TÓPICO 3: DIFUSÃO MOLECULAR EM ESTADO

ESTACIONÁRIO

I. DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE SEM REAÇÃO QUÍMICA;

II. DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE COM REAÇÃO QUÍMICA
HETEROGÊNEA;
III. DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE COM REAÇÃO QUÍMICA
HOMOGÊNEA.

BIBLIOGRAFIA:
CREMASCO, M.A. Fundamentos de Transferência de Massa. Ed. Unicamp.
I. DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE SEM REAÇÃO QUÍMICA :

AS DISTRIBUIÇÕES DAS CONCENTRAÇÕES DE VAPOR DE ÁGUA E DE

NAFTALENO NO AR ESTAGNADO SÃO DESCRITAS PELAS SEGUINTES
EQUAÇÕES:

C A
   C A  R A,,, (MOLAR) SEM C A  0
t REAÇÃO QUÍMICA

 A  A  0
    A  rA,,, (MÁSSICA)
t
ONDE O FLUXO DE “A” SERIA:


N A  C  DAB y A  y A N A  N B  (FLUXO MOLAR GASOSO)


N A  C  DAB x A  x A N A  N B  (FLUXO MOLAR LÍQUIDO)


n A     DAB wA  wA n A  n B  (FLUXO MÁSSICO)

O FLUXO GLOBAL DE MATÉRIA É GOVERNADO PELA CONTRIBUIÇÃO

DIFUSIVA, PORÉM A CONTRIBUIÇÃO CONVECTIVA APARECERÁ PELO FATO
DE A DIFUSÃO INDUZIR O MOVIMENTO DA MISTURA. TAL EFEITO SERÁ
CADA VEZ MAIS PRONUNCIADO QUANTO MAIOR FOR A PRESSÃO DE VAPOR
DO SOLUTO.
 I.1 DIFUSÃO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE
SEM REAÇÃO QUÍMICA :

COORDENADA RETANGULAR:
d
n A, Z  0
dz FLUXO
d CONSTANTE
N A, Z  0
dz

COORDENADA CILÍNDRICA:
d
r  n A,Z   0
dz
d
r  N A,Z   0 TAXA DA
dz MATÉRIA
CONSTANTE
COORDENADA ESFÉRICA:


d 2
dz
r  n A, r   0


d 2
dz

r  N A, r  0
DIFUSÃO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE ATRAVÉS DE
FILME GASOSO INERTE E ESTAGNADO:

y A2 N B,Z  0 z=z2

z

N A, Z
AR ESTAGNADO

y A1 z=z1

ÁGUA

d
N A, Z  0 z  z1
dz  1 yA   1  y A2  z 2  z1
  
1 yA  1 yA 
 y A N A, Z  N B , Z 
dy A    11 
N A,Z  CD AB 1

dz
 z  z1
 1 yA   1  y A2  z 2  z1
PERFIL DA FRAÇÃO MOLAR DO
  
1 yA   1 yA  SOLUTO A
 1   1 

PERFIL DA FRAÇÃO MOLAR DO SOLUTO B: VISTO TRATA-SE DE

MISTURAS BINÁRIAS:

z  z1
 yB   y B2  z 2  z1
  
 yB   yB 
 1   1 
EXEMPLO 1: OBTENHA A DISTRIBUIÇÃO DA FRAÇÃO MOLAR DO DIÓXIDO
DE CARBONO QUE DIFUNDE EM UMA PELÍCULA ESTAGNADA DE AR DE 1 cm
DE PROFUNDIDADE A 1 atm E 25C. ESSA PELÍCULA ESTÁ NUM CAPILAR, O
QUAL CONTÉM ÁCIDO SULFÚRICO. O CO2 É ABSORVIDO
INSTANTANEAMENTE AO ATINGIR O LÍQUIDO. A CONCENTRAÇÃO DO CO2
NA BOCA DO CAPILAR É 1% EM MOLS.
I.1 CÁLCULO DA FRAÇÃO MÉDIA DAS ESPÉCIES A E B:

yB

 
y d
B

d
ONDE  É O VOLUME DO MEIO DIFUSIVO EM COORDENADAS CARTESIANAS:
  xyz
TRATANDO-SE DE FLUXO UNIDIRECIONAL, A VARIAÇÃO DO VOLUME SERÁ:
d  xydz

z2 
1
 y B,2 
 y B dz y B ,1  
y
 z1  z 2 d

 yB 
z1 0  B ,1 
z2  yB  1

 dz
z1
z1  z 2  d
0
 z  z1
ONDE:  
z 2  z1
 yB 
 y B,2  y B ,1 
 y A  (1  y B )
 yB,2 
ln  

 y B ,1 
PARA DETERMINAR O FLUXO (Naz), INTEGRAMOS A SEGUINTE EQUAÇÃO:

