Você está na página 1de 42

PARASITOLOGIA MÉDICA

Atlas II
Helmintos e Artrópodes

Alissa Guterres Rodrigues de Sousa

Andre Guterres Rodrigues de Sousa

Aurelio Moreno Vilarins Cardoso da Silva

Eliene Kely Vieira Grigorio

Gabriela da Silveira Santana Ribeiro

Joana Silveira Endres

Larissa Monteiro Torres

Luana Mai Nagata


Atlas I - Parasitologia Médica

Sumário

1. Schistosoma mansoni......................................... 03

2. Taenia solium..................................................... 08

3. Taenia saginata................................................. 10

4. Echinococcus granulosus................................... 12

5. Ascaris lumbricoides.......................................... 14

6. Ancylostoma braziliensis.................................... 17

7. Strongyloides stercoralis.................................... 19

8. Enterobius vermiculares..................................... 21

9. Trichuris trichiura................................................ 23

10. Sarcoptes scabiei.............................................. 26

11. Tunga penetrans................................................ 28

12. Pediculus humanus............................................. 30

13. Phtirus pubis....................................................... 32

14. Dermatobia hominis........................................... 34

15. Cochliomyia hominivorax.................................... 37

16. Referências bibliográficas.................................. 39

2
Atlas I - Parasitologia Médica

1. Schistosoma mansoni
O macho de Schistosoma mansoni apresenta aproximadamente um centímetro e cor esbranquiçada.

Observam-se os tubérculos (pequenas projeções) recobrindo todo o seu tegumento. O seu corpo é

dividido em uma porção anterior e em uma porção posterior. Na porção anterior, há a ventosa oral e a

ventosa ventral (acetábulo). Na porção posterior, que começa logo depois da ventosa ventral, há o

canal ginecóforo. O canal ginecóforo serve para abrigar e fecundar a fêmea, e é formado por dobras

nas laterais do corpo do macho em sentido longitudinal. O esôfago, presente após a ventosa oral,

bifurca-se no nível do acetábulo e depois se funde para formar um ceco único que termina na

extremidade posterior. Sete a nove massas testiculares estão presentes após o acetábulo e abrem-se

diretamente no canal ginecóforo. É importante ressaltar que o verme não possui um órgão copulador,

por esse motivo os espermatozóides passam pelos canais deferentes, que, por sua vez, abrem-se no

poro genital (presente dentro do canal ginecóforo) e alcançam a fêmea.

A fêmea de Schistosoma mansoni apresenta aproximadamente um centímetro e meio e cor mais

escuro (porque possui ceco com sangue semidigerido). Diferentemente do macho, seu tegumento é

liso. O acetábulo e a ventosa oral estão presentes na porção anterior. Depois do acetábulo, há a

vulva, o útero (com um ou dois ovos) e o horário. O ceco e as glândulas vitelogênicas (vitelinas) estão

presentes na porção posterior.

As cercárias apresentam um comprimento igual a 500 μm, uma cauda que mede entre 230 por 50 μm
e que se bifurca. Somente o seu corpo apresenta entre 190 e 70 μm. Além disso, podemos observar a

presença de duas ventosas: uma oral e uma ventral. Na ventosa oral existem as terminações das

glândulas de penetração (quatro pares pós-acetabulares e quatro pares pré-acetabulares) e uma

abertura que se conecta com o primórdio do sistema digestivo (intestino primitivo). A ventosa ventral

(acetábulo) possui uma musculatura mais desenvolvida e é maior. Através dela, a cercária consegue

fixar-se na pele do hospedeiro durante a penetração. Além disso, possui um sistema excretor formado

por quatro pares de células flama. A cauda não apresenta órgãos definidos, já que ela se perde no

processo de penetração, e serve apenas para que a larva consiga se movimentar no meio líquido.

Figura 1.1: Estruturas do macho adulto de Schistosoma mansoni. Em VO, está

indicada a ventosa oral. CR indica o ceco ramificado; CG é o canal

ginecóforo; it indica o trato intestinal. Para a captura dessa imagem, vermes

adultos foram incubados com nenhuma quantia ou 0,5 μg/ml de febrifugina

durante 5 dias. Em seguida, foram corados com vermelho neutro. A barra de

escala é igual a 1 mm. Fonte: adaptado de Mitsui et al. (2020).

Figura 1.2: Estruturas da fêmea adulta de Schistosoma mansoni. Em VO,

está indicada a ventosa oral. Já vt indica o conjunto de glândulas

vitelinas; ant.it é o intestino anterior; mid.it é o intestino médio; post.it

é o intestino posterior. Para a captura dessa imagem, vermes adultos

foram incubados com nenhuma quantia ou 0,5 μg/ml de febrifugina

durante 5 dias. Em seguida, foram corados com vermelho neutro. A

barra de escala é igual a 1 mm. Fonte: adaptado de Mitsui et al.

(2020).

3
Atlas I - Parasitologia Médica

1. Schistosoma mansoni

Figura 1.3: nesta imagem, observa-se um casal de

Schistosoma mansoni acoplado e algumas de suas

estruturas. Podemos observar que a fêmea é mais

delgada que o macho, além disso, notamos que parte

do seu corpo está presente no canal ginecóforo do

macho, indicado em GC. Podemos ainda reconhecer

na fêmea o útero com um óvulo no oótipo, as glândulas

vitelinas distribuídas por todo o corpo e um ceco

bifurcado. Em OS, está indicada a ventosa oral e, em

VS, está indicada a ventosa ventral. Para a obtenção

desta imagem, pesquisadores coletaram um casal de

Schistosoma mansoni da veia mesentérica de um

camundongo que foi experimentalmente infectado.

Fonte: adaptado de Boissier et al. (2019).

Figura 1.4: Na imagem acima, observa-se uma cercária de

Schistosoma mansoni. A sua cauda bifurcada permite a sua

movimentação no meio aquático. A ventosa ventral (também

chamada de acetábulo) e a ventosa oral são importantes para a

fixação do parasito na pele do homem. Já as glândulas pré-

acetabulares e pós-acetabulares liberam proteases importantes

para o processo de penetração. É importante ressaltar que,

durante a penetração, ocorre o desprendimento da cauda. Para

a obtenção desta imagem, ocorreu fixação em nitrato de prata

e posterior observação em microscópio de luz. Fonte: adaptado

de Boissier et al. (2019).

4
Atlas I - Parasitologia Médica

Schistosoma mansoni: Ciclo Biológico (1)

A infecção do homem pelo Schistosoma mansoni ocorre, normalmente, em locais peridomiciliares,

como valas de irrigação de hortas, açudes, pequenos córregos, etc. As cercárias são liberadas do

caramujo do gênero Biomphalaria e podem viver de 36 a 48 horas, mas possuem uma maior

capacidade infectiva nas suas primeiras oito horas de vida. Entre as 10 e 16 horas, há luz solar e calor

mais intensos e, por esse motivo, observa-se uma maior quantidade de cercárias na água. As cercárias

locomovem-se dentro da água e podem penetrar em vários mamíferos e aves, mas apenas são

capazes de se desenvolver no interior de um hospedeiro específico.

As cercárias são capazes de penetrar a pele e as mucosas do homem, mas normalmente a penetração

ocorre pelas pernas e pelos pés, já que são as áreas que ficam em um contato maior com águas

contaminadas. Assim, fazendo uso de suas ventosas e de uma substância mucoprotéica secretada por

suas glândulas acetabulares, a cercária fixa-se nos folículos pilosos do homem. Em seguida, há uma

ação lítica realizada pela suas glândulas de penetração e uma ação mecânica realizada pelos seus

movimentos vibratórios intensos. Com isso, ocorre a penetração do corpo da cercária e, nesse

processo (que dura de 5 a 15 minutos), o parasito perde a sua cauda. As larvas ainda podem ser

ingeridas com água contaminada. Quando isso acontece, existem duas possibilidades. Na primeira

delas, as larvas chegam até o estômago e são destruídas pelo suco gástrico. Na segunda, elas

penetram na mucosa bucal e desenvolvem-se normalmente.

As larvas que sobrevivem no organismo após a ingestão passam a ser chamadas de esquistossômulos.

Os esquistossômulos migram pelo tecido subcutâneo, penetram em um vaso e, através do sistema

vascular sanguíneo (pelo coração direito), são levadas até os pulmões. Em seguida, através de via

sanguínea ou transtissular, chegam até o sistema porta. Para chegar até o sistema porta pela via

sanguínea, os parasitos passam pelas artérias pulmonares, pelos capilares alveolares, pelas veias

pulmonares, pelo coração esquerdo, pela aorta e, em seguida, por diversos pontos até alcançar a

rede capilar terminal. Já para chegar até o sistema porta pela via transtissular, os parasitos passam

pelos alvéolos pulmonares, penetram ativamente no parênquima pulmonar, atravessam a pleura, o

diafragma, chegam na cavidade peritoneal, perfuram a cápsula e o parênquima hepático e, por fim,

alcançam o sistema porta intra-hepático.

