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SAÚDE FINANCEIRA
APRESENTAÇÃO
“No princípio criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1:1; ...e o homem criou o mercado, o comércio, o
consumo, o dinheiro.
SUMÁRIO
GANÂNCIA E A SOLIDÃO.
8. PRECISAMOS ENTEDNER QUE AVIDA É COMO UMA CONTA CORRENTE, COM CRÉDITO E
DÉBITOS.
12. A CONSCIENTIZAÇÃO.
20. CONCLUSÃO.
1. INTRODUÇÃO
“No princípio criou Deus os céus e a terra... e o homem, à sua imagem e semelhança”, diz a Bíblia no livro
de Gênesis, capítulos 1 e 2. Todavia, não demorou muito para que este lhe retribuísse a gentileza, e logo
adequou Deus aos seus próprios desejos e expectativas. Depois apareceu o dinheiro, o consumo, o
capitalismo, enfim, o chamado neoliberalismo. E ninguém nunca mais conseguiu viver feliz para sempre.
No livro “O dinheiro e a natureza humana”, o economista Ednaldo Michellon descreve que estamos vivendo
a era do “moneycentrismo”. Michellon defende a idéia de que o mundo vive sob um regime em que o
dinheiro ocupa o centro de todas as decisões e se tornou a medida de todas as coisas. Não mais o homem
(antropocentrismo), como foi depois da revolução francesa e do movimento iluminista. Não mais Deus
(teocentrismo), como era antes disso.
A imprevisibilidade da natureza humana e a sua inclinação inata à cobiça adubaram um terreno já propício
para que germinasse este fruto. Enfim, o ser humano, antes no controle de sua condição social, acabou
subjugado por sua própria invenção – o dinheiro.
“O homem não está mais com Deus, como estava no teocentrismo. E o sonho de todos os ateus, cientistas
e agnósticos, de que o homem seria a medida de todas as coisas, não mais se verifica, porque hoje a
medida de todas as coisas é o dinheiro”, disse Michellon.
Jesus Cristo nos ensina, num dos textos mais lindos do Novo Testamento, o sermão do monte, registrado
em Mateus 6: 19 a 21, o seguinte: “Não acumuleis para vós tesouros sobre a terra, onde a traça e a
ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde traça
nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam, porque onde está teu tesouro, aí estará
também teu coração”.
Jesus não está fazendo apologia à pobreza nem o conformismo com o que temos, mas alertando para algo
muito comum nos nossos dias: a ganância, o egoísmo, o ter acima do ser, a valorização exacerbada do
dinheiro, colocando-o acima de todas as coisas, o que tem levado esta sociedade ao desalento de uma vida
triste, vazia, solitária e sem paz, atributos que o dinheiro não compra. A paz verdadeira esta em Cristo
Jesus. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso
coração nem se atemorize”. João 14:27. Está atitude requer confiança, requer colocar Deus em primeiros
ligar na sua vida, à frente, inclusive, do dinheiro e das riquezas. É como Davi relata no Salmo 37: 6 e 7a:
“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará. Descansa no Senhor e espera Nele”.
Michellon vai além e faz um alerta afirmando que a força do dinheiro é tamanha na sociedade pós-moderna
que consegue subverter até mesmo aquilo que deveria funcionar como resistência a essa influencia: a
religião, ou mais especificamente, o cristianismo. A adoção de uma atitude mercadológica por parte de
algumas igrejas evangélicas neopetencostais minou o poder da mensagem cristã como instrumento de
transformação da sociedade e acabou por enfraquecê-la. Eis que surge a chamada teologia da
Reforma Protestante, um novo Lutero. Voltar aos ideais e a forma singela e altruísta da Igreja Cristã
Primitiva. “A economista Rosa Luxemburgo chamava isso de socialismo primitivo”, afirma Michellon. “É uma
sociedade em que o ser é mais importante que o ter, o caráter é mais importante que o carisma e os
relacionamentos mais importantes que a ética do desempenho”.
No Novo testamento, no livro de Atos, os primeiros convertidos ao cristianismo viviam uma vida “comum”,
ou seja, em comunidade, e quem tinha demais vendia seus excedentes para ajudar os que tinham de
menos – Atos 2: 42 a 47.
Percebemos que o ser humano hoje está em pleno processo de busca pelo chamado “reencantamento do
mundo”. Max Weber, sociólogo alemão, 1893, disse que no processo de modernidade por que passa a
sociedade há um desencantamento do mundo. O mundo místico se extingue e volta totalmente à ciência.
Hoje as pessoas estão buscando o reencantamento, estão voltando à religião, ao misticismo oriental, a
espiritualidade. Você vê o sucesso de livros como, por exemplo: “O Monge e o Executivo”, de James C.
Hunther. As pessoas estão desejosas de algo que fuja um pouco do racional. Entretanto, ao se depararem,
dentro das igrejas, com uma filosofia consumista e materialista, o resultado pode ser a desilusão.
Para nos tornarmos mais feliz, faz-se necessário respirar plenamente, no sentido das trocas internas e do
meio ambiente, cultivar atitudes interiores de integridade moral e compaixão com os semelhantes e
desenvolver a prática da solidariedade. Prosperar sim, mas com equilíbrio e inteligência.
Essas relações de troca, propiciada pelo uso do dinheiro, passam pela educação financeira, tendo as
necessidades básicas resolvidas e se questionando com relação ao nível socioeconômico desejado, para
não ser capturado pelo sistema de comunicação de massa – que valoriza a consumo desenfreado e o ter
em detrimento ao ser, que desviam nossa atenção e energia dos valores que realmente importa na vida:
paz, alegria, harmonia em família e amor ao próximo, valores cloroformizados, esquecidos no fundo da
nossa mente. Nossos sonhos e realizações são construídos com base nestes princípios, acrescido de
disciplina e muito trabalho. Veja bem: Muito trabalho, pois “a vida é dura para quem é mole” – li esta frase
na estrada, escrita num pára-choque de caminhão, mas que é um verdadeiro axioma. Ou você acha que
ficando parado só esperando vai conseguir mudar a sua vida. Perceba que na nossa vida, “nada muda, se
nada muda...”
Recordo-me de um texto que li alguns anos atrás do publicitário Nizan Guanaes, escrito para uma turma de
formandos universitários, quando foi convidado para ser Paraninfo:
“Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, sou tentado a
acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar
conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o
melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro
não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a
Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos
pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são
incapazes de sonhar. Tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.
A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira
americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles
leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo." E ela responde: "Eu também não,
meu filho". Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas
que pensar em realizar algo tem trazido mais fortuna do que só pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor
maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre
de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e
uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega viver como homens. Roubam, mas vivem uma
vida digna de Odorico Paraguassu.
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito.
É exatamente isso que está escrito na Carta à Igreja de Laudicéia, no livro de Apocalipse. É preferível o erro
à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza,
a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com
seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária
oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo
homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que a vida é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi
criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhar sempre, com um saco
de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não use Rider; não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do
mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia! Toda família
tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio
muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não
publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo
sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam, porque não sabem ansiar, não
sabem perder a pose, não sabem recomeçar, porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem,
trabalhem. Das 8 às 22h e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a
morada do demônio, e constrói prodígios.
O Brasil, este país maravilhoso, mas cheio de malandros e espertos, que gostam de levar vantagem em
tudo, tem muito que aprender com aqueles "trouxas" dos japoneses. Porque aqueles "trouxas" japoneses
que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior potência econômica do planeta.
Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho, ainda dependente de
recursos de terceiros (FMI, BIRD, Banco Mundial) para se desenvolver.
Trabalhe bastante! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque vai trabalhar
enquanto eles veraneiam. Porque vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior,
conversar as mesmas conversas. Todavia, o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto
do seu esforço, pois o trabalho ampliará os seus conhecimentos e lhe levará a descobrir pessoas e mundos
que os acomodados jamais conhecerão. A Isso, chama-se Sucesso! Boa Sorte!”
“Nada suscitou nos homens tantas ignomínias como o dinheiro. É capaz de arruinar cidades, de expulsar os
homens de seus lares; seduz e deturpa o espírito nobre dos justos, levando-o a ações abomináveis. Ensina
ao mortal o caminho da astúcia e da perfídia, e o induz a realizar obras amaldiçoadas pelos deuses”.
Sófocles, séc.V a.C.
Com o conhecimento que adquiri sobre finanças comportamentais aprendi que ninguém fica rico só com
salário. Os primeiros a perceber isso foram os suíços que, ao final da década de quarenta, passaram a
investir em todas as frentes, obtendo lucros cada vez maiores. Buscando diminuir os riscos e aumentar
ainda mais a chances de sucesso, eles criaram um conjunto de regras relativas à especulação e a
investimento que até hoje permanecem insuperáveis. Estas regras ficaram conhecidas no livro de Max
Gunther denominado: Os Axiomas de Zurique – Os conselhos secretos dos banqueiros Suíços para orientar
seus investidores, e revelam ao leitor a fórmula Suíça para o enriquecimento.
O livro relata algo no mínimo interessante sobre aquele país:
“Vejam o quebra cabeça que é a Suíça. Essa terra, um lugarejo pedregoso, com uma área menor que o
estado do Rio de Janeiro, não tem um centímetro de litoral. É uma das terras mais pobres em minerais que
se conhece. Não tem uma gota de petróleo que possa chamar de sua, e mal consegue um saco de carvão.
Quanto à agricultura, o clima e a topografia são inóspitos a quase tudo.
Há trezentos anos a Suíça fica fora das guerras européias, principalmente porque, nesse tempo todo, não
apareceu invasor que realmente a quisesse.
Com tudo isso, os suíços estão entre as pessoas mais ricas do mundo. Em renda per capita, comparam-se
aos americanos, alemães e japoneses. Como conseguem isto? Conseguem-no porque são investidores,
especuladores mais espertos do mundo. Usam o conhecimento para acumular riquezas”. Logo, se você
quiser prosperar financeiramente, você precisa passar pelo que chamo de alfabetização financeira.
Eis a primeira lição: Desenvolver nossa inteligência para lidar com o dinheiro.
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e conhecimento do santo, a prudência”. Provérbios 9:10
Às vezes, fico impressionado pelo fato de muitas pessoas se preocuparem excessivamente com dinheiro,
esquecendo-se da sua maior riqueza: a inteligência e o conhecimento para aprender. Se as pessoas
estiverem preparadas para serem flexíveis, mantiverem suas mentes abertas e aprenderem, elas se
tornarão cada vez mais capazes de cuidar melhor da sua saúde financeira e enfrentar as mudanças ao
longo do tempo. Contudo, se elas pensarem que o dinheiro por si só resolverá seus problemas, receio que
terão dias difíceis. A boa saúde financeira é construída com base na inteligência resolve problemas e gera
dinheiro. O dinheiro sem a inteligência financeira é dinheiro que desaparece depressa.
O Pastor Ebenézer Bittencourt conta uma experiência que viveu na inauguração de uma creche, quando
teve a oportunidade de conhecer um Rabino judeu. Os dois conversavam sobre a importância da sabedoria
quando o Rabino fez a seguinte colocação:
- Ah! Sabedoria; palavra muito importante, pois faz parte do tripé da prosperidade segundo a filosofia
judaica. As três palavras que compõem este tripé são: Inteligência, Conhecimento e Sabedoria.
O Pr. Ebenézer foi pesquisar na Bíblia o assunto e encontrou no livro de Provérbios informações a respeito
do tema. “Compra a verdade e não a venda; compra a sabedoria, a inteligência e o conhecimento”.
Provérbios 23:23. Precisamos primeiro, entender o significado de cada palavra, segundo o dicionário
Michaelis:
Inteligência – Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto,
compreensão.
Conhecimento – Ato ou efeito de conhecer, estudar. Idéia, noção; informação, notícia, aprendizado,
discernimento. Consciência de si mesmo.
Sabedoria – Grande soma de conhecimentos; erudição, saber, ciência. Qualidade de sábio. Grande
circunspeção e prudência; juízo, bom senso, razão, retidão, sensatez.
Todos somos inteligentes, pois está é uma capacidade do ser humano, pensar. O que nos falta muitas
vezes, especificamente na área de finanças comportamentais, é desenvolver nossa inteligência na busca do
conhecimento através da informação e estudo do assunto para que possamos alcançar a sabedoria no trato
das questões financeiras, com a aplicação do conhecimento e domínio sobre o assunto. Voltamos à
primeira lição: Desenvolver nossa inteligência para lidar com o dinheiro.
Os judeus ao longo da sua história desenvolveram sua inteligência no trato com o dinheiro, buscando
conhecimento para administrá-lo de forma a alcançar a sabedoria a tal ponto que, alguns deles, não
precisarem mais trabalhar pelo dinheiro, pois este, agora, trabalha para eles. É a chamada acumulação de
riquezas, onde você, depois, passa apenas a administrá-la.
Voltando aos banqueiros suíços, a maior parte deles são de origem judaica.
O que acontece na verdade é que grande parte das pessoas não percebe que na vida o que importa não é
quanto dinheiro você ganha, mas quanto dinheiro você conserva – Dessa máxima vem a segunda lição:
Capacidade de Poupar e investir parte do seu ganho. Está aí o grande segredo: constituir reserva –
poupança; quando mais cedo começar melhor será.
Todos nós ouvimos histórias de ganhadores de prêmios na loteria que eram pobres, enriqueceram
subitamente e voltaram a ser pobres. Ganham milhões e logo estão de volta ao ponto de partida. Por quê?
Responda você mesmo na linha abaixo.
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Hoje de manhã, quando estou escrevendo isto, o jornal conta a história de um jogador de futebol que há um
ano atrás era rico. Hoje, ele diz que seus amigos, seu advogado e seu empresário levaram todo o seu
dinheiro. Ele está trabalhando em um lava-jato para carros por um salário mínimo. Por quê? O que será que
aconteceu? Responda você mesmo.
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Você conhece qual o melhor livro de finanças pessoais, administração, contabilidade ou economia?
Diria sem pensar duas vezes: A Bíblia. Nenhum livro influenciou tão profundamente na modificação
da história da sociedade humana, tantas ciências – História, Sociologia, Economia, Política,
Filosofia. Por quê? Vejamos:
No Novo Testamento, Jesus exortou sobre o dinheiro 80 vezes. Dos 107 versículos do sermão do
monte, 20 referem-se ao dinheiro; 21 das 49 parábolas de Jesus também tratam da questão
financeira. O Salmo 119:105 nos ensina que “lâmpada para os meus pés é atua palavra e luz para os
meus caminhos”. Conhecer a Bíblia por meio da leitura e reflexão é a chave para alcançar a paz, o
equilíbrio emocional e aumentar a nossa fé em Cristo, a fim de que tudo quanto fizermos, façamos
com decência e ordem alcançando as bênçãos do Senhor que são aquelas “que enriquecem e não
acrescentam dores”.
Você pode ficar surpreso ao aprender o quanto a Bíblia fala sobre finanças pessoais. Há mais de
2.350 versículos sobre como lidar com o dinheiro e administrar as posses. Jesus falou sobre o
dinheiro mais do que sobre qualquer assunto.
