Você está na página 1de 96

Livro Eletrônico

Aula 00

Administração Pública (parte Direito Administrativo) p/ APDO-SP (Analista - Ciências


Contábeis)

Professores: Herbert Almeida, Rosenval Júnior, Time Herbert Almeida

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

AULA 0: Ato Administrativo

Sumário

ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................................. 4


INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................... 4
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 5
FATO ADMINISTRATIVO E CONCEITOS RELACIONADOS ................................................................................................. 7
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO .................................................................................................................................12
REQUISITOS, ELEMENTOS OU ASPECTOS DE VALIDADE................................................................................................16
ATRIBUTOS ....................................................................................................................................................31
CLASSIFICAÇÃO ...............................................................................................................................................38
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS ....................................................................................................................44
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.................................................................................................................48
DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA ............................................................................................................................52
QUESTÕES EXTRAS..........................................................................................................................................58
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA................................................................................................................80
GABARITO.......................................................................................................................................................84
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................93

Ol‡ concurseiros e concurseiras.

ƒ com muita satisfa•‹o que estamos lan•ando o curso de Administra•‹o


Pœblica (parte de Direito Administrativo) para o concurso de Analista de
Planejamento e Desenvolvimento Organizacional (Ci•ncias Cont‡beis) da
Prefeitura de S‹o Paulo.
De imediato, vejamos as caracter’sticas deste material:
ü grande quantidade de quest›es comentadas;
ü refer•ncias atualizadas, com ampla pesquisa na doutrina e jurisprud•ncia
recente;
ü contato direto com o professor atravŽs do f—rum de dœvidas.
Caso ainda n‹o me conhe•am, meu nome Ž Herbert Almeida, sou Auditor
de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Esp’rito Santo
aprovado em 1¼ lugar no concurso para o cargo. AlŽm disso, obtive o 1¼ lugar
no concurso de Analista Administrativo do TRT/23¼ Regi‹o/2011. Meu
primeiro contato com a Administra•‹o Pœblica ocorreu atravŽs das For•as
Armadas. Durante sete anos, fui militar do ExŽrcito Brasileiro, exercendo
atividades de administra•‹o como Gestor Financeiro, Pregoeiro, Respons‡vel pela
Conformidade de Registros de Gest‹o e Chefe de Se•‹o. Sou professor de Direito
Administrativo e Administra•‹o Pœblica aqui no EstratŽgia Concursos e
palestrante da Turma EstratŽgica.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
AlŽm disso, no Tribunal de Contas, participo de atividades relacionadas com
o Direito Administrativo.
Ademais, os concursos pœblicos em que fui aprovado exigiram diversos
conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus estudos,
resolvi diversas quest›es, aprendendo a forma como cada organizadora aborda os
temas previstos no edital. Assim, pretendo passar esses conhecimentos para
encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Ent‹o, de agora em diante,
vamos firmar uma parceria que levar‡ voc• ˆ aprova•‹o no concurso pœblico para
APDO da Prefeitura de S‹o Paulo.
Observo ainda que o nosso curso contar‡ com o apoio da Prof. Leticia
Cabral, que nos auxiliar‡ com as respostas no f—rum de dœvidas. A Prof. Leticia
Ž advogada e trabalha tambŽm como assessora de Procurador do Estado em
Vit—ria-ES. Atualmente tambŽm Ž aluna do mestrado em Direito Processual na
UFES (Universidade Federal do Esp’rito Santo). Com isso, daremos uma aten•‹o
mais completa e pontual ao nosso f—rum.

Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estar‡ estruturado em dez


aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras nove, vejamos o cronograma:
AULA CONTEÚDO DATA
Teoria geral do ato administrativo: conceitos, classificação, espécies,
elementos, requisitos e atributos do ato administrativo, extinção dos
atos administrativos. Vinculação e discricionariedade. Controle dos atos
Aula 0 Disponível
administrativos. Espécie e suas distinções gerais. Competência
administrativa: conceito e critérios de distribuição. Avocação e
delegação de competência. Ausência de competência: Agente de fato.
Regime jurídico da Licitação e dos contratos administrativos:
obrigatoriedade dispensa inexigibilidade e vedação da licitação; 29/05
Aula 1
procedimentos, anulação e revogação; modalidade de licitação. Lei
8.666/93 e legislação posterior.
Contratos administrativos: conceito, características e interpretação.
Aula 2 Reequilíbrio econômico-financeiro. Convênios, termos de parceria. 07/06
Gestão de contratos
Compras Públicas: registro de preços, preferências para micro e 13/06
Aula 3
pequenas empresas nas compras públicas
Modalidades de acordos administrativos: concessões de serviço público. 21/06
Aula 4
Contrato de Gestão.
Aula 5 Parceria Público-Privada. Consórcio administrativo. 28/06

Aula 6 Lei 8.989/79 – Do provimento, Do exercício e Da Vacância de cargos 05/07

Aula 7 Processo administrativo 13/07


Transparência, Lei de acesso à informação pública, participação social na 20/07
Aula 8
gestão.
Aula 9 Compras públicas e sustentáveis – Prof. Rosenval 01/06

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Vamos fazer uma observa•‹o importante! Ao longo da aula, vamos colocar
quest›es de verdadeiro ou falso do Cespe, tendo em vista que o tipo de assertiva
desta banca, alŽm de elevado n’vel, facilita a contextualiza•‹o com os assuntos
intermedi‡rios da aula (enquanto o assunto ainda est‡ Òfresco na cabe•aÓ). Ao
final da aula, ap—s apresentar toda a teoria, vamos trabalhar com quest›es de
mœltipla escolha.
Aten•‹o! Este curso Ž completo em pdf, sendo as videoaulas utilizadas
apenas de forma complementar, para facilitar a compreens‹o dos assuntos.
Somente ser‹o disponibilizados v’deos para os principais assuntos (aulas 0 a 2 e
4).

Por fim, se voc• quiser receber dicas di‡rias de prepara•‹o para concursos e
de Direito Administrativo, siga-me nas redes sociais (n‹o esque•a de habilitar as
notifica•›es no Instagram, assim voc• ser‡ informado sempre que eu postar uma
novidade por l‡):

@profherbertalmeida

www.facebook.com/profherbertalmeida/

@profherbertalmeida

Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.
Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais (copyright), nos
termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legisla•‹o sobre direitos
autorais e d‡ outras provid•ncias.

Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores


que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos
honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos ;-)

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
ATOS ADMINISTRATIVOS

Introdução

O exerc’cio da fun•‹o executiva da Administra•‹o Pœblica se expressa


por meio de uma espŽcie de ato jur’dico denominada de ato administrativo.
Portanto, o ato administrativo Ž uma espŽcie do g•nero ato jur’dico.
O antigo C—digo Civil (1916) denominava de ato jur’dico o Òato licito,
que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou
extinguir direitosÓ. Contudo, o novo C—digo Civil (2002) n‹o apresenta mais
essa defini•‹o, alinhando-se, portanto, ˆ doutrina moderna1. Nessa linha, o
ato jur’dico Ž a manifesta•‹o unilateral humana volunt‡ria que possui uma
finalidade imediata Ð ou direta Ð de produzir determinada altera•‹o no
mundo jur’dico2.
Na teoria geral do direito, podemos definir como fato jur’dico em
sentido amplo Ð fato jur’dico lato sensu Ð o elemento que d‡ origem aos
direitos dos sujeitos, impulsionando a cria•‹o da rela•‹o jur’dica,
concretizada pelas normas jur’dicas3. Em termos mais simples, Ž todo
acontecimento que possui algum significado para o direito. O fato
jur’dico lato sensu abrange:
a) fato jur’dico em sentido estrito Ð Ž o acontecimento
independente da vontade humana, que produz efeitos jur’dicos. Por
exemplo, nascimento, maioridade, decurso do tempo, cat‡strofe
natural que ocasiona a destrui•‹o de bens, etc.;
b) ato jur’dico Ð Ž o evento, dependente da vontade humana, que
possua a finalidade de realizar modifica•›es no mundo jur’dico.
N‹o nos interessa aprofundar o conceito de ato jur’dico, uma vez que
o seu estudo cabe a outras disciplinas. Sabe-se, pois, que ele possui
diversas classifica•›es e que seu conceito n‹o Ž un‰nime na doutrina. Para
a nossa aula, contudo, vamos interpret‡-lo como manifesta•‹o da vontade
humana unilateral (por exemplo, promessa de recompensa, uma oferta de

1
Para a doutrina moderna, não há mais a necessidade de um objetivo específico – “adquirir, resguardar,
transferir, modificar, e extinguir direitos” –, basta que exista a finalidade de produzir efeitos no mundo jurídico
(e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 101). Todavia, alguns autores, como Hely Lopes Meirelles (2014, p. 159), preservam,
no conceito de ato administrativo – conforme veremos adiante –, os objetivos específicos previstos no antigo
Código Civil.
2
Alexandrino e Paulo, 2011.
3
Diniz, 2012, p. 557.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
a•›es de uma sociedade an™nima, a assinatura de uma nota promiss—ria),
seguindo os ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo,
deixando o voc‡bulo ÒcontratoÓ para expressar os v’nculos jur’dicos que
dependem da manifesta•‹o de vontade de mais de uma pessoa para se
aperfei•oar.
A partir da’, podemos concluir que o ato administrativo Ž uma espŽcie
espec’fica de ato jur’dico, caracterizando-se, principalmente, pela finalidade
pœblica.

Fato jurídico em
sentido estrito
Fato jurídico em
sentido amplo
Ato
Ato Jurídico
administrativo

Conceito

De acordo com Hely Lopes Meirelles, o conceito de ato administrativo


Ž fundamentalmente o mesmo do ato jur’dico, diferenciando-se por ser uma
categoria direcionada ˆ finalidade pœblica.
JosŽ dos Santos Carvalho Filho, por outro lado, apresentando uma
diferencia•‹o mais completa, aduz que existem tr•s pontos fundamentais
para a caracteriza•‹o do ato administrativo:
a) Ž necess‡rio que a vontade emane de agente da Administra•‹o
Pœblica ou de alguŽm dotado das prerrogativas desta;
b) seu conteœdo h‡ de propiciar a produ•‹o de efeitos jur’dicos com
fim pœblico;
c) toda a categoria de atos deve ser regida basicamente pelo direito
pœblico.
O primeiro ponto Ž que os atos administrativos devem ser praticados
por um agente da Administra•‹o Pœblica (como um servidor pœblico) ou por
aqueles que est‹o dotados das prerrogativas pœblicas. Dessa forma, os atos
administrativos tambŽm podem ser praticados por particulares que tenham
recebido do Estado, por delega•‹o, o dever de execut‡-los, ou seja, os
particulares investidos da fun•‹o pœblica. ƒ isso que ocorre na concess‹o,
permiss‹o e autoriza•‹o de servi•o pœblico.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
No entanto, o ato administrativo s— ocorre quando a Administra•‹o
Pœblica ou os particulares estejam atuando com o fim de atender a uma
finalidade pœblica. Neste caso, Ž necess‡rio que eles estejam investidos
das prerrogativas do regime-jur’dico administrativo, agindo em situa•‹o de
verticalidade perante o administrado. Por conseguinte, como o ato
administrativo ocorre no exerc’cio das fun•›es pœblicas, eles s‹o
executados com predom’nio do direito pœblico.
Nesse contexto, podemos analisar as defini•›es de alguns de nossos
principais doutrinadores:
Ø JosŽ dos Santos Carvalho Filho:
Ò[...] a exterioriza•‹o da vontade de agentes da Administra•‹o
Pœblica ou de seus delegat‡rios, nessa condi•‹o, que, sob regime
de direito pœblico, vise ˆ produ•‹o de efeitos jur’dicos, com o
fim de atender ao interesse pœblico.Ó

Ø Maria Sylvia Zanella Di Pietro,


Ò[...] pode-se definir ato administrativo como a declara•‹o do
Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jur’dicos
imediatos, com observ‰ncia da lei, sob regime jur’dico de direito
pœblico e sujeita a controle pelo Poder Judici‡rio.Ó

Ø Hely Lopes Meirelles,


ÒAto administrativo Ž toda manifesta•‹o unilateral de vontade da
Administra•‹o Pœblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e
declarar direitos, ou impor obriga•›es aos administrados ou a si
pr—pria.Ó

Ø Celso Ant™nio Bandeira de Mello,


Òdeclara•‹o do Estado (ou de quem lhe fa•a as vezes Ð como,
por exemplo, um concession‡rio de servi•o pœblico), no exerc’cio de
prerrogativas pœblicas, manifestada mediante provid•ncias
jur’dicas complementares da lei a t’tulo de lhe dar cumprimento,
e sujeitas a controle de legitimidade por —rg‹os jurisdicional.Ó

Apesar de alguns pontos divergentes, o conceito de ato administrativo,


em geral, envolve a manifesta•‹o ou declara•‹o da vontade da

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Administra•‹o Pœblica, quando atua na qualidade de Poder Pœblico, ou
de particulares no exerc’cio das prerrogativas pœblicas, com o
objetivo direto de produzir efeitos jur’dicos, tendo como finalidade o
interesse pœblico e sob regime jur’dico de direito pœblico.
Acrescenta-se, que os atos administrativos sujeitam-se ˆ lei e s‹o
sempre pass’veis de controle judicial. Ali‡s, Ž importante mencionar que os
particulares, quando realizam atos administrativos, equiparam-se ˆs
autoridades pœblicas para fins de controle de legalidade por meio das a•›es
espec’ficas para o controle dos atos estatais, a exemplo do mandado de
seguran•a (CF, art. 5¼, LXIX) e a•‹o popular (CF, art. 5¼, LXXIII).
AlŽm disso, conforme ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o
exerc’cio da atividade pœblica geral engloba tr•s tipos de atos inconfund’veis
entre si: (a) atos legislativos (elabora•‹o de normas prim‡rias); (b) atos
judiciais (exerc’cio da jurisdi•‹o); (c) atos administrativos.
Os dois primeiros se referem ˆs fun•›es t’picas dos Poderes Legislativo
e Judici‡rio, enquanto o œltimo trata da fun•‹o t’pica do Poder Executivo.
Contudo, os —rg‹os daqueles Poderes tambŽm realizam atos
administrativos, em particular nos atos de gest‹o interna, nomea•‹o de
servidores, aquisi•‹o de material, etc.

Fato administrativo e conceitos relacionados

Este Ž um tema bem controverso, uma vez que os principais


doutrinadores apresentam conceitos diferentes para fato administrativo.
Em uma primeira an‡lise, o fato administrativo tem o sentido de
atividade material no exerc’cio da fun•‹o administrativa, que visa a
efeitos de ordem pr‡tica para a Administra•‹o. S‹o exemplos a apreens‹o
de mercadorias, a dispers‹o de manifestantes, a limpeza de uma rua.
Muitas vezes, o fato administrativo Ž a consequ•ncia de um ato
administrativo, isto Ž, Ž a opera•‹o material do ato administrativo. Dessa
forma, ap—s o Estado manifestar a sua vontade, cumpre o dever de execut‡-
la. Por exemplo, a demoli•‹o de um prŽdio (atividade material Ð fato
administrativo) Ž resultante da ordem de servi•o da administra•‹o
(manifesta•‹o da vontade Ð ato administrativo); a edi•‹o de um decreto

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
(ato administrativo) por ter como consequ•ncia a desapropria•‹o de um
bem particular (fato administrativo)4.
Assim, muitas vezes teremos o fato administrativo como a opera•‹o
material de um ato administrativo.
Entretanto, h‡ fatos administrativos que n‹o decorrem de um ato
administrativo. Alguns decorrem das chamadas condutas administrativas,
isto Ž, as a•›es da Administra•‹o n‹o formalizadas em um ato
administrativo. Por exemplo, a mudan•a de um departamento de local n‹o
Ž, por si s—, um ato administrativo. Entretanto, representa uma atua•‹o
material da Administra•‹o.
AlŽm disso, existem os atos materiais que decorrem dos fen™menos
naturais que repercutem na esfera da Administra•‹o. Como exemplos,
podemos citar um raio que vier a destruir um bem pœblico ou, ent‹o, uma
enchente que inutilizar equipamentos pœblicos.
Assim, a partir dos ensinamentos de JosŽ dos Santos Carvalho Filho,
podemos constatar que os fatos administrativos se subdividem em dois
grupos: volunt‡rios e naturais. Os fatos administrativos volunt‡rios
podem se materializar por duas maneiras (a) por atos administrativos, que
formalizam a provid•ncia desejada pelo administrador por meio da
manifesta•‹o da vontade; (b) por condutas administrativas, que refletem
os comportamentos e as a•›es administrativas. Por outro lado, os fatos
administrativos naturais s‹o aqueles que se originam de fen™menos da
natureza, cujos efeitos venham a refletir na —rbita administrativa.

(a) Os que decorrem de atos


administrativos
Voluntários
(b) Os que decorrem de condutas
Fatos administrativos administrativas

Decorrem de fenômenos da
Naturais
natureza

Numa segunda defini•‹o, apresentada por Marcelo Alexandrino e


Vicente Paulo, os fatos administrativos s‹o quaisquer atua•›es da
Administra•‹o que produzam efeitos jur’dicos, sem que esta seja a sua
finalidade imediata. Essas atua•›es n‹o correspondem a uma manifesta•‹o
de vontade da Administra•‹o, porŽm trazem consequ•ncias jur’dicas.

4
Exemplos retirados de Alexandrino e Paulo, 2011, p. 419.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Os autores citam como exemplo a colis‹o de um ve’culo oficial da
Administra•‹o Pœblica dirigido por um agente pœblico, nesta qualidade, e
um ve’culo particular. No caso, a colis‹o resultou de uma atua•‹o
administrativa e produzir‡ efeitos jur’dicos, porŽm n‹o se trata de ato
administrativo, pois n‹o ocorreu uma manifesta•‹o de vontade com a
finalidade de produzir efeitos jur’dicos. Logo, trata-se de um fato
administrativo.
A atua•‹o administrativa gerou consequ•ncias jur’dicas, todavia n‹o
podemos falar de ato administrativo, j‡ que n‹o houve manifesta•‹o de
vontade direcionada a produzir esses resultados.
Uma terceira aplica•‹o vem dos ensinamentos de Maria Sylvia Zanella
Di Pietro. Segundo a doutrinadora, o ato Ž sempre imput‡vel ao homem,
enquanto o fato decorre de acontecimentos naturais, que
independem do homem ou dele dependem apenas indiretamente. Um
exemplo de fato Ž a morte, que Ž algo natural5.
Quando um fato corresponde a algum efeito contido em norma legal,
ele Ž um fato jur’dico, pois produz efeitos no Direito. Se este fato produzir
efeito no Direito Administrativo, trata-se de um fato administrativo. A
morte de um servidor Ž um fato administrativo, pois tem como efeito a
vac‰ncia do cargo.
Dessa forma, Maria Di Pietro s— considera como fato administrativo o
evento da natureza cuja norma legal preveja algum efeito para o
Direito Administrativo. Ainda segundo a autora, se o fato n‹o produz
efeitos jur’dicos no Direito Administrativo, ele ser‡ um fato da
administra•‹o.

Apesar das várias conceituações, Alexandrino e Paulo


apresentam algumas características comuns para as
definições de fato administrativo6:
a) não possuem como finalidade a produção de efeitos jurídicos (conquanto,
eventualmente, possam decorrer efeitos jurídicos deles);
b) não há manifestação ou declaração de vontade, com conteúdo jurídico, da
administração pública;
c) não faz sentido falar em “presunção de legitimidade” de fatos administrativos;
d) não existe revogação ou anulação de fatos administrativos;

5
Di Pietro, 2014.
6
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 420.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
e) não faz sentido falar em fatos administrativos discricionários e vinculados7.

1. (Cespe – ATA/MIN/2013) A construção de uma ponte pela administração


pública caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma atividade pública
material em cumprimento de alguma decisão administrativa.
Comentário: segundo o entendimento da banca, em que pese alguns
doutrinadores trabalhem de forma distinta, o fato administrativo constitui uma
atividade pública material em cumprimento de alguma decisão administrativa.
Gabarito: correto.

2. (Cespe – ATA/MIN/2013) Todos os atos da administração pública que


produzem efeitos jurídicos são considerados atos administrativos, ainda que sejam
regidos pelo direito privado.
Comentário: nem todos os atos da administração que produzem efeitos
jurídicos são atos administrativos, mas somente aqueles regidos pelo direito
público.
Gabarito: errado.

3. (Cespe – AJ/TRT 10/2013) Os fatos administrativos não produzem efeitos


jurídicos, motivo pelo qual não são enquadrados no conceito de ato administrativo.
Comentário: os fatos administrativos causam efeitos jurídicos, mas,
diferentemente dos atos administrativos, independem do homem.
Gabarito: errado.

4. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) A designação de ato administrativo abrange toda


atividade desempenhada pela administração.
Comentário: a doutrina menciona a diferença entre atos da Administração e
atos administrativos. Estes últimos são apenas os atos realizados pela
Administração em posição de superioridade perante os particulares, ou seja,
são apenas os atos realizados sob regime jurídico de direito público. Os atos
da Administração, por outro lado, são os atos que não se revestem do regime
jurídico administrativo, ou seja, são atos de Direito Privado, em que há

7
Os conceitos de “presunção de legitimidade”, revogação, anulação, vinculação e discricionariedade serão
discutidos ao longo desta aula.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
igualdade entre as partes. Por exemplo, quando a Administração emite um
cheque ela não realiza um ato administrativo, mas um ato da Administração,
uma vez que não existe superioridade nesse tipo de ato. Nessa perspectiva,
atos administrativos são aqueles realizados sob Direito Público
(superioridade), enquanto os atos da Administração são regidos pelo Direito
Privado (horizontalidade).
Cabe alertar, no entanto, que alguns doutrinadores referem-se aos atos da
Administração para designar qualquer ato formalizado pela Administração
Pública. Assim, os atos da Administração são gênero que abrangem: (a) os
atos administrativos; (b) os atos de direito privado; (c) os atos políticos; (d)
os atos normativos; (e) os atos materiais (fato administrativo); etc.
Portanto, são os atos da Administração que abrangem toda atividade
desempenhada pela Administração. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

5. (Cespe – ATA/MIN/2013) Quando o juiz de direito prolata uma sentença, nada


mais faz do que praticar um ato administrativo.
Comentário: quando um juiz prolata uma sentença, na verdade, ele está
exercendo um ato judicial, por ser um ato típico da função jurisdicional. Esse
é o erro da questão.
Hely Lopes Meirelles informa que existem três categorias de atos na atividade
pública em geral: (a) atos legislativos; (b) atos judiciais; e (c) atos
administrativos. A decisão do juiz enquadrou-se na categoria de ato judicial.
Gabarito: errado.

6. (Cespe - AA/IBAMA/2013) Ato administrativo corresponde, conceitualmente, a


manifestação unilateral de vontade do Poder Executivo, com efeito jurídico imediato,
exarada sob o regime jurídico de direito público.
Comentário: o ato administrativo é a manifestação unilateral da vontade da
Administração Pública com o objetivo direto de produzir efeitos jurídicos,
tendo como finalidade o interesse público e sob regime jurídico de direito
público.
Gabarito: errado.

7. (Cespe - Ana/BACEN/2013) Para concretizar a desapropriação de um imóvel,


a administração toma providência para tomar a posse desse imóvel, situação que
constitui exemplo de fato administrativo.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Comentário: a situação apresentada constitui um fato administrativo


decorrente de um ato administrativo (operação material do ato administrativo).
Dessa forma, após o Estado manifestar a sua vontade, ele poderá cumprir o
seu dever e executar a desapropriação.
Gabarito: correto.

8. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) A pavimentação de uma rua pela administração


pública municipal representa um fato administrativo, atividade decorrente do
exercício da função administrativa, que pode originar-se de um ato administrativo.
Comentário: é isso ai. O fato administrativo tem o sentido de atividade material
no exercício da função administrativa. Assim, a pavimentação de uma rua se
enquadra na categoria de fato administrativo.
Gabarito: correto.

9. (Cespe – Escrivão/PC-BA/2013) O contrato de financiamento ou mútuo


firmado pelo Estado constitui ato de direito privado, não sendo, portanto,
considerado ato administrativo.
Comentário: um contrato de financiamento ou mútuo firmado pelo Estado é
regido pelas normas de direito privado. Neste caso, o Estado está atuando em
situação de igualdade perante o administrado. Dessa forma, é apenas um ato
da administração, mas não é um ato administrativo.
Gabarito: correto.

10. (Cespe – DP-DF/2013) A edição de atos administrativos é exclusiva dos órgãos


do Poder Executivo, não tendo as autoridades dos demais poderes competência
para editá-los.
Comentário: da mesma forma que o Poder Executivo, os demais poderes
também realizam atos administrativos. A nomeação de um servidor, por
exemplo, pode ocorrer em qualquer um dos poderes e é um exemplo de ato
administrativo.
Gabarito: errado.