No sistema porta intra-hepático, os esquistossômulos alimentam-se e desenvolvem-se em vermes

adultos machos e fêmeas. Esses desenvolvimento ocorre depois de cerca de 25 a 28 dias após a

penetração. Depois disso, os parasitos acasalam e migram para a veia mesentérica inferior, onde

ocorre a oviposição. Cerca de 25 dias após a infecção, começa a haver a deposição de ovos

imaturos, e o miracídio (ovo maduro) é formado depois de 6 dias. Os ovos então rompem os vasos e

chegam à luz intestinal, começando a ser visualizados nas fezes do homem depois de cerca de 42

dias. A migração dos ovos para a luz intestinal ocorre devido a um processo de “bombeamento” (onde

os ovos colocados atrás exercem pressão), devido a enzimas proteolíticas produzidas pelo miracídio

que lesam os tecidos e devido a reação inflamatória. Há também a distensão das paredes dos vasos,

devido à presença dos parasitos no seu interior. Esses acontecimentos tornam a parede do vaso mais

sensível. Por esse motivo, quando ocorre a passagem do bolo fecal e consequente descamação do

epitélio, ocorre a perfuração da parede das vênulas e os ovos conseguem chegar até a luz intestinal.

5
Atlas I - Parasitologia Médica

Schistosoma mansoni: Ciclo Biológico (2)

Com isso, os ovos podem ser liberados através das fezes no meio ambiente. Se esses ovos são

eliminados com fezes líquidas, permanecem vivos por aproximadamente 24 horas. No entanto, se

forem eliminados com fezes sólidas, permanecem vivos por cerca de 5 dias. Se os ovos atingem a

água em condições onde há luz intensa, oxigenação da água e temperaturas mais altas, eles liberam

os miracídios.

Os miracídios possuem uma papila apical (terebratorium) com terminações nervosas através das quais

são capazes de detectar substâncias produzidas por moluscos (miraxone) presentes no meio aquático.

Através dessa detecção, são capazes de se movimentar na direção do molusco. Entretanto, uma vez

estimulados por essas substâncias, os miracídios podem penetrar outros gênero de moluscos além do

Biomphalaria e até mesmo substratos gelatinosos. Quando o miracídio entra em contato com o

tegumento do molusco, o seu terebratorium se transforma em uma ventosa, há liberação do conteúdo

das suas glândulas e, assim, ocorre adesão.

O parasito começa então a apresentar movimentos rotatórios e contráteis intensos, devido à ação da

sua musculatura subepitelial e das suas vibrações ciliares. Há ainda a liberação de enzimas

proteolíticas presentes na glândula de penetração que começam a digerir o tecido. Assim, o miracídio

consegue entrar nos tecidos do molusco em um processo que leva cerca de 10 a 15 minutos.

Normalmente, os miracídios costumam introduzir-se através do pé e das bases da antena do caramujo,

mas podem penetrar através de qualquer uma de suas partes expostas. A larva então passa pelo

epitélio e permanece no tecido subcutâneo.

Nas 48 horas durante as quais se introduz nos tecidos, a larva começa a perder algumas estruturas,

como suas glândulas de penetração e adesão, seu epitélio ciliado, o terebratorium, sua musculatura

subepitelial e seu sistema nervoso. A partir disso, o miracídio transforma-se em um saco com paredes

cuticulares, no interior do qual encontramos o esporocisto (células germinativas). As células

germinativas começam a se multiplicar intensamente após 72 horas e há a formação do esporocisto

º
primário. Em condições de temperatura entre 25 C e 28 C, a partir do 14 º ª dia após a penetração do

miracídio, os esporocistos primários se tornam esporocistos secundários, em um processo no qual

observamos várias alterações. Essas alterações envolvem a formação de um aglomerado de células

germinativas nas paredes do esporocisto primário e uma vacuolização na parte central da larva. Esses

aglomerados, em seguida, formam septos que correspondem, cada um, a um esporocisto secundário.

Ainda é possível observar uma dupla camada com fibras musculares transversais e longitudinais abaixo

da camada cuticular da parede do esporocisto e a formação de espinhos externos a essa mesma

camada. Essas duas estruturas são extremamente importantes para que as larvas consigam migrar

pelos tecidos. Os esporocistos então passam pelo hepatopâncreas ou pelas glândulas digestivas e

chegam aos espaços intertubulares da glândula digestiva, onde encontram muitos nutrientes.

Depois de algum tempo, os esporocistos secundários já apresentam três áreas estruturais bem

definidas: o poro de nascimento, as cercárias desenvolvidas ou em desenvolvimento e as células

embrionárias (que irão dar origem aos esporocistos terciários). Caso os esporocistos terciários não

fossem formados dessa forma, haveria uma exaustão no processo de formação de cercárias a partir

dos esporocistos secundários. Assim, graças à formação dos esporocistos terciários, os caramujos

conseguem eliminar cercárias por um longo período de tempo, sendo possível haver a formação de

seis gerações a partir de um único esporocisto. O embrião que se torna o esporocisto-filho pode tanto

se diferenciar em cercária, como em novas gerações de esporocisto, mas sempre dá origem a células

germinativas.

6
Atlas I - Parasitologia Médica

Schistosoma mansoni: Ciclo Biológico (3)

Para que haja a formação da cercária, as células germinativas se organizam em uma mórula. No

centro da mórula há uma célula basofílica central com um núcleo vesicular grande que corresponde

ao primórdio da glândula de penetração e multiplica-se a medida que a mórula cresce. O restante

das células da mórula formam as duas camadas celulares da cercária (constituída por fibras circulares

e longitudinais). Começam a se formar também uma camada cuticular acelular e duas ventosas.

Quando há condições ideais de temperatura, após 27 a 30 dias, a cercária é liberada para o meio

aquático, já que a sua formação está completa. 100 a 300 mil cercárias podem se originar de um

único miracídio (onde já estão definidos os sexos das cercárias que serão formadas). Esse processo de

liberação ocorre depois que as cercárias passam pelo sistema nervoso e pelos espaços intracelulares

do caramujo.

Depois, há a formação de vesículas na pseudobrânquia e no epitélio do manto do caramujo. É

importante ressaltar que durante o período em que se encontram no interior do caramujo, as cercárias

apresentam as chamadas glândulas de escape que apresentam extrema importância para a sua

emergência (guiada pelo ritmo circadiano e estimulada pela luz e pela temperatura).

As cercárias de Schistosoma mansoni, então, infectam o homem e se reinicia o ciclo.

Figura 1.5: Ciclo de vida do Schistosoma mansoni, parasito causador da esquistossomose.

Fonte: adaptado de Centers for Disease Control and Prevention (2019, apud InfoEscola, [200-?]).

7
Atlas I - Parasitologia Médica

2. Taenia solium
A morfologia da Taenia solium (T. solium), além de englobar a forma adulta, compreende outras três

formas de vida: proglote, cisticerco e ovo. A primeira delas consiste nos segmentos do corpo da tênia

- anéis que diferem em estágios de maturidade e abrigam os órgãos reprodutivos. As proglotes podem

ser: jovens (mais próximas do colo e há o início do desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos),

maduras (os órgãos reprodutores já estão formados e aptos para a fecundação) e grávidas. Estas

últimas possuem formato quadrangular, 12 pares de ramificações uterinas dendríticas e põem até

80.000 ovos. Além disso, localizam-se mais distantes do colo da tênia adulta. Os ovos liberados, por

sua vez, são envoltos por um embrióforo e abrigam um embrião hexacanto ou oncosfera, o qual possui

três pares de ganchos e dupla membrana. Nos tecidos do hospedeiro intermediário, a oncosfera dará

origem ao cisticerco, uma estrutura composta por uma vesícula translúcida que engloba um escólex

com quatro ventosas, rostelo e colo. O cisticerco é envolto por três membranas e possui diferentes

estágios de desenvolvimento durante a sua estadia no hospedeiro.

emb

er

Figura 2.1: Imagem de um ovo de Figura 2.2: Esquema mostrando Figura 2.3: Imagem de escólex de T.

Taenia sp., indiferenciável entre cisticerco de T. solium. Nota-se a solium. Observa-se a presença do

as espécies T. solium e T. presença de escólex (er) invaginado, rostelo (r) entre as quatro ventosas

o qual apresenta rostelo, (v). Fonte: adaptado de CDC -


saginata. É possível observar o
diferentemente da larva de T. Centers for Disease Control and
embrióforo (emb) externamente e,
saginata. Fonte: adaptado de Neves Prevention (2017).
internamente, alguns pares de
(2016).
ganchos (g). Fonte: adaptado de

CDC - Centers for Disease

Control and Prevention (2017).

ru

Figura 2.4: Proglote madura de T. solium (A1) e T. saginata (B1). Observa-se menor número

de ramificações uterinas (ru) nas proglótides de T. solium. Fonte: adaptado de CDC -

Centers for Disease Control and Prevention (2017).

8
Atlas I - Parasitologia Médica

Taenia solium: Ciclo Biológico


O ser humano pode infectar-se pela Taenia solium, a partir da ingestão de carnes cruas ou mal

passadas que contém o cisticerco do parasito. Quando completados três meses de infecção, o

homem libera proglotes grávidas cheias de ovos do parasito nas suas fezes. Os ovos liberados no

ambiente, em condições climáticas adequadas, permanecem viáveis por meses e podem vir a ser

ingeridos por outros animais hospedeiros intermediários, como os porcos, iniciando uma nova infecção.