Precisamos perguntar a nós mesmos por que Cristo falou tanto sobre o dinheiro? Afinal, ele viveu
numa sociedade tão mais simples que a nossa e Ele nunca teve que trabalhar com cartão de crédito
e nunca teve que conciliar um talão de cheques! Entendo que o nosso Senhor falou sobre a questão
do dinheiro por três razões:
1. A forma como lidamos com o dinheiro impacta a nossa comunhão com o Senhor
Jesus equaciona a maneira como lidamos com o dinheiro com a qualidade da nossa vida espiritual. “Se,
pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira
riqueza?” Lucas 16:11. Se nós lidamos com o nosso dinheiro adequadamente de acordo com os princípios
da Bíblia, nossa comunhão com Cristo ficará mais íntima. Porém, se formos infiéis, a nossa comunhão com
Ele será afetada.
Isso é ilustrado na parábola dos talentos. O Mestre congratula o servo que administrou o dinheiro fielmente:
“Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entre no gozo do teu senhor”.
Mateus 25:21. À medida que lidamos com o dinheiro da maneira de Deus, temos a oportunidade de entrar
no gozo de um relacionamento mais íntimo como Senhor. Infelizmente, essa é uma verdade bíblica que a
maioria das pessoas não consegue compreender.
2. Nossos bens competem ao Senhor pelo domínio de nossas vidas
O dinheiro é o rival principal de Cristo pelo senhorio de nossas vidas. Jesus nos disse que precisamos
escolher servir apenas um desses dois mestres. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de
aborrecer-se de um, e amar o outro; ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e
as riquezas (Mamom)”. Mateus 6: 24. É impossível servir ao dinheiro mesmo que seja um pouco – e servia
a Deus ao mesmo tempo.
Lembro-me na história, no tempo das Cruzadas, no século 12, os cruzados contratavam soldados que
lutassem por eles. Por ser uma guerra “religiosa”, os mercenários eram batizados antes de lutar. Ao serem
batizados, eles seguravam a espada e a mantinham fora da água simbolizando que Jesus Cristo não estava
no controle das suas espadas. Eles tinham a liberdade de usar suas armas da maneira que quisessem.
Embora não seja tão óbvio como os mercenários, muitas pessoas hoje lidam com seu dinheiro de maneira
semelhante. Alguns crentes seguram suas carteiras e bolsas “fora da água” como que dizendo: “Deus, tu
podes ser o Senhor de toda a minha vida exceto na área do dinheiro – sou perfeitamente capaz de lidar
com ele sozinho”.
3. Muito da vida gira em torno do dinheiro
O Senhor falou tanto sobre o dinheiro porque Ele também sabia que uma grande parte da nossa vida
estaria centrada no uso dele. Durante uma semana normal, quanto tempo você gasta ganhando dinheiro no
seu trabalho, fazendo decisões de como gastar o dinheiro, pensando como economizar e onde investir o
dinheiro, ou orando sobre sua contribuição? Felizmente Deus nos preparou para esta tarefa ao nos fornecer
a Bíblia como Seu mapa para a vida, como manual de finanças comportamentais.
Vimos que ao lermos a Bíblia inteira, identificamos 2.350 versículos que tratam do assunto dinheiro. Ao
estudarmos estes versículos perceberemos que o Senhor deseja nos mostrar que há uma divisão de
responsabilidade no lidar com o nosso dinheiro. Deus tem uma parte e nós temos outra. Entenda bem este
princípio bíblico:
Deus tem mantido para si algumas responsabilidades e nos delegou outras responsabilidades. Muito da
frustração que experimentamos ao lidar com o nosso dinheiro é porque não percebemos quantas
responsabilidades são nossas e quantas não são. Porém, quando nos conscientizamos da parte de Deus e
cumprimos nossa parte fielmente, podemos experimentar o contentamento.
Contentamento é mencionado sete vezes na Bíblia, e seis vezes tem a ver com dinheiro. Um dos nossos
alvos durante esses estudos é que você aprenda a se tornar contente com a sua vida financeira. Em
Filipenses 4:11 e 12 Paulo escreve: “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente
em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as
circunstancias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de
escassez”.
Examine estes versículos cuidadosamente e observe a dependência de Paulo concluindo este pensamento
com o verso 13: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece“. Não nascemos com o instinto de
contentamento; pelo contrário, é algo que precisamos aprender. A dependência de Deus é o alicerce para a
construção de uma vida cheia de contentamento.
Meu objetivo ao escrever esses estudos a respeito do dinheiro e a busca pela tão sonhada saúde
financeira, é utilizar a Bíblia como referência para todos os assuntos aqui tratados.
No Salmo 119:11 lemos: “Escondi a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti”. Se você
não possui uma Bíblia, meu conselho sincero é que adquira logo um exemplar deste maravilhoso
livro sagrado e experimente as transformações que ele pode fazer na sua vida. A Bíblia é um livro
fantástico, que tem o poder de mudar sua vida, pois é conhecida mundialmente como sendo a
“Palavra de Deus” para o homem, que define “regras de conduta e fé”. Procure ler este livro
diariamente e veja o que ele pode fazer na sua vida. Não estou aqui pregando religião alguma, estou
apenas compartilhando minha experiência pessoal com a leitura da Bíblia e as mudanças que
experimentei através de um relacionamento pessoal com Deus, que nos dá equilíbrio emocional e
espiritual para enfrentarmos as vicissitudes da vida.
“Ensina-me Senhor o caminho dos teus decretos, e os seguirei até o fim. Dá-me entendimento, e
guardarei a tua lei; de todo o coração a cumprirei. Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois
nela em alegro. Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça. Desvia os meus olhos
para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no teu caminho. Confirma ao teu servo as tua promessa
feita aos que o temem”. Salmo 119:33 a 38. Eis o desejo que todo homem deve ansiar na vida:
aprender com o Senhor por meio da leitura da Bíblia.
Tudo isso, está baseado numa só palavra: fé, pois “sem fé é impossível agradar a Deus, pois é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe...” Hebreus 11:6
A Bíblia, por exemplo, em lugar nenhum condena a aquisição do dinheiro, muito ao contrário,
procura estimular esse dom que vem de Deus mesmo. “E quanto ao homem a quem Deus deu
riquezas e bens... Isto é dom de Deus”. Eclesiastes 5:19.
Ganhar dinheiro é uma arte que todos devemos cultivar. Uma das nossas necessidades é a de
termos um maior número de crentes genuínos, que se esforcem por desenvolver sua capacidade
aquisitiva e alcançar a boa saúde financeira.
Otaviano Mantea
Na prática tenho me deparado com o nosso estorvo em lidar com algo chamado Lucro. Em geral as
pessoas têm dificuldades de buscar o lucro nas suas transações financeiras e seus negócios. Sentem-se
culpadas em demonstrar os lucros obtidos e ficam constrangidas quando o assunto é lucro. Algumas
pensam que lucro é para empresas e, especialmente para os bancos. Para a nossa cultura, lucro soa como
vilão e está fortemente associado à imoralidade, ao pecado, à coisa suja, algo realmente do diabo.
O resultado prático é que as pessoas estão sempre trocando figurinhas: acham que movimentar o dinheiro
com entradas e saídas (conta-corrente, fluxo de caixa), sem ficar no vermelho, é assim mesmo, ou pior, têm
prejuízos porque não tem metas ou planejamentos lucrativos.
Nesse sentido, é preciso planejar o pensamento de riqueza em detalhes, para que a mesma atividade que
costuma dar prejuízo passe a dar lucro ou, então, nem seja realizada ou encerrada.
Glória Pereira, em seu livro “As personalidades do dinheiro”, 2005, pesquisou ao longo da história o
conceito de lucro e constatou que se trata de uma questão religiosa, política e filosófica muito antiga.
Encontrou no livro “Os judeus, o dinheiro e o mundo”, de Jacques Attali, ensinamentos antigos e ao mesmo
tempo tão atuais que vêm norteando o comportamento dos judeus ao longo da sua historio, quer estejam no
Brasil, na Argentina, na Europa ou em Israel.
Desejo abordar o conceito de lucro a partir desta história chegando até aos nossos dias, com a revolução
Digital, o e-commerce. A WEB permite a realização do lucro de forma ética, garantindo o sustento das
pessoas, das famílias e dos negócios. As crianças já estão mais adaptadas aos novos tempos. Porém, a
maioria dos adultos está presa ao conceito de emprego formal, à relação capital-trabalho, distante deste
novo mercado sem fronteiras, regido pelo e-money – lucro e dinheiro -, fruto do capitalismo moderno.
A primeira lição de Economia Política é: “o desejo produz escassez”.
A seguir, a segunda lição: ninguém deseja senão aquilo que o outro deseja.
Portanto, só existe sociedade possível na diferenciação das necessidades.
“Crescei e multiplicai-vos, tirando proveito da terra”. Em Gênesis 12:1 e 2, Deus escolhe Abraão e promete
abençoá-lo ricamente de forma que pudesse servi-lo e adorá-lo. E ele era muito rico, possuía rebanhos,
prata e ouro, bens que constituíam as principais moedas de troca na época – Gênesis 13:2.
Por volta de 1600 a.C., o Gênesis relata a previsão da primeira crise econômica e como solucioná-la. José,
filho caçula de Jacó e o mais querido, juntamente com seus 11 irmãos que, por conta desta preferência, por
parte de seu pai, resolveram matá-lo. Todavia, seguindo orientação do irmão mais velho, Rubens,
acabaram vendendo José para uma caravana de mercadores Ismaelitas que o levaram para o Egito como
escravo – Gênesis 37. Já os capítulos 38 a 41 mostram a trajetória abençoada de José, de escravo a
governador do Egito. José é considerado por muitos estudiosos da administração como sendo o primeiro
grande administrador da história.
José se tornou conselheiro de Faraó, interpretando um sonho, forneceu ao príncipe uma maneira de
resolver a crise econômica que estava por vir: constituir reservas, uma forma primitiva de poupança. A
metáfora das sete vacas gordas e das sete vacas magras é uma lição de economia política dada pela Bíblia
e revoluciona a ordem social com uma primeira grande lição: não consumir toda a colheita, prever as
ameaças do futuro e levá-las em conta na hora da abundância. Dar um papel ao tempo, no domínio sobre a
natureza.
3. A diferença do povo de Deus começa onde só Deus pode ver: No Coração – Alguém já disse que
"coração é terra que ninguém passeia", mas é lá que começa a diferença. Quantas vezes nos
conformamos com uma diferença externa, ligada à nossa aparência ou passamos a valorizar coisas
efêmeras do mundo, como o dinheiro ou o poder. Enquanto isso, Deus está mais preocupado com o
nosso interior do que com o nosso exterior, pois o nosso exterior é conseqüência do interior. Em
Atos 1:24 vemos: “...Tu, Senhor, conheces o coração de todos...” O compromisso com Deus precisa
começar dentro de nós, no coração, caso contrário, seremos meros hipócritas, diferentes por fora,
iguais a todo mundo por dentro. “Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o
Senhor sonda os corações”. Provérbios 21:2.
José tinha um jeito de ser que revelava Deus por onde ele passava. A presença de Deus era visível
em sua vida. O coração de José estava alinhado com Deus em todos o momentos da sua trajetória
de vida. “Sobre tudo o que deve guardar, guarda o teu coração, porque delem procede todas as
fontes da vida”. Provérbios 4:23.
4. Esta diferença reflete o nosso estilo de vida – O teólogo Charles Swindoll afirma que "Deus era
claramente o segredo do sucesso de José. A sorte não teve nada a ver com isso. Além do mais,
José não precisou contar a Potifar que o Senhor estava com ele; o próprio Potifar pôde verificar isso
por si mesmo" – Gênesis 39:3, 4 e 5. “Vendo Potifar que o Senhor era com ele e que tudo o que ele
fazia o Senhor prosperava em suas mãos, logrou José mercê perante ele, a quem servia, e ele o
pôs por mordomo de sua casa e lhe passou a mão tudo o que tinha... e o Senhor abençoou a casa
do egípcio por amor a José”.
Ao observarem a nossa vida, as pessoas ao nosso redor têm chegado a essa mesma conclusão?
Elas têm percebido que Deus é conosco? O nosso estilo de vida tem revelado Deus por onde
passamos? Deus abençoou a casa de Potifar por causa de José. Deus abençoou o Egito e o mundo
por causa de José. José foi um instrumento pelo qual Deus abençoou a sua família e a sua
geração. Deus quer abençoar a sua família e a sua geração por meio de você.
5. A diferença também está na maneira como nos relacionamos com as pessoas - Um dos momentos
mais difíceis para José, certamente, foi o reencontro com os seus irmãos. José tinha tudo para odiá-
los. Estava nas suas mãos o direito e o poder para vingar-se deles. Todavia, ali ele fez uma grande
diferença, perdoou os seus irmãos. “E, lançando-se ao pescoço de Benjamim, seu irmão, chorou, e
abraçado com ele, chorou também Benjamim. José beijou a todos os seus irmãos e chorou sobre
eles...” Gênesis 45:14 e 15.
6. O Compromisso de vida com Deus nos conduz ao crescimento - José cresceu tremendamente em
todos os sentidos. Aqueles que têm um compromisso de vida com Deus não se acomodam e, por
isso, buscam mais de Deus para suas vidas. Entendem que jamais chegam a um ponto em que a
comunhão com Deus não precise mais crescer. Por isso, estão dispostos a saírem da sua zona de
conforto. Deus tirou José da sua zona de conforto que era a sua casa. Lá ele era um "filhinho de
papai", o preferido de Jacó – “Ora, Jacó amava mais a José do que a todos os seus filhos, porque
era filho da sua velhice...“ Gênesis 37:3. Lá ele tinha tudo de bom e do melhor. Ele tinha algumas
coisas que nem os seus irmãos tinham. Deus o tirou da sua zona de conforto, para que ele pudesse
crescer e se tornar um instrumento útil aos seus propósitos. Naqueles doze ou treze anos de
sofrimento, José poderia ter ficado inerte, atrofiado em seu crescimento pessoal. Mas ele entendeu
que Deus permite o sofrimento para nos tornar melhores do que somos hoje, mais sensíveis à sua
direção e mais habilitados para o seu serviço. Por isso, o seu compromisso com Deus o levou a tirar
proveito do sofrimento. Assim ele cresceu na crise, pois aproveitou para aprofundar ainda mais o
seu relacionamento com Deus. Aqueles anos de dificuldades foram cruciais para o amadurecimento
de José. Deus quer que saiamos da nossa zona de conforto. Ele deseja que caminhemos
diariamente na direção de um crescimento muito maior em nosso relacionamento com Ele. Estamos
dispostos a isso? O compromisso com Deus é um compromisso com a santidade de vida, com a
busca da maturidade no relacionamento com o Senhor.
Tal como José, o compromisso com Deus nos faz amadurecer; faz-nos sentir inconformados com o nosso
nível de relacionamento com Ele e nos motiva a crescer a buscá-lo mais intensamente e de todo o coração.
