rio de Ja­
neiro, que m udou as perspectivas e abriu novos cam pos para o
trabalho. N o início de 1924. alguns irmãos que se haviam m udado
para o Rio de Janeiro, an te o núm ero sem pre crescente de novos
convertidos, com eçaram a orar a D eus que lhes enviasse um pas­
to r. Ao m esm o tem po escreviam para a igreja em Belém, insis­
tindo no envio de um pastor. Os pedidos eram cada vez mais in ­
sistentes, eram as vozes do sul que clam avam por auxílio.

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

C om o resposta D eus dirigiu o pastor da igreja, G u n n a r V in ­


gren, a transferir-se para o R io de Janeiro, a fim de organizar a
igreja do Senhor, aten d en d o ao clam or do Sul.
Assim, no mês dc abril de 1924, o m issionário V ingren e fa­
m ília deixaram , após longos anos de convivência, a igreja em Be­
lém , que tan to am avam , para servir em outro cam po que D eus
havia preparado.
A igreja em Belém perdia seu pastor, é certo, mas atendia ao
clam or daqueles que desejavam ganhar o Brasil para C risto . N ão
foi sòm ente o irm ão V ingren que a igreja cedeu às necessidades
do Sul, que eram cada vez mais acentuadas. M ais tarde os missio­
nários Sam uel N ystrom e N els N elson tam b ém atenderam ao apêlo
do Sul, e deixaram o pastorado em Belém , para obedecerem a or­
dem divina.

RENOVA-SE A ADM INISTRAÇÃO •


C om a p aitid a do irmão V ingren para o R io de Janeiro, o
pastorado ficou sob a responsabilidade do m issionário Sam uel N ys­
trom que tin h a para o ajudar nas atividades pastorais e nas oficinas,
-> missionário N els J. N elson e Plácido A ristóteles, hom em de re­
conhecida capacidade literária. A igreja crescia em núm ero e es­
piritualidade e exigia cada vez mais espaço para operar.
N o dia 30 de o u tu b ro de 1926, inaugurava-se o segundo tem ­
plo da Assem bléia dc D eus em Belém , com a presença de mais
de 1.200 pessoas. O tem plo estava localizado à travessa 14 de
M arço esquina de São G erô n im o .
N o ano de 1927, a Assem bléia de D eus em Belém , conside­
rando a falta dc pastores c evangelistas, e aten d en do ao fato de
m uitas igrejas passarem meses seguidos sem visita de obreiros, ini-

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Paslor B elarm ino Pedro P aslor P aulo L eivas


Ramos M acalão

M issionário Sim ão
Lundgren M issionário A lgol
S ven son

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H is t ó r i a d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

ciou-se o qu e se pode cham ar de trabalho de evangelism o itene-


rante, determ inando que o pastor José M orais dedicasse todo o
tem po à evangelização iten eran te.

PRIM EIROS PASSO S DA BENEFICÊNCIA


Nos dias 24 de outubro a 7 de novem bro de 1927 realizou-se
em Belém a Escola Bíblica c a C onvenção. U m dos pontos mais
destacados e q u e m ereceram m aior atenção e divulgação, foi o que
estendia o auxílio às viúvas c aos filhos dos obreiros, conhecido
como Caixa das V iúvas dos Pastores. O prim eiro tesoureiro da
Caixa foi o irm ão M anoel M . R odrigues.
Foi êsse, sem dúvida, o prim eiro m ovim ento de beneficência
en tre as Assembléias de D eu s. É certo que não possuía m uitos re­
cursos, pois dependia de ofertas voluntárias, mas foram os prim ei­
ros passos para outros em preen d im en to s. E m 1940, em um a C on­
venção realizada na cidade de São Luiz — Pará, fundou-se a Caixa,
que em 1953 sofreu nova reform a e em 1954 teve E statu to s e t o ­
m ou o nom e de Caixa de Beneficência do P aiá.

MAIS OBREIROS
N o dia 26 dc setem bro dc 1928 chegavam a Belém o missio­
nário Algot Svenson e espôsa que ficou até 1930, quando então
seguiram para M aceió, Alagoas.
A igreja necessitava de obreiros, ta n to para a capital com o
para o interior. Para atender a essa necessidade, a igreja convidou
o pastor Josc E clinto de O liveira para auxiliar o trabalho local,
tiue logo após faleceu; para su b stitu ir o irm ão José Felinto, nas
ilhas, foi separado para servir com o pastor, no. dia 2 dc m arço de
1930, o irmão João T rigueiro, crente antigo c experim entado m
fé, que entrou logo cm atividade.

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H i s t ó r ia das A s s e a ih l é ia s d e D els no B r a s il

N o ano dc 1930, eom a retirada do irm ão Sam uel para o Sul,


prim eiro para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, o m issio­
nário Nels J. Nelson assum iu a responsabilidade do pastorado da
igreja cm B elém . Para auxiliar o irmão N elson, a igreja eonvidou
o pastor Pedro T rajano, um dos prim eiros separados para o m i­
nistério.
I m 1935 o irm ão N elson licenciou-se por nove meses a fim
dc atender ao pastorado da igreja em Pôrto Alegre, R io G ran d e
co Sul; na ausência do m issionário N . N elson, a igreja teve a co­
operação do pastor José Bezerra C alvaeante.
C om a volta do m issionário N elson, o trabalho tam bém au ­
m entou; a igreja necessitava de mais um pastor. N o mès de no­
vem bro de 1936, foi convidado o pastor Franeiseo Pereira do N a s­
cim ento, que, ao lado do irm ão N elson e T rajano, en trou logo cm
atividade. O pastor Franeiseo Pereira do N ascim ento, duas vêzes
foi enviado a trabalhar en outras igrejas, mas logo regressava ao
seu lugar na igreja cm B elém .
N o ano de 1936, para com em orar o vigésimo q u in to aniversá­
rio, a igreja em Belém prom oveu a realização da C onvenção G eral
cm sua sede e convidou pastôres e missionários que viviam no es-
tiangeiro, que estavam ligados, direta ou in d iretam en te às ativi­
dades da m esm a.
A C onvenção atraiu a Belém dezenas de obreiros do Senhor,
C|UC, dessa forma, participaram da com em oração da data festiva.
E n tre outros, estiveram presentes D aniel Berg, Sam uel N ystrom ,
q u e trabalhavam em Portugal, e A. A. H olm grcn, redator do jor­
nal Sanigcns Y ittn e , q u e m uito fèz em favor do trabalho no Brasil.
T am b ém esteve presente a irm ã C elina A lbuquerque, a pri­
meira pessoa que foi batizada no E spírito Santo, no B rasil. As

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s nü B r a s il

com em orações do 25.° aniversário estenderam -se de 13 a 20 de


junho de 1936, delas paiticip an d o tôda a igreja.
T am b ém exerceram o pastorado, com m uita eficiência, na
igreja em Belém, com o pastor interino, o irmão João Pereira de
O ueiroz; o pastor José P aulino E stum ano de M orais, auxiliou no
pastorado, cêrca de oito anos. e o pastor A lcebíades dc V asconce­
los, mais de dois anos.
C om a retirada do m issionário Nels J. N elson para o Rio dc
Janeiro, em 1947, assum iu o pastorado o irm ão Francisco Pereira
do N ascim ento, que se revelou à altura do cargo, pois já antes o
exercera em 1938. H avendo-se retirado para T im b o teua, o pastor
José M orais, a fim de pastorear a igreja local, a igreja em Belém
convidou A rm ando Chaves C o h en para ocupar o lugar do pastor
M orais. Separando o pastor auxiliar a igreja em Belém teve, nesse
período, a cooperação do missionário H ultgreu, que visitava as
igrejas e com elas cooperava.
O uan d o se organizou o Serviço de Evangelização dos grandes
rios, Araguaia e T ocan tin s, o pastor C o h en acom panhou o missio­
nário Carlos H ultg reen , que chegou a Belém em 30 de novem bro
de 1950, com sua fam ília, a fim de cooperar com o trabalho de
evangelização.
Algum tem po depois o pastor C ohen voltava a Belém, para,
cm seguida, aceitar o cargo de pastor da igreja cm Carolina —
M aranhão.
Para ocupar o lugar do pastor C oh en , a igreja convidou o
pastor José Pinto de M enezes, o qual havia longos anos vinha ser­
vindo, com alegria, gozando da confiança da igreja c do m inis­
tério, ao lado do pastor Francisco Pereira.

— 58 —
H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

Além dos 12 tem plos q u e a igreja possui, na cidade de Belém,


para icunir os sete mil m em bros arrolados (dados de 1955) o te m ­
plo central que foi am pliado duas vêzes, em 1933 c em 1947, tor-
nando-sc assim, o m aior tem plo evangélico da cidade.
A tendendo às necessidades de seus m em bros e às exigências
da cultura c do progresso, a igreja projetou c está construindo o
Colégio Evangélico, no qual funcionarão os cursos prim ário, se­
cundário e um curso dom éstico, em um edifício de 24 salas além
dc gabinetes e outras dependêneias.
O Colégio está situado à travessa V ileta, en tre a Av. D u q u e
de Caxias e 25 de Setem bro, em terreno que m ede 60 m etros de
frente.

— 59
C A P IT U L O III

A M A Z O N A S
OLHANDO M AIS PARA O NORTE
F olheando as páginas do prim eiro jornal Pentecostal que se
publicou no Brasil, “ V oz da V erd ad e” , em seu prim eiro núm ero
dc novem bro de 1917, encontra-se esta pequena, mas esclarecedo­
ra notícia:
“O nosso irm ão Sevcrino M oreno foi para M anaus c lá tes­
tificou acerca da gloriosa v erdade de qu e Jesus batiza com o E s­
p írito Santo; foi tão abençoado, que precisou ir para aquela capital
um m issionário da fé apostólica” (A ssem bléia de D e u s ) .
C om o se vè, o irm ão Sevcrino M oreno de A raújo foi quem
levou a m ensagem P entecostal mais para o N o rte . N ão foi o acaso
que o im pulsionou a seguir rum o ao N orte; a atm osfera espiritual
e as atividades evangélicas da igreja cm Belém, inspiravam todos
os seus m em bros a olhar1 para os cam pos brancos prontos para a
ceifa, e Sevcrino M oren o foi o b ed ien te à ordem divina. A sem ente
estava lançada e o irm ão Sevcrino M oreno escreveu para a igreja
cm Belém, pedindo que enviassem alguém para instruir aquêles
que haviam aceitado o Evangelho dc C risto.
N o dia 18 de o u tu b ro de 1917, em barcava, cm Belém, com
destino a M anaus, o m issionário Sam uel N ystrom e espôsa, ateu
dendo, assim, o clam or m acedònico aqui parafraseado: “ O lhai mais
para o N o rte c ajudai-nos". O dia 1.° dc Janeiro de 1918 pode
considciar-sc a data da fundação da Assembléia dc Deus cm
M a n a u s.

— 60 —
H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

ü s prim eiros eultos foram realizados na Casa de O ração à


rua H enrique M artins, esquina da rua 13 de M aio (atu alm en te
Avenida G etúlio V argas. O registro dos prim eiros novos conver­
tidos assinala os nom es seguintes: Ilorácio da Silva V en tu ra, F au s­
ta de Souza Lim a e m uitos outros.
Tròs meses após a fundação da Assembléia de D eus, realizou-
se o prim eiro batism o nas águas de novos eonvertidos, na capital
do A m azonas. O batism o foi efetuado pelo m issionário Sam uel
N ystrom , nas águas do igarapé M estre C hico (T erceira P o n te) .
E n tre aqueles que foram batizados estava a irmã Fausta Souza
Lim a, que m ais tarde se tornou m em bro ativo no serviço de C ris to .
Os prim eiros batizados eorn o E spírito Santo foram as irmãs
Adalgiza e Fausta de Souza Lim a, e os irmãos D om iciano e José,
am bos enfermos, um leproso e outro tubereuloso, mas para ad ­
m iração dos hom ens e glória de D eus, êles foram curados.
A igreja em M anaus ereseia em núm ero e em espiritualidade;
pastor c m em bros desdobravam -se em atividades. Todos testifica­
vam do poder de D eus, enfim , os pecadores aceitavam a C risto
e eram batizados com o Espísito S an to . Assim se pasaram quatro
anos de lutas e vitórias na novel igreja, sob os cuidados pastorais
do irmão Sam uel N ystrom .

Ao fim de quatro anos, o m issionário Sam uel N ystrom teve


que regressar, u rgentem ente, para B elém . A igreja sentiu falta de
seu pastor, mas continuou a sua missão evasgelizadora, sob a res­
ponsabilidade dos irmãos mais antigos. C o n tu d o , os irmãos q u e ­
riam um pastor. N o longo período da falta do obreiro, os lobos
am eaçavam o rebanho. A igreja, então, elamou ao Senhor da sea­
ra, e o elarnor foi respondido.

— 61 —
H istó ria das A sse m b léias de D eus no B ra sil

NO VAS PERSPECTIVAS

E n q u a n to a igreja orava e pedia um pastor, o Senhor ordenava


e constrangia o pastor M anoel José da P enha, em Belém, a viajar
im ediatam en te para M an au s. A igreja em M anaus não era sabe-
dora dessa viagem . Porém , no dia 9 de m aio de 1923, chegava e
era recebido com júbilo, com o enviado de D eus, o pastor M anoel
José da P en h a.
C om a chegada do novo pastor, a igreja rejuvenesceu e entrou
mais ativ am en te no trab alh o . A igreja realizava cultos, tam bém
na residência do irm ão Severino M oreno de A raújo. Nessa época
a igreja recebeu novos reforços para o trabalho; vindo de Belém,
foi recebido o irm ão D om ingos Elias dos Santos, que se tornou
eficiente cooperador do pastor; da igreja Presbiteriana, a igreja re­
cebeu os seguintes irm ãos: P edro A lexandrino da Silva, M ariana
da Silva c fam ília e a irm ã Joaquina Pedroso Lim a (irm ã O uini-
n h a ) . O utros cooperadores fiéis c dedicados, além dos já m encio­
nados, eram r s irm ãos: Severino M oreno dc Araújo, D om ingos
Elias dos Santos c João da Silva, êste últim o cabo da M arinha
dc G uerra, q u e estagiava por alguns meses em M an aus.
A lguns dias após a chegada do pastor M anoel José da Penha,
isto é, no dia 24 de m aio de 1923, a igreja se reunia para assistir
o batism o nas águas de novos convertidos. O batism o foi efetuado
pelo pastor, no Igarapé da T erceira P o n te . Foram batizados, de
acôrdo com a Palavra dc D eus, os irmãos: E rnesto dc Souza Lim a,
oficial da Polícia M ilitar do Estado; H o n o iato G alvão c mais a l­
guns irmãos, João Pedro da Silva, cabo foguista da M arinha M e r­
cante; R aim undo Rosa, c a irm ã Joscfina, (a ceg u in h a), que a
p artir da data em q u e foi batizada com o E spírito Santo, com eçou

— 62 —
T em plo da A ssem b léia de D eus — M anaus — A m azonas
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

progressivam ente a voltar-lhe a visão e ficou co m p letam ente cu ra­


da, ao fim de alguns dias.
A festividade do N atal, a prim eira cjuc se celebrava 110 pasto-
rado do pastor Penha foi sobrem odo expressivo. O culto natalino
realizou-se 110 tem plo provisório, à rua E m ílio M oreira, no dia 2?
de D ezem bro dc 1923. A lém do culto festivo, nessa data a igreja
recebeu com o m em bios os seguintes irmãos: V ioleta C oim bra dos
Santos e filhos; H erm elinda E m ília C oim bra dos Santos, vindas
de Belém, Pará e Jesuíno Pereira de M elo c M artins M edeiros,
vindos da igreja B atista.
ü progresso da igreja foi tal que foi necessário obter uma
casa m aior. A igreja c seu pastor, resolveram, então, transferir-se
para o novo local (o q uarto) à rua Luiz A ntonv esquina com a
rua M on sen h o r C o u tin h o .
C 0111 grande pesar, no mês de setem bro dc 1924, a igreja viu
partir o pastoi M anoel José da Penha; porém , ao m esm o tem po,
se alegrou, pois o m esm o fòia su bstituído pelo pastor José Paulino
E stum an o dc M orais, 0 qual se m ostrou obreiro eficiente c serviu
com o pastor desde 1924 a 1927.
As atividades do pastor José M orais estenderam -se até ao in ­
terior do E stado.
N o ano de 1925, com a retirada do missionário Paulo Acnis,
assum iu a ícsponsabilidadc do cam po do A lto M adeira o missio­
nário Nels J. N elson, ao qual ainda está ligado, pois êle visita o
estrem o N orte, ta n to q u an to lhe é p o ssn cl.
A A ssembléia dc D eus cm M anaus hospedou a C onvenção
R egional que se realizou nos dias 15 a 22 dc novem bro de 1936,
no pastorado dc José M enezes, que tão bem serviu à igreja. A

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

parte dos Estudos Bíblicos que se realizaram sim u ltaneam ente, es­
tiveram a cargo do m issionário N els J. N elson.
O prim eiio tem plo (d e M adeira) foi construído no pastorado
do irmão M orais; o segundo (d e alvenaria) foi inaugurado em 24
de outubro de 1944, com capacidade para mais de 500 pessoas,
bem assim o batistério; estiveram presentes à inauguração os p a s­
tores José M enezes, João O ueirós, D eoeleciano de Assis c N els
J. N elson. O atual (reform ado e au m en tad o ) no pastoiado d o
atual pastor José de Souza Reis.
Sã0 os seguintes os pastôres que serviram à A ssem bléia d e
Deus em M anaus: Sam uel N ystrom ; M anoe} da Penha; José P a u -
lino E stum ano de M orais (q u e serviu em três períodos d ife re n te s);
M anoel Iligino de Souza; Josino Galvão; José M enezes; José F lo-
riano Cordeiro; José Bezerra C avalcanti; José M arcelino da Silva;
Deoeleciano C abralzinho de Assis; Francisco Pereira do N ascim en­
to; João Pereira de Q ueiroz; A lcebíades Pereira V asconcelos, O to -
niel Alves de A lencar e José de Souza R eis.

PENETRAÇÃO NAS SELVAS


AUTAZ MI RI M
A m ensagem Pentecostal, de acôrdo com a ordem de Jesus
Cristo, deve ser levada até aos confins da terra. Assim sendo, o
testem unho da verdade não podia ficar circunscrito às cidades;
devia penetrar, tam bém , nas selvas am azônicas. Essa verdade foi
bem com preendida pelos m em bros da igreja em M anaus, que p e ­
netraram nas selvas, transpuseram rios e atravessaram ilhas, para
anunciarem as Boas N ovas.
Indiscutivelm ente a Assem bléia de D eus foi a pioneira n o
trabalho de evangelização da A m azônia; m esm o sem dispor d e

— 65 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

recursos, sem lanchas, sem auxílio das autoridades, apenas, com ho­
m ens dc fé, sim ples m em bros da igreja, presbíteios, diáconos e
pastôrcs, iniciaram a m archa para as selvas.
Em mais de q uatro séculos dc história, poucas igrejas se le m ­
braram dc levar conforto espiritual às populações esquecidas nas
m aigcns dos rios do E stado do A m azonas. Só as cidades atraíam
os que se diziam religiosos; só onde houvesse civilização e confor­
to, som ente ali eram èlcs en contrados. M as depois que a m ensa­
gem Pentecostal subiu os rios c povoou as ilhas, então a inveja,
•o m èdo dc perderem a influencia e o despeito, fizeram com que
alguns deles se fizessem presentes, porém m unidos dc todos os ele­
m en to s que lhes assegurassem conforto.
N o ano de 1925 o Evangelho já havia chegado a A utaz M i­
r im . O irm ão A ntonio M atias F ernandes foi o prim eiro a an u n ­
ciar a m ensagem de salvação nesse lugar; èlc p ertenceu a um a
denom inação evangélica, porém reconhecendo que havia outras
bênçãos e prom essas dc D eus para o Seu povo, desejou recebê-las,
e quis que outros, tam bém as desfrutassem .
A nto n io Matia>, escreveu ao pastor José M orais, cm M anaus,
q u e fò.se a A utaz M irim , para orien tar os intcicssados, quiçá, os
novos convertidos c fundar o trab alh o . O pastor M orais visitou
A u ta z M irim e, 110 ano de 1925, na casa do irm ão A n tonio M atias
F ernandes, cstabelcccu-sc num erosa congregação da Assembléia de
D m s , ficando com o dirigente da m esm a o irm ão M atias.
O prim eiro pa tor que serviu em A utaz M irim foi o operoso
e fiel pastor A ntonio T ibúrcio F ilho, 110 período dc 1930-35. N a
gestão do pastor T ibúrcio, construiu-sc 0 tem plo que foi inaugu­
rado cm 1931. O u tio s pastores que serviram a igreja, foram os
seguintes: Telcsforo Santana, Joaquim dos Santos, A ntonio T ib ú r­
cio Filho (segundo período) e T crtu lian o V alcn tim Barbosa.

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H ist ó r ia das As s e m b l é ia s d e D eus no B r a sil

M I R A C O E R A
No período do pastorado de José M oiais, cm M anaus, esta­
beleceram-se vários trabalhos no interior do E stado. M iracoera foi
um dêles; cm um a visita que o pastor M orais fêz a essa localidade,
cm 1925, fundou-se mais uma Assembléia de D eus 110 E stado do
A m azonas.
ü prim eiro culto foi realizado em casa do irm ão T om ás; os
primeiros convertidos foram os donos da casa, irm ão T om ás e irmã
G eraldina, que ainda viviam em 1958. O prim eiro tem p lo de M i-
racocra foi construído cm 1930, pelo responsável pelo trabalho,
irmão Scrgio. O segundo tem plo, mais am plo que o prim eiro,
foi construído pelo pastor A ntonio T ibúrcio, que foi tam bém , o
prim eiro pastor local. O tem plo foi inaugurado em 16 de m arço
de 1951, sendo a solenidade presidida pelo pastor Alcebíades
P. Vasconcelos, que se fazia acom panhar pelos presbíteros: José
G uedes dos Santos e José R odrigues M uniz, bem a-sim por alguns
m cm brrs da Assembléia de D eus em M anaus, T am b é m serviram
como pastôrcs em M iracoera os irmãos: T elesforo Santana, Joa­
quim dos Santos e O sório de P in h o .

M A N A C A P U R U
N a região do M anacapuru o Evangelho foi anunciado em
1932, no local denom inado M arrecão. O presbítero A ntonio Bar­
roso, da igreja cm M anaus, foi quem levou a m ensagem a M an a ­
capuru, sendo a m esm a recebida por m uitas almas q ue foram sal­
vas por C risto.
O prim eiro pastor que serviu essa vastíssima região, foi o ir­
mão Telesforo S antana que lá esteve até 1 936.. O pastor A ntonio
T ibúrcio Filho tam bém exerceu as funções dc pastor ali, nos anos

67 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

d e 1944-45. O pastor Severino H erculano da R ocha substituiu o


pastor T ibúrcio, havendo exercido o pastorado até 1957, data em
q ue faleceu. O pastor atual é o irm ão B enjam im M atias F e r­
nandes.

1 T A C 0 A T I A R A

Foi o major Farias quem p rim eiram ente anunciou a m ensa­


gem Pentecostal na im p o rtan te cidade de Itacoatiára. O prim eiro
pastor q u e serviu em Itacoatiara foi A ntonio T ib ú rcio Filho, a te n ­
dendo, com carinho, ao rebanho do Senhor.
T am b é m exerceram o pastorado nessa cidade, os seguintes pas-
tôres: A nto n io de A lm eida, José M arcelino, José H en riq u e dc A l­
m eida e Francisco dos Santos M atias.

T A B A T I N G A

R IO S O L IM Õ E S

Foi o esforçado pastor José Floriano quem iniciou a obra dc


evangelização em T abatin g a, e fê-lo de modo que o m esm o jamais
sofreu solução de continuidade, pois sem pre estêve em ascenção.
O pastor Floriano transferiu-sc mais tarde para Benjam im
C o n sta n t e deixou o trabalho aos cuidados do irm ão R aim undo
Pereira G arcia.
N o ano de 1941. o pastor A ntonio T ibúrcio assum iu o pas­
torado da igreja em T abatinga; depois do pastor T ibúrcio, foi
pastor em T abatinga o irm ão Telesforo Santana. Após um pe­
ríodo sob a direção do irm ão A m aro Goes, o pastorado foi exer­
cido pelo pastor José H en riq u e de A lm eida.

— 68 —
H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

P A R I N T I N S

Apesar de outros lugares mais distantes haverem sido alcan­


çados pela prcgaçã0 do Evangelho, antes q u e P arintins o eonhe-
eesse, contu d o ehegou tam b ém a vez de P arintins reeeber a
m ensagem P entecostal. O trabalho teve origem en tre o povo h u ­
m ilde, eom o sem pre acontece no princípio, mas logo depois estava
ao aleance de todos. Foram pastores da A ssem bléia de D eus em
P arintins os seguintes obreiros: M anoel N ilo da Silva. João F ra n ­
cisco dos Santos, M atias e José G uedes dos Santos.
T E R R I T Ó R I O S
C A P ÍT U L O IV

R 0 N D 0 N I A
M ais cedo do que se sup u n h a a m ensagem Pentecostal alcan­
çou os T erritórios do extrem o N o rte do Brasil, fixando-sc defini­
tivam ente vitorioso nessas paragens, o E vangelho de C risto através
das atividades ineessantes das Assembléias de D eus. R ondônia,
q ue tam bém se cham ou G uaporé, form ou-se de terras perten cen ­
tes aos Estados do A m azonas e M ato G rosso.
Ao tem po em que os prim eiros pentecostais aleançaiam 0 ex­
trem o N orte, essa região ainda desfrutava um pouco da fama,
prestígio e riqueza que a borracha assegurou, por largos anos, às
regiões am azônicas, mas logo depois a queda do latex term inou
com o explendor econôm ico da vasta região.

PORTO VELHO
O ano de 1922, assinala a fundação da Assem bléia de D eus
na cidade mais im p o rta n te da região, q u e naquela época p e rte n ­
cia ao A m azonas.
A data assinalada é 28 de fevereiro de 1922, na cidade de
P ôrto V elh o .
E n tre os fundadores da Assem bléia de D eus em P ò ito V elho,
estava um dos prim eiros missionários pentecostais, vindo da A m é­
rica do N o rte. Seu n o m e é Paul John Aenis; não é u m nom e tão
conhecido q u an to o de outros m issionários, pois trabalhou apenas
alguns anos no Brasil; porém sua atividade, no período em que

70 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus n o B r a s il

serviu, está assinalada em vários lugares. O m issionário Paul Aenis


serviu em P ôrto V elho até ao ano d e 1924.
O prim eiro batism o efetuado pelo m issionário Paul Aenis, foi
de 9 pessoas; no segundo, batizou 12 novos convertidos.
O utros nom es que tam bém aparecem como fundadores do tra ­
balho em P ôrto V elho, são os seguintes: José M arcelino da Silva,
que pertencia à Assembléia de D eus em Belém , e que mais tarde
foi pastor; José Joaquim da Silva: Rosa Lucas da Silva; M aria da
Conceição e outros.
As atividades da igreja em Pôrto V elho, logo se estendeiam
a outros lugares, não só aos centros populosos, mas tam bém aos
seringais c às populações ribeirinhas. E n tre os locais em que o
trabalho se estabeleceu, além de outros, estão Boa H ora, Baixo
M adeira, m argem do rio do m esm o nom e; Bom F u tu ro , seringal
nas margens do A lto M adeira.
Em V ila Nova, aconteceu um fato que prova o poder do
Evangelho: nesse lugar converteu-se o proprietário e seus 40 em ­
pregados; som ente quatro dêles não aceitaram Jesus, porém , não
tendo mais com quem questionar e com quem se em briagar, aban­
donaram o local.
N o m èi de junho de 1944 o m issionário N els J. N elson visi­
tou a igreja em Pôrto V elho c dirigiu um a sem ana de E studos
Bíbbeos que a igreja recebeu com o chuva em tem p o de calor, isto
e, os ensinos renovaram o ânim o do povo.
N o ano de 1948, a igreja hospedou a C onvenção e Escola Bí­
blica, um acontecim ento que repercutiu na vida da com unidade.
O fato de haver 45 alunos m atriculados na Escola Bíblica, em
.uma igreja pequena e longínqua é m u ito expressiva e prova com o
a igreja estava viva e operosa.

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

A igreja do Senhor em P ôrto V elho tem sido das mais favo­


recidas no que diz respeito à assistêneia espiritual, pois desde a
fundação, sem pre teve obreiros perm anentes e de tem po integral.
Serviram à Assembléia de D eus em Pôrto V elho, os seguintes
obreiros: Paul Aenis, (fu n d ad o r) de 1922-24; M anoel César,
1924-28; José M areelino da Silva, 1928 (seis anos); Januário Soa­
res, 1928-30; José M areelino da Silva, 1930-36; M anoel Pirabas,
1936-37; R aim undo P ru d en te de A lm eida, 1937-39; Juvenal R oque
de A ndrade, 1939-43; Franeiseo V az N eto , 1943-46; Joviniano R o ­
drigues Lobato, 1946-52; Benjam im M atias Fernandes, 1952-53;
Leonardo Luz, 1953, data em q u e reeolhem os êstes inform es.

G UA J A R Á MIRIM

A cidade G uajará M irim que tam bém p ertenee ao T erritório


dc R ondônia, som ente recebeu o E vangelho algum tem p o depois
que chegou a Pôrto V elho. G uajaiá M irim pertencia a M a to G ros­
so. E m bora a data da fundação do trab alh o em G uajará M irim
se verifique seis anos após o de P ô rto V elh o , contudo, antes dessa
data já se anuneiava a m ensagem P enteeo stal. O u a n d o se ofieia-
lizou a fundação da Assem bléia de D eus, desde há m u ito o E van­
gelho era anunciado em G uajaiá M ir im .
A data que registra ofieialm ente as atividades da Assem bléia
de D eus em G uajará M irim é de 20 de m aio de 1928. O s prim ei­
ros nom es registrados com o fundadores são os de M aria Fausta
Ramos, B envindo Ram os, M aria Salomão c outros.
D e m esm a form a que reeebeu o E vangelho através do teste­
m unho voluntário de hom ens e m ulheres salvos pela graça, assim,
tam bém a igreja em G uajará M irim , através dos novos eonverti-
dos levou a m ensagem Penteeostal a lugares próxim os e distantes.

— 73 —
H lS TÓK lA DAb A s b E M B L É lA b DE Ü E L b NO BRASIL

E n tre outros pontos im p o rtan tes e estratégicos para a pregação


do Evangelho, o trabalho estabeleceu-se uos seguintes lugares:
C achoeira do M adeira, na m argem direita do rio A lto M adeira;
A bunã, na m argem direita do rio do m esm o nom e; N úcleo Agrí­
cola P residente D u tra, E . F . M . M . e F o rte P ríncipe da Beira, na
margem direita do rio A b u n ã.
É elevado o núm ero dc obreiros q u e serviram à igreja em
G uajará M irim . A pesar de não possuirm os datas exatas, tem os,
porém , esta expressiva lista, por ordem cronológica: Junuário Soa­
res; U rsulino Costa; Luiz H igino; R aim undo A lm eida; Jorge T i-
m olioni; Q u irin o Peres; José M areelino da Silva; José M iguel Bar-
ros de Carvalho; Francisco N ascim ento G arcia; João Evangelista
de A lbuquerque; T ú lio Barros Ferreira; H em etério Bertoldo G o ­
mes; Francisco N ascim ento G arcia (segundo período) e Abdias
Pereira da C osta.

TERRITÓRIO DO AM A PÁ

Lançando a Semente
“O tem po, com o sucessão de dias, é revelador das coisas como
tem que ser, e obriga os anos a falar” , assim se inicia a nota da
qual extraím os as im form ações que sintetizam a H istória da A s­
sem bléia de D eus no A m apá.
No ano de 1916, era M acapá um a pequena cidade de pouco
mais de m il h ab itantes; porém era a m ais im p o rtan te da região.
Poucas pessoas, por certo, se aperceberam de que, no dia 26 de
junho do ano acim a citado, chegara a M acapá um colportor com
as malas cheias de Bíblias, folhetos e Evangelhos. S om ente alguns
dias depois a cidade tôda inteirou-se da presença do evangelista,

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

ein razão de lhe haverem seqüestrado os livros, queim ando-os, a


seguir, 11a Praça Pública, com o verem os a seguir:
O evangelista C lim aco Bueno Asa, então no verdor dos anos,
e desfrutando o prim eiro am or que D eus concede aos q u e acei­
tam a C risto, chegou a M acapá, na data acim a citada, com a fi­
nalidade de espalhar a Palavra de D eus, deixando-a nas mãos do
povo, a fim de que todos lessem as verdades da B íblia. Clim aco
Bueuo Asa era um vocacionado evangelista e colportor. O n d e
quer que chegasse, não só distribuía a Bíblia, mas tam bém pre­
gava 0 Evangelho.
Os prim eiros sucessos do irm ã0 C lim aco em M acapá, chega­
ram ao conhecim ento do sacerdote, o qual iniciou a perseguição
ao evangelista: Aliciou pessoas de boa fé, m as pouco esclarecidas;
o padre nivelou-se a reles arroaceiros, instigou os seus partidá­
rios a apedrejarem o colportor e a roubarem -lhe os livros, para, a
seguir, os queim arem na Praça p ú b lic a . O que êles consideravam
um ato de heroísm o, não passava de um ato covarde praticado
contra um cidadão indefeso.
Foi assim que se iniciou a história da A ssem bléia de D eus em
M acapá. N ão se pense que o irmão C lim aco se acovardou ante
o aten tad o e a incivilidade de um sacerdote q u e não soube honrar
c hábito que vestia nem dignificar a religião que representava.
A lgum tem po depois, C lim aco Asa realizou outra viagem a M a ­
capá, sem que se registrassem incid en tes.
O colpoitor C lim aco lançou a Boa Sem ente nas duas visitas
que fêz a M acapá, deixando ali, é elaro, algum as pessoas interes­
sadas 110 Evangelho.

ESTABELECE-SE 0 TRABALHO
E n tre ta n to , o privilégio de estabelecer o trabalho coube ao

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

evangelista José de M atos, que, antes, percorrera várias cidades


anunciado as Boas N ovas.
Ao inieiar-se o ano de 1917, o en tão evangelista José de M atos
chegou a M aeapá, para estabelecer o trabalho; os prim eiros meses
foiam difíceis para o evangelista. O padre recom eçou a perse­
guição, acusou José de M atos de ser espião, porém nada con­
seguiu .
N o dia 27 de junho de 1917, foi um dia de júbilo, no céu c
tam bcm em M acapá; nèsse dia eonvertcram -se as prim eiras pes­
soas. N o dia 30 do m esm o mês, o Senhor batizou a prim eira pes­
soa com o E spírito S anto. Estava confirm ada a obra, os inimigos
não podiam im pcdí-la.
Foi no dia 25 de D ezem bro do ano acim a citado, que se efe­
tuou o prim eiro batism o nas águas dos 5 novos convertidos. Êsse
ato transform ou-se em grande aco n tecim en to e teve repercussão
cm tôda a cidade. T odos os judeus negociantes de M aeapá com ­
pareceram ao b atism o . N o m o m en to em que a irm ã R aim unda
Paula de Araújo saía das águas, foi batizada com o E spírito Santo,
falou cm línguas estranhas, eom ta n to p oder que os assistentes en-
clieram -se do tem or de D eus.
Um dos judeus presentes, Leão Zagurv fieou tão em ocionado
c m aravilhado com a m ensagem que ouvira, que não se conteve
c clamou em alta voz no m eio da m ultidão: “ Eis que vejo a glória
do D eus de Israel, pois esta m u lh er fala a nossa piópria língua” .
Em verdade, os anos não podem esconder tão eloqüente te ste m u ­
n h o . O judeu não era crente, porém , D eus, através da irmã Rai-
m unda falou-lhe lia própria língua.
A nte essas vitórias que se tornaram públicas, os inim igos ini­
ciaram nova cam panha de difam ação eontra a igreja; um a das pes­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

soas que foram batizadas era sifilítica em últim o grau; algum te m ­


po depois a sífilis atacou-lhe o cérebro e os inim igos acusaram os
crentes dêsse aco n tecim en to . Foi um a prova de fogo para o p e­
queno rebanho, porém ao fim de algum tem po, D eus curou-o e
tòda a cidade soube q u e Paulo A raújo, o enferm o, fôra curado.
A Assembléia de D eus em M acapá, com a retirada de José
de M atos ficou sob a jurisdição da A ssem bléia em Belém , q u e de
tem pos em tem pos enviava m issionários e pastores com a m en­
sagem viva do E vangelho. M acapá recebeu várias vezes a visita
dos missionários Sam uel N ystrom , D aniel Berg e N els J. N elson;
bem assim dos pastores C rispiniano M elo, José F elinto, José M o ­
rais, Amaro M orais, Francisco G aspar, Francisco V ito r, A polinário
Costa, José Laurêncio e Joviniano L o b at0 e Januáiio Soares.
O s primeiros pastôres residentes foram Flávio e João Alves,
que construíram a casa de oração e a residência pastoral. N o ano
de 1948, no dia prim eiro de abril, a igreja recebeu com o pastor
Deoeleciano Assis. N o pastorado de D eoeleciano de Assis, com
a presença do m issionário N els N elson, foi lançada a pedra fu n ­
dam ental do tem plo.
O pastor José P in to de M enezes, no mês de abril de 1954,
substituiu o pastor D eoeleciano p o r alguns dias, até à chegada do
pastor V icen te Rêgo Barros, q u e chegou a M acapá no dia 9 de
abril. D eus confirm ou o m instério do pastor V icen te Rêgo B ar­
ros, pois ao fim de q u atro meses realizou o batism o de 25 novos
convertidos, o m aior na história da igreja

A igreja, com a chegada do novo pastor, anim ou-se para o tra­


balho e todos os m em bros se uniram no trabalho com um de am ar
e servir. Ao fim de oito meses, desde a chegada do pastor, a

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s de D eus \ o B r a s il

igreja eontava eom o dobro do núm ero de m em bros, tornando-se


ainda responsável pelo trabalho de evangelização^ em vários lugares.

R IO B R A N C O
BOA VISTA
Com a fundação da Assembléia de Deus na eidade de Boa
V ista, T erritó rio do Rio Braneo, eom pletou-se em tôdas as capi­
tais de Estados e T erritórios, a introdução da m ensagem P en te ­
costal. Boa V ista foi a ú ltim a capital a ver organizada, ofieial-
m ente, a igreja que erè e prega a fé e as doutrinas apostólicas.
M u ito em bora o Evangelho desde há m uito viesse sendo anun-
eiado por irmãos que, oeasionalm ente, iam a Boa V ista ou por
ali transitavam , eontudo, o registro ofieial da instalação da A ssem ­
bléia de D eus data de 9 de setem bro de 1946.
Inieiou o trabalho de pregação do Evangelho em Boa V ista,
de aeórdo eom o registro ofieial, V ie e n te Pedro da Silva, que tinha
a auxiliá-lo e a eneoiajá-lo alguns irm ãos e bem assim os novos
eonvertidos. E n tre ta n to V ieen te Pedro não era obreiro separado
para o m inistério, não podia, p o rtan to , dar form a ao trab alh o . Es-
ereveram êles para irmãos em outras eidades, contando as bênçãos
que Deus estava enviando aos erentes naquela eidade, e, eerta-
m ente, m eneionavam o desejo de q u e Deus enviasse um pastor.
F in alm en te, no ano de 1946, o pastor O uirino Pereira Peres
sentiu desejo de ir servir ao Senhor em Boa V ista, por eeito, eomo
resposta à oração dos novos cristãos q u e não cesravam de orar.
Logo que ehegou, o pastor Q uirino alugou um salão à rua
Ceeília Brasil, para realizar os eultos, que até então se efetuavam
cm easas p a itie u la re s. Essa m edida deu novo im pulso ao trabalho,
que desde então entro u em franeo progresso.

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H i s t ó r ia das \ s s e m b l é ia s de D eus no B r a s il

C onform e já m encionam os nas linhas acim a, Q uirino Peres


presidiu a instalação da Assem bléia de D eus na cidade de Rio
Branco, 110 dia 9 dc setem bro de 1946. Nesse dia, eonform e cons­
ta da ata, Q uirino Peres batizou nas águas os novos eonvertidos
R aim undo Bispo de Souza e José Peres de L im a. T am b ém fi­
guram 11a ata dc fundação, en tre outros, os nom es seguintes:
V icente Pedro da Silva; H onório A m orim Teixeira; R aim undo G o ­
mes da Silva José Pereira de Lim a; M aria Am aral Peres; F rancis­
co Saraiva; R aim undo Bispo e A lberto M . de A lbuq uerque.
O trabalho do Senhor em Boa V ista não é um a exceção no
panoiam a geral das perseguições que sem pre se observaram no
mício da obra em tôda a p arte. Boa V ista teve que pagar seu tri­
buto, ao sofrer a perseguição: porém a vitória foi e será do S enhor.
A Assembléia de D eus em Boa V ista inaugurou seu tem plo
110 dia 18 de m aio dc 1954.
C om o aeim a dissemos, o prim eiro pastor foi Q uirino Pereira
Peres. perm anecendo até 1950, quando foi substituído pelo pastor
O tonicl Alves de A lencar.
O tem plo que atu alm en te serve à A ssembléia de D eus ta m ­
bém tem a sua história: o terreno foi adquirido no pastorado do
pastor Q uirino Peres, que nêle construiu um a ca^a de palha; ali
realizaram os eultos. N o pastorado de B enjam im F ernandes, foi
iniciada a construção do tem p lo , eo n tinuada no pastorado de Jo-
viniano Lobato e eoncluída pelo pastor Sam uel C avalcante. A casa
pastoral foi adquirida no tem po do pastor Joviniano L obato.
O trabalho com eçou a estender-se pelo interior do T erritório
no pastorado de B enjam im Fernandes, com a chegada de eolonos
vindos do M aranhão, que fundaram a C olônia M ucajaí, estabele­
cendo-se ali a prim eíia congregação.

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H ist ó r ia das A sse m b lé ia s de D eu s no B r a sil

A CR E — Cruzeiro do Sul

Talvez seja o T erritório do Acre o mais conhecido d en tre to ­


dos os T erritórios Federais, por ser dos mais antigos, e por não
haver sofrido alteração de nom e com o tem acontecido a outros
T erritório s.
Cruzeiro do Sul é a C apital do vasto T erritório do A cre. Ló
gico, portanto, que a m ensagem Pentecostal fôsse anunciada em
C ruzeiro do Sul, antes do que em qualquer; o utro local.
N ão são ab u n d an tes os inform es acerca das prim eiras ativi­
dades dos prim eiros voluntários do trabalho de C risto em Cruzeiro
do Sul. C o n tu d o , em 1932 assinala-se a passagem do ativo pre-
goeiro, M anoel Pirabas, que mais tarde vamos encontrar servindo
à igreja em P ôrto V elho, no período de 1936-37. P o rtan to a A s­
sem bléia de D eus em C ruzeiro do Sul tem como fundador, em
1932, M anoel Pirabas.
No Acre, com o em outros lugares onde chegou o testem unho
Pentecostal, êsse te stem u n h o foi levado, sem perda de tem po, com
o m esm o zêlo, a outras localidades do T erritó rio . Estabeleceram -
se congregações que m an tin h am estreitas relações fraternais com
a Assem bléia de D eus na C a p ita l. O trabalho cresceu, mas ta m ­
bém teve que en fren tar perseguições por parte de quem não am a
a verdade e não tem prazer no E vangelho de C risto.
C om o resultado do progresso da obra Pentecostal nos T erri­
tórios, a Assem bléia de D eus em C ruzeiro do Sul hospedou, em
1950, a prim eira C onvenção dos T erritórios, ou T erritorial, que
reuniu os obreiros da vastíssima área do extrem o N o rte .
A seguir, em 1952, ainda em C ruzeiro do Sul realizou-se a
prim eira Convenção do A cre. N esse ano a A ssem bléia dc Deus
em C ruzeiro do Sul inaugurou tam bém o seu tem plo.

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T em plo da A ssem b léia de D eus — Rio B ranco — Acre
H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s de Dels no B r a s il

Assinala-sc, tam bém , na Assembléia dc D eus em C ruzeiro do


Sul, a assistência espiritual e a dedicação pastoral dos seguintes
obreiros: M anoel Pirabas; A ntonio T ibúrcio Filho; Pedro D o m in ­
gos; João Q ueirós; O to n iel Alencar; Francisco N ascim ento; José
R ufino; A nto n io P ru d en te dc Almeida c Francisco B atista da
S ilv a .

T A R A U A C Á

O testem u n h o da fé Pentecostal alcançou T arauacá no mês


de Fevereiro de 1935. O pregador da m ensagem divina cham ava-se
B ento Sam eu, e anunciava a Palavra de D eus com autoridade
divina. Os prim eiros frutos da pregação do irm ão B ento, foram
um a m enina dc 7 anos c um a senhorita de 16, as quais ainda p er­
m anecem m em bros fiéis na igreja local.
D eus abençoou o trabalho, fê-lo prosperar até se transform ar
em igreja forte c fiel. Bento Sam cu foi substituído pelo presbítero
Lino; o terceiro responsável pelo trabalho foi o pastor M anuel
Araújo, e o quarto José C aetano Alves, evangelista esforçado que
se dedicou à obra do Senhor no T erritó rio do A cre.

— 82 —
ESTADO DO M ARANH ÃO

C A P ÍT U L O V

Foi 110 ano de 1921 que D eus enviou a m ensagem pentecostal


ao Estado do M aranhão.
O trabalho teve início na C apital do E stado — cidade de
Sã0 Luiz, onde chegou, procedente do E stado do Pará, no ano
citado, o pastor C lim aco Bueno Aza, cidadão cobom biano, con­
vertido ao E vangelho 110 Pará, e ali ordenado m inistro do E van­
gelho em 10 de M arço de 1918; 0 irm ão C lim aco foi elem ento
a quem D eus usou como pioneiro do M ovim ento P entecostal em
terras gonçalvinas.

O prim eiro culto pentecostal celebrado no M aranhão, teve


lugar na casa de n.° 149 da rua 7 d e Setem bro, de propriedade de
Propécio L obato e foi oficiado pelo pioneiro pastor Clim aco B ue­
no Aza.

Após intenso c persistente serviço de evangelização c distri­


buição das E scrituras Sagradas, de porta cm porta, na velha “A te­
nas Brasileira” , foi, oficialm ente, fundada e organizada a prim eira
“ Igreja Evangélica Assembléia de D eu s” nesse Estado, m ediante
o batism o dc alguns conversos c a celebração da Ceia do Senhor.
Por lam entável omissão na época, não há registro oficial da data,
nem do núm ero de batizandos q u e integrou o rol de m em bros da
novel Assem bléia, e, em bora sobrevivam nesta data (23-11-1957)
ainda duas senhoras que foram batizadas então, todavia esquece­
ram por1 com pleto a referida data

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H istó ria das A sse m b léias de D eus no B ra sil

PRIM EIRA S CONVERSÕES


Os prim eiros conversos do M aranhão à fé pentecostal foram
Propéeio L obato e sua espôsa dona A na A th an L obato. O irm ão
Propécio L obato veio a ser o prim eiro diácono consagrado pela
Assem bléia de D eus no M aranhão e faleceu em 7-7-1955.
O prim eiro salão alugado para sede da novel igreja, aonde foi
a m esm a oficialm ente organizada, está situado na casa de n.° 474,
na rua D r. H ereulano Parga, em São Luiz do M aranhão e foi
ali tam bém que se verificou o prim eiro batism o com o Espírito
Santo, no ano de 1924, quando foram batizados com poder, os
irmãos Propécio Lobato, Izabel Florestal Rodrigues que trabalha
atu alm en te (em 23-11-1957) em Parnaíba, Piauí e a irm ã M aria
O liveira ainda continua com o m em bro ativo da igreja em São Luiz

PRIM EIRAS PERSEGUIÇÕES


Eoi em conseqüência dessa m anifestação do poder de D eus,
sôbre Seus servos, q u e se verificou a prim eira perseguição ao tra ­
balho da Assembléia de D eus no M aranhão, e deu-se da seguinte
m ancha: A traídos pelo ruído das vozes dos que oravam , vários
populares se aglom eraram em frente à casa de cultos, entre os
quais estavam vários estudantes, que logo com eçaram a atirar pe­
dras sôbre a referida casa por estar próxim o ao Q u artel da Polícia
M ilitar do E stado, foram ali d enunciar os irmãos; porém , em bo­
ra o C o m an d an te da referida corporação policial ten h a querido
agir contra os crentes, aten d eu às explicações do então sargento
do referido corpo de tropas, P aulino Flávio Rodrigues, que, por
ser m em bro da m esm a igreja, se responsabilizou pelos crentes
an te aquela autoridade; dêsse m odo foi contido o prim eiro assalto
satânico contra os verdadeiros e hum ildes servos de D eus, que

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

o glorificavam em “espírito e em verdade” . O sargento a quem


Deus usou nessa época, é hoje T te . C oronel reform ado da Polícia
M ilitar do M aranhão c pastor da A ssem bléia de D eus; seu nom e
é Paulino Flávio Rodrigues, bem conhecido n 0 Brasil.

SUCESSÃO NO PA STO RA D O
Em 1922 o pastor Clim aco B ueno Aza foi su bstituído no pas­
torado da igreja pelo pastor M anoel da Penha, que serviu, fiel­
m ente, até o ano de 1927, q u ando passou para a eternidade na
paz dos justos, na C apital M aran h en se. Foi um grande e fiel
obreiro, resignado sofredor pela causa do E vangelho e, em São
Luiz, sofreu, além da perseguição dos católicos, tam bém grande
oposição dos evangélicos e toda a sorte de privações financeiras,
devido à precaridade dos recursos do trabalho, no princípio.
C om a m orte de M anoel da P enha, Nels J. N elson, m issio­
nário do campo, assum iu o pastorado da igreja em São L uiz até
passá-lo, oficialm ente, ao pastor eleito pela igreja, na pessoa de
M anoel César.
N o m esm o ano (19 2 7 ), assum iu o pastorado da igreja em
São Luiz o pastor M anoel C ésar que trabalhou incansavelm ente
até o ano de 1932, sendo em seu pastorado que a igreja pensou
em constiu ir o prim eiro tem plo, deixando no e n ta n to de consegui-
lo por motivos de deficiência m o n e tá ria . Nessa época a igreja ad­
quiriu Personalidade Jurídica.

P R IM E IR A CONVENÇÃO NO ESTADO
Ao sc retirar do pastorado da igreja cm São Luiza, M anoel
César foi substituído pelo pastor Luiz H ig in 0 de Souza, que serviu
a referida igreja até o ano de 1935. N o seu pastorado teve lugar
a prim eira C onvenção R egional das Assembléias de D eus no M a ­

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T em plo da A ssem b léia de D eus — São L u i 2 — M aranhão
H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

íanhão, que se realizou no mês de novem bio de 1934, na cidade


de C oroatá. Com a presença de dois pastores, dois diáconos e
vários auxiliares, instalou-se a referida convenção no dia 15 de
N ovem bro de 1934 e, por sua deliberação, foi ordenado ao m i­
nistério da Palavra o prim eiro obreiro pela Assem bléia de D eus
n 0 M aranhão, recaindo a eleição na pessoa do irm ão João Jonas,
cidadão húngaro, convertido ao E vangelho no Brasil; sua ordena^ã )
teve lugar na noite de 20 dc novem bro de 1934, q uando era c:i
cerrado o trabalho da referida convenção.
E m outubro de 1935, ainda no pastorado de L uiz H igino de
Souza, em São Luiz, realizou-se a segunda C onvenção R egional,
que se reuniu com a igreja em Pedreiras, M aranhão, e contou com
a presença de três (3) pastores, 4 diáconos e vários auxiliares no
trabalho, sendo então separado o prim eiro presbítero no M ara­
nhão, para servir à igreja em D o m Pedro, recaindo a escolha na
pessea do diácono A gostinho Ribeiro, que já descansa na eter­
nidade.
Em novem bro de 1935 ausentou-se do pastorado da igreja,
Luiz H igino de Souza, por aderir ao partido de seu irm ão no
N ordeste, assum indo o cargo de pastor, Januário N o rb erto Soares,
que trabalhava em Pedreiras, no interior do E stado e que serviu
à igreja ate princípios de 1937, q u an d o foi substitu ído pelo pastor
José Bezerra C alvacante; porém , antes de se ausentar do cargo
atendendo a grande necessidade do trabalho no m un ícipio de V ia ­
na, o pastor Januário N . Soares, ju n ta m e n te com o M issionário
Nels J. N elson, procedeu a ordenação do segundo m inistro da
Assembléia dc D eus no M aranhão, foi êste o irmã > presbítero
Francisco M oisés G arcia, que foi solenem ente ordenaco na noite
do dia 8 de fevereiro de 1937, para servir à igreja localizada na
região da Baixada m aranhense.

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

A sum indo o pastorado da igreja-em São L uiz, o pastor Jose


Bezerra C avalcanti, com o exím io con stru to r nue era. pensou logo
em dotar a igreja de um tem p lo digno de sua posição e do nom e
de D eus, ao m esm o tem po, que viesse libertá-la dos epítetos e
achincalhes m aldosos que lh e lançavam seus gratuitos opositores;
para isso organizou um croquis da fachada que depois chegou a
ser utilizado em parte e fèz um a grande cam panha pró-aquisição
de fundos.
N o pastorado de José Bezerra C avalcanti, teve lugar a orde­
nação do terceiro m inistro evangélico, pela Assem bléia de D eus
no M aranhão, que foi o irm ão Alcebíades Pereira V asconcelos,
ordenado na noite do dia 3 de m arç0 de 1938. O concilio estava
constituído dos pastôres José Bezerra Cavalcanti, M anoel César,
João Jonas e M oisés G arcia.
D oentio, com balido pelas grandes lutas do trabalho, o pastor
José Bezerra C avalcanti sucum biu às m esmas, passando para Jesus
na cidade de Itapicuru-M irim — M aranhão, 110 an » de 193Q, onde
estava cm repouso por alguns dias.

P R IM E IR A ESCOLA B ÍB L IC A

C om o m issionário do cam po, assum iu in terin am en te o pas-


terudo da igreja em São Luiz o irm ão N els J. N elson c, com o tal,
presidiu a prim eira Escola Bíblica realizada no M aranhão, q u e se
reuniu com a igreja em C oroatá. sim ultan eam en te com a terceira
C onvenção R egional na data de I a 13 de novem bro de 1939,
contando com a presença de três pastôres do E stado, alguns pres-
bítcios, diáconos c auxiliares. N essa ocasião estudou-se a E pístola
aos i ilipenscs e a d o u trin a das D ispensações Bíblicas sob a direção
do .nissionário Nels J. N elson, auxiliado pelo pastor José Teixeira

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Rêgo, da Assembléia de D eus em Fortaleza, C eará. Nessa ocasião


foram separados para m inistros do E vangelho o presbítero Agos-
nho Ribeiro, para servir a igreja em Itap icu ru -M iiim , e para evan­
gelistas os irm ãos: H ilário Pereira da Silva, para P au-de-E stopa;
Feliciano de M atos N eto para Rosário e Ercílio Dias, para A rari.
Na mesma convenção foi ciiada, por consenso geral dos obreiros,
a “Caixa de Evangelização da Assem bléia de D eus no M aran h ão ”
a ser m antida pelos dízim os dos obreiros e ofertas voluntárias das
igrejas, entidade que ainda subsiste fazendo algum a coisa de valor
real em favor da difusão do E vangelho no M aranhão e P iauí.
O missionário N els J. N elson passou o pastorado da igreja
em São Luiz no fim de 1939, ao pastor D eoeleciano C abralzinho
de Assis, a quem D eus usou m aravilhosam ente para reavivar a
igreja na C apital m aranhense e presidir a construção do prim eiro
tem plo pentecostal da referida cidade que foi solenem ente in a u ­
gurado na data de 21 de setem bro de 1941.
E m 1940 teve lugar um a sem ana de estudos bíblicos e C o n ­
venção Regional em Pedreiras, M aranhão, sob a presidência do
um ão N elson, coadjuvado pelo pastor José T eixeira R êgo, de F o r­
taleza. Ceará; nessa reunião foi consagrado mais u m pastor, o p res­
bítero Joaquim Pereira da C osta, para servir o cam po d a região
sertaneja do E stado, com sede na vila de Leandro, no m unicípio
de Barra do C o rd a .
Resignando o pastordao da igreja cm São Luiz para atender
ao convite que lhe fizera a igreja de M anaus — A m azonas, o pas­
tor D eoeleciano C. de Assis passou 0 pastorado da igreja em cará­
ter interino, ao pastor Alcebíades Pereira V asconcelos da igreja
em Coroatá, no interior do E stado; e êste, após alguns dias, fêz
a entrega do pastorado ao pastor eleito pela igreja, Francisco P e­

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H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

reira do N ascim ento, q u e esteve em São Luiz, apenas, sete meses,


pois, convidado pela igieja de Belém — Pará, resolveu aceitar,
passando o cargo ao pastor José L eonardo da Silva que, por sua
vez, dem orou-se apenas um ano, sendo substituído pelo pastor
Francisco Pereira do N ascim ento, que voltou a ap ascentar a igreja
de São Luiz, desde julho de 1943 até 1944.
E m 1944 o pastor Francisco Pereira do N ascim ento, a te n d e n ­
do ao convite da igreja em M anaus, A m azonas, deixou o pastorado
da igreja a cargo de José Ram os, que o ocupou até o ano de 1947,
quando foi substituído em caráter interino pelo pastor José T eixei­
ra Rêgo, que se dem orou alguns m eses apenas. Foi no pastoiado
de José R am os que a igreja se viu na contigência de au m en tar o
seu tem plo, q u e já estava pequeno para abrigar o núm ero dos
fiéis.

E m 1948 o pastor José Teixeira Rêgo foi su b stituído uo pas­


torado da igreja de São L uiz, pelo pastor José P in to M enezes, que
serviu até fins de 1952. Foi em seu pastorado que, n u m rasgo de
fé, a igreja resolveu construir a sua Casa Pastoral, que tantos b e ­
nefícios e econom ia veio trazer às finanças da igreja.
A tendendo ao convite qu e lhe fêz a igreja dc Belém do Pará,
para servir como co-pastor, m udou-se para lá o p astor José P in to
de M enezes, sendo substitu íd o in terin am en te pelo pastor Francis­
co M oisés G arcia, qu e, após 15 dias, fêz a entrega do pastoiado,
no dia 16 de janeiro de 1953, ao pastor eleito pela igreja, irm ão
Alcebíades Pereira Vasconcelos, que assum indo o pastorado, p ro ­
cedeu a um criterioso levan tam en to estatístico da m esm a, cons­
tatan d o a existência em- com u n h ão dc um to ta l dc 260 m em bros
na igreja-sede do trabalho no E stado do M aranhão.
Procuiando conhecer a vontade de D eus a seu respeito, e

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

qual a missão que o Senhor lhe dera na igreja em São Luiz, o


pastor Alcebíades Pereira de V asconcelos reconheceu que D eus o
enviara ali com a missão específica de fom entar e presidir a cons­
trução um novo tem plo para sede da igreja em São Luiz, por dois
m otivos: 1.°) Porque o antigo tem plo estava dem asiado pequeno
paia abrigar os crentes c 2.°) P orque estava de tal m odo arruina­
do cm sua estrutura, qu e am eaçava ruir a qualquer m o m ento.
Resultado: despertada a igreja e encorajada a encetar a árdua ta ­
reia, a ela se entregou de corpo e alm a. C om eçando a construção
no dia 7 de dezem bro de 1954, foi o tem plo inaugurado solene­
m ente em 7 de dezem bro de 1956, com grande vitória para a
causa da igreja e de D eus na C apital m aranhense.
C hegando a conclusão de que era impossível trabalhar sòzi-
uho em São Luiz devido à falta de auxiliares locais que coope­
rassem na direção dos cultos, e sendo obrigado a viajar, periòdica-
m ente, pelo interior do E stado do Piauí, em visitas de co n frater­
nização e reuniões de estudos bíblicos, com os outios obreiros e
igrejas do Estado, o pastor Alcebíades dem onstrou ao Presbitério
da igreja a necessidade de alguém ser ap o n tad o com o auxiliar.
O Presbitério, depois de apreciar a questão em seu m érito, a u to ­
rizou o pastor a convidar um obreiro para essa gloriosa função,
c q u e foi feito em novem bro de 1953, q uando se reunia com a
igreja em Sã0 Luiz a C onvenção R egional do E stado, assistida
pelos obreiros do cam po piauiense. Foi então convidado, oficial­
m ente, pela igreja, o pastor Estêvão Ângelo de Souza, que traba­
lhava em Luzilândia, Piauí, para servir à igreja em São L uiz com o
co-pastor, convite que foi aceito, havendo o pastor Estêvão  n­
gelo de Souza sido em possado no dia 4 de janeiro de 1954. A co­
operação desse jovem pastor nos serviços da igreja e na construção

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

do tem plo trouxeram tais resultados, que som ente a eternidade


poderá revelar plenam ente!

Por sugestão do pastor Alcebíades Pereira Vasconcelos, foi


criada pela C onvenção R egional do M aranhão um a instituição de
beneficência cristã destinada a servir aos obreiros velhos e as viú­
vas dos obreiros falecidos, sendo criada oficialm ente a “ Caixa de
Beneficência e Socorro dos Pastôres e Evangelistas” da A ssem bléia
de D eus nos E stados do M aranhão e Piauí, no dia 5 de N ovem bro
de 1933, conform e consta da ata da 7.a sessão da C onvenção R e ­
gional da A ssem bléia de D eus no M aran h ão , que teve a sua p ri­
meira diretoria com posta dos seguites irm ão: P residente: pas­
tor Alcebíades Pereira V asconcelos; V ice-P residente: pastor R ai­
m undo P ru d e n te de A lm eida; Fiscal de C ontas: pastor Francisco
Assis G om es, e S ecretário-Tesoureiro: irm ão W a lte r D crisk M e n ­
des R ibeiro, sendo aprovados na m esm a convenção os estatutos
da novel sociedade b en eficen te.

N o mês de Janeiro de 1957, considerando a grande necessi­


dade existente de um a escola prim ária para os filhos dos crentes
da Assembléia de D eus cm São Luiz, o pastor Alcebíades entrou
em contato com a Professora A n to n ia Costa, m em bro da mesma
igreja que, possuindo um a escola prim ária, resolveu passar gratui­
tam en te os seus direitos sôbre a m esm a para o patrim ônio da
igreja, o que foi aceito com alegria pela m esm a. R eorganizada a
ícfcrida escola, foi-lhe dado o nom e dc “ Escola Bueno Aza” em
hom enagem ao pioneiro do trabalho pentecostal no M aranhão, e
foi, ao m esm 0 tem po, resolvido que a referida escola m inistraria
o curso prim áiio e o exam e dc adm issão ao ginásio. Logo no p rin ­
cípio do ano letivo de 1957, entrou a referida eseola cm funcio­
nam ento com mais de 200 alunos.

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

E m dezem bro de 1955 o pastor A lcebíades propôs à igreja,


em São Luiz, iniciar um serviço de evangelização pelo rádio; a te n ­
dido, foram feitos dois programas em dezem bro de 1955, pela
Rádio R ibam ar L tda., de São Luiz e, em seguida, fiim ado um
contrato com a R ádio T im b ira, do M aian h ão , para um program a
sem anal aos sábados q u e tem sido levado ao ar com m u ita acei­
tação desde janeiro de 1956.
E m 19 de novem bro de 1957 o pastor A lcebíades Pereira
V asconcelos aceitou o convite qu e lh e fêz a igreja A ssem bléia de
de D eus sediada no cam po de São Cristóvão, 338 no R io de Ja­
neiro, D . F . , e, por isso, passou o pastorado da igreja em São Luiz,
no dia 16 de dezem bro do m esm o ano, ao pastor E stêvão  ngelo
de Souza, que foi pela igreja eleito seu su b stitu to .

A DIFUSÃO DO TRABALHO NO INTERIOR


M A R A N H E N S E

O prim eiro p o n to de penetração da m ensagem pentecostal no


m tericr m aranhense foi no lugar d enom inado IBA ÇÁ , no m u n icí­
pio de V iana e realizou-se de um m odo involuntário. A iim ã
R aim unda Aragão, que fôra Batista e se uniu à A ssem bléia de
D eus, e tom ando-se m em bro da igreja em São Luiz, ten d o p a­
rentes no referido lugar, foi até ali fazer-lhes um a visita. A pro­
veitou-se, então, da o p o rtu n id ad e para testificar-lhe de Jesus
com o Salvador pessoal; ten d o boa aceitação por p arte dos seus
parentes a m ensagem , iniciou-se ali um trabalho que era a se­
m ente que germ inaria, nasceria e se desenvolveria em árvore e
frutos abundantes, q u e se colhem na atualidade aos m ilhares em
todo o E stado, m esm o de conform idade com o ensino de Jesus na
parábola do semeadori — M ateus 13:1-23. Foi isto no ano de

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Í9 23. O prim eiro converso em IB A Ç Á e o prim eiro batisado com


o E spírito Santo foi a irm ã M argarida G om es da Silva que ainda
vive firm e e alegre.