No estômago do porco, o embrióforo (“cápsula” do ovo) sofre a ação das pepsinas liberadas, as quais

atuam sobre alguns de seus componentes, como os blocos piramidais de quitina. Em seguida, a

oncosfera (embrião hexacanto) sofre a ação dos sais biliares do intestino do hospedeiro intermediário,

sendo ativada e estimulada a ser liberada do embrióforo. Após a sua liberação, a oncosfera penetra

ativamente as vilosidades do intestino, onde permanece por alguns dias até a sua adaptação à

fisiologia do hospedeiro. Nesse momento, alcança vênulas, veias e vasos linfáticos, por onde é

disseminada até encontrar um local adequado para a sua fixação, geralmente um tecido mole. A

maior preferência da oncosfera, no entanto, é um tecido muscular de maior movimentação e

oxigenação. Nos tecidos, as oncosferas desenvolver-se-ão em cisticercos, que continuam o seu

crescimento até quatro ou cinco meses de infecção, quando atingem aproximadamente 12 mm de

comprimento. Os cisticercos de T. solium ainda permanecem viáveis nos tecidos do porco por alguns

meses. Nesse período, podem ser ingeridos por serem humanos, por meio do consumo de carne mal

tratada, reiniciando o ciclo.

No estômago do homem, os cisticercos sofrem a ação do suco gástrico. Este estimula a sua

evaginação e fixação, por meio do escólex, à mucosa do intestino delgado, onde ocorre a

diferenciação em uma tênia adulta.

Figura 2.5: Ciclo de vida Taenia solium. Fonte: Manual MSD (2020).

9
Atlas I - Parasitologia Médica

3. Taenia saginata
Parasitos da espécie Taenia saginata (T.saginata) são platelmintos hermafroditas que pertencem à

classe Cestoidea, apresentando corpo achatado branco-leitoso, ausência de aparelho digestivo e as

seguintes divisões: escólex (fixação), colo (crescimento) e estróbilo. O estróbilo é segmentado em

proglotes (com sulcos transversais delimitando cada unidade), podendo ser jovens (não apresentam os

órgãos genitais desenvolvidos), maduras (aparelho reprodutor completo e capaz de fecundar) e

grávidas. Uma observação é que o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos ocorre antes dos

órgãos femininos, fenômeno chamado de protandria. Já as proglotes grávidas são unidades com útero

hipertrofiado, ramificado e repleto de ovos. As proglotes grávidas da T.saginata apresentam formato

retangular, com ramificações uterinas numerosas, mais finas e dicotômicas.

A T.saginata realiza apólise por eliminação

ativa das proglotes grávidas, entre as

evacuações, uma de cada vez. O escólex da

T.saginata, diferentemente da T.solium, não

apresenta rostro e nem ganchos. A seguir, são

apresentadas as principais estruturas da

T.saginata, bem como algumas diferenças

morfológicas entre T.saginata e T.solium:


Figura 3.1: Estruturas de proglote madura de T.saginata.

Fonte: adaptado de Rey (2008).

T.solium T.saginata

Figura 3.2: Diferenças morfológicas

entre T.solium e T.saginata. A1: escólex

de T.solium; er: escólex globoso com

rostro armado; g: dupla fileira de

ganchos. B1: escólex de T.saginata; es:

escolex quadrangular sem rostro e sem

ganchos. Fonte: adaptado de Neves

(2016).

T.solium T.saginata
Fígura 3.3: A2: Proglote grávida de

T.solium; ru: ramificações uterinas

(pouco numerosas) dendríticas com

ovos; pg: poro genital; apenas a

T.saginata possui esfíncter musculoso.

B2: Proglote grávida de T.saginata; ru:

ramificações uterinas (muito

numerosas) dicotômicas com ovos; pg:

poro genital; em: esfíncter musculoso.

Fonte: adaptado de Neves (2016).

10
Atlas I - Parasitologia Médica

Taenia saginata: Ciclo Biológico

O ciclo biológico da Taenia saginata se inicia com a eliminação das proglotes grávidas ao meio

externo pelos hospedeiros definitivos (seres humanos). Assim, as proglotes, por ação mecânica ou

decompositora, libera até 160 mil ovos por proglote, contaminando o meio ambiente. Em seguida,

ocorre ingestão de ovos pelos bovinos (hospedeiros intermediários). Os ovos são recobertos por um

envoltório, chamada de embrióforo, que sofre ação de enzimas no estômago e de sais biliares no

intestino, que promove a liberação das oncosferas (abandonando o embióforo) e a sua consequente

ativação. As oncosferas ativadas, então, penetram na mucosa intestinal, ganham a circulação

sanguínea e linfática e migram até chegarem a um tecido para permanência e desenvolvimento

(preferencialmente, músculos esqueléticos e cardíacos). No tecido, as oncosferas se diferenciam em

cisticercos e, após duas semanas da infecção, é possível observar os cisticercos a olho nu. O ser

humano, ao ingerir carne bovina crua/mal passada contendo cisticercos viáveis, pode se infectar com

o parasito. No humano, esses cisticercos sofrem ação da bile, no tubo digestivo, e desinvaginam o

escólex, para fixação na mucosa intestinal, onde se desenvolvem em tênias adultas. Os pacientes

iniciam a liberação das primeiras proglotes grávidas após 90 dias da infecção por cisticercos de

T.saginata, reiniciando novamente o ciclo.

Figura 3.4: Ciclo de vida da Taenia saginata. Fonte: adaptado de CDC - Centers for

Disease Control and Prevention (2017).

11
Atlas I - Parasitologia Médica

4. Echinococcus granulosus
O organismo adulto de Echinococcus granulosus mede cerca de 4-6 mm de comprimento. Possui

escólex (a “cabeça” do parasito) globoso ou piriforme, o qual é responsável por fixar o parasito nas

paredes intestinais do hospedeiro, onde suas proglótides irão absorver os nutrientes ali presentes.

Além disso, o escólex é composto por quatro ventosas e um rostro composto por 30-40 ganchos

dispostos em fileiras. A zona de crescimento do parasito, o colo, é curta e seguida pelo estróbilo,

composto por 3 a 4 proglotes.

Figura 4.1: Echinococcus granulosus adulto. A) Cultivado em meio de cultura; B) Isolado do hospedeiro definitivo.

Fonte: adaptado de Sadjjadi (2019).

Figura 4.2: Fotografia de Echinococcus granulosus

adulto. Observa-se o rostro (R) e as ventosas (V) no

escólex e o colo (C) desse cestódeo. Fonte: Da Silva et

al. (2009).

12
Atlas I - Parasitologia Médica

Echinococcus granulosus: Ciclo Biológico

A doença parasitária hidatidose é causada pelo helminto cestódeo Echinococcus granulosus. O

hospedeiro definitivo deste parasito é o cão. Ao ingerir cistos hidáticos, que são os cistos que

alojaram-se nos tecidos de outros animais, contendo a larva do parasito, desenvolve-se no intestino do

cachorro esta larva, tornando-se um adulto hermafrodita. Após aproximadamente dois meses, este

adulto está apto a produzir ovos que estarão presentes nas fezes por meio dos destacamentos das

proglotes.

Os hospedeiros intermediários deste parasito são os humanos, ovinos, bovinos, cervídeos e camelídeos.

Ao ingerirem estas proglotes com ovos, no intestino, estes ovos eclodem e liberam larvas que irão

perfurar a mucosa intestinal e atingir a circulação sanguínea ou linfática, alcançando diversos órgãos,

mais comumente o fígado. Ao alcançarem estes órgãos, ocorrerá a formação dos cistos hidáticos, o

que é uma resposta natural inflamatória do corpo e consiste em isolar o parasito em uma membrana

adventícia, podendo permanecer o parasito vivo dentro deste cisto por anos.

Figura 4.3: Ciclo de vida de Echinococcus granulosus. Fonte: CDC - Centers for Disease

Control and Prevention (2019).

13
Atlas I - Parasitologia Médica

5. Ascaris lumbricoides
A ascaríase é a doença causada pelo parasita Ascaris lumbricoides. Estes são helmintos pertencentes à

família Ascarididae, subfamília Ascaridinae e são encontrados geralmente no intestino delgado de

humanos, comumente no jejuno e no íleo; porém, quando em infecções intensas, podem parasitar todo o

órgão.

Quanto aos ovos, seu tamanho aproxima-se de 50x60 pm. Possuem cápsula mais espessa, devido a

sua membrana externa ser mais mamilonada, em razão da presença de secreção constituída de

mucopolissacarídeos. Seu intuito é o de facilitar a aderência dos ovos às superfícies, o que facilita a

sua dispersão. Além disso, possuem uma membrana proteica mais interna, impermeável e delgada.

Esta última camada atribui ao ovo uma forte resistência às condições ambientais. Ovos inférteis são

geralmente encontrados em fezes de indivíduos infectados.

Figura 5.1: A - ovo não fertilizado de Ascaris lumbricoides. B - ovo fertilizado de Ascaris lumbricoides. C - larva visível no

interior do ovo de de Ascaris lumbricoides. D - larva eclodindo do ovo de Ascaris lumbricoides. Fonte: CDC - Centers for

Disease Control and Prevention (2019).

Figura 5.2: Estruturas presentes em corte transversal de Ascaris lumbricoides. Além disso,

as estruturas dos ovos inférteis e férteis de Ascaris lumbricoides estão apontadas na

imagem. Fonte: Cimerman & Franco (2011).

14
Atlas I - Parasitologia Médica

5. Ascaris lumbricoides
Os machos adultos de Ascaris lumbricoides podem medir de 20 a 30 centímetros de extensão e 2 a 4

mm de largura e possuem um vestíbulo bucal na região anterior, apresentando três lábios com

dentículos e sem interlábios. Logo após a boca, encontra-se o esôfago e, em seguida, o intestino

retilíneo. O aparelho reprodutor é composto por um testículo filiforme e enovelado aberto na coacla,

na extremidade posterior. Além disso, dispõem de dois epículos semelhantes com função de órgão

acessório no momento de reprodução. O que o diferencia suas características sexuais da fêmea é sua

extremidade posterior com curva bem acentuada para a face ventral.

