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Araflão |
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E S T U D O S
SOBRE
likilii e Teia-
FEITOS
COKS. flâllâ
U T H O - T Y P . E E N C A D E R N A Ç Ã O D E REIS Si C
2 3 - 2 5 - R u a da C o n c e f ç ã o - 2 3 - 2 5
EDITORES
-c-
1899
&ahia 3 2 0 de Junho de 1S§§.
Saúde e Fraternidade.
Q U E S T I O N Á R I O
A Commissão precisa:
2.°
3.°
4.°
5.°
-"
8.°
9.°
10.°
V e r m e l h a , se p r ó x i m o á e n t r a d a d o p o r t o d e S a n t a Q r u z . D e v e m
s e r t a m b é m i n d i c a d a s as s u a s d i m e n s õ e s , a t t e n d e n d o a c n c u m -
s t a n c i a d e q u e elia í i c a r á e m p o n t o t a l q u e possa ser b e m v . s l a
do mar.
II.»
13.°
14.°
15."
16°
. Pela Onminis^n
W H n n B B n n f l B n B
P R E F A C I O
\ a r m a d a p o r t u g u l z a , q u e , a 9 de M a r ç o de 1 5 0 0 , s i n g r a
d o T e j o a m e n o p a r a as á g u a s i n f i n i t a s d o O c e a n o , a n i m a d a
o e l a p r o t e c c à o de D e u s na d e r r o t a d o O r i e n t e , o p m s o de seus
c u i d a d o s , o n d e i a a m a n d o d e D . M a n o e l , o r e i , s o b as o r d e n s
de Pedro Alvares C a b r a l , p r i m e i r o da atrevida e x p e d i ç ã o .
a v i s t a e m 21 de A b r i l , d o m e s m o a n n o , p o r m u i t o se a n a s i a r
das costas africanas, s e g u i n d o , e m parte, os c o n s e l h o s do
O a m a , e, n o q u e n ã o f o r a d e s t e s , a r r a s t a d a , c a p l . v a m e n t e p e l a s
correntes fortes do elemento m o v e d i ç o e poderoso, o verde mar
q u e e « t ú a c b i a m e . signaes de t e r r a ; e os navegadores, p r o -
c u r a n d o - a sob a s e d u c ç ã o de taes v e s t í g i o s , recebam e m p r ê m i o
d a e s p e r a n ç a , a r e a l i d a d e , f a u s t a e a s s o m b r o s a , de u m a n o n -
rosissima descoberta. ,
« H e r v a s » n u n c i a t i v a s d o « a d i a m e n t o », m o s t r a m s o o i e s i ,
s
da 2 d e s c o b e r t a , e, m a i s q u e e s t e s , e n c a n t o s e o p u l e n c i a s
s e g u i d a m e n t e , p r a i a s e g e n t e s , e, m a i s a l e m . s o b e r b o a n c o r a d o i r o
que se chamou, então, . Porto-Seguro», onde esquifes e ba eis
fffiKLX** ° W S m í6k
desatais fica" do
simn oíc Aiv,^fr , , "°
P reZ a de,e
fo"«osis-
Sa de uma enseada
s i m a , que A l v a r e s C a b r a l p e r c o r r e , v e n d o a t e r r a q u e se alar<ri
tão *Z Jr*r> °
& 88 flS maPSaS
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flra 0 sei q
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m ! q u e a g o a s e terras d a l e g e n d á r i a b a h i a r e s p o n d i a m aos
marcos da Carta alviçare.ra, illustrando-a como emblemas do
suecesso, q u e o tempo por q u a t r o c e n t o s a n n o s conservara.
dM*KK* V* considera
' P^ysagens que detalha, profundi-
HOI.Í ' * S O
S '
n d a
™ q u e se e n t r a n h a ;
n 0 S q u e n a v e a m a t t a s e
solemne do descobrimento»!
P U r, f i n e f o i a i n v e s t i g a ç ã o d o p a t r i o t a ! e i s o q u e é este
e devidas honradas.
