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Atlas II
Helmintos e Artrópodes
Sumário
1. Schistosoma mansoni......................................... 03
2. Taenia solium..................................................... 08
3. Taenia saginata................................................. 10
4. Echinococcus granulosus................................... 12
5. Ascaris lumbricoides.......................................... 14
6. Ancylostoma braziliensis.................................... 17
7. Strongyloides stercoralis.................................... 19
8. Enterobius vermiculares..................................... 21
9. Trichuris trichiura................................................ 23
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Atlas I - Parasitologia Médica
1. Schistosoma mansoni
O macho de Schistosoma mansoni apresenta aproximadamente um centímetro e cor esbranquiçada.
Observam-se os tubérculos (pequenas projeções) recobrindo todo o seu tegumento. O seu corpo é
dividido em uma porção anterior e em uma porção posterior. Na porção anterior, há a ventosa oral e a
ventosa ventral (acetábulo). Na porção posterior, que começa logo depois da ventosa ventral, há o
canal ginecóforo. O canal ginecóforo serve para abrigar e fecundar a fêmea, e é formado por dobras
nas laterais do corpo do macho em sentido longitudinal. O esôfago, presente após a ventosa oral,
bifurca-se no nível do acetábulo e depois se funde para formar um ceco único que termina na
extremidade posterior. Sete a nove massas testiculares estão presentes após o acetábulo e abrem-se
diretamente no canal ginecóforo. É importante ressaltar que o verme não possui um órgão copulador,
por esse motivo os espermatozóides passam pelos canais deferentes, que, por sua vez, abrem-se no
escuro (porque possui ceco com sangue semidigerido). Diferentemente do macho, seu tegumento é
liso. O acetábulo e a ventosa oral estão presentes na porção anterior. Depois do acetábulo, há a
vulva, o útero (com um ou dois ovos) e o horário. O ceco e as glândulas vitelogênicas (vitelinas) estão
As cercárias apresentam um comprimento igual a 500 μm, uma cauda que mede entre 230 por 50 μm
e que se bifurca. Somente o seu corpo apresenta entre 190 e 70 μm. Além disso, podemos observar a
presença de duas ventosas: uma oral e uma ventral. Na ventosa oral existem as terminações das
abertura que se conecta com o primórdio do sistema digestivo (intestino primitivo). A ventosa ventral
(acetábulo) possui uma musculatura mais desenvolvida e é maior. Através dela, a cercária consegue
fixar-se na pele do hospedeiro durante a penetração. Além disso, possui um sistema excretor formado
por quatro pares de células flama. A cauda não apresenta órgãos definidos, já que ela se perde no
processo de penetração, e serve apenas para que a larva consiga se movimentar no meio líquido.
(2020).
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1. Schistosoma mansoni
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como valas de irrigação de hortas, açudes, pequenos córregos, etc. As cercárias são liberadas do
caramujo do gênero Biomphalaria e podem viver de 36 a 48 horas, mas possuem uma maior
capacidade infectiva nas suas primeiras oito horas de vida. Entre as 10 e 16 horas, há luz solar e calor
mais intensos e, por esse motivo, observa-se uma maior quantidade de cercárias na água. As cercárias
locomovem-se dentro da água e podem penetrar em vários mamíferos e aves, mas apenas são
As cercárias são capazes de penetrar a pele e as mucosas do homem, mas normalmente a penetração
ocorre pelas pernas e pelos pés, já que são as áreas que ficam em um contato maior com águas
contaminadas. Assim, fazendo uso de suas ventosas e de uma substância mucoprotéica secretada por
suas glândulas acetabulares, a cercária fixa-se nos folículos pilosos do homem. Em seguida, há uma
ação lítica realizada pela suas glândulas de penetração e uma ação mecânica realizada pelos seus
movimentos vibratórios intensos. Com isso, ocorre a penetração do corpo da cercária e, nesse
processo (que dura de 5 a 15 minutos), o parasito perde a sua cauda. As larvas ainda podem ser
ingeridas com água contaminada. Quando isso acontece, existem duas possibilidades. Na primeira
delas, as larvas chegam até o estômago e são destruídas pelo suco gástrico. Na segunda, elas
As larvas que sobrevivem no organismo após a ingestão passam a ser chamadas de esquistossômulos.
vascular sanguíneo (pelo coração direito), são levadas até os pulmões. Em seguida, através de via
sanguínea ou transtissular, chegam até o sistema porta. Para chegar até o sistema porta pela via
sanguínea, os parasitos passam pelas artérias pulmonares, pelos capilares alveolares, pelas veias
pulmonares, pelo coração esquerdo, pela aorta e, em seguida, por diversos pontos até alcançar a
rede capilar terminal. Já para chegar até o sistema porta pela via transtissular, os parasitos passam
diafragma, chegam na cavidade peritoneal, perfuram a cápsula e o parênquima hepático e, por fim,
adultos machos e fêmeas. Esses desenvolvimento ocorre depois de cerca de 25 a 28 dias após a
penetração. Depois disso, os parasitos acasalam e migram para a veia mesentérica inferior, onde
ocorre a oviposição. Cerca de 25 dias após a infecção, começa a haver a deposição de ovos
imaturos, e o miracídio (ovo maduro) é formado depois de 6 dias. Os ovos então rompem os vasos e
chegam à luz intestinal, começando a ser visualizados nas fezes do homem depois de cerca de 42
dias. A migração dos ovos para a luz intestinal ocorre devido a um processo de “bombeamento” (onde
os ovos colocados atrás exercem pressão), devido a enzimas proteolíticas produzidas pelo miracídio
que lesam os tecidos e devido a reação inflamatória. Há também a distensão das paredes dos vasos,
devido à presença dos parasitos no seu interior. Esses acontecimentos tornam a parede do vaso mais
sensível. Por esse motivo, quando ocorre a passagem do bolo fecal e consequente descamação do
epitélio, ocorre a perfuração da parede das vênulas e os ovos conseguem chegar até a luz intestinal.
