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6 de Maio de 2017

Organismos Geneticamente Modificados e o direito à patente no
ordenamento jurídico brasileiro

INTRODUÇÃO
Entende­se por OMG todo organismo que teve seu material genético modificado
para assim, obter melhoras a esses organismos, podemos citar como exemplo os
alimentos transgênicos.

Hoje, o Brasil é o segundo pais que mais produz esse tipo de organismo perdendo
apenas para os Estados Unidos. Hoje, o produto que possui uma maior variedade é
a soja, sendo que 88% do seu cultivo é modificado.

Foi em 2005 que foi criada a lei 11.105/05. Chamada de a Lei da Biossegurança,
essa lei permite o uso de organismos transgênicos sem que estudos sobre o
impacto ao meio ambiente sejam realizados. O assunto é tratado pelo segundo o
artigo 3º, inciso V, da lei; OGM é o organismo cujo material genético tenha sido
modificado por qualquer técnica de engenharia genética.

Os transgênicos surgiram com a necessidade de aumentar a produção de
alimentos, por exemplo: uma planta com maior teor de nutrientes poderia trazer
mais benefícios a saúde e também, saciar a fome.

Hoje, muitos pesquisadores e cientistas apontam diversos riscos gerados pela
produção e consumos dos alimentos modificados, que vão muito além de aspectos
de segurança nutricional.

Há estudos, por exemplo, que os alimentos transgênicos causam riscos à saúde
humana e animal, contribuindo para o aparecimento de alergias, por exemplo. Já
do ponto de vista ecológico, podem ocorrer: eliminação de insetos devido à
exposição a substâncias tóxicas.

Por tratar de um assunto polemico, em vários países, incluindo o Brasil, os
alimentos modificados, recebem uma legislação para rotulagem, onde são
estabelecidos limites permissíveis da presença do transgênico na composição dos
alimentos.
Portanto, por tratar de um assunto polemico, tal trabalho tem como objetivo
explicar e expor o desenvolvimento legal de como o Brasil e o mundo aprecia tal
assunto. Dessa maneira, exporemos as vantagens e também desvantagem de
alimentos geneticamente modificados.

CONCEITO
“OMG” é a sigla para “Organismos Geneticamente Modificados”, que se definem
como toda entidade biológica, cujo material genético (DNA/RNA) foi alterado por
meio de qualquer técnica de “engenharia genética” (atividade de produção e
manipulação de moléculas de DNA/RNA recombinante), de uma maneira que não
ocorreria em natura.

Essa tecnologia permite que genes individuais e previamente selecionados, sejam
transferidos de um organismo para outro, inclusive entre espécies não
relacionadas. Estes métodos são usados para criar plantas geneticamente
modificadas para o cultivo de matérias­primas e alimentos.

Esses organismos podem ser manipulados de modo a favorecer diversas
características desejadas, como cor, tamanho, sabor e etc. Mas na grande maioria
das vezes, essas culturas modificadas, são direcionadas para maior nível de
proteção das plantações por meio da introdução de códigos genéticos resistentes a
doenças causadas por insetos ou vírus, ou por um aumento da tolerância aos
herbicidas.

Na maior parte das vezes, quando se fala em OMGs, confundem­se os mesmos com
organismos transgênicos. Mas OGMs e transgênicos não são sinônimos: todo
transgênico é um organismo geneticamente modificado, mas nem todo OGM é um
transgênico.

Um transgênico é um organismo que possui uma sequência de DNA (ou parte do
DNA) de outro organismo, que pode até ser de uma espécie diferente. Já um OGM
é um organismo que foi modificado geneticamente, mas não recebeu nenhuma
região de outro organismo. Por exemplo, uma bactéria pode ser modificada para
expressar um gene por mais vezes. Isso não quer dizer que ela seja uma bactéria
transgênica, mas apenas um OGM, já que não foi necessário inserir material
externo. Somente ao inserirmos material genético (DNA/RNA) exógeno em um
organismo é que ele passa a ser transgênico.

