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Apostila - Instações Zootecnicas PDF
Apostila - Instações Zootecnicas PDF
SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................................... 03
2. Materiais de Construção ................................................................................ 07
3.Cercas .............................................................................................................. 07
4. Paiol ............................................................................................................... 10
5. Silos - graneleiro ............................................................................................ 11
6. Drenagem ....................................................................................................... 12
7. Esterqueiras ................................................................................................. 13
8. Fossas sépticas ............................................................................................. 17
9. Sumidouros .................................................................................................... 18
10. Biodigestor ................................................................................................... 19
11. Avicultura ..................................................................................................... 22
12. Residência de colonos ................................................................................. 28
13. Cunicultura ................................................................................................... 30
14. Orçamentos .................................................................................................. 34
15. Fábrica de ração .......................................................................................... 38
16. Bovinos de leite ............................................................................................ 42
17. Bovinos de corte – pastagens ..................................................................... 55
18. Bovinos de corte – confinamento .................................................................. 61
19. Suinocultura ................................................................................................... 72
20. Referências Bibliográficas ............................................................................. 76
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1. Introdução
O curso de Instalações Zootécnicas – IZ308 – deverá ser ministrado sobre a ótica das
considerações nas abordagens para o desenvolvimento de projetos, onde cada caso será um
caso, considerando aspectos climáticos, culturais, níveis tecnológicos dos projetos, fatores
administrativos e estratégicos, onde o objetivo final será a obtenção de um projeto zootécnico,
ou seja, adaptado às condições produtivas e operacionais, conseqüentemente com condições
econômicas favoráveis, não tendo considerações meramente de abordagens técnicas, já que
as mesmas podem ser simplesmente obtidas de material bibliográfico e de fácil acesso a
qualquer interessado.
O Zootecnista tem papel bem claro e diferenciado em sua atuação com os assuntos
relacionados às construções ligadas a um projeto pecuário, nas chamadas Instalações
Zootécnicas, daqui para frente chamaremos de I.Z. Tanto o Engenheiro Civil como o Arquiteto,
tem condições de desenvolver projetos de I.Z., no entanto, estes profissionais não têm
conhecimentos técnicos adequados para o desenvolvimento do projeto operacional, apenas
conseguem desenvolver os projetos estruturais, cálculos, plantas de construção, orçamentos,
etc...
A realidade que encontramos não se coloca bem desta forma, os profissionais de ciências
agrárias, quando envolvidos com assuntos de I.Z., normalmente não conseguem entender a
importância deste componente do projeto pecuário. Tratado como um item apenas do projeto
que provoca algum tipo de desembolso financeiro, é vencido rapidamente e depois passa a
não influenciar na atividade desenvolvida, tornando-se apenas um imobilizado fixo.
Este é um conceito antigo, no entanto ainda praticado pela maioria dos profissionais, onde
preferem copiar de livros ou de obras prontas, os novos projetos, sendo que as bases de
cópias normalmente já têm mais de meio século de projetados. Pior ainda, que estes modelos
são em sua maioria cópias de projetos europeus ou norte americano, onde as realidades nada
têm a ver com a condição climática (situação tropical) e econômica do Brasil, isto continua até
os dias atuais.
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Em pecuária o relacionamento da atividade com as I.Z. devem ser tratadas sobre quatro
aspectos; a atividade pecuária poderá ser considerada uma criação extensiva (pasto), semi-
extensiva (pasto + I.Z.), confinamento (I.Z.) e super confinamento (I.Z. com limitação espacial).
Quanto maior a intensividade no uso das I.Z., maiores serão os problemas e cuidados a serem
verificados por momento do projeto. Os maiores uso das I.Z. significam que há grande
dependência das mesmas para o melhor desempenho do animal, desta forma elevando os
custos em imobilizações fixas e despesas de futuras manutenções, pior ainda, são os projetos
mal dimensionados que levam a problemas de desempenho produtivo, fatos com grande
dificuldade de serem mensurados financeiramente.
Portanto, os pesos nos custos iniciais em projeto de pecuária nos assuntos relacionados a I.Z.
podem chegar até mais de 60% dos custos totais e influenciar de forma negativa durante toda
a operação produtiva, alguns cuidados essenciais deverão ser notados por momento destas
projeções.
Estes investimentos podem ter prazo de maturação de até 10 anos, fato que deve ser
considerado na hora de investir na atividade. Tais investimentos não devem ser contabilizados
no sentido de valorizar a propriedade onde serão construídos, mas sim e unicamente com um
meio produtivo para obtenção dos objetivos pretendidos.
Algumas decisões devem ser tomadas com relação à qualidade da construção, diferenciar o
que é uma obra sofisticada de uma obra durável e econômica, para fazer frente ao longo tempo
de maturação dos investimentos fixos, de maneiras a não elevar acima da normalidade as
despesas de manutenção ao longo deste tempo.
Ter como base o uso de da evolução de rebanho como única forma determinante para
dimensionar necessidades espaciais, que sempre deverão ser consideradas a futuro. Desta
forma, o uso desta ferramenta possibilitará o parcelamento, ou o melhor emprego do capital
nas imobilizações em I.Z., nem excessos, nem faltas, construções na medida certa das
possibilidades tecnológicas da atividade. Ou seja, quem determina o tamanho e necessidades
em um projeto de I.Z. são os índices zootécnicos possíveis naquela atividade, naquela região,
com aquela tecnologia e com aquele objetivo comercial pretendido.
Este fato faz das projeções de I.Z. uma atividade onde o profissional mais competente para
desenvolvê-las são os Zootecnistas, capacitados tanto nos assuntos técnicos como nos
assuntos econômicos e comerciais ligados a atividade que origina o projeto.
Outro fato de grande importância está relacionado ao tamanho físico dos projetos, nada de
construções muitos grandes fisicamente, todo projeto que atinja tamanho acima de
determinados parâmetros deverão ser divididos em módulos, a estratégia da modulação é a
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principal forma viável de se ter controle produtivo sobre uma determinada atividade, caso
contrário o sistema terá grande chance de cair no descontrole.
A modulação também permite o parcelamento das construções, onde cada módulo só será
construído após a maturação de seu antecedente, onde os acertos e erros deverão ser usados
para melhorar os módulos seqüentes.
A modulação também deverá ser usada como estratégia de apoio a resultados técnicos e
financeiros da atividade, onde cada módulo deverá estar em constante competição entre si,
desta forma, o monitoramento das performances deverá se tornar um fato rotineiro, facilitado
pela estrutura física do projeto.
O projeto de I.Z. deverá ser sempre voltado para seu fluxo operacional, rotinas diárias deverão
ser privilegiadas para facilitação das operações, em primeiro lugar os animais, em segundo
lugar os operadores, o motivo das existências das I.Z. são os animais, a eles deverão ser
ofertados as melhores possibilidades produtivas. Este fato, apesar de sua simplicidade, em
grande maioria dos casos não é nem pensado pelos projetistas de I.Z. As preocupações são os
aumentos de custos, principalmente custeio, que falhas no projeto possam vir a provocar.
Os projetos de I.Z. podem ser via pré-fabricados, sejam eles de concreto armado, ferro ou
madeiras, o que deve ser verificado será a relação benefício custo, já que as vantagens da
velocidade de implantação dos pré-fabricados, não podem superar as normalidades de
retornos técnicos e econômicos da atividade. No BR existem alguns fabricantes de pré-
fabricados em I.Z., principalmente em concreto armado, o problema quanto a estes projetos
estão normalmente ligados às estruturas, que são modeladas com base em estruturas voltadas
aos setores industriais, além de considerações exageradas (estruturalmente) para o objetivo e
necessidades dos animais.
Com relação à TERMODINÂMICA (transformação do calor) nas I.Z., vamos dividi-la em trocas
térmicas secas e trocas térmicas úmidas;
-Trocas Térmicas Úmidas – Oriundas das alterações de temperatura com agregação de água
como meio atuante, onde a água poderá ir do estado líquido para o gasoso (vapor) e do
gasoso para o líquido, são; Evaporação e Condensação.
Evaporação – Troca térmica úmida proveniente da mudança do estado líquido para o
gasoso, para tanto consumindo a energia disponível no ambiente de contato.
Condensação – Troca térmica úmida proveniente da mudança do estado gasoso contido
no ar para o estado líquido.
Com relação à ventilação, a mesma poderá provocar ganho ou perda de calor, já que se trata
de uma troca térmica por convecção, a tendência será a harmonização das temperaturas,
podendo ser natural ou forçada. A natural dependerá basicamente da ação dos ventos e as
facilidades para que o mesmo flua em uma I.Z. A forçada poderá se dar por meio de
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equipamentos ou pelo efeito “chaminé”, onde a elevação da temperatura interna em uma I.Z.
forçará a saída de ar pelas partes mais altas da I.Z., de maneiras a forçar a ventilação interna.
Quanto ao posicionamento do sol em relação as I.Z., alguns fatos devem ser compreendidos
antes dos projetos. Primeiro que o sol deve ser visto como um aliado, trata-se do melhor dos
desinfetantes, eficiente e barato não deve ser menosprezado. Apenas os projetos onde o
conceito produtivo esteja ligado ao modelo de super confinamento, ou seja, os animais além de
instalados estão em restrição espacial, o sol não pode entrar em momento algum do dia. Nos
outros projetos ou o sol poderá ser desconsiderado, ou então, ser utilizado como um insumo do
dia a dia.
Quanto aos ventos, estes são perigosos no desempenho dos animais. Ventos constantes,
existentes nos litorais ou em planaltos, devem ser combatidos com barreiras, sejam elas
artificiais ou não, nestas regiões a prioridade de direcionamento das I.Z. devem ser para
proteção de ventos e não do sol, já que o vento naturalmente circulará pelo interior das I.Z.,
desta forma, se for o caso, beirais poderão ser aumentados para evitar incidência solar direta
sobre animais em super confinamento, o que não poderá existir será a exposição direta de
animais a ventos constantes.
O uso de micro climas também deverá ser uma estratégia no desenvolvimento de projetos em
I.Z., o problema será sempre o custo de implantação desta possibilidade, o objetivo deste
artifício deverá buscar sempre alternativas que se aproximem da natureza, evitando o uso de
equipamentos, já que o uso deste leva a imobilizações financeiras, despesas com uso e
manutenção, ou seja, o uso de árvores e posicionamento dentro da propriedade podem
diminuir custos e elevar os resultados.
Atenção especial deverá ser dada a coisas simples relacionadas a obras civis como; o
esquadro ou o angulo de 90 graus das paredes, diferentes só quando da exigência do projeto,
o prumo das paredes, o nível exato nos pisos, caimentos sempre em percentuais mínimos
funcionais. Falta de verificação destes fatos levam aos problemas no desempenho zootécnico
dos animais, ao mal uso de espaços físicos e a excesso de trabalho em rotinas diárias. Fatores
que acabarão por elevar os custos de produção.
Os assuntos relacionados ao “bem estar animal” que passaram a fazer parte do mundo dos
profissionais que se relacionam com os animais, acabou por se confundir com o “conforto
animal”. Para os profissionais em Zootecnia a produção animal sem conforto para os mesmos,
poderá significar a perda de desempenho produtivo com a clara perda financeira e econômica
de um sistema de produção animal. Atender as exigências relacionadas a correta nutrição,
oferta adequada de água, disponibilização de temperatura ambiente confortável para a espécie
em criação assim como o devido respeito aos aspectos relacionados a etologia animal, para os
Zootecnistas, nunca foi considerado como algo mais que se pode oferecer aos animais, mas
sim, condição fundamental para a produção animal em padrões competitivos.
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2. Materiais de construção
Para fins de orçamentação dos projetos em I.Z., assim como para compreensão da dinâmica
dos materiais em um determinado projeto, estaremos definindo os mesmo da seguinte forma;
3. Cercas
As cercas deverão sempre ser projetadas com base em um módulo básico para cada objetivo,
onde o parâmetro de custo será a orçamentação de 1 (um) km, devendo conter todas as
despesas e volumes gastos no tal módulo.
A definição do módulo deverá ser dada a partir da média topográfica da propriedade, ou seja,
quanto mais plana a topografia maior a possibilidade de distanciar os moirões ou estacas,
normalmente o fator que mais onera o custo do quilometro de cerca.
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De maneira geral a cerca tem um padrão básico, e todas as variações devem ter este padrão
como ponto de partida, sendo ele com 2,20m entre moirões ou estacas e 4 fios de arame
farpado, seria esta a cerca de maior capacidade de contenção e portanto a mais cara. Fatores
usados para “ancoragem” (pontos de fixação dos arames) das cercas serão sempre comuns
em qualquer modelo, às chamadas âncoras ou escoramentos, sempre estará localizado ou em
extremos topográficos, em cantos ou nos limites para se tencionar os arames.