Está escrito que “ T ôdas as coisas contribuem ju n tam en te para


o bem daqueles q u e am am a D eus e são cham ados por seu de­
creto ” . R om anos 8:28; dessa forma, assim com o o decreto de C é ­
sar A ugusto (Lucas 2:1-7) contribuiu, indiretam en te, para o cum ­
p rim ento da profecia de M iquéias 5:2, fazendo q u e José e M aria
se deslocassem de N azaré da G aliléia, para Belém na Judéia, a fim
de Jesus ali nascer, do m esm o m odo o G overno do Estado do M a­
ranhão poi sua C h cfatu ra de Polícia, m u ito contribuiu para a d i­
fusão da m ensagem pentecostal pelo in terio r do Estado, da seguin­
te m aneira: N o ú ltim o culto dirigido por C lim aco Bueno Aza, em
São Luiz, converteu-se a C risto um sargento da Polícia m aran h en ­
se de nom e Paulino Flávio Rodrigues, que mais tarde foi prom o­
vido a 2.° T e n e n te . Êsse irm ão foi m andado com o delegado es­
pecial para o m unicipio dc V iana e para lá levou a m ensagem P en ­
tecostal; en co n tran d o acolhida en tre os presbiterianos In d ep en d e n ­
tes existentes naquele m unicípio, no lugar denom inado Sacaitaua,
falou-lhes do bati-m o com o E spírito Santo c, com o alguns dêles
aceitaram a doutrina, (e n tre cies o presbítero dirigente, irmão
Francisco M oisés G arcia), foi organizada ali, oficialm ente a pri­
meira congregação da A ssem bléia de D eus no interior do E stado,
tendo com o pastor M anoel da Penha, pastor da igreja cm São
L uiz. Foi ali, tam bém , onde Jesus batizou com o E spírito Santo,
em prim eiro lugar no interior do E stado, sendo o prim eiro diri­
gente pentecostal m aranhense o irm ão Francisco M oiscs G arcia.
T ransferido para a Delegacia Especial dc G rajaú, no Sertão
do Estado, ali Paulino F. R odrigues pregou o E vangelho c rcce-

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

beu adesão de vários m em bros da igreja Batista Livre, fun d an d o


uma florescente igreja, que progrediu e se estendeu pelo interior
do m unicípio em várias pequenas congregações. C o m o tivesse de
regressan à C apital, o irmão Paulino escreveu ao M inistério da
Igreja em Belém — Pará, p edindo um pastor paia fiear à frente
daquele rebanho, sendo enviado o pastor Januário N o rb erto Soa­
res, para a igreja em G rajaú, q u e ali seiviu por alguns anos.

Mais tarde, nom eado Prefeito da eidade de P indaré-M irim ,


Paulino F. Rodrigues tam bém fundou o trabalho da Assembléia
de D eus naquele m unicípio. Dêsse m odo, sem qualquer missão
de cofres abertos para enviar c sustentar obreiios para o interior,
o trabalho contou eom a cooperação indireta do G overno do E sta ­
do para a sua propagação do interior, pois além do irm ão Paulino,
tam bém o T en en te L e''cádio M elo, nesse tem p o aderiu à A ssem ­
bléia dc Deus e coopciou na evangelização de outros m unicípios
do M aranhão. Graças a D eus.
Um a grande cooperação foi a adesão do irmão Ludgério Bis­
po dc Souza à Assembléia de D eus, pois ele foi o elem ento usado
por D eus para levar a m ensagem aos m uitos povoados do vale do
rio M earim zona g randem ente perigosa devido ao cangaeeirismo
que ali imperava então, onde a jusitça era o facão “colins” e o
“rifle” . M as D eus guardou-o e deu-lhe fôrças para testificar e
conseguir uma obra que ainda perdura com o um te stem u n h o vivo
à sua fé evangélica.
Em 1932 sentindo o peso do trabalho q u e aum entava e se
estendia do m odo descrito aeim a, pelo interior do E sta d 0 e, es­
tando sozinho nesta área, p o rtan to incapacitado dc a ten d er ao tra ­
balho da C apital c do interior ao m esm o tem po, o pastor M anoel
César convidou o pastor Januário Soares, da igreja em G rajaú, no

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D els no B r a s il

Sertão do E stado, a encontrarem -se n a cidade de Pedreiras a fim


de conversarem sôbre as conveniência do trabalho; dêsse e n te n d i­
m ento, ficou resolvido q u e o pastor Januário N . Soares se m u ­
daria de G rajaú para Pedreiras, ficando aten d en d o as duas igrejas;
porém , com o era grande a distância qu e m edeava en tre as m es­
mas, êle m andaria um dos diáconos da igreja em Pedreiras, como
dirigente da igreja em G rajaú até que D eus provesse um pastor
para a m esm a.

Assim aconteceu, em p arte: o pastor Januário N . Soares foi


residir em Pedreiras; porém , n e n h u m dos diáconos d a igreja ali
quis residir em G rajaú; com o resultado, ficou o trabalho aos c u i­
dados de um jovem inexperiente e qu e não era batizado com o
E spírito Santo; por isso, ao aparecer ali um m issionário inglês,
facilm ente conseguiu perverter a fé pentecostal daquele jovem e
com êle toda a igreja em G rajaú, escapando de se perverterem
sòm ente as congregações do interior do m unicípio que, tendo à
frente denodados irm ão dirigentes C laro G om es, M anoel R odri­
gues e A lexandrino G om es, resistiram firmes na fé às investidas
daquele sen h o r. O s irmãos aludidos com o dirigentes, m antiveram
firm em en te o trabalho no Sertão m aranhense desde 1932 até 1937
quando receberam a prim eira visita de um pastor, nò caso, o in ­
cansável irmão João Jonas q u e lhes estendeu a m ão em cooperação.
E m 1933 a seara m aranhense recebeu a colaboração do d in â ­
m ico e extraordinário obreiro João Jonas, de nacionalidade h ú n ­
gara, porém convertido no P ará e batizado em águas pelo saudoso
pastor José Floriano C ordeiro, no A m azonas, onde tam bém rece­
beu o batism o com o E spírito S an to . S entindo a cham ada de
D eus para trabalhar no M aranhão, ali chegou com carta dc re­
com endação do pastor José Bezerra Cavalcanti, então pastor da

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

igreja em Manaus, Amazonas e se apresentou aos pastôres do cam­


po maranhense Luiz Higino de Souza e Januário Norberto Soares,
ficando resolvido que lhe dariam a oportunidade de trabalhar sob
os cuidados do pastor Januário N . Soares, tendo por centro de
suas atividades a vila de Pedro II, atual município de Dom Pedro
— Maranhão.
A ida de João Jonas para êsse trabalho foi uma resposta de
Deus à oração da fé, como veremos abaixo: A irmã Maria José
dc Melo, membro da igreja Batista Livre, em Dom Pedro, aceitara
a fé pentecostal e se tornara pregadora voluntária da mensagem,
chegando a congregar naquela vila um pequeno grupo de novos
convertidos, aos quais ela ministrava a doutrina bíblica. Porém,
assediada pelos pregadores da I . B . L . , ela se via na contingência
de quase não ter tempo para trabalhar em suas ocupações mate­
riais, devido ao cuidado que lhe mereciam aquêles novos conver­
tidos, aos quais vigiava contra as astutas investidas dos referidos
pregadores. Diante disso ela dobrou os joelhos, orou ao Senhor e
pediu-lhe que enviasse ao seu rebanho um pastor que pudesse dar
todo o seu tempo e cuidasse do mesmo, e destarte, livrá-lo de se
extraviar. Quinze dias após essa oração, Deus enviou o irmão João
Jonas, em resposta.
Na noite de 26 de julho de 1933, o irmão Jonas fêz sua apre­
sentação na nova região que lhe fôra confiada pelo ministério do
Estado, para evangelizar. Com êle estavam, nessa noite, o pastor
Januário N. Soares e os auxiliares Francisco Assis Gomes, Lud­
gério Bispo de Souza, Cícero Oliveira e outros que dirigiram o
primeiro culto no povoado de Lagoa Nova, no município de Pe­
dreiras. Nesse culto entregaram-se três pessoas, entre as quais o
atual pastor Alcebíades Pereira Vasconcelos.

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

E m D om Pedro o trabalho progrediu m aravilhosam ente sob


a direção de João Jonas, havendo cultos em que se entregaram 40
e mais pecadores a Jesus; o fogo do reavivam ento dom inou os co­
rações e se prepagou pelas vilas vizinhas. M uitos crentes recebe­
ram o batism o com o E spírito S anto c logo com eçaram a ajudar
o irm ão João J nas 110 serviço de evangelização, que atingiu logo
aos m unicípios de C odó, Caxias, C olinas e Barra do C orda. O
irm ão João Jonas recebeu a adesão de m uitos m em bros da I . B . L . ,
em São D om ingos, m unicípio de C olinas c atu al cidade de São
D om ingos do M aranhão, onde foi organizada um a congregação
que, poucos anos após, tornou-se sede dc um florescente cam po
p asto ral.
Com a transferencia do pastor Januário N. Soares para a
igreja de São Luiz, o pastor João Jonas ficou responsável por todo
o trabalho 110 interland maranhense, compreendendo, já na época,
15 igrejas e suas muitas congregações em 12 municípios com mais
de 600 quilômetros entre os pontos extremos, distância essa que
o pastor vencia no lombo de burro, quando não a pé, devido a
prccaridade do transporte na época.
R elatando assim 0 trab alh o com o o fazemos, parece que 110
M aranhão sem pre foi um “ m ar de rosas” sem q ualquer persegui­
ção ao Evangelho e aos evangelizadores. D e fato, as perseguições
sem pre foram esporádicas; porém , m esm o assim, de q u an d o em
quando se m anifestavam . Por mais de um a vez os inim igos do
E vangelho quisciam m atar o pastor João Jonas c alguns dos seus
auxiliares. Ilo u v e m esm o ocasiões em q u e o pastor foi im pedido
de dirigir os cultos pelos crentes, a fim de lhe evitarem a m orte,
devido 03 ím pios o quererem trucidar; mas sem pre D eus deu -i
vitória aos Seus servos.
E m 1938, assum indo o pastor A lcebíades Pereira Yaseoiieelc*

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

o pastorado da parte sertaneja do grande cam po do pastor João


Jonas, e, estabelecendo a sede do trabalho em D om Pedro, passou
a visitari todo o grande cam po q u e lhe foi confiado. C hegando à
cidade de G rajaú, no dia 21 de abril do m esm o ano, ju n ta m e n te
com o dirigente da congregação local iniciou um a cam panha de
evangelização ao ar livre, tôdas as noites.
Nos prim eiros dias de m aio do m esm o ano, chegou à m esm a
cidade, diretam en te do Sem inário em R om a, Itália, um frade b ra­
sileiro, natural do Ceará, de n o m e A m brósio M aria, q u e foi cons­
tituído pároco da freguezia do bairro T rizidela, em G rajaú, onde
estava localizada então a referida cam panha de evangelização. O
frade referido, cheio de zêlo m ortal característico de seus iguais,
encetou uma cam panha an ti-p ro te sta n te com o represália à cam ­
panha de evangelização dos evangélicos, usando uma linguagem
tão baixa que chegou a escandalizar os próprios católicos. N o ta n ­
do que os evangélicos não revidavam aos seus baixos m étodos de
m aquiavelism o u ltram o n tan o , o frade assaltou o pastor Alcebía-
des P. Vasconcelos no dia 20 de m aio, q u ando èste palestrava com
alguns amigos sôbrc o Evangelho, em fren te à um a casa vizinha
em que o referido pastor estava hospedado, resultando dèsse assalto
um a discussão pública, ao ar livre, que durou meia hora, findando
porque não podendo responder às perguntas form uladas pelo pas­
tor, dentro da Bíblia, o frade se retirou deixando alguns dos seus
acolitos indignados, por não ter vencido o p ro testan te.
N o dia 21, com o acinte aos evangélicos c às leis do País, o
referido frade acolitado por outro frade italiano, queim ou em praça
pública vários exemplares da Bíblia Sagrada c outros de Novos
T estam ento s, e bem assim porções bíblicas distribuídas pelos evan­
gélicos. E m fevereiro do ano seguinte (1 9 3 9 ), o referido frade
apedrejou o pastor A lcebíades V asconcelos c a congregação da As­

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H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

iSembléia de D eus em G rajaú, q u ando reunidos ao ar livre, na


Praça A dolfo Soares da referida cidade. O refeiido sacerdote es­
tava assistido p o r mais de 200 pessoas que aten d eram ao seu apêlo
de atirar pedras contra os poucos e pacíficos evangélicos que nada
fizeram em defesa pró p ria.
E m m aio de 1940, quando estavam reunidos no m esm o lugar
os m em bros da Assem bléia de D eus, em co n ju n to com os da Igreja
C ristã dirigidos pelos irm ãos O to n iel Alves de A lencar e o mis­
sionário E rn e st W o o to n (in g lês), o frade italiano de nom e C am ilo
de L onati convocou grande aju n tam en to contra os servos de D eus,
e m andou apedrejar e esbordoar os m esm os. O s desordeiros que­
braram a pauladas a m esa que servia de púlp ito , o lam peão que
ilum inava o culto, surraram de pau dois irmãos já velhos, m em ­
bros da Igreja C ristã, q u e m orreram , meses após, em conseqüên­
cia das pauladas recebidas; a espôsa do irm ão O to n iel A lencar
em estado de gestação por pouco não sofreu sério acidente em
conseqüência das pedradas e pancadas. Q ue providências tom aram
as A utoridades? N en h u m a; a única coisa que aco nteceu aos dois
“frades fervorosos” defensores da fé da m aioria dos brasileiros foi
serem íem ovidos de G rajaú para continuarem a fazer distúrbios
em outros lugares do B rasil!. . .
E m novem bro de 1939, o pastor A gostinho Ribeiro se esta­
beleceu na cidade de Itap icu ru -M irim para dirigir a igreja local e
pregar o E vangelho. C o n tra êle se levantou o padre Bacelar, de
tal m odo que chegou m esm o a invadir certo dia o salão de cultos
com um grupo de fanáticos am eaçando espancar o pastor e pro­
m ovendo a dissolução dos trabalhos da igreja A ssem bléia de D eus.
Substituído o pastor A gostinho pelo pastor R aim undo P ru d en te de
A lm eida, em Itap icu ru -M irim , continuou o icferido padre a per­
seguir a Assem bléia de D eus, a p o n to de o pastor ser obrigado a

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m udar de sede do trabalho para a V ila (atual cidade) de C an-


tanhede, a fim de p oder cum p rir a sua missão de evangelizar, sem
perder tem po com o referido pad re, visto que as autoridades ne­
nhum a providência tom avam contra o m esm o. C om o resultado,
hoje, tan to em G rajaú com o em Itapicuru-M irim , prega-se livre­
m ente o E vangelho e o padre Bacelar já foi prestar contas ante o
suprem o tribunal de D eu s.
E m 1928 o T te . Paulino dirigiu o prim eiro culto pentecostal
em Pedreiras; porém , som ente anos após seria fundado o trabalho
ali. Em 1930, estando com o D elegado de Polícia em C oroatá, o
T te. Leocádio" M elo, havendo se filiado a A ssem bléia de D eus, em
São Luiz, fundou em C oroatá o trabalho da A ssem bléia de D eu s.
N o segundo sem estre dêsse ano o irm ão L eandro R ibeiro, pres­
biteriano, ouvindo falar do trabalho pentecostal em C oroatá, foi
até lá e recebeu a referida m ensagem ; em dezem bro do m esm o
ano, recebeu êle o b atism 0 com o E spírito S an to . N o princípio
de 1931, regressando a Pedreiras, fu n d o u o trabalho da A ssem bléia
de D eus, com grande aceitação por p arte do povo daquela próspera
wdade.
N o m esm o ano receberam em Pedreiras a prim eira visita do
pastor M anoel César, de São L uiz, qu e devido ao acúm ulo de ser­
viços, passou a direção da novel igreja de Pedreiras, no segundo se­
m estre de 1932, ao pastor Januário N o rb erto Soares.

101 —
P I A U Í

C A P ÍT U L O VI

T E R E S I N A

Os prim eiros m ovim entos dos m ensageiros P entecostais em


T cresina foiam assinalados no dia 8 de junho de 1927. N ão sa­
bem os ao certo se nessa época se realizaram cultos na capital do
E stado, mas sabem os que a visita de R aim u n d o P ru d en te de A l­
m eida a T eresina tin h a por objetivo anu n ciar a m ensagem de
Cristo, a m ensagem P en teco stal. Por essa razão é de supor que
já nessa d ata houvesse algum as pessoas interessadas em conhecei
o E vangelho de po d er.
N o ano de 1930 já havia um grupo de crentes pentecostais
na cidade de Flôies (hoje T im o n ), que fica na ou tra m argem do
rio Parnaíba, em fren te a T eresin a. A proxim idade das duas cida­
des favoreceu o desenvolvim ento do trabalho do Senhor em am bas.
N o ano de 1932 A lfredo C arneiro, que voltara de São Paulo,
onde estivera servindo com o sargento com as fôrças do Piauí, para
com bater o m ovim ento revolucionário, chegou a Sáo Luiz, M ara­
nhão, cm viagem para o P iauí.
O p a :to r M anoel César, dc São Luiz, m ostrou a A lfredo C ar­
neiro um a :arta em que os irmãos da cidade de Flores pediam a
visita do pastor. Sendo que A lfredo C arneiro se destinava ao Piauí,
o pastor C ésar pediu-lhe que visitasse, em seu nom e, o pequeno
re b a n h o .
Q u an d o A lfredo C arneiro chegou a Flôres en co n tro u os i r ­
mãos qual rebanho sem pastor; na cidade de T eresina, naquele

— 102 —
T em plo da A ssem b léia de D eus — T eresin a — Piauí
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

tem po não havia cren tes. C arneiro, então, sentiu q u e D eus o cha­
mava para cuidar do trabalho; pediu baixa do exército e dedicou-se
a obra de evangelização.
N o ano seguinte, 1933, o pastor M anoel C ésar visitou T eresi-
na e Flôres. E fetu o u o batism o de oito novos convertidos; nessa
ocasião já havia crentes m orando em T eresina, de m odo que no
dia 24 de novem bro de 1933, rcalizou-se ali o prim eiro cu lto.
A partir dessa data os culto passaram a realizar-se à iua C am ­
pos Sales, na casa da fam ília S arm en to . N o no seguinte, 1934, o
pastor Ccsar visitou novam ente T eresina e batizou um grupo de
novos convertidos. A lguns meses depois A lfredo C arneiro adoe­
ceu e foi para São Luiz, onde ficou seis m eses.
Nesse período chegou a T eresina João Evangelista, do Rio de
Janeiro, que ficou algum tem po com o p equeno reb an h o em F lô ­
res. Ao fim de seis meses A lfredo C arneiro voltou a T eresina,
para cuidar do trabalho, qu e havia sofrido com a sua ausência.
Assim perm aneceu dirigindo a congregação até ao m ês de junho
de 1936, q u ando a C onvenção realizada no Pará achou por bem
que o pastor José Bezerra C avalcante fôsse para o Piauí, com o
pastor do cam po, ficand0 A lfredo C arneiro com o evangelista.
N o ano de 1936, no dia 17 de agôsto, o pastor Francisco Be­
zerra C avalcante fu n d o u a A ssem bléia de D eus cm T eresina, es­
tando presentes 28 pessoas, qu e se declararam dc pleno acôrdo.
A ida do pastor C avalcante para o Piauí, deu-se a pedido dos ir­
mãos dêsse E stado, q u e fizeram essa solicitação à Assem bléia de
D eus cm Belém , Pará, a qual po r sua vez, apresentou o pedido à
C onvenção Regional, q u e indicou o pastor Bezerra.
A organização da igreja em T eresina dcu-sc no dia 7 de agôsto
dc 1936, na casa n .° 13 da rua O lavo Bilac, estando presentes 23
pessoas. A ata de organização está assinada por José Bezerra C a­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

vnlçante e Leôncio Avelino M orais S arm en to . Foram eleitos, nes­


sa ocasião, José N obre, para servir como tesoureiro e D em óstenes
Ferreira para secretário.
N a casa da rua O lavo Bilac, 13, realizaram os prim eiros c u l­
tos públicos e oficiais, já que na rua C am pos Sales não tinham
êsse caráter.
M ais tarde a igreja transferiu-se para a rua de São Pedro, es­
quina de Davi C aldas, on d e funcionou vários anos, a té 27 de
junho de 1947, data em que se transferiu para seu tem plo à rua
São Pedro 1286, q u e nesse dia fora dedicado ao serviço do S enhor.
Serviram à igreja em T eresina os seguintes pastores; José B e­
zerra C avalcante, Januário Soares, José M enezes, José R am os e
A rm ando Chaves C o h e n .

P E R I P E R I
A cidade de Periperi foi das prim eiras cidades a receber a
m ensagem . As origens rem o n tam ao ano de 1914, quando João
C an u to de M elo com prbu um a Bíblia em C oivaras. A p artir de
então, João C an u to de M elo tornou-se o arauto da região, a n u n ­
ciando a m ensagem de C risto aos am igos, vizinhos e fam iliares.
C om o resultado dessas atividades m u itas pessoas aceitaram a
C risto e transform aram -se tam b ém em evangelistas voluntários.
Êsscs obreiros decidos passaram m uitos anos sem receberem a vi­
sita de pastori ou evangelista. A ú n ica força que os im pulsionava
era a graça divina; a inspiração para falarem da salvação êles a en ­
contravam na Bíblia, a Palavra de D eu s.
C om a chegada do pastor Bezerra a T eresina, Alfredo C arnei­
ro foi morari em Periperi, on d e serviu com dedicação até ao ano
de 1939, retirando-se por lhe faltar saúde naquela região.
D e Periperi o testem u n h o foi levado a outras localidades, de

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H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D eu s> n o B r a s il

modo que ao tem p o em que os obreiros visitaram o Piauí, já


havia crentes em vários lugares.
A prim eiia visita de obreiros q u e receberam , parece, foi a de
Alfredo C arneiro; o pastor M anoel César, de São Luiz, M aranhão,
parece que não chegou a visitar Periperi, nas prim eiras viagens
q ue fêz ao P iau í.
D a cidade de Periperi o testem u n h o P entecostal foi levado a
Coivaras, C am po M aior, Parnaíba e a m uitas outras localidades
(cidades) do P iau í.

PARNAÍBA
As estatísticas oficiais assinalam o início das atividades da As­
sem bléia de D eus em Parnaíba, no ano de 1939. E n tre ta n to sabe-
se que antes dessa data, L uiz G onzaga, presbítero da igreja em
Belém , realizou cultos em Parnaíba, e fundou o trabalho em Luiz
C oiréa, cidade q u e está situada próxim a a Parnaíba.
A inda de acôrdo com o registr0 oficial, o tiab alh o foi esta­
belecido em P arnaíba na data acim a m encionada, pelo pastor João
A rlindo, no dia 12 de dezem bro. João A rlindo fôra enviado do
Pará ao E stado do Piauí, certam en te a pedido de cientes já exis­
tentes em P arnaiba.
M enos de dois anos d urou o pastorado de João A rlindo em
Parnaíba, pois a 14 de agôsto de 1941, chegava àquela cidade o
paston João Alves, para su b stitu í-lo . N o período em que João Alves
serviu em P arnaíba, a igreja prosperou e estendeu-se para as cida­
des v izinh as. M as cresceu tam b ém a inveja a perseguição contra
o povo de D eus, e de tal m odo, que João Alves e os que o acom ­
panhavam chegaram a ser presos na V ila M agalhães de A lm eida.
N o dia 20 de janeiro de 1946 coube ao pastor A lcebíades Pereira
Vasconcelos su b stitu ir Joã0 Alves. O pastom do de A lcebíades Pe­

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

íeira Vasconcelos durou oito meses, sendo o m esmo substituído


pelo pastor H ilário Pereira da Silva, em 30 dc setem bro de 1946.
H ilário Pereira serviu em P arnaíba até 7 de novem bro de 1948,
sendo substitu íd 0 pelo evangelista João Souza Araújo, o qual ali
esteve d u ra n te oito meses, isto é, ate junho de 1949.
O pastor O to n iel Alves A lencar foi o su b stitu to de João Sou­
za Araújo, e serviu até 9 de agôsto de 1951. O su b stitu to de O to -
nicl Alencar foi o pastor A nto n io Simão, cujo pastorado foi de
apenas 20 dias; succdeu-o d u ran te dois meses A nto n io M aciel. F i­
nalm ente a 28 de novem bro de 1951, o pastor Paulino Flávio R o ­
drigues tom ou posse do pastorado, em cujo cargo ainda perm an e­
cia em 1958.

P I C O S

Alguém havia jurado que os p io testan tes não entrariam na


cidade de Picos, nem por bem nem por m al. É claro que quem
disse tal coisa foi um hom em , não foi ditada por D eu s. O ra,
todos sabem o que tem acontecido e acontecerá ainda, a quem
se opõe às ordens divinas.
Picos não foi das prim eiras cidades do Piauí a receber a
mensagem de C risto, foi quase das últim as, porém a história da
fixação do E vangelho nessa cidade, teve lances dram áticos, em o­
cionantes, que envolveram in d iretam en te tôda a população e te r­
m inou com a expulsão do padre que se julgava dono de Picos.
N o mês de abril de 1944 C atarino V arjão e fam ília chegaram
à cidade de Picos, com o objetivo de anunciar o E vangelho e acon­
selhar o povo a aceitar a salvação em C risto .A té então ninguém
tivera a coragem de desem penhar tal missão naquela cidade, pois
todos sabiam o que aconteceria a qualquer p ro te sta n te . E n tre ta n to

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

C atarino V arjão fôra para lá, por ordem divina e era com D eus
que os inim igos iriam defrontar-se m ais tarde e não com V arjão.
Os prim eiros cultos em Picos foram realizados na rua do Baixio
e algum tem p o depois, tam b ém na rua da M alva. As prim eiras
reuniões deixaram a população a tô n ita . Agora havia p ro testante
na cidade. P or onde q uer q u e V arjão passasse, o povo acorria para
ver se p ro testan te era gente com o os o u tro s. O n d e parasse, era
alvo da curiosidade. A cidade inteira tom ou conhecim ento da
chegada dos p ro testan tes.
Im ed iatam en te as forças das trevas se m ovim entaram , para
evitar que a luz divina entrasse nas m entes e nos corações. C h e ­
fiou a perseguição o padre A riberto, que jurara não p e rm itir a
entrada de p rotestantes, ten d o a seu lado o secictário do P refeito.
Os perseguidores convenceram toda a população, a perseguir
e a m atar, se necessário fosse. O barbeiro da cidade anunciou que
cortaria a cabeça do p ro testan te se esse entrasse no salão para fazer
a barba. A cidade inteira sabia do fato, mas o irm ão V arjão tu d o
ignorava.
N o dia em que V arjão en tro u na barbearia, o povo encheu
a rua para assistir o p ro testan te m orrer; os dem ais fregueses co­
m eçaram a ficar inquietos, porém V arjão calm a e delicadam ente
falava com o barbeiro, sem co m preender p orque o povo se ajun-
tava cada vez m ais. O barbeiro teve m edo, pensou que o pro tes­
ta n te estava a par de tudo e que talvez houvesse reação do m esm o
povo. D eus guardou o Seu servo; estava ganha a prim eira batalh a.
Só mais tard e alguém co n to u ao irm ão V arjão que o povo se
reunira para assistir à sua decapitação.
O dono da casa em q u e se realizavam os cultos recebeu ordem
do padre para despejar os protestantes, o que fêz constrangido,
pois, de outra form a, seria perseguido ta m b é m . A fim dc não

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

ficar na rua, V arjão com prou um a casa; certam en te o padre sò-


m ente foi sabedor do fato q u ando o negócio estava realizado, pois,
de outra forma, teria im pedido a com pra. •
Os fornecedores de pão, leite, legum es, etc. foram proibidos
de fornecer alim entos à fam ília V arjão . O s inim igos esperavam
vencer os servos de D eus pela fom e. E n tre ta n to D eus cuidava
dêles. Os novos convertidos, sabedores dessa resolução, m andavam
os filhos pequenos, q u e não eram suspeitados, a levar m an tim en to s
à casa do pregador.
C ortaram o fornecim ento de água, porém d en tro de u m cesto,
à noite, as moringas de água fresca chegavam à casa da fam ília
sitia d a.
Apesar da perseguição do padre, o núm ero de convertidos au ­
m entava; êsse fato irritava o m au sacerdote. O s elem entos cultos
da cidade, an te a deslealdade e a covardia do padre e seus segui­
dores, contra pessoas de b em , indefesas e ordeiras, passaram a sim ­
patizar com a causa do E vangelho.
O Fiscal da Prefeitura convidou V arjão para realizar um culto
na casa dêle (Fiscal) para as pessoas de suas relações, inclusive
u Juiz, que era h o m em de b e m . O padre teve conhecim ento dessa
reunião e na hora que a m esm a se realizava invadiu a casa do fu n ­
cionário da P refeitura, desrespeitou o próprio Juiz, ordenou aos
capangas que apagassem as luzes e que usassem a violência, se
tentassem continuar com a reunião. N aquela noite V arjão teve
que dorm ir na casa do Juiz, para não ser assassinado.
Era evidente q u e as pessoas de bem estavam ao lado da boa
causa, porém , ninguém , abertam en te, queria en fren tar o sacerdote
desordeiro, que tin h a o apôio incondicional do Prefeito, da P o lí­
cia local e dos políticos do m u n icíp io .
C hegou o m om ento de realizar o batism o dos novos conver­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

tidos. M as onde realizá-lo? Se 0 sacerdote soubesse onde se rea­


lizaria,e, por certo, viria a sabê-lo, mobilizaria os desordeiros para
atacar os crentes indefesos, com o já antes acontecera, ficando a l­
guns feridos. C atarin o V arjão foi falar com 0 D iretor local do
D epartam en to de E stradas de Rodagem e obteve perm issão para
ícalizar o batism o no A çude do D . E . Rodagem , P ióprio Federal,
onde o Sacerdote não podia intervir.
O batism o foi um acontecim ento para o povo de D eus em
Picos, que, nesse dia, viu 19 novos convertidos obedecerem à
Palavra de D eu s. M inistrou o batism o o pastor Benjam im R a­
mos de O liveira.
U m dos m ovim entos decisivos para o trabalho do Senhor e
para a vida da fam ília V arjão, foi q u ando os inimigos, desesperados
por não poderem vencer pelas am eaças e pela fom e os destem idos
arautos da verdade, d eterm inaram , certa noite, m assacrar a família
inteira. T ô d a a cidade sc preparou, antecip ad am ente, para a re­
petição da noite dc São B aito lo m eu . T odos com entavam ab erta­
m en te a em boscada e recom endavam que ninguém faltasse, n a­
quela noite.
O sinal para o ataque seria o apagar das luzes na cidade;
nesse m om ento todos atacariam , destruiriam a casa e m atariam
quem lá estivesse. O padre estava certo que dessa em boscada os
pro tectantcs não escapariam . N ão se envergonhava, êsse sacerdote
do mal, de m obilizar os hom ens de u m a cidade para m atarem
quatro pessoas cujo crim e era anunciar a salvação c a graça.
Os irmãos estavam m u ito aflitos, à m edida que sc aproximava
a data m arcada para a m atança dos p ro testan tes. Insistiram com o
irm ão Varjão, para que abandonasse a cidade, porém , foi em vão,
pois êle declarou que não tinha direção de D eus para deixar o
pôsto; m orreria, co n ten te, pela causa de C risto.

— 1 1 0 —
HlbTÓRIA DAS ASSEM BLÉIA S DE D e US NO BRASIL

N a noite m areada para o ataque, V arjão reuniu a fam ília para


oiar, por aquela eidadc, naquela hora em q u e iam ser assaltados.
E n q u an to oravam cm alta voz, alguém b ateu à porta; a fam ília fieou
alarmada, porém , ainda havia luz na eidade, faltava ainda um a
hora para o m om ento que anunciava a tragédia.
A briram a porta; eram três hom ens q u e traziam alim entos,
pois sabiam que a fam ília estava im possibilitada de eom prá-los,
por ordem do saeeidote carraseo. O s três hom ens disseram então
que ali estavam para os defender; não preeisavam tem er coisa al­
guma; èles já haviam feito seu p lan o . A hora em que as luzes da
cidade se apaga:sem , e a m ultidão avançasse, êles a enfrentariam
c poriam em fuga aqueles eovardes e vândalos.
O uando as luzes se apagaram , a m u ltid ão avançou, enfureei-
da, aos gritas dc m ata, m ata; quando se aproxim aram da easa que
iam atacar, rceeberam dos três desconheeidos, inesperado ataque
de bom bas e m orteiros. A m ultidão recuou am ed rontada, fugiu
desordenadam ente, e ninguém mais se aproxim ou da easa.
O uando os inim igos já eantavam a vitória D eus enviou li­
vram ento do céu, através daqueles h o m en s. É sem pre assim; D eus
zom b a de seus inim igos. M ais tard e soube-se q u e o sr. R aim undo
D uarte de Alenear, pessoa de grande prestígio na eidade, aeom-
panhado por; dois amigos, d eterm inaram proteger a fam ília V arjão
C ertam en te D eus tocou os eorações dessas pessoas, para guardar
os seus santos.
Foram tantas e tão vis as perseguições contra os crentes em
Picos, que tais aconteeim entos ehegaram ao eonhecim ento das au ­
toridades na capital e na A ssem bléia E stadual. U m d eputado evan-
gélieo, indignado eom o q u e se passava em Picos, levantou a opi­
nião pública da eapital eontra as perseguições e injustiças e exi­
giu que o govêrno fizesse justiça e garantisse a liberdade de cons-

— 111 —
H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

ciência. A reação foi tão forte e positiva, que aconteceu o q u e


em Picos todos julgavam im possível: O rd en s expressas do govêrno,
determ inavam a expulsão do m au sacerdote de Picos, expulsão que
as autoridades enviadas executaram rapidam ente, não lhe p erm itin ­
do nem m esm o q u e se despedisse dos seus am igos.
D epois dêsses acontecim entos os crentes tiveram liberdade e
ninguém m ais os incom odou. M as a grande surpreza para o povo
da cidade, foi a declaração do bispo de O eiras quan d o visitou
Picos. O ilustre prelado declarou q u e o povo daquela cidade co­
m etera um crim e, q u an d o perseguiu os evangélicos e acrescentou:
T odos deviam p rostar seus rostos em terra, envergonhados e pedir
a D eus perdão p o r êsse pecado. Picos foi, fin alm en te liberta do
fanatism o e as portas se abriram ao E vangelho, para glória de
D eus.

— 112
CAPITULO VII

C E A R Á
O Estado do Ceará foi dos mais favorecidos pelo Movimento
Pentecostal; três anos após a chegada dos primeiros missionários
a Belém, o Ceará recebia o testemunho do avivamento.
São escassas as fontes de informações dos acontecimentos dos
primeiios dias no Estado do Ceará. Os informes para escrever
estas páginas foram conseguidos na Breve História da Assembléia
de Deus no Ceará, e no jornal Boa Semente, as duas únicas fontes
que tratam dos fatos dos primeiros anos que interessam à história
e no depoimento verbal de Antonio Rêgo Barros e de alguns mis­
sionários que por ali passaram.

PRIM EIRO S A R A U TO S
Não fôra qualquer missionário nem mesmo qualquer obreiro
credenciado quem levara a mensagem Pentecostal ao Estado do
Ceará; não foi um varão o primeiro a introduzir a chama do Es­
pírito Santo nas terras de José de Alencar. Uma mulher humilde,
mas ardendo de zelo, recebera a mensagem quando estava em Be­
lém, Pará, e desejou que seus parentes, que viviam no Ceará, tam­
bém conhecessem as Boas Novas e o Evangelho completo.
N o ano de 1914, a irmã Maria Nazaré deixou a cidade de
Belém com destino à Serra de Uruburetama, município de São
Francisco, no Estado do Ceará. O motivo da viagem era êste:
Maria Nazaré desejava ver seus parentes salvos e batizados com

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

o E spirito S an to . P or essa razão viajou até à sua cidade, para falar


de C risto ao seu povo.
A conteceu, porém , qu e os parentes de M aria N azaré não re­
ceberam o te stem u n h o da verdade qu e lhes fôra anu n ciad a. Re-
geitaram a m ensagem , m altrataram e injuriaram quem lhes levou
as Boas N ovas.

PORTAS ABERTAS
A n te a regeição da verdade pelos familiares, M aria N azaré
dirigiu-se a um a congregação Presbiteriana In d e p e n d en te locali­
zada na m esm a Seria e foi bem recebida por todos, principalm ente
pelo encarregado do trabalho, R aim u n d o Sales G om es e seu gen­
ro, V icen te Sales Bastos, q u e mais tard e foi obreiro dedicado da
Assembléia de D eus.
M aria N azaré com preendeu, então, qu e tin h a uma porta aber­
ta para an u n ciar a salvação e o batism o com o E spírito S anto.
C om eçou, então, a falar do que vira, ouvira e recebeia, em Belém,
isto é, a testificar da salvação e do batism o com 0 E spírito S anto.
A congregação aceitou a m ensagem e tornou-se p cntecostal. Foi
nessa congregação que nasceu a A ssembléia de D eus no E stado
do C eará.
A nim ada pela vitória que D eus lhe concedera, M aria N azaré
visitou outra congregação que funcionava na F azenda Lagoínha,
propriedade de C ord u lin o T eixeira Bastos, c anunciou a mesma
m en sag e m . A congregação e o dono da fazenda aceitaram o tes­
tem u n h o convincente de N azaré. E ra mais um a porta aberta
para o E v an g elh o .
M aria N azaré voltou a Belém e relatou à igreja como Deus
estava operando nos sertões do Ceará, salvando almas e batizando
com o E spírito Santo, de acordo com a Palavra de D eus.

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T em plo da A ssem b léia de D eus — Fortaleza — Ceará

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

A igreja em Belém, sentindo a responsabilidade que lhe ca­


bia, de entrar pelas novas portas que se abriam e clamavam pof
auxílio, enviou o pastor Adriano Nobre à Serra de Uruburetama,
no Ceará.
O fogo Pentecostal propagou-se com rapidez; um verdadeiro
despertamento alcançou Santana e Lagoínha, de modo que em
pouco tempo mais de duzentas pessoas aceitaram a Cristo e foram
batizadas com o Espírito Santo.

PRIM EIR A S PERSEG UIÇÕES


As notícias do avivamento espalharam-se por tôda a região,
principalmente entre os parentes daqueles que haviam recebido as
Boas Novas. Ora, era de se esperar que a reação se manifestasse
para impedir o progresso do trabalho do Senhor.
Foi isso o que aconteceu; os inimigos chefiados por Valdevino
Teixeira Bastos, rico proprietário, irmão de Cordulino, que se
convertera, iniciaram forte perseguição contra os novos converti­
dos. O chefe político da região apoiou os os perseguidores. Su­
bornaram o Delegado de polícia, que era um civil, e fizeram com
que êle prendesse os crentes. O Delegado mandou prender Adria­
no Nobre, que, sob ameaças foi recolhido à cadeia Pública. En­
tretanto, o juiz da Comarca, Dr. Olívio Câmara, homem de bem,
íntegro e honesto, ao tomar conhecimento do que aconteceia, man­
dou pôr em liberdade o preso e com isso cessou a perseguição.
Essa foi a primeira perseguição sofrida pela Assembléia de Deus
no Ceará. Dizemos primeira, porque muitíssimas outras se levan­
taram nesse Estado, conforme as relata a Breve História das As­
sembléia de Deus no Ceará, do pastor José Teixeira Rêgo e que
a falta de espaço não nos permite incluí-las neste livro.
A igreja não foi abalada pela perseguição; ao contrário, for-

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

taleceu-se e conpreendeu que Deus era a sua fôrça. A prova de


que a igreja prosperava está no fato de haver sido separado para
pastor o irmão Vicente Sales Bastos, que até então dirigia a con­
gregação.
No ano de 1915 o missionário Gunnar Vingren visitou a
igreja que não cessava de avançar. Quatro anos mais tarde o mis­
sionário Otto Nelson também visitou São Francisco de Urubure-
tama, e foi-lhe cedido o salão da Câmara Municipal, para anun­
ciar, durante alguns dias, as Boas Novas, com muito sucesso e
com grande proveito para a Causa.

COMO EM BERÉIA
N o ano de 1919 chegou à praia de Paracuru, um crente cujo
nome era Manoel Antonio, que deixara Uruburetama por causa
da terrível sêca daquele ano. Logo que chegou, Manoel Antonio
começou a testificar de Cristo e do batismo com o Espírito Santo.
A população de Paracuru ignorava o que era Evangelho, mas em
breve passaram a tratar Manoel Antonio de protestante, sem mes­
mo saberem o que vinha a ser a palavra protestante.
As notícias da nova doutrina espalharam-se com rapidez. O
proprietário do sítio Alagadiço, Manoel Caetano, mandou chamar
Manoel Antonio, para trabalhar em sua propriedade. Entretanto,
c que Manoel Caetano desejava, não era que Manoel Antonio tra­
balhasse para ele, mas desejava examinar as Escrituras e conhecer
o que Manoel Antonio anunciava. Manoel Caetano estava como
os cristãos de Beréia; desejava melhor conhecer e examinar mais de­
talhadamente o que está escrito na Palavra de Deus e seu desejo
foi satisfeito, pois aceitou a Cristo e foi batizado, êle e sua família,
pelo pastor Vicente Bastos.
No ano de 1920, o pastor Vicente Bastos escrevia de Urubu-

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retam a fazendo m enção das m elhoras de condições causadas pela


sêca do ano an terio r.
D e Alagadiço o trabalho estendeu-se ao sítio Jardim , cujo pro­
prietário aceitou o Evangelho, e recebeu cura para o corpo, pois
estava m u ito enferm o .
E m 1922 o trabalho continuava a prosperar e as notícias do
progresso chegavam a B elém . A igreja em Belém enviou, então,
o irm ão A nto n io Barros, q u e nesse tem po era evangelista, para
Fortaleza, a fim de iniciar o tra b a lh 0 de evangelização e fundar
a Assembléia de D eus na capital do E stado do C eará.

PRIM EIRA S A T IV ID A D ES NA CAPITAL


Parece q u e os prim eiros contatos en tre os servos de D eus e
c povo idólatra e supersticioso, não se processaram em am biente
am istoso. A nunciar o E vangelho em Fortaleza? O ue idéias estra­
nhas seriam as dos novos pregadores? Falar do batism o no E spí­
rito Santo? M as quem inventou tal coisa? Sem dúvida eram essas
as perguntas que os hom ens faziam .
Apesar da indiferença do povo, A n to n io Barros e os poucos
crentes qu e havia em Fortaleza (cinco ou seis), estavam firm e­
m ente decididos a proclam ar a m ensagem P entecostal.
Os prim eiros cultos em Fortaleza com os poucos assistentes
a que já nos referimos, realizavam -se próxim o à p o n te de T anape,
em um a casa h um ilde, na qual morava um a fam ília pobre. N o
mesm o ano, vindo de Belém , chegou a Fortaleza o irm ão José
T eixeira Rêgo, que mais tard e vamos en co n trar em atividades
como pastor no E stado do R io, m as tam b ém no Estado do Ceará,
onde exerceu eficiente e útil atividade na causa de C risto .
Teixeira Rêgo não tin h a conhecim ento da existência do p e­
queno rebanho em Fortaleza, mas um encontro casual com F ran ­

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cisco N ogueira, um dos m em bros da fam ília pentecostal, pô-lo


cm contato com os dem ais. A chegada de T eixeira R êgo era um
refôrço para encorajan a incipiente congregação. Logo a seguir, a
fam ília de José de A rim atéia que viera do Pará, ajuntou-se ao h e ­
róico grupo e ofereceu a sua casa para realizar cultos até que se
alugasse um salão. O s cultos, então, passaram a realizar-se diaria­
m ente na casa da fam ília A rim atéia, no fim da lin ha do bonde
São G erardo.
Algum tem po depois os irmãos alugaram um salão em São
João do T anape; nesse novo local D eus salvou os prim eiros p e­
cadores; eram as prim eiras bênçãos que desciam , sinal de que o
Senhor faria a Sua obra naquela cidade.

PRIM EIROS ATRITO S EM FORTALEZA


Logo que se registraram as prim eiras conversões na capital,
Satanás tam bém se m ovim entou para im pedir que a obra conti­
nuasse, mas foi em vão; a reação era um ato de desespêro. A
zeladora de u m tem p lo católico rom ano, ao te r con hecim ento das
prim eiras conversões, iniciou u m m ovim ento para atacar os cultos
pentecostais; reuniu os elem entos desclassificados d0 local, arm ou-
os de paus e pedras e seguiram todos para o pequeno salão; gritos,
ameaças e insultos nem ao m enos atem orizaram os servos de D eus
que oravam por seus perseguidores. V en d o que os cristãos não
respondiam nem faziam caso das am eaças, a zeladora, então or­
denou ao grupo atacan te: “ P odem apedrejar, pois a casa é m in h a” .
É claro que pedras e paus foram atirados sôbre hom ens e m u lh e­
res pacíficos, u n icam en te porque anunciavam a verdade que liberta.
E m 1923, A nto n io Rêgo Barnos voltou a Belém; e a igreja
naquela cidade enviou o pastor B runo Skolimowski para substituí-
lo em Fortaleza. O pastor B runo alugou u m salão para realizar

— 119 —
H istória das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a sil
cultos, na rua D. Isabel, próximo à travessa Meton de Alencar.
Nesse tempo a igreja sentiu-se animada e seus membros iam poir
toda a parte a pregar as Boas Novas, e o Senhor abençoava o es-
fôrço de cada um.
Assim nesse ano, 1923, no mês de Julho, o pastor Bruno efe­
tuou o primeiro batismo nas águas, na Lagoa do Tanape; no mês
de outubro do mesmo ano, efetuou mais um batismo de novos
convertidos. A igreja prosperava e os irmãos sentiam-se cada vez
mais gratos a Deus, ao mesmo tempo que se dedicavam ao ser­
viço de Cristo.
No ano de 1923 Samuel Nystrom e José Teixeira Rêg0 efe­
tuaram uma viagem de evangelização à Serra de Uruburetama, vi­
sitaram Lagoínha, e animaram os irmãos a continuar a servir a
Deus. Como resultado, um despertamento maior visitou Lagoínha.

NOVOS REFORÇOS
A igreja em Belém olhava com muito carinho para o traba­
lho do Senhor no Ceará; enviava, na medida do possível, obreiros
para ajudar a evangelização do Estado.
Em 1926, chegaram ao Ceará, provenientes de Belém, o evan­
gelista José Alencar Macedo e o pastor Juvenal Roque de Andrade.
Era, sem dúvida, um reforço para o trabalho no grande Estado
do Nordeste.
Os recém-chegados fixaram residência em Miguel Calmon,
município de Senador Pompeu, onde havia uma congregação de
15 membros. Dentro em breve o trabalho estendeu-se às fazendas
de Monte Sinai, Girau, Buenos, Luna e outras.
N o interior do Estado do Ceará, notadamente em Morada
Nova e Quixadá, o Evangelho penetrava e vencia as trevas. Po­
rém, cada vitória levantava uma perseguição. No municípi0 de

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H istó ria das A s s e m b l é ia s de Deus no B r a sil
Morada Nova, Cícero Paulo começou a testificar de Cristo e do
poder do Evangelho; como resultado muitos se converteram, in­
clusive Antonio Batista, proprietário no local. O progresso da
causa de Cristo encheu de inveja e ódio um mau sacerdote da
igreja romana, que mandou espancar Cícero Paulo, o humilde
cristão que Deus usava para levar almas ao caminho da salvação,
missão que o mau sacerdote jamais realizou, porque Deus não
usaria quem tem 0 coração a transbordar vingança, para ser Seu
mensageiro. Por ordem do tal prelado destruíram Bíblias, hinários
e outros livros e perseguiram todos os cristãos que descobrissem.
Ao fim de algum tempo o testemunho havia penetrado nas Fa­
zendas de: Monte Alverne, Cumbe, Melancia, Povoado do Açude,
Juazeiro de Cima, Capós e Serra Azul.
No município de Quixadá, o sub-delegado prendeu, durante
quatro dias, João Arlindo e José de Alencar Macedo.
Na região da Praia o Evangelho continuava a conquistar vidas.
Em 1927, Domingos Viana, proprietário em Cana Brava, ouviu
falar das Boas Novas que os humildes servos de Deus anuncia­
vam e desejou ouvir a mensagem. Convidou, então, Manoel Cae­
tano para ir à sua casa, para explicar-lhe o caminho da salvação.
Como resultado, Domingos Viana e família aceitaram a Cristo,
além de muitas outras pessoas.
Em Cana Brava prosperou a Assembléia de Deus.
Em 1928, o pastor Sales Bastos entregou ao pastor Juvenal
Roque de Andrade a responsabilidade do pastorado do campo
praiano.
N o ano de 1929, vindo do Rio de Janeiro, em visita a paren­
tes, chegou ao Ceará, já na qualidade de pastor, o irmão José Tei­
xeira Rêgo. Em razão das dificuldades no campo da praia, o pastor

— 121 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

José Teixeira Rêgo assum iu a direção do m esm o, q ue lh e foi en­


tregue pelo pastofl Juvenal.
N o pastorado de José Teixeira Rêgo a situação norm alizou-se,
o trabalho floresceu. C onstruiu-se um tem plo em C ana Brava e
edificou-se um cem itério cm Jard im . F oram batizadas nas águas
79 pessoas e iniciou-se o trabalho em M aniçoba, enfim , tudo m ar­
chava para glória do Senhor.

CRATO E CAMPOS SALES


O m issionário V irgílio S m ith vivia na cidade pernam bucana
de Bodocó, que fica próxim o à cidade de C rato, no C eará. N o
ano de 1929, S m ith e espôsa sentiram direção de D eus para levar
a m ensagem à cidade de C ra to .
Q uan d o o m issionário S m ith apareceu na cidade e começou
a pregar o Evangelho, o bispado m ovim entou-se, m obilizou sacer­
dotes para levantarem a opinião pública contra o m issionário.
A m eaçaram S m ith e sua espôsa; proibiram os negociantes de lhes
venderem alim entos e cortaram -lhe o fornecim ento de água e cer­
caram -lhe a casa.
O s servos de D eus estavam p ràticam cn te sitiados e os inim i­
gos julgavam haver vencido a b atalha; mas D eus estava velando
por Sua o b ia . O D r. N atan ael C ortez, ilustre m inistro presbiteria­
no, era nesse tem p o D ep u tad o E stad u al. O u an d o tom ou co n h e­
cim ento do que estava acontecendo ao missionário Sm ith, na ci­
dade de C rato, procurou o D r. M atos Peixoto, presidente do E s­
tado e pediu garantias urgentes para os evangélicos cm C rato, sen­
do atendid o e os missionários puderam então locomover-se livre­
m en te, de m odo q u e a sem en te com ta n to esfôrço e em m eio de
tantas ameaças, frutificou e cresceu não só em C rato, mas cm
tôda a região.

— 122 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus n o B r a s il

A história do trabalho do Senhor em C am pos Sales tam bém


está relacionada com o missionário S m ith : alguns crentes residen­
tes no m unicípio de São M ateus foram visitar seus parentes em
C am pos Sales e falaram-lhes da obra que D eus e:tava realizando
em vários lugares e contaram q u e êles m esm os foram salvos por
C risto.
Os visitantes receberam o testem u n h o da verdade e aceitaram
o Evangelho. C onvidaram então o m issionário S m ith para orga-
nizarar a congregação, ficando com o evangelista A n to n ieto G ranjei-
ro. D e C am pos Sales o E vangelho foi levado a outras cidades do
C eará com grandes resultados para a igreja que se estabeleceu em
vários lugares.

NOVAM ENTE EM FORTALEZA


N o m esmo ano, 1929, chegava a Fortaleza, pela segunda vez,
enviado pela igreja em Belém , o pastor A nto n io Rêgo Barros, q u e
reiniciou o trabalho na cap ital. N o dia 7 de Setem bro de 1929,
à rua Santa T erezinha 146, no bairro de M o u ra Brasil, recomeçava-
se a pregação do Evangelho de C risto . T o d o o bairro tom ou co­
nhecim ento do fato. Ao se registrarem as prim eiras conversões,
m ovim entaram -se certos setores religiosos, organizaram “ Santas-
M issões” , injuiiaram os hum ildes crentes, rodearam a casa e insul­
taram os que ali se reuniam .
E m 1930 o pastor Barros e a igreja m udaram -se para outra
rua próxim o à E stação. N o m esm o ano o pastor Teixeira Rêgo,
considerando norm al a situação, pois haviam cessado as persegui­
ções, entiegou o trabalho ao pastor V icen te Sales Bastos e voltou
ao Rio de Janeiro. E m 1931 o pastor A ntônio Barros entregou o
trabalho a Julião Silva, e viajou para M aceió, on d e perm aneceu
por longos anos.

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

N o m ês de dezem bro de 1931, chegou m ais u m a vez a F o r­


taleza, o pasto r José T eixeira Rêgo, q u e até en tão era pastor era
Petrópolis, E stad o do R io . O pastor Teixeira Rêgo fôra ao C eará
a tra tar de negócios, m as aconteceu q u e não m ais voltou a P etró ­
polis, com o pensava, m as ficou definitiv am en te no C eará.
N o dia 1.° de maio de 1932 o pastor Teixeira assum iu a res­
ponsabilidade do pastorado d a igreja, cargo q u e ocupou por m u i­
tos an os. N o m ês de fevereiro de 1933 o pastor T eixeira alugou
um a casa no bairro do Benfica e n o ano de 1935 os cultos trans­
feriram -se para a ru a T eresa n .° 673, p erm anecendo alugada pela
qu an tia d e 80 m il réis m ensais, até ao ano de 1936, sendo nessa
data adquirida para sede da igreja pela q u an tia de 125 contos de
réis..
Nos dias 29 d e novem bro a 6 de dezem bro de 1936 a igreja
em Fortaleza viveu dias festivos; nessa data a C onvenção R egional,
q u e levou a Fortaleza obreiros de outros Estados; do interior do
E stado foi grande o n ú m ero de pessoas presentes às festividades.
Foram grandes os resultados dessa C onvenção; e n tre outros,
anotam os os seguintes: D u ra n te a sem ana convencional, aceita­
ram a Jesus por seu Salvador, 41 pessoas; oito crentes foram b a ti­
zados com o E spírito Santo e 43 novos crentes foram batizados
nas águas, conform e ordena a Palavra de D eu s.

CARREGANDO A CRUZ
A conteceu no ano de 1931, na cidade de Soure, q u e dista cêrca
de 10 quilôm etros da cidade de F ortaleza: um dos m em bros da
Assem bléia de D eus foi trab alh ar nas salinas de A ntonio Costa;
o h u m ild e cren te testificou de Jesus a Joaquim Pereira F ilho, m es­
tre das Salinas, hom em tem ido, conhecido com 0 desordeiro e dado
ao vício da em briaguês. Êsse hom em que n inguém podia dom inar,

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

aceitou a C risto e foi salvo, êle e a fam ília e foram batizados com
o Espírito S anto.
Q uando a senhora do proprietário teve con h ecim ento da con­
versão de Joaquim Pereira F ilh o m andou cham á-lo e perguntou-
lhe se era verdade q u e se havia to m ad o p ro testan te e deixado a
igreja católica. É verdade, respondeu o antigo desordeiro. G raças
a D eus, Jesus m e salvou, não sou m ais o hom em do passado. A
resposta da senhora foi esta: Se o senhor não a b an d o n ar essa lei,
não terá mais em prêgo nem m orada para a fam ília. O novo c o n ­
vertido quase não podia acreditar no que ouvira; antes era desor­
deiro e bêbedo; agora era salvo e, po r isso, era am eaçado. Joaquim
Pereira foi procurar o patrão e co ntou-lhe o q u e ouvira da espôsa
do m esm o. A conteceu, q u e o novo convertido ouviu coisas ainda
piores do patrão e foi despedido.
Expulso, êle e quem lhe falou de Jesus, por causa d e se haver
tornado cristão, tin h a fam ília para sustentar; q u e faria então? Havia
tom ado a cruz, não podia abandoná-la, era necessário carregá-la
até ao fim . R etirou-se então para um as terras qu e possuia, ju n ­
tam en te com a fam ília e o cren te q u e lh e falara de Jesus. Ao
lado de seus terrenos havia um a salina p erten cen te a A driano M a r­
tins, porém êste disse-lhe que sòm en te lh e daria em prêgo se dei­
xasse de ser p ro testan te.
A prova era trem enda; a cruz era pesada, porém Joaquim P e ­
reira perm aneceu fiel ao Senhor; passou privações; q uan d o o pas­
tor Teixeira e outros irm ãos iam dirigir culto o nde êle m orava,
encontravam -no mais alegre do q u e o dono das salinas. U m dia,
A driano M artins, vizinho e dono da salina, cham ou Joaquim Pe­
reira, deu-lhe trabalho, em pregou-lhe os filhos, term in o u a pro­
vação de carregar a cruz.

— 125 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

M ais tard e Joaquim Pereira prosperou e ofertou um lote de


terras para construir o tem plo.

SOBRAL, IPU , CRATEÚS E CAMOCIM


N o ano de 1932, chegava à cidade de Sobial um casal de
m issionários, isto é, O . S. Boyer e espôsa; os missionários levavam
em sua com panhia M aurício W an d erley , que os auxiliavam no tra­
balho do S enhor.
A missão d e Boyer era anunciar o Evangelho; logo que chegou
iniciou sua tarefa, entregando a m ensagem falada e escrita aos p e ­
cadores. O s prim eiros m om en to s foram de estupefação. Seria
possível algum p ro testan te invadir a cidade de Sobral?
O u an d o se certificaram da presença dos pregoeiros do E van­
gelho, cêrca de três m il pessoas se reuniram em fren te à Pensão
G lória, com o propósito de atacarem os servos de D eu s.
A ação pronta, corajosa e digna do C o m an d an te do D estaca­
m ento da Polícia evitou qu e os visitantes sofressem maiores
vexames.
O m issionário Boyer viajou para Ipu; de Sobral avisaram que
os protestantes chegariam a Ipu, de m odo que ao entrarem na
cidade foram recebidos a pedradas po r um grupo dc desclassifica­
dos e, o que é m ais grave, chefiados pelo sacerdote dessa cidade.
À noite contin u aram as desordens; apagaram as luzes da cidade e
a m ultidão enfurecida reuniu-se na praça, pronta para investir con­
tra os indefesos cristãos. M as a m ão divina estava lá para os guar­
dar; o m esm o oficial que os protegeu em Sobral, avisado do que
ia acontecer cm Ipu, antecipou-se aos acontecim entos e, com a
m esm a bravura q u e dem onstrou em Sobral, fez recuar padre, frei­
ras, desordeiros, todos enfim , c nada aconteceu aos enviados do
Senhor.

— 126
H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

M ais tarde o missionário Boyer visitou as cidades de C rateús


c C am ocim ; em C rateús, tam b ém sofreu perseguição e de tal
forma, que o pastor Teixeira Rêgo teve que ir ao chefe de Polícia,
na capital, para fazer cessar os atos indignos dos sacerdotes e d e ­
sordeiros .
Nos dias 31 de outu b ro a 14 de novem bro de 1937, C am ocim
hospedou a Escola Bíblica que oferecia aos alunos os seguintes
cursos: E studo da Bíblia, solfejo de música, G eografia Bíblica, etc.

BATURITÉ E ARACO IABA


N o ano de 1935 converteu-se na Assem bléia de D eus em F o r­
taleza, João A ureliano, natural de Borges, m unicípio de A racoiaba.
N a época do N atal João A ureliano foi visitar os parentes em A ra­
coiaba e contou-lhes o que D eus estava fazendo através de Seus
servos, salvando, cuian do e batizando com o E spírito Santo. O s
parentes ficaram m aravilhados, e aceitaram a C risto .
M ais tarde o pastor José T eixeira Rêgo visitou A racoiaba, b a­
tizou dez novos convertidos e organizou um a congregação; além
da cidade de Borges o pastor T eixeira Rêgo tam b ém visitou as de
São Sebastião e Panelas; den tro de pouco tem po quinze pessoas
aceitaram Jesus po r seu Salvador.
Logo que o padre teve conhecim ento dêsses fatos, visitou o
lugar e m oveu trem en d a perseguição aos crentes, prendendo-os
sem causa. O pastor José A lencar M acedo visitou êsse lugar, em
com panhia de um cunhado, e tam b ém foram presos. O sub-dele-
gado de São Sebastião m andou proibir os cultos em Borges, mas
nada conseguiu, pois o pastor Teixeira foi ao Secretário de Polícia
do E stado, que tom ou providência para cessarem as perseguições.
F in alm en te o Evangelho triu n fo u e a verdade co n tin u o u a ser
anunciada.

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

M A R A N G U A P E
E m 1936 o pastor José T eixeira R êgo, acom panhado da espôsa
que estava enfêrm a, foi passar alguns dias em M aranguape, que
dista 24 quilôm etros de Fortaleza e possui clim a reconfortante.
E stando em M aranguape, o pastòr T eixeira verificou que nessa
cidade não havia qu alq u er trab alh o evangélico, nem da Assem bléia
de D eus nem de q u alq u er denom inação.
Resolveu, então, o pastor Teixeira, realizar cultos na casa q u e
alugara; iniciou a pregação do E vangelho e logo cinco pessoas acei­
taram a C risto . A notícia espalhou-se pela cidade; o pastor p ro ­
te sta n te prega e os hom ens se con v ertem . A cidade ficou abalada.
O s inim igos com binaram então arm ar um a cilada contra os novos
crentes e contra o pastor José T eixeira R êgo.
O pastor T eixeira fôra avisad0 de que haviam com binado a
cilada, a fim de terem u m p retexto para o expulsarem da cidade.
F in alm en te, a notícia surgiu na cidade: R oubaram alguns ob­
jetos da igreja católica e culparam os crentes com o autores dessa
infâm ia. O D elegado, acom panhado por soldados revistou as casas
dos crentes, porém nada en co n traram . A afronta estendeu-se ao
pastor T eixeira q u e teve a casa revistada; os inim igos ficaram en ­
vergonhados; m ais tard e foram descobertos os ladrões e tôda a ci­
dade se inteiro u de que os crentes estavam inocen tes. O m al que
lançaram sôbre o p equeno grupo d e cristãos, transform ou-se em
bênçãos, pois a p a rtir de então, o trab alh o do S enhor firm ou-se
nessa região.

AQ UIRAZ E CASCAVEL
O Evangelho foi intro d u zid o nos m unicípios praianos do nor­
te do E stado, no ano de 1939; nesse ano o evangelista R aim undo
R odrigues de L im a, acom panhado p o r u m m em bro da igreja em

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H í .c t ó k ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

Fortaleza que tin h a parentes em Pirangi, m unicípio de Cascavel,


têz u n ii visita a esse lugar e anunciou ali o E vangelho.
E n rít os que se converteram nessa ocasião, estava um irm ão
da pessoa que acom panhou o evangelista R aim u n d o de L im a. N ão
faltou nesse lugar a perseguição contra os novos convertidos. A
pessoa a que nos referim os e sua esposa, sofreram perseguições,
porém perm aneceram firm es. F oram até à cidade de Fortaleza,
a fim de serem batizados nas águas, n u m a dem onstração de fé e
firm eza na verdade.
O Evangelista R aim u n d o L im a co n tin u o u a jornada de evan­
gelização. V isitou Saeatinga, pregou a Palavra de D eus com gran-
d t sucesso. Foi intim ado a abandonar o local, pelo sub-delega-
d o . O s novos convertidos, proprietários de terras, tam b ém foram
am eaçados de confisco; porém , êles não tem eram as am eaças e
a obra de evangenzação co n tin u o u . C om o resultado da fidelidade
a C risto, no dia 24 dc novem bro de 1940 foi ali inaugurado um
lindo tem plo.