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Atlas I - Parasitologia Médica
Com isso, os ovos podem ser liberados através das fezes no meio ambiente. Se esses ovos são
eliminados com fezes líquidas, permanecem vivos por aproximadamente 24 horas. No entanto, se
forem eliminados com fezes sólidas, permanecem vivos por cerca de 5 dias. Se os ovos atingem a
água em condições onde há luz intensa, oxigenação da água e temperaturas mais altas, eles liberam
os miracídios.
Os miracídios possuem uma papila apical (terebratorium) com terminações nervosas através das quais
são capazes de detectar substâncias produzidas por moluscos (miraxone) presentes no meio aquático.
Através dessa detecção, são capazes de se movimentar na direção do molusco. Entretanto, uma vez
estimulados por essas substâncias, os miracídios podem penetrar outros gênero de moluscos além do
Biomphalaria e até mesmo substratos gelatinosos. Quando o miracídio entra em contato com o
O parasito começa então a apresentar movimentos rotatórios e contráteis intensos, devido à ação da
sua musculatura subepitelial e das suas vibrações ciliares. Há ainda a liberação de enzimas
proteolíticas presentes na glândula de penetração que começam a digerir o tecido. Assim, o miracídio
consegue entrar nos tecidos do molusco em um processo que leva cerca de 10 a 15 minutos.
mas podem penetrar através de qualquer uma de suas partes expostas. A larva então passa pelo
Nas 48 horas durante as quais se introduz nos tecidos, a larva começa a perder algumas estruturas,
como suas glândulas de penetração e adesão, seu epitélio ciliado, o terebratorium, sua musculatura
subepitelial e seu sistema nervoso. A partir disso, o miracídio transforma-se em um saco com paredes
º
primário. Em condições de temperatura entre 25 C e 28 C, a partir do 14 º ª dia após a penetração do
germinativas nas paredes do esporocisto primário e uma vacuolização na parte central da larva. Esses
aglomerados, em seguida, formam septos que correspondem, cada um, a um esporocisto secundário.
Ainda é possível observar uma dupla camada com fibras musculares transversais e longitudinais abaixo
camada. Essas duas estruturas são extremamente importantes para que as larvas consigam migrar
pelos tecidos. Os esporocistos então passam pelo hepatopâncreas ou pelas glândulas digestivas e
chegam aos espaços intertubulares da glândula digestiva, onde encontram muitos nutrientes.
Depois de algum tempo, os esporocistos secundários já apresentam três áreas estruturais bem
embrionárias (que irão dar origem aos esporocistos terciários). Caso os esporocistos terciários não
fossem formados dessa forma, haveria uma exaustão no processo de formação de cercárias a partir
dos esporocistos secundários. Assim, graças à formação dos esporocistos terciários, os caramujos
conseguem eliminar cercárias por um longo período de tempo, sendo possível haver a formação de
seis gerações a partir de um único esporocisto. O embrião que se torna o esporocisto-filho pode tanto
se diferenciar em cercária, como em novas gerações de esporocisto, mas sempre dá origem a células
germinativas.
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Para que haja a formação da cercária, as células germinativas se organizam em uma mórula. No
centro da mórula há uma célula basofílica central com um núcleo vesicular grande que corresponde
das células da mórula formam as duas camadas celulares da cercária (constituída por fibras circulares
e longitudinais). Começam a se formar também uma camada cuticular acelular e duas ventosas.
Quando há condições ideais de temperatura, após 27 a 30 dias, a cercária é liberada para o meio
aquático, já que a sua formação está completa. 100 a 300 mil cercárias podem se originar de um
único miracídio (onde já estão definidos os sexos das cercárias que serão formadas). Esse processo de
liberação ocorre depois que as cercárias passam pelo sistema nervoso e pelos espaços intracelulares
do caramujo.
importante ressaltar que durante o período em que se encontram no interior do caramujo, as cercárias
apresentam as chamadas glândulas de escape que apresentam extrema importância para a sua
emergência (guiada pelo ritmo circadiano e estimulada pela luz e pela temperatura).
Fonte: adaptado de Centers for Disease Control and Prevention (2019, apud InfoEscola, [200-?]).
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2. Taenia solium
A morfologia da Taenia solium (T. solium), além de englobar a forma adulta, compreende outras três
formas de vida: proglote, cisticerco e ovo. A primeira delas consiste nos segmentos do corpo da tênia
- anéis que diferem em estágios de maturidade e abrigam os órgãos reprodutivos. As proglotes podem
ser: jovens (mais próximas do colo e há o início do desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos),
maduras (os órgãos reprodutores já estão formados e aptos para a fecundação) e grávidas. Estas
últimas possuem formato quadrangular, 12 pares de ramificações uterinas dendríticas e põem até
80.000 ovos. Além disso, localizam-se mais distantes do colo da tênia adulta. Os ovos liberados, por
sua vez, são envoltos por um embrióforo e abrigam um embrião hexacanto ou oncosfera, o qual possui
três pares de ganchos e dupla membrana. Nos tecidos do hospedeiro intermediário, a oncosfera dará
origem ao cisticerco, uma estrutura composta por uma vesícula translúcida que engloba um escólex
com quatro ventosas, rostelo e colo. O cisticerco é envolto por três membranas e possui diferentes
emb
er
Figura 2.1: Imagem de um ovo de Figura 2.2: Esquema mostrando Figura 2.3: Imagem de escólex de T.