 C  DAB dy A
N A, Z 
1  y A  dz
C  DAB  1  y A, 2 
 ln  
z2  z1   1  y A,1  
N A, Z

C  DAB   y B , 2  C  DAB  yB , 2  yB ,1 
 ln    N A, Z  
z2  z1    yB,1  
N A, Z
z2  z1   yB,MÉDIO 
PONDO A EQUAÇÃO EM TERMOS DA FRAÇÃO MOLAR DE A:

C  DAB  y A,1  y A, 2 
N A, Z  
z2  z1   yB,MÉDIO 

PARA UMA MISTURA GASOSA IDEAL:

P  DAB  P  PA, 2 
 ln  
RT z2  z1   P  PA,1  
N A, Z

P  DAB  PA,1  PA, 2 

N A, Z 
RT z2  z1   PB , MÉDIO 
EXEMPLO 2: CALCULE A CONCENTRAÇÃO MÉDIA E O FLUXO GLOBAL
MOLAR DO CO2 ABSORVIDO NA INTERFACE GÁS-LÍQUIDO REFERENTE AO
EXEMPLO 1.
I.2 O COEFICIENTE DE DIFUSÃO EM GASES: EXPERIMENTO DA
ESFERA ISOLADA:

SUPONDO QUE NÃO HAJA VARIAÇÃO SIGNIFICATIVA DO DIÂMETRO DA

ESFERA, MAS QUE SE CONSIGA MEDIR A VARIAÇÃO DE SUA MASSA NUM
INTERVALO DE TEMPO CONSIDERÁVEL, A TAXA MÁSSICA DE SUBLIMAÇÃO
DE UM SÓLIDO (OU EVAPORAÇÃO DE UM LÍQUIDO) DE A, OBTIDA
EXPERIMENTALMENTE É DADA POR:

 dm 
W ,
A, r   
 dt 
A VARIAÇÃO DA MASSA DE UM SOLUTO A (EVAPORADO OU SUBLIMADO)
PELO TEMPO PODE SER REPRESENTADA PELA FIGURA A SEGUIR:

A TAXA MOLAR FLUINDO RADIALMENTE AO LONGO DE TODA A CAPA

ESFÉRICA É DADA PELA SEGUINTE EQUAÇÃO:

WA,r  4r 2 N A,r  cte

 WA, ,r
WA,r 
MA

BUSCANDO UMA EXPRESSÃO PARA A TAXA: PARTINDO DA EQUAÇÃO:

 dy A 
N A, r  CDAB    y A N A,r  N B ,r 
 dr 

  4r 2CDAB  dy A 
W A, r    
 1 yA  dr 

PAVAP (CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO NA

1) r=R0  y A0  SUPERFÍCIE DO CORPO)
CONDIÇÕES DE CONTORNO: P
(CONSIDERANDO O RAIO DO MEIO
2) r∞  y A  y A MAIOR QUE O RAIO DA ESFERA)
 W A, r
DAB 
 1  y A  
4R0C ln  
 1  y A0   EQUAÇÃO ADEQUADA
PARA SOLUTOS VOLÁTEIS

- EVAPORAÇÃO DE LÍQUIDOS VOLÁTEIS A BAIXA TEMPERATURA;

PARA DESCREVER O PROCESSO DE:

- SUBLIMAÇÃO DE SÓLIDOS.

EQUAÇÃO MAIS SIMPLIFICADA, POIS A CONVECÇÃO É

DESPREZÍVEL

WA , r
WA,r  4R0C A0 DAB  DAB 
4R0C A0
EXEMPLO 3: UMA ESFERA DE NAFTALENO ESTÁ SUJEITA À SUBLIMAÇÃO NUM
AMBIENTE ESTAGNADO E RELATIVAMENTE ESPAÇOSO A 72C E 1 ATM, CONFORME
ILUSTRADO ABAIXO. RETIROU-SE A ESFERA AO LONGO DO TEMPO, PESANDO-A E
MEDINDO O SEU RAIO. APÓS 330 MINUTOS, OBSERVOU-SE O SEGUINTE
COMPORTAMENTO:

Tempo 0 10 23 43 73 125 150 190 240 295 330

(min)
Massa 2,44 2,43 2,42 2,41 2,39 2,36 2,35 2,31 2,28 2,23 2,21
(g)
Raio 0,85 0,85 0,85 0,85 0,84 0,84 0,84 0,83 0,83 0,82 0,82
(cm)

