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Orientao Educacional e o Adole PDF
Orientao Educacional e o Adole PDF
eo
adolescente
C i d a S a n c h e s
Orientação educacional
eo
adolescente
C O L E Ç Ã O E S T U D O S A C A D Ê M I C O S
1 9 9 9
1999, by Editora Arte & Ciência
Coordenação Editorial
Henrique Villibor Flory
Editor, Projeto Gráfico e Capa
Aroldo José Abreu Pinto
Diretora Administrativa
Luciana Wolff Zimermann Abreu
Editoração Eletrônica
Alessandra Nery
Revisão
Letizia Zini Antunes
Sanches, Cida
M337a Orientação educacional dirigida a adolescentes / Maria
Aparecida Sanches. São Paulo: Arte & Ciência, 1998.
160p.; 21 cm
ISBN
1.Orientação educacional I. Título
92-1796 CDD-371.422
Prefácio ................................................................................. 11
Introdução ............................................................................. 15
Cap. 1: Conceitos básicos ................................................... 37
Cap. 2: O que é ser orientador educacional ...................... 55
Cap. 3: Conclusão ............................................................... 87
ADENDOS:
= Descrição do método ........................................................ 95
= Exemplo de entrevista ..................................................... 105
= Bibliografia ....................................................................... 115
= Glossário ........................................................................... 119
= Índice de autores ............................................................. 123
= Índice de assuntos ........................................................... 125
Prefácio
Introdução
Minha experiência
... Muitas vezes, o que sentimos não está muito claro para nós. Se
alguém sintoniza conosco, é como se projetasse a luz de uma lanterna
num lugar escuro e isso nos possibilita ver com mais nitidez o que
está acontecendo dentro de nós. (p.80)
Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura ...
Eu, caçador de mim.
... uma pessoa facilitadora [que] pode ajudar na liberação dessas capa-
cidades, quando se relaciona como uma pessoa real para com a outra,
possuindo e exprimindo seus próprios sentimentos; quando vivencia
um cuidado e amor não possessivo em relação à outra; e quando com-
preende com aceitação o mundo interno da outra. (1986: p.23)
Revisitando a história
da Orientação Educacional
6
Garcia, Regina Leite (Org). Orientação Educacional: o Trabalho na
Escola. 1994, Loyola, p11.
7
Idem, p.12
8
Idem p.17
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL DIRIGIDA AO ADOLESCENTE 33
9
Maia, Eny e Garcia, Regina. São Paulo, Loyola, 1990, p.7.
34 Cida Sanches
CAPÍTULO I
Conceitos básicos
Orientador educacional
... O homem tem dado provas, muitas vezes dramáticas, que para
sobreviver em sua essência humana depende de metas que o
40 Cida Sanches
Adolescente
Crescimento humano
... O que foi dado ao indivíduo como bom e valioso, quer pelos pais,
pela Igreja, pelo Estado ou pelos partidos políticos, tende a ser
questionado. Os comportamentos ou modos de vida que se provaram
satisfatórios e plenos de sentido tendem a ser reforçado... Assim o
indivíduo passa a viver cada vez mais segundo um conjunto de normas
que têm uma base interna, pessoal... Não são esculpidas na pedra
mas escritas por um coração humano. ( Rogers,1983:p.61)
Profissional de ajuda
Congruência ou autenticidade
Aceitação
Compreensão empática
lores ou fortalecê-los.
Desta forma, entendo como profissional de ajuda o
educador que atua como facilitador através das atitudes de con-
gruência ou autenticidade, aceitação e compreensão empá-
tica, para o desenvolvimento do crescimento humano do
educando.
É importante que todos tenham conhecimento
do aluno como um todo: social e cultural,
porque este trabalho tem que ser com o
coração, uma coisa sentida
e não só racional.(S9)
CAPÍTULO II
necessário. (S2)
Trabalho junto ao professor e junto ao aluno e ainda com toda a
equipe de apoio: é muita coisa. (S6)
Trabalho totalmente integrado com a Direção, professores e alunos,
pois somos todos formadores e responsáveis pelo processo de
mudança e crescimento do aluno. (S4)
Fazemos parceria profissional: fazemos trocas de conhecimentos [com
psicólogos e fonoaudiólogos] para que o nosso universo não fique
muito restrito. (S3)
Estou sempre em contato com os pais, para que eles participem dessa
formação, sintam-se responsáveis, junto com a escola, dessa
preparação do jovem, aluno e filho. (S8)
“Localizo” os pais para que entendam que são eles os protagonistas
e não a escola. (S7)
Recorre à família quando é necessário. (S3)
Fazíamos um trabalho com os pais, quando sentíamos a necessidade
da família: chamávamos para participar de uma reunião em que
contávamos sobre o que as crianças faziam e ouvíamos as queixas
dos pais. Depois falávamos um pouco do desenvolvimento dos
filhos.(S2)
O papel da Orientação é buscar formas para convocar os pais para
palestras, cursos e entrevistas. (S2)
Orientava pais que me procuravam para saber como agir com
determinadas atitudes dos seus filhos. (S2)
Realização de entrevistas, cursos, reuniões com pais, para que os
mesmos possam melhor compreender seus filhos. (S1)
66 Cida Sanches
Profissional de ajuda
Tem que ter olho clínico para estar percebendo que fatores de ordem
afetivo-emocional podem estar interferindo naquele momento da vida
do aluno. (S10)
No dia-a-dia isso vai aparecer em suas atitudes, como observador:
se o aluno está triste, “sacar” se há algum problema, se vão “apron-
tar” alguma, enfim, ter a percepção das coisas. (S10)
Julgamos com muita facilidade... mas com o jovem não podemos ser
assim: nós precisamos ouvi-los e ajudá-los a refletir através dos
questionamentos. (S6)
Serei solidário quando souber me colocar no lugar do outro, para
entender o mundo do outro, e poder avançar no meu crescimento.(...)