- 129 -
C A P ÍT U L O V III

N A T A L
As atividades dos prim eiros crentes na cidade de N atal tive­
ram com o resultado a conversão dc pessoas q u e foram esclareci­
das p o r D eu s. O s cultos eram realizados em casas particulares, e
o núm ero de conversos aum entava dia a dia. H avendo m uitos
novos convertidos desejosos de serem batizados nas águas, os irmãos
pediram à A ssem bléia de D eus em Belcm qu e enviassem um
obreiro para realizar o batism o.
A pessoa enviada foi o pastor A driano N obre, que batizou os
prim eiros novos convertidos, no ano de 1918, nas águas do Rio
P o ten g i. Nessa ocasião foi organizada a A ssembléia d e D eus em
N a ta l.
O s prim eiros conversos a scrcm batizados com o Espírito
S anto no E stado do Rio G ran d e do N o rte, foram Joaquim Batista,
em Lagoa da Pedra; Josino G alvão, em V ila N ova; Luiza F ernandes
e A lexandrina F ernandes cm C eaiá M irim ; Francisco C ésar e
A ntonio F ilipe c espôsa, em N a ta l.
A ten d en d o ao crescim ento do trabalho, a igreja cm Belém,
enviou o pastor Josc M orais para aten d er ao trabalho em todo o
E stado. O pastor M orais alugou um a casa na rua Am érica, na
qual a igreja tin h a a sua sede. N essa casa m uitas alm as en co n tra­
ram a Cristo, e D eus m ostrou o Seu Poder para curar, salvar e
batizar com o E spírito S an to . N o pastorado de Josc M orais fir-
mou-sc o trabalho na C apital c p enetrou cm várias cidades do
in terior.
O pastor José M orais v o lto u para Belém , c foi substituído por

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Templo da A ssem bléia de Deus — Natal — Rio Grande do Norte
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

Josino G alvão, conhecedor p rofundo das E scrituras, dou trin ad o i


q u e deixava pro fu n d a im pressão nos o uvintes. Sucedeu a Josino
G alvão o u tro obreiro tam b ém eloqüente, M anoel H igino de Sou­
za. Logo a seguir o pastor B runo Skolimowski, obreiro zeloso e
cheio de fé, substitu iu M anoel H ig in o . O pastor B runo construiu
o prim eiro tem p lo da A ssem bléia de D eus em N a ta l. O tem plo
estava localizado à rua A m aro B arreto, 40.
Seguiu-se no pastorado da igreja o pastor Francisco G onzaga.
N o anó de 1930, no mês de julho, a igreja em N atal hospedou a
C onvenção G eral, a prim eira e a mais im p o rta n te até então reali­
zada. Essa C onvenção abriu o cam inho para as C onvenções G erais
ou N acionais, que até então não tin h am êsse caráter.
E n tre outras coisas que ali se decidiram destaca-se a unificação
dos jornais Boa S em en te e Som Alegre, dando lugar ao aparecim en­
to d 0 jornal M ensageiro da Paz, evitando-se assim a divisão do tra ­
balho prestes a realizar-se. Foi d u ran te à C onvenção em N atal
que o pastor José F elinto faleceu, fato que im pressionou todos os
m em bros da m esm a.
Após êsses acontecim entos, e ten d o em vista o desenvolvi­
m ento da Assem bléia dc D eus, o pasto r G onzaga propôs-se a cons­
tru ir um grande tem plo e casa pastoral, tarefa dem asiado grande
para a época. M as a dedicação do pastor G onzaga, apoiado por
tôda a igreja conseguiu edificar o am p l0 e côm odo tem plo da
A ssem bléia de D eus cm N a ta l. A inauguração aconteceu no dia
24 de janeiro de 1937; estava ganha a batalha do tem p lo .
Com a retirada do pastor G onzaga, para servir na cidade de
Santos, assum iu a responsabilidade pelo tiabalho o presbítero M a­
noel Rodrigues de M enezes até a chegada do pastor C lím aco Bue-
no Aza, cujo m inistério na igreja em N atal foi a ltam en te frutífero.
F in alm en te, em 1940, a igreja convidou, para seu pastor, E u ­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

gênio M artin s Pires, que serviu à m esm a a té ser ch am ado à eter­


n idade.

NOVA CRUZ
A m udança de um dos prim eiros convertidos em N atal para
Nova C ruz, foi o m eio que D eus usou para iniciar alí a pregação
da m ensagem P en teco stal. A pessoa a qu e nos referim os era o pai
do pastor José M enezes; das notas escritas pelo pastor M enezes,
isto é, de sua au to biografia extraím os algum as das inform ações,
sobre o trabalho em N ova C ru z . O pai do pastor M enezes con­
vertera-se em N atal, quando a novel igreja tin h a apenas seis m e m ­
bros. E n tre ta n to , logo q u e se transferiu para N ova C ruz, desejou
que o Evangelho fôsse alí an u n ciad o . C om êsse objetivo, escre­
veu êle a seu filho José M enezes, q u e estava em N atal, nos se­
guintes têrm os: “ H á dias qu e te n h o desejo in co n tid o para con­
vidar-te a vires dirigir um culto nesta cidade, onde, sin to eu, o
Senhor Jesus tem m uitas alm as para salvar. H oje não m ais p u d e
su p o rta r. . . e venho fazer-te o convite, co n tan d o com tu a aquies­
cência” .
A porta estava aberta para a conquista de almas para C risto .
O desafio fôra lançado. Seria aceito? E m N ova C ruz, os m em bros
da igreja Presbiteriana ten taram estabelecer o trabalho da referida
igreja, porém , não conseguiram , em razão das violentas e constan-
es perseguições c agressões que sofreram .

E M B A IX A D A PENTECOSTAL
T en d o a carta-convite na m ão, José M enezes dirigiu-se para
o tem plo, que, naquela m an h ã de dom ingo estava cheio, e m os­
trou-a ao pastor, q u e a leu para a C ongregação ouvir. A igreja
alegrou-se e louvou ao S en h o r. A um convite feito para acom pa­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

n h ar José M enezes a N ova C ruz, responderam os seguintes irmãos,


que form aram a E m baixada P entecostal, que foi a N ova C ru z:
Francisco Sotero da C u n h a e esposa; Inácio Galvão; A lfredo G al­
vão; E m érita Pessoa G alvão; Am ália e Cecília, oito ao todo.

PRIM EIRO CULTO


Logo que os crentes de N atal chegaram , a notícia foi divul­
gada pela a cidade. O calendário assinalava o dia 25 de m aio de
1920. Às sete horas da noite, hora de se iniciar o culto, a sala
da residência da fam ília M enezes estava co m p letam ente cheia; a
m ultidão com prim ia-se na rua, pois não havia lugar d entro da casa.
Estavam presentes alguns crentes presbiterianos.
O cu lto foi iniciado por José M enezes; cânticos, orações, tes­
tem u n h o de hom en s e m ulheres foram parte da introdução à m e­
m orável reunião. C hegou a hora de o pregador falar à m ultidão.
D eixem os que o próprio pregador, José M enezes, relate o que se
passou.
“ C hegou a m inha vez de falar; levantei-m e e li no Evange­
lho de M arco, cap. 16:15-18. F echei a Bíblia e falei o que D eus
pôs no m eu coração. D e q u ando em quando era interrom pido
pelas m anifestações do poder de D eus, que se m anifestava de for­
m a dom inadora. A m u ltid ão calculada em mais de m il pessoas
ouvia a Palavra de D eus com atenção e respeito dem onstrando
fom e do pão da vida. A lgum as pessoas expressavam a sua aprova­
ção em voz audível, ao que viam e ouviam .
Após o culto destribuí folhetos e verifiquei que todos esten ­
deram as mãos para recebê-los. E n tre os assistentes estava o Juiz
d e D ireito, D r. C an in d é de C arvalho, h o m em culto e liberal, que
m e disse o seguinte: “ E spero que co n tin u i an unciando o E van­
gelho nesta cidade; essa g ente necessita de civilização e conheci-

— 134 —
135

Primeira Convenção Geral reunida em Natal em Julho de 1930.


H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

m en to espiritual. E u tu d o farei para cu m p rir a lei, em favor da


causa” . F oi um a reunião m em orável, naquela noite, quan d o se
escreveu u m a página vitoriosa na história da igreja em N ova
C ru z ” .
Foi nesses têrm os q u e José M enezes, descreveu o prim eiro
cu lto P entecostal realizado em Nova C ru z . N essa ocasião, ao ser
feito um apêlo, cinco fam ílias aceitaram a C risto, sendo que três
eram presbiterianas. A m em orável reunião q u e abriu definitiva­
m e n te as portaa ao Evangelho em N ova C ruz, realizou-se na m es­
m a easa, onde 40 anos antes, o pregador Estêvão M arin h o da
igreja presbiteriana sofreu trem en d a perseguição q ue danificou a
casa. U m a das estem unhas dessa perseguição, estava presente ao
prim eiro cu lto 1 .n teco stal, e aceitou, de coração, a d o utrina do
E spírito S an to .
N ão se julgut q u e os inim igos da obra haviam desaparecido;
êles a tu d o assisuam e ten taram im pedir q u e o E vangelho triu n ­
fasse em N ova C ru z, porém , as fôrças divinas im pediram que tal
acontecesse. U m dos mais perigosos e violentos perseguidores, que
im pc-liu o fu i.cjo n am ento da igreja Presbiteriana, três vêzes se d i­
rigiu a Assembléia de D eus para acabar com os cultos, m as o que
acont°ceu toi q u e êle converteu-se e tornou-se u m m em bro da
igreja. Êsse hom em chamava-se V icen te Clara; êle era tem ido
poi todos em razão da ousadia, e riqueza. O u an do os antigos
com panheiros o criticaram por não poder acabar com a Assembléia
d e Deus, a sua resposta foi esta: ‘‘Eu não acabei com a Assembléia
d e Deus, em N ova C ruz, nem liom cm algum ousará fazê-lo” .
Três meses após êsses acontecim entos, a igreja contava cêrca
d e noventa m em bros; a obra tlorescia. N ão havia easa suficiente­
m e n te grande para abrigar o povo.
O pm n eiro b atism 0 nas águas dos novos convertidos foi efe-

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

tuado pelo pastor José M orais, no rio C u rim a ta ú . O u tro s b atis­


m os se sucederam , e o trabalho continuou a florescer. O s m e m ­
bros da igreja resolveram então, construir u m tem plo em N ova
C ruz, que estivesse à altura d 0 desenvolvim ento da causa. O te m ­
plo foi construído e inaugurado no dia 9 de abril d e 1922. Foi
um acontecim ento em todo o N o rte do País, a inauguração, por
se tratar do tem plo m aior e m ais bem construído até àquela d ata.
O u tro s tem plos, havia, sim, porém , eram casas adaptadas ou cons­
truções de pouca m o n ta.

CEARÁ MIRIM
“C onheci, no ano de 1919, a sra. A lexandrina F ernandes M elo
e sua filha srta. L uiza Fernandes, vindas do P ará” . C o m estas
palavras o irm ão Satiro de O liveira iniciou o relato de que nos
possibilitou conhecer q u ando e com o se iniciou o trabalho do Se­
nhor em Ceará M irim .
a . data assinala 1919, não m u ito depois q u e a m ensagem
chegou a N a ta l. Os m ensageiros q u e aportaram a C eará M irim
tin h am a m esm a procedência, integravam o m esm o exército que
anunciava as Boas N ovas. E v id e n te m e n te não se tratava de p re­
gadores oficiais .E ra m duas senhoras, testem u n h as do poder de
D eus e, com o tal, tam b ém pregavam o E vangelho.
O m issionário Joel C arlson, qu e trabalhava em P ernam buco,
por essa ocasião visitou C eará M irim , m ais de um a vez. Essas vi­
sitas anim aram algum as pessoas a aceitarem a C risto e foram b a ­
tizadas. E n tre os prim eiros convertidos conta-se Josc Fandim c
Júlia M atias de A taú jo . A seguir, converteu-se tôda fam ília d e
José F an d im , L uiz Jacinto e fam ília, no Sítio Jacoca. O u tro s que
se agregaram à igreja são: C irilo R enovato e espôsa; M anoel Leão
e espôsa e a jovem M aria D ivina A raújo.

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

As visitas do m issionário Joel C arlson e as conversões de pes­


soas conhecidas, foram m otivo para um a cam panha de difamação
qu e levantou o povo contra o qu e êles tratavam de protestantes.
A cam panha era dirigida pelo padre Pedro Paulino, que se m os­
trava extrem am en te zeloso com os seus párocos.
N o m ês de m arço de 1920, José M orais visitou C eará M irim .
A notícia dessa visita espalhou-se pelas redondezas. Êsse fato fêz
reviver a cam panha contra os cren tes. N essa ocasião José M orais
efetuou o batism o, no sítio Jacoca, das seguintes pessoas: M anoel
Leão, Cecília Leão, M an o el Satiro de O liveira, Severino C u n h a e
M aiia D ivina de A raújo. Êsse fato e ainda a circunstância de José
M orais pregar com ardor e clareza a m ensagem divina, mais en­
fureceu os inim igos do Senhor, que d eterm inaram perseguir os
novos convertidos e todos quan to s se unissem à ig ie ja.
O ataq u e à obra da A ssem bléia de D eus iniciou-a o sacerdote
Paulino, através do p ú lp ito de sua igreja. As calúnias e as insinua­
ções do padre levantaram os ânim os do povo contra aquêles que
êles tratavam de “ p ro testan tes” . A situação chegou a tal ponto,
que prom overam um a procissão de desagravo ten d o à fren te o refe­
rido sacerdote. Isso aconteceu no dia 21 de m arço de 1920. E n ­
tretan to os pensam entos de D eus não são os pensam entos dos h o ­
m ens, de m odo qu e aconteceu o q u e ninguém esperava. D eus
transform ou 0 m ovim ento de ataq u e aos crentes, em triunfo para
a causa do Evangelho, co n fu n d in d o os perseguidores. Sôbre o as­
sunto vamos ler o relato dos acontecim entos, escrito pelo pastor
M orais, naquela ocasião:
“O padre convidou o povo, para, no dom ingo, dia 21 de março,
fazerem procissão, e rezarem terço, e lexantarem um a cruz em
frente a casa de cultos da Assem bléia de D e u s .. Era voz corrente
que o povo estava exaltado e sedento de vingança; só se falava em

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

revolução c o n tra -o s p ro te sta n te s. N ós estávam os confiantes nas


promessas do Senhor e orávamos co n tin u am en te de joelhos.
N o dia 21, às 13 horas da tarde, o sino com eçou a tocar, fo­
guetes subiram ao ar, sinal do início do ataq u e. Form ou-sc a pro­
cissão; às 16,30, cêrca de trezentas pessoas, tendo a frente o padre
um a cruz e bandeiras, a m u ltid ão dirigiu-se para a casa de cultos,
dando vivas aos deuses estranhos, em m eio a um a algazarra in­
fernal. Nós os crentes, ficam os do lado de fora da casa sem qual­
quer receio; nossos corações estavam cheios de alegria, e do poder
de Deus, em razão do conhecim ento da graça e da salvação.
A m ultidão passou à fren te da casa de cultos; fizeram a reza
t depois o padre perg u n to u quem era o m inistro do E vangelho.
O uando m e apresentei, aconteceu esta coisa q u e n inguém espera­
va: o padie abraçou-m e na presença do povo, ch am o u -m e de ir­
mão, ao m esm o tem po que declarava que Jesus era o único Salva­
dor, citando as Escrituras, com o se fôsse um cren te.
O padre deu-m e oportunidade de falar ao povo. O h , que
alegria senti naquele m o m e n to . N u n ca senti tan to o poder de
D eus com o naquela h o ra. Falei à m ultidão que nós crem os e
pregamos o que está escrito na B íblia. Ao te rm in a i a reunião, o
padre abraçou-m e d ian te do povo; os crentes davam glória a Jesus
em alta voz, e a m ultidão dispersou-se calm am en te” . ,
A prim eira peiseguição não chegou a ser perseguição, term i­
nou em vitória para a causa de C risto. D eus con fu ndiu os p e r­
seguidores e fêz triu n far a verdade. N o dia do levante, estavam
visitando os novos convertidos em C eará M irim , para anim á-los,
os seguintes irm ãos de G o iam n h a: Francisco Sotero, A na Sotero,
Sofia M oreno e outros. D ia n te d a gran d e vitória que D eus ope-
roUj os crentes de O o ia n in h a , q u e fo ra m confortar os irm ãos; re­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

ceberam , nesse dia maior con fô rto do que esperavam dar aos
irm ão s.
A igreja em C eará M irim entrou em u m período de progres­
so que lhe p erm itiu avançar para outras cidades. O progresso exi­
gia um obreiro para cuidar do reb an h o . O pastor José M enezes
foi o prim eiro obreiro a cuidar da igreja em C eará M irim .
O desenvolvim ento da igreja e o ap arecim ento de obreiros
dedicados, suscitou inveja, e depois forte perseguição. O m esm o
sacerdote q u e se deteve no prim eiro en co n tro com os crentes, rea­
briu a perseguição contra o povo evangélico, não só do C eará M i­
rim , m as tam b ém em outras cidades e povoados. E m Itapassaroca
os irmãos foram fo rtem en te perseguidos, porém resistiram , e D eus
lhes deu a vitó ria. N esse lugar D eu s usou de m odo excepcional o
jovem A n to n io T orres G alvão, q u e pregava com ardor o E v an ­
gelho de C risto . M ais tarde A n to n io T orres G alvão transferiu-se
para R ecife, o n d e chegou a ser D ep u tad o E stadual e G overnador
do Estado de P ernam buco.
P restaram serviços à igreja em C eará M irim , U rsulino C osta,
N apoleão de O liveira, L uiz H igino de Souza e José A m ador de
Oliveira, cuja vida consagrou à causa do Senhor.
N o ano de 1930 a igreja construiu u m tem plo para sua sede
própria. N ão podendo im pedir a construção, o padre quis im pedir
a inauguração, e am eaçou destruir tudo e to d o s. O s crentes re­
correram ao G overnador do E stado, D r. Juvenal L am artine, o qual
deu todo o apôio e proteção aos crentes, não só para se inaugurar
o tem plo mas, tam bém , para se pregar o E vangelho.

M O Ç O R Ó
A cidade de M oçoró não foi das prim eiras do E stado a receber
o testem u n h o Pentecostal, porém , tam b ém , não foi das últim as.

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

A capital e algum as cidades do sertão já haviam conhecido a m en­


sagem de C risto, e, po r sua vez, havia tam b ém enviado m ensa­
geiros a outras cidades.
M oçoró recebeu a m ensagem P entecostal através d e R om eu
C outo, no ano de 1926, qu e chegara a essa cidade p rocedente de
Lages, atual Ita re ta m a. A missão de R om eu C outo, com o a de
todos os crentes daqueles dias, era an u n ciar a C risto e o batism o
com o Espírito S an to . P o r certo não era fácil alcançar o objetivo,
porém era possível, p orque D eus estava com êles.
Para anunciar as verdades divinas não era ab so lu tam en te n e­
cessário um tem p lo . P o r essa razão o pregoeiro da graça iniciou
c trabalho de evangelização de casa em casa e, tam b ém , indivi­
du alm ente. A lguns creram e form ou-se um p eq u en o reb an h o .
N o ano de 1927 chegava a M oçoró, proced en te de B elém do
Pará, M anoel H igino de Souza, q u e possuia a experiência de anos
dc trabalhos em outros E stados. C om a chegada de M anoel H i­
gino reorganizou-se o trab alh o do Senhor e instalou-se a igreja à
rua M arechal D eodoro, n o bairro de Paredões.
A partir de então, D eus operou através de seus servos; m uitas
pessoas aceitaram a C risto e foram batizadas com o E spírito S anto.
A par do progresso do trabalho surgiu tam b ém forte perseguição
contra a igreja; o clero insulflou o povo contra os crentes; os faná­
ticos que nada conheciam de religião, levantaram -se para exter­
m inar a pequena igreja.
Conseguiram , po r fim , fazer queim a d e Bíblias na Praça P ú ­
blica, am eaçando a integridade física dos m em bros da igreja. A
intervenção do delegado de Polícia, fêz cessar a perseguição em
M oçoró, e a igreja co n tin u o u ativa como an tes.
N o dia 30 de m aio de 1929 M oçoró, em festa, assistiu o pri­
m eiro batism o nas águas dos novos convertidos. E fetu o u o b a­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

tism o o pastor Francisco G onzaga, qu e na época era pastor em


N a ta l. Nessa ocasião foram batizadas 40 pessoas, co n stitu in d o êsse
fato um acontecim ento para o tem p o e para o lugar. O s primeiros
crentes são os seguintes: A m ália Soares de G óis, E dgar Figueiras
B urlám aqui; N o rm a L im a Santana e L eôncio José de S antana.
N o ano seguinte, isto é, no dia .30 de m aio de 1930 a A ssem ­
bléia de D eus em M oçoró inaugurava o prim eiro tem plo, entre
m anifestação de júbilo. A lguns anos depois, em 1934, a igreja fi­
cou sem pastor, em razão do afastam ento do m esm o, que se in ­
dispusera com o reb an h o . C o n tu d o , a igreja co n tin u o u a viver.
D eus usou Leôncio José Santana e outros paia estarem à frente
da igreja.
E m 31 de m arço de 1946, a ten d en d o ao progresso sem pre
cresoente, a igreja inaugurou a reconstrução (am pliação) do te m ­
p lo . Serviram à igreja em M oçoró, além dos nom es já m enciona­
dos, os seguintes pastôres: A lfredo G alvão de Lim a e José B atista.

142 —
PARAÍBA
C A P ÍT U L O IX

AQUI E ALI
Em bora não seja possível d eterm in ar o dia exato em que os
arautos pentecostais chegaram ao E stado da Paraíba, co n tu d o , sa­
bem os que foi no ano de 1918 q u e se iniciou o trabalho das
Assembléias de D eus naquela região do N ordeste. A p artir dessa
data, aparecem aqui e ali vestígios q u e assinalam a presença dos
mensageiros da C ruz, q u e vão lançando a sem ente do E vangelho
de C risto.
N os primeiros meses do ano de 1920, (m ês de m arço) já o
jornal Boa Sem ente, publicava a seguinte notícia de G uarabira,
assinada por V italin o Bezerra: ‘Q uero dar algum as notícias do tra ­
balho aqui. T em os novos lugares de culto onde, com liberdade,
podemos falar o Evangelho; os lugares são distantes uns dos ou-
trcs; há distância, en tre alguns, até de seis léguas. H á algum as
pessoas crendo e m uitas desejosas de aceitar a C risto. E stive em
um novo lugar onde pu d e testificar acerca de cin q ü en ta pessoas.
O dono da casa, q u e é pessoa de certa im portância no lugar, creu,
lançando fora os seus ídolos; as dem ais pessoas ficaram in teres­
sadas” .
N a mesm a ocasião, c no m esm o núm ero de Boa Sem ente,
G aldino C ân d id o do N ascim ento, da cidade de Alagoa G rande,
tam bém com unicava o seguinte: “A m ados irmãos em C risto Jesus,
nós aqui ficamos alegres no S enhor. Ê le eada dia nos está ab e n ­
çoando mais e mais; u ltim am en te foram batizados em água quatro

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e l s n o B r a s il

pessoas, as quais Jesus batizou com o E spírito Santo, logo. G lória


a Jesus!”
N o mês de julho do m esm o ano, Joaquim B atista de M acêdo,
escrevia de Lagoa de D en tro , dando inform es do progresso do
trabalho evangélico na região.

O EVANGELHO NA CAPITAL
N o ano de 1920, provenientes do E stado do Pará, chegaram
a cidade de João Pessoa, que naquele tem po se cham ava Paraíba
do N orte, (tin h a o m esm o n o m e d 0 Espado) Francisco Felix e
sua espôsa, que levaram no coração a m ensagem viva do E van­
gelho e a cham a P entecostal para ser anun ciad a.
N ão sabem os em que condições c cm q u e caráter Francisco
Felix chegou à capital do E stado; o qu e sabem os é q u e começou
logo a anunciar a m ensagem Pentecostal, com resultados positivos,
sinal de q u e D eus o havia credenciado paia a alta missão de m en ­
sageiro de C risto . E m 1921, A ntônio Fialho de A lm eida tam bém
chegou a João Pessoa, e uniu-se ao rebanho de C risto.
O s frutos do trabalho não tardaram a aparecer; diversas pes­
soas se converteram a C risto e foram batizadas com o Espírito
S anto, segundo a prom essa constante da Palavra de D eu s. A l­
guns m em bros da igreja B atista tam b ém creram no batism o no
E spírito S an to . E n tre os prim eiros convertidos destaca-se João
Pereira, qu e se tornou eficiente testem u n h a de C risto, e serviu
com o presbítero; outros nom es dos prim eiros m em bros, são as fa­
mílias José B enedito e B ertoldo.
Q ualq u er pessoa q u e leia as linhas acim a, terá a impressão
de que o início do trabalho da A ssem bléia de D eus em João Pes­
soa proíessou-se norm alm en te, em am b ien te pacífico e acolhedor.
E n trc ta .ito tal não aconteceu; a obra Pentecostal sofreu oposição

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Templo da A ssem bléia de Deus — João Pessoa — Paraiba
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e ijs n o B r a s il

e perseguições. M uitíssim as vezes as reuniões foram interrom pidas


em razão de apediejam entos; cm alguns casos tin h am que celebrar
os cultos com as portas fechadas, para evitar ataques dos fanáticos,
e as injúrias de alguns que se dizem religiosos. As perseguições
som ente term inaram com a intervenção do D elegado, D r. E fi-
gênio Barbosa, que providencialm ente passava pelo local e teve
conhecim ento do que sc passava. A p artir de então o D r. Efigê-
nio Barbosa ordenou à polícia que garantisse a realização dos c u l­
tos; com essa m edida cessaram as desordens.
A te ao ano de 1923 os cultos foram realizados em casas par­
ticulares, em vários lugares da cidade. N o início do ano chegou
à capital o m issionário Sim on Sjogren, que en co n trou o trabalho
florescente c prom issor.
D e com um acordo com os irmãos, o missionário Sjogren su­
geriu oficializar a fundação da A ssem bléia de D eus em João Pes­
soa, isto é, na cidade dc Paraíba do N orte, com o então se cham a­
va a capital.
N o dia 7 dc m aio dc 1923, à rua V asco da G am a (Jaguaribc),
realizou-sc o prim eiro cu lto que deu form a ao trab alh o . N o mês
de o u tu b ro do m esm o ano, o m issionário Sjogren, escrevia o se­
guinte: “D u ra n te os meses já decorridos (desde janeiro a outubro)
foram recebidos em com unhão com a igreja, pelo batism o, 47 cren­
tes. T ê m vindo tam b ém alguns batistas, por crerem que Jesus b a ­
tiza no E sp írito S anto c fogo. E n q u a n to a igreja na capital tomava
form a c sc expandia, chegavam as seguintes notícias do interior
do E stado: “ N o interior, onde está o am ado irm ão pastor Pedro
T rajano, m in istran d o a Palavra dc D eus, tem sido o nosso irmão
abençoado em sua atividade. D u ran te as últim as sem anas foram
fundadas três novas Assembléias; tem os mais oito pequenas A s­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

semblcias 110 in terio r. F oram batizados em águas 3 novos erentes.


Jesus batizou 19 no E spírito Santo, d u ra n te os últim os m eses” .
N os fins de 1923 ou iníeio de 1924, o m issionário Sim on dei­
xou o pastorado da igreja. N 0 m ês de novem bro dêsse ano, no
dia 26, o missionário Joel C arlson, do Reeife, efetuou o batism o
dos novos convertidos.
O pastor Pedro T rajano co n tin u o u por algum tem po a tra­
balhar fielm ente para o Senhor no E stado da Paraíba.
N o dia 24 de junho de 1924 ehegava à Paraíba o irm ão C í­
cero de Lim a, que logo após assum iu a responsabilidade do traba­
lho. Foi no pastorado de C íeero de Lim a q u e a igreja, construiu
o maior tem plo da eapital, à avenida 1.° de M aio . O te m ­
plo foi inaugurado no dia 24 de novem bro de 1929. q uan d o a igreja
já possuia elevado núm ero de m em bros.
A Assembléia de D eus em João Pessoa hospedou, nos dias
7 a 15 de setem bro de 1935, a C onvenção geral das Assembléias
de D eus do Brasil.
Segundo inform ações dos que participaram dessa C onvenção
foi um a das mais expressivas e representativas que já se realizaram .
Para se ter a im pressão do valor dessa convenção vamos trans­
crever abaixo alguns treehos de notas publicadas na época. Ei-los:
“Os cultos publieos foram , tam b ém , m u ito abençoados: 42 almas
entiegaram -se a Jesus, e 11 crentes receberam o b atism o eom o
Espírito S anto. U m dos mais velhos trabalhadores, m u ito im pres­
sionado, chegou a dizer’: “T rês anos que estudei no Colégio Pres­
biteriano, não aprendi ta n to com o d u ran te o dia de h o je ” .
N o dia 2 de fevereiro de 1939 o pastor C íeero de L im a, após
15 anos, deixava o E stado da Paraíba, por haver sentido a eham a-

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

da divina para servir no R io de Janeiro; 0 prim eiro obreiro consa­


grado na igreja em João Pessoa foi N apoleão de O liveira.
O pastor João B atista da Silva substitu iu o pastor C ícero de
Lim a; a igreja co n tin u o u a se desenvolver; novas portas se abriram
às atividades da A ssem bléia da capital, sob cuja responsabilidade
estava o trabalho em vários lugares. N a cidade de Pilar levantou-
se forte perseguição contra a Assem bléia de D eus; autoridades
eclesiásticas e o delegado uniram -se para perseguirem a igreja de
D eus, julgando que exterm inariam o que não pode ser exterm ina­
do. T en ta ra m por duas vêzes, dem olir o tem plo, porém isso não
im pediu que o trabalho crescesse mais do que an tes.
N o ano de 1950 o pastor A ntonio Petronilo dos Santos assu­
m iu o pastorado da A ssem bléia de D eus em Joã0 Pessoa, no perío­
do mais próspero e de maiores vitórias espirituais para a causa de
Cristo, e cujas atividades se estendem a 17 im p o rtantes cidades,
sob sua jurisdição.

VERTENTE E ALAGOA GRANDE


N o ano de 1918, p rocedente do E stado do Pará, chegava ao
Sitio V erten te, o nde nasceia e possuia parentes, G ald in o C ândido
do N ascim ento, hom em de fé e cheio do E spírito S an to . A visita
dc G aldino C ân d id o a V e rte n te , obedecia à visão divina dc evan-
gelizar o seu povo, c pregar a m ensagem P enteco stal. D eus havia
enviado o Seu servo, de m odo q u e as suas palavras eram recebidas
com o pão do céu, c m uitas pessoas aceitaram Jesus com o seu
Salvador.
Dessa form a organizou-se em V e rte n te — Alagoa G rande, n
prim eira Assem bléia dc D eus ou C ongregação do E stado da P a­
ia íba .
E n tre os prim eiros crentes de V e rte n te c do E stado, contam ­

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

se M aria Bronzeado c Florência G uim arães de A quino. Foram


essas pessoas tam bém as prim eiras a receberem o b atism o do E s­
pírito Santo.
V erte n te passou a ser conhecida em todos os Estados do
No; te, onde se pregava a m ensagem Pentecostal, c d u ran te algum
tem po foi o centro do M ovim ento Pentecostal no Estado da P a ­
raíba. O prim eiro batism o nas águas foi realizado no ano de 191S;
m inistrou o batism o o missionário Sim ão. N o ano de 1919 a fama
de V erten te, com o centro pentecostal, já havia atravessado às fro n ­
teiras do Estado, c todos desejavam visitar V e rte n te . E m razão da
fama alcançada V e rte n te foi escolhida para ser a sede da C o n v en ­
ção que afi se realizou em 1919, dirigida pelo m issionário Jocl C arl-
son, que servia ao S enhor em P ernam buco.
O progresso do E vangelho despertou a inveja dos chefes re­
ligiosos c dos políticos seus aliados; a inveja levou à calúnia e à
perseguição. G aldino C ândido do N ascim ento foi preso e c o n ­
duzido ao E n genho Q uitéria, unicam ente po r anu n eiar o Evange­
lho. Felizm ente, quando o D elegado foi inform ado de que G a l­
dino pertencia à família M anoel G aldino, d eu-lhe a liberdade
im ediatam en te. O Juiz de D ireito da Com arca, D r. Francisco
M ontcnegro, expediu ordem no sentido de garantir-lhe a liberdade.
N a cidade de Alagoa G rande, em 1918, o pastor Pedro Tra-
jano c José de A rim atéia, foram cercados por mais de 200 pessoas
arm adas, en q u an to pregavam o E vangelho. C hefiava a perseguição
o cônego Firm o C alvacanti, disfarçado em trajes de m u lh er. Os
prom otores c aciiradores da perseguição eram o C oronel E n éiis
Calvaeanti; Lourenço de A lbuquerque M elo; E pam inondas C al­
vacanti; Joea M esquita; Sofia Regis e L uiz T co tô n io , este últim o
era sacristão da igreja católica e suplente de delegado de Polícia
em exercício. D epois que a m u ltid ão de perseguidores avançou

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H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

para a casa de cultos, Luiz T eotônio, o sacristão, fingindo-se alheio


à perseguição, com unicou o fato ao Sargento Arinos, com andante
do destacam ento Policial, o qual se dirigiu paia o local e pôs em
fuga os covardes agressores, e deu garantia aos evangélicos. Os
pregadores foram avisados da perseguição pelo sr. O tacílio, h o ­
m em de bem , gerente da firm a W a rto n Pedrosa, de m odo que
não foram apanhados dc surpièsa.
M ais tarde, nos anos 1924-1925, a perseguição reviveu. Dessa
vez a perseguição cra contra o pastor C ícero C . de L im a e o utros.
A perseguição fôra ordenada por E rn estin o Zcnaide, o qual arm ou
o braço de desordeiros para m atar os crentes que se achavam na
casa de A ntonio E ulanapso, porém o Senhor livrou os Seus das
mãos dos perseguidores.
E n tre ta n to todos “ os qu e piocuravam a m orte do m en in o ”
(M ateu s 2 :2 0 ), já m orreram , m as a Palavra dc D eus, a m ensagem
salvadora co n tin u a a ser anunciada em Alagoa G ran d e e V erten te,
e o E spírito Santo continua a ser derram ado nos corações.

CAM PINA GRANDE

O ano de 1922 assinala o início das atividades da Assembléia


de D eus na mais im p o rta n te cidade com ercial da P araíba. Nesse
ano estabeleceu-se em C am pina G rande, F elipe N e i\ Fernandes;
até então vivera ele em Recife, porém sentiu que devia transferir-sc
para a capital do sertão.
N ery F ernandes não cra pastor o u evangelista, mas Deus
transform a cm pastor ou evangelista aquêles que L he obedecem ;
N cry m udou-se para C am p in a G rande, para obedecer ao S enhor.
Sua profissão era alfaiate; logo que se instalou em sua nova m orada,
exercia a profissão de talhar roupas, mas tain b ém anunciava o

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H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

Evangelho c, bem assim, as promessas da Palavra de D eus, no


que diz respeito ao batism o com o E spírito S anto.
O novo morador da rua Progresso (atual V isconde de Pelotas)
cham ou logo a atenção da vizinhança p o r seus m odos diferentes
dos dem ais. Todos notaram que êle não era som ente alfaiate; dava
mais ênfase à pregação do Evangelho do q u e ao seu ofício. Por­
tanto, era o pregador p rotestante e não o alfaiate que êles co­
nheciam .
Ncry F ernandes m anteve, assim, o trabalho de pregação do
Evangelho e das verdades Pentecostais, em sua casa, d u ra n te três
anos, D eus abençoou as atividades de alfaiate, porem , m uito mais
fêz prosperar as atividades espirituais transform adas em conversões
das alm as que form aram a Assem bléias de D eus cm C am pina
G ran d e.
N o ano de 1925, três anos após a chegada de N ery F ernandes,
o trabalho já havia crescido de tal form a, que exigia u m pastor.
Nesse ano o pastor Francisco G onzaga da Silva, foi para C am p i­
na G rande e assum iu o pastorado.
A estada do pastor G onzaga em C am p in a G ran d e foi de um
ano, apenas, pois no ano seguinte, 1926, G onzaga entregava a res­
ponsabilidade do trabalho ao evangelista M anoel M anduca, a fim
de poder viajar para N atal, para ser pastor da igreja da capital
do R io G ran d e do N o rte. O evangelista M anoel M anduca fôra
do Pará para C am pina G rande, porém não gozou saúde nessa ci­
dade, de m odo q u e ao fim de dois anos, isto é, em 1927, regressou
a Belém, sendo substituído pelo evangelista M anoel Pessoa Leão,
que até então residia no interior de P ern am b u co .
Logo a seguir M an o el Leão foi separado pastor; dedicou-se,
assim, a servir à igreja em C am pina, até ao ano de 1934, data em
que se retirou para N atal, R io G . do N o rte . Sob o pastorado de

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

M an o el Leão a igreja avançou e prosperou; eonstruiu-se, nesse p e­


ríodo, o prim eiro tem plo da Assem bléia de D eus em C am pina,
na m a Presidente Pessoa, 655 antiga rua Areias.
N o ano de 1936 a igreja em C am p in a G ran d e hospedou a
C onvenção Regional, que reu n iu trabalhadores não só da Paraíba,
m as tam b ém dos Estados vizinhos.
A essa C onvenção estiveram presentes, tam b ém , Joel C arlson,
Sam uel N ystrom e José de A raújo, êste últim o de G am eleira, Per-
nam bueo.
C om a retirada do pastor M anoel Leão o trabalho passou
para a responsabilidade do pastor Luiz Chaves, que serviu até
ao ano seguinte, q u ando foi substituído pelo pastor João Adelgiso,
q u e serviu à igreja até ao fim do ano de 1938. N o ano de 1939,
o trabalho voltou a ser dirigido pelo pastor Luiz C haves, que ser­
viu apenas 5 m eses. O p asto r João de Paiva su b stitu iu Luiz C h a ­
ves e eonservou-se eom o pastor do C am p o até ao mês de outubro
de 1944.

FA SE DE EXPANSÃO
N o dia 5 de o u tu b ro de 1944 ehegava a C am pina G rande o
pastor Silvino Silvestre Silva, que até então servira em C arpina,
P em am b u e o . D ata de então a fase da reorganização do trabalho
A ig rq a ereseeu e nceessitava um tem plo, dc aeôrdo eom o p ro ­
gresso da eausa. N o dia 20 de m aio de 1945, realizou-se o lança­
m en to da pedra fu n d am en tal do novo tem plo, já que o antigo não
com portava o núm ero daqueles que iam ouvir o E vangelho. O s
trabalhos de eonstrução do tem plo foram dirigidos pelo irm ão Josc
C abral de O liveira e Franeiseo Paeheeo dc B rito.
A 22 de janeiro de 1950, em am b ien te festivo a Assembléia
de D eu s em C am p in a G ran d e inaugurava o novo tem plo à tua

— 152 —
Wm

T em plo da A ssem b léia de D eus — C am pina Grande — Paraiba


H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

A n ten o r N avarro, 693 — Bairro do P rata. E n tre os m em bros mais


antigos, esta igreja conta com M anoel Francisco D u b u , o prim eiro
a ser consagrado presbíteio; atu a lm e n te m ora em G uarabira; o
irm ão D u b u foi o prim eiro crente do sexo m asculino a ser batizado
com o E spírito Santo, em Belém , Pará, no início da O bra P en ­
tecostal; en tre os nom es q u e figura com o os prim eiros da igreja
em cam pina G rande, são: Â ngelo e Boaventura Ferreira; Teófilo
O u intilian o de Souza; A na A ntão da Rocha; Zacarias Lira Pessoa
e espôsa e V icen te Soares da Silva e espôsa.

ASSIST Ê N C IA SOCIAL

A igreja além da Biblioteca Joel Carlson, inaugurada em 1953,


organizou a Caixa de Assistência Social da A ssem bléia de D eus,
que se destina a conceder auxílios nos seguintes casos: M a te rn i­
dade, doença, funeral, havendo prestado relevantes seiviços à co­
m unidade, através de suas eficientes atividades. A subvenção M u ­
nicipal tem tornado possível aten d er às necessidades sem pre cres­
centes que se verificam no setor assistencial.
E n tre ta n to não são apenas essas as atividades 110 cam po de
assistência social. A igreja já tem p rontos planos e E statu to s p u ­
blicados no D iário O ficial para construir orfanato, asilo para velhos
e escolas ,a fim de tornar com pleta a assistência aos necessitados.

A NTENO R NAVARRO

N o dia 1.° de julho de 1938, V icen te G uedes D u arte, de acor­


do com o pastor F rancisco B. D uarte, de Cajasciras, chegou à
cidade de A n ten o r Navarro, com a missão dc evangelizar essa ci­
d ade. Q u an d o V icen te G u ed es chegou a A n ten o r N avarro havia
apenas um a senhora cren te em tôda a cidade; assim m esm o ela p e r­

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H ibT Ó R iA d a í A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

tencia a um a denom inação evangélica, não era da Assem bléia de


D e u s.
M as com o fôia D eus quem enviara a pregar o Evangelho,
Deus m esm o edificou a Sua igreja. Ao iniciar-se o ano de 1939,
foram batizados os três prim eiros convertidos.
No ano de 1940 as portas abriram -se definitiv am ente para a
novel igreja; seis pessoas foram batizadas, e um a congregação b a­
tista do povoado de Pitões uniu-se à A ssem bléia de D eu s.
N os anos que se seguiram a peq u en a congregação cresceu; no
ano dc 1942, o pastor de Cajaseiras visitou A ntenor Navarro c
nessa ocasião batizou nas águas 30 novos convertidos, en tre m ani­
festações de alegria do povo salvo pela graça.

ALAGOA NOVA
N ão se pode determ in ar a data exata em que o Evangelho
chegou a Alagoa Nova, porém são abund an tes as notícias que dali
eram enviadas para João Pessoa e R io de Janeiro, relatando as vi­
tórias do E vangelho.
Alagoa Nova era com o q u e um centro de atividades que se
projetavam pelas cidades vizinhas, N apoleão de O liveira, que ali
exerceu as funções de pastor, assim descreve um a de suas via­
gens pelas congregações: “ Fizem os no cam po de evangelização um a
visita de 24 dias, na qual contem plam os os frutos da obra gloriosa
do Senhor, que vem salvando e batizando com o E spírito S anto.
Partindo daqui, com destino a Jacuí, onde tem os um a igreja de
116 m em bros, batizei ali 7 novos candidatos.
Agora tem os um novo trabalho em R io T in to , onde o Senhor
tem abençoado grandem ente, pois, já foram batizadas nas águas
33 pessoas, sendo que Jesus batizou 5 com o E spírito S anto. N o

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

dia em que ali cheguei, dirigi u m culto de doutrinação; ao térm ino


do m esm o, fiz um apêlo e duas pessoas aceitaram a Jesus por
Salvador.
N a V ila do C aiçara um moço aceitou a C risto; cm C acim ba
dc D en tro um a senhora tam b ém aceitou o Salvador; batizei três
irmãos nessa localidade.
E m Alagoa G ran d e dirigi u m culto e o Senhor confirm ou a
Sua Palavra, pois duas pessoas deram suas vidas a C risto .
N a congregação de V e rte n te batizei 12 novos irmãos; no cnlto
realizado à noite duas pessoas decidiram -se seguir ao M estre” .
Através do relato acim a, pode-se com preender com o o E van­
gelho penetrava, triu n fan te cm vilas e cidades q u e eram visitadas
pelos m ensageiros do bem , 110 E stado da P araíba. Pena é que
tôdas as cidades e igrejas daqueles dias não ten h am suas histórias
anotadas, para serem -devidam ente divulgadas nestas páginas.

— 156 —
P E R N A M B U C O
C A P ÍT U L O X

C om o ocorreu em tantos outros lugares do Brasil, P ernam buco


tam bém recebeu os prim eiros im pulsos do M ovim ento Pentecos­
tal, graças ao E spírito evangelizante e à expansão e pioneirism o
que caracterizava o trabalho da igreja em Belém , Pará. Foi, pois,
em razão da larga visão espiritual daquela igreja, que um de seus
m em bros, A driano N obre, foi enviado a Recife, em 1916, com
o objetivo de testificar de Jesus e verificar as possibilidades de es­
tabelecer trabalho de evangelização na C apital de P ernam buco.
Inicialm ente, A driano N obre, dirigiu alguns cultos em casas
particulares, e visitou famílias interessadas. E m um a dessas visitas,
encontrou um crente cham ado João R ibeiro da Silva, que p erten ­
cia a um a denom inação. Conversaram acèrca do trabalho do
Senhoi: e A driano N o b re falou-lhe do batism o no E spírito S anto.
João R ibeiro creu na prom essa Pentecostal, e com eçou a buscá-la.
Dessa data m e d ian te os cultos passaram a realizar-se na casa
de João Ribeiro, à rua P onte V elha, 27, no bairro dos C oelhos.
O s prim eiros cultos foram realizados sem q u alq u er assistente. N ão
era fácil, naquele tem po, atrair ouvintes. Porém , em 1917, A driano
N obre, batizou nas águas do R io C apibaribe, duas pessoas, a irm ã
L ulu c Francisco R am os. Foi êsse o prim eiro batism o efetuado
em Pernam buco, com relação às Assem bléias de D eus. Logo de­
pois a irm ã L ulú foi batizada com 0 E spírito Santo, a prim eira,
portanto no E stado de P ern am b u co .
A driano N obre voltou ao Pará; os poucos crentes que havia

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

em Recife ficaram sem assistência espiritual. José D om ingos, que


tam bém pertencia à A ssem bléia de D eus em Belém , e fôra trab a­
lhar em Jaboatão, p ro n ta e v oluntàriam ente prestou algum a assis­
tência ao novel rebanho, dirigindo a Eseola D om inical, e os cultos.
N o princípio de 1918 o m issionário O tto N elson, que trabalhava
em Alagoas, visitou Recife e efetuou o segund0 batism o nas águas;
os batizandos foram as irmãs Felipa, M ariq u in h a e João R ibeiro
o “anfitrião " da igreja que iniciava suas atividades.
Ao m esm o tem po q u e isso acontecia, ehega\-am a Belém,
vindos da Suécia, Joel e Signe C arlson, que, mais tarde, deviam
desem penhar papel im p o rtan te na obra de evangelização em P er­
nam b u co . Joel C arlson e espôsa chegaram a Belém no dia 12 de
janeiro de 1918, onde passaram algum tem po estudando português.
Joel Carlson trab alh o u com o evangelista, na Suécia, c recebera n a ­
quele país a cham ada do Senhor para trabalhar em P ernam buco.
Chegara m esm o a ver, em visão, alguns lugares que em P ern am ­
buco viria a reeonhceê-los. As cartas que recebera de Pernam buco,
quando estava em Belém , confirm avam a cham ada divina que o
vocacionava para trabalhar em R ecife.
N o dia 20 de o u tu b ro de 1918, Joel Carlson e espôsa, chega­
ram a R ecife. N ão havia ninguém a esperá-los, pois a carta em
que avisavam a chegada, estraviou-se. Sozinhos, em terra estranha,
foram pro cu rar a easa dc João R ib eiro . F in alm en te encontraram
os irmãos, os quais m u ito se alegraram . N ão eram m uitos os eren­
tes; apenas q u atro batizados e alguns interessados. N o dia 24 de
outubro de 1918, Joel C arlson dirigiu o prim eiro culto, na casa
de João R ibeiro, assistido por poucas pessoas.
O s prim eiros tem pos foram cheios dc dificuldades c lutas; às
vêzes o desânim o im punha-se aos recém -chegados. O pov0 não

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159
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

dem onstrava interesse pela Palavra de D eus. U m ou outro se con­


vertia, porém não bastava para anim ar os m issionários. Jcel Carl-
son visitou nessa época a Paraíba e Rio G ran d e do N o rte, e ve­
rificou que nesses lugares convertiam -se m uitas pessoas. Joel Carl-
son fieou tão alegre com o que vira, que desejou m udar-se para
lá: Ao voltar a Recife, com unicou essa resolução a João Ribeiro
e disse-lhe que se m udaria para o Rio G ran d e do N o rte . “ Não
faça isso” , respondeu-lhe João R ibeiro, “ pois Jesus fará um a gran­
de obra em Recife, ta m b é m ” . D e fato, alguns dais depois, atra­
vés de um a profecia, 0 Senhor confortou os Seus servos, nestes
term os: “ N ão canseis mas crêde em m im . A obra crescerá m u i­
tíssim o, quer o povo queira, quer não” . Logo após as bênçãos
divinas deseeram do céu, e Jesus salvou m uitas pessoas.
A prim eira “ C eia do S en h o r” celebrou-se ao iniciar-se o ano
de 1919, eom a presença de poucos erentes, mas com a assistência
de um grande D eus.
N o ano de 1919 com praram u m “ m acam bo” (pequena casa
coberta de p a lh a ), no bairro de G am eleira (atual C ab an g a), c
ali realizaram cultos d u ran te alguns meses, conr bons resultados,
pois m uitas pessoas foram salvas. N o mês de m aio de 1919, Joel
Carlson batizou nas águas um a irm ã. E sta m udou-se para a cidade
dc Palm ares, e ali prosseguiu pregando a m ensagem Pcntecostal.
No dia 8 de abril de 1921, chegava a R ecife substancial refor­
ço para os jovens m issionários. Nessa data aportavam a Reeife,
vindos da Suécia, os missionários Sam uel c T ora H ed lu n d , os quais
serviram longo tem p o em P ernam buco, e mais tarde em São Paulo.
N o ano de 1922 alugaram um salão que antes fôra depósito
de sal, m as com o era am plo, pois com portava mais de 300 pessoas,
dali cm d ian te passou a servir como sede da igreja. N esse local

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

estratégico e de m uito m ovim ento, o trabalho tornou-se conheci­


do, e o núm ero de crentes e de ouvintes crescia c o n tin u a m e n te .
A par do interêsse por parte do povo, o Senhor batizava m uitos
com o E spírito Santo, c outros eram m ilagrosam ente curados. O
trabalho confirmava-se c cstabclecia-se defin itiv am en te.
C om o crescim ento da igreja, m ultiplicaram -se as responsa­
bilidades; para aten d er às necessidades do trabalho, no ano de 1923
foram separados para servirem com o diáconos quatro irm ãos. Dois
dèles, A lexandrino R odrigues c M anoel G om es, pertenceram à
igreja em Belém , e M anoel G om es, tam b ém de Belém , onde ser­
vira com o diácono — o prim eiro do M ov im en to P entecostal no
B rasil.
U m dos fatos q u e contribuiu, decisivam ente, para tornar co­
nhecido em tôda a cidade o M ovim ento P entecostal, foi, sem d ú ­
vida, a cam panha difam atória que algum as denom inações evangé­
licas moveram eontra a A ssem bléia de D eu s. A cam panha era
feita do pú lp ito e através de folhetos e outros im pressos, os quais
continham calúnias grosseiras e classificavam a obra de D eus,
com o “espiritism o m oderno” , e t c . . .
A cam panha despertou a curiosidade de m uitos crentes de
outras igrejas e tam bém dos descrentes, q u e desejavam ver com
os próprios olhos se essas calúnias eram verdadeiras. A contecia
porém , que êles iam assistir os cultos, ouviam a m ensagem inspi­
rada da Palavra de D eus, com o n unca antes tin h a ouvido, e co n ­
venciam-se de que ali anunciava-se a verdade, convertiam -se, e
transform avam -se em testem u n h as. U m h o m em crente de certa
denom inação ouviu falar que os crentes estavam possuídos de d e­
mônios; curioso por conhecer com o eram os dem ônios, foi assis­
tir um culto, porém fieou à porta, a fim de poder fugir, à p rim ei­

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D els no B r a s il

ra m anifestação q u e notasse. T ratava-se de culto de oração; o vi­


sita n te ouviu os crentes orar e com eçou tam b ém a orar. E n q u an ­
to orava com eçou a sentir alegria sobrenatural e pouco depois fa­
lava línguas estranhas, fôra batizado com o E spírito S anto.
C e rto dia um pastor dc certa igreja, dom inado pela inveja c
espírito d e vingança, pediu ao delegado de Polícia q u e tom asse
providências contra os p entecostais. O delegado enviou um solda­
d o para observar a “ Nova seita”, com o êles diziam , e fazer um re­
latório do que observasse. O soldado en tro u no tem plo, assentou-
se, ouviu a te n ta m e n te e anotou tu d o q u an to viu. A conteceu que
o E spírito S anto to co u -lh e no coração, e entregou-se e Jesus. V o l­
tan d o à D elegacia, o soldado deu as m elhores inform ações possí­
veis d e tu d o qu an to viu; e nin g u ém mais voltou a pedir provi­
d ências .

P o rtan to a cam panha difam atória em nada prejudicou a igreja;


ao contrário, o que se verificou foi q u e elevado núm ero de crentes
d e outras igrejas verificando q u e a Assem bléia de D eus era calu­
n iad a passavam a defendê-la e tornavam -se m em bros da m esm a.
U m dêsses casos aconteceu com Israel C arneiro ju n tam en te com
15 cren tes. Êles vendo a injustiça que pessoas de sua igreja esta­
vam com eten d o contra a A ssem bléia, com o responsáveis que eram
p o r um salão (congregação) dc cultos, resolveram entregar as
chaves ao missionário Joel C arlson. Isso aconteceu no baiiro de
S anto A m aro, onde sc estabeleceu um a congregação, na casa dc
Israel C arneiro, onde m uitas pessoas foram salvas.

FU N D A -SE 0 PRIM EIRO ORFANATO PENTECOSTAL


Bem cêdo o m issionário Joel C arlson sentiu a necessidade
d e am parar o elevado núm ero dc orfãos que p articip aram da co­

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a s il

m um dade, sem terem quem os assistisse. Encorajado por aquêles


q u e o ajudavam , Joel Carlson fu n d o u o prim eiro o rfanato d entro
do m ovim ento Pentecostal no B rasil. A lém do casal Carlson, co­
operaram na obra social, através do orfanato, as m issionárias Eli-
sabeth Johanson, A ugusta A nderson, Liliam Johanson, E ster An-
derson e Ingrid Franscn. A professora Isabel Lins, desde vários
anos vem lecionando no o rfan ato . É elevado o n ú m ero de crian­
ças que cresceram no orfanato, e ali encontraram o seu la r. M u i­
tas cresceram e espalharam -se pelo Brasil, porém , lem bram -se com
gratidão, do lar q u e encontraram em Beberibe, no o rfanto “ B etei’' .
N o interior do E stado de P ern am b u co , a m ensagem do E van­
gelho C om pleto teve tan ta aceitação quan to na C ap ita l. As fa-
gulhas do fogo P entecostal que ardia em R ecife, com eçaram a
queim ar cm várias cidades do interior, p rin cip alm en te em Barrei­
ros e C aten d e. N o dia 8 de m aio de 1923 foi organizada a igreja
em Barreiros; na m esm a data foram batizadas nas águas cinco
pessoas. N o dia 12 de março, do m esm o ano, Joel C arlson havia
efetuado o batism o de nove pessoas em C a te n d e . U m desperta-
m ento despontou nas cidades de Cabo, C arpina c S anto A ntão.
O despertam ento que o E spírito Santo iniciou no interior do E s­
tado era tão forte, que prevaleceu, apesar da resistência c da per­
seguição que sofreu. Por tô d a a parte, cm C idades, V ila, Usinas
e Engenhos, o Evangelho com pleto era anunciado v itoriosam ente.
E m Recife, a igreja começou a viver dias dc vitória, que se
sobrepuseram às dificuldades dos prim eiros anos. N os vários bair­
ros organizavam -sc congregações, C am po G ran d e, T orre, Pena, e
Porto da M adeira, congregavam fortes com unidades.
O dia 15 dc abril de 1928 assinala um a data festiva para a
igreja em R ecife. Nessa data inaugurava-sc o am plo e espaçoso
tem plo da rua C astro Alves, 225, no bairro de E ncruzilhada, que

— 163 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

passou a ser a sede da igreja. Nessa época a igreja contava cêrca


de 1.500 m em bros A inauguração do tem plo deu forte im pulso ao
trabalho, de m o d 0 que em alguns cultos registravam -se 20 ou mais
conversões. Os batism os (bi-m estrais) apresentavam 100 ou mais
candidatos.
No dia 7 de junho de 1929, novo reforço recebia a igreja em
P ernam b u co . Nessa data desem barcaram em Recife o missionário
N ils Kasteberg e espôsa. O s prim eiros tem pos foram dedicados a
aprender a língua, mas não tardou que N ils K astberg iniciasse
suas atividades, participando da pregação do Evangelho.
Algum etm po depois N ils K astberg substitu iu Joel Carlson,
que viajava para a Suécia. O período em que o m issionário K ast­
berg dirigiu o trabalho foi de m u ita im portância e teve grande
desenvolvim ento, ta n to no interior com o na C ap ital.
Em 1931 Joel Carlson regressou da Suécia e reassum iu o car­
go. O trabalho do Senhor continuou a crescer, p rincipalm ente na
parte Sul do E stado, onde se estabeleceu a obra nas cidades de
Escada, Palm ares, R ibeirão, Serrinhaem , G aranhuns, e t c . . .
C om o os leitores terão notado, sabem que o Senhor cham a
e envia suas te te m u n h a s — quando quer, e para onde q uer. Po­
rém Êle m esm o cham a para Si, essas mesmas testem unhas, q u an ­
do L he convier. Dessa forma, D eus foi servido cham ar para o seu
lar, a Joel Carlson, tirando-o de suas atividades, do trabalho que
levantara e q u e marcara indclevclm ente o seu fecund0 m inistério.
N o dia 23 dc agôsto de 1942,, Joel C arlson, sem auxílio de outrem ,
batizou nas águas 187 novos convertidos. A festividade dêsse ato
foi sobrem odo assinalada de alegria divina e da presença de Jesus.
U m dos batizandos estava atacado de tifo, c Joel C arL on foi con­
tagiado pelo m al. N o dia 7 de Setem bro apenas duas semanas
após o batism o, Jesus levou para o lar celestial o seu incansável

— 164 —
H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e l s n o B r a s il

servidor. A partida de Joel Carlson abriu giande lacuna e causou


profundo pesar! cm tôda a igreja. O sep u ltam en to do m issionário
Joel Carlson foi o mais concorrido d e quan to s já se realizaram em
R ecife. Nessa cpoca a igreja contava cêrca dc 3.500 m em bros.
A partir de então a igreja c o n tin u o u sua m archa norm al, po­
rem vitoriosa. V ários obreiros têm servido à igreja; o E spírito do
Senhor tem usado aquêles que lhe tem dado lugar no coração.
Em bora hajam surgido perturbações a em baraçar a igreja, contudo,
ela é igreja d e D e u s , não pode ser abalada. A casa (igreja) edifi-
cada sôbre a Rocha (C risto ) prevalece contra as tem pestades.
Na atualidade a igreja trabalha e desenvolvc-sc dc form a ad m irá­
vel, para alcançar a vitória final. U m recenceam ento feito recen­
tem ente, provou haver na igreja mais de 9 .0 0 0 m em bros ativos
— e um corpo de auxiliares, dos m aiores que qu alquer igreja te ­
nha chegado a possuir.

— 165 —
ALAGOAS
C A P ÍT U L O XI

MACEI Ó
N o ano dc 1915 a cidade de M aceió não possuía os bairros
residenciais q u e hoje a engrandecem , nem os edifícios que a e n ­
riquecem ; as ruas e avenidas term inavam pouco além do que atu al­
m en te se conhece por centro com ercial.
' N o dia 21 dc agòsto de 1915, a bordo de um navio do Lloyd
Brasileiro, chegava a M aceió o m issionário O tto N elson, que le­
vava a incum bência divina de anunciar a m ensagem P entecostal
na terra dos M arechais. N ão sabemos se havia alguém no pôrto
para dar as boas-vindas a O tto N elson, m as sabemos, isso sim,
que o anjo do Senhor estava ali, conform e se pôde verificar, mais
tarde, nos lances da luta que enfrentou, por causa da fé, cuja vi­
tória foi do S enhor.
Havia cm M aceió seis pessoas crentes, q uando O tto N elson
ali chegou; no dia 25 de agosto do m esm o ano, quatro dias após
a chegada, reuniu-se o p equeno rebanho de sete pessoas para cu l­
tuar a D eus em espírito c verdade. A conteceu, nessa prim eira
reunião pentecostal em M aceió, que o Senhor batizou três com
o E spírito Santo, confirm ando assim, Seu agrado para com Seus
servos.
Se é certo que bem cêdo com eçaram a se m anifestar as b ê n ­
çãos en tre o p equeno grupo, tam bém é ceito que cêdo com eçaram
as perseguições e ameaças, com o cm poucos lugares tem acon­
tecido .

— 166 —
167

T em p lo da A ssem b léia de D eus — M ãceió — A lagoas


H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Satanás m obilizou todas as artim anhas para caluniar e desen­


corajar o povo de D eus em M aceió. Q uan d o verificou que as
ameaças não atem orizavam os salvos, enviou, então, seus falsos
profetas com m ensagens desencorajadoras. Q uan d o o povo se reu­
nia na hu m ild e habitação, os falsos profetas, do lado de fora, gri­
tavam : “N ão vai, não vai, isso não vai” . C om isso queriam dizer
que a obra do S enhor não iria para a frente, mas foi: diziam que
o trabalho não prosperaria, mas prosperou e venceu, triunfou e
segue sua trajetória de conquistas para D eus.
D u ra n te alguns anos a obra do Senhor enfren tou a má von­
tade de todos; ninguém queria aproxim ar-se dos protestantes, to­
dos evitavam os crentes, porém os p rotestantes aproxim avam -se de
tedos c com graça e am or sem eavam as Boas N ovas.

PRIM EIRO TEMPLO EM ALAGOAS


N o dia 22 de o u tu b ro de 1922, na atual A venida M oreira e
Silva, a A ssem bléia de D eus inaugurou seu T em p lo (o terceiro
do B rasil); para a época era um b o m tem plo, considerando que
poucas cidades pessuiam êsse m elh o ram en to .
A inauguração foi um acontecim ento q u e repercutiu em todo
o N o rte do Brasil, e levou a M aceió, crentes de vários E stados.
Para se ter um a idéia m ais exata e mais elam dos fatos daqueles
dias, vamos ler o que O tto N elson escreveu e foi publicado n a­
quela época:
“Jesus nos abençoou e salvou pecadores d u ra n te a inauguração
do novo tem plo c 24 pessoas foram batizadas em águas. Depois
que voltam os de nossa viagem à A m érica e E uropa, já batizei cm
águas, aqui em M aeeió, 39 pessoas, as quais se haviam entregado
a Jesus. Q u an d o reconhecem os o valor de um a alm a, não po d e­
mos senão louvar a Jesus por esta obra gloriosa que Ele está fa-

— 168 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e Deus no B r a s il

zendo nestes últim os dias. T am b ém diversos crentes de outras


igrejas têm-se unido conosco para buscar o batism o do E spírito
Santo, porque onde êles estavam ensinava-se q u e esta promessa
gloriosa não é para os crentes de h o je. O ra, com o êles tinham
fome das coisas divinas, e não estavam satisfeitos com o ensino
que lhes davam queriam mais do poder de D eu s” .
N o dia 15 de m aio de 1923 a igreja recebeu a visita do pastor
josé M orais e do m issionário Sam uel H ed lu n d , q ue os recebeu
eom efusiva alegria. N o dia 20 do m esm o m ês O tto N elson ba­
tizou nas águas 10 novos convertidos.

P R IM E IR A CONVENÇÃO EM ALAGOAS
N o m ês de o u tu b ro de 1923, nos dias 21 a 28, realizou a p ri­
meira C onvenção no E stado de Alagoas. A C onvenção coincidiu
com a data do aniversário da inauguração do tem plo, de m odo
que as festividades se m u ltip licaram . M ais do q u e as palavras ou
interpretações do historiador, falam as expressões sim ples daqueles
que na época fizeram o registro dos fatos. V am os ler, pois, o que
se escreveu sôbre a C onvenção:
“Jesus enviou m uitos dos seus m ensageiros para assistir a C o n ­
venção. N a sem ana anterior chegou o evangelista José M enezes,
do R io G rande do N orte, e no sábado, à noite, chegaram os irm ãos
G u n n a r V ingren e Sam uel N ystrom , Sam uel H ed lu n d , e Sim om
Sjogren, E lizabeth Johanson e Lily Johnson. F oi um a verdadeira
alegria ver êsses trabalhadores do Senhor chegarem alegres, cheios
de fé e do E spírito S anto. G lória a Jesus” .
“ N o dom ingo, 21, com eçou a C onvenção. Logo de m anhã
houve reunião da Escola D om inical; à tarde, cu lto aQ ar livre; à
noite o tem plo estava repleto de gente que, com m u ita atenção,
escutava a Palavra de D eu s” .