Silêncio administrativo

AtŽ agora falamos sempre de Òdeclara•‹oÓ, Òmanifesta•‹oÓ, ÒcondutaÓ,


Òatua•‹oÓ. Entretanto, n‹o falamos como se classifica a Òomiss‹oÓ da
Administra•‹o que possua efeitos jur’dicos. Se a Administra•‹o

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
simplesmente n‹o fizer nada e dessa omiss‹o decorrer um efeito jur’dico,
estar’amos falando em Òato administrativoÓ?
Partindo dos ensinamentos de Bandeira de Mello e de Carvalho Filho,
o sil•ncio administrativo, isto Ž, a omiss‹o da Administra•‹o quando
lhe incumbe o dever de se pronunciar, quando possuir algum efeito
jur’dico, n‹o poder‡ ser considerado ato jur’dico e, portanto, tambŽm n‹o
Ž ato administrativo. Dessa forma, os autores consideram o sil•ncio como
um fato jur’dico administrativo.
Por exemplo, se um cidad‹o requisitar o seu direito de obter certid‹o
em reparti•›es pœblicas, para a defesa de um direito seu (CF, art. 5¼,
XXXIV), e a Administra•‹o n‹o atender ao pedido dentro do prazo, n‹o
teremos um ato administrativo, pois n‹o houve manifesta•‹o de vontade.
Contudo, a omiss‹o, nesse caso, pode gerar diversos efeitos, pois viola o
dever funcional do agente pœblico. AlŽm disso, se a omiss‹o gerar algum
dano ao cidad‹o, o Estado poder‡ ser responsabilizado patrimonialmente.
Ainda assim, como n‹o houve manifesta•‹o, mas ocorreu um efeito jur’dico,
temos somente um fato jur’dico administrativo.
Nesse sentido, vejamos os claros ensinamentos de Carvalho Filho8,
Urge anotar, desde logo, que o sil•ncio n‹o revela pr‡tica de ato
administrativo, eis que inexiste manifesta•‹o formal de vontade; n‹o h‡,
pois, qualquer declara•‹o do agente sobre a sua conduta. Ocorre, isto sim,
um fato jur’dico administrativo, que, por isso mesmo, h‡ de produzir
efeitos na ordem jur’dica. (grifos nossos)

Os efeitos do sil•ncio dependem do que est‡ previsto na lei. Assim,


existem hip—teses em que a lei descreve as consequ•ncias da omiss‹o da
Administra•‹o e outros em que n‹o h‡ qualquer refer•ncia ao efeito
decorrente do sil•ncio.
No primeiro caso Ð quando a lei descrever os efeitos do sil•ncio Ð,
poder‡ existir duas situa•›es: 1¼) a lei prescreve que o sil•ncio significa
manifesta•‹o positiva (anu•ncia t‡cita); 2¼) a lei disp›e que a omiss‹o
significa manifesta•‹o denegat—ria, ou seja, considera que o pedido foi
negado.
Por exemplo, o art. 12, ¤ 1¼, II, da Lei n¼ 10.522/2000, descreve que
o pedido de parcelamento de d’vida junto ˆ Receita Federal do Brasil (RFB)
ser‡ Òconsiderado automaticamente deferido quando decorrido o prazo de
90 (noventa) dias, contado da data do pedido de parcelamento sem que a

8
Carvalho Filho, 2014, p. 103.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Fazenda Nacional tenha se pronunciadoÓ. Nesse caso, temos uma anu•ncia
t‡cita, ou seja, um efeito positivo do sil•ncio administrativo.
Outro exemplo consta no art. 8¼, par‡grafo œnico, da Lei n¼
9.507/1997 (Lei do Habeas Data), que apresenta hip—teses em que o mero
decurso do prazo, sem pertinente decis‹o da Administra•‹o Pœblica, implica
o indeferimento do pedido. Aqui, temos um exemplo de efeito negativo do
sil•ncio, isto Ž, uma manifesta•‹o denegat—ria.
PorŽm, o certo Ž que, na maior parte dos casos, as leis sequer disp›em
sobre as consequ•ncias da omiss‹o administrativa. O sil•ncio
administrativo, quando n‹o h‡ previs‹o legal de suas consequ•ncias, n‹o
possui efeitos jur’dicos, sendo necess‡rio recorrer a outras inst‰ncias, como
o Poder Judici‡rio, para que o juiz conceda o direito ou determine que a
Administra•‹o se manifeste.
Em resumo, devemos entender que a omiss‹o s— possui efeitos
jur’dicos quando a lei assim dispuser (negando ou concedendo o pedido).
Caso n‹o haja previs‹o legal das consequ•ncias, o silencia n‹o possuir‡
efeitos jur’dicos.

O sil•ncio administrativo s— possui efeitos


jur’dicos quando a lei assim dispuser
(negando ou concedendo o pedido).

Vejamos algumas quest›es sobre o tema.

11. (Cespe – Admin/SUFRAMA/2014) Caso a administração seja suscitada a se


manifestar acerca da construção de um condomínio em área supostamente
irregular, mas se tenha mantida inerte, essa ausência de manifestação da
administração será considerada ato administrativo e produzirá efeitos jurídicos,
independentemente de lei ou decisão judicial.
Comentário: a ausência de manifestação da administração representa um
silencio administrativo, que não é considerado ato administrativo pela
doutrina majoritária. Ademais, o silêncio só possuirá efeitos quando a lei
determinar. Daí o erro da questão.
Gabarito: errado.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
12. (Cespe – ATA/MIN/2013) O silêncio administrativo, que consiste na ausência
de manifestação da administração pública em situações em que ela deveria se
pronunciar, somente produzirá efeitos jurídicos se a lei os previr.
Comentário: o silêncio administrativo só possui efeitos jurídicos quando a lei
determinar. Nesse caso, a norma deverá esclarecer se a omissão possui efeito
positivo (anuência tácita) ou negativo (omissão denegatória).
Gabarito: correto.

13. (Cespe – Procurador/Bacen/2013 – adaptada) Quando a lei estabelece que o


decurso do prazo sem a manifestação da administração pública implica aprovação
de determinada pretensão, o silêncio administrativo configura aceitação tácita,
hipótese em que é desnecessária a apresentação de motivação pela administração
pública para a referida aprovação.
Comentário: existência situações em que a ausência de manifestação da
Administração, dentro do prazo previsto na norma (decurso do prazo),
significa que a pretensão (o pedido do administrado) foi concedida (aceitação
tácita). Vimos o exemplo do art. 12, § 1º, II, da Lei nº 10.522/2000, quando a
ausência de pronunciamento em até 90 dias sobre o pedido de parcelamento
junto à Receita Federal, será considerada como deferimento do pedido.
Nesses casos, como sequer houve manifestação, por óbvio não existirá
necessidade de motivação (apresentação dos motivos). Logo, o item está
correto.
Gabarito: correto.

14. (Cespe – Auditor/TCE-ES/2012) O silêncio administrativo consiste na ausência


de manifestação da administração nos casos em que ela deveria manifestar-se. Se
a lei não atribuir efeito jurídico em razão da ausência de pronunciamento, o silêncio
administrativo não pode sequer ser considerado ato administrativo.
Comentário: começamos pela parte conceitual. Segundo Carvalho Filho, o
silêncio administrativo é a “omissão da Administração quando lhe incumbe
manifestação de caráter comissivo”. Logo, trata-se da ausência de
manifestação quando, na verdade, a Administração deveria ter se
manifestado.
Celso Antônio Bandeira de Mello e José dos Santos Carvalho Filho não
consideram o silêncio como ato administrativo, os autores destacam que se
trata de fato jurídico administrativo.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Marçal Filho, por outro lado, dispõe que o silêncio, quando significar
manifestação de vontade da Administração, ou seja, quando a lei dispuser os
efeitos dele decorrente, poderá ser considerado ato administrativo.
Não dá para extrair o entendimento da banca nesse caso, pois ela não afirmou
categoricamente que “o silêncio administrativo será considerado ato
administrativo quando a lei dispuser os seus efeitos”. Porém, o fato é que,
sempre que a lei não dispuser sobre os efeitos, o silêncio não será ato
administrativo. Assim, o item está correto.
Gabarito: correto.

15. (Cespe – Notários/TJDFT/2008) O silêncio administrativo não significa


ocorrência do ato administrativo ante a ausência da manifestação formal de
vontade, quando não há lei dispondo acerca das conseqüências jurídicas da
omissão da administração.
Comentário: entendimento semelhante ao anterior. A banca fugiu da polêmica,
dispondo apenas que, quando a lei não dispuser sobre os efeitos jurídicos, o
silêncio administrativo não significa ocorrência de ato administrativo. Assim,
mais um item correto.
Gabarito: correto.

Requisitos, elementos ou aspectos de validade

A doutrina utiliza diversos termos para designar este ponto da nossa


aula. Mar•al Justen Filho se refere aos aspectos dos atos administrativos;
Maria Sylvia Zanella Di Pietro prefere falar em elementos; por fim, Hely
Lopes Meirelles utiliza a designa•‹o de requisitos dos atos administrativos.
Independentemente da nomenclatura utilizada, o que os autores
querem se referir com estes termos Ž sobre os pressupostos de validade
dos atos administrativos. Nas li•›es de Carvalho Filho, isso significa dizer
que estar‡ contaminado por v’cio de legalidade o ato praticado sem a
observ‰ncia de qualquer desses pressupostos, sujeitando-o, em regra, ˆ
anula•‹o.
Os autores costumam se basear no art. 2¼ da Lei 4.717/19659 (Lei da
A•‹o Popular) para apresentar os seguintes elementos dos atos
administrativos: compet•ncia; finalidade; forma; motivo; e objeto10.

9
10
Nesse sentido: Meirelles (2013, p. 161); Carvalho Filho (2014, pp. 106-121); Alexandrino e Paulo (2011, p. 442).

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Esse Ž posicionamento dominante, prevalecente, portanto, nas bancas de
concurso.

O art. 2º da Lei da Ação Popular dispõe que são nulos os


atos lesivos ao patrimônio nos casos de:

a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência


dos motivos; e) desvio de finalidade.

Cumpre registrar, porŽm, que Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Mar•al


Justen Filho e Celso Ant™nio Bandeira de Mello preferem utilizar o termo
sujeito no lugar da compet•ncia.
Em r‡pidas palavras, podemos definir cada um desses elementos da
seguinte forma:

a) competência: poder legal conferido ao agente para o desempenho de suas


atribuições;
b) finalidade: o ato administrativo deve se destinar ao interesse público (finalidade
geral) e ao objetivo diretamente previsto na lei (finalidade específica);
c) forma: é o modo de exteriorização do ato;
d) motivo: situação de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica
o ato;
e) objeto: também chamado de conteúdo, é aquilo que o ato determina, é a
alteração no mundo jurídico que o ato se propõe a processar, ou seja, o efeito
jurídico do ato.

A Prof. Maria Di Pietro divide os elementos dos atos administrativos em


elementos essenciais e elementos acidentais ou acess—rios. S‹o elementos
essenciais aqueles que vimos acima, ou seja, compet•ncia, finalidade,
forma, motivo e objeto. Por outro lado, s‹o elementos acidentais ou
acess—rios aqueles que ampliam ou restringem os efeitos jur’dicos do ato,
compreendendo o termo, a condi•‹o e o modo ou encargo. Ademais, os
elementos acidentais referem-se ao objeto do ato e s— podem existir nos
atos discricion‡rios, uma vez que decorrem da vontade das partes.11

11
Di Pietro, 2014, p. 212.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Portanto, os elementos essenciais existem, obrigatoriamente, em
todos os atos administrativos. Os elementos acidentais, por outro lado,
podem existir apenas nos atos discricion‡rios, referindo-se sempre ao seu
objeto.

Competência

ESSENCIAIS Finalidade

(ComFiForMOb) Forma

Sempre existem Motivo


ELEMENTOS DOS
ATOS
ADMINISTRATIVOS Objeto

ACIDENTAIS Termo
(TeCoM)
Podem existir Condição
(somente em
relação ao objeto) Modo ou encargo

Para facilitar a compreens‹o, vamos detalhar cada um desses


elementos dos atos administrativos.

16. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) Consoante a doutrina, são requisitos ou elementos


do ato administrativo a competência, o objeto, a forma, o motivo e a finalidade.
Comentário: esses são os requisitos dos atos administrativos. Lembrando
que competência, finalidade e forma são sempre vinculados, enquanto motivo
e objeto podem ser discricionários.
Ademais, podemos observar que, em regra, só são mencionados os
elementos essenciais dos atos administrativos, que são os seus requisitos de
validade, presentes em todos os atos administrativos.
Gabarito: correto.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Competência

Segundo Hely Lopes Meirelles, a compet•ncia administrativa Ž o poder


atribu’do ao agente para o desempenho espec’fico de suas fun•›es. As
compet•ncias resultam de lei e por ela s‹o delimitadas. Logo, de forma
simples, podemos entender as compet•ncias como o poder legal
conferido aos agentes pœblicos para o desempenho de suas
atribui•›es.
Como j‡ informado, alguns autores preferem utilizar o termo
ÒsujeitoÓ, referindo-se ao agente a quem a lei atribui a compet•ncia legal.
AlŽm de ser um poder, a compet•ncia Ž um dever, isso porque o agente
competente Ž obrigado a atuar nas0 condi•›es que a lei o determinou. Quem
titulariza uma compet•ncia tem o poder-dever de desempenh‡-la. N‹o se
pode renunciar a compet•ncia, tendo em vista a indisponibilidade do
interesse pœblico. Portanto, a compet•ncia Ž sempre um elemento
vinculado do ato administrativo.

O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello faz uma análise


sobre as características das competências, informando
que elas são12:

a) de exercício obrigatório para os órgãos e agentes públicos;


b) irrenunciáveis, por conseguinte, quem possui as competências não pode abrir
mão delas enquanto as titularizar. Admite-se apenas que o exercício da competência
seja, temporariamente, delegado. Porém, nesses casos, a autoridade delegante
permanece apta a exercer a competência e pode revogar a delegação a qualquer
tempo, logo continua com a sua titularidade;
c) intransferíveis, ou seja, não podem ser objeto de transação para repassá-las a
terceiros. Aqui, valem as mesmas observações feitas acima;
d) imodificáveis pela vontade do próprio titular, uma vez que os seus limites são
estabelecidos em lei. Ninguém pode dilatar ou restringir uma competência por sua
própria vontade, devendo sempre observar as determinações legais;
e) imprescritíveis, isto é, mesmo que a pessoa fique por um longo tempo sem utilizar
a sua competência, nem por isso ela deixará de existir.

12
Bandeira de Mello, 2014, pp. 149-150.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
De forma semelhante, Carvalho Filho ensina que a compet•ncia Ž
inderrog‡vel, isto Ž, n‹o se transfere a terceiros por acordo entre as
partes (Ž o mesmo que intransfer’vel); e improrrog‡vel, ou seja, n‹o se
ganha com o tempo pela simples pr‡tica do ato. A improrrogabilidade
significa que a incompet•ncia n‹o se transmuda em compet•ncia ao longo
do tempo. Dessa forma, se um agente n‹o tiver compet•ncia para certa
fun•‹o, n‹o poder‡ vir a t•-la pela simples aus•ncia de questionamento dos
atos que praticou, a n‹o ser que a antiga norma seja modificada.
Ap—s essa exposi•‹o inicial, vamos detalhar alguns pontos importantes
da compet•ncia: a delega•‹o e a avoca•‹o.

Avocação e delegação

A Lei 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo) Ž um importante


par‰metro quando se fala em delega•‹o e avoca•‹o de compet•ncias.
Apesar de ser uma lei destinada apenas ao Governo Federal, a norma
incorporou o pensamento doutrin‡rio e, por conseguinte, Ž fonte de estudo
para qualquer situa•‹o.
A delega•‹o de compet•ncia envolve a transfer•ncia da execu•‹o ou
da incumb•ncia da presta•‹o do servi•o, sendo que a titularidade
permanece com o delegante, que poder‡, a qualquer momento, revogar
a delega•‹o (Lei 9.784, art. 14, ¤2¼13). Nesse contexto, o art. 11 da Lei do
Processo Administrativo estabelece que a compet•ncia Ž irrenunci‡vel e
se exerce pelos —rg‹os administrativos a que foi atribu’da como pr—pria,
salvo os casos de delega•‹o e avoca•‹o legalmente admitidos.
A delega•‹o, desde que n‹o exista impedimento legal, pode ocorrer
para —rg‹os ou agentes, subordinados ou n‹o, ou seja, Ž poss’vel delegar
uma atribui•‹o, ainda que n‹o haja hierarquia entre o delegante
(aquele que delega a atribui•‹o) e o delegado (aquele que recebe a
atribui•‹o). Quando existir hierarquia, a delega•‹o se efetivar‡ por meio
de ato unilateral, efetivando-se independentemente do consentimento ou
concord‰ncia do —rg‹o ou autoridade delegada. Por outro lado, se n‹o
houver hierarquia, a delega•‹o depender‡ de concord‰ncia do —rg‹o ou
agente que recebe a delega•‹o, ou seja, ocorrer‡ por ato bilateral. Por
exemplo, os DETRANs estaduais Ð que s‹o autarquias Ð podem delegar
compet•ncias ˆs pol’cias militares Ð —rg‹os da administra•‹o direta dos

13
Art. 14. [...] § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
estados Ð por meio de conv•nio para o exerc’cio das fun•›es da pol’cia de
tr‰nsito, inclusive para a aplica•‹o de multas14.
Dessa forma, conforme disp›e a Lei 9.784/1999 (art. 12), um Ò—rg‹o
administrativo e seu titular poder‹o, se n‹o houver impedimento legal,
delegar parte da sua compet•ncia a outros —rg‹os ou titulares, ainda que
estes n‹o lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em raz‹o de circunst‰ncias de ’ndole tŽcnica, social,
econ™mica, jur’dica ou territorialÓ.
ƒ poss’vel, inclusive, que os —rg‹os colegiados (tribunais, conselhos,
etc.) efetuem delega•‹o de compet•ncias aos seus respectivos presidentes
(art. 12, par‡grafo œnico). Por exemplo, um tribunal poderia delegar uma
compet•ncia administrativa, como a homologa•‹o de promo•‹o de um
servidor, ao seu respectivo presidente.
Dessa forma, podemos concluir que a regra Ž a possibilidade de
delega•‹o, isto Ž, s— n‹o ser‡ poss’vel delegar uma compet•ncia se houver
algum impedimento em lei. Nessa linha, o art. 13 da Lei estabelece os casos
que n‹o podem ser objeto de delega•‹o:
a) a edi•‹o de atos de car‡ter normativo;
b) a decis‹o de recursos administrativos Ð uma vez que os recursos
administrativos decorrem da hierarquia e, portanto, devem ser
decididos por inst‰ncias diferentes, sob pena de perder o sentido15;
c) as matŽrias de compet•ncia exclusiva do —rg‹o ou autoridade Ð
como a compet•ncia Ž exclusiva, se ocorrer delega•‹o, ocorrer‡
tambŽm uma ilegalidade.

N‹o podem ser objeto de delega•‹o (a) a


edi•‹o de atos de car‡ter normativo; (b) a
decis‹o de recursos administrativos; e (c) as
matŽrias de compet•ncia exclusiva do —rg‹o
ou autoridade.

Ademais, algumas formalidades devem ser observadas para que a


delega•‹o seja efetiva (art. 14): (a) o ato de delega•‹o e sua revoga•‹o
dever‹o ser publicados em meio oficial; (b) o ato de delega•‹o deve
especificar as matŽrias e poderes transferidos, os limites da atua•‹o do

14
Furtado, 2012, p. 209.
15
Di Pietro, 2014, p. 214.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
delegado, a dura•‹o e os objetivos da delega•‹o e o recurso cab’vel,
podendo conter ressalva de exerc’cio da atribui•‹o delegada.
A Lei disp›e, ainda, que as decis›es adotadas por delega•‹o devem
mencionar explicitamente esta qualidade. Por exemplo, se o Presidente da
Repœblica delegar uma atribui•‹o a um ministro de Estado, quando o
ministro editar o ato, dever‡ informar, de forma expressa, que o est‡
fazendo por meio de delega•‹o.
AlŽm disso, quando ocorre delega•‹o, considera-se que o ato Ž
praticado pelo delegado. No nosso exemplo, a realiza•‹o dos atos ser‡
imputada ao ministro de Estado e, portanto, a responsabilidade recair‡
sobre ele (art. 14, ¤3¼).
Quanto ˆ avoca•‹o, cujo conteœdo n‹o foi t‹o detalhado pela Lei como
foi a delega•‹o, Ž definida por Hely Lopes Meirelles como Òchamar para si
fun•›es originalmente atribu’das a um subordinadoÓ16. Dessa forma,
a avoca•‹o Ž o contr‡rio da delega•‹o, porŽm com algumas
particularidades. Enquanto a delega•‹o pode ser feito com ou sem
hierarquia, a avoca•‹o s— Ž poss’vel se existir hierarquia entre os —rg‹os ou
agentes envolvidos.
De acordo com a Lei 9.784/1999 (art. 15), ser‡ permitida, Òem car‡ter
excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avoca•‹o
tempor‡ria de compet•ncia atribu’da a —rg‹o hierarquicamente inferiorÓ.
Do dispositivo acima, Ž poss’vel perceber que a avoca•‹o Ž uma
medida de exce•‹o, que s— poder‡ ocorrer por motivos relevantes,
devidamente justificados e somente de forma tempor‡ria. Conforme
saliente Meirelles, a avoca•‹o s— deve ser adotada quando houver motivos
relevantes, eis que a avoca•‹o sempre desprestigia o inferior e, muitas
vezes, desorganiza o normal funcionamento do servi•o.
Apesar de ser uma medida de exce•‹o, a Lei 9.784/1999 n‹o disp›e
expressamente quando poder‡ ou n‹o ocorrer a avoca•‹o. A doutrina
enfatiza apenas que n‹o poder‡ ocorrer avoca•‹o quando a
compet•ncia Ž exclusiva do subordinado, uma vez que um ato
administrativo n‹o pode se sobrepor ˆ Lei.

16
Meirelles, 2013, p. 131.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Finalidade

A finalidade Ž o objetivo de interesse pœblico a atingir. Todo ato


administrativo deve ser praticado com o fim pœblico. Dessa forma, a
finalidade Ž um elemento vinculado do ato administrativo, pois n‹o se
concebe a atua•‹o dos —rg‹os e agentes pœblicos fora do interesse pœblico
ou da finalidade expressamente prevista em lei.
Nesse contexto, a finalidade divide-se em finalidade geral (sentido
amplo) e finalidade espec’fica (sentido estrito). A finalidade geral Ž
sempre a satisfa•‹o do interesse pœblico, pois Ž nisso que se pauta toda
a atua•‹o da Administra•‹o Pœblica. A finalidade espec’fica, por sua vez,
Ž aquele que a lei elegeu para o ato.
Vale dizer novamente, em sentido amplo, a finalidade Ž sin™nimo de
interesse pœblico, pois todo ato administrativo deve ser realizado para
alcan•ar o interesse pœblico. Em sentido estrito, por outro lado, significa a
finalidade espec’fica do ato, que Ž aquela que decorre da lei.
Enquanto a finalidade geral Ž comum a todos os atos administrativos,
a finalidade espec’fica difere-se para cada ato, conforme dispuser as normas
legais.
Por exemplo, a remo•‹o de of’cio de servidor pœblico, prevista na Lei
8.112/1990, possui como finalidade geral o interesse pœblico e como
finalidade espec’fica adequar a quantidade de servidores dentro de cada
unidade administrativa. Imagine que um servidor tenha cometido uma
infra•‹o (por exemplo, faltou injustificadamente ao servi•o) e, por causa
disso, a autoridade competente tenha determinado a sua remo•‹o de of’cio
para uma localidade distante, com a finalidade de punir o agente pœblico.
Nesse caso, a puni•‹o do agente atende ao interesse pœblico, pois Ž
interesse da coletividade punir um agente n‹o desempenhe suas atribui•›es
de maneira correta. Contudo, a finalidade espec’fica da remo•‹o de of’cio
n‹o Ž a puni•‹o do agente, mas adequar o quantitativo de servidores em
cada unidade. Por consequ•ncia, o ato ser‡ inv‡lido.
Portanto, os atos administrativos, sob pena de invalida•‹o, devem
atender, concomitantemente, a finalidade geral e a finalidade
especificamente prevista em lei.

Desvio de finalidade

Segundo a Lei 4.717/1965, o desvio de finalidade Òse verifica quando


o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, expl’cita ou

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
implicitamente, na regra de compet•nciaÓ. Por Òregra de compet•nciaÓ
devemos entender a lei que atribuiu a compet•ncia ao agente. Dessa forma,
se o ato for praticado com finalidade distinta daquele prevista em lei,
teremos a ocorr•ncia do chamado desvio de finalidade.
A an‡lise do desvio de finalidade deve ocorrer em conjunto com a
compet•ncia. Isso porque, no desvio de finalidade, o agente Ž competente
para desempenhar o ato, porŽm o faz com finalidade diversa. Por
consequ•ncia, o ato sofre de v’cio insan‡vel. Trata-se de ato nulo, n‹o
sujeito ˆ convalida•‹o.
Assim como existem dois tipos de finalidade (geral e espec’fica),
existem tambŽm dois tipos de desvio de finalidade17:
a) quando o agente busca finalidade distinta do interesse pœblico
(por exemplo, realizar uma desapropria•‹o com o objetivo exclusivo
de favorecer ou prejudicar alguŽm);
b) quando o agente realiza um ato condizente com o interesse pœblico,
mas com finalidade espec’fica diferente da prevista em lei (o
exemplo da remo•‹o de of’cio enquadra-se perfeitamente neste
caso).
Por fim, vale mencionar podem existir atos realizados com o objetivo
de atender aos interesses privados, desde que tambŽm atendam ˆs
finalidades geral e espec’fica do ato administrativo. Por exemplo, os atos de
permiss‹o e autoriza•‹o de servi•o pœblico (atos negociais) atendem os
interesses particulares (das pessoas que desejam explorar os servi•os),
mas ser‹o v‡lidos desde que satisfa•am os dois sentidos de finalidades
mencionadas.