As fêmeas adultas de Ascaris lumbricoides apresentam de 30 a 40 cm de extensão e largura de 3 a 6

mm; logo, são maiores que os machos. O aparelho digestivo assemelha-se ao do macho. Sexualmente

dispõem de dois ovários filiformes e enovelados dando sequência a ovidutos, que, distintos, unem-se

em uma única vagina exteriorizada na vulva.

Figura 5.3: A - Calda curva Ascaris lumbricoides macho. B - Fêmea adulta de Ascaris lumbricoides. C - Extremidade anterior de

Ascaris lumbricoides apresentando os três lábios. Fonte: CDC - Centers for Disease Control and Prevention (2019).

Figura 5.4: Principais estruturas de Ascaris lumbricoides adultos: macho (esquerda) e fêmea (direita). Fonte:

Cimerman & Franco (2011).

15
Atlas I - Parasitologia Médica

Ascaris lumbricoides: Ciclo Biológico

Ascaris lumbricoides apresenta ciclo monoxênico. Os vermes adultos são encontrados no intestino

delgado (1). A fêmea da espécie é capaz de liberar diariamente 200.000 ovos, que são secretados

junto às fezes (2). Quando não fertilizados, esses ovos não possuem potencial patogênico. Os ovos,

para se tornarem férteis, necessitam de 15 dias e condições adequadas de temperatura, umidade e

oxigênio. O tempo para que sejam fertilizados pode levar de 18 dias até algumas semanas (3). Além

disso, esses ovos deverão estar sujeitos a condições e ambientes favoráveis para permanecerem

aptos. Caso sejam ingeridos pelo homem (4), as larvas eclodem (5), invadem a mucosa intestinal e

podem ser transportadas pela circulação sistêmica até os pulmões (6), onde continuam o seu processo

de maturação. Em seguida, as larvas migram dos pulmões para a garganta e são engolidas (7). Ao

chegarem ao intestino delgado, amadurecem para o estágio adulto. O processo de oviposição da

fêmea adulta leva em torno de 2 a 3 meses. A estimativa de vida dos vermes adultos é de cerca de 1 a

2 anos.

Figura 5.5 : Ciclo biológico de Ascaris lumbricoides. Fonte: CDC - Centers for Disease Control and Prevention (2019).

16
Atlas I - Parasitologia Médica

6. Ancylostoma braziliensis
O Ancylostoma braziliensis é um helminto nematódeo, pertencente à Família Ancylostomatidae, que

causa a ancilostomose animal e também inflamação cutânea no homem, a larva migrans. A morfologia

é muito característica: possuem cápsula bucal com um par de dentes muito bem desenvolvido, além

de terem 5 a 10 milímetros de comprimento. A extremidade posterior do corpo de machos e fêmeas é

muito distinta: os machos possuem bolsa para copular, enquanto as fêmeas apresentam um pequeno

processo espiniforme terminal. Nas formas adulta, o esôfago é musculoso e a bolsa copulatória (em

machos) possui variação nos raios de sustentação, com muita importância na taxonomia. Os ovos, por

sua vez, são eliminados nas fezes e, mesmo em espécies diferentes, a sua morfologia é muito similar.

Figura 6.1: Porção anterior dos ancilostomídeos.

A: cápsula bucal lateralmente, sendo a.

abertura da cápsula, b. dente ventral, c.

Ancylostoma duodenale Necator americanus espessamento cuticular da parede da cápsula,

d. lanceta, e. dente dorsal, f. superfície dorsal;

g. superfície ventral, h. esôfago. Fonte:

adaptado de Rey (2008).

Ancylostoma braziliense Ancylostoma caninum

Figura 6.2: Ovo de parasito da Família Figura 6.3: Parte anterior de Ancylostoma braziliensis,

Ancylostomatidae. Fonte: CRMV-MG (2019). evidenciando um par de dentes bem desenvolvido.

Fonte: CRMV-MG (2019).

Figura 6.4: Parasito adulto da Família

Ancylostomatidae, exibindo as

extremidades e a cápsula bucal

desenvolvida. Fonte: CRMV-MG (2019).

17
Atlas I - Parasitologia Médica

Ancylostoma braziliensis: Ciclo Biológico

O início do ciclo de vida dá-se a partir do instante que o animal, já infectado, elimina os ovos da larva

através das fezes;

Quando os ovos vão ao solo ou ambiente úmido, arenoso e agradável, há o desenvolvimento de larvas

L1 nos ovos e posterior eclosão;

As bactérias do solo servem como alimento das larvas, que mudam 2 vezes, a fim de chegarem à

forma infectante final (L3);

As larvas podem infectar os hospedeiros definitivos (cães e gatos) pelas vias cutânea, oral e

transplacentária;

Elas podem penetrar através de folículos e fissuras ou na pele íntegra de quem tem contato direto

com elas, inclusive seres humanos;

Quando chegam no seu hospedeiro animal, há o transporte pelo sistema linfático/circulatório/venoso

até os pulmões;

Nos pulmões, elas chegam até garganta e são engolidas

Atingem a sua maturidade sexual no intestino, onde botam os seus ovos, que são posteriormente

eliminados pelas fezes, fechando o ciclo;

Os seres humanos são hospedeiros acidentais. A larva pode não conseguir penetrar no seu organismo

e permanecer na pele, deixando os traços característicos do "bicho geográfico".

Figura 6.5: Ancylostoma braziliensis em ciclo de vida. Fonte: Petenusse (2017).

18
Atlas I - Parasitologia Médica

7. Strongyloides stercoralis
O Strongyloides stercoralis (S. stercoralis) pode assumir 6 formas diferentes em seu ciclo de vida.

Especificamente as fêmeas podem ser divididas em fêmeas partenogenéticas (fêmea parasita), que se

encontram no homem, e fêmeas de vida livre ou estercoral. Nesse contexto, explicaremos melhor a

morfologia da fêmea partenogenética do parasito.

A fêmea parasita, geralmente, se encontra no duodeno e parte superior do jejuno, onde vivem entre as

criptas da mucosa e depositam seus ovos.

Essa fêmea é triploide, tem comprimento de 1,7-2,5mm, tem largura de 0,03-0,04mm e vive até 5 anos.

A fêmea partenogenética produz de 30 a 40 ovos, que advém da partenogênese.

O seu corpo é branco, cilíndrico - com fisionomia filiforme - e possui um cutícula fina, que recobre

toda sua extensão, com aspecto transparente e estriado transversalmente

Suas extremidades são, anteriormente, arredondada e, posteriormente, afilada.

O seu aparelho digestivo é simples e segue da boca trilabiada para o esôfago, intestino simples,

terminando no ânus. Seu esôfago, como o seu corpo, também é cilíndrico. Ele é longo, podendo

ocupar um quarto do parasito.

No seu aparelho genital, observamos a presença de ovários, a vulva - que estende-se até o útero - e

os ovidutos. Cada ramo uterino é responsável por conter os ovos, no máximo 9, em diversos estágios

de maturação. O útero, em si, possui uma disposição divergente ou anfidelfa.

Figura 7.2: Fêmea partenogenética do S. stercoralis. Fonte:

Da Silva et al. (2009).

Figura 7.1: Representação morfológica da fêmea partenogenética

parasita do S. stercoralis; Bo - boca; Es - esófago; In - intestino; Ov -

ovários; Ut - útero; Vu - vulva; An - ânus. Fonte: Neves (2011, apud

Mazzaro, 2017).

19
Atlas I - Parasitologia Médica

Strongyloides stercoralis: Ciclo Biológico


O Strongyloides stercoralis apresenta, na realidade, dois ciclos de vida diferentes, mas ambos

monoxenos. Temos um ciclo direto, também conhecido como partenogenético, e temos um ciclo indireto,

que podemos chamar de sexuado ou de vida livre. A fêmea partenogenética, fica alojada no intestino

delgado do homem e deposita três tipos distintos de ovos na mucosa intestinal. Um desses ovos dá

origem à larva rabditóide que seguirá pelo ciclo direto. Os outros dois tipos dão origem às larvas

rabditóides que fazem parte do ciclo indireto do parasito, sendo que um origina o macho de vida livre e o

outro a fêmea de vida livre. No ciclo direto, as larvas rabditóides são excretadas nas fezes e se

encontram, assim, no solo, ou na região perianal. Decorridos de 1 a 3 dias, essas larvas se diferenciam em

larvas filarióides, que é a forma infectante do parasito. Quando essa larva chega ao estágio de L3, elas

são capazes de realizar a penetração ativa na pele ou mucosas (oral, esofágica e gástrica) do homem.