A engenharia genética permite manipular diretamente genes de determinados
organismos, possibilitando isolar e transferir genes responsáveis pela produção de
certas substâncias, para outros seres vivos que não produzem essas substâncias, de
modo a serem funcionais nesses seres. Existem diversas técnicas utilizadas pela
engenharia genética, quais são:

DNA Recombinante
A técnica de DNA recombinante permite juntar na mesma molécula de DNA genes
provenientes de organismos diferentes, ou seja, possibilita retirar genes de uma
espécie e introduzir num microrganismo, que posteriormente se vai multiplicar e
assim produzir inúmeras copias desse gene e consequentemente o produto desse
gene. É possível, por exemplo, introduzir um gene humano, numa bactéria, para
que elas produzam uma determinada proteína humana.

DNA complementar

A técnica do DNA complementar tem como objetivo facilitar a produção de
proteínas de seres eucariontes em microrganismos.

PCR (Reação em Cadeia Polimerase)

A técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) veio possibilitar novas
estratégias de analises de genes no âmbito da tecnologia do DNA recombinante. De
um modo geral, a técnica PCR pode ser considerada como um meio de clonagem e
baseia­se na ampliação do DNA, replicando­o.

Bombardeamento de partículas

Segundo o método de bombardeamento, micropartículas de um metal (tungstênio
ou ouro) são revestidas por fragmentos de DNA contendo os genes selecionados.
Através de um aparelho ("canhão de genes"), as partículas são aceleradas a altas
velocidades e bombardeiam o tecido vegetal que vai sofrer a transformação. As
partículas penetram nas células e libertam os fragmentos de DNA. As células da
planta assimilam os genes e alguns passam a integrar o genoma.

Percebemos, portanto que a engenharia genética não é direcionada apenas para o
desenvolvimento de OMGs, mas sim, é aplicada em todos os campos da
biotecnologia, incluindo a área médica e a aplicação da biologia molecular.
Mundialmente, pesquisas estão sendo desenvolvidas para avaliar os efeitos dos
OMGs no que diz respeito ao cultivo, produtividade, impacto ambiental, consumo
humano e animal.

Por se tratar de uma nova tecnologia e considerando reduzido o conhecimento
científico a respeito dos riscos de OGMs, torna­se indispensável que a liberação de
plantas transgênicas para plantio e consumo, em larga escala, seja precedida de
uma análise criteriosa de risco à saúde humana e do efeito desses produtos e
serviços ao meio ambiente, respaldadas em estudos científicos, conforme prevê a
legislação vigente.

Assim, normas adequadas de biossegurança, licenciamento ambiental, e
mecanismos e instrumentos de monitoramento e rastreabilidade são necessários
para assegurar que não haverá danos à saúde humana, animal e ao meio ambiente.
Também são imprescindíveis estudos de impacto socioeconômicos e culturais, daí
a relevância da análise da oportunidade e conveniência que uma nação deve fazer
antes da adoção de qualquer produto ou serviço decorrente da transgenia.
ASPECTO HISTÓRICO
Os organismos geneticamente modificados (OGM) são organismos cujo material
genético (ADN) foi modificado de um modo que não ocorre naturalmente, por
multiplicação ou recombinação natural. Esta alteração é produzida através de
técnicas de engenharia genética que permitem transferir para o genoma de um
organismo um ou mais genes de outra espécie que lhe atribuem uma nova
característica.

Sendo assim, para compreender melhor o tema, é necessário um breve relato
histórico sobre a origem da Biotecnologia e o surgimento do DNA.

A biotecnologia teve seu início com os processos fermentativos, cuja utilização
transcende o início da era Cristã, confundindo­se com a própria história da
humanidade. A produção de bebidas alcoólicas pela fermentação de grãos de
cereais já era conhecida pelos sumérios e babilônios antes do ano 6000 A. C.
Posteriormente, por volta de 2000 a. C., os egípcios, que já utilizavam o fermento
para a produção de cerveja, passaram a empregá­lo também na fabricação de pão.
Outras aplicações, como a produção de vinagre, iogurte e queijos são, desde muito
tempo, utilizadas pelo ser humano.