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H rsT Ó R iA ü a s A s s e m b l é i a s d e D e u s m o B r a s i l

N ão se pense que a história da Assem bléia de D eus em A la­


goas, nos prim eiros anos, se processou pacificam ente e sem quais-'
quer atos inam istosos por parte de hom ens que se confessavam
religiosos, mas cujos atos eram atestados dc selvageria, incivili-
zação, fanatism o, enfim , um a vergonha para o povo de Alagoas.
E n tre os m üitos fatos que enodoaram a história religiosa dc
Alagoas, sobressai êste que vamos narrar: M orreu um filho do
m issionário O tto N elson, que nessa época m orava no bairro de
Bebedouro, em M aceió. N a hora de tratarem do en terram en to fo ­
ram surpreendidos com a recusa po r parte d0 sacerdote católico
rom ano, que im pediu fosse a criança sepultada no cem itério local.
O sacerdote em questão levantou tôda a população contra os
pregadores do E vangelho. Foi necessária a intervenção das a u to ­
ridades para realizar o entêrro, que se efetuou à noite, sob escolta
da polícia, pois, de ou tra form a, não conseguiriam enterrar a
c ria n ç a .
N o dia 11 de dezem bro de 1924 chegava a Salvador, vindo da
Suécia para trab alh ar em M aceió, o m issionário Sim ão L undgren
e espôsa que serviram d u ra n te seis meses à igreja em Alagoas para
logo depois seguirem para R ecife.
N o ano de 1924 tôda a cidade de M aceió foi castigada por
trem enda inundação que arrastou casas, pessoas, anim ais, móveis,
tu d o en fim . A igreja abriu susa portas para abrigar os crentes que
perderam suas casas na trem enda en c h e n te .
E m 1926 a igreja recebeu a visita do D r. A. P. Franklim ,
que fôra acom panhado por Joel C arlson e Sam uel N ystrom . No
ano de 1926 encontram os no registro das atividades da igreja o
evangelista 'João Pedro da Silva que visitava, com o itenerante, os
Estados de Sergipe e B ahia. Essas atividades estenderam -se até
1930, data em que sc transferiu para V itória.

— 170 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

N o m ês de m aio de 1930, O tto N elson entregou o pastorado


da Assembléia de D eus em M aceió a A lgot Svenson, e viajou para
a Bahia. A igreja con tin u o u suas atividades. N o relatório do m is­
sionário A lgot Svenson, em m arço de 1931, verifica-se q u e a igreja
aum entou substancialm ente nesse período.

PERÍODO DE E SPA N SÃ O
N o dia 25 de outubro de 1931 chegava a M aceió o pastor
A ntonio Rêgo Barros; não se tratava de u m obreiro neófito, mas
de um trabalhador experim entado, pois havia trabalhado em S a n ­
ta Isabel, A m ericano, Q uilô m etro 53 e A peú, no Pará, b e m assim
no E stado do C eará. A p artir de então iniciou-se a m archa da
pregação para o interior do E stad o . A prim eira notícia que o
pastor A ntonio Rêgo Barros publicou, em ju n h o de 1932, dizia
o seguinte:
“E m M atriz de C am aragibe, d istan te 17 léguas da C apital,
foi, pela prim eira vez, pregado o E v an g elh o . O Senhor esteve ali,
falando aos corações daquelas criaturas. Q u an d o fiz o convite
para saber quem desejava aceitar Jesus, 30 pessoas decidiram en ­
tregar-se ao S enhor. Foi um a maravilha! Q u in ze candidatos foram
batizados nas águas e, para confirm ação de q u e Jesus estava ali,
dez pessoas receberam o E spírito S anto. Aleluia! N a ocasião do
batism o o com ércio local fechou as portas; assistiram àquele ato
solene, mais de m il pessoas. A população local ficou interessada
na Palavra de D eus” .
A par do progresso no interior, crescia tam bém a igreja na
C apital; senão vejamos o que encontram os docu m en tado para ser
publicado:
E m M aceió há cèrca de vin té congregações. “ Ê ste ano, 1933
(de janeiro a* m arço ), já foram batizadas 26 pessoas m uitos têm

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

recebido o batism o do E spírito S an to . H á crentes de outras igrejas


evangélicas q u e estão interessados em receber o E spírito Santo;
por isso estão exam inando as E scrituras” . M as, logo a seguir, te ­
mos êste trech o espressivo do pastor Barros, ainda a respeito da
Capital.* “O n te m , 9 de abril, desceram às águas 19 pecadores, sal­
vos pela graça de Jesus, a fim de ressuscitarem em novidade de
vida. R estam m ais 11 pessoas que, por serem novas na fé, aguar­
dam o p o rtu n id ad e de se b atizarem ” .

CO NTINUA 0 PROGRESSO NO INTERIO R DO ESTADO

É ainda nos relatos dos acontecim entos da época, q u e encon­


tram os estas sugestivas notas, acerca do progresso da obra do Senhor
no interior do E stado:
“ D e M atriz de C am aragibe, P ôrto R ico, Jacuípe, P onta do
M angue, C atarin a e Japaratuba, chegam notícias de grandes b ê n ­
çãos nas igrejas. E m U nião e Barra do C an h o to o E spírito Santo
está ilum in an d o as m entes dos pecadores, m ostrando-lhes o refú­
gio do A ltíssim o, e m uitos já estão escondidos e guardados no
sangue do C ordeiro de D eus, qu e tira o pecado do m u n d o , en ­
qu an to outros tam b ém procuram êsse esconderijo glorioso” .
D u ra n te o ano de 1936 a igreja em M aceió recebeu mais um
obreiro, o evangelista A n to n io Davi, q u e a n terio rm en te trabalhara
no E stado do C eará. A ntonio D avi em pregava suas atividades no
interior do E stado, visitando as várias congregações, sendo usado
por D eus, com agrado geral, para evangelizar as cidades que visita­
va. O prim eiro batism o q u e realizou, diz o registro da épcca, obe­
deceram 24 pessoas, o que bem atesta o progresso do Evangelho,
considerando que, naquele tem po, a obra não estava tão próspera
q u a n to está hoje.

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H istó ria d a s A sse m b lé ia s d e D eus no B r a s il

MATA G R A N D E

A cidade de M a ta G rande, parece-nos, foi a prim eira cidade


do interior do E stado de Alagoas a hospedar um a C onvenção e
um a série de E studos Bíblicos. Isso aconteceu nos prim eiros dias
do mês de dezem bro de 1937, com início no dia 4 . As reuniões
de Estudos Bíblicos que se realizaram na cidade de M ata G rande
alcançaram intensa repercussão em todo o E stado de Alagoas.
O interesse por essas reuniões era tão grande que alguns ir­
mãos viajaram cêrca de 30 léguas para estarem p resentes. E n tre
os obreiros que com pareceram , estavam os seguintes: O . S. Boyer,
Dalas Johnsson, H oiácio S. W a rd e A nto n io Rêgo Barros. A ci­
dade de M ata G rande viveu dias de em oção, pois tô d a a cidade
sabia que o povo pentecostal ali estava reunido para an u n ciar a
Palavra divina, o E vangelho da graça salvadora.
V am os deixar que nos fale o cronista da época, relatando o
que então acontecera em M ata G ran d e:
“H ouve Estudos Bíblicos dirigidos pelo irm ão Boyer, que leu
a prim eira Epístola de Pedro o que nos trouxe m uitas bênçãos.
O irm ão W a rd ensinou um a classe de m eninos que foi igualm ente
m uito abençoada. A irm ã E tel reuniu-se com as irmãs que tin h am
seus próprios E stu d o s. O irmão A ntonio Rêgo Barros pregou tô ­
das as noites e o Senhor' lhe deu m ensagens vivas, que cham avam
mais e mais a atenção dos pecadores, de m odo que m uitos ficaram
gostando do Evangelho e estão exam inando sa E scrituras” .
N o mês de dezem br0 de 1938 a Assem bléia de D eus em
M aceió convocou os obreiros de Alagoas e Estados vizinhos para
um a série de E studos Bíblicos, d u ra n te os dias 4 a 9 do referido
m ê s.
Aos 30 de agôsto de 1942 não só a igreja em M aceió, m as as

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s > o B r a s il

de todo o E stado de Alagoas vibraram de. c o n ten tam en to pela vi­


tória da inauguração d e seu espaçoso tem plo, à A venida D t1. M o ­
reira e Silva. M ais de 2 m il pessoas assistiram ao ato; nessa data,
ao ser feito o apêlo p elo pastor A nto n io R êgo Barros, 31 pessoas
deeidiram -se aceitar a C risto; eom o registro dêsse ato, a data his­
tórica tornou-se m ais significativa.
C om a construção do tem plo, o trabalho tom ou grande im ­
pulso, não só na C apital, m as tam b ém nas cidades do interior,
onde o E vangelho p en etro u e veneeu, para glória de D eus.

CIDADE DE COLÉGIO
N a eidade de C olégio o E vangelho en tro u através do teste­
m unho de alguns irm ãos que não esconderam a lu z . O trabalho
do Senhor, na eidade de Colégio não teve obstáculos ou dificul­
dades a veneer, de m odo que em poueo tem po estava definitiva­
m ente estabelecido.
A Assem bléia de D eus em Colégio inaugurou o seu tem plo
no dia 12 de dezem bro de 1943, eom um a reunião festiva, à qual
estiveram presentes as autoridades loeais, os pastores A ntonio Rêgo
Barros, F irm in o José de Lim a, E xperidião de A lm eida, presbítero
Agenor Batista de Araeajú, e outros obreiros do E stado de Alagoas.

PENEDO
Penedo reeebeu a Palavra de D eus antes de m uitas outras
eidades em Alagoas; os prim eiros a receberem o testem unho e
a se tornarem m em bros da Assem bléia dc D eu s eram pessoas
pobres de bens m ateriais. Êsse fato eon trib u iu para que o povo
de D eus em Penedo esperasse longos anos para construir a sede
da igreja.
N o dia 23 de fevereiro de 1947, a linda eidade das m argens
H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

do rio São Francisco, teve o privilégio de ver inaugurado o tem plo


da Assembléia de D eus, em um a das ruas principais. Para inau­
gurar o tem plo em Penedo, estêve p resente o pastor A n tonio Rêgo
Barros, de M aceió, que presidiu o ato inauguial.
N o dia 24 de agôsto de 1947 em T aboleiro do M artins, dis­
tan te 9 quilôm etros da cidade de M aceió, a A ssem bléia de D eus
da capital inaugurava o tem plo am plo e côm odo que, desde então,
abriga o povo de D eus e bem assim todos aquêles q u e desejavam
ouvir a pregação do E vangelho.

A R A P I R A C A

A história da A ssem bléia d e. D eus em A rapiraca te m a regis­


trar oposição, perseguições indiretas, obstáculos velados, enfim ; a
má vontade dos hom ens sem D eus.
D u ran te vários anos o povo de D eus em A rapiraca reuniu-se
em salões alugados; pareceia que não havia nisso q ualquer incon­
veniência; porém u m dia foram intim ados a en tregar o salão, onde
celebravam os cultos. Êsse ato ap aren tem en te legal, era um golpe
do inim igo P ara deixar o povo em baraçado.
M as D eus vela pelos Seus. Logo q u e surgiu a am eaça, ?.
igreja reuniu-se, orou e lançou mãos à obra e com tal disposição
que, dentro em pouco, isto é, no dia 25 de janeiro de 1949, a
Assem bléia dc D eus em Arapiraca inaugurava seu tem plo, em
m eio a m uita alegria, en tre louvores ao D eus vivo. D c 29 de
agôsto a 6 de setem bro de 1949, a A ssem bléia de D eus em M aceió
hospedou a C onvenção Regional, que se realizou concom itante-
m en te com a com em oração da inauguração do tem plo, festividade
■ que se efetua an u alm en te nessa d ata. .

— ,175 —
C A P ÍT U L O X II

SERGIPE
O testem u n h o P entecostal foi levado ao E stado de Sergipe
em 1927. O prim eiro pregoeiro das verdades bíblicas, do Batismo
com o E spírito Santo e D o n s E spirituais, foi o sargento O rm ínio,
m em bro da Assem bléia de D eus em Belém , Pará, que servia ao
exército brasileiro, mas tam bém operava no exército do Senhor
como soldado dedicado.
A prim eira cidade a receber a m ensagem do E vangelho com ­
pleto foi a C apital, A racaju, pois, com o aconteceu em quase todos
os Estados, o trabalho do Senhor teve início nas C apitais.
O sargento O rm ínio , logo q u e iniciou o trabalho da m ensa­
gem do E vangelho, teve seus esforços confirm ados por D eus, pois
várias pessoas aceitaram a C risto . N ão sendo êle obreiro ordenado
para exercer o m inistério, tam bém não podia batizar nas águas os
novos convertidos. Por essa razão com unicou-se com a igreja
em M aceió, Alagoas, a qual com issionou o pastor João Pedro da
Silva, para visitar Sergipe.
A visita dc João Pedro da Silva realizou-se em 1928; nessa
ocasião o pastor João P edro batizou os prim eiros novos conver­
tidos. O trabalho teve um início prom issor. E n tre ta n to ou pela
retirada do dirigente ou por outras circunstâncias, por algum tem ­
po esteve a obra estacionada.
N o ano dc 1931, chegou a Sergipe A ntonio Beltrão, proce­
d e n te da igreja em M aceió, Alagoas. N ão sabem os se A ntonio

— 176 —
Templo da Assem bléia de Deus — Aracaju — Sergipe
H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il
y

B eltrão fôra enviado pela igreja em M aeeió ou se foi por inieia-


tiva própria, movido pelo desejo de anuneiar a C risto.
N o ano seguinte, em fevereiro de 1932, os erentes residentes
c m Aracaju, eonvidaram o m issionário O tto N elson, que morava
« m Salvador, para visitar a C apital de Sergipe.
•■ A . visita de O tto N elson foi um grande aeo n tceim ento para
■a o b ra do S enhor em A raeajú.
O missionário O tto N elson, nessa oeasião, b atizou seis novos
convertidos. Foi ainda d u ran te essa visita que se organizou ofi­
c ialm en te a igreja em A raeajú.
N o dia 18 de fevereiro de 1932, organizou-se a Assem bléia
d e D eu s em A raeajú, eom seis m em bros, q u e nesse dia foram
b atizados, e mais eineo m em bros que se desligaram da Igreja Ba­
tista por haverem erido no batism o com o E spírito Santo, de
acôrdo eom as E serituras. A seguir, ainda nessa d ata, eelebrou-se,
p ela prim eira vez, a Ceia do S en h o r. A novel igreja, eonsiderando
a s vantagens de fiear unida ao trab alh o 110 E stado da Bahia, re-
•solveu ficar sob a jurisdição da igreja em Salvador, até o ano de
1949 quan d o a C onvenção reunida no Rio de Janeiro determ inou
3 au to n o m ia da igreja 110 E stado de Sergipe.

A A ssem bléia de D eus, em Araeajú, realizou seus primeiros


cu lto s, à rna M aranhão, 343, onde tam bém funeionou sua sede
ã té que, em 25 de agôsto dc 1935, transferiu-se para o tem plo
■que fêz eonstruir à rua Bahia, 836. O tem plo foi eonstruído 110
p asto rad o dc Jorge M onteiro da Silva.
Os prim eiros m em bros da igreja, de aeôrd0 eom os d o cu m en ­
to s eonstantes são os seguintes. R ecebidos por batism o: José Pe­
r e ir a 'd a Silva, M aria Pereira da Silva, D ionísio José de Souza;
O rla n d o Beltrão; João L ourenço e M aria L ourenço. Reeebidos

— - 17 8 ^ - —
H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Josc Francisco do N ascim ento; M anoel Bispo c Joana dc Jesus,


vindos da Igreja Batista: A ntero dc Carvalho; Isaura de Carvalho;
D esde dc sua fundação, ate o ano de 1958, a A sscm blcia de
Deus em Aracaju teve a servi-la os seguintes pastores: A ntonio
Beltrão; Jorge M onteiro da Silva; Josc Francisco dc L im a; Agenor
Batista de Azevedo; Euclides A rlindo Silva; A ristóteles Bispo de
Santana; E ugênio R ocha c novam ente E uclides A rlindo Silva.
A prim eira pessoa batizada com o E spirito Santo na igreja
cm Aracajií foi Sancha N ascim ento dos Santos.
A segunda cidade a receber a m ensagem P entecostal em Ser­
gipe. foi Propriá, situada nas m argens do rio São Francisco. A
posição geográfica da cidade de Propriá, scpaiada do E stado dc
Alagoas apenas pelo rio São Francisco, facilitou a missão dos ir­
mãos que viviam cm Alagoas, que levaram o testem u n h o de sua fé
aos habitantes de Propriá. C om o era de esperar, a igreja cresceu,
lançou seus ram os até outras cidades vizinhas, organizando outras
igrejas. Porém o trabalho não ficou sob a jurisdição dc Alagoas,
mas unido à igreja dc A racaju.
Sc a história da igreja cm outras cidades de Sergipe se de­
senvolveu sem incidentes e sem sacrifícios de grande m o n ta, o
m esm o não aconteceu ao povo do Senhor que vivia cm E scurial.
N o início dc sua existência, os dias decorreram norm ais para
a igreja cm E scurial. O uando, porém , a igreja com eçou a crescer,
despertaram tam bém os “T obias e Sam balates1', dispostos, como
diziam , a exterm inar a fé, custasse o que custasse.
O período mais acen tu ad o das perseguições aconteceu nos
anos de 1945 e 46, no pastorado de E uclides A rlindo e A ristóteles
de S antana.
N ão se julgue que os crentes em E scurial foram apenas amea-

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

çados e insultados, como sucedeu em m uitos lugares. E m Escu-


rial as perseguições incluíram prisões de hom ens e m ulheres ,dia­
riam ente, espancam entos constantes, por soldados da polícia m i­
litar que recebiam ordens para castigar fisicam ente os presos. \
cadeia local, nesse período, estava sem pre lotada; os perseguidores
não sabiam onde prender tan ta g en te. M u ito s dos nossos irmãos
ficaram com cicatrizes no corpo, com o testem u n h o das crueldades
q u e sofreram . A lguns foram exilados e som ente mais tarde p u ­
deram voltar.
As senhoras crentes eram presas e intim adas pelos policiais
a varier, e, às vêzes, a lavar os tem plos católicos, em sinal de hu-
m ilhaçãc; porem elas faziam esses trabalhos, alegres, cantando,
dando glória a D eus, pelo privilégio de sofrerem por causa do
Evangelho. Essas coisas deixavam atônitos os inim igos.
O u an to mais intensa era a perseguição, mais a igreja crescia,
m aior cra o núm ero de novos convertidos. O s inim igos ficavam
desesperados com a altivez e firm eza da fé d e hom ens simples e
in d e fe 'o s. M as não se registrou o único caso de recúo, ninguém
negou a C risto nesses dias de insegurança.
A perseguição era tão intensa e tão h u m ilh an te, que os crentes
foram proibidos de se saudarem com a saudação usada nas Assem­
bléia de D eus, que consta destas expressivas palavras: “A paz do
S enhor” . Igualm ente foram proibidos de cantar hinos em suas pró­
prias casas, enfim , parecia haver chegado a Escurial, a inquisição,
q u e dom inou a E uropa.
A contccc, porém , que D eus só p erm ite a m anifestação de
provações na m edida que o povo pode suportá-las. C hegou a hora
dos inim igos ajustarem contas, não com os hum ildes crentes, mas

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

com o próprio D eus, e essa hora foi decisiva e trágica para os


inimigos do Senhor.
A derrocada dos inim igos com eçou com a m orte trágica do
D elegado de Polícia que executava o plano dc perseguições orien ­
tado pel0 chcfe político local. C erto dia êle sc desentendeu com
o sargento do destacam ento, que lhe deu um tiro, à porta da casa
em que m orava. O executor dc espancam entos, ceifou com juros,
o que sem eou.
Logo a seguir, a esposa do chcfc político que orientava a per­
seguição, m orreu de um a doença tão terrível, que n inguém podia
suportar o m au cheiro que exalava, que sc cobriu de verm es. O
chcfe político, cabeça da perseguição, m orreu vitim ado pela m es­
m a doença. U m a senhora da sociedade local, que se destacou na
perseguição aos servos do Senhor, ficou soterrada pelo telhado da
própria casa, sendo quase fatal o acid en te. A inda outra pessoa
não se sabe com o, foi atirada ao chão por um a cabra e fraturou
um braço. E nfim , em pouco tem po, os inim igos foram desrtuídos,
e a igreja do Senhor, vitoriosa e triu n fan te, m archava para novas
conquistas de alm as.
N inguém com bate im p u n em en te contra o D eus vivo. Os fa­
tos c a história aí ficam para provar e confirm ar essas verdades.

— 181 —
B A H I A

C A P ÍT U L O X III

C A N A V I E I R A S

As prim eiras atividades do trabalho Pentecostal no E stado da


Bahia foram notados na antiga cidade de Canavieiras, no Sul do
E stad o . N o M ovim ento Pentecostal, em os prim eiros anos, tudo
era expontâneo c se caracterizava pela sim plicidade. Assim acon­
teceu em Canavieiras; Joaquina de Souza Carvalho foi m orar nes­
sa cidade. Os dados que possuím os não nos capacitam a declarar
com o chegara ela àquela cidade, nem a explicar se fôra unicam en­
te para anunciar a m ensagem Pentecostal ou se com outra fin a­
lidade tam b ém .
Porém , fato é q u e Joaquina de Souza, logo q ue chegou, co­
meçou a falar acerca do q u e sabia e conhecia, isto é, da salvação
e do batism o no E spírito Santo, e m uitos creram nessas verdades,
após verificarem que as m esm as estavam de acôrdo com a Palavra
de D eus.
Estava, assim, plan tad a a sem ente no E stado da Bahia, que
logo com eçou a dar fru to s. E n tre as prim eiras pessoas que creram
no batism o no E spírito Santo estava T eodoro Santana, m em bro
da igreja B atista, onde exercia, com eficiência, o cargo de diácono.

P R IM E IR O B A T IS M O NAS ÁGUAS

N o ano dc 1927 realizou-se em C anavieiras o prim eiro b a­


tism o nas águas, de m em bros da A ssem bléia de D eus no E stado

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

da Bahia. A notícia que chegou a Belém, Pará contava, ta m b e m ,


que nos últim os dois m eses de 1926, o Senhor batizara, naquela
cidade, 20 crentes eom o E spírito S anto.
O batism o dos prim eiros conversos foi efetuado pel0 p astor
João Pedro, hom em ativo c espiritual, cuja vida era um a inspi­
ração para os novos co n v ertid o s.

P R IM E IR A P E R S E G U IÇ Ã O

Logo que o E sp írit0 Santo com eçou a c perar, a co n vencer


os pecadores, a dar luz e inspiração aos erentes, a igreja, pequena,,
sim, adquiiia vida e entusiasm o. Essas coisas, porem , não agrada
vam aos hom ens religiosos, quer católicos quer evangélicos. P o r
essa razão inieiou-:e trem enda perseguição contra a Assem bléia de-
Deus, com o objetivo de im pedi-la de prosseguir, segundo os per­
seguidores supunham , com o Se fôsse possível im pedir a operação*
divina. E n tre os perseguidores mais exaltados, infelizm ente, figu­
rava o pastor da igreja batista local. A atitu d e désse pastor expli­
ca-se pela perda de alguns m em bros de sua igreja, que aceitaram
a doutrina Pentecostal, entre os quais sc contava o diácono T e o -
doro Santana, fato que abalou m uitos m em bros da igreja batistai.
E n tre ta n to essa a titu d e não se justifica, po rq u e com prom ete q u e m
a tom a, pois faz aflorar nos atos o ódio q u e está no coração _

P R IM E IR O PA STOR SEPARADO

N o dia 13 de julho de 1929 o povo P enteccstal de C anavieí-


ras foi convocado para a grande festa de am or que se realizaria
nessa d ata. N a véspera havia chegado à eidade o m issionário O tto
N elson, que viajara dc M aceió até Canavieirns para presidir a
festividade.

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

C om o crescim ento da igreja, o trabalho exigia um pastor


q u e lhe dedicasse todo o tem po, pois os novos crentes deviam ter
assistência esp iritu al. Era êsse o problem a da igreja. Assim, de
com um acôrdo, a igreja apo n to u para seu pastor, T eodoro dc San­
tana, que foi separado na data acim a m encionada, em reunião
presidida pelo m issionário O tto N elso n . A escolha de Teodoro
S atana parece q u e foi a m elhor que se poderia fazer, pois, 30 anos
depois da escolha, ainda continuava com o pastor da m esm a igreja.
D u ran te m uito tem p o foi Canavieiras o centro do m ovim ento
Pentecostal; dessa cidade irradiou-sc para outros p o n tes do in te ­
rior do E stad o .

C U R A Ç Á

A cidade dc C uraçá, 11a Bahia, foi um a das prim eiras a re­


ceber o Evangelho e a fé Pentecostal 110 E stad o . H avia pouco
tem po que o testem u n h o havia chegado a algum as cidades do li­
toral; não se podia esperar que o E vangelho avançasse im ediata­
m e n te para o interior.
E n q u a n to os poucos crentes, das pouquíssim as igrejas da
Bahia, se esforçavam para que a obra do Senhor triunfasse, a igreja
no R io de Janeiro, sem q ualquer com binação prévia, desconhecen­
do as atividades dos crentes da Bahia, tinha seus olhos voltados
para a terra dc R ui Barbosa, desejosa dc cvangclizar o grande E s­
tado do L este.
N o ano dc 1928, após consultar a igreja 110 Rio de Janeiro,
G u n n a r V ingren, seu pastor, insistiu com dois m em bros da m es­
m a igreja q u e haviam nascido na Bahia, insistiu, repetim os, para
levassem 0 E vangelho aos seus p a re n te s. O bedecendo à ordem d i­
vina c à insistência do pastor V ingren, C atarin o V arjão e Silvério
T em plo da A ssem b léia de D eus — S alvad or — B ahia
H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s no B ra sil
C am pos, em barcaram no R io dc Janeiro com destino a Curaçá,
onde o prim eiro tin h a fam ília.
E m C uraçá os dois m em bros da igreja do Rio de Janeiro,
contaram a todos o q u e D eus estava fazendo 11a C apital da R e­
pública, mas insistiam em que a m ensagem dc salvação era para
todos. A lguns m em bros da fam ília V arjão aceitaram a C risto . As
portas estavam abertas para o Evangelho.
O s prim eiros cultos foram realizados na casa dc M anoel Er-
n estino V arjão, que ofereceu sua casa para se realizarem as pri­
m eiras reuniões. A congregação dos novos convertidos, ao fim dc
dois meses já contava 30 m em bros. O s dois visitantes, isto é, C a-
tarino V arjão e Silvério C am pos voltaram ao Rio de Janeiro com
as boas notícias de m ais um a Assembléia de D eus em C uraçá.
O peq u en o reb an h o não ficou abandonado; do Rio dc Janeiro
enviavam -lhe literatura, cartas dc anim ação, vez por outra alguém
o visitava, enfim , D eus fêz Seu povo prospeiar. Algum tem po
depois os irm ãos cm C uraçá anim aram -se e co nstruíram seu te m ­
plo que ficou sendo a sede, à rua D r. Pedro Santos T o rres.

NA C ID A D E DE SALVADOR

A C ap ital do E stado teve oficialm ente iniciado o trabalho no


ano dc 1930; e n tre ta n to antes dessa data haviam -se realizado cu l­
tos ao ar livre, dirigidos pelo pastor João Pedro, q uan d o de sua
passagem e visitas a Salvador. N ão nos foi possível obter con­
firm ação de algum a conversão nesses cultos; parcce-nos que esse
trabalho ocasional não deu frutos im ediatos.
O registro oficial do trabalho 11a cidade dc Salvador, verifi­
cou-se 110 dia 27 dc m aio de 1930, com o prim eiro culto realizado

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H istó ria das A s s e m b l é ia s de D eu s no B r a sil
à rua Carlos G om es, 402, na residência do m issionário O tto N e l­
son, que tam bém dirigiu a reunião.
O tto N elson foi para Salvador, após haver trabalhado vários
anos em M aceió; D eus o cham ava para a terra de R u i Barbosa,
e êle teve que obedecer. C onvém no tar q u e alguém estava orando
a D eus, para que enviasse um obreiro à capital da B ahia. Êsse
alguém , soube-se depois, era João D om ingos c fam ília, um dos
crentes mais antigos e fundador do trabalho em Belém , P ará. Êle
m udou-se para Salvador e desejou que o Senhor estabelecesse ali
um a A ssem bléia, como noutras cidades. O rou ao S enhor nesse
sentido e D eus enviou, então, O tto N elson e fam ília.

P R IM E IR O S FRU TO S

N ão se pense que foi tarefa fácil o início do trabalho em


Salvador. É conhecida de todos a fam a idolátrica da Bahia, tão
bem retratada no exagerado núm ero de tem plos que abrigam ído­
los. N ão m enos num erosos são, tam bém , os ritos fetichistas c
bem assim o de outros cultos pagãos de origem africana trazidos
pelos escravos, cujo desenvolvim ento mais acentuado deu-se na
B a h ia.
Todos êsses elem entos pareciam haver sc unido para h o sti­
lizar o Evangelho de Cristo, conform e se d epreende destas n o tí­
cias de O tto N elson, após seis meses de esforços. V am os ler o
que êle escreveu naquela época:
“O s inimigos têm sido m uitos a com bater contra nós; co n ­
tudo, sentim os que D eus está co n o sco . . . A qui em Salvador ainda
não podem os dar novas de grande progresso do trabalho, mas te ­
m os sem eado a sem ente, bem assim a tem os regado com as nossas
orações. -

— 187 —
H istória das A s se m b l é ia s de D eu s no B r \ s il
Esperam os, agora, q u e o S en h o r dê o crescim en to . A té hoje
têm-se entregado não poucos pecadores, mas nem todos tem per­
m anecido; c o n tu d o dam os graças a D eus pelos que têm ficado
firm es e estão alegres no Senhor.
O n te m , 7 de dezem bro de 1930, tivem os o prim eiro serviço
de batism o e q u atro novos crentes, alegres no Senhor, foram se­
pultados com C risto pelo b atism o . T em os alguns congregados, os
quais, breve, havem os de vê-los no m esm o cam inho (batism o) de
obediência a Jesus” .
Os prim eiros a serem batizados nas águas foram : Presídio C ar­
los de Araújo, A delina D om ingos Dias, Lídia e R u th N elson e
irm ã A delaide. A prim eira pessoa batizada com o E spírito Santo
em Salvador foi a irm ã H o n o rin a.
C om o crsecim ento do trabalho a igreja transferiu-se para a
rua dos C apitães, 43 (hoje R ui B a rb o sa ). M ais tarde m udou-se
para a rua D r. Seabra, 75, e depois para a Ladeira do Boqueirão, 7
(atual C u stó d io de M e lo ), onde está até hoje. O prim eiro te m ­
plo que a igreja construiu está situado à rua L im a e Silva, no
bairro da L iberdade e foi inaugurado no dia 17 de agôsto de 1941.
N a capital há 7 tem plos.
Seis meses dc esforços foram necessários para se realizar o pri­
meiro b atism o . C o m o era diferente de outros lugares onde o E v an ­
gelho foi aceito sem dificuldades. Porém , logo a seguir tu d o se
m odificou, de form a que os batism os se sucederam e a igreja cres­
ceu para honra e glória do S enhor.
O tto N elson não cuidava som ente do trabalho na capital; sua
visão aleançava ó interior do E stado, on d e as necessidades espiri­
tuais eram Idênticas às da cidade.
D o relatório de um a viagem q u e realizou à eidade de V alen ­

— 188 —
H istória das A ss e m b l é ia s de De u s no B r a sil
te, m unicípio de C oité, lemos o seguinte: “A Palavra de D eus
não tinha sido anunciada antes, a não ser por um crente presb ite­
riano que lá m orou pouco tem po, há vin te anos.
r “ E u estive lá com um m em bro da igreja em Salvador, cujos
pais residiam ali, e que já tin h am crido no E vangelho pelo tes­
tem u n h o do filh o . Passei lá quase duas sem anas celebrando cultos,
tôdas as noites. O s domingos, qu e lá estive, foram aproveitados
para realizar cultos à tarde, a-fim de ;que grande núm ero de pes­
soas que tin h am vindo para a feira, pudessem ouvir a pregação do
Evangelho. . . . . . . .
“M ais de 20 pessoas aceitaram a C risto po r seu único Salva­
dor, abandonando o pecado eTas'coisas m u n d an as. G randes coisas
fêz o Senhor d u ran te os dias q u e lá estive: U m a m u lh er que fôra
m uito m á para com o m arido, d u ran te m uitos anos, e que dizia
não o perdoar, aceitou Jesus e, depois, arrependida, foi pedir des­
culpas ao m arido. D os novos convertidos batizei 13, ficando o u ­
tros para fazerem o mesm o, em outra o p o rtu n id ad e” .
Pouco a pouco o testem u n h o Pentecostal foi p en etran d o em
vilas e cidades, sem alarde, mas realizando obra sólida e eficiente
nas vidas dos pecadores. D u ra n te seis anos o m issionário O tto
N elson serviu à igreja, a princípio na C apital e depois em todo
o E stado.

P R IM E IR A CONVENÇÃO ESTAD UA L
N o ano de 1936 a igreja já estava em condições de prom over
um a Convenção E stad u al. Êsse fato é m u ito significativo e atesta
o progresso do E vangelho na B ahia.
N os dias 27 de abril a 3 de m aio de 1936, a igreja em Sal­
vador hospedou a prim eira C onvençã0 E stadual, q ue foi m uito
concorrida e alcançou suas finalidades.

— 189
H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s no B r a o t l

N a m esm a ocasião O tto N elson deixou o pastorado da igreja,


por ter de viajar para a Suécia. A igreja convidou então Aldor
Petcrson para servir com o pastor.
Já então o trabalho estava estabelecido e continuava a p e n e ­
trar nas longínquas cidades, através do testem u n h o dc crentes h u ­
m ildes que visitavam seus parentes ou que se transferiram para
esses lugares. E m V alen te, pequena localidade dc 400 habitantes,
segundo cscrevcu C ésar R ibeiro M aciel, 70 ciam convertidos e
esperava que o núm ero se elevasse.
N o mês dc m arço de 1940 a Assem bléia de D eus em Sal­
vador realizou a Sem ana Bíblica, isto é, um a série de E studos
Bíblicos q u e foram dirigidos por Joel C arlson.
A 20 do m esm o mês a igreja rcccbia e saudava bem -vindo,
como pastor, João dc O liveira, que sentiu ducção para trabalhar
ua Bahia.
E n tre os assuntos im portantes da Sem ana Bíblica destacou-se
a consagração para servirem com o pastôres, os irmãos: C ésar M a ­
ciel c M arcelino A raújo.
N os dias 13 dc setem bro dc 1940 a igreja com em orou festi­
vam ente o 10.° aniversário, h o sp endando nessa data a C onvenção
Geral das Assem bléias dc D eus. Nessa C onvenção sugerin-sc a
realização da Conferência Pentecostal Sul A m ericana c que a m es­
ma sc realizasse cm P ò rto Alegre, Rio G ran d e do Sul.
N 0 dia 17 dc agôsto dc 1941, a Assembléia dc D eus cm Sal­
vador, após um grande esforço da parte dc seus m em bros, inau­
gurou seu tem plo 110 bairro da L iberdade, sendo q u e o ato festivo
teve grande repercussão na im prensa local.
N o mes dc junho dc 1943, a Escola Bíblica dêsse ano esteve
a cargo do m issionário N cls J. N elso n . D u ra n te esse ano a igreja

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H istóiíia das A s se m r l é ia s de D eu s no B r a sil
rcccbcu 1S3 novos m em bros, fato que representa um a grande vi­
tória para uma ig;cja não m uito antiga.
O u t.o acontecim ento do ano dc 1943 foi a grande q u antidade
dc literatura distribuída o que explica o progresso do trabalho; cm
poucos meses distribuiu-se 100 m il folhetos, além dc elevado n ú ­
mero do jornal M ensageiro da Paz.
Nos dias 6 a 13 dc fevereiro, cm Salvador, sob o patrocínio
da Assembléia dc D eus, realizou-se a confraternização das m oci­
dades d i Bahia c Sergipe. Nessa ocasião resolveram sustentar um
colportor, cujo objetivo era colocar a Palavra dc D eus nas mãos
do povo.
O colportor escolhido foi A ristóteles Bispo dc Santana, cujo
relatório dizia o seguinte, ao fim dc seis m eses:, “ Iniciei logo o
trabalho c comecei a viajar; até agora já visitei 38 cidades, in clu ­
sive a zona do rio São Francisco, procurando alcançar tôdas as
casas, distribuindo folhetos, Evangelhos c explicando a todos o
que quer dizer a Palavra divina e a salvação’'.

F E IR A DE SA N TA N A
O ano de 1937 assinala as prim eiras atividades da Assembléia
dc D eus na próspera cidade dc Feira dc Satana, através dc Josc
Carlos G uim arães, que ali fóra para tratar dc negócios m ateriais,
porém , sem descuidar a recom endação do apóstr lo dc pregar a
Palavra cm todo o tem p o .
O testem u n h o de José Carlos foi recebido por m uitas pessoas
que logo sc decidirem seguir a C risto. E n tre os prim eiros con­
vertidos contam -sc os seguintes: M aria Júlia dos Santos; Brasilina,
Justina, O tilia Ferreira; João Pedro O liveira; A nita B itcncourt c
o irmão Prachedcs.
Os prim eiros cultos cm Feira dc S antana realizaram -se à rua

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H istória das A ss e m b l é ia s de D eus no B ra sil
do Fogo, na. casa da irm ã M aria Júlia; mais tarde a eongregação
transferiu-sc para um salão situado à rua Barão de C otegipe, e
depois para a Travessa In te n d e n te Freire,* 55.
Os prim eiros novos eonvertidos em Feira de Santana foram
batizados no rio Paraguaçu, na eidade dc C aehoeira, pelo pastor
José M oreira e Silva, que naquele tem po euidava do trabalho em
Feira de S antana. O s prim eiros batizados eom o E spírito Santo
foram : M aria Júlia e o irm ão Praehedes. D en tre os prim eiros pas­
tôres contavam -sc Jorge M onteiro da Silva e M anoel Joaquim dos
Santos; no -pastorado dèste últim o fundou-se o orfanato m antido
e adm inistrado pelas Assem bléias de D eus.
C A R R A P I C H E L
.N o ano de 1937 M areelino Araújo sentiu que devia ir tra­
balhar em Carrapiehel; nessa eidade já havia alguns crentes, po-
íém não tin h am pastor, e pediam que algum obreiros os assistisse.
A lgum tem p o depois M areelino Araújo cserevia estas expressivas
notíeias: “ C heguei aqui em dezem bro de 1937; encontrei alguns
irmãos; porém não tin h am um salão que servisse para realizar cu l­
tos. A m inha vinda para eá, foi, elaram cntc, dirigida por D eu s.
Já edifieam os um bom tem plo, que foi eonstruído em oito
m eses. Q ue maravilha! D e fevereiro de 1938 a janeiro de 1939,
batizei nas águas 52 novos erentes e outros 12 estão prontos para
darem o m esm o passo” .
Ao m esm o tem po em outras eidades o M o v im ento Pentccos-
tal penetrava tam bém eom o m esm o ardor, com o o que deelara
a seguinte carta reeebida de

JUAZEIRO
Depois de haverm os sem eado com lágrimas, estam e-nos íc-
gozijando nas bênçãos do S en h o r. Aleluia! A p artir de ju n h 0 de

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H istória das A s se m b l é ia s de D eus no B r a sil
1938, tem os realizado batism o cada dois meses, em razão de haver
sem pre m uitos candidatos.
“O fogo penteeostal está aeêso em nosso meio vencendo obs-
táeulos, destruindo preconceitos e Jesus está salvando alm as e b a ­
tizando-as com o E spírito S an to ” .

VALENTE
Algum tem po depois ehegavam -nos às mãos, enviadas por
Jorge M onteiro da Silva, en tre outras, estas expressivas notícias:
“D esde então o fogo eelestial eontinua ardendo neste sertão bahia-
no e hoje, nesse lugar, tem os eêrea de 200 crentes em Jesus, m u i­
tos dos quais são batizados eom o E spírito S an to . É m aravilhoso
ver um povo outrora desprezível, hoje eheio de gratidão a D eus,
pela salvação q u e reeebeu em C risto; por êsse m otivo as portas
abrem -se à pregação do E vangelho.

— 193 —
C A P IT U L O X IV

E S P ÍR IT O SANTO

CHEGA À C ID A D E DE V IT Ó R IA O P R IM E IR O
PREG A D O R PEN TECO STA L

O s prim eiros arautos pentecostias que chegaram a eidade de


V itó ria , foram G aldino Sobrinho e espôsa, no ano de 1922, ha­
vendo passado dois anos sem receber qualquer visita de pregado­
res ou pastôres.
A o iniciar-se o ano de 1924, chegava à cidade dc V itória, ca­
p ita l do E stado do E spírito Santo, o m issionário D aniel Berg, cujo
objetivo era estabelecer ali um a igreja, com o antes fizera em o u ­
tros lugares. E n tre ta n to , parece, q u e não havia chegado o tem po
para se estabelecer o trabalho nessa cidade.
O m issionário D aniel Berg efetuou os prim eiros cultos na
ru a dc Santo A ntonio, no cen tro da cidade. D u ra n te o dia visita­
v a as famílias e convidava-as para assistirem os cultos. Dessa for­
m a realizava um trabalho de evangelização pessoal. Ao fim dc
alguns meses D aniel Berg deixou a cidade de V itória, sem que
o trabalho ficasse estabelecido. N ão sabemos se ficou algum a pes­
soa convertida nessa cidade, pois o contacto definitivo com as
igrejas de outros Estados sòm cnte sc fêz sentir no ano de 1927
o u 1928.
Nessa data chegaram a V itó ria, procedentes da Assembléia
d c D eus cnr Araeajú, Sergipe, sete m em bros da referida igreja.
Logo que chegaram iniciaram o trabalho de evangelização pessoal,

— 194 —
195

T em plo da A ssem b léia de D eu s -


- V itória — E spírito Santo
H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s no B ra sil
com resultado surpreendentes, pois D eus converteu várias pessoas.
. Esses pioneiros não perderam o con tacto com os irmãos em Ser­
gipe, pois desejavam que a igreja em Araeajú participasse da ale­
gria de mais um farol a piojetar a lu z do E vangelho em m eio às
trevas.
H avendo m uitos novos convertidos que requeriam assistência
espiritual, os crentes pediram à igreja em Sergipe que lhes envias­
sem um pastor para pôr em ordem o trabalho e d o u trin ar os no ­
vos convertidos. A igreja aten d eu ao pedido de seus antigos
m em bros.
N o dia 9 de maio de 1930 chegava à cidade de V itória o
pastor João Pedro da Silva, para aten d er à solicitação dos irmãos,
e para co n tin u ar o tiab alh o bem iniciado. Nessa data reuniram -se
para louvar ao Senhor, mais de trin ta pessoas, en tre crentes e in ­
teressados. O pastor João Pedro alugou um salão para realizar os
cultos, porém verificou que poucos meses depois, o m esm o já era
pequeno para com portar o núm ero de pessoas que ali se reuniam .
O prim eiro batism o nas águas efetuado em V itória pelo pas­
tor João Pedro realizou-se no dia 8 de junho de 1930. N ão se
havia passad0 um mês, n ovam ente se efetuou o batism o, isto é o
segundo batism o, 110 dia 6 de julho de 1930.
C om a chegada do pastor, o trabalho entro u cm fase de ex­
pansão.
A prim eira Congregação foi organizada no bairro de Santa
Lucia; a segunda, em Jacutuguara; a terceira em Pedreiras; a quarta
em A taíde, c a q u in ta em Areai e, por últim o, a de Aribiri; onde
atu alm e n te está a sede.
Eis os nom es dos prim eiros crentes que form aram a Assem­
bléia de D eus em V itó ria:
Francisco G ald in o Sobrinho; L eopoldina da C osta Sobrinho;

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H istória das A ss e m b l é ia s de D eus no B r a sil
João T oseano d e Brito; M aria dc Oliveria; M anoel T ibúrcio; José
M artins; A ntônio G abriel; Franseieo Faustino; Josefa F austino;
M aria R aim undo; N air R aim undo; Joaquim G aldino; Puleina da
Conceição; Ibiapino Luiz e espôsa; C ân d id o D ias da H ora; M aria
dos Anjos H ora; M adalena dos A njos M ota; Josc M ota; M aria
H oia; V ito r H ora; A brahão c espôsa; A dalberto Pacote; A quino;
D codoro; Josc V icen te Ferreira; M anoel C ocino; F abiano e es­
pôsa; Josc Pedro; A ntô n io da Barra e espôsa; Pedro da Silva t es­
pôsa; Francisco Santana e espôsa; M aria Santana; O rm an d in a Sil­
va; Levino, c outros.
Estava vitoriosa a eausa de C risto na eidade dc V itó ria . O s
pecadores eonvertiam -se às dezenas, eom o se pode depreender des­
ta sugestiva notícia enviada pelo pastor João Pedro c publicada 110
M ensageiro da Paz de 15 de o u tu b ro de 1931: “ N o mês de junho
batizei nas águas 27 novos crentes e no m esm o mes de agôsto ba­
tizei núm ero igual, isto é, 27 pessoas” .
A partir de então o testem u n h o da obra Pentecostal foi levada
a outras cidades do interior do E stado e do E stado de M inas, com
os mesmos resultados com o na capital.
N o dia 27 de maio de 1934, a Assem bléia dc D eus em V itó ria
viu partir para vida m elhor, o pastor João Pedro da Silva, após 5
anos de eficiente pastorado. Ao p artir eom o Senhor, a igreja con­
tava 1.110 m em bros nos vários lugares que lhe estavam jurisdi-
cionados.
S ubstituiu o pastor João Pedro, no dia 16 dc junho de 1935,
o pastor Joaquim M oreira da C osta.
T am b ém serviram eom o pastores na A ssem bléia de D eus em
V itória, os irmãos Tales Caldas, Belarm ino Pedro R am os, E u-
genio de O liveira, José M enezes e W ald o m iro M artins Ferreira,

— 197 —
H istória das A s s e m b l é ia s de D eu s no B ra sil
êste últim o serviu o período m ais longo do pastorado, naquela
igreja, na qual perm anecia ao tem po em que se escreveu êste livro.

C A C H O E IR O DE IT A P E M I R I M
A n te , de a m ensagem P enteeostal p en etrar na eidade de C a­
choeira de Itapcm irim , os pregadores ou sim plesm ente aquêles que
anunciavam esms verdades, pereorreram vilas e cidades vizinhas,
eonro que a fazer o eèrco da im p o rtan te eidade q u e é C aehoeiro.
Cam ilo Pcelat, que servia ao Senhor em Itap eruna e outras
cidades do no rte do E stado do Rio, pregou a m ensagem P en te ­
eostal, pela prim eira vez, em 1937, em M atãozinho, próxim o à
cidade de C aehoeiro. A pregação im pressionou sobrem odo àqueles
que a ouviram , prin eipalm en te alguns m em bros de igrejas evan­
gélicas .
No ano de 1938, C am ilo Peelat foi eonvidade a pregar na ei­
dade de Itaóea, em easa de João Leonardo da Silva. A êsse tem po
as nctíeias aeêrea dos penteeostais haviam ehegado a quase todas
as cidades, e todos desejavam eonheeer as novas doutrinas a n u n ­
ciadas eom tan ta ênfase, de m odo q u e os eonvites a C am ilo P e ­
elat ehegavam de tôda a p arte.
Um dêsses convites era de Caehoeiro; 110 dia 27 de dezem bro
de 1938, C am ilo Peelat pregou pela prim eira vez nessa eidade, na
casa de um cren te m etodista, eom o resultado de dez pessoas
salvas por C risto, fato poueo eom um , naqueles dias. N o dia 4 dc
janeiro de 1940 P eelat pregou n ovam ente em C aehoeiro, na mesma
casa, no bairro de V ila R iea.
M uitas pessoas ereram nas verdades Penteeostais, de modo
que foi necessário estabelecer sreviço d e cultos regulares. D e Vila
Riea, onde inicialm ente se estabeleceu o trabalho, transferiu-se para
alto de A quidabam , on d e perm aneceu até 1946.

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H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s no B r a sil
E m 1946 o trabalho já se havia desenvolvido e penetrou em
G arrafões, N ova C anaã, Ipé, M u q u i, e ainda cm outros lugares.
Foi nesse ano, que a Assem bléia de D eus em C achoeiro inaugurou
o seu tem plo, na rua Sam uel Leví, 135.

FUNDÃO
Situa-se no ano de 1936 o prim eiro m ovim ento P antecostal
que chegou à cidade de Fundão, no E spírito S anto. Às Boas N o ­
vas foram para lá levadas por alguns habitantes, que foram assis­
tir um culto Pentecostal na cidade de T im b u í. Êles ficaram tã o
entusiasm ados com a m ensagem q u e ouviram , que resolveram a n u n ­
ciá-la tam bém cm F u n d ão .
Alguns meses depois já se contava um bom n úm ero de in te ­
ressados. A pedido dos novos convertidos, a igreja em V itó ria
enviou para lá João Ferreira, cuja missão era prestar assistência
espiritual. D u ra n te três anos João Ferreira não cessou d e a n u n cia r
as verdades divinas ao povo de F u n d ão , e D eus aprovou o seu
trabalho, salvando m uitas pessoas.
Os cultos eram efetuados em casas particulares, até que em
abril de 1938 os crentes edificaram seu p equeno tem plo em u m
tciTeno ofertado por M anoel C o sta. O trabalho co n tin u o u a de-
scnvolvcr-se mais e mais, exigindo um tem p lo maior' e mais cen ­
tral. Os trezentos m em bros que form avam a igreja naquela época
viram seu desej0 de possuir m elhor tem plo, satisfeito e cu m p rid o
no dia 6 de setem bro de 1941, q u ando a igreja, em reunião festiva,
inaugurou sua sede. Presentes à inauguração estiveram os pastô ­
res: Sam uel N vstrom , B elarm ino Pedro R am os e E ugênio de O li­
veira, o prefeito local e dem ais autoridades M u nicipais.

— 199 —
C A P ÍT U L O X V

NITERÓI
N os prim eiros meses do ano de 1925, logo após sua organi­
zação, a Assem blcia de D eus no Rio de Janeiro lançou suas vistas
para o ou tro lado da baía d G uanabara, isto é, para N iterói, C a ­
p ita l do E stado do Rio de Janeiro.
Os prim eiros cultos na cidade de N iterói realizaram -se à T r a ­
vessa da C ruz, 25, próxim o ao quartel do E xército. O s cultos rea­
lizavam-se sòm cntc às segundas-feiras. A responsabilidade do tra ­
balho estava a cargo da A ssem bléia de D eus no Rio dc Janeiro.
Sem analm ente um a caravana atravessava a baía para celebrar o
culto em N iteró i.
N os dom ingos ficava constituída a em baixada que 110 dia se­
guinte visitaria N iterói; os músicos eram convocados c com pare­
ciam . Os pregadores eram solicitados c aceitavam prazeirosam ente
o encargo dc pregar. E n tre os pregadores da época, que m uitas
vezes acom panham os a N iterói, estavam os seguintes; G u n n ar
V ingren; P alatino dos Santos; Paulo Lcivas M acalão; N apolcão dc
O liveira; José Cajazciras; José Teixeira Règo e m uitos outros.
N o m ês dc agòsto dc 1926 chegava a N iterói, proveniente dc
Santos, João C orrêa da Silva c espôsa. A té essa época o núm ero
dc crentes residentes cm N iterói, era apenas dc três.
Da Travessa da C ruz os cultos foram transferidos para a T ra ­
vessa Barcelos, 36, residência de João C orrêa. Foi nesse tem po que
mais quatro pessoas sc uniram ao p eq u en 0 grupo, cujos nomes

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H istória das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a sil
são: Salvador e espôsa; G aldina e A lm erindo P in to . Foi tam bém
nesse tem p o que Jesus batizou os prim eiros crentes.
D a Travessa Barcelos a igreja transferiu-se para a rua João Ba­
tista, e mais tarde para a rua A ngelina.
N o m ês de novem bro de 1930 o m issionário Sam uel H edlund
assum iu o pastorado da igreja. U m a das prim eiras iniciativas de
Sam uel H ed lu n d , foi alugar o safão da rua Saldanha M arinho, 58,
lugar central, e mais tard e transferiu-se para a rua V isconde dc
U ruguai, 153.
Sam uel H ed lu n d serviu à igreja até ao ano de 1932. Nessa
data a igreja recebeu com o pastor in terin o o irm ão Francisco Leo­
poldo C oêlho, que ficou até dia 19 de janeiro de 1956 quando foi
cham ado a estar com o S en h o r. Assum iu então o pastorado o
pastor M oisés Soares.
Por sugestão do pastor Francisco C oelho a igreja transferiu-sc
para a rua Soledade, 153. Fo nesse local que o despeitam ento vi­
sitou a igreja, e m uitos foram salvos. D a rua Soledade, em razão
do progresso do trabalho, no ano de 1935, a igreja transferiu-se
para a A lam eda São Boaventura, 933.
F inalm en te, no dia 31 de janeiro dc 1943, a Assem bléia dc
D eus em N iterói inaugurou seu tem plo q u e passou a ser a sede
da m esm a, na travessa São Januário, 36.
N os vários bairros da cidade o trabalho estendia-se com
extraordinário sucesso. Por essa razão foi necessário construir te m ­
plos em Pôrto da M adam a, Itauna, N ova C idade, Rocha e E n ­
genhoca. N o ano de 1946, a igreja elegeu mais um pastor, M oisés
Soares da Fonseca, que aliviou os encargos do pastor Francisco
C o elh o . N o ano de 1953, a igreja separou para servir com o paster

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H istória das A ss e m b l é ia s de D eus no B ra sil
o então presbítero João C orrêa da Silva, cuja atividade se estendeu
às igrejas de N ova C idade e Ita u n a .

DUQUE DE C A X IA S

N aqueles dias distantes do ano de 1930, a cidade de D u q u e


de Caxias cham ava-se apenas Caxias; só mais tard e recebeu o acrés­
cimo de D u q u e para diferenciá-la de outras cidades no N o rte e
no Sul que tin h am o m esm o n o m e.
Caxias não era a cidade progressista de hoje; era apenas um
burgo com pouquíssim as ruas. Para se alcançar Caxias, não era
fácil nem com odo com o a tu a lm e n te . A única condução do Rio
para Caxias eia o trem , já que ônibus e outros meios de condução
apenas eram conhecidos 110 centro da cidade do Rio d e Janeiro.
Apesar de todas as dificuldades, a A ssem bléia de D eus no
Rio de Janeiro tin h a sua atenção voltada para Caxias, desejosa dc
evangelizá-la e estabelecer ali um a igreja forte e fiel.
O prim eiro crente que foi m orar em D u q u e de Caxias, foi
A ntonio F ranklin de Barros, no ano de 1930. A nto nio F. Barros
desejava que a m ensagem se difundisse por tòda a parte, e para
que o desejo se concretizasse, ofereceu a sua casa para nela sc
realizarem cultos.
A igreja no Rio de Janeiro viu nesse oferecim ento a oportu­
nidade de evangelizar Caxias, e mobilizou vários de seus m em bros
para se encarregarem daquele setor de trab alh o .
O prim eiro culto Pentecostal efetuado em Caxias, realizou-sc
11a V ila Flávia, atual íua Etelvina C haves, 194, casa d e A ntonio
F. Barros, no ano de 1930. D irigiram o prim eiro culto, isto é,
pregaram naquela reunião os seguintes m em bros da A ssem bléia dc
D eus 110 Rio de Janeiro: Joaquim Santana; José A rm indo; Isidrw

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H istória das A s s e m b l é ia s de Deus no B r a sil
Ferreira, e assistiram m uitos outros, cujos nom es não foram ano­
tados .
C om êsse culto, estava iniciado o M ovim ento Pentecostal em
D uque de Caxias, que pouco depois se projetaria por tôda a ei-
ciade. Os cultos eontin u arm a a ser realizados po r algum tem po
na easa do irm ão Barros. M ais tarde, porém , as reuniões passa­
ram a ser realizadas na Av. N il0 Peçanha, easa de M anoel R ibeiro.
E n tre ta n to o rebanho ereseia e necessitava de um local mais
am p lo . O problem a foi então resolvido eom a transferência para
um grande salão, situado na Av. Rio Petrópolis. M as a fam ília de
D eus jeontinuou a crescer, exigia local ainda m aior. A solução,
pensaram todos, era construir um grande tem plo que abrigasse
centenas e m ilhares de pessoas.
Essa idéia teve que ser adiada po r algum tem po, em razão da
falta d e recursos. Ao tem p o em qu e a igreja funcionava na Av. Rio
Petrópolis, era pastor da igreja o irm ão T ales C aldas. Êle tam bém
se interessou pela construção do tem plo.
F inalm en te, no dia 25 de agôsto de 1942, a Assem bléia de
Deus em D u q u e de Caxias, inaugurava o seu tem plo, à rua P in to
Soares, 235. N o ano de 1944 a igreja elegeu para seu p astor o ir­
m ão B elarm ino Pedro R am os.
N o dia 24 de janeiro de 1947, a A ssem bléia de D eus em D u ­
que de Caxias e o pastor B elarm ino tiveram a satisfação de ver
inaugurado o segundo tem plo, m uitíssim o m aior do que o prim eiro,
e finalm ente o m agestoso tem plo atual, paia glória de D eus.

BELFORD ROXO
O te ste m u n h 0 Pentecostal chegou a Belford Roxo no mês
de junho de 1925. Poucas cidades no E stado do Rio nessa época
conheciam a m ensagem Pentecostal. A igreja na eidade do Rio de

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H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s no B r a sil
Janeiro tinha, apenas, um ano de existência, porém seus m em bros
ardiam de zêlo por levar a m ensagem viva a tôdas as cidades vi­
zinhas, e Belford Roxo foi um a das prim eiras distinguidas com o
privilégio divino de conhecer o E vangelho com pleto.
E n tre os prim eiros crentes que anunciaram o E vangelho em
Belford Roxo, estão José Cajaseiras e C atarino V arjão.
Os primeiros cultos foram realizados ao ar livre na Praça
D r. Francisco Sá; o fato causou sensação na localidade, pois o povo
não estava habituado a assistir a pregação do E vangelho a céu aber­
to . Dessas atividades surgiram os prim eiros frutos, isto é, os pri­
meiros crentes, cujos nom es slo os seguintes: C elina F ran q u e lim
da Silva, A lcina G om es da Silva, José Soares, G u ilh erm e Inácio
N unes, M arcelino G om es da Silva, Luzia M aria e N o em i. O s no­
vos convertidos foram batizados pelo m issionário G u n n a r V in ­
gren,na Praia do C aju, no R io de Janeiro.
C om a conversão dessas e de outras pessoas, abriram -se as
portas ao Evangelho, e os cultos passaram a realizar-se na casa dc
José Soares, na rua D r. Francisco Sá. As caiacterísticas da d o u tri­
na pentecostal, eram salvação e batism o com o E spírito S anto.
O u tro s havia que tam bém anunciavam o E vangelho, porém não
com a m esm a ênfase, e jamais m encionavam a d o u trin a do E s­
pírito S anto.
Êsse fato despertou a atenção de alguns crentes, que p e rten ­
ciam à igreja batista, os quais creram e se convenceram de que o
batism o com o E spírito Santo é para os crentes de tôdas as épocas,
em todos os lugares. E n tre os prim eiros batizados com o E spírito
Santo (a prim eira a liás), conta-se a irm ã C arlota V arjão.
A partir de então, o interêsse pelo trabalho do Senhor e o
entusiasm o pela divulgação da m ensagem d Q E vangelho foram as
notas predom inantes das vidas dos participantes do p equeno reba­

— 205 —
H istória das As s e m b l é ia s de D eu s no B ra sil
n h o . O núm ero de convertidos crescia dia a dia. A casa em que
se reuniam tornou-se p e q u en a. Estava criado o problem a de es­
paço, isto é, o desafio para se construir um tem p lo .
Dois crentes decididos, C atarino V arjão e Silvério C am pos,
enfrentando tôdas as dificuldades, lançaram -se ao trabalho dc cons­
tru ir um tem plo para a novel igreja. C ertam en te foram grandes
os obstáculos que defrontaram , porém a fé viva e decisão dc servir,
levaram-os ao térm in o do em p reen d im en to .
No dia 2 de novem bro de 1931, estava term inado c foi in au ­
gurado o tem plo da A ssem bléia de D eus cm Belford Roxo. O
tem plo fòra construído no m esm o local em que se realizaram os
prim eiros cultos em recinto fechado, isto c, na casa dc Josc Soares.
O prim eiro pastor da Assembléia dc D eus em Belford Roxo
foi M snoel Leite, que foi su b stituído mais tarde, pelo missionário
W a lte r G o o d b an d . N o dia 9 dc julho de 1934, assum iu o pasto­
rado da igreja o pastor M anoel dos Santos, cujo m inistério, eficien­
te c dedicado inspirou a congregação a consagrar-se ao tiabalho
divino.
A igreja cresceu, alcançou outras cidades, c requeria mais
obreiros. N o dia 13 de agôsto de 1934, atendendo às necessidades
do trabalho, separou para diáconos os irmãos Josc B ernardo da
Silva c José M aria da Silva.
Nos dias 9 c 11 dc dezem bro de 1936, a Assembléia dc Deus,
cm Belford Roxo dando provas dc sua pujança, hospedou a C o n ­
venção Regional do D istrito Federal c E stado do Rio, que reuniu
obreiros do E stado, do D istrito Ecderal c dc outros E stados.
Com a m o rte do pastor M anoel dos Santos, a igreja convidou
para seu pastor o irm ão Francisco Coelho; que exerceu o cargo até
1939, quando, então, foi substitu íd o pelo pastor A ntonio Assis.

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H istória das A s se m b l é ia s de D eu s no B r a sil
T am bém serviu a igreja em Belford Roxo, d u ran te m uito tem po,
o irmão A ugustinho V alério de Souza.

I T A P E R ü i N A
E um a verdade incontestável que D eus usa os meios c as cir­
cunstâncias as mais diversas para que a m ensagem do E vangelho
seja conhecida e anunciada por tôda a T erra. A história da A s­
sembléia de D eus em Itaperuna registra com 0 in stru m en to a tu a n ­
te que lhe deu origem , um exem plar do jornal M ensageiro da Paz,
que fôra enviado por alguém para seus parentes.
N o ano dc 1934, Severino Rodrigues m em bro de um a igreja
batista, recebeu um M ensageiro da Paz, no V ale do Rio D oce.
A leitura causou-lhe tão forte im pressão, que o levou a m ostrar o
jornal a seus parentes, os quais, igualm ente, recom endavam a lei­
tura a seus am igos. M air de cem pessoas já haviam lido o exem ­
plar do M ensageiro da Paz, sendo que as páginas já estavam gastas
de tanto serem usadas.
Êssc exemplar, já poído e gasto, foi enviado a C am ilo Peclat,
que morava em Lim oeiro dc Itaperuna, E stado do Rio; os paren­
tes de Cam ilo Peclat que lhe enviaram o jornal esperavam que
êle aceitasse a m ensagem Pentecostal, o que realm ente aconteceu.
Através de correspondência, C am ilo Peclat obteve maiores in ­
formações, e recebeu literatura explicativa acerca do M ovim ento
P entecostal. Era isso que Peclat e outros desejavam, porém não
sabiam onde encontrar essas verdades. Agora, providencialm ente
tinham nas mãos a m ensagem viva do E vangelho de P oder.
Sem perda de tem po, realizaram as prim eiras reuniões, em um
local afastado, em um a casa h um ilde, coberta dc palha, mas a
glória do Senhor estava sôbre o pequeno grupo que sc reunia para
receber graça e conhecim ento da verdade.