Tipo de cerca
Sempre que o modelo projetado ultrapassar os espaços entre moirões de 2,20m ao máximo de
2,50, deverá ser fazer uso dos “balancins”, que será um artifício com a finalidade de manter o
distanciamento entre os arames e estabilidade no movimento de contenção. Estes balancins
poderão ser feitos de sarrafos de madeiras ou com o próprio arame (no caso arame liso
retorcido). Desta forma as cercas, dependendo da topografia e o nível de tensão dos arames,
poderão distanciar entre moirões espaços de até 50m.
Cerca elétrica
Moirões, mourões, estacas, esteios, lascas, astes, achas, etc., devem ter no mínimo 2,00 e o
ideal de 2,20 de comprimento, quando enterradas em média de 0,60m deixarão de fora 1,60m,
esta será a altura da cerca para bovinos, para caprinos as cercas poderão ter entre 1,00 a 1,20
m de altura. Alternativas poderão ser utilizadas em moirões de concreto armado (protendido),
ferro e determinadas sucatas. Regionalmente existem opções, e que devem ser respeitadas,
madeiras locais e costumes locais. As ancoragens podem ser feitas com o mesmo material ou
com peças especiais, maiores e mais fortes passarão a fazer o papel de pontos de fixação,
também chamados de mochos.
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Cerca arame + balancim
Arames farpados e arames lisos, são as principais alternativas, tanto um como o outro
consegue fazer o mesmo efeito, sendo que o arame liso normalmente é mais barato, mais fácil
de trabalhar, permitindo a construção de uma cerca de maior qualidade, devido à facilidade
para tenciona-lo. Existem pequenas catracas que facilitam o tencionamento do arame.
Podendo também ser usado um tubo galvanizado de ¾ “, chamado de Bob, com furos
desencontrados, sendo enrolado no próprio arame. No caso do arame liso existe um pequeno
equipamento – gripple – uma mínima catraca que com auxílio de um alicate especial consegue
não só tencionar arame liso, mas como também facilitar emendas quando for o caso.
Tipo de arames
No caso dos farpados, eles se diferem tanto no diâmetro dos fios (1,6mm a 2,2mm) como
também no tratamento contra corrosão (zincagem leve ou pesada), apresentados em rolos de
250 a 500m, com 45gr por metro. Nos arames lisos as diferenças estão relacionadas a carga
de ruptura, indo de 600 kgf a 800kgf e o tratamento de zincagem (leve ou pesada). Existe ainda
o arame liso para cerca elétrica, com 500 kgf de ruptura e 27gr por metro. Para fixação do
farpado é utilizado o grampo galvanizado.
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Tipo de cerca viva
Cuidados especiais deverão ser tomados com relação à proteção contra raios, já que as cercas
se tornam enormes para raios, podendo ocasionar acidentes graves tanto para pessoas como
para animais. Para minimizar os efeitos que um raio pode provocar quando de suas descarga
elétrica vir a atingir uma cerca, será fundamental o aterramento a cada pelo menos 200m, de
acordo com as normas. O seccionamento da cerca também é uma boa solução para não tornar
as cercas um grande condutor de descargas elétricas, onde deverá haver um espaçamento de
pelo menos 0,50m, de maneiras a realizar o isolamento elétrico no sentido linear das cercas.
Em cercas para eqüinos deverá ser evitado arame farpado, a altura mínima deverá estar na
faixa de 1,70m, e a presença de limitador visual (régua) no topo da cerca para evitar possíveis
acidentes.
4. Paiol
Local de armazenagem de produtos sujeitos a deterioração, seja pelo clima, seja por
predadores, normalmente o paiol tem a finalidade de armazenar grãos, sementes e
determinados insumos. Basicamente o paiol é um local onde deverá haver barreiras físicas
para predadores, sejam eles pelo ar ou por terra, da mesma forma possibilitar aeração
adequada sem permitir a entrada de chuvas.
O paiol deve ser construído acima do nível do solo, sobre pilares, e com barreiras físicas (neste
pilares) contra ratos, seu piso deve ser ripado, para facilitar a ventilação, suas paredes devem
também facilitar a ventilação, mas no entanto proteger de pássaros. O telhado deverá
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inclinação bem definida e com beiras expressivos a fim de evitar as chuvas de vento. A fim de
criar barreira de acesso, sua porta deverá ser uma rampa móvel.
5. Silos – graneleiro
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Há possibilidades de se construir silos graneleiros em alvenarias, desde que respeitado a
devida tecnologia para tal, o certamente cria algum tipo de dificuldade e grande possibilidade
de erros. O mais adequado será a consulta a fornecedores deste tipo de equipamento, onde
uma vez determinado por parte do planejamento às necessidades, bastará adequa-la aos
equipamentos disponíveis. Lembrando que os fornecedores normalmente têm todo tipo de
tecnologia para esta finalidade, e que tecnologia sempre tem seu preço, portanto será muito
importante verificar a relação benefício custo dos equipamentos que fujam da normalidade para
operação de um silo graneleiro. Todo cuidado é pouco na imobilização (R$) em equipamentos
de grande porte, valem muito para comprar e pouco para vender.
6. Drenagem
Um projeto pecuário onde existam pastagens deverá sempre ser avaliado com relação ao
sistema de drenagem da propriedade, a necessidade de construir, adequar ou reformar poderá
significar despesas expressivas, e que na falta de um sistema de drenagem adequado poderá
levar a grande prejuízo e/ou problemas de continuidade da atividade, sejam por cheias ou por
perda de pastagens por alagamento.
O item drenos faz parte das I.Z. de um projeto pecuário, não sendo o Zootecnista o profissional
mais adequado para realizar projetos com grandes detalhes sobre este assunto, no entanto
alguns conhecimentos básicos devem ser percebidos, pois através destes conhecimentos é
que deverá ser notada a necessidade de projetos específicos de drenagem em um projeto
pecuário.
De maneira geral o simples fato de se conseguir retirar a água superficial do solo é um começo
de drenagem em uma determinada área, no entanto, a necessidade real será de levar esta
mesma água para um determinado nível no solo que permita o desenvolvimento das raízes de
gramíneas, já que são estas as espécies utilizadas nas pastagens.
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O primeiro passo será conhecer onde estão localizados os grandes coletores (rios, canais,
etc...) por onde seguem as águas da área objeto do planejamento, se os mesmos se
encontrarem em nível abaixo, mesmo que suave este fato poderá demonstrar a viabilidade de
construção de um sistema de drenagem, do mais simples ao mais complicado. De maneira
geral há necessidade de se visualizar a bacia de contribuição de uma propriedade rural, ou
seja, toda a região que estará contribuindo para o aparecimento das águas em uma
propriedade rural, esta bacia começa nas vertentes dos morros para dentro da área, a partir daí
os pontos de deságüe ou drenagem.
De maneira geral, para fins de drenagem em pecuária, os drenos são divididos em; drenos de
cintura (aqueles que tem finalidade segurar as águas que vem de morros e estradas), os
drenos secundários (aqueles que levam as águas de um ponto a outro) e os drenos principais
(coletores com finalidade de retirar os excessos). Projetos específicos de drenagem podem
determinar a necessidades várias outros tipos e formas de drenos ou coletores. De maneira
geral os drenos devem ter suas formas como um trapézio, de maneiras a não permitir
desbarrancamento de suas laterais, evitando curvas acentuadas, ou seja, buscando sempre
uma reta em sua formação, e quanto maior for a velocidade da água coletada, evitar ângulos
retos no encontro com outros coletores.
Os drenos secundários e terciários poderão ser subterrâneos, feitos com bambus e/ou pedras,
acabam por liberar áreas que teriam dificuldades de movimentação devido aos buracos
provocados por eles. Entre outros fatores que determinam as possibilidades de submergir uns
drenos, o tipo de solo e o regime de chuvas são os principais.
7. Esterqueiras
Este é um setor das I.Z. que normalmente não é dado a devida atenção que merece, ao se
projetar uma esterqueira ou um equipamento para dar um adequado fim aos dejetos dos
animais, medidas relacionadas à operação do dia a dia do equipamento não são normalmente
consideradas, desta forma, ao longo do tempo, este equipamento acabará por ficar sem
qualquer atenção, deixando de realizar sua função inicial, que é de tratamento ambiental e/ou
restituição de matéria orgânica ao solo, mesmo que de outras propriedades.
Material normalmente tratado em grandes volumes, tem manejo dificultado como operação
rotineira. A tentativa de mecanizar acaba por levar a investimentos mais significativos,
inviabilizando o processo, portanto os projetos voltados para as esterqueiras devem visar a
simplicidade e o baixo custo.
Primeiramente deverá ser considerada qual a atividade animal em que a esterqueira será
fundamental para o melhor funcionamento do sistema de produção.
Na avicultura de corte ou postura, normalmente, o esterco tem razoável valor comercial (na
maior parte do ano), portanto, estes resíduos acabam sendo manipulados como um negócio a
aparte na criação, e com cuidados adequados.
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Na bovinocultura de corte, criações a pasto, não existem preocupação com resíduos, em
confinamento total de inverno, devido as maiores áreas utilizadas em m2 por cabeça e o
momento do ano (inverno) o esterco, após o período de confinamento é recolhido e levado às
áreas de cultivos de forragens. Em confinamento de ano inteiro, o esterco passa a ser
problema, necessitando de tratamento operacional mais adequado, sendo o mesmo caso para
bovinocultura de leite confinada. Em pecuária de leite semiconfinada as soluções são mais
fáceis, devido a pouca produção de esterco e sua rápida utilização (após) fermentação em
amontoados, nas culturas de forragens, mesmo caso da caprinocultura e cunicultura.
Problemas realmente significativos estarão ligados a suinocultura, onde uma média criação
poderá poluir igual a uma pequena cidade, são várias as tentativas de tentar solucionar estes
casos, sendo que a maioria não tem o sucesso adequado, devido a grande quantidade de
resíduos a serem tratados, o pequeno tamanho das propriedades que normalmente criam
suínos, desta forma não tendo a devida área física para dispersão.
As soluções para o esterco dos suínos normalmente utilizados são as lagoas de decantação,
onde com o uso de lagos e seqüência procurará fazer a sedimentação dos resíduos sólidos,
lembrando que antes do material acessar as lagoas uma prévia coleta deverá ser feita através
de caixas, após o segundo lago, o material vai ganho maior oxigenação até chegar a ponto de
poder seguir aos rios e córregos. Ao longo do tempo as lagoas atingirão a saturação que
exigirá a devida manutenção. A correta solução será o uso de biodigestor, que é um capítulo à
parte.
O modelo básico de esterqueira deverá visar sempre que antes de qualquer tentativa de
utilização do material, o mesmo deverá passar por um processo de fermentação, e que o
tempo mínimo para tal deverá ser de 15 dias, portanto esta instalação ou equipamento pelo
menos deverá ser sempre dividido em 3 partes ou compartimentos ou células, onde o primeiro
compartimento estará em processo de enchimento, o segundo em fermentação e o terceiro em
uso.
Tipos de esterqueiras
Estes compartimentos ou células, deverão ter o tamanho individual em m3, igual ao volume de
material (esterco) que será produzido em 15 dias na I.Z., sendo que um bovino adulto em
confinamento total produz até 200 litros/dia de resíduos (esterco + urina + água de lavagens),
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seria este o padrão de medida para bovinos em confinamento total, portanto as devidas
dimensões devem ser resguardadas para bovinos criados de outra forma, que não confinados.
Deverá também ser impossibilitada a chance das águas de chuvas entrarem nestes
compartimentos, desta forma prejudicando o plano de enchimento e utilização da esterqueira.
Uma esterqueira tem um cálculo estrutural igual de uma piscina, o que eleva seus custos. A
condução do esterco até aos compartimentos nunca deverá ser feita por tubos, para evitar os
entupimentos, sempre por canaletas, com largura de uma enxada.
A distribuição do material não é uma tarefa fácil, existe a possibilidade de mecanizar está
distribuição através de bombas, o problema existe na textura do material, que devido a grande
variedade da composição e com presença de fibras oriunda das forragens dificulta qualquer
tentativa de obtenção de material com textura constante e passível de distribuição mecânica.
Há possibilidades do uso dos tanques de distribuição de esterco líquido, o problema está no
custo, onde passa a existir a ocupação de um trator de médio porte, 1 funcionário e o
equipamento de distribuição, como o material é muito líquido e de baixo valor biológico o
produto final acaba por ficar muito caro.