Louis Pasteur, em 1860, desenvolveu a técnica da pasteurização, definindo a
função dos microrganismos e estabelecendo a ciência da microbiologia. Além
disso, Pasteur provou que cada tipo de fermentação era realizada por um
microrganismo específico e que este podia viver e se reproduzir na ausência de ar.

Mendel, em 1865, a partir de experimentos com ervilhas concluiu que existiam
fatores (anos mais tarde identificados como genes) responsáveis pela transmissão
de caracteres hereditários. Posteriormente, em 1897, Eduard Buchner, demonstrou
ser possível a conversão de açúcar em álcool, utilizando células de levedura
maceradas, ou seja, na ausência de organismos vivos.

Por volta de 1922, produtores americanos utilizaram pela primeira vez o milho
hibrido, colaborando para o aumento da produção americana de milho em mais de
800%, entre 1930 e 1985. A partir de 1928, com a descoberta da penicilina por
Alexandre Fleming, diversos tipos de antibióticos foram desenvolvidos no mundo,
sendo este o grande marco de referência na fermentação industrial.

Já na década de 40, durante a segunda guerra mundial, os antibióticos passaram a
integrar os processos industriais fermentativos, principalmente nos EUA,
baseando­se inicialmente na síntese da penicilina e, posteriormente, da
estreptomicina. A partir da década de 50, a biotecnologia passou de fato a existir,
com a descoberta da síntese química do DNA e com as técnicas de manipulação
genética: DNA recombinante, fusão celular ou hibridoma.
Em 1953, houve o surgimento do DNA, onde James Watson e Francis Crick
publicaram na revista Nature sua estrutura tridimensional em dupla hélice. Essa
descoberta revolucionou a genética, pois forneceu informações fundamentais para
o estudo e o desenvolvimento de técnicas de manipulação do DNA.

Na década de 70, o advento das enzimas de restrição permitiu a seleção de genes
de interesse e sua transferência para outras espécies que se queria modificar, como
a criação das primeiras bactérias recombinantes, por exemplo, a bactéria E.
Colique expressa um gene exógeno de Salmonela.

Posteriormente, em 1983, ocorreu a aprovação da comercialização e do uso da
insulina recombinante na medicina humana. Neste mesmo ano, uma técnica de
amplificação de DNA in vitro (Reação em Cadeia da Polimerase ou PCR), foi
desenvolvida por Kary Mullis, possibilitando a produção de inúmeras cópias ou
fragmentos de genes.

Mais tarde, tornou­se uma das principais ferramentas nas pesquisas
biotecnológicas (Chaves, 2006). O termo transgênico foi usado pela primeira vez
em 1983, na Universidade da Pensilvânia, quando dois cientistas inseriram genes
humanos de hormônios de crescimento em embriões de ratos, produzindo os
chamados “super­ratos”. A palavra transgênico é utilizada para designar um ser
vivo que foi modificado geneticamente, recebendo um gene ou uma sequência
gênica de um ser vivo de espécie diferente. Para a execução de tal processo utiliza­
se a tecnologia DNA recombinante. Como exemplos de transgênicos temos uma
imensa gama de alimentos consumidos diariamente em diversos países sem que se
tenha ciência dos processos de produção.

Ainda na década de 80, mais precisamente em 1986, graças a opositores da
biotecnologia, foram adiados repetidamente testes no terreno de uma bactéria
geneticamente modificada que tinha o objetivo de proteger plantas de danos
causados por geadas (bactéria ice­minus), numa pequena empresa de
biotecnologia chamada Advanced Genetic Sciences de Oakland, California. No
mesmo ano, foi descartado um teste no terreno de um micróbio geneticamente
modificado para uma proteína de resistência a pragas proposto pela Monsanto.