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H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s .no B ra sil
O prim eiro batism o de novos convertidos reuniu dez candi­
datos que foram batizados pelo pastor João Pedro da Silva, da
cidade de V itó ria . O segundo batism o de 22 pessoas foi efetuado
pelo pastor M oreira da C osta, o terceiro reuniu 58 novos conver­
tidos; naquela ocasião, segund0 inform ou C am ilo Peclat, outras
50 pessoas esperavam batizar-se nas águas, porém , circunstâncias
várias não perm itiram que acom panhassem as 58.
O trabalho estava firm ado; o testem u n h o era levado, com
entusiasm o a outras cidades, onde novas portas se abriram à pre­
gação da Palavra. Itap eru n a era o local mais visado pelos pregoei-
ros da graça divina. Nessa cidade os prim eiros cultos foram rea­
lizados na rua da M atin ad a, de onde se transferiu para o tem plo
que se construiu, à rua 1.° de M aio, 249.
A té ao ano de 1943, o trabalho esteve a cargo do pastor C a ­
m ilo P eclat. Nessa data assum iu o pastorado da igreja em Itape-
runa o pastor José A nto n io de C arvalho. Foi no pastorado de
José de C arvalho, que a igieja se desenvolveu e penetrou em m u i­
tas cidades e m unicípios, contando no ano de 1958, mais de três
m il m em bros ativos, en tre êles um corpo de evangelistas e obrei­
ros voluntários, dedicados ao trabalho de anunciar as Boas N ovas.

P E T R Ó P O L I S

Nos últim os meses do ano de 1924 e os prim eiros de 1925, a


m ensagem P entecostal havia p enetrado em São Pedro, T erra Fria,
Aliança e outios lugares não m u ito distantes dc P etrópolis. E m
alguns dêsses lugares o fogo do céu desceu com intensidade, no-
tadam en te nas Fazendas, onde as pessoas se convertiam às dezenas,
inclusive os proprietários.
O s prim eiros convertidos na cidade de Petrópolis, entre o u ­

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H istória das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a sil
tros, foram os seguintes: C ân d id o R oque, N e n é O távio, G ino, e
ainda Simão Loureiro e alguns m em bros da fam ília C ariús.
A fim de prestar assistência espiritual aos novos convertidos,
visitava P etró p o lis o pastor R aul de A breu, qu e pertencera antes
à igreja B atista, por ser êle o obreiro que estava m ais próxim o.
O pastorado de R aul de A breu não foi longo, nem profícuo.
N o m ês d e m aio de 1927 chegava a P etrópolis o pastor B runo
Skolim ow ski, com o objetivo de reorganizar a p equena congre­
gação que ficara d u ra n te algum tem p o sem assistência pastoral.
A perm anência de B runo Skolim owski foi eurta, pois no m ês de
outubro transferiu-se para C u ritib a .
N o dia 29 de o u tu b ro de 1927 assum iu a direção e responsa­
bilidade do trabalho o irmão José Teixeira R êgo. A pesar das d i­
ficuldades dc ordem econôm iea e outras que Teixeira Rêgo teve
que enfrentar, o trabalho prosperou, a igreja foi renovada e desper­
tou para cum p rir sua m issão.
A té essa data a sede da igreja estava localizada na rua Fonseca
R am os, 375. O trabalho eresceu ainda m ais de forma q u e foi n e ­
cessário m u d ar a sede para um local mais am plo, na m esm a
rua, n .° 77.
O erescim ento da igreja exigia a assistência de um pastor.
D eus abençoou o trabalho do irm ão José Teixeira Rêgo; iss0 era
prova de q u e o Senhor o eham ava para o pastorado. N o dia 9 de
janeiro de 1928, José T eixeira Rêgo foi separado para servir com o
pastor em P etrópolis e cidades vizinhas. A 14 de dezem bro de
1928 Teixeira Rêgo deixou a floreseente igreja da cidade serrana
e viajou para o C eará.
A igreja recebeu então o pastor Levino, q u e não foi feliz.
N o m ês de julho de 1930 o pastor José Teixeira Rêgo voltou
a Petrópolis, porém recebeu a igreja com m uito m enos m em bros

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H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s no B r a sil
do que quando p artiu . Nesse tem po a igreja passou a reunir-se
na rua Q uissam ã, 1411. O pastor Teixeira anim ou a igreja e, ju n ­
tos, lançaram-se a luta não só em Petrópolis mas tam bém nas cida­
des vizinhas e em algum as do E stado de M inas. A igreja voltou a
florescer e viu seus esforços abençoados, atiavés de conversões de
alm as. E n tretan to no dia 12 de d ezem br0 de 1931, Teixeira Rêgo
deixava Petrópolis para voltar definitiv am en te para o C eará.
E m 1932 a igreja cham ava para prestar-lhe assistência espi­
ritual José A m âncio. N o ano de 1933, a responsabilidade da ig i^ a
em Petrópolis coube a José C ajaseiras.
E m 1935, Petrópolis recebeu o pastor Belarm ino Pedro Ra­
mos, cujo pastorado estendia-se tam bém as cidades vizinhas.
Nos dias 12 a 14 de fevereiro de 1936, a igreja em Petrópolis
hospedou a C onvenção Regional, a prim eira a realizar-se nessa
cidade. O pastor B elarm ino teve a cooperação do pastor José de
Carvalho na evangelização de Petrópolis, Teresópolis, T rês Rios,
Secretária, Águas Claras e outras cidades.
As atividades do pastor B elarm ino em Petrópolis estenderam -
se até ao fim do ano de 1942.
N o início do ano de 1943, a igreja em Petrópolis escolheu
para seu pastor, C lim aco B ueno Aza, que trabalhou naquela cida­
de, com dedicação e am or à C ausa de Cristo, até ao mês de m arço
de 1946.
Nessa data o pastorado passou a ser exercido por B elarm ino
Teixeira M artin s. A té então a igreja funcionou em casas e salões
alugados. N o pastorado de B elarm ino M artins a igreja, no terreno
que com prou, à rua Padre M oreira, 65, iniciou a construção de
seu tem plo, que foi edificado em dua fases, e cuja inauguração d e ­

— 211 —
H istória das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a sil
finitiva efetuou-se no dia 5 de julho de 1953, com m u ito júbilo
para o povo de D eus.

ENCANTO, TERRA F R IA E SÃ O PEDRO

A m ensagem P en teco stal chegou às localidades de Encanto,


T e ria Fria e São Pedro, com o um a inundação de vida e de poder
com o nunca antes ali se havia m anifestado.
N o ano de 1925, M anoel dos Santos chegou exaltado à c o n ­
gregação de E n can to , e contou a todos q u e havia encontrado d
povo Pentecostal. A congregação ouviu, jubilosa, as Boas Novas,
e aceitou transform ar-se em Assem bléia de D eus.
O dirigente da congregação que funcionava com o nom e de
darbista, era A dão C orreia dos Reis, que chegou a scr pastor da
m esm a. O dirigente foi dos prim eiros que se convenceram das ver­
dades Pentecostais, de m odo qu e foi fácil a aceitação por prate
do po v o .
Em "Perra Fria o fogo Pentecostal lavrou com intensidade a
partir dos prim eiros m om entos que a m ensagem foi anunciada.
O povo ao ouvir falar do batism o com o E spírito Santo, desejou re­
ceber o batism o, c para isso oravam até noites in teira. A Assem ­
bléia de D eus em T erra Fria foi organizada no ano de 1925, com
65 m em bros.
São Pedro foi o utro local visitado pelo avivam ento de 1925,
pois o contacto com o povo dc T erra Fria fazia com q u e o des-
p ertam en to aum entasse.
E n tre os prim eiros que aceitaram a m ensagem Pentecostal em
São P edr0 e T erra Fria contam -se R oldão Paes Lem e e B ertulino
R ibeiro da Silva. B eitulino R ibeiro da Silva foi separado para pas-

— 2 1 2 —
T em plo da A ssem b léia de D eus — V olta R edonda — Est. do Rio
H istó ria das A s s e m b l é ia s de Deus no B ra sil
tor da igreja em T erra Fria e São Pedro, e serviu-a com zêlo d u ­
rante m uitos anos.

RIO BONITO

N o dia 17 de m aio de 1928 chegava à cidade de Rio B onito


João Evangelista, com o p ropósito de an u n ciar ao povo daquela
região a m ensagem P en teco stal. A pesar de ser Rio B onito o alvo
inicial, a m ensagem atingiu com rapidez as cidades d e Pirineus,
Bananeiras, C achoeira de M acacú, Im b au e Lavras.

O prim eiro tem plo da Assem bléia de D eus em R io Bonito


foi construído no alto de um a serra, em razão de lá viver a maioria
dos m em bros. João Evangelista trabalhou seis anos em Rio Boni­
to, antes de transferir-se para o E stado do P iau í. C o m a retirada
de João E vangelista, ficou como pastor da vasta região, M oisés Soa­
res da Fonseca, q u e desde o início do trab alh o revelou interêsse
pela evangelização. Bananeiras e algum as congregações ficaram a
cargo do pastor M anoel M endonça.
No ano de 1942, o pastor Eugênio de O liveira transferiu-se
para a cidade de Rio Bonito, a fim de assum ir o pastorado da As­
sem bléia de D eus local. N o pastorado de E ugênio de O liveira a
igreja construiu o seu tem plo, cuja inauguração aconteceu no dia
26 de agôsto de 1945.
Serviram à igreja cm Rio B onito, além dos nom es já m e n ­
cionados os seguintes obreiros:
H erm enegildo M arinho, A lzim iro Luiz, José M enezes e A n to ­
nio Assis. Dos nom es que citam os, uns serviram mais tem po, outros
m enos, porém , todos o fizeram com dedicação e am or à Causa
do S e n h o r.

— 214 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

CAMPOS "
N os prim eiros meses do ano de 1937, o pastor João Brito G o ­
mes e sua espôsa, sentiram -se dirigidos a levar a m ensagem divi­
na à cidade de C am pos. N ão se decidiram partir im ediatam ente,
mas aguardavam a confirm ação, para então pratirem para a C a ­
pital do açúcar, plantada na planura en tre canaviais e usinas.
N o mês de julho, finalm ente, João Brito G om es dirigiu-se
para cidade de Cam pos, confiado na proteção divina e nas p ro ­
messas da Palavra de D eu s. N o dia 27 de julho de 1937, realizou-
se o prim eiro culto Pentecostal; não eram m uitas as pessoas que
assistiram a essa reunião; eram poucas e hum ildes, porém algum as
foram convencidas da verdade do P en teco ste. O culto foi efetuado
no bairro do T u rf C lu b . Foi nesse local qu e se instalou, isto é,
que teve início a Assem bléia de D eus na cidade de C am pos.
O bairro do T u rf C lu b não seria o local definitivo para fu n ­
cionar a Assem bléia de D eus; contudo, o principal naqueles dias
era pregar o E vangelho e le \a r almas a C risto; a seguir aparece­
ram os prim eiros frutos, sinal de q u e D eus estava operando. D e n ­
tro em pouco a pequena igreja estava oiganizada.
Com o crescim ento da igreja surgiu tam b ém o problem a de
um tem plo para reunir o povo. Resolvcu-se, então, com prar um
terreno no bairro do C ajú, à rua R ocha L eão. Sem perda de te m ­
po o pastor João Brito iniciou a construção do te m p lo . M as as
forças do m al conspiravam contra os santos de D eu s. Q u an d o o
tem plo já estava com as paredes levantadas e o telhado colocado,
a construção foi em bargada pela Prefeitura, sob a alegação de que
a rua devia ser alargada e os edifícios desapropriados.
A luta que se iniciou com o em bargam ento das obras, durou

— 215 —
H istó ria das A ss e m b l é ia s de D eu s no B r a sil
dez longos anos. A ntes q u e a m esm a se resolvesse, o pastor Brito
foi estar com o Senhor.
N o dia 21 de setem bro de 1948 chegava à cidade de Cam pos
o pastor Josc Cecilio da C osta, para assum ir o pastorado da igreja
e continu ar o trabalho de evangelização das cidades vizinhas. U m
dos problem as que o pastor Cecilio teve que enfrentar, foi a con­
tinuação da lu ta para reiniciar a construção do tem p lo .
Foi com êsse bom propósito que o pastor Cecilio lançou-se
à luta, e conseguiu term in ar a construção e inaugurar o tem plo no
mcs de dezem bro de 1955 com a presença de m uitas centenas
de pessoas.

T E R E S Ó P O L I S
O testem u n h o P entecostal havia entrado em Petrópolis, Fri-
burgo, N iterói e Águas Claras, antes de alcançar T eresópolis, que
ficou, assim, d en tro do cêrco das testem unhas de C risto, que cêdo
ou tarde, nela penetrariam com a m ensagem de Boas Novas dc
salvação.
N o ano de 1936, João C aetano de Oliveira transferiu-se de
Águas Claras para a cidade de T eresópolis. A princípio João C ae­
tano de O liveira estava sozinho, sem com panheiios da jornada dc
fé, com o os possuia em Águas C laras. O ra, com o testem u n h a de
Cristo, devia testificar, o que fez com m uita p rudência e D eus
abençoou as atividades do Seu servo convertendo algum as pessoas.
O s prim eiros cultos foram realizados no bairro do Agrião, cm
um a casa m odesta. D en tro dc pouco tem p o o núm ero dc cientes
m ulitplicou-se, c vários dêlcs desejaram batizar-sc. O prim eiro
batism o realizado em Teresópolis efetuou-o o pastor Josés de C a r­
valho, que nessa época auxiliava o pastor Belarm ino Pedro Ramos
responsável pelo trabalho de várias cidades vizinhas.

— 216 — -
H istória das A s se m b l é ia s de D eu s no B r a sil
O rebanho do S enhor crescia dia a dia; os novos convertidos
testificavam aos amigos e aos vizinhos, que de bom grado recebiam
a Palavra do Senhor. C om o crescim ento, houve necessidade de
transferencia do local de cultos para o bairro de V erdigueira.
N o ano de 1937, a fim de dar m aior e mais eficiente assistên­
cia à congregação, transferiu-se para Tercsópolis o pastor José de
C arvalho. Nesse período o trabalho desenvolveu-sc de tal m odo
que exigiu a m udança para local mais central, em p o n to mais aces­
sível para os m em bros.
Após estudos e en te n d im e n to en tre os m em bros e o pastor,
a igreja mudou-se para a avenida F elician0 Sodré, próxim o à E s­
trada de Ferro. A centuado dia a dia o progresso da igreja, e ante
a necessidade de um local mais am plo, resolveu-se, finalm ente a
construção do tem plo próprio, à rua C abo Frio. para onde tran s­
feriu-se a sua sede. quase no centro da cidade.

F R I B U R G O

A cidade de F riburgo foi inicialm ente visitada com a m e n ­


sagem Pentecostal, por W a ld o B enjam im de O liveira, que era
m em bro da A ssembléia de D eus em B ananeiras, local pequeno e
quase desconhecido, porém , estava co n trib u in d o para a evangeli­
zação de um a cidade grande.
N os Prim eiros anos o trabalho dc evangelização de F ri­
burgo e lugares próximos esteve a cargo de W a ld o de Oliveira,
auxiliado pro alguns irmãos dedicados que não m ediam sacrifícios
para servir a D eus, evangelizando o próxim o.
O s prim eiros cultos eram realizados na casa de W a ld o de O li­
veira, nas D uas Pedras. A congregação cresceu, e exigia m aior as­
sistência espiritual. C onvidaram , então o pastor M oisés Soares,

— 217 —
H istó ria dai> A s s e m b l é ia s de Deus no B r a sil
para ir m orar em F rib u rg o . E m 1939, o referido pastor transferiu-
se para F riburgo, e d u ran te um ano assistiu com dedicação ao re­
b an h o do S enhor naquela cidade.
O pastor M oisés, em 1943, voltou a residir em Friburgo, onde
serviu com o pastor a té 1946, d ata em q u e foi seivir na Assembléia
de D eus em N ite ró i.
A igreja que fun cio n o u d u ran te m u ito tem p o n o bairro das
D uas Pedras, transferiu-se depois para a rua L en routh, e depois
para a A venida E u terp e, para, mais tarde, m udar-se para o antigo
tem plo da igreja Presbiteriana, na rua C o m a n d a n te B itencourt c
finalm ente, para o tem plo próprio que construiu na rua São C le­
m ente, 149.
Serviram à A ssem bléia de D eus em Friburgo, en tre outros, os
seguintes obreiros: A natálio de O liveira, N ils K astberg, Leif An-
derson, cuja atividade e dedicação foi um a inspiração para a igreja.
F in a lm e n te foi servir em Friburgo, o pastor M anoel O távio,
q ue construiu e inaugurou o tem plo a qu e já nos referim os.

— 218 —
C A P IT U L O X V I

E S T A D O DA G U A N A B A R A

(A N T IG O D IS T R IT O FED ERA L)

Chegara o tem p o determ inado por D eus para estabelecer a


Sua igreja no R io de Janeiro, a C ap ital do País. O a n o de 1923
assinala os prim eiros m ovim entos que deram origem à constituição
da Assem bléia de D eus, qu e sòm en te no an o seguinte tom aria for­
m a oficialm ente..
E m fins de 1923 já m oravam no Rio de Janeiro alguns irmãos
que vieram do Pará, uns para trabalhar, outros transferidos pelo
govêrno em razão de serem funcionários públicos, e ainda outros
em visita a paren tes. A lguns dêles m oravam à iu a Senador A len­
car, 17, residência de E d u ard o de Souza B rito, onde, em verdade
se realizaram os prim eiros cultos pentecostais, antes m esm o da or­
ganização da igreja.
O pequeno grupo de crentes pentecostais não tin h a quem lhe
m inistrasse a Palavra de D eus; por essa razão reuniam -se com a
igreja de D eus, tam b ém conhecida como igreja do O rfa n a to . A
sede dessa igreja estava à rua São L uiz G onzaga, 12. C o n tu d o , os
m em bros da A ssem bléia de D eus não estavam satisfeitos, pois não
encontravam ali a p len itu d e da vida espiritual a q u e estavam acos­
tum ados. Ao térm ino dos cultos, aos dom ingos pela m anhã, o p e­
queno grup0 reunia-se na casa da fam ília B rito, à rua Senadòr
A lencar 17, e alí orava aó Senhor p edindo-L he um pastor.

— 219 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eu s no B r a s il

DEUS E N V IA UM O B R E IR O

A lgum tem p o depois chegava ao Rio de Janeiro, proveniente


do N orte, H eráclio M enezes, que se hospedou na casa da família
B rito. V en d o q u e os m em bros da Assem bléia de D eus não tinham
onde se reunir, H eráclio estabeleceu na rua Senador A lencar, com
a perm issão da fam ília B rito, um a Escola D om inical, aos d o m in ­
gos à tarde, e aos sábadso, à noite, culto de oração.
Essas reuniões foram os prim eiros passos para estabelecer-se a
igreja; todos os crentes prestigiaram essas reuniões, assistindo-as e
convidando outros a freq u en tarem -n as. N ão raro os cultos de
oração estendiam -sc até às 11 horas da noite; êsses cultos consta­
vam de cânticos de hinos, leitura da Palavra de D eus, pois não
havia pregador, e a m aior p arte do tem p o passava-se em oração
de joelhos.

P R IM E IR O S B A T IZ A D O S C O M 0 E S P Í R I T O S A N T O

E m um a dessas reuniões aconteceu o que uns esperavam e


outros ignoravam : o Senhor batizou com o E spírito S anto a irmã
A n tonieta dc Faria M iranda, fato q u e causou sensação e espanto,
pois era a prim eira vez que isso acontecia no R io de Janeiro. A
seguir outros crentes tam b ém foram batizados com o Espírito
S anto. A lém do batism o do E spírito Santo, D eus enviou ao p e ­
queno grupo o D om da profecia, cujo exercício inspirava os cren ­
tes a buscar a D eu s. A par do D om de piofecia, D eus concedeu
tam bém o D o m de in terp retação . Os prim eiros a receber o Dom
da profecia foram M aria M iranda c Amcli.v M onteiro; o D om de
interpretação era exercido por José V icen te e E tejvina do N asci­
m e n to . A pequena congregação progredia esp iritu alm ente. D eus

— 2 2 0 —
to
to

T em plo da A ssem b léia de D eus — Rio de Jan eiro — G uanabara


H istó ria das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a sil
operava e n tre a fam ília pentecostal, em bora alguns não conheces-
tem os princípios e doutrinas p en teco stais.

ELEGEM 0 PASTOR
Em razão do crescim ento do rebanho, e reconhecendo a ne­
cessidade de um obreiro qu e cuidasse da congregação, os irmãos
reuniram -se no dia 30 de abril de 1924, à rua Senador Alencar,
que era então o quartel general do povo P entecostal, e resolveram
organizar a Assem bléia de D eus no R io de Janeiro, o que se deu
nessa d ata. C onvidaram então A driano N obre e João do N asci­
m ento para aceitarem o cargo de pastor; êstes, porém , não acei­
taram . Elegeram , então, H eráclio de M enezes para pastor interino;
João do N ascim ento para diácono e Paulo Leivas M acalão para
secretário. O s fundadores são os seguintes: H eráclio d e M enezes;
Eduardo de Souza Brito; João do N ascim ento; V irgínia M aria da
Conceição; A nto n ieta de Faria M iranda; M an u el M iranda; M aria
Rosa Rodrigues; M argarida E ugênia; Amélia M onteiro; Florinda
Brito e Paulo Leivas M acalão.
Estavam ausentes no dia da reunião, isto é, no dia 30 de
abril as seguintes pessoas consideradas com o m em bros: V irgulino
R ibeiro M arques; G abriela Rodrigues; Perciliana da Silva; M aria
G abriela; V ic e n te M artins; Alzira M aria R ibeiro; M aria Batista
Barbosa; Leonor A m aral e E telvina do N ascim ento e F ilhos.
Após êsses acontecim entos, o trabalho tom ou grande impulso:
qualquer que atentasse para as atividades do pequeno rebanho,
podia perceber quão rápido e grandioso seria o crescim ento da
igreja.
Heráclio de M enezes sentiu q u e a responsabilidade do tra ­
balho era dem asidao grande para êle; poi isso escreveu para Be­
lém , a exem plo de q u e outros já haviam feito, e pediu que e n ­

— 2 2 2 —
H istória das A s s e m b l é ia s de D eu s no B r a sil
viassem um m issionário para cuidar do reb an h o no Rio d e Janeiro,
cujas portas se abriam em tôdas as d ireçõ es. D e fato, a êsse tem po
já se realizavam cultos na rua Senador Eusébio, próxim o à Estação
C en tra do Brasil, na casa da irm ã Rosa; na rua 25 de M arço, casa
da irmã Am élia M o n teiro e em vários outros p o n tos.

PEDIDO A T ENDIDO
T om an d o conhecim ento do que estava acontecendo no Rio
de Janeiro, e atendendo à solicitação tantas vêzes repetidas, a
igreja em Belém, Pará, enviara o seu pastor, m issionário G u n n a r
V ingren para cuidar da obra que florescia na C ap ital da R epública.
Chegava ao R io a notícia do em barque do m issionário V in ­
gren e família, bem assim da data em que desem barcaria. N a
data m arcada os representantes da igreja foram recebê-lo na Praça
15 de N ovem bro. A fam ília V in g ren , inicialm ente, foi m orar na
casa da fam ília Brito, e logo a seguir m udou-se para rua T u iu ti.
Nos prim eiros contatos com os m em bros da igreja, G u n n ar
V ingren notou que os conhecim entos doutrinários eram falhos e
fracos, especialm ente acêrca da segunda vinda de C risto . Por essa
razão reuniu a igreja na casa da rua Senador A lencar e fêz um a
exposição das doutrinas da A ssem bléia de D eus, com as quais to ­
dos concordaram e se rejubilaram .
A ntes do pastor V ingren chegar, os irmãos poucas experiên­
cias tin h am a respeito da Palavra de D eus e dos m étodos de tra ­
balho, de m odo que todos se sentiram com o q u e envolvidos por
novas verdades que despontavam do E vangelho.

PRIM EIRA SEDE


C om o crescim ento do trabalho do Senhor, surgiu a necessi­
dade de um loca} espaçoso para realizar os cultos; o local esco­

— 223 -
H istó r ia das A ss e m b l é ia s de D eu s mo B r a sil
lhido foi o salão da rua Escobar, 57, em São Cristóvão, que foi
a prim eira sede da novel igreja. Era o prim eiro salão aberto ao
público, de acesso mais fácil e on d e qualquer pessoa podia en trar.
Nos fundos da casa foi m orar o diácono José do N ascim ento e
família; o p ú lp ito era um a pequena mesa e o m obiliário eram ca­
deiras de seis m il réis, as mais baratas da época. M as foi ali que
D eus abençoou o Seu povo; foi ali que futuros pregadores, como
Paulo M acalão e outros, deram os prim eiros testem unhos acêrca
da salvação e das bênçãos que há em C risto. O s cultos eram fer­
vorosos, cheios de poder e m anifestações sobrenaturais. A par das
bênçãos havia tam bém as perseguições dos vizinhos que desejavam
im pedir a pregação do E vangelho.
Nos E statutos da Assem bléia de D eus no Rio de Janeiro, se­
gundo relata G u n n a r V ingren a igreja foi fundada em 22 de junho
de 1924; parece q u e o ato de fundação de 30 de abril não foi ofi­
cializado, por não haver sido presidido por um pastor reconhecido
por todos como ta l. Seja com o fòr, os fatos históricos são os que
aqui registram os.

P R IM E IR O B A T IS M O

N a m anhã cheia de luz do dia 29 de junho do m esm o ano.


1924, na Praia do C ajú, o pastor V ingren, realizou o prim eiro b a­
tism o nas águas 110 R io de Janeiro. E ra dom ingo, dia de intenso
m ovim ento na Praia. D e mais a mais o povo jamais havia assis­
tido acon tecim en to idêntico, e isso atraiu grande m ultidão.
Os prim eiros a serem batizados, por ordem cronológica fo­
ram : M aria Rosa Rodrigues e Paulo L. M acalão; outros que foram
batizados: M aria M iranda; Florinda Brito; M argarida E ugênia C ris­
tina C am pos, Julieta C am pos e V irgina do N ascim ento.
N ão era sòm ente na C apital q u e o trabalho se estendia e re­

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H istória das A s s e m b l é ia s de D eu s no B r a sil
queria dedicação e esforços; várias igrejas n Q E stad o do R io h a­
viam recebido o testem u n h o P entecostal e aceitaram o avivam en-
to. E.sas igrejas faziam apèlo ao pastor V ingren, paia que lhes
enviasse obreiros pentecostais. A nte a necessidade de cooperadores,
o pastor V ingren convidou o pastor C lim aco Bueno Aza, para fazer
uma visita ao R io dc Janeiro e ajudá-lo; C lim aco Aza fêz várias
viagens ao Estado do Rio, trazendo sem pre notícias anim adoras
do surpreendente m ovim ento qu e penetrara na terra flum inense.
N o mês de abril de 1925 chegava ao Rio de Janeiro, o pastor
Sam uel N ystrom , que viera constatar pessoahnente o progresso m a­
ravilhoso da obra Pentecostal, tan to no D istrito F ed eral com o no
E stado do R io . Logo nos prim eiros dias de sua estada n o R io de
Janeiro, Sam uel N ystrom aconselhou G u n n a r V ingren a alugar um
salão mais am plo.
N o mês de julho, com grande júbilo para a igieja, o m issio­
nário Jahn Sorhein uniu-se a A ssem bléia de D eus, passando logo
a ajudar o pastor V in g ren nos serviços da igreja.
N o m esm o ano de 1925, o pastor Clim aco B ueno Aza e fa­
m ília m udaram -se para o R io de Janeiro a fim de auxiliar o p a sto r
V ingren, na grande tarefa que se agigantava.
A té então, os cultos eram realizados no próprio salão q u e a
igreja alugou, na rua E scobar. E ncontrou-se, afinal, um salão
m aior na rua Figueira de M elo, 363. O antigo salão não co m p o rta­
va o povo. N esse período havia cultos tôdas as n oites. O novo
salão necessitava ser lim po. G u n n a r V in g ren , certa noite, convi­
dou alguns irmãos para o ajudarem a lim par o novo salão, e n q u an ­
to os dem ais continuavam a realizar 0 culto, dirigidos por Sam uel
N ystrom : Paulo L. M acalão e outros prontificaram -se a ir com o
pastor V ingren a lim par o salão, porém na hora da partida n in ­
guém queria levar o balde e a vassoura. G u n n a r V ingren teve

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H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s no. B r a sil
que carregar tu d o , sozinho; o preconceito c os com plexos ainda
dom inavam os novos convertidos.
Ao term in ar a lim peza voltaram à rua Escobar, onde se rea­
lizava o culto, e n o taiam q u e algo anorm al estava acontecen­
d o . G e n te na rua a olhar para d e n tro do salão, os vizinhos d an ­
do tiros para p ar, os crentes a orar em altas vozes; a espósa, dp
pastor C lim aco p ed in d o calm a, enfim , parecia o alvoroço do dia
dc Pentecostc. , .
F in alm en te tu d o sc esclareceu: naquela noite o poder desceu
s.òbrc a igreja e o Senhor batizou com o E spírito Santo a irmã
/Cplia B rito. Os vizinhos, q u ando se aborreciam com os crentes,
por ouvi los orar tão fervorosam ente, davam tiros paia o ar, pro­
vocando, cem isso, natural confusão.

NOVA SEDE PA RA A IG R E J A

O novo salão da rua Figueira dc M elo, 363, deu m uito tra ­


balho paia ser adaptado, mas, finalm ente, ficou p ro n to c fêz-sc u
m udança da igreja para local mais am plo. A inauguração deu-se
q uan d o estava presente Sam uel N ystrom , Clim aco Bueno Aza c
vários irmãos do E stado do R io. Acerca da inauguração, dc acôrdo
com um a notícia publicada na época lem os o seguinte: “ Depois
dc m uito trabalho cm prepará-lo, inauguram o-lo com a assistência
dc m uitas pessoas, dc m odo que não havia lugar para todos os
assistentes’’. .

■ ■ UM CULTO NO R IO DE J A N E IR O

O ucm passasse pela rua Figueira dc M elo, nos anos dc 1925­


26, e anotasse o desenvolvim ento dc um culto pentecostal n a q u e­
les dias, poderia de:crevc-lo mais ou m enos assim: N um salão
com capacidade paia mais de -100 pessoas, tendo ao fundo um i

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H istória das A ss e m b l é ia s de Deus no B r a sil
gruta, dando a im pressão que fôra usada para presépio. ÀS sete
horas da noite os crentes ehegam apressadam ente para o eulto; a
prim eira coisa que fazem é ajoelhar-se e orar; uns oram cm voz
baixa; outros, mais em ocionais, ovam env voz alta.
C ontinuam a ehegar hom ens e m ulheres, eom rostos b rilh an ­
do de gozo, e corações ardendo de zèlo pelas eoisas de Deus
N inguém fica sentado nos bancos a conversar; todos genuflexos a
orar a D eus.- O pastor inieia o eântieo de um hino; todos cantam ;
todos se levantam ; o pastor V ingren anuncia o n úm ero de um
hino para ser cantado pela congregação. U m a senhora loira apro­
xima-se do pequeno órgão; um jovem em p u n h a um violino e aguar­
da o sinal de eomeçar; um senhor idosd tem nas m ão um trom bone;
a senhora é a irmã Frida V ingren; o jovem é o irm ão Paulo L. M a ­
calão, e o senhor idoso é o irnião B albino.
Após o hino o pastor .V ingren dá o p o rtu n id ad e paia algum
irmão testificar de Jesus. O s assistentes reeebcm cada palavra eom
m anifestações de júbilo; aquele q u e testifica tem , por eerto, força
sobrenatural a im pulsioná-lo; vê-se qu e é pes oa sim ples, mas fala
com acerto e eom au toridade do céu.
' Após o testem unho, o irm ão V ingren f i n a um violão; dedilha
alguns acorde"; a irmã Frida ab re-u m livro dc hinos avulsos, c os
dois cantam , de forma simples, mas o E spírito Santo vivifica as
palavras, e crentes e descrentes scntem -sc com ovidos.
C o n tin u a o culto naquele am b ien te hum ild e porém santifi­
cado. O irm ão V ingren eneosta o violão, a b 'e a Bíblia, lê dois
versículos, olha para o alto e inieia a pregação da Palavra de D eus.
N ão parece ser um pregadov eloqüente, porém cada palavra que
pronuncia, é como um a flexa bem dirigida aos corações dos o u ­
vintes. O s erentes dão gloria a D eus, os pecadores sentem -se afli­

— 227 —
H istória das A s s e m b l é ia s de Deus no B ra sil
tos e atingidos pela m en sag êm . O pregador pronuncia as prim eiras
frases de apêlo; vários braços se erguem com o sinal de que acei­
tam a C risto . E lo c u ç õ e s'd e alegria, glórias e aleluia ressoam por
tòda a sala; os pecadores .vão até ao púlpito, ajoelham -se, ora-se a
D eus, e, ao final canta-se mais um h in o . Assim aconteceu num
culto que o au to r assistiu na rua Figueira de M elo. 363, no Rio
de Janeiro.

C O L M E IA D IV IN A
ü ano dc 1925 foi assinalado por intenso m ovim ento de evan-
zelização que penetrou em várias cidades do E stado do Rio de
Janeiro. Os antigos m em bros da igreja de D eus ou da C ura D i­
vina, como era conhecida, quase todos passaram a pertencer à
A ssembléia dc D eu s. O ra, eles eram bem relacionados com vá­
rias igrejas do E stad o do R io, igrejas antigas e de grande piojeção.
O co n tato com as igrejas do E stado do Rio, e o desejo das m es­
mas de se transform arem em A ssem bléias de D eus, prom oveu um
intercâm bio de relações, visitas, convites, enfim , era um vai-vem
constantes de obreiros en tre a A ssem bléia do antigo D istrito F e­
deral e as dos Estados do R io. T in h a-se a im pressão de que a
igreja operava dia e noite, era um a verdadeira eolmeia espiritual.
Ao fim de alguns meses, prósperas e grandes igrejas do E stado
do Rio estavam unidas à do D istrito F ed eral. São Pedro, Terra
Fria, São Joí.quim , c outros centros de evangelização cooperavam
na eolmeia divina.

E V A N G E L IZ A N D O ü D IS T R IT O FEDERAL

A igreja do Rio, atendia, auxiliava as igrejas do E stado do


Rio, porém , cuidava tam bém da expansão do evangelho 110 D is­
trito Federal, a com eçar pela pregação ao ar livre. O prim eiro

— 228 —
H istória das A ss e m b l é ia s de D eu s no B ra sil
culto a céu aberto realizou-Se ná Praça da R epública, (C am p o de
S antana) e foi dirigido por Paulo L. M acalão. A p artir de então,
outros cultos regulares se realizavam na Estação da C en tral, Praça
O nze, Praça da B andeira e Largo da Lapa, sob a direção de Frida
V ingren, tendo sem pre a cooperação dos músicos, q u e nesse tem p o
eram poucos.
A fam ília Palatino dos Santos, que nesse tem po já pertencia
a Assembléia de D eus, franqueou sua casa, na Caixa D água de
São Cristóvão, para se realizarem cultos de oração e de vigília.
Nessa casa, dada a posição privilegiada, sem vizinhos próxim os,
podia-se orar até a n o ite in teira. As vigílias q u e alí se realizavam
eram com o q u e postos d e abastecim entos; participar dc um culto
de vigília, naquele local, era m otivo para sair dali renovado no
espírito; dezenas, quiçá, centenas foram batizados com o E spírito
Santo, nos cultos da Caixa D água.
N ão havia setor da vida social que não m erecesse atenção da
da igreja, para ser evangelizado. A igreja pediu e obteve permissão
para evangelizar os presos da penitenciaria, trabalho q u e deu bons
resultados, pois vários presos se converteram , alcançaram liberdade
c tornaram -se úteis à sociedade. Após haver tom ado posição no
centro da cidade a igreja enviou mensageiros para os subúrbios
distantes. C o u b e essa missão a Paulo L. M acalão e seu violino; os
prim eiros cultos, nos subúrbios, foram realizados em R ealengo,
Bangú, C am po G ran d e e Santa C ru z.
C ada m em bro da igreja era u m evangelista voluntário e efi­
ciente; parecia que não havia necessidade de separar obreiros para
determ inados fins. C o n tu d o , de acôrdo com a Palavra de D eus,
a igreja separou para servií como diácono, Palatino dos Santos,
que mais tard e foi p asto r. T am b é m separou E m ília Costa, para
diaconisa, a única q u e ocupou êsse cargo n a igreja.

— 229 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eu s no B r a s il

AUM ENTA O C O N C E IT O DA IG R E J A

A igreja no R io de Janeiro cresceu mais do que qualquer ou­


tra 110 Brasil, em igual período; os batism os nas águas m ultiplieã-
vam-se, sinal de prosperidade e de bênçãos. O progresso acentuado
e a posição privilegiada de operar na C apital da R epública, deram
à igreja, sem que essa o buscasse, um a situação de destaque e im ­
portância, que seria conservada por m uitos anos. O fato de estar
situada no Rio de Janeiro, conferiu-lhe, autom aticam ente, as res­
ponsabilidades de centro coordenador de todos os grandes m ovi­
m entos, asscguiou-lhc um conceito elevado no cenário nacional.
O uiçá, por êsse m otivo, no ano de 1926, a igreja do Rio de Janeiro
foi cscolida para hospedar a prim eira convenção que teve caráter
internacional, em bora os piom otores não lhe houvessem dado êsse
significado.
Nos dias 17 a 25 de julho dc 1926, na rua Figueira dc M elo,
363, reuniam -se os missionários que opeiavam no Brasil, A rgentina
c o representante da “ Svenska Frie M issionen”, que estava em
visita ao Brasil. Os nom es dos missionários que participaram dessa
convenção são os seguintes: G ustavo N o rd lu n d , do Rio G rande
do Sul; G u m iar V ingren, do Rio dc Janeiro; O tto N elson, de
Alagoa ; Jc cl C arlson, dc P ernam buco; Nels J. N elson e Sam uel
N vstrom , do Pará; G u n n a r Svenson, da A rgentina c Dr. A. P. Fran-
klin, da Suécia.
- O s resultados positivos e im ediatos dessa convenção, alem des
futuros e imprevisíveis, estão consubstanciados nestas poucas linhas
publicadas naquela época, c que passamos a transcrever. “A p re ­
gação do Evangelho d u ran te as noites da convenção deram com o
resultado a decisão de 60 pessoas, que desejaram seguir a C ristò” .
N ote-se com o eram favoráveis as condições para o Evangelho nà-

.. — 2B 0 — -
H istória das A s s e m b l é ia s de D eus no B ra sil
cjuelcj dias: sessenta pessoas conveitidas em um a sem ana, em uma
igreja que tinha apenas dois anos de existência.
A igreja, dia a dia, reeebia novos convertidos, e bem sasim
m em bros que se transferiram para o Rio de Janeiro. E n tre as fa­
mílias que a igreja recebeu, e que se destacou por sua operosidade
e dedicação, foi a fam ília V ersíeux, eem posta de q u atro pessoas.
E ;am evangélicos, tinham chegado da Bélgica, mes não conheciam
o batism o com o E spírito Santo, nem falavam o português; èlcs
formavam um q u arteto e cantavam adm iravelm ente. A ceitaram
os princípios pentecostaís, e quando soltaram para a Bélgica, fu n ­
da am a Assembléia de D eus 11a cidade de C harlcró i.
N o dia 12 de janeiro de 1927 chegavam ao Rio de Janeiro
Josc Teixeira Rêgo e B runo Skolimowskí, para auxilia:em o im en­
so trabalho de evangelização que penetrara no E stado do R io.
1’eixcira Rêgo foi de ignado para dirigir eultos em São G onçalo,
N iterói, Belford Roxo e on d e quer que houvesse necessidade.
B runo Skolimowskí, após alguns meses, i:to c em maio do m esm o
ano foi pastorear a igreja em P etrópolis.
Teixeira Rêgo. em 9 de janeiro de 1928 foi separado pastor,
para m elhor atender à igreja de Petrópolis, à qual estava senándo
havia alguns meses.

F U N D A -S E . U M JO R N A L

R econhecendo o valor da literatura na evangelização, c a te n ­


dendo a que o pouco que existia não atendia às neeessidades, e
nem sem pre-cia recebida no tem po oprotuno, o paster V ingren e
seus auxíliares no R io de Janeiro resolveram fun d ar um jornal de
caráter evangélico e notieioso. Era um a tarefa difícil trabalhosa
c despendíosa, é certo, mas se D eus ordenava q u e se fizesse, devia
ser fe ito .

— • 231
H istó ria das A s s e m b l é ia s de D eu s no B ra sil
O nom e escolhido para o novo jornal foi extraíd0 do Salm o
89:15, e tin h a êste títu lo sugestivo: “O Som A legre” . O apareci­
m ento do jornal foi um a inspiração para a igreja, pois viram no
arauto, “O Som A legre”, um a força evangelizadora; êsse jornal,
eoloeado nas mãos de um h o m em sem D eus, podia tom ar-se um
in strum en to paia a salvação, com o de fato aconteceu. T odos os
m em bros se m u n iam de certa q u an tid ad e de jornais, e saíam pelas
ruas c praças, a evangelizar, eom resultados surpreendentes.
Ao m esm o tem p o a igreja im prim ia folhetos aos m ilhares,
q u e eram usados na evangelização pessoal.
O prim eiro núm ero de “ O Som A legie” foi publicado no
m ês de novem bro de 1929; seu diretor era G u n a r V in g ren . D o
seu artigo de apresentação extraím os estas linhas, que são com o
o seu program a “ E m “O Som A legre” anunciarem os as promessas
gloriosas incluídas no Evangelho do nosso Senhor Jesus C risto,
com o sejam : A salvação com pleta e perfeita de todos os pecado­
res, e, tam b ém , tudo que perten ce à nova vida do cristão: o b a ­
tism o eom o E spírito Santo, os dons espirituais, e a próxim a e
gloriosa vinda do Senhor” .
“O Som A legre” circulou até ao m ês de o u tu b ro de 1930,
dando lugar ao aparecim ento do M ensageiro da Paz eom o resulta­
do da fusão de Boa S em ente e Som A legre. Essa decisão foi to­
mada pela C onvenção realizada na eidade de N atal, nesse ano,
em setem bro.
N o mês de dezem bro de 1930, tendo eom o diretores G u n n a r
V ingren e Sam uel N ystrom , sob os auspícios da igreja, publicava-sc
no Rio de Janeiro o prim eiro núm ero do M ensageiro da Paz, que
a C onvenção realizada em N atal oficializou eomo órgão das Ai-
sem bléias de D eus do Brasil.
N o progiam a de literatura da igreja do Rio de Janeiro cons­

— 232 —
H istória das A s s e m b l é ia s de D eu s no B ra sil
tava tam bém a publicação dc um hinário organizado nesses dias
dc intensas atividades, mas q u e sòm en te foi publicado n o ano de
1931. Êsse binário cham ava-se “ Saltcrio P entecostal" e co ntinha
220 hinos e 6 coros.
N o mês de agôsto de 1930 a igreja recebeu a visita do pastor
Lcvi Pctrus; era a prim eira vez que visitava o Brasil, apesar dos
interêsses das igrejas suécas pelos trabalhos a que se dedicavam
m uitos dos seus m issionários.
Foi d u ran te a visita dc Levi Petrus que, na sede da igreja,
à rua Figueira de M elo, 363, q u e P aulo Leivas M acalão e H elge
Fallstrom , foram separados para servirem eom o pastores, os p ri­
meiros separado'-- nessa igreja.

MUDANÇA DE PA STO R

N o dia 15 do m ê; dc agôsto dc 1932. em barcava para a Suecia,


no Alabam a, 0 pastor V ingren e fam ília; d u ran te oito anos fôra
êle pastor da A ssembléia de D eus no R io de Janeiro. D espediu-se
da igreja por eerto pciíodo; porém não mais voltou, pois no dia
28 de junho de 1932, na Suécia, foi cham ado a estar eom o S enhor.
N o mês de junho de 1932, Jahn Sorhcin, mais um a vez, entrou
em atividade na igreja do Rio de Janeiro, auxiliando onde se fazia
necessário.
A ssum iu o pastorado do futuroso cargo, no dia 14 de agôsto
de 1932, o m issionário Sam uel N ystrom , cuja operosidade ficou
assinalada nas m uitas iniciativas que to m o u .
N o dia 25 dc janeiro de 1933 chegavam ao Rio de Janeiro de
volta da Suécia, Sim ão L undgren e fam ília, que fixava residência
no R io de Janeiro; Sim ão L und g ren tornou-se pastor auxiliar da
igreja, aten d en d o a que Sam uel N ystrom viajava co n stan te m en te .

— 233 —
H istória das A s s e m b l é ia s de Deus no B r a sil

NOVA SEDE PARA ’ A IG R E J A


* * - .
.C onsiderando-se o. progresso sem pre crescente da igreja e a te n ­
dendo a q u e o salão da rua Figueira de M elo, 363, não com porta­
va os auditórios que desejavam ouvir a pregação, a igreja alugou
ontro salão três vêzes m aior, na m esm a rua, para instalar sua sede.
N o m ês. de abril de 1933, a igreja transferiu-se para a nova
sede, à rua Figueiia de M elo, 232.
N o m esm o mês, nos dias 2 a 17, realizou-se 110 Rio de Ja­
neiro a C onvenção G eral das Assembléias de D eus do Brasil.
. N o dia 8 de julho de 1934 N ils K astberg assum iu o pastorado
da igreja, pois Sam uel N ystrom viajaria para a Suécia.
C om a posse de N ils Kastberg, a igreja com preendeu que
havia chegado o período mais am plo de sua expansão. Kastberg
era hom em de visão, e desejava q u e a igieja o acom panhasse nas
conquistas para C risto .
N os dias 4 a 18 de m arço de 1935, a igreja hospedou a Escola
Bíblica, que reuniu mais de 60 trabalhadores da seara, provenientes
da Bahia, E stado do Rio, E spírito Santo, M inas, São Paulo, Para­
ná e D istrito F ederal.
N o mês de julho do m esm o ano, realizou-se, nos dias 10 a
12 a C onvenção Regional; 11a últim a reunião foi separado Tales
C aldas paia servir eom o pastor.
E m m aio de 1936, nos dias 13 a 15, mais um a vez a igreja
hospedou a C onvenção R egional q u e teve anim ada freqüência.
N o dia 12 de novem bro de 1936 chegaram ao Rio de Janeiro
os missionários Leonardo Petersson e espôsa, q u e logo seguiram
para o -R io G ran d e do S ul. • 1 '•

— 234 —
BATALHA DA SEDE P R Ó P R IA

A Asscmblcia d e D eus n o :R io de Janeiro não possuia casa


própria; o salão .que usava para realizar cultos era espaçoso, sim,
porém começava a tornar-se.pequeno, nos dias de grandes reuniões,
e, tam bém , não estava à altura da ,causa e da igreja da C a p ita l da
República, que se havia to m ad o o centro do M ov im ento Pentecos­
tal do País. ..
T odos reconheciam que era chegado o tem po de sc construir
um tem plo que atendesse às necessidades da igreja. O local esco­
lhido foi o C am po de São Cristóvão, 338. A igreja com prou uma
easa que serviu de moradia a um a família, com um grande terreno
ao lado.
N o dia 7 de m arço dc 1937, a igreja do Rio dc Janeiro in i­
ciou o m ovim ento que culm inaria com a inauguiação do tem plo
no ano seguinte. Nesse dia, no local acim a m encionado, realizou-se
um culto de ação de graças, e iniciou-se a construção do tem plo,
estando presentes todos os pastôres do D istrito F ederal e do Es­
tado do R io.
A partir de então, m obilizaram -se os recur.os e atividades de
tôda a igreja; não havia pessim istas para desencorajar os fracos,
por isso todos eram fortes.
Finalm ente, no dia 4 de m arço de 1938, inaugurou-se o te m ­
plo da Assembléia de D eus n 0 R io de Janeiro. A inauguração foi
um acontecim ento que teve a repercursão em todo o Brasil, e
ctraiu ao Rio de Janeiro obreiros de vários E stados. Sim ultànea-
m ente, realizou-se a C onvenção e celebrou-sc a C eia do Senhor.
N o dia 15 de abril de 1938, a igreja reuniu-se para assistir e
participar da separação de João Felix da Silva para trabalhar entre
os índios.
N o dia 7 de setem bro chegava ao Rio de Janeiro o m issioná­

— 235
H istó ria das A s s e m b l é ia s de Deus no B r a sil
rio Law rence O ison e fam ília, q u e logo após seguiu para M inas,
onde desenvolveu eficientes atividades.
A 27 de novem bro de 1938, o pastor K astberg entregava 0 pas­
torado da igreja a Sam uel N ystrom , q u e anteriorm ente havia pas­
toreado a igreja.
N o dia 30 de m aio d e 1939, em barcou para Portugal, enviado
pela A ssem bléia d e D eus no Rio de Janeiro, para evangelizar aquê-
le País, B elarm ino Teixeira M artin s, q u e ali trabalhou vários anos.
Foi no ano de 1939 q u e chegou ao Brasil o missionário
J. P. K olenda, q u e se dem orou algum tem p o no R io de Janeiro,
cooperando com a igreja, an tes de ir para o Sul do País.
O ano de 1939 encerrou-se, de m odo geral, com a realização
da eficiente e proveitosa Sem ana Bíblica realizada nos dias 5 a 12
de dezem bro com a presença de m issionários e pastores de vários
Estados.
N o ano de 1942, nos dias 6 de ab ril a 15 de m aio, a igreja
hospedou a Escola Bíblica realizada no R io de Janeiro; com o p ro ­
fessores, lecionaram os seguintes irm ãos: Sam uel N ystrom ; Leonar­
do Petterssen; J. P. K olenda; P aulo M acalão e W a lte r G o o d b a n d .
O m ês de m arço d e 1943, ficou assinalado na história da igreja
com o o mês da evangelização.
N a m esm a ocasião a igreja recebeu a visita de L ester Sunrral,
cujas m ensagens despertaram o povo de D eus para novas c o n ­
quistas.
O mês de m aio foi o prolongam ento dos meses anteriores que
se distinguiram pelas atividades evangelísticas que aum entaram de
m odo evidente o núm ero de m em bros da igreja. N esse m ês reali­
zou-se a Escola Bíblica, um a das mais expressivas de tôdas, pela
qualidade e eficiência do ensino.

— 236 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s no B r a s il

V IG É S IM O A N IV E R S Á R IO

No ano de 1944 a A ssem bléia de D eus no R io d e Janeiro


com pletava vinte anos de existência. Era natural q u e com em oras­
se de m odo especial, o vigésimo aniversário, dado q u e foram vinte
anos de constantes vitórias.
Fazia parte das com em orações, um a reunião co n ju n ta daà
Assembléias de D eus no D istrito Federal na Escola N acional de
M úsica. Essa reunião foi um aco n tecim en to notável. O salão da
Escola N acional de M úsica, teve nesse dia, 24 de junho de 1944,
um a das m aiores assistências de sua história. T ocavam e cantavam
nessa festividade os orfeões e os coros unidos das Assem bléias de
D eus do então D istrito F ederal.
O u tro ponto do program a da festividade de 18 a 25 de junho
de 1944, foi um movir.*.ento de evanzelização em escala jamais
realizado no Brasil.
N esse período a igreja m obilizou todos os seus m em bros para
distribuir, em um só dia, à m esm a hora, 200 m il evangelhos e a
m esm a qu an tid ad e de folhetos: “A m elhor dádiva à N ação” . Foi
um acontecim ento em ocionante; centenas de pessoas percorrendo
as ruas da cidade distribuindo Evangelhos e folhetos. Foi essa
sem dúvida a m elhor form a de com em orar 20 anos de existência
dedicada ao sei viço d 0 Senhor.
N o dia 18 de setem bro de 1945 chegava ao Rio de Janeiro o
missionário O tto N elson, a fim de assum ir o pastorado da igreja,
vago com a saída dc Sam uel N ystrom . ■
Em 1946, nos dias 15 de abril a 5 de maio, a igreja estêve em
festa d u ran te três semanas, d u ran te as quais se realizou a Escola
Bíblica an u al. N esse ano ensinaram na Escola os seguintes pro-

— 237 —
H istó ria das A ss e m b l é ia s de D eu s nò B rv sil
fessòres: Sam uel Sorensen, da A rgentina; O . S. Boyer e H erberto
N o rd lu n d . . . .
N o culto realizado a 3 de maio, foram separados para servir,
como pastôrcs os irm ão A nto n io Inácio de Freitas, de Goiás: R ai­
m un d o N o n ato B arreto, de C am pos, E stado do Rio, e José Capis-
trano N rb re , de Barra M ansa.
Em dezem bro do m esm o ano, nos dias 11 a 13 realizou-se ,a
C onvenção con ju n ta do D istrito Federal c E stado do Rio com a
presença dc 141 obreiros, núm ero esse m uito expressivo na época.
Nessa C onvenção criou-se um a Caixa dc Socorros para os obreiros
que ficassem inválidos. A diretoria escolhida foi a seguinte: Pre­
sidente — Paulo L. M acalão; Secretário — Tales C aldas; T e so u ­
reiro — Lauro Soares. • - _•
Abril de 1947 foi o mês em que sc realizou a C onvenção R e ­
gional do D istrito Federal e E studos Bíblicos. Nessa Convenção,
Tales Caldas leu os E statu to s p ro v isó -rs da Caixa dc Benefi­
cência .
N o mês dc junho dc 1947 o m issionário N cls J. N elson assu­
m iu o pastorado da igreja, cargo qu e conservou até 1958, apesar
dc ser um cargo trabalhoso cm um a igreja cm crescim ento.
N o mês dc o u tu b ro do m esm o ano chegou ao Rio de Janeiro
o missionário E urico Bcrgstcn c família, q u e ficou auxiliando, por
algum tem po o trabalho da igreja local.
N o mês dc fevereiro dc 1949, a igreja rcccbcu o missionário
Lcif Andcrs cn c família, que perm aneceram por algum tem po no
Rio de Janeiro, até que D eus lhes m ostrou onde deviriam servir,
isto é, a cidade dc F riburgo onde serviram com êxito c dedicação
d u ran te quase dois anos.
Nos dias 25 de abril a 27 dc máio rcalizou-sc a Escola Bíblica
dc m aior expressão e duração, pois durou mais dc um m es. Essa

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H istória das A s s e m b l é ia s de Deus no B r a sil
escola atraiu ao Rio, giande núm ero de pastores ç - missionários
que desejavam participar das com em orações do vigésimo q u in to
aniversário, que se festejou nesse período. N o dia 27, data do
encerram ento foram separados para servirem com o pastores os se­
guintes irmãos: A ntonio Q u intela; Raul Azevedo e M anoel M elo
Santos; para evangelistas, M areelino M argarida da Silva c- M anoel
O távio.
Em novem bro do m esm o ano, a igreja hospedou, a C o n v en ­
ção G eral, na qual estiveram representados todos os Estados e
Territórios, fato nem sem pre notado em outras C onvenções.
N o ano de 1950, eom o o fazia todos os anos,- a igreja realizou
a Escola Bíbliea anual, cuja m atrícula atingiu o expressivo n ú ­
m ero de 260 alunos.

M A D U R E I R A
Logo que a Assembléia de D eus no R io de Janeiio organizou
seu programa dc evangelização, que incluía, inicialm ente, todo o
território do então D istrito Federal, a u nanim idade de seus m em ­
bros sc dispôs a levar a Palavra dc D eus onde o Senhor os diri­
gisse. N inguém se recusava a eum prir a ordem divina de levar
as Boas Novas aos subúrbios mais distan tes. N ão havia obstáculos
que im pedissem os novos convertidos dc estar presentes nos cultos,
que sc anunciavam nos bairros longínquos. T odos os m em bros dn
igreja ofereciam suas casas para celebrar cultos paia se anuneiar
o Evangélico. .
. E n tre os voluntários das prim eiras horas, conform e sc lê na
lista da organização da igreja, estava o jovem Paulo Leivas Ma.-
calão, que na ocasião era estudante, porém , já nesse tem p o d<>
mostrava vocação paia anuneiar o E vangelho. E n q u an to alguns
m em bros da igreja sc encarregavam da evangelização dos bairros

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H istó ria das A s s e m b l é ia s de Deus no B r a sil
do C ajú, G am boa e São C ristóvão, Paulo L. M acalão iniciava
suas atividades no bairro de M adureira, mais d istante e de difícil
acesso, naqueles dias.
Se o idealism o é contagiante, então o ideal de Paulo L. M a-
ealão deve ter influído para que um pun h ad o de crentes consa­
grados a D eus e decididos a trabalhar o acom panhassem nas via­
gens difíceis e custosas a M adureira, perseverassem sem anas, m e­
ses e anos, até verem vitoriosa a C ausa de C risto.
As prim eiras atividades do “pequeno reb an ho” desenvolve-
iam -se nos cultos ao ar livre; m uitas vêzes iniciava-se a reunião a
céu aberto, com quatro ou cinco pessoas. As notas dom inantes
dessas reuniões nas ruas e praças de M adureira eram o violino do
irm ão Paulo e o tro m b o n e do irm ão Balbino, que enviavam para
os ares os acordes festivos de convite, que sc sucediam um após
outros, com entusiasm o sem pre crescente. Q uem visse aquêles
abnegados cristãos a tocar e a cantar, com tan ta alegria, jamais
podia supor que êles, a maioria das vêzes, com pareciam com o
estom ago vazio, pois as posses não davam para pagar a passagem
e para com er, e en tre as duas coisas escolhiam pagar a passagem
até M adureira, para servirem ao Salvador.
Essa situação d urou longos meses, até que, finalm ente, o atual
pastor Paulo L. M acalão inaugurou um pequeno salão para rea­
lizar cultos, na rua José M achado, 76, atual 129, em V az Lobo,
residência de Balbino da Silva. Foi êsse o m arco que serviu para
a grande arrancada da vitória. A lguns meses depois, aten d en d o ao
progresso do trabalho, alugaram um salão m aior, à rua Baronesa,
77. Foi nesse local q u e se fundou a Assem bléia de D eus em
M adureira, no dia 15 de N ovem bro de 1929. E n tre os fundadores,
além de outras, estavam as seguintes pessoas: Balbino da Silva,
Elvira R odrigues da Silva, Jacom o G u id e da V eiga, A lbertina V ei-

— 240 —
T em plo da A ssem bléia de D eus — M adureira - G uanabara

— 241 —
H istória das A s s e m b l é ia s de Deus no B r a sil
ga, Florêncio Luiz Pereira, L in d o m ar Ludgério Pereira, Amélia
dos Santo Pereira, Justo A nacleto de Souza, Rosa de Souza, M a­
ria Cardoso da Silva, E m ília C osta, Felizbela Barbosa de Freitas
e M aria Laura de S o u z a .
Instalada em local mais am plo, a igreja Rançou-se à conquista
dc alm as para C risto . A lgum tem po depois, isto é, seis meses
mais tarde, a igreja inaugurava mais um salão para anunciar o
Evangelho, em D ona C lara, atual C a m p in h o . Êsse salão foi ce­
dido pelo Sr. Joaquim M oreira da Silva, e inaugurado no dia 26
de m aio de 1930. A inda 110 m esm o ano, a igreja transferiu-se da
rua Borborem a, 77 para o n.° 13 da m esm a rua. Dessa rua trans­
feriu-se para a E strada M arechal Rangel, 184.
O progresso cada vez m aior exigiu instalações mais amplas;
por essa razão a igreja m udou-se para a rua João V icen te, 7, onde
funcionou vários anos, até que, finalm ente, M adureira cdificou o
m agestoso tem plo da rua C arolina M achado, 174, onde atu alm en te
tem sua sede.
Foi 11a sede da rua João V icente, 7, que a A ssembléia dc
D eus cm M adureira assum iu personalidade jurídica, 110 dia 21 dc
ou tu b ro dc 1941.
A inauguração do tem plo atual realizou-se no dia 1.° dc M aio
dc 1954, data cm que alí se reuniram m ilhares dc pessoas para
assistirem èsse aco n tecim en to .
E n tre as organizações sociais m antida pela igreja em M adu-
rcira destacam -se a Escola São Paulo, que funciona ao lado do
tem plo, com os seguintes cursos: Jardim dc Infância — Piim ário
— Admissão — D atilografia c cursos dc A lfabetização. U m corpo
dc Assistentes Sociais distribuídos p o r 22 setores, em vários bairros.

— 242 —
H istória das A s se m b l é ia s de D eu s no B r a sil
presta inestim áveis serviços. As Assistentes Sociais tem a seu cargo
o Berçário e o A telicr da igreja.
E n tre ta n to , não foram sem ente as obras sociais que se de-
semvolveram na igreja sob a responsabilidade do pastor P aulo Lei-
vas M acalão. A evangelização sem pre ocupou lugar de destaque,
pois dessa igreja e sob a responsabilidade do pastor foi o E van­
gelho levado a outros bairros, cidades e E stados, como se verá no
relatório abaixo:
N o antigo D istrito Federal o trabalho estendeu-se através da
E . F . C . B . desde M angueira até Santa C ruz, alcançando São João
M arcos, ten d o com o resultado o estabelecim ento de igrejas em
M arechal H erm es, Bangú, C am po G rande, Acarí, T ijuca, além de
m uitíssim as congregações.
N o Estado do R io estabeleceu igrejas e tem plos de Nova
Iguaçu até Barra do Piraí e daí até Q ueluz, destacando-se o tem ­
plo de V olta R ed o n d a. N a orla m arítim a o trabalho firmou-se em
M agé, Saquarem a, Rio M ole, C abo Frio, R io do O uro, A raruam a,
Armações dos Buzios, T inguá, M acaé, C am pos, e bem assim ele­
vado núm ero de congregações.
Em M inas Gerais, contam -se igrejas em Recreio, Cataguazes,
U bá, Rio Branco, S. G eraldo, Teixeira, P o n te Nova, R io Casca,
Raul Soares, S. João N ep u n u cen o , Bicas, M ar dc E spanha, Juiz ds
Fora, Santos D u m o n t, Lafaiete e C ongonhas. E m São Paulo, o
trabalho iniciado pelo pastor Pau}o L. M acalão estabeleceu-se pri­
m eiram ente na rua G lória, 605, no dia 13 de julho de 1937, trans­
ferindo-se mais tarde para a rua M ajor M areelino, 331, estendendo-
se depois a São C aetano do Sul, C am pinas, M ogi-M irim , Baurú,
A ndradina, além de m uitas dezenas de outras cidades.
Foi de M adureira que seguiu para o E stado de G oiás, a fim
de iniciar trabalho das A ssembléias de D eus naquele E stado, sob

— 243 —
H istória das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a sil
a orientação do pasto r M acalão, o pastor A ntonio M oreira. C om o
resultado dessa iniciativa, estabeleceram -se dois grandes centros de
evangelização em G oiânia e Anápolis, havendo com o resultado,
cêrca de setenta igrejas, incluindo-se a de Brasília, cujo trabalho
foi inaugurado 110 dia 21 de julho de 1957, com a realização do
prim eiro batism o de novos convertidos. A pedra fu n dam ental do
tem plo em Brasília foi lançada pelo pastor Paulo L. M acalão no
dia 19 de julho de 1959.
O h u m ild e trabalho iniciado em M adureira, trin ta anos depois
reunia cêrca de 100.000 crentes ligados pelos laços de fraternidade
cristã e pelo idea] que orienta todos os m em bros das Assembléias
de D eus d 0 Brasil.

B A N G Ú

D atam de 1.° de setem bro de 1926 as prim eiras atividades da


Assembléia de D eus em B angú. Paulo Leivas M acalão, atendendo
a cham ada divina, paia a obra de evangelização, ju n ta m en te com
alguns crentes evangélicos, determ inaram reunir-se na estação de
Realengo, com 0 objetivo de pregar o Evangelho de Jesus C risto.
As prim eiras reuniões congregavam reduzido núm ero de pessoas.
N inguém diria, naqueles dias, que D eus ergueria um a forte igreja,
a não ser aquêles que tin h am fé 110 poder da graça divina.
D u ran te vários anos o pequeno grupo co n tin uou a reunir-se
em vários lugaies, com o firm e propósito de servir ao Senhor, cus­
tasse o que custasse. Após cinco anos de lutas e vitórias, as espe-
umças transform aram -se em realidade, com a fundação da A ssem ­
bléia de D eu s. Êsse acontecim ento efetuou-se no dia 7 de S etem ­
bro de 1931, com a celebração dc um culto festivo. A sede provi­
sória da igreja passou a ser à rua C laudino Barata, 104 na Estação
de R ealengo.