As larvas seguem para as veias e vasos linfáticos. Nos alvéolos capilares pulmonares, as L3 se diferenciam

em L4, que conseguem transpassar a membrana alveolar. Elas migram pelo trato respiratório até chegar

na faringe. A partir desse ponto, as larvas de S. stercoralis podem ser expectoradas, ou deglutidas. Com

a deglutição, elas chegam ao intestino delgado reiniciando o ciclo. No ciclo indireto, os ovos depositados

pela fêmea partenogenética dão origem às larvas rabditóides que formarão o macho e a fêmea de vida

livre. Os agentes adultos acasalam, dando origem a novos ovos. Esses ovos originam as larvas rabditóides

que seguem o ciclo, diferenciando-se em larvas filarióides infectantes. Semelhantemente ao ciclo direto,

no indireto, as larvas que penetram a pele são as L3. A partir desse ponto, o ciclo indireto é igual ao

direto até a formação de fêmeas partenogenéticas no intestino delgado, recomeçando o ciclo. É

importante mencionar que a transmissão do S. stercoralis pode ocorrer por 3 vias. A heteroinfecção

(primoinfecção) advém da penetração da larva L3 na pele ou mucosa do hospedeiro. Além disso, temos a

autoinfecção externa (exógena), na qual a larva rabditóide, na região perianal, se diferencia em larva

filarióide, penetra no local e contamina o próprio indivíduo. Por fim, temos a autoinfecção interna

(endógena). Esse tipo de infecção ocorre pela penetração de larvas filarióides (que vieram das

rabditóides presentes no intestino) na mucosa do íleo ou do cólon do próprio hospedeiro.

Figura 7.3: Ciclo de vida de

Strongyloides stercoralis. 1. Ciclo

direto; 2. Ciclo Indireto; A - fêmea

partenogenética no intestino

delgado; B - ovos na mucosa

intestinal; C - larva rabditóide; D -

larva filarióides infectantes com

capacidade de penetração na

pele (L3); E - formas adultas de

vida livre (macho e fêmea); F -

ovos produzidos após o

acasalamento; G - Larva

rabditóide. L4 - larva L4 chega ao

intestino. Fonte: adaptado de

CDC - Center of Disease Control

and Prevention (2019).

20
Atlas I - Parasitologia Médica

8. Enterobius vermiculares
O nematódeo Enterobius vermicularis, antigamente denominado Oxyuris vermicularis, e parasita

causador da enterobiose possui um corpo branco revestido por uma delgada cutícula, que se expande

anteriormente, formando características projeções denominadas asas cefálicas. Ressalta-se, no

entanto, o claro dimorfismo entre macho e fêmea da espécie. A fêmea- que é maior em comprimento

em relação ao macho- possui, posteriormente, uma cauda afilada, além de dois úteros, podendo

abrigar até 16 mil ovos, que se conectam a uma única vagina. Com o crescimento do número de ovos é

possível perceber a expansão do corpo da fêmea.

Figura 8.1: Porção anterior de E. vermicularis, Figura 8.2: E. vermicularis fêmea, na qual se pode perceber os

no qual se percebem as asas cefálicas (roxo) e dois úteros repletos de ovos (setas). Fonte: TWiP (2020).

o formato peculiar do esôfago (azul). Fonte:

Florida Gulf Coast University, [20--?].

Quando a fêmea, por um processo passivo, migra para a região perianal, na maioria das vezes, tem

o corpo rompido pela pressão interna dos ovos, liberando-os no local. O ovo, por sua vez, mede

cerca de 50 x 20 𝛍m, assemelhando-se à letra D, pela presença de uma face achatada enquanto a

outra é convexa. É possível, também, observar uma parede dupla circundando o ambiente

translúcido no qual a larva se desenvolve.

Figura 8.3: Ovo de E. vermicularis com seu característico formato. Fonte: Public

Domain Files (2012).

21
Atlas I - Parasitologia Médica

Enterobius vermiculares: Ciclo Biológico

O E. vermicularis possui um ciclo monoxênico, que se organiza da seguinte forma:

1. Os ovos liberados na região perianal, ao entrar em contato com a pele do local, se tornam infectantes

em até 6 horas e resistem até 3 semanas no meio externo.

2. Ocorre a ingestão dos ovos, na qual se ressalta a importância da infecção externa pela coceira da

região perianal.

3. Isso acarreta na eclosão de larvas rabditóides na altura do duodeno, atingindo, posteriormente, o

ceco. Durante esse movimento, existem duas mudas levando a plena maturidade do parasito.

4. Nessa porção do intestino grosso, ocorre a reprodução sexuada do E. vermicularis, sendo os machos

eliminados nas fezes logo após. As fêmeas, por sua vez, podem perpetuar-se no organismo por mais

de dois meses.

5. As fêmeas grávidas se desprendem da mucosa intestinal, migrando para a região perianal e, lá, têm,

geralmente, sua integridade corporal rompida pela pressão dos ovos, liberando-os.

Há ainda uma possibilidade de retroinfecção, na qual ocorre a liberação de larvas rabditóides perto

do ânus, pelo qual elas retornam ao intestino, se tornando vermes adultos posteriormente.

Figura 8.4: Ciclo de vida de E. vermicularis. Fonte: adaptado de Mahon & Mansuelis (2000).

22
Atlas I - Parasitologia Médica

9. Trichuris trichiura
Vermes adultos: Os adultos de Trichuris trichiura apresentam entre 3 a 5 cm de comprimento. A boca é

uma abertura simples, não apresenta lábios e está localizada na extremidade anterior. Depois da

boca, encontramos o esôfago, que se caracteriza por ser muito delgado e longo e ocupa ⅔ do

comprimento total do corpo do parasito. A parte final do esôfago é um tubo de parede delgada,

circundado por uma camada unicelular de esticócitos (células glandulares) bastante grandes. A parte

posterior do corpo do verme corresponde a ⅓ do seu comprimento total, sendo uma parte alargada e

onde se localiza o intestino (que acaba no ânus presente perto da extremidade da cauda) e o sistema

reprodutor simples.

Macho: é menor que a fêmea e apresenta um único testículo. Após o testículo, encontramos um canal

deferente e um canal ejaculador (que termina no espículo). Sua extremidade posterior é bastante

curvada ventralmente e apresenta o espículo que é protegido por uma bainha repleta de espinhos.

Fêmea: é maior que o macho, possui um ovário e um útero que se abrem na vulva (presente próxima da

junção entre o esôfago e o intestino).

Figura 9.1: na imagem ao lado

observamos um verme macho

adulto de Trichuris trichiura e

algumas de suas estruturas, tais

como seus órgãos reprodutores,

seu esôfago, sua camada de

esticócitos, sua extremidade

posterior curvada ventralmente

com o ânus, sua extremidade

anterior e sua cabeça com a boca.

Fonte: adaptado de Health Jade

(2019).

Figura 9.2: na imagem ao

lado observamos uma

fêmea adulta de Trichuris

trichiura e algumas de suas

estruturas, tais como seu

esticossomo, seu esôfago,

seu ânus, seu intestino e

aproximadamente o local

onde se abre sua vulva.

Fonte: adaptado de

Racaniello (2010).

23
Atlas I - Parasitologia Médica

9. Trichuris trichiura
Ovos: apresentam comprimento entre 50 e 55 μm e largura de aproximadamente igual a 22 μm.
Possuem uma forma elíptica bastante característica e um material lipídico preenche poros salientes e

transparentes presentes em suas duas extremidades. Na casca do ovo encontramos três camadas

diferentes: lipídica externa, quitinosa intermediária e vitelínica interna, importantes para que o ovo

seja resistente às condições ambientais.

Figura 9.3: na imagem acima observamos um ovo de Trichuris trichiura. Nas extremidades,

observamos poros preenchidos por material lipídico. Além disso, também é possível observar as

três camadas da sua casca (lipídica externa, quitinosa intermediária e vitelínica interna). Para

a obtenção desta imagem, o ovo foi colocado em um montículo úmido manchado de iodo.

Fonte: adaptado de CDC - Center of Disease Control and Prevention (2017).

24
Atlas I - Parasitologia Médica

Trichuris trichiura: Ciclo Biológico

O homem se infecta quando ingere alimentos ou líquidos que estejam contaminados com ovos

infectantes de Trichuris trichiura. No intestino delgado do ser humano, as larvas eclodem de uma das

extremidades do ovo através de seus poros. Alguns estudos sugerem que a exposição dos ovos ao

suco gástrico e ao suco pancreático estimula a eclosão das larvas. Apesar de existirem controvérsias a

respeito do desenvolvimento das larvas de Trichuris trichiura em humanos, a maior parte dos autores

acreditam que as larvas se introduzem no epitélio da mucosa intestinal do duodeno por meio das

bases das criptas de Lieberkuhn e permanecem neste local por 5 a 10 dias. Posteriormente, vão para a

luz intestinal e seguem para a região cecal, onde completam o seu desenvolvimento. Outros estudos

histológicos demonstraram que as larvas de Trichuris sp. são capazes de se introduzir na mucosa de

várias regiões do intestino, preferencialmente, do intestino grosso. Depois, as larvas migram pelas

células epiteliais do seco e se movem para a luz intestinal em um processo através do qual formam

túneis sinuosos no epitélio da mucosa. Nesse período, as larvas passam pelos quatro estágios larvais

típicos do desenvolvimento dos nematódeos e se tornam vermes adultos, já sendo possível observar a

diferenciação dos esticócitos na região do esôfago. Já na região posterior, ocorre o desenvolvimento

do órgão genital no local onde há a junção do esôfago com o intestino.

