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RESUMO DE FARMACOLOGIA

Farmacodinâmica

- Definição de Farmacocinética:
- Relação entre administração, absorção, distribuição, biotransformação e eliminação de um
fármaco
- Em poucas palavras, é o que o corpo faz com a droga
- Droga:
- Conceito:
- Toda e qualquer substância capaz de se ligar a um receptor específico e causar
alterações fisiológicas no organismo ( resposta biológica )
- Especificidade:
- A especificidade é recíproca: classes individuais de drogas ligam-se apenas a
determinados alvos, e alvos individuais reconhecem apenas determinadas classes de
drogas
- Nenhum droga é totalmente específica em sua ação, e altas concentrações de
determinada droga pode gerar efeitos colaterais ( efeitos em locais não desejados )
- Alvos de ação das drogas:
- Canais iônicos
- Receptores
- Proteínas quinases
- Reguladores da transcrição gênica
- Agonista:
- São substâncias capazes de se ligar a um receptor específico e provocar uma resposta
biológica ( excitatória ou inibitória )
- A potência de um agonista depende da afinidade da droga pelo receptor e da eficácia
( capacidade de, uma vez ligado, provocar resposta biológica )
- Apresentam seletividade pelo estado ativado do receptor
- Os agonistas podem ser:
- Totais:
- Substâncias capazes de produzir uma resposta biológica máxima
- Possuem ótima eficácia
- Parciais:
- Substâncias que só são capazes de produzir uma resposta biológica sub-
máxima, mesmo ocupando 100% dos receptores disponíveis
- Possuem eficácia intermediária
- Antagonista:
- São substâncias capazes de se ligar a um receptor
- Tipos de antagonistas:
- Competitivos:
- Competem com outras drogas por um determinado receptor
- Não competitivos:
- Possuem afinidade individual por uma determinado receptor
- Reversíveis:
- Após ser cessada a administração e o efeito da droga, este se desloca do
receptor, deixando-o livre para que outra droga se ligue
- Irreversíveis:
- Mesmo na presença de um agonista para competir pelo sítio de ligação do
receptor, o antagonista não se desliga do receptor
- EC50:
- É a concentração da droga necessária para que se atinja 50% da resposta biológica
máxima