_ • j p t ; t n c Unhas, e s f o r ç o de q u e m , se
as s o l i c i t a r a s e m m e d o a o s r i s c o s d a i n c o m p e t ê n c i a , s e g u r a
d e q u e a s u p p r i r i a m o s r e f l e x o s d a c o n q u i s t a , q u e este l i v r o é
e de si s o m e n t e valiosas pela sinceridade de s u a i n s p i r a ç ã o '
recommendando e applaudindo a b ô a lavra, e m que a m e m ó r i a
d e C a m i n h a se e x a l t a , a f a m a d e C a b r a l se e n g r a n d e c e , e i r m a -
n a d a s , r e b r i l h a m j u n t a s as g l o r i a s de P o r t u g a l e d o B r a s i l
Bahia—1900.
C A P Í T U L O S
I — A bahia Cabralia.
I I — A s p e c t o geral da costa.
I I I — A Corôa Vermelha.
IV—Rios e ribeiros.
V—Santa Cruz.
V I — O fundo da bahia.
VII—Sondagem.
VIII—Marcos. r
I X — O n d e se a b a s t e c e u d * a g u a a e s q u a d r a d e C a o i a i .
X —Onde foi collocada a primeira cruz.
j q — P o n t o s onde podem atracar e m b a r c a ç õ e s pequenas.
XII—Vestigiòs dos indios encontrados por Cabral.
X I I I — Flora e Fauna.
X I V — O n d e d e v e ser l e v a n t a d a a nova cruz.
X V — D i m e n s õ e s da nova cruz.
X V I — T e r r e n o s e culturas.
X V I I — O monte Paschoal.
XVIII—Correntes oceânicas.
XIX Ò q u e se p ô d e e s p e r a r d ' e s t a z o n a p a r a o futuro.
X X — N o t i c i a sobre Porto-Seguro.
APPENSOS—Mappas e quadro dos ventos.
NOTA
eeriodo^OOann^
bissi-xvos osan
nov
" ° 4.© em vivtude d o n a eorroeíS» denominada - G r e g o r i o n a - quo o dia 22
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do , S n
A ~ . " r d ; ^ r ; - ü u T w i o u s i d e r i d o S d . Maio.
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6 o Itassepanema, a r u m o S E da ^ ^ ^ n £
T e m clle 3 . 7 0 0 m e t r o s d e c o m p r i m e n t o N N E . S S W , ficando
8
e 20 metros da praia.
o r a t g g f f e a
P ° u c a
Estância acompanha a costa,
e x i s t e e n t r e ella e o m a r , a i n d a se a c h a c o b e r t a d e m a i o ,
ao mais o p r i m i t i v o , p o r é m de c a p o e i r ã o bastante grosso
d
° °^° P«'a tira/em S
f e
m a d e i r a s E s t a c o l h n a q u e a o n o r t e é b a i x a , v e m se l e v a n -
tando a t é q u a s i a m a r g e m e s q u e r d a d o rio J o ã o d e T i b a
DarJform ; P 3 a C O m a n h a n d o
« e m p r e . O r a alteiando-se
p a i a f o r m a r as B a r r e i r a s , ora se abaixando para formar
os v a les d o A c u b a , d o A r a m u n g u ê , d o M u t u m , etc
descore ^ ^Cru" de
S S M Í Z , AT ^ C
° S t a
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n T i s t e n , T P a Ç
° & C S p a Ç 0 V a e m u d a n d o d c
direcçao
e M u S P H r P a S S a g C m a O S r i b e i
™ d a
Fonte, Váya
ia d e S a n t a Cruz
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D a C o r ô a V e r m e l h a descortina-se t o d a a costa, desde a
ponta dc Santo Antônio, ao norte a t é a p o n t a sul, onde se
acha collocada a cruz dos capuchinhos. D'ahi domina-se
t o d a a enseada d o M u t á ao sul e barra d o M u t a r y ao norte.