Os machos e as fêmeas presentes no intestino grosso se reproduzem sexuadamente e os ovos são

levados para o meio externo com as fezes. A fêmea pode liberar entre 3 mil a 20 mil ovos por dia e,

para se tornar infectante, o embrião presente no interior do ovo precisa se desenvolver no meio

externo. Em aproximadamente 21 dias, quando a temperatura é igual a aproximadamente 25 ºC


ocorre a embriogênese (desenvolvimento do ovo). A embriogênese também pode ocorrer em

aproximadamente 13 dias quando a temperatura é igual a aproximadamente 34 ºC. Além disso, os

º
ovos não se desenvolvem quando a temperatura estiver abaixo de -9 C e acima de 52 C, apesar de º
não ocorrer a morte do embrião. Os ovos podem sobreviver por muito tempo quando há condições

ambientais favoráveis, entretanto, quando a umidade relativa é menor que 77%, eles não sobrevivem

por mais de 15 dias. O homem então se infecta com os ovos e o ciclo se reinicia. Cabe ressaltar que

apenas 5% a 22% dos ovos infectantes de T. trichiura completa o seu desenvolvimento e que o

período entre a infecção e o início da liberação de ovos pelo homem (período pré-patente) é entre 60

a 90 dias.

Figura 9.4:

ciclo de vida do

Trichuris

trichiura,

parasito

causador da

tricuríase.

Fonte:

adaptado de

CDC - Center

of Disease

Control and

Prevention

(2017).

25
Atlas I - Parasitologia Médica

10. Sarcoptes scabiei


O Sarcoptes scabiei (S. scabiei) apresenta quatro formas de vida: ovo, larva, ninfa e adulto. Os

organismos adultos possuem corpo globoso de aproximadamente 400 micrômetros de comprimento

por 300 micrômetros de largura. Além disso, apresentam gnatossoma curto e largo formado por base;

um par de palpos e um par de quelíceras; dois pares de perna anteriores e dois pares de pernas

posteriores, sem garras e de formato curto e grosso; cutícula estriada constantemente interrompida

por áreas com cerdas finas e formações escamosas. Os machos adultos são menores e possuem

ventosas nas patas I, II e IV, enquanto as fêmeas nas patas I e II. As fêmeas são ligeiramente maiores

e, além das ventosas, apresentam longas cerdas nas patas III e IV e pedicelos longos e não

segmentados.

Figura 10.1: Fotomicrografia de Sarcoptes scabiei adulto Figura 10.2: Morfologia de um organismo adulto de S.

(Ad). Fonte: Da Silva et al. (2009). scabiei. Observa-se o gnatossoma na extremidade

anterior, contendo um par de palpos (mais lateral) e

um par de quelíceras (mais medial), além dos quatro

pares de pernas. Fonte: CRMV-MG (2019).

Figura 10.3: Imagem ilustrando as principais diferenças entre S. scabiei fêmea e macho. Fonte: CRMV-

MG (2019).

26
Atlas I - Parasitologia Médica

Sarcoptes scabiei: Ciclo Biológico

Os organismos adultos macho e fêmea de S. scabiei realizam a cópula, e as fêmeas que já copularam

escavam túneis ou galerias na epiderme do hospedeiro, deixando um rastro de ovos. Cerca de três a

quatro ovos são colocados por dia, durante três a quatro semanas, tempo de sua vida, totalizando a

oviposição de cerca de 40 a 50 ovos. Depois do período de incubação, com duração de três a cinco

dias, eclodem as larvas (hexápodas), que podem sair para a superfície da pele ou permanecerem na

superfície dos túneis, onde vão se alimentar de epiderme e linfa. Em seguida, as larvas diferenciam-se

em ninfas (octópodas), que após oito a dez dias mudam para adultos machos ou fêmeas. Estes, por

sua vez, realizam a cópula, reiniciado o ciclo. O tempo de duração do ciclo do S. scabiei é

relativamente curto, com duração de 20 dias.

Figura 10.4: Ciclo de vida S. scabiei. Fonte: adaptado de

CDC - Center of Disease Control and Prevention (2010).

27
Atlas I - Parasitologia Médica

11. Tunga penetrans


As pulgas da espécie Tunga penetrans são, popularmente, conhecidas como “bicho-de-pé” e medem

cerca de 1 mm de comprimento na fase adulta. Esses insetos são responsáveis por provocar o quadro

clínico “tungíase” e são hematófagos. No entanto, apenas a fêmea penetra e se enterra nos tecidos

do hospedeiro, apresentando espiráculos respiratórios abdominais bem desenvolvidos (fêmeas não-

hipertrofiadas). Morfologicamente, T.penetrans é achatado látero-lateralmente, as peças bucais são

do tipo picador-sugador, não possui asas e nem ctenídeos. Os machos possuem um órgão copulador

(edeago) na região posterior, que é afilada; a parte posterior das fêmeas é abaulada. Como

características específicas da espécie T.penetrans, podemos citar: segmentos torácicos atrofiados,

tubérculo frontal acentuado e presença de lacínias serrilhadas.

Figura 11.1: Principais estruturas de Tunga penetrans apontadas. A: fêmea. B: macho. Fonte: adaptado de CRMV-

MG (2019).

Os machos da espécie T.penetrans apresentam o órgão copulador (edeago) e as fêmeas possuem

uma espermateca, para armazenar espermatozóides após a cópula. As figuras abaixo ilustram as

diferenças entre as espermatecas em fêmeas não-grávidas e fêmeas grávidas:

Figura 11.2: A (espermateca de fêmea não-grávida de T.penetrans); B (espermateca de fêmea grávida de

T.penetrans); C (fêmea grávida e hipertrofiada, abrigando os ovos). Fonte A e B: Pampiglione (2004). Fonte

C: Neves (2016).

28
Atlas I - Parasitologia Médica

Tunga penetrans: Ciclo Biológico

Os ovos de Tunga penetrans são liberados e, no solo, eclodem e dão origem a larvas que se alimentam

de detritos orgânicos. As larvas passam por duas ecdises (dois estádios larvares) e formam pupas.

Após cerca de 17 dias, os parasitos adultos emergem das pupas e podem realizar a cópula. A fêmea

fecundada de T.penetrans penetra na pele de um hospedeiro (ser humano, porco, cachorro, gato). Os

locais preferenciais para a penetração no homem incluem: o calcanhar, o pé e as extremidades dos

dedos (mãos e pés). O parasito, então, enterra-se nos tecidos do hospedeiro e deixa apenas a

extremidade posterior (abertura genital, ânus, espiráculos respiratórios) em contato com o meio

externo, para realizar a respiração. Nesse período, a fêmea se alimenta de sangue e líquido tissular,

forma os ovos e se hipertrofia com a distensão progressiva do abdome. Após a liberação de,

aproximadamente, uma centena de ovos pela pulga, a fêmea murcha cai ou é expulsa pelo

hospedeiro (reação inflamatória). Os ovos expelidos, então, eclodem no solo e o ciclo se reinicia.

Figura 11.3: Ciclo biológico de Tunga penetrans. Fonte: CDC - Centers for Disease Control

and Prevention (2017).

29
Atlas I - Parasitologia Médica

12. Pediculus humanus


O inseto Pediculus humanus possui cabeça ovóide, um par de antenas e não possui asas. Por ser

hematófago, possui aparelho picador-sugador retrátil. No tórax, contém seis pernas e abertura de um

par de espiráculos respiratórios. Nas fêmeas, a parte inferior possui uma abertura bilobada, onde

encontra-se a vulva. No tarso, nota-se uma garra voltada para o lado oposto de uma crista da tíbia,

desta forma, sendo capaz de realizar o movimento de pinça, firmando-se nos pelos.

Macho e fêmea diferenciam-se pelo aspecto da sua extremidade abdominal. Esta, nos machos, é

arredondada, enquanto, nas fêmeas, possui uma reentrância. Somado a isso, os machos são um pouco

menores do que as fêmeas.

Figura 12.1: Pediculus humanus

fêmea (A) e macho (B). Nas fêmeas,

observa-se a abertura genital (seta

vermelha) e os palpos (seta azul).

Nos machos, destacam-se as patas

adaptadas para agarrar (seta

verde), as peças bucais (seta roxa),

o espiráculo respiratório (seta azul)

e o órgão de cópula (seta

vermelha). Fonte: Cimerman &

Franco (2011).

Os ovos de Pediculus humanus, popularmente conhecidos como lêndeas, são ovais e esbranquiçados,

possuem até 1 mm de comprimento e apresentam-se coroados com um opérculo na sua porção mais

larga. Também estão coberto por uma substância semelhante ao cemento, o que lhes permite resistir à

extração.

Figura 12.2: Ovo de Pediculus humanus

(seta verde). Também é mostrada a

substância de aderência do inseto ao

cabelo, o cemento (seta vermelha). Fonte:

Cimerman & Franco (2011).

30
Atlas I - Parasitologia Médica

Pediculus humanus: Ciclo Biológico

Pediculus humanus possui um ciclo autoxênico. Com uma duração de 4 a 14 dias, da incubação do

ovo, que fixa-se às superfícies através de uma substância cinza e pegajosa, surgem as ninfas, estágios

jovens do inseto, que levarão duas semanas para chegar no estádio adulto. Alimentam-se diversas

vezes em um único dia.

Sua transmissão é dada pelo contato.

As fêmeas podem viver até quarenta dias e colocam cerca de 200 ovos durante toda a vida.

Figura 12.3: Ciclo de vida de Pediculus humanus. Fonte: adaptado de CDC - Centers for

Disease Control and Prevention (2019).