Forma

A forma Ž o revestimento exteriorizador do ato administrativo,


constituindo um elemento vinculado, pelo menos na doutrina dominante.
Podemos analisar a forma em dois sentidos:
a) sentido estrito: demonstra a forma como o ato se exterioriza, isto
Ž, como a declara•‹o de vontade da Administra•‹o se apresenta. Fala-
se, nesse caso, em forma escrita ou verbal, de decreto, portaria,

17
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 449.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
resolu•‹o, etc. Por exemplo a autoriza•‹o para dirigir se apresenta na
forma da Carteira Nacional de Habilita•‹o - CNH;
b) sentido amplo: representa todas as formalidades que devem ser
observadas durante o processo de forma•‹o da vontade da
Administra•‹o, incluindo os requisitos de publicidade do ato. Voltando
ao exemplo da CNH, o sentido amplo representa o processo de
concess‹o da autoriza•‹o (requerimento do interessado, realiza•‹o dos
exames, das provas, dos testes, atŽ a expedi•‹o da Carteira).
Dessa forma, podemos perceber que a forma representa tanto a
exterioriza•‹o quanto as formalidades para a forma•‹o da vontade da
Administra•‹o.

Princípio da solenidade

Os atos administrativos devem ser apresentados em uma forma


espec’fica prevista na lei. Todo ato administrativo, em regra, Ž formal.
Assim, enquanto no direito privado a formalidade Ž a exce•‹o, no direito
pœblico ela Ž a regra.
A forma predominante Ž sempre a escrita, mas os atos
administrativos podem se apresentar por gestos (p. ex. de guardas de
tr‰nsito), palavras (p. ex. atos de pol’cia de seguran•a pœblica) ou sinais
(p. ex. sem‡foros ou placas de tr‰nsito)18. Ressalta-se, contudo, que esses
meios s‹o exce•‹o, pois buscam atender a situa•›es espec’ficas.
Como exemplo, podemos trazer o caso previsto no art. 60, par‡grafo
œnico, da Lei 8.666/1993, que determina Ž nulo e de nenhum efeito o
contrato verbal com a Administra•‹o, salvo o de pequenas compras de
pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor n‹o superior R$
4.000,00 (quatro mil reais), feitas em regime de adiantamento. Percebe-
se, pois, que a regra Ž a formaliza•‹o escrita dos atos administrativos,
admitindo-se, em car‡ter excepcional, a forma verbal.

Vícios de forma

Uma vez que a forma dos atos administrativos Ž definida em lei, a sua
inobserv‰ncia representa a invalida•‹o do ato por v’cio de legalidade
(especificamente, v’cio de forma). No entanto, Carvalho Filho disp›e que a

18
Exemplos de Carvalho Filho, 2014, p. 112.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
mencionada regra deve ser analisada sobre o aspecto da razoabilidade por
parte do intŽrprete.
Em algumas situa•›es, o v’cio de forma representar‡ mera
irregularidade san‡vel. Isso ocorre quando o v’cio n‹o atinge a esfera de
direito do administrado, podendo ser corrigido por convalida•‹o. Por
exemplo, quando a lei determina que um ato administrativo seja
formalizado por uma Òordem de servi•oÓ, mas o agente se utilizou de uma
portaria, n‹o h‡ qualquer viola•‹o de direito, podendo ser feita a corre•‹o
deste ato.
Contudo, o v’cio de forma ser‡ insan‡vel quando afetar o ato em seu
pr—prio conteœdo. Portanto, podem gerar a invalida•‹o, em decorr•ncia de
v’cio da forma, defeitos considerados essenciais para a pr‡tica do ato
administrativo, inclusive quanto ao procedimento espec’fico em atos que
afetem direitos dos administrados. Por exemplo, uma resolu•‹o que declare
de utilidade pœblica um im—vel para fins de desapropria•‹o, quando a lei
exige decreto do chefe do Poder Executivo (art. 6¼, DL 3.365/1941); a
demiss‹o de um servidor est‡vel, sem observar o procedimento disciplinar
(CF, art. 41, ¤1¼, II); a contrata•‹o de uma empresa para prestar servi•os
sem o devido procedimento licitat—rio (CF, art. 37, XXI).
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo chamam a aten•‹o que a
motiva•‹o Ð declara•‹o escrita dos motivos que levaram a pr‡tica do ato
Ð integra a forma do ato. Assim, a aus•ncia de motiva•‹o quando ela Ž
obrigat—ria, acarretar‡ a nulidade do ato.

Motivo

O motivo, tambŽm chamado de causa, Ž a situa•‹o de direito ou de


fato que determina ou autoriza a realiza•‹o do ato administrativo. O
pressuposto de direito do ato Ž o conjunto de requisitos previsto na
norma jur’dica (o que a lei determina que deva ocorrer para o ato ser
realizado). O pressuposto de fato Ž a concretiza•‹o do pressuposto de
direito. Assim, o pressuposto de direito Ž encontrado na norma, enquanto
o pressuposto de fato Ž a ocorr•ncia no Òmundo realÓ.
Por exemplo, o C—digo de Tr‰nsito Brasileiro estabelece como uma das
hip—teses de aplica•‹o de multa dirigir sob a influ•ncia de ‡lcool ou de
qualquer outra subst‰ncia psicoativa que determine depend•ncia (CTB,
art.165), esse Ž o pressuposto de direito. Se um agente de tr‰nsito

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
constatar uma pessoa embriagada dirigindo um ve’culo automotor em via
pœblica, estaremos diante de um pressuposto de fato.
O motivo pode estar previsto em lei, caso em que ser‡ um elemento
vinculado; ou pode ser deixado a critŽrio do administrador, quando
teremos um ato discricion‡rio.
Conforme ensinam Alexandrino e Paulo, quando o ato Ž vinculado, a
lei descreve, de forma completa e objetiva, a situa•‹o de fato, que, uma
vez ocorrida no mundo real, determina obrigatoriamente pr‡tica de ato
administrativo cujo conteœdo dever‡ ser o exatamente previsto em lei.
Por outro lado, quando se trata de ato discricion‡rio, a lei autoriza
a pr‡tica do ato, quando ocorrer determinado fato. Caso se constate o fato,
a Administra•‹o pode ou n‹o praticar o ato. Por exemplo, a Lei 8.112/1990
estabelece que, a critŽrio da Administra•‹o, poder‹o ser concedidas ao
servidor ocupante de cargo efetivo, desde que n‹o esteja em est‡gio
probat—rio, licen•as para o trato de assuntos particulares pelo prazo de atŽ
tr•s anos consecutivos, sem remunera•‹o (art. 91). Caso o agente pœblico
apresente o requerimento solicitando a licen•a (motivo), a autoridade far‡
a an‡lise de conveni•ncia e oportunidade, concedendo ou n‹o a licen•a.
Em outros casos, a lei faculta que a Administra•‹o escolha ente
diversos objetos, conforme a valora•‹o dos motivos que se apresentam.
Exemplificando, a Estatuto dos Servidores Pœblicos do Governo Federal
prev• a aplica•‹o de suspens‹o em caso de reincid•ncia das faltas punidas
com advert•ncia, n‹o podendo exceder de 90 (noventa) dias. Constatada
situa•‹o como essa, a autoridade far‡ a valora•‹o dos motivos (a gravidade
da infra•‹o, os preju’zos decorrentes, a reputa•‹o do agente pœblico, etc.)
e poder‡ escolher a pena a ser aplicada (objeto), limitando-se a n‹o exceder
os noventa dias.

Teoria dos motivos determinantes

Motivo e motiva•‹o s‹o coisas distintas. Aquele corresponde aos


pressupostos de fato e de direito do ato administrativo, enquanto esta se
refere ˆ exposi•‹o ou declara•‹o por escrito do motivo da realiza•‹o
do ato.
Por exemplo, a lei diz que o motivo para a aplica•‹o da multa Ž o
estacionamento em local proibido. Se o agente de tr‰nsito fundamentar o
ato, escrevendo em seu boletim o motivo da aplica•‹o da multa, estar‡
motivando o ato.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
A motiva•‹o Ž obrigat—ria em todos os atos vinculados e na maioria
dos atos discricion‡rios. PorŽm, se o gestor decidir motivar seu ato quando
a lei n‹o obrigou, estar‡ se vinculando ˆ motiva•‹o apresentada.
Exemplificando: o ato de exonera•‹o de um secret‡rio municipal Ž
discricion‡rio do prefeito e n‹o precisa ser motivado. Caso o prefeito motive
a exonera•‹o do secret‡rio de educa•‹o em decorr•ncia de falta
injustificada por dez dias, e, mais tarde, ficar comprovado que essa falta
n‹o ocorreu e que o motivo da exonera•‹o foi outro, o ato estar‡ sujeito ˆ
anula•‹o.

Pedro, servidor de um órgão da administração pública, foi informado por seu chefe
da possibilidade de ser removido por ato de ofício para outra cidade, onde ele
passaria a exercer suas funções. Nessa situação hipotética, considerando as regras
dispostas na Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsequente.
17. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Caso Pedro seja removido por
motivação fundamentada em situação de fato, a validade do ato que determine a
remoção fica condicionada à veracidade dessa situação por força da teoria dos
motivos determinantes.
Comentário: a teoria dos motivos determinantes determina que a validade dos
atos administrativos depende da veracidade dos motivos expressos para a
sua realização. Assim, quando o ato for motivado, a sua validade depende da
veracidade da situação demonstrada na motivação. Dessa forma, se uma
pessoa for removida alegando-se o aumento do volume de trabalho em outra
unidade administrativa, mas for comprovado que não ocorreu esse aumento
de volume de trabalho, o ato de remoção poderá ser invalidado. Logo, o item
está correto.
Gabarito: correto.

18. (Cespe - AnaTA MJ/2013) O motivo do ato administrativo não se confunde


com a motivação estabelecida pela autoridade administrativa. A motivação é a
exposição dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação
subjetiva e psicológica que corresponde à vontade do agente público.
Comentário: o item começa muito bem, porém o motivo é o pressuposto de
fato e de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo,
não se trata se uma situação subjetiva ou psicológica.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Gabarito: errado.

19. (Cespe - Tec/BACEN/2013) Define-se o requisito denominado motivação como


o poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das
atribuições de seu cargo.
Comentário: a definição de motivação se refere à exposição ou declaração por
escrito do motivo da realização do ato.
O que foi apresentado na assertiva não corresponde à motivação, mas sim à
competência.
Gabarito: errado.

Objeto

O objeto Ž o conteœdo do ato administrativo. ƒ o que efetivamente


cria, extingue, modifica ou declara, isto Ž, o efeito jur’dico que o ato produz.
Vejamos alguns exemplos: na concess‹o de licen•a ao servidor, o objeto Ž
a pr—pria licen•a; na emiss‹o de uma Carteira Nacional de Habilita•‹o, o
objeto Ž a licen•a para dirigir; na exonera•‹o de um servidor, o objeto Ž a
pr—pria exonera•‹o.
Assim como o motivo, o objeto pode ser vinculado ou discricion‡rio.
Ser‡ vinculado quando a lei estabelecer exatamente o conteœdo do ato. No
caso da licen•a paternidade prevista na Lei 8.112/1990, a dura•‹o Ž de
cinco dias consecutivos. N‹o h‡ margem de escolha, uma vez que o motivo
(nascimento ou ado•‹o de filhos) e o seu objeto (licen•a de cinco dias
consecutivos) est‹o expressamente previstos em lei.
Por outro lado, a lei pode n‹o definir exatamente o objeto, deixando
uma margem de escolha ao agente. Por exemplo, se uma lei determinar
que a Administra•‹o poder‡ aplicar san•‹o ao administrado que infringir
uma norma de constru•‹o, estabelecendo a possibilidade de aplica•‹o de
multa entre os valores de R$ 500,00 (quinhentos reais) atŽ R$ 10.000,00
(dez mil reais), ou a aplica•‹o de suspens‹o da obra. Caber‡ ao agente
pœblico, respeitando os princ’pios administrativos, decidir pela suspens‹o
ou multa, inclusive quanto ao valor desta œltima. Nesse caso, o objeto foi
discricion‡rio.
Para que um objeto seja v‡lido, ele deve ser l’cito (conforme a lei);
poss’vel (realiz‡vel no mundo dos fatos e do direito) Ð por exemplo, n‹o
se pode conceder licen•a a um servidor falecido, uma vez que este objeto

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
n‹o Ž poss’vel; certo (definido quanto ao destinat‡rio, aos efeitos, ao
tempo e ao lugar); e moral (em conson‰ncia com os padr›es comuns de
comportamento, aceitos como corretos, justos e Žticos).19

Objeto natural e acidental e elementos acessórios

O objeto do ato administrativo pode ser natural e acidental.


De acordo com a Prof. Maria S. Z. Di Pietro, o objeto natural Ž o efeito
jur’dico que o ato produz, sem necessidade de expressa men•‹o, pois ele
decorre da pr—pria natureza do ato, tal como definido em lei.20 Por exemplo,
o objeto natural de um ato de exonera•‹o de um servidor Ž a pr—pria
exonera•‹o, que p›e fim ao v’nculo funcional entre o servidor e a
Administra•‹o Pœblica.
Por outro lado, o objeto acidental Ž o efeito jur’dico que o ato produz
em decorr•ncia de cl‡usulas acess—rias apostas ao ato pelo sujeito que o
praticou, abrangendo o termo, a condi•‹o e o modo ou encargo. Essas
cl‡usulas acess—rias acabam ampliando ou restringindo os efeitos jur’dicos
do ato, sendo conhecidas tambŽm como elementos acidentais ou
acess—rios dos atos administrativos.
Nesse contexto, o termo indica o dia em que se inicia ou termina a
efic‡cia do ato. Portanto, o termo limita o per’odo temporal de efic‡cia de
um ato. Seria o caso, por exemplo, de uma autoriza•‹o de uso21 para a
utiliza•‹o de uma via pœblica para a realiza•‹o de um evento ao ar livre,
sendo fixado o in’cio da autoriza•‹o em cinco dias e o tŽrmino em dez dias;
assim, a autoriza•‹o ter‡ efic‡cia durante esse per’odo.
O modo ou encargo, por sua vez, Ž um ™nus imposto ao destinat‡rio
para usufruir do benef’cio do ato. Por exemplo, a Uni‹o poderia doar a um
munic’pio m‡quinas pesadas para limpeza de ruas localizadas em zona
rural, impondo-lhe o dever de realizar a contrata•‹o e o treinamento de
pessoal para opera•‹o das m‡quinas, sob pena de revers‹o dos bens
doados (doa•‹o com encargo). Se o munic’pio n‹o cumprir a exig•ncia
(contrata•‹o e treinamento de pessoal), a doa•‹o poder‡ ser cancelada.
Por fim, a condi•‹o subordina o efeito do ato a evento futuro e incerto.
A condi•‹o poder‡ ser suspensiva ou resolutiva. A primeira suspende o

19
Di Pietro, 2014, p. 216.
20
Di Pietro, 2014, p. 216.
21
Em regra, a autorização de uso não possui prazo fixo, dado a sua precariedade, mas é possível estabelecê-lo
em determinadas situações.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
in’cio da efic‡cia do ato Ð portanto, o ato somente produzir‡ os efeitos se a
condi•‹o ocorrer (por exemplo: a Uni‹o poder‡ doar m‡quinas pesadas aos
munic’pios, desde que o ’ndice pluviomŽtrico ultrapasse duas vezes a mŽdia
hist—rica Ð se n‹o ocorrer a condi•‹o, o ato n‹o produzir‡ os seus efeitos).
A condi•‹o resolutiva, por outro lado, faz cessar a produ•‹o dos efeitos
jur’dicos do ato. Dessa forma, se a condi•‹o resolutiva ocorrer, o ato para
de produzir efeitos; mas se ela n‹o ocorrer, o ato continuar‡ produzindo os
efeitos normalmente. Por exemplo, um Prefeito Municipal poderia conceder
bolsas de estudo para determinados alunos, mas exigir que eles obtenham
uma mŽdia de sete pontos no semestre; se eles n‹o alcan•arem a mŽdia,
a bolsa Ž ÒcortadaÓ.
Ademais, a diferen•a fundamental entre o termo e a condi•‹o Ž que
aquele pressup›e um evento futuro e certo, como um simples decurso
temporal (por exemplo: uma autoriza•‹o que produzir‡ efeitos a partir de
dez dias da publica•‹o); enquanto a condi•‹o Ž um evento futuro e incerto,
ou seja, que n‹o necessariamente ocorrer‡.
Lembra-se, ademais, que o objeto acidental s— pode ocorrer em atos
discricion‡rios, uma vez que as cl‡usulas acess—rias s‹o definidas por quem
praticou o ato. AlŽm disso, nem todo ato discricion‡rio possui objeto
acidental, pois nem sempre Ž necess‡rio ou poss’vel estabelecer as
cl‡usulas acess—rias. Em resumo, todo ato administrativo possui objeto
natural, mas somente os atos discricion‡rios admitem objeto acidental.

Atributos

Os atributos, tambŽm chamados de caracter’sticas, dos atos


administrativos s‹o as qualidades que os diferem dos atos privados. S‹o,
portanto, as caracter’sticas que permitem afirmar que o ato se submete o
ao regime jur’dico de direito pœblico.
Apesar das diverg•ncias, existem quatro atributos dos atos
administrativos:
a) presun•‹o de legitimidade ou veracidade;
b) imperatividade;
c) autoexecutoriedade;
d) tipicidade (Maria Sylvia Zanella Di Pietro).

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Segundo Alexandrino e Paulo22, os atributos de imperatividade e
autoexecutoriedade s‹o observ‡veis apenas em alguns tipos de atos
administrativos.

Presunção de legitimidade ou veracidade

Apesar de serem tratados em conjunto, legitimidade e veracidade


apresentam aspectos distintos. Pela legitimidade pressup›e-se, atŽ que
se prove o contr‡rio, que os atos foram editados em conformidade com a
lei. A veracidade, por sua vez, significa que os fatos alegados pela
Administra•‹o presumem-se verdadeiros (por exemplo, quando um agente
de tr‰nsito aplica uma multa por ter visto um motorista dirigindo falando
ao celular, presume-se que de fato isso ocorreu, cabendo ao motorista
provar contr‡rio).
Todavia, Ž usual utilizar os termos Òpresun•‹o de legitimidadeÓ ou
Òpresun•‹o de legalidadeÓ para se referir tanto ˆ conforma•‹o do ato com
a lei, quanto ˆ veracidade dos fatos alegados. Assim, de agora em diante,
vamos tratar a veracidade e legitimidade como um œnico atributo, utilizando
os termos indistintamente.
A presun•‹o de legitimidade decorre de v‡rios fundamentos, em
particular pela necessidade de assegurar celeridade no cumprimento dos
atos administrativos, uma vez que eles t•m como fim atender ao interesse
pœblico, predominando sobre o particular. Imagine se a legitimidade de
todos os atos administrativos dependesse de avalia•‹o prŽvia do Poder
Judici‡rio, o desempenho da fun•‹o administrativa se tornaria
excessivamente lenta.
Por conseguinte, a presun•‹o de veracidade, gera tr•s consequ•ncias:
a) enquanto n‹o se for decretada a invalidade, os atos produzir‹o
os seus efeitos e devem ser, portanto, cumpridos. Assim,
enquanto a pr—pria Administra•‹o ou o Poder Judici‡rio n‹o
invalidarem o ato, ele dever‡ ser cumprido. A Lei 8.112/1990
apresenta uma exce•‹o, permitindo que um servidor deixe de cumprir
uma ordem quando for manifestamente ilegal;
b) invers‹o do ™nus da prova: a presun•‹o de legitimidade Ž relativa
(iuris tantum), pois admite prova em contr‡rio. PorŽm, a decorr•ncia

22
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 464.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
deste atributo Ž a invers‹o do ™nus da prova, uma vez que caber‡
ao administrado provar a ilegalidade do ato administrativo;
c) a nulidade s— poder‡ ser decretada pelo Poder Judici‡rio
quando houver pedido da pessoa: aqui, vamos apresentar os
ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro23:
[...] o Judici‡rio n‹o pode apreciar ex officio a validade do ato; sabe-se que,
em rela•‹o ao ato jur’dico privado, o artigo 168 do CC determina que as
nulidades absolutas podem ser alegadas por qualquer interessado ou pelo
MinistŽrio Pœblico, quando lhe couber intervir, e devem ser pronunciados
pelo juiz, quando conhecer do ato ou dos seus efeitos; o mesmo n‹o ocorre
em rela•‹o ao ato administrativo, cuja nulidade s— pode ser decretada pelo
Judici‡rio a pedido da pessoa interessada;

20. (Cespe – Agente Administrativo/DPF/2014) Há presunção de legitimidade e


veracidade nos atos praticados pela administração durante processo de licitação.
Comentário: a presunção de legitimidade e veracidade é uma das quatro
características dos atos administrativos. Além dela, temos ainda a
imperatividade, a autoexecutoriedade e a tipicidade.
Gabarito: correto.

21. (Cespe – AA/Anac/2012) O atributo da presunção de legitimidade é o que


autoriza a ação imediata e direta da administração pública nas situações que exijam
medida urgente.
Comentário: a afirmação contida na assertiva versa sobre o atributo da
autoexecutoriedade.
A presunção de legitimidade, por sua vez, se refere à conformação do ato com
a lei, enquanto que a veracidade afirma que os fatos alegados pela
Administração presumem-se verdadeiros.
Gabarito: errado.

Imperatividade

Pela imperatividade os atos administrativos imp›em obriga•›es a


terceiros, independentemente de concord‰ncia. Com efeito, a
imperatividade depende, sempre, de expressa previs‹o legal.

23
Di Pietro, 2014, p. 208.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
A imperatividade pode ser chamada de poder extroverso do Estado,
significando que o Poder Pœblico pode editar atos que v‹o alŽm da esfera
jur’dica do sujeito emitente, adentrando na esfera jur’dica de terceiros,
constituindo unilateralmente obriga•›es.
L—gico que a imperatividade n‹o est‡ presente em todos os atos
administrativos, mas t‹o somente naqueles que imponham obriga•›es aos
administrados. Portanto, n‹o possuem esse atributo os atos que concedem
direitos (concess‹o de licen•a, autoriza•‹o, permiss‹o, admiss‹o) ou os
atos enunciativos (certid‹o, atestado, parecer)24.

Autoexecutoriedade

A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos


ensejam de imediata e direta execu•‹o pela Administra•‹o, sem
necessidade de ordem judicial. Permite, inclusive, o uso da for•a para
colocar em pr‡tica as decis›es administrativas.
N‹o se est‡ dizendo que a autoexecutoriedade afasta a aprecia•‹o
judicial, algo que seria inadmiss’vel segundo a Constitui•‹o Federal
(art. 5¼, XXXV). Deve-se lembrar que alguns atos administrativos podem
gerar graves preju’zos ao administrado. ƒ justamente por isso que o
particular possui diversas medidas para socorrer ao Poder Judici‡rio
buscando as medidas liminares para suspender a efic‡cia do ato
administrativo, tenha ele iniciado ou n‹o25. Assim, sempre que se sentir
prejudicado, o particular poder‡ recorrer ao Poder Judici‡rio para impedir a
execu•‹o do ato administrativo.
Dessa forma, a autoexecutoriedade refere-se ˆ possibilidade de a
Administra•‹o fazer valer suas decis›es sem ordem judicial, mas n‹o afasta
o direito do administrado de buscar o socorro no Poder Judici‡rio se achar
que seus direitos est‹o sendo prejudicados indevidamente.
A autoexecutoriedade n‹o est‡ presente em todos os atos
administrativos. Ela existe em duas situa•›es: (a) quando estiver
expressamente prevista em lei; (b) quando se tratar de medida urgente.
Na primeira situa•‹o, podemos exemplificar com as diversas medidas
autoexecut—rias previstas para os contratos administrativos, como a
possibilidade de reten•‹o da cau•‹o, a utiliza•‹o das m‡quinas e

24
Di Pietro, 2014, p. 209.
25
Carvalho Filho, 2014. P. 124.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
equipamentos para dar continuidade aos servi•os pœblicos, a encampa•‹o,
etc.; quando se trata do exerc’cio do poder de pol’cia, podemos mencionar
a apreens‹o de mercadorias, a cassa•‹o de licen•a para dirigir, etc.
As medidas urgentes, por outro lado, ocorrem quando a medida deve
ser adotada de imediato, sob pena de causar grande preju’zo ao interesse
pœblico. Um exemplo Ž a destrui•‹o de um im—vel com risco iminente de
desabamento. Caso se depare com uma situa•‹o como essa, a autoridade
administrativa poder‡ determinar, de imediato, a demoli•‹o.
O Prof. Celso Ant™nio Bandeira de Mello n‹o fala em
autoexecutoriedade. Para o doutrinador, existem, na verdade, dois
atributos distintos: a exigibilidade e a executoriedade. Pela primeira, a
Administra•‹o impele o administrado por meios indiretos de coa•‹o. Por
exemplo, se a Administra•‹o determinar que o particular construa uma
cal•ada, mas ele se recusar a faz•-la, o Poder Pœblico poder‡ aplicar-lhe
uma multa, sem precisar socorrer ao Poder Judici‡rio para isso. A multa Ž
um meio indireto de coa•‹o, mas n‹o obriga materialmente o particular a
construir a cal•ada.
Na executoriedade, por outro lado, a Administra•‹o, por seus
pr—prios meios, compele o administrado. Verifica-se a executoriedade, por
exemplo, na dissolu•‹o de uma passeata, na apreens‹o de medicamentos
vencidos, na interdi•‹o de uma f‡brica, na interna•‹o compuls—ria de uma
pessoa com molŽstia infectocontagiosa em per’odo de epidemia, etc. Nesses
casos, a Administra•‹o poder‡ utilizar atŽ mesmo a for•a para obrigar o
particular a cumprir a sua determina•‹o.
Em s’ntese, a exigibilidade ocorre somente por meios indiretos,
enquanto a executoriedade Ž mais forte, possibilitando a coa•‹o direta ou
material para a observ‰ncia da lei.
Outro exemplo bem interessante Ž apresenta pelo Prof. Bandeira de
Mello, vejamos26:
Ainda um exemplo: a Administra•‹o pode exigir que o administrado
demonstre estar quite com os impostos municipais relativos a um dado
terreno, sem o qu• n‹o expedir‡ o alvar‡ de constru•‹o pretendido pelo
particular, o que demonstra que os impostos s‹o exig’veis, mas n‹o pode
obrigar coercitivamente, por meios pr—prios, o contribuinte a pagar os
impostos. A fim de obt•-lo necessitar‡ mover a•‹o judicial.