As soluções que possam acontecer usando a força da gravidade serão muito bem vindo,
apesar de um custo inicial possa ter tornar como alguma significância, o custo operacional, ao
longo do tempo compatibilizará com a finalidade.
Os resíduos que possam ser distribuídos de forma sólida, terão melhores resultados, facilitando
os transportes, que poderá ocorrer em carretas apropriadas para distribuição de sólidos.
Uma boa solução para esterqueira, onde de forma simples possa haver a separação de
líquidos dos sólidos, é o modelo aonde o esterco vem carreado junto com a água de lavagem e
a longo de uma rampa suave, os sólidos vão parando e os líquidos, após passar por uma
espécie de peneira, são depositados em reservatório de líquidos, desta forma, após a filtragem
se torna possível sua distribuição por meio de bombas, seja para irrigação por aspersão ou
inundação. (v.croqui).
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8.Fossas sépticas
A O.M.S. (Organização Mundial de Saúde) tem regras definidas com relação ao devido fim dos
excrementos humanos, que é o uso de fossa séptica logo após aos vasos sanitários. Este
assunto tem grande importância para as I.Z., pois é comum ter banheiros em determinadas
instalações e não ter o tratamento adequado para estes resíduos, desta forma, o mesmo acaba
sendo levado para os córregos e/ou rios poluindo a região, quando não a existência de valas
negras com esgoto sanitário. A preocupação deve existir em um projeto de I.Z., pois poderá vir
a afetar a qualidade dos produtos finais, no caso do leite, a possibilidade de alguns dos
retireiros contaminar o produto é muito grande, como também a possibilidade das doenças que
por ventura possam ser provocadas às pessoas (crianças principalmente) que fazem parte do
ambiente de trabalho.
A fossa séptica tem o princípio do biodigestor, com uma “chicana” entre a entrada e a saída, o
material passará por uma prévia fermentação até chegar ao seu destino final. È importante
salientar que não podem ser jogados no vaso sanitário quaisquer tipos de produto químicos
que venha a matar os microrganismos existentes na fossa. As fossas podem ser adquiridas
prontas em lojas especializadas e com o tamanho adequado para a quantidade de pessoas em
média que venham a utilizar o vaso sanitário. Da fossa o material seguirá ou para o sumidouro
ou para o sistema de tratamento de esgoto da municipalidade (quando existir).
Fossa
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8.1 – Filtros Anaeróbicos
Filtro
9. Sumidouro
Tido como solução para tratamento final dos excrementos humanos, o sumidouro é um
equipamento onde será depositado este material. Basicamente será uma caixa cavada no solo,
podendo ser preenchido com pedras de mão, e com uma cobertura de concreto e com terra
sobre esta cobertura, o sumidouro facilitará a penetração dos resíduos no solo. Outras
soluções poderão ser feitas com sucessivos tubos de drenagem, com a mesma finalidade de
dissipar o material no solo.
Cuidados especiais devem ser tomados para que os sumidouros sejam localizados distantes
pelo menos 30 metros de qualquer fonte de água e/ou poços, já que este material seguirá em
processo de contaminação ( e adubação também) do lençol freático por muitos anos.
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Portanto, mesmos em propriedades rurais jamais os esgotos poderão ser lançados diretamente
a qualquer fonte de água, sempre deverão ter um fim que não proporcione a contaminação
ambiental. Em média para uma residência com 2 banheiros o sumidouro deverá ter no mínimo
de 8 a 12 m3.
Sumidouro
10. Biodigestor
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De maneira geral o biogás poderá ser utilizado como fonte de energia variada. No caso
agrícola o melhor do aproveitamento deste equipamento será o biofertilizante, que terá retorno
imediato ao solo e com bom resultado de fertilização orgânica.
O biodigestor tem o mesmo princípio da fossa asséptica, trata-se de uma caixa hermética, onde
que o material (excrementos) tem um tempo para passar da entrada até a saída, quando ocorre
a fermentação anaeróbica, produzindo o biogás (metano). Desta forma, o material após a
fermentação resultará em biofertlizante.
Ciclo da biodigestão
Basicamente existem 2 tipos de biodigestores, o tipo indiano e o tipo chinês. No tipo chinês na
há ambiente extra para expansão dos gases, portanto toda vez que o volume de gás for igual
ao tamanho do ambiente o gás para de sai, enquanto no indiano, existe uma campânula que a
todo o momento estará fazendo pressão (com seu peso) sobre o espaço do biodigestor, desta
forma colocando para fora todo o gás produzido resultado da fermentação.
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Biodigestor modelo Indiano
Os biodigestores também são utilizados como solução para despoluição, podendo dar
reaproveitamento para água no próprio sistema de produção, além de eliminar o poder de
poluição dos excrementos, já que os mesmos passam a ganhar valor como adubo e ter sua
utilização mais racional. O problema do biodigestor está em se custo de implantação, que
normalmente é alto, já que se trata de um equipamento, e como tal também necessita de
cuidados e atenção especial para sua utilização, ou seja, não funciona sem ter um operador
com alguma dedicação, já que o material tem que ser constantemente manipulado para evitar
entupimentos e acúmulos de resíduos.
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O maior problema dos biodigestores que já foram implantados em propriedades agropecuárias
no Brasil foi à falta de destinação de mão de obra específica para operar o equipamento,
sempre considerado apenas como despesa.
11. Avicultura
Iniciativas nacionais de certo porte chegaram a ser tomadas a partir do terço final do século
passado, no entanto, o enfrentamento comercial com empresas estrangeiras acabou por
inviabilizar iniciativas nacionais competitivas. Não é que não se domine a tecnologia da
formação da genética de uma marca comercial de frangos genuinamente nacional, é que
dificilmente uma empresa exclusivamente brasileira conseguiria de forma econômica ter
sucesso nesta atividade nos dias atuais.
O produtor em avicultura de corte tem uma posição voltada quase que exclusivamente para o
gerenciamento da atividade, sempre rodeado por insumos caros, sejam eles, dos
medicamentos, da nutrição, da genética e também das instalações e equipamentos, o mesmo
se obriga a ser competitivo via aumento do volume de produção e mecanização de seu dia a
dia. Para poder fazer frente aos complicados processos comerciais que tem que se submeter
para ficar atuante na atividade.
Uma vez definido o volume total de frangos que o projeto deverá comportar, isto equacionado
pela demanda verificada, seja ela com integradores ou iniciativas independentes de criação,
quando deverá ser organizado um cronograma produtivo, desta forma, delineando as
necessidades produtivas sejam elas diárias, semanais, quinzenais, mensais, etc... parte-se
para a determinação do galpão.
Um projeto de I.Z. em avicultura de corte tem que começar pela decisão de quantos frangos
deverão ocupar 1 m2 de seu futuro galpão, serão várias as possibilidades. As considerações
climáticas aliadas ao perfil comercial que o lote a ser criado deverá tomar, serão os indicadores
para esta tomada de decisão. A consideração inicial é de que quanto mais animais por m2
melhor serão o aproveitamento da I.Z., no entanto a estação climática do ano deverá ser um
dos principais condicionadores. A lotação por m2 poderá variar de 10 a 20 cabeças/m2, em
uma atividade de produção de galetos, onde as I.Z. sejam modernas, em momentos de menor
rigor de calor, poderá levar o projeto a consideração máxima de ocupação. A normalidade de
ocupação para criação de frango de corte para abate entre 1,8 a 2kg de P.V. deverá estar entre
12 a 14 cabeças/m2, lembrando que estes números, tanto os do peso final quanto aos de
cabeças por m2 , estarão sempre em constante modificação.
Valendo ressaltar que as variações de cabeças por m2 em percentuais são significativas, desta
forma influenciando agressivamente os custos fixos da atividade.
Uma vez definido a ocupação o próximo passo será a determinação da largura do galpão, que
a princípio pretende-se que quanto mais largo melhor será o aproveitamento econômico da
obra como um todo, no entanto, passar de determinada largura significará aumento do custo
22
em estrutura de telhado e criar dificuldades para a eliminação dos gases formados a partir das
fezes dos animais, além do calor corporal deste superconfinamento.
As larguras mais adequadas pelo ponto de vista estrutural se situam na faixa entre 12 a 14 mts,
tentativas de se aumentar esta largura com colocação de colunas dentro do galpão acabam por
diminuir custos estruturais, no entanto aumenta as despesas operacionais e cria mais facilidade
para criar o chamado “stress” nas I.Z.
Outro fator também deverá ser verificado na determinação da largura do galpão, que é a
utilização de equipamentos de comedouros e bebedouros, estes por sua vez, são dispostos em
linhas, no sentido maior do galpão, tendo limites operacionais ideais para acesso das aves aos
atos de comer e beber, portanto, quando estes limites não respeitados alguém sairá perdendo,
e certamente será o produtor, já que o excesso de disponibilidade destes equipamentos levará
a uma maior imobilização financeira no momento da implantação e a falta de disponibilidade de
acesso dos animais aos equipamentos provocará “stress” produtivo, prejudicando o
desempenho da criação.
Definida a largura do galpão, o próximo passo deverá ser o comprimento do mesmo, quando
não houver problemas topográficos, este limite deverá respeitar o comprimento máximo da
ação econômica do comedouro e todo o sistema de abastecimento do mesmo (silos, silos
pulmões, eixos sem fim, etc...). Todos os mecanismos de abastecimento de ração deverão se
situar em um dos extremos do galpão, podendo este mesmo espaço servir de base para um
outro seguimento do galpão com o mesmo tamanho.
O pé direito do galpão deverá estar entre 2.50 a no máximo 3.00, fatores climáticos deverão
determinar esta variação. O uso de lanternim poderá ser de grande utilidade, no entanto o
custo para confecção do mesmo, em um galpão de grande porte costuma inviabilizar a
iniciativa.
O telhado teria a melhor possibilidade de oferecer conforto térmico se fosse de telha de barro,
no entanto, o custo de galpões com este tipo de cobertura são elevados, levando a soluções
com telhas de fibro-cimento, o que facilita também a estrutura, já que são mais leves. Soluções
a fim de amenizar o calor transmitido por este tipo de material, como pinturas com cor branca,
chuvas artificiais, arborizações, etc... nem sempre conseguem o melhor dos efeitos, devido ao
“stress” que provoca a construção ao longo dos anos em uso.
O galpão deverá ser 100% fechado em seus extremos, com portas que permitam a entrada de
caminhão e/ou máquinas, além de ter seu direcionamento no sentido maior, a permitir que o sol
passe pela sua cumieira, o chamado leste-oeste. Nas laterais paredes com 0,40mts de altura,
com complemento telado que obrigatoriamente não necessitará chegar até o pé direito.
O piso interno deverá ser calçado e permitir a circulação (estrutura de suporte) para que um
caminhão e/ou máquinas façam os recolhimentos da “cama”, após a utilização pelo lote de
frangos, assim como sua reposição. Também deverá existir calçada lateral externa, evitando
possibilidades de acúmulos de umidade e sua posterior influencia no ambiente externo. As
partes externas deverão ser gramadas, desta forma facilitando a dissipação da luz solar,
evitando o aquecimento do ambiente interno, via reflexão de raios solares.
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Atenção deverá ser dada com relação aos acessos de veículos até o galpão, onde deverá ser
preservado o acesso fácil durante todas as estações do ano, evitando possibilidades de
atoleiros e/ou subidas que dificultem acesso a caminhões pesados.
Com relação à água de bebida das aves, deverá haver abastecimento preservado ou
reservado para pelo menos 3 dias, caso haja problemas fornecimento os reservatórios deverão
estar preparados para suportar reparos e possíveis interrupções de energia elétrica.
Com relação aos equipamentos os principais destaques estão nos comedouros e bebedouros,
onde os comedouros mais funcionais são os automáticos, que alimentam pratos para acesso
das aves. Os bebedouros deverão ser de “chupetas”, pequenos bicos que ficam
disponibilizados acima da cabeça da ave, sempre alimentados sobre pressão e com água
filtrada, para evitar que detritos trazidos pela água venham a provocar vazamentos nos bicos,
desta forma inundando a cama das aves. Os bebedouros ou chupetas deverão ser sempre
alimentados por caixas de 1000 litros, que serviram de base para dosagens de medicamentos
e profiláticos.
Poderá haver necessidade de uso de ventiladores, principalmente nas épocas mais quentes do
ano, a função deste equipamento será de promover uma melhor ambiência dentro do galpão,
colocados em posição para provocar uma espécie de “túnel de vento” ao longo do galpão, se
apresenta como boa solução para amenizar o rigor ambiental do superconfinamento.