No início da década de 90, começaram a ser comercializadas as primeiras plantas
transformadas geneticamente, como o tomate longa­vida e a soja tolerante a um
determinado herbicida. Em seguida, vieram o milho, o algodão e a canola. Em
1994, o tomate de amadurecimento retardado (Flavr Savr TM) foi o primeiro
alimento geneticamente modificado a entrar na cadeia alimentar norte americana.
Em 1995, ocorreu a primeira liberação da importação e do plantio da soja
geneticamente modificada, pelos Estados Unidos da América. No ano seguinte, a
Argentina liberou a importação e o plantio de soja transgênica.

No Brasil, ainda na década de 90 foi criada, a Lei Brasileira de Biossegurança (Lei
8.974, de 5 de janeiro de 1995), e formou­se a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio), sendo desde então considerada o órgão controlador de
produto transgênicos. Outro marco da biotecnologia foi o nascimento de duas
ovelhas com gene humano, que produziram leite com proteína anticoagulante
usada para hemofílicos.

Posteriormente, em 1998, a União Européia aprovou as regras para etiquetagem de
alimentos geneticamente modificados e em 1999, começou a vigorar o Protocolo de
Cartagena, primeiro acordo internacional sobre o transporte de OGMs. Neste
mesmo ano, foi fundada a Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), sendo
que em 2005 foi aprovada uma nova Lei Brasileira de Biossegurança (Lei 11.105, de
24 de março de 2005), voltada para o fortalecimento das ações em biossegurança
no Brasil

Pesquisadores americanos somaram a técnica de transferência nuclear à
experiência conhecida como manipulação genética, ou seja, criar em laboratório
animais transgênicos, com genes da mesma espécie ou de espécies diferentes.
Atualmente, é possível excisar regiões de DNA específicas, determinar a sequência
nucleotídica de um segmento, amplificar o DNA, produzindo um número elevado
de cópias, isolar genes, modificá­los por engenharia genética e reintroduzi­los em
células e organismos, e ainda conhecer os mecanismos de regulação e de expressão
gênica (Chaves, 2006).

OGMS NO MUNDO
O mercado dos alimentos transgênicos movimenta bilhões ao redor do mundo.
Empresas de porte mundial, como a Bayer, já investiram cerca de 1 bilhão de
dólares em pesquisas sobre o tema.

OGMs é assunto polemico em todo o mundo. Países como Argentina, Estados e
Canada são os maiores produtores de transgênicos do mundo. Hoje os organismos
geneticamente modificados são cultivados em, no mínimo, 16 países, incluindo o
Brasil. Segundo pesquisa realizada, a área global de cultivos de transgênicos,
chegou a 58,7 milhões de hectares, crescimento de 10% ao ano anterior (dado de
2002).

Os principais cultivos, segundo pesquisa, é de soja, milho, algodão e canola. A soja
é dominante no mundo, seguida pelo milho, que equivale a 13% da área total de
transgênicos, canola e por ultimo algodão.

As normas que regulam as atividades relacionadas aos OGMs são desiguais em
varias partes do mundo. Na esfera internacional, entidades como a União
Europeia, defende que cada país estabeleça sua própria legislação a respeito do
assunto.

Em Portugal, a primeira legislação sobre o assunto data no ano de 1997, e refere­se
à rotulagem dos produtos fabricados a partir de organismos geneticamente
modificados, mas apenas em 2004 essa rotulagem passou a ser exercida nos
produtos em Portugal.
Em 2003, o Parlamento Europeu estabeleceu uma comitiva em Portugal com o
objetivo de discutir regulamentos para facilitar a rotulagem dos produtos
geneticamente modificados, entrando em pauta seus efeitos na saúde e no meio
ambiente.