Logo, no exemplo apresentado, os impostos s‹o exig’veis pelos meios


indiretos (como exig•ncia para expedir o alvar‡), todavia, se ainda assim o

26
Bandeira de Mello, 2014, p. 424.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
particular se recusar a efetuar o pagamento, a Administra•‹o precisar‡
mover a a•‹o judicial para efetuar a cobran•a.

22. (Cespe - AAmb/IBAMA/2013) O IBAMA multou e interditou uma fábrica de


solventes que, apesar de já ter sido advertida, insistia em dispensar resíduos tóxicos
em um rio próximo a suas instalações. Contra esse ato a empresa impetrou
mandado de segurança, alegando que a autoridade administrativa não dispunha de
poderes para impedir o funcionamento da fábrica, por ser esta detentora de alvará
de funcionamento, devendo a interdição ter sido requerida ao Poder Judiciário.
Em face dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Um dos atributos do ato administrativo executado pelo IBAMA na situação em
questão é o da autoexecutoriedade, que possibilita ao poder público obrigar, direta
e materialmente, terceiro a cumprir obrigação imposta por ato administrativo, sem a
necessidade de prévia intervenção judicial.
Comentário: perfeito! A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que
certos atos ensejam de imediata e direta execução pela Administração, sem
necessidade de ordem judicial. Existe, inclusive, a possibilidade de uso da
força para que as decisões sejam estabelecidas.
Gabarito: correto.

23. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Em razão da característica da autoexecutoriedade,


a cobrança de multa aplicada pela administração não necessita da intervenção do
Poder Judiciário, mesmo no caso do seu não pagamento.
Comentário: a primeira parte da questão está correta. É possível efetuar a
cobrança de uma multa, desde que enquadrada nos casos específicos para a
autoexecutoriedade, sem recorrer ao Poder Judiciário. Contudo, no caso de
não pagamento da multa, apenas uma ação judicial poderá obrigar a quitação
da dívida.
Gabarito: errado.

24. (Cespe - Tec/BACEN/2013) A autoexecutoriedade é um atributo presente em


todos os atos administrativos.
Comentário: essa característica poderá ser aplicada em situações pontuais,
quais sejam,
¥ quando prevista expressamente em lei; ou
¥ quando se tratar de medida de urgência.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Afora essas situações, não estará presente o atributo da autoexecutoriedade.


Gabarito: errado.

Tipicidade

O atributo da tipicidade Ž descrito na obra de Maria Sylvia Zanella Di


Pietro. De acordo com a doutrinadora, a tipicidade Ž o atributo pelo qual
o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas
em lei como aptas a produzir determinados resultados.
Este atributo est‡ relacionado com o princ’pio da legalidade,
determinando que a Administra•‹o s— pode agir quando houver lei
determinando ou autorizando. Logo, para cada finalidade que a
Administra•‹o pretenda alcan•ar, deve existir um ato definido em lei.
Di Pietro apresenta uma dupla aplica•‹o da tipicidade: (a) impede que
a Administra•‹o pratique atos dotados de imperatividade e executoriedade,
vinculando unilateralmente o particular, sem que exista previs‹o legal; (b)
afasta a possibilidade de ser praticado ato totalmente discricion‡rio, vez
que a lei, ao prever o ato, j‡ define os limites em que a discricionariedade
poder‡ ser exercida.
Por fim, a tipicidade s— existe em rela•‹o aos atos unilaterais, ou seja,
nas situa•›es em que h‡ imposi•‹o de vontade da Administra•‹o. Logo, n‹o
existe nos contratos, que dependem sempre da aceita•‹o do particular.

25. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam


dos atributos da presunção de legitimidade, da imperatividade, da exigibilidade e da
autoexecutoriedade.
Comentário: dispensa comentários. Poderíamos incluir ainda a tipicidade,
mas como a questão não disse que são apenas esses, não deixa de estar
correta.
Gabarito: correto.

26. (Cespe – Adm/MIN/2013) O atributo da imperatividade não está presente em


todos os atos administrativos.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Comentário: a imperatividade requer expressa previsão legal. Assim, não está


presente em todos os atos administrativos. Além disso, os atos enunciativos
e negociais não gozam desse atributo.
Gabarito: correto.

27. (Cespe - Tec/MPU/2013) Dada a imperatividade, atributo do ato administrativo,


devem-se presumir verdadeiros os fatos declarados em certidão solicitada por
servidor do MPU e emitida por técnico do órgão.
Comentário: devido ao atributo da presunção de legitimidade ou veracidade,
deve-se acreditar que os fatos alegados em certidão são verdadeiros.
A imperatividade, no entanto, afirma que os atos administrativos impõem
obrigações a terceiros, independentemente de concordância.
Gabarito: errado.

Classificação

Vamos adotar a classifica•‹o de Hely Lopes Meirelles para apresentar


a classifica•‹o dos atos administrativos.

Atos gerais e individuais

Os atos gerais ou normativos s‹o aqueles que n‹o possuem


destinat‡rios determinados. Eles apresentam hip—teses genŽricas de
aplica•‹o, que alcan•ar‡ todos os sujeitos que nelas se enquadrarem. Tendo
em vista a Ògeneralidade e abstra•‹oÓ que possuem, esses atos s‹o tambŽm
chamados de atos normativos. Podemos trazer como exemplos de atos
gerais os regulamentos, portarias, resolu•›es, circulares, instru•›es,
delibera•›es, regimentos, etc.
Os atos individuais ou especiais s‹o aqueles que se dirigem a
destinat‡rios certos, determin‡veis. S‹o aqueles que produzem efeitos
jur’dicos no caso concreto, a exemplos da nomea•‹o, demiss‹o,
tombamento, licen•a, autoriza•‹o, etc.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

A Prof. Maria Di Pietro apresenta as seguintes


características dos atos gerais ou normativos quando
comparados com os individuais:

a) o ato normativo não pode ser impugnado, na via judicial, diretamente pela
pessoa lesada (somente as pessoas legitimadas no art. 103 da CF podem propor
inconstitucionalidade de ato normativo);
b) o ato normativo tem precedência hierárquica sobre o ato individual (por
exemplo, existindo conflitos entre um ato individual e outro geral produzidos por
decreto, deverá prevalecer o ato geral, pois os atos normativos prevalecem
sobre os específicos);
c) o ato normativo é sempre revogável; ao passo que o ato individual sofre uma
série de limitações em que não será possível revogá-los (por exemplo, os atos
individuais que geram direitos subjetivos a favor do administrado não podem ser
revogados27);
d) o ato normativo não pode ser impugnado, administrativamente, por meio de
recursos administrativos, ao contrário do que ocorre com os atos individuais,
que admitem recursos administrativos.

Atos internos e externos

Os atos internos s‹o aqueles que se destinam a produzir efeitos no


interior da Administra•‹o Pœblica, alcan•ando seus —rg‹os e agentes.
Esses atos, em regra, n‹o geram direitos adquiridos e podem, por
conseguinte, ser revogados a qualquer tempo. TambŽm n‹o dependem de
publica•‹o oficial, bastando a cientifica•‹o direta aos destinat‡rios ou a
divulga•‹o regulamentar da reparti•‹o. Segundo Hely Lopes Meirelles,
esses atos v•m sendo utilizados de forma err™nea para atingir destinat‡rios
externos. Nessas ocasi›es, a divulga•‹o externa ser‡ obrigat—ria.
S‹o exemplos de atos internos uma portaria que determina a forma•‹o
de um grupo de trabalho, a expedi•‹o de uma ordem de servi•o interna,
etc.
Os atos externos, por outro lado, s‹o todos aqueles que alcan•am os
administrados, os contratantes ou, em alguns casos, os pr—prios servidores,

27
Nesse sentido, a Súmula 473 do STF determina que a revogação dos atos administrativos deve respeitar os
direitos adquiridos.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
provendo sobre os seus direitos, obriga•›es, neg—cios ou conduta perante
a Administra•‹o. Esses atos devem ser publicados oficialmente, dado o
interesse pœblico no seu conhecimento.
Hely Lopes Meirelles assevera que devem se incluir na condi•‹o de atos
externos aqueles que, apesar de n‹o atingir diretamente o administrado,
possuem efeitos jur’dicos externos ˆ reparti•‹o. Incluem-se, ainda, os atos
que onerem o patrim™nio pœblico, vez que n‹o podem permanecer
unicamente no interior da Administra•‹o, pois repercutem no interesse da
coletividade.

Atos de império, de gestão e de expediente

Os atos de impŽrio s‹o aqueles praticados com todas as prerrogativas


e privilŽgios de autoridade e impostos de maneira unilateral e
coercitivamente ao particular, independentemente de autoriza•‹o judicial.
Os atos decorrentes do exerc’cio do poder de pol’cia s‹o t’picos exemplos
de atos de impŽrio.
Os atos de gest‹o s‹o aqueles praticados em situa•‹o de igualdade
com os particulares, para a conserva•‹o e desenvolvimento do patrim™nio
pœblico e para a gest‹o de seus servi•os. S‹o atos desempenhados para a
administra•‹o dos servi•os pœblicos. Pode-se elencar a compra e venda
de bens, o aluguel de autom—veis ou equipamentos, etc. ƒ o tipo de ato que
se iguala com o Direito Privado e, por conseguinte, devem ser enquadrados
no grupo de atos da administra•‹o e n‹o propriamente nos atos
administrativos.
Por fim, os atos de expediente s‹o atos internos da Administra•‹o
Pœblica que se destinam a dar andamentos aos processos e papŽis que se
realizam no interior das reparti•›es pœblicas. Caracterizam-se pela aus•ncia
de conteœdo decis—rio, pelo tr‰mite rotineiro de atividades realizadas nas
entidades e —rg‹os pœblicos. Temos como exemplo a expedi•‹o de um of’cio
para um administrado, a entrega de uma certid‹o, o encaminhamento de
documentos para a autoridade que pode tomar a decis‹o sobre o mŽrito,
etc.

Atos vinculados e discricionários

Os atos vinculados s‹o aqueles praticados sem margem de liberdade


de decis‹o, uma vez que a lei determinou, o œnico comportamento poss’vel

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
a ser obrigatoriamente adotado Ž sempre aquele em que se configure a
situa•‹o objetiva prevista na lei28.
Nos atos vinculados, n‹o h‡ margem de escolha ao agente pœblico,
cabendo-lhe decidir com base no que consta na lei. Por exemplo, a
concess‹o de licen•a paternidade (Lei 8.112/1990) ser‡ concedida quando
nascer o filho ou ocorrer a ado•‹o pelo agente pœblico, sendo que a Lei
determina a dura•‹o de cinco dias corridos. Ocorrendo os seus
pressupostos, a autoridade pœblica n‹o possui escolha, devendo conceder
a licen•a de cinco dias.
Os atos discricion‡rios, por outro lado, ocorrem quando a lei deixa
uma margem de liberdade para o agente pœblico. Enquanto nos atos
vinculados todos os requisitos do ato est‹o rigidamente previstos
(compet•ncia, finalidade, forma, motivo e objeto), nos atos discricion‡rios
h‡ margem para que o agente fa•a a valora•‹o do motivo e a escolha do
objeto, conforme o seu ju’zo de conveni•ncia e oportunidade.
Assim, h‡ discricionariedade quando a lei disp›e que o agente ÒpodeÓ,
ou que Òa critŽrio da Administra•‹oÓ, ou ainda quando determina a aplica•‹o
de uma multa Òentre X e YÓ. Nesses casos, a autoridade dever‡ analisar os
motivos e, em seguida, definir o objeto ou conteœdo do ato administrativo.
Na aplica•‹o da pena de suspens‹o, j‡ mencionada nesta aula, a autoridade
poder‡ suspender o servidor por atŽ noventa dias, ou seja, a autoridade
pode aplicar um dia, cinco, dez, ou atŽ mesmo, os noventa dias, conforme
o seu ju’zo privativo de conveni•ncia e oportunidade.
AlŽm dessas hip—teses em que a lei claramente estabelece uma
margem de liberdade, a doutrina menciona que o ato ser‡ discricion‡rio
quando a lei utiliza conceitos jur’dicos indeterminados, deixando para
a Administra•‹o a possibilidade de apreciar, segundo ju’zo de conveni•ncia
e oportunidade, se o fato corresponde ao que consta na lei. Por exemplo,
quando a lei disp›e sobre uma pena em caso de Òfalta graveÓ, mas n‹o
determina o que Ž isso, caber‡ ao agente pœblico, diante de uma
irregularidade, enquadr‡-la como falta grave ou n‹o.
Assim, vale trazer os ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente
Paulo, em que os autores fazem um resumo das duas hip—teses de
manifesta•‹o da discricionariedade29:

28
Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 420-421.
29
Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 423-424.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Em s’ntese, segundo a corrente hoje dominante em nossa doutrina, existe
discricionariedade:
a) quando a lei expressamente d‡ ˆ administra•‹o liberdade para atuar
dentro dos limites bem definidos; s‹o as hip—teses em que a pr—pria
norma legal explicita, por exemplo, que a administra•‹o Òpoder‡Ó
prorrogar determinado prazo por ÒatŽ quinze diasÓ, ou que, no exerc’cio
do poder disciplinar ou de pol’cia administrativa, o ato a ser praticado
Òpoder‡Ó ter como objeto (conteœdo) Òesta ou aquelaÓ san•‹o, e assim
por diante;
b) quando a lei emprega conceitos jur’dicos indeterminados na descri•‹o
do motivo determinante da pr‡tica de um ato administrativo e, no caso
concreto, a administra•‹o se depara com uma situa•‹o em que n‹o
existe possibilidade de afirmar, com certeza, se o fato est‡ ou n‹o
abrangido pelo conteœdo da norma; nessas situa•›es, a administra•‹o,
conforme o seu ju’zo privativo de oportunidade e conveni•ncia
administrativas, tendo em conta o interesse pœblico, decidir‡ se
considera, ou n‹o, que o fato est‡ enquadrado no conteœdo do conceito
indeterminado empregado no antecedente da norma e, conforme essa
decis‹o, praticar‡, ou n‹o, o ato previsto no respectivo consequente.

Simples, complexo e composto

Quanto ˆ forma•‹o de vontade, o ato administrativo pode ser simples,


complexo e composto.
O ato simples Ž que aquele que resulta da manifesta•‹o de vontade
de um œnico —rg‹o, seja ele unipessoal ou colegiado. N‹o importa o nœmero
de agentes que participa do ato, mas sim que se trate de uma vontade
unit‡ria. Dessa forma, ser‡ ato administrativo simples tanto o despacho de
um chefe de se•‹o como a decis‹o de um conselho de contribuintes.
O ato complexo, por sua vez, Ž o que necessita da conjuga•‹o de
vontade de dois ou mais diferentes —rg‹os ou autoridades. Apesar da
conjuga•‹o de vontades, trata-se de ato œnico.
Dessa forma, o ato n‹o ser‡ considerado perfeito com a manifesta•‹o
da vontade de um œnico —rg‹o ou agente. Por conseguinte, o ato tambŽm
s— poder‡ ser questionado judicialmente ap—s a manifesta•‹o da vontade
de todos os —rg‹os ou agentes competentes.
TambŽm n‹o se confunde ato complexo com processo administrativo.
Este œltimo Ž formado por um conjunto de atos que s‹o coordenados e
preordenados para um resultado final. Dessa forma, todos os atos
intermedi‡rios desempenhados ao longo do procedimento podem ser
impugnados autonomamente, ao passo que o ato complexo s— ser‡ atacado
como um ato, ap—s a sua conclus‹o.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Por fim, o ato composto Ž aquele produzido pela manifesta•‹o de
vontade de apenas um —rg‹o da Administra•‹o, mas que depende de outro
ato que o aprove para produzir seus efeitos jur’dicos (condi•‹o de
exequibilidade).
Assim, no ato composto teremos dois atos: o principal e o acess—rio
ou instrumental. Essa Ž uma diferen•a importante, pois o ato complexo Ž
um œnico ato, mas que depende da manifesta•‹o de vontade de mais de
um —rg‹o administrativo; enquanto o ato composto Ž formado por dois atos.
Cumpre frisar que o ato acess—rio pode ser prŽvio (funcionando como
uma autoriza•‹o) ou posterior (com a fun•‹o de dar efic‡cia ou
exequibilidade ao ato principal).

Válido, nulo, anulável e inexistente

Quanto ˆ efic‡cia, o ato administrativo pode ser v‡lido, nulo, anul‡veis


e inexistente.
O ato v‡lido Ž aquele praticado com observ‰ncia de todos os requisitos
legais, relativos ˆ compet•ncia, ˆ forma, ˆ finalidade, ao motivo e ao objeto.
O ato nulo, ao contr‡rio, Ž aquele que sofre de v’cio insan‡vel em
algum dos seus requisitos de validade, n‹o sendo poss’vel, portanto, a sua
corre•‹o. Logo, ele ser‡ anulado por ato da Administra•‹o ou do Poder
Judici‡rio.
O ato anul‡vel, por sua vez, Ž aquele que apresenta algum v’cio
san‡vel, ou seja, que Ž pass’vel de convalida•‹o pela pr—pria Administra•‹o,
desde que n‹o seja lesivo ao patrim™nio pœblico nem cause preju’zos a
terceiros.
Por fim, o ato inexistente Ž aquele que possui apenas apar•ncia de
manifesta•‹o de vontade da Administra•‹o, mas n‹o chega a se aperfei•oar
como ato administrativo. ƒ o exemplo do ÒatoÓ praticado por um usurpador
de fun•‹o pœblica, sem que estejam presentes os pressupostos da teoria da
apar•ncia. Exemplo de ato inexistente Ž aquele praticado por uma pessoa
que se passe por auditor da Receita Federal e, com base nisso, lavre um
auto de infra•‹o. O ato ser‡ inexistente e, para fins de impugna•‹o, ser‡
equivalente ao ato nulo.
AlŽm disso, Celso Ant™nio Bandeira de Mello tambŽm considera como
ato inexistente aqueles juridicamente imposs’veis, como a ordem para que
um agente cometa um crime.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Espécies de atos administrativos

Vejamos agora as espŽcies de atos administrativos:


a) atos negociais: s‹o aqueles em que a manifesta•‹o de vontade da
Administra•‹o coincide com determinado interesse particular, s‹o atos
em que n‹o se faz presente a imperatividade ou autoexecutoriedade
do particular. S‹o exemplos: (1) licen•a: ato vinculado e definitivo a
exemplo das licen•as para dirigir e construir; (2) permiss‹o: ato
discricion‡rio e prec‡rio (pode ser revogado a qualquer momento)
produzido quando o interesse predominante Ž o pœblico, como a
permiss‹o de servi•os pœblicos prevista na CF/88; (3) autoriza•‹o:
tambŽm Ž discricion‡rio e prec‡rio, porŽm o interesse predominante Ž
o do particular Ð autoriza•‹o para explorar servi•o de taxi;
b) atos enunciativos: Ž o ato pelo qual a Administra•‹o declara um fato
ou profere uma opini‹o, sem que tal manifesta•‹o, por si s—, produza
consequ•ncias jur’dicas Ð certid‹o, atestado, visto, parecer, etc.;
c) atos punitivos: s‹o os atos pelos quais a Administra•‹o aplica
san•›es aos seus agentes e aos administrados em decorr•ncia de
il’citos administrativos;
d) atos normativos: s‹o os atos gerais e abstratos. Um ato
administrativo geral Ž aquele que t•m destinat‡rios
indeterminados, como a portaria que disp›e sobre o hor‡rio de
funcionamento de um —rg‹o pœblico Ð ela se aplica a todas as pessoas
que tiverem interesse em se deslocar ao —rg‹o. O ato abstrato Ž aquele
que se aplica a uma situa•‹o hipotŽtica. O decreto regulamentar
sobre o registro de pre•os disp›e sobre situa•›es hipotŽticas. S‹o
exemplos de atos normativos os decretos regulamentares, as
instru•›es normativas e as portarias, quando tiverem conteœdo geral e
abstrato;
e) atos ordinat—rios: s‹o atos administrativos internos, destinados a
estabelecer normas de conduta para os agentes pœblicos, sem causar
efeitos externos na esfera administrativa. Decorrem do poder
hier‡rquico. S‹o exemplos: as ordens de servi•o, portarias internas,
instru•›es, avisos, etc..

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

28. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) Considere que determinada


autoridade do TRE/PI tenha negado pedido administrativo feito por um servidor do
quadro, sem expor fundamentos de fato e de direito que justificassem a negativa do
pedido. Nesse caso, o ato administrativo praticado pela autoridade do TRE/PI
a) não possui presunção de veracidade.
b) pode ser editado sob a forma de resolução.
c) é considerado, quanto à formação da vontade, ato administrativo complexo.
d) classifica-se como ato administrativo meramente enunciativo.
e) apresenta vício de forma.
Comentário: a questão é muito interessante e deve ser analisada com calma.
Inicialmente, observa-se que a ausência de exposição dos fundamentos de
fato e de direito constitui falta de motivação. Nessa linha, o art. 50 da Lei
9.784/1999 determina que os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando, entre outras coisas,
neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses. Portanto, já sabemos que
houve um vício, uma vez que o ato não foi motivado.
Agora, a dúvida seria em qual elemento de formação ocorreu o vício. Os
elementos de formação do ato administrativo são competência, finalidade,
forma, motivo e objeto.
O vício de competência surge quando o ato foi praticado por uma autoridade
incompetente, mas não há qualquer informação nesse sentido no enunciado.
O vício de finalidade surge quando um ato é praticado com finalidade diversa
daquela prevista juridicamente para ele. Por exemplo, se o pedido tivesse sido
negado simplesmente para punir o servidor, ocorreria um vício de finalidade,
uma vez que negar pedidos não possuem o fim de sancionar um agente
público.
O vício de objeto surge quando o ato é praticado com conteúdo diverso
daquele previsto em lei – por exemplo, a lei permite a imposição de uma
sanção de até 90 dias, mas a autoridade aplica a pena de 120 dias.
O vício de motivo, por sua vez, surge quando um ato é praticado com base em
um motivo que é ilegítimo para dar causa àquele ato, ou ainda quando o
motivo alegado é inexistente. Por exemplo, um servidor é demitido sob
alegação de inassiduidade habitual; porém, comprova-se que o servidor

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
nunca faltou ao expediente – assim, o motivo (inassiduidade habitual) é
inexistente. Ou o servidor sofre a sanção de demissão, por ter cometido uma
infração que, na legislação aplicável, não enseja tal penalidade – assim, o
motivo é ilegítimo.
Sobra, por fim, o vício de forma, que ocorre quando um ato é praticado com
omissão ou observância incompleta ou irregular das formalidades
indispensáveis para a formação do ato. Por exemplo, a aplicação de uma
sanção sem observância do direito de defesa constitui vício de forma, uma
vez que uma formalidade essencial, que é a concessão do direito de defesa,
não foi observada. Outro importante exemplo de vício de forma é a ausência
de motivação. Note, neste caso, não se está discutindo quais foram os
motivos para a pratica do ato, mas sim a ausência de apresentação desses
motivos, ou seja, a falta de motivação.
Portanto, a motivação integra a forma do ato. Dessa forma, a ausência de
motivação constitui vício de forma. Logo, o gabarito da questão é a opção E.
Vamos analisar as outras opções:
a) todos os atos administrativos presumem-se legítimos e os seus
fundamentos de fato verdadeiros, até que se prove o contrário – ERRADA;
b) alguns tipos de resoluções são considerados atos normativos. Todavia, a
situação demonstra um típico ato de efeitos concretos, motivo pelo qual não
pode ser realizado por meio de resolução – ERRADA;
c) quanto à formação de vontade, o ato pode ser simples, composto ou
complexo. O primeiro decorre da manifestação de vontade de um único órgão;
o ato composto resulta da manifestação de vontade de um único órgão, mas
que depende da edição de um outro ato, meramente instrumental, para
produzir os seus efeitos; por fim, o ato complexo é aquele que surge da
formação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos. No caso, o ato foi
praticado por uma única autoridade, sem qualquer informação de
manifestação de outro órgão ou agente, motivo pelo qual considera-se um ato
simples – ERRADA;
d) os atos enunciativos são aqueles que possuem a manifestação de uma
opinião, ou juízo de valor, a exemplo dos pareceres. No caso, houve um ato
concreto, que não se confunde com um parecer – ERRADA.
Gabarito: alternativa E.