Taenia sp., indiferenciável entre cisticerco de T. solium. Nota-se a solium. Observa-se a presença do
as espécies T. solium e T. presença de escólex (er) invaginado, rostelo (r) entre as quatro ventosas
ru
Figura 2.4: Proglote madura de T. solium (A1) e T. saginata (B1). Observa-se menor número
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passadas que contém o cisticerco do parasito. Quando completados três meses de infecção, o
homem libera proglotes grávidas cheias de ovos do parasito nas suas fezes. Os ovos liberados no
ambiente, em condições climáticas adequadas, permanecem viáveis por meses e podem vir a ser
ingeridos por outros animais hospedeiros intermediários, como os porcos, iniciando uma nova infecção.
No estômago do porco, o embrióforo (“cápsula” do ovo) sofre a ação das pepsinas liberadas, as quais
atuam sobre alguns de seus componentes, como os blocos piramidais de quitina. Em seguida, a
oncosfera (embrião hexacanto) sofre a ação dos sais biliares do intestino do hospedeiro intermediário,
sendo ativada e estimulada a ser liberada do embrióforo. Após a sua liberação, a oncosfera penetra
ativamente as vilosidades do intestino, onde permanece por alguns dias até a sua adaptação à
fisiologia do hospedeiro. Nesse momento, alcança vênulas, veias e vasos linfáticos, por onde é
disseminada até encontrar um local adequado para a sua fixação, geralmente um tecido mole. A
comprimento. Os cisticercos de T. solium ainda permanecem viáveis nos tecidos do porco por alguns
meses. Nesse período, podem ser ingeridos por serem humanos, por meio do consumo de carne mal
No estômago do homem, os cisticercos sofrem a ação do suco gástrico. Este estimula a sua
evaginação e fixação, por meio do escólex, à mucosa do intestino delgado, onde ocorre a
Figura 2.5: Ciclo de vida Taenia solium. Fonte: Manual MSD (2020).
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3. Taenia saginata
Parasitos da espécie Taenia saginata (T.saginata) são platelmintos hermafroditas que pertencem à
proglotes (com sulcos transversais delimitando cada unidade), podendo ser jovens (não apresentam os
grávidas. Uma observação é que o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos ocorre antes dos
órgãos femininos, fenômeno chamado de protandria. Já as proglotes grávidas são unidades com útero
T.solium T.saginata
(2016).
T.solium T.saginata
Fígura 3.3: A2: Proglote grávida de
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O ciclo biológico da Taenia saginata se inicia com a eliminação das proglotes grávidas ao meio
externo pelos hospedeiros definitivos (seres humanos). Assim, as proglotes, por ação mecânica ou
decompositora, libera até 160 mil ovos por proglote, contaminando o meio ambiente. Em seguida,
ocorre ingestão de ovos pelos bovinos (hospedeiros intermediários). Os ovos são recobertos por um
envoltório, chamada de embrióforo, que sofre ação de enzimas no estômago e de sais biliares no
intestino, que promove a liberação das oncosferas (abandonando o embióforo) e a sua consequente
cisticercos e, após duas semanas da infecção, é possível observar os cisticercos a olho nu. O ser
humano, ao ingerir carne bovina crua/mal passada contendo cisticercos viáveis, pode se infectar com
o parasito. No humano, esses cisticercos sofrem ação da bile, no tubo digestivo, e desinvaginam o
escólex, para fixação na mucosa intestinal, onde se desenvolvem em tênias adultas. Os pacientes
iniciam a liberação das primeiras proglotes grávidas após 90 dias da infecção por cisticercos de
Figura 3.4: Ciclo de vida da Taenia saginata. Fonte: adaptado de CDC - Centers for
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4. Echinococcus granulosus
O organismo adulto de Echinococcus granulosus mede cerca de 4-6 mm de comprimento. Possui
escólex (a “cabeça” do parasito) globoso ou piriforme, o qual é responsável por fixar o parasito nas
paredes intestinais do hospedeiro, onde suas proglótides irão absorver os nutrientes ali presentes.
Além disso, o escólex é composto por quatro ventosas e um rostro composto por 30-40 ganchos
dispostos em fileiras. A zona de crescimento do parasito, o colo, é curta e seguida pelo estróbilo,
Figura 4.1: Echinococcus granulosus adulto. A) Cultivado em meio de cultura; B) Isolado do hospedeiro definitivo.
al. (2009).
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hospedeiro definitivo deste parasito é o cão. Ao ingerir cistos hidáticos, que são os cistos que
alojaram-se nos tecidos de outros animais, contendo a larva do parasito, desenvolve-se no intestino do
cachorro esta larva, tornando-se um adulto hermafrodita. Após aproximadamente dois meses, este
adulto está apto a produzir ovos que estarão presentes nas fezes por meio dos destacamentos das
proglotes.
Os hospedeiros intermediários deste parasito são os humanos, ovinos, bovinos, cervídeos e camelídeos.
Ao ingerirem estas proglotes com ovos, no intestino, estes ovos eclodem e liberam larvas que irão
perfurar a mucosa intestinal e atingir a circulação sanguínea ou linfática, alcançando diversos órgãos,
mais comumente o fígado. Ao alcançarem estes órgãos, ocorrerá a formação dos cistos hidáticos, o
que é uma resposta natural inflamatória do corpo e consiste em isolar o parasito em uma membrana
adventícia, podendo permanecer o parasito vivo dentro deste cisto por anos.