“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e
de toda a tua força”. Marcos 12:30.
A realidade na vida de muitos é que crescem até certo ponto e depois param de crescer. Os anos vão
passando e eles continuam os mesmos. Vão empurrando a vida "com a barriga", sem motivação, achando
que já alcançaram tudo, acomodados, inclusive com os problemas financeiros. Esquecem as palavras de
Jesus: “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”. João 10:10.
Precisamos assumir um compromisso com o nosso crescimento pessoal e cristão. Esse compromisso abrirá
o nosso coração para mudanças e ajustes que Deus ainda quer fazer em nós. Não podemos esquecer que
no dia da nossa conversão o Senhor apenas iniciou o processo da nossa santificação por meio de uma
nova vida, um novo caminho cheio de experiências, lutas, problemas e vitórias. Portanto, não desista!
“Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu me glorificarás”. Salmo 50:15. Isto é promessa de Deus
para nós. Você crê nisso?
O compromisso com o crescimento é refletido numa vida de oração, de estudo e aplicação da Palavra de
Deus; é refletido no compromisso com a igreja e com o serviço ao nosso Senhor; é refletido numa vida de
vitória e bênçãos sem medidas. “Agrada-te no Senhor e Ele satisfará todos os desejos do teu coração.
Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele e Ele tudo fará”. Salmos 37:4 e 5.
A graça de Deus não é um conceito filosófico, nem se compreende pela racionalidade humana, mas pela fé
– “minha graça te basta”. 2a Coríntios 12:9a.
“Não espere uma crise para descobrir o que é importante na sua vida”
Platão – Filósofo Grego
6. O JUDEU E O CRISTÃO PERANTE O DINHEIRO
A história nos revela que no Egito, até por volta de 1200 a.C, os hebreus comercializavam entre si e com os
egípcios, mas sem atribuir a esses as mesmas vantagens que concediam aos seus irmãos em dificuldade.
Organizava-se entre eles uma solidariedade, feita de trocas e de empréstimos sem juros. Os objetos a
trocar eram comprados em quantidades abstratas de ouro ou em todos os tipos de outros metais,
trabalhados em lingotes de peso fixo.
Ainda não existia a moeda na forma moderna, mas já havia o comércio com empréstimos a juros e sem
juros.
As dez pragas dos Egito serviram para deixar o povo de Deus partir; são dez sanções econômicas de alvo
perfeitamente definido, atacando todas as fontes de sua riqueza: a água, o ar, os peixes, a agricultura, o
trigo, os rebanhos, o clima etc. as próprias palavras que designam encerram mensagens de caráter
econômico – Êxodo 5 a 12.
Assim, uma das dez pragas, o sangue, é identificada pela mesma palavra dam em hebraico, que mais tarde
designará o dinheiro (damin), inseparáveis desde a experiência vivida por Abraão com o sacrifício de seu
filho Isaque.
Tempos depois, quando Moisés chega com os Dez Mandamentos ditados por Deus, pede, como principal
riqueza, um bem que não poderá ser vendido nem consumido, mas que cada um poderá possui sem dele
privar o outro: a Lei – Êxodo 20.
Os Dez Mandamentos fundamentam uma organização com dimensões sociais: uma moral, uma ética, a
exigência do trabalho, a imposição do repouso semanal, a proibição de fabricação de objetos, a proteção
aos contratos e a propriedade privada, a semelhança do furto com o rapto e deste com um assassinato.
No entanto, durante a viagem à terra de Canaã, Moisés compreende que o povo depois de ter conhecido a
humilhação da escravidão e da idolatria, não é capaz de obedecer a Lei, cuja base é o livre-arbítrio. Então,
todos que conheceram o Egito morrem no deserto e nenhum antigo escravo tem acesso a terra da
liberdade, exceto Josué e Calebe, porque permaneceram fiéis as promessas de Deus, mesmo em meio ao
grande desafio que seria conquistar a terra prometida – Números 14.
Durante a viagem, o povo de Deus ganha alimentos sem trabalhar, o “maná” vem do céu, na quantidade
que cada família necessitava sem ser preciso estocar; portanto, nada de comércio – Êxodo 16. O povo não
se satisfaz com esse alimento, que, para ter sabor, exige muita imaginação: para criança tem gosto de leite;
para o adolescente, de pão; para o velho, de mel.
A terceira lição de economia política: não basta produzir em abundância um alimento, proporcionar casa e
comida, suprimir a escassez. Ninguém pode contentar-se por muito tempo com a satisfação apenas de suas
necessidades elementares. Todo mundo procura satisfazer desejos e encontrar prazer, inventando novos
desejos. Os homens querem a terra prometida, mas pressentem que ela não lhes bastará. Assim, a busca
ser tornou a própria finalidade.
No século VI a.C. os hebreus forneceram crédito a juros aos babilônicos. A Casa de Murashu, instalada em
Nippur, financia a agricultura e o comércio mediante técnicas muito simples de participação nos lucros.
Nesta época, os judeus criam seus próprios bancos que servem de locais de garantia os empréstimos entre
negociantes, fazendo-se pagar por gado, jóias, escravos, rendas do solo. Alguns ficam riquíssimos e são
admitidos na corte do rei Nabucodonosor.
Os primeiros discípulos de Jesus são Judeus praticantes. Seguem a liturgia judaica e respeitam a Tora.
Tendo reconhecido o Messias em Jesus, buscam convencer os outros judeus a aderirem na expectativa do
retorno do Salvador.
Existe uma linha comum de raciocínio entre os judeus e os cristãos, tanto uns quanto os outros acreditam
nas virtudes da caridade, da justiça e da oferenda. No entanto, começam as diferenças entre as duas
doutrinas no campo econômico, principalmente no que respeita ao trato com o dinheiro.
vejamos um por um, a luz da Bíblia, a partir da própria afirmação de que “para os cristãos, é recomendável
ser pobre.”
Não, para o cristão é recomendável buscar e confiar em Deus, colocando-o em primeiro lugar na sua vida,
honrando-o com as primícias da sua renda. Com estas atitudes, há uma conseqüência direta na vida
daqueles que a praticam – “Honra o Senhor com os teus bens e com as primícias da tua renda; e se
encherão fartamente os teus celeiros e transbordarão de vinho os teus lagares.” Provérbios 3:9 e 10. A isso
chamamos de bênçãos sem medida e prosperidade, não baseada em doutrinas distorcidas e efêmeras,
mas alicerçada na fé em Cristo.
Os efeitos da riqueza são sempre desastrosos – Paulo em 1ª Timóteo 6:17 a 19 – “Exorta aos ricos do
presente século que não sejam orgulhosos nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza,
mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente para o nosso aprazimento, que pratiquem o bem, sejam
ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir, que acumulem para si mesmos tesouros, sólido
fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida”.
Paulo nos deixa cinco conselhos para que as riquezas não se tornem desastrosas em nossas vidas:
1. Não sejamos orgulhosos;
2. Não depositemos nossas esperanças na instabilidade da riqueza;
3. Depositemos a confiança em Deus que enriquece material, emocional e espiritualmente;
4. Pratiquemos o bem, sendo ricos também em boas obras;
5. Sejamos generosos em dar e prontos a repartir;
A observância destes conselhos resultará no acúmulo de tesouros no céu e um sólido fundamento futuro.
Ele não deve ser acumulado nas mãos
Em Mateus 6:33 Jesus exorta no sermão do monte a – “Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e a
sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.
Podemos extrair deste princípio uma importante lição de economia – a provisão. Mas cuidado! Há pessoas
que se tornam escravas do “economizar”. São os conhecidos “mãos fechadas”, ou como costumamos dizer,
“pão duro”. Estão sempre com medo de falir, de perder o emprego, de adoecer ou sofrer um acidente. Há
um aspecto positivo nessa atitude, pois precisamos ao longo da vida construir uma reserva financeira para
suprir eventuais crises, que com certeza, irão acontecer, pois faz parte da nossa trajetória. Contudo, existe
também o perigo de ficar preso ao dinheiro e deixar de depender do Senhor para suprir as necessidades.
“Tesouro desejável há na casa do sábio, mas o homem insensato o desperdiça”. Provérbios 21:20.
Talvez a passagem da Bíblia mais enfática sobre como investir esteja no relato de Jesus em Mateus 25:14
a 30 – a conhecida parábola dos talentos. Leia na sua Bílbia.
Entre tantos ensinos expostos por Cristo nesse trecho, destaco o fato de que somos despenseiros de Deus.
Logo, temos a tarefa de aumentar o capital que ele nos confia. Deus planejou o investimento como uma
bênção para aqueles que são seus despenseiros. Não podemos deixar crescer dentro de nós uma visão e
uma atitude pessimista em relação ao futuro, pois Deus honra aqueles que trabalham para ganhar seu
sustento e que procuram utilizar seu dinheiro de maneira sábia, honesta e adequada.
Precisamos acumular uma reserva financeira sim, pois Deus nos desafia a trabalharmos de forma
inteligente o uso do nosso dinheiro, quer seja pouco quer seja muito, sempre para a glória de Deus.
“O homem tem um vazio do tamanho que Deus, que só pode ser preenchido por Ele.”
Em um país como o Brasil, em que 85% das famílias têm dificuldades para chegar ao fim do mês com o
salário que recebem, o mercado de luxo está em plena expansão. Nos últimos cindo anos, o setor cresceu
35% - uma média de 7% ao ano. Será que parte daqueles que não conseguem chegar ao fim do mês com o
salário está pendurado no cheque especial e em crediários para financiar o luxo?
Estudiosos do tema dizem que sim, que o brasileiro tem uma disposição para gastar acima de suas posses
na aquisição de produtos ditos supérfluos. Em uma pesquisa do Instituto Ipsos, o Brasil ocupa o primeiro
lugar em número de pessoas que declaram que se endividaram para adquirir produtos de luxo – 44%.
As escritoras Mara Luquet e Andrea Assef relatam em seu livro “Meninas normais vão ao Shopping,
meninas iradas vão à Bolsa” que se alguém precisa recorrer ao crédito para comprar produtos de luxo é
porque não possui recursos necessários para tê-los, mas quer entrar de qualquer jeito no clube dos
consumidores desses objetos, e, em se tratando de Brasil o custo inclui taxa de juros que beiram os 150%
ao ano da taxa do cheque especial.
Os representantes de grifes internacionais no Brasil costumam dizer que o brasileiro tem uma enorme
necessidade de mostrar que conhece todos os lançamentos mais recentes da marca. Ouse seja, tudo
mundo quer ser bacana.
As pessoas têm liberdade financeira quando estão livres de dívidas.
Reflita sobre estes questionamentos:
Há maior liberdade do nosso eu quando estamos livres de dívidas?
Qual o benefício de permanecermos livres, financeiramente falando?
“O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta”. Provérbios 22: 7. Como
conselheiro financeiro, tenho testemunhado o stress, as pressões, as tensões trazidas para o casamento,
para o seio da família pelo fantasma do endividamento. Já ouvi pessoas descontroladas confessando que
não dormem e recorrem a remédios, tudo porque não encontram um modo de conseguir dinheiro para
saldar suas dívidas.
Quando você está comprometido com inúmeras prestações não pode, mesmo se quiser, auxiliar alguém
necessitado, pois seu salário mal dá para pagar o que deve. O oposto, no entanto, é verdadeiro. Se o seu
orçamento estiver equilibrado, você terá oportunidade de experimentar a alegria e a benção de contribuir.
Em seu livro “Arquivos do Mal-estar e da Resistência”, 2006, o psicanalista Joel Birman faz um diagnóstico
niilista do mundo. Ele afirma que um novo mal-estar acomete o homem contemporâneo: o desalento
causado por uma aterradora sensação de vazio, em que as próprias palavras parecem fracassar.
Birman afirma que até os anos 80, predominavam nos consultórios de psicanálise os pacientes com a alma
em conflito, atormentados pela luta entre o desejo e a censura implacável a esse desejo. Dos anos 90 para
cá, esse sujeito que sofre da neurose clássica virou minoria. No lugar dele aparece, cada vez mais com
freqüência, um paciente apático e desesperançado, que reclama da indolência e que sofre de males
difusos, que escapam a sua compreensão.
Esse vazio se manifesta em reclamações vagas e aflitas, em que o sujeito se sente engolfado e impotente,
como as depressões, a chamada “síndrome do pânico” e as compulsões em geral.
Na compulsão, o sujeito tenta se livrar do desamparo insuportável preenchendo-o com drogas ilegais ou
legais – os psicotrópicos de tarja preta -, comida, sexo, consumo desenfreado, internet. Nada disso
funciona, o vazio só aumenta, mais ele insiste. O que falta?
Esse novo mal-estar seria, segundo Birman, conseqüência direta do que chama de fracasso da soberania:
Deus está morto. A figura do pai humilhada. A autoridade moral fracassada, definida por Freud no ensaio
que escreveu em 1929, intitulado: “Mal-Estar na Civilização”, quando defende a idéia que o desamparo é a
condição por excelência do homem no mundo moderno. Nada resta, além do insuportável abatimento.
A Bíblia cuida dessa situação quando revela em Salmos 42:11: “Por que está abatida ó minha alma? Por
que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”.
Percebo que o drama humano se desenrola em um ambiente formado por vales, planícies e montanhas.
Praticamente, o objetivo dos brasileiros é estar sempre por cima, sem se preocupar com o dinheiro, ou seja,
nas nuvens...
A maioria da população se encontra no vale, ou seja, na parte mais baixa do ambiente, vivendo o hoje, para
pagar contas do passado, sem futuro.
Uma boa parcela da população vive nas planícies, não vislumbrando o futuro, ou seja, vive o hoje para o
tempo presente. Essa parcela não encontra dificuldades para pagar as dívidas, mas gasta tudo o que
ganha. Não tem energia para subir a montanha. De vez em quando, alguns da planície despencam para o
vale.
Uma pequena parcela da população vive na montanha, vislumbrando todas as possibilidades de viver na
planície, no vale ou na montanha. O presente está resolvido e se dedicam ao futuro. O dinheiro está em
todos os tempos simultaneamente.
Os dramas humanos no cenário frente ao tempo são:
Os do vale estão presos ao tempo passado.
Os da planície estão presos ao tempo presente.
Os da montanha estão presos ao tempo futuro.
Educar-se financeiramente é não estar preso a qualquer ambiente, subir a montanha, saber circular por
planícies e vales, poder acolher e viver cada momento – bons e maus. Aprender lidar com as pessoas de
todos os cenários, estimulando-as a vislumbrar a paisagem das possibilidades; aliás, a vida é cheia de
possibilidades e sempre há uma solução para tudo.
Luxo mesmo é viver sem dívidas, com dinheiro aplicado em produtos rentáveis e com um patrimônio que o
torne capaz de se manter até o final da sua vida sem ter que morar de favor na casa dos seus filhos, ou
como escrevem Mara e Andréa, “na casa da megera da sua nora”.
Neste caso, depender de Deus e confiar Nele pode fazer toda a diferença.