— 244 —
H istó ria das A ss e m b l é ia s de D eu s no B r a sil
Nessa época o trabalho de evangelização já havia alcançado
outros subúrbios próxim os, onde tam b ém se realizavam cultos,
principalm ente em B angú. E m razão do progresso da igreja e
atendendo ao desenvolvim ento do trabalho de evangelização, de­
cidiu-se a transferencia da sede para u m salão am plo, situado à
Estrada Real de Santa C ruz, 292 (a n tig o ), na estação de B angú.
A transferência e a nova instalação realizou-se no dia 15 de N o ­
vembro de 1931. N esse local a igreja funcionou até 1.° d e janeiro
de 1933. Nessa data a A ssem bléia de D eus transferiu-se para o
seu próprio tem plo, construído à rua R ibeiro de A ndrade, 13, hoje
n.° 65. A inauguração do tem p lo foi um aco n tecim ento festivo,
pois era o prim eiro construído sob a direção do pastor Leivas
M acalão. Estiveram presentes à inauguração do tem p lo o m issio­
nário Sam uel N ystrom , cuja palavra autorizada se fêz ouvir na
ocasião; os pastores João Evangelista e M anoel dos Santos, e bem
assim grande núm ero de m em bros da A ssem bléia de D eus em São
Cristóvão, prestig iaram .
Foi presidente da igreja, desde a data de sua fundação em
1931, o pastor Paulo L. M acalão, até ao ano de 1950, funcionando
com o l . a Secretária sua espôsa, Zélia B rito M a c a lã o . N o ano de
1951, o pastor M acalão passou a presidência da igreja ao pastor
M anoel Francisco da Silva, q u e co n tin u o u no cargo até à presente
data. Serviram com o pastôres à igreja em B angú, os seguintes
obreiros: Jacom o G u id e da V eiga, A n to n io Alves dos Santos, M i­
guel Pastore e José Cecílio da C o sta. A igreja em Bangú estabe­
leceu trabalho de evangelização em vários bairros do D istrito F e ­
deral, notad am en te na zona rural, dando lugar a q u e se organizas­
sem as igrejas de Santa A lexandrina (A ntigo T u ra n o ), C am po
G rande, Q uilô m etro 50, Santa C ruz, no D istrito Federal, e em
Itaguaí no E stado do R io .

— 245 —
H istó ria d as A sse m b lé ia s d e D eus no B r a s il

MARECHAL HERM ES
Os prim eiros cultos q u e deram origem à atual Assem bléia de
D eus em M arechal H erm es realizaram-se na rua A rcanio, 13, re­
sidência de Francisco dos Anjos, m em bro da Assem bléia de D eus
no Rio de Janeiro.
Francisco dos Anjos ,um dos prim eiros convertidos, ofereceu
sua casa e a igreja aceitou o oferecim ento, e encarregou Paulo
L. M acalão de dirigir os prim eiros cultos em M arechal. Algum
tem po depois um grupo de crentes denom inacionais fundaram
tam bém um a A ssem bléia dessidente no local conhecido com o
Portugal P eq u en o .
O pastor Paulo M acalão entro u em en ten d im en to com a m en­
cionada A ssem bléia, e fêz-se a união de trabalho com a prim i­
tiva Assem bléia de D eu s. D u ra n te algum tem po os cultos reali­
zaram -se na rua G eneral C láudio e mais tarde transfcriiam -se para
a rua Paraopeba. O utros pequenos grupes de Bangú e M adu-
reira uniram -se à A ssem bléia de D eus, fortalecendo, assim, a igreja
do Senhor.
F in alm en te a A ssem bléia de D eus em M arechal H erm es pas­
sou defin itiv am en te para a jurisdição do pastor Paulo Lcivas M a­
calão, e fixou sua sede à rua C arolina M achado, 1958.
As atividades da igreja em M arechal H erm es podem avaliar-se
pelos fatos que vamos m encionar: N o ano de 1951, a igreja em
M arechal concedeu auto n o m ia a congregação em N ilópolis, Es­
tado do Rio, e ccm a autonom ia a transferência dc 800 m em bros
ativos. A lgum tem po depois outra congregação de M arechal H er­
mes, organizava-sc tam b ém em igreja, com fôro e sede em Bento
R ibeiro, à rua Pararí, 124, conservando, porém , os vínculos in­
destrutíveis da fraternidade cristã com M arechal H erm es.

— 246 —
H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Serviram à igreja em M arechal H erm es, os seguintes pastôres:


Paulo L. M acalão, que é o presidente, e com o vice-presidente,
M anoel Francisco da Silva, José Cecilio da Costa, A ntonio A]ves
dos Santos, E n o c A lberto Silva, M anoel M endonça e José L eite
Lacerda que exercia o pastorado ao serem elaboradas estas notas.

— 247
C A P IT U L O X V II

M INA S GERAIS — BELO HORIZONTE

N o mês de fevereiro de 1927, chegava a Belo H orizonte, es­


perançoso e pleno de vida, o pastor C lim aco B ueno A za. A ntes
de dirigir-se para a capital de M inas, C lim aco A za estivera no R io
de Janeiro, em penhado em cam panhas d e avivam ento, em período
áureo para a igreja na capital do País. Após breve estágio em P araí­
ba do Sul, o pastor C lim aco obedecendo à direção do Espírito
Santo, transferiu-se para Belo H orizonte.
O fato de não haver Pentecostais nessa cidade, não era a
m aior preocupação de C lim aco Aza; isto de não haver ali amigos
e conhecidos não o desanim ava. Ê le sabia que D eus lhe daria
amigos e irmãos, logo q u e ali chegasse.
A fam ília C lim aco foi m orar na rua Peçanha, esquina da rua
Paraíso. Foi ali qu e se realizaram os prim eiros cultos; foi ali que
se converteram as prim eiras pessoas, as prim ícias da obra P e n te ­
costal que se estendeu por todo o E stad o .
Os prim eiros convertidos em Belo H orizonte foram : A ntonio
G om es; C apitão A ntonio Lopes de Oliveira; B aldom ero Peres;
Francisco M oreira; Elói; G il Braz; José Alves P im entel e João
de C arv a lh o .
Foi com o auxílio desses hom ens de D eus qu e o pastor C li­
m aco se lançou à tarefa abençoada de evangelizar a cidade. Foi
com êles q u e se fu n d o u a igreja em Belo H o rizo n te.
D a rua P eçanha a igreja transferiu-se para a rua da C ontagem ,

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H istória das A s s e m b l é ia s de D eus no B r a sil
431, onde foi construído u m peq u en o tem plo, inaugurado a 15
de janeiro de 1929.
N o ano de 1931, o pastor C lim aco deixou o pastorado e, qual
pioneiro colonizador, transferiu-se para Juiz de Fora, a fim de
fundar ali mais um a A ssem bléia de D eu s.
C om a transferência de C lim aco B ueno Aza, a igreja convi­
dou e em possou com o seu pastor, em 2 de agôsto de 1931, o
missionário N ils K astberg. O pastorado de N ils K astberg foi um
período de expansão para a igreja, não só na capital, m as tam bém
no interior do E stad o . E m um a d e sua viagens a V en d a Nova,
N ils Kastberg foi cercado pela m ultidão enfurecida, quando diri­
gia um culto; a m u ltid ão derrubou um m uro, e apedrejou e feriu
o pregador.
N o dia 31 de d ezem br0 de 1932 a Assem bléia de D eus em
Belo H orizonte separou para o pastorado o iim ão José Alves Pi-
m e n te l.
N o mês de abril de 1933, N ils K astberg deixou o pastorado
da igreja, sendo substitu íd o por o u tro m issionário, A nders Johans-
son. N o m esm o ano de 1933, a igreja recebeu como pastor A lgot
Svenson, que serviu nesse posto até ao ano de 1959, quando foi
cham ado a estar com o S enhor. N o período em que A lgot Sven­
son serviu como pastor, a igreja cresceu e construiu vários tem plos,
inclusive o tem p lo sede, à rua São Paulo, 1341. N a prim eira q u in ­
zena de ju n h o de 1935, realizou-se em Belo H o rizo nte a segunda
C onvenção E stadual .
E m 1938, a igreja teve com o pastor, na ausência de A lgot
Svenson, 0 missionário G ustavo B ergstron.
N o ano de 1932, a igreja hospedou a prim eira C onvenção
E stadual, e no dia 30 de o u tu b ro dêsse ano, inaugurou a recons­

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

trução do seu tem p lo em Carlos Prates. F in alm ente, em 13 de


maio de 1956 inaugurou o tem p lo da rua São Paulo, 1341.
C om a m orte do m issionário A lgot Svenson, assum iu o pas
tcrado o pastor A nselm o Silvestre.

U B E R A B A

N o ano de 1934, p rocedente de P iranguinho, transferido pelo


governo do E stado, por conveniência de se n iç o chegava a U be­
raba João Pedro de L im a e sua esposa, que haviam aceitado a
C risto e as doutrinas Pentecostais no Sul de M in as. A transferên­
cia de João Pedro de L im a foi providencial; êle era crente fervo­
roso que a todos testificava de sua fé.
João Pedro de Lim a, confiado nas promessas de Jesus, d ete r­
m inou pregar o E vangelho, p u b licam en te. O s prim eiros cultos
em U beraba foram realizados à rua C onceição das Alagoas, 136.
N a prim eira reunião estiveram presentes três pessoas, porém isso
não desencorajou a fé dos recém -chegados.
Pouco a pouco o povo com eçou a ouvir as Boas Novas e d e ­
ram-se, então, as prim eiras conversões. O s prim eiros convertidos
cm U beraba foram os seguintes: Lourença Santiago; Francisco
M achado da Silva; B ernardina Isabel da C onceição; Sebastião A n ­
tonio dc Lim a; C onceição Souza; F ábio de Ficitas; R aim undo
Josefino; Joaquim Pereira; M aria Conceição; M aria Salomé, Sonhá
Lcnros e M aria M arçal.
O prim eiro batism o em U beraba constituiu um aco n tecim en ­
to pouco com um na região. O ato foi realizado no rio das Lages,
e foi m uito com entado na cidade.
C om o desenvolvim ento do trabalho os crentes alugaram um
salão para cultos na m a A rtu r M achado, on d e anunciavam a m en-

— 250 —
251

T em plo da A ssem b léia de D eu s — B elo H orizon le — M inas


H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

sagem P en teco stal. M ais ta rd e a igreja transferiu-se para à rua


15 de N ovem bro, para, logo a seguir, m udar-se para à rua 7 de
S etem bro, e, finalm ente, para à rua H en riq u e Dias, 374, tem plo
próprio, construído no pastorado de J. H . T o stes.
N ão se julgue que a A ssem bléia de D eus se estabeleceu em
U beraba sem oposição e sem perseguição por parte dos inimigos
da verdade. O s prim eiros crentes tiveram que pagar o preço de
anunciar a verdade. João Pedro de Lim a foi preso, publicam ente,
por um te n e n te do batalhão em qu e servia, pelo fato de se negar
a ajoelhar-se em um a procissão. A prisão era ilegal e injusta, pois
o regulam ento m ilitar não exige que h o m en s de farda se ajoelhem
d iante de im agens; porém o oficial, por vingança, ordenou a prisão
de João Pedro de L im a. E n tre ta n to , logo que o co m andante teve
co nhecim en to do fato, tam bém p u blicam ente repreendeu o te ­
nente e não p erm itiu que fôsse d etido o fiel cren te.
N o bairro A lto do Fabricio na casa de u m m em bro da igreja,
na hora do culto, os cientes foram am eaçados, e apedrejados e pre­
sos. As calúnias que os vizinhos feiticeiros levantaram contra os
crentes foram logo desfeitas, e os perseguidores pouco a pouco
Começaram a receber a paga de sua m á conduta, porém a igreja
m archava vitoriosa.
O prim eiio pastor da Assembléia de D eus em U beraba foi
o m issionário G ustavo Bergstron, que perm aneceu apenas dois m e ­
ses. N os prim eiros dias de sua existência a igreja recebeu a visita
de A ldor Peterson e A lgot Svenson, G eraldo Sales; os pastôres fo­
ram : H en riq u e Lelis, J. M . T ostes, V enâncio R . dos Santos, F ra n ­
cisco M iranda, N eem ias José Inácio e Sebastião Pereira da Silva,
sendo que êste últim o ocupou o m aior período do pastorado em
U b e rab a.

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e U e u s n o B r a s il

As atividades da igreja não se restringiram à cidade,, mas al­


cançaram outras cidades o nde se estabeleceram outras igrejas.

I T U I U T A B A
A cidade de Itu iu tab a recebeu a m ensagem Pentecostal
através do testem u n h o de José P in to de A lm eida, o qual, após a
conversão, sentiu-se cham ado a contar a outros a verdade acerca
do batism o com o E spírito S anto.
José P in to de A lm eida aceitou o Evangelho no ano de 1935;
os prim eiros anos de crença foram com o que de aprendizado para
exercer atividades específicas nos anos posteriores.
N o ano de 1940, José P in to de A lm eida com eçou a anunciar
o Evangelho em Itu iu ta b a e D eus confirm ou seu te stem u n h o con­
vertendo várias pessoas. E n tre os prim eiros convertidos contam -
sc: Jo A rantes de Souza; A lexandre A rantes; V icen te Lauriano
e outros.
O prim eiro batism o foi realizado no ano de 1941, por D o m in ­
gos Pinto de A lm eida, no corrego P irapetinga. Os prim eiios cu l­
tos em Itu iu tab a foram realizados à rua 20 esquina da avenida 27;
mais tarde a igreja m udou-se para à rua 30, após haver funcionado
na avenida 17.

I T A J U B Á
M uito em bora a data m em orial da fundação da Assem bléia
de D eus em Itajubá assinale a data do mês de fevereiro de 1934,
contudo, um ano antes já a m ensagem Pentecostal fôra anunciada
naquela cidade.
O prim eiro culto pentecostal realizou-se no m ês de janeiro
de janeiro de 1933, na casa de um crente batista que exercia as

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

funções dc padeiro. O local onde se deu êsse aco n tecim ento his­
tórico foi o Bairro da Fábrica de T ecidos.
Participaram do prim eiro culto, além dos donos da casa e
out.as pessoas os seguintes: João P edro de Lim a; N ils Kastberg
c H ilário J. F erreira. O testem u n h o P entecostal foi levado a Ita-
jubá, pelas pessoas acim a m encionadas que m oravam em Pirangui-
n h o . O s prim eiros crentes que se converteram em Itajubá foram :
M aria C o n stan tin a; Sebastião G erdino; F lo ie n tin o Zacarias; José
R ibeiro; G u ilh erm in a R ibeiro; José Dias; João A polinário; C aetano
Ribeiro; Acácio Ribeiro; A n to n io Jacinto: Luiz Jacinto;M elica Be-
line e José T eles.
O prim eiro batism o efetuado na cidade de Itajubá realizou-
se no m ês de fevereiro de 1933, p o rtan to um ano antes da orga­
nização da igreja. M inistraram o batism o A ldor Petersen e Algot
Svenson.
Os prim eiros cultos íealizaram -se em casas particulares. O
prim eiro salão que serviu de sede, estava situado à rua M ajor P e­
reira, 57 (antigo 3 7 ).
Os prim eiros pastores que serviram a igreja cm Itajubá fo-
í a n : A ldor Pcrtcrson, auxiliado por H ilário Ferreira, até 1938.
N o período de 1938 a 1940, serviram G ustavo Bergstron e Paulo
Sales c F lorentino Zacarias. D e 1941 a 1951, a igreja teve com o
pastor João dc O liveira. D c 1951 até esta data, serve com o pastor
Afonso F a ria .
A igreja cm Itajubá tam bém provou o cálicc am argo da peise-
guição, ta n t0 da parte do clero, com o das próprias autoridades.
E n tre ta n to , nos últim os anos, desapareceram as incom prceiisões c
os ataques à igreja.
As atividades da igreja dc Itajubá bem assim sua jurisdição,

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

cstende-se as cidades de Pouso Alegre, Jacutinga, Senador José


Bento, D elfim M oreira, C arm o de M inas, C ristina, Brasópolis c
Santa R ita do Sapucai.

L A V R A S

A cidade de Lavras desde há m u ito é conhecida com o a ci­


dade dc influência pro testan te, em razão das atividdaes de alguns
missionários presbiterianos q u e fundaram ali escolas e o In stitu to
G am on, hoje Faculdade Superior de A gronom ia, em tôrno do
qual se m ovim enta a vida da cidade.
C o n tu d o a m ensagem Pentecostal sòm entc chegou a Lavras,
através de alguns crentes de Belo H orizonte, no ano de 1936.
E n tretan to a igreja em Lavras, a p artir de 1938, tom ou novo im ­
pulso e am pliou suas atividades com a chegada do missionário
Lawrence O lson e espôsa, cuja atividade incentivou os m em bros
da igreja a trabalhar e a levar a m ensagem às cidades vizinhas.
Os missionários O lson chegaram ao B radl no dia 7 de Se­
tem bro de 1938, c seguiram d iretam en te para Belo H orizonte, e
alguns meses depois transferiam -se para Lavras. T raziam consigo,
os jovens missionários, ao chegarem ao Brasil, o desejo de evange-
lizar e estabelecer centros de preparo de obreiros, isto é, Escolas
Bíblicas, e êsse alvo foi alcançado, pois a igreja em Lavras desde
1942 vem realizando an u alm en te a tradicional Escola Bíblica que
reune obreiros da região e de vários E stados.
Os prim eiros cultos na cidade de Lavras foram realizados na
rua F irm ino Sales, 312 onde atu alm en te funciona; da rua Fir-
m ino Sales m udou-se para a rua Álvaro B otelho, c dessa rua foi
para mais dois lugares, antes de voltar definitivam ente para onde
está atu alm en te.

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

Os prim eiros crentes pentecostais na cidade de Lavras foram :


L eonita da Luz; M aria das Dores; O selina de Jesus; sargento G e ­
raldo C o u tin h o e sargento A ntonio G u id o M artu ch ele.
U m a das prim eiras providências dos m issionários O lson, foi
a construção do tem plo, o qual foi inaugurado em 1942. A Assem ­
bléia de D eus em Lavras foi um a das prim eiras a fazer uso do rádio
para anunciar a m ensagem do E vangelho.

GOVERNADOR V A LA D A R ES E CACHOEIRA DO RAIO


A história das igrejas em G overnador V aladares e Cachoeira
do Raio é idêntica; ela reune os m esm os personagens cuja atuação
e orientação é igual para as duas, pois am bas cresceram juntas,
adm inistradas pelos m esm os obreiros.
N o ano de 1930 assinalam -se na região os prim eiros m o m en ­
tos de evangelização íelacionados com o M ovim ento P entecostal.
E n tre ta n to , oficialm ente, a A ssem bléia de D eus em Cachoeira do
Raio, sede do trabalho em tôda a região, foi fundada em 22 de
julho de 1932, pelo pastor João Pedro da Silva. O pastor João
Pedro da Silva eia pastor da igreja em V itória, E spírito Santo,
à qual estava ligado o trabalho de C achoeira e G overnador V ala­
dares. João Pedro não podia dar às igrejas de G overnador e C a ­
choeira a assistência que as m esm as necessitavam . Por essa razão
convidaram O rm ídio Siqueiia, m em bro da A ssem bléia dc D eus
cm V itória, paia cuidar do trabalho nas duas igrejas.
E m princípio, O rm ídio Siqueira aceitou e, d u ran te pouco mais
de um mês, visitou e anim ou os novos convertidos a perm anece­
rem firm es na fé. O rm íd io Siqueira voltou a V itória, sem qualquer
com prom isso de regressar.
D u ra n te alguns anos, tan to a igreja de G overnador V aladares

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

ccm o a de Cachoeira do Raio, apenas recebiam visitas ocasionais


de pastores ou evangelistas da igreja em V itó ria . N o ano de 1935,
faleceu o pastor João P edr0 da Sdva, em V itó ria . Ficaram pois,
sem pastor, as igrejas de G overnador, C achoeira e V itó ria .
Foi nessa ocasião que a igreja ap o n to u e separou para pasto í
das m encionadas igrejas, O rm íd io Siqueira. A separação do
pastor O rm ídio aconteceu no dia 23 de m aio de 1935.
N aquele tem p o ainda vigorava entre as igrejas e obreiros, o
regime de viver e trabalhar pela fé. O rm íd io Siqueira transferiu-se
para Cachoeira do Raio, sem prom essas de salário ou qualquer a u ­
xílio de ordem econôm ica. M u ito s dias passaram O rm ídio e fa­
mília, sem alm oçar ou jantar; outros dias com iam alguns peixes
que êles m esm os pescavam no peq u en o rio que passava nos fundos
da casa em que m oravam .
A igreja cresceu espiritualm ente e econom icam ente, conform e
a promessa do Senhor. N o an 0 de 1949 a igreja em Cachoeira
inaugurou seu tem plo construído em terreno doado p o r Francisco
L eitão M enezes.
A partir dessa data o centro de atividades de evangelização
da região transferiu-se para G overnador V aladares, em razã0 de
sua posição de centro de com unicações. A igreja em G overnador
Valadares tam b ém cresceu, não só na cidade mas estendeu-se para
as localidades vizinhas.
C om o progresso do trabalho chegaram tam b ém as provações
para a igreja. N o ano de 1946, q u ando o tem plo na cidade de
G overnador V aladares estava quase construído, um tem poral a ti­
rou-o por terra. O s esforços de m uitos foram inutilizados. O s ini­
migos zom bavam , parecia qu e a d errota fora to ta l. E n treta n to ,
refeitos dos prejuízos, lançaram -se a obra e em 15 de junho de

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

1951, inauguravam um tem p lo m elh o r e mais seguro, dedicado ao


trabalho de C risto, e bem assim um a casa p asto ral.

ESPERA FELIZ
A m ensagem Pentecostal chegou à cidade de Espera Feliz,
através do testem u n h o de um jovem farm acêutico cujo nom e é
W a lta ir G om es de M atos. A conversão de W a lta ir aconteceu na
Assem bléia de D eus no R io de Janeiro, no mês de m arço de 1938,
no dia em que a Assem bléia de D eus inaugurou seu tem plo no
C am po de São C ristóvão. O jovem farm acêutico foi a única pes­
soa que se decidiu aceitar a C risto naquela ccasião festiva, na pre­
sença de m ilhares de pessoas.
M u ito em bora alguns fieassem decepcionados na inauguração
do tem plo, co n tu d o , com o veremos abaixo, um ano depois essa
única pessoa havia levado a C risto mais de duzentas alm as.
W a lta ir G om es de M atos, morava e exercia sua profissão em
Espera F eliz. V isitava êle o Rio de Janeiro q uando se converteu
Logo que voltou à sua cidade, tão alegre se sentia com a nova
vida, que decidiu anunciar as Boas Novas a todos, em tòda a ci­
dade. A fim de que todos fôssem m elhor inform ados, W alta ir
convidou o pastor B elarm ino Pedro Ram os, dc Petrópolis, para
visitar Espera Feliz, a fim de expor ao público a m ensagem do
Evangelho de C risto .
Os prim eiros cultos realizados cm Espera Feliz foram efetua­
dos cm um barracão de em pacotar fum o, na rua da M áq u in a. O
local não era apropriado, mas não havia outro; os zombadores pas­
savam e gritavam : O lha o nde êles se reunem ; isso não vai. E n ­
tretan to , apesar da m á vontade dêlcs foi e venceu.
A lgum tem p o depois 0 sr. Pires, cuja fam ília p eitcncia à igreja

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

Presbiteriana ofereceu u m antigo depósito de café, para os crentes


se reu n iiem . O gesto do sr. Pires levantou protestos d e pessoas
de influência porém êle m anteve o oferecim ento.
A visita de Belarm ino Pedro R am os anim ou os prim eiros
convertidos.
Alguns meses depois o pastor José A nto n io de C arvalho vi­
sitava Espera Feliz a fim de continuar o trabalho iniciado pelo
pastor Belarm ino. Ao fim de 25 dias de intensa atividade do pas­
tor C aivalho, pregando, visitando e ensinando, o resultado foram
62 pessoas decidiram-se por C risto .
O terceiro obreiro a visitar E spera Feliz foi E ugênio de O li­
veira, que tam bém teve o privilégio de ver 67 pessoas aos pés do
Salvador.
B elarm ino Pedro Ram os e M anoel C ristóvão visitaram nova­
m ente a igreja de Espera Feliz; em onze meses de atividades, mais
de duzentas pessoas haviam aceitado a C risto . Êsse fato despertou
inveja de alguns, e ódio de o u tro s. Iniciou-se, então um m ovim en­
to de propaganda contra a A ssem bléia d e D eus, que chegou a des­
pertar curiosidade en tre o povo. O resultado foi q u e m uitos iam
assistir os cultos, por curiosidade, e convertiam -se em testem unhas
de C risto.
N o dia 19 de julho de 1940, no pastorado de José A ntonio dc
Carvalho, a Assembléia de D eus em Espera Feliz inaugurou o
seu tem plo, acontecim ento que repercutiu em tôda a ciddac.

C A R A T I N G A

Apesar de haver o ano de 1936 assinalado o inicio das ativida­


des oficiais da Assembléia de D eus em C aratinga, o certo é que

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eu s no B r a s il

antes dessa data alguns crentes já ali se encontravam e, como era


natural, anunciavam a m ensagem P enteco stal.
N o ano de 1936 o presbítero João Teixeira, da A ssem bléia de
D eus em Belo H orizonte, foi convidad0 por um irm ão a visitar a
cidade de C aratinga, a fim de expor ao povo as verdades divinas
aeêrca do batism o com o E spírito S an to .
João T eixeira perm aneceu d u ran te alguns dias dirigindo cultos
e pregando as verdades divinas. N o período em que esteve em
atividade, 36 pessoas aceitaram a C risto . 0 p equeno grupo ficou
sem dirigente q u ando João Teixeira voltou a Belo H o rizo n te.
N o mês de janeiro de 1937 chegava a C aratinga José G onçal­
ves, com a missão de co n tin u ar o trabalho de evangelização tão
prom issor naqueles dias. O terreno estava preparado, a sem ente
fôra lançada em terra fertil, b ro to u e cresceu.
A igreja prosperou naqueles dias, não só na cidade mas ta m ­
bém nas V ilas próxim as.
A A ssem bléia de D eus em C aratinga estabeleceu-se à rua
Princeza Isabel, 52, onde construiu seu te m p lo .

HONÓRIO BICALHÜ

O u an d o M anoel Rom ão de O liveira se transferiu de Belo H o ­


rizonte para H onório Bicalho, no ano de 1938, talvez não supusesse
que cinco anos depois naquela cidade, além de dezenas de pessoas
salvas, inaugurava-se tam bém o tem plo da A ssembléia de D eus
local.
M anoel R om ão era m em bro da A ssem bléia de D eus em Belo
H o d zo n tc; ao chegar a H onório Bicalho não havia pessoas conver­
tidas ao E vangelho, sòm ente um h om em ali vivia que, ocasional­

— 260 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

m ente ,conhecera o Evangelho, porém n u n ca chegara a ser cristão.


O fato de não haver ali m uitos cristãos nã0 desanim ou M a ­
noel R om ão; êle com eçou a an u n ciar a salvação em C risto e b a­
tism o com o E spírito S anto. A quêle h o m em qu e apenas conhe­
cera o Evangelho teve sua vida transform ada e o povo com eçou
3 ver o bom testem u n h o dos dois h o m en s.
D en tro em pouco havia outras pe:soas convertidas. D ois anos
depois estava form ada um a igreja. A A ssem bléia de D eus em Belo
H orizonte enviou então o evangelista L eopoldo da Paixão, para
cuidar1 e evangelizar o novo cam po.
N o dia 12 de novem bro de 1942, H onório B icalho assistia a
inauguração do tem plo da A ssem bléia de D eus naquela cidade.

U B E R L Â N D I A
O ano de 1937 assinala a chegada do prim eiro crente P e n ­
tecostal à cidade de U berlândia; seu nom e é A ntonio Baltazar,
que morava em U beraba, de cuja A ssem bléia era m em b ro . N ão
conhecem os porm enores do trabalho de evangelização de A n to ­
nio Baltazar nesse período, mas sabem os qu e no dia 12 de m aio
de de 1939, o missionário G ustavo B ergstron e o pastor Joaquim
H onório Tostes visitaram a cidade de U berlândia, com o objetivo
de verificar as possibilidades de estabelecer-se aí trabalho perm a­
nen te de evangelização.
O s dois visitantes foram bem sucedidos e bem recebidos; no
dia 13 de m aio, na casa de C ustódio de M elo, nas im ediações da
Estação da E strada de Ferro, da qual era funcionário, realizou-se
o prim eiro culto . N essa data ficou com binado, de com um acôrdo,
que o pastor T ostes se transferisse para aquela cidade.
N o dia 5 de junho de 1939 chegava a U berlândia o pastor

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H istória das A s se m b l é ia s de D eus no B r a sil
Tostes, a fim de estabelecer definitivam ente o trabalho do Senhor.
O pastor T ostes foi residir em m odesta casa da rua C hapada, atual
Avenida Rio B ranco. N o dia 8, três dias após a chegada, a pequena
casa encheu-se de pessoas desejosas de ouvirem a pregação da
Palavra de D eu s. Nesse culto, D eus m ostrou o seu beneplácito
sôbre o trabalho de seus servos, salvando 15 pessoas.
O prim eiro batism o nas águas foi efetuado por João de
O liv eira.
H avendo necessidade de um a casa m ais am pla, em razão do
grande núm ero de conversões, Joaquim T ostes m udou-sc para a
mesm a rua da C hapada, porém meses depois tran sferiu -'e para
a rua B enjam im C o n stan t, 264, e fin alm en te para o núm ero 22-1
da m esm a rua, on d e construíram o tem plo qu e foi inaugurado a
15 de setem bro de 1940. N o mês de ju n h o de 1941 T ostes foi
substituído por D elfino B runelli, que serviu em U berlândia até
1942.
A dauto C elestino foi o su b stitu to de D elfino B runelli. O u ­
tros nom es que tam bém serviram dedicad am en te à igreja em
U berlândia são: M anoel Jo-ê dc Oliveira, Franscisco M iranda,
M anoel Salgado e N eem ias José Inácio.

— 262 —
C A P ÍT U L O X V III

SÃO PAULO — CAPITAL


Dezesseis longos anos se passaram desde qu e a m ensagem
P entecostal chegou ao Brasil, antes q u e se estabelecesse na C a­
pital de São Paulo, apesar de outros Estados do Sul, já nessa
época, possuírem igrejas estabelecidas, isto é, Assem bléias de D eus.
N o dia 15 de N ovem bro de 1927 chegava à cidade de São
Paulo o m issionário D aniel Berg e sua esposa, com o objetivo de
anunciarem as Boas Novas na m etrópole paulista, com o já haviam
feito em outras cidades e E stados.
D aniel Berg, ao chegar à grande cidade industrial, não co­
nhecia ninguém , nem levava endereço de qualquer pessoa. S òm en­
te estava escudado e confiado na direção divina. O dinheiro que
possuía não era m u ito ab u n d an te, razão porque, de acôrdo com
sua espôsa, resolveram alugar' um a casa em um dos lugares mais
hum ildes da cidade. Dessa forma alugaram um a casa na V ila Car-
rão, que naquele tem p o possuia apenas algum as casas, e não era o
que mais tarde chegou a ser. O s prim eiros cultos, foram assistidos
sòm ente por duas ou três pessoas. O pequeno grupo cantava, to ­
cava e orava na p equena sala. O s vizinhos pouco a pouco iam
tom ando conhecim ento das reuniões, q u e eram realizadas com a
porta fechada.
C erto dia, quando estavam orando, um a senhora que ouviu
o cântico dos hinos, b ateu na porta; q u ando atenderam , perguntou
se ali moravam crentes. Q u an d o teve resposta afirm ativa, declarou
que se convertera na Assem bléia de D eus em M aceió. T ransferi­

— 263 —
264

T em plo da A ssem b léia de D eus — São Paulo — Capital


H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

ia-se para São P aulo e d u ran te m uito tem p o pediu a D eus que
enviasse um obreiro para aquela grande cidade, e a resposta ali
estava, disse ela.
Estava iniciado o trabalho de divulgação da m ensagem P e n ­
tecostal na C apital do E stad o . D eus com eçou a falar aos corações,
as conversões sucederam -se. N o dia 4 de m arç0 de 1928 efetuou-
se o batism o dos prim eiros novos convertidos.
O núm ero de convertidos aum entava; não era possível recebê-
los a todos na pequena sala. Havia necessidade de alugar um salão
para os cultos. A n te essa necessidade, a igreja alugou o salão da
Avenida Celso G arcia, 1209, on d e teve a prim eira sede.
E n tre ta n to a igreja continuava a crescer, de m odo q u e o salão
da A venida Celso G arcia já não atendia às necessidades. R esol­
veram então, m udar, o que se fêz, desta vez para a rua D r. C ân
dido do V ale, 41, não m uito d istan te da prim eira sede.
A com panhando 0 ritm o progressivo da cidade, a igreja flo ­
rescia e m ultiplicava suas atividades. Para atender a tal progresso,
era necessário construir um te m p lo . O local escolhido para edifiear
o tem plo foi a rua V ilela; o tem p lo foi inaugurado no ano de 1930.
A m archa da A ssem bléia de D eus era constante, para todos os
bairros da cidade, nos quais as portas se abriam para se estabele­
cerem novos trabalhos. N o dia 14 de julho de 1934, a Assem bléia
de D eus inaugurava um novo salão na V ila Indep endência ( Ip i­
ra n g a ). As estacas continuavam a alongai-se. Salões com capaci­
dade para trezentas pessoas já não atendiam ao progresso da o bra.
Serviram com o pastor, na fase inicial, além dos nom es m enciona­
dos, os seguintes: Sam uel N ystrom , Sam uel H e d lu n d e G ustavo
B ergstron .
N o dia 24 de m arço de 1935, a igreja m udou sua sede para

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T em plo da A ssem bléia de D eus Ipiranga — São Paulo — C apiial

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

o espaçoso salão da rua C ruz Branca, 35. A iauguração da nova


sede foi uni acontecim ento histórico na vida da igreja, pois nessa
ocasião realizou-se, tam bém , a prim eira C onvenção Regional do
E stado de São P aujo.
Com o crescim ento e expansão do trabalho au m entaram ta m ­
bém as responsabilidades e o cuidado para com as igrejas e preparo
dc obreiros. A ten d en d o à essas circunstâncias, a igreja prom oveu
a realização da prim eira Escola Bíblica no E stado, que reuniu
obreiros de Santa C atarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e
M inas G erais.
Acentuava-se o que poderíam os cham ar a fase da expansão
da igreja em São P a u lo . O entusiasm o do povo de D eus não
tin h a lim ites. O s jovens organizavam coros e bandas de m úsica.
O s anciãos ocupavam -se com a pregaração da Palavra de D eus. A
igreja já nessa época sentia-se capaz de hospedar a C onvenção G e ­
ral . A convite da Assembléia de D eus em São Paulo, a C onvenção
Geral reuniu-sc na rua C ru z Branca, 35, sede da m esm a A ssem ­
bléia. As reuniões da C onvenção realizaram -se nos dias 3 a 17 de
outubro de 1937.
Foi sem dúvida um a das m elhores C onvenções até então rea­
lizadas, em razão das resoluções da m esm a. Nessa C onvenção a u ­
torizou-se a publicação do livro H arpa C ristã com m úsica. Servi­
ram a igreja na fase de expansão, John Sorhein, Simão L undgren
e Sílvio Brito.
A partir de 1938 as circunstâncias im puseram a existência de
várias Assembléias indepen d en tes na capital, cada qual com res­
ponsabilidades e orientação próprias. Serviram às igrejas nesse p e ­
ríodo, os pastores Francisco G onzaga da Silva, B runo Skolimowskí,

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

\n to n io Alves dos Santos, C ícero de Lim a, A lfredo Reikdal, João


Corrêa, O távio José de Souza e Álvaro M o ta .

S A N T O S

A cidade de Santos teve o privilégio de ser um a das primeiras


do Estado de São Paulo a receber a m ensagem P entecostal. Para
sermos exatos, foi em Santos onde se estabeleceu a prim eira Assem­
bléia de D eus no E stado de São P aulo.
A história registra o dia 5 de m aio de 1924 como data em
que se iniciou a proclam ação do trabalho Pentecostal na cidade
de Santos.
Não foram missionários nem pastôres os imciadores; alguns
crentes que se transferiram de R ecife paia Santos, levaram nos co­
rações o testem u n h o vivo da Palavra de D eu s. A prim eira preo­
cupação dos servos de D eus foi anunciar a m ensagem do Evan­
gelho. E n tre os prim eiros crentes que chegaram a Santos estavam
os seguintes: V icen te Lim eira; H erm ín ia Lim eira; F ianeelino C or­
rêa e O távio C orrca.
Os prim eiros cultos realizados na cidade praiana efetuaram -
sc na A venida Rei A lb erto . A prim eira pessoa convertida foi
Am élia Barreiros.
O pequeno grupo de crentes não tin h a pastor; êles reuniam -se
cantavam , oravam e testificavam e pediam ao Senhor que lhes en­
viasse um p asto r. D eus ouviu as orações e enviou-lhes, então, o
missionário D aniel Berg, que estêve algum tem po servindo ao Se­
nhor na cidade d e Santos.
N o ano de 1925, no m ês de novem bro, a pequena igreja rece­
bia substancioso refôrço; nessa data, recebeiam o m issioná­
rio John Sorhein, que serviu à igreja até o mês de agôsto de 1928.

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I
269

T em p lo da A ssem b léia d? D eus — S a n tes —São Paulo


H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Logo a seguir a igreja recebeu tam bém a cooperação efetiva, isto é,


o m issionário Simão L undgren, que passou a ser seu pastor, ju n ta ­
m ente com o m issionário A nders Jo h n so n . O utros pastôres que
serviram a igreja são: C lim aco B ueno Aza, Francisco G onzaga da
silva, B runo Skolimowski e G eraldo M ach ad o .
O segundo local onde a igreja teve sua sede foi na rua João
G uerra, 266 D en tro em pouco a m ensagem estava sendo a n u n ­
ciada em C ubatão e B ertioga. N este últim o lugar foi onde o tra­
balho se firm ou e cresceu mais rapidam ente. O professor J. S. Hora
que lecionava em Bertioga, aceitou a m ensagem Pentecostal e to r­
nou-se um entusiasta e propagador do Evangelho C o m p leto . Se­
gundo notícias da época em Bertioga, de abril a julho de 1928,
realizou-se quatro vêzes o serviço de batism o de novos convertidos,
o que prova o progresso do E v an g elh o .
N o dia 1.° de M aio de 1938, a Assem bléia de D eus em San­
tos, sendo pastor Francisco G onzaga da Silva, inaugurava o seu
tem plo à rua D r. M anoel T o u rin h o . O terreno em que se cons­
truiu o tem plo fôra adquirido no pastorado de C lim aco Bueno
Aza. N o m esm o local, o tem plo definitivo que aparece nas pági­
nas deste livro.

CAMP I NAS
O s prim eiros m ovim entos dc evangelização prom ovidos por
m em bros da A ssem bléia de D eus na cidade de C am pinas efetua-
ram-sc antes que qualquer crente pentecostal sc transferisse para
essa cidade. Êssc trabalho pioneiro de sem ear as Boas Novas, fêz-
se através da literatura distribuída pelos missionários Sim ão L u n d ­
gren e E ster A ndersson, que, de passagem por C am pinas, tiveram
a inspiração dc plan tar a sem ente do E vangelho C o m p leto .

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

Êsse fato serviu para que outros missionários fôssem desper­


tados acêrca da possibilidade de fundar-se um a Assem bléia de
Deus em C am p in as. O m issionário que se deeidiu ir m orar n a­
quela eidade, foi Sam uel H e d lu n d . Isso aeonteceu 110 m ês de
abril de 1936, quando o M ovim ento P entecostal m arehava v ito­
rioso pelo interior do E stado de Sã0 P aulo. O missionário
H edlund, alugou um salão à rua R egente Feijó, 337, onde se rea­
lizaram os prim eiros eultos penteeostais na eidade de C am pinas.
Nos prim eiros dias a assistência aos eultos eonstava dos m em bros
da família H ed lu n d , e um ou outro q u e aceitava o convite para
assistir, após m uita insistência.
Os prim eiros eouvertidos em C am pinas foram os seguintes:
Joaquina M aria do E spírito Santo e A tílio P e rro tt. A história da
conversão de A tílio P erro tt m ereee ser eonheeida; ela c a prova
do poder de D eus, pois de ou tra form a o coração dêsse hom em
conheeido eom o valente, sem pre p ro n to a prom over lutas c d e­
sordens, não seria transform ado eomo foi.
A espôsa de Sam uel H ed lu n d eonvidou Joaquina M aria do
Espírito Santo a assistir o eulto divino. Joaquina sofria m aus tra ­
tos de Atílio que possuia um açouguc em frente à casa de cultos;
a senhora aeeitou a C risto, em bora soubesse que tin h a dc en fren­
tar, em easa, a ira de A tílio. C om o objetivo de abrandar, sc pos­
sível, a atitu d e agressiva de P erro tt, o missionário H ed lu n d foi
visitá-lo, porem foi pôsto da porta para fora, sob um a torrente de
ameaças e insultos. A tílio deelarou ao m issionário que ninguém
o conveneeria aeêrca de religião, e aereseentou: “V ocê ganhou a
m inha espôsa mas a m im voec não ganha; sou católico apostólico
rom ano, e sei o que faço” .
Os aconteeim entos naquele m o m en to , julgados sob o ponto

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

de vista h u m ano, pareceriam insolúveis e sem esperança de vitó­


ria. E n tretan to , o E spírito do S enhor estava operando e o valentão
e terrível A tílio P e n o tt aceitou a C risto por seu Salvador.
T rês meses depois dês:es fatos, isto é, no dia 18 d e setem bro
de 1936, realizava-se em C am pinas o prim eiro b atism o nas águas
dos novos convertidos; en tre aqueles que tiveram o privilégio de
ser os prim eiros, contava-se A tílio P e rro tt e sua espôsa. N esse dia
o m issionário H ed lu n d , d ian te de atô n ita m ultidão, quebrou o
revólver q u e pertencera a A tílio, como dem onstração do poder
do Evangelho de C risto para salvar os hom ens mais rebeldes e
m aus.
Estava ganha a prim eira batalha em C am pinas; o trabalho
começou a florescer, as conversões m ultiplicavam -se, o pequeno
salão, em breve, tornou-se pequeno para acom odar o povo. E m
vista do progresso, a igreja alugou o u tro salão paia servir de sede,
à rua José de A lencar, 330.
O m issionário Sam uel H ed lu n d serviu na cidade de C am pinas
até o ano de 1940, data em que se retirou para R ecife. A obra do
Senhor, q u e a êsse tem p o já estava firm ada, co n tin u o u a desen­
volver-se e a estender-se paia outras partes da cidade cujos tem plos
estão localizados à rua Sales de Oliveira, 845, rua Pedro I e V ila
C am pos Elísios.

SANTO ANDRÉ

U m a Escola D om inical, ao A r Livre, abriu o cam inho para


a fundação da Assem bléia de D eus em Santo A ndré. N a data em
que isso aconteceu, isto é, no ano de 1934, Santo A ndré não era
ainda a cidade próspera e o centro industrial em que mais tarde
se transform ou.

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Bertil e Ingrid Franson foram m orar na V ila Príncipe de


Gales, um dos novos barros dc Santo A n d ré. Poucas casa havia
11a rua Basílio M achado, onde os Fransons m oravam , mas em
com pensação havia m u ito terreno c até m esm o m atas para serem
derrubadas. O s m issionários Fransons, em seus próprio terreno
derrubaram árvores sem conta, para lim par o terreno que necessi­
tavam para reunir as crianças com que se iniciou a Escola D o m i­
nical. N o início som ente as crianças eram convidadas para assis­
tirem . aos D om ingos. As crianças ouviam as histórias do E v an ­
gelho e aprendiam a cantar, decoravam versículos da Bíblia, e n ­
fim, aprendiam a am ar a D eu s. O s pais das crianças com eçaram
a reconhecer o valor do trabalho e tam b ém freqüentavam a Escola.
Algum tem p o depois os missionários Fransons construíram
um a casa e os cultos passaram a realizar-se 11a m esm a. Os frutos
do trabalho tam b ém despontavam com as prim eiras conversões.
O s prim eiros crentes que aceitavam a Cristo, em Santo A ndré,
foram o casal C alv alim . O utras conversões se seguiram cujos no­
mes são os seguintes: Sebastião Teixeira, A ristide Teixeira, Filo-
m ena Silva, José Rosa e espôsa, L uiz L iberato e M aria Liberato,
Paula C onti; José Vasconcelos e B ernardo G odoy, sendo que êste
últim o, mais tarde foi separado para pastor (sendo êle, tam bém ,
quem nos forneceu os dados com que elaboram os esta h is tó ria ) .
N o mês de ju n h o de 1936 os crentes, antevendo o progresso
da obra do Senhor, adquiriram um terreno na rua Basílio M ach a­
do, c logo depois iniciaram a construção do tem plo, que foi inau­
gurado no dia 7 de fevereiro de 1937.
O ano de 1938 foi decisivo para a A ssem bléia de D eus em
Santo A ndré. Nesse ano, no mês de o utubro, aten d en d o ao de­
senvolvim ento sem pre crescente, a igreja recebeu como seu pastor

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

o irm ão A ntonio R odrigues. A visão da igreja am pliou-se; era n e ­


cessário levar a m ensagem a outros bairros. Estabeleceu-e então-,
o serviço de cultos regulares na A venida Brasil, (P arq u e das N a ­
ções) no outro lado da cidade.
A igreja continuava a prosperar naquele bairro. A dquiriram alí
u m terreno à rua do E gito, 7, 110 quaj foi construído um grande
tem plo, que foi inaugurado 110 dia 25 de outubro de 1942. O p ro ­
gresso da igreja exigiu a referm a e am pliação do tem plo da rua
do E gito por duas vèzes, sendo a últim a reform a q iu lhe deu
grande am p litu d e, executada 110 pastorado de D aniel Tavares Bel­
trão. Serviram com o pastores à igreja em Santo A ndré, A ntonio
Rodrigues, Joaquim M arcelino da Silva, D aniel T avaies Beltrão e
D elfino B runelli. O s prim eiros eooperadores do trabalho do Se­
n h o r em Santo A ndré foram os seguintes; Sebastião Teixeira, Aris-
tides Teixeira, Eilom cna da Silva, M anoel Araújo de Jesus, Pedro
Paulo P ru d en te e Bernardo de G odov.
O acervo da igreja, ao escreverem-se estas notas, consta de
6 tem plos, 7 salões de culto, e num erosos pontos de pregação do
E vangelho atendidos por cinco pastores, 17 presbíteros. 1 evange­
lista e 19 diáconos.

A R A R A Q U A R A

O s prim eiros m ovim entos que assinalaram as atividades de


obreiros penteeostais 11a cidade de A raraquara datam do mês de
m aio de 1939. O s nomes dos prim eiros q u e pregaram nessa cidade
são: Rafael G arcia e sua esposa, qu e naquela época moravam em
C a ta n d u v a .
Através de 11111 m em bro da igreja em C atanduva o testem unho
ehegou a A raraquara. Rafael G arcia e espôsa, nas visitas que fa­

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

ziam a Araraquara, destribuiam folhetos e jornais, além de testi­


ficarem às pessos interessadas.
Ao fim de algum tem p o apareceram os prim eiros frutos, isto
e, os prim eiros novos convertidos eujos nom es são: F irm ino Ana
de A ndrade; José A ndrade c Silva e espôsa; A rtu r Pereira e espôsa;
A lexandrino Pereira e Lúcio Pereira. Os prim eiros que se conver­
teram , ardendo de zêlo pelas coisas divinas levaram outras pessoas
a eonhecer a Cristo, e d en tro em breve o rebanho se m ultiplieava
A ig"cja em A raraquara sem pre teve obreiros dedicados e
efieientes. Após Rafael G arcia, serviram cm A raraquara a missio­
nária Lilian T rasher, dedicada e com petente; E rm a M iler, efieiente
110 trabalho dc evangelizar. Elsie S trail. D elfino Brunclli tam bém
serviu algum tem po, c bem assim José G om es M oreno e A lberto
Kolenda, sendo que êste ú ltim o entregou o trabalho no ano de
1954 ,aos cuidados do pastor D eolindo G onçalves, que d u ran te
anos ali serviu ao S enhor.

SÃO JOSÉ DO RIO PRÊTO

A cidade de São José do Rio Prêto, eom o as dem ais servidas


pelas Estradas dc Ferro A raraquarense, tam bém reeebeu o Evan-
lho através da ativa c progressista igreja de C atan d u v a. T a n to os
m em bros q uanto o pastor, eram entusiastas no trabalho de evan­
gelização pessoal e na distribuição de literatura P e n te co sta l. C om o
resultado dessas atividades algum as pessoas de São José do Rio
Prêto foram evangelizadas e aeeitaram a Cristo, abrindo, assim, as
portas para o estabelecim ento da A ssem bléia de D eus naquela
cidade.
A história registra oficialm ente o mês de janeiro de 1934,
como data em q u e se realizou o prim eiro eulto P enteeostal na

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

cidade. E n tre ta n to , antes dessa data (época em que não podeinçs


precisar), alguns m em bros, da igreja já havia feito trabalho de
evangelização.
O prim eiro culto realizou-se na rua B ernardino de Cam pos,
201. D irigiu o culto o m issionário Rafael G arcia, que residia em
C atanduv a. Nessa época constava com o dirigente do trabalho o
irm ão R am iro.
A lgum tem po depois o trabalho foi reiniciado por interm édio
de João D em étrio . A sede da igreja passou a ser à rua Coronel
E spíndola, 1. N esse período a igreja floresceu e aum entou 0 n ú ­
m ero de seus m em bros.
Serviram a essa igreja os seguintes obreiros, além dos já
m encionados: A ntonio Simões, A genor Alves de Oliveira, Seve­
rino Gonçalves Chaves e A nto n io D om ingos M artin s.

I G U A R A P A V A
A cidade de Iguarapava recebeu o testem u n ho Pentecostal
atiavés da operosa igreja de Ribeirão P rêto. É certo de que antes
dos pregadores pentecostais ah aportarem , para lá se transferiram
os seguintes m em bros da Assem bléia de D eus: M aria M arçal, Jan-
dira T o to le M arçal, Ivone M arçal e Joaquina M arçal.
O s inform es oficiais registram o ano de 1943, com o data da
iundação da A ssem bléia de D eus em Iguarapava.
O s prim eiros cultos realizaram-sc no salão da Avenida M a­
ciel, esquina com a rua M oisés do A m aral. O s prim eiros prega­
dores Pentecostais que aportaram em Iguarapava foram os m is­
sionários T eodoro S thor e espôsa, que moravam em R ibeirão Prê­
to, que cuidavam da igreja naquela cidade e aten d iam tam bém o
‘•.rabalho nas cidades vizinhas.

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H i s t ó r ia das As s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

Os prim eiros convertidos em Iguarapava foram as seguintes


pessoas: Lurdes Prado, A ltino Prado, A ntonio Inácio Ferreira e
Alice Inácio Ferreira.
A pregação do Evangelho na cidade de Iguarapava despertou,
:om o em m uitos lugares, o ódio de alguns m enos esclarecidos,
que passaram a perseguir os servos de D eus e a apedrejar o salão
<nde se reu n iam . F elizm en te com o tem po o bom senso triunfou,
e cessaram as perseguições.
Serviram à igreja em Iguarapava os seguintes obreiros: Ve-
nâncio R odrigues dos Santos, M anoel Salgado Pereiro da Silva,
João N unes dc O liveiia, e José Dias R odrigues.

V A R P A
A história da A ssem bléia de D eus em V arpa poderia assina­
lar o prim eiro dom ingo do mês de abril de 1923 com o data de sua
fundação, se seus dirigentes, pentecostais que eram , ao chegar ao
Brasil, não se unissem à Ju n ta B atista. Nessa data, um grupo de
Pentecostais vindos da L etônia fundou a igreja na cidade dc
V a rp a .
A falta dc co n tato com o M ovim ento Pentecostal no Brasil,
do qual não tin h am conhecim ento, e a necessidade de possuirem
literatura, fizeram com que os crentes letos entrassem cm relações
com os B atistas. Dos contatos prolongados com os batistas resul­
tou que os pastores da igreja em V arpa resolveram unir-se oficial­
m ente à denom inação B atista.
E n tre ta n to , parte da igreja não concordou e não seguiu a
orientação dos pastores; conservou-se pentecostal, e logo que :;e
consum ou a unificação o peq u en o grupo, que já havia entrado em
contato com as Assembléias de D eus, resolveu organizar-se e unir-

— 277
H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

se às dem ais A ssem bléias. Isso aconteceu no dia 26 de Setem bro


de 1936. A p artir dessa data, tom ou o nom e de A ssembléia de
D eus a igreja com posta quase exclusivam ente de letos.
Não se julgue que se tratava de pequeno grupo sem expressão,
a parte que perm aneceu Pentecostal. A a ata de fundação da As­
sem bléia de D eus em V arpa assinala 110 m em bros além de crian­
ças e jovens q u e não foram arrolados.
O prim eiro pastor escolhido peja igreja foi o m issionário Si-
m ão L undgren, tendo com o auxiliar João C ow ne e com o evange­
lista João U ngur. O u tro s pastôres que serviram à igreja são: A l­
fredo R udzits e João U n g u r. N o dia 21 de fevereiro de 1934 as­
sum iu o pastorado da igreja em V arpa o pastor T eodoro T ovkan,
an e peim aneceu no pôsto d u ran te longos anos.

RIBEIRÃO PRÊTO
A próspera cidade de Ribeirão Prêto hospedou os prim eiros
crentes Pentccostais no ano de 1936; en tre os prim eiros conta-se
D om ingos josc F erieira, que era m em bro da Assembléia de D eus
em U b era b a .
Foi cm ca a dc D om ingos José Feireira que sc realizou o
prim eir0 culto Pentecostal na cidade de R ibeirão Prêto, no mês
de fevereiro de 1937. Essa reunião foi um aco n tecim ento n otá­
vel c algum as pessoas m anifestaram -se solidárias com o M ovim en­
to P entecostal.
As notícias dc q u e R ibeirão P rêto recebera a Palavia dc D eus,
chegaram , céleres, à igreja da C apital, que tinha sua sede à rua
C ruz Branca, 35. N o m esm o mês de fevereiro vários m em bros
da igreja de São Paulo sentiram desejo de visitar a cidade de R i­
beirão Prêto, a fim de anim ar os novos convertidos. E n tre os que

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H istó ria das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a s il

:eguiram de São Paulo para R ibeirão P rêto contam -se os seguintes:


Jovelino A ntonio, João M arins e espôsa, Bráulio E ugênio da Silva
c espôsa, Joaquim H onório T ostes e espôsa.
A chegada da num ero a em baixada à cidade de R ibeirão Prêto,
alem dc incentivar os novos convertidos, abriu novas perspectivas
para o estabelecim ento definitivo da A ssembléia de D eus naquela
cidade. Os cultos, poi não haver ainda um salão, realizavam-se
na casa dc Cés3r M artins, novo convertido, à rua G onçalves D ias.
N o dia 2 de m aio de 1937 da\am -se os passos definitivos para
a organização da Assembléia de D eus em R ibeiião Prêto, cuja sede
passou a ser na rua D r. Loiola, 68. N o rol de fundadores constam
os seguintes nom es: Jovelino A ntonio, Joaquim H onório Tostes,
Alice M . T ostes, Domingos Josc Ferreira, M aria D ias Ferreira,
G eralda Dias Ferreira, João M arins, E rnesta M arins, Bráulio E u ­
gênio da Silva e Isolina da Silva. A lém dos nom es acim a m e n ­
cionados, estavam presentes ao ato de organização, m uitos novos
convertidos, entre êles, C larinda Fazio, C ezar M artin h o , A nita
M artinho, Sebastião M edeiros, E lina M edeiros, E ulina Gonçalves,
A ngelina Laplaca, e m uitos outros cujos nom es não foram regis­
trados. N a data acim a m encionada, isto é, 2 de m aio de 1937,
ficou oficialm ente fundada a Assembléia de D eus em R ibeirão
P rê to .
A notícia da organização da Assembléia de D eus repercutiu
alegrem ente nas igrejas do T riângulo M in eiro . N o dia 8 de junho
dc 1937, chegava a R ibeirão Prêto, o então evangelista João de
Oliveira, a fim de cuidar da igreja recém organizada. A ntes da
chegada de João de O liveira, dirigia a novel igreja, Joaquim
H . T ostes. A p artir dessa data o trabalho foi transferido para a
responsabilidade de João de Oliveira e G ustavo Bergstron de Iía-

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H is t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

jubá, cujo auxílio econôm ico, nos prim eiros anos foi deveras va­
lioso. N o mês de dezem bro de 1937, o m íssienário G ustavo Ber-
gstron transferiu-se para Ribeirão Prêto, on d e ficou até fevereiro
de 1938, sendo então substitu íd o pelo m issionário T eodoro Sthor.
O prim eiro batism o realizado em Ribeirão Prêto efetuou-se
110 dia 15 de julho de 1937, sendo oficiante o m issionário G ustavo
B ergstron. O s pastores q u e serviram à igreja em R ibeirão Prêto,
além dos já m encionados, foram Joaquim H onório T ostes, em
vários períodos; João de O liveira e Zeferin0 Veloso, sendo que
no pastorado dêste últim o realizou-se o m aior batism o nas águas
da história da igreja, elevando-sc a 102 novos irmãos o núm ero
ds que foram batizados nessa ocasião.
A igreja cm Ribeirão Prêto funciona em tem plo próprio si­
tuado à m a D r. Loiola, 759 — V ila T ib ério .
D e justiça será m encionar os nom es de D aniel Beltrão, Del-
. . . . r
fino B runelli e E im a M iller, os quais tam b ém serviram dedicada
e fielm ente à igreja em R ibeirão P r ê to .

F R A N C A

A ■'idade de Franca recebeu a m ensagem Pentecostal, através


de D elfino B runelli; que fôra pregar o evangelho nessa cidade sob
os auspícios da igreja em Ribeirão P rêto . D elfino Brunelli chegou
a cidade de Franca no ano dc 1941 iniciando o difícil trabalho
pioneiro de lançar a sem ente do Evangelho.
Algum fcm po depois, isto é, no m è sde junho dc 1941. D el­
fino B runelli foi substitu íd o po r Joaquim H onório Tostes, o qual
instalou a sede do trabalho n 0 salão da Av. Rio Branco, 225.
Poucos meses depois Joaquim H onório Tostes entiegou a respon­
sabilidade do trabalho em Franca ao m issionário T eodoro S th o r.

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H i s t ó r ia da s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

H ouve um período de interrupção nas atividades da congre­


gação em Franca, sendo as m esm as retom adas com sucesso no ano
de 1944. O prim eiro batism o dos frutos da evangelização de F ra n ­
ca, foi efetuado pelo pastor D aniel B eltrão, na cidade de Ribeirão
P rê to .
Vários pastores serviram à igreja em Franca, d e n tre êles m en­
cionaremos A ntonio Francisco da Silva, e Joaquim H onório T o s­
tes, sendo q u e êste ú ltim o registrou a igreja com o pessoa jurídica,
e deu grande im pulso às atividades da m esm a, inaugurando um
salão para pregação do evangelho e reiniciou a construção do te m ­
plo a rua A ntonio B em ardes P in to , s /n , o n d e tem a sede a Assem­
bléia de D eus na cidade d e F ran ca.

281 —
C A P ÍT U L O X IX

CLKITIBA — PA R A N Á

A data de 19 de outu b ro de 1928 assinala a chegada a C u ri­


tiba, capital do Paraná, do pastor B runo Skolimowski, o qual sen­
tiu direção divina para levar a m ensagem Pentecostal ao povo da­
quele E stad o . Q u an d o B runo Skolimowski chegou a C uritiba, não
havia ali n en h u m cren te Pentecostal.
Logo q u e chegou a C uritib a, o pastor Bruno Skolimowski
com preendeu que D eus o dirigia a pregar o Evangelho aos polo­
neses, na sua própria língua, isso em razão do grande núm ero de
filhos da Polônia que ali viviam e não falavam p ortuguês.
D u ran te um ano inteiro B runo Skolimowski pregou para seus
com patriotas, com grande resultado m anifesto em conversões.
Ao fim de um ano, o pastor B runo dedicou-se à pregação para
os brasileiios, realizando, tam bém , culto j para os poloneses, aos
dom ingos à tarde, para aquêles que não entendiam português.
Foi um a experiência adm irável para B runo Skolimowski, ter na
igreja não só brasileiros, ucranienses c poloneses, mas tam bém
m uitas outras nacionalidades; era um a família cosm opolita, dentre
a qual D eus levantou testem unhas cheias de zêle que levavam a
m en agem a outros. Estava, assim, firm ada a A ssembléia de Deus
em C u ritu b a . N ão tardou q u e P o n ta Grossa e outras cidades re­
cebessem tam bém a m ensagem P e n te c o sta l.
N o ano de 1936, a igreja, havia crescido de tal form a, que já
podia hospedar um a C onvenção E stad u al. N os dias 31 de maio

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283

T em plo da A ssem b léia de D eus — C u rilib a — Paraná


H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il

a 7 de junho de 1936, a igreja em C u ritib a recebeu representantes


de várias cidades do E stado e alguns de Santa C atarina, os quais
se reuniram em Convenção.
N o ano seguinte, 1937, C u ritiba hospedou n ovam ente a C o n ­
venção E stadual, que reuniu representantes de: Itararé, Jagua-
raiaiva, Paranaguá, A ntonina, G uaraquessaba e ainda de outras
cid ad es.
Já no fim do ano de 1939 o pastor B runo sentiu-se dirigido
para trabalhar em São Paulo — C a p ita l. Paia su b stitu ir o pastor
Bruno, a igreja em C uritib a recebeu o pastor C lim aco Bueno Aza,
cuja atividade com o evangelista e pioneiro P entecostal em várias
cidades c Estados garantira tam bém à igreja no Paraná, triunfos
com o os que até então alcançara.
N o ano de 1939, o pastor C lim aco chegava a C u ritiba a fim
de assum ir a responsabilidade de pastor, mas tam bém a de evan­
gelista nato que era, cuja ação com o tal sc fèz sentir em dezenas
de cidades do interior do P araná. As atividades do pastor Clim aco
estenderam -se até fins de de 1942, isto é, très anos de sem enteira
da Boa S em ente em terras do Pará.
Em 1942 a igreja em C u ritib a recebia com o seus pastor o
m issionário Simão L undgren, que tin h a d iante de si um vasto
eam po para d o u trin ar. A igreja havia crescido, e congrcgaçõe n u ­
m erosas sc estabeleciam nas pequenas e grandes cidades. Era
necessário que alguém explicasse aos novos convertidos as do u tri­
nas bíblicas cm geral, e a doutrina do E spírito S an tQ em parti-
enlar, c Sim ão L undgren fôra enviado para esse im portante m ister.
C oube ainda a Sim ão Lundgren o piivilegio de construir c
inaugurar o tem plo da Assembléia de D eus em C u n tib a , na Ave­
nida C ân d id o de A breu, 367. A inauguração realizou-se no dia

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H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s no B r a s il

30 d t maio de 1948, co n stitu in d o êsse ato uin grande aconteci­


m ento na história da igreja.

P A R A N A G U Á

A cidade de Paranaguá foi das prim eiras a receber a visita


dos mensageiros Pentecostais, logo depois que o testem u n h o che­
gou à capital. O ano de 1931 assinala as prim eiras atividades dos
mensageiros Pentecostais em P aranaguá. Pela ordem cronológica
aparecem como os prim eiros arautos em Paranaguá, B ernardo V i­
cente e M anoel Jerônim o da Silva, que sem earam a Boa Sem ente,
e, continuam en te, cuidavam da lavoura de D eus, que forças in i­
migas am eaçavam destruir, mas o Senhor a guardou e fêz crescer.