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Rios e ribeiros
J o ã o de T i b a
. « 3 H [ S S I M d e n o m i n a d o p o r se h a v e r e s t a b e l e c i d o , no anuo
jttWík de 1530, e m sua m a r g e m o colono pprtuguez Joílo
de Tiba. Desconhece-se o nome indígena deste rio que,
nascendo na serra dos A y m o r é s e no valle d o Jequitinhonha,
é navegável, por canôas, e m quasi t o d o o seu curso, vindo
lançar-se na bahia a 3.700" metros d a villa de Santa-Cruz.
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Na e r n b o c a d u r a acha á sonda 5 ,20, na prea-mar, e pelo
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1
27
R i b e i r ã o M u t a r y
Santa Cruz
1833.
No ando de 1530, veio estabelecer-se á margem do
rio o colono João de Tiba, p r i m e i r o habitante civilisado,
depois do descobrimento. Exclusão feita dos degradados
deixados por Cabral e dos dois grumetes desertores.
No anno de 1535 veio c o m sua família, tomar posse
d a capitania, que lhe havia sido doada Pero d o C a m p o T o u -
rinho i n d o estabelecer a séde á margem do rio Buranhen,
onde Christovam Jacques j á havia fundado uma colônia.
Pero d o C a m p o T o u r i n h o f u n d o u e m 1 5 3 6 as p o v o a ç õ e s de
Vera-Cruz, onde já a 6 a n n o s se achava J o ã o de T i b a e a
de S a n t o A m a r o ao sul d o Buranhen.
Muitas vezes foi Vera Cruz arrasada pelos Aymorés,
razão pela qual n ã o desenvolveu-se como Porto-Seguro,
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Marco. Face das armas
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W % ° M O d i s s e m o s
' e m t o c l a a
costa, desde a p o n t a de
•**kJ Santo Antônio até a C o r ô a Vermelha, apenas dois
ribeiros desaguam no mar.
U m o Yáya, por e n t r e os rochedos do Aracacahy, onde
o mar sempre quebra com vigor, de leito muito baixo,
salgando o mar as suas águas, até mui grande distancia,
n ã o d a n d o entrada á escaleresou esquifes antigos, nem fun-
d i a d o u r o aos mesmos, c o m o veremos por simples inspecção
do mappa, gozando de tão insignificante importância que,
nem Mouchez, Argollo ou Baggi o mencionam em seus
respectivos mappas.
O outro, o Mutary (Itacumirim) ao sul do primeiro,
v i n d o de oeste, d e p o i s d e percorrer 719 metros parallcla-
m e n t e a c o s t a , sc lança na bahia em um dos melhores pon-
tos da ribeira.
D'ahi para o sul a t é o rio Buranhen, c o m o já referimos,
n e n h u m r i a c h o existe.
Diante de facto tão positivo podemos affirmar que a
esquadra de Cabral se abasteceu d'agua no r i b e i r ã o Mu-
tary, affinnativa que n à o pode soffrer contestação.
Diz Caminha que no domingo, 26 de A b r i l (6 de Maio)
— Fomos iodos nos bafeis em terra armados e a bandeira com-
uosco élífís (inâios) andavam alli na pjaia a bocca do rio onde
50
Ào sito s i m p l e s p r e s u r n p ç õ e s q u e nos l e v a m a a f f i r -
mar que a cruz plantada por Cabral, tendo n-ellá
p r e g a d a s as a r m a s e d i v i s a s d e E l - R e i D . Manuel, foi ergui-
da á m a r g e m do ribeirão Mutary. #•
A l é m d o facto material de n à o existir, desaguando na
b a h i a , t e n d o praia a bocca, outro rio, ribeirão ou riacho,
q u e corra ao farão da praia, de á g u a s n ã o salgadas e em
c u j a f o z p ô d e atracar escaler, bote, batei o u esquife; temos
a carta de Caminha, primeira pagina d a n o s s a h i s t o r i a , es-
cripta no mesmo dia do descobrimento da terra de Vera-
Gruz.
Diz Catramby que « se o u t r o qualquer documento não
existisse bastaria s o m e n t e ella p a r a nos levar c o m segurança
a o p o n t o d s s e j a d ó %.