Figura 4.3: Ciclo de vida de Echinococcus granulosus. Fonte: CDC - Centers for Disease
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5. Ascaris lumbricoides
A ascaríase é a doença causada pelo parasita Ascaris lumbricoides. Estes são helmintos pertencentes à
humanos, comumente no jejuno e no íleo; porém, quando em infecções intensas, podem parasitar todo o
órgão.
Quanto aos ovos, seu tamanho aproxima-se de 50x60 pm. Possuem cápsula mais espessa, devido a
sua membrana externa ser mais mamilonada, em razão da presença de secreção constituída de
mucopolissacarídeos. Seu intuito é o de facilitar a aderência dos ovos às superfícies, o que facilita a
sua dispersão. Além disso, possuem uma membrana proteica mais interna, impermeável e delgada.
Esta última camada atribui ao ovo uma forte resistência às condições ambientais. Ovos inférteis são
Figura 5.1: A - ovo não fertilizado de Ascaris lumbricoides. B - ovo fertilizado de Ascaris lumbricoides. C - larva visível no
interior do ovo de de Ascaris lumbricoides. D - larva eclodindo do ovo de Ascaris lumbricoides. Fonte: CDC - Centers for
Figura 5.2: Estruturas presentes em corte transversal de Ascaris lumbricoides. Além disso,
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5. Ascaris lumbricoides
Os machos adultos de Ascaris lumbricoides podem medir de 20 a 30 centímetros de extensão e 2 a 4
mm de largura e possuem um vestíbulo bucal na região anterior, apresentando três lábios com
dentículos e sem interlábios. Logo após a boca, encontra-se o esôfago e, em seguida, o intestino
retilíneo. O aparelho reprodutor é composto por um testículo filiforme e enovelado aberto na coacla,
na extremidade posterior. Além disso, dispõem de dois epículos semelhantes com função de órgão
acessório no momento de reprodução. O que o diferencia suas características sexuais da fêmea é sua
mm; logo, são maiores que os machos. O aparelho digestivo assemelha-se ao do macho. Sexualmente
dispõem de dois ovários filiformes e enovelados dando sequência a ovidutos, que, distintos, unem-se
Figura 5.3: A - Calda curva Ascaris lumbricoides macho. B - Fêmea adulta de Ascaris lumbricoides. C - Extremidade anterior de
Ascaris lumbricoides apresentando os três lábios. Fonte: CDC - Centers for Disease Control and Prevention (2019).
Figura 5.4: Principais estruturas de Ascaris lumbricoides adultos: macho (esquerda) e fêmea (direita). Fonte:
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Ascaris lumbricoides apresenta ciclo monoxênico. Os vermes adultos são encontrados no intestino
delgado (1). A fêmea da espécie é capaz de liberar diariamente 200.000 ovos, que são secretados
junto às fezes (2). Quando não fertilizados, esses ovos não possuem potencial patogênico. Os ovos,
oxigênio. O tempo para que sejam fertilizados pode levar de 18 dias até algumas semanas (3). Além
disso, esses ovos deverão estar sujeitos a condições e ambientes favoráveis para permanecerem
aptos. Caso sejam ingeridos pelo homem (4), as larvas eclodem (5), invadem a mucosa intestinal e
podem ser transportadas pela circulação sistêmica até os pulmões (6), onde continuam o seu processo
de maturação. Em seguida, as larvas migram dos pulmões para a garganta e são engolidas (7). Ao
fêmea adulta leva em torno de 2 a 3 meses. A estimativa de vida dos vermes adultos é de cerca de 1 a
2 anos.
Figura 5.5 : Ciclo biológico de Ascaris lumbricoides. Fonte: CDC - Centers for Disease Control and Prevention (2019).
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6. Ancylostoma braziliensis
O Ancylostoma braziliensis é um helminto nematódeo, pertencente à Família Ancylostomatidae, que
causa a ancilostomose animal e também inflamação cutânea no homem, a larva migrans. A morfologia
é muito característica: possuem cápsula bucal com um par de dentes muito bem desenvolvido, além
muito distinta: os machos possuem bolsa para copular, enquanto as fêmeas apresentam um pequeno
processo espiniforme terminal. Nas formas adulta, o esôfago é musculoso e a bolsa copulatória (em
machos) possui variação nos raios de sustentação, com muita importância na taxonomia. Os ovos, por
sua vez, são eliminados nas fezes e, mesmo em espécies diferentes, a sua morfologia é muito similar.
Figura 6.2: Ovo de parasito da Família Figura 6.3: Parte anterior de Ancylostoma braziliensis,
Ancylostomatidae, exibindo as
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Atlas I - Parasitologia Médica
O início do ciclo de vida dá-se a partir do instante que o animal, já infectado, elimina os ovos da larva
Quando os ovos vão ao solo ou ambiente úmido, arenoso e agradável, há o desenvolvimento de larvas
As bactérias do solo servem como alimento das larvas, que mudam 2 vezes, a fim de chegarem à
As larvas podem infectar os hospedeiros definitivos (cães e gatos) pelas vias cutânea, oral e
transplacentária;
Elas podem penetrar através de folículos e fissuras ou na pele íntegra de quem tem contato direto
até os pulmões;
Atingem a sua maturidade sexual no intestino, onde botam os seus ovos, que são posteriormente
Os seres humanos são hospedeiros acidentais. A larva pode não conseguir penetrar no seu organismo
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7. Strongyloides stercoralis
O Strongyloides stercoralis (S. stercoralis) pode assumir 6 formas diferentes em seu ciclo de vida.