Nada há de permanente, exceto a mudança”.
Heráclito – 500 anos a.C.
8. PRECISAMOS ENTENDER QUE A VIDA É COMO UMA CONTA CORRENTE, COM CRÉDITOS E
DÉBITOS
“Quando aprendi todas as respostas da vida, mudaram as perguntas”.
Charles Chaplin
Renato Bernhoeft, consultor de empresas, costuma dizer que essas três variáveis – vida, dinheiro e poder -,
além de outras tais como: tristeza, sucesso e felicidade estão na categoria das coisas mais efêmeras com
as quais temos que lidar. São como uma conta corrente, onde devemos administrar créditos e débitos ao
longo de toda a nossa vida.
Muitas pessoas passam boa parte da sua existência sem conseguir estabelecer uma boa relação com a
vida. Alguns nem ao menos sabem, ou aprendem, lidar bem com o dinheiro. Outros ficam na categoria para
quem o poder torna-se um vício ou fator de autodestruição. E também é bom não confundir dinheiro e
poder. São distintos na forma, tanto da conquista como nos seus efeitos.
Você sabe o que espera alcançar na vida? Caso não sabia, tem uma noção de algumas coisas que,
certamente, não deseja e, portanto, administra mais por eliminação do que inclusão? Alguma vez você já
parou para avaliar a importância do simples, do frugal mesmo, para obter uma coerência entre vida e
qualidade?
Neste contexto aparece o tempo, que sendo algo não renovável pode ser encarado como recurso,
sentimento, sensação ou apenas uma medida. Mas assim mesmo tem grande importância quando o
dividimos na perspectiva de passado, presente e futuro. Pode não parecer, mas isso faz toda a diferença
quando você faz o seu planejamento financeiro.
Devemos estar preparados para toda a sorte de imprevistos. Em Eclesiastes 5, a Bíblia nos ensina que há
um tempo determinado para tudo nesta vida.
Veja os números interessantes de uma pesquisa feita pelo Centro Nacional de Estatísticas Sanitárias dos
Estados Unidos sobre o volume de horas que temos pela frente dependendo da idade e da perspectiva de
vida de cada um (veja a tabela abaixo):
Aproveite o tempo
Horas que a pessoa tem dependendo da idade e da perspectiva de vida.
Idade Anos Horas
Atual futuros disponíveis
20 56,3 493.526
25 51,6 452.326
30 46,9 411.125
35 42,2 369.925
40 37,6 329.601
45 33,0 289.278
50 28,6 250.708
55 24,4 213.890
60 20,5 179.703
65 16,9 148.145
70 13,6 119.218
75 10,7 93.796
A coluna da esquerda apresenta a idade atual, a do meio os anos que você tem como expectativa,
considerando uma idade média alcançável a partir do ponto que você já atingiu. Finalmente a coluna da
direita apresenta uma informação no mínimo curiosa: o total de horas que você terá à sua disposição a
partir desta expectativa.
Examine estes números localizando sua idade atual e faça, sobre os mesmos, algumas reflexões. Procure
traçar alguns objetivos tanto naquilo que deseja ser e como no ter. Muitos de nós temos o hábito de
consultar o talão de cheque ou a conta bancária na perspectiva de ver o saldo disponível. Poucas vezes
fazemos isto em relação ao saldo de tempo, horas e qualidade de vida que aspiramos em relação ao nosso
futuro.
Para alguns estes balanços são feitos apenas em fases de transição, como casamento, nascimento e filhos,
dissolução familiar, separações, acidentes, falecimento de amigos, perda de emprego ou aposentadoria.
Mas cada vez mais compreendemos que o aumento da longevidade média e a forte competição do mundo
do trabalho exigem que estas reflexões não possam esperar os eventos acontecerem. É necessário que
cada um se torne autor do seu próprio roteiro de vida.
Devemos lembrar que tanto a simplicidade como equilíbrio emocional são características da pessoa que
obtém um relacionamento satisfatório no uso dos recursos materiais, principalmente dinheiro, pois neles
não reside seu coração. Já o estado de felicidade envolve também questões como equilíbrio psíquico, social
e espiritual.
Você sabia que o amor resolve problemas financeiros? Em 1ª Corintios 13, a Bíblia nos fala sobre a
essência do amor. “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, se
ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta.“ 1ª Coríntios13:4- 7. Considero este texto como uma das mais belas definições sobre
o amor.
Uma pesquisa feita recentemente na Inglaterra junto a casais mostrou que 69% deles atribuíram ao dinheiro
o principal motivo de problemas de relacionamento e discussões entre eles. Os casais ingleses consideram
este o principal problema, inclusive, à frente do sexo.
“Síndrome da asa quebrada” – Aflige os casais na área financeira e ocorre quando um dos cônjuges, por
não saber muitas vezes lidar com o dinheiro enfrenta problemas relacionados às dívidas. O outro cônjuge,
porém, acredita na possibilidade de que ele(a) resolverá o problema. Todavia, quando este não consegue
vem o chamamos desgaste no relacionamento, pois a falta de comunicação e transparência no trato das
questões envolvendo as finanças da família tende a agravar a relação, gerando desconfiança e acusações
mútuas entre o casal, com risco de levar a uma separação. Devemos lembrar que “discutir é poder
discordar e continuar discutindo até chegar ao consenso.”
“Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o
maligno.” 1 João 2:14b
O Pastor Jaime Kemp, em seu livro “Finanças, conflitos ou sucesso?”, revela que há uma responsabilidade
na vida de cada homem e mulher de procurar ser modelo para os que o cercam, filhos, amigos, familiares,
etc. se o uso impensado, pouco estudado do dinheiro que Deus tem dado ficar patente em suas vidas, qual
o exemplo que será apreendido pelos seus filhos?
Você acha que nunca tem dinheiro suficiente para gastar? Se ao menos a sua mesada fosse um pouco
maior, poderia comprar aquele jogo que você tanto quer, ou aquele vestido lindo que você viu na vitrine do
shopping. Se tivesse um salário melhor, você poderia comprar aqueles sapatos de que você precisa. Mas
será que precisa mesmo?
O Conselho Nacional de Consumidores da Grã-Bretanha fez uma pesquisa com mil jovens entre 10 e 19
anos, revelando que:
94% das meninas admitiam que sua paixão é “uma ida às lojas, isto é, ao shopping”.
A maioria já está seduzida pelas marcas da moda e pelos aparelhos eletrônicos.
Indagadas, as jovens dizem que os adultos compram coisas sem necessidade, mas quando chega a vez
delas, elas não conseguem parar.
O Conselho de Consumidores revela ainda que, aos 10 anos de idade, as crianças já se tornam uma
espécie de shopaholics (viciadas em compras).
O amor pelas compras continua aumentar na adolescência e é particularmente forte entre as mulheres
jovens. Embora esta pesquisa seja inglesa, o comportamento das crianças e dos jovens brasileiros é
semelhante.
Em conversa com alguns jovens e adolescentes que conheço sobre o uso do dinheiro observo alguns
depoimentos muito idênticos, como por exemplo:
“Muitas vezes noto que estou querendo comprar algo só porque está em promoção. Algo de que na verdade
não preciso e que provavelmente nem posso comprar.”
“Às vezes meus amigos convidam para sair e fazer coisas que envolvam gastar muito dinheiro. Eu quero
estar com eles e me divertir. Ninguém gosta de dizer: ‘Não posso ir porque não tenho dinheiro.”
Lembre-se que o dinheiro é uma invenção do ser humano para facilitar as trocas. Portanto, em vez de se
preocupar com o dinheiro que não tem, por que não aprende a controlar o dinheiro que recebe?
A Diferença Entre Dar Dinheiro e Ensinar a “Fazer Dinheiro”
Na cultura brasileira, os pais tendem a ser superprotetores e dão tudo, especialmente todas as regalias que
não tiveram na própria infância e na adolescência. O exemplo abaixo ilustra bem:
Um jovem brasileiro, aos 16 anos, ao participar de um programa de intercâmbio, é orientado a não passar
qualquer dificuldade: seus pais além de prover tudo, ainda querem, a distância, controlar o dia-a-dia do
filho(a) pela internet ou telefone celular.
Já um jovem americano na mesma situação, é desafiado a se virar no país escolhido, a se defender,
administrar os seus recursos com responsabilidade, como um treinamento para a vida adulta que vai
chegar. Os pais entram no processo de preparo do filho sem superproteção.
Vejam que experiência interessante:
“O jovem brasileiro Romero, quando entrou na faculdade de engenharia, esperava ganhar seu primeiro
carro, como acontecia com a maioria dos seus colegas. Para surpresa dele, o pai lhe deu outra máquina,
um computador Pentium, supra-sumo dos computadores da época, com a seguinte instrução:
‘Com esta máquina, você vai ganhar dinheiro para comprar o que quiser na vida.’
Com o ‘brinquedinho’, Romero e dois colegas de classe começaram suas experiências com clientes,
produzindo programas de computador. Até que, diante da necessidade do amigo de comprar uma
impressora pela internet, tiveram a idéia de criar um site de busca que permitisse comparar preços e
qualidade dos produtos.
Em 1998, nasceu o site Busca Pé, com mais de 8 mil lojas cadastradas. Em segundos, o site consegue
pesquisar 5 milhões de produtos. Seu faturamento, em 2004, alcançou R$ 9 milhões.”
Parece que Romero e seus colegas entenderam bem o recado do seu pai. Observaram a importância do
estímulo e do desafio ao jovem, ao invés de lhe dar tudo pronto?
Se você for um jovem que mora com os pais, talvez pense em esperar até sair de casa para aprender a
administrar seu dinheiro. Mas isso seria igual a pular de um avião sem antes ter aprendido a usar um pára-
quedas. É verdade que uma pessoa talvez descobrisse como usa-lo enquanto cai rapidamente para a terra.
Mas teria sido muito melhor se, antes de pular, tivesse aprendido os princípios básicos do seu
funcionamento.
Da mesma forma, a melhor época para aprender a administrar dinheiro é antes de se confrontar com as
duras realidades financeiras. Lamentavelmente, no Brasil, as nossas crianças e jovens não são educados
na arte de administrar o seu dinheiro, de forma a construir desde de cedo uma boa saúde financeira. Ao
contrário, pesquisa IBOPE feita em 2006 apontou que 3 em cada 10 jovens, quando começam a trabalhar já
estão endividados no cartão de crédito e com o nome apontado no SPC – Serviço de Proteção ao Crédito,
por falta de absoluta orientação sobre planejamento financeiro.
Lembro-me de um casal de jovens, recém casados, que me procurou certa vez pedindo ajuda por conta de
problemas financeiros. Ao conversar com ele descobri que o problema daquela nova família residia no
excesso de cartões de crédito: cada um possuía 5 cartões, ou seja, 10 cartões no total. Quero ressaltar que
o cartão de crédito é um instrumento fantástico, se bem utilizado. A pior decisão financeira que você pode
tomar hoje em dia é a de parcelar a fatura do seu cartão, pois, juntamente com o cheque especial, são os
dois produtos mais caros que os bancos oferecem em termos de taxas de juros.
Observem, na tabela abaixo, a pesquisa publicada no jornal “O Globo” – caderno de economia, de 19 de
dezembro de 2006, mostrando que a taxa média dos empréstimos subiu neste período, apesar das
decisões do Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão do Banco Central, que em novembro anunciou
novo corte na taxa básica da economia de 0,5%, passando para 13,25% ao ano – esta taxa é que regula o
custo do dinheiro no mercado financeiro.
Isso mostra que o mercado financeiro não passou ao consumidor o corte na SELIC. Para termos uma idéia
esta taxa recuou 6,5% desde de setembro de 2005, de 19,75% para 13,25% ao ano. No período, no
entanto, a taxa média anual cobrada por bancos, financeiras e comércio nos empréstimos para pessoas
físicas caiu apenas 3,47% (de 141,12% para 137,65% ao ano). É assim que os bancos e o comércio
ganham dinheiro com o seu dinheiro, uma vez que você trabalha para pagá-los (carnês, prestações, débitos
em conta, etc.).
Será que simplesmente ter mais dinheiro seria a solução para o seu problema com controle dos gastos?
Todos nós achamos que um salário maior seria a solução para as nossas preocupações, mas normalmente
não é isso que acontece.
Conheci um jovem casal, cujo marido tinha sido promovido no seu trabalho, passando de supervisor para
um cargo de gerência na empresa onde trabalhava. Esta ascensão acarretou em um aumento de salário de
R$ 900,00. Feliz com a notícia, nosso amigo contou para a esposa ao chegar em casa a feliz notícia. Esta,
imediatamente começou a pensar como gastaria o novo salário que no próximo mês estaria disponível para
a família. Lembrou do fogão que já estava um pouco gasto e do forno microondas que precisava ser trocado
por um novo modelo mais moderno. Por outro lado, o marido também já fazia planos com o novo salário:
pensou em comprar uma TV de 29’ e um novo aparelho de DVD, para colocar na sua sala e levar para seu
quarto a TV e o DVD, hoje na sala. Conclusão da história, no dia do pagamento houve uma discussão em
casa para saber onde e em que seria gasto o novo salário, cada um defendendo a sua prioridade. Detalhe,
o casal já possuía dívidas no cartão de crédito e empréstimos bancários, ou seja, pagavam juros altos com
essas dívidas, mas estavam preocupados em gastar ou contrair novos gastos e, reparem, com coisas que
não eram tão necessárias a ponto de se endividarem mais. Poderiam planejar melhor essas aquisições,
para que fossem feitas à vista, economizando mês a mês um pouco e priorizando sim a quitação dos
empréstimos e financiamentos. Daqui a dois meses nosso amigo estará reclamando novamente do salário,
afirmando que se ganhasse um pouco mais conseguiria viver melhor. Será?
Ainda sobre os jovens, a Bíblia fala aconselha vocês sobre o seguinte: “Alegra-te jovem na tua juventude, e
recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e
agradam os teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Lembra-te do teu
criador nos dias da tua mocidade antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirá: não
tenho neles prazer.” Eclesiastes 11:9 e 12:1.
Já perguntou aos seus pais o que está envolvido em manter uma casa? Por exemplo, você tem a idéia de
quanto custa luz, telefone e água por mês? E que dizer de manter um carro, comprar comida e pagar o
aluguel ou financiamento do imóvel? Talvez ache que esses assuntos são chatos, mas lembre-se de que
você ajuda a gerar essas despesas. Além disso, se um dia sair da casa de seus pais, você é que terá que
pagar essas coisas. Por isso, seria bom ter uma idéia acerca delas. Peça a seus pais para ver algumas
dessas contas e ouça com atenção à medida que eles explicam como fazem um orçamento para pagá-las.
Lembre-se que “O sábio escutará e absorverá mais instrução, e homem de entendimento é aquele que
adquire orientação.” Provérbios 1:5.