Narrador imparcial e observador profundo, não em-
mittiu uma asserção que n ã o se e n c o n t r e , ainda hoje, a
mais p e r e m p t ó r i a confirmação.
D i z e l l e : //o/c que c sexta-feira primeiro dia de Maio í n
de maio) sahimos pela manhã em terra com a nossa ban-
deira e fomos desembarcar acima do rio contra o sul, onde
nos pareceu que seria melhor chantar a cruz para ser me-
lhor vista e alli assignou o Capitão, onde fizemos a cova
para chantar c emquanto a ficaram fazendo, elle e todos
5»
«Í?V Í?;//;W fomos pela cruz abaixo do rio onde estava. Trouxe-
mol-a d-aüi com esses religiosos e sacerdotes diante, cantando
maneira de procissão. Eram j á alli muitos d'elks (índios)
obra de setenta ou oitenta e quando nos assim viram vir
alguns d'elles se foram mefter jlebaixo d*ella a ajudar-nos.
Passámos o rio ao longo da praia e fomol-a por onde havia de
ser que será do rio obra de - dons tiros de besta.
O r i b e i r ã o M u t a r y q u e n ã o é m a i s ancho que um jogo de
manguás, pois tem e m média 4 8o m
de largura e que corre
p a r a l l e l a m e n t e a o m a r o u que anda ao carão da praia 719
metros é o referido por Caminha.
A distancia que o separa do mar sendo, em média, de
25 metros e a ribeira c o n s t i t u í d a p o r c o m o r o s de areia, n ã o
f o i n e c e s s a r i a m e n t e a h i eme p l a n t o u C a b r a l a p r i m e i r a c r u z .
Além de que falta u m a das c o n d i ç õ e s descriptas—a distan-
cia que m e d i a d a c r u z a o rio que será obra de dois tiro* de
bésta.
59
uma mulata.
1
Júlio, 14 a n n o s . F i l h o d e u m b r a n c o c o m a f i l h a d e uma
Flora B Fauna
ARfiCENDO d e c o m p e t ê n c i a p a r a e s t u d o t ã o s e r i o , q u a n t o
i m p o r t a n t e e d e m o r a d o , limitei-me ao e s t u d o das ma-
deiras de c o n s t r u c ç ã o , especialmente das q u e c o n s t i t u e m o
commercio de exportação, assim como das empregadas
. na marceneria.
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A f a u n a cVesta r e g i ã o é e g u a l a d e t o d o o B r a z ü , sendo
a q u i mais rica por, ainda, achar-se t o d o o seu sólo inculto,
e coberto de matto,
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Deve-se collocal-a no ponto mais elevado da collina
q u e m a r g c a a costa, a f i m d e ser b e m vista d o mar?
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C a b r a l p l a n t a d a a p r i m e i r a t e n d o n e l l a as a r m a s e d i v i s a d o
Rei de Portugal, celebrando-se ahi a segunda missa e
pregação.
Ahi ficará bem vista pelos navios que n ã o passaram
amarados; ahi f o i que teve l u g a r a posse d a terra descoberta;
ahi foi que Cabral deixou o signal material de sua estada.
Pela carta de Caminha a cruz foi levantada a margem
esquerda do ribeirão Mutary. D i z elle: « H o j e que é sexta-
feira p r i m e i r o dia de Maio, sahimos peia m a n h ã c m terra
com a nossa bandeira e fomos desembarcar acima do rio
contra o sul onde nos pareceu que seria melhor chantar a
c r u z , p a r a ser melhor vista e alli assignou o Capitão onde
fizemos a cova para a chantar e enquanto a ficaram fazendo
elle e t o d o s n ó s o u t r o s f o m o s pela c r u z a b a i x o d o rio onde
estava, etc. Passamos o r i o ao longo da praia e formal-a
por onde devia de ser, que será do rio obra de dois tiros
de besta ».