Especificamente as fêmeas podem ser divididas em fêmeas partenogenéticas (fêmea parasita), que se
encontram no homem, e fêmeas de vida livre ou estercoral. Nesse contexto, explicaremos melhor a
A fêmea parasita, geralmente, se encontra no duodeno e parte superior do jejuno, onde vivem entre as
Essa fêmea é triploide, tem comprimento de 1,7-2,5mm, tem largura de 0,03-0,04mm e vive até 5 anos.
O seu corpo é branco, cilíndrico - com fisionomia filiforme - e possui um cutícula fina, que recobre
O seu aparelho digestivo é simples e segue da boca trilabiada para o esôfago, intestino simples,
terminando no ânus. Seu esôfago, como o seu corpo, também é cilíndrico. Ele é longo, podendo
No seu aparelho genital, observamos a presença de ovários, a vulva - que estende-se até o útero - e
os ovidutos. Cada ramo uterino é responsável por conter os ovos, no máximo 9, em diversos estágios
Mazzaro, 2017).
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Atlas I - Parasitologia Médica
monoxenos. Temos um ciclo direto, também conhecido como partenogenético, e temos um ciclo indireto,
que podemos chamar de sexuado ou de vida livre. A fêmea partenogenética, fica alojada no intestino
delgado do homem e deposita três tipos distintos de ovos na mucosa intestinal. Um desses ovos dá
origem à larva rabditóide que seguirá pelo ciclo direto. Os outros dois tipos dão origem às larvas
rabditóides que fazem parte do ciclo indireto do parasito, sendo que um origina o macho de vida livre e o
outro a fêmea de vida livre. No ciclo direto, as larvas rabditóides são excretadas nas fezes e se
encontram, assim, no solo, ou na região perianal. Decorridos de 1 a 3 dias, essas larvas se diferenciam em
larvas filarióides, que é a forma infectante do parasito. Quando essa larva chega ao estágio de L3, elas
são capazes de realizar a penetração ativa na pele ou mucosas (oral, esofágica e gástrica) do homem.
As larvas seguem para as veias e vasos linfáticos. Nos alvéolos capilares pulmonares, as L3 se diferenciam
em L4, que conseguem transpassar a membrana alveolar. Elas migram pelo trato respiratório até chegar
na faringe. A partir desse ponto, as larvas de S. stercoralis podem ser expectoradas, ou deglutidas. Com
a deglutição, elas chegam ao intestino delgado reiniciando o ciclo. No ciclo indireto, os ovos depositados
pela fêmea partenogenética dão origem às larvas rabditóides que formarão o macho e a fêmea de vida
livre. Os agentes adultos acasalam, dando origem a novos ovos. Esses ovos originam as larvas rabditóides
que seguem o ciclo, diferenciando-se em larvas filarióides infectantes. Semelhantemente ao ciclo direto,
no indireto, as larvas que penetram a pele são as L3. A partir desse ponto, o ciclo indireto é igual ao
importante mencionar que a transmissão do S. stercoralis pode ocorrer por 3 vias. A heteroinfecção
(primoinfecção) advém da penetração da larva L3 na pele ou mucosa do hospedeiro. Além disso, temos a
autoinfecção externa (exógena), na qual a larva rabditóide, na região perianal, se diferencia em larva
filarióide, penetra no local e contamina o próprio indivíduo. Por fim, temos a autoinfecção interna
(endógena). Esse tipo de infecção ocorre pela penetração de larvas filarióides (que vieram das
partenogenética no intestino
capacidade de penetração na
acasalamento; G - Larva
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8. Enterobius vermiculares
O nematódeo Enterobius vermicularis, antigamente denominado Oxyuris vermicularis, e parasita
causador da enterobiose possui um corpo branco revestido por uma delgada cutícula, que se expande
entanto, o claro dimorfismo entre macho e fêmea da espécie. A fêmea- que é maior em comprimento
em relação ao macho- possui, posteriormente, uma cauda afilada, além de dois úteros, podendo
abrigar até 16 mil ovos, que se conectam a uma única vagina. Com o crescimento do número de ovos é
Figura 8.1: Porção anterior de E. vermicularis, Figura 8.2: E. vermicularis fêmea, na qual se pode perceber os
no qual se percebem as asas cefálicas (roxo) e dois úteros repletos de ovos (setas). Fonte: TWiP (2020).
Quando a fêmea, por um processo passivo, migra para a região perianal, na maioria das vezes, tem
o corpo rompido pela pressão interna dos ovos, liberando-os no local. O ovo, por sua vez, mede
cerca de 50 x 20 𝛍m, assemelhando-se à letra D, pela presença de uma face achatada enquanto a
outra é convexa. É possível, também, observar uma parede dupla circundando o ambiente
Figura 8.3: Ovo de E. vermicularis com seu característico formato. Fonte: Public
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Atlas I - Parasitologia Médica
1. Os ovos liberados na região perianal, ao entrar em contato com a pele do local, se tornam infectantes
2. Ocorre a ingestão dos ovos, na qual se ressalta a importância da infecção externa pela coceira da
região perianal.
ceco. Durante esse movimento, existem duas mudas levando a plena maturidade do parasito.
4. Nessa porção do intestino grosso, ocorre a reprodução sexuada do E. vermicularis, sendo os machos
eliminados nas fezes logo após. As fêmeas, por sua vez, podem perpetuar-se no organismo por mais
de dois meses.
