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Livro Eletrônico

Aula 00

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ CLDF (Técnico Legislativo-Diversos


Cargos) Pós-Edital

Professor: Tulio Lages

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Prof. Túlio Lages
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Princípios Básicos da Administração.


Apresentação .................................................................................................................... 1!
Introdução ........................................................................................................................ 2!
Análise Estatística.............................................................................................................. 2!
Análise das Questões ........................................................................................................ 3!
Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar .................................................... 11!
Questionário de Revisão .................................................................................................. 13!
Anexo I – Lista de Questões ............................................................................................. 29!
Referências Bibliográficas ................................................................................................ 33!

APRESENTAÇÃO
Ol‡!

Meu nome Ž Tœlio Lages e, com imensa satisfa•‹o, serei o analista de Direito
Constitucional do Passo EstratŽgico!
Para conhecer um pouco sobre mim, segue um resumo da minha experi•ncia
profissional, acad•mica e como concurseiro:

Coordenador e Analista do Passo EstratŽgico - disciplinas: Direito Constitucional e


Administrativo.
Coach do EstratŽgia Concursos.
Auditor do TCU desde 2012, tendo sido aprovado e nomeado para o mesmo cargo nos
concursos de 2011 (14¼ lugar nacional) e 2013 (47¼ lugar nacional).
Ingressei na Administra•‹o Pœblica Federal como tŽcnico do Serpro (38¼ lugar, concurso
de 2005). Em seguida, tomei posse em 2008 como Analista Judici‡rio do Tribunal
Superior do Trabalho (6¼ lugar, concurso de 2007), onde trabalhei atŽ o in’cio de 2012,
quando tomei posse no cargo de Auditor do TCU, que exer•o atualmente.
Aprovado em inœmeros concursos de diversas bancas.
Graduado em Engenharia de Redes de Comunica•‹o (Universidade de Bras’lia).
Graduando em Direito (American College of Brazilian Studies).
P—s-graduado em Auditoria Governamental (Universidade Gama Filho).
P—s-graduando em Direito Pœblico (PUC-Minas).

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Estou extremamente feliz de ter a oportunidade de trabalhar na equipe do ÒPassoÓ,


porque tenho convic•‹o de que nossos relat—rios e simulados proporcionar‹o uma
prepara•‹o DIFERENCIADA aos nossos alunos!

Nosso curso contar‡, ainda, com a (super!) colabora•‹o do professor Jo‹o Maur’cio
nos coment‡rios das quest›es!
O professor Jo‹o Maur’cio Ž Auditor do Estado de S‹o Paulo, bacharel em Direito,
aprovado e nomeado para Analista em Finan•as Pœblicas de S‹o Paulo, Analista
Previdenci‡rio de S‹o Bernardo do Campo, tŽcnico do TRE-SP, TRF-SP e TRT-SP.
...
Ser‡ uma honra ajudar voc•s a alcan•ar a aprova•‹o no concurso para o cargo de
Consultor TŽcnico Legislativo na CLDF que ser‡ realizado pela banca FCC.
Uma observa•‹o importante: voc• deve ter notado que o cronograma do nosso curso
n‹o contempla alguns poucos assuntos previstos no cronograma do curso regular
completo. Trata-se, com efeito, dos assuntos que versam sobre legisla•‹o estadual
e/ou municipal que, em raz‹o de sua especifidade e baixa incid•ncia em concursos,
tiveram sua abordagem prejudicada em fun•‹o de a metodologia do Passo EstratŽgico
estar voltada a apresentar os assuntos mais cobrados pela banca.
Frisa-se que voc• n‹o ficar‡ na m‹o - tais assuntos ser‹o abordados nos cursos
regulares, ok?
Agrade•o, desde j‡, sua compreens‹o!
Ent‹o, sem mais delongas, vamos ao relat—rio propriamente dito?!

INTRODUÇÃO
Este relat—rio aborda o(s) assunto(s) ÒPrinc’pios B‡sicos da Administra•‹oÓ
Com base na an‡lise estat’stica (t—pico a seguir), conclu’mos que o assunto possui
import‰ncia MŽdia.
Boa leitura!

ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para identificarmos estatisticamente quais assuntos s‹o os mais cobrados pela banca,
classificamos, quest‹o por quest‹o, todas as quest›es cobradas em provas de
concursos para cargos que exigem n’vel superior, excluindo cargos que exigem
forma•‹o espec’fica em Direito; realizadas pela FCC desde 2010.
Com base na an‡lise estat’stica das assertivas colhidas (por volta de 650!), temos o
seguinte resultado para o(s) assunto(s) que ser‡(‹o) tratado(s) neste relat—rio:

Assunto % aproximado de cobran•a em

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provas de N’vel Superior Ð


Geral, realizadas pela FCC
desde 2010

Princ’pios da
Administra•‹o Pœblica 4,5%
Tabela 1
Com base na tabela acima, Ž poss’vel verificar que, no contexto das provas da FCC
para cargos de n’vel superior que n‹o exigem forma•‹o em direito, que o assunto
ÓPrinc’pios B‡sicos da Administra•‹o PœblicaÓ possui import‰ncia MŽdia, j‡ que foi
cobrado em apenas 4,5% das assertivas;

% de Cobran•a Import‰ncia do Assunto

AtŽ 2,9% Baixa a Mediana

De 3% a 6,9% MŽdia
De 7% a 9,9% Alta
10% ou mais Muito Alta
Tabela 2

ANÁLISE DAS QUESTÕES


O objetivo desta se•‹o Ž procurar identificar, por meio de uma amostra de quest›es
de prova, como a banca cobra o(s) assunto(s), de forma a orientar o estudo dos
temas.
1.(FCC/2015/TCE-PE/Analista de Controle Externo) O princ’pio da
efici•ncia constante da Constitui•‹o da Repœblica possui conteœdo vari‡vel,
relacionado com a finalidade da atua•‹o da Administra•‹o pœblica, de modo
que
a) n‹o se aplica aos entes da Administra•‹o pœblica indireta, tendo em vista a
submiss‹o a regime jur’dico de direito privado, que est‡ adstrito a persecu•‹o
de lucro.

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b) tem lugar sempre que a observ‰ncia das disposi•›es normativas expressas


constitua em cronograma de atua•‹o mais longo, pois permite excepcion‡-
las, na busca por melhores resultados econ™micos.
c) sempre que a Administra•‹o pœblica tiver que optar entre duas solu•›es
para a mesma problem‡tica, decidir‡ por aquela que represente auferi•‹o de
maior lucratividade.
d) somente se aplica ˆs empresas estatais que n‹o sejam prestadoras de
servi•o pœblico, posto que a finalidade lucrativa, diretriz principal daquele
princ’pio, Ž inerente ˆ atua•‹o das exploradoras de atividade econ™mica.
e) nem sempre significa o direcionamento da a•‹o estatal a ju’zos puramente
econ™micos, recomendando a utiliza•‹o mais satisfat—ria dos recursos
pœblicos caso a caso.

Gabarito: ÒEÓ
O princ’pio da efici•ncia imp›e que a Administra•‹o exer•a sua atividade com
presteza, perfei•‹o, rendimento funcional, produtividade, qualidade,
desburocratiza•‹o, de forma a obter o melhor resultado poss’vel no
atendimento do interesse pœblico. Preceitua a adequa•‹o dos meios
empregados aos fins vislumbrados, a pondera•‹o da rela•‹o custo/benef’cio
da a•‹o
Vamos ˆs demais assertivas:
a) e d) Os princ’pios do art. 37, caput da CF/88, como o da efici•ncia, s‹o
aplic‡veis tanto ˆ Administra•‹o Pœblica Direta como Indireta.
Art. 37. A administra•‹o pœblica direta e indireta de qualquer dos
Poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios
obedecer‡ aos princ’pios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e efici•ncia e, tambŽm, ao seguinte:

b) N‹o Ž poss’vel afastar-se da legalidade (Òdisposi•›es normativasÓ,


conforme a reda•‹o da assertiva) para privilegiar a efici•ncia: ambos os
princ’pios devem ser respeitados.
c) A Administra•‹o Pœblica n‹o visa, primordialmente, a auferir lucro em sua
atua•‹o, embora algumas de suas entidades possam, de forma secund‡ria,
auferir lucro, como as estatais que exploram atividade econ™mica.
A atua•‹o da Administra•‹o Pœblica visa, primordialmente, a atender o
interesse pœblico.
2.(FCC/2012/Secretaria de Finan•as-SP/Auditor) Para impedir a
imoralidade de um ato administrativo que se esconde sob a apar•ncia de
legalidade, deve-se
a) identificar se o ato administrativo deriva de comportamento discricion‡rio

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por parte do agente pœblico.


b) detalhar os critŽrios formais de controle da legalidade dos atos
administrativos.
c) aperfei•oar os instrumentos de controle dos fluxos de comunica•‹o entre
os servidores do —rg‹o.
d) analisar se o motivo e o objeto da a•‹o s‹o compat’veis com o interesse
pœblico espec’fico identificado.
e) investir em pol’ticas de remunera•‹o vinculadas ao desempenho dos
servidores.