Conheci uma jovem chamada Luíza que compartilhou comigo a seguinte experiência: “Meu pai me ensinou
a fazer um orçamento; ele me mostrou a importância de ser organizada ao administrar o dinheiro da família”
Sua mãe também lhe ensinou algumas lições práticas. “Ela me mostrou o valor de comparar preços antes
de comprar”, diz Luíza, e acrescenta: “Minha mãe fazia milagre com pouco dinheiro.”
Como Luíza se beneficiou disso? “Controlo cuidadosamente o que gasto e assim não tenho dívidas
desnecessárias, o que me faz sentir mais livre e tranqüila.”
É verdade que controlar o que se gasta é mais fácil na teoria do que na prática, ainda mais se você receber
mesada ou salário e morar com seus pais. Por quê? Porque provavelmente seus pais pagam a maioria das
contas, de modo que você fica com maior parte de seu dinheiro para gastar como bem entender.
Além disso, seus amigos talvez o pressionem a fazer isso, excedendo os limites razoáveis. Clara de 21
anos, disse-me: “Fazer compras tornou-se uma das principais fontes de entretenimento para minhas
amigas. Quando saímos juntas, parece existir uma regra implícita: para se divertir você tem que gastar
dinheiro.”
É natural querer ser aceito pelos amigos. Mas pense: “Quando saio com meus amigos, gasto dinheiro
porque posso ou porque me sinto obrigado a fazer isso?” Muitos fazem assim para tentar aumentar a sua
popularidade. Essa tendência, porém, pode levar a sérios problemas financeiros, ainda mais se você tiver
cartão de crédito. Se você sente a necessidade de impressionar outros pelo que tem em vez de pelo que é,
corre o sério risco de usar mal o cartão de crédito e tornar suas dívidas como uma bola de neve que cresce
até tornar-se uma avalanche financeira na sua vida.
Em vez de estourar o limite do seu cartão de crédito ou de gastar seu salário de uma só vez, por que não
faz como Clara, uma amiga minha? Ela diz: “Quando saio com amigos, penso antes no que vou gastar e
estipulo um limite. Meu salário vai diretamente para o banco, e só uso a quantia necessária para a ocasião.
Também acho melhor fazer compras com amigos que sabem usar bem seu dinheiro e que me incentivarão
a comparar preços em vez de comprar na primeira loja que vejo.” “Quem anda com os sábios será sábio,
mas o companheiro dos insensatos será mau.” Provérbios 13:20.
Relativamente ao uso do cartão de crédito, vejam abaixo alguns conselhos práticos, os quais chamo de os
10 princípios básicos para o usuário do cartão de crédito:
5 sugestões sobre como adquirir o seu cartão de crédito
1) Escolha uma data de vencimento do cartão próxima de seu dia de recebimento, para facilitar o
planejamento da poupança.
2) Se você planeja gastar muito no cartão, prefira os cartões que oferecem bônus como milhagens ou
descontos.
3) Concentre suas compras em um único cartão para adquirir mais vantagens. Elimine cartões
adicionais.
4) Barganhe com a administradora as taxas de anuidades, principalmente se seu cartão não possui
programas de bônus ou milhagens.
5) Para quem viaja muito ao exterior, prefira bandeiras que são aceitas com maior freqüência nos
destinos mais comuns.
dando um excelente exemplo de autodomínio, algo que falta muito hoje em dia por causa da ansiedade do
consumo, provocada pela mídia, que nos leva, muitas vezes a consumir sem pensar ou planejar. O
autodomínio é essencial para a boa administração do dinheiro.
Supondo que seus pais tenham condições de atender ao seu pedido, ainda assim, talvez digam não. Você
pode achar que estão sendo mesquinhos. Mas pense no seguinte: eles talvez queiram lhe ensinar a
importante lição de que a felicidade não depende de ter tudo o que se quer. Sobre esse assunto a Bíblia diz:
“Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda...”
Eclesiastes 5:10.
A veracidade dessas palavras fica evidente em muitos casos de jovens cujos pais dão tudo o que eles
querem. Esses jovens logo descobrem que nunca estão realmente satisfeitos. Não importa quantas coisas
acumulem, eles sempre acham que é preciso comprar algo mais. Com o passar do tempo, jovens que estão
habituados a ter tudo o que querem poderão tornar-se adultos pouco apreciativos. “Se alguém está
mimando o seu servo (ou filho) desde a infância, este se tornará posteriormente na vida até mesmo um
ingrato”, avisou Salomão em Provérbios 29:21.
Eis alguns conselhos práticos que deixo para você refletir:
Aprenda a confiar em Deus, tudo e nunca, nunca duvide Dele;
Tenha responsabilidade com suas ações e decisões;
Desenvolva sua inteligência baseada nos ensinamentos da Bíblia;
Aprenda a cuidar do seu dinheiro e do seu futuro financeiro – sempre com equilíbrio;
Seja o melhor naquilo que você faz, pois no mundo contemporâneo não há espaço para o “mais ou
menos” – ou você é o “cara” ou está fora!
Acredite, Deus quer fazer de você “mais que um vencedor”, basta “entregar o teu caminho a Ele e
confiar Nele”;
Lembre-se que “nada muda, se nada muda...”
Jovem, “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque
este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão
escondidas, quer sejam boas, quer sejam más”. Eclesiastes 12:13 e 14. Pense nisso, e que Deus o
abençoe.
“O pior erro que você pode cometer na vida é ficar o tempo todo com medo de cometer algum erro.”
Elbert Hubrard
O dinheiro e as questões sobre quem ganha e quem gasta freqüentemente estão no centro das discussões
familiares. Em geral, as famílias não estão preparadas para enfrentar a situação de discutir este assunto,
planejar o seu futuro financeiro. A Bíblia nos ensina em Lucas 14: 28:- “Qual de vocês, se não quiser
construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para
completá-la.”
A boa saúde financeira pressupõe planejamento e visão de longo prazo. Jesus está nos ensinando sobre uma coisa chamada
orçamento.
A pergunta é: Você está conseguindo guardar algum dinheiro ou seu salário termina antes do fim do
mês?
12. A CONSCIENTIZAÇÃO
“Não há nada que seja a maior evidência de insanidade do que fazer todo o dia a mesma coisa”.
Albert Eisnten
Como já declarei anteriormente finanças comportamentais compõe um dos mais acirrados campos
de batalha da família brasileira. Seja individualmente ou como casal, o dinheiro é fonte de
preocupação, distúrbios, amarguras entre duas pessoas que compartilham suas vidas.
Planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e
dirigida para acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua
família.
Essa estratégia pode ser direcionada para o curto, médio ou longo prazo, e não é tarefa simples de
atingi-la. Porque ela é árdua e difícil? Por causa dos inúmeros imprevistos e incertezas da vida.
Sigmund Freud (1856-1939) foi quem primeiro disse que existem forças mais poderosas do que a
razão. Muito antes, Blaise Pascal, filósofo francês do século XVII, usou a seguinte expressão: “O
coração tem razões que a própria razão desconhece”.
Isso pode levar à conclusão que algumas características da personalidade podemos alterar ou
influenciar, outras não, e que somos dependentes de fatores fisiológicos e psicológicos. Exemplo:
As relações dos pais com o dinheiro são de grande influência sobre os filhos.
Muitos sociólogos e psicólogos afirmam que o meio ambiente em que vivemos é tão determinante
quanto aos fatores hereditários. “Diga-me com quem andas e te direi quem és”, ditado popular que
mostra que a influência de outros seres humanos, com os quais entramos em contato durante
nossas vidas, também poderá ser decisiva.
Logo, a sociedade que nos cerca, a mídia (TV, rádio, jornais, e internet), a família, a escola, a
universidade, também exercem uma fortíssima influência sobre nosso comportamento financeiro.
A herança mais visível foi o período de inflação vivida no País, onde não valia a pena guardar
dinheiro. Era melhor gastar logo, ou até antes mesmo de ganhar.
Pesquisas recentes revelam que a crise financeira aumenta o número de doenças ligadas ao
estresse. Os sintomas físicos mais encontrados são: dores de cabeça, gastrite, dermatose, alergias,
insônia, alteração no apetite, dores musculares, desgaste físico, taquicardia e outros.
Além disso, são muitas as ocasiões em que tentamos proteger as nossas famílias da instabilidade
financeira, mas não conseguimos manter o equilíbrio familiar. Essas crises podem desencadear uma
grande instabilidade emocional e até espiritual, chegando a afetar a harmonia do casal e, por
conseqüência, também dos filhos.
Amor e naturalidade são essenciais na hora de explicar à família sobre os problemas que surgirem
diante da crise. Faz-se necessário a cooperação e união de todos.
O orçamento “fura” quando desperdiçamos o que Deus nos confiou e quando tentamos viver acima
de nossas posses.
Considero Provérbios o livro bíblico da sabedoria financeira, pois revela os cinco “furos” que
desequilibram as finanças familiares. São eles:
1. Vícios – Não me refiro a bebida alcoólica, drogas e cigarro, mas às refeições fora de casa,
refrigerantes, salgadinhos e doces, cinema, vídeos e vídeo games, longas horas ao telefone e
viagens de carro, entre outros. “Quem ama os prazeres empobrecerá, quem ama o vinho e o azeite
jamais enriquecerá.” Provérbios. 21.7
2. Especulação – O desejo de ficar rico sem muito esforço leva a especulação. Exemplo: Jogos de
loteria, raspadinhas, bingos e negócios duvidosos, que podem levar ao vício.“O que corre atrás de
coisas vãs é falto de senso.”Provérbios 12.11b“Os planos do diligente tendem à abundância, mas a
pressa excessiva, à pobreza.Provérbios 21:5
3. Dívida – É uma tesoura que despedaça o orçamento familiar. A sociedade no seduz para cair nesta
armadilha – cartões de crédito, crediário, cheques especiais. Não que o uso destes seja pecado, o
perigo é gastar hoje o que se pretende ganhar amanhã. “O rico domina sobre o pobre, e o que toma
emprestado é servo do que empresta.” Provérbios 22:7 e 22:26 e 27.
5. Egoísmo – Parece um paradoxo, mas o livro de Provérbios deixa claro que perdemos quando nos
agarramos a nossos bens e ganhamos quando abrimos mão destes e contribuímos com outros.
(Provérbios.3: 9 e 10). O egoísta esquece a soberania de Deus nas suas finanças. O pouco que tem
acaba “escoando pelo ralo”. “A quem dá liberalmente ainda se lhe acrescenta mais e mais, ao que
retém mais do é justo, ser-lhe-á em pura perda.” Provérbios 11:24. “O que dá ao pobre não terá falta,
mas o que dele esconde os seus olhos será cumulado de maldições.” Provérbios 28: 27.
O administrador e escritor Gustavo Cerbasi, autor do livro “Casais inteligentes enriquecem juntos”, dá
algumas dicas sobre como sair das dificuldades financeiras que por vezes rondam a nossa vida, fruto do
descontrole com os gastos. São chamadas de:
10 sugestões para sair do vermelho
1) Jamais use o cheque especial ou o pagamento parcial do cartão de crédito. Se necessário, peça
empréstimo no banco para quitar este tipo de dívida, que sai mais barato;
2) Passe a controlar os saldos de seu cartão de crédito com mais freqüência, pelo menos a cada 10
dias, estabelecendo um teto máximo para gasto mensal;
3) Tenha uma idéia do tamanho de seu problema: a primeira coisa a fazer é anotar TODOS os gastos
do mês, inclusive os gastos pequenos, para descobrir de onde cortar – faça isso diariamente
durante o primeiro mês;
4) Elabore um plano radical de enxugamento de gastos na maior intensidade possível, para que a
dívida seja amortizada de uma vez. Não adianta ir pagando aos pouquinhos, pois os juros voltam a
aumentar rapidamente a conta que você já pagou – exemplo cartão de crédito;
5) Quanto mais intenso for o corte de gastos e menor o tempo necessário para o ajuste financeiro,
menor será o desgaste no relacionamento familiar;
6) Acabe de vez com a tentação das compras a prazo;
7) Use todos os tipos de poupança que você tem. Não adianta estar com investimentos e perder mais
com os juros da dívida. O mesmo vale para bens como terrenos e imóveis à espera de valorização;
8) Fuja de atividades de lazer que custam caro. Aprenda a valorizar as coisas preciosas da vida que
custam menos, como um passeio ao ar livre ou uma reunião com amigos ou com a família;
9) Enquanto não conseguir quitar toda a dívida, substitua-a por outras mais baratas, como antecipação
de restituição de Imposto de Renda ou venda do automóvel e compra de outro parcelado. Use todo
o dinheiro da venda para reduzir a dívida.
10) Compartilhe e divida seu plano de ajuste com a família. É importante que todos estejam engajados,
para que haja maior motivação na busca da saúde financeira.
“O que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no Senhor, esse é feliz”. Provérbios 16: 20
Assim como o físico e a mente padecem de doenças, nosso “corpo” financeiro também. Algumas pessoas
resistem em procurar o médico quando seu corpo físico ou mental dá sinais de alerta. Isso, quando não
buscam a automedicação. Em outros casos, a demora na busca de soluções traz complicações que, se não
fatais, exigem redobrado esforço para a e recuperação.
Assim também ocorre quando o nosso corpo dá sinais de alerta.
É muitas vezes mais cômodo culpar o governo, a inflação, os juros altos, a especulação internacional, a ter
que adotarmos medidas que visem corrigir desvios.
Vimos que, em finanças, também devemos cuidar desde cedo do nosso futuro financeiro, para
aumentarmos a probabilidade de uma velhice mais tranqüila, quando nossa capacidade produtiva já não for
mais a mesma.
Você sabe como está a sua saúde financeira?
Vamos refletir um pouco sobre o comportamento humano.
O ser humano, ao gastar seu dinheiro sempre o faz com alguma finalidade específica. Assim, quando vai ao
supermercado para comprar carne e arroz, por exemplo, estará gastando o seu dinheiro com a finalidade
específica de atender às suas necessidades básicas de alimentação.
Mas não é tão simples assim. Além da satisfação das nossas necessidades, somos movidos também pelos
desejos, às vezes incontroláveis. É assim quando compramos por impulso, quando cedemos a pressão da
propaganda ou de familiares, entre outras coisas.
À vista disso, responda as questões a seguir. Cada resposta positiva corresponderá um comentário.
Reflita sobre cada um deles.
1. Você acompanha suas receitas e despesas?
( ) Sim ( ) Não
2. Quando ocorre algum distúrbio na economia, você se reprograma com relação às suas
despesas?
( ) Sim ( ) Não
Pesquisas sobre preços de mercadorias e de serviços têm revelado que há diferenças grandes entre os
diversos estabelecimentos comerciais e de serviços. Há casos de diferenças de preços que chegam a 50%.
Para se ter uma idéia, o retorno de uma aplicação em caderneta de poupança rende aproximadamente 6%
ao ano.
Uma viagem de mil quilômetros começa sempre com o primeiro passo. Dê o primeiro passo e continue
sempre caminhando em direção ao seu objetivo.
5. Você sempre leva em consideração a sua realidade para definir seus objetivos? Você tem o
“pe no chão”?