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- KD ( constante de dissociação ):
- É o valor que demonstra a afinidade da droga por um receptor, em relação à concentração
da droga no organismo
- Afinidade droga-receptor:
- Quanto maior for o EC50 de uma droga, menor será a afinidade dela pelo receptor
- Uma droga que apresente EC50 alto, não é aconselhável durante a prescrição da
medicação
- Ação das drogas :
- Receptores:
- As drogas que se ligam aos receptores podem ativá-los ou inativá-los, ou seja, abri-
los ou fecha-los, respectivamente
- Estas drogas podem ser:
- Agonistas:
- Os agonistas se ligam ao receptor, gerando uma resposta biológica
- Pode agir no receptor de duas maneiras:
- Ação direta:
- Abertura/fechamento de canais iônicos
- Mecanismo de transdução:
- Ativação/inibição enzimática
- Modulação dos canais iônicos
- Transcrição do DNA
- Antagonistas:
- Não possuem efeito farmacológico, podendo também bloquear a
ligação do agonista e reduzir seu ou bloquear sua ação
- O mecanismo de transdução dos receptores são vários, sendo que um de destaque
considerável é o acoplamento do receptor à proteína-G
- Canais iônicos:
- Poros na membrana por onde passam íons positivos ou negativos
- As drogas que agem nos canais iônicos podem ser de dois tipos:
- Moduladores:
- Drogas que atuam aumentando ou diminuindo a abertura do canal
iônico
- Bloqueadores:
- Drogas que bloqueiam a permeabilidade do canal
- Enzimas:
- As drogas que atuam em enzimas são de três tipos básicos:
- Inibidor:
- Agem inibindo a ação da enzima específica de uma reção, agindo, por
exemplo, por alosterismo
- Substrato falso:
- A droga se liga à enzima, porém o metabólito formado não consegue
desempenhar sua função
- Pró-droga:
- A droga inativa sofre a reação enzimática, tornando-se então ativa
- Transportadores:
- Transportam substâncias através das membranas celulares
- As drogas que atuam nos transportadores são:
- Transporte normal:
- A droga, ao se ligar ao transportador, é internalizada
- Inibidor:
- A droga se liga ao transportador, bloqueando o sítio de ligação do
ligante e/ou bloqueando o transportador por se ligar a um sítio que não
o sítio de ligação do ligante
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- Substrato falso:
- Não há internalização da droga, sendo que este composto se acumula
no LEC
- Classificação dos receptores:
- Esta classificação é baseada em:
- Critérios farmacológicos:
- Qual o efeito das drogas ao se ligarem ao receptor
- Afinidade dos receptores por tipos específicos de drogas
- A análise da especificidade da ligação
- As vias bioquímicas que são ativadas em respostas à ligação da droga ao
receptor
- Famílias de receptores :
- Receptores ligados a canais ( ionotrópicos ):
- A ligação da droga ao receptor promove abertura de canais iônicos
- Dependendo do tipo de canal aberto, ocorre hiperpolarização ou
despolarização da célula
- Os efeitos celular são específicos para cada droga
- Estes receptores tem ação em milissegundos
- Receptores acoplados a proteína G ( metabotrópicos ) :
- A ligação da droga ao receptor promove ativação da proteína G
- O desprendimento do complexo alfa-GTP tem duas ações distintas:
- Alteração da excitabilidade da célula, agindo sobre canais iônicos
- Duas vias principais são controladas por estes receptores:
- Ativação da adenilato ciclase, com aumento de AMPc
- Este AMPc ativa proteínas quinases que estimulam:
- Aumento de lipólise
- Redução da síntese de glicogênio
- Aumento da glicogenólise
- Ativação de fosfolipase C/Trifosfato de inositol/Diacilglicerol:
- Promove formação de dois mensageiros, o IP3 e o DAG, que
possuem as seguintes ações:
- IP3:
- Aumento do cálcio citossólico, com efeitos
biológicos diversos
- DAG:
- Ativação de quinases, com fosforilação de grande
número e variedade de enzimas
- Este tipo de receptor tem sua ação em segundos
- Receptores ligados a proteínas quinases:
- Estes receptores possuem um domínio extracelular para ligação do ligante, e
um domínio intracelular que se liga a proteínas quinases quando o receptor
está ocupado
- Em geral, a transdução envolve fosforilação de resíduos de tirosina, que
servem então como acptores de várias proteínas plasmáticas e permitindo o
controle de várias funções celulares
- Existem duas vias de ativação mais importantes, que são:
- Via RAS/RAF/MAP quinase, quem é importante na divisão,
crescimento e diferenciação celulares