Quanto à iluminação artificial, a mesma poderá existir apenas como uma alternativa de alerta
durante a noite, para evitar possível “stress” que possam ser provocados por clarões durante a
noite, ou como uma alternativa de manejo noturno, dependerá da proposta técnica na criação.
Uma vez decidido pelo uso de iluminação como manejo, a mesma deverá ser feita através de
cálculos, onde deverá ser preservada a adequada iluminação (lumens) em toda a área do
galpão.
Galpões especiais já são desenvolvidos, onde há controle total do ambiente interno, luz,
temperatura, umidade, níveis de gases, etc... são ambientes 100% controlados e 100%
mecanizados, representam alto investimento inicial que necessitam de estudo adequados de
viabilidade econômica, já que a atividade de avicultura de corte sofre ao longo do ano
oscilações significativas nos fatos relacionados a custos de insumos básicos (milho e soja) e
preço do produto (frango vivo), onde o relacionamento do mercado consumidor com as carnes
concorrentes com a de frango delimitam a demanda, provocando as variações de preço, que
nem sempre é favorável ao produtor.
Na 1.fase as pintinhas deverão ser criadas em galpões com o mesmo perfil da avicultura de
corte, com algumas ressalvas; a primeira é que deverá haver iluminação suficiente para a
realização de programas de luz, fundamentais para a obtenção da maturidade sexual no
melhor tempo. A segunda, é que a utilização do número de cabeças por m2, deverá levar em
consideração o maior tempo de permanência destes animais no galpão, enquanto as aves de
corte ficam no máximo 42 dias, as pintinhas de posturas deverão ficar até o máximo de 154
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dias, desta forma ultrapassando estações do ano, tendo que suportar variações climáticas,
desta forma a ocupação deverá se situar por volta de 10 a 12 cabeças/m2.
Podendo está recria também ser feita em ambiente totalmente controlado, o que elevaria
significativamente a quantidade de aves por m2, o determinante clima estaria dominado, a
consideração passaria a ser feita pela marca comercial que se estaria recriando, seu peso,
etc... valores e determinações que normalmente estão determinados nos manuais das aves.
As projeções das necessidades de gaiolas começam pelo tipo de gaiola que será utilizada,
preliminarmente deverá ser feita consulta ao mercado fornecedor deste insumo para verificação
das disponibilidades e preços. Tradicionalmente, o mercado ofertou 2 tipos de gaiolas, uma
com 1.00m de comprimento e com 4 divisões e outra com 0,90m de comprimento e com 3
divisões.
Teoricamente caberiam 3 aves por divisão, o que levaria a gaiola de 4 divisões suportar 12
aves por metro linear, enquanto a outra gaiola suportaria 10 aves por metro linear de gaiolas,
no entanto a colocação de 3 aves por espaço de 0,25m da primeira gaiola contra 0,30m da
segunda gaiola, cria um diferencial desconfortável para fins de aumento de stress e diminuição
de produção, desta forma o tipo de gaiola mais utilizado e ambientes naturais seria a gaiola
com 0,90 de comprimento.
Este sistema tem a vantagem de ser muito simples e utilizar menor inversão de capital na
construção dos galpões, além das facilidades de retirada dos excrementos das aves, já que as
laterais externas ficam abertas e disponíveis para acesso.
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paredes laterais terão uma abertura na parte de baixo e abertura no limite superior, de
maneiras a provoca o efeito natural de movimento de ar.
Esta última opção é interessante, procura combinar a alta densidade de ocupação, de formas a
racionalizar mão de obra e uso de equipamentos, com a diminuição de investimentos em
equipamentos sofisticados para o controle do ambiente. Portanto sendo esta uma boa opção
para criadores de maior porte, e o uso do galpão tipo japonês para criadores de pequeno porte
como opção de alojamento para aves de postura.
Nas I.Z. de avicultura para reprodução as mesmas deverão ter os princípios da postura, só que
agora no piso (sem gaiolas, nas dimensões do galpão para frangos de corte), com a presença
de galos (reprodutores), presença de ninhos e os galpões deverão estar divididos (por telas),
para caracterizar um número menor de reprodutoras, desta forma possibilitar o controle sobre
cada lote de matrizes e seus respectivos reprodutores e produção.
O equipamento voltado aos comedouros tem especificações diferenciadas, pois estes animais,
tanto as matrizes como reprodutores, tem alimentação controlada, para evitar ganhar peso
demais, além de aumentar os custos de produção.
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27
12. Residência de colono
Alguns aspectos devem ser abordados com relação às casas de colonos em um projeto
agropecuário, já que as atividades desenvolvidas normalmente necessitam de maior atenção
por parte dos funcionários de operação nos sistemas de produção. Temos que lembrar que os
processos produtivos em pecuária continuam mesmo depois de ter terminado o expediente e
que alguns acontecimentos não escolhem hora para se realizarem.
A casa de colono também tem aspectos voltados para a segurança da propriedade rural,
quando localizadas em áreas estrategicamente dimensionadas poderão compor o quadro de
ocupação humana da propriedade, quebrando aspectos de possíveis abandonos em limites
extremos.
Existem as opções de centralização das casas em um projeto, isto deverá acontecer quando
este mesmo projeto demandar mão obra em volume significativo, desta forma racionalizando
as despesas de implantação destas unidades.
A água, limpa e de boa qualidade, deverá ser outro aspecto a ser preservado, sendo condição
básica de saúde para qualquer ser humano e principalmente para os operadores do projeto, e
logicamente para sua família também. Os princípios de qualidade no processo produtivo
pregam que todos os operadores do sistema (inclusive seus familiares) devem ter saúde, tanto
para o conforto de vida, como também para a qualidade dos produtos e/ou meios de produção,
que venham a manipular.
Cuidados especiais devem ser tomados com relação ao uso de poços, sejam de anel ou semi-
artesiano, cuidados também com as captações em fontes, nascentes, etc... a proteção e
monitoramento dos mananciais, sejam eles nos lençóis freáticos ou não, tem que ser prioridade
em um projeto agropecuário, já que todos os elementos vivos (pessoas, animais e plantas)
estarão dependendo da qualidade e volume destas águas.
Com relação ao esgotamento sanitário será obrigatório o uso de fossas sépticas e a finalização
dos resíduos em sumidouros, normalmente o que é visto são os descarregamentos deste
resíduos diretamente em córregos ou rios, ou em valas que irão para lá. Esta prática deverá
obrigatoriamente ser abolida do meio rural brasileiro. Todos são prejudicados direta e
indiretamente pela contaminação, mesmo que local do meio ambiente, no caso específico do
projeto agropecuário, além do problema de qualidade do produto e/ou seus meios de produção
que podem vir a ser contaminados, tem o problema de doenças em crianças, filhos dos
funcionários.
Portanto respeitar as distâncias mínimas dos meios contaminantes em relação aos mananciais
assim como evitar a contaminação do meio ambiente, sejam eles por dejetos oriundos de
esgoto sanitário ou não é fundamental para o sucesso do projeto.
Outros aspectos ligados ao projeto arquitetônico da casa de colono deverão ser considerados,
as soluções voltadas ao meio urbano nem sempre atendem as necessidades no meio rural em
casas de funcionários de um projeto agropecuário. A colocação de banheiro dentro da casa
não deverá faltar em qualquer projeto, no entanto a existência da sala de visitas poderá não ter
tanta importância como um ambiente maior de convívio, onde poderá ter reunido em um
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mesmo local, as refeições, o preparo das mesmas com fogão de lenha (alternativo) e o
convívio da família. Diferente da cozinha no meio urbano, em casas populares, com dimensões
minúsculas.
Não esquecer a caixa de gordura para a saída de pia de cozinha, a fim de evitar entupimentos
nos sistemas de tratamentos de resíduos, água encanada nas dependências onde são
necessárias e piso em alvenaria com acabamento que facilite a limpeza e higiene do ambiente
residencial. Preocupações também com relação ao conforto térmico nestas residências,
escolha de telhas de barro ou fibro-cimento, a utilização ou não de laje, etc... devem se
consideradas tanto pelo lado térmico como na qualidade e durabilidade da obra.
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13. Cunicultura
O projeto de I.Z. em coelhos deverá ter como ponto de partida a evolução do rebanho, este
será o método mais eficiente para se obter uma posição em volume físico do futuro plantel,
desta forma articulando os índices zootécnicos com os objetivos de produção e os tipos de
equipamentos (gaiolas) que serão utilizados no projeto, será possível ter as bases para a
projeção do galpão ou algum outro tipo de modelo físico para a criação, já que será a partir da
evolução do plantel todas as necessidades volumétricas serão definidas.
Índices Zootécnicos
Plantel meta / Matrizes 30 30 30 30 30 30
Relação Macho/Femea 8 8 8 8 8 8
Natalidade - % 0 74 74 74 74 74
Mortalidade láparos - % 0 3 3 3 3 3
Mortalidade engorda - % 0 0 2 2 2 2
Mortalidade adultos -% 0 0 0 2 2 2
Reposição matriz mês-% 0 0 0 0 5 5
Láparos /matriz/nasc. - cab. 0 7 7 7 7 7
Intervalo partos (dias) 45 45 45 45 45 45
Peso abate - kg 2 2 2 2 2 2
Tamanho gaiola - m2 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48
Animais m2/engorda - cab. 15 15 15 15 15 15
Animais m2/reposição - cab. 5 5 5 5 5 5
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O projeto poderá ser feito em unidades onde a cria e engorda possam ser juntos ou separados,
para fins de modulação e conseqüentemente o melhor controle sobre a atividade, o projeto
modular tem na unidade produtiva sua melhor performance.
As necessidades de clima para estes animais são muito próximas a avicultura em países
tropicais como o nosso, no entanto estes animais não têm os níveis de melhoramento genético
como das atuais marcas comerciais de aves, que as tornas mais sensíveis a variados tipos de
stress do que os coelhos.
O projeto deverá buscar ambiência de forma mais natural possível, os custos da artificialização
para este fim podem inviabilizar o projeto, portanto a largura do galpão (se for este o meio
decidido) não deverá passar de 5.00 metros, pois esta largura facilita a ventilação natural. Para
esta largura, a lotação será de 2 jogos (dupla) de gaiolas, intercalada por 3 corredores por
metro linear de galpão. Caso a solução seja de colocar mais um jogo (dupla) de gaiola a
solução será de criar ou facilitar o efeito “chaminé” via o uso de lanternim, onde o galpão
passaria para 7.00 metros.
O lanternim é um artifício que poderá ser utilizado toda vez que o galpão começar a ganhar
largura acima de 5.00 metros, a sua principal desvantagem é o custo. De maneira geral o
lanternim deverá ter de abertura na cumieira do telhado tamanho igual à pelo menos 10% da
largura do galpão, altura do sobre telhado em relação ao telhado base de 50% da medida
encontrada na abertura e tamanho de cada sobre telhado igual à abertura da cumieira.
O galpão poderá ter fechamento frontal em 100%, para fins de proteção de ventos persistentes
e sol em determinados momentos. A atividade de cunicultura é considerada como um
superconfinamento, onde os animais estarão em lotação máxima e portanto com dificuldades
de fugir de raios solares diretos, portanto sol deverá passar sempre sobre a cumieira, ou
sentido leste-oeste.
As laterais poderão ter paredes ou não, esta será uma decisão local. As laterais do galpão
deverão estar protegidas pelos beirais do telhado, que deverá ter um pé direito mínimo de 2.50
mts, beirais entre 0,80 a 1,00 metro são confortáveis para fins de ambiência. Caso as opções
sejam paredes, o rigor climático regional deverá demonstrar a que altura as mesmas estarão,
lembrando que estes animais têm necessidades de troca intensa de calor corporal e gazes
produzidos por seus excrementos. A opção de utilização de cortinas poderá ser uma opção em
regiões onde o frio e o calor se alternem de forma brusca.
A altura que as gaiolas deverão ficar deverá ser a altura de operação tanto para acesso ao
interior das mesmas, como também a retirada de fezes do sistema de coleta, devendo estar
entre 0.90 a 1.10 mts. Podendo as mesmas ser fixadas a partir da estrutura da cobertura ou a
partir de suportes no piso, sendo que os desgastes são maiores para os suportes de piso,
devido o contato com fezes e urina dos animais, no entanto os suportes de telhados passam a
exigir que a estrutura da cobertura esteja preparada, não só para suportar seu próprio peso
mas como também, as gaiolas, equipamentos e animais, que quando somados, podem ser
significativos em termos peso.
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Os corredores de serviço devem ter a largura mínima operacional de 0,80 mts, não encostar
gaiolas em paredes para evitar problemas de dissipação de calor dos animais no ambiente.