C o n v e n c i d o de q u e n ã o f o i s e n ã o alli q u e teve l u g a r t ã o
celebre quanto i m p o n e n t e c e r i m o n i a ; j á pela leitura d a carta
dc Caminha e estudo escrupuloso da costa; c o m o também
porque só existindo o ribeirão Mutary, a cerimonia referida
não podia ter sido effectuada em outro ponto; fiz o levan-
tamento do ribeirão, até o lugar onde, estou convencido,
foi p l a n t a d a a p r i m e i r a e a h i c o l l o q u e i u m m a r c o d e massa-
randuba, lavrado em quina viva, tendo um metro fóra da
t e r r a e e m c a d a u m a f a c e as i n i c i a e s d o « Instituto Histórico
e Geographico da Bahia » (1 H G B) tendo próximo ao
marco fincado u m mastro com a bandeira Nacional.
D este p o n t o d a costa q u e fica b e m visível, desde que
se d o b r a a p o n t a d e S a n t o A n t ô n i o a o n o r t e ; d e s c o r t i n a - s e o
do mar em todo o trajecto e m frente a bahia, mesmo que
os n a v i o s p a s s e m a seis m i l h a s d e distancia.
X V
A g r a v u r a m o s t r a a c r u z q u e p r o j e c t e i , c o m o m e f o i de-
t e r m i n a d o ; d e v e r á t e r u m a f u n d a ç ã o cie i ^ o o X ó ^ o X S ^ o o .
S o b r e e l l a se l e v a n t a r á u m p e d e s t a l de cinco metros de al-
tura para receber a cruz c o m vinte metros, t e n d o as f a c e s
q u e d e v e m o l h a r para é s t e e oeste u m m e t r o de largura e
as d u a s o u t r a s o 6c>.
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terra C O m
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^ P a i r e m
X V I
B CDlt
farinha.
Comquanto existam léguas de pastagens náturaés, a
creaçâo do gado vaccum é t ã o insignificante que n ã o fornece
nomanimaes para o a ç o u g u e , nem para o trabalho.
0 Monte Pasctioal
^ ^ V , A
i m p o s s i b i l i d a d e d e i r d c p e r t o e s t u d a r este m o n t e
J
J v S í * primeira porção de terra avistada pela esquadra de
Cabral em 22 de Abril de 1509 (3 de MaicV); assim
como photographal-o do mar, devido á quadra em que
e l l e se acha, coberto sempre de neblina, procurei e m uma
manhã clara apanhal-o, embora a grande distancia, da
torre da egreja de Porto-Seguro. A d i s t a n c i a n à o clá l u g a r
O
a q u e .se p o s s a f a z e r p r e c i s a e n i t i d a i d é a ; entretanto, aqui
juntamos a descripção feita pelo almirante Mouchez, afim
d e q u e se possa m a i s c l a r a m e n t e f o r m a r j u i z o a seu respeito:
«Latitude 1 6 — 5 3 ' — 20", longitude 4 1 — 4 4 ' — 4 7 "
o o
(meri-
diano de Paris), altura 536 metros, visível a 16 léguas.
Visto dc óste c de nordeste, esta montanha apparece como
um cabeço isolado de forma arredondada, ligeiramente
c o n i c a , d o m i n a n d o as t e r r a s c i r e u m v i s i n h a s ; mas de sueste
vê-se-o acorripanhado de muitos c a b e ç o s m e n o s elevados e
de u m pico m u i t o notável tendo a f o r m a cylindrica dc uma
grossa torre sobre o c u m e de u m a montanha.
de latitude).
N este
J
porto entram mios da Indià e ficam seguras de
todo o tempo.
« O exame mais superficial b a s t a r á para demonstrar que
as communicaçòes do norte de Minas com o R i o de Ja-
neiro em vez de serem feitas p o r p é s s i m o s caminhos, atrayez
de tantas cordilheiras c o m muito mais vantagem sc e f í e -
ctuaria caminhando directamenle para o littoral que fica
nó mesmo paraHeld e embarcando d'ahi para a Bahia ou
Rio» diz T h e o p h i l o Ottòni.