CILINDRO COM AS EXTREMIDADES ABERTAS

D MEIO ESTAGNADO

MANTA TÉRMICA

CALCULE O COEFICIENTE DE DIFUSÃO DO NAFTALENO NO AR EM CM2/S,

CONSIDERANDO CONSTANTE O DIÂMETRO EM 1,68 CM. COMPARE O RESULTADO
OBTIDO COM O VALOR DE DAB EXPERIMENTAL QUE É 0,0611 CM2/S.
DADOS:
 atm  cm 3 
 naf .  1,14 g cm ; M naf .  128,16 g gmol; R  82,05
3

 gmol  K 
.  10,56  3472 T
vqap.
log Pnaf
DIFUSÃO PSEUDO-ESTACIONÁRIA NUM FILME GASOSO ESTAGNADO:

y A2 GÁS z=z2
ESTAGNADO

z

y A1 z=z1 A t=t0

y A1 z=z1 A t=t
LÍQUIDO
PURO A

A DIFUSÃO OCORRE EM REGIME PERMANENTE, COM A VARIAÇÃO LENTA DA

SUPERFÍCIE DE CONTORNO, O QUE CARACTERIZA O MODELO
PSEUDOESTACIONÁRIO.

C  DAB  y A,1  y A, 2 
N A, Z   
z  y 
 B , MÉDIO 
A DIFUSÃO OCORRE EM REGUIME PERMANENTE, COM A VARIAÇÃO LENTA
DA SUPERFÍCIE DE CONTORNO, O QUE CARACTERIZA O MODELO
PSEUDOESTACIONÁRIO.

C  DAB  y A,1  y A, 2 
N A, Z   
z  y 
 B , MÉDIO 

y A2 GÁS z=z2 O FLUXO GLOBAL DE A TAMBÉM PODE SER

ESTAGNADO
DETERMINADO DEVIDO À VARIAÇÃO
z TEMPORAL DA FRONTEIRA INFERIOR DA
REGIÃO DIFUSIVA:
z=z1 A t=t0
  A, L   dz 
y A1

N A, Z      
z=z1 A t=t
 M A   dt 
y A1
LÍQUIDO
PURO A

EM CONDIÇÃO PSEUDO-ESTACIONÁRIA:
C  DAB  y A,1  y A, 2    AL  dz
 
 
z  y   M A  dt
 B , MÉDIO 
INTEGRANDO:

  AL 
t zt
yB ,MÉDIO
0 dt   M A  C  DAB y A,1  y A,2   z zdz
0

  AL  yB ,MÉDIO  zt2  zt20 

     
 M A  C   y A,1  y A, 2  t  2 
DAB

EXEMPLO 4: UM CAPILAR DE 30 cm DE ALTURA CONTÉM 2 cm DE ETANOL. CALCULE

O TEMPO NECESSÁRIO PARA QUE O NÍVEL DO ÁLCOOL DECRESÇA EM 0,02 cm,
CONSIDERANDO QUE O CAPILAR ESTEJA PREENCHIDO POR AR SECO E ESTAGNADO A
1 atm E 25 C. SUPONHA QUE O VAPOR DE ETANOL É TOTALMENTE ARRASTADO NO
TOPO DO CAPILAR. NESSAS CONDIÇÕES SÃO CONHECIDOS:

 AL  0,787 g cm 3
PAVAP  160,75mmHg
M A  46,069 g gmol
A  ETANOL
B  AR SECO
CONTRADIFUSÃO EQUIMOLAR:

C A  C A2 z=z2 1 2

VAPOR B

VAPOR A
z
N A, z N B, z

C A  C A1 z=z1
LÍQUIDO
PURO A

N A, z   N B , z

NESSES CASOS: N A, z   N B , z

d
PARTINDO DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE: N A, z  0
dr
EQUAÇÃO DO FLUXO:
dC A
N A, z   DAB
dz
 d
N A, z   0 d  dC A 
dr
 D A, B  0
dr  dz 
d  dC A 
  D A, B 0
dr  dz 
d 2C A
2
0
dz
d 2C A
2
0
dz SOLUÇÃO É UMA DISTRIBUIÇÃO LINEAR DA
CONCENTRAÇÃO DE A:

C A z   A1 z  A2
C A z   C A1 z  z1

C A2  C A1 z2  z1
- FLUXO DA MATÉRIA DE A:

dC A
N A, z   DAB
dz
- SEPARANDO AS VARIÁVEIS E INTEGRANDO:

N A, z 
DAB
C A2  C A1 
z2  z1 
- SUPONDO QUE A T.M. OCORRA NUM MEIO GASOSO IDEAL:

DAB PA2  PA1 

N A, z 
RT z2  z1 
EXEMPLO 5: Calcule o fluxo molar da amônia gasosa, sabendo que ela difunde em um
capilar de 10 cm de comprimento que une dois reservatórios contendo nitrogênio. O
sistema está a 25C e 1 atm. A pressão parcial da amônia em um dos reservatórios é
90 mm Hg e no outro, 10 mm Hg.
Dado: R  82,05cm3  atm gmol  K  . Considere desprezível a ação gravitacional.