Gabarito: ÒDÓ
Preliminarmente, cumpre destacar que o princ’pio da moralidade preceitua
que os agentes pœblicos devem atuar com Žtica, honestidade, probidade,
boa-fŽ, decoro, lealdade, fidelidade funcional.
ƒ um desafio constatar um ato imoral porque, em regra, ele vem com uma
ÒroupagemÓ de legalidade, ou seja, uma legalidade aparente.
Vejamos ˆs assertivas:
a) A imoralidade pode ocorrer tanto em atos vinculados, com em
discricion‡rios.
b) Detalhar os critŽrios formais de controle de legalidade somente expor‡ a
apar•ncia de legalidade do ato, mas n‹o vai impedir que ocorra imoralidade.
c) Aperfei•oar o fluxo de controle de comunica•‹o entre os servidores n‹o vai
impedir a imoralidade de um ato conforme descrito no enunciado.
d) Motivo e objeto s‹o elementos do ato administrativo. Motivo Ž o
pressuposto de fato e de direito pelo qual um ato foi realizado. ƒ a causa que
deu origem ao ato. J‡ o objeto Ž o conteœdo daquele ato. Quando se analisa o
objeto e o motivo do ato e se verifica que tais elementos n‹o guardam
conson‰ncia com o interesse pœblico, Ž poss’vel identificar se h‡ imoralidade
no ato.
Um exemplo seria o caso de Prefeito baixar decreto desapropriat—rio com o a
finalidade de construir uma escola pœblica. Aparentemente, um ato legal.
PorŽm, supondo que, ao analisar o objeto, o motivo e a finalidade do ato,
constata-se que o terreno desapropriado pertencia a um inimigo not—rio do
Prefeito, a localiza•‹o do im—vel situava-se em lugar completamente ermo,
cuja habita•‹o mais pr—xima estava a 15 km de dist‰ncia.
Logo, embora o decreto desapropriat—rio esteja revestido de legalidade, ele
nitidamente ofendeu o princ’pio da moralidade administrativa.
e) Investir em pol’tica de remunera•‹o n‹o vai impedir a imoralidade de um

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ato conforme descrito no enunciado.


3.(FCC/2014/TCE-GO/Analista de Controle Externo) Um dos princ’pios
b‡sicos da Administra•‹o pœblica, alŽm de consagrado explicitamente na
Constitui•‹o Federal, quando trata dos princ’pios que norteiam a atua•‹o
administrativa, tambŽm consta implicitamente ao longo do texto
constitucional, como por exemplo, quando a Carta Magna exige que o
ingresso em cargo, fun•‹o ou emprego pœblico depender‡ de concurso
pœblico, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena
igualdade. Do mesmo modo, ao estabelecer que os contratos com a
Administra•‹o direta e indireta depender‹o de licita•‹o pœblica que assegure
igualdade de todos os concorrentes.
Trata-se do princ’pio da
a) proporcionalidade.
b) publicidade.
c) efici•ncia.
d) motiva•‹o.
e) impessoalidade.

Gabarito: ÒEÓ
a) A proporcionalidade Ž princ’pio constitucional impl’cito aplic‡vel ˆ
Administra•‹o Pœblica. Proporcionalidade, impondo que os agentes pœblicos
n‹o ultrapassem os limites adequados ao fim pretendido, de maneira a evitar
o excesso de poder.
Contudo, a proporcionalidade n‹o guarda pertin•ncia com o enunciado.
b) O principio da publicidade imp›e que a Administra•‹o confira a mais ampla
divulga•‹o de seus atos aos interessados diretos e ao povo em geral,
possibilitando-lhes, assim, controlar a conduta dos agentes administrativos.
N‹o guarda, portanto, rela•‹o direta com o asseverado no enunciado.
c) O principio da efici•ncia imp›e que a Administra•‹o exer•a sua atividade
com presteza, perfei•‹o, rendimento funcional, produtividade, qualidade,
desburocratiza•‹o, de forma a obter o melhor resultado poss’vel no
atendimento do interesse pœblico. Preceitua a adequa•‹o dos meios
empregados aos fins vislumbrados, a pondera•‹o da rela•‹o custo/benef’cio
da a•‹o. N‹o guarda, portanto, rela•‹o direta com o asseverado no
enunciado.
d) O princ’pio da motiva•‹o preceitua que, como regra, todos os atos da
Administra•‹o devem ser justificados (tanto os vinculados como os
discricion‡rios), devendo ser expressamente indicados os pressupostos de
fato e de direito que o motivam, permitindo, assim, o controle da legalidade e

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da moralidade de tais atos, bem como o exerc’cio do contradit—rio e da ampla


defesa por parte do administrado. N‹o guarda, portanto, rela•‹o direta com o
asseverado no enunciado.
e) O princ’pio da impessoalidade imp›e que a a•‹o da Administra•‹o deve
estar voltada para a atingir o objetivo previsto (expressamente ou
virtualmente) em lei, o qual visar‡ atender sempre a uma finalidade: o
interesse pœblico.
O princ’pio da impessoalidade encontra-se relacionado ao princ’pio
constitucional da isonomia (CF/88, arts. 5¼, inciso I, e 19, inciso III),
obrigando a Administra•‹o a conferir tratamento igualit‡rio aos administrados
que se encontrem na mesma situa•‹o f‡tica e jur’dica. Decorrem do dever de
isonomia da Administra•‹o a necessidade da ado•‹o de procedimentos como
o concurso pœblico para provimento de cargos efetivos, a licita•‹o para a
contrata•‹o de obras, servi•os, fornecimentos, o regime de precat—rios para
pagamento de d’vidas da Fazenda Pœblica em decorr•ncia de decis‹o judicial
etc.
4.(FCC/2014/TCE-RS/Auditor) A necessidade de publica•‹o dos atos
administrativos no Di‡rio Oficial e, em alguns casos, em jornais de grande
circula•‹o Ž forma de observ‰ncia do princ’pio da
a) legalidade, ainda que essa obriga•‹o n‹o esteja prevista na legisla•‹o.
b) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos s‹o publicados
sem identifica•‹o da autoridade que os emitiu.
c) efici•ncia, posto que a Administra•‹o deve fazer tudo o que estiver a seu
alcance para promover uma boa gest‹o, ainda que n‹o haja lastro na
legisla•‹o
d) supremacia do interesse pœblico, pois a Administra•‹o tem prioridade
sobre outras publica•›es.
e) publicidade, na medida em que a Administra•‹o deve dar conhecimento de
seus atos aos administrados.

Gabarito: ÒEÓ
a) Ora, se a obriga•‹o n‹o est‡ prevista na legisla•‹o, n‹o h‡ de se falar em
atendimento ao princ’pio da legalidade quando se publica atos administrativos
no DOU, por exemplo.
b) De fato, o princ’pio da impessoalidade pode ser compreendido sob o viŽs
da veda•‹o ˆ promo•‹o pessoal de autoridade e servidores pœblicos conforme
CF/88, art. 37, ¤ 1¼ disp›e:
¤ 1¼ A publicidade dos atos, programas, obras, servi•os e campanhas dos
—rg‹os pœblicos dever‡ ter car‡ter educativo, informativo ou de orienta•‹o
social, dela n‹o podendo constar nomes, s’mbolos ou imagens que

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caracterizem promo•‹o pessoal de autoridades ou servidores pœblicos.

Entretanto, n‹o surge do princ’pio da impessoalidade a necessidade de


publica•‹o dos atos administrativos - a Administra•‹o Pœblica n‹o atuar‡ de
forma mais impessoal s— porque publica alguns de seus atos no DOU ou em
jornais de grande circula•‹o.
c) N‹o surge do princ’pio da efici•ncia a necessidade de publica•‹o dos atos
administrativos Ð a Administra•‹o Pœblica n‹o atuar‡ de forma mais eficiente
s— porque publica alguns de seus atos no DOU ou em jornais de grande
circula•‹o, concorda?
d) O princ’pio da supremacia do interesse pœblico preceitua que o interesse
pœblico deve prevalecer sobre o privado sempre que houver conflito entre
eles nas rela•›es verticais (rela•‹o entre Administra•‹o e administrado), com
vistas ao benef’cio da coletividade, respeitando-se sempre, por —bvio, os
direitos e garantias individuais.
N‹o h‡, portanto, rela•‹o com a situa•‹o do enunciado.
e) ƒ isso mesmo Ð assertiva autoexplicativa.
O princ’pio da publicidade Ž expresso no art.37 da CF/88 e por meio dele Ž
conferida transpar•ncia aos atos pœblicos. AlŽm disso, ele guarda rela•‹o com
o direito ˆ informa•‹o previsto no art.5¼, XXXIII.
CF/88, art.5¼
XXXIII - todos t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que ser‹o
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do
Estado;

5.(FCC/2016/Sefaz-MA/TŽcnico da Receita) Sobre os princ’pios da


Administra•‹o pœblica Ž exemplo de infra•‹o ao princ’pio da:
I. legalidade, atua•‹o administrativa conforme o Direito.
II. moralidade, desapropriar im—vel pelo fato de a autoridade pœblica
pretende prejudicar um inimigo.
III. publicidade, se negar a publicar as contas de um Munic’pio.
IV. efici•ncia, prefeito que contrata a filha para ser assessora lotada em seu
gabinete.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e III.

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e) II e IV.

Gabarito: ÒBÓ
I- Atua•‹o conforme o Direito Ž justamente a express‹o do princ’pio da
legalidade.
II Ð Desapropriar um im—vel de um desafeto ofende a moralidade e a
impessoalidade.
III Ð Se se negar a publica•‹o de contas, ofende-se a publicidade.
IV Ð H‡ uma impropriedade quanto a este item. O examinador n‹o
considerou que o nepotismo ofende a efici•ncia, o que Ž incorreto.
Claramente o nepotismo ofende a moralidade, a impessoalidade, mas pode
afrontar tambŽm o princ’pio efici•ncia. N‹o irei economizar meios para
justificar a quest‹o quando o examinador estiver errado.
"O exame casu’stico da qualifica•‹o tŽcnica dos agentes para o
desempenho eficiente dos cargos para os quais foram nomeados, bem
como da exist•ncia de ind’cio de fraude ˆ lei ou de nepotismo cruzado,
circunst‰ncias em que a nomea•‹o de parente atŽ mesmo para cargo
pol’tico mostra-se atentat—ria aos princ’pios que norteiam a atividade do
administrador pœblico, dentre eles os da moralidade, da impessoalidade e
da efici•ncia, n‹o Ž poss’vel nesta via processual." (Rcl 23131 AgR, Relator
Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgamento em 17.3.2017, DJe de
18.4.2017)

6. (FCC/2016/TRT 20»/Analista Judici‡rio/çrea Administrativa) Em


importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, considerou a
Suprema Corte, em s’ntese, que no julgamento de impeachment do
Presidente da Repœblica, todas as vota•›es devem ser abertas, de modo a
permitir maior transpar•ncia, controle dos representantes e legitima•‹o do
processo. Trata-se, especificamente, de observ‰ncia ao princ’pio da
(A) publicidade.
(B) proporcionalidade restrita.
(C) supremacia do interesse privado.
(D) presun•‹o de legitimidade.
(E) motiva•‹o.