- Via JAK/STAT que é ativada por várias citocinas, controlando a síntese
e a liberação de vários mediadores da inflamação
- Estes recptores tem sua ação em minutos
- Receptores Nucleares:
- São receptores ligados à transcrição de genes, ou seja, regulam a síntese
protéica
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- Os ligantes incluem hormônios, vitamina D e ácido retinóico
- Para que tenha efeito, o ligante deve ser internalizado
- A ação envolve tanto ativação quanto a inibição de genes, sendo este fator
dependente das características de cada ligante
- Estes receptores tem sua ação em horas
- Drogas que atuam nos receptores ligados a canais iônicos:
- Anestésicos locais, anticonvulsivantes e antiarrítimicos:
- Ambos agem promovendo bloqueio dos canais de sódio
- Vasodilatadores:
- Agem promovendo bloqueio dos canais de cálcio
- Hipoglicemiantes:
- Agem promovendo bloqueio dos canais de potássio
- Mecanismo de transdução dos receptores acoplados a Proteína-G :
- A proteína G é composta por três subunidades ( Alfa, Beta e Gama ), sendo que há
uma molécula de GDP ligada ao complexo
- Com a ocupação do receptor, a atividade fosforilativa da proteína é ativada,
fosforilando então esta molécula de GDP a GTP
- O complexo alfa-GTP se desprende então das outras subunidades,
desempenhando várias funções no organismo, sendo a principal delas a ativação
de segundos mensageiros
- Estes segundos mensageiros ativam proteínas quinases específicas
- Dependendo de qual segundo mensageiro é ativado, têm-se um tipo de proteína
quinase ativada e, consequentemente, efeitos biológicos diversos
- Ralação agonista x antagonista:
- O antagonista pode agir de várias maneiras sobre a ação do agonista, sendo as
princiapais delas:
- Competição por um sítio de ligação, com redução da ação do agonista
- Ocupação irreversível do sítio de ligação, bloqueando a ação do agonista
- Em geral, quanto maior for a concentração de um antagonista, menor será o efeito
do agonista
- A interação entre drogas:
- Quando administradas concomitantemente, as drogas podem interagir umas com as
outras
- Estas interações podem potencializar ou reduzir a eficácia das drogas:
- Eficácia do antagonista:
- A eficácia de um antagonista é zero, tendo em vista que ele não produz resposta
biológica

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Farmacocinética I

- Um fármaco, quando administrado no organismo, passa pelas seguintes etapas:


- Aborção  Biodisponibilidade  Distribuição  Metabolização  Excreção
- Bio-disponibilidade oral:
- Quando se administra um fármaco pela boca, este fármaco passa pelo TGI,
sendo então absorvida em cerca de 1-3 horas
- Este fármaco, porém, sofre ação de vários fatores que podem alterar a taxa de
absorção, sendo eles:
- Motilidade gastrintestinal
- Fluxo sangûíneo esplâncnico
- Tamanho da partícula e formulação
- Fatores físico-químicos
- Estes fatores podem reduzir a taxa de absorção
- Ao ser absorvida, a droga passa pelo fígado, onde sofre efeito de primeira
passagem, podendo ter seu efeito potencializado ou não
- Após passar pelo fígado, a concentração da droga que atinge a circulação
sistêmica determina qual é o grau de biodisponibilidade da droga
- Esta biodisponibilidade pode ser total ou parcial
- Total:
- Toda a droga que foi administrada atinge a circulação sistêmica
- Parcial:
- Apenas uma parte da droga administrada atinge a circulação
sistêmica
- Transporte plasmático:
- Após atingir a circulação sistêmica, a droga é conduzida até seu local de ação
geralmente ligada a proteínas plasmáticas denominadas carreadores
- Os principais carreadores plasmáticos são:
- Albumina:
- Principal carreador plasmático
- Se liga principalmente a drogas ácidas
- Alfa-glicoproteína:
- Transporte principalmente drogas básicas
- Beta-globulina:
- Liga-se a drogas básicas, tendo sua ação em processos agudos
de inflamação
- Porém, para que a droga alcance o receptor e possa exercer sua função, ela
deve estar livre, ou seja, desligada do carreador
- Quando está livre no plasma ou no local de ação, a droga encontra-se no
estado ionizado
- Para atravessar a membrana plasmática, a droga deve estar no estado não-
ionizado
- Posologia:
- Ciência que estuda a dosagem de um fármaco
- Para se determinar a posologia de um fármaco, deve-se levar em consideração
os seguintes aspectos fármacocinéticos:
-
- Via de administração:
- Oral, sublingual, intravenosa, retal, intramuscular, intratecal, etc.
- Quantidade administrada:

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- Quantos miligramas devem ser administrados, levando-se em
conta o grau de biodisponibilidade do fármaco
- Tempo de administração:
- De quanto em quanto tempo a droga deverá ser administrada,
sendo que a nova administração deve acontecer afim de evitar que
o efeito da droga caia acentuadamente
- Mecanismo de ação:
- Qual será o mecanismo desta droga ao se ligar ao receptor na
célula alvo
- Excreção:
- As principais vias pelas quais os fármacos e seus metabólitos são excretados
do corpo são:
- Sistema renal:
- Responsável pela excreção da maioria dos fármacos, por meio de
filtração glomerular
- Para ser excretada pela urina, a droga deve encontrar-se no
estado polarizado, caso contrário será reabsorvida nos túbulos
renais
- A função renal é medida por meio do clearence ( depuração ), ou
seja, qual a taxa de eliminação do fármaco pelos glomérulos
renais por unidade de tempo
- Sistema hepatobiliar:
- Responsável pela excreção de alguns fármacos, como é o caso da
rifampicina
- Em indivíduos com insuficiência renal, fármacos com excreção
potencialmente renais passam a ser excretados via bile pelas
fezes
- Pulmões:
- Ocorre somente com agentes altamente voláteis ou gasosos,
como por exemplos os anestésicos gerais administrados por via
inalatória
- As drogas podem também serem excretadas pelo leite e suor, sendo que
a excreção via leite materno é importante, devido aos efeitos do fármaco
e metabólitos sobre o lactente
- Volume de distribuição:
- Volume líquido corporal total para distribuir todo o fármaco de maneira
homogênea por todo o organismo
- Meia vida:
- Corresponde ao tempo necessário para que a concentração de um fármaco no
organismo caia 50% da concentração inicial
- PKa:
- É o pH no qual o fármaco encontra-se 50% no estado ionizado e 50% no estado
não ionizado
- Fármacos com pKa ácido, ionizam-se mais em pH básico
- Fármacos com pKa básico, ionizam-se mais em pH ácido
- Exemplos:
- Para que a aspirina ( ácido fraco ) seje eliminada pela urina, a urina deve
encontrar-se mais básica, porque deste forma o fármaco se ionizará e
não será reabsorvido ( apenas substâncias não-ionizadas atravessam as
membranas celulares )
- Para que a petidina ( base fraca ) seja eliminada pela urina, a urina deve
encontrar-se mais ácida, pelo mesmo raciocínio desenvolvido acima
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- Concentração eficaz ( efeito biológico desejado ):
- É a concentração na qual a droga proporciona o efeito biológico desejado
- Se a concentração da droga for superior á concentração eficaz, ela poderá
apresentar efeitos tóxicos ao organismo

Vias de administração

- Oral:
- Vantagem:
- Mais barata
- Produzida em larga escala
- Aministração fica a cargo do próprio paciente
- Desvantagem:
- Pode ser inativada ou ter sua eficácia reduzida
- Sofre efeito de primeira passagem
- Absorção é dependente do fluxo sangüíneo
- Não pode ser utilizada em casos de diarreia, vômitos, etc.
- Pode haver interação com alimentos
- Pode irritar ou inflamar o TGI
- Não pode ser administrada no caso de pacientes inconcientes
- Sublingual:
- Vantagem:
- Não sofre efeito de primeira passagem, pois as veias drenam
diretamente para a veia cava superior
- Absorção rápida
- A droga é absorvida mais estável
- Desvantagem:
- A necessidade de prender o fármaco ( comprimido ) na boca
- Deve-se administrar pequenas doses por causa dos capilares
- Subcutâneas:
- Vantagem:
- Via de absorção lenta e complexa
- Desvantagem:
- Pode ser dolorosa
- Pode causar fibrose ( uso prolongado )
- A dose de administração deve ser pequena
- Intramuscular:
- Vantagem:
- Pode se administrar um volume maior de fármaco
- A droga é armazenada e absorvida mais lentamente
- Desvantagem:
- Dolorosa
- Absorção é dependente do fluxo sangüíneo na região de aplicação
- Retal:
- Vantagem:
- Livre do efeito de primeira passagem
- Desvantagem:
- Irritação da parede do canal
- Aceitação do paciente
- Intravenosa:
- Vantagem:
- Rápida
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- Pode-se aplicar uma dose contínua
- Droga vai direto para o átrio direito, não sofrendo o efeito de primeira
passagem
- Desvantagem:
- As veias podem ser de difícil acesso em alguns pacientes
- A chance de toxicidade é maior
- Droga mais cara, de uso quase que exclusivo em instituições de saúde
- Inalatória:
- Vantagem:
- Ação direta em vias aéreas
- Rápida absorção
- Desvantagem:
- Tópica:
- Vantagem:
- Fácil aplicação
- Produzida em larga escala
- Desvantagem:
- Depende de fatores corporais, tais como suor, roupas, coceira, etc., o
que pode retirar o fármaco e impedir sua absorção
- Intratecal:
- Na dura máter