Outro país que adotou a lei da rotulagem foi os Estados Unidos. Foi proposta uma
legislação federal no qual requeria que os alimentos processados rotulassem de
forma clara os produtos contendo organismos geneticamente modificados. A
senadora Barbara Boxer e o senador Peter DeFazio, introduziram o “Genetically
Engineered Food Right­To­Know Act” (Ato de Direito de Saber sobre os OGM).
Para os deputados, os cidadãos americanos tem o direito de saber o que está no
alimento que consomem.

Tal legislação é fundada na polemica em torno dos alimentos geneticamente
modificados. Nos últimos anos surgiram debates a respeito das consequências, a
longe e curte prazo, dos alimentos à nossa saúde, porém, especialistas de forma
geral consideram os alimentos seguros.

A legislação da rotulagem está em cerca de 64 países, onde a lei obriga a constar
quais e em qual quantidade o organismo foi geneticamente modificado. Nos
Estados Unidos, existe uma resistência em virtude dessa lei, por parte das grandes
produtoras desses alimentos, afirmando que existe um grande crescimento da
população que está contra as OGMs por falta de conhecimento. O Brasil é um dos
países que possui a leis que regula os OGMs no país, a lei nº 11.105/05.

ORGANISMOS GENETICAMENTE
MODIFICADOS:

VANTAGENS E DESVANTAGENS
Ao modificar a estrutura genética de determinado ser vivo, é possível atribuir
determinadas características que não eram inicialmente possíveis através dos
meios naturais. Tais características podem trazer uma série de benefícios, sendo
eles:

Resistência a herbicidas e pesticidas: As plantas podem ser modificadas de modo a
terem no seu DNA um gene que lhe confira maior tolerância a produtos químicos
como os pesticidas e os inseticidas.

Elevar a qualidade dos alimentos: ao alterar a estrutura genética do alimento, é
possível torna­los mais ricos em nutrientes, acrescentando variados tipos de
vitaminas que naturalmente não existiriam.

Produção de compostos com interesse econômico: Alterar o código genético não só
de plantas, mas também de animais, como a vaca. Nesse caso, alterar o código
genético do animal para produzir mais leite, aumentando a produtividade.
Clonagem: Introduzir bactérias genes com funções determinadas (genes de
interesse), que ao se reproduzirem, formam descendentes exatamente iguais.

Produção de medicamentos: Da mesma maneira que na clonagem, é possível fazer
com que as bactérias passem a produzir determinadas substâncias através da
inserção de genes de interesse benéficas para a saúde, e assim produzir
medicamentos com base nessas substâncias produzidas.

Todavia, o procedimento de modificação da estrutura genética de um determinado
organismo é uma área nova da tecnologia longe de estar aperfeiçoada, sendo
assim, traz consigo também uma série de consequências e desvantagens não
apenas para a biodiversidade, mas também para a população.

Dentre essas desvantagens, podemos elencar:

Aumento de alergias: Há possibilidade de desenvolvimento de alergias a produtos
transgênicos. A criação de proteínas sintetizadas pelos novos genes nos
organismos modificados pode ter um potencial alérgico ao nosso organismo

Surgimento de novas doenças: Os organismos modificados que carregam os genes
que lhe conferem resistência a algumas bactérias podem provocar um
fortalecimento dessas bactérias contra as quais atuam. As bactérias que
sobrevivem à resistência das plantas modificadas geneticamente, por um processo
de seleção natural, vão se reproduzindo, criando novas colônias de bactérias que
não são afetadas por aquelas plantas transgênicas, desenvolvendo­se assim um
novo tipo de bactérias e surgindo novas doenças nas plantas.

Resistência a antibióticos: as bactérias se tornariam mais resistentes para
conseguirem afetar os organismos geneticamente modificados, consequentemente,
os antibióticos que protegem a população não mais seriam eficazes contra elas.