GABARITO: letra ÒAÓ.


O enunciado diz respeito claramente ao princ’pio da publicidade, que imp›e
que a Administra•‹o confira a mais ampla divulga•‹o de seus atos aos
interessados diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes, assim,
controlar a conduta dos agentes administrativos.
7. (FCC/2015/TRT 9»/Analista/V‡rias Especialidades) O artigo 37 do

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¤1¼ da CF expressamente pro’be que conste nome, s’mbolo ou imagens que


caracterizem promo•‹o pessoal de autoridades ou servidores pœblicos em
publicidade de atos, programas, obras, servi•os e campanhas dos —rg‹os
pœblicos. A referida proibi•‹o decorre da aplica•‹o do princ’pio da

(A) impessoalidade, que est‡ expressamente previsto no art. 37 da CF e deve


ser observado, como no exemplo, em rela•‹o ˆ pr—pria Administra•‹o e
tambŽm em rela•‹o aos administrados.
(B) especialidade, que a despeito de n‹o estar expressamente previsto no
art. 37 da CF, deve ser observado, como no exemplo, tanto em rela•‹o ˆ
pr—pria Administra•‹o como em rela•‹o aos administrados.
(C) impessoalidade, que est‡ expressamente previsto no art. 37 da CF e deve
ser observado, como no exemplo, em rela•‹o ˆ pr—pria Administra•‹o, mas
n‹o em rela•‹o aos administrados, que est‹o sujeitos ao princ’pio da
supremacia do interesse pœblico sobre o privado.
(D) especialidade, que decorre do princ’pio da legalidade e da
indisponibilidade do interesse pœblico sobre o privado e, por essa raz‹o,
aplica-se ˆ atividade publicit‡ria da Administra•‹o, tida por especial em
rela•‹o ˆs demais atividades pœblicas.
(E) publicidade, que est‡ expressamente previsto no artigo 37 da CF e
configura-se no princ’pio legitimador da fun•‹o administrativa, informada
pelo princ’pio democr‡tico.

GABARITO: letra ÒAÓ.


O princ’pio da impessoalidade, previsto no art. 37, caput, da CF, imp›e que
a a•‹o da Administra•‹o deve estar voltada para a atingir o objetivo previsto
(expressamente ou virtualmente) em lei, o qual visar‡ atender sempre a
uma finalidade: o interesse pœblico. Tal principio deve ser observado tanto
em rela•‹o ˆ pr—pria Administra•‹o, quanto em rela•‹o aos administrados.
AlŽm disso, o princ’pio da impessoalidade pode ser compreendido sob o viŽs
da veda•‹o ˆ promo•‹o pessoal de autoridade e servidores pœblicos
conforme CF/88, art. 37, ¤ 1¼, que assim disp›e:
¤ 1¼ A publicidade dos atos, programas, obras, servi•os e campanhas dos —rg‹os
pœblicos dever‡ ter car‡ter educativo, informativo ou de orienta•‹o social, dela
n‹o podendo constar nomes, s’mbolos ou imagens que caracterizem promo•‹o
pessoal de autoridades ou servidores pœblicos.

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ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR


A ideia desta se•‹o Ž apresentar uma espŽcie de checklist para o estudo da matŽria,
de forma que o candidato n‹o deixe nada importante de fora em sua prepara•‹o.
Assim, se voc• nunca estudou os assuntos ora tratados, recomendamos que ˆ medida
que for lendo seu curso te—rico, concomitantemente observe se prestou a devida
aten•‹o aos pontos elencados aqui no checklist, de forma que o estudo inicial j‡ seja
realizado de maneira bem completa.
Por outro lado, se voc• j‡ estudou os assuntos, pode utilizar o checklist para verificar
se eventualmente n‹o h‡ nenhum ponto que tenha passado despercebido no estudo.
Se isso acontecer, realize o estudo complementar do assunto.

1.! O rol dos princ’pios da Administra•‹o Pœblica expressos no caput do art. 37 da


CF/88, bem como aqueles que devem observ‡-los;
2.! Princ’pio da Legalidade: conceito. Diferen•a entre legalidade administrativa e
reserva legal prevista no CF/88, art. 5¼, inciso II. Diferen•a entre legalidade e
legitimidade.
3.! Princ’pio da impessoalidade: conceito. Diferen•a entre interesse pœblico e
privado. Enfoques do princ’pio da impessoalidade: imputa•‹o dos atos praticados
pelos agentes pœblicos diretamente ˆs pessoas jur’dicas em que atuam; veda•‹o ˆ
promo•‹o pessoal de autoridades e servidores pœblicos. Rela•‹o entre o princ’pio da
impessoalidade e o da isonomia (previsto na CF/88, arts. 5¼, inciso I, e 19, inciso
III).
4.! Princ’pio da moralidade: conceito. Pessoas que devem observar o princ’pio da
moralidade. A quest‹o da prescindibilidade de normas positivadas para a
observ‰ncia do princ’pio da moralidade. Sœmula vinculante 13 (veda•‹o ao
nepotismo).
4.1 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ possuem alguma base em
direito administrativo e direito constitucional: a rela•‹o entre moralidade
administrativa e probidade administrativa. As espŽcies de penalidades
decorrentes dos atos de improbidade administrativa, conforme CF/88,
art. 37, ¤ 4¼, com aten•‹o para a impossibilidade de pena de cassa•‹o de
direitos pol’ticos, consoante CF, art. 15, caput.
4.2 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ possuem alguma base em
direito administrativo e direito constitucional: a possibilidade de atua•‹o
do MinistŽrio Pœblico na defesa da moralidade administrativa mediante
a•‹o civil pœblica, consoante CF/88, art. 129, inciso III c/c Lei 8.625/93,
art. 25, inciso IV, al’nea ÒbÓ).
5.! Princ’pio da publicidade: conceito. A quest‹o da n‹o considera•‹o da
publicidade como elemento para a forma•‹o do ato administrativo. A transpar•ncia
como regra na Administra•‹o Pœblica, com fulcro no direito fundamental ˆ
informa•‹o previsto na CF, art. 5¼, inciso XXXIII, bem como no previsto na CF, art.
5¼, inciso LX. A concretiza•‹o do princ’pio da publicidade por meio dos direitos
constitucionais de peti•‹o (CF, art. 5¼, inciso XXXIV, al’nea ÒaÓ) e de certid‹o (CF,

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art. 5¼, inciso XXXIV, al’nea ÒbÓ). Diferen•a entre publicidade e publica•‹o.
Entendimento do STF sobre a divulga•‹o nominal da remunera•‹o de autoridades e
servidores pœblicos em s’tio eletr™nico (STF, SS 3.902 AgR).
6.! Princ’pio da efici•ncia: conceito. Desdobramentos constitucionais do princ’pio
da efici•ncia na CF, art. 37, ¤3¼, incisos I a III, ¤8¼, incisos I a III, art. 39, ¤¤ 2¼ e
7¼, art. 41, ¤ 1¼, inciso III e ¤4¼. O controle da efici•ncia da Administra•‹o Pœblica:
controle externo (CF, art. 70, caput e art. 71, caput), sistema de controle interno
(art. 70, caput e art. 74, inciso II) e controle judicial.
7.! Princ’pios impl’citos da Administra•‹o Pœblica: conceito. Relev‰ncia dos
princ’pios impl’citos frente aos princ’pios expressos.
8.! Princ’pio da supremacia do interesse pœblico: conceito. N‹o incid•ncia direta
nos casos de atua•‹o interna ou na condi•‹o de agente econ™mico (CF, art. 173,
¤1¼, inciso II).
9.! Princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico: conceito. Car‡ter de poder-
dever dos poderes conferidos ˆ Administra•‹o. Conceito de interesse pœblico
prim‡rio e secund‡rio.
10.! Princ’pio da presun•‹o de legitimidade e veracidade: conceito e relatividade.
10.1 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ possuem alguma base
em direito administrativo e direito constitucional: a veda•‹o ˆ recusa a
documentos pœblicos por parte dos entes federativos, consoante CF, art.
19, inciso II, como decorr•ncia do princ’pio da presun•‹o de
legitimidade.
11.! Princ’pio da autotutela: conceito. Sœmulas 473 e 346 do STF. Rela•‹o com o
princ’pio do contradit—rio e ampla defesa. Diferen•a entre autotutela e tutela.
12.! Princ’pio da continuidade dos servi•os pœblicos: conceito. Consequ•ncias
decorrentes: proibi•‹o relativa de greve nos servi•os pœblicos, consoante CF, art.
37, inciso VII; institutos da supl•ncia, delega•‹o e substitui•‹o; impossibilidade de
invoca•‹o do contrato n‹o cumprido; faculdade de utiliza•‹o de equipamentos e
instala•›es da empresa contratada, bem como a possibilidade de encampa•‹o da
concess‹o de servi•o pœblico. Entendimento do STF sobre os descontos dos dias
parados por greve de servidor (STF, RE 693.456).
13.! Princ’pio da razoabilidade e proporcionalidade: conceito. Aspectos que d‹o
fundamento ˆ proporcionalidade. Utiliza•‹o de tais princ’pios no controle da
discricionariedade da Administra•‹o.
14.! Princ’pio da motiva•‹o: conceito. Casos de dispensa de motiva•‹o. Previs‹o
constitucional da motiva•‹o (CF, art. 93, inciso X, e art. 129, ¤4¼).
15.! Princ’pio da seguran•a jur’dica: conceito. Principais concretiza•›es do princ’pio
da seguran•a jur’dica: prescri•‹o e decad•ncia; sœmula vinculante (CF, art. 103-A);
prote•‹o ao ato jur’dico perfeito, direito adquirido e coisa julgada (art. 5¼, inciso
XXXVI).
16.! Princ’pio da prote•‹o ˆ confian•a: conceito.
17.! Princ’pio da sindicabilidade: conceito

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO
A seguir, apresentamos um question‡rio por meio do qual Ž poss’vel realizar uma
revis‹o dos principais pontos da matŽria. Faremos isso para todos os t—picos do
edital, um pouquinho a cada relat—rio!
ƒ poss’vel utilizar o question‡rio de revis‹o de diversas maneiras. O leitor pode, por
exemplo:
1.! ler cada pergunta e realizar uma autoexplica•‹o mental da resposta;
2.! ler as perguntas e respostas em sequ•ncia, para realizar uma revis‹o mais r‡pida;
3.! eleger algumas perguntas para respond•-las de maneira discursiva.