29. (Cespe - Ana/MPU/2013) A autorização é ato administrativo discricionário


mediante o qual a administração pública outorga a alguém o direito de realizar
determinada atividade material.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Comentário: a autorização é um exemplo de ato negocial – em que a


manifestação de vontade da Administração coincide com determinado
interesse particular. Para tanto, podemos definir a autorização como um ato
discricionário e precário, em que o interesse predominante é o do particular.
Gabarito: correto.

30. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o


aspecto da legalidade; o ato discricionário, por sua vez, é analisado sob o aspecto
não só da legalidade, mas também do mérito.
Comentário: o ato vinculado é aquele em que não há margem de escolha ao
agente público, cabendo-lhe decidir com base no que consta na lei. Já no ato
discricionário, a lei deixa uma margem para que o agente faça a valoração do
motivo e a escolha do objeto, conforme o seu juízo de conveniência e
oportunidade.
Gabarito: correto.

31. (Cespe - Ana/BACEN/2013) A lei estabelece todos os critérios e condições de


realização do ato vinculado, sem deixar qualquer margem de liberdade ao
administrador.
Comentário: é isso ai. É isso que o difere do ato discricionário – enquanto nos
atos vinculados todos os atributos do ato estão rigidamente previstos
(competência, finalidade, forma, motivo e objeto), nos atos discricionários o
agente deverá analisar os motivos para então decidir pelo objeto.
Gabarito: correto.

32. (Cespe - AnaTA/MDIC/2014) Um aviso é uma forma de ato administrativo


classificado como ato punitivo, ou seja, que certifica ou atesta um fato
administrativo.
Comentário: os atos capazes de atestar um fato administrativo, como as
certidões ou os atestados, são os atos enunciativos. O aviso é considerado
um ato ordinatório, pois é um ato administrativo interno utilizado para
estabelecer normas de conduta para os agentes públicos. Por fim, os atos
punitivos são aqueles utilizados para aplicar sanções aos agentes e aos
administrados em decorrência de ilícitos administrativos, como a imposição
de advertência, suspensão ou demissão do servidor público, ou ainda, de
multa administrativa ao particular que desobedecer as regras de trânsito.
Gabarito: errado.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
33. (Cespe - PT/PM CE/2014) A licença é ato administrativo unilateral e
discricionário pelo qual a administração pública faculta ao particular o desempenho
de atividade material ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seria
legalmente proibido.
Comentário: a licença é um ato vinculado e definitivo, ou seja, tem seu
comportamento obrigatório e determinado pela lei.
Gabarito: errado.

Extinção dos atos administrativos

Em respeito ao atributo da presun•‹o de legitimidade, uma vez em


vigor, o ato administrativo produzir‡ os seus efeitos, possuindo v’cios de
legalidade ou n‹o, atŽ que ocorra formalmente o seu desfazimento.
As formas mais comuns de desfazimento dos atos administrativos s‹o
a anula•‹o, a revoga•‹o e a cassa•‹o.

Anulação

A anula•‹o, tambŽm chamada de invalida•‹o, Ž o desfazimento do ato


administrativo em virtude de ilegalidade.
Como a ilegalidade atinge desde a origem do ato, a sua invalida•‹o
possui efeitos retroativos (ex tunc).
AlŽm disso, a anula•‹o dos atos administrativos Ž um poder-dever da
Administra•‹o, podendo realiz‡-la diretamente, por meio de seu poder de
autotutela j‡ consagrada nas sœmulas 346 e 473 do STF. De acordo com a
primeira, ÒA Administra•‹o Pœblica pode declarar a nulidade dos seus
pr—prios atosÓ e, pela segunda, ÒA Administra•‹o pode anular seus
pr—prios atos, quando eivados de v’cios que os tornam ilegais,
porque deles n‹o se originam direitos; ou revog‡-los, por motivo de
conveni•ncia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a aprecia•‹o judicialÓ.
A anula•‹o tambŽm pode ser realizada pelo Poder Judici‡rio por meio
da devida a•‹o com essa finalidade.
Em regra, a anula•‹o Ž obriga•‹o da Administra•‹o, ou seja,
constatada a ilegalidade, o agente pœblico deve promover a anula•‹o do ato
administrativo. Todavia, a doutrina entende que Ž poss’vel deixar de anular
um ato quando os preju’zos da anula•‹o foram maiores que a sua

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
manuten•‹o. AlŽm disso, h‡ casos em que a seguran•a jur’dica e a boa fŽ
fundamentam a manuten•‹o do ato. Imagine que um agente pœblico se
aposente e 20 anos depois se constate ilegalidade no ato que lhe concedeu
esse direito. Seria plaus’vel determinar que o servidor retorne ao trabalho
nessas condi•›es? ƒ poss’vel que n‹o.
Assim, presente uma situa•‹o como essa, a Administra•‹o deve decidir
qual a melhor solu•‹o para o interesse pœblico. Ressalva-se que, em
algumas hip—teses, a lei j‡ estabelece a conduta a ser adotada, inclusive
prevendo situa•›es em que decair‡ o direito de anular os atos
administrativos favor‡veis aos administrados (art. 54, Lei 9.784/1999).
Sempre que existir a anula•‹o de um ato, devem ser resguardados os
efeitos j‡ produzidos em rela•‹o aos terceiros de boa-fŽ. N‹o se trata de
direito adquirido, uma vez que n‹o se adquire direito de um ato ilegal.
PorŽm, os efeitos j‡ produzidos, mas que afetaram terceiros de boa-fŽ, n‹o
devem ser invalidados.
Por exemplo, determinada pessoa Ž nomeada para o desempenho de
um cargo pœblico. Durante o per’odo que exerceu a fun•‹o, ela expediu
diversas certid›es que originaram direitos aos administrados (pressup›e-se
que a emiss‹o das certid›es ocorreu dentro da legalidade). PorŽm, ap—s
esse per’odo, constatou-se que o servidor n‹o possu’a os requisitos para o
cargo e, por conseguinte, sua nomea•‹o foi anulada. Nesse caso, as
pessoas que receberam as certid›es, caso tenham agido de boa-fŽ, n‹o
podem ser prejudicadas. Por isso, as certid›es permanecer‹o v‡lidas, assim
como os efeitos jur’dicos delas decorrentes.
Outra informa•‹o importante concerne ˆ anula•‹o de atos que afetam
diretamente os interesses individuais dos administrados, modificando de
forma desfavor‡vel a sua situa•‹o jur’dica. Nessas ocasi›es, mesmo que a
anula•‹o seja um poder-dever, deve ser concedido o direito de defesa ao
afetado. Se uma pessoa for nomeada e j‡ estiver em exerc’cio no cargo,
mas, posteriormente, o concurso em que foi aprovada foi anulado, dever-
se-‡ instaurar um processo administrativo para conceder o direito de defesa
ao servidor que provavelmente ter‡ a nomea•‹o anulada.
Situa•‹o distinta ocorreria se n‹o houvesse nomea•‹o, pois, nesse
caso, a pessoa n‹o teria nenhum direito (ora, se o concurso foi ilegal,
ninguŽm ter‡ direito algum).

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Convalidação

A convalida•‹o representa a possibilidade de ÒcorrigirÓ ou ÒregularizarÓ


um ato administrativo, possuindo efeitos retroativos (ex tunc). Assim, a
convalida•‹o tem por objetivo manter os efeitos j‡ produzidos pelo ato e
permitir que ele permane•a no mundo jur’dico.
Vimos acima que existem atos administrativos nulos e anul‡veis. Os
atos nulos s‹o insan‡veis, ou seja, n‹o podem ser objeto de convalida•‹o;
enquanto os atos anul‡veis s‹o aqueles que podem ser convalidados.
Conforme estabelece a Lei 9.784/1999, em decis‹o na qual se
evidencie n‹o acarretarem les‹o ao interesse pœblico nem preju’zo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos san‡veis poder‹o ser
convalidados pela pr—pria Administra•‹o (art. 55).
S‹o quatro condi•›es, portanto, para a convalida•‹o de um ato
segundo a Lei 9.784/1999: (1) que isso n‹o acarrete les‹o ao interesse
pœblico; (2) que n‹o cause preju’zo a terceiros; (3) que os defeitos dos atos
sejam san‡veis; (4) decis‹o discricion‡ria (Òpoder‹oÓ) acerca da
conveni•ncia e oportunidade de convalidar o ato (no lugar de anul‡-lo).
Existem apenas dois tipos de v’cios considerados san‡veis. O primeiro
se relaciona com a compet•ncia, e s— Ž admitido se ela n‹o for exclusiva.
O segundo trata da forma, permitindo a convalida•‹o quando ela n‹o for
essencial. Vamos analisar cada uma dessas hip—teses:
a) v’cio decorrente da compet•ncia (desde que n‹o se trate de
compet•ncia exclusiva) Ð se o subordinado, sem delega•‹o, praticar
um ato que era de compet•ncia n‹o exclusiva de seu superior, ser‡
poss’vel convalidar o ato;
b) v’cio decorrente da forma (desde que n‹o se trata de forma
essencial) Ð por exemplo, se, para punir um agente, a lei determina a
motiva•‹o, a sua aus•ncia constitui v’cio de forma essencial, insan‡vel
portanto. PorŽm, quando o agente determina a realiza•‹o de um
servi•o por meio de portaria, quando deveria faz•-lo por ordem de
servi•o, n‹o se trata de forma essencial e, por conseguinte, Ž poss’vel
convalidar o ato.
A convalida•‹o pode abranger atos discricion‡rios e vinculados, pois
n‹o se trata de controle de mŽrito, mas t‹o somente de legalidade.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Revogação

A revoga•‹o Ž a supress‹o de um ato administrativo v‡lido e


discricion‡rio por motivo de interesse pœblico superveniente, que o tornou
inconveniente ou inoportuno30. Trata-se, portanto, da extin•‹o de um ato
administrativo por conveni•ncia e oportunidade da Administra•‹o.
A revoga•‹o Ž um ato administrativo discricion‡rio por meio do qual a
Administra•‹o extingue outro ato administrativo, v‡lido e tambŽm
discricion‡rio, por motivos de conveni•ncia ou oportunidade.
Na revoga•‹o n‹o h‡ ilegalidade. Por isso, o Poder Judici‡rio31 n‹o pode
revogar um ato praticado pela Administra•‹o. TambŽm em virtude da
legalidade do ato, a revoga•‹o possui efeitos ex nunc (a partir de agora).
Isso quer dizer que seus efeitos n‹o retroagem. Tudo que foi realizado atŽ
a data da revoga•‹o permanece v‡lido.
Nem todo ato administrativo Ž pass’vel de revoga•‹o, existindo
diversas limita•›es, conforme ensina a doutrina.

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, não são passíveis


de revogação:

a) atos vinculados: precisamente porque não se fala em conveniência e


oportunidade no momento da edição do ato e, por conseguinte, também não se
falará na hora de sua revogação;
b) atos que exauriram os seus efeitos: como a revogação não retroage, mas apenas
impede que o ato continue a produzir efeitos, se o ato já se exauriu, não há mais
que falar em revogação. Por exemplo, se a Administração concedeu uma licença
ao agente público para tratar de interesses particulares, após o término do prazo
da licença, não se poderá mais revogá-la, pois seus efeitos já exauriram;
c) quando já se exauriu a competência relativamente ao objeto do ato: suponha
que o administrado tenha recorrido de um ato administrativo e que o recurso já
esteja sob apreciação da autoridade superior, a autoridade que praticou o ato
deixou de ser competente para revogá-lo;
d) os meros atos administrativos: como as certidões, atestados, votos, porque os
efeitos deles decorrentes são estabelecidos em lei;

30
Barchet, 2008.
31
O Poder Judiciário poderá revogar os seus próprios atos quando atuar no exercício da função atípica de
administrar.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
e) atos que integram um procedimento: a cada novo ato ocorre a preclusão com
relação ao ato anterior. Ou seja, ultrapassada uma fase do procedimento, não se
pode mais revogar a anterior;
f) atos que geram direito adquirido: isso consta expressamente na Súmula 473 do
STF.

Cassação

A cassa•‹o Ž o desfazimento de um ato v‡lido em virtude de


descumprimento pelo benefici‡rio das condi•›es que deveria manter, ou
seja, ocorre quando o administrado comete alguma falta. Funciona, na
verdade, como uma san•‹o contra o administrado por descumprir alguma
condi•‹o necess‡ria para usufruir de um benef’cio.
Podemos mencionar como exemplo a cassa•‹o da carteira de motorista
por exceder o limite de pontos previstos no CTB, a cassa•‹o da licen•a para
exercer uma profiss‹o por infringir alguma norma legal, a cassa•‹o de uma
licen•a para construir em decorr•ncia de descumprimento de normas de
seguran•a, etc.

Caducidade

A caducidade Ž a forma de extin•‹o do ato administrativo em


decorr•ncia de invalidade ou ilegalidade superveniente. Assim, a
caducidade ocorre quando uma legisla•‹o nova Ð ou seja, que surgiu ap—s
a pr‡tica do ato Ð torna-o inv‡lido.
Por exemplo, a Administra•‹o concedeu uma licen•a para constru•‹o,
mas, ap—s isso, uma nova legisla•‹o proibiu a realiza•‹o de obras naquela
regi‹o, considerando, ainda, que a obra sequer foi iniciada. Dessa forma, a
licen•a ÒcaducouÓ, uma vez que a nova legisla•‹o o tornou inv‡lida. Por
esse motivo, temos um caso de invalidade ou ilegalidade superveniente
(posterior).

Decadência administrativa

Estudamos acima o ato de convalida•‹o, que permite a corre•‹o dos


atos com v’cios san‡veis. No entanto, a lei 9.784/1999 admite uma hip—tese
de convalida•‹o que n‹o Ž propriamente um ÒatoÓ, mas sim uma omiss‹o

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
da administra•‹o que impede, ap—s um lapso temporal, a
invalida•‹o do ato administrativo.
Segundo a Lei 9.784/1999 (art. 54), ÒO direito da Administra•‹o de
anular os atos administrativos de que decorram efeitos favor‡veis para os
destinat‡rios decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada m‡-fŽÓ.
Trata-se de prazo decadencial, ou seja, que n‹o admite
interrup•›es nem suspens›es. A interrup•‹o se refere ˆ inutiliza•‹o do
tempo j‡ transcorrido, ou seja, quando se interrompe um prazo, dever-se-
‡ reiniciar a sua contagem. A suspens‹o, por sua vez, trata da suspens‹o
tempor‡ria da contagem do tempo, porŽm, cessado o motivo da suspens‹o,
continua-se contando de onde parou.
Esses dois elementos (interrup•‹o e suspens‹o) est‹o presentes na
prescri•‹o, mas n‹o ocorrem na decad•ncia. Vale dizer, a prescri•‹o (que
Ž a possibilidade de reclamar um direito pela via judicial), admite a
interrup•‹o e a suspens‹o do prazo.
Por outro lado, a decad•ncia ou o prazo decadencial (que representa
o pr—prio direito) n‹o permite a interrup•‹o ou suspens‹o, logo o seu prazo
Ž fatal.
Feita essa abordagem, podemos repetir o que realmente nos interessa
neste ponto: ap—s transcorridos cinco anos, decai o direito da
Administra•‹o para anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favor‡veis para os destinat‡rios, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada m‡-fŽ.

34. (Cespe – AA/Anac/2012) Os atos vinculados são insuscetíveis de revogação


pela administração pública.
Comentário: nem todo ato pode ser revogado. É o caso dos atos vinculados,
pois como não se fala em conveniência e oportunidade no momento da edição
do ato, também não se falará na hora de sua revogação.
Gabarito: correto.

35. (Cespe – AA/Anac/2012) A revogação de um ato administrativo ocorre nos


casos em que esse ato seja ilegal.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Comentário: a revogação é um ato administrativo discricionário por meio do


qual a Administração extingue outro ato administrativo, válido e também
discricionário, por motivos de conveniência ou oportunidade. Nele, não há
ilegalidade e, por isso, o Poder Judiciário não pode revogar um ato praticado
pela Administração.
Gabarito: errado.

36. (Cespe - AJ/CNJ/2013) A licença concedida ao administrado para o exercício


de direito poderá ser revogada pela administração pública por critério de
conveniência e oportunidade.
Comentário: essa questão gerou bastante polêmica quando foi aplicada.
Analisando melhor o item é possível perceber que a questão deveria ser
anulada. A definição de licença pode ser encontrada na doutrina, vejamos:
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2014, p. 239): "Licença é o ato administrativo
unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que preencha
os requisitos leais o exercício de uma atividade".
No mesmo sentido, Hely Lopes Meirelles (2013, p. 198): "Licença é o ato
administrativo vinculado e definitivo pelo qual o Poder Público, verificando
que o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o
desempenho de atividades ou a realização de fatos materiais antes vedados
ao particular, como, p. ex., o exercício de uma profissão, a construção de um
edifício em terreno próprio".
Assim, por ser ato vinculado, a licença não poderia ser revogada. Essa é a
regra geral e, muitas vezes, as bancas julgam os itens de acordo com as
regras. Porém, nesse caso, o examinador apegou-se à exceção, o que só
prejudicou os alunos mais preparados.
O gabarito preliminar dessa questão foi dado como errado e, posteriormente,
o avaliador modificou o gabarito para correto com a seguinte argumentação:
"J‡ existe entendimento consolidado na doutrina e na jurisprud•ncia no
sentido de que a licen•a concedida ao administrado para o exerc’cio de
direito poder‡ ser revogada pela administra•‹o pœblica por critŽrio de
conveni•ncia e oportunidade. Por esse motivo, opta-se por alterar o
gabarito do item."
Dizer que existe entendimento, tudo bem, agora o "consolidado" foi forçado.
Existem, de fato, alguns julgados do STF e do STJ nesse sentido. Por exemplo,
no RE 105634/PR, julgado em 1985, o STF entendeu o seguinte:
"LICENCA PARA CONSTRUIR. REVOGA‚ÌO. OBRA NÌO INICIADA.
LEGISLA‚ÌO ESTADUAL POSTERIOR. I. COMPETæNCIA DO ESTADO
FEDERADO PARA LEGISLAR SOBRE AREAS E LOCAIS DE INTERESSE
TURISTICO, VISANDO A PROTE‚ÌO DO PATRIMïNIO PAISAGISTICA
(C.F., ART. 180). INOCORRENCIA DE OFENSA AO ART. 15 DA

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
CONSTITUI‚ÌO FEDERAL; II. ANTES DE INICIADA A OBRA, A LICENCA
PARA CONSTRUIR PODE SER REVOGADA POR CONVENIENCIA DA
ADMINISTRA‚ÌO PòBLICA, SEM QUE VALHA O ARGUMENTO DO DIREITO
ADQUIRIDO. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL. RECURSO
EXTRAORDINçRIO NÌO CONHECIDO."
No STJ o entendimento é um pouco mais consolidado, no sentido de permitir
a revogação quando sobrevier interesse público relevante, hipótese na qual
ficará o Poder Público obrigado a indenizar os prejuízos gerados pela
paralisação e demolição da obra:
"ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. A‚ÌO CIVIL PòBLICA.
LICENCIAMENTO DE EMPREENDIMENTO IMOBILIçRIO. DEFERIMENTO
EM CONFORMIDADE COM A LEGISLA‚ÌO APLICçVEL. OFENSA AO ART.
10, DA LEI N. 6.938/81 CONFIGURADA. REVALORA‚ÌO JURêDICA DOS
FATOS DESCRITOS NA ORIGEM. POSSIBILIDADE. VIOLA‚ÌO DO ART.
535 DO CPC. NÌO OCORRæNCIA. [...]
9. A jurisprud•ncia da Primeira Turma firmou orienta•‹o de que aprovado
e licenciado o projeto para constru•‹o de empreendimento pelo Poder
Pœblico competente, em obedi•ncia ˆ legisla•‹o correspondente e ˆs
normas tŽcnicas aplic‡veis, a licen•a ent‹o concedida trar‡ a presun•‹o
de legitimidade e definitividade, e somente poder‡ ser: a) cassada,
quando comprovado que o projeto est‡ em desacordo com os limites e
termos do sistema jur’dico em que aprovado; b) revogada, quando
sobrevier interesse pœblico relevante, hip—tese na qual ficar‡ o Munic’pio
obrigado a indenizar os preju’zos gerados pela paralisa•‹o e demoli•‹o
da obra; ou c) anulada, na hip—tese de se apurar que o projeto foi
aprovado em desacordo com as normas edil’cias vigentes. (REsp
1.011.581/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe
20/08/2008). 10. Nessa ordem de racioc’nio, n‹o cabe ao Judici‡rio, sob
pena de violar o art. 10 da Lei n. 6.938/81, determinar o embargo da
obra, e, por consequ•ncia, anular os atos administrativos que
concederam o licenciamento de constru•‹o, aprovada em acordo com
todas as exig•ncias legais, ainda mais quando a prova pericial realizada
em ju’zo constatou que, quanto ao processo de licenciamento, "n‹o havia
ind’cios de que o DEPRN teria se baseado em falsas premissas para
decidir sobre a emiss‹o e conteœdo da licen•a ambiental" (fl. 1.551).
Precedentes: AgRg na MC 14.855/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, DJe 4/11/2009; REsp 763.377/RJ, Primeira
Turma, Rel. Min. Francisco Falc‹o, DJe 20/3/2007; REsp 114.549/PR,
Primeira Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJe 2/10/1997.
11. Recursos especiais providos."
Na doutrina, porém, há críticas fortes deste entendimento. O Prof. Celso
Antônio Bandeira de Mello afirma que (2014, p. 467): "Assim, depois de
concedida regularmente uma licença para edificar e iniciada a construção, a
Administração não pode "revogar" ou "cassar" esta licença sob alegação de
que mudou o interesse público ou de que alterou-se a legislação a respeito.
Se o fizer, o Judiciário, em havendo pedido do interessado, deve anular o ato
abusivo, pois cumpre à Administração expropriar o direito de construir
naqueles termos." Veja que o autor fala em expropriação do direito e não em
revogação.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Da mesma forma, José dos Santos Carvalho Filho, após fazer uma análise
sobre os recentes julgados que permitem a "revogação" da licença, conclui
que, embora admitida pela jurisprudência, não se trata de revogação, pois a
licença possui caráter vinculado e definitivo. Com efeito, o fato de se ter que
indenizar o prejudicado também não se coaduna com a revogação. Portanto,
o autor fala que se trata de uma "desapropriação de direito", "este sim
instituto que se compadece com o dever indenizatório atribuído ao Poder
Público" (Carvalho Filho, 2014, p. 144).
Em resumo, como o assunto é controverso, a questão deveria ser anulada.
Para a prova, devemos guardar o seguinte: (1) "não se pode revogar ato
vinculado" - isso é verdadeiro, e se encontra pacíficado na doutrina; (2) "a
licença admite revogação" - isso é verdadeiro (para a jurisprudência), porém
só em situações de interesse público superveniente relevante, caso em que o
particular deverá ser indenizado.
Gabarito: correto.

37. (Cespe - TJ/TRT 10/2013) Os atos administrativos só podem ser anulados


mediante ordem judicial.
Comentário: por se tratar de um poder-dever da Administração, pode ela
realizar a anulação, diretamente, por meio de seu poder de autotutela. Além
disso, conforme cita a questão, a anulação pode ser feita mediante Poder
Judiciário.
Gabarito: errado.

38. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Sendo a revogação a extinção de um ato


administrativo por motivos de conveniência e oportunidade, é ela, por essência,
discricionária.
Comentário: a discricionariedade trata da margem existente para que o agente
possa valorar o motivo e a escolha do objeto, conforme o seu juízo de
conveniência e oportunidade.
Verificando a frase, vemos os mesmos elementos que descrevem a
discricionariedade e a revogação. Assim sendo, podemos afirmar que a
essência da revogação é discricionária.
Gabarito: correto.

39. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Os atos administrativos do Poder Executivo não são
passíveis de revogação pelo Poder Judiciário.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

Comentário: por não haver ilegalidade na revogação, o Poder Judiciário não


pode revogar um ato da Administração.
Gabarito: correto.

40. (Cespe - PRF/2013) Praticado ato ilegal por agente da PRF, deve a
administração revogá-lo.
Comentário: o ato ilegal não é passível de revogação, mas sim de anulação.
Gabarito: errado.

41. (Cespe - AFT/MTE/2013) A revogação de um ato administrativo produz efeitos


retroativos à data em que ele tiver sido praticado.
Comentário: não existe retroação dos efeitos de um ato. Devido a legalidade
do ato, a revogação possui efeitos ex nunc (a partir de agora), ou seja, o que
já foi realizado até a data da revogação é válido.
Gabarito: errado.