O sistema de coleta de fezes e urina deverá evitar ser direto na terra, devido as maiores
dificuldades para realizar limpeza, pois o solo tenderá a ficar impregnado principalmente com a
urina dos animais. Um tipo de coletor simples, será aquele que haverá um pequeno diferencial
negativo de altura em relação ao corredor, com caimento para drenagem bem definido, onde
em dias alternados e no momento de menor temperatura poderá ser realizado limpeza e até
lavado se for o caso.
Se tecnicamente for definido que haverá um programa de luz, a mesma deverá ser
dimensionada para o galpão preservando o acesso de claridade por igual para todos os
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animais objetos deste manejo. De acordo com a necessidade de lumens poderá ser consultada
tabela específica para o dimensionamento do sistema.
Quanto aos equipamentos, os principais são as gaiolas, que de acordo com os fabricantes
podem ter variações de tamanho e material (arame galvanizados ou plásticos), por momento
do projeto do galpão deverá ser consultados fornecedores de gaiolas para usar os detalhes
para projeção dos galpões. Existem gaiolas específicas para matrizes, onde o ninho é uma
composição (apêndice) externa a gaiola, sendo as paredes e fundos, deste ninho removíveis
para higienização, estes ninhos são mais eficientes do que os tradicionais (caixas de madeira)
que ficam no interior das gaiolas, pois exigem maiores cuidados de limpeza e mais baixa
durabilidade.
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14. Orçamentos
A base de qualquer projeto agropecuário sempre será o seu custo, custo este que deverá ser
distribuído em 3 seguimentos financeiros, os custos das despesas correntes de até um ano,
chamado de custeio, os custos aplicados em equipamentos e animais, chamados de
investimentos semifixos, e os custos de imobilização de capital nas construções nas I.Z.,
chamados de investimentos fixos.
Em I.Z. deverá haver grande cuidado na determinação dos orçamentos dos investimentos fixos,
quanto mais detalhado, menor será a chance de erros. Os orçamentos também deverão levar
em consideração a durabilidade da obra, ou um futuro menor custo de manutenção, devido à
qualidade dos materiais empregados no orçamento.
Os orçamentos sempre serão feitos após a confecção do projeto técnico, pois nele estarão
dimensionados todas as necessidades de espaço, volume, alturas, etc... Obrigatoriamente um
orçamento de I.Z. não precisará ser feito por um Zootecnista, existem profissionais preparados
exclusivamente para desenvolver estes tipos de cálculos, que poderá ser um engenheiro ou
arquiteto. O que o Zootecnista não pode perder de vista, que a maioria dos projetos de I.Z. são
simples, e como tal, fica razoavelmente fácil desenvolver um orçamento de um projeto ed sua
autoria, e só depois de orçado que será possível verificar a viabilidade econômica e financeira
de projeto agropecuário.
A metodologia proposta será com base na obtenção de volumes necessários para se realizar
as etapas de uma obra, e base dos cálculos estruturais serão genéricos, considerando a baixa
exigência freqüente do tipo de obra em I.Z.
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Os parâmetros mínimos para um orçamento são os seguintes;
1 SERVIÇO=1salário mínimo = R$ 545,00 + 80% leis sociais = R$ 981,00 / 22 dias trabalhados = R$ 44,59
1 sapata/coluna a cada 3 metros de base// viga/coluna / cinta = 0,10X0,30Xcomprimento// lage/piso = 0,10 espessura
Terraplenagem - trator esteira médio = 1 hora = 15 a 25 m3 movimento de terra
Locação da obra = perímetro X 0,015 madeira + 1/6hora profissional + 1/6hora servente
Custos Materiais
1 sc cimento -----------> R$ 20,00 1 m3 madeira/pinho ----> R$ 900,00
1 m3 areia --------------> R$ 40,00 1 m3 madeira/lei --------> R$ 2.000,00
Para facilitar a confecção de orçamentos em I.Z. à utilização de roteiro se faz necessário a fim
de procurar cumprir todas as etapas do orçamento, lembrando que sempre ao fim do
orçamento o parâmetro que medirá a aproximação da qualidade do orçamento deverá ser o
custo do m2 da obra orçada.
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Roteiro – sugestivo;
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ORÇAMENTO - CASA DE COLONO - 47m2 (V.Croqui)
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15. Fábrica de ração
Toda e qualquer fábrica de ração, independente de seu porte deverá ter sempre a seguinte
finalidade; armazenar, preparar e misturar ingredientes. Que poderão ter a mínima e uma
estrutura de porte os seguintes fluxogramas de fabricação;
Fluxograma 01
MATÉRIA PRIMA
RAÇÃO PRONTA
Fluxograma 02
RECEPÇÃO DE PENEIRA
GRANEIS PRÉ ROSCA SEM FIM SILO
LIMPESA TRANSFERÊNCIA
ARMAZÉM
Onde os cálculos necessários para se conhecer o porte da fábrica deverá ser determinado pela
evolução do rebanho, nela estará dimensionado as necessidades correntes em termos de
consumo, sob qualquer unidade de necessidade, ficando também dimensionados as variações
de consumos por momento das mudanças dos índices zootécnicos.
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Outro aspecto que também deverá ser levado em consideração será o fator de carregar ou não
estoques, dos principais itens de matérias primas, no caso da pecuária o item mais utilizado
será o milho. Produzido por safras e apresentando variações de seu custo ao longo do ano,
uma vez determinado que a presença desta matéria prima em estoque poderá superar as
expectativas em termos financeiros, no sentido de aumentar a rentabilidade da atividade, o silo
armazém deverá ser dimensionado para compor esta estratégia.
Existe também o dimensionamento do estoque mínimo, que aquele necessário para o sistema
não entrar em colapso por falta de matéria prima, seja ele dimensionado por distâncias físicas
ou por estratégias financeiras, o sistema fabril também deverá ser projetado para atender tais
volumes.
Problema de ordem de viabilidade do sistema poderá ser gerado ao longo do tempo, pois
quando mal dimensionado o sistema poderá incorporar custos significativos por subutilização
ou despesas extras por subdimensionamento fabril.
Com relação ao processo, cuidados especiais deverão ser tomados com os níveis de umidade
da principal matéria prima, que é o milho, onde no momento da recepção deverá ser medido e
descontado do peso total a umidade que ultrapassar 14%, que é o teor limite para
armazenamento seguro por períodos mais longos. O fator de grau de pureza desta matéria
prima também deverá ser medido e descontado do volume total. A umidade e grau de pureza
poderão representar muitas toneladas ao final de um ano de produção, podendo representar o
limiar entre lucro e prejuízo no processo.
O vertical é o mais utilizado pelas criações, com capacidades de 100 a 2000kg por batida,
necessitam de 15 minutos para realizar a mistura no ponto exato, fora o tempo de entrada
(matérias primas) e saída mistura (ração). O tempo de entrada e saída do misturador vertical
dependerá dos equipamentos principalmente antes, já que as matérias primas necessitam ser
pesadas, pois será neste momento que o balanceamento se dará na prática, na
proporcionalização dos ingredientes.
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Misturador vertical
Misturador horizontal
Estes equipamentos por ter material rodante em seu interior, e provocar o atrito das misturas
com as partes do equipamento, necessitam de ter aterramento elétrico especial, afim de não
provocar problemas nas misturas dos micronutrientes, que normalmente são adicionados à
40
parte, e que no caso de diferenças elétricas no interior do equipamento acabariam
desbalanceando as misturas em suas micropartes.
Estruturas fabris de maior porte podem ser comandadas eletronicamente, onde o computador
central estaria realizando comandos básicos, até mesmo de abrir e fechar silos pulmões,
aumentar ou diminuir o ritmo dos moinhos, conferir a qualidade de produtos, etc...
Com relação ao galpão que será instalada a fábrica de ração, alguns cuidados devem ser
tomados, primeiro que caberá ao Zootecnista dimensionar suas necessidades, sejam elas com
base técnicas, acompanhadas ou não com estratégias financeiras os volumes finais de
produtos, portanto sendo mais adequado a consulta aos fornecedores de equipamentos, que já
tem módulos prontos para satisfazer as projeções.
Secador de grãos
Informações básicas com relação a piso são importantes, pois sua estrutura deverá suportar
peso significativo para arrumação de matérias primas em sacos empilhados, ou para entrada
de caminhões para descarregamento. Como se tratam de rotinas de movimento de cargas, o
fluxograma deverá ser facilitado a manobras e arrumações, evitando perda de tempo e
quebras, sejam elas de equipamentos (caminhões) ou das instalações.
Outro fator importante será o dimensionamento elétrico, já que na fábrica terá equipamentos de
grande consumo de energia, custo adicional, se for o caso, para transmissão de energia até a
fábrica deverão ser considerados no projeto, assim como aumentos de cargas para suportar os
equipamentos em pleno funcionamento.
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Balança rodoviária
Esta atividade, nos assuntos relacionados ao dimensionamento das I.Z., tem na evolução de
rebanho o principal instrumento para determinação de necessidades espaciais e capacidades
de equipamentos, basicamente o projeto deverá determinar o porte da sala de ordenha, a
necessidade de comedouros para suplementação, o dimensionamento de alojamentos para
bezerras e as necessidades dos equipamentos afins para dar suporte a atividade.
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DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - BOVINOS DE LEITE
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS
Natalidade - % 70 70 70 70 70
Mortalidade BZ - % 3 3 3 3 3
Mortalidade FE - % 2 2 2 2 2
Mortalidade AD - % 1 1 1 1 1
Descarte mat. anual - % 0 0 10 10 10
Dias lact./vaca/ano 270 270 270 270 270
Prod.média vaca/dia 8 8,5 9 9,5 10
Cap.Suporte Ua/ha/ano 1 1,3 1,5 1,5 1,5
Mortes - Bezerros 2 2 2 2 2
Femeas 1 a 2 anos 0 1 1 1 1
Adultos 1 1 1 1 1
Vendas - Descartes 0 0 3 4 4
Novilhas 0 0 9 10 10
Bezerros 16 16 16 16 16
Leite/kg 70.308 74.702 79.097 83.491 87.885
Produção Média Dia / kg 207 220 233 246 259
Este será o perfil que consideramos adequado as condições brasileiras de exploração para
pecuária de leite, ou seja, clima tropical, solos e topografia com medianas qualidades e a
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inexistência de subsídios financeiros de ordem governamental para os produtores. Em linhas
gerais I.Z. para suportar a exploração leiteira a pasto.
Suplementação alimentar
Em qualquer tipo de exploração leiteira deverá haver um momento (inverno ou entressafra das
pastagens) em que se faça necessidade de realizar alimentação suplementar, seja apenas
para o plantel em produção ou para todo os animais. Em situações de semiconfinamento, pelo
menos os animais em produção são alimentados em comedouros todos os dias e em situações
de confinamento total, todos as categorias recebem alimentos nos comedouros
No caso da evolução de rebanho proposta, se a opção fosse suplementar todo o plantel seriam
necessários 64 metros (80 Uas X 0.80m) de comedouros no 3.ano do projeto. Caso fosse
suplementar apenas as vacas em lactação, seriam necessários 28 metros (35 Uas X 0.80m).
Com relação aos comedouros, alguns princípios precisam ser obedecidos, relacionados à
facilidade para colocar as forragens por parte dos operadores, a limitação para que os animais
não pisem nos alimentos e evitar possíveis acidentes com os animais.
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Comedouro tradicional
0.70 a 0.80m
CANZIL TRANSVERSO
PARTE INTERNA
FORRAGENS
limitadores
1.40 a 1.60m
0.30m
1.00m
Quanto à cobertura dos comedouros é um outro fato a ser pensado, alimentos forrageiros não
necessitam de proteção de sol nem chuva, portanto, se for o caso de colocar algum tipo de
cobertura visando o comedouro, poderá ser evitado, dando preferência em promover
sombreamento para os animais que se utilizem de instalações para suplementação durante o
ano inteiro, no caso de semiconfinamento, no caso de confinamento total a cobertura será
integral da instalação e no caso de suplementação a pasto não existirá nenhum tipo de
cobertura.
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Local de espera da ordenha
Alguns fatores ligados à higiene deverão ser respeitados como; piso calçado, caimentos no
piso a fim de evitar acúmulos de sujeiras, espaçamento de no mínimo 2,5 m2 por animal a ser
ordenhado, água de bebida para os animais e em alguns determinados casos poderá haver pé
dilúvio.