5. As fêmeas grávidas se desprendem da mucosa intestinal, migrando para a região perianal e, lá, têm,
geralmente, sua integridade corporal rompida pela pressão dos ovos, liberando-os.
Há ainda uma possibilidade de retroinfecção, na qual ocorre a liberação de larvas rabditóides perto
do ânus, pelo qual elas retornam ao intestino, se tornando vermes adultos posteriormente.
Figura 8.4: Ciclo de vida de E. vermicularis. Fonte: adaptado de Mahon & Mansuelis (2000).
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9. Trichuris trichiura
Vermes adultos: Os adultos de Trichuris trichiura apresentam entre 3 a 5 cm de comprimento. A boca é
uma abertura simples, não apresenta lábios e está localizada na extremidade anterior. Depois da
boca, encontramos o esôfago, que se caracteriza por ser muito delgado e longo e ocupa ⅔ do
comprimento total do corpo do parasito. A parte final do esôfago é um tubo de parede delgada,
circundado por uma camada unicelular de esticócitos (células glandulares) bastante grandes. A parte
posterior do corpo do verme corresponde a ⅓ do seu comprimento total, sendo uma parte alargada e
onde se localiza o intestino (que acaba no ânus presente perto da extremidade da cauda) e o sistema
reprodutor simples.
Macho: é menor que a fêmea e apresenta um único testículo. Após o testículo, encontramos um canal
deferente e um canal ejaculador (que termina no espículo). Sua extremidade posterior é bastante
curvada ventralmente e apresenta o espículo que é protegido por uma bainha repleta de espinhos.
Fêmea: é maior que o macho, possui um ovário e um útero que se abrem na vulva (presente próxima da
(2019).
aproximadamente o local
Fonte: adaptado de
Racaniello (2010).
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9. Trichuris trichiura
Ovos: apresentam comprimento entre 50 e 55 μm e largura de aproximadamente igual a 22 μm.
Possuem uma forma elíptica bastante característica e um material lipídico preenche poros salientes e
transparentes presentes em suas duas extremidades. Na casca do ovo encontramos três camadas
diferentes: lipídica externa, quitinosa intermediária e vitelínica interna, importantes para que o ovo
Figura 9.3: na imagem acima observamos um ovo de Trichuris trichiura. Nas extremidades,
observamos poros preenchidos por material lipídico. Além disso, também é possível observar as
três camadas da sua casca (lipídica externa, quitinosa intermediária e vitelínica interna). Para
a obtenção desta imagem, o ovo foi colocado em um montículo úmido manchado de iodo.
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O homem se infecta quando ingere alimentos ou líquidos que estejam contaminados com ovos
infectantes de Trichuris trichiura. No intestino delgado do ser humano, as larvas eclodem de uma das
extremidades do ovo através de seus poros. Alguns estudos sugerem que a exposição dos ovos ao
suco gástrico e ao suco pancreático estimula a eclosão das larvas. Apesar de existirem controvérsias a
respeito do desenvolvimento das larvas de Trichuris trichiura em humanos, a maior parte dos autores
acreditam que as larvas se introduzem no epitélio da mucosa intestinal do duodeno por meio das
bases das criptas de Lieberkuhn e permanecem neste local por 5 a 10 dias. Posteriormente, vão para a
luz intestinal e seguem para a região cecal, onde completam o seu desenvolvimento. Outros estudos
histológicos demonstraram que as larvas de Trichuris sp. são capazes de se introduzir na mucosa de
várias regiões do intestino, preferencialmente, do intestino grosso. Depois, as larvas migram pelas
células epiteliais do seco e se movem para a luz intestinal em um processo através do qual formam
túneis sinuosos no epitélio da mucosa. Nesse período, as larvas passam pelos quatro estágios larvais
típicos do desenvolvimento dos nematódeos e se tornam vermes adultos, já sendo possível observar a
levados para o meio externo com as fezes. A fêmea pode liberar entre 3 mil a 20 mil ovos por dia e,
para se tornar infectante, o embrião presente no interior do ovo precisa se desenvolver no meio
º
ovos não se desenvolvem quando a temperatura estiver abaixo de -9 C e acima de 52 C, apesar de º
não ocorrer a morte do embrião. Os ovos podem sobreviver por muito tempo quando há condições
ambientais favoráveis, entretanto, quando a umidade relativa é menor que 77%, eles não sobrevivem
por mais de 15 dias. O homem então se infecta com os ovos e o ciclo se reinicia. Cabe ressaltar que
apenas 5% a 22% dos ovos infectantes de T. trichiura completa o seu desenvolvimento e que o
período entre a infecção e o início da liberação de ovos pelo homem (período pré-patente) é entre 60
a 90 dias.
Figura 9.4:
ciclo de vida do
Trichuris
trichiura,
parasito
causador da
tricuríase.
Fonte:
adaptado de
CDC - Center
of Disease
Control and
Prevention
(2017).
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por 300 micrômetros de largura. Além disso, apresentam gnatossoma curto e largo formado por base;
um par de palpos e um par de quelíceras; dois pares de perna anteriores e dois pares de pernas
posteriores, sem garras e de formato curto e grosso; cutícula estriada constantemente interrompida
por áreas com cerdas finas e formações escamosas. Os machos adultos são menores e possuem
ventosas nas patas I, II e IV, enquanto as fêmeas nas patas I e II. As fêmeas são ligeiramente maiores
e, além das ventosas, apresentam longas cerdas nas patas III e IV e pedicelos longos e não
segmentados.