Farmacocinétia II

- Distribuição das drogas:


- O transporte de moléculas através das membranas celulares é diretamente
proporcional a lipossolubilidade, ou seja, substâncias apolares atravessam
facilmente as membranas
- Substâncias polares, para atravessarem as membranas, devem sofrer uma
biotransformação ou se ligar a transportadores transmembrana
- Distribuição entre os compartimentos do corpo:
- As drogas, em geral, podem se apresentar ligadas a proteínas
plasmáticas, ou confinadas em compartimentos como células, tecidos e
líquidos corporais
- Drogas insolúveis em lipídeos estão praticamente confinadas ao plasma
sangüíneo e ao líquido intersticial
- Drogas solúveis em lipídeos atravessam todos os compartimentos do
corpo, podendo se armazenar no tecido adiposo
- As drogas que se acumulam fora do plasma sangüíneo, por exemplo no
tecido adiposo, a concentração da droga pode ultrapassar o volume
corporal total
- Quanto maior for o coeficiente gordura-água, mais a droga tende a ser
apolar e se distribuir por todos os compartimentos do corpo ( capaz de
atravessar membranas celulares ), podendo se armazenar em tecidos
apolares ( adiposo )
- O pKa das drogas também influencia em sua distribuição, tendo em vista
que apenas drogas não-ionizadas atravessam as membranas celulares
- Se uma droga com pKa ácido é colocada num compartimento básico, ela
tenderá a se ionizar e ficará impossibilitada de atravessar as membranas
celulares, ficando confinada neste local
- Já drogas básicas, se colocadas em meio ácido, se ionizaram e também
ficarão confinadas no compartimento específico
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- As drogas se movimentam através dos compartimentos por três
processos principais:
- Difusão passiva:
- Tipo de transporte decorrente das diferenças de
concentração entre compartimentos adjacentes
- Não há gasto de energia
- Difusão facilitada:
- Tipo de transporte onde se tem a necessidade de
transportadores transmembrana para que a droga possa se
movimentar
- Não há gasto de energia
- Difusão ativa:
- Tipo de transporte que acontece contra um gradiente eletro-
químico
- Necessita da hidrólise do ATP para acontecer

- Metabolismo das drogas:


- O principal órgão responsável pelo metabolismo dos fármacos é o fígado, sendo
que órgãos como rins, pulmão e TGI também podem exercer esta função
- Ao passarem pelo fígado, os fármacos sofrem ação direta de vários complexos
enzimáticos, dentre os quais se destaca o complexo Citocromo-P 450
- Este complexo enzimático, presente principalmente nos hepatócitos, é
responsável por todas as reações químicas referentes à biotransformação,
ativação, inativação e excreção dos fármacos
- O metabolismo dos fármacos envolvem dois tipos básicos de reações químicas,
conhecidas como Reação de Fase I e Reação de Fase II
- Reações de Fase 1:
- Reações de oxi-redução ou hidrólise, sendo que os produtos são,
freqüentemente mais reativos e mais tóxicos que os reagentes
- Mecanismo:
- O complexo citocromo-P450 possui em sua estrutura
química um átomo de ferro na forma férrica ( Fe3+ )
- A droga se liga a este composto férrico, recebendo um
elétron de uma enzima denominada NADP-H-P450
- Esta mesma enzima acrescenta ao composto formado uma
molécula de oxigênio, um próton e um novo elétron,
formando assim o complexo Droga-Fe2+OOH
- Este composto então reage com outro próton, formando
água ( liberada para o meio ) e um composto Droga-( FeO )
3+
- No final do processo, têm-se a formação de radicais livres
de vida curta, a liberação da droga oxidada e regeneração
da citocromo-P450
- O complexo citocromo-P450 pode ser inibido por vários fatores,
dentre eles:
- Inibição competitiva, sendo que substratos falsos podem
competir pelo sítio de ligação do citocromo ( ex.:
quinidinina )
- Inibição não competitiva reversível, por ligação de um
composto que se liga ao composto férrico da molécula do
citocromo ( ex.: cetoconazol )
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- Inibição baseada no mecanismo, onde um composto
originário da oxidação de um fármaco pela P-450 se liga
covalentemente a esta enzima, levando a uma auto-
destruição do citocromo
- Reação de Fase 2:
- Reações de conjugação, geralmente resultando em compostos
inativos e menos apolares
- Estas fazes facilitam a excreção de fármacos originalmente
apolares, pela urina ou bile
- Mecanismo da reação de conjugação utilizando o grupo glicuronil:
- É formado um composto de fosfato de alta energia, uridina
difosfato de ácido glucurônico (UDPGA), a partir do qual o
ácido glicurônico é transferido para a droga
- Esta reação é catalizada pela UDP-glicuronil trasnferase,
que possui especificidade de substratos bastante ampla
- Estas reações geralmente acontecem em seqüência, sendo que a reação de
fase I acrescente um grupo hidroxila no composto original, grupo este que
servirá como ponto de ataque durante a reação de fase II
- Deve-se notar, no entanto, que os complexos enzimáticos, dentre eles o
citocromo-P450, encontram-se dentro do retículo endoplasmático liso, sendo
necessário que a droga ultrapasse a membrana celular do hepatócito para ser
metabolizada
- Este fato faz com que o metabolismo hepático seje menos importante para
drogas altamente polares, fazendo com que estes fármacos sejem excluídos na
urina, na grande parte das vezes, na forma inalterada
- Exceção a esta regra é quando os hepatócitos possuem sistemas de transporte
específicos para determinadas drogas polares
- Vias de eliminação das drogas:
- A principal via de excreção dos fármacos no organismo é a renal, sendo que os
fármacos possuem velocidades de excreção variável
- Os processos responsáveis por estas diferenças são filtração glomerular,
secreção e reabsorção tubulares, e difusão através do túbulo renal:
- Filtração glomerular:
- Este mecanismo depende do tamanho e do peso molecular da
substância, sendo que macromoléculas não são filtradas
- Proteínas plasmáticas, tais como a albumina, são quase que
totalmente retidas, sendo que drogas que possuam alta afinidade
por estas proteínas terão sua taxa de depuração renal reduzida
- Secreção e reabsorção tubulares:
- 20% do fluxo plasmático renal é filtrado pelo glomérulo, de modo
que 80% do fármaco passam pelos capilares peritubulaes do
túbulo distal
- Neste local, os fármacos são transportados para a luz tubular por
dois mecanismos:
- Um para drogas ácidas e outro para bases orgânicas
- Estes transportadores podem transportar as moléculas contra um
gradiente eletro-químico, reduzindo assim a concentração
plasmática do fármaco
- Este é o mecanismo mais eficaz de eliminção renal do fármaco
- Difusão através do túbulo renal:

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- O volume de urina que é excretado, é apenas 1% do total de
plasma filtrado pelos glomérulos, sendo que a água é reabsorvida
nos túbulos renais
- Devido à reabsorção de água, se a membrana for permeável ao
fármaco, este será reabsorvido, mantendo-se com uma taxa
reduzida de depuração
- A única forma de o fármaco ser eficientemente eliminado por via
renal é se ele for altamente polar ou se apresentar na forma
ionizada
- Fenômeno íon-trapping:
- Técnica farmacológica que tem como finalidade aumentar a
depuração dos fármacos, utilizando para isso os valores de pKa e
pH dos fármos e da urina, respectivamente
- Mecanismo para:
- Aspirina ( ácido fraco ):
- O aumento do pH urinário fará com que o ácido se
apresente no estado ionizado, impedindo sua
reabsorção e aumentando sua taxa de depuração
- Anfetamina ( base fraca ):
- A redução do pH urinário fará com que a base se
apresente no estado ionizado, impedindo sua
reabsorção e aumentando sua taxa de depuração
- Drogas com eliminação exclusivamente renal:
- Aminoglicosídeos
- Antivirais
- Bloqueadores B2

Neurofarmacologia

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- O Seistema nervoso de um indivíduo é subdividido em três grande grupos:
- Sistema nervoso central
- Sistema nervoso periférico
- O sistema nervoso periférico é subdividido em:
- Sistema nervoso autônomo:
- É um sistema de caráter involuntário, com presença de gânglios nervosos
- Os recptores ganglionares são sempre nicotínicos
- O Sistema nervoso autônomo é subdividido em Simpático, Parassimpá´tico e
Entérico:
- Sistema Nervoso Autônomo Simpático:
- Presença de gânglios paravertebrais
- Neurônio pré-glanglionar possui axônio menor que o pós
ganglionar, tendo sua origem a nível tóraco-lombar
- Os receptores dos órgãos efetores são do tipo adrenérgicos
( vasos sangüíneos ), muscarínicos ( sudoríparas ) e nicotínicos (
supra-renal ), sendo que no caso da supra-renalo, há ausência
de gânglios paravertebrais
- Principais órgãos de eferência deste sistema:
- Olho, vasos, glândulas salivares, coração, pulmão,
adrenal, fígado, TGI, bexiga, genitália
- Sistema Nervoso Autonomo Parassimpático:
- Ausência de gânglios paravertebrais, estando os gãnglios
próximos ou dentro dos órgãos efetores
- Os receptores presentes nos órgãos efetores são principalmente
do tipo muscarínico ( glândulas salivares, olho, coração,
pulmão, TGI, bexiga, genitálias )
- As fibras pré-ganglionars possuem axônios maiores que as pós-
ganglionares, e tem sua origem a nível crânio-sacrais ( 3, 7, 9 e
10 par cranianos )
- Sistema Nervoso Entérico:
- Constituído pelo plexo mientérico
- Sistema nervoso somático:
- Sistema que tem como característica principal o fato de ser voluntário, agindo
principalmente na musculatura esquelética
- Tipos de receptores autonômicos:
- Os neurotransmissores liberados pelo sistema nervoso autônomo podem agir em
receptores ligados a canais iônicos ou em receptores ligados a proteína G
- Receptores para acetilcolina:
- Muscarínicos:
- Acoplados principalmente a proteína G, tendo por esse motivo um
mecanismo de ação mais lento
- Está presente na musculatura lisa de vasos sangüíneos e vísceras
- Subdivididos em 3 grupos:
- M1 ( presente em neurônios )
- M2 ( presente no músculo cardíaco )
- M3 ( presente em glândulas )
- Nicotínicos:
- Acoplados a canais iônicos, tendo por isso um mecanismo de ação
rápido
- Presente nos gânglios e na musculatura esquelética
- Receptores para Noradrenalina:
- Estes receptores são classificados conforme sua localização e preferência por
ligantes específicos
- São subdivididos em:
- Receptores Alfa:
- Possuem maior afinidade por noradrenalina
- Subdivididos em Alfa1 e Alfa2
- Presentes em sua maioria em vasos sangüíneos
- Receptores Beta:
- Possuem maior afinidade por adrenalina
- Beta1 ( presentes na musculatura cardíaca )
- Beta2 ( presentes na musculatura brônquica )
- Beta3 ( presentes no tecido adiposo )
- Alfa-bungarotoxina:
- Antagonista nicotínico, agindo como inibidora da contração muscular
- A resposta biológica derivada da ligação de acetilcolina ou noradrenalina/adrenalina é
dependente do local onde estes receptores estão concentrados
- Um mesmo tipo de receptor, quando presente em diferentes locais, pode apresentar
respostas biológicas diferentes