***Question‡rio - somente perguntas***

1)! Quais s‹o os princ’pios da Administra•‹o Pœblica expressamente


previstos na CF?
2)! Quais entes devem observam os princ’pios expressos da Administra•‹o
Pœblica? Quais Poderes?
3)! O que disp›e o princ’pio da legalidade?
4)! Qual a diferen•a do princ’pio da legalidade administrativa do princ’pio da
reserva legal aplic‡vel aos particulares?
5)! Legalidade Ž o mesmo que legitimidade? Comente.
6)! O que preceitua o princ’pio da impessoalidade?
7)! O interesse pœblico pode coincidir com o privado? Comente.
8)! Comente a compreens‹o do princ’pio da impessoalidade sob o enfoque
da imputa•‹o dos atos praticados pelos agentes pœblicos diretamente ˆs
pessoas jur’dicas em que atuam.
9)! ƒ poss’vel a compreens‹o do princ’pio da impessoalidade sob o viŽs da
veda•‹o ˆ promo•‹o pessoal de autoridades e servidores pœblicos?
10)! Comente a rela•‹o entre o princ’pio da impessoalidade e o da isonomia.
11)! O que preceitua o princ’pio da moralidade?
12)! Quem deve observar a moralidade administrativa?
13)! Existem normas infraconstitucionais estabelecendo regras relativas ˆ
moralidade administrativa? ƒ imprescind’vel que existam regras
versando sobre a moralidade para que a conduta do administrador seja
pautada e avaliada sob tal —tica?
14)! ƒ poss’vel o controle da moralidade administrativa pelos cidad‹os? Se
sim, por meio de qual instrumento?
15)! H‡ rela•‹o entre moralidade administrativa e probidade administrativa?

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Comente.
16)! O MinistŽrio Pœblico pode atuar na defesa da moralidade administrativa?
17)! O que preceitua o princ’pio da publicidade?
18)! A publicidade Ž considerada elemento de forma•‹o do ato
administrativo?
19)! A transpar•ncia deve ser vista como regra ou exce•‹o na Administra•‹o
Pœblica? O sigilo da informa•‹o ou restri•‹o da publicidade s‹o
poss’veis?
20)! Como os direitos constitucionais de peti•‹o e de certid‹o concretizam o
princ’pio da publicidade?
21)! O princ’pio da publicidade se confunde com a publica•‹o de atos?
22)! O STF considera l’cita a divulga•‹o nominal da remunera•‹o de
autoridades e servidores pœblicos em s’tio eletr™nico?
23)! O que preceitua o princ’pio da efici•ncia?
24)! Qual a outra denomina•‹o do princ’pio da efici•ncia?
25)! Mencione alguns desdobramentos constitucionais do princ’pio da
efici•ncia?
26)! Como se d‡ o controle da efici•ncia da Administra•‹o Pœblica?
27)! O que s‹o os princ’pios impl’citos da Administra•‹o Pœblica? Eles
possuem menos relev‰ncia que os expressos no caput do art. 37 da CF?
28)! O que preceitua o princ’pio da supremacia do interesse pœblico?
29)! O que preceitua o princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico?
Qual suas implica•›es?
30)! Qual o conceito de interesse pœblico? O que Ž interesse pœblico prim‡rio?
E o interesse pœblico secund‡rio?
31)! O que preceitua o princ’pio da presun•‹o de legitimidade e de
veracidade? Essa presun•‹o Ž absoluta?
32)! O que preceitua o princ’pio da autotutela?
33)! Qual a rela•‹o do princ’pio da autotutela com o princ’pio do contradit—rio
e ampla defesa?
34)! O poder de tutela Ž o mesmo que autotutela? Explique.
35)! O que preceitua o princ’pio da continuidade dos servi•os pœblicos?
36)! O que preceitua o princ’pio da razoabilidade e proporcionalidade?
37)! O que preceitua o princ’pio da motiva•‹o?
38)! O que preceitua o princ’pio da seguran•a jur’dica?
39)! O que preceitua o princ’pio da prote•‹o ˆ confian•a?
40)! O que preceitua o princ’pio da sindicabilidade?

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***Question‡rio: perguntas com respostas***

1)! Quais s‹o os princ’pios da Administra•‹o Pœblica expressamente


previstos na CF?
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Efici•ncia. Para facilitar a
memoriza•‹o dos princ’pios expressos: acr™nimo LIMPE (L = legalidade, I =
impessoalidade, M = moralidade, P = publicidade, E = efici•ncia).
2)! Quais entes devem observam os princ’pios expressos da Administra•‹o
Pœblica? Quais Poderes?
S‹o de observa•‹o obrigat—ria para TODA a Administra•‹o Pœblica Ð Direta e
Indireta Ð de TODOS os Poderes, de TODAS as esferas de governo Ð Uni‹o,
Estados, DF e Munic’pios, consoante art. 37, caput, da CF:
Art. 37. A administra•‹o pœblica direta e indireta de qualquer dos Poderes
da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios obedecer‡ aos
princ’pios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
efici•ncia e, tambŽm, ao seguinte:

3)! O que disp›e o princ’pio da legalidade?


O princ’pio da legalidade prescreve que a Administra•‹o s— pode agir quando h‡
imposi•‹o ou permiss‹o da lei (considerada em sentido amplo), sendo que a
atividade administrativa deve se dar no mesmo sentido (e n‹o contra) e nos
exatos limites (nunca alŽm) de tal determina•‹o ou autoriza•‹o legal.
4)! Qual a diferen•a do princ’pio da legalidade administrativa do princ’pio
da reserva legal aplic‡vel aos particulares?
O princ’pio da legalidade administrativa Ž caracterizado pela restri•‹o da
vontade dos agentes administrativos pela lei, o que se diferencia, portanto, da
conduta que prevalece no setor privado, onde h‡ predomin‰ncia da autonomia
da vontade dos particulares, em que se pode fazer tudo aquilo que a lei permite
e n‹o pro’be, em decorr•ncia do princ’pio da reserva legal - CF/88, art. 5¼,
inciso II:
II - ninguŽm ser‡ obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sen‹o
em virtude de lei;

5)! Legalidade Ž o mesmo que legitimidade? Comente.


N‹o, a legitimidade Ž mais abrangente que a legalidade, j‡ que significa n‹o
somente agir conforme o texto da lei, mas tambŽm obedecer aos demais
princ’pios administrativos.
6)! O que preceitua o princ’pio da impessoalidade?
O princ’pio da impessoalidade imp›e que a a•‹o da Administra•‹o deve estar
voltada para a atingir o objetivo previsto (expressamente ou virtualmente) em
lei, o qual visar‡ atender sempre a uma finalidade: o interesse pœblico.
Assim, o administrador n‹o pode atuar para atender a objetivo diverso do
estabelecido em lei Ð que ser‡ sempre o interesse pœblico Ð, ou de pratic‡-lo em
benef’cio pr—prio ou de terceiros.

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7)! O interesse pœblico pode coincidir com o privado? Comente.


Em algumas situa•›es, o interesse pœblico pode coincidir com o privado, ent‹o a
atua•‹o da Administra•‹o pode, licitamente, acabar atendendo, alŽm do
interesse pœblico, ao interesse particular de certa pessoa ou grupo de pessoas.
O que Ž vedado pelo princ’pio da impessoalidade Ž que a•‹o do administrador
n‹o atinja o interesse pœblico previsto na lei como objetivo de tal atua•‹o, ou
seja, que se busque atender a outra finalidade ou somente ao interesse pr—prio
ou de terceiros.
8)! Comente a compreens‹o do princ’pio da impessoalidade sob o enfoque
da imputa•‹o dos atos praticados pelos agentes pœblicos diretamente ˆs
pessoas jur’dicas em que atuam.
O princ’pio da impessoalidade tambŽm deve ser compreendido sob o enfoque da
imputa•‹o dos atos praticados pelos agentes pœblicos diretamente ˆs pessoas
jur’dicas em que atuam. Decorre de tal preceito que, como os atos n‹o devem
ser entendidos como praticados pelo agente pœblico A ou agente pœblico B, mas
sim pela Administra•‹o Pœblica, esse viŽs do princ’pio da impessoalidade acaba
por retirar dos agentes pœblicos a responsabilidade pessoal, perante terceiros,
pelos atos que praticam.
9)! ƒ poss’vel a compreens‹o do princ’pio da impessoalidade sob o viŽs da
veda•‹o ˆ promo•‹o pessoal de autoridades e servidores pœblicos?
Sim, o princ’pio da impessoalidade pode ser compreendido sob o viŽs da
veda•‹o ˆ promo•‹o pessoal de autoridade e servidores pœblicos conforme
CF/88, art. 37, ¤ 1¼ disp›e:
¤ 1¼ A publicidade dos atos, programas, obras, servi•os e campanhas dos
—rg‹os pœblicos dever‡ ter car‡ter educativo, informativo ou de orienta•‹o
social, dela n‹o podendo constar nomes, s’mbolos ou imagens que
caracterizem promo•‹o pessoal de autoridades ou servidores pœblicos.

10)! Comente a rela•‹o entre o princ’pio da impessoalidade e o da isonomia.


