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30 anos com Maria

A parte mais conhecida da vida de Jesus, aquela na qual ele realiza os milagres, ensina os
discípulos e, finalmente passa por sua paixão em Jerusalém, parece ter durado apenas três anos.
Os outros trinta anos são para nós, em sua grande maioria, desconhecidos. Sabemos, porém,
que durante todos esses anos Jesus era submisso aos pais e que crescia em estatura e Graça,
diante de Deus e dos homens. Qual não terá sido a importância da proximidade com Maria e
José para esse crescimento.

Uma bonita canção mariana diz: “Maria que fez o Cristo falar, Maria que fez Jesus caminhar...”.
Ela nos lembra da completa humanidade de Jesus. É muito forte que Jesus tenha se feito uma
criança indefesa nos braços de seus pais. Ele que é o próprio Deus onipotente quis passar por
todo esse processo de crescimento humano, contar com a generosidade de uma mãe que, como
qualquer outra mãe, precisou proteger, alimentar e cuidar para que o filho cresça de acordo
com a vontade de Deus.

Sabemos que a família de Jesus era piedosa. Vemos como Maria respondeu atentamente ao
anúncio do Anjo quando este lhe anunciou que seria a Mãe do Salvador. Vemos como seu
Magnificat é um eco do Antigo testamento, mostrando seu conhecimento da tradição de seu
povo. Vimos também José, um pouco antes, ser sensível à mensagem do anjo que lhe dizia para
não ter medo de tomar Maria como esposa. Todos esses acontecimentos nos falam de corações
verdadeiramente atentos ao espiritual, em relação intima com Deus.

Também podemos olhar aquele famoso episódio no qual Jesus, logo de subir para Jerusalém
com os pais aos 12 anos, fica na cidade enquanto seus pais voltam com a caravana. Depois de
um dia, Maria e José se são conta de que Jesus não está com eles e voltam a cidade para busca-
lo. Encontrando-o no terceiro dia no templo junto aos mestres, Maria exprime sua angústia na
mais compreensível das perguntas: “Meu Filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai
e eu, aflitos, te procurávamos! ”.

Meu pai diz que esse é o Evangelho da primeira travessura de Jesus. É engraçado, mas não
consegue explicar tudo o que aconteceu nessa cena. Jesus, com sua resposta, mostra já uma
consciência de que seu Pai é Deus e por isso é tão óbvio que ele esteja cuidando das coisas dEle.
Mostra uma consciência da missão que ele possui, do seu dever. Essa obediência ao Pai que já
começa a se manifestar é o fio condutor de toda sua vida e culminará na sua entrega na Cruz
trinta anos mais tarde.

Depois de mostrar essa consciência, ele volta com seus pais e lhes é submisso, como havíamos
adiantado ao começo. Naquele momento, diz-se que seus pais não compreenderam aquelas
palavras. Mas independente disso, a partir de então até seus trinta anos, Jesus deixou-se formar
por Maria e por José que eram os melhores instrumentos de Deus para cumprir com a missão
de preparar o Filho de Deus para que, chegada sua hora, cumprisse com sua missão. Não nos
esqueçamos, especialmente nesse mês mariano e na proximidade com o dia das mães, da
importância que elas têm para que sejamos pessoas bem disponíveis para cumprir com o Plano
do Senhor.

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