( ) Sim ( ) Não
Sabemos que há caminhos difíceis e tortuosos. Escolha aqueles que apresenta estrutura firme, e que você
possa com a convicção de que é o melhor.
Querer atingir um objetivo é uma face da moeda. A outra é poder atingi-lo, ou seja, os objetivos têm que se
enquadrar à realidade.
Admitíamos que você tencione adquirir à vista, daqui a seis meses, um bem cujo valor exija esforço de
poupança da ordem de R$ 400,00. Se você não conseguir cumprir o planejado, você terá claros indicativos
de que seu objetivo foi colocado fora da sua realidade (a meta está acima da sua capacidade). O resultado
poderá ser frustração: o esforço não foi coroado pelo prazer de ter o bem desejado.
9. Evita comprar por influência do pai, mãe, filhos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho,
entre outros?
( ) Sim ( ) Não
Normalmente, os consumidores são influenciados por pessoas de seu convívio diário ou pelo ambiente que
freqüentam.
Pressão da família (marido, esposa, filhos) para troca de veículo, convite do chefe para almoçar em
restaurantes caros, desejo de acompanhar os colegas na compra de roupas de marca são exemplos de
pressão externa sobe nossas decisões de consumo.
Existem várias possibilidades de definição de estilo de vida. Sua escolha dependerá dos seus valores, de
suas crenças, do meio em que vive, de suas necessidades, etc.
O mais importante é que você saiba escolher aquele que estejam condizentes com sua realidade
econômica. Freqüentar bares e restaurante caros, comprar somente roupas de marca para atender a seus
desejos de status, sem considerar sua realidade econômica podem ser o caminho para dificuldades
financeiras.
O cartão de crédito, desde que utilizado com parcimônia e de acordo com a capacidade de geração de
recursos, é ótimo instrumento para facilitar o controle de gastos.
Além disso, o pagamento da fatura do cartão de crédito deve ser agendado para data compatível com o
recebimento dos haveres (salário, pró-labore, etc.).
12. Informa-se sobre investimentos para obter melhor rentabilidade sobre as suas sobras
financeiras?
( ) Sim ( ) Não
No mundo financeiro nos ensinam: quem tem a informação sempre está um passo à frente na corrida por
melhores negócios.
Se você pode ganhar mais utilizando os mesmos recursos, porque não fazê-lo? Por lei, os rendimentos da
caderneta de poupança são de 0,5% ao mês mais atualização monetária.
Existem outras aplicações financeiras cujos rendimentos são superiores ao da caderneta de poupança.
Pesquise sempre. Veja o que será melhor para você.
A reflexão sobre a situação das nossas finanças pessoais é ponto de partida para que façamos um
planejamento financeiro seguro, com vistas a alcançarmos nossa SAÚDE FINANCEIRA.
Lembre-se: o tempo é implacável. Quanto mais tempo levarmos para nos organizar, menos tempo teremos
para atingir nossos objetivos, visto que nossa capacidade produtiva diminui com o avançar dos anos.
Prepare-se para esse tempo, pois ele virá. Como achará você e a sua família?
“Se soubesse que iria viver tanto anos, teria cuidado mais de mim.”
Eube Blake
2) Relacione todas as suas fontes de recursos financeiros e todos os seus gastos mensais.
Seja detalhista, pelo menos uma vez na vida, ao longo de um mês. Coloque no papel todos os gastos, sem
esquecer as migalhas que são drenadas de seu bolso na forma de gorjetas, arredondamentos na conta da
padaria, cafés no meio do dia e aquelas “coisinhas a mais” que acabamos levando na banca de jornal
quando compramos a Nova. Não será pelo valor da prestação de seu carro ou de suas últimas compras no
shopping que seu orçamento apresentará problemas, porque provavelmente você verificou se havia espaço
na sua renda para adquiri-los. Geralmente os orçamentos estouram porque aqueles pequenos valores que
são desprezados ao longo do mês acabam se tornando algumas dezenas ou centenas de reais no balanço
final – provavelmente um valor que faria toda diferença no futuro se fosse poupado mês a mês.
3) Identifique suas possibilidades de redução de gastos e estabeleça limites para os gastos não
programados.
O segredo de um bom planejamento financeiro é impor limites a certos gastos e ter disciplina para seguir
estes limites. Se você levar a sério o item anterior, certamente irá se impressionar. Alguns gastos não são
controláveis, como aluguel, impostos, escola e plano de saúde. Outros podem ser otimizados, como o gasto
com alimentação e produtos de cuidado pessoal, substituindo marcas muito caras por equivalentes mais em
conta e levando a sério a prática de fazer pesquisas de preços. Há também aqueles gastos que podem ser
perfeitamente planejados, como a renovação do guarda-roupa, o happy hour com os amigos e o lazer de
finais de semana. Com estes, estabeleça limites mensais para seus gastos, e seja fiel a estes limites. Por
exemplo, estabeleça uma meta de, digamos, R$ 200 mensais para renovação do guarda-roupa. Se não
gastar tudo este mês, terá a mais para o mês seguinte – mas não caia na bobagem de gastar a mais por
antecedência.
4) Após otimizar seus gastos mensais, identifique de forma precisa o preço de sua sobrevivência,
quanto você gasta mensalmente com segurança.
Seu padrão de vida deve ter um custo inferior a sua renda. Sugiro que você gaste para se manter, no
máximo, 90% da renda líquida. No total destes gastos devem estar incluídas todas as contas essenciais,
incluindo seu lazer, a renovação do guarda-roupa, as prestações do carro, seguros, gastos pequenos do
dia-a-dia, etc. O importante é estabelecer um teto para seus gastos totais, seja rigorosa.
5) Calcule quando sobra de sua remuneração para possíveis investimentos mensais.
Definindo com precisão os limites de seu orçamento, destine parte ou o total do excedente a um
investimento que você faça regularmente. Se você optar por um plano de previdência privada, isto estará
sendo feito com tranqüilidade. Se seu orçamento for disciplinado e você estiver satisfeita com a renda que
seu plano financeiro estará garantindo no futuro, não haverá nenhum problema em fazer alguns luxos
quando surgir alguma sobra – como o 13º salário, a restituição do Imposto de Renda ou um bônus salarial.
O melhor de um bom planejamento financeiro é a oportunidade que ele dá de gastarmos as sobras sem
peso na consciência.
Você precisa entender que tudo o que temos tudo o que somos pertence a Deus.
"Pois os animais da floresta são meus e também os milhares de cabeças de gado espalhadas nas
montanhas. São meus todos os pássaros dos montes e tudo o que vive nos campos... pois o mundo é meu
e tudo o que nele há". Salmo 50.10-12; e ainda:
“Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam". Salmo 24.
Você precisa perceber que quem administra não é dono, mas responsável.
"Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos
mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se quer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado
fiel ". 1ª Coríntios. 4:1-2
Richard Foster nos lembra que devemos carimbar tudo o que temos com o lembrete: "Dado por Deus,
propriedade de Deus, para ser usado para os propósitos de Deus". Anote isto no seu coração!
Você precisa saber que o dinheiro é algo poderoso e, ao mesmo tempo, efêmero.
1ª. Tim. 6.6-10
Quando você ama ao dinheiro ele passa a ser o seu tesouro. Muito cuidado com esse caminho.
Assuma os seguintes compromissos de vida:
1. Viver em constante gratidão a Deus por tudo. 1ª Tessalonicenses 5.18.
2. Buscar cumprir os propósitos de Deus em tudo. 1ª Samuel. 2.35.
3. Obedecer ao Senhor em tudo 1ª Samuel 15.22-23.
4. Comprometa sua vida toda com Deus.
"O SENHOR, o seu Deus, lhes ordena hoje que sigam esses decretos e ordenanças; obedeçam-lhes
atentamente, de todo o seu coração e de toda a sua alma. Hoje vocês declararam que o SENHOR é o seu
Deus e que vocês andarão nos seus caminhos, que guardarão os seus decretos, os seus mandamentos e
as suas ordenanças, e que vocês lhe obedecerão. E hoje o SENHOR declarou que vocês são o seu povo, o
seu tesouro pessoal, conforme ele prometeu, e que vocês terão que obedecer a todos os seus
mandamentos. Ele declarou que lhes dará uma posição de glória, fama e honra muito acima de todas as
nações que ele fez, e que vocês serão um povo santo para o SENHOR, o seu Deus, conforme ele
prometeu". Deuteronômio 26:16 a 19.
Li cera vez que “a vida é como uma escada que você sobe. Se você chega ao último degrau e descobre
que havia colocado a escada na parede errada, não tem como voltar atrás, a não ser recomeçando
novamente.”
Quantas escolhas certas você já fez na vida? Que bom poder recordá-las.
Escolher é algo tão importante, que dependendo da sua decisão você poderá passar toda uma eternidade
perto de Deus, desfrutando de sua presença e bênçãos sem medidas, ou longe de Deus, em presença nada
desejável, e completamente perdido.
E quanto ao que ganha, gasta ou economiza:
• Tem tomado decisões certas ou erradas?
• Você sorri ou chora quando lembra da maioria de suas decisões financeiras?
• Você se alegra ou se arrepende do que você fez e faz com o dinheiro que tem?
• Você tem paz ou intranqüilidade na gestão das finanças pessoais?
• Ou será que a coisa está tão feia que você preferiria não tocar nesse assunto?
Quanto a escolher certo ou errado, vivemos uma grande pressão nos nossos dias: Ou seguimos a influencia
cultural presente hoje no mundo, ou vamos seguir a mente e a vontade de Deus.
Paulo está escrevendo no desejo que sejamos felizes, experimentando os resultados, as bênçãos da
vontade de Deus. Ele diz que ela é: “boa, perfeita e agradável”.
No entanto, para que essas bênçãos nos alcancem, nós precisamos escapar da ditadura do padrão deste
mundo sobre nossas vidas, principalmente no que respeita ao uso do dinheiro.
cultura. Vejo casas e apartamentos cheios de objetos e utensílios que nunca utilizamos e, às vezes, nem
sabemos por que compramos.
Quem disse que educar bem os seus filhos é sempre lhes dar o que querem ter, na hora que eles querem
ter? Observe como Deus cuida de nós. Somos seus filhos, correto? Será que Deus nos trata assim, dando o
que queremos na hora que desejamos? Ou colocamos sempre a vontade de Deus em primeiro lugar como
nos ensina a oração do pai nosso – “...seja feita a tua vontade assim na terra como no céu...” Mateus 6.
Ora, se assim fazemos por que temos que agir diferente com os nossos filhos?
Atenção! Não estou dizendo para você não dar mais nada ao seu filho, ou somente o presente de
aniversário e natal, nem para tirar a TV do quarto dele, ou cancelar a TV a cabo da família. Quero apenas
afirmar que tudo isso não é o mais importante na vida, nem essencial para o seu filho ou família. O
essencial é a harmonia no lar, paz, amor e atenção.
Muitas vezes isso até atrapalha, pois distancia as pessoas dentro de casa. Precisamos nos policiar a
respeito das soluções e idéias que o mercado consumidor nos vende a todo o momento e orientar nossos
filhos sobre os cuidados com o “maravilhoso” mundo do consumo, que a todo instante invade nosso lar e as
nossas mentes com propostas que levam muitos a ruína financeira.
Conheci uma senhora com dois filhos adolescentes, numa loja de celulares, quando aguardava a vez de
comprar um aparelho para o meu filho. Ao conversarmos observei a forma como ela procurava educar seus
filhos, com uma postura totalmente liberal e consumista. Observem: seus dois filhos, um adolescente de
aproximadamente 18 anos e uma jovem de 20 anos, possuíam, cada um, 4 celulares. Estavam na loja para
comprar um novo aparelho para a filha menor de aproximadamente 9 anos. Na conversa ela revelou o nível
de consumo dos filhos, reclamando do excesso de gasto com eles, que envolvia desde roupas de grife até
os programas noturnos com os amigos.
Pensei comigo, já que não haveria tempo disponível para discutirmos o assunto com mais profundidade,
sobre a armadilha que ela mesma criou na educação dos filhos quando procurou atender a todos os seus
desejos, talvez como uma forma de compensar alguma ausência ou carência afetiva.
As coisas materiais e principalmente o dinheiro não trazem felicidade, embora sejam importantes e
necessárias, muitas vezes.
É claro que há até dezenas de ditos populares como:
"Se dinheiro não traz felicidade, me dá o seu e seja feliz".
“Dinheiro não traz felicidade, manda buscar”.
“Existem coisas melhores e mais importantes que o dinheiro, o problema é que elas custam caro”.
Cuidado com esses pensamentos, pois acaba influenciando o nosso estilo de vida de forma perigosa.
Precisamos desenvolver equilíbrio emocional e espiritual para lidar com essas questões, ensinando-as aos
nossos filhos verdadeiro valor do ser e não do ter,
Lidar com o dinheiro na família requer um planejamento cuidadoso para se evitar problemas, pois, se não
administrado com sabedoria, trazer mais infelicidade do que felicidade.
“Aos 17 anos, achava meu pai a pessoa mais estúpida do mundo. Aos 21, achei maravilhoso o quanto ele
havia aprendido em apenas quatro anos...”.
Mark Twain
Isso resulta em falta de contentamento. Você nunca está feliz com o que tem. Nunca agradece a Deus pelo
que possui. Está sempre reclamando da vida, querendo sempre aquilo que não tem. Este é o princípio da
inveja, egoísmo, ambição, que pode causar descontrole financeiro e o desequilibro emocional.
É muito fácil entender onde está o interesse do coração de uma pessoa. Se o seu tesouro é a casa, o carro,
o sítio, o emprego, as jóias, ali estará o seu coração. Se, porém, os investimentos forem nas coisas
espirituais e a administração das finanças pessoas feitas com sabedoria, fundamentada na palavra de
Deus, seu coração estará voltado para a eternidade – visão de longo prazo.
“O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade, e o rico, na sua insignificância, porque
ele passará como a flor da erva. Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor
cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos”. Tiago
1: 9-11.
Tiago se reporta as pessoas sofredoras. Por amor a Jesus Cristo haviam perdido suas casas, membros de
suas famílias e enfrentavam seríssimas perseguições. A finalidade do encorajamento de Tiago era expor-
lhes uma perspectiva eterna, um sistema de valores correto.
Quanto tempo dura a eternidade? Com as nossas mentes finitas e limitadas não é possível compreender
sua extensão. Deus está oferecendo uma oportunidade para você investir em uma vida que jamais
terminará. Porém, para isso acontecer, precisamos estabelecer um sistema de valores baseado na Palavra
de Deus: “Buscai em primeiro lugar...”, “ajuntai tesouros no céu...”.
O mundo nos diz a seguinte falácia:
Dívidas são previsíveis e inevitáveis. Portanto, vamos a elas...
A sociedade de hoje criou o hábito de se endividar, fruto da força do sistema financeiro e do comércio.
Aposentado: Muito cuidado com os empréstimos “fáceis”!
Trabalhador: Muito cuidado com os empréstimos com desconto na folha de pagamento!