O princ’pio da impessoalidade encontra-se relacionado ao princ’pio constitucional
da isonomia (CF/88, arts. 5¼, inciso I, e 19, inciso III), obrigando a
Administra•‹o a conferir tratamento igualit‡rio aos administrados que se
encontrem na mesma situa•‹o f‡tica e jur’dica. Decorrem do dever de isonomia
da Administra•‹o a necessidade da ado•‹o de procedimentos como o concurso
pœblico para provimento de cargos efetivos, a licita•‹o para a contrata•‹o de
obras, servi•os, fornecimentos , o regime de precat—rios para pagamento de
d’vidas da Fazenda Pœblica em decorr•ncia de decis‹o judicial etc.
O teor dos dispositivos que consagram a isonomia Ž o seguinte:
Art. 5¼ (...)
I Ð homens e mulheres s‹o iguais em direitos e obriga•›es, nos termos
desta Constitui•‹o;
(...)
Art. 19. ƒ vedado ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic’pios:
(...)

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III Ð criar distin•›es entre brasileiros ou prefer•ncias entre si.

11)! Que preceitua o princ’pio da moralidade?


O princ’pio da moralidade preceitua que os agentes pœblicos atuem com Žtica,
honestidade, probidade, boa-fŽ, decoro, lealdade, fidelidade funcional.
A moralidade administrativa est‡ ligada ˆ ideia do Òbom administradorÓ Ð aquele
que atua n‹o somente com respeito aos preceitos vigentes, mas tambŽm ˆ
moral Ð e n‹o se confunde com a moralidade comum. Esta ÒŽ imposta ao
homem para sua conduta externa;Ó aquela ÒŽ imposta ao agente pœblico para
sua conduta interna, seguindo as exig•ncias da institui•‹o a que serve e a
finalidade de sua a•‹o: o bem comumÓ1.
AlŽm disso, a moralidade administrativa diz respeito a uma moral jur’dica,
consubstanciada em regras de conduta extra’das da disciplina interior da
Administra•‹o2. Ou seja, deve ser compreendida de modo objetivo,
independente da no•‹o subjetiva do agente sobre o que Ž certo ou errado em
==0==

termos Žticos Ð moral comum.


Embora tenha sido previsto na CF como um princ’pio aut™nomo, Ž poss’vel
entender a moralidade administrativa como fator de legalidade. Nesse sentido, o
TJSP j‡ decidiu que Òo controle jurisdicional se restringe ao exame da legalidade
do ato administrativo; mas por legalidade ou legitimidade se entende n‹o s— a
conforma•‹o do ato com a lei, como tambŽm com a moral administrativa e com
o interesse coletivo Ó.3
12)! Quem deve observar a moralidade administrativa?
A moralidade administrativa deve ser observada tanto pelos agentes pœblicos
quanto pelo particular ao se relacionar com a Administra•‹o.
13)! Existem normas infraconstitucionais estabelecendo regras relativas ˆ
moralidade administrativa? ƒ imprescind’vel que existam regras
versando sobre a moralidade para que a conduta do administrador seja
pautada e avaliada sob tal —tica?
Existem diversas normas infraconstitucionais que estabelecem regras relativas ˆ
moralidade, como, no ‰mbito federal, a Lei 12.813/2013 (Lei de Conflito de
Interesses), o Decreto 6.029/2007 (institui o Sistema de Gest‹o da ƒtica do
Poder Executivo Federal), alŽm de alguns dispositivos da Lei 9.784/99 (Lei do
Processo Administrativo Federal) e da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores
Pœblicos Federais).
Outro exemplo importante Ž a Lei 8.429/1992, de aplica•‹o nacional e
conhecida como ÓLei de Improbidade AdministrativaÓ, que Òdisp›e sobre as
san•›es aplic‡veis aos agentes pœblicos nos casos de enriquecimento il’cito no


1
Maurice Hauriou, PrŽcis Elementaires de Droit Administratif, Paris, 1926, pp. 197 e ss apud Meirelles,
2014, p. 92.
2
Meirelles, 2014, p. 92.
3
TJSP, RDA 89/134 apud Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. ed. S‹o Paulo,
Malheiros Editores: 2005, p. 91.

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exerc’cio de mandato, cargo, emprego ou fun•‹o na administra•‹o pœblica


direta, indireta ou fundacional e d‡ outras provid•nciasÓ.
Vale esclarecer, entretanto, que a conduta do administrador deve estar pautada
pela moralidade mesmo que n‹o haja norma positivada proibindo tal conduta,
sob pena de anula•‹o do ato imoral por parte do Judici‡rio (caso provocado) ou
pela pr—pria Administra•‹o, em decorr•ncia de seu poder de autotutela.
Inclusive a sœmula vinculante 13 foi editada a partir do entendimento do STF de
que a veda•‹o ao nepotismo decorre da interpreta•‹o direta de diversos
princ’pios constitucionais, dentre eles, o da moralidade, embora n‹o haja
proibi•‹o espec’fica e expressa de tal pr‡tica na Constitui•‹o. Vejamos o teor da
sœmula:
Sœmula Vinculante 13:
A nomea•‹o de c™njuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, atŽ o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jur’dica investido em cargo de dire•‹o, chefia ou
assessoramento, para o exerc’cio de cargo em comiss‹o ou de confian•a ou,
ainda, de fun•‹o gratificada na administra•‹o pœblica direta e indireta em
qualquer dos Poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Munic’pios, compreendido o ajuste mediante designa•›es rec’procas, viola a
Constitui•‹o Federal.

ƒ importante destacar que Òajuste mediante designa•›es rec’procasÓ diz respeito


ao nepotismo transverso (ou nepotismo cruzado).
AlŽm disso, cumpre esclarecer que ficaram de fora da proibi•‹o estabelecida na
sœmula as nomea•›es de parente para a ocupa•‹o de cargos de natureza
eminentemente pol’tica Ð como os de Ministro ou Secret‡rio Estadual ou
Municipal Ð, ao contr‡rio dos cargos e fun•›es de confian•a em geral, que
possuem natureza precipuamente administrativa.
14)! ƒ poss’vel o controle da moralidade administrativa pelos cidad‹os? Se
sim, por meio de qual instrumento?
Sim, mediante o instrumento da a•‹o popular, para que qualquer cidad‹o
busque a anula•‹o de ato lesivo ˆ moralidade administrativa Ð CF, art. 5¼, inciso
LXXIII:
LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o popular que
vise a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o
Estado participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrim™nio hist—rico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ,
isento de custas judiciais e do ™nus da sucumb•ncia;

15)! H‡ rela•‹o entre moralidade administrativa e probidade administrativa?


Comente.
Relacionada ˆ moralidade administrativa temos a probidade administrativa, que
tambŽm deve nortear a conduta do gestor. A conduta imoral do administrador
poder‡ ser enquadrada como ato de improbidade.
Sobre o tema, a CF estabelece que os atos de improbidade administrativa, alŽm
de importarem a a•‹o penal cab’vel, resultar‹o na suspens‹o dos direitos
pol’ticos, na perda da fun•‹o pœblica, na indisponibilidade de bens e no

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ressarcimento ao er‡rio (art. 37, ¤ 4¼):


¤ 4¼ Os atos de improbidade administrativa importar‹o a suspens‹o dos
direitos pol’ticos, a perda da fun•‹o pœblica, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao er‡rio, na forma e grada•‹o previstas em lei, sem preju’zo
da a•‹o penal cab’vel.

Regulamentando esse dispositivo Ž que foi editada a Lei 8.429/1992.


ƒ importante notar, ainda, que o dispositivo fala em Òsuspens‹oÓ dos direitos
pol’ticos, e n‹o ÒperdaÓ de tais direitos, sendo conveniente lembrar, alŽm disso,
que a Òcassa•‹oÓ de direitos pol’ticos Ž vedada pela CF, art. 15, caput:
Art. 15. ƒ vedada a cassa•‹o de direitos pol’ticos, cuja perda ou suspens‹o
s— se dar‡ nos casos de:

16)! O MinistŽrio Pœblico pode atuar na defesa da moralidade


administrativa?
O MinistŽrio Pœblico atua na defesa da0 moralidade administrativa mediante a•‹o
civil pœblica. Embora a CF n‹o fale expressamente em Òmoralidade
administrativaÓ ao tratar de tal instrumento (CF/88, art. 129, III Ð ÒS‹o fun•›es
institucionais do MinistŽrio Pœblico: (...) promover o inquŽrito civil e a a•‹o civil
pœblica, para a prote•‹o do patrim™nio pœblico e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivosÓ), a Lei Org‰nica do MinistŽrio Pœblico
disp›e que incube ao Parquet Òpromover o inquŽrito civil e a a•‹o civil pœblica,
na forma da lei (...) para a anula•‹o ou declara•‹o de nulidade de atos lesivos
ao patrim™nio pœblico ou ˆ moralidade administrativa do Estado ou de Munic’pio,
de suas administra•›es indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de
que participemÓ (Lei 8.625/93, art. 25, inciso IV, al’nea ÒbÓ).
17)! O que preceitua o princ’pio da publicidade?
Imp›e que a Administra•‹o confira a mais ampla divulga•‹o de seus atos aos
interessados diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes, assim, controlar a
conduta dos agentes administrativos.
18)! A publicidade Ž considerada elemento de forma•‹o do ato
administrativo?
A publicidade n‹o Ž considerada elemento de forma•‹o do ato administrativo
(ou seja, um elemento que lhe confere validade), mas somente requisito de
efic‡cia (ou seja, um requisito que lhe permite produzir seus efeitos).
19)! A transpar•ncia deve ser vista como regra ou exce•‹o na Administra•‹o
Pœblica? O sigilo da informa•‹o ou restri•‹o da publicidade s‹o
poss’veis?
Inicialmente, cumpre esclarecer que se alinha ao princ’pio da publicidade o
direito fundamental ˆ informa•‹o previsto na CF, art. 5¼, inciso XXXIII:
XXXIII - todos t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que ser‹o prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado;

TambŽm alinha-se ao princ’pio da publicidade o disposto na CF, art. 5¼, inciso

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LX:
LX - a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Com base nesses dois dispositivos, verifica-se que a regra geral deve ser a
transpar•ncia na Administra•‹o Pœblica e, somente em situa•›es excepcionais, a
lei (necessariamente, n‹o pode ser ato infralegal) pode estabelecer situa•›es
em que o sigilo Ž justific‡vel Ð quando imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade
e do Estado (CF/88, art. 5¼, inciso XXXIII - j‡) ou quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem (CF, art. 5¼, inciso LX).
20)! Como os direitos constitucionais de peti•‹o e de certid‹o concretizam o
princ’pio da publicidade?
De acordo com Carvalho Filho4, o direito de peti•‹o, previsto na CF, art. 5¼,
inciso XXXIV, al’nea ÒaÓ, concretiza o mencionado princ’pio na medida em que,
por meio das peti•›es, os indiv’duos podem dirigir-se aos —rg‹os administrativos
para formular qualquer tipo de postula•‹o.
Por sua vez, o autor esclarece que as certid›es (CF, art. 5¼, inciso XXXIV, al’nea
ÒbÓ), expedidas pela Administra•‹o, registram a verdade dos fatos
administrativos, cuja publicidade permite aos administrados a defesa de seus
direitos ou o esclarecimento de certas situa•›es.
Para fins de fixa•‹o, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:
XXXIV - s‹o a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) o direito de peti•‹o aos Poderes Pœblicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos
e esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal;

21)! O princ’pio da publicidade se confunde com a publica•‹o de atos?