LEGISLAÇÃO
Abaixo elencamos os dispositivos legais em vigor onde são tratados assuntos
relacionados aos Or: ganismos Geneticamente Modificados

Notem que desde nossa carta magna de 1988 já tratamos de produtos transgênicos
em seu artigo 225, parágrafo 1º, incisos I, IV e V:

Constituição Federal de 1988
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo­se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê­lo e preservá­ lo para as
presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

II ­ preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;

IV ­ exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

V ­ controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;

Além da Constituição, temos alguns dispositivos específicos, criados para tratar de
forma mais concisa os assuntos relacionados aos organismos geneticamente
modificados, sendo elas:

Lei 11.105/2005,

Que regulamenta os incisos II, IV e Vdo § 1o do art. 225 da Constituição Federal,
estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que
envolvam organismos geneticamente modificados ­ OGM e seus derivados, cria o
Conselho Nacional de Biossegurança ­ CNBS, reestrutura a Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança ­ CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de
Biossegurança ­ PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida
Provisória no 2.191­9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16
da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências.

Decretos 5.591/2005 e 6.041/2007.

O primeiro regulamenta dispositivos da Lei no 11.105, de 24 de março de 2005, que
regulamenta os incisos II, IV e Vdo § 1o do art. 225 da Constituição, e dá outras
providências.

Já o segundo Institui a Política de Desenvolvimento da Biotecnologia, cria o
Comitê Nacional de Biotecnologia e dá outras providências.

Lei nº 11.460/2007,

Esta lei dispõe sobre o plantio de organismos geneticamente modificados em
unidades de conservação; acrescenta dispositivos à Lei no 9.985, de 18 de julho de
2000, e à Lei no 11.105, de 24 de março de 2005; revoga dispositivo da Lei no
10.814, de 15 de dezembro de 2003; e dá outras providências.

Por fim, há a lei que regula sobre os direitos e obrigações relativos à propriedade
industrial e nesta questão há um ponto interessante, tendo em vista que não há
como patentear materiais biológicos ou qualquer ser vivo natural como meio de
"mero descobrimento" ou que determinada "espécie" seria alcançada em condições
naturais, veja:

Lei nº 9.279/ 1996.

Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:

IX ­ o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados
na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma
de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.

A exceção é para microrganismos transgênicos que atendam aos requisitos do
artigo 8º da Lei – novidade, atividade inventiva e aplicação industrial e que podem
ser patenteados desde que não constituam mera descoberta.

A lei define microrganismo transgênico como o organismo que, não sendo o todo
ou parte de plantas e animais (o produto final), ao sofrer intervenção humana em
sua composição genética, transforma­se em espécie que não seria alcançada em
condições naturais.

Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade,
atividade inventiva e aplicação industrial.

CONCLUSÃO
No presente trabalho buscamos estudar os direitos de propriedade intelectual
associados às plantas transgênicas. Analisamos, em primeiro lugar, as evoluções
biotecnológicas no cenário brasileiro, examinando o panorama da biossegurança
aplicada aos transgênicos e a aplicação dos seus princípios norteados. Após,
discorremos sobre as tendências que se delineiam para a discussão atual da
propriedade intelectual, enquanto assunto de comércio, num mundo dito
globalizado. Com destaque às basilares legislações brasileiras sobre o tema e os
principais marcos regulatórios internacionais que influenciam nossas leis.

Além disso, os Organismos Geneticamente Modificados também enredam­se
nitidamente nas discussões sobre biossegurança. Sua identificação e controle,
enquanto formas de prevenção de danos à saúde e ao meio ambiente e
responsabilização, implicam enormes gastos. As exigências tornam­se cada vez
mais rígidas, sobrepostas a medidas sanitárias/fitossanitárias e barreiras técnicas
ao comércio, todas de natureza não­tarifária e de difícil quantificação.
Frente a este cenário, deve­se pensar sobre o quanto o Brasil está preparado para
lidar com todas estas questões, de extrema complexidade. Elas são realmente
novas e, em âmbito internacional, até mesmo países conhecidos por seu preparo
técnico e avanço tecnológico têm suas dificuldades para tratar de assuntos como
impactos à saúde e ao meio ambiente causados por transgênicos;

Nesse contexto, acreditamos haver uma das necessidades que ganha destaque é a
da definição de marcos regulatórios claros e coerentes, como elementos
impulsionadores do desenvolvimento científico e tecnológico e de sua utilização
para a geração de negócios e inovações.