Juros de 1,7% ao mês é só para quem financia em até 6 vezes. Em 24x ou 36x você paga quase o dobro do
que recebeu, dependendo do prazo e das condições os juros crescem e muito.
Lembre-se de uma coisa: o melhor negócio deste país é emprestar dinheiro. É só observar o lucro dos
bancos no Brasil. O que vemos hoje é uma agiotagem legalizada. As financeiras dão tanto dinheiro que os
maiores bancos compraram a maioria delas. Portanto, cuidado com a oferta fácil de dinheiro. Como diz um
amigo meu: “não existe almoço grátis”.
"Quando a esmola é demais, até o santo desconfia", já diz o ditado popular.
São inúmeras as ofertas de cartões de créditos, pelos bancos e lojas. Na verdade deveriam ser conhecidos
como cartões de débitos todos eles, pois comprometem a nossa renda pessoal.
Se você fizer uma pesquisa entre as pessoas de classe média, você verá que a grande maioria está
enfrentando dificuldades financeiras, devendo a tudo e todos, pagando juros elevados, por conta do
descontrole financeiro e falta de planejamento de longo prazo.
Estamos vivendo a cultura do dever (12X sem juros, sem entrada, em até 60 meses). Todo mundo deve
alguma coisa a alguém. Essa é a visão do mundo, mas não é a visão de Deus.
O ideal é que busquemos equilíbrio financeiro. Viver equilibrado é mais do que zerar receitas e despesas. É
também saber constituir reservas para algum tempo difícil que sempre chega.
Lemos que "ninguém pode servir a dois senhores". Esta é uma grande verdade.
Como podemos dizer que amamos a Deus, mais do que tudo neste mundo, mas na hora em que temos que
decidir, seguimos mais a orientação do mundo do que a dele?
Atente para isso: Deus não tem compromisso com quem não tem compromisso com Ele.
Se você tem lido a Bíblia você já encontrou várias vezes a conjunção "se". Esta pequena palavra condiciona
as bênçãos de Deus a partir de nosso compromisso e atitude.
No Velho Testamento encontramos várias vezes: Se o meu povo obedecer aos meus mandamentos, seguir
as minhas orientações então haverá chuva sobre a terra e abundância na colheita. 2ª Crônicas 7:12-15
Malaquias 3:10, nos mostra que se formos fiéis, Deus vai abrir as janelas dos céus sobre nossa vida e
família.
Há outros condicionais de Deus para o perdão, para a comunhão com Ele, para desfrutar de sua amizade e
orientação.
O dinheiro pode lhe proporcionar um relacionamento de maior benção ou de menor benção, pode revelar o
quanto você ama a Deus e crê nele, ou o quanto você diz que ama, mas não ama verdadeiramente.
Estabeleça um sistema de valor baseado na palavra de Deus.
Há mais casamentos que se acabando por questões financeiras, do que por questões sexuais.
Sua família vai continuar a morar onde mora ou terá que mudar por questões financeiras; seus filhos
continuarão a fazer o curso que fazem ou terão que parar por problemas no orçamento da família. Você
pode aumentar os atritos no convívio com sua esposa e filhos, dependendo das questões financeiras, pois
elas afetam a todos em casa.
Conheci uma família que quase “quebrou” por causa de 8 cartões de crédito (2 para cada um dos
membros).
Não há como negar a importância do dinheiro em nossas vidas. Ele pode trazer benção ou maldição,
dependendo de como utilizamos. Quantos casamentos se acabaram porque o marido e a mulher se
dedicaram tanto a ter dinheiro que depois que o tiveram estavam tão distantes um do outro e descobriram
que o amor acabou, ou que uma terceira pessoa surgiu no relacionamento?
É muito importante você decidir como você vai lidar com o dinheiro, porque certamente afetará para o bem
ou para o mal o seu relacionamento familiar. Que tal reunir a família hoje, ou simplesmente você e seu
cônjuge para rever os seus conceitos sobre a gestão financeira da família.
Lembre-se que conversar é poder discordar e continuar discutindo até chegar a um consenso sobre as
questões de interesse da família. Pratique este exercício com toda a família e adicione paciência, humildade
e muito amor. Os resultados serão fantásticos.
Se eu seguir as orientações de Deus no ganhar, no contribuir, no gastar e no economizar isso fará toda a
diferença quanto ao meu futuro.
Se você aprende e pratica os princípios de Deus para a sua vida no ganhar, no contribuir, no gastar e no
economizar você não terá que se preocupar com o futuro.
"Temam ao Senhor, vocês que são os seus santos, pois nada falta aos que o temem". Salmo 34:9.
Ele está trabalhando a todo custo para que o povo de Deus esteja mais e mais endividado porque assim
ficará impedido de contribuir para a expansão do reino de Deus. Os cristãos sérios devem pagar suas
dívidas tão prontamente quando puderem.
Procure viver dentro das orientações bíblicas para a sua vida financeira.
A Bíblia está cheia de orientações para cada um de nós. É um verdadeiro manual e finanças pessoais. Ler e
praticar é apenas uma questão de fé. Ou você crê que a Bíblia é a verdade e funciona ou você não crê.
O modo como você diz que crê, é através da atitude, da obediência e da mudança observada na postura do
trato com o dinheiro. Siga a instruções da pessoa mais rica desse universo – Deus. Ele é o Criador e
sustentador de todas as coisas. Creia nisso!
O caminho de Deus para suas finanças é:
1. Receber
2. Contribuir
3. Planejar
4.Economizar
Exatamente nesta ordem porque receber, contribuir e economizar é a forma que Deus usa para não nos
apegarmos ao dinheiro e fazermos seu Reino crescer e viver dignamente alcançando pessoas e sendo
abençoados, inclusive materialmente, claro.
Se Deus diz: "não pegue dinheiro emprestado", não faça; diz que você não deve emprestar com usura não
faça; diz que você será muito abençoado à medida que você contribui, então contribua. Deus está sempre
com a razão.
Não se deixe enganar pelo que o mundo diz. A Bíblia diz que "o mundo jaz no maligno".
C.S. Lewis disse: "Existem dois tipos de pessoas: as que dizem a Deus ‘seja feita a Tua vontade’, e
aquelas a quem Deus diz "então tudo bem, faça do seu jeito".
Saiba que felicidade perene não é possuir, mas estar de bem com Deus.
Tudo o que precisamos é perceber que a vida não é apenas o aqui e o agora, mas existe uma eternidade
nos aguardando.
Já observaram o slogan do Cartão Visa: "a vida é agora". É um grande apelo ao consumo imediato – visão de um mundo ansioso. À
medida que você se posiciona na direção de Deus, e se aproxima Dele, mais você vai perceber o valor secundário das coisas e do
dinheiro neste mundo. O nosso grande desafio é estar de bem com Deus e consigo mesmo.
Já aprendemos que: "Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele
habitam". Salmos 24:1
Procure desenvolver a amizade com Deus, de forma sincera e plena. Ele deve ser o grande gestor da nossa vida em todas as áreas,
sem exceção.
“Em Deus tenho posto a minha confiança, não temerei o que me possa fazer o homem.”
Recebi um texto de uma amiga muito interessante com o nome: “Morada no céu”, que compartilho com você
agora.
“Meu maior orgulho aos 80 anos é saber metade do que pensava saber aos 20...”
Pablo Picasso
Os sete princípios da boa saúde financeira, segundo a Bíblia:Reconheça que o SENHOR DEUS é dono de
tudo. Transfira a ELE, em um ato de fé, o que possui.
“Ao Senhor pertencem o mundo e tudo o que nele existe, a terra e todos os seres vivos que nela vivem são
dele.” Salmos 24:1 NTLHEstabeleça um sistema de valores baseado na Palavra de Deus.
“Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará
todas essas coisas”. Mateus 6:33 NTLHAprenda a distinguir entre necessidade e desejo.
“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus cada uma de vossas
necessidades”. Filipenses 4:19Esteja pronto a ser flexível para ajustar-se a qualquer mudança
financeira.
“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto
sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência,
tanto na fartura, como de fome, assim de abundância, como de escassez”. Filipenses 4:11,12
5. Aprenda a investir sabiamente para o Senhor.
“Em Mateus 25.14-30, Jesus contou a história de certo homem que se ausentou do país, mas antes chamou
seus servos e lhes confiou seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um. Jesus deu a
entender que os servos tinham a responsabilidade de negociar e investir para receber mais. Somos
mordomos, despenseiros, administradores das coisas de Deus.”
Penhor de bens:
Uma alternativa aos parentes e amigos é o penhor, em que você pode entregar ao banco bens de valor –
obras de arte, jóias ou outro bem de valor mensurável – como garantia de um empréstimo que lhe é feito.
Como o risco de o banco não receber o dinheiro de volta é pequeno, pelo fato dele ter os bens para vender,
os juros são bem mais baixos que em outras modalidades. Esta prática deve ser feita somente quando a
situação de falta de recursos é provisória e há plena certeza de que algum recurso extra está para surgir e
pagar a dívida. A razão para este cuidado é que o banco sempre avaliará o bem a um preço bem abaixo do
de mercado, sem contar que ele não levará em conta o valor emocional. Uma jóia herdada dos avós, por
exemplo, é avaliada por seu peso em metal precioso, não levando em conta nem o trabalho artístico.
Empréstimo com o banco:
Disponível a qualquer pessoa que tenha conta em banco, o empréstimo é a forma mais barata de se
conseguir recursos sem comprometer amizades e bens de família. Basta procurar um gerente do banco e
solicitar uma quantia, verificando o plano de pagamento. Porém os juros não são baixos, e por isso deve-se
fazer uma boa pesquisa de taxas em diversos bancos antes de contrair o empréstimo. Não tenha a ilusão
de que você conseguirá as melhores taxas no banco em que você tem conta por ter um bom
relacionamento. Pesquise! O procedimento para se conseguir um empréstimo pessoal não é complicado,
mas alguns bancos poderão restringir seu crédito se você estiver com o nome sujo na praça – em razão de
um cheque devolvido, por exemplo.
Cheque especial:
Não é a forma mais barata, mas é a forma mais simples de se conseguir um empréstimo, pois não é preciso
sequer contatar o gerente. Porém, deve ser terminantemente evitada, já que os juros praticados são muito
mais altos que os do empréstimo pessoal – e todo cliente que tem um limite no cheque especial deverá ter
no mínimo o mesmo limite para empréstimos pessoais. O limite do cheque especial só deve ser usado por
um ou dois dias, no máximo, quando acontece algum imprevisto (atraso no recebimento ou antecipação no
depósito de cheques pré-datados, por exemplo).
Uso do crédito rotativo do cartão de crédito:
É uma prática tão ruim quanto o uso do cheque especial, e por isso deve ser riscada de qualquer lista de
alternativas. Na fatura do cartão, há um sugestivo valor mínimo a ser pago, possibilitando ao usuário do
cartão o pagamento futuro do restante. Não caia nesta armadilha! Os juros são em geral iguais ou maiores
que os do cheque especial, o que traria um desgaste e uma perda de dinheiro muito grande nos meses
seguintes. Pague sempre o valor total de seu cartão na data do vencimento; se não houver saldo na conta,
contate seu gerente e peça um empréstimo pessoal.
Financeiras:
Emprestam dinheiro sem muita burocracia e a juros similares aos do cheque especial e do cartão de crédito.
Em geral, atende a clientes desesperados, que precisam de dinheiro urgentemente para quitar um penhor
ou para não perder um bem importante que havia sido financiado. Como trabalham com os juros mais altos
da economia, tendem a conduzir o devedor ao total descontrole da dívida, sujando seu nome nos sistemas
de proteção ao crédito. Também devem ser evitadas como alternativa ao endividamento.
Agiota:
É qualquer pessoa que dispõe de recursos financeiros e faz uso desses recursos para emprestar a
terceiros. Quando pedimos emprestado a amigos e parentes, a agiotagem não se caracteriza porque há o
vínculo do relacionamento. O agiota profissional é aquele que exerce de forma ilícita atividade similar à de
um banco ou de uma financeira, porém sem fiscalização e sem pagar impostos. Cobra juros extorsivos e,
em geral, exige como garantia de seus devedores a transferência de bens como automóveis e imóveis. Por
não ser uma atividade regulamentada, não se preocupa em agir dentro dos limites da lei na hora de cobrar
uma dívida, podendo se tornar um grande risco à estabilidade pessoal e familiar do devedor. Não apenas
deve ser evitado como deve ser denunciado.
Substituição de dívidas:
Ao precisar de dinheiro, uma alternativa interessante pode ser a venda de um bem para obtenção de
recursos imediatos. Por exemplo, se você tiver uma dívida de R$ 15 mil e possuir na garagem um veículo já
quitado com valor igual ou superior, pode vender seu automóvel e comprar um outro financiado. Esta prática
não elimina a dívida, mas garante o pagamento de juros bem menores do que aqueles que você pagaria no
empréstimo pessoal – hoje os juros de um financiamento de automóveis não chegam a passar muito dos
2% ao mês. Mas note que esta não deve ser uma prática a ser incentivada, uma vez que se está perdendo
um bom valor em juros. Deve ser considerada apenas como uma alternativa ao empréstimo, quando este se
faz essencial.
Empréstimo específico para casa própria, carro, cirurgia plástica e outros:
A aquisição de empréstimos para bens e serviços cuja aquisição pode ser adiada é uma prática que deve
ser evitada. Com juros altos, é muito melhor poupar para pagar à vista um pouco mais adiante do que
desfrutar hoje e pagar muito mais caro no futuro, comprometendo boa parte de nossa renda com juros. Do
ponto de vista financeiro, é muito mais barato e seguro alugar um imóvel enquanto se constrói uma
poupança para adquirir um imóvel à vista no futuro (basta ter disciplina para fazer a poupança). Ao comprar
um carro, é possível obter ótimos descontos pagando à vista. Quanto à cirurgia plástica, é muito mais
saudável esperar um pouquinho e pagar à vista, pois é provável que as rugas que surgirão com a
preocupação de uma dívida desnecessária exijam nova cirurgia em pouco tempo.
Estas informações serão bastante úteis na hora de escolher o tipo de empréstimo mais adequado. Porém, a
dica mais importante é esta: procure quitar suas dívidas o quanto antes, para que você gaste menos
dinheiro com juros. Se tiver várias dívidas, comece eliminando primeiro as mais caras, ou substituindo-as
por mais baratas.
D=C+I e S=Y-C
Agentes Econômicos com Orçamento Equilibrado – Esses agentes têm seus gastos correntes com o
consumo (C) e investimento (I) iguais as suas rendas correntes (Y).
Agentes Econômicos com Orçamento Deficitário – Esses agentes têm suas rendas correntes (Y)
inferiores aos gastos correntes com consumo (C) e investimentos (I).
Agentes Econômicos com Orçamento Superavitário – Esses agentes têm suas rendas correntes (Y)
superiores aos seus dispêndios (D), ou seja, aos gastos correntes com consumo (C) e investimentos (I).