Sistema Colinérgico

- Acetilcolina:
- Neutrotransmissor liberado em diversas partes do organismo, a saber:
- Fibras pré e pós-ganglionares dos sistemas simpático e parassimpático
- Sinapses neuronais
- Junção neuromuscular
- Drogas que atuam na tramissão colinérgica
- Agonistas muscarínicos:
- Possuem ação direta e indireta:
- Ação direta:
- Agem diretamente nos receptores muscarínicos
- Ação indireta:
- Agem tanto em receptores muscarínicos quanto nicotínicos
- Antagonistas:
- Agem em receptores muscarínicos e nicotínicos
- Ao agirem nos receptores nicotínicos, promovem bloqueio da junção
neuromuscular
- Estimuladores ganglionares:
- Não são utilizados clinicamente
- Bloqueadores ganglionares
- Bloqueadores neuromusculares
- Junção neuromuscular:
- Local de encontro entre um neurônio terminal eferente e a fibra muscular
- Presenças de invaginações na célula muscular ( Folders ), com o objetivo de
aumentar a superfície de contato da acetilcolina
- Possuem receptores nicotínicos, que são de ação rápida
- Composição da Acetilcolina:
- Grupo colina:
- Presente na fenda sináptica, sendo receptado para o terminal pré-sináptico
para ser utilizada na síntese de acetilcolina
- Este transporte da colina um transporte ativo, sendo realizado por um
transportador ligado a uma bomba de prótons
- Grupo acetil:
- Proveniente da Acetil-Coa produzida pela mitocôndria durante a respiração
aeróbica
- A enzima acetil transferase reage com a Acetil-Coa, liberando o grupo acetil
para se ligar á colina e formar o neurotransmissor acetil-colina
- Após ser formada, a acetilcolina é internalizada em vesícular endoplasmáticas, por
meio de um transporte ativo realizado pelo transportador VachT ( transportador de
acetil colina ):
- Sendo internalizada, o neurotransmissor está pronto para ser exocitado
- O processo de exocitose acontece após despolarização da membrana pré-sináptica,
com conseqüente influxo de cálcio
- O aumento do cálcio citoplasmático ativa proteínas sinápticas, responsáveis por
facilitar a interação da vesícula com a membrana da zona ativa
- Após a fusão da vesícula com a membrana pré-sináptica, o neurotransmissor é
liberado para a fenda sináptica, podendo então se ligar aos receptores nicotínicos
- Na fenda sináptica está presente a enzima acetilcolinesterase, enzima responsável
por metabolizar a acetilcolina, transformando-a em dois produtos distintos
- Um deles, o acetato, é reabsorvido pela célula, enquanto que o outro, a colina, é
recaptada para dentro do terminal pré-sináptico para ser reutilizada na síntese de
novos neurotransmissores
- As formas de se inibir a síntese de acetilcolina é:
- Inibição ou bloqueio da acetiltransferase, do transportador de coina e de acetil-
colina, dos canais de cálcio e da acetilcolinesterase
- A substância Botox age impedindo a fusão da vesícula, impedindo assim a
exocitose do neurotransmissor
- A droga vesamicol impede a internalização do neurotransmissor na vesícula
- A droga neostigmina impede a ação da acetilcolinesterase
- A droga hemicolínio impede a recaptação de colina para o terminal pré-
sináptico
- Agonistas muscarínicos ( diretos ):
- Um bom agonista é aquele que possui baixa afinidade pela acetilcolinesterase,
aumentando sua permanência na fenda sináptica
- Principais agonistas muscarínicos:
- Esteres de colina:
- Carbacol
- Metacolina
- Betanecol
- Alcalóides:
- Muscarina
- Pilocarpina:
- É uma agonista fraco, utilizado na clínica frequentemente em
fórmulas de colírio
- Uma aplicação clínica importante da pilocarpina é no tratamento
do glaucoma
- Glaucoma é uma patologia caracterizada por defeito na
drenagem do humor aquoso, levando a um aumento da pressão
intra-ocular
- A aplicação em gotas do fármaco pilocarpina leva a contração do
músculo constritor da pupila, com liberação do canal responsável
pela drenagem do humor
- Isso faz com que a pressão intra-ocular volte ao normal
-
- Aplicação / Mecanismo de Ação
- Oxotremorina:
- Fármaco ainda em fase experimental
- Principais efeitos fisiológicos ( semelhantes aos efeitos parassimpáticos ):
- Miose
-  Contração atrial
- Dilatação de artérias e veias
- Broncoconstrição
- Aumento da motilidade intestinal
- Relaxamento dos esfincteres
- Aumento da secreção gástrica
- Contração da musculatura da bexiga
- Aumento na secreção de glândulas salivares, lacrimais e sudoríparas
- Antagonistas muscarínicos:
- São drogas com caráter altamente apolares, sendo ionizáveis em pH fisiológico
- Muito utilizados por oftalmologistas, por causar midríase ( dilatação da pupila )
- Os antagonistas mais comumente utilizados na clínica são:
- Atropina:
- Tratamento de bradicardia sinusal
- Hiscina:
- Prevenção de cinetose ( distúrbio neurológico )
- Ipatrópio:
- Utilizado em crises asmáticas, por provocar broncodilatação
- Pirenzepina:
- Utilizada no tratamento de úlceras pépticas, por diminuir a secreção
gástrica
- Droga seletiva para receptores M1
- Agonistas indiretos ( drogas acetilcolinesterásicas ):
- Drogas que facilitam a ação da acetilcolina pela inibição da enzima
acetilcolinesterase
- O fármaco edrofônio é um importante anticolinesterásico de ação curta, utilizado
frequentemente para ganho de força muscular em pacientes portadores de miastenia
gravis
- A pralidoxina é um fármaco utilizado na tentativa de se reverter a ação dos
organofosfatos ( anticolinesterásicos )
- Bloqueadores ganglionares:
- Muito pouco utilizados na prática clínica, tendo sua aplicação restrita no uso do
trimetafan para produção de hipotensão controlada na anestesia
- Estas drogas promovem bloqueio total dos gânglios autônomos e entéricos, tendo
como efeitos principais:
- Hipotensão e perda de reflexos cardíacos
- Inibição de secreções
- Paralisia gastrintestinal
- Principais:
- Hexametônio e tubocurarina:
- Não são utilizados na clínica atual
- Trimetafan:
- Única droga bloqueadora ganglionar utilizada autalmente
- Bloqueadores neuromusculares:
- Dividos em grupos distitos, dependendo de sua aplicação:
- Drogas que bloqueiam a captação de acetilcolina:
- Hemicolínio e trietilcolina
- Não são utilizados clinicamente
- Drogas que bloqueiam a liberação de acetilcolina:
- Aminoglicosídeos e toxina botulínica
- Drogas que produzem paralisia durante anestesia:
- Não despolarizantes:
- Tubocurarina
- Atuam como antagonistas competitivos nos receptores
colinérgicos
- Possuem efeito reversível, sendo de ação pós sináptica
- Despolarizantes:
- Suxametônio
- O principal efeito é o de relaxamento muscular
- Possui ação curta, podendo causar paralisia prolongada em
pacientes com deficiência congênita de colinesterase