Reconhece­ se de modo nítido que regras claras e que se façam cumprir diminuem
os custos de transação e facilitam a operacionalização das estruturas de
governança. No mesmo sentido, regras mal definidas e não dotadas de
coercibilidade aumentam os custos de transação, dificultam os trabalhos das
estruturas de governança, criam instabilidade jurídica e não atraem investimentos.

Necessitamos que tais marcos regulatórios formem um quadro definido e bem
articulado entre si, que efetivamente impulsione a geração de negócios e o
aumento da competitividade.

São essas as razões pelas quais se fazem necessárias reformas profundas no país,
conjugadas num plano efetivo de incentivo ao desenvolvimento nacional.
Conhecendo­se bem todos estes marcos regulatórios e suas interfaces, as
consequências que podem trazer se seguirem uma ou outra direção, as reais
necessidades locais, as particularidades e potencialidades brasileiras, os diferentes
ambientes de inovação, é possível abrir caminhos num mundo dominado pelas
tecnologias e corporações dos países desenvolvidos, que estão há muito mais
tempo nesta corrida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Chaves, A. L. S. 2006. Biologia molecular para iniciantes. 2ºed. Ed. Universitária­
UFPel. Pelotas.

Chaves, A. L. S., L. Augustin, M. F. Grando, M. I. Baggio ­ Fernandes e N. Langaro.
2003. Biossegurança de cultivos transgênicos. In: Plantas transgênicas na
agricultura: do DNA ao agronegócio. Editora Universidade de Passo Fundo, RS.
Brasil. 255 p.

BRASIL, CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988,
Brasília, 5 de outubro de 1988.

BRASIL, LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005, Regulamenta os incisos II, IV
e Vdo § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e
mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente
modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança –
CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio,
dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de
5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória no 2.191­9, de 23 de agosto de 2001, e
os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e
dá outras providências. Brasília, 24 de março de 2005; 184º da Independência e
117º da República.

BRASIL, DECRETO Nº 5.591, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2005, Regulamenta
dispositivos da Lei no 11.105, de 24 de março de 2005, que regulamenta os incisos
II, IV e Vdo § 1o do art. 225 da Constituição, e dá outras providências. Brasília, 22
de novembro de 2005; 184º da Independência e 117º da República.

BRASIL, DECRETO Nº 6.041, DE 8 DE FEVEREIRO DE 2007, Institui a Política
de Desenvolvimento da Biotecnologia, cria o Comitê Nacional de Biotecnologia e
dá outras providências.

BRASIL, LEI Nº 11.460, DE 21 DE MARÇO DE 2007, Dispõe sobre o plantio de
organismos geneticamente modificados em unidades de conservação; acrescenta
dispositivos à Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e à Lei no 11.105, de 24 de
março de 2005; revoga dispositivo da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003; e
dá outras providências. Brasília, 21 de março de 2007; 186º da Independência e
119º da República. Disponível em:

< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007­2010/2007/Lei/L11460.htm>.

BRASIL, LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996, Regula direitos e obrigações
relativos à propriedade industrial. Brasília, 14 de maio de 1996; 175º da
Independência e 108º da República.. Disponível em:

< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm>

https://www.ufmg.br/boletim/bol1298/sexta.shtml

http://www.agrolink.com.br/downloads/91692.pdf

http://www.uco.es/organiza/servicios/pública/az/php/img/web/19_18_56_1215
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http://meioambientetecnico.blogspot.com.br/2012/12/organismo­geneticamente­
modificado.html

Disponível em: http://rocharlzz.jusbrasil.com.br/artigos/315862073/organismos‐geneticamente‐modificados‐e‐o‐direito‐a‐patente‐no‐


ordenamento‐juridico‐brasileiro

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