Fatores ligados à ambiência deverão ser preservados, já que existirá a segunda ordenha na
parte da tarde, portanto sombras serão fundamentais, sejam elas naturais ou não, o importante
será que os animais no principal momento da exploração (ordenha) não sofram problemas de
stress térmico, já que a fluidez da operação de ordenha tem tempo para acontecer. O tempo
entre a entrada da vaca na sala de ordenha, preparativos, ordenha e liberação poderá variar
significativamente de vaca a vaca, o diferencial será na produção de cada uma, podendo ser
entre 5 a 15 minutos em média.
Fatores ligados ao sistema fisiológico das vacas mestiças, que dependem da presença de seus
bezerros para facilitar a descida do leite deverá ser respeitado, sob risco de diminuição
significativa da possibilidade de produção. Este caso não acontece em vacas com grande
especialização leiteira, fato que não é a realidade da maioria dos produtores brasileiros.
Local de ordenha
Esta é a parte mais importante das I.Z. em pecuária de leite, neste local deverá se tornar
fisicamente presente todo o resultado do conjunto de ações tomadas para a exploração, que
será a extração do leite. Lembrando que como se trata de um local de uso contínuo todos os
cuidados ligados a rotina operacional deverá ser tomados como; higiene, conforto térmico,
fluidez da operação e adequação as normas de qualidade do leite, seja ele no momento da
ordenha, seja ele na armazenagem.
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Finalmente a portaria 56 do Ministério da Agricultura brasileiro foi assinada, virando lei, que até
2005 todo o leite produzido no Brasil deverá obedecer a critérios de qualidade, onde um deles
será o armazenamento do leite no nível de produtor em tanques de expansão. No caso dos
pequenos produtores será admitido tanques comunitários e com regras específicas.
Ordenha balde ao pé
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O enquadramento nos critérios de qualidade do leite tem forte relação com o local de ordenha,
aliado a uma série de outros fatores que vão desde a saúde dos ordenhadores ata a saúde das
vacas. A ordenha continuará a poder ser feita de forma manual, respeitadas as normas básicas
de higiene, assim como os exames bioquímicos para conhecimento dos níveis de
contaminação, que na prática estarão determinando a presença de qualidade ou não.
Acabam as letras do leite (A, B e C) ficando apenas o leite qualidade, certificado por exames e
continuará a possibilidade do leite tipo A (do peito da vaca por ordenha mecânica em sistema
fechado para a embalagem, seguindo para o consumidor em menos de 24 horas).
O local de ordenha deverá ser coberto, calçado, disponibilizar água para limpeza, ter canzil
para conter individualmente cada animal em ordenha, não necessita ter paredes, ter
comedouro individual para fornecimento de alimentação concentrada e proporcionalizada vaca
a vaca e facilitação de acesso do operador com o úbere das vacas. O ideal (não obrigatório) é
que exista um sistema simples de ordenha mecânica, tipo balde ao pé.
As salas de ordenha podem ser dos seguintes tipos; Diagonal, Perpendicular, com ou sem o
piso de serviço ao mesmo nível. Obrigatoriamente com desnível de piso de serviço; Tandem
com abertura lateral e individual, Espinha de peixe, Poligonal e Carrossel.
A mais eficiente na relação benefício custo para produções acima de 2000 litros dia é a
espinha de peixe, hoje já simplificada por tecnologia que evitam o uso de canzis em excesso. A
mais eficiente na relação benefício custo, para a situação da maioria dos produtores brasileiros
é a sala tipo Perpendicular com uso de ordenha mecânica balde ao pé. (v.croqui)
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Existem ainda robôs para ordenha, ainda experimentais, mudam de forma expressiva a filosofia
da pecuária de leite intensiva em confinamento total, deverá ser usada em algum momento no
futuro.
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Robot de ordenha
Robot de ordenha
A evolução de rebanho estará demonstrando o volume máximo que deverá ser alcançado ao
longo dos anos do projeto, assim como o volume diário, facilitando as decisões relacionadas
aos equipamentos de ordenha e armazenagem do leite, como também a mão de obra para
realização desta tarefa, que poderá ser feminina, possibilitando aumentar a renda familiar e
melhorar a higienização dos equipamentos pós-ordenha.
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Robot de ordenha
Robot de ordenha
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SALAS DE ORDENHA - TIPOS
PARALELA 1 2 3 4
DIAGONAL 1 2 3 4
ABERTURA LATERAL 1 2
Duplo de Dois = 2 X 2
CORREDOR DE SERVIÇO - DESNÍVEL
3 4
ESPINHA DE PEIXE
Duplo de Três = 3 X 3 1 2 3
CORREDOR DE SERVIÇO - DESNÍVEL
4 5 6
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SALAS DE ORDENHA - TIPOS
POLIGONAL
4x3
ÁREA DE SERVIÇO
DESNÍVEL
ROTATÓRIA
Rotativa 8
ÁREA DE
SERVIÇO
DESNÍVEL
No caso da evolução proposta, necessitaríamos de ordenhar em média 259 litros dia, para fins
de cálculo poderá ser considerado até 300 litros ( entre 15 a 20% a mais ou menos) dia, sendo
195 litros (65%) pela manhã e 105 litros (35%) à tarde. Para 195 litros com média de 10 litros
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vacas seriam quase 20 vacas, em uma ordenha tipo perpendicular com 6 boxes, 3 jogos de
balde ao pé, estaríamos ordenhando as 20 vacas em mais ou menos 53 minutos (20 vacas / 6
= 3,3 vezes X média 8 minutos X 2 ).
De maneira geral este número deverá estar na faixa de 15% do número de matrizes em
produção no plantel estabilizado, desta forma estaremos racionalizando a recria de fêmeas e
diminuindo o custo de produção do leite, sendo que os bezerro/as que serão automaticamente
descartados após a desmama não deverão ter cuidados especiais de alimentação, devendo
ser criados a pasto. No entanto as bezerras selecionadas deverão ser criadas visando seu
aproveitamento futuro, podendo ser utilizado o sistema de casinhas ou piquetes especiais, com
acesso a abrigos com comedouros.
No caso das chamadas casinhas, o modelo é o tradicional, 1.00 X 2,50m, com cobertura e
fechamento lateral, com comedouro e bebedouro. No caso dos piquetes, deverá haver rodízio
para evitar problemas sanitários, abrigo coberto com local para comedouro, preservando pelo
menos 1000m2 por bezerro em criação.
No caso proposto nesta evolução de rebanho, seriam 35 bezerros a serem preservados, caso a
ordenha for dependente dos mesmos, sendo apenas recriadas 7 bezerras (10% da taxa de
descarte de matrizes + mortalidades), em vez dos prováveis 17 nascimentos de fêmeas,
portanto o máximo de 4 casinhas (50% do número de bezerras a serem recriadas) seriam
necessários para o sistema proposto, ou 7.000m2 de piquetes especiais para recria de
bezerras.
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17.Bovinos de corte – pastagens
A I.Z. básica em qualquer exploração de bovinos de corte deverá ser o curral de apartação ou
manejo, nele deverá ser desenvolvido todo o trabalho de acompanhamento para a normalidade
da atividade, o destaque principal será voltado para a reprodução, em casos de cria, e em
qualquer situação o acompanhamento do desenvolvimento dos animais via as pesagens, sem
balança não existirá pecuária de corte racional.
O curral de apartação deverá ter localização objetiva com relação ao sistema de pastagens,
pois deverá ter uso sistemático, portanto facilidades operacionais terão que ser criadas no
sentido de tornar as rotinas simples e sem acidentes. Teoricamente o local ideal para a
localização de um curral de apartação ou centro de manejo, seria na região central da
propriedade, não esquecendo que nesta instalação também são realizados os serviços de
embarque e desembarque de animais, portanto o acesso a caminhões deverá ser preservado.
As propriedades com áreas físicas expressivas, deverão em seu planejamento ser moduladas,
a fim de se ter controle zootécnico real sobre a atividade, neste casos a opção poderá ser a
existência de mais de um curral, a fim de evitar distâncias significativas, o que levaria a
dificultar as rotinas de controle, ou localizar o centro de manejo eqüidistante dos módulos.
Existe ainda a possibilidade de currais de apartação transportáveis, feitos em ferro
galvanizados, os mesmos são transportados para onde haja exigência dos serviços.
A evolução do rebanho estará determinando o número de Uas, além das categorias, desta
forma o dimensionamento também poderá ter como base às rotinas de manejo que se pretenda
adotar no planejamento. O dimensionamento básico será de 2.00m2 por Ua a ser manejado,
lembrando que o curral não precisa de em um só momento ter todo o plantel dentro dele. Há
limites operacionais para cada tipo de manejo, desta forma cada tipo de atividade, cria, recria
e/ou engorda, demandará rotinas diferenciadas, evitando-se construir ou imobilizar dinheiro em
excesso, como também ter problemas por sub dimensionamento.
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DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - BOVINOS DE CORTE
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS
Natalidade - % 70 70 70 70 70
Mortalidade BZ - % 5 5 5 5 5
Mort. FE/MA 1 a 2 - % 4 4 4 4 4
Mort. FE/MA 2 a 3 - % 3 3 3 3 3
Mortalidade AD - % 1 1 1 1 1
Descarte Matrizes - % 0 0 0 10 10
Intervalo de partos - ms 14 14 14 14 14
Peso de venda - Ar 16 16 16 16 16
Cap.Suporte Ua/ha/ano 1 1,3 1,5 1,5 1,5
Brete
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Tronco completo
A balança deverá ser localizada longo no seguimento do embarcadouro, servirá sempre nos
processos de chegada e partida dos animais no sentido de avaliar suas pesagens, como
também realizar controle de desenvolvimento dos animais durante a engorda ou outros
manejos. Portanto deverá ter porteiras que facilitem os acessos independentes de embarcar ou
não, possibilitando o retorno dos animais as apartações após as pesagens.
Embarcadouro
Poderá ser eletrônica, neste caso a leitura das pesagens será com a passagem dos animais
pelo brete, necessitando também de identificação eletrônica individual para a individualização
das pesagens, via antena. As balanças mecânicas apresentam limites, podendo ir de pesagens
individuais até 4 a 5 mil quilos, as mais usuais são as balanças de 3.000 kg, para 10 bovinos.
No caso das balanças mecânicas, existirá uma ancoragem de seus mecanismos, devendo ser
feito uma caixa em concreto armado conforme projeto do fabricante da balança, deverá haver
acesso para lubrificações e regulagens. Muitos projetos instalam as balanças (os mecanismos)
no mesmo nível do solo, o que eleva o acesso para a balança, sendo necessário uma rampa
para os animais, este tipo de instalação deverá ser evitada, onde a ancoragem deverá ser
abaixo do nível do solo, possibilitando o acesso dos animais sem rampa ao interior da balança.
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Balança para bovinos
Cercas do curral
58
59
O tronco será o local para se realizar a contenção individual dos animais, neste local é que
poderão ser feitas as castrações, inseminações, toques e determinados tratamentos. O tronco
poderá ser adquirido de fabricantes ou ser construído junto com o curral, apenas deverão ser
observados alguns detalhes; o animal deverá ser contido pela cabeça, preferencialmente com
enforcador de madeira, deverá haver contenção de coices via a colocação de limitador nas
patas traseiras e ter acesso do operador à parte da posterior do animal. Quanto aos troncos
comercializados, existem de todos os tipos, os chamados “viramundo”, os com contenção em
3, 2 ou 1 pontos, os com catracas, etc... O tronco ideal será aquele que conseguir conter o
animal em pelo menos 2 pontos (cabeça e coice) com o mínimo de mecanismos, pois as fezes
e urina dos animais acabam deteriorando com facilidade as partes metálicas.
O brete será o local para realizar determinados manejos, principalmente as vacinações, neste
local os animais serão conduzidos em fila e sob pressão, de maneiras a dificultar movimentos
bruscos quando espetados pelas seringas. O brete é um corredor cônico, com base entre 0.50
a 0.60m, altura em torno de 1.80 a 2.00m boca com 1.10 a 1.20m, sempre suas laterais serão
em réguas, sem intervalos até 50% da altura, e daí para cima com intervalos de 0.15m entre
réguas. O brete não deverá passar de 8.00 a 10.00 m de comprimento, devendo existir portas
nos intervalos dos moirões, chamadas de “fugas”, servirão para retirar animais que venham a
se acidentar durante os manejos profiláticos. O acesso dos operadores aos animais será por
meio de uma plataforma ao longo de uma das laterais do brete chamada de “palanque”.
Área de trabalho é o local protegido das divisões ou apartações, onde os operadores estarão
localizados para acessar a balança, tronco e brete, somente ao brete o acesso será via o
palanque.