Precisam ser respeitados os diferentes tipos de inteligência. (S1)
O professor está muito preocupado em entrar na sala, dar o seu
conteúdo. Mas o aluno não é só isso: o aluno precisa de orientação
para a sua formação geral, precisa conversar sobre os seus problemas.
(S2)
Crescimento humano
... ele é uma pessoa com uma grande luz a ser trabalhada. (S7)
Eles são riquíssimos. (S3)
[Se o O.E. ] atuar dando respaldo para esse aluno, para ele conseguir
externar esse lado adulto, que não é total, em atividades, ele vai
conseguir se sentir um adulto num sentido positivo. (S10)
Conquistas
pela própria fase... O aluno tem que estar feliz, adaptado na escola.
(S10)
Busquem uma melhor compreensão de si mesmos; desenvolvam sua
auto-estima e desenvolvam sua capacidade para tomar decisões.(S1)
Não há nada melhor do que ver nossos alunos crescerem saudáveis,
conquistarem seus espaços, mudarem o seus hábitos sociais, saberem
avaliar suas condições, suas próprias posições. (S3)
O adolescente pode fazer suas mudanças e melhorar a sua postura
como aluno, filho, enfim nos seus diversos papéis. (S4)
Enfim, tento fazer com que eles se sintam felizes na escola, com que
saibam lidar com as suas dificuldades e resolvê-las. (S3)
Ele é ouvido, tem oportunidade para se colocar, questionar, desabafar,
até de portas fechadas quando assim desejar. (S8)
Quero que os alunos, mais do que nunca, sintam que existe uma
assistência, uma equipe de apoio e que saibam que todos somos
igualmente responsáveis por termos uma escola melhor. (S9)
O aluno sempre vem nos procurar para nos colocar os seus
problemas, aqueles problemas que ele não pode colocar para os pais.
Quando o profissional é atuante, o aluno descobre esta ajuda. Pois,
quando você se instala numa escola, o aluno percebe sua
dedicação.(S2)
Este trabalho aproxima muito o aluno do professor, melhora o
relacionamento e a aprendizagem. (S2)
Isso contribui com o desenvolvimento do aluno de uma maneira menos
dolorosa, menos sofrida.(S10)
Sinto que não sou ainda aquela orientadora que quero ser. Estou
ainda muito envolvida com as questões disciplinares, e penso que não
é esse o meu desenvolvimento de ajuda. (S4)
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL DIRIGIDA AO ADOLESCENTE 85
Não deixar nunca que a sua relação vá para o nível pessoal, porque
assim você não consegue ajudar: o seu trabalho não será competente
se você estiver envolvida. (S10)
CAPÍTULO III
Conclusão
... Significa uma forma de amor pelo cliente tal como este é, desde que
compreendamos a palavra amor como equivalente do termo teológico
agape, e não em seu sentido habitual, romântico e possessivo(...) Um
sentimento não paternalista, nem sentimental, nem superficialmente
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL DIRIGIDA AO ADOLESCENTE 89
Descrição do método
assim o sigilo.
Essencialmente, a entrevista pretendia que o entrevistado
traçasse a sua própria história de vida profissional, focando pontos
importantes que pudessem responder à questão principal: o
Orientador Educacional ajuda o adolescente no seu crecimento?
Para tal objetivo, elaborei um esquema básico, um roteiro
em torno de cinco pontos fundamentais, além da identificação
do entrevistado:
1. Devemos lembrar que a Orientação Educacional é uma
opção profissional de quem, inicialmente, escolheu a área
educativa para atuar. Desta forma, a primeira questão foi: “Fale
sobre a sua trajetória profissional, começando, por exemplo, a
contar por que optou pela área da Educação”.
2. A seguir busquei aspectos pessoais, familiares e sociais
— ideal e cronologicamente narrados — que mostrassem como
o entrevistado acabou optando pela Orientação Educacional. A
pergunta seguinte, portanto, foi: “Quem ou o que foi mais signi-
ficativo para que sua trajetória culminasse na profissão de Orien-
tador Educacional?” A razão desta pergunta foi obter a repre-
sentação do que, ou de quem fora formador do entrevistado. “O
que foi mais importante? O que foi mais representativo?”
3. Foi importante conhecer a rotina do cotidiano profis-
sional do entrevistado, tendo por foco o adolescente. Para tal,
foi feita a seguinte pergunta: “Como é ser Orientador Educacional
de adolescentes do ensino médio?” Aqui o ponto fulcral era co-
nhecer o modo como o Orientador Educacional percebia e agia,
de forma genérica, com relação ao adolescente.
4. Na questão seguinte busquei obter especificidades do
trabalho do Orientador Educacional na condição de ‘profissional
de ajuda’. A pergunta foi: “Como se desenvolve o processo de
‘profissional de ajuda’ na sua rotina de trabalho?”
5. Tal atuação produzia resultados? Que tipos de resultados
o Orientador Educacional percebia? Quais as conquistas que os
alunos obtinham, decorrentes da ação do Orientador Educacional
como ‘profissional de ajuda’? Para obter respostas a estas
98 Cida Sanches
1Caracterização:
1Formação: Psicologia - UNIP
1Experiência: 8 anos - Orientadora Educacional
1Sexo: Feminino
1Data da entrevista: 04.02.1997.