42. (Cespe - DP DF/2013) Caso verifique que determinado ato administrativo se


tornou inoportuno ao atual interesse público e, ao mesmo tempo, ilegal, a
administração pública terá, como regra, a faculdade de decidir pela revogação ou
anulação do ato.
Comentário: vejamos bem, no caso de o ato não refletir o melhor ao interesse
público, ele pode ser revogado mediante decisão da Administração. Contudo,
na presença de ilegalidade, não há possibilidade de revogação e apenas a
anulação será aceita nesse caso.
Gabarito: errado.

43. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) O poder de revogação de ato administrativo por


parte da administração pública não é ilimitado, pois existem situações jurídicas que
não rendem ensejo à revogação.
Comentário: relembrar e fixar!
A revogação não será possível para atos vinculados; atos que exauriram seus
efeitos; quando já se exauriu a competência relativamente ao objeto do ato;
meros atos administrativos; atos que integram um procedimento; e atos que
geram direito adquirido.
Com esse enfoque, correta a assertiva.
Gabarito: correto.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
44. (Cespe - Ana/BACEN/2013) O Poder Judiciário poderá revogar um ato
administrativo editado pelo Poder Executivo, se o ato for considerado ilegal.
Comentário: novamente, na ocorrência de ilegalidade não há revogação e sim
anulação.
Ademais, é vedado ao Poder Judiciário revogar ato praticado pelo Poder
Executivo.
Gabarito: errado.

45. (Cespe - Ana/BACEN/2013) A declaração de nulidade do ato surte efeitos


retroativos a todos aqueles que, de alguma forma, se beneficiaram dos efeitos
produzidos pelo ato viciado.
Comentário: a Administração deve sempre prezar pela melhor solução para o
interesse público. Dessa forma, mesmo que a anulação possua efeitos
retroativos, pessoas que tenham sido beneficiadas e que tenham agido de
boa-fé (sem a intenção de se beneficiar da situação errônea) não serão
atingidas pela nulidade do ato – permanecem válidos os efeitos jurídicos
concedidos anteriormente.
Gabarito: errado.

46. (Cespe - ACE/TCE-RO/2013) Se um particular descumprir as condições


impostas pela administração para efetuar uma construção, deve-se cassar a licença
que tiver sido concedida para tal construção.
Comentário: a cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude de
descumprimento pelo beneficiário das condições que deveria manter. Isso
quer dizer que, ao não cumprir as condições impostas pela Administração, o
beneficiário comete uma falta passível de sanção e deve perder a licença
concedida para a obra.
Gabarito: correto.

QUESTÕES EXTRAS

47. (Vunesp – Agente de Fiscalização (Superior)/TCE-SP/2017) Assinale a


alternativa que contempla um tipo de ato administrativo dotado do atributo da
imperatividade.
a) Autorização para conceder o uso de bem público.
b) Licença de funcionamento de comércio.
c) Permissão de serviço público.
d) Sentença judicial.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
e) Decreto de desapropriação.

Comentário: pela imperatividade os atos administrativos impõem obrigações a


terceiros, independentemente de concordância, dependendo de autorização
legal. Esse atributo não está presente em todos os atos administrativos, mas
tão somente naqueles que imponham obrigações aos administrados. Portanto,
não possuem esse atributo os atos que concedem direitos (concessão de
licença, autorização, permissão, admissão) ou os atos enunciativos (certidão,
atestado, parecer). Assim, as alternativas A, B e C já estão eliminadas.

Quanto à alternativa D, não se trata de um ato administrativo, mas sim de um


ato judicial típico.

Nos resta, então, a alternativa E. A imperatividade se apresenta apenas nos atos


que constituem obrigações e restrições a terceiros, como é o caso de um
decreto que determina a desapropriação de um terreno.
Gabarito: alternativa E.

48. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Marília - SP/2017) Segundo o


disposto na Constituição Federal, se um ato administrativo aplicar indevidamente
determinada súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que
a) poderá ser anulado por meio de recurso ordinário a ser interposto diretamente
perante o Supremo Tribunal Federal.
b) deverá ser impugnado por meio da arguição de descumprimento de preceito
fundamental.
c) poderá ser anulado por meio de reclamação ao Supremo Tribunal Federal.
d) deverá ser impugnado por meio de ação própria em primeira instância da Justiça
Federal.
e) poderá ser objeto de ação declaratória de constitucionalidade, para dirimir a
divergência sobre a aplicação correta da súmula vinculante.
Comentário: a Constituição prevê em seu art. 103-A, §3º, que do ato
administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão
judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a
aplicação da súmula, conforme o caso.
Gabarito: alternativa C.

49. (Vunesp – Assistente Previdenciário/IPRESB – SP/2017) Considere as


seguintes afirmações acerca dos atributos dos atos administrativos.
I. É o atributo pelo qual o ato produz efeitos imediatamente, até que, eventualmente,
seja decretada sua invalidade pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 59 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
II. É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância.
III. É o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria
Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
Assinale a alternativa que associa, corretamente, a afirmação ao atributo do ato
administrativo a que ela corresponde.
a) I – tipicidade; II – exigibilidade; III – presunção de legalidade.
b) I – autoexecutoriedade; II – presunção de legalidade; III – imperatividade.
c) I – presunção de legitimidade e veracidade; II – tipicidade; III – autoexecutoriedade.
d) I – exigilidade; II – imperatividade; III – presunção de legalidade.
e) I – presunção de legitimidade e veracidade; II – imperatividade; III –
autoexecutoriedade.
Comentário: os atributos dos atos administrativos são aquelas características,
qualidades que os diferem dos atos privados. A doutrina costuma apontar
quatro atributos principais: presunção de legitimidade ou veracidade;
imperatividade; autoexecutoriedade e tipicidade. A questão trouxe o conceito
dos três primeiros, vamos identificar cada um:
- É o atributo pelo qual o ato produz efeitos imediatamente, até que,
eventualmente, seja decretada sua invalidade pela própria Administração ou
pelo Poder Judiciário – presunção de legitimidade e veracidade (I). Pela
legitimidade pressupõe-se, até que se prove o contrário, que os atos foram
editados em conformidade com a lei. A veracidade, por sua vez, significa que os
fatos alegados pela Administração presumem-se verdadeiros.
- É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância – imperatividade (II). Devemos lembrar
que esse atributo não está presente em todos os atos administrativos, mas tão
somente naqueles que imponham obrigações aos administrados.
- É o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela
própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder
Judiciário - autoexecutoriedade (III). Isso não afasta, contudo, o direito do
administrado de buscar o socorre no Poder Judiciário se achar que seus direitos
estão sendo prejudicados indevidamente.
Gabarito: alternativa E.

50. (Vunesp – Analista de Processos/IPRESB – SP/2017) Sobre os atos


administrativos, é correto afirmar que
a) a produção de atos administrativos é de exclusividade do Poder Executivo.
b) a locação de um imóvel por parte do Município é um típico ato administrativo.
c) a competência para a prática do ato é irrevogável e irrenunciável, não admitindo,
portanto, a delegação ou avocação.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 60 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
d) são caracterizados por serem dotados de presunção de veracidade absoluta.
e) de modo geral, são escritos, mas podem, em certos casos, ser expedidos
oralmente.
Comentário:
a) a edição de atos administrativos é considerada função típica do Poder
Executivo, mas todos os Poderes emitem atos administrativos, em particular
nos atos de gestão interna, nomeação de servidores, aquisição de material, etc
– ERRADA;
b) esse pode ser um ato da administração, um ato de gestão. Isso porque, nesse
caso, a Administração age como uma pessoa privada, e não com suas
prerrogativas públicas de supremacia do interesse público – ERRADA;
c) as competências são irrenunciáveis, sendo que quem possui as
competências não pode abrir mão delas enquanto as titularizar. Admite-se
apenas que o exercício da competência seja, temporariamente, delegado ou
avocado. Porém, nesses casos, a autoridade delegante permanece apta a
exercer a competência e pode revogar a delegação a qualquer tempo, logo
continua com a sua titularidade – ERRADA;
d) a presunção é relativa, ou seja, admite prova em contrário – ERRADA;
e) a regra é a formalização escrita dos atos administrativos, admitindo-se, em
caráter excepcional, a forma verbal – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

51. (Vunesp – Analista de Processos/IPRESB – SP/2017) Robertson, passando-se


por um funcionário público, praticou ato que, em tese, seria um ato administrativo.
Nessa hipótese, pode-se afirmar que o ato praticado por Robertson é
a) inexistente.
b) nulo.
c) anulável.
d) imperfeito.
e) inválido.
Comentário:
a) o ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de
vontade da Administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato
administrativo. É justamente o caso do enunciado, em que existe uma aparência
de legalidade na prática do ato – CORRETA;
b) nulo é o ato que sofre de vício insanável em algum dos seus requisitos de
validade, não sendo possível, portanto, a sua correção – ERRADA;

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 61 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
c) anulável é o ato que apresenta algum vício sanável, ou seja, que é passível de
convalidação pela própria Administração, desde que não seja lesivo ao
patrimônio público nem cause prejuízos a terceiros – ERRADA;
d) um ato é imperfeito quando não cumpriu corretamente todas as etapas para
sua formação, não estando apto a produzir efeitos jurídicos – ERRADA;
e) a validade diz respeito à conformidade do ato com a lei, com observância de
todos os requisitos legais, relativos à competência, à forma, à finalidade, ao
motivo e ao objeto, de forma que um ato inválido é aquele que não respeitou os
parâmetros legais – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

52. (Vunesp – Analista de Processos/IPRESB – SP/2017) Assinale a alternativa


correta a respeito da convalidação de atos administrativos por parte da Administração
pública.
a) A impugnação do interessado não constituiu impedimento à convalidação do ato.
b) Os vícios quanto à competência do ato impedem a sua convalidação.
c) A prescrição torna prescindível a convalidação do ato.
d) Atos viciados em sua forma não são passíveis de convalidação.
e) Se o ato é apenas anulável, é dever da Administração convalidá-lo,
independentemente dos efeitos por ele gerados.
Comentário:
a) nem todos os atos podem ser convalidados, de forma que a existência de
impugnação do interessado constitui uma barreira à convalidação – ERRADA;
b) admite-se a convalidação desde que a competência não seja exclusiva da
autoridade e nem se trate de incompetência em razão da matéria – ERRADA;
c) os atos ilegais favoráveis aos administrados, que não foram anulados dentro
do prazo prescricional, dispensam a convalidação expressa – CORRETA;
d) em relação à forma, a convalidação é possível se ela não for essencial à
validade do ato – ERRADA;
e) no caso dos atos anuláveis, a convalidação é uma decisão discricionária da
autoridade, sendo possível, por exemplo, quando não acarretarem lesão ao
interesse público e nem prejuízo a terceiros – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

53. (Vunesp – Juiz de Direito/TJ-SP/2017) O motivo do ato administrativo pode ser


conceituado como:
a) a normatividade jurídica que irá incidir sobre determinada situação de fato que lhe
é antecedente.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 62 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
b) a ocorrência no mundo fenomênico de certo pressuposto fático, relevante para o
direito, que vai postular ou possibilitar a edição do ato administrativo.
c) a explicitação dos fundamentos de fato e de direito que levaram à edição do ato
administrativo e sem a qual o ato é nulo.
d) o móvel ou intenção do agente ou, em outros termos, a representação psicológica
que levou o administrador a agir, e que tem especial importância no plano dos atos
discricionários.
Comentário: o motivo, também chamado de causa, é a situação de direito ou de
fato que determina ou autoriza a realização do ato administrativo. O pressuposto
de direito do ato é o conjunto de requisitos previsto na norma jurídica (o que a
lei determina que deva ocorrer para o ato ser realizado). O pressuposto de fato
é a concretização do pressuposto de direito. Assim, o pressuposto de direito é
encontrado na norma, enquanto o pressuposto de fato é a ocorrência no
“mundo real”.
Gabarito: alternativa B.

54. (Vunesp – Procurador Legislativo/Câmara de Cotia – SP/2017) Considere a


seguinte situação hipotética: Lei Municipal é aprovada concedendo a revisão geral
anual, prevista na Constituição Federal, para todos os servidores públicos do
Município de Cotia. O Prefeito Municipal, no entanto, somente efetiva o aumento
salarial para os servidores que são filiados ao partido político ao qual pertence. Como
o ato administrativo possui vários elementos, é correto afirmar que, nesse caso
hipotético, o vício desse ato recai sobre
a) a finalidade.
b) a forma.
c) o motivo.
d) o objeto.
e) a competência.
Comentário: os elementos do ato administrativo são: competência (ou sujeito);
finalidade; forma; motivo e objeto.
A competência é o poder legal conferido ao agente para o desempenho de suas
atribuições;
A forma é o modo de exteriorização do ato;
O motivo é a situação de fato e de direito que gera a vontade do agente que
pratica o ato;
Por fim, o objeto, também chamado de conteúdo, é aquilo que o ato determina,
é a alteração no mundo jurídico que o ato se propõe a processar, ou seja, o
efeito jurídico do ato.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 63 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
A finalidade diz que o ato administrativo deve se destinar ao interesse público
(finalidade geral) e ao objetivo diretamente previsto na lei (finalidade específica).
Assim, é o objetivo de interesse público a atingir. Todo ato administrativo deve
ser praticado com o fim público. Dessa forma, a finalidade é um elemento
vinculado do ato administrativo, pois não se concebe a atuação dos órgãos e
agentes públicos fora do interesse público ou da finalidade expressamente
prevista em lei. Portanto, em sentido amplo, a finalidade é sinônimo de interesse
público, pois todo ato administrativo deve ser realizado para alcançar o
interesse público. Em sentido estrito, por outro lado, significa a finalidade
específica do ato, que é aquela que decorre da lei.
No caso do enunciado, temos um vício da finalidade do ato: o aumento foi
concedido para beneficiar um grupo específico, o que contraria o interesse
público e o objetivo da previsão legal quanto ao aumento.
Gabarito: alternativa A.

55. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Andradina - SP/2017) Formas de


que se revestem os atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que
não o Chefe do Executivo, denominam-se
a) resolução e portaria.
b) portaria e decreto.
c) circular e parecer.
d) alvará e circular.
e) decreto e resolução.
Comentário: quanto aos destinatários, os atos podem ser gerais ou individuais.
Os atos gerais atingem todas as pessoas que se encontram em uma mesma
situação. São exemplos os regulamentos, as portarias, as resoluções, as
circulares etc. Já os atos individuais são os que produzem efeitos jurídicos no
caso concreto, tendo como exemplos a nomeação, a demissão, uma licença ou
autorização.
A resolução e a portaria são, segundo Di Pietro, as formas de que se revestem
os atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que não o Chefe
do Executivo. Nosso gabarito, portanto, é a alternativa A.
Vamos agora conhecer o conceito dos demais atos citados nas alternativas.
Decreto é a forma de que se revestem os atos, gerais ou individuais, emanados
do Chefe do Executivo.
Circular é o instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens
internas uniformes a seus subordinados.
Parecer é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem
opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 64 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Alvará é o instrumento pelo qual a Administração confere licença ou autorização
para a prática de ato ou exercício de atividade sujeitos ao poder de polícia do
Estado.
Gabarito: alternativa A.

56. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Mogi das Cruzes – SP/2016)


Considere a seguinte situação hipotética. A Municipalidade de Mogi das Cruzes se
depara com uma situação urgente, em que um imóvel se encontra em situação
precária após a ocorrência de fortes chuvas, ameaçando ruir, sendo necessária a
demolição a fim de evitar prejuízo maior para o interesse público. O Município pode
realizar a demolição nesse caso, sem necessidade de intervenção judicial, pois o ato
administrativo, em tais circunstâncias, é dotado do atributo da
a) presunção de veracidade.
b) tipicidade.
c) imperatividade.
d) autoexecutoriedade.
e) presunção de legitimidade.
Comentário: a doutrina cita quatro atributos dos atos administrativos:
¥ presun•‹o de legitimidade ou veracidade;
¥ imperatividade;
¥ autoexecutoriedade;
¥ tipicidade.
Apesar de serem tratados em conjunto, legitimidade e veracidade apresentam
aspectos distintos. Pela legitimidade pressupõe-se, até que se prove o
contrário, que os atos foram editados em conformidade com a lei. A veracidade,
por sua vez, significa que os fatos alegados pela Administração presumem-se
verdadeiros (por exemplo, quando um agente de trânsito aplica uma multa por
ter visto um motorista dirigindo falando ao celular, presume-se que de fato isso
ocorreu, cabendo ao motorista provar contrário). As alternativas A e E, portanto,
não se encaixam no caso do enunciado.
O atributo da tipicidade é, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, aquele pelo
qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas em
lei como aptas a produzir determinados resultados. Este atributo está
relacionado com o princípio da legalidade, determinando que a Administração
só pode agir quando houver lei determinando ou autorizando. Também não se
relaciona com o enunciado, de forma que a alternativa C não é nossa resposta.
Ficamos, portanto, com a alternativa D. Isso porque a autoexecutoriedade
consiste justamente na possibilidade que certos atos ensejam de imediata e
direta execução pela Administração, sem necessidade de ordem judicial.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 65 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Permite, inclusive, o uso da força para colocar em prática as decisões
administrativas.
Gabarito: alternativa D.

57. (Vunesp – Técnico Legislativo/Câmara de Taquaritinga – SP/2016) Acerca da


invalidação e da revogação dos atos administrativos, é correto afirmar que o Supremo
Tribunal Federal possui entendimento pacificado e sumulado no sentido de que a
Administração Pública pode
a) anular seus próprios atos, por motivos de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a possibilidade de apreciação judicial.
b) revogar seus próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, cabendo
ao Poder Judiciário fazê-lo, supletivamente, caso a Administração seja omissa.
c) anular seus próprios atos, quando neles incidirem vícios de ilegalidade, sem
possibilidade de apreciação judicial da mesma matéria.
d) revogar seus próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, sem
qualquer dever de indenizar, pois inexistem direitos adquiridos.
e) anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos.
Comentário: a anulação dos atos administrativos é um poder-dever da
Administração, podendo realizá-la diretamente, por meio de seu poder de
autotutela, já consagrado nas súmulas 346 e 473 do STF.
De acordo com a primeira, “A Administração Pública pode declarar a nulidade
dos seus próprios atos” e, pela segunda, “A Administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial”.
Gabarito: alternativa E.

58. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Alumínio - SP/2016) Com relação


à anulação e revogação dos atos administrativos, é correto afirmar que
a) a revogação somente poderá ser ordenada pela Administração, gerando efeitos ex
tunc.
b) a anulação somente poderá ser ordenada pelo Poder Judiciário, gerando efeitos ex
nunc.
c) a revogação poderá ser ordenada pela Administração, gerando efeitos ex tunc.
d) a anulação poderá ser ordenada pela Administração, gerando efeitos ex nunc.
e) a revogação somente poderá ser ordenada pela Administração, gerando efeitos ex
nunc.
Comentário: a revogação é a supressão de um ato administrativo válido e
discricionário por motivo de interesse público superveniente, que o tornou

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 66 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
inconveniente ou inoportuno. Por esse motivo, somente pode ser decretada pela
própria Administração e não tem efeitos retroativos (seus efeitos são ex nunc),
em virtude da legalidade do ato, de forma que tudo que realizado até a data da
revogação permanece válido.
A anulação, por outro lado, pode ser decretada pela própria Administração, pelo
seu poder de autotutela, ou pelo Judiciário, quando provocado pelo interessado.
Nesses casos, os efeitos são retroativos (ex tunc), pois a ilegalidade atinge o
ato desde a sua origem.
Gabarito: alternativa E.

59. (Vunesp – Juiz de Direito/TJM-SP/2015) O ato administrativo tem peculiaridades


sobre as quais é possível fazer a seguinte afirmação:
a) se a Administração não se pronuncia quando provocada por um administrado que
postula interesse próprio, está-se perante o silêncio administrativo que, apesar de não
ser um ato, deverá ser sempre interpretado como deferimento.
b) os atos vinculados obedecem a uma prévia e objetiva tipificação legal do único
comportamento possível da Administração em face de situação igualmente prevista,
autorizando sua revogação em caso de ilegalidade.
c) a autoexecutoriedade do ato administrativo independe de previsão legal, mas
obedece estritamente ao princípio da proporcionalidade.
d) os atos administrativos podem ser classificados como simples ou complexos, a
depender do número de destinatários beneficiados com a sua prática.
e) os motivos e a finalidade indicados na lei, bem como a causa do ato, fornecem as
limitações ao exercício de discrição administrativa e, portanto, estão sujeitos ao
controle judicial.
Comentário:
a) a doutrina entende que o silêncio administrativo só possui efeitos jurídicos
quando a lei assim dispuser (negando ou concedendo o pedido), não havendo
que se falar em interpretá-lo como deferimento – ERRADA;
b) por terem todos os seus requisitos previstos na Lei, os atos vinculados são
passíveis de anulação, e não revogação (já que não há
conveniência/oportunidade) – ERRADA;
c) a autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos,
existindo em duas situações: quando estiver expressamente prevista em lei;
quando se tratar de medida urgente – ERRADA;
d) quanto aos destinatários, os atos podem ser gerais ou individuais. Os atos
simples ou complexos referem-se à classificação quanto à formação da
vontade. Nos simples, há a declaração de vontade de um único órgão; já nos
complexos, resultam da manifestação de dois ou mais órgãos – ERRADA;

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 67 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
e) dos elementos dos atos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto). O
motivo, quando previsto em lei será um elemento vinculado; já a finalidade é
sempre um elemento vinculado, pois não se concebe a atuação dos órgãos e
agentes públicos fora do interesse público ou da finalidade expressamente
prevista em lei. Por esse motivo, são passíveis de controle judicial – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

60. (Vunesp – Analista/Prefeitura de São Paulo – SP/2016) Considerando o que


dispõe a legislação brasileira, na hipótese de a Administração Pública constatar a
ilegalidade de um ato administrativo praticado por um servidor público, é correto firmar
que o ato
a) deve ser revogado pela administração, e o servidor deve responder pelos danos
causados.
b) é passível de ser anulado pela própria administração.
c) pode ser anulado pela própria administração, desde que tenha causado danos
materiais a terceiros.
d) deve ser revogado pela Administração, e o poder público responderá pelos danos
causados, podendo cobrar os prejuízos do servidor em ação regressiva.
e) somente pode ser anulado pelo Poder Judiciário, mas a Administração e o servidor
responderão pelos danos causados a terceiros.
Comentário: a anulação dos atos administrativos é um poder-dever da
Administração, podendo realizá-la diretamente, por meio de seu poder de
autotutela.
Na forma da Súmula 473/STF, a Administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Gabarito: alternativa B.

61. (Vunesp – Titular de Serviços de Notas e de Registros/TJ-SP/2016) Assinale


a alternativa correta sobre o ato administrativo.
a) Competência, forma, finalidade, motivo e imperatividade são requisitos de validade
do ato administrativo.
b) Presunção de legitimidade, autoexecutoriedade, motivo e objeto são atributos do
ato administrativo.
c) Competência, forma, finalidade, motivo e objeto são requisitos de validade do ato
administrativo.
d) Competência, forma, finalidade, motivo e objeto são atributos do ato administrativo.
Comentário: competência; finalidade; forma; motivo; e objeto são apontados
pela doutrina como requisitos, elementos ou aspectos dos atos administrativos.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 68 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Já os atributos previstos são a presunção de legitimidade ou veracidade; a
imperatividade; a autoexecutoriedade e a tipicidade.
Gabarito: alternativa C.