F A X I N A L

As prim eira>"notícias do M ovim ento Pentecostal chegaram a


Faxinai, de m odo indireto no a n 0 de 1934. Cirilo Alves de O li­
veira que então pertencia à congregação A dventista que se reunia
no B aino Elói, teve conhceim ento da existência de um a congre­
gação na cidade de Itararé, na qual D eus se m anifestava e b atiza­
va com o E spírito S anto. C irilo Alves, ao ouvir tal notícia, não
mais sossegou até que decidiu viajar d t Faxinai a Itararé (3 .3 3 0 f
q u ilôm etro s), a fim de constatar o que havia de verdade em tal
M o v im en to .
N a cidade de Itararé estava na ocasião o pastor B runo Sko-
limowski, hom em de convicção religiosa profunda, e cheio do Es­
pírito S anto. Q uando C irilo Alves ouviu a m ensagem Pentecostal,
foi convencido da verdade, desligou-se da igreja A dventista, foi b a­
tizado com o E spírito Santo, voltou a Faxinai com a confirm a­

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H i s t ó r ia das As s e m b l é ia s d e D els no B r a s il

ção de que <* M ovi n en to Pentecostal era de Deus. e disposto a


anunciar a outros essa verdade. .
A atividade de C irilo Alves causou espanto en tre aquêles que
o conheciam ; não era mais o tím ido de outro.a; ag^ra anunciava a
m ensagem com ousadia. As autoridades locais inicir ram um a sé­
rie dc perseguições que culm inaram com a prisão do pregador, p o ­
rém , não conseguiram calai a v rz Pentecostal.
N o ano dc 1937, Faxinai já cra um a forta'cza Pentecostal,
apesar de não havei ali um pastor ou pregador oficial. Nesse ano
os crentes dc Faxinai convidaram o pastor B 'u n o Skolimowski,
que estava cm C uritiba, a visitar Faxinai. A visita do pastor Bruno
foi um aco n tecim en to de alta im portância para a Assembléia de
D eus no E tado do P a ra n á . A lém da série de conferências que
abalaram a cidade, o pastoi B nino batizou nas águas 0 elevado
núm ero de 112 novos co n v ertid o s. Estava vitorioso o M ovim ento
Pentecostal 11a eidade de Faxinai, apesar da oposição dos hom ens
religiosos c das autoridades civis.
A n te a m archa vitorio<a da Assembléia dc D eus. alguns h o ­
m ens influentes da cicladc cncheram -se dc inveja e arquitetaram
o plano dc denu n ciar às autoridades os crente com o “ fanáticos
com unistas” . As autoridades alarm adas enviaram um a fôrça ar­
m ada com posta de 18 m ilitares, para exterm inar os com unistas
fan ático s.
O oficial que com andava a tropa ordenou a inva ão do pateo
da igreja; os soldados dispararam suas m etralhadoras sôbre os pi­
nheiros, aguardando a reação dos “com unistas” . E n tretan to os
crentes co n tin u rrain com o antes, calmos, confiantes na proteção
d iv in a .
C ertificado dc que as acusações contra os crentes eram falsas
o oficial tom ou algumas Bíblias e harpas e ordenou a retirada dos

— 286 —
H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

soldados. A ntes que a tropa se retirasse, os crentes ofereceram


alim entação para os soldados, deram de beber aos cavalos, enfim ,
m estraiam que eram cristãos e não o que alguém julgava. Êsse
fato fêz com que as autoridades de um a vez por tôdas tivessem
em bom conceito o povo Pentecostal.
N o ano de 1939, a congregação de Faxinai teve o seu pri­
m eiro pastor efetivo; nessa data o pastor M anoel Jeiònim o da
Silva fixou residência em Faxinai, para aten d er ao trabalho do
Senhor, cujo progresso requeria assistência de um obreiro. O se
gundo pastor que sei viu à igreja foi E m e 'to M artin son, seguindo-
se-lhe D aniel Tavares Beltrão, Francisco M iranda e Luiz__Santiago.

IBIPORÃ E FAZENDA MATARAZO


N o ano de 1938 Pedro Ferreira de Azevedo transferiu-se do
E stado de Goiás para Ibiporã, isto é, para a Fazenda M atarazo,
próxim o a Ibiporã. Pedro Ferreira com eçou a realizar cultos na
referida Fazenda, com bons resultados, pois logo apareceram os
primeiros frutos, com a conversão de Lídia Pereira, João Batista
e espôsa, José G u ilh erm e de Souza e espôsa e José Joaquim dos
Santos, que mais tarde foi pastor e serviu d u ran te m uito tem po
em Ibiporã.
Algum tem po depois Pedro Ferreira m udou-se para Ibiporã,
c continuou com o trabalho de pregação do E vangelho; os cultos
realizaram-se eu um a chaeara, que naquele tem p o não estava liga­
da à cidade. Com a m udança de vários crentes da Fazenda M a ­
tarazo para Ibiporã, o trabalho to m o u novo im pulso e a igreja
cresceu. O s prim eiros convertidos cm Ibiporã foram : Lázaro T a ­
vares e espôsa, V irgolino e espôsa e Paulo Rosa e espôsa. O pri­
m eiro batism o efetuado em Ibiporã foi m inistrado por Carlos
M azza, que então servia em L ondrina, e a data foi 13 de abril

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H is t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a s il
' ' * ■''. 1 .*,t
de 1941. N o dia 25 de julho de 1948, a A ssembléia de D eus em
Ibiporã inaugurou o seu tem plo, com grandes festividades, pois,
na época, era o m aior do N o rte do Paraná. Nessa rcasião reali­
zou-se em Ibiporã um a Escola Bíblica.

LONDRINA
A té ao ano de 1941, a cidade de L ondrina não apresentava a
vida e o progresso qu e lhe deram o prestígio e o crescim ento que
atu alm e n te d esfruta. O utras cidades vizinhas, en tre elas Ibiporã,
eram consideradas mais prósperas e im p o rtan tes. E n tre ta n to no
ano de 1941, Carlos M azza esteve em L ondrina, com o pioneiro
levando a m ensagem Pentecostal para aquela cidade. Carlos Mazza
não se dem orou m u ito tem p o em L ondrina, voltou para C u ritib a.
N o ano de 1944, Lázaro Tavares transferiu-se de Ibiporã para
L ondrina, sendo reogarnizado o trabalho, no dia 26 de m aio dêsse
ano, Deus confirm ou o Seu beneplácito, pois na prim eira reunião
que se realizou, cinco pessoas aceitaram a C risto. O prim eiro
convertido em L ondrina chamava-se João A m àncio.
D esde então, a igreja cresceu e tornou-se 0 centro de evange­
lização da região, estendendo-se até Jaguapitã, por interm édio de
um a fam ília vinda de Itaperu n a, E stado do R io.
Os prim eiros cultos em Jaguapitã datam de 1941 e foram
realizados na casa de O vídio de Souza L im a. Os prim eiros con­
vertidos foram : E pam inondas José das Neves e fam ília que mais
tarde foi pastor; José M essias e fam ília e João M aria e fam ília.

P A R A N A V A I
A recepção à m ensagem Pentecostal em Paranavai não se fêz
de m odo pacífico com o cm m uitas cidades do N o rte do Paraná.
O s primeiros cultos foram relaizados no ano de 1945, sob ameaças
e perseguições. Fôrças estranhas queriam im pedir que o Evangelho

— 288 —
H i s t ó r ia d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a s il

fòsse anunciado em Paranavai, porém a ordem divina era pregar,


m esm o que isso contrariasse os hom ens.
Euscbio de Oliveira foi quem levou a m ensagem P entecostal
a Paranavai. A A ssem bléia de D eus em Ibiporã, apesar de am ­
b ien te hostil, enviou sua banda de m úsica a Paranavai, onde p e r­
m aneceu um a sem ana em atividade tocando nos cultos, diariam en­
te e ao ar livre, prestigiando assim, os arautos do E vangelho. O
resultado dessa ofensiva de um a sem ana de cultos, cercados de
ameaças c má vontade, foi a conversão genuina de 25 pessoas,
que continuaram firm es na igreja ao lado de C risto.

A N T 0 N I N A
Foi M anoel G erônim o quem p rim eiram en te levou a m ensa­
gem Pentecostal à cidade de A n to n in a. E n tre ta n to a estada de
M anoel G erônim o não foi longa; após um período em que te sti­
ficou da salvação, D eus salvou m uitas pessoas, M anoel G erônim o
sentiu-se dirigido a trabalhar em outro lugar, e deixou A n to n in a.
A pequena congregação não ficou abandonada, pois D eus per­
suadiu Floriano R ibeiro a ir para A n to n in a, para cuidar do reba­
nho recém organizado.
M as logo a seguir Floriano R ibeiro tam b ém se m ud o u de
A n to n in a. A congregação recebeu então Carlos M azza, cuja ativi­
dade foi notável naqueles dias. Foi nesse tem po, que a igreja
floresceu; segundo o relato da época, de Janeiro a Julho (1946),
mais de 50 pessoas aceitaram a C risto . Êsses núm eros são m uito
expressivos, considerando tratar-se de um a igreja nova e p equena.

PONTA GROSSA
N o ano de 1931, os m oradores da rua G en eral C arneiro, p rin ­
cipalm ente os mais próxim os do n.° 9, notaram que algum a coisa

— 289 —
H is t ó r ia d a s A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a s il

se efetuava na casa do núm ero m encionado, que êles desconhe­


ciam . Em verdade não era coisa nova como êles pensaram , mas
era a pregação do Evangelho de C risto . O s prim eiros cultos rea-
lizaram -sc na rua G eneral C arneiro, 9, em P o n ta Grossa.
Eram poucos os que participavam ; apenas alguns crentes v in ­
des de São Paulo, Carlos M azza c espôsa, e irm ão A rm ando. Ao
fim de algum tem p o algum as pessoas aceitaram a C risto e decidi­
ram-se agregai-se ao rebanho do Senhor.
Os prim eiros que creram e foram batizados uas águas, em
P o n ta Grossa, foram os seguintes: Joaquim de A lm eida. Isabel
Al ncida, W ald em ar Silva, O liva O uadros, N en c O uadros, D ja ln u
Silva, Pedro Peixoto, M aria da C onceiça c Izabel B clinha.
Logo q u e o p equeno rebanho estabeleceu os cultos, entraram
e:n contacto com o pastor Bruno, de C uritiba, que passou a dar-
lhe assistência espiritual.
Da Rua G eneral C arneiro transferiu-se o salão dc cultos para
a R ua A m azonas. (D epois E rnesto V ile la ), rua Júlia V anderlci,
1199, G eneral C arneiro, 404, cm 1951 a igreja instalou-se na P ra­
ça B a'ão do Rio Branco, 987; alguns meses depois funcionou na
Av. C ados C avalcante, 63 c no ano dc 1956, transferiu-se defini­
tivam ente para a íua do Rosário, 1258.
Vários obrC tos dedicaram seu tem p o e sua capacidade cm
favor desta igreja, cujcs nom es m encionam os a seguir: Presbíteros:
Pedro Kclix, José B atista de O liveira; pastor Floriano Ribeiro;
prcsbíteio D om ingos V icente; pastores C lim aco Bueno Asa, Leif
A iidcrson, D aniel Tavares Beltrão, E rnesto M artinson e finalm en­
te, o pastor Agenor Alves dc O liveira.

— 290 —
C A P ÍT U L O X X

SANTA CATARINA

N o ano de 1923 o m issionário G u n n a r V ingren fora avisado


dc que no E stado de Santa C atarin a havia um m ovim ento Pen-
tccostal operando. G u n n a r V ingren, sem perda de tem po, em bar­
cou para o E stado do Sul; foi até ao local indicado, porém cons­
tatou que não se tratava de M ov im en to Pentecostal, mas de fei­
tiçaria e baixo espiritism o. V ingren voltou sem estabelecer tra­
balho em Santa C atarin a.
Nessa viagem ao Sul, o m issionário V in g ren passou pela ci­
dade de São Paulo c yisitou a Congregação C ristã do Brasil, m
qual pregou. Foi nessa data que o au to r dêste livro conheceu o
missionário V in g ren e com êle m anteve relações até ao final de
sua carreira aqui na terra.
A prim eira pessoa residente cm Santa C atarina a m an te r re ­
lações com a Assem bléia de D eus no E stado do Pará, foi João Kar-
kle, que morava em C reciu m a. Ê le recebia literatura Pentecostal
e a Boa Sem ente, desde o ano de 1924.

I T A J A í

A cidade de Itajaí, se não foi a prim eira a ser visitada por


pentecostais, contudo foi a prim eira cidade em Santa C atarina
onde se estabeleceu a Assem bléia de D eus, isto é, a prim eira a
receber a M ensagem P enteco stal. Foi em Itajaí que sc conver­
teram as piim ciras pessoas e onde se construiu o prim eiro tem plo

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é ia * d e D eus no B r a s il

F oi em Itajaí, tam bém , o nde se levantou a prim eira e am eaça­


dora perseguição, mas foi ali tam bém que surgiram as prim eiras
vitórias.
N 0 ano de 1931 chegava à Itajaí, p rocedente do Rio dc Ja­
neiro onde se convertâra, A ndré B ernardinò da Silva, natural de
Santa C atarina, que mais tarde foi pastor. A missão de A ndré
B ernardinò era anunciar o E vangelho naqu ele E stado. O prim ei­
ro culto efetuado em Itajaí aconteceu na rua que ficou conhecida
como rua P entecostal. E n tre os prim eiros convertidos contava-se
H ercules da Silva, conhecido com o um dos hom ens mais temíveis
da região. Esse fato, considerado com o um a m aravilha da graça,
serviu de testem u n h o para convencer m uitas pessoas do poder do
E v an g elh o .
As conversões sucediam -se um a após outra; m uitos erentes
eram batizados com o E spírito Santo, os enfêrm os recebiam cura
e a igreja crescia na graça. Êsse progresso despertou a inveja de
um sacerdote q u e chefiou um a m ultidão de pessoas pouco escla­
recidas, as quais investiram contra a casa de cultos e apedrejaram
os crentes. O D elegado chegou a tem po de evitar m ales mais gra­
ves, e fêz um discurso favorável aos crentes; o povo acalm ou-se
e reconheceu qu e o sacerdote os enganara, razão p orque pediram
a sua substituição por outro m ais sensato.
C om o se vê, Itajaí foi a prim eira cidade on d e se estabeleceu
o M ovim ento P entecostal em Santa C atarin a. C o u b e ainda, a
Itajaí a prim asia de hospedar a prim eira C onvenção E stadual,
cuja data foi de 27 de m arço a 2 de abril de 1937.
A segunda localidade a receber a m ensagem Pentecsotal foi
Ilhotas, o nde D eus operou en tre os hom ens mais rebeldes. A
terceira cidade a ser alcançada pelo Evangelho de Poder foi

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T em plo da A ssem b léia de D eus — J o in v ile — S ía . Catarina
H istó ria d a s A sse m b lé ia s d e D eus no B r a s il

J O I N V I L E

Seis m em bros da igreja em Itajaí m udaram -se para Joinvile,


no ano dc 1932; logo qu e chegaram oraram ao Senhor para que
lhes enviasse alguém para estabelecer trabalho dc pregação. Ao
m esm o tem po o E spírito Santo falava ao coração de M anoel G er­
m ano M iranda, na cidade de Itajaí. M anoel M iranda era novo
convertido; porém sentiu que D eus o cham ava para pregar o E van­
gelho na cidade de Joinvile. Sonhou, certa noite, que chegara ao
cais e pedira ao co m andante de um navio passagem para Joinvile,
e fôra aten d id o .
N o dia seguinte, sob a impressão do sonho da noite anterior,
for ate ao cais e encontrou um navio cujo destino era exatam ente
Joinvile. M anoel M iranda falou com o co m andante e obteve per­
missão para viajar, de acôrdo com o que sonhara. N o dia seguinte
desem barcava em Joinvile, ccrto de que D eus lh e dirigia os passos.
E n tie os crentes que sc m udaram de Itajaí para Joinvile es­
tava Ana Salvador, a qual franqueou sua casa para realizar os pri­
meiros cultos, nessa cidade. A partir de então, M anoel M iranda
iniciou sua carreira de pregador do Evangelho, em Itajaí, ao mes-
m 0 tem po q u e trabalhava, para se m anter, cm uma turm a dc
operários da E strada de Ferro Paraná-Santa C atarina.
O s prim eiros convertidos em Joinvile foram os seguintes:
Paulina V elozo e espôso; M iguel Alves; M aria Alves e Francisco
Lem os. O prim eiro batism o nas águas foi efetuado 110 ano de
1933, pelo pastor A ndré B crnardino, que batizou os cinco novos
cri tãos. N esse época os cultos eram realizados em um a casa par­
ticular, 11a Avenida C u b a . Nesse local a igreja sofreu as primeiras
perseguições que culm inaram com o apedrejam ento da casa, sendo

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e Dels no B r a s il

necessária a intervenção das autoridades, que destacaram soldados


paia m an ter a ordem .
A conselho do capitão M im oso Ruiz, M an o el M iranda alu­
gou um a casa na atual Avenida G etú lio Vargas, 481, local mais
central c mais fácil para as autoridades m an terem a ordem , sc a
igreja fôsse apedrejada.

S om ente no dia 12 de julho de 1939, a igreja em Joinvile


adquiriu personalidade jurídica, sendo eleita a seguinte diretoria:
Presidente M anoel G om es M iranda, V ice-presidente Josc G eral­
do; Segundo Secretário E ugênio M uller; prim eiro e segundo te ­
soureiros, Francisco Lem os c M iguel Alves, respectivam ente.

A té o ano de 1941 a igreja não teve pastor efetivo; até essa


data era visitada por A ndré B ernardino, A lberto W idm etf e
J. P. K olenda, que m orava em F lorianópolis. N o dia 20 de feve­
reiro dc 1941, o m issionário V irgilio S m ith assum iu o pastorado
da Assembléia de D eus em Joinvile. Ao m esm o tem p o M anoel
M iranda era separado para servir como pastor nas congregações de
M afra e Rio N eg rin h o . Foi no pastorado de V irgilio S m ith que
sc desenvolveu estraordinàriam ente a Escola D om inical em todo
o E stado, e se fundaram as Caixas de Socorros aos obreiros e de
Evangelização E s ta d u a l.

V irgilio S m ith serviu com o pastor até o ano de 1953, q u an ­


do se transferiu para São P au lo . O então evangelista Satiro L ou­
reiro ficou com a responsabilidade da igreja, até ao dia 20 de
m arço de 1954, quando então foi separado para pastor, assum indo,

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H is t ó r i a das A s s e m b l é i a s d e D eus no B ra sil

assim, o cargo. Satiro Loureiro foi substitu íd o por A rth u r Alter-


ruthm eyr, que, por sua vez, foi substituído pelo pastor A ntonio
G rangeiro Sobrinho até se transferir para Florianópolis.

B L U M E N A U
N o m esm o ano em que a m ensagem Pentecostal chegou a
Itajaí, isto é, alguns meses depois, era anunciada tam bém na
própria eidade de B lum enau, cuja população nesse tem po era
aeentuadam en te de origem alem ã. O s prim eiros arautos penteeos-
tais a anunciarem a m ensagem foram W illiam F reffu rt e A ndré
Bernardinò, os quais encontraram boa receptividade.
U m dos prim eiros convertidos em B lum enau foi A nanias Cas-
tellain, qu e mais tarde se transform ou em excelente auxiliar e de­
pois foi separado para ancião da igreja. Foi êle tam bém o pri­
meiro a ser batizado eom o E spírito Santo em B lu m e n a u .
A lgum tem po depois foi organizada a Eseola D om inical eom
25 pessoas arioladas. A Eseola bem assim os cultos funcionavam
na rua M inas Gerais, atu a lm e n te rua Itajai. A tu alm en te a Assem­
bléia de D eus tem sua sede à rua São Paulo, 890.
Após a organização, eom a retirada de A ndré B ernardinò,
A ntonio Lemos foi separado para servir eom o pastor em B lum e­
n a u . A nto n io Lem os tam bém foi um dos prim eiros frutos do
Evangelho nessa eidade. S en iram eom o pastor à igreja em B lu­
m enau, os seguintes obreiros: A ndré B ernardinò da Silva; A lber­
to W id m e r; A nto n io Lemos, Paulo Lem os, João U ngur e Satiro
L oureiro.
RIO DO SUL
A eidade de R io do Sul é conhecida 110 E stado de Santa C a ­
tarina eomo eidade colonial. Essa eidade, eomo tôdas as demais,

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H is t ó r ia das Asse m b léia s de D eus no B r a sil

pouco ou nada conhecia acêrca do Evangelho dc C risto, até che­


gar o ano de 1936.
Foi neõse ano que M atias Pereira chegou à Rio do Sul, com
o propósito de anunciar a m ensagem dc salvação. Sc M atias Pe­
reira fòsse procurar as autoridades religiosas ou as classes ricas,
para anunciar o Evangelho, talvez fôsse expulso da cidade.
E n tre ta n to M atias Pereira dirigiu-se, inicialm ente, aos pobres;
após testificar de Jesus, pediu perm issão a um a senhora dc classe
hum ilde, para realizar um culto na m odesta residência. A senhora
aquicsceu, e ela m esm a aceitou a C risto . Essa casa pequena e
hum ilde, onde se realizou o prim eiro culto pentecostal, está situ a­
da na rua 15 de N ovem bro, em R io do S u l.
Os prim eiros convertidos e batizados foram : Luci Fernandes,
G regório R odrigues c outros cinco, cujos nom es não foram regis­
trados. T a n to Luci com o G regório foram m ilagrosam ente curados,
e isso serviu para que a fé mais e mais se firm asse. O s prim eiros
anciãos separados foram êstes: Euclides F irm ino e H ilário da C os­
ta; prim eiros diáconos: Jorge Rodrigues M atias, José Pereira, M a­
tias Pereira e G regório R odrigues.
M ais tarde a igreja transferiu-se para a sede própria à rua
Barão do Rio Branco, 201.
Um dos frutos m u ito expressivos do trabalho da igreja em
R io do Sul, é a Congregação do Pôsto dos índios Botocudos, co m ­
posta de índios que aceitaram a m ensagem Pentecostal.
Serviram a igreja em Rio do Sul, os seguintes pastores: A n­
dré Bernardino, A lberto W id m e r, A nto n io Lem os c O sm ar C abral.

TUBARÃO
O nom e da cidade de T ubarão deve-se ao rio do m esm o nom e
que banha a m esm a. O Evangelho chegou a T ubarão no m es dc

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H i s t ó r ia das A s s e m b l é i a s d e D eus no B ra sil

junho de 1937, através de alguns m ilitares convertidos que foram


destacados para servir 110 Serviço de F ronteiras. E n tre êsses m i­
litares contavam -se os seguintes: H élio Strobel (cabo) João Ba­
tista, M artin ian o Barbosa, que pertenciam à A ssem bléia de D eus
e o sargento Pedro, da igreja M eto d ista. O s jovens m ilitares re­
solveram alugar um a sala para efetuar os cultos de pregação do
E vangelho.
A casa em que alugaram a sala estava situada à rua Lauio
M uller. O prim eiro culto, por razões de hierarquia foi dirigido
pelo sargento P ed ro . O dono da casa, sr. A rantes, e bem assim
sua espôsa foram os prim eiros a se converterem .
D en tro de pouco tem p o o núm ero de interessados subiu para
40. Logo a seguir a congregação m udou-se para a casa de Lúcia
O sche, de origem leta, cujos parentes aceitaram com júbilo a m e n ­
sagem Pentecostal, pois até e n tã 0 fôra ela b atista. A casa de L ú ­
cia O schc estava situada na rua A ugusto Severo, esquina de Al-
tam iro G uim arães.
A notícia do desenvolvim ento da obra do Senhor foi conhe­
cida em tôda a cidade. O sacerdote católico, ao ter conhecim ento
da organização da igreja, anunciou q u e iiia acabar com a m esm a,
e declarou que não a deixaria existir en quanto fôsse vivo. O padre
local c outro, na hora do culto chefiaram a m u ltid ão por êles pre­
parada, a fim de apedrejar a casa, m atar o pastor e expulsar os
crentes da cidade. O plano diabólico realizou-se, em parte, pois
a m ultidão enfurecida apedrejou a casa, quebrou vidros e am ea­
çou a todos os crentes.
Logo que se iniciou o ataque, a notícia espalhou-se pela ci­
dade e chegou ao conh ecim en to do D r. Solon, D elegado dc P o ­
lícia. O D elegado im ed iatam en te se dirigiu para o local, e en ­

— 298 —
H i s t ó r ia das A s s e m b l é i a s d e D els no B r a sil

tão aconteceu o qu e ninguém esperava, nem m esm o os sacerdo­


tes. O D elegado prendeu os dois sacerdotes, m anteve-os em cus­
tódia a noite inteira, e declarou que não perm itia q u e T ubarão
atentasse contra a liberdade de consciência.
Nos anos de 1942 a 45 serviu à igreja, com o seu pastor, o
missionário O . S. Boyer; nesse tem p o a igreja transferiu-se para a
rua da Aviação. Sucedeu ao m issionário Boyer, o pastor Isaque
K. Lem os. A 16 de fevereiro de 1947, a igreja recebia o pastor
A ntonieto G rangeiro Sobrinho, em cujo pastorado a igreja flores­
ceu, e construiu alguns tem plos. N o pastorado do pastor G rangeiro
cinco sacerdotes se reuniram para im pedirem que realizasse o b a­
tismo de novos convertidos no rio T u b arão .
A notícia de que não perm itiriam o batism o correu por tôda
a cidade, e a população ficou na expectativa de grandes aconte­
cim entos. Os sacerdotes procuraram o D elegado, para que êste
proibisse o b atism o. A conteceu, porém , q u e o D elegado disse-lhes
que garantiria até m esm o pela força o batism o, e prestigiou o
povo de D eu s. A causa de C risto, naquele dia, repercutiu em
tôda a cidade, m otivo porque o povo de D eus, m ui justam ente
louvou ao S enhor de tôda a terra.
Sucedeu ao pastor G rangeiro, no pastorado da igreja, o pastor
Liosés D om iciano, que de m odo eficiente e esforçadam ente, con­
tinuou a obra de evangelização.

F L O R I A N Ó P O L I S

A chegada da m ensagem Pentecostal chegou a Florianópolis


no ano de 1938. O s portadores dessa m ensagem não foram ex-
clu ivam ente com o objetivo de evangelizar; foram m orar na C a­
pital paia atender a negócios e interêsses m ateriais. E n tre ta n to ,

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H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a sil

sem ear a Boa Sem ente fazia parte do program a dêsses pioneiros.
Os prim eiros pregoeiros anônim os que ali se estabeleceram , con­
seguiram levar m uitos pecadores a Cristo, para serem salvos.
O uan d o o núm ero de convertidos já era elevado, escreveram*
então, para A ndrc B ernardino, a fim de que este os visitasse. A
visita do pastor anim ou a pequena congregação. O prim eiro culto
que A ndré B ernardino dirigiu em Florianópolis, realizou-se no
bairro do E streito — G ru ta Baiana. Ali alugaram um salão para
sede da congregação.
C om o crescim ento do trabalho, tornou-se necessário um
obreiro efetivo. João U ngur foi o escolhido para cuidar da con­
gregação. D eus confirm ou a cham ada de João U ngur, pois no
prim eiro culto que ele dirigiu em Florianópolis, 25 pessoas acei­
taram a C risto.
O prim eiro batism o nas águas realizado na capital dc Santa
C atarina efetuou-sc 110 dia 19 de m arço de 1939. N o ano de 1940
o m issionário J. P. Kolenda assum iu a responsabilidade da igreja
cm Florianópolis. N esse período, dado o interesse c a atividade
do missionário Kolenda, a igreja floresceu. Logo que chegou, abriu
um ponto dc pregação no bairro de C oqueiros, onde mais tarde
constrtuiu o prim eiro tem p lo .
A seguir a igreja levou suas atividades ao Saco dos Limões,
instalando ali um a congregação. A etapa seguinte foi a abertura
de um salão 110 cais Frederico Rola, 110 centro da cidade. Algum
tem po depois mudava-se êsse ponto de pregação para a rua C 011 -
íclhciro M afra. onde perm aneceu a té o dia 19 de abril de 1952,
data em que se inaugurou o tem plo sede à rua Felipe C am a­
rão, 114.

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H ist ó r ia das A sse m b l é ia s d e D eus no B r a sil

Ü evangelista e posteriorm ente pastor Isaque Kolenda suce­


deu ao m issionário J. P. K °len d a.
N o dia 7 de julho de 1956, assum iu o pastorado da igreja em
Florianópolis o pastor A ntonieto G rangeiro Sobrinho, que, por
sua vez, transm itiu o cargo ao pastor João U ngur, que já ali es-
tivera antes.

C A N O I N H A S
O.; prim eiros mensageiros Pentecostais chegaram a C anoinhas
antes de 1941. Segundo registros da época, o prim eiro foi Floriano
O livete. A prim eira Escola D om inical foi fundada no m ês de abril
de 1941, com apenas sete m em bros. E n tre os prim eiros que foram
batizados contam -se E stefano D u b en a e Eduvirgens R adake.
Serviram à igreja em C anoinhas os seguintes obreiros: Floria­
no O livete; João U ngur; M anoel M iranda; C lem en te Kusm a e Sá­
tiro Loureiro.

RI U NEGRINHU

E m um a visita que M anoel M iranda fèz a Rio N egrinho,


realizou o prim eiro culto Pentecostal nessa cidade; o culto efe­
tuou-se na casa de José D etro e, nessa ocasião, ta n to o dono da
casa com o sua espôsa e filhos aceitaram Jesus por seü Salvador
Estava lançada a Boa S em ente em Rio N egrinho.
A pequena congregação não tin h a um dirigente visível; re u ­
nia-se aos dom ingos; eiam pouco mais dc doze pes oas, m uitas das
quais batizadas com o E spírito S anto. D e quando em quando
eram visitados por M anoel M iranda, que m orava em Joinvile.
A prim eira Escola D om inical foi organizada com 12 pessoas.
A igreja em Rio N egrinho só adquiriu personalidade jurídica no

— 301 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eu s n o B ra sil

an 0 dc 1941, q u ando V irgílio S m ith assum iu o pastorado de Join­


vile, e M anoel M iranda foi separado para pastor, com a respon­
sabilidade de aten d er Rio N egrinho e M afra.
U m acon tecim en to m uito expressivo serviu para firmar-se o
trabalho em Rio N egrinho, êsse acontecim ento foi a cura de
Afonso H oerpiner, tuberculoso em últim o grau, sem poder andar.
Deus o curou m aravilhosam ente.
Serviram à igreja os pastôres M anoel M iranda, V irgílio Sm ith
c H en riq u e A ltcrru th m ey r.

M A F R A
O cspíiito de evangelização que dom inava os salvos naqueles
dias cm Santa C atarina, constrangira-os a levar a m ensagem re­
dentora por tôda a p arte. C om esse alvo, M anoel M iranda che­
gou à cidade dc M afra, 110 ano de 1941. e anunciou a m ensagem
P en te co sta l.
M uitos daqueles q u e ouviram o pregador Pentccosta], creram
na m ensagem c desejaram organizar-se em igreja. C o u b e a O sm ar
C abral, organizar a Escola D om inical c construir o tem plo da
Assembléia de D eu s.

C R E C I U M A
A cidade de C rccium a c conhecida com o a C apital do Carvão,
mas ond e há carvão há fogo, e D eus quis atear o fogo Pentecostal
tam bém cm C recium a, usando para isso um a sim ples fagulha vin­
da dc Joinvile.
M aria Silva cia m em bro da igreja cm Joinvile e fôra m orar
em C rccium a, e um a outra irm ã, da igreja em Im b ituba, e com eça­
ram a falar das Boas N ovas.

— 302 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s de D eus no B ra sil

Logo que havia certo núm ero de pessoas interessadas, convi­


daram o missionário O . S. Boyer a visitar C rcciu m a.
O prim eiro culto dirigido por O . S. Boyer efetuou-se na casa
de M aria Silva, cujo m arido era dom inado pelo álcool c c o n trá ­
rio ao E vangelho. Organizou-se, assim, a pequena congregassão em
C recium a, sendo enviado para dar-lhe assistência espiritual, A dal­
berto Stem per, que serviu até 1947.
A prim eira sede da A ssem bléia de D eus em C recium a fu n ­
cionou cm um a easa alugada, ao lado da E strada de Ferro T e-
rcza C ristin a.
A Assembléia de Deus em C rçeium a tam b ém pode registrar
cm sua história lutas e perseguições, tôdas prom ovidas por ele­
m entos despeitados e invejosos do progresso do E vangelho en tre
os m ineiros que eram salvos e transform ados pelo poder divino.
Várias vêzes o sacerdote local investiu contra a igreja, através de
seus m em bros e pastores; ten to u indispor os m em bros da igreja
com as autoridades, porém a resposta que recebia das m esm as, era
sem pre favorável ao povo de D eus, pois, diziam as autoridades:
Êste povo não dá trabalho à polícia, cum pre com os seus deveres,
não se em briagam como os dem ais.

A R A R A N G U Á

Em poucas cidades em Santa C atarina sofreu a igreja perse­


guição com o em A raianguá, nas localidades de G uajuava e Jacinto
M achado. C erta noite, em G uarajuava, elem entos protegidos e ins­
truídos pelo sacerdote ten taram incendiar o tem p lo . U m a irm ã
que morava próxim o, logo que viu o fogo, apressou-se a apagá-,lo
im pedindo que a casa fôsse destru íd a. Os incendiários que a tu d o
assistiam, vendo que a casa não ardia, com eçaram a dar tiros em

— 303 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a sil

quem apagava o incêndio. A irm ã não se intim id ou, co ntinuou a


jogar água no fogo, para apagá-lo. E ra tal a sua disposição e ale­
gria, qu e o Senhor batizou-a com o E spírito Santo e com eçou a
louvar a D eus em línguas estranhas. O s inim igos, ao ouvirem a
irm ã falar em línguas, fugiram espavoridos.
Em Jacinto M achado o sacerdote chefiava um giupo de d e­
sordeiros, a cavalo, q u e se disposeram , conform e confessaram , a
castigar os crentes, com chicotes de couro. E n tre ta n to quando o
sacerdote ouviu, em sua própria língua, (italiano) um a m ensagem
q ue denunciava o castigo que viria sôbre êle, recuou e desistiu
do seu in ten to .
A perseguição generalizou-se; certo dia o In spetor de Q u ar­
teirão e o D iretor da Escola espulsaram da m esm a 21 crianças fi­
lhos de crentes. Q u an d o êsse ato chegou ao con h ecim ento do Juiz
de D ireito, êste tom ou providências, e advertiu os infratores de
que a cadeia os esperava, se o fato se repetisse. Só assim te rm i­
nou a perseguição.

PORTO UNIÃO

A cidade de Pôrto U nião está situada na divisa dos Estados


de Santa C atarina e Paraná. A penas os trilhos da E strada de F er­
ro separam P ôrto União, em Santa C atarina, de U nião da V itória,
Paraná. Isso quer dizer que é um a cidade com dois nom es.
N o ano de 1947 chegava à Pôrto U nião, Floriano O livete,
com o objetivo de anunciar a Palavra de D eus. O prim eiro culto
íealizou-se na casa de C arolina Kusma, situada na A venida M a­
noel R ibas. N essa ocasião converteram -se a C risto C arolina Kus­
ma e espôso, C le m e n te K usm a (q u e mais tarde foi pastor) e A n­

— 304 —
H is t ó r ia da s A s se m b l é ia s d e D e u s n o B r a sil

tom o M icalixcm ; êste últim o foi o prim eiro a ser batizado com
o Espírito S anto.
A congregação a u m en to u dentro de pouco tem po; nesse m es­
m o ano Floriano O livete organizou a prim eira Escola D om inical.
E n tre os novos convertidos alguns foram despertados para se ocupa­
rem 110 trabalho de evangelização; en tre êsses estava E ugênio de
Souza, que fòz 11111 adm irável trabalho de distribuição de literatura
e livros, cuja leitura despertou a m uitas pessoas.
Serviram à igreja em Pôrto U nião ( s seguintes obreiros: Flo-
riano • O livete, V irgilio Sm ith; João Ungm c C le m en te K usm a.

CAÇADOR
N u piogram a dc visitas do colportor Inocêncio M archione f;
gurava tam bém a cidade de C açador, que tam bém necessitava de
ser evangelizada. P 01 tan to no ano de 1947. M archione, levando
grande qu an tid ad e dc Bíblias, folhetos e N ovos T estam entos, che­
gou a essa cidade, e iniciou logo suas atividades evangelizantes de
vender livros e anunciar às pessoas o cam inho da salvação.
A missão de Inocêncio M archione teve êxito absoluto; m u i­
tas pessoas aceitaram a C ri to . O cam inho para organizar-se a
igreja estava ab erto . A lugaram um a casa e estabeleceram cultos
regulaies de pregação do E vangelho.
O rganizou-se então a congregação ficando como auxiliar do
trabalho A genor V alaske que serviu por algum tem p o . M ais tarde
E ugênio de Souza transferiu-se para C açador, e construiu o tem ­
plo para sede da igreja.
Sei viram à igreja em C açador, os seguintes obreiros: Floriano
O livete; V irgílio Sm ith; E m ídio Saraiva G rangeiro e José Pio
oa P a z .

— 305 —
H is t ó r ia da s Ys s k m b l é i a s d e D eus no Bra sil

J 0 A Ç A B A

A pequena cidade de Joaçaba recebeu a m ensagem de Boa»


Novas no ano dc 1948. Foi portador dessa preciosa m ensagem ,
Josc B en to .
O prim eiro culto Pentecostal celebrado cm Joaçaba. realizou-
se na rua E valdo O este, na casa de G eraldo N ie e p e rtan . Josc B or­
ba substituiu José B ento na direção do trabalho em Joaçaba, e
organizou a prim eira Escola D om inical.

L A G E S

Apesar de ser conhecida com o a Princcza de Sena, a cidade


de Lages era, na verdade, um a cidade tan to ou mais necessitada
do E vangelho do que as outras e d a d e s .
E m várias ocasiões igrejas e pastores de outras cidades pensa­
ram cm cvangclizai Lages. C erta noite, na eidade de F lorianó­
polis, V irgílio Sm ith c A nto n icto G rangeiro tratavam do problem a
da evangelização de Lages assentados 110 jardim da Praça 15 dc
N ovem bro. Já pas ava da meia no ite q u ando com binaram apre­
sentar o assunto ao colportor Inocéncio fClarchionc.
Sem perda de tem po, apesar do ad ian tam en to da hora, foram
à casa dc M arch io n c. E ra 11111a hora da m an h ã. O assunto era tão
urgente, que não devia ser adiado.
O uan d o M archionc ouviu os m ensageiros falar da necessidade
dc evangelizar Lages, im ediatam ente concordou, e naquela mesma
noite com eçou os preparativos para a viagem . A prontou livros,
caixas e malas; 110 dia seguinte Inocéncio M archionc embarcou
para Lages, onde chegou ao anoitecer.
Deixou a bagagem com o agente da Estação Rodoviária c foi

— 306
H ist ó r ia da s A s s e m b l é i a s d e D f. u s n o B ra sil

a procura dc hospedagem ou casa para alugar. N ão en controu hos­


pedagem , porém vendeu os prim eiros exem plares da Bíblia, pois
ele julgava mais im p o rtan te êsse trabalho do que outro qualquer
A Palavra dc D eus havia entrado, fin alm en te em Lages.
A prim eira casa cm que M archionc morou, na cidade de L a­
ces, estava cm construção c fôra-lhe cedida até alugar outra, pelo
agente da Kstaçâo Rodoviária.
Algum tem po depois M archionc alugou uma casa c nela reu­
niu os prim eiros interessados e realizou o prim eiro culto Pcntecos-
tal. A congregação cresceu, e foi estabelecida a Escola D om inicla.
C om a transferencia de M archionc para C hapccó, o trabalho d?
Lages ficou sob os cuidados de João U ngur, e posteriorm ente de
A ntonio Lemos. Sebastião M ota e José Sebastião Borba.

C H A P E C Ó

Pode não ser m uito fam iliar aos leitores o nom e dc C ha-
pecó, porem é o nom e da im p o rtan te cidade do O este C a ta rin e n ­
se. A m ensagem Pentecostal en tro u em C hapecó através da lite ­
ratura que o colportor Inocêncio M archionc levou em abundância,
no ano de 1953, para fazer circular en tre o povo de C hapccó.
Os resultados da distribuição da literatura foram su rpreenden­
tes. Ao m esm o tem po que vendia livros, M archionc falava da sal­
vação c convidava as pessoas para assistirem os c u lto s.
N o prim eir0 culto que realizou, orou pelos enferm os, c o
Senhor curou alguns dèlcs. Êsse fato espalhou-se rapidam ente, e
o povo acorreu aos cultos, uns desejosos dc ver a obra de D eus
c outros desejosos dc serem curados.
N o m esm o ano organizou-se a Escola D om inical c realizon-
sc o batism o dos novos convertidos. O trabalho floresceu, o n ú ­

— 307 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n ü B ra sil

m ero de convertidos aum en to u e o testem u n h o foi levado a outras


cid ad es.
Em razão do crescim ento, a igreja passou a ser pastoreada por
O sm ar C abral, cujas atividades se estendiam a outras congicga-
cões. O sm ar G abral chegou no período de expansão de modo que
teve que enfrentar o problem a de casa para reunir o povo. A so­
lução era a construção dc um tem plo, o que foi logo a seguir cons­
truído.
O desenvolvim ento da igreja não agradou a certas autorida­
des religiosas, as quais iniciaram um a cam panha de perseguição,
inclusive através da Estação de R ádio. O sacerdote da paróquia,
cm vez de ensinar seus paroquianos a praticar o bem , incentivou-
os a perseguir os crentes, espeeialm ente o pastor. C e ita vez colo­
caram um a bom ba de d in am ite sob o assoalho da sala de eultos,
mas não aconteceu o que èlcs esperavam : a casa onde se realiza­
vam os cultos nada sofreu, som ente a casa vizinha foi prejudieada.
Èsse fato desm oralizou os inim igos, de m odo que a perseguição
arrefeceu .
O pastor O sm ar C abral foi substituído pelo pastor Ariel G on-
eal\ 'es da A nunciação, para cuidar da igreja que se projetou em
todo o O este.

— 308
C A P ÍT U L O XXI

M A T O G R O S S O

A atu al geração não com preenderá que o N o rte d o E stado


de M ato Grosso reeebeu a m ensagem P entecostal no ano de 1923,
mas que de todo êsse trabalho não há q ualquer ligação eom o Sul
dêsse E stado.
A razão dessa singularidade expliea-se da seguinte form a: P ar­
te do E stado de M ato G rosso, exatam ente a q u e fôra evangelizada,
foi desm em brada para se form ar o T erritó rio de G uaporé, atual
T erritório de R o n d ô n ia.
O E vangelho foi levado a M ato G rosso através das fronteiras
com o E stado do A m azonas, pelos pioneiros Pentecostais que per­
corriam os im ensos rios e interm ináveis seringais do grande A m a­
zonas .

As prim eiras notas sôbre a evangelização do E stado de M ato


Grosso foram publicadas no ano de 1924, no jornal Boa Sem ente,
órgão das Assem bléias dc D eu s. N as referidas notas lemos que
Elói Bispo de Sena visitava, pela segunda vez, a localidade de G e ­
neroso Ponee, 110 E stado de M ato G rosso, onde sc estabeleceu 3
Assembléia de D eus. A prim eira visita de E lói Bispo a G eneroso
Ponee, dera-sc no ano anterior, 1923. A inform ação não esclarece
quem levou a m ensagem até lá, porém com o já naquela oeasião
havia um núcleo P entecostal, deduz-se que o E vangelho foi in tro ­
duzido na parte N o rte de M ato G rosso no ano de 1922.

— 309 —
H ist ó r ia das A sse m b lé ia s de D eu s nu B r a sil

C U I A B Á

A antiga e histórica capita} de M ato G rosso, a cidade de


C uiabá c um a das cidades de mais difícil acesso aos viajantes em
todo o país. Apesar dessas circunstâncias, C uiabá foi alcançada
pela m ensagem P e n te c o sta l.
O s prim eiros crentes Pentecostais na eidade de C uiabá
foram : Rodrigues Alves e espôsa. Êles eram m em bros da igreja
P resbiteriana. E m um a visita que fizeram à cidade de G oiânia,
entraram em cantacto com a A ssem bléia de D eus, creram no b a­
tism o com o E spírito Santo c tornaram -se Pentecostais.
O uan d o voltaram a C uiabá, foram dispostos a perm anecer
pnetecostais, apesar de serem apenas dois e viverem isolados. R o ­
drigues A b e s Eerreira e espôsa tornaram -se m em bros da A ssem ­
bléia dc D eus em Ribeirão P rêto, apesar de viverem em C uiabá
N o mês de abril de 1943 chegava à cidade de C uiabá o pas­
tor J. H . T ostes, cuja missão, naquela ocasião, era efetuar o b atis­
m o c, ao m esm o tem p o pregar a m ensagem de salvação. A viagem
do pastor T ostes a C uiabá foi apenas um a visita tem porária, não
para sc estabelecer 11a cidade.
A visita do pastor T ostes, criou novo interesse pelo Evangelho
em algum as pessoas: Koi J. H . T ostes quem realizou o prim eiro
batism o nas águas cm C orum bá, a prim eira pessoa batizada foi
R odrigues Alves Eerreira.
N o dia 7 dc m aio dc 1944. na rua C o m an d ante C osta, 48,
fundou-se a A ssem bléia de D eus 11a cidade d e C u ia b á . N o regis­
tro da ata de fundação figuram a seguinte diretoria: Presidente:
Pastor Juvenal R oque dc A ndrade; Secretário: E duardo Pablo
Jnerck; T esoureiro: Paulo F ernandes B ren th a. C om o se vê, pelo

— T IO —
H ist ó r ia das A sse m b léia s de D eijs \ o Br a sil

que se lê acim a, o pastor Juvenal R oque de A ndrade que chegara


a C uiabá procedente do Pará e Am azonas através das selvas que
separam êsse E stado, foi o fundador da Assem bléia dc D eus cm
C uiabá, apesar dc outros ali haverem estado antes.
M ais tarde com a ictirada de Juvenal R oque de A ndrade, o u ­
tros pastores serviram a igreja cm C uiabá, en tre os quais registra­
mos os nom es de V ital de O lh e ira , O scar C aT elo e E duardo Pa-
blo Joerck, sendo que o ultim o foi o que scia iu m aior período.

CAM PO GRANDE

Ao tem po cm que sc fundou a Igreja cm C uiabá, a cidade


dc C am po G ran d e já era a capital eomereial dc M ato C rosso, isto
é, era a cidade mais próspera c a que prom etia m aior desenvolvi­
m ento com ercial c cultural.

Por e sa razão os crentes que viviam em C uiabá, transferiram ,


em parte, suas atividades evangelizantes para a cidade dc C am po
G rande, onde já havia alguns crentes, conform e se verifica pelo
elevado núm ero dc m em bros arrolados.

Alguns meses após a organização da igieja cm C uiabá, isto


c. a 22 de outubro de 1944, era organizada a A ssem bléias dc Deus
cm C am po G rande. Figuram com o fundadores os seguintes nomes:
Presidente: Pastor Juvenal R oque; Paulo F ern an d o B renta figura
com o dirigente local: Secretário, Aristides Alves dc Souza; T eso u ­
reiro, A nadyr G arcia L uiz. M em bros arrolados nessa ocasião
A m brosina M aria dc Souza; A ristides Alves dc Souza; A nadyr G a r­
cia dc Luz; A ntonio R ondom de M elo; A ntonio T oljzim ; A ntonio
Baltazar; Elvira G om es; E lpídio Luiz Pereira; Francisco Chaves
da Rocha: Izaura dc Souza: Ideonar G eller Lara; João M artins

— 311 —
K •'
T em plo da A ssem b léia de D eus — Campo G rande — M aio Grosso
H ist o r ia das As s e m b l é i a s d e D eus no B r a sil

F citcira; Jovcnal de Souza; Justina Rocha da Silva; Severino G u e r­


ra: Sebastiã0 M ateus dos Santos c W an d erlcv de S ouza.
Com a organização da Igreja o trabalho tom a certo im pulso
c estende-se, não só na cidade mas tam bém a outras localidades
O segundo pastor que serviu a igreja foi O scar C astelo
O período dc expansão da igreja aconteceu no pastorado de
Alfredo R udzts, que seiviu d u ran te sete profícuos anos. Foi no
pastorado dc A lfredo R udzts que a igreja construiu o seu tem plo
e penetrou várias regiões do E stado, com a m ensagem Pentecostal
Sucedeu a A lfredo R udzts, o pastor Pedro G onçalves que
durante dois anos trabalhou incansàvelm cntc. Com a retirada de
Pedro G onçalves, a igreja recebeu com o pastor V icente G uedes
D uarte, que sc destacou na dedicação à obra do S enhor. Foi no
pastorado dc V icen te G uedes que se procedeu a reforma do te m ­
plo. incluindo-se novas instalações.

A P A R E C ID A DO TABOADO

M esm o que pareça estranho c paradoxal, o prim eiro culto


realizado na cidade dc T aboado, efetuou-sc na casa de um a viúva,
zeladora do tem plo católico rom ano. A m ilcar N alim fôra morar
próximo a cidade. C erto dia, q u an d o julgou que o m o m en to era
próprio e que D eus o dirigia, iniciou um trabalho de evangelização
na cidade, de casa cm casa, de pessoa em pessoa, oferecendo fo­
lhetos c testificando do am or de D e u s .
Essa atividade era coisa nova na cidade, e causou alvoroço,
o povo nunca antes ouvira falar de Salvação, de m odo todos es­
tavam perplexos com os fatcs. A m ilcar N alim ofereceu um folhe­
to à viúva zeladera, falou com ela acerca da salvação e perguntou-
lhe sc não desejava qu e realizasse um culto cm sua c a sa . A viúva

— 313 —
H is t ó r ia das Asse m b léia s de D els no B ra sil

aceitou; 110 dom ingo seguinte Am ilcar e sua espôsa, na casa da


zeladora católica, realizaram o prim eiro culto Pentecostal; estava
aberta a porta à pregação do Evangelho.
D e acordo com o que está registrado, o dia 26 de junho dc
1953 assiná-la a instalação do trabalho P entecostal em Aparecida
do T aboado. O prim eiro crente convertido em T aboado foi O lím ­
pio O sirio de Q ueiroz.
Mais tarde Eloreiitino Zacarias foi convidado a visitar a ci­
dade e a realizar cultos, passando, assim, a dar assistência espi­
ritual aos novos conversos.

A história da Assembléia de Deus em Aparecida do T aboado


não se processou seni ameaças e perseguições por parte de h o ­
m ens religiosos a seu m odo. Q u an d o o padre local, vendo as a ti­
vidade.. de A m ilcar N alim , e an te a conversão dc tantas pessoas,
arm ou um a cilada para apedrejar e prender o evangelista; o sacer­
dote convidou Am ilcar para estudar a Bíblia; aceito o convite, a
certa altura em que o evangelista falava clicio do E spírito Santo,
o sacerdote enfureceu-se e gritou bem alto: V am os bater neste
p io tc sta n te .
Nessa hora apareceu a m ultidão que estava escondida 110
pateo da casa paroquial e bem assim a pojicia para prender o
indefeso cristão. .Mais um a vez o evangelista falou com sabedoria,
explicou qual a sua missão, de m odo que Deus o guardou de ser
pyeso e agredido.
Esses acontecim entos despertaram o povo para exam inar o
pioblcm a da salvação; a igreja cresceu, o Senhor salvou m uitas
pessoas, de modo que em (1957) a igreja inaugurou seu tem plo,
e projetava, nessa época, suas atividades em vários setores.

— 314
H istó r ia das As s e m b l é i a s d e Dels no B r a sil

C O R U M B Á

\ historia da Assembléia de D eus em C orum bá difere in te i­


ram ente da história dc outras A ssem bléias. A diferença é esta;
A igreja em C orum bá, não nasceu P entecostal. Ela aceitou os
princípios penteeostais cm 1943 e tornou-se, então. Assembléia
de D eus.
Nesse ano a igieja no Rio de Janeiro recebeu um pedido
do pastor Davis, dc C orum bá, para lhe enviar um obreiro. A
igreja no Rio de Janeiro enviou en tão V ital de O liveira, o qual
reeebeu a igreja em C orum bá, das m ãos de T o m ás Lindores.
V ital de Oliveira assum iu a responsabilidade do trabalho, e
alguns meses depois o Senhor batizou com o E sp írito Santo a
Pedro Ferreira G om es. Êsse fato despertou a igreja para as reali­
dades Pentecostais; tôda a igreja aceitou essas realidades, e todos
concordaram em m udarem o nom e para Assembléia de D eus.

— 31 5 —
C A P ÍT U L O X X II

R IO GRANDE DO SU L

O registro oficial das atividades da A ssem bleia de D eus no


Estado do Rio G ran d e do Sul, assinala o dia 15 de abril de 1924,
quando se realizou o prim eiro culto pentecostal na eidade de
Pôrto A legre.
E n tre ta n to , m uito antes dessa data, D eus havia revelado a
alguns de seus mensageiros algo relacionado eom a grande obra
que viria a ser o M ov im en to Pentecostal no R io G ran d e do Sul.
N o ano de 1919, na eidade de Lidkoping, na Suécia, G u s­
tavo N ord lu n d , que mais tarde viera eom o m issionário recebeu a
cham ada de D eus para trabalhar na seara, e, ao m esm o tem po,
teve um a visão da grande m ultidão de salvos, en tre os quais esta­
vam os salvos do Brasil.

N o ano de 1920, d u ran te um a C onferência, ansioso por saber


o local onde devia trabalhar. G ustavo N o rd lu n d teve a revelação
de que o local on d e iria trabalhar era o R io G ran d e do Sul. Assim,
no ano de 1922, obedecendo à vocação divina, G ustavo N ordlund
e família iniciaram sua viagem para o Brasil, via A m érica do N orte.
E n q u a n to êsses fatos se passavam longe de terras gaúchas, Deus
operava d en tro do próprio E stado do Rio G ran d e do Sul, prepa­
rando m entes e corações para receberem a m ensagem de salvação
e o batism o eom o E spírito Santo.
E m bora cause certa adm iração ao leitor, nos prim eiros anos
dêste século alguém foi batizado eom o E spírito Santo no Rio

— 316
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a sil

G ran d e do Sul, em bora as pessoas não soubessem explicar de que


se tratava. Essa revelação fôra feita pelo pastor Paulo M alaquia^,
quiçá o prim eiro crente batizado com o E spírito S anto. O pastor
Paulo M alaquias teve a experiência pentecostal quando ainda era
pastor batista, no ano dc 1908. Ê le m esm o na época não sabia
que se tratava do batism o com o E sp írito S anto. S òm ente m ais
tarde, quando entro u em contato e se uniu às Assembléias de
Deus, só então com preendeu que suas experiências eram genuina­
m ente pentecostais.
Paulo M alaquias era um pregador diferente dos outros; todos
afirm avam e reconheciam isso, porém ninguém sabia explicar o
sucesso de sua pregação e a form a de apresentar a m ensagem , que
não coincidia com as de outros pastores batistas.
Ora, sendo qu e Paulo M alaquias era pastor de várias igrejas,
e lógico supor q u e nessas igrejas havia cientes pentecostais, por
crença e convicção, m esm o qu e tais m em bros não tivessem tal
nom e. Essa suposição é justificada pelo seguinte fato . N o ano
dc 1922, antes de haver-se fundado a Assem bléia de D eus 110
Estado do Rio G ran d e do Sul, a redação do jornal Boa Sem ente,
em Belém, Pará, recebia de P ô rto Lucena, R io G ran d e do Sul,
carta de C ashilda E . Skytberg, cujos têrm os a indentificam como
pentecostal, provavelm ente m em bro da igreja de Paulo M alaquias.
Eis um trecho da referida carta:
“T e n h o lido o jornalzinho Boa S em ente, vários núm eros, e
sem pre encontro m uitas coisas belas e tocantes a respeito do su­
cesso espiritual (batism o com o E spírito Santo) q ue m u ito atrai
a m inha atenção; é verdade qu e q u ando ten h o de levantar a m i­
nha bandeira ao público para dar um testem u n h o do am or dc
C risto, então sinto um a grande falta de fôrça do E spírito Santo,

— 317 —
H is tó ria das V s s e m b lé ia s d e 1 )e u s no B ra s il

e logo m c é revelada a m in h a fraqueza. E u m e sinto eham ada para


trabalhar na vinha do querido M estre. Esse é o m eu desejo e,
de fato, q u an d o se m e ofereeer o p o rtu n id ad e estarei p ronta para
me utilizar das palavras que o E spírito Santo m c inspirar” .
C om o se vê, o Senhor estava operando e m anifestando o po­
der do E spírito Santo, ao m esm o tem po que preparava m ensagei­
ros para instalar definitivam ente as Assembléias de D eus 110 E s­
tado sulino.

PORTO ALEGRE

No dia 2 dc fevereiro do ano dc 1924 chegou a Pòrto Alegre,


após haver passado r ito meses em Belém, Pará, o m issionário G u s­
tavo N ord ln n d e fam ilia. N ão havia qualquer pessoa à sua espera,
porém o anjo do Senhor ia adiante de Seus servos.
O dia 15 cie abril cio m esm o ano, registra a data do prim eiro
culto da A ssem bléia de D eus no E stado do Rio G ran d e do Sul;
o culto rcalizou-se na rua M ariland, no bairro de M o n te Scrrat.
O único assistente, a]ém da família N o rd lu n d , foi 11111 ancião dc
70 anos de idade, enjo nom e é João C orreia da Rosa. e que aceitou
a C risto, naquela uoite.
A instalação ofieial do trabalho, isto é, a fundação da A ssem ­
bléia dc D eus aeonteeeu meses mais tarde, no dia 19 de outubro
de 1924. O loeal da fundação da Assembléia de D eus foi uma
easa da Travessa A zevedo, 30. M ais tarde a igreja adquiriu o p ré­
dio que foi adaptado para servir dc tem plo. O trabalho de ad ap ­
tação foi efetuado pelos próprios m em bros da igreja, que fizeram
um trabalho apreciável.
N o dia 20 dc dezem bro dc 192? a Assembléia dc D eus cm
Pôrto Alegre inuagurou seu prim eiro tem plo, eom um cu lto de

— 318 —
T em plo da A ssem b léia de D eus — Porto A legre — Rio G do Sul
H is t ó r ia das A sse m b léia s de D e l s nu B r a sil

ação de graças e b atism o de cinco novos convertidos. G ustavo


N o rd lu n d pastoreou a igreja até m arço de 1827. Nessa data o
missionário N els J. N elson assum iu o pastorado da igreja até a
volta de G ustavo N o rd lu n d , d u ran te sete m eses. D u ra n te o pas­
torado de N els N elson, mais de 40 pessoas foram batizadas nas
águas.
N o dia 20 de outubro de 1929 a igreja em P ôrto Alegre,
atendend o ao progresso do trabalho, inaugurou um salão mais a m ­
plo em um a das ruas principais da eidade, isto é. na rua Cristóvão
C olom bo, 580.

O ato de inauguiação foi um grande aco n tecim ento na vida


da igreja; a inauguração foi um a oportu n id ad e para os m em bros
da igreja convidarem am igos e vizinhos, de m odo q ue o salão ficou
inteiram en te ocupado e não havia lugar para to d o s. N esse tem po
a igreja já possuia um te m p lo p equeno no bairro d e Petrópolis,
porém não foi possível ob ter inform es da data em q u e foi in a u ­
gurado.

N o ano de 1932 a A ssem bléia de D eus em P ôrto Alegre ini­


ciava a cam panha de ofertas para o novo tem plo; o resultado da
prim eira coleta registrou um conto, trezentos e dez m il réis. N o
mòs de o u tu b ro do m esm o ano a igreja separou mais um obreiro
para servir na seara do M estre.
E m 1933 a igreja em P ôrto Alegre contava q u atro Escolas
D om inicais na eidade, e cinco congregações nos bairros da cidade
Nesse an o acentuou-se a penetração do E vangelho en tre os donos
dc barcos que navegavam pelos rios que desem bocam no G uaíba,
fato m uito expressivo q u e influenciou o am b ien te e criou o que
se podia, na época, d enom inar “ a doca dos crentes” .

— 320 —
H ist ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e l s n o B r a sil

No mês de m arço de 1935 a igreja recebeu, pela segunda


\ez, com o seu pastor, o m issionário N els J. N elson, q u e serviu
du ran te nove profícuos meses, passando o pastorado a B runo Sko-
lim ow ski.
Do relatório de N els J. N elson, d u ran te os nove meses, ex­
traímos o seguinte:
“E m P órto Alegre centenas d e pecadores têm aceitado Jesus
C risto por Salvador e m uitos crentes tem recebido o batism o do
E spírito Santo. D uzentos e oito crentes têm entrado, d u ran te
êstes meses, c o m o .m em b rcs na igreja, nesta cidade; desses já ba­
tizei 151. T en h o notado grande interesse a favor da Palavra dc
Deus, em todos os cultos” .
O term ô m etro espiritual estava em elevação, na igreja em Pôr-
to Alegre, com reflexo em várias cidades do interior do E stad o .
N o dia 16 de novem bro de 1936 chegava à cidade de Rio
G ia n d e o missionário L eonard P ettersen c espôsa; no dia 24 do
m esm o mês chegaram a P òrto Alegre a fim dc cooperarem com
a igreja. D u ran te quatro meses L eonard P ettersen auxiliou o tra ­
balho em P ôrto Alegre; no dia 5 de abril dc 1937, deixou a ca­
pital com destino a C ruz A lta, onde ficou até ao mês de novem ­
bro, data em que sc transferiu para U ruguaiana.
O mês de fevereiro de 1939 tornou-se um a data histórica para
a Assembléia de D eus em P ôrto A fegre. N o dia 26 do citado mês,
presentes os obreiros do E stado, autoridades, representantes das
várias igrejas evangélicas, inaugurou-se o tem plo da A ssem bléia de
D eus, rua G eneral N eto, 384. O tem plo inaugurado era, na época,
o maior en tre os das A ssem bléias. As festividades de inauguração
prolongaram -se por um a sem ana, com E studos Bíblicos d u ran te
o dia e cultos à n o ite. E stêve presente o pastor Paulo M alaquias,

— 321 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B ra sil

q u e tem pos antes se unira à A ssem bléia dc D eus, ju n ta m e n te com


11 igrejas das quais eia pastor.
N o ano dc 1947 chegava ao E stado do Rio G ran d e do Sul a
missionária L orcntz T horkildsen, onde passou os prim eiros te m ­
pos de suas atividades 110 Brasil, cooperando com as igrejas do Sul.

U R U G U A I A N A

N o mòs de novem bro dc 1937 chegavam à cidade de U ru-


guaiana o missionário Lconard Pcttcrsen c esposa, sob a orientação
divina com o propósito de anunciarem o Evangelho dc C risto aos
pecadores c fun d ar a Assembléia dc D eus.
O prim eiro culto realizado em U ruguaiana aconteceu 110 més
de janeiro dc 1938, estando presentes cerca dc 20 pessoas. Os que
assistiram ao prim eiro culto não c'am crentes, mas dem onstraram
intere sc pelo Evangelho c dois dèles aceitaram a C risto, na p ri­
m eira reunião.
O s cultos continuaram a realizar-se norm alm ente; pouco a
pouco D eus foi salvando algum as pessoas, dc m odo que no mês
dc outub ro dc 1939 já havia 19 convertidos, além de algum as pes­
soas interessadas. Com esse num ero, no mês acim a citado, fun-
don-sc a Assem bléia dc D eus cm U ruguaiana, tendo com o pastor
o m issionário Lconard P cttcrsen .
N o ano seguinte a igreja havia aum entado, e pensou-se na
constiução dc um tem plo; todos os m em bros sc interessaram pelo
assunto, trabalharam e contribuíram , de m odo que 110 mês dc
agôsto de 1939, a A ssem bléia de D eus cm U ruguaiana inaugurou
seu confortável tem p lo .

P A L M E IR A S DAS M IS S Õ E S
A A sem bléia dc D eus cm Palm eira das Missões foi fundada

— 322 —
H ist ó r ia da s A sse m b léia s de D eus no B ra sil

no ano dc 1936. por Paulo M alaquias, ju n tam en te com m uitos


crentes que foram batizados com o E spirito Santo c o acom pa­
nharam quando ele deixou a igreja batista da R am ada. no m u ­
nicípio dc Ijui.
Os prim eiros cultos foiam realizados cm Potrcro Bonito. D eus
abençoou o trabalho, a igreja estendeu-se dc tal forma que Paulo
M alaquias, sendo já idoso, não podia aten d er a tu d o . Para auxi­
lia lo foi convidado Analízio Ribeiro, que d u ran te alguns anos
atendeu ao trabalho, en q u an to que Paulo M alaquias cuidava de
Potrero B onito. Isso durou até 1943.
Com o falecim ento de Paulo M alaquias foi cham ado para ser­
vir com 0 pastor, Júlio Adão M ichel, que tom ou a responsabilidade
das igrejas daquele m unicípio e de outras que se fundaram , com
a extensão do trabalho de evangelização.