Figura 10.1: Fotomicrografia de Sarcoptes scabiei adulto Figura 10.2: Morfologia de um organismo adulto de S.
Figura 10.3: Imagem ilustrando as principais diferenças entre S. scabiei fêmea e macho. Fonte: CRMV-
MG (2019).
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Os organismos adultos macho e fêmea de S. scabiei realizam a cópula, e as fêmeas que já copularam
escavam túneis ou galerias na epiderme do hospedeiro, deixando um rastro de ovos. Cerca de três a
quatro ovos são colocados por dia, durante três a quatro semanas, tempo de sua vida, totalizando a
oviposição de cerca de 40 a 50 ovos. Depois do período de incubação, com duração de três a cinco
dias, eclodem as larvas (hexápodas), que podem sair para a superfície da pele ou permanecerem na
superfície dos túneis, onde vão se alimentar de epiderme e linfa. Em seguida, as larvas diferenciam-se
em ninfas (octópodas), que após oito a dez dias mudam para adultos machos ou fêmeas. Estes, por
sua vez, realizam a cópula, reiniciado o ciclo. O tempo de duração do ciclo do S. scabiei é
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cerca de 1 mm de comprimento na fase adulta. Esses insetos são responsáveis por provocar o quadro
clínico “tungíase” e são hematófagos. No entanto, apenas a fêmea penetra e se enterra nos tecidos
do tipo picador-sugador, não possui asas e nem ctenídeos. Os machos possuem um órgão copulador
(edeago) na região posterior, que é afilada; a parte posterior das fêmeas é abaulada. Como
Figura 11.1: Principais estruturas de Tunga penetrans apontadas. A: fêmea. B: macho. Fonte: adaptado de CRMV-
MG (2019).
uma espermateca, para armazenar espermatozóides após a cópula. As figuras abaixo ilustram as
T.penetrans); C (fêmea grávida e hipertrofiada, abrigando os ovos). Fonte A e B: Pampiglione (2004). Fonte
C: Neves (2016).
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Os ovos de Tunga penetrans são liberados e, no solo, eclodem e dão origem a larvas que se alimentam
de detritos orgânicos. As larvas passam por duas ecdises (dois estádios larvares) e formam pupas.
Após cerca de 17 dias, os parasitos adultos emergem das pupas e podem realizar a cópula. A fêmea
fecundada de T.penetrans penetra na pele de um hospedeiro (ser humano, porco, cachorro, gato). Os
dedos (mãos e pés). O parasito, então, enterra-se nos tecidos do hospedeiro e deixa apenas a
extremidade posterior (abertura genital, ânus, espiráculos respiratórios) em contato com o meio
externo, para realizar a respiração. Nesse período, a fêmea se alimenta de sangue e líquido tissular,
forma os ovos e se hipertrofia com a distensão progressiva do abdome. Após a liberação de,
aproximadamente, uma centena de ovos pela pulga, a fêmea murcha cai ou é expulsa pelo
hospedeiro (reação inflamatória). Os ovos expelidos, então, eclodem no solo e o ciclo se reinicia.
Figura 11.3: Ciclo biológico de Tunga penetrans. Fonte: CDC - Centers for Disease Control
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hematófago, possui aparelho picador-sugador retrátil. No tórax, contém seis pernas e abertura de um
par de espiráculos respiratórios. Nas fêmeas, a parte inferior possui uma abertura bilobada, onde
encontra-se a vulva. No tarso, nota-se uma garra voltada para o lado oposto de uma crista da tíbia,
desta forma, sendo capaz de realizar o movimento de pinça, firmando-se nos pelos.
Macho e fêmea diferenciam-se pelo aspecto da sua extremidade abdominal. Esta, nos machos, é
arredondada, enquanto, nas fêmeas, possui uma reentrância. Somado a isso, os machos são um pouco
Franco (2011).
Os ovos de Pediculus humanus, popularmente conhecidos como lêndeas, são ovais e esbranquiçados,
possuem até 1 mm de comprimento e apresentam-se coroados com um opérculo na sua porção mais
larga. Também estão coberto por uma substância semelhante ao cemento, o que lhes permite resistir à
extração.
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Pediculus humanus possui um ciclo autoxênico. Com uma duração de 4 a 14 dias, da incubação do
ovo, que fixa-se às superfícies através de uma substância cinza e pegajosa, surgem as ninfas, estágios
jovens do inseto, que levarão duas semanas para chegar no estádio adulto. Alimentam-se diversas
As fêmeas podem viver até quarenta dias e colocam cerca de 200 ovos durante toda a vida.
Figura 12.3: Ciclo de vida de Pediculus humanus. Fonte: adaptado de CDC - Centers for
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“chato”. Pertence à ordem Anoplura, esses insetos são encontrados na região púbica, geralmente nos
pelos pubianos e no períneo, mas podem infectar outras áreas. Causam irritação na pele e essa
irritação é conhecida por prurido. Seu único hospedeiro é a espécie humana, sendo essa doença
encontrada mundialmente. Seu diâmetro mede cerca de 1-1,5mm, o inseto apresenta forma achatada,
corpo fundido com cabeça e abdômen, a cabeça apresentando palpos e peças bucais. Possui três
pares de patas, sendo o primeiro par menor que o segundo e terceiro par, possuindo espiráculos
Figura 13.1: Imagem evidenciando as estruturas de Pthirus pubis. Três pares de patas, sendo os segundo
e terceiro par em formado de garra (seta azul), espiráculos respiratórios (seta vermelha), palpos (seta
verde), peças bucais (seta roxa). Fonte: Cimerman & Franco (2011).