31
Atlas I - Parasitologia Médica

13. Pthirus pubis


Pitiríase é a doença causada por Pthirus pubis, também conhecido como pitirose, fitiríase, fitirose, e

“chato”. Pertence à ordem Anoplura, esses insetos são encontrados na região púbica, geralmente nos

pelos pubianos e no períneo, mas podem infectar outras áreas. Causam irritação na pele e essa

irritação é conhecida por prurido. Seu único hospedeiro é a espécie humana, sendo essa doença

encontrada mundialmente. Seu diâmetro mede cerca de 1-1,5mm, o inseto apresenta forma achatada,

corpo fundido com cabeça e abdômen, a cabeça apresentando palpos e peças bucais. Possui três

pares de patas, sendo o primeiro par menor que o segundo e terceiro par, possuindo espiráculos

respiratórios lateralmente no abdômen.

Figura 13.1: Imagem evidenciando as estruturas de Pthirus pubis. Três pares de patas, sendo os segundo

e terceiro par em formado de garra (seta azul), espiráculos respiratórios (seta vermelha), palpos (seta

verde), peças bucais (seta roxa). Fonte: Cimerman & Franco (2011).

Figura 13.2: Esses insetos (Pthirus

pubis) apresentam corpo

pequeno, sendo esse corpo

formado por cabeça (C) e tórax

agrupado com abdome (TA).

Patas (P). Espiráculos laterais ao

corpo (E). Metapódios (M)

localizados na região posterior.

Fonte: Da Silva et al. (2009).

32
Atlas I - Parasitologia Médica

Pthirus pubis: Ciclo Biológico

O ciclo de vida de Pthirus pubis apresenta três estágios, sendo eles: ovo, ninfa e adulto. Os ovos são

depositados nos pelos pubianos (1). As fêmeas são capazes de colocar em média 30 ovos durante sua

vida, as fêmeas vivem em média 3-4 semanas. Após o período de aproximadamente uma semana,

inicia-se assim o estágio de ninfas. Para que ocorra a maturação para a fase adulta (5), elas passam

por três mudas (2)(3)(4). Na fase adulta eles apresentam formas achatadas e medem 1,5-2,00 mm de

comprimento. Os adultos conseguem sobreviver apenas através do sangue humano, fora do

hospedeiro eles sobrevivem sem se alimentar por apenas entre 24 à 48 horas.

Transmissão: a transmissão do Pthirus pubis ocorre durante o contato de pessoa pra pessoa, sendo a

principal transmissão via relação sexual, mas podem ser transmitidos também por meio de roupas e

roupas de cama, apesar de sua transmissão apresentar taxa menor do que por relação sexual.

Figura 13.3: Ciclo de vida de Pthirus pubis. Fonte: CDC - Centers for Disease Control

and Prevention (2018).

33
Atlas I - Parasitologia Médica

14. Dermatobia hominis


Dermatobia hominis é um díptero sinantrópico, com ciclo larval que ocorre dentro da pele de alguns

seres vivos, causando a miíase “berne”. Possui 2 fases: parasitária e livre, sendo que a parte

larval/parasitária dura cerca de 50 dias em três estágios de desenvolvimento chamadas de L1 a L3. Ao

completar a fase de maturidade, há saída da pele com cerca de 2,5 centímetros, iniciando a fase de

vida livre. A fase depende do ambiente externo em período de pupa e, depois, no período de mosca,

recomeçando o ciclo até a morte do inseto em aproximadamente 12 dias.

A larva nos dois primeiros estágios há um pequeno aglomerado celular ao redor de túnica acelular

com 30 µm de diâmetro seguido de 54 µm. Em microscópio, há células com dois tipos de núcleos

variados entre redondos, menores, ovóides e frouxos. Nas larvas mais velhas, os núcleos ficam maiores

no interior e os menores se localizam geralmente ao redor da gônada. É importante observar que a

diferença entre os órgãos sexuais em larva no terceiro estágio acontece com peso igual ou superior a

400mg.

Figura 14.1: Dermatobia hominis. A e B são adultos, evidenciando suas estruturas, C e D são larva e

pupa, respectivamente, também evidenciando suas estruturas. Fonte: CRMV-MG (2019).

34
Atlas I - Parasitologia Médica

14. Dermatobia hominis


As larvas de Dermatobia hominis são parasitas de tecido de forma obrigatória, sendo que os

mamíferos são os mais afetados. Ao analisar a morfologia da larva da espécie, é difícil saber se é

macho ou fêmea. Apesar disso, pode-se localizar testículo e ovário na larva em estágio 3 (L3) a partir

de 400 gramas. Os machos tendem a ter menos peso, pois as larvas fêmeas parasitam por mais tempo

um indivíduo, em cerca de 5 dias a mais. A L3 já madura tem a preferência de ambientes mais escuros,

evitando o sol e o aquecimento do hospedeiro. Na sua forma geral, há filas posicionadas de maneira

paralela com a extensão da larva e cheias de espinhos (flechas azuis da figura abaixo), além de

ganchos (flechas verdes) e espiráculo, a fim de promover a respiração da larva (fecha preta). Já a

parte bucal da larva (seta verde) fica sob o tecido infectado quando o inseto se alimenta.

Figura 14.2: Imagem e estruturas de Dermatobia hominis. Seta azul: fileiras paralelas e concêntricas de

espinhos. Seta verde: ganchos bucais. Seta preta: espiráculos respiratórios. Fonte: Hernández-Jiménez et al

(2019).

35
Atlas I - Parasitologia Médica

Dermatobia hominis: Ciclo Biológico

O período larval de Dermatobia hominis é longo e pode durar entre 28 e 128 dias, dependendo do

hospedeiro analisado e infectado. O período da vida adulta pode durar entre 2 ou até 11 dias quando

analisado em laboratório.

1. As moscas já adultas podem colocar os ovos em cima da cutícula de insetos hematófagos;

2. Ao processo da alimentação desses insetos, as larvas das moscas podem invadir os tecidos do

hospedeiro (sendo ele vertebrado, geralmente mamífero);

3. As larvas alimentam-se desses tecidos ou líquidos corpóreos de forma a serem biontófagas.

De forma detalhada:

1. Há formação do pupário quando os ovos caem no solo úmido e rico em matéria orgânica de

desenvolvimento natural;

2. Em até 15 minutos, a larva se enterra e pode demorar até 2 dias para virar a pupa, sendo que a

temperatura e a umidade são fundamentais no processo;

3. A mosca já adulta pode ovipositar em outros vetores que sejam insetos, como pernilongos, e haverá

a liberação das larvas pelo vetor.

Figura 14.3: Ciclo de vida de Dermatobia hominis. Fonte: adaptado de CDC - Centers

for Disease Control and Prevention (2017).

36
Atlas I - Parasitologia Médica

15. Cochliomyia hominivorax


As moscas da espécie Cochliomyia hominivorax são conhecidas como “mosca-varejeira” e são as

principais causadoras de miíases primárias no Brasil. Cochliomyia hominivorax é um díptero e pertence

à família Calliphoridae. A mosca adulta possui um tamanho médio (8 mm de comprimento), aparelho

bucal do tipo sugador e corpo azulado e verde-metálico. Já as larvas, no terceiro estádio, apresentam

coloração branco-amarelada, corpo segmentado e retilíneo, com cerca de 15 mm de comprimento. É

importante destacar que a larva apresenta troncos traqueais dorsais fortemente pigmentados, os

quais partem dos espiráculos respiratórios posteriores até (mais ou menos) o 10 /9 º º segmento. Além

disso, a forma larvária possui, também, pseudocéfalo, espiráculos anteriores, bandas de espinhos no

corpo e ganchos maxilares.

Figura 15.1: larva (terceiro estádio) de

Cochliomyia hominivorax. É possível observar

os troncos traqueais pigmentados e as

bandas de espinhos no corpo do parasito.

Fonte: adaptado de Osorio (2016).


Figura 15.2: larva (terceiro estádio) de

Cochliomyia hominivorax, os ganchos

maxilares e a banda de espinhos estão

apontados na imagem. Fonte: adaptado de

Osorio (2016).

Figura 15.3: Região posterior da larva de Cochliomyia hominivorax, apresentando os

espiráculos respiratórios posteriores. Além disso, podemos observar as traqueias

pigmentadas partindo dos espiráculos. Fonte: adaptado de CDC - Centers for

Disease Control and Prevention (2017).

37
Atlas I - Parasitologia Médica

Cochliomyia hominivorax: Ciclo Biológico

As moscas fêmeas de Cochliomyia hominivorax depositam até 300 ovos, de cada vez, à margem de

feridas abertas, lacerações da pele ou em cavidades naturais do corpo (como o ânus ou a boca). As

larvas eclodem, em menos de um dia, e passam a se nutrir dos tecidos vivos do hospedeiro, de forma

rápida e voraz. Com isso, esse parasito aumenta de tamanho e se desenvolve até a terceira e última

fase larval. O parasitismo larval perdura por 4 a 8 dias, causando lesões características da miíase no

hospedeiro. Depois desse período, as larvas deixam o corpo e caem no solo, onde ocorre a

metamorfose (cerca de 8 dias de duração), passando de larva à pupa e de pupa à mosca adulta. Os

parasitos adultos de Cochliomyia hominivorax são capazes de copular poucos dias após emergir da

pupa, e realizam a cópula apenas uma vez na vida. As fêmeas fecundadas, então, depositam os ovos

e o ciclo se reinicia. Geralmente, os organismos adultos se nutrem de néctar, mas podem obter

energia de diversos tipos de matéria orgânica, já as larvas necessitam de tecidos vivos (de animais

endotérmicos) para sua alimentação e sobrevivência.