N‹o se confunde o princ’pio da publicidade com a simples publica•‹o de atos.
Enquanto aquele exige uma atua•‹o transparente por parte da Administra•‹o,
esta Ž apenas uma forma de se dar publicidade aos atos administrativos (por
exemplo, publica•‹o no di‡rio oficial do ente federativo).
22)! O STF considera l’cita a divulga•‹o nominal da remunera•‹o de
autoridades e servidores pœblicos em s’tio eletr™nico?
O Supremo Tribunal Federal entende que a divulga•‹o nominal da remunera•‹o
de autoridades e servidores pœblicos em s’tio eletr™nico da internet n‹o viola sua
intimidade, vida privada e seguran•a pessoal e familiar a ponto de ser
considerada il’cita. Cumpre destacar que a Corte considerou l’cita a divulga•‹o


4
Carvalho Filho, 2016, p. 27.

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do nome e da remunera•‹o do agente pœblico, mas n‹o de seu CPF, identidade


e endere•o residencial (STF, SS 3.902 AgR)5.
23)! O que preceitua o princ’pio da efici•ncia?
Imp›e que a Administra•‹o exer•a sua atividade com presteza, perfei•‹o,
rendimento funcional, produtividade, qualidade, desburocratiza•‹o, de forma a
obter o melhor resultado poss’vel no atendimento do interesse pœblico. Preceitua
a adequa•‹o dos meios empregados aos fins vislumbrados, a pondera•‹o da
rela•‹o custo/benef’cio da a•‹o.
O princ’pio da efici•ncia est‡ relacionado ao modelo de administra•‹o pœblica
gerencial e alcan•a n‹o somente os servi•os pœblicos prestados diretamente ˆ
coletividade, mas tambŽm os servi•os administrativos internos da
Administra•‹o.
24)! Qual a outra denomina•‹o do princ’pio da efici•ncia?
Princ’pio da qualidade dos servi•os pœblicos.
25)! Mencione alguns desdobramentos constitucionais do princ’pio da
efici•ncia?
Alguns desdobramentos constitucionais do princ’pio da efici•ncia:
a) a possibilidade de reclama•‹o relativa a presta•‹o dos servi•os pœblicos e de
avalia•‹o peri—dica, interna e externa, da qualidade dos servi•os, consoante art.
37, ¤3¼, incisos I a III:
¤ 3¼ A lei disciplinar‡ as formas de participa•‹o do usu‡rio na administra•‹o
pœblica direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclama•›es relativas ˆ presta•‹o dos servi•os pœblicos em geral,
asseguradas a manuten•‹o de servi•os de atendimento ao usu‡rio e a
avalia•‹o peri—dica, externa e interna, da qualidade dos servi•os;
II - o acesso dos usu‡rios a registros administrativos e a informa•›es sobre
atos de governo, observado o disposto no art. 5¼, X e XXXIII;
III - a disciplina da representa•‹o contra o exerc’cio negligente ou abusivo
de cargo, emprego ou fun•‹o na administra•‹o pœblica.

b) a possibilidade de celebra•‹o de contratos de gest‹o como forma de ampliar


a autonomia gerencial, or•ament‡ria e financeira de —rg‹os e entidades da
administra•‹o direta e indireta, com fixa•‹o de metas de desempenho e
controles e critŽrios para sua avalia•‹o, consoante art. 37, ¤8¼, incisos I a III:
¤ 8¼ A autonomia gerencial, or•ament‡ria e financeira dos —rg‹os e
entidades da administra•‹o direta e indireta poder‡ ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder pœblico, que
tenha por objeto a fixa•‹o de metas de desempenho para o —rg‹o ou
entidade, cabendo ˆ lei dispor sobre:
I - o prazo de dura•‹o do contrato;
II - os controles e critŽrios de avalia•‹o de desempenho, direitos,


5
STF, SS 3.902 AgR segundo, rel. min. Ayres Britto, j. 9/6/2011, P, DJE de 3/10/2011; = RE 586.424
ED, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2015, 2» T, DJE de 12-3-2015.

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obriga•›es e responsabilidade dos dirigentes;


III - a remunera•‹o do pessoal.

c) a determina•‹o aos entes federados que mantenham escolas de governo para


a forma•‹o e o aperfei•oamento dos servidores pœblicos, bem como a exig•ncia
de que estes participem de cursos de aperfei•oamento com condi•‹o de
promo•‹o na carreira, consoante art. 39, ¤2¼:
¤ 2¼ A Uni‹o, os Estados e o Distrito Federal manter‹o escolas de governo
para a forma•‹o e o aperfei•oamento dos servidores pœblicos, constituindo-
se a participa•‹o nos cursos um dos requisitos para a promo•‹o na carreira,
facultada, para isso, a celebra•‹o de conv•nios ou contratos entre os entes
federados.

d) a possibilidade de aplica•‹o de recursos or•ament‡rios provenientes da


economia com despesas correntes em cada —rg‹o, autarquia e funda•‹o, para
aplica•‹o no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
treinamento e desenvolvimento, moderniza•‹o, reaparelhamento e
racionaliza•‹o do servi•o pœblico, inclusive sob a forma de adicional ou pr•mio
de produtividade, a ser disciplinada em lei da Uni‹o, dos Estados, do DF e dos
Munic’pios, consoante art. 39, ¤7¼:
¤ 7¼ Lei da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios
disciplinar‡ a aplica•‹o de recursos or•ament‡rios provenientes da
economia com despesas correntes em cada —rg‹o, autarquia e funda•‹o,
para aplica•‹o no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, moderniza•‹o,
reaparelhamento e racionaliza•‹o do servi•o pœblico, inclusive sob a forma
de adicional ou pr•mio de produtividade.

e) possibilidade de perda do cargo do servidor est‡vel por insufici•ncia de


desempenho aferido em avalia•‹o peri—dica, consoante art. 41, ¤ 1¼, inciso III:
¤ 1¼ O servidor pœblico est‡vel s— perder‡ o cargo:
(...)
III - mediante procedimento de avalia•‹o peri—dica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

f) necessidade de avalia•‹o especial de desempenho para aquisi•‹o de


estabilidade por parte do servidor pœblico, consoante art. 41, ¤4¼:
¤ 4¼ Como condi•‹o para a aquisi•‹o da estabilidade, Ž obrigat—ria a
avalia•‹o especial de desempenho por comiss‹o institu’da para essa
finalidade.

26)! Como se d‡ o controle da efici•ncia da Administra•‹o Pœblica?


a) controle externo Ð Poder Legislativo e tribunais de Contas (art. 70, caput e
art. 71, caput);
b) sistema de controle interno (art. 70, caput e art. 74, inciso II);
c) controle judicial Ð JosŽ dos Santos Carvalho Filho entende que ocorrer desde
que haja comprovada ilegalidade6.


6
Carvalho Filho, 2016, p. 33.

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Para fins de fixa•‹o, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:


Art. 70. A fiscaliza•‹o cont‡bil, financeira, or•ament‡ria, operacional e
patrimonial da Uni‹o e das entidades da administra•‹o direta e indireta,
quanto ˆ legalidade, legitimidade, economicidade, aplica•‹o das subven•›es
e renœncia de receitas, ser‡ exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
(...)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser‡ exercido
com o aux’lio do Tribunal de Contas da Uni‹o, ao qual compete:
(...)
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judici‡rio manter‹o, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
(...)
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto ˆ efic‡cia e
efici•ncia, da gest‹o or•ament‡ria, financeira e patrimonial nos —rg‹os e
entidades da administra•‹o federal, bem como da aplica•‹o de recursos
pœblicos por entidades de direito privado;

27)! O que s‹o os princ’pios impl’citos da Administra•‹o Pœblica? Eles


possuem menos relev‰ncia que os expressos no caput do art. 37 da CF?
Os princ’pios impl’citos s‹o aqueles reconhecidos pela doutrina e jurisprud•ncia.
Possuem a MESMA relev‰ncia que os princ’pios expressos.
28)! O que preceitua o princ’pio da supremacia do interesse pœblico?
Preceitua que o interesse pœblico deve prevalecer sobre o privado sempre que
houver conflito entre eles nas rela•›es verticais (rela•‹o entre Administra•‹o e
administrado), com vistas ao benef’cio da coletividade, respeitando-se sempre,
por —bvio, os direitos e garantias individuais.
Como se manifesta precipuamente nas rela•›es verticais, n‹o incide
diretamente quando a Administra•‹o atua internamente (porque n‹o h‡ rela•‹o
com administrado criando obriga•›es ou restri•›es) ou na condi•‹o de agente
econ™mico Ð porque nesse caso tal atua•‹o Ž regida eminentemente pelo direito
privado, consoante CF, art. 173, ¤1¼, inciso II:
¤ 1¼ A lei estabelecer‡ o estatuto jur’dico da empresa pœblica, da sociedade
de economia mista e de suas subsidi‡rias que explorem atividade econ™mica
de produ•‹o ou comercializa•‹o de bens ou de presta•‹o de servi•os,
dispondo sobre:
(...)
II - a sujei•‹o ao regime jur’dico pr—prio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obriga•›es civis, comerciais, trabalhistas e tribut‡rios;