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Seringa ou funil é o local aonde são levados os animais para acessarem o brete, assim como
os equipamentos que se seguem, tronco, balança e embarcadouro. Sempre em réguas, para
poder segurar a pressão que venha ser exercida pelos animais por momento de passagem
para o brete, que será liberada via uma pequena porta de correr localizada no início e final do
brete. Os animais só entram no brete porque visualizam uma possibilidade de fuga, na
realidade para eles, está é a saída e não a entrada.
O curral poderá ser 100% calçado, não sendo obrigatório, o calçamento total aumenta o stress
dos animais, além de encarecer a obra, o determinante será o nível de utilização desta
instalação, a constância no uso levará a formação de irregularidades nos pisos das apartações.
No entanto, o embarcadouro, o tronco, o brete e a área de trabalho deverão ser calçadas,
assim como cobertas, para evitar o desconforto na operação sob chuva ou sol, além de
proteger os equipamentos.
Curral de apartação
Não deveremos perder de vista que esta I.Z. representa significativa imobilização de capital no
projeto pecuário, como sua utilização é periódica, mas fundamental para obtenção de
resultados zootécnicos da atividade, deverá haver sempre preocupação no sentido de
racionalizar ao máximo o projeto.
O projeto de confinamento bovino deverá ser iniciado pela determinação do tamanho dos lotes
de animais a serem confinados, uma vez encontrado este número a próxima etapa será a
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disponibilidade de espaço linear por comedouro para cada animal do lote em confinamento. Os
espaçamentos poderão ir de 0.40 a 0.70m por cabeça, a determinação do espaçamento
adotado no projeto terá ligação com o manejo de distribuição de alimentos ao longo do dia, ou
seja, se houver disponibilidade de alimentos durante todo o dia, conseqüentemente não haja
disputa para chegar ao comedouro, poderá ser usado o espaço mínimo, como este fato não é a
realidade da maioria dos projeto, o espaçamento normal é de 0.70m por cabeça confinada.
A outra determinação será a área em m2 a ser destinado para cada animal. Considerações têm
que ser feitas neste sentido, basicamente existem 2 tipos de confinamentos; o de ano inteiro e
o confinamento de inverno, este último com a finalidade ou de levar os animais ao acabamento,
ou de manter crescimento durante o inverno ou entressafra das pastagens.
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No confinamento de ano inteiro, há necessidade de calçamento, desta forma, o
dimensionamento por cada animal confinado passará a ser de 4.00 a 6.00m2, a diferença
deverá ser considerada pela época do ano, região onde está sendo feito o confinamento,
tamanho dos animais e todas as variáveis que envolvam ambiência e sanidade dos animais.
Estes confinamentos também conseguem produzir matéria orgânica em grande volume, sendo
que o piso calçado possibilita a utilização racional deste material.
Nos projetos de confinamento bovino também tem que existir um pequeno curral de apartação,
para os trabalhos de manejo e comércio dos animais.
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Confinamento – comedouro coberto
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CURRAIS ANTIESTRESSE
INTRODUÇÃO
Ultimamente, conceitos mais racionais quanto ao planejamento de currais e com relação à lida
com o gado têm recebido maior divulgação no meio pecuário. Alguns pecuaristas e técnicos - poucos
ainda - já estão procurando seguir novas linhas de trabalho no manejo do gado. Alguns dos "novos"
princípios no planejamento do curral, como seringas e troncos coletivos em curva, vêm sendo
estudados e utilizados de forma independente desde os anos 60 do século XX, em países como
Austrália, Inglaterra, Nova Zelândia e EUA. Currais circulares já eram utilizados há milhares de anos no
Oriente Médio.
No planejamento de um curral racional, objetiva-se a maior eficiência de trabalho possível, a
minimização do estresse dos bovinos durante o manejo e a maior segurança das pessoas e animais.
Estes objetivos são alcançados especialmente se pudermos tornar mais fácil o fluxo dos animais, com a
utilização do mínimo necessário de mão-de-obra (dois funcionários, mas apenas no caso de trabalhos
mais complexos pode ser necessária a presença de mais um funcionário na área de trabalho). O fator
mais estressante em um curral é o homem.
Evitando, ou pelo menos minimizando o estresse, não somente se está evitando perdas de
peso, de fertilidade e de tempo, como ainda se está zelando pelo conforto animal, matéria que a cada
dia merece mais e mais atenção e que poderá vir a condicionar alguns circuitos comerciais no futuro.
Os produtores brasileiros podem esperar uma demanda crescente por produtos "orgânicos", o que quer
dizer, carne de animais criados a campo ou, ao menos, a campo até a terminação, utilizando alimentos
orgânicos livres de antibióticos na ração, ausência de mutilações e maus tratos, enfim, animais
saudáveis e "felizes". Esta é a imagem que, crescentemente, os consumidores gostariam de ver
associada aos alimentos que consomem. O estresse e o sofrimento animal, além das condições
eticamente indesejáveis, são fatores que exercem influência direta na qualidade da carcaça, como
lesões no músculo, hematomas e carne PSE (Palid, Soft e Exudativ, causado pelo estresse pré-abate).
No livro "Livestock Handling and Transport", da pesquisadora Temple Grandin, publicado em
1997, há dados alarmantes. Os EUA perderam, em 1993, US$26 milhões, devido apenas às
escoriações provocadas pelo manejo e transporte inadequado. Os australianos perderam US$ 36
milhões pelo mesmo motivo. Calcule uma perda de US$1,00 por animal que é manejado e transportado
de forma inadequada no Brasil. São alguns milhões de dólares por ano.
No Brasil, há poucos currais com a preocupação do bem estar animal, e também é difícil
encontrar técnicos que projetam estes tipos de currais, segundo um levantamento feito pela Revista
ABCZ, as propriedades que possuem estes currais estão localizadas no município de Pirapora em MG,
Uberaba em SP (uma propriedade que possui 3 currais), Mogi Mirim em SP (o produtor reformou um
pequeno curral tradicional adaptando-o para o bem estar do animal, onde pode ser manejado por
apenas um homem), Felixlândia em MG (os currais foram construídos por um texano há 13 anos que
visita a propriedade anualmente) e Bom Despacho em MG. Porém, há algumas firmas especializadas
em instalações para bovinos, que recentemente estão projetando estes tipos de currais, como é o caso
da Currais e Cochos Itabira.
BEM-ESTAR ANIMAL E COMPORTAMENTO ANIMAL
Uma definição de bem-estar bastante utilizada atualmente foi estabelecida pela FAWC (Farm
Animal Welfare Council) (citado por Chevillon, 2000), na Inglaterra, mediante o reconhecimento das
cinco liberdades inerentes aos animais:
1. A liberdade fisiológica (ausência de fome e de sede),
2. A liberdade ambiental (edificações adaptadas),
3. A liberdade sanitária (ausência de doenças e de fraturas),
4. A liberdade comportamental (possibilidade de exprimir comportamentos normais),
5. A liberdade psicológica (ausência de medo e de ansiedade).
O estresse tem sido o principal mecanismo de medida ou de avaliação do bem-estar animal.
Pode ser definido como uma reação do organismo ao ambiente, numa tentativa de manter o equilíbrio
fisiológico e também, os animais podem apresentar reações comportamentais ao serem expostos a
estímulos estressantes. O estresse pode ocasionar inúmeras conseqüências para o organismo animal:
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maior fragilidade do sistema imunológico, aumentando a suscetibilidade a doenças; redução da
produtividade em alguns casos; ocorrência de comportamentos anômalos.
Devemos conhecer o correto comportamento animal para podermos oferecer condições de
ofertar e praticar o devido bem estar animal, a fim de evitar o estresse.
• Medo e memória associativa do animal
Os bovinos, a exemplo das outras espécies animais herbívoras que vivem em manadas, como
os cavalos, são animais classificados como sendo animais de presa. O medo faz com que se
mantenham em permanente vigilância para poder escapar e se defender dos predadores. O medo é um
grande fator de estresse. O medo pode elevar os níveis de hormônios associados com o estresse em
comparação com os fatores físicos adversos. O medo é que leva o gado bovino a se movimentar
quando em operações de manejo, seja para operações de vacinações, vermifugação, banhos,
castração, marcação, pesagem, transferências de pastagens. Em relação a esta última operação, os
animais tendem a se acostumar com o manejo referenciado.
Os boiadeiros que trabalham com gado de corte em regime a campo se convenceram que o
manejo calmo, durante as operações de vacinações ou outras que impliquem a concentração de um
grande número de animais na central de manejo, faz com que os animais retornem mais rapidamente
ao sistema de alimentação. Estas operações feitas com calma, sem alaridos, gritos, presença de
cachorros e uso de instrumentos contundentes, diminuem o estresse animal e a liberação de hormônios
como a adrenalina. Os animais quando estão ou são submetidos a operações agitadas e violentas, em
especial na central de manejo, em geral apresentam uma perda de peso, em especial quando
permanecem por longo período confinados neste ambiente, que não lhe é agradável. Já quando o
manejo é planejado e os animais permanecem o mínimo necessário, os resultados são melhores e a
perda de peso é insignificante.
O gado pode se lembrar por vários meses do manuseio doloroso ou assustador. Deve-se evitar
os métodos que causam aversão. O conforto é importante, pois a dor causa agitação. Pode-se treinar
os animais em um só dia, se houver conforto e um prêmio na forma de ração. Devem ser acostumados
aos poucos, evitando-se machucar o animal. Se a rês resistir, não deve ser solta até que pare de se
debater. No caso de treinamento repetido deve-se deixar os animais se acalmarem bem antes de novas
sessões, que podem ser em dias seguidos.
Para evitar os predadores, o gado bovino tem um campo de visão amplo e panorâmico, que
abrange os 360º. A visão nos bovinos é mais acentuada que a audição. O bovinos podem distinguir as
cores (Thines e Soffie, 1977; Darbrowska e outros 1981; Gilbert e Arave, 1986; Arave 1996). As últimas
investigações demonstram que os bovinos, ovinos e caprinos têm uma visão dicromática, com bastões
de máxima sensibilidade a luz amarela esverdeada e azul-purpúrea. A visão dicromática pode servir
para que os animais tenham uma melhor visão noturna e possam detectar alguns movimentos, inclusive
de predadores.
Em bovinos reprodutores machos quando em idade adulta, a visão, quando comparada com
ovelhas, é inferior.
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Os animais herbívoros podem enxergar em profundidade. Observações realizadas indicam que
os bovinos não podem perceber objetos localizados acima da linha da sua cabeça, a não ser quando
estão em movimento. O pesquisador Smith, no ano de 1998, sustenta através de pesquisas e estudos
realizados com bovinos, que em função destes animais possuírem pupilas horizontais, podem perceber
melhor as linhas horizontais e que a maioria dos seus predadores possuem pupilas redondas, o que lhe
favorece a tomada de posições defensivas e de fuga.
Os animais bovinos possuem um sistema ótico muito sensível a qualquer movimento e aos
contrastes de luz e sombras. São capazes de visualizar permanentemente o horizonte quando estão
pastando, mas podem apresentar dificuldades para visualizar rapidamente, ou melhor, para enfocar
rapidamente a sua visão em objetos muito próximos, devido ao fato de que seus músculos oculares são
débeis (Coulter e Schmidt, 1993). Tal fato explica porque estes animais se assustam quando algo se
move repentinamente ao seu redor. Os ungulados selvagens, o gado bovino e os eqüinos, em geral, se
adaptam e respeitam uma forma de contenção compacta, e dificilmente investem ou tentam atravessar
esta barreira (curral) em desabalada carreira.
Quando se trata de "encurralar" animais muito bravos e nervosos, criados em regime extensivo,
uma maneira sugerida é o uso de pedaços ou cortes de plásticos opacos (Fowler, 1996). Quando se faz
uso de currais construídos com cordoalhas, cabos de aço ou arames trançados, os animais em geral
apresentam alguma dificuldade em enxergar este tipo de obstáculo, e muitas vezes ao tentar se
movimentar em linha reta, batem contra estes obstáculos. Uma solução para quem se utiliza deste tipo
de material de contenção em sua central de manejo, é o uso de alguns quadrados de lona plástica de
cor opaca, medindo 30 centímetros quadrados, pendurados nas cordoalhas, a altura dos olhos dos
animais. Este expediente evita que os animais sofram algum tipo de contusão e escoriações ao se
aproximar de um vão, o qual não enxergam a presença das cordoalhas ou similares (Ward, 1958).
O animal ficará mais calmo se as laterais forem vedadas na área da cabeça para bloquear sua
visão, especialmente para não enxergar uma saída à sua frente.
Uma prática que pode beneficiar e diminuir o estresse dos bovinos, quando manejados em
período noturno, em uma central de manejo, é lhes proporcionar um grau de luminosidade confortável.