PASSO FUND O
A historia da Assembléia de D eus cm Passo F u n d o não se
processou pacificam ente cm seus prim eiros anos. Ao verificarem
benção > e progresso na igreja florescente, os inim igos iniciaram
trem enda perseguição, calúnias e até prisões, mas tudo foi em
vão, pois a igreja prosseguiu vitoriosa, porque D eus estava ao seu
lado.
A data que assinala as atividades da A ssem bléia de D eus em
Passo Fundo é o dia 19 dc m aio dc 1936. Os prim eiros cultos
foram efetuados à rua Fagundes dos Reis, e tin h am a dirigí-los o
irm ão Oscar Ferreira, m e m b ro da A ssem bléia de D eus em C ruz
Alta, cujo pastor era T om é de Souza.
As prim eiras pessoas que aceitaram a salvação em Jesus, em
Pas~o F undo, foram Celina Bolner e C arula de Souza.
C om o crescim ento do trabalho, foi necessário ap o n tar um

— 323 —
H lbTÓ R IA DAS A bSE M B L É lA S DE D e LS MO B r As IL

trabalhador que atendesse às necessidades da obra. Foi enviado


então, para Passo F u n d o , o irm ão Francisco G arcia.
N o dia 21 de junho de 1936, o pastor T o m é dc Souza efetuou
o prim eiro batism o nas águas de sete novos crentes, en tre os quais
sc contava os dois nomes acima citados. O batism o rcalizou-sc no
rio Passo F u n d o .
A partir dc então a igreja entrou em progresso; o núm eio de
m em bros com eçou a aum entar: m uitas pes oas aceitaram a Cristo,
outras foram curadas dc enferm idades c algum crentes foram b a ­
tizados com o F spíríto Santo, confirm ando, assim, o Senhor, as
Suas prom essas. C om o desenvolvim ento da igreja, claro está,
urgia tam bém o envio de um pastor para euidar do rebanho.
N o ano dc 1937 a igreja em P ôrto Alegre enviou para Passo
Fundo o pastor E m iliano Araújo Lopes.
Com a chegada do pastor E m iliano o progresso foi ainda
maior: os m em bros anim aram -se, lançaram-se todos à obra de
cvangclizar. e a igreja florescia cada dia que sc passava. E n tre ­
ta n to havia alguém que não sc alegrava com o progresso da obra
do Senhor: èsse alguém cia Satanás, que ten to u im pedir, mas sem
resultado, o desenvolvim ento da igreja como veremos abaixo.
E n tre os m em bros dedicados c que tinham o coração na obra
dc evangelização estava o irm ão O rozim bo D ornclcs. cabo refor­
m ado da Brigada M ilitar do E stad o . O rozim bo Q orncles lançou-
se dc coração ao trabalho dc cvangclizar através da literatura. E n ­
trava no quartel c distribuía folhetos c o jornal M ensageiro da
Paz. Um dia os inim igos acusaram O rozim bo dc distribuir lite ­
ratura com unista; O rozim bo foi preso; a polícia revistou-lhe a casa.
a fim dc verificar se de fato expalhava literatura subversiva.
A conteceu q u e a polícia, en tre outras coisas, encontrou um

— 324 —
325

T em plo da A ssem b léia de D eus — 1’asso F u n d o — R io G. do Sul


lllSTÓ K IA L)Ab A s s EMBLEIAS DE Ü EU b NU B u ASIL

exem plar do M ensageiro da Paz q u e falava contra o com unism o.


A polícia levou o jornal, qu e serviu de testem u n ha, pois através
de sua leitura verificaram que O rozim bo Dorneles, fôra acusado
falsam ente por hom ens maus e ignorantes.
A igreja e o pastor foram ameaçados, porém o S enhor guar-
dou-cs e nada lhes aconteceu, pois tu d o se eselareeen e os inimigos
não puderam cantar vitória.
O pastor E m iliano Araújo Lopes serviu com o pastor em Pas­
so Fundo até ao ano de 1941, data em que passou o pastorado ao
pastor Júlio Adão M ieliel, que contin u o u a servir eom o m esm o
feivor de seu antecessor. A igreja unin-se co sen pastor, de modo
que teve 11111 período de paz e prosperidade.
O pastor Júlio Adão M ieliel perm aneceu em Pass0 F undo
ate o dia 2 de abril de 1943, quando então entregou a responsabi­
lidade da igreja ao pastor O rvalino L em os. E m bora não fòsse lon­
go o pastorado de O rvalino Lemos em Passo Fundo, eontudo foi
11111 período de bênçãos para a igreja, qnc ficou assinalado na
história.

N o dia 2 de novem bro de 1943, o pastor O rvalino dava posse


do cargo de pastor ao pastor E m iliano, que voltava, assim, a ser
pastor da igreja em Passo F u n d o . Mais 11111 periodo de esforços e
proveitosa atividade. Foi nesse tem po que a igreja sentiu necessi­
dade de construir 11111 tem p lo . Feitos os planos dc construção eom
o apôio dc todos os m em bros, a igreja 110 dia 22 de outubro de
1950, inaugurava seu lindo tem plo, à rua M orom , 2560.
N o ano de 1954 assum iu o pastorado da igreja em Passo
Fundo, o pasto: G erm ano D om ingos Zueelii, que co ntinuou a
ob;a de seus auteeessores, eom eficiência e dedieação.

- 326 -
H istória das A sse m b lé ias de D eus no B ra sil

C A R À Z I N H O

O trabalho do Senhor em C aràzinho foi iniciado por m em -


bro.s da igreja em Passo FuucF', que ficou sc b a jurisdição da
mesm a igreja. A data dos p im eiroj cultos nessa cidade, registra
o ano de 1937; o local foi a V ila O perária. Nesse ano o partor
Km iliann realizou o prim eiro batism o nas águas, dos seguintes
novos convertidos: Alcides Teixeira dos Santos e espôsa, c Atalí-
cio Soares e espôsa.

N 0 N 0 A I

A h n tô ria do inicio do trabalho em N onoaí tem algo diferente,


que poucas vèzcs ocorre em outras localidades, mas nessa diferença
aparece a providência divina a orientar os acontecim entos, como
veremos nas linhas que se seguem :
Sim plício C am aigo fôra pescar no rio Passo F u n d o , em local
deserto e ali enco n tro u um N ovo T estam en to q u e alguém esque­
cera. V erificando q u e se tratava de um livro religioso, procurou
alguns m em bros da igreja m etodista para q u e lh e inform assem que
livro era o N ovo T e sta m e n to . Satisfeito com a explicação, co n ti­
nuou a ler o livro, converteu-se; converteram -sc tam bém alguns
viVánhos e p arentes.
A lgum tem p o depois os novos convertidos desejaram conhe­
cer m elhor as doutrinas de C risto e pediram aos crentes que m o ­
ravam em Boi Prêto, q u e lhes enviassem alguém para lhes expPcar
o que ainda faltava conhecer. A igreja em Boi P rêto enviou José
Garcia, a N onoaí, para lhes falar mais p articu larm en te ac èrca das
coisas divinas.
D en tro em pouco, os novos convertidos constataram que as
promessas d Q Senhor são verdadeiras .D eu s operou m aravilhas en-

— 327 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é i a s d e D els no B ra sil

frc os novos crentes em N o n o aí. O prim eiro batism o nas águas


foi efetuado no dia 8 de novem bro de 1988.
Sim plíeio Cam argo, o que achou o Novo '1'estam cnto, era
usado por D eus para pregar c anuneiar as Boas Novas, e m uitas
pessoas ercram em Jesus. O s hom en s da eidade, então, enfurece -
ram-se contra o pregador; reuniram -se mais de d u zentos para ex-
pnkarcm cu m atarem Sim plíeio. As autoridades exigiram -lhe c re ­
denciais de pregador. O hum ild e pregoeiro sacudiu o pó dos sa­
patos e saiu da eidade, deixando, en tretan to , um exército de fieis
seguidores de C risto . O ódio dos ím pios voltou-se contra os in ­
defesos crentes: m overam terrível perseguição contra cies; apedre-
ja-am os crentes e proibiram -nos de se reunirem .
Alguns meses depois o pastor E m iliano e o missionário G u s ­
tavo N o rd lu n d foram en tender-sc eom as autoridades, cessando
então as perseguições. O trabalho em N onoaí ficou sob a respon­
sabilidade do pastor E m iliano Araújo Lopes.
C om a vitória da igreja. Satanás não se deu poi vencido. M a s
tarde, em 1942 insuflou novam ente o ódio contra o poso de Deus
Vários ereutes foram presas e levados perante as autoridades da
eidade de E rcehim ; porém , as autoridades, exam inando as queixas
não encontraram crim e nos acusados, dc m odo que os acusadores
ficaram envergonhados c a igreja co n tin u o u a sua inareha vito­
riosa .

A R R O IO DO SÓ

Arroio do Só dista 359 quilôm etros de Pôrto Alegre; porém,


distância não foi obstáculo para qjue o Evangelho penetrasse nes
s.i loealidade e frutifieasse para honra e glória do S enhor. Foi

— 328 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é i a s d e D eus no B r a sil

Arròio do Só um dos prim eiros lugares a reeeber a m ensagem


Penteco tal em todo o E stado.
As Boas Novas deram fruto e se m ultiplicaram em centenas
de almas salvas. E m razão do progresso da obra do Senhor surgiu
;■ necessidade de se eonstruii' um tem plo, o prim eiro do interior
do listado.
O tem plo em Arròio do Só foi inaugurado no dia 1.° de d e­
zem bro dc 1929, perante num erosa assistòneia. Os irmãos de P ôr­
to Ajegre, inelusivc o missionário G ustavo N o rd lu n d estiveram
presentes eom seus instru m en to s para louvar a D eus.

C A X IA S DO SU L

Q uatro anos após haver ehegado a P ôrto Alegre a m ensagem


Pentecostal, i to é. no ano de 1928, a m esm a m ensagem era a n u n ­
ciada na cidade de Caxias do Sul, apesar dc se tratar de um a ci­
dade idólatra que os im igrantes colonizaram .
Jardehiio Batista dos Santos era m em bro da A ssem bléia de
Deus cm Pôrto Alegre; porém tin h a parentes em Caxias do Sul,
que desejava evangelizar, i to é, desejava que eonhecessem a m e n ­
sagem Pentecostal, dado que alguns dêles já conheeiam o E v a n ­
gelho .
C om êsse objetivo, Jardelino convidou o m issionário G ustavo
N ordlund para acom panhá-lo a Caxias do Sul. E ntregues à d i­
reção divina, os dois soldados de C risto subiram a serra e foram
visitar a fam ília Rossolim bo Cossio, parentes de Jardelino.
Rossolim bo Cossio já conhecia a Bíblia e amava a obra do
Senhor; reeebeu a visita eom grande satisfação, alegrou-se com o
eme ouviu e ficou m u ito interessado nas novas verdades que lhe

— 329 —
H i^ i ó r i a das A ssem b léia s, ü e D els nu B ra sil

anunciaram . E n tre ta n to não estava preparado para um a decisão


im ediata, i cèrca da doutrina P en teco stal.
C ontudo, Jardelm o Bati ta e G ustavo N ordlund continuaram
a orar para que D eus abrisse as portas para c.tabeleccr a igreja em
Caxias do Sul. A partir de então, Rossolim bo Cossio esteve sem ­
pre e .11 con tacto com as Assembléias dc Deu , através da litera-
tuia, que, pouco a pouco foi desfazendo prevenções e e ejareccndo
d ú v id as.
Rossolim bo Cossio puueo a pouco reuniu um pequeno grupo
de pessoas de boa vontade, às quais transm itia o que podia e n ­
tender. Assim se passou algum tem po, até que 110 111 és de o u tu ­
bro de 1931, o pequeno rebanho já existente cm Caxias do Sul
convidou u mi sionário N ordlund a visitar a eidade c estabelecer
a Assembléia de D eu s. No dia 20 de outu b ro de 1931 abriram -se
as portas à igreja e fundou-se então a Assembléia de D eus na linda
cidade serrana.
Um mès depois desse acontecim ento, isto e. a 23 dc novem ­
bro, eram batizados nas águas os prim eiros convertido.. Nessa
data doze pessoas foram batizadas, de acò.do com o que ensina
a Palavra de D eus
N ão se pense que a pequena e novel igreja não teve seu q u i­
nhão de lutas para enriquecer sna história dc experiências. Teve,
sim; cm um a cidade em que dom inava o ciem . os m em bros da
igreja de C ri to eram apontados eom o herejes; sofriani persegui
ções, injustiças e desprezo.
C o n tu d o , Deus usou Rossolim bo Cossio para encorajar e cui­
dar do pequeno rebanho, p rim eiram ente com o dirigente e mais
taidc com o pastor da igreja local. O irm ão Rossolimbo serviu
fielm ente até rcr cham ado ao lar eclcstc em 31 dc dezem bro dc

.130
H ist ó r ia das A sse m b léia s de D eus no B ra sil

1951, mas sou exem plo de fidelidade ficou c a igreja firm ou-se
11a Roeha dos Séculos.

G EN ER A L CÂM ARA

D atam do ano de 1941 as atividades da A ssem bléia de Deus


em G eneral C â m a ra . O início do trabalho deu-se em circu n stân ­
cias hum ildes, sem a pretensão de nm grande aco n tecim en to .
O prim eiro culto t i dirigido pelo irmão A lfrodício V . de
Oliveira, na residência do sr. joão Dias M agalhães. Foi a prim eira
sem ente lançada na terra, que devia na.ccr, crescer e dar fruto.
A seguir os eultos passaram a ser realizados na easa do irmão
W altc r R. dc Souza, d u ran te algum tem po.
Mais tard , aten d en d o às neeessidacLs futuras do desenvol­
vim ento do trabalho, a A ssem bléia de D eus em P ôrto Alegre
adquiriu uma p r p-iedade sita à rua C o n d e de Pôrto Alegre, cm
G en ral Càm ; ra. para serv ir dc sede à igreja loeal.

SANTA MARI A

A Assembléia de Deus em Santa M aria, Rio G ran d e do Sul,


teve sua fundação oficial registrada 110 dia 2l de fevereiro de 1932,
pelo missionário G ustavo N o rd lu n d . E n tre ta n to antes dessa data
alguns pregoeires da fe P cnteeostal já haviam palm ilhado, mais
dc uma vez, a> rua, d : Santa M aria Seria difícil precisar q u an ­
tos ouviram a m ensagem do E vangelho de p der, antes de 1932,
porém , sabemos que foram m uitos. A prim eira notícia publicada
sôbie o Labalho em Santa M aria dizia que a eidade já havia sido
visitada algum as vèzes por G ustavo N o rd lu n d e outros, mas não
m enciona datas.
O prim eiro eulto Pentecostal realizado cm Santa M aria acon-

- 331 —
T em plo da A ssem b léia de D eus — S an ta M aria — Rio G. do 5 -1 .
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus nü B r a sil

teeeu na casa do irm ão José M aehado, à A venida Borges de M e ­


deiros, 969. Foi ali que se ouviu a m ensagem vibrante que orde­
nava aos ossos seeos reeebessem a vida e revivessem .
Dois anos após a fundação, no relatório enviado para Pòrtõ
Alegre, eonstava que a igreja tinha 224 m em bros. O prim eiro
pastor que serviu em Santa M aria foi Paulo C ruz, desde fevereiro
de 1932 até 1940. O segundo pastor da igreja foi o m issionário
Leonardo Petterscn, q u e serviu de 1940 a 1942. O pastor Luiz
V ieente Neves substituiu L eonardo P etter en em 1942 e lá esteve
até 1943. E m 1943 o pastor O rvalino Lem os assum iu a responsa­
bilidade do pastorado em Santa M aria, eargo que ainda eonservava
em 1959. N o pastorado de O rvalino Lem os a igreja prosperou
m aterial e esp iritu alm en te. Foi na gestão do pastor O rvalino que
se eonstruiu o grande tem plo em que a Assembléia de D eus tem
a sua sede.

R IO GRANDE E PELOTAS

A m ensagem Pentceostal ehegou à eidade do Rio G ran d e atra­


vés da piegaeão do irm ão A rm ando Silva, que desejava ver a p o ­
pulação eonvertida e servindo a D eu s. É eerto que A rm ando Silva
não viu o progresso da igreja nos últim os anos, pois o m esm o fa-,
leeeu; porém viu os prim eiros frutos, que mais tarde se m ultipli-
e aram .
Os prim eiros eonvertidos na eidade de R i0 G ran d e Foram
O lio M oreira e sua espôsa Am ália M oreira. Logo que se eonvre-
teram , ofereeeram sua easa para se realizarem eultos. D e fato os
prim eiros eultos nessa eidade realizaram-se no bairro de Poesteias
na casa de O lio M oreira.
Figuraram no rol dos prim eiros eonvertidos, além dos já m en-

— 33 3 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e U e l s . \ o JJ r a s i l

eionados, os seguintes: U niversina M edina, L eoncr M aidana, Lo­


bato M oreira e Isaura M oreira.
A época das conversões aqui m encionadas, não estava ainda
fundada a A ssem bléia dc D eus cm Rio G ran d e. C o n tu d o , pre­
gava-se o Evangelho, havia conversões e os novos crentes eram
batizados. N a lista dos prim eiros batizados nas águas, no dia 14
de dezem bro de 1942, constam os nom es seguintes: A m ália M orei­
ra, Eli M oreira, M anoel A ntunes, Lconor F,. Pedroso M aiana,
Universina M edina da Silva. Luíza M . Sanehes, L obato M oreira,
1‘aura M oreira c M anuela Santos. O batism o foi efetuado pelo
missionário A nders Johansson.
Parece-nos que a pequena congregação crescia rapidam ente,
pois oito dias após de realizado o prim eiro batism o, isto é, a 22
de dezem bro de 1942. realizava-se o segundo batism o, quando
foram batizados nas águas \r tu r Sm ith. Pannnz.io A rm ando Rei-
ninc e Ana S m ith .
A tendendo ao desenvolvim ento do trabalho, apos a realização
do batism o e co n seq uen tem en te novas conversões, foi alugada a
easa da rua M arechal Deocloro, 482, onde se realizaram os cultos,
d u ran te m u ito tem p o . Foi nesse local que se fundou a Assembléia
de D eus na eidade de Rio G rande, conform e se lè na ata de fu n ­
dação, isto é, no dia 2 dc janeiro de 1943. O m issionário A nders
Johansson, vinha aten d en d o e cuidando do pequeno rebanho, era
êle o pastor.
N a ata da fundação da A ssem bléia de D eu; em Rio G rande,
constam os seguintes nom es na D iretoria: Anders Johansson, p re­
sidente; Justiniano M adeira, vice-presidente; A rtur Sm ith, secre­
tário; Francisco M . de Souza, tesoureiro; Alcides M aidana c Da-
nuuzio Rerninc, fiscais.

— 3.84 —
T em plo da A ssem b léia de D eu s — Rio G rande — Rio G. do Sul
H is t ó r ia das A s s e m b l é i a s d e D eus no B ra sil

O m issionário Johans:on serviu à igreja em Rio G ran d e d u ­


rante três anos, até que se retirou para a Suécia. O evangelista
Justiniano M adeira assum iu a responsabilidade do trabalho até
à ehegada do m issionário L eonardo P ettersen, que apenas serviu
du ran te seis m eses. A rtur Sobral serviu"3 anes.
N o mês de julho de 1950, a igreja reeebeu com o seu pastor
Jesuino de Lim a, obreiro jovem e cheio de entusia m o, que im ­
prim iu ao trabalho o interesse e o carinho que a igreja ncecssitava
Foi no pastoiado de Jeruino de Lim a que a igreja se estendeu
até alcançar outras cidades e m unicípios, de m odo que, atu alm en ­
te. Rio G ran d e tem sob sua responsabilidade o trabalho e:n Pe­
lotas, Jaguarão, Arrôio G rande, H erval do Sul, C angussu, Piratini,
S. João de C am aguã, S. José do N o rte, Santa V itó ria do Palm ar
e Pedro O sório.
O trabalho em Pelotas foi iniciado pelo m issionário A nders
Johansson; os prim eiros cultos realizaram -se na rua N ilza M ar-
queza, no bairro do F ragata. M ais tarde tranferiram -se para a
rua Barão de Santa T ecla. 870, atual rua V icente R ossum ano,
onde ainda se realizam os cultos.

SÃO L U IZ GONZAGA

A cidade de S. Luiz G onzaga recebeu a m ensagem P e n te­


costal, através de P hilogonho A ntonio Scliorn de Souza e sua
espôsa Francisca H olzbach dc Souza; êles, por sua vez, receberam
a m ensagem na cidade de S. Xavier, M issiones, A sgentina, de cuja
igreja se fizeram m em bros. Ao voltarem a São Luiz G onzaga,
onde antes viveram, levaram consigo o testem u n ho da fé. Isso
aconteceu no mês de julho de 1933.
Philogonho e família iniciaram o trabalho de evangelização

— 336 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B r a sil

convidando amigos c parentes para assistirem cultos que sc reali­


zavam em casas particulares, pois não estavam autorizados a efe­
tuar cultos públicos.
N o dia 27 de o u tu b ro de 1934, chegaram à cidade de São
Luiz G onzaga, os missionários G ustavo N o rd lu n d c S tnre A nder-
son, acom panhados por alguns irm ãos da fronteira do Brasil, Ar­
gentina c U ruguai.
O m issionário Stnre A nderson residia cm O bcrá, M issiones,
A rgentina, e sua visita a São Luiz G onzaga, tin h a por finalidade
entregar ao m issionário G ustavo N o rd lu n d , dc Pôrto Alegre, res­
ponsável pelo trabalho no R io G ran d e do Sul, várias igrejas e
congregações que até àquela data estiveram sob a jurisdição da
igreja em O berá.
N o dia 28 dc outubro, do m esm o ano, os m issionários viaja­
ram para R incão de São Pedro, 1.° D istrito dc São Luiz G onzaga,
cm visita aos novos convertidos. N o dia 29, cm São Pedro, fo­
ram batizados 22 novos irmãos, e celebrou-se a Ceia do Senhor.
Nessa ocasião foi separado para servir como ancião, o irm ão Braz
Carvalho da R ocha. Decidiu-se, tam bém que a sede do trabalho
ficasse sendo em São P edro. M ais tarde, com a m udança do ir­
m ão Braz da R ocha, a sede foi transferida para São Luiz G onzaga.
A prim eira congregação foi R incão de São Pedro, a segunda,
foi Serrinha, evangelizada tam bém por Philogonho de Souza, no
ano dc 1933. Prestou sua cooperação em Serrinha, d u ran te alguns
anos, Pedro da Silva G reff.
N o ano de 1934 Jovino H alzbach de Ávila e fam ília transfe-
riram -sc de R incão dos M irandas, para U ruquá; os recém chega­
dos iniciaram pro n tam en te o trabalho de evangelização, tan to em
U ruquá com o na R o n d in h a, de m odo que em pouco tem po o r­

• — 337 —
H ist ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B r a sil

ganizava-sc a terceira congregação p e rten cen te à igreja em São


Luiz G onzaga.
N o ano de 1935, após haver trabalhado fielm ente, Braz C . da
R ocha, transferiu-se para Santo  ngelo. S ubstituiu o irm ão Braz
da R ocha, o irmão Felisberto R. Chaves, q u e até então cstivera
em Itacu ru b i. Felisberto R. Chaves conseguiu um salão para rea­
lizar cultos, porém alguns meses depois, com a saúde aba]ada,
voltou a Itacu ru b i.
Jovino Ávila, Substituiu Felisberto Chaves, c o fez eom gran­
de eficiência c dedicação, c anim ou outros a fazerem o m esm o.
O progresso do trabalho foi notável, nesse p eríodo. Para m elhor
aten d er ao crescim ento da obra, os irm ãos alugaram um espaçoso
salão 11a cidade de São Luiz G onzaga, sito à rua 27 dc ju n h o . Foi
ainda nesse período qu e a irm ã G enovcva G onçalves ofertou um
terreno 11a zona urbana, para se edificar o tem plo.
N o mès dc fevereiro de 1937, a igreja hospedou os m issioná­
rios G ustavo N o rd lu n d e Leonardo P etcrson. Nessa ocasião reali­
zou-se um a sem ana de F studos Bíblicos, a lta m en te proveitosos
para os obreiros daqueles dias. E m um a des:as reuniões, foi se­
parado para servir como ancião em Serrinha, D ealm o M iranda.
Jo' ino II. Ávila serviu à igreja em São Luiz G onzaga até dezem ­
bro de 1940.
E m reunião presidida por H erbcrto G . N o rd lu n d procurador
das Assem bléias de Deus do E stado do Rio G ran d e do Sul, foi
constitu íd o pastor c presidente da D iretoria da igreja, T o m é F. dc
Souza, que até então cstivera cm C ruz A lta . Em razão do cres­
cim ento da igreja, c para m elhor aten d er aos seus m em bros, trans­
feriu-se a m esm a para um salão mais am plo, sito à rua Senador

— 338 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D e u s n o B ra sil

Pinheiro M achado, construiu-se um tem plo de m adeira em Rincão


de São P edro. .
N o mès de dezem bro de 1941, o então evangelista A lberto
k'olenda Lem os assum iu a responsabilidade do trabalho, esforçan­
do-se qu an to pôde, para o desenvolvim ento do m esm o. A lberto
Kolenda Lemos perm aneceu até ao mês de julho de 1942.
No m esm o mês de julho, apresentado por H erb erto N ordlund.
assumiu o pastorado da igreja o irm ão M anoel C ru z . Logo após
a igreja se transferiu para a rua São João, 1149. Algum tem po
depois, nova transferência era feita para a rua Borges de M edeiros.
2835 (Praça G etú lio V arg as), para logo depois se localizar à m es­
ma rua, 2913 em salão mais am plo.
Foi no dia 18 dc abri] de 1945 que H erb ert G . N o rd lu n d
apresentou à igreja o irmão O sório R ocha Chaves, para servir
com o evangelista. O sório Rocha Chaves en tro u em atividade e
levou o E vangelho a m uitas C idades e V ilas, nas quais se esta­
beleceram congregações.

No mês dc maio dc 1946, a igreja alugou um salão para cultos


no centro da cidade. N o dia 8 de dezem bro de 1947, o pastor
M iguel C ruz foi substituído pelo pastor A ndré Correia da Silva,
cuja atuação foi eficiente, com a colaboração dc O sório Chaves
que serviu à igreja até 31 de dezem bro dc 1951 . N o m ês de ja ­
neiro de 1952 a igreja recebeu João Rodrigues, para servir com o
co-pastor que mais tarde foi tam bém pastor in te rin o .
N o dia 8 de junho de 1953, com a presença do m issionário
G ustavo N o rd lu n d , assum iu o pastorado da igreja, o prezado ir­
mão M anoel Pereira D ornelcs, cuja atuação e eficiência através de
vários anos de m inistério, tem sido d e m o n stra d a . O pastor D o r­

— 339 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é i a s d e D e u s n o B r a sil

neles tom ou interês-e especial pelo trabalho, pôs em ordem o


que estava deslocado, c lançou-se à evangelização onde quer que
as portas se abrissem .
O pastor Jcão Rodrigues, a 15 de dezem bro de 1954 voltou
a cooperar com a igreja, até dezem bro de 1955. N o dia 5 de no ­
vembro de 1955, aten d en d o ao progresso do trabalho, a igreja se­
parou, para servir com o evangelista, W a ld e m a r Peçanha M achado,
e para ancião, Sabino L edesm ann e João C astilh o.
A igreja dc R incão dos M irandas passou à jurisdição de São
Luiz G onzaga, a 18 de outubro, com 369 m em bros cm com unhão,
c a tu alm en te conta 644 arrolados. Além do evangelista W alde-
m ar M achado, tam bém serviu à igreja em R incão dos M irandas,
o pastor A naurelino Fclix C orrêa.
N o pastorado do esforçado irm ão M anoel D crneles foram
construídos os tem plos dc: Serrinha, V ila Dr. M ário, V ila M a r­
ques, Cerro Largo, Pontão, R odinha e T inib au v a. O pastor Dor-
uclcs reccbcu o trabalho com 702 m em bros, e ao scr elaborado
êste histórico tem arrolados 1.355 membro-, ativos em com unhão,
para glória de D eus.

SANTA R O SA E PORTO M C E NA

N os fins do ano dc 1931 o m issionário Sturc A ndcison acom ­


panhado dc cèrca dc quinze crcntcs. q u e moravam na A rgentina,
atravessaram o rio U ruguai c chegaram a P ôrto L uccna. O pro­
pósito da visita a P ôrto Luccna, todos sabem que cra cvangclizar
o povo daquela cidade.
Lm Pôrto Luccna a caravana cristã reuniu-se na casa dc João
D uarte, c ali realizaram um culto ao D eus vivo. Nessa ocasião

— 340 —
H ist ó r ia da s A sse m b l é ia s de D eus no B ra sil

João D uarte e mais quatro pessoas aceitaram a C r is to . Eram os


prim ciios frutos para D eus, colhidos na cidade da fronteira.
N o ano de 1932, efetuou-sc em Pôrto Lueena o prim eiro ba­
tism o nas águas dos novos convertidos; oito ao todo. Serviu com o
prim eiro pastor nes~a igreja, Braz Carvalho da R oeha e como an ­
cião, Cecilio M arques.
D e Pôrto Lueena o Evangelho foi levado a Santa Rosa, por
èsses servos fiéis e consagrados, e D eus estabeleceu sua igreja nessa
cidade. V ários obreiros serviram a igreja nessas cidades da frontei­
ra. Ao tem po em que se escreviam estas notas servia ali como
pastor. Apoio Batista Paz.

— 341 —
I

C A P ÍT U L O X X III
ESTADO DE GOIÁS
O E stado de G oiás foi a últim a unidade da Federação a re­
ceber a m ensagem P entecostal, pois sòm en te no ano d e 1936 se
registra, oficialm ente, ali a presença dos m ensageiros pentecostais;
N o ano de 1936, G oiânia, a capital do E stado, era ainda um a
cidade em fase de construção Artífices, operários especializados,
negociantes e sim ples serventes eram atraídos a G oiânia pela faci­
lidade com q u e encontravam trabalho e faziam negócios na C a­
pital de G oiás.
D e n tre as m uitas pessoas q u e foram trabalhar em G oiânia,
havia um grupo de crentes, m em bros da A ssem bléia em M ad u rei­
ra, os quais tam b ém levavam a missão de anunciar as Boas N ovas.
Para aten d er ao trabalho espiritual do pequeno rebanho, o pastor
Paulo Leivas M acalão encarregou o então diácono da igreja em
M adureira, D istrito Federal, A ntonio M oreira, cuja atividade, d e ­
dicação e exem plo, foram p ro n ta m e n te reconhecidos por todos.
O s prim eiros cultos realizados em G oiânia efetuaram -se na
casa do irm ão B enedito T im ó te o , no bairro de Botafogo, em de­
zem bro de 1936. O local era hum ild e, porém D eus estava presen­
te, operando atiavés do E sp írito S an to . Foi ali q u e a sem ente de
frondosa árvore foi lançada ao solo. Essa árvore lançou raízes em
todo o E stado de G oiás.
O s prim eiros crentes são os seguintes:
A m iccto N ovais e espôsa, Pedro Ferreira Lim a e espôsa; José
dos Santos Ferreira; P edro Pereira da Silva; Eva Pereira da Silva,

— 342 —
T em p lo da A ssem b léia de D eus — G oiânia —Goiás
H is t ó r ia das A sse m b l é ia s d e D eus no B ra sil

V icen te M endes de Jesus; R aim undo M endes; B enedito Pires de


M ciais; Joana Caldas dc M endes; Florèncio Ferreira de Santana;
M aria Franeisca Ferreira; M ercedes Silva; A na M oreira; Joana R o­
drigues; A ntonia Lisoa; G uilson G uilhardi; T eodoro dos Reis; Rita
Garcia e B enedito T im ó teo e espôsa.
O prim eiro batism o nas águas realizado cm G oiânia segundo
inform es de A ntonio M oreira, deu-se no mês dc janeiro de 1937,
assistido por cèrca de 30 pessoas.
Algum tem po depois, q u ando o num ero dc m em bros já cra
representativo, a igreja em G oiânia determ in o u trausferir-se para
11111 local acessível ao público. O local escolhido cm que iniciou
suas atividades nessa nova fase foi o salão situado à m a 77. n.° 2
110 bairro popular de G oiânia.

D c G oiânia a m ensagem P entecostal foi levada à cidade de


Anápolis, o nde D eus havia preparado o terreno, isto é. os corações,
para ac c ita x m as Boas N ovas. Assim com o acontcccu cm G oiâ­
nia. m uitos sc converteram cm Anápolis, tran foim ando-sc cm tes-
m unhas do poder divino. Mais tarde outras cidades eram alcan­
çadas pelos prcgociros Penteei sta is.
As p rim e ra s notícias o ficias registrando as atividades da As­
sem bléia dc D eus cm G oiânia, foram dadas pelo pastor A ntonio
M oreira 110 ano dc 1938. quase dois anos após haver iniciado suas
atividades evangelizadoras.
Ao tem po cm que o pastor A ntonio M oreira publicava as pri­
meiras inform ações, haviam-sc passado quase dois anos de ativida­
des, visitas c esforços para estabelecer novas congregações. A n o ­
tícia fazia referências à visita da missionária pentecsotal M atilde

— 344 —
H is t ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eus no B ra sil

Paulscm , que operava em outias cidades. A esse tem po já havia


trabalho estabelecido cm outras cidades.
N ão são m uitas as inform ações que possuím os da ação dos
mensageiros Pentecostais cm outras cidades do E stado de G oiás.
Apenas Pires do Rio c C atalão são m encionadas um a ou outra vez
O prim eiro batism o nas águas efetuado cm Pires do Rio rca
lizou-sc no dia 5 de o u tu b ro de 1941. Os encarregados do trabalho
nessa cidade eram E pam inondas S enhorinho c Lacrcio C antuária,
que duran te alguns anos serviram com dedicação.
Dada a proxim idade da cidade dc Pires do Rio com as cida
des do 'Triângulo M ineiro, recebia a igreja dessa cidade a visita
dc obreiros da cidade de U berlândia. N o dia 27 dc setem bro de
1942, a A ssem bléia dc D eus em Pires do Rio lançava a prim eira
pedia dc seu tem p lo . O fato foi presidido pelo Evangelista Adau-
to C elestino, da cidade dc U berlândia, M inas G e ra is.
Os prim eiros pastôres que serviram à igreja cm G oiás, foram
os seguintes:
A ntonio M oreira; José D om ingos Luduvico; M anoel Souza
dos Santos; Jacom o G u id o da V eiga; A nto n io Inácio de Freitas;
Jaim e A ntonio dc Souza e D ivino G onçalves dos S antos.

— 34 5 —
CAPÍTULO XIV

CASA PUBLICADO RA DAS ASSEM BLÉIAS DE DEUS

PRIM EIRAS TEN TA TIVA S

E vid en te é q u e os editores dos prim eiros periódicos Pentecos­


tais não tin h am em vista fundar um a Casa P ublicadoia com o a que
atú a lm en te funciona e serve a Causa P entecostal. C o n tu d o , a
m odesta iniciativa dêsses pioneiros serviu para m anter o interêsse
pela literatura, e para dem onstrar o valor da palavra escrita e da
impressa O s grandes rios não nascem tal qual sc apresentam nos
majestosos estuários ao desem bocarem no m ar. A origem e as
nascentes que form am as extensas correntes de águas, são, quase
sem pre, pequenos veios ou m inúsculas fontes sem pretensões de

fam a.

Em 1919, G u n n a r V ingren, O tto N elson e outro >, fundaram


em Belém, Pará, 0 jornal Boa Sem ente, que passou a ser o órgão
oficial da igreja, pois V oz da V erdade q u e se publicou em 1917
deixou de existir, e não era órgão oficial da igreja. O jornal era
m antido com grandes sacrifícios de tem po c dinheiro, em razão de
ser pequena a tiragem ; em 1923 Sam uel N ystrom com prou algumas
m áquinas c m o n to u a inodesta tipografia, que tam bém se m anteve
à custa dc esforços de tôda ordem , prin cip alm en te de Sam uel e

— 346 —
/x N N O 1 HCICM 00 MU-BHJkj Of”Qtt >- «- H 1

VOZ DA VERDADE Orgam devotado a PtOR.agJr a Fé Apostojjca


•F.lle (Jciat) «M bu(.ll*»r4 g* Bn^lrlto Anulo »■fo);»»- 3: ll){
Redactor responsável- Rev. ALMEIDA SOBRIKIIO
^ •*■ s» c » o v h roníí* uoíC^vaQ*

EXPEDIENTE T&ntado por'nenhum a .associaçio.e sua dettri-


tiuiçio c gratuita,, n io i propriedade de uhja
« t í i r pertence J toxk- aqueüe quatam i e Cusc^
ntponiavtl- Aimilda Sobrinho A Acrd.uU- o-ii/o está era lesus.
AuxtUor; Joio Trigueiro da ftllva
A * despeza* Ja pubtívaçúo desto periodieo está C04 -
IWda 00 Senhor Jei»m que dirigirá os Seus eerro9 a Jesus é quem baptisa
tootribujrít/qmra este tim.
A dewribUiçiíO é gratuiia. Não publicaremos artigos np Espirito Santo e fogo
que tenham 0 oaVacter de contenda e nSo manteremos
dis^uAsSes, sob nenhum puoto de vista, pois a luz vem »-rr>id lotfbte pode pensar 4116 o BngGsroo
dc Deus pela meditação c oraçáo (Thiago, I : 5-8). d i Kj*i »Í"!*i r*ni»to ô’ «um novo sacramente* 'como estão
Redarçâo: Tr*v. Pemctrio Kibeiro n. 8---C r qno pode s e f adiuini*tnKÍo po.es paato-
Toda ^ correspoodeuria será enviada ;ara a <’ui-a •{« U v .|*<LÃl"llCh. ’%
Postal o. $72 O » •j.iihnm do Espírito Santo foi trido o oeceif^
p •! i m Egreja Chrõttã primitiva ims dias drts ap <*•
p Jr-i u «pr cruío o lopeito por twdoa oe cbrieilou,
í\ . . • >«, át
Voz da Verdade i
IQM PU lxi. ^
O b.nptiflQMÍ do R spuiu* S anio um a grax,'n conferida
por Jeacm %i*emo como prova da **na presença
«a Bgrep» ua qual EHc ii â cabeça <• cíiefc suprem a**
Despidos de qmlquer pretençao ej-oistica e
N«-sso credo 6 tão som ente « a T a ia v ra de Dona ^
revestidos .do veriitJeiro sentimento do dever quo oIU è a nnica que possuçT* or^rogti^ft dívín;i |
que nos impelle ç proclamar a xerJadc glorios* noa «urinar. rrprehender, c*Õrrigir o in s trn ir riu
ie cingia' a Egrcja Prliníuxa. t qtir saliimos
f «rena iomalistica.
D nejam os um logarsinbo , osto qui hnmil-
quAQto é ju sto i7. Tím . rí; JCj.
O b ap in m o do K fpirito S ai.to ndo <• portanto uio.i
lnnov«v^°-
O bnptlêmo do Espirito S noto está oo N ovo T t i f a i
*

*•
Ar., entre os collegas de impiciM , para desfral- tameot*-, c, como prova, chamninOA • nitcnção dq^iNtar
J j ju is 0 Estandarte da VeruaJ». .xttiuente a todo voto It ito r pam os seguintes testemunho-,;
•I «Ousel-to de Deus no plano divino da Dis- S J o ão Boptista dá o seguinte teste<r>uoIn« ‘ Eir**»
verdade vos baptiso em agua para vos trnz* r < QtftP
psa#»^.'. Christi. tencla {anepeodim entoj; porem o que lia d c u defhú»
"Nosso c re d o é, tio someme. a Palavra de de mim é mais poderoso do que eu, c eu não sou •’ •*
Deus. de Jhc m inistrar o calçado; elfo vu t bapiirará no
Santo e e m fo jo " (M ath. 3: 1J\
N o s s a d i v i s a 6, accima de tudo. manter o
“ En uào o coobecia, loas o qnc me i lauJon bapUt*
Espirito de Cbristo. em agua me dísse; Aqueüe sobre quem tn vir*ia o í »©
Nosso DESEJO A R D E N T E é . que todos chc- 0 Espírito Santo, e repoísar so b re elte, esse è o que b«*
guem ao conhecimento da Verdade pelo estudo ptisa no /".plrito Saolo'* (S. João, 33).
criterioso da Biblia. ’ O Se^jor .Jewue dá o seguinte testemunho; "O nu»
cre em udm, coruo diz n EscriptUn, d* >*en vcutfo tdo-
Nosso p e d id o ar— irmios de quaesquer de 6f interior) correrão^ rios de agim viva Isto porem ■*-
oominaçio Evange é que n io blasphemem » etlc, fallaudo do Espirito Santo que haviam,
contra a obra' do benhor antes de cstudal-a em ^eber os que cresscin u Elle" (S. João, 7: 37, 381.
“ E eu vou mandar sobre o dom que v*»r Gâ®
l«ce das Escripturas Sagradas. pro .icttido por men Pae" (Luc í* 4‘J ’i
N ossa õ r a ç ío é que este periodieo sêja S. lVdro Ja o Beguinte t. c^mnnho. “M^s^BÍçr é ^
uSado como um instrumento para conduzir qqi foi <litf m*!o. profdieta J eJè^E aeoutecerá uos n lt^
muitos ao plenc conhecimento de que Jesus moa dias, diz .• Senhor, que u tjfirrnrrtei dpjBeu E^pl*
làlva os pecadores e baptisa os crentes no rito sobro toda o carne, e pro, heti&aráo vowni filhoa, q
v r 9 filhas c os vossq» mauc s \% r veráq viç^S^, o os
Espirito Santo e fogo. ~ ^>so< anciãos sotibarão eonbo®. * 'eertanTeute u^quellc*
Este organf—«Voa da Verdade»—n io é fq s - 1 ílcrr^marei do meu Eapirito^abrè ^erv<H

Voz da V erdade, foi o prim eiro Jornal P en teco sta l — 1917


H istó ria das As s e m b l é i a s d e D eus no B r a sil

Nels J. N elson, que. ne"sc em preendim ento, em pregaram tem po


e dinheiro .

Em razão de Sam uel N ystrom e Nels N elson sc haverem tians-


ferido para o Sul, a tipogiafia deixou dc funcionar, circulando,
apenas, o jornal B ra sem ente.

N o mòs de dezem bro dc 1929, 110 Rio dc Janeiro, fundou-se


outro jornal cujo títu lo cra Som Alegre, cuja existência foi dc um
ano. circulando icgularm cn tc.

A C onvenção realizada cm N atal, Rio G ran d e do N orte, no


mês de outubro de 1930, d ete n n in o u qnc os dois jornais existen­
tes, Boa S em ente c Som Alegre, sc fundissem e sc publicassem
um novo jornal que fôsse o órgão ofieiaj das Assembléias de Dem,
do Brasil. O títu lo escolhido para o jornal foi êste: M ensageiro da
Paz, enjo prim eiro num ero foi publicado a 1.° dc dezem bro de
1930.

Sem q ualquer outra form alidade ou organização que lhe des­


se m aior am p litu d e, c sem p atrim ônio m aterial o jornal foi, assim,
publieado ate 110 ano dc 1940, quando então novos rumos foram
traçados.

F U N D A -S E A C A SA P U B L IC A D O R A
\
N o mês de m arço de 1940, fundou-se 110 Rio de Janeiro a
Casa Publieadora das Assembléias de D eus. N u m dcereto do go-
vêrno de então, exigia q u e todos os jornais se registrassem no

— 348 —
í:-
Cantor Pentecostal Ü
NOVA COLLECÇÀO DE CÂNTICOS
1:
|í -w o . i SACROS DEDICADA AO USO DE TO-
jj DOS OS QUE ADORAM A D EUS EM
\l E s p i r i t o e em V e r d a d e .
Si
il I:
|j Louvas ao Sanhor poiqua o Senhor è Bom»
í : «P s >30'
>!
\l
fid lt o r — A S O B R IN H O

1= Í 2 *EDJÇAO)

T y p . G T J A .J A .R IN A >
C u ia e d it o r a (u n d a d a e m 1 9 i»

de F R A N C IS C O I.O P C S

S M a t h e u s ," \ U

B e lc m — P a r d — B ra s il
1931

^ lllltlls ls t , III I I . i , l l t t l I t l l l l ll i I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I M M I i r i l

Cantor P entecostal — Prim eiro H inário P en tecostal

— 349 —
H iò tó ria d as A s s e m b l é i a s d e D e u s no B r a sil

D . I . P . , um organism o controlador da im prensa; êsse decreto exi­


gia, tam bém , que sòm en te entidades eom personalidades jurídicas
ou pessoas físicas q u e apresentassem títulos de propriedade po ­
deriam possuir jornais.

A nte essas exigências de prazo lim itadíssim o para serem cum ­


pridas, sob pena de se perder defin itiv am en te o direito de circu­
lar, um grupo de irmãos fundou a Casa P ublicadoia das Assem­
bléias de D eus, que passou a ser au to m aticam en te proprietária do
M ensageiro da Paz

Foram fundadores da Casa Publicadora, apesar de não todos


figurarem nos E statu to s da m esm a, as seguintes pessoas: Lauro
Soares: Sansão Batista: A rquim edes P into de Vasconcelos, Cícero
C. de Lima. Sam uel N ystrom e Francisco L. C oêlho, sendo que
os três prim eiros assinaram os E statutos, e o últim o foi nom eado
G eren te.

A M P P L IA -S E A OBRA

A té 110 ano de 1946, a Casa Publicadora cum pria a sua m is­


são de servir às igrejas, im prim indo e distribuindo litciaturas; po­
rém. de acordo com os E statutos q u e possuia, não era propriedade
das igrejas nem de qualquer igreja. Nesse ano a C onvenção G eral,
realizada em Recife, nos dias 20 a 30 de o u tu b ro de 1946, resol­
veu am pliar o programa da Casa Publicadora das Assembléias de
D eus. U m a comissão nom eada pela C onvenção elaborou novos

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ORGAÓ d a e g r e ja p e n t e c o s t a l
cX!Írec{ao de Gunnar V ingren Ü edacçâe: Trar. 9 de Janeirc 75
' A tIN O 1 P a rá-B e le m , '8 de Janeiro de 1919 % num . 1

A razio da nossa puiliddads \ 0 Baptismo no Espiritc-Santo


’ 'Ttmi ml*-*e üê it-w.iiAHu. mo lw4À«lnQre w i i j «o írv 0 't­
-A ( f n jii pe®tr«k«lal *li> tlratil, reatindo fetè tem * timuiiA ?»íbv 1*rwn«j « u u « v e í i
pn* d pecerôdrUlç de i|w;i puldjeuçAq-de xrt« f6* ew 'ar «erd'j'rt«e*lK> n t y t * p u d i^ t afena*. V é ^ * » ^ ''

I í|Uii1 w th o r k pude*M? conhecer «*•» cndiio*' exeripiGA


d* Bibita S.-jjjrudu, Vvui hoje preoncjièr círo tuyvmtf
i^tiv u^t«
w r K ^ A I t u S e ih i:
infHwa e ieuivnut i-<w 3 d '«M rta s Uo l um i -ro
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.....................iT. tv,íj-ii<«ihl * ..
íhíÒUo E*qdriio s»n^,) <• tm tt i r>
> P Y . VI. "Rih»> JfU vní, X lt*
dadc .coia o prtvrentejormil. T.ii é » uiidivo qwq tr a r /j &>*/
, „. p­ . R. ÜAfe. »\ ( y. H, »<#< t>*&\
á In* »*‘W« AnwWe^. . ,*ant M «í U e-«f!Írlu»-.S*nt** e t^n* IW rt*. I n c . v 3 / t ; 10.
AifU**ilf <(»« -vires dív.T r n . e1
Agut^t, conforme o que actiannH* «urre o#
-«tíiiw «Hiv <**.-»• e u -np’ lutrtiaw e Hqiijriio-jiwiiio’’ . s .
civntfv 4e .Içush nn«ÍHt*>, enjitiuttttpeoírm tom a *\ju <S_ I v' SS. ' J - C U e e * , i » .j,ow , i/«r<»o v-A -'j <mm(. ”. ’
pnlilIraWjo. Além <to fun a que »** dextlua, a prrswurtc HUil.w 0-0» <i f-1 ífJl.* K*aift. nAn n m iu , ,in d r-' q lt,
W>üim«>tQ«>ni Cntn HÍ5\t{»i,i i> u a i jt l d e uohmi A nim ta c líew * <*• 1 v . .1.. . . u .l^ d f íí o A w i t i t u(u-> l> n u dMí ib ia e t ^ q » «
d it o S u k h i l o f d e H tt v V lu id o . no p m x iíu o iut*Aitdo u n a » ,,
E^xomhio*. H*«JíivÍ;t. íi ijiroívío do S» nhot* e hh*Íiu pe^
•'rt a v* v*^
<for Ivu»'--* *!•.•>.».1H «o * » * « flihiH .in u u s, .u;,i^ ua rà .* «
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I*d« ■» K-qUiir». A m io 4o»n*«r< .ja , Wt u iwslftviw'
ditm»* a* nwç.V'» de íodiu iw cn‘»U -L jmra que o tfrv L u - , t i v. Ift. .
oht'1- Je?iu* aIwhí^V .5 ‘nn, itropj la paluwà qite, p n r A h í Om ; o .Heni: >v u.lo ...»s srsn, J ísk ív u R h
e*te meio,• vue w r publie.-nl;». Queremos, outro «no, eu e .-»A *•«<» 1-ara .1 r^ d rU .»-
PiHhw.iv.liiwMw ;iMud«»K itutãOH em,Clivisin. eui tndo lo .iU ü iv «hwji» r ir ,e ío ii taM,r*eia nt>e A j-toux*-* <tu
Ujo* n u í- ru s tiu i A»t. t v. S. - K k w : iv)>om. v*» j u ctóatts
par, eom o muõr de JemtM, a quem seja dadv toda ,4t •oTO^uIom. Hié und tio * t* o * r i é e* ’
n Ihuou e ídorio ímt*;* iodo o sempre. Amcn. lAie. iM v Dl "M*< rt-**td*err» pmKn uwavele yi* r v
A wwot anítiirie, jh*í*. para eom todo* ou crente* ^><{»lrÍt«»s»iU)íO. « in o l d a e r tg la a ! jcrex.it A vt:• i t , ,h, ]
* U siLw otxH]^-,awm a p a iir r n d'» s.-e h o r. c v i ^ n i n ! .e rê a
d e q u a lq u e r i|euoniíri;tvf\o. è e«tn • X Ô o q u e r e m o s d l s
rtv «Ire iH«-. .oA que- r'«ehcrrtm u Kíih/Ri-fcsmt»»
?ien«r»t"L nem disensxõc* Ao coutrdfi», queremos que d.v,, t..r u jt ío t, i ..ut «frsmU- iuOU.. j u n t i.>m4 i)nn> >1 1
® h1os Hipim íuiiiIuH. em um mesmo purecef. Arlutum* tnvsna oe .• ;, I hm^ *
R u e iodos. *A«» iw^os irmão*, desde que verdadeira-, t n.-nn iv -,v. * ” e »• W . ■'Jlqt3o vn’:.im m s<r« írniH»teiH,;<
«fck .•mfdrsB» u,» i*m »i-ttt.»^. P.«I.ih i -í i ^ iie r^ v e ru T c x ,.
■ .,« 1.1, « , , . . . I-UI .I.-« I-. c m . . . 1» I. p M T W n r # • **»•»=.', K , p
"T{ue jmrjeuei» a eçivju ou flcnoimuiiçâ» .\ que jiorfPHç.t ( mnnilmrtne-ttn t-„i p i w ^ <►« n i * j . | h * *. wnlftere*. tt Nfa-
Í*1_por «vso, o ne^so «lever ê um.il os. t*uãò fruuluiteí-*w. ) Ví» *»-»*•de .fw.1», r .-mò U n * H iunn!.!/<.« nmõi «u*
p(>U Jcem» disseAmue mus nos nntro», astint eomo eu. j W:fn í r ". A.». ! r íz . -V.
vo« unwi^i Queremos (- <vrtO, falar ü verdade do ? ..L^’ ****** * ’'*bi “'^^'.'funue rrJ
oh.m_ mm, «.mimei»,-llim. to,l« o «m v ll... , » „ » . i,m” S fc í
de Deu*. . Queremos awiil;». « juutumenie e*»iu tmluv > u^ejua,}r*. k (,liaw rtmrt, \*te «•»,- im^wn re^rmu* ilt* o
oh r» vn re« «rt» Tesnn, ale irm n u o H ijo s i t a »u u s a lv .iç d o — { ’'»• o r« o u » am seitrr •» *« ;<fn »s\u.-«. >; i.</.,^‘ rtvrdU,
noKxo ü*alvudor n t u rr e » p v io s m o sfM p e t ia d o s »v flw l.u iü > 1,1 W,iJt
A.U. 'i ,’ M..Io Cilv.iri.., mi.lc o I
li n v lU .Jití! * wwyynnu
Q u e r e m o s , e m fim , e x . i l i u r o Ntinft» n iu p e d e dedn». K t -•••Vi f.^i - ••*njtitrÍu<e*o.». nm .vA ,Li .;>«iltiv
qóh. (is h u m ild e * o fiix iri.is, q n * e o m i^ r u s ]M ncit« Iíuííuh Irts. v.^,w itiKlfJlilin. tla).|}>J*U.l..H.< ÍH.HJI, fftUwli I*d
u r u itiu e la tm » n ú o -sn liu m ih le rurtr.nla q u m « im lu x o i l»e«sai[« enwio i> da (.roídie t< de dixl: -»*« utflu#
o o tr o H q u e . |n » . v „ ., Ji ite .r u , .h ii i i i í i c ò í w h n InVjü q o v » m
fe*vnl. '.Jir « Snoan-, i,ij.. .V-, . r M<lríu. — w4 noOra
ffNÍ4 a W in je*’. e le . A » t. :. r 'iT . Je ,u v U lirlu o i l U s . “ B *>•.<*»
da SrtlvaçiV». |H»t* <’h r i- .t o .- .fy^ u s ,»h ,|« h a p tis m o » u Hv^idrân a..s mt . -tn: i-iit rtiet» tiV.in.- ■•viml*ni ox
T ^ fd r it ^ fía n t o * ...! » d .i n t r * d iv i m i: d « v ito ln d o >*:uUoV,
ctufin», d o o lit .1 K ln rn et.i q u e r-m fiu B iim eftJt- f ij? e l le *»e 10 , 17 V Vl.f-Aif^r» NO VA S LlN >ít VS, ,.,e. Sf, \! ,r c .

h r e u /aro da te r irr . ar ter' »»•• -Tis ,le PcjrJtv.lsfeH *Á


«nw 1ti.1t r:tJtt mtitterowfii, ina« |h«nqrrv! 1>'1nifcI«•.. y,i.
liliwétttH »•luje
I«» íHtr i.xJ.w ••>j i i e , . túi* htyhv
e- x p e d ie n t e : .. . ■«JrtflU■ lnHh-la qn
«■ ••■,o !■.- d a s riM te iri' . ..
A fespoiiMbdidude desiê joiu.t} e«tò :t <rarp»> de . 1-<frt ípl** m u Je /.iH íi lern.
«Ha »e .n lu ,\t o »
íiMPuur Vinpreu.. <» nVlmo da mia jmt.ljrtiçáo enterpu ff m\ *•1 i!|. " liv la ^ n ua,-;«
e»e e -r io «le r^ K o
................................
i* «. \ . t . ;: v ,‘n . ja m a n io , ■«*.•
mrrje cnUlados do Senhor lesitj.. a todo' proverá, { *« ,,
Wbniln no çormdo r|e hi-h < »* rn « paru datem offrvtns , (..mi *• JLtr. te'«t»u >•!«•trO* 4a.
‘ m Mrtrein- mwlr tw U m BflU a*H« Hi'»
erdituiiirlas, çuiifurme u pvosjHuiiludo q*w o Kindior dá ' *J'* 1 «•fj f* i*tn iK-ntiu. iNt. 1 é ;ij|ra r r l t t i t r i r q u e 3 jjy.,
\, prrLHjii-rhlarle (Jr»tr irulr.illii» ijejren.le crmietite d.ti> * s'^i, trfcfrtw. ^rui (m en rren K ü .» , I«I . !«*•««, <er 1
nraçn«# de os crente*, p»mt que o Keiriior Íav,.. y ihficun e u r-m tts * i u « r,«0 u h « -'
Mnul o ud»A beuçâo p.ud a r-uu norüia o alovlu. ‘ }' rfrfiu ft dia
\ te *^ a eiU Vibie 9 « i t «••»
i l t V r u v •-*. 1 . O t u r t i/é
fl FJ«i'lne, iMiiN. que mo liiienwwivm }w1a. liitldiüiçâo } *» frq.lrii.» Amii> (Rte/4‘* t,* ,» f-smU,
' ' M»W tTM«í
dexde jorrml. podem tuntular «u«s e».Wílmienes, em i ^ ,u<v .‘m « * « . «-amo a» q(lt? tv,r*í5, teu E ÍA v' ^ l r
■G;«e poslur^or, \alor d iIum .I.l paw: Uitannr Viu- ' ^ \ ^ * n>,ivrU ttsvf,' n ™ ' ' ^ r
"<*■ . ..... »VM!-iW^#èíW*-V W.keW.WiieW3lfcttllá

No clichê aparece o prim eiro núm ero do Jornal Boa S em en te — 1919


H ist ó r ia das A s s e m b l é ia s d e D eu s no B r a sil

E statutos, pelos quais a Casa passava a ser propriedade da C o n ­


venção, e teria desta todo o apôio moral e finaneeiro para desen­
volver suas atividades.

A m esm a C onvenção credenciou o missionári0 J. P. Kolenda,


para, na A m érica do N orte, ob ter recursos financeiros e técnicos
para do tar a Casa Publicadora de instalações próprias, pois até
essa data não possuia qualquer propriedade, ao m esm o tem po que
fazia um apelo às igrejas, para um a cam panha de um m ilhão de
cruzeiros.

A nteriorm ente, Samuel N ystrom , em caráter particular, resol­


veu visitar algum as igrejas 11a A m érica do N orte: d u ran te a C o n ­
venção em Reerfe, Sam uel N ystron entiegou a prim eira oferta
substancial para a instalação das oficinas. Algum tem po depois
j. P. Kolenda em barcou para a Am érica a fim dc cum prir a missão
dc conseguir recursos. D ado o interesse do m issionário Kolenda
pela eausa a que servia, sua missão alcançou èxito, pois conseguiu
das igrejas c das Missões das Assembléias dc D eus cm Sprinficld,
por doação, recursos para com prar as m áquinas a se re m . instala­
da > no Rio dc Janeiro, e 11111 em préstim o para a com pra de uni
terreno. Além disso J. P. Kolenda conseguiu da M issão a que
pertencia a vinda de A ndré Ilargrave, 11111 téenieo co m p eten te que
prestou relevantes serviços d u ran te vários anos.

A cam panha dc 11111 m ilhão a ser levantada en tre as igrejas


ficou a cargo do m issionário L. O lson e G ustavo Kesslcr, os quais

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%-.<.■>v;,,t >. \ • :>; <•i Sii
v* YZ.y.Í-'.-so iijy.oy- :
... . •>,<•: '.vo ^ x;-^ * ,

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^ V í ' v ••^\<ú><•■'■•í .'•>>:•; xC*#

Som A legre, circulou no Rio de Janeiro.


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H istó ria das A sse m b lé ia s de D eus no B r a sil

se dedicara com entusiasm o à propaganda enviando cartazes, cir-


cularcs, cartas, enfim , interessando o povo a co n trib u ir com alegria.

F IN A L M E N T E UMA C A SA

Após vários meses dc buscai c negociações, o C onselh0 da


Casa Publicadora adquiriu, per com pra, a propriedade da rua
O lím pio de M elo, "5S1, atual São Luiz G onzaga, 1051, para ins­
talar as oficinas c escritórios da E d ito ra.

N o início do ano dc 1948 chegava no Rio dc Ja n c ro o téc­


nico A ndré H srgrave, para servir na Casa Publieado:a.

N o dia 7 dc março, p e ia n tc cèrca de duas mil pessoas, lan­


çava-se a pecha fundam en tal do edifício p rojetado. N ão havendo
possibilidades de construir-se im ediatam ente, A ndré Ilargrave e
L. O lson, iniciaram os trabalhos dc instalações em caráter pro­
visório, nas construções existentes, construindo-sc ainda um galpão
paia as oficinas. As instalações duraram alguns m c es, mas foram
term inadas com éxito, c com eçaram logo a funcionar. A inaugu­
ração oficial deu-se no mòs de o u tu b ro de 1948.

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Prim eiro núm ero do Jornal M ensageiro da Paz — 19G0


ÍNDICE

P a,í> '

Prefácio ............., ................................. . 7


Primeiros Avivamento ......................... 11
Estado do Pará ....................................... 19
Casa em que se fundou a Assembléia . 27
Primeiro templo construido................. 21
Primeiro templo da Ass. de Deus . . 33
Atual templo de B e lé m ...................... 35
Amazonas ........................................... 60
Templo de M a n a u s ................................. 63
Territórios ............................................ 70
Templo de Porto V e lh o ...................... 72
Templo de Rio Branco ........................... 81
Maranhão ............................................ 83
Templo de São L u i z ............................ 86
Piauí ....................................................... 102
Templo de T e re s in a ............................ 103
Ceará ..................................................... 113
Templo de Fortaleza ............................ 115
Rio Grande do Norte ............................ 130
Templo de Natal ................................... 131
Primeira Convenção Geral ................ 135
Paraiba ................................................. 143
Templo de João P e s s o a ...................... 145
Templo de Campina G r a n d e ............. 153
Pernambuco ......................................... 157
Templo de R e c i f e ............................... 159
Alagoas ................................................ 166
Templo de M aceió ............................... 167
Sergipe ................................................. 176
Templo de A r a c a j u ............................ 177
Bahia .................................................... 182
Templo de Salvador .......................... 185
Espírito S a n t o ..................................... 194
Templo de V itó r i a .............................. 195
Rio de J a n e i r o ...................................... 200
Templo de Niterói ............................. 201
Templo de Petrópolis ........................ 209
Templo de Volta R e d o n d a ............... 213
Guanabara ........................................... 219
Templo do Rio de J a n e i r o ................ 221
Templo de M a d u re ira ...................... 241
Minas Gerais ..................................... 248
Templo de Belo H o rizonte................ 251
São Paulo ......................
Templo de São Paulo . . . .
Templo do I p ir a n g a ........
Templo de Santos ..........
Paraná ..............................
Templo de Curitiba .......
S ta . Catarina ................
Templo de J o in v ile ..........
Mato Grosso ..................
Templo de Campo Grande
Rio Grande do S u l ..........
Templo de Porto Alegre .
Templo de Passo Fundo . .
Templo de Santa Maria .
Templo de Rio Grande . .
Goiás ................................
Templo de G o ia n ia ..........
Voz da Verdade ..............
Cantor Pentecostal ........
Boa S e m e n te....................
Som Alegre ....................
Mensageiro da P a z ..........
MENSAGEIRO DA PAZ

Órgão das Assembléias de Deus

Leia o jornal evangélico de maior


circulação na América do Sul, e estará
a par do Movimento Pentecostal no
Brasil e no m undo.
O Mensageiro da Paz é jornal dou­
trinário, informativo e sobretudo o
jornal de mensagens vibrantes. Uma
assinatura do MENSAGEIRO DA
PAZ é a garantia de uma visita quin­
zenal com renovadas bênçãos e bem
assim com um noticiário variado
acerca do que se passa em todos os
Estados do Brasil.
Um amigo que não engana, não
trae nem prejudica as relações é o
MENSAGEIRO DA PAZ. Escolha
êsse amigo para companheiro.
CATACUMBAS DE ROMA

Um livro de alto valor histórico, no


qual o autor descreve a vida da Igreja
primitiva nas Catacumbas, e mostra a
coragem dos cristãos daqueles dias de
perseguições e terror.
Refulge nas páginas de Catacumbas .
de Roma a fé dos cristãos na obra de
Cristo, e a paz da alma que foi ilumi­
nada pela luz do céu, paz que resplen-
de na hora da despedida do mundo
presente.
História e fé é o conteúdo da
preciosa joia literária.
ESTUDOS DA PALAVRA

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ESTUDO S DA P A L A V R A , reposi­
tório de preciosas pérolas desengasta-
das da Palavra de Deus.
Adquira conhecimento da BÍBLIA,
lendo o livro ESTUDOS DA PALA­
VRA. Em cada página há uma nova
revelação de uma verdade do Livro
Divino.
Conserve sempre à mão um exem­
plar desse precioso livro, e terá sem­
pre algo novo para o coração, uma
porção sempre nova para alimentar
a alma.
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ziam. enveredaram por unia
m a ; ao alcançarem uma Praça.
>enlaram-se em nm lianeo para
descansar, e alí mesmo fizeram
;i primeira oraçao em lerras Ina-
sileiras; oraram por 11111 povo
(|iie lhes era desconhecido, ao
qual amavam, e |)<‘lo <|na 1 esla-
vam dispostos a saerifiear-se.
\ ã o é fácil imaginar-s| quais
as primeiras impressões dos jo­
vens missionários. iimpiela tar­
de em uma praça <le Pielem.
>eiiliiido o sol a a(|iieeer-lhes as
roupas grossas e pesadas <|ue
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