C h a m a m o s , ainda, e m nosso auxilio, o l u m i n o s o parecer
dado á Câmara Federal por Junqueira Ayres, Alberto
Torres, etc, em o qual dizem: Se houvesse desejo sincero
de encontrar um porto para libertar o centro de Minas
da oppressão que o desalenta, o dc Santa-Cruz, a que se
l i g a m as p r i m e i r a s r e c o r d a ç õ e s cio p a i z , s e a p r e s e n t a r i a , na-
turalmente, c o m o o mais propicio. Enseada profunda, barra
accessivel á navios d e t o d o s os calados, etc.».
Além das o p i n i õ e s citadas, a r g u m e n t o s de g r a n d e v a l o r
militam em favor do faetor que apontamos como primor-
dial d o desenvolvimento, riqueza e i m p o r t â n c i a da zona em
questão.
O vallc do Jequitinhonha, hoje todo cultivado, lueta
com grandes difhculdadcs para dar sabida aos seus pro-
duetos e receber aquelles dc que carece.
O r i o n ã o t e m b a r r a capaz para a entrada de navios de
calado maior que o dos barcos de cabotagem, a l é m de que o
transporte das m e r c a d o r i a s p a r a o alto J e q u i t i n h o n h a e b e m
assim a e x p o r t a ç ã o dos produetos d e sua lavoura; é feito
por canoas, que luetam com as c a c h o e i r a s e corredeiras;
perdendo-se muitas d'ellas iressas temerosas passagens.
1!
I
X X
P o r i o - S e p r o
a f r o t a a seis l é g u a s d e t e r r a e ahi a n c o r a e m 19 b r a ç a s de
fundo.
A 23 caminha direito a terra até meia lcgua de dis-
tancia d'ella e a n c o r a m e m frente ao Carahyvamemuam em
9 b r a ç a s l a n ç a m as âncoras.
A noite o vento de sueste fez g a r r a r as náos, princi-
palmente a capitanea.
A 24 levantam ferro c n a v e g a m para o norte vindo as
náos pequenas aproximadas dc terra e as g r a n d e s amara-
d a s e m p r o c u r a d e abrigada e bom porto.
Navega 10 léguas e um pouco antes do sol posto acha-
ram os navios pequtnos um recife com um porto dentro muito
bom c muito seguro, com ?nui larga entrada e metteram-se
dentro. A h i f u n d e a r a m elles e as n á o s grandes a uma Ieg7ia
do recife com 1/ braças.
A f f o n s o L o p e s s o n d a o p o r t o n'essa m e s m a t a r d e , e na
manha seguinte demandam, as náos grandes a entrada
ancoram em 5 e 6 braças a qual ancoragem dfltíro e tão gran-
de e tão for moza e tão segura que podia jazhr dentro nella
mais de j o o navios e nãos.
cimento.
T u d o isso fez o Visconde de Porto-Seguro em 1877
quando j á havia e m 1840 publicado u m trabalho c o m o titulo:
O Descobrimento do Brasil; chronica do fim do século X V,
em o q u a l se. 16 n o c a p i t u l o u l t i m o :
« E o B r a z i l se d e s c ò b r i o . Onde são, porém os padrões
de t ã o glorio o e transcendente acontecimento, que influiu
na sorte d è tantos homens? A bahia Cabralia vae para qua-
tro séculos que espera p o r este nome, e c o m mais razão
espera u m monumento que a enobreça, c a terra circum-
visinha altamente o reclama.
O Uhéo ainda n ã o teve a fortuna de servir de base
a u m a t o r r e l u m i n o s a , q u e e m q u a n t o utilisè aos navegantes
qual outro pharol dc Alexandria, aceuse ao viajante, em
testemunho de g r a t i d ã o , q u e alli f o i p l a n t a d a a p r i m e i r a ar-
v o r e d o C h r i s t i à n i s m o , e sc c e l e b r o u p r i m e i r o a r e l i g i ã o de
nosso paiz. , . _
Pois já que faltam monumentos physicos. procuremos
nós, ajudados pelos Souza de Vasconcellos, c c o m auxiho
d o s m o d e r n o s , a p r e g o a r estes c o u t r o s factos d o território
em que os destinos da Providencia nos reservaram o
berço». , D c
frente a cidade.