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O ciclo de vida de Pthirus pubis apresenta três estágios, sendo eles: ovo, ninfa e adulto. Os ovos são
depositados nos pelos pubianos (1). As fêmeas são capazes de colocar em média 30 ovos durante sua
vida, as fêmeas vivem em média 3-4 semanas. Após o período de aproximadamente uma semana,
inicia-se assim o estágio de ninfas. Para que ocorra a maturação para a fase adulta (5), elas passam
por três mudas (2)(3)(4). Na fase adulta eles apresentam formas achatadas e medem 1,5-2,00 mm de
Transmissão: a transmissão do Pthirus pubis ocorre durante o contato de pessoa pra pessoa, sendo a
principal transmissão via relação sexual, mas podem ser transmitidos também por meio de roupas e
roupas de cama, apesar de sua transmissão apresentar taxa menor do que por relação sexual.
Figura 13.3: Ciclo de vida de Pthirus pubis. Fonte: CDC - Centers for Disease Control
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seres vivos, causando a miíase “berne”. Possui 2 fases: parasitária e livre, sendo que a parte
completar a fase de maturidade, há saída da pele com cerca de 2,5 centímetros, iniciando a fase de
vida livre. A fase depende do ambiente externo em período de pupa e, depois, no período de mosca,
A larva nos dois primeiros estágios há um pequeno aglomerado celular ao redor de túnica acelular
com 30 µm de diâmetro seguido de 54 µm. Em microscópio, há células com dois tipos de núcleos
variados entre redondos, menores, ovóides e frouxos. Nas larvas mais velhas, os núcleos ficam maiores
diferença entre os órgãos sexuais em larva no terceiro estágio acontece com peso igual ou superior a
400mg.
Figura 14.1: Dermatobia hominis. A e B são adultos, evidenciando suas estruturas, C e D são larva e
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mamíferos são os mais afetados. Ao analisar a morfologia da larva da espécie, é difícil saber se é
macho ou fêmea. Apesar disso, pode-se localizar testículo e ovário na larva em estágio 3 (L3) a partir
de 400 gramas. Os machos tendem a ter menos peso, pois as larvas fêmeas parasitam por mais tempo
um indivíduo, em cerca de 5 dias a mais. A L3 já madura tem a preferência de ambientes mais escuros,
evitando o sol e o aquecimento do hospedeiro. Na sua forma geral, há filas posicionadas de maneira
paralela com a extensão da larva e cheias de espinhos (flechas azuis da figura abaixo), além de
ganchos (flechas verdes) e espiráculo, a fim de promover a respiração da larva (fecha preta). Já a
parte bucal da larva (seta verde) fica sob o tecido infectado quando o inseto se alimenta.
Figura 14.2: Imagem e estruturas de Dermatobia hominis. Seta azul: fileiras paralelas e concêntricas de
espinhos. Seta verde: ganchos bucais. Seta preta: espiráculos respiratórios. Fonte: Hernández-Jiménez et al
(2019).
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O período larval de Dermatobia hominis é longo e pode durar entre 28 e 128 dias, dependendo do
hospedeiro analisado e infectado. O período da vida adulta pode durar entre 2 ou até 11 dias quando
analisado em laboratório.
2. Ao processo da alimentação desses insetos, as larvas das moscas podem invadir os tecidos do
De forma detalhada:
1. Há formação do pupário quando os ovos caem no solo úmido e rico em matéria orgânica de
desenvolvimento natural;
2. Em até 15 minutos, a larva se enterra e pode demorar até 2 dias para virar a pupa, sendo que a
3. A mosca já adulta pode ovipositar em outros vetores que sejam insetos, como pernilongos, e haverá
Figura 14.3: Ciclo de vida de Dermatobia hominis. Fonte: adaptado de CDC - Centers
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bucal do tipo sugador e corpo azulado e verde-metálico. Já as larvas, no terceiro estádio, apresentam
importante destacar que a larva apresenta troncos traqueais dorsais fortemente pigmentados, os
quais partem dos espiráculos respiratórios posteriores até (mais ou menos) o 10 /9 º º segmento. Além
disso, a forma larvária possui, também, pseudocéfalo, espiráculos anteriores, bandas de espinhos no
Osorio (2016).
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As moscas fêmeas de Cochliomyia hominivorax depositam até 300 ovos, de cada vez, à margem de
feridas abertas, lacerações da pele ou em cavidades naturais do corpo (como o ânus ou a boca). As
larvas eclodem, em menos de um dia, e passam a se nutrir dos tecidos vivos do hospedeiro, de forma
rápida e voraz. Com isso, esse parasito aumenta de tamanho e se desenvolve até a terceira e última
fase larval. O parasitismo larval perdura por 4 a 8 dias, causando lesões características da miíase no
hospedeiro. Depois desse período, as larvas deixam o corpo e caem no solo, onde ocorre a
metamorfose (cerca de 8 dias de duração), passando de larva à pupa e de pupa à mosca adulta. Os
parasitos adultos de Cochliomyia hominivorax são capazes de copular poucos dias após emergir da
pupa, e realizam a cópula apenas uma vez na vida. As fêmeas fecundadas, então, depositam os ovos
e o ciclo se reinicia. Geralmente, os organismos adultos se nutrem de néctar, mas podem obter
energia de diversos tipos de matéria orgânica, já as larvas necessitam de tecidos vivos (de animais
Figura 15.4: Ciclo biológico de Cochliomyia hominivorax. Fonte: adaptado de CDC - Centers
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