62. (Vunesp – Procurador Jurídico/Câmara de Marília – SP/2016) Assinale a


alternativa que corretamente discorre sobre aspectos do ato administrativo.
a) Nos atos vinculados, é permitido ao agente traçar as linhas que limitam o conteúdo
do ato administrativo, mediante a avaliação dos elementos que constituem seus
critérios.
b) Pela aplicação da teoria dos motivos determinantes, o Poder Judiciário não pode
exercer o controle sobre a existência dos motivos invocados como fundamento do ato.
c) A forma extintiva que se aplica quando o beneficiário de determinado ato descumpre
condições que permitem a manutenção do ato e de seus efeitos é a revogação.
d) Em decorrência do princípio da separação de Poderes, o Legislativo pode anular,
por lei, atos do Poder Executivo.
e) Quando se trata de atividade vinculada, o autor do ato deve limitar-se a fixar como
objeto deste o mesmo objeto que a lei previamente já estabeleceu.
Comentário:
a) nos atos vinculados não há essa margem, pois todos os elementos estão
previamente estabelecidos pela lei. Já nos atos discricionários, há uma certa
margem de discricionariedade para o administrador, que pode valorar algumas
condutas, segundo critérios de conveniência ou oportunidade – ERRADA;
b) a motivação é obrigatória em todos os atos vinculados e na maioria dos atos
discricionários. Porém, se o gestor decidir motivar seu ato quando a lei não
obrigou, estará se vinculando à motivação apresentada, de forma que o ato
estará, nesse aspecto, sujeito ao controle do judiciário – ERRADA;
c) a cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude de descumprimento
pelo beneficiário das condições que deveria manter, ou seja, ocorre quando o
administrado comete alguma falta – ERRADA;
d) incumbe ao Poder Judiciário a função típica de analisar a legalidade dos atos
emitidos pelos três poderes, desde que devidamente provocado. Assim, via de
regra, o Legislativo não tem competência para anular um ato do Executivo, e
nem o contrário – ERRADA;
e) isso mesmo. Da mesma forma que o motivo, o objeto pode ser vinculado ou
discricionário. Será vinculado quando a lei estabelecer exatamente o conteúdo
do ato, devendo o autor do ato limitar-se a fixar como objeto deste o mesmo
objeto que a lei previamente já estabeleceu – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 69 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
63. (Vunesp – Procurador/IPSMI/2016) Com base na teoria do ato administrativo,
assinale a alternativa correta.
a) Atos perfeitos são atos que estão em conformidade com o direito e que já exauriram
os seus efeitos, tornando-se irretratáveis.
b) Atos complexos são formados pela manifestação de dois órgãos, sendo o conteúdo
do ato definido por um, cabendo ao segundo a verificação de sua legitimidade.
c) A cassação consiste na extinção do ato administrativo em razão do descumprimento
das razões impostas pela Administração ou ilegalidade superveniente imputável ao
beneficiário do ato.
d) A caducidade é a extinção do ato administrativo em virtude da sua incompatibilidade
com o seu fundamento de validade no momento da edição.
e) A revogação é a extinção do ato administrativo quando a situação nele contemplada
não mais é tolerada pela nova legislação.
Comentário:
a) ato perfeito é aquele que está em condições de produzir efeitos jurídicos,
porque já completou todo o seu ciclo de formação – ERRADA;
b) segundo Di Pietro, atos complexos são os que resultam da manifestação de
dois ou mais órgãos, sejam eles singulares ou colegiados, cuja vontade se
funde para formar um único ato – ERRADA;
c) exatamente. A cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude de
descumprimento pelo beneficiário das condições que deveria manter, ou seja,
ocorre quando o administrado comete alguma falta. Funciona, na verdade,
como uma sanção contra o administrado por descumprir alguma condição
necessária para usufruir de um benefício – CORRETA;
d) a caducidade é a forma de extinção do ato administrativo em decorrência de
invalidade ou ilegalidade superveniente. Assim, a caducidade ocorre quando
uma legislação nova – ou seja, que surgiu após a prática do ato – torna-o
inválido – ERRADA;
e) a alternativa trouxe o conceito de caducidade. A revogação, na verdade, é a
supressão de um ato administrativo válido e discricionário por motivo de
interesse público superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno –
ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

64. (Vunesp – Agente Previdenciário/IPSMI/2016) Assinale a alternativa que


corretamente trata da invalidação e da revogação de atos administrativos.
a) A Administração não pode anular seus próprios atos, assim, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, a Administração deverá promover a ação cabível, visando
ao desfazimento do ato e à reversão de todos os efeitos produzidos perante o Poder
Judiciário, que é competente para tanto.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 70 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
b) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
c) A Administração pode anular seus próprios atos, por motivo de conveniência ou
oportunidade, ou revogá-los, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos, ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
d) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, não
havendo, em ambos os casos, proteção aos direitos adquiridos.
e) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, sendo
assegurada, em ambos os casos, a proteção aos direitos adquiridos.
Comentário: a anulação, também chamada de invalidação, é o desfazimento do
ato administrativo em virtude de ilegalidade. Trata-se de um poder-dever da
Administração, que pode realiza-la diretamente, por meio de seu poder de
autotutela, previsto na Súmula 473/STF, nos seguintes termos:
Sœmula 473 STF:
ÒA Administra•‹o pode anular seus pr—prios atos, quando eivados de v’cios
que os tornam ilegais, porque deles n‹o se originam direitos; ou revog‡-
los, por motivo de conveni•ncia ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a aprecia•‹o judicialÓ
Essa súmula é muito cobrada e deve estar bem destacada nos estudos de
vocês!
Gabarito: alternativa B.

65. (Vunesp – Procurador Municipal/Prefeitura de Sertãozinho - SP/2016)


Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre o ato administrativo.
a) Em certos atos, denominados vinculados, a lei permite ao agente proceder a uma
avaliação de conduta, ponderando os aspectos relativos à conveniência e à
oportunidade da prática do ato.
b) A Administração pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial.
c) É defeso ao Poder Judiciário apreciar o mérito do ato administrativo, cabendo-lhe
unicamente examiná-lo sob o aspecto de sua legalidade, isto é, se foi praticado
conforme ou contrariamente à lei.
d) A revogação também pode ser feita pelo Poder Judiciário, mediante provocação
dos interessados, que poderão utilizar, para esse fim, as ações ordinárias e especiais
previstas na legislação processual.
e) Anulação é o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração extingue
um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência, respeitando os efeitos já
produzidos pelo ato, precisamente pelo fato de ser este válido perante o direito.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 71 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Comentário:
a) os atos descritos na alternativa são os atos discricionários, e não vinculados,
pois nesses últimos não há margem para valoração do administrador, que deve
seguir os requisitos previamente estabelecidos em lei – ERRADA;
b) a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial – ERRADA;
c) na revogação não há ilegalidade e, por isso, o Poder Judiciário não pode
revogar um ato praticado pela Administração, sendo defeso adentrar no mérito
do administrador para a prática do ato – CORRETA;
d) a revogação de atos dos demais poderes não pode ser feita pelo Judiciário,
que somente analisa esses atos quanto aos aspectos de legalidade – ERRADA;
e) a anulação incide sobre atos inválidos, eivados de vício de legalidade –
ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

66. (Vunesp – Procurador Jurídico/Câmara de Poá – SP/2016) No tocante à


anulação ou revogação do ato administrativo, assinale a alternativa correta.
a) A anulação do ato administrativo poderá ser realizada pelo Poder Judiciário ou pela
própria Administração, operando efeitos ex tunc e alicerçada na oportunidade e
conveniência.
b) A revogação do ato administrativo poderá ser realizada pela própria Administração,
operando efeitos ex tunc e alicerçada na oportunidade e conveniência.
c) A anulação do ato administrativo poderá ser realizada pelo Poder Judiciário ou pela
própria Administração, operando efeitos ex nunc, alicerçada em vício de legalidade.
d) A revogação do ato administrativo poderá ser realizada pela própria Administração,
operando efeitos ex nunc e alicerçada na oportunidade e conveniência.
e) A anulação do ato administrativo poderá ser realizada somente pelo Poder
Judiciário, operando efeitos ex tunc e alicerçada em vício de legalidade.
Comentário: a anulação, também chamada de invalidação, é o desfazimento do
ato administrativo em virtude de ilegalidade. Como a ilegalidade atinge desde a
origem do ato, a sua invalidação possui efeitos retroativos (ex tunc).
Por outro lado, a revogação é a supressão de um ato administrativo válido e
discricionário por motivo de interesse público superveniente, que o tornou
inconveniente ou inoportuno. Em virtude da legalidade do ato, a revogação
possui efeitos ex nunc. Isso quer dizer que seus efeitos não retroagem e que
tudo que foi realizado até a data da revogação permanece válido.
Portanto, apenas a alternativa D relacionou corretamente os conceitos, sendo
nosso gabarito.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 72 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Gabarito: alternativa D.

67. (Vunesp – Procurador Municipal/Prefeitura de Rosana - SP/2016) Assinale a


alternativa que corretamente discorre sobre aspectos concernentes ao ato
administrativo.
a) A Administração pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou anulá-los, por motivo de
conveniência ou de oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
b) O vício de finalidade, ou desvio de poder, consiste na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou à seriedade do
ato, que tem apenas a aparência de manifestação regular da Administração, mas não
chega a se aperfeiçoar como ato administrativo.
c) Afirma-se que um ato é discricionário nos casos em que a Administração tem o
poder de adotar uma ou outra solução, segundo critérios de oportunidade, de
conveniência, de justiça e de equidade, próprios da autoridade, porque não definidos
pelo legislador, que deixa certa margem de liberdade de decisão diante do caso
concreto.
d) A atuação da Administração Pública, no exercício da função administrativa, é
discricionária quando a lei estabelece a única solução possível diante de determinada
situação de fato; ela fixa todos os requisitos, cuja existência a Administração deve
limitar-se a constatar, sem qualquer margem de apreciação subjetiva.
e) O desvio de poder ocorre quando o agente público excede os limites de sua
competência; por exemplo, quando a autoridade, competente para aplicar a pena de
suspensão, impõe penalidade mais grave, que não é de sua atribuição; ou quando a
autoridade policial se excede no uso da força para praticar ato de sua competência.
Comentário:
a) mais uma sobre esse tema. A alternativa trocou os conceitos: a Administração
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou de oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial – ERRADA;
b) o desvio de finalidade (desvio de poder) se verifica quando o agente pratica
o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na
regra de competência – ERRADA.
c) isso mesmo. Nos atos discricionários há uma certa margem de liberdade na
atuação do agente, que deve, no entanto, observar os parâmetros legais –
CORRETA;
d) a atuação da Administração Pública, no exercício da função administrativa, é
discricionária vinculada quando a lei estabelece a única solução possível diante
de determinada situação de fato; ela fixa todos os requisitos, cuja existência a

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 73 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
Administração deve limitar-se a constatar, sem qualquer margem de apreciação
subjetiva – ERRADA;
e) o desvio excesso de poder ocorre quando o agente público excede os limites
de sua competência. O desvio de poder é o mesmo que desvio de finalidade,
como explicamos na alternativa B – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

68. (Vunesp – Procurador Municipal/Prefeitura de Rosana - SP/2016) O ato


administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a
Administração Pública faculta a utilização privativa de bem público, para fins de
interesse público, é a definição de
a) autorização.
b) concessão.
c) retrocessão.
d) permissão.
e) tredestinação.
Comentário:
a) a autorização como ato administrativo designa o ato unilateral e discricionário
pelo qual a Administração faculta ao particular o desempenho de atividade
material ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente
proibidos – ERRADA;
b) a concessão é um contrato administrativo, e não um ato – ERRADA;
c) a retrocessão é a obrigação que se impõe ao expropriante de oferecer o bem
ao expropriado, mediante a devolução do valor da indenização, quando não lhe
der o destino declarado no ato expropriatório – ERRADA;
d) a permissão, em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral,
discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração faculta
ao particular a execução de serviço público ou a utilização privativa de bem
público – CORRETA;
e) a tredestinação ocorre quando há a destinação de um bem expropriado a
finalidade diversa da que se planejou inicialmente – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.

69. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Suzano – SP/2016) Assinale a


alternativa correta a respeito do ato administrativo.
a) O ato vinculado não pode ser revogado pela Administração e nem pelo Poder
Judiciário.
b) O ato discricionário praticado por agente incompetente deve ser revogado.
c) A revogação desconstitui o ato administrativo com efeitos ex tunc.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 74 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
d) O ato discricionário é infenso ao controle de legalidade praticado pelo Poder
Judiciário.
e) O ato discricionário transita no espaço da ausência de normatividade que discipline
o seu objeto.
Comentário:
a) isso mesmo. O ato vinculado deve ser anulado, aí sim, pela própria
Administração ou pelo Judiciário, mas não revogado – CORRETA;
b) com relação ao sujeito, o ato é sempre vinculado, pois só pode praticá-lo
aquele a quem a lei conferiu a competência. Havendo vício nesse elemento,
deve-se, via de regra, proceder à sua anulação, e não revogação – ERRADA;
c) a revogação não retroage, pois atinge atos que eram válidos enquanto eram
convenientes e oportunos para a Administração – ERRADA;
d) o ato discricionário pode sim ser analisado pelo Judiciário, quanto aos seus
aspectos legais – ERRADA;
e) com relação ao objeto, o ato será vinculado quando a lei estabelecer apenas
um objeto como possível para atingir determinado fim. E será discricionário
quando houver vários objetos possíveis para atingir o mesmo fim, todos eles
válidos perante o direito – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

70. (Vunesp – Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental/Prefeitura


de São Paulo – SP/2015) Quanto a um determinado ato considerado vinculado
exercido pelo administrador público, pode-se dizer que
a) o administrador público pode avaliar pelo critério de conveniência.
b) é permitido o juízo de valor pelo administrador público.
c) o administrador público tem o poder de escolha entre múltiplos caminhos.
d) o mérito administrativo é o norteador na escolha do administrador público.
e) não há liberdade de escolha para o administrador público.
Comentário: os atos vinculados são aqueles praticados sem margem de
liberdade de decisão, uma vez que a lei determinou, o único comportamento
possível a ser obrigatoriamente adotado é sempre aquele em que se configure
a situação objetiva prevista na lei. Assim, não há margem de escolha ao agente
público, cabendo-lhe decidir com base no que consta na lei, deixando de lado
critérios de conveniência e oportunidade, bem como a aferição de juízo de valor
pelo administrador público.
Gabarito: alternativa E.

71. (Vunesp – Juiz de Direito/TJ-MS/2015) Determinado servidor público da


Administração Pública Estadual requer sua aposentadoria. O pedido tramita

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 75 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
regularmente e a aposentadoria é concedida em junho de 2014. Em abril de 2015,
durante verificação de rotina, a Administração Pública Estadual constata que a
concessão inicial foi indevida, pois o servidor não preenchia os requisitos legais para
a aposentação. Nesse caso, deve a Administração Pública
a) manter o ato administrativo da forma como se encontra, pois em decorrência do
atributo da presunção de veracidade juris et de jure dos atos administrativos,
presumem-se verdadeiros os fatos reconhecidos pela Administração.
b) emitir ato revogatório de efeitos imediatos, pois o ato administrativo pode ser posto
em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do
Poder Judiciário.
c) anular o ato independentemente de manifestação do servidor interessado, pois
possui a prerrogativa de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros.
d) anular o ato administrativo, pois em decorrência do princípio da legalidade, queda
afastada a possibilidade de a Administração praticar atos inominados, como o ato
viciado em tela.
e) com base no seu poder de autotutela sobre os próprios atos, anular o ato de
concessão inicial da aposentadoria, mediante processo em que sejam assegurados o
contraditório e a ampla defesa ao servidor público interessado.
Comentário:
a) a presunção de veracidade dos atos não é juris et de jure (absoluta), mas sim
juris tantum (relativa), pois admite prova em contrário – ERRADA;
b) no caso, não se trata de mera revogação, mas sim de necessária anulação do
ato, que, de fato, pode ocorrer por iniciativa da própria Administração –
ERRADA;
c) os atos de que decorram efeitos favoráveis podem ser anulados, mas deve-
se oportunizar o contraditório e a ampla defesa aos interessados – ERRADA;
d) não se trata de um ato inominado. O desfazimento do ato, nesse caso, se dará
com a sua anulação – ERRADA;
e) isso mesmo. A administração pode anular seus próprios atos, e quando da
anulação puder resultar prejuízos ao interessado, deve ser oportunizado o
contraditório e a ampla defesa, através do devido processo administrativo –
CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

72. (Vunesp – Analista de Promotoria - Assistente Jurídico/MPE-SP/2015) Na


hipótese de concessão de permissão para exploração de uma atividade, que depois
venha a ser incompatível com nova lei de zoneamento, é correto afirmar que o referido
ato administrativo será extinto por meio da
a) renúncia.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 76 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
b) cassação.
c) revogação.
d) invalidação.
e) caducidade.
Comentário: no caso do enunciado, temos que após a expedição do ato, houve
alteração na legislação, fazendo com que aquele ato se tornasse incompatível
com o novo ordenamento. Nesse sentido, a a forma de extinção do ato
administrativo em decorrência de invalidade ou ilegalidade superveniente.
Assim, a caducidade ocorre quando uma legislação nova – ou seja, que surgiu
após a prática do ato – torna-o inválido. Nosso gabarito, então, é a alternativa E.
Quanto às demais alternativas, temos que a renúncia é ato administrativo pelo
qual o poder Público extingue unilateralmente um direito próprio, liberando
definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. A cassação
é o desfazimento de um ato válido em virtude de descumprimento pelo
beneficiário das condições que deveria manter, ou seja, ocorre quando o
administrado comete alguma falta. A revogação é a supressão de um ato
administrativo válido e discricionário por motivo de interesse público
superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno e a invalidação ou
anulação é o desfazimento do ato administrativo em virtude de ilegalidade.
Gabarito: alternativa E.

73. (Vunesp – Assistente Legislativo/Prefeitura de Caieiras – SP/2015) Quanto ao


ato administrativo e sua revogação, assinale a alternativa correta.
a) O ato vinculado pode ser revogado por interesse público.
b) Depois de praticado, o ato discricionário não comporta revogação.
c) A revogação faz com que o ato discricionário perca seus efeitos desde que foi
emanado.
d) A revogação de ato vinculado atinge direito adquirido.
e) A revogação produz o desfazimento de ato discricionário válido.
Comentário:
a) os atos vinculados não são passíveis de revogação, mas sim de anulação,
pois os seus elementos estão descritos na lei, sem margem de liberdade de
atuação para o agente – ERRADA;
b) os atos discricionários podem sim ser revogados, por motivos
supervenientes ligados à conveniência e oportunidade administrativa –
ERRADA;
c) não. A revogação possui efeitos futuros, ou seja, não invalida os efeitos
produzidos normalmente pelo ato revogado – ERRADA;

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 77 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
d) não há que se falar em revogação de ato vinculado. Ademais, tanto na
revogação quanto na anulação devem ser respeitados os direitos adquiridos –
ERRADA;
e) na revogação, não há invalidade. Os atos discricionários possuem elementos
passiveis de serem valorados pelo agente, de forma que podem se tornar, após
algum tempo, inconvenientes ou inoportunos para a Administração. Tendo isso
em mente, pode ser feita a revogação de um ato válido, mas que não é mais
interessante de ser mantido – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

74. (Vunesp – Assistente Legislativo/Prefeitura de Caieiras – SP/2015) São


pressupostos essenciais à prática do ato administrativo discricionário:
a) conveniência e oportunidade.
b) competência e autorização judicial.
c) interesse público e hierarquia.
d) liberdade administrativa e vinculação ao texto legal.
e) fonte legislativa e subordinação.
Comentário: Enquanto nos atos vinculados todos os requisitos do ato estão
rigidamente previstos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), nos
atos discricionários há margem para que o agente faça a valoração do motivo e
a escolha do objeto, conforme o seu juízo de conveniência e oportunidade.
Gabarito: alternativa A.

75. (Vunesp – Assistente Legislativo/Prefeitura de Caieiras – SP/2015) Quanto à


possibilidade de anulação do ato administrativo, assinale a alternativa correta.
a) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais.
b) Tratando-se de vício ou ilegalidade, os atos administrativos somente podem ser
anulados pelo Poder Judiciário.
c) O conceito de ilegalidade ou ilegitimidade, para fins de anulação do ato
administrativo, restringe-se somente à violação frontal da lei.
d) O ato nulo vincula as partes, não produzindo efeitos válidos em relação a terceiros
de boa-fé.
e) Os atos nulos devem ser revogados por motivo de conveniência ou oportunidade.
Comentário:
a) essa é a previsão da Súmula 473 do STF, que traduz um poder-dever da
Administração anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial – CORRETA;

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 78 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
b) a própria administração pode tanto revogar quanto anular os seus próprios
atos, independentemente do Poder Judiciário – ERRADA;
c) o conceito de ilegalidade é amplo, abarcando, por exemplo, a violação aos
princípios administrativos – ERRADA;
d) os efeitos produzidos pelos atos nulos devem ser preservados em face dos
terceiros que estejam de boa-fé – ERRADA;
e) os atos nulos devem ser anulados, e não revogados – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

76. (Vunesp – Assistente Legislativo/Prefeitura de Caieiras – SP/2015) É um ato


negocial, através do qual a Administração Pública delega, a título precário e revogável,
e mediante licitação, a prestação dos serviços públicos à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade de desempenho, por sua conta e risco. Este é um conceito de
a) Autorização.
b) Concessão.
c) Agência Reguladora.
d) Permissão de Serviço Público.
e) Atividade econômica de Empresa Pública.
Comentário: a permissão é ato negocial, de caráter discricionário e precário, não
sendo concedida de ofício, mas apenas mediante solicitação. Nas definições de
José dos Santos Carvalho Filho, a permissão é o ato administrativo
discricionário e precário pelo qual a Administração consente que o
particular execute serviço público ou utilize privativamente bem público.
No caso de execução de serviço público, atualmente, a permissão não é mais
um ato, mas sim um contrato administrativo, nos termos da Lei 8.987/95.
Contudo, a permissão de uso de bens públicos permanece como ato
administrativo, motivo pelo qual é ato unilateral, discricionário e precário.
Gabarito: alternativa D.

ƒ isso! Essa foi apenas uma demonstra•‹o.


Em nossa pr—xima aula, conversaremos sobre as licita•›es pœblicas.
Bons estudos e atŽ breve.
HERBERT ALMEIDA.
http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/

@profherbertalmeida

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 79 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

www.facebook.com/profherbertalmeida/
@profherbertalmeida

QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – ATA/MIN/2013) A construção de uma ponte pela administração pública


caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma atividade pública material em
cumprimento de alguma decisão administrativa.
2. (Cespe – ATA/MIN/2013) Todos os atos da administração pública que produzem
efeitos jurídicos são considerados atos administrativos, ainda que sejam regidos pelo
direito privado.
3. (Cespe – AJ/TRT 10/2013) Os fatos administrativos não produzem efeitos
jurídicos, motivo pelo qual não são enquadrados no conceito de ato administrativo.
4. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) A designação de ato administrativo abrange toda
atividade desempenhada pela administração.
5. (Cespe – ATA/MIN/2013) Quando o juiz de direito prolata uma sentença, nada
mais faz do que praticar um ato administrativo.
6. (Cespe - AA/IBAMA/2013) Ato administrativo corresponde, conceitualmente, a
manifestação unilateral de vontade do Poder Executivo, com efeito jurídico imediato,
exarada sob o regime jurídico de direito público.
7. (Cespe - Ana/BACEN/2013) Para concretizar a desapropriação de um imóvel, a
administração toma providência para tomar a posse desse imóvel, situação que
constitui exemplo de fato administrativo.
8. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) A pavimentação de uma rua pela administração
pública municipal representa um fato administrativo, atividade decorrente do exercício
da função administrativa, que pode originar-se de um ato administrativo.
9. (Cespe – Escrivão/PC-BA/2013) O contrato de financiamento ou mútuo firmado
pelo Estado constitui ato de direito privado, não sendo, portanto, considerado ato
administrativo.
10. (Cespe – DP-DF/2013) A edição de atos administrativos é exclusiva dos órgãos
do Poder Executivo, não tendo as autoridades dos demais poderes competência para
editá-los.
11. (Cespe – Admin/SUFRAMA/2014) Caso a administração seja suscitada a se
manifestar acerca da construção de um condomínio em área supostamente irregular,
mas se tenha mantida inerte, essa ausência de manifestação da administração será

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 80 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
considerada ato administrativo e produzirá efeitos jurídicos, independentemente de lei
ou decisão judicial.
12. (Cespe – ATA/MIN/2013) O silêncio administrativo, que consiste na ausência de
manifestação da administração pública em situações em que ela deveria se
pronunciar, somente produzirá efeitos jurídicos se a lei os previr.
13. (Cespe – Procurador/Bacen/2013 – adaptada) Quando a lei estabelece que o
decurso do prazo sem a manifestação da administração pública implica aprovação de
determinada pretensão, o silêncio administrativo configura aceitação tácita, hipótese
em que é desnecessária a apresentação de motivação pela administração pública
para a referida aprovação.
14. (Cespe – Auditor/TCE-ES/2012) O silêncio administrativo consiste na ausência
de manifestação da administração nos casos em que ela deveria manifestar-se. Se a
lei não atribuir efeito jurídico em razão da ausência de pronunciamento, o silêncio
administrativo não pode sequer ser considerado ato administrativo.
15. (Cespe – Notários/TJDFT/2008) O silêncio administrativo não significa
ocorrência do ato administrativo ante a ausência da manifestação formal de vontade,
quando não há lei dispondo acerca das conseqüências jurídicas da omissão da
administração.
16. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) Consoante a doutrina, são requisitos ou elementos do
ato administrativo a competência, o objeto, a forma, o motivo e a finalidade.