102
Quand i l a r r i v e á la c ò t e i l t r o u v e t o u t le ri v a g e d e v a n t
la vallée b a r r é par une chaine de rochers qui devie son
c o u r s e t 1'oblige á r e m o n t e r a u nord, c o m m e une digue ou
u n q u a i . I I d e b o u c h e á V E . S. E . d c l a M a t r i z , p a r uni ca-
nal de 200 m è t r e s de largeur á mer haute; á une mille, ao
desstis, d e v a n t la ville, o u t r o u v e e n c o r e á m e r haute 3 50
m
á 4 o o d'eau; á
m
m e r b a s e it n e reste á lembouchurc que
i 70 á i 8o».
m m
O Capitão de M a r e G u e r r a C â m a r a a s s i m as descreve:
«A garoupeira é uma embarcação destinada a pesca da
g a r o u p a nos parceis dos A b r o l h o s , q u e é na B a h i a feita e m
g r a n d e cscalla, e c o r r e s p o n d e na costa d o Brazil á de ba-
c a l h á o nos bancos da T e r r a N o v a .
E e m b a r c a ç ã o de p ô p a fechada e grossa na p r ô a . T o d a s
tem convez e b o r d a f a l s a , e, assim sendo, a sua construc-
ç ã o e mais f o r t e d o q u e as d a s l a n c h a s . O cadaste é incli-
nado. 1 e m dous mastros, e g a r u p é s . N o mastro de prôa
armam u m grande redondo e no da p ô p a uma vela trian-
gular chamada burrique, cuja retranca é fixa e atravessa
IO4
i 1
86 N E 89 S E
Fevereiro 87 N E 86 S I
87 N E 81 S E
Abril . . . . . . . 77 S E 81 S E
Maio* 68 S E S E
W
76 S E 7i S E
Julho . . . . . 79 S E S E
65
74 S E 72 S E
Setembro 75 S E S E
79
Outubro . 87 N E 87 N E
81 N E 86 N E
7i N E 68 N E
15
p S E P 1 PARA 0 GüMMERCIÜ DE EWOIIMÀD
M E I I M HE
Resistência aa
KiU^iuiniiu-
0.927 534
Lauraceas .
C à n e l l a parda Ncctrandca. . -. . . 1.089 792
Lauraceas .
C a n e l l a sassafraz Mesfilo daphne . . • 1.794 668
Apocyneas .
Peroba a m a r e l l a A s p i d o n psrma peroba . 968
Artocarpaceas 0.953
1'atagyba ( a m o r e ra M a d u r a sp. 0.984 084
Leguminsoas
Angelim . Andira inermis. . 0.792 | 536
Cl) rysobalaneas
Moquilea lomtmtosa . 516
Oity . . v Leguminosas 0.645 [
O l c o pardo . Mirocarpus frondoãus . 681
Cordcaceas. 0.923
Louro. C o r d i a sp 0.997 1.016
Leguminosas
Batinga . A s t r o n i u m sp. . 1.079 760
Sapotaceas.
Massaranduba Mimusops ellata . 974
Anonaceas . 1 310
Beriba. R o i i n i a sp. . 0.893 658
Myrtaceas .
Sapucaia . . Lecythis gianditlora . . 701
Terebenthaceas 0.919
Aderno . A s i r o m i u m sp.. . • 755
Apocyneas . 0.M71
P e q u i á amarello Aspidosperma sessilfliorum 741
Apocyncas . 0.836
Pequiá marfim Aspidosperma olivaceum. 545
Leguminosas 0.667
F-chyrospermam B a l t h a s a r i 467
Vinhaiico. Ccdrelaceas. 0.506
Cedrella braziiiensis - 791
Cedro. Leguminosas 0.872
J a c a r a n d ã cabiuna Dalbergia nigra . • • 1.035 1.073
Machium violaccum . Leguminosas
J a c a t a n d á violeta Leguminosas 1.185 1.37L
Páo Brazil Cccsalpina e c h i n a t a .