Os bovinos tendem a se movimentar de lugares com menor grau de luminosidade para locais mais
iluminados. Mas isto não significa afirmar que eles se aproximarão de uma luz muito intensa, pois isto
viria a lhes oferecer um desconforto visual.
CURRAIS ANTI-ESTRESSE
Também chamado de curral racional, curral sem estresse, curral Grandin (pesquisadora
Dra. Tremple Grandin), são construções rurais criadas para facilitar o manejo de animais e que foram
propostas baseadas no comportamento deles. São recomendadas principalmente para criações em
sistema extensivo, onde o gado tem pouco contato com o homem e por isso não é muito dócil.
As principais vantagens em relação ao curral tradicional são:
• Reduz o tempo de manuseio permitindo que os animais sejam soltos mais cedo;
Estima-se que o ganho seja de 5% sobre o peso dos animais. Considerando 480kg como um
peso normal de abate, 5% resulta em 24kg a mais, ou 504kg. São 16,8 arrobas, contra o normal de
16@.
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As desvantagens que apresentam este tipo de curral em relação ao tradicional são: o alto custo
e poucos técnicos no Brasil que conheçam e saibam projetar estas instalações.
Os currais com mangas em curva e divisões circulares foram adotados em vários países. Os
currais circulares não apresentam cantos onde os animais se amontoam. As áreas de reunião devem
ter espaço adequado como seja 2,3m² por cabeça ou 3,3m² para vaca com cria, ambos para o caso de
permanência de 24h ou menos. As mangas largas em curva retêm os animais para carregamento, para
entrarem na seringa e seguirem para o tronco igualmente em curva, e a seguir caminharem para o
tronco individual, ou serem apartados em uma "gaiola" circular ou poligonal.
As dimensões devem obedecer a medidas mínimas e máximas, apropriadas para os diferentes
componentes de uma instalação. Entretanto, não existe uma "receita de bolo" para dimensões e
modelos padrões. São diversos os fatores que devemos levar em consideração na busca do melhor
projeto para a situação em particular: os bovinos (categorias, temperamento, porte), o sistema de
manejo geral da fazenda, a chegada e saída do curral, o uso de remanga/curral de espera, custos da
obra, a localização do sol (muito importante), a movimentação de caminhões de embarque, etc.
Conhecendo-se estes fatores é possível desenvolver um projeto que apresente mais pontos positivos
em face dos objetivos propostos. É preconizado também, que um curral de manejo adequado a
qualquer tipo de atividade deve apresentar uma área útil mínima compatível à maior categoria animal
trabalhada e ao maior lote da propriedade, evitando a necessidade de apartações antes mesmo destes
animais entrarem no curral (esta condição deve ser considerada principalmente para as propriedades
que trabalham a fase de cria).
A seringa, o tronco e a rampa de carregamento e respectivas porteiras devem ser vedadas
lateralmente, para manter os animais mais calmos, visto que não enxergam movimentos externos.
A Seringa deve ter um raio de 3,5m para que os animais não se amontoem. Na saída da seringa
para o tronco curvo, o animal deve enxergar dois a três corpos à sua frente, sem o que se negará a
entrar por pensar que sua frente está fechada.
O Tronco coletivo em fila única em curva e vedado pode reduzir o tempo de manejo em 50%,
pois os animais não enxergam movimento à sua frente ou dos lados. Os troncos em curva apresentam
especial vantagem quando os animais em fila única devem aguardar a vacinação ou outro serviço e
também para que o animal não enxergue o final. As curvas devem ter um raio de 3,5 a 5m no lado
interno para evitar que os animais se amontoem. Recomenda-se um trecho reto no início do tronco. Se
um lado do tronco tiver tábuas abertas para vacinação, o lado oposto deve ser vedado. Tábuas com
dobradiça podem se abrir para facilitar a vacinação.
A rampa de carregamento (embarcador) deve ser ao nível do solo quando possível, ou com
uma subida em rampa ou degraus, e uma plataforma ao nível do caminhão. O aclive não deve ter mais
que 20-25 graus de inclinação. Degraus de 30 cm de largura por 10 cm de altura são indicados no caso
de rampa em concreto. Na África do Sul, recomendam 1,50 m em nível antes da entrada no caminhão.
Pode-se usar luz à noite para atrair os animais para dentro de divisões ou do caminhão.
Sobre o apartador, a apartação ao final do tronco pode ser melhorada por porta triangular que
tapa totalmente o corredor. A dificuldade de pouco tempo para avaliar os animais caminhando em fila
única, foi resolvida na Austrália pela "gaiola" circular com 3-6m de diâmetro com 4 a 8 portões de saída,
a qual é adequada para o gado zebu. Uma só pessoa no alto pode operar os portões, com tempo
suficiente para classificar e apartar os animais.
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A contenção em câmara escura é recomendada para inseminação artificial e toque de prenhez,
a contenção mecânica pode ser substituída por compartimentos escuros. Consiste em um estreito
corredor com laterais, frente e teto vedados. Os animais arredios ficam quietos no escuro, sofrendo
menos estresse e apresentando ritmo cardíaco e respiratório mais baixos. Para inseminação em larga
escala, duas ou três câmaras podem ser dispostas em espinha de peixe. Entre um e outro animal,
pode-se usar tábuas separadas, pois o contato corporal aquieta as vacas. Os animais ficam calmos
quando não enxergam algum vão para fuga, nem pessoas em movimento. Além do mais, o escuro tem
um efeito tranqüilizante.
A madeira continua sendo o material mais largamente utilizado - com o uso crescente de
cordoalha de aço e eucalipto tratado em autoclave. As maiores desvantagens do uso destes materiais
são os preços crescentes, a durabilidade e a dificuldade de se encontrar mão de obra qualificada. No
caso do eucalipto, um problema extra é que deve-se evitar "trabalhar" este, para não haver perda do
preservante químico, que localiza-se na superfície do material. Em alguns países de pecuária
avançada, como EUA, Canadá e Austrália, as instalações metálicas - fixas ou móveis - predominam, em
função de vantagens como uniformidade do produto, resistência, facilidade de montagem e
desmontagem e alto valor de revenda. Contudo, é imprescindível que sejam estruturas muito bem
planejadas quanto ao material e ao projeto, com especificações de espessura e bitola e com proteção
contra corrosão determinadas tecnicamente, e não ao acaso. Também pode ser utilizado concreto, para
fabricar as partes que são vedadas
É fundamental destacar que, caso a instalação atual não esteja dentro dos princípios
preconizados, não precisamos obrigatoriamente construir uma nova. Com algumas modificações de
baixo custo, mas bem planejada qualquer curral pode ser melhorado substancialmente.
INSTALAÇÕES TRADICIONAIS
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CROQUI DE UM CURRAL ANTI-ESTRESSE
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Escova anti-estresse para vacas
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19. Suinocultura
As projeções das I.Z. em suinocultura também deverão ser baseadas pela evolução de rebanho, onde
as quantidades de animais locados nas várias categorias estarão sendo determinados pelos índices
zootécnicos empregados no projeto.
CONSUMO DE RAÇÃO/ KG
Reprodutor/Dia 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2
Matriz/Secas/Dia 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Matriz/Lact./Dia 7 7 7 7 7 7 7 7
Fêmeas 5 a 7 ms/Dia 3 3 3
Mamão/Aleitamento 10 10 10 10 10 10 10 10
Creche/30 dias 25 25 25 25 25 25 25
Recria/45 dias 85 85 85 85 85 85
Terminação/45/55 dias 130 130 130 130 130
CONSUMO MENSAL/ TON
Reprodutores 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Matrizes 3,6 3,6 3,6 3,6 5,4 5,4 5,4 5,4 5,4 5,4 5,4 5,4
Fêmeas seleção 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 1,1 1,1
Aleitamento 0,0 0,0 0,0 0,0 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
Creche 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9
Recria 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,4 9,5 9,5 9,5 9,5 9,5
Terminação 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,8 14,3 14,3 14,3 14,3
Total 3,8 3,8 3,8 3,8 6,8 9,7 16,1 24,1 33,5 34,0 34,6 34,6
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Para fins das projeções das I.Z. em suinocultura devemos considerar que a atividade se divide
em 2 fases;
- Reprodução e
- Produção
Na fase de reprodução deverão ser alojados os reprodutores, matrizes e os mamões, na fase
de produção deverão ser alojados os leitões em idade de creche e os leitões em recria e
terminação. As quantidades de animais por cada categoria estarão dimensionadas na evolução
do rebanho.
Que a suinocultura poderá ser desenvolvida em 2 níveis tecnológicos com relação as I.Z., onde
um deles é um grande consumidor de equipamentos e o outro é desenvolvido com mais
simplicidade, sendo que a melhor maneira será uma mescla dos 2 modelos, onde se aproveita
o melhor de cada um para montar um projeto dentro das condições climáticas e econômicas do
Brasil.
Parição
O ideal será o uso de gaiolas de parição (v.croqui), suspensas do piso, com piso ripado plástico
nas laterais, se apresenta como boa alternativa para os partos e o desmame dos leitões.
Permite a diminuição significativa de umidade, desta forma dificultando o aparecimento de
problemas sanitários nos leitões. Existindo alternativa de ser feita em boxe, onde as medidas
seriam de 1,50m de largura por 4.00 de comprimento, paredes com 1.00m, proteção nas
paredes laterais contra esmagamento dos leitões, creep com aquecimento artificial, solário e
esgotamento externo em valeta aberta. Este tipo de instalação em relação a gaiolas deverá
aumentar o tempo de desmame, já que aumentará ao longo do uso as chances de diarréias,
etc... pois seria uma maternidade com maior nível de stress por uso.
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Gestação.
Poderá ser desenvolvida em gaiolas ou em boxes, em gaiolas as matrizes tendem a diminuir o
tempo de vida útil, apresentam maior desgaste de casco e stress. A alternativa (v.croqui) são
boxes, 4.00m por 4.00m, com comedouros individualizados, onde uma vez confirmada a
cobertura, podem ser lotados com até 8 matrizes gestantes por Box, com solário e
esgotamento externo de excrementos com valetas abertas. Esta alternativa poderá ser utilizada
por qualquer nível tecnológico.
Creche.
Instalação desenvolvida como alternativa (v.croqui) de dar sustentação ao crescimento de
leitões desmamados precocemente, tende a imitar a situação existentes nas gaiolas de
parição, onde se busca diminuir a umidade pelo uso de piso ripado de plástico suspenso.
Admitem-se 2 leitegadas, em média com 0,30m por leitão, normalmente é inexistente a
presença de solário devido à restrição espacial, no entanto, não limitações técnicas para a
exposição dos animais a algumas poucas horas de sol nos extremos do dia. O comedouro tem
a finalidade de permitir o acesso de todos os animais ao mesmo tempo, como também facilitar
os manejos de restrição alimentar, devido à troca de dieta de mamões com ração a
simplesmente ração. Esta é uma instalação exclusiva do sistema de mais tecnologia, no caso
do sistema mais simples, como a maternidade descrita anteriormente (box ou baia de parição)
os leitões permanecem um pouco mais de tempo junto com as mães, desta forma, passam
direto para a recria-engorda, não necessitando de creche, mas nada impede de também ser
realizado o desmame precoce em baias de parição e ter a fase de creche no sistema mais
simples. Avaliações nos planos financeiros e econômico deverão ser levadas em consideração,
já que os 2 sistemas trabalharão com ciclos produtivos diferentes, que quando levados a
números expressivos de matrizes ou não podem fazer grandes diferenças contra ou favor.
Recria-Terminação
Com a finalidade de levar os leitões até a fase de abate, esta fase da criação poderá ser
desenvolvida em duas etapas ou não, seria a existência da recria e depois a terminação, o
mais prático será não ter a fase da recria de forma distinta em boxes, mas manter os animais
até o final no mesmo box, trocando-se apenas os níveis nutricionais na ração, desta forma, a
proposta apresentada (v.croqui) está em boxes de 4.00m por 4.00m, 16m2, onde poderão ser
criados de 16 a 20 cabeças, dependerá do objetivo do peso final, podendo até diminuir mais a
lotação caso a opção seja de leitões para corte diferenciado de carnes. Nesta instalação existe
a presença de solário, comedouro automático, coletor de excremento externo com valetas
abertas. A opção de lamina de água poderá existir, desde que acompanhada de uma boa
solução para tratamento dos excrementos, já a mesma aumenta ainda mais os níveis de
poluição.
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21.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Embrapa Agrobiologia
Sistemas de drenagem agrícola. Borges et al. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola. V.5, n..3.p.369-
315.PB.
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