ƒ importante destacar que, indiretamente, a supremacia do interesse pœblico


est‡ presente em toda atividade estatal.
29)! O que preceitua o princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico?
Qual suas implica•›es?
Que as pessoas administrativas n‹o possuem a disponibilidade dos interesses
pœblicos confiados ˆ sua guarda e realiza•‹o, exatamente porque os bens e

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interesse pœblicos n‹o pertencem ˆ Administra•‹o nem a seus agentes (cabe-


lhes apenas geri-los, conserv‡-los e por eles velar em prol da coletividade, que Ž
sua verdadeira titular).
O princ’pio da indisponibilidade implica que os poderes atribu’dos ˆ
Administra•‹o possuem o car‡ter de poder-dever, ou seja, que ela n‹o pode
deixar de exercer, sob pena de responder por omiss‹o (por exemplo, a
autoridade n‹o pode renunciar ao exerc’cio das compet•ncias que lhe s‹o
outorgadas por lei; n‹o pode deixar de punir quando constate a pr‡tica de il’cito
administrativo etc.).
30)! Qual o conceito de interesse pœblico? O que Ž interesse pœblico
prim‡rio? E o interesse pœblico secund‡rio?
ÒInteresse pœblicoÓ n‹o possui um conceito exato, por isso a doutrina, em geral,
o identifica como um conceito jur’dico indeterminado. Pode ser entendido como
o conjunto de interesses dos indiv’duos enquanto membros da sociedade.
Interesses pœblicos prim‡rios s‹o os interesses imediatos, os interesses diretos
de toda a sociedade, sintetizados nos fins para os quais o Estado foi concebido,
como, por exemplo, entregar justi•a, seguran•a e bem-estar social.
Por sua vez, o interesse pœblico secund‡rio Ž o interesse do Estado enquanto
pessoa jur’dica figurando como parte em uma rela•‹o jur’dica no atendimento
de suas conveni•ncias internas. Possui car‡ter eminentemente patrimonial
(maximizar as receitas e minimizar os gastos), de interesse do er‡rio.
O interesse pœblico prim‡rio n‹o coincide, necessariamente, com o interesse
secund‡rio do Estado, de modo que o interesse pœblico secund‡rio s— Ž leg’timo
quando n‹o Ž contr‡rio ao interesse pœblico prim‡rio.
31)! O que preceitua o princ’pio da presun•‹o de legitimidade e de
veracidade? Essa presun•‹o Ž absoluta?
O princ’pio da presun•‹o de legitimidade e de veracidade preceitua que os atos
da Administra•‹o Pœblica devem ser considerados leg’timos, verdadeiros e legais
atŽ que se prove ao contr‡rio (essa presun•‹o n‹o Ž absoluta, portanto, mas
relativa ou juris tantum).
Pode-se apontar como decorr•ncia da presun•‹o de legitimidade a regra
insculpida na CF, art. 19, inciso II:
II - ƒ vedado ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic’pios (...)
recusar fŽ aos documentos pœblicos.

32)! O que preceitua o princ’pio da autotutela?


Imp›e que a Administra•‹o Pœblica tem o poder-dever de controlar seus
pr—prios atos, inclusive de of’cio, e abrange o poder de anular, convalidar e
revogar seus atos administrativos, podendo envolver, portanto, aspectos tanto
de legalidade quanto de mŽrito ato.
A autotutela est‡ consagrada nas sœmulas 473 e 346 do STF:
Sœmula 473:
A Administra•‹o pode anular seus pr—prios atos, quando eivados de v’cios

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que os tornam ilegais, porque deles n‹o se originam direitos; ou revog‡-los,


por motivo de conveni•ncia ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a aprecia•‹o judicial.

Sœmula 346:
A administra•‹o pœblica pode declarar a nulidade dos seus pr—prios atos.

33)! Qual a rela•‹o do princ’pio da autotutela com o princ’pio do


contradit—rio e ampla defesa?
No exerc’cio da autotutela, a Administra•‹o deve assegurar prŽvio contradit—rio
e ampla defesa ao administrado que venha a ser prejudicado pela anula•‹o ou
revoga•‹o do ato administrativo.
34)! O poder de tutela Ž o mesmo que autotutela? Explique.
N‹o. O poder de tutela Ž caracterizado pela supervis‹o (controle de natureza
final’stica, tambŽm chamado de Òsupervis‹o ministerialÓ) realizada pela
administra•‹o direta sobre as entidades da administra•‹o indireta. J‡ a
autotutela preceitua que a Administra•‹o Pœblica tem o poder-dever de controlar
seus pr—prios atos.
35)! O que preceitua o princ’pio da continuidade dos servi•os pœblicos?
Imp›e que a presta•‹o de servi•os pœblicos (tanto a realizada diretamente pela
Administra•‹o, quanto a delegada a particulares) n‹o deve ser interrompida ou
paralisada, j‡ que consubstancia atividades essenciais ˆ coletividade.
Desse princ’pio decorrem consequ•ncias importantes7:
a)! a proibi•‹o relativa de greve nos servi•os pœblicos, j‡ que o art. 37,
inciso VII da CF determina que tal direito ser‡ exercido Ònos termos e nos
limites definidos em lei espec’ficaÓ. Vejamos o teor do dispositivo, pra fins de
fixa•‹o:
VII - o direito de greve ser‡ exercido nos termos e nos limites definidos em
lei espec’fica;

Inclusive, sobre o direito de greve dos servidores, convŽm destacar que o STF
proferiu recente entendimento no sentido de que os dias parados por greve de
servidor devem ser descontados, exceto se houver acordo de compensa•‹o8.
b)! necessidade de institutos como a supl•ncia, a delega•‹o e a substitui•‹o
para preencher as fun•›es pœblicas temporariamente vagas;
c)! a impossibilidade da invoca•‹o, por parte de quem contrata com a
Administra•‹o Pœblica, da exce•‹o do contrato n‹o cumprido nos contratos que
tenham por objeto a execu•‹o de servi•o pœblico;
d)! a faculdade da Administra•‹o de utilizar os equipamentos e instala•›es
da empresa que com ela contrata, para assegurar a continuidade dos servi•os
pœblicos, bem como a possibilidade de encampa•‹o da concess‹o de servi•o


7
Di Pietro, 2016, p. 102.
8
STF, RE 693.456.

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pœblico, para atingir a mesma finalidade.


36)! O que preceitua o princ’pio da razoabilidade e proporcionalidade?
Razoabilidade: imp›e que haja compatibilidade entre os meios empregados e os
fins visados na atua•‹o da Administra•‹o, a fim de evitar excessos, abusos,
arbitrariedades.
Proporcionalidade: imp›e que os agentes pœblicos n‹o ultrapassem os limites
adequados ao fim pretendido, de maneira a evitar o excesso de poder. ƒ
fundamentado em tr•s aspectos:
a)!Adequa•‹o: compatibilidade entre o meio empregado e o fim vislumbrado;
b)!Exigibilidade ou necessidade: a conduta deve ser necess‡ria e a que cause
menos preju’zo aos indiv’duos;
c)!Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem alcan•adas
devem superar as desvantagens.
ƒ importante destacar que razoabilidade e proporcionalidade s‹o conceitos
muito parecidos, de modo que alguns autores entendem que esta seria uma das
vertentes daquela.
Esses princ’pios s‹o muito utilizados no controle da discricionariedade da
Administra•‹o. Trata-se de controle de legalidade ou legitimidade, n‹o de mŽrito
(o ato desarrazoado ou desproporcional deve ser anulado, e n‹o revogado).
37)! O que preceitua o princ’pio da motiva•‹o?
O princ’pio da motiva•‹o preceitua que, como regra, todos os atos da
Administra•‹o devem ser justificados (tanto os vinculados como os
discricion‡rios), devendo ser expressamente indicados os pressupostos de fato e
de direito que o motivam, permitindo, assim, o controle da legalidade e da
moralidade de tais atos, bem como o exerc’cio do contradit—rio e da ampla
defesa por parte do administrado.
H‡ casos em que a motiva•‹o do ato Ž dispensada. Ex: Exonera•‹o de servidor
ocupante de cargo em comiss‹o de livre nomea•‹o e exonera•‹o.
Embora n‹o expressamente prevista no art. 37 da Carta Magna, a motiva•‹o Ž
mencionada na CF, art. 93, inciso X, que prescreve que
X - as decis›es administrativas dos tribunais ser‹o motivadas e em sess‹o
pœblica, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de
seus membros

Tal regra tambŽm Ž aplic‡vel ao MinistŽrio Pœblico por for•a do art. 129, ¤4¼ da
CF:
¤ 4¼ - aplica-se ao MinistŽrio Pœblico, no que couber, o disposto no art. 93.

38)! O que preceitua o princ’pio da seguran•a jur’dica?