Figura 15.4: Ciclo biológico de Cochliomyia hominivorax. Fonte: adaptado de CDC - Centers

for Disease Control and Prevention (2017).

38
Atlas I - Parasitologia Médica

16. Referências bibliográficas


Ancylostoma braziliense. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Ancylostoma%20braziliense.htm.

Acesso em: 26 out. 2021.

AVELAR, Daniel. Sistemática e análise cladística das espécies neotropicais do gênero Tunga
Jarocki, 1838 (Siphonaptera: Tungidae). Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais,
Instituto de Ciências Biológicas. p. 210. 2010. Disponível em:

http://www.parasitologia.icb.ufmg.br/defesas/352D.PDF. Acesso 25 out. 2021.

BARROS, G.; BRICARELLO, P. Myiasis by Cochliomyia hominivorax (Coquerel, 1858): A Neglected Zoonosis in

Brazil. Open Journal of Veterinary Medicine, 10, 80-91, 2020. doi: 10.4236/ojvm.2020.106007.

BOISSIER, Jerome; MOUAHID, Gabriel; MONÉ, Hélène. Schistosoma SPP. Global Water Pathogen Project.
Part 3: Specific Excreted Pathogens: Environmental and Epidemiology Aspects - Section 4: Helminths.

Michigan, Março, 2019. Disponível em:

https://www.waterpathogens.org/sites/default/files/Schistosoma%20spp._1.pdf. Acesso em: 22 out.

2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Ascariasis. [s.l], 2019. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/. Acesso 26 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Echinococcosis. [s.l], 2019. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/echinococcosis/index.html. Acesso 26 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Myiasis. [s.l], 2017. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/myiasis/index.html. Acesso 25 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Pediculosis. [s.l], 2017. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/pediculosis/index.html. Acesso 26 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Pthiriasis. [s.l], 2019. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/pthiriasis/. Acesso 26 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Scabies. [s.l], 2010. Disponível em:
https://www.cdc.gov/parasites/scabies/index.html. Acesso em: 23 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Schistosomiasis. [s.l], 2019. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/schistosomiasis/index.html. Acesso em: 22 out. 2021.

39
Atlas I - Parasitologia Médica

Referências bibliográficas

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Strongyloides. [s.l], 2019. Disponível em:
https://www.cdc.gov/parasites/strongyloides/biology.html. Acesso em: 21 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Taeniasis. [s.l], 2017. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/taeniasis/. Acesso em: 22 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Trichuriasis. [s.l], 2017. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/trichuriasis/index.html. Acesso em: 23 out. 2021.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Tungiasis. [s.l], 2017. Disponível em:
https://www.cdc.gov/dpdx/tungiasis/index.html. Acesso em: 25 out. 2021.

CIMERMAN, Benjamin; FRANCO, Marco Antonio. Atlas de Parasitologia Humana: Com a Descrição e
Imagens de Artrópodes, Protozoários, Helmintos e Moluscos. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2011.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (CRMV-MG). Atlas de

Parasitologia Veterinária. Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte: FEPMVZ


Editora, n º 92, maio. 2019. ISSN 16766024. Disponível em:
https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/FCK/cteletronico%2092.pdf. Acesso em: 26 out. 2021.

DA SILVA, José Reinaldo et al. Atlas de Parasitologia Humana. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.

FLORIDA GULF COAST UNIVERSITY. Parasitology Images and Other Resources. [s.l], [200-?].
Disponível em : https://ruby.fgcu.edu/courses/davidb/50249/web/enterobius%20125.htm. Acesso em:

23 out. 2021.

New World screwworm (Cochliomyia hominivorax) and Old World screwworm


HALL, Martin.

(Chrysomya bezziana). 2008. Manual of Diagnostic Tests and Vaccines for Terrestrial Animals
(Mammals, Birds and Bees). 1. 265-275.

HERNÁNDEZ-JIMÉNEZ, Cristóbal et al. Dermatobiosis cutánea bovina en la región selvática lluviosa y

montañosa de México. 2020. Ecosistemas y Recursos Agropecuarios 7(1): e2303. DOI:


10.19136/era.a7n1.2303

MAHON, Connie et al. Textbook of Diagnostic Microbiology. 6 ed. Elsevier, 2016.

MANUAL MSD. Teníase. [s.l], 2020. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-


br/casa/infecções/infecções-parasitárias-cestódeos-tênias/ten%C3%ADase. Acesso em: 25 out. 2021.

MARIN, R. E. et al. Pathology and diagnosis of proliferative and ulcerative dermatitis associated with

Tunga penetrans infestation in cattle. Journal of veterinary diagnostic investigation: official


publication of the American Association of Veterinary Laboratory Diagnosticians, Inc vol. 27,1 (2015): 80-

5. doi:10.1177/1040638714559597

40
Atlas I - Parasitologia Médica

Referências bibliográficas

MAZZARO, Marcia. Detecção de Strongyloides stercoralis por PCR em Amostra de Fezes de


Pacientes Portadores de Diabetes Mellitus tipo 2. 2017. Dissertação (Pós-graduação em Ciências
Aplicadas à Saúde) - Universidade Federal de Goiás. Disponível em:

<https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/7898/5/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-

%20Marcia%20Carolina%20Mazzaro%20-%202017.pdf>. Acesso em: 20 out. 2021.

In vitro effects of febrifugine on Schistosoma


MITSUI, Yoshinori; MIURA, Mitsumasa; KATO, Kentaro.

mansoni adult worms. Trop Med Health, Nagasaki, Japão, 48, 42, p. (2-7), Junho, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.1186/s41182-020-00230-x. Acesso em 22 out. 2021.

NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.

NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 13. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2016.

OLEA, María Sofía et al. First report of myiasis caused by Cochliomyia hominivorax (Diptera: Calliphoridae)

in a diabetic foot ulcer patient in Argentina. The Korean journal of parasitology vol. 52,1 (2014): 89-92.
doi:10.3347/kjp.2014.52.1.89.

OSORIO, José Henry. Diagnostic mistake and wrong treatment of cutaneous myiasis by Cochliomyia

hominivorax (Coquerel) (Diptera: Calliphoridae). Brazilian Journal of Biological Sciences, 3 (2016): 227-
230. doi: 10.21472/BJBS.030522.

PAMPIGLIONE, S. et al. Differential diagnosis between Tunga penetrans (L., 1758) and T. trimamillata

Pampiglione et al., 2002 (Insecta, Siphonaptera), the two species of the genus Tunga parasitic in man.

Parasite (Paris, France) vol. 11,1 (2004): 51-7. doi: 10.1051/parasite/200411151.

PARTIN, B. G. Enterobiasis. Public Domain Files, 2012. Disponível em:


http://www.publicdomainfiles.com/show_file.php?id=13546495212961. Acesso em: 23 out. 2021.

PETENUSSE, Silva.Contaminação por helmintos em parques e bosques municipais de Goiânia,


Goiás. Dissertação (Pós-graduação em Ciência Animal) - Escola de Veterinária e Zootecnia da
Universidade Federal de Goiás. Goiânia, p. 65. 2017. Disponível em:

<https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/67/o/Carolina_Silva_Petenusse.pdf>. Acesso 29 out. 2021.

RACANIELLO, Vincent; DESPOIMMER, Dickson. Enterobius vermicularis, the pinworm. This Week in
Parasitisms, nov. 2020. Disponível em: https://www.microbe.tv/twip/19-enterobius-vermicularis-the-

pinworm/. Acesso em: 23 out. 2021.

41
Atlas I - Parasitologia Médica

Referências bibliográficas

RACANIELLO, Vicent; DESPOIMMER, Dickson. TWiP 20 - The whipworm Trichuris trichiura. TWiP, 2010.
Disponível em: https://www.microbe.tv/twip/undefinedtwip-20-the-whipworm-trichuris-trichiura/.

Acesso em: 23 out. 2021.

REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara- Koogan, 2011.

REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos ocidentais. 4. ed. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2008.

SADJJADI, S. F. et al (2019). Comparative Morphologic and Morphometric Study on the Developmental

Aspects of In Vitro and In Vivo Reared Echinococcus granulosus Sensu Stricto Using Differential

Interference Contrast (DIC)/Nomarski and Phase Contrast Microscopy. Iranian journal of parasitology,
14(4), 510–520.

SANAR MEDICINA. Equinococose (Echinococcus granulosus): epidemiologia, fisiopatologia,


diagnóstico e tratamento. Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-de-equinococose-
echinococcus-granulosus-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento. Acesso em: 25 out.

2021.

Trichuris trichiura. Health Jade. Disponível em: https://healthjade.net/trichuris-trichiura/. Acesso em:


23 out. 2021.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Echinococcus granulosus. Atlas Eletrônico de


Parasitologia. Disponível em: http://www.ufrgs.br/para-
site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Echinococcus%20granulosus.htm. Acesso em: 25 out. 2021.

VIEIRA, Ana Maria; LELLO, Edy de. Desenvolvimento pós-embrionário do intestino anterior de Dermatobia

hominis (Linnaeus Jr.) (Diptera, Cuterebridae). Revista Brasileira de Zoologia [online]. 2001, v. 18, n. 1 ,
pp. 81-90. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-81752001000100008>. Epub 30 Abr 2009. ISSN

0101-8175. https://doi.org/10.1590/S0101-81752001000100008.

42

Você também pode gostar