Sistema adrenérgico

- Sistema caracterizado pela liberação de noradrenalina como neurotransmissor principal


- Estudos demonstraram que todos os receptores adrenérgicos estão acoplados à proteína G
- Os receptores adrenérgicos foram divididos em dois grande grupos, Alfa e Beta, sendo que
cada um deles possuem subgrupos
- Subgrupos dos receptores Alfa:
- Alfa1 e Alfa2:
- Este tipo de receptor está presente na musculatura lisa dos vasos sangüíneos
- Possuem maior afinidade por noradrenalina
- Mecanismo de transdução dos receptores Alfa1:
- Quando ocupados, ativam a fosfolipase C, com consequente produção
de IP3 e DAG como segundos mensageiros
- A resposta biológica subsequente é um aumento na concentração de
cálcio intracelular
- Este aumento de cálcio ativas as enzimas sinápticas, promovendo um
aumento na liberação de neurotransmissores
- Principais efeitos:
- Vasoconstrição
- Relaxamento do músculo liso gastrintestinal
- Secreção salivar e glicogenólise hepática
- Mecanismo de transdução dos receptores Alfa2:
- Inibem a adenilato ciclase, com consequente redução do AMPcíclico
- Principais efeitos:
- Inibição da liberação de neurotransmissores
- Agregação plaquetária
- Constração do músculo liso vascular
- Inibição da liberação de insulina
- Subgrupos dos receptores Beta:
- Todos os tipos de receptores Beta estimulam a adenilato ciclase e promovem
aumento do AMPcíclico
- Possuem maior afinidade por adrenalina
- Beta1:
- Presente no coração
- Principais efeitos:
- Aumento da frequência cardíaca e da força de contração
- Beta2:
- Presente no pulmão
- Principais efeitos:
- Broncodilatação, vasodilatação, relaxamento de músculo liso visceral,
glicogenólise heática e tremor muscular
- Beta3:
- Presente no tecido adiposo
- Principal efeito:
- Lipólise
- Síntese, amarzenamento e liberação de noradrenalina e adrenalina:
- A noradrenalina e a adrenalina são produzidas em neurônios do sistema nervoso
simpático
- Mecanismo:
- Tirosina  Tirosina Hidroxilase  DOPA  DOPA descarboxilase 
Dopamina  Dopamina Beta-Hidoxilase  Noradrenalina  Feniletanolamina
- N-metil trasferase  Adrenalina
- Após sua síntese, estes neurotransmissores são armazenados dentro de vesículas
endoplasmáticas
- A noradrenalina é internalizada por ação de uma proteína transportadora
denominada VMAT
- Este transporte é dependente de ATP
- Existem dois tipos de VMAT ( I e II ), sendo que o tipo I é o de maior quantidade
- Porém, como a noradrenalina é uma substãncia apolar, sua tendência é atravessar a
membrana da vesícula e voltar para o axoplasma
- Neste ponto, torna-se de fundamental importância a proteína CronograninaA, que se
liga à noradrenalina, reduzindo sua osmolaridade dentro da vesícula, impedindo com
isso a saída do neurotransmissor
- A despolarização do axônio promove influxo maciço de cálcio
- Este cálcio promove a fosforilação de enzimas sinápticas, que promovem a interação
da vesícula com a membrana da zona ativa, possibilitando a exocitose
- A liberação de noradrenalina é regulada por receptores presentes na membrana pré-
sináptica, e acredita-se que uma dos mecanismos de regulação seja o controle por
retroalimentação, no qual o próprio neurotransmissor se liga a um receptor pré-
sináptico e inibe a produção de adenilato ciclase
- Isto leva a uma redução do AMPcíclico com bloqueio dos canais de cálcio
- Destino da noradrenalina no terminal:
- Após ser liberada na fenda sináptica, a noradrenalina tem 3 destinos principais:
- Se ligar a receptores pós-sinápticos
- Se difundir
- Ser recaptada pelos terminais sinápticos:
- Sitema de recaptação tipo I:
- Sistema de recaptação presente em células neuronais, no qual o
neurotransmissor é recaptado para o terminal pré-sináptico
- É um sistema de recaptação lento, pois depende da participação
de transportadores
- Este sistema possui maior afinidade por noradrenalina, podendo
ser inibido por:
- Cocaína
- Antidepressivos tricídicos
- Anfetamina
- Sistema de recaptação tipo II:
- Sistema de recaptação presente em células neuronais e não
neuronais ( adrenal ), no qual o neurotransmissor é recaptado
para o terminal pós-sináptico
- É um sistema de recaptação rápida, pois independe da
participação de transportadores
- Este sistema possui maior afinidade por adrenalina, podendo ser
inibido por:
- Hormônios esteróides ( corticóides e testosterona )
- Degradação metabólica das catecolaminas ( adrenalina e noradrenalina ):
- MAO ( Monoaminaoxidase ):
- Ocorre no interior das células, estando ligada à superfície esterna da
mitocôndria
- As catecolaminas são transformadas em seus aldeídos correspondentes
- Existem dois tipos principais de MAO, a saber:
- Monoaminaoxidase tipo A:
- Maior afinidade por noradrenalina
- Monoaminaoxidase tipo B:
- Maior afinidade por Dopamina
- COMT ( Catecol-O-Metiltransferase ):
- Enzima altamente bem distribuída, ocorrendo tanto em tecidos neuronais
quanto não neuronais
- Atua metabolizando as próprias catecolaminas, possuindo maior afinidade por
noradrenalina
- Inibição da ação da noradrenalina pode ser conseguida por:
- Inibição da tirosina-hidroxilase, dopa-descarboxilase, DBH, VMAT, Influxo de cálcio,
Sistemas I e II de recaptação
- Adminstração de guanetidina, um fármaco com ação semelhante à da toxina
botulínica:
- Impede a liberação de neutrotransmissores, clivando a ligação da vesícula
com a proteína da zona ati va
- Metildopa:
- Utilizada no tratamento da hipertensão durante a gravidez
- É captada por neurônios adrenérgicos, onde compete com a DOPA pela reação de
formação da noradrenalina, formando então metilnoradrenalina
- Este falso neurotransmissor não é metabolizado no interior do neurônio pela MAO,
acumulando-se e deslocando a noradrenalina da vesícula sináptica, ocupando seu
lugar
- O falso neurotransmissor, ao ser liberado na fenda sináptica, possui dois efeitos
principais:
- Possui menor afinidade por receptores alfa1, reduzindo a ação vasoconstritora
da noradrenalina
- Possui maior afinidade por receptores alfa2, se ligando a estes receptores
presentes na membrana pré-sináptica, ativando o mecanismo de
retroalimentação ( inibição da adenilato ciclase  redução de AMPcíclico 
bloqueio dos canais de cálcio  redução na liberação de neurotransmissores )
- Efeito colateral:
- Sedação
- Está associada a um risco hemolítico de reação imune e hepatotoxicidade,
tendo seu uso restrito atualmente nos casos de hipertensão no final da
gravidez
- Anfetamina:
- Estruturalmente relacionada com a adrenalina
- Por se assemelharem a noradrenalina, competem com este neurotransmissor pelo
sistema de recaptação I
- Mecanismo de ação:
- São então internalizadas nas vesículas em substituição pela noradrenalina,
que se desloca para o citossol
- Parte da noradrenalina citossólica é degradada pela MAO, enquanto que outra
escapa, pela troca com a anfetamina, pelo sistema de recaptação 1
- A noradrenalina liberada na fenda se liga aos receptores pós sinápticos,
promovendo sua ação
- A anfetamina também reduz o sistema de recaptação 1 da noradrenalina,
potencializando assim os efeitos deste neurotransmissor
- Por não haver processo de exocitose, esse mecanismo independe do influxo
de cálcio
- Aplicações clínicas:
- Estimulante do sistema nervoso central, surpessor de apetite e no abudo de
drogas
- Efeito colateral:
- Hipertensão, taquicardia, insônia, inibição da motilidade intestinal
- Salbutamol:
- Agonista Beta2 adrenérgico, sendo utilizado no tratamento da asma e em trabalhos
de parto prematuro
- Efeito colateral:
- Taquicardia, disrritimia, tremor e vasodilatação periférica
- Propanolol:
- Antagonista Beta não seletivo, sendo utilizado nos quadros de angina pectoris,
hipertensão arterial, disritimias cardíacas, tremor de ansiedade, glaucoma
- Efeito colateral:
- Broncoconstrição, insuficiência cardíaca, frieza de extremidades, fadiga,
depressão e hipoglicemia
- Dobutamina:
- Agonista Beta1 não seletivo, utilizado em casos de choque cardiogênico
- Efeito colateral:
- Disritmias

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