O postulado da seguran•a jur’dica imp›e que a Administra•‹o deve buscar
respeitar situa•›es consolidadas no tempo, as rela•›es jur’dicas constitu’das,
amparadas pela boa-fŽ do cidad‹o.
Exemplos de concretiza•‹o do princ’pio da seguran•a jur’dica:

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a) Institutos da prescri•‹o e decad•ncia;


b) Sœmula vinculante (CF, art. 103-A);
c) Prote•‹o ao ato jur’dico perfeito, direito adquirido e coisa julgada (art. 5¼,
inciso XXXVI).
Para fins de fixa•‹o, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:
Art. 5¼ (...)
XXXVI - a lei n‹o prejudicar‡ o direito adquirido, o ato jur’dico perfeito e a
coisa julgada;
(...)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poder‡, de of’cio ou por provoca•‹o,
mediante decis‹o de dois ter•os dos seus membros, ap—s reiteradas
decis›es sobre matŽria constitucional, aprovar sœmula que, a partir de sua
publica•‹o na imprensa oficial, ter‡ efeito vinculante em rela•‹o aos demais
—rg‹os do Poder Judici‡rio e ˆ administra•‹o pœblica direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder ˆ sua revis‹o ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei.
¤ 1¼ A sœmula ter‡ por objetivo a validade, a interpreta•‹o e a efic‡cia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvŽrsia atual entre —rg‹os
judici‡rios ou entre esses e a administra•‹o pœblica que acarrete grave
inseguran•a jur’dica e relevante multiplica•‹o de processos sobre quest‹o
id•ntica.
¤ 2¼ Sem preju’zo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprova•‹o,
revis‹o ou cancelamento de sœmula poder‡ ser provocada por aqueles que
podem propor a a•‹o direta de inconstitucionalidade.
¤ 3¼ Do ato administrativo ou decis‹o judicial que contrariar a sœmula
aplic‡vel ou que indevidamente a aplicar, caber‡ reclama•‹o ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anular‡ o ato administrativo
ou cassar‡ a decis‹o judicial reclamada, e determinar‡ que outra seja
proferida com ou sem a aplica•‹o da sœmula, conforme o caso.

39)! O que preceitua o princ’pio da prote•‹o ˆ confian•a?


O princ’pio da prote•‹o ˆ confian•a leva em conta a boa-fŽ do cidad‹o, que
acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Pœblico sejam l’citos e,
nessa qualidade, ser‹o mantidos e respeitados pela pr—pria Administra•‹o e por
terceiros9.
Trata-se, assim, de princ’pio que corresponde ao aspecto subjetivo da seguran•a
jur’dica.
40)! O que preceitua o princ’pio da sindicabilidade?
Preceitua que os atos da Administra•‹o podem ser controlados Ð via controle
judicial, controle externo (Poder Legislativo + Tribunal de Contas) e/ou
controle interno Ð, englobando, ainda, o poder de autotutela, por meio do qual
a Administra•‹o anula (em caso de ilegalidade) ou revoga (por raz›es de
conveni•ncia e oportunidade) seus pr—prios atos.


9
Di Pietro, 2016, p. 117-118.

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...
Grande abra•o e bons estudos!

ÒA satisfa•‹o reside no esfor•o, n‹o no resultado obtido. O


esfor•o total Ž a plena vit—ria.Ó
(Mahatma Gandhi)

Tœlio Lages

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ANEXO I – LISTA DE QUESTÕES

1.(FCC/2015/TCE-PE/Analista de Controle Externo) O princ’pio da


efici•ncia constante da Constitui•‹o da Repœblica possui conteœdo vari‡vel,
relacionado com a finalidade da atua•‹o da Administra•‹o pœblica, de modo
que
a) n‹o se aplica aos entes da Administra•‹o pœblica indireta, tendo em vista a
submiss‹o a regime jur’dico de direito privado, que est‡ adstrito a persecu•‹o
de lucro.
b) tem lugar sempre que a observ‰ncia das disposi•›es normativas expressas
constitua em cronograma de atua•‹o mais longo, pois permite excepcion‡-las,
na busca por melhores resultados econ™micos.
c) sempre que a Administra•‹o pœblica tiver que optar entre duas solu•›es para
a mesma problem‡tica, decidir‡ por aquela que represente auferi•‹o de maior
lucratividade.
d) somente se aplica ˆs empresas estatais que n‹o sejam prestadoras de
servi•o pœblico, posto que a finalidade lucrativa, diretriz principal daquele
princ’pio, Ž inerente ˆ atua•‹o das exploradoras de atividade econ™mica.
e) nem sempre significa o direcionamento da a•‹o estatal a ju’zos puramente
econ™micos, recomendando a utiliza•‹o mais satisfat—ria dos recursos pœblicos
caso a caso.
2.(FCC/2012/Secretaria de Finan•as-SP/Auditor) Para impedir a
imoralidade de um ato administrativo que se esconde sob a apar•ncia de
legalidade, deve-se
a) identificar se o ato administrativo deriva de comportamento discricion‡rio
por parte do agente pœblico.
b) detalhar os critŽrios formais de controle da legalidade dos atos
administrativos.
c) aperfei•oar os instrumentos de controle dos fluxos de comunica•‹o entre os
servidores do —rg‹o.
d) analisar se o motivo e o objeto da a•‹o s‹o compat’veis com o interesse
pœblico espec’fico identificado.
e) investir em pol’ticas de remunera•‹o vinculadas ao desempenho dos
servidores.
3.(FCC/2014/TCE-GO/Analista de Controle Externo) Um dos princ’pios
b‡sicos da Administra•‹o pœblica, alŽm de consagrado explicitamente na
Constitui•‹o Federal, quando trata dos princ’pios que norteiam a atua•‹o

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administrativa, tambŽm consta implicitamente ao longo do texto constitucional,


como por exemplo, quando a Carta Magna exige que o ingresso em cargo,
fun•‹o ou emprego pœblico depender‡ de concurso pœblico, exatamente para
que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. Do mesmo
modo, ao estabelecer que os contratos com a Administra•‹o direta e indireta
depender‹o de licita•‹o pœblica que assegure igualdade de todos os
concorrentes.
Trata-se do princ’pio da
a) proporcionalidade.
b) publicidade.
c) efici•ncia.
d) motiva•‹o.
e) impessoalidade.
4.(FCC/2014/TCE-RS/Auditor) A necessidade de publica•‹o dos atos
administrativos no Di‡rio Oficial e, em alguns casos, em jornais de grande
circula•‹o Ž forma de observ‰ncia do princ’pio da
a) legalidade, ainda que essa obriga•‹o n‹o esteja prevista na legisla•‹o.
b) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos s‹o publicados
sem identifica•‹o da autoridade que os emitiu.
c) efici•ncia, posto que a Administra•‹o deve fazer tudo o que estiver a seu
alcance para promover uma boa gest‹o, ainda que n‹o haja lastro na legisla•‹o
d) supremacia do interesse pœblico, pois a Administra•‹o tem prioridade sobre
outras publica•›es.
e) publicidade, na medida em que a Administra•‹o deve dar conhecimento de
seus atos aos administrados.
5.(FCC/2016/Sefaz-MA/TŽcnico da Receita) Sobre os princ’pios da
Administra•‹o pœblica Ž exemplo de infra•‹o ao princ’pio da:
I. legalidade, atua•‹o administrativa conforme o Direito.
II. moralidade, desapropriar im—vel pelo fato de a autoridade pœblica pretende
prejudicar um inimigo.
III. publicidade, se negar a publicar as contas de um Munic’pio.
IV. efici•ncia, prefeito que contrata a filha para ser assessora lotada em seu
gabinete.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) II e III.

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c) III e IV.
d) I e III.
e) II e IV.
6. (FCC/2016/TRT 20»/Analista Judici‡rio/çrea Administrativa) Em
importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, considerou a
Suprema Corte, em s’ntese, que no julgamento de impeachment do Presidente
da Repœblica, todas as vota•›es devem ser abertas, de modo a permitir maior
transpar•ncia, controle dos representantes e legitima•‹o do processo. Trata-se,
especificamente, de observ‰ncia ao princ’pio da
(A) publicidade.
(B) proporcionalidade restrita.
(C) supremacia do interesse privado.
(D) presun•‹o de legitimidade.
(E) motiva•‹o.
7. (FCC/2015/TRT 9»/Analista/V‡rias Especialidades) O artigo 37 do ¤1¼
da CF expressamente pro’be que conste nome, s’mbolo ou imagens que
caracterizem promo•‹o pessoal de autoridades ou servidores pœblicos em
publicidade de atos, programas, obras, servi•os e campanhas dos —rg‹os
pœblicos. A referida proibi•‹o decorre da aplica•‹o do princ’pio da
(A) impessoalidade, que est‡ expressamente previsto no art. 37 da CF e deve
ser observado, como no exemplo, em rela•‹o ˆ pr—pria Administra•‹o e
tambŽm em rela•‹o aos administrados.
(B) especialidade, que a despeito de n‹o estar expressamente previsto no art.
37 da CF, deve ser observado, como no exemplo, tanto em rela•‹o ˆ pr—pria
Administra•‹o como em rela•‹o aos administrados.
(C) impessoalidade, que est‡ expressamente previsto no art. 37 da CF e deve
ser observado, como no exemplo, em rela•‹o ˆ pr—pria Administra•‹o, mas n‹o
em rela•‹o aos administrados, que est‹o sujeitos ao princ’pio da supremacia do
interesse pœblico sobre o privado.
(D) especialidade, que decorre do princ’pio da legalidade e da indisponibilidade
do interesse pœblico sobre o privado e, por essa raz‹o, aplica-se ˆ atividade
publicit‡ria da Administra•‹o, tida por especial em rela•‹o ˆs demais atividades
pœblicas.
(E) publicidade, que est‡ expressamente previsto no artigo 37 da CF e
configura-se no princ’pio legitimador da fun•‹o administrativa, informada pelo
princ’pio democr‡tico.

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GABARITO QUESTÍES OBJETIVAS

1.E. 2. D 3. E

4.E. 5. B 6. A

7. A

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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constitucional para concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; S‹o Paulo: MƒTODO,
2013.
ALVES, Erick. Direito Administrativo p/ AFRFB Ð 2017. EstratŽgia Concursos.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constitui•‹o e o Supremo. 5. ed. Bras’lia:
STF, Secretaria de Documenta•‹o, 2016.
CARVALHO FILHO, JosŽ dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. S‹o
Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte:
F—rum, 2016.
JUSTEN FILHO, Mar•al. Curso de direito administrativo. 10. ed. S‹o Paulo: Revista
dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Ag•ncias reguladoras e o poder normativo. 1. ed. S‹o
Paulo: Baraœna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. S‹o Paulo: Saraiva,
2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. S‹o Paulo:
Malheiros, 2014.

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