Pedro, servidor de um órgão da administração pública, foi informado por seu chefe da
possibilidade de ser removido por ato de ofício para outra cidade, onde ele passaria a
exercer suas funções. Nessa situação hipotética, considerando as regras dispostas
na Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsequente.
17. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Caso Pedro seja removido por
motivação fundamentada em situação de fato, a validade do ato que determine a
remoção fica condicionada à veracidade dessa situação por força da teoria dos
motivos determinantes.
18. (Cespe - AnaTA MJ/2013) O motivo do ato administrativo não se confunde com
a motivação estabelecida pela autoridade administrativa. A motivação é a exposição
dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e
psicológica que corresponde à vontade do agente público.
19. (Cespe - Tec/BACEN/2013) Define-se o requisito denominado motivação como o
poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições
de seu cargo.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 81 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
20. (Cespe – Agente Administrativo/DPF/2014) Há presunção de legitimidade e
veracidade nos atos praticados pela administração durante processo de licitação.
21. (Cespe – AA/Anac/2012) O atributo da presunção de legitimidade é o que
autoriza a ação imediata e direta da administração pública nas situações que exijam
medida urgente.
22. (Cespe - AAmb/IBAMA/2013) O IBAMA multou e interditou uma fábrica de
solventes que, apesar de já ter sido advertida, insistia em dispensar resíduos tóxicos
em um rio próximo a suas instalações. Contra esse ato a empresa impetrou mandado
de segurança, alegando que a autoridade administrativa não dispunha de poderes
para impedir o funcionamento da fábrica, por ser esta detentora de alvará de
funcionamento, devendo a interdição ter sido requerida ao Poder Judiciário.
Em face dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Um dos atributos do ato administrativo executado pelo IBAMA na situação em questão
é o da autoexecutoriedade, que possibilita ao poder público obrigar, direta e
materialmente, terceiro a cumprir obrigação imposta por ato administrativo, sem a
necessidade de prévia intervenção judicial.
23. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Em razão da característica da autoexecutoriedade, a
cobrança de multa aplicada pela administração não necessita da intervenção do Poder
Judiciário, mesmo no caso do seu não pagamento.
24. (Cespe - Tec/BACEN/2013) A autoexecutoriedade é um atributo presente em
todos os atos administrativos.
25. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam
dos atributos da presunção de legitimidade, da imperatividade, da exigibilidade e da
autoexecutoriedade.
26. (Cespe – Adm/MIN/2013) O atributo da imperatividade não está presente em
todos os atos administrativos.
27. (Cespe - Tec/MPU/2013) Dada a imperatividade, atributo do ato administrativo,
devem-se presumir verdadeiros os fatos declarados em certidão solicitada por
servidor do MPU e emitida por técnico do órgão.
28. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) Considere que determinada
autoridade do TRE/PI tenha negado pedido administrativo feito por um servidor do
quadro, sem expor fundamentos de fato e de direito que justificassem a negativa do
pedido. Nesse caso, o ato administrativo praticado pela autoridade do TRE/PI
a) não possui presunção de veracidade.
b) pode ser editado sob a forma de resolução.
c) é considerado, quanto à formação da vontade, ato administrativo complexo.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 82 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
d) classifica-se como ato administrativo meramente enunciativo.
e) apresenta vício de forma.
29. (Cespe - Ana/MPU/2013) A autorização é ato administrativo discricionário
mediante o qual a administração pública outorga a alguém o direito de realizar
determinada atividade material.
30. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o
aspecto da legalidade; o ato discricionário, por sua vez, é analisado sob o aspecto não
só da legalidade, mas também do mérito.
31. (Cespe - Ana/BACEN/2013) A lei estabelece todos os critérios e condições de
realização do ato vinculado, sem deixar qualquer margem de liberdade ao
administrador.
32. (Cespe - AnaTA/MDIC/2014) Um aviso é uma forma de ato administrativo
classificado como ato punitivo, ou seja, que certifica ou atesta um fato administrativo.
33. (Cespe - PT/PM CE/2014) A licença é ato administrativo unilateral e discricionário
pelo qual a administração pública faculta ao particular o desempenho de atividade
material ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seria legalmente proibido.
34. (Cespe – AA/Anac/2012) Os atos vinculados são insuscetíveis de revogação pela
administração pública.
35. (Cespe – AA/Anac/2012) A revogação de um ato administrativo ocorre nos casos
em que esse ato seja ilegal.
36. (Cespe - AJ/CNJ/2013) A licença concedida ao administrado para o exercício de
direito poderá ser revogada pela administração pública por critério de conveniência e
oportunidade.
37. (Cespe - TJ/TRT 10/2013) Os atos administrativos só podem ser anulados
mediante ordem judicial.
38. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Sendo a revogação a extinção de um ato
administrativo por motivos de conveniência e oportunidade, é ela, por essência,
discricionária.
39. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Os atos administrativos do Poder Executivo não são
passíveis de revogação pelo Poder Judiciário.
40. (Cespe - PRF/2013) Praticado ato ilegal por agente da PRF, deve a administração
revogá-lo.
41. (Cespe - AFT/MTE/2013) A revogação de um ato administrativo produz efeitos
retroativos à data em que ele tiver sido praticado.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 83 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
42. (Cespe - DP DF/2013) Caso verifique que determinado ato administrativo se
tornou inoportuno ao atual interesse público e, ao mesmo tempo, ilegal, a
administração pública terá, como regra, a faculdade de decidir pela revogação ou
anulação do ato.
43. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) O poder de revogação de ato administrativo por parte
da administração pública não é ilimitado, pois existem situações jurídicas que não
rendem ensejo à revogação.
44. (Cespe - Ana/BACEN/2013) O Poder Judiciário poderá revogar um ato
administrativo editado pelo Poder Executivo, se o ato for considerado ilegal.
45. (Cespe - Ana/BACEN/2013) A declaração de nulidade do ato surte efeitos
retroativos a todos aqueles que, de alguma forma, se beneficiaram dos efeitos
produzidos pelo ato viciado.
46. (Cespe - ACE/TCE-RO/2013) Se um particular descumprir as condições impostas
pela administração para efetuar uma construção, deve-se cassar a licença que tiver
sido concedida para tal construção.
47. (Vunesp – Agente de Fiscalização (Superior)/TCE-SP/2017) Assinale a
alternativa que contempla um tipo de ato administrativo dotado do atributo da
imperatividade.
a) Autorização para conceder o uso de bem público.
b) Licença de funcionamento de comércio.
c) Permissão de serviço público.
d) Sentença judicial.
e) Decreto de desapropriação.
48. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Marília - SP/2017) Segundo o
disposto na Constituição Federal, se um ato administrativo aplicar indevidamente
determinada súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que
a) poderá ser anulado por meio de recurso ordinário a ser interposto diretamente
perante o Supremo Tribunal Federal.
b) deverá ser impugnado por meio da arguição de descumprimento de preceito
fundamental.
c) poderá ser anulado por meio de reclamação ao Supremo Tribunal Federal.
d) deverá ser impugnado por meio de ação própria em primeira instância da Justiça
Federal.
e) poderá ser objeto de ação declaratória de constitucionalidade, para dirimir a
divergência sobre a aplicação correta da súmula vinculante.
49. (Vunesp – Assistente Previdenciário/IPRESB – SP/2017) Considere as
seguintes afirmações acerca dos atributos dos atos administrativos.
I. É o atributo pelo qual o ato produz efeitos imediatamente, até que, eventualmente,
seja decretada sua invalidade pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 84 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
II. É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância.
III. É o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria
Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
Assinale a alternativa que associa, corretamente, a afirmação ao atributo do ato
administrativo a que ela corresponde.
a) I – tipicidade; II – exigibilidade; III – presunção de legalidade.
b) I – autoexecutoriedade; II – presunção de legalidade; III – imperatividade.
c) I – presunção de legitimidade e veracidade; II – tipicidade; III – autoexecutoriedade.
d) I – exigilidade; II – imperatividade; III – presunção de legalidade.
e) I – presunção de legitimidade e veracidade; II – imperatividade; III –
autoexecutoriedade.
50. (Vunesp – Analista de Processos/IPRESB – SP/2017) Sobre os atos
administrativos, é correto afirmar que
a) a produção de atos administrativos é de exclusividade do Poder Executivo.
b) a locação de um imóvel por parte do Município é um típico ato administrativo.
c) a competência para a prática do ato é irrevogável e irrenunciável, não admitindo,
portanto, a delegação ou avocação.
d) são caracterizados por serem dotados de presunção de veracidade absoluta.
e) de modo geral, são escritos, mas podem, em certos casos, ser expedidos
oralmente.
51. (Vunesp – Analista de Processos/IPRESB – SP/2017) Robertson, passando-
se por um funcionário público, praticou ato que, em tese, seria um ato administrativo.
Nessa hipótese, pode-se afirmar que o ato praticado por Robertson é
a) inexistente.
b) nulo.
c) anulável.
d) imperfeito.
e) inválido.
52. (Vunesp – Analista de Processos/IPRESB – SP/2017) Assinale a alternativa
correta a respeito da convalidação de atos administrativos por parte da Administração
pública.
a) A impugnação do interessado não constituiu impedimento à convalidação do ato.
b) Os vícios quanto à competência do ato impedem a sua convalidação.
c) A prescrição torna prescindível a convalidação do ato.
d) Atos viciados em sua forma não são passíveis de convalidação.
e) Se o ato é apenas anulável, é dever da Administração convalidá-lo,
independentemente dos efeitos por ele gerados.
53. (Vunesp – Juiz de Direito/TJ-SP/2017) O motivo do ato administrativo pode ser
conceituado como:

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 85 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
a) a normatividade jurídica que irá incidir sobre determinada situação de fato que lhe
é antecedente.
b) a ocorrência no mundo fenomênico de certo pressuposto fático, relevante para o
direito, que vai postular ou possibilitar a edição do ato administrativo.
c) a explicitação dos fundamentos de fato e de direito que levaram à edição do ato
administrativo e sem a qual o ato é nulo.
d) o móvel ou intenção do agente ou, em outros termos, a representação psicológica
que levou o administrador a agir, e que tem especial importância no plano dos atos
discricionários.
54. (Vunesp – Procurador Legislativo/Câmara de Cotia – SP/2017) Considere a
seguinte situação hipotética: Lei Municipal é aprovada concedendo a revisão geral
anual, prevista na Constituição Federal, para todos os servidores públicos do
Município de Cotia. O Prefeito Municipal, no entanto, somente efetiva o aumento
salarial para os servidores que são filiados ao partido político ao qual pertence. Como
o ato administrativo possui vários elementos, é correto afirmar que, nesse caso
hipotético, o vício desse ato recai sobre
a) a finalidade.
b) a forma.
c) o motivo.
d) o objeto.
e) a competência.
55. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Andradina - SP/2017) Formas
de que se revestem os atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades outras
que não o Chefe do Executivo, denominam-se
a) resolução e portaria.
b) portaria e decreto.
c) circular e parecer.
d) alvará e circular.
e) decreto e resolução.
56. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Mogi das Cruzes – SP/2016)
Considere a seguinte situação hipotética. A Municipalidade de Mogi das Cruzes se
depara com uma situação urgente, em que um imóvel se encontra em situação
precária após a ocorrência de fortes chuvas, ameaçando ruir, sendo necessária a
demolição a fim de evitar prejuízo maior para o interesse público. O Município pode
realizar a demolição nesse caso, sem necessidade de intervenção judicial, pois o ato
administrativo, em tais circunstâncias, é dotado do atributo da
a) presunção de veracidade.
b) tipicidade.
c) imperatividade.
d) autoexecutoriedade.
e) presunção de legitimidade.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 86 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
57. (Vunesp – Técnico Legislativo/Câmara de Taquaritinga – SP/2016) Acerca da
invalidação e da revogação dos atos administrativos, é correto afirmar que o Supremo
Tribunal Federal possui entendimento pacificado e sumulado no sentido de que a
Administração Pública pode
a) anular seus próprios atos, por motivos de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a possibilidade de apreciação judicial.
b) revogar seus próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, cabendo
ao Poder Judiciário fazê-lo, supletivamente, caso a Administração seja omissa.
c) anular seus próprios atos, quando neles incidirem vícios de ilegalidade, sem
possibilidade de apreciação judicial da mesma matéria.
d) revogar seus próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, sem
qualquer dever de indenizar, pois inexistem direitos adquiridos.
e) anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos.
58. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Alumínio - SP/2016) Com
relação à anulação e revogação dos atos administrativos, é correto afirmar que
a) a revogação somente poderá ser ordenada pela Administração, gerando efeitos ex
tunc.
b) a anulação somente poderá ser ordenada pelo Poder Judiciário, gerando efeitos ex
nunc.
c) a revogação poderá ser ordenada pela Administração, gerando efeitos ex tunc.
d) a anulação poderá ser ordenada pela Administração, gerando efeitos ex nunc.
e) a revogação somente poderá ser ordenada pela Administração, gerando efeitos ex
nunc.
59. (Vunesp – Juiz de Direito/TJM-SP/2015) O ato administrativo tem
peculiaridades sobre as quais é possível fazer a seguinte afirmação:
a) se a Administração não se pronuncia quando provocada por um administrado que
postula interesse próprio, está-se perante o silêncio administrativo que, apesar de não
ser um ato, deverá ser sempre interpretado como deferimento.
b) os atos vinculados obedecem a uma prévia e objetiva tipificação legal do único
comportamento possível da Administração em face de situação igualmente prevista,
autorizando sua revogação em caso de ilegalidade.
c) a autoexecutoriedade do ato administrativo independe de previsão legal, mas
obedece estritamente ao princípio da proporcionalidade.
d) os atos administrativos podem ser classificados como simples ou complexos, a
depender do número de destinatários beneficiados com a sua prática.
e) os motivos e a finalidade indicados na lei, bem como a causa do ato, fornecem as
limitações ao exercício de discrição administrativa e, portanto, estão sujeitos ao
controle judicial.
60. (Vunesp – Analista/Prefeitura de São Paulo – SP/2016) Considerando o que
dispõe a legislação brasileira, na hipótese de a Administração Pública constatar a

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 87 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
ilegalidade de um ato administrativo praticado por um servidor público, é correto firmar
que o ato
a) deve ser revogado pela administração, e o servidor deve responder pelos danos
causados.
b) é passível de ser anulado pela própria administração.
c) pode ser anulado pela própria administração, desde que tenha causado danos
materiais a terceiros.
d) deve ser revogado pela Administração, e o poder público responderá pelos danos
causados, podendo cobrar os prejuízos do servidor em ação regressiva.
e) somente pode ser anulado pelo Poder Judiciário, mas a Administração e o servidor
responderão pelos danos causados a terceiros.
61. (Vunesp – Titular de Serviços de Notas e de Registros/TJ-SP/2016) Assinale
a alternativa correta sobre o ato administrativo.
a) Competência, forma, finalidade, motivo e imperatividade são requisitos de validade
do ato administrativo.
b) Presunção de legitimidade, autoexecutoriedade, motivo e objeto são atributos do
ato administrativo.
c) Competência, forma, finalidade, motivo e objeto são requisitos de validade do ato
administrativo.
d) Competência, forma, finalidade, motivo e objeto são atributos do ato administrativo.
62. (Vunesp – Procurador Jurídico/Câmara de Marília – SP/2016) Assinale a
alternativa que corretamente discorre sobre aspectos do ato administrativo.
a) Nos atos vinculados, é permitido ao agente traçar as linhas que limitam o conteúdo
do ato administrativo, mediante a avaliação dos elementos que constituem seus
critérios.
b) Pela aplicação da teoria dos motivos determinantes, o Poder Judiciário não pode
exercer o controle sobre a existência dos motivos invocados como fundamento do ato.
c) A forma extintiva que se aplica quando o beneficiário de determinado ato descumpre
condições que permitem a manutenção do ato e de seus efeitos é a revogação.
d) Em decorrência do princípio da separação de Poderes, o Legislativo pode anular,
por lei, atos do Poder Executivo.
e) Quando se trata de atividade vinculada, o autor do ato deve limitar-se a fixar como
objeto deste o mesmo objeto que a lei previamente já estabeleceu.
63. (Vunesp – Procurador/IPSMI/2016) Com base na teoria do ato administrativo,
assinale a alternativa correta.
a) Atos perfeitos são atos que estão em conformidade com o direito e que já exauriram
os seus efeitos, tornando-se irretratáveis.
b) Atos complexos são formados pela manifestação de dois órgãos, sendo o conteúdo
do ato definido por um, cabendo ao segundo a verificação de sua legitimidade.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 88 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
c) A cassação consiste na extinção do ato administrativo em razão do descumprimento
das razões impostas pela Administração ou ilegalidade superveniente imputável ao
beneficiário do ato.
d) A caducidade é a extinção do ato administrativo em virtude da sua incompatibilidade
com o seu fundamento de validade no momento da edição.
e) A revogação é a extinção do ato administrativo quando a situação nele contemplada
não mais é tolerada pela nova legislação.
64. (Vunesp – Agente Previdenciário/IPSMI/2016) Assinale a alternativa que
corretamente trata da invalidação e da revogação de atos administrativos.
a) A Administração não pode anular seus próprios atos, assim, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, a Administração deverá promover a ação cabível, visando
ao desfazimento do ato e à reversão de todos os efeitos produzidos perante o Poder
Judiciário, que é competente para tanto.
b) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
c) A Administração pode anular seus próprios atos, por motivo de conveniência ou
oportunidade, ou revogá-los, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos, ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
d) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, não
havendo, em ambos os casos, proteção aos direitos adquiridos.
e) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, sendo
assegurada, em ambos os casos, a proteção aos direitos adquiridos.
65. (Vunesp – Procurador Municipal/Prefeitura de Sertãozinho - SP/2016)
Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre o ato administrativo.
a) Em certos atos, denominados vinculados, a lei permite ao agente proceder a uma
avaliação de conduta, ponderando os aspectos relativos à conveniência e à
oportunidade da prática do ato.
b) A Administração pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial.
c) É defeso ao Poder Judiciário apreciar o mérito do ato administrativo, cabendo-lhe
unicamente examiná-lo sob o aspecto de sua legalidade, isto é, se foi praticado
conforme ou contrariamente à lei.
d) A revogação também pode ser feita pelo Poder Judiciário, mediante provocação
dos interessados, que poderão utilizar, para esse fim, as ações ordinárias e especiais
previstas na legislação processual.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 89 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
e) Anulação é o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração extingue
um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência, respeitando os efeitos já
produzidos pelo ato, precisamente pelo fato de ser este válido perante o direito.
66. (Vunesp – Procurador Jurídico/Câmara de Poá – SP/2016) No tocante à
anulação ou revogação do ato administrativo, assinale a alternativa correta.
a) A anulação do ato administrativo poderá ser realizada pelo Poder Judiciário ou pela
própria Administração, operando efeitos ex tunc e alicerçada na oportunidade e
conveniência.
b) A revogação do ato administrativo poderá ser realizada pela própria Administração,
operando efeitos ex tunc e alicerçada na oportunidade e conveniência.
c) A anulação do ato administrativo poderá ser realizada pelo Poder Judiciário ou pela
própria Administração, operando efeitos ex nunc, alicerçada em vício de legalidade.
d) A revogação do ato administrativo poderá ser realizada pela própria Administração,
operando efeitos ex nunc e alicerçada na oportunidade e conveniência.
e) A anulação do ato administrativo poderá ser realizada somente pelo Poder
Judiciário, operando efeitos ex tunc e alicerçada em vício de legalidade.
67. (Vunesp – Procurador Municipal/Prefeitura de Rosana - SP/2016) Assinale a
alternativa que corretamente discorre sobre aspectos concernentes ao ato
administrativo.
a) A Administração pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou anulá-los, por motivo de
conveniência ou de oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
b) O vício de finalidade, ou desvio de poder, consiste na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou à seriedade do
ato, que tem apenas a aparência de manifestação regular da Administração, mas não
chega a se aperfeiçoar como ato administrativo.
c) Afirma-se que um ato é discricionário nos casos em que a Administração tem o
poder de adotar uma ou outra solução, segundo critérios de oportunidade, de
conveniência, de justiça e de equidade, próprios da autoridade, porque não definidos
pelo legislador, que deixa certa margem de liberdade de decisão diante do caso
concreto.
d) A atuação da Administração Pública, no exercício da função administrativa, é
discricionária quando a lei estabelece a única solução possível diante de determinada
situação de fato; ela fixa todos os requisitos, cuja existência a Administração deve
limitar-se a constatar, sem qualquer margem de apreciação subjetiva.
e) O desvio de poder ocorre quando o agente público excede os limites de sua
competência; por exemplo, quando a autoridade, competente para aplicar a pena de
suspensão, impõe penalidade mais grave, que não é de sua atribuição; ou quando a
autoridade policial se excede no uso da força para praticar ato de sua competência.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 90 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
68. (Vunesp – Procurador Municipal/Prefeitura de Rosana - SP/2016) O ato
administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a
Administração Pública faculta a utilização privativa de bem público, para fins de
interesse público, é a definição de
a) autorização.
b) concessão.
c) retrocessão.
d) permissão.
e) tredestinação.
69. (Vunesp – Procurador Jurídico/Prefeitura de Suzano – SP/2016) Assinale a
alternativa correta a respeito do ato administrativo.
a) O ato vinculado não pode ser revogado pela Administração e nem pelo Poder
Judiciário.
b) O ato discricionário praticado por agente incompetente deve ser revogado.
c) A revogação desconstitui o ato administrativo com efeitos ex tunc.
d) O ato discricionário é infenso ao controle de legalidade praticado pelo Poder
Judiciário.
e) O ato discricionário transita no espaço da ausência de normatividade que discipline
o seu objeto.
70. (Vunesp – Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental/Prefeitura
de São Paulo – SP/2015) Quanto a um determinado ato considerado vinculado
exercido pelo administrador público, pode-se dizer que
a) o administrador público pode avaliar pelo critério de conveniência.
b) é permitido o juízo de valor pelo administrador público.
c) o administrador público tem o poder de escolha entre múltiplos caminhos.
d) o mérito administrativo é o norteador na escolha do administrador público.
e) não há liberdade de escolha para o administrador público.
71. (Vunesp – Juiz de Direito/TJ-MS/2015) Determinado servidor público da
Administração Pública Estadual requer sua aposentadoria. O pedido tramita
regularmente e a aposentadoria é concedida em junho de 2014. Em abril de 2015,
durante verificação de rotina, a Administração Pública Estadual constata que a
concessão inicial foi indevida, pois o servidor não preenchia os requisitos legais para
a aposentação. Nesse caso, deve a Administração Pública
a) manter o ato administrativo da forma como se encontra, pois em decorrência do
atributo da presunção de veracidade juris et de jure dos atos administrativos,
presumem-se verdadeiros os fatos reconhecidos pela Administração.
b) emitir ato revogatório de efeitos imediatos, pois o ato administrativo pode ser posto
em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do
Poder Judiciário.
c) anular o ato independentemente de manifestação do servidor interessado, pois
possui a prerrogativa de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 91 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
d) anular o ato administrativo, pois em decorrência do princípio da legalidade, queda
afastada a possibilidade de a Administração praticar atos inominados, como o ato
viciado em tela.
e) com base no seu poder de autotutela sobre os próprios atos, anular o ato de
concessão inicial da aposentadoria, mediante processo em que sejam assegurados o
contraditório e a ampla defesa ao servidor público interessado.
72. (Vunesp – Analista de Promotoria - Assistente Jurídico/MPE-SP/2015) Na
hipótese de concessão de permissão para exploração de uma atividade, que depois
venha a ser incompatível com nova lei de zoneamento, é correto afirmar que o referido
ato administrativo será extinto por meio da
a) renúncia.
b) cassação.
c) revogação.
d) invalidação.
e) caducidade.
73. (Vunesp – Assistente Legislativo/Prefeitura de Caieiras – SP/2015) Quanto
ao ato administrativo e sua revogação, assinale a alternativa correta.
a) O ato vinculado pode ser revogado por interesse público.
b) Depois de praticado, o ato discricionário não comporta revogação.
c) A revogação faz com que o ato discricionário perca seus efeitos desde que foi
emanado.
d) A revogação de ato vinculado atinge direito adquirido.
e) A revogação produz o desfazimento de ato discricionário válido.
74. (Vunesp – Assistente Legislativo/Prefeitura de Caieiras – SP/2015) São
pressupostos essenciais à prática do ato administrativo discricionário:
a) conveniência e oportunidade.
b) competência e autorização judicial.
c) interesse público e hierarquia.
d) liberdade administrativa e vinculação ao texto legal.
e) fonte legislativa e subordinação.
75. (Vunesp – Assistente Legislativo/Prefeitura de Caieiras – SP/2015) Quanto à
possibilidade de anulação do ato administrativo, assinale a alternativa correta.
a) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais.
b) Tratando-se de vício ou ilegalidade, os atos administrativos somente podem ser
anulados pelo Poder Judiciário.
c) O conceito de ilegalidade ou ilegitimidade, para fins de anulação do ato
administrativo, restringe-se somente à violação frontal da lei.
d) O ato nulo vincula as partes, não produzindo efeitos válidos em relação a terceiros
de boa-fé.
e) Os atos nulos devem ser revogados por motivo de conveniência ou oportunidade.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 92 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
76. (Vunesp – Assistente Legislativo/Prefeitura de Caieiras – SP/2015) É um ato
negocial, através do qual a Administração Pública delega, a título precário e revogável,
e mediante licitação, a prestação dos serviços públicos à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade de desempenho, por sua conta e risco. Este é um conceito de
a) Autorização.
b) Concessão.
c) Agência Reguladora.
d) Permissão de Serviço Público.
e) Atividade econômica de Empresa Pública.

GABARITO
==0==

1. C 11. E 21. E 31. C 41. E 51. A 61. C 71. E


2. E 12. C 22. C 32. E 42. E 52. C 62. E 72. E
3. E 13. C 23. E 33. E 43. C 53. B 63. C 73. E
4. E 14. C 24. E 34. C 44. E 54. A 64. B 74. A
5. E 15. C 25. C 35. E 45. E 55. A 65. C 75. A
6. E 16. C 26. C 36. C 46. C 56. D 66. D 76. D
7. C 17. C 27. E 37. E 47. E 57. E 67. C
8. C 18. E 28. E 38. C 48. C 58. E 68. D
9. C 19. E 29. C 39. C 49. E 59. E 69. A
10. E 20. C 30. C 40. E 50. E 60. B 70. E

REFERÊNCIAS

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas,
2014.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 93 de 94

00000000000 - DEMO
Administra•‹o Pœblica (parte de DAD) p/ Prefeitura de S‹o Paulo
Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional
(Ci•ncias Cont‡beis)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0
MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 7ª Ed. Niterói: Impetus, 2013.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 94 de 94

00000000000 - DEMO

Você também pode gostar