Já pensou se na vida tudo fosse uma questão de sorte, a administração do risco seria um exercício sem
sentido. Invocar a sorte obscurece a verdade, porque separa um evento da sua causa.
Quando dizemos que alguém foi vítima de má sorte, eximimos tal pessoa de qualquer responsabilidade pelo
ocorrido. Quando dizemos que alguém é sortudo, negamos a tal pessoa o crédito pelo esforço que pode ter
levado ao resultado feliz. Mas que certeza podemos ter? Foi o destino ou escolha que decidiu o resultado?
Enquanto não conseguimos distinguir um acontecimento realmente aleatório de outro resultante de causa e
efeito, jamais saberemos se o que vemos é o que obteremos, nem como obtivemos aquilo que alcançamos.
Quando corremos um risco, apostamos em um resultado que será conseqüência de uma decisão que
tomamos, embora não saibamos ao certo qual será o resultado. A essência da administração do risco está
em maximizar as áreas onde temos o controle sobre o resultado, enquanto minimizamos as áreas onde não
temos absolutamente nenhum controle sobre o resultado e onde o vínculo entre efeito e causa está oculto
entre nós.
Para Pensar:
Abraham Lincoln, estadista e presidente dos Estados Unidos, que evitou o desmantelamento de seu
país na Guerra da Secessão, proferiu, em 1865, algumas palavras proféticas tão atuais nos dias de
hoje como quando as formulou. São “os quatro mandamentos da prosperidade”
IV- Não poderás ajudar os homens de maneira permanente, se fizeres por eles aquilo que eles
podem e devem fazer por si próprios.
Warren Buffet , foi um dos maiores especuladores da Bolsa de Nova York, nas décadas de 80/90. Fez
fortuna operando no mercado de capitais global. Certa vez, numa entrevista, foi questionado por um
repórter sobre qual conselho daria para quem estivesse começando a aplicar seu dinheiro no
mercado financeiro e de capitais. Com uma simplicidade de gênio, disse que adotava na vida duas
simples regras a respeito do dinheiro. Ei-las:
Nesse sentido, compartilho com você também duas regras a respeito do dinheiro que procurei desenvolver
ao longo da vida e das experiências que desenvolvi com o uso do dinheiro. Chamo-as de:
Nossas decisões diárias envolvem risco e determinarão o que acontecerá no futuro. O que fazemos nesta
vida é de uma importância eterna. Vivemos nesta terra somente uma vez. Como a Bíblia revela em Hebreus
9:27: “E,assim como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disto o juízo”. Não existe
tal ciosa como reencarnação. Uma vez que a nossa vida na terra termina, você e eu nunca mais teremos
outra oportunidade de mover a mão de Deus através da oração, compartilhar Cristo com alguém que não
conhece o Salvador, ajudar aos pobres e necessitados, dizer “eu te amo” a quem você ama e nunca teve
coragem de dizer, estar mais presente na família, divertindo-se com a mulher ou marido e os filhos. Enfim,
viver intensamente esta vida que Deus lhe deu, pois, você é único.
A forma como administrarmos o nosso dinheiro afetará a nossa comunhão com o Senhor. O dinheiro é o
principal rival de Cristo pelo senhorio da nossa vida além de moldar o nosso caráter. Deus quer que
tenhamos um plano para administrarmos o dinheiro de modo que nos tornemos financeiramente fiéis de
uma maneira prática.
Reservei esta última parte para falar sobre a importância do dízimo em nossas vidas. Deus também
tem um plano financeiro para o sustento da sua obra. Nós somos convidados a participar deste
plano.
“Algumas pessoas gastam com generosidade e ficam cada vez mais ricas; outras são econômicas demais e
acabam ficando cada vez mais pobres. Quem é generoso progride na vida; quem ajuda será ajudado.”
Prov. 11:24-25 NTLH.
Será que um dia você já sonhou em ser uma pessoa muito rica? Um cristão(ã), filho(a) de Deus tão rico que
a sua fortuna excederia as suas necessidades e prováveis mordomias e você ficaria livre para ofertar com
R$ 50.000,00, R$ 100.000,00 ou mesmo R$ 500.000,00 a alguém menos afortunado, ou à alguma entidade
evangélica que luta para manter firme o seu ministério ante as tempestades econômicas? Mas será, como
diz popularmente por aí, que o fato de você ter que abrir a carteira para retirar algum dinheiro, lhe provoca
intensa dor? Seja qual for o seu sentimento, é interessante descobrirmos nas Escrituras qual o pensamento
de Deus a respeito.
“Lembrem-se disso: Quem planta pouco colhe pouco; quem planta muito colhe muito.” 2 Coríntios 9:6
NTLH
Paulo está exortando e elogiando os crentes da Macedônia, que eram relativamente pobres, mas não
negaram ajuda aos santos de Jerusalém, pessoas ainda mais necessitadas. O apóstolo utiliza-se da
ilustração da colheita, onde o que semeia pouco, colherá pouco, mas o que semeia muito, ceifará muito. Ela
desafia os crentes em Cristo a não terem receio de semear (ajudar os outros seja financeira, emocional ou
espiritualmente) porque, certamente, colherão enorme quantidade de bênçãos.
A fidelidade na contribuição é um termômetro bastante exato na vida do crente. Quando ele começa
a se afastar de Deus, seu dízimo é uma das primeiras coisas a falhar.
“Cada um contribua segundo estiver proposto em seu coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.” 2 Cor. 9:7
Há uma heresia pairando sobre a Igreja Evangélica brasileira, conhecida como Evangelho da Prosperidade,
que prega a contribuição como meio de enriquecimento. Embora Deus realmente recompense
bondosamente ao que dá, ele não promete riquezas que proporcionem uma vida nababesca. Deus sempre
retribui com bênçãos inesperadas e grandiosas ao que contribui, mas Paulo exorta a ofertar com alegria,
segundo o que o nosso coração estiver determinado a contribuir e sempre com a motivação correta.
Deus nunca falhou em suas promessas. Faça uma experiência com Deus em relação ao dízimo, e
verá a realidade de Suas promessas na sua vida e na família.
Para alguns, dar o dízimo é um ato de fé, por causa do salário minguado que recebem; para outros, é
uma parcela insignificante da sua renda mensal.
Deus espera que sejamos fiéis ao administrar o que ele confia em nossas mãos. Como mordomos,
precisamos ser fiéis não só com os 10% do dízimo, mas também com os 90 % restantes. Mateus
25.14:30.
Dominicalmente, no momento do culto separado para o dízimo e as ofertas, você tem a oportunidade de
depositar sua contribuição no gazofilácio. Apenas duas coisas podem acontecer. Ou você coloca a mão no
bolso ou na carteira, retira o seu dinheiro e dá com alegria, ou você põe a mão no bolso e ela parece ficar
grudada ali, relutante em sair, querendo proteger o seu “rico dinheirinho”, tão pouco, coitadinho, que vai
fazer falta para pagar as contas, comprar algo tão esperado e importante, etc.
A Bíblia diz: “contribua segundo tiver proposto no seu coração...”. Se sua mão e seu coração estiverem
relutantes, você não é obrigado a dar – e não precisa culpar-se por isso! Entretanto, lembre-se: Deus honra
aquele que o honra; e isso se aplica também quando a questão envolve dinheiro.
Os que têm experimentado a prática do dízimo têm verificado que Deus não falha em suas
promessas.
“Contribui de acordo com a tua renda, para que Deus não torne a tua renda segundo a tua
contribuição”.
Peter Marshall
20. CONCLUSÃO
Querido irmão e amigo, estou convicto de que estamos vivendo tempos de dias maus, os últimos tempos. A
situação econômica mundial, embora apresente nos últimos anos um aparente cenário de prosperidade,
expansão e liquidez (excesso de dinheiro circulando), principalmente após a globalização dos mercados
financeiros, caminha para uma grave crise, possivelmente nos próximos anos. Diante desse quadro, como é
compensador e tranqüilizador não ter problemas de dívidas ou quaisquer complicações financeiras.
Leve em consideração todas as palavras bíblicas que destaquei nesse estudo e confie na verdade que o
Senhor o honrará por sua iniciativa de ser fiel a Ele.
Deus prometeu que nem um justo sequer será desamparado por ele, portanto, mesmo que você não
possua uma polpuda conta bancária ou reserva econômica, que possa lhe proporcionar segurança e prazer,
o Senhor lhe dará o necessário para seu sustento e de sua família.
Como dono de tudo e sendo um Pai extremamente amoroso e bom, muitas vezes ele nos dá muito mais do
que imaginamos. Que possamos sempre honrá-lo com nossa confiança.
Para tento, avalie suas prioridades. O que de fato mais importa em sua vida?
"Onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração". Mateus 6.21
Uma filha se queixou com seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já
não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia sempre que um
problema estava resolvido logo um outro surgia. Seu pai, um chef, levou-a até a cozinha dele, encheu três
panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto.
Em uma, colocou cenouras; em outra, ovos e, na última, pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer
uma palavra. A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.
Cerca de 20 minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela.
Retirou os ovos e os colocou em outra tigela. Então, pegou o café com uma concha e o colocou também em
uma tigela. Virando-se para filha, perguntou:
- Querida, o que você está vendo?
- Cenouras, ovos e café, ela respondeu.
Ele a trouxe para mais perto e pediu para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as
cenouras estavam macias.
Ele, então, pediu que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou
que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao
provar seu aroma delicioso.
- O que isto significa pai?
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas que cada
um reagira de maneira diferente.
A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera
e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis, sua casca fina havia protegido o líquido interior, mas depois de
terem sido fervidos na água, seu interior se tornara mais rijo.
O pó de café, contudo, era incomparável; depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a
cor e sabor da água. Ele perguntou à filha:
- Qual deles é você, minha querida? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é
como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha, torna-se frágil e perde sua
força? Ou será você como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de alguma perda
ou decepção se torna mais duro, apesar de a casca parecer à mesma? Você é como o pó de café, capaz de
transformar a adversidade em algo melhor ainda do que ele próprio?
Somos nós os responsáveis pelas nossas próprias decisões. Cabe a nós, somente a nós, decidir se a crise
irá ou não afetar nosso rendimento profissional, nossos relacionamentos pessoais, enfim, a nossa vida.
Ao ouvir outras pessoas reclamando da situação, ofereça uma palavra positiva. Todavia, você precisa
acreditar nisso. Confiar que você, ter capacidade suficiente para superar os desafios é imprescindível.
Espero que, nestas semanas que se seguem, quando lhe convidarem para tomar um café, você possa
lembrar-se dessa história. Uma vida não tem importância se não for capaz de imputar positivamente a
outras vidas. O que você é: cenoura, ovo ou café?
Meu desejo é que você alcance a Boa Saúde Financeira e seja muito FELIZ! Sucesso, com Cristo.
APÊNDICE
É preciso disciplina para poupar no país com a maior taxa de juros do mundo.
Disciplina e sacrifício são os dois requisitos mais importantes para se tornar um poupador. Quem afirma é o
consultor de investimentos Eduardo Santalúcia, que participou de chat no quadro "Dinheiro", com Lillian
Witte Fibe.
No Japão, apesar dos juros serem de 0,7% ao ano, o japonês tem a disciplina de regularmente ir poupando
para um futuro próximo. Na minha concepção, poupar é sacrificar algum consumo imediato para, mais para
frente, comprar esse bem e ainda sobrar algum dinheiro investido. O Brasil tem os juros reais mais altos da
economia: 13% de sobra para comprar o mesmo bem que você quer", comparou Santalúcia.
Pesquisa feita pelo IBGE sobre o orçamento doméstico informou que para 85% das famílias brasileiras ter
algum dinheiro de sobra no fim do mês parece impossível. Para o consultor, o primeiro passo é fazer um
orçamento para tentar "enquadrar os gastos".
"O orçamento não pode ser semestral, no mínimo, tem que ser anual. Existem gastos sazonais em meses
localizados. No primeiro trimestre do ano, têm os impostos, material escolar, matrícula dos filhos etc. E
cuidado com aquela prestação que cabe no salário. Muitas vezes, por ser em 12 vezes, a pessoa acha que
a compra cabe no seu salário. Mas tem que ver os juros embutidos nela. Juro de 7% ao mês elevado a 12
meses vai dar 125% ao ano. É como se você pagasse um bem a mais", adverte.
Para quem já está mergulhado em dívida, o consultor recomenda procurar o banco ou a empresa que
trabalha e tentar adquirir um crédito direto ao consumidor - CDC, que tem juros bem menores do que os do
cartão de crédito ou cheque especial.
"É preferível pegar um crédito ao consumidor do trabalhador na folha de pagamento de sua empresa para
quitar uma dívida. Só aí você já está administrando seu orçamento. Sacrificar um consumo imediato
_bancado muitas vezes do cartão de crédito, do cheque especial, você conseguirá separar 10% da sua
renda para poder investir em alguma coisa no futuro", afirma.
Para poupar, a dica do consultor é investir em fundos de renda fixa, que, segundo ele, rendem no mínimo
de 3% a 4% a mais que a poupança. "Em qualquer instituição financeira onde você tenha conta, procure o
gerente ou uma pessoa especializada em investimento na agência. Eles vão lhe dar opções de fundos de
renda fixa. E hoje tem fundos que aceitam aplicações baixas. Pesquise quem tem a menor taxa de
administração. Quanto maior a taxa, menor o rendimento", disse.
Outra boa forma de aplicar bem dinheiro, de acordo com Santalúcia, é investir em um plano de previdência
privada, que funciona como uma poupança forçada.
No entanto, o consultor ressalva: "Se você for disciplinado e conseguir poupar e investir dinheiro é melhor
do que ir para uma previdência privada, que tem uma taxa de administração muito alta. Mas nós temos de
ser disciplinados. Quando a gente junta muito dinheiro, acaba pensando em trocar de carro. E na
previdência, você não pode ir lá e pegar o dinheiro", diz.
Julho/2005
REFERÊNCIAS:
BERNHOEFT, Renato, Palavra do Gestor. Jornal Valor Econômico, 16.11.2006.
BÍBLIA SAGRADA – Estudo de Genebra. São Paulo – Editora Cultura Cristã. 2004
BIRMAN, Joel. Entrevista – Caderno EU &. Jornal Valor Econômico. 24,24 e 26.11.2006.
BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo. Disponível em: http://www.bovespa.com.br.
CERBASI, Gustavo. Casais inteligentes enriquecem juntos. São Paulo. Editora Gente. 2004.
KEMP, Jaime. Finanças. Conflitos ou sucesso? Curitiba – PR. A.D. Santos Editora. 2005.
MARA Luquet e ANDREA Assef. Meninas normais vão ao Shopping, Meninas iradas vão à Bolsa. São
O GLOBO, Jornal. Na contramão do BC, juro sobe para o consumidor. Caderno Economia, 19.12.2006.
TOWNER, Dick. TOFILON, John. Encontrando Liberdade Financeira. Fortaleza - CE. 2005
PEREIRA, Glória Maria Garcia. As personalidades do dinheiro. Rio de Janeiro. Editora Campus. 2005